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Ocupação de escolas em SP sobe 40% em dia de exame e atinge 151 unidades
O número de escolas ocupadas em protesto contra a reorganização da rede paulista cresceu de 108 para 151 entre segunda e terça-feira (24) –primeiro dia de aplicação do Saresp, exame estadual de avaliação do ensino. Ou seja, houve crescimento de 40% na quantidade de colégios ocupados por estudantes (em alguns há também sem-teto). A rede possui cerca de 5.000 unidades. A contabilização é feita pela Secretaria de Educação da gestão Geraldo Alckmin (PSDB). O Saresp é uma prova anual, usada para avaliar a situação da rede e balizar o pagamento de bônus a servidores. Nas unidades ocupadas, a prova não é aplicada. O exame será finalizado nesta quarta-feira (25). A Secretaria de Educação diz que ainda estuda como será feito o pagamento de bônus para os servidores dos colégios sem a avaliação. A Apeoesp (sindicato docente) e alunos pregam o boicote à prova, como retaliação à reorganização das escolas proposta pelo governo. A gestão Alckmin pretende transferir 310 mil alunos de escola ano que vem, para que os colégios concentrem alunos de séries semelhantes. Com a movimentação, 92 unidades serão fechadas. A pasta afirma que a mudança ajudará na gestão dos colégios e evitará desperdício, pois há unidades com poucos estudantes. A medida tem sido criticada por diversas entidades, como as faculdades de educação da Unicamp e da USP, que veem na medida apenas o objetivo de economia. A ONG Cenpec apontou o transtorno que as famílias terão com a mudança de colégios. A Justiça negou a reintegração de posse dos colégios, pedida pelo governo. A Secretaria de Educação diz estar aberta ao diálogo. Infográfico: Mudanças na educação AS OCUPAÇÕES Um dos colégios ocupados nesta terça foi o Antônio Firmino de Proença, na Mooca (zona leste da capital), onde o senador José Serra (PSDB) estudou, entre 1955 e 1959. Oito alunos chegaram a ser detidos pela Polícia Militar. Segundo a corporação, eles danificaram o colégio. Em Santo Amaro (zona sul da capital), cerca de cem alunos aproveitaram o Saresp para tomar a escola estadual Professor Alberto Conte. Eles entraram no horário normal de aula e fizeram campanha para boicote da prova. Em seguida, trancaram os portões e passaram a controlar o acesso. "Nossa escola tem só alunos de ensino médio e as salas chegam a ter 50 pessoas. O governo quer trazer ainda mais estudantes no ano que vem para uma estrutura já saturada. Não vamos permitir isso", afirma o estudante do 3º ano do ensino médio Guilherme Carmo, 17. O governo tem afirmado que a reorganização não causará superlotação de classes. Em visita ao local, a reportagem presenciou os estudantes usando as duas quadras da escola para jogar futebol e vôlei. As salas estavam trancadas e os estudantes promoviam oficinas culturais e mutirões de limpeza no pátio. Por WhatsApp, um grupo de alunos combinou a ocupação da escola Virgília Rodrigues Alves de Carvalho Pinto (zona oeste). Entraram antes das 7h, usando um grampo de cabelo para abrir o portão, segundo os estudantes. As provas do Saresp, que seriam aplicadas ali, foram canceladas. Houve resistência à ocupação por parte de alguns estudantes do 3º ano. Professores de física e filosofia dos alunos da série teriam prometido um ponto na média para quem fizesse o exame. Na escola Fernão Dias Paes, a segunda ocupada por estudantes, houve aulas públicas com o colunista da Folha Gregorio Duvivier, a cartunista da Folha Laerte e o ator Pascoal da Conceição. Depois, alunos tiveram aulas de defesa pessoal. Houve ocupação até de colégio que não participa da rede, caso da escola técnica Jardim Ângela (administrada pelo Centro Paula Souza). Alunos do colégio, que participa do exame como convidado, pretendiam passar a noite na unidade.
educacao
Ocupação de escolas em SP sobe 40% em dia de exame e atinge 151 unidadesO número de escolas ocupadas em protesto contra a reorganização da rede paulista cresceu de 108 para 151 entre segunda e terça-feira (24) –primeiro dia de aplicação do Saresp, exame estadual de avaliação do ensino. Ou seja, houve crescimento de 40% na quantidade de colégios ocupados por estudantes (em alguns há também sem-teto). A rede possui cerca de 5.000 unidades. A contabilização é feita pela Secretaria de Educação da gestão Geraldo Alckmin (PSDB). O Saresp é uma prova anual, usada para avaliar a situação da rede e balizar o pagamento de bônus a servidores. Nas unidades ocupadas, a prova não é aplicada. O exame será finalizado nesta quarta-feira (25). A Secretaria de Educação diz que ainda estuda como será feito o pagamento de bônus para os servidores dos colégios sem a avaliação. A Apeoesp (sindicato docente) e alunos pregam o boicote à prova, como retaliação à reorganização das escolas proposta pelo governo. A gestão Alckmin pretende transferir 310 mil alunos de escola ano que vem, para que os colégios concentrem alunos de séries semelhantes. Com a movimentação, 92 unidades serão fechadas. A pasta afirma que a mudança ajudará na gestão dos colégios e evitará desperdício, pois há unidades com poucos estudantes. A medida tem sido criticada por diversas entidades, como as faculdades de educação da Unicamp e da USP, que veem na medida apenas o objetivo de economia. A ONG Cenpec apontou o transtorno que as famílias terão com a mudança de colégios. A Justiça negou a reintegração de posse dos colégios, pedida pelo governo. A Secretaria de Educação diz estar aberta ao diálogo. Infográfico: Mudanças na educação AS OCUPAÇÕES Um dos colégios ocupados nesta terça foi o Antônio Firmino de Proença, na Mooca (zona leste da capital), onde o senador José Serra (PSDB) estudou, entre 1955 e 1959. Oito alunos chegaram a ser detidos pela Polícia Militar. Segundo a corporação, eles danificaram o colégio. Em Santo Amaro (zona sul da capital), cerca de cem alunos aproveitaram o Saresp para tomar a escola estadual Professor Alberto Conte. Eles entraram no horário normal de aula e fizeram campanha para boicote da prova. Em seguida, trancaram os portões e passaram a controlar o acesso. "Nossa escola tem só alunos de ensino médio e as salas chegam a ter 50 pessoas. O governo quer trazer ainda mais estudantes no ano que vem para uma estrutura já saturada. Não vamos permitir isso", afirma o estudante do 3º ano do ensino médio Guilherme Carmo, 17. O governo tem afirmado que a reorganização não causará superlotação de classes. Em visita ao local, a reportagem presenciou os estudantes usando as duas quadras da escola para jogar futebol e vôlei. As salas estavam trancadas e os estudantes promoviam oficinas culturais e mutirões de limpeza no pátio. Por WhatsApp, um grupo de alunos combinou a ocupação da escola Virgília Rodrigues Alves de Carvalho Pinto (zona oeste). Entraram antes das 7h, usando um grampo de cabelo para abrir o portão, segundo os estudantes. As provas do Saresp, que seriam aplicadas ali, foram canceladas. Houve resistência à ocupação por parte de alguns estudantes do 3º ano. Professores de física e filosofia dos alunos da série teriam prometido um ponto na média para quem fizesse o exame. Na escola Fernão Dias Paes, a segunda ocupada por estudantes, houve aulas públicas com o colunista da Folha Gregorio Duvivier, a cartunista da Folha Laerte e o ator Pascoal da Conceição. Depois, alunos tiveram aulas de defesa pessoal. Houve ocupação até de colégio que não participa da rede, caso da escola técnica Jardim Ângela (administrada pelo Centro Paula Souza). Alunos do colégio, que participa do exame como convidado, pretendiam passar a noite na unidade.
