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Zuckerberg pede fim de bloqueios ao WhatsApp e convoca ida ao Congresso
O fundador e presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, pediu nesta terça-feira (3) que os brasileiros batalhem para o WhatsApp não voltar a ser suspenso no país, após o aplicativo de mensagens ter ficado bloqueado por 24h devido a uma decisão judicial. Em uma mensagem em sua página na rede social que criou, Zuckerberg saudou a liberação do WhatsApp no país, mas afirmou que "é muito assustadora em uma democracia" a ideia de que a população possa ter negado o direito à liberdade de comunicação. "Os brasileiros estão entre os líderes na tarefa de conectar o mundo e criar uma Internet aberta há muitos anos. Eu espero que vocês expressem sua opinião e exijam mudanças", escreveu Zuckerberg. Ele conclamou que pessoas compareçam ao Congresso no fim da tarde de quarta-feira (4), onde a recém-formada Frente Parlamentar pela Internet Livre apresentará projetos de lei para evitar o bloqueio de serviços de Internet como o WhatsApp, que pertence ao Facebook. Além disso, pediu assinaturas em petição online contra propostas debatidas na CPI dos Crimes Cibernéticos. O bloqueio do WhatsApp foi determinado na segunda-feira a partir das 14h em todo o Brasil pelo juiz Marcel Maia Montalvão, titular da vara criminal da cidade sergipana de Lagarto, afetando cerca de 100 milhões de usuários. Pela decisão, o aplicativo deveria ficar suspenso por 72h. Dois meses antes, o mesmo juiz mandou prender o vice-presidente do Facebook para a América Latina, Diego Dzodan, por descumprimento de ordem judicial que pedia quebra de sigilo de mensagens trocadas pelo WhatsApp, como parte da obtenção de provas em processo de tráfico de drogas interestadual que corre em segredo de justiça. O WhatsApp afirma que não armazena conversas dos usuários e que não tem como entregar os dados exigidos pela justiça. "Uma vez que a mensagem é entregue ao seu destinatário, nós não temos acesso à mensagem e não podemos ler o conteúdo das mensagens e nem ninguém mais, apenas as pessoas que estão tendo a conversa", disse à Reuters o diretor de Comunicação do WhatsApp, Matt Steinfeld. As decisões do juiz Montalvão, tanto a mais recente quanto a prisão do executivo do Facebook no início de março, foram criticadas por entidades de direitos dos consumidores e de Internet. A liminar que permitiu a reativação do WhatsApp no Brasil nesta terça foi deferida pelo desembargador Ricardo Múcio Santana de Abreu Lima, do Tribunal de Justiça de Sergipe. O Brasil representa cerca de 10% do 1 bilhão de usuários do WhatsApp no mundo. Nesta semana, um grupo de executivos do WhatsApp está no Brasil para encontros com autoridades e promotores em um esforço para abrir mais canais de comunicação e esclarecer questões técnicas sobre o aplicativo. Diante da forte procura por serviços alternativos de troca de mensagens no Brasil na segunda-feira, o Telegram informou ter enfrentado problemas técnicos devido à forte demanda. O Telegram recebeu pedidos de mais de 1 milhão de usuários no país. LEIS EM DISCUSSÃO A polêmica envolvendo o bloqueio do WhatsApp acontece na semana em que está prevista a votação de relatório da CPI dos Crimes Cibernéticos, com propostas de alguns projetos de lei que envolvem questões como privacidade e neutralidade da rede. Em entrevista à Reuters nesta manhã, o relator da CPI, o deputado Esperidião Amin (PP-SC), rebateu críticas e afirmou que o parecer elaborado por ele inclui um projeto de lei para alterar o Marco Civil da Internet, de 2014, e evitar bloqueios como o do WhatsApp. "O relatório que vai ser discutido prevê a criação de uma pena entre a multa e o bloqueio dos sites para não se chegar nesse extremo", disse Amin por telefone, rejeitando alegações de que a mudança proposta tornaria mais fácil para magistrados decretar bloqueios a sites e aplicativos. Segundo o deputado, a intenção é estabelecer diretrizes para o bloqueio diretamente contra usuários específicos ou IPs identificados como suspeitos de atividades ilícitas, em vez de decisões que impeçam o acesso de todos os usuários. Amin reconheceu, no entanto, que o tema divide opiniões no colegiado. "Ainda não está pacificado", disse. A votação do relatório da CPI, que deveria ter ocorrido nesta terça, está marcada para quarta-feira. Mesmo que o relatório seja aprovado pelos parlamentares na CPI, os projetos de lei propostos no documento precisarão seguir os ritos de aprovação no Congresso para que tenham efeito.
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Zuckerberg pede fim de bloqueios ao WhatsApp e convoca ida ao CongressoO fundador e presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, pediu nesta terça-feira (3) que os brasileiros batalhem para o WhatsApp não voltar a ser suspenso no país, após o aplicativo de mensagens ter ficado bloqueado por 24h devido a uma decisão judicial. Em uma mensagem em sua página na rede social que criou, Zuckerberg saudou a liberação do WhatsApp no país, mas afirmou que "é muito assustadora em uma democracia" a ideia de que a população possa ter negado o direito à liberdade de comunicação. "Os brasileiros estão entre os líderes na tarefa de conectar o mundo e criar uma Internet aberta há muitos anos. Eu espero que vocês expressem sua opinião e exijam mudanças", escreveu Zuckerberg. Ele conclamou que pessoas compareçam ao Congresso no fim da tarde de quarta-feira (4), onde a recém-formada Frente Parlamentar pela Internet Livre apresentará projetos de lei para evitar o bloqueio de serviços de Internet como o WhatsApp, que pertence ao Facebook. Além disso, pediu assinaturas em petição online contra propostas debatidas na CPI dos Crimes Cibernéticos. O bloqueio do WhatsApp foi determinado na segunda-feira a partir das 14h em todo o Brasil pelo juiz Marcel Maia Montalvão, titular da vara criminal da cidade sergipana de Lagarto, afetando cerca de 100 milhões de usuários. Pela decisão, o aplicativo deveria ficar suspenso por 72h. Dois meses antes, o mesmo juiz mandou prender o vice-presidente do Facebook para a América Latina, Diego Dzodan, por descumprimento de ordem judicial que pedia quebra de sigilo de mensagens trocadas pelo WhatsApp, como parte da obtenção de provas em processo de tráfico de drogas interestadual que corre em segredo de justiça. O WhatsApp afirma que não armazena conversas dos usuários e que não tem como entregar os dados exigidos pela justiça. "Uma vez que a mensagem é entregue ao seu destinatário, nós não temos acesso à mensagem e não podemos ler o conteúdo das mensagens e nem ninguém mais, apenas as pessoas que estão tendo a conversa", disse à Reuters o diretor de Comunicação do WhatsApp, Matt Steinfeld. As decisões do juiz Montalvão, tanto a mais recente quanto a prisão do executivo do Facebook no início de março, foram criticadas por entidades de direitos dos consumidores e de Internet. A liminar que permitiu a reativação do WhatsApp no Brasil nesta terça foi deferida pelo desembargador Ricardo Múcio Santana de Abreu Lima, do Tribunal de Justiça de Sergipe. O Brasil representa cerca de 10% do 1 bilhão de usuários do WhatsApp no mundo. Nesta semana, um grupo de executivos do WhatsApp está no Brasil para encontros com autoridades e promotores em um esforço para abrir mais canais de comunicação e esclarecer questões técnicas sobre o aplicativo. Diante da forte procura por serviços alternativos de troca de mensagens no Brasil na segunda-feira, o Telegram informou ter enfrentado problemas técnicos devido à forte demanda. O Telegram recebeu pedidos de mais de 1 milhão de usuários no país. LEIS EM DISCUSSÃO A polêmica envolvendo o bloqueio do WhatsApp acontece na semana em que está prevista a votação de relatório da CPI dos Crimes Cibernéticos, com propostas de alguns projetos de lei que envolvem questões como privacidade e neutralidade da rede. Em entrevista à Reuters nesta manhã, o relator da CPI, o deputado Esperidião Amin (PP-SC), rebateu críticas e afirmou que o parecer elaborado por ele inclui um projeto de lei para alterar o Marco Civil da Internet, de 2014, e evitar bloqueios como o do WhatsApp. "O relatório que vai ser discutido prevê a criação de uma pena entre a multa e o bloqueio dos sites para não se chegar nesse extremo", disse Amin por telefone, rejeitando alegações de que a mudança proposta tornaria mais fácil para magistrados decretar bloqueios a sites e aplicativos. Segundo o deputado, a intenção é estabelecer diretrizes para o bloqueio diretamente contra usuários específicos ou IPs identificados como suspeitos de atividades ilícitas, em vez de decisões que impeçam o acesso de todos os usuários. Amin reconheceu, no entanto, que o tema divide opiniões no colegiado. "Ainda não está pacificado", disse. A votação do relatório da CPI, que deveria ter ocorrido nesta terça, está marcada para quarta-feira. Mesmo que o relatório seja aprovado pelos parlamentares na CPI, os projetos de lei propostos no documento precisarão seguir os ritos de aprovação no Congresso para que tenham efeito.
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Série de vitórias de Ted Cruz aumenta risco de convenção republicana rachar
A derrota do empresário Donald Trump nas prévias partidárias de Wisconsin, uma de suas piores performances até agora na corrida pela candidatura republicana, reduziu o espaço de manobra do magnata para tornar-se o nome do partido nas eleições de 8 de novembro deste ano. Embora lidere a corrida, Trump precisaria melhorar muito seu desempenho para conquistar o número necessário de votos e evitar um cenário que não ocorre no Partido Republicano desde 1976, uma "convenção disputada", em que nenhum candidato consegue garantir maioria nas prévias e a votação, no evento, pode ser reaberta para uma nova rodada sem vínculo com as urnas. Vencedor das prévias de Wisconsin, o senador ultraconservador Ted Cruz disse que foi um momento de "virada" na campanha, e muitos analistas concordaram. A derrota de Trump não foi uma surpresa, já que ele sempre esteve atrás nas pesquisas, mas ela veio depois de uma série de tropeços da campanha do bilionário, do indiciamento de um assessor por agredir uma repórter à declaração de que mulheres devem ser punidas se fizerem aborto (depois desmentida). Isso levou analistas e políticos a questionar, mais uma vez, se a ascensão do magnata havia atingido seu teto e ele começará a cair. Wisconsin pode ser um ponto de inflexão na campanha para os dois lados, afirmou Newt Gingrich, ex-presidente da Câmara dos Deputados e pré-candidato presidencial republicano em 2012. Ainda que as vulnerabilidades de Trump tenham ficado mais claras para o eleitor e para o partido, diz ele, o bilionário poderá se fortalecer se reconhecer os erros para fazer uma correção de rumo. "Se ele se tornar um candidato presidencial mais profissional, ele será formidável. Caso contrário, não será o candidato", avalia Gingrich. Para o analista de pesquisas Nate Cohn, do "New York Times" o que surpreendeu não foi a derrota de Trump, mas a força mostrada por Cruz. "É cedo para saber se os ganhos de Cruz serão duradouros", escreveu Cohn no "Times". "Mas este realmente pode ser o ponto de inflexão da campanha". Para o historiador e professor de política da Universidade George Washington Matt Dallek, a derrota por 13 pontos percentuais de diferença em Wisconsin (Cruz obteve 48%; Trump, 35%; e o terceiro colocado, John Kasich, 14%) tem um efeito psicológico importante para fortalecer o movimento anti-Trump. O bilionário lidera as pesquisas para as próximas prévias, incluindo em seu Estado, Nova York, no dia 19, mas Dallek afirma que seus opositores serão capazes de fazê-lo sangrar até uma convenção disputada, e derrotá-lo. "Minha sensação é que ele perderá numa primeira votação e depois os republicanos impedirão que ele conquiste a candidatura em votações posteriores", disse Dallek. "Wisconsin mostrou que é possível parar Trump". DEMOCRATAS No Partido Democrata, o senador Bernie Sanders derrotou no Estado a favorita em pesquisas nacionais, Hillary Clinton, por 57% a 43%. Embora matematicamente a ameaça à ex-chanceler seja mínima, o alongamento da disputa partidária pode torná-la mais vulnerável.
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Série de vitórias de Ted Cruz aumenta risco de convenção republicana racharA derrota do empresário Donald Trump nas prévias partidárias de Wisconsin, uma de suas piores performances até agora na corrida pela candidatura republicana, reduziu o espaço de manobra do magnata para tornar-se o nome do partido nas eleições de 8 de novembro deste ano. Embora lidere a corrida, Trump precisaria melhorar muito seu desempenho para conquistar o número necessário de votos e evitar um cenário que não ocorre no Partido Republicano desde 1976, uma "convenção disputada", em que nenhum candidato consegue garantir maioria nas prévias e a votação, no evento, pode ser reaberta para uma nova rodada sem vínculo com as urnas. Vencedor das prévias de Wisconsin, o senador ultraconservador Ted Cruz disse que foi um momento de "virada" na campanha, e muitos analistas concordaram. A derrota de Trump não foi uma surpresa, já que ele sempre esteve atrás nas pesquisas, mas ela veio depois de uma série de tropeços da campanha do bilionário, do indiciamento de um assessor por agredir uma repórter à declaração de que mulheres devem ser punidas se fizerem aborto (depois desmentida). Isso levou analistas e políticos a questionar, mais uma vez, se a ascensão do magnata havia atingido seu teto e ele começará a cair. Wisconsin pode ser um ponto de inflexão na campanha para os dois lados, afirmou Newt Gingrich, ex-presidente da Câmara dos Deputados e pré-candidato presidencial republicano em 2012. Ainda que as vulnerabilidades de Trump tenham ficado mais claras para o eleitor e para o partido, diz ele, o bilionário poderá se fortalecer se reconhecer os erros para fazer uma correção de rumo. "Se ele se tornar um candidato presidencial mais profissional, ele será formidável. Caso contrário, não será o candidato", avalia Gingrich. Para o analista de pesquisas Nate Cohn, do "New York Times" o que surpreendeu não foi a derrota de Trump, mas a força mostrada por Cruz. "É cedo para saber se os ganhos de Cruz serão duradouros", escreveu Cohn no "Times". "Mas este realmente pode ser o ponto de inflexão da campanha". Para o historiador e professor de política da Universidade George Washington Matt Dallek, a derrota por 13 pontos percentuais de diferença em Wisconsin (Cruz obteve 48%; Trump, 35%; e o terceiro colocado, John Kasich, 14%) tem um efeito psicológico importante para fortalecer o movimento anti-Trump. O bilionário lidera as pesquisas para as próximas prévias, incluindo em seu Estado, Nova York, no dia 19, mas Dallek afirma que seus opositores serão capazes de fazê-lo sangrar até uma convenção disputada, e derrotá-lo. "Minha sensação é que ele perderá numa primeira votação e depois os republicanos impedirão que ele conquiste a candidatura em votações posteriores", disse Dallek. "Wisconsin mostrou que é possível parar Trump". DEMOCRATAS No Partido Democrata, o senador Bernie Sanders derrotou no Estado a favorita em pesquisas nacionais, Hillary Clinton, por 57% a 43%. Embora matematicamente a ameaça à ex-chanceler seja mínima, o alongamento da disputa partidária pode torná-la mais vulnerável.
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Cármen Lúcia se reúne com presidente do Senado para tratar caso Aécio
A ministra Carmen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), se reúne na manhã desta segunda-feira (2) com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) para tratar sobre o caso do afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG). O Senado marcou uma sessão para esta terça (3) para debater o assunto e o clima é de divisão. Há uma ala que pressiona o presidente Eunício para que ele submeta o caso de Aécio ao plenário e, assim, votar se mantém ou se derruba a decisão do Supremo. O peemedebista, contudo, tem dito que prefere a conciliação, e evita adotar uma postura que possa dar sinais de que a Casa está enfrentando o STF. Enquanto o líder do PMDB, Raimundo Lira (PB), diz que a bancada concorda em aguardar nova decisão do STF, o líder do PSDB, Paulo Bauer (SC), rejeita. Bauer é autor do requerimento de urgência aprovado pelo Senado na semana passada que tornou o caso de Aécio uma prioridade no plenário. No entanto, está na pauta do STF no dia 11 de outubro uma ação que questiona se é necessário submeter ao Congresso o afastamento de parlamentares. Na ação direta de inconstitucionalidade, partidos políticos pedem que as sanções contra parlamentares –como prisão preventiva, por exemplo– sejam submetidas ao Congresso Nacional em 24 horas. Em conversas reservadas, ministros disseram à Folha que a expectativa é que o Supremo reconheça essa prerrogativa do Legislativo, apesar de um placar apertado, como 6 a 5 ou 7 a 4. O temor dos senadores é que algum ministro faça um pedido de vista (mais tempo para analisar o caso), o que adiaria por prazo indeterminado o desfecho da situação de Aécio. Nos bastidores, ministros discutem se cabe impor medidas restritivas contra um parlamentar porque se ele não cumprir, a punição seria decretar sua prisão –que precisaria então ser avalizada pela Casa legislativa, Câmara ou Senado. Na prática, a determinação de medida cautelar se mostraria inócua, dizem alguns ministros. A ação chegou ao Supremo porque três partidos –PP, PSC e Solidariedade– questionaram o poder de sanção dos ministros em maio de 2016, depois do afastamento do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O julgamento no Supremo deve discutir duas questões: se o tribunal pode determinar medida cautelar contra parlamentar e, em caso positivo, se o Congresso precisa colocar essa decisão em votação, como pedem os partidos na ação. A relatoria está com o ministro Edson Fachin. Ele afastou Aécio da função parlamentar em maio de 2017, quando veio à público a delação da JBS. Além de Fachin, três ministros já se manifestaram publicamente a favor de impor medidas cautelares contra parlamentares: Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux. Eles formaram a maioria para afastar Aécio Neves do cargo e determinaram que ele cumpra recolhimento domiciliar, além de entregar o passaporte. Outros três já disseram ser contra a iniciativa: Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Alexandre de Moraes –os dois últimos foram contra as sanções impostas ao tucano. Um magistrado avalia que a presidente Cármen Lúcia pautou a ação justamente porque não quer brigar com o Congresso. Além de Eunício, Carmem Lúcia irá se reunir também com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. As conversas serão em horários diferentes: com Eunício às 11h e com Maia às 10h30.
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Cármen Lúcia se reúne com presidente do Senado para tratar caso AécioA ministra Carmen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), se reúne na manhã desta segunda-feira (2) com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) para tratar sobre o caso do afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG). O Senado marcou uma sessão para esta terça (3) para debater o assunto e o clima é de divisão. Há uma ala que pressiona o presidente Eunício para que ele submeta o caso de Aécio ao plenário e, assim, votar se mantém ou se derruba a decisão do Supremo. O peemedebista, contudo, tem dito que prefere a conciliação, e evita adotar uma postura que possa dar sinais de que a Casa está enfrentando o STF. Enquanto o líder do PMDB, Raimundo Lira (PB), diz que a bancada concorda em aguardar nova decisão do STF, o líder do PSDB, Paulo Bauer (SC), rejeita. Bauer é autor do requerimento de urgência aprovado pelo Senado na semana passada que tornou o caso de Aécio uma prioridade no plenário. No entanto, está na pauta do STF no dia 11 de outubro uma ação que questiona se é necessário submeter ao Congresso o afastamento de parlamentares. Na ação direta de inconstitucionalidade, partidos políticos pedem que as sanções contra parlamentares –como prisão preventiva, por exemplo– sejam submetidas ao Congresso Nacional em 24 horas. Em conversas reservadas, ministros disseram à Folha que a expectativa é que o Supremo reconheça essa prerrogativa do Legislativo, apesar de um placar apertado, como 6 a 5 ou 7 a 4. O temor dos senadores é que algum ministro faça um pedido de vista (mais tempo para analisar o caso), o que adiaria por prazo indeterminado o desfecho da situação de Aécio. Nos bastidores, ministros discutem se cabe impor medidas restritivas contra um parlamentar porque se ele não cumprir, a punição seria decretar sua prisão –que precisaria então ser avalizada pela Casa legislativa, Câmara ou Senado. Na prática, a determinação de medida cautelar se mostraria inócua, dizem alguns ministros. A ação chegou ao Supremo porque três partidos –PP, PSC e Solidariedade– questionaram o poder de sanção dos ministros em maio de 2016, depois do afastamento do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O julgamento no Supremo deve discutir duas questões: se o tribunal pode determinar medida cautelar contra parlamentar e, em caso positivo, se o Congresso precisa colocar essa decisão em votação, como pedem os partidos na ação. A relatoria está com o ministro Edson Fachin. Ele afastou Aécio da função parlamentar em maio de 2017, quando veio à público a delação da JBS. Além de Fachin, três ministros já se manifestaram publicamente a favor de impor medidas cautelares contra parlamentares: Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux. Eles formaram a maioria para afastar Aécio Neves do cargo e determinaram que ele cumpra recolhimento domiciliar, além de entregar o passaporte. Outros três já disseram ser contra a iniciativa: Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Alexandre de Moraes –os dois últimos foram contra as sanções impostas ao tucano. Um magistrado avalia que a presidente Cármen Lúcia pautou a ação justamente porque não quer brigar com o Congresso. Além de Eunício, Carmem Lúcia irá se reunir também com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. As conversas serão em horários diferentes: com Eunício às 11h e com Maia às 10h30.
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Após repercussão, vereador desiste de criar dia do 'É gol da Alemanha'
Não durou muito tempo a iniciativa do vereador de Campinas, no interior de São Paulo, de criar o dia do "É gol da Alemanha". Após a repercussão negativa do caso, Jota Silva (PSB) pediu nesta quinta-feira (6) o arquivamento do projeto de lei que tinha o objetivo de destinar uma data para lembrar a derrota da seleção brasileira por 7 a 1 contra os alemães na Copa do Mundo. O projeto tinha sido apresentado na sessão da última segunda-feira (3), mas as críticas nas redes sociais e a repercussão internacional do assunto, que também virou motivo de piada, fizeram o vereador recuar do projeto. À Folha, o parlamentar disse reconhecer que talvez tenha sido "infeliz" em dar o título "É gol da Alemanha" para discutir o futebol brasileiro diante de tão triste episódio. O vereador, que é do mesmo partido do prefeito da cidade, Jonas Donizette, negou ter recebido qualquer tipo de pressão partidária para pedir o arquivamento da proposta. "O projeto é meritório e talvez possa não ter sido compreendido. Como sou eleito pelo povo e a repercussão não foi positiva, então decidi pelo arquivamento", disse o político. Pelo projeto, que não chegou a ser votado, todo o dia 8 de julho seria lembrado pela derrota histórica. Além disso, a data seria destinada a promover, sem custos aos cofres públicos, debates pela comunidade esportiva municipal. A ideia, segundo Silva, surgiu de uma conversa recente com amigos, diante das brincadeiras com a goleada sofrida pela seleção brasileira.
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Após repercussão, vereador desiste de criar dia do 'É gol da Alemanha'Não durou muito tempo a iniciativa do vereador de Campinas, no interior de São Paulo, de criar o dia do "É gol da Alemanha". Após a repercussão negativa do caso, Jota Silva (PSB) pediu nesta quinta-feira (6) o arquivamento do projeto de lei que tinha o objetivo de destinar uma data para lembrar a derrota da seleção brasileira por 7 a 1 contra os alemães na Copa do Mundo. O projeto tinha sido apresentado na sessão da última segunda-feira (3), mas as críticas nas redes sociais e a repercussão internacional do assunto, que também virou motivo de piada, fizeram o vereador recuar do projeto. À Folha, o parlamentar disse reconhecer que talvez tenha sido "infeliz" em dar o título "É gol da Alemanha" para discutir o futebol brasileiro diante de tão triste episódio. O vereador, que é do mesmo partido do prefeito da cidade, Jonas Donizette, negou ter recebido qualquer tipo de pressão partidária para pedir o arquivamento da proposta. "O projeto é meritório e talvez possa não ter sido compreendido. Como sou eleito pelo povo e a repercussão não foi positiva, então decidi pelo arquivamento", disse o político. Pelo projeto, que não chegou a ser votado, todo o dia 8 de julho seria lembrado pela derrota histórica. Além disso, a data seria destinada a promover, sem custos aos cofres públicos, debates pela comunidade esportiva municipal. A ideia, segundo Silva, surgiu de uma conversa recente com amigos, diante das brincadeiras com a goleada sofrida pela seleção brasileira.
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Pottker sai do anonimato e tenta se despedir da Ponte Preta como ídolo
Obcecado por metas, jogador de muita personalidade e centrado dentro e fora das quatro linhas. Essas foram as principais características que tiraram o atacante William Pottker, 23, do anonimato para virar o principal nome da Ponte Preta, finalista do Campeonato Paulista. Contratado há quase um ano após se destacar pelo Linense no Estadual de 2016, ele caiu rapidamente nas graças da torcida do clube alvinegro com o bom desempenho no Brasileiro, quando terminou como um dos artilheiros com 14 gols —ao lado de Diego Souza e Fred. Com nove gols, também divide a liderança de gols no Paulista com Gilberto. Mesmo assim, viveu sob desconfiança da torcida no início deste ano. Logo na primeira partida do Estadual contra a Ferroviária, o atacante foi vaiado pelos no Moisés Lucarelli. A reação tinha origem na negociação do atacante para se transferir ao Corinthians, justamente o rival da primeira final deste domingo (30), às 16h (Globo e SporTV), no Moisés Lucarelli. O negócio com o clube da capital, porém, não foi concretizada. Uma semana depois, acertou com o Internacional -será apresentado pelo clube gaúcho logo após o segundo jogo da decisão. "A vaia é normal porque estamos mexendo com paixão. É um clube que tem muita torcida. Me tratam com muito carinho", disse o atacante em entrevista à Folha em março. A frieza e segurança demonstradas por Pottker neste momento não foi uma novidade para Moacir Júnior, que trabalhou com o jogador no Linense. "Ele mostrou ter essa personalidade logo na nossa primeira conversa. Ele chegou e me disse que ia arrebentar no Campeonato Paulista porque considerava a grande chance da carreira. Logo depois, falou para o nosso grupo que os três meses de Paulista poderiam mudar a vida dele e de todos do elenco. Essa postura chamou a minha atenção", afirmou o treinador. Filho de um pedreiro e de uma faxineira —que deixou de trabalhar no final do ano passado—, o atacante, que sempre procura ajudar a família, começou na base do Figueirense, mas nunca teve oportunidades. Ele ainda rodou pelo Gandzasar, da Armênia, Ventforet Kofu, do Japão, Red Bull e Braga. Na Armênia, enfrentou nevascas. "Foram experiências novas que ajudaram no meu amadurecimento para eu poder viver este momento. É o melhor momento da minha carreira", disse o jogador. Pottker não esconde de ninguém também que gosta de estabelecer metas na carreira. Ele escreve os seus desejos e cola no teto do seu quarto. Foi assim em todos os clubes que passou. "Quando você mentaliza pode se tornar um pouco mais fácil. Metas pessoais não gosto de falar, mas o meu desejo é ser campeão pela Ponte Preta. Se eu conquistar este título, aí sim posso virar ídolo. Hoje, tem o Dicá e outros jogadores que ficaram na Ponte Preta por muitos anos e se tornaram ídolos". Maestro da Ponte Preta no vice-campeonato de 1977, Dicá também concorda com o atacante. "O jogador que conquistar um título pela Ponte Preta vai virar ídolo. O Pottker está atravessando uma grande fase e já é tratado com carinho pelos torcedores". Estatísticas de Jô e Pottker - Atacantes são decisivos em Corinthians e Ponte Preta NA TV Ponte Preta x Corinthians, Moisés Lucarelli 16h - Globo e SporTV
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Pottker sai do anonimato e tenta se despedir da Ponte Preta como ídoloObcecado por metas, jogador de muita personalidade e centrado dentro e fora das quatro linhas. Essas foram as principais características que tiraram o atacante William Pottker, 23, do anonimato para virar o principal nome da Ponte Preta, finalista do Campeonato Paulista. Contratado há quase um ano após se destacar pelo Linense no Estadual de 2016, ele caiu rapidamente nas graças da torcida do clube alvinegro com o bom desempenho no Brasileiro, quando terminou como um dos artilheiros com 14 gols —ao lado de Diego Souza e Fred. Com nove gols, também divide a liderança de gols no Paulista com Gilberto. Mesmo assim, viveu sob desconfiança da torcida no início deste ano. Logo na primeira partida do Estadual contra a Ferroviária, o atacante foi vaiado pelos no Moisés Lucarelli. A reação tinha origem na negociação do atacante para se transferir ao Corinthians, justamente o rival da primeira final deste domingo (30), às 16h (Globo e SporTV), no Moisés Lucarelli. O negócio com o clube da capital, porém, não foi concretizada. Uma semana depois, acertou com o Internacional -será apresentado pelo clube gaúcho logo após o segundo jogo da decisão. "A vaia é normal porque estamos mexendo com paixão. É um clube que tem muita torcida. Me tratam com muito carinho", disse o atacante em entrevista à Folha em março. A frieza e segurança demonstradas por Pottker neste momento não foi uma novidade para Moacir Júnior, que trabalhou com o jogador no Linense. "Ele mostrou ter essa personalidade logo na nossa primeira conversa. Ele chegou e me disse que ia arrebentar no Campeonato Paulista porque considerava a grande chance da carreira. Logo depois, falou para o nosso grupo que os três meses de Paulista poderiam mudar a vida dele e de todos do elenco. Essa postura chamou a minha atenção", afirmou o treinador. Filho de um pedreiro e de uma faxineira —que deixou de trabalhar no final do ano passado—, o atacante, que sempre procura ajudar a família, começou na base do Figueirense, mas nunca teve oportunidades. Ele ainda rodou pelo Gandzasar, da Armênia, Ventforet Kofu, do Japão, Red Bull e Braga. Na Armênia, enfrentou nevascas. "Foram experiências novas que ajudaram no meu amadurecimento para eu poder viver este momento. É o melhor momento da minha carreira", disse o jogador. Pottker não esconde de ninguém também que gosta de estabelecer metas na carreira. Ele escreve os seus desejos e cola no teto do seu quarto. Foi assim em todos os clubes que passou. "Quando você mentaliza pode se tornar um pouco mais fácil. Metas pessoais não gosto de falar, mas o meu desejo é ser campeão pela Ponte Preta. Se eu conquistar este título, aí sim posso virar ídolo. Hoje, tem o Dicá e outros jogadores que ficaram na Ponte Preta por muitos anos e se tornaram ídolos". Maestro da Ponte Preta no vice-campeonato de 1977, Dicá também concorda com o atacante. "O jogador que conquistar um título pela Ponte Preta vai virar ídolo. O Pottker está atravessando uma grande fase e já é tratado com carinho pelos torcedores". Estatísticas de Jô e Pottker - Atacantes são decisivos em Corinthians e Ponte Preta NA TV Ponte Preta x Corinthians, Moisés Lucarelli 16h - Globo e SporTV
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Pequeno investidor volta a se interessar por aplicar na Bolsa
Os pequenos investidores voltaram a ganhar espaço em abril e maio na Bolsa brasileira e já representam 15,6% do volume financeiro total negociado no mercado acionário do país. Em dezembro de 2014, o percentual foi de 11,2%, segundo dados da BM&FBovespa atualizados até o dia 27 de maio. No ano passado inteiro, o percentual médio de pessoas físicas com algum investimento em Bolsa foi de 13,7%, o menor nível anual desde 1998, quando foi de 12,3%. Entre os fatores apontados por analistas para essa retomada do interesse pela Bolsa estão os preços baixos de ações populares como Vale e Petrobras. Desde maio de 2008, quando a Bolsa atingiu o pico de 73.516 pontos, os papéis preferenciais da mineradora (sem direito a voto) tiveram queda de mais de 71%; os ordinários (com voto), mais de 72% no mesmo período. Já as ações mais negociadas da Petrobras tiveram queda de 76,5%, enquanto as ordinárias sofreram desvalorização de 78,7% na mesma comparação. "A Petrobras chama atenção das pessoas. Os papéis caíram muito e alguns investidores podem ter aproveitado para entrar no mercado", disse Evandro Buccini, economista da gestora Rio Bravo. Parte da procura ocorreu após a estatal divulgar no final de abril os resultados financeiros auditados de 2014, cuja publicação estava atrasada há meses. Em maio, a Petrobras publicou o balanço do primeiro trimestre. "Esse cenário mais previsível para a Petrobras certamente foi um chamariz de novos investidores. Mas também percebemos que muitos estão tentando fugir da instabilidade das ações mais negociadas e, por isso, compram papéis de outros setores, como educação", afirma Elad Revi, analista-chefe da corretora Spinelli. ESTRANGEIROS A alta de quase 10% da Bolsa em abril, motivada principalmente pela entrada de investidores estrangeiros aproveitando a valorização de 20% do dólar para comprar ações baratas, também trouxe mais pessoas físicas para o mercado acionário. "O pequeno investidor costuma entrar por último, quando o mercado está subindo. Ele perde o impulso inicial", afirma Alexandre Wolwacz, diretor da escola de investimentos Leandro & Stormer. A retomada das ofertas públicas iniciais de ações pode ajudar a atrair novos investidores pessoas físicas para a Bolsa, avalia Raymundo Magliano Neto, presidente da Magliano Corretora. "Dependendo da empresa que lançar ações, se for conhecida, pode atrair", diz. No ano passado, houve apenas uma abertura de capital na Bolsa, a da Ourofino Saúde Animal, fabricante de produtos veterinários. Apesar da maior participação percentual, o volume negociado em Bolsa em maio deve ficar abaixo do observado nos dois meses anteriores. Para Elad Revi, da Spinelli, uma das razões é a saída dos grandes investidores da Bolsa, o que abre espaço para o aumento percentual da participação de pessoas físicas. Em maio, a participação dos investidores estrangeiros no volume total movimentado na Bolsa atingiu 51,7%, o menor patamar desde agosto do ano passado. No ano, a média sobe para 52,4%, o maior nível histórico desde 1994.
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Pequeno investidor volta a se interessar por aplicar na BolsaOs pequenos investidores voltaram a ganhar espaço em abril e maio na Bolsa brasileira e já representam 15,6% do volume financeiro total negociado no mercado acionário do país. Em dezembro de 2014, o percentual foi de 11,2%, segundo dados da BM&FBovespa atualizados até o dia 27 de maio. No ano passado inteiro, o percentual médio de pessoas físicas com algum investimento em Bolsa foi de 13,7%, o menor nível anual desde 1998, quando foi de 12,3%. Entre os fatores apontados por analistas para essa retomada do interesse pela Bolsa estão os preços baixos de ações populares como Vale e Petrobras. Desde maio de 2008, quando a Bolsa atingiu o pico de 73.516 pontos, os papéis preferenciais da mineradora (sem direito a voto) tiveram queda de mais de 71%; os ordinários (com voto), mais de 72% no mesmo período. Já as ações mais negociadas da Petrobras tiveram queda de 76,5%, enquanto as ordinárias sofreram desvalorização de 78,7% na mesma comparação. "A Petrobras chama atenção das pessoas. Os papéis caíram muito e alguns investidores podem ter aproveitado para entrar no mercado", disse Evandro Buccini, economista da gestora Rio Bravo. Parte da procura ocorreu após a estatal divulgar no final de abril os resultados financeiros auditados de 2014, cuja publicação estava atrasada há meses. Em maio, a Petrobras publicou o balanço do primeiro trimestre. "Esse cenário mais previsível para a Petrobras certamente foi um chamariz de novos investidores. Mas também percebemos que muitos estão tentando fugir da instabilidade das ações mais negociadas e, por isso, compram papéis de outros setores, como educação", afirma Elad Revi, analista-chefe da corretora Spinelli. ESTRANGEIROS A alta de quase 10% da Bolsa em abril, motivada principalmente pela entrada de investidores estrangeiros aproveitando a valorização de 20% do dólar para comprar ações baratas, também trouxe mais pessoas físicas para o mercado acionário. "O pequeno investidor costuma entrar por último, quando o mercado está subindo. Ele perde o impulso inicial", afirma Alexandre Wolwacz, diretor da escola de investimentos Leandro & Stormer. A retomada das ofertas públicas iniciais de ações pode ajudar a atrair novos investidores pessoas físicas para a Bolsa, avalia Raymundo Magliano Neto, presidente da Magliano Corretora. "Dependendo da empresa que lançar ações, se for conhecida, pode atrair", diz. No ano passado, houve apenas uma abertura de capital na Bolsa, a da Ourofino Saúde Animal, fabricante de produtos veterinários. Apesar da maior participação percentual, o volume negociado em Bolsa em maio deve ficar abaixo do observado nos dois meses anteriores. Para Elad Revi, da Spinelli, uma das razões é a saída dos grandes investidores da Bolsa, o que abre espaço para o aumento percentual da participação de pessoas físicas. Em maio, a participação dos investidores estrangeiros no volume total movimentado na Bolsa atingiu 51,7%, o menor patamar desde agosto do ano passado. No ano, a média sobe para 52,4%, o maior nível histórico desde 1994.
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Morador leva choque e perde móveis após chuvas em São Paulo
Moradores do extremo leste de São Paulo voltaram a sofrer com as inundações. Residências de pelo menos 12 ruas do bairro de Vila Itaim ficaram todas alagadas com a forte chuva da madrugada de terça-feira (17). O segurança William da Silva, 33, conta que, enquanto a água enchia sua casa, tentou salvar a geladeira. Ele queria levantá-la para colocá-la em algum lugar seco. "Acho que tinha um fio solto. Começou a dar choque. Me apoiei na parede, depois desmaiei e caí na água", relata. A irmã dele chamou os vizinhos, que ligaram para os bombeiros. "A voltagem foi baixa, só fiquei com as pernas doloridas", conta. Veja imagens Mais tarde, a mulher dele, a cabeleireira Valéria de Oliveira, 31, feriu as pernas ao cair em um bueiro da rua onde moram, toda alagada. A estimativa da prefeitura é que 250 casas tenham sido atingidas e, como há previsão de chuva para os próximos dias, os moradores vão ter que esperar até o fim de semana para a água baixar. FUGA DO BAIRRO A ajudante de cozinha Alessandra Lima, 19, diz que até lá irá dormir na casa de parentes. Ela afirma que a água da chuva estragou sofá, guarda-roupas, cama, geladeira e outros pertences. "Vou alugar outra casa, se eu encontrar. Nessa eu pago R$ 300 por mês", disse. Em nota, o governo do Estado afirma que a inundação "é resultado da ocupação indevida da várzea do Tietê" e que, em convênio com a prefeitura, prevê construir um piscinão na região. Também em nota, a Prefeitura de São Paulo afirma que deverá remover os moradores da região, mas que isso deve acontecer perto da realização das obras. Uma dessas casas atingidas é a da aposentada Maria das Dores Alves, 64. Ela afirma que mora na região há 42 anos, e que há cerca de 20 sofre com as enchentes. Neste ano, ela ainda tem medo de ter que pagar sobretaxa pela água da Sabesp que ela irá usar para lavar a casa depois que a água (da enchente) baixar.
cotidiano
Morador leva choque e perde móveis após chuvas em São PauloMoradores do extremo leste de São Paulo voltaram a sofrer com as inundações. Residências de pelo menos 12 ruas do bairro de Vila Itaim ficaram todas alagadas com a forte chuva da madrugada de terça-feira (17). O segurança William da Silva, 33, conta que, enquanto a água enchia sua casa, tentou salvar a geladeira. Ele queria levantá-la para colocá-la em algum lugar seco. "Acho que tinha um fio solto. Começou a dar choque. Me apoiei na parede, depois desmaiei e caí na água", relata. A irmã dele chamou os vizinhos, que ligaram para os bombeiros. "A voltagem foi baixa, só fiquei com as pernas doloridas", conta. Veja imagens Mais tarde, a mulher dele, a cabeleireira Valéria de Oliveira, 31, feriu as pernas ao cair em um bueiro da rua onde moram, toda alagada. A estimativa da prefeitura é que 250 casas tenham sido atingidas e, como há previsão de chuva para os próximos dias, os moradores vão ter que esperar até o fim de semana para a água baixar. FUGA DO BAIRRO A ajudante de cozinha Alessandra Lima, 19, diz que até lá irá dormir na casa de parentes. Ela afirma que a água da chuva estragou sofá, guarda-roupas, cama, geladeira e outros pertences. "Vou alugar outra casa, se eu encontrar. Nessa eu pago R$ 300 por mês", disse. Em nota, o governo do Estado afirma que a inundação "é resultado da ocupação indevida da várzea do Tietê" e que, em convênio com a prefeitura, prevê construir um piscinão na região. Também em nota, a Prefeitura de São Paulo afirma que deverá remover os moradores da região, mas que isso deve acontecer perto da realização das obras. Uma dessas casas atingidas é a da aposentada Maria das Dores Alves, 64. Ela afirma que mora na região há 42 anos, e que há cerca de 20 sofre com as enchentes. Neste ano, ela ainda tem medo de ter que pagar sobretaxa pela água da Sabesp que ela irá usar para lavar a casa depois que a água (da enchente) baixar.
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'Multitela': Dupla de 'Largados e Pelados' sobrevive no Brasil em série
Foi com "Largados e Pelados" —reality em que são largados sem roupas e em lugares inóspitos— que Jeff Zausch e EJ Snyder fizeram sucesso. Agora, o desafio deles é um pouco diferente. Com não mais que alguns aparatos de sobrevivência, em "Desafio em Dose Dupla" precisam passar uma semana em sete locais considerados selvagens no mundo. Dois deles são no Brasil: os primeiros episódios foram gravados na região do Jalapão, no Tocantins, e na neblina das florestas de araucárias, no Paraná. Discovery, 19h50, 14 anos * VEJA TAMBÉM Menotti Del Picchia O autor de "Juca Mulato" é o tema deste documentário narrado a partir dos jardins de sua residência na avenida Brasil. Vai ao ar no começo de quarta (15). Cultura, 1h, Livre * SÉRIE "Rob & Chyna" A família mais conhecida dos reality shows está de volta, desta vez celebrando o nascimento de Dream Kardashian, filha de Rob e Blac Chyna. E!, 22h
ilustrada
'Multitela': Dupla de 'Largados e Pelados' sobrevive no Brasil em sérieFoi com "Largados e Pelados" —reality em que são largados sem roupas e em lugares inóspitos— que Jeff Zausch e EJ Snyder fizeram sucesso. Agora, o desafio deles é um pouco diferente. Com não mais que alguns aparatos de sobrevivência, em "Desafio em Dose Dupla" precisam passar uma semana em sete locais considerados selvagens no mundo. Dois deles são no Brasil: os primeiros episódios foram gravados na região do Jalapão, no Tocantins, e na neblina das florestas de araucárias, no Paraná. Discovery, 19h50, 14 anos * VEJA TAMBÉM Menotti Del Picchia O autor de "Juca Mulato" é o tema deste documentário narrado a partir dos jardins de sua residência na avenida Brasil. Vai ao ar no começo de quarta (15). Cultura, 1h, Livre * SÉRIE "Rob & Chyna" A família mais conhecida dos reality shows está de volta, desta vez celebrando o nascimento de Dream Kardashian, filha de Rob e Blac Chyna. E!, 22h
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Mortes: Quase perdeu o noivo para cantar ópera
A professora preparava uma nova apresentação na tradicional escola Caetano de Campos, no centro de São Paulo. Diante da sala, veio a pergunta: quem sabe cantar? Lenice de Toledo Prioli nem precisou pensar. Já estava com a mão para o alto. A adolescente não escolheu nenhuma canção da moda ou fácil. Arriscou logo uma ópera. Cantando só os trechos destinados à voz masculina, já que eram as partes que ouvia o tio cantar. Mas impressionou e conseguiu o papel. Nascida na pequena São Manuel (a 259 km de São Paulo), Lenice cresceu ouvindo ópera, mas a primeira apresentação aconteceu aos 16, com a ópera "Viúva alegre". Ciumento, o noivo, Sérgio, não gostou da ideia e chegou a terminar com ela. Voltaram só depois da apresentação. Lenice decidiu estudar música, se tornou meio-soprano. O noivo continuou com ciúme, mas resignado. Casaram-se e ficaram 57 anos juntos, até a morte dele, em 2006. Cantando, viajou o Brasil e o mundo. Cantou óperas como Lakmé, Soror Angélica, La Vida Breve. Dedicada à música lírica, tinha paixão por obras brasileiras, fosse de Heitor Villa-Lobos ou de Osvaldo Lacerda. Queria promovê-las. Apesar dos compromissos, estava sempre perto dos filhos, seus companheiros em muitas viagens de trabalho. Nos anos 80, reduziu as apresentações e começou a dar aulas. Misturava a exigência e o carinho com os alunos. Escrevia músicas e poemas, muitas vezes dedicados aos netos e dadas como presente. Morreu no dia 28, aos 86 anos, após uma infecção. Deixa cinco filhos, um irmão, dez netos e cinco bisnetos. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
cotidiano
Mortes: Quase perdeu o noivo para cantar óperaA professora preparava uma nova apresentação na tradicional escola Caetano de Campos, no centro de São Paulo. Diante da sala, veio a pergunta: quem sabe cantar? Lenice de Toledo Prioli nem precisou pensar. Já estava com a mão para o alto. A adolescente não escolheu nenhuma canção da moda ou fácil. Arriscou logo uma ópera. Cantando só os trechos destinados à voz masculina, já que eram as partes que ouvia o tio cantar. Mas impressionou e conseguiu o papel. Nascida na pequena São Manuel (a 259 km de São Paulo), Lenice cresceu ouvindo ópera, mas a primeira apresentação aconteceu aos 16, com a ópera "Viúva alegre". Ciumento, o noivo, Sérgio, não gostou da ideia e chegou a terminar com ela. Voltaram só depois da apresentação. Lenice decidiu estudar música, se tornou meio-soprano. O noivo continuou com ciúme, mas resignado. Casaram-se e ficaram 57 anos juntos, até a morte dele, em 2006. Cantando, viajou o Brasil e o mundo. Cantou óperas como Lakmé, Soror Angélica, La Vida Breve. Dedicada à música lírica, tinha paixão por obras brasileiras, fosse de Heitor Villa-Lobos ou de Osvaldo Lacerda. Queria promovê-las. Apesar dos compromissos, estava sempre perto dos filhos, seus companheiros em muitas viagens de trabalho. Nos anos 80, reduziu as apresentações e começou a dar aulas. Misturava a exigência e o carinho com os alunos. Escrevia músicas e poemas, muitas vezes dedicados aos netos e dadas como presente. Morreu no dia 28, aos 86 anos, após uma infecção. Deixa cinco filhos, um irmão, dez netos e cinco bisnetos. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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Alocado na Corregedoria, servidor orientou tropa de choque de Cunha
O assistente técnico Lucas de Castro Rivas circula com desenvoltura nas sessões parlamentares do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Com o regimento da Casa Legislativa debaixo do braço, cochicha ao pé do ouvido do advogado Marcelo Nobre, defensor de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e orienta a tropa de choque do peemedebista, que semana após semana conseguiu adiar sete vezes a análise do processo. Na segunda-feira (7), o servidor público que estava alocado na Corregedoria Parlamentar foi exonerado e deslocado para a liderança do Solidariedade na Casa Legislativa, segundo o corregedor Carlos Manato (SD-ES), apesar de o portal da transparência da Câmara dos Deputados ainda apontá-lo como funcionário do órgão legislativo. Na semana passada, no entanto, quando ainda não havia sido oficialmente demitido, o assistente técnico participou da sessão legislativa. Na época, não foi destacado para participar das sessões parlamentares nem pelo Conselho de Ética nem pela Corregedoria Parlamentar. Com uma cópia do inquérito da Suprema Corte relativa às contas secretas atribuídas a Cunha na Suíça, conversava de maneira recorrente com os deputados federais Wellington Roberto (PR-PB) e Manoel Júnior (PMDB-PB), favoráveis ao arquivamento do processo. "Ele foi exonerado para fazer o assessoramento de forma oficial e mais correta", disse o corregedor parlamentar. Na semana passada, no entanto, Carlos Manato disse à Folha que não via problemas do assistente técnico fazer trabalho de assessoramento. Procurado pela Folha, Lucas Rivas disse que desde o final de outubro já havia sido deslocado para a liderança do Solidariedade e que foi destacado pelo partido para prestar assessoramento técnico. "Eu ajudo qualquer deputado federal que pedir. O meu trabalho é técnico, não é político, não é de bastidor e não tem poder de decisão", disse. Não é a primeira vez que o assistente técnico envolve-se em polêmica. Em outubro, o líder do PSOL na Casa Legislativa, Chico Alencar (RJ), o acusou de em nome da presidência da Câmara dos Deputados buscar documentos contra ele no Centro de Documentação da Casa Legislativa. Crítico de Cunha, Alencar é um dos autores da representação que pede a cassação do mandato do peemedebista por quebra de decoro parlamentar. O assistente técnico nega que tenha buscado documentos contra o líder do PSOL.
poder
Alocado na Corregedoria, servidor orientou tropa de choque de CunhaO assistente técnico Lucas de Castro Rivas circula com desenvoltura nas sessões parlamentares do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Com o regimento da Casa Legislativa debaixo do braço, cochicha ao pé do ouvido do advogado Marcelo Nobre, defensor de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e orienta a tropa de choque do peemedebista, que semana após semana conseguiu adiar sete vezes a análise do processo. Na segunda-feira (7), o servidor público que estava alocado na Corregedoria Parlamentar foi exonerado e deslocado para a liderança do Solidariedade na Casa Legislativa, segundo o corregedor Carlos Manato (SD-ES), apesar de o portal da transparência da Câmara dos Deputados ainda apontá-lo como funcionário do órgão legislativo. Na semana passada, no entanto, quando ainda não havia sido oficialmente demitido, o assistente técnico participou da sessão legislativa. Na época, não foi destacado para participar das sessões parlamentares nem pelo Conselho de Ética nem pela Corregedoria Parlamentar. Com uma cópia do inquérito da Suprema Corte relativa às contas secretas atribuídas a Cunha na Suíça, conversava de maneira recorrente com os deputados federais Wellington Roberto (PR-PB) e Manoel Júnior (PMDB-PB), favoráveis ao arquivamento do processo. "Ele foi exonerado para fazer o assessoramento de forma oficial e mais correta", disse o corregedor parlamentar. Na semana passada, no entanto, Carlos Manato disse à Folha que não via problemas do assistente técnico fazer trabalho de assessoramento. Procurado pela Folha, Lucas Rivas disse que desde o final de outubro já havia sido deslocado para a liderança do Solidariedade e que foi destacado pelo partido para prestar assessoramento técnico. "Eu ajudo qualquer deputado federal que pedir. O meu trabalho é técnico, não é político, não é de bastidor e não tem poder de decisão", disse. Não é a primeira vez que o assistente técnico envolve-se em polêmica. Em outubro, o líder do PSOL na Casa Legislativa, Chico Alencar (RJ), o acusou de em nome da presidência da Câmara dos Deputados buscar documentos contra ele no Centro de Documentação da Casa Legislativa. Crítico de Cunha, Alencar é um dos autores da representação que pede a cassação do mandato do peemedebista por quebra de decoro parlamentar. O assistente técnico nega que tenha buscado documentos contra o líder do PSOL.
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Bando invade casa e faz casal refém em Jacareí (SP)
Três criminosos invadiram uma casa na tarde de sexta-feira (13) e fizeram um casal refém no bairro Chácara Guararema, na zona rural da Jacareí (a 84 km de São Paulo). Segundo a Polícia Militar, o grupo roubou um carro, uma moto, diversos eletroeletrônicos e R$ 435 em dinheiro. Através de denúncias anônimas, equipes da PM chegaram rapidamente ao grupo no bairro Parque Imperial, também na zona rural da cidade, no momento em que dividiam os itens. Um casal foi preso e com eles parte dos produtos roubados. Os dois entregaram outros dois integrantes do bando, que conseguiram fugir. De acordo com a polícia, o quarto elemento não foi visto pelas vítimas, porque provavelmente estava fora da casa dando cobertura à ação criminosa. O caso foi registrado no 1º DP de Jacareí.
cotidiano
Bando invade casa e faz casal refém em Jacareí (SP)Três criminosos invadiram uma casa na tarde de sexta-feira (13) e fizeram um casal refém no bairro Chácara Guararema, na zona rural da Jacareí (a 84 km de São Paulo). Segundo a Polícia Militar, o grupo roubou um carro, uma moto, diversos eletroeletrônicos e R$ 435 em dinheiro. Através de denúncias anônimas, equipes da PM chegaram rapidamente ao grupo no bairro Parque Imperial, também na zona rural da cidade, no momento em que dividiam os itens. Um casal foi preso e com eles parte dos produtos roubados. Os dois entregaram outros dois integrantes do bando, que conseguiram fugir. De acordo com a polícia, o quarto elemento não foi visto pelas vítimas, porque provavelmente estava fora da casa dando cobertura à ação criminosa. O caso foi registrado no 1º DP de Jacareí.
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Santos para no goleiro rival e empata na Vila Belmiro
O Santos empatou com o São Bento por 2 a 2, na noite deste domingo (29), na Vila Belmiro, pela 13ª rodada do Campeonato Paulista. Foi o segundo jogo consecutivo sem vitória da equipe -na quinta-feira perdeu para a Ponte Preta por 3 a 1, em Campinas. Mesmo com o resultado, o Santos está na liderança do Grupo 4, com 30 pontos. Já a equipe sorocabana é a quarta colocada do Grupo 2 -15 pontos– e já não tem mais chances de avançar à próxima fase. Ainda sem Robinho, que está com a seleção brasileira, o Santos não teve o goleiro titular Vanderlei, que sofreu uma fratura no rosto na última rodada, passou por uma cirurgia neste domingo e não vai mais atuar neste Campeonato Paulista. Em seu lugar entrou Vladimir, que não foi bem no segundo gol do time sorocabano. Com uma atuação fraca de Geuvânio, faltou criatividade ao time santista e o São Bento ficou à vontade, mesmo fora de casa. Logo aos 11 minutos, a defesa santista deixou Renan Teixeira completamente livre na área para cabecear e abrir o placar. Quatro minutos depois, Ricardo Oliveira teve frieza para empatar de pênalti. Veja vídeo O panorama foi muito parecido no segundo tempo. Após escorregão de David Braz, o São Bento tabelou no ataque. O volante Éder chutou rasteiro no mesmo canto do goleiro Vladimir, que não conseguiu fazer a defesa. Mesmo com muitos erros de passe e irritando a torcida, o Santos empatou de novo com Gabriel, que recebeu cruzamento de Geuvânio e só completou para o gol. O Santos ainda buscou a virada, mas parou nos erros dos atacantes e na boa atuação do goleiro Henal, do São Bento, que fez ao menos três defesas difíceis. O Santos volta a campo pelo Campeonato Paulista no próximo domingo (5), quando encara o Corinthians no Itaquerão.
esporte
Santos para no goleiro rival e empata na Vila BelmiroO Santos empatou com o São Bento por 2 a 2, na noite deste domingo (29), na Vila Belmiro, pela 13ª rodada do Campeonato Paulista. Foi o segundo jogo consecutivo sem vitória da equipe -na quinta-feira perdeu para a Ponte Preta por 3 a 1, em Campinas. Mesmo com o resultado, o Santos está na liderança do Grupo 4, com 30 pontos. Já a equipe sorocabana é a quarta colocada do Grupo 2 -15 pontos– e já não tem mais chances de avançar à próxima fase. Ainda sem Robinho, que está com a seleção brasileira, o Santos não teve o goleiro titular Vanderlei, que sofreu uma fratura no rosto na última rodada, passou por uma cirurgia neste domingo e não vai mais atuar neste Campeonato Paulista. Em seu lugar entrou Vladimir, que não foi bem no segundo gol do time sorocabano. Com uma atuação fraca de Geuvânio, faltou criatividade ao time santista e o São Bento ficou à vontade, mesmo fora de casa. Logo aos 11 minutos, a defesa santista deixou Renan Teixeira completamente livre na área para cabecear e abrir o placar. Quatro minutos depois, Ricardo Oliveira teve frieza para empatar de pênalti. Veja vídeo O panorama foi muito parecido no segundo tempo. Após escorregão de David Braz, o São Bento tabelou no ataque. O volante Éder chutou rasteiro no mesmo canto do goleiro Vladimir, que não conseguiu fazer a defesa. Mesmo com muitos erros de passe e irritando a torcida, o Santos empatou de novo com Gabriel, que recebeu cruzamento de Geuvânio e só completou para o gol. O Santos ainda buscou a virada, mas parou nos erros dos atacantes e na boa atuação do goleiro Henal, do São Bento, que fez ao menos três defesas difíceis. O Santos volta a campo pelo Campeonato Paulista no próximo domingo (5), quando encara o Corinthians no Itaquerão.
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Prefeito chavista é morto a tiros no interior da Venezuela
O prefeito chavista do município La Ceiba, no Estado de Trujillo, oeste da Venezuela, foi morto a tiros na noite desta quinta-feira, segundo informaram autoridades. Marco Tulio Carrillo foi alvejado às 20h20 locais (21h50 no horário de Brasília) quando estava em frente à sua residência, conforme relatou à TV estatal o governador Trujillo, general Henry Rangel Silva, também chavista. A mídia local relata que o prefeito recebeu vários tiros, um deles na cabeça, e morreu a caminho de um hospital do município, cuja população é de 3.000 habitantes. Não está claro se o crime teve motivações políticas. Nas redes sociais, simpatizantes governistas acusaram a oposição de estar por trás do crime. Carrillo tinha tinha 61 anos e era integrante do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), fundado em 2007 pelo então presidente Hugo Chávez. A Venezuela vive ao mesmo tempo uma grave crise econômica, com desabastecimento generalizado, inflação e recessão, e uma crise política, causada pelo choque de poderes entre o Legislativo, controlado desde janeiro pela oposição, e os demais órgãos oficiais, todos chavistas.
mundo
Prefeito chavista é morto a tiros no interior da VenezuelaO prefeito chavista do município La Ceiba, no Estado de Trujillo, oeste da Venezuela, foi morto a tiros na noite desta quinta-feira, segundo informaram autoridades. Marco Tulio Carrillo foi alvejado às 20h20 locais (21h50 no horário de Brasília) quando estava em frente à sua residência, conforme relatou à TV estatal o governador Trujillo, general Henry Rangel Silva, também chavista. A mídia local relata que o prefeito recebeu vários tiros, um deles na cabeça, e morreu a caminho de um hospital do município, cuja população é de 3.000 habitantes. Não está claro se o crime teve motivações políticas. Nas redes sociais, simpatizantes governistas acusaram a oposição de estar por trás do crime. Carrillo tinha tinha 61 anos e era integrante do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), fundado em 2007 pelo então presidente Hugo Chávez. A Venezuela vive ao mesmo tempo uma grave crise econômica, com desabastecimento generalizado, inflação e recessão, e uma crise política, causada pelo choque de poderes entre o Legislativo, controlado desde janeiro pela oposição, e os demais órgãos oficiais, todos chavistas.
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Não existe o direito à impunidade
Todos têm direito à ampla defesa, ao contraditório no devido processo legal e ao duplo grau de jurisdição. Ninguém, no entanto, tem o direito de querer ficar impune. Simplesmente não existe o direito à impunidade. As velhas práticas absolutistas deram lugar, há séculos, ao novo direito à justiça, ao processo equilibrado, leal, eficiente e humanista, baseado em sólidos princípios. O poder do Estado precisa ter limites para acusar e punir, sim. Não se pode permitir, todavia, que prevaleça a lógica da protelação ardilosa, alimentada pela máquina de recursos infinitos. De um lado, a faceta mais enaltecida do garantismo -o direito à ampla defesa dentro de um processo equânime. De outro, o direito à eficiente defesa do grupo social. O grande desafio é o encontro do ponto de equilíbrio. Na dinâmica do duplo grau de jurisdição, os condenados em primeiro grau têm direito a recurso aos tribunais. No Brasil, há ainda, depois de examinados os fatos e o direito em dois graus, a possibilidade de questionar, no STF (Supremo Tribunal Federal), violações à Constituição e, no STJ (Superior Tribunal de Justiça), violações a leis federais. Temos, por um lado, o princípio da presunção de inocência/não culpabilidade. Por outro, a efetividade da decisão judicial, que, na maioria dos casos, não se concretiza na prática, em virtude de infinitos recursos e recursos de recursos interpostos pelas partes. Em 17 fevereiro deste ano, o STF decidiu que a prisão de condenados deve ocorrer depois que a sentença for confirmada em um julgamento de segunda instância, ou seja, antes de se esgotarem todos os recursos possíveis da defesa. A nova interpretação dada conciliou a tutela do réu, ao qual é assegurado o direito de recorrer, bem como a defesa social, especialmente no combate à impunidade. Equilibra a ampla defesa e a razoável duração do processo, a fim de evitar abusos e infinitas revisões da mesma decisão. Precisamos valorizar e fortalecer as duas instâncias da justiça. Não são meras rotas de passagem antes do STJ e STF. Analisam profundamente os fatos e o direito. É justo e razoável que a condenação pelos tribunais afaste a presunção de inocência. Para o ministro Teori Zavascki, a manutenção da sentença pela segunda instância encerra a análise de fatos e provas. Acrescentou ainda que "em nenhum país do mundo, depois de observado o duplo grau de jurisdição, a execução de uma condenação fica suspensa, aguardando referendo da Suprema Corte". Afinal, direito é, acima de tudo, razoabilidade e bom senso. Com a decisão, o Brasil optou pelo caminho do justo equilíbrio entre as garantias do réu e as do Estado de Direito, tendo-se constatado grande número de preciosas colaborações premiadas a partir da decisão em foco. Vale registrar que na França, berço do iluminismo, permite-se a expedição do mandado de prisão mesmo quando pendentes recursos. Nos Estados Unidos, a presunção de inocência possui espaço no CPP (Código de Processo Penal) do país, mas decisões condenatórias são executadas imediatamente. Na Espanha vigora o princípio da efetividade das decisões, sendo admitido até mesmo que o absolvido em instância inferior possa ser mantido em prisão, preventivamente determinada, a depender do efeito que é atribuído ao recurso. No Canadá, após a sentença de primeiro grau, a pena é automaticamente executada, tendo como exceção a possibilidade de pagamento de fiança, em raríssimos casos. O CPP alemão prevê o efeito suspensivo só em alguns recursos, sendo que os recursos aos tribunais superiores não têm efeito suspensivo. Reexame do tema previsto para esta quarta (22) no STF abre brechas para um retorno à interpretação anterior. Seria um grave retrocesso, um golpe mortal na Operação Lava Jato e no combate à corrupção. Com a palavra, o STF. ROBERTO LIVIANU, 47, é promotor de Justiça em São Paulo, doutor em direito pela USP e presidente do Instituto Não Aceito Corrupção PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
opiniao
Não existe o direito à impunidadeTodos têm direito à ampla defesa, ao contraditório no devido processo legal e ao duplo grau de jurisdição. Ninguém, no entanto, tem o direito de querer ficar impune. Simplesmente não existe o direito à impunidade. As velhas práticas absolutistas deram lugar, há séculos, ao novo direito à justiça, ao processo equilibrado, leal, eficiente e humanista, baseado em sólidos princípios. O poder do Estado precisa ter limites para acusar e punir, sim. Não se pode permitir, todavia, que prevaleça a lógica da protelação ardilosa, alimentada pela máquina de recursos infinitos. De um lado, a faceta mais enaltecida do garantismo -o direito à ampla defesa dentro de um processo equânime. De outro, o direito à eficiente defesa do grupo social. O grande desafio é o encontro do ponto de equilíbrio. Na dinâmica do duplo grau de jurisdição, os condenados em primeiro grau têm direito a recurso aos tribunais. No Brasil, há ainda, depois de examinados os fatos e o direito em dois graus, a possibilidade de questionar, no STF (Supremo Tribunal Federal), violações à Constituição e, no STJ (Superior Tribunal de Justiça), violações a leis federais. Temos, por um lado, o princípio da presunção de inocência/não culpabilidade. Por outro, a efetividade da decisão judicial, que, na maioria dos casos, não se concretiza na prática, em virtude de infinitos recursos e recursos de recursos interpostos pelas partes. Em 17 fevereiro deste ano, o STF decidiu que a prisão de condenados deve ocorrer depois que a sentença for confirmada em um julgamento de segunda instância, ou seja, antes de se esgotarem todos os recursos possíveis da defesa. A nova interpretação dada conciliou a tutela do réu, ao qual é assegurado o direito de recorrer, bem como a defesa social, especialmente no combate à impunidade. Equilibra a ampla defesa e a razoável duração do processo, a fim de evitar abusos e infinitas revisões da mesma decisão. Precisamos valorizar e fortalecer as duas instâncias da justiça. Não são meras rotas de passagem antes do STJ e STF. Analisam profundamente os fatos e o direito. É justo e razoável que a condenação pelos tribunais afaste a presunção de inocência. Para o ministro Teori Zavascki, a manutenção da sentença pela segunda instância encerra a análise de fatos e provas. Acrescentou ainda que "em nenhum país do mundo, depois de observado o duplo grau de jurisdição, a execução de uma condenação fica suspensa, aguardando referendo da Suprema Corte". Afinal, direito é, acima de tudo, razoabilidade e bom senso. Com a decisão, o Brasil optou pelo caminho do justo equilíbrio entre as garantias do réu e as do Estado de Direito, tendo-se constatado grande número de preciosas colaborações premiadas a partir da decisão em foco. Vale registrar que na França, berço do iluminismo, permite-se a expedição do mandado de prisão mesmo quando pendentes recursos. Nos Estados Unidos, a presunção de inocência possui espaço no CPP (Código de Processo Penal) do país, mas decisões condenatórias são executadas imediatamente. Na Espanha vigora o princípio da efetividade das decisões, sendo admitido até mesmo que o absolvido em instância inferior possa ser mantido em prisão, preventivamente determinada, a depender do efeito que é atribuído ao recurso. No Canadá, após a sentença de primeiro grau, a pena é automaticamente executada, tendo como exceção a possibilidade de pagamento de fiança, em raríssimos casos. O CPP alemão prevê o efeito suspensivo só em alguns recursos, sendo que os recursos aos tribunais superiores não têm efeito suspensivo. Reexame do tema previsto para esta quarta (22) no STF abre brechas para um retorno à interpretação anterior. Seria um grave retrocesso, um golpe mortal na Operação Lava Jato e no combate à corrupção. Com a palavra, o STF. ROBERTO LIVIANU, 47, é promotor de Justiça em São Paulo, doutor em direito pela USP e presidente do Instituto Não Aceito Corrupção PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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Doria busca ideias em cidade chinesa que cobra passagem com leitura facial
Na geografia, Yinchuan está a mais de 18 mil km de São Paulo. No conceito de inteligência urbana, parece estar a anos-luz. Não à toa essa cidade chinesa de dois milhões de habitantes (número modesto perto dos 24 milhões de Xangai) virou referência global de "smart city" (cidade esperta). Uma amostra do que ela tem a oferecer: em ônibus locais, rostos viram uma espécie de Bilhete Único, por meio de um software de reconhecimento facial que é conectado com a conta bancária do passageiro. A convite do governo chinês, o secretário de Inovação e Tecnologia paulistano, Daniel Annenberg, visitou na terça (25) a cidade –de onde pretende importar ideias para São Paulo com aval do chefe, o prefeito João Doria (PSDB), que faz giro de uma semana pelo país oriental. O tucano diz ter como meta transformar a cidade numa "smart city" até o final da gestão. Doria acha que São Paulo está no caminho certo, mas Yinchuan é a prova de que o slogan que lhe é tão caro, #acelera, cabe à sua gestão. O prefeito menciona como trunfo uma promessa de campanha, o Empreenda Fácil, que propõe o prazo de sete dias para abrir uma empresa. A Folha relatou em junho a dificuldade de empresários em conseguir ser atendido no programa –a gestão classifica os problemas como "pontuais". Pelo que o secretário viu in loco, Yinchuan deixa até o ideal paulistano dos sete dias no chinelo. Abrir uma companhia por lá antes levava uma semana, tempo reduzido para meio dia. O empenho pela desburocratização não para por aí. "Um serviço de licenciamento de serviços no município precisava de 69 carimbos. Hoje fazem com apenas um. Antes, para aprovar a implantação de uma indústria lá, umas 600 pessoas analisavam o processo, e agora são 60", diz Annenberg. Há diferentes formas de medir uma "smart city", mas conceitos como sustentabilidade e qualidade de vida costumam nortear quais cidades são merecedoras desse título. Uma pitada de "efeitos especiais" não atrapalha ninguém. Em Yinchuan, a prefeitura recepciona residentes com hologramas, e as paredes têm códigos de barras para que, em vez de esperar na fila, o cidadão possa escaneá-lo com o celular e receber respostas rápidas para dúvidas frequentes –como a renovação de passaportes (feita ali). A cidade realizou conferência global sobre o tema em 2016 e, ciosa em vender seu peixe, convidou jornalistas do mundo todo –o que rendeu reportagens como uma da CNN intitulada "a cidade mais inteligente do mundo?". Em sua visita, o secretário Annenberg foi levado a uma vila com 3.000 moradores que serve de incubadora para testar tecnologias de ponta. Caso das lixeiras movidas à energia solar que avisam à sede quando estão cheias, para que possam ser esvaziadas. Um campo que atraiu particular interesse: a telemedicina. "As casas têm um aparelho gratuito que permite que, à distância, você saiba se a pessoa está com a pressão boa, com batimentos cardíacos em ordem. Dá para monitorar a saúde das pessoas." Por meio de um portal online, médicos podem acompanhar pacientes e até prescrever receitas, o que alivia hospitais superlotados. Presidente da TM Forum, empresa que organizou a conferência sobre "smart cities" em Yinchuan, Peter Sany expôs no evento outras metas, como detectores capazes de alertar as equipes de emergência se um idoso levar um tombo em casa. E há mercado para as "smart cities": a consultoria Markets and Markets estima que o conceito movimente US$ 758 bilhões em 2020, ante US$ 312 bilhões em 2015 –sobretudo através de PPPs (parcerias público-privadas), que têm um lugar especial no coração do prefeito que pôs como meta "vender São Paulo" mundo afora. Para Doria, programas municipais como o City Câmeras (programa de monitoramento de ruas) ajudam a desatrofiar neurônios urbanos da cidade que comanda. "É perfeitamente possível alcançar resultado, mesmo tendo índices de pobreza e fragilidade." Nesta terça-feira, ele visitou empresas chinesas de segurança atrás de doações de equipamentos para esse programa. Conseguiu promessa de câmeras e drones. O City Câmeras já rendeu frutos concretos, disse o prefeito. Exemplo: "Assim descobrimos bandidos distribuindo pedras de crack dentro de bisnagas de pão."
cotidiano
Doria busca ideias em cidade chinesa que cobra passagem com leitura facialNa geografia, Yinchuan está a mais de 18 mil km de São Paulo. No conceito de inteligência urbana, parece estar a anos-luz. Não à toa essa cidade chinesa de dois milhões de habitantes (número modesto perto dos 24 milhões de Xangai) virou referência global de "smart city" (cidade esperta). Uma amostra do que ela tem a oferecer: em ônibus locais, rostos viram uma espécie de Bilhete Único, por meio de um software de reconhecimento facial que é conectado com a conta bancária do passageiro. A convite do governo chinês, o secretário de Inovação e Tecnologia paulistano, Daniel Annenberg, visitou na terça (25) a cidade –de onde pretende importar ideias para São Paulo com aval do chefe, o prefeito João Doria (PSDB), que faz giro de uma semana pelo país oriental. O tucano diz ter como meta transformar a cidade numa "smart city" até o final da gestão. Doria acha que São Paulo está no caminho certo, mas Yinchuan é a prova de que o slogan que lhe é tão caro, #acelera, cabe à sua gestão. O prefeito menciona como trunfo uma promessa de campanha, o Empreenda Fácil, que propõe o prazo de sete dias para abrir uma empresa. A Folha relatou em junho a dificuldade de empresários em conseguir ser atendido no programa –a gestão classifica os problemas como "pontuais". Pelo que o secretário viu in loco, Yinchuan deixa até o ideal paulistano dos sete dias no chinelo. Abrir uma companhia por lá antes levava uma semana, tempo reduzido para meio dia. O empenho pela desburocratização não para por aí. "Um serviço de licenciamento de serviços no município precisava de 69 carimbos. Hoje fazem com apenas um. Antes, para aprovar a implantação de uma indústria lá, umas 600 pessoas analisavam o processo, e agora são 60", diz Annenberg. Há diferentes formas de medir uma "smart city", mas conceitos como sustentabilidade e qualidade de vida costumam nortear quais cidades são merecedoras desse título. Uma pitada de "efeitos especiais" não atrapalha ninguém. Em Yinchuan, a prefeitura recepciona residentes com hologramas, e as paredes têm códigos de barras para que, em vez de esperar na fila, o cidadão possa escaneá-lo com o celular e receber respostas rápidas para dúvidas frequentes –como a renovação de passaportes (feita ali). A cidade realizou conferência global sobre o tema em 2016 e, ciosa em vender seu peixe, convidou jornalistas do mundo todo –o que rendeu reportagens como uma da CNN intitulada "a cidade mais inteligente do mundo?". Em sua visita, o secretário Annenberg foi levado a uma vila com 3.000 moradores que serve de incubadora para testar tecnologias de ponta. Caso das lixeiras movidas à energia solar que avisam à sede quando estão cheias, para que possam ser esvaziadas. Um campo que atraiu particular interesse: a telemedicina. "As casas têm um aparelho gratuito que permite que, à distância, você saiba se a pessoa está com a pressão boa, com batimentos cardíacos em ordem. Dá para monitorar a saúde das pessoas." Por meio de um portal online, médicos podem acompanhar pacientes e até prescrever receitas, o que alivia hospitais superlotados. Presidente da TM Forum, empresa que organizou a conferência sobre "smart cities" em Yinchuan, Peter Sany expôs no evento outras metas, como detectores capazes de alertar as equipes de emergência se um idoso levar um tombo em casa. E há mercado para as "smart cities": a consultoria Markets and Markets estima que o conceito movimente US$ 758 bilhões em 2020, ante US$ 312 bilhões em 2015 –sobretudo através de PPPs (parcerias público-privadas), que têm um lugar especial no coração do prefeito que pôs como meta "vender São Paulo" mundo afora. Para Doria, programas municipais como o City Câmeras (programa de monitoramento de ruas) ajudam a desatrofiar neurônios urbanos da cidade que comanda. "É perfeitamente possível alcançar resultado, mesmo tendo índices de pobreza e fragilidade." Nesta terça-feira, ele visitou empresas chinesas de segurança atrás de doações de equipamentos para esse programa. Conseguiu promessa de câmeras e drones. O City Câmeras já rendeu frutos concretos, disse o prefeito. Exemplo: "Assim descobrimos bandidos distribuindo pedras de crack dentro de bisnagas de pão."
