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Movimentos criticam governo e aumentam pressão sobre Dilma
Sindicatos e movimentos sociais alinhados ao governo federal que organizam atos nesta sexta-feira (13) em 23 capitais aumentaram a pressão sobre a presidente Dilma Rousseff ao incluir entre suas reivindicações críticas à condução da política econômica e ao ajuste fiscal. Em vídeo divulgado nesta quinta (12), o líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile disse que o governo precisa abandonar a atual política econômica. Assista E conclamou os militantes contra elites que criam "um cenário de instabilidade política para que o governo se sinta acuado e implante o programa de ajuste neoliberal que é a pauta deles". Já Joaquim Pinheiro, membro da coordenação nacional dos sem-terra, diz que "não vai ter refresco" a favor do governo. "A política que a Dilma está aplicando é a do Aécio Neves [PSDB]. Temos que defender os nossos direitos." Ele cobra que a petista se aproxime dos movimentos sociais revendo medidas anunciadas pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda) que "atacam os direitos dos trabalhadores". As únicas defesas dos atos desta sexta, diz o MST, serão da Petrobras, dos direitos do trabalhadores, da reforma política e da democracia. Em sua fala, Stédile prevê que "a burguesia vai tentar dar o troco no dia 15", em referência ao ato pró-impeachment no domingo (15). A maioria das entidades que prometem ir às ruas nesta sexta se esquiva de declarar apoio explícito à presidente. "Não é um ato nem contra nem a favor do governo, mas sim pela normalidade da democracia", diz Vagner Freitas, presidente da CUT. "Todos sabem o engajamento político da CUT na eleição do ex-presidente Lula e no primeiro mandato da presidenta Dilma. Mas, neste momento, a leitura que fazemos é que o Brasil tem de voltar à normalidade. O fato é que a eleição acabou, não há terceiro turno." Mapa dos protestos de março de 2015; Crédito Rubens Fernando/Editoria de arte/Folhapress PORTO ALEGRE Nesta quinta-feira, o tom de cobrança já apareceu no protesto de cerca de 50 entidades que reuniu aproximadamente 1.500 pessoas, segundo a Polícia Militar, em Porto Alegre. Entidades ligadas à CUT e à CMS (Coordenação de Movimentos Sociais) defenderam a Petrobras e cobraram um plebiscito para a reforma política. Já sindicatos ligados à CSP (Central Sindical Popular) e a Conlutas protestaram contra Dilma e os governos locais. Na pauta da CSP e Conlutas estão reivindicações contra ajustes fiscais e pedidos por melhores situações na educação e habitação. De outro lado, militantes do PT, principalmente mulheres, exibiram faixas de apoio a Dilma. -
poder
Movimentos criticam governo e aumentam pressão sobre DilmaSindicatos e movimentos sociais alinhados ao governo federal que organizam atos nesta sexta-feira (13) em 23 capitais aumentaram a pressão sobre a presidente Dilma Rousseff ao incluir entre suas reivindicações críticas à condução da política econômica e ao ajuste fiscal. Em vídeo divulgado nesta quinta (12), o líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile disse que o governo precisa abandonar a atual política econômica. Assista E conclamou os militantes contra elites que criam "um cenário de instabilidade política para que o governo se sinta acuado e implante o programa de ajuste neoliberal que é a pauta deles". Já Joaquim Pinheiro, membro da coordenação nacional dos sem-terra, diz que "não vai ter refresco" a favor do governo. "A política que a Dilma está aplicando é a do Aécio Neves [PSDB]. Temos que defender os nossos direitos." Ele cobra que a petista se aproxime dos movimentos sociais revendo medidas anunciadas pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda) que "atacam os direitos dos trabalhadores". As únicas defesas dos atos desta sexta, diz o MST, serão da Petrobras, dos direitos do trabalhadores, da reforma política e da democracia. Em sua fala, Stédile prevê que "a burguesia vai tentar dar o troco no dia 15", em referência ao ato pró-impeachment no domingo (15). A maioria das entidades que prometem ir às ruas nesta sexta se esquiva de declarar apoio explícito à presidente. "Não é um ato nem contra nem a favor do governo, mas sim pela normalidade da democracia", diz Vagner Freitas, presidente da CUT. "Todos sabem o engajamento político da CUT na eleição do ex-presidente Lula e no primeiro mandato da presidenta Dilma. Mas, neste momento, a leitura que fazemos é que o Brasil tem de voltar à normalidade. O fato é que a eleição acabou, não há terceiro turno." Mapa dos protestos de março de 2015; Crédito Rubens Fernando/Editoria de arte/Folhapress PORTO ALEGRE Nesta quinta-feira, o tom de cobrança já apareceu no protesto de cerca de 50 entidades que reuniu aproximadamente 1.500 pessoas, segundo a Polícia Militar, em Porto Alegre. Entidades ligadas à CUT e à CMS (Coordenação de Movimentos Sociais) defenderam a Petrobras e cobraram um plebiscito para a reforma política. Já sindicatos ligados à CSP (Central Sindical Popular) e a Conlutas protestaram contra Dilma e os governos locais. Na pauta da CSP e Conlutas estão reivindicações contra ajustes fiscais e pedidos por melhores situações na educação e habitação. De outro lado, militantes do PT, principalmente mulheres, exibiram faixas de apoio a Dilma. -
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Nossos gostos culturais estão muito infantilizados?
Michael Hogan, crítico de entretenimento O nerd meiguinho mostrou os dentes esta semana quando o ator Simon Pegg criticou os filmes de super-heróis como infantis e sugeriu que a indústria do cinema havia emburrecido. Isso pode ser um exemplo clássico de sujeito com telhado de vidro atirando pedra, no caso de Pegg, cuja carreira inteirinha consiste em ser o palhaço príncipe dos nerds, como ele mesmo conta em sua autobiografia "Nerd Do Well" [trocadilho que contraria a expressão "ne'er do well", que descreve os sujeitos que jamais se dão bem]. Mas concordo com a crítica. A cultura pop desativou os nossos cérebros e paralisou nosso desenvolvimento. Os cinemas estão repletos de espetáculos de computação gráfica, desenhos animados fofos da Pixar e entediantes continuações de passados sucessos. Todos os nossos restaurantes servem hambúrgueres artesanais, hot dogs finos e frango frito falsamente irônico. Nossos guarda-roupas estão lotados de blusas com capuz, macacões, camisetas com logotipos e outras formas de roupas de bebê superdimensionadas. Nossos feeds de Facebook estão repletos de monossílabos infantis e de fala de bebê simulada. É como se estivéssemos congelados na adolescência, e o pronunciamento de Pegg procede, ainda que seja um tanto absurdo, vindo dele. Depois da inevitável tempestade em xícara de chá que o Twitter sempre propicia, ele retirou o que havia dito, em um post de blog no qual critica sua afirmação anterior (bem, pelo menos não foi uma carta aberta). Simon Pegg pode ter se colocado em uma enrascada, mas o ponto original de seu argumento continua válido. A vingança dos nerds agora se completou, e eles herdaram o planeta. Mas sua produção subsequente nos transformou em crianças grandes, obcecadas por quadrinhos, jogos de computador, fast food e nostalgia preguiçosa. Os sonhos que sonhávamos acordados em nossas infâncias dos anos 80 e 90 se tornaram realidade no século 21 –e isso representa um desperdício cretino para todos nós. Ed Cumming, editor de artigos da revista do "Observer" Como ele mesmo percebeu rapidamente, as palavras de Pegg foram um passo em falso. Mas é possível compreender o motivo: o lamento de todos os homens que começam a envelhecer por as coisas já não serem o que eram. Para os nerds, o problema não é que existam astronautas e super-heróis demais, mas que agora o tipo errado de pessoas gosta deles. Pode-se compreender por que isso irrita –o sujeito constrói uma persona em torno de encontrar valor em formas de arte negligenciadas, e agora de repente todo mundo mais também as adora. A primeira estratégia, nesse caso, é redefinir sua posição e insistir em chamar quadrinhos de "graphic novel" –um exemplo clássico de insistir em um rótulo inteligente que na verdade prova burrice. O passo seguinte é deixar essas coisas no passado, como Pegg alega estar acontecendo com ele. Mas sua declaração não nos engana. Ele recua a filmes como "Taxi Driver", esquecendo que em 1976 o épico de Scorsese foi superado nas bilheterias por King Kong e pela versão de "Nasce uma Estrela" com Barbra Streisand, que ninguém compararia ao "Rei Lear" de Kosintev. Thor e Capitão América podem ter faturado mais, mas os filmes mais comentados do ano passado foram um longa de três horas –sem trama aparente– sobre o amadurecimento ("Boyhood") e um filme de arte sobre um baterista de jazz ("Whiplash"). O Oscar de melhor ator foi para uma interpretação de um astrofísico que sofre de uma profunda deficiência física. Onde está o emburrecimento? Online, todo mundo pode ser crítico e criador –má notícia para a velha guarda mas boa notícia para a cultura pop. MH: Os filmes que você citou foram os mais mencionados pelos críticos de grandes jornais, pelos comitês de seleção para prêmios e pela pavorosa "elite metropolitana", mas não no mundo real. Nas bilheterias tanto britânicas quanto mundiais, nenhum deles esteve entre os 50 filmes mais assistidos –ranking lamentavelmente liderado por "Transformers", que encabeçou os 10 mais em companhia de quatro filmes de super-heróis, quatro continuações e uma aventura espacial. Quando eu era menino (é aqui que entra a música do anúncio da Hovis), havia um "Guerra nas Estrelas" ou "Super-Homem" por ano, se a gente tivesse sorte. Eram verdadeiros eventos para a comunidade, e os cinemas locais lotavam de crianças de verdade, e não de homens de meia-idade e infantilizados falando sem parar sobre "repaginações", "arcos narrativos" e "histórias sombrias sobre origens", em um esforço por tentarem se convencer de que não estão aprisionados em um eterno loop adolescente. Hoje em dia, com um olho nos lucrativos mercados estrangeiros, o outro no merchandising e o terceiro (estamos falando de ficção científica - três olhos são admissíveis) na risonha audiência de homens-meninos, há meia dúzia de adaptações de histórias sobre aventureiros mascarados a cada ano. "Os Vingadores: Era de Ultron" (acho que a história gira em torno de sabão em pó) continua a liderar as bilheterias, e no verão podemos esperar "Ant-Man" e "The Fantastic Four" - para não mencionar novas sequências nas franquias "Jurassic Park", "Exterminador do Futuro" e "Missão Impossível", e mais incontáveis outras continuações idiotas de filmes de grande sucesso. É como apanhar na cabeça com um martelo de burrice, e não deveria ser considerado coisa de velhote ou esnobismo dizê-lo. EC: Há muitos filmes como esses porque eles refletem os apetites da era. Se por "mundo real" você quer dizer as audiências dos filmes de maior sucesso, então estamos falando de principalmente de rapazes jovens, que sempre gostaram de tiroteios e pancadaria, mas agora se sentem ansiosos quanto aos efeitos da tecnologia e portanto atraídos por filmes que refletem esses medos. Além disso, existe tanta opção no mundo do entretenimento que as audiências de cinema se deixam atrair por extremos: as lutas mais empolgantes, os efeitos especialíssimos. Os filmes de grande orçamento não concorrem mais só com outros filmes, mas com "Grand Theft Auto", "Call of Duty" e qualquer que seja a mais recente novidade que as pessoas estão baixando em seus celulares. É reducionista dizer que isso é necessariamente infantil. A concorrência gera inovação. Os grandes estúdios de Hollywood podem depender de marcas conhecidas para sustentar um filme e atrair a atenção inicial das pessoas, mas para além disso há muito trabalho interessante em circulação. Nem mesmo Simon Pegg ousaria argumentar que os filmes de Christopher Nolan sobre o Batman foram piores do que as lambanças anteriores. "X-Men", "Transformers" e "Homem de Ferro" provaram que se pode fazer mais com o gênero do que medíocres filmes de Super-Homem. JJ Abrams deu vida nova a "Jornada nas Estrelas", e parece provável que faça o mesmo com "Guerra nas Estrelas". "Anjos da Lei 2" foi ainda mais engraçado que o original. Não deveríamos nos deixar enganar por nomes conhecidos. MH: Quer dizer que a trilogia "Cavaleiro das Trevas" (quase oito horas de resmungos autoindulgentes com um pedacinho bacana ou outro) foi um pouquinho melhor que as versões cafonas de Joel Schumacher nos anos 90, "Anjos da Lei 2" foi ligeiramente mais engraçado e alguns filmes de gente fantasiada e espaçonaves foram marginalmente melhores do que poderiam ter sido? Nossa, estou deslumbrado. Mais mediocridades da Marvel, por favor. Mas, deixando o sarcasmo de lado, com certeza a era geek já chegou ao pico; será que a fixação de Hollywood por franquias que giram em torno de explosões não poderia ser atenuada em troca de dramas adultos e mais interessantes para a audiência geral? Com porcarias sobre robôs em uma ponta do espectro e bateria de jazz na outra, acho que a distância entre as salas de arte e o multiplex está se ampliando demais. Também gostaria que os preços dos ingressos caíssem para que as audiências não se sentissem compelidas a assistir só aos sucessos garantidos e pudessem experimentar mais. Nerds do planeta, tirem seus óculos 3-D e camisetas falsamente irônicas sobre Bobba Fett (pelo menos até que comece o frenesi de "Guerra nas Estrelas", em dezembro). Vocês nada têm a perder exceto a virgindade. EC: Não sei se você merece vencer um debate sobre a infantilização da cultura pop com uma piadinha sobre virgindade. Mas, deixando isso de lado, sim: a moda de filmes marcados por explosões criadas em computador vai passar. A História separará o joio do trigo. Mas é um mito pensar que algum dia existiu demanda pelo tipo de drama sério sobre o qual você fala. É como imaginar que os romances vitorianos fossem todos brilhantes como os de Dickens, e não histórias vulgares sobre quem dormiu com quem. Cada era tem suas modas, seus artefatos culturais improváveis. Alegar que a nossa é de alguma maneira mais pueril do que qualquer das precedentes, ou que nossos interesses são menos dignos de respeito, é o cúmulo do narcisismo –é até infantil. p(tagline). Tradução de PAULO MIGLIACCI
ilustrissima
Nossos gostos culturais estão muito infantilizados?Michael Hogan, crítico de entretenimento O nerd meiguinho mostrou os dentes esta semana quando o ator Simon Pegg criticou os filmes de super-heróis como infantis e sugeriu que a indústria do cinema havia emburrecido. Isso pode ser um exemplo clássico de sujeito com telhado de vidro atirando pedra, no caso de Pegg, cuja carreira inteirinha consiste em ser o palhaço príncipe dos nerds, como ele mesmo conta em sua autobiografia "Nerd Do Well" [trocadilho que contraria a expressão "ne'er do well", que descreve os sujeitos que jamais se dão bem]. Mas concordo com a crítica. A cultura pop desativou os nossos cérebros e paralisou nosso desenvolvimento. Os cinemas estão repletos de espetáculos de computação gráfica, desenhos animados fofos da Pixar e entediantes continuações de passados sucessos. Todos os nossos restaurantes servem hambúrgueres artesanais, hot dogs finos e frango frito falsamente irônico. Nossos guarda-roupas estão lotados de blusas com capuz, macacões, camisetas com logotipos e outras formas de roupas de bebê superdimensionadas. Nossos feeds de Facebook estão repletos de monossílabos infantis e de fala de bebê simulada. É como se estivéssemos congelados na adolescência, e o pronunciamento de Pegg procede, ainda que seja um tanto absurdo, vindo dele. Depois da inevitável tempestade em xícara de chá que o Twitter sempre propicia, ele retirou o que havia dito, em um post de blog no qual critica sua afirmação anterior (bem, pelo menos não foi uma carta aberta). Simon Pegg pode ter se colocado em uma enrascada, mas o ponto original de seu argumento continua válido. A vingança dos nerds agora se completou, e eles herdaram o planeta. Mas sua produção subsequente nos transformou em crianças grandes, obcecadas por quadrinhos, jogos de computador, fast food e nostalgia preguiçosa. Os sonhos que sonhávamos acordados em nossas infâncias dos anos 80 e 90 se tornaram realidade no século 21 –e isso representa um desperdício cretino para todos nós. Ed Cumming, editor de artigos da revista do "Observer" Como ele mesmo percebeu rapidamente, as palavras de Pegg foram um passo em falso. Mas é possível compreender o motivo: o lamento de todos os homens que começam a envelhecer por as coisas já não serem o que eram. Para os nerds, o problema não é que existam astronautas e super-heróis demais, mas que agora o tipo errado de pessoas gosta deles. Pode-se compreender por que isso irrita –o sujeito constrói uma persona em torno de encontrar valor em formas de arte negligenciadas, e agora de repente todo mundo mais também as adora. A primeira estratégia, nesse caso, é redefinir sua posição e insistir em chamar quadrinhos de "graphic novel" –um exemplo clássico de insistir em um rótulo inteligente que na verdade prova burrice. O passo seguinte é deixar essas coisas no passado, como Pegg alega estar acontecendo com ele. Mas sua declaração não nos engana. Ele recua a filmes como "Taxi Driver", esquecendo que em 1976 o épico de Scorsese foi superado nas bilheterias por King Kong e pela versão de "Nasce uma Estrela" com Barbra Streisand, que ninguém compararia ao "Rei Lear" de Kosintev. Thor e Capitão América podem ter faturado mais, mas os filmes mais comentados do ano passado foram um longa de três horas –sem trama aparente– sobre o amadurecimento ("Boyhood") e um filme de arte sobre um baterista de jazz ("Whiplash"). O Oscar de melhor ator foi para uma interpretação de um astrofísico que sofre de uma profunda deficiência física. Onde está o emburrecimento? Online, todo mundo pode ser crítico e criador –má notícia para a velha guarda mas boa notícia para a cultura pop. MH: Os filmes que você citou foram os mais mencionados pelos críticos de grandes jornais, pelos comitês de seleção para prêmios e pela pavorosa "elite metropolitana", mas não no mundo real. Nas bilheterias tanto britânicas quanto mundiais, nenhum deles esteve entre os 50 filmes mais assistidos –ranking lamentavelmente liderado por "Transformers", que encabeçou os 10 mais em companhia de quatro filmes de super-heróis, quatro continuações e uma aventura espacial. Quando eu era menino (é aqui que entra a música do anúncio da Hovis), havia um "Guerra nas Estrelas" ou "Super-Homem" por ano, se a gente tivesse sorte. Eram verdadeiros eventos para a comunidade, e os cinemas locais lotavam de crianças de verdade, e não de homens de meia-idade e infantilizados falando sem parar sobre "repaginações", "arcos narrativos" e "histórias sombrias sobre origens", em um esforço por tentarem se convencer de que não estão aprisionados em um eterno loop adolescente. Hoje em dia, com um olho nos lucrativos mercados estrangeiros, o outro no merchandising e o terceiro (estamos falando de ficção científica - três olhos são admissíveis) na risonha audiência de homens-meninos, há meia dúzia de adaptações de histórias sobre aventureiros mascarados a cada ano. "Os Vingadores: Era de Ultron" (acho que a história gira em torno de sabão em pó) continua a liderar as bilheterias, e no verão podemos esperar "Ant-Man" e "The Fantastic Four" - para não mencionar novas sequências nas franquias "Jurassic Park", "Exterminador do Futuro" e "Missão Impossível", e mais incontáveis outras continuações idiotas de filmes de grande sucesso. É como apanhar na cabeça com um martelo de burrice, e não deveria ser considerado coisa de velhote ou esnobismo dizê-lo. EC: Há muitos filmes como esses porque eles refletem os apetites da era. Se por "mundo real" você quer dizer as audiências dos filmes de maior sucesso, então estamos falando de principalmente de rapazes jovens, que sempre gostaram de tiroteios e pancadaria, mas agora se sentem ansiosos quanto aos efeitos da tecnologia e portanto atraídos por filmes que refletem esses medos. Além disso, existe tanta opção no mundo do entretenimento que as audiências de cinema se deixam atrair por extremos: as lutas mais empolgantes, os efeitos especialíssimos. Os filmes de grande orçamento não concorrem mais só com outros filmes, mas com "Grand Theft Auto", "Call of Duty" e qualquer que seja a mais recente novidade que as pessoas estão baixando em seus celulares. É reducionista dizer que isso é necessariamente infantil. A concorrência gera inovação. Os grandes estúdios de Hollywood podem depender de marcas conhecidas para sustentar um filme e atrair a atenção inicial das pessoas, mas para além disso há muito trabalho interessante em circulação. Nem mesmo Simon Pegg ousaria argumentar que os filmes de Christopher Nolan sobre o Batman foram piores do que as lambanças anteriores. "X-Men", "Transformers" e "Homem de Ferro" provaram que se pode fazer mais com o gênero do que medíocres filmes de Super-Homem. JJ Abrams deu vida nova a "Jornada nas Estrelas", e parece provável que faça o mesmo com "Guerra nas Estrelas". "Anjos da Lei 2" foi ainda mais engraçado que o original. Não deveríamos nos deixar enganar por nomes conhecidos. MH: Quer dizer que a trilogia "Cavaleiro das Trevas" (quase oito horas de resmungos autoindulgentes com um pedacinho bacana ou outro) foi um pouquinho melhor que as versões cafonas de Joel Schumacher nos anos 90, "Anjos da Lei 2" foi ligeiramente mais engraçado e alguns filmes de gente fantasiada e espaçonaves foram marginalmente melhores do que poderiam ter sido? Nossa, estou deslumbrado. Mais mediocridades da Marvel, por favor. Mas, deixando o sarcasmo de lado, com certeza a era geek já chegou ao pico; será que a fixação de Hollywood por franquias que giram em torno de explosões não poderia ser atenuada em troca de dramas adultos e mais interessantes para a audiência geral? Com porcarias sobre robôs em uma ponta do espectro e bateria de jazz na outra, acho que a distância entre as salas de arte e o multiplex está se ampliando demais. Também gostaria que os preços dos ingressos caíssem para que as audiências não se sentissem compelidas a assistir só aos sucessos garantidos e pudessem experimentar mais. Nerds do planeta, tirem seus óculos 3-D e camisetas falsamente irônicas sobre Bobba Fett (pelo menos até que comece o frenesi de "Guerra nas Estrelas", em dezembro). Vocês nada têm a perder exceto a virgindade. EC: Não sei se você merece vencer um debate sobre a infantilização da cultura pop com uma piadinha sobre virgindade. Mas, deixando isso de lado, sim: a moda de filmes marcados por explosões criadas em computador vai passar. A História separará o joio do trigo. Mas é um mito pensar que algum dia existiu demanda pelo tipo de drama sério sobre o qual você fala. É como imaginar que os romances vitorianos fossem todos brilhantes como os de Dickens, e não histórias vulgares sobre quem dormiu com quem. Cada era tem suas modas, seus artefatos culturais improváveis. Alegar que a nossa é de alguma maneira mais pueril do que qualquer das precedentes, ou que nossos interesses são menos dignos de respeito, é o cúmulo do narcisismo –é até infantil. p(tagline). Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Baixista do Slipknot passa mal no palco e deixa show em ambulância
Alessandro Venturella, baixista da banda Slipknot, passou mal durante um show no domingo (2) e não conseguiu terminar a apresentação em Hartford, em Connecticut (EUA). O grupo tocou as músicas restantes sem ele, que foi levado a um hospital. Ainda não se sabe a causa do mal-estar de Venturella. Após uma pausa de 20 minutos na apresentação, a banda voltou ao palco e explicou o motivo da interrupção (assista no vídeo, abaixo). "Vou explicar a vocês o que está acontecendo. Lamento dizer que nosso baixista, Alex, teve... Algo aconteceu. Não tenho certeza do quê. Ele foi colocado em uma ambulância e está indo para o hospital agora, enquanto conversamos", disse o vocalista, Corey Taylor. "Mas quero que vocês façam muito barulho por ele." slipknot Venturella está na banda desde 2014. O baixista original do Slipknot, Paul Gray, morreu em decorrência de uma overdose em 2010. No último álbum do grupo, ".5: The Gray Chapter", quem toca o instrumento nas gravações são os guitarristas Jim Root e Mick Thomson, segundo o site especializado em metal "Blabbermouth". A banda, até a publicação desta nota, não havia se pronunciado sobre o que aconteceu com Venturella em suas redes sociais nem em seu site oficial. O Slipknot se apresenta no Brasil em 25 de setembro, no Rock in Rio, e em 27 de setembro, em São Paulo, na arena Anhembi.
ilustrada
Baixista do Slipknot passa mal no palco e deixa show em ambulânciaAlessandro Venturella, baixista da banda Slipknot, passou mal durante um show no domingo (2) e não conseguiu terminar a apresentação em Hartford, em Connecticut (EUA). O grupo tocou as músicas restantes sem ele, que foi levado a um hospital. Ainda não se sabe a causa do mal-estar de Venturella. Após uma pausa de 20 minutos na apresentação, a banda voltou ao palco e explicou o motivo da interrupção (assista no vídeo, abaixo). "Vou explicar a vocês o que está acontecendo. Lamento dizer que nosso baixista, Alex, teve... Algo aconteceu. Não tenho certeza do quê. Ele foi colocado em uma ambulância e está indo para o hospital agora, enquanto conversamos", disse o vocalista, Corey Taylor. "Mas quero que vocês façam muito barulho por ele." slipknot Venturella está na banda desde 2014. O baixista original do Slipknot, Paul Gray, morreu em decorrência de uma overdose em 2010. No último álbum do grupo, ".5: The Gray Chapter", quem toca o instrumento nas gravações são os guitarristas Jim Root e Mick Thomson, segundo o site especializado em metal "Blabbermouth". A banda, até a publicação desta nota, não havia se pronunciado sobre o que aconteceu com Venturella em suas redes sociais nem em seu site oficial. O Slipknot se apresenta no Brasil em 25 de setembro, no Rock in Rio, e em 27 de setembro, em São Paulo, na arena Anhembi.
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Atual campeã da Copa-2014, Alemanha estreia com vitória na Euro
Com uma boa atuação do goleiro Manuel Neuer, a Alemanha venceu a Ucrânia por 2 a 0, neste domingo (12), em Lille, no complemento da primeira rodada do Grupo C. Com o resultado, a Alemanha soma três pontos —mesma pontuação da Polônia, que venceu a Irlanda do Norte por 1 a 0. O zagueiro Shkodran Mustafi, do Valencia, aos 19 minutos de jogo, e o capitão Bastian Schweinsteiger, logo depois de entrar em campo pouco antes do apito final, marcaram os gols para a equipe do técnico Joachim Low. "Era importante começar com uma vitória e não sofrer gol. A partida foi muito aberta, com muitas chances dos dois lados, algo que queríamos evitar na verdade", analisou o autor do primeiro gol alemão. "Jogamos bem contra os atuais campeões do mundo e criamos boas chances, mas não conseguimos marcar. Temos que nos manter determinados, da mesma maneira que jogamos contra a Alemanha", lamentou o técnico da Ucrânia, Mikhail Fomenko. A Alemanha mereceu a vitória e criou mais chances de gols, mas só definiu a vitória nos acréscimos contra uma seleção ucraniana que teve algumas oportunidades de empatar, mas esbarrou na muralha Neuer, que fez grandes defesas. POLÔNIA Com um gol de Arkadiusz Milik, aos 6min do segundo tempo, a Polônia venceu a Irlanda do Norte na primeira partida do grupo C. Foi a primeira vitória em estreia da Polônia num campeonato europeu. A melhor chance de igualar o placar foi com um lance de bicicleta de Kyle Lafferty. CROÁCIA X TURQUIA A Croácia venceu a Turquia na primeira partida do grupo D da Eurocopa 2016 no estádio Parc des Princes, em Paris. O único gol da partida foi marcado aos 41 min do primeiro tempo pelo Luka Modrik, volante do Real Madrid. Na comemoração do gol, um torcedor croata driblou a segurança do estádio e invadiu o campo para abraçar os jogadores. Apesar do placar modesto, a Croácia teve, pelo menos, seis chances claras de gol. Já a Turquia decepcionou os torcedores, deixando o trabalho mais fácil para o rival. A melhor chance dos turcos foi aos 29min, com Ozan Tufan, que obrigou o goleiro croata Danijel Subasic a defender a bola em cima da linha. A primeira rodada do grupo termina na segunda-feira, com o confronto entre a atual campeã Espanha e a República Tcheca, em Toulouse.
esporte
Atual campeã da Copa-2014, Alemanha estreia com vitória na EuroCom uma boa atuação do goleiro Manuel Neuer, a Alemanha venceu a Ucrânia por 2 a 0, neste domingo (12), em Lille, no complemento da primeira rodada do Grupo C. Com o resultado, a Alemanha soma três pontos —mesma pontuação da Polônia, que venceu a Irlanda do Norte por 1 a 0. O zagueiro Shkodran Mustafi, do Valencia, aos 19 minutos de jogo, e o capitão Bastian Schweinsteiger, logo depois de entrar em campo pouco antes do apito final, marcaram os gols para a equipe do técnico Joachim Low. "Era importante começar com uma vitória e não sofrer gol. A partida foi muito aberta, com muitas chances dos dois lados, algo que queríamos evitar na verdade", analisou o autor do primeiro gol alemão. "Jogamos bem contra os atuais campeões do mundo e criamos boas chances, mas não conseguimos marcar. Temos que nos manter determinados, da mesma maneira que jogamos contra a Alemanha", lamentou o técnico da Ucrânia, Mikhail Fomenko. A Alemanha mereceu a vitória e criou mais chances de gols, mas só definiu a vitória nos acréscimos contra uma seleção ucraniana que teve algumas oportunidades de empatar, mas esbarrou na muralha Neuer, que fez grandes defesas. POLÔNIA Com um gol de Arkadiusz Milik, aos 6min do segundo tempo, a Polônia venceu a Irlanda do Norte na primeira partida do grupo C. Foi a primeira vitória em estreia da Polônia num campeonato europeu. A melhor chance de igualar o placar foi com um lance de bicicleta de Kyle Lafferty. CROÁCIA X TURQUIA A Croácia venceu a Turquia na primeira partida do grupo D da Eurocopa 2016 no estádio Parc des Princes, em Paris. O único gol da partida foi marcado aos 41 min do primeiro tempo pelo Luka Modrik, volante do Real Madrid. Na comemoração do gol, um torcedor croata driblou a segurança do estádio e invadiu o campo para abraçar os jogadores. Apesar do placar modesto, a Croácia teve, pelo menos, seis chances claras de gol. Já a Turquia decepcionou os torcedores, deixando o trabalho mais fácil para o rival. A melhor chance dos turcos foi aos 29min, com Ozan Tufan, que obrigou o goleiro croata Danijel Subasic a defender a bola em cima da linha. A primeira rodada do grupo termina na segunda-feira, com o confronto entre a atual campeã Espanha e a República Tcheca, em Toulouse.
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Eleição indireta para presidente pode levar Henrique Meirelles ao Planalto?
BRASÍLIA - É pouco provável que o julgamento que se inicia nesta terça-feira (4) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) termine com o afastamento de Michel Temer da Presidência. Mesmo que as discussões se arrastem pelos próximos meses, como esperado. Ainda assim, é difícil resistir e não especular sobre quem poderia substituí-lo no caso de uma eleição indireta pelo Congresso Nacional. Em Brasília, não faltam candidatos. Ou melhor, opções de presidenciáveis. Um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), um ex-presidente da República, o próprio Temer (sim, isso é possível). São possibilidades ventiladas aqui ou ali. Provavelmente com o objetivo de reduzir o entusiasmo daqueles que querem o "Fora, Temer" pelas mãos do TSE. Ainda não há nessas listas o nome do ministro da Fazenda. Nem as manifestações do empresariado, encantado com João Doria, vão nesse sentido. Escolheria o Congresso um nome para o mercado? Ex-deputado tucano, ex-ministro da cota pessoal de Lula. Um pé em cada canoa. Henrique Meirelles acertou ao entrar no barco do ex-presidente petista. Acertou pela segunda vez ao ficar fora do governo Dilma Rousseff, mesmo quando Lula o chamou para tentar salvar a sucessora. Nunca escondeu o desejo de ser presidente. Tentou ser o vice de Dilma pelo PMDB em 2010. Perdeu para Temer. Sorte? Azar? Poderia também ser um dos nomes "de fora" da política em 2018, candidato pelo PSD de Gilberto Kassab. Mas vai carregar o ônus da reforma da Previdência (aprovada ou não) e dos milhares de desempregados, se a economia não se recuperar rápido. Mais certo é apostar que o primeiro lance no julgamento da chapa Dilma-Temer será rápido. Talvez com alguma surpresa, mas sem uma conclusão. Em Brasília, teremos mais 18 meses para continuar especulando.
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Eleição indireta para presidente pode levar Henrique Meirelles ao Planalto?BRASÍLIA - É pouco provável que o julgamento que se inicia nesta terça-feira (4) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) termine com o afastamento de Michel Temer da Presidência. Mesmo que as discussões se arrastem pelos próximos meses, como esperado. Ainda assim, é difícil resistir e não especular sobre quem poderia substituí-lo no caso de uma eleição indireta pelo Congresso Nacional. Em Brasília, não faltam candidatos. Ou melhor, opções de presidenciáveis. Um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), um ex-presidente da República, o próprio Temer (sim, isso é possível). São possibilidades ventiladas aqui ou ali. Provavelmente com o objetivo de reduzir o entusiasmo daqueles que querem o "Fora, Temer" pelas mãos do TSE. Ainda não há nessas listas o nome do ministro da Fazenda. Nem as manifestações do empresariado, encantado com João Doria, vão nesse sentido. Escolheria o Congresso um nome para o mercado? Ex-deputado tucano, ex-ministro da cota pessoal de Lula. Um pé em cada canoa. Henrique Meirelles acertou ao entrar no barco do ex-presidente petista. Acertou pela segunda vez ao ficar fora do governo Dilma Rousseff, mesmo quando Lula o chamou para tentar salvar a sucessora. Nunca escondeu o desejo de ser presidente. Tentou ser o vice de Dilma pelo PMDB em 2010. Perdeu para Temer. Sorte? Azar? Poderia também ser um dos nomes "de fora" da política em 2018, candidato pelo PSD de Gilberto Kassab. Mas vai carregar o ônus da reforma da Previdência (aprovada ou não) e dos milhares de desempregados, se a economia não se recuperar rápido. Mais certo é apostar que o primeiro lance no julgamento da chapa Dilma-Temer será rápido. Talvez com alguma surpresa, mas sem uma conclusão. Em Brasília, teremos mais 18 meses para continuar especulando.
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STF deve reabrir debate sobre o uso de grampo clandestino
O STF (Supremo Tribunal Federal) deve retomar a discussão sobre a legalidade de gravações sem autorização judicial após o caso de Joesley Batista, da JBS. O empresário gravou um diálogo entre ele e o presidente Michel Temer em março deste ano e usou o áudio para fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Quatro ministros ouvidos pela reportagem afirmam que, apesar de a atual jurisprudência do tribunal reconhecer a legalidade da autogravação –feita por um dos interlocutores da conversa, não por terceiros –, a corte deve voltar ao tema. Eles destacam que a composição do plenário mudou desde o último debate, em 2009. A discussão pode ser decisiva para Temer. Em documento entregue à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), os advogados do presidente separaram algumas páginas para argumentar que o áudio de Joesley é uma prova ilícita. Para a defesa de Temer, por ser uma prova ilícita, não poderia ser admitida no processo penal, uma vez que violou as garantias da intimidade e da vida privada. "Sempre é oportuno qualquer exame. Hoje o colegiado tem outra composição e certo filósofo disse que somente os mortos não evoluem. Vamos aguardar", disse à Folha o ministro Marco Aurélio Mello. Ele foi voto vencido em 2009, quando a corte reafirmou jurisprudência no assunto e fixou que é admissível o uso, como meio de prova, de gravação ambiental realizada por um dos interlocutores. Naquele ano, os ministros julgaram um recurso de uma pessoa que usou uma gravação como prova em sua defesa. Na ocasião, 6 dos atuais 11 ministros já faziam parte da composição do Supremo: Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello, além de Marco Aurélio. Todos, com exceção de Marco Aurélio, tiveram o mesmo entendimento. "Continuo convencido de que é uma prova ilícita. A Constituição exige que haja ordem judicial. É preciso reinar a confiança. Tempos estranhos". NOVO QUADRO O ministro Gilmar Mendes contestou a gravação de Batista recentemente em plenário, em meio à discussão sobre a delação premiada da JBS. Ele afirmou à Folha que o assunto terá de ser revisto. "Vamos ter que analisar a questão novamente. Nova composição, novo quadro", disse Gilmar, que em 2009 votou pela legalidade da autogravação. A defesa de Temer destaca que "a situação concreta em debate parece não ter sido objeto de apreciação nos julgamentos anteriores". O STF entende que uma gravação realizada por um dos interlocutores sem conhecimento do outro é válida e que a gravação ambiental é lícita. A jurisprudência do tribunal considera ilícita as gravações entre indiciados ou presos e autoridades policiais, além de gravação clandestina realizada por terceiros. O entendimento tem repercussão geral, ou seja, vale para todas as instâncias do Judiciário. Os ministros que chegaram depois da discussão de 2009 são: Luiz Fux, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. CAMINHO DE TEMER Denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) sob acusação de corrupção passiva, Temer foi submetido ao crivo da CCJ, que aprovou um parecer contrário à denúncia, ou seja, favorável ao peemedebista. O próximo passo é a votação do tema no plenário da Câmara, que está marcada para o dia 2 de agosto. Somente se os deputados derem aval, o STF vai decidir se acolhe a acusação feita pelo procurador-geral, Rodrigo Janot.
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STF deve reabrir debate sobre o uso de grampo clandestinoO STF (Supremo Tribunal Federal) deve retomar a discussão sobre a legalidade de gravações sem autorização judicial após o caso de Joesley Batista, da JBS. O empresário gravou um diálogo entre ele e o presidente Michel Temer em março deste ano e usou o áudio para fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Quatro ministros ouvidos pela reportagem afirmam que, apesar de a atual jurisprudência do tribunal reconhecer a legalidade da autogravação –feita por um dos interlocutores da conversa, não por terceiros –, a corte deve voltar ao tema. Eles destacam que a composição do plenário mudou desde o último debate, em 2009. A discussão pode ser decisiva para Temer. Em documento entregue à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), os advogados do presidente separaram algumas páginas para argumentar que o áudio de Joesley é uma prova ilícita. Para a defesa de Temer, por ser uma prova ilícita, não poderia ser admitida no processo penal, uma vez que violou as garantias da intimidade e da vida privada. "Sempre é oportuno qualquer exame. Hoje o colegiado tem outra composição e certo filósofo disse que somente os mortos não evoluem. Vamos aguardar", disse à Folha o ministro Marco Aurélio Mello. Ele foi voto vencido em 2009, quando a corte reafirmou jurisprudência no assunto e fixou que é admissível o uso, como meio de prova, de gravação ambiental realizada por um dos interlocutores. Naquele ano, os ministros julgaram um recurso de uma pessoa que usou uma gravação como prova em sua defesa. Na ocasião, 6 dos atuais 11 ministros já faziam parte da composição do Supremo: Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello, além de Marco Aurélio. Todos, com exceção de Marco Aurélio, tiveram o mesmo entendimento. "Continuo convencido de que é uma prova ilícita. A Constituição exige que haja ordem judicial. É preciso reinar a confiança. Tempos estranhos". NOVO QUADRO O ministro Gilmar Mendes contestou a gravação de Batista recentemente em plenário, em meio à discussão sobre a delação premiada da JBS. Ele afirmou à Folha que o assunto terá de ser revisto. "Vamos ter que analisar a questão novamente. Nova composição, novo quadro", disse Gilmar, que em 2009 votou pela legalidade da autogravação. A defesa de Temer destaca que "a situação concreta em debate parece não ter sido objeto de apreciação nos julgamentos anteriores". O STF entende que uma gravação realizada por um dos interlocutores sem conhecimento do outro é válida e que a gravação ambiental é lícita. A jurisprudência do tribunal considera ilícita as gravações entre indiciados ou presos e autoridades policiais, além de gravação clandestina realizada por terceiros. O entendimento tem repercussão geral, ou seja, vale para todas as instâncias do Judiciário. Os ministros que chegaram depois da discussão de 2009 são: Luiz Fux, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. CAMINHO DE TEMER Denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) sob acusação de corrupção passiva, Temer foi submetido ao crivo da CCJ, que aprovou um parecer contrário à denúncia, ou seja, favorável ao peemedebista. O próximo passo é a votação do tema no plenário da Câmara, que está marcada para o dia 2 de agosto. Somente se os deputados derem aval, o STF vai decidir se acolhe a acusação feita pelo procurador-geral, Rodrigo Janot.
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Bombeiros encontram corpo de um dos técnicos da Sabesp
Os bombeiros encontraram no final da manhã desta quinta-feira (30) o corpo de Josileu Fontes da Silva, 39, um dos dois técnicos da Sabesp que desapareceram na manhã da última terça-feira (28), na represa Rio Grande, na Grande São Paulo. O corpo de Josileu foi encontrado no Rio Grande, no município de São Bernardo do Campo, próximo à rodovia Anchieta, que liga São Paulo à baixada Santista. O técnico em saneamento trabalhava há 18 anos na empresa. Silva e Jorge Jurkonis, 46, saíram na manhã de terça para colher amostras de qualidade de água na represa Rio Grande. A operação é considerada de rotina pela Sabesp. No mesmo dia, outros funcionários da Sabesp que também trabalhavam no local encontraram a lancha em que estavam Silva e Jurkonis. A embarcação estava vazia e com o motor ligado. Equipes da Sabesp, do Corpo de Bombeiros e da Guarda Civil Municipal de São Bernardo do Campo continuam os trabalhos de buscas por Jurkonis.
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Bombeiros encontram corpo de um dos técnicos da SabespOs bombeiros encontraram no final da manhã desta quinta-feira (30) o corpo de Josileu Fontes da Silva, 39, um dos dois técnicos da Sabesp que desapareceram na manhã da última terça-feira (28), na represa Rio Grande, na Grande São Paulo. O corpo de Josileu foi encontrado no Rio Grande, no município de São Bernardo do Campo, próximo à rodovia Anchieta, que liga São Paulo à baixada Santista. O técnico em saneamento trabalhava há 18 anos na empresa. Silva e Jorge Jurkonis, 46, saíram na manhã de terça para colher amostras de qualidade de água na represa Rio Grande. A operação é considerada de rotina pela Sabesp. No mesmo dia, outros funcionários da Sabesp que também trabalhavam no local encontraram a lancha em que estavam Silva e Jurkonis. A embarcação estava vazia e com o motor ligado. Equipes da Sabesp, do Corpo de Bombeiros e da Guarda Civil Municipal de São Bernardo do Campo continuam os trabalhos de buscas por Jurkonis.
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O que aconteceu com a música?
POR ANDRÉ BARCINSKI Não é novidade para ninguém que a indústria musical passou por uma revolução nos últimos 15 anos. Desde o advento dos primeiros programas de trocas de arquivos musicais, como o Napster, vimos uma mudança profunda no mercado da música, com gravadoras sucumbindo à pirataria digital e à diminuição na venda de CDs. O jornalista norte-americano Stephen Witt escreveu um livro que não só explica em detalhes essa evolução tecnológica e musical, mas conta a história, até então ignorada, de alguns dos principais personagens da trama. "Como a Música Ficou Grátis" é um trabalho de reportagem sério e meticuloso, mas com o ritmo e as surpresas de um verdadeiro "thriller" de espionagem. A história envolve grupos secretos de "piratas" virtuais, brigas entre cientistas, espionagem industrial e conflitos corporativos, além de trazer uma galeria de personagens dos mais interessantes e que colaboraram, cada qual à sua maneira, para que a música se tornasse "gratuita". Entre os três principais nomes da narrativa está Karlheinhz Brandenburg, um cientista alemão que trabalhou em um sistema de compressão de som que viria a dar vida ao MP3. Os outros são Dell Glover, funcionário de uma fábrica de CDs na Carolina do Norte que se tornaria o maior "pirata" da história da música, parte de um grupo que vazou 20 mil discos em menos de uma década, e Doug Morris, executivo famoso da indústria musical que ajudou a fazer da Universal a maior gravadora dos anos 1990. É sensacional a forma como Witt costura essas três histórias e explica como esses personagens colaboraram com a revolução tecnológica e social que mudou a face da música. De quebra, temos ainda tramas fascinantes de bastidores da indústria, brigas entre executivos de gravadoras, disputas entre Steve Jobs e seus concorrentes e batalhas entre astros pop de egos descomunais. Um livro imperdível. LIVRO Como A Música Ficou Grátis - Ótimo Autor: Stephen Witt Tradução: Andrea Gottlieb de Castro Neves Editora: Intrínseca (2015, 272 págs., R$ 39,90) * FILMES Vício Inerente - Muito bom Paul Thomas Anderson (Warner Home Video, 2015, DVD R$ 39,90 e Blu-ray R$ 69,90) No cinema norte-americano contemporâneo, Paul Thomas Anderson está vários degraus acima da concorrência. Fez "Boogie Nights", "Magnólia", "O Mestre" e "Sangue Negro" e, mais recentemente, adaptou o romance "Vício Inerente", de Thomas Pynchon. O resultado é um retrato delirante e criativo do choque entre a contracultura e a realidade nos Estados Unidos no início dos anos 1970. Joaquin Phoenix faz um detetive particular que, em meio a ácidos e muita fumaça, busca uma mu-lher desaparecida. Faça uma sessão dupla com "Medo e Delírio", de Terry Gilliam, baseado no livro de Hunter S. Thompson, e entenda o que deu errado com os EUA na era Nixon. Mad Max - Estrada Da Fúria - Muito bom George Miller (Warner Home Video, 2015, DVD R$ 39,90 e Blu-ray R$ 69,90) Há muito tempo não se via filme-pipoca tão divertido. Se os dois primeiros episódios, de 1979 e 1981, eram produções baratas e criativas sobre um mundo distópico em que homens lutavam por gasolina, este "Estrada da Fúria" é uma superprodução de US$ 150 milhões, com centenas de figurantes, cenários imensos e efeitos especiais assombrosos. Ainda prefiro o "Mad Max" pobrinho, mas essa versão "deluxe" diverte demais. * DISCO Star Wars - Muito bom Wilco (DBPM, 2015, R$ 50 —importado) Nono disco de estúdio da banda liderada por Jeff Tweedy, "Star Wars" mostra que o Wilco há muito deixou de ser só mais um conjunto de "alt-country". Com excelentes músicos, como o guitarrista Nels Cline e o baterista Glenn Kotche, o grupo faz de tudo um pouco nesse trabalho: ora cai em um pop oitentista que lembra o David Bowie da fase "Scary Monsters", ora remete aos experimentos sônicos do rock alemão nos anos 1970, como Can e Faust.
saopaulo
O que aconteceu com a música?POR ANDRÉ BARCINSKI Não é novidade para ninguém que a indústria musical passou por uma revolução nos últimos 15 anos. Desde o advento dos primeiros programas de trocas de arquivos musicais, como o Napster, vimos uma mudança profunda no mercado da música, com gravadoras sucumbindo à pirataria digital e à diminuição na venda de CDs. O jornalista norte-americano Stephen Witt escreveu um livro que não só explica em detalhes essa evolução tecnológica e musical, mas conta a história, até então ignorada, de alguns dos principais personagens da trama. "Como a Música Ficou Grátis" é um trabalho de reportagem sério e meticuloso, mas com o ritmo e as surpresas de um verdadeiro "thriller" de espionagem. A história envolve grupos secretos de "piratas" virtuais, brigas entre cientistas, espionagem industrial e conflitos corporativos, além de trazer uma galeria de personagens dos mais interessantes e que colaboraram, cada qual à sua maneira, para que a música se tornasse "gratuita". Entre os três principais nomes da narrativa está Karlheinhz Brandenburg, um cientista alemão que trabalhou em um sistema de compressão de som que viria a dar vida ao MP3. Os outros são Dell Glover, funcionário de uma fábrica de CDs na Carolina do Norte que se tornaria o maior "pirata" da história da música, parte de um grupo que vazou 20 mil discos em menos de uma década, e Doug Morris, executivo famoso da indústria musical que ajudou a fazer da Universal a maior gravadora dos anos 1990. É sensacional a forma como Witt costura essas três histórias e explica como esses personagens colaboraram com a revolução tecnológica e social que mudou a face da música. De quebra, temos ainda tramas fascinantes de bastidores da indústria, brigas entre executivos de gravadoras, disputas entre Steve Jobs e seus concorrentes e batalhas entre astros pop de egos descomunais. Um livro imperdível. LIVRO Como A Música Ficou Grátis - Ótimo Autor: Stephen Witt Tradução: Andrea Gottlieb de Castro Neves Editora: Intrínseca (2015, 272 págs., R$ 39,90) * FILMES Vício Inerente - Muito bom Paul Thomas Anderson (Warner Home Video, 2015, DVD R$ 39,90 e Blu-ray R$ 69,90) No cinema norte-americano contemporâneo, Paul Thomas Anderson está vários degraus acima da concorrência. Fez "Boogie Nights", "Magnólia", "O Mestre" e "Sangue Negro" e, mais recentemente, adaptou o romance "Vício Inerente", de Thomas Pynchon. O resultado é um retrato delirante e criativo do choque entre a contracultura e a realidade nos Estados Unidos no início dos anos 1970. Joaquin Phoenix faz um detetive particular que, em meio a ácidos e muita fumaça, busca uma mu-lher desaparecida. Faça uma sessão dupla com "Medo e Delírio", de Terry Gilliam, baseado no livro de Hunter S. Thompson, e entenda o que deu errado com os EUA na era Nixon. Mad Max - Estrada Da Fúria - Muito bom George Miller (Warner Home Video, 2015, DVD R$ 39,90 e Blu-ray R$ 69,90) Há muito tempo não se via filme-pipoca tão divertido. Se os dois primeiros episódios, de 1979 e 1981, eram produções baratas e criativas sobre um mundo distópico em que homens lutavam por gasolina, este "Estrada da Fúria" é uma superprodução de US$ 150 milhões, com centenas de figurantes, cenários imensos e efeitos especiais assombrosos. Ainda prefiro o "Mad Max" pobrinho, mas essa versão "deluxe" diverte demais. * DISCO Star Wars - Muito bom Wilco (DBPM, 2015, R$ 50 —importado) Nono disco de estúdio da banda liderada por Jeff Tweedy, "Star Wars" mostra que o Wilco há muito deixou de ser só mais um conjunto de "alt-country". Com excelentes músicos, como o guitarrista Nels Cline e o baterista Glenn Kotche, o grupo faz de tudo um pouco nesse trabalho: ora cai em um pop oitentista que lembra o David Bowie da fase "Scary Monsters", ora remete aos experimentos sônicos do rock alemão nos anos 1970, como Can e Faust.
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'Kama Sutra' ajuda em discussões feministas, diz autora
Soutik Biswas Correspondente da BBC News na Índia O Kama Sutra, o mais antigo manual sobre o amor erótico, precisa ser redimido e visto como um pioneiro da liberdade sexual para mulheres, opina uma pesquisadora americana especialista em cultura da Índia. Wendy Doniger, professora da Universidade de Chicago, acabou de lançar um livro que tenta mudar a compreensão tradicional das pessoas sobre o Kama Sutra, visto por muitos apenas como apenas um livro excêntrico sobre sexo e posições sexuais complicadas. Para a autora, que também é tradutora do livro indiano, é preciso resgatar a obra do "enorme mal-entendido que a maioria das pessoas tem" em relação ao texto. "Elas acham que é um livro ridículo sobre posições sexuais, ou um livro indecente sobre posições sexuais, e têm vergonha de ler", disse Doniger à BBC. Motivos não faltam para que o Kama Sutra tenha esta fama. Basta buscar o título no Google e é possível obter 14 milhões de resultados em menos de um segundo. Existem preservativos Kama Sutra, brinquedos, relógios de pulso, aplicativos, chocolates, uma série de televisão e filmes. A revista Cosmopolitan até publicou o "Cosmo Kama Sutra", um artigo com "12 estilos de sexo totalmente novos de tremer o colchão". Sânscrito O Kama Sutra foi escrito em sânscrito, a linguagem literária da antiga Índia, por Vatsyayana, que alegava ser celibatário. E é, possivelmente, o mais famoso tratado a respeito de amor e sexo. Para Wendy Doniger, que já escreveu quase meia dúzia de livros a respeito do hinduísmo, a obra na verdade abrange um assunto muito mais amplo e é isso que ela quer que as pessoas reconheçam. "Quero que os leitores saibam que este é um livro fascinante sobre as interações sutis entre homens e mulheres em um mundo altamente civilizado, que é cheio de observações psicológicas profundas e conselhos muito bons sobre como se casar, como continuar casado e, sim, como cometer adultério", afirmou. O argumento do livro de Donigan é que o Kama Sutra é um texto sofisticado e corajoso que presume um tipo de liberdade sexual para mulheres - algo que provocaria comoção em puritanos dos dias de hoje. Por exemplo: na maior parte do livro, Vatsyayana ignora a ideia de sexo para procriação e está apenas preocupado com o prazer. De certa forma ele desafia o dharma (os deveres morais e responsabilidades de um hindu) da fertilidade, determinados por um antigo texto hindi, o Manusmriti, que afirma que um homem tem o dever de manter relações sexuais com a esposa durante o período fértil dela. Adultério Doniger afirma que o Kama Sutra também não é tão severo em relação ao adultério. Vatsyayana, na verdade, dedicou todo um capítulo com "instruções precisas para o homem que deseja cometer adultério, detalhando centenas estratégias para que ele possa dormir com as esposas de outros homens". Ao mesmo tempo, o autor parece dividido quanto ao assunto, recuando no final, e alertando os homens para não cometerem adultério e protegerem suas esposas. O Kama Sutra, segundo Doniger, também apresenta uma "mente bem mais aberta" do que o Manusmriti a respeito do "acesso das mulheres ao dinheiro da residência, sobre o divórcio e sobre o segundo casamento de uma viúva". O poder absoluto que a esposa tem no Kama Sutra para gerenciar as finanças da casa também constrasta com o dito no Manusmriti, segundo o qual a esposa "não deve ter uma mão muito livre nos gastos". Para a autora americana, os argumentos de Vatsyayana a favor do orgasmo feminino são "bem mais sutis do que a opinião que prevaleceu na Europa até muito recentemente". O autor também rejeita a linha patriarcal de textos antigos que recomendam punições cruéis para qualquer mulher que fique com um homem que não seja o marido. O Kama Sutra também tem informações para mulheres que queiram encerrar um caso, revela ideias surpreendentemente modernas sobre gênero, não faz julgamento nenhum sobre a homossexualidade e traz observações que dão uma indicação sobre bissexualidade. 'Moderno' "As ideias do Kama Sutra sobre gênero são surpreendentemente modernas, como já tínhamos visto, e seus estereótipos sobre a natureza feminina e a masculina são inesperadamente sutis", disse Doniger. "Também revela atitudes em relação à educação das mulheres e liberdade sexual e opiniões sem julgamentos sobre atos homossexuais, que são bem mais liberais do que as vistas em outros textos Índia antiga ou, em muitos casos, da Índia contemporânea." Mas, a autora americana é mais cautelosa quanto ao antigo texto ser um livro feminista de amor erótico. "Não chamaria de livro feminista no sentido rigoroso, pois seu propósito primário não é discutir sobre os direitos das mulheres e grande parte dele é voltado para homens, com conselhos para eles sobre formas de manipular as mulheres", disse Doniger à BBC. "Mas acho que também é útil para feministas em seus argumentos sobre a igualdade das mulheres, sua reivindicação igualitária ao prazer, o direito de uma mulher de viver com um marido que seja compatível aos seus interesses e talentos e muito mais." Para a americana, este é um "livro surpreendentemente sofisticado" que já era muito conhecido na Índia em "uma época em que os europeus ainda estavam se balançando nas árvores, culturalmente e sexualmente falando", e segue sendo muito relevante hoje. "A psicologia básica parece verdadeira várias vezes e o nível de violência sexual em nosso mundo pede por um livro como este para nos ensinar como controlar o lado obscuro de nossos impulsos sexuais e respeitar os sentimentos de nossos parceiros sexuais; em particular, alerta os homens precisamente contra o tipo de sexualidade descontrolada que, frequentemente, se expressa no estupro. Então, sim, sinto que é muito relevante para o século 21." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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'Kama Sutra' ajuda em discussões feministas, diz autoraSoutik Biswas Correspondente da BBC News na Índia O Kama Sutra, o mais antigo manual sobre o amor erótico, precisa ser redimido e visto como um pioneiro da liberdade sexual para mulheres, opina uma pesquisadora americana especialista em cultura da Índia. Wendy Doniger, professora da Universidade de Chicago, acabou de lançar um livro que tenta mudar a compreensão tradicional das pessoas sobre o Kama Sutra, visto por muitos apenas como apenas um livro excêntrico sobre sexo e posições sexuais complicadas. Para a autora, que também é tradutora do livro indiano, é preciso resgatar a obra do "enorme mal-entendido que a maioria das pessoas tem" em relação ao texto. "Elas acham que é um livro ridículo sobre posições sexuais, ou um livro indecente sobre posições sexuais, e têm vergonha de ler", disse Doniger à BBC. Motivos não faltam para que o Kama Sutra tenha esta fama. Basta buscar o título no Google e é possível obter 14 milhões de resultados em menos de um segundo. Existem preservativos Kama Sutra, brinquedos, relógios de pulso, aplicativos, chocolates, uma série de televisão e filmes. A revista Cosmopolitan até publicou o "Cosmo Kama Sutra", um artigo com "12 estilos de sexo totalmente novos de tremer o colchão". Sânscrito O Kama Sutra foi escrito em sânscrito, a linguagem literária da antiga Índia, por Vatsyayana, que alegava ser celibatário. E é, possivelmente, o mais famoso tratado a respeito de amor e sexo. Para Wendy Doniger, que já escreveu quase meia dúzia de livros a respeito do hinduísmo, a obra na verdade abrange um assunto muito mais amplo e é isso que ela quer que as pessoas reconheçam. "Quero que os leitores saibam que este é um livro fascinante sobre as interações sutis entre homens e mulheres em um mundo altamente civilizado, que é cheio de observações psicológicas profundas e conselhos muito bons sobre como se casar, como continuar casado e, sim, como cometer adultério", afirmou. O argumento do livro de Donigan é que o Kama Sutra é um texto sofisticado e corajoso que presume um tipo de liberdade sexual para mulheres - algo que provocaria comoção em puritanos dos dias de hoje. Por exemplo: na maior parte do livro, Vatsyayana ignora a ideia de sexo para procriação e está apenas preocupado com o prazer. De certa forma ele desafia o dharma (os deveres morais e responsabilidades de um hindu) da fertilidade, determinados por um antigo texto hindi, o Manusmriti, que afirma que um homem tem o dever de manter relações sexuais com a esposa durante o período fértil dela. Adultério Doniger afirma que o Kama Sutra também não é tão severo em relação ao adultério. Vatsyayana, na verdade, dedicou todo um capítulo com "instruções precisas para o homem que deseja cometer adultério, detalhando centenas estratégias para que ele possa dormir com as esposas de outros homens". Ao mesmo tempo, o autor parece dividido quanto ao assunto, recuando no final, e alertando os homens para não cometerem adultério e protegerem suas esposas. O Kama Sutra, segundo Doniger, também apresenta uma "mente bem mais aberta" do que o Manusmriti a respeito do "acesso das mulheres ao dinheiro da residência, sobre o divórcio e sobre o segundo casamento de uma viúva". O poder absoluto que a esposa tem no Kama Sutra para gerenciar as finanças da casa também constrasta com o dito no Manusmriti, segundo o qual a esposa "não deve ter uma mão muito livre nos gastos". Para a autora americana, os argumentos de Vatsyayana a favor do orgasmo feminino são "bem mais sutis do que a opinião que prevaleceu na Europa até muito recentemente". O autor também rejeita a linha patriarcal de textos antigos que recomendam punições cruéis para qualquer mulher que fique com um homem que não seja o marido. O Kama Sutra também tem informações para mulheres que queiram encerrar um caso, revela ideias surpreendentemente modernas sobre gênero, não faz julgamento nenhum sobre a homossexualidade e traz observações que dão uma indicação sobre bissexualidade. 'Moderno' "As ideias do Kama Sutra sobre gênero são surpreendentemente modernas, como já tínhamos visto, e seus estereótipos sobre a natureza feminina e a masculina são inesperadamente sutis", disse Doniger. "Também revela atitudes em relação à educação das mulheres e liberdade sexual e opiniões sem julgamentos sobre atos homossexuais, que são bem mais liberais do que as vistas em outros textos Índia antiga ou, em muitos casos, da Índia contemporânea." Mas, a autora americana é mais cautelosa quanto ao antigo texto ser um livro feminista de amor erótico. "Não chamaria de livro feminista no sentido rigoroso, pois seu propósito primário não é discutir sobre os direitos das mulheres e grande parte dele é voltado para homens, com conselhos para eles sobre formas de manipular as mulheres", disse Doniger à BBC. "Mas acho que também é útil para feministas em seus argumentos sobre a igualdade das mulheres, sua reivindicação igualitária ao prazer, o direito de uma mulher de viver com um marido que seja compatível aos seus interesses e talentos e muito mais." Para a americana, este é um "livro surpreendentemente sofisticado" que já era muito conhecido na Índia em "uma época em que os europeus ainda estavam se balançando nas árvores, culturalmente e sexualmente falando", e segue sendo muito relevante hoje. "A psicologia básica parece verdadeira várias vezes e o nível de violência sexual em nosso mundo pede por um livro como este para nos ensinar como controlar o lado obscuro de nossos impulsos sexuais e respeitar os sentimentos de nossos parceiros sexuais; em particular, alerta os homens precisamente contra o tipo de sexualidade descontrolada que, frequentemente, se expressa no estupro. Então, sim, sinto que é muito relevante para o século 21." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Texas terá parque urbano maior do que o Central Park
A cidade de Dallas, no Estado americano do Texas, vai ganhar um parque urbano mais de dez vezes maior do que o Central Park. Batizado de Trinity River Park, ele ficará ao redor do rio Trinity e deve ser inaugurado em até dois anos. A estrutura do local incluirá playgrounds, praças e gramados. Um dos objetivos é ajudar a preservar o ecossistema no entorno do rio e proteger a cidade de futuras inundações. Além disso, o espaço servirá como área de preservação da fauna e flora. O projeto será realizado pelo escritório americano de arquitetura Michael Van Walkenburgh, que também é responsável pelo Brooklyn Bridge Park, em Nova York. * Folha recebe prêmio de turismo no México A cobertura de turismo da Folha foi premiada pelo segundo ano consecutivo na 6ª edição do La Gala Latinoamericana, no último dia 1º, na Cidade do México. O evento é promovido pelo IHG (InterContinental Hotels Group) e homenageia empresas e veículos de comunicação que dão espaço ao turismo. O vice-presidente regional de marcas e marketing do IHG México, Gerardo Murray, destacou a importância da América Latina para o setor em discurso diante de plateia de profissionais de países como Colômbia, Argentina e EUA. * Qatar Airways chegará ao Rio de Janeiro A Qatar Airways, eleita a melhor companhia aérea do mundo em 2015 pela consultoria britânica Skytrax, anunciou que realizará viagens para oito novos destinos entre 2017 e 2018. Uma cidade brasileira está entre eles: o Rio de Janeiro. A companhia irá operar voos ligando a cidade a Doha. Ainda não há data para começar nem frequência de voos. A empresa já opera em São Paulo desde 2010, com voos a partir do aeroporto de Guarulhos. Canberra (Austrália), Dublin (Irlanda), Las Vegas (EUA), Santiago (Chile), Medan (Indonésia), Tabuk e Yanbu (ambos na Arábia Saudita) foram os outros lugares escolhidos. Atualmente, a companhia oferece voos para mais de 150 lugares pelo mundo. * Guia Chapada Diamantina 7ª edição do guia tem 21 novas atrações no destino turístico na Bahia –são 82, no total–, com mapas e mais de 200 fotos Editora Flora Comunicação Quanto R$ 49 Onde comprar goo.gl/rGX5ncA * Happymoment É um aplicativo de compartilhamento de fotos e dados de destinos turísticos que os usuários consideram imperdíveis. O objetivo é ajudar futuros viajantes a descobrir novos lugares e planejar suas viagens. É possível receber indicações de roteiros, salvar os locais preferidos e trocar mensagens com outros usuários Plataforma Android e iOS Quanto grátis * * 11 de dezembro Tem início a 15ª Feira Preta, evento de cultura negra que será realizado na Casa Verde (zona norte de São Paulo). Haverá mostras de artes, cinema, dança e shows. A partir de R$ 15; "[ feirapreta.com.br]":http://feirapreta.com.br
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Texas terá parque urbano maior do que o Central ParkA cidade de Dallas, no Estado americano do Texas, vai ganhar um parque urbano mais de dez vezes maior do que o Central Park. Batizado de Trinity River Park, ele ficará ao redor do rio Trinity e deve ser inaugurado em até dois anos. A estrutura do local incluirá playgrounds, praças e gramados. Um dos objetivos é ajudar a preservar o ecossistema no entorno do rio e proteger a cidade de futuras inundações. Além disso, o espaço servirá como área de preservação da fauna e flora. O projeto será realizado pelo escritório americano de arquitetura Michael Van Walkenburgh, que também é responsável pelo Brooklyn Bridge Park, em Nova York. * Folha recebe prêmio de turismo no México A cobertura de turismo da Folha foi premiada pelo segundo ano consecutivo na 6ª edição do La Gala Latinoamericana, no último dia 1º, na Cidade do México. O evento é promovido pelo IHG (InterContinental Hotels Group) e homenageia empresas e veículos de comunicação que dão espaço ao turismo. O vice-presidente regional de marcas e marketing do IHG México, Gerardo Murray, destacou a importância da América Latina para o setor em discurso diante de plateia de profissionais de países como Colômbia, Argentina e EUA. * Qatar Airways chegará ao Rio de Janeiro A Qatar Airways, eleita a melhor companhia aérea do mundo em 2015 pela consultoria britânica Skytrax, anunciou que realizará viagens para oito novos destinos entre 2017 e 2018. Uma cidade brasileira está entre eles: o Rio de Janeiro. A companhia irá operar voos ligando a cidade a Doha. Ainda não há data para começar nem frequência de voos. A empresa já opera em São Paulo desde 2010, com voos a partir do aeroporto de Guarulhos. Canberra (Austrália), Dublin (Irlanda), Las Vegas (EUA), Santiago (Chile), Medan (Indonésia), Tabuk e Yanbu (ambos na Arábia Saudita) foram os outros lugares escolhidos. Atualmente, a companhia oferece voos para mais de 150 lugares pelo mundo. * Guia Chapada Diamantina 7ª edição do guia tem 21 novas atrações no destino turístico na Bahia –são 82, no total–, com mapas e mais de 200 fotos Editora Flora Comunicação Quanto R$ 49 Onde comprar goo.gl/rGX5ncA * Happymoment É um aplicativo de compartilhamento de fotos e dados de destinos turísticos que os usuários consideram imperdíveis. O objetivo é ajudar futuros viajantes a descobrir novos lugares e planejar suas viagens. É possível receber indicações de roteiros, salvar os locais preferidos e trocar mensagens com outros usuários Plataforma Android e iOS Quanto grátis * * 11 de dezembro Tem início a 15ª Feira Preta, evento de cultura negra que será realizado na Casa Verde (zona norte de São Paulo). Haverá mostras de artes, cinema, dança e shows. A partir de R$ 15; "[ feirapreta.com.br]":http://feirapreta.com.br
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Com fama de comida sem gosto, tofu é, na verdade, um 'camaleão' na cozinha
"Tofu fresco é uma das coisas mais satisfatórias em que posso pensar; deveria ser apreciado por todos que levam comida a sério", escreve J. Kenji López-Alt, do site Serious Eats. O ingrediente ganhou mais atenção recentemente por substituir a proteína nas receitas sem carne. (Confira receita adaptada do site. ) Chamado de queijo de soja, teve origem na China há pelo menos 1.200 anos. A partir do século 8, o tofu (do chinês "feijão coagulado") teria sido levado ao Japão, onde foi integrado à culinária local, consumido cru, frito, ensopado e fermentado -curti-lo com missô gera, após alguns meses, um patê levemente alcoólico e o umami, o tofu-misozuke, chamado de "foie gras vegetariano". "O tofu é uma esponja que absorve qualquer tempero e sabor empregados. É um camaleão da cozinha", diz Telma Shimizu Shiraishi, chef do Aizomê, que serve tofu kinugoshi (macio) feito na casa e o gomadofu, espécie de primo do ingrediente, feito com gergelim em vez de soja. "Quem não gosta de tofu reclama da falta de sabor, mas isso depende da qualidade da soja", diz Marisa Tiemi Ono, do blog Delícia. "Para o japonês, luxo mesmo é comê-lo feito na hora." COMIDA DE BEBÊ Quando a minha avó acordava às 2h para ir à cozinha, meu humor de quem teve o sono interrompido não via sentido em preparar a essa hora o tofu, que ela vendia fresco e que eu comia desde bebê. Minha avó é nascida em Okinawa, província nipônica entre Taiwan e as grandes ilhas do Japão. Lá, há um similar endêmico, o jimami-dofu, feito de amendoim e ainda mais difícil de preparar. Ela (que já não vende mais o tofu) cozinhava o leite de soja e adicionava o coagulante nigari (cloreto de magnésio), antes de separar o soro num processo artesanal, com panos e fôrmas de madeira. A exemplo dela, o tofu veio para o Brasil com a imigração, segundo o chef Shin Koike, do Sakagura A1, que oferece uma receita centenária, o hiyayakko (tofu gelado coberto com temperos como gengibre), e uma menos ortodoxa: cheesecake de tofu com frutas vermelhas. Koike explica que o produto depende da porosidade do pano usado no processo: tecidos mais finos resultam em texturas sedosas (tipo "kinu", seda em japonês), e os mais grossos, em firmes ("momen", algodão). A textura deve se adequar à receita: para adicionar a ensopados, fritar ou assar, a versão firme pode ser melhor; para pratos com tofu amassado ou batido, como um "cream cheese", a outra é recomendada. Para que o ingrediente possa aderir bem temperos e ter menos gosto de soja (que causa estranheza a alguns paladares), a chef Telma prensa o "tijolo" com um objeto pesado, por algumas horas, para extrair a umidade. Kenji, do Serious Eats, usa papel-toalha para secar o tofu, que corta em fatias grossas, de 2,5 cm, e então frita. A chef nipo-brasileira Mari Hirata diz que o preparo caseiro do ingrediente é dificultado no Brasil por causa da falta de bons leites de soja, o que obriga o cozinheiro a produzir o próprio leite, com soja moída. Com um bom "tonyu", como é chamado no Japão, basta adicionar o coagulante e cozinhar por alguns minutos. "Depois disso, só adiciono alguma cobertura, como ovas de salmão e casca de yuzu [um limão japonês] ralada ou wasabi fresco e shoyu." Também é possível congelá-lo e esperar descongelar completamente, para que fique poroso por dentro, bom para fritar e temperar. Novidade no Japão é um macarrão de tofu que, conta Hirata, é o produto cortado em fios, servido com molho para mergulhar e comer gelado. Um prato mencionado pelo chef Shin Koike, que cresceu comendo cubinhos gelados do ingrediente, é uma preparação de enguia que, aquecida viva em água com o tofu, entra no bloco, servido imediatamente. "Mas se eu fizer isso o Greenpeace vem bater na minha porta", brinca. COMO O TOFU É FEITO 1. O grão de soja seco é moído e separado da sua casca 2. Aquecida, a massa vira leite de soja, que recebe um coagulante (nigari) 3. Depois de novamente cozido, o leite é separado de seu soro com a ajuda de panos 4. A massa é colocada em formas retangulares, depois resfriada "PRIMOS DO TOFU" Tempeh Um fermentado (geralmente em folhas de bananeira) de grãos de soja inteiros, é originário da Indonésia e tem sabor puxado para o azedo Goma-dofu Feito de gergelim, é considerado da alta cozinha nipônica. Macio e saboroso, leva amido de kuzu (araruta japonesa) e é trabalhoso Jimami-tofu Endêmico de Okinawa, província mais austral do Japão, é semelhante ao goma-dofu, mas, em vez de gergelim, leva amendoim Annin tofu Sobremesa típica da China, é um bloco feito de sementes de damasco (podem ser substituídas por amêndoas) com a alga agar
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Com fama de comida sem gosto, tofu é, na verdade, um 'camaleão' na cozinha"Tofu fresco é uma das coisas mais satisfatórias em que posso pensar; deveria ser apreciado por todos que levam comida a sério", escreve J. Kenji López-Alt, do site Serious Eats. O ingrediente ganhou mais atenção recentemente por substituir a proteína nas receitas sem carne. (Confira receita adaptada do site. ) Chamado de queijo de soja, teve origem na China há pelo menos 1.200 anos. A partir do século 8, o tofu (do chinês "feijão coagulado") teria sido levado ao Japão, onde foi integrado à culinária local, consumido cru, frito, ensopado e fermentado -curti-lo com missô gera, após alguns meses, um patê levemente alcoólico e o umami, o tofu-misozuke, chamado de "foie gras vegetariano". "O tofu é uma esponja que absorve qualquer tempero e sabor empregados. É um camaleão da cozinha", diz Telma Shimizu Shiraishi, chef do Aizomê, que serve tofu kinugoshi (macio) feito na casa e o gomadofu, espécie de primo do ingrediente, feito com gergelim em vez de soja. "Quem não gosta de tofu reclama da falta de sabor, mas isso depende da qualidade da soja", diz Marisa Tiemi Ono, do blog Delícia. "Para o japonês, luxo mesmo é comê-lo feito na hora." COMIDA DE BEBÊ Quando a minha avó acordava às 2h para ir à cozinha, meu humor de quem teve o sono interrompido não via sentido em preparar a essa hora o tofu, que ela vendia fresco e que eu comia desde bebê. Minha avó é nascida em Okinawa, província nipônica entre Taiwan e as grandes ilhas do Japão. Lá, há um similar endêmico, o jimami-dofu, feito de amendoim e ainda mais difícil de preparar. Ela (que já não vende mais o tofu) cozinhava o leite de soja e adicionava o coagulante nigari (cloreto de magnésio), antes de separar o soro num processo artesanal, com panos e fôrmas de madeira. A exemplo dela, o tofu veio para o Brasil com a imigração, segundo o chef Shin Koike, do Sakagura A1, que oferece uma receita centenária, o hiyayakko (tofu gelado coberto com temperos como gengibre), e uma menos ortodoxa: cheesecake de tofu com frutas vermelhas. Koike explica que o produto depende da porosidade do pano usado no processo: tecidos mais finos resultam em texturas sedosas (tipo "kinu", seda em japonês), e os mais grossos, em firmes ("momen", algodão). A textura deve se adequar à receita: para adicionar a ensopados, fritar ou assar, a versão firme pode ser melhor; para pratos com tofu amassado ou batido, como um "cream cheese", a outra é recomendada. Para que o ingrediente possa aderir bem temperos e ter menos gosto de soja (que causa estranheza a alguns paladares), a chef Telma prensa o "tijolo" com um objeto pesado, por algumas horas, para extrair a umidade. Kenji, do Serious Eats, usa papel-toalha para secar o tofu, que corta em fatias grossas, de 2,5 cm, e então frita. A chef nipo-brasileira Mari Hirata diz que o preparo caseiro do ingrediente é dificultado no Brasil por causa da falta de bons leites de soja, o que obriga o cozinheiro a produzir o próprio leite, com soja moída. Com um bom "tonyu", como é chamado no Japão, basta adicionar o coagulante e cozinhar por alguns minutos. "Depois disso, só adiciono alguma cobertura, como ovas de salmão e casca de yuzu [um limão japonês] ralada ou wasabi fresco e shoyu." Também é possível congelá-lo e esperar descongelar completamente, para que fique poroso por dentro, bom para fritar e temperar. Novidade no Japão é um macarrão de tofu que, conta Hirata, é o produto cortado em fios, servido com molho para mergulhar e comer gelado. Um prato mencionado pelo chef Shin Koike, que cresceu comendo cubinhos gelados do ingrediente, é uma preparação de enguia que, aquecida viva em água com o tofu, entra no bloco, servido imediatamente. "Mas se eu fizer isso o Greenpeace vem bater na minha porta", brinca. COMO O TOFU É FEITO 1. O grão de soja seco é moído e separado da sua casca 2. Aquecida, a massa vira leite de soja, que recebe um coagulante (nigari) 3. Depois de novamente cozido, o leite é separado de seu soro com a ajuda de panos 4. A massa é colocada em formas retangulares, depois resfriada "PRIMOS DO TOFU" Tempeh Um fermentado (geralmente em folhas de bananeira) de grãos de soja inteiros, é originário da Indonésia e tem sabor puxado para o azedo Goma-dofu Feito de gergelim, é considerado da alta cozinha nipônica. Macio e saboroso, leva amido de kuzu (araruta japonesa) e é trabalhoso Jimami-tofu Endêmico de Okinawa, província mais austral do Japão, é semelhante ao goma-dofu, mas, em vez de gergelim, leva amendoim Annin tofu Sobremesa típica da China, é um bloco feito de sementes de damasco (podem ser substituídas por amêndoas) com a alga agar
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Jovens com necessidades especiais recorrem à EaD para conseguir estudar
Quando adolescente, Neuriane de Oliveira, 25, nunca imaginou que faria universidade. Moradora da zona rural de Corinto (MG), ela nasceu com uma distrofia muscular que dificulta a locomoção. Para que pudesse cursar a faculdade, seus pais, trabalhadores rurais, teriam que se mudar para outro município e ajudar a jovem no deslocamento diário. "Minha família vive da agricultura, não teria condições de me levar para estudar fora daqui", afirma ela. "Fazer graduação era uma coisa impossível." O jogo começou a virar em 2008, quando a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) inaugurou um polo de educação a distância na cidade de Neuriane. Em 2011, ela entrou no curso de geografia. No início, a dificuldade foi se habituar à plataforma digital, sem o olho no olho com o professor. Mas a garota ganhou intimidade com a ferramenta e autonomia. "No ensino convencional, a nossa vida tem que se adaptar ao estudo. No ensino a distância, é o estudo que se adapta à nossa vida", diz a jovem, que se formou em 2015. Em setembro de 2013, a educação presencial também passou a não caber mais na vida de Pedro Blankleder, 27. Quando subia de moto a rodovia Anchieta (SP), ele foi atropelado por um caminhão. Estava no segundo ano de propaganda e marketing e precisou deixar a faculdade para fazer o tratamento - foram 16 cirurgias para restaurar a perna direita. Optou, então, por continuar os estudos a distância na Universidade Anhembi Morumbi (Laureate), em 2014. Ainda em recuperação, se forma no fim do ano."Se não fosse a EaD, ficaria parado esse tempo todo", afirma. Segundo Maria Elizabeth de Almeida, especialista em EaD da PUC-SP, a modalidade a distância não substitui a presencial, mas atende a necessidades específicas dos estudantes. "O importante é criar condições diversificadas para que todos tenham acesso à educação", afirma. NO RITMO Para Bruno Welber, 24, que é cego, o ensino a distância é sinônimo de autonomia. Aluno do curso de tecnologia em segurança da informação na Uninove, ele estuda com o auxílio de um leitor de tela, software que transforma elementos visuais em áudio. "Na sala de aula, você depende muito do professor para saber o que está escrito na lousa e nos slides", diz. "Na EaD, tenho acesso ao conteúdo o tempo todo. Posso ler, reler e ditar o meu ritmo." Viviane da Costa, 32, concorda. Com 20% da visão, a estudante de recursos humanos optou pela modalidade a distância devido à praticidade e maior facilidade para acessar o conteúdo. "Com um aplicativo, posso ouvir todo o material pelo celular. Assim, não preciso forçar o que ainda tenho de visão", afirma. Mas nem tudo são flores. Bruno conta que, no início do curso, encontrou obstáculos para usar a plataforma. "Sugeri mudanças no sistema, a universidade foi bem receptiva e já está implementando", diz. De acordo com Elisa Schlüzen, especialista em educação inclusiva da Unesp (Universidade Estadual Paulista), o ensino a distância ajuda a diminuir as diferenças entre os alunos e, por si só, já possui caráter inclusivo. No entanto, as instituições precisam se preparar melhor para receber alunos com necessidades especiais. "O ambiente digital tem que ser pensado de forma acessível desde a concepção."
