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Leitor pede mais espaço para crítica cinematográfica
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Inácio Araújo escreve muito bem sobre cinema, mas seu espaço é muito limitado para divagações, bem interessantes, por sinal. Sugiro que a Folha aumente o espaço de sua coluna ou então que ele se concentre mais na crítica do filme, como fez muito bem ao analisar analisar "As Três Noites de Eva". * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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paineldoleitor
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Leitor pede mais espaço para crítica cinematográficaInácio Araújo escreve muito bem sobre cinema, mas seu espaço é muito limitado para divagações, bem interessantes, por sinal. Sugiro que a Folha aumente o espaço de sua coluna ou então que ele se concentre mais na crítica do filme, como fez muito bem ao analisar analisar "As Três Noites de Eva". * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Painel FC: Rixa entre Dilma e Congresso deve atrapalhar MP das dívidas fiscais dos clubes
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O mal-estar instalado entre o Palácio do Planalto e o Congresso deve respingar no esporte, mais precisamente na medida provisória que trata do refinanciamento das dívidas fiscais dos clubes. Com um projeto sobre o mesmo tema em tramitação na Câmara, ... Leia post completo no blog
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esporte
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Painel FC: Rixa entre Dilma e Congresso deve atrapalhar MP das dívidas fiscais dos clubesO mal-estar instalado entre o Palácio do Planalto e o Congresso deve respingar no esporte, mais precisamente na medida provisória que trata do refinanciamento das dívidas fiscais dos clubes. Com um projeto sobre o mesmo tema em tramitação na Câmara, ... Leia post completo no blog
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Decisões da NBA têm só um brasileiro e LeBron em busca da 5ª final seguida
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As finais de conferência da NBA, que começam nesta terça-feira (19), vão reunir exatamente os melhores times da temporada regular em cada uma das duas conferências. O Golden State Warriors foi o primeiro colocado do Oeste, com 67 vitórias e 15 derrotas, enquanto o Houston Rockets ficou na segunda posição, com 56 triunfos e 26 derrotas. As duas franquias se enfrentam nesta terça, em Oakland. É o primeiro duelo da série melhor de sete. Do outro lado, no Leste, o Atlanta Hawks terminou a primeira fase na liderança com 60 vitórias e 22 derrotas. Já o Cleveland Cavaliers foi o segundo, com 53 triunfos e 29 derrotas. A primeira partida pela decisão da conferência acontece na quarta-feira (20), em Atlanta. Com capacidade para quase 20 mil pessoas, a Oracle Arena, ginásio do Golden State Warriors, é considerado o mais barulhento da NBA. O grito da torcida, segundo uma medição feita em 2013, chega a 112 decibéis. Um concerto de rock, por exemplo, chega a 115 decibéis. Em abril deste ano, Monty Williams, então técnico do New Orleans Pelicans, disse que o barulho era tanto, que não sabia se estava dentro da legalidade. E é para lá que os Rockets vão. O confronto das duas melhores equipes da Conferência Oeste vai reunir dois dos grandes destaques da temporada regular : o armador Stephen Curry, 27, dos Warriors, e o ala/armador James Harden, 25, dos Rockets. Curry, que ganhou o prêmio de jogador mais valioso da temporada 2014/15 da NBA, vai colocar o seu status à prova contra Harden, considerado por muitos o melhor do campeonato. O Golden State Warriors não teve problemas contra o Houston Rockets na temporada regular. Em quatro jogos, venceu os quatro: dois em casa e dois fora. E sempre por mais de dez pontos de diferença. Do outro lado, o Atlanta Hawks tem vantagem sobre o Cleveland Cavaliers: 3 a 1. O ala LeBron James está em busca da sua quinta final consecutiva. Ele chegou a quatro decisões com o Miami Heat: ganhou duas e perdeu outras duas. Ele também já alcançou uma final com o Cleveland Cavaliers, em 2007, mas acabou derrotado por 4 a 0 na série melhor de sete. As finais de conferência vão contar com apenas um brasileiro em quadra: o ala/armador Leandrinho, do Golden State Warriors. Em entrevista para a Folha em abril, o jogador disse que o time está preparado para bater qualquer adversário na NBA. O pivô Anderson Varejão, machucado, não poderá defender o Cleveland Cavaliers. Ele só volta a jogar na próxima temporada. Além do pivô brasileiro Anderson Varejão, o Cleveland Cavaliers também não vai poder contar com o ala/pivô Kevin Love, que operou o ombro e só volta a jogar na próxima temporada. Já o Houston Rockets não deverá ter o armador Patrick Beverley, que rompeu um ligamento do pulso esquerdo.
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asmais
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Decisões da NBA têm só um brasileiro e LeBron em busca da 5ª final seguidaAs finais de conferência da NBA, que começam nesta terça-feira (19), vão reunir exatamente os melhores times da temporada regular em cada uma das duas conferências. O Golden State Warriors foi o primeiro colocado do Oeste, com 67 vitórias e 15 derrotas, enquanto o Houston Rockets ficou na segunda posição, com 56 triunfos e 26 derrotas. As duas franquias se enfrentam nesta terça, em Oakland. É o primeiro duelo da série melhor de sete. Do outro lado, no Leste, o Atlanta Hawks terminou a primeira fase na liderança com 60 vitórias e 22 derrotas. Já o Cleveland Cavaliers foi o segundo, com 53 triunfos e 29 derrotas. A primeira partida pela decisão da conferência acontece na quarta-feira (20), em Atlanta. Com capacidade para quase 20 mil pessoas, a Oracle Arena, ginásio do Golden State Warriors, é considerado o mais barulhento da NBA. O grito da torcida, segundo uma medição feita em 2013, chega a 112 decibéis. Um concerto de rock, por exemplo, chega a 115 decibéis. Em abril deste ano, Monty Williams, então técnico do New Orleans Pelicans, disse que o barulho era tanto, que não sabia se estava dentro da legalidade. E é para lá que os Rockets vão. O confronto das duas melhores equipes da Conferência Oeste vai reunir dois dos grandes destaques da temporada regular : o armador Stephen Curry, 27, dos Warriors, e o ala/armador James Harden, 25, dos Rockets. Curry, que ganhou o prêmio de jogador mais valioso da temporada 2014/15 da NBA, vai colocar o seu status à prova contra Harden, considerado por muitos o melhor do campeonato. O Golden State Warriors não teve problemas contra o Houston Rockets na temporada regular. Em quatro jogos, venceu os quatro: dois em casa e dois fora. E sempre por mais de dez pontos de diferença. Do outro lado, o Atlanta Hawks tem vantagem sobre o Cleveland Cavaliers: 3 a 1. O ala LeBron James está em busca da sua quinta final consecutiva. Ele chegou a quatro decisões com o Miami Heat: ganhou duas e perdeu outras duas. Ele também já alcançou uma final com o Cleveland Cavaliers, em 2007, mas acabou derrotado por 4 a 0 na série melhor de sete. As finais de conferência vão contar com apenas um brasileiro em quadra: o ala/armador Leandrinho, do Golden State Warriors. Em entrevista para a Folha em abril, o jogador disse que o time está preparado para bater qualquer adversário na NBA. O pivô Anderson Varejão, machucado, não poderá defender o Cleveland Cavaliers. Ele só volta a jogar na próxima temporada. Além do pivô brasileiro Anderson Varejão, o Cleveland Cavaliers também não vai poder contar com o ala/pivô Kevin Love, que operou o ombro e só volta a jogar na próxima temporada. Já o Houston Rockets não deverá ter o armador Patrick Beverley, que rompeu um ligamento do pulso esquerdo.
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Quinta tem jogo no Pacaembu e Leonardo DiCaprio nos cinemas
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O QUE AFETA SUA VIDA A rua Doutor Campos Moura, próxima à estação Artur Alvim, fica parcialmente interditada, entre a rua Maria Eugênia Celso e rua Peixoto Werneck, até segunda-feira (22/02), para construção da calçada. Palmeiras e São Bento jogam no estádio do Pacaembu às 21h. A CET irá monitorar o trânsito e pede que os motoristas evitem a região. Nesta quarta, o aeroporto de Congonhas registrou atrasos e cancelamento de voos devido à paralisação convocada pelos aeroviários em todo o país. Segundo a categoria, não há previsão de novas ações até o próximo dia 12. Se for viajar, vale conferir a situação do aeroportos em tempo real. Vale lembrar: não devem circular nesta quinta (4) veículos com placas que terminam em 7 ou 8. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h TEMPO Não esqueça o guarda-chuva. A previsão é de sol entre nuvens, com possibilidade de pancadas de chuva à tarde e à noite. Segundo o Inmet, a máxima é de 31°C e a mínima, 21°C. CULTURA E LAZER Se você havia se programado para conferir a Mostra de Cinema Brasileiro Contemporâneo, fique atento: após incêndio que atingiu o acervo da Cinemateca Brasileira na madrugada desta quarta (3), a entidaderesolveu cancelar sua programação até domingo (7). O longa "O Regresso", que pode finalmente dar um Oscar ao ator Leonardo DiCaprio, é a grande estreia nos cinemas. Cinco blocos de Carnaval desfilam já nesta quinta. Largo do Arouche, praça da República, ambos no centro; e Largo da Matriz, na Freguesia do Ó, zona norte, receberão bloquinhos. Confira toda a programação do Carnaval em folha.com/buscabloco
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saopaulo
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Quinta tem jogo no Pacaembu e Leonardo DiCaprio nos cinemasO QUE AFETA SUA VIDA A rua Doutor Campos Moura, próxima à estação Artur Alvim, fica parcialmente interditada, entre a rua Maria Eugênia Celso e rua Peixoto Werneck, até segunda-feira (22/02), para construção da calçada. Palmeiras e São Bento jogam no estádio do Pacaembu às 21h. A CET irá monitorar o trânsito e pede que os motoristas evitem a região. Nesta quarta, o aeroporto de Congonhas registrou atrasos e cancelamento de voos devido à paralisação convocada pelos aeroviários em todo o país. Segundo a categoria, não há previsão de novas ações até o próximo dia 12. Se for viajar, vale conferir a situação do aeroportos em tempo real. Vale lembrar: não devem circular nesta quinta (4) veículos com placas que terminam em 7 ou 8. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h TEMPO Não esqueça o guarda-chuva. A previsão é de sol entre nuvens, com possibilidade de pancadas de chuva à tarde e à noite. Segundo o Inmet, a máxima é de 31°C e a mínima, 21°C. CULTURA E LAZER Se você havia se programado para conferir a Mostra de Cinema Brasileiro Contemporâneo, fique atento: após incêndio que atingiu o acervo da Cinemateca Brasileira na madrugada desta quarta (3), a entidaderesolveu cancelar sua programação até domingo (7). O longa "O Regresso", que pode finalmente dar um Oscar ao ator Leonardo DiCaprio, é a grande estreia nos cinemas. Cinco blocos de Carnaval desfilam já nesta quinta. Largo do Arouche, praça da República, ambos no centro; e Largo da Matriz, na Freguesia do Ó, zona norte, receberão bloquinhos. Confira toda a programação do Carnaval em folha.com/buscabloco
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Fabricante de buggies D2D retoma sonho de montadora nacional
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RODRIGO MORA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Embora o histórico de fabricantes brasileiras de automóveis não encoraje novas tentativas, a D2D acredita que venderá 50 unidades mensais do seu buggy Sky, que chega às lojas no início de 2017 por a partir de R$ 64,8 mil. O carrinho de dois lugares está em fase final de homologação, segundo o gerente de marketing e vendas, Gustavo Ramenzoni. Hoje sediada em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, a D2D planeja transferência para Jaguaré (ES), o que permitirá aumentar a produção e vender entre 100 e 200 unidades por mês, "dependendo de como estiver o mercado", diz Ramenzoni. Ainda de acordo com o executivo, o investimento na empreitada (US$ 10 milhões) é de Eduardo Eberhardt, herdeiro da Arteb, fabricante de componentes automotivos. De acordo com Ramenzoni, a ideia surgiu do desejo de ter um buggy com melhores condições de dirigibilidade e segurança e do conhecimento da dinâmica da cadeia de produção de automóveis. O plano de negócio inclui concessionárias a serem abertas nas principais capitais do país e vendas on-line. Daí o nome D2D, ou "Door To Door" (porta a porta). O motor instalado no buggy é um 1.5 16V (110 cv) fornecido pela chinesa Chery –por enquanto. "Estamos estudando a possibilidade de ter um motor nacional, que facilitaria nossa logística e reduziria custos", afirma o gerente de marketing e vendas. O Sky é equipado com direção hidráulica, ar-condicionado e CD-player, que pode ser substituído por um sistema multimídia. É possível escolher o tipo de banco (de tecido ou camurça), a cor das rodas (preto, prata ou grafite) e se a capota é de lona ou rígida. Com opcionais, pode chegar a R$ 90 mil. O foco do modelo será uso recreativo. "Só na Riviera de São Lourenço há 400 buggies", calcula Ramenzoni. A D2D também quer atrair clientes que usam carrinhos de golfe ou quadriciclos para se deslocar em condomínios.
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Fabricante de buggies D2D retoma sonho de montadora nacional
RODRIGO MORA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Embora o histórico de fabricantes brasileiras de automóveis não encoraje novas tentativas, a D2D acredita que venderá 50 unidades mensais do seu buggy Sky, que chega às lojas no início de 2017 por a partir de R$ 64,8 mil. O carrinho de dois lugares está em fase final de homologação, segundo o gerente de marketing e vendas, Gustavo Ramenzoni. Hoje sediada em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, a D2D planeja transferência para Jaguaré (ES), o que permitirá aumentar a produção e vender entre 100 e 200 unidades por mês, "dependendo de como estiver o mercado", diz Ramenzoni. Ainda de acordo com o executivo, o investimento na empreitada (US$ 10 milhões) é de Eduardo Eberhardt, herdeiro da Arteb, fabricante de componentes automotivos. De acordo com Ramenzoni, a ideia surgiu do desejo de ter um buggy com melhores condições de dirigibilidade e segurança e do conhecimento da dinâmica da cadeia de produção de automóveis. O plano de negócio inclui concessionárias a serem abertas nas principais capitais do país e vendas on-line. Daí o nome D2D, ou "Door To Door" (porta a porta). O motor instalado no buggy é um 1.5 16V (110 cv) fornecido pela chinesa Chery –por enquanto. "Estamos estudando a possibilidade de ter um motor nacional, que facilitaria nossa logística e reduziria custos", afirma o gerente de marketing e vendas. O Sky é equipado com direção hidráulica, ar-condicionado e CD-player, que pode ser substituído por um sistema multimídia. É possível escolher o tipo de banco (de tecido ou camurça), a cor das rodas (preto, prata ou grafite) e se a capota é de lona ou rígida. Com opcionais, pode chegar a R$ 90 mil. O foco do modelo será uso recreativo. "Só na Riviera de São Lourenço há 400 buggies", calcula Ramenzoni. A D2D também quer atrair clientes que usam carrinhos de golfe ou quadriciclos para se deslocar em condomínios.
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Após quase dois anos de atraso, Viracopos ganha novo terminal
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Após 23 meses de atraso, os voos domésticos do aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas (a 93 km de São Paulo), serão transferidos neste sábado (23) para o novo terminal.A mudança ocorre a partir da 0h. Porém, o primeiro voo deve ser despachado do local por volta das 5h. Por dia, por volta de 28 mil passageiros passam pelo aeroporto internacional de Viracopos. A concessionária escolheu fazer a transferência dos voos domésticos no meio do feriado em razão do baixo volume de pessoas. O pico de usuários deve ser registrado entre a noite de domingo (24) e a manhã de segunda (25). A recomendação é para os passageiros chegarem com ao menos uma hora de antecedência ao aeroporto e façam check-in em casa, pela internet, ou nos terminais de autoatendimento no saguão. O tráfego de veículos também vai mudar. O acesso agora ao novo terminal será direto. O motorista não vai mais precisar passar pelo terminal antigo, que será desativado e dará espaço, futuramente, a um centro de compras. A sugestão para os passageiros que chegam com veículos próprios ou trazidos por familiares e amigos é a utilização do edifício-garagem, que dá acesso direto ao novo terminal por meio de elevadores e passarelas. O preço para estacionar por até uma hora é de R$ 12. Para até duas horas, o valor sobe para R$ 17. Que ficar até três horas com o carro na vaga vai pagar R$ 22. O preço da diária é de R$ 50, com R$ 4 de acréscimo por hora adicional. O novo terminal é o mesmo utilizado, desde junho de 2014, pelos passageiros que descem ou embarcam em voos internacionais. A inauguração ocorreu com a chegada de delegações estrangeiras de futebol para a Copa do Mundo no Brasil. No ano passado, o aeroporto de Viracopos registrou 127.395 pousos e decolagens (queda de 3,1% ante 2014) e 10,3 milhões de passageiros (alta de 4,9% ante 2014). ATRASO Com o início da operação dos voos domésticos, fica encerrada a primeira fase da concessão do aeroporto de Viracopos pelo governo federal, que era garantir infraestrutura para até 25 milhões de passageiros por ano. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que fiscaliza o aeroporto, ainda avalia se todas as obras foram realizadas. Uma nova vistoria deve acontecer entre os dias 10, 11 e 12 de maio. Pelo atraso inicial, a concessionária Aeroporto Brasil recebeu uma autuação. O valor da multa está sendo calculado e pode chegar a R$ 170 milhões, mais R$ 1,7 milhão por dia de atraso na obra. A segunda fase da concessão, ainda sem data para ser iniciada, contempla a construção de uma segunda pista para pousos e decolagens de aeronaves, além de obras de infraestrutura viária. A assessoria da concessionária Aeroporto Brasil informou que o atraso para a transferência dos voos domésticos ocorreu por problemas de caixa, o que afetou o cronograma de obras.
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cotidiano
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Após quase dois anos de atraso, Viracopos ganha novo terminalApós 23 meses de atraso, os voos domésticos do aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas (a 93 km de São Paulo), serão transferidos neste sábado (23) para o novo terminal.A mudança ocorre a partir da 0h. Porém, o primeiro voo deve ser despachado do local por volta das 5h. Por dia, por volta de 28 mil passageiros passam pelo aeroporto internacional de Viracopos. A concessionária escolheu fazer a transferência dos voos domésticos no meio do feriado em razão do baixo volume de pessoas. O pico de usuários deve ser registrado entre a noite de domingo (24) e a manhã de segunda (25). A recomendação é para os passageiros chegarem com ao menos uma hora de antecedência ao aeroporto e façam check-in em casa, pela internet, ou nos terminais de autoatendimento no saguão. O tráfego de veículos também vai mudar. O acesso agora ao novo terminal será direto. O motorista não vai mais precisar passar pelo terminal antigo, que será desativado e dará espaço, futuramente, a um centro de compras. A sugestão para os passageiros que chegam com veículos próprios ou trazidos por familiares e amigos é a utilização do edifício-garagem, que dá acesso direto ao novo terminal por meio de elevadores e passarelas. O preço para estacionar por até uma hora é de R$ 12. Para até duas horas, o valor sobe para R$ 17. Que ficar até três horas com o carro na vaga vai pagar R$ 22. O preço da diária é de R$ 50, com R$ 4 de acréscimo por hora adicional. O novo terminal é o mesmo utilizado, desde junho de 2014, pelos passageiros que descem ou embarcam em voos internacionais. A inauguração ocorreu com a chegada de delegações estrangeiras de futebol para a Copa do Mundo no Brasil. No ano passado, o aeroporto de Viracopos registrou 127.395 pousos e decolagens (queda de 3,1% ante 2014) e 10,3 milhões de passageiros (alta de 4,9% ante 2014). ATRASO Com o início da operação dos voos domésticos, fica encerrada a primeira fase da concessão do aeroporto de Viracopos pelo governo federal, que era garantir infraestrutura para até 25 milhões de passageiros por ano. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que fiscaliza o aeroporto, ainda avalia se todas as obras foram realizadas. Uma nova vistoria deve acontecer entre os dias 10, 11 e 12 de maio. Pelo atraso inicial, a concessionária Aeroporto Brasil recebeu uma autuação. O valor da multa está sendo calculado e pode chegar a R$ 170 milhões, mais R$ 1,7 milhão por dia de atraso na obra. A segunda fase da concessão, ainda sem data para ser iniciada, contempla a construção de uma segunda pista para pousos e decolagens de aeronaves, além de obras de infraestrutura viária. A assessoria da concessionária Aeroporto Brasil informou que o atraso para a transferência dos voos domésticos ocorreu por problemas de caixa, o que afetou o cronograma de obras.
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Segundo turno do Brasileiro começa com confrontos no topo da tabela
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O segundo turno do Brasileiro começa neste fim de semana com "finais antecipadas". Neste domingo (14), ocorrerão três duelos entre times que são candidatos à conquista do título nacional. Com exceção do quarto colocado Flamengo, que perdeu para o Sport por 1 a 0, neste sábado (13), os sete times que terminaram o primeiro turno com 30 ou mais pontos jogam entre si neste domingo. O primeiro confronto do dia é entre Grêmio e Corinthians, às 11h, em Porto Alegre. Com um jogo a menos do que os adversários, o time gaúcho soma 32 pontos, e está na sexta colocação. O Corinthians é o terceiro, com 34. A equipe alvinegra vai contar com o lateral direito Fagner. O jogador havia sido suspenso por entrada violenta em Ederson, do Flamengo, mas o Corinthians conseguiu a liberação do jogador graças a um efeito suspensivo na sexta (12). Elias, porém, está suspenso e não vai jogar. A segunda partida entre times da parte de cima da tabela será às 16h, na Vila Belmiro. O Santos, quinto colocado, com 33 pontos, receberá o Atlético-MG, que está em ascensão na competição e terminou a primeira metade do Brasileiro em segundo lugar, com 35 pontos. Além de seus três jogadores na Olimpíada (Zeca, Thiago Maia e Gabriel), o Santos também não terá Lucas Lima, que está suspenso. O último jogo do dia, às 18h30, será entre o sétimo colocado Atlético-PR, que tem 30 pontos, e o líder Palmeiras (30), em Curitiba. Para manter a liderança sem depender de outros resultados, o Palmeiras terá de superar a força do time paranaense na grama sintética da Arena da Baixada. Em nove jogos em seu estádio no primeiro turno, o Atlético-PR venceu sete e empatou dois. Cuca não revelou o time que vai começar jogando. As principais dúvidas são na lateral direita, onde Jean e Fabrício disputam a vaga, no meio campo, entre Thiago Santos e Cleiton Xavier, e no ataque, setor em que Roger Guedes e Rafael Marques brigam por um lugar. Leandro Pereira vai desfalcar o time por causa do entorse no joelho esquerdo sofrido na última rodada, contra o Vitória, no domingo (7). * GRÊMIO Marcelo Grohe; Edílson, Pedro Geromel, Wallace Reis e Marcelo Oliveira; Jaílson, Maicon, Everton, Douglas e Pedro Rocha; Miller Bolaños. T.: Roger Machado CORINTHIANS Cássio; Fagner, Yago, Balbuena e Uendel; Bruno Henrique, Rodriguinho, Giovanni Augusto e Marquinhos Gabriel; Romero e André. T.: Cristóvão Borges Estádio: Arena do Grêmio /Árbitro: Braulio Machado / TV: 11h, pay-per-view * SANTOS Vanderlei; Victor Ferraz, Luiz Felipe, Gustavo Henrique e Caju; Renato, Léo Cittadini e Jean Mota; Vitor Bueno, Ricardo Oliveira e Copete. T.: Dorival Jr. ATLÉTICO-MG Victor; Carlos César, Leonardo Silva, Erazo e Fábio Santos; Rafael Carioca, Leandro Donizete e Maicosuel; Robinho, Lucas Pratto e Fred T.: Marcelo Oliveira Estádio: Vila Belmiro /Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães / TV: 16h, pay-per-view * ATLÉTICO-PR Santos; Léo, Paulo André, T. Heleno e Sidcley; Otávio, Hernani e Luciano Cabral (Vinícius); Marcos Guilherme, Lucas Fernandes (Yago) e Walter T.: Paulo Autuori PALMEIRAS Jailson; Jean (Fabiano), Thiago Martins, Vitor Hugo e Egídio; Thiago Santos (Cleiton Xavier), Tchê Tchê e Moisés; Róger Guedes (Rafael Marques), Dudu e Erik T.: Cuca Estádio: Arena da Baixada /Árbitro: Jean Pierre Goncalves Lima / TV: 18h30, pay-per-view
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esporte
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Segundo turno do Brasileiro começa com confrontos no topo da tabelaO segundo turno do Brasileiro começa neste fim de semana com "finais antecipadas". Neste domingo (14), ocorrerão três duelos entre times que são candidatos à conquista do título nacional. Com exceção do quarto colocado Flamengo, que perdeu para o Sport por 1 a 0, neste sábado (13), os sete times que terminaram o primeiro turno com 30 ou mais pontos jogam entre si neste domingo. O primeiro confronto do dia é entre Grêmio e Corinthians, às 11h, em Porto Alegre. Com um jogo a menos do que os adversários, o time gaúcho soma 32 pontos, e está na sexta colocação. O Corinthians é o terceiro, com 34. A equipe alvinegra vai contar com o lateral direito Fagner. O jogador havia sido suspenso por entrada violenta em Ederson, do Flamengo, mas o Corinthians conseguiu a liberação do jogador graças a um efeito suspensivo na sexta (12). Elias, porém, está suspenso e não vai jogar. A segunda partida entre times da parte de cima da tabela será às 16h, na Vila Belmiro. O Santos, quinto colocado, com 33 pontos, receberá o Atlético-MG, que está em ascensão na competição e terminou a primeira metade do Brasileiro em segundo lugar, com 35 pontos. Além de seus três jogadores na Olimpíada (Zeca, Thiago Maia e Gabriel), o Santos também não terá Lucas Lima, que está suspenso. O último jogo do dia, às 18h30, será entre o sétimo colocado Atlético-PR, que tem 30 pontos, e o líder Palmeiras (30), em Curitiba. Para manter a liderança sem depender de outros resultados, o Palmeiras terá de superar a força do time paranaense na grama sintética da Arena da Baixada. Em nove jogos em seu estádio no primeiro turno, o Atlético-PR venceu sete e empatou dois. Cuca não revelou o time que vai começar jogando. As principais dúvidas são na lateral direita, onde Jean e Fabrício disputam a vaga, no meio campo, entre Thiago Santos e Cleiton Xavier, e no ataque, setor em que Roger Guedes e Rafael Marques brigam por um lugar. Leandro Pereira vai desfalcar o time por causa do entorse no joelho esquerdo sofrido na última rodada, contra o Vitória, no domingo (7). * GRÊMIO Marcelo Grohe; Edílson, Pedro Geromel, Wallace Reis e Marcelo Oliveira; Jaílson, Maicon, Everton, Douglas e Pedro Rocha; Miller Bolaños. T.: Roger Machado CORINTHIANS Cássio; Fagner, Yago, Balbuena e Uendel; Bruno Henrique, Rodriguinho, Giovanni Augusto e Marquinhos Gabriel; Romero e André. T.: Cristóvão Borges Estádio: Arena do Grêmio /Árbitro: Braulio Machado / TV: 11h, pay-per-view * SANTOS Vanderlei; Victor Ferraz, Luiz Felipe, Gustavo Henrique e Caju; Renato, Léo Cittadini e Jean Mota; Vitor Bueno, Ricardo Oliveira e Copete. T.: Dorival Jr. ATLÉTICO-MG Victor; Carlos César, Leonardo Silva, Erazo e Fábio Santos; Rafael Carioca, Leandro Donizete e Maicosuel; Robinho, Lucas Pratto e Fred T.: Marcelo Oliveira Estádio: Vila Belmiro /Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães / TV: 16h, pay-per-view * ATLÉTICO-PR Santos; Léo, Paulo André, T. Heleno e Sidcley; Otávio, Hernani e Luciano Cabral (Vinícius); Marcos Guilherme, Lucas Fernandes (Yago) e Walter T.: Paulo Autuori PALMEIRAS Jailson; Jean (Fabiano), Thiago Martins, Vitor Hugo e Egídio; Thiago Santos (Cleiton Xavier), Tchê Tchê e Moisés; Róger Guedes (Rafael Marques), Dudu e Erik T.: Cuca Estádio: Arena da Baixada /Árbitro: Jean Pierre Goncalves Lima / TV: 18h30, pay-per-view
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Câmara empossa 513 deputados federais
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A Câmara empossou na manhã deste domingo (1) os 513 deputados federais eleitos no ano passado para a 55ª legislatura da Casa, que termina em 2019. Miro Teixeira (PDT-RJ) presidiu a sessão. Os parlamentares, que tiveram seus nomes lidos em voz alta, têm de concordar com a promessa de "manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil". Segundo a assessoria da Câmara, 289 dos eleitos já estavam na Casa, 26 não estavam, mas já tinham sido deputados em outro momento, e 198 iniciam neste domingo sua primeira legislatura. Nove em cada dez deles são homens e oito em cada dez são brancos. A partir da tarde, começa o processo de escolha da Mesa Diretora da Casa. A formação de blocos parlamentares deve ser apresentada até as 13h30. Uma hora depois, será feita a primeira reunião para discutir o comando da Câmara. Até as 17h devem ser registrados os candidatos. A votação é esperada para começar às 18h. Os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) são os principais nomes, mas Cunha é o favorito. Ao terem seus nomes lidos em voz alta, Chinaglia e Cunha, foram ovacionados por outros parlamentares que os apoiam. NOVA CARREIRA Assumindo pela primeira vez o cargo de deputado federal, o cantor sertanejo Sérgio Reis (PRB-SP), afirmou que a carreira política será uma "emoção nova" mas sua vida artística não será posta de lado. Ele afirmou que continuará fazendo shows quando não estiver em Brasília. "Eu viajo todo o país e conheço de perto os problemas da população. Eu que já tive o carinho do povo durante 55 anos de carreira, quero dedicar quatro anos da minha vida para retribuir isso", disse. Sérgio Reis afirmou que irá dedicar seu mandato aos projetos relacionados aos aposentados e à saúde. Assumindo o seu segundo mandato, o deputado Tiririca (PR-SP), afirmou que está muito feliz em permanecer na Câmara e que agora irá trabalhar para conseguir aprovar algum projeto seu. Questionado se faria seu primeiro discurso na tribuna do plenário neste novo mandato, Tiririca desconversou. "Vou sim", disse para logo em seguida, negar. "Claro que não". Se dizendo mais preparado para o mandato, Tiririca disse que agora entendeu a dinâmica do Congresso. "Eu venho do circo, que é uma coisa muito organizada. Tem hora para entrar, hora para sair. É tudo bem planejado. Por isso que eu demorei para entender como a Câmara funcionava. As pessoas fazem o discurso e ninguém presta atenção", disse. Apesar de ser o deputado mais novo da Legislatura, Uldurico Júnior (PTC-BA), de 23 anos, afirmou estar confiante para assumir o mandato. O deputado disse que nem precisou fazer o curso preparatório que a Câmara ofereceu aos novos deputados porque acompanhou o trabalho do seu pai, o ex-deputado Uldurico Pinto, que foi deputado por três vezes. "Acho que a maior carência do nosso povo é a corrupção. Vou tentar focar o meu mandato em ações para combater a corrupção, principalmente no meu estado", disse. Após a cerimônia de posse, a mesa do plenário e as tribunas, locais de onde os deputados fazem seus discursos, foram disputados por parentes e amigos dos congressistas. Fingindo que estavam discursando ou mesmo assinando papeis, todos queriam um registro em poses comuns aos parlamentares. Já os novatos, preferiam tirar fotos sentados na cadeira de presidente da Casa. Carlos Sampaio (PSDB-SP), líder tucano, chegou atrasado à cerimônia e teve de ser empossado sozinho, após os colegas.
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Câmara empossa 513 deputados federaisA Câmara empossou na manhã deste domingo (1) os 513 deputados federais eleitos no ano passado para a 55ª legislatura da Casa, que termina em 2019. Miro Teixeira (PDT-RJ) presidiu a sessão. Os parlamentares, que tiveram seus nomes lidos em voz alta, têm de concordar com a promessa de "manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil". Segundo a assessoria da Câmara, 289 dos eleitos já estavam na Casa, 26 não estavam, mas já tinham sido deputados em outro momento, e 198 iniciam neste domingo sua primeira legislatura. Nove em cada dez deles são homens e oito em cada dez são brancos. A partir da tarde, começa o processo de escolha da Mesa Diretora da Casa. A formação de blocos parlamentares deve ser apresentada até as 13h30. Uma hora depois, será feita a primeira reunião para discutir o comando da Câmara. Até as 17h devem ser registrados os candidatos. A votação é esperada para começar às 18h. Os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) são os principais nomes, mas Cunha é o favorito. Ao terem seus nomes lidos em voz alta, Chinaglia e Cunha, foram ovacionados por outros parlamentares que os apoiam. NOVA CARREIRA Assumindo pela primeira vez o cargo de deputado federal, o cantor sertanejo Sérgio Reis (PRB-SP), afirmou que a carreira política será uma "emoção nova" mas sua vida artística não será posta de lado. Ele afirmou que continuará fazendo shows quando não estiver em Brasília. "Eu viajo todo o país e conheço de perto os problemas da população. Eu que já tive o carinho do povo durante 55 anos de carreira, quero dedicar quatro anos da minha vida para retribuir isso", disse. Sérgio Reis afirmou que irá dedicar seu mandato aos projetos relacionados aos aposentados e à saúde. Assumindo o seu segundo mandato, o deputado Tiririca (PR-SP), afirmou que está muito feliz em permanecer na Câmara e que agora irá trabalhar para conseguir aprovar algum projeto seu. Questionado se faria seu primeiro discurso na tribuna do plenário neste novo mandato, Tiririca desconversou. "Vou sim", disse para logo em seguida, negar. "Claro que não". Se dizendo mais preparado para o mandato, Tiririca disse que agora entendeu a dinâmica do Congresso. "Eu venho do circo, que é uma coisa muito organizada. Tem hora para entrar, hora para sair. É tudo bem planejado. Por isso que eu demorei para entender como a Câmara funcionava. As pessoas fazem o discurso e ninguém presta atenção", disse. Apesar de ser o deputado mais novo da Legislatura, Uldurico Júnior (PTC-BA), de 23 anos, afirmou estar confiante para assumir o mandato. O deputado disse que nem precisou fazer o curso preparatório que a Câmara ofereceu aos novos deputados porque acompanhou o trabalho do seu pai, o ex-deputado Uldurico Pinto, que foi deputado por três vezes. "Acho que a maior carência do nosso povo é a corrupção. Vou tentar focar o meu mandato em ações para combater a corrupção, principalmente no meu estado", disse. Após a cerimônia de posse, a mesa do plenário e as tribunas, locais de onde os deputados fazem seus discursos, foram disputados por parentes e amigos dos congressistas. Fingindo que estavam discursando ou mesmo assinando papeis, todos queriam um registro em poses comuns aos parlamentares. Já os novatos, preferiam tirar fotos sentados na cadeira de presidente da Casa. Carlos Sampaio (PSDB-SP), líder tucano, chegou atrasado à cerimônia e teve de ser empossado sozinho, após os colegas.
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Após comprar sapato na China, Temer ganha pares da indústria brasileira
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Depois que o presidente Michel Temer comprou sapatos em um shopping de Hangzhou, durante sua visita à China em setembro, representantes da indústria calçadista brasileira resolveram presenteá-lo com um par "made in Brazil". Recebida por Temer nesta terça-feira (8), a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) levou um par para a primeira-dama Marcela Temer, outro para o presidente e quatro pares diferentes para Michelzinho, o filho do casal. Heitor Klein, presidente da entidade, relata que o presente foi recebido com humor durante a reunião, em que também foram abordados assuntos como a necessidade de reformas no país e recentes dificuldades enfrentadas pelo setor na exportação de seus produtos à Argentina. Klein nega que a notícia das compras de Temer no shopping chinês, que ganhou as redes sociais na ocasião, tenha aborrecido os calçadistas brasileiros. A jornalistas, Klein reagira na época antecipando que levaria o presente a Temer quando tivesse a oportunidade. "Nenhum dos nossos associados ficou aborrecido com isso. É absolutamente compreensível. Qualquer um de nós compra alguma coisa quando viaja", disse Klein após sair do encontro. Na época, Temer justificou que teve de fazer a compra porque o salto de seu sapato havia quebrado durante a viagem. Em março passado, a Abicalçados festejou como "um alívio" a extensão por cinco anos do direito antidumping contra sapatos chineses, com a aplicação de uma sobretaxa de US$ 10,22 a cada par importado do país. Segundo a entidade, o encarecimento do produto chinês para os compradores brasileiros permitiu a recuperação de postos de trabalho no Brasil quando foi aplicada em 2009. Ela teve extensões em 2010 e agora em 2016. Conforme dados da entidade, em 2009 a importação de calçados chineses foi equivalente a US$ 183,6 milhões. Após a aplicação da sobretaxa, em 2010, o número caiu para US$ 54,9 milhões. Em 2015, a importação de calçados da China foi de US$ 45,9 milhões.
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Após comprar sapato na China, Temer ganha pares da indústria brasileiraDepois que o presidente Michel Temer comprou sapatos em um shopping de Hangzhou, durante sua visita à China em setembro, representantes da indústria calçadista brasileira resolveram presenteá-lo com um par "made in Brazil". Recebida por Temer nesta terça-feira (8), a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) levou um par para a primeira-dama Marcela Temer, outro para o presidente e quatro pares diferentes para Michelzinho, o filho do casal. Heitor Klein, presidente da entidade, relata que o presente foi recebido com humor durante a reunião, em que também foram abordados assuntos como a necessidade de reformas no país e recentes dificuldades enfrentadas pelo setor na exportação de seus produtos à Argentina. Klein nega que a notícia das compras de Temer no shopping chinês, que ganhou as redes sociais na ocasião, tenha aborrecido os calçadistas brasileiros. A jornalistas, Klein reagira na época antecipando que levaria o presente a Temer quando tivesse a oportunidade. "Nenhum dos nossos associados ficou aborrecido com isso. É absolutamente compreensível. Qualquer um de nós compra alguma coisa quando viaja", disse Klein após sair do encontro. Na época, Temer justificou que teve de fazer a compra porque o salto de seu sapato havia quebrado durante a viagem. Em março passado, a Abicalçados festejou como "um alívio" a extensão por cinco anos do direito antidumping contra sapatos chineses, com a aplicação de uma sobretaxa de US$ 10,22 a cada par importado do país. Segundo a entidade, o encarecimento do produto chinês para os compradores brasileiros permitiu a recuperação de postos de trabalho no Brasil quando foi aplicada em 2009. Ela teve extensões em 2010 e agora em 2016. Conforme dados da entidade, em 2009 a importação de calçados chineses foi equivalente a US$ 183,6 milhões. Após a aplicação da sobretaxa, em 2010, o número caiu para US$ 54,9 milhões. Em 2015, a importação de calçados da China foi de US$ 45,9 milhões.
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Quanto os planos de saúde devem ao SUS?
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O último cálculo estava em quase R$ 4,5 bilhões! Mas que dívida é esta? Reza a lenda (sim, porque algumas leis no Brasil viram lenda) que, segundo o artigo 196 de nossa Constituição, "a saúde é um direito de todos e um dever do Estado". E mais, no artigo 199, "a assistência à saúde é livre à iniciativa privada". Ou seja, apesar de ser dever do Estado, todos aqueles que quiserem, ou puderem, poderão comprar saúde da livre iniciativa. Em nenhum momento estes dois artigos entram em conflito! O cidadão brasileiro, se quiser e tiver condições econômicas para tal, terá o direito de cuidar de sua saúde pelo sistema público e pelo privado (suplementar). Entretanto (e o Brasil é o país dos "entretantos") o parágrafo 2 do artigo 199 é claro: é vedada a destinação de recursos públicos para auxílio ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. E daí? O que se entende por isso? Pode ser considerada subvenção pública às instituições privadas quando um cidadão, que tem direito às duas formas de atendimento, for atendido por um hospital público em regime de emergência? A gestão pública entende que sim! A privada (planos de saúde), não! O custo desse atendimento assumido pelo Estado deve ser ressarcido pelo plano de saúde, ao qual o cidadão já paga, assim como também paga à previdência? Ou será que esse valor será devido ao próprio cidadão pela operadora, que ao vender o contrato também é a responsável por esse tipo de atendimento? A minha opinião como médico e como cidadão é esta: o credor dessa dívida é o cidadão! Neste caso, o paciente que, ao ser atendido em um hospital público, em vez de um do seu plano de saúde, na grande maioria das vezes, o faz não por opção, mas sim por falta dela, numa condição de emergência ou mesmo de acesso naquela área ou naquele momento. É difícil aceitar a justificativa declarada por alguns "gestores" públicos que o ressarcimento ao SUS reinjetaria esse valor no sistema público, gerando um melhor atendimento. Bem sabemos (ou melhor, mal sabemos) o que é feito com as verbas que já são especificamente destinadas para esse fim. Mas, queiramos ou não, esta querela dura anos. Os tribunais e os advogados pugnam em ações que se perdem no tempo. Os planos de saúde, muito bem organizados e possuidores de um verdadeiro exército de competentes advogados, conseguem postergar eternamente o pagamento, e esta dívida que logicamente existe, e é legítima, não beneficia nem o Estado e muito menos o cidadão! Para se ter uma ideia, somente no ano de 2016 a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), a quem compete fazer esta cobrança dos planos de saúde, cobrou R$ 1,65 bilhão referentes a este ressarcimento, não tendo recebido nem 6% deste total. E então? O que fazer? Como acabar com esta celeuma jurídica? A dívida existe? Parece que não há dúvidas! O credor é o cidadão? Também penso que moralmente seja inquestionável. Então por que este cidadão, além de tudo, é duplamente punido? Punido quando já foi obrigado a optar por um serviço de saúde alternativo em virtude das deficiências já exaustivamente conhecidas por todos, sobre a incompetência e a inoperância do Estado na área de saúde (e também nas outras). Punido quando anualmente a ANS permite reajustes extorsivos, muito além de sua capacidade econômica, quando é obrigado a recontratualizar o seu plano. As operadoras de planos de saúde se justificam usando três argumentos (além de outros), mas estes sempre aparecem para reajustar seus planos acima da inflação: o aumento da sinistralidade que significa o número de vezes que o plano é utilizado pelos usuários; a variação do Custo Médico Hospitalar (VCMH) que, alegam, é sempre acima da inflação geral; e o envelhecimento populacional de suas carteiras, o que obviamente obriga a uma maior utilização. Todas essas alegações são questionáveis em seus impactos e, em nome da transparência, devem ser discutidas em outra oportunidade, mas entendendo-as como válidas, como entende a ANS, se revertermos o valor devido pelos planos de saúde ao Estado (hoje por volta de R$ 4,5 bilhões) para dentro do próprio sistema suplementar, isto, por si só, terá um efeito muito positivo, impactando em vários níveis a chamada "sinistralidade", já que este valor que deixou de ser dispendido pode ser reinvestido no próprio sistema, diminuindo seu custo e consequentemente seu preço para os seus usuários. Os reajustes anuais serão necessariamente mais baixos. E vejam bem, instituindo-se com isso apenas a justiça que todos queremos e esperamos, a verdadeira, ética e moral. A este mecanismo damos o nome de "anti-sinistralidade"! Assim, estamos lançando o desafio para aqueles que realmente ainda sonham e acreditam em um sistema de saúde mais equânime, mais eficiente e menos assimétrico. EMILIO CESAR ZILLI é diretor da AMB (Associação Médica Brasileira) e principal interlocutor da entidade com a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Quanto os planos de saúde devem ao SUS?O último cálculo estava em quase R$ 4,5 bilhões! Mas que dívida é esta? Reza a lenda (sim, porque algumas leis no Brasil viram lenda) que, segundo o artigo 196 de nossa Constituição, "a saúde é um direito de todos e um dever do Estado". E mais, no artigo 199, "a assistência à saúde é livre à iniciativa privada". Ou seja, apesar de ser dever do Estado, todos aqueles que quiserem, ou puderem, poderão comprar saúde da livre iniciativa. Em nenhum momento estes dois artigos entram em conflito! O cidadão brasileiro, se quiser e tiver condições econômicas para tal, terá o direito de cuidar de sua saúde pelo sistema público e pelo privado (suplementar). Entretanto (e o Brasil é o país dos "entretantos") o parágrafo 2 do artigo 199 é claro: é vedada a destinação de recursos públicos para auxílio ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. E daí? O que se entende por isso? Pode ser considerada subvenção pública às instituições privadas quando um cidadão, que tem direito às duas formas de atendimento, for atendido por um hospital público em regime de emergência? A gestão pública entende que sim! A privada (planos de saúde), não! O custo desse atendimento assumido pelo Estado deve ser ressarcido pelo plano de saúde, ao qual o cidadão já paga, assim como também paga à previdência? Ou será que esse valor será devido ao próprio cidadão pela operadora, que ao vender o contrato também é a responsável por esse tipo de atendimento? A minha opinião como médico e como cidadão é esta: o credor dessa dívida é o cidadão! Neste caso, o paciente que, ao ser atendido em um hospital público, em vez de um do seu plano de saúde, na grande maioria das vezes, o faz não por opção, mas sim por falta dela, numa condição de emergência ou mesmo de acesso naquela área ou naquele momento. É difícil aceitar a justificativa declarada por alguns "gestores" públicos que o ressarcimento ao SUS reinjetaria esse valor no sistema público, gerando um melhor atendimento. Bem sabemos (ou melhor, mal sabemos) o que é feito com as verbas que já são especificamente destinadas para esse fim. Mas, queiramos ou não, esta querela dura anos. Os tribunais e os advogados pugnam em ações que se perdem no tempo. Os planos de saúde, muito bem organizados e possuidores de um verdadeiro exército de competentes advogados, conseguem postergar eternamente o pagamento, e esta dívida que logicamente existe, e é legítima, não beneficia nem o Estado e muito menos o cidadão! Para se ter uma ideia, somente no ano de 2016 a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), a quem compete fazer esta cobrança dos planos de saúde, cobrou R$ 1,65 bilhão referentes a este ressarcimento, não tendo recebido nem 6% deste total. E então? O que fazer? Como acabar com esta celeuma jurídica? A dívida existe? Parece que não há dúvidas! O credor é o cidadão? Também penso que moralmente seja inquestionável. Então por que este cidadão, além de tudo, é duplamente punido? Punido quando já foi obrigado a optar por um serviço de saúde alternativo em virtude das deficiências já exaustivamente conhecidas por todos, sobre a incompetência e a inoperância do Estado na área de saúde (e também nas outras). Punido quando anualmente a ANS permite reajustes extorsivos, muito além de sua capacidade econômica, quando é obrigado a recontratualizar o seu plano. As operadoras de planos de saúde se justificam usando três argumentos (além de outros), mas estes sempre aparecem para reajustar seus planos acima da inflação: o aumento da sinistralidade que significa o número de vezes que o plano é utilizado pelos usuários; a variação do Custo Médico Hospitalar (VCMH) que, alegam, é sempre acima da inflação geral; e o envelhecimento populacional de suas carteiras, o que obviamente obriga a uma maior utilização. Todas essas alegações são questionáveis em seus impactos e, em nome da transparência, devem ser discutidas em outra oportunidade, mas entendendo-as como válidas, como entende a ANS, se revertermos o valor devido pelos planos de saúde ao Estado (hoje por volta de R$ 4,5 bilhões) para dentro do próprio sistema suplementar, isto, por si só, terá um efeito muito positivo, impactando em vários níveis a chamada "sinistralidade", já que este valor que deixou de ser dispendido pode ser reinvestido no próprio sistema, diminuindo seu custo e consequentemente seu preço para os seus usuários. Os reajustes anuais serão necessariamente mais baixos. E vejam bem, instituindo-se com isso apenas a justiça que todos queremos e esperamos, a verdadeira, ética e moral. A este mecanismo damos o nome de "anti-sinistralidade"! Assim, estamos lançando o desafio para aqueles que realmente ainda sonham e acreditam em um sistema de saúde mais equânime, mais eficiente e menos assimétrico. EMILIO CESAR ZILLI é diretor da AMB (Associação Médica Brasileira) e principal interlocutor da entidade com a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Mark Zuckerberg vai dar nome a hospital nos EUA após doar US$ 75 mi
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Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook, e Priscilla Chan, a mulher dele, vão dar nome a um hospital de San Francisco (EUA). O casal doou US$ 75 milhões (R$ 209 milhões) para a compra de equipamentos para o San Francisco General Hospital, que está construindo um novo prédio a ser inaugurado neste ano. De acordo com o jornal "San Francisco Chronicle", trata-se da maior doação já recebida pela fundação que administra o hospital, fundada em 1994. O centro médico, construído nos anos 1970 com base em prédios dos anos 1910, passará a se chamar Priscilla and Mark Zuckerberg San Francisco General Hospital and Trauma Center. Chan, que é médica e faz residência em pediatria na UCSF (Universidade da Califórnia em San Francisco), passou por treinamentos no hospital, que é o único centro para tratamento de trauma na cidade e serve como "rede de proteção para os pacientes mais vulneráveis", segundo o jornal. O criador do Facebook não será o único empresário de tecnologia a ter o nome em um hospital na cidade. Marc Benioff, fundador da Salesforce, teve o nome adicionado ao hospital infantil da UCSF depois de doar US$ 200 milhões, e o investidor Ron Conway, que fez injeções de capital em companhias como o Twitter, recebeu a homenagem após fazer uma contribuição de US$ 40 milhões.
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Mark Zuckerberg vai dar nome a hospital nos EUA após doar US$ 75 miMark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook, e Priscilla Chan, a mulher dele, vão dar nome a um hospital de San Francisco (EUA). O casal doou US$ 75 milhões (R$ 209 milhões) para a compra de equipamentos para o San Francisco General Hospital, que está construindo um novo prédio a ser inaugurado neste ano. De acordo com o jornal "San Francisco Chronicle", trata-se da maior doação já recebida pela fundação que administra o hospital, fundada em 1994. O centro médico, construído nos anos 1970 com base em prédios dos anos 1910, passará a se chamar Priscilla and Mark Zuckerberg San Francisco General Hospital and Trauma Center. Chan, que é médica e faz residência em pediatria na UCSF (Universidade da Califórnia em San Francisco), passou por treinamentos no hospital, que é o único centro para tratamento de trauma na cidade e serve como "rede de proteção para os pacientes mais vulneráveis", segundo o jornal. O criador do Facebook não será o único empresário de tecnologia a ter o nome em um hospital na cidade. Marc Benioff, fundador da Salesforce, teve o nome adicionado ao hospital infantil da UCSF depois de doar US$ 200 milhões, e o investidor Ron Conway, que fez injeções de capital em companhias como o Twitter, recebeu a homenagem após fazer uma contribuição de US$ 40 milhões.
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Cientistas criam órgãos humanos em porcos para transplante
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Cientistas nos Estados Unidos estão fazendo experimentos para gerar órgãos humanos em porcos. Em experimentos na Universidade da Califórnia (UC), em Davis, à qual a BBC teve acesso, os pesquisadores injetam células-tronco humanas em embriões de suínos para produzir embriões híbridos apelidados de "quimeras". O termo é uma referência à mitologia grega, em que as quimeras são monstros híbridos de diversos animais –parte leão, cabra ou serpente, por exemplo. Porém, os pesquisadores esperam que as suas "quimeras" humano-suínas tenham a aparência e o comportamento normais de porcos, exceto pelo fato de que terão um órgão composto de células humanas. As pesquisas têm por objetivo solucionar a falta de órgãos humanos para transplante. CRIANDO QUIMERAS A criação das quimeras ocorre em duas partes. No experimento da UC, os cientistas removem o gene de um embrião recém-fertilizado de porco que levaria ao desenvolvimento do pâncreas no feto. Isso é feito aplicando-se uma técnica de edição genética (Crispr. O resultado é um "nicho genético" na estrutura genética do embrião animal. Células-tronco humanas (iPS), capazes de se desenvolver como qualquer tecido no corpo, são então injetadas no embrião suíno. Os pesquisadores esperam que as células-tronco humanas ocupem o nicho genético no embrião de porco e gerem um pâncreas com tecido humano no feto. Os fetos se desenvolvem em fêmeas de porco durante 28 dias –o período completo de gestação é cerca de 114 dias. Após isso, as gravidezes são interrompidas e o tecido é removido para análise. POLÊMICA "Esperamos que o embrião de porco se desenvolva normalmente, mas o pâncreas será feito quase exclusivamente de células humanas e será compatível com o de pacientes esperando transplantes", disse à BBC o coordenador da pesquisa, o biólogo reprodutivo Pablo Ross. Em experimentos passados, a equipe de pesquisadores injetou células-tronco humanas em embriões de porco sem criar antes o nicho genético. Pablo Ross explica que, embora eles tenham depois encontrado células humanas em diversas partes do corpo do feto, essas células tinham "dificuldade de competir" com as células suínas. Ao apagar um gene crucial no desenvolvimento do pâncreas do porco, os pesquisadores esperam poder contornar esse desafio. A pesquisa é polêmica. No ano passado, a principal agência americana de pesquisa médica, National Institutes of Health, suspendeu o financiamento de experimentos semelhantes até que surjam mais informações sobre suas potenciais implicações. A principal preocupação é que as células humanas migrem para o cérebro dos porcos ao longo do processo, tornado-os, de certa forma, mais humanos. "Achamos que existe um potencial muito pequeno de crescimento de um cérebro humano", disse Pablo Ross, "mas isto é algo que investigaremos." 'INCUBADORA BIOLÓGICA' Outras pesquisas nos EUA estão trabalhando com quimeras híbridas de humano e suíno. Nenhuma permite o desenvolvimento do feto até o fim. Walter Low, professor do Departamento de Neurocirurgia da Universidade de Minnesota, diz que os porcos são "incubadoras biológicas" ideais para gerar órgãos humanos, e poderiam ser usados não apenas para gerar pâncreas, mas corações, fígados, rins, pulmões e córneas. Ele diz que no futuro os cientistas poderiam tirar as células-tronco de um paciente na fila do transplante e injetá-las em um embrião de porco com a relevante informação genética apagada, como a referente ao fígado. "O órgão seria uma cópia genética exata do fígado humano, só que muito mais jovem e saudável e não seriam necessárias tantas drogas imunossupressoras (que tentam evitar a rejeição de um órgão transplantado pelo corpo), que têm efeitos colaterais." Mas ele salientou que sua pesquisa, que usa outra forma de edição genética chamada Talen, ainda está em estágio preliminar, à procura de identificar os genes que precisam ser removidos para evitar que os porcos desenvolvam certos órgãos em particular. Seus pesquisadores também estão tentando criar neurônios humanos a partir de embriões de porco para tratar pacientes com doença de Parkinson. Estes embriões se desenvolvem durante 62 dias. Assim como seus colegas na Califónia, Walter Low diz que sua equipe está monitorando os efeitos da pesquisa no cérebro dos porcos. "Com cada órgão, vamos olhar para o que está acontecendo no cérebro, e se estiver parecendo muito humano, não deixaremos os fetos nascerem." SOFRIMENTO ANIMAL A edição genética, imbuída nas novas técnicas, está revitalizando a pesquisa dos chamados xenoenxertos e o conceito de usar animais para produzir órgãos humanos. Na década de 1990, muitos esperavam que porcos geneticamente modificados pudessem suprir a demanda por órgãos humanos para transplante. Acreditava-se que os transplantes entre espécies fosse se tornar uma realidade em pouco tempo. Testes clínicos foram interrompidos por temores de que os humanos fossem infectados por vírus animais. Entidades que pedem o fim da criação em larga escala de animais para fim de consumo se disseram preocupadas com as novas pesquisas. "Fico nervoso de pensar em uma nova fonte de sofrimento animal sendo aberta", disse Peter Stevenson, da organização Compassion in World Farming (Compaixão na Pecuária Mundial). "Devemos primeiro aumentar o número de doadores humanos. Se ainda assim houver escassez de órgãos, podemos considerar usar os porcos, mas desde que comamos menos carne, para não elevar o número de porcos sendo usados para fins humanos", defendeu.
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Cientistas criam órgãos humanos em porcos para transplanteCientistas nos Estados Unidos estão fazendo experimentos para gerar órgãos humanos em porcos. Em experimentos na Universidade da Califórnia (UC), em Davis, à qual a BBC teve acesso, os pesquisadores injetam células-tronco humanas em embriões de suínos para produzir embriões híbridos apelidados de "quimeras". O termo é uma referência à mitologia grega, em que as quimeras são monstros híbridos de diversos animais –parte leão, cabra ou serpente, por exemplo. Porém, os pesquisadores esperam que as suas "quimeras" humano-suínas tenham a aparência e o comportamento normais de porcos, exceto pelo fato de que terão um órgão composto de células humanas. As pesquisas têm por objetivo solucionar a falta de órgãos humanos para transplante. CRIANDO QUIMERAS A criação das quimeras ocorre em duas partes. No experimento da UC, os cientistas removem o gene de um embrião recém-fertilizado de porco que levaria ao desenvolvimento do pâncreas no feto. Isso é feito aplicando-se uma técnica de edição genética (Crispr. O resultado é um "nicho genético" na estrutura genética do embrião animal. Células-tronco humanas (iPS), capazes de se desenvolver como qualquer tecido no corpo, são então injetadas no embrião suíno. Os pesquisadores esperam que as células-tronco humanas ocupem o nicho genético no embrião de porco e gerem um pâncreas com tecido humano no feto. Os fetos se desenvolvem em fêmeas de porco durante 28 dias –o período completo de gestação é cerca de 114 dias. Após isso, as gravidezes são interrompidas e o tecido é removido para análise. POLÊMICA "Esperamos que o embrião de porco se desenvolva normalmente, mas o pâncreas será feito quase exclusivamente de células humanas e será compatível com o de pacientes esperando transplantes", disse à BBC o coordenador da pesquisa, o biólogo reprodutivo Pablo Ross. Em experimentos passados, a equipe de pesquisadores injetou células-tronco humanas em embriões de porco sem criar antes o nicho genético. Pablo Ross explica que, embora eles tenham depois encontrado células humanas em diversas partes do corpo do feto, essas células tinham "dificuldade de competir" com as células suínas. Ao apagar um gene crucial no desenvolvimento do pâncreas do porco, os pesquisadores esperam poder contornar esse desafio. A pesquisa é polêmica. No ano passado, a principal agência americana de pesquisa médica, National Institutes of Health, suspendeu o financiamento de experimentos semelhantes até que surjam mais informações sobre suas potenciais implicações. A principal preocupação é que as células humanas migrem para o cérebro dos porcos ao longo do processo, tornado-os, de certa forma, mais humanos. "Achamos que existe um potencial muito pequeno de crescimento de um cérebro humano", disse Pablo Ross, "mas isto é algo que investigaremos." 'INCUBADORA BIOLÓGICA' Outras pesquisas nos EUA estão trabalhando com quimeras híbridas de humano e suíno. Nenhuma permite o desenvolvimento do feto até o fim. Walter Low, professor do Departamento de Neurocirurgia da Universidade de Minnesota, diz que os porcos são "incubadoras biológicas" ideais para gerar órgãos humanos, e poderiam ser usados não apenas para gerar pâncreas, mas corações, fígados, rins, pulmões e córneas. Ele diz que no futuro os cientistas poderiam tirar as células-tronco de um paciente na fila do transplante e injetá-las em um embrião de porco com a relevante informação genética apagada, como a referente ao fígado. "O órgão seria uma cópia genética exata do fígado humano, só que muito mais jovem e saudável e não seriam necessárias tantas drogas imunossupressoras (que tentam evitar a rejeição de um órgão transplantado pelo corpo), que têm efeitos colaterais." Mas ele salientou que sua pesquisa, que usa outra forma de edição genética chamada Talen, ainda está em estágio preliminar, à procura de identificar os genes que precisam ser removidos para evitar que os porcos desenvolvam certos órgãos em particular. Seus pesquisadores também estão tentando criar neurônios humanos a partir de embriões de porco para tratar pacientes com doença de Parkinson. Estes embriões se desenvolvem durante 62 dias. Assim como seus colegas na Califónia, Walter Low diz que sua equipe está monitorando os efeitos da pesquisa no cérebro dos porcos. "Com cada órgão, vamos olhar para o que está acontecendo no cérebro, e se estiver parecendo muito humano, não deixaremos os fetos nascerem." SOFRIMENTO ANIMAL A edição genética, imbuída nas novas técnicas, está revitalizando a pesquisa dos chamados xenoenxertos e o conceito de usar animais para produzir órgãos humanos. Na década de 1990, muitos esperavam que porcos geneticamente modificados pudessem suprir a demanda por órgãos humanos para transplante. Acreditava-se que os transplantes entre espécies fosse se tornar uma realidade em pouco tempo. Testes clínicos foram interrompidos por temores de que os humanos fossem infectados por vírus animais. Entidades que pedem o fim da criação em larga escala de animais para fim de consumo se disseram preocupadas com as novas pesquisas. "Fico nervoso de pensar em uma nova fonte de sofrimento animal sendo aberta", disse Peter Stevenson, da organização Compassion in World Farming (Compaixão na Pecuária Mundial). "Devemos primeiro aumentar o número de doadores humanos. Se ainda assim houver escassez de órgãos, podemos considerar usar os porcos, mas desde que comamos menos carne, para não elevar o número de porcos sendo usados para fins humanos", defendeu.
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Brasileiríssimos, café e goiabada no Fartura carregam o peso da história
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"Você não vai querer jogar fora 200 anos de tradição". Foi o que a arquiteta e produtora de moda Carolina Freire Riberto de Lima ouviu de seu pai, dono da fazenda Santo Antônio, em Jacutinga, Minas Gerais, de onde sai o café da Condessa. Ela é uma das expositoras presentes na primeira edição paulistana do festival Fartura, que começou neste sábado (25), no Jockey, em São Paulo. A produção acontece ali há nove gerações, mas antes de se atentar para o negócio, Carolina viveu em lugares como Inglaterra e Noruega. Quando o pai anunciou que estava perto de se aposentar, ela visitou a fazenda, pediu uma análise do café e chegou à conclusão que não queria ver o cultivo nas mãos de outra pessoa. Até aquele momento, o café era vendido como commoditie. "Quem bebe esse café?", Carolina se perguntou. De olho na valorização do mercado nacional, ela resolveu investir na seleção de grãos de um produto de boa qualidade, produzido a 1250 metros de altitude, com doçura natural e acidez cítrica. Hoje, a produção continua na mão do pai –mas com sua experiência de planejamento e negociação, começou a vender seus grãos em pontos como Casa Santa Luzia e Carrefour. Com seu toque pessoal: em uma embalagem inspirada na marca Chanel. GOIABADA A família Mol construiu uma história de tradição em volta de uma receita de goiabada feita exatamente como quando saiu do primeiro tacho pela primeira vez, 80 anos atrás. Tudo começou para "arribar a economia de casa em uma época ruim da economia", diz João Antônio Netto, marido de uma das fundadoras. Desde então, a goiabada Zélia, feita com a casca da fruta (e parte da polpa, sem as sementes), se tornou um negócio que hoje produz 20 mil quilos do doce por mês. Parte das goiabas são cultivadas pelos próprios produtores na fazenda Jatiboca, em Minas Gerais. Todo o processo é manual, começa com a retirada da semente, a fruta picada e depois colocada no tacho de cobre até dar o ponto. Que, aliás, ainda é encontrado da maneira tradicional: um bocadinho do doce é testado, na mão, até estar cremoso –e perder a consistência de puxa-puxa. A programação do Fartura pode ser vista no site do festival –no qual também há um link para a compra de ingressos.
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Brasileiríssimos, café e goiabada no Fartura carregam o peso da história"Você não vai querer jogar fora 200 anos de tradição". Foi o que a arquiteta e produtora de moda Carolina Freire Riberto de Lima ouviu de seu pai, dono da fazenda Santo Antônio, em Jacutinga, Minas Gerais, de onde sai o café da Condessa. Ela é uma das expositoras presentes na primeira edição paulistana do festival Fartura, que começou neste sábado (25), no Jockey, em São Paulo. A produção acontece ali há nove gerações, mas antes de se atentar para o negócio, Carolina viveu em lugares como Inglaterra e Noruega. Quando o pai anunciou que estava perto de se aposentar, ela visitou a fazenda, pediu uma análise do café e chegou à conclusão que não queria ver o cultivo nas mãos de outra pessoa. Até aquele momento, o café era vendido como commoditie. "Quem bebe esse café?", Carolina se perguntou. De olho na valorização do mercado nacional, ela resolveu investir na seleção de grãos de um produto de boa qualidade, produzido a 1250 metros de altitude, com doçura natural e acidez cítrica. Hoje, a produção continua na mão do pai –mas com sua experiência de planejamento e negociação, começou a vender seus grãos em pontos como Casa Santa Luzia e Carrefour. Com seu toque pessoal: em uma embalagem inspirada na marca Chanel. GOIABADA A família Mol construiu uma história de tradição em volta de uma receita de goiabada feita exatamente como quando saiu do primeiro tacho pela primeira vez, 80 anos atrás. Tudo começou para "arribar a economia de casa em uma época ruim da economia", diz João Antônio Netto, marido de uma das fundadoras. Desde então, a goiabada Zélia, feita com a casca da fruta (e parte da polpa, sem as sementes), se tornou um negócio que hoje produz 20 mil quilos do doce por mês. Parte das goiabas são cultivadas pelos próprios produtores na fazenda Jatiboca, em Minas Gerais. Todo o processo é manual, começa com a retirada da semente, a fruta picada e depois colocada no tacho de cobre até dar o ponto. Que, aliás, ainda é encontrado da maneira tradicional: um bocadinho do doce é testado, na mão, até estar cremoso –e perder a consistência de puxa-puxa. A programação do Fartura pode ser vista no site do festival –no qual também há um link para a compra de ingressos.
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Guerra forçou retirada de metade da população da Síria, diz agência da ONU
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A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) informou nesta sexta-feira (13) que a guerra civil na Síria forçou a saída de quase 12 milhões de pessoas de suas casas, metade de toda a população do país árabe. Em relatório, a entidade informa que, nas vésperas de o conflito completar quatro anos, 3,9 milhões de refugiados sírios estão em cinco países vizinhos –Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito. Nestes locais, os sírios enfrentam dificuldades para tentar recomeçar a vida, em parte pelo fim das economias usadas para fugir do conflito e pela falta de estrutura nos países que os recebem. No Líbano, metade dos 1,2 milhão de refugiados vivem em casas improvisadas e dois terços está abaixo da linha da pobreza. O país também não tem escolas suficientes para abrigar as crianças sírias, fazendo com que só 20% esteja nas salas de aula. A situação não é diferente nos demais países e, diante da chegada em massa de mais refugiados, as autoridades dificultam a entrada dos sírios, como a Turquia. O país, que abriga 1,7 milhão de sírios, chegou a fechar alguns postos de fronteira. Com a falta de recursos para lidar com a situação, o alto comissário da ONU para Refugiados, Antonio Guterres, pediu mais ajuda da comunidade internacional e lançou uma campanha para arrecadar US$ 8,4 bilhões para a assistência dos sírios. "Com os apelos humanitários sistematicamente subfinanciados, não há ajuda suficiente para atender as enormes necessidades nem apoio suficiente ao desenvolvimento dos países de acolhida, que sucumbem com o crescente número de pessoas." IMIGRAÇÃO Diante da situação difícil nos países vizinhos, alguns sírios tentam chegar à Europa em travessias marítimas, enfrentando rotas arriscadas. Em alguns casos, morrem no caminho, como é o caso dos naufrágios no mar Mediterrâneo. Guterres afirma que, quando chegam aos países de acolhida, eles têm que lidar também com a discriminação e a xenofobia. "Precisamos nos lembrar de que a ameaça não vem dos refugiados, mas sim que eles foram as primeiras vítimas dela". Dentro do país, 8 milhões de pessoas tiveram que deixar suas casas e vivem em moradias e prédios abandonados. Destes, 4,8 milhões de pessoas estão em locais de difícil acesso devido aos combates entre rebeldes e o regime de Bashar al-Assad.
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mundo
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Guerra forçou retirada de metade da população da Síria, diz agência da ONUA Agência da ONU para Refugiados (Acnur) informou nesta sexta-feira (13) que a guerra civil na Síria forçou a saída de quase 12 milhões de pessoas de suas casas, metade de toda a população do país árabe. Em relatório, a entidade informa que, nas vésperas de o conflito completar quatro anos, 3,9 milhões de refugiados sírios estão em cinco países vizinhos –Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito. Nestes locais, os sírios enfrentam dificuldades para tentar recomeçar a vida, em parte pelo fim das economias usadas para fugir do conflito e pela falta de estrutura nos países que os recebem. No Líbano, metade dos 1,2 milhão de refugiados vivem em casas improvisadas e dois terços está abaixo da linha da pobreza. O país também não tem escolas suficientes para abrigar as crianças sírias, fazendo com que só 20% esteja nas salas de aula. A situação não é diferente nos demais países e, diante da chegada em massa de mais refugiados, as autoridades dificultam a entrada dos sírios, como a Turquia. O país, que abriga 1,7 milhão de sírios, chegou a fechar alguns postos de fronteira. Com a falta de recursos para lidar com a situação, o alto comissário da ONU para Refugiados, Antonio Guterres, pediu mais ajuda da comunidade internacional e lançou uma campanha para arrecadar US$ 8,4 bilhões para a assistência dos sírios. "Com os apelos humanitários sistematicamente subfinanciados, não há ajuda suficiente para atender as enormes necessidades nem apoio suficiente ao desenvolvimento dos países de acolhida, que sucumbem com o crescente número de pessoas." IMIGRAÇÃO Diante da situação difícil nos países vizinhos, alguns sírios tentam chegar à Europa em travessias marítimas, enfrentando rotas arriscadas. Em alguns casos, morrem no caminho, como é o caso dos naufrágios no mar Mediterrâneo. Guterres afirma que, quando chegam aos países de acolhida, eles têm que lidar também com a discriminação e a xenofobia. "Precisamos nos lembrar de que a ameaça não vem dos refugiados, mas sim que eles foram as primeiras vítimas dela". Dentro do país, 8 milhões de pessoas tiveram que deixar suas casas e vivem em moradias e prédios abandonados. Destes, 4,8 milhões de pessoas estão em locais de difícil acesso devido aos combates entre rebeldes e o regime de Bashar al-Assad.