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Novo ano de 'Estradas Mortais' marca o retorno da caminhoneira Lisa Kelly
Em meio a caminhoneiros trogloditas que realizam entregas por estradas tenebrosas, uma loira chama a atenção. Diferentemente de seus companheiros de reality show, Lisa Kelly, 34, não remói os problemas da profissão nem conta vantagem sobre as perigosas viagens por estradas de gelo do sul do Canadá. Tranquila, a norte-americana que leva uma vida pacata em Wasilla, no Alasca, onde vive com dois gatos, um cachorro e três cavalos —entre eles o pônei Rocky—, é o destaque de "Estradas Mortais", série cuja oitava temporada estreia nesta quarta-feira (2), às 22h, no canal pago History. No novo ano do programa, duas empresas de entrega disputam quem consegue transportar mercadorias até áreas remotas, onde só é possível chegar por meio de pistas glaciais. A concorrência entre os times é cheia de provocações e permeada de acidentes na estrada durante as jornadas. A caminhoneira volta à série após uma pausa para descansar. "Estar em um reality significa muito tempo do seu ano com uma câmera por perto o tempo todo, o que é desgastante", diz ela à Folha. Nos anos anteriores e também no programa derivado da atração, "Caminhoneiros do Gelo", a ex-motorista de ônibus escolar dirigiu em rodovias cheias de neve e em rotas perigosas em Índia, Bolívia e Peru, locais de onde guarda muitas recordações. Nas prateleiras da sala, Lisa mantém pinturas de Machu Picchu e do Cristo Redentor —fruto de uma das visitas ao Brasil para divulgar a atração—, além de um quebra-cabeça do Taj Mahal. Sua lembrança mais viva, porém, é o cão Booger, que encontrou machucado no Peru. Sua paixão por animais está por toda parte na casa que divide com o marido, o atleta de motocross Travis Kelly. Próximo à pista de terra que o casal construiu para treinos —Lisa também se arrisca nos saltos com moto— há ainda um pequeno haras. Assista ao vídeo Nada de caminhões ou TVs —Lisa, em sua vida cotidiana, pouco reproduz o personagem que vive no reality. Embora o caminhão que utiliza no programa tenha 18 marchas, seu carro particular é automático. Nunca assiste à própria série que protagoniza —não tem televisor em casa, então são os vizinhos quem contam a ela como foram os episódios. Sem rodeios, Lisa expressa um certo distanciamento ao mundo que ela mesma exibe no reality show. Pensa em uma vida no futuro que não envolva a atual profissão. Diz que engordou muito nos últimos anos por causa do tempo que passa sentada dirigindo. A pesada rotina de gravações para o programa, admite, tira um pouco do prazer que tem em guiar. Sempre sorrindo, Lisa brinca com a edição da série, que valoriza a tensão e dramaticidade. "Sério mesmo que as pessoas demoraram tanto tempo para perceber que é tudo entretenimento?", diz Lisa. "Talvez seja um pouco exagerado, as coisas parecem algo super complicado na tela, e para mim é o de sempre, por isso dá a impressão de que é falso. Mas tudo o que é falado foi falado e tudo o que é feito foi feito para valer", justifica. Única mulher no elenco atual da série, Lisa também diz se sentir um pouco cansada de ser tratada com surpresa por quem, num primeiro momento, não sabe que ela é uma caminhoneira. "Sempre penso: como você acha que eu deveria parecer? Sempre me vesti meio como um menino, sempre me dei com garotos, mas há momentos em que você precisa ser feminina." O jornalista DAIGO OLIVA viajou a convite do History Channel
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Novo ano de 'Estradas Mortais' marca o retorno da caminhoneira Lisa KellyEm meio a caminhoneiros trogloditas que realizam entregas por estradas tenebrosas, uma loira chama a atenção. Diferentemente de seus companheiros de reality show, Lisa Kelly, 34, não remói os problemas da profissão nem conta vantagem sobre as perigosas viagens por estradas de gelo do sul do Canadá. Tranquila, a norte-americana que leva uma vida pacata em Wasilla, no Alasca, onde vive com dois gatos, um cachorro e três cavalos —entre eles o pônei Rocky—, é o destaque de "Estradas Mortais", série cuja oitava temporada estreia nesta quarta-feira (2), às 22h, no canal pago History. No novo ano do programa, duas empresas de entrega disputam quem consegue transportar mercadorias até áreas remotas, onde só é possível chegar por meio de pistas glaciais. A concorrência entre os times é cheia de provocações e permeada de acidentes na estrada durante as jornadas. A caminhoneira volta à série após uma pausa para descansar. "Estar em um reality significa muito tempo do seu ano com uma câmera por perto o tempo todo, o que é desgastante", diz ela à Folha. Nos anos anteriores e também no programa derivado da atração, "Caminhoneiros do Gelo", a ex-motorista de ônibus escolar dirigiu em rodovias cheias de neve e em rotas perigosas em Índia, Bolívia e Peru, locais de onde guarda muitas recordações. Nas prateleiras da sala, Lisa mantém pinturas de Machu Picchu e do Cristo Redentor —fruto de uma das visitas ao Brasil para divulgar a atração—, além de um quebra-cabeça do Taj Mahal. Sua lembrança mais viva, porém, é o cão Booger, que encontrou machucado no Peru. Sua paixão por animais está por toda parte na casa que divide com o marido, o atleta de motocross Travis Kelly. Próximo à pista de terra que o casal construiu para treinos —Lisa também se arrisca nos saltos com moto— há ainda um pequeno haras. Assista ao vídeo Nada de caminhões ou TVs —Lisa, em sua vida cotidiana, pouco reproduz o personagem que vive no reality. Embora o caminhão que utiliza no programa tenha 18 marchas, seu carro particular é automático. Nunca assiste à própria série que protagoniza —não tem televisor em casa, então são os vizinhos quem contam a ela como foram os episódios. Sem rodeios, Lisa expressa um certo distanciamento ao mundo que ela mesma exibe no reality show. Pensa em uma vida no futuro que não envolva a atual profissão. Diz que engordou muito nos últimos anos por causa do tempo que passa sentada dirigindo. A pesada rotina de gravações para o programa, admite, tira um pouco do prazer que tem em guiar. Sempre sorrindo, Lisa brinca com a edição da série, que valoriza a tensão e dramaticidade. "Sério mesmo que as pessoas demoraram tanto tempo para perceber que é tudo entretenimento?", diz Lisa. "Talvez seja um pouco exagerado, as coisas parecem algo super complicado na tela, e para mim é o de sempre, por isso dá a impressão de que é falso. Mas tudo o que é falado foi falado e tudo o que é feito foi feito para valer", justifica. Única mulher no elenco atual da série, Lisa também diz se sentir um pouco cansada de ser tratada com surpresa por quem, num primeiro momento, não sabe que ela é uma caminhoneira. "Sempre penso: como você acha que eu deveria parecer? Sempre me vesti meio como um menino, sempre me dei com garotos, mas há momentos em que você precisa ser feminina." O jornalista DAIGO OLIVA viajou a convite do History Channel
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Governo não consegue reverter adiamento da reoneração da folha
Em um momento em que a arrecadação continua fraca, o governo enfrenta dificuldades para aprovar a reoneração da folha de pagamentos no Congresso Nacional, o que pode resultar numa perda adicional na previsão de receitas de R$ 2,5 bilhões neste ano. Nesta quarta (5), a comissão mista do Congresso que analisa a reoneração aprovou versão final do relatório que adia o início da medida para janeiro 2018. O documento também exclui mais setores da medida que aumenta a carga tributária de cerca de 50 atividades econômicas. Apesar do sinal negativo em um tema que enfrenta forte resistência do setor produtivo, o governo comemorou a aprovação de outra medida que vai no sentido oposto e gera alívio imediato de caixa: a aprovação no Senado do uso de precatórios não sacados como receitas extraordinárias. O texto, já aprovado na Câmara, vai a sanção presidencial. A estimativa da equipe econômica é que os precatórios -dívidas do governo decorrentes de sentenças judiciais- gerem R$ 8,6 bilhões em receitas, o que poderá permitir a liberação de recursos bloqueados no Orçamento para áreas da máquina pública que estão parando por falta de dinheiro, como a emissão de passaportes e o trabalho da Polícia Rodoviária Federal. Assim, o governo estuda antecipar a revisão do Orçamento, prevista para 22 de julho, para a próxima semana. Nessa reunião, pretende liberar parte dos R$ 39 bilhões em despesas que estão represadas com a finalidade de cumprir a meta de deficit para este ano, de R$ 139 bilhões. Para o economista Felipe Salto, diretor da IFI (Instituição Fiscal Independente), a entrada dos precatórios, embora seja positiva sobre a receita, não é a "salvação da lavoura", dada a grave situação das contas do governo. Mesmo com esses recursos, diz, o governo central deverá chegar ao fim do ano com um deficit de R$ 144 bilhões. Nos primeiros cinco meses do ano, o deficit acumulado do governo é de R$ 35 bilhões, apesar de uma compressão de 50% nos investimentos públicos (em maio ante o mesmo mês do ano passado). DESONERAÇÃO Além de têxtil e confecções, call center, tecnologia da informação e calçados e couro —setores preservados da reoneração pelo relator Airton Sandoval (PMDB-SP)—, os parlamentares aprovaram poupar também da reoneração da folha depagamento os fabricantes de ônibus e carrocerias, máquinas e equipamentos e o setor de transporte rodoviário de cargas. O relatório também mantém na desoneração os três setores propostos pelo governo: transporte público, construção civil e comunicação (rádios, TVs e jornais). A equipe econômica busca restabelecer a data inicial de vigência da reoneração, prevista para este mês, sob pena de perder a receita prevista para este ano com a medida (R$ 2,5 bilhões). Com isso, tentará restabelecer a data na votação nos plenários da Câmara e do Senado, prevista para a semana que vem. A avaliação dos governistas é que a reoneração tem que ser aprovada antes do recesso parlamentar. Senão, aumenta o risco de a MP que criou a medida perder a validade -o prazo de vigência vence no início de agosto. No horizonte do governo, além do impacto na receita de 2017, está em jogo a entrada estimada de R$ 12,5 bilhões no caixa federal no ano que vem com a reoneração. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a votação do tema na Casa não será fácil por ser um assunto "polêmico" entre os parlamentares. Além dos interesses paroquiais, de indústrias instaladas nos Estados e municípios onde os parlamentares têm votos, a medida é tratada como potencial geradora de desemprego. "Disse ao ministro Henrique Meirelles que a matéria é difícil e vai ter dificuldade no plenário", afirmou. "Por mais que isso possa gerar algum tipo de arrecadação, vai gerar desemprego e isso prejudica a atividade." Os setores afetados pela reoneração ameaçam demitir em massa caso a medida seja aprovada e fazem pressão sobre parlamentares.