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Já viu um astronauta de duas cabeças? Confira as tirinhas da 'Folhinha'
A mula não tem cabeça e o astronauta do cartunista Adão tem duas! Bem que ele podia doar uma para ela, não? Confira abaixo também os quadrinhos do desenhista Laerte e as aventuras de Armandinho. *
folhinha
Já viu um astronauta de duas cabeças? Confira as tirinhas da 'Folhinha'A mula não tem cabeça e o astronauta do cartunista Adão tem duas! Bem que ele podia doar uma para ela, não? Confira abaixo também os quadrinhos do desenhista Laerte e as aventuras de Armandinho. *
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BCE planeja comprar € 50 bilhões ao mês em títulos nacionais de dívida
O Banco Central Europeu (BCE) está planejando adquirir 50 bilhões de euros por mês em títulos de dívida nacionais dos países da zona do euro, por entre um e dois anos, como parte de seu programa de relaxamento quantitativo que será divulgado na quinta-feira (22). O banco central ainda não apresentou formalmente a proposta aos 25 integrantes de seu conselho, mas discutiu a ideia de uma meta mensal com autoridades econômicas, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o tema. O conselho se reunirá para um jantar na noite da quarta-feira, antes de votar sobre o relaxamento quantitativo na quinta. Surgiu mais oposição à ideia do BCE de solicitar aos 19 bancos centrais nacionais da zona do euro que arquem com o risco das compras de títulos governamentais. Uma decisão sobre romper ou não a tradição estabelecida por esquemas precedentes de compras de títulos e abandonar o compromisso de dividir os riscos equitativamente entre os bancos centrais participantes deve ser tomada apenas no último momento, e diversos presidentes de bancos centrais nacionais devem apresentar objeções. Mario Draghi, o presidente do BCE, anunciará os detalhes do pacote em entrevista coletiva marcada para as 11h30min (horário de Brasília) da quinta-feira. PREOCUPAÇÃO Um funcionário do Ministério das Finanças italiano disse que havia "preocupação" em Roma sobre os bancos centrais nacionais arcarem com a responsabilidade por suas compras de títulos. "Se o relaxamento quantitativo for realizado por fragmentação, não será efetivo e nem coerente com uma Europa verdadeiramente unificada", disse o funcionário, acrescentando que o montante do programa de relaxamento quantitativo era menos importante que sua estrutura. Michael Noonan, ministro das Finanças da Irlanda, expressou preocupações semelhantes. O Banco da Itália se recusou a comentar. Mas Ignazio Visco, seu presidente, havia declarado no começo do mês que se opunha aos esforços para eliminar o compartilhamento de riscos. "Faríamos bem em manter os procedimentos que usamos em todas as nossas intervenções de política monetária: o risco deve ser compartilhado por todo o sistema do euro", disse Visco ao jornal alemão "Welt am Sonntag". PRESSÃO PARA DIVIDIR Tanto a Alemanha quanto a Holanda estão pressionando por limites para o compartilhamento de quaisquer prejuízos realizados como parte de um programa de relaxamento quantitativo. Jens Weidmann, presidente do Bundesbank (banco central alemão), disse que o relaxamento quantitativo "levaria a uma redistribuição de riscos entre os contribuintes dos países membros" caso os riscos fossem compartilhados ou caso ativos com classificação de crédito inferior a AAA viessem a ser adquiridos. A chanceler [primeira-ministra] alemã Angela Merkel declarou no começo da semana que a política monetária não deveria impedir países de promover as reformas econômicas necessárias. O BCE deve adquirir títulos de dívida nacional com classificação BBB ou mais elevada. Os países cujos títulos não tenham grau de investimento só se qualificariam para o relaxamento quantitativo se implementarem um programa de reforma. É provável que as condições sejam estabelecidas de forma a impedir que a Grécia participe desde o começo das compras de ativos. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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BCE planeja comprar € 50 bilhões ao mês em títulos nacionais de dívidaO Banco Central Europeu (BCE) está planejando adquirir 50 bilhões de euros por mês em títulos de dívida nacionais dos países da zona do euro, por entre um e dois anos, como parte de seu programa de relaxamento quantitativo que será divulgado na quinta-feira (22). O banco central ainda não apresentou formalmente a proposta aos 25 integrantes de seu conselho, mas discutiu a ideia de uma meta mensal com autoridades econômicas, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o tema. O conselho se reunirá para um jantar na noite da quarta-feira, antes de votar sobre o relaxamento quantitativo na quinta. Surgiu mais oposição à ideia do BCE de solicitar aos 19 bancos centrais nacionais da zona do euro que arquem com o risco das compras de títulos governamentais. Uma decisão sobre romper ou não a tradição estabelecida por esquemas precedentes de compras de títulos e abandonar o compromisso de dividir os riscos equitativamente entre os bancos centrais participantes deve ser tomada apenas no último momento, e diversos presidentes de bancos centrais nacionais devem apresentar objeções. Mario Draghi, o presidente do BCE, anunciará os detalhes do pacote em entrevista coletiva marcada para as 11h30min (horário de Brasília) da quinta-feira. PREOCUPAÇÃO Um funcionário do Ministério das Finanças italiano disse que havia "preocupação" em Roma sobre os bancos centrais nacionais arcarem com a responsabilidade por suas compras de títulos. "Se o relaxamento quantitativo for realizado por fragmentação, não será efetivo e nem coerente com uma Europa verdadeiramente unificada", disse o funcionário, acrescentando que o montante do programa de relaxamento quantitativo era menos importante que sua estrutura. Michael Noonan, ministro das Finanças da Irlanda, expressou preocupações semelhantes. O Banco da Itália se recusou a comentar. Mas Ignazio Visco, seu presidente, havia declarado no começo do mês que se opunha aos esforços para eliminar o compartilhamento de riscos. "Faríamos bem em manter os procedimentos que usamos em todas as nossas intervenções de política monetária: o risco deve ser compartilhado por todo o sistema do euro", disse Visco ao jornal alemão "Welt am Sonntag". PRESSÃO PARA DIVIDIR Tanto a Alemanha quanto a Holanda estão pressionando por limites para o compartilhamento de quaisquer prejuízos realizados como parte de um programa de relaxamento quantitativo. Jens Weidmann, presidente do Bundesbank (banco central alemão), disse que o relaxamento quantitativo "levaria a uma redistribuição de riscos entre os contribuintes dos países membros" caso os riscos fossem compartilhados ou caso ativos com classificação de crédito inferior a AAA viessem a ser adquiridos. A chanceler [primeira-ministra] alemã Angela Merkel declarou no começo da semana que a política monetária não deveria impedir países de promover as reformas econômicas necessárias. O BCE deve adquirir títulos de dívida nacional com classificação BBB ou mais elevada. Os países cujos títulos não tenham grau de investimento só se qualificariam para o relaxamento quantitativo se implementarem um programa de reforma. É provável que as condições sejam estabelecidas de forma a impedir que a Grécia participe desde o começo das compras de ativos. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Leitores debatem impacto das manifestações deste domingo
Após as manifestações de magnitude inédita e que refletiram o profundo descontentamento da sociedade com a atmosfera de corrupção, após essa catarse popular que exige o impeachment de Dilma, insiste-se na pergunta: quem, afinal, está tentando aplicar o golpe? A multidão que foi para as ruas ou os mandarins do Planalto que se utilizam de estratagemas para fingir que ainda têm condições de governar? PAULO ROBERTO GOTAÇ (Rio de Janeiro, RJ) * As centenas de milhares de manifestantes em todo o Brasil deixaram bem clara a mensagem para este péssimo governo. As mentiras de campanha não convencem mais ninguém. Basta! O povo não aguenta mais ficar calado diante de tanta roubalheira, do desemprego, da inflação e da impunidade. Fora Dilma! Fora PT! JOSÉ CARLOS SARAIVA DA COSTA (Belo Horizonte, MG) * Depois das manifestações pelo Brasil afora contra esse governo incompetente e corrupto, a jararaca só terá uma alternativa para se livrar do juiz Sergio Moro: arrumar uma toca em algum ministério em Brasília e se esconder enroladinha em algum canto escuro. ANTONIO AUGUSTO DE OLIVEIRA (Osasco, SP) * Diante das manifestações vistas neste domingo, está na hora de fazer uma vigília cívica nos espaços livres da cidade de Brasília até que a renúncia saia. Será uma saudável demonstração de cidadania. PEDRO LUÍS VERGUEIRO (São Paulo, SP) * Essa festa da democracia mostra um país maduro, que quer o fim desse desgoverno. Parabéns ao pessoal que foi se manifestar naturalmente, diferentemente de outros que vão protestar em troca de R$ 35 e um pão com mortadela. ARON NASCIMENTO (Araçatuba, SP) * Democratas sinceros articulam com setores reacionários, autoritários e golpistas o processo de impeachment de Dilma. A questão essencial é quem vai ocupar o vácuo do poder. Será que temos lideranças progressistas que consigam garantir as conquistas sociais dos governos petistas? A história nos mostra que a elite não se faz de rogada para manter seu "status quo". Um dos erros de avaliação do PT foi se afastar de suas bases e crer que o projeto político de poder contaria com a aquiescência daqueles que estão do lado oposto na luta de classes. LUIZ FERNANDO PAULIN (Bragança Paulista, SP) * Temos um quadro muito confuso em termos de posicionamento daqueles que se colocam como organizadores das manifestações do dia 13 em todo o Brasil. Qual o motivo principal para que eles exijam o impeachment da atual presidente? Como fica a situação de prefeitos, governadores e parlamentares dos partidos de oposição que estão sendo investigados e acusados de irregularidades? Como se constata, a coerência não é a posição principal desses pretensos líderes. URIEL VILLAS BOAS (São Paulo, SP) * Ao afirmar que Dilma é muito mais honesta que seus algozes ("Golpe está fadado ao lixo da história", Tendências/Debates, 13/3), o senador Lindbergh Farias deixa claro que, no seu modelo de educação e moral, a pessoa pode mentir livremente sem que isso afete sua honestidade. ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF) * A profundidade e o alcance da análise apresentada por Kim Kataguiri em "A nossa geração sobreviveu" demonstram claramente que tal artigo deveria aparecer nas páginas da "Folhinha", em vez de ocupar um dos mais nobres espaços de discussão do jornal. PAULO MARINHO (São Paulo, SP) * Convocados pelo PSDB e pelo jovem líder Kim Kataguiri, muitos brasileiros unem suas forças como nos ensinaram os Power Rangers, que não escreveram nada com Marx, mas estão prontos para duelar com o superman de Nietzsche e lutar pela aletheia de Heidegger. PAULO HENRIQUE FERNANDES SILVEIRA (São Paulo, SP) * Tantos querem o impeachment. Dizem que o governo é corrupto e que o país parou, mas não se aponta crime algum cometido pela presidente. Tirando o PT, tudo pode. Pode Temer, pode Renan, pode Cunha, pode Lava Jato, pode Ministério Público de São Paulo. Pode lobby, pode até coroação da filha de um ministro do STF como desembargadora. Tudo pode, desde que não seja do PT. E assim seguirão todos, felizes para sempre, no mesmo mar de lama que vivemos. LUCIANO SOUZA (São Paulo, SP) * Melhor do que o longo tempo de prisão dos corruptos e corruptores condenados é a imediata devolução aos cofres público do dinheiro por eles desviado. Essa negociação poderia ser inaugurada e oferecida ao ex-presidente Lula. Quem ganha é a nação. ARCANGELO SFORCIN FILHO (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores debatem impacto das manifestações deste domingoApós as manifestações de magnitude inédita e que refletiram o profundo descontentamento da sociedade com a atmosfera de corrupção, após essa catarse popular que exige o impeachment de Dilma, insiste-se na pergunta: quem, afinal, está tentando aplicar o golpe? A multidão que foi para as ruas ou os mandarins do Planalto que se utilizam de estratagemas para fingir que ainda têm condições de governar? PAULO ROBERTO GOTAÇ (Rio de Janeiro, RJ) * As centenas de milhares de manifestantes em todo o Brasil deixaram bem clara a mensagem para este péssimo governo. As mentiras de campanha não convencem mais ninguém. Basta! O povo não aguenta mais ficar calado diante de tanta roubalheira, do desemprego, da inflação e da impunidade. Fora Dilma! Fora PT! JOSÉ CARLOS SARAIVA DA COSTA (Belo Horizonte, MG) * Depois das manifestações pelo Brasil afora contra esse governo incompetente e corrupto, a jararaca só terá uma alternativa para se livrar do juiz Sergio Moro: arrumar uma toca em algum ministério em Brasília e se esconder enroladinha em algum canto escuro. ANTONIO AUGUSTO DE OLIVEIRA (Osasco, SP) * Diante das manifestações vistas neste domingo, está na hora de fazer uma vigília cívica nos espaços livres da cidade de Brasília até que a renúncia saia. Será uma saudável demonstração de cidadania. PEDRO LUÍS VERGUEIRO (São Paulo, SP) * Essa festa da democracia mostra um país maduro, que quer o fim desse desgoverno. Parabéns ao pessoal que foi se manifestar naturalmente, diferentemente de outros que vão protestar em troca de R$ 35 e um pão com mortadela. ARON NASCIMENTO (Araçatuba, SP) * Democratas sinceros articulam com setores reacionários, autoritários e golpistas o processo de impeachment de Dilma. A questão essencial é quem vai ocupar o vácuo do poder. Será que temos lideranças progressistas que consigam garantir as conquistas sociais dos governos petistas? A história nos mostra que a elite não se faz de rogada para manter seu "status quo". Um dos erros de avaliação do PT foi se afastar de suas bases e crer que o projeto político de poder contaria com a aquiescência daqueles que estão do lado oposto na luta de classes. LUIZ FERNANDO PAULIN (Bragança Paulista, SP) * Temos um quadro muito confuso em termos de posicionamento daqueles que se colocam como organizadores das manifestações do dia 13 em todo o Brasil. Qual o motivo principal para que eles exijam o impeachment da atual presidente? Como fica a situação de prefeitos, governadores e parlamentares dos partidos de oposição que estão sendo investigados e acusados de irregularidades? Como se constata, a coerência não é a posição principal desses pretensos líderes. URIEL VILLAS BOAS (São Paulo, SP) * Ao afirmar que Dilma é muito mais honesta que seus algozes ("Golpe está fadado ao lixo da história", Tendências/Debates, 13/3), o senador Lindbergh Farias deixa claro que, no seu modelo de educação e moral, a pessoa pode mentir livremente sem que isso afete sua honestidade. ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF) * A profundidade e o alcance da análise apresentada por Kim Kataguiri em "A nossa geração sobreviveu" demonstram claramente que tal artigo deveria aparecer nas páginas da "Folhinha", em vez de ocupar um dos mais nobres espaços de discussão do jornal. PAULO MARINHO (São Paulo, SP) * Convocados pelo PSDB e pelo jovem líder Kim Kataguiri, muitos brasileiros unem suas forças como nos ensinaram os Power Rangers, que não escreveram nada com Marx, mas estão prontos para duelar com o superman de Nietzsche e lutar pela aletheia de Heidegger. PAULO HENRIQUE FERNANDES SILVEIRA (São Paulo, SP) * Tantos querem o impeachment. Dizem que o governo é corrupto e que o país parou, mas não se aponta crime algum cometido pela presidente. Tirando o PT, tudo pode. Pode Temer, pode Renan, pode Cunha, pode Lava Jato, pode Ministério Público de São Paulo. Pode lobby, pode até coroação da filha de um ministro do STF como desembargadora. Tudo pode, desde que não seja do PT. E assim seguirão todos, felizes para sempre, no mesmo mar de lama que vivemos. LUCIANO SOUZA (São Paulo, SP) * Melhor do que o longo tempo de prisão dos corruptos e corruptores condenados é a imediata devolução aos cofres público do dinheiro por eles desviado. Essa negociação poderia ser inaugurada e oferecida ao ex-presidente Lula. Quem ganha é a nação. ARCANGELO SFORCIN FILHO (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Sanear o Estado
O plano de Michel Temer (PMDB) para desestatizar a economia é pleno de propósitos corretos -e tornou-se ainda mais ambicioso. Além de nova e extensa rodada de concessões de serviços à iniciativa privada, que inclui aeroportos como o de Congonhas, retoma-se a venda de estatais, da gigante Eletrobras à Casa da Moeda. Passado o impacto da surpresa, surgem de pronto duas questões. A primeira, sobre o realismo das ambições de uma administração à qual resta menos de um ano e meio de vida. A segunda, acerca de como regular e financiar a infraestrutura nesse novo ambiente, mais expurgado de estatismo. Já está em andamento, desde 2016, um programa de privatizações de resultados muito desiguais, para dizer o mínimo. Com o novo pacote, cabe perguntar se o governo não tem diante de si um prato maior do que é capaz de digerir. Há o risco de que a fome de recursos para cumprir as metas orçamentárias suscite atropelos e vendas impensadas de patrimônio. No plano do ano passado, houve sucesso em leilões de aeroportos, negócios estabelecidos, e de linhas de transmissão de energia. Estão mais adiantadas a concessão de terminais portuários e as licitações de petróleo. No caso de estradas e ferrovias, porém, o prognóstico é lúgubre. Além de revigorar a minguante infraestrutura nacional, tais projetos levariam dinheiro para cofres federais vazios. Serviriam também de impulso para a ainda exígua recuperação econômica. Entretanto processos bem-feitos de privatização -seja na forma de concessão ou de venda- tomam tempo, ainda mais na floresta regulatória e judicial brasileira. Até o momento nem mesmo se tem conhecimento das diretrizes da venda da Eletrobras, para citar o exemplo mais vistoso das pretensões oficiais. Pretende-se reduzir a participação acionária do Tesouro Nacional à minoria, mas quem controlará o conglomerado? O governo continuará como uma sombra na sociedade da empresa? Como se planejará a expansão do setor, a preços razoáveis para os consumidores menos abonados? Decerto que as respostas do modelo estatizante para questões do gênero têm sido péssimas. A ampliação da infraestrutura nesta década baseou-se em crédito subsidiado e endividamento público, a custos, como hoje está claro, insustentáveis. A mera mudança de orientação, porém, não é panaceia. Há muito mais no entulho estatal. No levantamento mais atualizado, o governo federal conta 151 empresas sob seu controle; convém, no entanto, salientar as nuances desse número espantoso. Na prática, mais de 70% desse total compõe-se de seis grandes estatais -Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Caixa Econômica Federal e Correios- e suas subsidiárias. Qualquer tentativa de privatização nesse universo terá de enfrentar tabus políticos. Entre as demais, destaca-se a Infraero, responsável pela administração dos aeroportos e de ineficiência crônica e notória. À medida que os terminais mais lucrativos vão sendo concedidos à exploração privada, fica a dúvida sobre como serão atendidas as áreas menos rentáveis do país. Há empresas que, a despeito desse nome, nem sequer se mantêm com receitas próprias. São, na prática, repartições públicas dificilmente privatizáveis, como a Embrapa, de pesquisa agropecuária, e a Codevasf, responsável por projetos na área de recursos hídricos. Restam no colo do Estado, de todo modo, estruturas que são puros escoadouros de dinheiro ou cabides de emprego, quando não focos de negócios escusos. É incompreensível, por exemplo, a permanência da EPL, empresas de estudos de logística criadas por Dilma Rousseff (PT) a fim de planejar o famigerado trem-bala, inviável desde sempre. Ou da Valec, inepta e nascida sob o signo da corrupção, desde o escândalo da Ferrovia Norte-Sul. Difícil sustentar que a União precisa de variadas empresas de pesquisa e produção de materiais nucleares; de administrar trens urbanos em Porto Alegre; de fabricar chips para rastreamento de gado; de gerir portos que pouco rendem além de cargos para políticos. Definida a orientação correta, de saneamento do Estado, o governo precisa acelerar as concessões prometidas no ano passado, além de enquadrar seu programa de privatizações em um plano geral de expansão da infraestrutura. Deve, sobretudo, demonstrar que não está a tomar decisões precipitadas -premido pela necessidade de vender ativos rapidamente para cobrir rombos em suas contas- ou meramente publicitárias. [email protected]
opiniao
Sanear o EstadoO plano de Michel Temer (PMDB) para desestatizar a economia é pleno de propósitos corretos -e tornou-se ainda mais ambicioso. Além de nova e extensa rodada de concessões de serviços à iniciativa privada, que inclui aeroportos como o de Congonhas, retoma-se a venda de estatais, da gigante Eletrobras à Casa da Moeda. Passado o impacto da surpresa, surgem de pronto duas questões. A primeira, sobre o realismo das ambições de uma administração à qual resta menos de um ano e meio de vida. A segunda, acerca de como regular e financiar a infraestrutura nesse novo ambiente, mais expurgado de estatismo. Já está em andamento, desde 2016, um programa de privatizações de resultados muito desiguais, para dizer o mínimo. Com o novo pacote, cabe perguntar se o governo não tem diante de si um prato maior do que é capaz de digerir. Há o risco de que a fome de recursos para cumprir as metas orçamentárias suscite atropelos e vendas impensadas de patrimônio. No plano do ano passado, houve sucesso em leilões de aeroportos, negócios estabelecidos, e de linhas de transmissão de energia. Estão mais adiantadas a concessão de terminais portuários e as licitações de petróleo. No caso de estradas e ferrovias, porém, o prognóstico é lúgubre. Além de revigorar a minguante infraestrutura nacional, tais projetos levariam dinheiro para cofres federais vazios. Serviriam também de impulso para a ainda exígua recuperação econômica. Entretanto processos bem-feitos de privatização -seja na forma de concessão ou de venda- tomam tempo, ainda mais na floresta regulatória e judicial brasileira. Até o momento nem mesmo se tem conhecimento das diretrizes da venda da Eletrobras, para citar o exemplo mais vistoso das pretensões oficiais. Pretende-se reduzir a participação acionária do Tesouro Nacional à minoria, mas quem controlará o conglomerado? O governo continuará como uma sombra na sociedade da empresa? Como se planejará a expansão do setor, a preços razoáveis para os consumidores menos abonados? Decerto que as respostas do modelo estatizante para questões do gênero têm sido péssimas. A ampliação da infraestrutura nesta década baseou-se em crédito subsidiado e endividamento público, a custos, como hoje está claro, insustentáveis. A mera mudança de orientação, porém, não é panaceia. Há muito mais no entulho estatal. No levantamento mais atualizado, o governo federal conta 151 empresas sob seu controle; convém, no entanto, salientar as nuances desse número espantoso. Na prática, mais de 70% desse total compõe-se de seis grandes estatais -Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Caixa Econômica Federal e Correios- e suas subsidiárias. Qualquer tentativa de privatização nesse universo terá de enfrentar tabus políticos. Entre as demais, destaca-se a Infraero, responsável pela administração dos aeroportos e de ineficiência crônica e notória. À medida que os terminais mais lucrativos vão sendo concedidos à exploração privada, fica a dúvida sobre como serão atendidas as áreas menos rentáveis do país. Há empresas que, a despeito desse nome, nem sequer se mantêm com receitas próprias. São, na prática, repartições públicas dificilmente privatizáveis, como a Embrapa, de pesquisa agropecuária, e a Codevasf, responsável por projetos na área de recursos hídricos. Restam no colo do Estado, de todo modo, estruturas que são puros escoadouros de dinheiro ou cabides de emprego, quando não focos de negócios escusos. É incompreensível, por exemplo, a permanência da EPL, empresas de estudos de logística criadas por Dilma Rousseff (PT) a fim de planejar o famigerado trem-bala, inviável desde sempre. Ou da Valec, inepta e nascida sob o signo da corrupção, desde o escândalo da Ferrovia Norte-Sul. Difícil sustentar que a União precisa de variadas empresas de pesquisa e produção de materiais nucleares; de administrar trens urbanos em Porto Alegre; de fabricar chips para rastreamento de gado; de gerir portos que pouco rendem além de cargos para políticos. Definida a orientação correta, de saneamento do Estado, o governo precisa acelerar as concessões prometidas no ano passado, além de enquadrar seu programa de privatizações em um plano geral de expansão da infraestrutura. Deve, sobretudo, demonstrar que não está a tomar decisões precipitadas -premido pela necessidade de vender ativos rapidamente para cobrir rombos em suas contas- ou meramente publicitárias. [email protected]
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Ford faz parceria com Domino's para entregar pizza com veículo autônomo
A Ford Motor e a Domino's Pizza vão iniciar em setembro testes das reações de consumidores em Michigan a entregas feitas por veículos autônomos, informaram as empresas nesta terça-feira (29). Não será o primeiro experimento com tecnologia avançada para entrega de pizzas. A australiana Domino's Pizza Enterprises, maior franquia independente da companhia, testou a entrega para clientes na Nova Zelândia via drones e robôs autônomos. Em uma publicação em blog na semana passada, o diretor de veículos autônomos e elétricos da Ford, Sherif Marakby, sinalizou as ambições mais amplas da montadora, dizendo que a empresa planeja cooperar com "múltiplos parceiros" no uso de veículos autônomos "desenvolvidos para melhorar o movimento de bens e pessoas". Executivos da Ford disseram anteriormente que a companhia espera lançar um veículo autônomo para frotas comerciais em 2021. Domino's e Ford entregarão pizzas a clientes selecionados aleatoriamente na área de Ann Arbor com o híbrido Ford Fusion equipado com tecnologia autônoma. Inicialmente, os veículos de entrega serão pilotados por motoristas humanos. Os clientes poderão rastrear o processo de entrega via GPS e receberão mensagens de texto sobre como retirar suas pizzas assim que o veículo de entrega chegar. Um número de startups de serviços de entrega, muitas financiadas por grupos de venture capital, têm experimentado entrega sob demanda de diferentes produtos, incluindo mantimentos, alimentos preparados e bebidas. Companhias maiores, incluindo Uber Technologies e Amazon, também o fazem.
mercado
Ford faz parceria com Domino's para entregar pizza com veículo autônomoA Ford Motor e a Domino's Pizza vão iniciar em setembro testes das reações de consumidores em Michigan a entregas feitas por veículos autônomos, informaram as empresas nesta terça-feira (29). Não será o primeiro experimento com tecnologia avançada para entrega de pizzas. A australiana Domino's Pizza Enterprises, maior franquia independente da companhia, testou a entrega para clientes na Nova Zelândia via drones e robôs autônomos. Em uma publicação em blog na semana passada, o diretor de veículos autônomos e elétricos da Ford, Sherif Marakby, sinalizou as ambições mais amplas da montadora, dizendo que a empresa planeja cooperar com "múltiplos parceiros" no uso de veículos autônomos "desenvolvidos para melhorar o movimento de bens e pessoas". Executivos da Ford disseram anteriormente que a companhia espera lançar um veículo autônomo para frotas comerciais em 2021. Domino's e Ford entregarão pizzas a clientes selecionados aleatoriamente na área de Ann Arbor com o híbrido Ford Fusion equipado com tecnologia autônoma. Inicialmente, os veículos de entrega serão pilotados por motoristas humanos. Os clientes poderão rastrear o processo de entrega via GPS e receberão mensagens de texto sobre como retirar suas pizzas assim que o veículo de entrega chegar. Um número de startups de serviços de entrega, muitas financiadas por grupos de venture capital, têm experimentado entrega sob demanda de diferentes produtos, incluindo mantimentos, alimentos preparados e bebidas. Companhias maiores, incluindo Uber Technologies e Amazon, também o fazem.
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Cultura de SP divulga vencedores do Prêmio Governador do Estado 2015
A Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo divulgou na segunda (21), em cerimônia no Theatro São Pedro, os vencedores do Prêmio Governador do Estado para Cultura 2015. Com R$ 580 mil em prêmios -um dos maiores na área cultural no Brasil-, a honraria é concedida a artistas e instituições com trabalhos realizados no decorrer do último ano. Os vencedores do júri foram Carla Candiotto (categoria arte para crianças), Ester Grinspum (artes visuais), Anna Muylaert (cinema), Circo Kroner (circo), Ruth Rachou (dança), Proveta (música), Cibele Forjaz (teatro) e Comunidade Jongo do Dito (territórios culturais). Cada um recebe R$ 60 mil e troféu. No voto popular, os vencedores foram BuZum! (arte para crianças), Edgard de Souza (artes visuais), Luis Dantas (cinema), Teófanes Silveira, o Palhaço Biribinha (circo), Ruth Rachou (dança), Cida Moreira (música), Jorge Vermelho (teatro), Jongo do Dito (territórios culturais) e Pombas Urbanas (instituição cultural). Os vencedores ganham troféu.
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Cultura de SP divulga vencedores do Prêmio Governador do Estado 2015A Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo divulgou na segunda (21), em cerimônia no Theatro São Pedro, os vencedores do Prêmio Governador do Estado para Cultura 2015. Com R$ 580 mil em prêmios -um dos maiores na área cultural no Brasil-, a honraria é concedida a artistas e instituições com trabalhos realizados no decorrer do último ano. Os vencedores do júri foram Carla Candiotto (categoria arte para crianças), Ester Grinspum (artes visuais), Anna Muylaert (cinema), Circo Kroner (circo), Ruth Rachou (dança), Proveta (música), Cibele Forjaz (teatro) e Comunidade Jongo do Dito (territórios culturais). Cada um recebe R$ 60 mil e troféu. No voto popular, os vencedores foram BuZum! (arte para crianças), Edgard de Souza (artes visuais), Luis Dantas (cinema), Teófanes Silveira, o Palhaço Biribinha (circo), Ruth Rachou (dança), Cida Moreira (música), Jorge Vermelho (teatro), Jongo do Dito (territórios culturais) e Pombas Urbanas (instituição cultural). Os vencedores ganham troféu.
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Nova série 'Star Trek' se chamará 'Discovery'; veja teaser
A rede americana de TV CBS comemorou o 50º aniversário de "Star Trek" neste sábado (23) na San Diego Comic-Con, com o anúncio de que a aguardada nova série se chamará "Star Trek Discovery". O nome foi revelado ao fim de um teaser de 76 segundos exibido no festival. Bryan Fuller, um veterano de "Star Trek" que na década de 1990 escreveu para "Deep Space Nine" e "Voyager" retorna agora como cocriador e produtor executivo. "Estamos contando histórias de uma nova maneira. Não será muito no formato de episódio. Vamos contar histórias como em um romance", disse ao público da Comic-Con. A nova série, que começa a ser filmada em Toronto em setembro, antes da estreia prevista para janeiro do ano que vem, será a primeira excursão da franquia em mais de uma década. A estreia será transmitida na América do Norte pela CBS, e 24 horas depois exibida pelo Netflix para assinantes do mundo todo. A "Star Trek" original conta a história da tripulação de uma nave espacial que se aventura através da galáxia explorando novos mundos.
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Nova série 'Star Trek' se chamará 'Discovery'; veja teaserA rede americana de TV CBS comemorou o 50º aniversário de "Star Trek" neste sábado (23) na San Diego Comic-Con, com o anúncio de que a aguardada nova série se chamará "Star Trek Discovery". O nome foi revelado ao fim de um teaser de 76 segundos exibido no festival. Bryan Fuller, um veterano de "Star Trek" que na década de 1990 escreveu para "Deep Space Nine" e "Voyager" retorna agora como cocriador e produtor executivo. "Estamos contando histórias de uma nova maneira. Não será muito no formato de episódio. Vamos contar histórias como em um romance", disse ao público da Comic-Con. A nova série, que começa a ser filmada em Toronto em setembro, antes da estreia prevista para janeiro do ano que vem, será a primeira excursão da franquia em mais de uma década. A estreia será transmitida na América do Norte pela CBS, e 24 horas depois exibida pelo Netflix para assinantes do mundo todo. A "Star Trek" original conta a história da tripulação de uma nave espacial que se aventura através da galáxia explorando novos mundos.
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O efeito Ikea está por trás do sucesso do Masterchef
Em tempos de Masterchef e da multiplicidade de perfis de Instagram com fotos de criações culinárias, o prazer de ser o autor do seu próprio prato é algo que não pode ser negligenciado. Afinal, para que gastar em um restaurante caro se você pode cozinhar em casa, para receber os aplausos da família e de amigos? Existe um fenômeno documentado na economia comportamental como o "Efeito Ikea", segundo o qual tiramos um prazer maior dos móveis que nós mesmos montamos. No entanto, esse mecanismo não se aplica somente a estantes e sofás: preparar em casa uma receita de um chef renomado pode trazer muito mais prazer do que jantar no restaurante dele. Não importa se o custo de preparo do prato seja maior do que a conta do restaurante: o que está em jogo aqui não é apenas o valor monetário. É o orgulho de ter criado algo —e quanto maior o esforço, maior a sensação de realização. Preparar um macarrão instantâneo não exige técnica nem habilidade, mas não são poucos os que se orgulham de criar receitas únicas usando esse item como base, junto de outros ingredientes como ervas da horta caseira, um molho especial, e assim por diante. A indústria alimentícia americana se deparou com um desafio nos anos 1950. Uma série de massas prontas de bolos, biscoitos e tortas invadiu as prateleiras dos supermercados, mas os bolos prontos não decolaram. Havia algo de desonesto para uma dona de casa na ideia de assar a massa pronta da caixa e pronto: lá estava o bolo. O simbolismo do bolo é forte, e um bolo fácil demais de ser feito não inspira orgulho ou admiração. Para resolver a questão, o psicólogo e especialista em marketing Ernest Dichter sugeriu um teste: deixar alguns ingredientes fora da massa pronta. Desta forma, as donas de casa teriam que adicionar seus ingredientes na hora de fazer o bolo. A ideia deu certo e ganhou fama com o nome de "teoria do ovo". Então seja um móvel que você precisa montar, um brinquedo novo para seus filhos ou uma receita nova, lembre-se: quanto maior o seu envolvimento no processo, maior o carinho por aquele item. Criar algo do qual você possa se orgulhar e inspirar admiração nos outros são valores na nossa sociedade —ainda que estejamos falando de um prato de macarrão. Post em parceria com Carolina Ruhman Sandler, jornalista, fundadora do site Finanças Femininas e coautora do livro "Finanças femininas - Como organizar suas contas, aprender a investir e realizar seus sonhos" (Saraiva)
colunas
O efeito Ikea está por trás do sucesso do MasterchefEm tempos de Masterchef e da multiplicidade de perfis de Instagram com fotos de criações culinárias, o prazer de ser o autor do seu próprio prato é algo que não pode ser negligenciado. Afinal, para que gastar em um restaurante caro se você pode cozinhar em casa, para receber os aplausos da família e de amigos? Existe um fenômeno documentado na economia comportamental como o "Efeito Ikea", segundo o qual tiramos um prazer maior dos móveis que nós mesmos montamos. No entanto, esse mecanismo não se aplica somente a estantes e sofás: preparar em casa uma receita de um chef renomado pode trazer muito mais prazer do que jantar no restaurante dele. Não importa se o custo de preparo do prato seja maior do que a conta do restaurante: o que está em jogo aqui não é apenas o valor monetário. É o orgulho de ter criado algo —e quanto maior o esforço, maior a sensação de realização. Preparar um macarrão instantâneo não exige técnica nem habilidade, mas não são poucos os que se orgulham de criar receitas únicas usando esse item como base, junto de outros ingredientes como ervas da horta caseira, um molho especial, e assim por diante. A indústria alimentícia americana se deparou com um desafio nos anos 1950. Uma série de massas prontas de bolos, biscoitos e tortas invadiu as prateleiras dos supermercados, mas os bolos prontos não decolaram. Havia algo de desonesto para uma dona de casa na ideia de assar a massa pronta da caixa e pronto: lá estava o bolo. O simbolismo do bolo é forte, e um bolo fácil demais de ser feito não inspira orgulho ou admiração. Para resolver a questão, o psicólogo e especialista em marketing Ernest Dichter sugeriu um teste: deixar alguns ingredientes fora da massa pronta. Desta forma, as donas de casa teriam que adicionar seus ingredientes na hora de fazer o bolo. A ideia deu certo e ganhou fama com o nome de "teoria do ovo". Então seja um móvel que você precisa montar, um brinquedo novo para seus filhos ou uma receita nova, lembre-se: quanto maior o seu envolvimento no processo, maior o carinho por aquele item. Criar algo do qual você possa se orgulhar e inspirar admiração nos outros são valores na nossa sociedade —ainda que estejamos falando de um prato de macarrão. Post em parceria com Carolina Ruhman Sandler, jornalista, fundadora do site Finanças Femininas e coautora do livro "Finanças femininas - Como organizar suas contas, aprender a investir e realizar seus sonhos" (Saraiva)
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Inquieto, Alckmin tenta cacifar Doria para governo de SP
Apesar da inquietação, aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB) têm se mostrado conformados com a impossibilidade de frear a especulação em torno de eventual candidatura de João Doria (PSDB) à Presidência. Na análise de alckmistas, Doria pagará um preço alto se partir para o enfrentamento com o governador, seu padrinho político, e deixar a prefeitura sem ter completado nem dois anos de gestão. Seria criticado pela deslealdade e por ter usado a prefeitura de trampolim, apostam. Além disso, tucanos paulistas observam que o PSDB não entregaria a candidatura a Doria de bandeja. Alckmin trabalha para se lançar ele próprio ao Planalto em 2018. Os senadores Aécio Neves e José Serra também aparecem na fila. Dada a dimensão que o caso tomou, interlocutores de Alckmin calculam que a conjuntura pode ajudar a cacifar Doria para disputar a sucessão no Estado. Faria um bom palanque para ele em SP e impediria rachas em sua base. Hoje, figura como potencial candidato ao Palácio dos Bandeirantes o vice-governador, Márcio França (PSB). Também podem entrar na disputa Serra e José Aníbal (PSDB), sondado para assumir uma secretaria estadual. Interlocutores de Alckmin demonstram confiança em sua candidatura nacional, com apoio de governadores e congressistas. Há, porém, incômodos com a atitude de Doria. Em público, o prefeito repete que seu candidato ao Planalto em 2018 é Alckmin. Tucanos dizem que o prefeito poderia por um basta nas especulações, mas não o faz. Pressionado, responde que está quieto, mas que não pode conter os seus aliados. Uma pessoa próxima ao prefeito disse que ele se mantém em silêncio, mas o assunto é recorrente em conversas que presencia. Já foram aventados até possíveis candidatos a vice: o mais forte é o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). O ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) também foi lembrado. Outro auxiliar de Doria afirmou que tudo não passa de especulação e que a melhor forma de contradizê-la é o trabalho em conjunto. Nesse sentido, o prefeito quer retomar projetos na área de saneamento em parceria com o Estado. O assessor reconhece a possibilidade de o prefeito disputar o governo "para ajudar Alckmin". No meio tempo, o apoio a Doria no Planalto cresce. Secretários municipais, empresários e movimentos sociais defendem a ideia. Na semana passada, o MBL (Movimento Brasil Livre) declarou ao jornal "O Estado de S. Paulo" ser favorável à ideia. Executivos de diversos setores, de cosméticos a infraestrutura, têm se entusiasmado. Veem seu nome como a melhor alternativa para derrotar Luiz Inácio Lula da Silva. Outro fator de inquietação no entorno de Alckmin é a Lava Jato. Ele foi citado em delações por suposto recebimento de caixa dois, em dinheiro vivo, para campanhas de 2010 e 2014. Duas pessoas próximas teriam sido intermediárias. Alckmin nega. No meio político, há a expectativa, porém, de que as acusações contra governadores, especialmente os tucanos, sejam mais brandas que as demais no rol da operação. O vice-procurador geral Bonifácio Andrada, que toca os processos no Superior Tribunal de Justiça, tem passado ligado ao PSDB –foi advogado-geral da União, no governo FHC, e de Minas, na gestão de Aécio. E tem bom trânsito com Gilmar Mendes.
poder
Inquieto, Alckmin tenta cacifar Doria para governo de SPApesar da inquietação, aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB) têm se mostrado conformados com a impossibilidade de frear a especulação em torno de eventual candidatura de João Doria (PSDB) à Presidência. Na análise de alckmistas, Doria pagará um preço alto se partir para o enfrentamento com o governador, seu padrinho político, e deixar a prefeitura sem ter completado nem dois anos de gestão. Seria criticado pela deslealdade e por ter usado a prefeitura de trampolim, apostam. Além disso, tucanos paulistas observam que o PSDB não entregaria a candidatura a Doria de bandeja. Alckmin trabalha para se lançar ele próprio ao Planalto em 2018. Os senadores Aécio Neves e José Serra também aparecem na fila. Dada a dimensão que o caso tomou, interlocutores de Alckmin calculam que a conjuntura pode ajudar a cacifar Doria para disputar a sucessão no Estado. Faria um bom palanque para ele em SP e impediria rachas em sua base. Hoje, figura como potencial candidato ao Palácio dos Bandeirantes o vice-governador, Márcio França (PSB). Também podem entrar na disputa Serra e José Aníbal (PSDB), sondado para assumir uma secretaria estadual. Interlocutores de Alckmin demonstram confiança em sua candidatura nacional, com apoio de governadores e congressistas. Há, porém, incômodos com a atitude de Doria. Em público, o prefeito repete que seu candidato ao Planalto em 2018 é Alckmin. Tucanos dizem que o prefeito poderia por um basta nas especulações, mas não o faz. Pressionado, responde que está quieto, mas que não pode conter os seus aliados. Uma pessoa próxima ao prefeito disse que ele se mantém em silêncio, mas o assunto é recorrente em conversas que presencia. Já foram aventados até possíveis candidatos a vice: o mais forte é o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). O ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) também foi lembrado. Outro auxiliar de Doria afirmou que tudo não passa de especulação e que a melhor forma de contradizê-la é o trabalho em conjunto. Nesse sentido, o prefeito quer retomar projetos na área de saneamento em parceria com o Estado. O assessor reconhece a possibilidade de o prefeito disputar o governo "para ajudar Alckmin". No meio tempo, o apoio a Doria no Planalto cresce. Secretários municipais, empresários e movimentos sociais defendem a ideia. Na semana passada, o MBL (Movimento Brasil Livre) declarou ao jornal "O Estado de S. Paulo" ser favorável à ideia. Executivos de diversos setores, de cosméticos a infraestrutura, têm se entusiasmado. Veem seu nome como a melhor alternativa para derrotar Luiz Inácio Lula da Silva. Outro fator de inquietação no entorno de Alckmin é a Lava Jato. Ele foi citado em delações por suposto recebimento de caixa dois, em dinheiro vivo, para campanhas de 2010 e 2014. Duas pessoas próximas teriam sido intermediárias. Alckmin nega. No meio político, há a expectativa, porém, de que as acusações contra governadores, especialmente os tucanos, sejam mais brandas que as demais no rol da operação. O vice-procurador geral Bonifácio Andrada, que toca os processos no Superior Tribunal de Justiça, tem passado ligado ao PSDB –foi advogado-geral da União, no governo FHC, e de Minas, na gestão de Aécio. E tem bom trânsito com Gilmar Mendes.
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Leitores comentam sobre escolas públicas administradas pela PM
O que esperar de um país que coloca a educação pública nas mãos de militares? Nas escolas geridas pela PM (Lousa, giz e farda), um professor de história poderia falar, por exemplo, da farsa acerca da morte do jornalista Vladimir Herzog (torturado pela ditadura) sem causar constrangimento? LEANDRO VEIGA DAINESI (Lorena, SP) * Concordo com um sistema educacional que estabeleça limites de comportamento, regras de boa conduta e um ensino forte, mas não entendo a punição por mascar chicletes ou usar óculos coloridos. Essas instituições são escolas públicas administradas por militares, e não colégios militares vocacionais. Os alunos ali estão por um ensino melhor, não por querer seguir carreira militar. ELCIO SOUZA, professor (São Paulo, SP) * Interessante o bom resultado alcançado pela PM na administração das escolas públicas. Só queria saber por que os resultados são tão negativos na segurança pública, que é, afinal de contas, o motivo da existência dela. ANTONIO CARLOS PACHECO (Curitiba, PR) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores comentam sobre escolas públicas administradas pela PMO que esperar de um país que coloca a educação pública nas mãos de militares? Nas escolas geridas pela PM (Lousa, giz e farda), um professor de história poderia falar, por exemplo, da farsa acerca da morte do jornalista Vladimir Herzog (torturado pela ditadura) sem causar constrangimento? LEANDRO VEIGA DAINESI (Lorena, SP) * Concordo com um sistema educacional que estabeleça limites de comportamento, regras de boa conduta e um ensino forte, mas não entendo a punição por mascar chicletes ou usar óculos coloridos. Essas instituições são escolas públicas administradas por militares, e não colégios militares vocacionais. Os alunos ali estão por um ensino melhor, não por querer seguir carreira militar. ELCIO SOUZA, professor (São Paulo, SP) * Interessante o bom resultado alcançado pela PM na administração das escolas públicas. Só queria saber por que os resultados são tão negativos na segurança pública, que é, afinal de contas, o motivo da existência dela. ANTONIO CARLOS PACHECO (Curitiba, PR) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Prefeitura de Vitória multa Vale e ArcelorMittal em R$ 68,4 milhões
A Vale e a ArcelorMittal foram multadas em R$ 34,2 milhões cada uma, totalizando R$ 68,4 milhões, pela prefeitura de Vitória (ES) por causarem danos ao meio ambiente com suas atividades no porto de Tubarão. A multa foi aplicada na quinta-feira (22), quando a Vale cumpriu decisão da Justiça e interrompeu as exportações a partir de Tubarão —responsável pelo embarque de mais de 30% de sua produção— até que tome medidas ambientais. Em nota, a prefeitura explicou que as multas têm caráter punitivo, "mas não isentam as empresas de reparar os danos ambientais provocados". Procuradas, a Vale e a ArcelorMittal informaram em nota que já foram notificadas sobre a multa pela Secretaria de Meio Ambiente de Vitória (Semmam) e que irão avaliar as informações. A Vale acrescentou que vem atuando e investindo em seus sistemas de controle ambiental e cumprindo "rigorosamente" a legislação ambiental vigente. MOODY'S Nesta sexta-feira (22), a agência de classificação de risco Moody's colocou a nota de crédito da mineradora Vale em revisão para rebaixamento, informou a agência nesta sexta-feira (22). A nota de longo prazo da mineradora é de Baa3, o que significa que a empresa é considerada boa pagadora. A Moody's citou como razão para a revisão a desaceleração da China, que está enfraquecendo a demanda por commodities e fazendo com que os preços atinjam seus níveis mais baixos em muitos anos. MARIANA Além dos problemas no porto de Tubarão, a Vale enfrenta a queda nos preços do minério e um verdadeiro inferno astral desencadeado pela tragédia em Mariana (MG). Uma das acionistas (ao lado da anglo-australiana BHP Billiton) da Samarco, responsável pela barragem que se rompeu causando um tsunami de lama, a Vale utilizava a área para despejar rejeitos de minério de ferro de suas atividades na região.
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Prefeitura de Vitória multa Vale e ArcelorMittal em R$ 68,4 milhõesA Vale e a ArcelorMittal foram multadas em R$ 34,2 milhões cada uma, totalizando R$ 68,4 milhões, pela prefeitura de Vitória (ES) por causarem danos ao meio ambiente com suas atividades no porto de Tubarão. A multa foi aplicada na quinta-feira (22), quando a Vale cumpriu decisão da Justiça e interrompeu as exportações a partir de Tubarão —responsável pelo embarque de mais de 30% de sua produção— até que tome medidas ambientais. Em nota, a prefeitura explicou que as multas têm caráter punitivo, "mas não isentam as empresas de reparar os danos ambientais provocados". Procuradas, a Vale e a ArcelorMittal informaram em nota que já foram notificadas sobre a multa pela Secretaria de Meio Ambiente de Vitória (Semmam) e que irão avaliar as informações. A Vale acrescentou que vem atuando e investindo em seus sistemas de controle ambiental e cumprindo "rigorosamente" a legislação ambiental vigente. MOODY'S Nesta sexta-feira (22), a agência de classificação de risco Moody's colocou a nota de crédito da mineradora Vale em revisão para rebaixamento, informou a agência nesta sexta-feira (22). A nota de longo prazo da mineradora é de Baa3, o que significa que a empresa é considerada boa pagadora. A Moody's citou como razão para a revisão a desaceleração da China, que está enfraquecendo a demanda por commodities e fazendo com que os preços atinjam seus níveis mais baixos em muitos anos. MARIANA Além dos problemas no porto de Tubarão, a Vale enfrenta a queda nos preços do minério e um verdadeiro inferno astral desencadeado pela tragédia em Mariana (MG). Uma das acionistas (ao lado da anglo-australiana BHP Billiton) da Samarco, responsável pela barragem que se rompeu causando um tsunami de lama, a Vale utilizava a área para despejar rejeitos de minério de ferro de suas atividades na região.
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Versão sombria exibe um rei Arthur feio, sujo e malvado
O diretor americano Antoine Fuqua é especialista em dramas de ação adultos, com temas pesados, e já apresentou trabalhos bem bacanas como "Dia de Treinamento" (2001), que rendeu a Denzel Washington o Oscar de melhor ator, e o recente "Nocaute" (2015), com Jake Gyllenhaal. "Rei Arthur" (2004, 14 anos, TC Action, 19h45) é a visão dele sobre os contos dos Cavaleiros da Távola Redonda. E essa visão não é nem um pouco bonita. O longa trata a turma de Arthur e sir Lancelot como feios, sujos e malvados. Nem mesmo a mocinha Guinevere escapa: é suja e malvada —feia é impossível, porque o papel é de Keira Knightley. Clive Owen, na época em ascensão, compõe um sólido Arthur entre cenas de batalhas cruentas. O filme é sombrio, enxuto, uma versão totalmente desglamorizada das lendas. Está mais para "Game of Thrones" do que para "Ivanhoé".
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Versão sombria exibe um rei Arthur feio, sujo e malvadoO diretor americano Antoine Fuqua é especialista em dramas de ação adultos, com temas pesados, e já apresentou trabalhos bem bacanas como "Dia de Treinamento" (2001), que rendeu a Denzel Washington o Oscar de melhor ator, e o recente "Nocaute" (2015), com Jake Gyllenhaal. "Rei Arthur" (2004, 14 anos, TC Action, 19h45) é a visão dele sobre os contos dos Cavaleiros da Távola Redonda. E essa visão não é nem um pouco bonita. O longa trata a turma de Arthur e sir Lancelot como feios, sujos e malvados. Nem mesmo a mocinha Guinevere escapa: é suja e malvada —feia é impossível, porque o papel é de Keira Knightley. Clive Owen, na época em ascensão, compõe um sólido Arthur entre cenas de batalhas cruentas. O filme é sombrio, enxuto, uma versão totalmente desglamorizada das lendas. Está mais para "Game of Thrones" do que para "Ivanhoé".
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Emprego em São Paulo para estrangeiro cai 50% em maio
A imigração para São Paulo pode ser frustrante para haitianos em busca de uma recolocação no mercado de trabalho. De acordo com a Missão Paz da paróquia Nossa Senhora da Paz, organização da Igreja Católica que acolhe imigrantes, a oferta de emprego vem caindo. A assistente social Ana Paula Caffeu disse que, em maio, a demanda foi reduzida à metade em comparação com o mês anterior. De acordo com ela, no primeiro trimestre do ano, 558 imigrantes foram contratados por 120 empregadores. Em maio, 60 empregadores manifestaram interesse de participar do processo seletivo organizado pela Missão Paz. A organização exige que os interessados assistam a uma palestra de duas horas oferecida às terças e quintas-feiras, às 9h50, na paróquia, localizada na rua do Glicério, na região central de São Paulo. A medida visa evitar o trabalho escravo. No ano passado, 816 empresas contrataram cerca de 2.800 imigrantes.
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Emprego em São Paulo para estrangeiro cai 50% em maioA imigração para São Paulo pode ser frustrante para haitianos em busca de uma recolocação no mercado de trabalho. De acordo com a Missão Paz da paróquia Nossa Senhora da Paz, organização da Igreja Católica que acolhe imigrantes, a oferta de emprego vem caindo. A assistente social Ana Paula Caffeu disse que, em maio, a demanda foi reduzida à metade em comparação com o mês anterior. De acordo com ela, no primeiro trimestre do ano, 558 imigrantes foram contratados por 120 empregadores. Em maio, 60 empregadores manifestaram interesse de participar do processo seletivo organizado pela Missão Paz. A organização exige que os interessados assistam a uma palestra de duas horas oferecida às terças e quintas-feiras, às 9h50, na paróquia, localizada na rua do Glicério, na região central de São Paulo. A medida visa evitar o trabalho escravo. No ano passado, 816 empresas contrataram cerca de 2.800 imigrantes.
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Projeto do Rock in Rio, Amazônia Live é reprovado na Lei Rouanet
A Rock World, produtora do Rock in Rio, está impedida de captar dinheiro via Lei Rouanet para o Amazônia Live, evento fechado que seria custeado com verba pública. A decisão foi tomada na noite desta quinta (9), durante reunião da Cnic (Comissão Nacional de Incentivo à Cultura), colegiado responsável por avaliar projetos submetidos ao Ministério da Cultura. O caso foi revelado nesta quarta (8) pela Folha. O maestro Amilson Godoy, titular da área de música da Cnic e relator do projeto, afirmou que os cortes financeiros foram superiores a 50% do total solicitado pela Rock World, o que leva ao indeferimento automático. A produtora queria R$ 8,8 milhões e Godoy, após equiparar os valores àqueles praticados no mercado, reduziu o orçamento para R$ 3,8 milhões. Anna Paula Montini, titular do setor empresarial, comentou a restrição de público. Ela afirmou que projeto "não cumpre o exigido em lei", pois estabelece circuito fechado e prejudica a democratização do acesso. O produtor e pesquisador circense Robson Mol considerou, ainda, o resultado esperado do projeto: um show que seria transmitido em TV comercial. "A lei permite apenas a veiculação em TV pública", ressaltou. O evento, que ocorreria no dia 27 de agosto, seria uma apresentação do tenor lírico Plácido Domingo ao lado da Orquestra Amazonas Filarmônica e do Coral do Amazonas. Apenas 200 jornalistas e formadores de opinião teriam acesso ao show; a população teria de acompanhar o evento por telões ou pelo canal Multishow. O caráter restritivo é proibido pela lei Rouanet, que veda a concessão de incentivo a eventos que estabeleçam limitações de acesso. Outro ponto revelado pela reportagem foram os valores solicitados no projeto, alvos de cortes dos pareceristas. O primeiro, que foi favorável ao projeto, reduziu o valor para R$ 5,4 milhões. Já Godoy, contrário, diminuiu para R$ 3,8 milhões. Ambos fizeram cortes de itens como toalhas (R$ 60 mil) e aluguel de equipamento de sonorização (R$ 200 mil). Também foram feitos cortes em rubricas como cachês de artistas (de R$ 1,2 milhão para R$ 130 mil) e de um arranjador para três jingles (de R$ 150 mil para R$ 30 mil). O cachê da produção caiu de R$ 211 mil para R$ 82 mil.
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Projeto do Rock in Rio, Amazônia Live é reprovado na Lei RouanetA Rock World, produtora do Rock in Rio, está impedida de captar dinheiro via Lei Rouanet para o Amazônia Live, evento fechado que seria custeado com verba pública. A decisão foi tomada na noite desta quinta (9), durante reunião da Cnic (Comissão Nacional de Incentivo à Cultura), colegiado responsável por avaliar projetos submetidos ao Ministério da Cultura. O caso foi revelado nesta quarta (8) pela Folha. O maestro Amilson Godoy, titular da área de música da Cnic e relator do projeto, afirmou que os cortes financeiros foram superiores a 50% do total solicitado pela Rock World, o que leva ao indeferimento automático. A produtora queria R$ 8,8 milhões e Godoy, após equiparar os valores àqueles praticados no mercado, reduziu o orçamento para R$ 3,8 milhões. Anna Paula Montini, titular do setor empresarial, comentou a restrição de público. Ela afirmou que projeto "não cumpre o exigido em lei", pois estabelece circuito fechado e prejudica a democratização do acesso. O produtor e pesquisador circense Robson Mol considerou, ainda, o resultado esperado do projeto: um show que seria transmitido em TV comercial. "A lei permite apenas a veiculação em TV pública", ressaltou. O evento, que ocorreria no dia 27 de agosto, seria uma apresentação do tenor lírico Plácido Domingo ao lado da Orquestra Amazonas Filarmônica e do Coral do Amazonas. Apenas 200 jornalistas e formadores de opinião teriam acesso ao show; a população teria de acompanhar o evento por telões ou pelo canal Multishow. O caráter restritivo é proibido pela lei Rouanet, que veda a concessão de incentivo a eventos que estabeleçam limitações de acesso. Outro ponto revelado pela reportagem foram os valores solicitados no projeto, alvos de cortes dos pareceristas. O primeiro, que foi favorável ao projeto, reduziu o valor para R$ 5,4 milhões. Já Godoy, contrário, diminuiu para R$ 3,8 milhões. Ambos fizeram cortes de itens como toalhas (R$ 60 mil) e aluguel de equipamento de sonorização (R$ 200 mil). Também foram feitos cortes em rubricas como cachês de artistas (de R$ 1,2 milhão para R$ 130 mil) e de um arranjador para três jingles (de R$ 150 mil para R$ 30 mil). O cachê da produção caiu de R$ 211 mil para R$ 82 mil.
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Só o criador de perfil da 'Diferentona' é tímido e faz sucesso aos 19 anos?
Sete bilhões no mundo, mas só Victor Freitas teve a ideia de transformar um viral em página no Facebook. "Diferentona", que passa de 780 mil curtidas, é administrada por um jovem de 19 anos. Victor Freitas, morador da zona leste de São Paulo, planeja estudar publicidade e reserva boa parte de seu tempo para administrar a criação e outras seis ou sete páginas, que somam 10 milhões de "likes". Inspirado no tuíte de @nicesthing (com 23 mil compartilhamentos), que ironizava frases que começam com "Será que eu sou a única pessoa que...", Victor criou a página em 2 de janeiro e manteve uma média de 30 posts diários. O mais famoso fez referência a uma mãe perguntando "Só eu que faço tudo nessa casa?". Vem a resposta: "Só você, a diarista, doméstica, mãe de família, diferentona". Nesse caso, Victor acrescenta no final um "apanhei muito". "'Diferentona' é um termo que as pessoas usam no dia a dia e por isso acho que elas se identificam", diz. O rapaz tem se esforçado para manter uma boa média diária de produção. "Mas já está difícil conseguir achar coisas engraçadas entre sugestões das pessoas." Nas redes sociais desde os 13 anos, Victor faz parte de um grupo chamado PCSD (sigla para "pegar comunidades sem donos", que faz referência ao Orkut, em que um bug permitia passar a administrar uma comunidade abandonada). No grupo, com mais de 2.000 participantes, já o chamaram de "mito". Afinal, a força do meme fez com que famosos e perfis oficiais da Coca-Cola, Red Bull e do Ministério da Educação seguissem o formato. "Mas é um meme, uma hora as pessoas vão cansar", diz. Apesar das gracinhas, Victor diz que nunca foi o "engraçado da turma". É tímido, e as redes sociais acabaram sendo uma ferramenta para conhecer gente e se comunicar. "O computador passou a ocupar as horas que eu passava na rua, andando de bicicleta e jogando bola." Isso porque, em 2014, estava com amigos quando foi assaltado. Um dos bandidos atirou e atingiu o abdômen de Victor. A bala ficou alojada na coluna e o deixou paraplégico. Aos poucos, tem conseguido se locomover, e hoje usa muletas em curtas distâncias. Victor ainda está pensando em como ganhar dinheiro na internet. Até o Carnaval é possível que uma marca de camisetas estampe as frases que cria. "Mas ainda estou vendo como vai ser isso."
tec
Só o criador de perfil da 'Diferentona' é tímido e faz sucesso aos 19 anos?Sete bilhões no mundo, mas só Victor Freitas teve a ideia de transformar um viral em página no Facebook. "Diferentona", que passa de 780 mil curtidas, é administrada por um jovem de 19 anos. Victor Freitas, morador da zona leste de São Paulo, planeja estudar publicidade e reserva boa parte de seu tempo para administrar a criação e outras seis ou sete páginas, que somam 10 milhões de "likes". Inspirado no tuíte de @nicesthing (com 23 mil compartilhamentos), que ironizava frases que começam com "Será que eu sou a única pessoa que...", Victor criou a página em 2 de janeiro e manteve uma média de 30 posts diários. O mais famoso fez referência a uma mãe perguntando "Só eu que faço tudo nessa casa?". Vem a resposta: "Só você, a diarista, doméstica, mãe de família, diferentona". Nesse caso, Victor acrescenta no final um "apanhei muito". "'Diferentona' é um termo que as pessoas usam no dia a dia e por isso acho que elas se identificam", diz. O rapaz tem se esforçado para manter uma boa média diária de produção. "Mas já está difícil conseguir achar coisas engraçadas entre sugestões das pessoas." Nas redes sociais desde os 13 anos, Victor faz parte de um grupo chamado PCSD (sigla para "pegar comunidades sem donos", que faz referência ao Orkut, em que um bug permitia passar a administrar uma comunidade abandonada). No grupo, com mais de 2.000 participantes, já o chamaram de "mito". Afinal, a força do meme fez com que famosos e perfis oficiais da Coca-Cola, Red Bull e do Ministério da Educação seguissem o formato. "Mas é um meme, uma hora as pessoas vão cansar", diz. Apesar das gracinhas, Victor diz que nunca foi o "engraçado da turma". É tímido, e as redes sociais acabaram sendo uma ferramenta para conhecer gente e se comunicar. "O computador passou a ocupar as horas que eu passava na rua, andando de bicicleta e jogando bola." Isso porque, em 2014, estava com amigos quando foi assaltado. Um dos bandidos atirou e atingiu o abdômen de Victor. A bala ficou alojada na coluna e o deixou paraplégico. Aos poucos, tem conseguido se locomover, e hoje usa muletas em curtas distâncias. Victor ainda está pensando em como ganhar dinheiro na internet. Até o Carnaval é possível que uma marca de camisetas estampe as frases que cria. "Mas ainda estou vendo como vai ser isso."
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Diferente da Olimpíada, transmissão da Paraolimpíada será enxuta na televisão
RENAN MARRA DE SÃO PAULO Diferentemente da Olimpíada, a transmissão televisiva dos Jogos Paraolímpicos do Rio será bem enxuta. Apenas a TV Brasil e a Globosat (SporTV), do Grupo Globo, detêm os direitos do evento, que não terá cobertura ao vivo dos maiores canais. Com cerca de dez horas de cobertura diária, a TV Brasil será o único canal da televisão aberta a transmitir o evento. A TV Globo –uma das emissoras oficiais dos Jogos Olímpicos– terá durante a Paraolímpiada um programa especial depois do "Jornal da Globo", que irá tratar dos destaques do dia paraolímpico. A emissora afirma que terá entradas ao vivo, mas dentro de alguns de seus programas, como o "Esporte Espetacular". A cerimônia de abertura, que acontece nesta quarta (7), será transmitida apenas em um compacto, após a rodada do futebol. Band e Record –outras emissoras oficiais da Olimpíada– e o SBT farão apenas a cobertura jornalística. Nos canais fechados, o SporTV terá cerca de 150 horas de transmissão do evento em quatro canais, número bem menor em relação à Olimpíada, quando a emissora teve 2.400 horas em 16 canais. ESPN e Fox Sports se restringirão à cobertura jornalística. A Paraolímpiada acontece entre os dias 7 e 18 de setembro, no Rio de Janeiro. Diferentemente do que acontece no universo olímpico, o país já é considerado uma potência paraolímpica. Com 287 para-atletas, o contingente nacional que competirá no Rio constitui recorde –em Londres, por exemplo, foram 189 atletas. Na Rio-2016, a meta traçada pelo CPB (Comitê Paralímpico do Brasil) é que a delegação termine a Paraolimpíada entre as cinco melhores da classificação geral, utilizando como critério o total de medalhas de ouro.
esporte
Diferente da Olimpíada, transmissão da Paraolimpíada será enxuta na televisão RENAN MARRA DE SÃO PAULO Diferentemente da Olimpíada, a transmissão televisiva dos Jogos Paraolímpicos do Rio será bem enxuta. Apenas a TV Brasil e a Globosat (SporTV), do Grupo Globo, detêm os direitos do evento, que não terá cobertura ao vivo dos maiores canais. Com cerca de dez horas de cobertura diária, a TV Brasil será o único canal da televisão aberta a transmitir o evento. A TV Globo –uma das emissoras oficiais dos Jogos Olímpicos– terá durante a Paraolímpiada um programa especial depois do "Jornal da Globo", que irá tratar dos destaques do dia paraolímpico. A emissora afirma que terá entradas ao vivo, mas dentro de alguns de seus programas, como o "Esporte Espetacular". A cerimônia de abertura, que acontece nesta quarta (7), será transmitida apenas em um compacto, após a rodada do futebol. Band e Record –outras emissoras oficiais da Olimpíada– e o SBT farão apenas a cobertura jornalística. Nos canais fechados, o SporTV terá cerca de 150 horas de transmissão do evento em quatro canais, número bem menor em relação à Olimpíada, quando a emissora teve 2.400 horas em 16 canais. ESPN e Fox Sports se restringirão à cobertura jornalística. A Paraolímpiada acontece entre os dias 7 e 18 de setembro, no Rio de Janeiro. Diferentemente do que acontece no universo olímpico, o país já é considerado uma potência paraolímpica. Com 287 para-atletas, o contingente nacional que competirá no Rio constitui recorde –em Londres, por exemplo, foram 189 atletas. Na Rio-2016, a meta traçada pelo CPB (Comitê Paralímpico do Brasil) é que a delegação termine a Paraolimpíada entre as cinco melhores da classificação geral, utilizando como critério o total de medalhas de ouro.