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Sul
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Uma tragédia marcou para sempre o Programa Antártico brasileiro: em 2012, um incêndio destruiu 70% da Estação Antártica Comandante Ferraz. Dois militares da Marinha morreram no acidente. O desastre não interrompeu o esforço, iniciado nos anos 1980, de manter uma base nacional permanente no continente mais austral. Módulos emergenciais (contêineres) foram adquiridos para montar uma estação provisória, enquanto se projetava uma nova. Venceu o concurso arquitetônico o projeto arrojado de um escritório de Curitiba, Estúdio 41. O novo prédio de aço, com 4.500 m² e 17 laboratórios, será erguido pela empresa chinesa Ceiec ao custo de US$ 99,6 milhões. Uma equipe precursora da China iniciou a obra na terça-feira (13), como noticiou esta Folha. Sua primeira tarefa consiste em erguer um alojamento e construir um atracadouro para desembarcarem mais meia centena de trabalhadores e o material para implantar as fundações da nova estação. Os módulos já foram parcialmente construídos na China. Serão montados apenas no próximo verão antártico, de novembro de 2017 a março de 2018, quando a base será inaugurada —se nenhum impedimento meteorológico surgir, uma possibilidade sempre presente no extremo sul do planeta. O contribuinte brasileiro poderá perguntar-se se faz sentido despender o equivalente a R$ 330 milhões, em valores atuais, em meio à grave situação das contas públicas, para manter esse posto avançado na Antártida. A resposta é sim. Realizar pesquisas de alto nível na região austral constitui uma precondição para o Brasil, ou qualquer outro país, permanecer como membro consultivo do Tratado Antártico, de 1959. Vale dizer, para manter direito a voto nas decisões sobre o futuro do continente. A Antártida é hoje um espaço internacional, e nenhuma atividade econômica ou militar pode ser realizada ali. Todas as pretensões territoriais foram suspensas pelo tratado. O continente está reservado para fins pacíficos, estudos científicos e preservação ambiental. Nada garante que vá permanecer assim para sempre. Em algum momento os membros do tratado poderão admitir atividades de mineração, por exemplo. Ademais, o continente gelado é crucial para a formação das massas de ar que condicionam o clima no Brasil. Conhecer a Antártida e participar da definição de seus destinos representa um interesse estratégico do país. Uma base definitiva e segura é a forma adequada de persegui-lo. [email protected]
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opiniao
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SulUma tragédia marcou para sempre o Programa Antártico brasileiro: em 2012, um incêndio destruiu 70% da Estação Antártica Comandante Ferraz. Dois militares da Marinha morreram no acidente. O desastre não interrompeu o esforço, iniciado nos anos 1980, de manter uma base nacional permanente no continente mais austral. Módulos emergenciais (contêineres) foram adquiridos para montar uma estação provisória, enquanto se projetava uma nova. Venceu o concurso arquitetônico o projeto arrojado de um escritório de Curitiba, Estúdio 41. O novo prédio de aço, com 4.500 m² e 17 laboratórios, será erguido pela empresa chinesa Ceiec ao custo de US$ 99,6 milhões. Uma equipe precursora da China iniciou a obra na terça-feira (13), como noticiou esta Folha. Sua primeira tarefa consiste em erguer um alojamento e construir um atracadouro para desembarcarem mais meia centena de trabalhadores e o material para implantar as fundações da nova estação. Os módulos já foram parcialmente construídos na China. Serão montados apenas no próximo verão antártico, de novembro de 2017 a março de 2018, quando a base será inaugurada —se nenhum impedimento meteorológico surgir, uma possibilidade sempre presente no extremo sul do planeta. O contribuinte brasileiro poderá perguntar-se se faz sentido despender o equivalente a R$ 330 milhões, em valores atuais, em meio à grave situação das contas públicas, para manter esse posto avançado na Antártida. A resposta é sim. Realizar pesquisas de alto nível na região austral constitui uma precondição para o Brasil, ou qualquer outro país, permanecer como membro consultivo do Tratado Antártico, de 1959. Vale dizer, para manter direito a voto nas decisões sobre o futuro do continente. A Antártida é hoje um espaço internacional, e nenhuma atividade econômica ou militar pode ser realizada ali. Todas as pretensões territoriais foram suspensas pelo tratado. O continente está reservado para fins pacíficos, estudos científicos e preservação ambiental. Nada garante que vá permanecer assim para sempre. Em algum momento os membros do tratado poderão admitir atividades de mineração, por exemplo. Ademais, o continente gelado é crucial para a formação das massas de ar que condicionam o clima no Brasil. Conhecer a Antártida e participar da definição de seus destinos representa um interesse estratégico do país. Uma base definitiva e segura é a forma adequada de persegui-lo. [email protected]
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Indicado ao STF, Fachin fez evento patrocinado por empresas públicas
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O advogado e professor de Curitiba (PR) Luiz Edson Fachin, indicado ao cargo de ministro do Supremo por Dilma Rousseff, realizou evento pago de direito com patrocínio de empresas estatais como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a usina hidrelétrica Itaipu e a Sanepar, companhia de saneamento do Paraná. O congresso de direito civil, oferecido em setembro de 2014 em Curitiba, foi realizado pelo IBDCivil (Instituto Brasileiro de Direito Civil), criado em 2012 por Fachin e pelos advogados Gustavo Tepedino e Paulo Luiz Netto Lôbo, ex-integrante do Conselho Nacional de Justiça. Segundo o site do instituto na internet, a entidade foi criada "sem fins lucrativos nem filiação partidária", com o objetivo de "pensar, debater e construir o direito civil contemporâneo à luz da legalidade constitucional". A inscrição para o congresso de 2014, a segunda edição organizada pelo IBDCivil, custou de R$ 400 a R$ 500 para profissionais de direito, de R$ 180 a R$ 230 para estudantes e de R$ 230 a R$ 290 para filiados ao instituto. Além das estatais, também colaboraram para o evento as seções nacional e paranaense da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e as universidades Positivo e Federal do Paraná, entre outros. Em 2010, Fachin havia declarado publicamente apoio e pedido votos para Dilma durante o segundo turno da campanha presidencial. O BB confirmou, em nota, ter patrocinado dois congressos organizados pelo IBDCivil em 2013 e 2014, com cotas de R$ 30 mil e R$ 40 mil, respectivamente. A Sanepar também confirmou ter "colaborado com R$ 16 mil" com o evento de 2014. Em contrapartida, "obteve a divulgação de sua logomarca nos materiais do evento, a distribuição de sua água envasada em copos com a logomarca da companhia e a liberação de inscrições para o evento". Oito servidores da empresa participaram. A Caixa informou ter pago R$ 10 mil para o evento de 2014, "proposta encaminhada pelo IBDCivil". A Itaipu ainda não se manifestou. O terceiro congresso do IBDCivil, marcado para agosto em Recife (PE), não tem estatais na lista de apoiadores. SEM LUCRO Fachin, por meio de sua assessoria, informou que o advogado Gustavo Tepedino poderia dar maiores detalhes do financiamento, na condição de presidente do instituto. Tepedino afirmou que ele, Fachin e Lôbo não têm qualquer tipo de retirada ou vencimentos com o trabalho no instituto. Ele disse que a organização de cada congresso custou em torno de R$ 300 mil e que cerca da metade desses recursos foi bancada pelos patrocinadores. Segundo ele, todo o dinheiro das inscrições é revertido para cobrir os custos com a organização do evento. Tepedino explicou que o grupo de professores atua junto há mais de 12 anos, embora o instituto tenha sido formalmente criado em 2012. "O instituto na verdade é um sonho mesmo nosso. Somos todos professores, sem fins lucrativos, nenhum dinheiro em caixa, somos 200 ou 300 filiados, temos uma revista agora. Há 12 anos conseguimos uma coisa muito difícil na área de direito, que é a reunião de grupos de pesquisa. Temos alunos do Pará, do Brasil inteiro. Temos hoje 30 ou 40 doutores. É o que a gente chama de uma renovação do direito civil."
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poder
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Indicado ao STF, Fachin fez evento patrocinado por empresas públicasO advogado e professor de Curitiba (PR) Luiz Edson Fachin, indicado ao cargo de ministro do Supremo por Dilma Rousseff, realizou evento pago de direito com patrocínio de empresas estatais como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a usina hidrelétrica Itaipu e a Sanepar, companhia de saneamento do Paraná. O congresso de direito civil, oferecido em setembro de 2014 em Curitiba, foi realizado pelo IBDCivil (Instituto Brasileiro de Direito Civil), criado em 2012 por Fachin e pelos advogados Gustavo Tepedino e Paulo Luiz Netto Lôbo, ex-integrante do Conselho Nacional de Justiça. Segundo o site do instituto na internet, a entidade foi criada "sem fins lucrativos nem filiação partidária", com o objetivo de "pensar, debater e construir o direito civil contemporâneo à luz da legalidade constitucional". A inscrição para o congresso de 2014, a segunda edição organizada pelo IBDCivil, custou de R$ 400 a R$ 500 para profissionais de direito, de R$ 180 a R$ 230 para estudantes e de R$ 230 a R$ 290 para filiados ao instituto. Além das estatais, também colaboraram para o evento as seções nacional e paranaense da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e as universidades Positivo e Federal do Paraná, entre outros. Em 2010, Fachin havia declarado publicamente apoio e pedido votos para Dilma durante o segundo turno da campanha presidencial. O BB confirmou, em nota, ter patrocinado dois congressos organizados pelo IBDCivil em 2013 e 2014, com cotas de R$ 30 mil e R$ 40 mil, respectivamente. A Sanepar também confirmou ter "colaborado com R$ 16 mil" com o evento de 2014. Em contrapartida, "obteve a divulgação de sua logomarca nos materiais do evento, a distribuição de sua água envasada em copos com a logomarca da companhia e a liberação de inscrições para o evento". Oito servidores da empresa participaram. A Caixa informou ter pago R$ 10 mil para o evento de 2014, "proposta encaminhada pelo IBDCivil". A Itaipu ainda não se manifestou. O terceiro congresso do IBDCivil, marcado para agosto em Recife (PE), não tem estatais na lista de apoiadores. SEM LUCRO Fachin, por meio de sua assessoria, informou que o advogado Gustavo Tepedino poderia dar maiores detalhes do financiamento, na condição de presidente do instituto. Tepedino afirmou que ele, Fachin e Lôbo não têm qualquer tipo de retirada ou vencimentos com o trabalho no instituto. Ele disse que a organização de cada congresso custou em torno de R$ 300 mil e que cerca da metade desses recursos foi bancada pelos patrocinadores. Segundo ele, todo o dinheiro das inscrições é revertido para cobrir os custos com a organização do evento. Tepedino explicou que o grupo de professores atua junto há mais de 12 anos, embora o instituto tenha sido formalmente criado em 2012. "O instituto na verdade é um sonho mesmo nosso. Somos todos professores, sem fins lucrativos, nenhum dinheiro em caixa, somos 200 ou 300 filiados, temos uma revista agora. Há 12 anos conseguimos uma coisa muito difícil na área de direito, que é a reunião de grupos de pesquisa. Temos alunos do Pará, do Brasil inteiro. Temos hoje 30 ou 40 doutores. É o que a gente chama de uma renovação do direito civil."
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Justiça condena 'matadora serial de animais' a 12 anos de prisão em SP
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O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou nesta quinta-feira (18) a dona de casa Dalva Lina da Silva a 12 anos de prisão pela morte de mais de 30 gatos e cachorros. Os bichos foram encontrados mortos em 2012, na região da Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. Na sentença, a juíza Patricia Alvares Cruz chama Dalva de "matadora serial de animais", e determinou a prisão de Dalva porque existiria "forte indicativo de personalidade voltada à prática de atos violentos contra pessoas". Dalva, que depois de 2012 continuou criando animais, como "cavalos, ovelhas e galinhas", poderia ter matado até "centenas" de bichos. O CASO Em 2012, um detetive particular foi contratado por uma ONG de proteção aos animais depois que voluntários passaram a desconfiar da mulher. Dalva recebia animais abandonados e depois eles desapareciam. A mulher foi flagrada colocando os sacos com animais mortos próximo ao portão de uma vizinha. Os 33 animais, na maioria filhotes, estavam enrolados em jornais e dentro de sacos de lixo. Em depoimento, Dalva disse que sacrificava apenas os animais doentes. Na época, a polícia encontrou seringas no carro dela, além de gaiolas para transporte de animais e armadilhas na garagem da casa.
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cotidiano
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Justiça condena 'matadora serial de animais' a 12 anos de prisão em SPO Tribunal de Justiça de São Paulo condenou nesta quinta-feira (18) a dona de casa Dalva Lina da Silva a 12 anos de prisão pela morte de mais de 30 gatos e cachorros. Os bichos foram encontrados mortos em 2012, na região da Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. Na sentença, a juíza Patricia Alvares Cruz chama Dalva de "matadora serial de animais", e determinou a prisão de Dalva porque existiria "forte indicativo de personalidade voltada à prática de atos violentos contra pessoas". Dalva, que depois de 2012 continuou criando animais, como "cavalos, ovelhas e galinhas", poderia ter matado até "centenas" de bichos. O CASO Em 2012, um detetive particular foi contratado por uma ONG de proteção aos animais depois que voluntários passaram a desconfiar da mulher. Dalva recebia animais abandonados e depois eles desapareciam. A mulher foi flagrada colocando os sacos com animais mortos próximo ao portão de uma vizinha. Os 33 animais, na maioria filhotes, estavam enrolados em jornais e dentro de sacos de lixo. Em depoimento, Dalva disse que sacrificava apenas os animais doentes. Na época, a polícia encontrou seringas no carro dela, além de gaiolas para transporte de animais e armadilhas na garagem da casa.
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Lucas dá passe para gol, e PSG dorme na liderança do Francês
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No retorno do atacante brasileiro Lucas ao time titular do Paris Saint-Germain, a equipe de Paris venceu o Nice por 3 a 1, neste sábado (18), fora de casa, pela 33ª rodada do Campeonato Francês. O resultado fez o PSG assumir a liderança provisória da competição nacional. Agora, os parisienses tem 65 pontos, um a mais que o vice-líder Lyon, que ainda joga na rodada –enfrenta o Saint-Etienne, no domingo– e ficará com um jogo a mais que o time de Blanc. Além de Lucas, que volta de uma lesão, David Luiz, Marquinhos e Maxwell foram outros brasileiros que começaram o jogo como titulares. Pelo lado do Nice, Carlos Eduardo também foi um dos compatriotas a iniciar o jogo. O primeiro gol da partida saiu dos pés dos visitantes. Aos 39 min do primeiro tempo, Lucas deu um belo passe para Pastore, que recebeu livre na área para abrir o placar. Não demorou muito e o Nice empatou, aos 45 min, com Bodmer. Na volta do intervalo, o PSG voltou em busca da vitória, e logo aos 17 min, Pastore, novamente, fez mais um para desempatar o jogo. Aos 23 min, Cavani deu números finais a partida. Na próxima terça-feira, o PSG tem a difícil missão de bater o Barcelona, fora de casa, para avançar para às semifinais da Liga dos Campeões. No primeiro jogo, os franceses perderam por 3 a 1 em uma noite inspirada do uruguaio Suárez. Pelo francês, o time volta a campo no sábado (25), quando recebe o Lille. Já o Nice visita o Rennes no mesmo dia. 33ª RODADA DO CAMPEONATO FRANCÊS SEXTA (17) Nantes 1x0 Olympique de Marselha SÁBADO (18) Nice 1 x 3 Paris Saint Germain Lorient 0 x 1 Toulouse Bastia 1 x 2 Reims Guingamp 1 x 1 Évian Metz 2 x 0 Lens Monaco 1 x 0 Rennes DOMINGO (19) Lille 2x0 Bordeaux Montpellier 1x0 Caen Lyon 2x2 Saint-Etienne
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esporte
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Lucas dá passe para gol, e PSG dorme na liderança do FrancêsNo retorno do atacante brasileiro Lucas ao time titular do Paris Saint-Germain, a equipe de Paris venceu o Nice por 3 a 1, neste sábado (18), fora de casa, pela 33ª rodada do Campeonato Francês. O resultado fez o PSG assumir a liderança provisória da competição nacional. Agora, os parisienses tem 65 pontos, um a mais que o vice-líder Lyon, que ainda joga na rodada –enfrenta o Saint-Etienne, no domingo– e ficará com um jogo a mais que o time de Blanc. Além de Lucas, que volta de uma lesão, David Luiz, Marquinhos e Maxwell foram outros brasileiros que começaram o jogo como titulares. Pelo lado do Nice, Carlos Eduardo também foi um dos compatriotas a iniciar o jogo. O primeiro gol da partida saiu dos pés dos visitantes. Aos 39 min do primeiro tempo, Lucas deu um belo passe para Pastore, que recebeu livre na área para abrir o placar. Não demorou muito e o Nice empatou, aos 45 min, com Bodmer. Na volta do intervalo, o PSG voltou em busca da vitória, e logo aos 17 min, Pastore, novamente, fez mais um para desempatar o jogo. Aos 23 min, Cavani deu números finais a partida. Na próxima terça-feira, o PSG tem a difícil missão de bater o Barcelona, fora de casa, para avançar para às semifinais da Liga dos Campeões. No primeiro jogo, os franceses perderam por 3 a 1 em uma noite inspirada do uruguaio Suárez. Pelo francês, o time volta a campo no sábado (25), quando recebe o Lille. Já o Nice visita o Rennes no mesmo dia. 33ª RODADA DO CAMPEONATO FRANCÊS SEXTA (17) Nantes 1x0 Olympique de Marselha SÁBADO (18) Nice 1 x 3 Paris Saint Germain Lorient 0 x 1 Toulouse Bastia 1 x 2 Reims Guingamp 1 x 1 Évian Metz 2 x 0 Lens Monaco 1 x 0 Rennes DOMINGO (19) Lille 2x0 Bordeaux Montpellier 1x0 Caen Lyon 2x2 Saint-Etienne
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EUA aprovam medicamento contra câncer de medula óssea
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A farmacêutica suíça Novartis anunciou nesta segunda-feira (23) que a Food and Drug Administration (FDA), órgão governamental dos Estados Unidos responsável pelo controle de medicamentos, aprovou o Farydak, droga capaz, segundo o grupo, de inibir o avanço do mieloma múltiplo, um câncer da medula óssea. "Ficou provado que o Farydak melhora as possibilidades de sobrevivência sem que a doença avance nos pacientes afetados por mieloma múltiplo" e que já haviam sido tratados com bortezomib e ImiD, segundo comunicado da Novartis. É o primeiro tratamento inibidor das enzimas HDAC e "sua atividade epigenética (influência do entorno no genoma) pode ajudar a restaurar as funções celulares afetadas pelo mieloma múltiplo", afirma o fabricante. O Farydak "representa uma nova classe de medicamentos" e é um "enfoque terapêutico para este câncer difícil de tratar", garante Bruno Strigini, presidente do braço oncológico da Novartis, citado em comunicado. Em outros países, as autoridades reguladoras ainda examinam o novo medicamento, segundo a Novartis. O mieloma múltiplo ou doença de Kahler, se deve à multiplicação de alguns glóbulos brancos cancerígenos na medula óssea. A patologia afeta entre 1 e 5 em cada 100.000 pessoas no mundo, informa o grupo farmacêutico.
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equilibrioesaude
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EUA aprovam medicamento contra câncer de medula ósseaA farmacêutica suíça Novartis anunciou nesta segunda-feira (23) que a Food and Drug Administration (FDA), órgão governamental dos Estados Unidos responsável pelo controle de medicamentos, aprovou o Farydak, droga capaz, segundo o grupo, de inibir o avanço do mieloma múltiplo, um câncer da medula óssea. "Ficou provado que o Farydak melhora as possibilidades de sobrevivência sem que a doença avance nos pacientes afetados por mieloma múltiplo" e que já haviam sido tratados com bortezomib e ImiD, segundo comunicado da Novartis. É o primeiro tratamento inibidor das enzimas HDAC e "sua atividade epigenética (influência do entorno no genoma) pode ajudar a restaurar as funções celulares afetadas pelo mieloma múltiplo", afirma o fabricante. O Farydak "representa uma nova classe de medicamentos" e é um "enfoque terapêutico para este câncer difícil de tratar", garante Bruno Strigini, presidente do braço oncológico da Novartis, citado em comunicado. Em outros países, as autoridades reguladoras ainda examinam o novo medicamento, segundo a Novartis. O mieloma múltiplo ou doença de Kahler, se deve à multiplicação de alguns glóbulos brancos cancerígenos na medula óssea. A patologia afeta entre 1 e 5 em cada 100.000 pessoas no mundo, informa o grupo farmacêutico.
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Governo deixará de custear quase 400 unidades do Farmácia Popular
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O Ministério da Saúde irá fechar as unidades próprias do programa Farmácia Popular, que distribui medicamentos gratuitos ou com até 90% de desconto no país. A decisão, que já estava em estudo nos últimos meses, foi tomada nesta sexta-feira (31), após reunião com representantes do ministério e de secretários estaduais e municipais de saúde. Ao todo, 393 unidades do programa, que eram custeadas pela União, deixarão de receber verbas federais a partir de maio e podem ser fechadas. Prefeituras, no entanto, podem optar por manter as unidades, desde que com recursos próprios. "O governo não financiará mais", afirma o ministro da Saúde, Ricardo Barros. O Farmácia Popular foi criado em 2004, na gestão do então presidente Luís Inácio Lula da Silva. Dois anos depois, foi criado o Aqui tem Farmácia Popular, braço do programa em farmácias privadas –hoje são 34.583 farmácias credenciadas, distribuídas em 4.487 municípios. A medida, assim, encerra o funcionamento apenas das unidades próprias do programa –a oferta de descontos e medicamentos gratuitos nas farmácias do Aqui Tem Farmácia Popular continua mantido. Segundo o Ministério da Saúde, com o fim do repasse para custeio das unidades próprias, a verba do Farmácia Popular, equivalente a cerca de R$ 100 milhões, passará a ser destinada aos municípios para compra de medicamentos. "Esse dinheiro era 80% usado para custeio [das unidades] e 20% para os remédios. Não tinha sentido manter uma situação dessas. Por isso a decisão foi tomada", afirma Barros. O presidente do Conasems (conselho de secretários municipais de saúde), Mauro Junqueira, diz que a medida não deve afetar a distribuição de medicamentos. "São medicamentos que estão na farmácia básica dos municípios", afirma. Segundo ele, muitas dessas unidades já estavam sendo fechadas pelos municípios nos últimos meses –para comparação, o número de unidades próprias habilitadas passou de 558, em 2012, para 393 neste ano. Para Junqueira, os dados já indicavam "um programa em falência". "A Farmácia Popular tinha copagamento, e isso não é SUS. O que revertia em medicamentos também era apenas cerca de R$ 13 milhões [R$18 milhões, segundo o ministério]. O resto era custo, que agora reverte em medicamento", diz. PREOCUPAÇÃO O fechamento das unidades, porém, também desperta receio de eventuais impactos à população. A questão deve ser analisada na próxima semana pelo Conselho Nacional de Saúde, que reúne representantes de movimentos populares e de profissionais de saúde. "A preocupação é que isso resulte em diminuição de acesso [aos medicamentos]. Queremos saber como isso será suprido e quais serão os desdobramentos", afirma o presidente do conselho, Ronald Santos. Um dos pontos em análise é a quantidade de medicamentos ofertados. Enquanto o Farmácia Popular abrangia 112 medicamentos, gratuitos ou com desconto, o Aqui Tem Farmácia Popular oferta 25 produtos –com alcance de 9,8 milhões de pessoas por mês. Em nota, o Ministério da Saúde afirma que cerca de 90% dos usuários do programa Farmácia Popular buscam medicamentos para hipertensão, diabetes e asma, que são gratuitos. "Eles continuarão tendo acesso aos fármacos, de forma gratuita, nas unidades particulares cadastradas", informa. Segundo a pasta, com o remanejamento dos repasses que antes eram destinados ao programa, o valor destinado para a atenção básica passará de R$ 5,10 por habitante para R$ 5,58.
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cotidiano
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Governo deixará de custear quase 400 unidades do Farmácia PopularO Ministério da Saúde irá fechar as unidades próprias do programa Farmácia Popular, que distribui medicamentos gratuitos ou com até 90% de desconto no país. A decisão, que já estava em estudo nos últimos meses, foi tomada nesta sexta-feira (31), após reunião com representantes do ministério e de secretários estaduais e municipais de saúde. Ao todo, 393 unidades do programa, que eram custeadas pela União, deixarão de receber verbas federais a partir de maio e podem ser fechadas. Prefeituras, no entanto, podem optar por manter as unidades, desde que com recursos próprios. "O governo não financiará mais", afirma o ministro da Saúde, Ricardo Barros. O Farmácia Popular foi criado em 2004, na gestão do então presidente Luís Inácio Lula da Silva. Dois anos depois, foi criado o Aqui tem Farmácia Popular, braço do programa em farmácias privadas –hoje são 34.583 farmácias credenciadas, distribuídas em 4.487 municípios. A medida, assim, encerra o funcionamento apenas das unidades próprias do programa –a oferta de descontos e medicamentos gratuitos nas farmácias do Aqui Tem Farmácia Popular continua mantido. Segundo o Ministério da Saúde, com o fim do repasse para custeio das unidades próprias, a verba do Farmácia Popular, equivalente a cerca de R$ 100 milhões, passará a ser destinada aos municípios para compra de medicamentos. "Esse dinheiro era 80% usado para custeio [das unidades] e 20% para os remédios. Não tinha sentido manter uma situação dessas. Por isso a decisão foi tomada", afirma Barros. O presidente do Conasems (conselho de secretários municipais de saúde), Mauro Junqueira, diz que a medida não deve afetar a distribuição de medicamentos. "São medicamentos que estão na farmácia básica dos municípios", afirma. Segundo ele, muitas dessas unidades já estavam sendo fechadas pelos municípios nos últimos meses –para comparação, o número de unidades próprias habilitadas passou de 558, em 2012, para 393 neste ano. Para Junqueira, os dados já indicavam "um programa em falência". "A Farmácia Popular tinha copagamento, e isso não é SUS. O que revertia em medicamentos também era apenas cerca de R$ 13 milhões [R$18 milhões, segundo o ministério]. O resto era custo, que agora reverte em medicamento", diz. PREOCUPAÇÃO O fechamento das unidades, porém, também desperta receio de eventuais impactos à população. A questão deve ser analisada na próxima semana pelo Conselho Nacional de Saúde, que reúne representantes de movimentos populares e de profissionais de saúde. "A preocupação é que isso resulte em diminuição de acesso [aos medicamentos]. Queremos saber como isso será suprido e quais serão os desdobramentos", afirma o presidente do conselho, Ronald Santos. Um dos pontos em análise é a quantidade de medicamentos ofertados. Enquanto o Farmácia Popular abrangia 112 medicamentos, gratuitos ou com desconto, o Aqui Tem Farmácia Popular oferta 25 produtos –com alcance de 9,8 milhões de pessoas por mês. Em nota, o Ministério da Saúde afirma que cerca de 90% dos usuários do programa Farmácia Popular buscam medicamentos para hipertensão, diabetes e asma, que são gratuitos. "Eles continuarão tendo acesso aos fármacos, de forma gratuita, nas unidades particulares cadastradas", informa. Segundo a pasta, com o remanejamento dos repasses que antes eram destinados ao programa, o valor destinado para a atenção básica passará de R$ 5,10 por habitante para R$ 5,58.
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Com peças políticas e irônicas, autor romeno virá xodó no teatro brasileiro
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Radauti, cidade de 20 mil habitantes no nordeste da Romênia, é rasgada de uma ponta à outra por uma estrada de ferro. Não parece gratuito, portanto, que um filho ilustre, o dramaturgo e poeta Matei Visniec, 60, seja também ele um homem partido ao meio, equilibrando-se entre dois idiomas (o materno e o francês), duas carreiras (as de jornalista e de autor) e dois sistemas político-econômicos (o comunismo soviético e o capitalismo globalizado). Onde não há sinais de divisão é na acolhida brasileira ao teatro de Visniec: desde 2012, quando a É Realizações começou a editar a dramaturgia do romeno naturalizado francês, proliferam montagens de seus textos do Amazonas ao Rio Grande do Sul, passando por Bahia, São Paulo e Rio. Em 2014, a atriz Regina Duarte pinçou três histórias da coletânea de peças curtas "Cuidado com as Velhinhas Carentes e Solitárias" para compor "A Volta para Casa", sua segunda direção. Um ano antes, o encenador baiano Marcio Meirelles estivera na dianteira da "febre", com "Espelho para Cegos", concebido a partir de "Teatro Decomposto...". Desde então, realizou outras oito produções visniequianas —e planeja outras tantas mais. "Decidi montar na primeira página da primeira peça [que li]. Foi fulminante", diz o diretor. "Há nele uma visão ao mesmo tempo cruel e realista da nossa experiência com o amor, a morte e o poder. [...] É incrível como as palavras são concretas; são tijolos que voam através de vidraças em câmera lenta." Essas armas retóricas, Visniec as lapidou sob a ditadura de Nicolae Ceausescu (1965-1989). O regime fazia jogo duplo: liberava as antologias poéticas dele, mas barrava as peças. RENASCIMENTO "No teatro, a crítica social era mais direta, enquanto na poesia ela vinha 'embalada' em metáforas", afirma o autor à Folha. "O poder não tinha tanto medo de um cidadão que lesse uma obra contestadora sozinho em sua casa. Já o teatro era mais perigoso: a emoção coletiva suscitada por uma peça poderia descambar para a revolta." Banido em 1987, o escritor partiu para Paris, onde pediu asilo político e, algum tempo depois, começou a trabalhar na Rádio França Internacional —onde permanece até hoje. "Mais do que a interdição oficial, o que me amedrontava era a autocensura. Temia virar um 'mutante' que se adapta à miséria moral e à ambiguidade do mal. A perspectiva de me transformar em 'colaborador' de um poder totalitário era assustadora", conta Visniec, que, uma vez radicado às margens do Sena, passou a assinar peças no idioma de Molière. "Queria renascer em outra língua." Renascimento que, nesse caso, não rimou com esquecimento. Liberado da mordaça de Ceausescu, Visniec soltou nos palcos o bestiário do aparelho repressivo soviético. A fauna de "Ricardo 3º Está Cancelada" (2001), por exemplo, inclui agentes da Seção de Identificação de Silêncios Suspeitos e do Serviço de Limpeza Ideológica de Superfície (referente a cenários, figurinos e adereços). Todos submetem o encenador russo Vsevolod Meyerhold (1874-1940) —perseguido por Stálin– a interrogatórios surreais, enquanto ele tenta montar a peça de Shakespeare citada no título. Já em "A História do Comunismo Contada aos Doentes Mentais" (1998), o diretor de um hospital psiquiátrico de Moscou convida um escritor a palestrar sobre as glórias do regime vermelho, em linguagem acessível aos pacientes. Que só estão ali por "padecer" de aguda descrença nos ditames de Stálin. Visniec tampouco reza pela cartilha capitalista. Seu "Paparazzi ou A Crônica de Um Amanhecer Abortado" (1997), montado neste ano no Rio, flagra a indiferença com que um grupo de personagens recebe a notícia da iminência do apocalipse. O fim do mundo que se dobre ao hedonismo desarvorado. ENCONTRANDO GODOT Outro traço distintivo do romeno é o apreço por jogos metalinguísticos; volta e meia ele empurra para a cena colegas de ofício, encurralados ali por personagens desgostosos com a própria sorte. É assim que, em "O Último Godot" (1987), Beckett atura as lamúrias daquele que todos esperam há décadas ("Veja Shakespeare! Todos os personagens aparecem! Até o fantasma!", pranteia o eterno ausente). Tête-à-tête não menos efusivo tem o autor de "Tio Vânia" com suas criaturas em "A Máquina Tchékhov", montada há pouco em São Paulo. O filósofo e escritor Emil Cioran (1911-95), que trafegou (como Visniec) entre identidades e línguas romena e francesa, é mais um a ressurgir enquanto personagem (em "Os Desvãos Cioran..."). A produção literária do romeno também brinca com figurões das letras. Em um de seus romances, os fantasmas de Hemingway, Camus, Borges e Ionesco (este um dos artífices do teatro do absurdo, ao qual a crítica costuma filiar Visniec) desfilam em meio a personagens encarnados. Em outro, o autor transforma o Josef K. de Kafka em Kosef J. e subverte o impasse de "O Processo": o drama do confinamento arbitrário vira o da liberdade indesejada. E há ainda mais na arca sui generis do escritor: anões de jardim que se põem a falar, borrachas gigantes que apagam tudo o que lhes cruza o caminho, palavras que aprontam um motim numa livraria A inspiração para esse mundo delirante vem das obras surrealistas e dadaístas que Visniec devorou na juventude. Mas também do realismo fantástico latino-americano. "García Márquez, Fuentes, Vargas Llosa, Sabato e outros alimentaram minha imaginação e um certo gosto pelo paradoxo", afirma. FEBRE TROPICAL Por falar em paradoxo, por que o teatro de um romeno que ataca a deriva autoritária do comunismo virou coqueluche nos trópicos? Visniec palpita: "Os dois países se encontram na mesma etapa histórica. Saíram há pouco de ditaduras, são lugares em que o futuro está para ser construído. É agora que a esperança existe, e o povo acordou para isso". O diretor Marcio Meirelles faz coro. "Ele saiu de uma ditadura em que os lados do jogo estavam bem definidos para morar no Ocidente, onde o cerceamento existe de forma difusa e o inimigo se esconde inclusive no prazer. No Brasil, também passamos de uma ditadura para um regime neoliberal em que não se sabe onde está o inimigo." Já para Edson Filho, dono da É Realizações (pela qual saíram 17 volumes de peças de Visniec, além do romance "O Negociante de Inícios de Romance"), a escrita do romeno encara "as nossas inquietações para além de ideologias e reflete o que os brasileiros sentem neste momento de degradação de valores". O editor tem na manga outras três peças e um segundo romance do autor. "Não é à toa que ele esteja sendo muito bem absorvido por aqui", completa José Roberto Jardim, que dirige "Adeus, Palhaços Mortos!". "Ele fala muito de polarização, e vivemos uma polarização de ideologias." A atriz e diretora Clara Carvalho, que assinou com Denise Weinberg uma montagem de "A Máquina Tchékhov", sugere que a chave para entender o "frenesi Visniec" está na "cultura feérica, periférica e bagunçada" do Leste Europeu de onde Visniec é originário, não distante da do Brasil. "É o dramaturgo de uma terra de ninguém, que é como eu sinto o nosso país. Ser romeno, de muitas formas, é parecido com ser brasileiro. O caos e a falta de respeito pelo humano são semelhantes. Já pensou fazer uma peça sobre o atendimento no SUS? O Matei faria muito bem", diz ela. Rodrigo Spina, diretor de "Aqui Estamos com Milhares de Cães Vindos do Mar", que a Cia. Os Barulhentos criou a partir de "Cuidado com as Velhinhas...", acredita que os textos do autor conversam com "a cegueira absoluta, a preguiça e a falta de aptidão para ver e ouvir o outro" do Brasil atual. "O país nunca esteve tão polarizado, o tecido social está começando a furar. Ao questionar o que restou de sua pátria, ele retrata exatamente a fase que vivemos", avalia. Justamente para tentar reinstaurar alguma ordem no mundo é que a literatura se faz necessária, arremata Visniec: "É preciso escanear a dor do mundo. Para isso, filósofos, jornalistas e políticos não são suficientes. Poetas e escritores têm ferramentas mais sutis a fornecer. Descobrir e expor o lugar dos ferimentos pode ajudar a tratá-los". O homem partido ao meio de Radauti encontrou o seu unguento. * ADEUS, PALHAÇOS MORTOS! Dirigida por José Roberto Jardim, a Academia de Palhaços adapta "Pequenos Trabalhos para Velhos Palhaços", de Visniec, sobre três clowns que disputam uma única vaga de emprego QUANDO sex. e sáb., às 21h, dom., às 20h; até 7/8, no CCSP. Qua. e qui., às 21h; de 31/8 a 1º/9, no Tusp ONDE CCSP, r. Vergueiro, 1.000, tel. (11) 3397-4002; Tusp, r. Maria Antônia, 294, tel. (11) 3123-5222 QUANTO grátis CLASSIFICAÇÃO 12 anos - O ESPECTADOR CONDENADO À MORTE A Cia. Teatro da Dispersão encena um julgamento absurdo, que tem como pano de fundo o regime do ditador romeno Nicolae Ceausescu QUANDO qua. e qui., às 21h, até 25/8 ONDE no Viga Espaço Cênico, r. Capote Valente, 1.323, tel. (11) 3801-1843 QUANTO R$ 40 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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ilustrada
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Com peças políticas e irônicas, autor romeno virá xodó no teatro brasileiroRadauti, cidade de 20 mil habitantes no nordeste da Romênia, é rasgada de uma ponta à outra por uma estrada de ferro. Não parece gratuito, portanto, que um filho ilustre, o dramaturgo e poeta Matei Visniec, 60, seja também ele um homem partido ao meio, equilibrando-se entre dois idiomas (o materno e o francês), duas carreiras (as de jornalista e de autor) e dois sistemas político-econômicos (o comunismo soviético e o capitalismo globalizado). Onde não há sinais de divisão é na acolhida brasileira ao teatro de Visniec: desde 2012, quando a É Realizações começou a editar a dramaturgia do romeno naturalizado francês, proliferam montagens de seus textos do Amazonas ao Rio Grande do Sul, passando por Bahia, São Paulo e Rio. Em 2014, a atriz Regina Duarte pinçou três histórias da coletânea de peças curtas "Cuidado com as Velhinhas Carentes e Solitárias" para compor "A Volta para Casa", sua segunda direção. Um ano antes, o encenador baiano Marcio Meirelles estivera na dianteira da "febre", com "Espelho para Cegos", concebido a partir de "Teatro Decomposto...". Desde então, realizou outras oito produções visniequianas —e planeja outras tantas mais. "Decidi montar na primeira página da primeira peça [que li]. Foi fulminante", diz o diretor. "Há nele uma visão ao mesmo tempo cruel e realista da nossa experiência com o amor, a morte e o poder. [...] É incrível como as palavras são concretas; são tijolos que voam através de vidraças em câmera lenta." Essas armas retóricas, Visniec as lapidou sob a ditadura de Nicolae Ceausescu (1965-1989). O regime fazia jogo duplo: liberava as antologias poéticas dele, mas barrava as peças. RENASCIMENTO "No teatro, a crítica social era mais direta, enquanto na poesia ela vinha 'embalada' em metáforas", afirma o autor à Folha. "O poder não tinha tanto medo de um cidadão que lesse uma obra contestadora sozinho em sua casa. Já o teatro era mais perigoso: a emoção coletiva suscitada por uma peça poderia descambar para a revolta." Banido em 1987, o escritor partiu para Paris, onde pediu asilo político e, algum tempo depois, começou a trabalhar na Rádio França Internacional —onde permanece até hoje. "Mais do que a interdição oficial, o que me amedrontava era a autocensura. Temia virar um 'mutante' que se adapta à miséria moral e à ambiguidade do mal. A perspectiva de me transformar em 'colaborador' de um poder totalitário era assustadora", conta Visniec, que, uma vez radicado às margens do Sena, passou a assinar peças no idioma de Molière. "Queria renascer em outra língua." Renascimento que, nesse caso, não rimou com esquecimento. Liberado da mordaça de Ceausescu, Visniec soltou nos palcos o bestiário do aparelho repressivo soviético. A fauna de "Ricardo 3º Está Cancelada" (2001), por exemplo, inclui agentes da Seção de Identificação de Silêncios Suspeitos e do Serviço de Limpeza Ideológica de Superfície (referente a cenários, figurinos e adereços). Todos submetem o encenador russo Vsevolod Meyerhold (1874-1940) —perseguido por Stálin– a interrogatórios surreais, enquanto ele tenta montar a peça de Shakespeare citada no título. Já em "A História do Comunismo Contada aos Doentes Mentais" (1998), o diretor de um hospital psiquiátrico de Moscou convida um escritor a palestrar sobre as glórias do regime vermelho, em linguagem acessível aos pacientes. Que só estão ali por "padecer" de aguda descrença nos ditames de Stálin. Visniec tampouco reza pela cartilha capitalista. Seu "Paparazzi ou A Crônica de Um Amanhecer Abortado" (1997), montado neste ano no Rio, flagra a indiferença com que um grupo de personagens recebe a notícia da iminência do apocalipse. O fim do mundo que se dobre ao hedonismo desarvorado. ENCONTRANDO GODOT Outro traço distintivo do romeno é o apreço por jogos metalinguísticos; volta e meia ele empurra para a cena colegas de ofício, encurralados ali por personagens desgostosos com a própria sorte. É assim que, em "O Último Godot" (1987), Beckett atura as lamúrias daquele que todos esperam há décadas ("Veja Shakespeare! Todos os personagens aparecem! Até o fantasma!", pranteia o eterno ausente). Tête-à-tête não menos efusivo tem o autor de "Tio Vânia" com suas criaturas em "A Máquina Tchékhov", montada há pouco em São Paulo. O filósofo e escritor Emil Cioran (1911-95), que trafegou (como Visniec) entre identidades e línguas romena e francesa, é mais um a ressurgir enquanto personagem (em "Os Desvãos Cioran..."). A produção literária do romeno também brinca com figurões das letras. Em um de seus romances, os fantasmas de Hemingway, Camus, Borges e Ionesco (este um dos artífices do teatro do absurdo, ao qual a crítica costuma filiar Visniec) desfilam em meio a personagens encarnados. Em outro, o autor transforma o Josef K. de Kafka em Kosef J. e subverte o impasse de "O Processo": o drama do confinamento arbitrário vira o da liberdade indesejada. E há ainda mais na arca sui generis do escritor: anões de jardim que se põem a falar, borrachas gigantes que apagam tudo o que lhes cruza o caminho, palavras que aprontam um motim numa livraria A inspiração para esse mundo delirante vem das obras surrealistas e dadaístas que Visniec devorou na juventude. Mas também do realismo fantástico latino-americano. "García Márquez, Fuentes, Vargas Llosa, Sabato e outros alimentaram minha imaginação e um certo gosto pelo paradoxo", afirma. FEBRE TROPICAL Por falar em paradoxo, por que o teatro de um romeno que ataca a deriva autoritária do comunismo virou coqueluche nos trópicos? Visniec palpita: "Os dois países se encontram na mesma etapa histórica. Saíram há pouco de ditaduras, são lugares em que o futuro está para ser construído. É agora que a esperança existe, e o povo acordou para isso". O diretor Marcio Meirelles faz coro. "Ele saiu de uma ditadura em que os lados do jogo estavam bem definidos para morar no Ocidente, onde o cerceamento existe de forma difusa e o inimigo se esconde inclusive no prazer. No Brasil, também passamos de uma ditadura para um regime neoliberal em que não se sabe onde está o inimigo." Já para Edson Filho, dono da É Realizações (pela qual saíram 17 volumes de peças de Visniec, além do romance "O Negociante de Inícios de Romance"), a escrita do romeno encara "as nossas inquietações para além de ideologias e reflete o que os brasileiros sentem neste momento de degradação de valores". O editor tem na manga outras três peças e um segundo romance do autor. "Não é à toa que ele esteja sendo muito bem absorvido por aqui", completa José Roberto Jardim, que dirige "Adeus, Palhaços Mortos!". "Ele fala muito de polarização, e vivemos uma polarização de ideologias." A atriz e diretora Clara Carvalho, que assinou com Denise Weinberg uma montagem de "A Máquina Tchékhov", sugere que a chave para entender o "frenesi Visniec" está na "cultura feérica, periférica e bagunçada" do Leste Europeu de onde Visniec é originário, não distante da do Brasil. "É o dramaturgo de uma terra de ninguém, que é como eu sinto o nosso país. Ser romeno, de muitas formas, é parecido com ser brasileiro. O caos e a falta de respeito pelo humano são semelhantes. Já pensou fazer uma peça sobre o atendimento no SUS? O Matei faria muito bem", diz ela. Rodrigo Spina, diretor de "Aqui Estamos com Milhares de Cães Vindos do Mar", que a Cia. Os Barulhentos criou a partir de "Cuidado com as Velhinhas...", acredita que os textos do autor conversam com "a cegueira absoluta, a preguiça e a falta de aptidão para ver e ouvir o outro" do Brasil atual. "O país nunca esteve tão polarizado, o tecido social está começando a furar. Ao questionar o que restou de sua pátria, ele retrata exatamente a fase que vivemos", avalia. Justamente para tentar reinstaurar alguma ordem no mundo é que a literatura se faz necessária, arremata Visniec: "É preciso escanear a dor do mundo. Para isso, filósofos, jornalistas e políticos não são suficientes. Poetas e escritores têm ferramentas mais sutis a fornecer. Descobrir e expor o lugar dos ferimentos pode ajudar a tratá-los". O homem partido ao meio de Radauti encontrou o seu unguento. * ADEUS, PALHAÇOS MORTOS! Dirigida por José Roberto Jardim, a Academia de Palhaços adapta "Pequenos Trabalhos para Velhos Palhaços", de Visniec, sobre três clowns que disputam uma única vaga de emprego QUANDO sex. e sáb., às 21h, dom., às 20h; até 7/8, no CCSP. Qua. e qui., às 21h; de 31/8 a 1º/9, no Tusp ONDE CCSP, r. Vergueiro, 1.000, tel. (11) 3397-4002; Tusp, r. Maria Antônia, 294, tel. (11) 3123-5222 QUANTO grátis CLASSIFICAÇÃO 12 anos - O ESPECTADOR CONDENADO À MORTE A Cia. Teatro da Dispersão encena um julgamento absurdo, que tem como pano de fundo o regime do ditador romeno Nicolae Ceausescu QUANDO qua. e qui., às 21h, até 25/8 ONDE no Viga Espaço Cênico, r. Capote Valente, 1.323, tel. (11) 3801-1843 QUANTO R$ 40 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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'Capitão Philips' e 'The Crown' são opções para assistir em casa no fim de semana
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DE SÃO PAULO Um elogiado filme de suspense com Tom Hanks e a série "The Crown", premiada com o Globo de Ouro, são duas dicas para assistir na Netfilx. Leia mais sobre elas: * Homens ao mar Richard Philips (Tom Hanks, na foto) é um americano com uma missão: comandar um cargueiro pela costa africana até o seu destino. Abduwali Muse (Barkhad Abdi), ao sair de uma praia na Somália num frágil barco, tem outra: arrancar alguma riqueza do cargueiro de Philips. Nessa disputa, os dois usam as armas que têm para tentar cumprir seus objetivos. O duelo de estratégias, com várias reviravoltas, gera um suspense que toma como refém a atenção do espectador. Capitão Philips, com Tom Hanks, Barkhad Abdi e outros. 194 min. Disponível na Netflix. * Coroa na cabeça Vencedora do Globo de Ouro de melhor série dramática, a produção acompanha o começo do reinado de Elisabeth 2ª, que assume o trono britânico aos 26 anos. Enquanto viajava pela África, ela é pega de surpresa pela morte do pai, George 6º, e volta a Londres às pressas para a grandiosa cerimônia de coroação. Além das intrigas políticas, são mostradas questões familiares da realeza. The Crown, na Netflix, com 10 episódios.
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saopaulo
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'Capitão Philips' e 'The Crown' são opções para assistir em casa no fim de semanaDE SÃO PAULO Um elogiado filme de suspense com Tom Hanks e a série "The Crown", premiada com o Globo de Ouro, são duas dicas para assistir na Netfilx. Leia mais sobre elas: * Homens ao mar Richard Philips (Tom Hanks, na foto) é um americano com uma missão: comandar um cargueiro pela costa africana até o seu destino. Abduwali Muse (Barkhad Abdi), ao sair de uma praia na Somália num frágil barco, tem outra: arrancar alguma riqueza do cargueiro de Philips. Nessa disputa, os dois usam as armas que têm para tentar cumprir seus objetivos. O duelo de estratégias, com várias reviravoltas, gera um suspense que toma como refém a atenção do espectador. Capitão Philips, com Tom Hanks, Barkhad Abdi e outros. 194 min. Disponível na Netflix. * Coroa na cabeça Vencedora do Globo de Ouro de melhor série dramática, a produção acompanha o começo do reinado de Elisabeth 2ª, que assume o trono britânico aos 26 anos. Enquanto viajava pela África, ela é pega de surpresa pela morte do pai, George 6º, e volta a Londres às pressas para a grandiosa cerimônia de coroação. Além das intrigas políticas, são mostradas questões familiares da realeza. The Crown, na Netflix, com 10 episódios.
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Concurso em SP escolhe projeto para repaginar praça tombada do centro
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Em sua quinta edição, o Concurso Nacional de Paisagismo Urbano vai escolher um projeto para repaginar a praça Jorge Cury, na Aclimação, região central de SP. Esta é a primeira vez que um projeto do concurso será implantado na capital paulista. Também de forma inédita, a ANP (Associação Nacional de Paisagismo), que promove a premiação, escolheu um local tombado. A praça Jorge Cury está incluída no tombamento do "Parque da Aclimação e áreas verdes adjacentes", realizado em 1986 pelo Condephaat (conselho do patrimônio histórico do Estado). "Foi mais um desafio para os participantes", diz Eliana Azevedo, presidente da ANP. "Além de criar um projeto de paisagismo focado na sustentabilidade, os participantes tiveram que considerar a preservação histórico-cultural." Houve 25 propostas inscritas nesta edição do concurso. A vencedora será doada para a Prefeitura de São Paulo e executada pelos profissionais que a desenvolveram. A premiação acontece nesta quarta-feira (4), às 18h, no Mac SP (Rua Groenlândia, 764, Jardim Paulista).
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cotidiano
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Concurso em SP escolhe projeto para repaginar praça tombada do centroEm sua quinta edição, o Concurso Nacional de Paisagismo Urbano vai escolher um projeto para repaginar a praça Jorge Cury, na Aclimação, região central de SP. Esta é a primeira vez que um projeto do concurso será implantado na capital paulista. Também de forma inédita, a ANP (Associação Nacional de Paisagismo), que promove a premiação, escolheu um local tombado. A praça Jorge Cury está incluída no tombamento do "Parque da Aclimação e áreas verdes adjacentes", realizado em 1986 pelo Condephaat (conselho do patrimônio histórico do Estado). "Foi mais um desafio para os participantes", diz Eliana Azevedo, presidente da ANP. "Além de criar um projeto de paisagismo focado na sustentabilidade, os participantes tiveram que considerar a preservação histórico-cultural." Houve 25 propostas inscritas nesta edição do concurso. A vencedora será doada para a Prefeitura de São Paulo e executada pelos profissionais que a desenvolveram. A premiação acontece nesta quarta-feira (4), às 18h, no Mac SP (Rua Groenlândia, 764, Jardim Paulista).
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CNN demite comediante que postou vídeo com cabeça falsa de Trump
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A rede americana CNN informou nesta quarta-feira (31) que demitiu a comediante Kathy Griffin depois de ela ter publicado um vídeo em que aparece segurando uma cabeça falsa ensaguentada com as feições do presidente Donald Trump. Apresentadora há uma década das transmissões de Ano-Novo em Nova York, Griffin, 56, pediu desculpas por ter postado o vídeo. "Eu fui longe demais. Peço sinceras desculpas." Trump afirmou que a comediante "deveria se envergonhar de si mesma". "Meus filhos, especialmente meu filho de 11 anos, Barron, estão enfrentando dificuldades com isso. Doente!", escreveu o presidente em uma rede social. Inicialmente, Griffin descrevera o vídeo, feito em parceria com o fotógrafo Tyler Shields, como uma "declaração metida a artística" brincando com o presidente. O âncora da CNN Anderson Cooper, que dividia com Griffin a transmissão do Réveillon nova-iorquino, afirmou ter ficado "chocado" com a imagem, que considera "nojenta e completamente inapropriada". Além de perder o emprego na CNN, Griffin teve cancelada uma apresentação que faria em julho em um cassino no Novo México e um patrocinador. Vídeo em que Griffin pede desculpas
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mundo
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CNN demite comediante que postou vídeo com cabeça falsa de TrumpA rede americana CNN informou nesta quarta-feira (31) que demitiu a comediante Kathy Griffin depois de ela ter publicado um vídeo em que aparece segurando uma cabeça falsa ensaguentada com as feições do presidente Donald Trump. Apresentadora há uma década das transmissões de Ano-Novo em Nova York, Griffin, 56, pediu desculpas por ter postado o vídeo. "Eu fui longe demais. Peço sinceras desculpas." Trump afirmou que a comediante "deveria se envergonhar de si mesma". "Meus filhos, especialmente meu filho de 11 anos, Barron, estão enfrentando dificuldades com isso. Doente!", escreveu o presidente em uma rede social. Inicialmente, Griffin descrevera o vídeo, feito em parceria com o fotógrafo Tyler Shields, como uma "declaração metida a artística" brincando com o presidente. O âncora da CNN Anderson Cooper, que dividia com Griffin a transmissão do Réveillon nova-iorquino, afirmou ter ficado "chocado" com a imagem, que considera "nojenta e completamente inapropriada". Além de perder o emprego na CNN, Griffin teve cancelada uma apresentação que faria em julho em um cassino no Novo México e um patrocinador. Vídeo em que Griffin pede desculpas
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Seu terapeuta deveria ver seu perfil no Twitter?
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Em janeiro, pesquisadores da Universidade Sigmund Freud, na Áustria, publicaram um estudo no qual perguntaram a terapeutas, psicólogos e psiquiatras se buscavam informações sobre seus pacientes on-line. Os resultados foram contraditórios. Quase 40% disseram que haviam feito pesquisas do tipo, mas o restante negou e, neste grupo, muitos questionaram se seria apropriado fazê-lo. Alguns expressaram desconfiança quanto à credibilidade básica da fonte, mas a maioria enxergou a possibilidade como violação grave da relação de confiança entre paciente e terapeuta. "Imagino que a questão surja para muitas pessoas do ramo", diz a Dra. Mayura Deshpande, presidente do Comitê de Prática e Ética Profissional da Faculdade Real de Psiquiatria do Reino Unido. Ela observou que, embora não haja regulamentos que impeçam o psiquiatra de procurar os pacientes on-line, ela acredita se tratar de uma invasão de privacidade. O que torna a questão tão complicada, segundo os estudos limitados e comentários disponíveis, é a natureza dos serviços de saúde mental: uma relação profissional que tem como base informações pessoais e confiança. "Ouvimos detalhes muito pessoais sobre os relacionamentos das pessoas, infância, família, coisas que você não precisaria investigar caso quebrassem uma perna", disse a Dra. Alice Ashby, consultora em psiquiatria e autora principal de um artigo recente para a publicação acadêmica British Journal of Psychiatry Bulletin, sobre ética em busca e monitoramento online de pacientes. "Em termos éticos, não gosto da ideia de procurar informações sem consentimento; soa como uma violação de limites", acrescentou. "Dito isso, não podemos deixar a discussão morrer." Os profissionais de saúde mental mergulham no debate com certo atraso. Se nossos chefes ou professores devem ter acesso a informações online ou devem nossa monitorar a nossa presença nas redes sociais é um debate que já está em curso há mais de uma década. O único outro estudo sobre psiquiatras e terapeutas foi realizado por um grupo de Harvard: uma pesquisa informal com "dezenas" de colegas que revelou que "a maioria dos psiquiatras" já havia procurado informações on-line. Os pesquisadores recomendaram novos estudos e mesas-redondas. Isso foi em 2010. Mas será que cabe a eles? Há quem defenda que a internet é apenas mais um recurso para se estudar um quadro pessoal. Do outro lado, argumentam que tudo que não vier diretamente da relação terapeuta-paciente não é muito útil e que respeitar os limites de um paciente está acima de tudo –"os pacientes precisam estar no controle do que dizem", afirmou um dos participantes do estudo austríaco. Ashby e seus coautores acreditam que as informações encontradas na internet podem ser úteis como uma espécie de "história colateral". Eles imaginam que as alegações potencialmente fantasiosas de um paciente poderiam ser cotejadas com um registro online; também dizer que "escolhas cotidianas perigosas", como o uso de drogas ou álcool em excesso, poderiam ser monitoradas por meio das redes sociais. Contudo, embora essas informações possam ser úteis para o trabalho dos terapeutas e possam até inteirar diagnósticos, eles acreditam que devem informar o paciente antes de procurá-lo on-line. "Estamos convictos de que só devemos investigar as pessoas na rede se tiverem capacidade de consentir, e se consentirem", disse Ashby. Os autores também temem que, mesmo com o consentimento, esse tipo de monitoramento passe a ser visto como paternalista, especialmente entre pessoas cuja "legitimidade do discurso costuma ser questionada". Também é uma questão de poder. Mesmo se o paciente permitir a busca ou o monitoramento online, ele pode se sentir coagido. Depois, pode ainda se sentir desconfortável por saber que tudo que posta nas redes será visto pelo psiquiatra. A Dra. Deshpande, que admite pertencer à velha guarda, diria que a maneira mais fácil de evitar todos esses conflitos é não consultar a internet, em primeiro lugar. "Nosso trabalho não é produzir uma espécie dossiê sobre a pessoa mas, sim, trabalhar com a informação que a pessoa oferece", disse ela. Ela é extremamente cautelosa com o uso da internet e pesquisas em redes sociais para confirmar as declarações de alguém. "Quem procura um psiquiatra traz consigo um determinado volume de informações, ou revela um determinado volume de informações; é importante aceitar isso e trabalhar com isso", disse ela. "É difícil justificar informações pessoais que não são intencionalmente dirigidas ao médico." A ideia de intenção também é importante. Um dos participantes do estudo austríaco alegou que "qualquer um que libere seus dados pessoais na internet implicitamente autoriza o acesso a eles". APPS VIGILANTES A Samaritans, uma instituição de caridade focada em saúde mental, situada no Reino Unido, lançou um app chamado Radar em 2014. O Radar monitorava os feeds do Twitter e enviava alertas aos usuários quando alguém que seguiam usava termos-chave que indicavam intenções de suicídio. A ideia era aproveitar a escala e intimidade das redes sociais para se conectar com pessoas vulneráveis; na prática, todo mundo achou assustador. Os tuítes podem estar em domínio público, mas ninguém quer um serviço aberto de vigilância de suicidas. O aplicativo foi suspenso uma semana após o lançamento. "As pessoas têm um senso de privacidade em espaços que consideramos públicos", disse Paul Bernal, pesquisador em privacidade online e palestrante de Direito da Universidade de East Anglia, no Reino Unido. Ele observou que, embora "senso" não signifique "direito", é importante mesmo assim. "Quando se trata de saúde mental, as expectativas são ainda mais importantes –o ideal é poder confiar nas pessoas que lidam conosco, poder crer que entendem nossas expectativas éticas e preocupações com privacidade", disse ele. Em outras palavras, se os profissionais de saúde mental não esclarecerem essas expectativas, arriscam violar os limites que sequer conhecem direito. Todos os estudos existentes clamam por mais pesquisas sobre a frequência com que psiquiatras e terapeutas monitoram seus pacientes on-line, mas pode ser mais útil para eles compreender o que os analisados acham da privacidade na internet e como se sentiriam se tivessem sua presença online monitorada. Ashby comentou que recebeu carta branca para realizar um estudo dois anos atrás, mas mudou de emprego antes de começar. Ela também acredita que entender melhor a maneira como os pacientes usam a internet e as redes sociais faria bem para a profissão em geral. "Creio que é importante fazer perguntas às pessoas sobre suas interações sociais na internet, da mesma forma que perguntamos sobre seus relacionamentos na vida real. E acho que não ensinamos isso, necessariamente." Ashby está certa: não há muita orientação disponível para profissionais de saúde mental sobre o uso da internet, seja em termos éticos ou sob qualquer outra perspectiva. Isso pode mudar em breve. Os autores do estudo do British Journal of Psychiatry alegam que "o tópico precisa ser deliberado com urgência", e a Dra. Deshpande disse que tem escutado os colegas discutirem –e ela promete colocar a internet em pauta na próxima reunião do comitê de ética. Perguntei a Christiane Eichenberg, autora principal do estudo austríaco, por que demoraram tanto para abordar a questão da privacidade on-line. "É um fenômeno comum a todos os estudos que focam na nossa profissão –há certa resistência em destacar aspectos negativos", disse ela. Todavia, como todos os problemas trazidos à terapia, não será resolvido sem muita conversa antes. Tradução de STEPHANIE FERNANDES Leia no site da Vice: Seu terapeuta deveria ver seu perfil no Twitter?
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Seu terapeuta deveria ver seu perfil no Twitter?Em janeiro, pesquisadores da Universidade Sigmund Freud, na Áustria, publicaram um estudo no qual perguntaram a terapeutas, psicólogos e psiquiatras se buscavam informações sobre seus pacientes on-line. Os resultados foram contraditórios. Quase 40% disseram que haviam feito pesquisas do tipo, mas o restante negou e, neste grupo, muitos questionaram se seria apropriado fazê-lo. Alguns expressaram desconfiança quanto à credibilidade básica da fonte, mas a maioria enxergou a possibilidade como violação grave da relação de confiança entre paciente e terapeuta. "Imagino que a questão surja para muitas pessoas do ramo", diz a Dra. Mayura Deshpande, presidente do Comitê de Prática e Ética Profissional da Faculdade Real de Psiquiatria do Reino Unido. Ela observou que, embora não haja regulamentos que impeçam o psiquiatra de procurar os pacientes on-line, ela acredita se tratar de uma invasão de privacidade. O que torna a questão tão complicada, segundo os estudos limitados e comentários disponíveis, é a natureza dos serviços de saúde mental: uma relação profissional que tem como base informações pessoais e confiança. "Ouvimos detalhes muito pessoais sobre os relacionamentos das pessoas, infância, família, coisas que você não precisaria investigar caso quebrassem uma perna", disse a Dra. Alice Ashby, consultora em psiquiatria e autora principal de um artigo recente para a publicação acadêmica British Journal of Psychiatry Bulletin, sobre ética em busca e monitoramento online de pacientes. "Em termos éticos, não gosto da ideia de procurar informações sem consentimento; soa como uma violação de limites", acrescentou. "Dito isso, não podemos deixar a discussão morrer." Os profissionais de saúde mental mergulham no debate com certo atraso. Se nossos chefes ou professores devem ter acesso a informações online ou devem nossa monitorar a nossa presença nas redes sociais é um debate que já está em curso há mais de uma década. O único outro estudo sobre psiquiatras e terapeutas foi realizado por um grupo de Harvard: uma pesquisa informal com "dezenas" de colegas que revelou que "a maioria dos psiquiatras" já havia procurado informações on-line. Os pesquisadores recomendaram novos estudos e mesas-redondas. Isso foi em 2010. Mas será que cabe a eles? Há quem defenda que a internet é apenas mais um recurso para se estudar um quadro pessoal. Do outro lado, argumentam que tudo que não vier diretamente da relação terapeuta-paciente não é muito útil e que respeitar os limites de um paciente está acima de tudo –"os pacientes precisam estar no controle do que dizem", afirmou um dos participantes do estudo austríaco. Ashby e seus coautores acreditam que as informações encontradas na internet podem ser úteis como uma espécie de "história colateral". Eles imaginam que as alegações potencialmente fantasiosas de um paciente poderiam ser cotejadas com um registro online; também dizer que "escolhas cotidianas perigosas", como o uso de drogas ou álcool em excesso, poderiam ser monitoradas por meio das redes sociais. Contudo, embora essas informações possam ser úteis para o trabalho dos terapeutas e possam até inteirar diagnósticos, eles acreditam que devem informar o paciente antes de procurá-lo on-line. "Estamos convictos de que só devemos investigar as pessoas na rede se tiverem capacidade de consentir, e se consentirem", disse Ashby. Os autores também temem que, mesmo com o consentimento, esse tipo de monitoramento passe a ser visto como paternalista, especialmente entre pessoas cuja "legitimidade do discurso costuma ser questionada". Também é uma questão de poder. Mesmo se o paciente permitir a busca ou o monitoramento online, ele pode se sentir coagido. Depois, pode ainda se sentir desconfortável por saber que tudo que posta nas redes será visto pelo psiquiatra. A Dra. Deshpande, que admite pertencer à velha guarda, diria que a maneira mais fácil de evitar todos esses conflitos é não consultar a internet, em primeiro lugar. "Nosso trabalho não é produzir uma espécie dossiê sobre a pessoa mas, sim, trabalhar com a informação que a pessoa oferece", disse ela. Ela é extremamente cautelosa com o uso da internet e pesquisas em redes sociais para confirmar as declarações de alguém. "Quem procura um psiquiatra traz consigo um determinado volume de informações, ou revela um determinado volume de informações; é importante aceitar isso e trabalhar com isso", disse ela. "É difícil justificar informações pessoais que não são intencionalmente dirigidas ao médico." A ideia de intenção também é importante. Um dos participantes do estudo austríaco alegou que "qualquer um que libere seus dados pessoais na internet implicitamente autoriza o acesso a eles". APPS VIGILANTES A Samaritans, uma instituição de caridade focada em saúde mental, situada no Reino Unido, lançou um app chamado Radar em 2014. O Radar monitorava os feeds do Twitter e enviava alertas aos usuários quando alguém que seguiam usava termos-chave que indicavam intenções de suicídio. A ideia era aproveitar a escala e intimidade das redes sociais para se conectar com pessoas vulneráveis; na prática, todo mundo achou assustador. Os tuítes podem estar em domínio público, mas ninguém quer um serviço aberto de vigilância de suicidas. O aplicativo foi suspenso uma semana após o lançamento. "As pessoas têm um senso de privacidade em espaços que consideramos públicos", disse Paul Bernal, pesquisador em privacidade online e palestrante de Direito da Universidade de East Anglia, no Reino Unido. Ele observou que, embora "senso" não signifique "direito", é importante mesmo assim. "Quando se trata de saúde mental, as expectativas são ainda mais importantes –o ideal é poder confiar nas pessoas que lidam conosco, poder crer que entendem nossas expectativas éticas e preocupações com privacidade", disse ele. Em outras palavras, se os profissionais de saúde mental não esclarecerem essas expectativas, arriscam violar os limites que sequer conhecem direito. Todos os estudos existentes clamam por mais pesquisas sobre a frequência com que psiquiatras e terapeutas monitoram seus pacientes on-line, mas pode ser mais útil para eles compreender o que os analisados acham da privacidade na internet e como se sentiriam se tivessem sua presença online monitorada. Ashby comentou que recebeu carta branca para realizar um estudo dois anos atrás, mas mudou de emprego antes de começar. Ela também acredita que entender melhor a maneira como os pacientes usam a internet e as redes sociais faria bem para a profissão em geral. "Creio que é importante fazer perguntas às pessoas sobre suas interações sociais na internet, da mesma forma que perguntamos sobre seus relacionamentos na vida real. E acho que não ensinamos isso, necessariamente." Ashby está certa: não há muita orientação disponível para profissionais de saúde mental sobre o uso da internet, seja em termos éticos ou sob qualquer outra perspectiva. Isso pode mudar em breve. Os autores do estudo do British Journal of Psychiatry alegam que "o tópico precisa ser deliberado com urgência", e a Dra. Deshpande disse que tem escutado os colegas discutirem –e ela promete colocar a internet em pauta na próxima reunião do comitê de ética. Perguntei a Christiane Eichenberg, autora principal do estudo austríaco, por que demoraram tanto para abordar a questão da privacidade on-line. "É um fenômeno comum a todos os estudos que focam na nossa profissão –há certa resistência em destacar aspectos negativos", disse ela. Todavia, como todos os problemas trazidos à terapia, não será resolvido sem muita conversa antes. Tradução de STEPHANIE FERNANDES Leia no site da Vice: Seu terapeuta deveria ver seu perfil no Twitter?
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Modelo tributário beneficia a medicina privada, diz diretor de hospital público
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O impacto atual de custos em câncer foi o tema da sexta mesa do seminário O Futuro do Combate ao Câncer, realizado nesta quarta (30) pela Folha, com patrocínio dos laboratórios Bristol-Myers Squibb e MSD, no teatro Tucarena, em São Paulo. Um custo que, segundo Stephen Stefani, oncologista do Instituto do Câncer do Hospital Mãe de Deus, chega a mais de US$ 1 milhão (R$ 3,6 milhões) por ano por paciente. Stefani afirmou que está cada vez mais difícil encarar esse custo no modelo atual, que aumenta a desigualdade entre os recursos para a saúde pública e os aplicados na medicina privada. Henrique Prata, diretor-geral do Hospital do Câncer de Barretos, criticou explicitamente o modelo que oferece isenção fiscal a grandes hospitais privados em um cenário em que os recursos públicos para saúde vindos da arrecadação de impostos são escassos. "O que mais me entristece é a desonestidade do sistema. Existe, por debaixo dos panos, favorecimento à medicina privada. Há anos o Brasil é injusto na distribuição ao acesso à medicina", afirmou. Prata também afirmou ser necessário mais investimento na prevenção e diagnóstico precoces. "O tratamento que começa mais cedo é mais simples e mais barato." O aumento de custo causado pelo diagnóstico tardio e pela demora no atendimento foi uma das questões levantadas por todos os participantes da mesa, que contou também com a participação de Antonio Luiz Frasson. mastologista do hospital Albert Einstein e professor da PUC-RS e Raquel Lisbôa, gerente-geral de regulação assistencial à saúde da ANS. Lisbôa falou sobre a incorporação de novas tecnologias nos planos de saúde. Segundo ela, são feitas revisões bi-anuais dos procedimentos que devem ser pagos pelos planos de saúde e são incluídos os que demonstrem uma boa relação custo-benefício. "Muitas novas tecnologias chegam ao mercado sem evidência científica dos benefício. E chegam a um custo muito elevado". O custo adicional da nova tecnologia que possibilita exames ultrassensíveis foi lembrado por Frasson. "Estamos detectando alterações mínimas, mas, talvez 30% das intervenções feitas hoje não fossem necessárias." Frassson afirmou que, no Brasil, o acesso rápido ao tratamento é mais importante do que a incorporação de novas tecnologias. O peso da carga tributária no custo da saúde foi comentado por Stefani. "Temos a maior carga tributária do planeta. O maior comprador de medicamentos é o governo. Então, é o governo que está pagando esse custo". Segundo ele, é preciso discutir a questão tributária para equacionar o custo da saúde no país.
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seminariosfolha
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Modelo tributário beneficia a medicina privada, diz diretor de hospital públicoO impacto atual de custos em câncer foi o tema da sexta mesa do seminário O Futuro do Combate ao Câncer, realizado nesta quarta (30) pela Folha, com patrocínio dos laboratórios Bristol-Myers Squibb e MSD, no teatro Tucarena, em São Paulo. Um custo que, segundo Stephen Stefani, oncologista do Instituto do Câncer do Hospital Mãe de Deus, chega a mais de US$ 1 milhão (R$ 3,6 milhões) por ano por paciente. Stefani afirmou que está cada vez mais difícil encarar esse custo no modelo atual, que aumenta a desigualdade entre os recursos para a saúde pública e os aplicados na medicina privada. Henrique Prata, diretor-geral do Hospital do Câncer de Barretos, criticou explicitamente o modelo que oferece isenção fiscal a grandes hospitais privados em um cenário em que os recursos públicos para saúde vindos da arrecadação de impostos são escassos. "O que mais me entristece é a desonestidade do sistema. Existe, por debaixo dos panos, favorecimento à medicina privada. Há anos o Brasil é injusto na distribuição ao acesso à medicina", afirmou. Prata também afirmou ser necessário mais investimento na prevenção e diagnóstico precoces. "O tratamento que começa mais cedo é mais simples e mais barato." O aumento de custo causado pelo diagnóstico tardio e pela demora no atendimento foi uma das questões levantadas por todos os participantes da mesa, que contou também com a participação de Antonio Luiz Frasson. mastologista do hospital Albert Einstein e professor da PUC-RS e Raquel Lisbôa, gerente-geral de regulação assistencial à saúde da ANS. Lisbôa falou sobre a incorporação de novas tecnologias nos planos de saúde. Segundo ela, são feitas revisões bi-anuais dos procedimentos que devem ser pagos pelos planos de saúde e são incluídos os que demonstrem uma boa relação custo-benefício. "Muitas novas tecnologias chegam ao mercado sem evidência científica dos benefício. E chegam a um custo muito elevado". O custo adicional da nova tecnologia que possibilita exames ultrassensíveis foi lembrado por Frasson. "Estamos detectando alterações mínimas, mas, talvez 30% das intervenções feitas hoje não fossem necessárias." Frassson afirmou que, no Brasil, o acesso rápido ao tratamento é mais importante do que a incorporação de novas tecnologias. O peso da carga tributária no custo da saúde foi comentado por Stefani. "Temos a maior carga tributária do planeta. O maior comprador de medicamentos é o governo. Então, é o governo que está pagando esse custo". Segundo ele, é preciso discutir a questão tributária para equacionar o custo da saúde no país.