mercado
Governo não consegue reverter adiamento da reoneração da folhaEm um momento em que a arrecadação continua fraca, o governo enfrenta dificuldades para aprovar a reoneração da folha de pagamentos no Congresso Nacional, o que pode resultar numa perda adicional na previsão de receitas de R$ 2,5 bilhões neste ano. Nesta quarta (5), a comissão mista do Congresso que analisa a reoneração aprovou versão final do relatório que adia o início da medida para janeiro 2018. O documento também exclui mais setores da medida que aumenta a carga tributária de cerca de 50 atividades econômicas. Apesar do sinal negativo em um tema que enfrenta forte resistência do setor produtivo, o governo comemorou a aprovação de outra medida que vai no sentido oposto e gera alívio imediato de caixa: a aprovação no Senado do uso de precatórios não sacados como receitas extraordinárias. O texto, já aprovado na Câmara, vai a sanção presidencial. A estimativa da equipe econômica é que os precatórios -dívidas do governo decorrentes de sentenças judiciais- gerem R$ 8,6 bilhões em receitas, o que poderá permitir a liberação de recursos bloqueados no Orçamento para áreas da máquina pública que estão parando por falta de dinheiro, como a emissão de passaportes e o trabalho da Polícia Rodoviária Federal. Assim, o governo estuda antecipar a revisão do Orçamento, prevista para 22 de julho, para a próxima semana. Nessa reunião, pretende liberar parte dos R$ 39 bilhões em despesas que estão represadas com a finalidade de cumprir a meta de deficit para este ano, de R$ 139 bilhões. Para o economista Felipe Salto, diretor da IFI (Instituição Fiscal Independente), a entrada dos precatórios, embora seja positiva sobre a receita, não é a "salvação da lavoura", dada a grave situação das contas do governo. Mesmo com esses recursos, diz, o governo central deverá chegar ao fim do ano com um deficit de R$ 144 bilhões. Nos primeiros cinco meses do ano, o deficit acumulado do governo é de R$ 35 bilhões, apesar de uma compressão de 50% nos investimentos públicos (em maio ante o mesmo mês do ano passado). DESONERAÇÃO Além de têxtil e confecções, call center, tecnologia da informação e calçados e couro —setores preservados da reoneração pelo relator Airton Sandoval (PMDB-SP)—, os parlamentares aprovaram poupar também da reoneração da folha depagamento os fabricantes de ônibus e carrocerias, máquinas e equipamentos e o setor de transporte rodoviário de cargas. O relatório também mantém na desoneração os três setores propostos pelo governo: transporte público, construção civil e comunicação (rádios, TVs e jornais). A equipe econômica busca restabelecer a data inicial de vigência da reoneração, prevista para este mês, sob pena de perder a receita prevista para este ano com a medida (R$ 2,5 bilhões). Com isso, tentará restabelecer a data na votação nos plenários da Câmara e do Senado, prevista para a semana que vem. A avaliação dos governistas é que a reoneração tem que ser aprovada antes do recesso parlamentar. Senão, aumenta o risco de a MP que criou a medida perder a validade -o prazo de vigência vence no início de agosto. No horizonte do governo, além do impacto na receita de 2017, está em jogo a entrada estimada de R$ 12,5 bilhões no caixa federal no ano que vem com a reoneração. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a votação do tema na Casa não será fácil por ser um assunto "polêmico" entre os parlamentares. Além dos interesses paroquiais, de indústrias instaladas nos Estados e municípios onde os parlamentares têm votos, a medida é tratada como potencial geradora de desemprego. "Disse ao ministro Henrique Meirelles que a matéria é difícil e vai ter dificuldade no plenário", afirmou. "Por mais que isso possa gerar algum tipo de arrecadação, vai gerar desemprego e isso prejudica a atividade." Os setores afetados pela reoneração ameaçam demitir em massa caso a medida seja aprovada e fazem pressão sobre parlamentares.
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Quinta sem previsão de chuva tem show do Scorpions e musical da Cássia Eller
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 1º de setembro de 2016. Quinta-feira. Bom dia para você que não imaginava que viveria um dia como o de ontem! E que ainda se deu conta agora de que já é setembro! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Garotinha visceral | Após dois anos e meio em cartaz, o espetáculo "Cássia Eller, o Musical" volta a São Paulo para nova temporada, no teatro do shopping Frei Caneca, desta vez de apenas um mês. No papel de Eller está a atriz Tacy de Campos. A peça tem em seu repertório músicas como "Malandragem" e "Ne me Quitte Pas". Ingressos custam R$ 50. Flashback | O grupo de rock alemão Scorpions faz show único no Citibank Hall. Sucessos como "Still Loving You" e "WInd of Change" não devem ficar de fora do repertório da noite animada pela banda, que tem 50 anos de estrada e mais de 100 milhões de discos vendidos. Saiba mais aqui. Navegando | A Cia. dos Ícones estreia a peã "A Barca", uma versão do texto "Auto da Barca do Inferno", de Gil Vicente. Nele, as almas que acabam de se desprender dos corpos passam por um julgamento que diz se irão para o Paraíso ou para o Inferno. Ingressos custam R$ 100. Veja mais aqui. Arte | A partir desta quinta, o movimento e as cores dos trabalhos de Alexander Calder (1898-1976) podem ser vistos na mostra "Calder e a Arte Brasileira", que ocupa os três andares do Itaú Cultural na av. Paulista. A exposição, que busca evidenciar a importância do artista norte-americano pioneiro na criação de movimento em esculturas, fica em cartaz até 23/10. Saiba mais aqui. * PARA TER ASSUNTO Mandato interrompido | Por 61 votos a 20, o Senado depôs Dilma Rousseff, 68, da Presidência da República. Michel Temer, 75, que já exercia o cargo interinamente desde maio, assumiu em definitivo –ele tem mandato até 2018. É a segunda vez que um presidente é cassado por impeachment desde a redemocratização, em 1985. A destituição de Fernando Collor de Mello ocorreu em 1992. Queda | A economia brasileira seguiu em recessão no segundo trimestre deste ano, mas apresentou ligeiros sinais positivos na indústria e nos investimentos. O PIB (Produto Interno Bruto), medida da produção e da renda do país, teve queda de 0,6% no segundo trimestre quando comparado aos três meses anteriores, para R$ 1,53 trilhão. Drogas | Contestados por representantes do governo paulista, o programa Braços Abertos, implantado em janeiro de 2014 pela gestão Fernando Haddad (PT), foi avaliado por uma pesquisa da Plataforma Brasileira de Política de Drogas. Dois em cada três reduziram crack, segundo o estudo. Desde 2014, projeto da Prefeitura de São Paulo oferece R$ 15 por dia de trabalho a dependentes químicos. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | A Câmara Municipal de São Paulo realiza audiência pública da Secretaria Municipal de Habitação e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, às 9h. Às 13h, tem início audiência pública da Comissão Permanente de Finanças e Orçamento. Veja a agenda completa aqui. Estado | A Assembleia Legislativa de São Paulo realiza um painel de discussão sobre transportes metropolitanos a partir das 14h. Confira a programação aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet é de 22ºC. A mínima deve ficar em 11ºC. Não há previsão de chuva. Centro | A rua Galvão Bueno segue interditada, entre as ruas São Joaquim e Fagundes, até sexta-feira (2/9) para a realização de obras na galeria de águas pluviais. A rua Elisa Whitaker, no Brás, fica bloqueada para o trânsito entre as ruas Monsenhor Andrade e Rodrigues dos Santos até as 5h de sexta para a realização de manutenção de adutora de água. A rua Sergipe, em Higienópolis, está interditada para o trânsito de veículos na altura da rua Ceará. O bloqueio se dá em razão de obras da futura estação Angélica/Mackenzie da linha 6-laranja do metrô e deve durar aproximadamente três anos. Zona sul | A rua dos Otonis está bloqueada entre as ruas Varpa e Pedro de Toledo até o mês de setembro para obras da estação Clemente, da linha 5 do metrô. A rua Pedro de Toledo também fica interditada entre as ruas Domingos de Morais e Tenente Gomes Ribeiro para a continuação de obras da linha 5-lilás do metrô. O bloqueio segue até fevereiro de 2018. A rua José Guerra fica fechada entre as ruas da Paz e Alexandre Dumas até 30 de outubro para obras de extensão na av. Dr. Chucri Zaidan. Zona oeste | O trânsito na região do Allianz Parque deve se intensificar na hora do rush em razão da partida entre Palmeiras e Botafogo que será disputada pelo Campeonato Brasileiro. Pode haver interdições em vias das redondezas. A rua João Ramalho, na zona oeste, fica bloqueada na altura da rua Cardoso de Almeida e tem tráfego restrito no trecho até a rua Atibaia até julho de 2019. A interdição se dá em razão das obras da futura estação PUC/Cardoso de Almeida da linha 6-laranja do metrô.