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Grupo vai pedir impeachment de Dilma por 'pedaladas mentais'
Um novo pedido de impeachment deve ser protocolado nesta quarta (9) na Câmara dos Deputados. Ao contrário da petição a ser apreciada agora por comissão da Casa, baseada nas chamadas pedaladas fiscais do governo, o novo documento deve provocar mais risos que bate-bocas entre os congressistas. Isso porque ele se baseia no que seriam, segundo seus redatores, "pedaladas mentais" da presidente, previstas, segundo a argumentação, na lei do impeachment. "Causa riso e desgosto. A Lei 1.079/50, que regula o impeachment, tem no capítulo 5º, artigo 9º, inciso 7 o seguinte: proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo", explica Carla Zambelli, do grupo Nas Ruas, um dos signatários do documento. Zambelli cita como "pedaladas mentais" o discurso da presidente nas Nações Unidas sobre a inexistência de tecnologias para "estocar vento" e a fala em que Dilma trata da comunhão do milho com a mandioca para depois saudar a raiz típica brasileira. Há ainda menções à metáfora que Dilma declarou ter usado em conversa com o presidente dos EUA, Barack Obama, sobre a pasta de dente não retornar ao dentifrício depois de apertado, e à referência a "mulheres sapiens". Completa a lista de "pedaladas mentais" a declaração dada no Dia da Criança em que a presidente parabeniza os pequenos brasileiros dizendo: "Sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás" (sic). "É isso o que você espera de uma presidente?", questiona a militante. O documento alega que tais "fatos notórios e de domínio público" são objeto de deboche da população, comprometendo a sociedade brasileira, a economia, a política e as instituições. Entre os movimentos representados por Zambelli no pedido estão Nas Ruas, Acorda Brasil, Movimento Pró Brasil e Comando Nacional dos Transportes. "Queremos mostrar que motivos não faltam para que se realize o impeachment da presidente", diz Zambelli. Ela assina como apoiadora –ao lado de Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre, e Rogério Chequer, do Vem Pra Rua– o pedido atualmente em trâmite na Câmara, escrito por Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal. "Preferimos que ela seja afastada pelas pedaladas fiscais e não pelas mentais, algo vergonhoso", diz.
poder
Grupo vai pedir impeachment de Dilma por 'pedaladas mentais'Um novo pedido de impeachment deve ser protocolado nesta quarta (9) na Câmara dos Deputados. Ao contrário da petição a ser apreciada agora por comissão da Casa, baseada nas chamadas pedaladas fiscais do governo, o novo documento deve provocar mais risos que bate-bocas entre os congressistas. Isso porque ele se baseia no que seriam, segundo seus redatores, "pedaladas mentais" da presidente, previstas, segundo a argumentação, na lei do impeachment. "Causa riso e desgosto. A Lei 1.079/50, que regula o impeachment, tem no capítulo 5º, artigo 9º, inciso 7 o seguinte: proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo", explica Carla Zambelli, do grupo Nas Ruas, um dos signatários do documento. Zambelli cita como "pedaladas mentais" o discurso da presidente nas Nações Unidas sobre a inexistência de tecnologias para "estocar vento" e a fala em que Dilma trata da comunhão do milho com a mandioca para depois saudar a raiz típica brasileira. Há ainda menções à metáfora que Dilma declarou ter usado em conversa com o presidente dos EUA, Barack Obama, sobre a pasta de dente não retornar ao dentifrício depois de apertado, e à referência a "mulheres sapiens". Completa a lista de "pedaladas mentais" a declaração dada no Dia da Criança em que a presidente parabeniza os pequenos brasileiros dizendo: "Sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás" (sic). "É isso o que você espera de uma presidente?", questiona a militante. O documento alega que tais "fatos notórios e de domínio público" são objeto de deboche da população, comprometendo a sociedade brasileira, a economia, a política e as instituições. Entre os movimentos representados por Zambelli no pedido estão Nas Ruas, Acorda Brasil, Movimento Pró Brasil e Comando Nacional dos Transportes. "Queremos mostrar que motivos não faltam para que se realize o impeachment da presidente", diz Zambelli. Ela assina como apoiadora –ao lado de Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre, e Rogério Chequer, do Vem Pra Rua– o pedido atualmente em trâmite na Câmara, escrito por Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal. "Preferimos que ela seja afastada pelas pedaladas fiscais e não pelas mentais, algo vergonhoso", diz.
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Michel Bastos erra no gol do São Bento e fala em 'descuido'
A relação de Michel Bastos com a torcida do São Paulo não é das melhores, e ela pode ter sido abalada ainda mais depois da derrota deste domingo (10). No gol que decretou o revés são-paulino para o São Bento, o meia tentou dominar a bola perto da grande área, mas pegou errado e a perdeu. Na sequência, o time do interior fez o gol da vitória por 1 a 0, pelo Campeonato Paulista. "Acho que muitas vezes tem partidas onde você perde, mas tem a possibilidade de ver onde foram cometidos os erros para que não aconteçam na próxima. Foi um pouco de descuido, o fato do time não estar concentrado os 90 minutos. Agora é pegar isso como exemplo para que na quarta-feira [pela Libertadores] não aconteça. A partida é muito importante", disse Michel na saída do gramado. O São Paulo já estava classificado à próxima fase do Estadual. Restava, porém, saber se em primeiro ou segundo colocado do grupo C. O Audax, que brigava pela liderança da chave, perdeu para o Santos na Vila Belmiro, mas, mesmo assim, ficou em primeiro da chave. "No intervalo eu falei que os jogos são complicados, tivemos oportunidades. Tomamos um gol no momento em que a partida estava controlada. Futebol é assim, tem que aproveitar. São detalhes", completou. De fato, só no primeiro tempo o São Paulo teve três chances claras com Alan Kardec, que perdeu todas, e duas com Lucas Fernandes. O técnico Bauza, no entanto, isentou o atacante. "Ele [Alan Kardec] não está sem confiança, mas está ansioso para converter as chances. O importante, para mim, é que criamos as opções. Só que no futebol é assim. [O rival] nos castiga quando as chances não são convertidas. Contra o Trujillanos não foi assim, porque conseguimos fazer os gols rápido. Desta vez foi diferente e perdemos", lamentou o treinador. O São Paulo enfrenta o Audax no próximo final de semana, fora de casa. O dia e o local da partida ainda serão definidos. Tabela e resultados do Campeonato Paulista 2016 Com Lancepress
esporte
Michel Bastos erra no gol do São Bento e fala em 'descuido'A relação de Michel Bastos com a torcida do São Paulo não é das melhores, e ela pode ter sido abalada ainda mais depois da derrota deste domingo (10). No gol que decretou o revés são-paulino para o São Bento, o meia tentou dominar a bola perto da grande área, mas pegou errado e a perdeu. Na sequência, o time do interior fez o gol da vitória por 1 a 0, pelo Campeonato Paulista. "Acho que muitas vezes tem partidas onde você perde, mas tem a possibilidade de ver onde foram cometidos os erros para que não aconteçam na próxima. Foi um pouco de descuido, o fato do time não estar concentrado os 90 minutos. Agora é pegar isso como exemplo para que na quarta-feira [pela Libertadores] não aconteça. A partida é muito importante", disse Michel na saída do gramado. O São Paulo já estava classificado à próxima fase do Estadual. Restava, porém, saber se em primeiro ou segundo colocado do grupo C. O Audax, que brigava pela liderança da chave, perdeu para o Santos na Vila Belmiro, mas, mesmo assim, ficou em primeiro da chave. "No intervalo eu falei que os jogos são complicados, tivemos oportunidades. Tomamos um gol no momento em que a partida estava controlada. Futebol é assim, tem que aproveitar. São detalhes", completou. De fato, só no primeiro tempo o São Paulo teve três chances claras com Alan Kardec, que perdeu todas, e duas com Lucas Fernandes. O técnico Bauza, no entanto, isentou o atacante. "Ele [Alan Kardec] não está sem confiança, mas está ansioso para converter as chances. O importante, para mim, é que criamos as opções. Só que no futebol é assim. [O rival] nos castiga quando as chances não são convertidas. Contra o Trujillanos não foi assim, porque conseguimos fazer os gols rápido. Desta vez foi diferente e perdemos", lamentou o treinador. O São Paulo enfrenta o Audax no próximo final de semana, fora de casa. O dia e o local da partida ainda serão definidos. Tabela e resultados do Campeonato Paulista 2016 Com Lancepress
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Prevendo derrota no Senado, 'PT quer uma vitória moral', avalia jornalista
O julgamento pelo Senado no processo de impeachment de Dilma Rousseff começa nesta quinta-feira (25), mas o resultado 'está praticamente definido' pela cassação da presidente afastada. Essa é a avaliação do diretor da sucursal da Folha em Brasília, Leandro Colon. "O que está acontecendo é um teatro para a história. Não muda nada", disse o jornalista durante transmissão ao vivo da "TV Folha" que contou também com a participação de Fábio Zanini e Thais Arbex, editor e repórter de "Poder", respectivamente. "Acho que a Dilma já jogou a toalha. Em eventos nesta semana, fez um discurso em defesa da democracia, e não numa defesa de voltar à Presidência", completa Thais. Com apresentação de questões de ordem e oitiva de testemunhas, o julgamento final acontece nove meses após o ex-presidente da Câmara e hoje deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ter acolhido o pedido de afastamento da petista. Para Zanini, "o PT sabe que vai ser derrotado, mas quer uma vitória moral, colocar essa questão como uma vitória moral". Thais ainda diz que os discursos de Dilma são "mais para a história" e lembra que, mesmo internamente no PT, ninguém mais espera que ela volte ao poder. "Estão preocupados mais com o futuro do partido e do pensamento da esquerda de agora em diante", completa a jornalista.
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Prevendo derrota no Senado, 'PT quer uma vitória moral', avalia jornalistaO julgamento pelo Senado no processo de impeachment de Dilma Rousseff começa nesta quinta-feira (25), mas o resultado 'está praticamente definido' pela cassação da presidente afastada. Essa é a avaliação do diretor da sucursal da Folha em Brasília, Leandro Colon. "O que está acontecendo é um teatro para a história. Não muda nada", disse o jornalista durante transmissão ao vivo da "TV Folha" que contou também com a participação de Fábio Zanini e Thais Arbex, editor e repórter de "Poder", respectivamente. "Acho que a Dilma já jogou a toalha. Em eventos nesta semana, fez um discurso em defesa da democracia, e não numa defesa de voltar à Presidência", completa Thais. Com apresentação de questões de ordem e oitiva de testemunhas, o julgamento final acontece nove meses após o ex-presidente da Câmara e hoje deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ter acolhido o pedido de afastamento da petista. Para Zanini, "o PT sabe que vai ser derrotado, mas quer uma vitória moral, colocar essa questão como uma vitória moral". Thais ainda diz que os discursos de Dilma são "mais para a história" e lembra que, mesmo internamente no PT, ninguém mais espera que ela volte ao poder. "Estão preocupados mais com o futuro do partido e do pensamento da esquerda de agora em diante", completa a jornalista.
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Sexta tem grande movimento nas estradas com o início do feriado
O QUE AFETA SUA VIDA A CET prevê que 2 milhões de veículos deixarão sairão de São Paulo no feriado do Carnaval. A operação descida começa na tarde desta sexta-feira. O órgão pede para que os motoristas evitem pegar a estrada entre as 14h e 22h. O trânsito ao redor das rodoviárias da Barra Funda, do Jabaquara e do Tietê também deve ficar complicado, melhor evitar a região. Vale lembrar: não devem circular nesta sexta-feira (5) veículos com placas que terminam em 9 ou 0. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO A previsão é de dia nublado, com pancada de chuva à tarde. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) a máxima não passa de 30°C e a mínima será de 20ºC. * CULTURA E LAZER Dez blocos desfilam por São Paulo nesta sexta-feira (5). Destaque para o Bloco Afro Ilú Obá de Mi, que terá a presença de Elza Soares, na praça da República, a partir das 19h30. Para quem quer curtir com as crianças, o bloco Emílias e Viscondes acontece a partir das 13h, na praça Rotary, também no centro da cidade. Confira a programação completa dos blocos em folha.com.br/buscabloco À noite, o bloco de Carnaval Ritaleena comanda festa no Estúdio, a partir das 23h. A trupe toca músicas da cantora em ritmo de marchinhas. Av. Pedroso de Morais, 1036. Começa também nesta sexta o desfile das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi. Neste primeiro dia, a partir das 23h15, desfilam Pérola Negra, Unidos da Vila Maria, Águia de Ouro, Rosas de Ouro, Nenê de Vila Matilde, Gaviões da Fiel e Acadêmicos do Tatuapé. Saiba como garantir seu ingresso para assistir ao desfile. Para quem quer fugir do carnaval, Maria Gadú, João Bosco e Maria Alcina fazem show à noite. João Bosco Sesc Belenzinho - teatro - r. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, região leste, tel. 2076-9700. 392 lugares. 21h. 90 min. 12 anos. Ingr.: R$ 15 a R$ 50. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 5,50 e R$ 11). Ingr. p/ sescsp.org.br. Maria Alcina Sesc São Caetano - área de convivência - r. Piauí, 554, Santo Antônio, São Caetano do Sul, tel. 4223-8800. 60 pessoas. 20h. 90 min. Livre. Ingr.: R$ 5 a R$ 17. Ingr. p/ sescsp.org.br. Maria Gadú Sesc Pinheiros - teatro Paulo Autran - r. Paes Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. 1.010 lugares. 21h. 90 min. 10 anos. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. Estac. (R$ 7,50 e R$ 10 p/ 3 h). Ingr. p/ sescsp.org.br Nesta sexta comemora-se o Nutella Day. A marca irá distribuir cinco mil sachês do doce para quem seguir a marca no Instagram. A ação acontecerá no Shopping Ibirapuera e haverá sorteio de um chaveiro da marca. * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas às 21h. Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Heloísa Negrão
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Sexta tem grande movimento nas estradas com o início do feriadoO QUE AFETA SUA VIDA A CET prevê que 2 milhões de veículos deixarão sairão de São Paulo no feriado do Carnaval. A operação descida começa na tarde desta sexta-feira. O órgão pede para que os motoristas evitem pegar a estrada entre as 14h e 22h. O trânsito ao redor das rodoviárias da Barra Funda, do Jabaquara e do Tietê também deve ficar complicado, melhor evitar a região. Vale lembrar: não devem circular nesta sexta-feira (5) veículos com placas que terminam em 9 ou 0. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO A previsão é de dia nublado, com pancada de chuva à tarde. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) a máxima não passa de 30°C e a mínima será de 20ºC. * CULTURA E LAZER Dez blocos desfilam por São Paulo nesta sexta-feira (5). Destaque para o Bloco Afro Ilú Obá de Mi, que terá a presença de Elza Soares, na praça da República, a partir das 19h30. Para quem quer curtir com as crianças, o bloco Emílias e Viscondes acontece a partir das 13h, na praça Rotary, também no centro da cidade. Confira a programação completa dos blocos em folha.com.br/buscabloco À noite, o bloco de Carnaval Ritaleena comanda festa no Estúdio, a partir das 23h. A trupe toca músicas da cantora em ritmo de marchinhas. Av. Pedroso de Morais, 1036. Começa também nesta sexta o desfile das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi. Neste primeiro dia, a partir das 23h15, desfilam Pérola Negra, Unidos da Vila Maria, Águia de Ouro, Rosas de Ouro, Nenê de Vila Matilde, Gaviões da Fiel e Acadêmicos do Tatuapé. Saiba como garantir seu ingresso para assistir ao desfile. Para quem quer fugir do carnaval, Maria Gadú, João Bosco e Maria Alcina fazem show à noite. João Bosco Sesc Belenzinho - teatro - r. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, região leste, tel. 2076-9700. 392 lugares. 21h. 90 min. 12 anos. Ingr.: R$ 15 a R$ 50. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 5,50 e R$ 11). Ingr. p/ sescsp.org.br. Maria Alcina Sesc São Caetano - área de convivência - r. Piauí, 554, Santo Antônio, São Caetano do Sul, tel. 4223-8800. 60 pessoas. 20h. 90 min. Livre. Ingr.: R$ 5 a R$ 17. Ingr. p/ sescsp.org.br. Maria Gadú Sesc Pinheiros - teatro Paulo Autran - r. Paes Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. 1.010 lugares. 21h. 90 min. 10 anos. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. Estac. (R$ 7,50 e R$ 10 p/ 3 h). Ingr. p/ sescsp.org.br Nesta sexta comemora-se o Nutella Day. A marca irá distribuir cinco mil sachês do doce para quem seguir a marca no Instagram. A ação acontecerá no Shopping Ibirapuera e haverá sorteio de um chaveiro da marca. * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas às 21h. Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Heloísa Negrão
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Fred renova contrato com Fluminense por mais quatro anos
O Fluminense anunciou nesta sexta-feira (30) a renovação de contrato do atacante Fred. O novo acordo é válido até o fim de 2018. "Renovamos o contrato do Fred por mais quatro temporadas, incluindo 2015, para que ele possa seguir conosco e ser o representante do nosso tamanho dentro de campo", disse Mário Bittencourt, vice-presidente de futebol do clube. "Neste início de ano, nós sofremos muito com a transição. Começamos a negociar nesses últimos dias. A negociação com ele foi até bem fácil, rápida. Ele demonstrou vontade de permanecer", afirmou. Fred é o sétimo maior artilheiro da história do Fluminense, com 139 gols em 224 partidas. O time tricolor estreia no Estadual do Rio no domingo (1º), contra o Friburguense, no estádio Raulino de Oliveira. Com Lancepress
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Fred renova contrato com Fluminense por mais quatro anosO Fluminense anunciou nesta sexta-feira (30) a renovação de contrato do atacante Fred. O novo acordo é válido até o fim de 2018. "Renovamos o contrato do Fred por mais quatro temporadas, incluindo 2015, para que ele possa seguir conosco e ser o representante do nosso tamanho dentro de campo", disse Mário Bittencourt, vice-presidente de futebol do clube. "Neste início de ano, nós sofremos muito com a transição. Começamos a negociar nesses últimos dias. A negociação com ele foi até bem fácil, rápida. Ele demonstrou vontade de permanecer", afirmou. Fred é o sétimo maior artilheiro da história do Fluminense, com 139 gols em 224 partidas. O time tricolor estreia no Estadual do Rio no domingo (1º), contra o Friburguense, no estádio Raulino de Oliveira. Com Lancepress
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O futuro do mercado de escritórios nas cidades globais
O mercado imobiliário nas cidades globais está passando por um renascimento, e o novo paradigma econômico da criatividade está prestes a estimular a demanda. Na próxima década, as grandes cidades do planeta devem ter mais 1 bilhão de pessoas e, consequentemente, o desenvolvimento de habitações, escritórios, comércio e centros de logística será de extrema importância. O futuro do mercado imobiliário nas cidades globais está sendo moldado pela concentração de pessoal qualificado, pela transformação de antigas áreas industriais em novos distritos que possam unir trabalho, lazer e moradia e, também, por investidores em busca de maiores retornos, com a participação em fundos para ancorar futuros desenvolvimentos urbanos. A força de trabalho nas cidades globais está entre as mais produtivas do mundo, o que faz com que essas cidades tenham desempenho até superior ao dos países onde estão localizadas. Segundo o "Eurostar International Monetary Fund", em termos de produto interno bruto per capta, a cidade de Nova York supera o dos Estados Unidos em 35,7%, Paris supera o da França em 66,8%, e Londres o da Inglaterra em 72%. O fato de a economia mundial ser conduzida não mais somente por questões econômicas, mas tendo a criatividade como um dos aspectos principais, seguramente fará com que haja adaptações importantes no mercado imobiliário. Novos escritórios com diferentes conformações, onde as tradicionais mesas estarão entremeadas com outros ambientes de trabalho, serão cada vez mais comuns. Localização e acessibilidade também devem receber uma atenção especial, pois a nova geração prefere morar próxima aos centros de negócios e, assim, caminhar para chegar ao trabalho. Embora em 2014 a rentabilidade da locação comercial nas grandes cidades variou de uma taxa anual de, aproximadamente, 4% para cidades como Paris, Tóquio e Londres, para 6% em Xangai e Sidney, em função da nova realidade que se espera para o mercado, segundo a consultoria internacional "Knight Frank", o preço das locações prime nas cidades globais deve subir quase 16% nos próximos cinco anos. Além disso, os mesmos especialistas entendem que os investimentos devem ter novas fronteiras. Se por um lado as grandes cidades liderarão esse novo ciclo, e os investimentos globais em mercados de escritório devam ser da ordem de 600 bilhões de dólares em 2015, quando haverá uma nova onda de investimentos nos mercado emergentes? África, América do Sul e países em desenvolvimento na Ásia podem não ser tão confortáveis para os investidores devido à flutuação da moeda, à instabilidade política e à pouca transparência no mercado. De qualquer forma, existe a expectativa de os investidores voltarem para os mercados mais maduros da África, como Quênia, África do Sul, Botsuana e Nigéria. Nairóbi, em particular, cresceu rapidamente como um centro regional devido às descobertas de petróleo e desenvolvimento da indústria de telecomunicações. Cidade do Cabo, Johannesburgo e Lagos tornaram-se centros estratégicos no continente. A perspectiva é que em termos de mercado global as mudanças se processem em ritmo acelerado. Um novo mundo tecnológico e um crescente número de jovens com impetuosidade criativa nas cidades globais devem conduzir a um novo paradigma os imóveis comerciais. Os escritórios podem virar fóruns para geração de ideias, o varejo mudar o foco das compras para se tornar um destino com alternativas de lazer, enquanto trabalho e moradia aproximam-se cada vez mais. Este novo cenário oferece grandes oportunidades para investidores e empreendedores. Que eles se prepararem para explorar essas novas tendências de vida urbana em nível global.
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O futuro do mercado de escritórios nas cidades globaisO mercado imobiliário nas cidades globais está passando por um renascimento, e o novo paradigma econômico da criatividade está prestes a estimular a demanda. Na próxima década, as grandes cidades do planeta devem ter mais 1 bilhão de pessoas e, consequentemente, o desenvolvimento de habitações, escritórios, comércio e centros de logística será de extrema importância. O futuro do mercado imobiliário nas cidades globais está sendo moldado pela concentração de pessoal qualificado, pela transformação de antigas áreas industriais em novos distritos que possam unir trabalho, lazer e moradia e, também, por investidores em busca de maiores retornos, com a participação em fundos para ancorar futuros desenvolvimentos urbanos. A força de trabalho nas cidades globais está entre as mais produtivas do mundo, o que faz com que essas cidades tenham desempenho até superior ao dos países onde estão localizadas. Segundo o "Eurostar International Monetary Fund", em termos de produto interno bruto per capta, a cidade de Nova York supera o dos Estados Unidos em 35,7%, Paris supera o da França em 66,8%, e Londres o da Inglaterra em 72%. O fato de a economia mundial ser conduzida não mais somente por questões econômicas, mas tendo a criatividade como um dos aspectos principais, seguramente fará com que haja adaptações importantes no mercado imobiliário. Novos escritórios com diferentes conformações, onde as tradicionais mesas estarão entremeadas com outros ambientes de trabalho, serão cada vez mais comuns. Localização e acessibilidade também devem receber uma atenção especial, pois a nova geração prefere morar próxima aos centros de negócios e, assim, caminhar para chegar ao trabalho. Embora em 2014 a rentabilidade da locação comercial nas grandes cidades variou de uma taxa anual de, aproximadamente, 4% para cidades como Paris, Tóquio e Londres, para 6% em Xangai e Sidney, em função da nova realidade que se espera para o mercado, segundo a consultoria internacional "Knight Frank", o preço das locações prime nas cidades globais deve subir quase 16% nos próximos cinco anos. Além disso, os mesmos especialistas entendem que os investimentos devem ter novas fronteiras. Se por um lado as grandes cidades liderarão esse novo ciclo, e os investimentos globais em mercados de escritório devam ser da ordem de 600 bilhões de dólares em 2015, quando haverá uma nova onda de investimentos nos mercado emergentes? África, América do Sul e países em desenvolvimento na Ásia podem não ser tão confortáveis para os investidores devido à flutuação da moeda, à instabilidade política e à pouca transparência no mercado. De qualquer forma, existe a expectativa de os investidores voltarem para os mercados mais maduros da África, como Quênia, África do Sul, Botsuana e Nigéria. Nairóbi, em particular, cresceu rapidamente como um centro regional devido às descobertas de petróleo e desenvolvimento da indústria de telecomunicações. Cidade do Cabo, Johannesburgo e Lagos tornaram-se centros estratégicos no continente. A perspectiva é que em termos de mercado global as mudanças se processem em ritmo acelerado. Um novo mundo tecnológico e um crescente número de jovens com impetuosidade criativa nas cidades globais devem conduzir a um novo paradigma os imóveis comerciais. Os escritórios podem virar fóruns para geração de ideias, o varejo mudar o foco das compras para se tornar um destino com alternativas de lazer, enquanto trabalho e moradia aproximam-se cada vez mais. Este novo cenário oferece grandes oportunidades para investidores e empreendedores. Que eles se prepararem para explorar essas novas tendências de vida urbana em nível global.
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Em reaproximação com Cunha, PT cogita pedir relatoria de CPI
Depois da série de derrotas que Eduardo Cunha impôs ao Planalto nas primeiras semanas no comando da Câmara, líderes do PT na Casa começaram a ensaiar uma reaproximação nos últimos dias. Os petistas teriam marcado conversas com Cunha e o novo líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), para depois do Carnaval. O PT teria sondado os peemedebistas sobre a possibilidade de ficarem com a relatoria da CPI da Petrobras. Não encontraram resistências declaradas, mas também não houve nenhuma definição. Ficou acertado que haverá consultas nos dois lados. Partidos aliados de Cunha na disputa pela Câmara defendem que o bloco fique não só com a presidência da CPI como a relatoria, para ditar o ritmo das investigações que podem ampliar o desgaste ao Planalto. Líderes petistas disseram à Folha que no partido ainda há posições divergentes sobre a cadeira a ser ocupada. Uma corrente acredita que a relatoria pode ampliar o isolamento do partido na Casa e que o ideal seria entregar o cargo para um aliado fiel, que garantisse a blindagem do governo.
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Em reaproximação com Cunha, PT cogita pedir relatoria de CPIDepois da série de derrotas que Eduardo Cunha impôs ao Planalto nas primeiras semanas no comando da Câmara, líderes do PT na Casa começaram a ensaiar uma reaproximação nos últimos dias. Os petistas teriam marcado conversas com Cunha e o novo líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), para depois do Carnaval. O PT teria sondado os peemedebistas sobre a possibilidade de ficarem com a relatoria da CPI da Petrobras. Não encontraram resistências declaradas, mas também não houve nenhuma definição. Ficou acertado que haverá consultas nos dois lados. Partidos aliados de Cunha na disputa pela Câmara defendem que o bloco fique não só com a presidência da CPI como a relatoria, para ditar o ritmo das investigações que podem ampliar o desgaste ao Planalto. Líderes petistas disseram à Folha que no partido ainda há posições divergentes sobre a cadeira a ser ocupada. Uma corrente acredita que a relatoria pode ampliar o isolamento do partido na Casa e que o ideal seria entregar o cargo para um aliado fiel, que garantisse a blindagem do governo.
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Plantio de trigo está avançado no Paraná
O tempo seco favorece o plantio de trigo no Paraná. Em abril e maio os produtores já haviam semeado 71% da área que será destinada ao produto. A média dos cinco anos anteriores para esse período é de de 60%. Neste mês, contudo, o ritmo de plantio está mais lento devido a chuvas e solo úmido. A área que será destinada ao trigo neste safra deverá recuar para 970 mil hectares no Estado, 11% menos do que na anterior, segundo Hugo Godinho, analista do Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná. Essa antecipação de plantio faz parte também de uma estratégia do produtor, que assim terá mais tempo para programar a safra de verão, que vem logo a seguir. Os produtores tiveram um pequeno alívio no custo de sementes, dos fertilizantes e dos agroquímicos nesta safra. Com isso, esses itens geraram uma economia de R$ 3 por saca, com os gastos de produção recuando para R$ 37 por saca, em média, segundo Godinho. O cenário dos preços não é muito atraente. Há uma recuperação desse setor na Argentina, país que interfere muito no patamar de negociações de trigo no Brasil. Dados desta quinta-feira (29) da Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontam uma área de 15,5 milhões de hectares para esse produto no país vizinho. Se confirmada, essa área superará em 8% a do ano passado. Mantida a mesma produtividade, os argentinos deverão colher próximo de 16 milhões de toneladas. Nas safras de 2008 e de 2009, devido a seca e intervenção do governo no mercado, os argentinos produziam abaixo de 10 milhões de toneladas por ano. A produção mundial de trigo deverá atingir 740 milhões de toneladas na safra 2017/18, praticamente o mesmo volume do consumo, que será de 734 milhões, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). * Perigo - Um dos maiores perigos para a citricultura, o greening está presente em 17% das plantas cítricas das lavouras de São Paulo e do Triângulo Mineiro. Estável - Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (29) pelo Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura). O percentual é elevado, mas se mantém estável em relação ao dos anos anteriores. Doença - O greening é uma doença, provavelmente vinda da Ásia, provocada por bactérias. De difícil controle, causa elevadas perdas nas plantas cítricas. Ainda maior - O efeito dessa doença tem sido ainda mais desastroso nos laranjais da Flórida, nos Estados Unidos, onde pelo menos 90% da plantas são afetadas pelo greening. Queda - A produção de laranja da Flórida caiu para 69 milhões de caixas na safra 2016/17. Há dez anos, estava em 170 milhões. Essa queda foi provocada, em boa parte, pela doença. Fiscais - O Anffa Sindical (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários) diz que a contratação temporária de médicos veterinários para a fiscalização de frigoríficos põe sob suspeição a isenção do trabalho realizado. Típica de Estado - Para a entidade, essa fiscalização é uma atividade típica de Estado e deve ser realizada por servidores de carreira, a fim de garantir a independência do processo de fiscalização.
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Plantio de trigo está avançado no ParanáO tempo seco favorece o plantio de trigo no Paraná. Em abril e maio os produtores já haviam semeado 71% da área que será destinada ao produto. A média dos cinco anos anteriores para esse período é de de 60%. Neste mês, contudo, o ritmo de plantio está mais lento devido a chuvas e solo úmido. A área que será destinada ao trigo neste safra deverá recuar para 970 mil hectares no Estado, 11% menos do que na anterior, segundo Hugo Godinho, analista do Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná. Essa antecipação de plantio faz parte também de uma estratégia do produtor, que assim terá mais tempo para programar a safra de verão, que vem logo a seguir. Os produtores tiveram um pequeno alívio no custo de sementes, dos fertilizantes e dos agroquímicos nesta safra. Com isso, esses itens geraram uma economia de R$ 3 por saca, com os gastos de produção recuando para R$ 37 por saca, em média, segundo Godinho. O cenário dos preços não é muito atraente. Há uma recuperação desse setor na Argentina, país que interfere muito no patamar de negociações de trigo no Brasil. Dados desta quinta-feira (29) da Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontam uma área de 15,5 milhões de hectares para esse produto no país vizinho. Se confirmada, essa área superará em 8% a do ano passado. Mantida a mesma produtividade, os argentinos deverão colher próximo de 16 milhões de toneladas. Nas safras de 2008 e de 2009, devido a seca e intervenção do governo no mercado, os argentinos produziam abaixo de 10 milhões de toneladas por ano. A produção mundial de trigo deverá atingir 740 milhões de toneladas na safra 2017/18, praticamente o mesmo volume do consumo, que será de 734 milhões, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). * Perigo - Um dos maiores perigos para a citricultura, o greening está presente em 17% das plantas cítricas das lavouras de São Paulo e do Triângulo Mineiro. Estável - Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (29) pelo Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura). O percentual é elevado, mas se mantém estável em relação ao dos anos anteriores. Doença - O greening é uma doença, provavelmente vinda da Ásia, provocada por bactérias. De difícil controle, causa elevadas perdas nas plantas cítricas. Ainda maior - O efeito dessa doença tem sido ainda mais desastroso nos laranjais da Flórida, nos Estados Unidos, onde pelo menos 90% da plantas são afetadas pelo greening. Queda - A produção de laranja da Flórida caiu para 69 milhões de caixas na safra 2016/17. Há dez anos, estava em 170 milhões. Essa queda foi provocada, em boa parte, pela doença. Fiscais - O Anffa Sindical (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários) diz que a contratação temporária de médicos veterinários para a fiscalização de frigoríficos põe sob suspeição a isenção do trabalho realizado. Típica de Estado - Para a entidade, essa fiscalização é uma atividade típica de Estado e deve ser realizada por servidores de carreira, a fim de garantir a independência do processo de fiscalização.
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Dirigente de associação luso-brasileira elogia artigo de Samuel Pessôa
Não podemos deixar de cumprimentar o doutor em Economia Samuel Pessôa pelo excelente artigo A culpa é de Portugal?, que com muita lucidez, sabedoria e bom senso, refuta as recentes afirmações do ex-presidente Lula de que o atraso educacional brasileiro é culpa dos colonizadores. Está tudo dito no artigo, que coloca as coisas nos seus devidos lugares. A comunidade luso-brasileira de São Paulo, fruto da integração entre brasileiros e portugueses, detentores inegáveis de uma identidade histórica e cultural indiscutível, reconhece e agradece pelo escrito que faz justiça. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Dirigente de associação luso-brasileira elogia artigo de Samuel PessôaNão podemos deixar de cumprimentar o doutor em Economia Samuel Pessôa pelo excelente artigo A culpa é de Portugal?, que com muita lucidez, sabedoria e bom senso, refuta as recentes afirmações do ex-presidente Lula de que o atraso educacional brasileiro é culpa dos colonizadores. Está tudo dito no artigo, que coloca as coisas nos seus devidos lugares. A comunidade luso-brasileira de São Paulo, fruto da integração entre brasileiros e portugueses, detentores inegáveis de uma identidade histórica e cultural indiscutível, reconhece e agradece pelo escrito que faz justiça. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Não houve imprudência, mas sim coragem, diz governador do PR
À frente de uma grave crise financeira e alvo de greves e protestos, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), assumiu, em entrevista à Folha, que gastou mais do que deveria, mas diz que foi por "coragem" de fazer as obras de que o Estado precisava. "O que interessa para a população são as obras. As dívidas, nós vamos administrando", declarou. O Paraná foi o Estado com o segundo maior deficit em 2014, atrás apenas do Rio. Após a reeleição, Richa atrasou o pagamento de férias, cortou funcionários da educação e aumentou impostos, além de propor cortar benefícios dos servidores. O governo deve R$ 1,5 bilhão a fornecedores. Acusado de má gestão, Richa nega descontrole e culpa o fraco desempenho econômico do país. * Folha - O Paraná enfrenta uma crise. Gastou mais que arrecadou e teve um deficit bilionário. Faltou planejamento? Beto Richa - Houve planejamento, sim. O Paraná hoje é muito melhor que antes. E as dívidas, estamos administrando. O que interessa para a população são as obras. Quando eu assumi, herdei R$ 4,5 bilhões de dívidas. Contratei 10 mil policiais, 23 mil professores, recuperei perdas salariais, fiz obras em todos os municípios. Sim, atrasamos o terço de férias, a rescisão dos professores. Mesmo assim, é preferível isso do que faltar professor em sala de aula ou não ter policial na rua. Tirei o problema dos paranaenses e trouxe para mim. Vou fazer essa obra, vou contratar policiais. Depois resolvemos a situação. Os problemas foram pontuais. Para a população, foi vantajoso. Foi imprudência ter gasto mais do que havia em caixa? Não, não foi. Foi coragem. Pergunte lá em Londrina: a maior reivindicação era a duplicação da PR-445. Uma obra de R$ 100 milhões. Os técnicos me disseram: "Essa obra é cara, vai ser difícil..." Aí eu peitei. Vamos fazer. Uma parte já foi inaugurada. O segundo trecho foi paralisado por dificuldades financeiras. Mas a obra é uma realidade, e vai ser tocada. Se eu não tivesse tido coragem lá atrás, ela não teria acontecido. Se você ficar esperando ter dinheiro em caixa, não vai sair do lugar. A economia se deteriorou, tivemos problemas, mas a obra vai acontecer. É isso que importa para o cidadão. Preservar a saúde fiscal do Estado também importa... Mas as obras aconteceram e as dívidas estão sendo pagas. Estamos preservando. É uma visão mais política do que técnica? É uma visão de alguém que tem sensibilidade. E eu estou pagando o preço. A presidente Dilma Rousseff (PT) também enfrenta dificuldades. A crise no Paraná enfraquece o discurso da oposição contra o governo federal? Não, de forma alguma. Nós estamos todos no mesmo contexto. É uma crise nacional, que atinge a todos. Mas como os tucanos poderão falar em austeridade depois do que aconteceu no Paraná? Esse é um problema que nos foi imposto. O Paraná não é uma ilha. Todos foram atingidos. Nós fizemos a lição de casa, mas a crise nos afetou. No ano passado, nosso orçamento não se confirmou, porque foi baseado em projeções e expectativas anunciadas pela própria presidente. "A economia está aquecendo, vai crescer 5%..." Não houve isso. Aécio Neves acusou a presidente de estelionato eleitoral. O sr. foi reeleito dizendo que as finanças estavam saneadas. É estelionato eleitoral? De forma alguma. Nós fizemos o que prometemos, sim. Eu disse que nós vínhamos equacionando as dívidas do Estado. Vínhamos. Eu estava saneando as contas e fazendo, investindo. Há contratações, obras. Nada disso existia. O Estado está avançando, e a dívida é administrável. No caso da presidente, é diferente. Ela disse que não ia mexer em conquistas de servidores. E mexeu. Ela disse: "Nem que a vaca tussa". Mas o sr. é acusado exatamente da mesma coisa. Mas ninguém me perguntou se eu ia mexer na previdência. Não falei que não ia mexer. Ao contrário. Chegou um momento que, com a queda de receitas e a economia se deteriorando, não dá mais para sustentar dessa forma. Por que deixar esses ajustes para depois da eleição? As coisas só se agravaram nos últimos meses de 2014. O primeiro pacote foi apresentado em dezembro, mas já vinha sendo elaborado antes. Não teria sido mais transparente falar disso antes? O planejamento era apresentar no final do ano. Politicamente, o sr. sofreu uma queda de popularidade. A vida do governante não é só dar boas notícias. Devemos também ter a coragem de apresentar medidas amargas, impopulares, mas fundamentais. Eu tive essa coragem. Mais para frente, as pessoas vão perceber. Minha popularidade oscilou, mas o que não pode oscilar é a coerência. Houve recuos em medidas. Faltou habilidade política? Houve um erro, mas foi involuntário. Nós tínhamos urgência em implantar essas propostas. Agora, retiramos e estamos discutindo. Eu sou do diálogo, do entendimento.
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Não houve imprudência, mas sim coragem, diz governador do PRÀ frente de uma grave crise financeira e alvo de greves e protestos, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), assumiu, em entrevista à Folha, que gastou mais do que deveria, mas diz que foi por "coragem" de fazer as obras de que o Estado precisava. "O que interessa para a população são as obras. As dívidas, nós vamos administrando", declarou. O Paraná foi o Estado com o segundo maior deficit em 2014, atrás apenas do Rio. Após a reeleição, Richa atrasou o pagamento de férias, cortou funcionários da educação e aumentou impostos, além de propor cortar benefícios dos servidores. O governo deve R$ 1,5 bilhão a fornecedores. Acusado de má gestão, Richa nega descontrole e culpa o fraco desempenho econômico do país. * Folha - O Paraná enfrenta uma crise. Gastou mais que arrecadou e teve um deficit bilionário. Faltou planejamento? Beto Richa - Houve planejamento, sim. O Paraná hoje é muito melhor que antes. E as dívidas, estamos administrando. O que interessa para a população são as obras. Quando eu assumi, herdei R$ 4,5 bilhões de dívidas. Contratei 10 mil policiais, 23 mil professores, recuperei perdas salariais, fiz obras em todos os municípios. Sim, atrasamos o terço de férias, a rescisão dos professores. Mesmo assim, é preferível isso do que faltar professor em sala de aula ou não ter policial na rua. Tirei o problema dos paranaenses e trouxe para mim. Vou fazer essa obra, vou contratar policiais. Depois resolvemos a situação. Os problemas foram pontuais. Para a população, foi vantajoso. Foi imprudência ter gasto mais do que havia em caixa? Não, não foi. Foi coragem. Pergunte lá em Londrina: a maior reivindicação era a duplicação da PR-445. Uma obra de R$ 100 milhões. Os técnicos me disseram: "Essa obra é cara, vai ser difícil..." Aí eu peitei. Vamos fazer. Uma parte já foi inaugurada. O segundo trecho foi paralisado por dificuldades financeiras. Mas a obra é uma realidade, e vai ser tocada. Se eu não tivesse tido coragem lá atrás, ela não teria acontecido. Se você ficar esperando ter dinheiro em caixa, não vai sair do lugar. A economia se deteriorou, tivemos problemas, mas a obra vai acontecer. É isso que importa para o cidadão. Preservar a saúde fiscal do Estado também importa... Mas as obras aconteceram e as dívidas estão sendo pagas. Estamos preservando. É uma visão mais política do que técnica? É uma visão de alguém que tem sensibilidade. E eu estou pagando o preço. A presidente Dilma Rousseff (PT) também enfrenta dificuldades. A crise no Paraná enfraquece o discurso da oposição contra o governo federal? Não, de forma alguma. Nós estamos todos no mesmo contexto. É uma crise nacional, que atinge a todos. Mas como os tucanos poderão falar em austeridade depois do que aconteceu no Paraná? Esse é um problema que nos foi imposto. O Paraná não é uma ilha. Todos foram atingidos. Nós fizemos a lição de casa, mas a crise nos afetou. No ano passado, nosso orçamento não se confirmou, porque foi baseado em projeções e expectativas anunciadas pela própria presidente. "A economia está aquecendo, vai crescer 5%..." Não houve isso. Aécio Neves acusou a presidente de estelionato eleitoral. O sr. foi reeleito dizendo que as finanças estavam saneadas. É estelionato eleitoral? De forma alguma. Nós fizemos o que prometemos, sim. Eu disse que nós vínhamos equacionando as dívidas do Estado. Vínhamos. Eu estava saneando as contas e fazendo, investindo. Há contratações, obras. Nada disso existia. O Estado está avançando, e a dívida é administrável. No caso da presidente, é diferente. Ela disse que não ia mexer em conquistas de servidores. E mexeu. Ela disse: "Nem que a vaca tussa". Mas o sr. é acusado exatamente da mesma coisa. Mas ninguém me perguntou se eu ia mexer na previdência. Não falei que não ia mexer. Ao contrário. Chegou um momento que, com a queda de receitas e a economia se deteriorando, não dá mais para sustentar dessa forma. Por que deixar esses ajustes para depois da eleição? As coisas só se agravaram nos últimos meses de 2014. O primeiro pacote foi apresentado em dezembro, mas já vinha sendo elaborado antes. Não teria sido mais transparente falar disso antes? O planejamento era apresentar no final do ano. Politicamente, o sr. sofreu uma queda de popularidade. A vida do governante não é só dar boas notícias. Devemos também ter a coragem de apresentar medidas amargas, impopulares, mas fundamentais. Eu tive essa coragem. Mais para frente, as pessoas vão perceber. Minha popularidade oscilou, mas o que não pode oscilar é a coerência. Houve recuos em medidas. Faltou habilidade política? Houve um erro, mas foi involuntário. Nós tínhamos urgência em implantar essas propostas. Agora, retiramos e estamos discutindo. Eu sou do diálogo, do entendimento.
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MPF pede à Fazenda fim da paridade no Carf
Os quatro procuradores da República que compõem a força-tarefa da Operação Zelotes, instaurada para investigar um esquema de corrupção no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), defendem o fim de representação privada no órgão. Nesta quarta-feira (6), os procuradores estiveram no Ministério da Fazenda, ao qual o Carf está subordinado. Entregaram nas mãos do secretário-executivo adjunto da pasta, Fabrício Dantas Leite, minuta com sugestões de aprimoramento do conselho, palco de uma das maiores –senão a maior– fraudes já detectadas no país, estimada em R$ 19 bilhões. A principal proposta dos procuradores é acabar com o atual formato de composição do conselho, paritário, em que indicados dos contribuintes têm o mesmo poder de voto que os representantes da Fazenda Nacional –auditores da Receita Federal. O modelo de funcionamento e composição do Carf é único no mundo se comparado a outros tribunais de recursos fiscais. Algo está errado. "Sempre que há uma crise como essa do Carf, abre-se uma janela de oportunidade para melhorar e fortalecer a instituição pública. A figura do conselheiro privado no Carf é a porta de entrada para a corrupção", disse à coluna o procurador José Alfredo de Paula Silva, um dos integrantes da força-tarefa do MPF, coordenada por Frederico Paiva e integrada também por Raquel Branquinho e Rodrigo Leite Prado. José Alfredo pondera que, evidentemente, também há servidores públicos corruptos. Mas o sistema de votação do conselho facilita a ilegalidade. Fazem parte das turmas de julgamento do Carf três conselheiros indicados pelos contribuintes e três pela Fazenda. O presidente da turma é sempre um conselheiro fazendário, que tem o voto de minerva em caso de empate. Raramente os conselheiros privados votam contra os contribuintes. De um modo geral, são advogados tributários muito bem pagos pelas grandes empresas. Ou seja, votar contra o contribuinte é votar contra seus clientes efetivos ou potenciais. E acreditem: o conselheiro privado/advogado tributarista não recebe nada por seu trabalho no Carf. Como no capitalismo selvagem não existe almoço grátis... Neste modelo brasiliano surreal, basta corromper um auditor da Fazenda para derrubar, por exemplo, um auto de infração bilionário lavrado pela Receita Federal. Há de se fazer aqui uma digressão sobre o sistema recursal até chegar ao Carf, tribunal administrativo de última instância de julgamentos de atos do fisco: 1) Auditores concursados, bem treinados, da Receita Federal detectam indícios de sonegação/fraude cometidos por um contribuinte; 2) É aberta, então, uma fiscalização; 3) Os auditores escrutinam a contabilidade da empresa; 4) Dão a oportunidade à empresa de apresentar a comprovação da legalidade de suas operações, com o devido recolhimento de tributos; 5) Não tendo a empresa comprovado o correto pagamento de impostos, os auditores lavram o auto de infração; 6) A empresa entende que os auditores estão errados, e recorre à Delegacida de Julgamentos da própria Receita. Mantido o auto pela DRJ, aí, sim, a empresa bate à porta do Carf. No Carf, há várias instâncias. Um julgamento leva em média oito anos para ser concluído no conselho. E ao afinal, se perder, a história não acaba para o contribuinte. Ele pode, então, começar tudo de novo na Justiça. Essa hipótese, no entanto, só vale para o contribuinte. A Fazenda, se perder no Carf, chupa o dedo. "Quando o Brasil está sozinho no mundo, temos que fazer uma reflexão. Ou exportamos nosso modelo para o mundo ou precisamos rever nosso modelo", diz José Alfredo. Acabando com o modelo paritário, o corruptor teria de comprar pelo menos três auditores, isso se nessa conta estiver incluído o presidente da turma. José Alfredo lembra que um auditor, se flagrado num ato de corrupção, tem muito mais a perder do que um advogado que nada recebe por estar lá. Para início de conversa, o auditor seria demitido a bem do serviço público. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff assinou um decreto pelo qual veda-se aos conselheiros dos contribuintes o exercício concomitantemente da advocacia. "É um começo, mas não podemos parar por aí", diz José Alfredo. Além de acabar com a figura do representante privado, os procuradores também defendem a simplificação do Carf, diminuindo ao máximo o número de etapas recursais no conselho. "O Carf importou o que há de pior no Judiciário, com inúmeras possibilidades de adiamento da decisão." Outro ponto importante defendido pelos procuradores é igualar os direitos da Fazenda aos dos contribuintes. Se a Fazenda não pode ir à Justiça após o trâmite do recurso no Carf, os contribuintes também não poderiam. Após o julgamento na DRJ da Receita, teriam de optar: ou Carf ou Justiça. Na semana passada, o Ministério da Fazenda divulgou uma série de medidas para aprimorar o Carf, postas sob consulta pública. Daí o conjunto de propostas do MPF. Pelo traçado inicial da Fazenda, os representantes privados permaneceriam no Carf, porém remunerados. A Fazenda também defende a redução do número de conselheiros e de instâncias no conselho. "Eles [Fazenda] têm demonstrado boa vontade em aprimorar o conselho. Mas precisamos ir mais longe", diz José Alfredo.
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MPF pede à Fazenda fim da paridade no CarfOs quatro procuradores da República que compõem a força-tarefa da Operação Zelotes, instaurada para investigar um esquema de corrupção no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), defendem o fim de representação privada no órgão. Nesta quarta-feira (6), os procuradores estiveram no Ministério da Fazenda, ao qual o Carf está subordinado. Entregaram nas mãos do secretário-executivo adjunto da pasta, Fabrício Dantas Leite, minuta com sugestões de aprimoramento do conselho, palco de uma das maiores –senão a maior– fraudes já detectadas no país, estimada em R$ 19 bilhões. A principal proposta dos procuradores é acabar com o atual formato de composição do conselho, paritário, em que indicados dos contribuintes têm o mesmo poder de voto que os representantes da Fazenda Nacional –auditores da Receita Federal. O modelo de funcionamento e composição do Carf é único no mundo se comparado a outros tribunais de recursos fiscais. Algo está errado. "Sempre que há uma crise como essa do Carf, abre-se uma janela de oportunidade para melhorar e fortalecer a instituição pública. A figura do conselheiro privado no Carf é a porta de entrada para a corrupção", disse à coluna o procurador José Alfredo de Paula Silva, um dos integrantes da força-tarefa do MPF, coordenada por Frederico Paiva e integrada também por Raquel Branquinho e Rodrigo Leite Prado. José Alfredo pondera que, evidentemente, também há servidores públicos corruptos. Mas o sistema de votação do conselho facilita a ilegalidade. Fazem parte das turmas de julgamento do Carf três conselheiros indicados pelos contribuintes e três pela Fazenda. O presidente da turma é sempre um conselheiro fazendário, que tem o voto de minerva em caso de empate. Raramente os conselheiros privados votam contra os contribuintes. De um modo geral, são advogados tributários muito bem pagos pelas grandes empresas. Ou seja, votar contra o contribuinte é votar contra seus clientes efetivos ou potenciais. E acreditem: o conselheiro privado/advogado tributarista não recebe nada por seu trabalho no Carf. Como no capitalismo selvagem não existe almoço grátis... Neste modelo brasiliano surreal, basta corromper um auditor da Fazenda para derrubar, por exemplo, um auto de infração bilionário lavrado pela Receita Federal. Há de se fazer aqui uma digressão sobre o sistema recursal até chegar ao Carf, tribunal administrativo de última instância de julgamentos de atos do fisco: 1) Auditores concursados, bem treinados, da Receita Federal detectam indícios de sonegação/fraude cometidos por um contribuinte; 2) É aberta, então, uma fiscalização; 3) Os auditores escrutinam a contabilidade da empresa; 4) Dão a oportunidade à empresa de apresentar a comprovação da legalidade de suas operações, com o devido recolhimento de tributos; 5) Não tendo a empresa comprovado o correto pagamento de impostos, os auditores lavram o auto de infração; 6) A empresa entende que os auditores estão errados, e recorre à Delegacida de Julgamentos da própria Receita. Mantido o auto pela DRJ, aí, sim, a empresa bate à porta do Carf. No Carf, há várias instâncias. Um julgamento leva em média oito anos para ser concluído no conselho. E ao afinal, se perder, a história não acaba para o contribuinte. Ele pode, então, começar tudo de novo na Justiça. Essa hipótese, no entanto, só vale para o contribuinte. A Fazenda, se perder no Carf, chupa o dedo. "Quando o Brasil está sozinho no mundo, temos que fazer uma reflexão. Ou exportamos nosso modelo para o mundo ou precisamos rever nosso modelo", diz José Alfredo. Acabando com o modelo paritário, o corruptor teria de comprar pelo menos três auditores, isso se nessa conta estiver incluído o presidente da turma. José Alfredo lembra que um auditor, se flagrado num ato de corrupção, tem muito mais a perder do que um advogado que nada recebe por estar lá. Para início de conversa, o auditor seria demitido a bem do serviço público. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff assinou um decreto pelo qual veda-se aos conselheiros dos contribuintes o exercício concomitantemente da advocacia. "É um começo, mas não podemos parar por aí", diz José Alfredo. Além de acabar com a figura do representante privado, os procuradores também defendem a simplificação do Carf, diminuindo ao máximo o número de etapas recursais no conselho. "O Carf importou o que há de pior no Judiciário, com inúmeras possibilidades de adiamento da decisão." Outro ponto importante defendido pelos procuradores é igualar os direitos da Fazenda aos dos contribuintes. Se a Fazenda não pode ir à Justiça após o trâmite do recurso no Carf, os contribuintes também não poderiam. Após o julgamento na DRJ da Receita, teriam de optar: ou Carf ou Justiça. Na semana passada, o Ministério da Fazenda divulgou uma série de medidas para aprimorar o Carf, postas sob consulta pública. Daí o conjunto de propostas do MPF. Pelo traçado inicial da Fazenda, os representantes privados permaneceriam no Carf, porém remunerados. A Fazenda também defende a redução do número de conselheiros e de instâncias no conselho. "Eles [Fazenda] têm demonstrado boa vontade em aprimorar o conselho. Mas precisamos ir mais longe", diz José Alfredo.
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Vídeo: Pequeno investidor deve ter cautela antes de comprar ações
O investidor pessoa física que quer participar de uma oferta pública inicial de ações deve tomar alguns cuidados, como pesquisar os fatores de risco a que a empresa está exposta e também as perspectivas para o setor em que a companhia está inserida, afirma o analista Roberto Indech, da corretora Rico. "Há uma série de estudos que o investidor deve fazer. Primeiro, obviamente, é consultar o prospecto da empresa. Infelizmente ele tem aproximadamente 800 páginas. Digo infelizmente porque pouca gente acaba lendo por causa disso", diz. Uma orientação é não investir por recomendação de terceiros. "Muita gente acaba perdendo dinheiro com isso. Nós, investidores, temos que nos preocupar, de fato, com a empresa em que estamos investindo", ressalta. O vídeo completo pode ser assistido abaixo: Veja vídeo
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Vídeo: Pequeno investidor deve ter cautela antes de comprar açõesO investidor pessoa física que quer participar de uma oferta pública inicial de ações deve tomar alguns cuidados, como pesquisar os fatores de risco a que a empresa está exposta e também as perspectivas para o setor em que a companhia está inserida, afirma o analista Roberto Indech, da corretora Rico. "Há uma série de estudos que o investidor deve fazer. Primeiro, obviamente, é consultar o prospecto da empresa. Infelizmente ele tem aproximadamente 800 páginas. Digo infelizmente porque pouca gente acaba lendo por causa disso", diz. Uma orientação é não investir por recomendação de terceiros. "Muita gente acaba perdendo dinheiro com isso. Nós, investidores, temos que nos preocupar, de fato, com a empresa em que estamos investindo", ressalta. O vídeo completo pode ser assistido abaixo: Veja vídeo
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Ministro da Agricultura diz que vai aos EUA falar sobre carne do Brasil
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que vai viajar aos Estados Unidos para prestar todos os esclarecimentos necessários e tentar reverter a suspensão de compra de carne in natura do Brasil imposta nesta quinta-feira (22) pelo governo americano. Blairo disse, em mensagem publicada nas redes sociais, que viajará acompanhado de uma equipe do ministério para "fazer as discussões necessárias e restabelecer esse mercado tão importante que o Brasil conquistou nos últimos anos". O USDA (Departamento de Agricultura americano) anunciou que os Estados Unidos suspenderam todas as importações de carne bovina in natura do Brasil devido a recorrentes preocupações sanitárias sobre os produtos. DESTINOS DA CARNE 'IN NATURA' BRASILEIRA - Venda de janeiro a maio de 2017, em US$ milhões A medida ocorre após o USDA ter aumentado em março a realização de testes para a carne fresca e produtos prontos de carne do Brasil, como precaução após a Operação Carne Fraca, que revelou um esquema ilegal de fornecimento de produtos alimentícios alterados ou adulterados com a participação de empresários e fiscais do Ministério da Agricultura. A suspensão se deu depois de o Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, ter conseguido apenas no segundo semestre do ano passado acesso ao cobiçado mercado americano de produto in natura. Blairo disse que todas as medidas corretivas para as exigências apresentadas pelos americanos já estão sendo tomadas. Segundo o ministro, o embargo temporário atinge 13 unidades brasileiras, sendo que cinco já tinham sido suspensas preventivamente pelo Brasil, embora estivessem habilitadas para exportar aos EUA.
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Ministro da Agricultura diz que vai aos EUA falar sobre carne do BrasilO ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que vai viajar aos Estados Unidos para prestar todos os esclarecimentos necessários e tentar reverter a suspensão de compra de carne in natura do Brasil imposta nesta quinta-feira (22) pelo governo americano. Blairo disse, em mensagem publicada nas redes sociais, que viajará acompanhado de uma equipe do ministério para "fazer as discussões necessárias e restabelecer esse mercado tão importante que o Brasil conquistou nos últimos anos". O USDA (Departamento de Agricultura americano) anunciou que os Estados Unidos suspenderam todas as importações de carne bovina in natura do Brasil devido a recorrentes preocupações sanitárias sobre os produtos. DESTINOS DA CARNE 'IN NATURA' BRASILEIRA - Venda de janeiro a maio de 2017, em US$ milhões A medida ocorre após o USDA ter aumentado em março a realização de testes para a carne fresca e produtos prontos de carne do Brasil, como precaução após a Operação Carne Fraca, que revelou um esquema ilegal de fornecimento de produtos alimentícios alterados ou adulterados com a participação de empresários e fiscais do Ministério da Agricultura. A suspensão se deu depois de o Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, ter conseguido apenas no segundo semestre do ano passado acesso ao cobiçado mercado americano de produto in natura. Blairo disse que todas as medidas corretivas para as exigências apresentadas pelos americanos já estão sendo tomadas. Segundo o ministro, o embargo temporário atinge 13 unidades brasileiras, sendo que cinco já tinham sido suspensas preventivamente pelo Brasil, embora estivessem habilitadas para exportar aos EUA.
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Operação da PF que investiga propinas ao Carf foi fatiada em 19 inquéritos
A Operação Zelotes foi fatiada em até 19 inquéritos policiais nos quais, segundo os investigadores, há mais fortes indícios de pagamento de propina no Carf, o conselho vinculado ao Ministério da Fazenda que julga recursos de empresas contra multas aplicadas pela Receita Federal. Cada um dos inquéritos, que tramitam sob segredo de Justiça na 10ª Vara Federal de Brasília, trata de um episódio que envolve uma empresa supostamente beneficiada. Em petição protocolada na Justiça Federal, o procurador da República que integra a força tarefa da Zelotes, Frederico Paiva, explicou que "deflagrada a fase ostensiva do trabalho, a avaliação do material até então coletado está sendo feita pelos atores institucionais envolvidos (Receita, Polícia Federal e Ministério Público Federal), tendo por critério contribuintes que se valeram do esquema criminoso". "Delimitado cada contribuinte em situação suspeita, o material é analisado para identificar a potencial prática de delitos", informou o procurador na petição. Investigadores da PF informaram que os casos foram fatiados "para facilitar o entendimento do Judiciário e porque são casos similares". A Folha apurou que o Ministério Público trabalha prioritariamente com nove inquéritos específicos para cada suspeita envolvendo uma empresa. A PF contabiliza um número maior de inquéritos por empresas, 16. Além dos casos separados por empresa, há mais três investigações abertas e computadas tanto pela PF quanto pelo Ministério Público: o que trata da RBS, afiliada da Rede Globo em Porto Alegre (RS), e do ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Augusto Nardes, hoje em andamento sob segredo de Justiça no STF (Supremo Tribunal Federal); o que investiga a suposta compra de medidas provisórias e participação de Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula; e o inquérito principal, instaurado em 2014, que deu origem a todas as outras investigações. Com quatro fontes que pediram para não ser identificadas, a Folha confirmou que são objetos de inquéritos sob sigilo episódios que citam oito empresas: Bradesco, Safra, Santander, Mitsubishi, Qualy Marcas Comércio Exportação de Cereais, Laser Tech Comércio e Importação de Eletrônicos, Cimento Penha e banco Brascan. Há outras empresas sob investigação, mas a reportagem não localizou seus nomes. Sete desses casos, segundo o Ministério Público, estavam "virtualmente paralisados" por uma série de decisões do juiz federal Ricardo Augusto Leite. O magistrado, afirmando ser independente e não ceder a pressões, não concedeu diversos pedidos de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico, e indicou aos procuradores diversas medidas que eles ainda não tinham considerado, como ouvir todos os conselheiros do Carf que participaram de decisões sob suspeita na Zelotes. No último dia 4, a condução dos casos derivados da Zelotes voltou às mãos do juiz titular da 10ª Vara, Vallisney de Souza Oliveira. Até a última sexta-feira (13), o juiz já havia autorizado quebras de sigilo relativas a cerca de 30 pessoas, incluindo o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, no decorrer do inquérito instaurado sobre a empresa de cimento Penha. A investigação quer saber se houve interferência indevida na nomeação de conselheiros do Carf que teriam beneficiado a Penha, pertencente a Victor Sandri, que seria amigo do ex-ministro –Mantega nega a amizade. Do total dos inquéritos abertos, a Folha apurou que pelo menos quatro já estão relatados pela PF, ou seja, já foram encerrados no campo policial. Segundo investigadores, "hoje os inquéritos estão mais maduros e em breve sairão resultados". Até março, a expectativa é que mais "seis ou sete" inquéritos sejam relatados. OUTRO LADO Procuradas pela Folha, empresas citadas em investigações da Operação Zelotes negaram envolvimento em irregularidades e outras preferiram não se manifestar. A assessoria do banco Bradesco informou em nota que "não reconhece as informações trazidas pela sugestão de pauta [da Folha] e reafirma que por princípio não comenta assuntos que estejam ou possam estar sob análise administrativa ou judicial". O banco Santander informou que não tem relacionamento com nenhuma das pessoas e empresas suspeitas de participar de irregularidades no Carf. A partir das citações ao banco no noticiário da imprensa, a instituição por duas vezes procurou a Justiça Federal para obter informações sobre eventual inquérito de que seja alvo. Em ambas ocasiões, porém, foi informada de que não é investigada em nenhum caso derivado da Zelotes. Assim, o banco considera que não é alvo de nenhum inquérito. O banco Safra informou que não iria se manifestar. A Folha apurou que dois inquéritos citavam o Safra, porém, um deles –que apura uma das principais suspeitas levantadas sobre a instituição na fase inicial da investigação, de que teria ocorrido um pagamento de R$ 28 milhões em propina relacionada a um processo no Carf de interesse do banco–, concluiu que os investigados falavam sobre outra instituição financeira em tese beneficiada pela mesma medida. O segundo inquérito sobre o Safra segue em andamento. A Mitsubishi informou, em nota, que a "a MMC Automotores do Brasil informa que vem colaborando com as investigações e tem todo o interesse no esclarecimento dos fatos". A advogada Dora Cavalcanti, que atua na defesa do empresário Victor Sandri, do Grupo Cimento Penha, afirmou que a empresa "forneceu todas as informações requeridas pelo Ministério Público Federal no contexto da Operação Zelotes" e que o recurso da empresa no Carf "foi julgado procedente por nove votos a um, já tendo transitado em julgado". Segundo a advogada, Sandri "travou conhecimento de natureza comercial com o ex-ministro Guido Mantega há muitos anos, quando adquiriu terrenos de sua família para incorporação imobiliária". Procuradas, as assessorias das empresas Laser Tech, Qualy Cereais e do banco Brascan não foram localizadas para comentar o assunto. Em diversas manifestações anteriores, tanto a RBS quanto Augusto Nardes negaram qualquer envolvimento em irregularidades no Carf.
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Operação da PF que investiga propinas ao Carf foi fatiada em 19 inquéritosA Operação Zelotes foi fatiada em até 19 inquéritos policiais nos quais, segundo os investigadores, há mais fortes indícios de pagamento de propina no Carf, o conselho vinculado ao Ministério da Fazenda que julga recursos de empresas contra multas aplicadas pela Receita Federal. Cada um dos inquéritos, que tramitam sob segredo de Justiça na 10ª Vara Federal de Brasília, trata de um episódio que envolve uma empresa supostamente beneficiada. Em petição protocolada na Justiça Federal, o procurador da República que integra a força tarefa da Zelotes, Frederico Paiva, explicou que "deflagrada a fase ostensiva do trabalho, a avaliação do material até então coletado está sendo feita pelos atores institucionais envolvidos (Receita, Polícia Federal e Ministério Público Federal), tendo por critério contribuintes que se valeram do esquema criminoso". "Delimitado cada contribuinte em situação suspeita, o material é analisado para identificar a potencial prática de delitos", informou o procurador na petição. Investigadores da PF informaram que os casos foram fatiados "para facilitar o entendimento do Judiciário e porque são casos similares". A Folha apurou que o Ministério Público trabalha prioritariamente com nove inquéritos específicos para cada suspeita envolvendo uma empresa. A PF contabiliza um número maior de inquéritos por empresas, 16. Além dos casos separados por empresa, há mais três investigações abertas e computadas tanto pela PF quanto pelo Ministério Público: o que trata da RBS, afiliada da Rede Globo em Porto Alegre (RS), e do ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Augusto Nardes, hoje em andamento sob segredo de Justiça no STF (Supremo Tribunal Federal); o que investiga a suposta compra de medidas provisórias e participação de Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula; e o inquérito principal, instaurado em 2014, que deu origem a todas as outras investigações. Com quatro fontes que pediram para não ser identificadas, a Folha confirmou que são objetos de inquéritos sob sigilo episódios que citam oito empresas: Bradesco, Safra, Santander, Mitsubishi, Qualy Marcas Comércio Exportação de Cereais, Laser Tech Comércio e Importação de Eletrônicos, Cimento Penha e banco Brascan. Há outras empresas sob investigação, mas a reportagem não localizou seus nomes. Sete desses casos, segundo o Ministério Público, estavam "virtualmente paralisados" por uma série de decisões do juiz federal Ricardo Augusto Leite. O magistrado, afirmando ser independente e não ceder a pressões, não concedeu diversos pedidos de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico, e indicou aos procuradores diversas medidas que eles ainda não tinham considerado, como ouvir todos os conselheiros do Carf que participaram de decisões sob suspeita na Zelotes. No último dia 4, a condução dos casos derivados da Zelotes voltou às mãos do juiz titular da 10ª Vara, Vallisney de Souza Oliveira. Até a última sexta-feira (13), o juiz já havia autorizado quebras de sigilo relativas a cerca de 30 pessoas, incluindo o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, no decorrer do inquérito instaurado sobre a empresa de cimento Penha. A investigação quer saber se houve interferência indevida na nomeação de conselheiros do Carf que teriam beneficiado a Penha, pertencente a Victor Sandri, que seria amigo do ex-ministro –Mantega nega a amizade. Do total dos inquéritos abertos, a Folha apurou que pelo menos quatro já estão relatados pela PF, ou seja, já foram encerrados no campo policial. Segundo investigadores, "hoje os inquéritos estão mais maduros e em breve sairão resultados". Até março, a expectativa é que mais "seis ou sete" inquéritos sejam relatados. OUTRO LADO Procuradas pela Folha, empresas citadas em investigações da Operação Zelotes negaram envolvimento em irregularidades e outras preferiram não se manifestar. A assessoria do banco Bradesco informou em nota que "não reconhece as informações trazidas pela sugestão de pauta [da Folha] e reafirma que por princípio não comenta assuntos que estejam ou possam estar sob análise administrativa ou judicial". O banco Santander informou que não tem relacionamento com nenhuma das pessoas e empresas suspeitas de participar de irregularidades no Carf. A partir das citações ao banco no noticiário da imprensa, a instituição por duas vezes procurou a Justiça Federal para obter informações sobre eventual inquérito de que seja alvo. Em ambas ocasiões, porém, foi informada de que não é investigada em nenhum caso derivado da Zelotes. Assim, o banco considera que não é alvo de nenhum inquérito. O banco Safra informou que não iria se manifestar. A Folha apurou que dois inquéritos citavam o Safra, porém, um deles –que apura uma das principais suspeitas levantadas sobre a instituição na fase inicial da investigação, de que teria ocorrido um pagamento de R$ 28 milhões em propina relacionada a um processo no Carf de interesse do banco–, concluiu que os investigados falavam sobre outra instituição financeira em tese beneficiada pela mesma medida. O segundo inquérito sobre o Safra segue em andamento. A Mitsubishi informou, em nota, que a "a MMC Automotores do Brasil informa que vem colaborando com as investigações e tem todo o interesse no esclarecimento dos fatos". A advogada Dora Cavalcanti, que atua na defesa do empresário Victor Sandri, do Grupo Cimento Penha, afirmou que a empresa "forneceu todas as informações requeridas pelo Ministério Público Federal no contexto da Operação Zelotes" e que o recurso da empresa no Carf "foi julgado procedente por nove votos a um, já tendo transitado em julgado". Segundo a advogada, Sandri "travou conhecimento de natureza comercial com o ex-ministro Guido Mantega há muitos anos, quando adquiriu terrenos de sua família para incorporação imobiliária". Procuradas, as assessorias das empresas Laser Tech, Qualy Cereais e do banco Brascan não foram localizadas para comentar o assunto. Em diversas manifestações anteriores, tanto a RBS quanto Augusto Nardes negaram qualquer envolvimento em irregularidades no Carf.