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Jovens com necessidades especiais recorrem à EaD para conseguir estudarQuando adolescente, Neuriane de Oliveira, 25, nunca imaginou que faria universidade. Moradora da zona rural de Corinto (MG), ela nasceu com uma distrofia muscular que dificulta a locomoção. Para que pudesse cursar a faculdade, seus pais, trabalhadores rurais, teriam que se mudar para outro município e ajudar a jovem no deslocamento diário. "Minha família vive da agricultura, não teria condições de me levar para estudar fora daqui", afirma ela. "Fazer graduação era uma coisa impossível." O jogo começou a virar em 2008, quando a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) inaugurou um polo de educação a distância na cidade de Neuriane. Em 2011, ela entrou no curso de geografia. No início, a dificuldade foi se habituar à plataforma digital, sem o olho no olho com o professor. Mas a garota ganhou intimidade com a ferramenta e autonomia. "No ensino convencional, a nossa vida tem que se adaptar ao estudo. No ensino a distância, é o estudo que se adapta à nossa vida", diz a jovem, que se formou em 2015. Em setembro de 2013, a educação presencial também passou a não caber mais na vida de Pedro Blankleder, 27. Quando subia de moto a rodovia Anchieta (SP), ele foi atropelado por um caminhão. Estava no segundo ano de propaganda e marketing e precisou deixar a faculdade para fazer o tratamento - foram 16 cirurgias para restaurar a perna direita. Optou, então, por continuar os estudos a distância na Universidade Anhembi Morumbi (Laureate), em 2014. Ainda em recuperação, se forma no fim do ano."Se não fosse a EaD, ficaria parado esse tempo todo", afirma. Segundo Maria Elizabeth de Almeida, especialista em EaD da PUC-SP, a modalidade a distância não substitui a presencial, mas atende a necessidades específicas dos estudantes. "O importante é criar condições diversificadas para que todos tenham acesso à educação", afirma. NO RITMO Para Bruno Welber, 24, que é cego, o ensino a distância é sinônimo de autonomia. Aluno do curso de tecnologia em segurança da informação na Uninove, ele estuda com o auxílio de um leitor de tela, software que transforma elementos visuais em áudio. "Na sala de aula, você depende muito do professor para saber o que está escrito na lousa e nos slides", diz. "Na EaD, tenho acesso ao conteúdo o tempo todo. Posso ler, reler e ditar o meu ritmo." Viviane da Costa, 32, concorda. Com 20% da visão, a estudante de recursos humanos optou pela modalidade a distância devido à praticidade e maior facilidade para acessar o conteúdo. "Com um aplicativo, posso ouvir todo o material pelo celular. Assim, não preciso forçar o que ainda tenho de visão", afirma. Mas nem tudo são flores. Bruno conta que, no início do curso, encontrou obstáculos para usar a plataforma. "Sugeri mudanças no sistema, a universidade foi bem receptiva e já está implementando", diz. De acordo com Elisa Schlüzen, especialista em educação inclusiva da Unesp (Universidade Estadual Paulista), o ensino a distância ajuda a diminuir as diferenças entre os alunos e, por si só, já possui caráter inclusivo. No entanto, as instituições precisam se preparar melhor para receber alunos com necessidades especiais. "O ambiente digital tem que ser pensado de forma acessível desde a concepção."
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Todos sabemos o que precisa ser feito na crise da água, diz leitor
Em relação à reportagem Águas do rio Pinheiros vão viajar 85 km até torneiras do Cantareira, a Sabesp esclarece que irá utilizar água do braço rio Grande da represa Billings, e não do rio Pinheiros, para reforçar o abastecimento do sistema Alto Tietê. A companhia informa ainda que o volume de retirada de água da Billings ainda será definido em estudos dos órgãos competentes - Emae e DAEE. Sobre a qualidade de água, a Sabesp reitera que o processo de tratamento é padrão e a água distribuída à população pela companhia está dentro dos parâmetros exigidos pela portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde. CARLOS ALENCAR, assessor de comunicação da Sabesp (São Paulo, SP) * O título da reportagem Principais represas do Cantareira têm devastação acima da média é sintomático porque faz supor que há um nível aceitável de devastação; não há! Devastação é destruição e ruina, e para o que foi devastado, não existe compromisso aceitável que não a reconstituição "ad integrum", até onde isso for possível. O Estado, ainda que letárgico e paralisado por seus interesses pouco republicanos, recebeu um alerta digamos climatológico, este ano e nos precedentes. Nada fez e colocou-nos a todos sob a realidade de um rodízio que ganhou a alcunha de "controle hídrico", um belo nome para a falta regular de água em nossas torneiras. Há aqui a oportunidade de se corrigir rumos: recuperar mananciais, reflorestar as margens dos rios e represas, e porque não os parques e praças, desenterrar os rios da cidade, despoluir o Pinheiros e o Tietê, e por aí afora. Como na economia, todos sabemos o que precisa ser feito, resta saber quem terá a coragem e a visão para fazer acontecer. Ou continuaremos atolados nos eufemismos, nas promessas e nas declarações tresloucadas como a de um suposto diretor da Sabesp que aconselhou os paulistanos a abandonar a cidade? GUSTAVO A J AMARANTE, (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Todos sabemos o que precisa ser feito na crise da água, diz leitorEm relação à reportagem Águas do rio Pinheiros vão viajar 85 km até torneiras do Cantareira, a Sabesp esclarece que irá utilizar água do braço rio Grande da represa Billings, e não do rio Pinheiros, para reforçar o abastecimento do sistema Alto Tietê. A companhia informa ainda que o volume de retirada de água da Billings ainda será definido em estudos dos órgãos competentes - Emae e DAEE. Sobre a qualidade de água, a Sabesp reitera que o processo de tratamento é padrão e a água distribuída à população pela companhia está dentro dos parâmetros exigidos pela portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde. CARLOS ALENCAR, assessor de comunicação da Sabesp (São Paulo, SP) * O título da reportagem Principais represas do Cantareira têm devastação acima da média é sintomático porque faz supor que há um nível aceitável de devastação; não há! Devastação é destruição e ruina, e para o que foi devastado, não existe compromisso aceitável que não a reconstituição "ad integrum", até onde isso for possível. O Estado, ainda que letárgico e paralisado por seus interesses pouco republicanos, recebeu um alerta digamos climatológico, este ano e nos precedentes. Nada fez e colocou-nos a todos sob a realidade de um rodízio que ganhou a alcunha de "controle hídrico", um belo nome para a falta regular de água em nossas torneiras. Há aqui a oportunidade de se corrigir rumos: recuperar mananciais, reflorestar as margens dos rios e represas, e porque não os parques e praças, desenterrar os rios da cidade, despoluir o Pinheiros e o Tietê, e por aí afora. Como na economia, todos sabemos o que precisa ser feito, resta saber quem terá a coragem e a visão para fazer acontecer. Ou continuaremos atolados nos eufemismos, nas promessas e nas declarações tresloucadas como a de um suposto diretor da Sabesp que aconselhou os paulistanos a abandonar a cidade? GUSTAVO A J AMARANTE, (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Samuel Moreira: O fim das coligações e a cláusula de desempenho
Recentemente, o instituto Datafolha publicou pesquisa mostrando que 71% dos brasileiros não têm partido político de sua preferência. Os dados, de fevereiro de 2015, reforçam a percepção de que precisamos mudar as regras atuais para criação e funcionamento de partidos, pois –ao meu ver– são inadequadas e ineficientes. Não é o caso, nem o meu desejo, limitar a criação de legendas. Porém, é preciso ter regras mais rigorosas do que as atuais. Por exemplo, para criar um partido é necessário um número menor de assinaturas (0,5% dos eleitores que votaram na última eleição) do que para apresentar um projeto de lei de iniciativa popular (leis nacionais demandam 1% dos eleitores). É preciso considerar ainda que exista um vínculo inicial entre o eleitor e o partido, a partir da filiação à legenda a ser criada. Não é prudente que a mesma pessoa assine simultaneamente pedidos de criação de partidos diferentes. Outra questão relevante é o funcionamento dos partidos após a sua criação. Não é razoável que siglas sem um número mínimo de votos nas eleições gerais tenham acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV e rádio. Pois, para terem esses direitos devem ter um determinado desempenho, um número mínimo de votos. Ter representação de fato. Vejam, não se trata de criação de partido. Criem-se quantos puder. Trata-se de funcionamento de partidos existentes. Uma boa proposta seria que a legenda obtivesse ao menos 5% de votos, o que possibilitaria termos até 20 partidos em funcionamento. Observem que para qualquer candidato exercer o mandato, ele precisa obviamente se eleger, ter necessariamente um bom desempenho, ou seja, precisa ter votos. Isso deve valer também para os partidos políticos. Já que não é viável que partidos sem um número mínimo de votos possam ter direito a parte do fundo partidário, parte do tempo de TV e rádio como ocorre nos dias de hoje. Por conta da ausência de boas regras, a criação de partidos no Brasil tornou-se, para alguns, um bom negócio. Quase sempre a criação dessas novas legendas estão a serviço de alguém, de governantes ou de caciques políticos que viram verdadeiros donos desses "cartórios" e que formam coligações num verdadeiro 'toma lá, dá cá', numa farra que o eleitor sequer consegue perceber. Farra, na maioria das vezes, realizada a portas fechadas, chancelada pelas tais comissões provisórias que estão mais para permanentes pelo seu longo e indefinido tempo de duração. São coligações realizadas à revelia do eleitor, muitas dissolvem-se logo após as eleições, servindo apenas a interesses imediatos e inconfessáveis. Segundos preciosos de TV e rádio viram moeda de troca, usados para conseguir cargos, ainda que em escalões inferiores. São ajuntamentos que o eleitor desconhece pois um mesmo partido coligado para um candidato à presidente da República alia-se aos adversários na disputa para governador, com outras siglas para deputado federal e ainda outras para deputado estadual. Difícil que o eleitor entenda. Impossível que ele aprove. Além disso, a fórmula para a eleição é ininteligível para a maioria dos eleitores. Mistura os desconhecidos (e complicados) quocientes eleitorais, dando margem a distorções como as de um astro puxador de votos eleger quem não teve votação relevante ou ainda votar em um partido e eleger outro. Proibir as coligações é bom para o eleitor, que saberá efetivamente em que partido está votando. E cria ainda mecanismos para que as agremiações se esforcem para disputar eleições com seus próprios candidatos e cresçam a cada pleito. O fim das coligações nas eleições proporcionais e a introdução de uma clausula de desempenho seriam mudanças que fortaleceriam os partidos e melhorariam nosso sistema político. SAMUEL MOREIRA, 52 anos, é deputado federal pelo PSDB-SP e membro da Comissão de Reforma Política na Câmara * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Samuel Moreira: O fim das coligações e a cláusula de desempenhoRecentemente, o instituto Datafolha publicou pesquisa mostrando que 71% dos brasileiros não têm partido político de sua preferência. Os dados, de fevereiro de 2015, reforçam a percepção de que precisamos mudar as regras atuais para criação e funcionamento de partidos, pois –ao meu ver– são inadequadas e ineficientes. Não é o caso, nem o meu desejo, limitar a criação de legendas. Porém, é preciso ter regras mais rigorosas do que as atuais. Por exemplo, para criar um partido é necessário um número menor de assinaturas (0,5% dos eleitores que votaram na última eleição) do que para apresentar um projeto de lei de iniciativa popular (leis nacionais demandam 1% dos eleitores). É preciso considerar ainda que exista um vínculo inicial entre o eleitor e o partido, a partir da filiação à legenda a ser criada. Não é prudente que a mesma pessoa assine simultaneamente pedidos de criação de partidos diferentes. Outra questão relevante é o funcionamento dos partidos após a sua criação. Não é razoável que siglas sem um número mínimo de votos nas eleições gerais tenham acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV e rádio. Pois, para terem esses direitos devem ter um determinado desempenho, um número mínimo de votos. Ter representação de fato. Vejam, não se trata de criação de partido. Criem-se quantos puder. Trata-se de funcionamento de partidos existentes. Uma boa proposta seria que a legenda obtivesse ao menos 5% de votos, o que possibilitaria termos até 20 partidos em funcionamento. Observem que para qualquer candidato exercer o mandato, ele precisa obviamente se eleger, ter necessariamente um bom desempenho, ou seja, precisa ter votos. Isso deve valer também para os partidos políticos. Já que não é viável que partidos sem um número mínimo de votos possam ter direito a parte do fundo partidário, parte do tempo de TV e rádio como ocorre nos dias de hoje. Por conta da ausência de boas regras, a criação de partidos no Brasil tornou-se, para alguns, um bom negócio. Quase sempre a criação dessas novas legendas estão a serviço de alguém, de governantes ou de caciques políticos que viram verdadeiros donos desses "cartórios" e que formam coligações num verdadeiro 'toma lá, dá cá', numa farra que o eleitor sequer consegue perceber. Farra, na maioria das vezes, realizada a portas fechadas, chancelada pelas tais comissões provisórias que estão mais para permanentes pelo seu longo e indefinido tempo de duração. São coligações realizadas à revelia do eleitor, muitas dissolvem-se logo após as eleições, servindo apenas a interesses imediatos e inconfessáveis. Segundos preciosos de TV e rádio viram moeda de troca, usados para conseguir cargos, ainda que em escalões inferiores. São ajuntamentos que o eleitor desconhece pois um mesmo partido coligado para um candidato à presidente da República alia-se aos adversários na disputa para governador, com outras siglas para deputado federal e ainda outras para deputado estadual. Difícil que o eleitor entenda. Impossível que ele aprove. Além disso, a fórmula para a eleição é ininteligível para a maioria dos eleitores. Mistura os desconhecidos (e complicados) quocientes eleitorais, dando margem a distorções como as de um astro puxador de votos eleger quem não teve votação relevante ou ainda votar em um partido e eleger outro. Proibir as coligações é bom para o eleitor, que saberá efetivamente em que partido está votando. E cria ainda mecanismos para que as agremiações se esforcem para disputar eleições com seus próprios candidatos e cresçam a cada pleito. O fim das coligações nas eleições proporcionais e a introdução de uma clausula de desempenho seriam mudanças que fortaleceriam os partidos e melhorariam nosso sistema político. SAMUEL MOREIRA, 52 anos, é deputado federal pelo PSDB-SP e membro da Comissão de Reforma Política na Câmara * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Procuradoria-geral vai investigar Del Nero e Ricardo Teixeira
A Justiça brasileira investigará as acusações contra o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, e o ex-mandatário da entidade, Ricardo Teixeira. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá para a Justiça dos Estados Unidos provas das acusações contra os cartolas. Na quinta-feira (3), o Departamento de Justiça norte-americano acusou formalmente os brasileiros e outros 14 pessoas ligadas a confederações na América Central e do Sul de corrupção, formação de quadrilha e enriquecimento ilícito. A Procuradoria-Geral confirmou à Folha que quer avaliar a possibilidade de julgar Del Nero e Teixeira no Brasil. O país não tem acordo de extradição com os Estados Unidos. O fato de alguns de os acusados serem de países que não tem acordo de extradição com os EUA, como é o caso do Brasil, não descarta a possibilidade de eles serem levados a uma corte do país, disse a secretária de Justiça dos EUA, Loretta Lynch. "Em relação a indivíduos que estão em outros países, incluindo o Brasil, há alguns com os quais temos tratados de extradição e outros com os quais não temos. Entretanto, isso não exclui, em nossa visão, que ainda venhamos a levar esses acusados a uma corte dos EUA", afirmou a secretária. A lista de acusados divulgadas pelos Estados Unidos é uma continuação da investigação que, em maio, prendeu sete cartolas, entre eles outro ex-presidente da CBF Jose Maria Marin, que se declara inocente, mas aceitou ser extraditado aos EUA para responder o processo.
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Procuradoria-geral vai investigar Del Nero e Ricardo TeixeiraA Justiça brasileira investigará as acusações contra o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, e o ex-mandatário da entidade, Ricardo Teixeira. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá para a Justiça dos Estados Unidos provas das acusações contra os cartolas. Na quinta-feira (3), o Departamento de Justiça norte-americano acusou formalmente os brasileiros e outros 14 pessoas ligadas a confederações na América Central e do Sul de corrupção, formação de quadrilha e enriquecimento ilícito. A Procuradoria-Geral confirmou à Folha que quer avaliar a possibilidade de julgar Del Nero e Teixeira no Brasil. O país não tem acordo de extradição com os Estados Unidos. O fato de alguns de os acusados serem de países que não tem acordo de extradição com os EUA, como é o caso do Brasil, não descarta a possibilidade de eles serem levados a uma corte do país, disse a secretária de Justiça dos EUA, Loretta Lynch. "Em relação a indivíduos que estão em outros países, incluindo o Brasil, há alguns com os quais temos tratados de extradição e outros com os quais não temos. Entretanto, isso não exclui, em nossa visão, que ainda venhamos a levar esses acusados a uma corte dos EUA", afirmou a secretária. A lista de acusados divulgadas pelos Estados Unidos é uma continuação da investigação que, em maio, prendeu sete cartolas, entre eles outro ex-presidente da CBF Jose Maria Marin, que se declara inocente, mas aceitou ser extraditado aos EUA para responder o processo.
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Disco mais reflexivo da Trupe Chá de Boldo reflete presente da banda
NATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Até mais ou menos a metade de "Presente", terceiro e novo disco da Trupe Chá de Boldo, que é apresentado neste domingo (17), na Serralheria, há uma atmosfera tristonha, na direção contrária dos outros trabalhos —mais festivos— do grupo. "Não chamaria de melancólico. As primeiras músicas falam sobre a trajetória da Trupe. Refletem a gente pensando sobre o que faz. Talvez seja mais reflexivo que os outros e então soe um pouco melancólico", avalia Gustavo Galo, principal compositor da banda, formada por outros 12 músicos. A reflexão traduz o presente da equipe —e por isso o título— nas letras e no clima, indicação das mudanças pelas quais passou nos últimos tempos. Como a perda de um amigo querido, o músico Rayraí Galvão, integrante da Trupe desde 2011 e morto recentemente, a chegada das filhas de dois outros membros, e até questões estéticas ou a descoberta de novos compositores, como Negro Leo ( "Jovem Tirano Príncipe Besta"). O som que eles mostram no novo trabalho tem, novamente, referências de movimentos como a Tropicália e a Vanguarda Paulista. Para entender, ele convida o leitor a ouvir e tirar a própria conclusão. "Nascemos de uma mistura. Não tem como classificar um som feito por 13 pessoas. O mais rico é o que cada um traz para a banda", diz. Mas como você explicaria o seu som para um gringo? "Eu falaria para ele ouvir o som. Eu sei que você queria uma resposta mais clara, mas sou incapaz". E há muitos curiosos. Assim que o CD foi disponibilizado no site oficial, em fevereiro, foram contabilizados mil downloads em cerca de dois dias (você também pode baixar aqui), levando o site a sair do ar. Agora, tudo normal. A sonoridade diferente rendeu convite para trabalhar com Tom Zé no álbum mais recente do baiano, "Vira Lata na Via Láctea", e deu um empurrãozinho para que encarassem a realização do sucessor de "Nave Manha" (2012) e "Bárbaro" (2010). Galo fala que a procura por shows não mudou após a colaboração, mas, sim, a relação do conjunto —que estava há um tempo sem fazer shows e dedicada a projetos paralelos. RELACIONAMENTO SÉRIO "Fortaleceu muito a banda. Para a gente que cresceu ouvindo os discos dele, o convite de criar arranjos para o álbum foi um desafio muito grande. Muito por conta desse trabalho a gente logo decidiu fazer um disco para aproveitar o pique", conta. Manter o ânimo durante os quase dez anos de relacionamento, inclusive, não é fácil. É complicado conciliar o horário de todos para um ensaio e há momentos de discussão, por exemplo. Já aconteceu de um integrante sair para comprar cigarro ou uma cerveja no meio do show, porque não participava da música, voltar e encontrar a porta do espaço fechada. Mas ele garante que episódios como este geram mais risada do que briga. A melhor parte, segundo ele, é lidar com as diferenças. "Sempre acontece uma surpresa. Aumentou o número de cantores e compositores em 'Presente'. A gente nunca para de pesquisar, conversar, aprender um com o outro. É uma troca muito viva que não se esgota. Quando a gente faz um show, ou um disco, a gente sabe que quer fazer isso a vida inteira, entende?". Entendido. OUÇA "DIACHO", MÚSICA DO CD "PRESENTE" "Diacho" - Trupe Chá de Boldo Serralheria Espaço Cultural. R. Guaicurus, 857, Lapa, tel. 2593-3923. 180 pessoas. Dom. (17): 19h30. Couv. art.: R$ 25.
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Disco mais reflexivo da Trupe Chá de Boldo reflete presente da bandaNATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Até mais ou menos a metade de "Presente", terceiro e novo disco da Trupe Chá de Boldo, que é apresentado neste domingo (17), na Serralheria, há uma atmosfera tristonha, na direção contrária dos outros trabalhos —mais festivos— do grupo. "Não chamaria de melancólico. As primeiras músicas falam sobre a trajetória da Trupe. Refletem a gente pensando sobre o que faz. Talvez seja mais reflexivo que os outros e então soe um pouco melancólico", avalia Gustavo Galo, principal compositor da banda, formada por outros 12 músicos. A reflexão traduz o presente da equipe —e por isso o título— nas letras e no clima, indicação das mudanças pelas quais passou nos últimos tempos. Como a perda de um amigo querido, o músico Rayraí Galvão, integrante da Trupe desde 2011 e morto recentemente, a chegada das filhas de dois outros membros, e até questões estéticas ou a descoberta de novos compositores, como Negro Leo ( "Jovem Tirano Príncipe Besta"). O som que eles mostram no novo trabalho tem, novamente, referências de movimentos como a Tropicália e a Vanguarda Paulista. Para entender, ele convida o leitor a ouvir e tirar a própria conclusão. "Nascemos de uma mistura. Não tem como classificar um som feito por 13 pessoas. O mais rico é o que cada um traz para a banda", diz. Mas como você explicaria o seu som para um gringo? "Eu falaria para ele ouvir o som. Eu sei que você queria uma resposta mais clara, mas sou incapaz". E há muitos curiosos. Assim que o CD foi disponibilizado no site oficial, em fevereiro, foram contabilizados mil downloads em cerca de dois dias (você também pode baixar aqui), levando o site a sair do ar. Agora, tudo normal. A sonoridade diferente rendeu convite para trabalhar com Tom Zé no álbum mais recente do baiano, "Vira Lata na Via Láctea", e deu um empurrãozinho para que encarassem a realização do sucessor de "Nave Manha" (2012) e "Bárbaro" (2010). Galo fala que a procura por shows não mudou após a colaboração, mas, sim, a relação do conjunto —que estava há um tempo sem fazer shows e dedicada a projetos paralelos. RELACIONAMENTO SÉRIO "Fortaleceu muito a banda. Para a gente que cresceu ouvindo os discos dele, o convite de criar arranjos para o álbum foi um desafio muito grande. Muito por conta desse trabalho a gente logo decidiu fazer um disco para aproveitar o pique", conta. Manter o ânimo durante os quase dez anos de relacionamento, inclusive, não é fácil. É complicado conciliar o horário de todos para um ensaio e há momentos de discussão, por exemplo. Já aconteceu de um integrante sair para comprar cigarro ou uma cerveja no meio do show, porque não participava da música, voltar e encontrar a porta do espaço fechada. Mas ele garante que episódios como este geram mais risada do que briga. A melhor parte, segundo ele, é lidar com as diferenças. "Sempre acontece uma surpresa. Aumentou o número de cantores e compositores em 'Presente'. A gente nunca para de pesquisar, conversar, aprender um com o outro. É uma troca muito viva que não se esgota. Quando a gente faz um show, ou um disco, a gente sabe que quer fazer isso a vida inteira, entende?". Entendido. OUÇA "DIACHO", MÚSICA DO CD "PRESENTE" "Diacho" - Trupe Chá de Boldo Serralheria Espaço Cultural. R. Guaicurus, 857, Lapa, tel. 2593-3923. 180 pessoas. Dom. (17): 19h30. Couv. art.: R$ 25.
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Animações infantis brasileiras crescem; conheça 10 para você assistir
Quando o assunto é filme de animação para crianças, logo vêm à mente algumas produções da Disney ou da Pixar, como "O Rei Leão" (1994) ou "Divertida Mente" (2015). Mas, desde que o brasileiro "O Menino e o Mundo", do diretor Alê Abreu, foi indicado a melhor animação no Oscar deste ano, "desenhos" nacionais ganharam os holofotes. E iluminaram um fato: eles estão em crescimento no Brasil. Nos últimos dez anos, foram produzidos no país 16 longas animados com classificação indicativa de até 10 anos, ou seja, que podem ser vistos por crianças. É um número grande se considerarmos que, ao longo da história, cerca de 30 filmes brasileiros desse tipo foram produzidos (o primeiro foi "Sinfonia Amazônica", de Anélio Lattini, em 1953). "Ainda estamos descobrindo a nossa identidade", diz o diretor Alê Abreu, que perdeu o Oscar de melhor animação para "Divertida Mente", da Pixar. "Não temos que copiar o que vem de fora." Apesar do crescimento, produções brasileiras ainda encontram velhas dificuldades. Principalmente, os orçamentos, muito abaixo dos de grandes produções internacionais. Enquanto "O Menino e o Mundo" gastou US$ 500 mil, "Divertida Mente" chegou a US$ 175 milhões. "Sou produtor, diretor, roteirista -e o cafezinho do estúdio também sou eu que faço", brinca Paulo Munhoz, diretor do filme "Brichos" (2006). Orçamento maior significa mais divulgação. "Se não tivéssemos a força do Oscar, jamais teríamos repercussão", avalia Abreu. Para o professor Paulo Schilitter, do departamento de cinema da USP, plataformas como o Netflix podem ser uma saída para os filmes se tornarem mais conhecidos. "Mas, muitas vezes, o streaming paga pouco", pondera o pesquisador. "Essas novas plataformas não vão substituir o cinema e a TV, mas muita gente vai migrar pra o novo modelo", diz Paolo Conti, diretor de "Minhocas", primeiro longa brasileiro em stop-motion (técnica em que fotos exibidas em sequência dão a ilusão do movimento). Ainda assim, diretores e produtoras estão otimistas. "Nunca tivemos tantas produções. Hoje digo com tranquilidade: se você quer ser animador, é possível", completa Alê. * Conheça os filmes nacionais de animação com classificação indicativa livre lançados desde 2010 O MENINO E O MUNDO Traz um garotinho que sai em busca do pai. Indicado ao Oscar 2016 LANÇAMENTO 2014 ORÇAMENTO US$ 500 mil (cerca de R$ 1,8 milhão) - BRASIL ANIMADO 3D Um dos primeiros filmes 3D do Brasil, traz bichos em busca de uma árvore antiga LANÇAMENTO 2011 ORÇAMENTO R$ 2 milhões - VIDA E MORTE SEVERINA Em preto e branco, faz releitura do famoso livro de João Cabral de Melo Neto LANÇAMENTO 2011 ORÇÃMENTO não divulgado - PEIXONAUTA - AGENTE SECRETO O.S.T.R.A. O agente secreto explora os mistérios do mundo LANÇAMENTO 2012 ORÇAMENTO R$ 5,7 milhões - BRICHOS 2 Na continuação do filme de 2006, animais lutam para manter sua floresta LANÇAMENTO 2013 ORÇAMENTO R$ 1 milhão - ATÉ QUE A SBÓRNIA NOS SEPARE Fala de um país que era isolado por um muro LANÇAMENTO 2014 ORÇAMENTO R$ 4 milhões *Classificação indicativa 10 anos - AS AVENTURAS DO AVIÃO VERMELHO Baseado em livro de mesmo nome de Erico Veríssimo LANÇAMENTO 2014 ORÇAMENTO R$ 3 milhões - A HISTÓRIA ANTES DE UMA HISTÓRIA Animação fala sobre como é fazer uma animação LANÇAMENTO 2015 ORÇAMENTO R$ 1,1 milhão - AS AVENTURAS DO PEQUENO COLOMBO No filme, Colombo, da Vinci e Mona Lisa são crianças LANÇAMENTO 2015 ORÇAMENTO R$ 5 milhões
folhinha
Animações infantis brasileiras crescem; conheça 10 para você assistirQuando o assunto é filme de animação para crianças, logo vêm à mente algumas produções da Disney ou da Pixar, como "O Rei Leão" (1994) ou "Divertida Mente" (2015). Mas, desde que o brasileiro "O Menino e o Mundo", do diretor Alê Abreu, foi indicado a melhor animação no Oscar deste ano, "desenhos" nacionais ganharam os holofotes. E iluminaram um fato: eles estão em crescimento no Brasil. Nos últimos dez anos, foram produzidos no país 16 longas animados com classificação indicativa de até 10 anos, ou seja, que podem ser vistos por crianças. É um número grande se considerarmos que, ao longo da história, cerca de 30 filmes brasileiros desse tipo foram produzidos (o primeiro foi "Sinfonia Amazônica", de Anélio Lattini, em 1953). "Ainda estamos descobrindo a nossa identidade", diz o diretor Alê Abreu, que perdeu o Oscar de melhor animação para "Divertida Mente", da Pixar. "Não temos que copiar o que vem de fora." Apesar do crescimento, produções brasileiras ainda encontram velhas dificuldades. Principalmente, os orçamentos, muito abaixo dos de grandes produções internacionais. Enquanto "O Menino e o Mundo" gastou US$ 500 mil, "Divertida Mente" chegou a US$ 175 milhões. "Sou produtor, diretor, roteirista -e o cafezinho do estúdio também sou eu que faço", brinca Paulo Munhoz, diretor do filme "Brichos" (2006). Orçamento maior significa mais divulgação. "Se não tivéssemos a força do Oscar, jamais teríamos repercussão", avalia Abreu. Para o professor Paulo Schilitter, do departamento de cinema da USP, plataformas como o Netflix podem ser uma saída para os filmes se tornarem mais conhecidos. "Mas, muitas vezes, o streaming paga pouco", pondera o pesquisador. "Essas novas plataformas não vão substituir o cinema e a TV, mas muita gente vai migrar pra o novo modelo", diz Paolo Conti, diretor de "Minhocas", primeiro longa brasileiro em stop-motion (técnica em que fotos exibidas em sequência dão a ilusão do movimento). Ainda assim, diretores e produtoras estão otimistas. "Nunca tivemos tantas produções. Hoje digo com tranquilidade: se você quer ser animador, é possível", completa Alê. * Conheça os filmes nacionais de animação com classificação indicativa livre lançados desde 2010 O MENINO E O MUNDO Traz um garotinho que sai em busca do pai. Indicado ao Oscar 2016 LANÇAMENTO 2014 ORÇAMENTO US$ 500 mil (cerca de R$ 1,8 milhão) - BRASIL ANIMADO 3D Um dos primeiros filmes 3D do Brasil, traz bichos em busca de uma árvore antiga LANÇAMENTO 2011 ORÇAMENTO R$ 2 milhões - VIDA E MORTE SEVERINA Em preto e branco, faz releitura do famoso livro de João Cabral de Melo Neto LANÇAMENTO 2011 ORÇÃMENTO não divulgado - PEIXONAUTA - AGENTE SECRETO O.S.T.R.A. O agente secreto explora os mistérios do mundo LANÇAMENTO 2012 ORÇAMENTO R$ 5,7 milhões - BRICHOS 2 Na continuação do filme de 2006, animais lutam para manter sua floresta LANÇAMENTO 2013 ORÇAMENTO R$ 1 milhão - ATÉ QUE A SBÓRNIA NOS SEPARE Fala de um país que era isolado por um muro LANÇAMENTO 2014 ORÇAMENTO R$ 4 milhões *Classificação indicativa 10 anos - AS AVENTURAS DO AVIÃO VERMELHO Baseado em livro de mesmo nome de Erico Veríssimo LANÇAMENTO 2014 ORÇAMENTO R$ 3 milhões - A HISTÓRIA ANTES DE UMA HISTÓRIA Animação fala sobre como é fazer uma animação LANÇAMENTO 2015 ORÇAMENTO R$ 1,1 milhão - AS AVENTURAS DO PEQUENO COLOMBO No filme, Colombo, da Vinci e Mona Lisa são crianças LANÇAMENTO 2015 ORÇAMENTO R$ 5 milhões
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Precisamos reforçar a cultura de passar meses discutindo contratações
O São Paulo junta os cacos da eliminação da Copa Sul-Americana no palco de sua melhor atuação em 2017: o Mineirão. Das 23 partidas em Belo Horizonte contra o Cruzeiro, o tricolor venceu 12. Seria tudo perfeito, não fosse o empate contra o Defensa y Justicia. Indefensável! A eliminação aponta o dedo para Rogério Ceni, mas reforça a crise institucional dos últimos cinco anos no Morumbi. A sequência de equívocos desde o terceiro mandato de Juvenal Juvêncio resulta num elenco inferior ao que poderia fazer Rogério decolar como treinador. Agrava-se o fato de tomar decisões discutíveis, como escalar Lucão e Neilton. Leva tempo para um treinador ser unânime. Rogério tem o exemplo de Cuca, a outra notícia deste domingo de inauguração do Brasileiro 2017. A demissão de Eduardo Baptista não foi justa, mas foi certa. Isso ficará evidente na recepção do Allianz Parque ao técnico campeão de 2016, aos gritos: "Olê, olê, olá, Cuca, Cuca!" O retorno de Cuca não garante o bicampeonato nem a Copa Libertadores. Lembre-se de que o início no Atlético-MG foi com seis derrotas seguidas e no Palmeiras com quatro, incluindo um acachapante 4x1 para o Água Santa. Também parecia indefensável. O Palmeiras mudará de novo o sistema de marcação e o estilo de jogo. Em vez da posse de bola, a definição das jogadas será rápida. Não é simples a transformação. Desta vez, está a favor o fato de três quartos do elenco saberem exatamente o que Cuca deseja. Além do clássico Flamengo x Atlético-MG, no sábado (13), a crise do São Paulo e a estreia do último campeão são os dois destaques da primeira rodada do Brasileiro. É o grande campeonato do país com potencial para ser o principal torneio do continente, de ter relevância no noticiário do planeta. Hoje, só é relevante para os empresários que vêm buscar os jogadores, muitos criticados aqui e úteis no exterior. O Brasileiro precisa ser muito mais do que isto. Na terça-feira (8), o diretor de competições da CBF, Manuel Flores, afirmou ter pressa para realizar no Brasil tudo o que se vê nos principais torneios do mundo. Organização, qualidade dos gramados, o cenário perfeito para exportar a imagem de um campeonato brilhante. Ficará faltando diminuir o êxodo e reforçar a cultura de um país que passa meses discutindo qual vai ser a próxima contratação, sem debater o jogo, do ponto de vista técnico e tático. "Eles tiveram 25 anos e vamos ter nosso tempo", disse Manuel Flores sobre a maturação das ligas da Europa e o sonho de ser igual. Lá, rega-se a planta todos os dias. A água tem de ser na medida certa. E é. Aqui, o campeonato é colocado na TV e pronto. Por isso, há apenas 15 mil pessoas de público médio. O Brasileiro começa e é um grande campeonato. Você não sabe quem vai ser o campeão. O Palmeiras não chegava acima de nono lugar havia sete anos. Foi campeão no ano passado. Na Europa, o nível técnico abunda, mas a Juventus será hexa na Itália, o Bayern é penta na Alemanha, o Barcelona pode ser tri na Espanha, o PSG foi tetra na França. O equilíbrio não pode ser tudo. Mas é um atributo inestimável para fazer o Brasileiro ser mais do que é.
colunas
Precisamos reforçar a cultura de passar meses discutindo contrataçõesO São Paulo junta os cacos da eliminação da Copa Sul-Americana no palco de sua melhor atuação em 2017: o Mineirão. Das 23 partidas em Belo Horizonte contra o Cruzeiro, o tricolor venceu 12. Seria tudo perfeito, não fosse o empate contra o Defensa y Justicia. Indefensável! A eliminação aponta o dedo para Rogério Ceni, mas reforça a crise institucional dos últimos cinco anos no Morumbi. A sequência de equívocos desde o terceiro mandato de Juvenal Juvêncio resulta num elenco inferior ao que poderia fazer Rogério decolar como treinador. Agrava-se o fato de tomar decisões discutíveis, como escalar Lucão e Neilton. Leva tempo para um treinador ser unânime. Rogério tem o exemplo de Cuca, a outra notícia deste domingo de inauguração do Brasileiro 2017. A demissão de Eduardo Baptista não foi justa, mas foi certa. Isso ficará evidente na recepção do Allianz Parque ao técnico campeão de 2016, aos gritos: "Olê, olê, olá, Cuca, Cuca!" O retorno de Cuca não garante o bicampeonato nem a Copa Libertadores. Lembre-se de que o início no Atlético-MG foi com seis derrotas seguidas e no Palmeiras com quatro, incluindo um acachapante 4x1 para o Água Santa. Também parecia indefensável. O Palmeiras mudará de novo o sistema de marcação e o estilo de jogo. Em vez da posse de bola, a definição das jogadas será rápida. Não é simples a transformação. Desta vez, está a favor o fato de três quartos do elenco saberem exatamente o que Cuca deseja. Além do clássico Flamengo x Atlético-MG, no sábado (13), a crise do São Paulo e a estreia do último campeão são os dois destaques da primeira rodada do Brasileiro. É o grande campeonato do país com potencial para ser o principal torneio do continente, de ter relevância no noticiário do planeta. Hoje, só é relevante para os empresários que vêm buscar os jogadores, muitos criticados aqui e úteis no exterior. O Brasileiro precisa ser muito mais do que isto. Na terça-feira (8), o diretor de competições da CBF, Manuel Flores, afirmou ter pressa para realizar no Brasil tudo o que se vê nos principais torneios do mundo. Organização, qualidade dos gramados, o cenário perfeito para exportar a imagem de um campeonato brilhante. Ficará faltando diminuir o êxodo e reforçar a cultura de um país que passa meses discutindo qual vai ser a próxima contratação, sem debater o jogo, do ponto de vista técnico e tático. "Eles tiveram 25 anos e vamos ter nosso tempo", disse Manuel Flores sobre a maturação das ligas da Europa e o sonho de ser igual. Lá, rega-se a planta todos os dias. A água tem de ser na medida certa. E é. Aqui, o campeonato é colocado na TV e pronto. Por isso, há apenas 15 mil pessoas de público médio. O Brasileiro começa e é um grande campeonato. Você não sabe quem vai ser o campeão. O Palmeiras não chegava acima de nono lugar havia sete anos. Foi campeão no ano passado. Na Europa, o nível técnico abunda, mas a Juventus será hexa na Itália, o Bayern é penta na Alemanha, o Barcelona pode ser tri na Espanha, o PSG foi tetra na França. O equilíbrio não pode ser tudo. Mas é um atributo inestimável para fazer o Brasileiro ser mais do que é.
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Eles não desistem
SÃO PAULO - Na versão mais dramática, deputados aproveitaram a calada da noite e a comoção em torno do desastre com a delegação da Chapecoense para desfigurar completamente as dez medidas contra a corrupção e ainda introduziram-lhe dispositivos absurdos com o claro objetivo de intimidar procuradores e juízes da Lava Jato. Embora forte, eu não diria que essa narrativa é despropositada. O processo de votação do PL 4850 tem todas as marcas de uma operação em que os parlamentares atuaram tendo em vista muito mais seus próprios interesses, frequentemente inconfessáveis, do que os do país. Não me agrada, porém, pensar as coisas em termos de nós (povo indefeso) contra eles (políticos corruptos). Numa visão menos teleológico-apocalíptica, não são necessários pacotes salvíficos para enfrentar a corrupção. O próprio sucesso da Lava Jato é prova disso. É claro que aperfeiçoamentos legislativos são sempre bem-vindos e, no frigir dos ovos, os deputados acabaram aprovando a criminalização do caixa dois e uma racionalização do sistema recursal, entre outras medidas. Se isso prosperar, ficaremos melhor do que hoje. É verdade também que a Câmara, na fatídica madrugada, rejeitou uma série de inovações a meu ver positivas, como a responsabilização de partidos políticos por malfeitos de seus integrantes e incentivos à figura do "whistleblower" (informante). Lamento que tenham caído, mas, convenhamos, não é isso que alteraria a natureza do combate à corrupção. O que vejo de grave é a tentativa dos deputados de constranger juízes e procuradores. O Brasil precisa modernizar sua antiquada lei que coíbe o abuso de autoridade, mas é preciso proceder de forma técnica, recorrendo a tipos penais objetivos e razoáveis —exatamente o contrário do que fizeram os deputados. De todo modo, assim como ocorreu com a anistia ao caixa dois, não creio que a investida sobreviverá até o fim dos trâmites.
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Eles não desistemSÃO PAULO - Na versão mais dramática, deputados aproveitaram a calada da noite e a comoção em torno do desastre com a delegação da Chapecoense para desfigurar completamente as dez medidas contra a corrupção e ainda introduziram-lhe dispositivos absurdos com o claro objetivo de intimidar procuradores e juízes da Lava Jato. Embora forte, eu não diria que essa narrativa é despropositada. O processo de votação do PL 4850 tem todas as marcas de uma operação em que os parlamentares atuaram tendo em vista muito mais seus próprios interesses, frequentemente inconfessáveis, do que os do país. Não me agrada, porém, pensar as coisas em termos de nós (povo indefeso) contra eles (políticos corruptos). Numa visão menos teleológico-apocalíptica, não são necessários pacotes salvíficos para enfrentar a corrupção. O próprio sucesso da Lava Jato é prova disso. É claro que aperfeiçoamentos legislativos são sempre bem-vindos e, no frigir dos ovos, os deputados acabaram aprovando a criminalização do caixa dois e uma racionalização do sistema recursal, entre outras medidas. Se isso prosperar, ficaremos melhor do que hoje. É verdade também que a Câmara, na fatídica madrugada, rejeitou uma série de inovações a meu ver positivas, como a responsabilização de partidos políticos por malfeitos de seus integrantes e incentivos à figura do "whistleblower" (informante). Lamento que tenham caído, mas, convenhamos, não é isso que alteraria a natureza do combate à corrupção. O que vejo de grave é a tentativa dos deputados de constranger juízes e procuradores. O Brasil precisa modernizar sua antiquada lei que coíbe o abuso de autoridade, mas é preciso proceder de forma técnica, recorrendo a tipos penais objetivos e razoáveis —exatamente o contrário do que fizeram os deputados. De todo modo, assim como ocorreu com a anistia ao caixa dois, não creio que a investida sobreviverá até o fim dos trâmites.
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Petrobras assina contrato de venda de áreas do pré-sal para a francesa Total
A Petrobras e a francesa Total assinaram nesta terça-feira (28) os contratos de venda de duas áreas do pré-sal e de participação em térmicas anunciados no final de 2015. A Petrobras receberá US$ 2,225 bilhões, dos quais US$ 1,675 bilhão à vista. Em dezembro, as duas companhias anunciaram as transações como parte de uma aliança estratégia, que envolve ainda negociações sobre troca de tecnologia e participação em ativos no México e no norte do país. Na ocasião, a Petrobras já havia sido impedida pelo TCU (Tribunal de Contas da União) a vender novos ativos. O acordo prevê a transferência, à Total, de 22,5% da área de Iara, que contém três descobertas, e de 35% do campo de Lapa, que já está em produção. Ambos estão localizados no pré-sal da Bacia de Santos. Além disso, a francesa terá 50% da Termobahia, empresa que controla duas usinas térmicas na Bahia, e acesso ao terminal de importação de gás no Estado. Com isso, pretende desenvolver mercado para suas operações de gás natural liquefeito. Em nota oficial divulgada nesta quarta (1º), os presidentes da Petrobras, Pedro Parente, e da Total, Patrick Pouyanné, emitiram declaração conjunto na qual dizem que a parceria "criará sinergias e valor, combinando nossa excelência operacional e reduzindo custos em nossos projetos, em benefício de ambas as companhias". Quando a operação foi anunciada, Parente defendeu que, por se tratar de parceria estratégica, o negócio não poderia ser impactado pela decisão do TCU —que suspendeu em dezembro operações de vendas de ativos da estatal. "É uma parceria estratégica, não é desenvolvimento. Neste momento, este tipo de acordo não está incluído na decisão do TCU", argumentou o executivo.
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Petrobras assina contrato de venda de áreas do pré-sal para a francesa TotalA Petrobras e a francesa Total assinaram nesta terça-feira (28) os contratos de venda de duas áreas do pré-sal e de participação em térmicas anunciados no final de 2015. A Petrobras receberá US$ 2,225 bilhões, dos quais US$ 1,675 bilhão à vista. Em dezembro, as duas companhias anunciaram as transações como parte de uma aliança estratégia, que envolve ainda negociações sobre troca de tecnologia e participação em ativos no México e no norte do país. Na ocasião, a Petrobras já havia sido impedida pelo TCU (Tribunal de Contas da União) a vender novos ativos. O acordo prevê a transferência, à Total, de 22,5% da área de Iara, que contém três descobertas, e de 35% do campo de Lapa, que já está em produção. Ambos estão localizados no pré-sal da Bacia de Santos. Além disso, a francesa terá 50% da Termobahia, empresa que controla duas usinas térmicas na Bahia, e acesso ao terminal de importação de gás no Estado. Com isso, pretende desenvolver mercado para suas operações de gás natural liquefeito. Em nota oficial divulgada nesta quarta (1º), os presidentes da Petrobras, Pedro Parente, e da Total, Patrick Pouyanné, emitiram declaração conjunto na qual dizem que a parceria "criará sinergias e valor, combinando nossa excelência operacional e reduzindo custos em nossos projetos, em benefício de ambas as companhias". Quando a operação foi anunciada, Parente defendeu que, por se tratar de parceria estratégica, o negócio não poderia ser impactado pela decisão do TCU —que suspendeu em dezembro operações de vendas de ativos da estatal. "É uma parceria estratégica, não é desenvolvimento. Neste momento, este tipo de acordo não está incluído na decisão do TCU", argumentou o executivo.
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Cientista dá psicodélico para minicérebros, e eles gostam
A batalha de jovens neurocientistas para reabilitar drogas psicodélicas dá mais um passo nesta segunda-feira (9), desta vez com a ajuda de minicérebros. Um grupo do Rio de Janeiro tratou essas esferas de células neurais com DMT e constatou uma série de efeitos benéficos. A pesquisa aparece no periódico "Scientific Reports", do grupo Nature, sob o título "Alterações de Curto Prazo no Proteoma de Organoides Cerebrais Humanos Induzidas por 5-MeO-DMT". O composto 5-MeO-DMT pertence à da família das dimetriltriptaminas, genericamente referidas como DMT. Uma substância dessa classe está presente, por exemplo, no chá das religiões Santo Daime e União do Vegetal, a ayahuasca. Os minicérebros foram cultivados em laboratório pelo grupo de Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (Idor), o autor principal do estudo. Os organoides crescem a partir de células-tronco humanas e assumem uma forma tridimensional que corresponde, apesar do tamanho diminuto, a algumas estruturas do cérebro. Tornaram-se um modelo útil para testar efeitos de fármacos e outros agentes –Rehen já os empregou para investigar a ação devastadora do vírus da zika no desenvolvimento cerebral, por exemplo. O experimento de agora consistiu em expor minicérebros à droga 5-MeO-DMT e guardar outro tanto como controles "abstêmios", por assim dizer. Em seguida, fez-se a análise de um total de 6.728 proteínas presentes nos dois conjuntos de organoides (o "proteoma" mencionado no título do artigo científico). Na comparação dos controles com os minicérebros contemplados com psicodélicos, verificou-se que 934 delas apareciam em quantidades diferentes no segundo grupo. Um levantamento por computador ("in silico", como se diz) revelou que a maioria delas atua em vias metabólicas relacionadas com efeito anti-inflamatório, com formação de sinapses e com memória e aprendizado (potenciação de longo prazo, ou de longa duração, no jargão neurocientífico). Em outras palavras, o composto tem óbvio interesse farmacológico. Não é a primeira vez que a ciência aponta potencial terapêutico em psicodélicos como DMT, MDMA e LSD, já associados em vários estudos com ganhos cognitivos (criatividade) e efeito antidepressivo. Nunca, porém, isso havia sido detectado com minúcia molecular e com recurso a minicérebros. Logo no resumo do artigo, Rehen e colaboradores destacam que "restrições legais e a falta de modelos experimentais adequados têm limitado a compreensão de como essas substâncias [psicodélicas, ou enteógenas] impactam o metabolismo do cérebro humano". Ou seja, o proibicionismo está prejudicando o estudo de compostos que podem ser úteis para a saúde, mas a pesquisa está fazendo sua parte para desfazer essas barreiras -como a criação do modelo experimental com minicérebros. O movimento da ciência psicodélica para devolver esses compostos ao rol das drogas respeitáveis deu outro passo gigantesco no final de agosto, com a concordância da agência americana de alimentos e fármacos (FDA) em apressar testes clínicos com metilenodioximetanfetamina (MDMA) para tratar transtorno de estresse pós-traumático. Foi a primeira droga do tipo a receber sinal verde preferencial para entrar na via do licenciamento como remédio.
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Cientista dá psicodélico para minicérebros, e eles gostamA batalha de jovens neurocientistas para reabilitar drogas psicodélicas dá mais um passo nesta segunda-feira (9), desta vez com a ajuda de minicérebros. Um grupo do Rio de Janeiro tratou essas esferas de células neurais com DMT e constatou uma série de efeitos benéficos. A pesquisa aparece no periódico "Scientific Reports", do grupo Nature, sob o título "Alterações de Curto Prazo no Proteoma de Organoides Cerebrais Humanos Induzidas por 5-MeO-DMT". O composto 5-MeO-DMT pertence à da família das dimetriltriptaminas, genericamente referidas como DMT. Uma substância dessa classe está presente, por exemplo, no chá das religiões Santo Daime e União do Vegetal, a ayahuasca. Os minicérebros foram cultivados em laboratório pelo grupo de Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (Idor), o autor principal do estudo. Os organoides crescem a partir de células-tronco humanas e assumem uma forma tridimensional que corresponde, apesar do tamanho diminuto, a algumas estruturas do cérebro. Tornaram-se um modelo útil para testar efeitos de fármacos e outros agentes –Rehen já os empregou para investigar a ação devastadora do vírus da zika no desenvolvimento cerebral, por exemplo. O experimento de agora consistiu em expor minicérebros à droga 5-MeO-DMT e guardar outro tanto como controles "abstêmios", por assim dizer. Em seguida, fez-se a análise de um total de 6.728 proteínas presentes nos dois conjuntos de organoides (o "proteoma" mencionado no título do artigo científico). Na comparação dos controles com os minicérebros contemplados com psicodélicos, verificou-se que 934 delas apareciam em quantidades diferentes no segundo grupo. Um levantamento por computador ("in silico", como se diz) revelou que a maioria delas atua em vias metabólicas relacionadas com efeito anti-inflamatório, com formação de sinapses e com memória e aprendizado (potenciação de longo prazo, ou de longa duração, no jargão neurocientífico). Em outras palavras, o composto tem óbvio interesse farmacológico. Não é a primeira vez que a ciência aponta potencial terapêutico em psicodélicos como DMT, MDMA e LSD, já associados em vários estudos com ganhos cognitivos (criatividade) e efeito antidepressivo. Nunca, porém, isso havia sido detectado com minúcia molecular e com recurso a minicérebros. Logo no resumo do artigo, Rehen e colaboradores destacam que "restrições legais e a falta de modelos experimentais adequados têm limitado a compreensão de como essas substâncias [psicodélicas, ou enteógenas] impactam o metabolismo do cérebro humano". Ou seja, o proibicionismo está prejudicando o estudo de compostos que podem ser úteis para a saúde, mas a pesquisa está fazendo sua parte para desfazer essas barreiras -como a criação do modelo experimental com minicérebros. O movimento da ciência psicodélica para devolver esses compostos ao rol das drogas respeitáveis deu outro passo gigantesco no final de agosto, com a concordância da agência americana de alimentos e fármacos (FDA) em apressar testes clínicos com metilenodioximetanfetamina (MDMA) para tratar transtorno de estresse pós-traumático. Foi a primeira droga do tipo a receber sinal verde preferencial para entrar na via do licenciamento como remédio.
