title
stringlengths 3
146
| text
stringlengths 1
52.9k
| category
stringclasses 44
values | title_text
stringlengths 18
53k
| label
int64 0
43
|
---|---|---|---|---|
Ministro das Finanças grego diz que ações com o país são 'terrorismo'
|
O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, disse que a ação europeia com relação ao país é "terrorismo", e que um € 1 trilhão será perdido se a Grécia for à falência. "O que eles estão fazendo com a Grécia tem um nome: terrorismo", disse Varoufakis em entrevista ao jornal espanhol "El Mundo", publicada neste sábado (4). "Por que eles nos forçaram a fechar os bancos? Para assustar as pessoas. E quando se fala de espalhar o terror, isso é conhecido como terrorismo." Questionado por que acredita que um acordo será alcançado, mesmo se os gregos votarem "não" no plebiscito deste domingo (5) sobre os termos de um possível novo acordo de resgate, ele disse que fracassar nas negociações teria um custo alto para ambos os lados. O referendo pode decidir o futuro da Grécia como membro do bloco de moeda única. "Porque tem muita coisa em jogo, tanto para a Grécia como para a Europa, eu tenho certeza. Se a Grécia falir, um trilhão de euros (o equivalente ao PIB da Espanha) serão perdidos. Isso é muito dinheiro e não acredito que a Europa vai permitir isso", disse Varoufakis. PLEBISCITO Neste domingo (5), os gregos votarão se aceitam ou não o acordo proposto pelos credores, no sábado (27). As pesquisas divulgadas nesta sexta-feira (3) apontam um empate técnico entre os dois lados. A população continua sem entender direito os efeitos do plebiscito, anunciado de última hora por Tsipras após o rompimento das negociações. De acordo com as pesquisas, o "não" tem maior apelo entre os mais jovens, e o "sim, entre os mais velhos. O Conselho de Estado, alta corte administrativa da Grécia, rejeitou o apelo judicial para cancelar a votação. O órgão analisou um recurso de dois cidadãos e manteve a realização da consulta. COM REUTERS
|
mercado
|
Ministro das Finanças grego diz que ações com o país são 'terrorismo'O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, disse que a ação europeia com relação ao país é "terrorismo", e que um € 1 trilhão será perdido se a Grécia for à falência. "O que eles estão fazendo com a Grécia tem um nome: terrorismo", disse Varoufakis em entrevista ao jornal espanhol "El Mundo", publicada neste sábado (4). "Por que eles nos forçaram a fechar os bancos? Para assustar as pessoas. E quando se fala de espalhar o terror, isso é conhecido como terrorismo." Questionado por que acredita que um acordo será alcançado, mesmo se os gregos votarem "não" no plebiscito deste domingo (5) sobre os termos de um possível novo acordo de resgate, ele disse que fracassar nas negociações teria um custo alto para ambos os lados. O referendo pode decidir o futuro da Grécia como membro do bloco de moeda única. "Porque tem muita coisa em jogo, tanto para a Grécia como para a Europa, eu tenho certeza. Se a Grécia falir, um trilhão de euros (o equivalente ao PIB da Espanha) serão perdidos. Isso é muito dinheiro e não acredito que a Europa vai permitir isso", disse Varoufakis. PLEBISCITO Neste domingo (5), os gregos votarão se aceitam ou não o acordo proposto pelos credores, no sábado (27). As pesquisas divulgadas nesta sexta-feira (3) apontam um empate técnico entre os dois lados. A população continua sem entender direito os efeitos do plebiscito, anunciado de última hora por Tsipras após o rompimento das negociações. De acordo com as pesquisas, o "não" tem maior apelo entre os mais jovens, e o "sim, entre os mais velhos. O Conselho de Estado, alta corte administrativa da Grécia, rejeitou o apelo judicial para cancelar a votação. O órgão analisou um recurso de dois cidadãos e manteve a realização da consulta. COM REUTERS
| 2 |
Morte de Teori Zavascki fez mesmo a Bolsa subir?
|
Com a trágica morte do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, uma série de histórias sobre as causas e as consequências do acidente veio à tona. Entre as consequências está a de que o mercado financeiro teria recebido bem a notícia, dado que no dia seguinte a Bolsa de Valores de São Paulo registrou alta. A imagem reproduzida abaixo, transmitida pela GloboNews, andou circulando nas redes sociais e ilustra esse possível efeito. Logo na parte de baixo lê-se: "Mercado financeiro abre positivo com dados da China, posse de Trump e morte de Teori Zavascki". Na teoria, o argumento de que a morte de Teori resultou na alta da Bolsa faz sentido. Só que apenas com base nos dados de que dispomos não é possível concluir que o mecanismo de causa e consequência está de fato em ação nesse caso. Por quê? Comecemos pela teoria. No Brasil empresas se acostumaram a fazer negócios com o setor público por meio de relações pessoais, o que muitas vezes descamba para a corrupção. Assim, há empresários que investem em uma rede de contatos com políticos não muito honestos, na busca de acesso preferencial ao poder. A operação Lava Jato (e, em especial, a delação premiada da Odebrecht), ao colocar em xeque tudo isso, pode trazer prejuízos substanciais a determinadas companhias. Empresas e empresários podem ser diretamente implicados, resultando em multas pesadas e até em prisões. Além disso, a possibilidade de prisão de políticos destruiria os contatos cultivados pelas empresas ao longo de vários anos, dificultando o acesso preferencial. Tais desdobramentos reduziriam os lucros dessas firmas nos próximos anos. Os preços das ações se moveriam como reflexo disso. Uma ação é, na verdade, um pedacinho da empresa. Quem a compra se torna sócio da companhia e, como tal, passa a ter direito a uma parcela dos lucros no futuro (são os tais dos dividendos). Quando algum evento inesperado altera as perspectivas de lucros futuros, o preço da ação já se altera hoje. Se esse evento sinaliza lucros mais altos no futuro, as ações da empresa tornam-se particularmente atrativas, o que faz com que mais investidores queiram adquiri-las. E esse movimento puxa o preço para cima. Da mesma forma, se se espera menores lucros no futuro, o preço das ações já cai hoje. E é aí que entra a possível conexão entre a morte de Teori e a Bolsa de Valores. Teori estava prestes a homologar o acordo de delação da Odebrecht, que deve atingir em cheio a elite política brasileira e dificultar a vida de muita gente no setor privado. Com o acidente, isso seria ameaçado (no mínimo teríamos atrasos no processo). O horizonte futuro das empresas teria ficado um pouco menos cinzento. Como consequência, o preço das suas ações teria subido. O argumento acima tem solidez lógica. O problema é, na verdade, empírico. Só com base na observação da Bolsa não é possível concluir por sua validade. Por quê? Porque nesse mesmo dia aconteceram diversas outras coisas que poderiam afetar os preços das ações na Bolsa. A própria imagem acima já dá a dica. Dados da China e política econômica dos Estados Unidos (não exatamente a posse de Trump, como diz a legenda, pois ela era algo esperado, e já estaria refletido nos preços dos ativos) seriam possíveis explicações. O que garante que as ações não estão se movendo mais em função desses fatores (e de outros) e que a morte de Teori teria na verdade um impacto negligenciável? Olhar só para os dados da Bolsa no dia seguinte ao acidente não permite eliminar essa possibilidade. Não dá para concluir, assim, que o mercado financeiro reagiu bem à morte do ministro. Na verdade, a literatura econômica utiliza eventos como mortes inesperadas de figuras políticas de relevo para entender as relações escusas entre setor privado e governo, com base em dados de preços de ações. O desafio, como discutimos no caso de Teori, é separar o efeito do próprio evento de outras variáveis que têm o potencial de mexer com os preços. A literatura lida com isso identificando empresas sobre as quais se espera um efeito mais forte e comparando a reação dos preços das ações dessas empresas com os das demais, quando o evento ocorre. O artigo clássico nessa literatura é o de Raymond Fisman, que utiliza notícias da morte do ditador Hadji Suharto, que governou a Indonésia entre 1967 e 1998. Suharto faleceu só depois que deixou o poder, mas, por causa da saúde debilitada, boatos de que ele havia morrido ou adoecido gravemente eram frequentes, sobretudo no fim de seu mandato. Isso afetava o mercado financeiro indonésio. Espera-se um efeito análogo em relação à morte de Teori, porém na direção contrária, isto é, na Indonésia o preço das ações de firmas ligadas ao poder diminuiria com a possibilidade da morte de Suharto. Isso porque como no Brasil, na Indonésia conexões políticas importam bastante no ambiente de negócios, ou seja, a proximidade do governo é algo bastante valioso para empresários. O falecimento de Suharto significaria a destruição desses laços, trazendo prejuízos para a lucratividade futura dessas empresas. O preço das ações estaria refletindo isso. Como o artigo de Raymond Fisman identifica esse efeito? Separando empresas com fortes conexões com a família Suharto —aquelas de cuja diretoria o próprio ditador ou seus filhos faziam parte— das demais. E ele descobre que, de fato, as ações das empresas bem conectadas tendem a sofrer quedas significativamente maiores do que as das outras. Trata-se de uma evidência de que tais conexões entre os setores público e privado são de fato valiosas no mundo dos negócios. Isso é obtido pela comparação das ações de firmas que em tese teriam mais a perder com a morte de Suharto com as demais empresas listadas na Bolsa, em um mesmo evento. A mera observação do comportamento da Bolsa brasileira logo após a morte de Teori não permite tirar conclusões semelhantes, pois no mesmo dia houve vários outros acontecimentos que potencialmente afetariam os preços dos ativos. Para ter uma ideia mais clara, precisaríamos de uma estratégia semelhante à de Raymond Fisman, identificando as empresas que mais sofreriam com a Lava Jato e comparando o preço de suas ações com o das demais empresas logo após a tragédia. No Brasil, há um desafio adicional: a relação entre o setor público e o privado não está concentrada nas mãos de uma pessoa. Na Indonésia, Suharto e sua família controlavam com mão de ferro o país. Identificar firmas conectadas é relativamente fácil: é só saber a relação delas com o ditador e sua família. No caso brasileiro, não funciona exatamente dessa forma. É bem menos centralizado. Talvez, no futuro, algum pesquisador encontre uma maneira criativa de mensurar as conexões entre políticos e empresários, para que possamos avaliar os canais pelos quais a tragédia influenciou o mercado financeiro. Qualquer conclusão apresentada agora é pura especulação. * Quer acessar mais conteúdos do Por Quê? Clique aqui.
|
colunas
|
Morte de Teori Zavascki fez mesmo a Bolsa subir?Com a trágica morte do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, uma série de histórias sobre as causas e as consequências do acidente veio à tona. Entre as consequências está a de que o mercado financeiro teria recebido bem a notícia, dado que no dia seguinte a Bolsa de Valores de São Paulo registrou alta. A imagem reproduzida abaixo, transmitida pela GloboNews, andou circulando nas redes sociais e ilustra esse possível efeito. Logo na parte de baixo lê-se: "Mercado financeiro abre positivo com dados da China, posse de Trump e morte de Teori Zavascki". Na teoria, o argumento de que a morte de Teori resultou na alta da Bolsa faz sentido. Só que apenas com base nos dados de que dispomos não é possível concluir que o mecanismo de causa e consequência está de fato em ação nesse caso. Por quê? Comecemos pela teoria. No Brasil empresas se acostumaram a fazer negócios com o setor público por meio de relações pessoais, o que muitas vezes descamba para a corrupção. Assim, há empresários que investem em uma rede de contatos com políticos não muito honestos, na busca de acesso preferencial ao poder. A operação Lava Jato (e, em especial, a delação premiada da Odebrecht), ao colocar em xeque tudo isso, pode trazer prejuízos substanciais a determinadas companhias. Empresas e empresários podem ser diretamente implicados, resultando em multas pesadas e até em prisões. Além disso, a possibilidade de prisão de políticos destruiria os contatos cultivados pelas empresas ao longo de vários anos, dificultando o acesso preferencial. Tais desdobramentos reduziriam os lucros dessas firmas nos próximos anos. Os preços das ações se moveriam como reflexo disso. Uma ação é, na verdade, um pedacinho da empresa. Quem a compra se torna sócio da companhia e, como tal, passa a ter direito a uma parcela dos lucros no futuro (são os tais dos dividendos). Quando algum evento inesperado altera as perspectivas de lucros futuros, o preço da ação já se altera hoje. Se esse evento sinaliza lucros mais altos no futuro, as ações da empresa tornam-se particularmente atrativas, o que faz com que mais investidores queiram adquiri-las. E esse movimento puxa o preço para cima. Da mesma forma, se se espera menores lucros no futuro, o preço das ações já cai hoje. E é aí que entra a possível conexão entre a morte de Teori e a Bolsa de Valores. Teori estava prestes a homologar o acordo de delação da Odebrecht, que deve atingir em cheio a elite política brasileira e dificultar a vida de muita gente no setor privado. Com o acidente, isso seria ameaçado (no mínimo teríamos atrasos no processo). O horizonte futuro das empresas teria ficado um pouco menos cinzento. Como consequência, o preço das suas ações teria subido. O argumento acima tem solidez lógica. O problema é, na verdade, empírico. Só com base na observação da Bolsa não é possível concluir por sua validade. Por quê? Porque nesse mesmo dia aconteceram diversas outras coisas que poderiam afetar os preços das ações na Bolsa. A própria imagem acima já dá a dica. Dados da China e política econômica dos Estados Unidos (não exatamente a posse de Trump, como diz a legenda, pois ela era algo esperado, e já estaria refletido nos preços dos ativos) seriam possíveis explicações. O que garante que as ações não estão se movendo mais em função desses fatores (e de outros) e que a morte de Teori teria na verdade um impacto negligenciável? Olhar só para os dados da Bolsa no dia seguinte ao acidente não permite eliminar essa possibilidade. Não dá para concluir, assim, que o mercado financeiro reagiu bem à morte do ministro. Na verdade, a literatura econômica utiliza eventos como mortes inesperadas de figuras políticas de relevo para entender as relações escusas entre setor privado e governo, com base em dados de preços de ações. O desafio, como discutimos no caso de Teori, é separar o efeito do próprio evento de outras variáveis que têm o potencial de mexer com os preços. A literatura lida com isso identificando empresas sobre as quais se espera um efeito mais forte e comparando a reação dos preços das ações dessas empresas com os das demais, quando o evento ocorre. O artigo clássico nessa literatura é o de Raymond Fisman, que utiliza notícias da morte do ditador Hadji Suharto, que governou a Indonésia entre 1967 e 1998. Suharto faleceu só depois que deixou o poder, mas, por causa da saúde debilitada, boatos de que ele havia morrido ou adoecido gravemente eram frequentes, sobretudo no fim de seu mandato. Isso afetava o mercado financeiro indonésio. Espera-se um efeito análogo em relação à morte de Teori, porém na direção contrária, isto é, na Indonésia o preço das ações de firmas ligadas ao poder diminuiria com a possibilidade da morte de Suharto. Isso porque como no Brasil, na Indonésia conexões políticas importam bastante no ambiente de negócios, ou seja, a proximidade do governo é algo bastante valioso para empresários. O falecimento de Suharto significaria a destruição desses laços, trazendo prejuízos para a lucratividade futura dessas empresas. O preço das ações estaria refletindo isso. Como o artigo de Raymond Fisman identifica esse efeito? Separando empresas com fortes conexões com a família Suharto —aquelas de cuja diretoria o próprio ditador ou seus filhos faziam parte— das demais. E ele descobre que, de fato, as ações das empresas bem conectadas tendem a sofrer quedas significativamente maiores do que as das outras. Trata-se de uma evidência de que tais conexões entre os setores público e privado são de fato valiosas no mundo dos negócios. Isso é obtido pela comparação das ações de firmas que em tese teriam mais a perder com a morte de Suharto com as demais empresas listadas na Bolsa, em um mesmo evento. A mera observação do comportamento da Bolsa brasileira logo após a morte de Teori não permite tirar conclusões semelhantes, pois no mesmo dia houve vários outros acontecimentos que potencialmente afetariam os preços dos ativos. Para ter uma ideia mais clara, precisaríamos de uma estratégia semelhante à de Raymond Fisman, identificando as empresas que mais sofreriam com a Lava Jato e comparando o preço de suas ações com o das demais empresas logo após a tragédia. No Brasil, há um desafio adicional: a relação entre o setor público e o privado não está concentrada nas mãos de uma pessoa. Na Indonésia, Suharto e sua família controlavam com mão de ferro o país. Identificar firmas conectadas é relativamente fácil: é só saber a relação delas com o ditador e sua família. No caso brasileiro, não funciona exatamente dessa forma. É bem menos centralizado. Talvez, no futuro, algum pesquisador encontre uma maneira criativa de mensurar as conexões entre políticos e empresários, para que possamos avaliar os canais pelos quais a tragédia influenciou o mercado financeiro. Qualquer conclusão apresentada agora é pura especulação. * Quer acessar mais conteúdos do Por Quê? Clique aqui.
| 1 |
Pensei que Nobel de literatura era 'fake news', diz Kazuo Ishiguro
|
O escritor nipo-britânico Kazuo Ishiguro, anunciado na manhã desta quinta (5) como o ganhador do prêmio Nobel de literatura, disse ter pensado que a notícia era "fake news" —uma das notícias falsas que costumam circular pela internet. Ele deu a declaração em uma entrevista à imprensa, em sua casa, em Londres, na manhã desta quinta. Ele foi avisado por sua agência literária da premiação. "Pensei que era boato", afirmou, sentado em um banco no seu quintal. "Uma hora, uma moça muito gentil da Suécia me ligou e perguntou, antes de tudo, se eu aceitaria o prêmio. Fiquei surpreso com como eles [da Academia Sueca] foram modestos. Era como se eles estivessem me convidando para uma festa e tivessem medo que eu recusasse o convite."
|
ilustrada
|
Pensei que Nobel de literatura era 'fake news', diz Kazuo IshiguroO escritor nipo-britânico Kazuo Ishiguro, anunciado na manhã desta quinta (5) como o ganhador do prêmio Nobel de literatura, disse ter pensado que a notícia era "fake news" —uma das notícias falsas que costumam circular pela internet. Ele deu a declaração em uma entrevista à imprensa, em sua casa, em Londres, na manhã desta quinta. Ele foi avisado por sua agência literária da premiação. "Pensei que era boato", afirmou, sentado em um banco no seu quintal. "Uma hora, uma moça muito gentil da Suécia me ligou e perguntou, antes de tudo, se eu aceitaria o prêmio. Fiquei surpreso com como eles [da Academia Sueca] foram modestos. Era como se eles estivessem me convidando para uma festa e tivessem medo que eu recusasse o convite."
| 6 |
Sobreviventes de voo da Chapecoense ficarão 10 dias internados na Colômbia
|
Os brasileiros sobreviventes do acidente aéreo que matou 71 pessoas na madrugada desta terça-feira (29) perto de Medellín, na Colômbia, ficarão ao menos dez dias hospitalizados ali, segundo Luiz Antonio Palaoro, vice-presidente jurídico da Chapecoense, time que estava no avião. Os sobreviventes brasileiros são o jornalista Rafael Henzel, o zagueiro Neto, o goleiro Jackson Follman e o lateral Alan Ruschel. Nesta quarta (30), em coletiva de imprensa em na Arena Condá, em Chapecó, Palaoro afirmou também é muito cedo para falar sobre medidas jurídicas contra a companhia aérea que transportou os jogadores. O presidente em exercício do clube, Ivan Tozzo, disse que a empresa foi escolhida porque "tinha tradição em transportar times, com sucesso". "Foi aquela coisa: fizemos uma viagem com eles, deu tudo certo, nos classificamos, por que mudar?". Segundo ele, o preço pago à empresa foi "pouco mais de mil dólares". Tozza disse ainda que recebeu uma ligação de Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, sugerindo dividir o título que seria disputado na Colômbia, nomeando dois campeões para a Copa Sul-Americana de 2016. "Acho bom", disse Tozzo, que se emocionou falando com a imprensa nesta tarde. "Seria melhor se fosse só a Chapecoense." Palaoro ressaltou: "nós íamos ganhar esse jogo. Nosso time estava organizado, sei da vontade que tinham". O clube aceitará qualquer ajuda que está sendo oferecida, de acordo com Tozza, mas a prioridade é "a homologação, pela CBF, da permanência do clube durante três anos na série A". Segundo Tozza, o número de pedidos para se associar à Chapecoense disparou nas últimas horas: "de ontem para hoje, 13 mil pessoas querem se associar ao time. Tínhamos 9.000 sócios pagantes". Chamada - acidente Chapecoense
|
esporte
|
Sobreviventes de voo da Chapecoense ficarão 10 dias internados na ColômbiaOs brasileiros sobreviventes do acidente aéreo que matou 71 pessoas na madrugada desta terça-feira (29) perto de Medellín, na Colômbia, ficarão ao menos dez dias hospitalizados ali, segundo Luiz Antonio Palaoro, vice-presidente jurídico da Chapecoense, time que estava no avião. Os sobreviventes brasileiros são o jornalista Rafael Henzel, o zagueiro Neto, o goleiro Jackson Follman e o lateral Alan Ruschel. Nesta quarta (30), em coletiva de imprensa em na Arena Condá, em Chapecó, Palaoro afirmou também é muito cedo para falar sobre medidas jurídicas contra a companhia aérea que transportou os jogadores. O presidente em exercício do clube, Ivan Tozzo, disse que a empresa foi escolhida porque "tinha tradição em transportar times, com sucesso". "Foi aquela coisa: fizemos uma viagem com eles, deu tudo certo, nos classificamos, por que mudar?". Segundo ele, o preço pago à empresa foi "pouco mais de mil dólares". Tozza disse ainda que recebeu uma ligação de Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, sugerindo dividir o título que seria disputado na Colômbia, nomeando dois campeões para a Copa Sul-Americana de 2016. "Acho bom", disse Tozzo, que se emocionou falando com a imprensa nesta tarde. "Seria melhor se fosse só a Chapecoense." Palaoro ressaltou: "nós íamos ganhar esse jogo. Nosso time estava organizado, sei da vontade que tinham". O clube aceitará qualquer ajuda que está sendo oferecida, de acordo com Tozza, mas a prioridade é "a homologação, pela CBF, da permanência do clube durante três anos na série A". Segundo Tozza, o número de pedidos para se associar à Chapecoense disparou nas últimas horas: "de ontem para hoje, 13 mil pessoas querem se associar ao time. Tínhamos 9.000 sócios pagantes". Chamada - acidente Chapecoense
| 3 |
Qual o grande amor dos prefeituráveis? Assista ao 'Fala, candidato'
|
Em que ocasião um candidato mente? Do que mais se arrepende? Essas são algumas das perguntas que a sãopaulo fez aos cinco candidatos à Prefeitura de São Paulo com maior intenção de votos de acordo com pesquisa Datafolha. Uma série de videos publicados pela "TV Folha" destaca alguns temas abordados pela revista. O de hoje (veja acima) traz respostas sobre amor e felicidade. As questões foram inspiradas em uma série conhecida como "Questionário Proust", compilado de indagações respondidas por Marcel Proust (1871-1922) durante a juventude com base em uma popular brincadeira inglesa da época. Os cinco candidatos foram confrontados com o mesmo questionário, sem distinção. A única instrução foi que respeitassem o limite de 140 caracteres por resposta. Celso Russomanno foi o único a não responder. Procurado pela sãopaulo no dia 30 do mês passado, ele aceitou ser fotografado para esta reportagem na Liberdade, região central. No entanto, até o último dia 8, fechamento da edição da sãopaulo que publicou o questionário, não enviou as respostas.
|
tv
|
Qual o grande amor dos prefeituráveis? Assista ao 'Fala, candidato'Em que ocasião um candidato mente? Do que mais se arrepende? Essas são algumas das perguntas que a sãopaulo fez aos cinco candidatos à Prefeitura de São Paulo com maior intenção de votos de acordo com pesquisa Datafolha. Uma série de videos publicados pela "TV Folha" destaca alguns temas abordados pela revista. O de hoje (veja acima) traz respostas sobre amor e felicidade. As questões foram inspiradas em uma série conhecida como "Questionário Proust", compilado de indagações respondidas por Marcel Proust (1871-1922) durante a juventude com base em uma popular brincadeira inglesa da época. Os cinco candidatos foram confrontados com o mesmo questionário, sem distinção. A única instrução foi que respeitassem o limite de 140 caracteres por resposta. Celso Russomanno foi o único a não responder. Procurado pela sãopaulo no dia 30 do mês passado, ele aceitou ser fotografado para esta reportagem na Liberdade, região central. No entanto, até o último dia 8, fechamento da edição da sãopaulo que publicou o questionário, não enviou as respostas.
| 11 |
Temer viaja com Aerolula, e novo 767 da FAB vai à China como avião reserva
|
Após o primeiro "test-drive" como avião presidencial do novo Boeing 767-300ER da Força Aérea Brasileira, o presidente Michel Temer decidiu ir à China no Airbus conhecido como Aerolula. O 767, contudo, seguirá viagem para a Ásia como avião reserva e para trazer, ao fim do périplo, a equipe precursora da Presidência de volta. Segundo o Planalto, fatores operacionais levaram à decisão pelo Airbus, e a escolha da aeronave será caso a caso. Em julho, quando Temer usou o 767 pela primeira vez para ir à Alemanha, havia sido decidido que o aparelho seria usado em viagens mais longas por causa de sua autonomia _para ir à China, o Airbus precisa fazer duas escalas, enquanto o 767 só necessita de uma. Pesou em favor do Airbus o fato de que ele é confortável: tem suíte e sala privativa para o presidente. O restante da comitiva, com cerca de 10 parlamentares e cinco ministros, viajou à China em assentos em outra área. O 767, um avião alugado pela FAB por US$ 19,8 milhões por dois anos, só possui um setor com poltronas de classe executiva. O Boeing é mais adequado para viagens longas, tendo autonomia de 11 mil km, contra 8,5 mil km do Airbus. Gasta mais combustível, mas economiza ao ter de fazer menos escalas _a primeira hora após uma decolagem consome em média o dobro do voo de cruzeiro. A empresa que fornece o 767, a Colt, tem problemas judiciais no Brasil e encerrou suas atividades no transporte de carga e táxi aéreo no ano passado. Está proibida pela Agência Nacional de Aviação Civil de voar no país. Abriu uma filial em Fort Lauderdale (EUA), a CTA, que disputou o negócio da FAB nos EUA, onde a Força abriu a licitação para adquirir a aeronave. A FAB afirma que até aqui não houve problemas com o serviço da Colt, que precisa manter uma disponibilidade mínima do avião em 80% do tempo.
|
poder
|
Temer viaja com Aerolula, e novo 767 da FAB vai à China como avião reservaApós o primeiro "test-drive" como avião presidencial do novo Boeing 767-300ER da Força Aérea Brasileira, o presidente Michel Temer decidiu ir à China no Airbus conhecido como Aerolula. O 767, contudo, seguirá viagem para a Ásia como avião reserva e para trazer, ao fim do périplo, a equipe precursora da Presidência de volta. Segundo o Planalto, fatores operacionais levaram à decisão pelo Airbus, e a escolha da aeronave será caso a caso. Em julho, quando Temer usou o 767 pela primeira vez para ir à Alemanha, havia sido decidido que o aparelho seria usado em viagens mais longas por causa de sua autonomia _para ir à China, o Airbus precisa fazer duas escalas, enquanto o 767 só necessita de uma. Pesou em favor do Airbus o fato de que ele é confortável: tem suíte e sala privativa para o presidente. O restante da comitiva, com cerca de 10 parlamentares e cinco ministros, viajou à China em assentos em outra área. O 767, um avião alugado pela FAB por US$ 19,8 milhões por dois anos, só possui um setor com poltronas de classe executiva. O Boeing é mais adequado para viagens longas, tendo autonomia de 11 mil km, contra 8,5 mil km do Airbus. Gasta mais combustível, mas economiza ao ter de fazer menos escalas _a primeira hora após uma decolagem consome em média o dobro do voo de cruzeiro. A empresa que fornece o 767, a Colt, tem problemas judiciais no Brasil e encerrou suas atividades no transporte de carga e táxi aéreo no ano passado. Está proibida pela Agência Nacional de Aviação Civil de voar no país. Abriu uma filial em Fort Lauderdale (EUA), a CTA, que disputou o negócio da FAB nos EUA, onde a Força abriu a licitação para adquirir a aeronave. A FAB afirma que até aqui não houve problemas com o serviço da Colt, que precisa manter uma disponibilidade mínima do avião em 80% do tempo.
| 0 |
Bela, recatada e da prisão domiciliar
|
Adriana Ancelmo nasceu em São Paulo, mas foi criada no Rio. Formou-se em direito e foi trabalhar com o então procurador-geral da Alerj, Régis Fichtner. Foi assim que conheceu Sérgio Cabral, com quem se casou em 2004. Nos dois mandatos de governador do marido –entre 2007 e 2014–, Adriana viu seu patrimônio multiplicar-se por dez. Em dezembro de 2016, teve a prisão provisória decretada sob suspeita de lavar dinheiro e ser beneficiária do esquema de corrupção comandado por Cabral. Nesta sexta-feira (17), a Justiça decidiu que Adriana poderia aguardar julgamento em prisão domiciliar. A justificativa: seus filhos, que têm 11 e 14 anos, não poderiam ficar sem pai e mãe em casa. Como Adriana, mais de 1.300 mulheres aguardam julgamento nas prisões do Rio, segundo o Departamento Penitenciário Nacional. São mulheres que podem ser inocentes e, no entanto, já estão sendo punidas. Mais da metade delas é mãe. E quase 70% foram presas apenas por suspeita de tráfico de drogas, sem outras acusações agravantes. Ao contrário de Adriana, essas mulheres em geral têm baixa escolaridade, são pobres, pretas e não têm nenhuma possibilidade de movimentar um patrimônio milionário –roubado do mesmo Estado que hoje deixa de pagar seus servidores– caso respondam por seus processos em liberdade. É mais do que óbvia a perversão de um sistema prisional que encarcera sem julgamento mães acusadas de um crime que sequer deveria existir enquanto seus filhos crescem sem a presença materna. Adriana Ancelmo deve sim poder aguardar julgamento em sua casa –desde que seja realmente possível evitar que ela use a oportunidade para esconder o butim do marido. Mas outros milhares de mães pelo Rio e pelo Brasil deveriam ter o mesmo direito. Não têm. À primeira vista pode parecer contraditório que, apenas dez dias depois de o presidente fazer um discurso enaltecendo a participação da mulher na criação de crianças e na boa execução de compras de supermercado –e mais nada–, um caso de tamanho destaque confirme, pela exceção, a regra de absoluta falta de compromisso do país com esse mesmíssimo papel de mãe e dona de casa quando se trata de detentas. No entanto, o que o caso Adriana Ancelmo revela é aquilo que o presidente não disse, mas deixou implícito: algumas mulheres devem mesmo aspirar exclusivamente a ser mães e gestoras do lar. Outras, no entanto, sequer têm sua humanidade reconhecida o suficiente para que seu direito à maternidade seja preservado. Seus filhos deixam de ser crianças no momento em que saem do ventre –não à toa, crianças pretas são percebidas como mais velhas do que realmente são, ao contrário de crianças brancas. A distorção de percepção de idade é compartilhada, inclusive, pelas forças policiais. São crianças sem infância e que, portanto, podem ser criadas sem mãe. Resta saber se em casa Adriana continuará contando com a força de trabalho das duas babás vistas subindo no helicóptero de Sérgio Cabral quando ele ainda era governador. No final das contas, são mulheres como elas que muitas vezes perdem a oportunidade de criar seus próprios filhos, ainda que não estejam presas, para criar os filhos de outras –mas desse tipo de "participação feminina" na vida doméstica o presidente não fala. Para ter direito a ser mãe –e à prisão domiciliar– é necessário, como Adriana, poder parecer bela, recatada e do lar.
|
colunas
|
Bela, recatada e da prisão domiciliarAdriana Ancelmo nasceu em São Paulo, mas foi criada no Rio. Formou-se em direito e foi trabalhar com o então procurador-geral da Alerj, Régis Fichtner. Foi assim que conheceu Sérgio Cabral, com quem se casou em 2004. Nos dois mandatos de governador do marido –entre 2007 e 2014–, Adriana viu seu patrimônio multiplicar-se por dez. Em dezembro de 2016, teve a prisão provisória decretada sob suspeita de lavar dinheiro e ser beneficiária do esquema de corrupção comandado por Cabral. Nesta sexta-feira (17), a Justiça decidiu que Adriana poderia aguardar julgamento em prisão domiciliar. A justificativa: seus filhos, que têm 11 e 14 anos, não poderiam ficar sem pai e mãe em casa. Como Adriana, mais de 1.300 mulheres aguardam julgamento nas prisões do Rio, segundo o Departamento Penitenciário Nacional. São mulheres que podem ser inocentes e, no entanto, já estão sendo punidas. Mais da metade delas é mãe. E quase 70% foram presas apenas por suspeita de tráfico de drogas, sem outras acusações agravantes. Ao contrário de Adriana, essas mulheres em geral têm baixa escolaridade, são pobres, pretas e não têm nenhuma possibilidade de movimentar um patrimônio milionário –roubado do mesmo Estado que hoje deixa de pagar seus servidores– caso respondam por seus processos em liberdade. É mais do que óbvia a perversão de um sistema prisional que encarcera sem julgamento mães acusadas de um crime que sequer deveria existir enquanto seus filhos crescem sem a presença materna. Adriana Ancelmo deve sim poder aguardar julgamento em sua casa –desde que seja realmente possível evitar que ela use a oportunidade para esconder o butim do marido. Mas outros milhares de mães pelo Rio e pelo Brasil deveriam ter o mesmo direito. Não têm. À primeira vista pode parecer contraditório que, apenas dez dias depois de o presidente fazer um discurso enaltecendo a participação da mulher na criação de crianças e na boa execução de compras de supermercado –e mais nada–, um caso de tamanho destaque confirme, pela exceção, a regra de absoluta falta de compromisso do país com esse mesmíssimo papel de mãe e dona de casa quando se trata de detentas. No entanto, o que o caso Adriana Ancelmo revela é aquilo que o presidente não disse, mas deixou implícito: algumas mulheres devem mesmo aspirar exclusivamente a ser mães e gestoras do lar. Outras, no entanto, sequer têm sua humanidade reconhecida o suficiente para que seu direito à maternidade seja preservado. Seus filhos deixam de ser crianças no momento em que saem do ventre –não à toa, crianças pretas são percebidas como mais velhas do que realmente são, ao contrário de crianças brancas. A distorção de percepção de idade é compartilhada, inclusive, pelas forças policiais. São crianças sem infância e que, portanto, podem ser criadas sem mãe. Resta saber se em casa Adriana continuará contando com a força de trabalho das duas babás vistas subindo no helicóptero de Sérgio Cabral quando ele ainda era governador. No final das contas, são mulheres como elas que muitas vezes perdem a oportunidade de criar seus próprios filhos, ainda que não estejam presas, para criar os filhos de outras –mas desse tipo de "participação feminina" na vida doméstica o presidente não fala. Para ter direito a ser mãe –e à prisão domiciliar– é necessário, como Adriana, poder parecer bela, recatada e do lar.
| 1 |
Fagner faz show esvaziado com ritmos nordestinos no parque do Carmo
|
O grupo Bicho do Pé e o cantor Fagner animaram o público que compareceu no início da noite deste sábado (20) no parque do Carmo, em Itaquera, na zona leste de São Paulo, para a Virada Cultural. Com 15 minutos de atraso, a banda Bicho de Pé abriu o show cantando no palco principal para uma plateia vazia. A banda tocou música regional brasileira, com ênfase nos ritmos dançantes do norte e nordeste, como xote, baião, samba, forró, xaxado, maracatu, carimbó e arrasta-pé. Aos poucos o público foi chegando para acompanhar a apresentação do cantor Fagner, convidado da banda Bicho de Pé. O cantor cearense fez um show que passeou por ritmos nordestinos. A professora Priscila Soares, 32, veio assistir ao show de Fagner e disse que pretende voltar neste domingo (21). "Foi ótimo, muito seguro. Adorei." Essa é a primeira edição realizada pela gestão do prefeito João Doria (PSDB), que espalhou as atrações principais do centro para palcos que não terão programação 24 horas. Segundo o secretário municipal de Cultura, André Sturm, o intuito é ampliar o alcance da Virada, que na 13ª edição. Essa descentralização agradou a boa parte dos moradores da zona leste que acompanhava os shows. Para o comerciante Bruno Fernandes, 25, o evento se tornou "mais democrático". "Moro na Cidade Líder e achei muito bom ter show aqui, quase ao lado de casa", afirmou Fernandes, que estava com o filho, de oito anos. A organização e segurança do parque também foram elogiados. A contadora Daiane Siqueira, 24, moradora da Penha, também ficou impressionada com a infraestrutura do evento. "Também gosto dos shows no centro, mas lá é mais cheio e bagunçado." Para a dona de casa Maria Balbino, 38, que já foi a Viradas no centro, disse ter gostado mais desta edição. "Aqui tem muito mais espaço, e ainda é perto de casa. Está maravilhoso. Vejo o carro da guarda [Guarda Civil Metropolitana] e passa sensação de mais segurança do que no centro", disse Balbino, que mora em Itaquera. Nesta edição, ela decidiu levar a filha, de um ano e oito meses, e o filho, de sete anos. O músico Alexandre Ribeiro, 33, que se apresentou em duas Viradas com a banda Los Imposibles, também achou esta edição melhor que as anteriores. "Pensei que fosse ser a maior bagunça, mas está sensacional, bem organizado", afirmou. Se parte do público gostou dessa descentralização, a mesma opinião não foi chancelada pelos vendedores, que ficaram decepcionados com movimento fraco no parque do Carmo. Eles também culparam o mau tempo e o horário dos shows pelas vendas fracas. "Não vendi nada", afirmou Quitéria Pereira, 57. "Não veio ninguém aqui, né? Esses shows foram muito tarde." Para ela, o tempo ruim de manhã atrapalhou. "Mais cedo, essa grama tinha virado lama", contou. Maria da Silva, 49, que cuidava da tenda em frente à de Quitéria, trouxe o dobro de alimentos com a expectativa de vender mais. "Acabou que não vendi quase nada", lamentou. "Mas também, quem ia sair de casa com aquela chuva?" Segundo a Guarda Civil Metropolitana, que faz a segurança do local, há cerca de 500 pessoas no parque. A organização da Virada havia estimado em 50 mil pessoas. A banda Planta & Raiz e a escola de samba Acadêmicos do Tatuapé também se apresentam no palco principal nesta noite.
|
ilustrada
|
Fagner faz show esvaziado com ritmos nordestinos no parque do CarmoO grupo Bicho do Pé e o cantor Fagner animaram o público que compareceu no início da noite deste sábado (20) no parque do Carmo, em Itaquera, na zona leste de São Paulo, para a Virada Cultural. Com 15 minutos de atraso, a banda Bicho de Pé abriu o show cantando no palco principal para uma plateia vazia. A banda tocou música regional brasileira, com ênfase nos ritmos dançantes do norte e nordeste, como xote, baião, samba, forró, xaxado, maracatu, carimbó e arrasta-pé. Aos poucos o público foi chegando para acompanhar a apresentação do cantor Fagner, convidado da banda Bicho de Pé. O cantor cearense fez um show que passeou por ritmos nordestinos. A professora Priscila Soares, 32, veio assistir ao show de Fagner e disse que pretende voltar neste domingo (21). "Foi ótimo, muito seguro. Adorei." Essa é a primeira edição realizada pela gestão do prefeito João Doria (PSDB), que espalhou as atrações principais do centro para palcos que não terão programação 24 horas. Segundo o secretário municipal de Cultura, André Sturm, o intuito é ampliar o alcance da Virada, que na 13ª edição. Essa descentralização agradou a boa parte dos moradores da zona leste que acompanhava os shows. Para o comerciante Bruno Fernandes, 25, o evento se tornou "mais democrático". "Moro na Cidade Líder e achei muito bom ter show aqui, quase ao lado de casa", afirmou Fernandes, que estava com o filho, de oito anos. A organização e segurança do parque também foram elogiados. A contadora Daiane Siqueira, 24, moradora da Penha, também ficou impressionada com a infraestrutura do evento. "Também gosto dos shows no centro, mas lá é mais cheio e bagunçado." Para a dona de casa Maria Balbino, 38, que já foi a Viradas no centro, disse ter gostado mais desta edição. "Aqui tem muito mais espaço, e ainda é perto de casa. Está maravilhoso. Vejo o carro da guarda [Guarda Civil Metropolitana] e passa sensação de mais segurança do que no centro", disse Balbino, que mora em Itaquera. Nesta edição, ela decidiu levar a filha, de um ano e oito meses, e o filho, de sete anos. O músico Alexandre Ribeiro, 33, que se apresentou em duas Viradas com a banda Los Imposibles, também achou esta edição melhor que as anteriores. "Pensei que fosse ser a maior bagunça, mas está sensacional, bem organizado", afirmou. Se parte do público gostou dessa descentralização, a mesma opinião não foi chancelada pelos vendedores, que ficaram decepcionados com movimento fraco no parque do Carmo. Eles também culparam o mau tempo e o horário dos shows pelas vendas fracas. "Não vendi nada", afirmou Quitéria Pereira, 57. "Não veio ninguém aqui, né? Esses shows foram muito tarde." Para ela, o tempo ruim de manhã atrapalhou. "Mais cedo, essa grama tinha virado lama", contou. Maria da Silva, 49, que cuidava da tenda em frente à de Quitéria, trouxe o dobro de alimentos com a expectativa de vender mais. "Acabou que não vendi quase nada", lamentou. "Mas também, quem ia sair de casa com aquela chuva?" Segundo a Guarda Civil Metropolitana, que faz a segurança do local, há cerca de 500 pessoas no parque. A organização da Virada havia estimado em 50 mil pessoas. A banda Planta & Raiz e a escola de samba Acadêmicos do Tatuapé também se apresentam no palco principal nesta noite.
| 6 |
Dirceu criou esquema na Petrobras, diz investigação; ex-ministro foi preso
|
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi preso preventivamente pela Polícia Federal nesta segunda-feira (3) em nova fase da Operação Lava Jato. A PF também levou o computador pessoal de Dirceu e seu telefone celular. O juiz federal Sérgio Moro decretou ainda o bloqueio de até R$ 20 milhões do ex-ministro, além de determinar o bloqueio de bens no mesmo valor de outros seis alvos da investigação. Para os investigadores, Dirceu é um dos responsáveis por criar o esquema de corrupção na Petrobras quando era ministro da Casa Civil, no primeiro governo Lula, e teve papel de comando nesse esquema. Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de José Dirceu e sócio dele na JD Consultoria também foi preso, em Ribeirão Preto. Outro detido é Roberto Marques, ex-assessor do petista. Ainda foram presos o lobista Fernando de Moura, Olavo de Moura, Pablo Kipersmit e o engenheiro da Petrobras Celso Araripe, que atuou como gerente de empreendimento da sede da estatal em Vitória, no Espírito Santo. Araripe é suspeito de receber propina durante obras da construção da sede da estatal em Vitória. Também, no Rio, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e outros seis de condução coercitiva. PAPEL CENTRAL Segundo o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, Fernando Moura teve um papel relevante na indicação de nomes durante o primeiro governo Lula. "Dirceu era aquele que tinha responsabilidade de indicar nomes. Ele aceitou a indicação de Renato Duque para a diretoria de Serviços na Petrobras, e essa diretoria iniciou todo um trabalho de cooptação de empreiteiras, dando início ao esquema de corrupção na estatal", afirmou. Investigações apontam que o ex-ministro repetiu na Petrobras o esquema adotado no mensalão. "Esse esquema durou inclusive durante as investigações do mensalão", disse Lima. Segundo a PF, os presos deverão ser levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde permanecerão à disposição da 13ª Vara da Justiça Federal. O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso afirmou que deve decidir ainda nesta segunda-feira (3) sobre a transferência de Dirceu para Curitiba. Como Dirceu ainda cumpre pena, em regime aberto, por sua condenação no mensalão, a viagem tem que ser autorizada pelo STF. A defesa do ex-ministro afirma que deve tentar adiar a sua ida a Curitiba. Essa é a 17ª fase da Lava Jato, denominada "Pixuleco", e ocorre em Brasília e nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo o empreiteiro Ricardo Pessoa, era por pixuleco que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto se referia à propina que recolhia das empresas que tinham contratos com a Petrobras. O foco principal dessa fase são os beneficiários de pagamento de propinas envolvendo contratos com o Poder Público, incluindo beneficiários finais e "laranjas" utilizados nas transações. Também foram decretados o sequestro de imóveis e bloqueio de ativos financeiros. Entre os crimes investigados estão corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. 17ª fase da Operação Lava Jato DIRCEU NA LAVA JATO Dirceu virou alvo dos procuradores da Operação Lava Jato porque várias empreiteiras sob investigação fizeram pagamentos à empresa de consultoria que ele abriu depois de deixar o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005, no auge do escândalo do mensalão. O ex-ministro faturou como consultor R$ 39 milhões entre 2006 e 2013. Empresas investigadas pela Lava Jato pagaram a ele R$ 9,5 milhões, num período em que o diretor de Serviços da Petrobras era Renato Duque, apontado como afilhado político de Dirceu –o que ele nega– e atualmente preso em Curitiba. Os procuradores desconfiam que alguns desses pagamentos eram propina para facilitar negócios das empreiteiras com a Petrobras. Dirceu diz que sua empresa de consultoria prestou serviços, ajudando seus clientes a prospectar negócios e resolver problemas no exterior. O ex-ministro foi citado pelo ex-executivo da Toyo Setal Julio Camargo durante depoimento dele à Justiça Federal do Paraná. Camargo afirmou que entregou R$ 4 milhões em dinheiro vivo a Dirceu a pedido do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, presos em Curitiba (PR). Dois dos antigos clientes de Dirceu, o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, e o lobista Milton Pascowitch, fizeram acordo de delação premiada para colaborar com as investigações e associaram alguns dos pagamentos à propina paga ao PT para garantir seus contratos com a Petrobras. Segundo eles, esses pagamentos foram feitos sem que qualquer serviço fosse prestado, por causa da influência de Dirceu no PT, e com a concordância do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, que também está preso em Curitiba e é apontado como principal operador do PT no esquema de corrupção. Pessoa disse aos procuradores que contratou Dirceu para prospectar negócios no Peru e na Espanha, mas afirmou que depois fez aditivos ao contrato original sem que houvessem novos serviços a serem prestados, apenas porque Dirceu precisava de dinheiro para despesas pessoais. A UTC pagou à consultoria de Dirceu R$ 2,3 milhões, entre 2012 e 2013. Parte do dinheiro foi paga quando Dirceu estava preso no presídio da Papuda, em Brasília, cumprindo pena pela condenação no julgamento do mensalão. O lobista Pascowitch, que ajudou a aproximar a empreiteira Engevix do PT e abrir portas para a empresa na Petrobras, disse aos procuradores que Dirceu foi uma espécie de "padrinho" dos interesses da empreiteira na estatal e fazia pedidos "insistentes" de dinheiro. Entre 2008 e 2011, a Engevix pagou R$ 1,1 milhão à consultoria de Dirceu. Em 2011 e 2012, a Jamp, de Pascowitch, pagou mais R$ 1,5 milhão, período em que Dirceu enfrentava o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal. Pela versão do delator, Dirceu chegou a prospectar alguns negócios para a Engevix. Mas continuou a receber repasses mesmo quando não havia mais justificativa concreta para as cobranças. ADVOGADO NEGA O advogado Roberto Podval, que defende Dirceu, negou que ele tenha recebido propina e disse que o delator não falou a verdade. O depoimento de Camargo complicou a situação do ex-ministro, que é alvo de um inquérito da Lava Jato por causa dos pagamentos que recebeu de empreiteiras que tinham negócios com a Petrobras. Camargo colabora com as investigações sobre corrupção na Petrobras desde dezembro do ano passado e já prestou vários depoimentos às autoridades, mas esta foi a primeira vez em que falou no assunto. MENSALÃO Condenado a 7 anos e 11 meses de prisão no processo do mensalão, por corrupção ativa, José Dirceu ficou 11 meses e 20 dias na cadeia. Hoje cumpre pena no regime aberto. - Colaborou PAULO MUZZOLON, de São Paulo
|
poder
|
Dirceu criou esquema na Petrobras, diz investigação; ex-ministro foi presoO ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi preso preventivamente pela Polícia Federal nesta segunda-feira (3) em nova fase da Operação Lava Jato. A PF também levou o computador pessoal de Dirceu e seu telefone celular. O juiz federal Sérgio Moro decretou ainda o bloqueio de até R$ 20 milhões do ex-ministro, além de determinar o bloqueio de bens no mesmo valor de outros seis alvos da investigação. Para os investigadores, Dirceu é um dos responsáveis por criar o esquema de corrupção na Petrobras quando era ministro da Casa Civil, no primeiro governo Lula, e teve papel de comando nesse esquema. Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de José Dirceu e sócio dele na JD Consultoria também foi preso, em Ribeirão Preto. Outro detido é Roberto Marques, ex-assessor do petista. Ainda foram presos o lobista Fernando de Moura, Olavo de Moura, Pablo Kipersmit e o engenheiro da Petrobras Celso Araripe, que atuou como gerente de empreendimento da sede da estatal em Vitória, no Espírito Santo. Araripe é suspeito de receber propina durante obras da construção da sede da estatal em Vitória. Também, no Rio, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e outros seis de condução coercitiva. PAPEL CENTRAL Segundo o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, Fernando Moura teve um papel relevante na indicação de nomes durante o primeiro governo Lula. "Dirceu era aquele que tinha responsabilidade de indicar nomes. Ele aceitou a indicação de Renato Duque para a diretoria de Serviços na Petrobras, e essa diretoria iniciou todo um trabalho de cooptação de empreiteiras, dando início ao esquema de corrupção na estatal", afirmou. Investigações apontam que o ex-ministro repetiu na Petrobras o esquema adotado no mensalão. "Esse esquema durou inclusive durante as investigações do mensalão", disse Lima. Segundo a PF, os presos deverão ser levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde permanecerão à disposição da 13ª Vara da Justiça Federal. O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso afirmou que deve decidir ainda nesta segunda-feira (3) sobre a transferência de Dirceu para Curitiba. Como Dirceu ainda cumpre pena, em regime aberto, por sua condenação no mensalão, a viagem tem que ser autorizada pelo STF. A defesa do ex-ministro afirma que deve tentar adiar a sua ida a Curitiba. Essa é a 17ª fase da Lava Jato, denominada "Pixuleco", e ocorre em Brasília e nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo o empreiteiro Ricardo Pessoa, era por pixuleco que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto se referia à propina que recolhia das empresas que tinham contratos com a Petrobras. O foco principal dessa fase são os beneficiários de pagamento de propinas envolvendo contratos com o Poder Público, incluindo beneficiários finais e "laranjas" utilizados nas transações. Também foram decretados o sequestro de imóveis e bloqueio de ativos financeiros. Entre os crimes investigados estão corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. 17ª fase da Operação Lava Jato DIRCEU NA LAVA JATO Dirceu virou alvo dos procuradores da Operação Lava Jato porque várias empreiteiras sob investigação fizeram pagamentos à empresa de consultoria que ele abriu depois de deixar o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005, no auge do escândalo do mensalão. O ex-ministro faturou como consultor R$ 39 milhões entre 2006 e 2013. Empresas investigadas pela Lava Jato pagaram a ele R$ 9,5 milhões, num período em que o diretor de Serviços da Petrobras era Renato Duque, apontado como afilhado político de Dirceu –o que ele nega– e atualmente preso em Curitiba. Os procuradores desconfiam que alguns desses pagamentos eram propina para facilitar negócios das empreiteiras com a Petrobras. Dirceu diz que sua empresa de consultoria prestou serviços, ajudando seus clientes a prospectar negócios e resolver problemas no exterior. O ex-ministro foi citado pelo ex-executivo da Toyo Setal Julio Camargo durante depoimento dele à Justiça Federal do Paraná. Camargo afirmou que entregou R$ 4 milhões em dinheiro vivo a Dirceu a pedido do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, presos em Curitiba (PR). Dois dos antigos clientes de Dirceu, o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, e o lobista Milton Pascowitch, fizeram acordo de delação premiada para colaborar com as investigações e associaram alguns dos pagamentos à propina paga ao PT para garantir seus contratos com a Petrobras. Segundo eles, esses pagamentos foram feitos sem que qualquer serviço fosse prestado, por causa da influência de Dirceu no PT, e com a concordância do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, que também está preso em Curitiba e é apontado como principal operador do PT no esquema de corrupção. Pessoa disse aos procuradores que contratou Dirceu para prospectar negócios no Peru e na Espanha, mas afirmou que depois fez aditivos ao contrato original sem que houvessem novos serviços a serem prestados, apenas porque Dirceu precisava de dinheiro para despesas pessoais. A UTC pagou à consultoria de Dirceu R$ 2,3 milhões, entre 2012 e 2013. Parte do dinheiro foi paga quando Dirceu estava preso no presídio da Papuda, em Brasília, cumprindo pena pela condenação no julgamento do mensalão. O lobista Pascowitch, que ajudou a aproximar a empreiteira Engevix do PT e abrir portas para a empresa na Petrobras, disse aos procuradores que Dirceu foi uma espécie de "padrinho" dos interesses da empreiteira na estatal e fazia pedidos "insistentes" de dinheiro. Entre 2008 e 2011, a Engevix pagou R$ 1,1 milhão à consultoria de Dirceu. Em 2011 e 2012, a Jamp, de Pascowitch, pagou mais R$ 1,5 milhão, período em que Dirceu enfrentava o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal. Pela versão do delator, Dirceu chegou a prospectar alguns negócios para a Engevix. Mas continuou a receber repasses mesmo quando não havia mais justificativa concreta para as cobranças. ADVOGADO NEGA O advogado Roberto Podval, que defende Dirceu, negou que ele tenha recebido propina e disse que o delator não falou a verdade. O depoimento de Camargo complicou a situação do ex-ministro, que é alvo de um inquérito da Lava Jato por causa dos pagamentos que recebeu de empreiteiras que tinham negócios com a Petrobras. Camargo colabora com as investigações sobre corrupção na Petrobras desde dezembro do ano passado e já prestou vários depoimentos às autoridades, mas esta foi a primeira vez em que falou no assunto. MENSALÃO Condenado a 7 anos e 11 meses de prisão no processo do mensalão, por corrupção ativa, José Dirceu ficou 11 meses e 20 dias na cadeia. Hoje cumpre pena no regime aberto. - Colaborou PAULO MUZZOLON, de São Paulo
| 0 |
Temer tenta acelerar tramitação da reforma trabalhista no Senado
|
Em uma contraofensiva a Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente Michel Temer articula a aprovação de regime de urgência para que o plenário do Senado vote a reforma trabalhista no início de junho. O objetivo é enfraquecer a manobra do líder da bancada do PMDB, que estabeleceu a necessidade de a proposta passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), modificando o cronograma inicial de votação. O tema será discutido pelo presidente com a bancada do PMDB na terça-feira (9). A ideia é que um dos senadores peemedebistas apresente o pedido de urgência no final deste mês. Se aprovado, ele dá a reforma caráter prioritário, encurtando etapas de tramitação. A expectativa do Planalto é a de que Renan não participe do encontro desta terça. Inicialmente, o combinado era que a reforma trabalhista, já aprovada pela Câmara, passasse apenas pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e pela CAS (Comissão de Assuntos Sociais), em uma tramitação esperada de cerca de 30 dias. REFORMA TRABALHISTA - Veja os principais pontos que mudam com a reforma trabalhista Em um acordo articulado por Renan, no entanto, foi incluída a CCJ na tramitação, elevando para 45 a 60 dias o prazo de envio do texto para apreciação do plenário. A CCJ é presidida pelo senador Edison Lobão (PMDB-MA), aliado do líder da bancada. A tentativa de acelerar a votação da proposta tem como objetivo ainda evitar que a votação da reforma previdenciária fique apenas para o segundo semestre no plenário da Câmara. Isso porque, sob pressão da base aliada, o presidente quer esperar a aprovação da trabalhista para colocar em votação a previdenciária, o que deve adiá-la para a segunda quinzena de junho. A mudança no cronograma original tem sido defendida por deputados governistas, que têm se queixado ao presidente. Eles afirmam estar sofrendo todo o ônus da impopularidade das reformas do governo, deixando os senadores imunes às pressões tanto de categorias profissionais como de suas bases eleitorais. A ideia é que, ao direcionar as atenções ao Senado Federal, seja aliviada a pressão sobre os deputados, o que ajudaria o governo a tentar conseguir mais votos para a votação da proposta. PREVIDÊNCIA Neste domingo (7), o presidente se reuniu com o relator da proposta de reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA), e com o ministro Henrique Meirelles (Fazenda). Na saída do encontro, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, não deu uma data para votação do tema no plenário da Câmara e disse que ela dependerá de uma "avaliação permanente" dos votos. "A nossa expectativa é de que seja votado na medida em que haja uma articulação com as bancadas aliadas. Não podemos precisar quando será, porque depende de uma avaliação permanente com os parlamentares", disse. O Planalto tem enfrentado dificuldades para reunir uma margem segura para a apreciação em plenário. O presidente acredita já contar com 308 votos, o mínimo necessário, mas estipulou uma meta de pelo menos 320. A intenção é ter doze a mais para evitar derrota em caso de traições. Na reunião com o PMDB na terça, Temer também deve discutir nomes para a relatoria da reforma previdenciária na CCJ do Senado. Os favoritos são Rose de Freitas (ES) e Romero Jucá (RR). Nesta segunda, o Planalto dará início a uma campanha em rádios regionais em defesa da reforma previdenciária.
|
mercado
|
Temer tenta acelerar tramitação da reforma trabalhista no SenadoEm uma contraofensiva a Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente Michel Temer articula a aprovação de regime de urgência para que o plenário do Senado vote a reforma trabalhista no início de junho. O objetivo é enfraquecer a manobra do líder da bancada do PMDB, que estabeleceu a necessidade de a proposta passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), modificando o cronograma inicial de votação. O tema será discutido pelo presidente com a bancada do PMDB na terça-feira (9). A ideia é que um dos senadores peemedebistas apresente o pedido de urgência no final deste mês. Se aprovado, ele dá a reforma caráter prioritário, encurtando etapas de tramitação. A expectativa do Planalto é a de que Renan não participe do encontro desta terça. Inicialmente, o combinado era que a reforma trabalhista, já aprovada pela Câmara, passasse apenas pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e pela CAS (Comissão de Assuntos Sociais), em uma tramitação esperada de cerca de 30 dias. REFORMA TRABALHISTA - Veja os principais pontos que mudam com a reforma trabalhista Em um acordo articulado por Renan, no entanto, foi incluída a CCJ na tramitação, elevando para 45 a 60 dias o prazo de envio do texto para apreciação do plenário. A CCJ é presidida pelo senador Edison Lobão (PMDB-MA), aliado do líder da bancada. A tentativa de acelerar a votação da proposta tem como objetivo ainda evitar que a votação da reforma previdenciária fique apenas para o segundo semestre no plenário da Câmara. Isso porque, sob pressão da base aliada, o presidente quer esperar a aprovação da trabalhista para colocar em votação a previdenciária, o que deve adiá-la para a segunda quinzena de junho. A mudança no cronograma original tem sido defendida por deputados governistas, que têm se queixado ao presidente. Eles afirmam estar sofrendo todo o ônus da impopularidade das reformas do governo, deixando os senadores imunes às pressões tanto de categorias profissionais como de suas bases eleitorais. A ideia é que, ao direcionar as atenções ao Senado Federal, seja aliviada a pressão sobre os deputados, o que ajudaria o governo a tentar conseguir mais votos para a votação da proposta. PREVIDÊNCIA Neste domingo (7), o presidente se reuniu com o relator da proposta de reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA), e com o ministro Henrique Meirelles (Fazenda). Na saída do encontro, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, não deu uma data para votação do tema no plenário da Câmara e disse que ela dependerá de uma "avaliação permanente" dos votos. "A nossa expectativa é de que seja votado na medida em que haja uma articulação com as bancadas aliadas. Não podemos precisar quando será, porque depende de uma avaliação permanente com os parlamentares", disse. O Planalto tem enfrentado dificuldades para reunir uma margem segura para a apreciação em plenário. O presidente acredita já contar com 308 votos, o mínimo necessário, mas estipulou uma meta de pelo menos 320. A intenção é ter doze a mais para evitar derrota em caso de traições. Na reunião com o PMDB na terça, Temer também deve discutir nomes para a relatoria da reforma previdenciária na CCJ do Senado. Os favoritos são Rose de Freitas (ES) e Romero Jucá (RR). Nesta segunda, o Planalto dará início a uma campanha em rádios regionais em defesa da reforma previdenciária.
| 2 |
Patrocinadores pressionam atletas para esconderem homossexualidade, diz pesquisador
|
Ao revelar sua homossexualidade, a ex-ginasta Lais Souza, 26, se tornou a primeira brasileira de alto nível a admitir que é gay, mas não só. Ela é uma das raríssimas figuras conhecidas do esporte no país a fazer publicamente o anúncio. Por aqui saíram do armário atletas como Larissa e Lili, jogadoras de vôlei de praia, Michael, atleta do vôlei, e Maissa, goleira de handebol. É um cenário diferente do que se vê no exterior. Nos últimos dois anos, revelaram a homossexualidade estrelas internacionais, como o ex-nadador australiano Ian Thorpe, que ganhou nove medalhas olímpicas na carreira; o britânico Tom Daley, dos saltos ornamentais; e a norte-americana Abby Wambach, eleita a melhor jogadora de futebol do mundo em 2012. "O esporte é, por si só, segregador de gênero porque divide os atletas em homens e mulheres. Ainda são poucos os atletas que assumem que são gays devido a essa característica. No Brasil, são ainda menos casos devido à nossa forte tradição religiosa", avalia Wagner Xavier de Camargo, pesquisador na área de sexualidades dissonantes no esporte na Universidade Federal de São Carlos. Segundo ele, a situação de Lais, impossibilitada de competir, é mais propícia para que um atleta assuma sua orientação sexual. "Esses anúncios acontecem quando o esportista está no fim da carreira e não tem mais nada a perder. Enquanto estão em alta, há pressão contrária de patrocinadores e da sociedade", afirma. "Com certeza, ela criou coragem agora porque não vai mais prejudicar sua carreira", concorda a antropóloga Heloisa Buarque de Almeida, professora da USP. De acordo com ela, há em alguns esportes menos tolerância em relação à homossexualidade que em outros. Isso explica porque não existe no futebol masculino nenhum grande atleta que assumiu ser gay –o ex-volante Hitzlsperger, reserva da Alemanha na Copa-2006, é possivelmente o atleta mais famoso a ter se revelado homossexual publicamente. "No futebol, é difícil o atleta assumir sem manchar uma certa moralidade. O jogador tem que ser hétero e pegador de mulheres", diz Heloisa. ACIDENTE Ex-ginasta, Lais se acidentou no dia 27 de janeiro de 2014, esquiando, quando se preparava para competir nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, que foram disputados em Sochi, na Rússia. Ela já havia participado das olimpíadas de 2004 e 2008 na ginástica artística e, em Sochi, competiria no esqui aéreo. Em um treinamento em Salt Lake City, nos Estados Unidos, Lais se chocou contra uma árvore, lesionou a coluna e ficou paralisada do ombro para baixo. Lais é uma das pacientes especiais do Miami Project, que conta com mais de 300 cientistas procurando métodos para a cura da paralisia e para a melhora da qualidade de vida de acidentados. Ela foi, por exemplo, a primeira pessoa nos EUA autorizada a receber tratamento com células tronco. Em janeiro, a presidente Dilma Rousseff sancionou lei que concedeu pensão especial vitalícia a ex-atleta.
|
esporte
|
Patrocinadores pressionam atletas para esconderem homossexualidade, diz pesquisadorAo revelar sua homossexualidade, a ex-ginasta Lais Souza, 26, se tornou a primeira brasileira de alto nível a admitir que é gay, mas não só. Ela é uma das raríssimas figuras conhecidas do esporte no país a fazer publicamente o anúncio. Por aqui saíram do armário atletas como Larissa e Lili, jogadoras de vôlei de praia, Michael, atleta do vôlei, e Maissa, goleira de handebol. É um cenário diferente do que se vê no exterior. Nos últimos dois anos, revelaram a homossexualidade estrelas internacionais, como o ex-nadador australiano Ian Thorpe, que ganhou nove medalhas olímpicas na carreira; o britânico Tom Daley, dos saltos ornamentais; e a norte-americana Abby Wambach, eleita a melhor jogadora de futebol do mundo em 2012. "O esporte é, por si só, segregador de gênero porque divide os atletas em homens e mulheres. Ainda são poucos os atletas que assumem que são gays devido a essa característica. No Brasil, são ainda menos casos devido à nossa forte tradição religiosa", avalia Wagner Xavier de Camargo, pesquisador na área de sexualidades dissonantes no esporte na Universidade Federal de São Carlos. Segundo ele, a situação de Lais, impossibilitada de competir, é mais propícia para que um atleta assuma sua orientação sexual. "Esses anúncios acontecem quando o esportista está no fim da carreira e não tem mais nada a perder. Enquanto estão em alta, há pressão contrária de patrocinadores e da sociedade", afirma. "Com certeza, ela criou coragem agora porque não vai mais prejudicar sua carreira", concorda a antropóloga Heloisa Buarque de Almeida, professora da USP. De acordo com ela, há em alguns esportes menos tolerância em relação à homossexualidade que em outros. Isso explica porque não existe no futebol masculino nenhum grande atleta que assumiu ser gay –o ex-volante Hitzlsperger, reserva da Alemanha na Copa-2006, é possivelmente o atleta mais famoso a ter se revelado homossexual publicamente. "No futebol, é difícil o atleta assumir sem manchar uma certa moralidade. O jogador tem que ser hétero e pegador de mulheres", diz Heloisa. ACIDENTE Ex-ginasta, Lais se acidentou no dia 27 de janeiro de 2014, esquiando, quando se preparava para competir nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, que foram disputados em Sochi, na Rússia. Ela já havia participado das olimpíadas de 2004 e 2008 na ginástica artística e, em Sochi, competiria no esqui aéreo. Em um treinamento em Salt Lake City, nos Estados Unidos, Lais se chocou contra uma árvore, lesionou a coluna e ficou paralisada do ombro para baixo. Lais é uma das pacientes especiais do Miami Project, que conta com mais de 300 cientistas procurando métodos para a cura da paralisia e para a melhora da qualidade de vida de acidentados. Ela foi, por exemplo, a primeira pessoa nos EUA autorizada a receber tratamento com células tronco. Em janeiro, a presidente Dilma Rousseff sancionou lei que concedeu pensão especial vitalícia a ex-atleta.