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Artistas debatem em vídeo a extinção frustrada do Ministério da Cultura
O músico Lobão, os diretores de teatro Cibele Forjaz e José Celso Martinez Corrêa e o ator Pascoal da Conceição comentaram em vídeo as idas e vindas do Ministério da Cultura após a posse do presidente interino Michel Temer. Nas últimas semanas, artistas se posicionaram após a posse do presidente interino Michel Temer, que havia anexado o Ministério da Cultura ao da Educação. No sábado (21), Temer recuou da decisão após pressão da classe artística e recriou o Ministério da Cultura. O anúncio foi feito pelo ministro da educação, Mendonça Filho (DEM) no sábado (21). Para Mendonça, a decisão foi tomada pelo presidente como um "gesto" para a área da cultura do país. "Tão fazendo esse auê invadindo o Ministério da Cultura. Isto é uma balela, isto é uma balela, vocês vão ver", comentou Lobão sobre as ocupações que tomaram prédios públicos em 16 capitais do país contra a extinção da pasta e contra Temer. "O que vem aos nossos olhos é [...] as putinhas aborteiras fazendo rap, todo mundo dando a bunda... Pô, é uma situação grotesca." "A gente precisa entrar nesse espaço que é o Estado e construir um outro Estado, que talvez nem se chame Estado, uma outra construção. E pra isso é preciso uma outra assembleia constituinte", afirmou José Celso Martinez Corrêa, diretor do Teatro Oficina. No vídeo, a diretora de teatro Cibele Forjaz disse que "nós vamos criar um outro Ministério da Cultura, um ministério paralelo da cultura".
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Artistas debatem em vídeo a extinção frustrada do Ministério da CulturaO músico Lobão, os diretores de teatro Cibele Forjaz e José Celso Martinez Corrêa e o ator Pascoal da Conceição comentaram em vídeo as idas e vindas do Ministério da Cultura após a posse do presidente interino Michel Temer. Nas últimas semanas, artistas se posicionaram após a posse do presidente interino Michel Temer, que havia anexado o Ministério da Cultura ao da Educação. No sábado (21), Temer recuou da decisão após pressão da classe artística e recriou o Ministério da Cultura. O anúncio foi feito pelo ministro da educação, Mendonça Filho (DEM) no sábado (21). Para Mendonça, a decisão foi tomada pelo presidente como um "gesto" para a área da cultura do país. "Tão fazendo esse auê invadindo o Ministério da Cultura. Isto é uma balela, isto é uma balela, vocês vão ver", comentou Lobão sobre as ocupações que tomaram prédios públicos em 16 capitais do país contra a extinção da pasta e contra Temer. "O que vem aos nossos olhos é [...] as putinhas aborteiras fazendo rap, todo mundo dando a bunda... Pô, é uma situação grotesca." "A gente precisa entrar nesse espaço que é o Estado e construir um outro Estado, que talvez nem se chame Estado, uma outra construção. E pra isso é preciso uma outra assembleia constituinte", afirmou José Celso Martinez Corrêa, diretor do Teatro Oficina. No vídeo, a diretora de teatro Cibele Forjaz disse que "nós vamos criar um outro Ministério da Cultura, um ministério paralelo da cultura".
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Masp destaca ícones da arte francesa em nova exposição
DE SÃO PAULO A produção artística realizada na França entre os séculos 18 e 20 é tema da nova mostra do Museu de Arte de São Paulo. Composta de cerca de 80 obras do acervo do museu, "Arte da França: de Delacroix a Cézanne" apresenta retratos, paisagens, naturezas-mortas e cenas históricas e cotidianas retratadas por 24 artistas. Entre outros destaques, aparecem trabalhos como "O Grande Pinheiro" (1890), de Paul Cézanne (1839-1906), e "O Verão - Diana Surpreendida por Acteão" (1856), de Eugène Delacroix (1798-1863). Av. Paulista, 1.578, Bela Vista, tel. 3149-5959. Ter., qua. e sex. a dom.: 10h às 17h30 (até as 18h). Qui.: 10h às 19h30 (até as 20h). Ingr.: R$ 25 (qui. a partir das 17h e ter.: grátis). Até 25/10. Livre. Estac. (R$ 15 p/ 3 h, no nº 1.636). Ingr. p/ ingresse.com.
saopaulo
Masp destaca ícones da arte francesa em nova exposiçãoDE SÃO PAULO A produção artística realizada na França entre os séculos 18 e 20 é tema da nova mostra do Museu de Arte de São Paulo. Composta de cerca de 80 obras do acervo do museu, "Arte da França: de Delacroix a Cézanne" apresenta retratos, paisagens, naturezas-mortas e cenas históricas e cotidianas retratadas por 24 artistas. Entre outros destaques, aparecem trabalhos como "O Grande Pinheiro" (1890), de Paul Cézanne (1839-1906), e "O Verão - Diana Surpreendida por Acteão" (1856), de Eugène Delacroix (1798-1863). Av. Paulista, 1.578, Bela Vista, tel. 3149-5959. Ter., qua. e sex. a dom.: 10h às 17h30 (até as 18h). Qui.: 10h às 19h30 (até as 20h). Ingr.: R$ 25 (qui. a partir das 17h e ter.: grátis). Até 25/10. Livre. Estac. (R$ 15 p/ 3 h, no nº 1.636). Ingr. p/ ingresse.com.
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Confira as ações que mais sobem e as que mais caem em 12 meses
Ações de exportadoras, cujas receitas se beneficiaram da valorização de 56,6% do dólar nos 12 meses encerrados em outubro, lideraram as altas do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, no período. Na outra ponta, o dólar alto elevou o endividamento de empresas com débito na moeda americana. A queda no preço de commodities e o desaquecimento econômico, entre outros fatores, afetaram os papéis na lanterna do levantamento. Para investir na Bolsa, é preciso abrir conta em uma corretora ou em um banco. A abertura da conta não envolve custos, mas há cobrança de taxas, como de corretagem e custódia, para cada operação de compra e venda. Sobe e desce - Veja as ações do Ibovespa* que mais sobem e as que mais caem em 12 meses até outubro, em % É importante se informar sobre as perspectivas do setor e das influências do exterior antes de comprar os papéis de uma empresa. O investidor com dúvida deve pedir ajuda à corretora ou ao banco para avaliar as informações de interesse. Planejadores financeiros recomendam ao pequeno investidor, que geralmente tem menos tempo para acompanhar o mercado, ter sempre foco no retorno de longo prazo (de três a cinco anos, no mínimo). Além disso, também é preciso diversificar o portfólio de investimentos com outras opções, como títulos públicos, por exemplo. Confira, na lista abaixo, as cinco maiores altas e as cinco piores quedas nos 12 meses encerrados em outubro de 2015. MAIORES ALTAS Com valorização de 87,66%, as ações da exportadora lideraram as altas do Ibovespa nos 12 meses encerrados em outubro, quando atingiram R$ 52,64. No ano, a valorização é de 61,9%. Os papéis são favorecidos pela alta do dólar. Como a empresa é exportadora, boa parte de sua receita é na moeda americana, e a valorização da divisa favorece a companhia. Assim como a primeira colocada, a empresa também se beneficiou da alta de 56,6% do dólar em 12 meses, o que impulsionou parte de sua receita. No período, a Klabin acumulou ganho de 85,69% em suas ações, que encerraram outubro cotadas a R$ 21,93. No ano, os papéis da empresa têm valorização de 50,31%. A expectativa é que os projetos tocados pela empresa ajudem a elevar sua geração de caixa. A empresa acumula ganho de 79,33% nos 12 meses encerrados em outubro. No ano, a alta das ações alcança 57,75%. O resultado da empresa tem refletido o aumento de sua participação no mercado do Sudeste. No terceiro trimestre, a empresa viu seu lucro líquido crescer 24% em relação a um ano antes. A companhia abriu 37 novas lojas e fechou duas no terceiro trimestre, finalizando o período com 1.177 pontos em operação no país. Também exportadora, se beneficia da alta do dólar. A empresa viu seus papéis subirem 69,57% nos 12 meses até outubro. No ano, acumulam avanço de 47,11%. As ações da empresa se valorizaram 38,39% nos 12 meses encerrados em outubro, para R$ 34,39. No ano, o ganho é de 24,15%. Os resultados da empresa têm agradado os investidores. No segundo trimestre do ano, a empresa teve lucro líquido de e R$ 500 milhões, ante prejuízo de R$ 185 milhões no segundo trimestre de 2014. MAIORES QUEDAS A queda de 31% do minério de ferro prejudicou as ações da metalúrgica nos 12 meses até outubro. No período, a Metalúrgica Gerdau registrou desvalorização de 79,84% de suas ações, para R$ 2,60. No ano, a queda é de 76,99%. O movimento foi influenciado pela perda de 41,23% da siderúrgica Gerdau, sua controlada, em 12 meses. Os setores de siderurgia e metalurgia como um todo têm sofrido nos últimos meses com a queda nos preços do minério de ferro (um dos principais componentes do aço), aumento da oferta e baixa demanda. As ações mais negociadas e sem direito a voto da operadora de telefonia móvel caíram 73,83% entre outubro de 2014 e o mesmo mês deste ano, para R$ 2,12 cada uma. Em 2015, acumulam queda de 75,38%. A empresa tenta adquirir concorrentes no setor, mas ainda não obteve sucesso. Em agosto do ano passado, a Oi informou que havia contratado o BTG Pactual para coordenar uma possível oferta de compra da TIM, em parceria com a Telefonica Brasil e a Claro, da mexicana América Móvil. Especialistas de mercado têm se mostrado céticos com a possibilidade de 'protagonismo' da Oi no processo, dado o elevado endividamento da empresa, que é menor do que a TIM. No final de outubro, a operadora de telecomunicações e o fundo russo LetterOne acertaram negociar por sete meses a injeção de capital de US$ 4 bilhões na empresa para tentar viabilizar a eventual fusão com a TIM Participações. A valorização do dólar tem prejudicado o balanço da companhia aérea, que possui um elevado nível de endividamento na moeda americana. Nos 12 meses terminados em outubro, as ações da aérea registraram queda de 71,55%, para R$ 3,55. No ano, os papéis têm queda de 76,61%. Além do dólar, a crise econômica brasileira também tem afetado negativamente os indicadores operacionais da Gol. Na semana passada, a companhia aérea informou que o yield, indicador de preços de passagens, recuou 3% no terceiro trimestre sobre o mesmo período de 2014 e que a receita por passageiro teve baixa de 1,6%. Os papéis da empresa registraram desvalorização de 49,83% nos 12 meses até outubro e de 48,56% no ano. O grupo varejista tem sido afetado negativamente pelo aumento de despesas operacionais e pela queda no consumo das famílias em 2015, diante do quadro de recessão econômica do Brasil. Na semana passada, o Grupo Pão de Açúcar reportou prejuízo líquido de R$ 122 milhões no terceiro trimestre, revertendo resultado positivo R$ 391 milhões obtido no mesmo período de 2014. O resultado veio incluindo redução de 9 mil funcionários em relação ao final de junho. A queda de 49,08% das ações da Cemig em 12 meses e de 45,51% no ano tem refletido a defasagem no caixa das operações de distribuição da empresa. Segundo afirmou o diretor de relações institucionais da Cemig, Luiz Fernando Rolla, no final do mês passado, a unidade de distribuição da empresa acumula defasagem de R$ 1 bilhão nas tarifas. A diferença continua mesmo após o início da cobrança das bandeiras tarifárias, que encarecem a tarifa ao consumidor quando o custo da energia para as distribuidoras aumenta.
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Confira as ações que mais sobem e as que mais caem em 12 mesesAções de exportadoras, cujas receitas se beneficiaram da valorização de 56,6% do dólar nos 12 meses encerrados em outubro, lideraram as altas do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, no período. Na outra ponta, o dólar alto elevou o endividamento de empresas com débito na moeda americana. A queda no preço de commodities e o desaquecimento econômico, entre outros fatores, afetaram os papéis na lanterna do levantamento. Para investir na Bolsa, é preciso abrir conta em uma corretora ou em um banco. A abertura da conta não envolve custos, mas há cobrança de taxas, como de corretagem e custódia, para cada operação de compra e venda. Sobe e desce - Veja as ações do Ibovespa* que mais sobem e as que mais caem em 12 meses até outubro, em % É importante se informar sobre as perspectivas do setor e das influências do exterior antes de comprar os papéis de uma empresa. O investidor com dúvida deve pedir ajuda à corretora ou ao banco para avaliar as informações de interesse. Planejadores financeiros recomendam ao pequeno investidor, que geralmente tem menos tempo para acompanhar o mercado, ter sempre foco no retorno de longo prazo (de três a cinco anos, no mínimo). Além disso, também é preciso diversificar o portfólio de investimentos com outras opções, como títulos públicos, por exemplo. Confira, na lista abaixo, as cinco maiores altas e as cinco piores quedas nos 12 meses encerrados em outubro de 2015. MAIORES ALTAS Com valorização de 87,66%, as ações da exportadora lideraram as altas do Ibovespa nos 12 meses encerrados em outubro, quando atingiram R$ 52,64. No ano, a valorização é de 61,9%. Os papéis são favorecidos pela alta do dólar. Como a empresa é exportadora, boa parte de sua receita é na moeda americana, e a valorização da divisa favorece a companhia. Assim como a primeira colocada, a empresa também se beneficiou da alta de 56,6% do dólar em 12 meses, o que impulsionou parte de sua receita. No período, a Klabin acumulou ganho de 85,69% em suas ações, que encerraram outubro cotadas a R$ 21,93. No ano, os papéis da empresa têm valorização de 50,31%. A expectativa é que os projetos tocados pela empresa ajudem a elevar sua geração de caixa. A empresa acumula ganho de 79,33% nos 12 meses encerrados em outubro. No ano, a alta das ações alcança 57,75%. O resultado da empresa tem refletido o aumento de sua participação no mercado do Sudeste. No terceiro trimestre, a empresa viu seu lucro líquido crescer 24% em relação a um ano antes. A companhia abriu 37 novas lojas e fechou duas no terceiro trimestre, finalizando o período com 1.177 pontos em operação no país. Também exportadora, se beneficia da alta do dólar. A empresa viu seus papéis subirem 69,57% nos 12 meses até outubro. No ano, acumulam avanço de 47,11%. As ações da empresa se valorizaram 38,39% nos 12 meses encerrados em outubro, para R$ 34,39. No ano, o ganho é de 24,15%. Os resultados da empresa têm agradado os investidores. No segundo trimestre do ano, a empresa teve lucro líquido de e R$ 500 milhões, ante prejuízo de R$ 185 milhões no segundo trimestre de 2014. MAIORES QUEDAS A queda de 31% do minério de ferro prejudicou as ações da metalúrgica nos 12 meses até outubro. No período, a Metalúrgica Gerdau registrou desvalorização de 79,84% de suas ações, para R$ 2,60. No ano, a queda é de 76,99%. O movimento foi influenciado pela perda de 41,23% da siderúrgica Gerdau, sua controlada, em 12 meses. Os setores de siderurgia e metalurgia como um todo têm sofrido nos últimos meses com a queda nos preços do minério de ferro (um dos principais componentes do aço), aumento da oferta e baixa demanda. As ações mais negociadas e sem direito a voto da operadora de telefonia móvel caíram 73,83% entre outubro de 2014 e o mesmo mês deste ano, para R$ 2,12 cada uma. Em 2015, acumulam queda de 75,38%. A empresa tenta adquirir concorrentes no setor, mas ainda não obteve sucesso. Em agosto do ano passado, a Oi informou que havia contratado o BTG Pactual para coordenar uma possível oferta de compra da TIM, em parceria com a Telefonica Brasil e a Claro, da mexicana América Móvil. Especialistas de mercado têm se mostrado céticos com a possibilidade de 'protagonismo' da Oi no processo, dado o elevado endividamento da empresa, que é menor do que a TIM. No final de outubro, a operadora de telecomunicações e o fundo russo LetterOne acertaram negociar por sete meses a injeção de capital de US$ 4 bilhões na empresa para tentar viabilizar a eventual fusão com a TIM Participações. A valorização do dólar tem prejudicado o balanço da companhia aérea, que possui um elevado nível de endividamento na moeda americana. Nos 12 meses terminados em outubro, as ações da aérea registraram queda de 71,55%, para R$ 3,55. No ano, os papéis têm queda de 76,61%. Além do dólar, a crise econômica brasileira também tem afetado negativamente os indicadores operacionais da Gol. Na semana passada, a companhia aérea informou que o yield, indicador de preços de passagens, recuou 3% no terceiro trimestre sobre o mesmo período de 2014 e que a receita por passageiro teve baixa de 1,6%. Os papéis da empresa registraram desvalorização de 49,83% nos 12 meses até outubro e de 48,56% no ano. O grupo varejista tem sido afetado negativamente pelo aumento de despesas operacionais e pela queda no consumo das famílias em 2015, diante do quadro de recessão econômica do Brasil. Na semana passada, o Grupo Pão de Açúcar reportou prejuízo líquido de R$ 122 milhões no terceiro trimestre, revertendo resultado positivo R$ 391 milhões obtido no mesmo período de 2014. O resultado veio incluindo redução de 9 mil funcionários em relação ao final de junho. A queda de 49,08% das ações da Cemig em 12 meses e de 45,51% no ano tem refletido a defasagem no caixa das operações de distribuição da empresa. Segundo afirmou o diretor de relações institucionais da Cemig, Luiz Fernando Rolla, no final do mês passado, a unidade de distribuição da empresa acumula defasagem de R$ 1 bilhão nas tarifas. A diferença continua mesmo após o início da cobrança das bandeiras tarifárias, que encarecem a tarifa ao consumidor quando o custo da energia para as distribuidoras aumenta.
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Fundadora do Huffington Post anuncia que vai deixar o site de notícias
Arianna Huffington, fundadora do Huffington Post, anunciou nesta quinta-feira (11) que vai deixar o cargo de editora-chefe do site de notícias para comandar uma start-up de saúde, bem-estar e produtividade. "Eu achei que o HuffPost seria meu último ato", afirmou Arianna em um tuíte. "Mas eu decidi sair do cargo de editora-chefe do HuffPost para dirigir minha nova iniciativa, a Thrive Global." Ela afirmou que não pode comandar o site e seu novo empreendimento ao mesmo tempo. "Dirigir as duas companhias envolveria trabalhar contra o relógio", afirmou em comunicado, "o que seria uma traição aos mesmos princípios de desenvolvimento sobre os quais tenho escrito e falado." Arianna é uma das responsáveis por criar, em 2005, o site, conhecido por seus blogs e notícias e por reunir em reportagens informações obtidas de diferentes veículos de comunicação e outras fontes. Em 2011, o Huffington Post foi comprado pelo AOL por US$ 315 milhões. Arianna permaneceu como editora-chefe após o negócio. Em 2012, o Huffington Post ganhou um Pulitzer por uma série de reportagens sobre veteranos de guerra feridos. Atualmente, o Huffington Post tem como dono a operadora de telecomunicações americana Verizon. A saída de Arianna ocorre poucas semanas após a empresa anunciar a compra do Yahoo! por cerca de US$ 4,8 bilhões. Ela afirma que sua saída não tem ligação com a operação. A Thrive Global, iniciativa de Arianna, vai oferecer cursos, seminários e treinamentos sobre redução de estresse e cansaço. A empresa, que deve ser lançada em novembro, tem o mesmo nome do livro escrito pela fundadora do Huffington Post, "Thrive." Com informações da Associated Press
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Fundadora do Huffington Post anuncia que vai deixar o site de notíciasArianna Huffington, fundadora do Huffington Post, anunciou nesta quinta-feira (11) que vai deixar o cargo de editora-chefe do site de notícias para comandar uma start-up de saúde, bem-estar e produtividade. "Eu achei que o HuffPost seria meu último ato", afirmou Arianna em um tuíte. "Mas eu decidi sair do cargo de editora-chefe do HuffPost para dirigir minha nova iniciativa, a Thrive Global." Ela afirmou que não pode comandar o site e seu novo empreendimento ao mesmo tempo. "Dirigir as duas companhias envolveria trabalhar contra o relógio", afirmou em comunicado, "o que seria uma traição aos mesmos princípios de desenvolvimento sobre os quais tenho escrito e falado." Arianna é uma das responsáveis por criar, em 2005, o site, conhecido por seus blogs e notícias e por reunir em reportagens informações obtidas de diferentes veículos de comunicação e outras fontes. Em 2011, o Huffington Post foi comprado pelo AOL por US$ 315 milhões. Arianna permaneceu como editora-chefe após o negócio. Em 2012, o Huffington Post ganhou um Pulitzer por uma série de reportagens sobre veteranos de guerra feridos. Atualmente, o Huffington Post tem como dono a operadora de telecomunicações americana Verizon. A saída de Arianna ocorre poucas semanas após a empresa anunciar a compra do Yahoo! por cerca de US$ 4,8 bilhões. Ela afirma que sua saída não tem ligação com a operação. A Thrive Global, iniciativa de Arianna, vai oferecer cursos, seminários e treinamentos sobre redução de estresse e cansaço. A empresa, que deve ser lançada em novembro, tem o mesmo nome do livro escrito pela fundadora do Huffington Post, "Thrive." Com informações da Associated Press
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Alice no país das maravilhas
O livro que ampliou a importância e universalizou a literatura de fantasia, Alice no País das Maravilhas, completou em julho de 2015, 150 anos de publicação. Escrita pelo controvertido reverendo Charles Lutwidge Dodgson, nome verdadeiro de Lewis Carroll, professor de matemática na universidade inglesa de Oxford, a obra, traduzida para cerca de 80 idiomas e com mais de 100 edições, uma delas ilustrada por Salvador Dali, em 1969, também testemunha o caráter perene e sustentável da comunicação impressa. Explico: no acervo da Rosenbach of the Free Library of Philadelphia, prédio construído em 1860, localizado na cidade da Declaração da Independência dos Estados Unidos, consta um exemplar da primeira edição de "Alice no País das Maravilhas". Preservadíssimo, o livro é prova da longevidade do material impresso. Afinal, durar 150 anos não é para qualquer um! O brilhante Umberto Eco, escritor, filósofo, semiólogo e linguista italiano, questiona, por exemplo, a possibilidade de se guardar por tanto tempo um arquivo eletrônico. No museu de Filadélfia, Alice tem excelente companhia de outros personagens imortalizados pela genialidade de seus criadores e a ação da indústria gráfica de disseminação em escala econômica e preservação de obras literárias. Lá estão raridades como a primeira edição de Robinson Crusoe, de Daniel Defoe, o manuscrito de Ulisses, de James Joyce, e notas escritas por Bram Stoker para seu romance Drácula. A tinta sobre o papel desafia o tempo! Os 150 anos da primeira edição da obra de Lewis Carroll referenda todos os conceitos da campanha Two Sides, surgida na Inglaterra e já presente nos Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Austrália e no Brasil. Aqui, o movimento conta com 42 entidades signatárias, que congregam cerca de 80 mil empresas, geradoras de 615 mil empregos diretos e faturamento anual de US$ 40 bilhões. Trata-se de um trabalho voltado ao esclarecimento das virtudes e importância da comunicação impressa e da educação, informação e preservação ambiental. Estamos realizando a campanha em nosso país desde abril de 2014. Objetivo é demonstrar que cem por cento do papel produzido no Brasil para a impressão provêm de florestas plantadas, que sequestram milhões de toneladas de carbono da atmosfera, e que a indústria gráfica e toda a sua cadeia produtiva são sustentáveis, criam milhares de empregos, pagam impostos e agregam valor à sociedade, por meio dos livros, cadernos, jornais, revistas, embalagens e tantos impressos que fazem parte do cotidiano das pessoas. O setor não é contra quaisquer outros tipos de mídia. Defende todos os meios –incluindo a internet e os livros eletrônicos– capazes de informar, transmitir informações e inserir cada vez mais pessoas na chamada sociedade do conhecimento. Porém, não pode aceitar passivamente a divulgação de informações equivocadas sobre o impresso, sob falsos argumentos ecológicos, e vaticínios sobre sua extinção. Nesse contexto, os 150 anos de Alice comprovam as virtudes da comunicação gráfica. A obra, embora seja literatura de fantasia, é tão universalista que chegou a ser premonitória quanto ao Brasil: do mesmo modo que a personagem protagonista precisou diminuir de tamanho para entrar no mundo surrealista de Lewis Carroll, muitos de nossos homens e mulheres ocupantes de cargos públicos apequenam-se para ingressar no "país das maravilhas" da política nacional. Mas, essa é outra história... FABIO ARRUDA MORTARA é presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo - SINDIGRAF-SP, coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem - Copagrem da Fiesp, presidente da Confederação Latino-americana da Indústria Gráfica e country manager da Two Sides Brasil * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Alice no país das maravilhasO livro que ampliou a importância e universalizou a literatura de fantasia, Alice no País das Maravilhas, completou em julho de 2015, 150 anos de publicação. Escrita pelo controvertido reverendo Charles Lutwidge Dodgson, nome verdadeiro de Lewis Carroll, professor de matemática na universidade inglesa de Oxford, a obra, traduzida para cerca de 80 idiomas e com mais de 100 edições, uma delas ilustrada por Salvador Dali, em 1969, também testemunha o caráter perene e sustentável da comunicação impressa. Explico: no acervo da Rosenbach of the Free Library of Philadelphia, prédio construído em 1860, localizado na cidade da Declaração da Independência dos Estados Unidos, consta um exemplar da primeira edição de "Alice no País das Maravilhas". Preservadíssimo, o livro é prova da longevidade do material impresso. Afinal, durar 150 anos não é para qualquer um! O brilhante Umberto Eco, escritor, filósofo, semiólogo e linguista italiano, questiona, por exemplo, a possibilidade de se guardar por tanto tempo um arquivo eletrônico. No museu de Filadélfia, Alice tem excelente companhia de outros personagens imortalizados pela genialidade de seus criadores e a ação da indústria gráfica de disseminação em escala econômica e preservação de obras literárias. Lá estão raridades como a primeira edição de Robinson Crusoe, de Daniel Defoe, o manuscrito de Ulisses, de James Joyce, e notas escritas por Bram Stoker para seu romance Drácula. A tinta sobre o papel desafia o tempo! Os 150 anos da primeira edição da obra de Lewis Carroll referenda todos os conceitos da campanha Two Sides, surgida na Inglaterra e já presente nos Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Austrália e no Brasil. Aqui, o movimento conta com 42 entidades signatárias, que congregam cerca de 80 mil empresas, geradoras de 615 mil empregos diretos e faturamento anual de US$ 40 bilhões. Trata-se de um trabalho voltado ao esclarecimento das virtudes e importância da comunicação impressa e da educação, informação e preservação ambiental. Estamos realizando a campanha em nosso país desde abril de 2014. Objetivo é demonstrar que cem por cento do papel produzido no Brasil para a impressão provêm de florestas plantadas, que sequestram milhões de toneladas de carbono da atmosfera, e que a indústria gráfica e toda a sua cadeia produtiva são sustentáveis, criam milhares de empregos, pagam impostos e agregam valor à sociedade, por meio dos livros, cadernos, jornais, revistas, embalagens e tantos impressos que fazem parte do cotidiano das pessoas. O setor não é contra quaisquer outros tipos de mídia. Defende todos os meios –incluindo a internet e os livros eletrônicos– capazes de informar, transmitir informações e inserir cada vez mais pessoas na chamada sociedade do conhecimento. Porém, não pode aceitar passivamente a divulgação de informações equivocadas sobre o impresso, sob falsos argumentos ecológicos, e vaticínios sobre sua extinção. Nesse contexto, os 150 anos de Alice comprovam as virtudes da comunicação gráfica. A obra, embora seja literatura de fantasia, é tão universalista que chegou a ser premonitória quanto ao Brasil: do mesmo modo que a personagem protagonista precisou diminuir de tamanho para entrar no mundo surrealista de Lewis Carroll, muitos de nossos homens e mulheres ocupantes de cargos públicos apequenam-se para ingressar no "país das maravilhas" da política nacional. Mas, essa é outra história... FABIO ARRUDA MORTARA é presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo - SINDIGRAF-SP, coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem - Copagrem da Fiesp, presidente da Confederação Latino-americana da Indústria Gráfica e country manager da Two Sides Brasil * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Governo lança sistema que pretende ajudar Estados no combate à violência
A Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça começa nesta quarta-feira (8) a usar o Sistema de Informações sobre Gabinetes de Gestão Integrada (InfoGGI), ferramenta on-line que pretende ajudar no combate ao crime nos Estados e municípios. Segundo a pasta, o sistema permitirá a prefeitos e governadores melhorar políticas locais de segurança pública e integrar planejamentos e ações das esferas municipal, estadual e federal. O InfoGGI integra o Sistema Nacional de Informações em Segurança Pública, Prisional e sobre Drogas (Sinesp) e a ferramenta está disponível no Portal Sinesp. Fórum deliberativo e executivo, o GGI é formado por dirigentes das instituições de segurança pública e gestores de diversas áreas do Poder Público. Atualmente, estão em funcionamento 380 gabinetes de gestão integrada em âmbito estadual, municipal, regional e de regiões de fronteiras. Um dos principais itens do sistema é a inclusão das ações de segurança pública que estão sendo desencadeadas e seu acompanhamento nos estados e municípios. As informações serão disponibilizadas para os GGIs e a Senasp. "Essa ferramenta nos vai fornecer dados para uma avaliação das políticas que os municípios e estados estão implementando. Isso é fundamental na medida em que podemos extrair boas práticas e que outros municípios, tendo acesso à mesma ferramenta, podem adaptar às suas realidades locais no sentido de buscar a queda da criminalidade", disse a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki. Segundo ela, esse sistema de avaliação e de gestão também permitirá ao governo federal analisar se há necessidade de correção de rumos de políticas públicas na segurança pública. A secretária também informou que um pacto nacional para redução de homicídios está sendo elaborado e a previsão é que seja lançado ainda este ano. O lançamento do InfoGGI foi feito durante o 3º Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, que começou nesta terça-feira (7), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
cotidiano
Governo lança sistema que pretende ajudar Estados no combate à violênciaA Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça começa nesta quarta-feira (8) a usar o Sistema de Informações sobre Gabinetes de Gestão Integrada (InfoGGI), ferramenta on-line que pretende ajudar no combate ao crime nos Estados e municípios. Segundo a pasta, o sistema permitirá a prefeitos e governadores melhorar políticas locais de segurança pública e integrar planejamentos e ações das esferas municipal, estadual e federal. O InfoGGI integra o Sistema Nacional de Informações em Segurança Pública, Prisional e sobre Drogas (Sinesp) e a ferramenta está disponível no Portal Sinesp. Fórum deliberativo e executivo, o GGI é formado por dirigentes das instituições de segurança pública e gestores de diversas áreas do Poder Público. Atualmente, estão em funcionamento 380 gabinetes de gestão integrada em âmbito estadual, municipal, regional e de regiões de fronteiras. Um dos principais itens do sistema é a inclusão das ações de segurança pública que estão sendo desencadeadas e seu acompanhamento nos estados e municípios. As informações serão disponibilizadas para os GGIs e a Senasp. "Essa ferramenta nos vai fornecer dados para uma avaliação das políticas que os municípios e estados estão implementando. Isso é fundamental na medida em que podemos extrair boas práticas e que outros municípios, tendo acesso à mesma ferramenta, podem adaptar às suas realidades locais no sentido de buscar a queda da criminalidade", disse a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki. Segundo ela, esse sistema de avaliação e de gestão também permitirá ao governo federal analisar se há necessidade de correção de rumos de políticas públicas na segurança pública. A secretária também informou que um pacto nacional para redução de homicídios está sendo elaborado e a previsão é que seja lançado ainda este ano. O lançamento do InfoGGI foi feito durante o 3º Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, que começou nesta terça-feira (7), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
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Petrobras aprova venda de gasodutos à Brookfield por US$ 5,2 bilhões
A Petrobras informou nesta sexta-feira (23) que seu conselho de administração aprovou a venda da malha de gasodutos do Sudeste ao consórcio liderado pela canadense Brookfield por US$ 5,19 bilhões. O valor corresponde a 35% da meta do plano de venda de ativos da Petrobras para o período entre 2015 e 2016, que é de US$ 15,1 bilhões. Na terça-feira (20), a companhia anunciou nova meta, de vender mais US$ 19,5 bilhões entre 2017 e 2018. De acordo com o gerente executivo de gás natural da companhia, Rodrigo Costa Lima, a primeira parcela dos recursos, de US$ 4,34 bilhões, deve entrar no caixa da companhia ainda este ano. Os US$ 850 milhões restantes serão pagos em cinco anos. A operação fechada com a Brookfield envolve 90% da NTS (Nova Transportadora do Sudeste), empresa criada em 2015 a partir da cisão da TAG (Transportadora Associada de Gás), subsidiária da estatal que detinha os ativos de transporte de gás natural no Brasil. O consórcio comprador é formado ainda pelo fundo de pensão British Columbia Investment Management Corporation (BCIMC), e os fundos soberanos da China e de Cingapura. A Petrobras permanecerá como a principal cliente da NTS, que tem 2.050 quilômetros de gasodutos e 44 pontos de entregas de gás na região Sudeste. Com um novo operador, porém, a NTS poderá buscar outros clientes no mercado, quando houver disponibilidade de capacidade de transporte. "Essa operação abre oportunidades para que parcerias com outras empresas, com larga experiência e condições de investimento, contribuam para o fortalecimento da indústria de gás natural no Brasil", disse a estatal, em nota divulgada nesta sexta-feira. A venda também permite que a NTS participe de futuros projetos de expansão da malha brasileira de gasodutos, uma vez que a legislação veda a possibilidade de donos de gás sejam investidores em novos dutos no país De acordo com Lima, a malha da NTS continuará sendo operada pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, por meio de um contrato de prestação de serviços, no médio prazo. A Petrobras pagará à NTS pelo transporte do gás de acordo com tarifas previstas em contrato. Lima disse que os valores são regulados e, por isso, são os mesmos pagos à NTS antes da venda. Uma outra empresa resultante da cisão da TAG, a NTN (Nova Transportadora do Nordeste) também será negociada, mas a Petrobras ainda não informou detalhes da operação.
mercado
Petrobras aprova venda de gasodutos à Brookfield por US$ 5,2 bilhõesA Petrobras informou nesta sexta-feira (23) que seu conselho de administração aprovou a venda da malha de gasodutos do Sudeste ao consórcio liderado pela canadense Brookfield por US$ 5,19 bilhões. O valor corresponde a 35% da meta do plano de venda de ativos da Petrobras para o período entre 2015 e 2016, que é de US$ 15,1 bilhões. Na terça-feira (20), a companhia anunciou nova meta, de vender mais US$ 19,5 bilhões entre 2017 e 2018. De acordo com o gerente executivo de gás natural da companhia, Rodrigo Costa Lima, a primeira parcela dos recursos, de US$ 4,34 bilhões, deve entrar no caixa da companhia ainda este ano. Os US$ 850 milhões restantes serão pagos em cinco anos. A operação fechada com a Brookfield envolve 90% da NTS (Nova Transportadora do Sudeste), empresa criada em 2015 a partir da cisão da TAG (Transportadora Associada de Gás), subsidiária da estatal que detinha os ativos de transporte de gás natural no Brasil. O consórcio comprador é formado ainda pelo fundo de pensão British Columbia Investment Management Corporation (BCIMC), e os fundos soberanos da China e de Cingapura. A Petrobras permanecerá como a principal cliente da NTS, que tem 2.050 quilômetros de gasodutos e 44 pontos de entregas de gás na região Sudeste. Com um novo operador, porém, a NTS poderá buscar outros clientes no mercado, quando houver disponibilidade de capacidade de transporte. "Essa operação abre oportunidades para que parcerias com outras empresas, com larga experiência e condições de investimento, contribuam para o fortalecimento da indústria de gás natural no Brasil", disse a estatal, em nota divulgada nesta sexta-feira. A venda também permite que a NTS participe de futuros projetos de expansão da malha brasileira de gasodutos, uma vez que a legislação veda a possibilidade de donos de gás sejam investidores em novos dutos no país De acordo com Lima, a malha da NTS continuará sendo operada pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, por meio de um contrato de prestação de serviços, no médio prazo. A Petrobras pagará à NTS pelo transporte do gás de acordo com tarifas previstas em contrato. Lima disse que os valores são regulados e, por isso, são os mesmos pagos à NTS antes da venda. Uma outra empresa resultante da cisão da TAG, a NTN (Nova Transportadora do Nordeste) também será negociada, mas a Petrobras ainda não informou detalhes da operação.
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Se não segurar dívida, Brasil vai a colapso, diz ex-diretor do BC
Se não corrigir a trajetória de crescimento da dívida pública, o Brasil caminhará para "o colapso, a tributação punitiva ou a inflação", afirma o economista Paulo Vieira da Cunha, 67. Com a capacidade de financiamento "esgotada", o Estado precisa, "muito mais" do que aumentar impostos, cortar gastos, diz o ex-diretor do Banco Central. Sediado em Nova York, Cunha atua como economista-chefe do fundo de investimentos ICE Canyon, que administra US$ 2,9 bilhões em ativos, especialmente em mercados emergentes. Para ele, o país perdeu a credibilidade antes de ser rebaixado a grau especulativo pela agência Standard & Poor's, mas com o "dirigismo pesado" do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. Leia a seguir a entrevista, concedida por e-mail. * O país perdeu credibilidade ao ser rebaixado a grau especulativo pela S&P? O Brasil é importante, mas não é assim assunto de primeira página... A credibilidade se perdeu antes. Foi corroída aos poucos a partir do que foi feito para a primeira eleição da Dilma; os exageros da chamada "política anticíclica", que pouco tinha de cíclica já naquela época; dos erros de diagnóstico; do acúmulo da ineficiência; do voluntarismo com a volta do dirigismo pesado; do protecionismo mal pensado; no desastre da reeleição e do início da Dilma-2. Qual é o efeito a curto prazo? No curto prazo, afora a maior volatilidade já vivida, é pequeno. O mercado esperava algo, embora não tão rapidamente. E a médio e longo prazos? Aí está o problema. A hipótese de trabalho é que outra agência de rating fará o downgrade brevemente. Isso significa que, além dos papeis da Petrobras, que já estão migrando do IG [grau de investimento] para HY [high-yield bond, correspondente a grau especulativo], também os papéis soberanos verão a migração forçada por uma parte importante dos investidores institucionais externos que têm mandatos atrelados unicamente a papéis IG (como os grandes fundos de pensão). O efeito será aumentar a taxa de juros paga pelo Tesouro, quando a taxa efetiva já beira os 20% por ano e o custo dos juros chega a mais de 8% do PIB. Pior, a perda pelo soberano se estenderá para muitas empresas, menos aquelas que já estão dolarizadas, o que elevará seu custo de captação. Ou seja, quando, em dois ou três anos, o investimento voltar ao Brasil, vai ser mais difícil e mais custoso financiá-lo —a menos que aconteça um milagre e o quadro fiscal se reverta radicalmente. A recuperação de empresas e bancos, além de Petrobras, que também foram rebaixados a grau especulativo tomará o mesmo tempo que a do país? Para os papéis atrelados umbilicalmente ao soberano, como as empresas e bancos públicos, sim. Em princípio, empresas com poucas dívidas, especialmente denominadas em moedas estrangeiras e que passem a exportar uma parcela importante da sua produção (logo, com crescentes rendas em moeda estrangeira) poderão fazer a migração de volta mais rapidamente. Que mudança esperar no perfil de investimento? Como o país poupa pouco, haverá menos investimento. Haverá um número maior de projetos viáveis (com taxas de juros menores) frustrados. Aqueles cujos perfis não os qualificam para IG terão que pagar taxas de juros maiores, ou seus projetos serão analisados com taxas mínimas internas de retorno maiores, o que pode inviabilizar o investimento. Tanto faz se o financiamento é doméstico ou estrangeiro, se a empresa é pública ou privada. Que tipo de medida deveria ser tomada para reverter o quadro? A solução é reverter o quadro fiscal. A raiz do problema é que a dívida pública está numa trajetória contínua de crescimento. Não é sustentável. Sem correção, a expectativa eventual é o colapso, a tributação punitiva ou a inflação. Qualquer tentativa de romper o ciclo via aumento dos investimentos pelos bancos públicos seria frustrada. O Estado já não tem espaço fiscal; sua capacidade de financiamento está esgotada. Primeiro é preciso recriá-la, via reformas fiscais, e, aí sim, pensar em como usá-la. Que reforma fiscal é recomendável? Dada a evolução provável da relação dívida/PIB, será preciso transitar para um regime que gere sistematicamente superavit primários em torno de 2% a 3% do PIB. No meio tempo, o ajuste deveria enfatizar medidas de corte de gasto muito mais do que aumentos de tributos, como proposto [na segunda (14), o governo defendeu pacote que inclui recriação da CPMF e redução do IOF]. Na parte tributária, a ênfase deveria ser a simplificação do regime, aumento da eficiência e redução do gasto tributário. Nesse sentido, o que o ministro Joaquim Levy (Fazenda) está tratando de fazer com o ICMS [unificar a alíquota], depois de mais de duas décadas de discussão, e com [a simplificação do] PIS/Cofins é realmente admirável. De outro lado, seria necessário inevitavelmente mexer na Previdência e nas regras de aposentadoria. O descontrole da inflação está no horizonte? A elevação de juros deixará de ser um instrumento de controle? Ainda não. Vai depender da capacidade do governo de enfrentar a crise fiscal. A questão da dominância fiscal sobre a política monetária é crescente, mas, no momento, mais importante para o BC do que aumentar mais os juros é deixar claro que não vai cortá-los até que a inflação observada, e não a projetada por seus modelos, esteja perto do centro da meta. A credibilidade dos seus exercícios de projeção da inflação está em dúvida. No meio tempo, a política fiscal terá que carregar o ônus da política monetária –e fazer um ajuste correspondentemente maior. O senhor defende aumento dos juros nos EUA? Muito embora amplamente esperado, o aumento dos juros pelo Federal Reserve (BC americano), depois de um hiato tão longo com taxas tão baixas terá, sim, impacto. É inevitável e, mesmo assim, eu sou favorável. O efeito internacional dependerá mais do que acontecer com a taxa de 10 anos. Muitos apostam em um "flattening" da curva —algo como o "conundrum" [enigma] da época Greenspan [presidente do Fed entre 1987 e 2006], quando o Fed subia sua taxa, mas a taxa de 10 anos não se mexia. Não sei, não estou certo. É fato que tanto o BC europeu como o do Japão continuam com programas quantitativos de estímulo. O efeito é deslocar suas curvas de juros para baixo e, portanto, tornar mais atrativos os investimentos em US-TSY [ativo do Tesouro americano], especialmente quando a perspectiva é que o hiato de juros entre moedas aumente. Na margem, esse movimento deslocaria a curva dos US-TSY para baixo notadamente num período quando o deficit fiscal dos EUA está diminuindo rapidamente e, portanto, também a colocação de novo papel. Também há sinais de que, nos EUA, a taxa de crescimento potencial caiu e que, portanto, a taxa de poupança "de equilíbrio" seria menor, o que se traduziria numa maior oferta relativa de poupança financeira, logo, taxas longas menores. Que efeito traria para o Brasil? Da parte da China, Coreia do Sul, Brasil, Índia, países exportadores de petróleo etc., parece ser que o período de acumulação forte de reservas terminou e pode estar se revertendo –provocando alguma desova no mercado de US-TSY e puxando a curva para cima, isto é, taxas maiores. Enfim, há muitas incógnitas. Mas, no frigir dos ovos, para o Brasil, no momento, seria melhor que o Fed esperasse até dezembro, ou 2016... - Idade: 67 anos Formação: doutor em economia pela Universidade da Califórnia em Berkeley Carreira: > economista-chefe no fundo americano de investimentos ICE Canyon > diretor da Câmara de Comércio Brasil-EUA > ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central (2006-2008) > tem passagens pelo Banco Mundial, Lehman Brothers e HSBC
mercado
Se não segurar dívida, Brasil vai a colapso, diz ex-diretor do BCSe não corrigir a trajetória de crescimento da dívida pública, o Brasil caminhará para "o colapso, a tributação punitiva ou a inflação", afirma o economista Paulo Vieira da Cunha, 67. Com a capacidade de financiamento "esgotada", o Estado precisa, "muito mais" do que aumentar impostos, cortar gastos, diz o ex-diretor do Banco Central. Sediado em Nova York, Cunha atua como economista-chefe do fundo de investimentos ICE Canyon, que administra US$ 2,9 bilhões em ativos, especialmente em mercados emergentes. Para ele, o país perdeu a credibilidade antes de ser rebaixado a grau especulativo pela agência Standard & Poor's, mas com o "dirigismo pesado" do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. Leia a seguir a entrevista, concedida por e-mail. * O país perdeu credibilidade ao ser rebaixado a grau especulativo pela S&P? O Brasil é importante, mas não é assim assunto de primeira página... A credibilidade se perdeu antes. Foi corroída aos poucos a partir do que foi feito para a primeira eleição da Dilma; os exageros da chamada "política anticíclica", que pouco tinha de cíclica já naquela época; dos erros de diagnóstico; do acúmulo da ineficiência; do voluntarismo com a volta do dirigismo pesado; do protecionismo mal pensado; no desastre da reeleição e do início da Dilma-2. Qual é o efeito a curto prazo? No curto prazo, afora a maior volatilidade já vivida, é pequeno. O mercado esperava algo, embora não tão rapidamente. E a médio e longo prazos? Aí está o problema. A hipótese de trabalho é que outra agência de rating fará o downgrade brevemente. Isso significa que, além dos papeis da Petrobras, que já estão migrando do IG [grau de investimento] para HY [high-yield bond, correspondente a grau especulativo], também os papéis soberanos verão a migração forçada por uma parte importante dos investidores institucionais externos que têm mandatos atrelados unicamente a papéis IG (como os grandes fundos de pensão). O efeito será aumentar a taxa de juros paga pelo Tesouro, quando a taxa efetiva já beira os 20% por ano e o custo dos juros chega a mais de 8% do PIB. Pior, a perda pelo soberano se estenderá para muitas empresas, menos aquelas que já estão dolarizadas, o que elevará seu custo de captação. Ou seja, quando, em dois ou três anos, o investimento voltar ao Brasil, vai ser mais difícil e mais custoso financiá-lo —a menos que aconteça um milagre e o quadro fiscal se reverta radicalmente. A recuperação de empresas e bancos, além de Petrobras, que também foram rebaixados a grau especulativo tomará o mesmo tempo que a do país? Para os papéis atrelados umbilicalmente ao soberano, como as empresas e bancos públicos, sim. Em princípio, empresas com poucas dívidas, especialmente denominadas em moedas estrangeiras e que passem a exportar uma parcela importante da sua produção (logo, com crescentes rendas em moeda estrangeira) poderão fazer a migração de volta mais rapidamente. Que mudança esperar no perfil de investimento? Como o país poupa pouco, haverá menos investimento. Haverá um número maior de projetos viáveis (com taxas de juros menores) frustrados. Aqueles cujos perfis não os qualificam para IG terão que pagar taxas de juros maiores, ou seus projetos serão analisados com taxas mínimas internas de retorno maiores, o que pode inviabilizar o investimento. Tanto faz se o financiamento é doméstico ou estrangeiro, se a empresa é pública ou privada. Que tipo de medida deveria ser tomada para reverter o quadro? A solução é reverter o quadro fiscal. A raiz do problema é que a dívida pública está numa trajetória contínua de crescimento. Não é sustentável. Sem correção, a expectativa eventual é o colapso, a tributação punitiva ou a inflação. Qualquer tentativa de romper o ciclo via aumento dos investimentos pelos bancos públicos seria frustrada. O Estado já não tem espaço fiscal; sua capacidade de financiamento está esgotada. Primeiro é preciso recriá-la, via reformas fiscais, e, aí sim, pensar em como usá-la. Que reforma fiscal é recomendável? Dada a evolução provável da relação dívida/PIB, será preciso transitar para um regime que gere sistematicamente superavit primários em torno de 2% a 3% do PIB. No meio tempo, o ajuste deveria enfatizar medidas de corte de gasto muito mais do que aumentos de tributos, como proposto [na segunda (14), o governo defendeu pacote que inclui recriação da CPMF e redução do IOF]. Na parte tributária, a ênfase deveria ser a simplificação do regime, aumento da eficiência e redução do gasto tributário. Nesse sentido, o que o ministro Joaquim Levy (Fazenda) está tratando de fazer com o ICMS [unificar a alíquota], depois de mais de duas décadas de discussão, e com [a simplificação do] PIS/Cofins é realmente admirável. De outro lado, seria necessário inevitavelmente mexer na Previdência e nas regras de aposentadoria. O descontrole da inflação está no horizonte? A elevação de juros deixará de ser um instrumento de controle? Ainda não. Vai depender da capacidade do governo de enfrentar a crise fiscal. A questão da dominância fiscal sobre a política monetária é crescente, mas, no momento, mais importante para o BC do que aumentar mais os juros é deixar claro que não vai cortá-los até que a inflação observada, e não a projetada por seus modelos, esteja perto do centro da meta. A credibilidade dos seus exercícios de projeção da inflação está em dúvida. No meio tempo, a política fiscal terá que carregar o ônus da política monetária –e fazer um ajuste correspondentemente maior. O senhor defende aumento dos juros nos EUA? Muito embora amplamente esperado, o aumento dos juros pelo Federal Reserve (BC americano), depois de um hiato tão longo com taxas tão baixas terá, sim, impacto. É inevitável e, mesmo assim, eu sou favorável. O efeito internacional dependerá mais do que acontecer com a taxa de 10 anos. Muitos apostam em um "flattening" da curva —algo como o "conundrum" [enigma] da época Greenspan [presidente do Fed entre 1987 e 2006], quando o Fed subia sua taxa, mas a taxa de 10 anos não se mexia. Não sei, não estou certo. É fato que tanto o BC europeu como o do Japão continuam com programas quantitativos de estímulo. O efeito é deslocar suas curvas de juros para baixo e, portanto, tornar mais atrativos os investimentos em US-TSY [ativo do Tesouro americano], especialmente quando a perspectiva é que o hiato de juros entre moedas aumente. Na margem, esse movimento deslocaria a curva dos US-TSY para baixo notadamente num período quando o deficit fiscal dos EUA está diminuindo rapidamente e, portanto, também a colocação de novo papel. Também há sinais de que, nos EUA, a taxa de crescimento potencial caiu e que, portanto, a taxa de poupança "de equilíbrio" seria menor, o que se traduziria numa maior oferta relativa de poupança financeira, logo, taxas longas menores. Que efeito traria para o Brasil? Da parte da China, Coreia do Sul, Brasil, Índia, países exportadores de petróleo etc., parece ser que o período de acumulação forte de reservas terminou e pode estar se revertendo –provocando alguma desova no mercado de US-TSY e puxando a curva para cima, isto é, taxas maiores. Enfim, há muitas incógnitas. Mas, no frigir dos ovos, para o Brasil, no momento, seria melhor que o Fed esperasse até dezembro, ou 2016... - Idade: 67 anos Formação: doutor em economia pela Universidade da Califórnia em Berkeley Carreira: > economista-chefe no fundo americano de investimentos ICE Canyon > diretor da Câmara de Comércio Brasil-EUA > ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central (2006-2008) > tem passagens pelo Banco Mundial, Lehman Brothers e HSBC
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Supermercados se abastecem com uma frequência menor
Com uma queda da demanda neste ano, os pequenos supermercados diminuíram a frequência de pedidos aos seus fornecedores, mostra o Sincovaga (sindicato das empresas do setor). No ano passado, a maioria absoluta (52%) dos comerciantes realizava compras quatro vezes por mês. Em 2016, é uma minoria (10,7%) que ainda se abastece com essa mesma periodicidade. Hoje, cerca de 40% desses empresários fazem pedidos duas vezes ao mês, e 14%, uma única vez. A mudança é uma resposta ao comportamento do consumidor, diz Álvaro Furtado, presidente do sindicato. No passado, o movimento nos corredores fazia com que fosse preciso repor os produtos semanalmente, mas, agora, a situação é diferente, segundo ele. "A grande preocupação é diminuir ao máximo o estoque. Mercadoria parada é prejuízo certo, porque há perecimento do que não escoa." Outra medida de adaptação foi trocar o tipo de produto nas prateleiras: 71,4% fizeram isso, especialmente por alternativas mais baratas. Os gêneros alimentícios foram a categoria com mais mudanças, mostra a pesquisa. Nas prateleiras, as embalagens mais econômicas têm feito sucesso, afirma Nelson Barbosa, do Barbosa Supermercados, rede de 31 unidades em São Paulo. "Os líderes de produtos de limpeza, por exemplo, passaram a ser os que vêm em refil. O amaciante diluível é o que mais vende hoje." super * Eólicas puxam crédito de banco regional no Rio Grande do Sul O crédito aos gaúchos concedido pelo no BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) subiu 53% no primeiro semestre deste ano em comparação a 2015, já considerada a inflação. O resultado foi puxado por aportes em projetos de energia eólica, diz Odacir Klein, presidente da instituição. "Tivemos financiamentos de R$ 145 milhões em Santa Vitória do Palmar e Chuí. Não falta demanda por crédito." O banco opera com recursos do BNDES e da Finep (de fomento à ciência, tecnologia e inovação), entre outras instituições, e tem caixa próprio. A entidade, que tem agências nos três Estados da região Sul do país, financiou R$ 1,84 bilhão de janeiro a junho, queda de 8,4% em relação a igual período de 2015. Um ano antes, o banco havia contratado R$ 2,01 bilhões, e o Paraná era responsável por um volume maior que as somas de Rio Grande do Sul e Santa Catarina. eolicas * A Petz, que vende produtos para animais de estimação, vai investir R$ 30 milhões até o fim deste ano. A varejista iniciou 2016 com 34 unidades, inaugurou três lojas no primeiro semestre e planeja abrir nove agora, no segundo. A crise fez surgir boas oportunidades imobiliárias, e a marca se expandiu para regiões valorizadas que antes estavam fora dos planos, diz o presidente, Sergio Zimerman. "Em Belo Horizonte, conseguimos um ponto onde funcionou uma concessionária de veículos por 30 anos; em Curitiba, onde ficava um supermercado." A próxima abertura será na zona oeste de São Paulo. "Pelo perfil dos clientes, mais específico, a crise tende a nos afetar menos. O nosso público tende a sair de casa só para comprar produtos para o bichinho." A empresa descarta, por hora, oferecer um sistema de franquias. "Como não temos produtos próprios e compramos da indústria, a margem é menor", diz. 1.600 é o número de funcionários 25% é a previsão de crescimento da rede para este ano, sem contar a inflação * Sem lenço, sem documento Aumentou a venda de remédios que podem ser comercializados sem receita médica. Nos últimos 12 meses, ela foi 2,6% maior do que no ano de 2015 fechado, aponta o Sindusfarma, sindicato das maiores empresas do setor. Na quarta-feira (3) saiu no Diário Oficial uma regra da Anvisa (agência de vigilância sanitária) que altera os critérios para a venda de medicamentos isentos de receita. Remédios considerados de baixo risco que estão no mercado há pelo menos dez anos, como os que combatem azia, serão vendidos livremente. A indústria pede alterações desde 2009, diz Nelson Mussolini, do sindicato. A consequência que as novas regras terão no mercado não será grande -as pessoas não vão comprar mais pela facilidade de acesso, afirma. "Pode haver um impacto pequeno, porque a propaganda fica mais livre. Pelo mesmo motivo, as empresas que investirem mais em marketing vão ganhar uma fatia maior de vendas." * Feito sob... O Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP vai investir R$ 7,8 milhões para a criar uma nova tecnologia de próteses ortopédicas, que serão feitas a partir das dimensões do corpo do paciente, para facilitar a adaptação. ...medida Os recursos virão, além do instituto, da Fapesp (fundação paulista de pesquisa), da Embrapii (empresa nacional de inovação) e da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração. O prazo do projeto é de 42 meses. * Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
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Supermercados se abastecem com uma frequência menorCom uma queda da demanda neste ano, os pequenos supermercados diminuíram a frequência de pedidos aos seus fornecedores, mostra o Sincovaga (sindicato das empresas do setor). No ano passado, a maioria absoluta (52%) dos comerciantes realizava compras quatro vezes por mês. Em 2016, é uma minoria (10,7%) que ainda se abastece com essa mesma periodicidade. Hoje, cerca de 40% desses empresários fazem pedidos duas vezes ao mês, e 14%, uma única vez. A mudança é uma resposta ao comportamento do consumidor, diz Álvaro Furtado, presidente do sindicato. No passado, o movimento nos corredores fazia com que fosse preciso repor os produtos semanalmente, mas, agora, a situação é diferente, segundo ele. "A grande preocupação é diminuir ao máximo o estoque. Mercadoria parada é prejuízo certo, porque há perecimento do que não escoa." Outra medida de adaptação foi trocar o tipo de produto nas prateleiras: 71,4% fizeram isso, especialmente por alternativas mais baratas. Os gêneros alimentícios foram a categoria com mais mudanças, mostra a pesquisa. Nas prateleiras, as embalagens mais econômicas têm feito sucesso, afirma Nelson Barbosa, do Barbosa Supermercados, rede de 31 unidades em São Paulo. "Os líderes de produtos de limpeza, por exemplo, passaram a ser os que vêm em refil. O amaciante diluível é o que mais vende hoje." super * Eólicas puxam crédito de banco regional no Rio Grande do Sul O crédito aos gaúchos concedido pelo no BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) subiu 53% no primeiro semestre deste ano em comparação a 2015, já considerada a inflação. O resultado foi puxado por aportes em projetos de energia eólica, diz Odacir Klein, presidente da instituição. "Tivemos financiamentos de R$ 145 milhões em Santa Vitória do Palmar e Chuí. Não falta demanda por crédito." O banco opera com recursos do BNDES e da Finep (de fomento à ciência, tecnologia e inovação), entre outras instituições, e tem caixa próprio. A entidade, que tem agências nos três Estados da região Sul do país, financiou R$ 1,84 bilhão de janeiro a junho, queda de 8,4% em relação a igual período de 2015. Um ano antes, o banco havia contratado R$ 2,01 bilhões, e o Paraná era responsável por um volume maior que as somas de Rio Grande do Sul e Santa Catarina. eolicas * A Petz, que vende produtos para animais de estimação, vai investir R$ 30 milhões até o fim deste ano. A varejista iniciou 2016 com 34 unidades, inaugurou três lojas no primeiro semestre e planeja abrir nove agora, no segundo. A crise fez surgir boas oportunidades imobiliárias, e a marca se expandiu para regiões valorizadas que antes estavam fora dos planos, diz o presidente, Sergio Zimerman. "Em Belo Horizonte, conseguimos um ponto onde funcionou uma concessionária de veículos por 30 anos; em Curitiba, onde ficava um supermercado." A próxima abertura será na zona oeste de São Paulo. "Pelo perfil dos clientes, mais específico, a crise tende a nos afetar menos. O nosso público tende a sair de casa só para comprar produtos para o bichinho." A empresa descarta, por hora, oferecer um sistema de franquias. "Como não temos produtos próprios e compramos da indústria, a margem é menor", diz. 1.600 é o número de funcionários 25% é a previsão de crescimento da rede para este ano, sem contar a inflação * Sem lenço, sem documento Aumentou a venda de remédios que podem ser comercializados sem receita médica. Nos últimos 12 meses, ela foi 2,6% maior do que no ano de 2015 fechado, aponta o Sindusfarma, sindicato das maiores empresas do setor. Na quarta-feira (3) saiu no Diário Oficial uma regra da Anvisa (agência de vigilância sanitária) que altera os critérios para a venda de medicamentos isentos de receita. Remédios considerados de baixo risco que estão no mercado há pelo menos dez anos, como os que combatem azia, serão vendidos livremente. A indústria pede alterações desde 2009, diz Nelson Mussolini, do sindicato. A consequência que as novas regras terão no mercado não será grande -as pessoas não vão comprar mais pela facilidade de acesso, afirma. "Pode haver um impacto pequeno, porque a propaganda fica mais livre. Pelo mesmo motivo, as empresas que investirem mais em marketing vão ganhar uma fatia maior de vendas." * Feito sob... O Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP vai investir R$ 7,8 milhões para a criar uma nova tecnologia de próteses ortopédicas, que serão feitas a partir das dimensões do corpo do paciente, para facilitar a adaptação. ...medida Os recursos virão, além do instituto, da Fapesp (fundação paulista de pesquisa), da Embrapii (empresa nacional de inovação) e da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração. O prazo do projeto é de 42 meses. * Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
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Dylan fala pela primeira vez sobre Nobel de Literatura: 'Irei se possível'
Vencedor do Nobel de literatura no início de outubro, Bob Dylan falou sobre o prêmio pela primeira vez em entrevista ao jornal britânico "The Telegraph" publicada nesta sexta-feira (27), quase 20 dias depois do anúncio. "É difícil acreditar", respondeu o cantor, que relatou à publicação que receber a notícia foi "maravilhoso, incrível. Quem não sonha em algo como isso?". Dylan também revelou que sua presença na cerimônia não é algo fora de cogitação. "[Irei] absolutamente, se possível", ele afirmou. Tradicionalmente, os laureados recebem o prêmio das mãos do rei da Suécia em uma cerimônia realizada sempre em 10 de dezembro, em que devem fazer um discurso. Os vencedores do Nobel de literatura também devem fazer uma palestra sobre literatura -ou, no caso de Dylan, até uma apresentação- dentro de seis meses para receber os US$ 900 mil dólares da honraria. O silêncio do compositor incomodou membros da Academia Sueca, que concede a honraria —um deles chamou publicamente Dylan de arrogante. Após tentativas fracassadas de contatá-lo, a entidade anunciou na semana passada que havia desistido de procurar o vencedor do Nobel. Questionado pelo "Telegraph" sobre as negativas, Dylan foi lacônico: "Bem, estou aqui", sem maiores explicações.
ilustrada
Dylan fala pela primeira vez sobre Nobel de Literatura: 'Irei se possível'Vencedor do Nobel de literatura no início de outubro, Bob Dylan falou sobre o prêmio pela primeira vez em entrevista ao jornal britânico "The Telegraph" publicada nesta sexta-feira (27), quase 20 dias depois do anúncio. "É difícil acreditar", respondeu o cantor, que relatou à publicação que receber a notícia foi "maravilhoso, incrível. Quem não sonha em algo como isso?". Dylan também revelou que sua presença na cerimônia não é algo fora de cogitação. "[Irei] absolutamente, se possível", ele afirmou. Tradicionalmente, os laureados recebem o prêmio das mãos do rei da Suécia em uma cerimônia realizada sempre em 10 de dezembro, em que devem fazer um discurso. Os vencedores do Nobel de literatura também devem fazer uma palestra sobre literatura -ou, no caso de Dylan, até uma apresentação- dentro de seis meses para receber os US$ 900 mil dólares da honraria. O silêncio do compositor incomodou membros da Academia Sueca, que concede a honraria —um deles chamou publicamente Dylan de arrogante. Após tentativas fracassadas de contatá-lo, a entidade anunciou na semana passada que havia desistido de procurar o vencedor do Nobel. Questionado pelo "Telegraph" sobre as negativas, Dylan foi lacônico: "Bem, estou aqui", sem maiores explicações.
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Gay Talese diz que não irá promover livro após descobertas de falhas
O jornalista Gay Talese, um dos maiores nomes do jornalismo americano, afirmou que não irá mais promover seu livro mais recente, "The Voyeur's Motel", após repórteres do jornal "The Washington Post" terem apontado falhas na apuração. Algumas horas depois, contudo, recapitulou: "se houver detalhes a corrigir, o faremos", escreveu em comunicado. Em "Voyeur's Motel", ele explora a história de Gerald Foos, dono de um motel americano que afirma ter espionado durante anos as práticas sexuais de vários seus hóspedes por meio de grelhas de ventilação falsa instaladas no teto dos quartos. Acontece que quando repórteres do "Washington Post" foram checar a história, descobriram que Foos havia vendido o motel, localizado no Estado do Colorado, em 1980 e só o readquirido oito anos depois. Isso põe em xeque toda a sua credibilidade como fonte do relato. "Não deveria ter acreditado em uma palavra do que ele disse. Não vou promover o livro", disse Talese, 84, após os jornalistas do "Post" terem mostrado que entre 1980 e 1988, Foos não esteve à frente do local. "Como posso promovê-lo quando a sua credibilidade foi atirada no lixo?" RECAPITULAÇÃO O livro, que será publicado no dia 12, teve um trecho divulgado na revista "The New Yorker" no começo do ano e gerado grande repercussão. Steven Spielberg chegou a comprar os direitos de adaptação do livro para um filme que deve ser dirigido por Sam Mendes ("Beleza Americana", "007 Contra Spectre"). A questão da propriedade do motel, por exemplo, contraria alguns dos detalhes no livro: Foos chegou a afirmar que levou a própria mulher para bisbilhotar os casais transando por volta de meados dos anos 1980, o que seria impossível, já que nessa época ele não estava à frente do estabelecimento. Informações sobre o voyeurismo estavam num diário que Foos confiou a Talese. "A fonte do meu livro, Gerald Foos, não é confiável", disse Talese. "É um homem desonrado. Sei que fiz o melhor que pude nesse livro, mas talvez isso não tenha sido o suficiente." Horas depois, num comunicado, recapitulou: "Estou surpreso e chateado sobre esse fato da propriedade do motel nos anos 1980. Isso ocorreu depois da maioria dos eventos cobertos pelo meu livro, mas eu estava chateado e provavelmente disse coisas que não queria ter dito. Vamos deixar claro: Não estou desautorizando o livro, nem meu editor está. Se houver detalhes a serem corrigidos em edições posteriores, o faremos". DOIS ASSASSINATOS Um dos casos contados no livro já havia sido contestado: o dono do motel conta ter testemunhado um homem estrangular uma mulher num dos quartos em 1977, caso que ele teria reportado à polícia sem dizer, contudo, que havia presenciado tudo. Talese foi atrás da ocorrência mas, não a tendo encontrado, atribuiu a ausência a um erro das próprias autoridades policiais. Outra morte, contudo, de fato ocorreu no motel: a de um homicídio não solucionado de um homem cometido em 1984; o caso é mencionado de passagem na obra de Talese. O jornalista visitou seu entrevistado no motel apenas uma vez, em 1980. Foos também foi a público, mas defendendo a sua versão: "Juro que eu nunca disse uma mentira. Tudo o que digo no livro é verdade". JORNALISMO LITERÁRIO Talese é um dos expoentes, junto de Tom Wolfe, Norman Mailer e Truman Capote, do gênero chamado jornalismo literário, estilo consagrado por reportagens de fôlego embaladas por textos cuidadosamente escritos. Sua reportagem "Frank Sinatra Está Resfriado", perfil sobre o cantor americano publicado em 1966, ganhou ampla notoriedade: para escrevê-la, Talese ouviu mais de cem pessoas que circundavam o músico, mas não conseguiu falar com o próprio. O texto saiu aqui na coletânea "Fama e Anonimato" (Companhia das Letras, 536 págs., R$ 69). Também seu, "A Mulher do Próximo", é uma das mais famosas documentações sobre a revolução sexual nos anos 1970 (Companhia das Letras, 488 págs., R$ 69,90). Editor da "New Yorker, David Remnick disse que ainda não teve tempo de revisar a checagem do fragmento da história publicado na revista. Já o editor do livro, Morgan Entrekin, da Grove Atlantic, disse que manterá a publicação do livro e que estuda acrescentar uma novo preâmbulo do autor nele.