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Jay Z acusa rivais de 'jogar sujo' contra seu serviço de músicas
O rapper Jay Z postou uma série de mensagens em sua conta no Twitter neste domingo (26) para acusar rivais de "jogar sujo" contra o seu app de streaming de música, o Tidal –o sistema foi comprado por ele e enfrenta uma série de problemas e mudanças após ser lançado com alarde no mês passado. O Tidal tem sido muito criticado pela imprensa desde sua queda no ranking de aplicativos mais baixados na App Store –ele já esteve entre os 20 apps mais baixados na loja virtual da Apple, mas agora nem está na lista dos 100 mais baixados. Em uma tentativa de tentar retomar sua publicidade positiva, o rapper postou uma série de tuítes, com a hashtag "#TidalFacts", com o objetivo de esclarecer fatos sobre o site de música. Em um post, Jay Z afirmou que o app estava indo bem, e que o serviço já tinha mais de 770 mil usuários pagantes. Um outro post sugere que serviços de streaming rivais estariam por detrás de uma campanha contra o Tidal. Em artigo publicado no site de entretenimento, Page Six, a Apple aparece como uma das empresas que estariam sabotando o app de Jay Z, indo atrás de músicas de artistas que estão trabalhando com o app. No artigo, uma fonte anônima disse que a cantora Rihanna enfrentou problemas com suas músicas no iTunes depois de ter lançado com exclusividade uma música sua no Tidal. Em resposta, a Apple disse que essa alegação não era verdadeira.
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Jay Z acusa rivais de 'jogar sujo' contra seu serviço de músicasO rapper Jay Z postou uma série de mensagens em sua conta no Twitter neste domingo (26) para acusar rivais de "jogar sujo" contra o seu app de streaming de música, o Tidal –o sistema foi comprado por ele e enfrenta uma série de problemas e mudanças após ser lançado com alarde no mês passado. O Tidal tem sido muito criticado pela imprensa desde sua queda no ranking de aplicativos mais baixados na App Store –ele já esteve entre os 20 apps mais baixados na loja virtual da Apple, mas agora nem está na lista dos 100 mais baixados. Em uma tentativa de tentar retomar sua publicidade positiva, o rapper postou uma série de tuítes, com a hashtag "#TidalFacts", com o objetivo de esclarecer fatos sobre o site de música. Em um post, Jay Z afirmou que o app estava indo bem, e que o serviço já tinha mais de 770 mil usuários pagantes. Um outro post sugere que serviços de streaming rivais estariam por detrás de uma campanha contra o Tidal. Em artigo publicado no site de entretenimento, Page Six, a Apple aparece como uma das empresas que estariam sabotando o app de Jay Z, indo atrás de músicas de artistas que estão trabalhando com o app. No artigo, uma fonte anônima disse que a cantora Rihanna enfrentou problemas com suas músicas no iTunes depois de ter lançado com exclusividade uma música sua no Tidal. Em resposta, a Apple disse que essa alegação não era verdadeira.
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26 anos de conquistas dos consumidores
Uma das leis mais conhecidas e utilizadas pela população brasileira completa 26 anos neste domingo (11/9). O Código de Defesa do Consumidor (CDC), ao longo desse período, estabeleceu uma série de premissas e valores (transparência, boa-fé e responsabilidade) para as relações de consumo, tornando-se uma lei atemporal, que inspirou várias outras mundo afora. Além disso, reconheceu a vulnerabilidade do consumidor e a obrigação dos fornecedores de reparar os danos causados a ele. A Secretaria Nacional do Consumidor, vinculada ao Ministério da Justiça e Cidadania, é o órgão público federal com a missão de promover e zelar por essas conquistas. É o próprio CDC que faz dela a responsável por planejar, elaborar, coordenar e executar a Política Nacional das Relações de Consumo. A secretaria atua na integração e articulação do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, estabelece diálogos setoriais com outros órgãos de governo, reguladores e representantes do mercado. Opera ainda na advocacia normativa dos direitos dos consumidores e na prevenção e repressão das práticas infratoras em âmbito nacional. Nesse contexto, trabalhamos para que os consumidores estejam mais protegidos e as relações de consumo sejam mais justas e equilibradas. É notável, ao longo desses últimos 26 anos, a mudança no comportamento das pessoas, cada dia mais informadas de seus direitos. Essa caminhada nos faz perceber, de forma muito nítida, que a informação é algo realmente essencial para o empoderamento do consumidor. Hoje, com o surgimento de novas tecnologias, o cidadão tem muito mais poder. A vida é, mais do que nunca, ao vivo e on-line. A partir da percepção dessas transformações, desenvolvemos a plataforma Consumidor.gov.br, na qual qualquer cidadão pode registrar publicamente uma reclamação. A empresa citada tem até dez dias para responder. Problemas solucionados por meio da internet, a custos baixíssimos, de forma célere e com alta efetividade, em um cenário no qual todos ganham. O site é um instrumento de claro incentivo a boas práticas e ao diálogo efetivo, contribuindo para a competitividade e a melhoria no atendimento, bem como para a tão necessária redução da litigiosidade dos conflitos de consumo. Em um país tão gigantesco e diverso como o nosso, não podemos deixar de atentar para as parcelas ainda tão amplas da população que demandam assistência mais próxima e orientação mais detalhada. Nesse sentido, continuam indispensáveis as funções dos Procons, das Defensorias Públicas e dos Ministérios Públicos de todo o país. Melhorar os diálogos, aumentar a confiança entre as partes, construir incentivos melhores e lançar mais luz sobre as práticas que constituem as relações de consumo são tarefas fundamentais. A agenda é tão desafiadora quanto inadiável. Tão urgente quanto imprescindível. Por isso mesmo, tão relevante. Mãos à obra. ARMANDO LUIZ ROVAI, doutor em direito pela PUC/SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, é secretário nacional do consumidor do Ministério da Justiça e Cidadania PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
opiniao
26 anos de conquistas dos consumidoresUma das leis mais conhecidas e utilizadas pela população brasileira completa 26 anos neste domingo (11/9). O Código de Defesa do Consumidor (CDC), ao longo desse período, estabeleceu uma série de premissas e valores (transparência, boa-fé e responsabilidade) para as relações de consumo, tornando-se uma lei atemporal, que inspirou várias outras mundo afora. Além disso, reconheceu a vulnerabilidade do consumidor e a obrigação dos fornecedores de reparar os danos causados a ele. A Secretaria Nacional do Consumidor, vinculada ao Ministério da Justiça e Cidadania, é o órgão público federal com a missão de promover e zelar por essas conquistas. É o próprio CDC que faz dela a responsável por planejar, elaborar, coordenar e executar a Política Nacional das Relações de Consumo. A secretaria atua na integração e articulação do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, estabelece diálogos setoriais com outros órgãos de governo, reguladores e representantes do mercado. Opera ainda na advocacia normativa dos direitos dos consumidores e na prevenção e repressão das práticas infratoras em âmbito nacional. Nesse contexto, trabalhamos para que os consumidores estejam mais protegidos e as relações de consumo sejam mais justas e equilibradas. É notável, ao longo desses últimos 26 anos, a mudança no comportamento das pessoas, cada dia mais informadas de seus direitos. Essa caminhada nos faz perceber, de forma muito nítida, que a informação é algo realmente essencial para o empoderamento do consumidor. Hoje, com o surgimento de novas tecnologias, o cidadão tem muito mais poder. A vida é, mais do que nunca, ao vivo e on-line. A partir da percepção dessas transformações, desenvolvemos a plataforma Consumidor.gov.br, na qual qualquer cidadão pode registrar publicamente uma reclamação. A empresa citada tem até dez dias para responder. Problemas solucionados por meio da internet, a custos baixíssimos, de forma célere e com alta efetividade, em um cenário no qual todos ganham. O site é um instrumento de claro incentivo a boas práticas e ao diálogo efetivo, contribuindo para a competitividade e a melhoria no atendimento, bem como para a tão necessária redução da litigiosidade dos conflitos de consumo. Em um país tão gigantesco e diverso como o nosso, não podemos deixar de atentar para as parcelas ainda tão amplas da população que demandam assistência mais próxima e orientação mais detalhada. Nesse sentido, continuam indispensáveis as funções dos Procons, das Defensorias Públicas e dos Ministérios Públicos de todo o país. Melhorar os diálogos, aumentar a confiança entre as partes, construir incentivos melhores e lançar mais luz sobre as práticas que constituem as relações de consumo são tarefas fundamentais. A agenda é tão desafiadora quanto inadiável. Tão urgente quanto imprescindível. Por isso mesmo, tão relevante. Mãos à obra. ARMANDO LUIZ ROVAI, doutor em direito pela PUC/SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, é secretário nacional do consumidor do Ministério da Justiça e Cidadania PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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Projeto propõe incentivos para atrair empresas a 'polo criativo' no centro
INGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Em uma única rua do centro, uma companhia de teatro ensaia peças, uma pequena agência de publicidade elabora campanhas e uma startup desenvolve aplicativos e games. Essa é mais ou menos a ideia do primeiro "Polo de Economia Criativa" de São Paulo, criado pelo novo Plano Diretor Estratégico: reunir em uma área da República e da Sé empresas que envolvam a criatividade em seu processo de produção. Descrito no papel, o polo começa a ser discutido agora, na esteira de um projeto de lei que propõe benefícios e incentivos fiscais para empresas instaladas na região. De autoria dos vereadores Nelo Rodolfo (PDMB) e Andrea Matarazzo (PSBD), o texto em tramitação será debatido na terça-feira (25), na Câmara Municipal, a partir das 18h30. O evento terá a presença do ex-secretário de Economia Criativa do Ministério da Cultura Marcos André Carvalho, e Geoff Mulgan, diretor do Fundo Nacional para Ciência, Tecnologia e Artes do Reino Unido. Matarazzo diz que o objetivo dos incentivos, como a redução ou isenção de IPTU e ISS (Imposto sobre Serviços) e de taxas municipais, é estimular a criação de vagas e de renda no local. "Gera emprego, a revitalização da região e a regularização de muitas atividades." Ele diz que o modelo pode ser replicado em outras zonas, explorando as peculiaridades de cada uma. Para o vereador, os bairros centrais já têm o perfil da economia criativa, com estabelecimentos voltados à arte e à inovação. A lei só iria organizá-los, facilitando a concessão de alvarás para os de micro e pequeno porte. CUIDADOS NECESSÁRIOS Ele explica que os demais critérios para definição dos beneficiários estarão na regulamentação da lei. No anexo do projeto são listados 40 setores que podem ser incluídos nos incentivos, de jardinagem a turismo. Para o secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki, é preciso tomar cuidado para que o rol de favorecidos não seja muito abrangente, incluindo ramos que não precisam de tanto estímulo. "Busca-se estimular setores da economia que têm dificuldade para se desenvolver, porque implica perda de receita e é preciso dimensionar isso. Quanto mais clara a lei estiver, melhor. Ela regulamenta o Plano Diretor." Outros pontos que podem constar no texto, de acordo com o professor de arquitetura e urbanismo do Mackenzie Valter Caldana, são as contrapartidas que as empresas beneficiadas devem oferecer em troca dos incentivos. Ele sugere estipular metas de criação de vagas e ações para a melhoria do espaço público. Segundo Caldana, isso evitaria um processo de gentrificação no centro, ou seja, uma valorização que levasse à expulsão dos moradores antigos, que não conseguiriam mais pagar o custo de vida na área. "Com a contrapartida, você aumenta a qualidade de vida do lugar e de todos que moram ali." * Conferência Municipal dos Distritos Criativos – Câmara Municipal de São Paulo Data: 25 de agosto, terça-feira, às 19h Endereço: Viaduto Jacareí, 100 - Bela Vista - São Paulo - SP - Auditório Prestes Maia - 1º andar Programação: 18h30 - Abertura 18h40 - Políticas públicas para a economia criativa - Fabio Feldmann (Fabio Feldmann Consultores) 19h - "O que é Economia Criativa" - Lucas Foster (ProjectHub) 19h10 - Mini-cases: Patrimônio Cultural (André Sturm / MIS), Artes (Baixo Ribeiro / Choque Cultural), Mídia (Bruno Torturra / Fluxo), Criações Funcionais (Guto Requena / Estúdio Guto Requena) 19h50 - Rio Criativo - Marcos André Carvalho (Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro) 20h - Apresentação do Projeto de Lei "Distritos Criativos" (PL 65/2015) - Lucas Baruzzi (Câmara Municipal de São Paulo) 20h10 - Representantes do Poder Público - Vereador Andrea Matarazzo e Vereador Nelo Rodolfo 20h30 - Geoff Mulgan - Diretor Executivo da NESTA 21h - Perguntas e debates
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Projeto propõe incentivos para atrair empresas a 'polo criativo' no centroINGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Em uma única rua do centro, uma companhia de teatro ensaia peças, uma pequena agência de publicidade elabora campanhas e uma startup desenvolve aplicativos e games. Essa é mais ou menos a ideia do primeiro "Polo de Economia Criativa" de São Paulo, criado pelo novo Plano Diretor Estratégico: reunir em uma área da República e da Sé empresas que envolvam a criatividade em seu processo de produção. Descrito no papel, o polo começa a ser discutido agora, na esteira de um projeto de lei que propõe benefícios e incentivos fiscais para empresas instaladas na região. De autoria dos vereadores Nelo Rodolfo (PDMB) e Andrea Matarazzo (PSBD), o texto em tramitação será debatido na terça-feira (25), na Câmara Municipal, a partir das 18h30. O evento terá a presença do ex-secretário de Economia Criativa do Ministério da Cultura Marcos André Carvalho, e Geoff Mulgan, diretor do Fundo Nacional para Ciência, Tecnologia e Artes do Reino Unido. Matarazzo diz que o objetivo dos incentivos, como a redução ou isenção de IPTU e ISS (Imposto sobre Serviços) e de taxas municipais, é estimular a criação de vagas e de renda no local. "Gera emprego, a revitalização da região e a regularização de muitas atividades." Ele diz que o modelo pode ser replicado em outras zonas, explorando as peculiaridades de cada uma. Para o vereador, os bairros centrais já têm o perfil da economia criativa, com estabelecimentos voltados à arte e à inovação. A lei só iria organizá-los, facilitando a concessão de alvarás para os de micro e pequeno porte. CUIDADOS NECESSÁRIOS Ele explica que os demais critérios para definição dos beneficiários estarão na regulamentação da lei. No anexo do projeto são listados 40 setores que podem ser incluídos nos incentivos, de jardinagem a turismo. Para o secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki, é preciso tomar cuidado para que o rol de favorecidos não seja muito abrangente, incluindo ramos que não precisam de tanto estímulo. "Busca-se estimular setores da economia que têm dificuldade para se desenvolver, porque implica perda de receita e é preciso dimensionar isso. Quanto mais clara a lei estiver, melhor. Ela regulamenta o Plano Diretor." Outros pontos que podem constar no texto, de acordo com o professor de arquitetura e urbanismo do Mackenzie Valter Caldana, são as contrapartidas que as empresas beneficiadas devem oferecer em troca dos incentivos. Ele sugere estipular metas de criação de vagas e ações para a melhoria do espaço público. Segundo Caldana, isso evitaria um processo de gentrificação no centro, ou seja, uma valorização que levasse à expulsão dos moradores antigos, que não conseguiriam mais pagar o custo de vida na área. "Com a contrapartida, você aumenta a qualidade de vida do lugar e de todos que moram ali." * Conferência Municipal dos Distritos Criativos – Câmara Municipal de São Paulo Data: 25 de agosto, terça-feira, às 19h Endereço: Viaduto Jacareí, 100 - Bela Vista - São Paulo - SP - Auditório Prestes Maia - 1º andar Programação: 18h30 - Abertura 18h40 - Políticas públicas para a economia criativa - Fabio Feldmann (Fabio Feldmann Consultores) 19h - "O que é Economia Criativa" - Lucas Foster (ProjectHub) 19h10 - Mini-cases: Patrimônio Cultural (André Sturm / MIS), Artes (Baixo Ribeiro / Choque Cultural), Mídia (Bruno Torturra / Fluxo), Criações Funcionais (Guto Requena / Estúdio Guto Requena) 19h50 - Rio Criativo - Marcos André Carvalho (Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro) 20h - Apresentação do Projeto de Lei "Distritos Criativos" (PL 65/2015) - Lucas Baruzzi (Câmara Municipal de São Paulo) 20h10 - Representantes do Poder Público - Vereador Andrea Matarazzo e Vereador Nelo Rodolfo 20h30 - Geoff Mulgan - Diretor Executivo da NESTA 21h - Perguntas e debates
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Armadilha estadual
Alguns dos Estados mais ricos do país procuram resolver seus problemas financeiros por meio de um subterfúgio de baixo nível técnico e político. Na prática, requereram ao Supremo Tribunal Federal o recálculo de suas dívidas com a União, sob o pretexto de que pagaram juros indevidos. Alegam que seus débitos devem ser corrigidos por taxas simples de juros. No limite do absurdo, deixariam de dever cerca de R$ 400 bilhões ao caixa federal. Decisões provisórias de ministros concederam aos Estados o direito de pagar somente o que consideram devido, segundo a tese exótica dos juros simples. Na quarta-feira (27), o STF absteve-se, mas legitimou o pleito estadual e politizou um assunto técnico. Adiou seu voto final sobre a questão, sugerindo que União e Estados cheguem a um acordo. Quanto ao que está em causa, no entanto, não há o que ser negociado. Trata-se de princípios excludentes: as dívidas são reajustadas por taxas de juros simples ou compostas. O que o Supremo fez, na verdade, foi pelo menos dar força política a um pleito genérico de redução da dívida estadual. Como parece haver o risco de a demanda estapafúrdia ser aceita na Justiça, o governo federal é compelido a discutir a barganha. Evita-se a extravagância legal em troca de concessões maiores na renegociação dos débitos. Ocorre que a demanda judicial agride a elementar técnica financeira e econômica; é um ardil para romper contratos da renegociação de dívida que salvou Estados da insolvência há 20 anos. Ademais, pretende-se transferir problemas dos governadores para a União -em suma, para todo cidadão, de qualquer Estado, rico ou pobre. As unidades federativas decerto não foram responsáveis pela recessão e a decorrente queda de receitas. Mas foram partícipes da gastança quando pleitearam e conseguiram autorização federal para tomar empréstimos. Como se não bastasse, nos anos de bonança, elevaram gastos permanentes. Seja como for, a emergência está criada; há Estados falidos. Um acordo com vistas a evitar o colapso de serviços públicos básicos é necessário. O governo federal havia proposto um plano de alongar os prazos de pagamento e de descontos para a dívida, exigindo como contrapartida responsabilidade nas contas estaduais. Esses são os termos razoáveis da negociação: atenuar as agruras do presente em troca de um plano de arrumação das contas públicas. A disparatada polêmica das taxas de juros, por ora aceita pelo STF, nada tem a ver com isso. Trata-se de um ardil. No pior dos casos, de um instrumento de chantagem. [email protected]
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Armadilha estadualAlguns dos Estados mais ricos do país procuram resolver seus problemas financeiros por meio de um subterfúgio de baixo nível técnico e político. Na prática, requereram ao Supremo Tribunal Federal o recálculo de suas dívidas com a União, sob o pretexto de que pagaram juros indevidos. Alegam que seus débitos devem ser corrigidos por taxas simples de juros. No limite do absurdo, deixariam de dever cerca de R$ 400 bilhões ao caixa federal. Decisões provisórias de ministros concederam aos Estados o direito de pagar somente o que consideram devido, segundo a tese exótica dos juros simples. Na quarta-feira (27), o STF absteve-se, mas legitimou o pleito estadual e politizou um assunto técnico. Adiou seu voto final sobre a questão, sugerindo que União e Estados cheguem a um acordo. Quanto ao que está em causa, no entanto, não há o que ser negociado. Trata-se de princípios excludentes: as dívidas são reajustadas por taxas de juros simples ou compostas. O que o Supremo fez, na verdade, foi pelo menos dar força política a um pleito genérico de redução da dívida estadual. Como parece haver o risco de a demanda estapafúrdia ser aceita na Justiça, o governo federal é compelido a discutir a barganha. Evita-se a extravagância legal em troca de concessões maiores na renegociação dos débitos. Ocorre que a demanda judicial agride a elementar técnica financeira e econômica; é um ardil para romper contratos da renegociação de dívida que salvou Estados da insolvência há 20 anos. Ademais, pretende-se transferir problemas dos governadores para a União -em suma, para todo cidadão, de qualquer Estado, rico ou pobre. As unidades federativas decerto não foram responsáveis pela recessão e a decorrente queda de receitas. Mas foram partícipes da gastança quando pleitearam e conseguiram autorização federal para tomar empréstimos. Como se não bastasse, nos anos de bonança, elevaram gastos permanentes. Seja como for, a emergência está criada; há Estados falidos. Um acordo com vistas a evitar o colapso de serviços públicos básicos é necessário. O governo federal havia proposto um plano de alongar os prazos de pagamento e de descontos para a dívida, exigindo como contrapartida responsabilidade nas contas estaduais. Esses são os termos razoáveis da negociação: atenuar as agruras do presente em troca de um plano de arrumação das contas públicas. A disparatada polêmica das taxas de juros, por ora aceita pelo STF, nada tem a ver com isso. Trata-se de um ardil. No pior dos casos, de um instrumento de chantagem. [email protected]
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Mart'nália lança álbum '+ Misturado' em dois shows no Sesc Pompeia
DE SÃO PAULO A cantora Mart'nália lança seu trabalho mais recente em dois shows no Sesc Pompeia, na sexta (10) e no sábado (11). Com oito canções inéditas e seis regravações, "+ Misturado" é o nome do novo álbum –homenagem às muitas misturas que a artista fez em mais de 30 anos de carreira. Nele, a carioca põe a voz rouca e suingada a serviço de sambas, partidos altos e canções de levada africana, escritas por nomes como Geraldo Azevedo, Gilberto Gil e o congolês Lokua Kanza. Sesc Pompeia - comedoria. R. Clélia, 93, Água Branca, tel. 3871-7700. 800 pessoas. Sex. (10) e sáb. (11): 21h30. 90 min. 18 anos. Ingresso: R$ 12 a R$ 40. - Anna Tréa Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, a multi-instrumentista convida mulheres artistas da nova geração para o show que integra a turnê de seu primeiro álbum autoral, "Clareia". Compõem o time escalado para a apresentação nomes como Tássia Reis e Bruna Caram. Teatro da Rotina. R. Augusta, 912, Consolação, tel. 99127-2624. 50 lugares. Qua. (8): 21h. 90 min. Livre. Estac. a partir de R$ 10 (nº 922). Ingresso: R$ 40. * As Bahias e a Cozinha Mineira Destaque entre os novos nomes do cenário musical brasileiro, o grupo, com vocalistas transexuais entre seus integrantes, faz o lançamento do clipe de "Josefa Maria". Bourbon Street Music Club. R. dos Chanés, 127, Indianópolis, tel. 5095-6100. 450 pessoas. Qua. (8): 21h30. 75 min. 12 anos. Valet a partir de R$ 25. Couvert artístico: R$ 50. * Hermeto Pascoal e Heraldo do Monte Os dois instrumentistas, parceiros de longa data, sobem mais uma vez ao palco acompanhados de seus filhos, Fabio Pascoal e Luiz do Monte. Sesc Pinheiros - teatro Paulo Autran. R. Pais Leme, 195, Pinheiros, tel. 3095-9400. 1.010 lugares. Sáb. (11): 21h. 90 min. 10 anos. Estac. a partir de R$ 12. Ingresso: R$ 12 a R$ 40. * Jake Bugg O cantor e compositor inglês de indie e folk rock, volta ao Brasil para divulgar seu trabalho mais recente, "On My One" (2016). Citibank Hall. Av. das Nações Unidas, 17.955, Vila Almeida, tel. 4003-5588. 5.292 pessoas. Qui. (9): 21h30. 90 min. 16 anos. Valet a partir de R$ 50. Ingresso: R$ 200 a R$ 400. * Osvaldinho da Cuíca Representante da velha guarda paulistana do samba, o compositor e instrumentista celebra 60 anos de carreira. Sesc Belenzinho - teatro. R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, tel. 2076-9700. 392 lugares. Dom. (5): 18h. 90 min. 12 anos. Estac. a partir de R$ 5,50. Ingresso: R$ 6 a R$ 20. * Roberta Miranda Referência na música sertaneja, a cantora faz show de gravação de um novo DVD e convida ao palco cantoras da nova geração, como Marília Mendonça e as duplas Simone & Simaria e Maiara & Maraísa. Espaço das Américas. R. Tagipuru, 795, Barra Funda, tel. 3864-5566. 3.170 lugares. Qua. (8): 22h30. 150 min. 14 anos. Ingresso: R$ 140 a R$ 340. * Tatá Aeroplano Para comemorar 15 anos de carreira, o músico inicia neste dia 6 temporada de quatro shows, sempre às segundas. Na estreia, ele lança o álbum "Cosmic Damião", de sua dupla Frito Sampler, com Julia Valiengo (da banda Trupe Chá de Boldo). Centro da Terra. R. Piracuama, 19, Perdizes, tel. 3675-1595. 80 pessoas. Seg. (6): 20h. 60 min. Livre. Ingresso: R$ 30.
saopaulo
Mart'nália lança álbum '+ Misturado' em dois shows no Sesc PompeiaDE SÃO PAULO A cantora Mart'nália lança seu trabalho mais recente em dois shows no Sesc Pompeia, na sexta (10) e no sábado (11). Com oito canções inéditas e seis regravações, "+ Misturado" é o nome do novo álbum –homenagem às muitas misturas que a artista fez em mais de 30 anos de carreira. Nele, a carioca põe a voz rouca e suingada a serviço de sambas, partidos altos e canções de levada africana, escritas por nomes como Geraldo Azevedo, Gilberto Gil e o congolês Lokua Kanza. Sesc Pompeia - comedoria. R. Clélia, 93, Água Branca, tel. 3871-7700. 800 pessoas. Sex. (10) e sáb. (11): 21h30. 90 min. 18 anos. Ingresso: R$ 12 a R$ 40. - Anna Tréa Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, a multi-instrumentista convida mulheres artistas da nova geração para o show que integra a turnê de seu primeiro álbum autoral, "Clareia". Compõem o time escalado para a apresentação nomes como Tássia Reis e Bruna Caram. Teatro da Rotina. R. Augusta, 912, Consolação, tel. 99127-2624. 50 lugares. Qua. (8): 21h. 90 min. Livre. Estac. a partir de R$ 10 (nº 922). Ingresso: R$ 40. * As Bahias e a Cozinha Mineira Destaque entre os novos nomes do cenário musical brasileiro, o grupo, com vocalistas transexuais entre seus integrantes, faz o lançamento do clipe de "Josefa Maria". Bourbon Street Music Club. R. dos Chanés, 127, Indianópolis, tel. 5095-6100. 450 pessoas. Qua. (8): 21h30. 75 min. 12 anos. Valet a partir de R$ 25. Couvert artístico: R$ 50. * Hermeto Pascoal e Heraldo do Monte Os dois instrumentistas, parceiros de longa data, sobem mais uma vez ao palco acompanhados de seus filhos, Fabio Pascoal e Luiz do Monte. Sesc Pinheiros - teatro Paulo Autran. R. Pais Leme, 195, Pinheiros, tel. 3095-9400. 1.010 lugares. Sáb. (11): 21h. 90 min. 10 anos. Estac. a partir de R$ 12. Ingresso: R$ 12 a R$ 40. * Jake Bugg O cantor e compositor inglês de indie e folk rock, volta ao Brasil para divulgar seu trabalho mais recente, "On My One" (2016). Citibank Hall. Av. das Nações Unidas, 17.955, Vila Almeida, tel. 4003-5588. 5.292 pessoas. Qui. (9): 21h30. 90 min. 16 anos. Valet a partir de R$ 50. Ingresso: R$ 200 a R$ 400. * Osvaldinho da Cuíca Representante da velha guarda paulistana do samba, o compositor e instrumentista celebra 60 anos de carreira. Sesc Belenzinho - teatro. R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, tel. 2076-9700. 392 lugares. Dom. (5): 18h. 90 min. 12 anos. Estac. a partir de R$ 5,50. Ingresso: R$ 6 a R$ 20. * Roberta Miranda Referência na música sertaneja, a cantora faz show de gravação de um novo DVD e convida ao palco cantoras da nova geração, como Marília Mendonça e as duplas Simone & Simaria e Maiara & Maraísa. Espaço das Américas. R. Tagipuru, 795, Barra Funda, tel. 3864-5566. 3.170 lugares. Qua. (8): 22h30. 150 min. 14 anos. Ingresso: R$ 140 a R$ 340. * Tatá Aeroplano Para comemorar 15 anos de carreira, o músico inicia neste dia 6 temporada de quatro shows, sempre às segundas. Na estreia, ele lança o álbum "Cosmic Damião", de sua dupla Frito Sampler, com Julia Valiengo (da banda Trupe Chá de Boldo). Centro da Terra. R. Piracuama, 19, Perdizes, tel. 3675-1595. 80 pessoas. Seg. (6): 20h. 60 min. Livre. Ingresso: R$ 30.
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Último vaqueiro relembra expedição que inspirou 'Grande Sertão: Veredas'
Na viagem que fez pelo sertão de Minas Gerais em 1952, João Guimarães Rosa era conhecido pelos vaqueiros apenas como Joãozito. Hoje, ainda é assim que o último remanescente da expedição se refere ao diplomata e escritor. "Joãozito era meio caladão, mas engraçado. Contava casos e gostava também de ouvir a gente contar para ele. Sempre [estava] com uma cadernetinha pendurada no pescoço. E nela, escrevia as coisas de qualquer jeito", relembra Francisco Guimarães Moreira Filho, 81, mais conhecido como Criolo. A viagem é histórica porque serviu de subsídio para parte da obra de Guimarães Rosa: o conjunto de sete novelas "Corpo de Baile" e para o romance e obra-prima "Grande Sertão: Veredas" –que seria inicialmente uma das histórias de "Corpo de Baile". Ambos os livros foram lançados em 1956, há 60 anos. Criolo tinha 17 anos quando participou da travessia de dez dias do escritor pelo interior de Minas Gerais. A comitiva foi organizada pelo pai de Criolo, Chico Moreira, e saiu da fazenda Sirga, onde hoje é o município de Três Marias, para levar 180 cabeças de gado até a fazenda São Francisco, em Araçaí, a 240 km de distância. Guimarães Rosa (1908-1967) era primo de Chico e foi junto para conhecer o dia a dia do sertanejo. Aprendeu a andar de cavalo, a tocar boiada e, quando voltou para casa, no Rio de Janeiro, levou um papagaio. Quatro anos depois, publicou os dois livros. Em "Corpo de Baile" (1956), um personagem inspirado no capataz Manuelzão (Manuel Nardi, morto em 1997) está no título de uma das novelas. "O sucesso dele como escritor foi 'Grande Sertão', e saiu dessa viagem da boiada", diz à Folha Criolo, que ganhou o apelido ainda na infância –uma ironia por ser branco demais. Numa sala de sua pequena empresa em Sete Lagoas (MG), onde aluga guinchos, Criolo espalhou fotos da expedição nas paredes, que foram registradas pela revista "O Cruzeiro". Uma placa diz: "A origem do Grande Sertão: Veredas". Mas, do livro mesmo, Criolo conhece apenas o título. "Não consegui ler, nem papai. Apesar de ser pessoa estudada, ele não conseguiu entender o palavreado." Em 2007, para iniciar a comemoração do centenário do nascimento do escritor, Criolo refez a viagem, que também durou dez dias, acompanhado de mais 40 pessoas. 'SAUDADES DAÍ' "Chico, saudades daí tenho sempre", diz a carta de Guimarães Rosa emoldurada na parede onde fica o acervo de Criolo. Assinada em 6 de outubro de 1952, ela foi enviada para seu pai. "O papagaio está gordo e alegre, magnífico. Aprendeu muita conversa carioca, mas não se esqueceu do repertório sertanejo: (...) sabe chamar as vacas, com notável entusiasmo", escreveu Guimarães Rosa. Da comitiva de nove vaqueiros que acompanhou o escritor, Manuelzão se tornou o mais conhecido e morreu como uma figura mítica do sertão de Minas Gerais. Já Chico Moreira, que era o dono da fazenda e foi quem viabilizou a expedição, é pouco lembrado. De acordo com o filho, ele tentou ajudar ao máximo Guimarães Rosa a se adaptar à viagem. Mandou, inclusive, um funcionário ir antecipadamente de uma fazenda a outra com uma mula mansa para o diplomata cavalgar. Mas foi Manuelzão quem ensinou Guimarães Rosa a montar. Criolo reclama que as fotos da expedição foram retiradas de exposição no museu Casa de Guimarães Rosa, que fica em Cordisburgo (MG), onde o escritor nasceu. Para ele, só querem que o escritor apareça em fotos usando smoking. "Não querem que fale que ele foi peão, que andou a cavalo, que tocou boiada. Querem que ele só seja alta sociedade", queixa-se. Procurada, a coordenação do museu informou que as exposições são temporárias e trocadas constantemente. Também informa que as fotos da expedição continuam, sim, a fazer parte do acervo do museu.
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Último vaqueiro relembra expedição que inspirou 'Grande Sertão: Veredas'Na viagem que fez pelo sertão de Minas Gerais em 1952, João Guimarães Rosa era conhecido pelos vaqueiros apenas como Joãozito. Hoje, ainda é assim que o último remanescente da expedição se refere ao diplomata e escritor. "Joãozito era meio caladão, mas engraçado. Contava casos e gostava também de ouvir a gente contar para ele. Sempre [estava] com uma cadernetinha pendurada no pescoço. E nela, escrevia as coisas de qualquer jeito", relembra Francisco Guimarães Moreira Filho, 81, mais conhecido como Criolo. A viagem é histórica porque serviu de subsídio para parte da obra de Guimarães Rosa: o conjunto de sete novelas "Corpo de Baile" e para o romance e obra-prima "Grande Sertão: Veredas" –que seria inicialmente uma das histórias de "Corpo de Baile". Ambos os livros foram lançados em 1956, há 60 anos. Criolo tinha 17 anos quando participou da travessia de dez dias do escritor pelo interior de Minas Gerais. A comitiva foi organizada pelo pai de Criolo, Chico Moreira, e saiu da fazenda Sirga, onde hoje é o município de Três Marias, para levar 180 cabeças de gado até a fazenda São Francisco, em Araçaí, a 240 km de distância. Guimarães Rosa (1908-1967) era primo de Chico e foi junto para conhecer o dia a dia do sertanejo. Aprendeu a andar de cavalo, a tocar boiada e, quando voltou para casa, no Rio de Janeiro, levou um papagaio. Quatro anos depois, publicou os dois livros. Em "Corpo de Baile" (1956), um personagem inspirado no capataz Manuelzão (Manuel Nardi, morto em 1997) está no título de uma das novelas. "O sucesso dele como escritor foi 'Grande Sertão', e saiu dessa viagem da boiada", diz à Folha Criolo, que ganhou o apelido ainda na infância –uma ironia por ser branco demais. Numa sala de sua pequena empresa em Sete Lagoas (MG), onde aluga guinchos, Criolo espalhou fotos da expedição nas paredes, que foram registradas pela revista "O Cruzeiro". Uma placa diz: "A origem do Grande Sertão: Veredas". Mas, do livro mesmo, Criolo conhece apenas o título. "Não consegui ler, nem papai. Apesar de ser pessoa estudada, ele não conseguiu entender o palavreado." Em 2007, para iniciar a comemoração do centenário do nascimento do escritor, Criolo refez a viagem, que também durou dez dias, acompanhado de mais 40 pessoas. 'SAUDADES DAÍ' "Chico, saudades daí tenho sempre", diz a carta de Guimarães Rosa emoldurada na parede onde fica o acervo de Criolo. Assinada em 6 de outubro de 1952, ela foi enviada para seu pai. "O papagaio está gordo e alegre, magnífico. Aprendeu muita conversa carioca, mas não se esqueceu do repertório sertanejo: (...) sabe chamar as vacas, com notável entusiasmo", escreveu Guimarães Rosa. Da comitiva de nove vaqueiros que acompanhou o escritor, Manuelzão se tornou o mais conhecido e morreu como uma figura mítica do sertão de Minas Gerais. Já Chico Moreira, que era o dono da fazenda e foi quem viabilizou a expedição, é pouco lembrado. De acordo com o filho, ele tentou ajudar ao máximo Guimarães Rosa a se adaptar à viagem. Mandou, inclusive, um funcionário ir antecipadamente de uma fazenda a outra com uma mula mansa para o diplomata cavalgar. Mas foi Manuelzão quem ensinou Guimarães Rosa a montar. Criolo reclama que as fotos da expedição foram retiradas de exposição no museu Casa de Guimarães Rosa, que fica em Cordisburgo (MG), onde o escritor nasceu. Para ele, só querem que o escritor apareça em fotos usando smoking. "Não querem que fale que ele foi peão, que andou a cavalo, que tocou boiada. Querem que ele só seja alta sociedade", queixa-se. Procurada, a coordenação do museu informou que as exposições são temporárias e trocadas constantemente. Também informa que as fotos da expedição continuam, sim, a fazer parte do acervo do museu.
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Escola e família são tema da 5ª Jornada de Psicanálise de SP
A articulação entre escola e família é o tema da 5ª Jornada de Psicanálise e Educação, que ocorre no próximo sábado (26) em São Paulo. Intitulado "Escola e família: indagações e perplexidades em tempos críticos", o evento acontece das 8h20 às 17h, na sede da SBPSP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo), na avenida Dr. Cardoso de Melo, 1.450, 1º andar, Vila Olímpia. Estão programadas palestras dos psicanalistas Luciana Gentilezza, Luciana Saddi e Antonio Sapienza, da educadora Renata Meirelles, do advogado José Garcez Ghirardi, de Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha, e do compositor Renato Epstein. A abertura do encontro será conduzida pela presidente da SBPSP, Nilde Franch, e pelas coordenadoras Regina Elisabeth Lordello Coimbra e Marina Kon Bilenky. As inscrições vão de R$ 60 a R$ 150. Mais informações no site sbpsp.org.br.
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Escola e família são tema da 5ª Jornada de Psicanálise de SPA articulação entre escola e família é o tema da 5ª Jornada de Psicanálise e Educação, que ocorre no próximo sábado (26) em São Paulo. Intitulado "Escola e família: indagações e perplexidades em tempos críticos", o evento acontece das 8h20 às 17h, na sede da SBPSP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo), na avenida Dr. Cardoso de Melo, 1.450, 1º andar, Vila Olímpia. Estão programadas palestras dos psicanalistas Luciana Gentilezza, Luciana Saddi e Antonio Sapienza, da educadora Renata Meirelles, do advogado José Garcez Ghirardi, de Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha, e do compositor Renato Epstein. A abertura do encontro será conduzida pela presidente da SBPSP, Nilde Franch, e pelas coordenadoras Regina Elisabeth Lordello Coimbra e Marina Kon Bilenky. As inscrições vão de R$ 60 a R$ 150. Mais informações no site sbpsp.org.br.
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Leitores divergem sobre Paulista fechada para carros aos domingos
A presidente da Associação Paulista Viva, Vilma Perammezza, parece uma espécie de "dona" da avenida (Paulista deve fechar para carros aos domingos; comércio reage). Ela surge como espécie de porta-voz de comerciantes. Ora, quem anda a pé, de metrô e bike não consome? Em países desenvolvidos, como a Alemanha, o domingo é de descanso. Aqui inventaram as lojas abertas nesse dia, como se fosse fundamental. MAURO CEZAR PEREIRA (São Paulo, SP) * * Concordo com a Associação Paulista Viva sobre fechamento da Paulista aos domingos. A ação irá prejudicar muita gente, como os moradores e os comerciantes. A Paulista deve ser um lugar democrático, de convívio entre carros, bicicletas, lojistas, pedestres e skatistas. A segurança da região pode ficar comprometida, pois haverá um afluxo maior de público nas imediações, atraindo toda sorte de pessoas e aumentando o número de ocorrências policiais. ALVARO BATISTA CAMILO, deputado estadual e coronel da reserva da PM (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores divergem sobre Paulista fechada para carros aos domingosA presidente da Associação Paulista Viva, Vilma Perammezza, parece uma espécie de "dona" da avenida (Paulista deve fechar para carros aos domingos; comércio reage). Ela surge como espécie de porta-voz de comerciantes. Ora, quem anda a pé, de metrô e bike não consome? Em países desenvolvidos, como a Alemanha, o domingo é de descanso. Aqui inventaram as lojas abertas nesse dia, como se fosse fundamental. MAURO CEZAR PEREIRA (São Paulo, SP) * * Concordo com a Associação Paulista Viva sobre fechamento da Paulista aos domingos. A ação irá prejudicar muita gente, como os moradores e os comerciantes. A Paulista deve ser um lugar democrático, de convívio entre carros, bicicletas, lojistas, pedestres e skatistas. A segurança da região pode ficar comprometida, pois haverá um afluxo maior de público nas imediações, atraindo toda sorte de pessoas e aumentando o número de ocorrências policiais. ALVARO BATISTA CAMILO, deputado estadual e coronel da reserva da PM (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Escola que oferece cursos de mecânica automotiva vira franquia
DE SÃO PAULO A empresária Sandra Nalli fundou a Escola do Mecânico, em 2011, para ampliar as opções de formação de profissionais para o setor de reparos de automóveis. A ideia, que começou com apenas uma sala em Campinas, interior de São Paulo, se expandiu para outras partes do Estado e do país. Hoje, a escola já conta com seis unidades e até o fim de 2017 a empresa planeja inaugurar mais 20, com foco no Sul e Sudeste. Nalli conta que 70% dos alunos são jovens em busca do primeiro emprego, e 30% são profissionais que já atuam na área e estão procurando alguma especialização. "Os carros evoluíram, e o número de marcas e modelos aumentou. Nem todos os profissionais conseguiram acompanhar", diz Nalli. Um curso completo de formação básica para mecânico de carros sai por R$ 2.280. O investimento inicial, de acordo com a empresária, foi de R$ 40 mil. Ao longo de seis anos, cerca de R$ 2 milhões já foram investidos no negócio, que foi formatado para se tornar franquia em 2015. Uma unidade da escola no modelo de franquia pode ser adquirida por um valor a partir de R$ 200 mil. Nalli diz que a perspectiva é de que a empresa alcance o faturamento de R$ 3 milhões até o final deste ano.
sobretudo
Escola que oferece cursos de mecânica automotiva vira franquia DE SÃO PAULO A empresária Sandra Nalli fundou a Escola do Mecânico, em 2011, para ampliar as opções de formação de profissionais para o setor de reparos de automóveis. A ideia, que começou com apenas uma sala em Campinas, interior de São Paulo, se expandiu para outras partes do Estado e do país. Hoje, a escola já conta com seis unidades e até o fim de 2017 a empresa planeja inaugurar mais 20, com foco no Sul e Sudeste. Nalli conta que 70% dos alunos são jovens em busca do primeiro emprego, e 30% são profissionais que já atuam na área e estão procurando alguma especialização. "Os carros evoluíram, e o número de marcas e modelos aumentou. Nem todos os profissionais conseguiram acompanhar", diz Nalli. Um curso completo de formação básica para mecânico de carros sai por R$ 2.280. O investimento inicial, de acordo com a empresária, foi de R$ 40 mil. Ao longo de seis anos, cerca de R$ 2 milhões já foram investidos no negócio, que foi formatado para se tornar franquia em 2015. Uma unidade da escola no modelo de franquia pode ser adquirida por um valor a partir de R$ 200 mil. Nalli diz que a perspectiva é de que a empresa alcance o faturamento de R$ 3 milhões até o final deste ano.
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Chefs revolucionam a cozinha chilena em Santiago, capital do país
O Chile é mundialmente famoso pelo seu vinho, mas até recentemente sua comida não era conhecida para além de suas fronteiras. Agora, vários chefs na capital do país estão revolucionando a cozinha chilena, uma mordida por vez. Enquanto alguns chefs estão reacordando os pratos ancestrais dos indígenas Mapuche e Rapa Nui, outros estão reimaginando cardápios típicos ao experimentar com ingredientes locais, incluindo flores comestíveis de lugares como a Patagônia e os picos gelados da cordilheira dos Andes. Fãs de gastronomia do mundo todo estão viajando para Santiago para ter um gostinho de alguns restaurantes. A cidade, de sete milhões de habitantes, é tradicionalmente mais conhecida pela sua comida de rua, como sanduíches de carne e cachorros-quente lambuzados com creme de abacate, do que por sua alta gastronomia. A comida típica chilena normalmente não é apimentada ou preparada de forma exótica e inclui empanadas, sopas de frutos do mar e caçarola de milho. "A comida chilena nunca foi tão importante como é agora" disse o chef Rodolfo Guzman, cujo restaurante, Borago, foi nomeado na disputada lista dos 50 melhores restaurantes do mundo, no caso da América Latina, da San Pellegrino. "Nós desenvolvemos em nossas cozinhas toda essa comida que os mapuche tem comido por centenas de anos." Guzman abriu seu restaurante em 2007 depois de trabalhar no espanhol Mugaritz, tido como um dos melhores restaurantes do mundo. Desde então, vários sous chefs que trabalharam no Borago abriram suas próprias casas. Então, o que mudou? "O Chile finalmente parou de olhar para fora e passou a olhar para si mesmo" disse o chileno e jornalista de gastronomia, Daniel Greve. "É a revolução de olhar para as nossas raízes e a cultura indígena, para o que é interessante no cozinhar de nossas mães e avós, e de desejar recriar um panorama." No restaurante Peumayen, o chef Juan Manuel Pena serve pequenos pedaços de pães que são enfileirados geograficamente, de norte a sul do país. Entre eles, o "poe", um bolo de banana dos rapa nui, habitantes da Ilha de Páscoa, o remoto território chileno, no sul do Pacífico, anexado em 1888. Os pães exóticos são seguidos por aperitivos, incluindo frango com purê de cebola, cogumelos e morangos, carne de cavalo e uma salada de alga marinha com vinho branco. "Há alguns anos atrás, nós ainda estávamos discutindo entre chefs o que consistia o sabor chileno. O que é gastronomia chilena?" disse Pena, um argentino que viveu no Chile pela última década. "Mas agora está resolvido. Nós demos um passo a frente." No Carlo Cocina Mercado Gourmet, isso significa reinventar como ingredientes tradicionais são servidos, como dispor pedaços de ceviche ou um pouco de "tomatican" –um molho de tomate, milho e cebola – em porções individuais. O restaurante em estilo mercado gourmet também vendo produtos locais como água engarrafada da Patagônia e azeitonas do deserto do Atacama. "Por muito tempo, o Chile mostrou a si mesmo em termos de produtos" como vinho ou azeite de oliva, disse Carlo Von Muhlenbrock, um chef chileno que é dono de um restaurante e apresenta um programa de rádio e TV sobre cozinha local. "Mas o Chile agora está tomando riscos." Pratos no Borago incluem enguia grelhado servida com um purê cozinhado sobre uma pedra do mar e mergulhado dentro de um caldo marrom com gosto de soja feito a partir das raízes de "cochayuyo", uma alga marinha chilena. Um ensopado tradicional conhecido como "chupe", preparado normalmente com frutos do mar, mas que, nesse caso, é feito com cogumelos e decorado com finas folhas de plantas selvagens crocantes que, ao morder, se parecem com asas de inseto. "Eu não conhecia nada sobre cozinha chilena, mas eu gostei tanto do Borago que comi lá duas noites seguidas" disse Brandon Hensinger, fã de gastronomia, cujo objetivo é experimentar todos os melhores restaurantes da América Latina. A cozinha latino americana tem ganho respeito mundialmente graças a mestres como o peruano Gaston Acurio, que abriu mais de uma dúzia de restaurantes ao redor do mundo, incluindo a franquia Astrid & Gaston. Agora, o Chile está começando a aparecer no radar gastronômico internacional. Os ingredientes dos pratos desenvolvidos são tão abrangentes quanto a geografia chilena. Eles incluem desde azeitonas frescas, que crescem em um dos desertos mais secos do mundo, até "merquen" uma mistura de pimentas vermelhas defumadas com sementes de coentro nativas da região sul de Araucania, que os mapuches clamam como seu território ancestral. Enquanto os chefs de Santigo estão aumentando com sucesso a fama da cozinha chilena fora do país, o governo precisa promover seus esforços em casa também, disse Maria Canabal, uma escritora de gastronomia de Paris. "É um fenômeno isolado, porque a maioria dos restaurantes do país não são de alta cozinha ou não oferecem ingredientes indígenas", disse Canabal. "Eu só espero que [o fenômeno] inspire outros a fazer o mesmo."
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Chefs revolucionam a cozinha chilena em Santiago, capital do paísO Chile é mundialmente famoso pelo seu vinho, mas até recentemente sua comida não era conhecida para além de suas fronteiras. Agora, vários chefs na capital do país estão revolucionando a cozinha chilena, uma mordida por vez. Enquanto alguns chefs estão reacordando os pratos ancestrais dos indígenas Mapuche e Rapa Nui, outros estão reimaginando cardápios típicos ao experimentar com ingredientes locais, incluindo flores comestíveis de lugares como a Patagônia e os picos gelados da cordilheira dos Andes. Fãs de gastronomia do mundo todo estão viajando para Santiago para ter um gostinho de alguns restaurantes. A cidade, de sete milhões de habitantes, é tradicionalmente mais conhecida pela sua comida de rua, como sanduíches de carne e cachorros-quente lambuzados com creme de abacate, do que por sua alta gastronomia. A comida típica chilena normalmente não é apimentada ou preparada de forma exótica e inclui empanadas, sopas de frutos do mar e caçarola de milho. "A comida chilena nunca foi tão importante como é agora" disse o chef Rodolfo Guzman, cujo restaurante, Borago, foi nomeado na disputada lista dos 50 melhores restaurantes do mundo, no caso da América Latina, da San Pellegrino. "Nós desenvolvemos em nossas cozinhas toda essa comida que os mapuche tem comido por centenas de anos." Guzman abriu seu restaurante em 2007 depois de trabalhar no espanhol Mugaritz, tido como um dos melhores restaurantes do mundo. Desde então, vários sous chefs que trabalharam no Borago abriram suas próprias casas. Então, o que mudou? "O Chile finalmente parou de olhar para fora e passou a olhar para si mesmo" disse o chileno e jornalista de gastronomia, Daniel Greve. "É a revolução de olhar para as nossas raízes e a cultura indígena, para o que é interessante no cozinhar de nossas mães e avós, e de desejar recriar um panorama." No restaurante Peumayen, o chef Juan Manuel Pena serve pequenos pedaços de pães que são enfileirados geograficamente, de norte a sul do país. Entre eles, o "poe", um bolo de banana dos rapa nui, habitantes da Ilha de Páscoa, o remoto território chileno, no sul do Pacífico, anexado em 1888. Os pães exóticos são seguidos por aperitivos, incluindo frango com purê de cebola, cogumelos e morangos, carne de cavalo e uma salada de alga marinha com vinho branco. "Há alguns anos atrás, nós ainda estávamos discutindo entre chefs o que consistia o sabor chileno. O que é gastronomia chilena?" disse Pena, um argentino que viveu no Chile pela última década. "Mas agora está resolvido. Nós demos um passo a frente." No Carlo Cocina Mercado Gourmet, isso significa reinventar como ingredientes tradicionais são servidos, como dispor pedaços de ceviche ou um pouco de "tomatican" –um molho de tomate, milho e cebola – em porções individuais. O restaurante em estilo mercado gourmet também vendo produtos locais como água engarrafada da Patagônia e azeitonas do deserto do Atacama. "Por muito tempo, o Chile mostrou a si mesmo em termos de produtos" como vinho ou azeite de oliva, disse Carlo Von Muhlenbrock, um chef chileno que é dono de um restaurante e apresenta um programa de rádio e TV sobre cozinha local. "Mas o Chile agora está tomando riscos." Pratos no Borago incluem enguia grelhado servida com um purê cozinhado sobre uma pedra do mar e mergulhado dentro de um caldo marrom com gosto de soja feito a partir das raízes de "cochayuyo", uma alga marinha chilena. Um ensopado tradicional conhecido como "chupe", preparado normalmente com frutos do mar, mas que, nesse caso, é feito com cogumelos e decorado com finas folhas de plantas selvagens crocantes que, ao morder, se parecem com asas de inseto. "Eu não conhecia nada sobre cozinha chilena, mas eu gostei tanto do Borago que comi lá duas noites seguidas" disse Brandon Hensinger, fã de gastronomia, cujo objetivo é experimentar todos os melhores restaurantes da América Latina. A cozinha latino americana tem ganho respeito mundialmente graças a mestres como o peruano Gaston Acurio, que abriu mais de uma dúzia de restaurantes ao redor do mundo, incluindo a franquia Astrid & Gaston. Agora, o Chile está começando a aparecer no radar gastronômico internacional. Os ingredientes dos pratos desenvolvidos são tão abrangentes quanto a geografia chilena. Eles incluem desde azeitonas frescas, que crescem em um dos desertos mais secos do mundo, até "merquen" uma mistura de pimentas vermelhas defumadas com sementes de coentro nativas da região sul de Araucania, que os mapuches clamam como seu território ancestral. Enquanto os chefs de Santigo estão aumentando com sucesso a fama da cozinha chilena fora do país, o governo precisa promover seus esforços em casa também, disse Maria Canabal, uma escritora de gastronomia de Paris. "É um fenômeno isolado, porque a maioria dos restaurantes do país não são de alta cozinha ou não oferecem ingredientes indígenas", disse Canabal. "Eu só espero que [o fenômeno] inspire outros a fazer o mesmo."
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Leitores comentam esquemas de corrupção em SP e na Petrobras
Demorou, mas enfim a corte italiana agiu de forma justa e correta no combate à corrupção e à impunidade. Criminosos como Pizzolato devem pagar pelos seus crimes, que lesaram toda a sociedade brasileira, e não podem ficar impunes. RENATO KHAIR (São Paulo, SP) * A frase final da coluna "Traído de novo", demonstra toda a filosofia petista. O jornalista Rogério Gentile questiona se Delúbio Soares, tesoureiro do PT no mensalão, é aplaudido de pé nas reuniões do PT por ter feito aquilo de que foi acusado ou se por ter ficado calado na cadeia. Creio que o aplauso seja pelas duas supostas virtudes. JAMES AKEL (São Paulo, SP) * O leitor Cláudio Moschella afirma que os escândalos na Petrobras tiveram início no governo Lula. No "Painel", Vera Magalhães informa que o delator Augusto Mendonça declara que os desvios da Petrobras começaram no governo FHC. Por que não se faz uma investigação isenta para esclarecer quando realmente foi o início? JALSON DE ARAÚJO ABREU (São Paulo, SP) * É por isso que mesmo os bons se animam a se tornarem maus: impunidade. Até mesmo o governador Alckmin elogia a absolvição de pessoas envolvidas com pagamento de propina em seu governo. SÉRGIO EDUARDO MAURER (Taubaté, SP) * Os dois ex-secretários de São Paulo que foram acusados por um ex-diretor da Siemens de participação num suposto pagamento de propinas em obras do Metrô e da CPTM, o chamado "trensalão", foram absolvidos pelo STF. Vale a comparação: a delação premiada não deve condenar sem o direito de defesa nem ser usada com conotação político-partidária, como na Operação Lava Jato. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) * Assim como o promotor de justiça Roberto Porto, também não aguentamos mais a corrupção em nosso país. Porém, quando precisamos que o Ministério Público aja de maneira independente, ele fica a dever. O exemplo mais claro é o do cartel do Metrô e dos trens de São Paulo. MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP) * Excelente o texto do promotor. Relembra bem os dispostos na declaração final do 4º Fórum Global de Combate à Corrupção, de que a corrupção impõe "ameaças à democracia, ao crescimento econômico e ao Estado de Direito". Assim, se já há uma ampla expectativa de punições às pessoas físicas, por que não estendê-las às pessoas jurídicas? Se queremos de fato acabar com a corrupção, a Justiça tem que usar todas as suas armas. Mas, para que isso aconteça, precisará se fortalecer. JURCY QUERIDO MOREIRA (Guaratinguetá, SP) * Monteiro Lobato é conhecido como nosso insuperável ficcionista infantil. Entretanto, seu interesse pelos destinos desta sofrida pátria o levaria às masmorras de Getúlio, com o "Escândalo do Petróleo". Há certos gênios cindidos entre a árida insensatez da política e a magia maravilhosa e feliz da ficção, ainda mais colorida quando se trata do imaginário infantil. Parece que no inconsciente de nosso Lobato foram previstas muitas reinações, não infantis e, sim, deletérias, em nossa Petrobras, demolida por quadrúpedes insaciáveis e falantes. AMADEU R. GARRIDO DE PAULA (São Paulo, SP) * O ex-diretor Renato Duque, com fortuna no exterior, está em liberdade por ordem do STF. Seu adjunto, ex-gerente Pedro Barusco, preso em delação, devolve quase 100 milhões de dólares. Como se explica a Justiça ter ter dado decisões diferentes para o mesmo caso? REINALDO CAMMAROSANO (Santos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores comentam esquemas de corrupção em SP e na PetrobrasDemorou, mas enfim a corte italiana agiu de forma justa e correta no combate à corrupção e à impunidade. Criminosos como Pizzolato devem pagar pelos seus crimes, que lesaram toda a sociedade brasileira, e não podem ficar impunes. RENATO KHAIR (São Paulo, SP) * A frase final da coluna "Traído de novo", demonstra toda a filosofia petista. O jornalista Rogério Gentile questiona se Delúbio Soares, tesoureiro do PT no mensalão, é aplaudido de pé nas reuniões do PT por ter feito aquilo de que foi acusado ou se por ter ficado calado na cadeia. Creio que o aplauso seja pelas duas supostas virtudes. JAMES AKEL (São Paulo, SP) * O leitor Cláudio Moschella afirma que os escândalos na Petrobras tiveram início no governo Lula. No "Painel", Vera Magalhães informa que o delator Augusto Mendonça declara que os desvios da Petrobras começaram no governo FHC. Por que não se faz uma investigação isenta para esclarecer quando realmente foi o início? JALSON DE ARAÚJO ABREU (São Paulo, SP) * É por isso que mesmo os bons se animam a se tornarem maus: impunidade. Até mesmo o governador Alckmin elogia a absolvição de pessoas envolvidas com pagamento de propina em seu governo. SÉRGIO EDUARDO MAURER (Taubaté, SP) * Os dois ex-secretários de São Paulo que foram acusados por um ex-diretor da Siemens de participação num suposto pagamento de propinas em obras do Metrô e da CPTM, o chamado "trensalão", foram absolvidos pelo STF. Vale a comparação: a delação premiada não deve condenar sem o direito de defesa nem ser usada com conotação político-partidária, como na Operação Lava Jato. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) * Assim como o promotor de justiça Roberto Porto, também não aguentamos mais a corrupção em nosso país. Porém, quando precisamos que o Ministério Público aja de maneira independente, ele fica a dever. O exemplo mais claro é o do cartel do Metrô e dos trens de São Paulo. MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP) * Excelente o texto do promotor. Relembra bem os dispostos na declaração final do 4º Fórum Global de Combate à Corrupção, de que a corrupção impõe "ameaças à democracia, ao crescimento econômico e ao Estado de Direito". Assim, se já há uma ampla expectativa de punições às pessoas físicas, por que não estendê-las às pessoas jurídicas? Se queremos de fato acabar com a corrupção, a Justiça tem que usar todas as suas armas. Mas, para que isso aconteça, precisará se fortalecer. JURCY QUERIDO MOREIRA (Guaratinguetá, SP) * Monteiro Lobato é conhecido como nosso insuperável ficcionista infantil. Entretanto, seu interesse pelos destinos desta sofrida pátria o levaria às masmorras de Getúlio, com o "Escândalo do Petróleo". Há certos gênios cindidos entre a árida insensatez da política e a magia maravilhosa e feliz da ficção, ainda mais colorida quando se trata do imaginário infantil. Parece que no inconsciente de nosso Lobato foram previstas muitas reinações, não infantis e, sim, deletérias, em nossa Petrobras, demolida por quadrúpedes insaciáveis e falantes. AMADEU R. GARRIDO DE PAULA (São Paulo, SP) * O ex-diretor Renato Duque, com fortuna no exterior, está em liberdade por ordem do STF. Seu adjunto, ex-gerente Pedro Barusco, preso em delação, devolve quase 100 milhões de dólares. Como se explica a Justiça ter ter dado decisões diferentes para o mesmo caso? REINALDO CAMMAROSANO (Santos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Interlagos ganha novas áreas para tirar equipes do aperto
Para quem assiste ao GP Brasil de Fórmula 1 do sofá de casa ou até mesmo das arquibancadas pode ser difícil perceber o tamanho da transformação de Interlagos. O traçado continua igual, e até o asfalto é o mesmo de 2014. Do outro lado das catracas, porém, as cerca de 7.000 pessoas que trabalham nos boxes e no paddock irão se deparar com o que talvez seja a maior reforma dos 75 anos de história do circuito. Antes instaladas em abrigos provisórios ou contêineres, as equipes inauguram nesta semana o novo prédio de apoio, onde terão seus escritórios -passarão de 70 para 210 metros quadrados. Haverá também quatro boxes auxiliares, aumentando o espaço para os times. "Tenho certeza de que as equipes irão adorar. Interlagos era o pior autódromo do mundo para elas", disse Bernie Ecclestone, chefe da FOM, empresa que controla a F-1. A reforma de Interlagos Devido a atrasos no processo de licitação, porém, a reforma não está completa. O edifício de apoio terá dois pavimentos finalizados apenas em 2016. Outro prédio novo, o Centro Operacional, abrirá agora dois andares com áreas VIPs. Outros três pavimentos ficarão para o ano que vem. Os novos boxes, maiores e com divisórias móveis, e a cobertura do paddock também não estão prontos. "Não valia o risco tentar terminar em 2015. Se derrubássemos os boxes e algo desse errado, não teria corrida. Focamos nas áreas de apoio", diz o secretário de obras do município, Roberto Garibe. Uma galeria técnica, que organiza fios, cabos e canos já foi finalizada e tornará o autódromo mais seguro. A última fase da reforma deve ir de janeiro a setembro. O custo total é R$ 144 milhões. Mesmo ainda incompletas, as novidades devem trazer um respiro. No paddock, as equipes ficavam apertadas. Pilotos, jornalistas, dirigentes e membros dos times se esbarravam e tinham de disputar espaço com mecânicos e pneus indo e vindo. As áreas para refeições também eram bem acanhadas. "O paddock ganhou dois metros de largura [de 8 m para 10 m]. Parece pouco, mas já muda para melhor toda a circulação", diz Luis Ernesto Morales, engenheiro-chefe da organização do GP Brasil. Em outros autódromos, principalmente os mais novos, como de Xangai e Abu Dhabi, as equipes ocupam grandes áreas. Esta configuração acaba criando uma atmosfera diversa da que se vê em Interlagos, onde há mais interação entre funcionários de times diferentes. Para muitos na F-1, este é um charme do autódromo brasileiro. E isto a reforma não deve mudar. "Vai continuar sendo um lugar agradável, onde os membros de equipes diferentes vão se encontrar mais, como acontecia antigamente", diz Ecclestone. "É algo que falta na Fórmula 1 atual." Cronologia de Interlagos
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Interlagos ganha novas áreas para tirar equipes do apertoPara quem assiste ao GP Brasil de Fórmula 1 do sofá de casa ou até mesmo das arquibancadas pode ser difícil perceber o tamanho da transformação de Interlagos. O traçado continua igual, e até o asfalto é o mesmo de 2014. Do outro lado das catracas, porém, as cerca de 7.000 pessoas que trabalham nos boxes e no paddock irão se deparar com o que talvez seja a maior reforma dos 75 anos de história do circuito. Antes instaladas em abrigos provisórios ou contêineres, as equipes inauguram nesta semana o novo prédio de apoio, onde terão seus escritórios -passarão de 70 para 210 metros quadrados. Haverá também quatro boxes auxiliares, aumentando o espaço para os times. "Tenho certeza de que as equipes irão adorar. Interlagos era o pior autódromo do mundo para elas", disse Bernie Ecclestone, chefe da FOM, empresa que controla a F-1. A reforma de Interlagos Devido a atrasos no processo de licitação, porém, a reforma não está completa. O edifício de apoio terá dois pavimentos finalizados apenas em 2016. Outro prédio novo, o Centro Operacional, abrirá agora dois andares com áreas VIPs. Outros três pavimentos ficarão para o ano que vem. Os novos boxes, maiores e com divisórias móveis, e a cobertura do paddock também não estão prontos. "Não valia o risco tentar terminar em 2015. Se derrubássemos os boxes e algo desse errado, não teria corrida. Focamos nas áreas de apoio", diz o secretário de obras do município, Roberto Garibe. Uma galeria técnica, que organiza fios, cabos e canos já foi finalizada e tornará o autódromo mais seguro. A última fase da reforma deve ir de janeiro a setembro. O custo total é R$ 144 milhões. Mesmo ainda incompletas, as novidades devem trazer um respiro. No paddock, as equipes ficavam apertadas. Pilotos, jornalistas, dirigentes e membros dos times se esbarravam e tinham de disputar espaço com mecânicos e pneus indo e vindo. As áreas para refeições também eram bem acanhadas. "O paddock ganhou dois metros de largura [de 8 m para 10 m]. Parece pouco, mas já muda para melhor toda a circulação", diz Luis Ernesto Morales, engenheiro-chefe da organização do GP Brasil. Em outros autódromos, principalmente os mais novos, como de Xangai e Abu Dhabi, as equipes ocupam grandes áreas. Esta configuração acaba criando uma atmosfera diversa da que se vê em Interlagos, onde há mais interação entre funcionários de times diferentes. Para muitos na F-1, este é um charme do autódromo brasileiro. E isto a reforma não deve mudar. "Vai continuar sendo um lugar agradável, onde os membros de equipes diferentes vão se encontrar mais, como acontecia antigamente", diz Ecclestone. "É algo que falta na Fórmula 1 atual." Cronologia de Interlagos
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Adversário de ocasião
Inimigos externos, reais ou imaginários, costumam ser úteis a governantes em busca de apoio popular. Se não foi decisivo, um conflito com a Turquia parece ter ajudado o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, a derrotar a extrema-direita nas eleições parlamentares desta quarta-feira (15). A Europa recebeu com alívio o resultado do pleito. Temia-se que a Holanda confirmasse o avanço do populismo xenófobo que embala Donald Trump e o Brexit, além da candidatura presidencial de Marine Le Pen na França. Opositor da União Europeia, o extremista holandês Geert Wilders vinha liderando as pesquisas de intenção de voto, mas seu Partido da Liberdade obteve menos cadeiras no Legislativo do que se imaginava. Dias antes, o conservador Rutte viu-se envolvido em uma escaramuça diplomática originada pela ofensiva do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, por mais poder —sua intenção é tornar o país presidencialista por meio de um referendo em 16 de abril. A Holanda, que abriga cerca de 400 mil habitantes de ascendência turca, negou autorização para que o chanceler de Erdogan promovesse um comício político na cidade de Roterdã, em apoio à mudança do regime em sua pátria. Alegaram-se razões de segurança, mas o motivo real é que o governo holandês não se sentia confortável em contribuir para a escalada autoritária do líder turco. Rutte teve a oportunidade de mostrar firmeza. Em outro episódio, a polícia holandesa impediu que chegasse a Roterdã uma ministra da Turquia que fazia campanha em território alemão e havia cruzado a fronteira. O outro lado da moeda é que Erdogan aproveitou-se de maneira ainda mais evidente do entrevero. Suspendeu, de imediato, as relações diplomáticas entre as duas nações e elevou ao absurdo seus ataques retóricos. Tachou a Holanda de fascista e nazista; responsabilizou-a pelo massacre de Srebrenica, na ex-Iugoslávia, em que 8.000 muçulmanos foram assassinados por forças sérvias em 1995. A estratégia para despertar os brios nacionalistas dos turcos foi bem-sucedida. Mesmo o líder da campanha pelo "não" no referendo expressou solidariedade ao presidente e condenou os holandeses. Ao atacar de maneira tão ostensiva e virulenta um país da União Europeia, Erdogan dá sinal de que abandonou os planos de incluir a Turquia na comunidade. Tende a voltar-se mais para o leste, especificamente para a Rússia, com implicações potenciais para o equilíbrio de forças no Oriente Médio. [email protected]
opiniao
Adversário de ocasiãoInimigos externos, reais ou imaginários, costumam ser úteis a governantes em busca de apoio popular. Se não foi decisivo, um conflito com a Turquia parece ter ajudado o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, a derrotar a extrema-direita nas eleições parlamentares desta quarta-feira (15). A Europa recebeu com alívio o resultado do pleito. Temia-se que a Holanda confirmasse o avanço do populismo xenófobo que embala Donald Trump e o Brexit, além da candidatura presidencial de Marine Le Pen na França. Opositor da União Europeia, o extremista holandês Geert Wilders vinha liderando as pesquisas de intenção de voto, mas seu Partido da Liberdade obteve menos cadeiras no Legislativo do que se imaginava. Dias antes, o conservador Rutte viu-se envolvido em uma escaramuça diplomática originada pela ofensiva do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, por mais poder —sua intenção é tornar o país presidencialista por meio de um referendo em 16 de abril. A Holanda, que abriga cerca de 400 mil habitantes de ascendência turca, negou autorização para que o chanceler de Erdogan promovesse um comício político na cidade de Roterdã, em apoio à mudança do regime em sua pátria. Alegaram-se razões de segurança, mas o motivo real é que o governo holandês não se sentia confortável em contribuir para a escalada autoritária do líder turco. Rutte teve a oportunidade de mostrar firmeza. Em outro episódio, a polícia holandesa impediu que chegasse a Roterdã uma ministra da Turquia que fazia campanha em território alemão e havia cruzado a fronteira. O outro lado da moeda é que Erdogan aproveitou-se de maneira ainda mais evidente do entrevero. Suspendeu, de imediato, as relações diplomáticas entre as duas nações e elevou ao absurdo seus ataques retóricos. Tachou a Holanda de fascista e nazista; responsabilizou-a pelo massacre de Srebrenica, na ex-Iugoslávia, em que 8.000 muçulmanos foram assassinados por forças sérvias em 1995. A estratégia para despertar os brios nacionalistas dos turcos foi bem-sucedida. Mesmo o líder da campanha pelo "não" no referendo expressou solidariedade ao presidente e condenou os holandeses. Ao atacar de maneira tão ostensiva e virulenta um país da União Europeia, Erdogan dá sinal de que abandonou os planos de incluir a Turquia na comunidade. Tende a voltar-se mais para o leste, especificamente para a Rússia, com implicações potenciais para o equilíbrio de forças no Oriente Médio. [email protected]
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FMI reduz crescimento do Brasil em 2017 e eleva o de EUA e China
A recuperação da economia brasileira será ainda mais lenta do que se pensava, segundo relatório divulgado nesta segunda (16) pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). A estimativa do Fundo é que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2017 será de 0,2%, menos que os já modestos 0,5% previstos em outubro. Depois de dois anos em queda (-3,8% em 2015 e -3,5% em 2016), o PIB brasileiro começa o ano sob a expectativa de melhora em desaceleração, mesmo entre os mais otimistas. No fim de 2016 o ministério da Fazenda já havia baixado de 1,6% para 1% a estimativa de expansão do PIB neste ano. Projeções de economistas consultados pelo Banco Central no Boletim Focus apontam para crescimento de 0,50% da economia brasileira neste ano. De acordo com o relatório Panorama Econômico Global, uma retomada mais robusta deve acontecer em 2018, quando o Fundo prevê crescimento do PIB brasileiro de 1,5%. A saída mais lenta da recessão no Brasil puxou para baixo o crescimento como um todo da América Latina em 2017, para 1,2%. "Na América Latina, o rebaixamento do crescimento reflete em grande parte as expectativas não cumpridas de uma recuperação de curto prazo na Argentina e no Brasil", diz o relatório, que também cita outros motivos, como condições financeiras mais estritas e a incerteza provocada pela eleição de Donald Trump. EFEITO TRUMP Apesar das dúvidas, o relatório aumenta levemente sua projeção de crescimento dos EUA no primeiro ano de Trump no governo, de 1,8% em outubro para 1,9%. A de 2018 pulou aumentou 0,2 ponto percentual, para 2%. Na apresentação do relatório, Maurice Obstfeld, economista-chefe do FMI, disse que a melhora na previsão de crescimento dos EUA se deve ao bom ritmo do país no último ano e à "provável mudança no mix de políticas" que será conduzida pela equipe econômica do governo Trump. O cenário considerado mais provável pelo Fundo para os EUA, "de uma vasta gama de possibilidades", é que, com Trump, haja "um estímulo fiscal de curto prazo e uma normalização menos gradual da política monetária". Com base nisso, projeta crescimento de 1,9% para este ano e de 2% em 2018. Em 2016, foi de 1,6%. A promessa de estímulo fiscal e investimento em infraestrutura sustenta a expectativa de um empurrão inicial, como mostra a valorização de ativos americanos e da alta do dólar desde a eleição. Mas o FMI observa que a falta de clareza sobre os planos de Trump torna difícil saber em quanto aumentarão os gastos do governo, com "impactos resultantes na demanda agregada, no potencial de produção, no deficit federal e no dólar." CHINA O FMI prevê que a economia global crescerá 3,4% em 2017, depois dos 3,1% em 2016, com base em quatro motores. "Comparando com nosso relatório de outubro, agora achamos que mais desse empurrão virá de perspectivas melhores nos Estados Unidos, na China, na Europa e no Japão". A China é um dos principais fatores para a previsão de uma retomada mais rápida da economia global neste ano, disse Obstfeld. O Fundo elevou em 0,1 ponto percentual sua projeção de crescimento do PIB chinês neste ano, para 6,5% (6% em 2018). A mudança reflete a expectativa de continuidade nos estímulos aprovados pelo governo, afirmou o economista. Ele lembrou, porém, que a expansão do crédito de forma contínua travará as reformas necessárias e poderá levar a um pouso forçado da economia chinesa. "Uma desaceleração acentuada ou conturbada no futuro permanece um risco, dada a contínua e rápida expansão do crédito, dívidas corporativas insolventes e apoio persistente do governo a estatais ineficientes", disse.