saopaulo
Quinta sem previsão de chuva tem show do Scorpions e musical da Cássia EllerBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 1º de setembro de 2016. Quinta-feira. Bom dia para você que não imaginava que viveria um dia como o de ontem! E que ainda se deu conta agora de que já é setembro! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Garotinha visceral | Após dois anos e meio em cartaz, o espetáculo "Cássia Eller, o Musical" volta a São Paulo para nova temporada, no teatro do shopping Frei Caneca, desta vez de apenas um mês. No papel de Eller está a atriz Tacy de Campos. A peça tem em seu repertório músicas como "Malandragem" e "Ne me Quitte Pas". Ingressos custam R$ 50. Flashback | O grupo de rock alemão Scorpions faz show único no Citibank Hall. Sucessos como "Still Loving You" e "WInd of Change" não devem ficar de fora do repertório da noite animada pela banda, que tem 50 anos de estrada e mais de 100 milhões de discos vendidos. Saiba mais aqui. Navegando | A Cia. dos Ícones estreia a peã "A Barca", uma versão do texto "Auto da Barca do Inferno", de Gil Vicente. Nele, as almas que acabam de se desprender dos corpos passam por um julgamento que diz se irão para o Paraíso ou para o Inferno. Ingressos custam R$ 100. Veja mais aqui. Arte | A partir desta quinta, o movimento e as cores dos trabalhos de Alexander Calder (1898-1976) podem ser vistos na mostra "Calder e a Arte Brasileira", que ocupa os três andares do Itaú Cultural na av. Paulista. A exposição, que busca evidenciar a importância do artista norte-americano pioneiro na criação de movimento em esculturas, fica em cartaz até 23/10. Saiba mais aqui. * PARA TER ASSUNTO Mandato interrompido | Por 61 votos a 20, o Senado depôs Dilma Rousseff, 68, da Presidência da República. Michel Temer, 75, que já exercia o cargo interinamente desde maio, assumiu em definitivo –ele tem mandato até 2018. É a segunda vez que um presidente é cassado por impeachment desde a redemocratização, em 1985. A destituição de Fernando Collor de Mello ocorreu em 1992. Queda | A economia brasileira seguiu em recessão no segundo trimestre deste ano, mas apresentou ligeiros sinais positivos na indústria e nos investimentos. O PIB (Produto Interno Bruto), medida da produção e da renda do país, teve queda de 0,6% no segundo trimestre quando comparado aos três meses anteriores, para R$ 1,53 trilhão. Drogas | Contestados por representantes do governo paulista, o programa Braços Abertos, implantado em janeiro de 2014 pela gestão Fernando Haddad (PT), foi avaliado por uma pesquisa da Plataforma Brasileira de Política de Drogas. Dois em cada três reduziram crack, segundo o estudo. Desde 2014, projeto da Prefeitura de São Paulo oferece R$ 15 por dia de trabalho a dependentes químicos. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | A Câmara Municipal de São Paulo realiza audiência pública da Secretaria Municipal de Habitação e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, às 9h. Às 13h, tem início audiência pública da Comissão Permanente de Finanças e Orçamento. Veja a agenda completa aqui. Estado | A Assembleia Legislativa de São Paulo realiza um painel de discussão sobre transportes metropolitanos a partir das 14h. Confira a programação aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet é de 22ºC. A mínima deve ficar em 11ºC. Não há previsão de chuva. Centro | A rua Galvão Bueno segue interditada, entre as ruas São Joaquim e Fagundes, até sexta-feira (2/9) para a realização de obras na galeria de águas pluviais. A rua Elisa Whitaker, no Brás, fica bloqueada para o trânsito entre as ruas Monsenhor Andrade e Rodrigues dos Santos até as 5h de sexta para a realização de manutenção de adutora de água. A rua Sergipe, em Higienópolis, está interditada para o trânsito de veículos na altura da rua Ceará. O bloqueio se dá em razão de obras da futura estação Angélica/Mackenzie da linha 6-laranja do metrô e deve durar aproximadamente três anos. Zona sul | A rua dos Otonis está bloqueada entre as ruas Varpa e Pedro de Toledo até o mês de setembro para obras da estação Clemente, da linha 5 do metrô. A rua Pedro de Toledo também fica interditada entre as ruas Domingos de Morais e Tenente Gomes Ribeiro para a continuação de obras da linha 5-lilás do metrô. O bloqueio segue até fevereiro de 2018. A rua José Guerra fica fechada entre as ruas da Paz e Alexandre Dumas até 30 de outubro para obras de extensão na av. Dr. Chucri Zaidan. Zona oeste | O trânsito na região do Allianz Parque deve se intensificar na hora do rush em razão da partida entre Palmeiras e Botafogo que será disputada pelo Campeonato Brasileiro. Pode haver interdições em vias das redondezas. A rua João Ramalho, na zona oeste, fica bloqueada na altura da rua Cardoso de Almeida e tem tráfego restrito no trecho até a rua Atibaia até julho de 2019. A interdição se dá em razão das obras da futura estação PUC/Cardoso de Almeida da linha 6-laranja do metrô.
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Sem pasta própria, Cultura vai permanecer em coma
Parafraseando Antonio Candido no prefácio de "Raízes do Brasil", de Sérgio Buarque de Hollanda, "a certa altura da vida, vai ficando possível dar balanço no passado sem cair em autocomplacência, pois o nosso testemunho se torna registro da experiência de muitos". Distante da dicotomia política que está por toda parte, tenho acompanhado e refletido sobre o retrocesso que sofreria o país com a subordinação da Cultura ao Ministério da Educação. As conquistas da Cultura em tempos recentes não podem ser dispensadas sumariamente. Houve uma organização de mecanismos que se tornaram sistêmicos para uma melhor garantia de aplicação do Fundo Nacional de Cultura, da verba gerada via Lei Rouanet; editais novos que surgiram para melhores contrapartidas e para a capilarização da cultura em todo o território nacional, entre outras medidas que induzem a uma melhor prática da produção cultural. Reforço aqui que não me expresso ingenuamente, à la Policarpo Quaresma, o patriota, de que não há espaço para muitas ações a serem empreendidas. Sempre erigi a cultura a um ato educativo, mas tal ato se funde a um modus operandi particular, que, diverso do pedagógico necessário, a cultura comumente perpassa pelo inovador, muitas vezes pelo transgressor, pela edificação da civilidade, de uma simbologia identitária que fará com que um povo se reconheça em seus valores e também entenda o que de importante há em outros. Há saberes e tradições de povos, independente de existir um governo bom ou ruim. A educação estabelece a hierarquia dos conhecimentos. Num outro campo de atuação, a cultura se encerra em si mesmo, em um fim próprio para preparar o homem para seu exercício autônomo no mundo. É evidente que há uma necessidade de expressão estética que o homem carrega consigo há 30 mil anos, basta se deparar com tesouros arqueológicos, pinturas rupestres, instrumentos musicais pré-históricos ou com a dramaturgia de mais três mil anos. Nada mais empírico que a organização da cultura. Cultura, como conceito de conjunto de tradições de uma sociedade, é talhada na ação. Ordenar essa práxis, portanto, é papel do Estado. A cultura, para Estados fortes, subsiste como um eixo transversal estratégico que permeia todos os outros campos de atuação de uma nação: da economia às relações exteriores, do ambiental ao esportivo. Basta creditar que a cultura nunca ficou relegada a um papel de desdém para Roma, França, Japão ou, claro, Estados Unidos. Decretar que um Ministério que não chega a ter 0,2% do orçamento da União –quando o recomendado pela Unesco é de 1%, pelo menos– estará minimizado a uma secretaria é reduzir drasticamente o papel de protagonista que o Brasil sempre almeja e, por conseguinte, subtrair do brasileiro o conhecimento de si mesmo. O lamentável em todo esse processo consiste em principalmente perder uma forma de diálogo entre sociedade e governo, pois é óbvio que, entre Educação e Cultura, a Educação sempre será prioritária, e precisa sê-lo nesse país cada vez mais precário e que chega ao ponto, no momento, de desdenhar a cultura. Só num país educado, a cultura poderia reivindicar a si significados, não escapar da diversidade, questionar e avançar processos de ruptura e conjuminar em si os aspectos contraditórios e apaziguadores, belos e feios, tradicionais e contemporâneos. Além do mais, a criação do Ministério da Cultura deu lastro a secretarias dos estados e das cidades que se tornaram interlocutoras indispensáveis, que criaram políticas públicas formidáveis e que podem fazer