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Gay Talese diz que não irá promover livro após descobertas de falhasO jornalista Gay Talese, um dos maiores nomes do jornalismo americano, afirmou que não irá mais promover seu livro mais recente, "The Voyeur's Motel", após repórteres do jornal "The Washington Post" terem apontado falhas na apuração. Algumas horas depois, contudo, recapitulou: "se houver detalhes a corrigir, o faremos", escreveu em comunicado. Em "Voyeur's Motel", ele explora a história de Gerald Foos, dono de um motel americano que afirma ter espionado durante anos as práticas sexuais de vários seus hóspedes por meio de grelhas de ventilação falsa instaladas no teto dos quartos. Acontece que quando repórteres do "Washington Post" foram checar a história, descobriram que Foos havia vendido o motel, localizado no Estado do Colorado, em 1980 e só o readquirido oito anos depois. Isso põe em xeque toda a sua credibilidade como fonte do relato. "Não deveria ter acreditado em uma palavra do que ele disse. Não vou promover o livro", disse Talese, 84, após os jornalistas do "Post" terem mostrado que entre 1980 e 1988, Foos não esteve à frente do local. "Como posso promovê-lo quando a sua credibilidade foi atirada no lixo?" RECAPITULAÇÃO O livro, que será publicado no dia 12, teve um trecho divulgado na revista "The New Yorker" no começo do ano e gerado grande repercussão. Steven Spielberg chegou a comprar os direitos de adaptação do livro para um filme que deve ser dirigido por Sam Mendes ("Beleza Americana", "007 Contra Spectre"). A questão da propriedade do motel, por exemplo, contraria alguns dos detalhes no livro: Foos chegou a afirmar que levou a própria mulher para bisbilhotar os casais transando por volta de meados dos anos 1980, o que seria impossível, já que nessa época ele não estava à frente do estabelecimento. Informações sobre o voyeurismo estavam num diário que Foos confiou a Talese. "A fonte do meu livro, Gerald Foos, não é confiável", disse Talese. "É um homem desonrado. Sei que fiz o melhor que pude nesse livro, mas talvez isso não tenha sido o suficiente." Horas depois, num comunicado, recapitulou: "Estou surpreso e chateado sobre esse fato da propriedade do motel nos anos 1980. Isso ocorreu depois da maioria dos eventos cobertos pelo meu livro, mas eu estava chateado e provavelmente disse coisas que não queria ter dito. Vamos deixar claro: Não estou desautorizando o livro, nem meu editor está. Se houver detalhes a serem corrigidos em edições posteriores, o faremos". DOIS ASSASSINATOS Um dos casos contados no livro já havia sido contestado: o dono do motel conta ter testemunhado um homem estrangular uma mulher num dos quartos em 1977, caso que ele teria reportado à polícia sem dizer, contudo, que havia presenciado tudo. Talese foi atrás da ocorrência mas, não a tendo encontrado, atribuiu a ausência a um erro das próprias autoridades policiais. Outra morte, contudo, de fato ocorreu no motel: a de um homicídio não solucionado de um homem cometido em 1984; o caso é mencionado de passagem na obra de Talese. O jornalista visitou seu entrevistado no motel apenas uma vez, em 1980. Foos também foi a público, mas defendendo a sua versão: "Juro que eu nunca disse uma mentira. Tudo o que digo no livro é verdade". JORNALISMO LITERÁRIO Talese é um dos expoentes, junto de Tom Wolfe, Norman Mailer e Truman Capote, do gênero chamado jornalismo literário, estilo consagrado por reportagens de fôlego embaladas por textos cuidadosamente escritos. Sua reportagem "Frank Sinatra Está Resfriado", perfil sobre o cantor americano publicado em 1966, ganhou ampla notoriedade: para escrevê-la, Talese ouviu mais de cem pessoas que circundavam o músico, mas não conseguiu falar com o próprio. O texto saiu aqui na coletânea "Fama e Anonimato" (Companhia das Letras, 536 págs., R$ 69). Também seu, "A Mulher do Próximo", é uma das mais famosas documentações sobre a revolução sexual nos anos 1970 (Companhia das Letras, 488 págs., R$ 69,90). Editor da "New Yorker, David Remnick disse que ainda não teve tempo de revisar a checagem do fragmento da história publicado na revista. Já o editor do livro, Morgan Entrekin, da Grove Atlantic, disse que manterá a publicação do livro e que estuda acrescentar uma novo preâmbulo do autor nele.
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Dois são presos por furto de bicicletas na inauguração da ciclovia da Paulista
A avenida Paulista foi reaberta para o fluxo veículos nos dois sentidos por volta das 17h deste domingo (28) após permanecer fechada desde a manhã para a inauguração da ciclovia. A cerimônia de abertura não teve incidentes graves nem causou congestionamentos na região. Segundo a PM, contudo, duas pessoas foram presas em flagrante pelo furto de quatro bicicletas, por volta das 13h. Os infratores, que carregavam alicates para quebrar cadeados, foram detidos na quadra entre a al. Joaquim Eugênio de Lima e a av. Brigadeiro Luís Antônio, e encaminhados para uma delegacia da região. Os veículos não foram recuperados. Em clima de festa, a inauguração atraiu milhares de pessoas ao local, teve a apresentação de músicos e a presença do prefeito Fernando Haddad, que chegou de bicicleta e fez trajeto da ciclovia, mas acabou vaiado por um grupo de pessoas. "Isso aqui não é uma política partidária, é uma política que deveria ser abraçada por todos os partidos", disse o prefeito, sob gritos de "Petrolão" -em referência ao esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. Veja imagens O prefeito atribuiu o protesto a "infiltrados", mas disse que respeita a manifestação. Os gritos contra o prefeito vieram de dentro do Hospital Santa Catarina. Cicloativistas rebateram em apoio ao prefeito. Na praça do Ciclista, integrantes do Movimento Brasil Livre, que protestavam contra o PT com faixas, precisaram ser retirados pela PM após discutirem com ciclistas e outras pessoas que passavam pelo local. A confusão começou quando os integrantes grupo começaram a gritar "Fora PT" durante o discurso comemorativo de David Santos Souza, 23, que perdeu o braço após ser atropelado na própria Paulista, quando pedalava pelo local, em 2013. TINTA AZUL Durante a madrugada, uma grande quantidade de tinta azul à base de água foi despejada na ciclovia, horas antes de sua inauguração. Uma garrafa pet ainda ainda com tinta foi encontrada no local, nas imediações do parque Trianon. A polícia não identificou os autores do ato de vandalismo. De acordo com um funcionário da prefeitura, cerca de 4.000 litros de água foram usados para realizar a limpeza da ciclovia -um carro-pipa teve de ser requisitado para o serviço. CICLOVIA NA AVENIDA PAULISTA Com 2,7 km, a ciclovia da avenida Paulista, na região central de São Paulo, se estende da praça Oswaldo Cruz (Paraíso) à Consolação. Com isso, a gestão Fernando Haddad (PT) atinge a marca de 334,9 km de vias exclusivas para bicicletas em toda a capital paulista. Na altura da rua Haddock Lobo, já no final da via, com o término do canteiro central, ela continua na faixa da esquerda até a rua da Consolação e segue à direita entre a Consolação e a avenida Angélica. Se os ciclistas comemoram porque vão trafegar com mais conforto e segurança pelo tapete vermelho, há temor de que falte espaço para acomodar os mais de 1,5 milhão de pedestres que circulam diariamente pela avenida. A questão divide a opinião de especialistas em engenharia de tráfego. Alguns afirmam que o desenho da pista causa risco de o pedestre ser "espremido" no canteiro central da Paulista se houver trânsito intenso de bicicletas. Outros dizem que a programação dos semáforos da avenida dá ao pedestre tempo suficiente para atravessar e o espaço das "ilhas" criadas no canteiro central será suficiente para acomodar a todos. A inauguração da ciclovia é vista também como um teste para o projeto de fechar a via para automóveis todos os domingos. O plano, ainda em estudo, seria transformar o principal cartão postal de São Paulo numa espécie de praça a céu aberto, onde usuários de bicicletas, skates, patins e pedestres iriam se misturar aos artistas de rua que se apresentam por ali.
cotidiano
Dois são presos por furto de bicicletas na inauguração da ciclovia da PaulistaA avenida Paulista foi reaberta para o fluxo veículos nos dois sentidos por volta das 17h deste domingo (28) após permanecer fechada desde a manhã para a inauguração da ciclovia. A cerimônia de abertura não teve incidentes graves nem causou congestionamentos na região. Segundo a PM, contudo, duas pessoas foram presas em flagrante pelo furto de quatro bicicletas, por volta das 13h. Os infratores, que carregavam alicates para quebrar cadeados, foram detidos na quadra entre a al. Joaquim Eugênio de Lima e a av. Brigadeiro Luís Antônio, e encaminhados para uma delegacia da região. Os veículos não foram recuperados. Em clima de festa, a inauguração atraiu milhares de pessoas ao local, teve a apresentação de músicos e a presença do prefeito Fernando Haddad, que chegou de bicicleta e fez trajeto da ciclovia, mas acabou vaiado por um grupo de pessoas. "Isso aqui não é uma política partidária, é uma política que deveria ser abraçada por todos os partidos", disse o prefeito, sob gritos de "Petrolão" -em referência ao esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. Veja imagens O prefeito atribuiu o protesto a "infiltrados", mas disse que respeita a manifestação. Os gritos contra o prefeito vieram de dentro do Hospital Santa Catarina. Cicloativistas rebateram em apoio ao prefeito. Na praça do Ciclista, integrantes do Movimento Brasil Livre, que protestavam contra o PT com faixas, precisaram ser retirados pela PM após discutirem com ciclistas e outras pessoas que passavam pelo local. A confusão começou quando os integrantes grupo começaram a gritar "Fora PT" durante o discurso comemorativo de David Santos Souza, 23, que perdeu o braço após ser atropelado na própria Paulista, quando pedalava pelo local, em 2013. TINTA AZUL Durante a madrugada, uma grande quantidade de tinta azul à base de água foi despejada na ciclovia, horas antes de sua inauguração. Uma garrafa pet ainda ainda com tinta foi encontrada no local, nas imediações do parque Trianon. A polícia não identificou os autores do ato de vandalismo. De acordo com um funcionário da prefeitura, cerca de 4.000 litros de água foram usados para realizar a limpeza da ciclovia -um carro-pipa teve de ser requisitado para o serviço. CICLOVIA NA AVENIDA PAULISTA Com 2,7 km, a ciclovia da avenida Paulista, na região central de São Paulo, se estende da praça Oswaldo Cruz (Paraíso) à Consolação. Com isso, a gestão Fernando Haddad (PT) atinge a marca de 334,9 km de vias exclusivas para bicicletas em toda a capital paulista. Na altura da rua Haddock Lobo, já no final da via, com o término do canteiro central, ela continua na faixa da esquerda até a rua da Consolação e segue à direita entre a Consolação e a avenida Angélica. Se os ciclistas comemoram porque vão trafegar com mais conforto e segurança pelo tapete vermelho, há temor de que falte espaço para acomodar os mais de 1,5 milhão de pedestres que circulam diariamente pela avenida. A questão divide a opinião de especialistas em engenharia de tráfego. Alguns afirmam que o desenho da pista causa risco de o pedestre ser "espremido" no canteiro central da Paulista se houver trânsito intenso de bicicletas. Outros dizem que a programação dos semáforos da avenida dá ao pedestre tempo suficiente para atravessar e o espaço das "ilhas" criadas no canteiro central será suficiente para acomodar a todos. A inauguração da ciclovia é vista também como um teste para o projeto de fechar a via para automóveis todos os domingos. O plano, ainda em estudo, seria transformar o principal cartão postal de São Paulo numa espécie de praça a céu aberto, onde usuários de bicicletas, skates, patins e pedestres iriam se misturar aos artistas de rua que se apresentam por ali.
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Leitor comenta artigo sobre atuação da Justiça em conflitos fundiários
Louvo a iniciativa do desembargador José Renato Nalini e espero que ela encontre ressonância nos demais tribunais do país. Os conflitos fundiários devem mesmo ser examinados por varas especializadas, como, aliás, manda a Constituição. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor comenta artigo sobre atuação da Justiça em conflitos fundiáriosLouvo a iniciativa do desembargador José Renato Nalini e espero que ela encontre ressonância nos demais tribunais do país. Os conflitos fundiários devem mesmo ser examinados por varas especializadas, como, aliás, manda a Constituição. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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O problema do São Paulo não é falta de talento, como não era Rogério Ceni
O São Paulo é o terceiro time paulista, em quatro temporadas, que Dorival Júnior assume na briga contra o descenso. Em 2015, o Santos era 17º colocado. Em 2014, o Palmeiras estava fora, em 16º, mas com o mesmo número de pontos do Criciúma, 17º. Nos três casos, Dorival tentou manter a estrutura da equipe nos dois primeiros jogos. Não conseguiu por uma posição. No Palmeiras, Wellington deu lugar a Victorino no segundo jogo. No Santos, 2015, Renato voltou e assumiu a vaga de Paulo Ricardo. Ontem, Dorival Júnior escalou dez jogadores iguais à estreia contra o Atlético-GO. Trocou somente o lateral direito: saiu Buffarini, para a entrada de Bruno. Deu zero a zero em qualidade... O primeiro tempo em Chapecó mostrou um time mais tranquilo do que quinta-feira (13), no Morumbi. O compromisso era diferente. Quando time grande entra na briga para não cair e a torcida lota o estádio, a tensão se espalha. Parece que dá para pegar o ar com a mão. Mesmo mais calmo, o São Paulo só levou perigo nas cobranças de faltas de Cueva. O repertório segue restrito, nada de criatividade. Na hora em que Túlio de Melo marcou 1 a 0, aos 18 minutos do segundo tempo, a Chapecoense havia finalizado cinco vezes no alvo. O São Paulo, três. Nove partidas seguidas sem vitória representam a segunda maior seca da história tricolor em Brasileiros —só 2013 foi pior. Paulo Autuori foi demitido em 2013 em 18º lugar. Tinha acabado de vencer o Náutico, lanterna. Desta vez, o São Paulo só empatou no Morumbi com o Atlético-GO, último colocado. Não há boas notícias. A esperança é jogar três dos próximos quatro jogos no Morumbi. Se você tiver uma faca, poderá cortar o ar, tamanha a tensão. Serão jogos contra Vasco e Grêmio, depois Botafogo no Rio e outra vez como anfitrião contra o Coritiba. O primeiro turno se fecha em Salvador contra o Bahia. A outra coisa positiva é a definição do sistema de jogo. Dorival repetiu a formação com dois volantes lado a lado, Jucilei e Petros, uma linha de três com Wellington Nem, Cueva e Jonatan Gómez, e Lucas Pratto na frente. Tecnicamente, os três da armação podem ajudar muito. Mas quase não criam. Nem Cueva, elogiado antes de sofrer lesão em março. O problema do São Paulo não é falta de talento, assim como não era o técnico Rogério Ceni. O agravamento da crise tem a ver com decisões que tiram confiança do elenco. Mudanças constantes, por exemplo. Rodrigo Caio pode ficar até o final do ano, por compromisso. Mas conversa com o Zenit. Se permanecer, ficará na história pelos títulos ou pelo rebaixamento? Se a dúvida nos atordoa, imagine o jogador. Não, o São Paulo não tem time para ser rebaixado. Pode sair do rebaixamento nas próximas cinco rodadas. Também já se falou isto antes sobre times que não deveriam brigar na rabeira se dependesse só da qualidade do elenco. O Internacional do ano passado. Ou o Palmeiras rebaixado em 2002, com Marcos, Leonardo Moura, Fabiano Eller, Arce, Zinho, Dodô e Nenê, hoje no Vasco. Sair do rebaixamento exige recuperar a tranquilidade. Em síntese, é necessário ganhar do Vasco na quarta-feira (19). O DIA DE DUDU O Palmeiras começou melhor contra o Vitória, sofreu gol em contra-ataque, virou e venceu. Dudu foi o melhor e participou dos quatro gols. Mas falta muito. A decisão de levar a equipe a Atibaia antes da Libertadores parece correta. Não é garantia. Mas treinos com o time principal são indispensáveis. O PERSEGUIDOR O empate do Santos contra o Vasco por 0 a 0 manteve o time de Levir Culpi em terceiro lugar no Brasileiro. O Flamengo também empatou e está em quarto. Mas parece o mais provável perseguidor do Corinthians. Mesmo com o Grêmio em segundo lugar, agora oito pontos atrás.
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O problema do São Paulo não é falta de talento, como não era Rogério CeniO São Paulo é o terceiro time paulista, em quatro temporadas, que Dorival Júnior assume na briga contra o descenso. Em 2015, o Santos era 17º colocado. Em 2014, o Palmeiras estava fora, em 16º, mas com o mesmo número de pontos do Criciúma, 17º. Nos três casos, Dorival tentou manter a estrutura da equipe nos dois primeiros jogos. Não conseguiu por uma posição. No Palmeiras, Wellington deu lugar a Victorino no segundo jogo. No Santos, 2015, Renato voltou e assumiu a vaga de Paulo Ricardo. Ontem, Dorival Júnior escalou dez jogadores iguais à estreia contra o Atlético-GO. Trocou somente o lateral direito: saiu Buffarini, para a entrada de Bruno. Deu zero a zero em qualidade... O primeiro tempo em Chapecó mostrou um time mais tranquilo do que quinta-feira (13), no Morumbi. O compromisso era diferente. Quando time grande entra na briga para não cair e a torcida lota o estádio, a tensão se espalha. Parece que dá para pegar o ar com a mão. Mesmo mais calmo, o São Paulo só levou perigo nas cobranças de faltas de Cueva. O repertório segue restrito, nada de criatividade. Na hora em que Túlio de Melo marcou 1 a 0, aos 18 minutos do segundo tempo, a Chapecoense havia finalizado cinco vezes no alvo. O São Paulo, três. Nove partidas seguidas sem vitória representam a segunda maior seca da história tricolor em Brasileiros —só 2013 foi pior. Paulo Autuori foi demitido em 2013 em 18º lugar. Tinha acabado de vencer o Náutico, lanterna. Desta vez, o São Paulo só empatou no Morumbi com o Atlético-GO, último colocado. Não há boas notícias. A esperança é jogar três dos próximos quatro jogos no Morumbi. Se você tiver uma faca, poderá cortar o ar, tamanha a tensão. Serão jogos contra Vasco e Grêmio, depois Botafogo no Rio e outra vez como anfitrião contra o Coritiba. O primeiro turno se fecha em Salvador contra o Bahia. A outra coisa positiva é a definição do sistema de jogo. Dorival repetiu a formação com dois volantes lado a lado, Jucilei e Petros, uma linha de três com Wellington Nem, Cueva e Jonatan Gómez, e Lucas Pratto na frente. Tecnicamente, os três da armação podem ajudar muito. Mas quase não criam. Nem Cueva, elogiado antes de sofrer lesão em março. O problema do São Paulo não é falta de talento, assim como não era o técnico Rogério Ceni. O agravamento da crise tem a ver com decisões que tiram confiança do elenco. Mudanças constantes, por exemplo. Rodrigo Caio pode ficar até o final do ano, por compromisso. Mas conversa com o Zenit. Se permanecer, ficará na história pelos títulos ou pelo rebaixamento? Se a dúvida nos atordoa, imagine o jogador. Não, o São Paulo não tem time para ser rebaixado. Pode sair do rebaixamento nas próximas cinco rodadas. Também já se falou isto antes sobre times que não deveriam brigar na rabeira se dependesse só da qualidade do elenco. O Internacional do ano passado. Ou o Palmeiras rebaixado em 2002, com Marcos, Leonardo Moura, Fabiano Eller, Arce, Zinho, Dodô e Nenê, hoje no Vasco. Sair do rebaixamento exige recuperar a tranquilidade. Em síntese, é necessário ganhar do Vasco na quarta-feira (19). O DIA DE DUDU O Palmeiras começou melhor contra o Vitória, sofreu gol em contra-ataque, virou e venceu. Dudu foi o melhor e participou dos quatro gols. Mas falta muito. A decisão de levar a equipe a Atibaia antes da Libertadores parece correta. Não é garantia. Mas treinos com o time principal são indispensáveis. O PERSEGUIDOR O empate do Santos contra o Vasco por 0 a 0 manteve o time de Levir Culpi em terceiro lugar no Brasileiro. O Flamengo também empatou e está em quarto. Mas parece o mais provável perseguidor do Corinthians. Mesmo com o Grêmio em segundo lugar, agora oito pontos atrás.
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História de brasileiro executado na Indonésia é contada em livro
"A vida me encaminhou para ser um traficante de drogas, mas eu sou um cara legal." Na última conversa mais longa que teve com o jornalista da Folha Ricardo Gallo, em novembro de 2014, o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira mostrou-se arrependido. "Fiz uma burrada", dizia ele, referindo-se à sua prisão na Indonésia, após ser flagrado em 2003 entrando com 13,4 kg de cocaína nos tubos de sua asa delta no aeroporto de Jacarta, capital do país. A Justiça da Indonésia condenou Marco à morte em 2004 e ele passou 11 anos preso no país. Mas sempre achou que iria escapar do pelotão de fuzilamento. Em "Condenado à Morte "" A História do Primeiro Brasileiro a Receber a Pena Capital e Ser Executado no Exterior", do selo editorial Três Estrelas, do Grupo Folha, Gallo conta a história do esportista que cresceu na classe média alta do Rio, foi um dos pioneiros da asa delta e acabou se transformando em traficante internacional de drogas. Viajou mais de dez vezes levando cocaína para a Indonésia e trazendo skunk (tipo de maconha) para o Brasil. "Mesmo preso, ele vivia em um universo paralelo, estava sempre animado, de alto-astral", conta Gallo. Com o dinheiro que a tia mandava, Marco comprava regalias na prisão, como TV, frango congelado, direito a usar o celular. Pagava para ter relações sexuais com prostitutas e sua mãe mandava revistas pornográficas do Brasil. Por falta de cuidados na prisão e pelo uso do shabu-shabu (gíria da região para a metanfetamina cristal), perdeu quase todos os dentes. O carioca achava que o governo brasileiro conseguiria fazer algum tipo de acordo, a pena de morte seria transformada em prisão perpétua e ele poderia ser libertado antes. Mas sua sorte mudou no fim do ano passado, quando o presidente indonésio, Joko Widodo, assumiu. Linha-dura, Widodo anunciou que não daria clemência para os traficantes condenados à morte. "Ricardo, sou eu, Curumim, please me liga q eu preciso falar com vc urgente." Essa foi a mensagem de texto que Marco, que tinha apelido de Curumim, mandou para Gallo no dia 12 de janeiro. Ele havia lido em jornais indonésios que poderia ser executado em breve. Dois dias depois, guardas entraram na cela dele para informá-lo de que seria executado por pelotão de fuzilamento em 72 horas. Marco ficou tão nervoso que urinou nas calças. INSTANT BOOK Ao contrário da maioria dos "instant books" –lançados para se aproveitar do interesse por algum evento noticioso recente– "Condenado à Morte" não é um livro superficial, escrito no calor do momento. Gallo começou a trabalhar na obra em 2010, um ano depois de ter sido enviado pela Folha para cobrir um fórum de turismo na Indonésia. Ali, o jornalista se inteirou do caso de Marco Archer. Desde então, foram 66 mil quilômetros rodados em Cingapura, Rio de Janeiro, Amsterdã, Manaus e Indonésia, inúmeras entrevistas com familiares de Marco, conversas cara a cara com o carioca na prisão indonésia e várias entrevistas telefônicas. Tudo isso transparece na riqueza de detalhes da narrativa. O livro estava programado para sair em fevereiro. "Mas fui atropelado pelos fatos e tive de reescrever os dois últimos capítulos", diz Gallo. Após mais de dez anos de indecisão do governo indonésio e poucos dias antes da finalização do livro, foi anunciada a data da execução. O último capítulo se chamava "Condenado ao Esquecimento". Gallo achava que o caso iria se estender por anos, sem que o presidente indonésio respondesse ao último apelo por clemência, e o brasileiro iria continuar na prisão indefinidamente. O capítulo passou a ter o nome "Cinco Cruzes de Madeira". Marco foi executado no dia 17 de janeiro amarrado a uma cruz de madeira, por pelotão de fuzilamento, ao lado de outros quatro condenados. CONDENADO À MORTE AUTOR Ricardo Gallo EDITORA Três Estrelas QUANTO R$ 34,90 (144 págs.)
ilustrada
História de brasileiro executado na Indonésia é contada em livro"A vida me encaminhou para ser um traficante de drogas, mas eu sou um cara legal." Na última conversa mais longa que teve com o jornalista da Folha Ricardo Gallo, em novembro de 2014, o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira mostrou-se arrependido. "Fiz uma burrada", dizia ele, referindo-se à sua prisão na Indonésia, após ser flagrado em 2003 entrando com 13,4 kg de cocaína nos tubos de sua asa delta no aeroporto de Jacarta, capital do país. A Justiça da Indonésia condenou Marco à morte em 2004 e ele passou 11 anos preso no país. Mas sempre achou que iria escapar do pelotão de fuzilamento. Em "Condenado à Morte "" A História do Primeiro Brasileiro a Receber a Pena Capital e Ser Executado no Exterior", do selo editorial Três Estrelas, do Grupo Folha, Gallo conta a história do esportista que cresceu na classe média alta do Rio, foi um dos pioneiros da asa delta e acabou se transformando em traficante internacional de drogas. Viajou mais de dez vezes levando cocaína para a Indonésia e trazendo skunk (tipo de maconha) para o Brasil. "Mesmo preso, ele vivia em um universo paralelo, estava sempre animado, de alto-astral", conta Gallo. Com o dinheiro que a tia mandava, Marco comprava regalias na prisão, como TV, frango congelado, direito a usar o celular. Pagava para ter relações sexuais com prostitutas e sua mãe mandava revistas pornográficas do Brasil. Por falta de cuidados na prisão e pelo uso do shabu-shabu (gíria da região para a metanfetamina cristal), perdeu quase todos os dentes. O carioca achava que o governo brasileiro conseguiria fazer algum tipo de acordo, a pena de morte seria transformada em prisão perpétua e ele poderia ser libertado antes. Mas sua sorte mudou no fim do ano passado, quando o presidente indonésio, Joko Widodo, assumiu. Linha-dura, Widodo anunciou que não daria clemência para os traficantes condenados à morte. "Ricardo, sou eu, Curumim, please me liga q eu preciso falar com vc urgente." Essa foi a mensagem de texto que Marco, que tinha apelido de Curumim, mandou para Gallo no dia 12 de janeiro. Ele havia lido em jornais indonésios que poderia ser executado em breve. Dois dias depois, guardas entraram na cela dele para informá-lo de que seria executado por pelotão de fuzilamento em 72 horas. Marco ficou tão nervoso que urinou nas calças. INSTANT BOOK Ao contrário da maioria dos "instant books" –lançados para se aproveitar do interesse por algum evento noticioso recente– "Condenado à Morte" não é um livro superficial, escrito no calor do momento. Gallo começou a trabalhar na obra em 2010, um ano depois de ter sido enviado pela Folha para cobrir um fórum de turismo na Indonésia. Ali, o jornalista se inteirou do caso de Marco Archer. Desde então, foram 66 mil quilômetros rodados em Cingapura, Rio de Janeiro, Amsterdã, Manaus e Indonésia, inúmeras entrevistas com familiares de Marco, conversas cara a cara com o carioca na prisão indonésia e várias entrevistas telefônicas. Tudo isso transparece na riqueza de detalhes da narrativa. O livro estava programado para sair em fevereiro. "Mas fui atropelado pelos fatos e tive de reescrever os dois últimos capítulos", diz Gallo. Após mais de dez anos de indecisão do governo indonésio e poucos dias antes da finalização do livro, foi anunciada a data da execução. O último capítulo se chamava "Condenado ao Esquecimento". Gallo achava que o caso iria se estender por anos, sem que o presidente indonésio respondesse ao último apelo por clemência, e o brasileiro iria continuar na prisão indefinidamente. O capítulo passou a ter o nome "Cinco Cruzes de Madeira". Marco foi executado no dia 17 de janeiro amarrado a uma cruz de madeira, por pelotão de fuzilamento, ao lado de outros quatro condenados. CONDENADO À MORTE AUTOR Ricardo Gallo EDITORA Três Estrelas QUANTO R$ 34,90 (144 págs.)
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Ocidente deixou de fazer filhos porque o sexo foi vencido pelo tédio
Mudar de casa é uma roleta-russa. Sei disso. Mudei agora. Na primeira noite, havia farra no apartamento do lado. Tolerei: tapei os ouvidos com material apropriado e consegui as minhas dez horas de sono, sem as quais sou um figurante da série "The Walking Dead". E mordo também. Na noite seguinte, quando entrei no leito, a farra recomeçava. Meditei. Sem sucesso. Na escuridão do quarto, com os olhos fixos no teto, afinei os ouvidos e tentei escutar. Risos. Gritos. Gemidos. Objetos no chão. Bati na parede —uma, duas, três vezes. Nada. Levantei-me, caminhei até a porta do vizinho e, quando me preparava para arrombá-la, escutei uma frase que me paralisou: —Vai, Messi! Duas hipóteses: Lionel Messi era meu vizinho e eu não sabia; ou, então, Messi já fazia parte das fantasias privadas do casal. Encostei os ouvidos à porta e tentei resolver o mistério. Não havia mistério. Os meus vizinhos jogavam PlayStation. Regressei à cama com a tristeza do mundo sobre os ombros. Deitei-me na cama. Risos. Gritos. Gemidos. Objetos no chão. Adormeci de cansaço. A manhã chegou. Alguém abria a porta do lado. Abri a minha. O vizinho, ensonado e tísico, cumprimentou-me com o vigor de um condenado. Apresentei-me. Ele apresentou-se: estudante universitário. Aproveitei o momento para comunicar as minhas dores: o barulho a horas impróprias, sobretudo para quem precisava de trabalhar cedo. Ele corou como uma criança e prometeu "se controlar". A culpa era do vício, dos jogos, dos amigos, até das amigas (o horror, o horror!). Riu, envergonhado. Ri, derrotado. Disse-lhe um "prazer em conhecer, meu filho" e depois me fechei em casa com uma pergunta angustiada: que se passa com a mocidade? A ciência ajuda: um estudo publicado no "Archives of Sexual Behaviour" defende, após extensivo levantamento, que os jovens adultos americanos (os "millennials" e os "iGen", ou seja, nascidos nas décadas de 1980 e 1990) não têm grande interesse por sexo. O caso agrava-se quando comparamos as novas gerações com os seus pais, nascidos nas décadas de 1960 e 1970. Os pais, pelos padrões atuais, eram simplesmente uns devassos. Pior: 15% dos jovens entre os 20 e os 24 anos poderiam perfeitamente legar as partes íntimas à ciência e arriscar uma carreira no canto lírico. Antigamente, todo mundo ria com a frase clássica: "No sex please, we're British". Hoje, todo mundo é britânico. Millôr Fernandes, um sábio, escreveu que o melhor afrodisíaco era a abstinência prolongada. Eis um dos raros casos em que Millôr foi otimista —e falhou. O melhor afrodisíaco é a abstinência forçada. Se o sexo só começou em 1963, como escreveu o poeta Philip Larkin, isso explica o entusiasmo do pessoal dos "sixties" e dos "seventies" pelas flores e pelas abelhas. Houve excessos. Mas são excessos comparáveis ao enfartamento de um etíope depois de abusar da maminha (a carne, não a dita). Ah, que saudades do meu avô quando ele recordava a primeira vez que viu os joelhos de uma mulher. "Os joelhos!", dizia ele, com lágrimas de saudade e gratidão. Depois de casar, vieram dez filhos. Hoje, o Ocidente está em crise demográfica. As razões são conhecidas: dos métodos contraceptivos à precariedade laboral, que adia a maternidade (e a paternidade) para depois dos 40, não há reposição geracional. Mas eu sempre desconfiei que a causa é mais profunda: o Ocidente deixou de fazer filhos porque o sexo foi vencido pelo tédio. Antes da revolução sexual, os avós sonhavam com joelhos. Depois da revolução, os pais atiraram-se às carnes (as ditas, não as do rodízio). Quando os filhos chegaram, o sexo tornou-se tão onipresente —no cinema, na TV, na internet— que o mistério e o tesão se perderam pelo caminho. Pelo contrário: a produção continua vigorosa no mundo muçulmano. O próprio presidente Erdoğan, para se vingar da Europa (e da Holanda), aconselhou os imigrantes turcos a fazerem, pelo menos, cinco filhos por família. Coisa fácil para quem ainda cultiva o segredo dos joelhos e das maminhas. A minha proposta para salvar a civilização ocidental? O uso de véu e burca entre quatro paredes. Para que os jovens celibatários abandonem o PlayStation e procurem novamente outro tipo de jogos e botões.
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Ocidente deixou de fazer filhos porque o sexo foi vencido pelo tédioMudar de casa é uma roleta-russa. Sei disso. Mudei agora. Na primeira noite, havia farra no apartamento do lado. Tolerei: tapei os ouvidos com material apropriado e consegui as minhas dez horas de sono, sem as quais sou um figurante da série "The Walking Dead". E mordo também. Na noite seguinte, quando entrei no leito, a farra recomeçava. Meditei. Sem sucesso. Na escuridão do quarto, com os olhos fixos no teto, afinei os ouvidos e tentei escutar. Risos. Gritos. Gemidos. Objetos no chão. Bati na parede —uma, duas, três vezes. Nada. Levantei-me, caminhei até a porta do vizinho e, quando me preparava para arrombá-la, escutei uma frase que me paralisou: —Vai, Messi! Duas hipóteses: Lionel Messi era meu vizinho e eu não sabia; ou, então, Messi já fazia parte das fantasias privadas do casal. Encostei os ouvidos à porta e tentei resolver o mistério. Não havia mistério. Os meus vizinhos jogavam PlayStation. Regressei à cama com a tristeza do mundo sobre os ombros. Deitei-me na cama. Risos. Gritos. Gemidos. Objetos no chão. Adormeci de cansaço. A manhã chegou. Alguém abria a porta do lado. Abri a minha. O vizinho, ensonado e tísico, cumprimentou-me com o vigor de um condenado. Apresentei-me. Ele apresentou-se: estudante universitário. Aproveitei o momento para comunicar as minhas dores: o barulho a horas impróprias, sobretudo para quem precisava de trabalhar cedo. Ele corou como uma criança e prometeu "se controlar". A culpa era do vício, dos jogos, dos amigos, até das amigas (o horror, o horror!). Riu, envergonhado. Ri, derrotado. Disse-lhe um "prazer em conhecer, meu filho" e depois me fechei em casa com uma pergunta angustiada: que se passa com a mocidade? A ciência ajuda: um estudo publicado no "Archives of Sexual Behaviour" defende, após extensivo levantamento, que os jovens adultos americanos (os "millennials" e os "iGen", ou seja, nascidos nas décadas de 1980 e 1990) não têm grande interesse por sexo. O caso agrava-se quando comparamos as novas gerações com os seus pais, nascidos nas décadas de 1960 e 1970. Os pais, pelos padrões atuais, eram simplesmente uns devassos. Pior: 15% dos jovens entre os 20 e os 24 anos poderiam perfeitamente legar as partes íntimas à ciência e arriscar uma carreira no canto lírico. Antigamente, todo mundo ria com a frase clássica: "No sex please, we're British". Hoje, todo mundo é britânico. Millôr Fernandes, um sábio, escreveu que o melhor afrodisíaco era a abstinência prolongada. Eis um dos raros casos em que Millôr foi otimista —e falhou. O melhor afrodisíaco é a abstinência forçada. Se o sexo só começou em 1963, como escreveu o poeta Philip Larkin, isso explica o entusiasmo do pessoal dos "sixties" e dos "seventies" pelas flores e pelas abelhas. Houve excessos. Mas são excessos comparáveis ao enfartamento de um etíope depois de abusar da maminha (a carne, não a dita). Ah, que saudades do meu avô quando ele recordava a primeira vez que viu os joelhos de uma mulher. "Os joelhos!", dizia ele, com lágrimas de saudade e gratidão. Depois de casar, vieram dez filhos. Hoje, o Ocidente está em crise demográfica. As razões são conhecidas: dos métodos contraceptivos à precariedade laboral, que adia a maternidade (e a paternidade) para depois dos 40, não há reposição geracional. Mas eu sempre desconfiei que a causa é mais profunda: o Ocidente deixou de fazer filhos porque o sexo foi vencido pelo tédio. Antes da revolução sexual, os avós sonhavam com joelhos. Depois da revolução, os pais atiraram-se às carnes (as ditas, não as do rodízio). Quando os filhos chegaram, o sexo tornou-se tão onipresente —no cinema, na TV, na internet— que o mistério e o tesão se perderam pelo caminho. Pelo contrário: a produção continua vigorosa no mundo muçulmano. O próprio presidente Erdoğan, para se vingar da Europa (e da Holanda), aconselhou os imigrantes turcos a fazerem, pelo menos, cinco filhos por família. Coisa fácil para quem ainda cultiva o segredo dos joelhos e das maminhas. A minha proposta para salvar a civilização ocidental? O uso de véu e burca entre quatro paredes. Para que os jovens celibatários abandonem o PlayStation e procurem novamente outro tipo de jogos e botões.
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Família de Nice encontra bebê são e salvo graças a rede social
Uma família que perdeu seu bebê de oito meses em meio ao pânico provocado pelo atentado desta quinta-feira (14) em Nice, no sul da França, encontrou o menino ileso, depois de ter pedido ajuda no Facebook. "Menino pequeno perdido entre a multidão", "carrinho azul", "façam a informação circular", indicou um parente dos pais no Facebook pouco antes da meia-noite, junto com uma foto do bebê. "Uma jovem o pegou e o levou para casa. Entrou na internet e encontrou a foto do bebê no Facebook, e então contatou seus pais", confirmou uma amiga da família. "Encontrado!", escreveu outro integrante da família, agradecendo aos "que ajudaram e enviaram mensagens de apoio", e indicando que outros parentes estavam hospitalizados. Bebê encontrado graças ao Facebook Depois do massacre no Passeio dos Ingleses, a avenida paralela ao Mediterrâneo, muitas mensagens foram publicadas nas redes sociais para pedir informações sobre parentes em paradeiro desconhecido. Ao menos 84 pessoas morreram nesta via atropeladas por um enorme caminhão branco, pouco depois do fim dos fogos de artifício pelo dia 14 de julho, festa nacional francesa. MAIS DE 50 CRIANÇAS HOSPITALIZADAS O atentado desta quinta (14) foi o que deixou mais mortos em solo europeu desde a série de ataques de novembro em Paris. Mais de 50 crianças foram levadas ao hospital pediátrico de Nice, o Fondation Leval, e duas delas morreram na manhã desta sexta durante intervenções cirúrgicas. "Outras estão entre a vida e a morte", disse a porta-voz do hospital. A maioria das vítimas adultas foi transferida ao Hospital Pasteur, na mesma cidade. Entre elas, estão americanos, marroquinos e canadenses. Segundo Hollande, mais de 50 vítimas do ataque ainda estão "entre a vida e a morte". VÍDEOS DO ATAQUE Após o atentado, diversos vídeos foram postados nas redes sociais mostrando o momento em que o caminhão avançou contra a multidão que participava da festa em comemoração ao Dia da Bastilha. Abaixo, alguns deles. Nice tuite2 Veja
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Família de Nice encontra bebê são e salvo graças a rede socialUma família que perdeu seu bebê de oito meses em meio ao pânico provocado pelo atentado desta quinta-feira (14) em Nice, no sul da França, encontrou o menino ileso, depois de ter pedido ajuda no Facebook. "Menino pequeno perdido entre a multidão", "carrinho azul", "façam a informação circular", indicou um parente dos pais no Facebook pouco antes da meia-noite, junto com uma foto do bebê. "Uma jovem o pegou e o levou para casa. Entrou na internet e encontrou a foto do bebê no Facebook, e então contatou seus pais", confirmou uma amiga da família. "Encontrado!", escreveu outro integrante da família, agradecendo aos "que ajudaram e enviaram mensagens de apoio", e indicando que outros parentes estavam hospitalizados. Bebê encontrado graças ao Facebook Depois do massacre no Passeio dos Ingleses, a avenida paralela ao Mediterrâneo, muitas mensagens foram publicadas nas redes sociais para pedir informações sobre parentes em paradeiro desconhecido. Ao menos 84 pessoas morreram nesta via atropeladas por um enorme caminhão branco, pouco depois do fim dos fogos de artifício pelo dia 14 de julho, festa nacional francesa. MAIS DE 50 CRIANÇAS HOSPITALIZADAS O atentado desta quinta (14) foi o que deixou mais mortos em solo europeu desde a série de ataques de novembro em Paris. Mais de 50 crianças foram levadas ao hospital pediátrico de Nice, o Fondation Leval, e duas delas morreram na manhã desta sexta durante intervenções cirúrgicas. "Outras estão entre a vida e a morte", disse a porta-voz do hospital. A maioria das vítimas adultas foi transferida ao Hospital Pasteur, na mesma cidade. Entre elas, estão americanos, marroquinos e canadenses. Segundo Hollande, mais de 50 vítimas do ataque ainda estão "entre a vida e a morte". VÍDEOS DO ATAQUE Após o atentado, diversos vídeos foram postados nas redes sociais mostrando o momento em que o caminhão avançou contra a multidão que participava da festa em comemoração ao Dia da Bastilha. Abaixo, alguns deles. Nice tuite2 Veja
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Constituição brasileira tem que ser respeitada, diz presidente francês François Hollande
O presidente da França, François Hollande, chega serelepe, e sozinho, à recepção para chefes de Estado que o presidente interino, Michel Temer, ofereceu na sexta (5) no Palácio do Itamaraty, no Rio. Ele é a estrela da festa. * Sobe e desce as escadas, abraça todos os que reconhece, pula de rodinha em rodinha distribuindo sorrisos. Entre um cumprimento e outro, ele fala com exclusividade à coluna. Folha - O que está achando do Rio de Janeiro? François Hollande - Eu gostaria de visitar muitos lugares na cidade, mas o tempo é curto. Eu fui à Vila Olímpica. Está fantástica, fiquei muito bem impressionado. Como está vendo a crise política brasileira? Eu sou amigo do Lula. A presidente Dilma me convidou há dois anos para vir a essa festa no Brasil. Muitas coisas aconteceram desde então e o país está tentando resolver os seus problemas. Nós estamos observando. O importante é que a Constituição seja respeitada. O senhor teme um ataque terrorista no Brasil? Ou o país corre riscos menores? Todo país do mundo pode sofrer um ataque terrorista. Mas nós sabemos que o Brasil se preparou muito bem, nos sentimos seguros aqui. * Um interlocutor se aproxima e diz que a colunista trabalha no maior jornal do país. "São todos perigosos!", diz Hollande sobre os jornalistas. E caminha até a roda em que estão o presidente da Argentina, Mauricio Macri, e o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se aproxima. Todos passam a falar em inglês. * Os garçons circulam oferecendo espumante nacional Adolfo Lona, batatinhas recheadas com bacalhau, torradas com surubim ao grana padano e saladinha de camarão sobre palmito servido na colher. * Mas o sucesso é a cachaça com limão. "O mundo muda quando a gente toma uma caipirinha", diz John Kerry, que bebe várias (à noite, ele chega a passar mal na cerimônia de abertura). * O príncipe Albert, de Mônaco, pede uma enquanto conversa com a Folha. "Eu vim ao Rio pela primeira vez antes de você nascer. Em 1982", diz à colunista, tentando ser gentil. * Ele também se refere a Lula como "amigo" e diz que "nós não podemos julgar o que está acontecendo no Brasil. Mas nós entendemos que as pessoas estão muito decepcionadas. Há questionamentos, se a Olimpíada custa pouco ou muito. Pode ser [que custe muito]. Mas sem dúvida será um grande evento". * O prefeito do Rio, Eduardo Paes, se integra à conversa. "O país está de mau humor neste momento. Mas eu já estou sentindo isso mudar nas ruas." Paes deu "uma andada" na orla. "Eu fui um pouco com receio, né, de ouvir 'ô, seu f.d.p.'. Mas estava tranquilo, todo mundo feliz." * Depois de receber, em uma sala reservada, junto com o chanceler José Serra, os cumprimentos das delegações de mais de 40 países, Temer circula pelo coquetel. Fala com o príncipe Albert, que já está na segunda caipirinha. * "Vamos esconder os copos", brinca Temer, referindo-se à presença da coluna. "Essa bebida é um patrimônio cultural do Brasil", explica, em seguida. O tradutor que acompanha a conversa repete a frase em inglês para Albert. "Então não há problema de eu sair no jornal bebendo!", responde o príncipe. * Albert passa a elogiar o Brasil e a falar sobre a expectativa da cerimônia de abertura da Olimpíada, para onde os dois iriam logo mais. "Pode haver alguns protestos", alerta Temer. "Little, litlle [pequeno]", segue o presidente brasileiro. "Bem, nós [visitantes estrangeiros] não vamos perceber nada!", responde Albert, em tom de brincadeira. * À Folha, Temer diz que está "preparado" para vaias. "Pra lá de preparado." Sobre os protestos da abertura da Copa do Mundo, há dois anos, em que o público mandou Dilma "tomar no c.", o presidente diz: "Aquilo foi um horror. Um horror com a senhora presidente. Uma falta de educação foi aquilo". * Os convidados brasileiros, como o governador Geraldo Alckmin, de SP, os ministros Henrique Meirelles, da Fazenda, Eliseu Padilha, da Casa Civil, Alexandre de Moraes, da Justiça, e Raul Jungmann, da Defesa, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, formavam rodinhas à parte dos estrangeiros. * A rainha Matilde, da Bélgica, mantinha conversa animada com o primeiro-ministro da Itália. Mais cedo, ela e o marido, o rei Filipe, tinham dado enorme dor de cabeça à segurança dos jogos. * Eles queriam porque queriam visitar o Morro dos Macacos, no Rio. A diplomacia belga ameaçou criar um incidente diplomático. "Eu vou desviar câmeras de vigilância, efetivos, só porque o rei quer ir no morro?", questionava o general Sérgio Etchegoyen, da Segurança Institucional. Suas majestades, enfim, se curvaram à dura realidade. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI,THAIS ARBEX e FILLIPE MAURO; colaborou LÍGIA MESQUITA
colunas
Constituição brasileira tem que ser respeitada, diz presidente francês François HollandeO presidente da França, François Hollande, chega serelepe, e sozinho, à recepção para chefes de Estado que o presidente interino, Michel Temer, ofereceu na sexta (5) no Palácio do Itamaraty, no Rio. Ele é a estrela da festa. * Sobe e desce as escadas, abraça todos os que reconhece, pula de rodinha em rodinha distribuindo sorrisos. Entre um cumprimento e outro, ele fala com exclusividade à coluna. Folha - O que está achando do Rio de Janeiro? François Hollande - Eu gostaria de visitar muitos lugares na cidade, mas o tempo é curto. Eu fui à Vila Olímpica. Está fantástica, fiquei muito bem impressionado. Como está vendo a crise política brasileira? Eu sou amigo do Lula. A presidente Dilma me convidou há dois anos para vir a essa festa no Brasil. Muitas coisas aconteceram desde então e o país está tentando resolver os seus problemas. Nós estamos observando. O importante é que a Constituição seja respeitada. O senhor teme um ataque terrorista no Brasil? Ou o país corre riscos menores? Todo país do mundo pode sofrer um ataque terrorista. Mas nós sabemos que o Brasil se preparou muito bem, nos sentimos seguros aqui. * Um interlocutor se aproxima e diz que a colunista trabalha no maior jornal do país. "São todos perigosos!", diz Hollande sobre os jornalistas. E caminha até a roda em que estão o presidente da Argentina, Mauricio Macri, e o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se aproxima. Todos passam a falar em inglês. * Os garçons circulam oferecendo espumante nacional Adolfo Lona, batatinhas recheadas com bacalhau, torradas com surubim ao grana padano e saladinha de camarão sobre palmito servido na colher. * Mas o sucesso é a cachaça com limão. "O mundo muda quando a gente toma uma caipirinha", diz John Kerry, que bebe várias (à noite, ele chega a passar mal na cerimônia de abertura). * O príncipe Albert, de Mônaco, pede uma enquanto conversa com a Folha. "Eu vim ao Rio pela primeira vez antes de você nascer. Em 1982", diz à colunista, tentando ser gentil. * Ele também se refere a Lula como "amigo" e diz que "nós não podemos julgar o que está acontecendo no Brasil. Mas nós entendemos que as pessoas estão muito decepcionadas. Há questionamentos, se a Olimpíada custa pouco ou muito. Pode ser [que custe muito]. Mas sem dúvida será um grande evento". * O prefeito do Rio, Eduardo Paes, se integra à conversa. "O país está de mau humor neste momento. Mas eu já estou sentindo isso mudar nas ruas." Paes deu "uma andada" na orla. "Eu fui um pouco com receio, né, de ouvir 'ô, seu f.d.p.'. Mas estava tranquilo, todo mundo feliz." * Depois de receber, em uma sala reservada, junto com o chanceler José Serra, os cumprimentos das delegações de mais de 40 países, Temer circula pelo coquetel. Fala com o príncipe Albert, que já está na segunda caipirinha. * "Vamos esconder os copos", brinca Temer, referindo-se à presença da coluna. "Essa bebida é um patrimônio cultural do Brasil", explica, em seguida. O tradutor que acompanha a conversa repete a frase em inglês para Albert. "Então não há problema de eu sair no jornal bebendo!", responde o príncipe. * Albert passa a elogiar o Brasil e a falar sobre a expectativa da cerimônia de abertura da Olimpíada, para onde os dois iriam logo mais. "Pode haver alguns protestos", alerta Temer. "Little, litlle [pequeno]", segue o presidente brasileiro. "Bem, nós [visitantes estrangeiros] não vamos perceber nada!", responde Albert, em tom de brincadeira. * À Folha, Temer diz que está "preparado" para vaias. "Pra lá de preparado." Sobre os protestos da abertura da Copa do Mundo, há dois anos, em que o público mandou Dilma "tomar no c.", o presidente diz: "Aquilo foi um horror. Um horror com a senhora presidente. Uma falta de educação foi aquilo". * Os convidados brasileiros, como o governador Geraldo Alckmin, de SP, os ministros Henrique Meirelles, da Fazenda, Eliseu Padilha, da Casa Civil, Alexandre de Moraes, da Justiça, e Raul Jungmann, da Defesa, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, formavam rodinhas à parte dos estrangeiros. * A rainha Matilde, da Bélgica, mantinha conversa animada com o primeiro-ministro da Itália. Mais cedo, ela e o marido, o rei Filipe, tinham dado enorme dor de cabeça à segurança dos jogos. * Eles queriam porque queriam visitar o Morro dos Macacos, no Rio. A diplomacia belga ameaçou criar um incidente diplomático. "Eu vou desviar câmeras de vigilância, efetivos, só porque o rei quer ir no morro?", questionava o general Sérgio Etchegoyen, da Segurança Institucional. Suas majestades, enfim, se curvaram à dura realidade. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI,THAIS ARBEX e FILLIPE MAURO; colaborou LÍGIA MESQUITA
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Após Jogos Olímpicos do Rio, Brasil vê debandada de técnicos estrangeiros
O fim do ciclo olímpico gerou uma debandada de técnicos estrangeiros contratados para preparar as equipes brasileiras para os Jogos do Rio. Dos 56 treinadores que atuaram em 26 modalidades e tinham vínculo com o COB (Comitê Olímpico do Brasil) ou confederações esportivas, estima-se que somente um terço seguirá no país para a próxima Olimpíada, em Tóquio. O COB ainda negocia com alguns deles e espera ter um cenário mais consolidado ao fim do primeiro trimestre de 2017. Outros já foram desligados ou pediram para não permanecer nas equipes. As razões para a evasão dos técnicos, muitos deles contratados a peso de ouro, variam: falta de resultados, problemas de adaptação e a crise financeira que assola o país se se reflete na fuga de investimentos no esporte. Técnicos que saem A última baixa sentida foi a do dinamarquês Morten Soubak, com quem a seleção feminina de handebol obteve suas principais conquistas: o título mundial de 2013 e a sexta posição nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. "Não tive nenhuma procura ou proposta", afirmou Soubak, que dirigia a equipe desde dezembro de 2009. A confederação informa que deseja substituí-lo por um outro estrangeiro. No time masculino, a entidade contratou o brasileiro Washington Nunes para substituir Jordi Ribera, da Espanha, após a Rio-2016. A lista de comandantes de primeira linha que deixaram o país inclui o argentino Rubén Magnano (da seleção masculina de basquete), o croata Ratko Rudic (do time masculino do polo aquático) e o russo Alexander Alexandrov (da ginástica artística). Rudic levou a seleção de polo a um inédito bronze na Liga Mundial, em 2015, e às quartas de final da Rio-2016. Ao término do evento, ele disse ao COB que não mais estava interessado em continuar como treinador, mas sim como consultor. Não deve ser aproveitado pelo comitê. Comandante da equipe feminina de polo, o canadense Pat Oaken, seguiu a mesma linha e se despediu do Brasil. Segundo o gerente-geral de performance do COB, Jorge Bichara, o que dificultou a permanência de Alexandrov com a seleção feminina de ginástica foi a comunicação com as atletas. "A barreira da linguagem foi difícil. Ele [Alexandrov] mal falava inglês, e tinha uma metodologia muito própria. Às vezes era difícil fazer com que ele entendesse coisas que a gente propunha. Não é porque o cara vem de fora que vamos aceitar tudo o que ele propõe", afirma Bichara. "Com alguns houve muito sucesso. Com outros, houve algum sucesso, mas sem conquista de medalhas, e em outros casos a gente não teve sucesso. Isso faz parte da disputa esportiva. Não vamos acertar 100% nunca", completa REMANESCENTES Minoria, os estrangeiros que permanecerão no Brasil para o próximo ciclo olímpico têm uma semelhança: tiveram atuação decisiva em medalhas obtidas nos Jogos. O espanhol Jesús Morlan, 54, guiou Isaquias Queiroz na conquista de três pódios (duas pratas e um bronze) nos Jogos Olímpicos. Ele acordou sua continuidade no Brasil, mas recupera-se da retirada de um tumor no cérebro. "Depois [de Tóquio], eu paro e fico na retaguarda. Mas, até 2020, dei minha palavra que vou treiná-los", disse. O ucraniano Vitaly Petrov também seguirá a orientar Thiago Braz, campeão olímpico do salto com vara. Eles já retomaram os treinamentos em Formia, na Itália. A japonesa Yuko Fujii, que foi contratada em 2013 para ajudar a preparação da seleção feminina de judô, estendeu seu contrato até 2020. Com ela, o time feminino terminou a Rio-2016 com dois pódios: ouro de Rafaela Silva e bronze de Mayra Aguiar. O COB também quer sacramentar em janeiro a extensão do contrato do espanhol Javi Torres, que orienta as campeãs olímpicas da vela Martine Grael e Kahena Kunze. Técnicos que permanece
esporte
Após Jogos Olímpicos do Rio, Brasil vê debandada de técnicos estrangeirosO fim do ciclo olímpico gerou uma debandada de técnicos estrangeiros contratados para preparar as equipes brasileiras para os Jogos do Rio. Dos 56 treinadores que atuaram em 26 modalidades e tinham vínculo com o COB (Comitê Olímpico do Brasil) ou confederações esportivas, estima-se que somente um terço seguirá no país para a próxima Olimpíada, em Tóquio. O COB ainda negocia com alguns deles e espera ter um cenário mais consolidado ao fim do primeiro trimestre de 2017. Outros já foram desligados ou pediram para não permanecer nas equipes. As razões para a evasão dos técnicos, muitos deles contratados a peso de ouro, variam: falta de resultados, problemas de adaptação e a crise financeira que assola o país se se reflete na fuga de investimentos no esporte. Técnicos que saem A última baixa sentida foi a do dinamarquês Morten Soubak, com quem a seleção feminina de handebol obteve suas principais conquistas: o título mundial de 2013 e a sexta posição nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. "Não tive nenhuma procura ou proposta", afirmou Soubak, que dirigia a equipe desde dezembro de 2009. A confederação informa que deseja substituí-lo por um outro estrangeiro. No time masculino, a entidade contratou o brasileiro Washington Nunes para substituir Jordi Ribera, da Espanha, após a Rio-2016. A lista de comandantes de primeira linha que deixaram o país inclui o argentino Rubén Magnano (da seleção masculina de basquete), o croata Ratko Rudic (do time masculino do polo aquático) e o russo Alexander Alexandrov (da ginástica artística). Rudic levou a seleção de polo a um inédito bronze na Liga Mundial, em 2015, e às quartas de final da Rio-2016. Ao término do evento, ele disse ao COB que não mais estava interessado em continuar como treinador, mas sim como consultor. Não deve ser aproveitado pelo comitê. Comandante da equipe feminina de polo, o canadense Pat Oaken, seguiu a mesma linha e se despediu do Brasil. Segundo o gerente-geral de performance do COB, Jorge Bichara, o que dificultou a permanência de Alexandrov com a seleção feminina de ginástica foi a comunicação com as atletas. "A barreira da linguagem foi difícil. Ele [Alexandrov] mal falava inglês, e tinha uma metodologia muito própria. Às vezes era difícil fazer com que ele entendesse coisas que a gente propunha. Não é porque o cara vem de fora que vamos aceitar tudo o que ele propõe", afirma Bichara. "Com alguns houve muito sucesso. Com outros, houve algum sucesso, mas sem conquista de medalhas, e em outros casos a gente não teve sucesso. Isso faz parte da disputa esportiva. Não vamos acertar 100% nunca", completa REMANESCENTES Minoria, os estrangeiros que permanecerão no Brasil para o próximo ciclo olímpico têm uma semelhança: tiveram atuação decisiva em medalhas obtidas nos Jogos. O espanhol Jesús Morlan, 54, guiou Isaquias Queiroz na conquista de três pódios (duas pratas e um bronze) nos Jogos Olímpicos. Ele acordou sua continuidade no Brasil, mas recupera-se da retirada de um tumor no cérebro. "Depois [de Tóquio], eu paro e fico na retaguarda. Mas, até 2020, dei minha palavra que vou treiná-los", disse. O ucraniano Vitaly Petrov também seguirá a orientar Thiago Braz, campeão olímpico do salto com vara. Eles já retomaram os treinamentos em Formia, na Itália. A japonesa Yuko Fujii, que foi contratada em 2013 para ajudar a preparação da seleção feminina de judô, estendeu seu contrato até 2020. Com ela, o time feminino terminou a Rio-2016 com dois pódios: ouro de Rafaela Silva e bronze de Mayra Aguiar. O COB também quer sacramentar em janeiro a extensão do contrato do espanhol Javi Torres, que orienta as campeãs olímpicas da vela Martine Grael e Kahena Kunze. Técnicos que permanece
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Menos solitários, casados se dizem mais satisfeitos com a vida
Para quem busca a felicidade, um novo estudo de economia oferece um conselho à moda antiga: case-se. Cientistas sociais já sabiam havia muito tempo que os casados tendem a ser mais felizes que os solteiros, mas não sabiam se isso ocorre porque o casamento propicia a felicidade ou porque as pessoas mais felizes têm tendência maior a se casar. Publicado pelo Escritório Nacional de Pesquisas Econômicas dos EUA, o novo estudo incluiu em seus cálculos os níveis de felicidade das pessoas antes do casamento para atestar o poder do matrimônio de trazer bem-estar, ainda que hoje menos pessoas estejam se casando. Em uma escala de zero a dez, a pesquisa mostrou que as pessoas casadas reportaram um nível de felicidade maior em todas as faixas etárias (veja o gráfico à direita). Os pesquisadores já tinham entrevistado as mesmas pessoas anos antes –trata-se de um estudo de acompanhamento contínuo. Com isso, perceberam que era o casamento mesmo que aumentava a felicidade. Os resultados nada têm a ver com uma propensão anterior à felicidade. Ao todo, os pesquisadores utilizaram dados de mais de 300 mil entrevistas, feitas em diversos países. Uma razão disso pode ser o papel exercido pela amizade no casamento. A solidão é um conhecido fator que leva à infelicidade –mais até do que doenças crônicas. O novo estudo mostrou que as pessoas que enxergam seu cônjuge ou parceiro como seu melhor amigo obtêm o dobro de satisfação de vida com o casamento que as outras. O efeito independe do status legal de casado: ele é igualmente forte no caso de pessoas que vivem juntas sem serem oficialmente casadas. "Talvez o que seja realmente importante seja a amizade, que ela não seja esquecida no meio da correria e das tensões do cotidiano", diz Helliwell. O psiquiatra Luiz Cushnir, idealizador do grupo de psicoterapia sobre gêneros no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, lembra que mesmo quem passa por um divórcio muitas vezes volta a se casar. Ele afirma que, especificamente para os homens, o casamento tem impacto inclusive profissional. "De alguma forma, o casamento os qualifica. Há estudos que mostram que homens casados ganham mais do que os solteiros." MEIA-IDADE Os estudos mostram que os benefícios da amizade entre cônjuges são sentidos especialmente na meia-idade, quando as pessoas tendem a sentir menos satisfação com a vida, principalmente porque essa é uma fase em que as exigências profissionais e familiares impõem mais estresse. "Os maiores benefícios são sentidos em ambientes com alto nível de estresse. As pessoas casadas lidam melhor com o estresse da meia-idade que as pessoas solteiras, porque elas compartilham os problemas e a amizade com o cônjuge", disse Helliwell. No entanto, a terapeuta de família e casal Flávia Stockler lembra que nem tudo são flores. "A vida em casal não é fácil, há uma porção de frustrações e é preciso renunciar muitas vezes. Nunca vai existir satisfação 100% plena." Veja o que uma pessoa pode ganhar casando: MENOS ESTRESSE Pessoas casadas sentem menos os efeitos da crise da meia-idade, de acordo com uma nova pesquisa. Em geral, pessoas entre 45 e 60 anos relatam uma queda nos níveis de satisfação com a própria vida, mas entre os casados essa redução é menor. Segundo os autores, casados conseguem lidar melhor com situações de estresse MAIS SEXO Um estudo publicado pelo National Opinion Research Center, nos Estados Unidos em 2006, mostrou que a pessoas casadas fazem sexo 66,3 vezes ao ano, comparado a 61,9 vezes por ano entre os não são casados. No Reino Unido, uma pesquisa mostrou que as pessoas casadas fazem sexo sete vezes a cada quatro semanas. A média para solteiros é de três vezes a cada quatro semanas MAIS QUALIDADE DE VIDA Pessoas casadas se cuidam mais. Um estudo da Universidade de Minnesota feito com 6.889 pessoas mostrou que casados fazem mais exames preventivos. Já um trabalho da Universidade Harvard publicado em 2013 analisou os dados de mais de 700 mil pacientes de câncer e concluiu que os casados tiveram um menor risco de ter metástase e morrer da doença. Para os autores, o apoio é fundamental no tratamento da doença MAIS QUILOS O casamento feliz pode ter o ganho de peso como efeito colateral. Uma pesquisa publicada em 2013 na revista "Health Psychology" mostrou que recém-casados felizes têm mais chance engordar do que aqueles que se consideram menos felizes. O trabalho foi feito com 169 casais, acompanhados por quatro anos. Isso pode ser explicado pelo fato de os casais não terem interesse em procurar novos parceiros MAIS PARCERIA Casar-se com o melhor amigo pode ser o segredo para aumentar a felicidade conjugal, segundo estudo dos economistas John Helliwell e Shawn Grover. O trabalho mostrou que pessoas que consideram o parceiro o melhor amigo sentem o dobro de satisfação em relação à vida do que os outros tipos de casal
equilibrioesaude
Menos solitários, casados se dizem mais satisfeitos com a vidaPara quem busca a felicidade, um novo estudo de economia oferece um conselho à moda antiga: case-se. Cientistas sociais já sabiam havia muito tempo que os casados tendem a ser mais felizes que os solteiros, mas não sabiam se isso ocorre porque o casamento propicia a felicidade ou porque as pessoas mais felizes têm tendência maior a se casar. Publicado pelo Escritório Nacional de Pesquisas Econômicas dos EUA, o novo estudo incluiu em seus cálculos os níveis de felicidade das pessoas antes do casamento para atestar o poder do matrimônio de trazer bem-estar, ainda que hoje menos pessoas estejam se casando. Em uma escala de zero a dez, a pesquisa mostrou que as pessoas casadas reportaram um nível de felicidade maior em todas as faixas etárias (veja o gráfico à direita). Os pesquisadores já tinham entrevistado as mesmas pessoas anos antes –trata-se de um estudo de acompanhamento contínuo. Com isso, perceberam que era o casamento mesmo que aumentava a felicidade. Os resultados nada têm a ver com uma propensão anterior à felicidade. Ao todo, os pesquisadores utilizaram dados de mais de 300 mil entrevistas, feitas em diversos países. Uma razão disso pode ser o papel exercido pela amizade no casamento. A solidão é um conhecido fator que leva à infelicidade –mais até do que doenças crônicas. O novo estudo mostrou que as pessoas que enxergam seu cônjuge ou parceiro como seu melhor amigo obtêm o dobro de satisfação de vida com o casamento que as outras. O efeito independe do status legal de casado: ele é igualmente forte no caso de pessoas que vivem juntas sem serem oficialmente casadas. "Talvez o que seja realmente importante seja a amizade, que ela não seja esquecida no meio da correria e das tensões do cotidiano", diz Helliwell. O psiquiatra Luiz Cushnir, idealizador do grupo de psicoterapia sobre gêneros no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, lembra que mesmo quem passa por um divórcio muitas vezes volta a se casar. Ele afirma que, especificamente para os homens, o casamento tem impacto inclusive profissional. "De alguma forma, o casamento os qualifica. Há estudos que mostram que homens casados ganham mais do que os solteiros." MEIA-IDADE Os estudos mostram que os benefícios da amizade entre cônjuges são sentidos especialmente na meia-idade, quando as pessoas tendem a sentir menos satisfação com a vida, principalmente porque essa é uma fase em que as exigências profissionais e familiares impõem mais estresse. "Os maiores benefícios são sentidos em ambientes com alto nível de estresse. As pessoas casadas lidam melhor com o estresse da meia-idade que as pessoas solteiras, porque elas compartilham os problemas e a amizade com o cônjuge", disse Helliwell. No entanto, a terapeuta de família e casal Flávia Stockler lembra que nem tudo são flores. "A vida em casal não é fácil, há uma porção de frustrações e é preciso renunciar muitas vezes. Nunca vai existir satisfação 100% plena." Veja o que uma pessoa pode ganhar casando: MENOS ESTRESSE Pessoas casadas sentem menos os efeitos da crise da meia-idade, de acordo com uma nova pesquisa. Em geral, pessoas entre 45 e 60 anos relatam uma queda nos níveis de satisfação com a própria vida, mas entre os casados essa redução é menor. Segundo os autores, casados conseguem lidar melhor com situações de estresse MAIS SEXO Um estudo publicado pelo National Opinion Research Center, nos Estados Unidos em 2006, mostrou que a pessoas casadas fazem sexo 66,3 vezes ao ano, comparado a 61,9 vezes por ano entre os não são casados. No Reino Unido, uma pesquisa mostrou que as pessoas casadas fazem sexo sete vezes a cada quatro semanas. A média para solteiros é de três vezes a cada quatro semanas MAIS QUALIDADE DE VIDA Pessoas casadas se cuidam mais. Um estudo da Universidade de Minnesota feito com 6.889 pessoas mostrou que casados fazem mais exames preventivos. Já um trabalho da Universidade Harvard publicado em 2013 analisou os dados de mais de 700 mil pacientes de câncer e concluiu que os casados tiveram um menor risco de ter metástase e morrer da doença. Para os autores, o apoio é fundamental no tratamento da doença MAIS QUILOS O casamento feliz pode ter o ganho de peso como efeito colateral. Uma pesquisa publicada em 2013 na revista "Health Psychology" mostrou que recém-casados felizes têm mais chance engordar do que aqueles que se consideram menos felizes. O trabalho foi feito com 169 casais, acompanhados por quatro anos. Isso pode ser explicado pelo fato de os casais não terem interesse em procurar novos parceiros MAIS PARCERIA Casar-se com o melhor amigo pode ser o segredo para aumentar a felicidade conjugal, segundo estudo dos economistas John Helliwell e Shawn Grover. O trabalho mostrou que pessoas que consideram o parceiro o melhor amigo sentem o dobro de satisfação em relação à vida do que os outros tipos de casal
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PT acena ao PMDB e indica Luiz Sérgio para relatoria da CPI da Petrobras
A coordenação da bancada do PT na Câmara decidiu nesta terça-feira (24) indicar o deputado Luiz Sérgio (RJ) para a relatoria da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que vai investigar irregularidades na Petrobras. Os trabalhos da CPI começam nesta quinta-feira (26). A escolha do petista atende a bancada do PMDB, cujos caciques reclamam da falta de espaço para influenciar nas decisões políticas do governo Dilma Rousseff e dizem que a legenda só é chamada de última hora para apagar incêndios. Num encontro nesta segunda (23) entre o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) e os líderes do governo, José Guimarães (PT-CE), e do PT, Sibá Machado, o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), colocou que Luiz Sérgio tem bom trânsito na Casa e seria um bom nome para o posto. Sérgio foi ministro de Relações Institucionais do governo Dilma. É tradição na Câmara que o maior partido fique com a presidência das CPIs. O PMDB fechou para o cargo o nome do deputado Hugo Motta (PB). Motta é aliado do grupo do presidente da Casa, Eduardo Cunha (RJ), e do reduto eleitoral do ministro do TCU, Vital do Rego, que comandou a CPI da Petrobras que investigou a estatal no ano passado. Pelas regras da Casa, cabe ao presidente, após ser eleito pelo plenário da CPI, indicar o relator. A presidência e a relatoria têm influência no ritmo das investigações, podendo blindar o governo. Para atender ao PMDB, o PT abriu mão de indicar o deputado Vicente Cândido (PT-SP), que chegou a ser sondado. Inicialmente, o partido queria indicar Marco Maia (PT-RS) para o posto –ele relatou a última CPI e acabou rejeitando o convite. INFLUÊNCIA Sibá Machado minimizou a influência peemedebista e disse que a indicação de Luiz Sérgio "facilita um entendimento" porque a relatoria pertencia ao bloco do PMDB. Dentro do PMDB, há resistências a repassar a relatoria da CPI para o PT. A bancada do PMDB deve discutir o tema nesta quarta. A entrega do cargo foi um aceno de Cunha ao Planalto depois de articular uma série de derrotas ao governo desde que conquistou o comando da Casa. PT e PMDB são citados por investigados da operação Lava Jato como beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras. Os partidos negam ligação com os desvios. Além de Luiz Sérgio, o PT vai indicar para a CPI Afonso Florence (BA) e Valmir Prascidelli (SP). Os suplentes são Leo de Brito (AC), Jorge Solla (BA) e Maria do Rosário (RS). FHC O Partido dos Trabalhadores quer incluir o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso nas investigações da CPI. A comissão foi criada para analisar denúncias de corrupção na empresa de 2005 a 2015. O período, segundo a oposição, leva em consideração o início das tratativas para a polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, que em 2014 colocou a estatal no centro de uma crise. A inclusão do período FHC pelo PT ocorre após a presidente Dilma Rousseff ter responsabilizado o PSDB pela corrupção na Petrobras, na semana passada. Sem citar nomes, a presidente fez referência ao depoimento do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco. Ele disse ter começado a receber propina da SBM Offshore em 1997. "Se em 1996 ou 1997 tivessem investigado e tivessem, naquele momento, punido, nós não teríamos o caso desse funcionário da Petrobras que ficou durante quase 20 anos [atuando em esquema] de corrupção", disse a presidente. O PSDB aponta que Barusco admitiu ter agido isoladamente e classificou a avaliação de Dilma como superficial e desesperada por ter perdido o controle do processo.