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Dentro de casa, Palmeiras sofre gol no fim e perde para a Ferroviária
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Jogando dentro de casa, o Palmeiras perdeu de 2 a 1 para a Ferroviária, neste domingo (28), com gol aos 48 min do segundo tempo. O resultado deixa o Palmeiras ainda sem vencer em seu estádio em 2016. Foram duas derrotas, contra Linense e Ferroviária, e um empate, contra o Santos. A equipe da capital paulista encerra a sétima rodada do Campeonato Paulista na liderança do Grupo B com nove pontos ganhos. Já o time do interior ultrapassou o São Paulo no Grupo C e lidera com 13 pontos. Essa foi a primeira vez no ano em que o técnico palmeirense Marcelo Oliveira não mexeu no meio de campo em relação ao jogo anterior, mas pouco adiantou. Mesmo com a sequencia no time titular que venceu o XV de Piracicaba na última rodada, com exceção da saída de Egídio, o time alviverde não conseguiu apresentar um bom futebol e sofreu com o sistema do português Sérgio Vieira. Na próxima rodada, o Palmeiras encara o Capivariano, no domingo. Antes, porém, o time tem um confronto decisivo pela Libertadores, na quinta, diante do Rosário Central-ARG. Veja vídeo O JOGO Assim como na última vitória da equipe alviverde, contra o XV de Piracicaba, na quinta-feira, o time de Marcelo Oliveira colocou mais a bola no chão e passou a criar mais jogadas de perigo durante a partida. Logo aos 7 min, a primeira chance clara de gol. Zé Roberto recebeu passe em profundidade de Gabriel Jesus. O lateral palmeirense foi até a linha de fundo e cruzou rasteiro para Jean, que chutou forte para a boa defesa do goleiro Rodolfo. A Ferroviária respondeu ao ataque do Palmeiras e, aos 16 min, Wescley levou perigo ao gol de Fernando Prass. O atacante cortou a marcação de Vitor Hugo e chutou colocado. A bola passou perto da trave direita do goleiro palmeirense. Após o lance, o time do interior passou a tomar conta do jogo com um sistema defensivo compacto e um meio campo de qualidade. O Palmeiras não conseguia criar e a equipe de Sérgio Vieira aproveitou as oportunidades. Aos 40 min, então, a Ferroviária abriu o placar em cobrança de falta batida por Fernando Gabriel. O jogador chutou no contrapé de Fernando Prass, que pulou em direção à bola, mas não conseguiu alcançar. Na volta do vestiário, o Palmeiras veio com uma postura diferente, e não deixou os visitantes gostarem do jogo. Porém, sem efetividade no ataque, Marcelo Oliveira promoveu duas mudanças, que surtiram efeitos. De uma vez, Jean deu lugar a Rafael Marques e Alecsandro saiu para a entrada de Rafael Marques. Na primeira jogada dos dois, gol palmeirense. Rafael tocou para o argentino, aos 17 min, que chutou na saída do goleiro para empatar. Já no último minuto de jogo, a Ferroviária surpreendeu o adversário ao fazer o gol da vitória com Rafinha.
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esporte
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Dentro de casa, Palmeiras sofre gol no fim e perde para a FerroviáriaJogando dentro de casa, o Palmeiras perdeu de 2 a 1 para a Ferroviária, neste domingo (28), com gol aos 48 min do segundo tempo. O resultado deixa o Palmeiras ainda sem vencer em seu estádio em 2016. Foram duas derrotas, contra Linense e Ferroviária, e um empate, contra o Santos. A equipe da capital paulista encerra a sétima rodada do Campeonato Paulista na liderança do Grupo B com nove pontos ganhos. Já o time do interior ultrapassou o São Paulo no Grupo C e lidera com 13 pontos. Essa foi a primeira vez no ano em que o técnico palmeirense Marcelo Oliveira não mexeu no meio de campo em relação ao jogo anterior, mas pouco adiantou. Mesmo com a sequencia no time titular que venceu o XV de Piracicaba na última rodada, com exceção da saída de Egídio, o time alviverde não conseguiu apresentar um bom futebol e sofreu com o sistema do português Sérgio Vieira. Na próxima rodada, o Palmeiras encara o Capivariano, no domingo. Antes, porém, o time tem um confronto decisivo pela Libertadores, na quinta, diante do Rosário Central-ARG. Veja vídeo O JOGO Assim como na última vitória da equipe alviverde, contra o XV de Piracicaba, na quinta-feira, o time de Marcelo Oliveira colocou mais a bola no chão e passou a criar mais jogadas de perigo durante a partida. Logo aos 7 min, a primeira chance clara de gol. Zé Roberto recebeu passe em profundidade de Gabriel Jesus. O lateral palmeirense foi até a linha de fundo e cruzou rasteiro para Jean, que chutou forte para a boa defesa do goleiro Rodolfo. A Ferroviária respondeu ao ataque do Palmeiras e, aos 16 min, Wescley levou perigo ao gol de Fernando Prass. O atacante cortou a marcação de Vitor Hugo e chutou colocado. A bola passou perto da trave direita do goleiro palmeirense. Após o lance, o time do interior passou a tomar conta do jogo com um sistema defensivo compacto e um meio campo de qualidade. O Palmeiras não conseguia criar e a equipe de Sérgio Vieira aproveitou as oportunidades. Aos 40 min, então, a Ferroviária abriu o placar em cobrança de falta batida por Fernando Gabriel. O jogador chutou no contrapé de Fernando Prass, que pulou em direção à bola, mas não conseguiu alcançar. Na volta do vestiário, o Palmeiras veio com uma postura diferente, e não deixou os visitantes gostarem do jogo. Porém, sem efetividade no ataque, Marcelo Oliveira promoveu duas mudanças, que surtiram efeitos. De uma vez, Jean deu lugar a Rafael Marques e Alecsandro saiu para a entrada de Rafael Marques. Na primeira jogada dos dois, gol palmeirense. Rafael tocou para o argentino, aos 17 min, que chutou na saída do goleiro para empatar. Já no último minuto de jogo, a Ferroviária surpreendeu o adversário ao fazer o gol da vitória com Rafinha.
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Nova consciência ambiental pode estar a caminho
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O jogo está na mesa. A boa notícia é que desta vez todos os países estão a bordo. O acordo é melhor do que o que se esperava ao mencionar pela primeira vez 1,5˚C como o teto do aquecimento desejado e um compromisso de US$ 100 bilhões por ano, no mínimo, para a adaptação e mitigação dos efeitos climáticos nos países mais pobres. A má notícia é que, se todos os países cumprirem o que propuseram em seus INDCs (as metas de redução de emissão de poluentes de cada um), o planeta poderá aquecer entre 2,7˚C e 3,3˚C, o que significaria catástrofe. Resumindo: parabéns pelo acordo, mas ele é uma merda. Há, porém, uma porta da esperança aberta. São as revisões de metas de emissão de cada país previstas para cada cinco anos. Se essas metas forem mais ambiciosas em suas novas versões, ainda será possível limitar o aquecimento a 1,5˚C. Isso é muito ruim, mas é o melhor possível. É muito ruim porque, nesse cenário, muitos corais morrerão, e haverá enorme perda de biodiversidade e vida nos oceanos. Geleiras desaparecerão, aumentando em centenas de milhões o número de refugiados do clima e o número de conflitos que virão juntos. O nível do mar pode subir até 1 metro. Copacabana resiste? Seca, enchentes Mas paro por aqui. Vou poupá-los da repetição da lista do que nos aguarda e tento resumir um pouco o que foi observar esta COP21 de perto e na paralela. Quando as notícias começavam a ficar insuportáveis, a saída era escapar para o galpão dos "Observadores", onde centenas de ONGs, institutos de pesquisa, universidades, bancos e representantes da sociedade civil expunham seus projetos e ações em curso. O número de gente envolvida em algum aspecto da questão do clima tem multiplicado a cada encontro. Isso não passou despercebido para ninguém, nem um certo clima de euforia no ar. Viam-se desde projetos de ilhas artificiais flutuantes para receber os desabrigados que moram nas faixas litorâneas, novos sistemas construtivos, até campanhas para salvar os mangues. Num painel sobre financiamento de projetos, um palestrante de Harvard disse estarmos vivendo uma revolução intelectual. Ele identificou e mostrou que nos últimos três anos houve uma mudança de apetite no mundo dos negócios, o que é compreensível. Fala-se em trilhões de dólares o investimento a ser feito no mundo para nos adaptarmos à nova situação. As cifras mudam dependendo de quem as anuncia, mas é certo que o dinheiro do mundo mudará de mãos na próxima década. Os candidatos a essa corrida já deram a largada, e muitos deles estavam em Paris. O mercado é monoglota e já estão falando a sua língua. Para nós, mortais, é ótima notícia saber que muitos vão ficar bilionários da noite para o dia vendendo painéis fotovoltaicos ou baterias, à revelia dos árabes. BRASIL Cidades, transportes, recuperação de terras degradadas, replantio de florestas e agricultura foram os grandes temas presentes. Pena a ministra da Agricultura do Brasil, Kátia Abreu, não ter vindo se juntar a seus colegas aqui. Sua área é responsável por 20% das emissões de gases estufa no mundo. É fato que ela não está omissa: lançou em outubro um projeto chamado "Rural Sustentável" em prol de práticas saudáveis para pequenos e médios produtores. Foram US$ 26 milhões para as práticas saudáveis, ante R$ 94,5 bilhões para a agroindústria, que gasta grande parte disso em fertilizantes e agrotóxicos. Fertilizantes nitrogenados liberam óxido nitroso (N2O), um dos gases que mais contribuem para agravar o efeito estufa. Como se vê, o Brasil foi muito bem em sua atuação nas reuniões, mas na prática ainda estamos indo na contramão. Entre projetos impressionantes que vi vale destacar A Grande Muralha Verde, que é uma faixa replantada de árvores de 27 km de largura por 6.500 km de extensão que atravessará a África do Atlântico ao Mar Vermelho, passando por 12 países. Além de conter o Saara, ela cria um eixo verde de produção de alimentos e oportunidades para os habitantes. Os US$ 100 bilhões por ano de ajuda aos países pobres podem colocar este e outros bons projetos em marcha. Ao menos nisso esta crise poderá ter um lado positivo: transformar crise em oportunidade. CONSCIÊNCIA Nos anos 70, falávamos no fim do mundo e na chegada da era de Aquário, quando uma nova consciência nasceria. Havia de fato a possibilidade de uma guerra nuclear acabar com o planeta, mas depois disso nunca mais pensei no assunto. Até agora. Percebi que já são muitos a conviver com a catástrofe. Sabemos que, diante de catástrofes, alguma chave é ligada no coração ou na alma humana e passamos a agir como cardume, e não como indivíduos. Nestas horas, ninguém mede esforços para doar, empilhar sacos ou meter o pé na lama para ajudar quem está soterrado. Presenciei este sentimento nesta COP21. Vendo milhares de pessoas circulando por corredores tentando encontrar soluções, propondo outros sistemas econômicos ou tentando recuperar o que já era dado como perdido, me ocorreu que, afinal de contas, esta pode ser a tal nova consciência nascendo. Aquilo não era só trabalho. Ela vem de baixo, mas parece ter finalmente tocado também os de cima. O prognóstico continua sendo uma merda, mas há algo muito novo e promissor no ar. Uma vontade. Perceber isso foi a minha redenção.
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Nova consciência ambiental pode estar a caminhoO jogo está na mesa. A boa notícia é que desta vez todos os países estão a bordo. O acordo é melhor do que o que se esperava ao mencionar pela primeira vez 1,5˚C como o teto do aquecimento desejado e um compromisso de US$ 100 bilhões por ano, no mínimo, para a adaptação e mitigação dos efeitos climáticos nos países mais pobres. A má notícia é que, se todos os países cumprirem o que propuseram em seus INDCs (as metas de redução de emissão de poluentes de cada um), o planeta poderá aquecer entre 2,7˚C e 3,3˚C, o que significaria catástrofe. Resumindo: parabéns pelo acordo, mas ele é uma merda. Há, porém, uma porta da esperança aberta. São as revisões de metas de emissão de cada país previstas para cada cinco anos. Se essas metas forem mais ambiciosas em suas novas versões, ainda será possível limitar o aquecimento a 1,5˚C. Isso é muito ruim, mas é o melhor possível. É muito ruim porque, nesse cenário, muitos corais morrerão, e haverá enorme perda de biodiversidade e vida nos oceanos. Geleiras desaparecerão, aumentando em centenas de milhões o número de refugiados do clima e o número de conflitos que virão juntos. O nível do mar pode subir até 1 metro. Copacabana resiste? Seca, enchentes Mas paro por aqui. Vou poupá-los da repetição da lista do que nos aguarda e tento resumir um pouco o que foi observar esta COP21 de perto e na paralela. Quando as notícias começavam a ficar insuportáveis, a saída era escapar para o galpão dos "Observadores", onde centenas de ONGs, institutos de pesquisa, universidades, bancos e representantes da sociedade civil expunham seus projetos e ações em curso. O número de gente envolvida em algum aspecto da questão do clima tem multiplicado a cada encontro. Isso não passou despercebido para ninguém, nem um certo clima de euforia no ar. Viam-se desde projetos de ilhas artificiais flutuantes para receber os desabrigados que moram nas faixas litorâneas, novos sistemas construtivos, até campanhas para salvar os mangues. Num painel sobre financiamento de projetos, um palestrante de Harvard disse estarmos vivendo uma revolução intelectual. Ele identificou e mostrou que nos últimos três anos houve uma mudança de apetite no mundo dos negócios, o que é compreensível. Fala-se em trilhões de dólares o investimento a ser feito no mundo para nos adaptarmos à nova situação. As cifras mudam dependendo de quem as anuncia, mas é certo que o dinheiro do mundo mudará de mãos na próxima década. Os candidatos a essa corrida já deram a largada, e muitos deles estavam em Paris. O mercado é monoglota e já estão falando a sua língua. Para nós, mortais, é ótima notícia saber que muitos vão ficar bilionários da noite para o dia vendendo painéis fotovoltaicos ou baterias, à revelia dos árabes. BRASIL Cidades, transportes, recuperação de terras degradadas, replantio de florestas e agricultura foram os grandes temas presentes. Pena a ministra da Agricultura do Brasil, Kátia Abreu, não ter vindo se juntar a seus colegas aqui. Sua área é responsável por 20% das emissões de gases estufa no mundo. É fato que ela não está omissa: lançou em outubro um projeto chamado "Rural Sustentável" em prol de práticas saudáveis para pequenos e médios produtores. Foram US$ 26 milhões para as práticas saudáveis, ante R$ 94,5 bilhões para a agroindústria, que gasta grande parte disso em fertilizantes e agrotóxicos. Fertilizantes nitrogenados liberam óxido nitroso (N2O), um dos gases que mais contribuem para agravar o efeito estufa. Como se vê, o Brasil foi muito bem em sua atuação nas reuniões, mas na prática ainda estamos indo na contramão. Entre projetos impressionantes que vi vale destacar A Grande Muralha Verde, que é uma faixa replantada de árvores de 27 km de largura por 6.500 km de extensão que atravessará a África do Atlântico ao Mar Vermelho, passando por 12 países. Além de conter o Saara, ela cria um eixo verde de produção de alimentos e oportunidades para os habitantes. Os US$ 100 bilhões por ano de ajuda aos países pobres podem colocar este e outros bons projetos em marcha. Ao menos nisso esta crise poderá ter um lado positivo: transformar crise em oportunidade. CONSCIÊNCIA Nos anos 70, falávamos no fim do mundo e na chegada da era de Aquário, quando uma nova consciência nasceria. Havia de fato a possibilidade de uma guerra nuclear acabar com o planeta, mas depois disso nunca mais pensei no assunto. Até agora. Percebi que já são muitos a conviver com a catástrofe. Sabemos que, diante de catástrofes, alguma chave é ligada no coração ou na alma humana e passamos a agir como cardume, e não como indivíduos. Nestas horas, ninguém mede esforços para doar, empilhar sacos ou meter o pé na lama para ajudar quem está soterrado. Presenciei este sentimento nesta COP21. Vendo milhares de pessoas circulando por corredores tentando encontrar soluções, propondo outros sistemas econômicos ou tentando recuperar o que já era dado como perdido, me ocorreu que, afinal de contas, esta pode ser a tal nova consciência nascendo. Aquilo não era só trabalho. Ela vem de baixo, mas parece ter finalmente tocado também os de cima. O prognóstico continua sendo uma merda, mas há algo muito novo e promissor no ar. Uma vontade. Perceber isso foi a minha redenção.
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'NYT' tem quase 1 milhão de assinantes digitais
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O número de assinantes digitais do jornal "The New York Times" cresceu 20% em 2014, para 910 mil, e deve ultrapassar 1 milhão neste ano. O faturamento com essas assinaturas teve aumento de 13,5% em relação a 2013, chegando a US$ 169,3 milhões. O sistema de cobrança pelo conteúdo digital foi adotado em 2011 pelo "New York Times". Chamado de "paywall poroso", oferece ao leitor acesso gratuito a um número limitado de reportagens. Para usufruir de todo o conteúdo digital, é necessário pagar uma assinatura. De forma geral, os bons resultados na área digital compensaram as reduções de circulação e publicidade da versão impressa do jornal. O crescimento no faturamento digital ajudou a gerar aumento de 1,5% na receita com circulação, para US$ 836,8 milhões. O faturamento publicitário nos produtos na internet subiu 11,9% no ano, ante queda de 4,7% nos negócios da versão impressa. A receita total da NYT Co. ficou estável em 2014, com aumento de apenas 0,7%. Apesar disso, o lucro líquido caiu pela metade, para US$ 32,3 milhões, prejudicado por custos com demissões e pelo volume de investimentos em produtos digitais. O jornal passou por um período de turbulência em 2014, com cerca de cem funcionários demitidos na Redação e a saída abrupta da editora-executiva Jill Abramson.
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'NYT' tem quase 1 milhão de assinantes digitaisO número de assinantes digitais do jornal "The New York Times" cresceu 20% em 2014, para 910 mil, e deve ultrapassar 1 milhão neste ano. O faturamento com essas assinaturas teve aumento de 13,5% em relação a 2013, chegando a US$ 169,3 milhões. O sistema de cobrança pelo conteúdo digital foi adotado em 2011 pelo "New York Times". Chamado de "paywall poroso", oferece ao leitor acesso gratuito a um número limitado de reportagens. Para usufruir de todo o conteúdo digital, é necessário pagar uma assinatura. De forma geral, os bons resultados na área digital compensaram as reduções de circulação e publicidade da versão impressa do jornal. O crescimento no faturamento digital ajudou a gerar aumento de 1,5% na receita com circulação, para US$ 836,8 milhões. O faturamento publicitário nos produtos na internet subiu 11,9% no ano, ante queda de 4,7% nos negócios da versão impressa. A receita total da NYT Co. ficou estável em 2014, com aumento de apenas 0,7%. Apesar disso, o lucro líquido caiu pela metade, para US$ 32,3 milhões, prejudicado por custos com demissões e pelo volume de investimentos em produtos digitais. O jornal passou por um período de turbulência em 2014, com cerca de cem funcionários demitidos na Redação e a saída abrupta da editora-executiva Jill Abramson.
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Poço sem fundo
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A situação da presidente Dilma Rousseff tornou-se tão delicada que já não há momento oportuno para o PT veicular propaganda partidária na televisão. Esta quinta-feira (6), mesmo assim, foi um dia especialmente infeliz para a legenda tentar negar o óbvio. No mundo encantado e mentiroso dessas peças publicitárias, o país enfrenta apenas "problemas passageiros na economia", naturalmente originados em turbulências internacionais. Algumas pessoas, contudo, estariam usando tais circunstâncias com o propósito de "criar uma crise política", cujos efeitos poderiam ser ainda piores. Não há licença poética que justifique tamanha inventividade por parte dos marqueteiros. Os indicadores econômicos apontam para desequilíbrios estruturais e estão aí para quem quiser ver: contração do PIB, picos de inflação, recorde de queda real de renda e dólar em disparada, entre outros. Quanto à política, coube –veja só– ao melífluo Michel Temer (PMDB) falar com a franqueza exigida pela ocasião. Para azar do governo, o vice-presidente da República sentiu necessidade de fazê-lo exatamente um dia antes de ser difundida a propaganda petista. "Não vamos ignorar que a situação é razoavelmente grave. Não tenho dúvida de que é grave, e é grave porque há uma crise política se ensaiando", afirmou, para um pouco adiante sentenciar: "É preciso que alguém tenha a capacidade de reunificar a todos". Ao contrário do que quer fazer crer o programa do PT, a crise já está instalada, e o próprio Temer, ao lançar seu apelo em nome do país, não se lembrou de evocar a liderança da presidente Dilma. Mais que isso, tomou a liberdade de fazer o pedido, "como articulador político do governo". Estaria se adiantando aos fatos e –de forma calculada ou num ato falho, pouca importa– se apresentando como alternativa para conduzir o Executivo? Ou, sem que lhe tenha ocorrido a destituição de Dilma, somente julgou que a petista carece de condições mínimas para coordenar os diversos atores, Congresso Nacional à frente? Nenhuma das hipóteses depõe a favor da autoridade presidencial. Tampouco ajuda o Planalto ou o PT que, na mesma quarta-feira (5), PTB e PDT tenham decidido abandonar a suposta base governista. Completou o quadro o resultado de nova pesquisa Datafolha sobre popularidade da presidente. Dilma Rousseff, reprovada por 71% dos brasileiros (eram 65% em junho) e aprovada por 8% (eram 10%), agora ostenta o pior desempenho na série histórica do instituto. O recorde até então pertencia a Fernando Collor (rejeição de 68%, aprovação de 9%), registrado em setembro de 1992, pouco antes de seu afastamento da Presidência. De nada adianta o PT tergiversar: o país já caiu no poço da crise política –e ele se mostra cada vez mais profundo. [email protected]
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opiniao
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Poço sem fundoA situação da presidente Dilma Rousseff tornou-se tão delicada que já não há momento oportuno para o PT veicular propaganda partidária na televisão. Esta quinta-feira (6), mesmo assim, foi um dia especialmente infeliz para a legenda tentar negar o óbvio. No mundo encantado e mentiroso dessas peças publicitárias, o país enfrenta apenas "problemas passageiros na economia", naturalmente originados em turbulências internacionais. Algumas pessoas, contudo, estariam usando tais circunstâncias com o propósito de "criar uma crise política", cujos efeitos poderiam ser ainda piores. Não há licença poética que justifique tamanha inventividade por parte dos marqueteiros. Os indicadores econômicos apontam para desequilíbrios estruturais e estão aí para quem quiser ver: contração do PIB, picos de inflação, recorde de queda real de renda e dólar em disparada, entre outros. Quanto à política, coube –veja só– ao melífluo Michel Temer (PMDB) falar com a franqueza exigida pela ocasião. Para azar do governo, o vice-presidente da República sentiu necessidade de fazê-lo exatamente um dia antes de ser difundida a propaganda petista. "Não vamos ignorar que a situação é razoavelmente grave. Não tenho dúvida de que é grave, e é grave porque há uma crise política se ensaiando", afirmou, para um pouco adiante sentenciar: "É preciso que alguém tenha a capacidade de reunificar a todos". Ao contrário do que quer fazer crer o programa do PT, a crise já está instalada, e o próprio Temer, ao lançar seu apelo em nome do país, não se lembrou de evocar a liderança da presidente Dilma. Mais que isso, tomou a liberdade de fazer o pedido, "como articulador político do governo". Estaria se adiantando aos fatos e –de forma calculada ou num ato falho, pouca importa– se apresentando como alternativa para conduzir o Executivo? Ou, sem que lhe tenha ocorrido a destituição de Dilma, somente julgou que a petista carece de condições mínimas para coordenar os diversos atores, Congresso Nacional à frente? Nenhuma das hipóteses depõe a favor da autoridade presidencial. Tampouco ajuda o Planalto ou o PT que, na mesma quarta-feira (5), PTB e PDT tenham decidido abandonar a suposta base governista. Completou o quadro o resultado de nova pesquisa Datafolha sobre popularidade da presidente. Dilma Rousseff, reprovada por 71% dos brasileiros (eram 65% em junho) e aprovada por 8% (eram 10%), agora ostenta o pior desempenho na série histórica do instituto. O recorde até então pertencia a Fernando Collor (rejeição de 68%, aprovação de 9%), registrado em setembro de 1992, pouco antes de seu afastamento da Presidência. De nada adianta o PT tergiversar: o país já caiu no poço da crise política –e ele se mostra cada vez mais profundo. [email protected]
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Miami celebra mês dos museus com novidades e descontos
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A cidade de Miami comemorará o "Dia Internacional do Museu", que acontece no próximo dia 18, durante todo o mês de maio com ofertas e descontos especiais em 25 estabelecimentos. Em alguns deles, a promoção é que na compra de um ingresso leva-se o segundo de graça. Esse é o exemplo do Bass Museum of Art, que dispõe de um grande acervo de obras europeias, e do Miami Auto Museum, que tem mais de 1,2 mil veículos, alguns usados em séries de televisão e filmes de Hollywood. Para dar início ao "Mês dos Museus", a National Young Arts Foundation, companhia formada por um grupo de artistas da cidade, encenará nesta sexta-feira (8), no YoungArts Plaza, o espetáculo "Outside de Box: Romeo & Juliet Reimagined" ("Fora da Caixa: Romeu e Julieta Reimaginados"). O show reúne alguns dos melhores novos nomes de Miami - como bailarinos do Miami City Ballet e o famoso dançarino Gentry Isaiah George - para criar uma noite interativa inspirada na peça de William Shakespeare. Outra novidade é a Maison & Objet, uma das maiores feiras de móveis e decoração do mundo, que acontecerá pela primeira vez em uma cidade norte-americana. Do dia 12 a 15 de maio, mais de 300 marcas internacionais vão expor as tendências do mercado, com os desenhos e modelos mais elegantes e inovadores.
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turismo
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Miami celebra mês dos museus com novidades e descontosA cidade de Miami comemorará o "Dia Internacional do Museu", que acontece no próximo dia 18, durante todo o mês de maio com ofertas e descontos especiais em 25 estabelecimentos. Em alguns deles, a promoção é que na compra de um ingresso leva-se o segundo de graça. Esse é o exemplo do Bass Museum of Art, que dispõe de um grande acervo de obras europeias, e do Miami Auto Museum, que tem mais de 1,2 mil veículos, alguns usados em séries de televisão e filmes de Hollywood. Para dar início ao "Mês dos Museus", a National Young Arts Foundation, companhia formada por um grupo de artistas da cidade, encenará nesta sexta-feira (8), no YoungArts Plaza, o espetáculo "Outside de Box: Romeo & Juliet Reimagined" ("Fora da Caixa: Romeu e Julieta Reimaginados"). O show reúne alguns dos melhores novos nomes de Miami - como bailarinos do Miami City Ballet e o famoso dançarino Gentry Isaiah George - para criar uma noite interativa inspirada na peça de William Shakespeare. Outra novidade é a Maison & Objet, uma das maiores feiras de móveis e decoração do mundo, que acontecerá pela primeira vez em uma cidade norte-americana. Do dia 12 a 15 de maio, mais de 300 marcas internacionais vão expor as tendências do mercado, com os desenhos e modelos mais elegantes e inovadores.
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Prazo para pagamento de ingressos da Rio-2016 acaba nesta segunda
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Nesta segunda (29), às 23h59, acaba o prazo para que os sorteados para adquirir os ingressos para os jogos olímpicos do Rio de Janeiro realizem o pagamento das solicitações no site rio2016.com. Quem não finalizar os seus pedidos será impedido de participar segunda rodada do sorteio, que começa na quarta (1º). Os interessados neste segundo lote terão até o dia 17 de julho para solicitar as entradas e, caso sorteados, receberão a confirmação da organização por e-mail, em agosto. Pessoas que se inscreveram anteriormente, mas que não foram sorteadas, terão prioridade. Houve 5,2 milhões de requisições até o final de abril, o que representou cerca de 25% do registrado na mesma etapa do processo de venda nos Jogos de Londres-2012. As entradas para as cerimônias de abertura e encerramento dos jogos, assim como a final do futebol masculino, as finais feminina e masculina do vôlei e a final masculina do basquete se esgotaram na primeira fase do sorteio. O valor médio dos pedidos para este primeiro sorteio foi de R$ 1.341. Houve solicitação que chegou a R$ 53.600. PERGUNTAS E RESPOSTAS Fui informado por e-mail que meu pedido foi aprovado. O que faço? O e-mail do comitê organizador terá um link que vai te redirecionar para a página de ingressos (rio2016.com/ingressos). Cada pessoa terá uma semana para aprovar suas compras por cartão virtual ou cartão de débito. Toda a movimentação para pagamento será feita online. Comprei por cartão de crédito. Tenho que pagar agora? Se a solicitação foi feita por cartão de crédito, o usuário terá até o próximo dia 29 de junho, às 23h59, para efetivar a compra. A organização quer dar tempo para, se necessário, o usuário aumentar o seu limite de crédito. Comprei com a solução virtual (cartão débito eletrônico da Visa), mas agora quero pagar com cartão de crédito ou vice-versa. Como faço? Para quem quiser mudar a forma de pagamento, de crédito para solução virtual ou o contrário, deve ligar para (21) 3004-2016 e solicitar alteração. Outras alterações podem ser solicitadas no rio2016.com/ingressos. Não quero ver mais os Jogos. E agora? É possível que o contemplado desista da compra. Para isso, basta que ele simplesmente informe e desiste. Mas não é possível cancelar parte do pedido; ou se compra tudo ou se desiste de tudo. Perdi o primeiro sorteio, ainda dá para tentar ingressos? Se você não estiver entre os contemplados, a partir de 1º de julho será possível fazer solicitação para o segundo sorteio, que ocorrerá em agosto. Quem não foi sorteado terá prioridade no segundo sorteio. Se eu perder os dois primeiros sorteios, ainda assim poderei concorrer? Sim. Em outubro, os ingressos não vendidos nos sorteios serão disponibilizados por meio de venda direta online.
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esporte
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Prazo para pagamento de ingressos da Rio-2016 acaba nesta segundaNesta segunda (29), às 23h59, acaba o prazo para que os sorteados para adquirir os ingressos para os jogos olímpicos do Rio de Janeiro realizem o pagamento das solicitações no site rio2016.com. Quem não finalizar os seus pedidos será impedido de participar segunda rodada do sorteio, que começa na quarta (1º). Os interessados neste segundo lote terão até o dia 17 de julho para solicitar as entradas e, caso sorteados, receberão a confirmação da organização por e-mail, em agosto. Pessoas que se inscreveram anteriormente, mas que não foram sorteadas, terão prioridade. Houve 5,2 milhões de requisições até o final de abril, o que representou cerca de 25% do registrado na mesma etapa do processo de venda nos Jogos de Londres-2012. As entradas para as cerimônias de abertura e encerramento dos jogos, assim como a final do futebol masculino, as finais feminina e masculina do vôlei e a final masculina do basquete se esgotaram na primeira fase do sorteio. O valor médio dos pedidos para este primeiro sorteio foi de R$ 1.341. Houve solicitação que chegou a R$ 53.600. PERGUNTAS E RESPOSTAS Fui informado por e-mail que meu pedido foi aprovado. O que faço? O e-mail do comitê organizador terá um link que vai te redirecionar para a página de ingressos (rio2016.com/ingressos). Cada pessoa terá uma semana para aprovar suas compras por cartão virtual ou cartão de débito. Toda a movimentação para pagamento será feita online. Comprei por cartão de crédito. Tenho que pagar agora? Se a solicitação foi feita por cartão de crédito, o usuário terá até o próximo dia 29 de junho, às 23h59, para efetivar a compra. A organização quer dar tempo para, se necessário, o usuário aumentar o seu limite de crédito. Comprei com a solução virtual (cartão débito eletrônico da Visa), mas agora quero pagar com cartão de crédito ou vice-versa. Como faço? Para quem quiser mudar a forma de pagamento, de crédito para solução virtual ou o contrário, deve ligar para (21) 3004-2016 e solicitar alteração. Outras alterações podem ser solicitadas no rio2016.com/ingressos. Não quero ver mais os Jogos. E agora? É possível que o contemplado desista da compra. Para isso, basta que ele simplesmente informe e desiste. Mas não é possível cancelar parte do pedido; ou se compra tudo ou se desiste de tudo. Perdi o primeiro sorteio, ainda dá para tentar ingressos? Se você não estiver entre os contemplados, a partir de 1º de julho será possível fazer solicitação para o segundo sorteio, que ocorrerá em agosto. Quem não foi sorteado terá prioridade no segundo sorteio. Se eu perder os dois primeiros sorteios, ainda assim poderei concorrer? Sim. Em outubro, os ingressos não vendidos nos sorteios serão disponibilizados por meio de venda direta online.
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Steve Jobs é retratado como brilhante, mas brutal em novo documentário
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Quatro anos após sua morte, o cofundador da Apple Steve Jobs ainda fascina o público, e duas grandes produções de cinema lançadas nesta temporada se dedicam a analisar sua vida e sua carreira. Para o premiado documentarista Alex Gibney, esse é também o momento de se reavaliar a personalidade do rígido perfeccionista que revolucionou o modo como as pessoas se comunicam, mas cuja maneira como tratava amigos, familiares e colegas de trabalho era algumas vezes cheia de contradições. Trailer "The Man in the Machine" "Steve Jobs: The Man in the Machine" não traz nenhuma grande novidade factual. Mas o longa contrasta o homem que certa vez aspirou ser um monge budista com o executivo que negou a paternidade de seu primeiro filho no início e presidiu uma companhia que pagava uma ninharia aos operários chineses em fábricas de iPhone, além de ter cortado fundos de seus programas filantrópicos enquanto lucrava bilhões. "Ele tinha o foco de um monge, mas nada da empatia", diz Gibney no filme. O documentário, que chega aos cinemas dos EUA nesta sexta (4), usa filmagens de arquivos e entrevistas com jornalistas, alguns antigos amigos e ex-funcionários da Apple. Tanto a Apple como a viúva de Jobs, Laurene, não quiseram cooperar com a produção. Outro filme sobre Jobs, o longa "Steve Jobs", estrelado por Michael Fassbender, está previsto para ser lançado em outubro.
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Steve Jobs é retratado como brilhante, mas brutal em novo documentárioQuatro anos após sua morte, o cofundador da Apple Steve Jobs ainda fascina o público, e duas grandes produções de cinema lançadas nesta temporada se dedicam a analisar sua vida e sua carreira. Para o premiado documentarista Alex Gibney, esse é também o momento de se reavaliar a personalidade do rígido perfeccionista que revolucionou o modo como as pessoas se comunicam, mas cuja maneira como tratava amigos, familiares e colegas de trabalho era algumas vezes cheia de contradições. Trailer "The Man in the Machine" "Steve Jobs: The Man in the Machine" não traz nenhuma grande novidade factual. Mas o longa contrasta o homem que certa vez aspirou ser um monge budista com o executivo que negou a paternidade de seu primeiro filho no início e presidiu uma companhia que pagava uma ninharia aos operários chineses em fábricas de iPhone, além de ter cortado fundos de seus programas filantrópicos enquanto lucrava bilhões. "Ele tinha o foco de um monge, mas nada da empatia", diz Gibney no filme. O documentário, que chega aos cinemas dos EUA nesta sexta (4), usa filmagens de arquivos e entrevistas com jornalistas, alguns antigos amigos e ex-funcionários da Apple. Tanto a Apple como a viúva de Jobs, Laurene, não quiseram cooperar com a produção. Outro filme sobre Jobs, o longa "Steve Jobs", estrelado por Michael Fassbender, está previsto para ser lançado em outubro.
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Chacina deixa três homens mortos em Gravataí (RS)
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Três homens foram mortos a tiros na noite desta terça-feira (19) em uma casa no bairro São Vicente, em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre (RS). Moradores da região ligaram para a Brigada Militar após ouvir vários disparos de tiros em uma casa na avenida Elisa, por volta das 22h. Os policiais encontraram três homens mortos dentro do imóvel. Os nomes da vítimas não foram divulgados.
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Chacina deixa três homens mortos em Gravataí (RS)Três homens foram mortos a tiros na noite desta terça-feira (19) em uma casa no bairro São Vicente, em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre (RS). Moradores da região ligaram para a Brigada Militar após ouvir vários disparos de tiros em uma casa na avenida Elisa, por volta das 22h. Os policiais encontraram três homens mortos dentro do imóvel. Os nomes da vítimas não foram divulgados.
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Operação da Polícia Civil prende 14 pessoas em Carapicuíba (SP)
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A Polícia Civil prendeu 14 pessoas nesta terça-feira (23) durante uma operação de combate ao tráfico de drogas, em Carapicuíba, na Grande São Paulo. A operação, que ocorreu entre a manhã e a noite desta terça, envolveu 70 policiais civis e contou com ajuda de um helicóptero da corporação. Segundo a Polícia Civil, a ação se intensificou mais no final da tarde em uma favela na Vila Municipal, onde se concentra o tráfico de drogas na cidade. Dos 14 presos, quatro deles eram foragidos da Justiça e três estavam com drogas. Outros sete foram presos em flagrante –três por tráfico de drogas e quatro por receptação de veículos. Ao menos 40 pessoas apontadas como usuários de drogas também foram levadas à delegacia seccional da cidade, onde foram fichadas e liberadas. A Polícia Civil ainda não divulgou a quantidade de droga apreendida nem o número de veículos apreendidos.
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Operação da Polícia Civil prende 14 pessoas em Carapicuíba (SP)A Polícia Civil prendeu 14 pessoas nesta terça-feira (23) durante uma operação de combate ao tráfico de drogas, em Carapicuíba, na Grande São Paulo. A operação, que ocorreu entre a manhã e a noite desta terça, envolveu 70 policiais civis e contou com ajuda de um helicóptero da corporação. Segundo a Polícia Civil, a ação se intensificou mais no final da tarde em uma favela na Vila Municipal, onde se concentra o tráfico de drogas na cidade. Dos 14 presos, quatro deles eram foragidos da Justiça e três estavam com drogas. Outros sete foram presos em flagrante –três por tráfico de drogas e quatro por receptação de veículos. Ao menos 40 pessoas apontadas como usuários de drogas também foram levadas à delegacia seccional da cidade, onde foram fichadas e liberadas. A Polícia Civil ainda não divulgou a quantidade de droga apreendida nem o número de veículos apreendidos.
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McDonald's é investigado no Brasil por suposta violação trabalhista e tributária
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O Ministério Público Federal em São Paulo abriu uma investigação formal sobre o McDonald's para apurar supostas violações de leis trabalhistas, tributárias, de franquias e competição. A portaria para abertura do inquérito foi assinada no início da semana pelo procurador Marcos José Gomes Corrêa, e se concentra no McDonald's e na Arcos Dorados, sua principal operadora na América Latina. A ação é uma resposta a uma petição da UGT (União Geral dos Trabalhadores), que vem travando uma longa guerra contra a cadeia de fast food no país, e já acusou a empresa de maus tratos contra os trabalhadores e de pagar salários inferiores ao mínimo. Corrêa disse que estava estudando as acusações da UGT de que a Arcos Dorados "violava com frequência" a legislação trabalhista brasileira e criava estruturas empresariais específicas a fim de reduzir sua carga tributária. Em agosto de 2015, o Senado brasileiro realizou uma audiência na qual sindicatos, acompanhados por trabalhadores e políticos, fizeram uma série de acusações à companhia, relacionadas aos direitos dos trabalhadores e às suas práticas tributárias. Na audiência, os sindicatos afirmaram que os empregados do McDonald's não recebiam horas extras e que o pessoal de cozinha não usava equipamento de proteção, o que lhes causava queimaduras. O McDonald's vem enfrentando crescente escrutínio em todo o mundo por acusações relacionadas aos direitos dos trabalhadores, saúde e segurança, bem como por sonegação de impostos na Europa. OUTRO LADO Em resposta à investigação, a Arcos Dorados informou não ter sido notificada oficialmente sobre o assunto. "Tão logo recebamos a notificação, apresentaremos as informações e esclarecimentos pertinentes [aos procuradores federais]", a empresa declarou. "A companhia oferece garantias de que cumpre todas as leis em todos os mercados nos quais faz negócios". Quando a investigação for concluída, procuradores brasileiros podem decidir se abandonam o caso ou abrem um processo civil com base nas imputações, informou a promotoria. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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McDonald's é investigado no Brasil por suposta violação trabalhista e tributáriaO Ministério Público Federal em São Paulo abriu uma investigação formal sobre o McDonald's para apurar supostas violações de leis trabalhistas, tributárias, de franquias e competição. A portaria para abertura do inquérito foi assinada no início da semana pelo procurador Marcos José Gomes Corrêa, e se concentra no McDonald's e na Arcos Dorados, sua principal operadora na América Latina. A ação é uma resposta a uma petição da UGT (União Geral dos Trabalhadores), que vem travando uma longa guerra contra a cadeia de fast food no país, e já acusou a empresa de maus tratos contra os trabalhadores e de pagar salários inferiores ao mínimo. Corrêa disse que estava estudando as acusações da UGT de que a Arcos Dorados "violava com frequência" a legislação trabalhista brasileira e criava estruturas empresariais específicas a fim de reduzir sua carga tributária. Em agosto de 2015, o Senado brasileiro realizou uma audiência na qual sindicatos, acompanhados por trabalhadores e políticos, fizeram uma série de acusações à companhia, relacionadas aos direitos dos trabalhadores e às suas práticas tributárias. Na audiência, os sindicatos afirmaram que os empregados do McDonald's não recebiam horas extras e que o pessoal de cozinha não usava equipamento de proteção, o que lhes causava queimaduras. O McDonald's vem enfrentando crescente escrutínio em todo o mundo por acusações relacionadas aos direitos dos trabalhadores, saúde e segurança, bem como por sonegação de impostos na Europa. OUTRO LADO Em resposta à investigação, a Arcos Dorados informou não ter sido notificada oficialmente sobre o assunto. "Tão logo recebamos a notificação, apresentaremos as informações e esclarecimentos pertinentes [aos procuradores federais]", a empresa declarou. "A companhia oferece garantias de que cumpre todas as leis em todos os mercados nos quais faz negócios". Quando a investigação for concluída, procuradores brasileiros podem decidir se abandonam o caso ou abrem um processo civil com base nas imputações, informou a promotoria. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Nelson Barbosa deve decidir se será ministro ou capacho, diz leitor
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João Roberto Gullino aborda com pertinência o relacionamento esperado entre a presidente e ministros).Contudo, a decisão é hamletiana: ser ministro ou capacho. E, pelo andar da carruagem, o ministro Nelson Barbosa já se decidiu. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Nelson Barbosa deve decidir se será ministro ou capacho, diz leitorJoão Roberto Gullino aborda com pertinência o relacionamento esperado entre a presidente e ministros).Contudo, a decisão é hamletiana: ser ministro ou capacho. E, pelo andar da carruagem, o ministro Nelson Barbosa já se decidiu. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Alento industrial
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Se há sinais de que o pior da recessão parece estar chegando ao fim, os mais recentes resultados da indústria prenunciam também um caminho longo e incerto para a recuperação da economia do país. Conforme o IBGE, a produção total do setor apresentou crescimento de 0,6% no período de três meses encerrado em maio, na comparação com o trimestre fevereiro-abril. Interrompeu-se, com isso, uma queda vertiginosa iniciada em outubro de 2014. Em um cenário de terra arrasada, o dado suscita um alento incipiente, mas importante. A reforçá-lo, as sondagens feitas entre os empresários mostram aumento contínuo da confiança —um indicativo da propensão a investir e contratar— de fevereiro a junho. Particularmente promissor tem sido o desempenho dos bens de capital, que incluem veículos, máquinas e outros equipamentos destinados a ampliar a capacidade de produção de outros artigos. Em expansão por cinco meses consecutivos, essa categoria industrial encoraja prognósticos de uma retomada econômica mais ampla. Convém, entretanto, colocar cifras e esperanças em perspectiva. As mazelas da indústria precedem a profunda recessão que no ano passado irradiou-se pelas demais atividades. O Produto Interno Bruto do setor alterna contrações e altas espasmódicas desde 2012; hoje, assemelha-se ao de 2008, antes do agravamento da crise global. Partindo de uma base tão deprimida, alguma reação seria previsível. Ainda assim, os números permanecem modestos —basta dizer que o aumento da produção de abril para maio foi zero. Detalhado, o saldo nulo demonstra com eloquência os descompassos da recuperação. Dos 24 ramos pesquisados, 12 tiveram crescimento, um ficou estagnado e 11 encolheram. Se comparada à de maio do ano passado, a produção geral foi 7,8% menor. Tudo considerado, parece inegável que uma melhora geral dos humores empresariais começa a estancar a derrocada industrial. Tende a contribuir para o alívio, decerto, a credibilidade da equipe econômica nomeada pelo presidente interino, Michel Temer (PMDB), e a aceitação de seu programa de ajuste do Orçamento federal. Mas, expectativas à parte, restam intocados os empecilhos estruturais que atravancam o setor. Juros bancários escorchantes, sistema tributário caótico e legislação trabalhista arcaica, para mencionar apenas os exemplos principais, demandarão reformas mais sofisticadas que o mero —e já difícil— controle dos gastos públicos. [email protected]
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opiniao
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Alento industrialSe há sinais de que o pior da recessão parece estar chegando ao fim, os mais recentes resultados da indústria prenunciam também um caminho longo e incerto para a recuperação da economia do país. Conforme o IBGE, a produção total do setor apresentou crescimento de 0,6% no período de três meses encerrado em maio, na comparação com o trimestre fevereiro-abril. Interrompeu-se, com isso, uma queda vertiginosa iniciada em outubro de 2014. Em um cenário de terra arrasada, o dado suscita um alento incipiente, mas importante. A reforçá-lo, as sondagens feitas entre os empresários mostram aumento contínuo da confiança —um indicativo da propensão a investir e contratar— de fevereiro a junho. Particularmente promissor tem sido o desempenho dos bens de capital, que incluem veículos, máquinas e outros equipamentos destinados a ampliar a capacidade de produção de outros artigos. Em expansão por cinco meses consecutivos, essa categoria industrial encoraja prognósticos de uma retomada econômica mais ampla. Convém, entretanto, colocar cifras e esperanças em perspectiva. As mazelas da indústria precedem a profunda recessão que no ano passado irradiou-se pelas demais atividades. O Produto Interno Bruto do setor alterna contrações e altas espasmódicas desde 2012; hoje, assemelha-se ao de 2008, antes do agravamento da crise global. Partindo de uma base tão deprimida, alguma reação seria previsível. Ainda assim, os números permanecem modestos —basta dizer que o aumento da produção de abril para maio foi zero. Detalhado, o saldo nulo demonstra com eloquência os descompassos da recuperação. Dos 24 ramos pesquisados, 12 tiveram crescimento, um ficou estagnado e 11 encolheram. Se comparada à de maio do ano passado, a produção geral foi 7,8% menor. Tudo considerado, parece inegável que uma melhora geral dos humores empresariais começa a estancar a derrocada industrial. Tende a contribuir para o alívio, decerto, a credibilidade da equipe econômica nomeada pelo presidente interino, Michel Temer (PMDB), e a aceitação de seu programa de ajuste do Orçamento federal. Mas, expectativas à parte, restam intocados os empecilhos estruturais que atravancam o setor. Juros bancários escorchantes, sistema tributário caótico e legislação trabalhista arcaica, para mencionar apenas os exemplos principais, demandarão reformas mais sofisticadas que o mero —e já difícil— controle dos gastos públicos. [email protected]
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'Espaços de descompressão' viram moda, mas podem ter pouco efeito
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ANNA RANGEL DE SÃO PAULO Espaços de relaxamento com pufe colorido, mesa de sinuca e videogame começaram a aparecer nos escritórios de empresas de tecnologia nos anos 1990, nos Estados Unidos. Hoje estão por todos os lados, de companhias do setor de inovação, como start-ups, a segmentos mais tradicionais, que seguem o horário comercial. A ideia por trás da iniciativa é criar um ambiente descontraído, no qual o número de horas trabalhadas contaria menos do que os resultados entregues, explica Tania Casado, doutora em administração e chefe do escritório de desenvolvimento de carreiras da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis da USP). Falta consenso, no entanto, quanto à efetividade das ações -afinal, dá para desestressar no meio do expediente, dentro do trabalho? "É algo considerado 'cool', mas em áreas rígidas, como a tesouraria de uma companhia que depende do horário comercial, a iniciativa pode não dar certo", diz Casado. Em setores criativos, o expediente flexível e as distrações são propositais, segundo Marcelo Nakagawa, doutor em empreendedorismo tecnológico pela USP e professor do Insper. "Faz sentido porque incentiva o profissional a pensar em soluções diferentes", afirma. Em empresas mais tradicionais -escritórios de advocacia ou de contabilidade, por exemplo-, no lugar de salas de jogos são oferecidas palestras sobre bem-estar e serviços gratuitos de massagem e manicure para relaxar. Mas nem sempre a moda pega entre os funcionários. A gerente de estratégia digital Ana Lucia Conti, 50, teve dificuldade para começar a usar os serviços e espaços de descompressão da empresa de benefícios Sodexo, que incluem café da manhã, quiropraxia e manicure. "Para mim, é difícil parar durante o expediente, porque venho de uma geração que separa o trabalho e o lazer e sente até culpa quando tira tempo para descansar", diz. A contadora Aline Andrade, 31, do portal de imóveis VivaReal, também não se acostumou com a estrutura de lazer da empresa, que inclui espaços com jogos e jardim no piso térreo. "Venho de outra cultura corporativa, menos descontraída. Profissionais do marketing aceitam mais essa liberdade do que os de contábeis", afirma. Como forma de desestressar, ela usa o horário de almoço para fazer academia perto do trabalho. A vice-presidente de RH do VivaReal, Renata Lorenz, diz que há alta adesão dos funcionários ao espaço de descompressão da sede, inaugurada em 2015. "A pessoa tem direito de fazer pausas. Os gestores só se incomodam quando o profissional não entrega o que é pedido." NOVA CULTURA Para especialistas, a efetividade das práticas de relaxamento no trabalho depende de uma mudança de cultura e não apenas da instalação de pufes ou jogos. "O gestor deve entender o valor desse momento e não cobrar que seus funcionários compensem cada minuto longe da mesa", afirma Casado. O assistente de operações do Mercado Livre Vinícius Santos, 20, diz que o tempo que passa no salão de jogos da nova sede da empresa em Osasco (na Grande São Paulo) não é descontado de sua carga de trabalho. "Não sou cobrado a repor esse tempo, mas acabo compensando, porque, às vezes, preciso ficar a mais para trabalhar em algo urgente." Para Elisa Kozasa, neurocientista do Hospital Israelita Albert Einstein, o espaço deve estar aliado a uma filosofia interna de não sobrecarregar os colaboradores. "Não basta abrir uma sala com almofadas se o dia a dia da empresa é massacrante, porque isso só traz um alívio momentâneo, não um benefício a longo prazo." É importante ainda que os funcionários saibam aproveitar com moderação. "O excesso de descontração pode atrapalhar o andamento do trabalho", afirma Nakagawa. * SEM SAIR DA MESA Exercícios antiestresse para fazer no trabalho 1. Respire profundamente pelo nariz, expandindo o estômago. Repita esse processo lentamente por três vezes, até que a respiração se estabilize 2. Estique as pernas e coloque os pés em forma de garras. Inspire e tensione os dedos dos pés. Prenda o ar por cinco segundos e solte 3. Repita duas vezes para cada grupo muscular: pernas e panturrilha, abdome, ombros e braços e pescoço 4. Gire a cabeça várias vezes, lentamente, para os dois lados. Tente tocar o ombro com a orelha esquerda 5. Jogue a cabeça para trás, olhando para o teto, e repita o movimento do lado direito. Gire para a frente até que o queixo toque o peito. Faça isso três vezes de cada lado 6. Repita o movimento de contrair e relaxar os músculos do passo 2, mas agora com o rosto. Comece pela boca, depois pálpebras e testa. Franza bem o rosto antes de relaxá-lo Fonte: Jouce de Almeida, enfermeira e responsável por técnicas de relaxamento no trabalho no IPq (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas)
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sobretudo
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'Espaços de descompressão' viram moda, mas podem ter pouco efeito
ANNA RANGEL DE SÃO PAULO Espaços de relaxamento com pufe colorido, mesa de sinuca e videogame começaram a aparecer nos escritórios de empresas de tecnologia nos anos 1990, nos Estados Unidos. Hoje estão por todos os lados, de companhias do setor de inovação, como start-ups, a segmentos mais tradicionais, que seguem o horário comercial. A ideia por trás da iniciativa é criar um ambiente descontraído, no qual o número de horas trabalhadas contaria menos do que os resultados entregues, explica Tania Casado, doutora em administração e chefe do escritório de desenvolvimento de carreiras da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis da USP). Falta consenso, no entanto, quanto à efetividade das ações -afinal, dá para desestressar no meio do expediente, dentro do trabalho? "É algo considerado 'cool', mas em áreas rígidas, como a tesouraria de uma companhia que depende do horário comercial, a iniciativa pode não dar certo", diz Casado. Em setores criativos, o expediente flexível e as distrações são propositais, segundo Marcelo Nakagawa, doutor em empreendedorismo tecnológico pela USP e professor do Insper. "Faz sentido porque incentiva o profissional a pensar em soluções diferentes", afirma. Em empresas mais tradicionais -escritórios de advocacia ou de contabilidade, por exemplo-, no lugar de salas de jogos são oferecidas palestras sobre bem-estar e serviços gratuitos de massagem e manicure para relaxar. Mas nem sempre a moda pega entre os funcionários. A gerente de estratégia digital Ana Lucia Conti, 50, teve dificuldade para começar a usar os serviços e espaços de descompressão da empresa de benefícios Sodexo, que incluem café da manhã, quiropraxia e manicure. "Para mim, é difícil parar durante o expediente, porque venho de uma geração que separa o trabalho e o lazer e sente até culpa quando tira tempo para descansar", diz. A contadora Aline Andrade, 31, do portal de imóveis VivaReal, também não se acostumou com a estrutura de lazer da empresa, que inclui espaços com jogos e jardim no piso térreo. "Venho de outra cultura corporativa, menos descontraída. Profissionais do marketing aceitam mais essa liberdade do que os de contábeis", afirma. Como forma de desestressar, ela usa o horário de almoço para fazer academia perto do trabalho. A vice-presidente de RH do VivaReal, Renata Lorenz, diz que há alta adesão dos funcionários ao espaço de descompressão da sede, inaugurada em 2015. "A pessoa tem direito de fazer pausas. Os gestores só se incomodam quando o profissional não entrega o que é pedido." NOVA CULTURA Para especialistas, a efetividade das práticas de relaxamento no trabalho depende de uma mudança de cultura e não apenas da instalação de pufes ou jogos. "O gestor deve entender o valor desse momento e não cobrar que seus funcionários compensem cada minuto longe da mesa", afirma Casado. O assistente de operações do Mercado Livre Vinícius Santos, 20, diz que o tempo que passa no salão de jogos da nova sede da empresa em Osasco (na Grande São Paulo) não é descontado de sua carga de trabalho. "Não sou cobrado a repor esse tempo, mas acabo compensando, porque, às vezes, preciso ficar a mais para trabalhar em algo urgente." Para Elisa Kozasa, neurocientista do Hospital Israelita Albert Einstein, o espaço deve estar aliado a uma filosofia interna de não sobrecarregar os colaboradores. "Não basta abrir uma sala com almofadas se o dia a dia da empresa é massacrante, porque isso só traz um alívio momentâneo, não um benefício a longo prazo." É importante ainda que os funcionários saibam aproveitar com moderação. "O excesso de descontração pode atrapalhar o andamento do trabalho", afirma Nakagawa. * SEM SAIR DA MESA Exercícios antiestresse para fazer no trabalho 1. Respire profundamente pelo nariz, expandindo o estômago. Repita esse processo lentamente por três vezes, até que a respiração se estabilize 2. Estique as pernas e coloque os pés em forma de garras. Inspire e tensione os dedos dos pés. Prenda o ar por cinco segundos e solte 3. Repita duas vezes para cada grupo muscular: pernas e panturrilha, abdome, ombros e braços e pescoço 4. Gire a cabeça várias vezes, lentamente, para os dois lados. Tente tocar o ombro com a orelha esquerda 5. Jogue a cabeça para trás, olhando para o teto, e repita o movimento do lado direito. Gire para a frente até que o queixo toque o peito. Faça isso três vezes de cada lado 6. Repita o movimento de contrair e relaxar os músculos do passo 2, mas agora com o rosto. Comece pela boca, depois pálpebras e testa. Franza bem o rosto antes de relaxá-lo Fonte: Jouce de Almeida, enfermeira e responsável por técnicas de relaxamento no trabalho no IPq (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas)
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Divulgada cena inédita de 'Cinquenta Tons de Cinza'
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Um dos filmes mais aguardados do ano, "Cinquenta Tons de Cinza" acaba de ter uma de suas cenas inéditas divulgadas. No trecho, Anastasia (Dakota Johnson) desperta no quarto em que Christian Grey (Jamie Dornan) está hospedado e ouve do rapaz que ele não é um cara romântico. O filme dirigido por Sam Taylor-Wood é baseado no best-seller erótico homônimo,. Estreia no Brasil no próximo dia 12 e promete ser um dos maiores lançamentos do ano. O primeiro trailer do filme, que saiu em julho, já havia se tornado o mais visto do ano, com mais de 36 milhões de visualizações em uma semana. Mas para desapontamento de alguns fãs, o ator Jamie Dornan já adiantou que não protagonizará cenas de nudez frontal em "Cinquenta Tons...". Confira o trecho
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ilustrada
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Divulgada cena inédita de 'Cinquenta Tons de Cinza'Um dos filmes mais aguardados do ano, "Cinquenta Tons de Cinza" acaba de ter uma de suas cenas inéditas divulgadas. No trecho, Anastasia (Dakota Johnson) desperta no quarto em que Christian Grey (Jamie Dornan) está hospedado e ouve do rapaz que ele não é um cara romântico. O filme dirigido por Sam Taylor-Wood é baseado no best-seller erótico homônimo,. Estreia no Brasil no próximo dia 12 e promete ser um dos maiores lançamentos do ano. O primeiro trailer do filme, que saiu em julho, já havia se tornado o mais visto do ano, com mais de 36 milhões de visualizações em uma semana. Mas para desapontamento de alguns fãs, o ator Jamie Dornan já adiantou que não protagonizará cenas de nudez frontal em "Cinquenta Tons...". Confira o trecho
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Senado instala CPI para investigar propinas do Carf
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O Senado instalou nesta terça (19) CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), revelado pela Operação Zelotes, da Polícia Federal. Em acordo fechado com o governo, o PSDB conseguiu ficar com a presidência da CPI. Indicado pelo PMDB, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) foi eleito presidente da comissão. Como os peemedebistas reúnem a maior bancada do Senado, eles têm a prerrogativa de indicar o presidente da CPI. O PT, segunda maior bancada, escolheu a senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) para ser relatora da comissão de inquérito. Graziottin é conhecida por ser fiel defensora do Palácio do Planalto no Congresso. Apesar de o presidente conduzir os trabalhos da CPI, caberá à relatora elaborar o plano de trabalhos e ditar os rumos das investigações. O senador Donizeti Nogueira (PT-TO) foi eleito vice-presidente da CPI. "A indicação para a presidência era do PMDB. O partido apresentou a indicação do senador Ataídes, decidimos não questionar. Esperamos que ele conduza os trabalhos de forma isenta", disse o líder do PT, Humberto Costa (PE). Além das bancadas do DEM e PSDB, senadores aliados do governo federal apoiaram a criação da CPI, como Walter Pinheiro (PT-BA), Ângela Portela (PT-RR), José Maranhão (PMDB-PB) e Zezé Perrella (PDT-MG). O PT também não trabalhou para impedir a instalação dos trabalhos. Ataídes prometeu trabalhar com "rigor" para apurar as denúncias no Carf. O tucano disse que seu principal objetivo no comando da CPI é devolver aos cofres públicos os recursos desviados em irregularidades no órgão do Ministério da Fazenda – que é responsável por julgar recursos de atuações aplicadas pela Receita Federal. A Operação Zelotes, deflagrada pela Polícia Federal no mês passado, desarticulou um esquema de pagamento de propina a conselheiros do órgão. Credores da União -a maior parte formada por grandes empresas - subornavam integrantes do Carf, em troca de redução e, em alguns casos, o perdão das multas aplicadas pela Receita. Segundo a Polícia Federal, multas contra empresas somando R$ 19 bilhões tiveram o julgamento alterado pela ação de uma quadrilha que atuava junto ao órgão. O Carf é um tribunal administrativo formado por representantes da Fazenda e dos contribuintes (empresas) que julga hoje processos que correspondem a R$ 580 bilhões. Em termos de valores, há indícios mais fortes em relação a processos que somam R$ 5 bilhões, envolvendo entre 15 e 20 empresas das mais de 60 investigadas, algumas em mais de um processo. Segundo Ataídes Oliveira, as fraudes cometidas no âmbito do Carf representam valores que correspondem a um terço do ajuste fiscal proposto pelo Executivo, o que merece investigação do Congresso. "Um por cento de todo esse contencioso representa R$ 327 bilhões. Portanto, a nossa responsabilidade é enorme. O povo espera desse Congresso uma resposta e um trabalho muito efetivo", afirmou. A CPI tem o prazo de quatro meses para realizar as investigações, mas Ataídes disse que o período deve ser prorrogado diante da quantidade de documentos que serão analisados pela CPI. No total, 11 senadores serão titulares da comissão de inquérito e outros cinco suplentes. Graziottin defendeu, como relatora, que a comissão de inquérito primeiro analise toda a documentação levantada pela Polícia Federal e Ministério Público, na Operação Zelotes, antes de dar início à tomada de depoimentos de suspeitos de envolvimento nas fraudes. "O mais importante é ouvir pessoas quando tivermos conhecimento de alguns dados para organizar o plano de trabalhos que vamos apresentar a esta comissão", afirmou a relatora.
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mercado
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Senado instala CPI para investigar propinas do CarfO Senado instalou nesta terça (19) CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), revelado pela Operação Zelotes, da Polícia Federal. Em acordo fechado com o governo, o PSDB conseguiu ficar com a presidência da CPI. Indicado pelo PMDB, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) foi eleito presidente da comissão. Como os peemedebistas reúnem a maior bancada do Senado, eles têm a prerrogativa de indicar o presidente da CPI. O PT, segunda maior bancada, escolheu a senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) para ser relatora da comissão de inquérito. Graziottin é conhecida por ser fiel defensora do Palácio do Planalto no Congresso. Apesar de o presidente conduzir os trabalhos da CPI, caberá à relatora elaborar o plano de trabalhos e ditar os rumos das investigações. O senador Donizeti Nogueira (PT-TO) foi eleito vice-presidente da CPI. "A indicação para a presidência era do PMDB. O partido apresentou a indicação do senador Ataídes, decidimos não questionar. Esperamos que ele conduza os trabalhos de forma isenta", disse o líder do PT, Humberto Costa (PE). Além das bancadas do DEM e PSDB, senadores aliados do governo federal apoiaram a criação da CPI, como Walter Pinheiro (PT-BA), Ângela Portela (PT-RR), José Maranhão (PMDB-PB) e Zezé Perrella (PDT-MG). O PT também não trabalhou para impedir a instalação dos trabalhos. Ataídes prometeu trabalhar com "rigor" para apurar as denúncias no Carf. O tucano disse que seu principal objetivo no comando da CPI é devolver aos cofres públicos os recursos desviados em irregularidades no órgão do Ministério da Fazenda – que é responsável por julgar recursos de atuações aplicadas pela Receita Federal. A Operação Zelotes, deflagrada pela Polícia Federal no mês passado, desarticulou um esquema de pagamento de propina a conselheiros do órgão. Credores da União -a maior parte formada por grandes empresas - subornavam integrantes do Carf, em troca de redução e, em alguns casos, o perdão das multas aplicadas pela Receita. Segundo a Polícia Federal, multas contra empresas somando R$ 19 bilhões tiveram o julgamento alterado pela ação de uma quadrilha que atuava junto ao órgão. O Carf é um tribunal administrativo formado por representantes da Fazenda e dos contribuintes (empresas) que julga hoje processos que correspondem a R$ 580 bilhões. Em termos de valores, há indícios mais fortes em relação a processos que somam R$ 5 bilhões, envolvendo entre 15 e 20 empresas das mais de 60 investigadas, algumas em mais de um processo. Segundo Ataídes Oliveira, as fraudes cometidas no âmbito do Carf representam valores que correspondem a um terço do ajuste fiscal proposto pelo Executivo, o que merece investigação do Congresso. "Um por cento de todo esse contencioso representa R$ 327 bilhões. Portanto, a nossa responsabilidade é enorme. O povo espera desse Congresso uma resposta e um trabalho muito efetivo", afirmou. A CPI tem o prazo de quatro meses para realizar as investigações, mas Ataídes disse que o período deve ser prorrogado diante da quantidade de documentos que serão analisados pela CPI. No total, 11 senadores serão titulares da comissão de inquérito e outros cinco suplentes. Graziottin defendeu, como relatora, que a comissão de inquérito primeiro analise toda a documentação levantada pela Polícia Federal e Ministério Público, na Operação Zelotes, antes de dar início à tomada de depoimentos de suspeitos de envolvimento nas fraudes. "O mais importante é ouvir pessoas quando tivermos conhecimento de alguns dados para organizar o plano de trabalhos que vamos apresentar a esta comissão", afirmou a relatora.
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Morada da Floresta é finalista de ação que investe em negócios sociais
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Uma das organizações finalistas do Prêmio Empreendedor Social em 2016, a Morada da Floresta está agora entre as finalistas do Magnuss, um novo projeto criado pela Baanko para desenvolver e investir em negócios de impacto social. O programa tem por finalidade impulsionar organizações, empresas e empreendedores, com atuação na América Latina, que estejam alinhados com uma ou mais premissas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis, metas globais da ONU para 2030. Entre as nove selecionadas dos mais de 120 inscritos, a Morada da Floresta é um laboratório de permacultura viva onde se pratica a culinária vegetariana, consumo consciente e uso de sistemas de captação de água da chuva, utilização de energia solar, cultivo de horta e compostagem de resíduos. Durante 17 semanas, entre 11 de agosto e 9 de dezembro, os negócios escolhidos para a edição 2017 do programa passarão por mentoria para identificar os principais entraves que inviabilizam a expansão de suas instituições, assim como possíveis soluções. Essa capacitação será realizada em um espaço de coworking recém-lançado em Belo Horizonte, chamado Onde.
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empreendedorsocial
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Morada da Floresta é finalista de ação que investe em negócios sociaisUma das organizações finalistas do Prêmio Empreendedor Social em 2016, a Morada da Floresta está agora entre as finalistas do Magnuss, um novo projeto criado pela Baanko para desenvolver e investir em negócios de impacto social. O programa tem por finalidade impulsionar organizações, empresas e empreendedores, com atuação na América Latina, que estejam alinhados com uma ou mais premissas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis, metas globais da ONU para 2030. Entre as nove selecionadas dos mais de 120 inscritos, a Morada da Floresta é um laboratório de permacultura viva onde se pratica a culinária vegetariana, consumo consciente e uso de sistemas de captação de água da chuva, utilização de energia solar, cultivo de horta e compostagem de resíduos. Durante 17 semanas, entre 11 de agosto e 9 de dezembro, os negócios escolhidos para a edição 2017 do programa passarão por mentoria para identificar os principais entraves que inviabilizam a expansão de suas instituições, assim como possíveis soluções. Essa capacitação será realizada em um espaço de coworking recém-lançado em Belo Horizonte, chamado Onde.
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Sustentabilidade não é setor, é função de toda a empresa, diz executivo
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"Vai ser assim: o bônus de vocês estará diretamente ligado com a habilidade de diminuir 5% do impacto ano a ano." Foi dessa forma que Ray C. Anderson, fundador da multinacional de carpetes Interface morto em 2011, explicou como a empresa adotaria a sustentabilidade como propósito há quase vinte anos. Uma das pessoas presentes na reunião global da companhia era Claude Ouimet, há 27 anos na empresa e hoje um dos responsáveis em manter vivo o legado de Ray. Ele é vice-presidente sênior e gerente geral da Interface no Canadá e na América Latina. Nascido no Canadá, Ouimet hoje vive nos Estados Unidos e já foi responsável pelo departamento de vendas e marketing. Ele esteve nesta terça-feira (21) no Rio como participante da plenária "O propósito no centro das organizações", no Sustainable Brands 2016. Para ele, a chave para a empresa manter o propósito de seu fundador está nos funcionários. "É tudo sobre a diferença que cada um traz para a empresa. Contratamos alguém por causa de sua singularidade e sua habilidade de entender o que estamos tentando alcançar." Ouimet também falou sobre a responsabilidade de uma empresa ser "verde". "Não se pode ter um departamento de sustentabilidade. Se tiver, [funcionários] vão dizer que isso não é responsabilidade deles e sim do departamento." Leia abaixo trechos da entrevista. * Folha - A Interface é uma empresa global. É possível ter o mesmo propósito globalmente? Claude Ouimet - Quando começamos a implementar a sustentabilidade na Interface, em 1997, essa questão foi um desafio, e nós entendemos isso. Fizemos uma reunião global em Atlanta (EUA) com todos os gerentes. Ray [C. Anderson, fundador] disse para nós: "Eu quero mudar o caminho da Interface para o da sustentabilidade". Ninguém entendeu o que ele quis dizer, mas ele nos explicou: "Vai ser assim: o bônus de vocês estará diretamente ligado com a habilidade de diminuir 5% do impacto ano a ano". Cinco segundos depois, nós entendemos. Sabíamos que era sério. Algumas pessoas saíram da Interface por causa disso. Eles disseram que isso não era para eles, que só queriam vender carpetes, não ser um vigilante da sustentabilidade. Mas aqueles que ficaram acreditavam que era possível. E a beleza é que [sustentabilidade] é diferente para as pessoas. Às vezes, há mais atuação no lado social, outra região é mais ambiental. Pode variar de lugar para lugar, mas, de maneira geral, é a mesma coisa porque queríamos ter uma visão holística do que é sustentabilidade. Como manter esse propósito de sustentabilidade depois que o principal líder sai de cena? Foi uma questão que nos perguntamos quando Ray morreu. Mas ele havia colocado um sistema que, na época, não havia um vice-presidente responsável pela sustentabilidade, era o compromisso de todos. É tudo sobre a diferença que cada um traz para a empresa. Contratamos alguém por causa de sua singularidade e sua habilidade de entender o que estamos tentando alcançar. É o seu presente para a nossa empresa. Quando você trata seus empregados assim, eles se sentem reconhecidos, o que mantém o espírito vivo. É assim que mantemos o propósito da Interface vivo. Se uma empresa quiser incluir a sustentabilidade em seu modelo de negócio, o que você indicaria? Se eu fosse falar com um grupo de gerentes superiores que querem iniciar a sustentabilidade, eu pediria que tratassem os gerentes intermediários com muito cuidado, essa é a parte difícil. [Os gerentes intermediários] Podem falar para seus funcionários e dizer: "Estou avaliando vocês por produtividade, não por sustentabilidade. Eu não sou avaliado por isso". Isso que significa mudança. Se você falar para esses gerentes que eles têm que dar para todos uma meta de redução de impacto, eles vão entender que temos um papel nesse sentido. Não se pode ter um departamento de sustentabilidade, se não vão dizer que isso não é responsabilidade deles e sim do departamento. Esse é o trabalho de toda a empresa. Também diria que não tentem trazer outras formas de fazer. Tragam outras formas de pensar. Você também tem que deixar os privilégios de lado. Você é parte do time. Livre-se daquilo que os torna diferentes. Você acha que é possível uma empresa não ser sustentável hoje em dia? Ainda é possível, mas elas não resistirão ao tempo. Para ter resiliência, não há escolha, é preciso mover nessa direção. Se não, outra pessoa vai fazê-lo. Principalmente após a conferência do clima, em Paris, existe um nível de consciência nos negócios e as pessoas avançam, então essas empresas serão deixadas para trás. Quando as pessoas me perguntam quanto custou para a Interface ser "verde", nesse momento eu sei que eles não entendem. Aqui vai uma nova forma de pensar: quanto custa não ser? De uma perspectiva de marketing, de marca, de cultura, do engajamento dos funcionários, o custo de não ser é maior. Mas a sustentabilidade é possível para todo o tipo de negócio? Deixe-me fazer uma piada sobre isso. Se uma empresa têxtil de Geórgia (EUA), que não é o Estado mais progressista, pode ser sustentável, todos podem.