| 3 |
Natureza e biodiversidade são tema de exposição em shopping de SP
|
Para quem gosta de exposições interativas, uma dica é a nova exposição sobre biodiversidade e natureza que acontece no shopping Eldorado (zona sul da capital) até 13 de abril. Uma das principais atrações é a Power Station, que conta com três bicicletas ligadas a uma "árvore", que se acende completamente quando as três estão sendo pedaladas. É possível saber quanto se economizaria de combustível fóssil e a quantidade de gases-estufa que deixaria de ser emitida. Cada pedalada é computada e o desafio proposto para cada cidade em que a exposição passar é bater o volume de pedaladas da cidade anterior. Como a exposição começa em São Paulo, resta aos paulistanos estabelecer uma marca difícil de ser batida. Com óculos rift, que geram um ambiente virtual, os visitantes poderão passear pela Reserva Natural Salto Morato, unidade de conservação no litoral paranaense, dentro do maior trecho contínuo de mata atlântica do país. Também há um telão "sensorial" em 360º, em que a proposta é provocar uma imersão em paisagens naturais do Brasil. A exposição é promovida pela Fundação Grupo Boticário. * Conexão Estação Natureza LOCAL No shopping Eldorado (av. Rebouças 3970, em Pinheiros) QUANDO Até 13 de abril QUANTO Gratuito
|
ambiente
|
Natureza e biodiversidade são tema de exposição em shopping de SPPara quem gosta de exposições interativas, uma dica é a nova exposição sobre biodiversidade e natureza que acontece no shopping Eldorado (zona sul da capital) até 13 de abril. Uma das principais atrações é a Power Station, que conta com três bicicletas ligadas a uma "árvore", que se acende completamente quando as três estão sendo pedaladas. É possível saber quanto se economizaria de combustível fóssil e a quantidade de gases-estufa que deixaria de ser emitida. Cada pedalada é computada e o desafio proposto para cada cidade em que a exposição passar é bater o volume de pedaladas da cidade anterior. Como a exposição começa em São Paulo, resta aos paulistanos estabelecer uma marca difícil de ser batida. Com óculos rift, que geram um ambiente virtual, os visitantes poderão passear pela Reserva Natural Salto Morato, unidade de conservação no litoral paranaense, dentro do maior trecho contínuo de mata atlântica do país. Também há um telão "sensorial" em 360º, em que a proposta é provocar uma imersão em paisagens naturais do Brasil. A exposição é promovida pela Fundação Grupo Boticário. * Conexão Estação Natureza LOCAL No shopping Eldorado (av. Rebouças 3970, em Pinheiros) QUANDO Até 13 de abril QUANTO Gratuito
| 23 |
Para se livrar da Justiça, 'os inimigos se juntam', diz leitor
|
LISTA DE FACHIN O escândalo generalizado da "delação do fim do mundo" levanta um grave alerta: no perigo comum, os inimigos se juntam. LUIZ DALPIAN, professor (Santo André, SP) * Síntese histórica da era Lula: no reinado de Luiz, o Estado era Odebrecht. MÁRCIO C. FERREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) * Talvez ainda mais terrível do que os milhões que saem dos cofres públicos e, via empresas privadas, vão parar em caixas dois, malas e cuecas, seja a ineficiência, a paralisia, que isso causa em toda a máquina pública, nos níveis municipal, estadual e federal. Sangramos no lado financeiro e sangramos no lado operacional. Será que a Lava Jato consegue nos salvar? EDUARDO BRITTO (São Paulo, SP) * Diante desse descalabro obsceno a que assistimos com vergonha e revolta, é de se perguntar o que faziam, antes de Moro, o Judiciário, o Ministério Público, a Receita Federal, os tribunais de contas, a Polícia Federal, as polícias militares, as polícias civis, os marronzinhos. JOAQUIM QUINTINO FILHO (Pirassununga, SP) * "Tudo foi feito dentro da lei!" Ora, sabemos que os delatados se julgam seres superiores à lei, que nós, simples cidadãos, temos que respeitar. Então nos resta saber a qual lei eles se referem. Seria à lei do "Eu tudo posso"? O país estava podre, agora estamos sentindo o cheiro. O poder é podre! PAULO REIS (Barueri, SP) * O respeitador do Estado de Direito e que crê em nossa Justiça espera que, primeiro, as investigações sejam feitas para, depois, diante das provas irrefutáveis, condenar os culpados. Não se deve entrar em delírio de exaltada alegria se um antipatizado é apenas citado, como fazem alguns. Não há educação cívica neste país e a internet demonstra isso. MARLY CARDONE (São Paulo, SP) * Após as delações de Marcelo Odebrecht, tanto o atual Congresso Nacional como o governo Temer estão insustentáveis. Precisamos de novas eleições diretas e democráticas urgentemente se quisermos salvar este país de um caos completo. JUDSON CLAYTON MACIEL (Rio de Janeiro, RJ) * Matias Spektor, na coluna "Teoria da podridão" coloca o dedo na ferida ao levantar os principais aspectos que revelam o verdadeiro "custo Brasil". Sem mudanças profundas, que tenham como fim o interesse coletivo, que reforcem a democracia e a transparência dos processos e que englobem eleições diretas já, nosso país terá feito apenas uma maquiagem na máquina decrépita da política nacional. PAULO NASSAR, professor da USP e presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (São Paulo, SP) - GILMAR MENDES Repudio a insinuação da Folha de que sou emissário de quem quer que seja. Quem acompanha minha vida pública sabe que atuo no interesse das instituições. Os encontros que mantenho são públicos e institucionais, voltados para a necessidade de reforma política e eleitoral. Sempre defendi a reforma política. O atual sistema eleitoral brasileiro está exaurido e as denúncias de corrupção comprovam isso. Foi esse sistema que nos deu o mensalão e o petrolão. Estou certo de que essa é a oportunidade para reformar o modelo e fortalecer a democracia. GILMAR MENDES, ministro do STF e presidente do TSE (Brasília, DF) - CIÊNCIA Partilho plenamente da opinião de Helena Nader e Luiz Davidovich, que apontam para a ruína do país com o corte de verbas na ciência e tecnologia. Sufocar o avanço do conhecimento garante inevitavelmente o retrocesso e a morte do Brasil. R. K. ARNI, professor da Unesp (São José do Rio Preto, SP) * Reforço o texto informando que, graças aos trabalhos de melhoramento genético desenvolvidos pelo Instituto Agronômico de Campinas, se conseguiu implantar a vitinicultura no Vale do São Francisco, no polo frutícola de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), sendo esta, atualmente, a maior região exportadora de uvas do país. A continuar com o governo do ajuste fiscal, com os cortes no orçamento em ciência e tecnologia, passaremos de uma república de bananas para uma republiqueta de frutas, de tão deletério que será para nosso país. MAURILO MONTEIRO TERRA, ex- presidente da Sociedade Brasileira de Fruticultura (Campinas, SP) * A Secretaria de Estado da Saúde esclarece que o professor e pesquisador Dimas Covas é um notável cientista brasileiro, com experiência e qualificação no meio científico e acadêmico que lhe conferem todas as credenciais para dirigir o Instituto Butantan. A indicação por esta pasta de seu nome para comandar a instituição foi absolutamente técnica. Covas já está adotando as providências necessárias para reorganizar a gestão do Butantan, corrigindo os equívocos dos últimos anos. HÉLIA ARAUJO, coordenadora de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde (São Paulo, SP) - TRANSPORTE A Fetranspor não "argumenta" que créditos expirados em cartões eletrônicos têm validade de um ano, como dito em "A invencível turma dos ônibus". Há o amparo da lei estadual 5.628/09, de 2009, sob o mesmo princípio da lei federal 11.975/09, que reitera ser de um ano o prazo de expiração de cartões usados no transporte rodoviário. Os R$ 90 milhões referem-se ao período de cinco anos e são reinvestidos integralmente na manutenção e no desenvolvimento do sistema de bilhetagem eletrônica. No mesmo período, o setor já investiu mais de R$ 500 milhões no sistema, sem que houvesse impacto na tarifa. LÉLIS TEIXEIRA, presidente da Fetranspor (Rio de Janeiro, RJ) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
|
paineldoleitor
|
Para se livrar da Justiça, 'os inimigos se juntam', diz leitorLISTA DE FACHIN O escândalo generalizado da "delação do fim do mundo" levanta um grave alerta: no perigo comum, os inimigos se juntam. LUIZ DALPIAN, professor (Santo André, SP) * Síntese histórica da era Lula: no reinado de Luiz, o Estado era Odebrecht. MÁRCIO C. FERREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) * Talvez ainda mais terrível do que os milhões que saem dos cofres públicos e, via empresas privadas, vão parar em caixas dois, malas e cuecas, seja a ineficiência, a paralisia, que isso causa em toda a máquina pública, nos níveis municipal, estadual e federal. Sangramos no lado financeiro e sangramos no lado operacional. Será que a Lava Jato consegue nos salvar? EDUARDO BRITTO (São Paulo, SP) * Diante desse descalabro obsceno a que assistimos com vergonha e revolta, é de se perguntar o que faziam, antes de Moro, o Judiciário, o Ministério Público, a Receita Federal, os tribunais de contas, a Polícia Federal, as polícias militares, as polícias civis, os marronzinhos. JOAQUIM QUINTINO FILHO (Pirassununga, SP) * "Tudo foi feito dentro da lei!" Ora, sabemos que os delatados se julgam seres superiores à lei, que nós, simples cidadãos, temos que respeitar. Então nos resta saber a qual lei eles se referem. Seria à lei do "Eu tudo posso"? O país estava podre, agora estamos sentindo o cheiro. O poder é podre! PAULO REIS (Barueri, SP) * O respeitador do Estado de Direito e que crê em nossa Justiça espera que, primeiro, as investigações sejam feitas para, depois, diante das provas irrefutáveis, condenar os culpados. Não se deve entrar em delírio de exaltada alegria se um antipatizado é apenas citado, como fazem alguns. Não há educação cívica neste país e a internet demonstra isso. MARLY CARDONE (São Paulo, SP) * Após as delações de Marcelo Odebrecht, tanto o atual Congresso Nacional como o governo Temer estão insustentáveis. Precisamos de novas eleições diretas e democráticas urgentemente se quisermos salvar este país de um caos completo. JUDSON CLAYTON MACIEL (Rio de Janeiro, RJ) * Matias Spektor, na coluna "Teoria da podridão" coloca o dedo na ferida ao levantar os principais aspectos que revelam o verdadeiro "custo Brasil". Sem mudanças profundas, que tenham como fim o interesse coletivo, que reforcem a democracia e a transparência dos processos e que englobem eleições diretas já, nosso país terá feito apenas uma maquiagem na máquina decrépita da política nacional. PAULO NASSAR, professor da USP e presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (São Paulo, SP) - GILMAR MENDES Repudio a insinuação da Folha de que sou emissário de quem quer que seja. Quem acompanha minha vida pública sabe que atuo no interesse das instituições. Os encontros que mantenho são públicos e institucionais, voltados para a necessidade de reforma política e eleitoral. Sempre defendi a reforma política. O atual sistema eleitoral brasileiro está exaurido e as denúncias de corrupção comprovam isso. Foi esse sistema que nos deu o mensalão e o petrolão. Estou certo de que essa é a oportunidade para reformar o modelo e fortalecer a democracia. GILMAR MENDES, ministro do STF e presidente do TSE (Brasília, DF) - CIÊNCIA Partilho plenamente da opinião de Helena Nader e Luiz Davidovich, que apontam para a ruína do país com o corte de verbas na ciência e tecnologia. Sufocar o avanço do conhecimento garante inevitavelmente o retrocesso e a morte do Brasil. R. K. ARNI, professor da Unesp (São José do Rio Preto, SP) * Reforço o texto informando que, graças aos trabalhos de melhoramento genético desenvolvidos pelo Instituto Agronômico de Campinas, se conseguiu implantar a vitinicultura no Vale do São Francisco, no polo frutícola de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), sendo esta, atualmente, a maior região exportadora de uvas do país. A continuar com o governo do ajuste fiscal, com os cortes no orçamento em ciência e tecnologia, passaremos de uma república de bananas para uma republiqueta de frutas, de tão deletério que será para nosso país. MAURILO MONTEIRO TERRA, ex- presidente da Sociedade Brasileira de Fruticultura (Campinas, SP) * A Secretaria de Estado da Saúde esclarece que o professor e pesquisador Dimas Covas é um notável cientista brasileiro, com experiência e qualificação no meio científico e acadêmico que lhe conferem todas as credenciais para dirigir o Instituto Butantan. A indicação por esta pasta de seu nome para comandar a instituição foi absolutamente técnica. Covas já está adotando as providências necessárias para reorganizar a gestão do Butantan, corrigindo os equívocos dos últimos anos. HÉLIA ARAUJO, coordenadora de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde (São Paulo, SP) - TRANSPORTE A Fetranspor não "argumenta" que créditos expirados em cartões eletrônicos têm validade de um ano, como dito em "A invencível turma dos ônibus". Há o amparo da lei estadual 5.628/09, de 2009, sob o mesmo princípio da lei federal 11.975/09, que reitera ser de um ano o prazo de expiração de cartões usados no transporte rodoviário. Os R$ 90 milhões referem-se ao período de cinco anos e são reinvestidos integralmente na manutenção e no desenvolvimento do sistema de bilhetagem eletrônica. No mesmo período, o setor já investiu mais de R$ 500 milhões no sistema, sem que houvesse impacto na tarifa. LÉLIS TEIXEIRA, presidente da Fetranspor (Rio de Janeiro, RJ) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
| 8 |
Medo de avião quase tirou ouro olímpico de Muhammad Ali
|
Muhammad Ali foi considerado um dos maiores nomes do boxe mundial, mas poucos sabem que ele foi campeão olímpico ainda como amador, em Roma-1960. E ele quase não foi para aquela Olimpíada, tanto era seu medo de avião. A viagem só ocorreu porque o atleta passou o trajeto inteiro com um paraquedas nas costas. Depois, já profissional, conquistou o mundo em lutas históricas contra adversários como George Foreman e Joe Frazier. O ex-boxeador americano morreu neste sábado aos 74 anos após internação em um hospital de Phoenix, nos Estados Unidos, por problemas respiratórios.
|
tv
|
Medo de avião quase tirou ouro olímpico de Muhammad AliMuhammad Ali foi considerado um dos maiores nomes do boxe mundial, mas poucos sabem que ele foi campeão olímpico ainda como amador, em Roma-1960. E ele quase não foi para aquela Olimpíada, tanto era seu medo de avião. A viagem só ocorreu porque o atleta passou o trajeto inteiro com um paraquedas nas costas. Depois, já profissional, conquistou o mundo em lutas históricas contra adversários como George Foreman e Joe Frazier. O ex-boxeador americano morreu neste sábado aos 74 anos após internação em um hospital de Phoenix, nos Estados Unidos, por problemas respiratórios.
| 11 |
Leitor comenta suposta ogiva nuclear miniaturizada da Coreia do Norte
|
A cada dia lemos mais uma bravata do ditador norte-coreano: miniaturização de ogivas, bomba de hidrogênio etc. Apesar das lorotas que o ditador conta, as explosões nucleares dos testes na península são reais e o progresso da Coreia do Norte na montagem de arsenal balístico nuclear é algo inegável. Sanções da ONU, com a imprescindível adesão da China, têm como objetivo obter o desmantelamento pacífico, mas nada indica que estejam conseguindo alguma coisa. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
|
paineldoleitor
|
Leitor comenta suposta ogiva nuclear miniaturizada da Coreia do NorteA cada dia lemos mais uma bravata do ditador norte-coreano: miniaturização de ogivas, bomba de hidrogênio etc. Apesar das lorotas que o ditador conta, as explosões nucleares dos testes na península são reais e o progresso da Coreia do Norte na montagem de arsenal balístico nuclear é algo inegável. Sanções da ONU, com a imprescindível adesão da China, têm como objetivo obter o desmantelamento pacífico, mas nada indica que estejam conseguindo alguma coisa. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
| 8 |
Exemplar roubado da primeira edição de 'Cem Anos de Solidão' é recuperado
|
A polícia da Colômbia recuperou nesta sexta-feira um exemplar da primeira edição do livro "Cem Anos de Solidão" com dedicatória do autor Gabriel García Márquez que tinha sido roubado de uma vitrine da Feira Internacional do Livro de Bogotá (Filbo). O diretor da polícia, general Rodolfo Palomino agradeceu através de sua conta no Twitter os policiais "que conseguiram recuperar o livro que tinha sido roubado", sem dar mais detalhes. O exemplar da primeira edição do clássico escrito pelo vencedor do Nobel de Literatura foi publicado pela editora Sudamericana em 1967 e tinha uma dedicatória do falecido "Gabo" para Álvaro Castillo, proprietário da relíquia. "Para Álvaro Castillo, o vendedor de livros velhos, como ontem e como sempre. Seu amigo, Gabriel", diz a dedicatória. O roubo do livro foi constatado no sábado passado pelos organizadores da Filbo, que este ano homenageou García Márquez com um pavilhão dedicado a Macondo, o universo imaginário de suas obras, universalizado em "Cem Anos de Solidão".
|
ilustrada
|
Exemplar roubado da primeira edição de 'Cem Anos de Solidão' é recuperadoA polícia da Colômbia recuperou nesta sexta-feira um exemplar da primeira edição do livro "Cem Anos de Solidão" com dedicatória do autor Gabriel García Márquez que tinha sido roubado de uma vitrine da Feira Internacional do Livro de Bogotá (Filbo). O diretor da polícia, general Rodolfo Palomino agradeceu através de sua conta no Twitter os policiais "que conseguiram recuperar o livro que tinha sido roubado", sem dar mais detalhes. O exemplar da primeira edição do clássico escrito pelo vencedor do Nobel de Literatura foi publicado pela editora Sudamericana em 1967 e tinha uma dedicatória do falecido "Gabo" para Álvaro Castillo, proprietário da relíquia. "Para Álvaro Castillo, o vendedor de livros velhos, como ontem e como sempre. Seu amigo, Gabriel", diz a dedicatória. O roubo do livro foi constatado no sábado passado pelos organizadores da Filbo, que este ano homenageou García Márquez com um pavilhão dedicado a Macondo, o universo imaginário de suas obras, universalizado em "Cem Anos de Solidão".
| 6 |
Linchamento de afegã acusada de queimar o Alcorão provoca protestos
|
Centenas de afegãos protestaram em Cabul nesta segunda-feira (23) exigindo justiça pela morte de uma mulher por linchamento após ser falsamente acusada de queimar uma cópia do Alcorão. A mulher, uma estudante religiosa de 27 anos chamada Farkhunda, morreu na quinta-feira (19) depois que uma multidão, composta majoritariamente por homens jovens, a atingiu com pauladas e pedradas, antes de queimar seu corpo e jogá-lo no rio Cabul. O corpo da jovem, enterrado no domingo (22), foi levado nos ombros de mulheres, algo incomum em enterros islâmicos, como demonstração de sua luta em defesa dos direitos da mulher. Seu funeral foi transmitido por televisões locais. As autoridades desmentem as alegações de que ela teria queimado uma cópia do Alcorão, livro sagrado do islã. 13 pessoas foram presas suspeitas de participarem da morte da jovem. Os policiais que estavam no local foram suspensos sob alegações de não terem feito nada para impedir o ataque. Sayed Habid Shah, que presenciou a agressão, disse que a jovem estava discutindo com uma vidente que a acusara de haver queimado o Alcorão. "Ela disse que era muçulmana e que muçulmanos não queimam o Alcorão", afirmou Shah à Associated Press. "Quando mais pessoas se aproximaram, a polícia tentou tirá-las dali, mas perdeu-se o controle da situação". No protesto desta segunda, muitas mulheres vestiam máscaras com o rosto ensanguentado de Farkhunda. Ativistas carregavam uma faixa acusando o governo de não cumprir promessas em acabar com a corrupção e garantir o cumprimento da lei no Afeganistão. "Nós exigimos que o governo garanta que as pessoas envolvidas sejam presas que julgadas, para que a justiça seja implementada e que eles se transformem em um exemplo para outros", disse a ativista Palwasha. Outras manifestações estão programadas para esta semana visando manter pressão sobre as autoridades para que os direitos das mulheres sejam garantidos, afirmaram ativistas.
|
mundo
|
Linchamento de afegã acusada de queimar o Alcorão provoca protestosCentenas de afegãos protestaram em Cabul nesta segunda-feira (23) exigindo justiça pela morte de uma mulher por linchamento após ser falsamente acusada de queimar uma cópia do Alcorão. A mulher, uma estudante religiosa de 27 anos chamada Farkhunda, morreu na quinta-feira (19) depois que uma multidão, composta majoritariamente por homens jovens, a atingiu com pauladas e pedradas, antes de queimar seu corpo e jogá-lo no rio Cabul. O corpo da jovem, enterrado no domingo (22), foi levado nos ombros de mulheres, algo incomum em enterros islâmicos, como demonstração de sua luta em defesa dos direitos da mulher. Seu funeral foi transmitido por televisões locais. As autoridades desmentem as alegações de que ela teria queimado uma cópia do Alcorão, livro sagrado do islã. 13 pessoas foram presas suspeitas de participarem da morte da jovem. Os policiais que estavam no local foram suspensos sob alegações de não terem feito nada para impedir o ataque. Sayed Habid Shah, que presenciou a agressão, disse que a jovem estava discutindo com uma vidente que a acusara de haver queimado o Alcorão. "Ela disse que era muçulmana e que muçulmanos não queimam o Alcorão", afirmou Shah à Associated Press. "Quando mais pessoas se aproximaram, a polícia tentou tirá-las dali, mas perdeu-se o controle da situação". No protesto desta segunda, muitas mulheres vestiam máscaras com o rosto ensanguentado de Farkhunda. Ativistas carregavam uma faixa acusando o governo de não cumprir promessas em acabar com a corrupção e garantir o cumprimento da lei no Afeganistão. "Nós exigimos que o governo garanta que as pessoas envolvidas sejam presas que julgadas, para que a justiça seja implementada e que eles se transformem em um exemplo para outros", disse a ativista Palwasha. Outras manifestações estão programadas para esta semana visando manter pressão sobre as autoridades para que os direitos das mulheres sejam garantidos, afirmaram ativistas.
| 4 |
Secretária da Unicamp tem salário de R$ 34 mil, 57% acima de Alckmin
|
A secretária do chefe de gabinete da Reitoria da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) recebe salário de R$ 34 mil brutos, valor que ultrapassa em 57% o teto de remuneração do Estado. A Constituição determina que os servidores públicos estaduais não podem ganhar mais do que o governador –Geraldo Alckmin (PSDB) recebe R$ 21,6 mil brutos. A exceção são procuradores, cujo teto é maior (R$ 30,3 mil) por seguir regra do Judiciário. A Unicamp diz que a servidora Laisez Jael Cabral Puya Ernandes ocupa o cargo de assistente técnico de gabinete, mas ela própria informou à Folha, por telefone, que é secretária de Paulo Cesar Montagner, chefe de gabinete do reitor José Tadeu Jorge. Os dois dirigentes fazem parte do grupo de nove integrantes da cúpula da Unicamp que têm duas matriculas e recebem dois salários, conforme a Folha revelou. Montagner recebe R$ 36,6 mil brutos e Jorge, R$ 49,9 mil. Questionada sobre seus vencimentos, a servidora Ernandes disse que não poderia falar sem autorização da Reitoria. Em nota, a Unicamp também não esclareceu o que compõem sua remuneração. Informou apenas "que há uma ação judicial proposta pela servidora, cuja sentença determinou que sejam mantidos seus pagamentos" e que já recorreu da decisão. A decisão, de maio, nega o pedido feito pela secretária para que a Unicamp fosse proibida de limitar seu salário ao teto. Mas determina que o pagamento de horas extras não entram no cálculo. DIVULGAÇÃO A Unicamp paga salários acima do teto a 1.020 professores e técnicos. Ela vinha se recusando a mostrar os dados, mas na semana passada publicou em seu site uma lista com o número de matrícula e o salário de 14 mil servidores ativos e aposentados. Outra ferramenta permite buscar uma a uma, a partir do nome, a matrícula dos funcionários ativos. A iniciativa da universidade ocorreu após determinação da Justiça, com base em ação movida pela Folha para a abertura dos dados, assim como fizera no caso da USP. Os links que estão disponíveis no site, porém, não atendem à determinação judicial. Não há, por exemplo, a relação nominal dos funcionários e seus respectivos salários. Assim, não é possível identificar, por exemplo, se outros servidores administrativos recebem acima do teto. Na folha de junho, a matrícula de Ernandes consta como a 27ª mais bem remunerada. O Tribunal de Contas do Estado considera irregulares os pagamentos acima do teto e já reprovou as contas da Unicamp por causa disso.
|
educacao
|
Secretária da Unicamp tem salário de R$ 34 mil, 57% acima de AlckminA secretária do chefe de gabinete da Reitoria da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) recebe salário de R$ 34 mil brutos, valor que ultrapassa em 57% o teto de remuneração do Estado. A Constituição determina que os servidores públicos estaduais não podem ganhar mais do que o governador –Geraldo Alckmin (PSDB) recebe R$ 21,6 mil brutos. A exceção são procuradores, cujo teto é maior (R$ 30,3 mil) por seguir regra do Judiciário. A Unicamp diz que a servidora Laisez Jael Cabral Puya Ernandes ocupa o cargo de assistente técnico de gabinete, mas ela própria informou à Folha, por telefone, que é secretária de Paulo Cesar Montagner, chefe de gabinete do reitor José Tadeu Jorge. Os dois dirigentes fazem parte do grupo de nove integrantes da cúpula da Unicamp que têm duas matriculas e recebem dois salários, conforme a Folha revelou. Montagner recebe R$ 36,6 mil brutos e Jorge, R$ 49,9 mil. Questionada sobre seus vencimentos, a servidora Ernandes disse que não poderia falar sem autorização da Reitoria. Em nota, a Unicamp também não esclareceu o que compõem sua remuneração. Informou apenas "que há uma ação judicial proposta pela servidora, cuja sentença determinou que sejam mantidos seus pagamentos" e que já recorreu da decisão. A decisão, de maio, nega o pedido feito pela secretária para que a Unicamp fosse proibida de limitar seu salário ao teto. Mas determina que o pagamento de horas extras não entram no cálculo. DIVULGAÇÃO A Unicamp paga salários acima do teto a 1.020 professores e técnicos. Ela vinha se recusando a mostrar os dados, mas na semana passada publicou em seu site uma lista com o número de matrícula e o salário de 14 mil servidores ativos e aposentados. Outra ferramenta permite buscar uma a uma, a partir do nome, a matrícula dos funcionários ativos. A iniciativa da universidade ocorreu após determinação da Justiça, com base em ação movida pela Folha para a abertura dos dados, assim como fizera no caso da USP. Os links que estão disponíveis no site, porém, não atendem à determinação judicial. Não há, por exemplo, a relação nominal dos funcionários e seus respectivos salários. Assim, não é possível identificar, por exemplo, se outros servidores administrativos recebem acima do teto. Na folha de junho, a matrícula de Ernandes consta como a 27ª mais bem remunerada. O Tribunal de Contas do Estado considera irregulares os pagamentos acima do teto e já reprovou as contas da Unicamp por causa disso.
| 12 |
Tricô conquista lugar no armário, prateleiras e aulas nas mãos de quem busca um passatempo retrô
|
ANITA POMPEU DE SÃO PAULO O tricô não é mais coisa de vovó –ou pelo menos, não é mais exclusividade delas. Beneficiado pela busca moderninha ao retrô e à vida fora da tela do celular, o ofício tem atraído jovens e negócios em São Paulo. Na Vila Madalena, a Novelaria Knit Café, que mistura loja e café e existe desde 2011, aumentou neste ano o espaço para cursos. As aulas –que também incluem crochê, bordado, tear e feltragem - reúnem, além de mulheres prestes a se tornarem avós que querem contribuir para o enxoval dos netos, jovens em busca de um novo passatempo e até crianças. Podem ser particulares ou em grupo e custam entre R$ 70 (avulsa diurna) e R$ 700 (pacote de 4 sessões de feltragem). A proposta do local, dizem as proprietárias, é utilizar atividade manual como um momento de encontro, relaxamento e desconexão com o mundo. Os novelos, que podem ser 100% naturais ou levar também acrílico, são vendidos por preços de a R$ 38 a R$ 184, na loja ou on-line. Mais ao sul da cidade, no Campo Belo, outras duas lojas têm se destacado entre os que se aventuram pelo mundo da lã. No Empório das Lãs, o destaque também fica para os novelos naturais, mais caros e sofisticados. Entre as marcas disponíveis estão a Debbie Bliss, que leva o nome de sua dona –a designer inglesa referência em tricô–, a japonesa Noro e a chilena Araucania, cujos novelos de 100g podem chegar a R$ 112. Como contraponto, a loja oferece também novelos nacionais, como os da Fazenda Caixa Dágua, do sul do país, e algumas linhas mais nobres da tradicional Círculo, cujas meadas de 100g podem custar R$ 14,50. Ali, é possível encontrar também revistas estrangeiras especializadas, acessórios diversos e fazer aulas de tricô. A Pintar e Bordar, que se mudou para um endereço maior no Campo Belo neste ano, também aumentou a oferta de cursos na área recentemente. "Oferecemos aulas diárias, todos os dias da semana, além de cursos mais específicos, workshops com figuras importantes do meio", diz Luiz Fernando Ribeiro, um dos sócios da loja. Os custos começam em R$ 95, por quatro aulas. Esses cursos, porém, estão longe de ser o único jeito para aprender a tricotar. Mari Ideriba, 54, começou a se interessar pelo assunto há alguns anos, quando reparou que as colegas da escola em que dá aulas haviam adotado os novelos. Encafifada com o assunto, decidiu procurar saber mais a respeito na internet. Descobriu centenas de vídeos com tutoriais e dicas e, no dia seguinte, comprou um novelo, um par de agulhas e deu o play no tablet. "Aprendi tudo com os tutoriais. Nunca fiz aula", diz. "Durante um ano, fiquei fazendo só cachecol. Depois passei para xales e blusas. E, em 2014, fiz meu primeiro casaco." Hoje, ela exibe suas produções em seu perfil (@mari_ideriba) no Instagram, rede social que se tornou sua aliada na saga por novas ideias de produtos, modelos, linhas e afins. Se você se interessou, saiba abaixo outras dicas de perfis e páginas para buscar inspiração e modelos e dar início aos trabalhos. Para se inspirar, aprender e seguir Drops Design Destaque para os tutoriais, muito didáticos e sem som, para serem compreendidos em qualquer parte do mundo. Debbie Bliss A página no Pinterest da designer inglesa, dona de uma marca de lãs que leva o seu nome e de uma revista especializada, é cheia de ideias. Studio Mischa and Puff Marca de malhas para crianças de zero a cinco anos que também vende moldes para fazer em casa. Knitting for Olive A designer dinamarquesa usa a filha como modelo neste perfil no Instagram que vale a pena seguir; em seu site, ela também vende moldes. Yoth Para ter ideias de cachecóis, xales, casacos, gorros e afins. além de boas combinações de cores.
|
saopaulo
|
Tricô conquista lugar no armário, prateleiras e aulas nas mãos de quem busca um passatempo retrôANITA POMPEU DE SÃO PAULO O tricô não é mais coisa de vovó –ou pelo menos, não é mais exclusividade delas. Beneficiado pela busca moderninha ao retrô e à vida fora da tela do celular, o ofício tem atraído jovens e negócios em São Paulo. Na Vila Madalena, a Novelaria Knit Café, que mistura loja e café e existe desde 2011, aumentou neste ano o espaço para cursos. As aulas –que também incluem crochê, bordado, tear e feltragem - reúnem, além de mulheres prestes a se tornarem avós que querem contribuir para o enxoval dos netos, jovens em busca de um novo passatempo e até crianças. Podem ser particulares ou em grupo e custam entre R$ 70 (avulsa diurna) e R$ 700 (pacote de 4 sessões de feltragem). A proposta do local, dizem as proprietárias, é utilizar atividade manual como um momento de encontro, relaxamento e desconexão com o mundo. Os novelos, que podem ser 100% naturais ou levar também acrílico, são vendidos por preços de a R$ 38 a R$ 184, na loja ou on-line. Mais ao sul da cidade, no Campo Belo, outras duas lojas têm se destacado entre os que se aventuram pelo mundo da lã. No Empório das Lãs, o destaque também fica para os novelos naturais, mais caros e sofisticados. Entre as marcas disponíveis estão a Debbie Bliss, que leva o nome de sua dona –a designer inglesa referência em tricô–, a japonesa Noro e a chilena Araucania, cujos novelos de 100g podem chegar a R$ 112. Como contraponto, a loja oferece também novelos nacionais, como os da Fazenda Caixa Dágua, do sul do país, e algumas linhas mais nobres da tradicional Círculo, cujas meadas de 100g podem custar R$ 14,50. Ali, é possível encontrar também revistas estrangeiras especializadas, acessórios diversos e fazer aulas de tricô. A Pintar e Bordar, que se mudou para um endereço maior no Campo Belo neste ano, também aumentou a oferta de cursos na área recentemente. "Oferecemos aulas diárias, todos os dias da semana, além de cursos mais específicos, workshops com figuras importantes do meio", diz Luiz Fernando Ribeiro, um dos sócios da loja. Os custos começam em R$ 95, por quatro aulas. Esses cursos, porém, estão longe de ser o único jeito para aprender a tricotar. Mari Ideriba, 54, começou a se interessar pelo assunto há alguns anos, quando reparou que as colegas da escola em que dá aulas haviam adotado os novelos. Encafifada com o assunto, decidiu procurar saber mais a respeito na internet. Descobriu centenas de vídeos com tutoriais e dicas e, no dia seguinte, comprou um novelo, um par de agulhas e deu o play no tablet. "Aprendi tudo com os tutoriais. Nunca fiz aula", diz. "Durante um ano, fiquei fazendo só cachecol. Depois passei para xales e blusas. E, em 2014, fiz meu primeiro casaco." Hoje, ela exibe suas produções em seu perfil (@mari_ideriba) no Instagram, rede social que se tornou sua aliada na saga por novas ideias de produtos, modelos, linhas e afins. Se você se interessou, saiba abaixo outras dicas de perfis e páginas para buscar inspiração e modelos e dar início aos trabalhos. Para se inspirar, aprender e seguir Drops Design Destaque para os tutoriais, muito didáticos e sem som, para serem compreendidos em qualquer parte do mundo. Debbie Bliss A página no Pinterest da designer inglesa, dona de uma marca de lãs que leva o seu nome e de uma revista especializada, é cheia de ideias. Studio Mischa and Puff Marca de malhas para crianças de zero a cinco anos que também vende moldes para fazer em casa. Knitting for Olive A designer dinamarquesa usa a filha como modelo neste perfil no Instagram que vale a pena seguir; em seu site, ela também vende moldes. Yoth Para ter ideias de cachecóis, xales, casacos, gorros e afins. além de boas combinações de cores.
| 9 |
Arquivo aberto: o dia em que fui 'desmascarado' por Altamiro Carrilho
|
Mais de 12 anos me separam dos ensaios que culminaram no espetáculo "Um Sopro de Brasil", naquele novembro de 2004. Até então, tinha realizado pouquíssimos trabalhos. Dividia-me entre as aulas de cavaquinho para o Projeto Guri e, quando apareciam, as colaborações como instrumentista, acompanhando cantoras ou pequenos grupos autorais que fizeram parte da minha formação, mas pouco contribuíam para o fechamento do mês. Dois anos antes, tinha me mudado de São Mateus (zona leste de São Paulo), onde havia passado praticamente a vida toda, para o centro. Não era um exemplo de extroversão, como ainda não sou, mas, naquela época, havia um elemento que excedia a personalidade reservada. Estava ainda sob o efeito de uma espécie de choque cultural, por mais improvável que pareça falar numa ruptura assim por causa de uma mudança geograficamente quase insignificante. Em resumo, era um homem de 27 anos, vivendo no centro de São Paulo, com considerável dificuldade de sobrevivência e com o olhar e o discernimento regidos, substancialmente, por minha condição suburbana. Foi nesse contexto que recebi o convite para tocar no espetáculo que ampliaria minha perspectiva musical e no qual estariam, além dos melhores músicos com quem já havia tocado, lendas da música brasileira, como Altamiro Carrilho, Paulo Moura, Teco Cardoso, Vinícius Dorin e Vittor Santos, entre outros. Recebi o convite de Myriam Taubkin, produtora cultural, criadora do projeto Memória Brasileira (que acumulava quase 20 anos de dedicação à música instrumental no Brasil). Myriam era também minha sogra naqueles dias. Entre nós havia uma relação de amizade, não só pela convivência familiar, mas porque gostávamos efetivamente um do outro. Batíamos altos papos. Ela me ensinou sobre música, cinema, literatura, sobre a carreira. Incentivou-me bastante também, inclusive ao me chamar para participar desse espetáculo, no qual até hoje tenho dúvidas se merecia ter estado. Mas o que quero dizer mesmo sobre a Myriam é do prazer de vê-la dirigir aquele show. A forma como ela fluía nos bastidores, tanto nos ensaios como nos dias de apresentação, falando com duas ou três pessoas ao mesmo tempo, passando instruções, conceitos, acalmando uns, provocando outros. Myriam instaurava uma atmosfera quase onírica por onde passava. E, de certa maneira, essa atmosfera me impulsionou a escrever esse pequeno relato nostálgico. Num misto de excitação e medo cheguei ao primeiro ensaio, onde encontraria, já de cara, Altamiro Carrilho. Eu tinha passado os dias anteriores preocupado, pois Altamiro não tinha decidido o que tocaria; havia dado algumas opções, mas escolheria na hora. Nunca fui cavaquinista de choro. Minha referência no instrumento é o samba. Não tinha o vasto repertório nem a malícia dos chorões, que se traduz no que chamamos de linguagem, e algo na minha levada desagradou ao Altamiro. Depois de parar a primeira passada da música na metade, ele se dirigiu a mim, tentando dizer que algo não estava legal. Não sabia explicar exatamente o quê, e aquilo foi se alongando. Balançava a cabeça, franzia a testa e entortava a boca na sala absolutamente lotada; além da banda, havia jornalistas, técnicos, cenógrafos, produtores e iluminadores. Tentamos uma segunda passada. Parou, de novo, antes do fim. Dessa vez, me perguntou se eu sabia outra levada. Muito envergonhado, respondi que sim, acenando com a cabeça. Toquei, sozinho, como numa chamada oral, as variações da levada que achei que caberiam na música. Depois de todo o malabarismo que fiz, ele apenas disse: "Você não é do choro, né?". Respondi, fracassado, como quem acaba de ser desmascarado, que não. Girei pros lados, e todos de cabeça baixa, ninguém me encarava. Lá na entrada da sala, perto da porta, encontrei Myriam com os olhos; dando de ombros, ela me ofereceu o sorriso mais generoso que recebi na vida. Na passada seguinte, Altamiro não fez interrupções; tocamos a música inteira. Ensaiamos ainda um segundo choro, que completaria sua entrada. Ao final, ele agradeceu e foi embora. Parecia contente. Acho que se conformou, talvez por ter nos desmascarado, a mim e à minha levada de sambista. RODRIGO CAMPOS, 39, músico, faz parte do grupo Passo Torto.
|
ilustrissima
|
Arquivo aberto: o dia em que fui 'desmascarado' por Altamiro CarrilhoMais de 12 anos me separam dos ensaios que culminaram no espetáculo "Um Sopro de Brasil", naquele novembro de 2004. Até então, tinha realizado pouquíssimos trabalhos. Dividia-me entre as aulas de cavaquinho para o Projeto Guri e, quando apareciam, as colaborações como instrumentista, acompanhando cantoras ou pequenos grupos autorais que fizeram parte da minha formação, mas pouco contribuíam para o fechamento do mês. Dois anos antes, tinha me mudado de São Mateus (zona leste de São Paulo), onde havia passado praticamente a vida toda, para o centro. Não era um exemplo de extroversão, como ainda não sou, mas, naquela época, havia um elemento que excedia a personalidade reservada. Estava ainda sob o efeito de uma espécie de choque cultural, por mais improvável que pareça falar numa ruptura assim por causa de uma mudança geograficamente quase insignificante. Em resumo, era um homem de 27 anos, vivendo no centro de São Paulo, com considerável dificuldade de sobrevivência e com o olhar e o discernimento regidos, substancialmente, por minha condição suburbana. Foi nesse contexto que recebi o convite para tocar no espetáculo que ampliaria minha perspectiva musical e no qual estariam, além dos melhores músicos com quem já havia tocado, lendas da música brasileira, como Altamiro Carrilho, Paulo Moura, Teco Cardoso, Vinícius Dorin e Vittor Santos, entre outros. Recebi o convite de Myriam Taubkin, produtora cultural, criadora do projeto Memória Brasileira (que acumulava quase 20 anos de dedicação à música instrumental no Brasil). Myriam era também minha sogra naqueles dias. Entre nós havia uma relação de amizade, não só pela convivência familiar, mas porque gostávamos efetivamente um do outro. Batíamos altos papos. Ela me ensinou sobre música, cinema, literatura, sobre a carreira. Incentivou-me bastante também, inclusive ao me chamar para participar desse espetáculo, no qual até hoje tenho dúvidas se merecia ter estado. Mas o que quero dizer mesmo sobre a Myriam é do prazer de vê-la dirigir aquele show. A forma como ela fluía nos bastidores, tanto nos ensaios como nos dias de apresentação, falando com duas ou três pessoas ao mesmo tempo, passando instruções, conceitos, acalmando uns, provocando outros. Myriam instaurava uma atmosfera quase onírica por onde passava. E, de certa maneira, essa atmosfera me impulsionou a escrever esse pequeno relato nostálgico. Num misto de excitação e medo cheguei ao primeiro ensaio, onde encontraria, já de cara, Altamiro Carrilho. Eu tinha passado os dias anteriores preocupado, pois Altamiro não tinha decidido o que tocaria; havia dado algumas opções, mas escolheria na hora. Nunca fui cavaquinista de choro. Minha referência no instrumento é o samba. Não tinha o vasto repertório nem a malícia dos chorões, que se traduz no que chamamos de linguagem, e algo na minha levada desagradou ao Altamiro. Depois de parar a primeira passada da música na metade, ele se dirigiu a mim, tentando dizer que algo não estava legal. Não sabia explicar exatamente o quê, e aquilo foi se alongando. Balançava a cabeça, franzia a testa e entortava a boca na sala absolutamente lotada; além da banda, havia jornalistas, técnicos, cenógrafos, produtores e iluminadores. Tentamos uma segunda passada. Parou, de novo, antes do fim. Dessa vez, me perguntou se eu sabia outra levada. Muito envergonhado, respondi que sim, acenando com a cabeça. Toquei, sozinho, como numa chamada oral, as variações da levada que achei que caberiam na música. Depois de todo o malabarismo que fiz, ele apenas disse: "Você não é do choro, né?". Respondi, fracassado, como quem acaba de ser desmascarado, que não. Girei pros lados, e todos de cabeça baixa, ninguém me encarava. Lá na entrada da sala, perto da porta, encontrei Myriam com os olhos; dando de ombros, ela me ofereceu o sorriso mais generoso que recebi na vida. Na passada seguinte, Altamiro não fez interrupções; tocamos a música inteira. Ensaiamos ainda um segundo choro, que completaria sua entrada. Ao final, ele agradeceu e foi embora. Parecia contente. Acho que se conformou, talvez por ter nos desmascarado, a mim e à minha levada de sambista. RODRIGO CAMPOS, 39, músico, faz parte do grupo Passo Torto.
| 14 |
Não quero ter razão
|
Fiquei surpreso ao ler o artigo de Augusto de Campos ("Ilustrada", 15.jun, pág. C4). Surpreso pelo tom insultuoso e agressivo de suas palavras em reação à crônica que eu havia publicado aqui, um domingo antes, evocando minha relação com Oswald de Andrade e sua obra. Toda a fúria de Augusto foi motivada por ter eu mencionado uma conversa nossa, ocorrida em 1955, em que ele fez restrições a Oswald e de que discordei. Se fiz menção a tal conversa foi apenas porque ela efetivamente ocorreu e faz parte de minha relação com o autor de "Serafim Ponte Grande". Não tive outro propósito, muito menos o de subestimar a contribuição de Augusto, Haroldo e Décio para a revalorização da obra de Oswald, fato que reconheci e registrei na referida crônica. Por isso mesmo, não vejo razão para o tom insultuoso com que ele se refere a mim e a minha participação naquela fase da poesia brasileira, como se guardasse um profundo ressentimento do que aconteceu então, quando divergências teóricas levaram à ruptura dos concretistas paulistas com os cariocas. Isso ocorreu quando, em junho de 1957, Augusto e seus parceiros nos enviaram um manifesto afirmando que, a partir de então, a poesia concreta seria fundada em equações matemáticas. Achei um disparate, liguei para Augusto e ele respondeu que era aquilo mesmo o que pensavam e, se eu discordava, fizesse o que achasse melhor. Rompemos. Só que eles nunca fizeram poesia matemática nenhuma nem tampouco desdisseram o que haviam pregado. Se eu fosse tão ressentido quanto ele, diria que o nome disso é charlatanice literária: mas não, era imaturidade mesmo. No entanto, pensar que ele se tornou meu feroz inimigo por ter eu discordado dessa teoria inconsequente é lamentável. Muitos anos se passaram desde então. Afastei-me das experiências de vanguarda, as buscas concretistas como as neoconcretas foram por mim abandonadas em função de minhas próprias necessidades estéticas e ideológicas. Reconheço-as, umas e outras, como momentos importantes da poesia brasileira, mas estão, de há muito, fora de minhas preocupações. Não seria, portanto, agora que me ocuparia em fazer provocações a Augusto, coisa que, como todos sabem, não é de meu feitio. E vejam bem, quando me caiu nas mãos, meses atrás, um livro sobre a pintura de Waldemar Cordeiro, tive uma surpresa: é que ele, um dos lideres do concretismo paulista, afirmara, naquela época, que a cor, por ser sensual, deveria ser excluída da pintura concreta, essencialmente racional. "Se você elimina a cor da pintura, acaba a pintura", disse-lhe eu. Mas eis que, ao manusear o tal livro, verifiquei que, ao contrário daquela antiga teoria, ele tinha mais tarde realizado belos quadros intensamente coloridos. Sabem o que fiz? Escrevi, neste espaço mesmo, um artigo refazendo o juízo que, erradamente, mantinha acerca dele. Costumo dizer que não quero ter razão, quero ser feliz. E, para ser feliz, há que ser justo. Augusto, sem dúvida alguma, vai dizer que minto, se afirmar que, ao saber da publicação de seu novo livro de poemas, tive vontade de escrever um artigo simpático sobre ele. Cláudia, ao ouvir isso, comprou o livro e me deu de presente. Trouxe-o para casa, porém, ao abri-lo, deparei-me com blocos de palavras de muita riqueza gráfica e cromática mas que não conseguia entender. Deficiência minha, certamente, mas o fato foi que, desapontado, desisti de fazer o artigo, pois não poderia escrever sobre o que não compreendo. Sei que ele não acreditará nisso e dirá que se trata de um pretexto para negar as qualidades de seu livro. E menos ainda acreditará que, há duas semanas, na Academia Brasileira de Letras, quando conversávamos sobre os possíveis candidatos ao Prêmio Machado de Assis, Antônio Carlos Secchin sugeriu o nome de Augusto e eu o apoiei. Mas, agora, depois do que ele falou da Academia nesse furioso artigo, sua candidatura é carta fora do baralho. O que é uma pena, não digo pela glória, mas pela grana. Não é nada, não é nada, são, concretamente, R$ 300 mil.
|
colunas
|
Não quero ter razãoFiquei surpreso ao ler o artigo de Augusto de Campos ("Ilustrada", 15.jun, pág. C4). Surpreso pelo tom insultuoso e agressivo de suas palavras em reação à crônica que eu havia publicado aqui, um domingo antes, evocando minha relação com Oswald de Andrade e sua obra. Toda a fúria de Augusto foi motivada por ter eu mencionado uma conversa nossa, ocorrida em 1955, em que ele fez restrições a Oswald e de que discordei. Se fiz menção a tal conversa foi apenas porque ela efetivamente ocorreu e faz parte de minha relação com o autor de "Serafim Ponte Grande". Não tive outro propósito, muito menos o de subestimar a contribuição de Augusto, Haroldo e Décio para a revalorização da obra de Oswald, fato que reconheci e registrei na referida crônica. Por isso mesmo, não vejo razão para o tom insultuoso com que ele se refere a mim e a minha participação naquela fase da poesia brasileira, como se guardasse um profundo ressentimento do que aconteceu então, quando divergências teóricas levaram à ruptura dos concretistas paulistas com os cariocas. Isso ocorreu quando, em junho de 1957, Augusto e seus parceiros nos enviaram um manifesto afirmando que, a partir de então, a poesia concreta seria fundada em equações matemáticas. Achei um disparate, liguei para Augusto e ele respondeu que era aquilo mesmo o que pensavam e, se eu discordava, fizesse o que achasse melhor. Rompemos. Só que eles nunca fizeram poesia matemática nenhuma nem tampouco desdisseram o que haviam pregado. Se eu fosse tão ressentido quanto ele, diria que o nome disso é charlatanice literária: mas não, era imaturidade mesmo. No entanto, pensar que ele se tornou meu feroz inimigo por ter eu discordado dessa teoria inconsequente é lamentável. Muitos anos se passaram desde então. Afastei-me das experiências de vanguarda, as buscas concretistas como as neoconcretas foram por mim abandonadas em função de minhas próprias necessidades estéticas e ideológicas. Reconheço-as, umas e outras, como momentos importantes da poesia brasileira, mas estão, de há muito, fora de minhas preocupações. Não seria, portanto, agora que me ocuparia em fazer provocações a Augusto, coisa que, como todos sabem, não é de meu feitio. E vejam bem, quando me caiu nas mãos, meses atrás, um livro sobre a pintura de Waldemar Cordeiro, tive uma surpresa: é que ele, um dos lideres do concretismo paulista, afirmara, naquela época, que a cor, por ser sensual, deveria ser excluída da pintura concreta, essencialmente racional. "Se você elimina a cor da pintura, acaba a pintura", disse-lhe eu. Mas eis que, ao manusear o tal livro, verifiquei que, ao contrário daquela antiga teoria, ele tinha mais tarde realizado belos quadros intensamente coloridos. Sabem o que fiz? Escrevi, neste espaço mesmo, um artigo refazendo o juízo que, erradamente, mantinha acerca dele. Costumo dizer que não quero ter razão, quero ser feliz. E, para ser feliz, há que ser justo. Augusto, sem dúvida alguma, vai dizer que minto, se afirmar que, ao saber da publicação de seu novo livro de poemas, tive vontade de escrever um artigo simpático sobre ele. Cláudia, ao ouvir isso, comprou o livro e me deu de presente. Trouxe-o para casa, porém, ao abri-lo, deparei-me com blocos de palavras de muita riqueza gráfica e cromática mas que não conseguia entender. Deficiência minha, certamente, mas o fato foi que, desapontado, desisti de fazer o artigo, pois não poderia escrever sobre o que não compreendo. Sei que ele não acreditará nisso e dirá que se trata de um pretexto para negar as qualidades de seu livro. E menos ainda acreditará que, há duas semanas, na Academia Brasileira de Letras, quando conversávamos sobre os possíveis candidatos ao Prêmio Machado de Assis, Antônio Carlos Secchin sugeriu o nome de Augusto e eu o apoiei. Mas, agora, depois do que ele falou da Academia nesse furioso artigo, sua candidatura é carta fora do baralho. O que é uma pena, não digo pela glória, mas pela grana. Não é nada, não é nada, são, concretamente, R$ 300 mil.
| 1 |
Blog de Tec: Apperitivo: App incentiva economia de água com banhos mais rápidos
|
BANHO RÁPIDO Android e iOS ONDE banhorapido.com QUANTO Gratuito Cronômetro que dá dicas visuais e sonoras (uma voz feminina guia o usuário em cada etapa da contagem) com o intuito de reduzir o consumo de água no banho. Pontos positivos: possibilidade ... Leia post completo no blog
|
tec
|
Blog de Tec: Apperitivo: App incentiva economia de água com banhos mais rápidosBANHO RÁPIDO Android e iOS ONDE banhorapido.com QUANTO Gratuito Cronômetro que dá dicas visuais e sonoras (uma voz feminina guia o usuário em cada etapa da contagem) com o intuito de reduzir o consumo de água no banho. Pontos positivos: possibilidade ... Leia post completo no blog
| 10 |
Com invasões simultâneas, MTST pressiona governo pelo Minha Casa 3
|
Integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) invadiram na madrugada deste sábado (16) dois grandes terrenos privados na Grande São Paulo.As ocupações foram as primeiras de uma "jornada" de ações programadas pelo MTST para pressionar o governo federal a lançar a terceira etapa do Minha Casa Minha Vida (MCMV).Leia mais aqui
|
tv
|
Com invasões simultâneas, MTST pressiona governo pelo Minha Casa 3Integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) invadiram na madrugada deste sábado (16) dois grandes terrenos privados na Grande São Paulo.As ocupações foram as primeiras de uma "jornada" de ações programadas pelo MTST para pressionar o governo federal a lançar a terceira etapa do Minha Casa Minha Vida (MCMV).Leia mais aqui
| 11 |
Governo venceu nas urnas e foi derrotado na Câmara, diz leitor
|
O governo (executivo) foi reeleito, mas saiu derrotado nas eleições legislativas. A maioria parlamentar no legislativo se opõe ao governo (executivo) numa situação em que não há primeiro-ministro e tampouco convocação de novas eleições para superar os impasses políticos (como no modelo clássico de governo de coabitação), mas que podem levar à paralisia do governo no presidencialismo de coalizão obrigado a recorrer ao uso de vetos no caso de leis ordinárias e leis complementares. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
|
paineldoleitor
|
Governo venceu nas urnas e foi derrotado na Câmara, diz leitorO governo (executivo) foi reeleito, mas saiu derrotado nas eleições legislativas. A maioria parlamentar no legislativo se opõe ao governo (executivo) numa situação em que não há primeiro-ministro e tampouco convocação de novas eleições para superar os impasses políticos (como no modelo clássico de governo de coabitação), mas que podem levar à paralisia do governo no presidencialismo de coalizão obrigado a recorrer ao uso de vetos no caso de leis ordinárias e leis complementares. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
| 8 |
Incêndio atinge casas e hotéis da região central de Bariloche
|
Um incêndio, que começou por volta das 15h deste domingo (1), atinge a região central de Bariloche, na Argentina, ainda sem controle. O fogo teria começado em uma casa abandonada e rapidamente se espalhado para outras residências (ao menos oito) e hotéis próximos —a região em chamas está a 1 km do centro cívico da cidade. Não há registro de feridos. Bombeiros trabalham no local para tentar conter o fogo e contam com o auxílio de um avião hidrante. A vizinhança tenta ajudar organizando filas e passando baldes de água de mão em mão. O vento e a secura do tempo ajudam na rápida propagação das chamas.
|
mundo
|
Incêndio atinge casas e hotéis da região central de BarilocheUm incêndio, que começou por volta das 15h deste domingo (1), atinge a região central de Bariloche, na Argentina, ainda sem controle. O fogo teria começado em uma casa abandonada e rapidamente se espalhado para outras residências (ao menos oito) e hotéis próximos —a região em chamas está a 1 km do centro cívico da cidade. Não há registro de feridos. Bombeiros trabalham no local para tentar conter o fogo e contam com o auxílio de um avião hidrante. A vizinhança tenta ajudar organizando filas e passando baldes de água de mão em mão. O vento e a secura do tempo ajudam na rápida propagação das chamas.
| 4 |
Debate sobre ciência no Cebrap, livro de Maquiavel e mais 5 dicas culturais
|
DEBATE | SEMINÁRIO ILUSTRÍSSIMA-CEBRAP O primeiro dos três debates que a Folha realiza em parceria com o Cebrap neste semestre discutirá a crise do financiamento em ciência no Brasil. Participarão Stevens Rehen, professor de neurociência da UFRJ, e Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp. A mediação será de Marcelo Leite, colunista do jornal. O debate tem entrada gratuita e não é preciso fazer inscrição. Auditório do Cebrap | tel. (11) 5574-0399 | sex. (6), às 11h | grátis * EXPOSIÇÃO E SEMINÁRIO | 50 ANOS DO MUSEU LASAR SEGALL O museu celebra meio século com a abertura de nova exposição permanente e homenagens a Maurício Segall, que dirigiu a instituição por 30 anos e morreu em julho. Seminário entre os dias 4 e 7/10 debaterá o acervo e a história do museu, trazendo seu atual diretor, o crítico e curador Jorge Schwartz, a professora de direito da USP Cláudia Perrone Moisés, o cineasta Carlos Augusto Calil e o arquiteto José Lira. Museu Lasar Segall | tel. (11) 2159-0400 | até 24/9/18 | qua. a seg. das 11h às 19h | grátis * EXPOSIÇÃO | MATHEUS ROCHA PITTA A partir de recortes de jornais colecionados por ele desde a adolescência, o artista visual faz a exposição "The Fool's Year", na Galeria Athena Contemporânea, e "O Reino do Céu", instalação que simula uma igreja em um galpão na rua Barão de Guaratiba, 28. A obra exposta na galeria imita um grande calendário em que todos os dias são 1º de abril, com fotos de manifestações políticas em cada um deles. Galeria Athena Contemporânea - Rio| tel. (21) 2513-0703 | até 7/10 | seg. a sex., das 11h às 19h; sáb. das 12h às 18h | grátis * SEMINÁRIO | ENCONTRO DE DOCUMENTÁRIOS A terceira edição do DOCSP, que começou na quarta (27), tem nos dias 3 e 4 uma master class com Claire Atherton, montadora que trabalhou em filmes da cineasta belga Chantal Akerman. Atividades ao longo da semana trazem também o documentarista brasileiro Carlos Nader e a produtora espanhola Marta Andreu. Haverá ainda exibição de filmes e oficinas gratuitas. Unibes Cultural | tel. (11) 3065-4333 | até 5/10 | programação completa em www.docsp.com | até R$ 40 * LIVRO | O PRÍNCIPE A editora 34 lança edição bilíngue do clássico de Nicolau Maquiavel (1469-1527), com introdução alentada do tradutor, Diogo Pires Aurélio, professor de filosofia da Universidade Nova de Lisboa, que reconta a trajetória do pensador italiano e as diferentes leituras que a obra teve ao longo dos séculos. Editora 34 | R$ 59 (272 págs.) * EXPOSIÇÃO | ADRIANA ROCHA Na exposição "Still Life", a artista parte da ideia de que tudo é rapidamente descartado e substituído e produz pinturas e objetos que priorizam a contemplação e o silêncio. Parte da matéria-prima de Rocha vem de detritos de casas da periferia, para trazer a noção de renascimento. Galeria Rabieh | tel. (11) 3062-7173 | até 14/10 | seg. a sex. das 10h às 19h; sáb. das 11h às 17h | grátis * CURSO | MEMÓRIAS BRASILEIRAS As manifestações culturais dos anos 1960 e 70, entre elas a música popular, o concretismo e a arte de resistência à ditadura, são tema das quatro aulas. Quem as ministra são o professor de design Auresnede Stephan, a doutora em comunicação Maria Aparecida Bento e o sociólogo Waldenyr Caldas. Centro Universitário Maria Antonia | tel. (11) 3123-5213 | de 3/10 a 24/10 | ter., das 19h às 21h | inscrições por telefone ou pelo e-mail [email protected] | R$ 200
|
ilustrissima
|
Debate sobre ciência no Cebrap, livro de Maquiavel e mais 5 dicas culturaisDEBATE | SEMINÁRIO ILUSTRÍSSIMA-CEBRAP O primeiro dos três debates que a Folha realiza em parceria com o Cebrap neste semestre discutirá a crise do financiamento em ciência no Brasil. Participarão Stevens Rehen, professor de neurociência da UFRJ, e Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp. A mediação será de Marcelo Leite, colunista do jornal. O debate tem entrada gratuita e não é preciso fazer inscrição. Auditório do Cebrap | tel. (11) 5574-0399 | sex. (6), às 11h | grátis * EXPOSIÇÃO E SEMINÁRIO | 50 ANOS DO MUSEU LASAR SEGALL O museu celebra meio século com a abertura de nova exposição permanente e homenagens a Maurício Segall, que dirigiu a instituição por 30 anos e morreu em julho. Seminário entre os dias 4 e 7/10 debaterá o acervo e a história do museu, trazendo seu atual diretor, o crítico e curador Jorge Schwartz, a professora de direito da USP Cláudia Perrone Moisés, o cineasta Carlos Augusto Calil e o arquiteto José Lira. Museu Lasar Segall | tel. (11) 2159-0400 | até 24/9/18 | qua. a seg. das 11h às 19h | grátis * EXPOSIÇÃO | MATHEUS ROCHA PITTA A partir de recortes de jornais colecionados por ele desde a adolescência, o artista visual faz a exposição "The Fool's Year", na Galeria Athena Contemporânea, e "O Reino do Céu", instalação que simula uma igreja em um galpão na rua Barão de Guaratiba, 28. A obra exposta na galeria imita um grande calendário em que todos os dias são 1º de abril, com fotos de manifestações políticas em cada um deles. Galeria Athena Contemporânea - Rio| tel. (21) 2513-0703 | até 7/10 | seg. a sex., das 11h às 19h; sáb. das 12h às 18h | grátis * SEMINÁRIO | ENCONTRO DE DOCUMENTÁRIOS A terceira edição do DOCSP, que começou na quarta (27), tem nos dias 3 e 4 uma master class com Claire Atherton, montadora que trabalhou em filmes da cineasta belga Chantal Akerman. Atividades ao longo da semana trazem também o documentarista brasileiro Carlos Nader e a produtora espanhola Marta Andreu. Haverá ainda exibição de filmes e oficinas gratuitas. Unibes Cultural | tel. (11) 3065-4333 | até 5/10 | programação completa em www.docsp.com | até R$ 40 * LIVRO | O PRÍNCIPE A editora 34 lança edição bilíngue do clássico de Nicolau Maquiavel (1469-1527), com introdução alentada do tradutor, Diogo Pires Aurélio, professor de filosofia da Universidade Nova de Lisboa, que reconta a trajetória do pensador italiano e as diferentes leituras que a obra teve ao longo dos séculos. Editora 34 | R$ 59 (272 págs.) * EXPOSIÇÃO | ADRIANA ROCHA Na exposição "Still Life", a artista parte da ideia de que tudo é rapidamente descartado e substituído e produz pinturas e objetos que priorizam a contemplação e o silêncio. Parte da matéria-prima de Rocha vem de detritos de casas da periferia, para trazer a noção de renascimento. Galeria Rabieh | tel. (11) 3062-7173 | até 14/10 | seg. a sex. das 10h às 19h; sáb. das 11h às 17h | grátis * CURSO | MEMÓRIAS BRASILEIRAS As manifestações culturais dos anos 1960 e 70, entre elas a música popular, o concretismo e a arte de resistência à ditadura, são tema das quatro aulas. Quem as ministra são o professor de design Auresnede Stephan, a doutora em comunicação Maria Aparecida Bento e o sociólogo Waldenyr Caldas. Centro Universitário Maria Antonia | tel. (11) 3123-5213 | de 3/10 a 24/10 | ter., das 19h às 21h | inscrições por telefone ou pelo e-mail [email protected] | R$ 200
| 14 |
Aneel discutirá solução para perdas das usinas hidrelétricas
|
O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata, afirmou nesta segunda-feira (17) que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) discutirá em sua reunião de terça-feira (18) uma solução para as perdas das usinas hidrelétricas com o baixo nível dos reservatórios. A situação provocou uma judicialização do setor elétrico brasileiro, com mais de 160 liminares questionando a cobrança e ameaçando inviabilizar a contabilização dos contratos de compra e venda de energia na Câmara Comercializadora de Energia Elétrica (CCEE). As usinas hidrelétricas vem sendo obrigadas a comprar energia no curto prazo para cumprir seus contratos de vendas de eletricidade, uma vez que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinou que gerem volumes menores para poupar água nos reservatórios. No ano passado, o déficit somou R$ 20 bilhões, assumidos pelas geradoras, e a expectativa é que o rombo seja do mesmo tamanho. Por isso, muitas empresas decidiram ir à Justiça, alegando não ter responsabilidade pelo problema. "A judicialização preocupa demais", afirmou Ary Pinto Ribeiro Filho, do conselho de administração da CCEE, em evento promovido pela FGV Energia, no Rio. "Quase todas as empresas já tem liminares e daqui a pouco não vai dar mais para fechar a conta." Barata não quis adiantar detalhes da solução, mas o governo já antecipou que as medidas vão incluir a prorrogação do prazo de concessão das usinas prejudicadas. Ele garantiu que não haverá repasse do prejuízo para o consumidor. Após a discussão do tema pela Aneel, o governo deve editar uma Medida Provisória para regulamentar as novas medidas.
|
mercado
|
Aneel discutirá solução para perdas das usinas hidrelétricasO secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata, afirmou nesta segunda-feira (17) que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) discutirá em sua reunião de terça-feira (18) uma solução para as perdas das usinas hidrelétricas com o baixo nível dos reservatórios. A situação provocou uma judicialização do setor elétrico brasileiro, com mais de 160 liminares questionando a cobrança e ameaçando inviabilizar a contabilização dos contratos de compra e venda de energia na Câmara Comercializadora de Energia Elétrica (CCEE). As usinas hidrelétricas vem sendo obrigadas a comprar energia no curto prazo para cumprir seus contratos de vendas de eletricidade, uma vez que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinou que gerem volumes menores para poupar água nos reservatórios. No ano passado, o déficit somou R$ 20 bilhões, assumidos pelas geradoras, e a expectativa é que o rombo seja do mesmo tamanho. Por isso, muitas empresas decidiram ir à Justiça, alegando não ter responsabilidade pelo problema. "A judicialização preocupa demais", afirmou Ary Pinto Ribeiro Filho, do conselho de administração da CCEE, em evento promovido pela FGV Energia, no Rio. "Quase todas as empresas já tem liminares e daqui a pouco não vai dar mais para fechar a conta." Barata não quis adiantar detalhes da solução, mas o governo já antecipou que as medidas vão incluir a prorrogação do prazo de concessão das usinas prejudicadas. Ele garantiu que não haverá repasse do prejuízo para o consumidor. Após a discussão do tema pela Aneel, o governo deve editar uma Medida Provisória para regulamentar as novas medidas.
| 2 |
Corinthians começa mês 'tenso' com viagem
|
O Corinthians é o primeiro dos grandes de São Paulo a retornar de férias. Inicia nesta segunda (5) a pré-temporada ciente que terá apenas um mês para superar o maior desafio deste ano: a primeira fase da Copa Libertadores. Serão duas partidas eliminatórias contra o Once Caldas, nos dias 4 de fevereiro, no Itaquerão, e 11, na Colômbia. O vencedor disputará a fase de grupos com São Paulo, San Lorenzo e Danubio. Uma queda nesta fase traria prejuízos ao clube. A previsão é que cada jogo em casa no torneio gere rendas de R$ 3 milhões. O prêmio para o campeão é de R$ 13 milhões. Dinheiro não é a única preocupação do clube, que tenta ter um início de ano tranquilo. Em 2011, por exemplo, quando o time foi eliminado pelo Tolima na mesma fase, alguns torcedores foram ao centro de treinamento e tentaram agredir atletas. O calendário corintiano até a estreia no torneio é apertado. A maior parte da pré-temporada será nos EUA, entre os dias 8 e 18, com jogos contra Colônia e Leverkusen. No retorno ao Brasil, o time vai encarar o Corinthian-Casuals, dia 24, em amistoso, e depois o Marília, dia 1º de fevereiro, pelo Paulista. O calendário apertado não preocupa a comissão técnica. "O que diferencia a programação deste ano é a viagem para a Flórida, que leva pouco mais de 8 horas. O restante está adequado ao que faríamos no Brasil", disse o preparador físico do clube Fábio Mahseredjian à Folha. "Vamos treinar em lugares com boa infraestrutura. Não teremos prejuízo técnico e físico", acrescentou. No elenco que se reapresenta nesta segunda-feira são poucas as caras novas. Além da volta do técnico Tite, foram contratados os volantes Cristian, 31, e Jonas, 23, e o atacante Stiven Mendoza, 22.
|
esporte
|
Corinthians começa mês 'tenso' com viagemO Corinthians é o primeiro dos grandes de São Paulo a retornar de férias. Inicia nesta segunda (5) a pré-temporada ciente que terá apenas um mês para superar o maior desafio deste ano: a primeira fase da Copa Libertadores. Serão duas partidas eliminatórias contra o Once Caldas, nos dias 4 de fevereiro, no Itaquerão, e 11, na Colômbia. O vencedor disputará a fase de grupos com São Paulo, San Lorenzo e Danubio. Uma queda nesta fase traria prejuízos ao clube. A previsão é que cada jogo em casa no torneio gere rendas de R$ 3 milhões. O prêmio para o campeão é de R$ 13 milhões. Dinheiro não é a única preocupação do clube, que tenta ter um início de ano tranquilo. Em 2011, por exemplo, quando o time foi eliminado pelo Tolima na mesma fase, alguns torcedores foram ao centro de treinamento e tentaram agredir atletas. O calendário corintiano até a estreia no torneio é apertado. A maior parte da pré-temporada será nos EUA, entre os dias 8 e 18, com jogos contra Colônia e Leverkusen. No retorno ao Brasil, o time vai encarar o Corinthian-Casuals, dia 24, em amistoso, e depois o Marília, dia 1º de fevereiro, pelo Paulista. O calendário apertado não preocupa a comissão técnica. "O que diferencia a programação deste ano é a viagem para a Flórida, que leva pouco mais de 8 horas. O restante está adequado ao que faríamos no Brasil", disse o preparador físico do clube Fábio Mahseredjian à Folha. "Vamos treinar em lugares com boa infraestrutura. Não teremos prejuízo técnico e físico", acrescentou. No elenco que se reapresenta nesta segunda-feira são poucas as caras novas. Além da volta do técnico Tite, foram contratados os volantes Cristian, 31, e Jonas, 23, e o atacante Stiven Mendoza, 22.
| 3 |
Arquivo Aberto: No exílio, Paulo Freire tinha saudade do suco de pitanga recifense
|
Em 1991, Paulo Freire (1921-1997) era secretário de Educação de Luiza Erundina, em São Paulo. Um dia, entro em seu gabinete e o encontro sozinho. Se não chegava a chorar, muito se lamentava. – O que houve, Paulo? –perguntei eu. – Imagine, Joaquim. Agora até a direita está copiando meu método! –respondeu ele, contrariado. – Mas Paulo, o reconhecimento dos contrários, dos adversários mostra o sucesso, não o fracasso de seu método –repliquei. – Não, não! –quase me repreendeu. – Meu método de alfabetização não se separa dos valores e objetivos que defendo. É método de libertação dos trabalhadores brasileiros. E não de legitimação da opressão da direita! O método de Paulo foi descrito pela primeira vez no livro "Pedagogia do Oprimido". Livro que acredito ter sido, e continua a ser, um dos mais vendidos de autor brasileiro nos Estados Unidos. Sobretudo no circuito de universidades e educadores. Talvez até mais vendido lá do que aqui. "Pedagogia do Oprimido" foi sempre meu objeto de desejo. É que coleciono as primeiras edições dos livros que nos esclarecem sobre nós mesmos. Livros de ciências sociais, de interpretações do Brasil, como "Raízes do Brasil", de Sérgio Buarque de Holanda, "Os Sertões", de Euclydes da Cunha, "Macunaíma", de Mário de Andrade, "Um Estadista do Império", de Joaquim Nabuco, "Casa-Grande e Senzala", de Gilberto Freyre, "Os Donos do Poder", de Raymundo Faoro, e outros. Não consegui ainda a primeira edição de "Pedagogia do Oprimido". Mas, por intermédio de Moacir Gadotti, discípulo-mor de Paulo, obtive um raro fac-símile do manuscrito original do livro, com que Paulo presenteou um amigo, Jacques Chonchol, que muito o acolheu em 1968 e que o ajudou no amargo exílio no Chile. Mais ainda. Consegui o fac-símile da carta com que Paulo presenteia Jacques e Maria Edy, sua mulher. É missiva preciosa. Nem sei se foi publicada. Talvez não tenha sido. Trata-se de sofrido hino de amor ao Brasil. Nela, ao chorar por ter de deixar o país, Paulo Freire se consolava por levá-lo dentro de si. Dizia: "Deixava o Recife, seus rios, suas pontes, suas ruas de nomes gostosos - Saudade - União - 7 pecados - rua das Creoulas, do Sol, da Aurora. Deixava o cheiro da terra e das gentes do trópico. Deixava os amigos, as vozes conhecidas. Deixava o Brasil. Trazia o Brasil". Paulo foi um educador em quem as teses e antíteses se faziam sínteses. A conscientização da opressão, que o método provocava, levaria ao ideal de libertação, que o método estimulava. Nessa carta, ele faz outra síntese: a síntese da saudade sofrida. Deixava fisicamente o Brasil, forçado pelo exílio. Mas o trazia psicologicamente alimentado pela memória viva. Essa missiva, e todo o manuscrito, não foram batidos a máquina. Computador não havia. Foram escritos a caneta e a mão. É de notar que é letra bastante compreensível. Comparando com outros manuscritos, como os de Carlos Drummond, Manuel Bandeira, Gilberto Freyre, Ruy Barbosa, Ebert Chamoun e do saudoso Eduardo Portella, por exemplo, a caligrafia caracteriza-se por forma inteligível, quase desenhada. Já se disse que falar é forma de pensar. Escrever é também pensar. Escrever claro é pensar claro. Essa carta claramente expressa um pensar sobre as saudades impostas. Mas que, não obstante, estão livres de opressão e dominação. Das quais não podemos nem devemos fugir. Do Chile, Paulo foi ensinar em Harvard, nos Estados Unidos. Foi mobilizar na África. Viu o mundo. Foi para Genebra. Na década de 1970, lá nos encontramos. Tinha saudade do suco de pitanga do Recife. O que inexistia por lá. Consegui fazer vir do Brasil. Passou silente pela sisuda alfândega suíça. Celebramos então, com suco de pitanga, a saudade que ele consigo levara, que expressara na carta e que continuava intacta na Secretaria de Educação, em São Paulo. JOAQUIM FALCÃO, 72, mestre em direito pela Universidade Harvard e doutor em educação pela Universidade de Genebra, é professor da FGV Direito Rio.