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PT acena ao PMDB e indica Luiz Sérgio para relatoria da CPI da PetrobrasA coordenação da bancada do PT na Câmara decidiu nesta terça-feira (24) indicar o deputado Luiz Sérgio (RJ) para a relatoria da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que vai investigar irregularidades na Petrobras. Os trabalhos da CPI começam nesta quinta-feira (26). A escolha do petista atende a bancada do PMDB, cujos caciques reclamam da falta de espaço para influenciar nas decisões políticas do governo Dilma Rousseff e dizem que a legenda só é chamada de última hora para apagar incêndios. Num encontro nesta segunda (23) entre o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) e os líderes do governo, José Guimarães (PT-CE), e do PT, Sibá Machado, o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), colocou que Luiz Sérgio tem bom trânsito na Casa e seria um bom nome para o posto. Sérgio foi ministro de Relações Institucionais do governo Dilma. É tradição na Câmara que o maior partido fique com a presidência das CPIs. O PMDB fechou para o cargo o nome do deputado Hugo Motta (PB). Motta é aliado do grupo do presidente da Casa, Eduardo Cunha (RJ), e do reduto eleitoral do ministro do TCU, Vital do Rego, que comandou a CPI da Petrobras que investigou a estatal no ano passado. Pelas regras da Casa, cabe ao presidente, após ser eleito pelo plenário da CPI, indicar o relator. A presidência e a relatoria têm influência no ritmo das investigações, podendo blindar o governo. Para atender ao PMDB, o PT abriu mão de indicar o deputado Vicente Cândido (PT-SP), que chegou a ser sondado. Inicialmente, o partido queria indicar Marco Maia (PT-RS) para o posto –ele relatou a última CPI e acabou rejeitando o convite. INFLUÊNCIA Sibá Machado minimizou a influência peemedebista e disse que a indicação de Luiz Sérgio "facilita um entendimento" porque a relatoria pertencia ao bloco do PMDB. Dentro do PMDB, há resistências a repassar a relatoria da CPI para o PT. A bancada do PMDB deve discutir o tema nesta quarta. A entrega do cargo foi um aceno de Cunha ao Planalto depois de articular uma série de derrotas ao governo desde que conquistou o comando da Casa. PT e PMDB são citados por investigados da operação Lava Jato como beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras. Os partidos negam ligação com os desvios. Além de Luiz Sérgio, o PT vai indicar para a CPI Afonso Florence (BA) e Valmir Prascidelli (SP). Os suplentes são Leo de Brito (AC), Jorge Solla (BA) e Maria do Rosário (RS). FHC O Partido dos Trabalhadores quer incluir o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso nas investigações da CPI. A comissão foi criada para analisar denúncias de corrupção na empresa de 2005 a 2015. O período, segundo a oposição, leva em consideração o início das tratativas para a polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, que em 2014 colocou a estatal no centro de uma crise. A inclusão do período FHC pelo PT ocorre após a presidente Dilma Rousseff ter responsabilizado o PSDB pela corrupção na Petrobras, na semana passada. Sem citar nomes, a presidente fez referência ao depoimento do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco. Ele disse ter começado a receber propina da SBM Offshore em 1997. "Se em 1996 ou 1997 tivessem investigado e tivessem, naquele momento, punido, nós não teríamos o caso desse funcionário da Petrobras que ficou durante quase 20 anos [atuando em esquema] de corrupção", disse a presidente. O PSDB aponta que Barusco admitiu ter agido isoladamente e classificou a avaliação de Dilma como superficial e desesperada por ter perdido o controle do processo.
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'Ninguém me ama, não amo ninguém'; leia entrevista histórica de Tyson
Era uma tarde de sexta-feira, 11 de novembro de 2005, quando o repórter Eduardo Ohata, blogueiro do UOL , chegou eufórico à Redação. Havia entrevistado Mike Tyson, que nesta quinta-feira completa 50 anos. Em 2005, o boxeador estava passando uns dias bem loucos em São Paulo. Figura das mais carismáticas da Redação, Ohata divertia-se contando histórias da entrevista, rodeado por uma pequena multidão, quando eu, então responsável pela edição do caderno Esporte, fui chamado e informado de que faríamos parte da chamada "pré-rodagem". Traduzindo o jargão: nosso fechamento seria mais cedo do que o habitual. Não foi fácil cumprir o prazo industrial. Era preciso fazer Ohata se concentrar em ouvir a gravação e começar a escrever a entrevista, para desespero de todos nós que queríamos continuar ouvindo todos os detalhes da noite anterior. Mesmo tirar o áudio foi um processo intermitente; Ohata se empolgava a cada trecho. Não era sem motivo: ele havia feito uma entrevista que provavelmente está entre as mais interessantes já publicadas pela Folha. O resultado está abaixo. * Ninguém me ama, e eu não amo ninguém, diz Tyson, que chora EDUARDO OHATA DO PAINEL FC "Ninguém me ama. Eu não amo ninguém." Foi assim que o norte-americano Mike Tyson, sintetizou em entrevista à Folha seu comportamento beligerante, despertado na visita a São Paulo. Durante o curso da entrevista, concedida na suíte presidencial do hotel em que o americano está hospedado, Tyson justificou seu comportamento ao afirmar ser um cara legal, que nunca estuprou ou matou. Vestido com camisa branca e calça jeans, acrescentou que às vezes quer ficar só. O histórico de suas confusões é extenso. Vai desde um roubo que resultou em sua prisão aos 12 anos, passa por um período na prisão após ser condenado pelo estupro de Desiree Washington (que ele nega), até chegar a agressões a fotógrafos, em Cuba, e a um cinegrafista que o filmava em uma boate no meio de semana. Após prestar depoimento ontem à tarde no Fórum Criminal da Barra Funda, o ex-lutador foi intimado a comparecer a nova audiência em março de 2006. Nos 35 minutos em que durou a entrevista, o campeão mais jovem da história dos pesados, que em dado momento ficou com os olhos marejados, pediu por três vezes que fosse chamado de Mike. Em meio à bagunça de malas abertas no chão de sua suíte, um pacote de camisinhas sobre uma cadeira e uma mesa coalhada de papéis, "Iron" Mike, que tem seis filhos, afirmou que não gostaria que eles fossem como ele. Disse não desejar que eles brutalizassem ninguém, como aconteceu com ele próprio quando criança. Simpático, aproveitou a ausência de jornalistas para carregar crianças no colo, assinar autógrafos e, pacientemente, posar para fotos com visitantes e hóspedes do hotel no qual está hospedado, no bairro de Cerqueira César. Tyson estava tão atencioso, que recebeu com bom humor duas provocações. Na primeira, ao ver a reportagem da Folha, perguntou: "O que está fazendo aqui?" Riu ao ouvir a resposta: "Estou aqui para incomodar você mais um pouquinho". No dia anterior, chegara até a ameaçar agressão. Depois de concluída a entrevista, já no lobby do hotel, recebeu com perplexidade "uma última questão": "Como é a potência de um soco de Mike Tyson?". Sorrindo, começou a fazer movimentos de sombra (simulação de luta), quando a reportagem apontou o punho na direção de seu rosto. Com cartel profissional de 50 vitórias, 44 delas por nocaute, e seis derrotas, Tyson reafirmou que está aposentado. "Não consigo fazer as mesmas coisas de antes e não tenho mais "coração", fome, para participar de combates", disse. "Não culpo ninguém, nem Don King, pelo que aconteceu comigo [em termos financeiros]. Nós lutadores deixamos toda a responsabilidade para os outros", disse. "Nós, campeões dos pesos-pesados, somos uns idiotas. Morremos na miséria, sem amor, sem respeito. Veja o que aconteceu com John L. Sullivan, com Sonny Liston", completou, ao demonstrar conhecer a história do boxe. Tyson diz não se arrepender por tumulto com cinegrafista e se mostra feliz por incidente não ter ocorrido anos atrás * "Antes, quebraria a câmera em sua cabeça" DO PAINEL FC Mike Tyson diz não se arrepender de ter se envolvido no episódio no qual é acusado por um cinegrafista de agressão. Ressalta estar ""feliz por isso não ter acontecido há três, quatro anos atrás, pois teria quebrado a câmera em sua cabeça". Folha - Você acha que, como figura pública, deve mesmo ser tão agressivo [com os jornalistas]? Mike Tyson - Isso é besteira. Folha - É difícil entender o fato de você afirmar que não é feliz. Você é um ex-campeão mundial, não deveria se orgulhar? Muita gente gostaria de ser como vocês. Tyson - Ser como nós? Nós pesos-pesados somos idiotas. Nosso fim? Acabamos falidos, esquecidos, sem o respeito de ninguém, sem amor. Veja o caso de grandes lutadores, como John L. Sullivan, Sonny Liston e outros que ao morrerem pobres, não tinham o respeito de ninguém... Pessoas como você [com estudo] é que tiram vantagem de nós. Não amo mais ninguém, tiraram meus filhos. Você se aproxima de mulheres que dizem que o amam, mas só pensam em si mesmas. Folha - E seus filhos? Tyson - Eles são maravilhosos. Não quero que meus filhos sejam como eu. Não quero que brutalizem ninguém, que foi o que aconteceu comigo. Quando era pequeno os maiores costumavam encher meu saco. Usei óculos durante um período. Eles faziam assim [tira os óculos do repórter] e jogavam em um cano. Foi aí que meu interesse pelo boxe nasceu. Via aqueles caras na TV, como Ali, e dizia para mim mesmo que queria ser como eles. Folha - O que você acha de sua ex-mulher, Robin Givens? Tyson - Não a amo mais. Mas, mesmo com 40 anos, ela ainda é linda. Foi interessante fazer sexo com ela, ela era diferente. Folha - Você não se sente feliz por ter unificado o título dos pesados? É um feito para poucos. Tyson - Não me importa. As pessoas não me amam, não tenho lugar para ir, [nós ex-campeões] acabamos virando um pedaço de merda. Pessoas às vezes gostam de você por qualidades que você próprio odeia. [Aponta para o abdômen, por sobre a camisa, no local onde está a tatuagem de Che Guevara]. Ele tinha problemas de saúde, asma. Em certo ponto quase não podia caminhar, mas perseverava, tinha força de vontade e não podia ser detido. E esse homem foi o pai do terrorismo. Você é descendente de quê? Folha - Japoneses. Tyson - [Segura a mão do repórter] o imperador do Japão na época da Segunda Guerra Mundial tinha muita personalidade e determinação. Porém ele era diabólico, ambicioso. Vê? Para mim, um grande homem é aquele que busca a paz, não toma vantagem de ninguém, tem responsabilidade e cria sua família e que faz aos outros o que deseja para si próprio. Você é gay ou hetero? Folha - Hetero. Tyson - Solteiro, casado, filhos? Folha - Não, mas quero ter. Tyson - Então terá a chance de mostrar que é um bom homem, criando bem seus filhos. Folha - Posso insistir em uma questão? Tyson - A entrevista é sua. Folha - Você tinha os cinturões, as mulheres que queria, dinheiro. Não tem orgulho disso? Tyson - Você disse bem. Tinha tudo isso. Vocês vivem no passado. Não faça isso, mova para o futuro, ou o futuro vai destruí-lo. Folha - E quando você começou a viver no futuro? Tyson - Há pouco tempo, há alguns dias. Ou melhor, há alguns meses, no máximo. Folha - Na quarta, você ameaçou me atacar se eu me aproximasse... Tyson - Se você tivesse dado mais um passo, teria socado você. Seja sincero, se eu fosse um cara gentil, que atendesse vocês a todo momento, vocês respeitariam meus momentos de privacidade? Diga... Respeito vem do medo e da dor, não do amor. Essa fórmula foi bem sucedida para mim. E é o que usaram comigo... Folha - Tyson, está arrependido do episódio com o cinegrafista na madrugada de anteontem? Tyson - Não me arrependo. Estou é feliz por isso não ter acontecido quatro anos antes, quando era quatro anos mais idiota. Há quatro, três anos, teria arrebentado a câmera na cabeça dele. Folha - Disseram que você leu muito na prisão, mas você seguiu com [o promotor] Don King, a quem acusa de tê-lo roubado. Tyson - Na prisão havia duas coisas para fazer, masturbação e leitura. Era jovem, como poderia saber o que era certo ou errado? Na minha infância, quando pedia algo para alguém, gritavam, ""vai se f...". Com Don King, ele fazia assim [entrega um pedaço de papel em branco para a reportagem e pede para assinar, o que é feito]. Aí me dava tudo o que queria na hora. Como poderia não gostar disso? Não responsabilizo King pelo que ocorreu comigo. Foi tudo culpa minha. Os lutadores dependem de outras pessoas. Depositamos nossa confiança em pessoas que não confiam na gente. Folha - O que vê em seu futuro? Tyson - Morrer. É o que acontece com todos. Mudando de assunto, qual seu signo? Folha - Virgem. Você acredita em horóscopo? Tyson - Sou de câncer. Folha - A sua derrota para o peso-pesado branco [que têm histórico muito inferior ao dos negros] Kevin McBride virou motivo de piada... Tyson - Isso me pareceu um pouco racista. Você é? Eu, que sou negro, é que deveria atacar os brancos, mas não tenho um pingo de racismo em meus ossos. A habilidade não depende de cor. Se bem que não sou mais um menino. Não consigo fazer coisas que fazia antes. Não tenho mais o coração, o estômago para isso [lutar]. A luta só me prejudicou, trouxe vícios. Folha - Muita gente diz que, como campeão, você tem de se lembrar do que simboliza, da influência que tem na vida das pessoas. Afirmam que, sem saber, você inspirou algumas pessoas a melhorar de vida. Tyson - Sou um cara legal. Nunca estuprei ninguém [nunca admitiu ter estuprado Desiree Washington]. Nunca matei. É só que às vezes quero ficar sozinho, por isso perco a paciência. [Visivelmente emocionado] você tem de ir agora. Vá. E se você disser algo disso [ficou com os olhos vermelhos] para alguém, mato você da próxima vez que o encontrar.
esporte
'Ninguém me ama, não amo ninguém'; leia entrevista histórica de TysonEra uma tarde de sexta-feira, 11 de novembro de 2005, quando o repórter Eduardo Ohata, blogueiro do UOL , chegou eufórico à Redação. Havia entrevistado Mike Tyson, que nesta quinta-feira completa 50 anos. Em 2005, o boxeador estava passando uns dias bem loucos em São Paulo. Figura das mais carismáticas da Redação, Ohata divertia-se contando histórias da entrevista, rodeado por uma pequena multidão, quando eu, então responsável pela edição do caderno Esporte, fui chamado e informado de que faríamos parte da chamada "pré-rodagem". Traduzindo o jargão: nosso fechamento seria mais cedo do que o habitual. Não foi fácil cumprir o prazo industrial. Era preciso fazer Ohata se concentrar em ouvir a gravação e começar a escrever a entrevista, para desespero de todos nós que queríamos continuar ouvindo todos os detalhes da noite anterior. Mesmo tirar o áudio foi um processo intermitente; Ohata se empolgava a cada trecho. Não era sem motivo: ele havia feito uma entrevista que provavelmente está entre as mais interessantes já publicadas pela Folha. O resultado está abaixo. * Ninguém me ama, e eu não amo ninguém, diz Tyson, que chora EDUARDO OHATA DO PAINEL FC "Ninguém me ama. Eu não amo ninguém." Foi assim que o norte-americano Mike Tyson, sintetizou em entrevista à Folha seu comportamento beligerante, despertado na visita a São Paulo. Durante o curso da entrevista, concedida na suíte presidencial do hotel em que o americano está hospedado, Tyson justificou seu comportamento ao afirmar ser um cara legal, que nunca estuprou ou matou. Vestido com camisa branca e calça jeans, acrescentou que às vezes quer ficar só. O histórico de suas confusões é extenso. Vai desde um roubo que resultou em sua prisão aos 12 anos, passa por um período na prisão após ser condenado pelo estupro de Desiree Washington (que ele nega), até chegar a agressões a fotógrafos, em Cuba, e a um cinegrafista que o filmava em uma boate no meio de semana. Após prestar depoimento ontem à tarde no Fórum Criminal da Barra Funda, o ex-lutador foi intimado a comparecer a nova audiência em março de 2006. Nos 35 minutos em que durou a entrevista, o campeão mais jovem da história dos pesados, que em dado momento ficou com os olhos marejados, pediu por três vezes que fosse chamado de Mike. Em meio à bagunça de malas abertas no chão de sua suíte, um pacote de camisinhas sobre uma cadeira e uma mesa coalhada de papéis, "Iron" Mike, que tem seis filhos, afirmou que não gostaria que eles fossem como ele. Disse não desejar que eles brutalizassem ninguém, como aconteceu com ele próprio quando criança. Simpático, aproveitou a ausência de jornalistas para carregar crianças no colo, assinar autógrafos e, pacientemente, posar para fotos com visitantes e hóspedes do hotel no qual está hospedado, no bairro de Cerqueira César. Tyson estava tão atencioso, que recebeu com bom humor duas provocações. Na primeira, ao ver a reportagem da Folha, perguntou: "O que está fazendo aqui?" Riu ao ouvir a resposta: "Estou aqui para incomodar você mais um pouquinho". No dia anterior, chegara até a ameaçar agressão. Depois de concluída a entrevista, já no lobby do hotel, recebeu com perplexidade "uma última questão": "Como é a potência de um soco de Mike Tyson?". Sorrindo, começou a fazer movimentos de sombra (simulação de luta), quando a reportagem apontou o punho na direção de seu rosto. Com cartel profissional de 50 vitórias, 44 delas por nocaute, e seis derrotas, Tyson reafirmou que está aposentado. "Não consigo fazer as mesmas coisas de antes e não tenho mais "coração", fome, para participar de combates", disse. "Não culpo ninguém, nem Don King, pelo que aconteceu comigo [em termos financeiros]. Nós lutadores deixamos toda a responsabilidade para os outros", disse. "Nós, campeões dos pesos-pesados, somos uns idiotas. Morremos na miséria, sem amor, sem respeito. Veja o que aconteceu com John L. Sullivan, com Sonny Liston", completou, ao demonstrar conhecer a história do boxe. Tyson diz não se arrepender por tumulto com cinegrafista e se mostra feliz por incidente não ter ocorrido anos atrás * "Antes, quebraria a câmera em sua cabeça" DO PAINEL FC Mike Tyson diz não se arrepender de ter se envolvido no episódio no qual é acusado por um cinegrafista de agressão. Ressalta estar ""feliz por isso não ter acontecido há três, quatro anos atrás, pois teria quebrado a câmera em sua cabeça". Folha - Você acha que, como figura pública, deve mesmo ser tão agressivo [com os jornalistas]? Mike Tyson - Isso é besteira. Folha - É difícil entender o fato de você afirmar que não é feliz. Você é um ex-campeão mundial, não deveria se orgulhar? Muita gente gostaria de ser como vocês. Tyson - Ser como nós? Nós pesos-pesados somos idiotas. Nosso fim? Acabamos falidos, esquecidos, sem o respeito de ninguém, sem amor. Veja o caso de grandes lutadores, como John L. Sullivan, Sonny Liston e outros que ao morrerem pobres, não tinham o respeito de ninguém... Pessoas como você [com estudo] é que tiram vantagem de nós. Não amo mais ninguém, tiraram meus filhos. Você se aproxima de mulheres que dizem que o amam, mas só pensam em si mesmas. Folha - E seus filhos? Tyson - Eles são maravilhosos. Não quero que meus filhos sejam como eu. Não quero que brutalizem ninguém, que foi o que aconteceu comigo. Quando era pequeno os maiores costumavam encher meu saco. Usei óculos durante um período. Eles faziam assim [tira os óculos do repórter] e jogavam em um cano. Foi aí que meu interesse pelo boxe nasceu. Via aqueles caras na TV, como Ali, e dizia para mim mesmo que queria ser como eles. Folha - O que você acha de sua ex-mulher, Robin Givens? Tyson - Não a amo mais. Mas, mesmo com 40 anos, ela ainda é linda. Foi interessante fazer sexo com ela, ela era diferente. Folha - Você não se sente feliz por ter unificado o título dos pesados? É um feito para poucos. Tyson - Não me importa. As pessoas não me amam, não tenho lugar para ir, [nós ex-campeões] acabamos virando um pedaço de merda. Pessoas às vezes gostam de você por qualidades que você próprio odeia. [Aponta para o abdômen, por sobre a camisa, no local onde está a tatuagem de Che Guevara]. Ele tinha problemas de saúde, asma. Em certo ponto quase não podia caminhar, mas perseverava, tinha força de vontade e não podia ser detido. E esse homem foi o pai do terrorismo. Você é descendente de quê? Folha - Japoneses. Tyson - [Segura a mão do repórter] o imperador do Japão na época da Segunda Guerra Mundial tinha muita personalidade e determinação. Porém ele era diabólico, ambicioso. Vê? Para mim, um grande homem é aquele que busca a paz, não toma vantagem de ninguém, tem responsabilidade e cria sua família e que faz aos outros o que deseja para si próprio. Você é gay ou hetero? Folha - Hetero. Tyson - Solteiro, casado, filhos? Folha - Não, mas quero ter. Tyson - Então terá a chance de mostrar que é um bom homem, criando bem seus filhos. Folha - Posso insistir em uma questão? Tyson - A entrevista é sua. Folha - Você tinha os cinturões, as mulheres que queria, dinheiro. Não tem orgulho disso? Tyson - Você disse bem. Tinha tudo isso. Vocês vivem no passado. Não faça isso, mova para o futuro, ou o futuro vai destruí-lo. Folha - E quando você começou a viver no futuro? Tyson - Há pouco tempo, há alguns dias. Ou melhor, há alguns meses, no máximo. Folha - Na quarta, você ameaçou me atacar se eu me aproximasse... Tyson - Se você tivesse dado mais um passo, teria socado você. Seja sincero, se eu fosse um cara gentil, que atendesse vocês a todo momento, vocês respeitariam meus momentos de privacidade? Diga... Respeito vem do medo e da dor, não do amor. Essa fórmula foi bem sucedida para mim. E é o que usaram comigo... Folha - Tyson, está arrependido do episódio com o cinegrafista na madrugada de anteontem? Tyson - Não me arrependo. Estou é feliz por isso não ter acontecido quatro anos antes, quando era quatro anos mais idiota. Há quatro, três anos, teria arrebentado a câmera na cabeça dele. Folha - Disseram que você leu muito na prisão, mas você seguiu com [o promotor] Don King, a quem acusa de tê-lo roubado. Tyson - Na prisão havia duas coisas para fazer, masturbação e leitura. Era jovem, como poderia saber o que era certo ou errado? Na minha infância, quando pedia algo para alguém, gritavam, ""vai se f...". Com Don King, ele fazia assim [entrega um pedaço de papel em branco para a reportagem e pede para assinar, o que é feito]. Aí me dava tudo o que queria na hora. Como poderia não gostar disso? Não responsabilizo King pelo que ocorreu comigo. Foi tudo culpa minha. Os lutadores dependem de outras pessoas. Depositamos nossa confiança em pessoas que não confiam na gente. Folha - O que vê em seu futuro? Tyson - Morrer. É o que acontece com todos. Mudando de assunto, qual seu signo? Folha - Virgem. Você acredita em horóscopo? Tyson - Sou de câncer. Folha - A sua derrota para o peso-pesado branco [que têm histórico muito inferior ao dos negros] Kevin McBride virou motivo de piada... Tyson - Isso me pareceu um pouco racista. Você é? Eu, que sou negro, é que deveria atacar os brancos, mas não tenho um pingo de racismo em meus ossos. A habilidade não depende de cor. Se bem que não sou mais um menino. Não consigo fazer coisas que fazia antes. Não tenho mais o coração, o estômago para isso [lutar]. A luta só me prejudicou, trouxe vícios. Folha - Muita gente diz que, como campeão, você tem de se lembrar do que simboliza, da influência que tem na vida das pessoas. Afirmam que, sem saber, você inspirou algumas pessoas a melhorar de vida. Tyson - Sou um cara legal. Nunca estuprei ninguém [nunca admitiu ter estuprado Desiree Washington]. Nunca matei. É só que às vezes quero ficar sozinho, por isso perco a paciência. [Visivelmente emocionado] você tem de ir agora. Vá. E se você disser algo disso [ficou com os olhos vermelhos] para alguém, mato você da próxima vez que o encontrar.
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Sabe como surgiu a marca de carros Lamborghini? João Vitor, 10, explica
Ano passado, tive a oportunidade de ir ao Salão do Automóvel, em São Paulo, para ver os lançamentos. Gostei de vários carros, entre eles os da Mercedes-Benz, BMW, Jaguar e Land Rover. Mas o carro que mais me chamou a atenção foi a Lamborghini Huracán. Resolvi então me aprofundar sobre a Lamborghini, essa marca com design arrojado e carros muito velozes. Leia a coluna completa de João Vitor, 10, aqui.
folhinha
Sabe como surgiu a marca de carros Lamborghini? João Vitor, 10, explicaAno passado, tive a oportunidade de ir ao Salão do Automóvel, em São Paulo, para ver os lançamentos. Gostei de vários carros, entre eles os da Mercedes-Benz, BMW, Jaguar e Land Rover. Mas o carro que mais me chamou a atenção foi a Lamborghini Huracán. Resolvi então me aprofundar sobre a Lamborghini, essa marca com design arrojado e carros muito velozes. Leia a coluna completa de João Vitor, 10, aqui.
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Acossado
Anunciei a alguns amigos que assistiria ao novo filme de Jean-Luc Godard, "Adeus à Linguagem". Todos folgaram em saber que eu iria –literalmente, ou seja, acharam que meu relato lhes bastaria, e talvez eles pudessem, por uma vez, se autorizar a ser "folgados", deixando de ver o filme. Pensei: agora não tem jeito, vou ter que ver o Godard. Obviamente, saí da sala "acossado" pela obrigação de dizer (para eles e para mim) o que achei do filme. De fato, constatei que eu poderia escrever dois comentários absolutamente opostos. O mais fácil, por minha formação francesa e política, seria bajular, mobilizar toda a artilharia dos anos 1960 e 70, de "Tel Quel" a Baudrillard, para mostrar que Godard continua revolucionando o cinema e o mundo. Exatamente nessa direção, aliás, na "Ilustríssima" de domingo passado, Daniel Augusto comenta o recente livro de Didi-Huberman sobre Godard ("Passés Cités par JLG", Minuit). Mais honesto seria assinalar que há uma esperança datada (dos anos 1960) segundo a qual a revolução sexual e a revolução formal nas artes mudariam a cara do mundo, acabariam com a exploração do homem pelo homem e inventariam uma nova subjetividade. Em suma, pensávamos que a revolução seria ganha nas camas, nos ateliês e nos sets de cinema: fomos desmentidos repetidamente. Com essa premissa, eu compartilharia o mau humor dos espectadores que saíram da sala antes do fim. O uso do 3D por Godard me deu vontade de correr ao consultório do meu oftalmo para verificar se eu tinha catarata em ambos os olhos. É difícil dizer se houve imperícia no uso da nova técnica. Mas o fato é que "Adeus à Linguagem" se parece com o exercício de um jovem videomaker irritado. Claro, querendo ser godardiano, eu diria que o uso do 3D por Godard é subversivo, oposto ao hollywoodiano; e que martirizar o espectador é um jeito de ajudá-lo a não se deixar capturar pela história e pelas personagens (como se, nos últimos filmes de Godard, esse perigo existisse"¦). Voltando ao mau humor, observaria que as citações filosóficas e as frases de efeito, em Godard (no mínimo, desde "Filme Socialismo"), parecem servir para dar a um espectador medíocre e inculto a sensação de estar meditando profundamente, se não (pior) a ilusão de navegar na alta cultura –enquanto ele está apenas naufragando nos clichês. Querendo ser godardiano, eu diria que as ditas citações criticam a si mesmas, e a intenção de Godard seria justamente a de reduzir a suposta alta cultura aos bilhetes escondidos na embalagem dos chocolates Baci Perugina ou aos oráculos dos biscoitinhos chineses. A mesma duplicidade apareceria se comentasse a ausência de narrativa e de roteiro, o martírio dos atores e, em geral, uma certa vulgaridade da rebeldia infantil (piadas de peido para provar que somos todos iguais, mamma mia). No fim, deixei de lado a brincadeira da dupla resenha e pensei que talvez Godard estivesse nos falando dele mesmo. Foi quando comecei a gostar do filme, ou, ao menos, a tolerá-lo, achando-o imensamente triste. Godard nos fala do fim da linguagem que foi a dele e dos críticos que sustentaram a nouvelle vague, ou seja, ele nos fala do drama de esperanças abstratas que produziram fórmulas congeladas e pomposas, com as quais a gente se alimentou durante décadas. Godard não consegue mais contar uma história, não porque contar uma história seria o próprio da arte burguesa, mas porque morreu aquela grande narrativa dos séculos 19 e 20, que era o sonho do socialismo futuro. Godard não aceita que o anseio por formas novas dos anos 1960 e 70 não tenha transformado o cinema. O videomaker não substituiu o cineasta. Mas isso não aconteceu porque seríamos todos alienados a Hollywood; aconteceu pela mesma razão pela qual a poesia concreta foi ótima, mas não substituiu o romance, nem o conto, nem a própria poesia –ou pela mesma razão pela qual a "arte povera" foi ótima, mas não acabou com a pintura. Ou seja, aconteceu porque a esperança que a "revolução" viria pelas formas era falsa. O triste é que, uma vez perdida a esperança de revolucionar o mundo com uma forma artística nova, só parece sobrar, em Godard, uma decepção amarga, sem muito carinho pela vida. Os outros da nouvelle vague se deram melhor: em François Truffaut, Éric Rohmer, Claude Chabrol, Alain Resnais, Agnès Varda, e mesmo em Chris Marker, nunca morreu o carinho pela vida e pelas histórias que a contam.
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AcossadoAnunciei a alguns amigos que assistiria ao novo filme de Jean-Luc Godard, "Adeus à Linguagem". Todos folgaram em saber que eu iria –literalmente, ou seja, acharam que meu relato lhes bastaria, e talvez eles pudessem, por uma vez, se autorizar a ser "folgados", deixando de ver o filme. Pensei: agora não tem jeito, vou ter que ver o Godard. Obviamente, saí da sala "acossado" pela obrigação de dizer (para eles e para mim) o que achei do filme. De fato, constatei que eu poderia escrever dois comentários absolutamente opostos. O mais fácil, por minha formação francesa e política, seria bajular, mobilizar toda a artilharia dos anos 1960 e 70, de "Tel Quel" a Baudrillard, para mostrar que Godard continua revolucionando o cinema e o mundo. Exatamente nessa direção, aliás, na "Ilustríssima" de domingo passado, Daniel Augusto comenta o recente livro de Didi-Huberman sobre Godard ("Passés Cités par JLG", Minuit). Mais honesto seria assinalar que há uma esperança datada (dos anos 1960) segundo a qual a revolução sexual e a revolução formal nas artes mudariam a cara do mundo, acabariam com a exploração do homem pelo homem e inventariam uma nova subjetividade. Em suma, pensávamos que a revolução seria ganha nas camas, nos ateliês e nos sets de cinema: fomos desmentidos repetidamente. Com essa premissa, eu compartilharia o mau humor dos espectadores que saíram da sala antes do fim. O uso do 3D por Godard me deu vontade de correr ao consultório do meu oftalmo para verificar se eu tinha catarata em ambos os olhos. É difícil dizer se houve imperícia no uso da nova técnica. Mas o fato é que "Adeus à Linguagem" se parece com o exercício de um jovem videomaker irritado. Claro, querendo ser godardiano, eu diria que o uso do 3D por Godard é subversivo, oposto ao hollywoodiano; e que martirizar o espectador é um jeito de ajudá-lo a não se deixar capturar pela história e pelas personagens (como se, nos últimos filmes de Godard, esse perigo existisse"¦). Voltando ao mau humor, observaria que as citações filosóficas e as frases de efeito, em Godard (no mínimo, desde "Filme Socialismo"), parecem servir para dar a um espectador medíocre e inculto a sensação de estar meditando profundamente, se não (pior) a ilusão de navegar na alta cultura –enquanto ele está apenas naufragando nos clichês. Querendo ser godardiano, eu diria que as ditas citações criticam a si mesmas, e a intenção de Godard seria justamente a de reduzir a suposta alta cultura aos bilhetes escondidos na embalagem dos chocolates Baci Perugina ou aos oráculos dos biscoitinhos chineses. A mesma duplicidade apareceria se comentasse a ausência de narrativa e de roteiro, o martírio dos atores e, em geral, uma certa vulgaridade da rebeldia infantil (piadas de peido para provar que somos todos iguais, mamma mia). No fim, deixei de lado a brincadeira da dupla resenha e pensei que talvez Godard estivesse nos falando dele mesmo. Foi quando comecei a gostar do filme, ou, ao menos, a tolerá-lo, achando-o imensamente triste. Godard nos fala do fim da linguagem que foi a dele e dos críticos que sustentaram a nouvelle vague, ou seja, ele nos fala do drama de esperanças abstratas que produziram fórmulas congeladas e pomposas, com as quais a gente se alimentou durante décadas. Godard não consegue mais contar uma história, não porque contar uma história seria o próprio da arte burguesa, mas porque morreu aquela grande narrativa dos séculos 19 e 20, que era o sonho do socialismo futuro. Godard não aceita que o anseio por formas novas dos anos 1960 e 70 não tenha transformado o cinema. O videomaker não substituiu o cineasta. Mas isso não aconteceu porque seríamos todos alienados a Hollywood; aconteceu pela mesma razão pela qual a poesia concreta foi ótima, mas não substituiu o romance, nem o conto, nem a própria poesia –ou pela mesma razão pela qual a "arte povera" foi ótima, mas não acabou com a pintura. Ou seja, aconteceu porque a esperança que a "revolução" viria pelas formas era falsa. O triste é que, uma vez perdida a esperança de revolucionar o mundo com uma forma artística nova, só parece sobrar, em Godard, uma decepção amarga, sem muito carinho pela vida. Os outros da nouvelle vague se deram melhor: em François Truffaut, Éric Rohmer, Claude Chabrol, Alain Resnais, Agnès Varda, e mesmo em Chris Marker, nunca morreu o carinho pela vida e pelas histórias que a contam.
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Justiça determina a prisão preventiva de vice do Equador por caso Odebrecht
A Justiça do Equador decretou nesta segunda-feira (2) a prisão preventiva do vice-presidente Jorge Glas, investigado por envolvimento no escândalo de corrupção da Odebrecht. Em uma audiência da Corte de Justiça de Quito, o juiz Miguel Jurado também embargou os bens e bloqueou as contas bancárias de Glas. O juiz atendeu a um pedido do procurador-geral do Equador, Carlos Baca, feito nesta segunda. "#CarlosBacaM pede a prisão preventiva para Jorge G por terem sido encontrados novos elementos de convicção na investigação por associação ilícita", informou no Twitter a Procuradoria, que participa de uma audiência na máxima corte de justiça para revisar as medidas cautelares que pesam sobre Glas, desde agosto impedido de sair do país. A Procuradoria, que no domingo encerrou a etapa de instrução deste milionário caso de corrupção de alcance continental, também havia solicitado a "proibição de alienar bens e a retenção de contas" do vice. O procurador solicitou ainda a prisão preventiva em um centro de detenção de um tio de Glas, Ricardo Rivera, sobre quem já pesa a prisão domiciliar, por ter mais de 65 anos. Rivera está sob essa medida por suposto delito de associação ilícita para obter benefícios em contratos outorgados a Odebrecht. "#CarlosBacaM solicita prisão preventiva para Ricardo R., argumentando vulnerabilidade da prisão domiciliar e potencial risco de fuga", acrescentou a Procuradoria. Glas é acusado por José Conceição Santos Filho, um delator da Odebrecht, de ter recebido subornos de US$ 16 milhões da construtora por meio de Rivera. Segundo Santos, Glas pediu US$ 1 milhão para a campanha governista nas eleições regionais de 2014. Santos, porém, não declarou se o montante foi pago ao Aliança País, mesmo partido do ex-presidente Rafael Correa e do atual mandatário, Lenín Moreno. Na votação, a sigla obteve o comando da maioria das cidades do país. Há cerca de dois meses, Glas foi afastado por Lenín Moreno das funções de vice, que exercia desde 2013. Desde 2007, estava a cargo de setores estratégicos no governo de Rafael Correa. Em nota, Jorge Glas disse que o processo contra ele "está infestado de irregularidades" e é parte de "um plano organizado para destruir a Revolução Cidadã e [o ex-presidente] Rafael Correa". Também ironizou o presidente Lenín Moreno. "Parece que seus subalternos não lhe ouviram. O senhor fala que não interferirá em outras funções do Estado, mas faltou explicar a seus colaboradores que tampouco podem fazê-lo." Horas depois de a Justiça decretar a prisão de Glas, Moreno divulgou os sete temas que serão enviados a referendo. Dentre eles, estão o fim da reeleição indefinida, a perda vitalícia dos direitos políticos de condenados por corrupção e a reforma de um conselho de participação loteado por aliados de Correa. O caso Odebrecht veio à tona no Equador em dezembro do ano passado, após o Departamento de Justiça dos EUA revelar que a empresa pagou US$ 33,5 milhões a funcionários do governo equatoriano entre 2007 e 2016
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Justiça determina a prisão preventiva de vice do Equador por caso OdebrechtA Justiça do Equador decretou nesta segunda-feira (2) a prisão preventiva do vice-presidente Jorge Glas, investigado por envolvimento no escândalo de corrupção da Odebrecht. Em uma audiência da Corte de Justiça de Quito, o juiz Miguel Jurado também embargou os bens e bloqueou as contas bancárias de Glas. O juiz atendeu a um pedido do procurador-geral do Equador, Carlos Baca, feito nesta segunda. "#CarlosBacaM pede a prisão preventiva para Jorge G por terem sido encontrados novos elementos de convicção na investigação por associação ilícita", informou no Twitter a Procuradoria, que participa de uma audiência na máxima corte de justiça para revisar as medidas cautelares que pesam sobre Glas, desde agosto impedido de sair do país. A Procuradoria, que no domingo encerrou a etapa de instrução deste milionário caso de corrupção de alcance continental, também havia solicitado a "proibição de alienar bens e a retenção de contas" do vice. O procurador solicitou ainda a prisão preventiva em um centro de detenção de um tio de Glas, Ricardo Rivera, sobre quem já pesa a prisão domiciliar, por ter mais de 65 anos. Rivera está sob essa medida por suposto delito de associação ilícita para obter benefícios em contratos outorgados a Odebrecht. "#CarlosBacaM solicita prisão preventiva para Ricardo R., argumentando vulnerabilidade da prisão domiciliar e potencial risco de fuga", acrescentou a Procuradoria. Glas é acusado por José Conceição Santos Filho, um delator da Odebrecht, de ter recebido subornos de US$ 16 milhões da construtora por meio de Rivera. Segundo Santos, Glas pediu US$ 1 milhão para a campanha governista nas eleições regionais de 2014. Santos, porém, não declarou se o montante foi pago ao Aliança País, mesmo partido do ex-presidente Rafael Correa e do atual mandatário, Lenín Moreno. Na votação, a sigla obteve o comando da maioria das cidades do país. Há cerca de dois meses, Glas foi afastado por Lenín Moreno das funções de vice, que exercia desde 2013. Desde 2007, estava a cargo de setores estratégicos no governo de Rafael Correa. Em nota, Jorge Glas disse que o processo contra ele "está infestado de irregularidades" e é parte de "um plano organizado para destruir a Revolução Cidadã e [o ex-presidente] Rafael Correa". Também ironizou o presidente Lenín Moreno. "Parece que seus subalternos não lhe ouviram. O senhor fala que não interferirá em outras funções do Estado, mas faltou explicar a seus colaboradores que tampouco podem fazê-lo." Horas depois de a Justiça decretar a prisão de Glas, Moreno divulgou os sete temas que serão enviados a referendo. Dentre eles, estão o fim da reeleição indefinida, a perda vitalícia dos direitos políticos de condenados por corrupção e a reforma de um conselho de participação loteado por aliados de Correa. O caso Odebrecht veio à tona no Equador em dezembro do ano passado, após o Departamento de Justiça dos EUA revelar que a empresa pagou US$ 33,5 milhões a funcionários do governo equatoriano entre 2007 e 2016
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Ueba! Hoje vai ter bloco?
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Piada pronta: "Otávio LADEIRA confirmado para o Tesouro Nacional". E essa sobre o Lula: "Dono de sítio não é laranja". É abóbora! Morango! Morango de Atibaia! Rarará! E hoje vai ter bloco? Vai, bloco das contas, bloco do congestionamento e bloco, cimento e areia! Rarará! Tô com saudade dos blocos! Quero bloco todo dia! Todo mundo devia ir trabalhar fantasiado agora! Rarará! E a crise? A crise tá tão grande que o Corinthians só fez dois gols no São Paulo! Pensamento de corintiano! Rarará! E o dia da faxina do mosquito? Gostei de duas declarações. Granda Chefa Toura Sentada Dilma: "Vou mandar um ministro pra cada Estado". Então vai ter que dobrar o número de Estados. Temos 26 estados pra 830 ministros! Rarará! Vai ter São Paulo do Norte, São Paulo do Sul e São Paulo do Meio! Pernambuco do Norte e Pernambuco do Sul! Rarará! Ministro Cardozo: "A CPMF vai ajudar no combate ao Aedes". A CPMF só vai acabar com o mosquito se o mosquito for obrigado a pagar a CPMF. Obriga o mosquito a pagar CPMF que ele morre na hora. Rarará! Ou como disse o tuiteiro ciclista fiscal: a cada transação bancária um mosquito morre. Rarará! E o Márvio dos Anjos mudou a sigla para Corre que a Polícia Manda o Flit! Rarará! CPMF agora quer dizer Cuidado, Polícia Mandando Fumaça! Ou então Comando para Picada de Mosquito Fiodaputa! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! O Brasil é lúdico! Olha esse outdoor: "Governo de São Paulo! É proibido transar sobre a linha férrea!". Que saco. Não pode mais transar em lugar algum. De repente estão esperando o trem e resolvem dar uma rapidinha! Rarará! Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. A única pena é o trem passar por cima. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje, só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Ueba! Hoje vai ter bloco?Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Piada pronta: "Otávio LADEIRA confirmado para o Tesouro Nacional". E essa sobre o Lula: "Dono de sítio não é laranja". É abóbora! Morango! Morango de Atibaia! Rarará! E hoje vai ter bloco? Vai, bloco das contas, bloco do congestionamento e bloco, cimento e areia! Rarará! Tô com saudade dos blocos! Quero bloco todo dia! Todo mundo devia ir trabalhar fantasiado agora! Rarará! E a crise? A crise tá tão grande que o Corinthians só fez dois gols no São Paulo! Pensamento de corintiano! Rarará! E o dia da faxina do mosquito? Gostei de duas declarações. Granda Chefa Toura Sentada Dilma: "Vou mandar um ministro pra cada Estado". Então vai ter que dobrar o número de Estados. Temos 26 estados pra 830 ministros! Rarará! Vai ter São Paulo do Norte, São Paulo do Sul e São Paulo do Meio! Pernambuco do Norte e Pernambuco do Sul! Rarará! Ministro Cardozo: "A CPMF vai ajudar no combate ao Aedes". A CPMF só vai acabar com o mosquito se o mosquito for obrigado a pagar a CPMF. Obriga o mosquito a pagar CPMF que ele morre na hora. Rarará! Ou como disse o tuiteiro ciclista fiscal: a cada transação bancária um mosquito morre. Rarará! E o Márvio dos Anjos mudou a sigla para Corre que a Polícia Manda o Flit! Rarará! CPMF agora quer dizer Cuidado, Polícia Mandando Fumaça! Ou então Comando para Picada de Mosquito Fiodaputa! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! O Brasil é lúdico! Olha esse outdoor: "Governo de São Paulo! É proibido transar sobre a linha férrea!". Que saco. Não pode mais transar em lugar algum. De repente estão esperando o trem e resolvem dar uma rapidinha! Rarará! Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. A única pena é o trem passar por cima. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje, só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Juiz rebate crítica sobre depoimento de empresário
Em resposta às críticas feitas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato, afirmou, por meio de nota, que não pode silenciar "testemunhas ou acusados na condução do processo." O peemedebista havia criticado, no dia anterior, o fato de Moro ter ouvido o empresário Julio Camargo, que, em seu último depoimento, acusou o deputado de pedir US$ 5 milhões em propina. "A 13ª Vara de Curitiba conduz ações penais contra acusados sem foro privilegiado em investigações e processos desmembrados pelo Supremo Tribunal Federal. Não cabe ao juízo silenciar testemunhas ou acusados na condução do processo", afirma a nota, assinada por Moro e divulgada nesta sexta-feira (17). Segundo o peemedebista, por ser um juiz de 1º grau, Moro não poderia ter colhido depoimentos contra alguém que tem foro privilegiado, como o presidente da Câmara –a prerrogativa é do Supremo Tribunal Federal (STF). Camargo fez acordo para colaborar com as investigações da Operação Lava Jato em outubro do ano passado e já havia sido ouvido por Moro em outras ocasiões. A primeira vez que citou Cunha foi na quinta-feira (16). Nas últimas semanas, ele prestou depoimentos à Procuradoria-Geral da República, que investiga Cunha e outros políticos suspeitos de envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras. Ao depor novamente à Justiça Federal, Camargo repetiu acusações que havia feito à PGR. Disse que foi chantageado por Cunha depois que a empresa que representava, a Samsung, não pagou US$ 10 milhões da propina cobrada pelo PMDB. "Ele violou o procedimento de foro privilegiado. O juiz acha que o Supremo se mudou para Curitiba", provocou Cunha, na quinta. Cunha informou que seus advogados ingressarão com uma reclamação no STF para que o processo seja transferido para a corte e disse: "Ser denunciado não significa que é culpado". Cunha, porém, afirma não acreditar que Moro esteja sofrendo influência do governo, como diz estar acontecendo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. "É óbvio que Moro não está orquestrado com o governo. Não vou brigar com ele. Mas farei reclamação para que o caso vá para o Supremo. Ele fez o que não tinha competência para fazer", disse.
poder
Juiz rebate crítica sobre depoimento de empresárioEm resposta às críticas feitas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato, afirmou, por meio de nota, que não pode silenciar "testemunhas ou acusados na condução do processo." O peemedebista havia criticado, no dia anterior, o fato de Moro ter ouvido o empresário Julio Camargo, que, em seu último depoimento, acusou o deputado de pedir US$ 5 milhões em propina. "A 13ª Vara de Curitiba conduz ações penais contra acusados sem foro privilegiado em investigações e processos desmembrados pelo Supremo Tribunal Federal. Não cabe ao juízo silenciar testemunhas ou acusados na condução do processo", afirma a nota, assinada por Moro e divulgada nesta sexta-feira (17). Segundo o peemedebista, por ser um juiz de 1º grau, Moro não poderia ter colhido depoimentos contra alguém que tem foro privilegiado, como o presidente da Câmara –a prerrogativa é do Supremo Tribunal Federal (STF). Camargo fez acordo para colaborar com as investigações da Operação Lava Jato em outubro do ano passado e já havia sido ouvido por Moro em outras ocasiões. A primeira vez que citou Cunha foi na quinta-feira (16). Nas últimas semanas, ele prestou depoimentos à Procuradoria-Geral da República, que investiga Cunha e outros políticos suspeitos de envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras. Ao depor novamente à Justiça Federal, Camargo repetiu acusações que havia feito à PGR. Disse que foi chantageado por Cunha depois que a empresa que representava, a Samsung, não pagou US$ 10 milhões da propina cobrada pelo PMDB. "Ele violou o procedimento de foro privilegiado. O juiz acha que o Supremo se mudou para Curitiba", provocou Cunha, na quinta. Cunha informou que seus advogados ingressarão com uma reclamação no STF para que o processo seja transferido para a corte e disse: "Ser denunciado não significa que é culpado". Cunha, porém, afirma não acreditar que Moro esteja sofrendo influência do governo, como diz estar acontecendo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. "É óbvio que Moro não está orquestrado com o governo. Não vou brigar com ele. Mas farei reclamação para que o caso vá para o Supremo. Ele fez o que não tinha competência para fazer", disse.
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Incidência de sífilis e HIV é até 13 vezes maior em usuários de crack
Cléber (nome fictício), 32, passou os últimos anos nas ruas. Na cracolândia, usava 30 pedras de crack por dia. Com magreza extrema, 45 kg, fazia sexo em troca da droga. Antes, ganhou a vida na República, também no centro. Envolvido com prostituição, tinha dez clientes fixos por semana e outros eventuais. Ganhava R$ 6.000 por mês. A trajetória de Cléber, com a mistura constante de drogas e sexo inseguro, retrata um problema frequente entre os usuários de crack em São Paulo: a exposição às infecções por sífilis e HIV. A incidência de sífilis entre viciados atendidos pelo Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas) é mais de dez vezes superior à média da população da América Latina, segundo pesquisa do Estado. A frequência de infectados surpreendeu os pesquisadores. Em breve, todos os pacientes passarão a ser testados para essas doenças. "A grande pergunta é se isso está restrito a São Paulo ou se espalha por outras cracolândias pelo Brasil", diz Ronaldo Laranjeira, psiquiatra que conduziu esse levantamento e é coordenador do Recomeço –programa da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) que fornece tratamento a dependentes de drogas. Entre janeiro e maio, cerca de 800 pessoas foram testadas para sífilis e HIV na unidade da Secretaria de Estado da Saúde, a maioria deles frequentadores da cracolândia. A análise encontrou resultados positivos do vírus da Aids em 5,3% dos dependentes testados. Isso representa prevalência até 13,5 vezes maior do que a da população brasileira em geral –que é de 0,4% a 0,7%, de acordo com relatório da Unaids. O programa Recomeço, instituído por Alckmin em 2013, trabalha a saída do vício com tratamentos que incluem isolamento em comunidades terapêuticas. Para HIV - Em % Ele é desenvolvido na cracolândia simultaneamente ao Braços Abertos, criado em 2014 pela gestão Fernando Haddad (PT) e baseado na redução de danos —os dependentes são incentivados, por meio da oferta de emprego e renda, a diminuir o uso de drogas, sem internação. INFECÇÃO Em relação à sífilis, os testes deram positivo para a doença em 22% dos usuários. Esse resultado, porém, considera não só as pessoas com a infecção, mas também quem já teve a doença e se tratou, mas ainda apresenta a chamada "cicatriz sorológica". A prevalência foi de 36% entre as mulheres, contra 18% nos homens. Do total de infectados, 40% nunca se trataram, 29% o fizeram, mas de forma irregular, e 31% foram tratados previamente com sucesso. Descartando esse grupo que só tem a "cicatriz sorológica", a incidência da doença na amostra foi de 15% –prevalência 11 vezes maior do que a encontrada na população da América Latina (1,3%). Para sífilis - Em % "O desafio do tratamento é ser o mais simples e objetivo para facilitar para as pessoas mais vulneráveis socialmente, para diminuir a chance de continuar transmitindo a doença", diz Laranjeira. Uma das medidas para isso, no Cratod, foi a incorporação de uma infectologista à equipe de médicos. O centro dá o coquetel para os dependentes soropositivos e aplica a penicilina nos usuários com sífilis. Isso para evitar que eles precisem se deslocar em busca dos medicamentos. Em relação ao HIV, há outro problema: casos de pacientes moradores de rua que resistem em carregar os remédios, com medo de se exporem. A saída foi a administração do coquetel na própria unidade, diz a infectologista Viviane Briese. Tratamento - Em %
cotidiano
Incidência de sífilis e HIV é até 13 vezes maior em usuários de crackCléber (nome fictício), 32, passou os últimos anos nas ruas. Na cracolândia, usava 30 pedras de crack por dia. Com magreza extrema, 45 kg, fazia sexo em troca da droga. Antes, ganhou a vida na República, também no centro. Envolvido com prostituição, tinha dez clientes fixos por semana e outros eventuais. Ganhava R$ 6.000 por mês. A trajetória de Cléber, com a mistura constante de drogas e sexo inseguro, retrata um problema frequente entre os usuários de crack em São Paulo: a exposição às infecções por sífilis e HIV. A incidência de sífilis entre viciados atendidos pelo Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas) é mais de dez vezes superior à média da população da América Latina, segundo pesquisa do Estado. A frequência de infectados surpreendeu os pesquisadores. Em breve, todos os pacientes passarão a ser testados para essas doenças. "A grande pergunta é se isso está restrito a São Paulo ou se espalha por outras cracolândias pelo Brasil", diz Ronaldo Laranjeira, psiquiatra que conduziu esse levantamento e é coordenador do Recomeço –programa da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) que fornece tratamento a dependentes de drogas. Entre janeiro e maio, cerca de 800 pessoas foram testadas para sífilis e HIV na unidade da Secretaria de Estado da Saúde, a maioria deles frequentadores da cracolândia. A análise encontrou resultados positivos do vírus da Aids em 5,3% dos dependentes testados. Isso representa prevalência até 13,5 vezes maior do que a da população brasileira em geral –que é de 0,4% a 0,7%, de acordo com relatório da Unaids. O programa Recomeço, instituído por Alckmin em 2013, trabalha a saída do vício com tratamentos que incluem isolamento em comunidades terapêuticas. Para HIV - Em % Ele é desenvolvido na cracolândia simultaneamente ao Braços Abertos, criado em 2014 pela gestão Fernando Haddad (PT) e baseado na redução de danos —os dependentes são incentivados, por meio da oferta de emprego e renda, a diminuir o uso de drogas, sem internação. INFECÇÃO Em relação à sífilis, os testes deram positivo para a doença em 22% dos usuários. Esse resultado, porém, considera não só as pessoas com a infecção, mas também quem já teve a doença e se tratou, mas ainda apresenta a chamada "cicatriz sorológica". A prevalência foi de 36% entre as mulheres, contra 18% nos homens. Do total de infectados, 40% nunca se trataram, 29% o fizeram, mas de forma irregular, e 31% foram tratados previamente com sucesso. Descartando esse grupo que só tem a "cicatriz sorológica", a incidência da doença na amostra foi de 15% –prevalência 11 vezes maior do que a encontrada na população da América Latina (1,3%). Para sífilis - Em % "O desafio do tratamento é ser o mais simples e objetivo para facilitar para as pessoas mais vulneráveis socialmente, para diminuir a chance de continuar transmitindo a doença", diz Laranjeira. Uma das medidas para isso, no Cratod, foi a incorporação de uma infectologista à equipe de médicos. O centro dá o coquetel para os dependentes soropositivos e aplica a penicilina nos usuários com sífilis. Isso para evitar que eles precisem se deslocar em busca dos medicamentos. Em relação ao HIV, há outro problema: casos de pacientes moradores de rua que resistem em carregar os remédios, com medo de se exporem. A saída foi a administração do coquetel na própria unidade, diz a infectologista Viviane Briese. Tratamento - Em %
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Governo reduz benefício fiscal sobre a folha de pagamento; veja por setores
Após determinar limites de gastos para cada ministério com custeio e investimento até abril, o governo Dilma Rousseff publicou nesta sexta-feira (27) medida provisória reduzindo o benefício fiscal da desoneração da folha de pagamento, conforme antecipou a Folha. Com a medida provisória desta sexta, os setores que pagavam 2% passarão a pagar 4,5% (um aumento de 125%) sobre o faturamento. Os que pagavam 1%, passarão a pagar 2,5% (alta de 150%). A mudança vem mesmo com o aumento da taxa de desemprego de 4,8% para 5,3% em janeiro de 2015 comparado com o de 2014. A redução do benefício, que custou aos cofres públicos R$ 21,6 bilhões no ano passado, é parte da política da atual equipe econômica de apertar ainda mais o controle de gastos neste ano difícil para a economia. Dados divulgados nesta quarta (25) mostram que, prejudicada pela queda do movimento na indústria e no comércio, a arrecadação de tributos federais caiu pelo quarto mês consecutivo, o que ameaça as metas para a recuperação das contas públicas neste ano. Eles apontam que a receita com impostos, taxas e contribuições atingiu R$ 125,3 bilhões em janeiro, numa queda de 5,4% em relação ao período correspondente de 2014, descontada a inflação. A política de desoneração da folha de pagamentos foi iniciada em 2011 e ampliada para 56 setores em 2014 de forma definitiva, com o intuito de ajudar o fluxo de caixa das empresas e tentar manter postos de trabalho. Os setores atendidos pela desoneração deixaram de pagar 20% de contribuição previdenciária sobre a folha de salários e passaram a arcar com uma alíquota de 1% ou 2% sobre o faturamento bruto anual, descontada a receita de exportação. O aumento do imposto passa a valer a partir de 1º de junho. NOVA REGRA É OPCIONAL O texto da medida provisória indica que as empresas não serão obrigadas a pagar a contribuição previdenciária sobre a receita bruta. Pela redação da MP, as empresas "poderão contribuir" por essa sistemática (a redação anterior usa "contribuirão"). Ou seja, a partir de junho, elas poderão optar por uma ou por outra sistemática. Segundo o advogado Fernando Grasseschi Machado Mourão, do escritório Braga & Moreno Consultores e Advogados, "antes as empresas eram obrigadas a seguir a regra e pagar a contribuição ao INSS com base na receita bruta. Agora, essa obrigatoriedade deixa de existir, porque a MP diz que elas "poderão contribuir". Assim, segundo o entendimento do advogado, a empresa "poderá" usar como base de cálculo a folha de salários (20%) ou a receita bruta (2,5% ou 4,5%, conforme o caso), a que for mais vantajosa. Mourão também ressalta outro aspecto da MP: uma empresa que esteja simultaneamente recolhendo as contribuições de 1% e de 2% (por ter atividade mista) "deverá optar por apenas por uma das duas sistemáticas" (ou sobre a receita bruta ou sobre a folha de pagamento). Essa opção deverá ser feita em junho deste ano (recolhimento em julho).
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Governo reduz benefício fiscal sobre a folha de pagamento; veja por setoresApós determinar limites de gastos para cada ministério com custeio e investimento até abril, o governo Dilma Rousseff publicou nesta sexta-feira (27) medida provisória reduzindo o benefício fiscal da desoneração da folha de pagamento, conforme antecipou a Folha. Com a medida provisória desta sexta, os setores que pagavam 2% passarão a pagar 4,5% (um aumento de 125%) sobre o faturamento. Os que pagavam 1%, passarão a pagar 2,5% (alta de 150%). A mudança vem mesmo com o aumento da taxa de desemprego de 4,8% para 5,3% em janeiro de 2015 comparado com o de 2014. A redução do benefício, que custou aos cofres públicos R$ 21,6 bilhões no ano passado, é parte da política da atual equipe econômica de apertar ainda mais o controle de gastos neste ano difícil para a economia. Dados divulgados nesta quarta (25) mostram que, prejudicada pela queda do movimento na indústria e no comércio, a arrecadação de tributos federais caiu pelo quarto mês consecutivo, o que ameaça as metas para a recuperação das contas públicas neste ano. Eles apontam que a receita com impostos, taxas e contribuições atingiu R$ 125,3 bilhões em janeiro, numa queda de 5,4% em relação ao período correspondente de 2014, descontada a inflação. A política de desoneração da folha de pagamentos foi iniciada em 2011 e ampliada para 56 setores em 2014 de forma definitiva, com o intuito de ajudar o fluxo de caixa das empresas e tentar manter postos de trabalho. Os setores atendidos pela desoneração deixaram de pagar 20% de contribuição previdenciária sobre a folha de salários e passaram a arcar com uma alíquota de 1% ou 2% sobre o faturamento bruto anual, descontada a receita de exportação. O aumento do imposto passa a valer a partir de 1º de junho. NOVA REGRA É OPCIONAL O texto da medida provisória indica que as empresas não serão obrigadas a pagar a contribuição previdenciária sobre a receita bruta. Pela redação da MP, as empresas "poderão contribuir" por essa sistemática (a redação anterior usa "contribuirão"). Ou seja, a partir de junho, elas poderão optar por uma ou por outra sistemática. Segundo o advogado Fernando Grasseschi Machado Mourão, do escritório Braga & Moreno Consultores e Advogados, "antes as empresas eram obrigadas a seguir a regra e pagar a contribuição ao INSS com base na receita bruta. Agora, essa obrigatoriedade deixa de existir, porque a MP diz que elas "poderão contribuir". Assim, segundo o entendimento do advogado, a empresa "poderá" usar como base de cálculo a folha de salários (20%) ou a receita bruta (2,5% ou 4,5%, conforme o caso), a que for mais vantajosa. Mourão também ressalta outro aspecto da MP: uma empresa que esteja simultaneamente recolhendo as contribuições de 1% e de 2% (por ter atividade mista) "deverá optar por apenas por uma das duas sistemáticas" (ou sobre a receita bruta ou sobre a folha de pagamento). Essa opção deverá ser feita em junho deste ano (recolhimento em julho).
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JPMorgan vai lançar seu concorrente do Apple Pay
O JPMorgan Chase vai encarar o Apple Pay nos pagamentos com aparelhos móveis e anunciou uma parceria com varejistas como Walmart, 7-Eleven, Kmart e Best Buy, que faturam US$ 1 trilhão ao ano. A decisão sublinha a determinação dos bancos de buscarem lucro no crescente grupo de consumidores que usam smartphones para pequenos pagamentos. Até julho de 2016, os 94 milhões de donos de cartões de crédito e débito do banco poderão fazer pagamentos em mais de 100 mil lojas nos EUA exibindo um código em seus celulares que será registrado por leitor eletrônico no caixa. A iniciativa surge quando o Apple Pay enfrenta dificuldade para ganhar fôlego. Pesquisa de mercado do grupo Phoenix estima que 14% dos domicílios com cartões tenham se habilitado para usar o Apple Pay até setembro, ante 11% em fevereiro. O serviço Apple Pay representa uma ameaça para os processadores de pagamentos tradicionais, em razão das taxas baixas de operação. O serviço fatura cerca de US$ 0,15 sobre cada US$ 100 em pagamentos que processa. Os processadores tradicionais chegam a levar até US$ 5. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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JPMorgan vai lançar seu concorrente do Apple PayO JPMorgan Chase vai encarar o Apple Pay nos pagamentos com aparelhos móveis e anunciou uma parceria com varejistas como Walmart, 7-Eleven, Kmart e Best Buy, que faturam US$ 1 trilhão ao ano. A decisão sublinha a determinação dos bancos de buscarem lucro no crescente grupo de consumidores que usam smartphones para pequenos pagamentos. Até julho de 2016, os 94 milhões de donos de cartões de crédito e débito do banco poderão fazer pagamentos em mais de 100 mil lojas nos EUA exibindo um código em seus celulares que será registrado por leitor eletrônico no caixa. A iniciativa surge quando o Apple Pay enfrenta dificuldade para ganhar fôlego. Pesquisa de mercado do grupo Phoenix estima que 14% dos domicílios com cartões tenham se habilitado para usar o Apple Pay até setembro, ante 11% em fevereiro. O serviço Apple Pay representa uma ameaça para os processadores de pagamentos tradicionais, em razão das taxas baixas de operação. O serviço fatura cerca de US$ 0,15 sobre cada US$ 100 em pagamentos que processa. Os processadores tradicionais chegam a levar até US$ 5. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Rússia expulsa 2 diplomatas dos EUA em retaliação a Washington
O governo da Rússia anunciou neste sábado (9) que expulsou dois funcionários da embaixada americana em Moscou. Segundo os russos, eles estariam trabalhando para CIA. O gesto foi avaliado como uma retaliação aos EUA, que expulsaram dois diplomatas russos em 17 de junho. Por sua vez, a ação americana foi uma resposta a uma briga entre um policial russo e um diplomata americano —um dos que agora foram expulsos— em frente à Embaixada dos EUA em Moscou em 6 de junho. O caso foi revelado pelo "The Washington Post". Um vídeo de uma câmera de segurança mostra o diplomata americano chegando de carro ao edifício, sendo prontamente atacado pelo policial, que o joga no chão. Segundo o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, John Kirby, "a ação não foi provocada e colocou em segurança nosso funcionário. As alegações da Rússia de que o policial estava protegendo a embaixada de um indivíduo que havia se recusado a se identificar simplesmente não é verdade." Desde a anexação da península da Crimeia pela Rússia em 2014, e as consequentes sanções ocidentais contra o governo de Vladimir Putin, as relações entre Washington e Moscou estão estremecidas. "Esperamos que Washington perceba o erro da postura agressiva anti-Rússia. Se eles decidirem seguir pelo caminho das provocações, não ficarão sem resposta", disse em comunicado o Ministério das Relações Exteriores russo.
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Rússia expulsa 2 diplomatas dos EUA em retaliação a WashingtonO governo da Rússia anunciou neste sábado (9) que expulsou dois funcionários da embaixada americana em Moscou. Segundo os russos, eles estariam trabalhando para CIA. O gesto foi avaliado como uma retaliação aos EUA, que expulsaram dois diplomatas russos em 17 de junho. Por sua vez, a ação americana foi uma resposta a uma briga entre um policial russo e um diplomata americano —um dos que agora foram expulsos— em frente à Embaixada dos EUA em Moscou em 6 de junho. O caso foi revelado pelo "The Washington Post". Um vídeo de uma câmera de segurança mostra o diplomata americano chegando de carro ao edifício, sendo prontamente atacado pelo policial, que o joga no chão. Segundo o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, John Kirby, "a ação não foi provocada e colocou em segurança nosso funcionário. As alegações da Rússia de que o policial estava protegendo a embaixada de um indivíduo que havia se recusado a se identificar simplesmente não é verdade." Desde a anexação da península da Crimeia pela Rússia em 2014, e as consequentes sanções ocidentais contra o governo de Vladimir Putin, as relações entre Washington e Moscou estão estremecidas. "Esperamos que Washington perceba o erro da postura agressiva anti-Rússia. Se eles decidirem seguir pelo caminho das provocações, não ficarão sem resposta", disse em comunicado o Ministério das Relações Exteriores russo.
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Eleição para a Prefeitura de São Paulo vira disputa de famosos da TV
José Luiz Datena descobriu qual é a sensação de deixar de ser pedra para se tornar vidraça. Lançado pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PP, virou piada na internet e sofreu ataques dos possíveis adversários políticos. A entrada do âncora do "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes, no roteiro eleitoral causou alarde não só por sua projeção, mas pelo quadro que se formou. Assim como Datena, outros dois nomes da TV já anunciaram que pretendem tomar a cadeira do prefeito Fernando Haddad (PT). O deputado Celso Russomanno, que comanda quadros de defesa do consumidor na TV Record, deve ser candidato pelo PRB. E o empresário João Dória Jr., que tem programa de entrevistas e apresentou "O Aprendiz", tenta se viabilizar no PSDB. Os afeitos à política tradicional reagiram. "A história mostrou que inexperiência custa caro: Celso Pitta, Haddad e Dilma Rousseff...", disse o vereador Andrea Matarazzo, que também pretende ser o candidato do PSDB. A reação do PT foi em forma de piada. Assessores de Haddad disseram que ele estava esperando o "SBT liberar o Bozo" para a disputa. Russomanno, Datena e Dória receberam de maneira diferente os ataques. "Há muito alvoroço antes da hora. Não quero polêmica", disse Datena. Surpreso com a repercussão? "Mais assustei a concorrência do que fiquei assustado", disse. "Mas, usando um pensamento clássico, política é como nuvem, muda a toda hora. Não quero ser visto como mais um oportunista." Eleição BBB Dória diz que vai responder com "trabalho" e elenca seu time de apoio. Cita como colaboradores o economista Paulo Rabello de Castro e o presidente da fundação Albert Einstein, Cláudio Lotemberg, entre outros. Ele frequenta o gabinete do governador Geraldo Alckmin e oferece jantares para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas desconhece as bases da sigla. Sabe que precisa mudar isso. "Vou visitar todas as zonais do PSDB, fazer o caminho do diálogo." O PSDB deve decidir seu candidato em prévias. Matarazzo conhece a sigla, já foi ministro, secretário. Dória corre para tirar a diferença. Mais experiente que os outros pré-candidatos celebridades, Russomanno vê diferenças entre ele e os concorrentes. Trabalha há anos na TV, mas está há quase duas décadas na política. Em 2014, foi o deputado mais votado do país –o quinto mandato. Mais: "Meu programa é assistido por mulheres e senhores mais velhos. É muito diferente, por exemplo, do público do Datena. Quem forma opinião em casa? A mulher". Na última eleição municipal, em 2012, Russomanno liderou as pesquisas por semanas. Escorregou nos últimos dez dias. Desta vez, garante, não repetirá os mesmos erros.
poder
Eleição para a Prefeitura de São Paulo vira disputa de famosos da TVJosé Luiz Datena descobriu qual é a sensação de deixar de ser pedra para se tornar vidraça. Lançado pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PP, virou piada na internet e sofreu ataques dos possíveis adversários políticos. A entrada do âncora do "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes, no roteiro eleitoral causou alarde não só por sua projeção, mas pelo quadro que se formou. Assim como Datena, outros dois nomes da TV já anunciaram que pretendem tomar a cadeira do prefeito Fernando Haddad (PT). O deputado Celso Russomanno, que comanda quadros de defesa do consumidor na TV Record, deve ser candidato pelo PRB. E o empresário João Dória Jr., que tem programa de entrevistas e apresentou "O Aprendiz", tenta se viabilizar no PSDB. Os afeitos à política tradicional reagiram. "A história mostrou que inexperiência custa caro: Celso Pitta, Haddad e Dilma Rousseff...", disse o vereador Andrea Matarazzo, que também pretende ser o candidato do PSDB. A reação do PT foi em forma de piada. Assessores de Haddad disseram que ele estava esperando o "SBT liberar o Bozo" para a disputa. Russomanno, Datena e Dória receberam de maneira diferente os ataques. "Há muito alvoroço antes da hora. Não quero polêmica", disse Datena. Surpreso com a repercussão? "Mais assustei a concorrência do que fiquei assustado", disse. "Mas, usando um pensamento clássico, política é como nuvem, muda a toda hora. Não quero ser visto como mais um oportunista." Eleição BBB Dória diz que vai responder com "trabalho" e elenca seu time de apoio. Cita como colaboradores o economista Paulo Rabello de Castro e o presidente da fundação Albert Einstein, Cláudio Lotemberg, entre outros. Ele frequenta o gabinete do governador Geraldo Alckmin e oferece jantares para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas desconhece as bases da sigla. Sabe que precisa mudar isso. "Vou visitar todas as zonais do PSDB, fazer o caminho do diálogo." O PSDB deve decidir seu candidato em prévias. Matarazzo conhece a sigla, já foi ministro, secretário. Dória corre para tirar a diferença. Mais experiente que os outros pré-candidatos celebridades, Russomanno vê diferenças entre ele e os concorrentes. Trabalha há anos na TV, mas está há quase duas décadas na política. Em 2014, foi o deputado mais votado do país –o quinto mandato. Mais: "Meu programa é assistido por mulheres e senhores mais velhos. É muito diferente, por exemplo, do público do Datena. Quem forma opinião em casa? A mulher". Na última eleição municipal, em 2012, Russomanno liderou as pesquisas por semanas. Escorregou nos últimos dez dias. Desta vez, garante, não repetirá os mesmos erros.