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FMI reduz crescimento do Brasil em 2017 e eleva o de EUA e ChinaA recuperação da economia brasileira será ainda mais lenta do que se pensava, segundo relatório divulgado nesta segunda (16) pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). A estimativa do Fundo é que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2017 será de 0,2%, menos que os já modestos 0,5% previstos em outubro. Depois de dois anos em queda (-3,8% em 2015 e -3,5% em 2016), o PIB brasileiro começa o ano sob a expectativa de melhora em desaceleração, mesmo entre os mais otimistas. No fim de 2016 o ministério da Fazenda já havia baixado de 1,6% para 1% a estimativa de expansão do PIB neste ano. Projeções de economistas consultados pelo Banco Central no Boletim Focus apontam para crescimento de 0,50% da economia brasileira neste ano. De acordo com o relatório Panorama Econômico Global, uma retomada mais robusta deve acontecer em 2018, quando o Fundo prevê crescimento do PIB brasileiro de 1,5%. A saída mais lenta da recessão no Brasil puxou para baixo o crescimento como um todo da América Latina em 2017, para 1,2%. "Na América Latina, o rebaixamento do crescimento reflete em grande parte as expectativas não cumpridas de uma recuperação de curto prazo na Argentina e no Brasil", diz o relatório, que também cita outros motivos, como condições financeiras mais estritas e a incerteza provocada pela eleição de Donald Trump. EFEITO TRUMP Apesar das dúvidas, o relatório aumenta levemente sua projeção de crescimento dos EUA no primeiro ano de Trump no governo, de 1,8% em outubro para 1,9%. A de 2018 pulou aumentou 0,2 ponto percentual, para 2%. Na apresentação do relatório, Maurice Obstfeld, economista-chefe do FMI, disse que a melhora na previsão de crescimento dos EUA se deve ao bom ritmo do país no último ano e à "provável mudança no mix de políticas" que será conduzida pela equipe econômica do governo Trump. O cenário considerado mais provável pelo Fundo para os EUA, "de uma vasta gama de possibilidades", é que, com Trump, haja "um estímulo fiscal de curto prazo e uma normalização menos gradual da política monetária". Com base nisso, projeta crescimento de 1,9% para este ano e de 2% em 2018. Em 2016, foi de 1,6%. A promessa de estímulo fiscal e investimento em infraestrutura sustenta a expectativa de um empurrão inicial, como mostra a valorização de ativos americanos e da alta do dólar desde a eleição. Mas o FMI observa que a falta de clareza sobre os planos de Trump torna difícil saber em quanto aumentarão os gastos do governo, com "impactos resultantes na demanda agregada, no potencial de produção, no deficit federal e no dólar." CHINA O FMI prevê que a economia global crescerá 3,4% em 2017, depois dos 3,1% em 2016, com base em quatro motores. "Comparando com nosso relatório de outubro, agora achamos que mais desse empurrão virá de perspectivas melhores nos Estados Unidos, na China, na Europa e no Japão". A China é um dos principais fatores para a previsão de uma retomada mais rápida da economia global neste ano, disse Obstfeld. O Fundo elevou em 0,1 ponto percentual sua projeção de crescimento do PIB chinês neste ano, para 6,5% (6% em 2018). A mudança reflete a expectativa de continuidade nos estímulos aprovados pelo governo, afirmou o economista. Ele lembrou, porém, que a expansão do crédito de forma contínua travará as reformas necessárias e poderá levar a um pouso forçado da economia chinesa. "Uma desaceleração acentuada ou conturbada no futuro permanece um risco, dada a contínua e rápida expansão do crédito, dívidas corporativas insolventes e apoio persistente do governo a estatais ineficientes", disse.
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Índice de cheques sem fundo sobe em outubro e atinge recorde para o mês
O percentual de cheques devolvidos por falta de fundos em outubro atingiu recorde histórico para o mês, informou nesta quarta-feira (18) a Serasa Experian, empresa de análise de informações de crédito. O índice de outubro foi de 2,20%, o equivalente a 1,225 milhão de cheques devolvidos. O percentual foi o maior para o mês desde o início das medições, em 1991. "Este recorde da inadimplência com cheques, tanto no mês de outubro como no acumulado do ano até agora, deve-se principalmente aos impactos do aumento do desemprego, da inflação e das taxas de juros na capacidade de pagamento dos consumidores", afirmaram economistas da Serasa em comunicado à imprensa. Em setembro, o índice havia sido de 2,21%. Em outubro de 2014, os cheques devolvidos corresponderam a 1,97% do total dos compensados naquele mês. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, o percentual de devoluções é de 2,20%, acima dos 2,06% do mesmo período do ano passado.
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Índice de cheques sem fundo sobe em outubro e atinge recorde para o mêsO percentual de cheques devolvidos por falta de fundos em outubro atingiu recorde histórico para o mês, informou nesta quarta-feira (18) a Serasa Experian, empresa de análise de informações de crédito. O índice de outubro foi de 2,20%, o equivalente a 1,225 milhão de cheques devolvidos. O percentual foi o maior para o mês desde o início das medições, em 1991. "Este recorde da inadimplência com cheques, tanto no mês de outubro como no acumulado do ano até agora, deve-se principalmente aos impactos do aumento do desemprego, da inflação e das taxas de juros na capacidade de pagamento dos consumidores", afirmaram economistas da Serasa em comunicado à imprensa. Em setembro, o índice havia sido de 2,21%. Em outubro de 2014, os cheques devolvidos corresponderam a 1,97% do total dos compensados naquele mês. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, o percentual de devoluções é de 2,20%, acima dos 2,06% do mesmo período do ano passado.
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Conheça seis mercados de Natal na Europa
A beleza arquitetônica de destinos como Viena (Áustria), Praga (República Tcheca) e Paris (França) encanta qualquer visitante, em qualquer época. Mas o Natal costuma reservar uma dose extra de encanto nas ruas de cidades como essas. É quando muitas praças são tomadas por barracas temáticas e decoração típica e se transformam em mercados de Natal –ou "marché de Noël" na França, "Weihnachtsmarkt" na Alemanha... Com um quê "kitsch", eles são boa sugestão de passeio para bater perna, comprar itens decorativos ou fazer uma refeição cheia de guloseimas típicas –vinho quente e biscoitos de gengibre são quase obrigatórios nos "cardápios". O "Turismo" fez uma seleção de alguns dos mais tradicionais e belos para visitar. * No mais tradicional mercado de Natal da capital austríaca, mais de 150 barracas –que vendem de ornamentos a vinho quente– são montadas na frente do prédio neogótico da prefeitura. Outros locais que recebem as feirinhas incluem o palácio Schönbrunn e a praça Maria-Theresien. Saiba mais aqui (em inglês). * A tradição de mercados de Natal é muito forte na Alemanha –acredita-se que eles tenham nascido no país, em Nuremberg, no começo do século 17. Pois o de Stuttgart é um dos maiores e mais antigos da Europa (existe desde 1692). Na praça Schlossplatz espalham-se quase 300 barracas, que competem pela melhor decoração e vendem brinquedos, itens decorativos, comidas típicas, presépios de madeira e, como não podia faltar, cerveja. Saiba mais aqui (em inglês). * É um dos mercados de Natal mais famosos da Holanda. O centro da cidade fica todo iluminado, com o mote "Maastricht mágica", e a praça Vrijthof recebe uma pista de patinação no gelo. Saiba mais aqui. * O mercado de Natal da avenida Champs Elysées teve sua abertura adiada neste ano, como desdobramento dos ataques terroristas de 14 de novembro. As barracas, que se espalham pelas calçadas de uma das avenidas mais famosas da capital francesa, se tornam atração turística tão popular quanto a torre Eiffel ou a catedral de Notre Dame. Outros mercados também são montados no bairro de Montparnasse, na esplanada de La Défense e na frente da Notre Dame. Saiba mais aqui (em inglês). * Em Esslingen, próximo a Stuttgart, as barracas são montadas em meio ao cenário medieval da cidade. O mercado termina em 22 de dezembro. Saiba mais aqui (em inglês). * A praça da Cidade Velha recebe uma imensa árvore de Natal e o principal mercado da capital tcheca. Mas toda a cidade se enfeita e recebe barracas de comidas típicas da época, como o "medovina", vinho quente com mel, e carpas (o peixe é tradicionalmente servido na ceia do dia 24 no país). Também há feiras de Natal nas praças Havelské, Venceslau e da República. Saiba mais aqui (em inglês).
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Conheça seis mercados de Natal na EuropaA beleza arquitetônica de destinos como Viena (Áustria), Praga (República Tcheca) e Paris (França) encanta qualquer visitante, em qualquer época. Mas o Natal costuma reservar uma dose extra de encanto nas ruas de cidades como essas. É quando muitas praças são tomadas por barracas temáticas e decoração típica e se transformam em mercados de Natal –ou "marché de Noël" na França, "Weihnachtsmarkt" na Alemanha... Com um quê "kitsch", eles são boa sugestão de passeio para bater perna, comprar itens decorativos ou fazer uma refeição cheia de guloseimas típicas –vinho quente e biscoitos de gengibre são quase obrigatórios nos "cardápios". O "Turismo" fez uma seleção de alguns dos mais tradicionais e belos para visitar. * No mais tradicional mercado de Natal da capital austríaca, mais de 150 barracas –que vendem de ornamentos a vinho quente– são montadas na frente do prédio neogótico da prefeitura. Outros locais que recebem as feirinhas incluem o palácio Schönbrunn e a praça Maria-Theresien. Saiba mais aqui (em inglês). * A tradição de mercados de Natal é muito forte na Alemanha –acredita-se que eles tenham nascido no país, em Nuremberg, no começo do século 17. Pois o de Stuttgart é um dos maiores e mais antigos da Europa (existe desde 1692). Na praça Schlossplatz espalham-se quase 300 barracas, que competem pela melhor decoração e vendem brinquedos, itens decorativos, comidas típicas, presépios de madeira e, como não podia faltar, cerveja. Saiba mais aqui (em inglês). * É um dos mercados de Natal mais famosos da Holanda. O centro da cidade fica todo iluminado, com o mote "Maastricht mágica", e a praça Vrijthof recebe uma pista de patinação no gelo. Saiba mais aqui. * O mercado de Natal da avenida Champs Elysées teve sua abertura adiada neste ano, como desdobramento dos ataques terroristas de 14 de novembro. As barracas, que se espalham pelas calçadas de uma das avenidas mais famosas da capital francesa, se tornam atração turística tão popular quanto a torre Eiffel ou a catedral de Notre Dame. Outros mercados também são montados no bairro de Montparnasse, na esplanada de La Défense e na frente da Notre Dame. Saiba mais aqui (em inglês). * Em Esslingen, próximo a Stuttgart, as barracas são montadas em meio ao cenário medieval da cidade. O mercado termina em 22 de dezembro. Saiba mais aqui (em inglês). * A praça da Cidade Velha recebe uma imensa árvore de Natal e o principal mercado da capital tcheca. Mas toda a cidade se enfeita e recebe barracas de comidas típicas da época, como o "medovina", vinho quente com mel, e carpas (o peixe é tradicionalmente servido na ceia do dia 24 no país). Também há feiras de Natal nas praças Havelské, Venceslau e da República. Saiba mais aqui (em inglês).
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Hoje na TV: Copa do Mundo de rúgbi e NBA
6h Finais da WTA Tênis, Cingapura, Bandsports 11h Judô Grand Slam, ESPN+, Esporte Interativo, SporTV 14h GP do México F-1, treino livre, SporTV 2 14h X-Fighters Motocross, SporTV 3 16h15 Ginástica artística Mundial, SporTV 2 17h25 Deportivo la Coruña x Atlético de Madri Espanhol, Espn Brasil 17h30 Rennes x Paris Saint-Germain Francês, ESPN+, SporTV 17h30 Frankfurt x Bayern de Munique Alemão, Fox Sports 17h45 Argentina x África do Sul Copa do Mundo de rúgbi, ESPN 19h30 Sorocaba x Carlos Barbosa Liga nacional de futsal, SporTV 19h50 Vôlei Mundial de clubes, ESPN 21h Cleveland Cavaliers x Miami Heat Basquete, NBA, ESPN+ 21h30 Taubaté x Sesi Vôlei, Campeonato Paulista, SporTV 22h New York Mets x Kansas City Royals Beisebol, ESPN 5h (sábado) Finais da WTA Tênis, Cingapura, Bandsports
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Hoje na TV: Copa do Mundo de rúgbi e NBA6h Finais da WTA Tênis, Cingapura, Bandsports 11h Judô Grand Slam, ESPN+, Esporte Interativo, SporTV 14h GP do México F-1, treino livre, SporTV 2 14h X-Fighters Motocross, SporTV 3 16h15 Ginástica artística Mundial, SporTV 2 17h25 Deportivo la Coruña x Atlético de Madri Espanhol, Espn Brasil 17h30 Rennes x Paris Saint-Germain Francês, ESPN+, SporTV 17h30 Frankfurt x Bayern de Munique Alemão, Fox Sports 17h45 Argentina x África do Sul Copa do Mundo de rúgbi, ESPN 19h30 Sorocaba x Carlos Barbosa Liga nacional de futsal, SporTV 19h50 Vôlei Mundial de clubes, ESPN 21h Cleveland Cavaliers x Miami Heat Basquete, NBA, ESPN+ 21h30 Taubaté x Sesi Vôlei, Campeonato Paulista, SporTV 22h New York Mets x Kansas City Royals Beisebol, ESPN 5h (sábado) Finais da WTA Tênis, Cingapura, Bandsports
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A invisibilidade das periferias
As periferias são partes integrantes da percepção dos moradores sobre como a cidade está organizada e estruturada. É o que mostra pesquisa do Datafolha em diferentes regiões da cidade de São Paulo. No Brasil de hoje, o sucesso do hip-hop e do funk possibilitou que músicas, letras e coreografias criadas nas periferias alcançassem sucesso nacional. No entanto, para as políticas públicas, as áreas periféricas continuam invisíveis. Os dados da pesquisa revelam que a percepção sobre elas ainda é majoritariamente negativa, uma vez que as periferias são vistas como locais pobres, sem infraestrutura, violentos e ruins para se morar. Levando-se em conta que dados estatísticos confirmam uma pior qualidade de vida nesses bairros da cidade, é relevante destacar que 70% dos entrevistados acreditam que as periferias deveriam receber mais investimentos públicos que o restante da cidade. Isso nos confirma a existência de uma desconexão entre as demandas da população como um todo e a alocação de poder, das políticas e dos recursos financeiros e humanos. Diante disso, em um ano de eleições municipais, as políticas públicas com foco no território são o tema do "Seminário Internacional Cidades e Territórios: Encontros e Fronteiras na Busca da Equidade", a ser realizado pela Fundação Tide Setubal e a Folha nesta terça (14). A experiência da Fundação, a partir de sua atuação em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, demonstra que avanços nas áreas social, econômica, educacional ou cultural poderão alcançar melhores resultados com políticas que levem em conta o território, ou seja, a história, os valores e as características sociais, políticas, econômicas, ambientais e culturais de cada lugar. Tais políticas devem ser personalizadas, criadas a partir da escuta à comunidade e da construção conjunta com moradores, lideranças e profissionais locais, por meio de uma metodologia baseada no respeito ao outro e no diálogo contínuo. Essa forma de chegar ao território, abrindo-se para ouvir e entender o lugar e suas relações e mobilizando a participação, constrói vínculos de confiança, essenciais à sustentabilidade de todas as ações e parcerias, elevando, assim, as chances de bons resultados. Em face da complexidade da atuação em áreas de alta vulnerabilidade social, as parcerias são fundamentais para agregar diferentes competências, alcançar mais profissionalização e ampliar o impacto e a escala das iniciativas. Outro aprendizado em uma década em São Miguel é que as políticas públicas precisam incluir em seus desenhos a valorização do conhecimento e da formação de pessoas como possibilidade de emancipação. Munidos de informação e qualificação, os cidadãos poderão descortinar diferentes mundos possíveis de se viver e atuar de uma forma autônoma. Nesse cenário, é urgente, portanto, que as periferias e sua integração nas cidades estejam bem no centro do debate político atual, ainda mais em um momento de busca de saídas para as crises econômica e política. Temos de preservar os ganhos sociais, educacionais e de saúde e avançar mais no desenho dessas políticas. Nesse contexto, o papel do investimento social privado, executado por empresas, institutos e fundações, deve ser o combate às desigualdades sociais em um modelo de desenvolvimento sustentável ao lado do poder público. O principal objetivo das ações no campo social é a equidade, pois só assim a eficiência, a meritocracia e os resultados podem fazer sentido. MARIA ALICE SETUBAL, a Neca, doutora em psicologia da educação pela PUC-SP, é presidente dos conselhos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária - Cenpec e da Fundação Tide Setubal. Foi assessora de Marina Silva, candidata à Presidência em 2014 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
opiniao
A invisibilidade das periferiasAs periferias são partes integrantes da percepção dos moradores sobre como a cidade está organizada e estruturada. É o que mostra pesquisa do Datafolha em diferentes regiões da cidade de São Paulo. No Brasil de hoje, o sucesso do hip-hop e do funk possibilitou que músicas, letras e coreografias criadas nas periferias alcançassem sucesso nacional. No entanto, para as políticas públicas, as áreas periféricas continuam invisíveis. Os dados da pesquisa revelam que a percepção sobre elas ainda é majoritariamente negativa, uma vez que as periferias são vistas como locais pobres, sem infraestrutura, violentos e ruins para se morar. Levando-se em conta que dados estatísticos confirmam uma pior qualidade de vida nesses bairros da cidade, é relevante destacar que 70% dos entrevistados acreditam que as periferias deveriam receber mais investimentos públicos que o restante da cidade. Isso nos confirma a existência de uma desconexão entre as demandas da população como um todo e a alocação de poder, das políticas e dos recursos financeiros e humanos. Diante disso, em um ano de eleições municipais, as políticas públicas com foco no território são o tema do "Seminário Internacional Cidades e Territórios: Encontros e Fronteiras na Busca da Equidade", a ser realizado pela Fundação Tide Setubal e a Folha nesta terça (14). A experiência da Fundação, a partir de sua atuação em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, demonstra que avanços nas áreas social, econômica, educacional ou cultural poderão alcançar melhores resultados com políticas que levem em conta o território, ou seja, a história, os valores e as características sociais, políticas, econômicas, ambientais e culturais de cada lugar. Tais políticas devem ser personalizadas, criadas a partir da escuta à comunidade e da construção conjunta com moradores, lideranças e profissionais locais, por meio de uma metodologia baseada no respeito ao outro e no diálogo contínuo. Essa forma de chegar ao território, abrindo-se para ouvir e entender o lugar e suas relações e mobilizando a participação, constrói vínculos de confiança, essenciais à sustentabilidade de todas as ações e parcerias, elevando, assim, as chances de bons resultados. Em face da complexidade da atuação em áreas de alta vulnerabilidade social, as parcerias são fundamentais para agregar diferentes competências, alcançar mais profissionalização e ampliar o impacto e a escala das iniciativas. Outro aprendizado em uma década em São Miguel é que as políticas públicas precisam incluir em seus desenhos a valorização do conhecimento e da formação de pessoas como possibilidade de emancipação. Munidos de informação e qualificação, os cidadãos poderão descortinar diferentes mundos possíveis de se viver e atuar de uma forma autônoma. Nesse cenário, é urgente, portanto, que as periferias e sua integração nas cidades estejam bem no centro do debate político atual, ainda mais em um momento de busca de saídas para as crises econômica e política. Temos de preservar os ganhos sociais, educacionais e de saúde e avançar mais no desenho dessas políticas. Nesse contexto, o papel do investimento social privado, executado por empresas, institutos e fundações, deve ser o combate às desigualdades sociais em um modelo de desenvolvimento sustentável ao lado do poder público. O principal objetivo das ações no campo social é a equidade, pois só assim a eficiência, a meritocracia e os resultados podem fazer sentido. MARIA ALICE SETUBAL, a Neca, doutora em psicologia da educação pela PUC-SP, é presidente dos conselhos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária - Cenpec e da Fundação Tide Setubal. Foi assessora de Marina Silva, candidata à Presidência em 2014 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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Do caixa 2 para o caixa 1
Caixa 2 é a designação para recursos financeiros paralelos à contabilidade oficial. Sempre foi instrumento de sonegação fiscal e corrupção. Mas o cerco se fecha: mecanismos de controle estão sendo implantados em diversos países, o que tornará sua prática uma modalidade arcaica de delinquência. Pagamentos em "cash" (mais baratos pela não incidência de tributos) eram vistos com naturalidade, formando uma corrente que alcançava o faturamento das grandes empresas, a remuneração de profissionais liberais, como médicos, advogados e arquitetos, a compra de imóveis. A aceitação moral era ampla. A dinheirama circulava com facilidade, inclusive pelo sistema financeiro, sem chamar a atenção. A festa acabou. Tratados internacionais, políticas de "compliance" em corporações empresariais, exigências de comunicação de movimentação atípica para órgãos reguladores como o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), sistemas de informática interligados e penas rigorosas para a lavagem de dinheiro reduzem drasticamente a viabilidade da circulação de ativos não contabilizados. O último bastião do sistema são os paraísos fiscais que alimentaram, a partir de contas numeradas e da intermediação de doleiros, a transferência global e sigilosa de fortunas. Mas a repressão ao terrorismo, à corrupção e ao crime organizado exige o compartilhamento desimpedido de informações bancárias. Por isso, no Brasil, o incentivo para a repatriação de recursos depositados no exterior e não declarados ao Banco Central é visto como oportunidade derradeira para a limpeza do passado. O dinheiro frio perde interesse. Diferentemente do que diz o ministro Geddel Vieira Lima, contribuição para campanhas políticas pelo caixa 2 é crime sim. É crime tributário, é crime eleitoral e pode sinalizar ocorrência de condutas mais graves, como o enriquecimento ilícito. As investigações da Lava Jato mostram que o caixa 2 se disseminou pelo mundo partidário, sob o olhar complacente da Justiça Eleitoral, mas revelam também que a criminalidade econômica tem capacidade de se reacomodar: o modelo antigo do caixa 2 vai sendo substituído pela gestão ardilosa do caixa 1, que retrata a contabilidade formal dos valores. O sistema vigente de contribuição eleitoral veda a doação de pessoas jurídicas. Mas uma empresa pode contratar os serviços de consultores que, de fato, apresentam em contrapartida "relatórios" e "estudos". A remuneração, acima da média de mercado, logo se transforma em distribuição de lucro e os sócios da firma de consultoria, por decisão ideológica, é claro, doam oficialmente, como pessoas físicas, parte do valor recebido para certo candidato. Tudo previamente ajustado. A operação tem aparência regular, os impostos são rigorosamente recolhidos, a origem da doação está disfarçada. É um exemplo singelo do que a criatividade pode construir em matéria de engenharia financeira. Empresas amigas farão o papel intermediário de ocultação do real motivo dos pagamentos. O desafio das autoridades é identificar, dentro da normalidade dos negócios, a anatomia das operações simuladas. Cada vez menos os atos de corrupção serão consumados de maneira tosca, com a entrega de pacotes de dinheiro. Eles queimam a mão dos envolvidos.
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Do caixa 2 para o caixa 1Caixa 2 é a designação para recursos financeiros paralelos à contabilidade oficial. Sempre foi instrumento de sonegação fiscal e corrupção. Mas o cerco se fecha: mecanismos de controle estão sendo implantados em diversos países, o que tornará sua prática uma modalidade arcaica de delinquência. Pagamentos em "cash" (mais baratos pela não incidência de tributos) eram vistos com naturalidade, formando uma corrente que alcançava o faturamento das grandes empresas, a remuneração de profissionais liberais, como médicos, advogados e arquitetos, a compra de imóveis. A aceitação moral era ampla. A dinheirama circulava com facilidade, inclusive pelo sistema financeiro, sem chamar a atenção. A festa acabou. Tratados internacionais, políticas de "compliance" em corporações empresariais, exigências de comunicação de movimentação atípica para órgãos reguladores como o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), sistemas de informática interligados e penas rigorosas para a lavagem de dinheiro reduzem drasticamente a viabilidade da circulação de ativos não contabilizados. O último bastião do sistema são os paraísos fiscais que alimentaram, a partir de contas numeradas e da intermediação de doleiros, a transferência global e sigilosa de fortunas. Mas a repressão ao terrorismo, à corrupção e ao crime organizado exige o compartilhamento desimpedido de informações bancárias. Por isso, no Brasil, o incentivo para a repatriação de recursos depositados no exterior e não declarados ao Banco Central é visto como oportunidade derradeira para a limpeza do passado. O dinheiro frio perde interesse. Diferentemente do que diz o ministro Geddel Vieira Lima, contribuição para campanhas políticas pelo caixa 2 é crime sim. É crime tributário, é crime eleitoral e pode sinalizar ocorrência de condutas mais graves, como o enriquecimento ilícito. As investigações da Lava Jato mostram que o caixa 2 se disseminou pelo mundo partidário, sob o olhar complacente da Justiça Eleitoral, mas revelam também que a criminalidade econômica tem capacidade de se reacomodar: o modelo antigo do caixa 2 vai sendo substituído pela gestão ardilosa do caixa 1, que retrata a contabilidade formal dos valores. O sistema vigente de contribuição eleitoral veda a doação de pessoas jurídicas. Mas uma empresa pode contratar os serviços de consultores que, de fato, apresentam em contrapartida "relatórios" e "estudos". A remuneração, acima da média de mercado, logo se transforma em distribuição de lucro e os sócios da firma de consultoria, por decisão ideológica, é claro, doam oficialmente, como pessoas físicas, parte do valor recebido para certo candidato. Tudo previamente ajustado. A operação tem aparência regular, os impostos são rigorosamente recolhidos, a origem da doação está disfarçada. É um exemplo singelo do que a criatividade pode construir em matéria de engenharia financeira. Empresas amigas farão o papel intermediário de ocultação do real motivo dos pagamentos. O desafio das autoridades é identificar, dentro da normalidade dos negócios, a anatomia das operações simuladas. Cada vez menos os atos de corrupção serão consumados de maneira tosca, com a entrega de pacotes de dinheiro. Eles queimam a mão dos envolvidos.
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Jogador da NBA culpa iPhone por lesão no cotovelo e mau desempenho
Conhecido por seus arremessos de três pontos, o jogador da NBA Matt Bonner viu seu desempenho cair durante parte da temporada recém-terminada na principal liga de basquete do mundo por causa de uma lesão no cotovelo. Em entrevista ao jornal americano "Concord Monitor", Bonner apontou uma razão da contusão: "Todo mundo vai achar isso hilário, mas esta é minha teoria. Quando o novo iPhone surgiu, era muito maior do que o anterior, e eu acredito foi porque eu comprei esse celular". "Você tem que esticar mais [os dedos] para alcançar os botões, e eu honestamente acredito que foi assim que acabei desenvolvendo a lesão", afirmou, sem especificar qual era o modelo do celular. O iPhone 6 e o iPhone 6 Plus são os maiores celulares que a Apple já fabricou. O primeiro tem uma tela de 4,7 polegadas e o segundo, de 5,5 polegadas. A contusão no cotovelo esquerdo (o que não arremessa) durou de dezembro de 2014 a fevereiro deste ano. Neste período, o desempenho do ala-pivô do San Antonio Spurs caiu de 42,8% (de 49 arremessos de três pontos, ele acertou 21) para 32,4% (77 arremessos e 25 acertos). "Eu odeio dar desculpa", disse ele. "Eu fui criado para nunca dar desculpas. Mas eu passei dois meses e meio com 'cotovelo de tenista' [inflamação que causa dor no ombro e braço] e, durante esse tempo, era tão penoso arremessar que eu já me encolhia todo antes mesmo de pegar a bola."
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Jogador da NBA culpa iPhone por lesão no cotovelo e mau desempenhoConhecido por seus arremessos de três pontos, o jogador da NBA Matt Bonner viu seu desempenho cair durante parte da temporada recém-terminada na principal liga de basquete do mundo por causa de uma lesão no cotovelo. Em entrevista ao jornal americano "Concord Monitor", Bonner apontou uma razão da contusão: "Todo mundo vai achar isso hilário, mas esta é minha teoria. Quando o novo iPhone surgiu, era muito maior do que o anterior, e eu acredito foi porque eu comprei esse celular". "Você tem que esticar mais [os dedos] para alcançar os botões, e eu honestamente acredito que foi assim que acabei desenvolvendo a lesão", afirmou, sem especificar qual era o modelo do celular. O iPhone 6 e o iPhone 6 Plus são os maiores celulares que a Apple já fabricou. O primeiro tem uma tela de 4,7 polegadas e o segundo, de 5,5 polegadas. A contusão no cotovelo esquerdo (o que não arremessa) durou de dezembro de 2014 a fevereiro deste ano. Neste período, o desempenho do ala-pivô do San Antonio Spurs caiu de 42,8% (de 49 arremessos de três pontos, ele acertou 21) para 32,4% (77 arremessos e 25 acertos). "Eu odeio dar desculpa", disse ele. "Eu fui criado para nunca dar desculpas. Mas eu passei dois meses e meio com 'cotovelo de tenista' [inflamação que causa dor no ombro e braço] e, durante esse tempo, era tão penoso arremessar que eu já me encolhia todo antes mesmo de pegar a bola."
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Delator da Lava Jato cita compra pela emenda da reeleição durante era FHC
O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PE), preso em Curitiba pela Operação Lava Jato, dedicou parte do seu acordo de delação premiada ao episódio da compra de votos para aprovar a emenda da reeleição, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1997. De acordo com Corrêa, que foi presidente do PP e líder do partido na Câmara, além de um dos condenados no processo do mensalão, a aprovação da emenda foi "um dos momentos mais espúrios" que presenciou durante sua carreira política. A informação foi veiculada pelo jornal "O Estado de S.Paulo" nesta quarta-feira (1º). De acordo com um trecho da delação divulgado pelo jornal, Corrêa relatou que o então ministro das Comunicações, Sérgio Mota, liderou o esforço pela aprovação da emenda, junto com o então presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL) –ambos mortos em 1998. Também teria participado da articulação o atual líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) –que rechaçou a acusação em nota. Segundo Corrêa, deputados receberam até R$ 200 mil para votar a favor da reeleição. O delator afirma, no mesmo documento, que liderou um movimento contrário: pagar propina a parlamentares para que votassem contra a proposta. Ele diz que contou com a ajuda do deputado Paulo Maluf (PP-SP), na época recém-saído da Prefeitura de São Paulo, para bancar a propina. Maluf não quis comentar a acusação, e disse, por meio de sua assessoria, que "o favorecido no episódio foi Fernando Henrique Cardoso, com sua reeleição; é ele que deve ser ouvido". O delator também cita, conforme a Folha já havia noticiado, que o empresário Olavo Setubal, do banco Itaú, teria dado apoio financeiro no Congresso. "Olavo Setubal dava bilhetes a parlamentares que acabavam de votar, para que se encaminhassem a um doleiro em Brasília e recebessem propinas em dólares americanos", informa o documento. A delação de Corrêa ainda precisa ser homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O ex-deputado, que já foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro pelo juiz Sergio Moro, permanece preso na sede da Polícia Federal em Curitiba. OUTRO LADO Em nota enviada ao "Estado de S.Paulo", Fernando Henrique Cardoso afirma que Corrêa "apenas repete o que foi veiculado na época", e que já registrou sua "pronta repulsa" sobre o episódio no seu livro de memórias, "Diários da Presidência". Na obra, Fernando Henrique afirma que o episódio foi "uma questão do Congresso" e "ridículo". O deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), em nota, negou as acusações de Corrêa, a quem chamou de "um autointitulado corrupto". "Não responderei aos bandidos e ladrões do dinheiro público", declarou. O presidente do Itaú, Roberto Setubal, afirmou em nota que fica "profundamente indignado" ao ver o nome do pai dele, Olavo Setubal, "absurdamente envolvido numa história sem comprovações". Segundo ele, não há "nenhum indício de que essa história possa ter fundamento".
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Delator da Lava Jato cita compra pela emenda da reeleição durante era FHCO ex-deputado federal Pedro Corrêa (PE), preso em Curitiba pela Operação Lava Jato, dedicou parte do seu acordo de delação premiada ao episódio da compra de votos para aprovar a emenda da reeleição, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1997. De acordo com Corrêa, que foi presidente do PP e líder do partido na Câmara, além de um dos condenados no processo do mensalão, a aprovação da emenda foi "um dos momentos mais espúrios" que presenciou durante sua carreira política. A informação foi veiculada pelo jornal "O Estado de S.Paulo" nesta quarta-feira (1º). De acordo com um trecho da delação divulgado pelo jornal, Corrêa relatou que o então ministro das Comunicações, Sérgio Mota, liderou o esforço pela aprovação da emenda, junto com o então presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL) –ambos mortos em 1998. Também teria participado da articulação o atual líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) –que rechaçou a acusação em nota. Segundo Corrêa, deputados receberam até R$ 200 mil para votar a favor da reeleição. O delator afirma, no mesmo documento, que liderou um movimento contrário: pagar propina a parlamentares para que votassem contra a proposta. Ele diz que contou com a ajuda do deputado Paulo Maluf (PP-SP), na época recém-saído da Prefeitura de São Paulo, para bancar a propina. Maluf não quis comentar a acusação, e disse, por meio de sua assessoria, que "o favorecido no episódio foi Fernando Henrique Cardoso, com sua reeleição; é ele que deve ser ouvido". O delator também cita, conforme a Folha já havia noticiado, que o empresário Olavo Setubal, do banco Itaú, teria dado apoio financeiro no Congresso. "Olavo Setubal dava bilhetes a parlamentares que acabavam de votar, para que se encaminhassem a um doleiro em Brasília e recebessem propinas em dólares americanos", informa o documento. A delação de Corrêa ainda precisa ser homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O ex-deputado, que já foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro pelo juiz Sergio Moro, permanece preso na sede da Polícia Federal em Curitiba. OUTRO LADO Em nota enviada ao "Estado de S.Paulo", Fernando Henrique Cardoso afirma que Corrêa "apenas repete o que foi veiculado na época", e que já registrou sua "pronta repulsa" sobre o episódio no seu livro de memórias, "Diários da Presidência". Na obra, Fernando Henrique afirma que o episódio foi "uma questão do Congresso" e "ridículo". O deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), em nota, negou as acusações de Corrêa, a quem chamou de "um autointitulado corrupto". "Não responderei aos bandidos e ladrões do dinheiro público", declarou. O presidente do Itaú, Roberto Setubal, afirmou em nota que fica "profundamente indignado" ao ver o nome do pai dele, Olavo Setubal, "absurdamente envolvido numa história sem comprovações". Segundo ele, não há "nenhum indício de que essa história possa ter fundamento".
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Ensino ministrado em inglês avança em universidades do Brasil
Enquanto a ida de alunos brasileiros ao exterior enfrenta obstáculos como o dólar alto e a crise econômica, as universidades do país avançam cada vez mais na internacionalização interna, por meio da oferta de disciplinas ministradas em inglês. Um mapeamento inédito identificou 671 cursos com aulas no idioma em instituições de ensino superior brasileiras. O levantamento foi encomendado pelo British Council e pela Faubai (Associação Brasileira de Educação Internacional) e realizado por uma equipe liderada pelo professor Carlos Vergani, da Unesp. Foram enviados questionários a 270 instituições entre as mais internacionalizadas. Dessas, 90 responderam. O resultado é um guia de cursos ofertados no idioma no Brasil que será lançado nesta semana. O objetivo da publicação é, principalmente, divulgar a possibilidade de estudar no país para atrair mais alunos estrangeiros. Segundo as estatísticas mais recentes da Unesco, de 2013, 0,2% dos universitários no Brasil vieram do exterior. No Reino Unido, país exemplo da internacionalização, o índice é de 17,5%. O guia mostra que a maior oferta de aulas em inglês no Brasil é em cursos de curta duração (62%). Na graduação, foram encontradas 201 disciplinas e um curso todo na língua –o de administração de empresas da FGV (Fundação Getulio Vargas), iniciado em 2015. ENSINO SUPERIOR BILÍNGUE - Cursos universitários em inglês no Brasil, por tipo (em %)* Na pós, foram mapeadas 45 disciplinas e seis programas inteiramente no idioma. A presença real do ensino em inglês nas universidades, no entanto, é maior do que a retratada pelo novo guia, feito por amostragem. Segundo o professor Raul Machado Neto, presidente da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional, a universidade tem 31 disciplinas de graduação em inglês e 400 de mestrado e doutorado também no idioma (20% do total da pós; a meta da direção da USP é chegar a 30% no ano que vem). ENSINO SUPERIOR BILÍNGUE - Cursos universitários em inglês no Brasil, por área (em %) A universidade liberou no ano passado a oferta de disciplinas optativas apenas em inglês na graduação. Até então, salvo exceções pontuais autorizadas pela reitoria, era preciso oferecer a matéria também em português. Aumentar a inserção internacional é fundamental para universidades brasileiras melhorarem suas posições em rankings internacionais, lembra Claudio Anjos, diretor de Educação do British Council. O item é um dos critérios de pontuação adotados pelos dois principais –QS e Times Higher Education. Na mais recente divulgação do QS, em setembro, a instituição do país com a melhor colocação foi a USP, no 120º lugar do mundo. Dentro do Brasil, a UFABC (Universidade Federal do ABC) é a que obteve o melhor desempenho em internacionalização, segundo o RUF (Ranking Universitário Folha). A universidade tem 103 disciplinas em inglês. Segundo o reitor Klaus Capelle, o foco é capacitar o aluno brasileiro para ir a eventos internacionais e ler literatura estrangeira, entre outras competências. Um dos que dá aulas em inglês ali é o docente de física Marcos Ávila. Ele começou em 2015, por iniciativa própria, mas não proíbe os alunos de responder provas ou fazer perguntas em português. "O que eu avalio é o domínio de física, não de inglês", diz. Coordenador de graduação da FGV, Nelson Barth também afirma que o objetivo não é ensinar o idioma –por isso, só os alunos que já dominam o inglês podem optar pelo curso. Mas, se algum deles deixar escapar uma palavra em português, vai ficar sem resposta. "Os professores fingem que não entendem", diz. Campeões de internacionalização - % de estudantes estrangeiros
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Ensino ministrado em inglês avança em universidades do BrasilEnquanto a ida de alunos brasileiros ao exterior enfrenta obstáculos como o dólar alto e a crise econômica, as universidades do país avançam cada vez mais na internacionalização interna, por meio da oferta de disciplinas ministradas em inglês. Um mapeamento inédito identificou 671 cursos com aulas no idioma em instituições de ensino superior brasileiras. O levantamento foi encomendado pelo British Council e pela Faubai (Associação Brasileira de Educação Internacional) e realizado por uma equipe liderada pelo professor Carlos Vergani, da Unesp. Foram enviados questionários a 270 instituições entre as mais internacionalizadas. Dessas, 90 responderam. O resultado é um guia de cursos ofertados no idioma no Brasil que será lançado nesta semana. O objetivo da publicação é, principalmente, divulgar a possibilidade de estudar no país para atrair mais alunos estrangeiros. Segundo as estatísticas mais recentes da Unesco, de 2013, 0,2% dos universitários no Brasil vieram do exterior. No Reino Unido, país exemplo da internacionalização, o índice é de 17,5%. O guia mostra que a maior oferta de aulas em inglês no Brasil é em cursos de curta duração (62%). Na graduação, foram encontradas 201 disciplinas e um curso todo na língua –o de administração de empresas da FGV (Fundação Getulio Vargas), iniciado em 2015. ENSINO SUPERIOR BILÍNGUE - Cursos universitários em inglês no Brasil, por tipo (em %)* Na pós, foram mapeadas 45 disciplinas e seis programas inteiramente no idioma. A presença real do ensino em inglês nas universidades, no entanto, é maior do que a retratada pelo novo guia, feito por amostragem. Segundo o professor Raul Machado Neto, presidente da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional, a universidade tem 31 disciplinas de graduação em inglês e 400 de mestrado e doutorado também no idioma (20% do total da pós; a meta da direção da USP é chegar a 30% no ano que vem). ENSINO SUPERIOR BILÍNGUE - Cursos universitários em inglês no Brasil, por área (em %) A universidade liberou no ano passado a oferta de disciplinas optativas apenas em inglês na graduação. Até então, salvo exceções pontuais autorizadas pela reitoria, era preciso oferecer a matéria também em português. Aumentar a inserção internacional é fundamental para universidades brasileiras melhorarem suas posições em rankings internacionais, lembra Claudio Anjos, diretor de Educação do British Council. O item é um dos critérios de pontuação adotados pelos dois principais –QS e Times Higher Education. Na mais recente divulgação do QS, em setembro, a instituição do país com a melhor colocação foi a USP, no 120º lugar do mundo. Dentro do Brasil, a UFABC (Universidade Federal do ABC) é a que obteve o melhor desempenho em internacionalização, segundo o RUF (Ranking Universitário Folha). A universidade tem 103 disciplinas em inglês. Segundo o reitor Klaus Capelle, o foco é capacitar o aluno brasileiro para ir a eventos internacionais e ler literatura estrangeira, entre outras competências. Um dos que dá aulas em inglês ali é o docente de física Marcos Ávila. Ele começou em 2015, por iniciativa própria, mas não proíbe os alunos de responder provas ou fazer perguntas em português. "O que eu avalio é o domínio de física, não de inglês", diz. Coordenador de graduação da FGV, Nelson Barth também afirma que o objetivo não é ensinar o idioma –por isso, só os alunos que já dominam o inglês podem optar pelo curso. Mas, se algum deles deixar escapar uma palavra em português, vai ficar sem resposta. "Os professores fingem que não entendem", diz. Campeões de internacionalização - % de estudantes estrangeiros
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Quem tem medo de eleições?
Além das superficialidades e dos escândalos que apontam soluções simples para problemas complexos, a verdadeira crise que o Brasil experimenta é a de representação. O governo não governa, o Parlamento não legisla nem fiscaliza e o povo não é chamado a decidir. Do ponto de vista econômico, os anos de bonança, animados pela alta das commodities, deram lugar à carestia desenfreada, com profunda recessão e quebradeira de empresas - só no varejo, em 2015, quase 100 mil empreendimentos fecharam-, acarretando o desemprego em massa. A opção neoliberal do segundo governo Dilma a afastou de sua plataforma eleitoral, agravou os gargalos na infraestrutura do país, enfraqueceu a competitividade e acentuou o atraso tecnológico, com graves reflexos na produtividade. A economia parou. No plano institucional, o eclipse total do diálogo levou a presidente da República e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, a atuarem não como chefes de poderes independentes, mas como comandantes de tropas inimigas. Enquanto Dilma se mostrava incapaz de reagrupar a base e dialogar com o Congresso, Cunha passava a trabalhar para restringir a mobilidade do governo, usando para isso manobras regimentais sucessivas. Asfixiado, o Palácio do Planalto capitulou, demonstrando que aquilo que parecia o ocaso de um governo era, de fato, o réquiem do presidencialismo de coalizão. No plano político, os escândalos de corrupção envolvendo a maioria dos partidos e líderes da situação e oposição descredenciaram o maniqueísmo e, com ele, uma saída a frio para a crise. O impasse não será resolvido se ignorarmos o desejo de participação da ampla maioria da população. O dique está prestes a ser rompido. O que vem das ruas é a rejeição de um modelo. Pesquisa Datafolha divulgada no dia 9 mostrou que 61% da população quer afastar Dilma da Presidência. A destituição de Michel Temer é desejada por 58%. A rejeição ao vice-presidente consegue a proeza de unir os movimentos favoráveis e contrários ao impeachment. A revista "The Economist" de 21 de abril, dia de Tiradentes, diz que o Brasil sofreu "grande traição", tanto pela presidente Dilma quanto pela classe política. A reportagem fez lembrar a célebre frase de Leonel Brizola: "A política ama a traição e abomina o traidor". Reconhecendo a fragilidade do governo e a iminência do impeachment, a revista britânica afiança que Temer "dificilmente será percebido como alguém com legitimidade para governar o país". O eco das ruas que atravessou o Atlântico anima juristas e políticos de diferentes vertentes. Durante palestra, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa defendeu a consulta popular. "Organizem eleições, deixem que o povo resolva", conclamou. Com Dilma e Temer sem o apoio das ruas e Cunha, o terceiro na ordem de sucessão, prestes a experimentar o frio do cárcere, fica claro que um problema excepcional exige uma solução excepcional, proporcional à gravidade do momento: novas eleições. Em resposta ao impasse político, um grupo de senadores apontou para o futuro e assinou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 20/16, que prevê excepcionalmente uma eleição presidencial simultânea às eleições municipais de outubro. O voto direto como forma de superar a crise já ganhou as manchetes internacionais, o parecer de juristas renomados e a opinião majoritária das ruas. O que falta, então, para o eleitor ser chamado a decidir quem deve governar a nação? As eleições diretas estão para a democracia como a água benta está para o rito católico: purifica a matéria, espanta o mal e potencializa os efeitos positivos da oração. Só os agentes das sombras podem temer a luz das urnas. RANDOLFE RODRIGUES, historiador e senador, é líder da Rede Sustentabilidade no Senado * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Quem tem medo de eleições?Além das superficialidades e dos escândalos que apontam soluções simples para problemas complexos, a verdadeira crise que o Brasil experimenta é a de representação. O governo não governa, o Parlamento não legisla nem fiscaliza e o povo não é chamado a decidir. Do ponto de vista econômico, os anos de bonança, animados pela alta das commodities, deram lugar à carestia desenfreada, com profunda recessão e quebradeira de empresas - só no varejo, em 2015, quase 100 mil empreendimentos fecharam-, acarretando o desemprego em massa. A opção neoliberal do segundo governo Dilma a afastou de sua plataforma eleitoral, agravou os gargalos na infraestrutura do país, enfraqueceu a competitividade e acentuou o atraso tecnológico, com graves reflexos na produtividade. A economia parou. No plano institucional, o eclipse total do diálogo levou a presidente da República e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, a atuarem não como chefes de poderes independentes, mas como comandantes de tropas inimigas. Enquanto Dilma se mostrava incapaz de reagrupar a base e dialogar com o Congresso, Cunha passava a trabalhar para restringir a mobilidade do governo, usando para isso manobras regimentais sucessivas. Asfixiado, o Palácio do Planalto capitulou, demonstrando que aquilo que parecia o ocaso de um governo era, de fato, o réquiem do presidencialismo de coalizão. No plano político, os escândalos de corrupção envolvendo a maioria dos partidos e líderes da situação e oposição descredenciaram o maniqueísmo e, com ele, uma saída a frio para a crise. O impasse não será resolvido se ignorarmos o desejo de participação da ampla maioria da população. O dique está prestes a ser rompido. O que vem das ruas é a rejeição de um modelo. Pesquisa Datafolha divulgada no dia 9 mostrou que 61% da população quer afastar Dilma da Presidência. A destituição de Michel Temer é desejada por 58%. A rejeição ao vice-presidente consegue a proeza de unir os movimentos favoráveis e contrários ao impeachment. A revista "The Economist" de 21 de abril, dia de Tiradentes, diz que o Brasil sofreu "grande traição", tanto pela presidente Dilma quanto pela classe política. A reportagem fez lembrar a célebre frase de Leonel Brizola: "A política ama a traição e abomina o traidor". Reconhecendo a fragilidade do governo e a iminência do impeachment, a revista britânica afiança que Temer "dificilmente será percebido como alguém com legitimidade para governar o país". O eco das ruas que atravessou o Atlântico anima juristas e políticos de diferentes vertentes. Durante palestra, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa defendeu a consulta popular. "Organizem eleições, deixem que o povo resolva", conclamou. Com Dilma e Temer sem o apoio das ruas e Cunha, o terceiro na ordem de sucessão, prestes a experimentar o frio do cárcere, fica claro que um problema excepcional exige uma solução excepcional, proporcional à gravidade do momento: novas eleições. Em resposta ao impasse político, um grupo de senadores apontou para o futuro e assinou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 20/16, que prevê excepcionalmente uma eleição presidencial simultânea às eleições municipais de outubro. O voto direto como forma de superar a crise já ganhou as manchetes internacionais, o parecer de juristas renomados e a opinião majoritária das ruas. O que falta, então, para o eleitor ser chamado a decidir quem deve governar a nação? As eleições diretas estão para a democracia como a água benta está para o rito católico: purifica a matéria, espanta o mal e potencializa os efeitos positivos da oração. Só os agentes das sombras podem temer a luz das urnas. RANDOLFE RODRIGUES, historiador e senador, é líder da Rede Sustentabilidade no Senado * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Por causa de atentados, número de turistas na torre Eiffel caiu em 2015
O total de visitantes da torre Eiffel, monumento pago mais frequentado do mundo, caiu 2,5% no ano passado com relação a 2014. A queda foi atribuída aos atentados de 13 de novembro em Paris, informou nesta semana a SETE, companhia que administra o local. Até os atentados, que atingiram as cidades de Paris e Saint-Denis, o número de visitantes subia 1% se comparado ao ano anterior, segundo a empresa. Após os ataques, o monumento ficou fechado por dois dias e em outros dois foi aberto parcialmente. No ano passado, 6,917 milhões de pessoas visitaram a torre; em 2014, o total foi de 7,097 milhões. Quase 80% dos visitantes eram estrangeiros –a maioria dos Estados Unidos e do Canadá (10,9%), seguida de Reino Unido (7,2%) e Espanha (6,8%). A companhia que gerencia o monumento informou que em 2015 se mantiveram estáveis as visitas de turistas americanos, canadenses e europeus. Por outro lado, caíram ligeiramente as de pessoas russas e voltaram a crescer as de brasileiros (que foram 3,9% do total). Também se registrou uma progressão de turistas indianos e chineses.
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Por causa de atentados, número de turistas na torre Eiffel caiu em 2015O total de visitantes da torre Eiffel, monumento pago mais frequentado do mundo, caiu 2,5% no ano passado com relação a 2014. A queda foi atribuída aos atentados de 13 de novembro em Paris, informou nesta semana a SETE, companhia que administra o local. Até os atentados, que atingiram as cidades de Paris e Saint-Denis, o número de visitantes subia 1% se comparado ao ano anterior, segundo a empresa. Após os ataques, o monumento ficou fechado por dois dias e em outros dois foi aberto parcialmente. No ano passado, 6,917 milhões de pessoas visitaram a torre; em 2014, o total foi de 7,097 milhões. Quase 80% dos visitantes eram estrangeiros –a maioria dos Estados Unidos e do Canadá (10,9%), seguida de Reino Unido (7,2%) e Espanha (6,8%). A companhia que gerencia o monumento informou que em 2015 se mantiveram estáveis as visitas de turistas americanos, canadenses e europeus. Por outro lado, caíram ligeiramente as de pessoas russas e voltaram a crescer as de brasileiros (que foram 3,9% do total). Também se registrou uma progressão de turistas indianos e chineses.
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As pessoas que costumam tomar LSD ou cogumelos no café da manhã
Em sua casa, o britânico Simpa prepara o café da manhã. Sobre a mesa, há dez pedaços bem pequenos de papel com LSD. Juntos, seriam o suficiente para uma dose da droga, mas, hoje, Simpa tomará apenas um deles. É parte da sua rotina matinal todos os dias."Tomo com uma xícara de chá, torrada e vitaminas", disse ao programa Victoria Derbyshire, da BBC. Em outra parte do Reino Unido, Dylan* faz o mesmo com cogumelos alucinógenos, verificando o peso de uma microdose e a tomando junto com o chá. Eles fazem parte de uma pequena comunidade de pessoas no Reino Unido que usam microdoses de substâncias psicodélicas ilegais diariamente. Essas dizem que o hábito "torna seu dia melhor", as torna mais criativas e traz benefícios terapêuticos, como ajudar a lidar com problemas mentais - apesar de nada disso ser comprovado cientificamente. No Reino Unido, cogumelos, LSD e MDMA (outra droga usada em microdoses com este fim por alguns britânicos) são consideradas drogas classe A, categoria de substâncias cujo porte e tráfico são punidos de forma mais severa. Quem é flagrado com elas pode ser preso por até sete anos e multado num valor não determinado. Fornecê-las ou produzi-las pode levar à prisão perpértua, além da multa. No entanto, Dylan diz que a lei não é um empecilho e que "não está prejudicando ninguém ou causando danos ao fazer isso". Ele tem um emprego comum. Seus colegas não sabem que ele usa drogas antes de ir para o trabalho, mas seus amigos, sim. MISTÉRIO Ele afirma que usar microdoses de cogumelos faz com que trabalhe melhor e se concentre mais. "Dá aquela sensação calma e relaxante de estar centrado." Simpa também diz usar LSD em microdoses para fins terapêuticos. Aos 28 anos, ele tem "depressão e ansiedade, por causa de um trauma de infância que levou a um transtorno de personalidade e a uma síndrome de estresse pós-traumático". Segundo ele, os medicamentos prescritos pelos médicos causaram mais efeitos colaterais do que benefícios. "Descobri que substâncias psicodélicas me ajudam sem provocar efeitos ruins. Usá-las me permite entender meu trauma como uma simples experiência, uma memória como qualquer outra." Essas experiências individuais não são corroboradas pela ciência, já que não há pesquisas que comprovem os benefícios do consumo de microdoses de drogas. O psiquiatra James Rucker é um dos pesquisadores que estuda aplicações medicinais de substâncias psicodélicas. Ele participou de testes recentes na universidade Imperial College London, no Reino Unido, sobre o uso de cogumelos contra depressão, mas, neste caso, foram aplicadas doses convencionais. "Não sabemos nada sobre microdoses do ponto de vista médico. A única forma de fazer isso é com testes aleatórios, anônimos e usando um grupo controle que tome placebo", afirma. Rucker chama atenção para o fato de que os riscos desse tipo de automedicação são um mistério. "Não sabemos quais são os efeitos a longo prazo. Antes de 1970, quando drogas eram usadas medicinalmente, temia-se que essas substâncias pudessem ocultar problemas como esquizofrenia e psicoses em pessoas que tinham potencial para desenvolver esse problemas." "Alguns estudos indicaram isso, outros mostraram ser um temor infundado. Então, de novo, é outra área sobre a qual não sabemos nada", diz o psiquiatra. PRODUTIVIDADE Quem usa microdoses de drogas diz, no entanto, que os benefícios vão além de ajudar com problemas mentais. No Vale do Silício, nos Estados Unidos, profissionais de empresas de tecnologia dizem que isso aumenta sua criatividade. James Fadiman pesquisa substâncias psicodélicas desde os anos 1960 e tem um site sobre microdoses em que pede que as pessoas compartilhem suas experiências com essa prática. Ele diz já ter recebido mais de 900 relatos. "O mais comum são pessoas dizendo que a vida parece estar correndo melhor. Dizem ter se tornado mais eficientes, dormirem melhor, terem melhorado seus hábitos alimentares, sentirem-se melhores em ocasiões sociais." A britânica Anna* conta já ter experimentado no passado microdoses de LSD e, mais recentemente, cogumelos que ela colhe na região onde mora com os dois filhos. Ela diz não ter notado grandes mudanças, mas afirma que, nos dias em que consumiu os alucinógenos, sentiu-se mais produtiva. "É como ter boa qualidade de vida. Eu me sentia feliz, calma, mais 'pé no chão' e dormia melhor." Porém, há um outro risco envolvido nas microdoses: estimar mal a quantidade usada. Substâncias psicodélicas são drogas fortes, e Dylan (nome fictício) admite já ter ficado alterado no trabalho por acidente após tomar uma microdose grande demais. Rucker diz ser impossível impedir as pessoas de usarem drogas por lazer. "Temos que lidar com isso." E argumenta que esse fato só faz crescer a lista de motivos para que sejam investigados cientificamente os efeitos dos alucinógenos.
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As pessoas que costumam tomar LSD ou cogumelos no café da manhãEm sua casa, o britânico Simpa prepara o café da manhã. Sobre a mesa, há dez pedaços bem pequenos de papel com LSD. Juntos, seriam o suficiente para uma dose da droga, mas, hoje, Simpa tomará apenas um deles. É parte da sua rotina matinal todos os dias."Tomo com uma xícara de chá, torrada e vitaminas", disse ao programa Victoria Derbyshire, da BBC. Em outra parte do Reino Unido, Dylan* faz o mesmo com cogumelos alucinógenos, verificando o peso de uma microdose e a tomando junto com o chá. Eles fazem parte de uma pequena comunidade de pessoas no Reino Unido que usam microdoses de substâncias psicodélicas ilegais diariamente. Essas dizem que o hábito "torna seu dia melhor", as torna mais criativas e traz benefícios terapêuticos, como ajudar a lidar com problemas mentais - apesar de nada disso ser comprovado cientificamente. No Reino Unido, cogumelos, LSD e MDMA (outra droga usada em microdoses com este fim por alguns britânicos) são consideradas drogas classe A, categoria de substâncias cujo porte e tráfico são punidos de forma mais severa. Quem é flagrado com elas pode ser preso por até sete anos e multado num valor não determinado. Fornecê-las ou produzi-las pode levar à prisão perpértua, além da multa. No entanto, Dylan diz que a lei não é um empecilho e que "não está prejudicando ninguém ou causando danos ao fazer isso". Ele tem um emprego comum. Seus colegas não sabem que ele usa drogas antes de ir para o trabalho, mas seus amigos, sim. MISTÉRIO Ele afirma que usar microdoses de cogumelos faz com que trabalhe melhor e se concentre mais. "Dá aquela sensação calma e relaxante de estar centrado." Simpa também diz usar LSD em microdoses para fins terapêuticos. Aos 28 anos, ele tem "depressão e ansiedade, por causa de um trauma de infância que levou a um transtorno de personalidade e a uma síndrome de estresse pós-traumático". Segundo ele, os medicamentos prescritos pelos médicos causaram mais efeitos colaterais do que benefícios. "Descobri que substâncias psicodélicas me ajudam sem provocar efeitos ruins. Usá-las me permite entender meu trauma como uma simples experiência, uma memória como qualquer outra." Essas experiências individuais não são corroboradas pela ciência, já que não há pesquisas que comprovem os benefícios do consumo de microdoses de drogas. O psiquiatra James Rucker é um dos pesquisadores que estuda aplicações medicinais de substâncias psicodélicas. Ele participou de testes recentes na universidade Imperial College London, no Reino Unido, sobre o uso de cogumelos contra depressão, mas, neste caso, foram aplicadas doses convencionais. "Não sabemos nada sobre microdoses do ponto de vista médico. A única forma de fazer isso é com testes aleatórios, anônimos e usando um grupo controle que tome placebo", afirma. Rucker chama atenção para o fato de que os riscos desse tipo de automedicação são um mistério. "Não sabemos quais são os efeitos a longo prazo. Antes de 1970, quando drogas eram usadas medicinalmente, temia-se que essas substâncias pudessem ocultar problemas como esquizofrenia e psicoses em pessoas que tinham potencial para desenvolver esse problemas." "Alguns estudos indicaram isso, outros mostraram ser um temor infundado. Então, de novo, é outra área sobre a qual não sabemos nada", diz o psiquiatra. PRODUTIVIDADE Quem usa microdoses de drogas diz, no entanto, que os benefícios vão além de ajudar com problemas mentais. No Vale do Silício, nos Estados Unidos, profissionais de empresas de tecnologia dizem que isso aumenta sua criatividade. James Fadiman pesquisa substâncias psicodélicas desde os anos 1960 e tem um site sobre microdoses em que pede que as pessoas compartilhem suas experiências com essa prática. Ele diz já ter recebido mais de 900 relatos. "O mais comum são pessoas dizendo que a vida parece estar correndo melhor. Dizem ter se tornado mais eficientes, dormirem melhor, terem melhorado seus hábitos alimentares, sentirem-se melhores em ocasiões sociais." A britânica Anna* conta já ter experimentado no passado microdoses de LSD e, mais recentemente, cogumelos que ela colhe na região onde mora com os dois filhos. Ela diz não ter notado grandes mudanças, mas afirma que, nos dias em que consumiu os alucinógenos, sentiu-se mais produtiva. "É como ter boa qualidade de vida. Eu me sentia feliz, calma, mais 'pé no chão' e dormia melhor." Porém, há um outro risco envolvido nas microdoses: estimar mal a quantidade usada. Substâncias psicodélicas são drogas fortes, e Dylan (nome fictício) admite já ter ficado alterado no trabalho por acidente após tomar uma microdose grande demais. Rucker diz ser impossível impedir as pessoas de usarem drogas por lazer. "Temos que lidar com isso." E argumenta que esse fato só faz crescer a lista de motivos para que sejam investigados cientificamente os efeitos dos alucinógenos.