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empreendedorsocial
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Sustentabilidade não é setor, é função de toda a empresa, diz executivo"Vai ser assim: o bônus de vocês estará diretamente ligado com a habilidade de diminuir 5% do impacto ano a ano." Foi dessa forma que Ray C. Anderson, fundador da multinacional de carpetes Interface morto em 2011, explicou como a empresa adotaria a sustentabilidade como propósito há quase vinte anos. Uma das pessoas presentes na reunião global da companhia era Claude Ouimet, há 27 anos na empresa e hoje um dos responsáveis em manter vivo o legado de Ray. Ele é vice-presidente sênior e gerente geral da Interface no Canadá e na América Latina. Nascido no Canadá, Ouimet hoje vive nos Estados Unidos e já foi responsável pelo departamento de vendas e marketing. Ele esteve nesta terça-feira (21) no Rio como participante da plenária "O propósito no centro das organizações", no Sustainable Brands 2016. Para ele, a chave para a empresa manter o propósito de seu fundador está nos funcionários. "É tudo sobre a diferença que cada um traz para a empresa. Contratamos alguém por causa de sua singularidade e sua habilidade de entender o que estamos tentando alcançar." Ouimet também falou sobre a responsabilidade de uma empresa ser "verde". "Não se pode ter um departamento de sustentabilidade. Se tiver, [funcionários] vão dizer que isso não é responsabilidade deles e sim do departamento." Leia abaixo trechos da entrevista. * Folha - A Interface é uma empresa global. É possível ter o mesmo propósito globalmente? Claude Ouimet - Quando começamos a implementar a sustentabilidade na Interface, em 1997, essa questão foi um desafio, e nós entendemos isso. Fizemos uma reunião global em Atlanta (EUA) com todos os gerentes. Ray [C. Anderson, fundador] disse para nós: "Eu quero mudar o caminho da Interface para o da sustentabilidade". Ninguém entendeu o que ele quis dizer, mas ele nos explicou: "Vai ser assim: o bônus de vocês estará diretamente ligado com a habilidade de diminuir 5% do impacto ano a ano". Cinco segundos depois, nós entendemos. Sabíamos que era sério. Algumas pessoas saíram da Interface por causa disso. Eles disseram que isso não era para eles, que só queriam vender carpetes, não ser um vigilante da sustentabilidade. Mas aqueles que ficaram acreditavam que era possível. E a beleza é que [sustentabilidade] é diferente para as pessoas. Às vezes, há mais atuação no lado social, outra região é mais ambiental. Pode variar de lugar para lugar, mas, de maneira geral, é a mesma coisa porque queríamos ter uma visão holística do que é sustentabilidade. Como manter esse propósito de sustentabilidade depois que o principal líder sai de cena? Foi uma questão que nos perguntamos quando Ray morreu. Mas ele havia colocado um sistema que, na época, não havia um vice-presidente responsável pela sustentabilidade, era o compromisso de todos. É tudo sobre a diferença que cada um traz para a empresa. Contratamos alguém por causa de sua singularidade e sua habilidade de entender o que estamos tentando alcançar. É o seu presente para a nossa empresa. Quando você trata seus empregados assim, eles se sentem reconhecidos, o que mantém o espírito vivo. É assim que mantemos o propósito da Interface vivo. Se uma empresa quiser incluir a sustentabilidade em seu modelo de negócio, o que você indicaria? Se eu fosse falar com um grupo de gerentes superiores que querem iniciar a sustentabilidade, eu pediria que tratassem os gerentes intermediários com muito cuidado, essa é a parte difícil. [Os gerentes intermediários] Podem falar para seus funcionários e dizer: "Estou avaliando vocês por produtividade, não por sustentabilidade. Eu não sou avaliado por isso". Isso que significa mudança. Se você falar para esses gerentes que eles têm que dar para todos uma meta de redução de impacto, eles vão entender que temos um papel nesse sentido. Não se pode ter um departamento de sustentabilidade, se não vão dizer que isso não é responsabilidade deles e sim do departamento. Esse é o trabalho de toda a empresa. Também diria que não tentem trazer outras formas de fazer. Tragam outras formas de pensar. Você também tem que deixar os privilégios de lado. Você é parte do time. Livre-se daquilo que os torna diferentes. Você acha que é possível uma empresa não ser sustentável hoje em dia? Ainda é possível, mas elas não resistirão ao tempo. Para ter resiliência, não há escolha, é preciso mover nessa direção. Se não, outra pessoa vai fazê-lo. Principalmente após a conferência do clima, em Paris, existe um nível de consciência nos negócios e as pessoas avançam, então essas empresas serão deixadas para trás. Quando as pessoas me perguntam quanto custou para a Interface ser "verde", nesse momento eu sei que eles não entendem. Aqui vai uma nova forma de pensar: quanto custa não ser? De uma perspectiva de marketing, de marca, de cultura, do engajamento dos funcionários, o custo de não ser é maior. Mas a sustentabilidade é possível para todo o tipo de negócio? Deixe-me fazer uma piada sobre isso. Se uma empresa têxtil de Geórgia (EUA), que não é o Estado mais progressista, pode ser sustentável, todos podem.
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Leitores elogiam coluna de Anna Veronica Mautner sobre velhice
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Tenho 88 anos, também li e reli o artigo de Anna Veronica ("A força do querer, Tendências/Debates, 12/5) e, diferentemente de Gloria Cunha (Painel do Leitor, 13/5), concordo com o essencial das ideias. Também me defrontei com Marie Kondo, "guru" da organização (Ame-o ou descarte-o, "Equilíbrio", 12/5). A velhice é um tempo para reorganizar a vida, revendo o passado à luz do presente e em vista do futuro. CELINA MONTEIRO, professora aposentada (São Paulo, SP) * Simplesmente genial! Anna Veronica Mautner expressa com absoluta exatidão a chegada da velhice. Parabéns mesmo. SILVIA TAKESHITA DE TOLEDO (São Paulo, SP) * Quero também manifestar minha concordância com Ana Veronica Mautner. Sou feliz aos 76 anos de idade, justamente por querer muitas coisas boas, inclusive que Deus aumente minha longevidade para realizar um dos meus sonhos, outrora ver "Lula lá", agora que a geração de meus netos se livre da corrupção existente "como nunca neste país". JARVIS VIANA PINTO (Ribeirão Preto, SP) * Brilhante o seu artigo, eu entendo e compreendo, mas minha cara Anna, tenho 82 anos, bem vividos, entrei na terceira idade sem preocupação e com muito otimismo. Sou assíduo leitor de jornais diários e revistas e gosto muito de entrevistas com pessoas inteligentes. Tenho excelente humor e acompanho com muito interesse o avanço tecnológico. Tenho muitos amigos e as pessoas me dizem que não aparento minha idade. Como todos, tenho meus problemas, mas enfrento sempre acompanhando meu pensamento "dias melhores virão". Não adianta ficar pensando: "Só comigo acontece". Estou feliz com minha velhice. ARNALDO LEONARDI (Sao Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores elogiam coluna de Anna Veronica Mautner sobre velhiceTenho 88 anos, também li e reli o artigo de Anna Veronica ("A força do querer, Tendências/Debates, 12/5) e, diferentemente de Gloria Cunha (Painel do Leitor, 13/5), concordo com o essencial das ideias. Também me defrontei com Marie Kondo, "guru" da organização (Ame-o ou descarte-o, "Equilíbrio", 12/5). A velhice é um tempo para reorganizar a vida, revendo o passado à luz do presente e em vista do futuro. CELINA MONTEIRO, professora aposentada (São Paulo, SP) * Simplesmente genial! Anna Veronica Mautner expressa com absoluta exatidão a chegada da velhice. Parabéns mesmo. SILVIA TAKESHITA DE TOLEDO (São Paulo, SP) * Quero também manifestar minha concordância com Ana Veronica Mautner. Sou feliz aos 76 anos de idade, justamente por querer muitas coisas boas, inclusive que Deus aumente minha longevidade para realizar um dos meus sonhos, outrora ver "Lula lá", agora que a geração de meus netos se livre da corrupção existente "como nunca neste país". JARVIS VIANA PINTO (Ribeirão Preto, SP) * Brilhante o seu artigo, eu entendo e compreendo, mas minha cara Anna, tenho 82 anos, bem vividos, entrei na terceira idade sem preocupação e com muito otimismo. Sou assíduo leitor de jornais diários e revistas e gosto muito de entrevistas com pessoas inteligentes. Tenho excelente humor e acompanho com muito interesse o avanço tecnológico. Tenho muitos amigos e as pessoas me dizem que não aparento minha idade. Como todos, tenho meus problemas, mas enfrento sempre acompanhando meu pensamento "dias melhores virão". Não adianta ficar pensando: "Só comigo acontece". Estou feliz com minha velhice. ARNALDO LEONARDI (Sao Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Espécie de árvore se inclina em direção à linha do Equador
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Originário da Nova Caledônia, um arquipélago tropical no sudoeste do oceano Pacífico, o pinheiro-de-cook pode ser visto hoje em diferentes partes do mundo. A espécie, da família das coníferas, é conhecida por seu formato estreito e alongado –ela chega a alcançar 60 metros de altura. Mas não é sua aparência delgada que tem chamado a atenção de cientistas, e sim a curiosa inclinação de seu tronco. Pesquisadores já haviam notado que essa árvore se inclina a um peculiar ângulo de 8,55°. Agora, porém, descobriram algo ainda mais interessante: a direção depende do hemisfério em que o exemplar se encontra. Os pinheiros-de-cook do hemisfério Norte, por exemplo, pendem para o sul, enquanto os do hemisfério Sul fazem exatamente o contrário. A descoberta se deu por acaso, quando o biólogo Matt Ritter, professor da Universidade Politécnica do Estado da Califórnia, nos EUA, estava redigindo uma breve descrição da espécie para um livro. Durante esse trabalho, ele procurou um de seus colegas na Austrália para confirmar se as árvores daquele país se inclinavam da mesma forma. A resposta foi surpreendente: ali os pinheiros se voltavam para a direção contrária. "Isso nos fez pensar na possibilidade de que a árvore se inclinasse para o equador [linha imaginária que divide o mundo entre os hemisférios Norte e Sul], seu lugar de origem", conta Ritter. CASO ÚNICO O cientista e seus colegas então estudaram o comportamento de mais de 250 pinheiros-de-cook em 18 lugares espalhados pelos cinco continentes, e em diferentes latitudes. Uma das conclusões foi de que, em média, o ângulo de fato é de 8,55°. Mas eles também notaram que, quanto mais afastadas as árvores estavam da linha do equador, maior era a inclinação. Em um dos espécimes estudados na Austrália, por exemplo, chegava-se a um ângulo de 40°. O estudo com essas descobertas foi publicado na revista científica "Ecology". INÉDITO EM ÁRVORES É verdade, no entanto, que muitas árvores se inclinam em direção ao sol durante seu desenvolvimento e, ao chegar a uma idade madura, corrigem essa assimetria. Apesar disso, Steve Warren, pesquisador do Serviço Florestal dos EUA que não está vinculado ao estudo, afirmou à revista científica "New Scientist" que mesmo que algumas plantas também se inclinem de forma semelhante à do pinheiro-de-cook, "esta é a primeira vez que escuto isso a respeito de uma árvore". De acordo com os cientistas responsáveis pelo estudo, é possível que o comportamento peculiar dessa espécie seja explicado por sua genética ou se trate de uma adaptação para que a planta possa aproveitar ao máximo a luz do sol em regiões com latitudes mais elevadas. Eles ressaltam que é preciso investigar mais para se chegar a uma conclusão sobre a causa do fenômeno. Para os pesquisadores, uma análise profunda do comportamento do pinheiro-de-cook pode ajudar a desvendar os mecanismos com que as plantas respondem aos estímulos do ambiente, sobre os quais ainda se sabe muito pouco.
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Espécie de árvore se inclina em direção à linha do EquadorOriginário da Nova Caledônia, um arquipélago tropical no sudoeste do oceano Pacífico, o pinheiro-de-cook pode ser visto hoje em diferentes partes do mundo. A espécie, da família das coníferas, é conhecida por seu formato estreito e alongado –ela chega a alcançar 60 metros de altura. Mas não é sua aparência delgada que tem chamado a atenção de cientistas, e sim a curiosa inclinação de seu tronco. Pesquisadores já haviam notado que essa árvore se inclina a um peculiar ângulo de 8,55°. Agora, porém, descobriram algo ainda mais interessante: a direção depende do hemisfério em que o exemplar se encontra. Os pinheiros-de-cook do hemisfério Norte, por exemplo, pendem para o sul, enquanto os do hemisfério Sul fazem exatamente o contrário. A descoberta se deu por acaso, quando o biólogo Matt Ritter, professor da Universidade Politécnica do Estado da Califórnia, nos EUA, estava redigindo uma breve descrição da espécie para um livro. Durante esse trabalho, ele procurou um de seus colegas na Austrália para confirmar se as árvores daquele país se inclinavam da mesma forma. A resposta foi surpreendente: ali os pinheiros se voltavam para a direção contrária. "Isso nos fez pensar na possibilidade de que a árvore se inclinasse para o equador [linha imaginária que divide o mundo entre os hemisférios Norte e Sul], seu lugar de origem", conta Ritter. CASO ÚNICO O cientista e seus colegas então estudaram o comportamento de mais de 250 pinheiros-de-cook em 18 lugares espalhados pelos cinco continentes, e em diferentes latitudes. Uma das conclusões foi de que, em média, o ângulo de fato é de 8,55°. Mas eles também notaram que, quanto mais afastadas as árvores estavam da linha do equador, maior era a inclinação. Em um dos espécimes estudados na Austrália, por exemplo, chegava-se a um ângulo de 40°. O estudo com essas descobertas foi publicado na revista científica "Ecology". INÉDITO EM ÁRVORES É verdade, no entanto, que muitas árvores se inclinam em direção ao sol durante seu desenvolvimento e, ao chegar a uma idade madura, corrigem essa assimetria. Apesar disso, Steve Warren, pesquisador do Serviço Florestal dos EUA que não está vinculado ao estudo, afirmou à revista científica "New Scientist" que mesmo que algumas plantas também se inclinem de forma semelhante à do pinheiro-de-cook, "esta é a primeira vez que escuto isso a respeito de uma árvore". De acordo com os cientistas responsáveis pelo estudo, é possível que o comportamento peculiar dessa espécie seja explicado por sua genética ou se trate de uma adaptação para que a planta possa aproveitar ao máximo a luz do sol em regiões com latitudes mais elevadas. Eles ressaltam que é preciso investigar mais para se chegar a uma conclusão sobre a causa do fenômeno. Para os pesquisadores, uma análise profunda do comportamento do pinheiro-de-cook pode ajudar a desvendar os mecanismos com que as plantas respondem aos estímulos do ambiente, sobre os quais ainda se sabe muito pouco.
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O estigma da cantora-fantasma
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RIO DE JANEIRO - Morreu em Nova York, aos 86 anos, uma cantora chamada Marni Nixon. Você provavelmente não a conhece. Mas já se cansou de escutá-la — e admirá-la. Basta se lembrar de quando assistiu, no cinema, na TV ou em vídeo, a musicais como "O Rei e Eu" (1956), com Deborah Kerr, "Amor, Sublime Amor" (1961), com Natalie Wood, e "My Fair Lady" (1964), com Audrey Hepburn, e se surpreendeu com essas estrelas como cantoras. Pois tinha razão em se surpreender — quem cantava por elas no filme, sem crédito, era Marni Nixon, uma profissional da ópera. Parecia o crime perfeito. Os estúdios omitiam seu nome na tela, obrigavam-na por contrato a não revelar sua participação e insinuavam que, se ela contasse, nunca mais trabalharia em Hollywood. Marni obedecia. Mas não podia evitar que alguns se perguntassem, por exemplo, de onde Audrey, com seu sopro de voz em "Cinderela em Paris" (1957), tirara aquele vozeirão para interpretar "I Could Have Danced All Night" em "My Fair Lady". Ou por que a voz de Natalie em "Amor, Sublime Amor" não era a mesma que cantava em "Gypsy" ("Em Busca de um Sonho", 1962) e soava diferente de novo em "À Procura do Destino" (1965). A morte dos estúdios nos anos 70 decretou o fim desses segredos. Desde então, sabe-se que Anita Ellis cantava por Rita Hayworth em "Gilda" (1946) e Annette Warren por Ava Gardner em "Show Boat" ("O Barco das Ilusões", 1951). Ou que Debbie Reynolds, ao supostamente cantar por Jean Hagen em "Cantando na Chuva" (1952), estava sendo, na verdade, dublada por Betty Noyes. A própria Marni depois contaria sua história numa autobiografia e em muitas entrevistas, e prosseguiria sua carreira lírica, respeitada por maestros e compositores sérios. Mas, coitada, nunca se livrou do estigma a que os estúdios a condenaram: o de ser uma cantora-fantasma.
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O estigma da cantora-fantasmaRIO DE JANEIRO - Morreu em Nova York, aos 86 anos, uma cantora chamada Marni Nixon. Você provavelmente não a conhece. Mas já se cansou de escutá-la — e admirá-la. Basta se lembrar de quando assistiu, no cinema, na TV ou em vídeo, a musicais como "O Rei e Eu" (1956), com Deborah Kerr, "Amor, Sublime Amor" (1961), com Natalie Wood, e "My Fair Lady" (1964), com Audrey Hepburn, e se surpreendeu com essas estrelas como cantoras. Pois tinha razão em se surpreender — quem cantava por elas no filme, sem crédito, era Marni Nixon, uma profissional da ópera. Parecia o crime perfeito. Os estúdios omitiam seu nome na tela, obrigavam-na por contrato a não revelar sua participação e insinuavam que, se ela contasse, nunca mais trabalharia em Hollywood. Marni obedecia. Mas não podia evitar que alguns se perguntassem, por exemplo, de onde Audrey, com seu sopro de voz em "Cinderela em Paris" (1957), tirara aquele vozeirão para interpretar "I Could Have Danced All Night" em "My Fair Lady". Ou por que a voz de Natalie em "Amor, Sublime Amor" não era a mesma que cantava em "Gypsy" ("Em Busca de um Sonho", 1962) e soava diferente de novo em "À Procura do Destino" (1965). A morte dos estúdios nos anos 70 decretou o fim desses segredos. Desde então, sabe-se que Anita Ellis cantava por Rita Hayworth em "Gilda" (1946) e Annette Warren por Ava Gardner em "Show Boat" ("O Barco das Ilusões", 1951). Ou que Debbie Reynolds, ao supostamente cantar por Jean Hagen em "Cantando na Chuva" (1952), estava sendo, na verdade, dublada por Betty Noyes. A própria Marni depois contaria sua história numa autobiografia e em muitas entrevistas, e prosseguiria sua carreira lírica, respeitada por maestros e compositores sérios. Mas, coitada, nunca se livrou do estigma a que os estúdios a condenaram: o de ser uma cantora-fantasma.
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Metrô contesta reportagem sobre falhas apontadas pelo TCU
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Na reportagem Monotrilho de São Paulo não tinha projeto, diz TCU, a Folha omitiu que a representação do TCU foi considerada improcedente pelo relator e arquivada. A questão relativa à ausência de projeto básico já foi analisada pelo Tribunal de Contas do Estado e pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Acórdão do TJSP conclui que, embora não com o nome de "projeto básico", a Cia do Metrô estabeleceu, nas diretrizes de concepção e execução do sistema monotrilho, informações suficientemente detalhadas que atendem a finalidade a que se presta o projeto básico. ADELE NABHAN, chefe do departamento de Imprensa do Metrô (São Paulo, SP) RESPOSTA DO JORNALISTA DIMMI AMORA - As falhas foram apontadas pelo TCU. O que foi considerado improcedente foi o pedido do Ministério Público para que o TCU punisse os responsáveis por elas, por questão de competência. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Metrô contesta reportagem sobre falhas apontadas pelo TCUNa reportagem Monotrilho de São Paulo não tinha projeto, diz TCU, a Folha omitiu que a representação do TCU foi considerada improcedente pelo relator e arquivada. A questão relativa à ausência de projeto básico já foi analisada pelo Tribunal de Contas do Estado e pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Acórdão do TJSP conclui que, embora não com o nome de "projeto básico", a Cia do Metrô estabeleceu, nas diretrizes de concepção e execução do sistema monotrilho, informações suficientemente detalhadas que atendem a finalidade a que se presta o projeto básico. ADELE NABHAN, chefe do departamento de Imprensa do Metrô (São Paulo, SP) RESPOSTA DO JORNALISTA DIMMI AMORA - As falhas foram apontadas pelo TCU. O que foi considerado improcedente foi o pedido do Ministério Público para que o TCU punisse os responsáveis por elas, por questão de competência. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Anulação do julgamento do Carandiru fere a dignidade humana, diz leitor
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MASSACRE DO CARANDIRU O absurdo da anulação do julgamento do massacre do Carandiru vem, por derradeiro, afrontar o Estado de Direito e a democracia, que têm por princípio normativo proteger, dentro da isonomia legal, todos os cidadãos. Jogaram uma pá de cal no princípio da dignidade humana, transparecendo, mais uma vez, a falência do Judiciário. JOSÉ ALEXANDRE COELHO SILVA (Mogi Mirim, SP) * Bernardo Mello Franco está coberto de razão quanto à vergonhosa decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo de anular o julgamento dos 74 PMs envolvidos no massacre do Carandiru. Só faltou o desembargador Ivan Sartori alegar que os 111 mortos naquele dia haviam cometido suicídio! ANDRÉ P. ALUISI (Rio Claro, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO Além do fato de Alexandre de Moraes falar demais e falar o que não deve, parece-me fora de propósito que um ministro da Justiça se engaje em campanhas políticas. Ou não? MÁRCIA MEIRELES (São Paulo, SP) * Posso estar ficando gagá, mas, por mais que reflita, não consigo entender a polêmica envolvendo a declaração do ministro da Justiça. Não é ele o chefe máximo da PF? Não pode e deve ter ciência de tudo o que a instituição vai fazer? RUBEM PRADO HOFFMANN JUNIOR (São Paulo, SP) * Em que pese a justa perplexidade da Folha para com a suspeita de uso político de informações que Alexandre de Moraes "a rigor nem deveria ter em mãos", o lamentável episódio escancara que a sua escolha não foi apenas uma retribuição do governo Temer ao apoio do PSDB, mas uma evidente manobra para controlar e dirigir a Operação Lava Jato. FABRIZIO WROLLI (São Paulo, SP) - SEGURANÇA PÚBLICA O governo do Rio está perdendo a batalha contra os milicianos. O crime impera, principalmente na região metropolitana da capital. Não é concebível o assassinato de candidatos, ocorrido justamente onde habita a população mais pobre. A presença do Exército não inibe o crime: é puro marketing. A população está sem defesa. MÁRIO NEGRÃO BORGONOVI (Rio de Janeiro, RJ) - COMUNICAÇÃO Parabéns à Folha pela reportagem "Congresso tem mais de 1.200 servidores na comunicação". É cediço que esse gasto exacerbado ocorre nas três esferas do Legislativo. As razões, acredito, são duas: o excesso de repasse do Orçamento ao Legislativo e a cultura de que o recurso destinado deve ser "queimado", gasto. Não há razão para um repasse tão expressivo. RÔMULO GOBBI (Santa Bárbara d' Oeste, SP) - NOVO ENSINO MÉDIO Concordo com a colunista Rosely Sayão. Sem a participação dos docentes e dos alunos, a reforma curricular será uma ilusão. FELIPE L. G. SILVA (São Carlos, SP) * Todas as reformas educacionais fracassaram, haja vista os resultados das avaliações realizadas nos últimos tempos. Sempre houve preocupações com carga horária, currículo e infraestrutura, mas se esquecem do principal: o professor, que continua mal formado, mal recrutado, desmotivado e, principalmente mal remunerado. Por isso, como tantas outras, a reforma agora pretendida com certeza é um fracasso anunciado. CLÓVIS ROBERTO DOS SANTOS (Santo André, SP) - COLUNISTAS Brilhante o artigo "100 anos em ação", de Ruy Castro. Só faltou citar o magistral Kirk Douglas em "Glória Feita de Sangue", um libelo contra as manipulações bélicas. ANTONIO JORGE VIEIRA PAGAN (Sorocaba, SP) - ELEIÇÕES MUNICIPAIS O debate realizado pela Folha com candidatos à reeleição à Câmara Municipal selecionou "os primeiros colocados de seus partidos na avaliação do Voto Consciente". A ONG publicou, 12 dias antes do debate, uma errata, que não foi considerada pela organização. Com apenas cinco vereadoras na Câmara, é lamentável que a presença de uma mulher não tenha sido valorizada. A vereadora Patrícia Bezerra já estava entre os primeiros colocados do PSDB e assumiu a liderança na lista corrigida. LUIZ ROCHA POMBO, assessor de imprensa da vereadora Patrícia Bezerra (São Paulo, SP) * RESPOSTA DA EDITORA DE TREINAMENTO, SEMINÁRIOS E QUALIDADE, SUZANA SINGER - Quando foi organizado o debate, não tinha sido ainda publicada a errata no ranking do Voto Consciente. * O Voto Consciente analisou de forma equivocada minha atuação parlamentar. Deram nota zero para minha participação em audiências públicas, sendo que participei de 76. Não levaram em consideração atividades importantes do meu trabalho no Legislativo. O ranking confunde o eleitor, uma vez que utilizaram critérios que não retratam, de forma justa, a atuação dos vereadores. AURÉLIO NOMURA, vereador (PSDB) (São Paulo, SP) - TRIBUTOS Sobre "Desoneração vira alvo da Receita e pode gerar R$ 15 bi", a Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir) esclarece que o setor tem sofrido aumento da carga tributária nos últimos anos. As alíquotas de PIS e Cofins, por exemplo, vêm subindo durante os últimos oito anos, e as alíquotas de ICMS aumentaram em até 3% em vários Estados. Só em 2015, a indústria de refrigerantes gerou R$ 10,2 bilhões em tributos. ALEXANDRE K. JOBIM, presidente da Abir (Brasília, DF) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Anulação do julgamento do Carandiru fere a dignidade humana, diz leitorMASSACRE DO CARANDIRU O absurdo da anulação do julgamento do massacre do Carandiru vem, por derradeiro, afrontar o Estado de Direito e a democracia, que têm por princípio normativo proteger, dentro da isonomia legal, todos os cidadãos. Jogaram uma pá de cal no princípio da dignidade humana, transparecendo, mais uma vez, a falência do Judiciário. JOSÉ ALEXANDRE COELHO SILVA (Mogi Mirim, SP) * Bernardo Mello Franco está coberto de razão quanto à vergonhosa decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo de anular o julgamento dos 74 PMs envolvidos no massacre do Carandiru. Só faltou o desembargador Ivan Sartori alegar que os 111 mortos naquele dia haviam cometido suicídio! ANDRÉ P. ALUISI (Rio Claro, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO Além do fato de Alexandre de Moraes falar demais e falar o que não deve, parece-me fora de propósito que um ministro da Justiça se engaje em campanhas políticas. Ou não? MÁRCIA MEIRELES (São Paulo, SP) * Posso estar ficando gagá, mas, por mais que reflita, não consigo entender a polêmica envolvendo a declaração do ministro da Justiça. Não é ele o chefe máximo da PF? Não pode e deve ter ciência de tudo o que a instituição vai fazer? RUBEM PRADO HOFFMANN JUNIOR (São Paulo, SP) * Em que pese a justa perplexidade da Folha para com a suspeita de uso político de informações que Alexandre de Moraes "a rigor nem deveria ter em mãos", o lamentável episódio escancara que a sua escolha não foi apenas uma retribuição do governo Temer ao apoio do PSDB, mas uma evidente manobra para controlar e dirigir a Operação Lava Jato. FABRIZIO WROLLI (São Paulo, SP) - SEGURANÇA PÚBLICA O governo do Rio está perdendo a batalha contra os milicianos. O crime impera, principalmente na região metropolitana da capital. Não é concebível o assassinato de candidatos, ocorrido justamente onde habita a população mais pobre. A presença do Exército não inibe o crime: é puro marketing. A população está sem defesa. MÁRIO NEGRÃO BORGONOVI (Rio de Janeiro, RJ) - COMUNICAÇÃO Parabéns à Folha pela reportagem "Congresso tem mais de 1.200 servidores na comunicação". É cediço que esse gasto exacerbado ocorre nas três esferas do Legislativo. As razões, acredito, são duas: o excesso de repasse do Orçamento ao Legislativo e a cultura de que o recurso destinado deve ser "queimado", gasto. Não há razão para um repasse tão expressivo. RÔMULO GOBBI (Santa Bárbara d' Oeste, SP) - NOVO ENSINO MÉDIO Concordo com a colunista Rosely Sayão. Sem a participação dos docentes e dos alunos, a reforma curricular será uma ilusão. FELIPE L. G. SILVA (São Carlos, SP) * Todas as reformas educacionais fracassaram, haja vista os resultados das avaliações realizadas nos últimos tempos. Sempre houve preocupações com carga horária, currículo e infraestrutura, mas se esquecem do principal: o professor, que continua mal formado, mal recrutado, desmotivado e, principalmente mal remunerado. Por isso, como tantas outras, a reforma agora pretendida com certeza é um fracasso anunciado. CLÓVIS ROBERTO DOS SANTOS (Santo André, SP) - COLUNISTAS Brilhante o artigo "100 anos em ação", de Ruy Castro. Só faltou citar o magistral Kirk Douglas em "Glória Feita de Sangue", um libelo contra as manipulações bélicas. ANTONIO JORGE VIEIRA PAGAN (Sorocaba, SP) - ELEIÇÕES MUNICIPAIS O debate realizado pela Folha com candidatos à reeleição à Câmara Municipal selecionou "os primeiros colocados de seus partidos na avaliação do Voto Consciente". A ONG publicou, 12 dias antes do debate, uma errata, que não foi considerada pela organização. Com apenas cinco vereadoras na Câmara, é lamentável que a presença de uma mulher não tenha sido valorizada. A vereadora Patrícia Bezerra já estava entre os primeiros colocados do PSDB e assumiu a liderança na lista corrigida. LUIZ ROCHA POMBO, assessor de imprensa da vereadora Patrícia Bezerra (São Paulo, SP) * RESPOSTA DA EDITORA DE TREINAMENTO, SEMINÁRIOS E QUALIDADE, SUZANA SINGER - Quando foi organizado o debate, não tinha sido ainda publicada a errata no ranking do Voto Consciente. * O Voto Consciente analisou de forma equivocada minha atuação parlamentar. Deram nota zero para minha participação em audiências públicas, sendo que participei de 76. Não levaram em consideração atividades importantes do meu trabalho no Legislativo. O ranking confunde o eleitor, uma vez que utilizaram critérios que não retratam, de forma justa, a atuação dos vereadores. AURÉLIO NOMURA, vereador (PSDB) (São Paulo, SP) - TRIBUTOS Sobre "Desoneração vira alvo da Receita e pode gerar R$ 15 bi", a Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir) esclarece que o setor tem sofrido aumento da carga tributária nos últimos anos. As alíquotas de PIS e Cofins, por exemplo, vêm subindo durante os últimos oito anos, e as alíquotas de ICMS aumentaram em até 3% em vários Estados. Só em 2015, a indústria de refrigerantes gerou R$ 10,2 bilhões em tributos. ALEXANDRE K. JOBIM, presidente da Abir (Brasília, DF) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Especialistas dão dicas de como contar a uma criança que ela tem câncer
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Recentemente, o cantor canadense Michael Bublé e sua mulher, a atriz argentina Luisana Lopilato, anunciaram que o filho de três anos foi diagnosticado com câncer. "Estamos arrasados pelo recente diagnóstico de câncer de nosso filho mais velho, Noah, que está em tratamento nos Estados Unidos. Luisana e eu vamos dedicar todo nosso tempo e atenção a ele e ajudar Noah a melhorar", informou o cantor, em um comunicado. Muitos outros pais pelo mundo passam por situações parecidas - e não sabem como contar aos filhos que eles estão doentes. Se alguém inserir na busca do Google em português a pergunta "Como digo ao meu filho que ele tem câncer?", são obtidos 412 mil resultados, que vão desde guias de instituições médicas especializadas, exemplos de outras famílias, a artigos de revistas médicas. Apesar da variedade de respostas, os especialistas afirmam que o importante nesta hora é transmitir a mensagem de forma simples. Um exemplo: alguns artigos científicos e até médicos usam palavras diferentes, se referem ao câncer como "tumor". Mas a enfermeira pediátrica Helen Lythgoe, da organização beneficente britânica Macmillan Cancer Support, que realiza pesquisas e oferece apoio a pacientes com câncer, diz que usar termos diferentes podem confundir a criança. Para a Lythgoe, o melhor é que os pais usem palavras com as quais se sentem confortáveis. Geralmente é melhor usar a palavra câncer e ser claro sobre o que ela significa, já que a criança pode ouvi-la em um contexto diferente e ficar com medo. Lythgoe aconselha os pais a não ter medo de falar com os filhos sobre o que está acontecendo, mas, devido às emoções que podem aparecer quando já se conhece um diagnóstico grave, é preciso planejar bem o que dizer. "As crianças são muito práticas. Uma vez que saibam o que está acontecendo, geralmente vão continuar com a vida normal", disse a enfermeira à BBC. "Frequentemente é melhor explicar o que está acontecendo pouco a pouco, ou quando acontece alguma mudança. Isto ajuda a consolidar a compreensão delas, sem sobrecarregá-las." Inicialmente o conselho é a honestidade: usar linguagem simples e clara quando conversar sobre o assunto com crianças muito pequenas. A maioria das crianças tem medo da dor, então converse com ela e esclareça de antemão qualquer exame ou tratamento que possa causar dores. Explique que esses tratamentos irão ajudar a melhorar a saúde delas. Você também pode explicar que os médicos podem ajudar e fazer com que os tratamentos sejam menos dolorosos. Também é importante informar que, quando o tratamento acabar, ele ou ela poderá voltar para casa (se isto for verdade). E se você sabe quantos dias a criança vai ficar no hospital, divida esta informação com ela. Conversar sobre o câncer e o diagnóstico pode tranquilizar a criança, segundo o site Live Well, do Serviço Público de Saúde britânico, o NHS. Mas a abordagem dos pais pode ser diferente dependendo da idade da criança e o que ela pode compreender. A Cancer.net, organização que reúne informações e arrecada recursos para o combate ao câncer, informa que crianças muito pequenas não entendem muito sobre câncer e o medo mais básico delas é do afastamento dos pais. Elas, então, precisam de garantias de que isso não vai acontecer. É importante que os pais acalmem as crianças e esclareçam logo no início do processo que nada que elas ou qualquer outra pessoa tenha feito ou pensado causou o câncer. À medida que as crianças crescem, elas começam a entender que a doença não foi causada por algo que elas tenham feito ou pensado, afirma a Cancer.net. Também é importante explicar que o câncer não é como um resfriado ou gripe, não é contagioso e, por isso, não há problema em ficar junto dos outros, abraçar ou beijar. Os pais também precisam explicar que não vão abandonar os filhos no hospital e que as crianças não vão ficar internadas para sempre. As crianças mais velhas poderão ouvir falar sobre o câncer a partir de outras fontes, como a televisão ou internet. Então os pais precisam estimular os filhos a compartilhar essas informações. Os adolescentes podem ter mais dúvidas e ficar mais interessados em saber mais sobre o diagnóstico, geralmente pensando em como a doença pode afetar a vida diária e atividades como escola, esportes e amizades. Os efeitos colaterais relativos à aparência física também podem se transformar em prioridade para os adolescentes, e alguns deles podem ter um papel maior nas decisões sobre o tratamento. Em resumo: não importa a idade da criança, o mais importante é que os pais conversem com ela da maneira mais clara possível.
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Especialistas dão dicas de como contar a uma criança que ela tem câncerRecentemente, o cantor canadense Michael Bublé e sua mulher, a atriz argentina Luisana Lopilato, anunciaram que o filho de três anos foi diagnosticado com câncer. "Estamos arrasados pelo recente diagnóstico de câncer de nosso filho mais velho, Noah, que está em tratamento nos Estados Unidos. Luisana e eu vamos dedicar todo nosso tempo e atenção a ele e ajudar Noah a melhorar", informou o cantor, em um comunicado. Muitos outros pais pelo mundo passam por situações parecidas - e não sabem como contar aos filhos que eles estão doentes. Se alguém inserir na busca do Google em português a pergunta "Como digo ao meu filho que ele tem câncer?", são obtidos 412 mil resultados, que vão desde guias de instituições médicas especializadas, exemplos de outras famílias, a artigos de revistas médicas. Apesar da variedade de respostas, os especialistas afirmam que o importante nesta hora é transmitir a mensagem de forma simples. Um exemplo: alguns artigos científicos e até médicos usam palavras diferentes, se referem ao câncer como "tumor". Mas a enfermeira pediátrica Helen Lythgoe, da organização beneficente britânica Macmillan Cancer Support, que realiza pesquisas e oferece apoio a pacientes com câncer, diz que usar termos diferentes podem confundir a criança. Para a Lythgoe, o melhor é que os pais usem palavras com as quais se sentem confortáveis. Geralmente é melhor usar a palavra câncer e ser claro sobre o que ela significa, já que a criança pode ouvi-la em um contexto diferente e ficar com medo. Lythgoe aconselha os pais a não ter medo de falar com os filhos sobre o que está acontecendo, mas, devido às emoções que podem aparecer quando já se conhece um diagnóstico grave, é preciso planejar bem o que dizer. "As crianças são muito práticas. Uma vez que saibam o que está acontecendo, geralmente vão continuar com a vida normal", disse a enfermeira à BBC. "Frequentemente é melhor explicar o que está acontecendo pouco a pouco, ou quando acontece alguma mudança. Isto ajuda a consolidar a compreensão delas, sem sobrecarregá-las." Inicialmente o conselho é a honestidade: usar linguagem simples e clara quando conversar sobre o assunto com crianças muito pequenas. A maioria das crianças tem medo da dor, então converse com ela e esclareça de antemão qualquer exame ou tratamento que possa causar dores. Explique que esses tratamentos irão ajudar a melhorar a saúde delas. Você também pode explicar que os médicos podem ajudar e fazer com que os tratamentos sejam menos dolorosos. Também é importante informar que, quando o tratamento acabar, ele ou ela poderá voltar para casa (se isto for verdade). E se você sabe quantos dias a criança vai ficar no hospital, divida esta informação com ela. Conversar sobre o câncer e o diagnóstico pode tranquilizar a criança, segundo o site Live Well, do Serviço Público de Saúde britânico, o NHS. Mas a abordagem dos pais pode ser diferente dependendo da idade da criança e o que ela pode compreender. A Cancer.net, organização que reúne informações e arrecada recursos para o combate ao câncer, informa que crianças muito pequenas não entendem muito sobre câncer e o medo mais básico delas é do afastamento dos pais. Elas, então, precisam de garantias de que isso não vai acontecer. É importante que os pais acalmem as crianças e esclareçam logo no início do processo que nada que elas ou qualquer outra pessoa tenha feito ou pensado causou o câncer. À medida que as crianças crescem, elas começam a entender que a doença não foi causada por algo que elas tenham feito ou pensado, afirma a Cancer.net. Também é importante explicar que o câncer não é como um resfriado ou gripe, não é contagioso e, por isso, não há problema em ficar junto dos outros, abraçar ou beijar. Os pais também precisam explicar que não vão abandonar os filhos no hospital e que as crianças não vão ficar internadas para sempre. As crianças mais velhas poderão ouvir falar sobre o câncer a partir de outras fontes, como a televisão ou internet. Então os pais precisam estimular os filhos a compartilhar essas informações. Os adolescentes podem ter mais dúvidas e ficar mais interessados em saber mais sobre o diagnóstico, geralmente pensando em como a doença pode afetar a vida diária e atividades como escola, esportes e amizades. Os efeitos colaterais relativos à aparência física também podem se transformar em prioridade para os adolescentes, e alguns deles podem ter um papel maior nas decisões sobre o tratamento. Em resumo: não importa a idade da criança, o mais importante é que os pais conversem com ela da maneira mais clara possível.
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Restaurante libanês Folha de Uva se muda para Pinheiros
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O restaurante libanês Folha de Uva trocou de endereço depois de mais de 25 anos na Consolação. A nova unidade (tel. 11/3062-2564) fica na rua Joaquim Antunes, 234, em Pinheiros, zona oeste. Além da nova casa, o local também inaugura um novo cardápio elaborado pelo chef Samir. A nova casa troca o sistema de buffet pelo "mezzé", mesa de pratos típicos. É possível escolher entre a opção de pratos frios (R$ 45 por pessoa) e a completa que inclui também os pratos quentes (R$ 65 no almoço de seg. a sex.).
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comida
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Restaurante libanês Folha de Uva se muda para PinheirosO restaurante libanês Folha de Uva trocou de endereço depois de mais de 25 anos na Consolação. A nova unidade (tel. 11/3062-2564) fica na rua Joaquim Antunes, 234, em Pinheiros, zona oeste. Além da nova casa, o local também inaugura um novo cardápio elaborado pelo chef Samir. A nova casa troca o sistema de buffet pelo "mezzé", mesa de pratos típicos. É possível escolher entre a opção de pratos frios (R$ 45 por pessoa) e a completa que inclui também os pratos quentes (R$ 65 no almoço de seg. a sex.).
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Diálogos ágeis de Maria Adelaide Amaral perdem força em peça
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O título e o nome de um personagem são tirados de um soneto muito citado de Camões, sobre Jacó, que serve por sete anos o pai de Raquel, "contentando-se com vê-la", e depois mais sete. E "mais serviria, se não fora/ para tão longo amor tão curta a vida!". Mas não é bela assim, longe disso, a relação na peça de Maria Adelaide Amaral, em mais um texto sobre conflitos de casal de classe média. A dedicação de Jacó se torna, no espetáculo, a obsessão de Fernando. O que era amor se transforma em comportamento doentio. O cotejo buscado com Camões é enganoso –a não ser talvez como ironia com o poeta português– por simples falta de sentimento. Não se pode descrever como apaixonada a ligação do editor Fernando com a escritora Raquel, assim como não foi possível identificar traço maior de química romântica entre os dois atores. Entre outros problemas, a diferença de idade não é tão clara quanto a trama parecia pedir. Mas o obstáculo fundamental não está em Leopoldo Pacheco ou Regiane Alves, intérpretes aliás eficientes. Nesta peça, escrita originalmente há duas décadas, a reconhecida destreza de Amaral para montar diálogos variados e corrosivos com poucos personagens abre uma exceção. Fernando e Raquel rodam no mesmo lugar, a atenção se esvaindo aos poucos. A concentração do soneto dá lugar à flacidez das palavras em excesso. Registre-se que, embora de elenco pequeno, é uma produção cuidadosa, com cenário engenhoso e elegante de André Cortez, que abre um novo teatro de shopping, só que menor, até aconchegante. PARA TÃO LONGO AMOR QUANDO sex. e sáb., às 21h, dom., às 19h; até 31/7 ONDE Teatro Morumbi Shopping, av. Roque Petroni Júnior, 1.089, piso G1, tel. (11) 5183-2800 QUANTO R$ 70 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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ilustrada
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Diálogos ágeis de Maria Adelaide Amaral perdem força em peçaO título e o nome de um personagem são tirados de um soneto muito citado de Camões, sobre Jacó, que serve por sete anos o pai de Raquel, "contentando-se com vê-la", e depois mais sete. E "mais serviria, se não fora/ para tão longo amor tão curta a vida!". Mas não é bela assim, longe disso, a relação na peça de Maria Adelaide Amaral, em mais um texto sobre conflitos de casal de classe média. A dedicação de Jacó se torna, no espetáculo, a obsessão de Fernando. O que era amor se transforma em comportamento doentio. O cotejo buscado com Camões é enganoso –a não ser talvez como ironia com o poeta português– por simples falta de sentimento. Não se pode descrever como apaixonada a ligação do editor Fernando com a escritora Raquel, assim como não foi possível identificar traço maior de química romântica entre os dois atores. Entre outros problemas, a diferença de idade não é tão clara quanto a trama parecia pedir. Mas o obstáculo fundamental não está em Leopoldo Pacheco ou Regiane Alves, intérpretes aliás eficientes. Nesta peça, escrita originalmente há duas décadas, a reconhecida destreza de Amaral para montar diálogos variados e corrosivos com poucos personagens abre uma exceção. Fernando e Raquel rodam no mesmo lugar, a atenção se esvaindo aos poucos. A concentração do soneto dá lugar à flacidez das palavras em excesso. Registre-se que, embora de elenco pequeno, é uma produção cuidadosa, com cenário engenhoso e elegante de André Cortez, que abre um novo teatro de shopping, só que menor, até aconchegante. PARA TÃO LONGO AMOR QUANDO sex. e sáb., às 21h, dom., às 19h; até 31/7 ONDE Teatro Morumbi Shopping, av. Roque Petroni Júnior, 1.089, piso G1, tel. (11) 5183-2800 QUANTO R$ 70 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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Para reforçar cultura maia, time joga futebol de saia na Guatemala
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Depois de passar de carro pelos escaldantes campos de cana de açúcar do sul da Guatemala, é um alívio mudar de rumo e subir a um planalto, recoberto de vegetação tropical. Uma hora de viagem nos conduz a Xejuyup, uma cidade de quatro mil pessoas que fica "sob as montanhas" ou "no sopé da colina" – que é o significado da palavra "xejuyup" na linguagem dos maias k'iche, que vivem na área. A primeira coisa que vi ao descer do carro foi uma grande faixa com a foto oficial do time local de futebol, o C. S. D. Xejuyup. E a primeira coisa em que reparei na faixa foi o uniforme do time. A cultura maia continua a ter presença forte na Guatemala. As roupas coloridas tradicionais, em geral usadas pelas mulheres, estão entre as primeiras coisas em que os turistas reparam ao chegar. É menos comum ver homens usando trajes tradicionais, e em Xejuyup apenas alguns homens mais velhos o fazem. Isso preocupavam Antonio Perechú. Antigo goleiro, Perechú defendeu diversos clubes regionais mas abandonou o sonho de se tornar jogador profissional de futebol porque sua família não tinha dinheiro para isso. Ele fundou o C. S. D. Xejuyup em 1982 como uma espécie de organização comunitária – a sigla CSD, em espanhol, quer dizer clube social desportivo – e hoje seu filho Miguel é o capitão do time. A ambição de Antonio Perechú era a de que o time refletisse e respeitasse a comunidade, e foi refletida pela decisão da equipe de incorporar os trajes maias aos seus uniformes, desde o começo. A população indígena da Guatemala por anos manteve um perfil discreto. Os pais preferiam não ensinar os idiomas maias aos filhos, e não usavam os trajes tradicionais de sua cultura. Quando um acordo de paz foi assinado, abrindo o país ao boom da globalização, a Guatemala se viu inundada de roupas usadas exportadas dos Estados Unidos. As peças custavam menos de um quetzal (R$ 0,46) cada, e isso levou ainda mais gente a deixar de usar os trajes tradicionais. Quando visitei Xejuyup recentemente, o time estava treinando para um jogo no sábado. Miguel Perechú, que é professor de ginástica em uma escola e fez diversos cursos sobre futebol, comandava a sessão. O orgulho dele por sua identidade maia se equipara ao de seu pai. Em nossa conversa, ele mencionou Hunahpu e Xbalanque, os deuses gêmeos. Na tradição oral pré-colombiana, os dois salvam o povo maia ao derrotar os Senhores de Xibalba (o mundo subterrâneo) em um antigo jogo com bola. Isso é parte do motivo para que Miguel Perechú sinta forte conexão entre o passado e o presente. "Os trajes são um símbolo, e nós, o time, os vestimos com grande responsabilidade", ele disse. "Representam todos os povos indígenas do país, e a Guatemala como um todo". As mulheres de Xejuyup tecem as camisas usadas pelos homens de suas famílias, uma tarefa que em geral leva dois meses. A saia é feita de lã e comprada na região. Um uniforme completo custa dois mil quetzales (cerca de R$ 896), muito mais caro que as camisas que reproduzem uniformes dos novos heróis, futebolistas como Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Mas para os jogadores do C. S. D. Xejuyup, esse também é o motivo para que a missão assumida por Antonio Perechú seja tão ambiciosa, e tão importante. E a ideia aos pouquinhos pode estar vencendo,. Além de ser um exemplo para os jovens de sua cidadezinha, o time estende sua influência e divulga sua mensagem sempre que sai de Xejuyup. O clube não faz parte de ligas oficiais, mas frequentemente joga contra outras equipes amadoras de todo o país. Os jogadores quase sempre são aplaudidos, encorajados e apoiados pelas torcidas adversárias, diz Miguel Perechú. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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esporte
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Para reforçar cultura maia, time joga futebol de saia na GuatemalaDepois de passar de carro pelos escaldantes campos de cana de açúcar do sul da Guatemala, é um alívio mudar de rumo e subir a um planalto, recoberto de vegetação tropical. Uma hora de viagem nos conduz a Xejuyup, uma cidade de quatro mil pessoas que fica "sob as montanhas" ou "no sopé da colina" – que é o significado da palavra "xejuyup" na linguagem dos maias k'iche, que vivem na área. A primeira coisa que vi ao descer do carro foi uma grande faixa com a foto oficial do time local de futebol, o C. S. D. Xejuyup. E a primeira coisa em que reparei na faixa foi o uniforme do time. A cultura maia continua a ter presença forte na Guatemala. As roupas coloridas tradicionais, em geral usadas pelas mulheres, estão entre as primeiras coisas em que os turistas reparam ao chegar. É menos comum ver homens usando trajes tradicionais, e em Xejuyup apenas alguns homens mais velhos o fazem. Isso preocupavam Antonio Perechú. Antigo goleiro, Perechú defendeu diversos clubes regionais mas abandonou o sonho de se tornar jogador profissional de futebol porque sua família não tinha dinheiro para isso. Ele fundou o C. S. D. Xejuyup em 1982 como uma espécie de organização comunitária – a sigla CSD, em espanhol, quer dizer clube social desportivo – e hoje seu filho Miguel é o capitão do time. A ambição de Antonio Perechú era a de que o time refletisse e respeitasse a comunidade, e foi refletida pela decisão da equipe de incorporar os trajes maias aos seus uniformes, desde o começo. A população indígena da Guatemala por anos manteve um perfil discreto. Os pais preferiam não ensinar os idiomas maias aos filhos, e não usavam os trajes tradicionais de sua cultura. Quando um acordo de paz foi assinado, abrindo o país ao boom da globalização, a Guatemala se viu inundada de roupas usadas exportadas dos Estados Unidos. As peças custavam menos de um quetzal (R$ 0,46) cada, e isso levou ainda mais gente a deixar de usar os trajes tradicionais. Quando visitei Xejuyup recentemente, o time estava treinando para um jogo no sábado. Miguel Perechú, que é professor de ginástica em uma escola e fez diversos cursos sobre futebol, comandava a sessão. O orgulho dele por sua identidade maia se equipara ao de seu pai. Em nossa conversa, ele mencionou Hunahpu e Xbalanque, os deuses gêmeos. Na tradição oral pré-colombiana, os dois salvam o povo maia ao derrotar os Senhores de Xibalba (o mundo subterrâneo) em um antigo jogo com bola. Isso é parte do motivo para que Miguel Perechú sinta forte conexão entre o passado e o presente. "Os trajes são um símbolo, e nós, o time, os vestimos com grande responsabilidade", ele disse. "Representam todos os povos indígenas do país, e a Guatemala como um todo". As mulheres de Xejuyup tecem as camisas usadas pelos homens de suas famílias, uma tarefa que em geral leva dois meses. A saia é feita de lã e comprada na região. Um uniforme completo custa dois mil quetzales (cerca de R$ 896), muito mais caro que as camisas que reproduzem uniformes dos novos heróis, futebolistas como Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Mas para os jogadores do C. S. D. Xejuyup, esse também é o motivo para que a missão assumida por Antonio Perechú seja tão ambiciosa, e tão importante. E a ideia aos pouquinhos pode estar vencendo,. Além de ser um exemplo para os jovens de sua cidadezinha, o time estende sua influência e divulga sua mensagem sempre que sai de Xejuyup. O clube não faz parte de ligas oficiais, mas frequentemente joga contra outras equipes amadoras de todo o país. Os jogadores quase sempre são aplaudidos, encorajados e apoiados pelas torcidas adversárias, diz Miguel Perechú. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Lua é encontrada por menino solitário em livro infatojuvenil
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A LUA PERDIDA Depois de a Lua desaparecer no céu, os humanos começam a fabricar luas artificiais para irradiar uma luz brilhante que ilumina a noite e para afastar de todo mundo o medo do escuro. A Lua, sabe-se lá por quê, diminui tanto de tamanho que acaba caindo na Terra, onde é encontrada por um menino solitário. Entre os dois, brota uma amizade forte que logo os torna inseparáveis. No processo em que a Lua abandona o mundo, e o menino, os amigos e a escola, muita coisa acontece. E, claro, uma amizade com alguém como a Lua, que mora no céu e é tão maior que a gente, nunca acaba num final feliz. Nessa abordagem dos temas da amizade e da solidão, o autor ilude o leitor com ilustrações deslumbrantes, ora vibrantes, ora soturnas, sobre as quais paira um texto em tom de fábula. Seu objetivo, de fato, é mostrar como é bom ser amigo de alguém e como compartilhar essa amizade transforma tudo e todos. Jimmy Liao é um autor premiado e muito conhecido na China, que abandonou a carreira de publicitário para fazer tirinhas para jornais e escrever livros infantojuvenis. (MARIO BRESIGHELLO) A LUA PERDIDA QUANTO: R$ 56 (120 PÁGS.) AUTOR: JIMMY LIAO (TRADUÇÃO SUN LIDONG) EDITORA: SM * ENCICLOPÉDIA MALUCA Essa enciclopédia ilustrada traz imagens de animais de todo o planeta e de tempos variados, organizados de maneira incomum. Não é um livro de verbetes ou de entradas que ofereçam respostas científicas, factuais nem sequer verbais. São apenas imagens e agrupamentos de bichos, reunidos de acordo com afinidades de comportamento, de compleição ou tão somente de cor. Entre os "arquitetos", destacam-se os castores, os joões-de-barro, os cupins e as formigas-tecelãs. Como não poderia deixar de ser em uma enciclopédia, há espaço para os bichos "desaparecidos", como o dodô, os dinossauros e o mamute, assim como aos "ameaçados", caso do panda-gigante, do orangotango e da libélula-esmeralda. Algumas categorias escapam às definições mais previsíveis e conferem leveza, humor e reflexão às páginas, sempre inteligentes e refinadas, em sua composição de cor, traço e organização livre. (BRUNO ZENI) * ENCICLOPÉDIA MALUCA QUANTO: R$ 119,90 (216 PÁGS.) AUTOR: ADRIENNE BARMAN (TRADUÇÃO - MARIA GUIMARÃES) EDITORA: LIVROS DA RAPOSA VERMELHA * Antes, Depois Composto inteiramente de imagens, este livro reserva palavras apenas para o título, "Antes, Depois", que aponta o tema geral e ordena a narrativa encadeada por uma sequência de ilustrações. Como indica o título, trata-se de uma obra sobre a passagem do tempo, tema recorrente na literatura ""e também nas histórias infantojuvenis"", mas que ganha uma construção singular nesta espécie de interpretação iconográfica livre. O volume se abre com a oposição entre noite e dia, com ilustrações do Sol e da Lua. Segue promovendo associações livres entre formas e dimensões das coisas, dos lugares, dos assuntos. Assim, a selva conduz à cidade por meio de um personagem comum, a cidade leva a imagens icônicas de comunicação e eletricidade, que por sua vez atraem novos personagens, remetendo a outros cenários e elementos, tanto culturais como da natureza. Ao final, retornam os pares dia e noite, Sol e Lua, compondo uma narrativa coerente e inusitada, feita de desdobramentos surpreendentes e sugestões de sentido imprevisíveis. (BRUNO ZENI) Antes, Depois QUANTO: R$ 99,90 (172 PÁGS.) AUTOR: ANNE-MARGOT RAMSTEIN E MATTHIAS ARREGUI EDITORA: LIVROS DA RAPOSA VERMELHA * FERREIRO DO BOSQUE GRANDE "Era uma vez uma aldeia, não faz muito tempo para quem tem memória comprida, nem muito longe para quem tem pernas compridas." Nestas primeiras linhas de "Ferreiro do Bosque Grande" se reconhece o estilo único de J.R.R. Tolkien. A história curta deveria ser o prefácio de um livro, mas ganhou autonomia. Inédita no Brasil, a obra tem notas informativas e um texto inédito de Tolkien que explica como a ideia se desenvolveu. Como nos outros títulos mais conhecidos do autor, este também pede muita atenção para não se perder a complexidade e a profusão de detalhes. No vilarejo de Bosque Grande, famoso pelos quitutes, durante o Banquete das Boas Crianças, celebrado a cada 24 anos, o aprendiz de cozinheiro coloca no bolo uma estrela vinda da Terra-Fada. Quem a encontra e engole sem saber é o Filho do Ferreiro, que adquire a capacidade de ir à Terra-Fada, onde vive inúmeras aventuras. Esse é só o começo. Tolkien consegue fundir elementos aparentemente díspares para projetar as inquietações e os desejos do nosso tempo. (MARIO BRESIGHELLO) FERREIRO DO BOSQUE GRANDE QUANTO: R$ 39,90 (178 PÁGS.) E R$ 27,90 (E-BOOK) AUTOR: J.R.R. TOLKIEN (TRADUÇÃO RONALD EDUARD KRYMSE) EDITORA: WMF MARTINS FONTES
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Lua é encontrada por menino solitário em livro infatojuvenilA LUA PERDIDA Depois de a Lua desaparecer no céu, os humanos começam a fabricar luas artificiais para irradiar uma luz brilhante que ilumina a noite e para afastar de todo mundo o medo do escuro. A Lua, sabe-se lá por quê, diminui tanto de tamanho que acaba caindo na Terra, onde é encontrada por um menino solitário. Entre os dois, brota uma amizade forte que logo os torna inseparáveis. No processo em que a Lua abandona o mundo, e o menino, os amigos e a escola, muita coisa acontece. E, claro, uma amizade com alguém como a Lua, que mora no céu e é tão maior que a gente, nunca acaba num final feliz. Nessa abordagem dos temas da amizade e da solidão, o autor ilude o leitor com ilustrações deslumbrantes, ora vibrantes, ora soturnas, sobre as quais paira um texto em tom de fábula. Seu objetivo, de fato, é mostrar como é bom ser amigo de alguém e como compartilhar essa amizade transforma tudo e todos. Jimmy Liao é um autor premiado e muito conhecido na China, que abandonou a carreira de publicitário para fazer tirinhas para jornais e escrever livros infantojuvenis. (MARIO BRESIGHELLO) A LUA PERDIDA QUANTO: R$ 56 (120 PÁGS.) AUTOR: JIMMY LIAO (TRADUÇÃO SUN LIDONG) EDITORA: SM * ENCICLOPÉDIA MALUCA Essa enciclopédia ilustrada traz imagens de animais de todo o planeta e de tempos variados, organizados de maneira incomum. Não é um livro de verbetes ou de entradas que ofereçam respostas científicas, factuais nem sequer verbais. São apenas imagens e agrupamentos de bichos, reunidos de acordo com afinidades de comportamento, de compleição ou tão somente de cor. Entre os "arquitetos", destacam-se os castores, os joões-de-barro, os cupins e as formigas-tecelãs. Como não poderia deixar de ser em uma enciclopédia, há espaço para os bichos "desaparecidos", como o dodô, os dinossauros e o mamute, assim como aos "ameaçados", caso do panda-gigante, do orangotango e da libélula-esmeralda. Algumas categorias escapam às definições mais previsíveis e conferem leveza, humor e reflexão às páginas, sempre inteligentes e refinadas, em sua composição de cor, traço e organização livre. (BRUNO ZENI) * ENCICLOPÉDIA MALUCA QUANTO: R$ 119,90 (216 PÁGS.) AUTOR: ADRIENNE BARMAN (TRADUÇÃO - MARIA GUIMARÃES) EDITORA: LIVROS DA RAPOSA VERMELHA * Antes, Depois Composto inteiramente de imagens, este livro reserva palavras apenas para o título, "Antes, Depois", que aponta o tema geral e ordena a narrativa encadeada por uma sequência de ilustrações. Como indica o título, trata-se de uma obra sobre a passagem do tempo, tema recorrente na literatura ""e também nas histórias infantojuvenis"", mas que ganha uma construção singular nesta espécie de interpretação iconográfica livre. O volume se abre com a oposição entre noite e dia, com ilustrações do Sol e da Lua. Segue promovendo associações livres entre formas e dimensões das coisas, dos lugares, dos assuntos. Assim, a selva conduz à cidade por meio de um personagem comum, a cidade leva a imagens icônicas de comunicação e eletricidade, que por sua vez atraem novos personagens, remetendo a outros cenários e elementos, tanto culturais como da natureza. Ao final, retornam os pares dia e noite, Sol e Lua, compondo uma narrativa coerente e inusitada, feita de desdobramentos surpreendentes e sugestões de sentido imprevisíveis. (BRUNO ZENI) Antes, Depois QUANTO: R$ 99,90 (172 PÁGS.) AUTOR: ANNE-MARGOT RAMSTEIN E MATTHIAS ARREGUI EDITORA: LIVROS DA RAPOSA VERMELHA * FERREIRO DO BOSQUE GRANDE "Era uma vez uma aldeia, não faz muito tempo para quem tem memória comprida, nem muito longe para quem tem pernas compridas." Nestas primeiras linhas de "Ferreiro do Bosque Grande" se reconhece o estilo único de J.R.R. Tolkien. A história curta deveria ser o prefácio de um livro, mas ganhou autonomia. Inédita no Brasil, a obra tem notas informativas e um texto inédito de Tolkien que explica como a ideia se desenvolveu. Como nos outros títulos mais conhecidos do autor, este também pede muita atenção para não se perder a complexidade e a profusão de detalhes. No vilarejo de Bosque Grande, famoso pelos quitutes, durante o Banquete das Boas Crianças, celebrado a cada 24 anos, o aprendiz de cozinheiro coloca no bolo uma estrela vinda da Terra-Fada. Quem a encontra e engole sem saber é o Filho do Ferreiro, que adquire a capacidade de ir à Terra-Fada, onde vive inúmeras aventuras. Esse é só o começo. Tolkien consegue fundir elementos aparentemente díspares para projetar as inquietações e os desejos do nosso tempo. (MARIO BRESIGHELLO) FERREIRO DO BOSQUE GRANDE QUANTO: R$ 39,90 (178 PÁGS.) E R$ 27,90 (E-BOOK) AUTOR: J.R.R. TOLKIEN (TRADUÇÃO RONALD EDUARD KRYMSE) EDITORA: WMF MARTINS FONTES
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Três em dez praias são impróprias para banho no Brasil; pesquise
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Três em cada dez praias brasileiras ficaram impróprias para banho por mais de três meses ao longo de 2016. Esse cenário é resultado de levantamento da Folha que analisou dados de balneabilidade de 1.180 pontos de praias monitorados em 14 Estados do país -há praias com mais de um local de análise. Entre esses pontos, 42% foram classificados como "bons" ou "ótimos" para banho, 29% estavam "regulares", e 29%, "ruins" ou "péssimos" por mais de três meses no ano. Deu praia - Brasil tem 1 em cada 4 praias monitoradas consideradas ruins ou péssimas para banhistas; veja a situção de cada uma O banho de mar em áreas impróprias pode resultar em problemas de saúde, sobretudo doenças gastrointestinais ou de pele, como micoses. Especialistas, contudo, não descartam contaminação até mesmo em praias consideradas limpas -embora a chance seja bem menor. "As classificações das praias são uma probabilidade. Gostaria de saber se, em determinada praia, vai ficar doente ou não. Mas, do ponto de vista da ciência, não é tão simples. Há diversas variáveis", diz Paulo Guimarães Barrocas, pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz. Uma das variáveis é a saúde do banhista. Pessoas com o sistema imunológico frágil, como crianças e idosos, correm mais risco, assim como as com doenças que comprometem o sistema imunológico. Os testes também têm efeito limitado, pois não identificam vírus que em águas muito contaminadas podem transmitir até hepatite A. Outro foco de contaminação, que não é medido nos testes de balneabilidade, é a areia poluída com lixo. LEVANTAMENTO A reportagem seguiu as normas federais para medir a qualidade das águas. Uma praia é considerada própria se não tiver registrado mais de 1.000 coliformes fecais para cada 100 ml de água na semana de análise e nas quatro anteriores. Para a classificação anual, aplicada pela Folha, foi adotado método da Cetesb (órgão ambiental de SP), que identifica as praias entre "ótima" e "péssima" a partir dos levantamentos semanais. PI, AP e ES ficaram de fora do levantamento por não terem a qualidade da água das suas praias monitoradas pelos governos estaduais. Os Estados com maior índice de praias boas são dois dos que têm o litoral menos conhecido: PR (98% de praias boas) e RS (95%). O monitoramento nesses locais, todavia, é feito só na alta temporada. O Paraná, por exemplo, deixa de monitorar dez pontos considerados permanentemente impróprios para banho, onde desaguam rios, canais ou galerias pluviais. Eles só foram incluídos nos boletins de balneabilidade neste ano. O governo argumenta que, ao longo de todo o ano, alerta o banhista sobre a qualidade da água nesses trechos, com placas de sinalização. Já a maior parte das praias consideradas "péssimas" (ficam mais da metade do ano impróprias) ou "ruins" (de 25% a 50% do ano impróprias) está situada nas principais regiões metropolitanas do país. No Rio, a maior concentração de praias sujas está na região da baía de Guanabara, cuja superfície de cerca de 400 km toca a capital, municípios da Baixada Fluminense, Niterói, Itaboraí e São Gonçalo. Quase todas as praias banhadas por essas águas têm balneabilidade "péssima", devido ao despejo de esgoto. Entre elas estão cartões-postais, como Botafogo e Flamengo, com vista ao Pão de Açúcar. As melhores estão na zona oeste. "Esse trecho da cidade ainda é um paraíso relativamente bem conservado porque ali não há rio, baía nem galeria de água pluvial, por isso o esgoto não chega lá", diz o biólogo Mario Moscatelli. Já na zona sul, onde circulam muitos turistas, as praias variam de "regular" a "péssima", com exceção de Copacabana e Leme, que têm balneabilidade "boa". No Leblon, a qualidade considerada "ruim" é motivo de surpresa. Em São Paulo, Ilhabela, um dos destinos mais visitados do litoral norte, teve apenas 7 das 18 praias próprias no ano passado inteiro. Apenas 28% da população da cidade está conectada à rede de esgoto. Entre as capitais nordestinas, São Luís é a de pior situação: todas as 16 praias foram consideradas "péssimas". A situação é menos pior em Salvador. Das 37 praias avaliadas, 20 são "ruins" ou "péssimas", 12 são "regulares" e cinco são consideradas "boas": Ponta de Nossa Senhora, Flamengo, Aleluia, Forte de Santa Maria e o trecho junto ao Farol da Barra. Na região metropolitana, praias boas convivem lado a lado com as péssimas, caso da praia Buraquinho, em Lauro de Freitas. A qualidade da água dessa praia foi considerada "péssima" em 2016. Mesmo assim, continua sendo bem frequentada, sobretudo por famílias que buscam um mar calmo. Um exemplo é casal de turistas de SP Rodrigo Lucena, 32, e Cristiana Lucena, 39, que levaram a pequena Letícia, 2, para um banho de mar. "Amigos nos disseram que aqui tinha água calminha, boa para crianças", afirma Rodrigo. Assim como na Buraquinho, na Bahia, outras praias que ficam em foz de rios costumam ser impróprias. Conhecido por um mar com águas tranquilas e cristalinas, o balneário de Maragogi, norte de Alagoas, é um exemplo disso. Dos sete pontos de coleta, a qualidade da água é considerada péssima em três deles, justamente em áreas onde desembocam os rios Maragogi, Salgado e Persinunga. A situação das praias - Total do país PADRÕES DIFERENTES Apesar de seguir normas federais, os Estados litorâneos do país adotam padrões diferentes de coleta e análise da qualidade das águas. A periodicidade das coletas varia de acordo com os Estados. A maioria faz coletas semanais, mas há exceções. PR e RS analisam a qualidade da água das praias só na temporada de férias. No RJ, CE e RN, a periodicidade da coleta muda de acordo com a cidade. Já Sergipe faz coletas quinzenais. A abrangência da classificação dos dados também varia. Alguns Estados classificam as praias numa gradação que inclui "excelente", "muito boa", "satisfatória" e "imprópria". Outros ficam só entre "própria" ou "imprópria". Nos Estados em que não é divulgada esta gradação, não é possível fazer a distinção, no longo prazo, entre praias consideradas "boas" e "ótimas", de acordo com a tabela da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Por esse motivo, a Folha optou por não fazer a distinção entre praias "boas" e "ótimas". Em ambos os casos, a água está própria para banho no ano inteiro; o que muda é a concentração de bactérias. O Ministério do Meio Ambiente não informou se possui iniciativa específica para fazer com que os Estados coletem os dados de maneira regular e divulguem de maneira acessível à população. A pasta reconhece que o fato de alguns Estados não fazerem levantamentos de balneabilidade ou os divulgarem de maneira incompleta prejudica a avaliação da evolução da qualidade das águas nos Estados e municípios. Contudo, o ministério diz que pretende desenvolver, em parceria com os 17 Estados costeiros e outros órgãos federais, uma plataforma que reunirá dados sobre as medições de balneabilidade, mas não informa um prazo. Já o Ministério do Turismo não comentou o impacto da falta de informação sobre balneabilidade no turismo. Afirmou, em nota, que ajuda Estados e municípios com investimentos em obras nas orlas e em saneamento para melhora da infraestrutura dos destinos turísticos. Diz ter investido R$ 450 mi em obras em orlas e mais R$ 58 milhões em obras de saneamento desde 2006. Cita, entre elas, obras das orlas de Olinda (PE) e Maceió (AL). SEM MONITORAMENTO Dos 17 Estados brasileiros banhados pelo mar, três ficaram de fora do levantamento feito pela Folha: Amapá, Piauí e Espírito Santo. O Amapá informou que, por causa da foz do rio Amazonas, tem o seu litoral predominantemente formado por mangues e, por isso, não faz medições. Com o menor litoral entre os Estados brasileiros, 66 km de extensão, o Piauí não monitora a qualidade da água. O governo do Espírito Santo também não monitora a balneabilidade das praias. Prefeituras de cidades como Vitória e Guarapari avaliam a qualidade da água, mas não enviaram dados do histórico da balneabilidade em 2016. Colaboraram ANDRÉ MONTEIRO, CAROLINA LINHARES, EDUARDO GERAQUE, ESTELITA HASS CARAZZAI, JOÃO PEDRO PITOMBO, JOSÉ MARQUES, LUIZA FRANCO, MARCELO TOLEDO e THIAGO AMÂNCIO
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cotidiano
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Três em dez praias são impróprias para banho no Brasil; pesquiseTrês em cada dez praias brasileiras ficaram impróprias para banho por mais de três meses ao longo de 2016. Esse cenário é resultado de levantamento da Folha que analisou dados de balneabilidade de 1.180 pontos de praias monitorados em 14 Estados do país -há praias com mais de um local de análise. Entre esses pontos, 42% foram classificados como "bons" ou "ótimos" para banho, 29% estavam "regulares", e 29%, "ruins" ou "péssimos" por mais de três meses no ano. Deu praia - Brasil tem 1 em cada 4 praias monitoradas consideradas ruins ou péssimas para banhistas; veja a situção de cada uma O banho de mar em áreas impróprias pode resultar em problemas de saúde, sobretudo doenças gastrointestinais ou de pele, como micoses. Especialistas, contudo, não descartam contaminação até mesmo em praias consideradas limpas -embora a chance seja bem menor. "As classificações das praias são uma probabilidade. Gostaria de saber se, em determinada praia, vai ficar doente ou não. Mas, do ponto de vista da ciência, não é tão simples. Há diversas variáveis", diz Paulo Guimarães Barrocas, pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz. Uma das variáveis é a saúde do banhista. Pessoas com o sistema imunológico frágil, como crianças e idosos, correm mais risco, assim como as com doenças que comprometem o sistema imunológico. Os testes também têm efeito limitado, pois não identificam vírus que em águas muito contaminadas podem transmitir até hepatite A. Outro foco de contaminação, que não é medido nos testes de balneabilidade, é a areia poluída com lixo. LEVANTAMENTO A reportagem seguiu as normas federais para medir a qualidade das águas. Uma praia é considerada própria se não tiver registrado mais de 1.000 coliformes fecais para cada 100 ml de água na semana de análise e nas quatro anteriores. Para a classificação anual, aplicada pela Folha, foi adotado método da Cetesb (órgão ambiental de SP), que identifica as praias entre "ótima" e "péssima" a partir dos levantamentos semanais. PI, AP e ES ficaram de fora do levantamento por não terem a qualidade da água das suas praias monitoradas pelos governos estaduais. Os Estados com maior índice de praias boas são dois dos que têm o litoral menos conhecido: PR (98% de praias boas) e RS (95%). O monitoramento nesses locais, todavia, é feito só na alta temporada. O Paraná, por exemplo, deixa de monitorar dez pontos considerados permanentemente impróprios para banho, onde desaguam rios, canais ou galerias pluviais. Eles só foram incluídos nos boletins de balneabilidade neste ano. O governo argumenta que, ao longo de todo o ano, alerta o banhista sobre a qualidade da água nesses trechos, com placas de sinalização. Já a maior parte das praias consideradas "péssimas" (ficam mais da metade do ano impróprias) ou "ruins" (de 25% a 50% do ano impróprias) está situada nas principais regiões metropolitanas do país. No Rio, a maior concentração de praias sujas está na região da baía de Guanabara, cuja superfície de cerca de 400 km toca a capital, municípios da Baixada Fluminense, Niterói, Itaboraí e São Gonçalo. Quase todas as praias banhadas por essas águas têm balneabilidade "péssima", devido ao despejo de esgoto. Entre elas estão cartões-postais, como Botafogo e Flamengo, com vista ao Pão de Açúcar. As melhores estão na zona oeste. "Esse trecho da cidade ainda é um paraíso relativamente bem conservado porque ali não há rio, baía nem galeria de água pluvial, por isso o esgoto não chega lá", diz o biólogo Mario Moscatelli. Já na zona sul, onde circulam muitos turistas, as praias variam de "regular" a "péssima", com exceção de Copacabana e Leme, que têm balneabilidade "boa". No Leblon, a qualidade considerada "ruim" é motivo de surpresa. Em São Paulo, Ilhabela, um dos destinos mais visitados do litoral norte, teve apenas 7 das 18 praias próprias no ano passado inteiro. Apenas 28% da população da cidade está conectada à rede de esgoto. Entre as capitais nordestinas, São Luís é a de pior situação: todas as 16 praias foram consideradas "péssimas". A situação é menos pior em Salvador. Das 37 praias avaliadas, 20 são "ruins" ou "péssimas", 12 são "regulares" e cinco são consideradas "boas": Ponta de Nossa Senhora, Flamengo, Aleluia, Forte de Santa Maria e o trecho junto ao Farol da Barra. Na região metropolitana, praias boas convivem lado a lado com as péssimas, caso da praia Buraquinho, em Lauro de Freitas. A qualidade da água dessa praia foi considerada "péssima" em 2016. Mesmo assim, continua sendo bem frequentada, sobretudo por famílias que buscam um mar calmo. Um exemplo é casal de turistas de SP Rodrigo Lucena, 32, e Cristiana Lucena, 39, que levaram a pequena Letícia, 2, para um banho de mar. "Amigos nos disseram que aqui tinha água calminha, boa para crianças", afirma Rodrigo. Assim como na Buraquinho, na Bahia, outras praias que ficam em foz de rios costumam ser impróprias. Conhecido por um mar com águas tranquilas e cristalinas, o balneário de Maragogi, norte de Alagoas, é um exemplo disso. Dos sete pontos de coleta, a qualidade da água é considerada péssima em três deles, justamente em áreas onde desembocam os rios Maragogi, Salgado e Persinunga. A situação das praias - Total do país PADRÕES DIFERENTES Apesar de seguir normas federais, os Estados litorâneos do país adotam padrões diferentes de coleta e análise da qualidade das águas. A periodicidade das coletas varia de acordo com os Estados. A maioria faz coletas semanais, mas há exceções. PR e RS analisam a qualidade da água das praias só na temporada de férias. No RJ, CE e RN, a periodicidade da coleta muda de acordo com a cidade. Já Sergipe faz coletas quinzenais. A abrangência da classificação dos dados também varia. Alguns Estados classificam as praias numa gradação que inclui "excelente", "muito boa", "satisfatória" e "imprópria". Outros ficam só entre "própria" ou "imprópria". Nos Estados em que não é divulgada esta gradação, não é possível fazer a distinção, no longo prazo, entre praias consideradas "boas" e "ótimas", de acordo com a tabela da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Por esse motivo, a Folha optou por não fazer a distinção entre praias "boas" e "ótimas". Em ambos os casos, a água está própria para banho no ano inteiro; o que muda é a concentração de bactérias. O Ministério do Meio Ambiente não informou se possui iniciativa específica para fazer com que os Estados coletem os dados de maneira regular e divulguem de maneira acessível à população. A pasta reconhece que o fato de alguns Estados não fazerem levantamentos de balneabilidade ou os divulgarem de maneira incompleta prejudica a avaliação da evolução da qualidade das águas nos Estados e municípios. Contudo, o ministério diz que pretende desenvolver, em parceria com os 17 Estados costeiros e outros órgãos federais, uma plataforma que reunirá dados sobre as medições de balneabilidade, mas não informa um prazo. Já o Ministério do Turismo não comentou o impacto da falta de informação sobre balneabilidade no turismo. Afirmou, em nota, que ajuda Estados e municípios com investimentos em obras nas orlas e em saneamento para melhora da infraestrutura dos destinos turísticos. Diz ter investido R$ 450 mi em obras em orlas e mais R$ 58 milhões em obras de saneamento desde 2006. Cita, entre elas, obras das orlas de Olinda (PE) e Maceió (AL). SEM MONITORAMENTO Dos 17 Estados brasileiros banhados pelo mar, três ficaram de fora do levantamento feito pela Folha: Amapá, Piauí e Espírito Santo. O Amapá informou que, por causa da foz do rio Amazonas, tem o seu litoral predominantemente formado por mangues e, por isso, não faz medições. Com o menor litoral entre os Estados brasileiros, 66 km de extensão, o Piauí não monitora a qualidade da água. O governo do Espírito Santo também não monitora a balneabilidade das praias. Prefeituras de cidades como Vitória e Guarapari avaliam a qualidade da água, mas não enviaram dados do histórico da balneabilidade em 2016. Colaboraram ANDRÉ MONTEIRO, CAROLINA LINHARES, EDUARDO GERAQUE, ESTELITA HASS CARAZZAI, JOÃO PEDRO PITOMBO, JOSÉ MARQUES, LUIZA FRANCO, MARCELO TOLEDO e THIAGO AMÂNCIO
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Conheça os participantes do fórum que discutirá digitalização no Brasil
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A Folha realiza na segunda-feira (28) o "Fórum Digitalização: Soluções para um Brasil mais competitivo". No evento, serão debatidos os ganhos de eficiência e produtividade gerados pelo aumento da conectividade no país. O seminário acontece em São Paulo, no Tucarena (rua Monte Alegre, 1.024, Perdizes), das 9h às 13h. Para assistir aos debates, gratuitos, é preciso se inscrever pelo telefone 0800-777-0360 ou pelo e-mail [email protected]. Conheça abaixo os participantes dos debates, que abordarão os resultados e possibilidades da digitalização em áreas como indústria, distribuição de energia e mobilidade: Digitalização: soluções para um Brasil mais competitivo - Dia 28 de setembro, no Tucarena * Alessandro Germano Possui mais de 15 anos de experiência profissional nas áreas de inovação, desenvolvimento de novos negócios, gestão de parcerias e start-ups. Atualmente lidera a equipe de parcerias estratégica s para uma ampla gama de produtos no Google Brasil, entre os quais os relacionados ao Google Maps. É o responsável pelo estabelecimento de múltiplas parcerias ligadas à mobilidade urbana com entidades governamentais em todas as esferas, e com empresas das mais diversas. Engenheiro eletricista pela Escola Politécnica da USP, e mestre em administração pela FGV-SP, possui especialização em inovação pela Stanford University e é docente do Senac São Paulo na mesma área. - Frederico Bussinger Engenheiro e economista, atua como consultor em planejamento e gestão portuária e hidroviária, logística, transporte público, manutenção e planejamento urbano. Foi secretário municipal de Transportes em São Paulo de 2005 a 2007, na administração José Serra (PSDB) e secretário-executivo do Ministério dos Transportes no governo Itamar Franco (1992-94). - Guilherme Mendonça Atual vice-presidente sênior da divisão Energy Management da Siemens, é formado em Engenharia Elétrica pela Inatel, possui MBA em Finanças pelo Ibmec (atual Insper). Ocupou diversos cargos na companhia desde 1992, incluindo postos na Alemanha. - Harald Zwetkoff Atual presidente da ViaQuatro, concessionária da Linha 4-Amarela do metrô de São Paul. É formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais e pós-graduado em Business Administration pela Universidade Heriot-Watt, do Reino Unido. Com atuação na área de concessões desde 1995, foi presidente da Controlar, em São Paulo, e da CCR Metrô Bahia - concessionária responsável pela implantação e operação do sistema metroviário de Salvador e Lauro de Freitas. - João Gouveia Ferrão Neto Engenheiro industrial mecânico, foi gerente de Operações, Superintendente Regional e Diretor de Operações na Ferrovia Paulista (Fepasa), Diretor de Operações e Presidente da Ferrovia Bandeirante (Ferroban) e Diretor de Operações na Brasil Ferrovias. Em 2005, assumiu a Diretoria de Operações da SuperVia e foi responsável pela instalação do Centro de Controle Operacional da concessionária. Em 2000, foi eleito o Ferroviário do Ano em prêmio concedido pela Revista Ferroviária. - José Ragone Presidente da transmissora de energia Taesa, começou sua carreira na Cemig (Companhia Energética de MG), em que trabalhou de 1983 a 2010. Também ocupou a Superintendência de Operação e Manutenção de Rede da Light, da Grande Rio de Janeiro. Graduado em Engenharia Elétrica pela PUC de Minas Gerais em 1986, com ênfase em Sistemas Elétricos de Potência, possui MBA empresarial em Gestão de Negócios pelo Ibmec (atual Insper) e diversos cursos de especialização na área de energia. - Luís Mamede Gerente de Sistemas de Performance para a América do Sul no grupo Linde, é formado em Engenharia Elétrica pela FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), com MBA pelo Centro Universitário Nove de Julho. Atua há mais de 17 anos em automação e integração de sistemas, com experiência internacional adquirida em formação de equipe, gerenciamento de projetos, concepção de sistemas, desenvolvimento e implementação de soluções de otimização de processos. - Maria Luisa Campos Machado Leal Economista, ocupou diversos cargos de gestão nos governos federal e do Estado de Minas Gerais, entre eles secretária-adjunta e secretária de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, secretária nacional de Programas de Desenvolvimento do Ministério do Turismo e assessora-chefe da Secretaria de Relações Institucionais. Atualmente é diretora da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. - Ozires Silva Engenheiro aeronáutico pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), com pós-graduação em Aeronáutica pelo Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), nos EUA. Foi presidente da Embraer entre os anos de 1970 e 1986 e novamente entre 1991 e 1995. Também presidiu a Petrobras e a Varig, além de ter ocupado o cargo de ministro da infraestrutura. Atualmente, é presidente do Conselho do Grupo Ânima e reitor do Centro Universitário Unimonte (Universidade Monte Serrat). - Renato Buselli Vice-presidente sênior da divisão Digital Factory da Siemens, é engenheiro eletricista pela FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), com especialização em Administração Industrial pela USP (Universidade de São Paulo. Na empresa desde 1986, ocupou cargos nas divisões de instalações elétricas, eletromedicina e industrial, entre outros. - Rodrigo da Rocha Loures É presidente do Conselho Deliberativo do Ibpq (Instituto Brasileiro da Qualidade e da Produtividade) e presidente do Conselho Superior de Inovação e Competitividade da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Formou-se em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e foi professor na Faculdade de Administração da Universidade Federal do Paraná e na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. - Rosana Jamal Fernandes É sócia-fundadora da Baita, aceleradora de start-ups, e presidente do Unicamp Ventures, rede de relacionamento de empreendedores ligados a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Foi Diretora de Desenvolvimento de Produtos para América Latina da Motorola Mobility, onde liderou o desenvolvimento de produtos para o mercado regional e global. Formou-se em Ciências da Computação pela Unicamp, tem MBA pela FIA/ USP e especialização em governança corporativa pelo Ibgc (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa). - Sergio Vezza É diretor de Tecnologia da Informação da Ambev e formado em Engenharia Eletrônica pela Escola de Engenharia Mauá, com pós-graduação em Administração de Empresas na Fundação Getulio Vargas e MBA pela Universidade AmBev/Ibmec. Começou na Ambev como especialista de Sistemas em 1995. Desde então, trabalhou na área de vendas por dois anos e ocupou cargos como gerente de Sistemas e gerente de Serviços, entre outros. - Teresa Vernaglia Vice-presidente da AES Eletropaulo, é graduada em Engenharia Elétrica, com ênfase em Telecomunicações, pela Faculdade de Engenharia de Sorocaba. Por dez anos, esteve à frente da AES Atimus, antigas AES Eletropaulo Telecom e AES Com Rio. Já atuou nas empresas NEC do Brasil e Nextel.