|
ilustrissima
|
Arquivo Aberto: No exílio, Paulo Freire tinha saudade do suco de pitanga recifenseEm 1991, Paulo Freire (1921-1997) era secretário de Educação de Luiza Erundina, em São Paulo. Um dia, entro em seu gabinete e o encontro sozinho. Se não chegava a chorar, muito se lamentava. – O que houve, Paulo? –perguntei eu. – Imagine, Joaquim. Agora até a direita está copiando meu método! –respondeu ele, contrariado. – Mas Paulo, o reconhecimento dos contrários, dos adversários mostra o sucesso, não o fracasso de seu método –repliquei. – Não, não! –quase me repreendeu. – Meu método de alfabetização não se separa dos valores e objetivos que defendo. É método de libertação dos trabalhadores brasileiros. E não de legitimação da opressão da direita! O método de Paulo foi descrito pela primeira vez no livro "Pedagogia do Oprimido". Livro que acredito ter sido, e continua a ser, um dos mais vendidos de autor brasileiro nos Estados Unidos. Sobretudo no circuito de universidades e educadores. Talvez até mais vendido lá do que aqui. "Pedagogia do Oprimido" foi sempre meu objeto de desejo. É que coleciono as primeiras edições dos livros que nos esclarecem sobre nós mesmos. Livros de ciências sociais, de interpretações do Brasil, como "Raízes do Brasil", de Sérgio Buarque de Holanda, "Os Sertões", de Euclydes da Cunha, "Macunaíma", de Mário de Andrade, "Um Estadista do Império", de Joaquim Nabuco, "Casa-Grande e Senzala", de Gilberto Freyre, "Os Donos do Poder", de Raymundo Faoro, e outros. Não consegui ainda a primeira edição de "Pedagogia do Oprimido". Mas, por intermédio de Moacir Gadotti, discípulo-mor de Paulo, obtive um raro fac-símile do manuscrito original do livro, com que Paulo presenteou um amigo, Jacques Chonchol, que muito o acolheu em 1968 e que o ajudou no amargo exílio no Chile. Mais ainda. Consegui o fac-símile da carta com que Paulo presenteia Jacques e Maria Edy, sua mulher. É missiva preciosa. Nem sei se foi publicada. Talvez não tenha sido. Trata-se de sofrido hino de amor ao Brasil. Nela, ao chorar por ter de deixar o país, Paulo Freire se consolava por levá-lo dentro de si. Dizia: "Deixava o Recife, seus rios, suas pontes, suas ruas de nomes gostosos - Saudade - União - 7 pecados - rua das Creoulas, do Sol, da Aurora. Deixava o cheiro da terra e das gentes do trópico. Deixava os amigos, as vozes conhecidas. Deixava o Brasil. Trazia o Brasil". Paulo foi um educador em quem as teses e antíteses se faziam sínteses. A conscientização da opressão, que o método provocava, levaria ao ideal de libertação, que o método estimulava. Nessa carta, ele faz outra síntese: a síntese da saudade sofrida. Deixava fisicamente o Brasil, forçado pelo exílio. Mas o trazia psicologicamente alimentado pela memória viva. Essa missiva, e todo o manuscrito, não foram batidos a máquina. Computador não havia. Foram escritos a caneta e a mão. É de notar que é letra bastante compreensível. Comparando com outros manuscritos, como os de Carlos Drummond, Manuel Bandeira, Gilberto Freyre, Ruy Barbosa, Ebert Chamoun e do saudoso Eduardo Portella, por exemplo, a caligrafia caracteriza-se por forma inteligível, quase desenhada. Já se disse que falar é forma de pensar. Escrever é também pensar. Escrever claro é pensar claro. Essa carta claramente expressa um pensar sobre as saudades impostas. Mas que, não obstante, estão livres de opressão e dominação. Das quais não podemos nem devemos fugir. Do Chile, Paulo foi ensinar em Harvard, nos Estados Unidos. Foi mobilizar na África. Viu o mundo. Foi para Genebra. Na década de 1970, lá nos encontramos. Tinha saudade do suco de pitanga do Recife. O que inexistia por lá. Consegui fazer vir do Brasil. Passou silente pela sisuda alfândega suíça. Celebramos então, com suco de pitanga, a saudade que ele consigo levara, que expressara na carta e que continuava intacta na Secretaria de Educação, em São Paulo. JOAQUIM FALCÃO, 72, mestre em direito pela Universidade Harvard e doutor em educação pela Universidade de Genebra, é professor da FGV Direito Rio.
| 14 |
Empresas preveem 'armagedom' por mudanças no Google nesta terça
|
O Google vai mudar nesta semana a forma como seu sistema de buscas recomenda sites após pesquisas feitas em celulares, uma alteração que deve penalizar diversos sites, incluindo os da Microsoft e da União Europeia. A empresa começa nesta terça-feira (21) a atualizar a fórmula secreta usada para classificar e exibir os sites, dando prioridade aos que são formatados para dispositivos móveis e punindo os que não atenderem esse critério. Especialistas em otimização de páginas para mecanismos de buscas apelidaram a mudança de "Mobilegeddon" (junção de "mobile" e "armagedom"), prevendo que companhias despreparadas para ela vão sofrer fortemente. Um teste on-line oferecido pelo Google mostra que o site Europa, da União Europeia, não é "amigável" para celulares. Entre outros problemas, tem texto "muito pequeno para ler", os links estão "muito juntos" e o conteúdo é mais largo do que a tela. "Aqueles que não têm um site formatado para celulares não vão mais aparecer na primeira página, enquanto que rivais que têm uma presença nos dispositivos móveis vão tomar seu lugar", afirma Gabrio Linari, da The Search Agency, uma agência de marketing on-line. As pessoas raramente vão além da primeira página do Google ao fazer uma pesquisa. De acordo com dados da Somo, uma agência de marketing móvel, algumas das maiores companhias do mundo serão punidas pelo novo algoritmo. Elas incluem marcas de moda como Versace e grupos de tecnologia como a Microsoft. A mudança de sistema não vai afetar as buscas feitas em tablets ou desktops. Entretanto, como os dispositivos móveis são responsáveis por metade das buscas feitas no Google, as empresas vão notar a diferença. Não se adaptar às mudanças no Google pode ser custoso. Quando o sistema de buscas introduziu a atualização Panda 4.0 no ano passado, houve impacto financeiro para grandes marcas como o eBay, que de repente perdeu muitas posições no ranking. "Os negócios têm que acertar isso", afirmou Sam Silverwood-Cope, da companhia de análise Pi-Datametrics. Entretanto, ele afirma que "a mudança vai durar algum tempo", então pode ser interessante esperar e monitorar seus efeitos antes de fazer redesenhos caros de seus sites.
|
tec
|
Empresas preveem 'armagedom' por mudanças no Google nesta terçaO Google vai mudar nesta semana a forma como seu sistema de buscas recomenda sites após pesquisas feitas em celulares, uma alteração que deve penalizar diversos sites, incluindo os da Microsoft e da União Europeia. A empresa começa nesta terça-feira (21) a atualizar a fórmula secreta usada para classificar e exibir os sites, dando prioridade aos que são formatados para dispositivos móveis e punindo os que não atenderem esse critério. Especialistas em otimização de páginas para mecanismos de buscas apelidaram a mudança de "Mobilegeddon" (junção de "mobile" e "armagedom"), prevendo que companhias despreparadas para ela vão sofrer fortemente. Um teste on-line oferecido pelo Google mostra que o site Europa, da União Europeia, não é "amigável" para celulares. Entre outros problemas, tem texto "muito pequeno para ler", os links estão "muito juntos" e o conteúdo é mais largo do que a tela. "Aqueles que não têm um site formatado para celulares não vão mais aparecer na primeira página, enquanto que rivais que têm uma presença nos dispositivos móveis vão tomar seu lugar", afirma Gabrio Linari, da The Search Agency, uma agência de marketing on-line. As pessoas raramente vão além da primeira página do Google ao fazer uma pesquisa. De acordo com dados da Somo, uma agência de marketing móvel, algumas das maiores companhias do mundo serão punidas pelo novo algoritmo. Elas incluem marcas de moda como Versace e grupos de tecnologia como a Microsoft. A mudança de sistema não vai afetar as buscas feitas em tablets ou desktops. Entretanto, como os dispositivos móveis são responsáveis por metade das buscas feitas no Google, as empresas vão notar a diferença. Não se adaptar às mudanças no Google pode ser custoso. Quando o sistema de buscas introduziu a atualização Panda 4.0 no ano passado, houve impacto financeiro para grandes marcas como o eBay, que de repente perdeu muitas posições no ranking. "Os negócios têm que acertar isso", afirmou Sam Silverwood-Cope, da companhia de análise Pi-Datametrics. Entretanto, ele afirma que "a mudança vai durar algum tempo", então pode ser interessante esperar e monitorar seus efeitos antes de fazer redesenhos caros de seus sites.
| 10 |
Bienal de SP anuncia 54 convidados de edição que discutirá temas ecológicos
|
O alemão Jochen Volz, curador da 32ª Bienal de São Paulo, não poderia ter escolhido momento mais oportuno para anunciar as diretrizes e os artistas e coletivos da próxima edição do evento, que acontecerá entre os dias 10 de setembro e 12 de dezembro de 2016. A coletiva de imprensa desta terça (8), sobre uma Bienal que pretende discutir as estratégias da arte frente a temas como aquecimento global, extinção de espécies e perda da diversidade biológica e cultural, ocorre ao mesmo tempo em que 195 países negociam um acordo climático em Paris. A capital francesa ganhou, por conta da conferência, uma instalação de Olafur Eliasson com 12 icebergs derretendo. O artista dinamarquês não está na lista provisória da 32ª edição, mas as questões levantadas por sua obra no Panteão estão bem próximas das que norteiam o evento sob título "Incerteza Viva", que conta com o orçamento de R$ 29 milhões para o biênio. Segundo o curador, a escolha da palavra "incerteza", geralmente associada à crise, não deve ser vista como equivalente a ela. "Talvez seja preciso desvincular sua relação com o medo", diz Volz, otimista. "A arte se alimenta da incerteza, tenta controlar o incontrolável e mensurar o imensurável", acrescenta. Entre os 54 artistas anunciados (o número deve se aproximar a 90), há alguns nomes de peso, que já participaram de edições anteriores, como o argentino Victor Grippo (1936-2002) e o sueco-brasileiro Oyvind Fahlstrom (1928-1976), de quem devem ser exibidos trabalhos da série "Mapas", que enfatizava as relações políticas e econômicas entre os países (veja lista completa abaixo). Enquanto a 31ª Bienal colocou ênfase em nomes pouco absorvidos pelo público e pelo mercado, a edição atual traz entre os veteranos, além dos estrangeiros citados, o recifense Gilvan Samico (1928-2013) e o baiano José Bento. Mas não deixa também de apostar em artistas de trajetória recente, como a brasiliense Barbara Wagner, uma das selecionadas para a Temporada de Projetos 2015 no Paço das Artes, e a paulistana Vivian Caccuri, que já integrou o 33º Panorama de Arte Brasileira do MAM, em 2013. Somam-se às duas, nascidas em 1980 e 1986, respectivamente, mais 17 artistas da mesma década e outros 15 da década de 1970, dos quais fazem parte Cristiano Lenhardt, Erika Verzutti e Lais Myrrha. A equipe curatorial —composta por Volz, Gabi Ngcobo, Júlia Rebouças, Sofía Olascoaga e Lars Bang Larsen— inclui em sua seleção nomes de percursos ressaltados pela crítica, mas com pouca difusão para o público não especializado. E é para esse público, não especializado, que Voz pretende se voltar. O curador enfatiza a Bienal como evento que mais coloca a arte em contato com pessoas que não possuem por hábito visitar museus. O desafio do projeto arquitetônico e da expografia da mostra, desenvolvida pelo arquiteto Álvaro Razuk, é tornar o espaço mais acessível. * Confira a lista de artistas já confirmados na Bienal de São Paulo: Alia Farid Nasceu em Kuwait-Kuwait, 1985 Vive e trabalha no Kuwait Anawana Haloba Nasceu em Livingstone, Zâmbia, 1978 Vive e trabalha em Oslo, Noruega Bárbara Wagner Nasceu em Brasília, Brasil, 1980 Vive e trabalha em Recife, Brasil Bené Fonteles Nasceu em Bragança, Pará, Brasil, 1953 Vive e trabalha em Brasília, Brasil Carla Filipe Nasceu em Aveiro, Portugal, 1973 Vive e trabalha em Porto, Portugal Carolina Caycedo Nasceu em Londres, Reino Unido, 1978 Vive e trabalha em La Jagua, Colômbia e Los Angeles, EUA Cecilia Bengolea Nasceu em Buenos Aires, Argentina, 1984 Vive e trabalha em Paris, França Charlotte Johannesson Nasceu em Malmö, Suécia, 1943 Vive e trabalha em Skanör, Suécia Cristiano Lenhardt Nasceu em Itaara, Brasil, 1975 Vive e trabalha em Recife, Brasil Dineo Seshee Bopape Nasceu em Polokwane, África do Sul, 1981 Vive e trabalha em Joanesburgo, África do Sul Ebony G. Patterson Nasceu em Kingston, Jamaica, 1981 Vive e trabalha em Kingston, Jamaica e Lexington,EUA Eduardo Navarro Nasceu em Buenos Aires, Argentina, 1979 Vive e trabalha em Buenos Aires, Argentina Em'kal Eyongakpa Nasceu em Eshobi, Camarões, 1981 Vive e trabalha em Camarões e Amsterdã, Holanda Erika Verzutti Nasceu em São Paulo, Brasil, 1971 Vive e trabalha em São Paulo, Brasil Felipe Mujica Nasceu em Santiago, Chile, 1974 Vive e trabalha em Nova York, EUA Francis Alÿs Nasceu em Antuérpia, Bélgica, 1959 Vive e trabalha na Cidade do México, México Gabriel Abrantes Nasceu em Chapel Hill, EUA, 1984 Vive e trabalha em Lisboa, Portugal Gilvan Samico Nasceu em Recife, Brasil, 1928 - Recife, Brasil, 2013 Güneş Terkol Nasceu em Ankara, Turquia, 1981 Vive e trabalha em Istambul, Turquia Heather Phillipson Nasceu em Londres, Reino Unido, 1978 Vive e trabalha em Londres, Reino Unido Helen Sebidi Nasceu em Marapyane, África do Sul, 1943 Vive e trabalha em Joanesburgo, África do Sul Henrik Olesen Nasceu em Esbjerg, Dinamarca, 1967 Vive e trabalha em Berlim, Alemanha Hito Steyerl Nasceu em Munique, Alemanha, 1966 Vive e trabalha em Berlim, Alemanha Iza Tarasewicz Nasceu em Kolonia Koplany, Polônia, 1981 Vive e trabalha em Bialystok, Polônia e Berlim, Alemanha Jorge Mena Barreto Nasceu em Araçatuba, Brasil, 1970 Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil José Antonio Suárez Londoño Nasceu em Medellín, Colômbia, 1955 Vive e trabalha em Medellín, Colômbia José Bento Nasceu em Salvador, Brasil, 1962 Vive e trabalha em Belo Horizonte, Brasil Kathy Barry Nasceu em Christchurch, Nova Zelândia, 1967 Vive e trabalha em Auckland, Nova Zelândia Koo Jeong A Nasceu em Seul, Coreia do Sul, 1967 Vive e trabalha em toda parte Lais Myrrha Nasceu em Belo Horizonte, Brasil, 1974 Vive e trabalha em São Paulo, Brasil Lourdes Castro Nasceu em Funchal, Portugal, 1930 Vive e trabalha na Ilha da Madeira, Portugal Luke Willis Thompson Nasceu em Auckland, Nova Zelândia, 1988 Vive e trabalha em Auckland, Nova Zelândia Mariana Castillo Deball Nasceu na Cidade do México, México, 1975 Vive e trabalha em Berlim, Alemanha e Cidade do México, México Michal Helfman Nasceu em Tel Aviv, Israel, 1973 Vive e trabalha em Tel Aviv, Israel Misheck Masamvu Nasceu em Mutare, Zimbabwe, 1980 Vive e trabalha em Harare, Zimbabwe Nomeda & Gediminas Urbonas Nasceram em Kaunas / Vilnius, Lituânia, 1968/1966 Vivem e trabalham em Cambridge, MA, EUA e Vilnius, Lituânia OPAVIVARÁ! Coletivo, Rio de Janeiro, Brasil, 2005 Öyvind Fahlström Nasceu em São Paulo, Brasil, 1928 - Estocolmo, Suécia, 1976 Park McArthur Nasceu na Carolina do Norte, EUA, 1984 Vive e trabalha em Nova York, EUA Pia Lindman Nasceu em Espoo, Finlândia, 1965 Vive e trabalha na Finlândia Pierre Huyghe Nasceu em Antony, França, 1962 Vive e trabalha em Santiago, Chile e Nova York, EUA Pilar Quinteros Nasceu em Santiago, Chile, 1988 Vive e trabalha em Santiago, Chile Priscila Fernandes Nasceu em Coimbra, Portugal, 1981 Vive e trabalha em Roterdã, Holanda Rachel Rose Nasceu em Nova York, EUA, 1986 Vive e trabalha em Nova York, EUA Rikke Luther Nasceu em Aalborg, Dinamarca, 1970 Vive e trabalha em Copenhagen, Dinamarca e Berlim, Alemanha Rita Ponce de León Nasceu em Lima, Peru, 1982 Vive e trabalha na Cidade do México, México Ruth Ewan Nasceu em Aberdeen, Reino Unido, 1980 Vive e trabalha em Londres, Reino Unido Sandra Kranich Nasceu em Ludwigsburg, Alemanha, 1971 Vive e trabalha em Frankfurt, Alemanha Ursula Biemann Nasceu em Zurique, Suíça, 1955 Vive e trabalha em Zurique, Suíça Víctor Grippo Nasceu em Junín, Argentina, 1936 - Buenos Aires, Argentina, 2002 Vídeo nas Aldeias Coletivo, Olinda, Brasil, 1986 Vivian Caccuri Nasceu em São Paulo, Brasil, 1986 Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil Wilma Martins Nasceu em Belo Horizonte, Brasil, 1934 Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil William Pope.L Nasceu em Nova Jersey, EUA, 1955 Vive e trabalha nos EUA
|
ilustrada
|
Bienal de SP anuncia 54 convidados de edição que discutirá temas ecológicosO alemão Jochen Volz, curador da 32ª Bienal de São Paulo, não poderia ter escolhido momento mais oportuno para anunciar as diretrizes e os artistas e coletivos da próxima edição do evento, que acontecerá entre os dias 10 de setembro e 12 de dezembro de 2016. A coletiva de imprensa desta terça (8), sobre uma Bienal que pretende discutir as estratégias da arte frente a temas como aquecimento global, extinção de espécies e perda da diversidade biológica e cultural, ocorre ao mesmo tempo em que 195 países negociam um acordo climático em Paris. A capital francesa ganhou, por conta da conferência, uma instalação de Olafur Eliasson com 12 icebergs derretendo. O artista dinamarquês não está na lista provisória da 32ª edição, mas as questões levantadas por sua obra no Panteão estão bem próximas das que norteiam o evento sob título "Incerteza Viva", que conta com o orçamento de R$ 29 milhões para o biênio. Segundo o curador, a escolha da palavra "incerteza", geralmente associada à crise, não deve ser vista como equivalente a ela. "Talvez seja preciso desvincular sua relação com o medo", diz Volz, otimista. "A arte se alimenta da incerteza, tenta controlar o incontrolável e mensurar o imensurável", acrescenta. Entre os 54 artistas anunciados (o número deve se aproximar a 90), há alguns nomes de peso, que já participaram de edições anteriores, como o argentino Victor Grippo (1936-2002) e o sueco-brasileiro Oyvind Fahlstrom (1928-1976), de quem devem ser exibidos trabalhos da série "Mapas", que enfatizava as relações políticas e econômicas entre os países (veja lista completa abaixo). Enquanto a 31ª Bienal colocou ênfase em nomes pouco absorvidos pelo público e pelo mercado, a edição atual traz entre os veteranos, além dos estrangeiros citados, o recifense Gilvan Samico (1928-2013) e o baiano José Bento. Mas não deixa também de apostar em artistas de trajetória recente, como a brasiliense Barbara Wagner, uma das selecionadas para a Temporada de Projetos 2015 no Paço das Artes, e a paulistana Vivian Caccuri, que já integrou o 33º Panorama de Arte Brasileira do MAM, em 2013. Somam-se às duas, nascidas em 1980 e 1986, respectivamente, mais 17 artistas da mesma década e outros 15 da década de 1970, dos quais fazem parte Cristiano Lenhardt, Erika Verzutti e Lais Myrrha. A equipe curatorial —composta por Volz, Gabi Ngcobo, Júlia Rebouças, Sofía Olascoaga e Lars Bang Larsen— inclui em sua seleção nomes de percursos ressaltados pela crítica, mas com pouca difusão para o público não especializado. E é para esse público, não especializado, que Voz pretende se voltar. O curador enfatiza a Bienal como evento que mais coloca a arte em contato com pessoas que não possuem por hábito visitar museus. O desafio do projeto arquitetônico e da expografia da mostra, desenvolvida pelo arquiteto Álvaro Razuk, é tornar o espaço mais acessível. * Confira a lista de artistas já confirmados na Bienal de São Paulo: Alia Farid Nasceu em Kuwait-Kuwait, 1985 Vive e trabalha no Kuwait Anawana Haloba Nasceu em Livingstone, Zâmbia, 1978 Vive e trabalha em Oslo, Noruega Bárbara Wagner Nasceu em Brasília, Brasil, 1980 Vive e trabalha em Recife, Brasil Bené Fonteles Nasceu em Bragança, Pará, Brasil, 1953 Vive e trabalha em Brasília, Brasil Carla Filipe Nasceu em Aveiro, Portugal, 1973 Vive e trabalha em Porto, Portugal Carolina Caycedo Nasceu em Londres, Reino Unido, 1978 Vive e trabalha em La Jagua, Colômbia e Los Angeles, EUA Cecilia Bengolea Nasceu em Buenos Aires, Argentina, 1984 Vive e trabalha em Paris, França Charlotte Johannesson Nasceu em Malmö, Suécia, 1943 Vive e trabalha em Skanör, Suécia Cristiano Lenhardt Nasceu em Itaara, Brasil, 1975 Vive e trabalha em Recife, Brasil Dineo Seshee Bopape Nasceu em Polokwane, África do Sul, 1981 Vive e trabalha em Joanesburgo, África do Sul Ebony G. Patterson Nasceu em Kingston, Jamaica, 1981 Vive e trabalha em Kingston, Jamaica e Lexington,EUA Eduardo Navarro Nasceu em Buenos Aires, Argentina, 1979 Vive e trabalha em Buenos Aires, Argentina Em'kal Eyongakpa Nasceu em Eshobi, Camarões, 1981 Vive e trabalha em Camarões e Amsterdã, Holanda Erika Verzutti Nasceu em São Paulo, Brasil, 1971 Vive e trabalha em São Paulo, Brasil Felipe Mujica Nasceu em Santiago, Chile, 1974 Vive e trabalha em Nova York, EUA Francis Alÿs Nasceu em Antuérpia, Bélgica, 1959 Vive e trabalha na Cidade do México, México Gabriel Abrantes Nasceu em Chapel Hill, EUA, 1984 Vive e trabalha em Lisboa, Portugal Gilvan Samico Nasceu em Recife, Brasil, 1928 - Recife, Brasil, 2013 Güneş Terkol Nasceu em Ankara, Turquia, 1981 Vive e trabalha em Istambul, Turquia Heather Phillipson Nasceu em Londres, Reino Unido, 1978 Vive e trabalha em Londres, Reino Unido Helen Sebidi Nasceu em Marapyane, África do Sul, 1943 Vive e trabalha em Joanesburgo, África do Sul Henrik Olesen Nasceu em Esbjerg, Dinamarca, 1967 Vive e trabalha em Berlim, Alemanha Hito Steyerl Nasceu em Munique, Alemanha, 1966 Vive e trabalha em Berlim, Alemanha Iza Tarasewicz Nasceu em Kolonia Koplany, Polônia, 1981 Vive e trabalha em Bialystok, Polônia e Berlim, Alemanha Jorge Mena Barreto Nasceu em Araçatuba, Brasil, 1970 Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil José Antonio Suárez Londoño Nasceu em Medellín, Colômbia, 1955 Vive e trabalha em Medellín, Colômbia José Bento Nasceu em Salvador, Brasil, 1962 Vive e trabalha em Belo Horizonte, Brasil Kathy Barry Nasceu em Christchurch, Nova Zelândia, 1967 Vive e trabalha em Auckland, Nova Zelândia Koo Jeong A Nasceu em Seul, Coreia do Sul, 1967 Vive e trabalha em toda parte Lais Myrrha Nasceu em Belo Horizonte, Brasil, 1974 Vive e trabalha em São Paulo, Brasil Lourdes Castro Nasceu em Funchal, Portugal, 1930 Vive e trabalha na Ilha da Madeira, Portugal Luke Willis Thompson Nasceu em Auckland, Nova Zelândia, 1988 Vive e trabalha em Auckland, Nova Zelândia Mariana Castillo Deball Nasceu na Cidade do México, México, 1975 Vive e trabalha em Berlim, Alemanha e Cidade do México, México Michal Helfman Nasceu em Tel Aviv, Israel, 1973 Vive e trabalha em Tel Aviv, Israel Misheck Masamvu Nasceu em Mutare, Zimbabwe, 1980 Vive e trabalha em Harare, Zimbabwe Nomeda & Gediminas Urbonas Nasceram em Kaunas / Vilnius, Lituânia, 1968/1966 Vivem e trabalham em Cambridge, MA, EUA e Vilnius, Lituânia OPAVIVARÁ! Coletivo, Rio de Janeiro, Brasil, 2005 Öyvind Fahlström Nasceu em São Paulo, Brasil, 1928 - Estocolmo, Suécia, 1976 Park McArthur Nasceu na Carolina do Norte, EUA, 1984 Vive e trabalha em Nova York, EUA Pia Lindman Nasceu em Espoo, Finlândia, 1965 Vive e trabalha na Finlândia Pierre Huyghe Nasceu em Antony, França, 1962 Vive e trabalha em Santiago, Chile e Nova York, EUA Pilar Quinteros Nasceu em Santiago, Chile, 1988 Vive e trabalha em Santiago, Chile Priscila Fernandes Nasceu em Coimbra, Portugal, 1981 Vive e trabalha em Roterdã, Holanda Rachel Rose Nasceu em Nova York, EUA, 1986 Vive e trabalha em Nova York, EUA Rikke Luther Nasceu em Aalborg, Dinamarca, 1970 Vive e trabalha em Copenhagen, Dinamarca e Berlim, Alemanha Rita Ponce de León Nasceu em Lima, Peru, 1982 Vive e trabalha na Cidade do México, México Ruth Ewan Nasceu em Aberdeen, Reino Unido, 1980 Vive e trabalha em Londres, Reino Unido Sandra Kranich Nasceu em Ludwigsburg, Alemanha, 1971 Vive e trabalha em Frankfurt, Alemanha Ursula Biemann Nasceu em Zurique, Suíça, 1955 Vive e trabalha em Zurique, Suíça Víctor Grippo Nasceu em Junín, Argentina, 1936 - Buenos Aires, Argentina, 2002 Vídeo nas Aldeias Coletivo, Olinda, Brasil, 1986 Vivian Caccuri Nasceu em São Paulo, Brasil, 1986 Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil Wilma Martins Nasceu em Belo Horizonte, Brasil, 1934 Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil William Pope.L Nasceu em Nova Jersey, EUA, 1955 Vive e trabalha nos EUA
| 6 |
Netfarma cancela compra já paga e não devolve dinheiro, diz leitora
|
A leitora Zilmar Vieira de Souza reclama de problemas com a farmácia Netfarma. Ela conta que fez uma compra pelo site da loja virtual em 21 de outubro e efetuou o pagamento via boleto bancário. Contudo, depois de pagar, recebeu um e-mail com o cancelamento da compra por falta de pagamento. Zilmar afirma que enviou cópia do comprovante à empresa e entrou em contato repetidas vezes com o SAC e a Ouvidoria da loja, com abertura de diversos protocolos, mas não encontrou solução em mais de um mês. "Há dias disseram que iam depositar o dinheiro e até agora nada", desabafou a leitora 34 dias depois de ter efetuado o pagamento. Resposta - A Netfarma afirma que entrou em contato com a cliente e realizou o reembolso do valor, enviando-lhe o comprovante do pagamento por e-mail. - Queixa de Lidiane de Mello Wohlers: confusão no extrato Ticket Restaurante fornece extratos com valores diferentes para o mesmo dia. Além disso, fez descontos incorretos de valores, que, após contestação, foram revisados e devolvidos. Resposta da Ticket Restaurante Afirma que checou os fatores responsáveis pela variação no cartão e tomou as medidas cabíveis - Queixa de Fernando Antonio Sousa Peleteiro: carro problemático HR-V da Honda, comprado há menos de seis meses, apresentou dois problemas. O limpador de para-brisas faz barulho. Além disso, um problema na suspensão causava muito barulho dentro do carro. Resposta da Honda Informa que permanece à disposição e que o veículo foi reparado e entregue ao cliente - Queixa de Mirna Gleich: entrega atrasada Compra feita pelo site do Ponto Frio tinha previsão de entrega em 20 dias. Porém, passado o período, produto não chegou. Cobrada pela cliente várias vezes, loja não apresentou solução para o problema. Resposta do Ponto Frio Esclarece que o produto é vendido por parceiro e que foi entregue no dia 11 de novembro. - Queixa de Wagner Silva dos Santos: cobrança indevida Catho cobra indevidamente de cliente assinatura, mesmo após este ter cancelado dentro do período de teste gratuito (sete dias). Cliente não conseguiu contato com a empresa por telefone ou pela internet. Resposta da Catho Diz que entrou em contato com o cliente e esclareceu as informações sobre a cobrança.
|
paineldoleitor
|
Netfarma cancela compra já paga e não devolve dinheiro, diz leitoraA leitora Zilmar Vieira de Souza reclama de problemas com a farmácia Netfarma. Ela conta que fez uma compra pelo site da loja virtual em 21 de outubro e efetuou o pagamento via boleto bancário. Contudo, depois de pagar, recebeu um e-mail com o cancelamento da compra por falta de pagamento. Zilmar afirma que enviou cópia do comprovante à empresa e entrou em contato repetidas vezes com o SAC e a Ouvidoria da loja, com abertura de diversos protocolos, mas não encontrou solução em mais de um mês. "Há dias disseram que iam depositar o dinheiro e até agora nada", desabafou a leitora 34 dias depois de ter efetuado o pagamento. Resposta - A Netfarma afirma que entrou em contato com a cliente e realizou o reembolso do valor, enviando-lhe o comprovante do pagamento por e-mail. - Queixa de Lidiane de Mello Wohlers: confusão no extrato Ticket Restaurante fornece extratos com valores diferentes para o mesmo dia. Além disso, fez descontos incorretos de valores, que, após contestação, foram revisados e devolvidos. Resposta da Ticket Restaurante Afirma que checou os fatores responsáveis pela variação no cartão e tomou as medidas cabíveis - Queixa de Fernando Antonio Sousa Peleteiro: carro problemático HR-V da Honda, comprado há menos de seis meses, apresentou dois problemas. O limpador de para-brisas faz barulho. Além disso, um problema na suspensão causava muito barulho dentro do carro. Resposta da Honda Informa que permanece à disposição e que o veículo foi reparado e entregue ao cliente - Queixa de Mirna Gleich: entrega atrasada Compra feita pelo site do Ponto Frio tinha previsão de entrega em 20 dias. Porém, passado o período, produto não chegou. Cobrada pela cliente várias vezes, loja não apresentou solução para o problema. Resposta do Ponto Frio Esclarece que o produto é vendido por parceiro e que foi entregue no dia 11 de novembro. - Queixa de Wagner Silva dos Santos: cobrança indevida Catho cobra indevidamente de cliente assinatura, mesmo após este ter cancelado dentro do período de teste gratuito (sete dias). Cliente não conseguiu contato com a empresa por telefone ou pela internet. Resposta da Catho Diz que entrou em contato com o cliente e esclareceu as informações sobre a cobrança.
| 8 |
Após chuvas, SP terá final de semana com geada e temperaturas de até 6°C
|
Após dias instáveis, a região metropolitana de São Paulo deve ter um fim de semana de sol e sem chuva. Apesar disso, o frio aumenta, podendo ocorrer geadas em pontos isolados e temperaturas de até 6°C, segundo previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A frente fria que chegou à região nesta sexta (9) deve se afastar rapidamente, empurrada por uma massa de ar frio que vai acentuar ainda mais a queda das temperaturas. Já na madrugada de sábado (10), os termômetros devem marcar frio recorde para o ano. O Inmet prevê as mínimas variando de 4°C, nas regiões menos urbanizadas, com possibilidade de geada, até 7°C nas áreas mais densamente urbanizadas –daí as médias em torno dos 6°C. No decorrer do dia, o sol aparece forte e eleva as temperaturas, que podem chegar a 18°C. No domingo (11), o tempo não muda muito, mantendo as madrugadas frias e o sol à tarde. Também não são esperadas chuvas. Assim, a mínima deve se repetir, em torno dos 6°C, enquanto a máxima sobe um pouco mais, chegando aos 22°C. No Estado, as geadas ganham força, principalmente, no domingo. Com isso, apenas o litoral não tem previsão de ocorrência do fenômeno. Já as temperaturas podem chegar a 0°C em regiões como a de Itapetininga e da serra da Mantiqueira durante as madrugadas. Na segunda (12), a massa de ar seco perde força em todo o Estado aumentando a nebulosidade, podendo ocorrer chuvas isoladas à tarde. As temperaturas sobem um pouco, mas a sensação de frio continua, com os termômetros marcando entre 9°C e 24°C na capital paulista.
|
cotidiano
|
Após chuvas, SP terá final de semana com geada e temperaturas de até 6°CApós dias instáveis, a região metropolitana de São Paulo deve ter um fim de semana de sol e sem chuva. Apesar disso, o frio aumenta, podendo ocorrer geadas em pontos isolados e temperaturas de até 6°C, segundo previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A frente fria que chegou à região nesta sexta (9) deve se afastar rapidamente, empurrada por uma massa de ar frio que vai acentuar ainda mais a queda das temperaturas. Já na madrugada de sábado (10), os termômetros devem marcar frio recorde para o ano. O Inmet prevê as mínimas variando de 4°C, nas regiões menos urbanizadas, com possibilidade de geada, até 7°C nas áreas mais densamente urbanizadas –daí as médias em torno dos 6°C. No decorrer do dia, o sol aparece forte e eleva as temperaturas, que podem chegar a 18°C. No domingo (11), o tempo não muda muito, mantendo as madrugadas frias e o sol à tarde. Também não são esperadas chuvas. Assim, a mínima deve se repetir, em torno dos 6°C, enquanto a máxima sobe um pouco mais, chegando aos 22°C. No Estado, as geadas ganham força, principalmente, no domingo. Com isso, apenas o litoral não tem previsão de ocorrência do fenômeno. Já as temperaturas podem chegar a 0°C em regiões como a de Itapetininga e da serra da Mantiqueira durante as madrugadas. Na segunda (12), a massa de ar seco perde força em todo o Estado aumentando a nebulosidade, podendo ocorrer chuvas isoladas à tarde. As temperaturas sobem um pouco, mas a sensação de frio continua, com os termômetros marcando entre 9°C e 24°C na capital paulista.
| 5 |
Ônibus elétrico movido 100% a bateria divide usuários em Campinas (SP)
|
Campinas, no interior paulista, começou a usar ônibus elétricos movidos 100% a bateria no seu sistema de transporte coletivo. A novidade, porém, dividiu as opiniões entre os usuários do serviço. A cidade terá dez veículos assim. Dentro do ônibus, as baterias não podem ser vistas, mas ocupam parte do espaço que poderia ser usado por passageiros, na entrada e nos fundos. São elas que fornecem força para o sistema de tração. Não há motor a combustão. O primeiro ônibus começou a rodar no início do mês, e o segundo deve entrar em operação em dezembro. O coletivo circula das 6h às 20h, sem recarga, e faz seis viagens de ida e volta na linha que liga a periferia à região central. A autonomia total é de 250 quilômetros. No dia em que a reportagem da Folha circulou com o veículo, de fabricação chinesa, cinco dos dez passageiros aprovaram o ônibus. O restante apontou problemas. Todos, porém, foram unânimes em elogiar o silêncio e o conforto, pouco comum nos ônibus tradicionais, e o benefício ao ambiente, em razão da emissão zero de poluentes na atmosfera. Entre as reclamações, disseram que o veículo é mais lento do que os convencionais, movidos a biodiesel. Também citaram o espaço menor, por causa das baterias, e a pouca ventilação, devido a janelas menores. "Achei mais lento, principalmente no sentido bairro. Não sei se é porque tem mais gente. E a ventilação também é ruim. Aqui dentro está muito quente", disse Alana Cristina do Nascimento, 32. Já para o aposentado João Francisco de Almeida, 72, o tamanho do ônibus é a maior preocupação. "É confortável, silencioso, só que na hora do rush não carrega muita gente, né?", disse. RECARGA A capacidade é de 20 pessoas sentadas e 70 em pé. No ônibus padrão, são 32 pessoas sentadas e 90 em pé. Os ventiladores instalados no teto são insuficientes. O gerente administrativo da Itajaí Transportes, Uilson Moraes, confirma que a potência do ônibus elétrico é menor que a dos convencionais, mas diz que a velocidade desempenhada é compatível com as vias da cidade. "Nosso principal objetivo é com o fato do ônibus ser ecologicamente correto, silencioso e mais confortável. Estamos caminhando para o futuro. Mas é lógico que o usuário quer mais", disse ele. Hoje, as baterias são recarregadas pela energia de um gerador a diesel. A empresa negocia o fornecimento de energia para recarga com a concessionária local. Para o motorista, o conforto é grande. O veículo é automático, não exige a troca de marchas. O painel é eletrônico e câmeras ajudam a enxergar o movimento de saída dos passageiros pelas portas traseiras. O contrato de locação, feito com a fabricante chinesa BYD, é por cinco anos. O valor não foi divulgado.
|
cotidiano
|
Ônibus elétrico movido 100% a bateria divide usuários em Campinas (SP)Campinas, no interior paulista, começou a usar ônibus elétricos movidos 100% a bateria no seu sistema de transporte coletivo. A novidade, porém, dividiu as opiniões entre os usuários do serviço. A cidade terá dez veículos assim. Dentro do ônibus, as baterias não podem ser vistas, mas ocupam parte do espaço que poderia ser usado por passageiros, na entrada e nos fundos. São elas que fornecem força para o sistema de tração. Não há motor a combustão. O primeiro ônibus começou a rodar no início do mês, e o segundo deve entrar em operação em dezembro. O coletivo circula das 6h às 20h, sem recarga, e faz seis viagens de ida e volta na linha que liga a periferia à região central. A autonomia total é de 250 quilômetros. No dia em que a reportagem da Folha circulou com o veículo, de fabricação chinesa, cinco dos dez passageiros aprovaram o ônibus. O restante apontou problemas. Todos, porém, foram unânimes em elogiar o silêncio e o conforto, pouco comum nos ônibus tradicionais, e o benefício ao ambiente, em razão da emissão zero de poluentes na atmosfera. Entre as reclamações, disseram que o veículo é mais lento do que os convencionais, movidos a biodiesel. Também citaram o espaço menor, por causa das baterias, e a pouca ventilação, devido a janelas menores. "Achei mais lento, principalmente no sentido bairro. Não sei se é porque tem mais gente. E a ventilação também é ruim. Aqui dentro está muito quente", disse Alana Cristina do Nascimento, 32. Já para o aposentado João Francisco de Almeida, 72, o tamanho do ônibus é a maior preocupação. "É confortável, silencioso, só que na hora do rush não carrega muita gente, né?", disse. RECARGA A capacidade é de 20 pessoas sentadas e 70 em pé. No ônibus padrão, são 32 pessoas sentadas e 90 em pé. Os ventiladores instalados no teto são insuficientes. O gerente administrativo da Itajaí Transportes, Uilson Moraes, confirma que a potência do ônibus elétrico é menor que a dos convencionais, mas diz que a velocidade desempenhada é compatível com as vias da cidade. "Nosso principal objetivo é com o fato do ônibus ser ecologicamente correto, silencioso e mais confortável. Estamos caminhando para o futuro. Mas é lógico que o usuário quer mais", disse ele. Hoje, as baterias são recarregadas pela energia de um gerador a diesel. A empresa negocia o fornecimento de energia para recarga com a concessionária local. Para o motorista, o conforto é grande. O veículo é automático, não exige a troca de marchas. O painel é eletrônico e câmeras ajudam a enxergar o movimento de saída dos passageiros pelas portas traseiras. O contrato de locação, feito com a fabricante chinesa BYD, é por cinco anos. O valor não foi divulgado.
| 5 |
Os intelectuais são do bem?
|
Tenho me perguntado uma coisa há algum tempo, e o leitor que me acompanha sabe disso. A pergunta que me atormenta é: por que nós intelectuais achamos que somos do bem? Explico meu estranhamento. Intelectuais são pessoas normais e, portanto, movem-se por interesses que nem sempre podem ser confessados em voz alta. Por exemplo: vaidade, ambição, paixões, racionalizações pragmáticas, inveja, ódio, amor, instintos competitivos; enfim, nada de novo no front. E dinheiro? Claro que sim, mas, em nossa vida de profissionais do saber, normalmente, isso se traduz em "verbas de pesquisa", "horas-aula", "palestras", "concursos". No fim das contas, é grana. E prestígio, moeda de alto valor em nosso mundo. Principalmente porque esse nosso mundo é pobrinho de grana. Logo, vaidades tomam o lugar da pouca quantidade de grana. Mas mente-se com frequência em relação aos interesses financeiros nesse mundo (principalmente no Brasil, que patina numa mentalidade neolítica contra a sociedade de mercado), normalmente por mera pose. E fatos como esses (refiro-me a esta pose) é que me levam de novo à pergunta inicial: por que nós intelectuais assumimos que somos do bem? Penso que uma primeira resposta está em nossa vaidade: resta-nos a pose de ser do bem, já que não temos muito dinheiro e, fora do nosso mundo, não temos muito prestígio. Ser do bem é uma vaidade que data, no mínimo, do clero católico medieval. Nós intelectuais somos o novo clero do mundo: posamos de representantes do sumo bem, mas agimos como todo humano miserável, movido pelas mesma paixões dos "ignorantes". Mas tem mais coisa nesse angu. Qualquer um pode ver esta percepção de que somos do bem no modo arrogante como assumimos que as pessoas comuns são meio idiotas (ainda que não digamos isso claramente). Por exemplo, essa gente iletrada a favor da maioridade penal, contra o aborto, que come carne aos montes, que "acredita na família" (só gente inculta comete esse erro), que pensa que com armas nas mãos pode se defender de bandidos, que acha que o mundo está dividido em "gente de bem" e "bandidos", ou seja, essa gente comum é de uma estupidez que choca nosso intelecto muito mais "bem informado". Acho que há alguns indícios na própria história da filosofia que alimentam essa vaidade de nos tomarmos como gente do bem a priori. Já Platão, ao reagir à religião grega ou à tragédia, vê sua filosofia como uma "reforma do mundo". Com a chegada do cristianismo na filosofia, a ideia de que os "homens do conhecimento" eram homens de Deus tornou-se uma presunção de superioridade moral ainda maior. Mas é com o advento do iluminismo francês e da teologização da política por gente como Rousseau e Marx (quem quiser aprofundar essa ideia leia Isaiah Berlin) que a arrogância intelectual chegou ao seu perfil contemporâneo. A política se fez teologia, e nós, seus agentes da graça redentora. É verdade que quando você estuda mais, você fica com um olhar mais "sofisticado" para o mundo. Mas essa "sofisticação" implica que o saber comum, impregnado no cotidiano de milhares de pessoas, seja menor do que o de uma só pessoa que lê muitos livros? Ou que essa "sofisticação" torna você uma pessoa moralmente melhor? Não creio. Intelectuais aderem a toda forma de humilhação cotidiana de outras pessoas, assim como aderiram a toda forma de violência política no século 20. Mas, ainda assim, minha tribo está segura de que representa o néctar moral do mundo. Basta ver a história recente do PT (grêmio que reuniu a esmagadora maioria dos intelectuais brasileiros nos últimos tempos) para ver o ridículo dessa gente. E o pior é a pergunta que decorre diretamente da derrocada moral do PT: como esses intelectuais "brilhantes" não foram capazes de enxergar que o glorioso partido era na realidade uma assembleia de gente no mínimo "duvidosa" moralmente? Todos esses anos de estudos para apostar numa entidade corrupta como esta? Intelectuais não são reserva de moral nenhuma. Não somos os guardiões do bem. E é desse "não" lugar que devemos falar.
|
colunas
|
Os intelectuais são do bem?Tenho me perguntado uma coisa há algum tempo, e o leitor que me acompanha sabe disso. A pergunta que me atormenta é: por que nós intelectuais achamos que somos do bem? Explico meu estranhamento. Intelectuais são pessoas normais e, portanto, movem-se por interesses que nem sempre podem ser confessados em voz alta. Por exemplo: vaidade, ambição, paixões, racionalizações pragmáticas, inveja, ódio, amor, instintos competitivos; enfim, nada de novo no front. E dinheiro? Claro que sim, mas, em nossa vida de profissionais do saber, normalmente, isso se traduz em "verbas de pesquisa", "horas-aula", "palestras", "concursos". No fim das contas, é grana. E prestígio, moeda de alto valor em nosso mundo. Principalmente porque esse nosso mundo é pobrinho de grana. Logo, vaidades tomam o lugar da pouca quantidade de grana. Mas mente-se com frequência em relação aos interesses financeiros nesse mundo (principalmente no Brasil, que patina numa mentalidade neolítica contra a sociedade de mercado), normalmente por mera pose. E fatos como esses (refiro-me a esta pose) é que me levam de novo à pergunta inicial: por que nós intelectuais assumimos que somos do bem? Penso que uma primeira resposta está em nossa vaidade: resta-nos a pose de ser do bem, já que não temos muito dinheiro e, fora do nosso mundo, não temos muito prestígio. Ser do bem é uma vaidade que data, no mínimo, do clero católico medieval. Nós intelectuais somos o novo clero do mundo: posamos de representantes do sumo bem, mas agimos como todo humano miserável, movido pelas mesma paixões dos "ignorantes". Mas tem mais coisa nesse angu. Qualquer um pode ver esta percepção de que somos do bem no modo arrogante como assumimos que as pessoas comuns são meio idiotas (ainda que não digamos isso claramente). Por exemplo, essa gente iletrada a favor da maioridade penal, contra o aborto, que come carne aos montes, que "acredita na família" (só gente inculta comete esse erro), que pensa que com armas nas mãos pode se defender de bandidos, que acha que o mundo está dividido em "gente de bem" e "bandidos", ou seja, essa gente comum é de uma estupidez que choca nosso intelecto muito mais "bem informado". Acho que há alguns indícios na própria história da filosofia que alimentam essa vaidade de nos tomarmos como gente do bem a priori. Já Platão, ao reagir à religião grega ou à tragédia, vê sua filosofia como uma "reforma do mundo". Com a chegada do cristianismo na filosofia, a ideia de que os "homens do conhecimento" eram homens de Deus tornou-se uma presunção de superioridade moral ainda maior. Mas é com o advento do iluminismo francês e da teologização da política por gente como Rousseau e Marx (quem quiser aprofundar essa ideia leia Isaiah Berlin) que a arrogância intelectual chegou ao seu perfil contemporâneo. A política se fez teologia, e nós, seus agentes da graça redentora. É verdade que quando você estuda mais, você fica com um olhar mais "sofisticado" para o mundo. Mas essa "sofisticação" implica que o saber comum, impregnado no cotidiano de milhares de pessoas, seja menor do que o de uma só pessoa que lê muitos livros? Ou que essa "sofisticação" torna você uma pessoa moralmente melhor? Não creio. Intelectuais aderem a toda forma de humilhação cotidiana de outras pessoas, assim como aderiram a toda forma de violência política no século 20. Mas, ainda assim, minha tribo está segura de que representa o néctar moral do mundo. Basta ver a história recente do PT (grêmio que reuniu a esmagadora maioria dos intelectuais brasileiros nos últimos tempos) para ver o ridículo dessa gente. E o pior é a pergunta que decorre diretamente da derrocada moral do PT: como esses intelectuais "brilhantes" não foram capazes de enxergar que o glorioso partido era na realidade uma assembleia de gente no mínimo "duvidosa" moralmente? Todos esses anos de estudos para apostar numa entidade corrupta como esta? Intelectuais não são reserva de moral nenhuma. Não somos os guardiões do bem. E é desse "não" lugar que devemos falar.
| 1 |
Diretor diz ter filmado 'Gabriel e a Montanha' para reencontrar amigo
|
Conheci Gabriel Buchmann aos sete anos de idade. Estudamos juntos até os 17 no Colégio de São Bento, no Rio. Ele morava no Grajaú, e eu na Barra. Seu apelido era Gabiruba, e ele me chamava de Gamarano. Não éramos tão próximos, mas gostávamos muito um do outro. Começamos a fazer economia na PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio), até que, aos 19, ganhei uma bolsa para estudar cinema em Nova York. Morei lá por nove anos. Perdemos contato. Gabriel seguiu com os estudos na PUC e com a pesquisa na FGV do Rio (Fundação Getulio Vargas), até ganhar uma bolsa integral para o doutorado na Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA), onde iria estudar políticas públicas para países em desenvolvimento. Idealista, ele queria reduzir a desigualdade social. Como preparação, decidiu tirar um ano sabático para realizar um sonho antigo: viajar o mundo de forma sustentável, vivendo como os habitantes de cada região. Na África, queria ver de perto a pobreza. Seus colegas economistas não o entendiam: o que ele poderia aprender sobre pobreza com os pobres, sem distância científica? Ele não cabia nessa ortodoxia acadêmica: tinha que ver o mundo, subir montanhas, talvez em busca de algo mais puro, belo e absoluto. Minha memória mais forte de Gabriel é a de me sentir observado por ele nos pilotis da PUC com um sorriso misterioso, que hoje interpreto como o reconhecimento de um futuro em que seríamos muito mais próximos. Gabriel partiu em sua viagem pouco antes de eu voltar de vez ao Brasil, em 2008. Após sua morte por hipotermia no mítico monte Mulanje, no sul do Maláui, em 2009, sua mãe, sua irmã e sua namorada dividiram comigo seu arquivo: e-mails, fotos e anotações que fez durante a viagem. Essa foi a base do primeiro roteiro de "Gabriel e a Montanha", filme realizado em quatro países africanos. Rodado sete anos após a morte de Gabriel, o longa retrata seus últimos 70 dias de vida. Naquele arquivo, havia um pen drive com uma pasta que continha artigos e conquistas de seus amigos. Entre eles, um PDF com a ficha técnica e os prêmios do meu curta-metragem de 2007, "Beijo de Sal". Fiquei emocionado. Na busca por nossa última troca de e-mails, descobri um não lido, enviado à lista dos ex-alunos do São Bento, em que ele dizia que estava indo a Nova York e queria me encontrar. Chorei. Não devia acompanhar a lista naquela época. Por que não me escreveu diretamente? Senti culpa, como se não tivesse sido um bom amigo. Tentaria mudar isso com o filme, com a encenação dos últimos encontros de Gabriel –e, assim, eu mesmo poderia reencontrá-lo. Filmamos nos lugares onde ele esteve, com as pessoas que encontrou, com algumas de suas roupas e objetos reais. Alguns itens não tínhamos, como as luvas. Gabriel foi encontrado com apenas uma luva na mão. Nossa figurinista, Gabi Campos, produziu um par parecido com o original. No último dia de filmagem, andamos quatro horas rumo ao ninho improvisado onde Gabriel foi encontrado, sob uma rocha enviesada. No meio da caminhada, descobri que Pedro von Tiesenhausen, nosso assistente de arte, havia perdido as luvas do figurino na véspera e tinha ficado no abrigo para procurá-las. Pelo rádio, ele me perguntou se podia se juntar a nós apesar de não as ter encontrado, e eu disse que sim, por favor. Ele era nosso MacGyver e anjo da guarda, tinha que estar conosco até o fim. Quando Pedro chegou, me deu um abraço, pediu desculpas pelas luvas e entrou no ninho para cobri-lo com as plantas que protegeram e camuflaram Gabriel na natureza. Ele meditou, enterrou a mão no chão sobre o qual meu amigo dormiu pela última vez e sentiu algo sob a terra. Saiu do ninho com a segunda e verdadeira luva de Gabriel, sete anos depois. Com lágrimas nos olhos, disse: "Ele veio se despedir." Senti que meu amigo perdido reapareceu não só pra mim, mas para todos da equipe, que agora se sentia próxima de Gabiruba. Deixamos a luva lá mesmo, no paraíso onde Gabriel finalmente parou. FELLIPE GAMARANO BARBOSA, 37, cineasta, dirigiu "Casa Grande" e lança "Gabriel e a Montanha" no Festival do Rio em 11/10 e em circuito nacional no dia 2/11.
|
ilustrissima
|
Diretor diz ter filmado 'Gabriel e a Montanha' para reencontrar amigoConheci Gabriel Buchmann aos sete anos de idade. Estudamos juntos até os 17 no Colégio de São Bento, no Rio. Ele morava no Grajaú, e eu na Barra. Seu apelido era Gabiruba, e ele me chamava de Gamarano. Não éramos tão próximos, mas gostávamos muito um do outro. Começamos a fazer economia na PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio), até que, aos 19, ganhei uma bolsa para estudar cinema em Nova York. Morei lá por nove anos. Perdemos contato. Gabriel seguiu com os estudos na PUC e com a pesquisa na FGV do Rio (Fundação Getulio Vargas), até ganhar uma bolsa integral para o doutorado na Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA), onde iria estudar políticas públicas para países em desenvolvimento. Idealista, ele queria reduzir a desigualdade social. Como preparação, decidiu tirar um ano sabático para realizar um sonho antigo: viajar o mundo de forma sustentável, vivendo como os habitantes de cada região. Na África, queria ver de perto a pobreza. Seus colegas economistas não o entendiam: o que ele poderia aprender sobre pobreza com os pobres, sem distância científica? Ele não cabia nessa ortodoxia acadêmica: tinha que ver o mundo, subir montanhas, talvez em busca de algo mais puro, belo e absoluto. Minha memória mais forte de Gabriel é a de me sentir observado por ele nos pilotis da PUC com um sorriso misterioso, que hoje interpreto como o reconhecimento de um futuro em que seríamos muito mais próximos. Gabriel partiu em sua viagem pouco antes de eu voltar de vez ao Brasil, em 2008. Após sua morte por hipotermia no mítico monte Mulanje, no sul do Maláui, em 2009, sua mãe, sua irmã e sua namorada dividiram comigo seu arquivo: e-mails, fotos e anotações que fez durante a viagem. Essa foi a base do primeiro roteiro de "Gabriel e a Montanha", filme realizado em quatro países africanos. Rodado sete anos após a morte de Gabriel, o longa retrata seus últimos 70 dias de vida. Naquele arquivo, havia um pen drive com uma pasta que continha artigos e conquistas de seus amigos. Entre eles, um PDF com a ficha técnica e os prêmios do meu curta-metragem de 2007, "Beijo de Sal". Fiquei emocionado. Na busca por nossa última troca de e-mails, descobri um não lido, enviado à lista dos ex-alunos do São Bento, em que ele dizia que estava indo a Nova York e queria me encontrar. Chorei. Não devia acompanhar a lista naquela época. Por que não me escreveu diretamente? Senti culpa, como se não tivesse sido um bom amigo. Tentaria mudar isso com o filme, com a encenação dos últimos encontros de Gabriel –e, assim, eu mesmo poderia reencontrá-lo. Filmamos nos lugares onde ele esteve, com as pessoas que encontrou, com algumas de suas roupas e objetos reais. Alguns itens não tínhamos, como as luvas. Gabriel foi encontrado com apenas uma luva na mão. Nossa figurinista, Gabi Campos, produziu um par parecido com o original. No último dia de filmagem, andamos quatro horas rumo ao ninho improvisado onde Gabriel foi encontrado, sob uma rocha enviesada. No meio da caminhada, descobri que Pedro von Tiesenhausen, nosso assistente de arte, havia perdido as luvas do figurino na véspera e tinha ficado no abrigo para procurá-las. Pelo rádio, ele me perguntou se podia se juntar a nós apesar de não as ter encontrado, e eu disse que sim, por favor. Ele era nosso MacGyver e anjo da guarda, tinha que estar conosco até o fim. Quando Pedro chegou, me deu um abraço, pediu desculpas pelas luvas e entrou no ninho para cobri-lo com as plantas que protegeram e camuflaram Gabriel na natureza. Ele meditou, enterrou a mão no chão sobre o qual meu amigo dormiu pela última vez e sentiu algo sob a terra. Saiu do ninho com a segunda e verdadeira luva de Gabriel, sete anos depois. Com lágrimas nos olhos, disse: "Ele veio se despedir." Senti que meu amigo perdido reapareceu não só pra mim, mas para todos da equipe, que agora se sentia próxima de Gabiruba. Deixamos a luva lá mesmo, no paraíso onde Gabriel finalmente parou. FELLIPE GAMARANO BARBOSA, 37, cineasta, dirigiu "Casa Grande" e lança "Gabriel e a Montanha" no Festival do Rio em 11/10 e em circuito nacional no dia 2/11.
| 14 |
Filme sobre cozinheiro neurótico reduz gastronomia a figurante
|
Elevados à condição de gênios, cozinheiros viraram celebridades, são tratados pela afetada denominação de "chefs" e estão em todo lugar, dos programas de TV ao cinema. "Pegando Fogo" conta a história de Alan Jones (Bradley Cooper), que quer abrir simplesmente "o melhor restaurante do mundo" e conseguir as sonhadas três estrelas do guia "Michelin". Jones conquistou a segunda estrela em um restaurante parisiense. Mas o sucesso subiu-lhe à cabeça, e ele se tornou irascível com seus comandados e se afundou no álcool e nas drogas. Anos depois, livre dos vícios, tenta reconstruir sua reputação em Londres –algo pouco verossímil na alta gastronomia. Na capital inglesa, ele monta uma equipe com jovens cozinheiros e começa a busca pelo Santo Graal. Mas os fantasmas do passado não tardam a reaparecer: credores de Paris ressurgem para cobrar uma vultosa dívida, e Jones mostra que continua arrogante e irritadiço. O filme, aliás, dá muito mais espaço ao temperamento neurótico desse cozinheiro narcisista, arrogante e pretensioso do que às supostas maravilhas gastronômicas que é capaz de produzir. Em suas frequentes explosões de ira, Jones berra, xinga, quebra pratos, atira panelas e humilha quem estiver pela frente. Esses surtos e a predileção pela intimidação lembram muito o britânico Gordon Ramsay –estrela de uma série de programas de televisão. Não é coincidência, já que Bradley Cooper conversou bastante com Ramsay para compor o personagem. O grande rival de Jones também se caracteriza pelos acessos de fúria, destruindo mesas e cadeiras de seu próprio restaurante, cego de raiva e inveja do concorrente. É claro que a busca da excelência pode ser estressante, mas o exagero é levado ao extremo. A obsessão pela perfeição que o filme celebra é outro tolo excesso, pois ela se faz por meio da apologia da violência, da adrenalina. Obedece à motivação contemporânea do sucesso a qualquer preço. A cozinha é o principal cenário do filme e não se vê ninguém tendo prazer em cozinhar. A elaboração dos pratos, a discussão sobre ingredientes e outras especificidades da gastronomia, que seriam um aspecto importante em um filme com essa temática, brilham pela ausência. Frenéticas, fatiadas por uma montagem agitada, as cenas dos "chefs" em ação não mostram nada além de tensão e correria. Os alimentos aparecem em rápidos primeiros planos, são meros figurantes e não um deleite para os olhos. No meio dessa balbúrdia, a historinha de amor de Jones com Helène (Sienna Miller), sua assistente, é mais uma gota num oceano de mediocridade. Redutor, cheio de clichês e sem uma história para contar, o filme é intragável. Pegando Fogo (Burnt) DIREÇÃO John Wells ELENCO Bradley Cooper, Sienna Miller, Daniel Brühl, Omar Sy PRODUÇÃO EUA, 2015, 12 anos
|
ilustrada
|
Filme sobre cozinheiro neurótico reduz gastronomia a figuranteElevados à condição de gênios, cozinheiros viraram celebridades, são tratados pela afetada denominação de "chefs" e estão em todo lugar, dos programas de TV ao cinema. "Pegando Fogo" conta a história de Alan Jones (Bradley Cooper), que quer abrir simplesmente "o melhor restaurante do mundo" e conseguir as sonhadas três estrelas do guia "Michelin". Jones conquistou a segunda estrela em um restaurante parisiense. Mas o sucesso subiu-lhe à cabeça, e ele se tornou irascível com seus comandados e se afundou no álcool e nas drogas. Anos depois, livre dos vícios, tenta reconstruir sua reputação em Londres –algo pouco verossímil na alta gastronomia. Na capital inglesa, ele monta uma equipe com jovens cozinheiros e começa a busca pelo Santo Graal. Mas os fantasmas do passado não tardam a reaparecer: credores de Paris ressurgem para cobrar uma vultosa dívida, e Jones mostra que continua arrogante e irritadiço. O filme, aliás, dá muito mais espaço ao temperamento neurótico desse cozinheiro narcisista, arrogante e pretensioso do que às supostas maravilhas gastronômicas que é capaz de produzir. Em suas frequentes explosões de ira, Jones berra, xinga, quebra pratos, atira panelas e humilha quem estiver pela frente. Esses surtos e a predileção pela intimidação lembram muito o britânico Gordon Ramsay –estrela de uma série de programas de televisão. Não é coincidência, já que Bradley Cooper conversou bastante com Ramsay para compor o personagem. O grande rival de Jones também se caracteriza pelos acessos de fúria, destruindo mesas e cadeiras de seu próprio restaurante, cego de raiva e inveja do concorrente. É claro que a busca da excelência pode ser estressante, mas o exagero é levado ao extremo. A obsessão pela perfeição que o filme celebra é outro tolo excesso, pois ela se faz por meio da apologia da violência, da adrenalina. Obedece à motivação contemporânea do sucesso a qualquer preço. A cozinha é o principal cenário do filme e não se vê ninguém tendo prazer em cozinhar. A elaboração dos pratos, a discussão sobre ingredientes e outras especificidades da gastronomia, que seriam um aspecto importante em um filme com essa temática, brilham pela ausência. Frenéticas, fatiadas por uma montagem agitada, as cenas dos "chefs" em ação não mostram nada além de tensão e correria. Os alimentos aparecem em rápidos primeiros planos, são meros figurantes e não um deleite para os olhos. No meio dessa balbúrdia, a historinha de amor de Jones com Helène (Sienna Miller), sua assistente, é mais uma gota num oceano de mediocridade. Redutor, cheio de clichês e sem uma história para contar, o filme é intragável. Pegando Fogo (Burnt) DIREÇÃO John Wells ELENCO Bradley Cooper, Sienna Miller, Daniel Brühl, Omar Sy PRODUÇÃO EUA, 2015, 12 anos
| 6 |
Juizados especiais, 20 anos
|
A instituição dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no Brasil completou 20 anos no último dia 26 de setembro. A longevidade dessa jovem Justiça, menos burocrática e mais próxima dos cidadãos, deve ser celebrada. Mas o momento também enseja uma breve reflexão sobre as origens, o presente e o futuro desse importante instrumento de pacificação social. Em alguns países desenvolvidos, é indispensável a transição da tradicional Justiça formalista para uma mais simples, com o espectro mais amplo de abrangência social. Se comemoramos 20 anos dos juizados especiais, sistema semelhante existe no Canadá desde 1837, onde hoje é ampla a disponibilização de formulários on-line para facilitar o acesso pela população, que os aprova com altos índices. No Brasil, até o começo da década de 1980, não havia um sistema de Justiça acessível aos cidadãos mais necessitados. Foi quando uma experiência pioneira no Rio Grande do Sul deu o impulso para a criação do sistema que foi precursor dos juizados especiais. Depois de constatar que pessoas deixavam de reivindicar seus direitos em face do alto custo e da morosidade da Justiça, um grupo de magistrados gaúchos começou um trabalho de atendimento diferenciado à comunidade, à noite, na sede do Fórum de Rio Grande. A ideia cresceu e a associação dos juízes, com o aval do Tribunal de Justiça, instalou na comarca de Rio Grande o primeiro Conselho de Conciliação e Arbitramento, em 1982. A experiência foi tão bem-sucedida que resultou na lei federal de 1984 que criou os antigos Juizados de "Pequenas Causas" –o nome pode soar pejorativo, pois o que pode ser considerado uma causa pequena em termos pecuniários pode ser de inestimável valor pessoal para o consumidor dos juizados. Contudo, só em 26 de setembro de 1995 entraria em vigor a Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Foi um verdadeiro divisor de águas na história do Judiciário brasileiro, já que cumpria um dos preceitos da Constituição de 1988: a democratização do acesso à Justiça. Os juizados especiais começaram como coadjuvantes, mas hoje respondem por grande fatia dos processos em tramitação no Judiciário. Segundo a última edição do relatório "Justiça em Números", do Conselho Nacional de Justiça, eles respondem por 27% dos processos novos que chegaram ao Judiciário estadual em 2014 e a quase 60% dos que chegaram à Justiça Federal. Consciente do potencial benéfico à sociedade, e com olhos no futuro dos juizados, a Corregedoria Nacional de Justiça iniciou neste ano o programa "Redescobrindo os Juizados Especiais". O objetivo é incentivar os juízes a uma releitura contemporânea da lei nº 9.099/95, a fim de concretizar pontos não totalmente executados, como é o caso do juiz leigo, além de estimular a retomada de princípios fundamentais da Justiça Especial, como a oralidade, a simplicidade, a informalidade, a economia processual e a celeridade. Isso significa retomar seus ideais originários para evitar os embaraços processuais vivenciados na Justiça comum. A experiência angariada em 20 anos pelos juízes que atuam nos juizados, o resgate de suas ideias originais, a melhor noção sobre dificuldades e soluções possíveis de acordo com a realidade de cada local, além da facilidade gerada pela tecnologia, só enriquecem essa espécie de retorno às origens. Esse retorno às origens ocorre sem ser um retrocesso, mas sim uma forma de melhor trilhar o futuro dos juizados e atingirmos o desiderato constitucional de razoável duração do processo na Justiça Especial. FÁTIMA NANCY ANDRIGHI, 62, é ministra do STJ - Superior Tribunal de Justiça e corregedora nacional de Justiça * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
|
opiniao
|
Juizados especiais, 20 anosA instituição dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no Brasil completou 20 anos no último dia 26 de setembro. A longevidade dessa jovem Justiça, menos burocrática e mais próxima dos cidadãos, deve ser celebrada. Mas o momento também enseja uma breve reflexão sobre as origens, o presente e o futuro desse importante instrumento de pacificação social. Em alguns países desenvolvidos, é indispensável a transição da tradicional Justiça formalista para uma mais simples, com o espectro mais amplo de abrangência social. Se comemoramos 20 anos dos juizados especiais, sistema semelhante existe no Canadá desde 1837, onde hoje é ampla a disponibilização de formulários on-line para facilitar o acesso pela população, que os aprova com altos índices. No Brasil, até o começo da década de 1980, não havia um sistema de Justiça acessível aos cidadãos mais necessitados. Foi quando uma experiência pioneira no Rio Grande do Sul deu o impulso para a criação do sistema que foi precursor dos juizados especiais. Depois de constatar que pessoas deixavam de reivindicar seus direitos em face do alto custo e da morosidade da Justiça, um grupo de magistrados gaúchos começou um trabalho de atendimento diferenciado à comunidade, à noite, na sede do Fórum de Rio Grande. A ideia cresceu e a associação dos juízes, com o aval do Tribunal de Justiça, instalou na comarca de Rio Grande o primeiro Conselho de Conciliação e Arbitramento, em 1982. A experiência foi tão bem-sucedida que resultou na lei federal de 1984 que criou os antigos Juizados de "Pequenas Causas" –o nome pode soar pejorativo, pois o que pode ser considerado uma causa pequena em termos pecuniários pode ser de inestimável valor pessoal para o consumidor dos juizados. Contudo, só em 26 de setembro de 1995 entraria em vigor a Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Foi um verdadeiro divisor de águas na história do Judiciário brasileiro, já que cumpria um dos preceitos da Constituição de 1988: a democratização do acesso à Justiça. Os juizados especiais começaram como coadjuvantes, mas hoje respondem por grande fatia dos processos em tramitação no Judiciário. Segundo a última edição do relatório "Justiça em Números", do Conselho Nacional de Justiça, eles respondem por 27% dos processos novos que chegaram ao Judiciário estadual em 2014 e a quase 60% dos que chegaram à Justiça Federal. Consciente do potencial benéfico à sociedade, e com olhos no futuro dos juizados, a Corregedoria Nacional de Justiça iniciou neste ano o programa "Redescobrindo os Juizados Especiais". O objetivo é incentivar os juízes a uma releitura contemporânea da lei nº 9.099/95, a fim de concretizar pontos não totalmente executados, como é o caso do juiz leigo, além de estimular a retomada de princípios fundamentais da Justiça Especial, como a oralidade, a simplicidade, a informalidade, a economia processual e a celeridade. Isso significa retomar seus ideais originários para evitar os embaraços processuais vivenciados na Justiça comum. A experiência angariada em 20 anos pelos juízes que atuam nos juizados, o resgate de suas ideias originais, a melhor noção sobre dificuldades e soluções possíveis de acordo com a realidade de cada local, além da facilidade gerada pela tecnologia, só enriquecem essa espécie de retorno às origens. Esse retorno às origens ocorre sem ser um retrocesso, mas sim uma forma de melhor trilhar o futuro dos juizados e atingirmos o desiderato constitucional de razoável duração do processo na Justiça Especial. FÁTIMA NANCY ANDRIGHI, 62, é ministra do STJ - Superior Tribunal de Justiça e corregedora nacional de Justiça * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
| 7 |
Promotor argentino não deixou carta, afirma encarregada de investigações
|
O promotor Alberto Nisman, que foi encontrado morto em seu apartamento no bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires, não deixou uma carta, afirmou a responsável pela investigação do caso, a promotora Viviana Fein. Ela afirmou que agora irá esperar provas técnicas, como o relatório da autópsia do corpo, em que vão verificar se havia pólvora nas suas mãos, e gravações de vídeos do prédio onde Nisman vivia. Segundo Fein, a morte aconteceu na noite de sábado (17). O corpo, no entanto, foi encontrado na madrugada de domingo para segunda. Fein deu declarações rápidas ao sair do prédio onde o corpo foi encontrado e pediu para que "deixem a promotoria trabalhar". Na última quarta (14), Nisman havia denunciado a presidente Cristina Kirchner, o chanceler Héctor Timerman e militantes governistas de terem encoberto os responsáveis por um atentado de 1994 à Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), na qual morreram 85 pessoas. Nesta segunda (19) ele iria ao Congresso para dar um depoimento sobre suas investigações. O governo emitiu uma nota sobre o caso em que afirma que a guarda que a guarda que fazia a segurança dele, formada por policiais federais, constataram que ele não atendia a campainha e que os jornais do domingo estavam da porta para fora. Eles, então, decidiram procurar os parentes de Nisman.