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Cientistas elaboram explicações para efeitos neurológicos da zika
Nas últimas semanas, a taxa de crescimento dos casos de microcefalia arrefeceu, o que indica que o pior do primeiro e impactante surto brasileiro de zika já deve ter passado. De saldo para a ciência biomédica ficam poucas certezas e muitas dúvidas, especialmente os mecanismos pelos quais o vírus direta ou indiretamente consegue agredir células nervosas. O surto que pegou de surpresa o país e o mundo deixou pelo menos 1.113 casos de microcefalia. Se a taxa de confirmação se mantiver, serão ao menos 2.500 casos de crianças com a má-formação. Já parece ruim, mas pode ser somente a ponta do iceberg: há mais complicações neurológicas do que a microcefalia, que pode ser considerada um problema mais extremo. Outros achados incluem calcificações, alargamento de cavidades cerebrais e até problemas oculares que podem causar cegueira. Uma das maneiras pelas quais o vírus da zika pode atrapalhar o organismo é interferindo na função de retrovírus endógenos –que foram há muito incorporados ao nosso genoma e que hoje somam cerca de 8% do total do DNA humano–, explica Augusto Penalva, diretor do Grupo de Pesquisa em Neurociências do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Os retrovírus endógenos assumiram funções como a de promotores de crescimento celular. Ou seja, sem um no caso de defeito, as células poderiam deixar de se multiplicar ou de migrar para a região correta do encéfalo, provocando más-formações. Segundo essa hipótese, os casos mais graves dessa briga de vírus poderiam gerar quadros de microcefalia. A pesquisa brasileira foi pioneira ao descrever as alterações oculares em bebês decorrentes da infecção congênita pelo ZIKV (vírus da zika), além de sua capacidade de infectar e "se esconder" na placenta –ampliando o tempo de permanência no organismo de mulheres grávidas. Essa liderança também despontou na pesquisa com minicérebros –elaborados modelos in vitro do órgão humano–, do cientista da UFRJ Stevens Rehen. O vírus da zika tem potencial para atazanar as células de forma que a perda neuronal se torna um cenário mais que provável. NEUROTRÓPICO As evidências apontam para a característica neurotrópica do vírus, ou seja, o fato de que ele tem uma afinidade química, molecular, por células nervosas. Dentro da célula, usurpando seus recursos, o promissor futuro de um neurônio (ou de uma célula-tronco progenitora) é apagado. Curiosamente, as explicações para o dano neurológico do ZIKV começaram a surgir bem antes do surto de microcefalia. Um estudo inglês de 1971 já havia mostrado a capacidade desse vírus para atacar neurônios em fetos de camundongos. À época, seria impossível para os autores imaginar que o assunto fosse voltar à tona com tanta força. Na pesquisa inglesa foi mostrado que o vírus também é capaz de atacar células da glia, que servem de arcabouço para os neurônios e criam condições para que funcionem adequadamente. Outra possível sabotagem indireta causada pelo ZIKV é a reação inflamatória desencadeada por glóbulos brancos na presença do agente. O organismo não funciona adequadamente e pode até lesar o tecido nervoso. É possível que mais de um desses mecanismos danosos do vírus da zika operem simultaneamente e ainda que se retroalimentem. Com a comoção global, já proliferam trabalhos científicos em diversos países, inclusive alguns que associam o vírus a outras doenças neurológicas, como a paralisante síndrome de Guillain-Barré e a encefalomielite aguda disseminada (Adem). Nos exemplos, trata-se de um tropeço da natureza: em vez de fabricar um anticorpo que ataque somente o ZIKV, o organismo faz um que ataca a bainha de mielina, capa que reveste axônios, os longos braços de neurônios que permitem uma rápida transmissão do impulso nervoso. Sem essa capa, a informação passante acaba sendo deteriorada rapidamente. Atacar o sistema nervoso, no entanto, não é prerrogativa exclusiva da zika. Outras arboviroses (doenças transmitidas por artrópodes, como os mosquitos aedes), a exemplo da dengue e da encefalite japonesa, também têm característica neurotrópica. POSSIBILIDADES DA ZIKA
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Cientistas elaboram explicações para efeitos neurológicos da zikaNas últimas semanas, a taxa de crescimento dos casos de microcefalia arrefeceu, o que indica que o pior do primeiro e impactante surto brasileiro de zika já deve ter passado. De saldo para a ciência biomédica ficam poucas certezas e muitas dúvidas, especialmente os mecanismos pelos quais o vírus direta ou indiretamente consegue agredir células nervosas. O surto que pegou de surpresa o país e o mundo deixou pelo menos 1.113 casos de microcefalia. Se a taxa de confirmação se mantiver, serão ao menos 2.500 casos de crianças com a má-formação. Já parece ruim, mas pode ser somente a ponta do iceberg: há mais complicações neurológicas do que a microcefalia, que pode ser considerada um problema mais extremo. Outros achados incluem calcificações, alargamento de cavidades cerebrais e até problemas oculares que podem causar cegueira. Uma das maneiras pelas quais o vírus da zika pode atrapalhar o organismo é interferindo na função de retrovírus endógenos –que foram há muito incorporados ao nosso genoma e que hoje somam cerca de 8% do total do DNA humano–, explica Augusto Penalva, diretor do Grupo de Pesquisa em Neurociências do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Os retrovírus endógenos assumiram funções como a de promotores de crescimento celular. Ou seja, sem um no caso de defeito, as células poderiam deixar de se multiplicar ou de migrar para a região correta do encéfalo, provocando más-formações. Segundo essa hipótese, os casos mais graves dessa briga de vírus poderiam gerar quadros de microcefalia. A pesquisa brasileira foi pioneira ao descrever as alterações oculares em bebês decorrentes da infecção congênita pelo ZIKV (vírus da zika), além de sua capacidade de infectar e "se esconder" na placenta –ampliando o tempo de permanência no organismo de mulheres grávidas. Essa liderança também despontou na pesquisa com minicérebros –elaborados modelos in vitro do órgão humano–, do cientista da UFRJ Stevens Rehen. O vírus da zika tem potencial para atazanar as células de forma que a perda neuronal se torna um cenário mais que provável. NEUROTRÓPICO As evidências apontam para a característica neurotrópica do vírus, ou seja, o fato de que ele tem uma afinidade química, molecular, por células nervosas. Dentro da célula, usurpando seus recursos, o promissor futuro de um neurônio (ou de uma célula-tronco progenitora) é apagado. Curiosamente, as explicações para o dano neurológico do ZIKV começaram a surgir bem antes do surto de microcefalia. Um estudo inglês de 1971 já havia mostrado a capacidade desse vírus para atacar neurônios em fetos de camundongos. À época, seria impossível para os autores imaginar que o assunto fosse voltar à tona com tanta força. Na pesquisa inglesa foi mostrado que o vírus também é capaz de atacar células da glia, que servem de arcabouço para os neurônios e criam condições para que funcionem adequadamente. Outra possível sabotagem indireta causada pelo ZIKV é a reação inflamatória desencadeada por glóbulos brancos na presença do agente. O organismo não funciona adequadamente e pode até lesar o tecido nervoso. É possível que mais de um desses mecanismos danosos do vírus da zika operem simultaneamente e ainda que se retroalimentem. Com a comoção global, já proliferam trabalhos científicos em diversos países, inclusive alguns que associam o vírus a outras doenças neurológicas, como a paralisante síndrome de Guillain-Barré e a encefalomielite aguda disseminada (Adem). Nos exemplos, trata-se de um tropeço da natureza: em vez de fabricar um anticorpo que ataque somente o ZIKV, o organismo faz um que ataca a bainha de mielina, capa que reveste axônios, os longos braços de neurônios que permitem uma rápida transmissão do impulso nervoso. Sem essa capa, a informação passante acaba sendo deteriorada rapidamente. Atacar o sistema nervoso, no entanto, não é prerrogativa exclusiva da zika. Outras arboviroses (doenças transmitidas por artrópodes, como os mosquitos aedes), a exemplo da dengue e da encefalite japonesa, também têm característica neurotrópica. POSSIBILIDADES DA ZIKA
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Segunda tem interdições na zona leste e assembleia de metroviários
A avenida Itaquera, na região leste, terá a faixa da esquerda interditada entre a rua Teodoro Lorencini e rua Apadana, a partir das 9h desta segunda (23), devido às obras de construção do corredor de ônibus Itaquera. O bloqueio deverá permanecer por 60 dias. As ruas Heitor e Américo Salvador Novelli também serão interditadas a partir das 5h desta segunda, em continuidade às obras de construção do corredor de ônibus Itaquera/Líder. O bloqueio deverá permanecer por 20 dias. A marginal Tietê, sentido Ayrton Senna, será parcialmente interditada para manutenção viária das 23h às 4h da terça (24). O desvio, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), se dará pela pista local. METRÔ Os funcionários do Metrô de São Paulo realizarão uma nova assembleia nesta segunda-feira (23) para decidir se vão paralisar as suas atividades durante 24 horas na próxima terça (24). Em protesto, eles devem trabalhar sem uniforme nesta segunda. Os metroviários pedem 10,82% de reajuste mais 6,59% de aumento real e ainda acusam a companhia de querer retirar "vários direitos trabalhistas". * TEMPO A previsão é do friozinho permanecer, com máxima de 19ºC e mínima de 12ºC. Segundo o Climatempo, à tarde e à noite pode garoar. * AGENDA CULTURAL Cinema | Uma opção para curtir (ou chorar) no cinema é o longa "Pais e Filhas", do mesmo diretor de "À Procura da Felicidade" (2006). Com elenco estrelado –Russell Crowe, Diane Kruger, Amanda Seyfried e Aaron Paul (o Jesse, de "Breaking Bad", o filme mostra dramas de família Veja salas e horários
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Segunda tem interdições na zona leste e assembleia de metroviáriosA avenida Itaquera, na região leste, terá a faixa da esquerda interditada entre a rua Teodoro Lorencini e rua Apadana, a partir das 9h desta segunda (23), devido às obras de construção do corredor de ônibus Itaquera. O bloqueio deverá permanecer por 60 dias. As ruas Heitor e Américo Salvador Novelli também serão interditadas a partir das 5h desta segunda, em continuidade às obras de construção do corredor de ônibus Itaquera/Líder. O bloqueio deverá permanecer por 20 dias. A marginal Tietê, sentido Ayrton Senna, será parcialmente interditada para manutenção viária das 23h às 4h da terça (24). O desvio, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), se dará pela pista local. METRÔ Os funcionários do Metrô de São Paulo realizarão uma nova assembleia nesta segunda-feira (23) para decidir se vão paralisar as suas atividades durante 24 horas na próxima terça (24). Em protesto, eles devem trabalhar sem uniforme nesta segunda. Os metroviários pedem 10,82% de reajuste mais 6,59% de aumento real e ainda acusam a companhia de querer retirar "vários direitos trabalhistas". * TEMPO A previsão é do friozinho permanecer, com máxima de 19ºC e mínima de 12ºC. Segundo o Climatempo, à tarde e à noite pode garoar. * AGENDA CULTURAL Cinema | Uma opção para curtir (ou chorar) no cinema é o longa "Pais e Filhas", do mesmo diretor de "À Procura da Felicidade" (2006). Com elenco estrelado –Russell Crowe, Diane Kruger, Amanda Seyfried e Aaron Paul (o Jesse, de "Breaking Bad", o filme mostra dramas de família Veja salas e horários
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Maconha, cassinos e sacolas serão temas de voto nos EUA em novembro
Maconha recreativa pode? E novos cassinos no Estado? Sacolinha plástica é legal? O salário mínimo deve subir (para adultos) ou diminuir (menores aprendizes)? Atores pornô têm de usar camisinha no set de filmagem? No dia 8 de novembro, quando americanos forem às urnas, haverá mais em jogo do que decidir entre Hillary Clinton ou Donald Trump para a Presidência do país e qual será a cara do próximo Congresso americano. As medidas acima norteiam alguns dos 135 plebiscitos que aparecerão dispersos nas cédulas de 34 Estados e do Distrito de Colúmbia (onde fica Washington), junto com as opções para presidente, governador, senador e deputados. A legalização da maconha lidera o número de consultas populares –é tema no pleito de nove Estados. O mais populoso do país, a Califórnia, vota o uso recreativo da erva 44 anos depois de ouvir sua população pela primeira vez sobre o assunto. Em 1972, dois terços dos californianos rejeitaram o movimento "legalize já". Em 1996, o Estado aprovou a Lei do Uso Piedoso, liberando a maconha para tratamento de doenças como o câncer. Californianos rejeitaram tentativas de permitir o consumo também para diversão, o que hoje só é legal em quatro Estados (Colorado, Washington, Alasca e Oregon). A última campanha derrotada, de seis anos atrás, teve apoio do bilionário George Soros. Associações como Narcóticos Anônimos e o governador na época, Arnold Schwarzenegger, eram contra. O "não" ganhou por 53,5%. Diretor da Organização Nacional pela Reforma das Leis de Maconha (Norml), Paul Armentano diz à Folha que a legalização em massa nos EUA daria "barato" tributário. "A taxação sobre o comércio da erva e de produtos feitos com ela, de algodão doce a gel para gatos, renderia US$ 28 bilhões [R$ 88 bilhões]." O dado é da Tax Foundation, think-tank que não faz lobby pela causa. CONSULTAS A Califórnia também será responsável por dois plebiscitos pioneiros: referendar uma lei para proibir as sacolas plásticas de mercados e farmácias e elevar em US$ 2 o imposto sobre cigarro no Estado, onde um maço custa em média US$ 6 (R$ 19). Outra consulta propõe a imposição da camisinha na indústria pornô, já aprovada na cidade de Los Angeles. A coalizão Californianos Contra a Perseguição no Trabalho é contra: a iniciativa criaria uma "cultura do medo" perigosa, com janela para extorquir sobretudo pequenos produtores. Três Estados (Colorado, Washington e Maine) vão opinar sobre o aumento do salário mínimo, que varia de Estado para Estado –o piso nacional é de US$ 7,25 (R$ 23) a hora, equivalente a cerca de R$ 3.600 por mês. Os plebiscitos nas eleições dos EUA Na contramão vem a Dakota do Sul, que decide se diminui de US$ 8,50 para US$ 7,50 a remuneração para menores de 18 anos. O Colorado vai decidir ainda se derruba uma lei estadual que faz uma exceção ao veto à escravidão: hoje, réus condenados à prisão podem trabalhar sem qualquer tipo de ordenado. Enquanto muitos plebiscitos mobilizam temas nacionais, como maior controle para venda de armas, outros pinçam questões locais. Indiana e Kansas, por exemplo, sondarão sobre incluir na Constituição "o direito de caçar, pescar e aprisionar a vida selvagem", que seria expressão da cultura do lugar. RUMO DAS ELEIÇÕES Mais do que deliberar sobre interesses estaduais, plebiscitos podem mudar o rumo de uma eleição, "sobretudo se o tema for de grande relevância para os eleitores", diz Matthew Baum, analista político da Universidade Harvard, à Folha. Num país onde o voto é facultativo, cada eleitor a mais pode fazer a diferença. Alguém pode não se animar a sair de casa para votar em Hillary Clinton e Donald Trump, com recordes de rejeição, ou em políticos em geral, dado o cansaço americano com seus representantes. Já outras causas podem os motivar, afirma Jeff Horwitt, vice-presidente do instituto de pesquisas Hart. E em 2016 entram em jogo temas que eletrizam o eleitorado -a legalização da maconha pode mobilizar principalmente jovens, turma mais propensa a deixar o voto para lá. Em 2012, ano da reeleição de Barack Obama, foram às urnas 58% do eleitorado apto a votar (maior de idade e com cidadania americana). Na turma de 18 a 24 anos, a participação caiu para 38%, enquanto 70% dos cidadãos acima de 65 votaram, segundo o Censo do país. Nos últimos 25 anos, Estados que incluíram plebiscitos nas eleições presidenciais registraram cabines de votação até 1% mais visitadas -e qualquer migalha pode fazer a diferença em pleitos disputados como o de 2000, entre o republicano George W. Bush e o democrata Al Gore. O levantamento foi feito pelo Estudo do Centro de Estratégias para Iniciativas nas Cédulas, que ajuda a inserir plebiscitos nos ciclos eleitorais (só uma parte dos Estados permite o processo). Segundo Horwitt, a leva de plebiscitos deste ano está mais "progressista e cabeça aberta" e pode forçar a entrada de debates sobre salário mínimo e legalização da maconha na agenda nacional. Não é sempre assim. Entre as tendências em voga na década passada, estavam iniciativas para proibir o casamento gay -até a Suprema Corte decidir, em 2015, liberar a união.
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Maconha, cassinos e sacolas serão temas de voto nos EUA em novembroMaconha recreativa pode? E novos cassinos no Estado? Sacolinha plástica é legal? O salário mínimo deve subir (para adultos) ou diminuir (menores aprendizes)? Atores pornô têm de usar camisinha no set de filmagem? No dia 8 de novembro, quando americanos forem às urnas, haverá mais em jogo do que decidir entre Hillary Clinton ou Donald Trump para a Presidência do país e qual será a cara do próximo Congresso americano. As medidas acima norteiam alguns dos 135 plebiscitos que aparecerão dispersos nas cédulas de 34 Estados e do Distrito de Colúmbia (onde fica Washington), junto com as opções para presidente, governador, senador e deputados. A legalização da maconha lidera o número de consultas populares –é tema no pleito de nove Estados. O mais populoso do país, a Califórnia, vota o uso recreativo da erva 44 anos depois de ouvir sua população pela primeira vez sobre o assunto. Em 1972, dois terços dos californianos rejeitaram o movimento "legalize já". Em 1996, o Estado aprovou a Lei do Uso Piedoso, liberando a maconha para tratamento de doenças como o câncer. Californianos rejeitaram tentativas de permitir o consumo também para diversão, o que hoje só é legal em quatro Estados (Colorado, Washington, Alasca e Oregon). A última campanha derrotada, de seis anos atrás, teve apoio do bilionário George Soros. Associações como Narcóticos Anônimos e o governador na época, Arnold Schwarzenegger, eram contra. O "não" ganhou por 53,5%. Diretor da Organização Nacional pela Reforma das Leis de Maconha (Norml), Paul Armentano diz à Folha que a legalização em massa nos EUA daria "barato" tributário. "A taxação sobre o comércio da erva e de produtos feitos com ela, de algodão doce a gel para gatos, renderia US$ 28 bilhões [R$ 88 bilhões]." O dado é da Tax Foundation, think-tank que não faz lobby pela causa. CONSULTAS A Califórnia também será responsável por dois plebiscitos pioneiros: referendar uma lei para proibir as sacolas plásticas de mercados e farmácias e elevar em US$ 2 o imposto sobre cigarro no Estado, onde um maço custa em média US$ 6 (R$ 19). Outra consulta propõe a imposição da camisinha na indústria pornô, já aprovada na cidade de Los Angeles. A coalizão Californianos Contra a Perseguição no Trabalho é contra: a iniciativa criaria uma "cultura do medo" perigosa, com janela para extorquir sobretudo pequenos produtores. Três Estados (Colorado, Washington e Maine) vão opinar sobre o aumento do salário mínimo, que varia de Estado para Estado –o piso nacional é de US$ 7,25 (R$ 23) a hora, equivalente a cerca de R$ 3.600 por mês. Os plebiscitos nas eleições dos EUA Na contramão vem a Dakota do Sul, que decide se diminui de US$ 8,50 para US$ 7,50 a remuneração para menores de 18 anos. O Colorado vai decidir ainda se derruba uma lei estadual que faz uma exceção ao veto à escravidão: hoje, réus condenados à prisão podem trabalhar sem qualquer tipo de ordenado. Enquanto muitos plebiscitos mobilizam temas nacionais, como maior controle para venda de armas, outros pinçam questões locais. Indiana e Kansas, por exemplo, sondarão sobre incluir na Constituição "o direito de caçar, pescar e aprisionar a vida selvagem", que seria expressão da cultura do lugar. RUMO DAS ELEIÇÕES Mais do que deliberar sobre interesses estaduais, plebiscitos podem mudar o rumo de uma eleição, "sobretudo se o tema for de grande relevância para os eleitores", diz Matthew Baum, analista político da Universidade Harvard, à Folha. Num país onde o voto é facultativo, cada eleitor a mais pode fazer a diferença. Alguém pode não se animar a sair de casa para votar em Hillary Clinton e Donald Trump, com recordes de rejeição, ou em políticos em geral, dado o cansaço americano com seus representantes. Já outras causas podem os motivar, afirma Jeff Horwitt, vice-presidente do instituto de pesquisas Hart. E em 2016 entram em jogo temas que eletrizam o eleitorado -a legalização da maconha pode mobilizar principalmente jovens, turma mais propensa a deixar o voto para lá. Em 2012, ano da reeleição de Barack Obama, foram às urnas 58% do eleitorado apto a votar (maior de idade e com cidadania americana). Na turma de 18 a 24 anos, a participação caiu para 38%, enquanto 70% dos cidadãos acima de 65 votaram, segundo o Censo do país. Nos últimos 25 anos, Estados que incluíram plebiscitos nas eleições presidenciais registraram cabines de votação até 1% mais visitadas -e qualquer migalha pode fazer a diferença em pleitos disputados como o de 2000, entre o republicano George W. Bush e o democrata Al Gore. O levantamento foi feito pelo Estudo do Centro de Estratégias para Iniciativas nas Cédulas, que ajuda a inserir plebiscitos nos ciclos eleitorais (só uma parte dos Estados permite o processo). Segundo Horwitt, a leva de plebiscitos deste ano está mais "progressista e cabeça aberta" e pode forçar a entrada de debates sobre salário mínimo e legalização da maconha na agenda nacional. Não é sempre assim. Entre as tendências em voga na década passada, estavam iniciativas para proibir o casamento gay -até a Suprema Corte decidir, em 2015, liberar a união.
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Cineasta registra formações rochosas da região da Capadócia
O fotógrafo e cineasta Thomas Canton registrou as formações rochosas da Capadócia, na Turquia. "Quando vistas do alto, as pedras lembram as crateras da lua", contou o fotógrafo. Segundo ele, a semelhança levou ao mito que associa a região com a lua e com São Jorge. Para fazer as fotos, Canton enfrentou um frio de -10ºC: "toda vez que pegava a câmera, uma nova camada de neve se formava na lente." * Confira outras edições do Álbum de Viagem: Pedras da Ilha Grande, por André Cypriano Jerusalém, por Bruno Santos Bolívia e Peru, por Daniel Popov Apanhado pelo mundo, por Edson Walker Escócia, por André Vicente Gonçalves Marrocos, por Jarbas Oliveira Piauí, por Gustavo Epifanio Cáceres, por Rafael Coelho Namíbia, por Haroldo Castro Nova York, por João Romano Londres, por Edilson Dantas Bom Jesus da Lapa, por João Machado Buenos Aires e Montevidéu, por Cintia Carvalho
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Cineasta registra formações rochosas da região da CapadóciaO fotógrafo e cineasta Thomas Canton registrou as formações rochosas da Capadócia, na Turquia. "Quando vistas do alto, as pedras lembram as crateras da lua", contou o fotógrafo. Segundo ele, a semelhança levou ao mito que associa a região com a lua e com São Jorge. Para fazer as fotos, Canton enfrentou um frio de -10ºC: "toda vez que pegava a câmera, uma nova camada de neve se formava na lente." * Confira outras edições do Álbum de Viagem: Pedras da Ilha Grande, por André Cypriano Jerusalém, por Bruno Santos Bolívia e Peru, por Daniel Popov Apanhado pelo mundo, por Edson Walker Escócia, por André Vicente Gonçalves Marrocos, por Jarbas Oliveira Piauí, por Gustavo Epifanio Cáceres, por Rafael Coelho Namíbia, por Haroldo Castro Nova York, por João Romano Londres, por Edilson Dantas Bom Jesus da Lapa, por João Machado Buenos Aires e Montevidéu, por Cintia Carvalho
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Boko Haram forçou fuga de 500 mil crianças em 5 meses, diz Unicef
Cerca de 500 mil crianças foram forçadas a deixar suas casas nos últimos cinco meses devido aos ataques da milícia terrorista Boko Haram, que atua no norte da Nigéria e em países vizinhos. As informações foram divulgadas em um relatório da Unicef nesta sexta-feira (18). Segundo a agência, no total, 1,4 milhão de crianças tiveram que fugir, na região, em razão da ameaça terrorista, 1,2 milhão das quais na própria Nigéria. Mais da metade delas tem menos de 5 anos de idade. O porta-voz da entidade, Christophe Boulierac, afirma que a Unicef está em "modo operacional total" na região, mas que recebeu menos de um terço dos US$ 50 milhões de fundos esperados para fornecer assistência ao caso. A milícia Boko Haram, de inspiração extremista islâmica, ficou conhecida pelos sequestros de crianças e adolescentes principalmente depois da ação em uma escola em Chibok, na Nigéria, em abril de 2014, quando raptou 276 meninas. Destas, 219 permanecem em cativeiro. Na última quarta-feira (16), o governo da Nigéria disse estar dialogando com a facção para negociar a libertação das meninas. O Boko Haram tem utilizado crianças e adolescentes em uma série de ataques suicidas tanto na Nigéria como nos países vizinhos Chade, Níger e Camarões.
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Boko Haram forçou fuga de 500 mil crianças em 5 meses, diz UnicefCerca de 500 mil crianças foram forçadas a deixar suas casas nos últimos cinco meses devido aos ataques da milícia terrorista Boko Haram, que atua no norte da Nigéria e em países vizinhos. As informações foram divulgadas em um relatório da Unicef nesta sexta-feira (18). Segundo a agência, no total, 1,4 milhão de crianças tiveram que fugir, na região, em razão da ameaça terrorista, 1,2 milhão das quais na própria Nigéria. Mais da metade delas tem menos de 5 anos de idade. O porta-voz da entidade, Christophe Boulierac, afirma que a Unicef está em "modo operacional total" na região, mas que recebeu menos de um terço dos US$ 50 milhões de fundos esperados para fornecer assistência ao caso. A milícia Boko Haram, de inspiração extremista islâmica, ficou conhecida pelos sequestros de crianças e adolescentes principalmente depois da ação em uma escola em Chibok, na Nigéria, em abril de 2014, quando raptou 276 meninas. Destas, 219 permanecem em cativeiro. Na última quarta-feira (16), o governo da Nigéria disse estar dialogando com a facção para negociar a libertação das meninas. O Boko Haram tem utilizado crianças e adolescentes em uma série de ataques suicidas tanto na Nigéria como nos países vizinhos Chade, Níger e Camarões.
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Após ameaças de hackers, filme 'A Entrevista' estreia no Netflix dos EUA
"A Entrevista", filme no centro da controvérsia envolvendo as ataques de hackers aos computadores dos estúdios Sony, no final de 2014, foi disponibilizado no serviço de TV pela internet Netflix, nos EUA e no Canadá, neste sábado (24). A comédia, que conta a história de um complô fictício para assassinar o líder da Coreia do Norte, teve lançamento cancelado em grandes redes depois de que hackers ameaçaram bombardear cinemas que os exibissem. O longa chegou a passar em algumas salas independentes, tendo recebido muitas críticas negativas, e foi disponibilizado on-line ainda em dezembro pela Sony, nos serviços pagos Google Play e YouTube Movies. Na ocasião dos ciberataques, o FBI (Federal Bureau of Investigation) informou que suas análises apontavam a Coreia do Norte como local de origem. O governo norte-coreano negou responsabilidade nos ataques –que envolveram o vazamento do conteúdo de e-mails trocados entre executivos, além de roteiros e até filmes completos–, embora os tenha considerado "justos". O serviço Netflix informou, em comunicado, estar "emocionado" por oferecer o filme em sua plataforma de streaming nos EUA e no Canadá "apenas 30 dias depois de o filme estrear nos cinemas e nos serviços de pay-per-view". O filme, com James Franco e Seth Rogen como um apresentador de TV e um produtor recrutados pela CIA para assassinar Kim Jong-un, rendeu o equivalente a US$ 40 milhões em plataformas digitais, além de outros US$ 6 milhões em salas independentes de cinema. Mesmo assim, segundo a Associação Nacional dos Proprietários de Cinema dos Estados Unidos, a Sony terá prejuízo de ao menos US$ 30 mi com "A Entrevista". A entidade também afirmou que o sucesso do filme em plataformas de vídeos sob demanda (VOD, em inglês), considerada por muitos especialistas como uma mudança de paradigma, não vai além dos comentários elogiosos. No Brasil, onde ainda não está disponível no Netflix, o longa tem previsão de estreia para a próxima quinta-feira (29).
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Após ameaças de hackers, filme 'A Entrevista' estreia no Netflix dos EUA"A Entrevista", filme no centro da controvérsia envolvendo as ataques de hackers aos computadores dos estúdios Sony, no final de 2014, foi disponibilizado no serviço de TV pela internet Netflix, nos EUA e no Canadá, neste sábado (24). A comédia, que conta a história de um complô fictício para assassinar o líder da Coreia do Norte, teve lançamento cancelado em grandes redes depois de que hackers ameaçaram bombardear cinemas que os exibissem. O longa chegou a passar em algumas salas independentes, tendo recebido muitas críticas negativas, e foi disponibilizado on-line ainda em dezembro pela Sony, nos serviços pagos Google Play e YouTube Movies. Na ocasião dos ciberataques, o FBI (Federal Bureau of Investigation) informou que suas análises apontavam a Coreia do Norte como local de origem. O governo norte-coreano negou responsabilidade nos ataques –que envolveram o vazamento do conteúdo de e-mails trocados entre executivos, além de roteiros e até filmes completos–, embora os tenha considerado "justos". O serviço Netflix informou, em comunicado, estar "emocionado" por oferecer o filme em sua plataforma de streaming nos EUA e no Canadá "apenas 30 dias depois de o filme estrear nos cinemas e nos serviços de pay-per-view". O filme, com James Franco e Seth Rogen como um apresentador de TV e um produtor recrutados pela CIA para assassinar Kim Jong-un, rendeu o equivalente a US$ 40 milhões em plataformas digitais, além de outros US$ 6 milhões em salas independentes de cinema. Mesmo assim, segundo a Associação Nacional dos Proprietários de Cinema dos Estados Unidos, a Sony terá prejuízo de ao menos US$ 30 mi com "A Entrevista". A entidade também afirmou que o sucesso do filme em plataformas de vídeos sob demanda (VOD, em inglês), considerada por muitos especialistas como uma mudança de paradigma, não vai além dos comentários elogiosos. No Brasil, onde ainda não está disponível no Netflix, o longa tem previsão de estreia para a próxima quinta-feira (29).
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Mortes ocorreram após sem-terra atirar pra cima, diz testemunha; ouça
A cúpula da polícia do Paraná apresentou, durante entrevista na tarde desta sexta-feira (8), o depoimento em que uma testemunha afirma que dois sem-terra foram mortos em confronto entre o grupo e PMs após um deles ter dado "um tiro para cima". O caso ocorreu na quinta-feira (7) em Quedas do Iguaçu, no sudoeste do Paraná. No depoimento, o sem-terra Pedro Francelino afirma que o confronto teve início depois que um dos integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) "atirou pra cima e um policial revidou". Ele, que foi baleado no local, falou com os policiais no hospital. Ouça Na quinta, a Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária) afirmou que os policiais foram alvo de uma emboscada. Já nesta sexta (8), tanto a tenente-coronel Audilene Dias da Rocha quanto o delegado Julio Cezar dos Reis, representantes da PM e da Polícia Civil do governo Beto Richa (PSDB), afirmaram que eles nunca disseram se tratar de uma emboscada. Já o MST usou o mesmo termo, emboscada, para dizer que as vítimas foram, na verdade, os seus integrantes e que tanto os mortos e feridos foram baleados pelas costas, enquanto fugiam da polícia. A PM afirmou que só o resultado da perícia apontará a localização dos tiros. Nenhum policial se feriu durante o confronto. Na ação, morreram Vilmar Bordim, 44, casado e pai de três filhos, e Leomar Bhorbak, 25, cuja mulher está grávida de nove meses. O acampamento do MST reúne cerca de 10 mil pessoas, segundo a Sesp, desde julho de 2014. A área, onde funciona a empresa Araupel, de reflorestamento e exportação de madeiras, é alvo de disputa judicial -o governo federal pediu a nulidade do título da terra da Araupel, mas o caso está sob julgamento na Justiça Federal. Parte do interrogatório à Polícia Civil de Pedro Francelino foi divulgado para a imprensa, em áudio e em texto já transcrito. Ele foi ouvido nesta sexta no Hospital São Lucas, onde está internado. No trecho divulgado, Francelino diz que estava no local e que participaria de um protesto organizado pelos sem-terra. "Daí chegamos lá, levei foice, que é uma coisa que é ferramenta de trabalho. Chegamos lá um engraçadinho saiu pra fora atirando pra cima e o policial revidou. Foi só isso que aconteceu", afirmou. O primeiro tiro, disse Francelino à polícia, "foi do rapaz que morreu, que entrou em óbito lá, com o revólver na mão". Ele não soube dizer o nome da pessoa pois está "apenas há dois meses no acampamento.". Já segundo o delegado Julio Cezar dos Reis, os quatro PMs presentes no confronto disseram, em depoimento, "que foram recebidos a bala pelos sem-terra". Ele disse não saber especificar quantos tiros os sem-terra teriam disparado e se foram apenas para o alto ou contra os carros e os policiais. A versão da PM, apresentada pela coronel Audilene Dias da Rocha, é que dois policiais da PM Ambiental foram à fazenda na tarde desta quinta-feira averiguar a extensão dos danos de um incêndio no dia anterior. Pela tensão do litígio agrário, foram acompanhados de quatro PMs da Rotam, equipe especializada da corporação. Ainda segundo Audilene, como não era possível avançar de carro em um certo trecho, os PMs foram a pé até o ponto do incêndio, quando um sem-terra em uma moto se aproximou. Outras motos chegaram, e também uma caminhonete S-10 de cor escura com pessoas na carroceria e um ônibus, também ocupado por membros do MST. Neste momento, segundo a coronel, os sem-terra "atiraram contra os policiais. E eles [PMs] revidaram a agressão injusta". O secretário da Segurança Pública, Wagner Mesquita, criticou a retirada dos homens da Força Nacional de Segurança do local, no dia 29 de março. Segundo ele, o governo estadual pediu a prorrogação, mas não obteve resposta. Questionado se a retirada da Força Nacional pode ter justificado o conflito, Mesquita disse: "Acredito que tenha contribuído, não sei se foi fundamental, mas contribuiu". O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, determinou à Polícia Federal a instauração de inquérito para apurar os fatos e, em nota, diz que pediu providências para o envio da Força Nacional para a região. 'EXPLORAÇÃO IRREGULAR' Neste sábado, às 10 horas, o MST pretende organizar uma grande manifestação no centro de Quedas do Iguaçu pela morte dos dois sem-terra. E há atos previstos em ao menos cinco Estados. Membros do MST disseram que o movimento vai "vingar" as mortes com novas invasões em áreas da empresa Araupel, que atua com reflorestamento e exportação de madeiras. O Incra, órgão federal que cuida de processos de reforma agrária, afirmou, em nota, que vem agindo, com Advocacia-Geral da União e Procuradoria Federal, para "arrecadar a área explorada pela empresa Araupel". diz ainda entender "que se trata de área de domínio da União, portanto área pública". "Há décadas a empresa explora irregularmente parte de uma área considerada pública, com um histórico de conflito e degradação ambiental na região, com a substituição das matas nativas por monocultura de pinus e araucária, visando a indústria da madeira", diz o Incra. O órgão diz aguardar julgamento dos recursos interpostos na Justiça sobre o questionamento da titularidade da área. Procurada, a Araupel não havia se manifestado até a publicação deste texto. Nesta quinta, o advogado da Araupel, Leandro Salomão, afirmou no mês passado o TRF-4ª região (Tribunal Regional Federal), órgão de segunda instância, suspendeu os efeitos da primeira decisão da Justiça Federal, apontando que os títulos de posse da terra são válidos e que a propriedade pertence à Araupel. AGU e Incra, então, recorreram e o último recurso está ainda para ser julgado pelo mesmo TRF, possivelmente até o final deste mês. A AGU (Advocacia-Geral da União), em nota, também citou a decisão em primeira instância favorável ao governo federal para reconhecer o domínio da União sobre a propriedade, mas que nova decisão do TRF-4ª região suspendeu os seus efeitos, e que há uma apelação esperando julgamento nessa esfera. "A AGU entende que, mesmo após a suspensão da liminar, a decisão em momento algum indica que a área em questão é de domínio da Araupel."
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Mortes ocorreram após sem-terra atirar pra cima, diz testemunha; ouçaA cúpula da polícia do Paraná apresentou, durante entrevista na tarde desta sexta-feira (8), o depoimento em que uma testemunha afirma que dois sem-terra foram mortos em confronto entre o grupo e PMs após um deles ter dado "um tiro para cima". O caso ocorreu na quinta-feira (7) em Quedas do Iguaçu, no sudoeste do Paraná. No depoimento, o sem-terra Pedro Francelino afirma que o confronto teve início depois que um dos integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) "atirou pra cima e um policial revidou". Ele, que foi baleado no local, falou com os policiais no hospital. Ouça Na quinta, a Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária) afirmou que os policiais foram alvo de uma emboscada. Já nesta sexta (8), tanto a tenente-coronel Audilene Dias da Rocha quanto o delegado Julio Cezar dos Reis, representantes da PM e da Polícia Civil do governo Beto Richa (PSDB), afirmaram que eles nunca disseram se tratar de uma emboscada. Já o MST usou o mesmo termo, emboscada, para dizer que as vítimas foram, na verdade, os seus integrantes e que tanto os mortos e feridos foram baleados pelas costas, enquanto fugiam da polícia. A PM afirmou que só o resultado da perícia apontará a localização dos tiros. Nenhum policial se feriu durante o confronto. Na ação, morreram Vilmar Bordim, 44, casado e pai de três filhos, e Leomar Bhorbak, 25, cuja mulher está grávida de nove meses. O acampamento do MST reúne cerca de 10 mil pessoas, segundo a Sesp, desde julho de 2014. A área, onde funciona a empresa Araupel, de reflorestamento e exportação de madeiras, é alvo de disputa judicial -o governo federal pediu a nulidade do título da terra da Araupel, mas o caso está sob julgamento na Justiça Federal. Parte do interrogatório à Polícia Civil de Pedro Francelino foi divulgado para a imprensa, em áudio e em texto já transcrito. Ele foi ouvido nesta sexta no Hospital São Lucas, onde está internado. No trecho divulgado, Francelino diz que estava no local e que participaria de um protesto organizado pelos sem-terra. "Daí chegamos lá, levei foice, que é uma coisa que é ferramenta de trabalho. Chegamos lá um engraçadinho saiu pra fora atirando pra cima e o policial revidou. Foi só isso que aconteceu", afirmou. O primeiro tiro, disse Francelino à polícia, "foi do rapaz que morreu, que entrou em óbito lá, com o revólver na mão". Ele não soube dizer o nome da pessoa pois está "apenas há dois meses no acampamento.". Já segundo o delegado Julio Cezar dos Reis, os quatro PMs presentes no confronto disseram, em depoimento, "que foram recebidos a bala pelos sem-terra". Ele disse não saber especificar quantos tiros os sem-terra teriam disparado e se foram apenas para o alto ou contra os carros e os policiais. A versão da PM, apresentada pela coronel Audilene Dias da Rocha, é que dois policiais da PM Ambiental foram à fazenda na tarde desta quinta-feira averiguar a extensão dos danos de um incêndio no dia anterior. Pela tensão do litígio agrário, foram acompanhados de quatro PMs da Rotam, equipe especializada da corporação. Ainda segundo Audilene, como não era possível avançar de carro em um certo trecho, os PMs foram a pé até o ponto do incêndio, quando um sem-terra em uma moto se aproximou. Outras motos chegaram, e também uma caminhonete S-10 de cor escura com pessoas na carroceria e um ônibus, também ocupado por membros do MST. Neste momento, segundo a coronel, os sem-terra "atiraram contra os policiais. E eles [PMs] revidaram a agressão injusta". O secretário da Segurança Pública, Wagner Mesquita, criticou a retirada dos homens da Força Nacional de Segurança do local, no dia 29 de março. Segundo ele, o governo estadual pediu a prorrogação, mas não obteve resposta. Questionado se a retirada da Força Nacional pode ter justificado o conflito, Mesquita disse: "Acredito que tenha contribuído, não sei se foi fundamental, mas contribuiu". O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, determinou à Polícia Federal a instauração de inquérito para apurar os fatos e, em nota, diz que pediu providências para o envio da Força Nacional para a região. 'EXPLORAÇÃO IRREGULAR' Neste sábado, às 10 horas, o MST pretende organizar uma grande manifestação no centro de Quedas do Iguaçu pela morte dos dois sem-terra. E há atos previstos em ao menos cinco Estados. Membros do MST disseram que o movimento vai "vingar" as mortes com novas invasões em áreas da empresa Araupel, que atua com reflorestamento e exportação de madeiras. O Incra, órgão federal que cuida de processos de reforma agrária, afirmou, em nota, que vem agindo, com Advocacia-Geral da União e Procuradoria Federal, para "arrecadar a área explorada pela empresa Araupel". diz ainda entender "que se trata de área de domínio da União, portanto área pública". "Há décadas a empresa explora irregularmente parte de uma área considerada pública, com um histórico de conflito e degradação ambiental na região, com a substituição das matas nativas por monocultura de pinus e araucária, visando a indústria da madeira", diz o Incra. O órgão diz aguardar julgamento dos recursos interpostos na Justiça sobre o questionamento da titularidade da área. Procurada, a Araupel não havia se manifestado até a publicação deste texto. Nesta quinta, o advogado da Araupel, Leandro Salomão, afirmou no mês passado o TRF-4ª região (Tribunal Regional Federal), órgão de segunda instância, suspendeu os efeitos da primeira decisão da Justiça Federal, apontando que os títulos de posse da terra são válidos e que a propriedade pertence à Araupel. AGU e Incra, então, recorreram e o último recurso está ainda para ser julgado pelo mesmo TRF, possivelmente até o final deste mês. A AGU (Advocacia-Geral da União), em nota, também citou a decisão em primeira instância favorável ao governo federal para reconhecer o domínio da União sobre a propriedade, mas que nova decisão do TRF-4ª região suspendeu os seus efeitos, e que há uma apelação esperando julgamento nessa esfera. "A AGU entende que, mesmo após a suspensão da liminar, a decisão em momento algum indica que a área em questão é de domínio da Araupel."
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Avião pousa nos EUA após 5 dias de voo com energia do sol
O avião Solar Impulsione II aterrissou nesta sexta-feira no Havaí (EUA) após um complicado voo de cinco dias sobre o Pacífico, batendo assim o recorde mundial de distância para um avião impulsionado por energia solar e se tornando, além disso, no mais longo desse tipo tripulado por apenas um piloto. O Solar Impulse II aterrissou no aeroporto de Kalaeloa no Havaí às 5h55 (horário local, 12h55 em Brasília), após 120 horas de voo, um total de cinco dias e cinco noites desde que decolou na madrugada da segunda-feira de Nagoia (Japão). Saiba Mais
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Avião pousa nos EUA após 5 dias de voo com energia do solO avião Solar Impulsione II aterrissou nesta sexta-feira no Havaí (EUA) após um complicado voo de cinco dias sobre o Pacífico, batendo assim o recorde mundial de distância para um avião impulsionado por energia solar e se tornando, além disso, no mais longo desse tipo tripulado por apenas um piloto. O Solar Impulse II aterrissou no aeroporto de Kalaeloa no Havaí às 5h55 (horário local, 12h55 em Brasília), após 120 horas de voo, um total de cinco dias e cinco noites desde que decolou na madrugada da segunda-feira de Nagoia (Japão). Saiba Mais
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Skaf critica política econômica de Levy e sugere saída de ministro
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, atacou a política econômica conduzida pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda) e sugeriu a sua saída do governo ao comentar a proposta de volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). "Em vez de reduzir impostos para estimular a recuperação da economia, ele (Levy) está fazendo o oposto. Ele está aumentando juros, reduzindo o crédito e aumentando impostos. Com isso, não vai haver fim do ajuste fiscal. Ele vai derrubar a economia de tal forma que a arrecadação vai continuar caindo e você sempre vai precisar de outro ajuste", disse Skaf, que é filiado ao PMDB, à Folha. "Se o ministro da Fazenda não tiver a competência para encontrar caminhos para resolver a questão econômica brasileira a não ser o caminho do aumento de impostos, é melhor ele arrumar a mala dele e ir fazer outra coisa. Ele vai prejudicar muito o Brasil." O representante das indústrias paulistas disse que o ministro deve buscar reduzir as despesas do governo e não aumentar a receita por meio de aumento de impostos. "Ou o ministro Levy muda a política econômica ou a presidente Dilma que mude o ministro Levy. Da maneira que ele está cuidando dos assuntos econômicos vai levar o Brasil a um caos", afirmou. Skaf chamou o ministro da Fazenda de "insensível" diante do aumento do desemprego no país. "A economia brasileira está afundando, o desemprego está aumentando e o ministro da Fazenda só fala em aumento de impostos e não toma as providências que deveriam ser tomadas. Se ele não consegue enxergar alternativas para o ajuste fiscal, a vontade de toda a população é de que volte para casa." Para Skaf, a proposta de volta da CPMF é "balão de ensaio" e, se avançar, enfrentará forte resistência. "A sociedade não vai aceitar nem a CPMF nem qualquer imposto que o governo queira impor além dos que as pessoas já pagam por um péssimo serviço público. Se o governo encaminhar pedido de retorno de CPMF ou qualquer novo imposto, haverá uma reação muito forte, começando pela Fiesp." Skaf, que na noite desta quinta recebe Michel Temer (PMDB) em um jantar na Fiesp, disse que levará a preocupação com a economia brasileira e com o aumento de impostos ao vice-presidente.
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Skaf critica política econômica de Levy e sugere saída de ministroO presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, atacou a política econômica conduzida pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda) e sugeriu a sua saída do governo ao comentar a proposta de volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). "Em vez de reduzir impostos para estimular a recuperação da economia, ele (Levy) está fazendo o oposto. Ele está aumentando juros, reduzindo o crédito e aumentando impostos. Com isso, não vai haver fim do ajuste fiscal. Ele vai derrubar a economia de tal forma que a arrecadação vai continuar caindo e você sempre vai precisar de outro ajuste", disse Skaf, que é filiado ao PMDB, à Folha. "Se o ministro da Fazenda não tiver a competência para encontrar caminhos para resolver a questão econômica brasileira a não ser o caminho do aumento de impostos, é melhor ele arrumar a mala dele e ir fazer outra coisa. Ele vai prejudicar muito o Brasil." O representante das indústrias paulistas disse que o ministro deve buscar reduzir as despesas do governo e não aumentar a receita por meio de aumento de impostos. "Ou o ministro Levy muda a política econômica ou a presidente Dilma que mude o ministro Levy. Da maneira que ele está cuidando dos assuntos econômicos vai levar o Brasil a um caos", afirmou. Skaf chamou o ministro da Fazenda de "insensível" diante do aumento do desemprego no país. "A economia brasileira está afundando, o desemprego está aumentando e o ministro da Fazenda só fala em aumento de impostos e não toma as providências que deveriam ser tomadas. Se ele não consegue enxergar alternativas para o ajuste fiscal, a vontade de toda a população é de que volte para casa." Para Skaf, a proposta de volta da CPMF é "balão de ensaio" e, se avançar, enfrentará forte resistência. "A sociedade não vai aceitar nem a CPMF nem qualquer imposto que o governo queira impor além dos que as pessoas já pagam por um péssimo serviço público. Se o governo encaminhar pedido de retorno de CPMF ou qualquer novo imposto, haverá uma reação muito forte, começando pela Fiesp." Skaf, que na noite desta quinta recebe Michel Temer (PMDB) em um jantar na Fiesp, disse que levará a preocupação com a economia brasileira e com o aumento de impostos ao vice-presidente.
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Segredos do esporte: Filtro altera a visão dos atiradores
Estar com cinco sentidos aguçados nem sempre é ingrediente essencial no esporte olímpico.Os atiradores são um exemplo. Se pudessem escolher, na competição, teriam a visão apurada, mas seus ouvidos estariam bem fechados. Não há nada melhor do que o silêncio para atirar.Alguns equipamentos ajudam a transformar isso em realidade. "Na minha prova, lidamos com variedade de cor e de luz, já que os tiros acontecem ao ar livre. Os aparelhos nos ajudam a atenuar essas variáveis", afirma Cássio Rippel, 37, ouro no Pan-2015 na carabina deitado.Leia mais em página especial
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Segredos do esporte: Filtro altera a visão dos atiradoresEstar com cinco sentidos aguçados nem sempre é ingrediente essencial no esporte olímpico.Os atiradores são um exemplo. Se pudessem escolher, na competição, teriam a visão apurada, mas seus ouvidos estariam bem fechados. Não há nada melhor do que o silêncio para atirar.Alguns equipamentos ajudam a transformar isso em realidade. "Na minha prova, lidamos com variedade de cor e de luz, já que os tiros acontecem ao ar livre. Os aparelhos nos ajudam a atenuar essas variáveis", afirma Cássio Rippel, 37, ouro no Pan-2015 na carabina deitado.Leia mais em página especial
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Souza recebe proposta da Turquia e não enfrenta o Atlético-PR
O volante Souza recebeu uma proposta do Fenerbahce (TUR) e não deverá mais jogar pelo São Paulo. O atleta já ficará fora da partida contra o Atlético-PR, nesta quarta-feira, às 22h, em Curitiba. A informação foi confirmada pelo clube em sua conta no Twitter. Segundo o clube paulista, uma cláusula no contrato do jogador obriga o São Paulo a liberar o atleta para a equipe turca, que pagará 8 milhões de euros (cerca de R$ 27,6 milhões) pela transferência. O volante vinha sendo um dos homens de confiança do técnico Juan Carlos Osorio. Ele era constantemente elogiado pelo treinador e chegou a herdar a faixa de capitão da equipe quando o goleiro Rogério Ceni se machucou e não pôde enfrentar o Avaí. São Paulo Souza é o quarto jogador a deixar o clube desde a chegada do colombiano. A equipe também perdeu o zagueiro Paulo Miranda, para o Red Bull Salzburg, da Áustria, o volante Denilson, para o Al Wahda, dos Emirados Árabes, e o zagueiro Dória, cujo empréstimo junto ao Olympique de Marselha se encerrou no último dia 30. Além disso, o clube ainda deve ficar sem o zagueiro Rodrigo Caio. O jogador havia sido negociado com o Valencia, da Espanha, no entanto o negócio foi desfeito e o jogador agora negocia sua transferência para o Atlético de Madri. Se dentro de campo o time sofre com a perda de jogadores, pelo menos a venda de Souza pode aliviar um pouco a situação financeira do clube, que completará no próximo dia 10 quatro meses de atraso no pagamento dos direitos de imagem dos seus jogadores. O São Paulo detém 35% dos direitos econômicos de Souza e, portanto, deverá receber cerca de R$ 9,7 milhões pela transferência. Editoria de Arte/Folhapress
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Souza recebe proposta da Turquia e não enfrenta o Atlético-PRO volante Souza recebeu uma proposta do Fenerbahce (TUR) e não deverá mais jogar pelo São Paulo. O atleta já ficará fora da partida contra o Atlético-PR, nesta quarta-feira, às 22h, em Curitiba. A informação foi confirmada pelo clube em sua conta no Twitter. Segundo o clube paulista, uma cláusula no contrato do jogador obriga o São Paulo a liberar o atleta para a equipe turca, que pagará 8 milhões de euros (cerca de R$ 27,6 milhões) pela transferência. O volante vinha sendo um dos homens de confiança do técnico Juan Carlos Osorio. Ele era constantemente elogiado pelo treinador e chegou a herdar a faixa de capitão da equipe quando o goleiro Rogério Ceni se machucou e não pôde enfrentar o Avaí. São Paulo Souza é o quarto jogador a deixar o clube desde a chegada do colombiano. A equipe também perdeu o zagueiro Paulo Miranda, para o Red Bull Salzburg, da Áustria, o volante Denilson, para o Al Wahda, dos Emirados Árabes, e o zagueiro Dória, cujo empréstimo junto ao Olympique de Marselha se encerrou no último dia 30. Além disso, o clube ainda deve ficar sem o zagueiro Rodrigo Caio. O jogador havia sido negociado com o Valencia, da Espanha, no entanto o negócio foi desfeito e o jogador agora negocia sua transferência para o Atlético de Madri. Se dentro de campo o time sofre com a perda de jogadores, pelo menos a venda de Souza pode aliviar um pouco a situação financeira do clube, que completará no próximo dia 10 quatro meses de atraso no pagamento dos direitos de imagem dos seus jogadores. O São Paulo detém 35% dos direitos econômicos de Souza e, portanto, deverá receber cerca de R$ 9,7 milhões pela transferência. Editoria de Arte/Folhapress
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Revista Piauí: A onda
Em novembro de 2015, uma gigantesca barragem de rejeito de minério de ferro rompeu inteira sobre o povoado de Bento Rodrigues, distrito de Mariana, Minas Gerais. Conhecida como Fundão, a barragem pertence à empresa Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Biliton. No vídeo, imagens de Cristiano e Pedro Mascaro mostram a extensão da tragédia, enquanto a repórter Consuelo Dieguez narra a sucessão de acontecimentos decorrentes do rompimento da barragem. A piauí_118, que já está disponível nas bancas e em nosso aplicativo, traz a reportagem completa sobre a tragédia de Mariana. Assinantes da piauí têm acesso. aqui
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Revista Piauí: A ondaEm novembro de 2015, uma gigantesca barragem de rejeito de minério de ferro rompeu inteira sobre o povoado de Bento Rodrigues, distrito de Mariana, Minas Gerais. Conhecida como Fundão, a barragem pertence à empresa Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Biliton. No vídeo, imagens de Cristiano e Pedro Mascaro mostram a extensão da tragédia, enquanto a repórter Consuelo Dieguez narra a sucessão de acontecimentos decorrentes do rompimento da barragem. A piauí_118, que já está disponível nas bancas e em nosso aplicativo, traz a reportagem completa sobre a tragédia de Mariana. Assinantes da piauí têm acesso. aqui
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LG Electronics tem alta de 46% no lucro de 2014
A sul-coreana LG Electronics teve alta de 46% no lucro operacional do ano passado, para 1,8 trilhão de wons (US$ 1,66 bilhão), impulsionada por forte demanda por aparelhos de televisão, bem como recuperação de seus negócios com telefonia celular. O resultado ficou praticamente em linha com expectativas de analistas. A LG teve lucro de 1,2 trilhão de wons em 2013. A empresa deve divulgar detalhes sobre os resultados de quarto trimestre na quinta-feira (29).
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LG Electronics tem alta de 46% no lucro de 2014A sul-coreana LG Electronics teve alta de 46% no lucro operacional do ano passado, para 1,8 trilhão de wons (US$ 1,66 bilhão), impulsionada por forte demanda por aparelhos de televisão, bem como recuperação de seus negócios com telefonia celular. O resultado ficou praticamente em linha com expectativas de analistas. A LG teve lucro de 1,2 trilhão de wons em 2013. A empresa deve divulgar detalhes sobre os resultados de quarto trimestre na quinta-feira (29).
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Eleitores voltam às urnas no AM para 2º turno da eleição para governador
O segundo turno da eleição para o governo do Amazonas ocorre neste domingo (27) em meio ao risco de grande número de votos nulos e brancos e alta taxa de abstenções. A eleição suplementar foi convocada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em maio, após a cassação de José Melo (Pros), então governador, acusado de compra de votos. O ex-governador Amazonino Mendes (PDT) e o senador Eduardo Braga (PMDB), mais votados no primeiro turno, no dia 6 de agosto, disputam o cargo numa eleição considerada morna. A temperatura foi comprovada pelo desinteresse do amazonense: abstenções somadas a brancos e nulos superaram, com folga, a votação do primeiro colocado. No total, 849.528 eleitores (40%) deixaram de escolher um dos candidatos —Amazonino, o mais votado, obteve 577.397 votos (37% do total válido). Braga, o segundo colocado, teve 377.680 votos (25%). No pleito de 2014, a taxa de votos brancos, nulos e abstenções no Estado somou 27%. Os outros dois candidatos mais votados decidiram não apoiar nenhuma das duas chapas que passaram para o segundo turno. A situação diminui a possibilidade de transferência de votos e pode contribuir para a ausência nas urnas. Terceira colocada, com 18% dos votos válidos, a ex-deputada federal Rebecca Garcia (PP-AM) se declarou "totalmente afastada" da disputa entre Braga e Amazonino. "Tomei a decisão por não me sentir representada por nenhum dos dois candidatos", afirmou ela numa rede social. No vídeo, pediu aos eleitores que "possam refletir e votar com a sua consciência, por aquilo que acreditam ser o melhor para o Estado do Amazonas". O candidato do PT, o deputado estadual José Ricardo, também fechou com o partido a posição de neutralidade. A sigla decidiu não autorizar nenhum filiado a fazer campanha para os concorrentes do segundo turno. Durante a campanha, o petista adotou discurso crítico às lideranças de outras siglas no Estado. Tanto Amazonino quanto Braga são caciques da política local. O primeiro já foi governador do Estado por três vezes, e o segundo ocupou o cargo em duas ocasiões. Ambos já foram também prefeitos de Manaus. Quem vencer agora exercerá um "mandato-tampão", até o fim de 2018. A diplomação está prevista para outubro. A Justiça Eleitoral planeja distribuir 6.668 urnas eletrônicas por cerca de 1.500 locais de votação no Estado para o pleito deste domingo.
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Eleitores voltam às urnas no AM para 2º turno da eleição para governadorO segundo turno da eleição para o governo do Amazonas ocorre neste domingo (27) em meio ao risco de grande número de votos nulos e brancos e alta taxa de abstenções. A eleição suplementar foi convocada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em maio, após a cassação de José Melo (Pros), então governador, acusado de compra de votos. O ex-governador Amazonino Mendes (PDT) e o senador Eduardo Braga (PMDB), mais votados no primeiro turno, no dia 6 de agosto, disputam o cargo numa eleição considerada morna. A temperatura foi comprovada pelo desinteresse do amazonense: abstenções somadas a brancos e nulos superaram, com folga, a votação do primeiro colocado. No total, 849.528 eleitores (40%) deixaram de escolher um dos candidatos —Amazonino, o mais votado, obteve 577.397 votos (37% do total válido). Braga, o segundo colocado, teve 377.680 votos (25%). No pleito de 2014, a taxa de votos brancos, nulos e abstenções no Estado somou 27%. Os outros dois candidatos mais votados decidiram não apoiar nenhuma das duas chapas que passaram para o segundo turno. A situação diminui a possibilidade de transferência de votos e pode contribuir para a ausência nas urnas. Terceira colocada, com 18% dos votos válidos, a ex-deputada federal Rebecca Garcia (PP-AM) se declarou "totalmente afastada" da disputa entre Braga e Amazonino. "Tomei a decisão por não me sentir representada por nenhum dos dois candidatos", afirmou ela numa rede social. No vídeo, pediu aos eleitores que "possam refletir e votar com a sua consciência, por aquilo que acreditam ser o melhor para o Estado do Amazonas". O candidato do PT, o deputado estadual José Ricardo, também fechou com o partido a posição de neutralidade. A sigla decidiu não autorizar nenhum filiado a fazer campanha para os concorrentes do segundo turno. Durante a campanha, o petista adotou discurso crítico às lideranças de outras siglas no Estado. Tanto Amazonino quanto Braga são caciques da política local. O primeiro já foi governador do Estado por três vezes, e o segundo ocupou o cargo em duas ocasiões. Ambos já foram também prefeitos de Manaus. Quem vencer agora exercerá um "mandato-tampão", até o fim de 2018. A diplomação está prevista para outubro. A Justiça Eleitoral planeja distribuir 6.668 urnas eletrônicas por cerca de 1.500 locais de votação no Estado para o pleito deste domingo.