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Land Rover ganha traços urbanos sem perder o gosto pelo mau caminho
EDUARDO SODRÉ ENVIADO ESPECIAL A UTAH (EUA) "Esse é nosso 'rock star'", diz Richard Agnew, diretor de relações públicas da Jaguar Land Rover, diante de um novo Discovery vermelho. A frase é um trocadilho com pedras a serem transpostas (rock é rocha, em inglês) e estrelas da música a bordo de jipões ingleses –tão reluzentes quanto aquele apresentado em Utah (EUA). O jogo de palavras enaltece a vida dupla do utilitário de luxo, que adota o estilo "casual chique" em sua quinta geração –embora ainda se sinta à vontade em meio a lama, areia ou neve. A "urbanização" das linhas é tendência na Land Rover desde que o Evoque foi apresentado como conceito, em 2007. Houve quem visse na mudança um distanciamento da terra: aqueles SUVs engomados deveriam tremer diante do risco de lambuzar suas rodas com barro. Mas ocorre o oposto. Despido de vaidades, o Discovery avança sobre dunas ou escorrega em um lamaçal sempre apoiado em aço e muita eletrônica. Quando tudo parece que vai dar errado, a tecnologia encontra um jeito de corrigir a rota. Assim ocorre no último trecho off-road do teste, com sete quilômetros de lama. Quando as rodas já não obedecem diretamente aos comandos do volante, o Land Rover adquire vontade própria. Cabe ao motorista controlar a aceleração e esguichar água no para-brisa para ver algo além de barro vermelho escorrendo pelo vidro. É mecânica em estado de arte, tão eficiente que disfarça pequenos deslizes. Um deles é a falta de ajuste de altura do cinto de segurança: a fabricante optou por uma meia-lua que, na teoria, se adapta a todos os tipos de motorista. Na vida real, os mais baixos se sentem incomodados com a fita do equipamento roçando no pescoço. Ao tomar um banho e voltar para o asfalto, o Discovery exibe seu lado família. O mesmo valentão de 258 cv na versão 3.0 turbodiesel, que consegue atravessar trechos alagados, oferece sete lugares forrados de couro. Os bancos podem ser configurados por meio de um aplicativo para smartphone. Há nove entradas USB distribuídas pela cabine, que se dividem nas funções de recarregar eletrônicos e transmitir músicas ou filmes. Além do motor a diesel, haverá uma opção 3.0 a gasolina (340 cv) disponível no mercado brasileiro. Ambas as versões serão equipadas com câmbio automático sequencial de oito marchas. As vendas começam no fim do primeiro semestre, com preços a serem definidos. A geração vendida atualmente custa a partir de R$ 333,4 mil. ANTECESSORES A primeira geração do Discovery foi apresentada em 1989. Tinha pouco mais de 4,5 metros de comprimento e duas portas, com bom aproveitamento de espaço. Não era tão rústico quanto o Defender nem luxuoso como o Range Rover da época. A proposta foi mantida ao longo dos anos: capacidade off-road e possibilidade de transportar pessoas com algum conforto. O visual foi ficando mais quadrado até a quarta geração. A quinta é uma ruptura, mas mantém características em comum. "A elevação do teto, a forma da coluna 'c' e outros elementos utilizados são parte do DNA do Discovery. Trabalhamos para que ele parecesse menor do que realmente é", disse um dos designers responsáveis pelo desenvolvimento do carro. É possível enxergar as referências aos antecessores aqui e acolá, mas a história do tamanho não é bem como o designer conta. Com 4,97 metros de comprimento, o novo Land Rover só parece "pequeno" quando alinhado às gigantescas picapes que cruzam as rodovias de Utah. Diante do tamanho do carro e das necessidades de seu público abonado, a marca inglesa desenvolveu um sistema que ajuda a manobrar o carro em situações extremas, como ao rebocar uma lancha. Os controles eletrônicos calculam a necessidade de esterçar o volante quando chega o momento de deixar a embarcação na beira do cais. Cabe ao motorista controlar os pedais enquanto os sensores ajustam a direção. O gancho utilizado para rebocar traileres ou barcos é acionado eletricamente. Quando não está em uso, fica recolhido sob a parte traseira do utilitário. (ES) O jornalista viajou a convite da Jaguar Land Rover do Brasil
sobretudo
Land Rover ganha traços urbanos sem perder o gosto pelo mau caminho EDUARDO SODRÉ ENVIADO ESPECIAL A UTAH (EUA) "Esse é nosso 'rock star'", diz Richard Agnew, diretor de relações públicas da Jaguar Land Rover, diante de um novo Discovery vermelho. A frase é um trocadilho com pedras a serem transpostas (rock é rocha, em inglês) e estrelas da música a bordo de jipões ingleses –tão reluzentes quanto aquele apresentado em Utah (EUA). O jogo de palavras enaltece a vida dupla do utilitário de luxo, que adota o estilo "casual chique" em sua quinta geração –embora ainda se sinta à vontade em meio a lama, areia ou neve. A "urbanização" das linhas é tendência na Land Rover desde que o Evoque foi apresentado como conceito, em 2007. Houve quem visse na mudança um distanciamento da terra: aqueles SUVs engomados deveriam tremer diante do risco de lambuzar suas rodas com barro. Mas ocorre o oposto. Despido de vaidades, o Discovery avança sobre dunas ou escorrega em um lamaçal sempre apoiado em aço e muita eletrônica. Quando tudo parece que vai dar errado, a tecnologia encontra um jeito de corrigir a rota. Assim ocorre no último trecho off-road do teste, com sete quilômetros de lama. Quando as rodas já não obedecem diretamente aos comandos do volante, o Land Rover adquire vontade própria. Cabe ao motorista controlar a aceleração e esguichar água no para-brisa para ver algo além de barro vermelho escorrendo pelo vidro. É mecânica em estado de arte, tão eficiente que disfarça pequenos deslizes. Um deles é a falta de ajuste de altura do cinto de segurança: a fabricante optou por uma meia-lua que, na teoria, se adapta a todos os tipos de motorista. Na vida real, os mais baixos se sentem incomodados com a fita do equipamento roçando no pescoço. Ao tomar um banho e voltar para o asfalto, o Discovery exibe seu lado família. O mesmo valentão de 258 cv na versão 3.0 turbodiesel, que consegue atravessar trechos alagados, oferece sete lugares forrados de couro. Os bancos podem ser configurados por meio de um aplicativo para smartphone. Há nove entradas USB distribuídas pela cabine, que se dividem nas funções de recarregar eletrônicos e transmitir músicas ou filmes. Além do motor a diesel, haverá uma opção 3.0 a gasolina (340 cv) disponível no mercado brasileiro. Ambas as versões serão equipadas com câmbio automático sequencial de oito marchas. As vendas começam no fim do primeiro semestre, com preços a serem definidos. A geração vendida atualmente custa a partir de R$ 333,4 mil. ANTECESSORES A primeira geração do Discovery foi apresentada em 1989. Tinha pouco mais de 4,5 metros de comprimento e duas portas, com bom aproveitamento de espaço. Não era tão rústico quanto o Defender nem luxuoso como o Range Rover da época. A proposta foi mantida ao longo dos anos: capacidade off-road e possibilidade de transportar pessoas com algum conforto. O visual foi ficando mais quadrado até a quarta geração. A quinta é uma ruptura, mas mantém características em comum. "A elevação do teto, a forma da coluna 'c' e outros elementos utilizados são parte do DNA do Discovery. Trabalhamos para que ele parecesse menor do que realmente é", disse um dos designers responsáveis pelo desenvolvimento do carro. É possível enxergar as referências aos antecessores aqui e acolá, mas a história do tamanho não é bem como o designer conta. Com 4,97 metros de comprimento, o novo Land Rover só parece "pequeno" quando alinhado às gigantescas picapes que cruzam as rodovias de Utah. Diante do tamanho do carro e das necessidades de seu público abonado, a marca inglesa desenvolveu um sistema que ajuda a manobrar o carro em situações extremas, como ao rebocar uma lancha. Os controles eletrônicos calculam a necessidade de esterçar o volante quando chega o momento de deixar a embarcação na beira do cais. Cabe ao motorista controlar os pedais enquanto os sensores ajustam a direção. O gancho utilizado para rebocar traileres ou barcos é acionado eletricamente. Quando não está em uso, fica recolhido sob a parte traseira do utilitário. (ES) O jornalista viajou a convite da Jaguar Land Rover do Brasil
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Oposição busca 'máximo drama político', diz jornal 'Washington Post'
O jornal americano "The Washington Post" afirma, na edição deste sábado (16), que a oposição quer atribuir à votação de amanhã na Câmara dos Deputados, que define sobre a continuidade do processo de impeachment, um clima de "drama político". "Os opositores (da presidente) parecem ter definido o rito do evento para obter o máximo drama político. Os deputados vão anunciar seus votos um por um ao vivo na televisão, e terão dez segundos cada para fazer (ou gritar) um breve discurso", diz a publicação. A votação na Câmara dos Deputados está marcada para começar às 14h, horário de Brasília. Cada um dos 513 deputados terá direito ao voto e são necessários 342 votos para que a análise siga para o Senado. Intitulado "Como funciona o processo de impeachment no Brasil", o texto, assinado pelo correspondente no Brasil Dom Philips, e para a América Latina, Nick Miroff, esclarece o passo a passo da votação na Câmara e afirma que, nesse momento, o foco tanto do governo como da oposição é conquistar o voto dos indecisos. "Os dois lados estão supostamente engajados em uma disputa frenética para garantir os votos dos deputados indecisos, oferecendo ministérios e demonstrando a habilidade de distribuir bons cargos. E é exatamente esse tipo de comportamento que deixou a população brasileira furiosa com seus líderes políticos", afirma o "Washington Post". O jornal diz ainda que, embora a presidente Dilma Rousseff seja "profundamente impopular e esteja politicamente debilitada pela severa crise econômica do país", ela não é suspeita de enriquecimento ilícito, mas de ter cometido crimes de responsabilidade ao supostamente maquiar o rombo no orçamento com as chamadas "pedaladas fiscais". "Em outras palavras, os deputados vão decidir se acreditam que ela agiu de forma tão irresponsável como presidente que as ações devam ser classificadas como uma ofensa política, mas não necessariamente criminosa", explica o jornal. O "Washington Post" também questiona a capacidade de um eventual governo de Michel Temer injetar estabilidade política no país antes das Olimpíadas, já que ele "potencialmente também enfrenta um impeachment" –em uma referência ao processo em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral que acusa a chapa Dilma/Temer de ter sido financiada pelo esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato, o que poderia culminar com a cassação tanto da presidente como do vice. "Mesmo que a presidente Dilma Rousseff sobreviva ao voto dos deputados, a vontade política de tirá-la do cargo não vai acabar. Muitas outras propostas estão pendentes. Portanto, seus opositores poderiam simplesmente começar o processo todo novamente", finaliza o texto.
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Oposição busca 'máximo drama político', diz jornal 'Washington Post'O jornal americano "The Washington Post" afirma, na edição deste sábado (16), que a oposição quer atribuir à votação de amanhã na Câmara dos Deputados, que define sobre a continuidade do processo de impeachment, um clima de "drama político". "Os opositores (da presidente) parecem ter definido o rito do evento para obter o máximo drama político. Os deputados vão anunciar seus votos um por um ao vivo na televisão, e terão dez segundos cada para fazer (ou gritar) um breve discurso", diz a publicação. A votação na Câmara dos Deputados está marcada para começar às 14h, horário de Brasília. Cada um dos 513 deputados terá direito ao voto e são necessários 342 votos para que a análise siga para o Senado. Intitulado "Como funciona o processo de impeachment no Brasil", o texto, assinado pelo correspondente no Brasil Dom Philips, e para a América Latina, Nick Miroff, esclarece o passo a passo da votação na Câmara e afirma que, nesse momento, o foco tanto do governo como da oposição é conquistar o voto dos indecisos. "Os dois lados estão supostamente engajados em uma disputa frenética para garantir os votos dos deputados indecisos, oferecendo ministérios e demonstrando a habilidade de distribuir bons cargos. E é exatamente esse tipo de comportamento que deixou a população brasileira furiosa com seus líderes políticos", afirma o "Washington Post". O jornal diz ainda que, embora a presidente Dilma Rousseff seja "profundamente impopular e esteja politicamente debilitada pela severa crise econômica do país", ela não é suspeita de enriquecimento ilícito, mas de ter cometido crimes de responsabilidade ao supostamente maquiar o rombo no orçamento com as chamadas "pedaladas fiscais". "Em outras palavras, os deputados vão decidir se acreditam que ela agiu de forma tão irresponsável como presidente que as ações devam ser classificadas como uma ofensa política, mas não necessariamente criminosa", explica o jornal. O "Washington Post" também questiona a capacidade de um eventual governo de Michel Temer injetar estabilidade política no país antes das Olimpíadas, já que ele "potencialmente também enfrenta um impeachment" –em uma referência ao processo em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral que acusa a chapa Dilma/Temer de ter sido financiada pelo esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato, o que poderia culminar com a cassação tanto da presidente como do vice. "Mesmo que a presidente Dilma Rousseff sobreviva ao voto dos deputados, a vontade política de tirá-la do cargo não vai acabar. Muitas outras propostas estão pendentes. Portanto, seus opositores poderiam simplesmente começar o processo todo novamente", finaliza o texto.
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Sony apresenta TV 4K mais fina que smartphone e novas câmeras
A Sony anunciou na CES a sua nova linha de aparelhos com tecnologia visual 4K. Entre os produtos, está uma nova TV Ultra HD de apenas 4,9 milímetros de espessura –mais fina do que o Xperia Z3. A Bravia X9000C é um dos 11 modelos de TV 4K que a companhia deve lançar neste ano, todos com sistema operacional Android. Durante conferência realizada na noite dessa segunda-feira (5) em Las Vegas (EUA), onde ocorre o evento, a empresa apresentou também a 4K Action Cam, nova câmera de ação que filma em Ultra HD. Equipada com avançada tecnologia de estabilização ótica, a filmadora chega para rivalizar com a Hero 4 Black da GoPro. Continuando com o 4K, a companhia trouxe também um novo modelo da câmera de mão Handycam que diz ser 30% menor, 20% mais leve e 50% mais barata do que modelos anteriores, que custará US$ 1 mil nos EUA. ÁUDIO A empresa japonesa trouxe ainda uma série de novos acessórios com suporte à sua nova tecnologia para melhorar a definição do áudio. O anúncio mais curioso ficou por conta das Symphonic Light Speakers –luminárias conectadas via wi-fi que "tocam música para todos os lados", como definiu Hirai. O produto faz parte do projeto de "casa inteligente" desenvolvido pela Sony. Detalhes sobre preços e datas de lançamento dos produtos anunciados ainda não foram definidos pela companhia.
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Sony apresenta TV 4K mais fina que smartphone e novas câmerasA Sony anunciou na CES a sua nova linha de aparelhos com tecnologia visual 4K. Entre os produtos, está uma nova TV Ultra HD de apenas 4,9 milímetros de espessura –mais fina do que o Xperia Z3. A Bravia X9000C é um dos 11 modelos de TV 4K que a companhia deve lançar neste ano, todos com sistema operacional Android. Durante conferência realizada na noite dessa segunda-feira (5) em Las Vegas (EUA), onde ocorre o evento, a empresa apresentou também a 4K Action Cam, nova câmera de ação que filma em Ultra HD. Equipada com avançada tecnologia de estabilização ótica, a filmadora chega para rivalizar com a Hero 4 Black da GoPro. Continuando com o 4K, a companhia trouxe também um novo modelo da câmera de mão Handycam que diz ser 30% menor, 20% mais leve e 50% mais barata do que modelos anteriores, que custará US$ 1 mil nos EUA. ÁUDIO A empresa japonesa trouxe ainda uma série de novos acessórios com suporte à sua nova tecnologia para melhorar a definição do áudio. O anúncio mais curioso ficou por conta das Symphonic Light Speakers –luminárias conectadas via wi-fi que "tocam música para todos os lados", como definiu Hirai. O produto faz parte do projeto de "casa inteligente" desenvolvido pela Sony. Detalhes sobre preços e datas de lançamento dos produtos anunciados ainda não foram definidos pela companhia.
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Prisão de Cabral é o capítulo policial de um Estado quebrado
A cena virou um clássico da história política do Rio: Sérgio Cabral, então governador em 2009, numa noite de farra em Paris. Ele tem a companhia de assessores e do empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, usando guardanapos na cabeça. As imagens foram divulgadas em abril de 2012 num blog do ex-governador Anthony Garotinho, inimigo de Cabral. Quatro anos e sete meses depois, ambos foram presos –um na quarta (16) e outro na quinta (17). Em meio a um drama econômico sem fim, o Rio assiste a cenas impensáveis num passado não tão longínquo: dois ex-governadores e o deputado federal mais poderoso de sua história, Eduardo Cunha, atrás das grades. A prisão de Cabral é um capítulo policial do triste enredo da quebradeira econômica de um Estado que ele governou por dois mandatos. O ex-governador do Rio foi detido no seu apartamento no Leblon um dia depois de protestos de servidores públicos terminarem em confronto com policiais em frente à Assembleia Legislativa. A Operação Calicute, que botou Cabral na cadeia, investiga desvios de dinheiro público na ordem de R$ 220 milhões. Segundo a Polícia Federal, o recurso foi surrupiado de obras realizadas pelo governo fluminense. "Mediante o pagamento de propinas a agentes estatais, incluindo um ex-governador do Estado do Rio", diz nota da PF. De acordo com o Ministério Público Federal, trata-se de uma "organização criminosa chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral". As relações dele com empreiteiros sempre foram alvo de suspeitas e ganharam notoriedade com as fotos da turma do guardanapo. O peemedebista vai para a cadeia ao mesmo tempo em que seu sucessor e afilhado político, Luiz Fernando Pezão, abandonado pelo governo federal e acuado pelo funcionalismo, busca alternativas para tirar o Rio do buraco. O risco de falência de um Estado como o Rio decorre de vários fatores, sobretudo os relacionados a uma gestão ineficaz e irresponsável das contas públicas por vários anos. E a Lava Jato e seus tentáculos têm nos mostrado também que a roubalheira contribuiu e muito para a crise do país. O Rio não escapou. A Operação Calicute, que levou à prisão de Cabral, ainda será desvendada e detalhada pelos investigadores, mas indica ser mais um elemento de influência política e econômica, por meio de desvios milionários, no caos financeiro do Estado.
poder
Prisão de Cabral é o capítulo policial de um Estado quebradoA cena virou um clássico da história política do Rio: Sérgio Cabral, então governador em 2009, numa noite de farra em Paris. Ele tem a companhia de assessores e do empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, usando guardanapos na cabeça. As imagens foram divulgadas em abril de 2012 num blog do ex-governador Anthony Garotinho, inimigo de Cabral. Quatro anos e sete meses depois, ambos foram presos –um na quarta (16) e outro na quinta (17). Em meio a um drama econômico sem fim, o Rio assiste a cenas impensáveis num passado não tão longínquo: dois ex-governadores e o deputado federal mais poderoso de sua história, Eduardo Cunha, atrás das grades. A prisão de Cabral é um capítulo policial do triste enredo da quebradeira econômica de um Estado que ele governou por dois mandatos. O ex-governador do Rio foi detido no seu apartamento no Leblon um dia depois de protestos de servidores públicos terminarem em confronto com policiais em frente à Assembleia Legislativa. A Operação Calicute, que botou Cabral na cadeia, investiga desvios de dinheiro público na ordem de R$ 220 milhões. Segundo a Polícia Federal, o recurso foi surrupiado de obras realizadas pelo governo fluminense. "Mediante o pagamento de propinas a agentes estatais, incluindo um ex-governador do Estado do Rio", diz nota da PF. De acordo com o Ministério Público Federal, trata-se de uma "organização criminosa chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral". As relações dele com empreiteiros sempre foram alvo de suspeitas e ganharam notoriedade com as fotos da turma do guardanapo. O peemedebista vai para a cadeia ao mesmo tempo em que seu sucessor e afilhado político, Luiz Fernando Pezão, abandonado pelo governo federal e acuado pelo funcionalismo, busca alternativas para tirar o Rio do buraco. O risco de falência de um Estado como o Rio decorre de vários fatores, sobretudo os relacionados a uma gestão ineficaz e irresponsável das contas públicas por vários anos. E a Lava Jato e seus tentáculos têm nos mostrado também que a roubalheira contribuiu e muito para a crise do país. O Rio não escapou. A Operação Calicute, que levou à prisão de Cabral, ainda será desvendada e detalhada pelos investigadores, mas indica ser mais um elemento de influência política e econômica, por meio de desvios milionários, no caos financeiro do Estado.
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Xuxa diz que pensa em se mudar do Brasil em um 'futuro próximo'
Xuxa, 54, que em 1988 estrelou o filme "Super Xuxa contra o Baixo Astral", visto por 2,8 milhões de pessoas, luta agora para manter a alegria que sempre foi a sua característica principal. * Há um ano, a filha, Sasha, 19, se mudou para Nova York. Em março, Xuxa perdeu o pai, Luiz Floriano Meneghel. A mãe, dona Alda Meneghel, 80, sofre de Parkinson. Se alimenta por sonda, "não anda, não fala", diz Xuxa, que sempre declarou o enorme amor que sente por ela. * No campo profissional, trocou a TV Globo, onde estava fora do ar, pela TV Record. Na última terça (22), anunciou o fechamento da fundação que leva seu nome e que, por 29 anos, atendeu crianças carentes. "A situação do país não colaborou", disse ela ao repórter João Carneiro, a quem concedeu a seguinte entrevista: A CARREIRA Eu saí [da Globo] repetindo uma frase que teve muita repercussão. Não devia ter feito isso. Falei: "Agora vou ser mais eu". É porque eu passei um momento na Globo onde eu podia fazer tudo. Depois veio um momento em que nem tudo eu podia fazer. Depois, outro em que era assim: "Olha, agora a televisão mudou e vocês só vão fazer o que a gente achar que vocês têm que fazer". * As pessoas entenderam mal, achando que eu tava desdenhando da Globo. De maneira nenhuma. Nunca. Aliás, eu não gosto que as pessoas falem mal da Globo. Sabe quando, tipo assim, você pode até falar alguma coisa mas não admite que ninguém fale? Eu sou meio assim com a Globo. * Agora, verdade seja dita: eu tô na Record e a única pergunta que eles fazem pra mim é: "Cê tá feliz?". E a coisa que eu mais quero é ver eles felizes. Tô [feliz], 'pá carácoles'! Só que eu queria estar um pouco mais, quando eu conseguir dar um pouco mais pra eles, entendeu? A MÃE [Minha mãe] não tá muito bem não, infelizmente. Ela tá no último estágio do Parkinson. Ela não se comunica mais com a gente, não mexe mais nem um dedo. Ela tá presa no corpo. [O Parkinson] vai fazendo com que alguns órgãos parem de funcionar. Então parou o estômago, ela se alimenta por sonda, não anda, não fala. Vai diminuindo tudo e ela vai ficando presa dentro desse corpo, como num casulo. * Eu e quase todos os médicos acreditamos que minha mãe ainda tá ali porque ela viu o meu sofrimento e não quer me deixar. Então ela meio que briga pra não ir embora. * Eu já tô pedindo pra que ela Sofrer, obviamente, ela sofre com essa porcaria de doença, mas eu não quero vê-la sentindo dor. E eu não conseguia verbalizar isso. * Se você me entrevistasse seis anos atrás, eu ia dizer: "Eu não quero a minha mãe longe de mim. Eu preciso dela. Nem que ela vire uma casquinha, eu quero a casquinha ali do lado". Hoje eu não quero essa casquinha sofrendo do meu lado. Do jeito que eu amo ela, eu não posso vê-la desse jeito, entendeu? A FILHA Faz um ano [desde que a filha, Sasha, se mudou pra Nova York para estudar]. Um ano já... [Abaixando a voz]. É horrível [sussurrando]. Não, mas graças a Deus a gente tá se vendo bastante. * Eu achei que ia ser bem pior, mas eu reencontrei o Ju [o namorado, Junno Andrade]. Ele veio no momento em que minha mãe piorou e a Sasha tava já com essa ideia de "vou viajar, vou viajar". Ele deu um alento pro meu coração. * Eu sempre achei que não precisava de nada nem de ninguém, que eu me bastava. Se estivesse sozinha, eu estaria aí pelos cantos, sofrendo. Sem a minha filha, naquela casa, com a minha mãe do jeito que tá ia ser barra, viu? * E eu me vejo bem. Me vejo entendendo que o momento da minha mãe tá chegando, que minha filha tá melhor lá. Eu não teria esse olhar e essa maneira de ver a vida se não tivesse a força do Ju. PARTIDA [Junno toca um áudio de Sasha no viva voz do celular: "Mãe, só pra avisar que tô no cinema, tá? Te amo, beijo!"] To-do dia [falo com Sasha]. É de manhã, à tarde e à noite, por Facetime, Skype. E ela manda recado: "Mãe, bom dia, acordei. Um beijo, te amo." * Ela não se vê agora longe de "Manhattan" [exagerando no sotaque americano nasalado]. E eu a vejo feliz por poder vir [para o Brasil] também, como ela curte. Mas não vejo a minha filha mais morando aqui. * Eu não penso de maneira nenhuma em deixar a minha mãe. Mas penso [em mudar do Brasil]. Num futuro próximo, se Deus quiser. Ficar onde ela [Sasha] for. De repente em uma cidadezinha perto, em um bairro perto dela. O PAI [Meu pai morreu] duas semanas antes do meu aniversário [em março deste ano]. Quando ele se separou da minha mãe, foi de uma maneira meio esquisita, porque houve uma traição. Eu fiquei sete anos sem falar com ele. * Depois eu voltei a falar com ele, mas foi difícil voltar. Também era longe da relação que eu tenho com a minha mãe. Minha mãe sempre foi pai, mãe, irmã, amiga. Tudo eu tinha nela. OS ABUSOS [A pedofilia] é uma praga, uma doença. Isso não vai acabar. A primeira vez que aconteceu comigo eu era muito, muito nova. Devia ter entre quatro e cinco anos. E eu acordei falando que alguém tinha feito xixi na minha boca. E a minha mãe, todo mundo: "Você sonhou, imagina!". * Eu não sei quem era [o abusador], o que aconteceu, como aconteceu. Queria muito descobrir, fazer hipnose, regressão. Não vai adiantar nada, seria só pra saber. * Me vem uma coisa de cheiro, a pessoa tinha cheiro de bebida. E me lembro de alguma coisa com barba. O resto eu não me lembro. * Quando eu era pequena, eu imaginava que a culpada era sempre eu. Porque eu acabava chamando essas coisas pra perto de mim. * E hoje eu tenho alguns costumes. Tomo dois, três banhos por dia. Tenho coisas truncadas aí, mal resolvidas. * As pessoas não querem ouvir as crianças [vítimas de abuso]. Elas não têm voz. Já é difícil e, quando falam, perguntam: "Tem certeza disso? Realmente aconteceu? O que você fez pra isso acontecer?" DEUS Não sou daquelas católicas de ir todo domingo na igreja. Eu falo com Deus nos lugares mais absurdos. Tipo banheiro, até. Pra mim não tem essa coisa de "vou falar com Deus só na igreja". Eu bato um papo legal com Ele. * Sempre agradeço. Sempre, sempre, sempre, sempre, sempre. Sempre, sempre. Isso eu faço assim re-li-gi-o-sa-men-te, sabe? AS CRIANÇAS Comecei a trabalhar pra criança sem saber absolutamente nada. Comecei a descobrir esse mundinho e hoje posso bater um papo com você sobre idade, sobre o que as crianças gostam, o que elas não gostam. Aprendi muito. * Tenho tanto respeito por essas cabecinhas! E eu vejo como as pessoas não valorizam. Não entendem. Não respeitam. Não aceitam. E não tão nem aí. * Crianças e velhos. O futuro e o passado tá tudo truncado, entendeu? As pessoas não vêem, não ouvem e não querem saber.
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Xuxa diz que pensa em se mudar do Brasil em um 'futuro próximo'Xuxa, 54, que em 1988 estrelou o filme "Super Xuxa contra o Baixo Astral", visto por 2,8 milhões de pessoas, luta agora para manter a alegria que sempre foi a sua característica principal. * Há um ano, a filha, Sasha, 19, se mudou para Nova York. Em março, Xuxa perdeu o pai, Luiz Floriano Meneghel. A mãe, dona Alda Meneghel, 80, sofre de Parkinson. Se alimenta por sonda, "não anda, não fala", diz Xuxa, que sempre declarou o enorme amor que sente por ela. * No campo profissional, trocou a TV Globo, onde estava fora do ar, pela TV Record. Na última terça (22), anunciou o fechamento da fundação que leva seu nome e que, por 29 anos, atendeu crianças carentes. "A situação do país não colaborou", disse ela ao repórter João Carneiro, a quem concedeu a seguinte entrevista: A CARREIRA Eu saí [da Globo] repetindo uma frase que teve muita repercussão. Não devia ter feito isso. Falei: "Agora vou ser mais eu". É porque eu passei um momento na Globo onde eu podia fazer tudo. Depois veio um momento em que nem tudo eu podia fazer. Depois, outro em que era assim: "Olha, agora a televisão mudou e vocês só vão fazer o que a gente achar que vocês têm que fazer". * As pessoas entenderam mal, achando que eu tava desdenhando da Globo. De maneira nenhuma. Nunca. Aliás, eu não gosto que as pessoas falem mal da Globo. Sabe quando, tipo assim, você pode até falar alguma coisa mas não admite que ninguém fale? Eu sou meio assim com a Globo. * Agora, verdade seja dita: eu tô na Record e a única pergunta que eles fazem pra mim é: "Cê tá feliz?". E a coisa que eu mais quero é ver eles felizes. Tô [feliz], 'pá carácoles'! Só que eu queria estar um pouco mais, quando eu conseguir dar um pouco mais pra eles, entendeu? A MÃE [Minha mãe] não tá muito bem não, infelizmente. Ela tá no último estágio do Parkinson. Ela não se comunica mais com a gente, não mexe mais nem um dedo. Ela tá presa no corpo. [O Parkinson] vai fazendo com que alguns órgãos parem de funcionar. Então parou o estômago, ela se alimenta por sonda, não anda, não fala. Vai diminuindo tudo e ela vai ficando presa dentro desse corpo, como num casulo. * Eu e quase todos os médicos acreditamos que minha mãe ainda tá ali porque ela viu o meu sofrimento e não quer me deixar. Então ela meio que briga pra não ir embora. * Eu já tô pedindo pra que ela Sofrer, obviamente, ela sofre com essa porcaria de doença, mas eu não quero vê-la sentindo dor. E eu não conseguia verbalizar isso. * Se você me entrevistasse seis anos atrás, eu ia dizer: "Eu não quero a minha mãe longe de mim. Eu preciso dela. Nem que ela vire uma casquinha, eu quero a casquinha ali do lado". Hoje eu não quero essa casquinha sofrendo do meu lado. Do jeito que eu amo ela, eu não posso vê-la desse jeito, entendeu? A FILHA Faz um ano [desde que a filha, Sasha, se mudou pra Nova York para estudar]. Um ano já... [Abaixando a voz]. É horrível [sussurrando]. Não, mas graças a Deus a gente tá se vendo bastante. * Eu achei que ia ser bem pior, mas eu reencontrei o Ju [o namorado, Junno Andrade]. Ele veio no momento em que minha mãe piorou e a Sasha tava já com essa ideia de "vou viajar, vou viajar". Ele deu um alento pro meu coração. * Eu sempre achei que não precisava de nada nem de ninguém, que eu me bastava. Se estivesse sozinha, eu estaria aí pelos cantos, sofrendo. Sem a minha filha, naquela casa, com a minha mãe do jeito que tá ia ser barra, viu? * E eu me vejo bem. Me vejo entendendo que o momento da minha mãe tá chegando, que minha filha tá melhor lá. Eu não teria esse olhar e essa maneira de ver a vida se não tivesse a força do Ju. PARTIDA [Junno toca um áudio de Sasha no viva voz do celular: "Mãe, só pra avisar que tô no cinema, tá? Te amo, beijo!"] To-do dia [falo com Sasha]. É de manhã, à tarde e à noite, por Facetime, Skype. E ela manda recado: "Mãe, bom dia, acordei. Um beijo, te amo." * Ela não se vê agora longe de "Manhattan" [exagerando no sotaque americano nasalado]. E eu a vejo feliz por poder vir [para o Brasil] também, como ela curte. Mas não vejo a minha filha mais morando aqui. * Eu não penso de maneira nenhuma em deixar a minha mãe. Mas penso [em mudar do Brasil]. Num futuro próximo, se Deus quiser. Ficar onde ela [Sasha] for. De repente em uma cidadezinha perto, em um bairro perto dela. O PAI [Meu pai morreu] duas semanas antes do meu aniversário [em março deste ano]. Quando ele se separou da minha mãe, foi de uma maneira meio esquisita, porque houve uma traição. Eu fiquei sete anos sem falar com ele. * Depois eu voltei a falar com ele, mas foi difícil voltar. Também era longe da relação que eu tenho com a minha mãe. Minha mãe sempre foi pai, mãe, irmã, amiga. Tudo eu tinha nela. OS ABUSOS [A pedofilia] é uma praga, uma doença. Isso não vai acabar. A primeira vez que aconteceu comigo eu era muito, muito nova. Devia ter entre quatro e cinco anos. E eu acordei falando que alguém tinha feito xixi na minha boca. E a minha mãe, todo mundo: "Você sonhou, imagina!". * Eu não sei quem era [o abusador], o que aconteceu, como aconteceu. Queria muito descobrir, fazer hipnose, regressão. Não vai adiantar nada, seria só pra saber. * Me vem uma coisa de cheiro, a pessoa tinha cheiro de bebida. E me lembro de alguma coisa com barba. O resto eu não me lembro. * Quando eu era pequena, eu imaginava que a culpada era sempre eu. Porque eu acabava chamando essas coisas pra perto de mim. * E hoje eu tenho alguns costumes. Tomo dois, três banhos por dia. Tenho coisas truncadas aí, mal resolvidas. * As pessoas não querem ouvir as crianças [vítimas de abuso]. Elas não têm voz. Já é difícil e, quando falam, perguntam: "Tem certeza disso? Realmente aconteceu? O que você fez pra isso acontecer?" DEUS Não sou daquelas católicas de ir todo domingo na igreja. Eu falo com Deus nos lugares mais absurdos. Tipo banheiro, até. Pra mim não tem essa coisa de "vou falar com Deus só na igreja". Eu bato um papo legal com Ele. * Sempre agradeço. Sempre, sempre, sempre, sempre, sempre. Sempre, sempre. Isso eu faço assim re-li-gi-o-sa-men-te, sabe? AS CRIANÇAS Comecei a trabalhar pra criança sem saber absolutamente nada. Comecei a descobrir esse mundinho e hoje posso bater um papo com você sobre idade, sobre o que as crianças gostam, o que elas não gostam. Aprendi muito. * Tenho tanto respeito por essas cabecinhas! E eu vejo como as pessoas não valorizam. Não entendem. Não respeitam. Não aceitam. E não tão nem aí. * Crianças e velhos. O futuro e o passado tá tudo truncado, entendeu? As pessoas não vêem, não ouvem e não querem saber.
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Dólar fica abaixo de R$ 3,24 com otimismo global; Bolsa sobe quase 2%
Pelo segundo dia consecutivo, os mercados globais reagiram com otimismo às expectativas de uma nova rodada de estímulos monetários pelos bancos centrais para minimizar os efeitos do "Brexit", ou seja, a saída do Reino Unido da União Europeia. As Bolsas e o petróleo avançaram nesta quarta-feira (29), e o dólar perdeu força frente a outras moedas. O movimento foi reforçado pelas expectativas de manutenção dos juros americanos no curto prazo. A moeda americana teve mais um dia de forte queda ante o real, renovando a cotação mínima em pouco mais de 11 meses. A cotação ficou abaixo de R$ 3,24, no caso do dólar comercial. O dólar à vista fechou na casa dos R$ 3,25. A valorização do real é ainda maior por causa da percepção de investidores que o Banco Central não atuará no câmbio. Nesta terça-feira (28), o presidente do BC, Ilan Goldfajn, reafirmou que o câmbio é flutuante. O Ibovespa subiu quase 2%, impulsionado pelo bom humor global. Os juros futuros terminaram alta, com a sinalização do BC de que a taxa básica de juros (Selic) não deverá sofrer cortes nos próximos meses para combater a inflação. O CDS (credit default swap) brasileiro, indicador de percepção de risco, recuou fortemente. Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest, destaca que a liquidez mundial é muito grande, e os juros elevados no país se mantêm como um atrativo para investidores. Ele avalia que há a expectativa de maiores fluxos de recursos para o Brasil no médio prazo, caso o presidente Michel Temer deixe de ser interino, com o eventual afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment. "O mercado conta com a melhora do cenário político e a efetivação da atual equipe econômica até 2018 para a condução das reformas e a consequente retomada dos investimentos", afirma. DÓLAR E JUROS A moeda americana renovou mínima em 11 meses ante o real nesta sessão. O dólar comercial fechou em baixa de 2,05%, a R$ 3,2380, no menor patamar desde 22 de julho do ano passado (R$ 3,2260). O dólar à vista terminou em queda de 1,79%, a R$ 3,2511, valor mais baixo também desde 22 de julho de 2015 (R$ 3,2269). No ranking de principais moedas, o real teve a segunda maior valorização nesta quarta-feira, atrás apenas do rand sul-africano, que subiu 2,12% sobre o dólar. "A nova diretoria do BC se mostra interessada em deixar o câmbio flutuar mais para baixo para ter força no combate à inflação. Quanto mais dificuldade fiscal e mais resistência da inflação em cair, teremos maior chance de dólar abaixo dos R$ 3,20", escreve a equipe de análise da Lerosa Investimentos, em relatório. A autoridade monetária ainda tem cerca de US$ 60 bilhões de swaps cambiais em estoque, que equivalem à venda futura de dólares. Entre março e maio deste ano, a antiga diretoria do BC aproveitou a queda do dólar para reduzir sua exposição cambial em aproximadamente US$ 48 bilhões, por meio de leilões de swap cambial reverso, que correspondem à compra futura de dólares. Dólar recua mundialmente pelo 2º dia seguido - Variação frente à moeda americana à vista, em % No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subiu de 13,840% para 13,885%; o contrato de DI para janeiro de 2021 avançou de 12,070% para 12,200%. O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, recuava 4,11%, aos 320,170 pontos, no menor nível desde agosto do ano passado. BOLSA Ibovespa fechou em alta de 1,99%, aos 51.001,91 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,6 bilhões, maior do que nas últimas sessões. As ações da Petrobras subiam 3,26%, a R$ 9,50 (PN), e 2,84%, a R$ 11,57 (ON), impulsionadas pela alta de 3% do petróleo no mercado internacional. Os papéis da Vale avançaram 2,46%, a R$ 12,87 (PNA), e 1,61%, a R$ 15,71 (ON). No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhou 2,24%; Bradesco PN, +2,41%; Santander unit, +2,93%; Banco do Brasil ON, +2,86%; e BM&FBovespa ON, +0,29%. Fora do índice, as ações da companhia aérea Gol perderam 7,33%, a R$ 3,41. Diante da resistência dos senadores em ampliar para 100% a participação de capital estrangeiro nas empresas aéreas brasileiras, o governo se comprometeu a vetar a ampliação para que o Senado aprove ainda nesta quarta (29) a medida provisória que trata deste assunto. EXTERIOR Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 fechou com ganho de 1,70%; o Dow Jones, +1,64%; e Nasdaq, +1,86%. Na Europa, a Bolsa de Londres ganhou 3,58%, para 6.360 pontos, retomando o patamar pré-"Brexit". A Bolsa de Paris ganhou 2,60%; Frankfurt, +1,75%; Madri, +3,45%; e Milão, +2,21%. Na Ásia, o índice chinês CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 0,48%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 0,69%. No Japão, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio avançou 1,59%, a 15.566 pontos. No mercado de câmbio, a libra avançou 1,07% ante o dólar e o euro, +0,41%.
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Dólar fica abaixo de R$ 3,24 com otimismo global; Bolsa sobe quase 2%Pelo segundo dia consecutivo, os mercados globais reagiram com otimismo às expectativas de uma nova rodada de estímulos monetários pelos bancos centrais para minimizar os efeitos do "Brexit", ou seja, a saída do Reino Unido da União Europeia. As Bolsas e o petróleo avançaram nesta quarta-feira (29), e o dólar perdeu força frente a outras moedas. O movimento foi reforçado pelas expectativas de manutenção dos juros americanos no curto prazo. A moeda americana teve mais um dia de forte queda ante o real, renovando a cotação mínima em pouco mais de 11 meses. A cotação ficou abaixo de R$ 3,24, no caso do dólar comercial. O dólar à vista fechou na casa dos R$ 3,25. A valorização do real é ainda maior por causa da percepção de investidores que o Banco Central não atuará no câmbio. Nesta terça-feira (28), o presidente do BC, Ilan Goldfajn, reafirmou que o câmbio é flutuante. O Ibovespa subiu quase 2%, impulsionado pelo bom humor global. Os juros futuros terminaram alta, com a sinalização do BC de que a taxa básica de juros (Selic) não deverá sofrer cortes nos próximos meses para combater a inflação. O CDS (credit default swap) brasileiro, indicador de percepção de risco, recuou fortemente. Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest, destaca que a liquidez mundial é muito grande, e os juros elevados no país se mantêm como um atrativo para investidores. Ele avalia que há a expectativa de maiores fluxos de recursos para o Brasil no médio prazo, caso o presidente Michel Temer deixe de ser interino, com o eventual afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment. "O mercado conta com a melhora do cenário político e a efetivação da atual equipe econômica até 2018 para a condução das reformas e a consequente retomada dos investimentos", afirma. DÓLAR E JUROS A moeda americana renovou mínima em 11 meses ante o real nesta sessão. O dólar comercial fechou em baixa de 2,05%, a R$ 3,2380, no menor patamar desde 22 de julho do ano passado (R$ 3,2260). O dólar à vista terminou em queda de 1,79%, a R$ 3,2511, valor mais baixo também desde 22 de julho de 2015 (R$ 3,2269). No ranking de principais moedas, o real teve a segunda maior valorização nesta quarta-feira, atrás apenas do rand sul-africano, que subiu 2,12% sobre o dólar. "A nova diretoria do BC se mostra interessada em deixar o câmbio flutuar mais para baixo para ter força no combate à inflação. Quanto mais dificuldade fiscal e mais resistência da inflação em cair, teremos maior chance de dólar abaixo dos R$ 3,20", escreve a equipe de análise da Lerosa Investimentos, em relatório. A autoridade monetária ainda tem cerca de US$ 60 bilhões de swaps cambiais em estoque, que equivalem à venda futura de dólares. Entre março e maio deste ano, a antiga diretoria do BC aproveitou a queda do dólar para reduzir sua exposição cambial em aproximadamente US$ 48 bilhões, por meio de leilões de swap cambial reverso, que correspondem à compra futura de dólares. Dólar recua mundialmente pelo 2º dia seguido - Variação frente à moeda americana à vista, em % No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subiu de 13,840% para 13,885%; o contrato de DI para janeiro de 2021 avançou de 12,070% para 12,200%. O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, recuava 4,11%, aos 320,170 pontos, no menor nível desde agosto do ano passado. BOLSA Ibovespa fechou em alta de 1,99%, aos 51.001,91 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,6 bilhões, maior do que nas últimas sessões. As ações da Petrobras subiam 3,26%, a R$ 9,50 (PN), e 2,84%, a R$ 11,57 (ON), impulsionadas pela alta de 3% do petróleo no mercado internacional. Os papéis da Vale avançaram 2,46%, a R$ 12,87 (PNA), e 1,61%, a R$ 15,71 (ON). No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhou 2,24%; Bradesco PN, +2,41%; Santander unit, +2,93%; Banco do Brasil ON, +2,86%; e BM&FBovespa ON, +0,29%. Fora do índice, as ações da companhia aérea Gol perderam 7,33%, a R$ 3,41. Diante da resistência dos senadores em ampliar para 100% a participação de capital estrangeiro nas empresas aéreas brasileiras, o governo se comprometeu a vetar a ampliação para que o Senado aprove ainda nesta quarta (29) a medida provisória que trata deste assunto. EXTERIOR Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 fechou com ganho de 1,70%; o Dow Jones, +1,64%; e Nasdaq, +1,86%. Na Europa, a Bolsa de Londres ganhou 3,58%, para 6.360 pontos, retomando o patamar pré-"Brexit". A Bolsa de Paris ganhou 2,60%; Frankfurt, +1,75%; Madri, +3,45%; e Milão, +2,21%. Na Ásia, o índice chinês CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 0,48%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 0,69%. No Japão, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio avançou 1,59%, a 15.566 pontos. No mercado de câmbio, a libra avançou 1,07% ante o dólar e o euro, +0,41%.
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'Não vou usar camiseta nem vou pedir Justiça', diz a mãe de vítima de chacina
Os amigos de infância Eduardo Oliveira Santos, 41, e Thiago Marcos Damas, 32, se sentaram em um bar em Osasco (SP) para tomar uma cerveja na noite desta quinta-feira (14). Momentos depois, foram duas das vítimas da chacina que deixou 18 mortos nas cidades de Osasco e Barueri, ambas na Grande São Paulo. O número de mortos e feridos foi confirmado no final da tarde pelo secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes. Inicialmente, a PM havia informado um total de 20 mortes, sendo corrigida pelo secretário em seguida. Posteriormente, também foi descartada relação entre uma morte de Itapevi com os demais crimes. Eduardo morreu na hora, e Thiago, no hospital, após passar por cirurgia. Segundo a família, nenhum deles tinha passagens pela polícia. "Foi o caso de estarem no lugar errado e na hora errada", afirma o companheiro de Eduardo, Jean Lopes, 34. Há três anos, o filho da costureira Rosângela Gonçalves, 50, também morreu em uma chacina em Osasco. Nesta quinta-feira ela perdeu o amigo Presley Santos Gonçalves, 26. "Quando morre um policial, pode saber que em até 15 dias vai ter uma chacina", diz. "Nunca vai mudar, aqui não existe Justiça", completa a costureira. De acordo com familiares, Presley, pai de dois filhos, estava na frente da casa de um tio, quando um homem em uma moto atirou seis vezes nele. Já a irmã de Eduardo Bernardino Cézar, 26, conta que ele havia saído para comprar um lanche com o amigo na rua de sua casa. Segundo ela, dois motoqueiros começaram a atirar. O amigo conseguiu fugir. "Ele nunca mexeu com nada de errado", diz Tânia Cristina Cézar. Eduardo deixa uma filha de dois anos. Fernando Luiz de Paula, 34, também estava bebendo com amigos no bar. "Só sei que meu filho morreu. Não vou usar camiseta com a foto dele, não vou pedir Justiça. Vou continuar meus corres porque ninguém vai me ajudar", diz a mãe, Zilda Maria de Paula.
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'Não vou usar camiseta nem vou pedir Justiça', diz a mãe de vítima de chacinaOs amigos de infância Eduardo Oliveira Santos, 41, e Thiago Marcos Damas, 32, se sentaram em um bar em Osasco (SP) para tomar uma cerveja na noite desta quinta-feira (14). Momentos depois, foram duas das vítimas da chacina que deixou 18 mortos nas cidades de Osasco e Barueri, ambas na Grande São Paulo. O número de mortos e feridos foi confirmado no final da tarde pelo secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes. Inicialmente, a PM havia informado um total de 20 mortes, sendo corrigida pelo secretário em seguida. Posteriormente, também foi descartada relação entre uma morte de Itapevi com os demais crimes. Eduardo morreu na hora, e Thiago, no hospital, após passar por cirurgia. Segundo a família, nenhum deles tinha passagens pela polícia. "Foi o caso de estarem no lugar errado e na hora errada", afirma o companheiro de Eduardo, Jean Lopes, 34. Há três anos, o filho da costureira Rosângela Gonçalves, 50, também morreu em uma chacina em Osasco. Nesta quinta-feira ela perdeu o amigo Presley Santos Gonçalves, 26. "Quando morre um policial, pode saber que em até 15 dias vai ter uma chacina", diz. "Nunca vai mudar, aqui não existe Justiça", completa a costureira. De acordo com familiares, Presley, pai de dois filhos, estava na frente da casa de um tio, quando um homem em uma moto atirou seis vezes nele. Já a irmã de Eduardo Bernardino Cézar, 26, conta que ele havia saído para comprar um lanche com o amigo na rua de sua casa. Segundo ela, dois motoqueiros começaram a atirar. O amigo conseguiu fugir. "Ele nunca mexeu com nada de errado", diz Tânia Cristina Cézar. Eduardo deixa uma filha de dois anos. Fernando Luiz de Paula, 34, também estava bebendo com amigos no bar. "Só sei que meu filho morreu. Não vou usar camiseta com a foto dele, não vou pedir Justiça. Vou continuar meus corres porque ninguém vai me ajudar", diz a mãe, Zilda Maria de Paula.
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Estatística aparece desde o 1º ano do fundamental na nova base curricular
A nova versão da base nacional curricular traz mudanças na organização dos conteúdos e nos objetivos previstos para cada etapa e tenta aproximar o aluno da vida real, segundo especialistas e técnicos do Ministério da Educação que participaram da elaboração do documento. Após rodadas de discussões, a versão final do documento que deve servir como referência para o ensino no país será entregue pelo Ministério da Educação ao Conselho Nacional de Educação nesta quinta-feira (6). A previsão é que o conselho analise o documento até o fim deste ano. Só depois disso, as mudanças começam a ser implementas nas escolas públicas e privadas de todo o país. Hoje, o que é ensinado nas escolas se baseia em diretrizes municipais ou estaduais de ensino, no material didático e em exames de avaliação como o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Entre as alterações em relação às versões anteriores do documento, estão o aumento de conteúdos de probabilidade e estatística em matemática, reforço da ordem cronológica para o ensino de história e maior atenção à redação em português, por exemplo. Entenda a base curricular Na parte dedicada à língua portuguesa, o documento reforça a necessidade de maior atenção, nos últimos anos do ensino fundamental, a atividades que envolvam interpretação de textos, distinção de fatos e opiniões e produção de textos –algumas das principais dificuldades hoje dos alunos nas avaliações como o Enem. Já a matemática passa a ter maior foco na resolução e entendimento de problemas do que em técnicas a serem decoradas. Entre os conteúdos, o destaque vai para a probabilidade e estatística, que, antes praticamente ausentes do documento, passam a constar na base para serem ensinados desde o 1º ano. Logo aos seis anos, descreve a base, o aluno deve ter habilidade de "leitura de tabelas e de gráficos de colunas simples." Neste caso, o aluno poderá encontrar, no conteúdo ensinado em sala de aula, algumas noções iniciais de probabilidade, atividades que envolvam a coleta e o registro de informações, além da leitura gráficos e tabelas simples. Em ciências, foram incorporados exemplos práticos e próximos da realidade –como questões ligadas à saúde, ou o ensino da atmosfera atrelado a discussões sobre mudanças climáticas, por exemplo. A base, no entanto, deixou de fora algumas sugestões, apresentadas por especialistas, para maior incorporação da tecnologia nessa área de ensino. "Em pleno século 21, é inconcebível que o Brasil não ensine tecnologia e programação para suas crianças", diz Paulo Blikstein, do Lemann Center da Universidade de Stanford (EUA). "É trágico porque a criança da escola particular vai aprender a programar, deixando o aluno da escola pública ainda mais para trás." - ...4 áreas do conhecimento: > Matemática > Ciências da natureza: ciências > Linguagens: língua portuguesa, arte, educação física e língua inglesa > Ciências humanas: geografia e história ...e as principais mudanças ocorreram em: Alfabetização Como é: Plano Nacional da Educação prevê aluno alfabetizado até o 3º ano Como fica: Alfabetização será antecipada para o 2º ano, aos 7 anos de idade Ensino religioso Como é: Constituição de 1988 define que o tema é facultativo nas escolas Como fica: Foi retirado do texto; caberá aos Estados, municípios e escolas privadas decidir Estatística e probabilidade Como é: Não apareciam nos documentos prévios da base Como fica: Serão ensinadas a partir do 1º ano do fundamental Exemplos de mudança com a base curricular *Considera apenas os ensinos infantil e fundamental; a base do ensino médio foi adiada - Bases curriculares de países como o Canadá já incluem programação entre as linguagens a serem aprendidas. "A base precisa olhar para o futuro", diz Blikstein. "Precisa sinalizar para governos e as escolas como as coisas devem ser em cinco ou dez anos, e fazer acontecer." A nova versão do documento também apresenta a obrigatoriedade do ensino de inglês, incluindo a gramática -geralmente deixada de lado por algumas escolas. Já a parte de história ganhou reforço na ordem cronológica. "Isso torna a base mais organizada para o professor, que trabalha com esse eixo", afirma Janice Theodoro da Silva, professora aposentada da USP e uma das redatoras da base. Segundo ela, a segunda versão já tinha uma ordem cronológica, mas havia uma maior preocupação com os temas. "Mantivemos algumas questões bastante valorizadas na consulta pública, como questões de gênero, indígenas e a história da África. Antes, entravam mais na forma temática. Agora, entra no eixo cronológico." História é uma das áreas sensíveis do debate curricular. A primeira versão da base, lançada em setembro de 2015, por exemplo, havia excluído ensino de história antiga como Grécia e Roma para enfatizar a história afro-americana. Após reações acaloradas, o conteúdo voltou a aparecer no segundo texto, de maio de 2016, e se manteve na terceira versão que segue agora para apreciação do CNE.
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Estatística aparece desde o 1º ano do fundamental na nova base curricularA nova versão da base nacional curricular traz mudanças na organização dos conteúdos e nos objetivos previstos para cada etapa e tenta aproximar o aluno da vida real, segundo especialistas e técnicos do Ministério da Educação que participaram da elaboração do documento. Após rodadas de discussões, a versão final do documento que deve servir como referência para o ensino no país será entregue pelo Ministério da Educação ao Conselho Nacional de Educação nesta quinta-feira (6). A previsão é que o conselho analise o documento até o fim deste ano. Só depois disso, as mudanças começam a ser implementas nas escolas públicas e privadas de todo o país. Hoje, o que é ensinado nas escolas se baseia em diretrizes municipais ou estaduais de ensino, no material didático e em exames de avaliação como o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Entre as alterações em relação às versões anteriores do documento, estão o aumento de conteúdos de probabilidade e estatística em matemática, reforço da ordem cronológica para o ensino de história e maior atenção à redação em português, por exemplo. Entenda a base curricular Na parte dedicada à língua portuguesa, o documento reforça a necessidade de maior atenção, nos últimos anos do ensino fundamental, a atividades que envolvam interpretação de textos, distinção de fatos e opiniões e produção de textos –algumas das principais dificuldades hoje dos alunos nas avaliações como o Enem. Já a matemática passa a ter maior foco na resolução e entendimento de problemas do que em técnicas a serem decoradas. Entre os conteúdos, o destaque vai para a probabilidade e estatística, que, antes praticamente ausentes do documento, passam a constar na base para serem ensinados desde o 1º ano. Logo aos seis anos, descreve a base, o aluno deve ter habilidade de "leitura de tabelas e de gráficos de colunas simples." Neste caso, o aluno poderá encontrar, no conteúdo ensinado em sala de aula, algumas noções iniciais de probabilidade, atividades que envolvam a coleta e o registro de informações, além da leitura gráficos e tabelas simples. Em ciências, foram incorporados exemplos práticos e próximos da realidade –como questões ligadas à saúde, ou o ensino da atmosfera atrelado a discussões sobre mudanças climáticas, por exemplo. A base, no entanto, deixou de fora algumas sugestões, apresentadas por especialistas, para maior incorporação da tecnologia nessa área de ensino. "Em pleno século 21, é inconcebível que o Brasil não ensine tecnologia e programação para suas crianças", diz Paulo Blikstein, do Lemann Center da Universidade de Stanford (EUA). "É trágico porque a criança da escola particular vai aprender a programar, deixando o aluno da escola pública ainda mais para trás." - ...4 áreas do conhecimento: > Matemática > Ciências da natureza: ciências > Linguagens: língua portuguesa, arte, educação física e língua inglesa > Ciências humanas: geografia e história ...e as principais mudanças ocorreram em: Alfabetização Como é: Plano Nacional da Educação prevê aluno alfabetizado até o 3º ano Como fica: Alfabetização será antecipada para o 2º ano, aos 7 anos de idade Ensino religioso Como é: Constituição de 1988 define que o tema é facultativo nas escolas Como fica: Foi retirado do texto; caberá aos Estados, municípios e escolas privadas decidir Estatística e probabilidade Como é: Não apareciam nos documentos prévios da base Como fica: Serão ensinadas a partir do 1º ano do fundamental Exemplos de mudança com a base curricular *Considera apenas os ensinos infantil e fundamental; a base do ensino médio foi adiada - Bases curriculares de países como o Canadá já incluem programação entre as linguagens a serem aprendidas. "A base precisa olhar para o futuro", diz Blikstein. "Precisa sinalizar para governos e as escolas como as coisas devem ser em cinco ou dez anos, e fazer acontecer." A nova versão do documento também apresenta a obrigatoriedade do ensino de inglês, incluindo a gramática -geralmente deixada de lado por algumas escolas. Já a parte de história ganhou reforço na ordem cronológica. "Isso torna a base mais organizada para o professor, que trabalha com esse eixo", afirma Janice Theodoro da Silva, professora aposentada da USP e uma das redatoras da base. Segundo ela, a segunda versão já tinha uma ordem cronológica, mas havia uma maior preocupação com os temas. "Mantivemos algumas questões bastante valorizadas na consulta pública, como questões de gênero, indígenas e a história da África. Antes, entravam mais na forma temática. Agora, entra no eixo cronológico." História é uma das áreas sensíveis do debate curricular. A primeira versão da base, lançada em setembro de 2015, por exemplo, havia excluído ensino de história antiga como Grécia e Roma para enfatizar a história afro-americana. Após reações acaloradas, o conteúdo voltou a aparecer no segundo texto, de maio de 2016, e se manteve na terceira versão que segue agora para apreciação do CNE.
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'Salões de Paris' reúne crônicas inéditas de Proust no Brasil
Poucos foram os escritores que conseguiram penetrar no espírito decadente e tagarela de sua época como o francês Marcel Proust, em sua notável obra que é "Em Busca do Tempo Perdido", que começou a ser publicada em 1913. Seu trabalho de Penélope da reminiscência, para usar uma expressão de Walter Benjamin, fez com que ele se fechasse num "quarto escuro, sob uma luz artificial, no afã de não deixar escapar nenhum dos arabescos entrelaçados", como escreveu o filósofo. Na rememoração desse passado, nos deparamos com um obra cuja síntese continua impressionando, principalmente por nela participarem um vasto conhecimento do mundo e dos mundanismos e sua capacidade de retirar desse meio parisiense decadente do século 19 o que Benjamin chamou de "as mais extraordinárias confidências". No entanto, antes de se lançar a tal empreitada, o jovem Proust também escreveu contos e colaborou com a imprensa francesa, principalmente no jornal "Le Figaro", onde estampava crônicas mundanas sobre os salões que frequentava e sobre outros assuntos de ocasião. Neste belo "Salões de Paris", com cuidadosa tradução de Caroline Fretin de Freitas e Celina Olga de Souza, encontramos o Proust jornalista, descrevendo para o leitor a agitação frenética e um tanto neurastênica dessa alta sociedade e todo seu esnobismo. São 21 crônicas publicadas principalmente no "Le Figaro" e também em periódicos como "Le Mensuel", "Revue d'Art Dramatique" e "Revue Blanche", entre 1890 e 1913. Algumas delas saíram originalmente sob pseudônimo e todas elas estavam inéditas no Brasil. A organização do volume infelizmente não é cronológica e, sim, temática. Infelizmente, pois o mais interessante na leitura conjunta desses textos é perceber como Proust foi elaborando a sua matéria e a sua linguagem, indo da anotação mundana quase que direta, com uma fileira de nomes de condes e princesas, para um olhar mais irônico desse mesmo universo. Do bajulador, como nota Guilherme Ignácio da Silva, na introdução ao volume, para o qual ninguém passa sem um adjetivo simpático, ao observador fino que, diante de uma notícia de jornal, do chamado "fait divers", passa a uma incrível reflexão sobre os mecanismos da memória e da imaginação. Esse é o caso do famoso artigo "Sentimentos Filiais de um Parricida", publicado em fevereiro de 1907 (na edição brasileira, foi incluído um último parágrafo, com base na edição das obras completas de Proust pela coleção Pléiade, que havia sido suprimido pelos editores do "Figaro"). Nele, Proust começa com uma informação mundana —uma carta de condolências que enviara a Henri van Blarenberghe, quando o pai deste morrera− e reproduz a delicada carta que recebera como resposta. Suas relações com Henri não eram profundas, ou melhor, como ele mesmo diz, eram "relações mundanas bem banais". No entanto, suficientes para que sua memória fosse ativada e ele se lembrasse do olhar do amigo e de "sua boca entreaberta após ter lançado um sutil gracejo". Com essa anotação frívola, ele chega aos olhos, ou melhor, como ele mesmo registra, à participação do olho "nessa exploração ativa do passado que se chama recordação". Entramos no assunto proustiano por excelência, ou seja, a memória que desperta com seus "estranhos instantâneos". Observar alguém que se lembra de algo é ver como o próprio olho, esse "telescópio do invisível", se esforça nessa busca. Recordando um outro episódio, ele nos diz: "Eu era tomado por uma impressão de sobrenatural nesses momentos em que meu olhar encontrava o seu, que, com uma linha curta e misteriosa, em uma atividade de ressurreição, unia o presente ao passado". A beleza dessa crônica não fica por aí. Seu amigo de jantares sociais tornara-se notícia policial: assassinara a mãe e se matara na sequência. Evocando o pobre infeliz do Édipo e também um desesperado Lear, Proust tece mais uma de sua série de reflexões sobre a existência. Se arejou o quarto do crime com um drama grego e citou as delicadas cartas de um filho amoroso, como ele mesmo diz, foi para escavar a alma humana, a nossa alma: "No fundo, envelhecemos, matamos todos os que nos amam pelas preocupações que lhes causamos, pela própria inquieta ternura que inspiramos e colocamos constantemente em alerta". Um tema que o absorverá em "Em Busca do Tempo Perdido". A edição traz ainda outras belas crônicas sobre as igrejas de vilarejos, sobre a relação material com os livros e a leitura, sobre sua infância e tantos outros assuntos que o perseguiram durante toda a vida. Se cabe ainda algum comentário ao volume lançado pela editora Carambaia, vai para o projeto gráfico sofisticado. Mas nem sempre essa sofisticação encontra guarida no acabamento gráfico. Em pouco tempo, a capa preta de cartão, que vai amassando nas pontas com o uso, desgruda-se do miolo do livro. E o melhor a fazer é lançá-la num canto, pois o que interessa ao leitor é continuar mergulhado nessas "terras reconquistadas do esquecimento que se ressecam e se reconstroem". AUTOR: Marcel Proust ORGANIZAÇÃO: Graziella Beting TRADUÇÃO: Caroline Fretin de Freitas e Celina Olga de Souza EDITORA: Carambaia QUANTO: R$ 75,90 (208 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo
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'Salões de Paris' reúne crônicas inéditas de Proust no BrasilPoucos foram os escritores que conseguiram penetrar no espírito decadente e tagarela de sua época como o francês Marcel Proust, em sua notável obra que é "Em Busca do Tempo Perdido", que começou a ser publicada em 1913. Seu trabalho de Penélope da reminiscência, para usar uma expressão de Walter Benjamin, fez com que ele se fechasse num "quarto escuro, sob uma luz artificial, no afã de não deixar escapar nenhum dos arabescos entrelaçados", como escreveu o filósofo. Na rememoração desse passado, nos deparamos com um obra cuja síntese continua impressionando, principalmente por nela participarem um vasto conhecimento do mundo e dos mundanismos e sua capacidade de retirar desse meio parisiense decadente do século 19 o que Benjamin chamou de "as mais extraordinárias confidências". No entanto, antes de se lançar a tal empreitada, o jovem Proust também escreveu contos e colaborou com a imprensa francesa, principalmente no jornal "Le Figaro", onde estampava crônicas mundanas sobre os salões que frequentava e sobre outros assuntos de ocasião. Neste belo "Salões de Paris", com cuidadosa tradução de Caroline Fretin de Freitas e Celina Olga de Souza, encontramos o Proust jornalista, descrevendo para o leitor a agitação frenética e um tanto neurastênica dessa alta sociedade e todo seu esnobismo. São 21 crônicas publicadas principalmente no "Le Figaro" e também em periódicos como "Le Mensuel", "Revue d'Art Dramatique" e "Revue Blanche", entre 1890 e 1913. Algumas delas saíram originalmente sob pseudônimo e todas elas estavam inéditas no Brasil. A organização do volume infelizmente não é cronológica e, sim, temática. Infelizmente, pois o mais interessante na leitura conjunta desses textos é perceber como Proust foi elaborando a sua matéria e a sua linguagem, indo da anotação mundana quase que direta, com uma fileira de nomes de condes e princesas, para um olhar mais irônico desse mesmo universo. Do bajulador, como nota Guilherme Ignácio da Silva, na introdução ao volume, para o qual ninguém passa sem um adjetivo simpático, ao observador fino que, diante de uma notícia de jornal, do chamado "fait divers", passa a uma incrível reflexão sobre os mecanismos da memória e da imaginação. Esse é o caso do famoso artigo "Sentimentos Filiais de um Parricida", publicado em fevereiro de 1907 (na edição brasileira, foi incluído um último parágrafo, com base na edição das obras completas de Proust pela coleção Pléiade, que havia sido suprimido pelos editores do "Figaro"). Nele, Proust começa com uma informação mundana —uma carta de condolências que enviara a Henri van Blarenberghe, quando o pai deste morrera− e reproduz a delicada carta que recebera como resposta. Suas relações com Henri não eram profundas, ou melhor, como ele mesmo diz, eram "relações mundanas bem banais". No entanto, suficientes para que sua memória fosse ativada e ele se lembrasse do olhar do amigo e de "sua boca entreaberta após ter lançado um sutil gracejo". Com essa anotação frívola, ele chega aos olhos, ou melhor, como ele mesmo registra, à participação do olho "nessa exploração ativa do passado que se chama recordação". Entramos no assunto proustiano por excelência, ou seja, a memória que desperta com seus "estranhos instantâneos". Observar alguém que se lembra de algo é ver como o próprio olho, esse "telescópio do invisível", se esforça nessa busca. Recordando um outro episódio, ele nos diz: "Eu era tomado por uma impressão de sobrenatural nesses momentos em que meu olhar encontrava o seu, que, com uma linha curta e misteriosa, em uma atividade de ressurreição, unia o presente ao passado". A beleza dessa crônica não fica por aí. Seu amigo de jantares sociais tornara-se notícia policial: assassinara a mãe e se matara na sequência. Evocando o pobre infeliz do Édipo e também um desesperado Lear, Proust tece mais uma de sua série de reflexões sobre a existência. Se arejou o quarto do crime com um drama grego e citou as delicadas cartas de um filho amoroso, como ele mesmo diz, foi para escavar a alma humana, a nossa alma: "No fundo, envelhecemos, matamos todos os que nos amam pelas preocupações que lhes causamos, pela própria inquieta ternura que inspiramos e colocamos constantemente em alerta". Um tema que o absorverá em "Em Busca do Tempo Perdido". A edição traz ainda outras belas crônicas sobre as igrejas de vilarejos, sobre a relação material com os livros e a leitura, sobre sua infância e tantos outros assuntos que o perseguiram durante toda a vida. Se cabe ainda algum comentário ao volume lançado pela editora Carambaia, vai para o projeto gráfico sofisticado. Mas nem sempre essa sofisticação encontra guarida no acabamento gráfico. Em pouco tempo, a capa preta de cartão, que vai amassando nas pontas com o uso, desgruda-se do miolo do livro. E o melhor a fazer é lançá-la num canto, pois o que interessa ao leitor é continuar mergulhado nessas "terras reconquistadas do esquecimento que se ressecam e se reconstroem". AUTOR: Marcel Proust ORGANIZAÇÃO: Graziella Beting TRADUÇÃO: Caroline Fretin de Freitas e Celina Olga de Souza EDITORA: Carambaia QUANTO: R$ 75,90 (208 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo
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Companhia aérea havaiana provoca polêmica com pesagem de passageiros
Em viagens de avião, é comum haver um limite de peso para bagagem a ser respeitado pelos usuários. Mas uma companhia aérea do Havaí está causando polêmica ao exigir não só que as malas passem pela pesagem, mas também os próprios passageiros. Dois homens de negócios samoanos que viajavam de Honolulu, no Havaí, para a capital da Samoa Americana, Pago-Pago, formalizaram reclamações no Departamento de Transportes dos Estados Unidos pelo fato de terem sido obrigados a subirem em uma balança antes de entrarem no voo. De acordo com a Rádio Nova Zelândia, eles ficaram revoltados com a Hawaiian Airlines porque não puderam escolher seus próprios assentos no avião –a companhia aérea argumentou ter registrado um aumento na média de peso dos passageiros, e que por isso precisava distribuir a carga "uniformemente" na aeronave. Um dos autores da reclamação, Avamua Dave Haleck, afirmou que a nova regra é "discriminatória" e é uma injustiça, porque só está sendo aplicada em voos entre Honolulu e a capital da Samoa Americana. "E, claro, eles estão dizendo que é 'uma questão de segurança'. Mas então nós estamos voando sem segurança por todos esses anos?", questionou Haleck à rádio Nova Zelândia. OBESIDADE A companhia aérea Hawaiian Airlines costuma operar aviões do modelo Boeing 767-300 que, segundo a rádio, têm capacidade de transportar 269 pessoas confortavelmente por uma média de 11.090 km –mais do que o dobro da distância entre Honolulu e Pago-Pago (4.176 km). Em meio à polêmica, houve diversas críticas à empresa, que estaria tomando essa atitude de pesar os passageiros porque a Samoa Americana, que é território dos EUA, está entre os locais com maior taxa de obesos no mundo inteiro. A obesidade é considerada um problema em proporções de epidemia nas ilhas do Pacífico - principalmente por causa do costume dos moradores de consumir comida fast-food barata e importada. Um em cada três samoanos sofre de diabetes tipo 2 como reflexo dos hábitos alimentares, segundo reportou uma rádio local no início deste ano. Já a companhia aérea afirma ter feito uma pesquisa de segurança que obrigou a empresa a "gerenciar a distribuição de peso na aeronave". "Os resultados dessa pesquisa confirmaram que o peso da cabine da nossa aeronave era maior do que o projetado. Isso nos obriga a gerenciar a distribuição de peso pela aeronave em cada corredor e nós escolhemos fazer isso garantindo que um assento em cada corredor fique vazio ou seja ocupado por uma criança abaixo de 13 anos", explicou a empresa. "A decisão de definir os assentos no aeroporto foi feita porque essa é a maneira mais eficiente de gerenciar a distribuição de peso pelo avião. Isso nos permite garantir que famílias e crianças possam sentar juntas, por exemplo, e minimiza a confusão criada quando se tenta trocar assentos já pré-selecionados." O Departamento de Transporte dos Estados Unidos afirmou que está investigando as reclamações contra a Hawaiian Airlines.