|
mundo
|
Promotor argentino não deixou carta, afirma encarregada de investigaçõesO promotor Alberto Nisman, que foi encontrado morto em seu apartamento no bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires, não deixou uma carta, afirmou a responsável pela investigação do caso, a promotora Viviana Fein. Ela afirmou que agora irá esperar provas técnicas, como o relatório da autópsia do corpo, em que vão verificar se havia pólvora nas suas mãos, e gravações de vídeos do prédio onde Nisman vivia. Segundo Fein, a morte aconteceu na noite de sábado (17). O corpo, no entanto, foi encontrado na madrugada de domingo para segunda. Fein deu declarações rápidas ao sair do prédio onde o corpo foi encontrado e pediu para que "deixem a promotoria trabalhar". Na última quarta (14), Nisman havia denunciado a presidente Cristina Kirchner, o chanceler Héctor Timerman e militantes governistas de terem encoberto os responsáveis por um atentado de 1994 à Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), na qual morreram 85 pessoas. Nesta segunda (19) ele iria ao Congresso para dar um depoimento sobre suas investigações. O governo emitiu uma nota sobre o caso em que afirma que a guarda que a guarda que fazia a segurança dele, formada por policiais federais, constataram que ele não atendia a campainha e que os jornais do domingo estavam da porta para fora. Eles, então, decidiram procurar os parentes de Nisman.
| 4 |
5 praias para conhecer em 2017
|
Qual a melhor praia para visitar em 2017? A Folha convidou jornalistas, escritores e colunistas para indicar bons destinos no litoral do Brasil para conhecer neste ano. Cada um destacou um destino com características que agradam a diferentes públicos. Veja abaixo as indicações. Que tal já começar a fazer as malas e programar as viagens deste ano?
|
turismo
|
5 praias para conhecer em 2017Qual a melhor praia para visitar em 2017? A Folha convidou jornalistas, escritores e colunistas para indicar bons destinos no litoral do Brasil para conhecer neste ano. Cada um destacou um destino com características que agradam a diferentes públicos. Veja abaixo as indicações. Que tal já começar a fazer as malas e programar as viagens deste ano?
| 13 |
Havaí tem natureza diversa com praias de areia escura, cachoeiras e vulcões
|
Surfistas com pranchas, colares de flores, pôr do sol no meio do mar e dançarinas de hula. Todos os clichês havaianos podem fazer parte de um ideal de paraíso (até para quem não se interessa por pegar onda). E essas belezas estão lá. Todas elas. Entre Estados Unidos e Japão, no meio do Pacífico, o arquipélago de oito grandes ilhas é distante de tudo. Lá, o mar é mais azul, a areia é mais preta, a planta é mais verde e o sol é mais laranja. Ao percorrer as estradas, as paisagens vão mudando pela janela. O Havaí tem 11 das 13 zonas climáticas do mundo (áreas mais e menos quentes e mais e menos úmidas). A região vai além das praias famosas por campeonatos de surfe. Florestas, cachoeiras, árvores coloridas, vulcões gigantescos, campos de lava... e, para chegar aos lugares, infraestrutura norte-americana. As estradas havaianas são sinuosas, mas de asfalto impecável (brasileiros acostumados a viajar pelo país tiram de letra). E isso dá a liberdade para circular sem ter de contratar passeios, basta ter um GPS em mãos. Assim você foge do esquema americanizado de turismo na região, com guias que falam sem parar em seus microfones, cumprindo uma lógica de entretenimento cansativa. A ilha de Maui é destino querido para a lua de mel. Em três horas, é possível ver praias, matas com eucaliptos, bambuzais e cachoeiras até chegar ao Parque Nacional Haleakala, onde há piscinas de água salgada entre pedras escuras, de frente para o mar. O parque, que fica sobre um vulcão adormecido de 3.000 metros de altura, abriga turistas munidos de câmeras e celulares durante o nascer do sol para registrar o céu mudando de cor. Haleakala, em havaiano, significa "casa do sol". Big Island, a última ilha ao sul, é mais "low profile". Em dias claros, quatro dos cinco vulcões da ilha podem ser vistos no horizonte (três estão ativos e em dois deles é possível ver fumaça saindo). Lendas havaianas com a deusa Pele, vinculada a fogo e vulcões, costuram as paisagens. Mesmo em Oahu, ilha que é a capital mundial do surfe, há outros motivos para uma visita: natureza, compras e bares para tomar um drinque depois da praia. A jornalista viajou a convite do Hawai'i Tourism * PACOTES PARA SURFAR NO HAVAÍ OU NO BRASIL NO HAVAÍ R$ 3.610 Sete diárias no Ambassador Waikiki, sem refeições. Inclui aéreo. No Submarino: 4003-9888; submarinoviagens.com.br US$ 1.070 (R$ 3.403) Pacote de sete noites entre Oahu e Maui. Inclui traslados no Havaí, mas não passagens a partir do Brasil. Na Gold Trip: (41) 4411-8254; goldtrip.com.br US$ 1.200 (R$ 3.816) Preço por pessoa, para sete noites, entre Honolulu e Kauai. Sem aéreo, inclui traslados, city tour na capital e aluguel de carro em Kauai. Na Venice: (11) 3087-4747; veniceturismo.com.br R$ 5.790 Pacote de sete noites, a partir de 16/10, entre Oahu e Maui, com passeios. Inclui traslados, mas não refeições ou aéreo. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br US$ 1.998 (R$ 6.355) Preço por pessoa, por pacote de seis noites em Honolulu. Inclui aéreo e seguro viagem. Na Soft Travel: (11) 3017-9999; softtravel.com.br US$ 2.964 (R$ 9.428) Pacote de sete noites, sendo quatro em Honolulu e três em Maui. Inclui café, passeios e passagens aéreas. Na Abreu: (11) 2860-1840; abreutur.com.br US$ 2.980 (R$ 9.479) Seis noites, com café da manhã, entre Oahu e Maui. Inclui traslados e passeios a museus, praias e à cratera Haleakala. Sem aéreo. Na Interpoint: (11) 3087-9400; interpoint.com.br US$ 7.792 (R$ 24.784) Nove noites no Havaí, entre Oahu, Maui e Kauai. Preço por casal, sem alimentação ou passeios, apenas traslados e aéreo. Na Pisa Trekking: (11) 5052-4085; pisa.tur.br NO BRASIL R$ 292 Diária no hotel Saveiros, em Ubatuba (SP), em regime de meia pensão. Sem extras. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br R$ 496 Três diárias no Rio de Janeiro (RJ), com café da manhã. Inclui aéreo, sem extras. No Submarino: 4003-9888; submarinoviagens.com.br R$ 601 Três noites em Natal (RN), com café da manhã. Inclui traslados e city tour; sem passagens aéreas. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br R$ 2.550 Pacote de sete noites em Fernando de Noronha (PE). Sem aéreo, com traslados, trilhas e passeios de barco. Na Adventure Club: (11) 5573-4142; adventureclub.com.br
|
turismo
|
Havaí tem natureza diversa com praias de areia escura, cachoeiras e vulcõesSurfistas com pranchas, colares de flores, pôr do sol no meio do mar e dançarinas de hula. Todos os clichês havaianos podem fazer parte de um ideal de paraíso (até para quem não se interessa por pegar onda). E essas belezas estão lá. Todas elas. Entre Estados Unidos e Japão, no meio do Pacífico, o arquipélago de oito grandes ilhas é distante de tudo. Lá, o mar é mais azul, a areia é mais preta, a planta é mais verde e o sol é mais laranja. Ao percorrer as estradas, as paisagens vão mudando pela janela. O Havaí tem 11 das 13 zonas climáticas do mundo (áreas mais e menos quentes e mais e menos úmidas). A região vai além das praias famosas por campeonatos de surfe. Florestas, cachoeiras, árvores coloridas, vulcões gigantescos, campos de lava... e, para chegar aos lugares, infraestrutura norte-americana. As estradas havaianas são sinuosas, mas de asfalto impecável (brasileiros acostumados a viajar pelo país tiram de letra). E isso dá a liberdade para circular sem ter de contratar passeios, basta ter um GPS em mãos. Assim você foge do esquema americanizado de turismo na região, com guias que falam sem parar em seus microfones, cumprindo uma lógica de entretenimento cansativa. A ilha de Maui é destino querido para a lua de mel. Em três horas, é possível ver praias, matas com eucaliptos, bambuzais e cachoeiras até chegar ao Parque Nacional Haleakala, onde há piscinas de água salgada entre pedras escuras, de frente para o mar. O parque, que fica sobre um vulcão adormecido de 3.000 metros de altura, abriga turistas munidos de câmeras e celulares durante o nascer do sol para registrar o céu mudando de cor. Haleakala, em havaiano, significa "casa do sol". Big Island, a última ilha ao sul, é mais "low profile". Em dias claros, quatro dos cinco vulcões da ilha podem ser vistos no horizonte (três estão ativos e em dois deles é possível ver fumaça saindo). Lendas havaianas com a deusa Pele, vinculada a fogo e vulcões, costuram as paisagens. Mesmo em Oahu, ilha que é a capital mundial do surfe, há outros motivos para uma visita: natureza, compras e bares para tomar um drinque depois da praia. A jornalista viajou a convite do Hawai'i Tourism * PACOTES PARA SURFAR NO HAVAÍ OU NO BRASIL NO HAVAÍ R$ 3.610 Sete diárias no Ambassador Waikiki, sem refeições. Inclui aéreo. No Submarino: 4003-9888; submarinoviagens.com.br US$ 1.070 (R$ 3.403) Pacote de sete noites entre Oahu e Maui. Inclui traslados no Havaí, mas não passagens a partir do Brasil. Na Gold Trip: (41) 4411-8254; goldtrip.com.br US$ 1.200 (R$ 3.816) Preço por pessoa, para sete noites, entre Honolulu e Kauai. Sem aéreo, inclui traslados, city tour na capital e aluguel de carro em Kauai. Na Venice: (11) 3087-4747; veniceturismo.com.br R$ 5.790 Pacote de sete noites, a partir de 16/10, entre Oahu e Maui, com passeios. Inclui traslados, mas não refeições ou aéreo. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br US$ 1.998 (R$ 6.355) Preço por pessoa, por pacote de seis noites em Honolulu. Inclui aéreo e seguro viagem. Na Soft Travel: (11) 3017-9999; softtravel.com.br US$ 2.964 (R$ 9.428) Pacote de sete noites, sendo quatro em Honolulu e três em Maui. Inclui café, passeios e passagens aéreas. Na Abreu: (11) 2860-1840; abreutur.com.br US$ 2.980 (R$ 9.479) Seis noites, com café da manhã, entre Oahu e Maui. Inclui traslados e passeios a museus, praias e à cratera Haleakala. Sem aéreo. Na Interpoint: (11) 3087-9400; interpoint.com.br US$ 7.792 (R$ 24.784) Nove noites no Havaí, entre Oahu, Maui e Kauai. Preço por casal, sem alimentação ou passeios, apenas traslados e aéreo. Na Pisa Trekking: (11) 5052-4085; pisa.tur.br NO BRASIL R$ 292 Diária no hotel Saveiros, em Ubatuba (SP), em regime de meia pensão. Sem extras. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br R$ 496 Três diárias no Rio de Janeiro (RJ), com café da manhã. Inclui aéreo, sem extras. No Submarino: 4003-9888; submarinoviagens.com.br R$ 601 Três noites em Natal (RN), com café da manhã. Inclui traslados e city tour; sem passagens aéreas. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br R$ 2.550 Pacote de sete noites em Fernando de Noronha (PE). Sem aéreo, com traslados, trilhas e passeios de barco. Na Adventure Club: (11) 5573-4142; adventureclub.com.br
| 13 |
Governo de SP notifica donos de 408 mil carros por atraso no IPVA
|
A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo notificou proprietários de 408.441 veículos que estão com o pagamento do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) atrasado. Os débitos são referentes aos anos de 2012 a 2017 para os veículos com final de placa 1. Os atrasos somam R$ 228,7 milhões, informou a secretaria. A Fazenda informou em nota que enviará para cada proprietário um comunicado de lançamento de débitos de IPVA. O aviso traz a identificação do veículo, os valores do imposto, da multa incidente (20% do valor devido) e dos juros por mora, além de orientações para pagamento ou apresentação de defesa. O lote de notificações reúne 408.775 débitos (cada veículo pode ter débito em mais de um ano). A maior parte dos débitos (405,8 mil) são de 2017, que somam R$ 227,3 milhões. O contribuinte que receber o comunicado de lançamento de débito tem 30 dias para pagar a dívida ou efetuar sua defesa. O pagamento pode ser feito pela internet ou nas agências da rede bancária credenciada, utilizando o serviço de autoatendimento ou nos caixas. Para isso, é preciso ter em mãos o número do Renavam do veículo e o ano do débito do IPVA a ser quitado. O proprietário que não quitar o débito ou apresentar defesa no prazo terá seu nome inscrito na dívida ativa do Estado de São Paulo (transferindo a administração do débito para a Procuradoria Geral do Estado que poderá iniciar o procedimento de execução judicial, com aumento na multa de 20% para 100%, além da incidência de honorários advocatícios). O contribuinte que não regularizar a pendência terá seu nome incluído no Cadin (Cadastro Informativo de Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais) 90 dias após a data de emissão do comunicado de lançamento de débitos de IPVA. Para mais informações, os proprietários dos veículos podem entrar em contato com a Secretaria da Fazenda pelo telefone 0800-170110 e pelo site http://portal.fazenda.sp.gov.br.
|
mercado
|
Governo de SP notifica donos de 408 mil carros por atraso no IPVAA Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo notificou proprietários de 408.441 veículos que estão com o pagamento do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) atrasado. Os débitos são referentes aos anos de 2012 a 2017 para os veículos com final de placa 1. Os atrasos somam R$ 228,7 milhões, informou a secretaria. A Fazenda informou em nota que enviará para cada proprietário um comunicado de lançamento de débitos de IPVA. O aviso traz a identificação do veículo, os valores do imposto, da multa incidente (20% do valor devido) e dos juros por mora, além de orientações para pagamento ou apresentação de defesa. O lote de notificações reúne 408.775 débitos (cada veículo pode ter débito em mais de um ano). A maior parte dos débitos (405,8 mil) são de 2017, que somam R$ 227,3 milhões. O contribuinte que receber o comunicado de lançamento de débito tem 30 dias para pagar a dívida ou efetuar sua defesa. O pagamento pode ser feito pela internet ou nas agências da rede bancária credenciada, utilizando o serviço de autoatendimento ou nos caixas. Para isso, é preciso ter em mãos o número do Renavam do veículo e o ano do débito do IPVA a ser quitado. O proprietário que não quitar o débito ou apresentar defesa no prazo terá seu nome inscrito na dívida ativa do Estado de São Paulo (transferindo a administração do débito para a Procuradoria Geral do Estado que poderá iniciar o procedimento de execução judicial, com aumento na multa de 20% para 100%, além da incidência de honorários advocatícios). O contribuinte que não regularizar a pendência terá seu nome incluído no Cadin (Cadastro Informativo de Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais) 90 dias após a data de emissão do comunicado de lançamento de débitos de IPVA. Para mais informações, os proprietários dos veículos podem entrar em contato com a Secretaria da Fazenda pelo telefone 0800-170110 e pelo site http://portal.fazenda.sp.gov.br.
| 2 |
Projeto cria músicas sobre vida do paciente para tentar frear Alzheimer
|
A medicina já sabe que a memória musical é uma das últimas que são perdidas por causa da deterioração cerebral provocada pelo mal de Alzheimer. Ainda é difícil dizer, porém, se é possível usar esse conhecimento para prevenir a progressão da doença. Uma iniciativa independente quer testar essa hipótese, sem a pretensão e a seriedade de um estudo acadêmico, unindo famílias e pacientes com Alzheimer a músicos. A proposta do projeto Músicas Para Sempre é fazer com que os artistas conheçam um pouco sobre a vida dos pacientes e produzam músicas sobre eles. A vida do empresário aposentado Hélio Queiroz, 65, foi a primeira que virou música. Há três anos, Camila e Mariana, filhas de Hélio, acharam que havia algo de estranho com o pai, então dono de uma escola profissionalizante. "Elas perceberam que eu não estava fazendo coisas muito corretas, e eu não tinha essa noção. E começaram a procurar um médico para mim, sem eu saber", diz. No começo foi difícil, ele conta. "Ninguém gosta de saber que tem uma doença como essa. Você diz para você mesmo: 'não tenho isso!'". Após o impacto do diagnóstico, Hélio conseguiu vender a escola com o auxílio das filhas. "A escola estava ruim, ruim mesmo. Demorei um ano para vender. Depois disso, até fiquei melhor", conta. Hélio responde bem aos vários medicamentos, que toma sem ajuda, segundo a filha Mariana. Ele vive sozinho, dirige e pratica exercícios. "Estou aqui, vivendo", diz. A ideia da homenagem no projeto Músicas Para Sempre nasceu como uma peça de divulgação para o filme francês "A Viagem de Meu Pai", lançado neste ano no Brasil. O personagem principal tem Alzheimer e o filme mostra a relação dele com a filha. Retratar a vida de Hélio seria uma maneira de mostrar que cenas do filme também aparecem na vida real. O ex-empresário não consegue esconder a felicidade ao se lembrar da música-homenagem que recebeu. "Todos os meus amigos, minha família e pessoas que me apoiam estavam lá. Tenho só a agradecer. Nunca em minha vida imaginei sentir 10% dessa emoção", relata. CANÇÃO A música sobre a vida de Hélio foi composta por Lucas Mayer. Ela começa assim: "Para começar a sua história/Na ladeira da Faap, rolimã/Ia pedalando todo dia para a escola/Pra sobrar aquela grana pro sorvete de amanhã/Seu nome misturou o nome do seu pai, com o do seu vô/E para nós/Desde pequenas era comum ouvir na sua voz/Meu nome é Hélio Elpidio Pereira de Queiroz" E segue com o refrão: "Pai, estamos aqui pra te lembrar/Que onde o mar está/É aonde queremos ir/E você vai nos levar". Veja vídeo Para o compositor, a parte mais difícil foi selecionar o que ia entrar ou não na música. Com menos da metade das histórias, a canção já tinha mais de cinco minutos. "Ter que escolher os momentos da vida de uma pessoa para encaixá-la na música é estranhíssimo, porque eu estava selecionando o que seria mais importante do meu ponto de vista. Por exemplo, não consegui colocar o Chico, melhor amigo do paciente, na letra." Apesar disso, o resultado foi aprovado por todos os envolvidos, inclusive pelo maestro João Carlos Martins, apoiador do projeto e entusiasta das propriedades terapêuticas e transformadoras da música. "Vivi a experiência de ter uma mãe com Alzheimer e um pai com memória de elefante até o fim da vida", diz. Que há alguma relação entre Alzheimer e música ele já sabe há tempos. "Quando a gente queria acalmar minha mãe, meu pai reproduzia minhas interpretações da obra de Bach e eu observava a tranquilidade que vinha do olhar dela, enquanto ouvia gravações do filho que ela já não reconhecia mais." Quanto à memória, tudo indica que Martins, 76, puxou ao pai, que "quando morreu, aos 102 anos, estava plenamente lúcido e sabia 200 sonetos de cor". A música habita regiões distintas das da memória convencional. Uma música relacionada a fatos da vida passada do paciente, como uma estratégia de retenção, pode funcionar como uma "chave para o passado", explica André Palmini, neurocientista do Instituto do Cérebro da PUC-RS. A memória da melodia, principalmente, é bastante preservada, mesmo no Alzheimer, explica Wagner Gattaz, professor de psiquiatria da USP. De todo modo, diz o professor, as memórias autobiográficas costumam durar mais. "A música já é usada para tranquilizar, mas pode sim ajudar a guardar mensagens simples", diz.
|
equilibrioesaude
|
Projeto cria músicas sobre vida do paciente para tentar frear AlzheimerA medicina já sabe que a memória musical é uma das últimas que são perdidas por causa da deterioração cerebral provocada pelo mal de Alzheimer. Ainda é difícil dizer, porém, se é possível usar esse conhecimento para prevenir a progressão da doença. Uma iniciativa independente quer testar essa hipótese, sem a pretensão e a seriedade de um estudo acadêmico, unindo famílias e pacientes com Alzheimer a músicos. A proposta do projeto Músicas Para Sempre é fazer com que os artistas conheçam um pouco sobre a vida dos pacientes e produzam músicas sobre eles. A vida do empresário aposentado Hélio Queiroz, 65, foi a primeira que virou música. Há três anos, Camila e Mariana, filhas de Hélio, acharam que havia algo de estranho com o pai, então dono de uma escola profissionalizante. "Elas perceberam que eu não estava fazendo coisas muito corretas, e eu não tinha essa noção. E começaram a procurar um médico para mim, sem eu saber", diz. No começo foi difícil, ele conta. "Ninguém gosta de saber que tem uma doença como essa. Você diz para você mesmo: 'não tenho isso!'". Após o impacto do diagnóstico, Hélio conseguiu vender a escola com o auxílio das filhas. "A escola estava ruim, ruim mesmo. Demorei um ano para vender. Depois disso, até fiquei melhor", conta. Hélio responde bem aos vários medicamentos, que toma sem ajuda, segundo a filha Mariana. Ele vive sozinho, dirige e pratica exercícios. "Estou aqui, vivendo", diz. A ideia da homenagem no projeto Músicas Para Sempre nasceu como uma peça de divulgação para o filme francês "A Viagem de Meu Pai", lançado neste ano no Brasil. O personagem principal tem Alzheimer e o filme mostra a relação dele com a filha. Retratar a vida de Hélio seria uma maneira de mostrar que cenas do filme também aparecem na vida real. O ex-empresário não consegue esconder a felicidade ao se lembrar da música-homenagem que recebeu. "Todos os meus amigos, minha família e pessoas que me apoiam estavam lá. Tenho só a agradecer. Nunca em minha vida imaginei sentir 10% dessa emoção", relata. CANÇÃO A música sobre a vida de Hélio foi composta por Lucas Mayer. Ela começa assim: "Para começar a sua história/Na ladeira da Faap, rolimã/Ia pedalando todo dia para a escola/Pra sobrar aquela grana pro sorvete de amanhã/Seu nome misturou o nome do seu pai, com o do seu vô/E para nós/Desde pequenas era comum ouvir na sua voz/Meu nome é Hélio Elpidio Pereira de Queiroz" E segue com o refrão: "Pai, estamos aqui pra te lembrar/Que onde o mar está/É aonde queremos ir/E você vai nos levar". Veja vídeo Para o compositor, a parte mais difícil foi selecionar o que ia entrar ou não na música. Com menos da metade das histórias, a canção já tinha mais de cinco minutos. "Ter que escolher os momentos da vida de uma pessoa para encaixá-la na música é estranhíssimo, porque eu estava selecionando o que seria mais importante do meu ponto de vista. Por exemplo, não consegui colocar o Chico, melhor amigo do paciente, na letra." Apesar disso, o resultado foi aprovado por todos os envolvidos, inclusive pelo maestro João Carlos Martins, apoiador do projeto e entusiasta das propriedades terapêuticas e transformadoras da música. "Vivi a experiência de ter uma mãe com Alzheimer e um pai com memória de elefante até o fim da vida", diz. Que há alguma relação entre Alzheimer e música ele já sabe há tempos. "Quando a gente queria acalmar minha mãe, meu pai reproduzia minhas interpretações da obra de Bach e eu observava a tranquilidade que vinha do olhar dela, enquanto ouvia gravações do filho que ela já não reconhecia mais." Quanto à memória, tudo indica que Martins, 76, puxou ao pai, que "quando morreu, aos 102 anos, estava plenamente lúcido e sabia 200 sonetos de cor". A música habita regiões distintas das da memória convencional. Uma música relacionada a fatos da vida passada do paciente, como uma estratégia de retenção, pode funcionar como uma "chave para o passado", explica André Palmini, neurocientista do Instituto do Cérebro da PUC-RS. A memória da melodia, principalmente, é bastante preservada, mesmo no Alzheimer, explica Wagner Gattaz, professor de psiquiatria da USP. De todo modo, diz o professor, as memórias autobiográficas costumam durar mais. "A música já é usada para tranquilizar, mas pode sim ajudar a guardar mensagens simples", diz.
| 16 |
Gim sem tônica: veja drinques em que ele brilha com outros ingredientes
|
MARIANA AGUNZI DE SÃO PAULO Em alta, o gim cada vez mais protagoniza os cardápios etílicos; veja cinco combinações em que ele brilha com outros ingredientes: COM VERMUTE No disputado bar Astor, o gim Tanqueray é misturado aos vermutes tinto e seco, ao bitter e a uma rodela de laranja. O resultado é o drinque The Bronx (R$ 26), no cardápio há poucos meses. Astor. R. Delfina, 163, Vila Madalena, região oeste, tel. 3815-1364. 180 lugares. Seg.: 18h à 1h. Ter. e qua.: 18h às 2h. Qui. e sex.: 12h às 3h. Dom.: 12h às 18h. Preço: R$ 7,60 (chope Brahma - 240 ml). CC: AE, D, E, M e V. Valet (R$ 25). Reserva (seg. a qua., 18h às 20h). * NO MARTÍNI No Le Jazz Petit Bar, inaugurado em dezembro passado, o gim aparece em uma releitura do clássico dry martíni. É o Dirty Martíni (R$ 31), que leva vermute seco, água de azeitona e azeitonas recheadas com anchova e pimentão. Le Jazz Petit Bar. R. dos Pinheiros, 262, Pinheiros, região oeste, tel. 2359-8141. 25 lugares. Ter. a sex. e dom.: 17h às 24h. Preço: R$ 9,50 (cerveja Heineken - 355 ml). CC: AE, M e V. * COM FRAMBOESA Para quem gosta de coquetéis mais docinhos, o SubAstor tem o Clover Club (R$ 29), criado pelo barman italiano Fabio La Pietra. O drinque leva gim, limão, framboesa e xarope de romã. SubAstor. R. Delfina, 163, Vila Madalena, região oeste, tel. 3815-1364. 60 lugares. Ter. a sex.: 20h às 3h. CC: AE, D, E, M e V. Valet (R$ 25). * NO CAJU AMIGO O Sottomarino Giallo Inglese (R$ 35), do Isola, é uma releitura do Caju Amigo, drinque com vodca e caju. Aqui, a combinação leva gim, caju em compota, limão-taiti e soda artesanal da fruta. Isola. Shopping JK Iguatemi - av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041, Vila Nova Conceição, região sul, tel. 3168-1333. 30 lugares. Seg. a qui.: 12h às 23h. Sex.: 12h às 24h. Dom.: 12h às 20h. Preço: R$ 22 (cerveja Isola - 275 ml). CC: AE, D, E, M e V. T: A, So, Te e Vr. Estac. (R$ 13 p/ 2 h). * COM TRUFAS O inusitado Tartufetini (R$ 38), da Tartuferia San Paolo, é feito com gim, vermute, tintura de trufa, azeitonas recheadas com geleia de morango e trufas brancas. Tartuferia San Paolo. R. Oscar Freire, 155, Cerqueira César, região oeste, tel. 3854-0085. 50 lugares. Ter. a qui. e dom.: 11h às 23h. Sex. e sáb.: 11h às 24h. Preço: R$ 25 (cerveja Lake Side - 600 ml). Valet (R$ 20).
|
saopaulo
|
Gim sem tônica: veja drinques em que ele brilha com outros ingredientesMARIANA AGUNZI DE SÃO PAULO Em alta, o gim cada vez mais protagoniza os cardápios etílicos; veja cinco combinações em que ele brilha com outros ingredientes: COM VERMUTE No disputado bar Astor, o gim Tanqueray é misturado aos vermutes tinto e seco, ao bitter e a uma rodela de laranja. O resultado é o drinque The Bronx (R$ 26), no cardápio há poucos meses. Astor. R. Delfina, 163, Vila Madalena, região oeste, tel. 3815-1364. 180 lugares. Seg.: 18h à 1h. Ter. e qua.: 18h às 2h. Qui. e sex.: 12h às 3h. Dom.: 12h às 18h. Preço: R$ 7,60 (chope Brahma - 240 ml). CC: AE, D, E, M e V. Valet (R$ 25). Reserva (seg. a qua., 18h às 20h). * NO MARTÍNI No Le Jazz Petit Bar, inaugurado em dezembro passado, o gim aparece em uma releitura do clássico dry martíni. É o Dirty Martíni (R$ 31), que leva vermute seco, água de azeitona e azeitonas recheadas com anchova e pimentão. Le Jazz Petit Bar. R. dos Pinheiros, 262, Pinheiros, região oeste, tel. 2359-8141. 25 lugares. Ter. a sex. e dom.: 17h às 24h. Preço: R$ 9,50 (cerveja Heineken - 355 ml). CC: AE, M e V. * COM FRAMBOESA Para quem gosta de coquetéis mais docinhos, o SubAstor tem o Clover Club (R$ 29), criado pelo barman italiano Fabio La Pietra. O drinque leva gim, limão, framboesa e xarope de romã. SubAstor. R. Delfina, 163, Vila Madalena, região oeste, tel. 3815-1364. 60 lugares. Ter. a sex.: 20h às 3h. CC: AE, D, E, M e V. Valet (R$ 25). * NO CAJU AMIGO O Sottomarino Giallo Inglese (R$ 35), do Isola, é uma releitura do Caju Amigo, drinque com vodca e caju. Aqui, a combinação leva gim, caju em compota, limão-taiti e soda artesanal da fruta. Isola. Shopping JK Iguatemi - av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041, Vila Nova Conceição, região sul, tel. 3168-1333. 30 lugares. Seg. a qui.: 12h às 23h. Sex.: 12h às 24h. Dom.: 12h às 20h. Preço: R$ 22 (cerveja Isola - 275 ml). CC: AE, D, E, M e V. T: A, So, Te e Vr. Estac. (R$ 13 p/ 2 h). * COM TRUFAS O inusitado Tartufetini (R$ 38), da Tartuferia San Paolo, é feito com gim, vermute, tintura de trufa, azeitonas recheadas com geleia de morango e trufas brancas. Tartuferia San Paolo. R. Oscar Freire, 155, Cerqueira César, região oeste, tel. 3854-0085. 50 lugares. Ter. a qui. e dom.: 11h às 23h. Sex. e sáb.: 11h às 24h. Preço: R$ 25 (cerveja Lake Side - 600 ml). Valet (R$ 20).
| 9 |
David Grossman narra o que é crescer na guerra
|
"É duro afirmar isso, mas Netanyahu está certo em tentar barrar as negociações nucleares entre Estados Unidos e Irã. Ter o Irã como Estado nuclear hoje é perigoso para esta região." A frase de David Grossman, 61, em entrevista à Folha, de Jerusalém, por telefone, ganha peso pelo fato de o escritor israelense se considerar um ferrenho opositor do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. "Eu não quero que Netanyahu ganhe as eleições [no próximo dia 17], e acabo de abandonar um prêmio literário porque ele expulsou membros do júri que considerava anti-Israel. Trata-se de um homem autoritário e pouco democrático. Mas, quando alerta para a ameaça iraniana, preciso concordar com o que diz." A política e a guerra são elementos centrais de sua literatura. "O Livro da Gramática Interior", obra de 1991, lançada agora no Brasil (leia crítica nesta página), não foge à regra. REPÚDIO DE CRESCER O romance conta a história do adolescente Aharon Kleinfeld, filho de uma família de refugiados judaico-poloneses, que por três anos simplesmente para de crescer. A trama ocorre no período anterior à Guerra dos Seis Dias (1967), quando Israel entrou em conflito com uma frente de países árabes. "A minha adolescência foi parecida com a de Aharon. A ideia de não crescer soa realismo fantástico, mas tem a ver com um repúdio que todos sentíamos pela vida adulta", diz o autor, que também era garoto à época do conflito. "Se transformar num adulto representa para o personagem o fim do sentimento, o início de uma maturidade que nos obrigaria a um comportamento mecânico." Grossman perdeu um filho em outra guerra travada por seu país, em 2006, desta vez com o Hizbullah, no sul do Líbano. "Meus livros sempre trataram do contexto dos confrontos na região, mas depois da morte de Uri, creio que ficaram mais duros." PEDREIROS O autor conta que escrever em hebraico sempre foi um desafio do ponto de vista literário. "É um idioma que ficou adormecido por muito tempo. Uma língua não falada, vinda da Bíblia, não tinha palavras para descrever uma girafa, um helicóptero, uma expressão sexual", diz. "Foi seu uso cotidiano e a incorporação dele na literatura que o modernizaram. A beleza do hebraico é que ele está sendo construído. Nós, escritores, somos os pedreiros. E também o Exército, pois é preciso admitir que a guerra também acrescenta coisas novas ao vocabulário." Grossman esteve no Brasil, durante a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) em 2005, e se diz um admirador da literatura latino-americana, principalmente de Gabriel García Márquez (1927-2014). DIFERENÇAS Vivendo agora na periferia de Jerusalém, Grossman está preocupado com a violência da milícia radical Estado Islâmico e com o desequilíbrio que causa à região. "Depois de décadas de estabilidade, agora sinto que se rompeu algo e que podemos perder tudo o que construímos", avalia. Quanto às diferenças com o Irã, pensa que podem ser solucionadas tirando inspiração da história. "O grande povo iraniano, assim como o grande povo israelense, contribuiu muito para o conhecimento e para a cultura da humanidade. Quero acreditar que uma saída pode se inspirar nesse legado."
|
ilustrada
|
David Grossman narra o que é crescer na guerra"É duro afirmar isso, mas Netanyahu está certo em tentar barrar as negociações nucleares entre Estados Unidos e Irã. Ter o Irã como Estado nuclear hoje é perigoso para esta região." A frase de David Grossman, 61, em entrevista à Folha, de Jerusalém, por telefone, ganha peso pelo fato de o escritor israelense se considerar um ferrenho opositor do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. "Eu não quero que Netanyahu ganhe as eleições [no próximo dia 17], e acabo de abandonar um prêmio literário porque ele expulsou membros do júri que considerava anti-Israel. Trata-se de um homem autoritário e pouco democrático. Mas, quando alerta para a ameaça iraniana, preciso concordar com o que diz." A política e a guerra são elementos centrais de sua literatura. "O Livro da Gramática Interior", obra de 1991, lançada agora no Brasil (leia crítica nesta página), não foge à regra. REPÚDIO DE CRESCER O romance conta a história do adolescente Aharon Kleinfeld, filho de uma família de refugiados judaico-poloneses, que por três anos simplesmente para de crescer. A trama ocorre no período anterior à Guerra dos Seis Dias (1967), quando Israel entrou em conflito com uma frente de países árabes. "A minha adolescência foi parecida com a de Aharon. A ideia de não crescer soa realismo fantástico, mas tem a ver com um repúdio que todos sentíamos pela vida adulta", diz o autor, que também era garoto à época do conflito. "Se transformar num adulto representa para o personagem o fim do sentimento, o início de uma maturidade que nos obrigaria a um comportamento mecânico." Grossman perdeu um filho em outra guerra travada por seu país, em 2006, desta vez com o Hizbullah, no sul do Líbano. "Meus livros sempre trataram do contexto dos confrontos na região, mas depois da morte de Uri, creio que ficaram mais duros." PEDREIROS O autor conta que escrever em hebraico sempre foi um desafio do ponto de vista literário. "É um idioma que ficou adormecido por muito tempo. Uma língua não falada, vinda da Bíblia, não tinha palavras para descrever uma girafa, um helicóptero, uma expressão sexual", diz. "Foi seu uso cotidiano e a incorporação dele na literatura que o modernizaram. A beleza do hebraico é que ele está sendo construído. Nós, escritores, somos os pedreiros. E também o Exército, pois é preciso admitir que a guerra também acrescenta coisas novas ao vocabulário." Grossman esteve no Brasil, durante a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) em 2005, e se diz um admirador da literatura latino-americana, principalmente de Gabriel García Márquez (1927-2014). DIFERENÇAS Vivendo agora na periferia de Jerusalém, Grossman está preocupado com a violência da milícia radical Estado Islâmico e com o desequilíbrio que causa à região. "Depois de décadas de estabilidade, agora sinto que se rompeu algo e que podemos perder tudo o que construímos", avalia. Quanto às diferenças com o Irã, pensa que podem ser solucionadas tirando inspiração da história. "O grande povo iraniano, assim como o grande povo israelense, contribuiu muito para o conhecimento e para a cultura da humanidade. Quero acreditar que uma saída pode se inspirar nesse legado."
| 6 |
Com apoio de presidente, ideólogos maoístas voltam à cena na China
|
Eles atacam blogueiros que ousam zombar de seu amado camarada Mao. Vasculham as salas de aula e jornais do país em busca de traços de heresias liberais inspiradas pelo Ocidente. E derrubaram professores, jornalistas e outras figuras vistas como desleais à ortodoxia do Partido Comunista chinês. Os ideólogos maoistas da China estão ressurgindo depois de muito tempo em um deserto político, com ajuda das tendências tradicionalistas do presidente Xi Jinping e estimulados por decretos internos do partido que declararam aberta a temporada de caça aos acadêmicos, artistas e quadros partidários chineses vistos como insuficientemente vermelhos. Os vigilantes ideológicos desempenharam papel central na queda de Wang Congsheng, um professor de Direito em Pequim que foi detido e posteriormente suspenso de seu posto depois de postar críticas ao partido na Internet. Outro alvo foi Wang Yaofeng, colunista de jornal que expressou apoio aos recentes protestos pela democracia em Hong Kong, e se viu desempregado. "Desde que Xi subiu ao poder, a pressão sobre os livre-pensadores e o controle a eles se tornaram realmente fortes", disse Qiao Mu, professor de jornalismo em Pequim que foi demovido no final do ano passado em parte por defender eleições pluripartidárias e liberdade de expressão. "Mais e mais de meus amigos e colegas estão passando por medo e intimidação". Passados dois anos do início de sua abrangente ofensiva contra a dissidência, Xi vem intensificando seus esforços quanto àqueles que percebe como inimigos ideológicos, o que causa ondas de choque nas universidades, editoras e na imprensa e reanima a linha dura, que o elogia como digno sucessor do camarada Mao. Em instruções publicadas na semana passada, Xi instou as universidades a "reforçar a orientação ao pensamento e manter firme controle sobre o trabalho de liderança ideológica no ensino superior", segundo a agência oficial de notícias, Xinhua. Em decretos internos, ele foi mais direto, atacando o pensamento liberal como uma ameaça perniciosa que contaminou as fileiras do Partido Comunista, e apelando às autoridades para que expurguem a nação de ideias que contrariem as modernas fundações marxistas-leninistas da China. "Jamais permitam que alguém cante uma canção que contraria o centro do partido", ele escreveu em comentários que começaram a ser divulgados em sites do partido e de universidades em outubro. "Jamais permitam que alguém coma a comida do Partido Comunista e depois quebre suas panelas". Os maoistas contemporâneos, cuja influência estava em declínio até Xi assumir o poder, também foram encorajados por outro documento interno, o Documento nº 30, que reforça a advertência de que conceitos de inspiração ocidental tais como a independência da mídia, "valores universais" e críticas a Mao ameaçam a sobrevivência do partido. "Este é um período dourado para se ser esquerdista na China", disse Zhang Hongliang, um importante neo-maoísta, em entrevista. "Xi Jinping deu início a mudanças fundamentais no status quo, esfacelando o céu". As recentes ordens de Xi e a pressão concomitante sobre seus inimigos políticos debelou as suspeitas iniciais de que seu endurecimento ideológico fosse uma finta para estabelecer credibilidade junto aos tradicionalistas enquanto ele se assentava no poder. A campanha continua de Xi contra as ideias inspiradas pelo Ocidente serviu, assim, para animar os esquerdistas tradicionais do partido. "Os observadores da China precisam parar de dizer que ele está agindo só para fins de imagem ou que ele está virando à esquerda para poder depois virar à direita", disse Christopher Johnson, especialista em assuntos chineses no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, e antes analista de questões chinesas na Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos. "Isso tem posição central na personalidade dele. Os esquerdistas certamente sentem que Xi está do seu lado". Em novembro, depois da demissão do colunista Wang, o tabloide nacionalista "Global Times" celebrou sua queda com um comentário: "No futuro, o sistema tomará medidas mais duras contra o partido dos quebra-panelas", o jornal afirmou, em referência oblíqua às declarações de Xi sobre as pessoas que vivem à custa do partido e depois o criticam. "Eles terão de escolher entre mudar seu modo de agir ou sair do sistema". A mais recente diretiva, o Documento nº 30, requer que as ideias liberais inspiradas pelo Ocidente sejam expurgadas nas universidades e outras instituições culturais, de acordo com Song Fangmin, major-general reformado que discutiu o assunto com dezenas de líderes veteranos do partido e ativistas da esquerda radical em uma reunião em Pequim em novembro. A diretiva se seque ao Documento nº 9, que Xi autorizou em abril de 2013, lançando uma ofensiva contra ideias como a de uma "sociedade civil", disse Song. "Esses dois documentos são extremamente importantes, e ambos resumem discursos do secretário geral", ele afirmou, se referindo a Xi por seu título no partido. "Eles identificam alvos para que possamos treinar nosso olhar para localizar os alvos dessa luta". Ao contrário do Documento nº 9, que circulou amplamente online, o nº 30 não foi publicado oficialmente. Mas alguns comentários de Xi apareceram em publicações do partido, e referências ao documento emergiram em sites de universidades, organizações partidárias e grupos de esquerda, iluminando a maneira pela qual a diretiva se difundiu pelo governo de forma a ampliar a pressão sobre os dissidentes. A campanha alarmou acadêmicos liberais, que sentem que Xi está retomando um tipo de denúncia incendiária de inimigos internos que se tornou raro desde que Mao convulsionou a nação com suas diatribes contra o pensamento burguês. Alguns, como Wu Si, um respeitado historiador liberal, preferem o distanciamento e argumentam que a realpolitik forçará Xi a adotar posição mais moderada. "É uma estratégia de autodefesa contra aqueles que poderiam tentar chamá-lo de neoliberal", afirmou Wu em entrevista. Antes que Xi chegasse ao poder, em 2012, pouca gente previa uma virada ideológica tão acentuada e duradoura. Na época, a preocupação dos líderes chineses era expurgar Bo Xilai, um ambicioso político que cortejava os tradicionalistas do partido ao evocar Mao e a retórica do passado revolucionário. Quando Bo caiu, seus seguidores esquerdistas passaram a ser alvo de suspeitas oficiais e alguns de seus sites e publicações foram fechados. Mas agora vozes esquerdistas voltaram à moda. Os analistas dizem que é improvável que Xi deseje levar a China de volta à era puritana de Mao, mas os comunistas doutrinários o veem como aliado útil, e suas diretivas como licenças de ataque aos críticos liberais do partido. "Os esquerdistas sofreram pressão por algum tempo mas agora estão de novo muito ativos", disse Chongyi Feng, professor associado na Universidade de Tecnologia de Sydney, que acompanha os desdobramentos político e intelectuais da China, "Xi Jinping usa essas pessoas para atacar". O patrulhamento ideológico causou calafrios nos intelectuais liberais chineses. Diversos acadêmicos recusaram pedidos de entrevista, afirmando que preferiam manter a discrição, por enquanto. Outros disseram ter passado pelo que comparam a um expurgo ideológico. Desde outubro, Qiao Mu, professor de jornalismo e diretor do Centro de Estudos de Comunicação Internacional, na Universidade Internacional de Pequim, está relegado a trabalhos humildes, como resumir livros em inglês para a biblioteca da universidade, segundo ele em represália por sua defesa de um jornalismo ao estilo ocidental e longa afiliação a grupos de defesa das liberdades civis na China. Além de proibi-lo de lecionar, os administradores cortaram seu salário em um terço, ele diz, retiraram seu nome do site departamental e forçaram seus alunos a buscar novos orientadores. "A ideia é que isso seja uma humilhação", ele disse acrescentando ter sido informado de que sua demoção duraria anos. Oficialmente, ele está sendo punido por contestar superiores que recusaram permissão para que viajasse ao exterior para conferências e outros fins acadêmicos. Mas em off os dirigentes da escola admitem pressão crescente vinda do topo. Passar seus dias na biblioteca causou depressão a Qiao, 44. Alguns amigos sugeriram que ele deixe a China, ou que abra mão de seus valores e faça o que lhe mandam. "Quero ficar na minha pátria", ele diz, acrescentando que "como gosto de dizer, tenho tudo que preciso aqui na China, exceto liberdade". Tradução de PAULO MIGLIACCI
|
mundo
|
Com apoio de presidente, ideólogos maoístas voltam à cena na ChinaEles atacam blogueiros que ousam zombar de seu amado camarada Mao. Vasculham as salas de aula e jornais do país em busca de traços de heresias liberais inspiradas pelo Ocidente. E derrubaram professores, jornalistas e outras figuras vistas como desleais à ortodoxia do Partido Comunista chinês. Os ideólogos maoistas da China estão ressurgindo depois de muito tempo em um deserto político, com ajuda das tendências tradicionalistas do presidente Xi Jinping e estimulados por decretos internos do partido que declararam aberta a temporada de caça aos acadêmicos, artistas e quadros partidários chineses vistos como insuficientemente vermelhos. Os vigilantes ideológicos desempenharam papel central na queda de Wang Congsheng, um professor de Direito em Pequim que foi detido e posteriormente suspenso de seu posto depois de postar críticas ao partido na Internet. Outro alvo foi Wang Yaofeng, colunista de jornal que expressou apoio aos recentes protestos pela democracia em Hong Kong, e se viu desempregado. "Desde que Xi subiu ao poder, a pressão sobre os livre-pensadores e o controle a eles se tornaram realmente fortes", disse Qiao Mu, professor de jornalismo em Pequim que foi demovido no final do ano passado em parte por defender eleições pluripartidárias e liberdade de expressão. "Mais e mais de meus amigos e colegas estão passando por medo e intimidação". Passados dois anos do início de sua abrangente ofensiva contra a dissidência, Xi vem intensificando seus esforços quanto àqueles que percebe como inimigos ideológicos, o que causa ondas de choque nas universidades, editoras e na imprensa e reanima a linha dura, que o elogia como digno sucessor do camarada Mao. Em instruções publicadas na semana passada, Xi instou as universidades a "reforçar a orientação ao pensamento e manter firme controle sobre o trabalho de liderança ideológica no ensino superior", segundo a agência oficial de notícias, Xinhua. Em decretos internos, ele foi mais direto, atacando o pensamento liberal como uma ameaça perniciosa que contaminou as fileiras do Partido Comunista, e apelando às autoridades para que expurguem a nação de ideias que contrariem as modernas fundações marxistas-leninistas da China. "Jamais permitam que alguém cante uma canção que contraria o centro do partido", ele escreveu em comentários que começaram a ser divulgados em sites do partido e de universidades em outubro. "Jamais permitam que alguém coma a comida do Partido Comunista e depois quebre suas panelas". Os maoistas contemporâneos, cuja influência estava em declínio até Xi assumir o poder, também foram encorajados por outro documento interno, o Documento nº 30, que reforça a advertência de que conceitos de inspiração ocidental tais como a independência da mídia, "valores universais" e críticas a Mao ameaçam a sobrevivência do partido. "Este é um período dourado para se ser esquerdista na China", disse Zhang Hongliang, um importante neo-maoísta, em entrevista. "Xi Jinping deu início a mudanças fundamentais no status quo, esfacelando o céu". As recentes ordens de Xi e a pressão concomitante sobre seus inimigos políticos debelou as suspeitas iniciais de que seu endurecimento ideológico fosse uma finta para estabelecer credibilidade junto aos tradicionalistas enquanto ele se assentava no poder. A campanha continua de Xi contra as ideias inspiradas pelo Ocidente serviu, assim, para animar os esquerdistas tradicionais do partido. "Os observadores da China precisam parar de dizer que ele está agindo só para fins de imagem ou que ele está virando à esquerda para poder depois virar à direita", disse Christopher Johnson, especialista em assuntos chineses no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, e antes analista de questões chinesas na Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos. "Isso tem posição central na personalidade dele. Os esquerdistas certamente sentem que Xi está do seu lado". Em novembro, depois da demissão do colunista Wang, o tabloide nacionalista "Global Times" celebrou sua queda com um comentário: "No futuro, o sistema tomará medidas mais duras contra o partido dos quebra-panelas", o jornal afirmou, em referência oblíqua às declarações de Xi sobre as pessoas que vivem à custa do partido e depois o criticam. "Eles terão de escolher entre mudar seu modo de agir ou sair do sistema". A mais recente diretiva, o Documento nº 30, requer que as ideias liberais inspiradas pelo Ocidente sejam expurgadas nas universidades e outras instituições culturais, de acordo com Song Fangmin, major-general reformado que discutiu o assunto com dezenas de líderes veteranos do partido e ativistas da esquerda radical em uma reunião em Pequim em novembro. A diretiva se seque ao Documento nº 9, que Xi autorizou em abril de 2013, lançando uma ofensiva contra ideias como a de uma "sociedade civil", disse Song. "Esses dois documentos são extremamente importantes, e ambos resumem discursos do secretário geral", ele afirmou, se referindo a Xi por seu título no partido. "Eles identificam alvos para que possamos treinar nosso olhar para localizar os alvos dessa luta". Ao contrário do Documento nº 9, que circulou amplamente online, o nº 30 não foi publicado oficialmente. Mas alguns comentários de Xi apareceram em publicações do partido, e referências ao documento emergiram em sites de universidades, organizações partidárias e grupos de esquerda, iluminando a maneira pela qual a diretiva se difundiu pelo governo de forma a ampliar a pressão sobre os dissidentes. A campanha alarmou acadêmicos liberais, que sentem que Xi está retomando um tipo de denúncia incendiária de inimigos internos que se tornou raro desde que Mao convulsionou a nação com suas diatribes contra o pensamento burguês. Alguns, como Wu Si, um respeitado historiador liberal, preferem o distanciamento e argumentam que a realpolitik forçará Xi a adotar posição mais moderada. "É uma estratégia de autodefesa contra aqueles que poderiam tentar chamá-lo de neoliberal", afirmou Wu em entrevista. Antes que Xi chegasse ao poder, em 2012, pouca gente previa uma virada ideológica tão acentuada e duradoura. Na época, a preocupação dos líderes chineses era expurgar Bo Xilai, um ambicioso político que cortejava os tradicionalistas do partido ao evocar Mao e a retórica do passado revolucionário. Quando Bo caiu, seus seguidores esquerdistas passaram a ser alvo de suspeitas oficiais e alguns de seus sites e publicações foram fechados. Mas agora vozes esquerdistas voltaram à moda. Os analistas dizem que é improvável que Xi deseje levar a China de volta à era puritana de Mao, mas os comunistas doutrinários o veem como aliado útil, e suas diretivas como licenças de ataque aos críticos liberais do partido. "Os esquerdistas sofreram pressão por algum tempo mas agora estão de novo muito ativos", disse Chongyi Feng, professor associado na Universidade de Tecnologia de Sydney, que acompanha os desdobramentos político e intelectuais da China, "Xi Jinping usa essas pessoas para atacar". O patrulhamento ideológico causou calafrios nos intelectuais liberais chineses. Diversos acadêmicos recusaram pedidos de entrevista, afirmando que preferiam manter a discrição, por enquanto. Outros disseram ter passado pelo que comparam a um expurgo ideológico. Desde outubro, Qiao Mu, professor de jornalismo e diretor do Centro de Estudos de Comunicação Internacional, na Universidade Internacional de Pequim, está relegado a trabalhos humildes, como resumir livros em inglês para a biblioteca da universidade, segundo ele em represália por sua defesa de um jornalismo ao estilo ocidental e longa afiliação a grupos de defesa das liberdades civis na China. Além de proibi-lo de lecionar, os administradores cortaram seu salário em um terço, ele diz, retiraram seu nome do site departamental e forçaram seus alunos a buscar novos orientadores. "A ideia é que isso seja uma humilhação", ele disse acrescentando ter sido informado de que sua demoção duraria anos. Oficialmente, ele está sendo punido por contestar superiores que recusaram permissão para que viajasse ao exterior para conferências e outros fins acadêmicos. Mas em off os dirigentes da escola admitem pressão crescente vinda do topo. Passar seus dias na biblioteca causou depressão a Qiao, 44. Alguns amigos sugeriram que ele deixe a China, ou que abra mão de seus valores e faça o que lhe mandam. "Quero ficar na minha pátria", ele diz, acrescentando que "como gosto de dizer, tenho tudo que preciso aqui na China, exceto liberdade". Tradução de PAULO MIGLIACCI
| 4 |
Para mídia oficial da China, vitória de Trump não cura a 'doença americana'
|
Donald Trump não é uma figura muito popular em Pequim ultimamente. Mas a elite governante chinesa parece estar se consolando com a ideia de que o presidente eleito dos Estados Unidos vai assumir a direção de um país que cambaleia rumo à desunião e o declínio. Vários artigos publicados em veículos do Partido Comunista nas últimas semanas argumentaram que o ano turbulento que chega ao fim nos EUA mostra que o país é disfuncional, dissoluto e marcado pela corrupção, a polarização social e política, o endividamento insensato e uma mídia noticiosa enfraquecida. "Pode um 'sonho americano' acometido da 'doença americana' durar muito tempo?" indagou uma manchete na edição mais recente do "Papéis Bandeira Vermelha", periódico partidário que vem ganhando destaque crescente nos últimos anos. "Os problemas políticos da América são há muito tempo os instigadores de seus outros problemas", diz o ensaio que acompanha a manchete, assinado por um pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Sociais, um dos principais "think tanks" do governo. "O declínio claro e inequívoco da confiança do público no chamado 'sonho americano' reflete diretamente sua falta de otimismo no futuro do país e em suas próprias perspectivas", escreveu o pesquisador, Liu Weidong. "O sistema político americano, no passado seu maior motivo de orgulho, tem constantemente se mostrado incapaz de deter a conduta desprezível de políticos incompetentes." Alguns dos comentários foram publicados antes de Trump ter provocado o repúdio do governo chinês ao receber um telefonema da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, e então colocar em dúvida sua adesão à política de uma China única. O governo chinês diz que essa política, que mantém o Taiwan diplomaticamente isolado, é a base de suas relações com Washington. Um porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan do governo chinês reforçou esse aviso na quarta-feira. "Se essa base sofrer interferência e destruição, então o desenvolvimento sadio e estável das relações sino-americanas estará fora de questão e a paz e estabilidade do estreito de Taiwan sofrerão um impacto grave", disse o porta-voz, An Fengshan, em entrevista coletiva à imprensa em Pequim. O estreito de Taiwan separa Taiwan e a China continental. É claro que visões negativas das perspectivas dos EUA não são encontradas unicamente na China. A eleição rancorosa e a vitória de Trump suscitaram uma abundância de reações pessimistas de críticos da esquerda e da direita, dentro dos EUA e em todo o mundo. E, mesmo antes da vitória de Trump, a mídia estatal chinesa estava aproveitando a eleição para argumentar que os EUA vivem uma desordem política que ressalta a razão por que o governo unipartidário é a opção certa para a China. Mas esses lamentos pós-eleitorais sugerem que os pesquisadores e ideólogos que moldam e refletem as opiniões chinesas oficiais dos Estados Unidos acreditam muito pouco na promessa de Trump de "fazer a América ser grande outra vez". Existe na China há anos um debate entre pesquisadores que enxergam os EUA como estando em declínio e aqueles para os quais a força e capacidade de renovação do país ainda são enormes. A primeira visão é mais prevalente hoje, especialmente na medida em que o presidente Xi Jinping, que chegou ao poder em 2012, vem se concentrando sobre o que vê como sendo a ameaça dos valores liberais ocidentais. "A visão chinesa majoritária dos EUA passou da admiração para a dúvida, especialmente desde a crise financeira, e hoje, cada vez mais, para a rejeição dos valores americanos", disse em entrevista Shi Yinhong, diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade Renmin, em Pequim. "Cada vez menos acadêmicos de elite expressam grande respeito e admiração pelos Estados Unidos", disse Shi. "Como o 'brexit', a vitória de Trump é vista como uma oportunidade para a mídia oficial ensinar o público que ele não tem motivos para invejar o Ocidente." Nos três últimos domingos o "Diário do Povo", jornal principal do Partido Comunista, dedicou uma página inteira à dissecação dos males da América. "A América enfrenta no momento grandes reformas domésticas que exigem alguém que seja sagaz e previdente", disse um texto na primeira parte da série, publicada no final de novembro ao lado de três outros artigos sobre o mesmo tema. "Será Trump o homem para essa tarefa? As opiniões divergem", disse o autor, Ye Zicheng, professor na Universidade de Pequim. "Muitos americanos receiam que seu líder não esteja à altura da tarefa. Se ele não estiver, isso não significa que o declínio político doméstico dos EUA vai se agravar?" IMPRENSA A segunda parte da série fez críticas ácidas à imprensa americana, incluindo o "New York Times", por não ter previsto e explicado a ascensão de Trump, especialmente entre os eleitores da classe trabalhadora. "É difícil para uma mídia como essa refletir as realidades da América", dizia um artigo da edição. "É duvidoso, também, até que ponto ela pode contribuir para o desenvolvimento da democracia americana." A edição mais recente da série argumentou que as políticas de Trump vão elevar o déficit orçamentário dos Estados Unidos, já perigoso, para um nível que encerra riscos ainda maiores. "Será difícil evitar um aumento crescente do nível da dívida", dizia um dos artigos da edição. "A situação de endividamento do governo americano é sem dúvida alguma insustentável." Existe algo de irônico em tudo isso –entre outras coisas em um jornal do Partido Comunista, fortemente censurado e que ecoa fielmente as posições oficiais, repreender a imprensa americana por não ter enfrentado os poderosos. Os problemas de dívida da própria China também preocupam investidores, e o combate à corrupção oficial travado por Xi trouxe à tona níveis de pilhagem que não têm equivalência em Washington. E, ao mesmo tempo em que políticos chineses gostam de criticar os Estados Unidos, eles frequentemente enviam seus filhos para estudar no país. A filha de Xi, por exemplo, foi aluna da Universidade Harvard. A duração e intensidade das críticas vão depender das políticas seguidas por Trump depois de assumir a Presidência, disse Qiao Mu, comentarista liberal e pesquisador da Universidade de Estudos Internacionais de Pequim. "Eles sempre têm duas caras", disse Qiao. "Uma delas fala da amizade entre a China e os Estados Unidos, mas também há as críticas e a desconfiança da América e seu sistema político. Quando um líder se prepara para visitar o outro país, sempre haverá artigos de teor positivo." Tradução de Clara Allain
|
mundo
|
Para mídia oficial da China, vitória de Trump não cura a 'doença americana'Donald Trump não é uma figura muito popular em Pequim ultimamente. Mas a elite governante chinesa parece estar se consolando com a ideia de que o presidente eleito dos Estados Unidos vai assumir a direção de um país que cambaleia rumo à desunião e o declínio. Vários artigos publicados em veículos do Partido Comunista nas últimas semanas argumentaram que o ano turbulento que chega ao fim nos EUA mostra que o país é disfuncional, dissoluto e marcado pela corrupção, a polarização social e política, o endividamento insensato e uma mídia noticiosa enfraquecida. "Pode um 'sonho americano' acometido da 'doença americana' durar muito tempo?" indagou uma manchete na edição mais recente do "Papéis Bandeira Vermelha", periódico partidário que vem ganhando destaque crescente nos últimos anos. "Os problemas políticos da América são há muito tempo os instigadores de seus outros problemas", diz o ensaio que acompanha a manchete, assinado por um pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Sociais, um dos principais "think tanks" do governo. "O declínio claro e inequívoco da confiança do público no chamado 'sonho americano' reflete diretamente sua falta de otimismo no futuro do país e em suas próprias perspectivas", escreveu o pesquisador, Liu Weidong. "O sistema político americano, no passado seu maior motivo de orgulho, tem constantemente se mostrado incapaz de deter a conduta desprezível de políticos incompetentes." Alguns dos comentários foram publicados antes de Trump ter provocado o repúdio do governo chinês ao receber um telefonema da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, e então colocar em dúvida sua adesão à política de uma China única. O governo chinês diz que essa política, que mantém o Taiwan diplomaticamente isolado, é a base de suas relações com Washington. Um porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan do governo chinês reforçou esse aviso na quarta-feira. "Se essa base sofrer interferência e destruição, então o desenvolvimento sadio e estável das relações sino-americanas estará fora de questão e a paz e estabilidade do estreito de Taiwan sofrerão um impacto grave", disse o porta-voz, An Fengshan, em entrevista coletiva à imprensa em Pequim. O estreito de Taiwan separa Taiwan e a China continental. É claro que visões negativas das perspectivas dos EUA não são encontradas unicamente na China. A eleição rancorosa e a vitória de Trump suscitaram uma abundância de reações pessimistas de críticos da esquerda e da direita, dentro dos EUA e em todo o mundo. E, mesmo antes da vitória de Trump, a mídia estatal chinesa estava aproveitando a eleição para argumentar que os EUA vivem uma desordem política que ressalta a razão por que o governo unipartidário é a opção certa para a China. Mas esses lamentos pós-eleitorais sugerem que os pesquisadores e ideólogos que moldam e refletem as opiniões chinesas oficiais dos Estados Unidos acreditam muito pouco na promessa de Trump de "fazer a América ser grande outra vez". Existe na China há anos um debate entre pesquisadores que enxergam os EUA como estando em declínio e aqueles para os quais a força e capacidade de renovação do país ainda são enormes. A primeira visão é mais prevalente hoje, especialmente na medida em que o presidente Xi Jinping, que chegou ao poder em 2012, vem se concentrando sobre o que vê como sendo a ameaça dos valores liberais ocidentais. "A visão chinesa majoritária dos EUA passou da admiração para a dúvida, especialmente desde a crise financeira, e hoje, cada vez mais, para a rejeição dos valores americanos", disse em entrevista Shi Yinhong, diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade Renmin, em Pequim. "Cada vez menos acadêmicos de elite expressam grande respeito e admiração pelos Estados Unidos", disse Shi. "Como o 'brexit', a vitória de Trump é vista como uma oportunidade para a mídia oficial ensinar o público que ele não tem motivos para invejar o Ocidente." Nos três últimos domingos o "Diário do Povo", jornal principal do Partido Comunista, dedicou uma página inteira à dissecação dos males da América. "A América enfrenta no momento grandes reformas domésticas que exigem alguém que seja sagaz e previdente", disse um texto na primeira parte da série, publicada no final de novembro ao lado de três outros artigos sobre o mesmo tema. "Será Trump o homem para essa tarefa? As opiniões divergem", disse o autor, Ye Zicheng, professor na Universidade de Pequim. "Muitos americanos receiam que seu líder não esteja à altura da tarefa. Se ele não estiver, isso não significa que o declínio político doméstico dos EUA vai se agravar?" IMPRENSA A segunda parte da série fez críticas ácidas à imprensa americana, incluindo o "New York Times", por não ter previsto e explicado a ascensão de Trump, especialmente entre os eleitores da classe trabalhadora. "É difícil para uma mídia como essa refletir as realidades da América", dizia um artigo da edição. "É duvidoso, também, até que ponto ela pode contribuir para o desenvolvimento da democracia americana." A edição mais recente da série argumentou que as políticas de Trump vão elevar o déficit orçamentário dos Estados Unidos, já perigoso, para um nível que encerra riscos ainda maiores. "Será difícil evitar um aumento crescente do nível da dívida", dizia um dos artigos da edição. "A situação de endividamento do governo americano é sem dúvida alguma insustentável." Existe algo de irônico em tudo isso –entre outras coisas em um jornal do Partido Comunista, fortemente censurado e que ecoa fielmente as posições oficiais, repreender a imprensa americana por não ter enfrentado os poderosos. Os problemas de dívida da própria China também preocupam investidores, e o combate à corrupção oficial travado por Xi trouxe à tona níveis de pilhagem que não têm equivalência em Washington. E, ao mesmo tempo em que políticos chineses gostam de criticar os Estados Unidos, eles frequentemente enviam seus filhos para estudar no país. A filha de Xi, por exemplo, foi aluna da Universidade Harvard. A duração e intensidade das críticas vão depender das políticas seguidas por Trump depois de assumir a Presidência, disse Qiao Mu, comentarista liberal e pesquisador da Universidade de Estudos Internacionais de Pequim. "Eles sempre têm duas caras", disse Qiao. "Uma delas fala da amizade entre a China e os Estados Unidos, mas também há as críticas e a desconfiança da América e seu sistema político. Quando um líder se prepara para visitar o outro país, sempre haverá artigos de teor positivo." Tradução de Clara Allain
| 4 |
Ex-diretor do Municipal, José Herencia tem bens bloqueados pela Justiça
|
Investigado por suspeita de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, o ex-diretor geral da Fundação Theatro Municipal de São Paulo, José Luiz Herencia, teve bens de seu patrimônio bloqueados pela Justiça no mês passado. A decisão judicial, à qual a Folha teve acesso, foi emitida no dia 15 de janeiro. Entre os itens listados estão três terrenos em Ilhabela e dois imóveis na capital paulista, além de quatro automóveis. Com o bloqueio, o investigado apenas deixa de poder vender os bens, mas pode utilizá-los. Nem todos as posses estão em nome de Herencia. Os terrenos no litoral pertencem a sua mãe, Silvia Flávia Herencia de Castro, e um dos apartamentos, localizado na rua Minas Gerais, a Gabriela Martins Moraes, citada pelo documento como ex-namorada de Herencia. A decisão judicial bloqueou contas bancárias dos três investigados e de empresas relacionadas a eles. O documento cita uma movimentação financeira de Herencia totalizando o valor de R$ 2,7 milhões entre janeiro e junho de 2014, além de outros valores milionários movimentados por uma conta em nome de sua mãe. À Folha, Herencia diz que não criará "obstáculos para que o Ministério Público realize seu trabalho e apure qualquer denúncia relativa ao Theatro Municipal de São Paulo". "No curso do inquérito tudo será esclarecido", diz. O investigado pediu exoneração de seu cargo em novembro do ano passado e, em dezembro, foi alvo de mandados de busca e apreensão do Gedec (Grupo Especial de Delitos Econômicos do Ministério Público). A operação visava documentação guardada por Herencia em sua residência e em outros imóveis usados por ele. A investigação não se restringe ao período em que ele trabalhou no Municipal e cobre até os anos em que exerceu o cargo de secretário de políticas culturais no Ministério da Cultura (2009-2010).