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Lava Jato! Tornozeleira da Gucci!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Bombas da semana: "Doleira promete delação premiada e canta Roberto Carlos na CPI". É caraoquê ou CPI? Caraoquê Parlamentar de Inquérito! Caraoquê na CPI. E ela cantou "Amada Amante". Errado! Doleira tem que cantar este hit do Roberto Carlos: "Tudo que eu gosto é ilegal, imoral ou EM DÓLAR". Rarará! "The Voice" na CPI! "American Idol." E agora estão chamando a PEC da Bengala de PEC Catacumba! Com a aprovação da PEC Catacumba, o Rogério Ceni vai jogar até os 75 anos. E a Susana Vieira vai transar até os 125 anos! Rarará! E outra bomba: "Curitiba pede 50 tornozeleiras eletrônicas". Acabou o estoque! Tornozeleira é tendência em Curitiba. Aliás, Curitiba é tendência! E se eu for pego na Lava Jato, quero tornozeleira da Gucci personalizada com cristal Swarovski. Preso ostentação! Rarará! E empreiteiro tem tornozeleira da Prada escrito: "I Love Propina". "Rastreado por Deus e pelo juiz Moro." E como disse um amigo: "Se a moda pega, minha namorada vai me botar uma tornozeleira". Isso. Bota tornozeleira em namorado: "Rastreado por fofoqueiras". Tornozeleira agora é chique. Celebridades usaram tornozeleiras: Paris Hilton e bispa Sonia. A Paris Hilton usou tornozeleira da Chanel em que vinha escrito: "Meu pai é rico","estourei o cartão", "eu me divirto em dobro". E na tornozeleira gospel da bispa Sonia estava escrito: "Rastreada por Deus e pelo FBI", "enriquecer em Cristo". Rarará! E mais bomba: "Idealizado por Cunha, projeto de shopping no Congresso avança na Câmara". Shopping no Congresso? É pra facilitar compra de deputado? A Câmara já é um shopping. Aceita cheque-camisinha, aquele que só desenrola no pau? Rarará! O gerente é o Cunha, o Tião Galinha! E a bomba final: "Juiz arreia as calças em plena audiência na Paraíba". Rarará! Eu não tenho medo do mundo acabar. Eu tenho medo do mundo continuar! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Lava Jato! Tornozeleira da Gucci!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Bombas da semana: "Doleira promete delação premiada e canta Roberto Carlos na CPI". É caraoquê ou CPI? Caraoquê Parlamentar de Inquérito! Caraoquê na CPI. E ela cantou "Amada Amante". Errado! Doleira tem que cantar este hit do Roberto Carlos: "Tudo que eu gosto é ilegal, imoral ou EM DÓLAR". Rarará! "The Voice" na CPI! "American Idol." E agora estão chamando a PEC da Bengala de PEC Catacumba! Com a aprovação da PEC Catacumba, o Rogério Ceni vai jogar até os 75 anos. E a Susana Vieira vai transar até os 125 anos! Rarará! E outra bomba: "Curitiba pede 50 tornozeleiras eletrônicas". Acabou o estoque! Tornozeleira é tendência em Curitiba. Aliás, Curitiba é tendência! E se eu for pego na Lava Jato, quero tornozeleira da Gucci personalizada com cristal Swarovski. Preso ostentação! Rarará! E empreiteiro tem tornozeleira da Prada escrito: "I Love Propina". "Rastreado por Deus e pelo juiz Moro." E como disse um amigo: "Se a moda pega, minha namorada vai me botar uma tornozeleira". Isso. Bota tornozeleira em namorado: "Rastreado por fofoqueiras". Tornozeleira agora é chique. Celebridades usaram tornozeleiras: Paris Hilton e bispa Sonia. A Paris Hilton usou tornozeleira da Chanel em que vinha escrito: "Meu pai é rico","estourei o cartão", "eu me divirto em dobro". E na tornozeleira gospel da bispa Sonia estava escrito: "Rastreada por Deus e pelo FBI", "enriquecer em Cristo". Rarará! E mais bomba: "Idealizado por Cunha, projeto de shopping no Congresso avança na Câmara". Shopping no Congresso? É pra facilitar compra de deputado? A Câmara já é um shopping. Aceita cheque-camisinha, aquele que só desenrola no pau? Rarará! O gerente é o Cunha, o Tião Galinha! E a bomba final: "Juiz arreia as calças em plena audiência na Paraíba". Rarará! Eu não tenho medo do mundo acabar. Eu tenho medo do mundo continuar! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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O criminoso de guerra sérvio que levou um time desconhecido à Champions League
Havia algo suíço demais no escândalo de corrupção da Fifa que estourou no ano passado: homens de terno conspiravam em hotéis luxuosos, trocavam propinas em envelopes pardos para garantir direitos de televisão às empresas de marketing esportivo; federações nacionais puxavam o saco de políticos corruptos e presenteavam suas esposas com bolsas de grife. Só quem é cego ou ingênuo poderia se dizer chocado diante dessas alegações. É claro que os votos da Copa do Mundo estavam à venda; por que alguém –ou algo, no caso– iria ao Qatar se a história não envolvesse enormes pilhas de dinheiro? Os promotores públicos americanos enquadraram os dirigentes da FIFA em leis criadas para enquadrar a máfia. Mas esses homens eram mafiosos meia-boca. Eram muito educados, suíços e convencionais. Na Sérvia dos anos 1990, porém, o crime no futebol tomou uma forma muito diferente: criminosos de guerra compraram clubes pequenos e os levaram à Liga dos Campeões intimidando, pelo caminho, jogadores adversários e árbitros. Quando foram ameaçados com sanções pelas autoridades do futebol, eles responderam com tentativas de assassinato a figurões da Uefa. Foi assim com o FK Obilić. Com um nome inspirado no mítico cavaleiro do século 14 Milo Obilić, uma figura lendária no folclore sérvio, o FK Obilić [pronuncia-se Ób-il-itch] foi fundado num bairro endinheirado de Belgrado em 1924 e passou a maioria de sua existência sofrendo nas divisões regionais semi-profissionais do futebol do país. Fora uma respeitável passagem pela elite antes da Segunda Guerra Mundial, o clube não atuou profissionalmente até chegar à terceira divisão do Campeonato Iugoslavo na temporada 1989/1990, quatro anos antes que a federação socialista e suas ligas de futebol se dividissem em associações e Estados individuais. O primeiro grande feito do Obilić seria uma aparição na final da copa nacional em 1995, na qual foi derrotado por 4 a 0 pelo grande rival Estrela Vermelha, que havia ganhado a Copa da UEFA anos antes. Nesse momento, o clube se encontrava na segunda divisão, oscilava no meio da tabela e nunca chegava perto conquistar o acesso. Um ano depois, porém, o time passou a ser controlado por eljko Raznatović, mais conhecido como "Arkan", que na época era o Dom Corleone de Belgrado e suspeito de crimes de guerra. Com seu apoio, o Obilić conquistou o acesso na primeira tentativa e, na temporada seguinte, se tornou o primeiro (e até hoje o único) clube nos últimos 27 anos a quebrar a hegemonia da dupla Estrela Vermelha e Partizan na disputa pelo título. Muitos atribuíram a improvável ascensão do Obilić à notoriedade de seu proprietário. Apesar de oficialmente ser apenas dono de uma padaria, Arkan ganhou fama com uma carreira criminosa que se estendeu por toda a Europa Ocidental nos anos 1970 e 1980. Dezenas de roubos a bancos e joalherias na Holanda, Alemanha, Suécia, Suíça, Áustria, Itália e Bélgica –somados a tiroteios com a polícia, quatro fugas de prisões e uma passagem pela lista de mais procurados da Interpol– faziam dele o padeiro mais assustador do mundo. Para dissuadir criminosos iugoslavos de cometer atos ilícitos em seu próprio país, os serviços de segurança de estado ofereciam passaportes falsos a homens como Arkan e os despachavam ao exterior para roubar e, depois, os recebiam de braços abertos quando voltavam para aquecer a economia local com o fruto de seus roubos. Esse acordo favoreceu o desenvolvimento de uma grande intimidade entre bandidos e funcionários do governo, algo que, no caso de Arkan, provou ser benéfico para os dois lados. Quando uma dupla de policiais apareceu para prendê-lo depois de um assalto a banco em Zagreb, capital da Croácia, em novembro de 1983, Arkan reagiu atirando nos dois. Embora esse tipo de comportamento rendesse prisão perpétua na Inglaterra e pena de morte em alguns estados americanos, Arkan foi solto 48 horas depois de sua prisão. Era óbvio que ele desfrutava de impunidade legal com a conivência do Estado. Em troca, Arkan, com seu poder no submundo, ajudou o Estado a exercer influência em lugares onde ele normalmente não poderia chegar. O maior exemplo disso ocorreu no final dos anos 1980, quando divergências políticas arraigadas apareceram pela primeira vez na torcida organizada do Estrela Vermelha. Como maior clube do país (55% dos sérvios torcem para o Estrela Vermelha e 35% para o Partizan) e sua instituição mais consagrada, seus torcedores formavam uma milícia considerável que os políticos sempre tentavam agradar em vez de tentar confrontar. Arkan foi escolhido por Slobodan Miloević para administrar essa inquietação política crescente e evitar que ela se tornasse um problema para o regime. Usando uma retórica nacionalista, ele uniu facções rivais num só grupo e, na posição de líder, rebatizou os torcedores de "Cigani" [os ciganos] para "Delije" [os Heróis] –um apelido que usam até hoje (embora o resto do país ainda os chame pejorativamente de ciganos). Em outubro de 1990, quando Arkan formou a Guarda Voluntária Sérvia, uma força paramilitar que ele lideraria em batalhas na Croácia e na Bósnia, também conhecida como "os tigres de Arkan", ele usou as torcidas organizadas como campo de recrutamento. Como era esperado de um exército amador de entusiastas da violência, os tigres cometeram inúmeras atrocidades que não eram vistas na Europa desde o Holocausto –saques, prisão e execução de civis, e estupros. Quando o conflito acabou, em 1995, Arkan voltou sua atenção a negócios no mercado negro de sua terra natal, que nos anos anteriores havia se transformado num verdadeiro Estado mafioso. O crime organizado estava tão entranhado no futebol sérvio que, entre 1995 e 2006, onze dirigentes de clubes foram assassinados em chacinas de gangues dignas da Família Soprano. Mafiosos foram atraídos pelo esporte porque podiam embolsar o dinheiro de transferências de jogadores, algo que era particularmente lucrativo em vendas para grandes clubes europeus. Eles também forçavam os jogadores a se endividarem, comprando carros e imóveis, para depois extorqui-los quando se mudavam para o exterior. De início, Arkan tentou ganhar controle sobre o Estrela Vermelha. Mas, como todas as instituições na Iugoslávia socialista, os clubes eram e continuam sendo empresas estatais que funcionam de maneira semelhante a partidos políticos –você não podia simplesmente comprar um, no maior estilo Abramovich; você precisava ser nomeado para a diretoria. Suas tentativas foram rejeitadas e, para o incômodo de Arkan, o clube estava empesteado por uma quantidade enorme de políticos corruptos, ex-jogadores reverenciados e gente com bons contatos. Era um número grande demais para que ele simplesmente matasse todos. Por causa disso, criminosos se concentravam em clubes anônimos de divisões de acesso, como o Obilić. Depois que Arkan assumiu "os cavaleiros" no verão de 1996, o Obilić conquistou o acesso à primeira divisão com uma vantagem de 15 pontos, sofrendo apenas quatro derrotas na temporada. Estranhamente, o FK eleznik, que subiu como vice-campeão, era liderado por um dos sócios de Arkan que morreriam na execução de uma gangue no ano seguinte. Mas enquanto o eleznik lutava para evitar o rebaixamento, o Obilić conquistou o título da primeira divisão, terminando dois pontos à frente do Estrela Vermelha, com apenas uma derrota no campeonato. Eles também chegaram à final da copa nacional, perdendo para o Partizan num jogo que muitos dizem ter sido arranjado –a lenda é que o Partizan, que estava mais de dez pontos atrás dos clubes que disputavam o título do Campeonato Sérvio, teria perdido de propósito sua partida contra o Obilić no final da temporada, sem arriscar sequer um chute a gol, para impedir que o Estrela Vermelha chegasse ao título. Para retribuir o favor, o Obilić teria entregado a copa. Mas essas não foram as únicas acusações de desonestidade que mancharam o sucesso do time campeão. Mais tarde foi descoberto que, antes das partidas, jogadores recebiam telefonemas para intimidá-los. A ameaça costumeira era lhes prometer um tiro no joelho. Ao mesmo tempo, dizia-se que o meio-campo Nikola Lazetić, do FK Vojvodina, foi colocado no porta-malas de um carro e obrigado a assinar com o Obilić para ser vendido ao Fenerbahçe 18 meses depois. As regras da UEFA na época deixavam que cada federação emitisse licenças de técnico, o que permitiu que Arkan obtivesse sua certidão profissional. Ele se sentava no banco ao lado do técnico, com uma onipresença que fazia as pernas dos adversários tremerem de medo. Não parava por aí: anos atrás, o árbitro internacional Zoran Arsić admitiu a uma emissora nacional de televisão que Arkan atravessou uma barreira policial no intervalo de um jogo e o ameaçou no vestiário. Arsić alega ter sido estapeado, ofendido verbalmente e ameaçado com uma arma na cabeça. Os dirigentes sabiam disso, mas pediram que ele mantivesse o silêncio em troca de nunca mais apitar um jogo do Obilić. Não faria muita diferença, já que as artimanhas de Arkan não eram um segredo. Noutra ocasião, jogadores do Estrela Vermelha se recusaram a entrar no vestiário no intervalo; eles preferiram perambular e urinar no gramado em vez de se arriscar a encontrá-lo no chuveiro. A conquista do campeonato pelo Obilić classificou o time para as rodadas eliminatórias da Liga dos Campeões. Como era de se esperar, a Uefa não viu com bons olhos a participação do time de um criminoso de guerra na principal competição de clubes da Europa, o que se tornou uma possibilidade sinistra quando o Obilić venceu o campeão islandês IBV por 2 a 0 em casa no jogo de ida. Para não passar vergonha, chefões da Uefa ameaçaram expulsar o time, o que levou Arkan a renunciar oficialmente a seu cargo no clube em 25 de julho de 1998. Mas esse não foi o capítulo final dessa novela maquiavélica: a escolhida para substituir Arkan foi sua mulher, Ceca, de 25 anos, que coincidentemente era a maior estrela pop do país e o equivalente sérvio a Dolly Parton, equipada com enormes seios de silicone. Ainda que o clube tenha continuado no campeonato e vencido o jogo de volta por 2 a 1, Arkan ficou estupefato com a demonstração de poder dos burocratas e supostamente planejou o assassinato de Lennart Johansson, então presidente da Uefa. Numa entrevista à televisão nove anos mais tarde, Johansson admitiu que sabia dos rumores; aparentemente, um esquadrão da morte foi mandado para matá-lo em Viena, mas a operação foi cancelada porque não houve nenhuma oportunidade clara de atingi-lo com um tiro. Incapaz de intimidar seus adversários europeus, Arkan viu as fraquezas de seu time serem expostas na segunda rodada da fase eliminatória, quando o Obilić enfrentou o Bayern de Munique. O time alemão passeou em campo numa vitória por 4 a 0 na Bavária. Arkan não pode comparecer à partida devido a um mandado de prisão pendente dos anos 1970. O jogo de volta terminou em 1 a 1, mandando o Obilić para a segunda fase da Copa da Uefa, na qual enfrentou o Atlético de Madrid e perdeu por 3 a 0 na soma dos dois jogos. Em retrospecto, esse momento marcou para o Obilić o fim de uma era de ouro manchada de sangue. Era o início de sua derrocada. Embora o clube tenha atravessado a temporada de 1998-99 invicto, o Obilić não conseguiu defender seu título depois que os bombardeios à Sérvia liderados pela Otan forçaram o fim do campeonato com dez rodadas de antecedência. A classificação daquele momento foi considerada a final, com o Obilić a dois pontos do novo campeão, o Partizan. O resultado teria sido suficiente para classificar o time para a Copa da UEFA, mas uma acusação a Arkan por genocídio e crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia levou o clube a ser banido de competições internacionais, o que é bastante justo. A temporada seguinte também começou de maneira promissora para o clube, com apenas uma derrota até a pausa na competição no fim do ano. Mas então, em 15 de janeiro de 2000, um atirador solitário se aproximou de Arkan pelas costas e o executou no lobby do hotel Intercontinental, em Belgrado. Como se pode imaginar, os adversários do Obilić jogaram com uma renovada liberdade agora que não tinham um genocida planejando seus funerais ao lado do campo, e o clube perdeu seis partidas no segundo turno do campeonato –a mesma quantidade de derrotas sofridas durante toda a gestão de Arkan. Eles terminaram a temporada em terceiro lugar, um feito que repetiriam no ano seguinte para depois embarcar numa lenta queda na tabela. O rebaixamento enfim chegou em 2005-06, a primeira de seis quedas em sete temporadas, que levaram o clube à divisão mais baixa do futebol regional da Sérvia. O circo, no entanto, não acabou por aí: Ceca, a esposa cirurgicamente aprimorada de Arkan, foi pega numa operação contra o crime organizado depois que gangues associadas a ela mataram o primeiro-ministro reformista da Sérvia, Zoran Djindjić, em 2003. Uma busca em sua mansão revelou um esconderijo com 11 armas e evidências de que ela desviou quatro milhões de marcos alemães e US$ 3,5 milhões pela transferência de dez jogadores do Obilić nos três anos seguintes à morte de seu marido. Quando ela finalmente foi julgada em 2011, recebeu uma sentença de apenas 18 semanas de prisão domiciliar e uma multa de 1,5 milhão de euros –muito menos do que ela conseguiu embolsar. Hoje em dia, se você caminhar em frente à sede do Obilić, verá que do lado de fora há um mural de Arkan com uma boina, uma imagem parecida com outra pintura que está na ala norte do estádio "Marakana", do Estrela Vermelha. Ceca, por sua vez, pode ser vista em rede nacional de televisão todo sábado esmagando os sonhos de candidatos como uma das juradas da versão pirata sérvia do The X Factor. O conflito pode ter acabado e a Iugoslávia pode ser parte da história, mas as condições que permitiram que um criminoso de guerra levasse um clube azarão à eliminatória da Liga dos Campeões continuam aí. Esse não é o retrato de uma nação que é incapaz de lidar com seu sangrento passado recente, mas sim de uma nação que simplesmente não se importa. Tradução: Danilo Venticinque Leia no site da Vice: O criminoso de guerra sérvio que levou um time desconhecido à Champions League
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O criminoso de guerra sérvio que levou um time desconhecido à Champions LeagueHavia algo suíço demais no escândalo de corrupção da Fifa que estourou no ano passado: homens de terno conspiravam em hotéis luxuosos, trocavam propinas em envelopes pardos para garantir direitos de televisão às empresas de marketing esportivo; federações nacionais puxavam o saco de políticos corruptos e presenteavam suas esposas com bolsas de grife. Só quem é cego ou ingênuo poderia se dizer chocado diante dessas alegações. É claro que os votos da Copa do Mundo estavam à venda; por que alguém –ou algo, no caso– iria ao Qatar se a história não envolvesse enormes pilhas de dinheiro? Os promotores públicos americanos enquadraram os dirigentes da FIFA em leis criadas para enquadrar a máfia. Mas esses homens eram mafiosos meia-boca. Eram muito educados, suíços e convencionais. Na Sérvia dos anos 1990, porém, o crime no futebol tomou uma forma muito diferente: criminosos de guerra compraram clubes pequenos e os levaram à Liga dos Campeões intimidando, pelo caminho, jogadores adversários e árbitros. Quando foram ameaçados com sanções pelas autoridades do futebol, eles responderam com tentativas de assassinato a figurões da Uefa. Foi assim com o FK Obilić. Com um nome inspirado no mítico cavaleiro do século 14 Milo Obilić, uma figura lendária no folclore sérvio, o FK Obilić [pronuncia-se Ób-il-itch] foi fundado num bairro endinheirado de Belgrado em 1924 e passou a maioria de sua existência sofrendo nas divisões regionais semi-profissionais do futebol do país. Fora uma respeitável passagem pela elite antes da Segunda Guerra Mundial, o clube não atuou profissionalmente até chegar à terceira divisão do Campeonato Iugoslavo na temporada 1989/1990, quatro anos antes que a federação socialista e suas ligas de futebol se dividissem em associações e Estados individuais. O primeiro grande feito do Obilić seria uma aparição na final da copa nacional em 1995, na qual foi derrotado por 4 a 0 pelo grande rival Estrela Vermelha, que havia ganhado a Copa da UEFA anos antes. Nesse momento, o clube se encontrava na segunda divisão, oscilava no meio da tabela e nunca chegava perto conquistar o acesso. Um ano depois, porém, o time passou a ser controlado por eljko Raznatović, mais conhecido como "Arkan", que na época era o Dom Corleone de Belgrado e suspeito de crimes de guerra. Com seu apoio, o Obilić conquistou o acesso na primeira tentativa e, na temporada seguinte, se tornou o primeiro (e até hoje o único) clube nos últimos 27 anos a quebrar a hegemonia da dupla Estrela Vermelha e Partizan na disputa pelo título. Muitos atribuíram a improvável ascensão do Obilić à notoriedade de seu proprietário. Apesar de oficialmente ser apenas dono de uma padaria, Arkan ganhou fama com uma carreira criminosa que se estendeu por toda a Europa Ocidental nos anos 1970 e 1980. Dezenas de roubos a bancos e joalherias na Holanda, Alemanha, Suécia, Suíça, Áustria, Itália e Bélgica –somados a tiroteios com a polícia, quatro fugas de prisões e uma passagem pela lista de mais procurados da Interpol– faziam dele o padeiro mais assustador do mundo. Para dissuadir criminosos iugoslavos de cometer atos ilícitos em seu próprio país, os serviços de segurança de estado ofereciam passaportes falsos a homens como Arkan e os despachavam ao exterior para roubar e, depois, os recebiam de braços abertos quando voltavam para aquecer a economia local com o fruto de seus roubos. Esse acordo favoreceu o desenvolvimento de uma grande intimidade entre bandidos e funcionários do governo, algo que, no caso de Arkan, provou ser benéfico para os dois lados. Quando uma dupla de policiais apareceu para prendê-lo depois de um assalto a banco em Zagreb, capital da Croácia, em novembro de 1983, Arkan reagiu atirando nos dois. Embora esse tipo de comportamento rendesse prisão perpétua na Inglaterra e pena de morte em alguns estados americanos, Arkan foi solto 48 horas depois de sua prisão. Era óbvio que ele desfrutava de impunidade legal com a conivência do Estado. Em troca, Arkan, com seu poder no submundo, ajudou o Estado a exercer influência em lugares onde ele normalmente não poderia chegar. O maior exemplo disso ocorreu no final dos anos 1980, quando divergências políticas arraigadas apareceram pela primeira vez na torcida organizada do Estrela Vermelha. Como maior clube do país (55% dos sérvios torcem para o Estrela Vermelha e 35% para o Partizan) e sua instituição mais consagrada, seus torcedores formavam uma milícia considerável que os políticos sempre tentavam agradar em vez de tentar confrontar. Arkan foi escolhido por Slobodan Miloević para administrar essa inquietação política crescente e evitar que ela se tornasse um problema para o regime. Usando uma retórica nacionalista, ele uniu facções rivais num só grupo e, na posição de líder, rebatizou os torcedores de "Cigani" [os ciganos] para "Delije" [os Heróis] –um apelido que usam até hoje (embora o resto do país ainda os chame pejorativamente de ciganos). Em outubro de 1990, quando Arkan formou a Guarda Voluntária Sérvia, uma força paramilitar que ele lideraria em batalhas na Croácia e na Bósnia, também conhecida como "os tigres de Arkan", ele usou as torcidas organizadas como campo de recrutamento. Como era esperado de um exército amador de entusiastas da violência, os tigres cometeram inúmeras atrocidades que não eram vistas na Europa desde o Holocausto –saques, prisão e execução de civis, e estupros. Quando o conflito acabou, em 1995, Arkan voltou sua atenção a negócios no mercado negro de sua terra natal, que nos anos anteriores havia se transformado num verdadeiro Estado mafioso. O crime organizado estava tão entranhado no futebol sérvio que, entre 1995 e 2006, onze dirigentes de clubes foram assassinados em chacinas de gangues dignas da Família Soprano. Mafiosos foram atraídos pelo esporte porque podiam embolsar o dinheiro de transferências de jogadores, algo que era particularmente lucrativo em vendas para grandes clubes europeus. Eles também forçavam os jogadores a se endividarem, comprando carros e imóveis, para depois extorqui-los quando se mudavam para o exterior. De início, Arkan tentou ganhar controle sobre o Estrela Vermelha. Mas, como todas as instituições na Iugoslávia socialista, os clubes eram e continuam sendo empresas estatais que funcionam de maneira semelhante a partidos políticos –você não podia simplesmente comprar um, no maior estilo Abramovich; você precisava ser nomeado para a diretoria. Suas tentativas foram rejeitadas e, para o incômodo de Arkan, o clube estava empesteado por uma quantidade enorme de políticos corruptos, ex-jogadores reverenciados e gente com bons contatos. Era um número grande demais para que ele simplesmente matasse todos. Por causa disso, criminosos se concentravam em clubes anônimos de divisões de acesso, como o Obilić. Depois que Arkan assumiu "os cavaleiros" no verão de 1996, o Obilić conquistou o acesso à primeira divisão com uma vantagem de 15 pontos, sofrendo apenas quatro derrotas na temporada. Estranhamente, o FK eleznik, que subiu como vice-campeão, era liderado por um dos sócios de Arkan que morreriam na execução de uma gangue no ano seguinte. Mas enquanto o eleznik lutava para evitar o rebaixamento, o Obilić conquistou o título da primeira divisão, terminando dois pontos à frente do Estrela Vermelha, com apenas uma derrota no campeonato. Eles também chegaram à final da copa nacional, perdendo para o Partizan num jogo que muitos dizem ter sido arranjado –a lenda é que o Partizan, que estava mais de dez pontos atrás dos clubes que disputavam o título do Campeonato Sérvio, teria perdido de propósito sua partida contra o Obilić no final da temporada, sem arriscar sequer um chute a gol, para impedir que o Estrela Vermelha chegasse ao título. Para retribuir o favor, o Obilić teria entregado a copa. Mas essas não foram as únicas acusações de desonestidade que mancharam o sucesso do time campeão. Mais tarde foi descoberto que, antes das partidas, jogadores recebiam telefonemas para intimidá-los. A ameaça costumeira era lhes prometer um tiro no joelho. Ao mesmo tempo, dizia-se que o meio-campo Nikola Lazetić, do FK Vojvodina, foi colocado no porta-malas de um carro e obrigado a assinar com o Obilić para ser vendido ao Fenerbahçe 18 meses depois. As regras da UEFA na época deixavam que cada federação emitisse licenças de técnico, o que permitiu que Arkan obtivesse sua certidão profissional. Ele se sentava no banco ao lado do técnico, com uma onipresença que fazia as pernas dos adversários tremerem de medo. Não parava por aí: anos atrás, o árbitro internacional Zoran Arsić admitiu a uma emissora nacional de televisão que Arkan atravessou uma barreira policial no intervalo de um jogo e o ameaçou no vestiário. Arsić alega ter sido estapeado, ofendido verbalmente e ameaçado com uma arma na cabeça. Os dirigentes sabiam disso, mas pediram que ele mantivesse o silêncio em troca de nunca mais apitar um jogo do Obilić. Não faria muita diferença, já que as artimanhas de Arkan não eram um segredo. Noutra ocasião, jogadores do Estrela Vermelha se recusaram a entrar no vestiário no intervalo; eles preferiram perambular e urinar no gramado em vez de se arriscar a encontrá-lo no chuveiro. A conquista do campeonato pelo Obilić classificou o time para as rodadas eliminatórias da Liga dos Campeões. Como era de se esperar, a Uefa não viu com bons olhos a participação do time de um criminoso de guerra na principal competição de clubes da Europa, o que se tornou uma possibilidade sinistra quando o Obilić venceu o campeão islandês IBV por 2 a 0 em casa no jogo de ida. Para não passar vergonha, chefões da Uefa ameaçaram expulsar o time, o que levou Arkan a renunciar oficialmente a seu cargo no clube em 25 de julho de 1998. Mas esse não foi o capítulo final dessa novela maquiavélica: a escolhida para substituir Arkan foi sua mulher, Ceca, de 25 anos, que coincidentemente era a maior estrela pop do país e o equivalente sérvio a Dolly Parton, equipada com enormes seios de silicone. Ainda que o clube tenha continuado no campeonato e vencido o jogo de volta por 2 a 1, Arkan ficou estupefato com a demonstração de poder dos burocratas e supostamente planejou o assassinato de Lennart Johansson, então presidente da Uefa. Numa entrevista à televisão nove anos mais tarde, Johansson admitiu que sabia dos rumores; aparentemente, um esquadrão da morte foi mandado para matá-lo em Viena, mas a operação foi cancelada porque não houve nenhuma oportunidade clara de atingi-lo com um tiro. Incapaz de intimidar seus adversários europeus, Arkan viu as fraquezas de seu time serem expostas na segunda rodada da fase eliminatória, quando o Obilić enfrentou o Bayern de Munique. O time alemão passeou em campo numa vitória por 4 a 0 na Bavária. Arkan não pode comparecer à partida devido a um mandado de prisão pendente dos anos 1970. O jogo de volta terminou em 1 a 1, mandando o Obilić para a segunda fase da Copa da Uefa, na qual enfrentou o Atlético de Madrid e perdeu por 3 a 0 na soma dos dois jogos. Em retrospecto, esse momento marcou para o Obilić o fim de uma era de ouro manchada de sangue. Era o início de sua derrocada. Embora o clube tenha atravessado a temporada de 1998-99 invicto, o Obilić não conseguiu defender seu título depois que os bombardeios à Sérvia liderados pela Otan forçaram o fim do campeonato com dez rodadas de antecedência. A classificação daquele momento foi considerada a final, com o Obilić a dois pontos do novo campeão, o Partizan. O resultado teria sido suficiente para classificar o time para a Copa da UEFA, mas uma acusação a Arkan por genocídio e crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia levou o clube a ser banido de competições internacionais, o que é bastante justo. A temporada seguinte também começou de maneira promissora para o clube, com apenas uma derrota até a pausa na competição no fim do ano. Mas então, em 15 de janeiro de 2000, um atirador solitário se aproximou de Arkan pelas costas e o executou no lobby do hotel Intercontinental, em Belgrado. Como se pode imaginar, os adversários do Obilić jogaram com uma renovada liberdade agora que não tinham um genocida planejando seus funerais ao lado do campo, e o clube perdeu seis partidas no segundo turno do campeonato –a mesma quantidade de derrotas sofridas durante toda a gestão de Arkan. Eles terminaram a temporada em terceiro lugar, um feito que repetiriam no ano seguinte para depois embarcar numa lenta queda na tabela. O rebaixamento enfim chegou em 2005-06, a primeira de seis quedas em sete temporadas, que levaram o clube à divisão mais baixa do futebol regional da Sérvia. O circo, no entanto, não acabou por aí: Ceca, a esposa cirurgicamente aprimorada de Arkan, foi pega numa operação contra o crime organizado depois que gangues associadas a ela mataram o primeiro-ministro reformista da Sérvia, Zoran Djindjić, em 2003. Uma busca em sua mansão revelou um esconderijo com 11 armas e evidências de que ela desviou quatro milhões de marcos alemães e US$ 3,5 milhões pela transferência de dez jogadores do Obilić nos três anos seguintes à morte de seu marido. Quando ela finalmente foi julgada em 2011, recebeu uma sentença de apenas 18 semanas de prisão domiciliar e uma multa de 1,5 milhão de euros –muito menos do que ela conseguiu embolsar. Hoje em dia, se você caminhar em frente à sede do Obilić, verá que do lado de fora há um mural de Arkan com uma boina, uma imagem parecida com outra pintura que está na ala norte do estádio "Marakana", do Estrela Vermelha. Ceca, por sua vez, pode ser vista em rede nacional de televisão todo sábado esmagando os sonhos de candidatos como uma das juradas da versão pirata sérvia do The X Factor. O conflito pode ter acabado e a Iugoslávia pode ser parte da história, mas as condições que permitiram que um criminoso de guerra levasse um clube azarão à eliminatória da Liga dos Campeões continuam aí. Esse não é o retrato de uma nação que é incapaz de lidar com seu sangrento passado recente, mas sim de uma nação que simplesmente não se importa. Tradução: Danilo Venticinque Leia no site da Vice: O criminoso de guerra sérvio que levou um time desconhecido à Champions League
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Estudo sugere que games podem melhorar habilidades de raciocínio
Um estudo da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, mostrou que o uso frequente de videogames pode melhorar habilidades intelectuais e até mesmo sociais das crianças. Os participantes tinham entre 6 e 11 anos e vieram de seis países da União Europeia. Dentre as 3.195 crianças, as 20% que jogavam videogame por mais de 5 horas na semana mostraram quase duas vezes mais probabilidade de ter maior função intelectual e competência escolar que as demais. Por outro lado, elas não apresentaram sinais de problemas mentais relacionados ao uso dos games. A avaliação psicológica foi feita por pais, professores e pelas próprias crianças, que responderam a questionários padronizados. CONTROVÉRSIAS "É preciso ter muito cuidado com essas pesquisas, porque no geral elas são muito parciais, e querem estimular o uso dos eletrônicos", aponta o professor Valdemar Setzar, do Instituto de Matemática e Estatística da USP. O pesquisador, que estuda os danos de videogames e de outros aparatos tecnológicos ao desenvolvimento das crianças, afirma que os jogos prejudicam a imaginação e a criatividade –algo que dificilmente é medido numa pesquisa como essa. Na visão dele, o mesmo acontece com tablets, smartphones e televisão. "O computador é uma máquina matemática, tudo vai exigir um pensamento lógico, engessado", diz. Para a professora Luciana Rufo, do Núcleo de Pesquisa em Psicologia em Informática (NPPI) da PUC, a interatividade dos jogos pode, sim, trazer benefícios ao cérebro. "No videogame, você precisa desenvolver algumas habilidades, gravar caminhos, ter desenvoltura manual e até aprender inglês em alguns jogos", diz. "É um outro tipo de exercício para o cérebro." INTERAÇÃO SOCIAL Outro ponto levantado pelo estudo é que os videogames teriam, possivelmente, uma pequena relação com a maior capacidade de convívio social observada nos jovens jogadores. "Socialmente falando, para essa geração, os games são muito importantes, e também se tornaram uma forma de criar laços com os outros", afirma Luciana. Ela cita como exemplo os jogos online, onde o participante tem contato com companheiros virtuais. "O jogador não é mais solitário como antes. A maioria dos jogos de hoje envolvem alguma interação social." Os especialistas ressaltam, contudo, que as crianças também precisam aproveitar outros espaços, fora do ambiente tecnológico. A diversão deve ser de forma moderada e em horas livres –e sempre supervisionada pelos pais. A Associação Americana de Pediatria, por exemplo, recomenda que crianças com mais de 10 anos não joguem mais do que duas horas de videogame por dia. "O problema não é o uso, mas o excesso", afirma Luciana. "Se usados apenas como diversão nas horas vagas, os games podem trazer benefícios."
folhinha
Estudo sugere que games podem melhorar habilidades de raciocínioUm estudo da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, mostrou que o uso frequente de videogames pode melhorar habilidades intelectuais e até mesmo sociais das crianças. Os participantes tinham entre 6 e 11 anos e vieram de seis países da União Europeia. Dentre as 3.195 crianças, as 20% que jogavam videogame por mais de 5 horas na semana mostraram quase duas vezes mais probabilidade de ter maior função intelectual e competência escolar que as demais. Por outro lado, elas não apresentaram sinais de problemas mentais relacionados ao uso dos games. A avaliação psicológica foi feita por pais, professores e pelas próprias crianças, que responderam a questionários padronizados. CONTROVÉRSIAS "É preciso ter muito cuidado com essas pesquisas, porque no geral elas são muito parciais, e querem estimular o uso dos eletrônicos", aponta o professor Valdemar Setzar, do Instituto de Matemática e Estatística da USP. O pesquisador, que estuda os danos de videogames e de outros aparatos tecnológicos ao desenvolvimento das crianças, afirma que os jogos prejudicam a imaginação e a criatividade –algo que dificilmente é medido numa pesquisa como essa. Na visão dele, o mesmo acontece com tablets, smartphones e televisão. "O computador é uma máquina matemática, tudo vai exigir um pensamento lógico, engessado", diz. Para a professora Luciana Rufo, do Núcleo de Pesquisa em Psicologia em Informática (NPPI) da PUC, a interatividade dos jogos pode, sim, trazer benefícios ao cérebro. "No videogame, você precisa desenvolver algumas habilidades, gravar caminhos, ter desenvoltura manual e até aprender inglês em alguns jogos", diz. "É um outro tipo de exercício para o cérebro." INTERAÇÃO SOCIAL Outro ponto levantado pelo estudo é que os videogames teriam, possivelmente, uma pequena relação com a maior capacidade de convívio social observada nos jovens jogadores. "Socialmente falando, para essa geração, os games são muito importantes, e também se tornaram uma forma de criar laços com os outros", afirma Luciana. Ela cita como exemplo os jogos online, onde o participante tem contato com companheiros virtuais. "O jogador não é mais solitário como antes. A maioria dos jogos de hoje envolvem alguma interação social." Os especialistas ressaltam, contudo, que as crianças também precisam aproveitar outros espaços, fora do ambiente tecnológico. A diversão deve ser de forma moderada e em horas livres –e sempre supervisionada pelos pais. A Associação Americana de Pediatria, por exemplo, recomenda que crianças com mais de 10 anos não joguem mais do que duas horas de videogame por dia. "O problema não é o uso, mas o excesso", afirma Luciana. "Se usados apenas como diversão nas horas vagas, os games podem trazer benefícios."
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A lei é limite para todos
O projeto conhecido como dez medidas contra a corrupção chegou ao Congresso brasileiro no final de março, com o respaldo de mais de 2 milhões de assinaturas. Preconiza a construção de um novo modelo, no qual a lei seja o limite para todos. Foram meses de trabalho até agora na Câmara. Ouvimos mais de cem especialistas em todas as áreas do mundo jurídico. Recebemos autoridades espanholas e do Reino Unido. Todos, do seu modo e com sua visão, colaborando para que o controle, a transparência e o combate à impunidade no novo Brasil sejam eficientes e eficazes. Segundo recente publicação, somos, vergonhosamente, o quarto país mais corrupto do mundo. A Transparência Internacional nos coloca no desonroso 76º lugar de sua lista. Ao longo dos debates sobre o pacote de dez medida na Câmara, do qual sou relator, muitos disseram que não precisávamos de novas leis, novas penas, pois elas já existiriam em número suficiente. Davam como exemplo a Lava Jato, mas a operação é um ponto fora da curva, uma rara conjunção de talento e preparo do juiz Sérgio Moro e da jovem equipe de procuradores de Curitiba, similar à operação Mãos Limpas na Itália. Foi ela que inspirou o Ministério Público a provocar positivamente o Congresso Nacional com as dez medidas, para que o caminho do Brasil seja diferente do italiano. Lá, após a Mãos Limpas, o Parlamento afrouxou a legislação anticorrupção. Não é esse o caminho que queremos. A leitura do relatório, na última semana, deu início à última etapa na comissão especial que analisa as dez medidas. Nos últimos dias, dois outros projetos de lei, estes sim abusivos e na contramão do que a sociedade deseja, causaram muita confusão entre as pessoas. Nenhum dos dois tem relação com as dez medidas. O desastrado PL 3.636/15 prevê que acordos de leniência deixem a Justiça de fora, o que atrapalharia as investigações. Nosso relatório, ao contrário, prevê que esses acordos só devem ser feitos com participação do Ministério Público e obrigatória homologação da Justiça. Outro projeto que causa confusão é o que trata de abuso de autoridade, o PL 280/16, promovido pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). Não reproduzimos nenhuma vírgula desse desvirtuado projeto, mas mesmo assim entramos em consenso para retirar do relatório a medida que prevê crimes de responsabilidade para magistrados e membros do Ministério Público. O que não pôde ser acatado na íntegra, incluindo a questão do habeas corpus e das provas ilícitas, será debatido em outras comissões. Nosso relatório traz todos os conceitos das dez medidas e avanços que deram certo em países que são exemplo no combate à corrupção. Correções ainda poderão ser feitas. Como disse Sergio Moro na comissão, ninguém é dono da verdade. O certo é que nada do que propusemos atrapalhará o trabalho da Justiça ou as investigações da Operação Lava Jato. Nada fere a autonomia da Polícia Federal, retira direitos individuais ou produz qualquer facilidade para quem praticou algum delito. Após aprovação do pacote das dez medidas, o Brasil será outro no combate à corrupção. Trabalho com a esperança de ver nosso país tomar a frente e ser um farol para a América Latina, continente tão devastado por essa prática nociva. Eu também assinei as dez medidas. Queremos um país em que a lei seja o limite para qualquer cidadão. *ONYX LORENZONI * é deputado federal (DEM-RS) e relator na Câmara do pacote de medidas contra a corrupção apresentado pelo Ministério Público PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
opiniao
A lei é limite para todosO projeto conhecido como dez medidas contra a corrupção chegou ao Congresso brasileiro no final de março, com o respaldo de mais de 2 milhões de assinaturas. Preconiza a construção de um novo modelo, no qual a lei seja o limite para todos. Foram meses de trabalho até agora na Câmara. Ouvimos mais de cem especialistas em todas as áreas do mundo jurídico. Recebemos autoridades espanholas e do Reino Unido. Todos, do seu modo e com sua visão, colaborando para que o controle, a transparência e o combate à impunidade no novo Brasil sejam eficientes e eficazes. Segundo recente publicação, somos, vergonhosamente, o quarto país mais corrupto do mundo. A Transparência Internacional nos coloca no desonroso 76º lugar de sua lista. Ao longo dos debates sobre o pacote de dez medida na Câmara, do qual sou relator, muitos disseram que não precisávamos de novas leis, novas penas, pois elas já existiriam em número suficiente. Davam como exemplo a Lava Jato, mas a operação é um ponto fora da curva, uma rara conjunção de talento e preparo do juiz Sérgio Moro e da jovem equipe de procuradores de Curitiba, similar à operação Mãos Limpas na Itália. Foi ela que inspirou o Ministério Público a provocar positivamente o Congresso Nacional com as dez medidas, para que o caminho do Brasil seja diferente do italiano. Lá, após a Mãos Limpas, o Parlamento afrouxou a legislação anticorrupção. Não é esse o caminho que queremos. A leitura do relatório, na última semana, deu início à última etapa na comissão especial que analisa as dez medidas. Nos últimos dias, dois outros projetos de lei, estes sim abusivos e na contramão do que a sociedade deseja, causaram muita confusão entre as pessoas. Nenhum dos dois tem relação com as dez medidas. O desastrado PL 3.636/15 prevê que acordos de leniência deixem a Justiça de fora, o que atrapalharia as investigações. Nosso relatório, ao contrário, prevê que esses acordos só devem ser feitos com participação do Ministério Público e obrigatória homologação da Justiça. Outro projeto que causa confusão é o que trata de abuso de autoridade, o PL 280/16, promovido pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). Não reproduzimos nenhuma vírgula desse desvirtuado projeto, mas mesmo assim entramos em consenso para retirar do relatório a medida que prevê crimes de responsabilidade para magistrados e membros do Ministério Público. O que não pôde ser acatado na íntegra, incluindo a questão do habeas corpus e das provas ilícitas, será debatido em outras comissões. Nosso relatório traz todos os conceitos das dez medidas e avanços que deram certo em países que são exemplo no combate à corrupção. Correções ainda poderão ser feitas. Como disse Sergio Moro na comissão, ninguém é dono da verdade. O certo é que nada do que propusemos atrapalhará o trabalho da Justiça ou as investigações da Operação Lava Jato. Nada fere a autonomia da Polícia Federal, retira direitos individuais ou produz qualquer facilidade para quem praticou algum delito. Após aprovação do pacote das dez medidas, o Brasil será outro no combate à corrupção. Trabalho com a esperança de ver nosso país tomar a frente e ser um farol para a América Latina, continente tão devastado por essa prática nociva. Eu também assinei as dez medidas. Queremos um país em que a lei seja o limite para qualquer cidadão. *ONYX LORENZONI * é deputado federal (DEM-RS) e relator na Câmara do pacote de medidas contra a corrupção apresentado pelo Ministério Público PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Meteoro em chamas ilumina céu de Bancoc; veja
Um meteoro foi visto cruzando o céu da capital tailandesa, Bangcoc, na noite de segunda-feira.O evento foi filmado por câmeras de dois carros e pôde ser visto em outras partes do país.Saiba Mais
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Meteoro em chamas ilumina céu de Bancoc; vejaUm meteoro foi visto cruzando o céu da capital tailandesa, Bangcoc, na noite de segunda-feira.O evento foi filmado por câmeras de dois carros e pôde ser visto em outras partes do país.Saiba Mais
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Leitora protesta contra escolha de foto para a "Primeira Página"
A Folha precisa rever o critério de seleção de imagens da "Primeira Página". O integrante da Força Sindical com calça abaixada em plena Câmara (14/5) é um acinte aos leitores e suas famílias. A conduta vergonhosa não precisa de publicidade. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitora protesta contra escolha de foto para a "Primeira Página"A Folha precisa rever o critério de seleção de imagens da "Primeira Página". O integrante da Força Sindical com calça abaixada em plena Câmara (14/5) é um acinte aos leitores e suas famílias. A conduta vergonhosa não precisa de publicidade. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Mudança na regra de aposentadoria de servidor vive impasse na Câmara
A decisão sobre uma mudança que dificulta a aposentadoria de servidores públicos com salário integral ainda criou um clima de dúvida na Câmara, após idas e vindas sobre o tema pelo relator da reforma da Previdência. O deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da reforma, propôs, em parecer apresentado na quarta (19), a restrição da aposentadoria em valor igual ao último salário. A proposta de Maia, com o apoio do governo, é estabelecer que os servidores que ingressaram até 2003 e quiserem manter a integralidade e a paridade devem esperar até atingirem a idade mínima de 62 anos (mulher) ou 65 anos (homem), sem direito a uma transição, conforme antecipou a Folha. A integralidade consiste na concessão do benefício com valor igual ao do último salário do servidor. A paridade garante a correção dessa aposentadoria pelo mesmo índice de reajuste dado aos funcionários ativos. No mesmo dia, contudo, o relator apresentou uma errata, na qual apontava os trechos desse relatório que seriam alterados por ele. No documento, informou que determinou uma revisão das regras para servidores e que a "súbita imposição" das idades mínimas como condição para paridade e integralidade contrariam a "expectativa de direito". Instantes depois de ter lido esse comunicado na comissão especial que analisa a reforma da Previdência, o relator afirmou, em entrevista, que o texto estava "mal redigido" e que estava mantida a decisão de exigir idade mínima para esse grupo. Questionado sobre a confusão, Maia disse: "Vou mandar fazer errata da errata". A situação deixou em dúvida até os deputados. A incoerência foi destacada pelo deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), quando o relator não estava mais na comissão. "Ou está errado na errata ou está errado no texto final. O relator disse que ia corrigir e no último texto não corrigiu", afirmou Molon. ÚLTIMA DECLARAÇÃO Nesta quinta-feira (20), a assessoria de imprensa do relator informou que estava mantida a última declaração dele, em que defendia dificultar a integralidade. Consultores parlamentares que auxiliam o deputado relataram, no entanto, que a última orientação de Maia foi a de que estudassem alternativas para essa transição porque ele iria repensar a regra. O texto original do governo dava direito à integralidade aos servidores que entraram até 2003, desde que tivessem a partir de 45 anos (mulheres) e 50 anos (homens). Essas duas idades se referiam à regra de transição proposta inicialmente pelo governo do presidente Michel Temer e que também foi alterada pelo relator. CAMINHO As mudanças propostas pelo relator serão discutidas pela comissão especial na próxima semana. O acordo é que o texto seja votado pelo colegiado em 2 de maio. O governo espera que o primeiro turno de votação no plenário da Câmara ocorra na segunda semana de maio. Depois, além de ser apreciado em segundo turno pela Câmara, o texto precisa de duas votações também no Senado. - Entenda as regras do valor benefício para os servidores que entraram no serviço público até 2003 COMO É HOJE Os funcionários públicos têm direito a integralidade e paridade caso se aposentem com 60 anos de idade e 35 de contribuição (homem) e 55 de idade e 30 de contribuição (mulher) >>> Paridade é a garantia de que a aposentadoria terá o mesmo reajuste concedido ao funcionário ativo >>> Integralidade consiste em conceder o benefício com o mesmo valor do último salário do servidor PARECER DO RELATOR Aqueles que quiserem manter a integralidade e a paridade devem ir direto para a idade mínima (65 ano para homens e 62 para mulheres), sem direito a uma transição. Se quiser aposentar antes, o valor será de 100% da média das contribuições ERRATA DO RELATOR Diz que determinou revisão dessas regras e que "serão elaboradas regras mais compatíveis com os legítimos interesses envolvidos no assunto"
mercado
Mudança na regra de aposentadoria de servidor vive impasse na CâmaraA decisão sobre uma mudança que dificulta a aposentadoria de servidores públicos com salário integral ainda criou um clima de dúvida na Câmara, após idas e vindas sobre o tema pelo relator da reforma da Previdência. O deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da reforma, propôs, em parecer apresentado na quarta (19), a restrição da aposentadoria em valor igual ao último salário. A proposta de Maia, com o apoio do governo, é estabelecer que os servidores que ingressaram até 2003 e quiserem manter a integralidade e a paridade devem esperar até atingirem a idade mínima de 62 anos (mulher) ou 65 anos (homem), sem direito a uma transição, conforme antecipou a Folha. A integralidade consiste na concessão do benefício com valor igual ao do último salário do servidor. A paridade garante a correção dessa aposentadoria pelo mesmo índice de reajuste dado aos funcionários ativos. No mesmo dia, contudo, o relator apresentou uma errata, na qual apontava os trechos desse relatório que seriam alterados por ele. No documento, informou que determinou uma revisão das regras para servidores e que a "súbita imposição" das idades mínimas como condição para paridade e integralidade contrariam a "expectativa de direito". Instantes depois de ter lido esse comunicado na comissão especial que analisa a reforma da Previdência, o relator afirmou, em entrevista, que o texto estava "mal redigido" e que estava mantida a decisão de exigir idade mínima para esse grupo. Questionado sobre a confusão, Maia disse: "Vou mandar fazer errata da errata". A situação deixou em dúvida até os deputados. A incoerência foi destacada pelo deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), quando o relator não estava mais na comissão. "Ou está errado na errata ou está errado no texto final. O relator disse que ia corrigir e no último texto não corrigiu", afirmou Molon. ÚLTIMA DECLARAÇÃO Nesta quinta-feira (20), a assessoria de imprensa do relator informou que estava mantida a última declaração dele, em que defendia dificultar a integralidade. Consultores parlamentares que auxiliam o deputado relataram, no entanto, que a última orientação de Maia foi a de que estudassem alternativas para essa transição porque ele iria repensar a regra. O texto original do governo dava direito à integralidade aos servidores que entraram até 2003, desde que tivessem a partir de 45 anos (mulheres) e 50 anos (homens). Essas duas idades se referiam à regra de transição proposta inicialmente pelo governo do presidente Michel Temer e que também foi alterada pelo relator. CAMINHO As mudanças propostas pelo relator serão discutidas pela comissão especial na próxima semana. O acordo é que o texto seja votado pelo colegiado em 2 de maio. O governo espera que o primeiro turno de votação no plenário da Câmara ocorra na segunda semana de maio. Depois, além de ser apreciado em segundo turno pela Câmara, o texto precisa de duas votações também no Senado. - Entenda as regras do valor benefício para os servidores que entraram no serviço público até 2003 COMO É HOJE Os funcionários públicos têm direito a integralidade e paridade caso se aposentem com 60 anos de idade e 35 de contribuição (homem) e 55 de idade e 30 de contribuição (mulher) >>> Paridade é a garantia de que a aposentadoria terá o mesmo reajuste concedido ao funcionário ativo >>> Integralidade consiste em conceder o benefício com o mesmo valor do último salário do servidor PARECER DO RELATOR Aqueles que quiserem manter a integralidade e a paridade devem ir direto para a idade mínima (65 ano para homens e 62 para mulheres), sem direito a uma transição. Se quiser aposentar antes, o valor será de 100% da média das contribuições ERRATA DO RELATOR Diz que determinou revisão dessas regras e que "serão elaboradas regras mais compatíveis com os legítimos interesses envolvidos no assunto"
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Sinalizador da caixa-preta do MH 370 estava sem pilhas havia um ano
O primeiro relatório aprofundado sobre a desaparição do voo 370 da Malaysia Airlines revelou neste domingo (8) que a bateria do sinalizador de localização do gravador de dados do avião havia expirado mais de um ano antes de a aeronave sumir, em 8 de março de 2014. O relatório foi divulgado no mesmo dia em que o primeiro-ministro australiano Tony Abbott disse que as buscas pelo avião não acabarão mesmo que os trabalhos atuais deem em nada. Além da anomalia da bateria gasta, o relatório detalhado dedicou páginas e mais páginas a descrever a completa normalidade do voo, que desapareceu quando ia de Kuala Lumpur a Beijing, no maior mistério da aviação. As famílias das 239 pessoas que estavam a bordo do avião lembraram o aniversário da desaparição do Boeing 777 prometendo nunca desistir da busca desesperada pelos destroços e por respostas sobre o que ocorreu com seus entes queridos. Apesar de uma busca exaustiva pelo avião, nunca foi encontrado rastro algum dele. No final de janeiro, o governo malaio formalmente declarou que o incidente foi um acidente e disse que todos os que estavam a bordo devem ser considerados mortos. A importância da bateria pifada do sinalizador do gravador de dados do avião não ficou imediatamente clara, exceto por indicar que as equipes de resgate teriam menos chances de localizar a aeronave no Oceano Índico, onde se acredita que tenha caído, ainda que estejam próximas a ela. Entretanto, segundo o relatório, a bateria do localizador do gravador de voz da cabine estava funcionando. "O único objetivo da investigação é prevenir futuros acidentes ou incidentes, e não atribuir culpas ou responsabilidades", diz o relatório. Ainda que a bateria do sinalizador tivesse expirado, o instrumento estava funcionando corretamente e teoricamente pode ter registrado todas as informações do voo. Os dois instrumentos - comumente conhecidos como "caixas pretas" - são fundamentais para investigar qualquer acidente aéreo, porque gravam conversas na cabine e dados de voo até o final. Com 584 páginas, o relatório da investigação independente feita por 19 membros entrou em detalhes minuciosos sobre as vidas da equipe, incluindo seus registros médicos, financeiros e de treinamento. Também detalhou o histórico de serviço da aeronave, bem como de sistemas de comunicações do tempo e outros aspectos do voo. Nada de incomum foi revelado, exceto pelo fato até então inédito da data de expiração da bateria. O relatório diz que, segundo os registros de manutenção, a bateria do sinalizador do gravador de dados expirou em dezembro de 2012, mas devido a um erro de registro no computador nenhuma equipe de manutenção notou isso. "Há uma margem extra no projeto que leva em conta a variabilidade da vida útil das baterias e garante que a unidade chegará até o requisito mínimo", diz o texto. "Entretanto, passando a data de expiração, a efetividade (da bateria) decai e ela pode funcionar por um período reduzido de tempo até que finalmente perca a carga", diz o relatório. Embora seja possível que a bateria continuasse funcional após o vencimento, "não é garantido que ela funcionaria ou que atingiria o requisito mínimo de 30 dias". O relatório permite ter uma ideia sobre o estado físico e mental do piloto, capitão Zaharie Ahmad Shah, dizendo que ele não tinha histórico conhecido de apatia, ansiedade ou irritabilidade. "Não houve mudanças significativas em seu estilo de vida, conflitos interpessoais ou problemas familiares", diz o texto, acrescentando que "não havia sinais comportamentais de isolamento social, mudança de hábitos ou interesses, autonegligência ou abuso de drogas ou álcool" da parte de Zaharie, do primeiro oficial ou dos tripulantes. Tampouco os registros financeiros mostravam nada de anormal em seus padrões de gastos. Zaharie tinha várias contas bancárias e dois fundos nacionais. Tinha duas casas e três carros, mas não tinha seguro de vida. O co-piloto, Fariq Abdul Hamid, tinha duas contas de poupança e um fundo nacional. Tinha dois carros e "gastava dinheiro na manutenção" deles. "Ele não tem muito dinheiro guardado no banco. Tem seguro de vida", diz o relatório. O relatório também anota que 221 quilos de baterias de lítio embarcadas pela Motorola Solutions no Estado de Penang, na Malásia, não passaram por verificações de segurança no aeroporto. A carga foi inspecionada fisicamente pela equipe do aeroporto e passou pela alfândega para liberação antes de ser vedada, deixando Penang um dia antes do voo. No aeroporto de Kuala Lumpur, foi embarcada no avião sem qualquer verificação adicional. As baterias não são regulamentadas como objetos perigosos. Houve 99 envios de baterias de lítio em voos da Malaysia Airlines para Beijing entre janeiro e maio de 2014, diz o relatório.
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Sinalizador da caixa-preta do MH 370 estava sem pilhas havia um anoO primeiro relatório aprofundado sobre a desaparição do voo 370 da Malaysia Airlines revelou neste domingo (8) que a bateria do sinalizador de localização do gravador de dados do avião havia expirado mais de um ano antes de a aeronave sumir, em 8 de março de 2014. O relatório foi divulgado no mesmo dia em que o primeiro-ministro australiano Tony Abbott disse que as buscas pelo avião não acabarão mesmo que os trabalhos atuais deem em nada. Além da anomalia da bateria gasta, o relatório detalhado dedicou páginas e mais páginas a descrever a completa normalidade do voo, que desapareceu quando ia de Kuala Lumpur a Beijing, no maior mistério da aviação. As famílias das 239 pessoas que estavam a bordo do avião lembraram o aniversário da desaparição do Boeing 777 prometendo nunca desistir da busca desesperada pelos destroços e por respostas sobre o que ocorreu com seus entes queridos. Apesar de uma busca exaustiva pelo avião, nunca foi encontrado rastro algum dele. No final de janeiro, o governo malaio formalmente declarou que o incidente foi um acidente e disse que todos os que estavam a bordo devem ser considerados mortos. A importância da bateria pifada do sinalizador do gravador de dados do avião não ficou imediatamente clara, exceto por indicar que as equipes de resgate teriam menos chances de localizar a aeronave no Oceano Índico, onde se acredita que tenha caído, ainda que estejam próximas a ela. Entretanto, segundo o relatório, a bateria do localizador do gravador de voz da cabine estava funcionando. "O único objetivo da investigação é prevenir futuros acidentes ou incidentes, e não atribuir culpas ou responsabilidades", diz o relatório. Ainda que a bateria do sinalizador tivesse expirado, o instrumento estava funcionando corretamente e teoricamente pode ter registrado todas as informações do voo. Os dois instrumentos - comumente conhecidos como "caixas pretas" - são fundamentais para investigar qualquer acidente aéreo, porque gravam conversas na cabine e dados de voo até o final. Com 584 páginas, o relatório da investigação independente feita por 19 membros entrou em detalhes minuciosos sobre as vidas da equipe, incluindo seus registros médicos, financeiros e de treinamento. Também detalhou o histórico de serviço da aeronave, bem como de sistemas de comunicações do tempo e outros aspectos do voo. Nada de incomum foi revelado, exceto pelo fato até então inédito da data de expiração da bateria. O relatório diz que, segundo os registros de manutenção, a bateria do sinalizador do gravador de dados expirou em dezembro de 2012, mas devido a um erro de registro no computador nenhuma equipe de manutenção notou isso. "Há uma margem extra no projeto que leva em conta a variabilidade da vida útil das baterias e garante que a unidade chegará até o requisito mínimo", diz o texto. "Entretanto, passando a data de expiração, a efetividade (da bateria) decai e ela pode funcionar por um período reduzido de tempo até que finalmente perca a carga", diz o relatório. Embora seja possível que a bateria continuasse funcional após o vencimento, "não é garantido que ela funcionaria ou que atingiria o requisito mínimo de 30 dias". O relatório permite ter uma ideia sobre o estado físico e mental do piloto, capitão Zaharie Ahmad Shah, dizendo que ele não tinha histórico conhecido de apatia, ansiedade ou irritabilidade. "Não houve mudanças significativas em seu estilo de vida, conflitos interpessoais ou problemas familiares", diz o texto, acrescentando que "não havia sinais comportamentais de isolamento social, mudança de hábitos ou interesses, autonegligência ou abuso de drogas ou álcool" da parte de Zaharie, do primeiro oficial ou dos tripulantes. Tampouco os registros financeiros mostravam nada de anormal em seus padrões de gastos. Zaharie tinha várias contas bancárias e dois fundos nacionais. Tinha duas casas e três carros, mas não tinha seguro de vida. O co-piloto, Fariq Abdul Hamid, tinha duas contas de poupança e um fundo nacional. Tinha dois carros e "gastava dinheiro na manutenção" deles. "Ele não tem muito dinheiro guardado no banco. Tem seguro de vida", diz o relatório. O relatório também anota que 221 quilos de baterias de lítio embarcadas pela Motorola Solutions no Estado de Penang, na Malásia, não passaram por verificações de segurança no aeroporto. A carga foi inspecionada fisicamente pela equipe do aeroporto e passou pela alfândega para liberação antes de ser vedada, deixando Penang um dia antes do voo. No aeroporto de Kuala Lumpur, foi embarcada no avião sem qualquer verificação adicional. As baterias não são regulamentadas como objetos perigosos. Houve 99 envios de baterias de lítio em voos da Malaysia Airlines para Beijing entre janeiro e maio de 2014, diz o relatório.
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Documentário revela lado obscuro de Steve Jobs, fundador da Apple
O que levou milhares de pessoas em todo o mundo a demonstrar pesar pela morte de Steve Jobs, fundador da Apple, no fim de 2011? Foi por causa do carisma de um dos ícones do Vale do Silício? Foi uma maneira de agradecer ao homem que criou produtos inovadores como o iPod, o iPhone e o iPad? Essas são algumas das perguntas que Alex Gibney, ganhador de um Oscar em 2008, tenta responder com o documentário "Steve Jobs: The Man in the Machine" (Steve Jobs: o homem na máquina, em tradução livre), que chegou há alguns dias aos cinemas dos Estados Unidos. Gibney já havia feito um documentário sobre a igreja da Cientologia no início do ano. Agora ele tenta desmistificar e humanizar a figura de Jobs –considerado um visionário do marketing e dos negócios, conhecido por seu caráter despótico e por manter relações pessoais complicadas. A estreia de "O Homem na Máquina" coincidiu com a exibição de um outro filme sobre Jobs em um festival de cinema em Telluride, no Colorado. O filme "Steve Jobs" é dirigido pelo britânico Danny Boyle e baseado em parte na biografia do fundador da Apple, escrita em 2011 por Walter Isaacson. O longa de Boyle, estrelado por Michael Fassbender, também mostra aspectos pouco conhecidos da vida pessoal de Jobs, e contou com a colaboração de Steve Wozniak, cofundador da Apple. Já no caso do filme de Gibney, nenhum dos dirigentes atuais da companhia aceitou dar entrevistas. Eddy Cue, vice-presidente da Apple Internet, chegou a dizer: se trata de um retrato "miserável e inexato de meu amigo". "Esse não é Steve Jobs que conheci", disse Cue no Twitter. LISA Um dos episódios mais polêmicos do documentário envolve o reconhecimento de paternidade da filha do empresário, Lisa. Ela foi fruto do relacionamento de Jobs com Chrisann Brennan –mas o relacionamento foi rompido antes do nascimento de Lisa em 1978. Durante anos, o milionário se recusou a reconhecer a paternidade e até colocou em dúvida um exame de DNA. Ele pagava apenas uma pensão de algumas centenas de dólares. Com o tempo, ele se aproximou da jovem e ela adotou seu sobrenome. E o documentário deixa claro que a vida pessoal não foi o única parte complicada da vida de Jobs. O trato com os funcionários da Apple era difícil devido ao seu temperamento forte e à obsessão de Jobs por controlar os mínimos detalhes. Bob Belleville, diretor de engenharia para Macintosh nos anos 80, conta no filme como teve a relação com a mulher e os filhos dissolvida pelas exigências de Jobs. O documentário também coloca em foco a discrepância entre a imagem que Jobs vendia da Apple –assegurando que a empresa queria "fazer um mundo melhor"– e as penosas condições sob as quais se fabricavam alguns dos produtos da companhia. O caso mais conhecido é o da empresa chinesa Foxconn, encarregada de produzir o iPhone e o iPad. Em um período de dois anos, 18 de seus funcionários cometeram suicídio. Segundo o documentário, Jobs não teria perdido o sono com isso. O senso de ética do fundador da Apple também cai em contradição quando são expostos esquemas financeiros destinados à evasão fiscal –como a criação de empresas de fachada na Irlanda. E quando ele foi investigado pelas autoridades em 2006 pela suposta alteração de documentos para aumentar o valor de opções sobre ações outorgadas pela Apple, que acabou apontando o dedo a um dos subordinados de Jobs. O documentário também relata a disputa de Jobs com a publicação tecnológica Gizmodo, que teve acesso, em 2010, a um dos modelos de iPhone que ainda não havia sido lançado. O aparelho havia sido esquecido por um funcionário da Apple em um bar. A Gizmodo examinou e fotografou o telefone antes de devolvê-lo à Apple –o que enfureceu Jobs e executivos da empresa. Segundo o filme, isso pode ter estado por trás da operação de busca realizada pela polícia na casa do editor da publicação. RETRATO JUSTO OU INJUSTO? Gibney disse que não pretendia pintar Jobs como um vilão. "Não há dúvida de que se trata de uma visão mais crítica de Jobs e de sua vida do que estamos acostumados", disse Mikey Campbell, editor da publicação Apple Insider. "É sabido que Jobs tratava a Apple e a seus produtos com se fossem seus filhos e o resto não parecia muito importante", disse. "Não acredito que Gibney apresente um retrato injusto de Jobs". Segundo Pamela McClintock, jornalista da revista "The Hollywood Repórter", a estreia do filme e do documentário mostram que ainda há muito interesse na figura de Jobs. "É provável que muitos espectadores assistam tanto ao filme quanto ao documentário para ter uma ideia mais completa da figura de Jobs", afirmou. Apenas o tempo dirá se as revelações de "O Homem na Máquina" afetarão a imagem de um homem e de uma empresa que tiveram papel-chave na revolução tecnológica do século 21. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Documentário revela lado obscuro de Steve Jobs, fundador da AppleO que levou milhares de pessoas em todo o mundo a demonstrar pesar pela morte de Steve Jobs, fundador da Apple, no fim de 2011? Foi por causa do carisma de um dos ícones do Vale do Silício? Foi uma maneira de agradecer ao homem que criou produtos inovadores como o iPod, o iPhone e o iPad? Essas são algumas das perguntas que Alex Gibney, ganhador de um Oscar em 2008, tenta responder com o documentário "Steve Jobs: The Man in the Machine" (Steve Jobs: o homem na máquina, em tradução livre), que chegou há alguns dias aos cinemas dos Estados Unidos. Gibney já havia feito um documentário sobre a igreja da Cientologia no início do ano. Agora ele tenta desmistificar e humanizar a figura de Jobs –considerado um visionário do marketing e dos negócios, conhecido por seu caráter despótico e por manter relações pessoais complicadas. A estreia de "O Homem na Máquina" coincidiu com a exibição de um outro filme sobre Jobs em um festival de cinema em Telluride, no Colorado. O filme "Steve Jobs" é dirigido pelo britânico Danny Boyle e baseado em parte na biografia do fundador da Apple, escrita em 2011 por Walter Isaacson. O longa de Boyle, estrelado por Michael Fassbender, também mostra aspectos pouco conhecidos da vida pessoal de Jobs, e contou com a colaboração de Steve Wozniak, cofundador da Apple. Já no caso do filme de Gibney, nenhum dos dirigentes atuais da companhia aceitou dar entrevistas. Eddy Cue, vice-presidente da Apple Internet, chegou a dizer: se trata de um retrato "miserável e inexato de meu amigo". "Esse não é Steve Jobs que conheci", disse Cue no Twitter. LISA Um dos episódios mais polêmicos do documentário envolve o reconhecimento de paternidade da filha do empresário, Lisa. Ela foi fruto do relacionamento de Jobs com Chrisann Brennan –mas o relacionamento foi rompido antes do nascimento de Lisa em 1978. Durante anos, o milionário se recusou a reconhecer a paternidade e até colocou em dúvida um exame de DNA. Ele pagava apenas uma pensão de algumas centenas de dólares. Com o tempo, ele se aproximou da jovem e ela adotou seu sobrenome. E o documentário deixa claro que a vida pessoal não foi o única parte complicada da vida de Jobs. O trato com os funcionários da Apple era difícil devido ao seu temperamento forte e à obsessão de Jobs por controlar os mínimos detalhes. Bob Belleville, diretor de engenharia para Macintosh nos anos 80, conta no filme como teve a relação com a mulher e os filhos dissolvida pelas exigências de Jobs. O documentário também coloca em foco a discrepância entre a imagem que Jobs vendia da Apple –assegurando que a empresa queria "fazer um mundo melhor"– e as penosas condições sob as quais se fabricavam alguns dos produtos da companhia. O caso mais conhecido é o da empresa chinesa Foxconn, encarregada de produzir o iPhone e o iPad. Em um período de dois anos, 18 de seus funcionários cometeram suicídio. Segundo o documentário, Jobs não teria perdido o sono com isso. O senso de ética do fundador da Apple também cai em contradição quando são expostos esquemas financeiros destinados à evasão fiscal –como a criação de empresas de fachada na Irlanda. E quando ele foi investigado pelas autoridades em 2006 pela suposta alteração de documentos para aumentar o valor de opções sobre ações outorgadas pela Apple, que acabou apontando o dedo a um dos subordinados de Jobs. O documentário também relata a disputa de Jobs com a publicação tecnológica Gizmodo, que teve acesso, em 2010, a um dos modelos de iPhone que ainda não havia sido lançado. O aparelho havia sido esquecido por um funcionário da Apple em um bar. A Gizmodo examinou e fotografou o telefone antes de devolvê-lo à Apple –o que enfureceu Jobs e executivos da empresa. Segundo o filme, isso pode ter estado por trás da operação de busca realizada pela polícia na casa do editor da publicação. RETRATO JUSTO OU INJUSTO? Gibney disse que não pretendia pintar Jobs como um vilão. "Não há dúvida de que se trata de uma visão mais crítica de Jobs e de sua vida do que estamos acostumados", disse Mikey Campbell, editor da publicação Apple Insider. "É sabido que Jobs tratava a Apple e a seus produtos com se fossem seus filhos e o resto não parecia muito importante", disse. "Não acredito que Gibney apresente um retrato injusto de Jobs". Segundo Pamela McClintock, jornalista da revista "The Hollywood Repórter", a estreia do filme e do documentário mostram que ainda há muito interesse na figura de Jobs. "É provável que muitos espectadores assistam tanto ao filme quanto ao documentário para ter uma ideia mais completa da figura de Jobs", afirmou. Apenas o tempo dirá se as revelações de "O Homem na Máquina" afetarão a imagem de um homem e de uma empresa que tiveram papel-chave na revolução tecnológica do século 21. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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James Franco será chefe da indústria pornográfica em nova série da HBO
A HBO encomendou o piloto de "The Deuce", série do criador de "The Wire", David Simon, com James Franco no elenco. O ator interpretará gêmeos envolvidos no surgimento e ascensão da indústria pornô na Nova York dos anos 70 e 80. Segundo o site americano "TVLine", a trama promete abordar o surgimento do vírus HIV e o vício em cocaína. Os irmãos encarnados por Franco existiram e comandavam a máfia do setor pornográfico. Seus nomes não foram revelados pela HBO. "Nós nos interessamos pelo significado do lucro como medidor principal do que chamamos de sociedade. Nesse sentido, a história não tem intenção de ser puritana ou lasciva. É sobre um produto e os humanos que criaram, venderam, lucraram e sofreram com ele", declarou o criador David Simon. George Pelecanos, colaborador de Simon em "The Wire" e "Treme", explicou o interesse pelo tema. "Pornografia, prostituição, cafetões, máfia, vida noturna, corrupção institucionalizada e Nova York em sua época 'Velho Oeste'... É um mundo rico de personagens e uma história fascinante que queremos muito contar." O piloto de "The Deuce" ainda não tem datas de gravação ou exibição. Ele terá direção de Michelle MacLaren, de "Breaking Bad".
ilustrada
James Franco será chefe da indústria pornográfica em nova série da HBOA HBO encomendou o piloto de "The Deuce", série do criador de "The Wire", David Simon, com James Franco no elenco. O ator interpretará gêmeos envolvidos no surgimento e ascensão da indústria pornô na Nova York dos anos 70 e 80. Segundo o site americano "TVLine", a trama promete abordar o surgimento do vírus HIV e o vício em cocaína. Os irmãos encarnados por Franco existiram e comandavam a máfia do setor pornográfico. Seus nomes não foram revelados pela HBO. "Nós nos interessamos pelo significado do lucro como medidor principal do que chamamos de sociedade. Nesse sentido, a história não tem intenção de ser puritana ou lasciva. É sobre um produto e os humanos que criaram, venderam, lucraram e sofreram com ele", declarou o criador David Simon. George Pelecanos, colaborador de Simon em "The Wire" e "Treme", explicou o interesse pelo tema. "Pornografia, prostituição, cafetões, máfia, vida noturna, corrupção institucionalizada e Nova York em sua época 'Velho Oeste'... É um mundo rico de personagens e uma história fascinante que queremos muito contar." O piloto de "The Deuce" ainda não tem datas de gravação ou exibição. Ele terá direção de Michelle MacLaren, de "Breaking Bad".