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Companhia aérea havaiana provoca polêmica com pesagem de passageirosEm viagens de avião, é comum haver um limite de peso para bagagem a ser respeitado pelos usuários. Mas uma companhia aérea do Havaí está causando polêmica ao exigir não só que as malas passem pela pesagem, mas também os próprios passageiros. Dois homens de negócios samoanos que viajavam de Honolulu, no Havaí, para a capital da Samoa Americana, Pago-Pago, formalizaram reclamações no Departamento de Transportes dos Estados Unidos pelo fato de terem sido obrigados a subirem em uma balança antes de entrarem no voo. De acordo com a Rádio Nova Zelândia, eles ficaram revoltados com a Hawaiian Airlines porque não puderam escolher seus próprios assentos no avião –a companhia aérea argumentou ter registrado um aumento na média de peso dos passageiros, e que por isso precisava distribuir a carga "uniformemente" na aeronave. Um dos autores da reclamação, Avamua Dave Haleck, afirmou que a nova regra é "discriminatória" e é uma injustiça, porque só está sendo aplicada em voos entre Honolulu e a capital da Samoa Americana. "E, claro, eles estão dizendo que é 'uma questão de segurança'. Mas então nós estamos voando sem segurança por todos esses anos?", questionou Haleck à rádio Nova Zelândia. OBESIDADE A companhia aérea Hawaiian Airlines costuma operar aviões do modelo Boeing 767-300 que, segundo a rádio, têm capacidade de transportar 269 pessoas confortavelmente por uma média de 11.090 km –mais do que o dobro da distância entre Honolulu e Pago-Pago (4.176 km). Em meio à polêmica, houve diversas críticas à empresa, que estaria tomando essa atitude de pesar os passageiros porque a Samoa Americana, que é território dos EUA, está entre os locais com maior taxa de obesos no mundo inteiro. A obesidade é considerada um problema em proporções de epidemia nas ilhas do Pacífico - principalmente por causa do costume dos moradores de consumir comida fast-food barata e importada. Um em cada três samoanos sofre de diabetes tipo 2 como reflexo dos hábitos alimentares, segundo reportou uma rádio local no início deste ano. Já a companhia aérea afirma ter feito uma pesquisa de segurança que obrigou a empresa a "gerenciar a distribuição de peso na aeronave". "Os resultados dessa pesquisa confirmaram que o peso da cabine da nossa aeronave era maior do que o projetado. Isso nos obriga a gerenciar a distribuição de peso pela aeronave em cada corredor e nós escolhemos fazer isso garantindo que um assento em cada corredor fique vazio ou seja ocupado por uma criança abaixo de 13 anos", explicou a empresa. "A decisão de definir os assentos no aeroporto foi feita porque essa é a maneira mais eficiente de gerenciar a distribuição de peso pelo avião. Isso nos permite garantir que famílias e crianças possam sentar juntas, por exemplo, e minimiza a confusão criada quando se tenta trocar assentos já pré-selecionados." O Departamento de Transporte dos Estados Unidos afirmou que está investigando as reclamações contra a Hawaiian Airlines.
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Prazo para pagar guia do eSocial de julho acaba nesta sexta-feira
Termina nesta sexta-feira (5) o prazo para o empregador pagar o DAE (Documento de Arrecadação do eSocial ) referente ao salário de julho do empregado doméstico. Nos municípios onde foi decretado feriado por causa dos Jogos Olímpicos, como no Rio de Janeiro, o pagamento em agência bancária foi antecipado para a última quarta-feira (3). Mas é possível realizar a operação em caixa eletrônico ou internet banking até sexta. Os empregadores domésticos que pagarem após essa data pagarão multa. Quem contratou um empregado no mês passado só poderá emitir a guia após fazer o cadastramento no eSocial. O site unifica o pagamento de encargos trabalhistas, como FGTS, imposto de renda e seguro contra acidentes no trabalho. O vencimento é sempre no dia 7 de cada mês, devendo ser antecipado caso a data caia em final de semana ou feriado. Se os benefícios não forem recolhidos no prazo, o empregador paga multa de 0,33% ao dia, limitada a 20% do total. O eSocial tem apresentado problemas desde o início de seu funcionamento. Segundo a Receita Federal, a partir da competência de maio de 2016, a folha de pagamento do eSocial foi aperfeiçoada para um novo formato que permite a inclusão de vencimentos e descontos. O objetivo é adequar o sistema às situações particulares de cada trabalhador. Atualmente, o eSocial conta com mais de 1,4 milhão de empregadores cadastrados e emite mensalmente mais de 1,2 milhão de DAEs.
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Prazo para pagar guia do eSocial de julho acaba nesta sexta-feiraTermina nesta sexta-feira (5) o prazo para o empregador pagar o DAE (Documento de Arrecadação do eSocial ) referente ao salário de julho do empregado doméstico. Nos municípios onde foi decretado feriado por causa dos Jogos Olímpicos, como no Rio de Janeiro, o pagamento em agência bancária foi antecipado para a última quarta-feira (3). Mas é possível realizar a operação em caixa eletrônico ou internet banking até sexta. Os empregadores domésticos que pagarem após essa data pagarão multa. Quem contratou um empregado no mês passado só poderá emitir a guia após fazer o cadastramento no eSocial. O site unifica o pagamento de encargos trabalhistas, como FGTS, imposto de renda e seguro contra acidentes no trabalho. O vencimento é sempre no dia 7 de cada mês, devendo ser antecipado caso a data caia em final de semana ou feriado. Se os benefícios não forem recolhidos no prazo, o empregador paga multa de 0,33% ao dia, limitada a 20% do total. O eSocial tem apresentado problemas desde o início de seu funcionamento. Segundo a Receita Federal, a partir da competência de maio de 2016, a folha de pagamento do eSocial foi aperfeiçoada para um novo formato que permite a inclusão de vencimentos e descontos. O objetivo é adequar o sistema às situações particulares de cada trabalhador. Atualmente, o eSocial conta com mais de 1,4 milhão de empregadores cadastrados e emite mensalmente mais de 1,2 milhão de DAEs.
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Prata no Pan, dupla brasileira fica em penúltimo no Mundial
Medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos, Ingrid Oliveira e Giovanna Pedroso ficaram apenas na 15ª e penúltima colocação nas eliminatórias da plataforma de 10 m no Mundial de esportes aquáticos em Kazan, na Rússia. Com isso, não conseguiram a classificação para a final -apenas as 12 primeiras avançaram. Ingrid e Giovana Pedroso somaram 256.32 –bem abaixo dos 291.36 da final em Toronto. As canadenses Meaghan Benfeito e Roseline Filion, medalhistas de ouro no Pan, ficaram em segundo lugar, com 313.26. A liderança foi da dupla chinesa Ruolin Chen e Huixia Liu, que totalizou 330.24 pontos. Ingrid e Giovanna ainda vão disputar em Kazan a eliminatória individual da plataforma de 10 m. Considerada uma das promessas dos saltos ornamentais do Brasil, Ingrid Oliveira chamou a atenção publicou em sua conta no Instagram uma foto de maiô do seu primeiro dia de treino em Toronto e recebeu uma série de comentários na rede.
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Prata no Pan, dupla brasileira fica em penúltimo no MundialMedalha de prata nos Jogos Pan-Americanos, Ingrid Oliveira e Giovanna Pedroso ficaram apenas na 15ª e penúltima colocação nas eliminatórias da plataforma de 10 m no Mundial de esportes aquáticos em Kazan, na Rússia. Com isso, não conseguiram a classificação para a final -apenas as 12 primeiras avançaram. Ingrid e Giovana Pedroso somaram 256.32 –bem abaixo dos 291.36 da final em Toronto. As canadenses Meaghan Benfeito e Roseline Filion, medalhistas de ouro no Pan, ficaram em segundo lugar, com 313.26. A liderança foi da dupla chinesa Ruolin Chen e Huixia Liu, que totalizou 330.24 pontos. Ingrid e Giovanna ainda vão disputar em Kazan a eliminatória individual da plataforma de 10 m. Considerada uma das promessas dos saltos ornamentais do Brasil, Ingrid Oliveira chamou a atenção publicou em sua conta no Instagram uma foto de maiô do seu primeiro dia de treino em Toronto e recebeu uma série de comentários na rede.
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Programa gratuito para computador deixa redes sociais acessíveis a cegos
Com o objetivo de tornar as páginas da web de redes sociais como Facebook, YouTube e WhatsApp acessíveis aos deficientes visuais, o software gratuito F123 Access foi lançado do último Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3). Usando a ferramenta com o Facebook, por exemplo, fica mais fácil pular de seção em seção, encontrar nomes de amigos e conteúdos de postagens e usar o chat. A iniciativa é do negócio social F123, fundado pelo empreendedor social Fernando Botelho, vencedor do Prêmio Empreendedor Social, em 2012. O curitibano, que é cego, criou o projeto a partir das suas próprias necessidades e de um grupo de testadores. O F123 Access está disponível para o navegador Mozilla Firefox e pode ser usado por quem utiliza softwares de leitura de tela. O programa faz mudanças automáticas baseando-se em informação que já estão na página, mas que podem estar no lugar errado ou ilegível para um software de leitura de tela. A tecnologia também é capaz de usar informação fornecida por voluntários ou especialistas para deixar a página mais acessível. O F123 Access é compatível com uma grande variedade de leitores de telas, como Jaws, NVDA, Orca, VoiceOver, e Window Eyes. É possível acessá-lo em português, espanhol e inglês. Outros idiomas serão adicionados durante 2016. Para baixar a ferramenta, é necessário enviar um e-mail para endereço [email protected] e a equipe responsável entrará em contato com o link.
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Programa gratuito para computador deixa redes sociais acessíveis a cegosCom o objetivo de tornar as páginas da web de redes sociais como Facebook, YouTube e WhatsApp acessíveis aos deficientes visuais, o software gratuito F123 Access foi lançado do último Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3). Usando a ferramenta com o Facebook, por exemplo, fica mais fácil pular de seção em seção, encontrar nomes de amigos e conteúdos de postagens e usar o chat. A iniciativa é do negócio social F123, fundado pelo empreendedor social Fernando Botelho, vencedor do Prêmio Empreendedor Social, em 2012. O curitibano, que é cego, criou o projeto a partir das suas próprias necessidades e de um grupo de testadores. O F123 Access está disponível para o navegador Mozilla Firefox e pode ser usado por quem utiliza softwares de leitura de tela. O programa faz mudanças automáticas baseando-se em informação que já estão na página, mas que podem estar no lugar errado ou ilegível para um software de leitura de tela. A tecnologia também é capaz de usar informação fornecida por voluntários ou especialistas para deixar a página mais acessível. O F123 Access é compatível com uma grande variedade de leitores de telas, como Jaws, NVDA, Orca, VoiceOver, e Window Eyes. É possível acessá-lo em português, espanhol e inglês. Outros idiomas serão adicionados durante 2016. Para baixar a ferramenta, é necessário enviar um e-mail para endereço [email protected] e a equipe responsável entrará em contato com o link.
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Carta a Eduardo Campos
Amigo, escrevo nesse domingo, Dia dos Pais. Aqui, em Brasília, os dias secos chegaram e as crianças já sentem. Balde com água e toalha molhada no quarto têm sido a solução caseira, mas acho que já está na hora de comprar um umidificador. Nesta segunda, em que você completaria 50 anos estarei na sua Recife. Quero muito dar um beijo na Renata e nos meninos e agradecer, mais uma vez, o carinho e a generosidade que tiveram comigo no ano passado, quando você, inexplicavelmente, nos deixou. Amanheci pensando na falta que o seu abraço e seu sorriso largo fazem a eles. Aprendi com meu pai, Aécio, que para a educação dos filhos duas coisas são muito importantes: a presença, sempre que possível, e os bons exemplos. No seu caso, os bons exemplos estão por toda parte e os acompanharão para sempre. Como deve estar vendo aí de cima, por aqui as coisas não vão nada bem. Estava me lembrando da nossa conversa no apartamento de sua mãe, dona Ana, no fim de 2013, quando, após uma apetitosa carne de sol, falamos da necessidade da correção de rumos na economia. Lembro-me que chegamos à conclusão de que deveríamos concorrer à Presidência em trincheiras próprias, para fortalecer as oposições, e de que nos encontraríamos mais adiante, para somarmos forças em um novo projeto de Brasil, caso um de nós dois viesse a ser vitorioso. Nesses dias de incertezas, Eduardo, sinto falta das nossas conversas francas, verdadeiras, em que falávamos do futuro com responsabilidade, mas também com alegria e com o bom humor que nunca lhe faltou. Disse a você, muitas vezes, como me chamava atenção a união da sua família e o afeto que toca a todos que têm o privilégio de conviver com ela. Nesse último ano, você não tem ideia dos exemplos que Renata e os meninos deram a todos os brasileiros. Não me sai da cabeça um dos últimos jantares na sua casa, com carne de boi e frutos do mar à mesa, que naturalmente você não comeu. Após muitas histórias sobre Arraes e Tancredo (que adaptávamos ao sabor do ouvinte), nos reunimos em volta daquela máquina de música na varanda, que funciona com fichas, e que o José, até então seu caçula, com um sorriso no rosto, manejava como ninguém. Miguel ainda não havia chegado. Após ouvirmos algumas vezes a sua preferida, "Evidências", na voz dos amigos Chitãozinho e Xororó, colocamos "Tocando em frente", de Renato Teixeira e Almir Sater: "Ando devagar, porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais"... É isso que fica. A lembrança do seu sorriso franco e leal. Os nossos sonhos comuns. E uma amizade para toda vida. Você faz muita falta ao Brasil, amigo. O abraço do Aécio.
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Carta a Eduardo CamposAmigo, escrevo nesse domingo, Dia dos Pais. Aqui, em Brasília, os dias secos chegaram e as crianças já sentem. Balde com água e toalha molhada no quarto têm sido a solução caseira, mas acho que já está na hora de comprar um umidificador. Nesta segunda, em que você completaria 50 anos estarei na sua Recife. Quero muito dar um beijo na Renata e nos meninos e agradecer, mais uma vez, o carinho e a generosidade que tiveram comigo no ano passado, quando você, inexplicavelmente, nos deixou. Amanheci pensando na falta que o seu abraço e seu sorriso largo fazem a eles. Aprendi com meu pai, Aécio, que para a educação dos filhos duas coisas são muito importantes: a presença, sempre que possível, e os bons exemplos. No seu caso, os bons exemplos estão por toda parte e os acompanharão para sempre. Como deve estar vendo aí de cima, por aqui as coisas não vão nada bem. Estava me lembrando da nossa conversa no apartamento de sua mãe, dona Ana, no fim de 2013, quando, após uma apetitosa carne de sol, falamos da necessidade da correção de rumos na economia. Lembro-me que chegamos à conclusão de que deveríamos concorrer à Presidência em trincheiras próprias, para fortalecer as oposições, e de que nos encontraríamos mais adiante, para somarmos forças em um novo projeto de Brasil, caso um de nós dois viesse a ser vitorioso. Nesses dias de incertezas, Eduardo, sinto falta das nossas conversas francas, verdadeiras, em que falávamos do futuro com responsabilidade, mas também com alegria e com o bom humor que nunca lhe faltou. Disse a você, muitas vezes, como me chamava atenção a união da sua família e o afeto que toca a todos que têm o privilégio de conviver com ela. Nesse último ano, você não tem ideia dos exemplos que Renata e os meninos deram a todos os brasileiros. Não me sai da cabeça um dos últimos jantares na sua casa, com carne de boi e frutos do mar à mesa, que naturalmente você não comeu. Após muitas histórias sobre Arraes e Tancredo (que adaptávamos ao sabor do ouvinte), nos reunimos em volta daquela máquina de música na varanda, que funciona com fichas, e que o José, até então seu caçula, com um sorriso no rosto, manejava como ninguém. Miguel ainda não havia chegado. Após ouvirmos algumas vezes a sua preferida, "Evidências", na voz dos amigos Chitãozinho e Xororó, colocamos "Tocando em frente", de Renato Teixeira e Almir Sater: "Ando devagar, porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais"... É isso que fica. A lembrança do seu sorriso franco e leal. Os nossos sonhos comuns. E uma amizade para toda vida. Você faz muita falta ao Brasil, amigo. O abraço do Aécio.
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Receita não registra falhas no eSocial no primeiro dia para emitir nova guia
A Receita Federal não registrou problemas no funcionamento do site eSocial nesta terça-feira (1º), quando foi disponibilizada a guia para pagamento de encargos sobre os rendimentos de novembro. No mês passado, o vencimento da guia foi adiado por causa de falhas técnicas no site do governo. Até as 10h, mais de 175 mil empregadores haviam emitido o documento, o que corresponde a 14% do número de guias emitidas para a folha de pagamento anterior, de outubro. O órgão deve divulgar um novo balanço na manhã desta quarta-feira (2). O novo DAE (Documento de Arrecadação do eSocial) traz os encargos sobre os valores pagos em novembro, o que inclui o salário mensal e a primeira parcela do 13º salário. O documento deverá ser emitido e quitado pelos empregadores até segunda (7). A novidade em relação ao documento anterior é que, ao entrar na folha de pagamento de novembro, o usuário encontra a opção "preencher adiantamento do 13º salário", que deve ser selecionada para que seja possível digitar, ao lado da remuneração do mês, também esse valor. Sobre a primeira parcela do 13º incide o FGTS. A Receita não liberou a funcionalidade para registrar demissões. Por enquanto, é necessário usar o sistema para recolher os encargos da Previdência e pagar o FGTS por meio de guia da Caixa.
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Receita não registra falhas no eSocial no primeiro dia para emitir nova guiaA Receita Federal não registrou problemas no funcionamento do site eSocial nesta terça-feira (1º), quando foi disponibilizada a guia para pagamento de encargos sobre os rendimentos de novembro. No mês passado, o vencimento da guia foi adiado por causa de falhas técnicas no site do governo. Até as 10h, mais de 175 mil empregadores haviam emitido o documento, o que corresponde a 14% do número de guias emitidas para a folha de pagamento anterior, de outubro. O órgão deve divulgar um novo balanço na manhã desta quarta-feira (2). O novo DAE (Documento de Arrecadação do eSocial) traz os encargos sobre os valores pagos em novembro, o que inclui o salário mensal e a primeira parcela do 13º salário. O documento deverá ser emitido e quitado pelos empregadores até segunda (7). A novidade em relação ao documento anterior é que, ao entrar na folha de pagamento de novembro, o usuário encontra a opção "preencher adiantamento do 13º salário", que deve ser selecionada para que seja possível digitar, ao lado da remuneração do mês, também esse valor. Sobre a primeira parcela do 13º incide o FGTS. A Receita não liberou a funcionalidade para registrar demissões. Por enquanto, é necessário usar o sistema para recolher os encargos da Previdência e pagar o FGTS por meio de guia da Caixa.
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Impacto cultural foi o mais positivo, diz Sabatella sobre caso José Mayer
Letícia Sabatella, uma de muitas atrizes que apoiaram a figurinista Susslem Tonani em sua denúncia de assédio sexual contra José Mayer, acredita que o fato de Tonani não tê-lo incriminado não põe a perder o que foi conquistado com o caso. Após ser convidada a depor à Polícia Civil, a figurinista decidiu não levar adiante o inquérito contra o ator. "O que quer que venha a acontecer, já foi dado um bom exemplo", disse a atriz. Para ela, o mais importante foi o impacto cultural. "O primeiro passo, a denúncia, foi extremamente importante, e o apoio das funcionárias e elenco foi eficiente. Tanto a Globo se posicionou como o próprio José Mayer se desculpou. As coisas agora vão ser diferentes", disse ela. Mayer, que a princípio negara as acusações, acabou divulgando uma carta na qual afirma que errou, pede desculpas e diz que passa por um processo de mudança. A TV Globo o suspendeu de produções futuras por tempo indeterminado. Para Sabatella, levar o caso à Justiça é uma escolha da vítima, que terá que se dispor a enfrentar um processo que pode ser desgastante. "É um segundo passo, que talvez não seja o mais importante e com certeza não nega o fato nem põe a perder as ações do movimento", disse a atriz. Quando o caso veio a público, funcionárias da Globo e o elenco fizeram um protesto em apoio à figurinista –foram trabalhar usando camisetas com a frase "Mexeu com uma, mexeu com todas". A manifestação também se espalhou em redes sociais. Segundo pessoas que trabalham na emissora, foi criado um grupo informal de apoio a mulheres que venham a sofrer assédio no futuro. Sabatella disse à Folha que não pode falar por todas as colegas pois o assunto ainda não havia sido discutido entre elas, mas acredita que Tonani continuará sendo apoiada por todas. "O que houve de mais significativo foi a sororidade que se criou. Gerou união. Ir à Justiça ou não não muda o que já foi conquistado." Para a presidente da Comissão OAB Mulher, Marisa Gaudio, a decisão de Tonani de não levar adiante o inquérito contra o ator é negativa para o movimento, mas é compreensível. "Acho ruim porque quanto mais falarmos do assunto, mais a gente informa as mulheres sobre seus direitos. Além disso, o caso dela acaba não entrando nas estatísticas, que já são subestimadas", diz a advogada. As estimativas de subnotificação de violência sexual variam, mas se calcula que meros 10% a 35% dos casos terminem de fato reportados. "No entanto, não se pode julgar a decisão individual da mulher. É muito comum mulheres não denunciarem, em geral, por medo." Procurada, a TV Globo disse que não vai se posicionar. A Defensoria Pública do Rio, que acompanha o caso, disse que não vai se manifestar porque o caso está em sigilo.
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Impacto cultural foi o mais positivo, diz Sabatella sobre caso José MayerLetícia Sabatella, uma de muitas atrizes que apoiaram a figurinista Susslem Tonani em sua denúncia de assédio sexual contra José Mayer, acredita que o fato de Tonani não tê-lo incriminado não põe a perder o que foi conquistado com o caso. Após ser convidada a depor à Polícia Civil, a figurinista decidiu não levar adiante o inquérito contra o ator. "O que quer que venha a acontecer, já foi dado um bom exemplo", disse a atriz. Para ela, o mais importante foi o impacto cultural. "O primeiro passo, a denúncia, foi extremamente importante, e o apoio das funcionárias e elenco foi eficiente. Tanto a Globo se posicionou como o próprio José Mayer se desculpou. As coisas agora vão ser diferentes", disse ela. Mayer, que a princípio negara as acusações, acabou divulgando uma carta na qual afirma que errou, pede desculpas e diz que passa por um processo de mudança. A TV Globo o suspendeu de produções futuras por tempo indeterminado. Para Sabatella, levar o caso à Justiça é uma escolha da vítima, que terá que se dispor a enfrentar um processo que pode ser desgastante. "É um segundo passo, que talvez não seja o mais importante e com certeza não nega o fato nem põe a perder as ações do movimento", disse a atriz. Quando o caso veio a público, funcionárias da Globo e o elenco fizeram um protesto em apoio à figurinista –foram trabalhar usando camisetas com a frase "Mexeu com uma, mexeu com todas". A manifestação também se espalhou em redes sociais. Segundo pessoas que trabalham na emissora, foi criado um grupo informal de apoio a mulheres que venham a sofrer assédio no futuro. Sabatella disse à Folha que não pode falar por todas as colegas pois o assunto ainda não havia sido discutido entre elas, mas acredita que Tonani continuará sendo apoiada por todas. "O que houve de mais significativo foi a sororidade que se criou. Gerou união. Ir à Justiça ou não não muda o que já foi conquistado." Para a presidente da Comissão OAB Mulher, Marisa Gaudio, a decisão de Tonani de não levar adiante o inquérito contra o ator é negativa para o movimento, mas é compreensível. "Acho ruim porque quanto mais falarmos do assunto, mais a gente informa as mulheres sobre seus direitos. Além disso, o caso dela acaba não entrando nas estatísticas, que já são subestimadas", diz a advogada. As estimativas de subnotificação de violência sexual variam, mas se calcula que meros 10% a 35% dos casos terminem de fato reportados. "No entanto, não se pode julgar a decisão individual da mulher. É muito comum mulheres não denunciarem, em geral, por medo." Procurada, a TV Globo disse que não vai se posicionar. A Defensoria Pública do Rio, que acompanha o caso, disse que não vai se manifestar porque o caso está em sigilo.
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Paes diz que governo do Rio não tem comando e pede 'vergonha na cara'
ALFREDO MERGULHÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO Contrariado com o roubo de equipamentos de duas redes de TV alemãs, na manhã de sexta (1º), e com declarações do secretário estadual de saúde do Rio, que afirmou que os hospitais podem parar de funcionar durante a Olimpíada, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), elevou o tom das críticas contra o governo do Estado. "Já está atrapalhando demais o Rio esse chororô. Agora está na hora de trabalhar. Confio no governador Dornelles e espero que ele coloque o secretariado para arregaçar as mangas e pare de tanto blá-blá-blá. É muita reclamação o dia inteiro", disse o prefeito, na manhã deste sábado (2), após reunião com sua equipe em um hotel na Barra da Tijuca. "Assumam as responsabilidades, os recursos estão disponibilizados, o presidente Michel Temer ajudou, deveriam estar agradecendo, lambendo os beiços, e tocando a vida", afirmou Paes. Questionado sobre o impacto do assalto à equipe alemã na imagem do Rio, o prefeito lembrou que a segurança pública é responsabilidade do Estado e disse já ter feito o que pôde para ajudar o governo estadual. "Está no limite, falta o mínimo de comando, não pode virar esse desmando no Rio. Não pode falar que é problema social porque problema social também tem em São Paulo e a gente não vê isso. Tem em Recife, em Belo Horizonte e a gente não vê isso. O que a gente espera das forças policiais do Estado é que elas cumpram suas obrigações." Paes lembrou que o município assumiu dois hospitais estaduais e uma biblioteca e lançará na segunda-feira (4) o projeto de segurança Centro Presente, que prevê parceria com organizações privadas para aumentar o policiamento nas ruas da região central da cidade. HOSPITAIS O risco de interrupção no serviço estadual de saúde durante a Olimpíada também provocou reação do prefeito. O secretário de Estado da saúde, Luiz Antônio Teixeira Junior, afirmou na sexta-feira que o quadro atual é pior do que no mês de dezembro do ano passado, quando a rede entrou em colapso devido à crise financeira. "Um absurdo um secretário dizer isso nessa altura do campeonato. Vá aprender a gerenciar, vá aprender a economizar custos", disse o prefeito, antes de dar como exemplo os dois hospitais estaduais cujo comando foi assumido pela prefeitura em janeiro deste ano. "O Albert Schweitzer e o Rocha Faria custavam R$ 500 milhões e estamos pagando R$ 300 milhões. Se tiver vergonha na cara, capacidade gerencial e administração, vai resolver os problemas", afirmou. Para o prefeito, o governo estadual não pode apenas culpar a crise pelos problemas e não fazer mais nada. "Não dá pro prefeito assumir a função do governador nem a prefeitura assumir o governo do Estado. Tudo tem limite. Se o secretário está dizendo que vai parar mais alguma coisa, pede o boné." Paes sustentou que falta capacidade gerencial ao Estado e que a Olimpíada não pode ser responsabilizada pela crise do Rio, como o governador fez ao decretar estado de calamidade pública. "Inventaram essa história de que [o decreto de calamidade pública] era por causa da Olimpíada, mas não fizeram nada na Olimpíada, não cumpriram com suas obrigações. A baía de Guanabara está poluída, as lagoas de Jacarepaguá estão poluídas, e vêm com essa conversa. Então está na hora de prestar serviço e atender a população."
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Paes diz que governo do Rio não tem comando e pede 'vergonha na cara' ALFREDO MERGULHÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO Contrariado com o roubo de equipamentos de duas redes de TV alemãs, na manhã de sexta (1º), e com declarações do secretário estadual de saúde do Rio, que afirmou que os hospitais podem parar de funcionar durante a Olimpíada, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), elevou o tom das críticas contra o governo do Estado. "Já está atrapalhando demais o Rio esse chororô. Agora está na hora de trabalhar. Confio no governador Dornelles e espero que ele coloque o secretariado para arregaçar as mangas e pare de tanto blá-blá-blá. É muita reclamação o dia inteiro", disse o prefeito, na manhã deste sábado (2), após reunião com sua equipe em um hotel na Barra da Tijuca. "Assumam as responsabilidades, os recursos estão disponibilizados, o presidente Michel Temer ajudou, deveriam estar agradecendo, lambendo os beiços, e tocando a vida", afirmou Paes. Questionado sobre o impacto do assalto à equipe alemã na imagem do Rio, o prefeito lembrou que a segurança pública é responsabilidade do Estado e disse já ter feito o que pôde para ajudar o governo estadual. "Está no limite, falta o mínimo de comando, não pode virar esse desmando no Rio. Não pode falar que é problema social porque problema social também tem em São Paulo e a gente não vê isso. Tem em Recife, em Belo Horizonte e a gente não vê isso. O que a gente espera das forças policiais do Estado é que elas cumpram suas obrigações." Paes lembrou que o município assumiu dois hospitais estaduais e uma biblioteca e lançará na segunda-feira (4) o projeto de segurança Centro Presente, que prevê parceria com organizações privadas para aumentar o policiamento nas ruas da região central da cidade. HOSPITAIS O risco de interrupção no serviço estadual de saúde durante a Olimpíada também provocou reação do prefeito. O secretário de Estado da saúde, Luiz Antônio Teixeira Junior, afirmou na sexta-feira que o quadro atual é pior do que no mês de dezembro do ano passado, quando a rede entrou em colapso devido à crise financeira. "Um absurdo um secretário dizer isso nessa altura do campeonato. Vá aprender a gerenciar, vá aprender a economizar custos", disse o prefeito, antes de dar como exemplo os dois hospitais estaduais cujo comando foi assumido pela prefeitura em janeiro deste ano. "O Albert Schweitzer e o Rocha Faria custavam R$ 500 milhões e estamos pagando R$ 300 milhões. Se tiver vergonha na cara, capacidade gerencial e administração, vai resolver os problemas", afirmou. Para o prefeito, o governo estadual não pode apenas culpar a crise pelos problemas e não fazer mais nada. "Não dá pro prefeito assumir a função do governador nem a prefeitura assumir o governo do Estado. Tudo tem limite. Se o secretário está dizendo que vai parar mais alguma coisa, pede o boné." Paes sustentou que falta capacidade gerencial ao Estado e que a Olimpíada não pode ser responsabilizada pela crise do Rio, como o governador fez ao decretar estado de calamidade pública. "Inventaram essa história de que [o decreto de calamidade pública] era por causa da Olimpíada, mas não fizeram nada na Olimpíada, não cumpriram com suas obrigações. A baía de Guanabara está poluída, as lagoas de Jacarepaguá estão poluídas, e vêm com essa conversa. Então está na hora de prestar serviço e atender a população."
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Produtora de Angry Birds abre estúdio em Londres em busca de sucessos
A produtora finlandesa de videogames e animação Rovio Entertainment, responsável pelo "Angry Birds", está ampliando a busca por novos jogos de sucesso com a abertura de um estúdio de desenvolvimento em Londres focado em games multiplayer. A Rovio tem enfrentado dificuldades nos últimos anos com a queda no lucro da franquia "Angry Birds", o que fez a empresa fazer profundos cortes de empregos e vender ativos. Mas, no ano passado, a Rovio lançou um filme de animação Angry Birds 3D que teve sucesso e gerou novos acordos de licenciamento para a companhia. Agora a empresa está investindo para criar uma equipe de cerca de 20 pessoas em Londres que serão dedicadas a criar jogos multiplayer massivos on-line (MMO), com foco em novos personagens. "MMO é um gênero que está crescendo em dispositivos móveis, mas não está totalmente saturado. Não estamos buscando por uma posição de nicho, mas um game muito amplo e inclusivo", disse Wilhelm Taht, diretor de jogos da Rovio, à Reuters. O game original "Angry Birds", no qual os jogadores usam estilingues para atacar porcos que estão roubando os ovos das aves, foi lançado em 2009 e continua sendo o principal aplicativo pago de todos os tempos. Questionado sobre o sucesso de Pokémon Go, da Nintendo, Taht disse que o título realmente colocou a tecnologia de realidade ampliada (AR, na sigla em inglês) no mapa da indústria. "Nós vamos, claro, acompanhar a AR como uma tecnologia e ferramenta", disse ele.
tec
Produtora de Angry Birds abre estúdio em Londres em busca de sucessosA produtora finlandesa de videogames e animação Rovio Entertainment, responsável pelo "Angry Birds", está ampliando a busca por novos jogos de sucesso com a abertura de um estúdio de desenvolvimento em Londres focado em games multiplayer. A Rovio tem enfrentado dificuldades nos últimos anos com a queda no lucro da franquia "Angry Birds", o que fez a empresa fazer profundos cortes de empregos e vender ativos. Mas, no ano passado, a Rovio lançou um filme de animação Angry Birds 3D que teve sucesso e gerou novos acordos de licenciamento para a companhia. Agora a empresa está investindo para criar uma equipe de cerca de 20 pessoas em Londres que serão dedicadas a criar jogos multiplayer massivos on-line (MMO), com foco em novos personagens. "MMO é um gênero que está crescendo em dispositivos móveis, mas não está totalmente saturado. Não estamos buscando por uma posição de nicho, mas um game muito amplo e inclusivo", disse Wilhelm Taht, diretor de jogos da Rovio, à Reuters. O game original "Angry Birds", no qual os jogadores usam estilingues para atacar porcos que estão roubando os ovos das aves, foi lançado em 2009 e continua sendo o principal aplicativo pago de todos os tempos. Questionado sobre o sucesso de Pokémon Go, da Nintendo, Taht disse que o título realmente colocou a tecnologia de realidade ampliada (AR, na sigla em inglês) no mapa da indústria. "Nós vamos, claro, acompanhar a AR como uma tecnologia e ferramenta", disse ele.
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A Europa quer a Fifa
DESDE QUE surgiu, em 1904, a Fifa teve oito presidentes. Sete deles europeus e o brasileiro João Havelange, batizado Jean-Marie Faustin Goedefroid Havelange, filho de pai belga. Três ingleses, dois franceses, um belga mesmo e um suíço, além do brasileiro, presidiram a entidade que se orgulha de ter mais filiados que a ONU e não se orgulha de ter mais escândalos que a Uefa, a União Europeia de Futebol. Verdade que em mais da metade dos seus 111 anos a Fifa esteve apenas em quatro mãos –as do francês Jules Rimet, que a comandou por 33 anos, e as de Havelange, por 24 anos. O brasileiro, valendo-se da figura de Pelé na África, tomou a entidade do inglês Stanley Rous, que a dirigia havia 13 anos, numa eleição que surpreendeu o mundo da bola em 1974. Era o fim do eurocentrismo que caracterizava a Fifa e nem mesmo a chegada do suíço Joseph Blatter para suceder o brasileiro mudou tal estado de coisas, de olho nos colégios eleitorais da Ásia e da África. São 209 os países que votam e quase a metade nos dois continentes –56 africanos e 46 asiáticos. Ao se lançar candidato, Michel Platini não dirá abertamente, mas tem na cabeça o modelo da Uefa que preside com sucesso. Contra ele há o embaraçoso episódio do voto francês pela Copa do Mundo no Qatar, opção que não tem desculpa e apenas uma explicação: dinheiro. Muito dinheiro. Favores. Muitos favores. Fato é que, em seguida ao voto, qataris compraram o Paris Saint-Germain e um filho de Platini, Laurent, foi trabalhar em empresa de marketing esportivo do Qatar, a Burrda, uma Traffic de lá. Platini nega e argumenta que seu apoio foi transparente. Seja como for, e muito cá entre nós, se a Fifa se transformasse numa Uefa, tarefa hercúlea, o futebol só teria a ganhar. Em 1998, quando a disputa para presidir a Fifa se deu entre o sueco Lennart Johansson, então presidente da Uefa, e Joseph Blatter, secretário geral da Fifa e apoiado por Havelange, Paris foi palco de um espetáculo deprimente, com a candidatura da situação comprando votos abertamente, até com envelopes de dinheiro passados por baixo das portas do hotel onde se hospedou a cartolagem mundial. Ali, fosse o sueco eleito, um homem de bem, e o futebol mundial teria sido poupado da sucessão de escândalos que o abala de tempos em tempos. Os métodos de Havelange na CBD, herdados por seu ex-genro Ricardo Teixeira, fizeram escola pelo mundo afora e chegamos à situação de hoje. Há controvérsias se Platini é o homem certo para fazer a limpeza. Já o sul-coreano Chung Mong-joon se fizer da Fifa o que seu pai e ele fizeram da Hyundai fará bastante. Podre de rico, roubar não vai. Sua sacada ao dizer que Blatter come os pais e se queixa de ser órfão foi antológica. ELIMINATÓRIAS A seleção pentacampeã mundial em 2002 perdeu seis jogos nas eliminatórias. Três vezes com Felipão e não os seis como permite entender a coluna passada.
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A Europa quer a FifaDESDE QUE surgiu, em 1904, a Fifa teve oito presidentes. Sete deles europeus e o brasileiro João Havelange, batizado Jean-Marie Faustin Goedefroid Havelange, filho de pai belga. Três ingleses, dois franceses, um belga mesmo e um suíço, além do brasileiro, presidiram a entidade que se orgulha de ter mais filiados que a ONU e não se orgulha de ter mais escândalos que a Uefa, a União Europeia de Futebol. Verdade que em mais da metade dos seus 111 anos a Fifa esteve apenas em quatro mãos –as do francês Jules Rimet, que a comandou por 33 anos, e as de Havelange, por 24 anos. O brasileiro, valendo-se da figura de Pelé na África, tomou a entidade do inglês Stanley Rous, que a dirigia havia 13 anos, numa eleição que surpreendeu o mundo da bola em 1974. Era o fim do eurocentrismo que caracterizava a Fifa e nem mesmo a chegada do suíço Joseph Blatter para suceder o brasileiro mudou tal estado de coisas, de olho nos colégios eleitorais da Ásia e da África. São 209 os países que votam e quase a metade nos dois continentes –56 africanos e 46 asiáticos. Ao se lançar candidato, Michel Platini não dirá abertamente, mas tem na cabeça o modelo da Uefa que preside com sucesso. Contra ele há o embaraçoso episódio do voto francês pela Copa do Mundo no Qatar, opção que não tem desculpa e apenas uma explicação: dinheiro. Muito dinheiro. Favores. Muitos favores. Fato é que, em seguida ao voto, qataris compraram o Paris Saint-Germain e um filho de Platini, Laurent, foi trabalhar em empresa de marketing esportivo do Qatar, a Burrda, uma Traffic de lá. Platini nega e argumenta que seu apoio foi transparente. Seja como for, e muito cá entre nós, se a Fifa se transformasse numa Uefa, tarefa hercúlea, o futebol só teria a ganhar. Em 1998, quando a disputa para presidir a Fifa se deu entre o sueco Lennart Johansson, então presidente da Uefa, e Joseph Blatter, secretário geral da Fifa e apoiado por Havelange, Paris foi palco de um espetáculo deprimente, com a candidatura da situação comprando votos abertamente, até com envelopes de dinheiro passados por baixo das portas do hotel onde se hospedou a cartolagem mundial. Ali, fosse o sueco eleito, um homem de bem, e o futebol mundial teria sido poupado da sucessão de escândalos que o abala de tempos em tempos. Os métodos de Havelange na CBD, herdados por seu ex-genro Ricardo Teixeira, fizeram escola pelo mundo afora e chegamos à situação de hoje. Há controvérsias se Platini é o homem certo para fazer a limpeza. Já o sul-coreano Chung Mong-joon se fizer da Fifa o que seu pai e ele fizeram da Hyundai fará bastante. Podre de rico, roubar não vai. Sua sacada ao dizer que Blatter come os pais e se queixa de ser órfão foi antológica. ELIMINATÓRIAS A seleção pentacampeã mundial em 2002 perdeu seis jogos nas eliminatórias. Três vezes com Felipão e não os seis como permite entender a coluna passada.
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Rio de Janeiro tem praias lotadas no primeiro sábado do ano
Apesar de o sol ter dado uma leve trégua na tarde do primeiro sábado do ano, as praias cariocas ficaram lotadas. O céu durante quase todo o dia permaneceu parcialmente encoberto e a temperatura baixou, para em torno de 30ºC. Nada, contudo, suficiente para espantar o público. Muitas pessoas que, por conta do forte calor, que chegou a ultrapassar 40ºC nos últimos dias, deixavam para ir à praia somente no final da tarde, quando o sol já havia baixado, decidiram aproveitar nas areais todo o dia de temperatura mais amena. Nos dias finais de 2014, houve quem revivesse a moda do banho de mar à noite para escapar de estar na praia justamente quando a sensação térmica no Rio bateu 48ºC, por exemplo, no último sábado do ano, dia 27. Ao que tudo indica, este sábado foi o último dia de tempo bom neste final de semana. Segundo os meteorologistas, uma frente fria se aproxima do Rio, o que pode provocar pancadas de chuva já no início da tarde deste domingo. As temperaturas devem cair, para o intervalo de 33ºC a 23ºC.
cotidiano
Rio de Janeiro tem praias lotadas no primeiro sábado do anoApesar de o sol ter dado uma leve trégua na tarde do primeiro sábado do ano, as praias cariocas ficaram lotadas. O céu durante quase todo o dia permaneceu parcialmente encoberto e a temperatura baixou, para em torno de 30ºC. Nada, contudo, suficiente para espantar o público. Muitas pessoas que, por conta do forte calor, que chegou a ultrapassar 40ºC nos últimos dias, deixavam para ir à praia somente no final da tarde, quando o sol já havia baixado, decidiram aproveitar nas areais todo o dia de temperatura mais amena. Nos dias finais de 2014, houve quem revivesse a moda do banho de mar à noite para escapar de estar na praia justamente quando a sensação térmica no Rio bateu 48ºC, por exemplo, no último sábado do ano, dia 27. Ao que tudo indica, este sábado foi o último dia de tempo bom neste final de semana. Segundo os meteorologistas, uma frente fria se aproxima do Rio, o que pode provocar pancadas de chuva já no início da tarde deste domingo. As temperaturas devem cair, para o intervalo de 33ºC a 23ºC.
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Economia: ainda um trabalho apenas para homens?
O economista mais poderoso do planeta é uma mulher - mas Janet Yellen, chairwoman do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), não conta com muita companhia feminina no topo da tabela da economia mundial. Christine Lagarde comanda o Fundo Monetário Internacional (FMI), é fato - embora seja advogada. Mas a presidência do Banco Central Europeu (BCE) jamais foi ocupada por uma mulher, bem como a do Banco da Inglaterra. Uma mulher jamais foi secretária do Tesouro dos Estados Unidos, ou chanceler do Erário britânico, ou presidente do Banco Mundial. Em alguma medida, isso reflete o conhecido fato de que as mulheres estão sub-representadas nas posições de autoridade. Mas o fato também sugere que a Economia mesma é uma disciplina curiosamente dominada pelos homens. Até hoje, só uma mulher ganhou o Prêmio Nobel de Economia: Elinor Ostrom (que dividiu o prêmio com Oliver Williamson), em 2009; e ela não é uma economista convencional. Não se sabe por que a Economia é uma profissão tão dominada pela testosterona. A situação no topo da profissão, hoje, reflete em parte o estado da educação quanto à Economia em décadas passadas. O desejo de Ostrom de estudar Economia foi prejudicado por ela ter sido desencorajada a estudar matemática na escola, já que era menina. Não podemos voltar no tempo e dar a ela um professor de matemática mais esclarecido. QUESTÕES Nos escalões mais jovens da profissão, há mais motivos de celebração. A medalha John Bates Clark, por exemplo, é concedida a economistas de menos de 40 anos de idade que trabalhem nos Estados Unidos; trata-se de um prêmio prestigioso e em muitos casos precursor do Nobel. Até 2007, só homens a haviam recebido, mas de lá para cá foi concedida a três mulheres. Outro desdobramento positivo é o florescimento do realismo psicológico na Economia, na forma da Economia Comportamental. A Economia Comportamental não tem todas as respostas, mas certamente está propondo ótimas perguntas. Porque a psicologia é tão popular entre as universitárias em graduação quanto a economia parece ser impopular, seria plausível supor que a Economia Comportamental venha a transformar a "profissão lúgubre" em algo de mais atraente para as mulheres. Talvez devêssemos simplesmente esperar até que as mulheres por fim conquistem seu espaço? Isso parece duvidoso. A Associação Econômica Americana publica regularmente um boletim de seu "comitê sobre o status da mulher na profissão econômica", e dois anos atrás o texto tratava de uma tendência deprimente - ou melhor, da deprimente falta de uma tendência. "A proporção [de mulheres entre os] universitários fazendo seu bacharelado em Economia não mudou muito ao longo dos últimos 10 anos", escreveu Cecilia Conrad, da Fundação MacArthur, coeditora do boletim. Nos cursos de graduação em Economia, há dois ou três homens para cada mulher. Isso não é bom - mas pelo menos a disparidade não está se agravando. No Reino Unido, a proporção é semelhante mas a presença feminina registrou declínio significativo entre 2002 e 2013. A explicação básica é falta de demanda: poucas mulheres desejam estudar Economia. PRECONCEITO Por mais tentador que seja culpar a crise financeira pela tendência, o movimento mais intenso aconteceu uma década atrás, antes que a crise se fizesse sentir. A tendência de queda na proporção de mulheres se graduando em Economia nas universidades do Reino Unido se mantém desde então, ainda que mostre desaceleração. Uma possível explicação é que um sexismo inconsciente esteja privando as jovens de figuras exemplares na profissão. Justin Wolfers, economista e colaborador do "New York Times", recentemente se queixou de que quando jornalistas escrevem sobre pesquisas econômicas que tenham tanto homens quanto mulheres entre os autores, eles em geral automaticamente citam o homem como se fosse o autor principal. (Uma confissão pessoal: certa vez cometi exatamente esse pecado ao demover Betsey Stevenson, coautora de um trabalho com Wolfers, quando ela na verdade deveria ter sido citada primeiro. E outra confissão: um resenhista indignado, na Amazon, apontou que meu primeiro livro, "The Undercover Economist", usa "ele", "dele" e "seu" em situações nas quais pronomes femininos poderiam perfeitamente ser usados [pelas normas da gramática inglesa]. Hoje presto mais atenção a esse tipo de coisa.) DESINTERESSE Sexismo inconsciente dificilmente é um problema exclusivo da Economia, no entanto; assim, o que mais pode estar acontecendo? Diane Coyle, economista e colaboradora do "Financial Times", imagina se a matemática é o problema, porque meninas se dedicam menos que os meninos ao estudo da matemática, no segundo grau. Ela recentemente chamou as mulheres às armas, em seu blog: "Garotas, mulheres, refresquem a matemática um pouco, se precisarem, mas acima de tudo venham estudar Economia!" Não tenho como discordar disso, mas não podemos atribuir a responsabilidade pela disparidade à matemática apenas. Um recente estudo por Mirco Tonin e Jackie Wahba, da Universidade de Southampton, constatou que entre os estudantes secundaristas britânicos que se concentram nas Exatas, a probabilidade de escolher Economia como curso universitário era menor entre as garotas do que entre os garotos. E nos Estados Unidos, onde a Economia é tão dominada pelos homens quanto a britânica, as meninas há muito conquistaram paridade nos estudos matemáticos avançados, em escolas secundárias. A triste verdade é que a Economia simplesmente não parece ser muito atraente para as jovens. Isso é uma vergonha, e tem consequências financeiras, porque as pessoas que se formam em Economia tendem a ser bem pagas. Mas a perda real é para a Economia. Se não somos capazes de tornar a disciplina relevante para metade do mundo, temos um problema. Tradução de PAULO MIGLIACCI
mercado
Economia: ainda um trabalho apenas para homens?O economista mais poderoso do planeta é uma mulher - mas Janet Yellen, chairwoman do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), não conta com muita companhia feminina no topo da tabela da economia mundial. Christine Lagarde comanda o Fundo Monetário Internacional (FMI), é fato - embora seja advogada. Mas a presidência do Banco Central Europeu (BCE) jamais foi ocupada por uma mulher, bem como a do Banco da Inglaterra. Uma mulher jamais foi secretária do Tesouro dos Estados Unidos, ou chanceler do Erário britânico, ou presidente do Banco Mundial. Em alguma medida, isso reflete o conhecido fato de que as mulheres estão sub-representadas nas posições de autoridade. Mas o fato também sugere que a Economia mesma é uma disciplina curiosamente dominada pelos homens. Até hoje, só uma mulher ganhou o Prêmio Nobel de Economia: Elinor Ostrom (que dividiu o prêmio com Oliver Williamson), em 2009; e ela não é uma economista convencional. Não se sabe por que a Economia é uma profissão tão dominada pela testosterona. A situação no topo da profissão, hoje, reflete em parte o estado da educação quanto à Economia em décadas passadas. O desejo de Ostrom de estudar Economia foi prejudicado por ela ter sido desencorajada a estudar matemática na escola, já que era menina. Não podemos voltar no tempo e dar a ela um professor de matemática mais esclarecido. QUESTÕES Nos escalões mais jovens da profissão, há mais motivos de celebração. A medalha John Bates Clark, por exemplo, é concedida a economistas de menos de 40 anos de idade que trabalhem nos Estados Unidos; trata-se de um prêmio prestigioso e em muitos casos precursor do Nobel. Até 2007, só homens a haviam recebido, mas de lá para cá foi concedida a três mulheres. Outro desdobramento positivo é o florescimento do realismo psicológico na Economia, na forma da Economia Comportamental. A Economia Comportamental não tem todas as respostas, mas certamente está propondo ótimas perguntas. Porque a psicologia é tão popular entre as universitárias em graduação quanto a economia parece ser impopular, seria plausível supor que a Economia Comportamental venha a transformar a "profissão lúgubre" em algo de mais atraente para as mulheres. Talvez devêssemos simplesmente esperar até que as mulheres por fim conquistem seu espaço? Isso parece duvidoso. A Associação Econômica Americana publica regularmente um boletim de seu "comitê sobre o status da mulher na profissão econômica", e dois anos atrás o texto tratava de uma tendência deprimente - ou melhor, da deprimente falta de uma tendência. "A proporção [de mulheres entre os] universitários fazendo seu bacharelado em Economia não mudou muito ao longo dos últimos 10 anos", escreveu Cecilia Conrad, da Fundação MacArthur, coeditora do boletim. Nos cursos de graduação em Economia, há dois ou três homens para cada mulher. Isso não é bom - mas pelo menos a disparidade não está se agravando. No Reino Unido, a proporção é semelhante mas a presença feminina registrou declínio significativo entre 2002 e 2013. A explicação básica é falta de demanda: poucas mulheres desejam estudar Economia. PRECONCEITO Por mais tentador que seja culpar a crise financeira pela tendência, o movimento mais intenso aconteceu uma década atrás, antes que a crise se fizesse sentir. A tendência de queda na proporção de mulheres se graduando em Economia nas universidades do Reino Unido se mantém desde então, ainda que mostre desaceleração. Uma possível explicação é que um sexismo inconsciente esteja privando as jovens de figuras exemplares na profissão. Justin Wolfers, economista e colaborador do "New York Times", recentemente se queixou de que quando jornalistas escrevem sobre pesquisas econômicas que tenham tanto homens quanto mulheres entre os autores, eles em geral automaticamente citam o homem como se fosse o autor principal. (Uma confissão pessoal: certa vez cometi exatamente esse pecado ao demover Betsey Stevenson, coautora de um trabalho com Wolfers, quando ela na verdade deveria ter sido citada primeiro. E outra confissão: um resenhista indignado, na Amazon, apontou que meu primeiro livro, "The Undercover Economist", usa "ele", "dele" e "seu" em situações nas quais pronomes femininos poderiam perfeitamente ser usados [pelas normas da gramática inglesa]. Hoje presto mais atenção a esse tipo de coisa.) DESINTERESSE Sexismo inconsciente dificilmente é um problema exclusivo da Economia, no entanto; assim, o que mais pode estar acontecendo? Diane Coyle, economista e colaboradora do "Financial Times", imagina se a matemática é o problema, porque meninas se dedicam menos que os meninos ao estudo da matemática, no segundo grau. Ela recentemente chamou as mulheres às armas, em seu blog: "Garotas, mulheres, refresquem a matemática um pouco, se precisarem, mas acima de tudo venham estudar Economia!" Não tenho como discordar disso, mas não podemos atribuir a responsabilidade pela disparidade à matemática apenas. Um recente estudo por Mirco Tonin e Jackie Wahba, da Universidade de Southampton, constatou que entre os estudantes secundaristas britânicos que se concentram nas Exatas, a probabilidade de escolher Economia como curso universitário era menor entre as garotas do que entre os garotos. E nos Estados Unidos, onde a Economia é tão dominada pelos homens quanto a britânica, as meninas há muito conquistaram paridade nos estudos matemáticos avançados, em escolas secundárias. A triste verdade é que a Economia simplesmente não parece ser muito atraente para as jovens. Isso é uma vergonha, e tem consequências financeiras, porque as pessoas que se formam em Economia tendem a ser bem pagas. Mas a perda real é para a Economia. Se não somos capazes de tornar a disciplina relevante para metade do mundo, temos um problema. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Editorial: Corrupção sistêmica
A atual crise brasileira provoca sentimentos que variam da exasperação ao desalento, em especial no que diz respeito à corrupção extensa e aparentemente incontrolável. Tamanha conturbação, entretanto, deve-se em parte ao atrito do progresso de algumas instituições com a inércia de relações decrépitas entre o Estado e a sociedade, sobretudo na esfera econômica. Leis, instituições de controle, investigação e punição em alguma medida chegaram ao ponto de abalar o desencanto ou o cinismo suscitados pela expectativa de impunidade, não faz muito tempo tida como norma. O avanço ainda é modesto, recente e de resultado incerto. Mais do que isso, a ampliação dos mecanismos de controle e a imposição de penas mais severas não podem, sozinhas, dar conta de um problema essencial: o dos excessos históricos de intervenção econômica do Estado, a qual oferece oportunidades a todo tipo de falcatrua. Uma lista breve dos episódios de corrupção mais gritantes e recentes basta para indicar um elenco preocupante de problemas. A regulamentação excessiva e obscura da atividade econômica propicia situações em que fiscais de impostos ou de normas urbanas, em geral associados a empresários, desencaminham a ordem ou o dinheiro públicos. São recorrentes as notícias sobre máfias dessa natureza nos municípios. Desbaratada em 2013, uma delas, a do ISS (Imposto sobre Serviços), teria desviado cerca de R$ 500 milhões do cofre paulistano. Os governos, além disso, gastam demais e incrementam as despesas de modo imprevisto. À beira da penúria ou em plena crise, remediam a imprevidência com impostos improvisados, que não seguem padrão racional de tributação. O arranjo feito às pressas, ruim em si, soma-se à barafunda de regras especiais ou favores destinados a agraciar grupos de interesse e a remendar ineficiências ou problemas econômicos de base. A legislação complexa, imperita e "ad hoc", implementada por vorazes cobradores de impostos, pois incentivados por um Estado ávido, resulta em inúmeros e milionários contenciosos com a Receita. Além de causar insegurança jurídica e incerteza econômica, o caos tributário provoca mais ineficiência e gera novas oportunidades de corrupção. Força companhias a destinar recursos para administrar o cumprimento de obrigações fiscais e para promover atividades de lobby político-tributário. Por vezes, as engaja em suborno. A revelação de que um esquema de sonegação funcionava no tribunal da Receita, o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), ilustra o ponto. Dívidas tributárias eram reduzidas ou desapareciam após o pagamento de propinas. Segundo a Polícia Federal, os cofres públicos sofreram prejuízo de, no mínimo, R$ 5,7 bilhões. O escândalo da Petrobras oferece outro exemplo concentrado da criação de oportunidades de ilícitos. Uma empresa gigantesca, um oligopólio próximo do monopólio, foi obrigada pelo governo a tomar decisões orientadas antes pela ideologia do que pela eficiência. Sem pressão concorrencial, sucedeu-se o previsível descaso com custos crescentes ou criminosamente despropositados. O desperdício vicejou devido a investimentos improdutivos ditados pelo arbítrio do governante, como os de várias refinarias; devido a reservas de mercados para fornecedores nacionais; devido ao gigantismo de despesas e da própria atuação, que escapam aos recursos disponíveis de controle, sejam sociais ou administrativos. Segundo informou esta Folha, a Petrobras calcula que as perdas com a corrupção investigada na Operação Lava Jato devem ficar entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões. Outros focos de bandalheira surgem a partir da intimidade de estatais e bancos públicos (notadamente o BNDES) com grandes empresas. Não raro o tráfico de influência política mostra-se rentável e se torna indiscernível o benefício público e privado de certas transações, como as privatizações ou a criação de "campeãs nacionais". A existência de oligopólios em setores relevantes da economia, combinada com o relativo fechamento do mercado à concorrência internacional, favorece a organização de carteis e o superfaturamento de contratos. Tal estado de coisas em grande parte deriva de políticas públicas que um dia –e outra vez agora– se chamaram de "desenvolvimentistas". É inegável que deficiências na burocracia são o outro lado dessa moeda podre da ordem econômica. O poder discricionário dos funcionários muitas vezes é excessivo. A falta de projetos detalhados de obras públicas e de regras claras e simples de regulação e autorização de empreendimentos propicia a negociação ilegal. O arbítrio nas milhares de nomeações para cargos públicos ajuda a formar quadros engajados em fraudes. Os orçamentos públicos são obscuros e manipulados. Ainda assim, a velha ordem econômica brasileira de parcerias indevidas entre público e privado, entre Estado e empresa, tão invocada em nome da aceleração do desenvolvimento, tem grande peso no enraizamento e na modernização do hábito do favor. Despendem-se energias empreendedoras na busca de benefícios estatais ou na burla da competição, quando não na pura corrupção. O conjunto da obra, só não vê quem não quer, perverte o sistema político, degrada a eficiência econômica e eterniza privilégios sociais.
opiniao
Editorial: Corrupção sistêmicaA atual crise brasileira provoca sentimentos que variam da exasperação ao desalento, em especial no que diz respeito à corrupção extensa e aparentemente incontrolável. Tamanha conturbação, entretanto, deve-se em parte ao atrito do progresso de algumas instituições com a inércia de relações decrépitas entre o Estado e a sociedade, sobretudo na esfera econômica. Leis, instituições de controle, investigação e punição em alguma medida chegaram ao ponto de abalar o desencanto ou o cinismo suscitados pela expectativa de impunidade, não faz muito tempo tida como norma. O avanço ainda é modesto, recente e de resultado incerto. Mais do que isso, a ampliação dos mecanismos de controle e a imposição de penas mais severas não podem, sozinhas, dar conta de um problema essencial: o dos excessos históricos de intervenção econômica do Estado, a qual oferece oportunidades a todo tipo de falcatrua. Uma lista breve dos episódios de corrupção mais gritantes e recentes basta para indicar um elenco preocupante de problemas. A regulamentação excessiva e obscura da atividade econômica propicia situações em que fiscais de impostos ou de normas urbanas, em geral associados a empresários, desencaminham a ordem ou o dinheiro públicos. São recorrentes as notícias sobre máfias dessa natureza nos municípios. Desbaratada em 2013, uma delas, a do ISS (Imposto sobre Serviços), teria desviado cerca de R$ 500 milhões do cofre paulistano. Os governos, além disso, gastam demais e incrementam as despesas de modo imprevisto. À beira da penúria ou em plena crise, remediam a imprevidência com impostos improvisados, que não seguem padrão racional de tributação. O arranjo feito às pressas, ruim em si, soma-se à barafunda de regras especiais ou favores destinados a agraciar grupos de interesse e a remendar ineficiências ou problemas econômicos de base. A legislação complexa, imperita e "ad hoc", implementada por vorazes cobradores de impostos, pois incentivados por um Estado ávido, resulta em inúmeros e milionários contenciosos com a Receita. Além de causar insegurança jurídica e incerteza econômica, o caos tributário provoca mais ineficiência e gera novas oportunidades de corrupção. Força companhias a destinar recursos para administrar o cumprimento de obrigações fiscais e para promover atividades de lobby político-tributário. Por vezes, as engaja em suborno. A revelação de que um esquema de sonegação funcionava no tribunal da Receita, o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), ilustra o ponto. Dívidas tributárias eram reduzidas ou desapareciam após o pagamento de propinas. Segundo a Polícia Federal, os cofres públicos sofreram prejuízo de, no mínimo, R$ 5,7 bilhões. O escândalo da Petrobras oferece outro exemplo concentrado da criação de oportunidades de ilícitos. Uma empresa gigantesca, um oligopólio próximo do monopólio, foi obrigada pelo governo a tomar decisões orientadas antes pela ideologia do que pela eficiência. Sem pressão concorrencial, sucedeu-se o previsível descaso com custos crescentes ou criminosamente despropositados. O desperdício vicejou devido a investimentos improdutivos ditados pelo arbítrio do governante, como os de várias refinarias; devido a reservas de mercados para fornecedores nacionais; devido ao gigantismo de despesas e da própria atuação, que escapam aos recursos disponíveis de controle, sejam sociais ou administrativos. Segundo informou esta Folha, a Petrobras calcula que as perdas com a corrupção investigada na Operação Lava Jato devem ficar entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões. Outros focos de bandalheira surgem a partir da intimidade de estatais e bancos públicos (notadamente o BNDES) com grandes empresas. Não raro o tráfico de influência política mostra-se rentável e se torna indiscernível o benefício público e privado de certas transações, como as privatizações ou a criação de "campeãs nacionais". A existência de oligopólios em setores relevantes da economia, combinada com o relativo fechamento do mercado à concorrência internacional, favorece a organização de carteis e o superfaturamento de contratos. Tal estado de coisas em grande parte deriva de políticas públicas que um dia –e outra vez agora– se chamaram de "desenvolvimentistas". É inegável que deficiências na burocracia são o outro lado dessa moeda podre da ordem econômica. O poder discricionário dos funcionários muitas vezes é excessivo. A falta de projetos detalhados de obras públicas e de regras claras e simples de regulação e autorização de empreendimentos propicia a negociação ilegal. O arbítrio nas milhares de nomeações para cargos públicos ajuda a formar quadros engajados em fraudes. Os orçamentos públicos são obscuros e manipulados. Ainda assim, a velha ordem econômica brasileira de parcerias indevidas entre público e privado, entre Estado e empresa, tão invocada em nome da aceleração do desenvolvimento, tem grande peso no enraizamento e na modernização do hábito do favor. Despendem-se energias empreendedoras na busca de benefícios estatais ou na burla da competição, quando não na pura corrupção. O conjunto da obra, só não vê quem não quer, perverte o sistema político, degrada a eficiência econômica e eterniza privilégios sociais.
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Banco central da Rússia surpreende ao reduzir taxa básica de juros para 15%
O banco central da Rússia anunciou nesta sexta-feira (30) uma queda na taxa básica de juros de 17% para 15% ao ano, acelerando a queda do rublo. "O conselho de administração do banco da Rússia decidiu baixar a taxa de juros de referência de 17% para 15% ao ano", informou a instituição em comunicado, no qual assegura que a medida está direcionada para "evitar a queda considerável na atividade econômica frente ao contexto de fatores externos negativos". Depois do anúncio, a moeda russa seguiu em queda. PACOTE Na quarta-feira (28), o governo da Rússia anunciou que pretende gastar ao menos 2,34 trilhões de rublos (US$ 35 bilhões) para ajudar a economia a lidar com sanções do Ocidente e com a queda nos preços do petróleo. Apenas 22 dos 60 itens foram custeados, sugerindo que o custo final do pacote pode ser muito mais do que 2,34 trilhões de rublos, que representa a soma dos custos de itens para os quais foram fixados financiamento. Os valores ainda estão sujeitos a discussão do governo. O ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, disse na terça-feira (27) que essas medidas não vão ampliar os gastos totais do orçamento, por causa das reservas orçamentárias e dos cortes em outras áreas. Entre as prioridades, o maior item único é um programa de 1 trilhão de rublos para recapitalizar bancos através da emissão de títulos do governo, que já haviam sido financiados com o orçamento federal do ano passado. Outros itens importantes incluem 160 bilhões de rublos em empréstimos federais para ajudar governos regionais, além de 188 bilhões de rublos para financiar uma indexação de pensões. NOTA DE CRÉDITO Ainda nesta semana, a Rússia teve sua nota de crédito rebaixada pela agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor's) para BB+, abaixo do grau de investimento (chancela de mercado seguro para se investir). A S&P havia alertado no fim de dezembro que poderia tirar o grau de investimento da Rússia a partir de meados de janeiro, após rápida deterioração da flexibilização da política monetária do país e do enfraquecimento da economia. A medida pode prejudicar não só a imagem da Rússia entre os investidores, mas também elevar seus custos de financiamento, já que muitos fundos têm regras que os impedem de comprar títulos não classificados como grau de investimento.
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Banco central da Rússia surpreende ao reduzir taxa básica de juros para 15%O banco central da Rússia anunciou nesta sexta-feira (30) uma queda na taxa básica de juros de 17% para 15% ao ano, acelerando a queda do rublo. "O conselho de administração do banco da Rússia decidiu baixar a taxa de juros de referência de 17% para 15% ao ano", informou a instituição em comunicado, no qual assegura que a medida está direcionada para "evitar a queda considerável na atividade econômica frente ao contexto de fatores externos negativos". Depois do anúncio, a moeda russa seguiu em queda. PACOTE Na quarta-feira (28), o governo da Rússia anunciou que pretende gastar ao menos 2,34 trilhões de rublos (US$ 35 bilhões) para ajudar a economia a lidar com sanções do Ocidente e com a queda nos preços do petróleo. Apenas 22 dos 60 itens foram custeados, sugerindo que o custo final do pacote pode ser muito mais do que 2,34 trilhões de rublos, que representa a soma dos custos de itens para os quais foram fixados financiamento. Os valores ainda estão sujeitos a discussão do governo. O ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, disse na terça-feira (27) que essas medidas não vão ampliar os gastos totais do orçamento, por causa das reservas orçamentárias e dos cortes em outras áreas. Entre as prioridades, o maior item único é um programa de 1 trilhão de rublos para recapitalizar bancos através da emissão de títulos do governo, que já haviam sido financiados com o orçamento federal do ano passado. Outros itens importantes incluem 160 bilhões de rublos em empréstimos federais para ajudar governos regionais, além de 188 bilhões de rublos para financiar uma indexação de pensões. NOTA DE CRÉDITO Ainda nesta semana, a Rússia teve sua nota de crédito rebaixada pela agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor's) para BB+, abaixo do grau de investimento (chancela de mercado seguro para se investir). A S&P havia alertado no fim de dezembro que poderia tirar o grau de investimento da Rússia a partir de meados de janeiro, após rápida deterioração da flexibilização da política monetária do país e do enfraquecimento da economia. A medida pode prejudicar não só a imagem da Rússia entre os investidores, mas também elevar seus custos de financiamento, já que muitos fundos têm regras que os impedem de comprar títulos não classificados como grau de investimento.
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