muito mais. Às Secretarias de Cultura cabem uma vertente de dinamização urbana e de desenvolvimento que constitui em proteção social, ambiental e econômica. Manter um Ministério seria fazer o mínimo também nas escalas regionais e municipais. O Ministério da Cultura do Brasil precisa ser o platô que reverbera valores e estabelece conexões com as mais complexas manifestações de arte e tradição do país, que contribui para que existam incontáveis modos de pensar, agir, sentir. Lavrada em ambientes rizomáticos por sua diversidade em seu território conhecidamente amplo, a cultura brasileira se choca com mentalidades que insistem em desempoderar muitos grupos minoritários que se escoram nela para continuarem suas causas humanitárias e justas –os indígenas, a periferia, a miríade de manifestações de negros, a cultura "queer" e muitos outros. Sem pasta própria, a Cultura continuará subsidiária, mais que nunca, adormecida, em coma, sem que os gestores futuros saibam que ela é um direito humano tal qual o é o direito à liberdade. É possível que em nenhum outro Ministério exista uma relação tão direta e intensa com a criação e a paixão. Essa pasta suscita amiúde sentimentos paradoxais oscilantes entre afeto imediato ou descrença, otimismo ou pessimismo, entusiasmo ou vergonha. Sem identificação coletiva com as demais manifestações artísticas, não existe possibilidade de criar condições para que haja fomento, educação, desenvolvimento, imaginação e consumo. Cercear o ser humano desse reconhecimento de si mesmo é violar sua cidadania. Dedicar-se à arte, à história e às tradições significa pleitear uma coesão social cada vez mais sólida que é possível e se consagraria por um estímulo verdadeiro ao Ministério da Cultura, que desejo profundamente que não se acabe. Nenhum governo prescinde de gestão. Eu aposto no exercício diário de um gestor que acredita na versatilidade das esferas pública e privada, que dialoga com artistas, intelectuais, acadêmicos, agentes culturais a fim de agregar o povo e sua cultura. É também papel de Estado aproximar saberes multilaterais para difundir as inúmeras maneiras de interpretar um país em um tempo –ou vários países em vários tempos. DANILO SANTOS DE MIRANDA é sociólogo e diretor do Sesc São Paulo
ilustrada
Sem pasta própria, Cultura vai permanecer em comaParafraseando Antonio Candido no prefácio de "Raízes do Brasil", de Sérgio Buarque de Hollanda, "a certa altura da vida, vai ficando possível dar balanço no passado sem cair em autocomplacência, pois o nosso testemunho se torna registro da experiência de muitos". Distante da dicotomia política que está por toda parte, tenho acompanhado e refletido sobre o retrocesso que sofreria o país com a subordinação da Cultura ao Ministério da Educação. As conquistas da Cultura em tempos recentes não podem ser dispensadas sumariamente. Houve uma organização de mecanismos que se tornaram sistêmicos para uma melhor garantia de aplicação do Fundo Nacional de Cultura, da verba gerada via Lei Rouanet; editais novos que surgiram para melhores contrapartidas e para a capilarização da cultura em todo o território nacional, entre outras medidas que induzem a uma melhor prática da produção cultural. Reforço aqui que não me expresso ingenuamente, à la Policarpo Quaresma, o patriota, de que não há espaço para muitas ações a serem empreendidas. Sempre erigi a cultura a um ato educativo, mas tal ato se funde a um modus operandi particular, que, diverso do pedagógico necessário, a cultura comumente perpassa pelo inovador, muitas vezes pelo transgressor, pela edificação da civilidade, de uma simbologia identitária que fará com que um povo se reconheça em seus valores e também entenda o que de importante há em outros. Há saberes e tradições de povos, independente de existir um governo bom ou ruim. A educação estabelece a hierarquia dos conhecimentos. Num outro campo de atuação, a cultura se encerra em si mesmo, em um fim próprio para preparar o homem para seu exercício autônomo no mundo. É evidente que há uma necessidade de expressão estética que o homem carrega consigo há 30 mil anos, basta se deparar com tesouros arqueológicos, pinturas rupestres, instrumentos musicais pré-históricos ou com a dramaturgia de mais três mil anos. Nada mais empírico que a organização da cultura. Cultura, como conceito de conjunto de tradições de uma sociedade, é talhada na ação. Ordenar essa práxis, portanto, é papel do Estado. A cultura, para Estados fortes, subsiste como um eixo transversal estratégico que permeia todos os outros campos de atuação de uma nação: da economia às relações exteriores, do ambiental ao esportivo. Basta creditar que a cultura nunca ficou relegada a um papel de desdém para Roma, França, Japão ou, claro, Estados Unidos. Decretar que um Ministério que não chega a ter 0,2% do orçamento da União –quando o recomendado pela Unesco é de 1%, pelo menos– estará minimizado a uma secretaria é reduzir drasticamente o papel de protagonista que o Brasil sempre almeja e, por conseguinte, subtrair do brasileiro o conhecimento de si mesmo. O lamentável em todo esse processo consiste em principalmente perder uma forma de diálogo entre sociedade e governo, pois é óbvio que, entre Educação e Cultura, a Educação sempre será prioritária, e precisa sê-lo nesse país cada vez mais precário e que chega ao ponto, no momento, de desdenhar a cultura. Só num país educado, a cultura poderia reivindicar a si significados, não escapar da diversidade, questionar e avançar processos de ruptura e conjuminar em si os aspectos contraditórios e apaziguadores, belos e feios, tradicionais e contemporâneos. Além do mais, a criação do Ministério da Cultura deu lastro a secretarias dos estados e das cidades que se tornaram interlocutoras indispensáveis, que criaram políticas públicas formidáveis e que podem fazer muito mais. Às Secretarias de Cultura cabem uma vertente de dinamização urbana e de desenvolvimento que constitui em proteção social, ambiental e econômica. Manter um Ministério seria fazer o mínimo também nas escalas regionais e municipais. O Ministério da Cultura do Brasil precisa ser o platô que reverbera valores e estabelece conexões com as mais complexas manifestações de arte e tradição do país, que contribui para que existam incontáveis modos de pensar, agir, sentir. Lavrada em ambientes rizomáticos por sua diversidade em seu território conhecidamente amplo, a cultura brasileira se choca com mentalidades que insistem em desempoderar muitos grupos minoritários que se escoram nela para continuarem suas causas humanitárias e justas –os indígenas, a periferia, a miríade de manifestações de negros, a cultura "queer" e muitos outros. Sem pasta própria, a Cultura continuará subsidiária, mais que nunca, adormecida, em coma, sem que os gestores futuros saibam que ela é um direito humano tal qual o é o direito à liberdade. É possível que em nenhum outro Ministério exista uma relação tão direta e intensa com a criação e a paixão. Essa pasta suscita amiúde sentimentos paradoxais oscilantes entre afeto imediato ou descrença, otimismo ou pessimismo, entusiasmo ou vergonha. Sem identificação coletiva com as demais manifestações artísticas, não existe possibilidade de criar condições para que haja fomento, educação, desenvolvimento, imaginação e consumo. Cercear o ser humano desse reconhecimento de si mesmo é violar sua cidadania. Dedicar-se à arte, à história e às tradições significa pleitear uma coesão social cada vez mais sólida que é possível e se consagraria por um estímulo verdadeiro ao Ministério da Cultura, que desejo profundamente que não se acabe. Nenhum governo prescinde de gestão. Eu aposto no exercício diário de um gestor que acredita na versatilidade das esferas pública e privada, que dialoga com artistas, intelectuais, acadêmicos, agentes culturais a fim de agregar o povo e sua cultura. É também papel de Estado aproximar saberes multilaterais para difundir as inúmeras maneiras de interpretar um país em um tempo –ou vários países em vários tempos. DANILO SANTOS DE MIRANDA é sociólogo e diretor do Sesc São Paulo
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Título que segue a Selic é boa opção para quem quer investir no Tesouro