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Conheça os participantes do fórum que discutirá digitalização no BrasilA Folha realiza na segunda-feira (28) o "Fórum Digitalização: Soluções para um Brasil mais competitivo". No evento, serão debatidos os ganhos de eficiência e produtividade gerados pelo aumento da conectividade no país. O seminário acontece em São Paulo, no Tucarena (rua Monte Alegre, 1.024, Perdizes), das 9h às 13h. Para assistir aos debates, gratuitos, é preciso se inscrever pelo telefone 0800-777-0360 ou pelo e-mail [email protected]. Conheça abaixo os participantes dos debates, que abordarão os resultados e possibilidades da digitalização em áreas como indústria, distribuição de energia e mobilidade: Digitalização: soluções para um Brasil mais competitivo - Dia 28 de setembro, no Tucarena * Alessandro Germano Possui mais de 15 anos de experiência profissional nas áreas de inovação, desenvolvimento de novos negócios, gestão de parcerias e start-ups. Atualmente lidera a equipe de parcerias estratégica s para uma ampla gama de produtos no Google Brasil, entre os quais os relacionados ao Google Maps. É o responsável pelo estabelecimento de múltiplas parcerias ligadas à mobilidade urbana com entidades governamentais em todas as esferas, e com empresas das mais diversas. Engenheiro eletricista pela Escola Politécnica da USP, e mestre em administração pela FGV-SP, possui especialização em inovação pela Stanford University e é docente do Senac São Paulo na mesma área. - Frederico Bussinger Engenheiro e economista, atua como consultor em planejamento e gestão portuária e hidroviária, logística, transporte público, manutenção e planejamento urbano. Foi secretário municipal de Transportes em São Paulo de 2005 a 2007, na administração José Serra (PSDB) e secretário-executivo do Ministério dos Transportes no governo Itamar Franco (1992-94). - Guilherme Mendonça Atual vice-presidente sênior da divisão Energy Management da Siemens, é formado em Engenharia Elétrica pela Inatel, possui MBA em Finanças pelo Ibmec (atual Insper). Ocupou diversos cargos na companhia desde 1992, incluindo postos na Alemanha. - Harald Zwetkoff Atual presidente da ViaQuatro, concessionária da Linha 4-Amarela do metrô de São Paul. É formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais e pós-graduado em Business Administration pela Universidade Heriot-Watt, do Reino Unido. Com atuação na área de concessões desde 1995, foi presidente da Controlar, em São Paulo, e da CCR Metrô Bahia - concessionária responsável pela implantação e operação do sistema metroviário de Salvador e Lauro de Freitas. - João Gouveia Ferrão Neto Engenheiro industrial mecânico, foi gerente de Operações, Superintendente Regional e Diretor de Operações na Ferrovia Paulista (Fepasa), Diretor de Operações e Presidente da Ferrovia Bandeirante (Ferroban) e Diretor de Operações na Brasil Ferrovias. Em 2005, assumiu a Diretoria de Operações da SuperVia e foi responsável pela instalação do Centro de Controle Operacional da concessionária. Em 2000, foi eleito o Ferroviário do Ano em prêmio concedido pela Revista Ferroviária. - José Ragone Presidente da transmissora de energia Taesa, começou sua carreira na Cemig (Companhia Energética de MG), em que trabalhou de 1983 a 2010. Também ocupou a Superintendência de Operação e Manutenção de Rede da Light, da Grande Rio de Janeiro. Graduado em Engenharia Elétrica pela PUC de Minas Gerais em 1986, com ênfase em Sistemas Elétricos de Potência, possui MBA empresarial em Gestão de Negócios pelo Ibmec (atual Insper) e diversos cursos de especialização na área de energia. - Luís Mamede Gerente de Sistemas de Performance para a América do Sul no grupo Linde, é formado em Engenharia Elétrica pela FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), com MBA pelo Centro Universitário Nove de Julho. Atua há mais de 17 anos em automação e integração de sistemas, com experiência internacional adquirida em formação de equipe, gerenciamento de projetos, concepção de sistemas, desenvolvimento e implementação de soluções de otimização de processos. - Maria Luisa Campos Machado Leal Economista, ocupou diversos cargos de gestão nos governos federal e do Estado de Minas Gerais, entre eles secretária-adjunta e secretária de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, secretária nacional de Programas de Desenvolvimento do Ministério do Turismo e assessora-chefe da Secretaria de Relações Institucionais. Atualmente é diretora da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. - Ozires Silva Engenheiro aeronáutico pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), com pós-graduação em Aeronáutica pelo Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), nos EUA. Foi presidente da Embraer entre os anos de 1970 e 1986 e novamente entre 1991 e 1995. Também presidiu a Petrobras e a Varig, além de ter ocupado o cargo de ministro da infraestrutura. Atualmente, é presidente do Conselho do Grupo Ânima e reitor do Centro Universitário Unimonte (Universidade Monte Serrat). - Renato Buselli Vice-presidente sênior da divisão Digital Factory da Siemens, é engenheiro eletricista pela FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), com especialização em Administração Industrial pela USP (Universidade de São Paulo. Na empresa desde 1986, ocupou cargos nas divisões de instalações elétricas, eletromedicina e industrial, entre outros. - Rodrigo da Rocha Loures É presidente do Conselho Deliberativo do Ibpq (Instituto Brasileiro da Qualidade e da Produtividade) e presidente do Conselho Superior de Inovação e Competitividade da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Formou-se em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e foi professor na Faculdade de Administração da Universidade Federal do Paraná e na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. - Rosana Jamal Fernandes É sócia-fundadora da Baita, aceleradora de start-ups, e presidente do Unicamp Ventures, rede de relacionamento de empreendedores ligados a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Foi Diretora de Desenvolvimento de Produtos para América Latina da Motorola Mobility, onde liderou o desenvolvimento de produtos para o mercado regional e global. Formou-se em Ciências da Computação pela Unicamp, tem MBA pela FIA/ USP e especialização em governança corporativa pelo Ibgc (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa). - Sergio Vezza É diretor de Tecnologia da Informação da Ambev e formado em Engenharia Eletrônica pela Escola de Engenharia Mauá, com pós-graduação em Administração de Empresas na Fundação Getulio Vargas e MBA pela Universidade AmBev/Ibmec. Começou na Ambev como especialista de Sistemas em 1995. Desde então, trabalhou na área de vendas por dois anos e ocupou cargos como gerente de Sistemas e gerente de Serviços, entre outros. - Teresa Vernaglia Vice-presidente da AES Eletropaulo, é graduada em Engenharia Elétrica, com ênfase em Telecomunicações, pela Faculdade de Engenharia de Sorocaba. Por dez anos, esteve à frente da AES Atimus, antigas AES Eletropaulo Telecom e AES Com Rio. Já atuou nas empresas NEC do Brasil e Nextel.
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Para líder do Nenhum de Nós, país vive 'momento delicado para a democracia'
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Os quase 30 anos de estrada não garantiram ao Nenhum de Nós uma unidade no posicionamento político da banda. Embora não tenha a mesma opinião dos outros integrantes, o vocalista Thedy Corrêa diz ser importante se posicionar em um "momento delicado para democracia, com o renascimento de um conservadorismo perigoso". Para o cantor, é papel do artista provocar a reflexão do público. Diz sentir-se "desconfortável em ficar quieto" diante dos últimos acontecimentos no Brasil. No "TV Folha Playlist", programa musical publicado aos sábados no site da Folha, Thedy apresenta "Você vai Lembrar de Mim", do disco "Paz e Amor" (1999). Veja vídeo Definida por Thedy como "romântica demais", a canção do vídeo acima é um dos sucessos da história recente da banda, que acumula outros hits oitentistas como "Camila, Camila", "Sobre o Tempo", além de "O Astronauta de Mármore", famosa versão tupiniquim de "Starman", composta e interpretada por David Bowie. Já a "Foi Amor", do vídeo abaixo, faz parte do livro de poemas de Thedy chamado "Bruto". Compõe o mais recente álbum da banda, "Sempre é Hoje", e tem a participação de Roberta Campos. "A música pedia uma voz feminina" Veja vídeo Essas e outras músicas estarão no show que a banda faz em São Paulo neste sábado. "SEMPRE É HOJE TOUR QUANDO sáb. às 21h30 ONDE Teatro J. Safra, rua Josef Kryss, 318, Barra Funda, São Paulo, SP, tel. (11) 2626-0243 QUANTO de R$ 40 a R$ 100.
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Para líder do Nenhum de Nós, país vive 'momento delicado para a democracia'Os quase 30 anos de estrada não garantiram ao Nenhum de Nós uma unidade no posicionamento político da banda. Embora não tenha a mesma opinião dos outros integrantes, o vocalista Thedy Corrêa diz ser importante se posicionar em um "momento delicado para democracia, com o renascimento de um conservadorismo perigoso". Para o cantor, é papel do artista provocar a reflexão do público. Diz sentir-se "desconfortável em ficar quieto" diante dos últimos acontecimentos no Brasil. No "TV Folha Playlist", programa musical publicado aos sábados no site da Folha, Thedy apresenta "Você vai Lembrar de Mim", do disco "Paz e Amor" (1999). Veja vídeo Definida por Thedy como "romântica demais", a canção do vídeo acima é um dos sucessos da história recente da banda, que acumula outros hits oitentistas como "Camila, Camila", "Sobre o Tempo", além de "O Astronauta de Mármore", famosa versão tupiniquim de "Starman", composta e interpretada por David Bowie. Já a "Foi Amor", do vídeo abaixo, faz parte do livro de poemas de Thedy chamado "Bruto". Compõe o mais recente álbum da banda, "Sempre é Hoje", e tem a participação de Roberta Campos. "A música pedia uma voz feminina" Veja vídeo Essas e outras músicas estarão no show que a banda faz em São Paulo neste sábado. "SEMPRE É HOJE TOUR QUANDO sáb. às 21h30 ONDE Teatro J. Safra, rua Josef Kryss, 318, Barra Funda, São Paulo, SP, tel. (11) 2626-0243 QUANTO de R$ 40 a R$ 100.
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Veja o cartum da série "Ogro" na edição deste domingo
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RAFA CAMPOS, 45, é ilustrador e cartunista, autor de "Deus, Essa Gostosa" (Quadrinhos na Cia.).
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ilustrissima
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Veja o cartum da série "Ogro" na edição deste domingoRAFA CAMPOS, 45, é ilustrador e cartunista, autor de "Deus, Essa Gostosa" (Quadrinhos na Cia.).
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Bairro Meireles, em Fortaleza, é tendência de hospedagem para 2016
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O bairro Meireles, em Fortaleza (CE), deve ser uma das tendências para hospedagem em 2016, segundo um levantamento do site de aluguel de imóveis por temporada Airbnb. A plataforma analisou os padrões de viagens de mais de 40 milhões de usuários que alugaram imóveis anunciados em 2015 para descobrir quais bairros ganharam mais popularidade. O topo do ranking, que reuniu 16 localidades ao redor do mundo, foi dominado por bairros asiáticos –os três primeiros ficam, respectivamente, em Osaka (Japão), Bancoc (Tailândia) e Kuala Lumpur (Malásia). A lista tem ainda bairros europeus, em cidades como Atenas, Sevilha e Hamburgo, e três nos Estados Unidos. Segundo o Airbnb, os locais da lista estão em algumas das cidades onde as reservas crescem mais rapidamente –caso de Cidade do México, Budapeste e Buenos Aires. Única brasileira, a região do Meireles ficou em nono lugar. O bairro, polo hoteleiro da capital cearense, está à beira-mar –ainda que a orla nem sempre esteja própria para banho. A proximidade com o centro e o Mercado Central também funcionam como atrativos. Segundo o Airbnb, a maioria dos hóspedes prefere ficar fora de bairros centrais tradicionais –por isso, vizinhanças famosas não estão na lista. Veja abaixo o ranking completo. *
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turismo
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Bairro Meireles, em Fortaleza, é tendência de hospedagem para 2016O bairro Meireles, em Fortaleza (CE), deve ser uma das tendências para hospedagem em 2016, segundo um levantamento do site de aluguel de imóveis por temporada Airbnb. A plataforma analisou os padrões de viagens de mais de 40 milhões de usuários que alugaram imóveis anunciados em 2015 para descobrir quais bairros ganharam mais popularidade. O topo do ranking, que reuniu 16 localidades ao redor do mundo, foi dominado por bairros asiáticos –os três primeiros ficam, respectivamente, em Osaka (Japão), Bancoc (Tailândia) e Kuala Lumpur (Malásia). A lista tem ainda bairros europeus, em cidades como Atenas, Sevilha e Hamburgo, e três nos Estados Unidos. Segundo o Airbnb, os locais da lista estão em algumas das cidades onde as reservas crescem mais rapidamente –caso de Cidade do México, Budapeste e Buenos Aires. Única brasileira, a região do Meireles ficou em nono lugar. O bairro, polo hoteleiro da capital cearense, está à beira-mar –ainda que a orla nem sempre esteja própria para banho. A proximidade com o centro e o Mercado Central também funcionam como atrativos. Segundo o Airbnb, a maioria dos hóspedes prefere ficar fora de bairros centrais tradicionais –por isso, vizinhanças famosas não estão na lista. Veja abaixo o ranking completo. *
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Minha vida: O neurologista diante da morte
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RESUMO Autor prolífico de livros populares de divulgação científica, o neurologista Oliver Sacks descobriu recentemente metástases, não tratáveis, de um câncer que tem há nove anos. Neste texto, ele fala de como quer viver seus últimos meses e dos esforços necessários para fazer o que chama de um acerto de contas com a vida. * Um mês atrás, eu me sentia gozando de boa saúde; diria até que de uma saúde de ferro. Aos 81, ainda nado 1.600 metros por dia. Mas minha sorte se esgotou –há algumas semanas, soube que tinha múltiplas metástases no fígado. Nove anos atrás, descobri que eu tinha um tumor de olho raro, um melanoma ocular. Apesar de as radiações e do laser para eliminar o tumor terem me deixado cego daquele olho, era muito improvável que um tumor daquele tipo se alastrasse. Eu estou entre os 2% desfavorecidos pela sorte. Sinto-me grato pelos nove anos produtivos e de boa saúde que tive após o diagnóstico original, mas agora estou cara a cara com a morte. A doença tomou um terço de meu fígado e, ainda que seja possível atrasar seu passo, o avanço desse tipo particular de câncer não pode ser impedido. O que me cabe agora é decidir como viverei os meses que me restam. Devo vivê-los da maneira mais rica, profunda e produtiva que puder. Nisso sou encorajado pelas palavras de um de meus filósofos favoritos, David Hume, que, aos 65 anos, sabendo-se acometido por uma doença mortal, escreveu, em um só dia de abril de 1776, uma breve autobiografia. Ele a intitulou "Minha Vida".1 "Conto agora com uma morte rápida", ele escreveu. "Tenho sofrido pouquíssima dor advinda de minha doença e, o que é mais estranho, apesar do rápido declínio de meu corpo, meu espírito nunca se abateu um momento sequer. [...]Possuo o mesmo ardor de sempre pelos estudos, e a mesma alegria na companhia de outras pessoas." Tive muita sorte de poder passar dos 80, e os 15 anos que me foram concedidos além das seis décadas e meia que viveu Hume, eu os vivi de forma tão plena de trabalho e amor quanto ele. Nesse período, publiquei cinco livros e terminei uma autobiografia, um bocado mais extensa que a dele, a sair nos próximos meses;2 tenho vários outros livros quase concluídos. Hume seguia: "Sou [...] um homem de disposição cordial, senhor de si mesmo, de humor franco, social e jovial, capaz de amizade, mas pouco suscetível a inimizades e de grande moderação em todas as suas paixões". Nesse ponto minha experiência se afasta da dele. Embora eu tenha vivido amores e amizades e não tenha inimizades reais, não posso dizer (nem ninguém que me conhece poderia) que sou um homem de disposição cordial. Ao contrário, meu caráter é veemente, sou capaz de me entusiasmar de forma violenta e sou extremamente imoderado no que diz respeito a qualquer de minhas paixões. Ainda assim, uma linha do ensaio de Hume me parece especialmente verdadeira: "É difícil", escreve, "sentir maior distanciamento da vida do que este que sinto neste momento". Ao longo dos últimos dias, eu pude ver minha vida como se a observasse desde uma grande altitude, como se ela fosse uma espécie de paisagem, e com a percepção cada vez mais aguda da conexão entre todas as suas partes. Isso não quer dizer que eu tenha dado minha vida por encerrada. Ao contrário: sinto-me intensamente vivo, e quero e espero que, no tempo que resta, eu possa aprofundar minhas amizades, dizer adeus aos que amo, escrever mais, viajar, se tiver força para tanto, alcançar novos graus de entendimento e de discernimento. Isso vai requerer audácia, clareza e franqueza; é uma tentativa de acertar as contas com o mundo. Mas haverá tempo, também, para diversão (e até mesmo para um tanto de tolices). Sinto uma súbita nitidez de foco e de perspectiva. Não há tempo para nada que não seja essencial. Preciso me concentrar em mim, no meu trabalho, nos meus amigos. Não vou mais assistir ao noticiário na televisão toda noite. Não darei mais atenção alguma à política ou ao aquecimento global. Isso não é indiferença, mas distanciamento –eu ainda me preocupo muito com o Oriente Médio, aquecimento global, o crescimento da desigualdade, mas esses assuntos não me cabem mais; eles cabem ao futuro. Eu me alegro quando encontro gente jovem e talentosa –inclusive a que fez a biópsia que constatou minhas metástases. Eu sinto que o futuro está em boas mãos. Fiquei mais e mais atento, nos últimos dez anos, à morte de contemporâneos meus. Minha geração está de saída, e cada uma dessas mortes eu senti de forma abrupta, como se uma parte de mim me fosse arrancada. Não haverá mais ninguém como nós quando todos nós tivermos ido embora, mas é um fato que não há no mundo ninguém igual a outra pessoa, nunca. Quando alguém morre, não existe um substituto possível. Cada um deixa um vazio que não pode ser preenchido, pois é o destino –genético e neural–de cada humano ser um indivíduo único, que deve achar seu próprio caminho, viver sua própria vida e morrer sua própria morte. Não posso fingir não ter medo. Mas o sentimento que predomina em mim é a gratidão. Eu amei e fui amado; tive muito e dei muito em troca; eu li, e viajei, e pensei, e escrevi. Eu tive com o mundo o relacionamento especial que os escritores e os leitores têm com ele. Acima de tudo, eu fui um ser senciente, um animal pensante sobre este belo planeta, o que, por si só, já foi um enorme privilégio e uma aventura. Notas 1. O ensaio autobiográfico de David Hume (1711-76) foi publicado no Brasil no livro "Da Imortalidade da Alma e Outros Textos Póstumos" (ed. Unijuí, 2006). Os trechos citados por Oliver Sacks seguem, aqui, a tradução de Daniel Swoboda Murialdo para o citado volume, salvo quanto ao termo "detachment". Lá traduzido como "desinteresse", tem também a acepção de "distanciamento", mais apropriada ao que descreve Sacks. 2. A autobiografia de Oliver Sacks será publicada pela Companhia das Letras em data a definir, ainda em 2015. OLIVER SACKS, 81, é médico neurologista e escritor. FRANCESCA ANGIOLILLO, 42, é editora-adjunta da "Ilustríssima".
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ilustrissima
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Minha vida: O neurologista diante da morteRESUMO Autor prolífico de livros populares de divulgação científica, o neurologista Oliver Sacks descobriu recentemente metástases, não tratáveis, de um câncer que tem há nove anos. Neste texto, ele fala de como quer viver seus últimos meses e dos esforços necessários para fazer o que chama de um acerto de contas com a vida. * Um mês atrás, eu me sentia gozando de boa saúde; diria até que de uma saúde de ferro. Aos 81, ainda nado 1.600 metros por dia. Mas minha sorte se esgotou –há algumas semanas, soube que tinha múltiplas metástases no fígado. Nove anos atrás, descobri que eu tinha um tumor de olho raro, um melanoma ocular. Apesar de as radiações e do laser para eliminar o tumor terem me deixado cego daquele olho, era muito improvável que um tumor daquele tipo se alastrasse. Eu estou entre os 2% desfavorecidos pela sorte. Sinto-me grato pelos nove anos produtivos e de boa saúde que tive após o diagnóstico original, mas agora estou cara a cara com a morte. A doença tomou um terço de meu fígado e, ainda que seja possível atrasar seu passo, o avanço desse tipo particular de câncer não pode ser impedido. O que me cabe agora é decidir como viverei os meses que me restam. Devo vivê-los da maneira mais rica, profunda e produtiva que puder. Nisso sou encorajado pelas palavras de um de meus filósofos favoritos, David Hume, que, aos 65 anos, sabendo-se acometido por uma doença mortal, escreveu, em um só dia de abril de 1776, uma breve autobiografia. Ele a intitulou "Minha Vida".1 "Conto agora com uma morte rápida", ele escreveu. "Tenho sofrido pouquíssima dor advinda de minha doença e, o que é mais estranho, apesar do rápido declínio de meu corpo, meu espírito nunca se abateu um momento sequer. [...]Possuo o mesmo ardor de sempre pelos estudos, e a mesma alegria na companhia de outras pessoas." Tive muita sorte de poder passar dos 80, e os 15 anos que me foram concedidos além das seis décadas e meia que viveu Hume, eu os vivi de forma tão plena de trabalho e amor quanto ele. Nesse período, publiquei cinco livros e terminei uma autobiografia, um bocado mais extensa que a dele, a sair nos próximos meses;2 tenho vários outros livros quase concluídos. Hume seguia: "Sou [...] um homem de disposição cordial, senhor de si mesmo, de humor franco, social e jovial, capaz de amizade, mas pouco suscetível a inimizades e de grande moderação em todas as suas paixões". Nesse ponto minha experiência se afasta da dele. Embora eu tenha vivido amores e amizades e não tenha inimizades reais, não posso dizer (nem ninguém que me conhece poderia) que sou um homem de disposição cordial. Ao contrário, meu caráter é veemente, sou capaz de me entusiasmar de forma violenta e sou extremamente imoderado no que diz respeito a qualquer de minhas paixões. Ainda assim, uma linha do ensaio de Hume me parece especialmente verdadeira: "É difícil", escreve, "sentir maior distanciamento da vida do que este que sinto neste momento". Ao longo dos últimos dias, eu pude ver minha vida como se a observasse desde uma grande altitude, como se ela fosse uma espécie de paisagem, e com a percepção cada vez mais aguda da conexão entre todas as suas partes. Isso não quer dizer que eu tenha dado minha vida por encerrada. Ao contrário: sinto-me intensamente vivo, e quero e espero que, no tempo que resta, eu possa aprofundar minhas amizades, dizer adeus aos que amo, escrever mais, viajar, se tiver força para tanto, alcançar novos graus de entendimento e de discernimento. Isso vai requerer audácia, clareza e franqueza; é uma tentativa de acertar as contas com o mundo. Mas haverá tempo, também, para diversão (e até mesmo para um tanto de tolices). Sinto uma súbita nitidez de foco e de perspectiva. Não há tempo para nada que não seja essencial. Preciso me concentrar em mim, no meu trabalho, nos meus amigos. Não vou mais assistir ao noticiário na televisão toda noite. Não darei mais atenção alguma à política ou ao aquecimento global. Isso não é indiferença, mas distanciamento –eu ainda me preocupo muito com o Oriente Médio, aquecimento global, o crescimento da desigualdade, mas esses assuntos não me cabem mais; eles cabem ao futuro. Eu me alegro quando encontro gente jovem e talentosa –inclusive a que fez a biópsia que constatou minhas metástases. Eu sinto que o futuro está em boas mãos. Fiquei mais e mais atento, nos últimos dez anos, à morte de contemporâneos meus. Minha geração está de saída, e cada uma dessas mortes eu senti de forma abrupta, como se uma parte de mim me fosse arrancada. Não haverá mais ninguém como nós quando todos nós tivermos ido embora, mas é um fato que não há no mundo ninguém igual a outra pessoa, nunca. Quando alguém morre, não existe um substituto possível. Cada um deixa um vazio que não pode ser preenchido, pois é o destino –genético e neural–de cada humano ser um indivíduo único, que deve achar seu próprio caminho, viver sua própria vida e morrer sua própria morte. Não posso fingir não ter medo. Mas o sentimento que predomina em mim é a gratidão. Eu amei e fui amado; tive muito e dei muito em troca; eu li, e viajei, e pensei, e escrevi. Eu tive com o mundo o relacionamento especial que os escritores e os leitores têm com ele. Acima de tudo, eu fui um ser senciente, um animal pensante sobre este belo planeta, o que, por si só, já foi um enorme privilégio e uma aventura. Notas 1. O ensaio autobiográfico de David Hume (1711-76) foi publicado no Brasil no livro "Da Imortalidade da Alma e Outros Textos Póstumos" (ed. Unijuí, 2006). Os trechos citados por Oliver Sacks seguem, aqui, a tradução de Daniel Swoboda Murialdo para o citado volume, salvo quanto ao termo "detachment". Lá traduzido como "desinteresse", tem também a acepção de "distanciamento", mais apropriada ao que descreve Sacks. 2. A autobiografia de Oliver Sacks será publicada pela Companhia das Letras em data a definir, ainda em 2015. OLIVER SACKS, 81, é médico neurologista e escritor. FRANCESCA ANGIOLILLO, 42, é editora-adjunta da "Ilustríssima".
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Utopia e desejo guiam novo disco de Silva, que faz três shows nesta semana; leia bate-papo
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VICTORIA AZEVEDO DE SÃO PAULO "É muito mais minimalista do que os outros que já gravei. Vai direto ao ponto", diz o cantor capixaba Silva, 28. Ele se refere ao seu álbum mais recente, "Júpiter", lançado em 2015 e base para o repertório dos shows que faz na sexta (5), no sábado (6) e no domingo (7), no Sesc Vila Mariana. Para ele, "Júpiter" é um lugar utópico, "uma vontade", sem endereço ou direções. "Queria falar de liberdade. Já que não temos tanto disso aqui, propus que fôssemos para Júpiter", diz. Seria também uma metáfora para "começar de novo", como aparece na faixa-título. A inspiração também tem raiz estética, por ser "um nome poderoso", e em uma lembrança afetiva do passado. "Tive uma formação musical muito erudita e ouvia um vinil de música clássica que trazia uma sinfonia de Mozart com esse mesmo nome", afirma. O amor dá o tom de grande parte das composições no trabalho, apesar de Silva não se considerar um cantor apaixonado. "É uma dificuldade me definir como se faria com o Julio Iglesias", ri. "Não sou um cara romântico, mas gosto de cantar sobre amor. Tenho momentos." Apenas uma faixa não é de autoria de Silva -uma versão com sons de R&B e batidas eletrônicas para "Marina", de Dorival Caymmi, uma das grandes surpresas do álbum. Das 11 composições, nove foram feitas em parceria com seu irmão, Lucas Silva. "A experiência de compor veio de uma hora pra outra. Eu não tinha a ambição de escrever músicas, acabou acontecendo com o tempo." Para não ficar entediado, diz, Silva optou por mudar seu processo de produção. "Investi na estrutura mais tradicional: trabalhar a melodia e colocar a letra em cima. Teve gente que estranhou as músicas com refrões." Sesc Vila Mariana - teatro. R. Pelotas, 141, Vila Mariana, região sul, tel. 5080-3000. 620 lugares. Sex. (5) e sáb. (6): 21h. Dom. (7): 18h. 90 min. 12 anos. Ingr.: R$ 7,50 a R$ 25. Estac. a partir de R$ 4,50.
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saopaulo
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Utopia e desejo guiam novo disco de Silva, que faz três shows nesta semana; leia bate-papoVICTORIA AZEVEDO DE SÃO PAULO "É muito mais minimalista do que os outros que já gravei. Vai direto ao ponto", diz o cantor capixaba Silva, 28. Ele se refere ao seu álbum mais recente, "Júpiter", lançado em 2015 e base para o repertório dos shows que faz na sexta (5), no sábado (6) e no domingo (7), no Sesc Vila Mariana. Para ele, "Júpiter" é um lugar utópico, "uma vontade", sem endereço ou direções. "Queria falar de liberdade. Já que não temos tanto disso aqui, propus que fôssemos para Júpiter", diz. Seria também uma metáfora para "começar de novo", como aparece na faixa-título. A inspiração também tem raiz estética, por ser "um nome poderoso", e em uma lembrança afetiva do passado. "Tive uma formação musical muito erudita e ouvia um vinil de música clássica que trazia uma sinfonia de Mozart com esse mesmo nome", afirma. O amor dá o tom de grande parte das composições no trabalho, apesar de Silva não se considerar um cantor apaixonado. "É uma dificuldade me definir como se faria com o Julio Iglesias", ri. "Não sou um cara romântico, mas gosto de cantar sobre amor. Tenho momentos." Apenas uma faixa não é de autoria de Silva -uma versão com sons de R&B e batidas eletrônicas para "Marina", de Dorival Caymmi, uma das grandes surpresas do álbum. Das 11 composições, nove foram feitas em parceria com seu irmão, Lucas Silva. "A experiência de compor veio de uma hora pra outra. Eu não tinha a ambição de escrever músicas, acabou acontecendo com o tempo." Para não ficar entediado, diz, Silva optou por mudar seu processo de produção. "Investi na estrutura mais tradicional: trabalhar a melodia e colocar a letra em cima. Teve gente que estranhou as músicas com refrões." Sesc Vila Mariana - teatro. R. Pelotas, 141, Vila Mariana, região sul, tel. 5080-3000. 620 lugares. Sex. (5) e sáb. (6): 21h. Dom. (7): 18h. 90 min. 12 anos. Ingr.: R$ 7,50 a R$ 25. Estac. a partir de R$ 4,50.
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Lojas em Pinheiros têm opções de decoração para equipar a casa ou presentear os amigos; veja
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MICHELE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo A rua Mateus Grou, em Pinheiros, reúne, ao longo de dois quarteirões, diversas lojas para equipar a casa ou presentear os amigos nas festas de final de ano. Confira abaixo a seleção de produtos feita pela sãopaulo. * Ricardo Bueno e Filipe Guedes sócios da Galeria Nacional Como é feita a curadoria de produtos da galeria? Nosso critério está baseado no desenho. Buscamos apresentar às pessoas o que de fato acreditamos ser ou representar o design brasileiro. Por que a Galeria Nacional trocou os Jardins pela rua Mateus Grou? Porque Pinheiros é um bairro que está se reinventando, com pessoas que gostam de fazer coisas a pé e descobrir o entorno. É uma cultura que tem tudo a ver com nossos princípios e uma nova maneira de ver a cidade.
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saopaulo
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Lojas em Pinheiros têm opções de decoração para equipar a casa ou presentear os amigos; vejaMICHELE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo A rua Mateus Grou, em Pinheiros, reúne, ao longo de dois quarteirões, diversas lojas para equipar a casa ou presentear os amigos nas festas de final de ano. Confira abaixo a seleção de produtos feita pela sãopaulo. * Ricardo Bueno e Filipe Guedes sócios da Galeria Nacional Como é feita a curadoria de produtos da galeria? Nosso critério está baseado no desenho. Buscamos apresentar às pessoas o que de fato acreditamos ser ou representar o design brasileiro. Por que a Galeria Nacional trocou os Jardins pela rua Mateus Grou? Porque Pinheiros é um bairro que está se reinventando, com pessoas que gostam de fazer coisas a pé e descobrir o entorno. É uma cultura que tem tudo a ver com nossos princípios e uma nova maneira de ver a cidade.
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Poeta laureado versa sobre faina diária
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O "poeta laureado" dos EUA tende a ser muito ocupado, disse certa vez Howard Nemerov, porque ele ou ela passa muito tempo explicando o que significa seu trabalho. Com Juan Felipe Herrera poderia ser diferente. Como novo poeta americano laureado, gostaríamos de vê-lo escrevendo versos cerimoniais para eventos como a inauguração de pontes ou a morte de velhos soldados. Herrera é um poeta que gostaríamos de ouvir declamar no National Mall em Washington. Isso acontece em parte porque ele é um laureado incomum, filho de trabalhadores migrantes da Califórnia, um homem que compreende as pessoas que são esgotadas pela dura faina diária. Principalmente, porém, gostaríamos de ouvi-lo no National Mall porque seu trabalho é feito para ser dito em voz alta. Seus melhores poemas são polirrítmicos e marcados pela sagacidade. Veja, por exemplo, o longo poema "187 Reasons Mexicanos Can't Cross the Border (Remix)" [187 motivos pelos quais os mexicanos não podem cruzar a fronteira]. Nele o poeta ergue uma bandeira incomum, de uma maneira que lembra uma mistura de dois ativistas dos anos 1960, Oscar Zeta Acosta e Allen Ginsberg. Entre os motivos estão: "Porque é melhor ser desenraizado, inconsciente e violável"; "Porque os pesticidas ainda brilham em nossa pele"; "Porque vamos construir uma tenda de ritual indígena na frente do Bank of America"; "Porque estamos presos no realismo mágico"; e "Porque Freddy Fender não era o verdadeiro nome de Baldemar Huerta". Herrera, 66, que amadureceu como poeta em meio ao movimento cultural chicano, no sul da Califórnia no final dos anos 1960 e início dos 70, continua perto do chão em muitos de seus poemas mais vívidos. "Blood Gang Call" [Chamado do bando sanguinário], de 1999, inclui estes versos: "Calling all orange & lemon carriers, come down the ladder to this hole Calling all chile pepper sack humpers, you, yes, you the ones with a crucifix" [Chamando todos os carregadores de laranja e limão, / desçam a escada até este buraco / Chamando todos os carregadores de sacos de pimenta, /sim, vocês, que usam crucifixo] E o poema termina com: "Calling all tomato pickers, the old ones, wearing frayed radiator masks." [Chamando todos os catadores de tomates, /os velhos, que usam / máscaras de radiador gastas.] As melhores obras de Herrera estão compiladas em dois volumes: "Half of the World in Light: New and Selected Poems" e "187 Reasons Mexicanos Can't Cross the Border: Undocuments 1971-2007". Os encantos de Herrera são inegáveis. Quando ele está presente, entra em contato com o público e com os dons democráticos. Seus sentidos estão abertos para o mundo e sua postura na página é nobre e estranha, de um modo cativante. Em um poema de 2004, "Don't Worry, Baby", ele parece ter dons ocultos, e escreve: "Eu me preocupo com o karma de Bill Cosby". Aqui estão mais algumas coisas que, segundo seu poema, o mantêm acordado à noite: "Eu me preocupo com os sinais de emergência monolíngues"; "Eu me preocupo com as pessoas que usam a palavra folk"; "Eu me preocupo com o suprimento de vitamina D de Stephen King"; "Eu me preocupo com professores de jardim da infância que usam roupas combinando"; e, finalmente, "Eu me preocupo com pessoas que dizem 'Não se preocupe, nenê'". Esse poema foi publicado na coletânea "Notebooks of a Chile Verde Smuggler" [Anotações de um contrabandista de pimenta verde], lembrando-nos de que ele tem um dom para títulos. Dou as boas-vindas a Herrera. Poderemos vir a nos apoiar nele. Como diz um de seus poemas: "I want to write of love in the face of disaster." [Quero escrever sobre o amor diante do desastre.]
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Poeta laureado versa sobre faina diáriaO "poeta laureado" dos EUA tende a ser muito ocupado, disse certa vez Howard Nemerov, porque ele ou ela passa muito tempo explicando o que significa seu trabalho. Com Juan Felipe Herrera poderia ser diferente. Como novo poeta americano laureado, gostaríamos de vê-lo escrevendo versos cerimoniais para eventos como a inauguração de pontes ou a morte de velhos soldados. Herrera é um poeta que gostaríamos de ouvir declamar no National Mall em Washington. Isso acontece em parte porque ele é um laureado incomum, filho de trabalhadores migrantes da Califórnia, um homem que compreende as pessoas que são esgotadas pela dura faina diária. Principalmente, porém, gostaríamos de ouvi-lo no National Mall porque seu trabalho é feito para ser dito em voz alta. Seus melhores poemas são polirrítmicos e marcados pela sagacidade. Veja, por exemplo, o longo poema "187 Reasons Mexicanos Can't Cross the Border (Remix)" [187 motivos pelos quais os mexicanos não podem cruzar a fronteira]. Nele o poeta ergue uma bandeira incomum, de uma maneira que lembra uma mistura de dois ativistas dos anos 1960, Oscar Zeta Acosta e Allen Ginsberg. Entre os motivos estão: "Porque é melhor ser desenraizado, inconsciente e violável"; "Porque os pesticidas ainda brilham em nossa pele"; "Porque vamos construir uma tenda de ritual indígena na frente do Bank of America"; "Porque estamos presos no realismo mágico"; e "Porque Freddy Fender não era o verdadeiro nome de Baldemar Huerta". Herrera, 66, que amadureceu como poeta em meio ao movimento cultural chicano, no sul da Califórnia no final dos anos 1960 e início dos 70, continua perto do chão em muitos de seus poemas mais vívidos. "Blood Gang Call" [Chamado do bando sanguinário], de 1999, inclui estes versos: "Calling all orange & lemon carriers, come down the ladder to this hole Calling all chile pepper sack humpers, you, yes, you the ones with a crucifix" [Chamando todos os carregadores de laranja e limão, / desçam a escada até este buraco / Chamando todos os carregadores de sacos de pimenta, /sim, vocês, que usam crucifixo] E o poema termina com: "Calling all tomato pickers, the old ones, wearing frayed radiator masks." [Chamando todos os catadores de tomates, /os velhos, que usam / máscaras de radiador gastas.] As melhores obras de Herrera estão compiladas em dois volumes: "Half of the World in Light: New and Selected Poems" e "187 Reasons Mexicanos Can't Cross the Border: Undocuments 1971-2007". Os encantos de Herrera são inegáveis. Quando ele está presente, entra em contato com o público e com os dons democráticos. Seus sentidos estão abertos para o mundo e sua postura na página é nobre e estranha, de um modo cativante. Em um poema de 2004, "Don't Worry, Baby", ele parece ter dons ocultos, e escreve: "Eu me preocupo com o karma de Bill Cosby". Aqui estão mais algumas coisas que, segundo seu poema, o mantêm acordado à noite: "Eu me preocupo com os sinais de emergência monolíngues"; "Eu me preocupo com as pessoas que usam a palavra folk"; "Eu me preocupo com o suprimento de vitamina D de Stephen King"; "Eu me preocupo com professores de jardim da infância que usam roupas combinando"; e, finalmente, "Eu me preocupo com pessoas que dizem 'Não se preocupe, nenê'". Esse poema foi publicado na coletânea "Notebooks of a Chile Verde Smuggler" [Anotações de um contrabandista de pimenta verde], lembrando-nos de que ele tem um dom para títulos. Dou as boas-vindas a Herrera. Poderemos vir a nos apoiar nele. Como diz um de seus poemas: "I want to write of love in the face of disaster." [Quero escrever sobre o amor diante do desastre.]
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Alalaô: Por praticidade e para economizar, Folião leva 'kit álcool' para bloco
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RICARDO GALLO DE SÃO PAULO Kits com cerveja e bebidas alcoólicas foram o hit do bloco Ritaleena, que desfilou na tarde nublada de sábado (31) nas ruas de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Este final de semana marcou ... Leia post completo no blog
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cotidiano
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Alalaô: Por praticidade e para economizar, Folião leva 'kit álcool' para blocoRICARDO GALLO DE SÃO PAULO Kits com cerveja e bebidas alcoólicas foram o hit do bloco Ritaleena, que desfilou na tarde nublada de sábado (31) nas ruas de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Este final de semana marcou ... Leia post completo no blog
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Droga para diabetes ganha versão para tratar obesidade
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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta segunda-feira (29) o Saxenda, a primeira droga contra a obesidade no país desde 1998. O remédio deve chegar ao mercado no segundo semestre de 2016. O medicamento tem o mesmo princípio ativo do Victoza, aprovado no país em 2010 para o controle do diabetes tipo 2 e que, por causar perda de peso, gerou uma corrida às farmácias por pessoas que não tinham a doença. Na época, a Anvisa divulgou comunicado contraindicando qualquer uso do Victoza diferente do aprovado. "Já havia pistas de que a liraglutida [princípio ativo da droga] poderia ser eficaz na perda de peso, mas não sabíamos como se comportaria em não diabéticos", diz João Eduardo Salles, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia. A droga depois foi estudada especificamente para a obesidade e aprovada com esse fim -e outro nome- nos EUA, no Canadá e na Europa. A única diferença é a dose, maior na nova droga. REMÉDIO CONTRA OBESIDADE "O remédio é novo, ainda está sendo estudado e é preciso cautela, mas é um avanço no tratamento clínico da obesidade", avalia Salles. Hoje, há duas drogas disponíveis: sibutramina e orlistate. O uso do Saxenda é indicado para adultos com IMC (índice de massa corporal) de 30 ou mais (índice equivalente à obesidade) ou 27 ou mais (sobrepeso) desde que haja pelo menos uma outra doença associada ao peso. "Não é para tratar uma pessoa que quer perder uns quilinhos para o verão. O uso da droga tem que ter indicação médica", afirma Bruno Halpern, coordenador do Centro de Controle de Peso do Hospital 9 de Julho. COM RECEITA O preço não foi definido, mas deve ser similar ao do Victoza, que custa cerca de R$ 400. A droga terá tarja vermelha, o que requer receita médica. Na prática, porém, é raro que ela seja cobrada. "É provável que haja uso estético e abusivo, mas isso não invalida o uso por quem precisa", diz Halpern. Em nota, a Anvisa informou que o Saxenda foi aprovado para controle crônico de peso "em associação a uma dieta baixa em calorias e aumento de exercício físico" e que "a segurança do produto continuará sendo monitorada com estudos pós-comercialização". O acompanhamento médico é importante inclusive por conta dos possíveis efeitos colaterais. Segundo estudo com mais de 3.000 pacientes publicado na revista científica "New England Journal of Medicine", os mais comuns são distúrbios gastrointestinais, como náusea e vômito, mas também houve eventos adversos ligados a vesícula biliar. O efeito mais grave foi pancreatite (inflamação do pâncreas) em 10 dos 2.481 pacientes do grupo que tomou a droga. A doença já era fonte de preocupação desde o lançamento do Victoza, mas, segundo Salles, ela tem se mostrado rara na prática clínica. VETO E LIBERAÇÃO O debate sobre a liberação de alguns emagrecedores segue. Em 2011, a Anvisa vetou três drogas e tornou a venda da sibutramina mais rígida, por falta de estudos que atestem sua segurança. Mas um projeto de lei que permite a venda dessas drogas e proíbe a Anvisa de fazer vetos a essa questão tramita no Congresso. Após ser aprovado na Câmara e em comissões, o texto deve seguir agora para o plenário do Senado.
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equilibrioesaude
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Droga para diabetes ganha versão para tratar obesidadeA Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta segunda-feira (29) o Saxenda, a primeira droga contra a obesidade no país desde 1998. O remédio deve chegar ao mercado no segundo semestre de 2016. O medicamento tem o mesmo princípio ativo do Victoza, aprovado no país em 2010 para o controle do diabetes tipo 2 e que, por causar perda de peso, gerou uma corrida às farmácias por pessoas que não tinham a doença. Na época, a Anvisa divulgou comunicado contraindicando qualquer uso do Victoza diferente do aprovado. "Já havia pistas de que a liraglutida [princípio ativo da droga] poderia ser eficaz na perda de peso, mas não sabíamos como se comportaria em não diabéticos", diz João Eduardo Salles, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia. A droga depois foi estudada especificamente para a obesidade e aprovada com esse fim -e outro nome- nos EUA, no Canadá e na Europa. A única diferença é a dose, maior na nova droga. REMÉDIO CONTRA OBESIDADE "O remédio é novo, ainda está sendo estudado e é preciso cautela, mas é um avanço no tratamento clínico da obesidade", avalia Salles. Hoje, há duas drogas disponíveis: sibutramina e orlistate. O uso do Saxenda é indicado para adultos com IMC (índice de massa corporal) de 30 ou mais (índice equivalente à obesidade) ou 27 ou mais (sobrepeso) desde que haja pelo menos uma outra doença associada ao peso. "Não é para tratar uma pessoa que quer perder uns quilinhos para o verão. O uso da droga tem que ter indicação médica", afirma Bruno Halpern, coordenador do Centro de Controle de Peso do Hospital 9 de Julho. COM RECEITA O preço não foi definido, mas deve ser similar ao do Victoza, que custa cerca de R$ 400. A droga terá tarja vermelha, o que requer receita médica. Na prática, porém, é raro que ela seja cobrada. "É provável que haja uso estético e abusivo, mas isso não invalida o uso por quem precisa", diz Halpern. Em nota, a Anvisa informou que o Saxenda foi aprovado para controle crônico de peso "em associação a uma dieta baixa em calorias e aumento de exercício físico" e que "a segurança do produto continuará sendo monitorada com estudos pós-comercialização". O acompanhamento médico é importante inclusive por conta dos possíveis efeitos colaterais. Segundo estudo com mais de 3.000 pacientes publicado na revista científica "New England Journal of Medicine", os mais comuns são distúrbios gastrointestinais, como náusea e vômito, mas também houve eventos adversos ligados a vesícula biliar. O efeito mais grave foi pancreatite (inflamação do pâncreas) em 10 dos 2.481 pacientes do grupo que tomou a droga. A doença já era fonte de preocupação desde o lançamento do Victoza, mas, segundo Salles, ela tem se mostrado rara na prática clínica. VETO E LIBERAÇÃO O debate sobre a liberação de alguns emagrecedores segue. Em 2011, a Anvisa vetou três drogas e tornou a venda da sibutramina mais rígida, por falta de estudos que atestem sua segurança. Mas um projeto de lei que permite a venda dessas drogas e proíbe a Anvisa de fazer vetos a essa questão tramita no Congresso. Após ser aprovado na Câmara e em comissões, o texto deve seguir agora para o plenário do Senado.
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Bioimpressora produz partes do corpo humano em 3D
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Cientistas da Universidade Cornell, nos EUA, conseguiram criar uma bioimpressora capaz de produzir tecidos estruturalmente estáveis para implante em escala humana. O resultado foi publicado na revista científica "Nature". Eles fizeram uma orelha biológica com técnicas de impressão digital. Para isso, usaram a imagem 3D da orelha de uma criança de cinco anos como base. Embora ainda sejam necessárias mais pesquisas antes de usar esse tipo de prótese em transplantes, o novo sistema conseguiu superar obstáculos técnicos para que isso se torne possível. Bioimpressoras 3D são máquinas que imprimem células em camadas para criar tecidos ou órgãos. Mas o resultado até agora costumava ser instável e estruturalmente frágil demais para ser usado na prática médica. Como essas próteses não têm vasos sanguíneos, seu tamanho é limitado pelo limite de difusão de nutrientes e oxigênio, que é de cerca de 0,2 milímetros -pequeno demais para que a maior parte dos tecidos e órgãos humanos possa ser reconstruída. Os cientistas contornaram o problema da estabilidade estrutural imprimindo células junto com materiais poliméricos biodegradáveis que conferem resistência mecânica até que o tecido recém-formado amadureça. Já o limite de tamanho dos tecidos foi superado com a inserção de microcanais que permitem que nutrientes e oxigênio sejam fornecidos às células de qualquer ponto da estrutura moldada. A diferença entre esse experimento e as tentativas anteriores é que nelas a estrutura tinha algum componente sintético para manter suas dimensões. Já as técnicas atuais de reconstrução retiram cartilagem do próprio paciente. Com agências de notícias
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ciencia
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Bioimpressora produz partes do corpo humano em 3DCientistas da Universidade Cornell, nos EUA, conseguiram criar uma bioimpressora capaz de produzir tecidos estruturalmente estáveis para implante em escala humana. O resultado foi publicado na revista científica "Nature". Eles fizeram uma orelha biológica com técnicas de impressão digital. Para isso, usaram a imagem 3D da orelha de uma criança de cinco anos como base. Embora ainda sejam necessárias mais pesquisas antes de usar esse tipo de prótese em transplantes, o novo sistema conseguiu superar obstáculos técnicos para que isso se torne possível. Bioimpressoras 3D são máquinas que imprimem células em camadas para criar tecidos ou órgãos. Mas o resultado até agora costumava ser instável e estruturalmente frágil demais para ser usado na prática médica. Como essas próteses não têm vasos sanguíneos, seu tamanho é limitado pelo limite de difusão de nutrientes e oxigênio, que é de cerca de 0,2 milímetros -pequeno demais para que a maior parte dos tecidos e órgãos humanos possa ser reconstruída. Os cientistas contornaram o problema da estabilidade estrutural imprimindo células junto com materiais poliméricos biodegradáveis que conferem resistência mecânica até que o tecido recém-formado amadureça. Já o limite de tamanho dos tecidos foi superado com a inserção de microcanais que permitem que nutrientes e oxigênio sejam fornecidos às células de qualquer ponto da estrutura moldada. A diferença entre esse experimento e as tentativas anteriores é que nelas a estrutura tinha algum componente sintético para manter suas dimensões. Já as técnicas atuais de reconstrução retiram cartilagem do próprio paciente. Com agências de notícias
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Empreiteira Delta desiste de obras públicas
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Principal empreiteira da primeira etapa do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no governo Lula, a Delta desistiu de concorrer a obras públicas. A empresa espera a conclusão do processo de recuperação judicial para definir seu fim e ainda estuda se vai participar de incorporações imobiliárias. Atualmente, conta com a participação na concessionária da rodovia RJ-116. Com apenas 70 funcionários, a empreiteira não vai mais tentar contratos públicos, apesar de ter conseguido no STF (Supremo Tribunal Federal) liminar que a retira da lista de empresas inidôneas da CGU (Controladoria Geral da União). O enredo de queda da Delta é visto como um exemplo sobre o que pode acontecer com as construtoras envolvidas na operação Lava Jato. Dentro da empresa, há queixa sobre diferença no tratamento do governo federal. A Delta foi declarada inidônea dos contratos públicos logo no início das investigações que identificaram elo entre o comando da empresa e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, no início de 2012. Executivos veem boa vontade da União no caso das empreiteiras agora envolvidas em suspeitas de cartel nas obras da Petrobras. Após ter receita de R$ 3 bilhões em 2010, quando tinha 17 mil funcionários, ela reduziu seu faturamento a um décimo, chegando a R$ 329 milhões no ano passado. Esse valor será reduzido drasticamente já que todos os ativos da empresa foram vendidos para a espanhola Allianza Infraestrutura. A compradora assumiu a dívida de R$ 400 milhões e ainda fez um aporte de R$ 50 milhões. CRISE DA DELTA Após ter receita bruta de R$ 3 bilhões em 2010 e se tornar a empreiteira com o maior volume de contratos com o governo federal, a Delta entrou em crise financeira com investigações contra a empreiteira. A PF apontou elo entre diretor da empresa e o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Ela também passou a ser alvo após a revelação da amizade próxima entre seu dono, o empresário Fernando Cavendish, e o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB). A empresa tinha mais de R$ 1 bilhão em contratos no Rio. O empresário Fernando Cavendish saiu do controle da empresa logo que a crise da Delta teve início. Ele permanece, contudo, como principal acionista da empreiteira. Em 2013, a Delta teve uma receita bruta de R$ 725 milhões. A empreiteira afirma que, após as investigações, passou a não receber de governos por serviços já prestados —o que chamou de "bullying empresarial". A Delta ainda tentou manter-se no setor de obras públicas com sua subsidiária, a Técnica Construções. Mas ela teve dificuldades em assinar contratos, mesmo liberada pela Justiça. Após dois anos de operação, a subsidiária obteve só nove contratos com o poder público.
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mercado
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Empreiteira Delta desiste de obras públicasPrincipal empreiteira da primeira etapa do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no governo Lula, a Delta desistiu de concorrer a obras públicas. A empresa espera a conclusão do processo de recuperação judicial para definir seu fim e ainda estuda se vai participar de incorporações imobiliárias. Atualmente, conta com a participação na concessionária da rodovia RJ-116. Com apenas 70 funcionários, a empreiteira não vai mais tentar contratos públicos, apesar de ter conseguido no STF (Supremo Tribunal Federal) liminar que a retira da lista de empresas inidôneas da CGU (Controladoria Geral da União). O enredo de queda da Delta é visto como um exemplo sobre o que pode acontecer com as construtoras envolvidas na operação Lava Jato. Dentro da empresa, há queixa sobre diferença no tratamento do governo federal. A Delta foi declarada inidônea dos contratos públicos logo no início das investigações que identificaram elo entre o comando da empresa e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, no início de 2012. Executivos veem boa vontade da União no caso das empreiteiras agora envolvidas em suspeitas de cartel nas obras da Petrobras. Após ter receita de R$ 3 bilhões em 2010, quando tinha 17 mil funcionários, ela reduziu seu faturamento a um décimo, chegando a R$ 329 milhões no ano passado. Esse valor será reduzido drasticamente já que todos os ativos da empresa foram vendidos para a espanhola Allianza Infraestrutura. A compradora assumiu a dívida de R$ 400 milhões e ainda fez um aporte de R$ 50 milhões. CRISE DA DELTA Após ter receita bruta de R$ 3 bilhões em 2010 e se tornar a empreiteira com o maior volume de contratos com o governo federal, a Delta entrou em crise financeira com investigações contra a empreiteira. A PF apontou elo entre diretor da empresa e o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Ela também passou a ser alvo após a revelação da amizade próxima entre seu dono, o empresário Fernando Cavendish, e o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB). A empresa tinha mais de R$ 1 bilhão em contratos no Rio. O empresário Fernando Cavendish saiu do controle da empresa logo que a crise da Delta teve início. Ele permanece, contudo, como principal acionista da empreiteira. Em 2013, a Delta teve uma receita bruta de R$ 725 milhões. A empreiteira afirma que, após as investigações, passou a não receber de governos por serviços já prestados —o que chamou de "bullying empresarial". A Delta ainda tentou manter-se no setor de obras públicas com sua subsidiária, a Técnica Construções. Mas ela teve dificuldades em assinar contratos, mesmo liberada pela Justiça. Após dois anos de operação, a subsidiária obteve só nove contratos com o poder público.
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Ex-secretário da Cultura de SP diz que Congresso vai reverter fim do MinC
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Depois de desfeita a expectativa de que o prefeito Fernando Haddad fizesse uma aparição na nova sede da Casa de Francisca, o palacete Tereza Toledo Lara, no centro paulistano, o ex-secretário municipal da Cultura, o urbanista Nabil Bonduki, chegou à festa dizendo ter sentido um clima tranquilo ao longo do "happy hour" da Virada Cultural neste ano, a primeira edição da festa com shows na sexta antes do fim de semana, como vem ocorrendo ao longo dos últimos 11 anos. Bonduki disse à Folha que as ocupações em sedes da Funarte e outros prédios públicos espalhados pelo país contra a extinção do Ministério da Cultura, fundido à pasta da Educação pelo presidente interino Michel Temer, surtirão um efeito contra o governo que substituiu o da presidente afastada Dilma Rousseff. "Já teve aqui um 'fora, Temer!', né? Alguns grupos devem fazer panfletagens, umas passeatas. A ocupação da Funarte está preparando alguma coisa", disse Bonduki. "Acho que estão sentindo que fizeram uma bobagem. O Temer deve estar sentindo isso, mas não vai querer recuar. De qualquer forma, acho que isso vai cair no Congresso. A tendência no Congresso é voltar o ministério, acho que volta." Bonduki também descarta a expectativa de que Marcelo Calero, ex-secretário da Cultura do Rio alçado ao posto de secretário nacional da Cultura por Temer, possa ocasionar grandes mudanças. "É uma pessoa recente da cultura, um diplomata", diz o ex-secretário. "Acho que é uma pessoa que tem certo trânsito na área cultural, mas uma secretaria nacional tem um peso muito pequeno. Num primeiro momento, não vai conseguir conter essas manifestações, mas a médio prazo vai depender de como evoluir essa cultura geral. Vai ficar esse clima de confronto durante meses e meses e meses." Sobre a Virada Cultural, agora com orçamento pouco menor ao da edição anterior —de R$ 16 milhões caiu para R$ 15 milhões—, Bonduki disse que a expectativa é um evento mais tranquilo e com menor número de ocorrências policiais. "Nos palcos de madrugada, os caminhos estão melhor iluminados. É óbvio que a expectativa é de menor número de ocorrências, mas, por outro lado, tem maior desemprego, e isso pode gerar algo."