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Coluna sobre vaias contra petistas gera debate entre leitores
Em vez de uma condenação ponderada para a falta de educação e civilidade de alguns, a coluna de Rogério Gentile ("Síndrome do restaurante cheio", "Opinião", 4/6) apela para uma ironia partidária e predatória e acirra mais os ânimos, parecendo demonstrar contentamento com grosserias noticiadas. Triste. ALFREDO STERNHEIM, jornalista e cineasta (São Paulo, SP) * O PT prega discurso de ódio às elites, mas seus militantes adoram frequentar locais onde a elite costuma ir: bons restaurantes, teatros caros e hospitais de ponta. Haddad, Padilha e Pimentel fizeram campanha na base do "nós contra eles", e ficam chateados quando "eles" respondem com malcriações. Deveriam encomendar um bom jantar, abrir um bom vinho francês e assistir ao Netflix em suas televisões de 50 polegadas para evitar chateações. MILTON AKIRA KIYOTANI (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
Coluna sobre vaias contra petistas gera debate entre leitoresEm vez de uma condenação ponderada para a falta de educação e civilidade de alguns, a coluna de Rogério Gentile ("Síndrome do restaurante cheio", "Opinião", 4/6) apela para uma ironia partidária e predatória e acirra mais os ânimos, parecendo demonstrar contentamento com grosserias noticiadas. Triste. ALFREDO STERNHEIM, jornalista e cineasta (São Paulo, SP) * O PT prega discurso de ódio às elites, mas seus militantes adoram frequentar locais onde a elite costuma ir: bons restaurantes, teatros caros e hospitais de ponta. Haddad, Padilha e Pimentel fizeram campanha na base do "nós contra eles", e ficam chateados quando "eles" respondem com malcriações. Deveriam encomendar um bom jantar, abrir um bom vinho francês e assistir ao Netflix em suas televisões de 50 polegadas para evitar chateações. MILTON AKIRA KIYOTANI (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Aos 15 anos, Flávia Saraiva é melhor brasileira na Copa de ginástica
Do alto de seu 1,33 m de altura, a ginasta Flávia Saraiva, 15, esbanja confiança: "Estou preparada para disputar a Olimpíada". Nem parece a mesma menina que soltou um sonoro "eu querooo!" quando viu um dos patrocinadores da etapa de São Paulo da Copa do Mundo de ginástica artística dar bichinhos de pelúcia para os experientes Arthur Zanetti, 25, e Diego Hypólito, 28, na última quinta (30). De lá para cá ela já ganhou três bichinhos de pelúcia iguais àquele. Um na própria quinta e mais dois neste domingo (3), como brinde pelas medalhas de ouro, no solo, e de prata, na trave. Com os resultados, a carioca, que fez sua estreia em competições internacionais pela seleção adulta, teve o melhor desempenho entre os ginastas brasileiros na etapa da Copa do Mundo realizada neste fim de semana, no ginásio do Ibirapuera. E poderia ter sido ainda melhor se ela não tivesse sofrido uma queda na final das barras paralelas, no sábado (2), o que a deixou apenas na oitava posição no aparelho. "Houve erros, mas a gente vai treinar mais para conseguir acertar", disse a ginasta, sempre respondendo de forma sucinta e direta, com a mesma determinação que usa para fazer seus saltos na trave, se equilibrando nos 10 cm de largura do equipamento. Sua prova no aparelho, neste domingo, lhe rendeu nota 15,100, igual à que deu o título de campeã mundial a Simone Biles, dos EUA, na final do Mundial de Nanning (China), em outubro de 2014. MENINA DE OURO Apesar do grande resultado na trave, foi no solo que "Flavinha" –como ela é chamada pelos companheiros de seleção– mais brilhou. Sua apresentação empolgou o público, que batia palmas no ritmo de sua música enquanto ela corria e dava piruetas na área de competição, como uma criança, encantando os juízes. O resultado foi a medalha de ouro, com 13,625. "A Flávia tem um carisma sem explicação. Ela não precisa fazer muito para chamar a atenção de todos", afirma Diego Hypólito, segundo brasileiro com mais conquistas nesta etapa da Copa do Mundo, com uma prata, no solo, e um bronze, no salto. Mesmo com todo o seu talento, Flávia sabe que só conseguirá chegar a uma medalha de ouro nos Jogos de 2016, no Rio, com dedicação nos treinamentos. O que, segundo o técnico Alexandre Carvalho, ela tem de sobra. "Ela treina muito. Sempre é a primeira a chegar no ginásio e a última a sair. Ela leva a sério o que faz e tem que continuar assim, treinando bastante", diz Carvalho, que treina Flávia há quatro anos. O próximo grande desafio da atleta será no Pan-Americano de Toronto, em julho.
esporte
Aos 15 anos, Flávia Saraiva é melhor brasileira na Copa de ginásticaDo alto de seu 1,33 m de altura, a ginasta Flávia Saraiva, 15, esbanja confiança: "Estou preparada para disputar a Olimpíada". Nem parece a mesma menina que soltou um sonoro "eu querooo!" quando viu um dos patrocinadores da etapa de São Paulo da Copa do Mundo de ginástica artística dar bichinhos de pelúcia para os experientes Arthur Zanetti, 25, e Diego Hypólito, 28, na última quinta (30). De lá para cá ela já ganhou três bichinhos de pelúcia iguais àquele. Um na própria quinta e mais dois neste domingo (3), como brinde pelas medalhas de ouro, no solo, e de prata, na trave. Com os resultados, a carioca, que fez sua estreia em competições internacionais pela seleção adulta, teve o melhor desempenho entre os ginastas brasileiros na etapa da Copa do Mundo realizada neste fim de semana, no ginásio do Ibirapuera. E poderia ter sido ainda melhor se ela não tivesse sofrido uma queda na final das barras paralelas, no sábado (2), o que a deixou apenas na oitava posição no aparelho. "Houve erros, mas a gente vai treinar mais para conseguir acertar", disse a ginasta, sempre respondendo de forma sucinta e direta, com a mesma determinação que usa para fazer seus saltos na trave, se equilibrando nos 10 cm de largura do equipamento. Sua prova no aparelho, neste domingo, lhe rendeu nota 15,100, igual à que deu o título de campeã mundial a Simone Biles, dos EUA, na final do Mundial de Nanning (China), em outubro de 2014. MENINA DE OURO Apesar do grande resultado na trave, foi no solo que "Flavinha" –como ela é chamada pelos companheiros de seleção– mais brilhou. Sua apresentação empolgou o público, que batia palmas no ritmo de sua música enquanto ela corria e dava piruetas na área de competição, como uma criança, encantando os juízes. O resultado foi a medalha de ouro, com 13,625. "A Flávia tem um carisma sem explicação. Ela não precisa fazer muito para chamar a atenção de todos", afirma Diego Hypólito, segundo brasileiro com mais conquistas nesta etapa da Copa do Mundo, com uma prata, no solo, e um bronze, no salto. Mesmo com todo o seu talento, Flávia sabe que só conseguirá chegar a uma medalha de ouro nos Jogos de 2016, no Rio, com dedicação nos treinamentos. O que, segundo o técnico Alexandre Carvalho, ela tem de sobra. "Ela treina muito. Sempre é a primeira a chegar no ginásio e a última a sair. Ela leva a sério o que faz e tem que continuar assim, treinando bastante", diz Carvalho, que treina Flávia há quatro anos. O próximo grande desafio da atleta será no Pan-Americano de Toronto, em julho.
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Novo senhor
A bandeira com que o presidente da Câmara incita e pretende explicar a agitação da Casa contra o governo e o reformismo de costumes é, apenas, um rótulo inverdadeiro para um conteúdo com ingredientes tóxicos. E, no entanto, bem sucedido como ilusionismo, porque o governo não se recuperou do seu pasmo e os demais alvos de Eduardo Cunha nem se deram conta do que os espera. A ideia difundida pelo deputado é de que a Câmara afinal assume a sua parte na independência dos Três Poderes, como determinado pela Constituição. Essa retardatária atitude estaria expressa na insurgência com que o PMDB e evangélicos, componentes da bancada governista, levaram o plenário a derrotar posições do governo. E preparam-se para uma sucessão já programada de outras derrotas impostas. Mas o que tem isso a ver com independência da Câmara? O PMDB e parlamentares evangélicos apoiavam o governo porque é próprio de partidos e blocos, nas casas parlamentares, apoiarem governos. E deixaram de apoiá-lo porque é próprio de blocos e partidos, sobretudo os que se orientam pela busca de vantagens como o PMDB, mudarem de posição. Para uma aproximação da ideia propagada com êxito por Eduardo Cunha, seria possível falar, aí sim, na independência de escolha do PMDB. Se reconhecido que nem isso seria novo: os 30 anos de adesismo peemedebista também foram escolha independente. A adotar-se o argumento de Eduardo Cunha, já seria possível dizer que a Câmara rebelde só mudou de senhor. A subserviência com que deputados e bancadas, inclusive de adversários como o DEM, põem-se a serviço dele, não é menor nem menos fisiológica do que se via na Câmara, em outro sentido. De graça, agora? São convicções adquiridas por cargos na Câmara, gabinetes e, acima de tudo, dinheiro para as campanhas e participação no rateio de votos do eleitorado evangélico, por influência de Eduardo Cunha. A Câmara estava e continua como Poder independente, sem cerceamento algum. A maioria dos seus integrantes, não. CIFRÕES Ainda Eduardo Cunha, que é mesmo a figura da moda. Seu artigo na Folha (15/2) responde, embora de modo indireto, à falta de explicação para sua ida aos governadores, mais que aos deputados, na campanha para presidir a Câmara. Suas metas não param no bloqueio ao aborto e no fim do casamento. Sob o rótulo de "discussão do pacto federativo", há a mudança na divisão, entre governo federal e estaduais, do arrecadado com impostos e outras obrigações. Os governadores empurram suas bancadas. JULGAMENTO O conceito que o ex-ministro Joaquim Barbosa divulga da magistratura brasileira, incluída a que praticou no Supremo, é bem ruinzinho. Se juízes não devem receber advogados, porque são procurados com a intenção de corrompê-los, está implícita a dupla afirmação de que os advogados são corruptores e os juízes correm risco diante deles. Fosse assim, estaríamos melhor sem advogados e sem juízes. AVISO Esta coluna deixa de sair (ei, palmas por quê? não acabei a frase) nas próximas semanas.
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Novo senhorA bandeira com que o presidente da Câmara incita e pretende explicar a agitação da Casa contra o governo e o reformismo de costumes é, apenas, um rótulo inverdadeiro para um conteúdo com ingredientes tóxicos. E, no entanto, bem sucedido como ilusionismo, porque o governo não se recuperou do seu pasmo e os demais alvos de Eduardo Cunha nem se deram conta do que os espera. A ideia difundida pelo deputado é de que a Câmara afinal assume a sua parte na independência dos Três Poderes, como determinado pela Constituição. Essa retardatária atitude estaria expressa na insurgência com que o PMDB e evangélicos, componentes da bancada governista, levaram o plenário a derrotar posições do governo. E preparam-se para uma sucessão já programada de outras derrotas impostas. Mas o que tem isso a ver com independência da Câmara? O PMDB e parlamentares evangélicos apoiavam o governo porque é próprio de partidos e blocos, nas casas parlamentares, apoiarem governos. E deixaram de apoiá-lo porque é próprio de blocos e partidos, sobretudo os que se orientam pela busca de vantagens como o PMDB, mudarem de posição. Para uma aproximação da ideia propagada com êxito por Eduardo Cunha, seria possível falar, aí sim, na independência de escolha do PMDB. Se reconhecido que nem isso seria novo: os 30 anos de adesismo peemedebista também foram escolha independente. A adotar-se o argumento de Eduardo Cunha, já seria possível dizer que a Câmara rebelde só mudou de senhor. A subserviência com que deputados e bancadas, inclusive de adversários como o DEM, põem-se a serviço dele, não é menor nem menos fisiológica do que se via na Câmara, em outro sentido. De graça, agora? São convicções adquiridas por cargos na Câmara, gabinetes e, acima de tudo, dinheiro para as campanhas e participação no rateio de votos do eleitorado evangélico, por influência de Eduardo Cunha. A Câmara estava e continua como Poder independente, sem cerceamento algum. A maioria dos seus integrantes, não. CIFRÕES Ainda Eduardo Cunha, que é mesmo a figura da moda. Seu artigo na Folha (15/2) responde, embora de modo indireto, à falta de explicação para sua ida aos governadores, mais que aos deputados, na campanha para presidir a Câmara. Suas metas não param no bloqueio ao aborto e no fim do casamento. Sob o rótulo de "discussão do pacto federativo", há a mudança na divisão, entre governo federal e estaduais, do arrecadado com impostos e outras obrigações. Os governadores empurram suas bancadas. JULGAMENTO O conceito que o ex-ministro Joaquim Barbosa divulga da magistratura brasileira, incluída a que praticou no Supremo, é bem ruinzinho. Se juízes não devem receber advogados, porque são procurados com a intenção de corrompê-los, está implícita a dupla afirmação de que os advogados são corruptores e os juízes correm risco diante deles. Fosse assim, estaríamos melhor sem advogados e sem juízes. AVISO Esta coluna deixa de sair (ei, palmas por quê? não acabei a frase) nas próximas semanas.
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Campeão em altura, bairro de Perdizes oferece vista para serra da Cantareira
BRUNO LEE DE SÃO PAULO Perdizes é o máximo. A altitude máxima do distrito da zona oeste é de 832 metros acima do nível do mar, a maior do centro expandido de São Paulo, segundo dados da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento. A média da cidade fica em torno de 760 metros. A região está inserida em uma espécie de rota da altitude, conhecida como Espigão Central ou da Paulista. Na obra "Geomorfologia do Sítio Urbano de São Paulo", o geógrafo Aziz Ab'Saber (1924-2012) escreve que a formação se estende por 13 quilômetros, de sul a oeste, passando por algumas das avenidas mais importantes da cidade, como Jabaquara, Domingos de Moraes, Doutor Arnaldo, Professor Alfonso Bovero e a própria Paulista. Uma das consequências da localização é a vista da cidade. De alguns pontos de Perdizes, enxergam-se as marginais e a serra da Cantareira, por exemplo, deixando moradores boquiabertos e gerando disputa por terrenos do lado das incorporadoras. A personal organizer e psicóloga Evelyn Maghidman, 47, tem uma reação similar todos os dias, há quatro anos, desde que se mudou com a família para um apartamento na rua Aimberê. Sua lista de "atrações" inclui o Allianz Parque, a serra da Cantareira e a avenida Sumaré. "Todo dia, vou até o terraço e vejo o sol nascer, com aquele vermelhão", conta. Esse cômodo da casa, do tipo gourmet, serve de ponto de encontro para a família. "Tenho uma mesa de jantar grande, mas a gente costuma fazer as refeições no terraço", afirma Maghidman. Para cima A vista até motivou reformas no apartamento, diz a psicóloga. A porta principal, por exemplo, foi movida para que, ao entrar, a pessoa dê de cara com a paisagem. O projeto é da arquiteta Adriane Tscheppen. "Quando chegam em casa, os familiares e amigos vão direto para a janela", diz. Já o cirurgião maxilofacial Filipe Amaral, 33, prefere o pôr do sol. Em julho do ano passado, ele se mudou com a mulher para um apartamento na avenida Marquês de São Vicente, com projeto das arquitetas Patricia de Palma e Fabiana Silveira. "A sala é tomada por um tom de laranja", diz. Em dias de céu limpo, segundo Amaral, é possível ver o pico do Jaraguá e algumas antenas da avenida Paulista. Por ter comprado o apartamento na planta, ele tinha apenas uma ideia de como seria a vista. "Foi uma boa surpresa", diz. QUANTO CUSTA Em prédios com vista privilegiada, a cada andar o preço sobe em média 3%, diz Fernando Trotta, líder de negócios da MDL. A variação é o dobro da de um empreendimento "comum". No início do ano passado, a incorporadora entregou o edifício Mondrian, de onde é possível avistar o pico do Jaraguá, por exemplo. O metro quadrado custa R$ 12,5 mil, em média. O valor fica dentro de estimativa da VivaReal-Geoimovel para preços em Perdizes: R$ 12,6 mil para lançamentos. O Mondrian começou a tomar forma entre 2009 e 2010, quando começou a aquisição dos terrenos, oito ao todo, processo que levou dois anos, segundo o executivo. "Nos pontos mais altos do bairro, a briga por terrenos é muito grande e o preço é cerca de 10% mais caro."
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Campeão em altura, bairro de Perdizes oferece vista para serra da Cantareira BRUNO LEE DE SÃO PAULO Perdizes é o máximo. A altitude máxima do distrito da zona oeste é de 832 metros acima do nível do mar, a maior do centro expandido de São Paulo, segundo dados da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento. A média da cidade fica em torno de 760 metros. A região está inserida em uma espécie de rota da altitude, conhecida como Espigão Central ou da Paulista. Na obra "Geomorfologia do Sítio Urbano de São Paulo", o geógrafo Aziz Ab'Saber (1924-2012) escreve que a formação se estende por 13 quilômetros, de sul a oeste, passando por algumas das avenidas mais importantes da cidade, como Jabaquara, Domingos de Moraes, Doutor Arnaldo, Professor Alfonso Bovero e a própria Paulista. Uma das consequências da localização é a vista da cidade. De alguns pontos de Perdizes, enxergam-se as marginais e a serra da Cantareira, por exemplo, deixando moradores boquiabertos e gerando disputa por terrenos do lado das incorporadoras. A personal organizer e psicóloga Evelyn Maghidman, 47, tem uma reação similar todos os dias, há quatro anos, desde que se mudou com a família para um apartamento na rua Aimberê. Sua lista de "atrações" inclui o Allianz Parque, a serra da Cantareira e a avenida Sumaré. "Todo dia, vou até o terraço e vejo o sol nascer, com aquele vermelhão", conta. Esse cômodo da casa, do tipo gourmet, serve de ponto de encontro para a família. "Tenho uma mesa de jantar grande, mas a gente costuma fazer as refeições no terraço", afirma Maghidman. Para cima A vista até motivou reformas no apartamento, diz a psicóloga. A porta principal, por exemplo, foi movida para que, ao entrar, a pessoa dê de cara com a paisagem. O projeto é da arquiteta Adriane Tscheppen. "Quando chegam em casa, os familiares e amigos vão direto para a janela", diz. Já o cirurgião maxilofacial Filipe Amaral, 33, prefere o pôr do sol. Em julho do ano passado, ele se mudou com a mulher para um apartamento na avenida Marquês de São Vicente, com projeto das arquitetas Patricia de Palma e Fabiana Silveira. "A sala é tomada por um tom de laranja", diz. Em dias de céu limpo, segundo Amaral, é possível ver o pico do Jaraguá e algumas antenas da avenida Paulista. Por ter comprado o apartamento na planta, ele tinha apenas uma ideia de como seria a vista. "Foi uma boa surpresa", diz. QUANTO CUSTA Em prédios com vista privilegiada, a cada andar o preço sobe em média 3%, diz Fernando Trotta, líder de negócios da MDL. A variação é o dobro da de um empreendimento "comum". No início do ano passado, a incorporadora entregou o edifício Mondrian, de onde é possível avistar o pico do Jaraguá, por exemplo. O metro quadrado custa R$ 12,5 mil, em média. O valor fica dentro de estimativa da VivaReal-Geoimovel para preços em Perdizes: R$ 12,6 mil para lançamentos. O Mondrian começou a tomar forma entre 2009 e 2010, quando começou a aquisição dos terrenos, oito ao todo, processo que levou dois anos, segundo o executivo. "Nos pontos mais altos do bairro, a briga por terrenos é muito grande e o preço é cerca de 10% mais caro."
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Após caso de anão, novo vídeo mostra festa com cerveja em delegacia de SP
O vídeo de uma festa realizada na 5ª Delegacia Seccional de São Paulo gerou nova polêmica, um dia após a divulgação de imagens da apresentação de um anão "go-go boy" no Denarc. O caso foi revelado nesta terça-feira (8) pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Nas imagens, os policiais, incluindo a delegada titular Elaine Maria Biasoli, e servidores da delegacia aparecem dançando ao som de pagode e segurando copos de cerveja. Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que a Corregedoria da Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso, que é de maio deste ano. "As investigações foram concluídas em julho, com o arquivamento do caso. A corregedoria concluiu que o evento foi realizado fora do horário de expediente e em local sem acesso ao público", acrescenta o comunicado. DENARC O arquivamento, que ocorreu no caso da festa com samba e cerveja, contudo, pode não se repetir no episódio em que um anão faz uma apresentação seminu no Denarc. O fato foi divulgado em primeira mão pela Folha, nesta segunda feira (7). Tanto o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, quanto o governador Geraldo Alckmin fizeram, também nesta segunda, críticas ao caso e disseram que já foi aberta investigação para apurar responsabilidades. Para Alckmin, os servidores "podem fazer festa, mas não em repartição pública. Já Moraes disse que "todos os policiais que aparecem no vídeo e os demais serão ouvidos para que as providências sejam tomadas". O proprietário da empresa que organizou a exibição do anão "go-go boy", Alexandre Donizete, no entanto, argumentou que a apresentação foi feita em "uma salinha de um refeitório que tem lá no estacionamento. A gente só ficou saber que o povo era do Denarc quando a gente já estava lá". Donizete também sustentou que a exibição teve caráter lúdico, foi feita em horário fora do expediente dos servidores e teve duração de 12 minutos.
cotidiano
Após caso de anão, novo vídeo mostra festa com cerveja em delegacia de SPO vídeo de uma festa realizada na 5ª Delegacia Seccional de São Paulo gerou nova polêmica, um dia após a divulgação de imagens da apresentação de um anão "go-go boy" no Denarc. O caso foi revelado nesta terça-feira (8) pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Nas imagens, os policiais, incluindo a delegada titular Elaine Maria Biasoli, e servidores da delegacia aparecem dançando ao som de pagode e segurando copos de cerveja. Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que a Corregedoria da Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso, que é de maio deste ano. "As investigações foram concluídas em julho, com o arquivamento do caso. A corregedoria concluiu que o evento foi realizado fora do horário de expediente e em local sem acesso ao público", acrescenta o comunicado. DENARC O arquivamento, que ocorreu no caso da festa com samba e cerveja, contudo, pode não se repetir no episódio em que um anão faz uma apresentação seminu no Denarc. O fato foi divulgado em primeira mão pela Folha, nesta segunda feira (7). Tanto o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, quanto o governador Geraldo Alckmin fizeram, também nesta segunda, críticas ao caso e disseram que já foi aberta investigação para apurar responsabilidades. Para Alckmin, os servidores "podem fazer festa, mas não em repartição pública. Já Moraes disse que "todos os policiais que aparecem no vídeo e os demais serão ouvidos para que as providências sejam tomadas". O proprietário da empresa que organizou a exibição do anão "go-go boy", Alexandre Donizete, no entanto, argumentou que a apresentação foi feita em "uma salinha de um refeitório que tem lá no estacionamento. A gente só ficou saber que o povo era do Denarc quando a gente já estava lá". Donizete também sustentou que a exibição teve caráter lúdico, foi feita em horário fora do expediente dos servidores e teve duração de 12 minutos.
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Belo Horizonte recebe seminário sobre educação empreendedora
Para disseminar o conceito de educação empreendedora, educadores e profissionais debatem estudos e tendências que possam ser adotadas pelas escolas na preparação dos jovens para o mundo dos negócios no no Conhecer: Seminário Internacional de Educação Empreendedora, nesta terça-feira (4). Apesar de o empreendedorismo vir crescendo no Brasil, o país ainda não tem tradição formar estudantes com essa visão. De acordo com levantamento recente do Sebrae e da Endeavor, a universidade ainda é uma das fontes menos procuradas pelos jovens na hora de se capacitar para empreender. O debate do cenário no país, nomes como Mozart Neves Ramos, do Instituto Ayrton Senna, e Damiano Damito, que fala sobre experiências na educação finlandesa, exemplo internacional, ocorre no Sebrae Minas até as 18h. Para mais informações, acesse o site do evento. Confira abaixo a programação: Das 9h30 às 11h Painel: O início da jornada da Educação Empreendedora Carlos Arruda - Apresentação da Pesquisa Sebrae/Fundação Dom Cabral: Educação Empreendedora e Empreendedorismo Juliano Seabra - Apresentação da Pesquisa Sebrae/Endeavor: Empreendedorismo nas Universidades Mediador: Vinicius Lages Das 11h30 às 12h30 Painel: As competências para o futuro Mozart Neves Ramos - Instituto Ayrton Senna Antonio Sagrado Lovato - Documentário: Quando sinto que já sei Mediadora: Viviane Mosé Das 14h30 às 16h CER Experiências Painel: Escolas Inovadoras e Educação Não formal * Projeto Âncora - José Pacheco * Kdu dos Anjos do Projeto Lá da Favelinha * Casa do Presente - Maria Lujan Tubio e Ana Carolina Gomes Guedes * Papo de Professore - Experiências da Educação Finlandesa - Damiano Damito Mediador: Anderson Cabido Das 16h30 às 18h Painel O futuro do trabalho, da educação e do empreendedorismo Luciano Meira - Universidade Federal de Pernambuco Fábio Mariano Borges - ESPM Mediadora - Viviane Mosé
empreendedorsocial
Belo Horizonte recebe seminário sobre educação empreendedoraPara disseminar o conceito de educação empreendedora, educadores e profissionais debatem estudos e tendências que possam ser adotadas pelas escolas na preparação dos jovens para o mundo dos negócios no no Conhecer: Seminário Internacional de Educação Empreendedora, nesta terça-feira (4). Apesar de o empreendedorismo vir crescendo no Brasil, o país ainda não tem tradição formar estudantes com essa visão. De acordo com levantamento recente do Sebrae e da Endeavor, a universidade ainda é uma das fontes menos procuradas pelos jovens na hora de se capacitar para empreender. O debate do cenário no país, nomes como Mozart Neves Ramos, do Instituto Ayrton Senna, e Damiano Damito, que fala sobre experiências na educação finlandesa, exemplo internacional, ocorre no Sebrae Minas até as 18h. Para mais informações, acesse o site do evento. Confira abaixo a programação: Das 9h30 às 11h Painel: O início da jornada da Educação Empreendedora Carlos Arruda - Apresentação da Pesquisa Sebrae/Fundação Dom Cabral: Educação Empreendedora e Empreendedorismo Juliano Seabra - Apresentação da Pesquisa Sebrae/Endeavor: Empreendedorismo nas Universidades Mediador: Vinicius Lages Das 11h30 às 12h30 Painel: As competências para o futuro Mozart Neves Ramos - Instituto Ayrton Senna Antonio Sagrado Lovato - Documentário: Quando sinto que já sei Mediadora: Viviane Mosé Das 14h30 às 16h CER Experiências Painel: Escolas Inovadoras e Educação Não formal * Projeto Âncora - José Pacheco * Kdu dos Anjos do Projeto Lá da Favelinha * Casa do Presente - Maria Lujan Tubio e Ana Carolina Gomes Guedes * Papo de Professore - Experiências da Educação Finlandesa - Damiano Damito Mediador: Anderson Cabido Das 16h30 às 18h Painel O futuro do trabalho, da educação e do empreendedorismo Luciano Meira - Universidade Federal de Pernambuco Fábio Mariano Borges - ESPM Mediadora - Viviane Mosé
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Câmara aprova pacotão que reajusta valores de benefícios para deputados
O comando da Câmara aprovou nesta quarta-feira (25) um pacote de reajuste para benefícios dos deputados que terá um impacto anual de R$ 150,3 milhões nos cofres da Casa. Foram atualizadas as verbas para a contratação de servidores, para gastos com a atividade parlamentar (telefone, passagem, consultoria, transporte, entre outras), além do auxílio-moradia pago aos deputados que não utilizam apartamentos funcionais. Os cônjuges dos deputados também receberam um agrado, sendo autorizados, agora, a usar passagens em viagens do Estado de origem a Brasília. Num momento em que o país discute um ajuste fiscal, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou que as medidas representem aumento para o orçamento e afirmou que a decisão não representa mais despesas, uma vez que serão cortadas verbas de custeio e investimento para cobrir a atualização dos valores. A Casa precisou recorrer a uma ginástica financeira para aprovar o pacote de benesses, já que 80% do orçamento de R$ 5,1 bilhões estão comprometidos com despesas obrigatórias. Ficou definido que os novos valores terão validade a partir de abril. Com isso, o custo neste ano do reajuste será de R$ 112,7 milhões. A verba que os deputados têm para contratação de assessores foi ampliada de R$ 78 mil para R$ 92 mil, reajuste de 18%, considerando o IPCA de julho de 2012, data do último aumento, até este mês. O impacto anual da medida é de R$ 129 milhões. Esses recursos são usados para a contratação de funcionários sem concurso público. O "cotão" que paga as passagens, gastos com telefone, transporte, consultoria, divulgação de atividade parlamentar, Correios e outros sofreu um reajuste de 8% e terá impacto de R$ 19,5 milhões ao ano. Os valores variam de acordo com o Estado de origem, sendo o maior de Roraima, que passará para R$ 45,2 mil, e o menor do Distrito Federal, subindo para R$ 30,4 mil. 'AUXÍLIO-CÔNJUGE' Para atender a uma demanda que surgiu durante sua campanha para a presidência da Casa, Cunha apresentou aos integrantes da Mesa Diretora a proposta para estender aos cônjuges dos deputados autorização para utilizar passagens do cotão em viagens do Estado para Brasília. Desde 2009, quando houve o episódio conhecido como "farra das passagens", a Câmara tornou as viagens exclusivas para parlamentares e assessores. O auxílio-moradia, pago para parlamentares que não utilizam apartamentos funcionais foram reajustados de R$ 3,8 mil para R$ 4,2 mil, com impacto de R$ 1,074 milhão por ano. Atualmente, a Casa, que tem 513 deputados, possui 336 apartamentos disponíveis. Cunha minimizou o impacto das medidas e argumentou será realizada uma realocação de recursos, com cortes de contratos de informática, compra de novos equipamentos e investimentos. "Aceitamos a correção da inflação mediante o corte de gastos. O efeito será nulo, zero de despesa. Faremos no tamanho da correção", disse. SECRETARIAS A cúpula da Câmara também decidiu conferir um comando político para a área de comunicação da Casa, que atualmente é controlada por servidores de carreira. Será criada uma secretaria parlamentar para ser responsável pelo setor. O peemedebista pretende entregar o novo cargo ao PRB, ligado à Igreja Universal. O mais cotado para o posto é o deputado Cleber Verde (PRB-MA), integrante da Frente Parlamentar evangélica, mas que se diz católico. Também foi acertada a criação de uma Secretaria de Relações Internacionais para cuidar das relações com outros Parlamentos. Neste caso, Cunha disse que não haverá criação de cargos.
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Câmara aprova pacotão que reajusta valores de benefícios para deputadosO comando da Câmara aprovou nesta quarta-feira (25) um pacote de reajuste para benefícios dos deputados que terá um impacto anual de R$ 150,3 milhões nos cofres da Casa. Foram atualizadas as verbas para a contratação de servidores, para gastos com a atividade parlamentar (telefone, passagem, consultoria, transporte, entre outras), além do auxílio-moradia pago aos deputados que não utilizam apartamentos funcionais. Os cônjuges dos deputados também receberam um agrado, sendo autorizados, agora, a usar passagens em viagens do Estado de origem a Brasília. Num momento em que o país discute um ajuste fiscal, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou que as medidas representem aumento para o orçamento e afirmou que a decisão não representa mais despesas, uma vez que serão cortadas verbas de custeio e investimento para cobrir a atualização dos valores. A Casa precisou recorrer a uma ginástica financeira para aprovar o pacote de benesses, já que 80% do orçamento de R$ 5,1 bilhões estão comprometidos com despesas obrigatórias. Ficou definido que os novos valores terão validade a partir de abril. Com isso, o custo neste ano do reajuste será de R$ 112,7 milhões. A verba que os deputados têm para contratação de assessores foi ampliada de R$ 78 mil para R$ 92 mil, reajuste de 18%, considerando o IPCA de julho de 2012, data do último aumento, até este mês. O impacto anual da medida é de R$ 129 milhões. Esses recursos são usados para a contratação de funcionários sem concurso público. O "cotão" que paga as passagens, gastos com telefone, transporte, consultoria, divulgação de atividade parlamentar, Correios e outros sofreu um reajuste de 8% e terá impacto de R$ 19,5 milhões ao ano. Os valores variam de acordo com o Estado de origem, sendo o maior de Roraima, que passará para R$ 45,2 mil, e o menor do Distrito Federal, subindo para R$ 30,4 mil. 'AUXÍLIO-CÔNJUGE' Para atender a uma demanda que surgiu durante sua campanha para a presidência da Casa, Cunha apresentou aos integrantes da Mesa Diretora a proposta para estender aos cônjuges dos deputados autorização para utilizar passagens do cotão em viagens do Estado para Brasília. Desde 2009, quando houve o episódio conhecido como "farra das passagens", a Câmara tornou as viagens exclusivas para parlamentares e assessores. O auxílio-moradia, pago para parlamentares que não utilizam apartamentos funcionais foram reajustados de R$ 3,8 mil para R$ 4,2 mil, com impacto de R$ 1,074 milhão por ano. Atualmente, a Casa, que tem 513 deputados, possui 336 apartamentos disponíveis. Cunha minimizou o impacto das medidas e argumentou será realizada uma realocação de recursos, com cortes de contratos de informática, compra de novos equipamentos e investimentos. "Aceitamos a correção da inflação mediante o corte de gastos. O efeito será nulo, zero de despesa. Faremos no tamanho da correção", disse. SECRETARIAS A cúpula da Câmara também decidiu conferir um comando político para a área de comunicação da Casa, que atualmente é controlada por servidores de carreira. Será criada uma secretaria parlamentar para ser responsável pelo setor. O peemedebista pretende entregar o novo cargo ao PRB, ligado à Igreja Universal. O mais cotado para o posto é o deputado Cleber Verde (PRB-MA), integrante da Frente Parlamentar evangélica, mas que se diz católico. Também foi acertada a criação de uma Secretaria de Relações Internacionais para cuidar das relações com outros Parlamentos. Neste caso, Cunha disse que não haverá criação de cargos.
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Enganos históricos e PIB
A economia do Brasil deve encolher 1% neste 2015, segundo a previsão da centena de economistas do setor privado ouvidos a cada semana pelo Banco Central. O que de mais certo se pode dizer sobre tal estimativa é que ela estará errada, provavelmente um erro de um terço. Pelo menos, é o que se pode depreender da comparação das médias de projeções realizadas em março de um ano com o resultado do crescimento do PIB divulgado cerca de doze meses depois (essas previsões organizadas existem desde 1999). Se a gente leva em conta as mumunhas do cálculo do PIB e os mil imponderáveis de um ano, surpreende que as previsões não sejam ainda mais erradas. E daí? Daí que deveríamos temperar nossas reações a dados recentes e de curto prazo. Pelo menos, deveríamos sempre ter em mente o crescimento em períodos mais longos e, também, suas variações vertiginosas no Brasil desde, digamos, 1999. Desde então, a economia cresceu em média 3,1% ao ano, o que dá alguma pista do quanto podemos crescer sem fazer mexidas mais profundas no país. Também problemático, essa média resulta de variações do PIB que vão de -0,2% até +7,6%, sinal de que o país dá aceleradas insustentáveis e/ou é sujeito demais a choques externos. Essas variações violentas desorganizam a economia, criam inseguranças, dificultam o cálculo do que fazer do futuro e, é provável, prejudicam a aceleração do crescimento. Na semana passada, o IBGE publicou uma revisão de quase duas décadas de informações sobre o PIB. De acordo com os "dados de época", publicados cerca de um trimestre depois do final de cada ano, o Brasil teria crescido uns 39% nos anos petistas (desde 2003). Segundo a revisão mais recente, 49%. Mesmo antes dessa revisão ampla, houvera correções importantes. Pessimismos e otimismos dependem dos ânimos e preconceitos de cada época, mas foram também afetados pelo que se imaginava ser o crescimento pelos dados à mão. No ano 2000, quando o país cresceu 4,2%, diziam-se: "....esse resultado indica, para a maioria dos analistas, que o Brasil deve inaugurar uma fase de crescimento sustentado". Não era bem assim. No triênio 2004-06, a taxa de crescimento seria razoável, mais de 4% ao ano, mas a névoa de pessimismo seria desfeita apenas lá por 2007, quando começou a euforia. Não se quer repetir aqui o clichê tolo e facilitador de que "não estávamos tão bem antes, nem tão mal agora". Na verdade, decaímos à mediocridade faz tempo: essa é a tendência em torno da qual variamos. Tivemos dois surtos de melhora, com FHC e Lula, mas não "abalamos as estruturas", não fizemos reformas profundas no que diz respeito à eficiência econômica e à justiça social. O estrago causado por Dilma 1, a troco de nada e numa economia "pobre mais limpinha", talvez leve mais dois anos para ser consertado no "básico": contas públicas, inflação etc. Mas temos problemas profundos antigos e novos. Em vez de pensar no -1% de 2015, no +1% de 2016, a gente tem de se preocupar no que fazer daqui a uma década a fim de evitar que a média de crescimento caia de 3% para 2%. Crescimento não se improvisa de ano para outro e nem de longe depende de um só governo.
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Enganos históricos e PIBA economia do Brasil deve encolher 1% neste 2015, segundo a previsão da centena de economistas do setor privado ouvidos a cada semana pelo Banco Central. O que de mais certo se pode dizer sobre tal estimativa é que ela estará errada, provavelmente um erro de um terço. Pelo menos, é o que se pode depreender da comparação das médias de projeções realizadas em março de um ano com o resultado do crescimento do PIB divulgado cerca de doze meses depois (essas previsões organizadas existem desde 1999). Se a gente leva em conta as mumunhas do cálculo do PIB e os mil imponderáveis de um ano, surpreende que as previsões não sejam ainda mais erradas. E daí? Daí que deveríamos temperar nossas reações a dados recentes e de curto prazo. Pelo menos, deveríamos sempre ter em mente o crescimento em períodos mais longos e, também, suas variações vertiginosas no Brasil desde, digamos, 1999. Desde então, a economia cresceu em média 3,1% ao ano, o que dá alguma pista do quanto podemos crescer sem fazer mexidas mais profundas no país. Também problemático, essa média resulta de variações do PIB que vão de -0,2% até +7,6%, sinal de que o país dá aceleradas insustentáveis e/ou é sujeito demais a choques externos. Essas variações violentas desorganizam a economia, criam inseguranças, dificultam o cálculo do que fazer do futuro e, é provável, prejudicam a aceleração do crescimento. Na semana passada, o IBGE publicou uma revisão de quase duas décadas de informações sobre o PIB. De acordo com os "dados de época", publicados cerca de um trimestre depois do final de cada ano, o Brasil teria crescido uns 39% nos anos petistas (desde 2003). Segundo a revisão mais recente, 49%. Mesmo antes dessa revisão ampla, houvera correções importantes. Pessimismos e otimismos dependem dos ânimos e preconceitos de cada época, mas foram também afetados pelo que se imaginava ser o crescimento pelos dados à mão. No ano 2000, quando o país cresceu 4,2%, diziam-se: "....esse resultado indica, para a maioria dos analistas, que o Brasil deve inaugurar uma fase de crescimento sustentado". Não era bem assim. No triênio 2004-06, a taxa de crescimento seria razoável, mais de 4% ao ano, mas a névoa de pessimismo seria desfeita apenas lá por 2007, quando começou a euforia. Não se quer repetir aqui o clichê tolo e facilitador de que "não estávamos tão bem antes, nem tão mal agora". Na verdade, decaímos à mediocridade faz tempo: essa é a tendência em torno da qual variamos. Tivemos dois surtos de melhora, com FHC e Lula, mas não "abalamos as estruturas", não fizemos reformas profundas no que diz respeito à eficiência econômica e à justiça social. O estrago causado por Dilma 1, a troco de nada e numa economia "pobre mais limpinha", talvez leve mais dois anos para ser consertado no "básico": contas públicas, inflação etc. Mas temos problemas profundos antigos e novos. Em vez de pensar no -1% de 2015, no +1% de 2016, a gente tem de se preocupar no que fazer daqui a uma década a fim de evitar que a média de crescimento caia de 3% para 2%. Crescimento não se improvisa de ano para outro e nem de longe depende de um só governo.
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Spa no interior do Rio controla horário de dormir e acesso à internet
A recepção pomposa, com esculturas de leões e pé-direito gigantesco, não deixa dúvidas: você está num hotel cinco estrelas. Até que a atendente oferece um bombom de alfarroba -doce natureba que imita chocolate- e água saborizada com frutas. Cafezinho? "Não servimos nenhum estimulante", diz a recepcionista. Essa é a primeira de várias regras do Rituaali, spa de luxo em Penedo (a 179 km do Rio), inaugurado há um ano. Um tour guiado revela outras: o wi-fi é desligado das 22h às 7h, as refeições têm hora marcada -com sino e tudo- e a comida é vegana. Nos quartos com lareira, hidromassagem e sauna particular, um folhetinho com a programação do dia espera o hóspede. As atividades começam às 6h30 e vão até 20h. São consultas, palestras, exercícios, terapias corporais e rituais de reflexão. A ideia é ser um "centro de reeducação do estilo de vida", de acordo com Luiz Fernando Sella, médico e diretor do Rituaali. "Aqui não é um spa, contém um spa. Oferecemos a imersão num estilo de vida saudável que pode servir de pontapé inicial para uma transformação." Já no primeiro dia o hóspede é enquadrado em um dos seis programas de tratamento, entre eles "antidor" e "equilíbrio". Depois, passa por um detox que inclui dois dias vivendo só à base de suco e sopa. No começo, a abstinência de cafeína dá dor de cabeça, o sono não vem às 22h e falta energia para as atividades. "Parecia que eu estava de ressaca, mas todo mundo diz que é normal porque eu tomava 11 xícaras de café por dia", conta a guia de turismo Isabella Maroja, 49, que foi arrastada para o spa por uma amiga. "Estou adorando. Já sinto que desinchei", afirma. Quem reclama é encorajado a testar terapias naturais, com compressas de argila e muita água (escalda-pés, choque térmico, banhos de imersão). Quem não reclama também -nada de ficar de bobeira na piscina. "A diferença para outros spas é que aqui é um ambiente monitorado e nós sugerimos os tratamentos para o paciente. Não é um hotel para relaxar. Não queremos hóspedes de fim de semana. Tem que ficar pelo menos sete dias para fazer diferença", afirma Daniela Kanno, também do corpo médico. "Não esperamos que a pessoa passe a dormir às 21h30 e vire vegetariana. Mas dificilmente você vai voltar para casa como se nada tivesse acontecido", diz Sella. A jornalista viajou a convite do Rituaali * RITUAALI ONDE rua Harry Bertel,400, Penedo, Itatiaia, RJ QUANTO pacote de sete dias a partir de R$ 8.070,30 por pessoa, com alimentação e tratamentos inclusos INFORMAÇÕES rituaali.com.br
turismo
Spa no interior do Rio controla horário de dormir e acesso à internetA recepção pomposa, com esculturas de leões e pé-direito gigantesco, não deixa dúvidas: você está num hotel cinco estrelas. Até que a atendente oferece um bombom de alfarroba -doce natureba que imita chocolate- e água saborizada com frutas. Cafezinho? "Não servimos nenhum estimulante", diz a recepcionista. Essa é a primeira de várias regras do Rituaali, spa de luxo em Penedo (a 179 km do Rio), inaugurado há um ano. Um tour guiado revela outras: o wi-fi é desligado das 22h às 7h, as refeições têm hora marcada -com sino e tudo- e a comida é vegana. Nos quartos com lareira, hidromassagem e sauna particular, um folhetinho com a programação do dia espera o hóspede. As atividades começam às 6h30 e vão até 20h. São consultas, palestras, exercícios, terapias corporais e rituais de reflexão. A ideia é ser um "centro de reeducação do estilo de vida", de acordo com Luiz Fernando Sella, médico e diretor do Rituaali. "Aqui não é um spa, contém um spa. Oferecemos a imersão num estilo de vida saudável que pode servir de pontapé inicial para uma transformação." Já no primeiro dia o hóspede é enquadrado em um dos seis programas de tratamento, entre eles "antidor" e "equilíbrio". Depois, passa por um detox que inclui dois dias vivendo só à base de suco e sopa. No começo, a abstinência de cafeína dá dor de cabeça, o sono não vem às 22h e falta energia para as atividades. "Parecia que eu estava de ressaca, mas todo mundo diz que é normal porque eu tomava 11 xícaras de café por dia", conta a guia de turismo Isabella Maroja, 49, que foi arrastada para o spa por uma amiga. "Estou adorando. Já sinto que desinchei", afirma. Quem reclama é encorajado a testar terapias naturais, com compressas de argila e muita água (escalda-pés, choque térmico, banhos de imersão). Quem não reclama também -nada de ficar de bobeira na piscina. "A diferença para outros spas é que aqui é um ambiente monitorado e nós sugerimos os tratamentos para o paciente. Não é um hotel para relaxar. Não queremos hóspedes de fim de semana. Tem que ficar pelo menos sete dias para fazer diferença", afirma Daniela Kanno, também do corpo médico. "Não esperamos que a pessoa passe a dormir às 21h30 e vire vegetariana. Mas dificilmente você vai voltar para casa como se nada tivesse acontecido", diz Sella. A jornalista viajou a convite do Rituaali * RITUAALI ONDE rua Harry Bertel,400, Penedo, Itatiaia, RJ QUANTO pacote de sete dias a partir de R$ 8.070,30 por pessoa, com alimentação e tratamentos inclusos INFORMAÇÕES rituaali.com.br
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Douglas Costa é cortado da seleção brasileira, e Tite convoca Taison
O atacante Douglas Costa, do Bayern de Munique, foi cortado nesta quarta-feira (21) da seleção brasileira que disputará os jogos contra Bolívia, em 6 de outubro, e Venezuela, dia 11 de outubro, pelas eliminatórias da Copa de 2018 após ter confirmada uma lesão muscular na coxa direita. Para o seu lugar, o técnico Tite chamou o atacante Taison, do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. É a segunda oportunidade que Tite perde para contar com Douglas Costa na seleção. Na primeira convocação do técnico da seleção, o atacante também estava lesionado e, por isso, acabou não sendo chamado por Tite. No último sábado (17), Douglas Costa entrou em campo pelo Bayern contra o Ingolstadt na etapa final, mas precisou ser substituído aos 38 min do segundo tempo por conta de um desconforto, que acabou sendo confirmado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), nesta quarta, como uma lesão muscular. O Brasil está na segunda posição das Eliminatórias da Copa do Mundo, com 15 pontos, apenas um atrás do líder Uruguai.
esporte
Douglas Costa é cortado da seleção brasileira, e Tite convoca TaisonO atacante Douglas Costa, do Bayern de Munique, foi cortado nesta quarta-feira (21) da seleção brasileira que disputará os jogos contra Bolívia, em 6 de outubro, e Venezuela, dia 11 de outubro, pelas eliminatórias da Copa de 2018 após ter confirmada uma lesão muscular na coxa direita. Para o seu lugar, o técnico Tite chamou o atacante Taison, do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. É a segunda oportunidade que Tite perde para contar com Douglas Costa na seleção. Na primeira convocação do técnico da seleção, o atacante também estava lesionado e, por isso, acabou não sendo chamado por Tite. No último sábado (17), Douglas Costa entrou em campo pelo Bayern contra o Ingolstadt na etapa final, mas precisou ser substituído aos 38 min do segundo tempo por conta de um desconforto, que acabou sendo confirmado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), nesta quarta, como uma lesão muscular. O Brasil está na segunda posição das Eliminatórias da Copa do Mundo, com 15 pontos, apenas um atrás do líder Uruguai.
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Nome do carro rosa de "Os Simpsons" é revelado após 28 anos
DE SÃO PAULO Um dos maiores mistérios do mundo da animação foi revelado: o nome do carro usado pela família Simpson. Trata-se de um imaginário Plymouth Junkerolla 1986, sedã de origem americana que teria sido produzido na Croácia. O carro, que jamais existiu no mundo real, teve seu nome citado no episódio mais recente de "os Simpsons" ("Pork and Burns"), que foi ao ar na TV americana na semana passada. A revelação de sua "origem croata" foi feita em um episódio antigo, quando o sedã cor-de-rosa sofreu um de seus vários acidentes. O Junkerolla teria sido montado a partir de peças descartadas de tanques soviéticos. Os carros da Plymouth surgiram em 1928. A marca, que fazia parte do grupo Chrysler, teve suas atividades encerradas em 2001. O automóvel dirigido por Homer e Marge lembra um modelo real da Plymouth: o Valiant produzido nas décadas de 1970 e 1980. Transmitido pelo canal Fox desde 1989, "Os Simpsons" está em sua 28ª temporada e tem mais duas confirmadas pela emissora americana.
sobretudo
Nome do carro rosa de "Os Simpsons" é revelado após 28 anos DE SÃO PAULO Um dos maiores mistérios do mundo da animação foi revelado: o nome do carro usado pela família Simpson. Trata-se de um imaginário Plymouth Junkerolla 1986, sedã de origem americana que teria sido produzido na Croácia. O carro, que jamais existiu no mundo real, teve seu nome citado no episódio mais recente de "os Simpsons" ("Pork and Burns"), que foi ao ar na TV americana na semana passada. A revelação de sua "origem croata" foi feita em um episódio antigo, quando o sedã cor-de-rosa sofreu um de seus vários acidentes. O Junkerolla teria sido montado a partir de peças descartadas de tanques soviéticos. Os carros da Plymouth surgiram em 1928. A marca, que fazia parte do grupo Chrysler, teve suas atividades encerradas em 2001. O automóvel dirigido por Homer e Marge lembra um modelo real da Plymouth: o Valiant produzido nas décadas de 1970 e 1980. Transmitido pelo canal Fox desde 1989, "Os Simpsons" está em sua 28ª temporada e tem mais duas confirmadas pela emissora americana.
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Utilitários de diferentes tamanhos chegam às lojas no segundo semestre
DE SÃO PAULO Os utilitários continuam a prevalecer entre os lançamentos. Mais novidades estão a caminho, com preços entre R$ 40 mil (valor estimado para o Renault Kwid) e R$ 513,9 mil (versão mais cara do Range Rover Velar). A Ford prepara a chegada do EcoSport 2018, que terá novo motor, e a Chevrolet aposta no Equinox. Ambos serão exibidos no Salão do Automóvel de Buenos Aires, que será aberto ao público no dia 10 de junho.
sobretudo
Utilitários de diferentes tamanhos chegam às lojas no segundo semestre DE SÃO PAULO Os utilitários continuam a prevalecer entre os lançamentos. Mais novidades estão a caminho, com preços entre R$ 40 mil (valor estimado para o Renault Kwid) e R$ 513,9 mil (versão mais cara do Range Rover Velar). A Ford prepara a chegada do EcoSport 2018, que terá novo motor, e a Chevrolet aposta no Equinox. Ambos serão exibidos no Salão do Automóvel de Buenos Aires, que será aberto ao público no dia 10 de junho.
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Camilo De Lellis Chagas (1951-2015) - Agitador cultural, criou bloco em Campinas
Em 1985, Camilo Chagas e alguns amigos saíram pelas ruas de Campinas para, aos moldes da Banda de Ipanema, dar uma animada no Carnaval da cidade paulista. De repente, reuniu "mais de 200, entre mendigos e boêmios", relembraria ele em entrevista há poucos anos. Nascia assim o Tomá na Banda, o mais antigo bloco campineiro, que neste ano fez seu 30º desfile —já sem o batuque do criador, mas não sem a participação dele. Debilitado por uma hepatite C e uma pneumonia, Camilo não conseguiu pular os últimos Carnavais, mas sempre dava um jeito de convencer médicos e familiares de ao menos deixá-lo acompanhar a passagem do Tomá pelas ruas da cidade que adotou para viver desde criança. Um "agitador cultural", sempre incentivou artistas locais e regionais, dando espaço a novatos e consagrados no bar Ilustrada, que movimentou a noite de Campinas nas décadas de 1980 e 90 com sua música ao vivo. Às segundas-feiras, quando bares da capital paulista ficavam fechados, levava artistas de São Paulo para lá tocar. Durante os shows, suspendia até o serviço da cozinha só para não atrapalhar os músicos, como Jards Macalé, Walter Franco e Tom Zé. As bandas que se apresentavam com frequência no Ilustrada deram origem a dois LPs, um de MPB, que predominou na primeira fase, e outro de rock, que prevaleceu nos últimos anos do local. O alegre e aglutinador Camilo morreu na segunda (2), aos 63, de insuficiência respiratória. Deixa cinco filhos, dois netos e cinco irmãos. [email protected]
cotidiano
Camilo De Lellis Chagas (1951-2015) - Agitador cultural, criou bloco em CampinasEm 1985, Camilo Chagas e alguns amigos saíram pelas ruas de Campinas para, aos moldes da Banda de Ipanema, dar uma animada no Carnaval da cidade paulista. De repente, reuniu "mais de 200, entre mendigos e boêmios", relembraria ele em entrevista há poucos anos. Nascia assim o Tomá na Banda, o mais antigo bloco campineiro, que neste ano fez seu 30º desfile —já sem o batuque do criador, mas não sem a participação dele. Debilitado por uma hepatite C e uma pneumonia, Camilo não conseguiu pular os últimos Carnavais, mas sempre dava um jeito de convencer médicos e familiares de ao menos deixá-lo acompanhar a passagem do Tomá pelas ruas da cidade que adotou para viver desde criança. Um "agitador cultural", sempre incentivou artistas locais e regionais, dando espaço a novatos e consagrados no bar Ilustrada, que movimentou a noite de Campinas nas décadas de 1980 e 90 com sua música ao vivo. Às segundas-feiras, quando bares da capital paulista ficavam fechados, levava artistas de São Paulo para lá tocar. Durante os shows, suspendia até o serviço da cozinha só para não atrapalhar os músicos, como Jards Macalé, Walter Franco e Tom Zé. As bandas que se apresentavam com frequência no Ilustrada deram origem a dois LPs, um de MPB, que predominou na primeira fase, e outro de rock, que prevaleceu nos últimos anos do local. O alegre e aglutinador Camilo morreu na segunda (2), aos 63, de insuficiência respiratória. Deixa cinco filhos, dois netos e cinco irmãos. [email protected]
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Comediantes birmaneses arriscam sua liberdade pelo humor
Saindo de trás de uma cortina azul vagabunda na garagem da sua casa de três andares, nesta que é a segunda maior cidade de Mianmar, U Lu Maw, 66, subiu a um palco improvisado para praticar aquilo que faz de melhor: contar piadas. "Não confio no governo", gritou ao microfone, em inglês, para uma plateia de estrangeiros, em junho. "Os cupinchas gostam de levar as coisas de graça, tipo Jesse James [fora da lei do faroeste americano]. Um pessoal de dedos leves." Em seus trajes modestos -uma espécie de saia usada tradicionalmente pelos birmaneses, chamada "longyi", e uma camiseta estampada com o nome da sua trupe de comediantes, "The Moustache Brothers" (os irmãos bigode),- Lu Maw conta piadas que lembram de forma sombria e incisiva como era a vida durante as décadas do repressivo regime militar em Mianmar (antiga Birmânia). O grupo, ativo há mais de três décadas, é conhecido no país por fazer sátira política, atividade que ainda pode acarretar penas de prisão se for feito em idioma birmanês e em um local público. Desde 2001, os membros da trupe se apresentam nesta garagem, sete noites por semana, para plateias de até 40 estrangeiros, que pagam o equivalente a US$ 10 cada um. Foram piadas como a dos "dedos leves" que levaram dois dos três artistas fundadores, U Par Par Lay e seu primo U Lu Zaw, a passarem cinco anos em um campo de trabalho forçado, no final da década de 1990. A trupe continuou ativa mesmo após a morte de Par Par Lay, que era irmão de Lu Maw e líder do grupo. Só em 2011 o regime militar foi substituído por um governo semicivil, determinado a abrir o país. Par Par Lay era um ativista pró-democracia e ávido defensor de Daw Aung San Suu Kyi, hoje a líder da oposição em Mianmar. Ele morreu em agosto de 2013, aos 67 anos. A causa da morte não foi verificada, mas Lu Maw a atribui a uma infecção renal causada por anos de consumo de água contaminada em dois campos de prisioneiros. "Meu irmão foi assassinado pelo governo, mas não só meu irmão -mais de 2.000 pessoas morreram", disse ele, referindo-se a prisioneiros encarcerados pelo regime por quaisquer crimes. Durante um evento do Dia da Independência na casa de Aung San Suu Kyi, em 1996, Lu Zaw e Par Par Lay apresentaram um arriscado tipo de sátira aos mais de mil apoiadores dela presentes no local, zombando da junta militar. No show de junho, Lu Maw repetiu esse mesmo estilo de humor. "Não temos remédios nem educação aqui", disse ele à plateia. "Todo mundo morre de fome, menos o governo. Eles gostam de pegar as coisas. Então, quando você estiver na Birmânia, por favor, não roube -o governo não gosta de concorrência." Lu Zaw, 64, contou que ele e Par Par Lay foram presos por policiais militares na mesma noite da apresentação de 1996. Quando Lu Zaw e Par Par Lay foram presos, os Moustache Brothers já eram tão conhecidos como ativistas da liberdade de expressão que a sua detenção provocou clamor internacional por parte de grupos de direitos humanos e de artistas americanos como Bill Maher e Rob Reiner, além de um abaixo-assinado organizado pela rede de cosméticos The Body Shop, que reuniu 3 milhões de assinaturas. Em parte por causa desses esforços, a sentença foi reduzida de sete anos para cinco anos e sete meses. Em julho de 2001, os dois se juntaram novamente a Lu Maw e começaram a fazer shows todas as noites na casa deles. Sem uma mudança no comando do governo, os riscos eram elevados. Ainda assim, eles se recusaram a recuar. Apesar de sempre haver policiais diante da casa, "os turistas e jornalistas continuaram chegando", disse Lu Zaw, explicando que a presença de público estrangeiro provavelmente dissuadiu as autoridades de reprimir novamente os artistas. A polícia não está mais presente por lá. Atualmente, a trupe é composta pelos dois membros sobreviventes, por suas mulheres e por cinco outros parentes. Shows como esse já foram comuns em Mianmar, misturando pastelão apolítico e dança tradicional, uma junção conhecida como "a-nyeint pwe". No entanto, a maioria das outras trupes se dissolveu há muito tempo. "Os turistas exigem nossa presença, por isso não podemos parar", afirmou Lu Maw. "Minha vida depende deles, e é por isso que eu não posso deixá-los."
mundo
Comediantes birmaneses arriscam sua liberdade pelo humorSaindo de trás de uma cortina azul vagabunda na garagem da sua casa de três andares, nesta que é a segunda maior cidade de Mianmar, U Lu Maw, 66, subiu a um palco improvisado para praticar aquilo que faz de melhor: contar piadas. "Não confio no governo", gritou ao microfone, em inglês, para uma plateia de estrangeiros, em junho. "Os cupinchas gostam de levar as coisas de graça, tipo Jesse James [fora da lei do faroeste americano]. Um pessoal de dedos leves." Em seus trajes modestos -uma espécie de saia usada tradicionalmente pelos birmaneses, chamada "longyi", e uma camiseta estampada com o nome da sua trupe de comediantes, "The Moustache Brothers" (os irmãos bigode),- Lu Maw conta piadas que lembram de forma sombria e incisiva como era a vida durante as décadas do repressivo regime militar em Mianmar (antiga Birmânia). O grupo, ativo há mais de três décadas, é conhecido no país por fazer sátira política, atividade que ainda pode acarretar penas de prisão se for feito em idioma birmanês e em um local público. Desde 2001, os membros da trupe se apresentam nesta garagem, sete noites por semana, para plateias de até 40 estrangeiros, que pagam o equivalente a US$ 10 cada um. Foram piadas como a dos "dedos leves" que levaram dois dos três artistas fundadores, U Par Par Lay e seu primo U Lu Zaw, a passarem cinco anos em um campo de trabalho forçado, no final da década de 1990. A trupe continuou ativa mesmo após a morte de Par Par Lay, que era irmão de Lu Maw e líder do grupo. Só em 2011 o regime militar foi substituído por um governo semicivil, determinado a abrir o país. Par Par Lay era um ativista pró-democracia e ávido defensor de Daw Aung San Suu Kyi, hoje a líder da oposição em Mianmar. Ele morreu em agosto de 2013, aos 67 anos. A causa da morte não foi verificada, mas Lu Maw a atribui a uma infecção renal causada por anos de consumo de água contaminada em dois campos de prisioneiros. "Meu irmão foi assassinado pelo governo, mas não só meu irmão -mais de 2.000 pessoas morreram", disse ele, referindo-se a prisioneiros encarcerados pelo regime por quaisquer crimes. Durante um evento do Dia da Independência na casa de Aung San Suu Kyi, em 1996, Lu Zaw e Par Par Lay apresentaram um arriscado tipo de sátira aos mais de mil apoiadores dela presentes no local, zombando da junta militar. No show de junho, Lu Maw repetiu esse mesmo estilo de humor. "Não temos remédios nem educação aqui", disse ele à plateia. "Todo mundo morre de fome, menos o governo. Eles gostam de pegar as coisas. Então, quando você estiver na Birmânia, por favor, não roube -o governo não gosta de concorrência." Lu Zaw, 64, contou que ele e Par Par Lay foram presos por policiais militares na mesma noite da apresentação de 1996. Quando Lu Zaw e Par Par Lay foram presos, os Moustache Brothers já eram tão conhecidos como ativistas da liberdade de expressão que a sua detenção provocou clamor internacional por parte de grupos de direitos humanos e de artistas americanos como Bill Maher e Rob Reiner, além de um abaixo-assinado organizado pela rede de cosméticos The Body Shop, que reuniu 3 milhões de assinaturas. Em parte por causa desses esforços, a sentença foi reduzida de sete anos para cinco anos e sete meses. Em julho de 2001, os dois se juntaram novamente a Lu Maw e começaram a fazer shows todas as noites na casa deles. Sem uma mudança no comando do governo, os riscos eram elevados. Ainda assim, eles se recusaram a recuar. Apesar de sempre haver policiais diante da casa, "os turistas e jornalistas continuaram chegando", disse Lu Zaw, explicando que a presença de público estrangeiro provavelmente dissuadiu as autoridades de reprimir novamente os artistas. A polícia não está mais presente por lá. Atualmente, a trupe é composta pelos dois membros sobreviventes, por suas mulheres e por cinco outros parentes. Shows como esse já foram comuns em Mianmar, misturando pastelão apolítico e dança tradicional, uma junção conhecida como "a-nyeint pwe". No entanto, a maioria das outras trupes se dissolveu há muito tempo. "Os turistas exigem nossa presença, por isso não podemos parar", afirmou Lu Maw. "Minha vida depende deles, e é por isso que eu não posso deixá-los."