|
ilustrada
|
Ex-diretor do Municipal, José Herencia tem bens bloqueados pela JustiçaInvestigado por suspeita de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, o ex-diretor geral da Fundação Theatro Municipal de São Paulo, José Luiz Herencia, teve bens de seu patrimônio bloqueados pela Justiça no mês passado. A decisão judicial, à qual a Folha teve acesso, foi emitida no dia 15 de janeiro. Entre os itens listados estão três terrenos em Ilhabela e dois imóveis na capital paulista, além de quatro automóveis. Com o bloqueio, o investigado apenas deixa de poder vender os bens, mas pode utilizá-los. Nem todos as posses estão em nome de Herencia. Os terrenos no litoral pertencem a sua mãe, Silvia Flávia Herencia de Castro, e um dos apartamentos, localizado na rua Minas Gerais, a Gabriela Martins Moraes, citada pelo documento como ex-namorada de Herencia. A decisão judicial bloqueou contas bancárias dos três investigados e de empresas relacionadas a eles. O documento cita uma movimentação financeira de Herencia totalizando o valor de R$ 2,7 milhões entre janeiro e junho de 2014, além de outros valores milionários movimentados por uma conta em nome de sua mãe. À Folha, Herencia diz que não criará "obstáculos para que o Ministério Público realize seu trabalho e apure qualquer denúncia relativa ao Theatro Municipal de São Paulo". "No curso do inquérito tudo será esclarecido", diz. O investigado pediu exoneração de seu cargo em novembro do ano passado e, em dezembro, foi alvo de mandados de busca e apreensão do Gedec (Grupo Especial de Delitos Econômicos do Ministério Público). A operação visava documentação guardada por Herencia em sua residência e em outros imóveis usados por ele. A investigação não se restringe ao período em que ele trabalhou no Municipal e cobre até os anos em que exerceu o cargo de secretário de políticas culturais no Ministério da Cultura (2009-2010).
| 6 |
Barcelona admite acordo com Neymar antes do prazo permitido pela Fifa
|
O Barcelona admitiu ter contratado Neymar antes do prazo permitido pela Fifa. O atual presidente do clube Josep Maria Bartomeu, e o antecessor, Sandro Rosell, declararam à Justiça da Espanha que fizeram o acerto com o jogador em dezembro de 2011, uma vez que o atacante tinha contrato com o Santos até agosto de 2014. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (4) pelo Globoesporte.com De acordo com as regras da Fifa, a assinatura do contrato só pode ser feita quando falta menos de seis meses para o fim do vínculo do atleta com o clube. No caso, ainda restavam pouco menos de três anos para o atacante se desvincular da equipe santista. Segundo a reportagem, a negociação foi autorizada pelo presidente do Santos à época Luis Alvaro de oliveira, morto em 2016. Áudios e transcrições dos depoimentos prestados por Rosell, em 2014, e por Bartomeu, em 2015, em uma investigação do fisco espanhol, revelam que o caso foi encerrado após o Barcelona pagar uma multa de 6 milhões de euros (aproximadamente R$ 20 milhões) às autoridades espanholas. Veja trechos da conversa obtida pela reportagem do Globoesporte.com - Havia outros clubes com outras cifras. Então, quando voltamos a acertar por 40 milhões de euros [...] o pai de Neymar me disse: "Isto é o sinal?". E então eu lhe disse: "Muito bem, quanto quer de sinal?". "Quero 10 [milhões de euros]". "Pois te daremos o sinal de 10". Sorte que ele me pediu, senão eu teria oferecido. Eu teria dito: "Veja, não quer nada adiantado?" - E essa negociação, entende você, é um pagamento como sinal - comentou o juiz Ruz. - Um sinal muito bem pago com empréstimo - respondeu Rosell. - Quando alguém fala em um sinal é uma coisa, quando se fala de empréstimo é outra. Por isso, digo: quero saber se o que se conversou entre vocês foi de adiantar um sinal e o clube (Barcelona) decidiu que se formalizaria como um empréstimo. É assim, verdade? Não é possível ouvir a resposta de Rosell para esta pergunta. Em 2015, o atual presidente, Bartomeu, também foi intimado para uma audiência, onde declarou: - Havia três jogadores neste país [Brasil] muito interessantes para contratar. Dos três, dois foram para outros clubes europeus, sobrou Neymar. Então iniciamos uma conversa com o pai de Neymar para que quando acabasse o contrato com o Santos, viesse jogar no Barcelona. É um contrato um pouco para amarrar o jogador. No momento que ficasse livre do Santos, viesse jogar no Barcelona. No fundo, é um contrato para amarrar. É um contrato como se fosse... não um pagamento antecipado, mas quase-quase um pagamento antecipado para assegurar que ele não fosse para outro clube. O POLÊMICO ROSELL Rosell, um dos réus na ação, tem uma polêmica história envolvendo o futebol brasileiro - e que antecede sua atuação como presidente do Barcelona na época da contratação de Neymar. Ex-executivo da empresa de material esportivo Nike no Brasil, ele tinha grande trânsito junto à CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Foi acusado de superfaturar a organização de um amistoso entre Brasil e Portugal em 2008, em um contrato com o governo do Distrito Federal. No caso Neymar, o Ministério Público recomendou que Rosell seja condenado a cinco anos de prisão.
|
esporte
|
Barcelona admite acordo com Neymar antes do prazo permitido pela FifaO Barcelona admitiu ter contratado Neymar antes do prazo permitido pela Fifa. O atual presidente do clube Josep Maria Bartomeu, e o antecessor, Sandro Rosell, declararam à Justiça da Espanha que fizeram o acerto com o jogador em dezembro de 2011, uma vez que o atacante tinha contrato com o Santos até agosto de 2014. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (4) pelo Globoesporte.com De acordo com as regras da Fifa, a assinatura do contrato só pode ser feita quando falta menos de seis meses para o fim do vínculo do atleta com o clube. No caso, ainda restavam pouco menos de três anos para o atacante se desvincular da equipe santista. Segundo a reportagem, a negociação foi autorizada pelo presidente do Santos à época Luis Alvaro de oliveira, morto em 2016. Áudios e transcrições dos depoimentos prestados por Rosell, em 2014, e por Bartomeu, em 2015, em uma investigação do fisco espanhol, revelam que o caso foi encerrado após o Barcelona pagar uma multa de 6 milhões de euros (aproximadamente R$ 20 milhões) às autoridades espanholas. Veja trechos da conversa obtida pela reportagem do Globoesporte.com - Havia outros clubes com outras cifras. Então, quando voltamos a acertar por 40 milhões de euros [...] o pai de Neymar me disse: "Isto é o sinal?". E então eu lhe disse: "Muito bem, quanto quer de sinal?". "Quero 10 [milhões de euros]". "Pois te daremos o sinal de 10". Sorte que ele me pediu, senão eu teria oferecido. Eu teria dito: "Veja, não quer nada adiantado?" - E essa negociação, entende você, é um pagamento como sinal - comentou o juiz Ruz. - Um sinal muito bem pago com empréstimo - respondeu Rosell. - Quando alguém fala em um sinal é uma coisa, quando se fala de empréstimo é outra. Por isso, digo: quero saber se o que se conversou entre vocês foi de adiantar um sinal e o clube (Barcelona) decidiu que se formalizaria como um empréstimo. É assim, verdade? Não é possível ouvir a resposta de Rosell para esta pergunta. Em 2015, o atual presidente, Bartomeu, também foi intimado para uma audiência, onde declarou: - Havia três jogadores neste país [Brasil] muito interessantes para contratar. Dos três, dois foram para outros clubes europeus, sobrou Neymar. Então iniciamos uma conversa com o pai de Neymar para que quando acabasse o contrato com o Santos, viesse jogar no Barcelona. É um contrato um pouco para amarrar o jogador. No momento que ficasse livre do Santos, viesse jogar no Barcelona. No fundo, é um contrato para amarrar. É um contrato como se fosse... não um pagamento antecipado, mas quase-quase um pagamento antecipado para assegurar que ele não fosse para outro clube. O POLÊMICO ROSELL Rosell, um dos réus na ação, tem uma polêmica história envolvendo o futebol brasileiro - e que antecede sua atuação como presidente do Barcelona na época da contratação de Neymar. Ex-executivo da empresa de material esportivo Nike no Brasil, ele tinha grande trânsito junto à CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Foi acusado de superfaturar a organização de um amistoso entre Brasil e Portugal em 2008, em um contrato com o governo do Distrito Federal. No caso Neymar, o Ministério Público recomendou que Rosell seja condenado a cinco anos de prisão.
| 3 |
Noruega vive desafio econômico com queda no preço do petróleo
|
O modelo econômico da Noruega costuma ser muito admirado. O país escandinavo é um dos mais ricos do planeta, graças a 40 anos de produção de petróleo no mar do Norte. A crise financeira de 2008 mal se fez sentir, lá, em meio a décadas de crescimento quase ininterrupto. Mas agora, com a queda nos preços do petróleo (cerca de 50% desde junho de 2014), autoridades econômicas e analistas de Oslo agora temem que essa era dourada esteja chegando ao fim. "Não podemos esperar um crescimento contínuo como o dos últimos dez a 15 anos", disse Øysten Olsen, presidente do BC da Noruega. "Vamos estar no mesmo barco dos países vizinhos." O maior produtor de petróleo da Europa Ocidental, porém, ainda está bem distante de uma crise, apontam as mesmas autoridades. A economia cresceu 3% no ano passado, o ritmo mais rápido entre os países da zona do euro. O índice de desemprego, de 3,7%, está entre os mais baixos do planeta. Mas o problema para a Noruega é que a queda no preço do petróleo veio em companhia de um pico de investimento no setor petroleiro. Estimativas apontam que o investimento para o setor petroleiro deve cair em cerca de um quarto neste ano. As projeções para o PIB de 2015 foram reduzidas, e a agência estatística norueguesa calcula crescimento de 1%. Para alguns, a queda do petróleo serve como ensaio para o que acontecerá quando os campos petroleiros do país enfim se esgotarem. "A bolha do petróleo em que vivíamos ocultou o fato de que a produção está em queda", disse Thina Saltvedt, analista do banco Nordea. "Agora a bolha estourou, temos de reduzir nossa dependência e encarar a realidade." Para Olsen, do BC, "a era em que o petróleo tem grande importância ainda não acabou. Ainda temos metade dos recursos no subsolo". Mas o governo está consciente da necessidade de estimular a competitividade de suas indústrias não petroleiras. Embora a recente queda na moeda do país tenha ajudado, os salários da indústria continuam a ser duas vezes mais altos do que em EUA, Japão ou Reino Unido, e a produtividade parou de crescer. E os sinais de alerta são visíveis. Os preços das casas vêm subindo há 20 anos, e muitos economistas estrangeiros acreditam que o mercado da habitação também esteja vivendo uma bolha. Só dois outros países desenvolvidos têm jornadas de trabalho mais curtas que as norueguesas, e o país tem o maior índice mundial de licenças por motivo de saúde. "Estamos operando em piloto automático há tempo demais. Temos problemas sérios", disse o presidente de uma companhia norueguesa, que argumenta que o petróleo roubou espaço aos demais setores, o que dificulta reformar a economia.
|
mercado
|
Noruega vive desafio econômico com queda no preço do petróleoO modelo econômico da Noruega costuma ser muito admirado. O país escandinavo é um dos mais ricos do planeta, graças a 40 anos de produção de petróleo no mar do Norte. A crise financeira de 2008 mal se fez sentir, lá, em meio a décadas de crescimento quase ininterrupto. Mas agora, com a queda nos preços do petróleo (cerca de 50% desde junho de 2014), autoridades econômicas e analistas de Oslo agora temem que essa era dourada esteja chegando ao fim. "Não podemos esperar um crescimento contínuo como o dos últimos dez a 15 anos", disse Øysten Olsen, presidente do BC da Noruega. "Vamos estar no mesmo barco dos países vizinhos." O maior produtor de petróleo da Europa Ocidental, porém, ainda está bem distante de uma crise, apontam as mesmas autoridades. A economia cresceu 3% no ano passado, o ritmo mais rápido entre os países da zona do euro. O índice de desemprego, de 3,7%, está entre os mais baixos do planeta. Mas o problema para a Noruega é que a queda no preço do petróleo veio em companhia de um pico de investimento no setor petroleiro. Estimativas apontam que o investimento para o setor petroleiro deve cair em cerca de um quarto neste ano. As projeções para o PIB de 2015 foram reduzidas, e a agência estatística norueguesa calcula crescimento de 1%. Para alguns, a queda do petróleo serve como ensaio para o que acontecerá quando os campos petroleiros do país enfim se esgotarem. "A bolha do petróleo em que vivíamos ocultou o fato de que a produção está em queda", disse Thina Saltvedt, analista do banco Nordea. "Agora a bolha estourou, temos de reduzir nossa dependência e encarar a realidade." Para Olsen, do BC, "a era em que o petróleo tem grande importância ainda não acabou. Ainda temos metade dos recursos no subsolo". Mas o governo está consciente da necessidade de estimular a competitividade de suas indústrias não petroleiras. Embora a recente queda na moeda do país tenha ajudado, os salários da indústria continuam a ser duas vezes mais altos do que em EUA, Japão ou Reino Unido, e a produtividade parou de crescer. E os sinais de alerta são visíveis. Os preços das casas vêm subindo há 20 anos, e muitos economistas estrangeiros acreditam que o mercado da habitação também esteja vivendo uma bolha. Só dois outros países desenvolvidos têm jornadas de trabalho mais curtas que as norueguesas, e o país tem o maior índice mundial de licenças por motivo de saúde. "Estamos operando em piloto automático há tempo demais. Temos problemas sérios", disse o presidente de uma companhia norueguesa, que argumenta que o petróleo roubou espaço aos demais setores, o que dificulta reformar a economia.
| 2 |
Empresas alugam carros de luxo e até lambreta para casamentos
|
EDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA Se os sedãs do tio ou do padrinho não comportam o sonho de um carro especial para o casamento, a solução é alugar um modelo exclusivo. Empresas do ramo oferecem de motonetas a limusines —com ar moderno ou retrô—, que podem fazer parte do ambiente da festa. Por caber em qualquer espaço e se incorporar à decoração, a Lambretta 1964 está entre os veículos mais pedidos da Carro Cenário. Há noivos que desejam fazer uma entrada triunfal em cima da "motoquinha", mas é aconselhável ter conhecimento básico de pilotagem. "Teve uma vez que o noivo não sabia conduzir a Lambreta, mas só se deu conta disso no momento de entrar na festa com a noiva na garupa", diz o empresário Rogério Moraes, da Carro Cenário. A solução foi dar um empurrãozinho assim que as portas do salão de festas foram abertas, sem ligar o motor. Confira abaixo informações sobre serviços de aluguel. * OPALAS E LAMBRETTAS Especializada na locação de veículos antigos, tem opções como o Chevrolet Opala SS 1978, o Ford Fairlane 1958 e a Lambretta 1964. Valor do aluguel parte de R$ 750 por período de quatro horas. Automóveis: a partir de R$ 890 Carro Cenário. R. Guaicurus, 1.195, Lapa, região oeste, tel. 7858-3583 e 98050-3583. carrocenario.com.br. - FORD FUSION Veículos disponíveis por valores a partir de R$ 550 (Ford Fusion 2012) no período de quatro horas. Além de levar os noivos, pode buscá-los no fim da cerimônia. Há carros de alto luxo na frota, como sedãs de grande porte da Mercedes e da BMW, com valores de locação a combinar Chofer de Cap. R. Diogo de Quadros, 83, Santo Amaro, região sul, tel. 3432-1414 e 99964-9685. choferdecap.com.br. - HOT ROD O empresário Floriano Acorsi adquiriu recentemente um Ford Tudor 1932. O carro é um clássico modernizado ao estilo "hot rod", com motor V8 da Dodge e componentes "importados" dos Chevrolet Opala e Omega. O preço de locação do modelo parte de R$ 900, mas há outras opções. O Chrysler PT Cruiser parte de R$ 500 Carros de Noivas. Tel. 2896-1888 e 97387-1816. carrosdenoivas.com.br, - SEDÃS E CONVERSÍVEIS Aluguel que varia de R$ 400 a R$ 1.200 para o período de quatro horas. Oferece veículos clássicos de apelo esportivo (Pontiac Firebird 1967 conversível, Ford Mustang 1970, Chevrolet Corvette 1974), sedãs de luxo e limusines com quase metros de comprimento Dante Forestieri R. Magalhães de Araújo, 38, Jardim Guedala, região oeste, tel. 99780-3007 e 99984-6303. danteforestieri.com.br. - LIMUSINES Tem uma das maiores frotas do segmento, com mais de 60 carros. Locações para o período de quatro horas partem de R$ 2.200, com diversas limusines à disposição. Há também sedãs como o Chrysler 300C e o Mercedes Classe C Paris Vegas. R. São Caetano, 169, Luz, região central, tel. 4306-3076 e 3313-7660. parisvegas.com.br.
|
o-melhor-de-sao-paulo
|
Empresas alugam carros de luxo e até lambreta para casamentosEDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA Se os sedãs do tio ou do padrinho não comportam o sonho de um carro especial para o casamento, a solução é alugar um modelo exclusivo. Empresas do ramo oferecem de motonetas a limusines —com ar moderno ou retrô—, que podem fazer parte do ambiente da festa. Por caber em qualquer espaço e se incorporar à decoração, a Lambretta 1964 está entre os veículos mais pedidos da Carro Cenário. Há noivos que desejam fazer uma entrada triunfal em cima da "motoquinha", mas é aconselhável ter conhecimento básico de pilotagem. "Teve uma vez que o noivo não sabia conduzir a Lambreta, mas só se deu conta disso no momento de entrar na festa com a noiva na garupa", diz o empresário Rogério Moraes, da Carro Cenário. A solução foi dar um empurrãozinho assim que as portas do salão de festas foram abertas, sem ligar o motor. Confira abaixo informações sobre serviços de aluguel. * OPALAS E LAMBRETTAS Especializada na locação de veículos antigos, tem opções como o Chevrolet Opala SS 1978, o Ford Fairlane 1958 e a Lambretta 1964. Valor do aluguel parte de R$ 750 por período de quatro horas. Automóveis: a partir de R$ 890 Carro Cenário. R. Guaicurus, 1.195, Lapa, região oeste, tel. 7858-3583 e 98050-3583. carrocenario.com.br. - FORD FUSION Veículos disponíveis por valores a partir de R$ 550 (Ford Fusion 2012) no período de quatro horas. Além de levar os noivos, pode buscá-los no fim da cerimônia. Há carros de alto luxo na frota, como sedãs de grande porte da Mercedes e da BMW, com valores de locação a combinar Chofer de Cap. R. Diogo de Quadros, 83, Santo Amaro, região sul, tel. 3432-1414 e 99964-9685. choferdecap.com.br. - HOT ROD O empresário Floriano Acorsi adquiriu recentemente um Ford Tudor 1932. O carro é um clássico modernizado ao estilo "hot rod", com motor V8 da Dodge e componentes "importados" dos Chevrolet Opala e Omega. O preço de locação do modelo parte de R$ 900, mas há outras opções. O Chrysler PT Cruiser parte de R$ 500 Carros de Noivas. Tel. 2896-1888 e 97387-1816. carrosdenoivas.com.br, - SEDÃS E CONVERSÍVEIS Aluguel que varia de R$ 400 a R$ 1.200 para o período de quatro horas. Oferece veículos clássicos de apelo esportivo (Pontiac Firebird 1967 conversível, Ford Mustang 1970, Chevrolet Corvette 1974), sedãs de luxo e limusines com quase metros de comprimento Dante Forestieri R. Magalhães de Araújo, 38, Jardim Guedala, região oeste, tel. 99780-3007 e 99984-6303. danteforestieri.com.br. - LIMUSINES Tem uma das maiores frotas do segmento, com mais de 60 carros. Locações para o período de quatro horas partem de R$ 2.200, com diversas limusines à disposição. Há também sedãs como o Chrysler 300C e o Mercedes Classe C Paris Vegas. R. São Caetano, 169, Luz, região central, tel. 4306-3076 e 3313-7660. parisvegas.com.br.
| 26 |
Secretaria da Segurança comenta artigo sobre estatísticas de São Paulo
|
Em atenção ao artigo Acredite, se quiser, a SSP esclarece que o decreto publicado pelo governador uniformiza o acesso às informações em toda a administração direta e indireta, observando como princípio básico a publicidade e transparência. Nos termos da legislação federal, somente de maneira excepcional, haverá a possibilidade de decretação de sigilo dos documentos solicitados quando houver dados pessoais ligados à intimidade, privacidade e dignidade ou informações imprescindíveis à segurança da população e da sociedade. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
|
paineldoleitor
|
Secretaria da Segurança comenta artigo sobre estatísticas de São PauloEm atenção ao artigo Acredite, se quiser, a SSP esclarece que o decreto publicado pelo governador uniformiza o acesso às informações em toda a administração direta e indireta, observando como princípio básico a publicidade e transparência. Nos termos da legislação federal, somente de maneira excepcional, haverá a possibilidade de decretação de sigilo dos documentos solicitados quando houver dados pessoais ligados à intimidade, privacidade e dignidade ou informações imprescindíveis à segurança da população e da sociedade. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
| 8 |
Cardápio da nova Adega Santiago, no Jardim Paulista, prioriza as tapas
|
LUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA O bochicho já armado pela filial do Le Jazz em uma calçada dos Jardins ganhou um belo reforço com o vizinho que se estabeleceu ali em maio. A terceira unidade da Adega Santiago, do empresário Ipe Moraes, também dispôs mesinhas para fora do salão, num clima agradável, urbano —para quem gosta de agito. Já amorosamente apelidada de Adeguinha, pois seu espaço é diminuto, de madeira, à moda das tradicionais tabernas e tascas, puro aconchego, traz os pratos das demais unidades e um cardápio exclusivo de petiscos. Dos clássicos, já manjados para quem conhece a matriz, salta o arroz de pato (R$ 75). O arroz-agulinha, misturado com pato desfiado, chouriço e favas, é embebido no caldo que serviu para o cozimento do próprio pato, de sabor marcante, portanto. Chega à mesa com uma coxa confit, de pele crocante. O bacalhau à gomes de sá (R$ 73), outro velho conhecido, traz belas lascas de peixe, que não se desfazem ao toque do garfo, brócolis, firmes, batatas e ovos cozidos e uma cebola levemente adocicada. Falta exagerar um pouco mais no azeite —mas isso o próprio cliente pode fazer. Na ala dos petiscos, notam-se receitas de execuções simples. Nada emociona, mas também não incomoda. São preparos calorosos, fácies de absorver. Servem de exemplo a tostadinha de anchova e tomates frescos (R$ 23) —estes, assados na lenha e bem temperados— e os cogumelos salteados com ovo caipira (R$ 36). De textura delicada (e preservada, pois são cozidos no vapor), são servidos com ovo frito de gema mole e com um pão português robusto. Vale abocanhar o bolinho de bacalhau com molho bravo (R$ 13). O bolinho, em si, não é nenhuma grande revelação, mas justo —sequinho, com mais peixe do que batata (bingo). O molho, porém, tem sua graça —e bom ardor. Tomates pedaçudos são temperados com pimenta-caiene e páprica picante. Por cima, um tico de aioli, mais leve, com maionese de leite, alho e limão-siciliano e um chouriço crocante —na boca, ficou borrachudo, difícil de morder, mas, vá lá, dá para empurrar com a boa e variada oferta de vinhos e drinques. Adega Santiago. R. Dr. Doutor Melo Alves, 728, Jardim Paulista, tel. 3061 - 3382. Mais
|
saopaulo
|
Cardápio da nova Adega Santiago, no Jardim Paulista, prioriza as tapasLUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA O bochicho já armado pela filial do Le Jazz em uma calçada dos Jardins ganhou um belo reforço com o vizinho que se estabeleceu ali em maio. A terceira unidade da Adega Santiago, do empresário Ipe Moraes, também dispôs mesinhas para fora do salão, num clima agradável, urbano —para quem gosta de agito. Já amorosamente apelidada de Adeguinha, pois seu espaço é diminuto, de madeira, à moda das tradicionais tabernas e tascas, puro aconchego, traz os pratos das demais unidades e um cardápio exclusivo de petiscos. Dos clássicos, já manjados para quem conhece a matriz, salta o arroz de pato (R$ 75). O arroz-agulinha, misturado com pato desfiado, chouriço e favas, é embebido no caldo que serviu para o cozimento do próprio pato, de sabor marcante, portanto. Chega à mesa com uma coxa confit, de pele crocante. O bacalhau à gomes de sá (R$ 73), outro velho conhecido, traz belas lascas de peixe, que não se desfazem ao toque do garfo, brócolis, firmes, batatas e ovos cozidos e uma cebola levemente adocicada. Falta exagerar um pouco mais no azeite —mas isso o próprio cliente pode fazer. Na ala dos petiscos, notam-se receitas de execuções simples. Nada emociona, mas também não incomoda. São preparos calorosos, fácies de absorver. Servem de exemplo a tostadinha de anchova e tomates frescos (R$ 23) —estes, assados na lenha e bem temperados— e os cogumelos salteados com ovo caipira (R$ 36). De textura delicada (e preservada, pois são cozidos no vapor), são servidos com ovo frito de gema mole e com um pão português robusto. Vale abocanhar o bolinho de bacalhau com molho bravo (R$ 13). O bolinho, em si, não é nenhuma grande revelação, mas justo —sequinho, com mais peixe do que batata (bingo). O molho, porém, tem sua graça —e bom ardor. Tomates pedaçudos são temperados com pimenta-caiene e páprica picante. Por cima, um tico de aioli, mais leve, com maionese de leite, alho e limão-siciliano e um chouriço crocante —na boca, ficou borrachudo, difícil de morder, mas, vá lá, dá para empurrar com a boa e variada oferta de vinhos e drinques. Adega Santiago. R. Dr. Doutor Melo Alves, 728, Jardim Paulista, tel. 3061 - 3382. Mais
| 9 |
Paralisação de motoristas de ônibus prejudica passageiros em SP
|
Uma paralisação de funcionários de duas empresas de ônibus prejudica passageiros na zona leste e centro de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (17). Ao menos 387 ônibus da VIP Imperador que operam cerca de 27 linhas, a maioria entre bairros da zona leste de São Paulo e outras até o centro, principalmente no destino ao Parque Dom Pedro. Os motoristas da Expandir estão com os braços cruzados em garagens da empresa Expandir, no Brás. A Expandir tem 91 ônibus para atender dez linhas. Noventa e nove coletivos estão em atividade pelo Sistema Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) para atender o trajeto das onze principais linhas afetadas pela paralisação. Mais cedo, funcionários da Sambaíba chegaram a fazer uma paralisação na madrugada, mas por volta das 5h30 os ônibus voltaram a circular. Os motivos das paralisações não foram informados.
|
cotidiano
|
Paralisação de motoristas de ônibus prejudica passageiros em SPUma paralisação de funcionários de duas empresas de ônibus prejudica passageiros na zona leste e centro de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (17). Ao menos 387 ônibus da VIP Imperador que operam cerca de 27 linhas, a maioria entre bairros da zona leste de São Paulo e outras até o centro, principalmente no destino ao Parque Dom Pedro. Os motoristas da Expandir estão com os braços cruzados em garagens da empresa Expandir, no Brás. A Expandir tem 91 ônibus para atender dez linhas. Noventa e nove coletivos estão em atividade pelo Sistema Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) para atender o trajeto das onze principais linhas afetadas pela paralisação. Mais cedo, funcionários da Sambaíba chegaram a fazer uma paralisação na madrugada, mas por volta das 5h30 os ônibus voltaram a circular. Os motivos das paralisações não foram informados.
| 5 |
Vintage Trouble traz era de ouro do rock'n'roll ao festival Lollapalooza
|
O nome é direto: a Vintage Trouble, banda de Los Angeles, está em busca dos sons de outras épocas. "O final dos anos 1950 e o início dos 1960 foram uma era incrível, quando o rock'n'roll era um estilo indefinido. Era gospel, soul, rhythm and blues Ninguém podia dizer exatamente o que era o rock, era só uma música de alegria", vibra o baterista Richard Danielson. O grupo, que já tocou no Brasil no Rock in Rio de 2013, mostrará a mistura em São Paulo no dia 12 de março, o primeiro do festival Lollapalooza. Haverá também um show à parte, dividindo a noite de 15 de março com os Eagles of Death Metal, na casa de shows Cine Joia. A música de alegria de que o baterista fala será uma espécie de ato político nessa apresentação, lembrando as 90 pessoas que morreram no ataque terrorista à casa de shows parisiense Bataclan durante um show dos Eagles em novembro de 2015. "A melhor coisa que eles [Eagles] podem fazer é retomar as rédeas e mostrar que a música é feita de amor, paz. Não se pode calar essa voz", diz Danielson à Folha. Uma parceria entre os grupos, que nunca trabalharam juntos, é um desejo, diz ele, mas ainda é incerta. De parcerias, aliás, os roqueiros retrôs não têm como se queixarem. Em seis anos de estrada, já abriram turnês de bandas como Rolling Stones, AC/DC e The Who, entre outros. Para chegarem a esses nomes, contaram com a estratégia traçada pelo empresário Doc McGhee, que já trabalhou com Bon Jovi, Guns N' Roses, Kiss e Mötley Crüe. Antes de se tornarem conhecidos nos Estados Unidos, apresentaram o álbum de estreia, "The Bomb Shelter Sessions" (2011), em turnê na Europa. Na volta, comparados a Chuck Berry e James Brown, estavam com experiência e cachê valorizado para triunfarem em casa. Para Danielson, o bom momento da Vintage Trouble reflete também o novo interesse do público pelo que chama de "música de verdade". Prova disso, diz, são os três troféus conquistados no Grammy de 2016 pelo rock, blues e soul do Alabama Shakes -grupo que se apresenta no segundo dia do Lollapalooza, domingo (13), e também no dia seguinte, no Audio Club. "As pessoas estão cheias de música feita com 'autotune' [programa que corrige os desafinados]. Elas querem ter experiências melhores ao vivo, ver pessoas tocando instrumentos reais, em tempo real, de forma real." LOLLAPALOOZA QUANDO 12/3 e 13/3, a partir das 11h30; Vintage Trouble toca em 12/3, horário ainda não definido ONDE autódromo de Interlagos, av. Senador Teotônio Vilela, 261, tel. (11) 5666-8822 QUANTO de R$ 450 a R$ 1.700 CLASSIFICAÇÃO 15 anos; de 5 a 14, com responsáveis EAGLES OF DEATH METAL E VINTAGE TROUBLE QUANDO 15/3, a partir das 21h30 ONDE praça Carlos Gomes, 82, SP QUANTO R$ 200 CLASSIFICAÇÃO 18 anos
|
ilustrada
|
Vintage Trouble traz era de ouro do rock'n'roll ao festival LollapaloozaO nome é direto: a Vintage Trouble, banda de Los Angeles, está em busca dos sons de outras épocas. "O final dos anos 1950 e o início dos 1960 foram uma era incrível, quando o rock'n'roll era um estilo indefinido. Era gospel, soul, rhythm and blues Ninguém podia dizer exatamente o que era o rock, era só uma música de alegria", vibra o baterista Richard Danielson. O grupo, que já tocou no Brasil no Rock in Rio de 2013, mostrará a mistura em São Paulo no dia 12 de março, o primeiro do festival Lollapalooza. Haverá também um show à parte, dividindo a noite de 15 de março com os Eagles of Death Metal, na casa de shows Cine Joia. A música de alegria de que o baterista fala será uma espécie de ato político nessa apresentação, lembrando as 90 pessoas que morreram no ataque terrorista à casa de shows parisiense Bataclan durante um show dos Eagles em novembro de 2015. "A melhor coisa que eles [Eagles] podem fazer é retomar as rédeas e mostrar que a música é feita de amor, paz. Não se pode calar essa voz", diz Danielson à Folha. Uma parceria entre os grupos, que nunca trabalharam juntos, é um desejo, diz ele, mas ainda é incerta. De parcerias, aliás, os roqueiros retrôs não têm como se queixarem. Em seis anos de estrada, já abriram turnês de bandas como Rolling Stones, AC/DC e The Who, entre outros. Para chegarem a esses nomes, contaram com a estratégia traçada pelo empresário Doc McGhee, que já trabalhou com Bon Jovi, Guns N' Roses, Kiss e Mötley Crüe. Antes de se tornarem conhecidos nos Estados Unidos, apresentaram o álbum de estreia, "The Bomb Shelter Sessions" (2011), em turnê na Europa. Na volta, comparados a Chuck Berry e James Brown, estavam com experiência e cachê valorizado para triunfarem em casa. Para Danielson, o bom momento da Vintage Trouble reflete também o novo interesse do público pelo que chama de "música de verdade". Prova disso, diz, são os três troféus conquistados no Grammy de 2016 pelo rock, blues e soul do Alabama Shakes -grupo que se apresenta no segundo dia do Lollapalooza, domingo (13), e também no dia seguinte, no Audio Club. "As pessoas estão cheias de música feita com 'autotune' [programa que corrige os desafinados]. Elas querem ter experiências melhores ao vivo, ver pessoas tocando instrumentos reais, em tempo real, de forma real." LOLLAPALOOZA QUANDO 12/3 e 13/3, a partir das 11h30; Vintage Trouble toca em 12/3, horário ainda não definido ONDE autódromo de Interlagos, av. Senador Teotônio Vilela, 261, tel. (11) 5666-8822 QUANTO de R$ 450 a R$ 1.700 CLASSIFICAÇÃO 15 anos; de 5 a 14, com responsáveis EAGLES OF DEATH METAL E VINTAGE TROUBLE QUANDO 15/3, a partir das 21h30 ONDE praça Carlos Gomes, 82, SP QUANTO R$ 200 CLASSIFICAÇÃO 18 anos
| 6 |
Partidos sem democracia interna
|
Pensei inicialmente em propor neste artigo um balanço de 2016, ano de que saímos pior do que entramos: aumentou a crise política e só alguns acreditam que a econômica está mais equacionada. Mas me decidi por um tema específico, porém central, para nosso impasse político: por que nossos dois melhores partidos, PSDB e PT, caíram tão baixo? Por que um deles foi derrotado em quatro eleições presidenciais sucessivas e o outro perdeu o poder num ritmo que, a partir de certo momento, pareceu inexorável? Isso é mais importante do que especular sobre os nomes da direita e da esquerda para a eleição de 2018. Penso que a falta de democracia interna em ambos foi uma das causas de seu esvaziamento. O PSDB era chamado de "um partido de muito cacique e pouco índio" desde sua fundação, em 1988. Seus candidatos presidenciais foram indicados em reuniões dos principais líderes, não mais do que quatro. Quando teve a ética decisão de realizar primárias para escolher seu candidato à Prefeitura de São Paulo, em 2012, o processo foi atropelado na última hora pela entrada do postulante José Serra, acarretando até mesmo o adiamento da votação. Mesmo em 2016, quando finalmente escolheu João Doria por meio de prévias, resultou em acusações de compra de votos e em racha partidário. Já o PT teve seus principais candidatos selecionados, desde 2010, por indicação direta do presidente Lula. Naquele ano, quando qualquer nome do partido venceria o pleito, ele escolheu uma candidata sem experiência eleitoral nem habilidade política, Dilma Rousseff. Em 2012, para a Prefeitura de São Paulo, atropelou a candidatura de Marta Suplicy com o bom argumento de que ela teria um piso alto, mas um teto baixo nas intenções de voto. Ainda assim, substituiu a decisão em prévias ou convenção por uma indicação de cima para baixo, em favor de Fernando Haddad. Da primeira vez, qualquer petista ganharia; da segunda, só o indicado por Lula. Na terceira, a eleição para o governado paulista em 2014, o nome indicado, Alexandre Padilha, ficou abaixo do piso histórico do partido. Nenhum dos dois partidos submeteu a seus membros -ou a um colégio mais amplo de simpatizantes, como se faz na França e na Argentina- a escolha do candidato. Hoje se vive a preocupação, no PSDB, de que Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra possam sair candidatos ao mesmo tempo, um contra o outro, obviamente por siglas diferentes. Esse receio não é o sinal claríssimo de que não existe, nem mesmo entre os nomes de grife do partido, fidelidade partidária genuína? Alguém pode imaginar Hillary Clinton, derrotada por Barack Obama nas primárias de 2008, concorrendo contra ele por outro partido? Ou, na Alemanha, um rival interno de Angela Merkel saindo por uma sigla independente contra ela? Ou algo assim nas demais democracias consolidadas? Essa baixa fidelidade dos próprios líderes a seus partidos está ligada, esta é minha tese, à pouca importância que as agremiações dão a seus afiliados. Um artigo de alguns anos atrás do jornalista Cristian Klein, no joral "Valor Econômico", mostrava que em muitos partidos a maior parte das direções municipais não era eleita localmente, mas nomeada pelas instâncias superiores, estaduais ou mesmo nacional. O PT e o PMDB eram as grandes exceções, com dirigentes municipais eleitos pelos filiados. Outros eram casos de intervenção a granel. Ficam, portanto, algumas perguntas. Se um partido não pratica a democracia internamente, como poderá ele fortalecer a democracia no país como um todo? Para termos um país realmente democrático, não precisaremos democratizar os partidos? Que tal tentar isso? E por que não começar com discussões de baixo para cima, não sobre nomes, mas sobre ideias e programas? RENATO JANINE RIBEIRO é professor titular de ética e filosofia política da USP. Foi ministro da Educação em 2015 (governo Dilma) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
|
opiniao
|
Partidos sem democracia internaPensei inicialmente em propor neste artigo um balanço de 2016, ano de que saímos pior do que entramos: aumentou a crise política e só alguns acreditam que a econômica está mais equacionada. Mas me decidi por um tema específico, porém central, para nosso impasse político: por que nossos dois melhores partidos, PSDB e PT, caíram tão baixo? Por que um deles foi derrotado em quatro eleições presidenciais sucessivas e o outro perdeu o poder num ritmo que, a partir de certo momento, pareceu inexorável? Isso é mais importante do que especular sobre os nomes da direita e da esquerda para a eleição de 2018. Penso que a falta de democracia interna em ambos foi uma das causas de seu esvaziamento. O PSDB era chamado de "um partido de muito cacique e pouco índio" desde sua fundação, em 1988. Seus candidatos presidenciais foram indicados em reuniões dos principais líderes, não mais do que quatro. Quando teve a ética decisão de realizar primárias para escolher seu candidato à Prefeitura de São Paulo, em 2012, o processo foi atropelado na última hora pela entrada do postulante José Serra, acarretando até mesmo o adiamento da votação. Mesmo em 2016, quando finalmente escolheu João Doria por meio de prévias, resultou em acusações de compra de votos e em racha partidário. Já o PT teve seus principais candidatos selecionados, desde 2010, por indicação direta do presidente Lula. Naquele ano, quando qualquer nome do partido venceria o pleito, ele escolheu uma candidata sem experiência eleitoral nem habilidade política, Dilma Rousseff. Em 2012, para a Prefeitura de São Paulo, atropelou a candidatura de Marta Suplicy com o bom argumento de que ela teria um piso alto, mas um teto baixo nas intenções de voto. Ainda assim, substituiu a decisão em prévias ou convenção por uma indicação de cima para baixo, em favor de Fernando Haddad. Da primeira vez, qualquer petista ganharia; da segunda, só o indicado por Lula. Na terceira, a eleição para o governado paulista em 2014, o nome indicado, Alexandre Padilha, ficou abaixo do piso histórico do partido. Nenhum dos dois partidos submeteu a seus membros -ou a um colégio mais amplo de simpatizantes, como se faz na França e na Argentina- a escolha do candidato. Hoje se vive a preocupação, no PSDB, de que Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra possam sair candidatos ao mesmo tempo, um contra o outro, obviamente por siglas diferentes. Esse receio não é o sinal claríssimo de que não existe, nem mesmo entre os nomes de grife do partido, fidelidade partidária genuína? Alguém pode imaginar Hillary Clinton, derrotada por Barack Obama nas primárias de 2008, concorrendo contra ele por outro partido? Ou, na Alemanha, um rival interno de Angela Merkel saindo por uma sigla independente contra ela? Ou algo assim nas demais democracias consolidadas? Essa baixa fidelidade dos próprios líderes a seus partidos está ligada, esta é minha tese, à pouca importância que as agremiações dão a seus afiliados. Um artigo de alguns anos atrás do jornalista Cristian Klein, no joral "Valor Econômico", mostrava que em muitos partidos a maior parte das direções municipais não era eleita localmente, mas nomeada pelas instâncias superiores, estaduais ou mesmo nacional. O PT e o PMDB eram as grandes exceções, com dirigentes municipais eleitos pelos filiados. Outros eram casos de intervenção a granel. Ficam, portanto, algumas perguntas. Se um partido não pratica a democracia internamente, como poderá ele fortalecer a democracia no país como um todo? Para termos um país realmente democrático, não precisaremos democratizar os partidos? Que tal tentar isso? E por que não começar com discussões de baixo para cima, não sobre nomes, mas sobre ideias e programas? RENATO JANINE RIBEIRO é professor titular de ética e filosofia política da USP. Foi ministro da Educação em 2015 (governo Dilma) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
| 7 |
Criador de site para venda de drogas é condenado à prisão perpétua nos EUA
|
O americano Ross Ulbricht, fundador do site Silk Road, foi condenado nesta sexta-feira (29) à prisão perpétua pela Justiça de Nova York (EUA). Ulbricht, 31, formado em física, era conhecido on-line pelo pseudônimo "Dread Pirate Roberts", que usou para criar o site. O Silk Road, que ficou no ar entre fevereiro de 2011 e julho de 2013 —e movimentou, nesse período, segundo o processo, US$ 210 milhões só com drogas— funcionava como um comércio clandestino de entorpecentes, remédios controlados, documentos falsos e equipamentos para hacking. O site era um dos mais conhecidos da chamada "internet profunda", parte da web que não é acessível a partir de navegadores comuns —como Chrome, Firefox e Internet Explorer—, e cujos sites não podem ser achados por buscadores como o Google; eles usam o navegador TOR, que embaralha as informações antes de transmiti-las pela rede, e moedas virtuais, como o Bitcoin. Ulbricht foi condenado a cinco sentenças de prisão: uma de 20 anos, uma de 15, uma de cinco e duas perpétuas, segundo o jornal "The Guardian", por diferentes crimes ligados ao tráfico de drogas. Não há possibilidade de liberdade condicional. Pais de usuários do Silk Road que foram vítimas de overdose compareceram ao tribunal durante o julgamento, fazendo o condenado chorar enquanto pedia desculpas. "Nunca quis que isso acontecesse, queria voltar no tempo e convencer a mim mesmo a tomar um rumo diferente", disse Ulbricht. "Eu mudei, não sou mais o homem que era quando criei o Silk Road". Sua defesa colheu cartas de amigos e familiares alegando que ele poderia contribuir com a sociedade apesar dos crimes. A juíza Katherine Forrest não se convenceu com os argumentos. "O propósito do Silk Road era de estar acima das leis", disse. "Você não é melhor do que qualquer outro traficante de drogas. Sua educação não o faz diferente, e torna isso ainda mais inexplicável".
|
tec
|
Criador de site para venda de drogas é condenado à prisão perpétua nos EUAO americano Ross Ulbricht, fundador do site Silk Road, foi condenado nesta sexta-feira (29) à prisão perpétua pela Justiça de Nova York (EUA). Ulbricht, 31, formado em física, era conhecido on-line pelo pseudônimo "Dread Pirate Roberts", que usou para criar o site. O Silk Road, que ficou no ar entre fevereiro de 2011 e julho de 2013 —e movimentou, nesse período, segundo o processo, US$ 210 milhões só com drogas— funcionava como um comércio clandestino de entorpecentes, remédios controlados, documentos falsos e equipamentos para hacking. O site era um dos mais conhecidos da chamada "internet profunda", parte da web que não é acessível a partir de navegadores comuns —como Chrome, Firefox e Internet Explorer—, e cujos sites não podem ser achados por buscadores como o Google; eles usam o navegador TOR, que embaralha as informações antes de transmiti-las pela rede, e moedas virtuais, como o Bitcoin. Ulbricht foi condenado a cinco sentenças de prisão: uma de 20 anos, uma de 15, uma de cinco e duas perpétuas, segundo o jornal "The Guardian", por diferentes crimes ligados ao tráfico de drogas. Não há possibilidade de liberdade condicional. Pais de usuários do Silk Road que foram vítimas de overdose compareceram ao tribunal durante o julgamento, fazendo o condenado chorar enquanto pedia desculpas. "Nunca quis que isso acontecesse, queria voltar no tempo e convencer a mim mesmo a tomar um rumo diferente", disse Ulbricht. "Eu mudei, não sou mais o homem que era quando criei o Silk Road". Sua defesa colheu cartas de amigos e familiares alegando que ele poderia contribuir com a sociedade apesar dos crimes. A juíza Katherine Forrest não se convenceu com os argumentos. "O propósito do Silk Road era de estar acima das leis", disse. "Você não é melhor do que qualquer outro traficante de drogas. Sua educação não o faz diferente, e torna isso ainda mais inexplicável".
| 10 |
Brasil terá filmes dirigidos por Daniela Thomas e Julia Murat na Berlinale
|
É por meio do olhar feminino que o Brasil dará as caras no próximo Festival de Berlim, uma das mais prestigiosas mostras de cinema, que irá de 9 a 19 de fevereiro. As diretoras Daniela Thomas e Julia Murat estão entre os nomes anunciados na manhã de terça (20) cujos filmes participarão da Panorama, seção paralela à competição principal do festival. Os dois longas trazem, além do olhar feminino, uma presença forte de personagens mulheres nas tramas. O drama "Vazante", de Daniela Thomas, aborda a feminilidade sob o ponto de vista do abuso, ambientado nas Minas Gerais do século 19. A menina Beatriz (papel da estreante Luana Nastas) é dada em casamento a Antonio (vivido pelo ator português Adriano Carvalho). Ela é levada a conviver com os escravos do marido numa fazenda que promete desencadear uma espiral de violência. "No Brasil até pouco tempo se praticou o casamento forçado de meninas muito jovens", diz Daniela Thomas, que acalentava o projeto há mais de 15 anos. A escravidão é outro dos temas que costuram a trama. "O país ainda não encarou isso que praticou. É algo que me comove." Para reconstituir a história,ela teve ajuda da historiadora Mary Del Priore (da série de livros "Histórias da Gente Brasileira"). "Ela tem obsessão em saber como teria sido a vida comum dos brasileiros", conta a diretora. Daniela Thomas também optou por rodar o longa todo em preto e branco. "Não queria que as cores atrapalhassem o fluir da história. E como o preto e branco traz essa associação com o passado, achei que seria legal", diz a cineasta, que filmou num casarão antigo próximo à região do Serro, em Minas. "Vazante" é seu primeiro longa solo depois de codirigir "Terra Estrangeira", "O Primeiro Dia" e "Linha de Passe" com Walter Salles, e "Insolação", com Felipe Hirsch. A diretora, que fez parte da direção artística da abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, também prepara para breve um segundo filme solo: "O Banquete", passado no contexto da redemocratização. Também integra a escalação brasileira do Festival de Berlim outro drama: "Pendular", da carioca Julia Murat. O filme gira em torno da relação entre um casal: ele, um escultor; ela, uma dançarina. Entre os dois, vividos por Raquel Karro e Rodrigo Bolzan, brota uma tensão que vai se manifestar no espaço que compartilham: as esculturas dele invadem o espaço dela. "Queria trabalhar com a ideia de pêndulo", diz a diretora. "Tanto o pêndulo da relação amorosa quanto o pêndulo do encontro das artes." Com carreira sedimentada na edição e assistência de direção, Murat é diretora de "Histórias que Só Existem Quando Lembradas", de 2011. Ela comenta o fato de que são duas diretoras as brasileiras selecionadas para a Berlinale: "Que seja uma realidade, e não uma campanha". Dentre os grandes festivais estrangeiros –junto de Cannes e Veneza–, Berlim tem sido o mais receptivo aos brasileiros: já premiou "Tropa de Elite" e "Central do Brasil". Os filmes da competição principal e da segunda leva da seção Panorama ainda não foram anunciados. "Joaquim", biografia sobre Tiradentes dirigida por Marcelo Gomes, está nesse páreo.
|
ilustrada
|
Brasil terá filmes dirigidos por Daniela Thomas e Julia Murat na BerlinaleÉ por meio do olhar feminino que o Brasil dará as caras no próximo Festival de Berlim, uma das mais prestigiosas mostras de cinema, que irá de 9 a 19 de fevereiro. As diretoras Daniela Thomas e Julia Murat estão entre os nomes anunciados na manhã de terça (20) cujos filmes participarão da Panorama, seção paralela à competição principal do festival. Os dois longas trazem, além do olhar feminino, uma presença forte de personagens mulheres nas tramas. O drama "Vazante", de Daniela Thomas, aborda a feminilidade sob o ponto de vista do abuso, ambientado nas Minas Gerais do século 19. A menina Beatriz (papel da estreante Luana Nastas) é dada em casamento a Antonio (vivido pelo ator português Adriano Carvalho). Ela é levada a conviver com os escravos do marido numa fazenda que promete desencadear uma espiral de violência. "No Brasil até pouco tempo se praticou o casamento forçado de meninas muito jovens", diz Daniela Thomas, que acalentava o projeto há mais de 15 anos. A escravidão é outro dos temas que costuram a trama. "O país ainda não encarou isso que praticou. É algo que me comove." Para reconstituir a história,ela teve ajuda da historiadora Mary Del Priore (da série de livros "Histórias da Gente Brasileira"). "Ela tem obsessão em saber como teria sido a vida comum dos brasileiros", conta a diretora. Daniela Thomas também optou por rodar o longa todo em preto e branco. "Não queria que as cores atrapalhassem o fluir da história. E como o preto e branco traz essa associação com o passado, achei que seria legal", diz a cineasta, que filmou num casarão antigo próximo à região do Serro, em Minas. "Vazante" é seu primeiro longa solo depois de codirigir "Terra Estrangeira", "O Primeiro Dia" e "Linha de Passe" com Walter Salles, e "Insolação", com Felipe Hirsch. A diretora, que fez parte da direção artística da abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, também prepara para breve um segundo filme solo: "O Banquete", passado no contexto da redemocratização. Também integra a escalação brasileira do Festival de Berlim outro drama: "Pendular", da carioca Julia Murat. O filme gira em torno da relação entre um casal: ele, um escultor; ela, uma dançarina. Entre os dois, vividos por Raquel Karro e Rodrigo Bolzan, brota uma tensão que vai se manifestar no espaço que compartilham: as esculturas dele invadem o espaço dela. "Queria trabalhar com a ideia de pêndulo", diz a diretora. "Tanto o pêndulo da relação amorosa quanto o pêndulo do encontro das artes." Com carreira sedimentada na edição e assistência de direção, Murat é diretora de "Histórias que Só Existem Quando Lembradas", de 2011. Ela comenta o fato de que são duas diretoras as brasileiras selecionadas para a Berlinale: "Que seja uma realidade, e não uma campanha". Dentre os grandes festivais estrangeiros –junto de Cannes e Veneza–, Berlim tem sido o mais receptivo aos brasileiros: já premiou "Tropa de Elite" e "Central do Brasil". Os filmes da competição principal e da segunda leva da seção Panorama ainda não foram anunciados. "Joaquim", biografia sobre Tiradentes dirigida por Marcelo Gomes, está nesse páreo.
| 6 |
Maranhão falta em sessão e paralisa pacote anticorrupção da Lava Jato
|
O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), não apareceu, na manhã desta quinta-feira (9), para tratar do pacote de projetos anticorrupção que o Ministério Público Federal entregou à Câmara há mais de dois meses. O pacote recebeu mais de duas milhões de assinaturas de apoio, mas até agora não saiu da estaca zero na Câmara –aguarda um despacho da presidência da Casa para que seja criada uma comissão especial de análise das proposições. Apesar de ter marcado uma audiência às 11h com deputados para receber mais assinaturas de apoio e definir a criação da comissão, Maranhão fez esses deputados esperarem por um hora e, ao final, acabou não aparecendo. A assessoria de imprensa da Câmara informou apenas que ele teve um problema de agenda e que remarcou o encontro para a próxima terça-feira (14). O pacote do Ministério Público, intitulado "dez medidas contra a corrupção", trata, em linhas gerais, de propostas de mudanças na legislação para dar celeridade aos processos judiciais, além de endurecer punições para corrupção. As medidas foram concebidas pela força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba e, posteriormente, encampadas pela Procuradoria-Geral da República. O presidente da Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção, Antonio Carlos Mendes Thame (PV-SP), é um dos que subscreveram projeto para englobar as propostas do pacote. Ele disse que o então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) havia se comprometido a dar seguimento aos projetos em audiência no dia 4 de maio, mas o peemedebista, que é um dos principais alvos da Lava Jato, foi afastado no dia seguinte pelo Supremo Tribunal Federal. Mais tarde, a assessoria da presidência da Câmara afirmou que o prolongamento de um compromisso de Maranhão fora da Câmara o impediu de ir à audiência. "Ressalte-se que o presidente Waldir Maranhão lamenta o ocorrido e tem todo o interesse em fortalecer as medidas de combate à corrupção e de aumento da transparência no setor público."
|
poder
|
Maranhão falta em sessão e paralisa pacote anticorrupção da Lava JatoO presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), não apareceu, na manhã desta quinta-feira (9), para tratar do pacote de projetos anticorrupção que o Ministério Público Federal entregou à Câmara há mais de dois meses. O pacote recebeu mais de duas milhões de assinaturas de apoio, mas até agora não saiu da estaca zero na Câmara –aguarda um despacho da presidência da Casa para que seja criada uma comissão especial de análise das proposições. Apesar de ter marcado uma audiência às 11h com deputados para receber mais assinaturas de apoio e definir a criação da comissão, Maranhão fez esses deputados esperarem por um hora e, ao final, acabou não aparecendo. A assessoria de imprensa da Câmara informou apenas que ele teve um problema de agenda e que remarcou o encontro para a próxima terça-feira (14). O pacote do Ministério Público, intitulado "dez medidas contra a corrupção", trata, em linhas gerais, de propostas de mudanças na legislação para dar celeridade aos processos judiciais, além de endurecer punições para corrupção. As medidas foram concebidas pela força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba e, posteriormente, encampadas pela Procuradoria-Geral da República. O presidente da Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção, Antonio Carlos Mendes Thame (PV-SP), é um dos que subscreveram projeto para englobar as propostas do pacote. Ele disse que o então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) havia se comprometido a dar seguimento aos projetos em audiência no dia 4 de maio, mas o peemedebista, que é um dos principais alvos da Lava Jato, foi afastado no dia seguinte pelo Supremo Tribunal Federal. Mais tarde, a assessoria da presidência da Câmara afirmou que o prolongamento de um compromisso de Maranhão fora da Câmara o impediu de ir à audiência. "Ressalte-se que o presidente Waldir Maranhão lamenta o ocorrido e tem todo o interesse em fortalecer as medidas de combate à corrupção e de aumento da transparência no setor público."
| 0 |
Advogado diz que Bruno tem proposta de nove clubes para voltar ao futebol
|
O goleiro Bruno Fernandes de Souza, 32, foi até o Fórum de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (2), para informar à Vara de Execução Criminal o endereço em que irá morar após ter sido solto na última sexta (24), graças a um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal). Ao sair do carro, acompanhado de advogados, Bruno foi abordado por um homem usando uma máscara de cachorro que o cumprimentou e questionou sobre onde estaria o corpo de Eliza Samudio, morta em 2010. O ex-goleiro não respondeu e foi escoltado pelos advogados. A decisão do ministro revogou a prisão de Bruno no processo em que foi condenado pela morte de Eliza. Bruno chegou ao Fórum vestindo uma camiseta regata da maior torcida organizada do Atlético-MG, a Galoucura, do núcleo Velha Guarda Zona Norte. Foi assediado por uma fã, que fez selfie com o goleiro. Para entrar no Fórum, Bruno teve que usar uma beca, pois não é permitida a entrada no local de camiseta regata. Bruno não concedeu entrevistas, mas seu advogado Lúcio Adolfo disse que o goleiro tem propostas de nove equipes para voltar ao futebol, sendo três do interior de Minas Gerais, além de equipes de Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Não deu os nomes dos clubes supostamente interessados. Afirmou apenas que duas disputam a primeira divisão do Campeonato Brasileiro e que espera que o contrato seja assinado até a próxima semana. "Ele [Bruno] não está falando com vocês pois temos medo que alguma coisa possa ser mal interpretada", afirmou o advogado. Na única entrevista que concedeu, para a TV Globo, Bruno afirmou: "Se eu ficasse lá [na prisão], tivesse prisão perpétua, por exemplo, no Brasil, não ia trazer a vítima de volta. A declaração revoltou a família de Eliza Samudio. O advogado disse ainda que aproveitou a ida ao Fórum para avisar que, dependendo da necessidade do time que Bruno vá defender, ele pode ter que alterar o endereço. Nos próximos dias, ele irá para o Rio de Janeiro, onde ficará na casa de sua mulher, a dentista Ingrid Calheiros, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste. Bruno passou o Carnaval em um sítio próximo a Belo Horizonte. Até ser solto, na última sexta, Bruno estava preso na Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado), em Santa Luzia. Ele foi condenado em março de 2013 a 22 anos e três meses de reclusão por homicídio qualificado por motivo torpe, com emprego de asfixia e com recurso que dificultou a defesa da vítima, além de sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. A medida cautelar determina que Bruno deverá permanecer na residência indicada à Justiça, atender aos chamamentos judiciais, informar eventual transferência e "adotar a postura que se aguarda do cidadão integrado à sociedade".
|
cotidiano
|
Advogado diz que Bruno tem proposta de nove clubes para voltar ao futebolO goleiro Bruno Fernandes de Souza, 32, foi até o Fórum de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (2), para informar à Vara de Execução Criminal o endereço em que irá morar após ter sido solto na última sexta (24), graças a um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal). Ao sair do carro, acompanhado de advogados, Bruno foi abordado por um homem usando uma máscara de cachorro que o cumprimentou e questionou sobre onde estaria o corpo de Eliza Samudio, morta em 2010. O ex-goleiro não respondeu e foi escoltado pelos advogados. A decisão do ministro revogou a prisão de Bruno no processo em que foi condenado pela morte de Eliza. Bruno chegou ao Fórum vestindo uma camiseta regata da maior torcida organizada do Atlético-MG, a Galoucura, do núcleo Velha Guarda Zona Norte. Foi assediado por uma fã, que fez selfie com o goleiro. Para entrar no Fórum, Bruno teve que usar uma beca, pois não é permitida a entrada no local de camiseta regata. Bruno não concedeu entrevistas, mas seu advogado Lúcio Adolfo disse que o goleiro tem propostas de nove equipes para voltar ao futebol, sendo três do interior de Minas Gerais, além de equipes de Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Não deu os nomes dos clubes supostamente interessados. Afirmou apenas que duas disputam a primeira divisão do Campeonato Brasileiro e que espera que o contrato seja assinado até a próxima semana. "Ele [Bruno] não está falando com vocês pois temos medo que alguma coisa possa ser mal interpretada", afirmou o advogado. Na única entrevista que concedeu, para a TV Globo, Bruno afirmou: "Se eu ficasse lá [na prisão], tivesse prisão perpétua, por exemplo, no Brasil, não ia trazer a vítima de volta. A declaração revoltou a família de Eliza Samudio. O advogado disse ainda que aproveitou a ida ao Fórum para avisar que, dependendo da necessidade do time que Bruno vá defender, ele pode ter que alterar o endereço. Nos próximos dias, ele irá para o Rio de Janeiro, onde ficará na casa de sua mulher, a dentista Ingrid Calheiros, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste. Bruno passou o Carnaval em um sítio próximo a Belo Horizonte. Até ser solto, na última sexta, Bruno estava preso na Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado), em Santa Luzia. Ele foi condenado em março de 2013 a 22 anos e três meses de reclusão por homicídio qualificado por motivo torpe, com emprego de asfixia e com recurso que dificultou a defesa da vítima, além de sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. A medida cautelar determina que Bruno deverá permanecer na residência indicada à Justiça, atender aos chamamentos judiciais, informar eventual transferência e "adotar a postura que se aguarda do cidadão integrado à sociedade".
| 5 |
Desabastecimento de remédios impede tratamentos de pacientes na Venezuela
|
Lutando contra um câncer de mama há um ano e meio, Dania Garcia, 50, precisa tomar diariamente um comprimido de Letrozol 2,5 mg. Há três meses, o remédio sumiu das prateleiras de Guarico, Estado no centro-norte da Venezuela onde a vendedora mora. Para tentar consegui-lo, ela precisa viajar cinco horas de ônibus e procurá-lo em Caracas. Na rede pública, Dania buscou o remédio por semanas. Depois achou uma caixa em uma loja privada, a 2.500 bolívares, um terço do salário mínimo que recebe. Na última sexta (28), ela finalmente conseguiu 30 comprimidos de Letrozol numa farmácia estatal a custo zero. Mas sua viagem e a da irmã que a acompanhou consumiram todo seu salário. "Em um mês terei de fazer tudo isso de novo", diz. A falta de remédios é uma das facetas mais dramáticas do desabastecimento na Venezuela. Segundo a Federação Farmacêutica Venezuelana (Fefarven), a escassez atinge sete de cada dez medicamentos vendidos no país. "De cremes para queimadura a remédios para o sistema nervoso, passando por tratamentos cardiológicos e anticoagulantes, quase tudo falta", diz Freddy Ceballos, presidente da Fefarven. Um dos casos mais urgentes é o dos anticoncepcionais. Ceballos prevê aumento na taxa de gravidez adolescente num país que já é recordista sul-americano nesse índice. Em julho, um pico de escassez de Prednisona e Cellcept, drogas que impedem o organismo de rejeitar órgãos transplantados, levou venezuelanos a recorrerem a remédios para cachorros e gatos. Os remédios reaparecem, mas sem a garantia de que o abastecimento se normalize. "Pacientes transplantados dependem de um coquetel de remédios que só faz efeito se todos forem tomados com regularidade. O problema é que quando um remédio ressurge, outro some", diz Francisco Valencia, ativista pelos direitos dos transplantados. HOSPITAIS A saúde pública também é afetada pela escassez de peças de reposição em equipamentos hospitalares. Médicos ouvidos pela Folha dizem ser difícil mesurar o total de mortes causadas pela falta de drogas e insumos. Mas todos concordam que a medicação irregular reduz a chance de sobreviver. "A escassez me obriga a mudar a medicações. Mas há remédios insubstituíveis", diz o oncologista Paulo Pereira. Segundo ele, o paciente perde tanto tempo buscando remédios que um tratamento de seis meses dura oito. Um conhecido cientista político, que pediu para não ser identificado, passou três semanas à procura de remédios para seu pai, que tem câncer. "Nem com todo o dinheiro possível consegui comprar. Só achei graças a uma campanha em redes sociais", diz. A situação só não é pior, dizem médicos e pacientes, por causa do apoio de empresas privadas, fundações e doações individuais. A escassez de remédios e outros produtos, sobretudo alimentos e artigos de higiene, é causada por vários fatores. Um deles é a fraca produção industrial num país acostumado a importar quase tudo que consome. Na última década, o aparato industrial ficou ainda menor depois que o governo de esquerda implementou políticas como controle de preços e de câmbio e expropriações, inibindo a já parca produção. A situação piorou em 2014, quando o preço do petróleo, sustentáculo da economia local, desabou. Com menos dólares em caixa, a Venezuela não consegue atender sua necessidade de importação. Para a federação farmacêutica, o quadro só mudará quando o governo parar de enviar petróleo subsidiado a países aliados e privilegiar o desenvolvimento da indústria local. "O governo recentemente importou um lote de remédios cubanos. Como confiar num produto em que a etiqueta diz 'proteger da luz', mas está em frasco transparente?", indaga Ceballos. O governo não responde aos contatos da Folha. À agência de notícias Reuters, o presidente do Instituto Venezuelano de Seguros Sociais, Carlos Rotondaro, negou a escassez de remédios, mas admitiu "falhas pontuais" no abastecimento. Médicos preveem que o fechamento do principal posto de fronteira com a Colômbia agrave o problema.
|
mundo
|
Desabastecimento de remédios impede tratamentos de pacientes na VenezuelaLutando contra um câncer de mama há um ano e meio, Dania Garcia, 50, precisa tomar diariamente um comprimido de Letrozol 2,5 mg. Há três meses, o remédio sumiu das prateleiras de Guarico, Estado no centro-norte da Venezuela onde a vendedora mora. Para tentar consegui-lo, ela precisa viajar cinco horas de ônibus e procurá-lo em Caracas. Na rede pública, Dania buscou o remédio por semanas. Depois achou uma caixa em uma loja privada, a 2.500 bolívares, um terço do salário mínimo que recebe. Na última sexta (28), ela finalmente conseguiu 30 comprimidos de Letrozol numa farmácia estatal a custo zero. Mas sua viagem e a da irmã que a acompanhou consumiram todo seu salário. "Em um mês terei de fazer tudo isso de novo", diz. A falta de remédios é uma das facetas mais dramáticas do desabastecimento na Venezuela. Segundo a Federação Farmacêutica Venezuelana (Fefarven), a escassez atinge sete de cada dez medicamentos vendidos no país. "De cremes para queimadura a remédios para o sistema nervoso, passando por tratamentos cardiológicos e anticoagulantes, quase tudo falta", diz Freddy Ceballos, presidente da Fefarven. Um dos casos mais urgentes é o dos anticoncepcionais. Ceballos prevê aumento na taxa de gravidez adolescente num país que já é recordista sul-americano nesse índice. Em julho, um pico de escassez de Prednisona e Cellcept, drogas que impedem o organismo de rejeitar órgãos transplantados, levou venezuelanos a recorrerem a remédios para cachorros e gatos. Os remédios reaparecem, mas sem a garantia de que o abastecimento se normalize. "Pacientes transplantados dependem de um coquetel de remédios que só faz efeito se todos forem tomados com regularidade. O problema é que quando um remédio ressurge, outro some", diz Francisco Valencia, ativista pelos direitos dos transplantados. HOSPITAIS A saúde pública também é afetada pela escassez de peças de reposição em equipamentos hospitalares. Médicos ouvidos pela Folha dizem ser difícil mesurar o total de mortes causadas pela falta de drogas e insumos. Mas todos concordam que a medicação irregular reduz a chance de sobreviver. "A escassez me obriga a mudar a medicações. Mas há remédios insubstituíveis", diz o oncologista Paulo Pereira. Segundo ele, o paciente perde tanto tempo buscando remédios que um tratamento de seis meses dura oito. Um conhecido cientista político, que pediu para não ser identificado, passou três semanas à procura de remédios para seu pai, que tem câncer. "Nem com todo o dinheiro possível consegui comprar. Só achei graças a uma campanha em redes sociais", diz. A situação só não é pior, dizem médicos e pacientes, por causa do apoio de empresas privadas, fundações e doações individuais. A escassez de remédios e outros produtos, sobretudo alimentos e artigos de higiene, é causada por vários fatores. Um deles é a fraca produção industrial num país acostumado a importar quase tudo que consome. Na última década, o aparato industrial ficou ainda menor depois que o governo de esquerda implementou políticas como controle de preços e de câmbio e expropriações, inibindo a já parca produção. A situação piorou em 2014, quando o preço do petróleo, sustentáculo da economia local, desabou. Com menos dólares em caixa, a Venezuela não consegue atender sua necessidade de importação. Para a federação farmacêutica, o quadro só mudará quando o governo parar de enviar petróleo subsidiado a países aliados e privilegiar o desenvolvimento da indústria local. "O governo recentemente importou um lote de remédios cubanos. Como confiar num produto em que a etiqueta diz 'proteger da luz', mas está em frasco transparente?", indaga Ceballos. O governo não responde aos contatos da Folha. À agência de notícias Reuters, o presidente do Instituto Venezuelano de Seguros Sociais, Carlos Rotondaro, negou a escassez de remédios, mas admitiu "falhas pontuais" no abastecimento. Médicos preveem que o fechamento do principal posto de fronteira com a Colômbia agrave o problema.
| 4 |
Planejamento alega 'prudência' e segura despesas no primeiro trimestre
|
Diferentemente do ano passado, quando liberou 25% das dotações previstas no Orçamento entre janeiro e março, o Ministério do Planejamento informou nesta terça (17), em decreto publicado no Diário Oficial da União, que permitirá somente 16% de gastos nos primeiros três meses. O decreto, de acordo com nota divulgada pelo ministério, optou pela "prudência" e leva em conta o momento de incerteza na economia brasileira. "Ao estabelecer a programação financeira para o exercício, o decreto leva em consideração incertezas da conjuntura econômica, bem como a prudência, princípio norteador da Lei de Responsabilidade Federal, além da sazonalidade natural da execução das despesas pelo governo federal", disse a pasta em comunicado. No começo de 2015, o ministério também havia citado as "incertezas sobre a evolução da economia" ao determinar que poderiam ser gastos somente pouco mais que 5% do Orçamento por mês (ou 16% em três meses). A publicação no Diário Oficial estabelece a programação orçamentária e financeira do governo —na quarta-feira (11), foi publicada a Lei Orçamentária Anual 2017 (LOA 2017). CONTENÇÃO DE GASTOS Nesta terça, o ministério reforçou que a contenção de despesas no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2016 é necessária para sinalizar o compromisso do governo com a contenção dos gastos públicos. "A prudência adotada é fundamental para sinalizar aos agentes econômicos o compromisso do governo federal para manter uma política fiscal consistente e para garantir a sustentabilidade da dívida pública no longo prazo." A pasta lembrou ainda que, em março, realizará a primeira avaliação bimestral de receitas e despesas do ano. "Se necessário, [serão] adotadas medidas de limitação orçamentária e financeira", afirmou o ministério. A meta para o resultado primário neste ano é de um deficit de R$ 139 bilhões —em 2016, a meta fixada foi de R$ 170,5 bilhões.
|
mercado
|
Planejamento alega 'prudência' e segura despesas no primeiro trimestreDiferentemente do ano passado, quando liberou 25% das dotações previstas no Orçamento entre janeiro e março, o Ministério do Planejamento informou nesta terça (17), em decreto publicado no Diário Oficial da União, que permitirá somente 16% de gastos nos primeiros três meses. O decreto, de acordo com nota divulgada pelo ministério, optou pela "prudência" e leva em conta o momento de incerteza na economia brasileira. "Ao estabelecer a programação financeira para o exercício, o decreto leva em consideração incertezas da conjuntura econômica, bem como a prudência, princípio norteador da Lei de Responsabilidade Federal, além da sazonalidade natural da execução das despesas pelo governo federal", disse a pasta em comunicado. No começo de 2015, o ministério também havia citado as "incertezas sobre a evolução da economia" ao determinar que poderiam ser gastos somente pouco mais que 5% do Orçamento por mês (ou 16% em três meses). A publicação no Diário Oficial estabelece a programação orçamentária e financeira do governo —na quarta-feira (11), foi publicada a Lei Orçamentária Anual 2017 (LOA 2017). CONTENÇÃO DE GASTOS Nesta terça, o ministério reforçou que a contenção de despesas no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2016 é necessária para sinalizar o compromisso do governo com a contenção dos gastos públicos. "A prudência adotada é fundamental para sinalizar aos agentes econômicos o compromisso do governo federal para manter uma política fiscal consistente e para garantir a sustentabilidade da dívida pública no longo prazo." A pasta lembrou ainda que, em março, realizará a primeira avaliação bimestral de receitas e despesas do ano. "Se necessário, [serão] adotadas medidas de limitação orçamentária e financeira", afirmou o ministério. A meta para o resultado primário neste ano é de um deficit de R$ 139 bilhões —em 2016, a meta fixada foi de R$ 170,5 bilhões.