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Ex-secretário da Cultura de SP diz que Congresso vai reverter fim do MinCDepois de desfeita a expectativa de que o prefeito Fernando Haddad fizesse uma aparição na nova sede da Casa de Francisca, o palacete Tereza Toledo Lara, no centro paulistano, o ex-secretário municipal da Cultura, o urbanista Nabil Bonduki, chegou à festa dizendo ter sentido um clima tranquilo ao longo do "happy hour" da Virada Cultural neste ano, a primeira edição da festa com shows na sexta antes do fim de semana, como vem ocorrendo ao longo dos últimos 11 anos. Bonduki disse à Folha que as ocupações em sedes da Funarte e outros prédios públicos espalhados pelo país contra a extinção do Ministério da Cultura, fundido à pasta da Educação pelo presidente interino Michel Temer, surtirão um efeito contra o governo que substituiu o da presidente afastada Dilma Rousseff. "Já teve aqui um 'fora, Temer!', né? Alguns grupos devem fazer panfletagens, umas passeatas. A ocupação da Funarte está preparando alguma coisa", disse Bonduki. "Acho que estão sentindo que fizeram uma bobagem. O Temer deve estar sentindo isso, mas não vai querer recuar. De qualquer forma, acho que isso vai cair no Congresso. A tendência no Congresso é voltar o ministério, acho que volta." Bonduki também descarta a expectativa de que Marcelo Calero, ex-secretário da Cultura do Rio alçado ao posto de secretário nacional da Cultura por Temer, possa ocasionar grandes mudanças. "É uma pessoa recente da cultura, um diplomata", diz o ex-secretário. "Acho que é uma pessoa que tem certo trânsito na área cultural, mas uma secretaria nacional tem um peso muito pequeno. Num primeiro momento, não vai conseguir conter essas manifestações, mas a médio prazo vai depender de como evoluir essa cultura geral. Vai ficar esse clima de confronto durante meses e meses e meses." Sobre a Virada Cultural, agora com orçamento pouco menor ao da edição anterior —de R$ 16 milhões caiu para R$ 15 milhões—, Bonduki disse que a expectativa é um evento mais tranquilo e com menor número de ocorrências policiais. "Nos palcos de madrugada, os caminhos estão melhor iluminados. É óbvio que a expectativa é de menor número de ocorrências, mas, por outro lado, tem maior desemprego, e isso pode gerar algo."
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Servidores do Google começam a funcionar em Cuba
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A partir desta quarta-feira (26), a internet cubana conta com os servidores do Google, mais uma etapa da abertura econômica do país. É a primeira vez que uma empresa de internet, que não seja a estatal Etecsa, opera em Cuba. Em dezembro, o Google assinou um acordo com a estatal para melhorar a conexão local, hospedando conteúdo dentro do país. A tecnologia foi implementada agora. Isso significa que os cubanos terão mais endereços de internet ancorados em seu país. É como se, antes, toda conexão tivesse que ser um bate e volta no exterior, o que tornava a navegação mais lenta. O serviço não irá, por enquanto, aumentar o número de pessoas conectadas na ilha, que são menos de 2% da população, de acordo com a Open Net. O acesso ainda é feito por satélite (e não cabos subterrâneos) e, em todo o país, a velocidade de download é de apenas 124 Mb/s. Além de poucos locais com conexão privada, é possível entrar na internet em hotéis, lanhouses, restaurantes ou em 240 locais públicos com Wi-Fi, a um custo de US$ 1,50 por hora, segundo a Associated Press. A Etecsa planeja expandir a internet gratuitamente para 2.000 domicílios em 2017.
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Servidores do Google começam a funcionar em CubaA partir desta quarta-feira (26), a internet cubana conta com os servidores do Google, mais uma etapa da abertura econômica do país. É a primeira vez que uma empresa de internet, que não seja a estatal Etecsa, opera em Cuba. Em dezembro, o Google assinou um acordo com a estatal para melhorar a conexão local, hospedando conteúdo dentro do país. A tecnologia foi implementada agora. Isso significa que os cubanos terão mais endereços de internet ancorados em seu país. É como se, antes, toda conexão tivesse que ser um bate e volta no exterior, o que tornava a navegação mais lenta. O serviço não irá, por enquanto, aumentar o número de pessoas conectadas na ilha, que são menos de 2% da população, de acordo com a Open Net. O acesso ainda é feito por satélite (e não cabos subterrâneos) e, em todo o país, a velocidade de download é de apenas 124 Mb/s. Além de poucos locais com conexão privada, é possível entrar na internet em hotéis, lanhouses, restaurantes ou em 240 locais públicos com Wi-Fi, a um custo de US$ 1,50 por hora, segundo a Associated Press. A Etecsa planeja expandir a internet gratuitamente para 2.000 domicílios em 2017.
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Kremlin critica sanções dos EUA e diz que elas degradam relação bilateral
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O Kremlin denunciou nesta terça-feira "o passo a mais" que degrada as relações russo-americanas depois do anúncio de novas sanções de Washington contra a Rússia, dirigidas principalmente contra um alto dirigente dos serviços russos de investigação criminal. "É um passo a mais que visa a deteriorar nossas relações", declarou à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Ele lamentou uma "degradação sem precedentes" dos vínculos entre Washington e Moscou durante o segundo mandato do atual presidente Barack Obama. Os departamentos de Estado e do Tesouro anunciaram na segunda-feira sanções contra Alexander Bastrikin, o chefe do poderoso Comitê de Investigação da Rússia encarregado das principais investigações criminais, e contra Andrei Lugovoi e Dmitri Kovtun, dois suspeitos do assassinato do opositor e ex-agente do KGB Alexandre Litvinenko, refugiado no Reino Unido. Os três nomes foram acrescidos à chamada lista "Magnitski", nome de uma lei americana de 2012 que permite congelar nos Estados Unidos bens e interesses de dirigentes russos que têm proibido o acesso ao território americano porque Washington os considera responsáveis por graves violações dos direitos humanos. A atualização da lista, estabelecida todos os anos pelo executivo americano ante o Congresso, é uma grande fonte de tensões entre Moscou e Washington desde 2012, ano da reeleição de Obama como presidente.
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Kremlin critica sanções dos EUA e diz que elas degradam relação bilateralO Kremlin denunciou nesta terça-feira "o passo a mais" que degrada as relações russo-americanas depois do anúncio de novas sanções de Washington contra a Rússia, dirigidas principalmente contra um alto dirigente dos serviços russos de investigação criminal. "É um passo a mais que visa a deteriorar nossas relações", declarou à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Ele lamentou uma "degradação sem precedentes" dos vínculos entre Washington e Moscou durante o segundo mandato do atual presidente Barack Obama. Os departamentos de Estado e do Tesouro anunciaram na segunda-feira sanções contra Alexander Bastrikin, o chefe do poderoso Comitê de Investigação da Rússia encarregado das principais investigações criminais, e contra Andrei Lugovoi e Dmitri Kovtun, dois suspeitos do assassinato do opositor e ex-agente do KGB Alexandre Litvinenko, refugiado no Reino Unido. Os três nomes foram acrescidos à chamada lista "Magnitski", nome de uma lei americana de 2012 que permite congelar nos Estados Unidos bens e interesses de dirigentes russos que têm proibido o acesso ao território americano porque Washington os considera responsáveis por graves violações dos direitos humanos. A atualização da lista, estabelecida todos os anos pelo executivo americano ante o Congresso, é uma grande fonte de tensões entre Moscou e Washington desde 2012, ano da reeleição de Obama como presidente.
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Como dificultar a desonestidade
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Você vê problema em levar uma caneta do seu escritório para casa? Muita gente não se sente desconfortável com esse tipo de prática. No entanto, são poucas as pessoas que desviariam dinheiro do caixa da empresa, não importa o valor que estivesse envolvido. A conclusão é que, quanto mais distante do dinheiro você está, maiores são as chances de você cometer um ato ilícito. Dúvida? Então pegue o estudo realizado por Dan Ariely com alunos do MIT. Eles foram convidados a participar de um experimento de cinco minutos no qual deveriam resolver 20 problemas simples de matemática. Para cada resposta correta, o aluno recebia US$ 0,50. Quando os alunos de um primeiro grupo, o de controle, terminavam os testes, eles levavam a prova para um monitor, que checava os resultados e dava o pagamento com base no número de respostas corretas. Na média, eles resolviam 3,5 questões. Um segundo grupo fazia a mesma prova, mas ao fim do exame deveria rasgar as folhas de resposta e simplesmente informar ao monitor a nota para receber o dinheiro. Quando trapacear ficou mais fácil, eles resolviam 6,2 questões de forma correta, na média. O terceiro grupo era o realmente interessante. Quando eles terminavam a prova e rasgavam as páginas, ao informar o monitor o seu número de acertos, eles recebiam uma ficha para cada resposta correta. Com as fichas em mãos, atravessavam a sala para falar com um segundo monitor, que trocava cada ficha por US$ 0,50. Na teoria, não deveria haver diferença entre os resultados do segundo e do terceiro grupos, pois as chances de ser pego eram as mesmas: zero. No entanto, o resultado foi surpreendentemente diferente: o terceiro grupo acertava, em média, 9,5 questões. Ou seja: trapacear é mais simples quando dinheiro não está diretamente envolvido. O resultado final era o mesmo, mas os alunos que recebiam fichas se sentiam mais à vontade para exagerar o número de respostas corretas e ganhar mais por isso. Segundo Ariely, é mais fácil racionalizar e explicar para nós mesmos a nossa desonestidade quando estamos lidando com dinheiro, mas com outros tipos de objetos, ainda que eles não tenham valor em si. Quando falamos de objetos não-monetários, pense em milhas de viagem, fichas de cassino ou em apólices de seguro. "Nós precisamos acordar para a conexão entre objetos não-monetários e a nossa tendência a trapacear. Precisamos reconhecer que, quando dinheiro está a um passo além, nós iremos trapacear mais, por um fator maior do que poderíamos imaginar", defende Ariely. Para tanto, não precisa pensar muito. Basta olhar para a forma como você preenche relatórios de despesa, solicitações de reembolso do seguro saúde e pede ou emite notas fiscais. Post em parceria com Carolina Ruhman Sandler, jornalista, fundadora do site Finanças Femininas e coautora do livro "Finanças femininas - Como organizar suas contas, aprender a investir e realizar seus sonhos" (Saraiva)
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Como dificultar a desonestidadeVocê vê problema em levar uma caneta do seu escritório para casa? Muita gente não se sente desconfortável com esse tipo de prática. No entanto, são poucas as pessoas que desviariam dinheiro do caixa da empresa, não importa o valor que estivesse envolvido. A conclusão é que, quanto mais distante do dinheiro você está, maiores são as chances de você cometer um ato ilícito. Dúvida? Então pegue o estudo realizado por Dan Ariely com alunos do MIT. Eles foram convidados a participar de um experimento de cinco minutos no qual deveriam resolver 20 problemas simples de matemática. Para cada resposta correta, o aluno recebia US$ 0,50. Quando os alunos de um primeiro grupo, o de controle, terminavam os testes, eles levavam a prova para um monitor, que checava os resultados e dava o pagamento com base no número de respostas corretas. Na média, eles resolviam 3,5 questões. Um segundo grupo fazia a mesma prova, mas ao fim do exame deveria rasgar as folhas de resposta e simplesmente informar ao monitor a nota para receber o dinheiro. Quando trapacear ficou mais fácil, eles resolviam 6,2 questões de forma correta, na média. O terceiro grupo era o realmente interessante. Quando eles terminavam a prova e rasgavam as páginas, ao informar o monitor o seu número de acertos, eles recebiam uma ficha para cada resposta correta. Com as fichas em mãos, atravessavam a sala para falar com um segundo monitor, que trocava cada ficha por US$ 0,50. Na teoria, não deveria haver diferença entre os resultados do segundo e do terceiro grupos, pois as chances de ser pego eram as mesmas: zero. No entanto, o resultado foi surpreendentemente diferente: o terceiro grupo acertava, em média, 9,5 questões. Ou seja: trapacear é mais simples quando dinheiro não está diretamente envolvido. O resultado final era o mesmo, mas os alunos que recebiam fichas se sentiam mais à vontade para exagerar o número de respostas corretas e ganhar mais por isso. Segundo Ariely, é mais fácil racionalizar e explicar para nós mesmos a nossa desonestidade quando estamos lidando com dinheiro, mas com outros tipos de objetos, ainda que eles não tenham valor em si. Quando falamos de objetos não-monetários, pense em milhas de viagem, fichas de cassino ou em apólices de seguro. "Nós precisamos acordar para a conexão entre objetos não-monetários e a nossa tendência a trapacear. Precisamos reconhecer que, quando dinheiro está a um passo além, nós iremos trapacear mais, por um fator maior do que poderíamos imaginar", defende Ariely. Para tanto, não precisa pensar muito. Basta olhar para a forma como você preenche relatórios de despesa, solicitações de reembolso do seguro saúde e pede ou emite notas fiscais. Post em parceria com Carolina Ruhman Sandler, jornalista, fundadora do site Finanças Femininas e coautora do livro "Finanças femininas - Como organizar suas contas, aprender a investir e realizar seus sonhos" (Saraiva)
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Uber quer criar 50 mil empregos e tirar 400 mil carros da rua na Europa
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O presidente-executivo do Uber disse que as cidades europeias que liberarem o uso do aplicativo de transporte alternativo verão, em um futuro próximo, a criação de milhares de empregos. "No final de 2015, se pudermos fazer essas parcerias acontecerem, criaremos 50 mil novos empregos na União Europeia", afirmou Travis Kalanick durante uma conferência em Berlim, na Alemanha, nesse domingo (18). Segundo sites da imprensa especializada, o executivo anunciou novas estratégias da empresa para o continente e disse que a investida "tiraria 400 mil carros das ruas" na Europa. De acordo com Kalanick, a empresa está trabalhando com governos de vários países para definir novas regras que garantam a liberdade de concorrência e segurança de seus usuários. "O Uber se compromete a estabelecer novas parcerias para assegurar a inovação, trazer poderosos benefícios econômicos e promover funções centrais das cidades", disse o executivo na conferência. APP POLÊMICO A companhia passou no ano passado por uma série de problemas com reguladores em países como Alemanha, Holanda, França e Espanha, além de Estados Unidos e outros fora do continente europeu. O aplicativo chegou a ser banido em alguns desses locais, como na Espanha e em algumas cidades alemãs. Nos EUA, enfrenta processos em Los Angeles e São Francisco, os dois distritos mais populosos de seu Estado de origem, a Califórnia. As principais críticas partem de taxistas, que veem no "aplicativo de caronas pagas" uma concorrência desleal ao seu serviço. Além disso, os reguladores alegam que os motoristas do Uber não possuem licença e as corridas custam além do preço de operação da viagem. Na Índia, o aplicativo foi proibido após um de seus motoristas ser detido, acusado de estuprar uma passageira.
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Uber quer criar 50 mil empregos e tirar 400 mil carros da rua na EuropaO presidente-executivo do Uber disse que as cidades europeias que liberarem o uso do aplicativo de transporte alternativo verão, em um futuro próximo, a criação de milhares de empregos. "No final de 2015, se pudermos fazer essas parcerias acontecerem, criaremos 50 mil novos empregos na União Europeia", afirmou Travis Kalanick durante uma conferência em Berlim, na Alemanha, nesse domingo (18). Segundo sites da imprensa especializada, o executivo anunciou novas estratégias da empresa para o continente e disse que a investida "tiraria 400 mil carros das ruas" na Europa. De acordo com Kalanick, a empresa está trabalhando com governos de vários países para definir novas regras que garantam a liberdade de concorrência e segurança de seus usuários. "O Uber se compromete a estabelecer novas parcerias para assegurar a inovação, trazer poderosos benefícios econômicos e promover funções centrais das cidades", disse o executivo na conferência. APP POLÊMICO A companhia passou no ano passado por uma série de problemas com reguladores em países como Alemanha, Holanda, França e Espanha, além de Estados Unidos e outros fora do continente europeu. O aplicativo chegou a ser banido em alguns desses locais, como na Espanha e em algumas cidades alemãs. Nos EUA, enfrenta processos em Los Angeles e São Francisco, os dois distritos mais populosos de seu Estado de origem, a Califórnia. As principais críticas partem de taxistas, que veem no "aplicativo de caronas pagas" uma concorrência desleal ao seu serviço. Além disso, os reguladores alegam que os motoristas do Uber não possuem licença e as corridas custam além do preço de operação da viagem. Na Índia, o aplicativo foi proibido após um de seus motoristas ser detido, acusado de estuprar uma passageira.
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Leitora reclama da política de cancelamento de voos da Azul
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A leitora Maria Marques reclama do tratamento que recebeu da companhia aérea Azul quando do cancelamento do seu voo. Ao comunicar o cancelamento do voo cujo bilhete Maria comprara dois meses antes, a empresa se recusou a reacomodá-la em outra companhia que mantivesse a mesma rota e agiu de maneira "desrespeitosa", afirma a passageira. A alternativa oferecida pela Azul, segundo a cliente, foi o embarque em outra cidade. "Ou seja, a Azul me pede para viajar para que eu possa viajar", afirma Maria. "Ao optar por fazer negócios com uma empresa, é justo dizer que depositamos alguma confiança nessa empresa", reclama. Resposta - A Azul Linhas Aéreas informa que já entrou em contato com a cliente para prestar os devidos esclarecimentos, e que o caso foi solucionado. - Queixa de Maísa de Oliveira: E-mail indevido Após cadastro feito no site da rede de lojas Renner, empresa passou a enviar mensagens de propaganda via e-mail, apesar da opção de não receber esse tipo de e-mail ter sido informada durante o cadastramento. Resposta da Renner Afirma que removeu do banco de dados da empresa o endereço de e-mail da cliente. - Queixa de Silvio Pereira e Silva: Entrega atrasada Prazo de entrega do Sedex para Nova Iguaçu (RJ) é desrespeitado seguidas vezes pelos Correios. No papel, o prazo informado é de dois dias, o SAC da empresa fala em três, e ambos não foram cumpridos. Resposta dos Correios Informa que a encomenda Sedex foi entregue ao respectivo destinatário. - Queixa de Carlos Eduardo Paes Furtado: Defeito em produto Esfera de um desodorante roll-on da Nivea apresentou defeito, não girando corretamente. Ao comunicar o ocorrido à empresa, atendimento do SAC foi demorado e bastante burocrático. Resposta da Nivea Diz que entrou em contato com o cliente e orientou-o sobre o procedimento de troca. - Queixa de Bettina Strozenberg: Aparelho defeituoso Ar-condicionado da Fujitsu apresentou problema após poucos meses de uso. Empresa nunca respondeu às seguidas tentativas de contato para conserto do aparelho, que está dentro da garantia de 1 ano. Resposta da Fujitsu Esclarece que a garantia cobre apenas aparelhos instalados na rede técnica credenciada.
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Leitora reclama da política de cancelamento de voos da AzulA leitora Maria Marques reclama do tratamento que recebeu da companhia aérea Azul quando do cancelamento do seu voo. Ao comunicar o cancelamento do voo cujo bilhete Maria comprara dois meses antes, a empresa se recusou a reacomodá-la em outra companhia que mantivesse a mesma rota e agiu de maneira "desrespeitosa", afirma a passageira. A alternativa oferecida pela Azul, segundo a cliente, foi o embarque em outra cidade. "Ou seja, a Azul me pede para viajar para que eu possa viajar", afirma Maria. "Ao optar por fazer negócios com uma empresa, é justo dizer que depositamos alguma confiança nessa empresa", reclama. Resposta - A Azul Linhas Aéreas informa que já entrou em contato com a cliente para prestar os devidos esclarecimentos, e que o caso foi solucionado. - Queixa de Maísa de Oliveira: E-mail indevido Após cadastro feito no site da rede de lojas Renner, empresa passou a enviar mensagens de propaganda via e-mail, apesar da opção de não receber esse tipo de e-mail ter sido informada durante o cadastramento. Resposta da Renner Afirma que removeu do banco de dados da empresa o endereço de e-mail da cliente. - Queixa de Silvio Pereira e Silva: Entrega atrasada Prazo de entrega do Sedex para Nova Iguaçu (RJ) é desrespeitado seguidas vezes pelos Correios. No papel, o prazo informado é de dois dias, o SAC da empresa fala em três, e ambos não foram cumpridos. Resposta dos Correios Informa que a encomenda Sedex foi entregue ao respectivo destinatário. - Queixa de Carlos Eduardo Paes Furtado: Defeito em produto Esfera de um desodorante roll-on da Nivea apresentou defeito, não girando corretamente. Ao comunicar o ocorrido à empresa, atendimento do SAC foi demorado e bastante burocrático. Resposta da Nivea Diz que entrou em contato com o cliente e orientou-o sobre o procedimento de troca. - Queixa de Bettina Strozenberg: Aparelho defeituoso Ar-condicionado da Fujitsu apresentou problema após poucos meses de uso. Empresa nunca respondeu às seguidas tentativas de contato para conserto do aparelho, que está dentro da garantia de 1 ano. Resposta da Fujitsu Esclarece que a garantia cobre apenas aparelhos instalados na rede técnica credenciada.
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Vídeo mostra resgate após queda de avião da Chapecoense
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Autoridades colombianas informaram nesta terça-feira (29) que ao menos 75 pessoas podem ter morrido durante a queda de um avião na cidade de La Unión, próximo a Medellín, na Colômbia.Entre as vítimas, estava a delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros. O time disputaria nesta quarta (30) a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional.A informação foi inicialmente divulgada pelo general José Acevedo Ossa, membro da polícia local e responsável pelo resgate, e foi posteriormente confirmada pelo prefeito de Medellín Federico Guitiérrez Zuluaga. Contudo, as autoridades colombianas ainda não localizaram todos os corpos, por isso, pode haver alteração no número de vítimas.Leia a reportagem
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Vídeo mostra resgate após queda de avião da ChapecoenseAutoridades colombianas informaram nesta terça-feira (29) que ao menos 75 pessoas podem ter morrido durante a queda de um avião na cidade de La Unión, próximo a Medellín, na Colômbia.Entre as vítimas, estava a delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros. O time disputaria nesta quarta (30) a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional.A informação foi inicialmente divulgada pelo general José Acevedo Ossa, membro da polícia local e responsável pelo resgate, e foi posteriormente confirmada pelo prefeito de Medellín Federico Guitiérrez Zuluaga. Contudo, as autoridades colombianas ainda não localizaram todos os corpos, por isso, pode haver alteração no número de vítimas.Leia a reportagem
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Governo caminha para o centro de uma tempestade perfeita
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BRASÍLIA - O governo Temer caminha para o centro de uma tempestade perfeita nos próximos dias. O tsunami desencadeado pelo caso do ex-ministro Marcelo Calero, levando à demissão do articulador político do governo, Geddel Vieira Lima, ainda deve sofrer o impacto da segunda onda. As gravações feitas por Calero de conversas com a cúpula do Palácio do Planalto têm potencial para levar mais cabeças para a guilhotina. A delação premiada dos executivos da Odebrecht —já apelidada de "delação do fim do mundo"— está prevista para ser assinada nesta semana, elevando o grau de tensão na Esplanada dos Ministérios. Especula-se que mais de cem políticos sejam citados, incluindo Geddel, Temer e seus escudeiros Eliseu Padilha e Moreira Franco. Apesar da rejeição generalizada, a anistia ao caixa dois deve voltar à pauta da Câmara numa operação comandada pela base governista. O Planalto ameaça vetar a proposta. No Senado, o aliado Renan Calheiros comandará a votação da PEC do Teto —maior aposta da equipe econômica para debelar a crise— na mesma semana em que corre risco de virar réu no Supremo Tribunal Federal. Sob nuvens densas, o Banco Central precisará ser mais conservador do que se esperava na última reunião deste ano para decidir o rumo dos juros. Será o primeiro encontro após a eleição de Trump. Em vez da redução desejada de 0,5 ponto percentual, deve optar por um ajuste cauteloso de 0,25. Notícia pouco auspiciosa para uma economia asfixiada e com poucas portas de escape. O comportamento do PIB no terceiro trimestre, a ser anunciado na quarta-feira pelo IBGE, poderá confirmar as suspeitas de que a recessão se aprofundou no período e está longe do fim. A confluência de eventos empurra o governo para zonas mais turvas. Tempos difíceis de prever.
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Governo caminha para o centro de uma tempestade perfeitaBRASÍLIA - O governo Temer caminha para o centro de uma tempestade perfeita nos próximos dias. O tsunami desencadeado pelo caso do ex-ministro Marcelo Calero, levando à demissão do articulador político do governo, Geddel Vieira Lima, ainda deve sofrer o impacto da segunda onda. As gravações feitas por Calero de conversas com a cúpula do Palácio do Planalto têm potencial para levar mais cabeças para a guilhotina. A delação premiada dos executivos da Odebrecht —já apelidada de "delação do fim do mundo"— está prevista para ser assinada nesta semana, elevando o grau de tensão na Esplanada dos Ministérios. Especula-se que mais de cem políticos sejam citados, incluindo Geddel, Temer e seus escudeiros Eliseu Padilha e Moreira Franco. Apesar da rejeição generalizada, a anistia ao caixa dois deve voltar à pauta da Câmara numa operação comandada pela base governista. O Planalto ameaça vetar a proposta. No Senado, o aliado Renan Calheiros comandará a votação da PEC do Teto —maior aposta da equipe econômica para debelar a crise— na mesma semana em que corre risco de virar réu no Supremo Tribunal Federal. Sob nuvens densas, o Banco Central precisará ser mais conservador do que se esperava na última reunião deste ano para decidir o rumo dos juros. Será o primeiro encontro após a eleição de Trump. Em vez da redução desejada de 0,5 ponto percentual, deve optar por um ajuste cauteloso de 0,25. Notícia pouco auspiciosa para uma economia asfixiada e com poucas portas de escape. O comportamento do PIB no terceiro trimestre, a ser anunciado na quarta-feira pelo IBGE, poderá confirmar as suspeitas de que a recessão se aprofundou no período e está longe do fim. A confluência de eventos empurra o governo para zonas mais turvas. Tempos difíceis de prever.
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Confira seis restaurantes em SP que comemoram dez anos em 2015
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DE SÃO PAULO Em 2015, seis casas completam dez anos de funcionamento. Confira na lista abaixo. Due Cuochi A restauratrice Ida Maria Frank (do Rive Gauche) comemora em 2015 os dez anos do seu Due Cuochi —cuja cozinha italiana é capitaneada pelo italiano Giampero Giuliani. O ravioloni recheado com gema de ovo caipira na manteiga de sálvia e trufa está entre as entradas clássicas. De principal, aposte na paleta de cordeiro com cuscuz. Informe-se sobre o local Exquisito! A fachada colorida e os diferentes cartazes nas paredes dão um tom irreverente e divertido ao local. Para os resistentes, a dica são as três doses de tequilas especiais intercaladas com fatias de pêra e açúcar mascavo macerado com pimenta. O menu oferece receitas com pegada mexicana, como o chilli com carne, servido com nachos e tortilhas. Informe-se sobre o local Obá O empresário Hugo Delgado comanda essa casa há dez anos, misturando sabores de Brasil, Tailândia, México e Itália. Das entradas, o "para indecisos" combina chizze (pastelzinho de tomate e parmesão), garri pup (pastelzinho thai de frango) e bolinho de barreado (carne cozida). A moqueca da Jôse de Boipeba vem com camarões e banana. Informe-se sobre o local Paribar Aberto em 2010, pega emprestado o nome do bar dos anos 1940 que funcionou ali e foi ponto de encontro de artistas. Para petiscar, tem opções crocantes como bolinho de feijoada e provolone à milanesa, bons para acompanhar cervejas importadas, como a Magners Berry. Dos drinques, o caju amigo é feito com suco da fruta, gim e limão. Informe-se sobre o local Praça São Lourenço De salão espaçoso e adornado por plantas e um minilago, oferece bufê no almoço. No jantar, funciona em sistema à la carte. O couvert é composto de pão artesanal, grissini, chouriço espanhol e coalhada com berinjela. Para o prato principal, peça o pato assado na lenha com purê de arroz negro e fricassê de cogumelos. Informe-se sobre o local Veloso Não é a toa que a fila de espera se esparrama por boa parte da calçada. A coxinha, petisco que ocupa lugar especial no coração paulistano, é considerada por muitos a melhor de São Paulo. Para acompanhar a comilança, há 15 diferentes tipos de caipirinhas —prove a de abacaxi com hortelã. Informe-se sobre o local
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saopaulo
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Confira seis restaurantes em SP que comemoram dez anos em 2015DE SÃO PAULO Em 2015, seis casas completam dez anos de funcionamento. Confira na lista abaixo. Due Cuochi A restauratrice Ida Maria Frank (do Rive Gauche) comemora em 2015 os dez anos do seu Due Cuochi —cuja cozinha italiana é capitaneada pelo italiano Giampero Giuliani. O ravioloni recheado com gema de ovo caipira na manteiga de sálvia e trufa está entre as entradas clássicas. De principal, aposte na paleta de cordeiro com cuscuz. Informe-se sobre o local Exquisito! A fachada colorida e os diferentes cartazes nas paredes dão um tom irreverente e divertido ao local. Para os resistentes, a dica são as três doses de tequilas especiais intercaladas com fatias de pêra e açúcar mascavo macerado com pimenta. O menu oferece receitas com pegada mexicana, como o chilli com carne, servido com nachos e tortilhas. Informe-se sobre o local Obá O empresário Hugo Delgado comanda essa casa há dez anos, misturando sabores de Brasil, Tailândia, México e Itália. Das entradas, o "para indecisos" combina chizze (pastelzinho de tomate e parmesão), garri pup (pastelzinho thai de frango) e bolinho de barreado (carne cozida). A moqueca da Jôse de Boipeba vem com camarões e banana. Informe-se sobre o local Paribar Aberto em 2010, pega emprestado o nome do bar dos anos 1940 que funcionou ali e foi ponto de encontro de artistas. Para petiscar, tem opções crocantes como bolinho de feijoada e provolone à milanesa, bons para acompanhar cervejas importadas, como a Magners Berry. Dos drinques, o caju amigo é feito com suco da fruta, gim e limão. Informe-se sobre o local Praça São Lourenço De salão espaçoso e adornado por plantas e um minilago, oferece bufê no almoço. No jantar, funciona em sistema à la carte. O couvert é composto de pão artesanal, grissini, chouriço espanhol e coalhada com berinjela. Para o prato principal, peça o pato assado na lenha com purê de arroz negro e fricassê de cogumelos. Informe-se sobre o local Veloso Não é a toa que a fila de espera se esparrama por boa parte da calçada. A coxinha, petisco que ocupa lugar especial no coração paulistano, é considerada por muitos a melhor de São Paulo. Para acompanhar a comilança, há 15 diferentes tipos de caipirinhas —prove a de abacaxi com hortelã. Informe-se sobre o local
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Senador Fernando Bezerra comenta reportagem sobre pedaladas fiscais
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Diferentemente do que fora publicado na reportagem Dilma se beneficiou eleitoralmente com 'pedaladas fiscais', o senador Fernando Bezerra (PSB-PE) ratifica que em nenhum momento fez perguntas ou afirmou, durante audiência no Senado, que "o uso dos bancos públicos para pagar despesas é prática comum e antiga". Em contatos feitos com o repórter –para o qual encaminhamos áudio com os reais questionamentos do senador–, tentamos esclarecer que Fernando Bezerra referia-se ao acompanhamento, pelo TCU, da dinâmica de quitação de saldos bancários equalizados pelo governo. As perguntas do parlamentar foram: "Quando é que o TCU começou a cobrar o pagamento dos saldos dessas equalizações? Qual é o primeiro ofício cobrando os saldos? Quando o TCU começa a cobrar esses saldos?". * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Senador Fernando Bezerra comenta reportagem sobre pedaladas fiscaisDiferentemente do que fora publicado na reportagem Dilma se beneficiou eleitoralmente com 'pedaladas fiscais', o senador Fernando Bezerra (PSB-PE) ratifica que em nenhum momento fez perguntas ou afirmou, durante audiência no Senado, que "o uso dos bancos públicos para pagar despesas é prática comum e antiga". Em contatos feitos com o repórter –para o qual encaminhamos áudio com os reais questionamentos do senador–, tentamos esclarecer que Fernando Bezerra referia-se ao acompanhamento, pelo TCU, da dinâmica de quitação de saldos bancários equalizados pelo governo. As perguntas do parlamentar foram: "Quando é que o TCU começou a cobrar o pagamento dos saldos dessas equalizações? Qual é o primeiro ofício cobrando os saldos? Quando o TCU começa a cobrar esses saldos?". * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Bolivianas tricotam dispositivos que 'consertam' corações infantis
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Na tribo Aymara, na Bolívia, as tricoteiras carregam séculos de tradição na confecção de casacos, cobertores e chapéus típicos feitos de lã. Agora, sua técnica está ajudando a produzir um equipamento médico de alta tecnologia, com o objetivo de salvar a vida de crianças nascidas com problemas congênitos que formam "buracos" no coração. Veja vídeo "Estamos muito felizes por fazer algo para que alguém possa sobreviver", diz a tricoteira Daniela Mendoza, que confecciona a pequena peça em uma sala especialmente higienizada. Em cerca de duas horas ela produz um "Nit Occlud", como é chamada a peça, projetada pelo cardiologista Franz Freudenthal. O dispositivo, conhecido na medicina pelo nome em inglês occluder, é usada para cobrir e bloquear um buraco no coração do paciente. A maioria das peças é feita em escala industrial, mas a versão de Freudenthal é tão pequena e elaborada que dificulta sua produção em massa. Por isso, ele tem usado a expertise das tricoteiras para fazê-las manualmente. Os primeiros protótipos foram testados nos corações de ovelhas com problemas cardíacos. Depois de usá-los com sucesso também no coração de crianças, ele agora exporta a técnica. "O mais importante é que tentamos obter soluções muito simples para problemas complexos", disse Freudenthal à BBC. Por sua clínica, na capital La Paz, já passaram centenas de crianças com problemas cardíacos. País mais pobre da América do Sul, a Bolívia não tem hospitais especializados - ou cardiologistas - suficientes para tratar as crianças com problemas cardíacos. Por isso, inovações baratas são bem-vindas. Além disso, ao evitar uma cirurgia de coração aberto, a técnica evita problemas culturais: a manipulação do coração é considerada um sacrilégio em algumas comunidades indígenas da Bolívia. O aparelho de Freudenthal é feito de um único fio de metal superelástico, usado na indústria militar, conhecido como nitinol. Ele é capaz de memorizar sua própria forma e pode ser comprimido para entrar em um cateter, passar pelos vasos sanguíneos e expandir ao chegar no ponto correto do coração. Ao recuperar sua forma original - semelhante a uma cartola -, ele bloqueia o buraco cardíaco (também conhecido como Persistência do Canal Arterial, ou PCA. Em geral, esse buraco é corrigido naturalmente após o nascimento do bebê). ALTITUDE Portadores de problemas cardíacos congênitos têm dificuldade em ganhar peso e sofrem de fadiga frequente, já que seus corações têm de trabalhar três vezes mais do que um normal para bombear o sangue pelo corpo. Por conta da alta altitude e do ar rarefeito em La Paz - que está 4 mil metros acima do nível do mar -, Freudenthal diz que esses problemas são dez vezes mais frequentes na Bolívia do que em outros países. A menina Cinthia, de 6 anos, foi operada três anos atrás. O sangue que deveria suprir energia e oxigênio para o seu corpo escapava pelo canal arterial até este ser contido pelo procedimento cirúrgico. A mãe de Cinthia, Victoria Hilari, lembra que ela "mal conseguia caminhar um quarteirão" sem ficar cansada e quase desmaiava ao chorar. "Foi quando eu percebi que ela tinha um problema, mas não sabia o que fazer", diz Victoria. "Agora ela consegue correr e até está fazendo aula de educação física na escola."
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Bolivianas tricotam dispositivos que 'consertam' corações infantisNa tribo Aymara, na Bolívia, as tricoteiras carregam séculos de tradição na confecção de casacos, cobertores e chapéus típicos feitos de lã. Agora, sua técnica está ajudando a produzir um equipamento médico de alta tecnologia, com o objetivo de salvar a vida de crianças nascidas com problemas congênitos que formam "buracos" no coração. Veja vídeo "Estamos muito felizes por fazer algo para que alguém possa sobreviver", diz a tricoteira Daniela Mendoza, que confecciona a pequena peça em uma sala especialmente higienizada. Em cerca de duas horas ela produz um "Nit Occlud", como é chamada a peça, projetada pelo cardiologista Franz Freudenthal. O dispositivo, conhecido na medicina pelo nome em inglês occluder, é usada para cobrir e bloquear um buraco no coração do paciente. A maioria das peças é feita em escala industrial, mas a versão de Freudenthal é tão pequena e elaborada que dificulta sua produção em massa. Por isso, ele tem usado a expertise das tricoteiras para fazê-las manualmente. Os primeiros protótipos foram testados nos corações de ovelhas com problemas cardíacos. Depois de usá-los com sucesso também no coração de crianças, ele agora exporta a técnica. "O mais importante é que tentamos obter soluções muito simples para problemas complexos", disse Freudenthal à BBC. Por sua clínica, na capital La Paz, já passaram centenas de crianças com problemas cardíacos. País mais pobre da América do Sul, a Bolívia não tem hospitais especializados - ou cardiologistas - suficientes para tratar as crianças com problemas cardíacos. Por isso, inovações baratas são bem-vindas. Além disso, ao evitar uma cirurgia de coração aberto, a técnica evita problemas culturais: a manipulação do coração é considerada um sacrilégio em algumas comunidades indígenas da Bolívia. O aparelho de Freudenthal é feito de um único fio de metal superelástico, usado na indústria militar, conhecido como nitinol. Ele é capaz de memorizar sua própria forma e pode ser comprimido para entrar em um cateter, passar pelos vasos sanguíneos e expandir ao chegar no ponto correto do coração. Ao recuperar sua forma original - semelhante a uma cartola -, ele bloqueia o buraco cardíaco (também conhecido como Persistência do Canal Arterial, ou PCA. Em geral, esse buraco é corrigido naturalmente após o nascimento do bebê). ALTITUDE Portadores de problemas cardíacos congênitos têm dificuldade em ganhar peso e sofrem de fadiga frequente, já que seus corações têm de trabalhar três vezes mais do que um normal para bombear o sangue pelo corpo. Por conta da alta altitude e do ar rarefeito em La Paz - que está 4 mil metros acima do nível do mar -, Freudenthal diz que esses problemas são dez vezes mais frequentes na Bolívia do que em outros países. A menina Cinthia, de 6 anos, foi operada três anos atrás. O sangue que deveria suprir energia e oxigênio para o seu corpo escapava pelo canal arterial até este ser contido pelo procedimento cirúrgico. A mãe de Cinthia, Victoria Hilari, lembra que ela "mal conseguia caminhar um quarteirão" sem ficar cansada e quase desmaiava ao chorar. "Foi quando eu percebi que ela tinha um problema, mas não sabia o que fazer", diz Victoria. "Agora ela consegue correr e até está fazendo aula de educação física na escola."
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Latinos, feministas e grupos LGBT lideram protestos na Califórnia
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O artista Harvey Del Rei caminhava pelo quinto e maior dia de protestos em Los Angeles contra o presidente eleito Donald Trump, na manhã de sábado (12), e cumprimentava com um aperto de mão cada um dos policiais que via, a maioria posicionada para evitar que os manifestantes invadissem estradas. "Não quero que sintam que estamos aqui contra eles. Estamos aqui para ter nossas vozes ouvidas. Estamos aqui pelos direitos dos que não se sentem bem-vindos numa administração de Donald Trump", disse Harvey, 30 anos, mexicano gay que veio de Guadalajara quando tinha cinco anos. Sua mãe tem cidadania; ele ainda não. "Não protesto para mudar o resultado da eleição. Estou aqui para mostrar que tenho orgulho de quem sou", continuou o artista. De preto, vestia camiseta com a travesti do filme "Pink Flamingos". A população latina, que ultrapassa a de brancos na Califórnia, pode ser a mais prejudicada no Estado pelo governo de Trump, já que o bilionário nova-iorquino fez dos mexicanos um dos principais alvos na campanha. Um dos principais organizadores da manifestação de sábado era um grupo político independente chamado Unión del Barrio, que há 30 anos se dedica à luta dos que vivem na fronteira. Seus participantes levavam bandeiras de países da América Latina, incluindo uma do Brasil. Benjamin Prado, ativista do Unión del Barrio, ajudou a instalar um sistema de som, falou ao público em inglês e espanhol e passava o microfone para líderes de outros movimentos. "Estamos aqui pra defender a dignidade da nossa comunidade. O abuso policial, a prisão em massa, a discriminação, nada disso é novo para nós, e com Trump vai piorar", disse Benjamin à Folha; ele não quis contar em quem votou. "Não tinha ninguém para votar. Democratas e republicanos representam a mesma coisa, não conhecem a nossa realidade." Entre os que tomaram a palavra estavam uma muçulmana representante de mulheres do sudoeste da Ásia e do norte da África, um ativista da comunidade de filipinos e um garoto de 12 anos, da terceira geração de imigrantes do México. "Como vocês se sentem com o presidente eleito?", ele perguntou à multidão, que vaiou em resposta. "Vamos provar que Trump está errado sobre nós. Unidos, somos mais fortes." Feministas também formavam grande parte da manifestação, com cartazes fazendo menção à frase de Trump sobre "pegar mulheres pela xoxota". "Queremos mostrar aos apoiadores de Trump que não estamos para brincadeira, vamos defender nossos direitos", disse a professora Palmira Correa, 30 anos. "Como mulher e negra, passo medo a minha vida inteira. Estou cansada, triste." Ao contrário das quatro noites anteriores, a manifestação da manhã de sábado foi pacífica. "Adoro protestos, já estive em muitos em duas décadas de serviço", disse o policial Gregory, que trabalhava de bicicleta. "As pessoas vem para praticar seu direito e para botar pra fora." Em Oakland, norte da Califórnia, e em Portland, no Estado vizinho de Oregon, os protestos do final de semana também foram mais tranquilos em comparação com os anteriores, quando houve confrontos, uma pessoa foi baleada e policiais se feriram.
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mundo
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Latinos, feministas e grupos LGBT lideram protestos na CalifórniaO artista Harvey Del Rei caminhava pelo quinto e maior dia de protestos em Los Angeles contra o presidente eleito Donald Trump, na manhã de sábado (12), e cumprimentava com um aperto de mão cada um dos policiais que via, a maioria posicionada para evitar que os manifestantes invadissem estradas. "Não quero que sintam que estamos aqui contra eles. Estamos aqui para ter nossas vozes ouvidas. Estamos aqui pelos direitos dos que não se sentem bem-vindos numa administração de Donald Trump", disse Harvey, 30 anos, mexicano gay que veio de Guadalajara quando tinha cinco anos. Sua mãe tem cidadania; ele ainda não. "Não protesto para mudar o resultado da eleição. Estou aqui para mostrar que tenho orgulho de quem sou", continuou o artista. De preto, vestia camiseta com a travesti do filme "Pink Flamingos". A população latina, que ultrapassa a de brancos na Califórnia, pode ser a mais prejudicada no Estado pelo governo de Trump, já que o bilionário nova-iorquino fez dos mexicanos um dos principais alvos na campanha. Um dos principais organizadores da manifestação de sábado era um grupo político independente chamado Unión del Barrio, que há 30 anos se dedica à luta dos que vivem na fronteira. Seus participantes levavam bandeiras de países da América Latina, incluindo uma do Brasil. Benjamin Prado, ativista do Unión del Barrio, ajudou a instalar um sistema de som, falou ao público em inglês e espanhol e passava o microfone para líderes de outros movimentos. "Estamos aqui pra defender a dignidade da nossa comunidade. O abuso policial, a prisão em massa, a discriminação, nada disso é novo para nós, e com Trump vai piorar", disse Benjamin à Folha; ele não quis contar em quem votou. "Não tinha ninguém para votar. Democratas e republicanos representam a mesma coisa, não conhecem a nossa realidade." Entre os que tomaram a palavra estavam uma muçulmana representante de mulheres do sudoeste da Ásia e do norte da África, um ativista da comunidade de filipinos e um garoto de 12 anos, da terceira geração de imigrantes do México. "Como vocês se sentem com o presidente eleito?", ele perguntou à multidão, que vaiou em resposta. "Vamos provar que Trump está errado sobre nós. Unidos, somos mais fortes." Feministas também formavam grande parte da manifestação, com cartazes fazendo menção à frase de Trump sobre "pegar mulheres pela xoxota". "Queremos mostrar aos apoiadores de Trump que não estamos para brincadeira, vamos defender nossos direitos", disse a professora Palmira Correa, 30 anos. "Como mulher e negra, passo medo a minha vida inteira. Estou cansada, triste." Ao contrário das quatro noites anteriores, a manifestação da manhã de sábado foi pacífica. "Adoro protestos, já estive em muitos em duas décadas de serviço", disse o policial Gregory, que trabalhava de bicicleta. "As pessoas vem para praticar seu direito e para botar pra fora." Em Oakland, norte da Califórnia, e em Portland, no Estado vizinho de Oregon, os protestos do final de semana também foram mais tranquilos em comparação com os anteriores, quando houve confrontos, uma pessoa foi baleada e policiais se feriram.
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Dólar cai para R$ 3,86 com atuação do BC se sobrepondo à retração do PIB
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Nova atuação extra do Banco Central no mercado de câmbio se sobrepõe à retração maior que a esperada do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no terceiro trimestre e ajuda o dólar a cair nesta terça-feira (1º) sobre o real. A moeda americana também perde força frente a outras divisas globais na sessão, após uma sequência de avanços. No cenário interno, os investidores seguem à espera de importantes decisões políticas. O Conselho de Ética vota nesta tarde, em caráter preliminar, o processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pode resultar em sua cassação. Mais tarde, o Congresso vota a nova meta fiscal do governo para 2015. A votação havia sido adiada na semana passada após a prisão do ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), e do ex-presidente do banco BTG Pactual, André Esteves, no âmbito da operação Lava Jato. Às 12h55 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,73%, para R$ 3,866 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, recuava 0,56%, a R$ 3,865. Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar caía sobre 17. A divisa americana também perdia força contra sete das dez mais importantes moedas globais, entre elas o euro e a libra esterlina. O Banco Central venderá nesta tarde até US$ 500 milhões com compromisso de recompra em 2016. Leilões deste tipo fazem parte da estratégia do BC de fornecer recursos para a demanda sazonal de fim de ano, quando aumenta o valor enviado ao exterior para pagamento de dívidas e remessas de lucros, por exemplo. A autoridade também deu início aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 549,5 milhões. O reforço de liquidez do BC deixou em segundo plano o resultado do PIB brasileiro no terceiro trimestre, que caiu 1,7% —acima das expectativas, de recuo de 1,2%. Trata-se do terceiro trimestre consecutivo de queda do PIB, a mais longa sequência desde o ano de 1990, quando o governo Collor confiscou o dinheiro depositado na caderneta de poupança para tentar conter a hiperinflação. AÇÕES EM QUEDA O principal índice da Bolsa brasileira operava em queda nesta terça-feira, destoando do avanço registrado nos mercados acionários dos Estados Unidos, pressionado pela queda dos bancos. Às 12h55, o Ibovespa caía 0,25%, para 45.009 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 2 bilhões. As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, perdiam 0,52%, para R$ 7,63 cada uma. As ordinárias, com direito a voto, tinham alta de 0,42%, a R$ 9,45. Já as ações preferencias da Vale cediam 0,84%, para R$ 10,54, enquanto as ordinárias tombavam 0,91%, a R$ 13,05. Os papéis seguem em seu menor valor em dez anos devido a preocupações dos investidores com os custos para remediação da área atingida pelo acidente da Samarco, empresa controlada pela Vale e BHP, em um cenário de minério cada vez mais barato. No setor bancário, as ações do Itaú perdiam 0,72%, enquanto o Bradesco recuava 0,85% e o Banco do Brasil tinha leve baixa de 0,12%. O Santander mostrava queda de 1,35%. Este é o setor com a maior participação dentro do Ibovespa. Fora do Ibovespa, as units (conjuntos de ações) do banco BTG Pactual cediam 2,87%, para R$ 20,30. As ações da rede de drogarias Brasil Pharma, cujo maior acionista é o BTG Pactual, subiam 0,27%, para R$ 15,04 cada uma. Os papéis continuam sendo afetados negativamente pela prisão, na última quarta-feira (25), de André Esteves.
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Dólar cai para R$ 3,86 com atuação do BC se sobrepondo à retração do PIBNova atuação extra do Banco Central no mercado de câmbio se sobrepõe à retração maior que a esperada do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no terceiro trimestre e ajuda o dólar a cair nesta terça-feira (1º) sobre o real. A moeda americana também perde força frente a outras divisas globais na sessão, após uma sequência de avanços. No cenário interno, os investidores seguem à espera de importantes decisões políticas. O Conselho de Ética vota nesta tarde, em caráter preliminar, o processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pode resultar em sua cassação. Mais tarde, o Congresso vota a nova meta fiscal do governo para 2015. A votação havia sido adiada na semana passada após a prisão do ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), e do ex-presidente do banco BTG Pactual, André Esteves, no âmbito da operação Lava Jato. Às 12h55 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,73%, para R$ 3,866 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, recuava 0,56%, a R$ 3,865. Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar caía sobre 17. A divisa americana também perdia força contra sete das dez mais importantes moedas globais, entre elas o euro e a libra esterlina. O Banco Central venderá nesta tarde até US$ 500 milhões com compromisso de recompra em 2016. Leilões deste tipo fazem parte da estratégia do BC de fornecer recursos para a demanda sazonal de fim de ano, quando aumenta o valor enviado ao exterior para pagamento de dívidas e remessas de lucros, por exemplo. A autoridade também deu início aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 549,5 milhões. O reforço de liquidez do BC deixou em segundo plano o resultado do PIB brasileiro no terceiro trimestre, que caiu 1,7% —acima das expectativas, de recuo de 1,2%. Trata-se do terceiro trimestre consecutivo de queda do PIB, a mais longa sequência desde o ano de 1990, quando o governo Collor confiscou o dinheiro depositado na caderneta de poupança para tentar conter a hiperinflação. AÇÕES EM QUEDA O principal índice da Bolsa brasileira operava em queda nesta terça-feira, destoando do avanço registrado nos mercados acionários dos Estados Unidos, pressionado pela queda dos bancos. Às 12h55, o Ibovespa caía 0,25%, para 45.009 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 2 bilhões. As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, perdiam 0,52%, para R$ 7,63 cada uma. As ordinárias, com direito a voto, tinham alta de 0,42%, a R$ 9,45. Já as ações preferencias da Vale cediam 0,84%, para R$ 10,54, enquanto as ordinárias tombavam 0,91%, a R$ 13,05. Os papéis seguem em seu menor valor em dez anos devido a preocupações dos investidores com os custos para remediação da área atingida pelo acidente da Samarco, empresa controlada pela Vale e BHP, em um cenário de minério cada vez mais barato. No setor bancário, as ações do Itaú perdiam 0,72%, enquanto o Bradesco recuava 0,85% e o Banco do Brasil tinha leve baixa de 0,12%. O Santander mostrava queda de 1,35%. Este é o setor com a maior participação dentro do Ibovespa. Fora do Ibovespa, as units (conjuntos de ações) do banco BTG Pactual cediam 2,87%, para R$ 20,30. As ações da rede de drogarias Brasil Pharma, cujo maior acionista é o BTG Pactual, subiam 0,27%, para R$ 15,04 cada uma. Os papéis continuam sendo afetados negativamente pela prisão, na última quarta-feira (25), de André Esteves.
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Leitores comentam debate sobre liberdade de expressão
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Sobre o artigo de Luiz Carlos Barreto (Não sou Charlie nem Chérif nem Said), quer dizer então que, após os assassinatos dos cartunistas e dos policiais, "nós, ocidentais", precisamos fazer uma "revisão dos nossos conceitos e do nosso modo de relacionamento com os povos da banda oriental do planeta"? Creio que o cineasta se esqueceu de que, graças a esses valores que, no seu modo de entender, merecem revisão, ele pôde livremente levar à reflexão, por meio do cinema, aquilo em que acreditava. RODRIGO CÉSAR COCCARO, promotor de Justiça (São Paulo, SP) * Excelente o editorial César, o papa e o califa. Lastimável que São Paulo tenha um secretário da Justiça tão estúpido, para dizer o menos. ERASMO VALLADÃO FRANÇA, professor associado da Faculdade de Direito da USP (São Paulo, SP) * A opinião desse sr. Aloisio de Toledo César merece até um editorial? A mídia insiste em publicar só a opinião de quem defende a liberdade de expressão sem nenhum respeito a quem quer que seja. Esse assunto ultrapolêmico precisa ouvir outras maneiras de pensar. Provocações são bem-vindas, pois geram discussões que abrem novos caminhos e trazem novas ideias. Será que, se provoco até onde quero, essa provocação não chegará a loucos violentos com suas reações próprias? Quem está acostumado a acompanhar a mídia também conhece seus exageros. Será que bom senso é caretice? CRISTINA REGGIANI (Santana do Parnaíba, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores comentam debate sobre liberdade de expressãoSobre o artigo de Luiz Carlos Barreto (Não sou Charlie nem Chérif nem Said), quer dizer então que, após os assassinatos dos cartunistas e dos policiais, "nós, ocidentais", precisamos fazer uma "revisão dos nossos conceitos e do nosso modo de relacionamento com os povos da banda oriental do planeta"? Creio que o cineasta se esqueceu de que, graças a esses valores que, no seu modo de entender, merecem revisão, ele pôde livremente levar à reflexão, por meio do cinema, aquilo em que acreditava. RODRIGO CÉSAR COCCARO, promotor de Justiça (São Paulo, SP) * Excelente o editorial César, o papa e o califa. Lastimável que São Paulo tenha um secretário da Justiça tão estúpido, para dizer o menos. ERASMO VALLADÃO FRANÇA, professor associado da Faculdade de Direito da USP (São Paulo, SP) * A opinião desse sr. Aloisio de Toledo César merece até um editorial? A mídia insiste em publicar só a opinião de quem defende a liberdade de expressão sem nenhum respeito a quem quer que seja. Esse assunto ultrapolêmico precisa ouvir outras maneiras de pensar. Provocações são bem-vindas, pois geram discussões que abrem novos caminhos e trazem novas ideias. Será que, se provoco até onde quero, essa provocação não chegará a loucos violentos com suas reações próprias? Quem está acostumado a acompanhar a mídia também conhece seus exageros. Será que bom senso é caretice? CRISTINA REGGIANI (Santana do Parnaíba, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Eleição de Trump é resposta à promessa liberal de inclusão
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RESUMO O autor analisa a chegada de Donald Trump à Casa Branca, prevista para 20/1, à luz de noções como populismo e iliberalismo. Ao mesmo tempo em que reconhece as peculiaridades do percurso eleitoral do republicano, pondera que seu triunfo não anuncia o canto do cisne da política como a conhecemos. Alerta ao leitor: as chances de alguma previsão feita neste texto dar certo são de cerca de 50%. Isso equivale a jogar para o alto uma moeda. Segundo o conhecimento acumulado da ciência política, esse deveria ser o grau de confiabilidade de qualquer prognóstico sobre eventos políticos. A estimativa é de Philip Tetlock em "Expert Political Judgment" (avaliação política especializada; Princeton University Press), no qual reporta os resultados de estudo sobre 28 mil previsões feitas por cientistas políticos ao longo de quase duas décadas. Posto isso, importa menos a chamada previsão –"a estimativa de ponto"– quanto a eventos futuros do que a própria plausibilidade intuitiva de nossas conjecturas. Podemos tentar estimar o risco associado a certos eventos, mas cumpre lembrar que a incerteza é refratária ao cálculo. Quando ela é muito elevada, como atualmente, só resta a imaginação política. A temporada de previsões está aberta: há muita profecia e "quase-previsões", como chamo os exercícios de interpretação sobre a conjuntura que buscam identificar sua singularidade. Por definição, os atores imersos na conjuntura não divisam uma mudança estrutural. A Coruja de Minerva, símbolo da sabedoria, só abre suas asas no início do crepúsculo, mas há quem queira avistá-la em pleno dia. Na realidade, muitos dos eventos políticos mais importantes dos últimos 40 anos não foram antecipados por ninguém. A lista é longa: lembremos o colapso da União Soviética, a Primavera Árabe etc. Aos quais se somam agora o fenômeno Trump, o "brexit" e a ascensão do populismo. Para algumas abordagens consagradas, o diagnóstico nunca foi outro senão o de crise: há cerca de um século o vaticínio é de crise do capitalismo, da democracia representativa, da representação política, do sistema partidário, do Estado de bem-estar social, e assim por diante. Esses recortes pouco agregam. Onipresente no debate em torno de previsões e quase-previsões, o termo populismo tornou-se –para usar a expressão de Werner Müller– a forma canônica de se referir a alguém ou a alguma posição da qual não se goste por qualquer que seja a razão. Há um temor nas democracias em relação ao candidato populista à espreita. Na ciência politica e disciplinas afins, o termo tem sido utilizado para designar situações e movimentos históricos tão díspares quanto os narodniks russos do século 19 (que defendiam o socialismo agrário e patrocinavam a ida de intelectuais e estudantes ao campo para viver como camponeses), o populismo agrário americano do mesmo século e as democracias de massa latino-americanas. POPULISMO BOM? Há também no mercado de ideias um registro do populismo em uma chave positiva com forte influência na realpolitik. Teóricos como Ernesto Laclau, que se tornou o ideólogo oficial do kirchnerismo, e Chantal Mouffe, inspiração para os partidos de esquerda Podemos, da Espanha, e o Syriza, da Grécia, fazem o elogio da "razão populista". Em sua visão, o populismo é a forma efetiva de romper a hegemonia; é eficaz porque introduz o antagonismo como princípio central da prática política. O populismo é entendido como forma não só de "construir identidades coletivas" como também de "construir o adversário". O estabelecimento de dicotomias identitárias ("nós contra eles") é a estratégia para moldar a identidade do "campo popular". A chamada "política do afeto e das emoções" é a nova chave teórica para justificar o cesarismo plebiscitário de líderes carismáticos. Tributária da visão da política como uma dialética amigo-inimigo (a inspiração vem de Carl Schmitt, o jurista do regime nazista), essa concepção deixa entrever seu antipluralismo: os adversários políticos são inimigos, e a política mira a instauração de um projeto hegemônico. É assim que ações fiscalmente irresponsáveis são legitimadas como instrumentais à constituição de um "demos contra-hegemônico" ("demos" entendido nesta expressão de Laclau/Mouffe como corpo político) –pois, embora dinamicamente insustentáveis, demarcam o lugar dos que estão do lado popular e dos que estão longe dele. Diametralmente oposta a essa interpretação é aquela que faz a crítica ao "populismo macroeconômico", ou seja, à condução da economia sob restrição orçamentária zero ou fraca. Populismo é aqui a qualificação da combinação de expansionismo fiscal e monetização de deficits. É o equivalente à demagogia fiscal. Como se vê, o termo sofreu um alargamento conceitual desmedido. Tornou-se um "mot-valise", impreciso e talvez imprestável. Com algum esforço e boa vontade, pode-se, afinal, identificar um núcleo duro comum às experiências populistas? Para Müller, os traços compartilhados seriam o caráter antissistema, o antipluralismo e o iliberalismo. O caráter antissistema decorre da associação entre o populismo e as propostas de "rejeição de tudo o que está aí". Partidos e candidatos antissistema não são exatamente novidade: algumas grandes agremiações, como os partidos comunistas de Itália e França, tinham essa característica histórica. Já o antipluralismo se manifesta na suposta representatividade exclusiva de certas categorias ou grupos; não é à toa que a sigla extremista finlandesa se chama Partido dos Verdadeiros Finlandeses. Essa postura é refratária à ideia de competição política: apenas um grupo representa a nação, o que torna os demais ilegítimos. Joga-se o jogo até o momento em que se ascende ao poder, quando a tarefa passa a ser mudar as regras do jogo (ou, na sua versão maximalista, implantar o projeto). Nessa visão, o incrementalismo social é perverso: só a reforma radical oferece a redenção. À questão "o que fazer quando há desacordo moral profundo?", a solução iliberal é transformar radicalmente o jogo ou, no limite, "virar a mesa". ILIBERALISMO Por sua vez, o iliberalismo se expressa na desvalorização da tradição liberal do império da lei. O constitucionalismo torna-se questão acessória frente ao ideal da soberania popular desimpedida. Em geral, as instituições de freios e contrapesos são as primeiras vítimas. O Jobbik (Movimento por uma Hungria Melhor, de extrema-direita) se referiu à Suprema Corte local como "aristocrática". Mas quando ela foi domada pelo presidente Vicktor Orbán, a sigla logrou extrair daquela uma decisão proibindo a mídia de associar o Jobbik à extrema-direita. Embora haja grandes afinidades eletivas entre autoritarismo e populismo, esse nexo não é perfeitamente claro. Casos históricos importantes, como o populismo agrário nos EUA, não estavam marcados por autoritarismo político aberto. O populismo é, antes de tudo, um produto de mobilização eleitoral. Ele tampouco está associado a sistemas partidários fracos –tal descrição certamente não valeria para os casos americano, francês ou austríaco. Mas está florescendo em um contexto de enfraquecimento histórico dos partidos social-democráticos e liberais. Isso se deve aos deslocamentos produzidos pela globalização e pela crise econômica em comunidades tradicionais, ao choque externo representado pela crise dos refugiados na Europa e à ação de grupos terroristas. A ascensão de Trump representa de fato um fenômeno não antecipado. E não só porque ele é "outsider" na política e por suas bandeiras iliberais. A surpresa quanto à sua ascensão deve-se, entre os cientistas políticos, também ao fato de que ela se produziu em um modelo majoritário de democracia no que se refere às instituições eleitorais. A adoção do distrito eleitoral uninominal produz, como se sabe, o bipartidarismo. Os incentivos daí resultantes, por sua vez, levam os partidos à competição pelo centro do espectro ideológico e à moderação. A representação proporcional, de forma contrária, encoraja os partidos a se alojar em nichos ideológicos, o que impede a "convergência para o eleitor mediano". O efeito, portanto, é simétrico ao das instituições majoritárias: os partidos extremistas nesse arranjo institucional tendem a prosperar. (Hans Kelsen foi o primeiro a ter essa intuição quando associou a ascensão do nazismo à adoção da representação proporcional, o que levou à criação do sistema eleitoral misto após a guerra.) O PARTIDO DECIDE? A peculiaridade de Trump foi seu sucesso em derrotar seus rivais moderados no seio do Partido Republicano. Isso porque partidos como a Frente Nacional francesa (de extrema-direita) não poderiam prosperar no arranjo institucional americano. O argumento predominante entre cientistas políticos deu com os burros n'água na eleição de 2016. Conhecido como TPD (das iniciais de "The Party Decides", o partido decide, livro onde é desenvolvido, da University of Chicago Press), o raciocínio sustenta que o partido é sempre decisivo como ator institucional, o que obstaria a ascensão de um "outsider". Se o melhor preditor para a escolha de candidatos em modelos sofisticados com série histórica longa são as preferências dos líderes partidários que controlam o processo das primárias, como a legenda pode ter falhado em deter a ascensão de Trump? A explicação da vitória de Trump enquanto fenômeno endógeno não é assim inteiramente satisfatória. A leitura rival centra-se em fatores exógenos ao partido, em particular na magnitude do "backlash" (repercussão negativa) provocado pelo declínio sustentado da renda que ocorre nos EUA e do sentimento resultante de impotência. Pela primeira vez, uma geração é menos afluente do que a anterior, e a mobilidade social vertical estancou. Em um quadro no qual as questões identitárias e de reconhecimento adquiriram, na agenda dos governos liberais, enorme centralidade em relação às redistributivas, o resultado parece ter sido uma brutal frustração coletiva. Mais importante: esses grupos desapontados passaram também a assumir questões identitárias. A mais perigosa delas é o nacionalismo e a equiparação de homens brancos de baixa escolaridade a uma classe de perdedores da globalização. Paradoxalmente, a ascensão de Trump poderia sugerir que a accountability (responsabilização) democrática vai bem: os eleitores estão, afinal, punindo os governantes pelo mau desempenho. As elites liberais em torno do centro não produziram prosperidade e inclusão. O fracasso leva consigo a credibilidade de políticas e discursos fundados no conhecimento científico e técnico acumulado, abrindo a porta ao anti-intelectualismo visceral e ao protecionismo. Não é infrequente na mídia a referência ao eleitor típico de Trump como oriundo de uma suposta minoria de rednecks (caipiras). Na realidade, ele integra a categoria que mais se aproxima do eleitor mediano nos EUA. A forte reação desse segmento é, portanto, contra a convergência entre liberais de centro e republicanos moderados que tem produzido um quadro de rendas em queda e forte declínio relativo do país no cenário internacional. Quando as alternativas políticas para o eleitor se tornam indistinguíveis umas das outras, vicejam as opções extremas. Mas a vitória republicana poderia ter sido prevista levando-se em conta apenas os fatores históricos, como desempenho da economia, popularidade e o chamado "efeito incumbente" (o efeito de um partido ou candidato estar no poder, que na conjuntura específica dos EUA seria negativo). PARTIDOS IMPORTAM Isso não quer dizer que tenha ocorrido na eleição de novembro passado algum realinhamento histórico no sistema partidário, como em 1912, 1932 e 1972. Larry Bartels, por exemplo, mostra que houve agora grande estabilidade no índice de continuidade partidária que ele construiu com dados desde 1868 –esse indicador mede como os resultados refletem a distribuição partidária de votos em uma eleição, na comparação com as três anteriores, para todos os Estados. Não houve virada histórica, apenas uma mudança interna no balanço de grupos no Partido Republicano: 89% dos democratas votaram na candidata Clinton, e 90% dos republicanos votaram em Trump. Ou seja: os partidos e a identificação partidária importam. A eleição de Trump é insólita e tem consequências imprevisíveis por várias razões, mas não implica numa reestruturação do sistema político tal como o conhecemos. A revolta contra as elites liberais na Europa mantém similaridade com a ascensão de Trump. As elites em torno do centro do continuum ideológico (social-democratas e liberais dos mais variados matizes) vêm sendo punidas pela incapacidade de produzir bem-estar e segurança. Sob o sistema de representação proporcional, o jogo é outro: trata-se de partidos populistas, e não de indivíduos (Trump) ou movimentos (Tea Party) no interior de partidos. O choque causado pela combinação tóxica de intensificação brutal da imigração (e crise de refugiados) e prolongada crise econômica da zona do euro (com gravíssima crise fiscal em alguns países) teve seu preço. Devido ao bom desempenho econômico, a Alemanha torna-se o baluarte do liberalismo social. O governo de coalizão (formado por social-democratas e democratas cristãos) é o último refúgio seguro do "embedded liberalism" (combinação de livre comércio no plano internacional e keynesianismo doméstico) do pós-guerra. Não arrisco previsão sobre se irá durar. Os efeitos da globalização nos EUA e na Europa são o elemento comum subjacente à ascensão de partidos extremistas. Esses ecos são simétricos nos países pobres e ricos. A despeito da estridência fora de lugar dos protestos antiglobalização em nações de renda média e baixa, os resultados da mundialização foram muito positivos nesses países, tirando centenas de milhões de pessoas da pobreza. Nos países capitalistas avançados, seus efeitos positivos foram concentrados em certos setores (finanças, tecnologia de informação etc) e regiões específicas (cinturões metropolitanos), enquanto os negativos se fizeram sentir nas áreas industriais em declínio. De Pas de Calais a Marseille, das Midlands ao norte da Inglaterra, a frustração transformou regiões que outrora foram redutos comunistas, trabalhistas e socialistas em bolsões da Frente Nacional e do britânico (e eurocético) Ukip. Como mostra Branko Milanovic, enquanto a desigualdade entre países tem se reduzido, a desigualdade intrapaíses se eleva, sobretudo nos EUA, no Reino Unido e na Alemanha, produzindo a "nova política da redistribuição". As pessoas nas áreas perdedoras da globalização passam a defender o que aquele autor chama de "rendas de nacionalidade", o diferencial de rendimentos que auferem simplesmente por serem cidadãos de países ricos em relação aos cidadãos de países de fora da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Daí o nacionalismo e a xenofobia. Crise Para os inimigos da democracia representativa, o diagnóstico é invariante: a crise de representação é permanente. Tal conclusão não acrescenta nada. Os indicadores utilizados para dimensionar o descolamento entre cidadãos e representantes não sugerem descontinuidades importantes, mas consolidação de tendências. Tome-se a baixa filiação aos partidos políticos. Na realidade, na maioria das democracias, o pico de filiação ocorreu no final da década de 1950. A progressiva perda de confiança dos cidadãos nos representantes, por outro lado, deve ser vista com cautela, assim como a queda continuada na taxa de comparecimento às urnas. A vida parlamentar vem se organizando há pelo menos três décadas em torno de "parties without partisans" (partidos sem partidários), na conhecida fórmula de Russell Dalton. Com a introdução do financiamento público dos partidos políticos no fim da década de 1950, as siglas se tornaram cartéis de representação. Há governo, mas ele age em um vazio normativo, como nota o cientista político Peter Mair. Ao fim e ao cabo, legendas importam decisivamente, o que a eleição de Trump só confirma. Em vez de sinalizarem apatia política ou cinismo cívico, os indicadores citados acima podem ser melhor interpretados como o surgimento do que a cientista política Pippa Norris chamou de "critical citizens" (cidadãos críticos). Nesse sentido, o que se observa são democratas insatisfeitos que aderem normativamente aos ideais da democracia liberal, mas que enxergam deficit no funcionamento das instituições. A ideia de que teria ocorrido forte descontinuidade nas atitudes quanto à democracia (maior tolerância a soluções autoritárias, por exemplo) deve ser encarada com ressalvas, como sustentou Ronald Inglehart no "Journal of Democracy". Que parece ter havido retrocesso no avanço das democracias não há dúvidas. Em 2007, o escore agregado da Freedom House sofreu inflexão pela primeira vez desde 1990, iniciando-se novo padrão. Ou seja, os ganhos líquidos são negativos: houve mais países sofrendo queda do que melhorando seus escores no índice global. Como notou a revista "The Economist", o liberalismo perdeu a maioria dos argumentos em 2016. Mas ele também foi posto à prova nas décadas de 1920 e 1960. Como princípio organizador das democracias históricas, entretanto, ele sempre mostrou resiliência. O que não quer dizer que o mal-estar civilizatório produzido pela ascensão de Trump não seja enorme, inclusive no campo republicano e liberal europeu. Não parece razoável esperar uma reversão desses processos sem uma nova era de prosperidade ou sem uma solução para o choque da imigração e da ameaça de grupos terroristas. Para o historiador Pierre Rosanvallon, a resposta à crise do liberalismo no início do século 20 foi o Estado de bem-estar social. Na atual crise, se haverá solução ou que forma tomará, é temerário afirmar. MARCUS ANDRÉ MELO é professor titular de ciência política da Universidade Federal de Pernambuco e foi professor visitante na universidade Yale e no MIT. ADAMS CARVALHO, 37, é ilustrador.