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Domingo tem tocha paraolímpica e manifestação marcada para acontecer na av. Paulista
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 4 de setembro de 2016. Domingo. Bom dia para você que hoje vai juntar a família! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Clássico | A Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo faz concerto sob a batuta de Fábio Zanon na Sala São Paulo a partir das 16h. O programa contempla composições de Michael Haydn, Radamés Gnattali e Felix Mendelssohn-Bartholdy. Ingressos custam de R$ 20 a R$ 70. Veja mais aqui. Sem desafinar | O bar Biroska, na Santa Cecília, recebe a partir das 15h a final da etapa brasileira do campeonato Karaoke World Championships. Ao todo, 41 cantores amadores saídos de 30 seletivas, realizadas em cinco Estados entre junho e setembro, disputam a eliminatória que elegerá um campeão e uma campeã. A dupla representará o Brasil na final mundial em Vancouver, no Canadá, em novembro. As apresentações são abertas ao público e contarão com a presença de um júri técnico especializado. O ingresso custa R$ 20 e pode ser comprado por aqui. Teatro | Termina neste domingo, no Sesc Belenzinho, a peça "Rainha[(s)] - Duas Atrizes em Busca de um Coração, que tem Isabel Teixeira e Georgette Fadel no elenco. O espetáculo é uma livre recriação da clássica "Mary Stuart", de Friedrich Schiller, que tem como pano de fundo a disputa de poder na Inglaterra do século 16. O texto mostra o drama histórico a partir de conflitos individuais. Ingressos custam de R$ 6 a R$ 20. Veja mais aqui. * PARA TER ASSUNTO Eleições municipais | Para atrair eleitores, vereadores de São Paulo investiram em campos de futebol de várzea no atual mandato. Entre os 55 políticos, 39 destinaram recursos a eles em emendas parlamentares, somando, entre 2013 e 2015, cerca de R$ 43,9 milhões. A cifra superior às voltadas às áreas de Saúde e Educação. Conheça os detalhes aqui. Pets | Cordeiro com grão-de-bico e tempero de hortelã. Peito de frango com arroz integral e batata-doce. Peixe com arroz parabolizado e purê de abóbora. Parece menu de restaurante, ou cardápio de dieta, mas, na verdade, é comida de cachorro. Empresários veem na preocupação maior com a alimentação dos bichinhos uma oportunidade de negócio. Saiba mais aqui. Novo governo | Em viagem à China, o presidente Michel Temer classificou como "inexpressivos" os movimentos que protestam contra seu governo. Questionado sobre se elas não comprometiam sua administração, afirmou: "As 40 pessoas que quebram carro? Precisa perguntar para os 204 milhões de brasileiros e para os membros do Congresso Nacional que resolveram decretar o impeachment". Leia a reportagem completa. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet é de 24ºC. A mínima deve ficar em 14ºC. Há possibilidade de pancadas de chuva ao longo do dia. Centro | A tocha paraolímpica chega a São Paulo. O trajeto tem início no aeroporto de Congonhas e termina no parque Ibirapuera. O ícone da competição também passa pela av. Paulista (confira o trajeto completo aqui. O evento foi citado como razão pelo governo paulista para proibir manifestações na avenida neste domingo. Após acordo, o protesto, contra o governo de Michel Temer, foi mantido e remarcado para as 16h30. Zona sul | A rua Desembargador Aguiar Valim será interditada entre a av. Santo Amaro e a rua João Cachoeira das 6h às 14h deste domingo (4) para estacionamento de guindaste. Zona oeste | A avenida Miguel Frias e Vasconcelos será interditada, entre a avenida Bolonha e a rua Jaguaré, das 9h às 14h deste domingo para remoção de árvore de grande porte. Centro | A rua Barata Ribeiro, na Bela Vista, será interditada entre as ruas Adma Jafet e Professor Daher Cutait das 4h às 10h de domingo (04/09) para estacionamento de guindaste e içamento de materiais.
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Domingo tem tocha paraolímpica e manifestação marcada para acontecer na av. PaulistaBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 4 de setembro de 2016. Domingo. Bom dia para você que hoje vai juntar a família! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Clássico | A Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo faz concerto sob a batuta de Fábio Zanon na Sala São Paulo a partir das 16h. O programa contempla composições de Michael Haydn, Radamés Gnattali e Felix Mendelssohn-Bartholdy. Ingressos custam de R$ 20 a R$ 70. Veja mais aqui. Sem desafinar | O bar Biroska, na Santa Cecília, recebe a partir das 15h a final da etapa brasileira do campeonato Karaoke World Championships. Ao todo, 41 cantores amadores saídos de 30 seletivas, realizadas em cinco Estados entre junho e setembro, disputam a eliminatória que elegerá um campeão e uma campeã. A dupla representará o Brasil na final mundial em Vancouver, no Canadá, em novembro. As apresentações são abertas ao público e contarão com a presença de um júri técnico especializado. O ingresso custa R$ 20 e pode ser comprado por aqui. Teatro | Termina neste domingo, no Sesc Belenzinho, a peça "Rainha[(s)] - Duas Atrizes em Busca de um Coração, que tem Isabel Teixeira e Georgette Fadel no elenco. O espetáculo é uma livre recriação da clássica "Mary Stuart", de Friedrich Schiller, que tem como pano de fundo a disputa de poder na Inglaterra do século 16. O texto mostra o drama histórico a partir de conflitos individuais. Ingressos custam de R$ 6 a R$ 20. Veja mais aqui. * PARA TER ASSUNTO Eleições municipais | Para atrair eleitores, vereadores de São Paulo investiram em campos de futebol de várzea no atual mandato. Entre os 55 políticos, 39 destinaram recursos a eles em emendas parlamentares, somando, entre 2013 e 2015, cerca de R$ 43,9 milhões. A cifra superior às voltadas às áreas de Saúde e Educação. Conheça os detalhes aqui. Pets | Cordeiro com grão-de-bico e tempero de hortelã. Peito de frango com arroz integral e batata-doce. Peixe com arroz parabolizado e purê de abóbora. Parece menu de restaurante, ou cardápio de dieta, mas, na verdade, é comida de cachorro. Empresários veem na preocupação maior com a alimentação dos bichinhos uma oportunidade de negócio. Saiba mais aqui. Novo governo | Em viagem à China, o presidente Michel Temer classificou como "inexpressivos" os movimentos que protestam contra seu governo. Questionado sobre se elas não comprometiam sua administração, afirmou: "As 40 pessoas que quebram carro? Precisa perguntar para os 204 milhões de brasileiros e para os membros do Congresso Nacional que resolveram decretar o impeachment". Leia a reportagem completa. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet é de 24ºC. A mínima deve ficar em 14ºC. Há possibilidade de pancadas de chuva ao longo do dia. Centro | A tocha paraolímpica chega a São Paulo. O trajeto tem início no aeroporto de Congonhas e termina no parque Ibirapuera. O ícone da competição também passa pela av. Paulista (confira o trajeto completo aqui. O evento foi citado como razão pelo governo paulista para proibir manifestações na avenida neste domingo. Após acordo, o protesto, contra o governo de Michel Temer, foi mantido e remarcado para as 16h30. Zona sul | A rua Desembargador Aguiar Valim será interditada entre a av. Santo Amaro e a rua João Cachoeira das 6h às 14h deste domingo (4) para estacionamento de guindaste. Zona oeste | A avenida Miguel Frias e Vasconcelos será interditada, entre a avenida Bolonha e a rua Jaguaré, das 9h às 14h deste domingo para remoção de árvore de grande porte. Centro | A rua Barata Ribeiro, na Bela Vista, será interditada entre as ruas Adma Jafet e Professor Daher Cutait das 4h às 10h de domingo (04/09) para estacionamento de guindaste e içamento de materiais.
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Manutenção de arenas da Rio-2016 divide prefeito e comitê organizador
Se há alguns meses a preocupação para os Jogos do Rio era o eventual atraso na conclusão das arenas, o debate agora é quem cuidará delas até o evento. O comitê organizador tenta passar para a Prefeitura do Rio a responsabilidade por custos de manutenção mesmo após a conclusão das obras e realização de eventos-testes, que começam no mês que vem. A previsão inicial era que o comitê se encarregaria dos equipamentos após a conclusão das obras. Ele, porém, quer reduzir gastos para não desequilibrar seu orçamento (R$ 7 bilhões), todo de recursos privados. Não há um custo estimado pelo serviço, já que cada arena tem especificidades na manutenção. O município já decidiu assumir três arenas até um ano depois dos Jogos –o custo está incluso em contrato. O centro de tênis, por exemplo, custará R$ 10 milhões depois de pronto até agosto de 2017 –o fim da obra está previsto para setembro deste ano, a um valor de R$ 179 milhões. Já as dez instalações do complexo de Deodoro e as três arenas cariocas no Parque Olímpico da Barra não têm preço de manutenção definido. O comitê cogitou o adiamento de alguns eventos-testes, o que não deve mais ocorrer. Só o de hipismo está em análise, porque há suspeita de um cavalo ter se contraído mormo (doença infecciosa) no centro de hipismo de Deodoro. Na fase de candidatura estava previsto o repasse de R$ 1,8 bilhão (em valores atualizados) de recursos da União, Estado e município para a organização. Como a transferência de verba pública não deve mais acontecer, o poder público vai assumir serviços que antes eram responsabilidade do comitê. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) resiste em custear a manutenção das arenas. O comitê estuda buscar apoio com novos patrocinadores para manter as arenas até a Olimpíada.
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Manutenção de arenas da Rio-2016 divide prefeito e comitê organizadorSe há alguns meses a preocupação para os Jogos do Rio era o eventual atraso na conclusão das arenas, o debate agora é quem cuidará delas até o evento. O comitê organizador tenta passar para a Prefeitura do Rio a responsabilidade por custos de manutenção mesmo após a conclusão das obras e realização de eventos-testes, que começam no mês que vem. A previsão inicial era que o comitê se encarregaria dos equipamentos após a conclusão das obras. Ele, porém, quer reduzir gastos para não desequilibrar seu orçamento (R$ 7 bilhões), todo de recursos privados. Não há um custo estimado pelo serviço, já que cada arena tem especificidades na manutenção. O município já decidiu assumir três arenas até um ano depois dos Jogos –o custo está incluso em contrato. O centro de tênis, por exemplo, custará R$ 10 milhões depois de pronto até agosto de 2017 –o fim da obra está previsto para setembro deste ano, a um valor de R$ 179 milhões. Já as dez instalações do complexo de Deodoro e as três arenas cariocas no Parque Olímpico da Barra não têm preço de manutenção definido. O comitê cogitou o adiamento de alguns eventos-testes, o que não deve mais ocorrer. Só o de hipismo está em análise, porque há suspeita de um cavalo ter se contraído mormo (doença infecciosa) no centro de hipismo de Deodoro. Na fase de candidatura estava previsto o repasse de R$ 1,8 bilhão (em valores atualizados) de recursos da União, Estado e município para a organização. Como a transferência de verba pública não deve mais acontecer, o poder público vai assumir serviços que antes eram responsabilidade do comitê. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) resiste em custear a manutenção das arenas. O comitê estuda buscar apoio com novos patrocinadores para manter as arenas até a Olimpíada.
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Crianças ficam famosas com vídeos na web e precisam lidar com fãs
Crianças mantêm canais no YouTube e gravam vídeos com dicas de brincadeiras, ideias de desafios para fazer com os amigos, tutoriais de maquiagem, relatos de viagens etc. Elas fazem parte de um contexto maior, de pessoas que criam vídeos e acabam se tornando celebridades para públicos específicos. Leia mais aqui
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Crianças ficam famosas com vídeos na web e precisam lidar com fãsCrianças mantêm canais no YouTube e gravam vídeos com dicas de brincadeiras, ideias de desafios para fazer com os amigos, tutoriais de maquiagem, relatos de viagens etc. Elas fazem parte de um contexto maior, de pessoas que criam vídeos e acabam se tornando celebridades para públicos específicos. Leia mais aqui
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Com gol de Firmino, Brasil vence Chile e mantém 100% com Dunga
Com um gol de Roberto Firmino, a seleção brasileira venceu o Chile por 1 a 0, no Emirates Stadium (Arsenal), em Londres, e manteve a marca de 100% de aproveitamento do técnico Dunga. O jogo não teve grandes emoções. Para testar outros nomes do grupo convocado, Dunga havia trocado seis titulares do time que começou jogando na vitória de 3 a 1 sobre a França na quinta-feira (26). Marcelo, Fernandinho, Souza, Philippe Coutinho, Douglas Costa e Luiz Adriano substituíram, respectivamente, Filipe Luís, Luiz Gustavo, Elias, Oscar, William e Firmino. No campo, não deu muito certo. As novas apostas pouco apareceram –em boa fase no Liverpool e badalado pela imprensa britânica, o meia Philippe Coutinho, por exemplo, decepcionou. Veja vídeo No primeiro tempo, a seleção chegou apenas duas vezes com algum perigo contra o gol do chileno Bravo.  Titular contra a França, Firmino entrou na segunda etapa. Aproveitando belo passe do lateral Danilo, driblou o goleiro e marcou o gol da vitória, para a comemoração dos brasileiros presentes ao estádio do Arsenal.  O ataque chileno, por sua vez, esbarrou no bom desempenho de Miranda na zaga, e do goleiro Jefferson, que defendeu uma falta perigosa a cinco minutos do final.  No segundo tempo, Dunga mexeu bastante. Colocou, além de Firmino, Elias, William, Robinho e Filipe Luís. Atacante do Hoffenheim, da Alemanha, Firmino virou a aposta de Dunga para a função de Diego Tardelli, titular em outros amistosos e cortado por contusão desses dois últimos. Ao que tudo indica, garantiu o nome na lista da Copa América.  Dunga já avisou que a convocação não terá surpresas —quem não foi chamado para os amistosos até agora deve ficar de fora. Ao todo, o treinador convocou 43 atletas para as oito partidas que disputou. Alguns jogadores têm praticamente vaga cativa de titular, como Jefferson, Luiz Gustavo, Willian, Oscar e Neymar. Cortado por contusão dos amistosos contra França e Chile, o zagueiro David Luiz  é outro que parece ter lugar garantido entre os 11.
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Com gol de Firmino, Brasil vence Chile e mantém 100% com DungaCom um gol de Roberto Firmino, a seleção brasileira venceu o Chile por 1 a 0, no Emirates Stadium (Arsenal), em Londres, e manteve a marca de 100% de aproveitamento do técnico Dunga. O jogo não teve grandes emoções. Para testar outros nomes do grupo convocado, Dunga havia trocado seis titulares do time que começou jogando na vitória de 3 a 1 sobre a França na quinta-feira (26). Marcelo, Fernandinho, Souza, Philippe Coutinho, Douglas Costa e Luiz Adriano substituíram, respectivamente, Filipe Luís, Luiz Gustavo, Elias, Oscar, William e Firmino. No campo, não deu muito certo. As novas apostas pouco apareceram –em boa fase no Liverpool e badalado pela imprensa britânica, o meia Philippe Coutinho, por exemplo, decepcionou. Veja vídeo No primeiro tempo, a seleção chegou apenas duas vezes com algum perigo contra o gol do chileno Bravo.  Titular contra a França, Firmino entrou na segunda etapa. Aproveitando belo passe do lateral Danilo, driblou o goleiro e marcou o gol da vitória, para a comemoração dos brasileiros presentes ao estádio do Arsenal.  O ataque chileno, por sua vez, esbarrou no bom desempenho de Miranda na zaga, e do goleiro Jefferson, que defendeu uma falta perigosa a cinco minutos do final.  No segundo tempo, Dunga mexeu bastante. Colocou, além de Firmino, Elias, William, Robinho e Filipe Luís. Atacante do Hoffenheim, da Alemanha, Firmino virou a aposta de Dunga para a função de Diego Tardelli, titular em outros amistosos e cortado por contusão desses dois últimos. Ao que tudo indica, garantiu o nome na lista da Copa América.  Dunga já avisou que a convocação não terá surpresas —quem não foi chamado para os amistosos até agora deve ficar de fora. Ao todo, o treinador convocou 43 atletas para as oito partidas que disputou. Alguns jogadores têm praticamente vaga cativa de titular, como Jefferson, Luiz Gustavo, Willian, Oscar e Neymar. Cortado por contusão dos amistosos contra França e Chile, o zagueiro David Luiz  é outro que parece ter lugar garantido entre os 11.
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Shows, cinemas e atividades esportivas cancelados devido aos ataques de Paris
Dois dias após os atentados de Paris, que deixaram pelo menos 129 mortos, diversas atividades culturais e esportivas foram canceladas por determinação do governo francês. A rede pública de transportes funciona normalmente. Estabelecimentos de ensino serão abertos na segunda-feira (16), depois de permanecerem fechados durante o final de semana. O Ministério francês da Cultura determinou o fechamento de todas as salas públicas de espetáculos durante todo o final de semana, após os atentados violentos em vários bairros da capital francesa. Os estabelecimentos culturais privados foram orientados a seguir a mesma orientação, mas se decidirem abrir suas portas devem reforçar a segurança. A medida não é unanimidade entre a classe artística. Em entrevista à rádio France Info, o diretor do Théatre de la Ville e do Festival de Outono, Emmanuel Demarcy-Mota, disse que "a responsabilidade de um homem de teatro e de cultura é continuar a atuar, de nunca ceder". No entanto, ele disse que irá respeitar a decisão do Ministério da Cultura. O concerto do grupo de heavy metal britânico Motörhead, previsto neste domingo na sala de espetáculos Zénith, em Paris, foi cancelado a pedido das autoridades francesas. Em sua página no Facebook, o grupo dirigido pelo legendário Lemmy Kilmister disse que estudará uma nova data para o concerto, talvez no início do ano que vem. Outros concertos previstos neste final de semana em Paris também foram anulados. O grupo U2 não se apresentou no sábado e o concerto deste domingo também não será realizado na sala de espetáculos Bercy.  No mesmo local, o grupo Foo Fighter tinha um concerto previsto para segunda-feira (16), mas também foi cancelado. No entanto, muitos grupos e artistas decidiram manter seu calendário de shows. O cantor Marilyn Manson mantém seu show previsto na terça-feira (17) na sala Zénith. No Palais des Sports, as apresentações da comédia musical "Résiste!" também foram canceladas. Os monumentos culturais como a Torre Eiffel e museus continuam com suas portas fechadas neste domingo. Madonna homenageia as vítimas No sábado à noite, durante apresentação em Estocolmo, a cantora Madonna observou um minuto de silêncio em homenagem às vítimas dos massacres em Paris. "Preciso deste momento para evocar a tragédia, o massacre trágico, e a morte absurda de vidas preciosas ontem à noite em Paris", disse a cantora. Madonna chegou a pensar em cancelar o concerto, mas voltou atrás considerando que seria "tudo o que eles queriam", em referência aos terroristas. Educação Depois do fechamento das universidades e escolas públicas no sábado (14), o ministério da Educação confirmou que os estabelecimentos de ensino serão abertos normalmente na segunda-feira (16). Em muitas escolas, células de ajuda psicológica serão instaladas para atendimento aos alunos. Transporte público A rede pública de transporte, com metrô trens e ônibus, funciona normalmente neste domingo. Na noite de sexta-feira, algumas linhas de metrô que passavam pelos bairros atingidos pelos ataques ficaram fechadas momentaneamente. Por determinação do Ministério do Interior, as tradicionais feiras natalinas, que costumam atrair muitos consumidores e turistas, permanecerão fechadas por um período mínimo de cinco dias. A polícia da região parisiense também determinou que as feiras livres só devem voltar a funcionar na próxima quinta-feira (19). Os parques públicos, espaços verdes e cemitérios estão abertos, mas fecham uma hora mais cedo, às 16hs pelo horário local. Mensagem de segurança Mais de 5 milhões de pessoas utilizaram a mensagem disponibilizada pelo Facebook rede social para que os moradores da região parisiense avisassem seus amigos e familiares de que se encontravam em local seguro e estavam bem. A informação foi divulgada neste domingo pela rede social. No total, 5,4 milhões de pessoas clicaram em "Safety Check Up", que permite enviar a mensagem "Estou em segurança" a todos os seus contatos. Nas últimas 24 horas, cerca de 120 milhões de pessoas em todo o mundo expressaram pelo Facebook sua emoção, solidariedade e comoção pelas vítimas dos atentados em Paris, de acordo com o comunicado do Facebook.
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Shows, cinemas e atividades esportivas cancelados devido aos ataques de ParisDois dias após os atentados de Paris, que deixaram pelo menos 129 mortos, diversas atividades culturais e esportivas foram canceladas por determinação do governo francês. A rede pública de transportes funciona normalmente. Estabelecimentos de ensino serão abertos na segunda-feira (16), depois de permanecerem fechados durante o final de semana. O Ministério francês da Cultura determinou o fechamento de todas as salas públicas de espetáculos durante todo o final de semana, após os atentados violentos em vários bairros da capital francesa. Os estabelecimentos culturais privados foram orientados a seguir a mesma orientação, mas se decidirem abrir suas portas devem reforçar a segurança. A medida não é unanimidade entre a classe artística. Em entrevista à rádio France Info, o diretor do Théatre de la Ville e do Festival de Outono, Emmanuel Demarcy-Mota, disse que "a responsabilidade de um homem de teatro e de cultura é continuar a atuar, de nunca ceder". No entanto, ele disse que irá respeitar a decisão do Ministério da Cultura. O concerto do grupo de heavy metal britânico Motörhead, previsto neste domingo na sala de espetáculos Zénith, em Paris, foi cancelado a pedido das autoridades francesas. Em sua página no Facebook, o grupo dirigido pelo legendário Lemmy Kilmister disse que estudará uma nova data para o concerto, talvez no início do ano que vem. Outros concertos previstos neste final de semana em Paris também foram anulados. O grupo U2 não se apresentou no sábado e o concerto deste domingo também não será realizado na sala de espetáculos Bercy.  No mesmo local, o grupo Foo Fighter tinha um concerto previsto para segunda-feira (16), mas também foi cancelado. No entanto, muitos grupos e artistas decidiram manter seu calendário de shows. O cantor Marilyn Manson mantém seu show previsto na terça-feira (17) na sala Zénith. No Palais des Sports, as apresentações da comédia musical "Résiste!" também foram canceladas. Os monumentos culturais como a Torre Eiffel e museus continuam com suas portas fechadas neste domingo. Madonna homenageia as vítimas No sábado à noite, durante apresentação em Estocolmo, a cantora Madonna observou um minuto de silêncio em homenagem às vítimas dos massacres em Paris. "Preciso deste momento para evocar a tragédia, o massacre trágico, e a morte absurda de vidas preciosas ontem à noite em Paris", disse a cantora. Madonna chegou a pensar em cancelar o concerto, mas voltou atrás considerando que seria "tudo o que eles queriam", em referência aos terroristas. Educação Depois do fechamento das universidades e escolas públicas no sábado (14), o ministério da Educação confirmou que os estabelecimentos de ensino serão abertos normalmente na segunda-feira (16). Em muitas escolas, células de ajuda psicológica serão instaladas para atendimento aos alunos. Transporte público A rede pública de transporte, com metrô trens e ônibus, funciona normalmente neste domingo. Na noite de sexta-feira, algumas linhas de metrô que passavam pelos bairros atingidos pelos ataques ficaram fechadas momentaneamente. Por determinação do Ministério do Interior, as tradicionais feiras natalinas, que costumam atrair muitos consumidores e turistas, permanecerão fechadas por um período mínimo de cinco dias. A polícia da região parisiense também determinou que as feiras livres só devem voltar a funcionar na próxima quinta-feira (19). Os parques públicos, espaços verdes e cemitérios estão abertos, mas fecham uma hora mais cedo, às 16hs pelo horário local. Mensagem de segurança Mais de 5 milhões de pessoas utilizaram a mensagem disponibilizada pelo Facebook rede social para que os moradores da região parisiense avisassem seus amigos e familiares de que se encontravam em local seguro e estavam bem. A informação foi divulgada neste domingo pela rede social. No total, 5,4 milhões de pessoas clicaram em "Safety Check Up", que permite enviar a mensagem "Estou em segurança" a todos os seus contatos. Nas últimas 24 horas, cerca de 120 milhões de pessoas em todo o mundo expressaram pelo Facebook sua emoção, solidariedade e comoção pelas vítimas dos atentados em Paris, de acordo com o comunicado do Facebook.
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Especialistas divergem sobre efeito da redução da maioridade penal
A proposta de redução da maioridade penal, que será discutida no Congresso, divide especialistas em direito e segurança pública. Entre os argumentos favoráveis está a ideia de que jovens de 16 anos já são capazes de entender e evitar condutas criminosas. Seriam, portanto, passíveis de punições. Já os argumentos contrários à redução vão na linha de que a medida poderia agravar a violência. Para o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso, atualmente os jovens estão muito mais bem informados do que os da década de 1940, quando o atual Código Penal foi implementado. "As circunstâncias, assim como os homens, se alteram". A opinião é partilhada pelo promotor da Vara da Infância e da Juventude de São Paulo Fábio José Bueno. Para ele, a medida resultaria em maior prevenção dos crimes. "A ideia é ressocializar. Tomara que a gente consiga isso, mas, se não, pelo menos damos um caráter exemplar para a pena", afirma. Segundo o coronel reformado da PM e ex-secretário Nacional de Segurança Pública José Vicente da Silva Filho –que defende a mudança apenas para casos como crimes hediondos–, ainda que não reduza crimes, a proposta seria benéfica. "Não é que isso vá afetar o índice de violência. É necessário tomar a medida não só pelo índice, mas pelas vítimas, pela sociedade", diz. Todos os especialistas favoráveis à redução da maioridade ouvidos pela Folha, no entanto, ressaltaram a importância de que o Estado crie separações entre os presos mais jovens e os mais velhos. CONTRAMÃO A coordenadora da área de proteção da Unicef no Brasil, Casimira Benge, afirma que reduzir a maioridade iria na contramão do que outros países têm feito na área de segurança, incluindo os Estados Unidos. "Não somos a favor da violência, praticada por adultos ou por adolescentes. Mas não é baixando a idade que vamos resolver o problema", disse. Para o juiz Renato Scussel, presidente da Abraminj (Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude), a mudança pode até agravar o atual quadro de criminalidade no país. "O que está sendo feito é usar de um artifício [a ideia de que a redução da maioridade diminuiria a violência] para que a proposta seja aprovada", afirma. Esse também é o entendimento de João Ricardo Costa, da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros). "Esse processo vai deixar a sociedade mais vulnerável, pois eles [jovens] sairão [do presídio] muito mais perigosos do que quando entraram." De acordo com ele, o índice de reincidência no sistema penal para adultos é de 70%, enquanto em medidas socioeducativas, para menores de idade, é de 20%. OUTRAS VIAS Para Claudio Beato, sociólogo que integrou a campanha do PSDB na última eleição presidencial, se aplicada da maneira como está sendo proposta, a redução da maioridade pioraria a segurança. Na avaliação dele, a alteração da idade penal só seria recomendável em casos muito específicos, de grande violência e após o parecer de uma junta especializada. Outra alternativa, segundo Scussel, é a possibilidade de aumento do período de internação para crimes graves, hoje de até três anos. Ele propõe também que a ficha penal do infrator não seja apagada aos 18 anos, como atualmente.
cotidiano
Especialistas divergem sobre efeito da redução da maioridade penalA proposta de redução da maioridade penal, que será discutida no Congresso, divide especialistas em direito e segurança pública. Entre os argumentos favoráveis está a ideia de que jovens de 16 anos já são capazes de entender e evitar condutas criminosas. Seriam, portanto, passíveis de punições. Já os argumentos contrários à redução vão na linha de que a medida poderia agravar a violência. Para o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso, atualmente os jovens estão muito mais bem informados do que os da década de 1940, quando o atual Código Penal foi implementado. "As circunstâncias, assim como os homens, se alteram". A opinião é partilhada pelo promotor da Vara da Infância e da Juventude de São Paulo Fábio José Bueno. Para ele, a medida resultaria em maior prevenção dos crimes. "A ideia é ressocializar. Tomara que a gente consiga isso, mas, se não, pelo menos damos um caráter exemplar para a pena", afirma. Segundo o coronel reformado da PM e ex-secretário Nacional de Segurança Pública José Vicente da Silva Filho –que defende a mudança apenas para casos como crimes hediondos–, ainda que não reduza crimes, a proposta seria benéfica. "Não é que isso vá afetar o índice de violência. É necessário tomar a medida não só pelo índice, mas pelas vítimas, pela sociedade", diz. Todos os especialistas favoráveis à redução da maioridade ouvidos pela Folha, no entanto, ressaltaram a importância de que o Estado crie separações entre os presos mais jovens e os mais velhos. CONTRAMÃO A coordenadora da área de proteção da Unicef no Brasil, Casimira Benge, afirma que reduzir a maioridade iria na contramão do que outros países têm feito na área de segurança, incluindo os Estados Unidos. "Não somos a favor da violência, praticada por adultos ou por adolescentes. Mas não é baixando a idade que vamos resolver o problema", disse. Para o juiz Renato Scussel, presidente da Abraminj (Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude), a mudança pode até agravar o atual quadro de criminalidade no país. "O que está sendo feito é usar de um artifício [a ideia de que a redução da maioridade diminuiria a violência] para que a proposta seja aprovada", afirma. Esse também é o entendimento de João Ricardo Costa, da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros). "Esse processo vai deixar a sociedade mais vulnerável, pois eles [jovens] sairão [do presídio] muito mais perigosos do que quando entraram." De acordo com ele, o índice de reincidência no sistema penal para adultos é de 70%, enquanto em medidas socioeducativas, para menores de idade, é de 20%. OUTRAS VIAS Para Claudio Beato, sociólogo que integrou a campanha do PSDB na última eleição presidencial, se aplicada da maneira como está sendo proposta, a redução da maioridade pioraria a segurança. Na avaliação dele, a alteração da idade penal só seria recomendável em casos muito específicos, de grande violência e após o parecer de uma junta especializada. Outra alternativa, segundo Scussel, é a possibilidade de aumento do período de internação para crimes graves, hoje de até três anos. Ele propõe também que a ficha penal do infrator não seja apagada aos 18 anos, como atualmente.
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Jovem invade gramado do Itaquerão em gol do Zimbábue e diz que lembrou 7 a 1
GUILHERME SETO DE SÃO PAULO No início do segundo tempo, logo após o único gol da seleção feminina de futebol do Zimbábue na derrota por 6 a 1 para a Alemanha, um rapaz aproveitou falha de segurança no Itaquerão e invadiu o gramado. A Folha teve acesso ao depoimento do menor de idade, ao Juizado Especial Criminal, no qual ele alega que ficou muito emocionado com o gol do Zimbábue, pois se recordou da derrota por 7 a 1 do Brasil para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014. Acompanhado do irmão, ele prestou depoimento e será liberado. Ele deverá ser denunciado pelo artigo 41-b do Estatuto do Torcedor, que prevê pena de reclusão de um a dois anos ou multa. Como é menor de idade, ele deve ser julgado por vara da infância. Além da invasão, a Polícia Militar registrou outras duas infrações de baixa repercussão. Em uma delas, Felipe de Carvalho, 27, estendeu uma faixa da torcida organizada Camisa 12 e recusou-se a tirá-la. A faixa foi apreendida e Carvalho foi liberado. Em outra, Diego Guerra, 26, teria pulado proteções e se recusado a ficar em uma fila. Ao ser abordado por PMs, teria dito "eu não sou um rato de laboratório para ficar andando em zigue-zague". Ele prestou depoimento, recusou-se a cumprir pena alternativa e deve ser denunciado pelo crime de desobediência. Segundo a Folha apurou, 3.500 militares fizeram o policiamento do Itaquerão para as partidas entre Canadá e Austrália e Alemanha e Zimbábue nesta quarta-feira (3).
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Jovem invade gramado do Itaquerão em gol do Zimbábue e diz que lembrou 7 a 1 GUILHERME SETO DE SÃO PAULO No início do segundo tempo, logo após o único gol da seleção feminina de futebol do Zimbábue na derrota por 6 a 1 para a Alemanha, um rapaz aproveitou falha de segurança no Itaquerão e invadiu o gramado. A Folha teve acesso ao depoimento do menor de idade, ao Juizado Especial Criminal, no qual ele alega que ficou muito emocionado com o gol do Zimbábue, pois se recordou da derrota por 7 a 1 do Brasil para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014. Acompanhado do irmão, ele prestou depoimento e será liberado. Ele deverá ser denunciado pelo artigo 41-b do Estatuto do Torcedor, que prevê pena de reclusão de um a dois anos ou multa. Como é menor de idade, ele deve ser julgado por vara da infância. Além da invasão, a Polícia Militar registrou outras duas infrações de baixa repercussão. Em uma delas, Felipe de Carvalho, 27, estendeu uma faixa da torcida organizada Camisa 12 e recusou-se a tirá-la. A faixa foi apreendida e Carvalho foi liberado. Em outra, Diego Guerra, 26, teria pulado proteções e se recusado a ficar em uma fila. Ao ser abordado por PMs, teria dito "eu não sou um rato de laboratório para ficar andando em zigue-zague". Ele prestou depoimento, recusou-se a cumprir pena alternativa e deve ser denunciado pelo crime de desobediência. Segundo a Folha apurou, 3.500 militares fizeram o policiamento do Itaquerão para as partidas entre Canadá e Austrália e Alemanha e Zimbábue nesta quarta-feira (3).
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Câmara negocia com STF novas regras para tribunal
A possibilidade de o Congresso alterar as regras para nomeação dos ministros do Supremo Tribunal Federal e a duração de seus mandatos levou integrantes da corte a conversar com deputados para combinar que qualquer mudança só valerá para futuros integrantes do STF. Sob a liderança do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deputados discutem um projeto de emenda à Constituição que tira do presidente da República a exclusividade na indicação dos membros do STF e estabelece um mandato fixo de 11 anos para os 11 ministros da corte. Um dos alvos da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, Cunha é objeto de um inquérito conduzido pelo STF, único tribunal que pode processar e julgar deputados no exercício do mandato. Segundo a versão de deputados que acompanham a discussão, partiu do STF a preocupação de que os atuais ministros pudessem ser afetados. Hoje eles só são obrigados a sair da corte aos 75 anos. Com o objetivo de tranquilizar o STF, foi redigida no gabinete de Cunha, na quinta (14), uma emenda ao projeto. O teor, que ainda não foi apresentado, foi comunicado por telefone ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski. A emenda deixa claro que as mudanças só valerão para futuros ministros. Assinam a emenda os deputados André Moura (PSC-SE), Paulo Pereira da Silva (SD-SP) e Mário Heringer (PDT-MG), todos aliados de Cunha. Os três começarão nesta segunda (18) a recolher as 171 assinaturas necessárias para apresentar a proposta. TRANQUILO Cunha –que, como presidente da Câmara, não pode assinar projetos– estava com os deputados em seu gabinete no momento da elaboração da emenda e do telefonema ao ministro Lewandowski. Por sua assessoria, o presidente do STF confirmou ter falado com Cunha na manhã de quinta, mas negou ter havido acordo. Segundo ele, Cunha ligou para dizer que ficasse tranquilo, pois qualquer eventual mudança só valerá para futuros ministros. Ainda de acordo com Lewandowski, sua resposta ao presidente da Câmara foi que, em nome do princípio da separação dos Poderes, ele respeita a soberania do Congresso para tomar suas decisões. Também por meio de sua assessoria, Cunha disse que o telefonema teve o objetivo de esclarecimento da proposta, que já deixaria claro que mudanças só valerão para os novos integrantes da corte. A preocupação do STF surgiu após a aprovação da chamada PEC da Bengala, que elevou de 70 para 75 anos a idade de aposentadoria obrigatória nos tribunais superiores. Alguns congressistas sugeriram que a mudança obrigaria os atuais ministros a passar por nova sabatina no Senado para continuar no STF. Segundo deputados, o ministro Dias Toffoli também manifestou preocupação com o novo projeto em discussão na Câmara. Toffoli, que preside o Tribunal Superior Eleitoral, não quis se pronunciar. O projeto em discussão na Câmara pretende alterar a Constituição para dividir entre Congresso, Presidência e STF a responsabilidade pela indicação à corte, além de fixar o mandato de 11 anos. Para valer, a mudança tem de ser aprovada no plenário da Câmara e no do Senado por pelo menos 60% do votos. Cunha e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), outro investigado na Lava Jato, pensam em colocar em votação a emenda ainda neste semestre. Aliados de Cunha defendem uma divisão em que a Presidência da República faça cinco indicações; o Senado e a Câmara, duas cada; o STF, outras duas. A ordem e os prazos para essas escolhas teriam que ser definidos pelos deputados. Aliados de Cunha também querem incluir no projeto a vedação à recondução do procurador-geral da República. Hoje o cargo é ocupado por Rodrigo Janot, que conduz os inquéritos da Lava Jato e tem sido criticado por Cunha.
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Câmara negocia com STF novas regras para tribunalA possibilidade de o Congresso alterar as regras para nomeação dos ministros do Supremo Tribunal Federal e a duração de seus mandatos levou integrantes da corte a conversar com deputados para combinar que qualquer mudança só valerá para futuros integrantes do STF. Sob a liderança do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deputados discutem um projeto de emenda à Constituição que tira do presidente da República a exclusividade na indicação dos membros do STF e estabelece um mandato fixo de 11 anos para os 11 ministros da corte. Um dos alvos da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, Cunha é objeto de um inquérito conduzido pelo STF, único tribunal que pode processar e julgar deputados no exercício do mandato. Segundo a versão de deputados que acompanham a discussão, partiu do STF a preocupação de que os atuais ministros pudessem ser afetados. Hoje eles só são obrigados a sair da corte aos 75 anos. Com o objetivo de tranquilizar o STF, foi redigida no gabinete de Cunha, na quinta (14), uma emenda ao projeto. O teor, que ainda não foi apresentado, foi comunicado por telefone ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski. A emenda deixa claro que as mudanças só valerão para futuros ministros. Assinam a emenda os deputados André Moura (PSC-SE), Paulo Pereira da Silva (SD-SP) e Mário Heringer (PDT-MG), todos aliados de Cunha. Os três começarão nesta segunda (18) a recolher as 171 assinaturas necessárias para apresentar a proposta. TRANQUILO Cunha –que, como presidente da Câmara, não pode assinar projetos– estava com os deputados em seu gabinete no momento da elaboração da emenda e do telefonema ao ministro Lewandowski. Por sua assessoria, o presidente do STF confirmou ter falado com Cunha na manhã de quinta, mas negou ter havido acordo. Segundo ele, Cunha ligou para dizer que ficasse tranquilo, pois qualquer eventual mudança só valerá para futuros ministros. Ainda de acordo com Lewandowski, sua resposta ao presidente da Câmara foi que, em nome do princípio da separação dos Poderes, ele respeita a soberania do Congresso para tomar suas decisões. Também por meio de sua assessoria, Cunha disse que o telefonema teve o objetivo de esclarecimento da proposta, que já deixaria claro que mudanças só valerão para os novos integrantes da corte. A preocupação do STF surgiu após a aprovação da chamada PEC da Bengala, que elevou de 70 para 75 anos a idade de aposentadoria obrigatória nos tribunais superiores. Alguns congressistas sugeriram que a mudança obrigaria os atuais ministros a passar por nova sabatina no Senado para continuar no STF. Segundo deputados, o ministro Dias Toffoli também manifestou preocupação com o novo projeto em discussão na Câmara. Toffoli, que preside o Tribunal Superior Eleitoral, não quis se pronunciar. O projeto em discussão na Câmara pretende alterar a Constituição para dividir entre Congresso, Presidência e STF a responsabilidade pela indicação à corte, além de fixar o mandato de 11 anos. Para valer, a mudança tem de ser aprovada no plenário da Câmara e no do Senado por pelo menos 60% do votos. Cunha e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), outro investigado na Lava Jato, pensam em colocar em votação a emenda ainda neste semestre. Aliados de Cunha defendem uma divisão em que a Presidência da República faça cinco indicações; o Senado e a Câmara, duas cada; o STF, outras duas. A ordem e os prazos para essas escolhas teriam que ser definidos pelos deputados. Aliados de Cunha também querem incluir no projeto a vedação à recondução do procurador-geral da República. Hoje o cargo é ocupado por Rodrigo Janot, que conduz os inquéritos da Lava Jato e tem sido criticado por Cunha.
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Em microcafeterias, bebida feita com grãos nobres é personagem principal
PAULO PEDROSO DE SÃO PAULO Há um ano, o casal de baristas Robin Kimura e Lívia Scudeller colocou na rua o projeto Nano Café, um pequeno truck com nome inspirado na cultura dos microlotes, uma denominação dada a pequenas quantidades de grãos de café especial dotados de características únicas. Depois de algumas incursões por eventos, a dupla estacionou de vez no Cake Design & Food Market, na rua Girassol, Vila Madalena, onde a operação de dois metros quadrados ganhou um salão com direito a jardim e pôr do sol. Os cafés utilizados são do produtor e torrefador Hugo Wolff, que além de aparecer em expressos e coados, turbinam drinks como o Baunilha Ice Coffee. Tudo acompanhado por comidinhas artesanais preparadas (em grande parte) por Lívia. Outro negócio com cara de ocupação é o Coa Café, criado há pouco mais de um ano pelo arquiteto Heitor Fontes e pela administradora Clara de Miranda. Num espaço modular instalado na entrada de uma loja na rua da Consolação, nos Jardins, eles servem pessoalmente a bebida usando coadores como V60 e Aeropress. A cada sexta-feira, apresentam uma variedade diferente de café. Nano e Coa não são os primeiros e nem os únicos a apostar nesses pequenos empreendimentos. Em 2014, a barista e idealizadora do evento Coffee Week Brasil, Flavia Pogliani, abriu apenas uma janela na rua Lisboa, em Pinheiros, agradando os passantes com cafés de altíssima qualidade no seu The Little Coffee Shop. Apesar do tamanho, o que se oferece nesses locais não é pouca coisa. Grãos nobres de pequenos produtores chegam às xícaras saídos de máquinas de expresso italianas, as mesmas utilizadas nas melhores cafeterias do mundo. É o caso do Soul Café, que há três meses abriu as portas numa galeria da rua Augusta, região central. Todo o trabalho é tocado pelos próprios donos, os baristas Talita dos Reis e Davi dos Reis, cunhados, que ainda tem como sócio Vitor dos Reis, marido de Talita e neto de cafeicultores de Lambari, Sul de Minas Gerais. Há pouco mais de um mês funcionando na Vila Clementino, zona sul de São Paulo, o Clemente Café conta com um ambiente de sete metros quadrados e dois bancos do lado de fora. Tudo lá dentro é preparado pessoalmente por Tatiana Rocha, que abandonou a carreira em um grande banco para se dedicar à paixão pelo café, que começou como hobby há dois anos. A casa também tem atraído os "Coffee Geeks", como tem ficado conhecidos os aficionados que não hesitam em atravessar a cidade em busca de boas novidades cafeinadas. Os cafés servidos atualmente por Tatiana são do produtor e torrefador Pereira Villela e da microtorrefadora Bica, ambos mineiros. Se a chamada terceira onda do café surgiu mundialmente com ambientes confortáveis e socializantes, aqui a bebida é o personagem principal e pode até prescindir do conforto. Mas, se você é daqueles que precisam aliar conforto e café quentinho, pode aproveitar a curadoria de Gisele Coutinho, jornalista que há dois anos enveredou pelo mundo dos cafés e criou o Pura Caffeína, um serviço de entrega em domicílio dos grãos especiais que ela garimpa. Basta uma mensagem pelo celular ou e-mail e um pacotinho de café (moído ou em grãos) chega ao destino na manhã seguinte, levado pessoalmente por ela. Clemente Café R. Coronel Lisboa, 659, Vila Mariana Coa R. da Consolação, 2685, Jardim Paulista Nano R. Girassol, 481, Vila Madalena Soul R. Augusta, 1524, loja 6, Consolação The Little Coffee Shop R. Lisboa, 357, Pinheiros Pura Caffeina [email protected]
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Em microcafeterias, bebida feita com grãos nobres é personagem principalPAULO PEDROSO DE SÃO PAULO Há um ano, o casal de baristas Robin Kimura e Lívia Scudeller colocou na rua o projeto Nano Café, um pequeno truck com nome inspirado na cultura dos microlotes, uma denominação dada a pequenas quantidades de grãos de café especial dotados de características únicas. Depois de algumas incursões por eventos, a dupla estacionou de vez no Cake Design & Food Market, na rua Girassol, Vila Madalena, onde a operação de dois metros quadrados ganhou um salão com direito a jardim e pôr do sol. Os cafés utilizados são do produtor e torrefador Hugo Wolff, que além de aparecer em expressos e coados, turbinam drinks como o Baunilha Ice Coffee. Tudo acompanhado por comidinhas artesanais preparadas (em grande parte) por Lívia. Outro negócio com cara de ocupação é o Coa Café, criado há pouco mais de um ano pelo arquiteto Heitor Fontes e pela administradora Clara de Miranda. Num espaço modular instalado na entrada de uma loja na rua da Consolação, nos Jardins, eles servem pessoalmente a bebida usando coadores como V60 e Aeropress. A cada sexta-feira, apresentam uma variedade diferente de café. Nano e Coa não são os primeiros e nem os únicos a apostar nesses pequenos empreendimentos. Em 2014, a barista e idealizadora do evento Coffee Week Brasil, Flavia Pogliani, abriu apenas uma janela na rua Lisboa, em Pinheiros, agradando os passantes com cafés de altíssima qualidade no seu The Little Coffee Shop. Apesar do tamanho, o que se oferece nesses locais não é pouca coisa. Grãos nobres de pequenos produtores chegam às xícaras saídos de máquinas de expresso italianas, as mesmas utilizadas nas melhores cafeterias do mundo. É o caso do Soul Café, que há três meses abriu as portas numa galeria da rua Augusta, região central. Todo o trabalho é tocado pelos próprios donos, os baristas Talita dos Reis e Davi dos Reis, cunhados, que ainda tem como sócio Vitor dos Reis, marido de Talita e neto de cafeicultores de Lambari, Sul de Minas Gerais. Há pouco mais de um mês funcionando na Vila Clementino, zona sul de São Paulo, o Clemente Café conta com um ambiente de sete metros quadrados e dois bancos do lado de fora. Tudo lá dentro é preparado pessoalmente por Tatiana Rocha, que abandonou a carreira em um grande banco para se dedicar à paixão pelo café, que começou como hobby há dois anos. A casa também tem atraído os "Coffee Geeks", como tem ficado conhecidos os aficionados que não hesitam em atravessar a cidade em busca de boas novidades cafeinadas. Os cafés servidos atualmente por Tatiana são do produtor e torrefador Pereira Villela e da microtorrefadora Bica, ambos mineiros. Se a chamada terceira onda do café surgiu mundialmente com ambientes confortáveis e socializantes, aqui a bebida é o personagem principal e pode até prescindir do conforto. Mas, se você é daqueles que precisam aliar conforto e café quentinho, pode aproveitar a curadoria de Gisele Coutinho, jornalista que há dois anos enveredou pelo mundo dos cafés e criou o Pura Caffeína, um serviço de entrega em domicílio dos grãos especiais que ela garimpa. Basta uma mensagem pelo celular ou e-mail e um pacotinho de café (moído ou em grãos) chega ao destino na manhã seguinte, levado pessoalmente por ela. Clemente Café R. Coronel Lisboa, 659, Vila Mariana Coa R. da Consolação, 2685, Jardim Paulista Nano R. Girassol, 481, Vila Madalena Soul R. Augusta, 1524, loja 6, Consolação The Little Coffee Shop R. Lisboa, 357, Pinheiros Pura Caffeina [email protected]
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Após posse de Trump, Casa Branca elimina versão em espanhol de site
Após a posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira (20), a Casa Branca eliminou as versões em espanhol de seu website e de suas contas nas redes sociais. A decisão indica o distanciamento da administração de Trump em relação à comunidade hispânica, que representa cerca de 18% da população dos EUA. O republicano não indicou nenhum latino para compor seu gabinete, algo inédito desde 1988. Também foram retiradas do website da Casa Branca referências às políticas do governo federal para temas como ambiente, direitos civis e população LGBT. Em seu lugar, foram incluídas as prioridades da nova administração em relação a assuntos como geração de energia, combate ao terrorismo, criação de empregos, investimento no Exército, valorização de agentes de segurança e a eliminação de acordos de livre comércio. Durante a campanha eleitoral, Trump fez comentários considerados hostis à comunidade hispânica. Ele chamou imigrantes mexicanos de estupradores e criminosos e prometeu construir um muro na fronteira Sul do país. O republicano também pretende deportar 2 milhões de estrangeiros, em sua maioria latino-americanos, que vivem ilegalmente nos EUA e têm condenação criminal.
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Após posse de Trump, Casa Branca elimina versão em espanhol de siteApós a posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira (20), a Casa Branca eliminou as versões em espanhol de seu website e de suas contas nas redes sociais. A decisão indica o distanciamento da administração de Trump em relação à comunidade hispânica, que representa cerca de 18% da população dos EUA. O republicano não indicou nenhum latino para compor seu gabinete, algo inédito desde 1988. Também foram retiradas do website da Casa Branca referências às políticas do governo federal para temas como ambiente, direitos civis e população LGBT. Em seu lugar, foram incluídas as prioridades da nova administração em relação a assuntos como geração de energia, combate ao terrorismo, criação de empregos, investimento no Exército, valorização de agentes de segurança e a eliminação de acordos de livre comércio. Durante a campanha eleitoral, Trump fez comentários considerados hostis à comunidade hispânica. Ele chamou imigrantes mexicanos de estupradores e criminosos e prometeu construir um muro na fronteira Sul do país. O republicano também pretende deportar 2 milhões de estrangeiros, em sua maioria latino-americanos, que vivem ilegalmente nos EUA e têm condenação criminal.
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Saiba o que fazer no vilarejo de nome 'impronunciável' que virou hit na web
Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrndrobwllllantysiliogogogoch é conhecido por ser o vilarejo com o nome mais comprido do Reino Unido. Nesta quarta-feira (9), o local voltou a se destacar no mapa –literalmente. Em um programa da TV britânica Channel 4, o "homem do tempo" Liam Dutton informou a temperatura esperada para a região dizendo, sem maiores percalços na pronúncia e com um leve sorriso no rosto, o inusual nome de 58 letras e complexos fonemas (veja no vídeo acima). O batismo da vila no País de Gales –originalmente chamado apenas de Llanfairpwllgwyngyll, mas alterado entre as décadas de 1860 e 1880, muito provavelmente como estratégia para atrair visitantes– é, talvez a principal atração turística local. A estação de trem costuma receber turistas que posam ao lado da placa com o nome do vilarejo (acompanhada de um segundo cartaz, que ensina a pronúncia devidamente escandida). Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrndrobwllllantysiliogogogoch também abriga a Plas Newydd House, mansão do século 18 com um museu militar e jardins. O local é administrado pelo National Trust, instituição do governo para a preservação de imóveis históricos. Outras atrações listadas por sites de viagem, como o TripAdvisor, são a tecelagem James Pringle e as pontes Britannia e Menai (no estreito de mesmo nome). O vilarejo (cujo nome significa Igreja de Santa Maria no oco da aveleira branca perto de um redemoinho rápido e da Igreja de Santo Tysilio da caverna vermelha), na ilha de Anglesey, também fica próximo de Caernarfon, cidade real que abriga um dos castelos mais famosos do país, e do aquário de Anglesey. O centro de visitantes, que recebia 100 mil pessoas por ano, foi fechado em maio.
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Saiba o que fazer no vilarejo de nome 'impronunciável' que virou hit na webLlanfairpwllgwyngyllgogerychwyrndrobwllllantysiliogogogoch é conhecido por ser o vilarejo com o nome mais comprido do Reino Unido. Nesta quarta-feira (9), o local voltou a se destacar no mapa –literalmente. Em um programa da TV britânica Channel 4, o "homem do tempo" Liam Dutton informou a temperatura esperada para a região dizendo, sem maiores percalços na pronúncia e com um leve sorriso no rosto, o inusual nome de 58 letras e complexos fonemas (veja no vídeo acima). O batismo da vila no País de Gales –originalmente chamado apenas de Llanfairpwllgwyngyll, mas alterado entre as décadas de 1860 e 1880, muito provavelmente como estratégia para atrair visitantes– é, talvez a principal atração turística local. A estação de trem costuma receber turistas que posam ao lado da placa com o nome do vilarejo (acompanhada de um segundo cartaz, que ensina a pronúncia devidamente escandida). Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrndrobwllllantysiliogogogoch também abriga a Plas Newydd House, mansão do século 18 com um museu militar e jardins. O local é administrado pelo National Trust, instituição do governo para a preservação de imóveis históricos. Outras atrações listadas por sites de viagem, como o TripAdvisor, são a tecelagem James Pringle e as pontes Britannia e Menai (no estreito de mesmo nome). O vilarejo (cujo nome significa Igreja de Santa Maria no oco da aveleira branca perto de um redemoinho rápido e da Igreja de Santo Tysilio da caverna vermelha), na ilha de Anglesey, também fica próximo de Caernarfon, cidade real que abriga um dos castelos mais famosos do país, e do aquário de Anglesey. O centro de visitantes, que recebia 100 mil pessoas por ano, foi fechado em maio.
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Chuva faz São Paulo escurecer às 15h; veja vídeo
Uma tempestade no início de tarde desta segunda-feira (15) deixou a cidade de São Paulo às escuras, como se fosse noite. Toda cidade entrou em estado de atenção, e as subprefeituras de Cidade Dutra e Ipiranga estão sob alerta.Os córregos Ipiranga, no Ipiranga, e Castro Alves, na Capela do Socorro transbordaram. Há também alagamentos em quatro pontos da cidade.Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), órgão da prefeitura, todas as regiões da cidade estavam sob atenção para transbordamento por volta das 15h.Entre as regiões afetadas por volta das 15h estão os bairros de Vila Andrade, Campo Limpo, Capão Redondo, Jardim São Luiz, Jardim Ângela, todos na zona sul. Na zona leste, chovia na Vila Matilde, Aricanduva, Cidade Líder e Parque do Carmo, entre outras.
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Chuva faz São Paulo escurecer às 15h; veja vídeoUma tempestade no início de tarde desta segunda-feira (15) deixou a cidade de São Paulo às escuras, como se fosse noite. Toda cidade entrou em estado de atenção, e as subprefeituras de Cidade Dutra e Ipiranga estão sob alerta.Os córregos Ipiranga, no Ipiranga, e Castro Alves, na Capela do Socorro transbordaram. Há também alagamentos em quatro pontos da cidade.Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), órgão da prefeitura, todas as regiões da cidade estavam sob atenção para transbordamento por volta das 15h.Entre as regiões afetadas por volta das 15h estão os bairros de Vila Andrade, Campo Limpo, Capão Redondo, Jardim São Luiz, Jardim Ângela, todos na zona sul. Na zona leste, chovia na Vila Matilde, Aricanduva, Cidade Líder e Parque do Carmo, entre outras.
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Pílula reprovada
A medicina avançou nas últimas décadas até o ponto de tornar tratáveis várias formas de câncer. Outros tumores continuam refratários às terapias conhecidas, o que muitas vezes leva seus portadores a buscar todo tipo de tratamento, mesmo quando não se conta com validação científica. Nesse campo de aflição surgiu a fosfoetanolamina, que ganhou o epíteto de "pílula do câncer" —e, agora, infelizmente, ingressa no rol dos compostos que falharam em testes de laboratório. Peculiar, no caso, foi o caminho percorrido. Por duas décadas um químico da USP fabricou a pílula e a distribuiu a pacientes, sem licença da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesse período, relatos de melhoras de quadros clínicos alimentaram as esperanças dos doentes. Interrompida a distribuição da substância, após a aposentadoria do docente, muitos deles obtiveram na Justiça decisões obrigando a universidade paulista a retomá-la. Por mais que a compaixão humana pareça justificar as medidas, o Judiciário coonestou de maneira perigosa a subversão de protocolos voltados a proteger os pacientes em geral. O mesmo acabaram fazendo o Congresso Nacional e os governos federal e paulista. Os parlamentares aprovaram às pressas uma norma específica permitindo o uso da pílula sem licença. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações passou a fosfoetanolamina na frente de outras substâncias e patrocinou testes com culturas de células e com animais. Os resultados, porém, decepcionaram: a pílula apresentou atividade contra poucos tipos de tumor e só em doses bem mais altas do que as ministradas pela USP. Apesar disso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), atendendo aos apelos de doentes e seus familiares, anunciou em julho de 2016 que o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) realizaria testes em pacientes. O estudo, orçado em R$ 1,5 milhão, duraria dois anos. Após oito meses, a pesquisa foi suspensa, por não ter se comprovado benefício clínico significativo. De 59 pacientes, apenas um, portador de melanoma, apresentou melhora do quadro clínico (e não há segurança de que tenha sido por obra da "pílula do câncer"). A fosfoetanolamina, contudo, mantém-se no mercado, pois passou a ser vendida como suplemento alimentar. Em fevereiro, a Anvisa suspendeu peças publicitárias do produto, que irresponsavelmente sugeriam suas propriedades terapêuticas não comprovadas. [email protected]
opiniao
Pílula reprovadaA medicina avançou nas últimas décadas até o ponto de tornar tratáveis várias formas de câncer. Outros tumores continuam refratários às terapias conhecidas, o que muitas vezes leva seus portadores a buscar todo tipo de tratamento, mesmo quando não se conta com validação científica. Nesse campo de aflição surgiu a fosfoetanolamina, que ganhou o epíteto de "pílula do câncer" —e, agora, infelizmente, ingressa no rol dos compostos que falharam em testes de laboratório. Peculiar, no caso, foi o caminho percorrido. Por duas décadas um químico da USP fabricou a pílula e a distribuiu a pacientes, sem licença da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesse período, relatos de melhoras de quadros clínicos alimentaram as esperanças dos doentes. Interrompida a distribuição da substância, após a aposentadoria do docente, muitos deles obtiveram na Justiça decisões obrigando a universidade paulista a retomá-la. Por mais que a compaixão humana pareça justificar as medidas, o Judiciário coonestou de maneira perigosa a subversão de protocolos voltados a proteger os pacientes em geral. O mesmo acabaram fazendo o Congresso Nacional e os governos federal e paulista. Os parlamentares aprovaram às pressas uma norma específica permitindo o uso da pílula sem licença. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações passou a fosfoetanolamina na frente de outras substâncias e patrocinou testes com culturas de células e com animais. Os resultados, porém, decepcionaram: a pílula apresentou atividade contra poucos tipos de tumor e só em doses bem mais altas do que as ministradas pela USP. Apesar disso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), atendendo aos apelos de doentes e seus familiares, anunciou em julho de 2016 que o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) realizaria testes em pacientes. O estudo, orçado em R$ 1,5 milhão, duraria dois anos. Após oito meses, a pesquisa foi suspensa, por não ter se comprovado benefício clínico significativo. De 59 pacientes, apenas um, portador de melanoma, apresentou melhora do quadro clínico (e não há segurança de que tenha sido por obra da "pílula do câncer"). A fosfoetanolamina, contudo, mantém-se no mercado, pois passou a ser vendida como suplemento alimentar. Em fevereiro, a Anvisa suspendeu peças publicitárias do produto, que irresponsavelmente sugeriam suas propriedades terapêuticas não comprovadas. [email protected]
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Lenda de 'A Galinha Ruiva' é recontada em livro-CD para crianças
É sobre trabalho e companheirismo que trata a lenda de "A Galinha Ruiva", recontada no 12º livro-CD da Coleção Folha Folclore Brasileiro para Crianças, nas bancas no domingo (5). A Galinha Ruiva vivia com seus 12 pintinhos e um dia achou grãos de trigo. Então, teve a ideia de plantá-los para depois fazer pães. Pediu ajuda ao gato, ao ganso, ao cachorro e ao porco, que inventaram desculpas para não cooperar, mas depois quiseram comer o pão. O reconto de Manoela Pamplona é narrado no CD que acompanha o livro. Nele, estão também cantigas, trava-línguas e outras brincadeiras.
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Lenda de 'A Galinha Ruiva' é recontada em livro-CD para criançasÉ sobre trabalho e companheirismo que trata a lenda de "A Galinha Ruiva", recontada no 12º livro-CD da Coleção Folha Folclore Brasileiro para Crianças, nas bancas no domingo (5). A Galinha Ruiva vivia com seus 12 pintinhos e um dia achou grãos de trigo. Então, teve a ideia de plantá-los para depois fazer pães. Pediu ajuda ao gato, ao ganso, ao cachorro e ao porco, que inventaram desculpas para não cooperar, mas depois quiseram comer o pão. O reconto de Manoela Pamplona é narrado no CD que acompanha o livro. Nele, estão também cantigas, trava-línguas e outras brincadeiras.
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EUA confirmam mais dez casos de transmissão local da zika na Flórida
Autoridades de saúde americanas confirmaram nesta segunda (1º) mais dez casos de transmissão local do vírus da zika na Flórida. O CDC (Centros para Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos recomenda que mulheres grávidas não viajem para a área e enviou especialistas para investigar o surto da doença. Com os novos diagnósticos, o Estado soma 14 casos causados por transmissão local, de acordo com nota divulgada pelo governador da Flórida, Rick Scott. Segundo o Departamento de Saúde, as transmissões estão restritas a Wynwood, um bairro ao norte de Miami. Com os novos casos, o CDC fez uma série de recomendações direcionadas a mulheres grávidas e homens e mulheres que pretendem ter filhos. Não viajar para a área de Miami em que ocorreram os casos é uma das orientações. Em Wynwood, além dos casos de infecção, foi encontrado um número de mosquistos e larvas de Aedes aegypti "moderadamente elevado". O bairro é uma área de prédios industriais e residenciais. Na região há galpões, galerias de arte, restaurantes, apartamentos e condomínios. Seis dos dez novos casos são assintomáticos e foram identificados durante uma pesquisa realizada na comunidade afetada. Na última quarta (27) foram divulgadas as primeiras contaminações locais na mesma área. Zika e microcefalia A Flórida já havia reportado 381 casos da doença. Porém, todos em pessoas que tinham viajado para países ou territórios onde o vírus está em circulação. As autoridades de saúde dos Estados Unidos já haviam advertido que era possível que ocorressem surtos locais da zika no país com a chegada do verão, especialmente após a rápida propagação da infecção na América do Sul e na América Central ao longo dos dois últimos anos. Não existe vacina, tratamento nem exames de diagnóstico rápido para este vírus, descoberto em 1947 em Uganda. O vírus da zika é transmitido na maioria das vezes pela picada do mosquito Aedes aegypti, e em alguns casos por contato sexual. Em geral, a doença provoca sintomas brandos e muitas vezes passa despercebida. O vírus pode provocar, porém, transtornos neurológicos, como a síndrome de Guillain-Barré, ou má-formações congênitas graves e irreversíveis, como a microcefalia, que se caracteriza por um desenvolvimento insuficiente do cérebro, em fetos de mulheres que foram infectadas pelo vírus durante a gravidez. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
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EUA confirmam mais dez casos de transmissão local da zika na FlóridaAutoridades de saúde americanas confirmaram nesta segunda (1º) mais dez casos de transmissão local do vírus da zika na Flórida. O CDC (Centros para Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos recomenda que mulheres grávidas não viajem para a área e enviou especialistas para investigar o surto da doença. Com os novos diagnósticos, o Estado soma 14 casos causados por transmissão local, de acordo com nota divulgada pelo governador da Flórida, Rick Scott. Segundo o Departamento de Saúde, as transmissões estão restritas a Wynwood, um bairro ao norte de Miami. Com os novos casos, o CDC fez uma série de recomendações direcionadas a mulheres grávidas e homens e mulheres que pretendem ter filhos. Não viajar para a área de Miami em que ocorreram os casos é uma das orientações. Em Wynwood, além dos casos de infecção, foi encontrado um número de mosquistos e larvas de Aedes aegypti "moderadamente elevado". O bairro é uma área de prédios industriais e residenciais. Na região há galpões, galerias de arte, restaurantes, apartamentos e condomínios. Seis dos dez novos casos são assintomáticos e foram identificados durante uma pesquisa realizada na comunidade afetada. Na última quarta (27) foram divulgadas as primeiras contaminações locais na mesma área. Zika e microcefalia A Flórida já havia reportado 381 casos da doença. Porém, todos em pessoas que tinham viajado para países ou territórios onde o vírus está em circulação. As autoridades de saúde dos Estados Unidos já haviam advertido que era possível que ocorressem surtos locais da zika no país com a chegada do verão, especialmente após a rápida propagação da infecção na América do Sul e na América Central ao longo dos dois últimos anos. Não existe vacina, tratamento nem exames de diagnóstico rápido para este vírus, descoberto em 1947 em Uganda. O vírus da zika é transmitido na maioria das vezes pela picada do mosquito Aedes aegypti, e em alguns casos por contato sexual. Em geral, a doença provoca sintomas brandos e muitas vezes passa despercebida. O vírus pode provocar, porém, transtornos neurológicos, como a síndrome de Guillain-Barré, ou má-formações congênitas graves e irreversíveis, como a microcefalia, que se caracteriza por um desenvolvimento insuficiente do cérebro, em fetos de mulheres que foram infectadas pelo vírus durante a gravidez. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
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Jake Gyllenhaal vive boxeador em decadência em 'Nocaute'
LUIZA WOLF DE SÃO PAULO Jake Gyllenhaal interpreta o campeão de boxe Billy Hope em "Nocaute", sob direção de Antoine Fuqua (de "Dia de Treinamento"). Na trama, Hope é um lutador brilhante, porém inconsequente: daqueles que prefere apanhar para cansar o adversário. Assessorado pelo ganancioso empresário Jordan (Curtis Jackson, o rapper 50 Cent), ele está acostumado a ganhar e tem temperamento explosivo. É em uma de suas confusões que a mulher, Maureen (Rachel McAdams), morre. Hope cai em depressão: se envolve com drogas, é expulso do campeonato, tem sua casa tomada e -o mais importante- perde a guarda da filha, Leila. Para recuperar a menina, ele tem que provar ao tribunal que pode voltar ao trabalho. Para isso, recorre a Tick Wills (Forest Whitaker), um treinador aposentado que possui uma academia na periferia da cidade. A partir daí, o enredo acompanha a recuperação de Hope, com trilha sonora original de Eminem. A trama do filme não é novidade (já vimos histórias parecidas em "O Lutador", de 2008, e em "O Vencedor", de 2010), mas o longa não deixa de ser envolvente. Veja salas e horários ASSISTA AO TRAILER Vídeo
saopaulo
Jake Gyllenhaal vive boxeador em decadência em 'Nocaute'LUIZA WOLF DE SÃO PAULO Jake Gyllenhaal interpreta o campeão de boxe Billy Hope em "Nocaute", sob direção de Antoine Fuqua (de "Dia de Treinamento"). Na trama, Hope é um lutador brilhante, porém inconsequente: daqueles que prefere apanhar para cansar o adversário. Assessorado pelo ganancioso empresário Jordan (Curtis Jackson, o rapper 50 Cent), ele está acostumado a ganhar e tem temperamento explosivo. É em uma de suas confusões que a mulher, Maureen (Rachel McAdams), morre. Hope cai em depressão: se envolve com drogas, é expulso do campeonato, tem sua casa tomada e -o mais importante- perde a guarda da filha, Leila. Para recuperar a menina, ele tem que provar ao tribunal que pode voltar ao trabalho. Para isso, recorre a Tick Wills (Forest Whitaker), um treinador aposentado que possui uma academia na periferia da cidade. A partir daí, o enredo acompanha a recuperação de Hope, com trilha sonora original de Eminem. A trama do filme não é novidade (já vimos histórias parecidas em "O Lutador", de 2008, e em "O Vencedor", de 2010), mas o longa não deixa de ser envolvente. Veja salas e horários ASSISTA AO TRAILER Vídeo
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