O Tesouro Direto tem sido frequentemente mencionado como boa alternativa de investimento em renda fixa. Além de ser considerada uma aplicação segura, tem liquidez diária e o retorno financeiro é muito superior em comparação à caderneta de poupança, por exemplo. O Tesouro também abrange diferentes tipos de investidores. É possível começar investindo com R$ 30 e até o máximo de R$ 1 milhão por CPF. No entanto, muita gente ainda tem dúvidas na hora de investir no Tesouro, principalmente quem nunca teve contato com o investimento. Dentre as possibilidades de títulos, uma boa opção para iniciantes seria o Tesouro Selic (antigamente conhecido como LFT). Como o próprio nome diz, o rendimento do papel está atrelado à taxa básica de juros do país, atualmente fixada em 14,25% ao ano. Ou seja, dentro de seu prazo de vencimento, o rendimento do título oscila de acordo com a variação da Selic. Neste contexto, quanto mais elevada a taxa de juros, maior o rendimento do título. Para fins de comparação, o Tesouro Selic hoje se equipara a um CDB (Certificado de Depósito Bancário) que paga 98% do CDI, descontados os custos e taxas de administração. Em outras palavras, equivale a um título privado que paga 98% de uma taxa que acompanha a Selic. Pelas regras do Tesouro Nacional, o investidor deve adquirir pelo menos 1% do valor de um título, observado o valor mínimo de R$ 30 para começar a investir. No caso do Tesouro Selic, o valor do título hoje está perto de R$ 7 mil. Ou seja, o investimento inicial teria que ser de, no mínimo, R$ 70 (para compra de 1% do título). O investimento é interessante para quem visa retorno no médio e longo prazos, tendo em vista que o título vence em março de 2021. No entanto, é possível fazer operações de compra e venda antecipada diariamente sem perdas significativas. Para começar a investir, é preciso se cadastrar em uma corretora. Sobre este aspecto, dá para fazer suas transações através de uma corretora independente ou por uma instituição bancária. O site oficial do Tesouro Direto disponibiliza uma lista das corretoras e bancos autorizados a fazer esse tipo de operação, bem como as taxas de administração cobradas por cada um. Vale lembrar que algumas instituições oferecem isenção das taxas. É recomendado pesquisar não só pelos custos mais baixos, mas também avaliando a qualidade da prestação de serviço. Além da taxa de administração, o investidor arca com uma taxa de custódia de 0,3%, IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para investimentos com menos de 30 dias e o Imposto de Renda que incide de forma regressiva sobre os juros da operação. Para resgates em menos de seis meses, a alíquota incidente é de 22,5%, enquanto no resgate depois de dois anos de investimento a taxa cai para 15%. Se você tem ideia de quanto tempo pretende manter o dinheiro investido e o valor inicial que possui para começar a aplicar, vale a pena fazer uma simulação. O próprio site do Tesouro disponibiliza uma calculadora. Para finalizar, seja lá qual for sua intenção de prazo para resgate, é aconselhável aplicar o dinheiro no Tesouro e ter uma rentabilidade que acompanhe os juros altos do que manter as economias guardadas na poupança, por exemplo, que hoje não consegue nem acompanhar a inflação.
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Título que segue a Selic é boa opção para quem quer investir no TesouroO Tesouro Direto tem sido frequentemente mencionado como boa alternativa de investimento em renda fixa. Além de ser considerada uma aplicação segura, tem liquidez diária e o retorno financeiro é muito superior em comparação à caderneta de poupança, por exemplo. O Tesouro também abrange diferentes tipos de investidores. É possível começar investindo com R$ 30 e até o máximo de R$ 1 milhão por CPF. No entanto, muita gente ainda tem dúvidas na hora de investir no Tesouro, principalmente quem nunca teve contato com o investimento. Dentre as possibilidades de títulos, uma boa opção para iniciantes seria o Tesouro Selic (antigamente conhecido como LFT). Como o próprio nome diz, o rendimento do papel está atrelado à taxa básica de juros do país, atualmente fixada em 14,25% ao ano. Ou seja, dentro de seu prazo de vencimento, o rendimento do título oscila de acordo com a variação da Selic. Neste contexto, quanto mais elevada a taxa de juros, maior o rendimento do título. Para fins de comparação, o Tesouro Selic hoje se equipara a um CDB (Certificado de Depósito Bancário) que paga 98% do CDI, descontados os custos e taxas de administração. Em outras palavras, equivale a um título privado que paga 98% de uma taxa que acompanha a Selic. Pelas regras do Tesouro Nacional, o investidor deve adquirir pelo menos 1% do valor de um título, observado o valor mínimo de R$ 30 para começar a investir. No caso do Tesouro Selic, o valor do título hoje está perto de R$ 7 mil. Ou seja, o investimento inicial teria que ser de, no mínimo, R$ 70 (para compra de 1% do título). O investimento é interessante para quem visa retorno no médio e longo prazos, tendo em vista que o título vence em março de 2021. No entanto, é possível fazer operações de compra e venda antecipada diariamente sem perdas significativas. Para começar a investir, é preciso se cadastrar em uma corretora. Sobre este aspecto, dá para fazer suas transações através de uma corretora independente ou por uma instituição bancária. O site oficial do Tesouro Direto disponibiliza uma lista das corretoras e bancos autorizados a fazer esse tipo de operação, bem como as taxas de administração cobradas por cada um. Vale lembrar que algumas instituições oferecem isenção das taxas. É recomendado pesquisar não só pelos custos mais baixos, mas também avaliando a qualidade da prestação de serviço. Além da taxa de administração, o investidor arca com uma taxa de custódia de 0,3%, IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para investimentos com menos de 30 dias e o Imposto de Renda que incide de forma regressiva sobre os juros da operação. Para resgates em menos de seis meses, a alíquota incidente é de 22,5%, enquanto no resgate depois de dois anos de investimento a taxa cai para 15%. Se você tem ideia de quanto tempo pretende manter o dinheiro investido e o valor inicial que possui para começar a aplicar, vale a pena fazer uma simulação. O próprio site do Tesouro disponibiliza uma calculadora. Para finalizar, seja lá qual for sua intenção de prazo para resgate, é aconselhável aplicar o dinheiro no Tesouro e ter uma rentabilidade que acompanhe os juros altos do que manter as economias guardadas na poupança, por exemplo, que hoje não consegue nem acompanhar a inflação.
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Combate à zika dá certo em Miami; veja
Na Flórida, o Aedes tem ficado restrito a uma área relativamente pequena, e o uso generalizado de ar condicionado, telas nas portas e janelas e a baixa densidade populacional limitaram a disseminação dos vírus transmitidos pelo mosquito. Além disso, há um programa permanente de combate ao inseto, que mantém a população de vetores em números reduzidos. Entre novembro e maio, quando as temperaturas caem com a chegada do inverno no hemisfério Norte, há redução no número de mosquitos. O condado de Miami-Dade, onde fica Miami, desferiu um segundo golpe no Aedes tratando a água da chuva, que corre por canos e tubulações, com larvicidas para eliminar as larvas do mosquito. Na alta estação dos insetos, entre maio e novembro, o condado atende a chamados de moradores com inspeções e uso de larvicidas e inseticidas para mosquitos adultos. O sistema de saneamento básico também é um fator que, na comparação com o Brasil, explica a menor magnitude do surto de zika nos EUA. O Estado foi ágil na implantação do esquema de prevenção ao zika. Em fevereiro de 2016, quando foram registrados os primeiros casos "importados" de zika na Flórida, o governador republicano Rick Scott declarou estado de emergência. Ele requisitou 5.000 kits de prevenção e instruiu a população da Flórida a se preparar, "da mesma maneira que faz quando há furacões". O governo distribui repelente para a pele, preservativos (para evitar transmissão sexual), tabletes de larvicida para colocar em água parada e até repelente para uso em roupas. Desde agosto, o governo da Flórida oferece testes de zika gratuitos para todas grávidas. A partir de julho, quando os primeiros mosquitos portadores de zika foram encontrados no bairro de Wynwood, o condado contratou uma centena de agentes para controle de mosquitos, que intensificaram o uso de inseticidas e larvicidas. Nas áreas onde havia transmissão, vistoriavam as propriedades para eliminar focos de água parada. O condado calcula que tenha gasto US$ 10 milhões desde agosto com o combate ao Aedes, muito acima do orçamento de US$ 1,8 milhão de que dispunha para isso. Recebeu recursos adicionais do governo estadual e aguarda repasses federais já autorizados.