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Eleição de Trump é resposta à promessa liberal de inclusãoRESUMO O autor analisa a chegada de Donald Trump à Casa Branca, prevista para 20/1, à luz de noções como populismo e iliberalismo. Ao mesmo tempo em que reconhece as peculiaridades do percurso eleitoral do republicano, pondera que seu triunfo não anuncia o canto do cisne da política como a conhecemos. Alerta ao leitor: as chances de alguma previsão feita neste texto dar certo são de cerca de 50%. Isso equivale a jogar para o alto uma moeda. Segundo o conhecimento acumulado da ciência política, esse deveria ser o grau de confiabilidade de qualquer prognóstico sobre eventos políticos. A estimativa é de Philip Tetlock em "Expert Political Judgment" (avaliação política especializada; Princeton University Press), no qual reporta os resultados de estudo sobre 28 mil previsões feitas por cientistas políticos ao longo de quase duas décadas. Posto isso, importa menos a chamada previsão –"a estimativa de ponto"– quanto a eventos futuros do que a própria plausibilidade intuitiva de nossas conjecturas. Podemos tentar estimar o risco associado a certos eventos, mas cumpre lembrar que a incerteza é refratária ao cálculo. Quando ela é muito elevada, como atualmente, só resta a imaginação política. A temporada de previsões está aberta: há muita profecia e "quase-previsões", como chamo os exercícios de interpretação sobre a conjuntura que buscam identificar sua singularidade. Por definição, os atores imersos na conjuntura não divisam uma mudança estrutural. A Coruja de Minerva, símbolo da sabedoria, só abre suas asas no início do crepúsculo, mas há quem queira avistá-la em pleno dia. Na realidade, muitos dos eventos políticos mais importantes dos últimos 40 anos não foram antecipados por ninguém. A lista é longa: lembremos o colapso da União Soviética, a Primavera Árabe etc. Aos quais se somam agora o fenômeno Trump, o "brexit" e a ascensão do populismo. Para algumas abordagens consagradas, o diagnóstico nunca foi outro senão o de crise: há cerca de um século o vaticínio é de crise do capitalismo, da democracia representativa, da representação política, do sistema partidário, do Estado de bem-estar social, e assim por diante. Esses recortes pouco agregam. Onipresente no debate em torno de previsões e quase-previsões, o termo populismo tornou-se –para usar a expressão de Werner Müller– a forma canônica de se referir a alguém ou a alguma posição da qual não se goste por qualquer que seja a razão. Há um temor nas democracias em relação ao candidato populista à espreita. Na ciência politica e disciplinas afins, o termo tem sido utilizado para designar situações e movimentos históricos tão díspares quanto os narodniks russos do século 19 (que defendiam o socialismo agrário e patrocinavam a ida de intelectuais e estudantes ao campo para viver como camponeses), o populismo agrário americano do mesmo século e as democracias de massa latino-americanas. POPULISMO BOM? Há também no mercado de ideias um registro do populismo em uma chave positiva com forte influência na realpolitik. Teóricos como Ernesto Laclau, que se tornou o ideólogo oficial do kirchnerismo, e Chantal Mouffe, inspiração para os partidos de esquerda Podemos, da Espanha, e o Syriza, da Grécia, fazem o elogio da "razão populista". Em sua visão, o populismo é a forma efetiva de romper a hegemonia; é eficaz porque introduz o antagonismo como princípio central da prática política. O populismo é entendido como forma não só de "construir identidades coletivas" como também de "construir o adversário". O estabelecimento de dicotomias identitárias ("nós contra eles") é a estratégia para moldar a identidade do "campo popular". A chamada "política do afeto e das emoções" é a nova chave teórica para justificar o cesarismo plebiscitário de líderes carismáticos. Tributária da visão da política como uma dialética amigo-inimigo (a inspiração vem de Carl Schmitt, o jurista do regime nazista), essa concepção deixa entrever seu antipluralismo: os adversários políticos são inimigos, e a política mira a instauração de um projeto hegemônico. É assim que ações fiscalmente irresponsáveis são legitimadas como instrumentais à constituição de um "demos contra-hegemônico" ("demos" entendido nesta expressão de Laclau/Mouffe como corpo político) –pois, embora dinamicamente insustentáveis, demarcam o lugar dos que estão do lado popular e dos que estão longe dele. Diametralmente oposta a essa interpretação é aquela que faz a crítica ao "populismo macroeconômico", ou seja, à condução da economia sob restrição orçamentária zero ou fraca. Populismo é aqui a qualificação da combinação de expansionismo fiscal e monetização de deficits. É o equivalente à demagogia fiscal. Como se vê, o termo sofreu um alargamento conceitual desmedido. Tornou-se um "mot-valise", impreciso e talvez imprestável. Com algum esforço e boa vontade, pode-se, afinal, identificar um núcleo duro comum às experiências populistas? Para Müller, os traços compartilhados seriam o caráter antissistema, o antipluralismo e o iliberalismo. O caráter antissistema decorre da associação entre o populismo e as propostas de "rejeição de tudo o que está aí". Partidos e candidatos antissistema não são exatamente novidade: algumas grandes agremiações, como os partidos comunistas de Itália e França, tinham essa característica histórica. Já o antipluralismo se manifesta na suposta representatividade exclusiva de certas categorias ou grupos; não é à toa que a sigla extremista finlandesa se chama Partido dos Verdadeiros Finlandeses. Essa postura é refratária à ideia de competição política: apenas um grupo representa a nação, o que torna os demais ilegítimos. Joga-se o jogo até o momento em que se ascende ao poder, quando a tarefa passa a ser mudar as regras do jogo (ou, na sua versão maximalista, implantar o projeto). Nessa visão, o incrementalismo social é perverso: só a reforma radical oferece a redenção. À questão "o que fazer quando há desacordo moral profundo?", a solução iliberal é transformar radicalmente o jogo ou, no limite, "virar a mesa". ILIBERALISMO Por sua vez, o iliberalismo se expressa na desvalorização da tradição liberal do império da lei. O constitucionalismo torna-se questão acessória frente ao ideal da soberania popular desimpedida. Em geral, as instituições de freios e contrapesos são as primeiras vítimas. O Jobbik (Movimento por uma Hungria Melhor, de extrema-direita) se referiu à Suprema Corte local como "aristocrática". Mas quando ela foi domada pelo presidente Vicktor Orbán, a sigla logrou extrair daquela uma decisão proibindo a mídia de associar o Jobbik à extrema-direita. Embora haja grandes afinidades eletivas entre autoritarismo e populismo, esse nexo não é perfeitamente claro. Casos históricos importantes, como o populismo agrário nos EUA, não estavam marcados por autoritarismo político aberto. O populismo é, antes de tudo, um produto de mobilização eleitoral. Ele tampouco está associado a sistemas partidários fracos –tal descrição certamente não valeria para os casos americano, francês ou austríaco. Mas está florescendo em um contexto de enfraquecimento histórico dos partidos social-democráticos e liberais. Isso se deve aos deslocamentos produzidos pela globalização e pela crise econômica em comunidades tradicionais, ao choque externo representado pela crise dos refugiados na Europa e à ação de grupos terroristas. A ascensão de Trump representa de fato um fenômeno não antecipado. E não só porque ele é "outsider" na política e por suas bandeiras iliberais. A surpresa quanto à sua ascensão deve-se, entre os cientistas políticos, também ao fato de que ela se produziu em um modelo majoritário de democracia no que se refere às instituições eleitorais. A adoção do distrito eleitoral uninominal produz, como se sabe, o bipartidarismo. Os incentivos daí resultantes, por sua vez, levam os partidos à competição pelo centro do espectro ideológico e à moderação. A representação proporcional, de forma contrária, encoraja os partidos a se alojar em nichos ideológicos, o que impede a "convergência para o eleitor mediano". O efeito, portanto, é simétrico ao das instituições majoritárias: os partidos extremistas nesse arranjo institucional tendem a prosperar. (Hans Kelsen foi o primeiro a ter essa intuição quando associou a ascensão do nazismo à adoção da representação proporcional, o que levou à criação do sistema eleitoral misto após a guerra.) O PARTIDO DECIDE? A peculiaridade de Trump foi seu sucesso em derrotar seus rivais moderados no seio do Partido Republicano. Isso porque partidos como a Frente Nacional francesa (de extrema-direita) não poderiam prosperar no arranjo institucional americano. O argumento predominante entre cientistas políticos deu com os burros n'água na eleição de 2016. Conhecido como TPD (das iniciais de "The Party Decides", o partido decide, livro onde é desenvolvido, da University of Chicago Press), o raciocínio sustenta que o partido é sempre decisivo como ator institucional, o que obstaria a ascensão de um "outsider". Se o melhor preditor para a escolha de candidatos em modelos sofisticados com série histórica longa são as preferências dos líderes partidários que controlam o processo das primárias, como a legenda pode ter falhado em deter a ascensão de Trump? A explicação da vitória de Trump enquanto fenômeno endógeno não é assim inteiramente satisfatória. A leitura rival centra-se em fatores exógenos ao partido, em particular na magnitude do "backlash" (repercussão negativa) provocado pelo declínio sustentado da renda que ocorre nos EUA e do sentimento resultante de impotência. Pela primeira vez, uma geração é menos afluente do que a anterior, e a mobilidade social vertical estancou. Em um quadro no qual as questões identitárias e de reconhecimento adquiriram, na agenda dos governos liberais, enorme centralidade em relação às redistributivas, o resultado parece ter sido uma brutal frustração coletiva. Mais importante: esses grupos desapontados passaram também a assumir questões identitárias. A mais perigosa delas é o nacionalismo e a equiparação de homens brancos de baixa escolaridade a uma classe de perdedores da globalização. Paradoxalmente, a ascensão de Trump poderia sugerir que a accountability (responsabilização) democrática vai bem: os eleitores estão, afinal, punindo os governantes pelo mau desempenho. As elites liberais em torno do centro não produziram prosperidade e inclusão. O fracasso leva consigo a credibilidade de políticas e discursos fundados no conhecimento científico e técnico acumulado, abrindo a porta ao anti-intelectualismo visceral e ao protecionismo. Não é infrequente na mídia a referência ao eleitor típico de Trump como oriundo de uma suposta minoria de rednecks (caipiras). Na realidade, ele integra a categoria que mais se aproxima do eleitor mediano nos EUA. A forte reação desse segmento é, portanto, contra a convergência entre liberais de centro e republicanos moderados que tem produzido um quadro de rendas em queda e forte declínio relativo do país no cenário internacional. Quando as alternativas políticas para o eleitor se tornam indistinguíveis umas das outras, vicejam as opções extremas. Mas a vitória republicana poderia ter sido prevista levando-se em conta apenas os fatores históricos, como desempenho da economia, popularidade e o chamado "efeito incumbente" (o efeito de um partido ou candidato estar no poder, que na conjuntura específica dos EUA seria negativo). PARTIDOS IMPORTAM Isso não quer dizer que tenha ocorrido na eleição de novembro passado algum realinhamento histórico no sistema partidário, como em 1912, 1932 e 1972. Larry Bartels, por exemplo, mostra que houve agora grande estabilidade no índice de continuidade partidária que ele construiu com dados desde 1868 –esse indicador mede como os resultados refletem a distribuição partidária de votos em uma eleição, na comparação com as três anteriores, para todos os Estados. Não houve virada histórica, apenas uma mudança interna no balanço de grupos no Partido Republicano: 89% dos democratas votaram na candidata Clinton, e 90% dos republicanos votaram em Trump. Ou seja: os partidos e a identificação partidária importam. A eleição de Trump é insólita e tem consequências imprevisíveis por várias razões, mas não implica numa reestruturação do sistema político tal como o conhecemos. A revolta contra as elites liberais na Europa mantém similaridade com a ascensão de Trump. As elites em torno do centro do continuum ideológico (social-democratas e liberais dos mais variados matizes) vêm sendo punidas pela incapacidade de produzir bem-estar e segurança. Sob o sistema de representação proporcional, o jogo é outro: trata-se de partidos populistas, e não de indivíduos (Trump) ou movimentos (Tea Party) no interior de partidos. O choque causado pela combinação tóxica de intensificação brutal da imigração (e crise de refugiados) e prolongada crise econômica da zona do euro (com gravíssima crise fiscal em alguns países) teve seu preço. Devido ao bom desempenho econômico, a Alemanha torna-se o baluarte do liberalismo social. O governo de coalizão (formado por social-democratas e democratas cristãos) é o último refúgio seguro do "embedded liberalism" (combinação de livre comércio no plano internacional e keynesianismo doméstico) do pós-guerra. Não arrisco previsão sobre se irá durar. Os efeitos da globalização nos EUA e na Europa são o elemento comum subjacente à ascensão de partidos extremistas. Esses ecos são simétricos nos países pobres e ricos. A despeito da estridência fora de lugar dos protestos antiglobalização em nações de renda média e baixa, os resultados da mundialização foram muito positivos nesses países, tirando centenas de milhões de pessoas da pobreza. Nos países capitalistas avançados, seus efeitos positivos foram concentrados em certos setores (finanças, tecnologia de informação etc) e regiões específicas (cinturões metropolitanos), enquanto os negativos se fizeram sentir nas áreas industriais em declínio. De Pas de Calais a Marseille, das Midlands ao norte da Inglaterra, a frustração transformou regiões que outrora foram redutos comunistas, trabalhistas e socialistas em bolsões da Frente Nacional e do britânico (e eurocético) Ukip. Como mostra Branko Milanovic, enquanto a desigualdade entre países tem se reduzido, a desigualdade intrapaíses se eleva, sobretudo nos EUA, no Reino Unido e na Alemanha, produzindo a "nova política da redistribuição". As pessoas nas áreas perdedoras da globalização passam a defender o que aquele autor chama de "rendas de nacionalidade", o diferencial de rendimentos que auferem simplesmente por serem cidadãos de países ricos em relação aos cidadãos de países de fora da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Daí o nacionalismo e a xenofobia. Crise Para os inimigos da democracia representativa, o diagnóstico é invariante: a crise de representação é permanente. Tal conclusão não acrescenta nada. Os indicadores utilizados para dimensionar o descolamento entre cidadãos e representantes não sugerem descontinuidades importantes, mas consolidação de tendências. Tome-se a baixa filiação aos partidos políticos. Na realidade, na maioria das democracias, o pico de filiação ocorreu no final da década de 1950. A progressiva perda de confiança dos cidadãos nos representantes, por outro lado, deve ser vista com cautela, assim como a queda continuada na taxa de comparecimento às urnas. A vida parlamentar vem se organizando há pelo menos três décadas em torno de "parties without partisans" (partidos sem partidários), na conhecida fórmula de Russell Dalton. Com a introdução do financiamento público dos partidos políticos no fim da década de 1950, as siglas se tornaram cartéis de representação. Há governo, mas ele age em um vazio normativo, como nota o cientista político Peter Mair. Ao fim e ao cabo, legendas importam decisivamente, o que a eleição de Trump só confirma. Em vez de sinalizarem apatia política ou cinismo cívico, os indicadores citados acima podem ser melhor interpretados como o surgimento do que a cientista política Pippa Norris chamou de "critical citizens" (cidadãos críticos). Nesse sentido, o que se observa são democratas insatisfeitos que aderem normativamente aos ideais da democracia liberal, mas que enxergam deficit no funcionamento das instituições. A ideia de que teria ocorrido forte descontinuidade nas atitudes quanto à democracia (maior tolerância a soluções autoritárias, por exemplo) deve ser encarada com ressalvas, como sustentou Ronald Inglehart no "Journal of Democracy". Que parece ter havido retrocesso no avanço das democracias não há dúvidas. Em 2007, o escore agregado da Freedom House sofreu inflexão pela primeira vez desde 1990, iniciando-se novo padrão. Ou seja, os ganhos líquidos são negativos: houve mais países sofrendo queda do que melhorando seus escores no índice global. Como notou a revista "The Economist", o liberalismo perdeu a maioria dos argumentos em 2016. Mas ele também foi posto à prova nas décadas de 1920 e 1960. Como princípio organizador das democracias históricas, entretanto, ele sempre mostrou resiliência. O que não quer dizer que o mal-estar civilizatório produzido pela ascensão de Trump não seja enorme, inclusive no campo republicano e liberal europeu. Não parece razoável esperar uma reversão desses processos sem uma nova era de prosperidade ou sem uma solução para o choque da imigração e da ameaça de grupos terroristas. Para o historiador Pierre Rosanvallon, a resposta à crise do liberalismo no início do século 20 foi o Estado de bem-estar social. Na atual crise, se haverá solução ou que forma tomará, é temerário afirmar. MARCUS ANDRÉ MELO é professor titular de ciência política da Universidade Federal de Pernambuco e foi professor visitante na universidade Yale e no MIT. ADAMS CARVALHO, 37, é ilustrador.
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Após forte pressão, leite perde força na inflação
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Mais um item do setor de alimentação começa a diminuir a pressão inflacionária. Desta vez, será o leite, cujo preço pago aos produtores teve a primeira queda em sete meses. Um dos motivos dessa queda é a própria alta de preços ocorrida nos meses recentes nesse setor. Com menos dinheiro no bolso, devido à recessão econômica e ao aumento do desemprego, parte dos consumidores reduziu as compras de leite e de derivados. A queda nos preços pagos aos produtores ocorre também porque o clima está favorável à produção. As chuvas em várias regiões produtoras beneficiaram as pastagens, dando melhores condições de alimentação aos animais. Com isso, houve um aumento de 6,2% na captação de leite em agosto em relação à de julho. Esse cenário mais favorável ocorre principalmente na região Sul, onde já teve início também a safra de leite. Dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) apontaram um preço médio de R$ 1,5257 por litro de leite nas regiões de atuação da pesquisa do órgão, um valor 3,2% inferior ao de agosto. A queda de preço deverá se estender também para outubro, devido à oferta maior de produto. Apesar disso, o preço do leite praticado em setembro ainda registra alta de 51% no ano, segundo o Cepea. A taxa de inflação do IGP-M já começa a registrar queda nos preços do leite. Os dados deste mês apontam recuo de 10% nos preços do produto industrializado no atacado. O preço médio do produto nas prateleiras dos supermercados, após registrar alta de 9,1% em agosto, também está em queda. O recuo foi de 5,8% neste mês, segundo a pesquisa da FGV. AÇÚCAR O clima corre normal nas áreas canavieiras da região centro-sul. Chove acima da média, embora essa chuva se distribua de forma irregular pelos Estados produtores da região. A avaliação é do Julio Maria Borges, da consultoria JOB Economia e Planejamento. Diante desse cenário, ele acredita que a moagem de cana fique em 632 milhões de toneladas na safra 2016/17 na região centro-sul, somando 685 milhões em todo o Brasil. Com isso, a produção de açúcar deverá atingir o patamar recorde de 35 milhões de toneladas no centro-sul, subindo para 38,7 milhões quando os Estados do Norte e do Nordeste são incluídos nessa conta. Com o avanço da produção, o centro-sul fará exportações recordes de 25,1 milhões de toneladas de açúcar, ante 23 milhões na safra anterior. O consumo de etanol como combustível cai para 28 bilhões de litros no país. Deste volume, 23,6 bilhões serão na região centro-sul. Já as importações crescem e devem atingir 1,1 bilhão de litros na safra 2016/17. Boa parte desse produto importado deverá ir para o Nordeste, que terá oferta menor de produto do centro-sul nesta safra. * Safra açucareira - A opção maior das usinas pela produção de açúcar é apontada nos dados mais recentes divulgados pela Única (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) sobre o setor. Moagem - Pelo menos 46% da cana moída até o final da primeira quinzena deste mês foi destinada à produção de açúcar. No ano passado, o percentual era de 41,6%. Demanda - O açúcar, com oferta mundial de produto abaixo da demanda, é mais rentável para a indústria. Os preços atuais superam em 100% os de há um ano na Bolsa de commodities de Nova York. Etanol - A produção total de álcool está estável nesta safra, em 18 bilhões de litros. Cresce a de anidro, que foi a 7,4 bilhões —12% mais ante igual período da safra anterior—, mas cai a de hidratado, que está em 10,6 bilhões —7% menos. Empate técnico - O consumo mundial de arroz deverá subir para 482 milhões de toneladas na safra 2016/17, o mesmo volume que será produzido no período. Pouco comércio - O arroz é um dos cereais com o menor comércio mundial. Nesta safra, serão apenas 40 milhões de toneladas movimentadas internacionalmente, segundo dados do IGC (conselho internacional de grãos). Presença menor - O Brasil, um país que vem ganhando mercado externo no setor de arroz nos últimos anos, deverá exportar menos. Pressão menor do dólar, preços internos rentáveis e estoques baixos ajudarão a reter o cereal internamente. Líder mundial - Com clima favorável e produção de 70 milhões de toneladas de trigo, a Rússia confirmará a dianteira nas exportações mundiais desse cereal. Exportará 31 milhões de toneladas, desbancando a União Europeia, que colocará 27 milhões.
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colunas
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Após forte pressão, leite perde força na inflaçãoMais um item do setor de alimentação começa a diminuir a pressão inflacionária. Desta vez, será o leite, cujo preço pago aos produtores teve a primeira queda em sete meses. Um dos motivos dessa queda é a própria alta de preços ocorrida nos meses recentes nesse setor. Com menos dinheiro no bolso, devido à recessão econômica e ao aumento do desemprego, parte dos consumidores reduziu as compras de leite e de derivados. A queda nos preços pagos aos produtores ocorre também porque o clima está favorável à produção. As chuvas em várias regiões produtoras beneficiaram as pastagens, dando melhores condições de alimentação aos animais. Com isso, houve um aumento de 6,2% na captação de leite em agosto em relação à de julho. Esse cenário mais favorável ocorre principalmente na região Sul, onde já teve início também a safra de leite. Dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) apontaram um preço médio de R$ 1,5257 por litro de leite nas regiões de atuação da pesquisa do órgão, um valor 3,2% inferior ao de agosto. A queda de preço deverá se estender também para outubro, devido à oferta maior de produto. Apesar disso, o preço do leite praticado em setembro ainda registra alta de 51% no ano, segundo o Cepea. A taxa de inflação do IGP-M já começa a registrar queda nos preços do leite. Os dados deste mês apontam recuo de 10% nos preços do produto industrializado no atacado. O preço médio do produto nas prateleiras dos supermercados, após registrar alta de 9,1% em agosto, também está em queda. O recuo foi de 5,8% neste mês, segundo a pesquisa da FGV. AÇÚCAR O clima corre normal nas áreas canavieiras da região centro-sul. Chove acima da média, embora essa chuva se distribua de forma irregular pelos Estados produtores da região. A avaliação é do Julio Maria Borges, da consultoria JOB Economia e Planejamento. Diante desse cenário, ele acredita que a moagem de cana fique em 632 milhões de toneladas na safra 2016/17 na região centro-sul, somando 685 milhões em todo o Brasil. Com isso, a produção de açúcar deverá atingir o patamar recorde de 35 milhões de toneladas no centro-sul, subindo para 38,7 milhões quando os Estados do Norte e do Nordeste são incluídos nessa conta. Com o avanço da produção, o centro-sul fará exportações recordes de 25,1 milhões de toneladas de açúcar, ante 23 milhões na safra anterior. O consumo de etanol como combustível cai para 28 bilhões de litros no país. Deste volume, 23,6 bilhões serão na região centro-sul. Já as importações crescem e devem atingir 1,1 bilhão de litros na safra 2016/17. Boa parte desse produto importado deverá ir para o Nordeste, que terá oferta menor de produto do centro-sul nesta safra. * Safra açucareira - A opção maior das usinas pela produção de açúcar é apontada nos dados mais recentes divulgados pela Única (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) sobre o setor. Moagem - Pelo menos 46% da cana moída até o final da primeira quinzena deste mês foi destinada à produção de açúcar. No ano passado, o percentual era de 41,6%. Demanda - O açúcar, com oferta mundial de produto abaixo da demanda, é mais rentável para a indústria. Os preços atuais superam em 100% os de há um ano na Bolsa de commodities de Nova York. Etanol - A produção total de álcool está estável nesta safra, em 18 bilhões de litros. Cresce a de anidro, que foi a 7,4 bilhões —12% mais ante igual período da safra anterior—, mas cai a de hidratado, que está em 10,6 bilhões —7% menos. Empate técnico - O consumo mundial de arroz deverá subir para 482 milhões de toneladas na safra 2016/17, o mesmo volume que será produzido no período. Pouco comércio - O arroz é um dos cereais com o menor comércio mundial. Nesta safra, serão apenas 40 milhões de toneladas movimentadas internacionalmente, segundo dados do IGC (conselho internacional de grãos). Presença menor - O Brasil, um país que vem ganhando mercado externo no setor de arroz nos últimos anos, deverá exportar menos. Pressão menor do dólar, preços internos rentáveis e estoques baixos ajudarão a reter o cereal internamente. Líder mundial - Com clima favorável e produção de 70 milhões de toneladas de trigo, a Rússia confirmará a dianteira nas exportações mundiais desse cereal. Exportará 31 milhões de toneladas, desbancando a União Europeia, que colocará 27 milhões.
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Emergência estadual
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O ciclo se repete. Em tempos de bonança econômica, a União e os governos regionais ampliam despesas sem considerar os riscos para o futuro. Quando o cenário muda, ficam encilhados financeiramente, com dívidas enormes e folha de pagamento inchada, sem condições de arcar com serviços públicos essenciais para a população. É o que se observa no país, dado o colapso da arrecadação, de um lado, e a dificuldade de cortar despesas obrigatórias, de outro. A receita corrente líquida de 25 Estados (critério que deduz transferências a municípios e gastos previdenciários e serve como referência para a Lei de Responsabilidade Fiscal) caiu 4,2% no ano passado, já descontada a inflação. Cresce, com isso, a pressão por maiores alívios nas contas; ao que parece, terá algum efeito. O governo federal vinha postergando a redução dos juros das dívidas renegociadas com a União nos anos 1990, que chegam a R$ 560 bilhões (de um total de R$ 771,6 bilhões). Na semana passada, entretanto, publicou o decreto 8.665, que facilita os trâmites para o corte nos juros (aprovado no final do ano passado), ao revogar as exigências de aprovação prévia de lei nas Assembleias Legislativas e de desistência de ações contra a União. Os Estados também querem alongar os prazos de vencimento por até mais 20 anos e ampliar os avais para novos empréstimos. Em contrapartida, o governo federal exigiria maior responsabilidade na gestão de pessoal. A Lei de Responsabilidade Fiscal, de fato, se mostrou insuficiente para disciplinar governadores e prefeitos, permitindo uma farra de contratações enquanto a receita crescia. Agora, a maior parte estourou os limites permitidos. O governo federal precisa resistir a demandas exageradas. A redução nos juros é compreensível, pois em muitos casos se tornaram extorsivos. Em tese, a mudança deveria se aplicar apenas para o futuro, mas já se decidiu que vale para todo o estoque. Será um erro, porém, aceitar alongamento de prazos, premiando práticas irresponsáveis. O mais indicado seria permitir a emissão de novas dívidas em mercado, com garantia da União, em troca de reformas que permitam maior flexibilidade no controle dos gastos. É preciso finalmente adotar um conjunto de medidas para que o ajuste se dê com cortes nas despesas correntes, e não nos investimentos e serviços. Quanto a isso, um tabu que precisa ser enfrentado é a estabilidade irrestrita do funcionalismo e os desmedidos benefícios salariais e previdenciários. [email protected]
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opiniao
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Emergência estadualO ciclo se repete. Em tempos de bonança econômica, a União e os governos regionais ampliam despesas sem considerar os riscos para o futuro. Quando o cenário muda, ficam encilhados financeiramente, com dívidas enormes e folha de pagamento inchada, sem condições de arcar com serviços públicos essenciais para a população. É o que se observa no país, dado o colapso da arrecadação, de um lado, e a dificuldade de cortar despesas obrigatórias, de outro. A receita corrente líquida de 25 Estados (critério que deduz transferências a municípios e gastos previdenciários e serve como referência para a Lei de Responsabilidade Fiscal) caiu 4,2% no ano passado, já descontada a inflação. Cresce, com isso, a pressão por maiores alívios nas contas; ao que parece, terá algum efeito. O governo federal vinha postergando a redução dos juros das dívidas renegociadas com a União nos anos 1990, que chegam a R$ 560 bilhões (de um total de R$ 771,6 bilhões). Na semana passada, entretanto, publicou o decreto 8.665, que facilita os trâmites para o corte nos juros (aprovado no final do ano passado), ao revogar as exigências de aprovação prévia de lei nas Assembleias Legislativas e de desistência de ações contra a União. Os Estados também querem alongar os prazos de vencimento por até mais 20 anos e ampliar os avais para novos empréstimos. Em contrapartida, o governo federal exigiria maior responsabilidade na gestão de pessoal. A Lei de Responsabilidade Fiscal, de fato, se mostrou insuficiente para disciplinar governadores e prefeitos, permitindo uma farra de contratações enquanto a receita crescia. Agora, a maior parte estourou os limites permitidos. O governo federal precisa resistir a demandas exageradas. A redução nos juros é compreensível, pois em muitos casos se tornaram extorsivos. Em tese, a mudança deveria se aplicar apenas para o futuro, mas já se decidiu que vale para todo o estoque. Será um erro, porém, aceitar alongamento de prazos, premiando práticas irresponsáveis. O mais indicado seria permitir a emissão de novas dívidas em mercado, com garantia da União, em troca de reformas que permitam maior flexibilidade no controle dos gastos. É preciso finalmente adotar um conjunto de medidas para que o ajuste se dê com cortes nas despesas correntes, e não nos investimentos e serviços. Quanto a isso, um tabu que precisa ser enfrentado é a estabilidade irrestrita do funcionalismo e os desmedidos benefícios salariais e previdenciários. [email protected]
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Susan Rose-Ackerman e a corrupção como troca econômica
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RESUMO Referência no estudo de corrupção, Susan Rose-Ackerman analisa o caso brasileiro e diz que só mudanças estruturais impedirão que escândalos como o petrolão se repitam. A professora de Yale participa, na quinta (11), em São Paulo, de debate em parceria com a FGV Direito, que inaugura a série Seminários Ilustríssima. Quando o assunto é corrupção, a pesquisadora americana Susan Rose-Ackerman, 74, é uma das principais referências mundiais. Seu extenso trabalho sobre o assunto, que inclui nove livros e dezenas de artigos, descarta a mera importação de soluções que funcionaram em outros países e destaca a importância da lógica econômica na tomada de decisões que levam a trocas corruptas. Doutora em economia pela Universidade Yale, nos EUA, Rose-Ackerman é professora nos cursos de ciência política e direito da instituição. Ela participa, em São Paulo, do primeiro dos Seminários Ilustríssima (leia ao lado). Em entrevista à Folha, por e-mail, Rose-Ackerman afirma que o escândalo da Petrobras é resultado de uma infeliz "tempestade perfeita" entre dois grandes incentivos para pagamentos ilícitos, e pede mudanças estruturais no combate à corrupção: "Se as estratégias enfatizarem apenas o lado da aplicação da lei, elas não oferecerão solução no longo prazo. Uma vez que um grupo de atores corruptos for punido, um novo grupo logo aparecerá". * Folha - A senhora argumenta que princípios gerais de economia podem ajudar a guiar reformas anticorrupção. Como eles poderiam ser úteis ao Brasil? Susan Rose-Ackerman - Para reduzir a corrupção é muito importante descobrir o que está sendo "comprado" em troca de suborno. Subornos e propinas têm dois lados –um que paga e outro que aceita ou exige o pagamento. Incentivos econômicos operam nas duas pontas desse negócio; consequentemente, reformas podem ter como alvo qualquer uma delas ou ambas. Corrupção pode ser um meio de evitar custos impostos pelo Estado –tributação e pagamentos alfandegários, penas por violação das leis, processos criminais (até mesmo por casos anteriores de corrupção), indenizações devidas em casos civis. Os incentivos econômicos para fazer pagamentos que evitem esses custos são óbvios enquanto o custo for menor que o valor do prejuízo evitado. Além disso, servidores públicos com poder sobre outros podem extorquir pagamentos mesmo daqueles que costumam obedecer à lei, se essas vítimas não tiverem uma forma crível de reclamar. Embora a melhora nas normas éticas de servidores, indivíduos e negócios privados possa ajudar a reduzir a corrupção, reformas anticorrupção precisam reduzir os incentivos econômicos para o pagamento e aceitação de subornos, senão o problema não será resolvido. Mudança institucional e a reforma de políticas são condição necessária para o progresso. O que pode ser feito para reduzir as possibilidades de corrupção em grandes escândalos, como o que vemos no caso da Petrobras? O caso Petrobras parece ter resultado de uma infeliz "tempestade perfeita" entre dois grandes incentivos para pagamentos ilícitos –grandes contratos, exclusivos, prometendo enormes lucros, e a necessidade de recursos para facilitar atividades políticas, tanto eleitorais quanto a aprovação de leis no Congresso. Mesmo sem envolvimento de políticos, esses contratos teriam o risco de corrupção por conta de seu tamanho e da dificuldade de comparação precisa de seus custos no mercado. A relação com políticos eleitos que podem usar recursos para promover suas próprias agendas em um sistema com um número excessivo de partidos adicionou incentivos extras. Uma primeira proposta seria quebrar o elo entre contratos do setor público e políticos pela proibição de seu envolvimento nessas decisões. Isso não será fácil na prática, mas seria um primeiro passo. No entanto, uma resposta mais forte seria a reforma do sistema partidário brasileiro para tornar o processo legislativo menos dependente da formação de coalizão de uma multitude de partidos a cada lei que se quer aprovar. Uma forma de fazer isso seria elevar a barreira para a admissão de um partido ao Legislativo, encorajando fusões de agremiações. Tal reforma precisaria ser combinada com melhora na apresentação de relatórios de financiamento de legisladores e partidos e, talvez, outras estruturas institucionais para facilitar a negociação entre Executivo e Legislativo sem pagamentos corruptos. Essa negociação é uma característica inerente aos sistemas presidenciais, como se vê nos EUA e em outros países da América Latina, mas pode ocorrer sem pagamentos se a organização do Congresso for mais clara e menos complexa. Quais são as falhas da estratégia de combate à corrupção relacionada à aplicação da lei, tema muito discutido no Brasil? Você está correto ao dizer que eu tentei enfatizar a importância de reformas estruturais para acabar com a corrupção. Reconheço, no entanto, a importância da aplicação da lei como um substituto, e dediquei um capítulo da nova edição de meu livro "Corruption and Government" [Cambridge University Press, Corrupção e governo, sem edição no Brasil] a esse tema. Eu só acredito que, se estratégias anticorrupção enfatizarem apenas o lado da aplicação da lei, elas não oferecerão solução no longo prazo. Uma vez que um grupo de atores corruptos for punido, um novo grupo logo aparecerá. Feita essa ressalva, contudo, a aplicação da lei na maioria dos Estados pode ser mais efetiva do que atualmente é. No Brasil parece que há problemas, particularmente, com a facilidade de atrasar processos e com a forma como prazos relativamente curtos de prescrição interagem com adiamentos promovidos pelos réus. Não tenho detalhes da lei brasileira, mas parece que reformas são necessárias para simplificar e acelerar processos, sem sacrificar os direitos dos acusados. As próximas eleições municipais serão as primeiras do país sob novas regras, que proíbem a contribuição financeira de pessoas jurídicas. A sra. acredita que isso pode mudar a relação entre o setor público e o privado, especialmente com as empresas que costumavam fazer vultosas doações de campanha até então? Uma mudança pode certamente ocorrer, mas apenas se o Brasil tiver um sistema efetivo de monitoramento, para se certificar de que recursos não estão sendo fornecidos por debaixo dos panos. Tenho a preocupação de que proibições absolutas a doações corporativas vão simplesmente produzir um aumento em pagamentos que serão corruptos. O Brasil precisa ter certeza de que haverá fontes de recursos legais suficientes para que esse risco seja minimizado. A pequena corrupção é muito frequente na interação da sociedade com o setor público no país. Esse é um problema que precisa ser combatido para ter melhores resultados na luta contra os grandes escândalos, ou são fenômenos com respostas diferentes? A "pequena corrupção" não é trivial para os lares e pequenos negócios sujeitos a demandas corruptas, ou para quem consegue se safar das leis existentes por meio de pagamentos. Portanto, a questão não é apenas a relação com os grandes escândalos mas também o incômodo e a injustiça diários com exigências corruptas. Reformadores poderiam tentar identificar onde a pequena corrupção causa maiores transtornos e é mais custosa tanto para cidadãos quanto para o Estado, e começar as reformas por esses pontos. Seu trabalho reconhece, até certo ponto, que algumas entidades públicas estão tão impregnadas pela corrupção que não há reformadores capazes de iniciar uma mudança. Essa opinião é muito comum no Brasil. Há espaço para visão mais otimista das instituições do país? A visão otimista é que o Brasil está na liderança da América Latina no combate real e punição da corrupção nos altos escalões. O país tem diversas forças institucionais que faltam a outros, como seu respeitado corpo de procuradores públicos, seu competente Tribunal de Contas e seu Supremo Tribunal Federal. Esses órgãos têm sido agressivos e efetivos no confronto com a corrupção e na busca de pôr as contas públicas nacionais em ordem. Tenho duas preocupações daqui para frente. Primeiro, reformadores precisam ir além dos processos de casos individuais e passar a usar tais casos como um marco, um trampolim para reformas estruturais –tanto em aplicação da lei quanto, principalmente, na forma como bens e serviços públicos são fornecidos. Segundo, indivíduos fortes, com princípios, precisam ver uma razão para entrar na política e fazer parte do serviço público. Há uma nova geração de líderes ingressando tanto no setor público quanto no setor privado? Eu espero que sim, mas essa transição é necessária e dependerá de uma disposição geral de adotar reformas governamentais, não apenas para condenar aqueles culpados por crimes passados. RODRIGO RUSSO, 30, é jornalista da Folha.
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ilustrissima
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Susan Rose-Ackerman e a corrupção como troca econômicaRESUMO Referência no estudo de corrupção, Susan Rose-Ackerman analisa o caso brasileiro e diz que só mudanças estruturais impedirão que escândalos como o petrolão se repitam. A professora de Yale participa, na quinta (11), em São Paulo, de debate em parceria com a FGV Direito, que inaugura a série Seminários Ilustríssima. Quando o assunto é corrupção, a pesquisadora americana Susan Rose-Ackerman, 74, é uma das principais referências mundiais. Seu extenso trabalho sobre o assunto, que inclui nove livros e dezenas de artigos, descarta a mera importação de soluções que funcionaram em outros países e destaca a importância da lógica econômica na tomada de decisões que levam a trocas corruptas. Doutora em economia pela Universidade Yale, nos EUA, Rose-Ackerman é professora nos cursos de ciência política e direito da instituição. Ela participa, em São Paulo, do primeiro dos Seminários Ilustríssima (leia ao lado). Em entrevista à Folha, por e-mail, Rose-Ackerman afirma que o escândalo da Petrobras é resultado de uma infeliz "tempestade perfeita" entre dois grandes incentivos para pagamentos ilícitos, e pede mudanças estruturais no combate à corrupção: "Se as estratégias enfatizarem apenas o lado da aplicação da lei, elas não oferecerão solução no longo prazo. Uma vez que um grupo de atores corruptos for punido, um novo grupo logo aparecerá". * Folha - A senhora argumenta que princípios gerais de economia podem ajudar a guiar reformas anticorrupção. Como eles poderiam ser úteis ao Brasil? Susan Rose-Ackerman - Para reduzir a corrupção é muito importante descobrir o que está sendo "comprado" em troca de suborno. Subornos e propinas têm dois lados –um que paga e outro que aceita ou exige o pagamento. Incentivos econômicos operam nas duas pontas desse negócio; consequentemente, reformas podem ter como alvo qualquer uma delas ou ambas. Corrupção pode ser um meio de evitar custos impostos pelo Estado –tributação e pagamentos alfandegários, penas por violação das leis, processos criminais (até mesmo por casos anteriores de corrupção), indenizações devidas em casos civis. Os incentivos econômicos para fazer pagamentos que evitem esses custos são óbvios enquanto o custo for menor que o valor do prejuízo evitado. Além disso, servidores públicos com poder sobre outros podem extorquir pagamentos mesmo daqueles que costumam obedecer à lei, se essas vítimas não tiverem uma forma crível de reclamar. Embora a melhora nas normas éticas de servidores, indivíduos e negócios privados possa ajudar a reduzir a corrupção, reformas anticorrupção precisam reduzir os incentivos econômicos para o pagamento e aceitação de subornos, senão o problema não será resolvido. Mudança institucional e a reforma de políticas são condição necessária para o progresso. O que pode ser feito para reduzir as possibilidades de corrupção em grandes escândalos, como o que vemos no caso da Petrobras? O caso Petrobras parece ter resultado de uma infeliz "tempestade perfeita" entre dois grandes incentivos para pagamentos ilícitos –grandes contratos, exclusivos, prometendo enormes lucros, e a necessidade de recursos para facilitar atividades políticas, tanto eleitorais quanto a aprovação de leis no Congresso. Mesmo sem envolvimento de políticos, esses contratos teriam o risco de corrupção por conta de seu tamanho e da dificuldade de comparação precisa de seus custos no mercado. A relação com políticos eleitos que podem usar recursos para promover suas próprias agendas em um sistema com um número excessivo de partidos adicionou incentivos extras. Uma primeira proposta seria quebrar o elo entre contratos do setor público e políticos pela proibição de seu envolvimento nessas decisões. Isso não será fácil na prática, mas seria um primeiro passo. No entanto, uma resposta mais forte seria a reforma do sistema partidário brasileiro para tornar o processo legislativo menos dependente da formação de coalizão de uma multitude de partidos a cada lei que se quer aprovar. Uma forma de fazer isso seria elevar a barreira para a admissão de um partido ao Legislativo, encorajando fusões de agremiações. Tal reforma precisaria ser combinada com melhora na apresentação de relatórios de financiamento de legisladores e partidos e, talvez, outras estruturas institucionais para facilitar a negociação entre Executivo e Legislativo sem pagamentos corruptos. Essa negociação é uma característica inerente aos sistemas presidenciais, como se vê nos EUA e em outros países da América Latina, mas pode ocorrer sem pagamentos se a organização do Congresso for mais clara e menos complexa. Quais são as falhas da estratégia de combate à corrupção relacionada à aplicação da lei, tema muito discutido no Brasil? Você está correto ao dizer que eu tentei enfatizar a importância de reformas estruturais para acabar com a corrupção. Reconheço, no entanto, a importância da aplicação da lei como um substituto, e dediquei um capítulo da nova edição de meu livro "Corruption and Government" [Cambridge University Press, Corrupção e governo, sem edição no Brasil] a esse tema. Eu só acredito que, se estratégias anticorrupção enfatizarem apenas o lado da aplicação da lei, elas não oferecerão solução no longo prazo. Uma vez que um grupo de atores corruptos for punido, um novo grupo logo aparecerá. Feita essa ressalva, contudo, a aplicação da lei na maioria dos Estados pode ser mais efetiva do que atualmente é. No Brasil parece que há problemas, particularmente, com a facilidade de atrasar processos e com a forma como prazos relativamente curtos de prescrição interagem com adiamentos promovidos pelos réus. Não tenho detalhes da lei brasileira, mas parece que reformas são necessárias para simplificar e acelerar processos, sem sacrificar os direitos dos acusados. As próximas eleições municipais serão as primeiras do país sob novas regras, que proíbem a contribuição financeira de pessoas jurídicas. A sra. acredita que isso pode mudar a relação entre o setor público e o privado, especialmente com as empresas que costumavam fazer vultosas doações de campanha até então? Uma mudança pode certamente ocorrer, mas apenas se o Brasil tiver um sistema efetivo de monitoramento, para se certificar de que recursos não estão sendo fornecidos por debaixo dos panos. Tenho a preocupação de que proibições absolutas a doações corporativas vão simplesmente produzir um aumento em pagamentos que serão corruptos. O Brasil precisa ter certeza de que haverá fontes de recursos legais suficientes para que esse risco seja minimizado. A pequena corrupção é muito frequente na interação da sociedade com o setor público no país. Esse é um problema que precisa ser combatido para ter melhores resultados na luta contra os grandes escândalos, ou são fenômenos com respostas diferentes? A "pequena corrupção" não é trivial para os lares e pequenos negócios sujeitos a demandas corruptas, ou para quem consegue se safar das leis existentes por meio de pagamentos. Portanto, a questão não é apenas a relação com os grandes escândalos mas também o incômodo e a injustiça diários com exigências corruptas. Reformadores poderiam tentar identificar onde a pequena corrupção causa maiores transtornos e é mais custosa tanto para cidadãos quanto para o Estado, e começar as reformas por esses pontos. Seu trabalho reconhece, até certo ponto, que algumas entidades públicas estão tão impregnadas pela corrupção que não há reformadores capazes de iniciar uma mudança. Essa opinião é muito comum no Brasil. Há espaço para visão mais otimista das instituições do país? A visão otimista é que o Brasil está na liderança da América Latina no combate real e punição da corrupção nos altos escalões. O país tem diversas forças institucionais que faltam a outros, como seu respeitado corpo de procuradores públicos, seu competente Tribunal de Contas e seu Supremo Tribunal Federal. Esses órgãos têm sido agressivos e efetivos no confronto com a corrupção e na busca de pôr as contas públicas nacionais em ordem. Tenho duas preocupações daqui para frente. Primeiro, reformadores precisam ir além dos processos de casos individuais e passar a usar tais casos como um marco, um trampolim para reformas estruturais –tanto em aplicação da lei quanto, principalmente, na forma como bens e serviços públicos são fornecidos. Segundo, indivíduos fortes, com princípios, precisam ver uma razão para entrar na política e fazer parte do serviço público. Há uma nova geração de líderes ingressando tanto no setor público quanto no setor privado? Eu espero que sim, mas essa transição é necessária e dependerá de uma disposição geral de adotar reformas governamentais, não apenas para condenar aqueles culpados por crimes passados. RODRIGO RUSSO, 30, é jornalista da Folha.
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Dilma diz que ficou 'estarrecida' com relatório do FMI sobre crise mundial
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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (22) que ficou "estarrecida" com o último relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional), o qual aponta as causas da atual crise econômica do país. No prognóstico, a instituição piorou a perspectiva de queda da economia brasileira em 2016 e apontou, entre outros motivos, a duração da instabilidade política e a continuidade das investigações da Operação Lava Jato. Em evento da Executiva Nacional do PDT, no qual recebeu o apoio do partido contra o processo de impeachment, a petista prometeu que a administração petista voltará a investir no Brasil, fará o país crescer e gerará novamente emprego e renda. "Eu tenho certeza que vamos estabilizar politicamente o país assegurar ao país a tranquilidade para ele voltar a crescer", disse. "Nós vamos voltar a gerar emprego e renda e a desenvolver este país", acrescentou. Segundo ela, o governo federal terá uma "grande missão" nos próximos meses de decidir qual será o caminho trilhado pelo país nos próximos anos. "Este jogo será jogado agora. Até março ou até junho, mas neste ano de 2016", disse. A presidente tem nos últimos dias citado a aliados e auxiliares o relatório do FMI como um exemplo de que o quadro de recessão do país não é reflexo das políticas econômicas adotadas por sua administração. Em encontro com o vice-presidente Michel Temer, ela ponderou que, de acordo com o relatório, o país não é a única nação afetada pela crise, mas outros países também estão com o crescimento comprometido. Segundo ela, isso é, de certa forma, um "ponto positivo" para estimular a recuperação no país.
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mercado
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Dilma diz que ficou 'estarrecida' com relatório do FMI sobre crise mundialA presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (22) que ficou "estarrecida" com o último relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional), o qual aponta as causas da atual crise econômica do país. No prognóstico, a instituição piorou a perspectiva de queda da economia brasileira em 2016 e apontou, entre outros motivos, a duração da instabilidade política e a continuidade das investigações da Operação Lava Jato. Em evento da Executiva Nacional do PDT, no qual recebeu o apoio do partido contra o processo de impeachment, a petista prometeu que a administração petista voltará a investir no Brasil, fará o país crescer e gerará novamente emprego e renda. "Eu tenho certeza que vamos estabilizar politicamente o país assegurar ao país a tranquilidade para ele voltar a crescer", disse. "Nós vamos voltar a gerar emprego e renda e a desenvolver este país", acrescentou. Segundo ela, o governo federal terá uma "grande missão" nos próximos meses de decidir qual será o caminho trilhado pelo país nos próximos anos. "Este jogo será jogado agora. Até março ou até junho, mas neste ano de 2016", disse. A presidente tem nos últimos dias citado a aliados e auxiliares o relatório do FMI como um exemplo de que o quadro de recessão do país não é reflexo das políticas econômicas adotadas por sua administração. Em encontro com o vice-presidente Michel Temer, ela ponderou que, de acordo com o relatório, o país não é a única nação afetada pela crise, mas outros países também estão com o crescimento comprometido. Segundo ela, isso é, de certa forma, um "ponto positivo" para estimular a recuperação no país.
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Contrato com leitor foi selado em primeira campanha da Folha
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Antes houve a campanha pelas eleições para presidente, em 1984, que deixou o carimbo "O jornal das Diretas". Mas era campanha editorial, como a Folha faz desde os anos 1920 –começando pela defesa do voto secreto. A primeira campanha publicitária de monta foi criada dois anos após a derrota das Diretas, pela pequena agência do jornal à época, Jarbas Publicidade. Luiz Frias, hoje presidente do Grupo Folha, pediu algo que indicasse como o jornal "não tem rabo preso com ninguém". "De rabo preso com o leitor", criação do publicitário Jarbas de Souza, veio daí. Mais ainda que "O jornal das Diretas", virou o bordão que resume a Folha e seu projeto, de independência em relação a governos e partidos. Coincidiu com o momento em que o jornal alcançou a maior circulação no país, o que a própria publicidade creditava ao fato de estar "comprometida só com você, que é leitor". A campanha sugeria uma espécie de contrato, que ajuda a entender a longevidade do bordão. "Se ainda não é assinante, temos certeza de que a partir deste anúncio você vai prestar mais atenção ao comportamento da Folha. E aí será a nossa grande chance de ficar com o rabo preso com você e tê-lo como assinante." IDADE DE OURO Mais um ano e veio o comercial que acumularia prêmios, inclusive o Leão de Ouro em Cannes, criado pela W/Brasil, de Washington Olivetto. Abria com uma foto reticulada de Hitler, pequenos pontos pretos que, aos poucos, terminavam revelando a face do ditador nazista. Enquanto isso, a locução lembrava seus feitos, como a redução do desemprego após ser eleito por um país destruído. No final, identificada a imagem de Hitler: "É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade". Apesar dos prêmios, seu bordão tortuoso foi logo esquecido ("O jornal que mais se compra e o que nunca se vende")-e o passo seguinte na ascensão da Folha seria dado por outra campanha da W/Brasil, mais pragmaticamente comercial, protagonizada por um rato irritante. Bombardeados pela televisão a partir dos anos 1990, os comerciais ajudaram a firmar o êxito em classificados. No jingle, um coro dá o telefone para anunciar, e o rato contrapõe, "Como é que é?... Não entendi!... Mais uma vez!...", até ser esmagado. Com a diversificação de plataformas, linguagens e formatos em publicidade e depois relações públicas, esvaiu-se aos poucos essa idade de ouro da propaganda brasileira, das décadas de 1980 a 2000 -um grande momento que não se restringiu às campanhas da Folha.
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poder
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Contrato com leitor foi selado em primeira campanha da FolhaAntes houve a campanha pelas eleições para presidente, em 1984, que deixou o carimbo "O jornal das Diretas". Mas era campanha editorial, como a Folha faz desde os anos 1920 –começando pela defesa do voto secreto. A primeira campanha publicitária de monta foi criada dois anos após a derrota das Diretas, pela pequena agência do jornal à época, Jarbas Publicidade. Luiz Frias, hoje presidente do Grupo Folha, pediu algo que indicasse como o jornal "não tem rabo preso com ninguém". "De rabo preso com o leitor", criação do publicitário Jarbas de Souza, veio daí. Mais ainda que "O jornal das Diretas", virou o bordão que resume a Folha e seu projeto, de independência em relação a governos e partidos. Coincidiu com o momento em que o jornal alcançou a maior circulação no país, o que a própria publicidade creditava ao fato de estar "comprometida só com você, que é leitor". A campanha sugeria uma espécie de contrato, que ajuda a entender a longevidade do bordão. "Se ainda não é assinante, temos certeza de que a partir deste anúncio você vai prestar mais atenção ao comportamento da Folha. E aí será a nossa grande chance de ficar com o rabo preso com você e tê-lo como assinante." IDADE DE OURO Mais um ano e veio o comercial que acumularia prêmios, inclusive o Leão de Ouro em Cannes, criado pela W/Brasil, de Washington Olivetto. Abria com uma foto reticulada de Hitler, pequenos pontos pretos que, aos poucos, terminavam revelando a face do ditador nazista. Enquanto isso, a locução lembrava seus feitos, como a redução do desemprego após ser eleito por um país destruído. No final, identificada a imagem de Hitler: "É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade". Apesar dos prêmios, seu bordão tortuoso foi logo esquecido ("O jornal que mais se compra e o que nunca se vende")-e o passo seguinte na ascensão da Folha seria dado por outra campanha da W/Brasil, mais pragmaticamente comercial, protagonizada por um rato irritante. Bombardeados pela televisão a partir dos anos 1990, os comerciais ajudaram a firmar o êxito em classificados. No jingle, um coro dá o telefone para anunciar, e o rato contrapõe, "Como é que é?... Não entendi!... Mais uma vez!...", até ser esmagado. Com a diversificação de plataformas, linguagens e formatos em publicidade e depois relações públicas, esvaiu-se aos poucos essa idade de ouro da propaganda brasileira, das décadas de 1980 a 2000 -um grande momento que não se restringiu às campanhas da Folha.
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Bombeiros controlam incêndio na reitoria da UFRJ
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Um incêndio atingiu na noite desta segunda-feira (3) o prédio da URFJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), na Ilha do Fundão, zona norte do Rio. Não há informações de feridos. O incêndio começou por volta das 22h30 no oitavo andar do prédio da reitoria. Os bombeiros foram acionados e controlaram o fogo duas horas depois. Por volta da 1h desta terça (4), equipes dos bombeiros permaneciam no local fazendo o trabalho de rescaldo para evitar o surgimento de novos focos de fogo. Segundo a UFRJ, o incêndio atingiu as Pró-Reitorias de Gestão de Governança e parte dos departamentos de Finanças e Pessoal. A reitoria, Corpo de Bombeiros e Polícia Federal vão avaliar os danos e as causas do incêndio nesta terça. A UFRJ informou que não haverá atividades no prédio.
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cotidiano
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Bombeiros controlam incêndio na reitoria da UFRJUm incêndio atingiu na noite desta segunda-feira (3) o prédio da URFJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), na Ilha do Fundão, zona norte do Rio. Não há informações de feridos. O incêndio começou por volta das 22h30 no oitavo andar do prédio da reitoria. Os bombeiros foram acionados e controlaram o fogo duas horas depois. Por volta da 1h desta terça (4), equipes dos bombeiros permaneciam no local fazendo o trabalho de rescaldo para evitar o surgimento de novos focos de fogo. Segundo a UFRJ, o incêndio atingiu as Pró-Reitorias de Gestão de Governança e parte dos departamentos de Finanças e Pessoal. A reitoria, Corpo de Bombeiros e Polícia Federal vão avaliar os danos e as causas do incêndio nesta terça. A UFRJ informou que não haverá atividades no prédio.
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Quem Está Zoando com as Cores dos Quadros de Van Gogh?
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Em 1889, quando pintava pelas ruas de Arles, na França, Van Gogh pouco ligava para as crianças que passavam do outro lado da rua e atiravam pedras, frutas ou restos de comida nas suas costas. O pintor também não se incomodava com os adultos que, ao bater com os punhos na cabeça, o zombavam de piradaço. Nem mesmo empurrões, jatos d'água ou gritos das vizinhas o tiravam do sério. O foco do holandês era a tela. De pincel em mãos, ele se desligava do mundo e, com o cenho franzido, testava dezenas de misturas de tintas sobre o quadro. Ao terminar, anotava cada detalhe dos semitons em sua caderneta sob nomes como "azul-purpúreo", "rosa-amarelado", "lilás-pálido", entre outras criativas expressões que fariam inveja aos criadores brasileiros de marcas de esmalte. Tamanho cuidado com as cores deu resultado: hoje qualquer ser humano mais ou menos alfabetizado e sem miopia reconhece os girassóis amarelos e os traços vibrantes de Van Gogh a metros de distância. O problema é que, de acordo com entendidos da arte e da química, várias de suas obras estão perdendo o brilho e a cor. Não é papo de louco, não: cientistas da Universidade de Antuérpia, na Bélgica, comprovaram no mês passado que, em ao menos um quadro, a cor vermelha usada pelo holandês está embranquecendo. A causa seria uma reação química provocada pelo gás carbônico junto à iluminação de luz azul - presente na grande maioria das lâmpadas de LED. Dá para imaginar o textão raivoso que o Van Gogh mandaria no Facebook caso estivesse vivo, não? A explicação do fenômeno é quase simples: por meio de técnicas de tomografia e de difração de raios-X, os pesquisadores analisaram amostras do quadro Wheat Stack Under a Cloudy Sky, de 1889, exposto no Museu Kröller-Müller, na Holanda, e notaram que, quando o óxido de chumbo, responsável pelos pigmentos vermelhos do quadro, entra em contato com a luz azulada e com o gás carbônico, transforma-se em outros compostos de chumbo de cor esbranquiçada. De acordo com o líder da pesquisa, o químico Koen Janssen, as reações ocorrem devido a grande sensibilidade do óxido de chumbo para com os raios de luz azulados. "É uma mudança bastante significativa nos tons das cores", diz Janssen. A degradação ocorre em quatro fases, afirma o químico. Na primeira, quando a luz infringe sobre o óxido de chumbo, é gerado um óxido de chumbo altamente reativo. Na segunda fase, esse óxido de chumbo reativo captura gás carbônico e água do ar para formar um mineral raro, o plumbonacrita. O exótico mineral reage, em uma terceira fase, para um hidróxido de carbonato de chumbo, o hidrocerusita. Na quarta e última etapa, a hidrocerusita pode ser convertida em cerusita, também conhecida como "chumbo branco", bastante usada por pintores para atingir tons esbranquiçados. Ou seja, a luz do LED se mistura com o gás carbônico da atmosfera e zoa as pinceladas avermelhadas. Mais ou menos como se você lavasse a camisa do seu time repetidas vezes de modo errado. Vai dar ruim, óbvio. Mas a pesquisa chama a atenção mesmo por mostrar que o "fenômeno esbranquiçador" pode estar ocorrendo com várias obras de artistas contemporâneos ao holandês. Os três elementos da reação química captada pelos cientistas belgas são muito abundantes em exposições, afinal: chumbo vermelho é usado por pintores desde sempre - é basicamente o pigmento mais usado para atingir tons avermelhados; já a luz azul é cada vez mais utilizada pelos museus, que preferem o LED pela sua eficiência energética; e o gás carbônico, bem, está sempre por aí, né? A degradação não fica só na conta do vermelho. Em 2012, uma pesquisa similar mostrou que as cores amarelas de alguns quadros do pintor holandês e do francês Paul Cézanne estão se tornando mais opacas quando expostas aos raios azulados do LED. Nos testes de laboratório, cientistas de Itália, Bélgica, Holanda, França e Alemanha notaram que alguns pigmentos de amarelo cromático se tornaram mais amarronzados em poucos dias de exposição direta a luz azul do LED. Desde então a luz amigona do meio ambiente passou a ser vista como inimiga da arte. Mas será que estamos sendo justos com o LED? Na opinião dos especialistas no assunto, não estamos, não. O buraco, dizem, é mais embaixo: é a própria mortalidade dos materiais. "A degradação por meio da luz é inevitável. O LED está longe de ser vilão", afirma Valéria de Mendonça, coordenadora de conservação e restauro da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Segundo a estudiosa, os grandes inimigos das pinturas são o oxigênio e os raios ultravioletas (UV), presentes nas lâmpadas halógenas, as convencionais. "Temos uma grande variedade de equipamentos para evitar a oxidação dos materiais, como caixas que funcionam como cápsulas do tempo e, no caso das iluminações, usamos muitos vidros antireflexo que bloqueiam o UV", afirma. "O LED é um bom amigo: não emite UV e ajuda a ter um gasto energético bem menor. Mas claro: ele não faz milagre de rejuvenescer a obra e pode reagir com compostos orgânicos e deteriorar." Para a arquiteta e designer de luz, Fernanda Carvalho, responsável pela iluminação de diversas exposições no MAM e no CCBB, o problema ocasionado pelo LED em algumas obras pode ter a ver com o modo como foi aplicado - de modo exagerado, talvez. "Toda luz afeta os materiais, algumas mais, outras menos. O LED, além de ser o menos danoso, hoje tem uma qualidade impressionante, é uma tecnologia madura. Mas não é por que não tem UV que pode ser usada diretamente por horas incidindo sobre as obras", diz. Fernanda explica que o dano causado nas obras pela iluminação é acumulativo. Isso significa que cada vacilo prejudica um pouco a pintura de modo irreversível. O papel dos restauradores e iluminadores então é controlar a quantidade de deterioração. Eles têm que se virar para achar algo que funcione como barreira em relação às luzes e, ao mesmo tempo, satisfaça a exigência das obras na exposição. É tão complexo quanto parece, diz. A mudança de cores por causa das luzes ocorre desde pelo menos o século 19. Começou quando cientistas descobriram que as tintas à base de água usadas no papel pelo pintor inglês William Turner estavam desbotando. Van Gogh, que utilizou bastante ambos materiais, sofre com o fenômeno desde sempre. "Muitas das pinturas de Van Gogh que vemos hoje não são exatamente as que ele pintou", afirma Agnes Brokerhof, cientista sênior do Ministério de Educação, Cultura e Ciência, especializada em conservação preventiva. "As nuvens brancas que vemos hoje eram rosa quando Van Gogh pintou. O quarto dele também mudou de cor consideravelmente ao longo do século passado." Como lidar com isso? De acordo com Agnes, o jeito é definir uma impecável configuração de luz. "A primeira coisa que os donos de museus devem fazer é perceber o quanto os trabalhos são sensíveis a luz e, a partir disso, especificar quanta mudança é aceitável." Para conservar melhor as obras, diz a cientista, é melhor utilizar o sistema de rotação: deixar a obra um bom tempo no escuro e exibí-la em curtos espaços de tempo com luzes mais brandas. Outra solução, diz Agnes, é deixar a obra o tempo todo em lugar escuro e usar interruptores para acenderem as luzes somente quando o visitante chega. "Filtros e lâmpadas sem UV são imprescindíveis em todos os casos", afirma. A verdade é que não há uma solução 100% eficaz para os materiais das obras não deteriorarem. A ciência ainda engatinha na questão de como tratar os quadros do modo correto para que nossos netinhos possam, de mãos no queixo e óculos de aro grosso, olhar os traços e cores com a mesma qualidade que nós. "A pesquisa científica é importante para que nos faça escolher a melhor abordagem na conservação preventiva e nos tratamentos reais de conservação e restauro", afirma Ella Hendriks, professora da Universidade de Amsterdã e conservadora senior do Museu Van Gogh. O maior desafio, ressalta Ella, diz respeito ao uso das tintas usadas pelos pintores do século 19 que não se mostraram estáveis ao longo do tempo. "Muitos desses processos físicos e químicos de deterioração ainda estão em curso. É importante verificar as condições ideais do abrigo e da exposição das obras a fim de retardar o processo de envelhecimento." A situação do restauro de obras de artistas do século 19 se assemelha ao método de experimentação de cores de Van Gogh: tentativa e erro. Quando o pintor queria atingir certo efeito com as tintas, tentava chegar lá por repetidas vezes e camadas. Podia demorar anos para atingir o tom desejado. No caso dos curadores não é muito diferente: eles testam na base do empirismo o que é mais eficaz para abrandar a degradação das obras. Desde os anos 80 as novidades tecnológicas vêm sendo muito aplicadas nos museus - os vernizes potentes, os filtros corretivos, as luzes de LED e os vidros antirreflexo são alguns dos melhores exemplos. Por ora, os cientistas ainda não descobriram se alguma dessas tecnologias pode se mostrar ineficaz com o tempo. A torcida é que laboratórios, autoridades e universidades percebam a importância histórica e cultural desse tipo de investigação científica. Van Gogh, seus fãs e nossos netos agradecem. Leia no site da Vice: http://motherboard.vice.com/pt_br/read/quem-esta-zoando-com-as-cores-dos-quadros-de-van-gogh
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Quem Está Zoando com as Cores dos Quadros de Van Gogh?Em 1889, quando pintava pelas ruas de Arles, na França, Van Gogh pouco ligava para as crianças que passavam do outro lado da rua e atiravam pedras, frutas ou restos de comida nas suas costas. O pintor também não se incomodava com os adultos que, ao bater com os punhos na cabeça, o zombavam de piradaço. Nem mesmo empurrões, jatos d'água ou gritos das vizinhas o tiravam do sério. O foco do holandês era a tela. De pincel em mãos, ele se desligava do mundo e, com o cenho franzido, testava dezenas de misturas de tintas sobre o quadro. Ao terminar, anotava cada detalhe dos semitons em sua caderneta sob nomes como "azul-purpúreo", "rosa-amarelado", "lilás-pálido", entre outras criativas expressões que fariam inveja aos criadores brasileiros de marcas de esmalte. Tamanho cuidado com as cores deu resultado: hoje qualquer ser humano mais ou menos alfabetizado e sem miopia reconhece os girassóis amarelos e os traços vibrantes de Van Gogh a metros de distância. O problema é que, de acordo com entendidos da arte e da química, várias de suas obras estão perdendo o brilho e a cor. Não é papo de louco, não: cientistas da Universidade de Antuérpia, na Bélgica, comprovaram no mês passado que, em ao menos um quadro, a cor vermelha usada pelo holandês está embranquecendo. A causa seria uma reação química provocada pelo gás carbônico junto à iluminação de luz azul - presente na grande maioria das lâmpadas de LED. Dá para imaginar o textão raivoso que o Van Gogh mandaria no Facebook caso estivesse vivo, não? A explicação do fenômeno é quase simples: por meio de técnicas de tomografia e de difração de raios-X, os pesquisadores analisaram amostras do quadro Wheat Stack Under a Cloudy Sky, de 1889, exposto no Museu Kröller-Müller, na Holanda, e notaram que, quando o óxido de chumbo, responsável pelos pigmentos vermelhos do quadro, entra em contato com a luz azulada e com o gás carbônico, transforma-se em outros compostos de chumbo de cor esbranquiçada. De acordo com o líder da pesquisa, o químico Koen Janssen, as reações ocorrem devido a grande sensibilidade do óxido de chumbo para com os raios de luz azulados. "É uma mudança bastante significativa nos tons das cores", diz Janssen. A degradação ocorre em quatro fases, afirma o químico. Na primeira, quando a luz infringe sobre o óxido de chumbo, é gerado um óxido de chumbo altamente reativo. Na segunda fase, esse óxido de chumbo reativo captura gás carbônico e água do ar para formar um mineral raro, o plumbonacrita. O exótico mineral reage, em uma terceira fase, para um hidróxido de carbonato de chumbo, o hidrocerusita. Na quarta e última etapa, a hidrocerusita pode ser convertida em cerusita, também conhecida como "chumbo branco", bastante usada por pintores para atingir tons esbranquiçados. Ou seja, a luz do LED se mistura com o gás carbônico da atmosfera e zoa as pinceladas avermelhadas. Mais ou menos como se você lavasse a camisa do seu time repetidas vezes de modo errado. Vai dar ruim, óbvio. Mas a pesquisa chama a atenção mesmo por mostrar que o "fenômeno esbranquiçador" pode estar ocorrendo com várias obras de artistas contemporâneos ao holandês. Os três elementos da reação química captada pelos cientistas belgas são muito abundantes em exposições, afinal: chumbo vermelho é usado por pintores desde sempre - é basicamente o pigmento mais usado para atingir tons avermelhados; já a luz azul é cada vez mais utilizada pelos museus, que preferem o LED pela sua eficiência energética; e o gás carbônico, bem, está sempre por aí, né? A degradação não fica só na conta do vermelho. Em 2012, uma pesquisa similar mostrou que as cores amarelas de alguns quadros do pintor holandês e do francês Paul Cézanne estão se tornando mais opacas quando expostas aos raios azulados do LED. Nos testes de laboratório, cientistas de Itália, Bélgica, Holanda, França e Alemanha notaram que alguns pigmentos de amarelo cromático se tornaram mais amarronzados em poucos dias de exposição direta a luz azul do LED. Desde então a luz amigona do meio ambiente passou a ser vista como inimiga da arte. Mas será que estamos sendo justos com o LED? Na opinião dos especialistas no assunto, não estamos, não. O buraco, dizem, é mais embaixo: é a própria mortalidade dos materiais. "A degradação por meio da luz é inevitável. O LED está longe de ser vilão", afirma Valéria de Mendonça, coordenadora de conservação e restauro da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Segundo a estudiosa, os grandes inimigos das pinturas são o oxigênio e os raios ultravioletas (UV), presentes nas lâmpadas halógenas, as convencionais. "Temos uma grande variedade de equipamentos para evitar a oxidação dos materiais, como caixas que funcionam como cápsulas do tempo e, no caso das iluminações, usamos muitos vidros antireflexo que bloqueiam o UV", afirma. "O LED é um bom amigo: não emite UV e ajuda a ter um gasto energético bem menor. Mas claro: ele não faz milagre de rejuvenescer a obra e pode reagir com compostos orgânicos e deteriorar." Para a arquiteta e designer de luz, Fernanda Carvalho, responsável pela iluminação de diversas exposições no MAM e no CCBB, o problema ocasionado pelo LED em algumas obras pode ter a ver com o modo como foi aplicado - de modo exagerado, talvez. "Toda luz afeta os materiais, algumas mais, outras menos. O LED, além de ser o menos danoso, hoje tem uma qualidade impressionante, é uma tecnologia madura. Mas não é por que não tem UV que pode ser usada diretamente por horas incidindo sobre as obras", diz. Fernanda explica que o dano causado nas obras pela iluminação é acumulativo. Isso significa que cada vacilo prejudica um pouco a pintura de modo irreversível. O papel dos restauradores e iluminadores então é controlar a quantidade de deterioração. Eles têm que se virar para achar algo que funcione como barreira em relação às luzes e, ao mesmo tempo, satisfaça a exigência das obras na exposição. É tão complexo quanto parece, diz. A mudança de cores por causa das luzes ocorre desde pelo menos o século 19. Começou quando cientistas descobriram que as tintas à base de água usadas no papel pelo pintor inglês William Turner estavam desbotando. Van Gogh, que utilizou bastante ambos materiais, sofre com o fenômeno desde sempre. "Muitas das pinturas de Van Gogh que vemos hoje não são exatamente as que ele pintou", afirma Agnes Brokerhof, cientista sênior do Ministério de Educação, Cultura e Ciência, especializada em conservação preventiva. "As nuvens brancas que vemos hoje eram rosa quando Van Gogh pintou. O quarto dele também mudou de cor consideravelmente ao longo do século passado." Como lidar com isso? De acordo com Agnes, o jeito é definir uma impecável configuração de luz. "A primeira coisa que os donos de museus devem fazer é perceber o quanto os trabalhos são sensíveis a luz e, a partir disso, especificar quanta mudança é aceitável." Para conservar melhor as obras, diz a cientista, é melhor utilizar o sistema de rotação: deixar a obra um bom tempo no escuro e exibí-la em curtos espaços de tempo com luzes mais brandas. Outra solução, diz Agnes, é deixar a obra o tempo todo em lugar escuro e usar interruptores para acenderem as luzes somente quando o visitante chega. "Filtros e lâmpadas sem UV são imprescindíveis em todos os casos", afirma. A verdade é que não há uma solução 100% eficaz para os materiais das obras não deteriorarem. A ciência ainda engatinha na questão de como tratar os quadros do modo correto para que nossos netinhos possam, de mãos no queixo e óculos de aro grosso, olhar os traços e cores com a mesma qualidade que nós. "A pesquisa científica é importante para que nos faça escolher a melhor abordagem na conservação preventiva e nos tratamentos reais de conservação e restauro", afirma Ella Hendriks, professora da Universidade de Amsterdã e conservadora senior do Museu Van Gogh. O maior desafio, ressalta Ella, diz respeito ao uso das tintas usadas pelos pintores do século 19 que não se mostraram estáveis ao longo do tempo. "Muitos desses processos físicos e químicos de deterioração ainda estão em curso. É importante verificar as condições ideais do abrigo e da exposição das obras a fim de retardar o processo de envelhecimento." A situação do restauro de obras de artistas do século 19 se assemelha ao método de experimentação de cores de Van Gogh: tentativa e erro. Quando o pintor queria atingir certo efeito com as tintas, tentava chegar lá por repetidas vezes e camadas. Podia demorar anos para atingir o tom desejado. No caso dos curadores não é muito diferente: eles testam na base do empirismo o que é mais eficaz para abrandar a degradação das obras. Desde os anos 80 as novidades tecnológicas vêm sendo muito aplicadas nos museus - os vernizes potentes, os filtros corretivos, as luzes de LED e os vidros antirreflexo são alguns dos melhores exemplos. Por ora, os cientistas ainda não descobriram se alguma dessas tecnologias pode se mostrar ineficaz com o tempo. A torcida é que laboratórios, autoridades e universidades percebam a importância histórica e cultural desse tipo de investigação científica. Van Gogh, seus fãs e nossos netos agradecem. Leia no site da Vice: http://motherboard.vice.com/pt_br/read/quem-esta-zoando-com-as-cores-dos-quadros-de-van-gogh
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Inscritos no Enem já podem baixar aplicativo com informações do exame
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Os 8.627.194 inscritos para participar do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016 terão uma nova ferramenta para acompanhar as informações sobre as etapas do exame, que acontece nos dias 5 e 6 de novembro. Desde as 10h desta quarta-feira (1°) o aplicativo já estava disponível para download. Desenvolvido pelo MEC (Ministério da Educação), em parceria com Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), o aplicativo disponibiliza dados como situação da inscrição, cronograma, locais de provas, cartão de confirmação, gabaritos e resultados das provas. Por segurança, segundo o MEC, o aplicativo deve ser baixado direto da loja de aplicativos do celular: Google Play (no Android), App Store (no iOS) e Windows Store (para Windows Phone). O ministério pede ainda que o participante confirme se o nome do desenvolvedor da ferramenta é o do Inep. Após a instalação, é necessário que o estudante insira o login e a senha cadastrados no sistema de inscrição do Enem. O aplicativo possui a função alerta, que permite ao usuário selecionar quais informações ele deseja ser notificado quando forem atualizadas dentro do cronograma. É possível também fazer check list das ações já concluídas durante as etapas do exame, e o que continua pendente. No mural de avisos, o participante acessa os avisos e comunicados oficiais enviados pelo Inep. O Enem é adotado como vestibular para praticamente todas as universidades federais do país. A nota do exame é usada no Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que oferece vagas em instituições públicas, no ProUni (Programa Universidade para Todos), na obtenção de benefício do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e na participação do programa Ciência sem Fronteiras ou para ingressar em vagas gratuitas dos cursos técnicos oferecidos pelo Sisutec (Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica) INSCRITOS Na edição deste ano, o MEC informou que houve quase um milhão de inscritos a mais do que a de 2015 (7.746.057). Para o ministro Mendonça Filho, os números mostram uma consolidação positiva. "Neste ano enfatizaremos transparência e segurança. Todo esforço para que a gente possa ter um Enem com sucesso será empreendido", ressaltou. Para a presidente do Inep, Maria Inês Fini, a evolução das inscrições mostra que o crescimento está equivalente à edição de 2015. "Por Estado, a distribuição foi equilibrada. Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro foram os que cresceram menos e ainda assim superam o número de inscrições confirmadas em relação ao ano anterior." PROVAS Dividido em duas etapas, o exame será aplicado nos dias 5 e 6 de novembro. São quatro provas objetivas, com 45 questões cada, e uma redação. No primeiro dia, o exame terá duração de quatro horas e meia e contemplará as disciplinas de ciências humanas e suas tecnologias (história, geografia, filosofia e sociologia) e ciências da natureza e suas tecnologias (química, física e biologia). Já o segundo dia, com duração de cinco horas e meia, será dedicado a linguagens, códigos e suas tecnologias (língua portuguesa, literatura, língua estrangeira, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação), redação e matemática e suas tecnologias. Nas duas datas, os portões serão abertos às 12h e fechados às 13h (horário de Brasília). O exame começar às 13h30. Enem Redação Nota 1000
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educacao
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Inscritos no Enem já podem baixar aplicativo com informações do exameOs 8.627.194 inscritos para participar do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016 terão uma nova ferramenta para acompanhar as informações sobre as etapas do exame, que acontece nos dias 5 e 6 de novembro. Desde as 10h desta quarta-feira (1°) o aplicativo já estava disponível para download. Desenvolvido pelo MEC (Ministério da Educação), em parceria com Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), o aplicativo disponibiliza dados como situação da inscrição, cronograma, locais de provas, cartão de confirmação, gabaritos e resultados das provas. Por segurança, segundo o MEC, o aplicativo deve ser baixado direto da loja de aplicativos do celular: Google Play (no Android), App Store (no iOS) e Windows Store (para Windows Phone). O ministério pede ainda que o participante confirme se o nome do desenvolvedor da ferramenta é o do Inep. Após a instalação, é necessário que o estudante insira o login e a senha cadastrados no sistema de inscrição do Enem. O aplicativo possui a função alerta, que permite ao usuário selecionar quais informações ele deseja ser notificado quando forem atualizadas dentro do cronograma. É possível também fazer check list das ações já concluídas durante as etapas do exame, e o que continua pendente. No mural de avisos, o participante acessa os avisos e comunicados oficiais enviados pelo Inep. O Enem é adotado como vestibular para praticamente todas as universidades federais do país. A nota do exame é usada no Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que oferece vagas em instituições públicas, no ProUni (Programa Universidade para Todos), na obtenção de benefício do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e na participação do programa Ciência sem Fronteiras ou para ingressar em vagas gratuitas dos cursos técnicos oferecidos pelo Sisutec (Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica) INSCRITOS Na edição deste ano, o MEC informou que houve quase um milhão de inscritos a mais do que a de 2015 (7.746.057). Para o ministro Mendonça Filho, os números mostram uma consolidação positiva. "Neste ano enfatizaremos transparência e segurança. Todo esforço para que a gente possa ter um Enem com sucesso será empreendido", ressaltou. Para a presidente do Inep, Maria Inês Fini, a evolução das inscrições mostra que o crescimento está equivalente à edição de 2015. "Por Estado, a distribuição foi equilibrada. Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro foram os que cresceram menos e ainda assim superam o número de inscrições confirmadas em relação ao ano anterior." PROVAS Dividido em duas etapas, o exame será aplicado nos dias 5 e 6 de novembro. São quatro provas objetivas, com 45 questões cada, e uma redação. No primeiro dia, o exame terá duração de quatro horas e meia e contemplará as disciplinas de ciências humanas e suas tecnologias (história, geografia, filosofia e sociologia) e ciências da natureza e suas tecnologias (química, física e biologia). Já o segundo dia, com duração de cinco horas e meia, será dedicado a linguagens, códigos e suas tecnologias (língua portuguesa, literatura, língua estrangeira, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação), redação e matemática e suas tecnologias. Nas duas datas, os portões serão abertos às 12h e fechados às 13h (horário de Brasília). O exame começar às 13h30. Enem Redação Nota 1000
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À beira do rio Mississipi, Minneapolis concilia shopping enorme e museus
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Dois grandes símbolos americanos convivem próximos na região de Minneapolis, a principal cidade do Estado de Minnesot –também recheada de museus. O primeiro é o histórico rio Mississipi, que, ainda perto da nascente, cruza a cidade sob uma clássica ponte-mirante, que pode ser atravessada a pé ou de bicicleta. Além da vista sobre o rio e de uma das poucas cachoeiras em toda a extensão do Mississipi, quase sempre navegável, a silhueta dos prédios também atrai o olhar. No subúrbio, perto do aeroporto, está outro símbolo dos EUA: um paraíso das compras (trata-se, afinal, do país do consumo). O Mall of America é considerado um dos maiores shopping centers do mundo. São cerca de 400 lojas, um gigantesco parque de diversões coberto, além de aquário, restaurantes, hotéis e outras atrações infantis, sempre no estilo "pague para entrar e pague para sair" (se for impossível escapar das lojas temáticas de marcas conhecidas que ficam ali, sempre antes das saídas). Meio-oeste dos EUA Compras feitas, as atrações culturais disponíveis na cidade também são interessantes. A famosa escultura de uma colher "segurando" uma cereja, sempre presente nos materiais de divulgação turística da cidade, é apenas uma, entre dezenas, instaladas no jardim das esculturas. A ideia do autor, Claes Oldenburg, que nasceu em Estocolmo em 1929, mas cresceu em Chicago, foi formar uma ponte sobre o lago do local com o cabo da colher. Mas, infelizmente, é proibido subir e atravessar a escultura. Do lado do parque, e talvez até mais importante do que ele, está o Walker Art Center, com um rico acervo sobre arte e fotografias do século 20. Alguns especialistas o consideram um dos cinco grandes centros de arte contemporânea do país. Existe outro grande museu na cidade, dentro do enorme campus da Universidade de Minnesota. O Weisman Art Museum funciona em um prédio com a arquitetura inconfundível de Frank Gehry. O acervo, com obras de arte, cerâmicas e trabalhos em papel, também é valioso.