| 2 |
Metrô e CPTM desistem de greve nesta terça; frio segue com mínima de 9ºC
|
Depois de assembleia na noite desta segunda (23), sindicatos dos funcionários da CPTM e do Metrô descartaram a paralisação prevista para esta terça (24) –todas as linhas de ambos serviços funcionam normalmente. O sindicato dos trabalhadores da CPTM aceitou a proposta da empresa e encerra definitivamente a ameaça de greve, já os metroviários continuam em negociação. * TEMPO Na madrugada desta segunda (23), um temporal afetou semáforos e deixou ruas às escuras em diversos pontos da cidade. Ao longo do dia, a temperatura despencou, ficando em torno de 15ºC durante a tarde. Nesta terça (24), o dia promete mais frio, com temperaturas que não devem passar dos 16ºC (máxima de 17ºC e mínima de 9ºC). Segundo o Climatempo, há possibilidade de garoa de dia e à noite. * VOCÊ DEVERIA SABER As ambulâncias do Samu estão demorando mais tempo para conseguir prestar atendimento de urgência nas ruas da cidade de São Paulo. A Folha obteve dados que mostram aumento da demora em quatro de cinco regiões em relação ao ano anterior. Nesta terça, o iPhone SE, versão de tela menor e configurações mais modestas do smartphone da Apple, começa a ser vendido em lojas físicas no país. Voltado para os mercados emergentes, o aparelho é mais barato e custa entre R$ 2.700 (versão com 16 Gbytes de memória) e R$ 3.000 (64 Gbytes). * AGENDA CULTURAL Show | Com repertório baseado em seu mais recente trabalho, "Antes do Mundo Acabar" (2015), Zélia Duncan, que tem mais de três décadas de carreira, entoa sambas próprios compostos com parceiros como Zeca Baleiro, Arlindo Cruz e Pedro Luís. Theatro Net São Paulo - Shopping Vila Olímpia - r. Olimpíadas, 360, 5º andar, Vila Olímpia, região oeste, tel. 4003-1212. 799 lugares. 21h. 90 min. 12 anos. Ingr.: R$ 90 a R$ 120. Estac. (R$ 13 p/ 2 h). Ingr. p/ ingressorapido.com.br. * As notícias de amanhã são publicadas aqui, sempre às 21h do dia anterior.
|
saopaulo
|
Metrô e CPTM desistem de greve nesta terça; frio segue com mínima de 9ºCDepois de assembleia na noite desta segunda (23), sindicatos dos funcionários da CPTM e do Metrô descartaram a paralisação prevista para esta terça (24) –todas as linhas de ambos serviços funcionam normalmente. O sindicato dos trabalhadores da CPTM aceitou a proposta da empresa e encerra definitivamente a ameaça de greve, já os metroviários continuam em negociação. * TEMPO Na madrugada desta segunda (23), um temporal afetou semáforos e deixou ruas às escuras em diversos pontos da cidade. Ao longo do dia, a temperatura despencou, ficando em torno de 15ºC durante a tarde. Nesta terça (24), o dia promete mais frio, com temperaturas que não devem passar dos 16ºC (máxima de 17ºC e mínima de 9ºC). Segundo o Climatempo, há possibilidade de garoa de dia e à noite. * VOCÊ DEVERIA SABER As ambulâncias do Samu estão demorando mais tempo para conseguir prestar atendimento de urgência nas ruas da cidade de São Paulo. A Folha obteve dados que mostram aumento da demora em quatro de cinco regiões em relação ao ano anterior. Nesta terça, o iPhone SE, versão de tela menor e configurações mais modestas do smartphone da Apple, começa a ser vendido em lojas físicas no país. Voltado para os mercados emergentes, o aparelho é mais barato e custa entre R$ 2.700 (versão com 16 Gbytes de memória) e R$ 3.000 (64 Gbytes). * AGENDA CULTURAL Show | Com repertório baseado em seu mais recente trabalho, "Antes do Mundo Acabar" (2015), Zélia Duncan, que tem mais de três décadas de carreira, entoa sambas próprios compostos com parceiros como Zeca Baleiro, Arlindo Cruz e Pedro Luís. Theatro Net São Paulo - Shopping Vila Olímpia - r. Olimpíadas, 360, 5º andar, Vila Olímpia, região oeste, tel. 4003-1212. 799 lugares. 21h. 90 min. 12 anos. Ingr.: R$ 90 a R$ 120. Estac. (R$ 13 p/ 2 h). Ingr. p/ ingressorapido.com.br. * As notícias de amanhã são publicadas aqui, sempre às 21h do dia anterior.
| 9 |
Cientistas descobrem 28 novos mamíferos nas Filipinas
|
Muitos nunca ouviram falar do rato-nebuloso. Essa curiosa criatura não se parece muito com os ratos com que a maioria das pessoas está familiarizada. Na verdade, o rato-nebuloso não é uma única criatura, mas todo um ramo inteiro da árvore da vida. Esta é composta por 15 espécies encontradas exclusivamente nas Filipinas, do rato-nebuloso-gigante-de-Luzon –que pesa mais de 2 quilos– a um tipo de rato-arborícola, de dois gramas, com seus imensos bigodes. Este último está entre as cinco novas espécies de ratos-nebulosos identificados por uma equipe de cientistas que estiveram catalogando os pequenos mamíferos nos últimos 15 anos em Luzon, a maior das ilhas das Filipinas. Danilo Balete, biólogo do Museu Field de História Natural de Chicago (EUA), diz que as várias espécies podem ser confundidas com "coelhos com longas caudas peludas ou com pequenos pandas". Balete e seus colegas ficaram surpresos com a biodiversidade que encontraram no lugar. Eles dobraram o número de mamíferos endêmicos registrados na ilha de 28 para 56, o que significa que o país pode abrigar a maior concentração de espécies únicas de mamíferos do planeta. "Ficamos realmente surpresos, não apenas com o número, mas com a diversidade em termos de forma. São animais espetaculares que só são encontrados em uma ilha nas Filipinas", ressalta Balete em entrevista à DW. "GALÁPAGOS SUPERCARREGADA" Assim como os ratos-nebulosos, a equipe identificou 23 novas espécies de camundongos que se alimentam de minhocas. Os cientistas comparam Luzon a uma versão supercarregada das Ilhas Galápagos, onde Charles Darwin conseguiu visualizar sua teoria da evolução das espécies. "O número de espécies de Galápagos é realmente muito baixo em comparação com as Filipinas", afirma Balete. "Só este grupo de mamíferos é muito mais diversificado do que qualquer coisa nas Ilhas Galápagos." Bolsões de floresta tropical fornecem habitats sutilmente variados, em que os ratos foram originando uma miríade de espécies. Cumes de montanhas individuais em Luzon abrigam até cinco espécies que não são encontradas em nenhum outro lugar do planeta. Isso é mais do que qualquer país europeu possui em espécies únicas. Os cientistas agora publicaram seus resultados sob o título "Doubling diversity: a cautionary tale of previously unsuspected mammalian diversity on a tropical oceanic island" (Duplicando diversidade: um conto preventivo da diversidade de mamíferos anteriormente insuspeitos em uma ilha tropical oceânica, em tradução livre). "Uma das revelações mais importantes deste estudo é que nós realmente não sabemos a extensão da diversidade de mamíferos em nenhum lugar do mundo. Novas descobertas ainda estão sendo feitas, mesmo na África ou em Madagascar", explica Balete. O estudo também é uma advertência contra exterminar espécies antes mesmo de se saber que elas existem. As Filipinas são um dos países no mundo mais fortemente desmatados, com apenas 7% de floresta tropical original restante. APELO PELA CONSERVAÇÃO Luzon também é lar de 57 espécies de morcego –incluindo o impressionante morcego gigante das Filipinas, também conhecido como raposa voadora, com uma envergadura que atinge 1,7 metro–, do sus philippensis, espécie de porco ameaçada, e do pássaro nacional do país, a águia-das-filipinas. Mas a ilha do Pacífico também tem uma população humana de 50 milhões, cerca de metade dos quais vivem na capital do país, Manila. Assentamentos humanos e agricultura estão invadindo a floresta. E muitas das espécies únicas da ilha são alvo de caçadores? com os grandes ratos-nebulosos sendo considerados uma refeição saborosa. Belate diz que a pesquisa de sua equipe deixa claro que novas áreas de proteção devem ser estabelecidas em Luzon. "A definição e a seleção de áreas protegidas são baseadas em dados que não refletem com precisão a diversidade", explica. "Nosso estudo mostra que há o dobro do número de áreas de endemismo do que se pensava anteriormente. Isso significa que temos de proteger muito mais áreas para assegurar que essa diversidade única continue a prosperar", conclui.
|
ambiente
|
Cientistas descobrem 28 novos mamíferos nas FilipinasMuitos nunca ouviram falar do rato-nebuloso. Essa curiosa criatura não se parece muito com os ratos com que a maioria das pessoas está familiarizada. Na verdade, o rato-nebuloso não é uma única criatura, mas todo um ramo inteiro da árvore da vida. Esta é composta por 15 espécies encontradas exclusivamente nas Filipinas, do rato-nebuloso-gigante-de-Luzon –que pesa mais de 2 quilos– a um tipo de rato-arborícola, de dois gramas, com seus imensos bigodes. Este último está entre as cinco novas espécies de ratos-nebulosos identificados por uma equipe de cientistas que estiveram catalogando os pequenos mamíferos nos últimos 15 anos em Luzon, a maior das ilhas das Filipinas. Danilo Balete, biólogo do Museu Field de História Natural de Chicago (EUA), diz que as várias espécies podem ser confundidas com "coelhos com longas caudas peludas ou com pequenos pandas". Balete e seus colegas ficaram surpresos com a biodiversidade que encontraram no lugar. Eles dobraram o número de mamíferos endêmicos registrados na ilha de 28 para 56, o que significa que o país pode abrigar a maior concentração de espécies únicas de mamíferos do planeta. "Ficamos realmente surpresos, não apenas com o número, mas com a diversidade em termos de forma. São animais espetaculares que só são encontrados em uma ilha nas Filipinas", ressalta Balete em entrevista à DW. "GALÁPAGOS SUPERCARREGADA" Assim como os ratos-nebulosos, a equipe identificou 23 novas espécies de camundongos que se alimentam de minhocas. Os cientistas comparam Luzon a uma versão supercarregada das Ilhas Galápagos, onde Charles Darwin conseguiu visualizar sua teoria da evolução das espécies. "O número de espécies de Galápagos é realmente muito baixo em comparação com as Filipinas", afirma Balete. "Só este grupo de mamíferos é muito mais diversificado do que qualquer coisa nas Ilhas Galápagos." Bolsões de floresta tropical fornecem habitats sutilmente variados, em que os ratos foram originando uma miríade de espécies. Cumes de montanhas individuais em Luzon abrigam até cinco espécies que não são encontradas em nenhum outro lugar do planeta. Isso é mais do que qualquer país europeu possui em espécies únicas. Os cientistas agora publicaram seus resultados sob o título "Doubling diversity: a cautionary tale of previously unsuspected mammalian diversity on a tropical oceanic island" (Duplicando diversidade: um conto preventivo da diversidade de mamíferos anteriormente insuspeitos em uma ilha tropical oceânica, em tradução livre). "Uma das revelações mais importantes deste estudo é que nós realmente não sabemos a extensão da diversidade de mamíferos em nenhum lugar do mundo. Novas descobertas ainda estão sendo feitas, mesmo na África ou em Madagascar", explica Balete. O estudo também é uma advertência contra exterminar espécies antes mesmo de se saber que elas existem. As Filipinas são um dos países no mundo mais fortemente desmatados, com apenas 7% de floresta tropical original restante. APELO PELA CONSERVAÇÃO Luzon também é lar de 57 espécies de morcego –incluindo o impressionante morcego gigante das Filipinas, também conhecido como raposa voadora, com uma envergadura que atinge 1,7 metro–, do sus philippensis, espécie de porco ameaçada, e do pássaro nacional do país, a águia-das-filipinas. Mas a ilha do Pacífico também tem uma população humana de 50 milhões, cerca de metade dos quais vivem na capital do país, Manila. Assentamentos humanos e agricultura estão invadindo a floresta. E muitas das espécies únicas da ilha são alvo de caçadores? com os grandes ratos-nebulosos sendo considerados uma refeição saborosa. Belate diz que a pesquisa de sua equipe deixa claro que novas áreas de proteção devem ser estabelecidas em Luzon. "A definição e a seleção de áreas protegidas são baseadas em dados que não refletem com precisão a diversidade", explica. "Nosso estudo mostra que há o dobro do número de áreas de endemismo do que se pensava anteriormente. Isso significa que temos de proteger muito mais áreas para assegurar que essa diversidade única continue a prosperar", conclui.
| 23 |
STF, vaquejada e abate religioso
|
No julgamento em que examinou a regulamentação da vaquejada, o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu acertadamente que essa manifestação cultural implicava crueldade e maus-tratos aos animais. Na vaquejada o boi é enclausurado, açoitado, instigado a correr e tem sua cauda retorcida até cair. Por esse ângulo, a prática não tem absolutamente nenhuma relação com o abate religioso de animais, um preceito alimentar e litúrgico adotado por judeus, muçulmanos e candomblecistas, regulamentado pelo decreto federal nº 30.691/1952, por normativas do Ministério da Agricultura e decretos estaduais. A técnica da jugulação, comum no judaísmo, no islamismo e nas religiões afro-brasileiras, é catalogada pelo Ministério da Agricultura como método humanitário, pois provoca morte instantânea, reduz a dor ao patamar mínimo e evita sofrimento desnecessário. O direito à alimentação kosher (judaica) e halal (islâmica) tem sido ratificado por reiterados julgamentos do Tribunal de Justiça de São Paulo, nos quais companhias aéreas foram condenadas a indenizar passageiros que solicitaram previamente dieta religiosa e foram negligenciados pelos transportadores. Do ângulo econômico, atualmente o Inmetro e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços investem na criação de um Selo Halal para que o Brasil amplie negócios com o cobiçado mercado alimentício muçulmano -em 2015 essas certificações movimentaram cerca de US$ 1 trilhão. Para além de sua dimensão dietética e econômica, o abate religioso constitui um preceito litúrgico referido já no Antigo Testamento, visto que o terceiro livro do Pentateuco, Levítico, faz inúmeras alusões ao abate de animais. Na Kaparot, ritual judaico realizado nas vésperas do Yom Kipur (Dia do Perdão), um homem apanha um galo -ou, sendo mulher, uma galinha- e passa o animal nove vezes sobre a cabeça, recitando a prece "bracha bnei adam" (seja esta minha expiação). Em seguida entregam o animal ao shochet, sacerdote responsável pelo abate. Já os muçulmanos celebram a Eid al-Adha (Festa do Sacrifício), cerimônia realizada no décimo dia do último mês do calendário islâmico, no fim da hajj (peregrinação a Meca). São sacrificados carneiro, camelo, cabra ou boi. De seu turno, as religiões afro-brasileiras, especialmente o segmento filiado à doutrina iorubá, celebram o Etutu (ritual de oferendas), sendo que o alimento resultante do abate é consumido pelos fiéis e pela comunidade que circunda os templos. Em breve os parâmetros jurídicos do abate religioso serão examinados pelo STF, tendo como base uma decisão do Tribunal de Justiça gaúcho de que o abate praticado pelas religiões afro-brasileiras, desde que sem excesso ou crueldade, nada tem de ilegal ou inconstitucional. Vale lembrar que a Constituição Federal assegura a liberdade de culto e de liturgia, proíbe o Estado de embaraçar o funcionamento das cerimônias religiosas, protege as manifestações culturais e prescreve a valorização da diversidade étnica. Por esse ângulo, é possível afirmar que o julgamento do abate religioso terá pouca ou nenhuma relação com o julgamento da vaquejada. Com a palavra, o STF. HÉDIO SILVA JR. é advogado. Foi secretário da Justiça do Estado de São Paulo (gestão Geraldo Alckmin) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
|
opiniao
|
STF, vaquejada e abate religiosoNo julgamento em que examinou a regulamentação da vaquejada, o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu acertadamente que essa manifestação cultural implicava crueldade e maus-tratos aos animais. Na vaquejada o boi é enclausurado, açoitado, instigado a correr e tem sua cauda retorcida até cair. Por esse ângulo, a prática não tem absolutamente nenhuma relação com o abate religioso de animais, um preceito alimentar e litúrgico adotado por judeus, muçulmanos e candomblecistas, regulamentado pelo decreto federal nº 30.691/1952, por normativas do Ministério da Agricultura e decretos estaduais. A técnica da jugulação, comum no judaísmo, no islamismo e nas religiões afro-brasileiras, é catalogada pelo Ministério da Agricultura como método humanitário, pois provoca morte instantânea, reduz a dor ao patamar mínimo e evita sofrimento desnecessário. O direito à alimentação kosher (judaica) e halal (islâmica) tem sido ratificado por reiterados julgamentos do Tribunal de Justiça de São Paulo, nos quais companhias aéreas foram condenadas a indenizar passageiros que solicitaram previamente dieta religiosa e foram negligenciados pelos transportadores. Do ângulo econômico, atualmente o Inmetro e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços investem na criação de um Selo Halal para que o Brasil amplie negócios com o cobiçado mercado alimentício muçulmano -em 2015 essas certificações movimentaram cerca de US$ 1 trilhão. Para além de sua dimensão dietética e econômica, o abate religioso constitui um preceito litúrgico referido já no Antigo Testamento, visto que o terceiro livro do Pentateuco, Levítico, faz inúmeras alusões ao abate de animais. Na Kaparot, ritual judaico realizado nas vésperas do Yom Kipur (Dia do Perdão), um homem apanha um galo -ou, sendo mulher, uma galinha- e passa o animal nove vezes sobre a cabeça, recitando a prece "bracha bnei adam" (seja esta minha expiação). Em seguida entregam o animal ao shochet, sacerdote responsável pelo abate. Já os muçulmanos celebram a Eid al-Adha (Festa do Sacrifício), cerimônia realizada no décimo dia do último mês do calendário islâmico, no fim da hajj (peregrinação a Meca). São sacrificados carneiro, camelo, cabra ou boi. De seu turno, as religiões afro-brasileiras, especialmente o segmento filiado à doutrina iorubá, celebram o Etutu (ritual de oferendas), sendo que o alimento resultante do abate é consumido pelos fiéis e pela comunidade que circunda os templos. Em breve os parâmetros jurídicos do abate religioso serão examinados pelo STF, tendo como base uma decisão do Tribunal de Justiça gaúcho de que o abate praticado pelas religiões afro-brasileiras, desde que sem excesso ou crueldade, nada tem de ilegal ou inconstitucional. Vale lembrar que a Constituição Federal assegura a liberdade de culto e de liturgia, proíbe o Estado de embaraçar o funcionamento das cerimônias religiosas, protege as manifestações culturais e prescreve a valorização da diversidade étnica. Por esse ângulo, é possível afirmar que o julgamento do abate religioso terá pouca ou nenhuma relação com o julgamento da vaquejada. Com a palavra, o STF. HÉDIO SILVA JR. é advogado. Foi secretário da Justiça do Estado de São Paulo (gestão Geraldo Alckmin) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
| 7 |
Dólar sob intervenção
|
A rápida valorização do real nas últimas semanas trouxe de volta preocupações pertinentes com a competitividade das empresas exportadoras do país. Depois de superar R$ 4 no início do ano, a cotação do dólar caiu abaixo de R$ 3,20 nos últimos dias. O movimento barateou as importações e encareceu os produtos destinados ao mercado externo. O risco para as exportações não decorre apenas do novo patamar do câmbio. Ainda mais deletérias são as frequentes e acentuadas oscilações da taxa, que atravancam o planejamento de quem busca os consumidores estrangeiros. Isso considerado, é plenamente defensável a decisão do Banco Central de retomar as intervenções no mercado visando sustar as idas e vindas da moeda norte-americana —a despeito de, em princípio, seus dirigentes serem adeptos do regime de livre flutuação cambial. Em sabatina no Senado, quatro novos diretores da instituição defenderam que não deve haver uma meta para as cotações, como muitas vezes se tentou no passado com resultados de inócuos a desastrosos. Trata-se, isso sim, de lidar realisticamente com distorções comuns em economias emergentes como a brasileira. Nesses casos, pratica-se em geral a flutuação sujeita a interferências —ou "suja", como se convencionou chamar. O motivo é que países onde as condições políticas e econômicas são mais instáveis acabam sujeitos a mudanças bruscas nos fluxos de capital estrangeiro. Tome-se o exemplo do Brasil. O pessimismo com os rumos do governo Dilma Rousseff (PT) impulsionava a compra de dólares, elevando a taxa de câmbio; já a troca de governo e de equipe econômica contribuiu para a rápida reversão da tendência. Em cenários assim, cabe ao BC suavizar a intensidade das variações e seu impacto sobre o cotidiano de empresas, investidores e consumidores —sem, no entanto, incorrer no erro de pretender manipular as taxas conforme as preferências do governo de turno. Evidentemente, o ideal é equacionar os desequilíbrios históricos que levam à volatilidade da moeda. Rombos orçamentários e inflação resistente forçam a adoção de juros elevados, que atraem ao país o dinheiro da especulação global, igualmente capaz de fugas abruptas nos momentos de crise. Em termos práticos, deve-se buscar, a longo prazo, juros reais semelhantes aos do resto do mundo, algo como 1% ao ano nos dias de hoje. Fora disso, qualquer intervenção cambial, por justificável que seja, será apenas paliativa. [email protected]
|
opiniao
|
Dólar sob intervençãoA rápida valorização do real nas últimas semanas trouxe de volta preocupações pertinentes com a competitividade das empresas exportadoras do país. Depois de superar R$ 4 no início do ano, a cotação do dólar caiu abaixo de R$ 3,20 nos últimos dias. O movimento barateou as importações e encareceu os produtos destinados ao mercado externo. O risco para as exportações não decorre apenas do novo patamar do câmbio. Ainda mais deletérias são as frequentes e acentuadas oscilações da taxa, que atravancam o planejamento de quem busca os consumidores estrangeiros. Isso considerado, é plenamente defensável a decisão do Banco Central de retomar as intervenções no mercado visando sustar as idas e vindas da moeda norte-americana —a despeito de, em princípio, seus dirigentes serem adeptos do regime de livre flutuação cambial. Em sabatina no Senado, quatro novos diretores da instituição defenderam que não deve haver uma meta para as cotações, como muitas vezes se tentou no passado com resultados de inócuos a desastrosos. Trata-se, isso sim, de lidar realisticamente com distorções comuns em economias emergentes como a brasileira. Nesses casos, pratica-se em geral a flutuação sujeita a interferências —ou "suja", como se convencionou chamar. O motivo é que países onde as condições políticas e econômicas são mais instáveis acabam sujeitos a mudanças bruscas nos fluxos de capital estrangeiro. Tome-se o exemplo do Brasil. O pessimismo com os rumos do governo Dilma Rousseff (PT) impulsionava a compra de dólares, elevando a taxa de câmbio; já a troca de governo e de equipe econômica contribuiu para a rápida reversão da tendência. Em cenários assim, cabe ao BC suavizar a intensidade das variações e seu impacto sobre o cotidiano de empresas, investidores e consumidores —sem, no entanto, incorrer no erro de pretender manipular as taxas conforme as preferências do governo de turno. Evidentemente, o ideal é equacionar os desequilíbrios históricos que levam à volatilidade da moeda. Rombos orçamentários e inflação resistente forçam a adoção de juros elevados, que atraem ao país o dinheiro da especulação global, igualmente capaz de fugas abruptas nos momentos de crise. Em termos práticos, deve-se buscar, a longo prazo, juros reais semelhantes aos do resto do mundo, algo como 1% ao ano nos dias de hoje. Fora disso, qualquer intervenção cambial, por justificável que seja, será apenas paliativa. [email protected]
| 7 |
Silvio Santos recebe R$ 349 mil em ação contra Record e Tom Cavalcante
|
Silvio Santos vai receber indenização de R$ 349 mil da TV Record após ganhar uma ação que movia contra a emissora e o humorista Tom Cavalcante na Justiça de São Paulo. Em 2005, o apresentador e dono do SBT processou Tom por imitá-lo e por satirizar dois programas seus. FORA DO TOM Silvio, na época, alegou "violação do direito de imagem" e conseguiu proibir as imitações de Tom. Ele reclamou ainda de desrespeito ao direito autoral por causa da reprodução, na emissora concorrente, de atrações suas, como "Qual É a Música" e "Show de Calouros". TOM DE FORA Tom, que saiu do canal em 2011, disse não ter conhecimento do desfecho porque a emissora assumiu a condução jurídica do caso. Via assessoria, afirmou que tem uma "relação de respeito e admiração" por Silvio. A Record disse que não se manifesta sobre decisões judiciais. - A FITA PERDIDA DE RENATO RUSSO Filho de Renato Russo (1960-1996), Giuliano Manfredini, 27, recebeu a fita da gravação mais antiga que se conhece com a voz do pai. Ela estava em Belo Horizonte com Carlos Marcelo, pesquisador e biógrafo do líder da Legião Urbana. Agora, será estudada e virá a público. "Sabíamos da existência dela, mas não da localização", diz Giuliano. O áudio, com cerca de 45 minutos, foi gravado entre 1978 e 1980, pelo menos dois anos antes da criação do grupo, no apartamento onde o músico morava com os pais, em Brasília. Renato tinha por volta de 18 anos e uma voz ainda não tão grave. André Pretorius, que depois seria seu colega no Aborto Elétrico, o acompanhava, no violão. * A fita contém dez músicas, incluindo algumas que ficariam famosas com a Legião, como "Faroeste Caboclo". Outra raridade é a melodia de "Tempo Perdido", lançada anos depois pela banda, mas cantada com outra letra. Refazer composições era comum no processo criativo do autor. Também há oito vinhetas, cada uma com cerca de um minuto de duração. Cantadas em inglês, são provavelmente covers de bandas de punk rock da época. A confirmação depende de uma pesquisa mais detalhada. * O lançamento comercial da gravação ainda será discutido, porque isso exigiria um tratamento para melhorar a qualidade do som, bastante abafado. Mas a Legião Urbana Produções Artísticas já decidiu que vai disponibilizá-la para os fãs. Giuliano entregou o material ao MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, responsável pela preservação do acervo de Renato. A instituição está catalogando tudo para uma exposição sobre ele em 2017. E também aceita doação de outros registros que ajudem a resgatar a história do artista. - FILHA, VIREI BLOGUEIRA Mãe de Sabrina Sato, 35, dona Kika Sato, 63, vai lançar um blog. "Para falar de família, educação de filhos, relacionamento. Tudo sob o ponto de vista da psicologia comportamental", diz ela, psicóloga de formação. "Também vou dar receitas de pratos, falar de moda, pra variar um pouquinho." * Dona de uma loja de roupas em Penápolis (SP), ela teve o empurrão da filha Karina, que é empresária de Sabrina, para fazer o site. "Todo mundo sempre me pergunta como criei meus três filhos. Usei muito a terapia comportamental, para reforçar as posturas adequadas", diz. * "A Sabrina hoje fala: 'Nossa, mãe, você nunca batia na gente, só conversava, mas pela sua cara eu sabia quando você tava brava!'", conta a agora blogueira. METRO QUADRADO As vendas de imóveis novos na cidade de São Paulo aumentaram em janeiro deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo o Secovi-SP (sindicato da habitação). Apesar da alta de 28,9% no número de unidades vendidas (foi de 737 para 950), o valor total negociado foi 5,4% menor. É A CRISE A diminuição, de R$ 411,6 milhões para R$ 389,5 milhões, é culpa da crise, de acordo com a entidade. Na avaliação do Secovi-SP, o cenário leva as empresas a oferecer imóveis com condições mais atrativas e com desconto no preço, para fazer caixa. INFUSÃO O uso do canabidiol (substância da maconha) e do ayahuasca (o chá alucinógeno do Santo Daime) no tratamento da dependência em cocaína será pesquisado pela USP. O Ministério da Justiça liberou R$ 487 mil para o projeto e a universidade vai entrar com R$ 10 mil. Focado em adolescentes, o estudo vai analisar as duas substâncias porque "apresentam baixos índices de mortalidade e não possuem potencial para induzir dependência". MÃOS DADAS Filho da atriz e cantora Letícia Spiller, Pedro Novaes vai participar, tocando percussão, dos dois shows que a mãe fará nesta semana em São Paulo. A apresentação "Não Deveria se Chamar..." é um misto de show com outras linguagens artísticas protagonizada por Letícia e pela cantora Caru Ricardo. O projeto, só para convidados, tem no repertório canções de Milton Nascimento, Caetano Veloso e Novos Baianos. CONTINUA LINDO Cassia Kiss, Bruno Fagundes, Cris Vianna e Cleo Pires vão atuar no espetáculo "Rio, o Musical", de Ulysses Cruz. A peça, em homenagem aos 451 da capital fluminense, deve estrear no fim do ano, após a Olimpíada. RITMO E BLUES O músico Bocato fez show na quinta (24), na Casa Levi's. Passaram por lá a cantora Tássia Reis, o músico Folhinha, a produtora cultural Vera Santana com sua filha, Nina, a modelo Karen Marinovich e o artista André Batista. O chef Marcus Santander cozinhou no evento. CURTO-CIRCUITO O médico Roberto Kalil vai representar o Brasil na reunião anual do conselho da American College of Cardiology, nos Estados Unidos, no dia 3 de maio. A nova diretoria da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) toma posse nesta segunda (28), às 18h, na Assembleia Legislativa de São Paulo. O ator Gabriel Miziara estreia nesta segunda (28) a peça "As Ondas ou uma Autópsia", inspirada na obra de Virginia Woolf, às 20h, no Sesc Consolação. Até 26 de abril. José Carvalho e Eduardo Ribeiro lançam nesta segunda (28) a escola Roteiraria, às 21h, no Instituto Tomie Ohtake. Os museus do governo do Estado de São Paulo participam a partir desta segunda (28) da ação mundial #MuseumWeek, no Twitter. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
|
colunas
|
Silvio Santos recebe R$ 349 mil em ação contra Record e Tom CavalcanteSilvio Santos vai receber indenização de R$ 349 mil da TV Record após ganhar uma ação que movia contra a emissora e o humorista Tom Cavalcante na Justiça de São Paulo. Em 2005, o apresentador e dono do SBT processou Tom por imitá-lo e por satirizar dois programas seus. FORA DO TOM Silvio, na época, alegou "violação do direito de imagem" e conseguiu proibir as imitações de Tom. Ele reclamou ainda de desrespeito ao direito autoral por causa da reprodução, na emissora concorrente, de atrações suas, como "Qual É a Música" e "Show de Calouros". TOM DE FORA Tom, que saiu do canal em 2011, disse não ter conhecimento do desfecho porque a emissora assumiu a condução jurídica do caso. Via assessoria, afirmou que tem uma "relação de respeito e admiração" por Silvio. A Record disse que não se manifesta sobre decisões judiciais. - A FITA PERDIDA DE RENATO RUSSO Filho de Renato Russo (1960-1996), Giuliano Manfredini, 27, recebeu a fita da gravação mais antiga que se conhece com a voz do pai. Ela estava em Belo Horizonte com Carlos Marcelo, pesquisador e biógrafo do líder da Legião Urbana. Agora, será estudada e virá a público. "Sabíamos da existência dela, mas não da localização", diz Giuliano. O áudio, com cerca de 45 minutos, foi gravado entre 1978 e 1980, pelo menos dois anos antes da criação do grupo, no apartamento onde o músico morava com os pais, em Brasília. Renato tinha por volta de 18 anos e uma voz ainda não tão grave. André Pretorius, que depois seria seu colega no Aborto Elétrico, o acompanhava, no violão. * A fita contém dez músicas, incluindo algumas que ficariam famosas com a Legião, como "Faroeste Caboclo". Outra raridade é a melodia de "Tempo Perdido", lançada anos depois pela banda, mas cantada com outra letra. Refazer composições era comum no processo criativo do autor. Também há oito vinhetas, cada uma com cerca de um minuto de duração. Cantadas em inglês, são provavelmente covers de bandas de punk rock da época. A confirmação depende de uma pesquisa mais detalhada. * O lançamento comercial da gravação ainda será discutido, porque isso exigiria um tratamento para melhorar a qualidade do som, bastante abafado. Mas a Legião Urbana Produções Artísticas já decidiu que vai disponibilizá-la para os fãs. Giuliano entregou o material ao MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, responsável pela preservação do acervo de Renato. A instituição está catalogando tudo para uma exposição sobre ele em 2017. E também aceita doação de outros registros que ajudem a resgatar a história do artista. - FILHA, VIREI BLOGUEIRA Mãe de Sabrina Sato, 35, dona Kika Sato, 63, vai lançar um blog. "Para falar de família, educação de filhos, relacionamento. Tudo sob o ponto de vista da psicologia comportamental", diz ela, psicóloga de formação. "Também vou dar receitas de pratos, falar de moda, pra variar um pouquinho." * Dona de uma loja de roupas em Penápolis (SP), ela teve o empurrão da filha Karina, que é empresária de Sabrina, para fazer o site. "Todo mundo sempre me pergunta como criei meus três filhos. Usei muito a terapia comportamental, para reforçar as posturas adequadas", diz. * "A Sabrina hoje fala: 'Nossa, mãe, você nunca batia na gente, só conversava, mas pela sua cara eu sabia quando você tava brava!'", conta a agora blogueira. METRO QUADRADO As vendas de imóveis novos na cidade de São Paulo aumentaram em janeiro deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo o Secovi-SP (sindicato da habitação). Apesar da alta de 28,9% no número de unidades vendidas (foi de 737 para 950), o valor total negociado foi 5,4% menor. É A CRISE A diminuição, de R$ 411,6 milhões para R$ 389,5 milhões, é culpa da crise, de acordo com a entidade. Na avaliação do Secovi-SP, o cenário leva as empresas a oferecer imóveis com condições mais atrativas e com desconto no preço, para fazer caixa. INFUSÃO O uso do canabidiol (substância da maconha) e do ayahuasca (o chá alucinógeno do Santo Daime) no tratamento da dependência em cocaína será pesquisado pela USP. O Ministério da Justiça liberou R$ 487 mil para o projeto e a universidade vai entrar com R$ 10 mil. Focado em adolescentes, o estudo vai analisar as duas substâncias porque "apresentam baixos índices de mortalidade e não possuem potencial para induzir dependência". MÃOS DADAS Filho da atriz e cantora Letícia Spiller, Pedro Novaes vai participar, tocando percussão, dos dois shows que a mãe fará nesta semana em São Paulo. A apresentação "Não Deveria se Chamar..." é um misto de show com outras linguagens artísticas protagonizada por Letícia e pela cantora Caru Ricardo. O projeto, só para convidados, tem no repertório canções de Milton Nascimento, Caetano Veloso e Novos Baianos. CONTINUA LINDO Cassia Kiss, Bruno Fagundes, Cris Vianna e Cleo Pires vão atuar no espetáculo "Rio, o Musical", de Ulysses Cruz. A peça, em homenagem aos 451 da capital fluminense, deve estrear no fim do ano, após a Olimpíada. RITMO E BLUES O músico Bocato fez show na quinta (24), na Casa Levi's. Passaram por lá a cantora Tássia Reis, o músico Folhinha, a produtora cultural Vera Santana com sua filha, Nina, a modelo Karen Marinovich e o artista André Batista. O chef Marcus Santander cozinhou no evento. CURTO-CIRCUITO O médico Roberto Kalil vai representar o Brasil na reunião anual do conselho da American College of Cardiology, nos Estados Unidos, no dia 3 de maio. A nova diretoria da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) toma posse nesta segunda (28), às 18h, na Assembleia Legislativa de São Paulo. O ator Gabriel Miziara estreia nesta segunda (28) a peça "As Ondas ou uma Autópsia", inspirada na obra de Virginia Woolf, às 20h, no Sesc Consolação. Até 26 de abril. José Carvalho e Eduardo Ribeiro lançam nesta segunda (28) a escola Roteiraria, às 21h, no Instituto Tomie Ohtake. Os museus do governo do Estado de São Paulo participam a partir desta segunda (28) da ação mundial #MuseumWeek, no Twitter. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
| 1 |
Cunha faz pronunciamento e é alvo de 'panelaço'; veja
|
Na capital paulista, moradores de bairros como Bela Vista, República, Jardins, Pinheiros, Itaim, Higienópolis, Vila Madalena, Barra Funda, Sumaré e Alto da Lapa fizeram "panelaço" durante o pronunciamento no qual o peemedebista apresentou um balanço de seus primeiros meses à frente da Casa Legislativa. http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/07/1657390-cunha-faz-pronunciamento-e-e-alvo-de-panelaco-em-cidades-no-pais.shtml
|
tv
|
Cunha faz pronunciamento e é alvo de 'panelaço'; vejaNa capital paulista, moradores de bairros como Bela Vista, República, Jardins, Pinheiros, Itaim, Higienópolis, Vila Madalena, Barra Funda, Sumaré e Alto da Lapa fizeram "panelaço" durante o pronunciamento no qual o peemedebista apresentou um balanço de seus primeiros meses à frente da Casa Legislativa. http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/07/1657390-cunha-faz-pronunciamento-e-e-alvo-de-panelaco-em-cidades-no-pais.shtml
| 11 |
Vendas de carros de passeio e comerciais leves recuam 39%
|
É o pior começo de ano para o setor automotivo desde 2007: as vendas de carros de passeio e comerciais leves caíram 38,6% na comparação entre os meses de janeiro de 2016 (149,7 mil unidades emplacadas) e de 2015 (243,9 mil). Os dados foram divulgados pela Fenabrave (federação nacional que reúne os distribuidores de automóveis). O resultado ruim já era esperado, pois não havia estímulos que fizessem o consumidor ir às concessionárias em um mês carregado de despesas extras, como gastos escolares e IPVA. No início do ano passado, as lojas ainda tinham estoque de modelos beneficiados pela redução do IPI (imposto sobre Produtos Industrializados), medida que vigorou até dezembro de 2014. "Os resultados de janeiro não devem ser balizadores para as projeções do ano. Esse mês é atípico historicamente e carrega aspectos negativos", disse Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave. O executivo lembra que houve antecipação de compras em dezembro, que terminou com 220,6 mil unidades emplacadas. Pelas estimativas da entidade, as vendas em 2016 deverão sofrer queda de 5,2% em relação a 2015. Contudo, a retração registrada no mês passado mostra o quanto o setor automotivo andou para trás após dez anos de crescimento contínuo nas vendas (de 2003 a 2012) e estabilização em 2013. Em janeiro de 2014, os 299 mil carros de passeio e comerciais leves licenciados representavam o dobro do volume negociado no mês passado. O segmento de veículos pesados também começou o ano em forte queda. A retração nos licenciamentos de caminhões e ônibus é de 43,5% na comparação entre os meses de janeiro de 2016 e de 2015. O setor, que é um dos mais influenciados pelas previsões do PIB, espera medidas que estimulem as vendas ao longo do ano. A primeira é o aumento da participação do BNDES nos empréstimos do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), válida desde o mês passado. O banco elevou de 50% para 70% a parte do financiamento que poderá ser adquirida com base na TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). Os outros 30% seguirão as taxas de mercado.
|
mercado
|
Vendas de carros de passeio e comerciais leves recuam 39%É o pior começo de ano para o setor automotivo desde 2007: as vendas de carros de passeio e comerciais leves caíram 38,6% na comparação entre os meses de janeiro de 2016 (149,7 mil unidades emplacadas) e de 2015 (243,9 mil). Os dados foram divulgados pela Fenabrave (federação nacional que reúne os distribuidores de automóveis). O resultado ruim já era esperado, pois não havia estímulos que fizessem o consumidor ir às concessionárias em um mês carregado de despesas extras, como gastos escolares e IPVA. No início do ano passado, as lojas ainda tinham estoque de modelos beneficiados pela redução do IPI (imposto sobre Produtos Industrializados), medida que vigorou até dezembro de 2014. "Os resultados de janeiro não devem ser balizadores para as projeções do ano. Esse mês é atípico historicamente e carrega aspectos negativos", disse Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave. O executivo lembra que houve antecipação de compras em dezembro, que terminou com 220,6 mil unidades emplacadas. Pelas estimativas da entidade, as vendas em 2016 deverão sofrer queda de 5,2% em relação a 2015. Contudo, a retração registrada no mês passado mostra o quanto o setor automotivo andou para trás após dez anos de crescimento contínuo nas vendas (de 2003 a 2012) e estabilização em 2013. Em janeiro de 2014, os 299 mil carros de passeio e comerciais leves licenciados representavam o dobro do volume negociado no mês passado. O segmento de veículos pesados também começou o ano em forte queda. A retração nos licenciamentos de caminhões e ônibus é de 43,5% na comparação entre os meses de janeiro de 2016 e de 2015. O setor, que é um dos mais influenciados pelas previsões do PIB, espera medidas que estimulem as vendas ao longo do ano. A primeira é o aumento da participação do BNDES nos empréstimos do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), válida desde o mês passado. O banco elevou de 50% para 70% a parte do financiamento que poderá ser adquirida com base na TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). Os outros 30% seguirão as taxas de mercado.
| 2 |
Facebook vai oferecer internet via satélite para regiões pobres da África
|
O Facebook anunciou nesta segunda-feira (5) uma parceria com a empresa francesa Eutelsat para oferecer serviço de conexão à internet via satélite para regiões mais pobres da África Subsaariana. A previsão é que o serviço começará a operar no segundo semestre de 2016. Para poder ofertar conexão à web para essas regiões, as duas companhias fizeram um acordo com a Spacecom, empresa especializada em operar satélites de comunicação. O seu novo satélite geoestacionário, Amos 6, que será usado pelo Facebook, deve ser lançado ao espaço ainda neste ano. As empresas não informaram se o serviço de conexão à internet será pago. A iniciativa faz parte do projeto Internet.org, do Facebook, que pretende oferecer conexão à internet e acesso gratuito a alguns sites -incluindo à própria rede social- nas regiões mais pobres do planeta. Uma das críticas a esse plano é que serve também para aumentar a audiência do site. Essa não é a primeira iniciativa da rede social de Mark Zuckerberg de ganhar o espaço para oferecer em internet. Em julho, a empresa havia apresentado um drone do tamanho de um avião 737, movido por energia solar, para transmitir internet por laser para comunidades mais afastadas do planeta. O projeto, porém, ainda não tem data para começar a funcionar. Outras empresas como o Google -agora Alphabet- e a SpaceX, de Elon Musk, têm projetos similares para oferecer conexão à web por, respectivamente, balões e microssatélites. Satélites, balões e drones vão ampliar oferta de internet
|
tec
|
Facebook vai oferecer internet via satélite para regiões pobres da ÁfricaO Facebook anunciou nesta segunda-feira (5) uma parceria com a empresa francesa Eutelsat para oferecer serviço de conexão à internet via satélite para regiões mais pobres da África Subsaariana. A previsão é que o serviço começará a operar no segundo semestre de 2016. Para poder ofertar conexão à web para essas regiões, as duas companhias fizeram um acordo com a Spacecom, empresa especializada em operar satélites de comunicação. O seu novo satélite geoestacionário, Amos 6, que será usado pelo Facebook, deve ser lançado ao espaço ainda neste ano. As empresas não informaram se o serviço de conexão à internet será pago. A iniciativa faz parte do projeto Internet.org, do Facebook, que pretende oferecer conexão à internet e acesso gratuito a alguns sites -incluindo à própria rede social- nas regiões mais pobres do planeta. Uma das críticas a esse plano é que serve também para aumentar a audiência do site. Essa não é a primeira iniciativa da rede social de Mark Zuckerberg de ganhar o espaço para oferecer em internet. Em julho, a empresa havia apresentado um drone do tamanho de um avião 737, movido por energia solar, para transmitir internet por laser para comunidades mais afastadas do planeta. O projeto, porém, ainda não tem data para começar a funcionar. Outras empresas como o Google -agora Alphabet- e a SpaceX, de Elon Musk, têm projetos similares para oferecer conexão à web por, respectivamente, balões e microssatélites. Satélites, balões e drones vão ampliar oferta de internet
| 10 |
Eleição na França é marcada pelo embate entre otimista e pessimista
|
Franceses elegem neste domingo (7) seu próximo presidente convencidos por questões como desemprego, migração e ameaça terrorista. Entre esses temas, seu voto é filtrado por uma visão mais ampla: o que pensam dos dias que estão por vir. O país vive um embate entre otimistas e pessimistas, diz à Folha o analista Bruno Cautres, da Sciences Po. "Há uma divergência cultural." Uma pesquisa do instituto Ifop aponta que 72% dos eleitores do centrista Emmanuel Macron são confiantes em relação ao futuro do país, mas 71% dos eleitores de Marine Le Pen, da direita ultranacionalista, têm receios. "O eleitor de Macron é mais otimista devido a sua composição sociológica", afirma. Ele tem mais capital cultural, por exemplo, e está mais aberto à globalização. "Essa visão de mundo é mais direcionada para o futuro." É uma perspectiva que a Folha encontrou, por exemplo, em um piquenique de simpatizantes de Macron. "Uma coisa de que vou me lembrar desta campanha é o otimismo das pessoas. Nós queremos mudar o mundo", afirma Anne Fahmy, 43. Seu marido, Thierry, 45, trabalha na campanha do centrista. Ele diz: "Muitos de nós têm uma situação confortável, mas há também pessoas de outras classes, sempre com uma atitude muito boa. Mesmo na adversidade, somos otimistas." Ao olhar brasileiro, pode causar estranheza a negatividade do eleitorado de Marine Le Pen em um país que, além de ser a sétima economia do mundo, tem bons índices de saúde e educação. O problema reside, porém, no efeito comparativo. Antigo império colonial e farol intelectual, o país viu decair sua importância no mundo depois da Segunda Guerra. O fato de isso ter coincidido com a ascensão dos EUA faz com que a desconfiança quanto ao capitalismo liberal tenha na França pitadas de rancor nacionalista, como bem soube explorar Charles de Gaulle nos anos 50 e 60. É sobre essa visão nostálgica de primor perdido que se baseia a Frente Nacional, a sigla de Marine Le Pen, orientada mais ao passado. "Os partidos populistas são marcados por essa noção de decadência, de que o país está em um declínio econômico e cultural", afirma Gilles Ivaldi, do Centro Nacional de Pesquisa Científica. O saudosismo remete ainda a tempos mais recentes, quando franceses viviam entre menos desigualdade. Hoje há desemprego de 10%. Ao lado do irmão com bigode de Asterix e camiseta autografada por Marine Le Pen em comício da candidata na quinta (4) no interior do país, o feirante Christophe Roland, 54, dá o tom do sentimento de abandono da "França esquecida", como repete a ultranacionalista. "As pessoas que estão bem são os que não precisam de nada, os ricos. Não são representativos do povo", diz. "Tentamos de tudo, nos decepcionamos. É hora de dar uma chance a ela." As pesquisas de opinião sugerem, porém, que a maioria do eleitorado vai apostar em um registro mais otimista: Macron deve receber 63% dos votos contra 37% de Le Pen, segundo uma pesquisa realizada na sexta-feira (5). O instituto Ipsos ouviu 8.200 pessoas. A margem de erro é de 1,1 ponto percentual em ambas as direções. Enquanto Le Pen se aproxima dos russos, Macron exalta a importância da União Europeia, outro tema central da disputa. A candidata da FN quer mais controle na circulação de pessoas e mercadorias, além de proteção para as empresas francesas. Yves Bertoncini, do Instituto Jacques Delors, compara a gravidade de uma eventual saída da França da UE com a do Reino Unido. "O 'brexit' é uma amputação de um braço, que compromete mas permite andar. Com o 'frexit', amputa-se a perna. A União Europeia poderia até existir, mas fica muito difícil para ela andar." À primeira vista, a vitória de um liberal na França pode parecer uma boa notícia para países interessados em mais acesso aos mercados franceses, como o Brasil. Um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia está travado há anos. Mas Olivier Compagnon, diretor do Instituto de Altos Estudos da América Latina da Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris 3, pondera que, embora "um neoliberal em todo o seu esplendor", Macron priorizará a Europa, e não a América Latina. No caso de Le Pen, fora toda a agenda protecionista, o desinteresse em buscar laços com o subcontinente é maior. "Acho que ela nem se dá conta da existência da América Latina, é um mundo que não existe para ela." Peso da França nas exportações mundiais - Em %
|
mundo
|
Eleição na França é marcada pelo embate entre otimista e pessimistaFranceses elegem neste domingo (7) seu próximo presidente convencidos por questões como desemprego, migração e ameaça terrorista. Entre esses temas, seu voto é filtrado por uma visão mais ampla: o que pensam dos dias que estão por vir. O país vive um embate entre otimistas e pessimistas, diz à Folha o analista Bruno Cautres, da Sciences Po. "Há uma divergência cultural." Uma pesquisa do instituto Ifop aponta que 72% dos eleitores do centrista Emmanuel Macron são confiantes em relação ao futuro do país, mas 71% dos eleitores de Marine Le Pen, da direita ultranacionalista, têm receios. "O eleitor de Macron é mais otimista devido a sua composição sociológica", afirma. Ele tem mais capital cultural, por exemplo, e está mais aberto à globalização. "Essa visão de mundo é mais direcionada para o futuro." É uma perspectiva que a Folha encontrou, por exemplo, em um piquenique de simpatizantes de Macron. "Uma coisa de que vou me lembrar desta campanha é o otimismo das pessoas. Nós queremos mudar o mundo", afirma Anne Fahmy, 43. Seu marido, Thierry, 45, trabalha na campanha do centrista. Ele diz: "Muitos de nós têm uma situação confortável, mas há também pessoas de outras classes, sempre com uma atitude muito boa. Mesmo na adversidade, somos otimistas." Ao olhar brasileiro, pode causar estranheza a negatividade do eleitorado de Marine Le Pen em um país que, além de ser a sétima economia do mundo, tem bons índices de saúde e educação. O problema reside, porém, no efeito comparativo. Antigo império colonial e farol intelectual, o país viu decair sua importância no mundo depois da Segunda Guerra. O fato de isso ter coincidido com a ascensão dos EUA faz com que a desconfiança quanto ao capitalismo liberal tenha na França pitadas de rancor nacionalista, como bem soube explorar Charles de Gaulle nos anos 50 e 60. É sobre essa visão nostálgica de primor perdido que se baseia a Frente Nacional, a sigla de Marine Le Pen, orientada mais ao passado. "Os partidos populistas são marcados por essa noção de decadência, de que o país está em um declínio econômico e cultural", afirma Gilles Ivaldi, do Centro Nacional de Pesquisa Científica. O saudosismo remete ainda a tempos mais recentes, quando franceses viviam entre menos desigualdade. Hoje há desemprego de 10%. Ao lado do irmão com bigode de Asterix e camiseta autografada por Marine Le Pen em comício da candidata na quinta (4) no interior do país, o feirante Christophe Roland, 54, dá o tom do sentimento de abandono da "França esquecida", como repete a ultranacionalista. "As pessoas que estão bem são os que não precisam de nada, os ricos. Não são representativos do povo", diz. "Tentamos de tudo, nos decepcionamos. É hora de dar uma chance a ela." As pesquisas de opinião sugerem, porém, que a maioria do eleitorado vai apostar em um registro mais otimista: Macron deve receber 63% dos votos contra 37% de Le Pen, segundo uma pesquisa realizada na sexta-feira (5). O instituto Ipsos ouviu 8.200 pessoas. A margem de erro é de 1,1 ponto percentual em ambas as direções. Enquanto Le Pen se aproxima dos russos, Macron exalta a importância da União Europeia, outro tema central da disputa. A candidata da FN quer mais controle na circulação de pessoas e mercadorias, além de proteção para as empresas francesas. Yves Bertoncini, do Instituto Jacques Delors, compara a gravidade de uma eventual saída da França da UE com a do Reino Unido. "O 'brexit' é uma amputação de um braço, que compromete mas permite andar. Com o 'frexit', amputa-se a perna. A União Europeia poderia até existir, mas fica muito difícil para ela andar." À primeira vista, a vitória de um liberal na França pode parecer uma boa notícia para países interessados em mais acesso aos mercados franceses, como o Brasil. Um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia está travado há anos. Mas Olivier Compagnon, diretor do Instituto de Altos Estudos da América Latina da Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris 3, pondera que, embora "um neoliberal em todo o seu esplendor", Macron priorizará a Europa, e não a América Latina. No caso de Le Pen, fora toda a agenda protecionista, o desinteresse em buscar laços com o subcontinente é maior. "Acho que ela nem se dá conta da existência da América Latina, é um mundo que não existe para ela." Peso da França nas exportações mundiais - Em %
| 4 |
Em 'Vermelho Russo' simpatia de protagonistas contamina resultado
|
Em "Vermelho Russo", duas jovens atrizes, Manu (Maria Manoella) e Marta (Martha Nowill) decidem que, para se aperfeiçoar na profissão, nada melhor do que uma viagem a Moscou, onde terão aulas no Método Stanislávski. A primeira parte do filme de Charly Braun é, digamos, turística. E um turismo que não deixa de ser interessante, por ao menos dois motivos: primeiro porque nos introduz a uma Moscou de fato turística: a rua, o Kremlin, os passantes; segundo porque nos leva à natureza documental do filme. Existe um pouco dessa familiaridade inútil que o turista mantém com o lugar (não vê a cidade, é visto por ela) e um tanto do estranhamento próprio ao desconhecimento completo da língua e, em parte, dos costumes. É interessante, em suma, ver Moscou como uma grande cidade, um lugar qualquer do mundo, não a capital do mal (ou do bem, conforme prefira o freguês). Mas logo virá a pergunta: será isso mais que "interessante"? Percebemos logo que caminhamos pouco nesse setor, que o jogo estranhamento/familiaridade não rende muito, e que Braun ocupa esse vazio com planos bem limpos, bem clean, talentosos. De novo, o espectador estará no direito de perguntar se isso seria mais que "interessante". O verdadeiro assunto do filme começa a se revelar apenas na metade, mais ou menos, quando o que era então uma amizade inabalável (Marta e Manu) começa a mostrar suas fraturas. Essas fraturas têm relação com o que elas são: Manu bem narcisista, Marta bem insegura quanto a seus afetos. Esses diferentes modos de ser afetarão tanto a amizade quanto as aulas de interpretação que estão tendo. Não há indiscrição em dizer que a evolução das aulas revelará que conhecer seu papel e conhecer a si mesmas são coisas ligadas. É o processo que importa. "Vermelho Russo" não deixa de lembrar, sob vários aspectos, "Bollywood Dream" (2010), em que três atrizes embarcavam para a Índia com o sonho de conseguir trabalho em um filme local. Ambos, aliás, parecem filmes em que atores e técnicos tiveram bastante prazer em realizar. Assista ao trailer do filme 'Vermelho Russo: Assista ao trailer retardando sua evolução dramática (e mesmo deixando de explorar aspectos que talvez viessem a enriquecê-la). Talvez a melhor explicação seja mesmo a busca de certa espontaneidade, de melhor misturar os papéis de atrizes e personagens (ou seja, Marta/Martha, Manu/Manoella). Pessoalmente, não consigo aceitar essa solução como a mais eficaz: toda a trama envolvendo as aulas e a evolução dramática das atrizes poderia ser bem enriquecida, enquanto os aspectos turísticos do filme talvez não perdessem em ser lançados pouco a pouco, ao longo da produção. Temos em "Vermelho Russo" um resultado não raro interessante e contaminado, sem dúvida, pela simpatia das atrizes. Mas esse é também seu limite. * VERMELHO RUSSO DIREÇÃO: Charly Braun PRODUÇÃO: Brasil, 2016; 12 anos QUANDO: em cartaz Veja salas e horários de exibição.
|
ilustrada
|
Em 'Vermelho Russo' simpatia de protagonistas contamina resultadoEm "Vermelho Russo", duas jovens atrizes, Manu (Maria Manoella) e Marta (Martha Nowill) decidem que, para se aperfeiçoar na profissão, nada melhor do que uma viagem a Moscou, onde terão aulas no Método Stanislávski. A primeira parte do filme de Charly Braun é, digamos, turística. E um turismo que não deixa de ser interessante, por ao menos dois motivos: primeiro porque nos introduz a uma Moscou de fato turística: a rua, o Kremlin, os passantes; segundo porque nos leva à natureza documental do filme. Existe um pouco dessa familiaridade inútil que o turista mantém com o lugar (não vê a cidade, é visto por ela) e um tanto do estranhamento próprio ao desconhecimento completo da língua e, em parte, dos costumes. É interessante, em suma, ver Moscou como uma grande cidade, um lugar qualquer do mundo, não a capital do mal (ou do bem, conforme prefira o freguês). Mas logo virá a pergunta: será isso mais que "interessante"? Percebemos logo que caminhamos pouco nesse setor, que o jogo estranhamento/familiaridade não rende muito, e que Braun ocupa esse vazio com planos bem limpos, bem clean, talentosos. De novo, o espectador estará no direito de perguntar se isso seria mais que "interessante". O verdadeiro assunto do filme começa a se revelar apenas na metade, mais ou menos, quando o que era então uma amizade inabalável (Marta e Manu) começa a mostrar suas fraturas. Essas fraturas têm relação com o que elas são: Manu bem narcisista, Marta bem insegura quanto a seus afetos. Esses diferentes modos de ser afetarão tanto a amizade quanto as aulas de interpretação que estão tendo. Não há indiscrição em dizer que a evolução das aulas revelará que conhecer seu papel e conhecer a si mesmas são coisas ligadas. É o processo que importa. "Vermelho Russo" não deixa de lembrar, sob vários aspectos, "Bollywood Dream" (2010), em que três atrizes embarcavam para a Índia com o sonho de conseguir trabalho em um filme local. Ambos, aliás, parecem filmes em que atores e técnicos tiveram bastante prazer em realizar. Assista ao trailer do filme 'Vermelho Russo: Assista ao trailer retardando sua evolução dramática (e mesmo deixando de explorar aspectos que talvez viessem a enriquecê-la). Talvez a melhor explicação seja mesmo a busca de certa espontaneidade, de melhor misturar os papéis de atrizes e personagens (ou seja, Marta/Martha, Manu/Manoella). Pessoalmente, não consigo aceitar essa solução como a mais eficaz: toda a trama envolvendo as aulas e a evolução dramática das atrizes poderia ser bem enriquecida, enquanto os aspectos turísticos do filme talvez não perdessem em ser lançados pouco a pouco, ao longo da produção. Temos em "Vermelho Russo" um resultado não raro interessante e contaminado, sem dúvida, pela simpatia das atrizes. Mas esse é também seu limite. * VERMELHO RUSSO DIREÇÃO: Charly Braun PRODUÇÃO: Brasil, 2016; 12 anos QUANDO: em cartaz Veja salas e horários de exibição.
| 6 |
Procuradoria indicia prefeito de Caracas por suposta conspiração
|
Um dia após ser preso pelo serviço de inteligência, o prefeito metropolitano de Caracas e radical opositor, Antonio Ledezma, foi formalmente acusado pelo Ministério Público da Venezuela de conspirar contra o governo do presidente Nicolás Maduro. Críticos dizem que Maduro intensifica ataques à oposição para tentar desviar o foco dos problemas no país, que incluem tensões sociais e uma grave crise econômica. Segundo a mídia local, Ledezma responderá ao processo sob custódia e ficará no presídio militar de Ramo Verde, onde já se encontra, há um ano, outro conhecido opositor: Leopoldo López. Tanto Ledezma quanto López foram presos pelo suposto envolvimento com os protestos estudantis que estremeceram a Venezuela no primeiro semestre de 2014 e resultaram na morte de 43 pessoas, incluindo policiais. Em nota, o Ministério Público explica a captura de Ledezma alegando que ele está "supostamente envolvido em conspiração para organizar e executar atos violentos contra o governo democraticamente constituído". A ordem de prisão partiu de um juiz de Caracas e foi tachada de ilegal por muitos opositores, que protestaram nas ruas e promoveram um panelaço em várias cidades do país para exigir a libertação de Ledezma e a renúncia do esquerdista Maduro. O advogado de Ledezma, Omar Estacio, queixou-se do limbo em que as autoridades o deixaram: "Invadiram o escritório do prefeito [na quinta] e o prenderam sem mandado, o que é totalmente ilegal. Só fomos informados sete horas depois que havia uma ordem de captura, mas no fim do dia eu ainda não sabia quais eram as acusações". Na nota, o MP vincula Ledezma a cinco estudantes presos sob acusação de querer fomentar um golpe de Estado a mando do ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe (2002-2010), notório antiesquerdista e aliado dos EUA. Há meses o governo Maduro divulga gravações de áudio supostamente provando que os jovens tinham planos de atacar prédios públicos para semear o caos e criar ambiente propício a um golpe. De acordo com Maduro, a prova do envolvimento de Uribe é o fato de dois dos jovens terem sido detidos na Colômbia e extraditados para a Venezuela graças à facilitação do atual presidente, Juan Manuel Santos. 'UNIÃO NACIONAL' Na noite de quinta, após a prisão de Ledezma, Maduro disse na TV que o opositor também participara do golpe de 2002, que derrubou por três dias o então presidente Hugo Chávez, e de suposta conspiração desbaratada na semana passada. "Ledezma pagará por todos os seus crimes", disse o presidente. O presidente também apresentou como suposta prova de golpismo um documento opositor divulgado na semana passada chamando os venezuelanos a apoiarem um governo de "união nacional". O documento foi assinado por Ledezma, López e pela deputada cassada Maria Corina Machado, tida como a mais radical opositora ao presidente venezuelano. Os três negam intenções conspiratórias, mas ostentam abertamente seus vínculos com a ala linha-dura do movimento estudantil, que vê protestos como a única maneira de fazer Maduro sair. A mulher de Ledezma transmitiu uma mensagem do marido instando os jovens a continuar protestando. A família de López disse ter informação de que o governo tem uma ordem de prisão contra María Corina, também por conspiração. "Podem vir, não tenho medo. A única coisa que me dá medo é a situação do país", disse a ex-deputada à Folha. Na manhã desta sexta, cerca de 300 pessoas participaram de ato em Caracas pela soltura de Ledezma e López e pela renúncia de Maduro.
|
mundo
|
Procuradoria indicia prefeito de Caracas por suposta conspiraçãoUm dia após ser preso pelo serviço de inteligência, o prefeito metropolitano de Caracas e radical opositor, Antonio Ledezma, foi formalmente acusado pelo Ministério Público da Venezuela de conspirar contra o governo do presidente Nicolás Maduro. Críticos dizem que Maduro intensifica ataques à oposição para tentar desviar o foco dos problemas no país, que incluem tensões sociais e uma grave crise econômica. Segundo a mídia local, Ledezma responderá ao processo sob custódia e ficará no presídio militar de Ramo Verde, onde já se encontra, há um ano, outro conhecido opositor: Leopoldo López. Tanto Ledezma quanto López foram presos pelo suposto envolvimento com os protestos estudantis que estremeceram a Venezuela no primeiro semestre de 2014 e resultaram na morte de 43 pessoas, incluindo policiais. Em nota, o Ministério Público explica a captura de Ledezma alegando que ele está "supostamente envolvido em conspiração para organizar e executar atos violentos contra o governo democraticamente constituído". A ordem de prisão partiu de um juiz de Caracas e foi tachada de ilegal por muitos opositores, que protestaram nas ruas e promoveram um panelaço em várias cidades do país para exigir a libertação de Ledezma e a renúncia do esquerdista Maduro. O advogado de Ledezma, Omar Estacio, queixou-se do limbo em que as autoridades o deixaram: "Invadiram o escritório do prefeito [na quinta] e o prenderam sem mandado, o que é totalmente ilegal. Só fomos informados sete horas depois que havia uma ordem de captura, mas no fim do dia eu ainda não sabia quais eram as acusações". Na nota, o MP vincula Ledezma a cinco estudantes presos sob acusação de querer fomentar um golpe de Estado a mando do ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe (2002-2010), notório antiesquerdista e aliado dos EUA. Há meses o governo Maduro divulga gravações de áudio supostamente provando que os jovens tinham planos de atacar prédios públicos para semear o caos e criar ambiente propício a um golpe. De acordo com Maduro, a prova do envolvimento de Uribe é o fato de dois dos jovens terem sido detidos na Colômbia e extraditados para a Venezuela graças à facilitação do atual presidente, Juan Manuel Santos. 'UNIÃO NACIONAL' Na noite de quinta, após a prisão de Ledezma, Maduro disse na TV que o opositor também participara do golpe de 2002, que derrubou por três dias o então presidente Hugo Chávez, e de suposta conspiração desbaratada na semana passada. "Ledezma pagará por todos os seus crimes", disse o presidente. O presidente também apresentou como suposta prova de golpismo um documento opositor divulgado na semana passada chamando os venezuelanos a apoiarem um governo de "união nacional". O documento foi assinado por Ledezma, López e pela deputada cassada Maria Corina Machado, tida como a mais radical opositora ao presidente venezuelano. Os três negam intenções conspiratórias, mas ostentam abertamente seus vínculos com a ala linha-dura do movimento estudantil, que vê protestos como a única maneira de fazer Maduro sair. A mulher de Ledezma transmitiu uma mensagem do marido instando os jovens a continuar protestando. A família de López disse ter informação de que o governo tem uma ordem de prisão contra María Corina, também por conspiração. "Podem vir, não tenho medo. A única coisa que me dá medo é a situação do país", disse a ex-deputada à Folha. Na manhã desta sexta, cerca de 300 pessoas participaram de ato em Caracas pela soltura de Ledezma e López e pela renúncia de Maduro.
| 4 |
Antes da faculdade, jovens fazem estágio de vida adulta em repúblicas
|
Jovens que ainda nem entraram na universidade têm buscado as repúblicas para reduzir custos e experimentar vida de gente grande. De Estrela d' Oeste (570 km de São Paulo), João Kauê Freitas, 17, desembarcou em janeiro na república Minerva, em Santana, na zona norte da capital paulista. Ele tem à mão roupa lavada, internet e ligações à vontade para a casa dos pais –tudo por R$ 800 ao mês. Lá, também aprendeu a passar roupa, a poupar água no banho, a fazer a própria comida e a controlar gastos. O convívio com outros estudantes tem ajudado nos estudos, diz. "Meu colega de quarto me ensina a resolver questões de matemática", diz Freitas, que está num cursinho que prepara candidatos para o cargo de oficial da PM. Na mesma república, o estudante Daniel Sakalauskas, 20, que pretende ser médico, tem penado com as contas. "Nunca tinha administrado meu dinheiro. Tem meses que passo aperto", conta. Especialistas ouvidos pela Folha afirmam que o jovem que vive um período longe do controle dos pais adquire mais rápido competências que a escola não desenvolve. "Ele lida bem com conflitos e passa por um processo nessa fase, que é o de autoconhecimento", diz a psicóloga Iraíde Barreiro, doutora em educação da Unesp. DISCUTIR A RELAÇÃO O que mais se ouve na República Feminina São Paulo, que abriga 35 estudantes, é "DR" (discussão da relação), diz Thayara dos Anjos, 24. "É a comida que uma pegou sem avisar. É o jeito de falar que não foi legal. Tudo gera muita conversa." Luana Dias, 18, que saiu de Santos para estudar enfermagem na capital, ensina a se dar bem vivendo em grupo. "Penso muito antes de falar. Você não sabe como a outra vai reagir com o que ouve." Homem, a não ser que esteja ali a trabalho, não passa do portão para dentro. A lei foi criada pela dona da casa, Débora de Souza, 28, formada em comércio exterior. "É medida de segurança. Quem burla, está fora." Os quartos, que acomodam de seis até 12 estudantes, são uma bagunça organizada. O ambiente lembra um hostel e custa R$ 350/ mês. "Somos uma família. A gente divide comida, roupa, sapatos", diz a estudante do cursinho Henfil, Érica Oliveira, 19. O baiano Daniel Soares, 20, vive sob outras restrições no alojamento do Colégio Poliedro, em São José dos Campos (a 97 km de São Paulo). No espaço, é proibido jogar cartas de baralho, ingerir bebida alcoólica e fumar cigarro. "Faz parte. É para ter foco nas 12 horas por dia de estudo", diz. O local, com 180 estudantes, tem piscina, quadra poliesportiva, salas de estudo e oferta de três refeições diárias. Abriga, na sua maioria, jovens que quererem cursar as engenharias de ponta do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), conta o professor de química Thiago Costa. "Quero fazer engenharia eletrônica. A minha angústia é que o ITA só aceita alunos com até 23 anos e eu só tenho mais três chances. Às vezes, fico desanimado. Mas meus colegas me incentivam." O pacote de hospedagem e aulas chega a custar R$ 42,9 mil por ano para quem se prepara para as provas do ITA. República não é "colônia de férias", diz Artemis Guimarães, 20, que cursa o Anglo de São Paulo para concorrer a uma vaga em medicina. "Na casa em que eu dividia com cinco meninas na Liberdade [centro] não tinha privacidade nem no meu quarto", diz ela, que hoje vive só. QUESTÃO DE PERFIL Para fugir de ciladas, diz Fernando Rocha, 36, proprietário da república Minerva, o estudante precisa achar qual tipo de moradia mais se encaixa em seu perfil. "E tem que aceitar as regras. Na minha casa, banho de água quente só dura oito minutos, não pode fazer barulho e nem frituras após as 22h." Daniel Sakalauskas diz que quando os moradores da casa extrapolam as normas todos se reúnem e lavam a roupa suja. "O Rocha comanda a reunião. Virou nosso pai." Com as meninas, Débora de Souza, a dona da república São Paulo, faz o mesmo. "Muitas saem cedo da casa dos pais e chegam aqui precisando de apoio, de ombro." Antes de pensar em viver numa república, valorizar o conselho de quem já está lá é essencial. "Entre pelo menos sabendo fazer o kit de sobrevivência, que é feijão, arroz e ovo", diz Priscila Freitas, 20. E tem mais. Leve poucas roupas e objetos essenciais, como os livros de estudo. Quase sempre o espaço individual disponível resume-se a um armário de duas portas. E nada de estudar com a luz acesa no quarto. "Sala existe para isso", diz a estudante.