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Combate à zika dá certo em Miami; vejaNa Flórida, o Aedes tem ficado restrito a uma área relativamente pequena, e o uso generalizado de ar condicionado, telas nas portas e janelas e a baixa densidade populacional limitaram a disseminação dos vírus transmitidos pelo mosquito. Além disso, há um programa permanente de combate ao inseto, que mantém a população de vetores em números reduzidos. Entre novembro e maio, quando as temperaturas caem com a chegada do inverno no hemisfério Norte, há redução no número de mosquitos. O condado de Miami-Dade, onde fica Miami, desferiu um segundo golpe no Aedes tratando a água da chuva, que corre por canos e tubulações, com larvicidas para eliminar as larvas do mosquito. Na alta estação dos insetos, entre maio e novembro, o condado atende a chamados de moradores com inspeções e uso de larvicidas e inseticidas para mosquitos adultos. O sistema de saneamento básico também é um fator que, na comparação com o Brasil, explica a menor magnitude do surto de zika nos EUA. O Estado foi ágil na implantação do esquema de prevenção ao zika. Em fevereiro de 2016, quando foram registrados os primeiros casos "importados" de zika na Flórida, o governador republicano Rick Scott declarou estado de emergência. Ele requisitou 5.000 kits de prevenção e instruiu a população da Flórida a se preparar, "da mesma maneira que faz quando há furacões". O governo distribui repelente para a pele, preservativos (para evitar transmissão sexual), tabletes de larvicida para colocar em água parada e até repelente para uso em roupas. Desde agosto, o governo da Flórida oferece testes de zika gratuitos para todas grávidas. A partir de julho, quando os primeiros mosquitos portadores de zika foram encontrados no bairro de Wynwood, o condado contratou uma centena de agentes para controle de mosquitos, que intensificaram o uso de inseticidas e larvicidas. Nas áreas onde havia transmissão, vistoriavam as propriedades para eliminar focos de água parada. O condado calcula que tenha gasto US$ 10 milhões desde agosto com o combate ao Aedes, muito acima do orçamento de US$ 1,8 milhão de que dispunha para isso. Recebeu recursos adicionais do governo estadual e aguarda repasses federais já autorizados.
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Futebol pelo Brasil tem empurrão no árbitro, vaias à presidente Dilma e estreante goleador
No final do primeiro tempo, Emerson Sheik tentava passar pelo adversário próximo à área do Red Bull quando o árbitro Luiz Vanderlei Martinucho apareceu no caminho. O atacante corintiano não teve dúvida: deu um empurrão no juiz para continuar na jogada. No intervalo, Sheik pediu desculpas ao árbitro: "Fui falar com ele no intervalo e pedi desculpas. Ele entendeu", disse o atacante. - Mesmo com um time quase todo reserva, o São Paulo conseguiu ter forças para buscar a vitória de virada sobre a Ponte Preta por 2 a 1 na tarde deste domingo (15), em Campinas, pela 10ª rodada do Campeonato Paulista. Com isso, a equipe do Morumbi conseguiu emplacar a segunda vitória seguida e amenizou a pressão no clube antes do confronto diante do San Lorenzo, na próxima quarta-feira (18), pela Libertadores. - O Palmeiras venceu por 1 a 0, o XV de Piracicaba neste domingo (15), na arena alviverde, mas além da vitória, outros fatos mereceram destaque na partida. O primeiro foi o de Fernando Prass. O goleiro palmeirense completou 100 jogos pela equipe paulista. O outro fato digno de destaque aconteceu após o fim da partida. No dia marcado por manifestações em todo o país, a torcida que compareceu ao estádio entoou um coro em crítica à presidente Dilma Rousseff : "ei, Dilma, vai tomar no c...". - A vitória do Vasco, por 5 a 1, sobre o Nova Iguaçu marcou a estreia do atacante Dagoberto, que chegou ao Vasco como a maior contratação do ano, e o atleta não decepcionou a torcida. Com um gol marcado, o jogador ajudou a equipe a chegar à 5ª vitória seguida na competição. - Criado nas categorias de base do Corinthians, o atacante Lulinha reencontrou Itaquera no empate entre Corinthians e Red Bull, por 0 a 0. O jogador, que hoje defende as cores do Red Bull, não conseguiu esconder a emoção de voltar à região em que cresceu. Na época em que atuava pelos juvenis do Corinthians, o CT da categoria era justamente onde hoje se construiu o Itaquerão.
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Futebol pelo Brasil tem empurrão no árbitro, vaias à presidente Dilma e estreante goleadorNo final do primeiro tempo, Emerson Sheik tentava passar pelo adversário próximo à área do Red Bull quando o árbitro Luiz Vanderlei Martinucho apareceu no caminho. O atacante corintiano não teve dúvida: deu um empurrão no juiz para continuar na jogada. No intervalo, Sheik pediu desculpas ao árbitro: "Fui falar com ele no intervalo e pedi desculpas. Ele entendeu", disse o atacante. - Mesmo com um time quase todo reserva, o São Paulo conseguiu ter forças para buscar a vitória de virada sobre a Ponte Preta por 2 a 1 na tarde deste domingo (15), em Campinas, pela 10ª rodada do Campeonato Paulista. Com isso, a equipe do Morumbi conseguiu emplacar a segunda vitória seguida e amenizou a pressão no clube antes do confronto diante do San Lorenzo, na próxima quarta-feira (18), pela Libertadores. - O Palmeiras venceu por 1 a 0, o XV de Piracicaba neste domingo (15), na arena alviverde, mas além da vitória, outros fatos mereceram destaque na partida. O primeiro foi o de Fernando Prass. O goleiro palmeirense completou 100 jogos pela equipe paulista. O outro fato digno de destaque aconteceu após o fim da partida. No dia marcado por manifestações em todo o país, a torcida que compareceu ao estádio entoou um coro em crítica à presidente Dilma Rousseff : "ei, Dilma, vai tomar no c...". - A vitória do Vasco, por 5 a 1, sobre o Nova Iguaçu marcou a estreia do atacante Dagoberto, que chegou ao Vasco como a maior contratação do ano, e o atleta não decepcionou a torcida. Com um gol marcado, o jogador ajudou a equipe a chegar à 5ª vitória seguida na competição. - Criado nas categorias de base do Corinthians, o atacante Lulinha reencontrou Itaquera no empate entre Corinthians e Red Bull, por 0 a 0. O jogador, que hoje defende as cores do Red Bull, não conseguiu esconder a emoção de voltar à região em que cresceu. Na época em que atuava pelos juvenis do Corinthians, o CT da categoria era justamente onde hoje se construiu o Itaquerão.
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Chanceler alemã pede que Parlamento aprove negociação de resgate grego
A chanceler alemã, Angela Merkel, fez um alerta nesta sexta-feira (17) aos parlamentares do país para que apoiem o início das negociações sobre um terceiro programa de resgate à Grécia, afirmando que a alternativa seria o caos e que as sugestões para que Atenas saia temporariamente da zona do euro não vão funcionar. Dois dias depois de o Parlamento grego ter votado, é a vez de a Alemanha decidir se aprova as negociações do resgate nos termos que foram acordados por líderes da zona do euro na segunda-feira —um pacote de austeridade considerado extremamente intervencionista e que gerou protestos na Grécia. Merkel fez as declarações em um pronunciamento ao Parlamento, que deve dar sua clara aprovação para a zona do euro começar as negociações sobre o novo programa de ajuda, apesar de o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, ter questionado a eficácia do plano. Schaeuble chegou a sugerir que seria melhor a Grécia passar um tempo fora da zona do euro para resolver seus persistentes problemas econômicos. Mas Merkel defendeu com firmeza as negociações de um novo acordo com a Grécia para impedir a saída do país da zona do euro, o que poderia afetar toda a união monetária. "A alternativa a esse acordo não seria uma saída temporária da zona do euro (...) mas sim um previsível caos", disse Merkel à câmara baixa do Parlamento. "Seriamos grosseiramente negligentes, e agiríamos de forma irresponsável, se nós ao menos não tentarmos esse caminho", disse. A incompreensão popular é profunda na Alemanha, o país da zona do euro que mais tem contribuído para os dois resgates anteriores da Grécia desde 2010, sobre o envio de mais ajuda para Atenas. Mas Merkel demonstrou ceticismo de que uma saída temporária grega do bloco de moeda única resolveria o problema, dizendo que nem a Grécia nem os outros 18 países membros da zona do euro estão dispostos a aceitar a ideia. "Por consequência, esse caminho não é viável", disse. PARTICIPAÇÃO DO FMI Questionada nesta sexta pela rádio francesa Europe 1 se o FMI participaria do terceiro resgate para a Grécia, a diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde disse querer ver um programa "completo" para a Grécia e listou o que isso envolveria. "Esse pacote completo tem duas pernas, uma perna grega que requer uma reforma profunda da economia grega. Isso significa manter uma posição orçamentária que seja forte e dê solidez ao país; e a segunda perna é aquela dos credores, que requer o fornecimento de financiamento e a reestruturação da dívida para aliviar seu fardo." Lagarde também reafirmou sua visão de que o país precisa de alguma forma de alívio da dívida, argumentando que não precisa ser um corte direto, mas que pode envolver medidas como uma extensão significativa dos vencimentos dos empréstimos, prorrogação dos calendários de pagamento e redução dos juros cobrados. REABERTURA DOS BANCOS Lagarde disse também que considera "provável" que os bancos da Grécia reabram como planejado na segunda-feira. Os bancos do país estão fechados desde 29 de junho após uma série de saques ameaçar fazer o sistema bancário entrar em colapso. Nesta quinta-feira, no entanto, o BCE (Banco Central Europeu) decidiu elevar o limite do financiamento emergencial em € 900 milhões, o que levou o vice-ministro grego das Finanças a anunciar que os bancos vão reabrir na semana que vem. "Os bancos estão prontos para abrir suas agências, mas temos que aguardar a aprovação final do banco central da Grécia. Ainda existem algumas questões técnicas para serem resolvidas, também temos que esperar a aprovação do governo", disse à Reuters uma autoridade sênior da Associação de Bancos da Grécia. Grécia