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turismo
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À beira do rio Mississipi, Minneapolis concilia shopping enorme e museusDois grandes símbolos americanos convivem próximos na região de Minneapolis, a principal cidade do Estado de Minnesot –também recheada de museus. O primeiro é o histórico rio Mississipi, que, ainda perto da nascente, cruza a cidade sob uma clássica ponte-mirante, que pode ser atravessada a pé ou de bicicleta. Além da vista sobre o rio e de uma das poucas cachoeiras em toda a extensão do Mississipi, quase sempre navegável, a silhueta dos prédios também atrai o olhar. No subúrbio, perto do aeroporto, está outro símbolo dos EUA: um paraíso das compras (trata-se, afinal, do país do consumo). O Mall of America é considerado um dos maiores shopping centers do mundo. São cerca de 400 lojas, um gigantesco parque de diversões coberto, além de aquário, restaurantes, hotéis e outras atrações infantis, sempre no estilo "pague para entrar e pague para sair" (se for impossível escapar das lojas temáticas de marcas conhecidas que ficam ali, sempre antes das saídas). Meio-oeste dos EUA Compras feitas, as atrações culturais disponíveis na cidade também são interessantes. A famosa escultura de uma colher "segurando" uma cereja, sempre presente nos materiais de divulgação turística da cidade, é apenas uma, entre dezenas, instaladas no jardim das esculturas. A ideia do autor, Claes Oldenburg, que nasceu em Estocolmo em 1929, mas cresceu em Chicago, foi formar uma ponte sobre o lago do local com o cabo da colher. Mas, infelizmente, é proibido subir e atravessar a escultura. Do lado do parque, e talvez até mais importante do que ele, está o Walker Art Center, com um rico acervo sobre arte e fotografias do século 20. Alguns especialistas o consideram um dos cinco grandes centros de arte contemporânea do país. Existe outro grande museu na cidade, dentro do enorme campus da Universidade de Minnesota. O Weisman Art Museum funciona em um prédio com a arquitetura inconfundível de Frank Gehry. O acervo, com obras de arte, cerâmicas e trabalhos em papel, também é valioso.
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De olho na Rio-2016, Brasil leva delegação-ostentação ao Parapan
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No caminho do aeroporto internacional de Toronto para o centro da cidade, um outdoor com a imagem da corredora cega brasileira Terezinha Guilhermina, para-atleta mais rápida do mundo, quebra o cinza da paisagem. Ela é uma das promessas para que o Brasil saia tricampeão dos Jogos Parapan-Americanos 2015, aberto oficialmente na sexta-feira (7), no Canadá. O "Parapan" é tido pelo CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) como uma prévia do que poderá acontecer na Paraolimpíada do Rio, em setembro de 2016. Para isso, o Brasil não tem poupado ostentação em Toronto. A delegação brasileira é a maior dos jogos, com 270 atletas, fora as equipes de apoio. Na Vila Paraolímpica, o país ficou com instalações generosas e bem localizadas. Além disso, atletas brasileiros como o nadador Daniel Dias, 11 ouros no último "Parapan", de Guadalajara (México), são tratados como superastros. Mas a missão de ficar em primeiro lugar no quadro de medalhas pela terceira vez –ganhou 83 ouros, no Rio, em 2007, e 197 ouros em Guadalajara, em 2011–, pode esbarrar na motivação dos canadenses, que embora não seja uma potência paradesportiva terá o apoio da torcida, e da força do time norte-americano. "Nossa meta de ficar em primeiro é muito clara, qualquer outro resultado para nós será fora da curva. Levamos o Parapan muito a sério e ele faz parte de nossa estratégia de desenvolvimento. A ideia é dar uma ampla experiência de uma grande competição aos atletas novatos, que serão muito importantes no Rio, em 2016. Não é luxo, é importante", afirmou Andrew Parsons, presidente do CPB. Um fator interno também pode acabar prejudicando o elenco brasileiro. De última hora, o CPB resolveu não pagar uma tradicional ajuda de custo aos atletas, de cerca de R$ 1.000, alegando necessidade de cortar custos. O dinheiro serviria para bancar gastos extraordinários dos competidores. "Não tivemos nenhum corte de receita de patrocinadores devido a crise, mas tivemos aumento das despesas devido à alta do dólar. Por isso, tivemos que promover alguns ajustes. A maioria dos atletas não precisam do auxílio e recebem valores bem maiores. Eles não têm gastos com nada em competições como esta. O gasto chegava a R$ 1 milhão por ano com algo que consideramos não ser mais necessário", declara o presidente. O atletismo e a natação representam cerca de 70% das medalhas de ouro brasileira. O Brasil também tem tradição e é favorito ao lugar mais alto do pódio na bocha e no futebol de 5 (para cegos), por exemplo. Ao todo, 28 países participam dos jogos com 1.600 atletas disputando medalhas em 15 modalidades até o dia 15 de agosto. As primeiras medalhas de ouro para o país devem sair já nas competições deste sábado (8), na natação masculina e feminina. O jornalista viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro
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esporte
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De olho na Rio-2016, Brasil leva delegação-ostentação ao ParapanNo caminho do aeroporto internacional de Toronto para o centro da cidade, um outdoor com a imagem da corredora cega brasileira Terezinha Guilhermina, para-atleta mais rápida do mundo, quebra o cinza da paisagem. Ela é uma das promessas para que o Brasil saia tricampeão dos Jogos Parapan-Americanos 2015, aberto oficialmente na sexta-feira (7), no Canadá. O "Parapan" é tido pelo CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) como uma prévia do que poderá acontecer na Paraolimpíada do Rio, em setembro de 2016. Para isso, o Brasil não tem poupado ostentação em Toronto. A delegação brasileira é a maior dos jogos, com 270 atletas, fora as equipes de apoio. Na Vila Paraolímpica, o país ficou com instalações generosas e bem localizadas. Além disso, atletas brasileiros como o nadador Daniel Dias, 11 ouros no último "Parapan", de Guadalajara (México), são tratados como superastros. Mas a missão de ficar em primeiro lugar no quadro de medalhas pela terceira vez –ganhou 83 ouros, no Rio, em 2007, e 197 ouros em Guadalajara, em 2011–, pode esbarrar na motivação dos canadenses, que embora não seja uma potência paradesportiva terá o apoio da torcida, e da força do time norte-americano. "Nossa meta de ficar em primeiro é muito clara, qualquer outro resultado para nós será fora da curva. Levamos o Parapan muito a sério e ele faz parte de nossa estratégia de desenvolvimento. A ideia é dar uma ampla experiência de uma grande competição aos atletas novatos, que serão muito importantes no Rio, em 2016. Não é luxo, é importante", afirmou Andrew Parsons, presidente do CPB. Um fator interno também pode acabar prejudicando o elenco brasileiro. De última hora, o CPB resolveu não pagar uma tradicional ajuda de custo aos atletas, de cerca de R$ 1.000, alegando necessidade de cortar custos. O dinheiro serviria para bancar gastos extraordinários dos competidores. "Não tivemos nenhum corte de receita de patrocinadores devido a crise, mas tivemos aumento das despesas devido à alta do dólar. Por isso, tivemos que promover alguns ajustes. A maioria dos atletas não precisam do auxílio e recebem valores bem maiores. Eles não têm gastos com nada em competições como esta. O gasto chegava a R$ 1 milhão por ano com algo que consideramos não ser mais necessário", declara o presidente. O atletismo e a natação representam cerca de 70% das medalhas de ouro brasileira. O Brasil também tem tradição e é favorito ao lugar mais alto do pódio na bocha e no futebol de 5 (para cegos), por exemplo. Ao todo, 28 países participam dos jogos com 1.600 atletas disputando medalhas em 15 modalidades até o dia 15 de agosto. As primeiras medalhas de ouro para o país devem sair já nas competições deste sábado (8), na natação masculina e feminina. O jornalista viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro
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Morales pede que Unasul convoque reunião em defesa de Dilma e Lula
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O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu neste sábado (19) a Tabaré Vázquez, presidente do Uruguai, país que exerce a presidência temporária da Unasul, que convoque uma reunião de cúpula de emergência no Brasil para defender a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor Luis Inácio Lula da Silva. "Alguns presidentes da América do Sul deveriam fazer uma reunião de emergência da Unasul no Brasil para defender a democracia naquele país, para defender Dilma, para defender a paz, para defender o companheiro Lula e todos os trabalhadores", disse Morales em um ato público. "Oxalá o irmão presidente da Unasul, doutor Tabaré Vázquez, nos convoque rapidamente ao Brasil para expressar nossa solidariedade e evitar qualquer golpe do Congresso ou judicial. Este é o nosso grande desejo." Morales, um aliado de Dilma e de Lula, a quem chamou várias vezes, no passado, de irmão mais velho, afirmou ontem que a direita brasileira quer tomar o poder através de um golpe e frustrar uma eventual intenção de Lula de concorrer novamente à Presidência. Outros países, como Uruguai, Venezuela e Equador, mostraram publicamente apoio à presidente brasileira, enquanto o secretário-geral da Unasul, o colombiano Ernesto Samper, expressou a Lula solidariedade e afirmou que o ex-presidente é vítima de um "linchamento midiático". O presidente boliviano também mostrou preocupação com a situação na Venezuela, onde afirmou que os Estados Unidos preparam "um golpe ou uma intervenção militar". "Tenho muito medo. Se houver golpe de Estado, novamente os trabalhadores irão se organizar em guerrilhas, haverá confrontos armados. Quem perde? O povo", disse.
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Morales pede que Unasul convoque reunião em defesa de Dilma e LulaO presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu neste sábado (19) a Tabaré Vázquez, presidente do Uruguai, país que exerce a presidência temporária da Unasul, que convoque uma reunião de cúpula de emergência no Brasil para defender a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor Luis Inácio Lula da Silva. "Alguns presidentes da América do Sul deveriam fazer uma reunião de emergência da Unasul no Brasil para defender a democracia naquele país, para defender Dilma, para defender a paz, para defender o companheiro Lula e todos os trabalhadores", disse Morales em um ato público. "Oxalá o irmão presidente da Unasul, doutor Tabaré Vázquez, nos convoque rapidamente ao Brasil para expressar nossa solidariedade e evitar qualquer golpe do Congresso ou judicial. Este é o nosso grande desejo." Morales, um aliado de Dilma e de Lula, a quem chamou várias vezes, no passado, de irmão mais velho, afirmou ontem que a direita brasileira quer tomar o poder através de um golpe e frustrar uma eventual intenção de Lula de concorrer novamente à Presidência. Outros países, como Uruguai, Venezuela e Equador, mostraram publicamente apoio à presidente brasileira, enquanto o secretário-geral da Unasul, o colombiano Ernesto Samper, expressou a Lula solidariedade e afirmou que o ex-presidente é vítima de um "linchamento midiático". O presidente boliviano também mostrou preocupação com a situação na Venezuela, onde afirmou que os Estados Unidos preparam "um golpe ou uma intervenção militar". "Tenho muito medo. Se houver golpe de Estado, novamente os trabalhadores irão se organizar em guerrilhas, haverá confrontos armados. Quem perde? O povo", disse.
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Afeganistão investiga alegações sobre morte de líder do Taleban
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O Afeganistão afirmou nesta quarta-feira (29) que está investigando as alegações sobre a morte do mulá Mohammed Omar, líder do grupo radical islâmico Taleban. Mais cedo, fontes do governo e da inteligência do Afeganistão haviam reportado à rede britânica BBC que mulá Omar teria morrido há dois ou três anos. Abdul Hassib Seddiqi, porta-voz da Diretoria Nacional de Segurança do Afeganistão, disse à agência de notícias Associated Press que mulá Omar teria morrido em um hospital na cidade de Karachi, no Paquistão, em abril de 2013. "Nós confirmamos oficialmente que ele está morto", afirmou. O governo do Afeganistão e o Taleban não confirmaram oficialmente essas informações. "Estamos cientes das informações sobre a morte do mulá Omar, líder do Taleban", disse em uma entrevista coletiva de imprensa o porta-voz da Presidência do Afeganistão, Sayed Zafar Hashemi. "Estamos no processo de verificar essas alegações, e assim que tivermos informações mais precisas [...] vamos deixar a mídia e a população afegã saberem." O mulá Omar se mantém em paradeiro desconhecido desde 2001, quando Taleban foi tirado do poder no Afeganistão após uma intervenção militar liderada pelos Estados Unidos, motivada pelos atentados terroristas de 11 de setembro. Desde então, o Taleban lidera uma insurgência contra autoridades afegãs e tropas ocidentais buscando retomar a influência perdida no país. As alegações sobre a morte do mulá Omar surgem dias antes de uma nova rodada de negociações entre o governo afegão e o Taleban. As incertezas sobre a morte do líder do Taleban podem provocar instabilidades no processo de paz devido a disputas internas entre diferentes candidatos à sucessão do comando do grupo radical. Um comandante do Taleban no Paquistão alegou que mulá Omar morreu de causas naturais, sem especificar quando. "Estamos em uma encruzilhada e vamos tomar certo tempo para resolver este problema [de liderança]", disse o militante à agência de notícias Reuters. O mulá Omar era um importante aliado do ex-líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama Bin Laden, morto em 2011.
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Afeganistão investiga alegações sobre morte de líder do TalebanO Afeganistão afirmou nesta quarta-feira (29) que está investigando as alegações sobre a morte do mulá Mohammed Omar, líder do grupo radical islâmico Taleban. Mais cedo, fontes do governo e da inteligência do Afeganistão haviam reportado à rede britânica BBC que mulá Omar teria morrido há dois ou três anos. Abdul Hassib Seddiqi, porta-voz da Diretoria Nacional de Segurança do Afeganistão, disse à agência de notícias Associated Press que mulá Omar teria morrido em um hospital na cidade de Karachi, no Paquistão, em abril de 2013. "Nós confirmamos oficialmente que ele está morto", afirmou. O governo do Afeganistão e o Taleban não confirmaram oficialmente essas informações. "Estamos cientes das informações sobre a morte do mulá Omar, líder do Taleban", disse em uma entrevista coletiva de imprensa o porta-voz da Presidência do Afeganistão, Sayed Zafar Hashemi. "Estamos no processo de verificar essas alegações, e assim que tivermos informações mais precisas [...] vamos deixar a mídia e a população afegã saberem." O mulá Omar se mantém em paradeiro desconhecido desde 2001, quando Taleban foi tirado do poder no Afeganistão após uma intervenção militar liderada pelos Estados Unidos, motivada pelos atentados terroristas de 11 de setembro. Desde então, o Taleban lidera uma insurgência contra autoridades afegãs e tropas ocidentais buscando retomar a influência perdida no país. As alegações sobre a morte do mulá Omar surgem dias antes de uma nova rodada de negociações entre o governo afegão e o Taleban. As incertezas sobre a morte do líder do Taleban podem provocar instabilidades no processo de paz devido a disputas internas entre diferentes candidatos à sucessão do comando do grupo radical. Um comandante do Taleban no Paquistão alegou que mulá Omar morreu de causas naturais, sem especificar quando. "Estamos em uma encruzilhada e vamos tomar certo tempo para resolver este problema [de liderança]", disse o militante à agência de notícias Reuters. O mulá Omar era um importante aliado do ex-líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama Bin Laden, morto em 2011.
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Em meio a crise hídrica no Estado, Ribeirão não soluciona vazamentos
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Com ao menos 12 cidades da região em racionamento, Ribeirão desperdiça água com vazamentos nas ruas, que são responsabilidade da prefeitura e do Daerp (departamento de água e esgoto). A Folha constatou o problema em 12 bairros, tanto na periferia quanto em áreas nobres, como Ribeirânia e Alto da Boa Vista. Ao contrário de municípios vizinhos, que adotaram o racionamento, Ribeirão tem abundância de água, em tese, por ser 100% abastecida pelo aquífero Guarani. Apesar disso, falta água nos bairros por causa de problemas na distribuição. Na manhã desta quarta-feira (4), em visita a Uchoa, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o aquífero "tem uma capacidade hídrica muito privilegiada", frisando que a escassez de água não ocorre em todo o Estado. Para a promotora Cláudia Habib, do Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente), os vazamentos são "inadmissíveis" e "um absurdo". "Ser abastecido pelo aquífero não significa estar confortável", afirma. Moradores dizem que, após informar a prefeitura sobre os vazamentos, a demora para os consertos é de, no mínimo, um mês. Na Vila Guiomar, por exemplo, um vazamento já dura seis meses, segundo a dona de casa Renata Sabino, 33. Ela disse que os moradores já protocolaram ao menos cinco pedidos no Daerp para o conserto. "Nenhum engenheiro passou aqui, nem para avaliar o problema", diz. Já na Ribeirânia, a demora para consertar dois vazamentos fez com que o asfalto se deteriorasse e buracos se abrissem na rua. "Quanto mais se demora para consertar, pior fica a situação", afirma o biólogo Maurício Meirelles Castro, 30, morador do bairro. Segundo Manoel Tavares, presidente da Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil, o problema é que 70% da água distribuída não passa por reservatórios, o que ocasiona o rompimento da rede, que é antiga. Ele também diz que a água desperdiçada veio das chuvas e demorou anos para ser acumulada. "Podemos não viver uma crise hídrica hoje, mas o desperdício pode ser refletido no futuro." O Ministério Público fechou cerco contra o desperdício e abriu um inquérito para apurar perdas na rede de distribuição –de quase 50%, segundo a promotora. De acordo com o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), Ribeirão é o município que mais capta água do aquífero no país. OUTRO LADO Rede antiga, pressão da água nos canos e passagem de veículos pesados nas ruas. Essas são as justificativas da Prefeitura de Ribeirão Preto para os vazamentos de água. De acordo com o Daerp, entre os bairros que sofrem com a rede antiga estão Campos Elíseos e Vila Tibério. "São localidades que não receberam planejamentos e investimentos no passado", informou o departamento, em nota. A autarquia disse ainda que as demandas encaminhadas pela população são atendidas conforme a urgência, mas admite que os casos mais simples demoram até 15 dias. Há casos que levam ainda mais tempo, diz, pois é necessário interromper o abastecimento de toda uma região. Em 2014, o Daerp recebeu 12.303 solicitações de consertos de vazamentos nas ruas, das quais 754 ficaram pendentes. Já sobre vazamentos em calçadas, foram 8.719 solicitações de reparos –94 deverão ser executados neste ano. Nesta quarta (4), a empresa Sanit, contratada pela prefeitura, deu início à operação de consertos dos vazamentos pela cidade.
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cotidiano
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Em meio a crise hídrica no Estado, Ribeirão não soluciona vazamentosCom ao menos 12 cidades da região em racionamento, Ribeirão desperdiça água com vazamentos nas ruas, que são responsabilidade da prefeitura e do Daerp (departamento de água e esgoto). A Folha constatou o problema em 12 bairros, tanto na periferia quanto em áreas nobres, como Ribeirânia e Alto da Boa Vista. Ao contrário de municípios vizinhos, que adotaram o racionamento, Ribeirão tem abundância de água, em tese, por ser 100% abastecida pelo aquífero Guarani. Apesar disso, falta água nos bairros por causa de problemas na distribuição. Na manhã desta quarta-feira (4), em visita a Uchoa, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o aquífero "tem uma capacidade hídrica muito privilegiada", frisando que a escassez de água não ocorre em todo o Estado. Para a promotora Cláudia Habib, do Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente), os vazamentos são "inadmissíveis" e "um absurdo". "Ser abastecido pelo aquífero não significa estar confortável", afirma. Moradores dizem que, após informar a prefeitura sobre os vazamentos, a demora para os consertos é de, no mínimo, um mês. Na Vila Guiomar, por exemplo, um vazamento já dura seis meses, segundo a dona de casa Renata Sabino, 33. Ela disse que os moradores já protocolaram ao menos cinco pedidos no Daerp para o conserto. "Nenhum engenheiro passou aqui, nem para avaliar o problema", diz. Já na Ribeirânia, a demora para consertar dois vazamentos fez com que o asfalto se deteriorasse e buracos se abrissem na rua. "Quanto mais se demora para consertar, pior fica a situação", afirma o biólogo Maurício Meirelles Castro, 30, morador do bairro. Segundo Manoel Tavares, presidente da Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil, o problema é que 70% da água distribuída não passa por reservatórios, o que ocasiona o rompimento da rede, que é antiga. Ele também diz que a água desperdiçada veio das chuvas e demorou anos para ser acumulada. "Podemos não viver uma crise hídrica hoje, mas o desperdício pode ser refletido no futuro." O Ministério Público fechou cerco contra o desperdício e abriu um inquérito para apurar perdas na rede de distribuição –de quase 50%, segundo a promotora. De acordo com o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), Ribeirão é o município que mais capta água do aquífero no país. OUTRO LADO Rede antiga, pressão da água nos canos e passagem de veículos pesados nas ruas. Essas são as justificativas da Prefeitura de Ribeirão Preto para os vazamentos de água. De acordo com o Daerp, entre os bairros que sofrem com a rede antiga estão Campos Elíseos e Vila Tibério. "São localidades que não receberam planejamentos e investimentos no passado", informou o departamento, em nota. A autarquia disse ainda que as demandas encaminhadas pela população são atendidas conforme a urgência, mas admite que os casos mais simples demoram até 15 dias. Há casos que levam ainda mais tempo, diz, pois é necessário interromper o abastecimento de toda uma região. Em 2014, o Daerp recebeu 12.303 solicitações de consertos de vazamentos nas ruas, das quais 754 ficaram pendentes. Já sobre vazamentos em calçadas, foram 8.719 solicitações de reparos –94 deverão ser executados neste ano. Nesta quarta (4), a empresa Sanit, contratada pela prefeitura, deu início à operação de consertos dos vazamentos pela cidade.
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O polêmico debate sobre o caráter científico da psicanálise
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A psicanalista responde a texto de Caroline Vasconcelos Ribeiro e Claudia Dias Rosa publicado no site da "Ilustríssima" em 3 de junho. Ribeiro e Rosa respondiam Martins Parente, que contestava artigo de Zeljko Loparic . * Nenhum psicanalista está isento de primar pelo rigor no trato dos conceitos, mas a matéria que o alimenta decisivamente não é a coerência interna de uma tese que se pretende defender a qualquer custo. Triste, porém, é notar que psicanalistas possam renunciar à sua forma própria de pensar para reproduzirem essas teses filosóficas. O psicanalista é sempre obrigado a se render às evidências clínicas que contestam seus pressupostos. É constantemente convocado a reconhecer os limites de suas proposições ao ser interrogado pela força dos sintomas psíquicos. Essa matéria clínica está, sem dúvida, em locais nos quais exerce seu ofício. Lugar fértil para encontrá-la são, também, as artes. Nesse sentido, ir ao cinema e observar as dores de Fania, personagem da mãe de Amos Oz, poderia ser a chance de fazer aquilo que se espera de um psicanalista: escutar o sofrimento e rever a partir dele alguns argumentos, mesmo que estejam bem concatenados. Mas as psicanalistas preferiram desqualificar o objeto (conflito psíquico) e insistir na articulação impecável das ideias do filósofo que defendem. Quando jovem, Freud sonhou ser filósofo. Com o tempo, tornou-se crítico de pretensas visões de mundo ("Weltanschauung") e contentou-se com suas investigações clínicas, que o conduziram a territórios verdadeiramente inéditos. De fato, pretendia dar estatuto de ciência da natureza à sua criação, mas levava constantes rasteiras da matéria a que se dedicava. Embora tenha se empenhado na caracterização da psicanálise como ciência natural, cedo foi forçado a reconhecer os limites de sua ambição. Em "Estudos sobre Histeria", Freud (1895) admite certa estranheza ao perceber que os casos clínicos por ele transcritos "pareçam novelas e que, como se poderia dizer, falta-lhes a marca de seriedade da ciência". Como disse antes, é debate polêmico o caráter científico ou não da psicanálise. Diversos autores aproximam seu método das artes, outros a consideram ciência. Outros, ainda, dão a ela o lugar de uma ética –a do desejo. Nesse sentido, a introdução de Thomas Kuhn para defender a suposta revolução feita por Winnicott está realmente longe de ser consensual. Se nem na psicologia, consensualmente uma ciência, as ideias de Kuhn podem ser aplicadas com facilidade, quem dirá na psicanálise, cujo estatuto de cientificidade nem chegou a ser unânime. A insistência na tecla científica parece derivar do desejo de credibilidade, ansiada por Freud quando a psicanálise emergia. Hoje, realmente não saberia dizer a que serve tal empenho. Teria a ciência maior valor do que as artes ou a ética do desejo? Mas, se toda a suposta revolução winnicottiana se apoia em Kuhn, vamos a ele. Segundo o autor, uma ciência imatura ou em crise implica embates entre seus praticantes, que disputariam a hegemonia do paradigma adotado nas práticas e elaborações teóricas. Na verdade, os conceitos dos diferentes paradigmas concernentes à ciência iluminam fenômenos díspares. Seguindo essa lógica, é possível reconhecer no interior de uma mesma disciplina, como a psicanálise, línguas distintas. Embora alguns termos sejam aparentemente equivalentes nela, os sentidos dessas palavras são incompatíveis. Muitos analistas empregaram o termo paradigma em sentido comum, buscando tratar dos modelos teóricos inerentes à psicanálise. Assim aplicado, o vocábulo pode inclusive ajudar a separar e compreender suas múltiplas abordagens. Autores citados por Rosa e Ribeiro, como Greenberg e Mitchell (1983), utilizaram a ideia kuhniana de paradigma num sentido genérico, significando "um arcabouço básico de orientação e crença". McDougall (2001/1995), por sua vez, toma o conceito de Kuhn, mas não avança em suas pesquisas. É de Renato Mezan (1990) o melhor esclarecimento sobre os limites da aplicabilidade de Kuhn na psicanálise. Para ele, talvez convenha ceder "à evidência de que a psicanálise não é uma ciência como as que comportam o uso [...] [da noção kuhniana de paradigma], e procurar discernir do modo mais exato possível como se organiza em psicanálise a dispersão das perspectivas teórico-clínicas". Propõe "elaborar uma epistemologia regional da psicanálise que faça justiça ao tipo de pluralidade que se observa no [...] campo". Em "O Tronco e os Ramos", Mezan (2014) volta ao tema, considerando com ressalvas a ideia de paradigma kuhniana. Seu intuito, com isso, jamais foi eleger um modelo revolucionário. Ao contrário, seu esforço é o de dar conta das ramificações que nascem do tronco psicanalítico. Vê-se, assim, que não são poucos os problemas no uso de Kuhn para a psicanálise; se a ideia de paradigma até pode servir como uma espécie de deus ex-machina que ajuda a enquadrar especificidades dos diferentes modelos psicanalíticos, a noção de revolução é de fato inaceitável para a psicanálise. Ela é tentativa frágil de legitimar uma única vertente nesse vasto e profícuo terreno; meio impositivo de descartar escolas psicanalíticas incoerentes com aquela a que se atribui o título de revolucionária. Por isso, seria necessário saber com que finalidade se insiste nesse artifício –a meu ver, a estratégia presta-se a fins dogmáticos ao invalidar a diversidade para afirmar a primazia de um pensamento. Finalmente, tratando daquilo que seria "revolucionário" em Winnicott, as autoras aludem a uma "mudança paradigmática" que se referiria "ao fato de a experiência clínica de Winnicott revelar a ineficácia da psicanálise freudiana no tratamento de uma série de distúrbios psíquicos (dissociações)". Ora, se há algum acordo entre pós-freudianos é o de que o alcance da psicanálise foi ampliado para casos mais graves, daí a abrangência da clínica não ser mérito exclusivo de Winnicott, mas um avanço no campo, feito por vários psicanalistas, cada qual a seu modo. Mesmo Freud, relido hoje, incorpora tal mudança. Sua teoria do trauma, apresentada no "Projeto" de 1895, mostra que as inscrições psíquicas, feitas durante o recalque primário –sem representações e laços edípicos–, renascem na atualidade por meio de uma sobreposição de tempos e espaços. Logo, a alusão feita à "Nachträglichkeit" não é, como alegam as autoras, desconhecimento da ideia winnicottiana de provisão ambiental que falhou no passado. Trata-se antes de observar limites no que tange à temporalidade e a espacialidade em Winnicott, trabalhadas por Loparic a partir de Heidegger. Nem ontologia heideggeriana, nem ôntica winnicottiana penetram a matéria da psicanálise e suas intricadas teias da memória, incompatíveis com a ideia de um ser íntegro graças aos avanços esperados de um contínuo processo de amadurecimento. De qualquer modo, para autores afinados com o psicanalista inglês, a pesquisa de Loparic é preciosa. É pena, contudo, que ele siga insistindo na chancela da revolução kuhniana que enfraquece seu pensamento ao torná-lo dogmático. MULHERES E PSICANÁLISE De minha parte, sinto pouca afinidade com a psicanálise winnicottiana por ela enfatizar a obsoleta ideia de mãe suficientemente boa. Sobre esse tópico, Rosa e Ribeiro argumentam em defesa de Winnicott que meu artigo suprime o fato de que, "para Freud, a identidade feminina é [...] constituída pela inveja do pênis". Ora, não tenho nenhum problema em criticar Freud quando ele deve ser criticado. Aliás, existem várias afirmações misóginas feitas pelo psicanalista, como sua conhecida declaração registrada nas Atas da Sociedade Psicanalítica de Viena. O meu artigo não é defesa cega de Freud. Disse simplesmente que, embora evidentes, os limites do pai da psicanálise em relação às mulheres contrastavam com seu afinco em compreender a natureza dos desejos delas. Winnicott, por outro lado, obnubilado pelas funções da mãe, esqueceu-se de perguntar quem era o ser que cumpria função tão relevante. É o que provam Ribeiro e Rosa em suas afirmações: "Winnicott [...] valorizou a maternidade, só que seu tema central não era a mulher, mas a natureza humana, as condições para a realização da tendência ao amadurecimento [...]. É natural que a mulher enquanto mãe entre nesse processo". As autoras explicitam justamente o meu ponto. Enquanto Lacan formulou a controversa frase "a mulher não existe", pretendendo, com ela, ressaltar que a mulher jamais teria uma inscrição universal, sendo sempre convocada a inscrever seu traço singular, em Winnicott a mulher de fato inexiste, a não ser que assuma a forma mãe, seja ela bem cumprida ou não. Mas as psicanalistas alegam ainda que "a mulher é compreendida por Winnicott não como um ser castrado, mas [...] pela identidade de gênero, mediante a identificação com a mãe-materna ou com a mãe-fêmea". Sem explicar muito, vê-se logo que, nesse registro identitário, mulher para Winnicott é igual à mãe. Além de certa misoginia velada em conceitos pastorais, o psicanalista inglês de novo enreda a mulher à figura natural da mãe. As autoras reiteram esse ponto ao dizerem que a "mãe biológica [deve] ser provavelmente a mais indicada para [...] [a] tarefa" de cuidar do bebê. Torna-se pueril, então, afirmar que "não há nenhum indício de que a mãe winnicottiana deva abandonar os outros setores de sua vida, constrangendo-os sob o funil da maternidade". Se a saúde psíquica do sujeito é garantida pela dedicação quase exclusiva da mãe ao seu bebê nas primeiras etapas, não é possível que se espere uma alteração mágica desse quadro amoroso e de todas as suas consequências. Nesse sentido, é o quadro inicial que deve sofrer alterações. Por isso é retrógrada a licença maternidade, e não um avanço da sociedade civil. Ela reforça a imagem de que os cuidados do bebê, em momento tão decisivo, são quase exclusivamente responsabilidade da mãe, que estaria naturalmente mais preparada para a incumbência. No dia 24/10/1975 as mulheres da Islândia fizeram uma greve geral e começaram uma revolução contra o que é delas esperado. Pararam seus trabalhos no lar e nas fábricas. Deixaram tudo a cargo dos homens. Com isso, começaram a conquista pela maior igualdade de gênero existente no globo. Creches excelentes e baratas e a licença paternidade equânime à da mãe redimensionaram as tarefas dos pais com seus filhos e com o trabalho, tornando a ambos responsáveis pelas esferas pública e privada da vida. Diante disso, fica fácil constatar os lugares marcados à moda convencional da sociedade burguesa que espera uma "ajuda do pai" na "desadaptação gradativa" do bebê aos cuidados da mãe. Fanias são ainda casos comuns, mulheres atoladas pela culpa por terem desejos que não apenas o de cuidar dos filhos. Com autores como Winnicott e suas infindáveis tarefas direcionadas à mãe, que deve ser "apenas" suficientemente boa, o fardo da culpa se justifica na fantasia dessas mulheres e cresce ao infinito, tornando-se sintoma. Tal sintoma interfere no próprio cuidado das crianças. Ainda assim, Winnicott, que se demonstrou tão preocupado com "as condições para a realização da tendência ao amadurecimento", optou por não escutar a mulher. ALESSANDRA AFFORTUNATI MARTINS PARENTE, 40, é psicanalista e doutora em psicologia social pela USP.
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ilustrissima
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O polêmico debate sobre o caráter científico da psicanáliseA psicanalista responde a texto de Caroline Vasconcelos Ribeiro e Claudia Dias Rosa publicado no site da "Ilustríssima" em 3 de junho. Ribeiro e Rosa respondiam Martins Parente, que contestava artigo de Zeljko Loparic . * Nenhum psicanalista está isento de primar pelo rigor no trato dos conceitos, mas a matéria que o alimenta decisivamente não é a coerência interna de uma tese que se pretende defender a qualquer custo. Triste, porém, é notar que psicanalistas possam renunciar à sua forma própria de pensar para reproduzirem essas teses filosóficas. O psicanalista é sempre obrigado a se render às evidências clínicas que contestam seus pressupostos. É constantemente convocado a reconhecer os limites de suas proposições ao ser interrogado pela força dos sintomas psíquicos. Essa matéria clínica está, sem dúvida, em locais nos quais exerce seu ofício. Lugar fértil para encontrá-la são, também, as artes. Nesse sentido, ir ao cinema e observar as dores de Fania, personagem da mãe de Amos Oz, poderia ser a chance de fazer aquilo que se espera de um psicanalista: escutar o sofrimento e rever a partir dele alguns argumentos, mesmo que estejam bem concatenados. Mas as psicanalistas preferiram desqualificar o objeto (conflito psíquico) e insistir na articulação impecável das ideias do filósofo que defendem. Quando jovem, Freud sonhou ser filósofo. Com o tempo, tornou-se crítico de pretensas visões de mundo ("Weltanschauung") e contentou-se com suas investigações clínicas, que o conduziram a territórios verdadeiramente inéditos. De fato, pretendia dar estatuto de ciência da natureza à sua criação, mas levava constantes rasteiras da matéria a que se dedicava. Embora tenha se empenhado na caracterização da psicanálise como ciência natural, cedo foi forçado a reconhecer os limites de sua ambição. Em "Estudos sobre Histeria", Freud (1895) admite certa estranheza ao perceber que os casos clínicos por ele transcritos "pareçam novelas e que, como se poderia dizer, falta-lhes a marca de seriedade da ciência". Como disse antes, é debate polêmico o caráter científico ou não da psicanálise. Diversos autores aproximam seu método das artes, outros a consideram ciência. Outros, ainda, dão a ela o lugar de uma ética –a do desejo. Nesse sentido, a introdução de Thomas Kuhn para defender a suposta revolução feita por Winnicott está realmente longe de ser consensual. Se nem na psicologia, consensualmente uma ciência, as ideias de Kuhn podem ser aplicadas com facilidade, quem dirá na psicanálise, cujo estatuto de cientificidade nem chegou a ser unânime. A insistência na tecla científica parece derivar do desejo de credibilidade, ansiada por Freud quando a psicanálise emergia. Hoje, realmente não saberia dizer a que serve tal empenho. Teria a ciência maior valor do que as artes ou a ética do desejo? Mas, se toda a suposta revolução winnicottiana se apoia em Kuhn, vamos a ele. Segundo o autor, uma ciência imatura ou em crise implica embates entre seus praticantes, que disputariam a hegemonia do paradigma adotado nas práticas e elaborações teóricas. Na verdade, os conceitos dos diferentes paradigmas concernentes à ciência iluminam fenômenos díspares. Seguindo essa lógica, é possível reconhecer no interior de uma mesma disciplina, como a psicanálise, línguas distintas. Embora alguns termos sejam aparentemente equivalentes nela, os sentidos dessas palavras são incompatíveis. Muitos analistas empregaram o termo paradigma em sentido comum, buscando tratar dos modelos teóricos inerentes à psicanálise. Assim aplicado, o vocábulo pode inclusive ajudar a separar e compreender suas múltiplas abordagens. Autores citados por Rosa e Ribeiro, como Greenberg e Mitchell (1983), utilizaram a ideia kuhniana de paradigma num sentido genérico, significando "um arcabouço básico de orientação e crença". McDougall (2001/1995), por sua vez, toma o conceito de Kuhn, mas não avança em suas pesquisas. É de Renato Mezan (1990) o melhor esclarecimento sobre os limites da aplicabilidade de Kuhn na psicanálise. Para ele, talvez convenha ceder "à evidência de que a psicanálise não é uma ciência como as que comportam o uso [...] [da noção kuhniana de paradigma], e procurar discernir do modo mais exato possível como se organiza em psicanálise a dispersão das perspectivas teórico-clínicas". Propõe "elaborar uma epistemologia regional da psicanálise que faça justiça ao tipo de pluralidade que se observa no [...] campo". Em "O Tronco e os Ramos", Mezan (2014) volta ao tema, considerando com ressalvas a ideia de paradigma kuhniana. Seu intuito, com isso, jamais foi eleger um modelo revolucionário. Ao contrário, seu esforço é o de dar conta das ramificações que nascem do tronco psicanalítico. Vê-se, assim, que não são poucos os problemas no uso de Kuhn para a psicanálise; se a ideia de paradigma até pode servir como uma espécie de deus ex-machina que ajuda a enquadrar especificidades dos diferentes modelos psicanalíticos, a noção de revolução é de fato inaceitável para a psicanálise. Ela é tentativa frágil de legitimar uma única vertente nesse vasto e profícuo terreno; meio impositivo de descartar escolas psicanalíticas incoerentes com aquela a que se atribui o título de revolucionária. Por isso, seria necessário saber com que finalidade se insiste nesse artifício –a meu ver, a estratégia presta-se a fins dogmáticos ao invalidar a diversidade para afirmar a primazia de um pensamento. Finalmente, tratando daquilo que seria "revolucionário" em Winnicott, as autoras aludem a uma "mudança paradigmática" que se referiria "ao fato de a experiência clínica de Winnicott revelar a ineficácia da psicanálise freudiana no tratamento de uma série de distúrbios psíquicos (dissociações)". Ora, se há algum acordo entre pós-freudianos é o de que o alcance da psicanálise foi ampliado para casos mais graves, daí a abrangência da clínica não ser mérito exclusivo de Winnicott, mas um avanço no campo, feito por vários psicanalistas, cada qual a seu modo. Mesmo Freud, relido hoje, incorpora tal mudança. Sua teoria do trauma, apresentada no "Projeto" de 1895, mostra que as inscrições psíquicas, feitas durante o recalque primário –sem representações e laços edípicos–, renascem na atualidade por meio de uma sobreposição de tempos e espaços. Logo, a alusão feita à "Nachträglichkeit" não é, como alegam as autoras, desconhecimento da ideia winnicottiana de provisão ambiental que falhou no passado. Trata-se antes de observar limites no que tange à temporalidade e a espacialidade em Winnicott, trabalhadas por Loparic a partir de Heidegger. Nem ontologia heideggeriana, nem ôntica winnicottiana penetram a matéria da psicanálise e suas intricadas teias da memória, incompatíveis com a ideia de um ser íntegro graças aos avanços esperados de um contínuo processo de amadurecimento. De qualquer modo, para autores afinados com o psicanalista inglês, a pesquisa de Loparic é preciosa. É pena, contudo, que ele siga insistindo na chancela da revolução kuhniana que enfraquece seu pensamento ao torná-lo dogmático. MULHERES E PSICANÁLISE De minha parte, sinto pouca afinidade com a psicanálise winnicottiana por ela enfatizar a obsoleta ideia de mãe suficientemente boa. Sobre esse tópico, Rosa e Ribeiro argumentam em defesa de Winnicott que meu artigo suprime o fato de que, "para Freud, a identidade feminina é [...] constituída pela inveja do pênis". Ora, não tenho nenhum problema em criticar Freud quando ele deve ser criticado. Aliás, existem várias afirmações misóginas feitas pelo psicanalista, como sua conhecida declaração registrada nas Atas da Sociedade Psicanalítica de Viena. O meu artigo não é defesa cega de Freud. Disse simplesmente que, embora evidentes, os limites do pai da psicanálise em relação às mulheres contrastavam com seu afinco em compreender a natureza dos desejos delas. Winnicott, por outro lado, obnubilado pelas funções da mãe, esqueceu-se de perguntar quem era o ser que cumpria função tão relevante. É o que provam Ribeiro e Rosa em suas afirmações: "Winnicott [...] valorizou a maternidade, só que seu tema central não era a mulher, mas a natureza humana, as condições para a realização da tendência ao amadurecimento [...]. É natural que a mulher enquanto mãe entre nesse processo". As autoras explicitam justamente o meu ponto. Enquanto Lacan formulou a controversa frase "a mulher não existe", pretendendo, com ela, ressaltar que a mulher jamais teria uma inscrição universal, sendo sempre convocada a inscrever seu traço singular, em Winnicott a mulher de fato inexiste, a não ser que assuma a forma mãe, seja ela bem cumprida ou não. Mas as psicanalistas alegam ainda que "a mulher é compreendida por Winnicott não como um ser castrado, mas [...] pela identidade de gênero, mediante a identificação com a mãe-materna ou com a mãe-fêmea". Sem explicar muito, vê-se logo que, nesse registro identitário, mulher para Winnicott é igual à mãe. Além de certa misoginia velada em conceitos pastorais, o psicanalista inglês de novo enreda a mulher à figura natural da mãe. As autoras reiteram esse ponto ao dizerem que a "mãe biológica [deve] ser provavelmente a mais indicada para [...] [a] tarefa" de cuidar do bebê. Torna-se pueril, então, afirmar que "não há nenhum indício de que a mãe winnicottiana deva abandonar os outros setores de sua vida, constrangendo-os sob o funil da maternidade". Se a saúde psíquica do sujeito é garantida pela dedicação quase exclusiva da mãe ao seu bebê nas primeiras etapas, não é possível que se espere uma alteração mágica desse quadro amoroso e de todas as suas consequências. Nesse sentido, é o quadro inicial que deve sofrer alterações. Por isso é retrógrada a licença maternidade, e não um avanço da sociedade civil. Ela reforça a imagem de que os cuidados do bebê, em momento tão decisivo, são quase exclusivamente responsabilidade da mãe, que estaria naturalmente mais preparada para a incumbência. No dia 24/10/1975 as mulheres da Islândia fizeram uma greve geral e começaram uma revolução contra o que é delas esperado. Pararam seus trabalhos no lar e nas fábricas. Deixaram tudo a cargo dos homens. Com isso, começaram a conquista pela maior igualdade de gênero existente no globo. Creches excelentes e baratas e a licença paternidade equânime à da mãe redimensionaram as tarefas dos pais com seus filhos e com o trabalho, tornando a ambos responsáveis pelas esferas pública e privada da vida. Diante disso, fica fácil constatar os lugares marcados à moda convencional da sociedade burguesa que espera uma "ajuda do pai" na "desadaptação gradativa" do bebê aos cuidados da mãe. Fanias são ainda casos comuns, mulheres atoladas pela culpa por terem desejos que não apenas o de cuidar dos filhos. Com autores como Winnicott e suas infindáveis tarefas direcionadas à mãe, que deve ser "apenas" suficientemente boa, o fardo da culpa se justifica na fantasia dessas mulheres e cresce ao infinito, tornando-se sintoma. Tal sintoma interfere no próprio cuidado das crianças. Ainda assim, Winnicott, que se demonstrou tão preocupado com "as condições para a realização da tendência ao amadurecimento", optou por não escutar a mulher. ALESSANDRA AFFORTUNATI MARTINS PARENTE, 40, é psicanalista e doutora em psicologia social pela USP.
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Projetos voltados à juventude rural podem concorrer a R$ 5 milhões
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Projetos que promovam a inclusão social e a geração de renda da juventude rural podem concorrer a R$ 5 milhões em edital da Fundação Banco do Brasil, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O edital Juventude Rural vai apoiar iniciativas que visam estruturar empreendimentos econômicos coletivos de grupos de jovens rurais de 15 a 29 anos. Inscreva-se para o Prêmio Empreendedor Social e para o Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2015. Podem participar do programa cooperativas ou associações com mais de dois anos de existência, formadas por agricultores familiares e empreendedores familiares rurais; silvicultores; extrativistas artesanais; aquicultores; pescadores artesanais; povos indígenas; e comunidades quilombolas localizadas no campo. O objetivo do edital é estimular o protagonismo da juventude rural, a promoção da igualdade de gênero, o fortalecimento de práticas sustentáveis e de cultivo agroecológico e da agrobiodiversidade. Os projetos inscritos devem ter valor entre R$ 70 mil e R$ 200 mil e como atividade a produção, o beneficiamento ou a comercialização de produtos extrativistas, agrícolas e não agrícolas, o turismo rural e a prestação de serviços. Entre os itens e atividades que poderão receber os recursos do edital estão máquinas e equipamentos novos–de fabricação nacional, equipamentos de informática, comunicação e software, caminhões e veículos utilitários, implantação de lavoura permanente em área coletiva, construção e reparo de imóveis, capacitação e serviços técnicos de beneficiamento e de comercialização relacionados à atividade produtiva. As propostas terão até 18 meses para serem realizadas e devem ser encaminhadas à Fundação Banco do Brasil até às 18h do dia 30 de junho, como consta no edital. Em caso de dúvidas, escreva um e-mail para [email protected], até 23 de junho, com o título: "Edital de Seleção Pública nº 2015/008 - Dúvida.
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empreendedorsocial
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Projetos voltados à juventude rural podem concorrer a R$ 5 milhõesProjetos que promovam a inclusão social e a geração de renda da juventude rural podem concorrer a R$ 5 milhões em edital da Fundação Banco do Brasil, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O edital Juventude Rural vai apoiar iniciativas que visam estruturar empreendimentos econômicos coletivos de grupos de jovens rurais de 15 a 29 anos. Inscreva-se para o Prêmio Empreendedor Social e para o Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2015. Podem participar do programa cooperativas ou associações com mais de dois anos de existência, formadas por agricultores familiares e empreendedores familiares rurais; silvicultores; extrativistas artesanais; aquicultores; pescadores artesanais; povos indígenas; e comunidades quilombolas localizadas no campo. O objetivo do edital é estimular o protagonismo da juventude rural, a promoção da igualdade de gênero, o fortalecimento de práticas sustentáveis e de cultivo agroecológico e da agrobiodiversidade. Os projetos inscritos devem ter valor entre R$ 70 mil e R$ 200 mil e como atividade a produção, o beneficiamento ou a comercialização de produtos extrativistas, agrícolas e não agrícolas, o turismo rural e a prestação de serviços. Entre os itens e atividades que poderão receber os recursos do edital estão máquinas e equipamentos novos–de fabricação nacional, equipamentos de informática, comunicação e software, caminhões e veículos utilitários, implantação de lavoura permanente em área coletiva, construção e reparo de imóveis, capacitação e serviços técnicos de beneficiamento e de comercialização relacionados à atividade produtiva. As propostas terão até 18 meses para serem realizadas e devem ser encaminhadas à Fundação Banco do Brasil até às 18h do dia 30 de junho, como consta no edital. Em caso de dúvidas, escreva um e-mail para [email protected], até 23 de junho, com o título: "Edital de Seleção Pública nº 2015/008 - Dúvida.
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Novos ventos na energia
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Existe um setor da economia brasileira -e da mundial- em que ninguém fala de crise. No campo das fontes alternativas de energia, o vento só sopra a favor. Em 2015, as novas turbinas eólicas erguidas no mundo agregaram 63 gigawatts (GW) à capacidade instalada de geração elétrica. É o equivalente a quase seis usinas como Belo Monte e acarretou um investimento de US$ 329 bilhões. Nesse mesmo ano, enquanto o PIB brasileiro se retraía 3,8%, a geração de energia eólica avançava impressionantes 77,1%. O dado se encontra no "Balanço Energético Nacional 2016" recém-divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão do governo federal, e recebeu destaque no caderno especial "O Brasil que Dá Certo - Energia Renovável", publicado na quinta-feira (28) por esta Folha. O desempenho da energia eólica permitiu que fornecesse 5,81% da eletricidade gerada no país. Com isso, sua contribuição firmou-se à frente da fatia das usinas nucleares (1,3%) na produção nacional. A liderança inconteste, como de sabe, segue com a hidroeletricidade. Turbinas movidas com a força dos rios produziram 64% da energia elétrica consumida no mercado doméstico. Como se trata de uma fonte renovável (assim como a eólica e a biomassa), essa modalidade contribuiu para manter a matriz elétrica brasileira como uma das mais limpas do planeta. Mais de três quartos da eletricidade aqui produzida provêm de fontes que não agravam o aquecimento global. Todas elas, é verdade, inclusive a eólica, sofrem de um modo ou de outro as consequências da crise econômica que se abateu sobre o Brasil e da intervenção desastrada do governo Dilma Rousseff (PT) no setor elétrico. O consumo de eletricidade recuou 1,9% em 2015, como seria de esperar com a retração do PIB. Se há poucos anos se falava em risco de desabastecimento, por força da crise hídrica e do intervencionismo petista, agora se experimenta uma paradoxal sobra de energia contratada, o que decerto não ajuda a estimular investidores. Em termos relativos, contudo, essa situação anômala abre perspectivas mais promissoras para energia eólica (e até para a ainda incipiente solar fotovoltaica). O custo de seus equipamentos está caindo, o preço de geração já é competitivo e a instalação é mais rápida que a de usinas hidrelétricas e nucleares -as preferidas das grandes empreiteiras, hoje enredadas com os próceres do setor elétrico nas malhas da Lava Jato. [email protected]
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opiniao
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Novos ventos na energiaExiste um setor da economia brasileira -e da mundial- em que ninguém fala de crise. No campo das fontes alternativas de energia, o vento só sopra a favor. Em 2015, as novas turbinas eólicas erguidas no mundo agregaram 63 gigawatts (GW) à capacidade instalada de geração elétrica. É o equivalente a quase seis usinas como Belo Monte e acarretou um investimento de US$ 329 bilhões. Nesse mesmo ano, enquanto o PIB brasileiro se retraía 3,8%, a geração de energia eólica avançava impressionantes 77,1%. O dado se encontra no "Balanço Energético Nacional 2016" recém-divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão do governo federal, e recebeu destaque no caderno especial "O Brasil que Dá Certo - Energia Renovável", publicado na quinta-feira (28) por esta Folha. O desempenho da energia eólica permitiu que fornecesse 5,81% da eletricidade gerada no país. Com isso, sua contribuição firmou-se à frente da fatia das usinas nucleares (1,3%) na produção nacional. A liderança inconteste, como de sabe, segue com a hidroeletricidade. Turbinas movidas com a força dos rios produziram 64% da energia elétrica consumida no mercado doméstico. Como se trata de uma fonte renovável (assim como a eólica e a biomassa), essa modalidade contribuiu para manter a matriz elétrica brasileira como uma das mais limpas do planeta. Mais de três quartos da eletricidade aqui produzida provêm de fontes que não agravam o aquecimento global. Todas elas, é verdade, inclusive a eólica, sofrem de um modo ou de outro as consequências da crise econômica que se abateu sobre o Brasil e da intervenção desastrada do governo Dilma Rousseff (PT) no setor elétrico. O consumo de eletricidade recuou 1,9% em 2015, como seria de esperar com a retração do PIB. Se há poucos anos se falava em risco de desabastecimento, por força da crise hídrica e do intervencionismo petista, agora se experimenta uma paradoxal sobra de energia contratada, o que decerto não ajuda a estimular investidores. Em termos relativos, contudo, essa situação anômala abre perspectivas mais promissoras para energia eólica (e até para a ainda incipiente solar fotovoltaica). O custo de seus equipamentos está caindo, o preço de geração já é competitivo e a instalação é mais rápida que a de usinas hidrelétricas e nucleares -as preferidas das grandes empreiteiras, hoje enredadas com os próceres do setor elétrico nas malhas da Lava Jato. [email protected]
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Erramos: Morre o saxofonista Bob Belden, compositor que insipirou o filme 'Dália Negra'
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Diferentemente do publicado em "Morre o saxofonista Bob Belden, compositor que inspirou o filme 'Dália Negra" ("Ilustrada" - 22/05/2015, 10h59), o músico não inspirou o filme, mas o assassinato de 1947 de Elizabeth Short inspirou tanto Belden como o autor de "Dália Negra". A informação foi corrigida.
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Erramos: Morre o saxofonista Bob Belden, compositor que insipirou o filme 'Dália Negra'Diferentemente do publicado em "Morre o saxofonista Bob Belden, compositor que inspirou o filme 'Dália Negra" ("Ilustrada" - 22/05/2015, 10h59), o músico não inspirou o filme, mas o assassinato de 1947 de Elizabeth Short inspirou tanto Belden como o autor de "Dália Negra". A informação foi corrigida.
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'Game of Thrones' segue reinando em Emmy repetitivo
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Rumo aos episódios finais, "Game of Thrones" segue absoluta entre os votantes do Emmy, acumulando 23 indicações para o prêmio máximo da TV americana, anunciadas nesta quinta (14). É uma a menos do que em 2015, quando metade virou troféu. A primazia da produção da HBO assinada por DB Weiss e David Banioff é tamanha que o drama político-fantástico tem parte do elenco e episódios distintos se digladiando nas mesmas categorias. Entre as atrizes coadjuvantes, aparecem Lena Headey (Cersei), Maisie Williams (Arya) e Emilia Clarke (Daenerys), em uma competição injusta com as duas últimas dadas as camadas no papel e na interpretação da primeira. Na versão masculina, competem o laureado Peter Dinklage (Tyrion) e Kit Harington (Jon), embora esse prêmio devesse ir para Jonathan Banks, o Mike de "Better Call Saul", na quarta indicação (ele concorrera com Mike também em "Breaking Bad" e, em 1989, por "O Homem da Máfia"). Metade dos dez episódios da temporada foram lembrados, e "A Batalha dos Batardos" somou cinco indicações, incluindo direção e edição. Como nos últimos cinco anos, "House of Cards", "Homeland" e "Donwnton Abbey" competem, além de "Better Call Saul" (que disputa desde 2015, herdando a vaga de "Breaking Bad"). A surpresa em drama coube à ótima "The Americans", inédita na categoria principal. É ela e a outra novidade -"Mr Robot", a melhor estreia de 2015 e cuja segunda temporada acaba de começar nos EUA- as únicas que oferecer desafio a "GoT". Nas demais categorias, há pouca novidade. A principal inovação é ver Jerry Seinfeld e sua websérie de entrevistas com comediantes "Comedians in Cars Getting Coffee", que na última temporada incluiu Barack Obama, concorrer com cânones dos talk shows noturnos como Jimmy Fallon, Jimmy Kimmel e o espetacular John Oliver. Canais pagos na TV e on-line continuam a escalada de superação das emissoras abertas na comédia (4X2 no placar de indicações, com aposta forte em "Veep"). Em minisséries, categoria que condensa o que há de ousado na TV, sobressai uma série à moda antiga, "The Night Manager" (AMC), diante do domínio de "O Povo Contra OJ Simpson" e "Fargo". Levam o voto da colunista os atores de drama Rami Malek ("Mr. Robot") e Robin Wright ("House of Cards") e Thomas Middleditch ("Sillicon Valley") e Julia Louis-Dreyfus ("Veep") na comédia. A premiação ocorre em 18 de setembro, 20h (Brasília).
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'Game of Thrones' segue reinando em Emmy repetitivoRumo aos episódios finais, "Game of Thrones" segue absoluta entre os votantes do Emmy, acumulando 23 indicações para o prêmio máximo da TV americana, anunciadas nesta quinta (14). É uma a menos do que em 2015, quando metade virou troféu. A primazia da produção da HBO assinada por DB Weiss e David Banioff é tamanha que o drama político-fantástico tem parte do elenco e episódios distintos se digladiando nas mesmas categorias. Entre as atrizes coadjuvantes, aparecem Lena Headey (Cersei), Maisie Williams (Arya) e Emilia Clarke (Daenerys), em uma competição injusta com as duas últimas dadas as camadas no papel e na interpretação da primeira. Na versão masculina, competem o laureado Peter Dinklage (Tyrion) e Kit Harington (Jon), embora esse prêmio devesse ir para Jonathan Banks, o Mike de "Better Call Saul", na quarta indicação (ele concorrera com Mike também em "Breaking Bad" e, em 1989, por "O Homem da Máfia"). Metade dos dez episódios da temporada foram lembrados, e "A Batalha dos Batardos" somou cinco indicações, incluindo direção e edição. Como nos últimos cinco anos, "House of Cards", "Homeland" e "Donwnton Abbey" competem, além de "Better Call Saul" (que disputa desde 2015, herdando a vaga de "Breaking Bad"). A surpresa em drama coube à ótima "The Americans", inédita na categoria principal. É ela e a outra novidade -"Mr Robot", a melhor estreia de 2015 e cuja segunda temporada acaba de começar nos EUA- as únicas que oferecer desafio a "GoT". Nas demais categorias, há pouca novidade. A principal inovação é ver Jerry Seinfeld e sua websérie de entrevistas com comediantes "Comedians in Cars Getting Coffee", que na última temporada incluiu Barack Obama, concorrer com cânones dos talk shows noturnos como Jimmy Fallon, Jimmy Kimmel e o espetacular John Oliver. Canais pagos na TV e on-line continuam a escalada de superação das emissoras abertas na comédia (4X2 no placar de indicações, com aposta forte em "Veep"). Em minisséries, categoria que condensa o que há de ousado na TV, sobressai uma série à moda antiga, "The Night Manager" (AMC), diante do domínio de "O Povo Contra OJ Simpson" e "Fargo". Levam o voto da colunista os atores de drama Rami Malek ("Mr. Robot") e Robin Wright ("House of Cards") e Thomas Middleditch ("Sillicon Valley") e Julia Louis-Dreyfus ("Veep") na comédia. A premiação ocorre em 18 de setembro, 20h (Brasília).
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Museu de Curitiba recebe novas obras apreendidas na Operação Lava Jato
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Novas obras de arte apreendidas na última fase da Operação Lava Jato foram entregues nesta terça-feira (11) ao Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba –cidade-sede das investigações sobre um esquema de corrupção na Petrobras. São 22 quadros, que, segundo a Polícia Federal, foram usados para ocultar o pagamento de propina ao ex-diretor da estatal Renato Duque. Entre as obras entregues nesta terça, há telas atribuídas a Di Cavalcanti, Volpi, Manabu Mabe, Cícero Dias, Cláudio Tozzi, Jorge Guinle e Guignard –esta última, segundo o operador do esquema e delator Milton Pascowitch, custou US$ 380 mil. As telas foram apreendidas numa galeria do Rio de Janeiro, onde foram depositadas pelos investigados, e se somam a outras 248 obras da operação que já estão no Oscar Niemeyer. Parte delas está em exposição ao público. Não há estimativa de quanto vale o acervo. De acordo com a polícia, as obras de arte eram usadas como um instrumento de lavagem de dinheiro. Parte do dinheiro desviado da Petrobras era usado para comprar as telas, de forma a ocultar a origem dos valores. QUARENTENA As telas foram entregues ao Museu Oscar Niemeyer por ordem da Justiça, para garantir sua preservação e manutenção. Elas passam agora por um período de quarentena, em que ficam isoladas do resto do acervo, para descartar a existência de cupim ou fungos. Depois, serão limpas e mantidas na reserva técnica, em condições ideais de temperatura e umidade. Atualmente, 48 obras apreendidas na Lava Jato estão expostas ao público no Oscar Niemeyer. Há telas de Di Cavalcanti, Vik Muniz e Cícero Dias, entre outros artistas. SERVIÇO A exposição vai até o início de novembro. O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, abre entre terça e domingo, das 10h às 18h. Os ingressos custam R$ 9.
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poder
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Museu de Curitiba recebe novas obras apreendidas na Operação Lava JatoNovas obras de arte apreendidas na última fase da Operação Lava Jato foram entregues nesta terça-feira (11) ao Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba –cidade-sede das investigações sobre um esquema de corrupção na Petrobras. São 22 quadros, que, segundo a Polícia Federal, foram usados para ocultar o pagamento de propina ao ex-diretor da estatal Renato Duque. Entre as obras entregues nesta terça, há telas atribuídas a Di Cavalcanti, Volpi, Manabu Mabe, Cícero Dias, Cláudio Tozzi, Jorge Guinle e Guignard –esta última, segundo o operador do esquema e delator Milton Pascowitch, custou US$ 380 mil. As telas foram apreendidas numa galeria do Rio de Janeiro, onde foram depositadas pelos investigados, e se somam a outras 248 obras da operação que já estão no Oscar Niemeyer. Parte delas está em exposição ao público. Não há estimativa de quanto vale o acervo. De acordo com a polícia, as obras de arte eram usadas como um instrumento de lavagem de dinheiro. Parte do dinheiro desviado da Petrobras era usado para comprar as telas, de forma a ocultar a origem dos valores. QUARENTENA As telas foram entregues ao Museu Oscar Niemeyer por ordem da Justiça, para garantir sua preservação e manutenção. Elas passam agora por um período de quarentena, em que ficam isoladas do resto do acervo, para descartar a existência de cupim ou fungos. Depois, serão limpas e mantidas na reserva técnica, em condições ideais de temperatura e umidade. Atualmente, 48 obras apreendidas na Lava Jato estão expostas ao público no Oscar Niemeyer. Há telas de Di Cavalcanti, Vik Muniz e Cícero Dias, entre outros artistas. SERVIÇO A exposição vai até o início de novembro. O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, abre entre terça e domingo, das 10h às 18h. Os ingressos custam R$ 9.
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