|
educacao
|
Antes da faculdade, jovens fazem estágio de vida adulta em repúblicasJovens que ainda nem entraram na universidade têm buscado as repúblicas para reduzir custos e experimentar vida de gente grande. De Estrela d' Oeste (570 km de São Paulo), João Kauê Freitas, 17, desembarcou em janeiro na república Minerva, em Santana, na zona norte da capital paulista. Ele tem à mão roupa lavada, internet e ligações à vontade para a casa dos pais –tudo por R$ 800 ao mês. Lá, também aprendeu a passar roupa, a poupar água no banho, a fazer a própria comida e a controlar gastos. O convívio com outros estudantes tem ajudado nos estudos, diz. "Meu colega de quarto me ensina a resolver questões de matemática", diz Freitas, que está num cursinho que prepara candidatos para o cargo de oficial da PM. Na mesma república, o estudante Daniel Sakalauskas, 20, que pretende ser médico, tem penado com as contas. "Nunca tinha administrado meu dinheiro. Tem meses que passo aperto", conta. Especialistas ouvidos pela Folha afirmam que o jovem que vive um período longe do controle dos pais adquire mais rápido competências que a escola não desenvolve. "Ele lida bem com conflitos e passa por um processo nessa fase, que é o de autoconhecimento", diz a psicóloga Iraíde Barreiro, doutora em educação da Unesp. DISCUTIR A RELAÇÃO O que mais se ouve na República Feminina São Paulo, que abriga 35 estudantes, é "DR" (discussão da relação), diz Thayara dos Anjos, 24. "É a comida que uma pegou sem avisar. É o jeito de falar que não foi legal. Tudo gera muita conversa." Luana Dias, 18, que saiu de Santos para estudar enfermagem na capital, ensina a se dar bem vivendo em grupo. "Penso muito antes de falar. Você não sabe como a outra vai reagir com o que ouve." Homem, a não ser que esteja ali a trabalho, não passa do portão para dentro. A lei foi criada pela dona da casa, Débora de Souza, 28, formada em comércio exterior. "É medida de segurança. Quem burla, está fora." Os quartos, que acomodam de seis até 12 estudantes, são uma bagunça organizada. O ambiente lembra um hostel e custa R$ 350/ mês. "Somos uma família. A gente divide comida, roupa, sapatos", diz a estudante do cursinho Henfil, Érica Oliveira, 19. O baiano Daniel Soares, 20, vive sob outras restrições no alojamento do Colégio Poliedro, em São José dos Campos (a 97 km de São Paulo). No espaço, é proibido jogar cartas de baralho, ingerir bebida alcoólica e fumar cigarro. "Faz parte. É para ter foco nas 12 horas por dia de estudo", diz. O local, com 180 estudantes, tem piscina, quadra poliesportiva, salas de estudo e oferta de três refeições diárias. Abriga, na sua maioria, jovens que quererem cursar as engenharias de ponta do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), conta o professor de química Thiago Costa. "Quero fazer engenharia eletrônica. A minha angústia é que o ITA só aceita alunos com até 23 anos e eu só tenho mais três chances. Às vezes, fico desanimado. Mas meus colegas me incentivam." O pacote de hospedagem e aulas chega a custar R$ 42,9 mil por ano para quem se prepara para as provas do ITA. República não é "colônia de férias", diz Artemis Guimarães, 20, que cursa o Anglo de São Paulo para concorrer a uma vaga em medicina. "Na casa em que eu dividia com cinco meninas na Liberdade [centro] não tinha privacidade nem no meu quarto", diz ela, que hoje vive só. QUESTÃO DE PERFIL Para fugir de ciladas, diz Fernando Rocha, 36, proprietário da república Minerva, o estudante precisa achar qual tipo de moradia mais se encaixa em seu perfil. "E tem que aceitar as regras. Na minha casa, banho de água quente só dura oito minutos, não pode fazer barulho e nem frituras após as 22h." Daniel Sakalauskas diz que quando os moradores da casa extrapolam as normas todos se reúnem e lavam a roupa suja. "O Rocha comanda a reunião. Virou nosso pai." Com as meninas, Débora de Souza, a dona da república São Paulo, faz o mesmo. "Muitas saem cedo da casa dos pais e chegam aqui precisando de apoio, de ombro." Antes de pensar em viver numa república, valorizar o conselho de quem já está lá é essencial. "Entre pelo menos sabendo fazer o kit de sobrevivência, que é feijão, arroz e ovo", diz Priscila Freitas, 20. E tem mais. Leve poucas roupas e objetos essenciais, como os livros de estudo. Quase sempre o espaço individual disponível resume-se a um armário de duas portas. E nada de estudar com a luz acesa no quarto. "Sala existe para isso", diz a estudante.
| 12 |
Levy cede sobre tributação de ricos e propõe ao Planalto taxar herança
|
O ministro Joaquim Levy (Fazenda) informou a Dilma Rousseff que um tributo federal sobre heranças é a melhor opção entre as medidas em estudo para a parcela mais rica da população dar sua contribuição para o ajuste fiscal, segundo a Folha apurou. Levy determinou à Receita que conclua nos próximos dias estudos sobre mecanismos legais e que alíquotas poderão ser adotadas para estabelecer a cobrança. A criação do imposto precisaria passar pelo Congresso. Até agora, as iniciativas anunciadas para tapar o rombo das contas públicas atingem sobretudo o trabalhador de renda mais baixa, como o endurecimento das regras de concessão do abono salarial e a revisão da desoneração da folha de pagamentos. Apesar de a nova medida atender ao discurso do PT, de que o pacote fiscal avança também sobre os mais ricos, a taxação de heranças frustra a bancada do partido no Congresso, que defende iniciativas mais duras, como tributar grandes fortunas ou a distribuição de lucros e dividendos. "Penso que é muito mais justo o imposto progressivo sobre grandes fortunas. Haveria um fato gerador anualmente, sem depender da morte do contribuinte", disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), uma das defensoras da tributação dos mais ricos. Já Lindbergh Farias (PT-RJ) gostaria de ver taxados lucros e dividendos, incluindo remessas ao exterior. O senador diz que muitos empresários exercem funções executivas em suas companhias, mas, no lugar de receber salários, são remunerados sob a forma de distribuição de lucros. Técnicos da Fazenda e do Planejamento se debruçaram nos últimos meses sobre quatro possibilidades. Além de grandes fortunas, heranças e lucros e dividendos, a equipe econômica estudou também taxar altas somas doadas em dinheiro, hoje praticamente isentas de impostos. PRESSÃO Segundo a Folha apurou, Levy não é a favor de nenhuma delas, por entender que mais prejudicam do que ajudam a economia. Mas, dada a necessidade de arrecadação e a pressão dos congressistas do PT, que têm criado resistências às revisões dos direitos dos trabalhadores, base eleitoral do partido, Levy cedeu e aceitou taxar herança. Tributar lucros e dividendos, por exemplo, poderia punir e afugentar o capital estrangeiro produtivo investido no país, uma vez que as subsidiárias das multinacionais mandam para suas matrizes lucros gerados no Brasil. OUTRAS PROPOSTAS PARA O AJUSTE FISCAL - Restrição ao acesso a benefícios como abono e seguro-desemprego - Aumento de alíquotas para empresas que tiveram desoneração da folha
|
mercado
|
Levy cede sobre tributação de ricos e propõe ao Planalto taxar herançaO ministro Joaquim Levy (Fazenda) informou a Dilma Rousseff que um tributo federal sobre heranças é a melhor opção entre as medidas em estudo para a parcela mais rica da população dar sua contribuição para o ajuste fiscal, segundo a Folha apurou. Levy determinou à Receita que conclua nos próximos dias estudos sobre mecanismos legais e que alíquotas poderão ser adotadas para estabelecer a cobrança. A criação do imposto precisaria passar pelo Congresso. Até agora, as iniciativas anunciadas para tapar o rombo das contas públicas atingem sobretudo o trabalhador de renda mais baixa, como o endurecimento das regras de concessão do abono salarial e a revisão da desoneração da folha de pagamentos. Apesar de a nova medida atender ao discurso do PT, de que o pacote fiscal avança também sobre os mais ricos, a taxação de heranças frustra a bancada do partido no Congresso, que defende iniciativas mais duras, como tributar grandes fortunas ou a distribuição de lucros e dividendos. "Penso que é muito mais justo o imposto progressivo sobre grandes fortunas. Haveria um fato gerador anualmente, sem depender da morte do contribuinte", disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), uma das defensoras da tributação dos mais ricos. Já Lindbergh Farias (PT-RJ) gostaria de ver taxados lucros e dividendos, incluindo remessas ao exterior. O senador diz que muitos empresários exercem funções executivas em suas companhias, mas, no lugar de receber salários, são remunerados sob a forma de distribuição de lucros. Técnicos da Fazenda e do Planejamento se debruçaram nos últimos meses sobre quatro possibilidades. Além de grandes fortunas, heranças e lucros e dividendos, a equipe econômica estudou também taxar altas somas doadas em dinheiro, hoje praticamente isentas de impostos. PRESSÃO Segundo a Folha apurou, Levy não é a favor de nenhuma delas, por entender que mais prejudicam do que ajudam a economia. Mas, dada a necessidade de arrecadação e a pressão dos congressistas do PT, que têm criado resistências às revisões dos direitos dos trabalhadores, base eleitoral do partido, Levy cedeu e aceitou taxar herança. Tributar lucros e dividendos, por exemplo, poderia punir e afugentar o capital estrangeiro produtivo investido no país, uma vez que as subsidiárias das multinacionais mandam para suas matrizes lucros gerados no Brasil. OUTRAS PROPOSTAS PARA O AJUSTE FISCAL - Restrição ao acesso a benefícios como abono e seguro-desemprego - Aumento de alíquotas para empresas que tiveram desoneração da folha
| 2 |
Um dia no centro de reabilitação de vício em internet mais barra pesada da China
|
Uma hora depois de entrar como paciente no campo de reabilitação de vício em internet mais rígido da China, a Base de Desenvolvimento Mental para Jovens Chineses, uma obstinada enfermeira me levou para um teste cerebral de eletroencefalografia (EEG). Ela ajeitou um chapéu de borracha com eletrodos gelados no meu couro cabeludo. "O resultado mostrará quão animado ou deprimido o seu cérebro está", ela me disse. "Conseguimos verificar se falta sangue ou oxigênio no cérebro. Ou se ele está fatigado." Segundo a enfermeira, a maioria das pessoas tem uma leve depressão; apenas algumas apresentam quadro grave. "Agora feche os olhos e não fale." Pouco depois, um instrutor de camisa militar retirou meus itens pessoais. Ele e um ajudante me mandaram completar a avaliação psicológica computadorizada. O processo, disseram, ajuda a determinar se estou deprimido. As perguntas variaram de capacidade sexual à apetite; por fim, questionaram se eu tinha vontade de acabar com a própria vida. Parecia com as conversas que já tive às 4 da madrugada com amigos - só que no formato de quiz em uma sala administrativa austera no sul de Pequim. Os sons de clique do meu mouse são mascarados pelo ruído da algazarra de jovens pacientes que entram e saem dos dormitórios vizinhos. A maioria trancou um ano de escola para passar seis meses no complexo do centro. Os ares são de penitenciária. O objetivo é que todos os pacientes saiam curados do vício em internet, que é reconhecido como transtorno mental na China. (O transtorno de vício em Internet, ou TVI, ainda não foi catalogado no Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana, o manual padrão de diagnóstico psiquiátrico do Ocidente, atualizado pela última vez em 2013.) Segundo estimativas do governo, 24 milhões de jovens sofrem de TVI na China. O paciente médio tem 17 anos de idade. Tal faixa-etária torna a atmosfera turbulenta. A escadaria de saída está bloqueada por uma porta enorme, trancada a cadeado. Os assuntos e objetivos são variados. Conforme descobri durante a minha visita numa quarta-feira recente, a base também é usada para "curar" pacientes homossexuais de sua sexualidade. O professor Tao Ran, antigo coronel do Exército de Libertação Popular e comandante da base, prometeu fazer da minha experiência como paciente a mais realista possível. A enfermeira cumpriu a ordem e me entregou uma impressão dos resultados dos testes cerebrais de EEG. Determinadas características fisiológicas do cérebro são associadas à depressão, e o plano é usar esses dados junto do meu teste psiquiátrico para avaliar minha saúde mental. Fui conduzido ao refeitório da escola para encher uma bandeja de metal com uma montanha de arroz e vegetais oleosos. Sentei-me ao lado de três pacientes adolescentes tímidos e risonhos. "É a terceira vez que ele vem para cá", disse um paciente ao meu lado, apontando para o colega em frente. Segundo a administração do local, a taxa de sucesso de cura do processo é de 85-90% na base, mas a estatística ainda não foi verificada. "Sofro de uma depressão grave", respondeu o amigo do paciente quando perguntei por que ele havia retornado tantas vezes. "Por que estou deprimido? Não sei. Estou aqui há um ano, no total." A base abrigava em torno de 55 pacientes no período da minha visita. Foi estabelecida em 2003 - cinco anos depois, em 2008, a China foi o primeiro país a listar o TVI como transtorno mental. Sintomas reconhecidos incluem usar a internet por mais de seis horas por dia e ficar ansioso offline ou durante quedas de energia. Os pacientes, cuja maioria é masculina, vestiam garbo militar e realizavam tarefas e exercícios típicos de exército do toque de despertar, às 6h30 da manhã, até apagarem as luzes, às 21h30. Instrutores os mantinham na linha enquanto palestrantes, médicos, psiquiatras e enfermeiras administravam aulas anti-internet, sessões de aconselhamento e medicamentos. Tao disse que a maioria dos pacientes sofre de depressão clínica, mas se recusou a divulgar que remédios aplica. Um documentário de 2014, gravado na base, retratou uma experiência miserável, típica de prisioneiros, entre os pacientes. O que o filme não revelou foi a atividade paralela de tentar "corrigir" a sexualidade de pacientes gays. Tao me contou que, quando um paciente comenta que não está certo de sua sexualidade, passa por aulas pró-heterossexualidade e é encorajado a refletir sobre os aspectos positivos de se tornar hétero, como ter filhos. Quando questionei a visão de Tao e de sua alegação de que há uma diferença entre ser "biologicamente" e "mentalmente" gay, ele disse que ser gay vai contra a cultura chinesa tradicional. O governo chinês tem dado grandes saltos para promover igualdade aos homossexuais na China. As autoridades trabalham mais próximo do que nunca da comunidade gay e de líderes industriais para promover questões de saúde sexual. Mas visões homofóbicas ainda se encontram enraizadas nas famílias chinesas. Tao não tentou ocultar suas visões. Ele pareceu não entender por que eu queria questionar o dano psicológico causado ao forçar a heterossexualidade para um indivíduo gay confuso, inseguro ou vulnerável. Tao insistiu que não tenta "curar" pacientes que estão certos de que são gays. Ele ficou ansioso para mudar de assunto depois que percebeu minha preocupação com o tratamento. Disse que esperava me oferecer um vislumbre da vida na base. Mostraria um lado diferente daquele retratado no documentário, afirmou. Equipamentos como o scanner de EEG não são baratos, então o tratamento aqui, claro, é caro: custa 9.300 yuans (5.350 reais), além da comida e as contas de medicamentos. Muitos parentes levados ao desespero pela obsessão de seus filhos dizem que é a última esperança. Antes de entrar na base, Tao me contou que a maioria dos pacientes cultivava relações fragmentadas com os pais por causa de negligência emocional ou das agendas de trabalho cheias dos responsáveis. Eles se voltaram para a internet atrás de interação social. Muitos eram obcecados por videogames. Jogavam durante dias a fio antes de serem enviados à base. "Os dois jogos mais populares entre os pacientes são League of Legends e World of Warcraft", disse Tao, que passa uma impressão de figura gentil e amigável, apesar da reputação de seu trabalho. "Alguns garotos são tão viciados que usam fraldas para evitar ter que parar de jogar e ir ao banheiro. Os pais se perguntam por que os adolescentes estão comprando fraldas." O paciente mais novo a entrar no centro tinha nove anos. "Quando era bebê, ele só parava de chorar quando tinha um iPad em frente", contou. "O iPad era praticamente sua babá, ficava ao lado dele de manhã até de noite. Então, quando ele entrou na escola, aos seis anos, não conseguia focar no trabalho, tinha TDAH." Depois do almoço, todos marchamos - sim, literalmente! - de volta à área dos dormitórios. Encostados na parede do corredor, formamos uma fila. Bateu o sinal das 14h, e o período de descanso começou. Preocupado por meu bate-papo do almoço não ter virado uma conversa pró-base, um instrutor me conduziu até um quarto semelhante a uma cela, longe dos dormitórios de quatro beliches. Disseram que era porque eu estava acompanhado de uma fotógrafa mulher e, no período de descanso, os pacientes masculinos circulam de cueca. Quando todo mundo estava vestido novamente, permitiram minha presença na área dos dormitórios. Um paciente de 18 anos de idade da província de Hebei me mostrou como dobrar um edredom com precisão militar. Ele me contou que se viciou em games porque seus pais passavam muito tempo fora de casa. Seu consolo eram os jogos. "Minhas notas pioraram cada vez mais, acabei cabulando aula, e aí parei de ir à escola", disse. "Perdi todas as minhas funções sociais e tentei cometer suicídio." Antes de ser enviado à base, ele me contou, costumava flertar com o suicídio. Pensava em se deitar numa linha de trem ou saltar de um prédio alto. Ele discorreu sobre como está "satisfeito" com a base e como a equipe é "muito responsável". Também me contou da vez em que um instrutor atou suas mãos e pés para contê-lo quando, no dia da chegada, teve um chilique. Mais tarde, vi um membro da equipe socar um paciente malcriado no peito. Outro paciente, de 16 anos, da província de Hunan, no sul da China, contou que costumava passar dias inteiros em cafés com internet jogando "Counter-Strike". A base, diz, "corrigiu alguns hábitos ruins, minha compreensão da internet, bem como minha mentalidade". Depois de conversar comigo, ele passou meia hora brincando com dois brinquedos semelhantes ao cubo de Rubik. "Fiquei mais sensato e maduro." Após mais uma fila de inspeção no corredor, marchamos até o pátio no horário livre para esportes. É um período de recesso. Aproximei-me de alguns pacientes com a demonstração da minha única habilidade matadora de basquete, que consiste em ser mais alto que todo mundo do pátio. Alguns pais sassaricavam ao redor das áreas esportivas - eles são encorajados a permanecer no local e se disponibilizar para sessões de aconselhamento com os filhos. O espaço aberto também permite conversas breves longe da orelha alerta do instrutor. "Se você ficar bastante tempo aqui, vai ver que é uma lavagem cerebral", disse um dos pacientes, com quem eu havia conversado antes sob supervisão. Ele me perguntou se eu sabia por que me chamaram para conhecer a base numa quarta-feira quando a agenda, segundo o paciente, é menos rígida do que nos demais dias. "Por quê?", perguntei. "É que às quartas-feiras menos pessoas se rebelam", disse. Outro paciente, magro e tímido, deu a entender que pode haver mais - ou menos - história na suposta alta taxa de "cura" que Tao declara. "Minha primeira vez aqui foi por vício em internet", me contou. Sua voz quase não era audível, e suas mãos tremiam. "A segunda vez foi por problemas com casos amorosos. Cresci na casa da minha vizinha, então eu nutria um forte desejo por seu amor. O desejo é transferido para mulheres mais velhas que eu. Tenho uma queda por uma psiquiatra daqui." Marchamos de volta aos dormitórios, onde, sentado em um beliche, continuei a conversar com o paciente tímido. Logo ele foi içado para fora do quarto por um inspetor, que passou pelo beliche e notou que ele conversava comigo. A atmosfera ficou tensa na hora. Levei uma bronca pela conversa "não autorizada", e o inspetor ameaçou confiscar o equipamento da fotógrafa. Havíamos planejado passar a noite na base, mas decidimos então que seria um bom momento para ir embora e dizer ao inspetor que estávamos de saída. Meus pertences foram levados e fiquei retido no painel de metal fechado a cadeado que bloqueava a escadaria de saída. O pedido de devolução das minhas coisas foi negado. Passou-se uma hora e muitas negociações absurdas até devolverem os meus bens. O cadeado da porta de saída foi removido e fui embora ainda vestindo camiseta de camuflagem. Mesmo se eu tivesse ficado os dois dias programados, minha experiência, claro, não teria oferecido mais do que um vislumbre, um piscar de olhos sobre a vida como paciente na Base de Desenvolvimento Mental para Jovens Chineses. Fui privado das palestras e, segundo relatos, sessões de exercício mais punk, que ocorrem em outros dias da semana. Ainda assim, foi um panorama parcial intrigante de uma das instalações mais controversas da China. E mesmo se a declaração da taxa de sucesso em 85-90% for papo furado, ser privado a força de vícios durante seis meses, com a ameaça de renovação de estadia por relapso, é um método que poderia endireitar a maioria dos vícios. Especialmente um vício que não tem componente químico, apesar da descrição de Tao da internet como "heroína elétrica". Não se sabe quantos pacientes são enviados à base múltiplas vezes, mas o fato de uma quantidade significativa ser aceita repetidamente é preocupante. Quantas sessões de seis meses será que eles podem passar fora do sistema escolar entre os altos muros do complexo antes que decidam que a base talvez não esteja funcionando para eles? Isso está acontecendo porque todas as outras opções de tratamento foram exauridas mesmo? Quando relações familiares se desintegram, será que alguns pais ausentes acabam usando a base como ponto convenientes de depósito de adolescentes? (O que os olhos não vêem o coração não teme.) Infelizmente, meu dia como paciente na Base de Desenvolvimento Mental para Jovens Chineses levantou mais questões do que repostas. Ganhei a impressão de um teste cerebral de souvenir. Felizmente, a enfermeira que conduziu minha EEG havia me contado que as impressões não sugeriam condições mentais negativas, apesar de mostrarem uma ligeira falta de oxigênio em um quadrante do meu cérebro. Vai saber o que os resultados dos testes psiquiátricos revelaram - não pretendo voltar para retirá-los. Tradução de Stephanie Fernandes Leia no site da Vice: Um Dia no Centro de Reabilitação de Vício em Internet Mais Barra Pesada da China
|
vice
|
Um dia no centro de reabilitação de vício em internet mais barra pesada da ChinaUma hora depois de entrar como paciente no campo de reabilitação de vício em internet mais rígido da China, a Base de Desenvolvimento Mental para Jovens Chineses, uma obstinada enfermeira me levou para um teste cerebral de eletroencefalografia (EEG). Ela ajeitou um chapéu de borracha com eletrodos gelados no meu couro cabeludo. "O resultado mostrará quão animado ou deprimido o seu cérebro está", ela me disse. "Conseguimos verificar se falta sangue ou oxigênio no cérebro. Ou se ele está fatigado." Segundo a enfermeira, a maioria das pessoas tem uma leve depressão; apenas algumas apresentam quadro grave. "Agora feche os olhos e não fale." Pouco depois, um instrutor de camisa militar retirou meus itens pessoais. Ele e um ajudante me mandaram completar a avaliação psicológica computadorizada. O processo, disseram, ajuda a determinar se estou deprimido. As perguntas variaram de capacidade sexual à apetite; por fim, questionaram se eu tinha vontade de acabar com a própria vida. Parecia com as conversas que já tive às 4 da madrugada com amigos - só que no formato de quiz em uma sala administrativa austera no sul de Pequim. Os sons de clique do meu mouse são mascarados pelo ruído da algazarra de jovens pacientes que entram e saem dos dormitórios vizinhos. A maioria trancou um ano de escola para passar seis meses no complexo do centro. Os ares são de penitenciária. O objetivo é que todos os pacientes saiam curados do vício em internet, que é reconhecido como transtorno mental na China. (O transtorno de vício em Internet, ou TVI, ainda não foi catalogado no Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana, o manual padrão de diagnóstico psiquiátrico do Ocidente, atualizado pela última vez em 2013.) Segundo estimativas do governo, 24 milhões de jovens sofrem de TVI na China. O paciente médio tem 17 anos de idade. Tal faixa-etária torna a atmosfera turbulenta. A escadaria de saída está bloqueada por uma porta enorme, trancada a cadeado. Os assuntos e objetivos são variados. Conforme descobri durante a minha visita numa quarta-feira recente, a base também é usada para "curar" pacientes homossexuais de sua sexualidade. O professor Tao Ran, antigo coronel do Exército de Libertação Popular e comandante da base, prometeu fazer da minha experiência como paciente a mais realista possível. A enfermeira cumpriu a ordem e me entregou uma impressão dos resultados dos testes cerebrais de EEG. Determinadas características fisiológicas do cérebro são associadas à depressão, e o plano é usar esses dados junto do meu teste psiquiátrico para avaliar minha saúde mental. Fui conduzido ao refeitório da escola para encher uma bandeja de metal com uma montanha de arroz e vegetais oleosos. Sentei-me ao lado de três pacientes adolescentes tímidos e risonhos. "É a terceira vez que ele vem para cá", disse um paciente ao meu lado, apontando para o colega em frente. Segundo a administração do local, a taxa de sucesso de cura do processo é de 85-90% na base, mas a estatística ainda não foi verificada. "Sofro de uma depressão grave", respondeu o amigo do paciente quando perguntei por que ele havia retornado tantas vezes. "Por que estou deprimido? Não sei. Estou aqui há um ano, no total." A base abrigava em torno de 55 pacientes no período da minha visita. Foi estabelecida em 2003 - cinco anos depois, em 2008, a China foi o primeiro país a listar o TVI como transtorno mental. Sintomas reconhecidos incluem usar a internet por mais de seis horas por dia e ficar ansioso offline ou durante quedas de energia. Os pacientes, cuja maioria é masculina, vestiam garbo militar e realizavam tarefas e exercícios típicos de exército do toque de despertar, às 6h30 da manhã, até apagarem as luzes, às 21h30. Instrutores os mantinham na linha enquanto palestrantes, médicos, psiquiatras e enfermeiras administravam aulas anti-internet, sessões de aconselhamento e medicamentos. Tao disse que a maioria dos pacientes sofre de depressão clínica, mas se recusou a divulgar que remédios aplica. Um documentário de 2014, gravado na base, retratou uma experiência miserável, típica de prisioneiros, entre os pacientes. O que o filme não revelou foi a atividade paralela de tentar "corrigir" a sexualidade de pacientes gays. Tao me contou que, quando um paciente comenta que não está certo de sua sexualidade, passa por aulas pró-heterossexualidade e é encorajado a refletir sobre os aspectos positivos de se tornar hétero, como ter filhos. Quando questionei a visão de Tao e de sua alegação de que há uma diferença entre ser "biologicamente" e "mentalmente" gay, ele disse que ser gay vai contra a cultura chinesa tradicional. O governo chinês tem dado grandes saltos para promover igualdade aos homossexuais na China. As autoridades trabalham mais próximo do que nunca da comunidade gay e de líderes industriais para promover questões de saúde sexual. Mas visões homofóbicas ainda se encontram enraizadas nas famílias chinesas. Tao não tentou ocultar suas visões. Ele pareceu não entender por que eu queria questionar o dano psicológico causado ao forçar a heterossexualidade para um indivíduo gay confuso, inseguro ou vulnerável. Tao insistiu que não tenta "curar" pacientes que estão certos de que são gays. Ele ficou ansioso para mudar de assunto depois que percebeu minha preocupação com o tratamento. Disse que esperava me oferecer um vislumbre da vida na base. Mostraria um lado diferente daquele retratado no documentário, afirmou. Equipamentos como o scanner de EEG não são baratos, então o tratamento aqui, claro, é caro: custa 9.300 yuans (5.350 reais), além da comida e as contas de medicamentos. Muitos parentes levados ao desespero pela obsessão de seus filhos dizem que é a última esperança. Antes de entrar na base, Tao me contou que a maioria dos pacientes cultivava relações fragmentadas com os pais por causa de negligência emocional ou das agendas de trabalho cheias dos responsáveis. Eles se voltaram para a internet atrás de interação social. Muitos eram obcecados por videogames. Jogavam durante dias a fio antes de serem enviados à base. "Os dois jogos mais populares entre os pacientes são League of Legends e World of Warcraft", disse Tao, que passa uma impressão de figura gentil e amigável, apesar da reputação de seu trabalho. "Alguns garotos são tão viciados que usam fraldas para evitar ter que parar de jogar e ir ao banheiro. Os pais se perguntam por que os adolescentes estão comprando fraldas." O paciente mais novo a entrar no centro tinha nove anos. "Quando era bebê, ele só parava de chorar quando tinha um iPad em frente", contou. "O iPad era praticamente sua babá, ficava ao lado dele de manhã até de noite. Então, quando ele entrou na escola, aos seis anos, não conseguia focar no trabalho, tinha TDAH." Depois do almoço, todos marchamos - sim, literalmente! - de volta à área dos dormitórios. Encostados na parede do corredor, formamos uma fila. Bateu o sinal das 14h, e o período de descanso começou. Preocupado por meu bate-papo do almoço não ter virado uma conversa pró-base, um instrutor me conduziu até um quarto semelhante a uma cela, longe dos dormitórios de quatro beliches. Disseram que era porque eu estava acompanhado de uma fotógrafa mulher e, no período de descanso, os pacientes masculinos circulam de cueca. Quando todo mundo estava vestido novamente, permitiram minha presença na área dos dormitórios. Um paciente de 18 anos de idade da província de Hebei me mostrou como dobrar um edredom com precisão militar. Ele me contou que se viciou em games porque seus pais passavam muito tempo fora de casa. Seu consolo eram os jogos. "Minhas notas pioraram cada vez mais, acabei cabulando aula, e aí parei de ir à escola", disse. "Perdi todas as minhas funções sociais e tentei cometer suicídio." Antes de ser enviado à base, ele me contou, costumava flertar com o suicídio. Pensava em se deitar numa linha de trem ou saltar de um prédio alto. Ele discorreu sobre como está "satisfeito" com a base e como a equipe é "muito responsável". Também me contou da vez em que um instrutor atou suas mãos e pés para contê-lo quando, no dia da chegada, teve um chilique. Mais tarde, vi um membro da equipe socar um paciente malcriado no peito. Outro paciente, de 16 anos, da província de Hunan, no sul da China, contou que costumava passar dias inteiros em cafés com internet jogando "Counter-Strike". A base, diz, "corrigiu alguns hábitos ruins, minha compreensão da internet, bem como minha mentalidade". Depois de conversar comigo, ele passou meia hora brincando com dois brinquedos semelhantes ao cubo de Rubik. "Fiquei mais sensato e maduro." Após mais uma fila de inspeção no corredor, marchamos até o pátio no horário livre para esportes. É um período de recesso. Aproximei-me de alguns pacientes com a demonstração da minha única habilidade matadora de basquete, que consiste em ser mais alto que todo mundo do pátio. Alguns pais sassaricavam ao redor das áreas esportivas - eles são encorajados a permanecer no local e se disponibilizar para sessões de aconselhamento com os filhos. O espaço aberto também permite conversas breves longe da orelha alerta do instrutor. "Se você ficar bastante tempo aqui, vai ver que é uma lavagem cerebral", disse um dos pacientes, com quem eu havia conversado antes sob supervisão. Ele me perguntou se eu sabia por que me chamaram para conhecer a base numa quarta-feira quando a agenda, segundo o paciente, é menos rígida do que nos demais dias. "Por quê?", perguntei. "É que às quartas-feiras menos pessoas se rebelam", disse. Outro paciente, magro e tímido, deu a entender que pode haver mais - ou menos - história na suposta alta taxa de "cura" que Tao declara. "Minha primeira vez aqui foi por vício em internet", me contou. Sua voz quase não era audível, e suas mãos tremiam. "A segunda vez foi por problemas com casos amorosos. Cresci na casa da minha vizinha, então eu nutria um forte desejo por seu amor. O desejo é transferido para mulheres mais velhas que eu. Tenho uma queda por uma psiquiatra daqui." Marchamos de volta aos dormitórios, onde, sentado em um beliche, continuei a conversar com o paciente tímido. Logo ele foi içado para fora do quarto por um inspetor, que passou pelo beliche e notou que ele conversava comigo. A atmosfera ficou tensa na hora. Levei uma bronca pela conversa "não autorizada", e o inspetor ameaçou confiscar o equipamento da fotógrafa. Havíamos planejado passar a noite na base, mas decidimos então que seria um bom momento para ir embora e dizer ao inspetor que estávamos de saída. Meus pertences foram levados e fiquei retido no painel de metal fechado a cadeado que bloqueava a escadaria de saída. O pedido de devolução das minhas coisas foi negado. Passou-se uma hora e muitas negociações absurdas até devolverem os meus bens. O cadeado da porta de saída foi removido e fui embora ainda vestindo camiseta de camuflagem. Mesmo se eu tivesse ficado os dois dias programados, minha experiência, claro, não teria oferecido mais do que um vislumbre, um piscar de olhos sobre a vida como paciente na Base de Desenvolvimento Mental para Jovens Chineses. Fui privado das palestras e, segundo relatos, sessões de exercício mais punk, que ocorrem em outros dias da semana. Ainda assim, foi um panorama parcial intrigante de uma das instalações mais controversas da China. E mesmo se a declaração da taxa de sucesso em 85-90% for papo furado, ser privado a força de vícios durante seis meses, com a ameaça de renovação de estadia por relapso, é um método que poderia endireitar a maioria dos vícios. Especialmente um vício que não tem componente químico, apesar da descrição de Tao da internet como "heroína elétrica". Não se sabe quantos pacientes são enviados à base múltiplas vezes, mas o fato de uma quantidade significativa ser aceita repetidamente é preocupante. Quantas sessões de seis meses será que eles podem passar fora do sistema escolar entre os altos muros do complexo antes que decidam que a base talvez não esteja funcionando para eles? Isso está acontecendo porque todas as outras opções de tratamento foram exauridas mesmo? Quando relações familiares se desintegram, será que alguns pais ausentes acabam usando a base como ponto convenientes de depósito de adolescentes? (O que os olhos não vêem o coração não teme.) Infelizmente, meu dia como paciente na Base de Desenvolvimento Mental para Jovens Chineses levantou mais questões do que repostas. Ganhei a impressão de um teste cerebral de souvenir. Felizmente, a enfermeira que conduziu minha EEG havia me contado que as impressões não sugeriam condições mentais negativas, apesar de mostrarem uma ligeira falta de oxigênio em um quadrante do meu cérebro. Vai saber o que os resultados dos testes psiquiátricos revelaram - não pretendo voltar para retirá-los. Tradução de Stephanie Fernandes Leia no site da Vice: Um Dia no Centro de Reabilitação de Vício em Internet Mais Barra Pesada da China
| 27 |
Pai de vítima de ataque em Paris processa Google e redes sociais
|
Em 13 de novembro, o americano Reynaldo Gonzalez perdeu a filha, Nohemi, 23. A estudante foi uma das 130 pessoas mortas no atentado terrorista em Paris reivindicado pelo Estado Islâmico. Na última terça (14), ele abriu um processo por reparação. O alvo de Gonzalez não é, porém, a organização terrorista. Sua ação visa três gigantes da comunicação: Google, Facebook e Twitter. As empresas, diz, permitiram que o atentado fosse realizado. Esse processo estabelece uma relação entre o uso de redes sociais e a atividade terrorista. Google, Facebook e Twitter estariam cientes de que os terroristas se aproveitam de suas ferramentas para recrutar membros e divulgar sua propaganda —mas não agem para impedi-los. "Não estou sugerindo que essas empresas endossam o conteúdo", disse à Folha Keith Altman, um dos advogados de Gonzalez. "Mas elas têm consciência do que está sendo feito, e é possível limitar a habilidade do Estado Islâmico de utilizar esses sites." A ação de Gonzalez não é a primeira nesse sentido. Há um processo semelhante movido pela viúva da vítima de um ataque na Jordânia. Ademais, especialistas alertam há anos sobre a propagação de mensagens extremistas pela internet. Um dos argumentos defendidos por entidades que combatem o terrorismo é que deletar contas de militantes só faria com que eles buscassem outras formas de se comunicarem. No meio-tempo, governos perderiam a chance de observar seus movimentos em redes como o Twitter. Outra justificativa é a de que é impossível monitorar e peneirar todo o conteúdo divulgado por um site como o Facebook ou o YouTube. Altman não se convence, porém. "Essas empresas têm como princípio exibir anúncios de acordo o perfil do usuário. Como não conseguem analisar os posts?" APOIO MATERIAL Após o anúncio do processo de Gonzalez, as empresas afirmaram que já tomam medidas contra o extremismo. Segundo a agência de notícias Associated Press, o Twitter divulgou nota sobre como sua equipe investiga denúncias de violações. O Facebook emitiu um comunicado semelhante, dizendo que, quando vê evidência de uma ameaça, entra em contato com as autoridades. O Google, por sua vez, afirma ter regras claras proibindo o recrutamento de terroristas, e que rapidamente remove vídeos que violem suas normas. Segundo a lei americana, essas empresas, em geral, não são responsáveis pelo material divulgado por meio de suas ferramentas. Mas Altman insistiu, durante a entrevista, que esse não é um caso de conteúdo, mas de comportamento. Esses serviços, afirma o advogado, oferecem apoio material a atividades terroristas. "O que seria preciso para impedi-los? Contratar mil pessoas para o monitoramento? E daí?", diz o advogado, para quem a decisão de limitar o acesso de terroristas às redes sociais é equivalente à de quem vê um bebê prestes a ser atropelado e, capaz, não age para salvá-lo. Na opinião de Altman, empresas como o Twitter "podem fazer um trabalho melhor, mas não fazem". Ele espera, assim, que o processo movido por seu cliente tenha ao menos o efeito de fazer com que as ferramentas sejam repensadas. A ação ainda precisa tramitar, e o advogado prevê que seja recusada no fim de julho próximo. Entre idas e vindas de recursos, o processo poderia ser aceito no fim do ano e levado a julgamento. "É quando o trabalho pesado começa. Será uma batalha para anos", diz Altman. Bem-humorado, ele cita o personagem espanhol Dom Quixote. "Não me importa quão grande é a empresa." Tampouco lhe importa, diz, qual pode ser o valor recebido por seu cliente, caso vença a ação. "Nem estou pensando nisso. Pode ser zero ou milhões. O que queremos é que a morte de Nohemi não tenha sido em vão."
|
mundo
|
Pai de vítima de ataque em Paris processa Google e redes sociaisEm 13 de novembro, o americano Reynaldo Gonzalez perdeu a filha, Nohemi, 23. A estudante foi uma das 130 pessoas mortas no atentado terrorista em Paris reivindicado pelo Estado Islâmico. Na última terça (14), ele abriu um processo por reparação. O alvo de Gonzalez não é, porém, a organização terrorista. Sua ação visa três gigantes da comunicação: Google, Facebook e Twitter. As empresas, diz, permitiram que o atentado fosse realizado. Esse processo estabelece uma relação entre o uso de redes sociais e a atividade terrorista. Google, Facebook e Twitter estariam cientes de que os terroristas se aproveitam de suas ferramentas para recrutar membros e divulgar sua propaganda —mas não agem para impedi-los. "Não estou sugerindo que essas empresas endossam o conteúdo", disse à Folha Keith Altman, um dos advogados de Gonzalez. "Mas elas têm consciência do que está sendo feito, e é possível limitar a habilidade do Estado Islâmico de utilizar esses sites." A ação de Gonzalez não é a primeira nesse sentido. Há um processo semelhante movido pela viúva da vítima de um ataque na Jordânia. Ademais, especialistas alertam há anos sobre a propagação de mensagens extremistas pela internet. Um dos argumentos defendidos por entidades que combatem o terrorismo é que deletar contas de militantes só faria com que eles buscassem outras formas de se comunicarem. No meio-tempo, governos perderiam a chance de observar seus movimentos em redes como o Twitter. Outra justificativa é a de que é impossível monitorar e peneirar todo o conteúdo divulgado por um site como o Facebook ou o YouTube. Altman não se convence, porém. "Essas empresas têm como princípio exibir anúncios de acordo o perfil do usuário. Como não conseguem analisar os posts?" APOIO MATERIAL Após o anúncio do processo de Gonzalez, as empresas afirmaram que já tomam medidas contra o extremismo. Segundo a agência de notícias Associated Press, o Twitter divulgou nota sobre como sua equipe investiga denúncias de violações. O Facebook emitiu um comunicado semelhante, dizendo que, quando vê evidência de uma ameaça, entra em contato com as autoridades. O Google, por sua vez, afirma ter regras claras proibindo o recrutamento de terroristas, e que rapidamente remove vídeos que violem suas normas. Segundo a lei americana, essas empresas, em geral, não são responsáveis pelo material divulgado por meio de suas ferramentas. Mas Altman insistiu, durante a entrevista, que esse não é um caso de conteúdo, mas de comportamento. Esses serviços, afirma o advogado, oferecem apoio material a atividades terroristas. "O que seria preciso para impedi-los? Contratar mil pessoas para o monitoramento? E daí?", diz o advogado, para quem a decisão de limitar o acesso de terroristas às redes sociais é equivalente à de quem vê um bebê prestes a ser atropelado e, capaz, não age para salvá-lo. Na opinião de Altman, empresas como o Twitter "podem fazer um trabalho melhor, mas não fazem". Ele espera, assim, que o processo movido por seu cliente tenha ao menos o efeito de fazer com que as ferramentas sejam repensadas. A ação ainda precisa tramitar, e o advogado prevê que seja recusada no fim de julho próximo. Entre idas e vindas de recursos, o processo poderia ser aceito no fim do ano e levado a julgamento. "É quando o trabalho pesado começa. Será uma batalha para anos", diz Altman. Bem-humorado, ele cita o personagem espanhol Dom Quixote. "Não me importa quão grande é a empresa." Tampouco lhe importa, diz, qual pode ser o valor recebido por seu cliente, caso vença a ação. "Nem estou pensando nisso. Pode ser zero ou milhões. O que queremos é que a morte de Nohemi não tenha sido em vão."
| 4 |
Metrô é o melhor serviço de transporte de SP, segundo pesquisa Datafolha
|
ELVIS PEREIRA DE SÃO PAULO Assim como tantos vizinhos de obras do metrô, Paulo Menezes, 56, é adepto da "vistoria via janela". Do imóvel onde mora no Campo Belo, na zona sul paulistana, o presidente da empresa de trens costuma dar uma olhada em um dos pontos de obra de expansão da linha 5-lilás. "Sábado, vou fazer feira e dou uma passadinha lá também. E ali andou bem, está quase pronto." Três estações dessa linha devem ser as próximas a serem abertas na cidade. "Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklin", diz Menezes, com uma mapinha da rede em mãos. "Essas estão programadas para entrar em operação em julho de 2017." O executivo responde, mesmo antes de ser perguntado, à ansiedade dos moradores, que querem saber quando terão novas linhas à disposição. Isso porque o metrô é considerado pelos paulistanos o melhor serviço de transporte de São Paulo por 54% dos entrevistados das classes A e B. O favoritismo acentua-se entre moradores da zona norte (63%) e pessoas com mais 41 anos (59%) e ensino superior (60%). Trata-se do segundo ano em que o metrô aparece no topo. "A rapidez do sistema ainda é o chamariz para o usuário do transporte público", diz Menezes. "Ele sabe que pegará o metrô aqui e descerá lá no prazo esperado. Aliás, quando isso não acontece, é que vem a reclamação." Mas, é claro, ainda há muito o que melhorar. São Paulo, diz ele, está entre os melhores no intervalo de circulação dos trens, limpeza e custo de energia, mas fica para trás na segurança dentro dos trens e das estações e na venda de bilhetes. Reduzir filas e ter um atendimento melhor também constam das metas. * Para saber + * Paulo Menezes, diretor-presidente do Metrô O número de passageiros teve o menor crescimento dos últimos dez anos. A que o sr. credita essa queda? Estamos perdendo demanda, e tenho de fazer ajustes diários. Estou perdendo por volta de 70 mil passageiros por dia. Existe uma crise. Não sou eu que estou dizendo. Mesmo quando tivemos uma marolinha em 2008 e 2009, não tivemos esse problema.
|
saopaulo
|
Metrô é o melhor serviço de transporte de SP, segundo pesquisa DatafolhaELVIS PEREIRA DE SÃO PAULO Assim como tantos vizinhos de obras do metrô, Paulo Menezes, 56, é adepto da "vistoria via janela". Do imóvel onde mora no Campo Belo, na zona sul paulistana, o presidente da empresa de trens costuma dar uma olhada em um dos pontos de obra de expansão da linha 5-lilás. "Sábado, vou fazer feira e dou uma passadinha lá também. E ali andou bem, está quase pronto." Três estações dessa linha devem ser as próximas a serem abertas na cidade. "Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklin", diz Menezes, com uma mapinha da rede em mãos. "Essas estão programadas para entrar em operação em julho de 2017." O executivo responde, mesmo antes de ser perguntado, à ansiedade dos moradores, que querem saber quando terão novas linhas à disposição. Isso porque o metrô é considerado pelos paulistanos o melhor serviço de transporte de São Paulo por 54% dos entrevistados das classes A e B. O favoritismo acentua-se entre moradores da zona norte (63%) e pessoas com mais 41 anos (59%) e ensino superior (60%). Trata-se do segundo ano em que o metrô aparece no topo. "A rapidez do sistema ainda é o chamariz para o usuário do transporte público", diz Menezes. "Ele sabe que pegará o metrô aqui e descerá lá no prazo esperado. Aliás, quando isso não acontece, é que vem a reclamação." Mas, é claro, ainda há muito o que melhorar. São Paulo, diz ele, está entre os melhores no intervalo de circulação dos trens, limpeza e custo de energia, mas fica para trás na segurança dentro dos trens e das estações e na venda de bilhetes. Reduzir filas e ter um atendimento melhor também constam das metas. * Para saber + * Paulo Menezes, diretor-presidente do Metrô O número de passageiros teve o menor crescimento dos últimos dez anos. A que o sr. credita essa queda? Estamos perdendo demanda, e tenho de fazer ajustes diários. Estou perdendo por volta de 70 mil passageiros por dia. Existe uma crise. Não sou eu que estou dizendo. Mesmo quando tivemos uma marolinha em 2008 e 2009, não tivemos esse problema.
| 9 |
Erramos: Pagamentos a Dirceu eram propina, diz empreiteiro
|
Diferentemente do que havia sido informado no título da reportagem "Pagamentos a Dirceu eram propina, diz empreiteiro", publicada na versão impressa e no site da Folha (Poder - 22/03/2015 - 02h00), apenas o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, disse isso em suas conversas com investigadores da Operação Lava Jato. O título foi corrigido.
|
poder
|
Erramos: Pagamentos a Dirceu eram propina, diz empreiteiroDiferentemente do que havia sido informado no título da reportagem "Pagamentos a Dirceu eram propina, diz empreiteiro", publicada na versão impressa e no site da Folha (Poder - 22/03/2015 - 02h00), apenas o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, disse isso em suas conversas com investigadores da Operação Lava Jato. O título foi corrigido.
| 0 |
Brasil e Rússia revivem rivalidade em jogo que vale 1º lugar no vôlei feminino
|
MARCEL MERGUIZO DE ENVIADO ESPECIAL AO RIO Desta vez vale apenas a primeira colocação do grupo nos Jogos do Rio. Mas como é um Brasil e Rússia, não é apenas uma partida ou uma vaga em jogo, é uma história recente de rivalidade em quadra. Foram duas vitórias russas nas finais dos Mundiais femininos de vôlei, em 2006 e 2010. Antes havia ocorrido a fatídica virada russa na semifinal de Atenas-2004. Resultado que as brasileiras devolveram em revanche nas quartas de final em Londres-2012. "Por mais que as duas últimas Olimpíadas tenham sido decididas contras os EUA [vitórias do Brasil], a gente já perdeu duas finais para a Rússia em mundiais, já ganhamos delas jogo decisivo em Olimpíada, elas já ganharam da gente. Esses jogos criam a rivalidade, porque são decididos em detalhes, muitos suados", diz a bicampeã olímpica Sheilla. No Rio, as duas equipes estão invictas, com quatro vitórias cada. Quem vencer termina na liderança e pega a quarta colocada do outro grupo, provavelmente a China. Mas o treinador José Roberto Guimarães e as jogadoras sabem que, para vencer, terão que parar duas jogadoras: a oposto Goncharova e a ponteira Kosheleva. "Já estamos treinando em função da Rússia há algum tempo. Por isso foram feitos dois amistosos com a Sérvia, porque têm características semelhantes de ataque", explica Zé Roberto. Se a rivalidade na quadra aumenta a cada Mundial ou Olimpíada, fora dela a relação das jogadoras passou a ser amistosa. A ponteira Fê Garay, que joga na Rússia, elogiou as rivais, como foi elogiada por Kosheleva. "Essa rivalidade é porque as partidas são excelentes, não pelas jogadoras", diz Fê Garay. Kosheleva preferiu elogiar o país e a torcida brasileiros. "A atmosfera no Brasil tem sido fantástica. Eu gosto desse clima no ginásio. E gosto de jogos contra times assim." NA TV Brasil x Rússia 22h35 Globo, Record, SporTV, Fox Sports e ESPN Brasil Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
|
esporte
|
Brasil e Rússia revivem rivalidade em jogo que vale 1º lugar no vôlei feminino
MARCEL MERGUIZO DE ENVIADO ESPECIAL AO RIO Desta vez vale apenas a primeira colocação do grupo nos Jogos do Rio. Mas como é um Brasil e Rússia, não é apenas uma partida ou uma vaga em jogo, é uma história recente de rivalidade em quadra. Foram duas vitórias russas nas finais dos Mundiais femininos de vôlei, em 2006 e 2010. Antes havia ocorrido a fatídica virada russa na semifinal de Atenas-2004. Resultado que as brasileiras devolveram em revanche nas quartas de final em Londres-2012. "Por mais que as duas últimas Olimpíadas tenham sido decididas contras os EUA [vitórias do Brasil], a gente já perdeu duas finais para a Rússia em mundiais, já ganhamos delas jogo decisivo em Olimpíada, elas já ganharam da gente. Esses jogos criam a rivalidade, porque são decididos em detalhes, muitos suados", diz a bicampeã olímpica Sheilla. No Rio, as duas equipes estão invictas, com quatro vitórias cada. Quem vencer termina na liderança e pega a quarta colocada do outro grupo, provavelmente a China. Mas o treinador José Roberto Guimarães e as jogadoras sabem que, para vencer, terão que parar duas jogadoras: a oposto Goncharova e a ponteira Kosheleva. "Já estamos treinando em função da Rússia há algum tempo. Por isso foram feitos dois amistosos com a Sérvia, porque têm características semelhantes de ataque", explica Zé Roberto. Se a rivalidade na quadra aumenta a cada Mundial ou Olimpíada, fora dela a relação das jogadoras passou a ser amistosa. A ponteira Fê Garay, que joga na Rússia, elogiou as rivais, como foi elogiada por Kosheleva. "Essa rivalidade é porque as partidas são excelentes, não pelas jogadoras", diz Fê Garay. Kosheleva preferiu elogiar o país e a torcida brasileiros. "A atmosfera no Brasil tem sido fantástica. Eu gosto desse clima no ginásio. E gosto de jogos contra times assim." NA TV Brasil x Rússia 22h35 Globo, Record, SporTV, Fox Sports e ESPN Brasil Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
| 3 |
No sufoco e com atraso, Alckmin inaugura principal obra antirrodízio; veja
|
Após cinco vazamentos que ameaçaram adiar sua inauguração, a obra que é a principal aposta para evitar um rodízio na Grande São Paulo foi entregue no final da tarde desta quarta (30) pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). A obra é a interligação, por meio de 9 km de adutoras, que levará água do cheio reservatório do Rio Grande (braço da represa Billings) ao crítico Alto Tietê, manancial no leste da região metropolitana. Leia mais aqui
|
tv
|
No sufoco e com atraso, Alckmin inaugura principal obra antirrodízio; vejaApós cinco vazamentos que ameaçaram adiar sua inauguração, a obra que é a principal aposta para evitar um rodízio na Grande São Paulo foi entregue no final da tarde desta quarta (30) pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). A obra é a interligação, por meio de 9 km de adutoras, que levará água do cheio reservatório do Rio Grande (braço da represa Billings) ao crítico Alto Tietê, manancial no leste da região metropolitana. Leia mais aqui
| 11 |
A reboque
|
Era inevitável. Depois de avalizar, no mês passado, reajustes salariais para servidores dos três Poderes, o governo Michel Temer (PMDB) se viu forçado a contemplar uma nova leva de corporações do funcionalismo. Desta vez, projetos a serem examinados pelo Congresso concederão aumentos escalonados até 2019 para uma dezena de categorias do Executivo, incluindo carreiras de elite como as dos policiais federais e auditores da Receita —estes deflagraram na semana passada uma greve capaz de deprimir ainda mais a arrecadação de impostos. Há muito pouco de planejamento nessas decisões. Assim o demonstrou, de maneira constrangedora, o erro no cômputo do impacto orçamentário das benesses de junho, primeiro estimado em R$ 52,9 bilhões e depois elevado a R$ 67,7 bilhões em três anos. A respeito dos novos reajustes, divulgou-se apenas a despesa adicional prevista para 2016, na casa dos R$ 700 milhões. A maior parcela da conta, portanto, permanece desconhecida. Argumenta o governo que a medida compensa perdas salariais passadas e já havia sido negociada com os servidores na gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), hoje afastada. Temer defendeu o endosso aos acordos como maneira de evitar uma onda de paralisações politicamente desastrosa. Por pragmático que seja, o cálculo do interino significa privilegiar, em meio à aguda recessão, um segmento que conta com estabilidade no emprego e renda muito acima dos padrões nacionais —a despesa por funcionário civil no Executivo é de R$ 8.300 mensais, ao passo que o rendimento médio do trabalho no país é de R$ 1.900. Para que se leve a cabo a proposta de limitar a alta do gasto federal nos próximos anos à taxa de inflação, a passividade na gestão dos recursos humanos terá de dar lugar a um enfrentamento mais corajoso das demandas salariais. A folha de pagamentos da União consumirá R$ 255 bilhões neste ano, ou 22% dos dispêndios não financeiros —e a cifra cresce vegetativamente devido a promoções automáticas por tempo de serviço. Logo, futuras correções e contratações terão de passar por análise rigorosa, caso a caso. A tarefa envolve diagnosticar carências da máquina administrativa, estabelecer prioridades, cobrar desempenho e premiar o mérito. Enfim, nada mais que uma política de recursos humanos, esquecida ao longo dos anos em que o governo caminhou a reboque do poder do corporativismo. [email protected]
|
opiniao
|
A reboqueEra inevitável. Depois de avalizar, no mês passado, reajustes salariais para servidores dos três Poderes, o governo Michel Temer (PMDB) se viu forçado a contemplar uma nova leva de corporações do funcionalismo. Desta vez, projetos a serem examinados pelo Congresso concederão aumentos escalonados até 2019 para uma dezena de categorias do Executivo, incluindo carreiras de elite como as dos policiais federais e auditores da Receita —estes deflagraram na semana passada uma greve capaz de deprimir ainda mais a arrecadação de impostos. Há muito pouco de planejamento nessas decisões. Assim o demonstrou, de maneira constrangedora, o erro no cômputo do impacto orçamentário das benesses de junho, primeiro estimado em R$ 52,9 bilhões e depois elevado a R$ 67,7 bilhões em três anos. A respeito dos novos reajustes, divulgou-se apenas a despesa adicional prevista para 2016, na casa dos R$ 700 milhões. A maior parcela da conta, portanto, permanece desconhecida. Argumenta o governo que a medida compensa perdas salariais passadas e já havia sido negociada com os servidores na gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), hoje afastada. Temer defendeu o endosso aos acordos como maneira de evitar uma onda de paralisações politicamente desastrosa. Por pragmático que seja, o cálculo do interino significa privilegiar, em meio à aguda recessão, um segmento que conta com estabilidade no emprego e renda muito acima dos padrões nacionais —a despesa por funcionário civil no Executivo é de R$ 8.300 mensais, ao passo que o rendimento médio do trabalho no país é de R$ 1.900. Para que se leve a cabo a proposta de limitar a alta do gasto federal nos próximos anos à taxa de inflação, a passividade na gestão dos recursos humanos terá de dar lugar a um enfrentamento mais corajoso das demandas salariais. A folha de pagamentos da União consumirá R$ 255 bilhões neste ano, ou 22% dos dispêndios não financeiros —e a cifra cresce vegetativamente devido a promoções automáticas por tempo de serviço. Logo, futuras correções e contratações terão de passar por análise rigorosa, caso a caso. A tarefa envolve diagnosticar carências da máquina administrativa, estabelecer prioridades, cobrar desempenho e premiar o mérito. Enfim, nada mais que uma política de recursos humanos, esquecida ao longo dos anos em que o governo caminhou a reboque do poder do corporativismo. [email protected]
| 7 |
No último dia de competições, Brasil pode aumentar número de ouros
|
DE SÃO PAULO A Olimpíada chega ao seu último dia, mas ainda tem competições para acompanhar durante este domingo (21) de encerramento dos Jogos. Logo pela manhã, o Brasil disputa a maratona com Marílson dos Santos, Paulo Roberto e Solonei da Silva. No vôlei, a seleção brasileira encara a Itália na final, uma reedição dos Jogos de Atenas, em 2004. Naquela ocasião o Brasil ficou com o ouro. * 1. Atletismo Na maratona, Marílson Gomes dos Santos atua em busca do pódio inédito. Paulo Roberto de Paula e Solonei da Silva também correm Serviço: 9h30 (SporTV e ESPN) 2. Vôlei EUA x RÚSSIA. Na dipsuta pelo bronze, os EUA tentam impedir 5º pódio seguido da Rússia Serviço: 9h30 (Band e SporTV 2) ITÁLIA X BRASIL. Na única vez em que se encontraram na final, em 2004, o Brasil obteve seu 2º título olímpico Serviço: 13h15 (Band, Globo, Record, ESPN e SporTV) 3. Ginástica rítmica Na final disputa por equipes, a Espanha tenta repetir o resultado de 1996 e impedir que a Rússia seja campeã, o que ocorre consecutivamente desde 2000 Serviço: 11h (Record, ESPN+ e SporTV 3) 4. Ciclismo No mountain bike cross-country, os brasileiros Henrique Avancini e Rubens Donizete entram em ação Serviço: 12h30 (SporTV 16) 5. Handebol FRANÇA X DINAMARCA. Atual campeã mundial e bicampeã olímpica, a França chega à final como favorita. A Dinamarca busca título inédito Serviço: 14h (SporTV 2) 6. Basquete EUA X SÉRVIA. Na 1ª fase, a Sérvia perdeu por só três pontos. Na final deste domingo, os EUA buscam seu 3º título consecutivo Serviço: 15h45 (Band, ESPN e SporTV) 7. Cerimônia de Encerramento O sucesso da abertura aguça a curiosidade sobre quão criativo será o evento de encerramento Serviço: 18h (Band, Globo, Record, ESPN, SporTV e SporTV 4)
|
esporte
|
No último dia de competições, Brasil pode aumentar número de ouros
DE SÃO PAULO A Olimpíada chega ao seu último dia, mas ainda tem competições para acompanhar durante este domingo (21) de encerramento dos Jogos. Logo pela manhã, o Brasil disputa a maratona com Marílson dos Santos, Paulo Roberto e Solonei da Silva. No vôlei, a seleção brasileira encara a Itália na final, uma reedição dos Jogos de Atenas, em 2004. Naquela ocasião o Brasil ficou com o ouro. * 1. Atletismo Na maratona, Marílson Gomes dos Santos atua em busca do pódio inédito. Paulo Roberto de Paula e Solonei da Silva também correm Serviço: 9h30 (SporTV e ESPN) 2. Vôlei EUA x RÚSSIA. Na dipsuta pelo bronze, os EUA tentam impedir 5º pódio seguido da Rússia Serviço: 9h30 (Band e SporTV 2) ITÁLIA X BRASIL. Na única vez em que se encontraram na final, em 2004, o Brasil obteve seu 2º título olímpico Serviço: 13h15 (Band, Globo, Record, ESPN e SporTV) 3. Ginástica rítmica Na final disputa por equipes, a Espanha tenta repetir o resultado de 1996 e impedir que a Rússia seja campeã, o que ocorre consecutivamente desde 2000 Serviço: 11h (Record, ESPN+ e SporTV 3) 4. Ciclismo No mountain bike cross-country, os brasileiros Henrique Avancini e Rubens Donizete entram em ação Serviço: 12h30 (SporTV 16) 5. Handebol FRANÇA X DINAMARCA. Atual campeã mundial e bicampeã olímpica, a França chega à final como favorita. A Dinamarca busca título inédito Serviço: 14h (SporTV 2) 6. Basquete EUA X SÉRVIA. Na 1ª fase, a Sérvia perdeu por só três pontos. Na final deste domingo, os EUA buscam seu 3º título consecutivo Serviço: 15h45 (Band, ESPN e SporTV) 7. Cerimônia de Encerramento O sucesso da abertura aguça a curiosidade sobre quão criativo será o evento de encerramento Serviço: 18h (Band, Globo, Record, ESPN, SporTV e SporTV 4)
| 3 |
Lucro do BB desaba 40,8% no 2º trimestre e banco reduz projeções
|
Apesar da queda de 40,8% no lucro líquido ajustado registrada neste segundo trimestre, quando comparado a igual período de 2015, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, fez questão de frisar que o banco busca a retomada do nível de rentabilidade visto nos grandes bancos privados. Caffarelli concedeu entrevista para detalhar os resultados do banco no período. "O Banco do Brasil retomará nível de rentabilidade compatível com seus pares privados. Isso será por aumento das margens, aumento na receita de serviços, gestão rígida de PCLD (provisão de crédito de liquidação duvidosa) e gestão rígida de capital", disse Caffarelli. O lucro líquido ajustado do banco recuou para R$ 1,8 bilhão, ante R$ 3,04 bilhões há um ano. Na comparação com o primeiro trimestre, quando o lucro foi de R$ 1,29 bilhão, houve alta de 40%. Para recuperar a rentabilidade, o banco persegue o aumento da margem financeira, que é a principal fonte de receitas de um banco (a diferença entre a taxa de captação de recursos e quanto a instituição cobra em um empréstimo). Essa receita foi de R$ 14,6 bilhões no segundo trimestre, ante R$ 12,457 bilhões há um ano, alta de 17,5%. Após o resultado positivo, o banco elevou para 11% a 15% a meta de crescimento da margem financeira em 2016, ante previsão anterior de 7% a 11%. Na prática, significa que o banco, ao renovar linhas de crédito ou renegociar contratos, consegue aumentar a taxa de juros cobrada do cliente. A receita com tarifas cresceu 12,8%, para R$ 6 bilhões. O banco afirma que a alta nesta linha não significa tarifas mais caras para o cliente, mas que ele usa mais os serviços do banco. No entanto, as receitas com conta-corrente saltaram 22% em um ano. Hoje, 60% do resultado do banco vem das operações de crédito, 30% de serviços e 10% das operações de tesouraria (compra e venda de títulos). "A tendência é que os serviços tomem espaço maior", diz Raul Moreira, vice-presidente de Varejo do BB. Inadimplência A inadimplência medida por operações vencidas há mais de 90 dias subiu de 2,60% no primeiro trimestre para 3,27% no final de junho. Um ano antes, era de 1,89%. O vice-presidente de relações com investidor, José Maurício Pereira Coelho, ressaltou que a alta foi reflexo do registro de inadimplência de uma única empresa do setor de óleo e gás. O banco não confirma o nome da companhia, mas analistas de mercado consideram que é a Sete Brasil, em processo de recuperação judicial. Descontado o impacto dessa empresa, a inadimplência do banco estaria em 2,85%. "Até o final do ano o grande caso será baixado para perdas e o efeito deixará a inadimplência", disse Coelho. "Inadimplência é tema que vai continuar exigindo atenção redobrada, mas o BB ainda tem a menor taxa de inadimplência do mercado", afirmou Caffarelli. O mesmo efeito foi visto em outros grandes bancos. O Itaú lançou a dívida de uma companhia do setor de óleo e gás em inadimplência entre 15 e 90 dias, o que também distorceu o índice do banco. A despesa com provisão contra calotes foi de R$ 8,28 bilhões no segundo trimestre, 60% maior que a registrada em igual período de 2015, mas 9,5% menor que o valor lançado no primeiro trimestre do ano. A carteira de crédito ampliada do banco recuou 1,16% em relação ao segundo trimestre de 2015, para R$ 751,2 bilhões. Ante os três primeiros meses do ano, houve queda de 3,15%. Com isso, o banco cortou a projeção para o crescimento da carteira. Agora, o intervalo vai de queda de 2% até alta de 1%. A previsão anterior era de expansão entre 3% e 6%. O principal fator de influência foi a redução da projeção dos empréstimos à pessoa jurídica. Em vez de crescimento de 1% a 4% nesse tipo de crédito, o banco passou a prever queda de 6% a 10%. BANCO POSTAL Caffarelli confirmou que o banco negocia a renovação do contrato do Banco Postal, que vence no final do ano. O executivo salientou, no entanto, que o espaço para ganhar novos clientes é diferente do visto em 2011, quando a economia crescia e havia demanda de potenciais clientes ainda não bancarizados. VENDAS DE ATIVOS O presidente do BB disse que o único movimento específico de venda de ativos em estudo é a do Banco Patagônia, na Argentina. Mas afirmou que "há intenção de avaliar a possibilidade" de vender e não quis dizer se o banco já contratou assessor para a operação. "Não gostaríamos de vender ativos que gerem receita. Toda receita que vendo hoje eu estou atrapalhando o fluxo de caixa futuro", afirmou.
|
mercado
|
Lucro do BB desaba 40,8% no 2º trimestre e banco reduz projeçõesApesar da queda de 40,8% no lucro líquido ajustado registrada neste segundo trimestre, quando comparado a igual período de 2015, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, fez questão de frisar que o banco busca a retomada do nível de rentabilidade visto nos grandes bancos privados. Caffarelli concedeu entrevista para detalhar os resultados do banco no período. "O Banco do Brasil retomará nível de rentabilidade compatível com seus pares privados. Isso será por aumento das margens, aumento na receita de serviços, gestão rígida de PCLD (provisão de crédito de liquidação duvidosa) e gestão rígida de capital", disse Caffarelli. O lucro líquido ajustado do banco recuou para R$ 1,8 bilhão, ante R$ 3,04 bilhões há um ano. Na comparação com o primeiro trimestre, quando o lucro foi de R$ 1,29 bilhão, houve alta de 40%. Para recuperar a rentabilidade, o banco persegue o aumento da margem financeira, que é a principal fonte de receitas de um banco (a diferença entre a taxa de captação de recursos e quanto a instituição cobra em um empréstimo). Essa receita foi de R$ 14,6 bilhões no segundo trimestre, ante R$ 12,457 bilhões há um ano, alta de 17,5%. Após o resultado positivo, o banco elevou para 11% a 15% a meta de crescimento da margem financeira em 2016, ante previsão anterior de 7% a 11%. Na prática, significa que o banco, ao renovar linhas de crédito ou renegociar contratos, consegue aumentar a taxa de juros cobrada do cliente. A receita com tarifas cresceu 12,8%, para R$ 6 bilhões. O banco afirma que a alta nesta linha não significa tarifas mais caras para o cliente, mas que ele usa mais os serviços do banco. No entanto, as receitas com conta-corrente saltaram 22% em um ano. Hoje, 60% do resultado do banco vem das operações de crédito, 30% de serviços e 10% das operações de tesouraria (compra e venda de títulos). "A tendência é que os serviços tomem espaço maior", diz Raul Moreira, vice-presidente de Varejo do BB. Inadimplência A inadimplência medida por operações vencidas há mais de 90 dias subiu de 2,60% no primeiro trimestre para 3,27% no final de junho. Um ano antes, era de 1,89%. O vice-presidente de relações com investidor, José Maurício Pereira Coelho, ressaltou que a alta foi reflexo do registro de inadimplência de uma única empresa do setor de óleo e gás. O banco não confirma o nome da companhia, mas analistas de mercado consideram que é a Sete Brasil, em processo de recuperação judicial. Descontado o impacto dessa empresa, a inadimplência do banco estaria em 2,85%. "Até o final do ano o grande caso será baixado para perdas e o efeito deixará a inadimplência", disse Coelho. "Inadimplência é tema que vai continuar exigindo atenção redobrada, mas o BB ainda tem a menor taxa de inadimplência do mercado", afirmou Caffarelli. O mesmo efeito foi visto em outros grandes bancos. O Itaú lançou a dívida de uma companhia do setor de óleo e gás em inadimplência entre 15 e 90 dias, o que também distorceu o índice do banco. A despesa com provisão contra calotes foi de R$ 8,28 bilhões no segundo trimestre, 60% maior que a registrada em igual período de 2015, mas 9,5% menor que o valor lançado no primeiro trimestre do ano. A carteira de crédito ampliada do banco recuou 1,16% em relação ao segundo trimestre de 2015, para R$ 751,2 bilhões. Ante os três primeiros meses do ano, houve queda de 3,15%. Com isso, o banco cortou a projeção para o crescimento da carteira. Agora, o intervalo vai de queda de 2% até alta de 1%. A previsão anterior era de expansão entre 3% e 6%. O principal fator de influência foi a redução da projeção dos empréstimos à pessoa jurídica. Em vez de crescimento de 1% a 4% nesse tipo de crédito, o banco passou a prever queda de 6% a 10%. BANCO POSTAL Caffarelli confirmou que o banco negocia a renovação do contrato do Banco Postal, que vence no final do ano. O executivo salientou, no entanto, que o espaço para ganhar novos clientes é diferente do visto em 2011, quando a economia crescia e havia demanda de potenciais clientes ainda não bancarizados. VENDAS DE ATIVOS O presidente do BB disse que o único movimento específico de venda de ativos em estudo é a do Banco Patagônia, na Argentina. Mas afirmou que "há intenção de avaliar a possibilidade" de vender e não quis dizer se o banco já contratou assessor para a operação. "Não gostaríamos de vender ativos que gerem receita. Toda receita que vendo hoje eu estou atrapalhando o fluxo de caixa futuro", afirmou.
| 2 |
Tratamento com testosterona tem ressalvas, aponta médico
|
Sobre EUA restringem reposição de testosterona, a Sociedade Brasileira de Urologia endossa a indicação do FDA de que a reposição de testosterona deve ser feita com receituário controlado para que não haja uso indiscriminado. É preciso alertar as pessoas sobre as contraindicações absolutas ao tratamento, como nos casos de câncer de próstata e de mama masculino, e sobre as relativas, como a elevação do hematócrito a níveis acima de 54%, o que pode aumentar o risco de um AVC ou infarto. Apenas 18% a 20% dos homens terão índices baixos de testosterona a partir dos 45 anos e, para indicar tratamento, é preciso que haja sintomas. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
|
paineldoleitor
|
Tratamento com testosterona tem ressalvas, aponta médicoSobre EUA restringem reposição de testosterona, a Sociedade Brasileira de Urologia endossa a indicação do FDA de que a reposição de testosterona deve ser feita com receituário controlado para que não haja uso indiscriminado. É preciso alertar as pessoas sobre as contraindicações absolutas ao tratamento, como nos casos de câncer de próstata e de mama masculino, e sobre as relativas, como a elevação do hematócrito a níveis acima de 54%, o que pode aumentar o risco de um AVC ou infarto. Apenas 18% a 20% dos homens terão índices baixos de testosterona a partir dos 45 anos e, para indicar tratamento, é preciso que haja sintomas. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
| 8 |
Em caso de emergência
|
O Sistema Único de Saúde põe à disposição das brasileiras um meio simples, gratuito e eficaz de evitar uma gestação acidental, a pílula do dia seguinte. Contudo, a situação ainda ocorre com frequência alarmante: 55% das mulheres engravidam sem planejar. O problema é mais sério entre jovens. No ano passado, 431 mil bebês (21% do total) nascidos no Brasil tinham mães de até 19 anos —e pode-se presumir que a maioria dos casos é de gravidez indesejada. Mais da metade delas também está fora da escola e sem emprego. A contracepção de emergência, ao que tudo indica, não tem emprego tão difundido quanto seria recomendável. As razões para tal falha são várias, nenhuma impossível de enfrentar, desde que o poder público lhes dê a devida atenção. Em especial no caso das muito moças, pode ser constrangedor ter de justificar-se no posto de saúde para obter a pílula do dia seguinte. Muitas acabam recorrendo à compra discreta em farmácias, recurso indisponível para as mais pobres. Neste caso, cabe às autoridades de saúde orientar seus funcionários para erradicar exigências descabidas. Aqui e ali ainda se tem notícia de que servidores requerem a apresentação de prescrição médica, um procedimento incorreto. Restrições morais também podem estar por trás da dificuldade para a mulher pedir (ou o profissional de saúde fornecer) o comprimido, que tem fama de ser abortivo. Trata-se, para boa parte dos especialistas, de um equívoco: o hormônio contido na pílula dificulta tanto a ovulação quanto a eventual fixação de um óvulo já fecundado na parede do útero. Só depois dessa implantação é que se deveria falar em gravidez. Por fim, há que prevenir um engano comum induzido pelo nome popular do método: a contracepção de emergência não funciona apenas no dia seguinte, mas pelo menos três dias após a relação sexual, ou mesmo cinco. Tudo isso se resolve com mais esclarecimentos dirigidos às mulheres e aos servidores do SUS. É crucial fazer campanhas para divulgar o método, inclusive entre homens, ainda que não para incentivar o uso indiscriminado da pílula emergencial, que deve permanecer como último recurso, não como contraceptivo preferencial. Ela, afinal, utiliza dose alta de hormônios, e seu uso repetido pode perturbar o ciclo fértil da mulher. Faz mais sentido disseminar anticoncepcionais de longa duração, como implantes e DIU, que impedem a própria emergência, e preservativos, para evitar as doenças sexualmente transmitidas. [email protected]
|
opiniao
|
Em caso de emergênciaO Sistema Único de Saúde põe à disposição das brasileiras um meio simples, gratuito e eficaz de evitar uma gestação acidental, a pílula do dia seguinte. Contudo, a situação ainda ocorre com frequência alarmante: 55% das mulheres engravidam sem planejar. O problema é mais sério entre jovens. No ano passado, 431 mil bebês (21% do total) nascidos no Brasil tinham mães de até 19 anos —e pode-se presumir que a maioria dos casos é de gravidez indesejada. Mais da metade delas também está fora da escola e sem emprego. A contracepção de emergência, ao que tudo indica, não tem emprego tão difundido quanto seria recomendável. As razões para tal falha são várias, nenhuma impossível de enfrentar, desde que o poder público lhes dê a devida atenção. Em especial no caso das muito moças, pode ser constrangedor ter de justificar-se no posto de saúde para obter a pílula do dia seguinte. Muitas acabam recorrendo à compra discreta em farmácias, recurso indisponível para as mais pobres. Neste caso, cabe às autoridades de saúde orientar seus funcionários para erradicar exigências descabidas. Aqui e ali ainda se tem notícia de que servidores requerem a apresentação de prescrição médica, um procedimento incorreto. Restrições morais também podem estar por trás da dificuldade para a mulher pedir (ou o profissional de saúde fornecer) o comprimido, que tem fama de ser abortivo. Trata-se, para boa parte dos especialistas, de um equívoco: o hormônio contido na pílula dificulta tanto a ovulação quanto a eventual fixação de um óvulo já fecundado na parede do útero. Só depois dessa implantação é que se deveria falar em gravidez. Por fim, há que prevenir um engano comum induzido pelo nome popular do método: a contracepção de emergência não funciona apenas no dia seguinte, mas pelo menos três dias após a relação sexual, ou mesmo cinco. Tudo isso se resolve com mais esclarecimentos dirigidos às mulheres e aos servidores do SUS. É crucial fazer campanhas para divulgar o método, inclusive entre homens, ainda que não para incentivar o uso indiscriminado da pílula emergencial, que deve permanecer como último recurso, não como contraceptivo preferencial. Ela, afinal, utiliza dose alta de hormônios, e seu uso repetido pode perturbar o ciclo fértil da mulher. Faz mais sentido disseminar anticoncepcionais de longa duração, como implantes e DIU, que impedem a própria emergência, e preservativos, para evitar as doenças sexualmente transmitidas. [email protected]
| 7 |
'Multitela': Série retrata rainha Vitória, dona do trono inglês aos 18
|
Foi com Clara, a parceira de viagens de Dr. Who, que a atriz Jenna Coleman estourou. Com o sucesso, deixou as viagens temporais da série de ficção para trás e deu vida à rainha Vitória, que assumiu o trono inglês aos 18 anos. O governo da monarca é retratado em "Vitória: A Vida de uma Rainha", série que estreia no streaming GNT Play, (disponível para assinantes da Net, Vivo/GVT e Oi). A produção também mostra as mudanças pelas quais a Inglaterra passou no período industrial. GNT Play, 12 anos * FILME "Footloose" O Telecine leva ao ar o filme, de 1984, com Kevin Bacon, que se muda para uma cidade onde dançar é um grave pecado. Telecine Fun, 22h, 12 anos * SÉRIE "Incertezas Críticas" Na estreia da segunda temporada desta série que debate temas atuais, o filósofo italiano Umberto Galimberti é o entrevistado. Curta!, 22h30, Livre
|
ilustrada
|
'Multitela': Série retrata rainha Vitória, dona do trono inglês aos 18Foi com Clara, a parceira de viagens de Dr. Who, que a atriz Jenna Coleman estourou. Com o sucesso, deixou as viagens temporais da série de ficção para trás e deu vida à rainha Vitória, que assumiu o trono inglês aos 18 anos. O governo da monarca é retratado em "Vitória: A Vida de uma Rainha", série que estreia no streaming GNT Play, (disponível para assinantes da Net, Vivo/GVT e Oi). A produção também mostra as mudanças pelas quais a Inglaterra passou no período industrial. GNT Play, 12 anos * FILME "Footloose" O Telecine leva ao ar o filme, de 1984, com Kevin Bacon, que se muda para uma cidade onde dançar é um grave pecado. Telecine Fun, 22h, 12 anos * SÉRIE "Incertezas Críticas" Na estreia da segunda temporada desta série que debate temas atuais, o filósofo italiano Umberto Galimberti é o entrevistado. Curta!, 22h30, Livre
| 6 |
Treinamento específico para mulheres surte efeito no Pan; veja debate
|
A quatro dias do fim dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, o Brasil está a 31 medalhas de igualar a campanha de Guadalajara-2011, quando subiu ao pódio 141 vezes. Na tarde desta quarta-feira (22), o país ocupava a terceira colocação geral, com 110 medalhas (32 ouros, 32 pratas e 46 bronzes).Na atual edição da competição continental, as atletas brasileiras vêm se destacando ?já arrebataram 49 pódios, contra os 55 obtidos no México, há quatro anos. Esse foi um dos temas discutidos na "TV Folha" desta quarta (22), que contou com a participação dos colunistas da Folha Mariana Lajolo e Edgard Alves, e os enviados especiais a Toronto Marcel Merguizo e Paulo Roberto Conde.Saiba Mais
|
tv
|
Treinamento específico para mulheres surte efeito no Pan; veja debateA quatro dias do fim dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, o Brasil está a 31 medalhas de igualar a campanha de Guadalajara-2011, quando subiu ao pódio 141 vezes. Na tarde desta quarta-feira (22), o país ocupava a terceira colocação geral, com 110 medalhas (32 ouros, 32 pratas e 46 bronzes).Na atual edição da competição continental, as atletas brasileiras vêm se destacando ?já arrebataram 49 pódios, contra os 55 obtidos no México, há quatro anos. Esse foi um dos temas discutidos na "TV Folha" desta quarta (22), que contou com a participação dos colunistas da Folha Mariana Lajolo e Edgard Alves, e os enviados especiais a Toronto Marcel Merguizo e Paulo Roberto Conde.Saiba Mais
| 11 |
Coreanos ganham dinheiro para comer diante da webcam
|
Que tal jantar em casa, em frente a uma câmera, transmitindo sua refeição para milhares de pessoas? Se eles gostarem, você ganha um bom dinheiro. Isso já é realidade na Coreia do Sul. O fenômeno se chama 'mukbang' - uma combinação das palavras comer (muk-ja) e transmitir (bang-song) em coreano. Lee Chang-hyun transmite suas refeições em Seul. Por volta da meia-noite, está na internet com alguns amigos e faz suas refeições frente à câmera. Na verdade, "atuar" é a palavra certa. Ele é extravagante em seus gestos, ostentando a comida para a câmera para seduzir a audiência. Ele come fazendo barulho e isso é parte do show - o jovem, inclusive, investiu num bom microfone para captar todos os sons. Este não é um momento de privacidade. Cerca de 10 mil pessoas o assistem comendo todos os dias, diz. Os espectadores enviam mensagens e ele responde ao falar ou por comer - fazendo todo tipo de barulho. Se a performance agrada o público, ele recebe os chamados "balões estrela". Cada um significa um pagamento a ele e ao canal de televisão virtual no qual a transmissão é feita. Ele não revela o quanto recebe, mas a BBC estimou, ao anotar o número de balões estrela na tela, que o valor poderia chegar a algumas centenas de dólares por uma apresentação de duas horas. SOLIDÃO? A trasmissão das refeições é parte de um fenômeno que diz algo sobre como a sociedade e a maneira de se fazer televisão estão mudando. A apresentação de Lee Chang-hyun é feita num canal de internet chamado Afreeca (abreviação para a expressão "qualquer transmissão grátis" em inglês). Este site permite que pessoas transmitam seu próprio vídeo ao vivo. Na verdade, trata-se de um canal de TV mas sem toda a parafernália e custo de um canal de TV. Mas qual a diversão de ver outras pessoas comendo ou de assisti-las pela tela de um computador? Seria uma espécie de voyeurismo ou pornografia alimentar? Lee Chang-hyun se considera um avatar. Os espectadores se refletem nele. "Na Coreia, especialmente para as mulheres, a imagem é muito importante. Há pratos que engordam muito e, por isso, me assistir comendo proporciona um pouco de satisfação", diz. Mas o raciocínio "eu como para que você não tenha que comer" pode esconder o real motivo por trás disso: ter companhia, mesmo que remota. A experiência se parece com um grande jantar no qual as refeições são feitas em diferentes salas. "Eles gostam de me ver comer mas nós também conversamos bastante", diz Lee Chang-hyun. "Falamos sobre tudo. Eu dou até conselhos sobre problemas que eles têm, então realmente possuímos um relacionamento. Por isso temos um relacionamento real." PAGAMENTOS Lee Chang-hyun ganha dinheiro porque atua bem. Ele faz comentários e leves observações. Pode até levantar-se e dançar a música que está tocando em seus fones de ouvido. Ele canta durante o seu jantar. "Apresentadores" usam até microfones de alta qualidade para reproduzir sons na refeição Ele não é apenas alguém sentado em frente a um prato, comendo para quem quiser assistir - apesar de isso também existir como parte deste fenômeno. Ele é bonito e magro, apesar de todas as grandes refeições que faz. Diz fazer esportes radicais e ter o metabolismo certo para comer muito sem ganhar peso. Assim, o dinheiro vem. Na tela, ele vê os símbolos que significam uma doação - mas diz que não é o dinheiro que o motiva. "Na verdade, estou me conectando com meus espectadores. De certa forma, é uma promessa, um pacto que eu tenho com eles. Eu me divirto com eles. Então não considero isso trabalho". Mas o pagamento das pessoas que fazem esse tipo de performance é muito diferente do salário dos apresentadores de TV convencionais - que negociam contratos e são pagos por um período de tempo estabelecido previamente. O "salário" deles depende das reações do público segundo a segundo. Os espectadores têm o "botão do pagamento" ao alcance das mãos. Se estão em um dia ruim não o apertam. Mas se tudo vai bem, o pagamento vem —embora as quantias não sejam suficientes para atrair as estrelas da televisão convencional. A ideia de ter uma companhia remota por meio de uma câmera conectada à internet pode deprimir aqueles que acreditam no calor humano proporcionado pelo contato direto. Mas tanto a forma do pagamento quanto a de companhia podem ser sinais do futuro. Especialmente na tecnológica Coreia do Sul, onde todos parecem estar conectados à internet o tempo todo. E se os coreanos estão tendo jantares cibernéticos hoje, provavelmente você fará isso amanhã.
|
bbc
|
Coreanos ganham dinheiro para comer diante da webcamQue tal jantar em casa, em frente a uma câmera, transmitindo sua refeição para milhares de pessoas? Se eles gostarem, você ganha um bom dinheiro. Isso já é realidade na Coreia do Sul. O fenômeno se chama 'mukbang' - uma combinação das palavras comer (muk-ja) e transmitir (bang-song) em coreano. Lee Chang-hyun transmite suas refeições em Seul. Por volta da meia-noite, está na internet com alguns amigos e faz suas refeições frente à câmera. Na verdade, "atuar" é a palavra certa. Ele é extravagante em seus gestos, ostentando a comida para a câmera para seduzir a audiência. Ele come fazendo barulho e isso é parte do show - o jovem, inclusive, investiu num bom microfone para captar todos os sons. Este não é um momento de privacidade. Cerca de 10 mil pessoas o assistem comendo todos os dias, diz. Os espectadores enviam mensagens e ele responde ao falar ou por comer - fazendo todo tipo de barulho. Se a performance agrada o público, ele recebe os chamados "balões estrela". Cada um significa um pagamento a ele e ao canal de televisão virtual no qual a transmissão é feita. Ele não revela o quanto recebe, mas a BBC estimou, ao anotar o número de balões estrela na tela, que o valor poderia chegar a algumas centenas de dólares por uma apresentação de duas horas. SOLIDÃO? A trasmissão das refeições é parte de um fenômeno que diz algo sobre como a sociedade e a maneira de se fazer televisão estão mudando. A apresentação de Lee Chang-hyun é feita num canal de internet chamado Afreeca (abreviação para a expressão "qualquer transmissão grátis" em inglês). Este site permite que pessoas transmitam seu próprio vídeo ao vivo. Na verdade, trata-se de um canal de TV mas sem toda a parafernália e custo de um canal de TV. Mas qual a diversão de ver outras pessoas comendo ou de assisti-las pela tela de um computador? Seria uma espécie de voyeurismo ou pornografia alimentar? Lee Chang-hyun se considera um avatar. Os espectadores se refletem nele. "Na Coreia, especialmente para as mulheres, a imagem é muito importante. Há pratos que engordam muito e, por isso, me assistir comendo proporciona um pouco de satisfação", diz. Mas o raciocínio "eu como para que você não tenha que comer" pode esconder o real motivo por trás disso: ter companhia, mesmo que remota. A experiência se parece com um grande jantar no qual as refeições são feitas em diferentes salas. "Eles gostam de me ver comer mas nós também conversamos bastante", diz Lee Chang-hyun. "Falamos sobre tudo. Eu dou até conselhos sobre problemas que eles têm, então realmente possuímos um relacionamento. Por isso temos um relacionamento real." PAGAMENTOS Lee Chang-hyun ganha dinheiro porque atua bem. Ele faz comentários e leves observações. Pode até levantar-se e dançar a música que está tocando em seus fones de ouvido. Ele canta durante o seu jantar. "Apresentadores" usam até microfones de alta qualidade para reproduzir sons na refeição Ele não é apenas alguém sentado em frente a um prato, comendo para quem quiser assistir - apesar de isso também existir como parte deste fenômeno. Ele é bonito e magro, apesar de todas as grandes refeições que faz. Diz fazer esportes radicais e ter o metabolismo certo para comer muito sem ganhar peso. Assim, o dinheiro vem. Na tela, ele vê os símbolos que significam uma doação - mas diz que não é o dinheiro que o motiva. "Na verdade, estou me conectando com meus espectadores. De certa forma, é uma promessa, um pacto que eu tenho com eles. Eu me divirto com eles. Então não considero isso trabalho". Mas o pagamento das pessoas que fazem esse tipo de performance é muito diferente do salário dos apresentadores de TV convencionais - que negociam contratos e são pagos por um período de tempo estabelecido previamente. O "salário" deles depende das reações do público segundo a segundo. Os espectadores têm o "botão do pagamento" ao alcance das mãos. Se estão em um dia ruim não o apertam. Mas se tudo vai bem, o pagamento vem —embora as quantias não sejam suficientes para atrair as estrelas da televisão convencional. A ideia de ter uma companhia remota por meio de uma câmera conectada à internet pode deprimir aqueles que acreditam no calor humano proporcionado pelo contato direto. Mas tanto a forma do pagamento quanto a de companhia podem ser sinais do futuro. Especialmente na tecnológica Coreia do Sul, onde todos parecem estar conectados à internet o tempo todo. E se os coreanos estão tendo jantares cibernéticos hoje, provavelmente você fará isso amanhã.
| 18 |
Fórum debate carreiras empreendedoras em São Paulo
|
Pela primeira vez em São Paulo, o Fórum IEL de Carreiras - Profissionais Inovadores traz formato inédito para promover um amplo debate sobre as profissões e seus futuros nesta quinta-feira (29), a partir das 9h. No evento focado na cultura das carreiras profissionais para inovação, influenciadores e profissionais compartilham suas experiências e temas como carreiras empreendedoras, inovação e futuro do talento. A programação do fórum, realizado pelo IEL (Instituto Euvaldo Lodi), iniciativa da CNI parceira do Prêmio Empreendedor Social, inclui debates sobre megatendências tecnológicas e o futuro das carreiras. As inscrições são gratuitas e podem per feitas pelo site do evento. As vagas são limitadas. Confira abaixo a programação. 9h - Credenciamento 9h30 às 10h15 - Os dados nunca dormem Ricardo Cappra - Data Science 10h25 às 11h10 - Economia criativa Marina Castro - autora do livro "Empreendedorismo Criativo" 11h15 às 11h50 - Debate com os palestrantes Ricardo Cappra e Mariana Castro Moderador: Gustavo Correia 14h às 15h - Megatendências tecnológicas e o futuro das carreiras Gil Giardelli - Estudioso de cultura digital 15h às 15h30 - Debate com o palestrante Gil Giardelli Moderador: Rafael Brazão - gerente de Talent Acquisition da TOTVs 15h45 às 16h30 - Conversações: Inovação "do it yourself" Luiz Algarra - Golem Company 16h40 às 17h25 - Comportamento Digital Carla Mayumi - The Mob 17h30 às 18h - Debate com os palestrantes Luiz Algarra e Carla Mayumi Moderador: Gustavo Correia Fórum IEL de Carreiras - Profissionais Inovadores - Transamérica Expo Center - avenida Dr. Mário Villas Boas Rodrigues, 387, Santo Amaro, São Paulo, SP. Qui. (29): das 9h às 18h. GRÁTIS
|
empreendedorsocial
|
Fórum debate carreiras empreendedoras em São PauloPela primeira vez em São Paulo, o Fórum IEL de Carreiras - Profissionais Inovadores traz formato inédito para promover um amplo debate sobre as profissões e seus futuros nesta quinta-feira (29), a partir das 9h. No evento focado na cultura das carreiras profissionais para inovação, influenciadores e profissionais compartilham suas experiências e temas como carreiras empreendedoras, inovação e futuro do talento. A programação do fórum, realizado pelo IEL (Instituto Euvaldo Lodi), iniciativa da CNI parceira do Prêmio Empreendedor Social, inclui debates sobre megatendências tecnológicas e o futuro das carreiras. As inscrições são gratuitas e podem per feitas pelo site do evento. As vagas são limitadas. Confira abaixo a programação. 9h - Credenciamento 9h30 às 10h15 - Os dados nunca dormem Ricardo Cappra - Data Science 10h25 às 11h10 - Economia criativa Marina Castro - autora do livro "Empreendedorismo Criativo" 11h15 às 11h50 - Debate com os palestrantes Ricardo Cappra e Mariana Castro Moderador: Gustavo Correia 14h às 15h - Megatendências tecnológicas e o futuro das carreiras Gil Giardelli - Estudioso de cultura digital 15h às 15h30 - Debate com o palestrante Gil Giardelli Moderador: Rafael Brazão - gerente de Talent Acquisition da TOTVs 15h45 às 16h30 - Conversações: Inovação "do it yourself" Luiz Algarra - Golem Company 16h40 às 17h25 - Comportamento Digital Carla Mayumi - The Mob 17h30 às 18h - Debate com os palestrantes Luiz Algarra e Carla Mayumi Moderador: Gustavo Correia Fórum IEL de Carreiras - Profissionais Inovadores - Transamérica Expo Center - avenida Dr. Mário Villas Boas Rodrigues, 387, Santo Amaro, São Paulo, SP. Qui. (29): das 9h às 18h. GRÁTIS
| 20 |
Como o manejo sustentável vai contribuir para o desmatamento zero
|
Permitir que concessionárias retirem madeira de florestas nacionais de modo sustentável é uma das esperanças de especialistas e do governo para o melhor controle dessas áreas. Na visão de Manuel Amaral, presidente da certificadora de manejo florestal Forest Stewardship Council, a agenda precisa ser retomada pelo governo federal. O tema foi debatido durante o Fórum Desmatamento Zero, promovido pela Folha com patrocínio da Clua (Climate and Land Use Alliance). As concessões florestais foram criadas em 2006 e são administradas pelo SFB (Serviço Florestal Brasileiro). Dentre seus objetivos, estão o combate à exploração predatória de madeira, à grilagem de terras e garantir a conservação dos biomas. Confira cobertura completa do evento
|
tv
|
Como o manejo sustentável vai contribuir para o desmatamento zeroPermitir que concessionárias retirem madeira de florestas nacionais de modo sustentável é uma das esperanças de especialistas e do governo para o melhor controle dessas áreas. Na visão de Manuel Amaral, presidente da certificadora de manejo florestal Forest Stewardship Council, a agenda precisa ser retomada pelo governo federal. O tema foi debatido durante o Fórum Desmatamento Zero, promovido pela Folha com patrocínio da Clua (Climate and Land Use Alliance). As concessões florestais foram criadas em 2006 e são administradas pelo SFB (Serviço Florestal Brasileiro). Dentre seus objetivos, estão o combate à exploração predatória de madeira, à grilagem de terras e garantir a conservação dos biomas. Confira cobertura completa do evento
| 11 |
Mesmo com a recessão, pontualidade no pagamento à previdência melhora
|
A inadimplência da contribuição patronal ao INSS caiu nos primeiros cinco meses deste ano —foi de 8,4% para 8,3%. De 2014 para 2015, houve queda de 0,04%. A recuperação se deu porque no ano retrasado as empresas apostaram em um Refis (parcelamento de débitos) e o índice foi alto, diz João Paulo Fachada, coordenador de cobrança da Receita. "A maior causa de inadimplência é o anuncio de parcelamentos com reduções de multas e juros." De junho para cá não há dados, mas Fachada prevê uma piora, pois há pressão para que se abra um Refis. Inadimplência das empresas - Em % Arrecadação corrente - Em R$ bilhões Executivos têm consultado advogados para saber se devem esperar novo programa, diz Rodrigo Campos, do Demarest. Ele costuma responder que é imprevisível, mesmo com a necessidade do governo de fazer caixa. Um fator favorece a pontualidade: "A Selic alta estimula o pagamento porque dívidas são corrigidas por ela". A inadimplência gera perdas de R$ 2,45 bilhões por mês ao INSS. No ano passado, essa cifra era de cerca de R$ 2,64 bilhões. A arrecadação piorou 5,91% no período. Esses são atrasos da contribuição patronal —as empresas não deixam de repassar a parte dos empregados retida na fonte: "Isso tem consequência drástica: possível abertura de inquérito", diz Cristiane Matsumoto, do Pinheiro Neto. - Grupo aportará R$ 320 milhões em shoppings de Santa Catarina A construtora de shoppings Almeida Júnior vai investir R$ 320 milhões no ano que vem, em dois empreendimentos em Santa Catarina. É mais do que a empresa deverá aportar até o fim deste ano —R$ 250 milhões. "A disposição de compra do cliente tem dado sinais de retomada, e as cidades do interior ainda têm uma demanda expressiva", diz o presidente, Jaimes Almeida Júnior. No ano que vem, a empresa irá construir um centro comercial, em Chapecó, e ampliar um outro, em Joinville. A companhia concentra seus seis empreendimentos naquele Estado da região Sul, onde possui 60% da fatia de mercado nesse segmento. "Como Santa Catarina conseguiu manter índices melhores de consumo, mesmo na crise, não planejamos entrar em outras praças antes de garantir presença em todas as regiões do Estado." 6 são os shoppings em operação R$ 2,5 BILHÕES foram as vendas em 2015 224 MIL M² em área bruta locável têm os centros de compra do grupo - Deixa que eu faço O Aché acaba de abrir um laboratório de controle de qualidade, em São Paulo, no qual foram investidos R$ 14 milhões -em espaço físico, equipamentos e contratações. O objetivo do centro é trazer para dentro da empresa a análise da segurança de seus produtos, processo importante para renovações de registros e inspeções de órgãos reguladores. Até então, a atividade era feita por companhias contratadas. Com o laboratório, calcula-se uma economia de 30% do valor de cada teste. O aporte deverá ter um retorno em até três anos, avalia a diretora Gabriela Mallmann. - Berrini é região de SP com a maior alta de escritórios vagos A região da Berrini, na zona sul de São Paulo, foi a mais afetada por desocupações no mercado de escritórios de alto padrão da cidade, no segundo trimestre deste ano. O dado é da consultoria Cushman & Wakefield. "É um movimento natural na crise, que reduziu o tamanho de empresas e os aluguéis na cidade. A região competiu com lançamentos mais baratos", diz André Germanos, da consultoria. Com absorção negativa de 11 mil m², a vacância naquele local cresceu quatro pontos percentuais, para 33,3%. Nesse período, a região da avenida Juscelino Kubitschek (zona sul) teve queda de 11 pontos percentuais na taxa de vacância. "Alguns endereços, como a Chucri Zaidan, têm muito potencial. Eles devem receber novos prédios neste semestre, que terão aluguel atrativo para as empresas." O preço médio para locações de escritórios de alto padrão na cidade caiu 2% em relação ao trimestre anterior, para R$ 98,60/m², menor patamar desde o fim de 2012. - Levou na brincadeira A indústria nacional de brinquedos disse não haver constrangimentos na compra de um cachorro-robô pelo presidente Michel Temer, em sua viagem à China. Além do mimo, o presidente adquiriu um par de sapatos em um shopping local. "Já examinamos e não há esse brinquedo no Brasil, então não há problema", avalia o presidente da Abrinq (entidade do setor), Synésio Batista da Costa. Os chineses representaram 80%, em receita, das importações de brinquedos até julho deste ano. Em 2015, fabricantes nacionais detinham uma fatia de 55% do mercado. - Europa... O desemprego ajustado sazonalmente nos países da zona do euro fechou em 10,1% em julho -a taxa é a menor desde julho de 2011, e mantém a tendência de queda dos meses anteriores, segundo a agência Eurostat. ...sem vagas Entre os países que compõem o bloco, Malta (3,9%), República Tcheca e Alemanha (4,2%) tiveram os menores indicadores; Grécia (23,5%) e Espanha (19,6%) tiveram os piores resultados. com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
|
colunas
|
Mesmo com a recessão, pontualidade no pagamento à previdência melhoraA inadimplência da contribuição patronal ao INSS caiu nos primeiros cinco meses deste ano —foi de 8,4% para 8,3%. De 2014 para 2015, houve queda de 0,04%. A recuperação se deu porque no ano retrasado as empresas apostaram em um Refis (parcelamento de débitos) e o índice foi alto, diz João Paulo Fachada, coordenador de cobrança da Receita. "A maior causa de inadimplência é o anuncio de parcelamentos com reduções de multas e juros." De junho para cá não há dados, mas Fachada prevê uma piora, pois há pressão para que se abra um Refis. Inadimplência das empresas - Em % Arrecadação corrente - Em R$ bilhões Executivos têm consultado advogados para saber se devem esperar novo programa, diz Rodrigo Campos, do Demarest. Ele costuma responder que é imprevisível, mesmo com a necessidade do governo de fazer caixa. Um fator favorece a pontualidade: "A Selic alta estimula o pagamento porque dívidas são corrigidas por ela". A inadimplência gera perdas de R$ 2,45 bilhões por mês ao INSS. No ano passado, essa cifra era de cerca de R$ 2,64 bilhões. A arrecadação piorou 5,91% no período. Esses são atrasos da contribuição patronal —as empresas não deixam de repassar a parte dos empregados retida na fonte: "Isso tem consequência drástica: possível abertura de inquérito", diz Cristiane Matsumoto, do Pinheiro Neto. - Grupo aportará R$ 320 milhões em shoppings de Santa Catarina A construtora de shoppings Almeida Júnior vai investir R$ 320 milhões no ano que vem, em dois empreendimentos em Santa Catarina. É mais do que a empresa deverá aportar até o fim deste ano —R$ 250 milhões. "A disposição de compra do cliente tem dado sinais de retomada, e as cidades do interior ainda têm uma demanda expressiva", diz o presidente, Jaimes Almeida Júnior. No ano que vem, a empresa irá construir um centro comercial, em Chapecó, e ampliar um outro, em Joinville. A companhia concentra seus seis empreendimentos naquele Estado da região Sul, onde possui 60% da fatia de mercado nesse segmento. "Como Santa Catarina conseguiu manter índices melhores de consumo, mesmo na crise, não planejamos entrar em outras praças antes de garantir presença em todas as regiões do Estado." 6 são os shoppings em operação R$ 2,5 BILHÕES foram as vendas em 2015 224 MIL M² em área bruta locável têm os centros de compra do grupo - Deixa que eu faço O Aché acaba de abrir um laboratório de controle de qualidade, em São Paulo, no qual foram investidos R$ 14 milhões -em espaço físico, equipamentos e contratações. O objetivo do centro é trazer para dentro da empresa a análise da segurança de seus produtos, processo importante para renovações de registros e inspeções de órgãos reguladores. Até então, a atividade era feita por companhias contratadas. Com o laboratório, calcula-se uma economia de 30% do valor de cada teste. O aporte deverá ter um retorno em até três anos, avalia a diretora Gabriela Mallmann. - Berrini é região de SP com a maior alta de escritórios vagos A região da Berrini, na zona sul de São Paulo, foi a mais afetada por desocupações no mercado de escritórios de alto padrão da cidade, no segundo trimestre deste ano. O dado é da consultoria Cushman & Wakefield. "É um movimento natural na crise, que reduziu o tamanho de empresas e os aluguéis na cidade. A região competiu com lançamentos mais baratos", diz André Germanos, da consultoria. Com absorção negativa de 11 mil m², a vacância naquele local cresceu quatro pontos percentuais, para 33,3%. Nesse período, a região da avenida Juscelino Kubitschek (zona sul) teve queda de 11 pontos percentuais na taxa de vacância. "Alguns endereços, como a Chucri Zaidan, têm muito potencial. Eles devem receber novos prédios neste semestre, que terão aluguel atrativo para as empresas." O preço médio para locações de escritórios de alto padrão na cidade caiu 2% em relação ao trimestre anterior, para R$ 98,60/m², menor patamar desde o fim de 2012. - Levou na brincadeira A indústria nacional de brinquedos disse não haver constrangimentos na compra de um cachorro-robô pelo presidente Michel Temer, em sua viagem à China. Além do mimo, o presidente adquiriu um par de sapatos em um shopping local. "Já examinamos e não há esse brinquedo no Brasil, então não há problema", avalia o presidente da Abrinq (entidade do setor), Synésio Batista da Costa. Os chineses representaram 80%, em receita, das importações de brinquedos até julho deste ano. Em 2015, fabricantes nacionais detinham uma fatia de 55% do mercado. - Europa... O desemprego ajustado sazonalmente nos países da zona do euro fechou em 10,1% em julho -a taxa é a menor desde julho de 2011, e mantém a tendência de queda dos meses anteriores, segundo a agência Eurostat. ...sem vagas Entre os países que compõem o bloco, Malta (3,9%), República Tcheca e Alemanha (4,2%) tiveram os menores indicadores; Grécia (23,5%) e Espanha (19,6%) tiveram os piores resultados. com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
| 1 |
'Tem gente que se apega tanto à beleza que se esquece do bê-a-bá', diz Jaloo
|
Convidado desta quinzena do Pensando Alto, o cantor e produtor musical Jaloo, 29, discorre sobre espiritualidade, autoestima e estereótipos. "Já fiquei triste com esses estereótipos que colocam na gente que veio do Norte e do Nordeste. Atualmente eu tento me divertir com tudo, como quando me chamam de índio. Tento levar na leveza e fazer [a pessoa] perceber o quanto ela mesma está sendo ridícula falando coisas da boca para fora" diz o paraense. O programa da TV Folha, produzido pelo repórter-fotográfico Marcus Leoni, tem como proposta ouvir o que artistas e formadores de opinião têm a dizer sobre questões do cotidiano.
|
tv
|
'Tem gente que se apega tanto à beleza que se esquece do bê-a-bá', diz JalooConvidado desta quinzena do Pensando Alto, o cantor e produtor musical Jaloo, 29, discorre sobre espiritualidade, autoestima e estereótipos. "Já fiquei triste com esses estereótipos que colocam na gente que veio do Norte e do Nordeste. Atualmente eu tento me divertir com tudo, como quando me chamam de índio. Tento levar na leveza e fazer [a pessoa] perceber o quanto ela mesma está sendo ridícula falando coisas da boca para fora" diz o paraense. O programa da TV Folha, produzido pelo repórter-fotográfico Marcus Leoni, tem como proposta ouvir o que artistas e formadores de opinião têm a dizer sobre questões do cotidiano.
| 11 |
Advogado defende o fim da vaquejada
|
Faz-se necessário e urgente um entendimento do STF para por fim à vaquejada, prática arcaica e que causa enormes danos aos animais. Estão certos o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o ministro Marco Aurélio de Melo. Quanto aos juízes de bem-estar (veterinários) são corrompidos pelos valores pagos por ali estarem e não fiscalizam nada. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
|
paineldoleitor
|
Advogado defende o fim da vaquejadaFaz-se necessário e urgente um entendimento do STF para por fim à vaquejada, prática arcaica e que causa enormes danos aos animais. Estão certos o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o ministro Marco Aurélio de Melo. Quanto aos juízes de bem-estar (veterinários) são corrompidos pelos valores pagos por ali estarem e não fiscalizam nada. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
| 8 |
Submarino egípcio reforça buscas por caixas-pretas do avião da EgyptAir
|
O Egito enviou um submarino neste domingo (22) para reforçar as buscas das caixas-pretas do avião da EgyptAir que caiu no mar Mediterrâneo, na última quinta-feira (19), com 66 pessoas a bordo. Navios que estão vasculhando o mar no norte de Alexandria, por três dias, encontraram partes de corpos, pertences pessoais e destroços do Airbus 320, mas ainda estão tentando localizar as caixas-pretas que poderiam esclarecer a causa do acidente. O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, disse que os equipamentos subaquáticos da indústria de petróleo offshore do Egito estavam sendo enviados para ajudar na operação de busca. "Eles têm um submarino que pode chegar a 3.000 metros sob a água", disse, em discurso transmitido pela TV nacional. "Ele foi colocado hoje em direção ao local do acidente de avião, porque estamos trabalhando duro para resgatar as caixas-pretas." Investigadores franceses disseram neste sábado (21) que o avião enviou uma série de avisos indicando que havia sido detectada fumaça a bordo, pouco antes de a aeronave desaparecer das telas de radar. Avião desaparecido O porta-voz da agência investigativa francesa, Sebastien Barthe, disse que as mensagens automáticas, chamadas de Acars, normalmente indicam um princípio de incêndio a bordo, mas ressaltou, contudo, que a causa do desaparecimento da aeronave ainda é desconhecida. O presidente egípcio também ressaltou que nenhuma hipótese foi descartada. "Até agora não há nenhuma tese específica que possamos confirmar de maneira definitiva." A EgyptAir já avisou familiares das vítimas, em sua maioria egípcios e franceses, que a recuperação e identificação dos corpos pode levar semanas. Enquanto isso, muitos deles parecem não saber o que fazer. Amal, mãe de Samar Ezzedine, 27, uma das tripulantes, disse ainda esperar a volta da filha. "Ela está desaparecida. Quem faz um funeral para uma pessoa desaparecida?", questionou. A tia de Samar, Mona, disse que Amal está relutante de deixar o hotel no Cairo onde aguarda notícias e até mesmo sair de perto da porta do hotel. "Ela não quer acreditar. Eu disse para ela desligar o celular, mas ela responde: "e se Samar ligar?". Em seu discurso, Sisi disse que a investigação será demorada, mas prometeu ser transparente quanto às descobertas. Origem dos passageiros
|
mundo
|
Submarino egípcio reforça buscas por caixas-pretas do avião da EgyptAirO Egito enviou um submarino neste domingo (22) para reforçar as buscas das caixas-pretas do avião da EgyptAir que caiu no mar Mediterrâneo, na última quinta-feira (19), com 66 pessoas a bordo. Navios que estão vasculhando o mar no norte de Alexandria, por três dias, encontraram partes de corpos, pertences pessoais e destroços do Airbus 320, mas ainda estão tentando localizar as caixas-pretas que poderiam esclarecer a causa do acidente. O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, disse que os equipamentos subaquáticos da indústria de petróleo offshore do Egito estavam sendo enviados para ajudar na operação de busca. "Eles têm um submarino que pode chegar a 3.000 metros sob a água", disse, em discurso transmitido pela TV nacional. "Ele foi colocado hoje em direção ao local do acidente de avião, porque estamos trabalhando duro para resgatar as caixas-pretas." Investigadores franceses disseram neste sábado (21) que o avião enviou uma série de avisos indicando que havia sido detectada fumaça a bordo, pouco antes de a aeronave desaparecer das telas de radar. Avião desaparecido O porta-voz da agência investigativa francesa, Sebastien Barthe, disse que as mensagens automáticas, chamadas de Acars, normalmente indicam um princípio de incêndio a bordo, mas ressaltou, contudo, que a causa do desaparecimento da aeronave ainda é desconhecida. O presidente egípcio também ressaltou que nenhuma hipótese foi descartada. "Até agora não há nenhuma tese específica que possamos confirmar de maneira definitiva." A EgyptAir já avisou familiares das vítimas, em sua maioria egípcios e franceses, que a recuperação e identificação dos corpos pode levar semanas. Enquanto isso, muitos deles parecem não saber o que fazer. Amal, mãe de Samar Ezzedine, 27, uma das tripulantes, disse ainda esperar a volta da filha. "Ela está desaparecida. Quem faz um funeral para uma pessoa desaparecida?", questionou. A tia de Samar, Mona, disse que Amal está relutante de deixar o hotel no Cairo onde aguarda notícias e até mesmo sair de perto da porta do hotel. "Ela não quer acreditar. Eu disse para ela desligar o celular, mas ela responde: "e se Samar ligar?". Em seu discurso, Sisi disse que a investigação será demorada, mas prometeu ser transparente quanto às descobertas. Origem dos passageiros
| 4 |
Briga de Apple e FBI mostra batalha de empresas contra vigilância
|
A batalha entre a Apple e as autoridades judiciais e polícia dos Estados Unidos sobre o desbloqueio do smartphone de um terrorista é a culminação de uma lenta virada de posição entre o setor de tecnologia e o governo dos Estados Unidos. Depois das revelações de Edward Snowden, antigo prestador de serviços à Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana, de que o governo tanto mantinha relacionamento aconchegante com certas empresas de tecnologia quando invadia as redes de outras delas a fim de conquistar acesso a dados privados em escala enorme, os gigantes da tecnologia começaram a encarar o governo dos Estados Unidos como agente hostil. Mas se o confronto se cristalizou nessa mais recente batalha, ele talvez já esteja a caminho de uma conclusão previsível: em longo prazo, as companhias de tecnologia estão destinadas a emergir vitoriosas. No momento, pode não parecer que seja esse o caso. De um lado, temos o poderoso aparelho judicial e de segurança do governo dos Estados Unidos lutando por acesso a dados do tipo que mais desperta simpatia de parte do público quanto a esse tipo de solicitação: os segredos sepultados no telefone de um homicida múltiplo. As ações derivam de uma liminar expedida na terça-feira por um tribunal federal norte-americano, dispondo que a Apple ajude o FBI a desbloquear um iPhone usado por um dos dois atacantes responsáveis pela morte de 14 pessoas em San Bernardino, Califórnia, em dezembro. No canto oposto está a companhia de mais alto valor de mercado no planeta, cujo presidente-executivo, Tim Cook, anunciou que recorrerá contra a liminar. A Apple argumenta que está lutando para preservar um princípio que a maioria de nós, viciados em usar smartphones, defenderia: se um único iPhone tiver seu sistema de proteção enfraquecido para que o governo dos Estados Unidos ganhe acesso aos dados que ele abriga, surgirá o risco de que todos os iPhones tenham enfraquecida sua proteção contra qualquer intruso governamental, não importa onde. Provavelmente haverá meses de disputa judicial, e não está de forma alguma claro quem sairá vitorioso no tribunal, e tampouco na batalha pela opinião pública e pela simpatia do Legislativo. Mas a dinâmica que embasa tudo isso é simples: Apple, Google, Facebook e outras empresas têm as melhores cartas em suas mãos, nesse confronto. Elas controlam os nossos dados, e seus negócios dependem da crença coletiva do público mundial em que farão tudo que puderem para protegê-los. Qualquer fissura nessa fachada poderia ser fatal para as empresas de tecnologia, que precisam operar em escala mundial. Se a Apple se vir forçada a abrir acesso a um iPhone para uma investigação das autoridades dos Estados Unidos, o que a impediria de agir da mesma forma a pedido das autoridades da China ou do Irã? Se a Apple for forçada a criar códigos que permitam que o FBI ganhe acesso ao iPhone 5c usado por Syed Rizwan Farook, o homem que atacou colegas em San Bernardino, quem seria responsabilizado caso um hacker obtivesse esses mesmos códigos e o usasse para invadir outros aparelhos? A postura da Apple quanto a essas questões emergiu pós-Snowden, quando a companhia começou a adotar uma série de tecnologias que resultam em uso automático de dados cifrados a fim de limitar o acesso a informações de usuários. Mais que isso, a Apple –e, de formas diferentes, outras companhias, entre as quais Google, Facebook, Twitter e Microsoft– fizeram de sua oposição às reivindicações governamentais uma questão de princípio. A marca mundial que está emergindo para a Apple é a da privacidade; a empresa apostou sua reputação, para não mencionar o investimento de seus consideráveis recursos técnicos e financeiros, em limitar o tipo de vigilância em massa que foi descoberto e exposto por Snowden. Por isso, para muitos casos envolvendo intrusão governamental em dados pessoais, os defensores da privacidade, que no passado combatiam solitários, agora estão lutando ao lado da companhia mais poderosa do planeta. "Um ponto de comparação são as batalhas quanto a dados cifrados nos anos 1990", disse Kurt Opsahl, diretor jurídico da Electronic Freedom Foundation, uma organização de proteção à privacidade. "Na época havia algumas poucas empresas envolvidas mas não uma das maiores companhias do mundo saindo em público com um post longo e apaixonado como o de Tim Cook que vimos ontem. Temos definitivamente um perfil mais visível, hoje." A Apple e outras empresas de tecnologia têm outra carta na manga: os meios técnicos para continuar a tornar seus aparelhos menos e menos acessíveis. Basta perceber que a oposição pública da Apple à solicitação do governo já é por si só um obstáculo à intrusão maciça da parte das autoridades. E para obter o conteúdo de um único celular, o governo afirma necessitar de uma liminar judicial e da ajuda da Apple para desenvolver software; em versões anteriores do iPhone, criadas antes que a Apple tivesse se convertido em defensora ferrenha da privacidade, o FBI talvez tenha sido capaz de obter acesso ao conteúdo do aparelho sem ajuda. Pode-se esperar que as medidas de proteção continuem a ser apertadas. Os especialistas dizem que, quer a Apple saia derrotada nesse caso específico, quer não, as medidas que a empresa poderia adotar no futuro certamente limitariam ainda mais o alcance do governo. Isso não equivale a dizer que no desfecho do caso de San Bernardino seja insignificante. Como argumentaram a Apple e diversos especialistas em segurança, uma liminar que ordene que a Apple crie software para dar ao FBI acesso ao iPhone criaria um precedente perturbador. A liminar na prática é uma ordem para que a Apple aja como hacker contra seus próprios aparelhos e, quando estiver em vigor, o precedente poderia ser usado para justificar os esforços das autoridades para contornar as tecnologias de cifração de dados também em outras investigações, muito distantes de qualquer ameaça à segurança nacional. Assim que estiver armado de um método para ganhar acesso aos iPhones, o governo poderia pedir para usá-lo de forma pró-ativa, antes de um possível ataque terrorista –o que colocaria a Apple em uma enrascada quanto a atender o pedido ou correr o risco de um pesadelo de relações públicas caso um ataque viesse mesmo a ocorrer. "Essa é uma nova ofensiva na guerra contra os dados cifrados", disse Opsahl. "Houve muitos debates no Congresso e na mídia sobre abrir uma porta dos fundos ao governo ou não, e essa manobra é um esforço para contornar esses debates - eles aparecem com uma liminar que ordena a criação da tal porta dos fundos". Mas vale a pena ressaltar que mesmo que a Apple termine derrotada no caso, ela conta com meios consideráveis para fechar essa porta dos fundos, com o tempo. "Se eles contarem com o talento de engenharia que deveriam ter, aposto que já estão repensando seu modelo de ameaças", disse Jonathan Zdziarski, especialista forense em questões digitais que estuda o iPhone e suas vulnerabilidades. Uma solução relativamente simples, disse Zdziarski, seria que a Apple modificasse versões futuras do iPhone para garantir que o usuários aceite por meio de senha a introdução do sistema operacional modificado que o FBI deseja que a Apple crie. Dessa forma, a Apple não poderia introduzir unilateralmente software que enfraqueça o iPhone. O usuário teria de consentir, para tanto. "Nada é 100% garantido contra hackers", disse Zdziarski, mas apontou que a liminar do caso em questão requeria que a Apple oferecesse "assistência de segurança razoável" ao desbloqueio do celular de Farook. Se a Apple alterar o modelo de segurança de futuros iPhones para que nem mesmo a "assistência razoável" de seus engenheiros consiga abrir um dado aparelho a acesso quando o governo assim requer, o precedente estabelecido pelo caso poderia deixar de ser duradouro. Em outras palavras, mesmo que o FBI vença esse caso, em longo prazo sairá derrotado. Tradução de PAULO MIGLIACCI
|
tec
|
Briga de Apple e FBI mostra batalha de empresas contra vigilânciaA batalha entre a Apple e as autoridades judiciais e polícia dos Estados Unidos sobre o desbloqueio do smartphone de um terrorista é a culminação de uma lenta virada de posição entre o setor de tecnologia e o governo dos Estados Unidos. Depois das revelações de Edward Snowden, antigo prestador de serviços à Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana, de que o governo tanto mantinha relacionamento aconchegante com certas empresas de tecnologia quando invadia as redes de outras delas a fim de conquistar acesso a dados privados em escala enorme, os gigantes da tecnologia começaram a encarar o governo dos Estados Unidos como agente hostil. Mas se o confronto se cristalizou nessa mais recente batalha, ele talvez já esteja a caminho de uma conclusão previsível: em longo prazo, as companhias de tecnologia estão destinadas a emergir vitoriosas. No momento, pode não parecer que seja esse o caso. De um lado, temos o poderoso aparelho judicial e de segurança do governo dos Estados Unidos lutando por acesso a dados do tipo que mais desperta simpatia de parte do público quanto a esse tipo de solicitação: os segredos sepultados no telefone de um homicida múltiplo. As ações derivam de uma liminar expedida na terça-feira por um tribunal federal norte-americano, dispondo que a Apple ajude o FBI a desbloquear um iPhone usado por um dos dois atacantes responsáveis pela morte de 14 pessoas em San Bernardino, Califórnia, em dezembro. No canto oposto está a companhia de mais alto valor de mercado no planeta, cujo presidente-executivo, Tim Cook, anunciou que recorrerá contra a liminar. A Apple argumenta que está lutando para preservar um princípio que a maioria de nós, viciados em usar smartphones, defenderia: se um único iPhone tiver seu sistema de proteção enfraquecido para que o governo dos Estados Unidos ganhe acesso aos dados que ele abriga, surgirá o risco de que todos os iPhones tenham enfraquecida sua proteção contra qualquer intruso governamental, não importa onde. Provavelmente haverá meses de disputa judicial, e não está de forma alguma claro quem sairá vitorioso no tribunal, e tampouco na batalha pela opinião pública e pela simpatia do Legislativo. Mas a dinâmica que embasa tudo isso é simples: Apple, Google, Facebook e outras empresas têm as melhores cartas em suas mãos, nesse confronto. Elas controlam os nossos dados, e seus negócios dependem da crença coletiva do público mundial em que farão tudo que puderem para protegê-los. Qualquer fissura nessa fachada poderia ser fatal para as empresas de tecnologia, que precisam operar em escala mundial. Se a Apple se vir forçada a abrir acesso a um iPhone para uma investigação das autoridades dos Estados Unidos, o que a impediria de agir da mesma forma a pedido das autoridades da China ou do Irã? Se a Apple for forçada a criar códigos que permitam que o FBI ganhe acesso ao iPhone 5c usado por Syed Rizwan Farook, o homem que atacou colegas em San Bernardino, quem seria responsabilizado caso um hacker obtivesse esses mesmos códigos e o usasse para invadir outros aparelhos? A postura da Apple quanto a essas questões emergiu pós-Snowden, quando a companhia começou a adotar uma série de tecnologias que resultam em uso automático de dados cifrados a fim de limitar o acesso a informações de usuários. Mais que isso, a Apple –e, de formas diferentes, outras companhias, entre as quais Google, Facebook, Twitter e Microsoft– fizeram de sua oposição às reivindicações governamentais uma questão de princípio. A marca mundial que está emergindo para a Apple é a da privacidade; a empresa apostou sua reputação, para não mencionar o investimento de seus consideráveis recursos técnicos e financeiros, em limitar o tipo de vigilância em massa que foi descoberto e exposto por Snowden. Por isso, para muitos casos envolvendo intrusão governamental em dados pessoais, os defensores da privacidade, que no passado combatiam solitários, agora estão lutando ao lado da companhia mais poderosa do planeta. "Um ponto de comparação são as batalhas quanto a dados cifrados nos anos 1990", disse Kurt Opsahl, diretor jurídico da Electronic Freedom Foundation, uma organização de proteção à privacidade. "Na época havia algumas poucas empresas envolvidas mas não uma das maiores companhias do mundo saindo em público com um post longo e apaixonado como o de Tim Cook que vimos ontem. Temos definitivamente um perfil mais visível, hoje." A Apple e outras empresas de tecnologia têm outra carta na manga: os meios técnicos para continuar a tornar seus aparelhos menos e menos acessíveis. Basta perceber que a oposição pública da Apple à solicitação do governo já é por si só um obstáculo à intrusão maciça da parte das autoridades. E para obter o conteúdo de um único celular, o governo afirma necessitar de uma liminar judicial e da ajuda da Apple para desenvolver software; em versões anteriores do iPhone, criadas antes que a Apple tivesse se convertido em defensora ferrenha da privacidade, o FBI talvez tenha sido capaz de obter acesso ao conteúdo do aparelho sem ajuda. Pode-se esperar que as medidas de proteção continuem a ser apertadas. Os especialistas dizem que, quer a Apple saia derrotada nesse caso específico, quer não, as medidas que a empresa poderia adotar no futuro certamente limitariam ainda mais o alcance do governo. Isso não equivale a dizer que no desfecho do caso de San Bernardino seja insignificante. Como argumentaram a Apple e diversos especialistas em segurança, uma liminar que ordene que a Apple crie software para dar ao FBI acesso ao iPhone criaria um precedente perturbador. A liminar na prática é uma ordem para que a Apple aja como hacker contra seus próprios aparelhos e, quando estiver em vigor, o precedente poderia ser usado para justificar os esforços das autoridades para contornar as tecnologias de cifração de dados também em outras investigações, muito distantes de qualquer ameaça à segurança nacional. Assim que estiver armado de um método para ganhar acesso aos iPhones, o governo poderia pedir para usá-lo de forma pró-ativa, antes de um possível ataque terrorista –o que colocaria a Apple em uma enrascada quanto a atender o pedido ou correr o risco de um pesadelo de relações públicas caso um ataque viesse mesmo a ocorrer. "Essa é uma nova ofensiva na guerra contra os dados cifrados", disse Opsahl. "Houve muitos debates no Congresso e na mídia sobre abrir uma porta dos fundos ao governo ou não, e essa manobra é um esforço para contornar esses debates - eles aparecem com uma liminar que ordena a criação da tal porta dos fundos". Mas vale a pena ressaltar que mesmo que a Apple termine derrotada no caso, ela conta com meios consideráveis para fechar essa porta dos fundos, com o tempo. "Se eles contarem com o talento de engenharia que deveriam ter, aposto que já estão repensando seu modelo de ameaças", disse Jonathan Zdziarski, especialista forense em questões digitais que estuda o iPhone e suas vulnerabilidades. Uma solução relativamente simples, disse Zdziarski, seria que a Apple modificasse versões futuras do iPhone para garantir que o usuários aceite por meio de senha a introdução do sistema operacional modificado que o FBI deseja que a Apple crie. Dessa forma, a Apple não poderia introduzir unilateralmente software que enfraqueça o iPhone. O usuário teria de consentir, para tanto. "Nada é 100% garantido contra hackers", disse Zdziarski, mas apontou que a liminar do caso em questão requeria que a Apple oferecesse "assistência de segurança razoável" ao desbloqueio do celular de Farook. Se a Apple alterar o modelo de segurança de futuros iPhones para que nem mesmo a "assistência razoável" de seus engenheiros consiga abrir um dado aparelho a acesso quando o governo assim requer, o precedente estabelecido pelo caso poderia deixar de ser duradouro. Em outras palavras, mesmo que o FBI vença esse caso, em longo prazo sairá derrotado. Tradução de PAULO MIGLIACCI
| 10 |
União Europeia deu asilo a 185 mil no ano passado, diz agência
|
Os países da União Europeia (UE) concederam asilo a 185 mil pessoas em 2014, incluindo 70 mil vindas da Síria, segundo dados da Eurostat, a agência europeia de estatísticas, divulgados nesta terça (12). A distribuição por país do bloco, porém, é muito desigual, de acordo com os números da agência. Seis países receberam a maior quantidade de refugiados: Alemanha (47.555), Suécia (33.025), França (20.640), Itália (20.630), Reino Unido (14.065) e Holanda (13.250). Os outros 22 países do bloco receberam de 20 refugiados –caso da Estônia– a 8.515, total recebido pela Bélgica. Os principais países de origem dos beneficiários da proteção europeia são Síria (68.400, 37%), Eritreia (14.585, 7,9%) e Afeganistão (14.080, 7,6%). No ano passado, 60 cubanos receberam status de refugiados da República Tcheca. Alemanha e Suécia concederam asilo a mais de 60% dos sírios que receberam a proteção europeia. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, quer estimular um mecanismo de cotas obrigatórias para distribuir melhor entre os países do bloco as pessoas que obtêm o status de refugiado na UE.
|
mundo
|
União Europeia deu asilo a 185 mil no ano passado, diz agênciaOs países da União Europeia (UE) concederam asilo a 185 mil pessoas em 2014, incluindo 70 mil vindas da Síria, segundo dados da Eurostat, a agência europeia de estatísticas, divulgados nesta terça (12). A distribuição por país do bloco, porém, é muito desigual, de acordo com os números da agência. Seis países receberam a maior quantidade de refugiados: Alemanha (47.555), Suécia (33.025), França (20.640), Itália (20.630), Reino Unido (14.065) e Holanda (13.250). Os outros 22 países do bloco receberam de 20 refugiados –caso da Estônia– a 8.515, total recebido pela Bélgica. Os principais países de origem dos beneficiários da proteção europeia são Síria (68.400, 37%), Eritreia (14.585, 7,9%) e Afeganistão (14.080, 7,6%). No ano passado, 60 cubanos receberam status de refugiados da República Tcheca. Alemanha e Suécia concederam asilo a mais de 60% dos sírios que receberam a proteção europeia. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, quer estimular um mecanismo de cotas obrigatórias para distribuir melhor entre os países do bloco as pessoas que obtêm o status de refugiado na UE.
| 4 |
Bruno Soares avança para a 2ª rodada na Austrália; Sá é eliminado
|
O tenista Bruno Soares é mais um brasileiro garantido na segunda rodada da chave de duplas do Aberto da Austrália. No fim da noite de quarta-feira (21), Soares e seu parceiro, o austríaco Alexander Peya, venceram a dupla formada pelo sérvio Viktor Troicki e o russo Mikhail Youhzny por 2 sets a 0, com parciais de 6/1e 6/4. Na próxima fase, Soares e Peya vão enfrentar a dupla vencedora do confronto entre Oliver Marach/Michael Venus e Peter Gojowczyk/Lukas Rosol. Se Soares avançou de fase na Austrália, o brasileiro André Sá ficou pelo caminho. Ele e o croata Mate Pavic perderam para a dupla colombiana formada por Juan Sebastian Cabal e Robert por 2 sets a 1, com parciais de 3/6, 6/3 e 6/2. Além de Soares, o Brasil ainda tem Marcelo Melo na chave de duplas do primeiro Grand Slam da temporada. Ele e Ivan Dodig estrearam com vitória sobre a parceria formada pelo alemão Andre Begemann e o holandês Robin Haase por 2 sets a 0, com parciais de 7/6 (7-2) e 6/2. Na chave de simples, o país já não tem mais representantes no Aberto da Austrália. Bellucci e Feijão foram eliminados logo na primeira rodada.
|
esporte
|
Bruno Soares avança para a 2ª rodada na Austrália; Sá é eliminadoO tenista Bruno Soares é mais um brasileiro garantido na segunda rodada da chave de duplas do Aberto da Austrália. No fim da noite de quarta-feira (21), Soares e seu parceiro, o austríaco Alexander Peya, venceram a dupla formada pelo sérvio Viktor Troicki e o russo Mikhail Youhzny por 2 sets a 0, com parciais de 6/1e 6/4. Na próxima fase, Soares e Peya vão enfrentar a dupla vencedora do confronto entre Oliver Marach/Michael Venus e Peter Gojowczyk/Lukas Rosol. Se Soares avançou de fase na Austrália, o brasileiro André Sá ficou pelo caminho. Ele e o croata Mate Pavic perderam para a dupla colombiana formada por Juan Sebastian Cabal e Robert por 2 sets a 1, com parciais de 3/6, 6/3 e 6/2. Além de Soares, o Brasil ainda tem Marcelo Melo na chave de duplas do primeiro Grand Slam da temporada. Ele e Ivan Dodig estrearam com vitória sobre a parceria formada pelo alemão Andre Begemann e o holandês Robin Haase por 2 sets a 0, com parciais de 7/6 (7-2) e 6/2. Na chave de simples, o país já não tem mais representantes no Aberto da Austrália. Bellucci e Feijão foram eliminados logo na primeira rodada.
| 3 |
Taís Araújo presta depoimento após ser vítima de injúria racial
|
A atriz Taís Araújo prestou depoimento, na tarde desta quarta-feira (4), na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, zona norte do Rio. Taís apresentou provas de que foi alvo de comentários preconceituosos após postar uma foto em uma rede social, no último sábado (31). A investigação sobre o caso foi anunciada pela Polícia Civil ainda no dia da postagem, após a atriz desabafar nas redes sociais sobre as ofensas e o caso ganhar repercussão. O inquérito, no entanto, foi aberto somente após ela formalizar a queixa. "O inquérito teve abertura nesta quarta pois este crime é de ação penal pública condicionada à representação, ou seja, a vítima precisa prestar queixa para a investigação ter início. A vítima trouxe provas, como cópias dos comentários, e vamos tentar identificar os autores", afirmou o delegado Alexandre Thiers. De acordo com o delegado, a partir das provas entregues, os policiais vão tentar identificar não somente os autores das ofensas como as pessoas que reproduziram os comentários preconceituosos. "Tanto quem a ofendeu diretamente, mesmo usando um perfil falso, quanto quem compartilhou as ofensas, mesmo sem ter feito outro comentário adicional, será responsabilizado pelo crime de injúria racial", disse. Ainda segundo Thiers, o crime de injúria racial é a ofensa a uma pessoa e não à coletividade, o que constituiria o crime de racismo. Para a injúria, a previsão de pena é de até três anos de prisão. No caso das ofensas à atriz, a pena terá o agravo de ter sido realizada pela internet, o que aumenta a condenação em um ano de reclusão. O delegado solicitou que vítimas de ofensas raciais procurarem a delegacia para que este tipo de crime não fique impune. "A internet não é uma página em branco onde você pode escrever suas angústias, preconceitos e ficar impune. Tudo o que é publicado na internet gera consequências, inclusive criminais", ressaltou. Ainda no final de semana, Taís fez um desabafo na mesma rede social em que foi ofendida. "É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar: na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à polícia federal. E eu não vou apagar nenhum desses comentários." O episódio gerou comoção nas redes sociais, e a hashtag #SomosTodosTaisAraujo tornou-se uma das mais populares no Twitter. Após a polêmica, a maioria das postagens racistas foi apagada.
|
cotidiano
|
Taís Araújo presta depoimento após ser vítima de injúria racialA atriz Taís Araújo prestou depoimento, na tarde desta quarta-feira (4), na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, zona norte do Rio. Taís apresentou provas de que foi alvo de comentários preconceituosos após postar uma foto em uma rede social, no último sábado (31). A investigação sobre o caso foi anunciada pela Polícia Civil ainda no dia da postagem, após a atriz desabafar nas redes sociais sobre as ofensas e o caso ganhar repercussão. O inquérito, no entanto, foi aberto somente após ela formalizar a queixa. "O inquérito teve abertura nesta quarta pois este crime é de ação penal pública condicionada à representação, ou seja, a vítima precisa prestar queixa para a investigação ter início. A vítima trouxe provas, como cópias dos comentários, e vamos tentar identificar os autores", afirmou o delegado Alexandre Thiers. De acordo com o delegado, a partir das provas entregues, os policiais vão tentar identificar não somente os autores das ofensas como as pessoas que reproduziram os comentários preconceituosos. "Tanto quem a ofendeu diretamente, mesmo usando um perfil falso, quanto quem compartilhou as ofensas, mesmo sem ter feito outro comentário adicional, será responsabilizado pelo crime de injúria racial", disse. Ainda segundo Thiers, o crime de injúria racial é a ofensa a uma pessoa e não à coletividade, o que constituiria o crime de racismo. Para a injúria, a previsão de pena é de até três anos de prisão. No caso das ofensas à atriz, a pena terá o agravo de ter sido realizada pela internet, o que aumenta a condenação em um ano de reclusão. O delegado solicitou que vítimas de ofensas raciais procurarem a delegacia para que este tipo de crime não fique impune. "A internet não é uma página em branco onde você pode escrever suas angústias, preconceitos e ficar impune. Tudo o que é publicado na internet gera consequências, inclusive criminais", ressaltou. Ainda no final de semana, Taís fez um desabafo na mesma rede social em que foi ofendida. "É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar: na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à polícia federal. E eu não vou apagar nenhum desses comentários." O episódio gerou comoção nas redes sociais, e a hashtag #SomosTodosTaisAraujo tornou-se uma das mais populares no Twitter. Após a polêmica, a maioria das postagens racistas foi apagada.
| 5 |
São Paulo quer valor total gasto com Kieza e mais dois jogadores do Vitória
|
Pouco menos de dois meses após a chegada de Kieza ao São Paulo, o clube pode se desfazer do jogador, que interessa ao Vitória. Segundo o diretor de futebol do clube baiano, Anderson Barros, o atacante já confirmou interesse em jogar pelo Vitória, que já negocia com o São Paulo. "Estivemos em São Paulo, com autorização do clube, para negociar com o jogador", afirmou Barros à Folha. Kieza tem dificultado sua permanência no time do Morumbi. Ele pediu para não ser relacionado nas duas últimas partidas, contra o Palmeiras, no domingo (13) e no jogo decisivo pela Libertadores, contra o Trujillanos (VEN), na próxima quinta-feira, e desagradou a diretoria. Para vendê-lo, no entanto, o São Paulo exige que o Vitória cubra todos os gastos que o clube paulista teve com o atleta, desde a negociação, até salários e impostos, além da cessão de dois destaques da base baiana. Os nomes pretendidos pela diretoria tricolor são Geovane, 17, meia-atacante habilidoso com passagens pelas seleções de base e destaque da Copa do Brasil sub-17, conquistada pelo Vitória no ano passado, e Ruan Café,18, atacante. Em entrevista à Folha, em janeiro deste ano, o presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, revelou os valores pagos por Kieza. "O jogador vai custar US$ 1,1 milhão. Para um chinês que fica no Brasil, mais US$ 100 mil, e mais US$ 200 mil de comissão ao empresário", afirmou Leco. Kieza chegou ao São Paulo no começo desta temporada para disputar vaga com Alan Kardec. Com a chegada de Calleri, Kieza virou a terceira opção de Bauza e participou de apenas duas partidas, das 13 que o São Paulo já jogou neste ano. O atacante não marcou nenhum gol. Mercado da bola
|
esporte
|
São Paulo quer valor total gasto com Kieza e mais dois jogadores do VitóriaPouco menos de dois meses após a chegada de Kieza ao São Paulo, o clube pode se desfazer do jogador, que interessa ao Vitória. Segundo o diretor de futebol do clube baiano, Anderson Barros, o atacante já confirmou interesse em jogar pelo Vitória, que já negocia com o São Paulo. "Estivemos em São Paulo, com autorização do clube, para negociar com o jogador", afirmou Barros à Folha. Kieza tem dificultado sua permanência no time do Morumbi. Ele pediu para não ser relacionado nas duas últimas partidas, contra o Palmeiras, no domingo (13) e no jogo decisivo pela Libertadores, contra o Trujillanos (VEN), na próxima quinta-feira, e desagradou a diretoria. Para vendê-lo, no entanto, o São Paulo exige que o Vitória cubra todos os gastos que o clube paulista teve com o atleta, desde a negociação, até salários e impostos, além da cessão de dois destaques da base baiana. Os nomes pretendidos pela diretoria tricolor são Geovane, 17, meia-atacante habilidoso com passagens pelas seleções de base e destaque da Copa do Brasil sub-17, conquistada pelo Vitória no ano passado, e Ruan Café,18, atacante. Em entrevista à Folha, em janeiro deste ano, o presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, revelou os valores pagos por Kieza. "O jogador vai custar US$ 1,1 milhão. Para um chinês que fica no Brasil, mais US$ 100 mil, e mais US$ 200 mil de comissão ao empresário", afirmou Leco. Kieza chegou ao São Paulo no começo desta temporada para disputar vaga com Alan Kardec. Com a chegada de Calleri, Kieza virou a terceira opção de Bauza e participou de apenas duas partidas, das 13 que o São Paulo já jogou neste ano. O atacante não marcou nenhum gol. Mercado da bola
| 3 |
Subsets and Splits
No community queries yet
The top public SQL queries from the community will appear here once available.