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Chanceler alemã pede que Parlamento aprove negociação de resgate gregoA chanceler alemã, Angela Merkel, fez um alerta nesta sexta-feira (17) aos parlamentares do país para que apoiem o início das negociações sobre um terceiro programa de resgate à Grécia, afirmando que a alternativa seria o caos e que as sugestões para que Atenas saia temporariamente da zona do euro não vão funcionar. Dois dias depois de o Parlamento grego ter votado, é a vez de a Alemanha decidir se aprova as negociações do resgate nos termos que foram acordados por líderes da zona do euro na segunda-feira —um pacote de austeridade considerado extremamente intervencionista e que gerou protestos na Grécia. Merkel fez as declarações em um pronunciamento ao Parlamento, que deve dar sua clara aprovação para a zona do euro começar as negociações sobre o novo programa de ajuda, apesar de o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, ter questionado a eficácia do plano. Schaeuble chegou a sugerir que seria melhor a Grécia passar um tempo fora da zona do euro para resolver seus persistentes problemas econômicos. Mas Merkel defendeu com firmeza as negociações de um novo acordo com a Grécia para impedir a saída do país da zona do euro, o que poderia afetar toda a união monetária. "A alternativa a esse acordo não seria uma saída temporária da zona do euro (...) mas sim um previsível caos", disse Merkel à câmara baixa do Parlamento. "Seriamos grosseiramente negligentes, e agiríamos de forma irresponsável, se nós ao menos não tentarmos esse caminho", disse. A incompreensão popular é profunda na Alemanha, o país da zona do euro que mais tem contribuído para os dois resgates anteriores da Grécia desde 2010, sobre o envio de mais ajuda para Atenas. Mas Merkel demonstrou ceticismo de que uma saída temporária grega do bloco de moeda única resolveria o problema, dizendo que nem a Grécia nem os outros 18 países membros da zona do euro estão dispostos a aceitar a ideia. "Por consequência, esse caminho não é viável", disse. PARTICIPAÇÃO DO FMI Questionada nesta sexta pela rádio francesa Europe 1 se o FMI participaria do terceiro resgate para a Grécia, a diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde disse querer ver um programa "completo" para a Grécia e listou o que isso envolveria. "Esse pacote completo tem duas pernas, uma perna grega que requer uma reforma profunda da economia grega. Isso significa manter uma posição orçamentária que seja forte e dê solidez ao país; e a segunda perna é aquela dos credores, que requer o fornecimento de financiamento e a reestruturação da dívida para aliviar seu fardo." Lagarde também reafirmou sua visão de que o país precisa de alguma forma de alívio da dívida, argumentando que não precisa ser um corte direto, mas que pode envolver medidas como uma extensão significativa dos vencimentos dos empréstimos, prorrogação dos calendários de pagamento e redução dos juros cobrados. REABERTURA DOS BANCOS Lagarde disse também que considera "provável" que os bancos da Grécia reabram como planejado na segunda-feira. Os bancos do país estão fechados desde 29 de junho após uma série de saques ameaçar fazer o sistema bancário entrar em colapso. Nesta quinta-feira, no entanto, o BCE (Banco Central Europeu) decidiu elevar o limite do financiamento emergencial em € 900 milhões, o que levou o vice-ministro grego das Finanças a anunciar que os bancos vão reabrir na semana que vem. "Os bancos estão prontos para abrir suas agências, mas temos que aguardar a aprovação final do banco central da Grécia. Ainda existem algumas questões técnicas para serem resolvidas, também temos que esperar a aprovação do governo", disse à Reuters uma autoridade sênior da Associação de Bancos da Grécia. Grécia
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Unifesp contesta reportagem sobre espaço limitado de campus
Em relação à reportagem Campus do aperto, a Unifesp esclarece que a obra do campus Guarulhos, unidade Pimentas, teve início em setembro de 2013 e que 98% dela está finalizada. A construção será concluída neste mês, totalizando dois anos, não oito, como afirma o texto. O campus passará do atual prédio no bairro Macedo, com 14.000 m², para um espaço de 30.000 m² na unidade Pimentas, com capacidade para 4.000 estudantes, o que não justifica a superlotação indicada, pois o campus possui, atualmente, 3.200 alunos matriculados. O número de salas de aula aumentará de 33 para 48. PEDRO ARANTES, pró-reitor-adjunto de planejamento da Unifesp (São Paulo, SP) RESPOSTA DO JORNALISTA FELIPE SOUZA - O campus está em obras desde que foi inaugurado, em 2007. O próprio pró-reitor-adjunto da universidade reconhece que, devido ao espaço limitado, estuda usar prédios da prefeitura, como uma escola, para aulas. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Unifesp contesta reportagem sobre espaço limitado de campusEm relação à reportagem Campus do aperto, a Unifesp esclarece que a obra do campus Guarulhos, unidade Pimentas, teve início em setembro de 2013 e que 98% dela está finalizada. A construção será concluída neste mês, totalizando dois anos, não oito, como afirma o texto. O campus passará do atual prédio no bairro Macedo, com 14.000 m², para um espaço de 30.000 m² na unidade Pimentas, com capacidade para 4.000 estudantes, o que não justifica a superlotação indicada, pois o campus possui, atualmente, 3.200 alunos matriculados. O número de salas de aula aumentará de 33 para 48. PEDRO ARANTES, pró-reitor-adjunto de planejamento da Unifesp (São Paulo, SP) RESPOSTA DO JORNALISTA FELIPE SOUZA - O campus está em obras desde que foi inaugurado, em 2007. O próprio pró-reitor-adjunto da universidade reconhece que, devido ao espaço limitado, estuda usar prédios da prefeitura, como uma escola, para aulas. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Emocionado, Ceni pede que cinzas sejam jogadas no Morumbi
Ao final da partida que marcou a despedida de Rogério Ceni dos gramados, os jogadores formaram uma roda em volta do círculo central, e o goleiro fez um discurso emocionado no Morumbi. Ceni homenageou Telê Santana, membros da comissão técnica e os jogadores que não puderam estar presentes. Quando citou Danilo, meia campeão do Mundial em 2005 e que atualmente joga no Corinthians, a torcida vaiou. O goleiro informou que o número que marcou sua carreira será aposentado no clube. "A camisa 01 não será mais utilizada. O 01 a partir de hoje é uma extensão da minha carreira, é dedicada a todos vocês, torcedores do São Paulo". Para finalizar, com a voz embargada pelo choro, fez um pedido. "Quando eu morrer, que meu corpo seja cremado e que as cinzas sejam jogadas no Morumbi".
esporte
Emocionado, Ceni pede que cinzas sejam jogadas no MorumbiAo final da partida que marcou a despedida de Rogério Ceni dos gramados, os jogadores formaram uma roda em volta do círculo central, e o goleiro fez um discurso emocionado no Morumbi. Ceni homenageou Telê Santana, membros da comissão técnica e os jogadores que não puderam estar presentes. Quando citou Danilo, meia campeão do Mundial em 2005 e que atualmente joga no Corinthians, a torcida vaiou. O goleiro informou que o número que marcou sua carreira será aposentado no clube. "A camisa 01 não será mais utilizada. O 01 a partir de hoje é uma extensão da minha carreira, é dedicada a todos vocês, torcedores do São Paulo". Para finalizar, com a voz embargada pelo choro, fez um pedido. "Quando eu morrer, que meu corpo seja cremado e que as cinzas sejam jogadas no Morumbi".
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Governo faz apelo ao papa para intervir por brasileiro na Indonésia
Na tentativa de reverter a situação de Marco Archer Cardoso Moreira, que pode ser executado neste domingo (18) na Indonésia, o governo brasileiro apresentou um dossiê à representação da Santa Sé no Brasil para pedir ao papa Francisco que interceda junto ao governo da Indonésia pela clemência e cancelamento da execução. A informação foi dada pelo assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, em uma entrevista no Palácio do Planalto nesta sexta-feira (16). De acordo com ele, o pedido deve ser encaminhado ao Vaticano. "Fiz chegar à representação da Santa Sé no Brasil um pequeno dossiê sobre o caso e me foi assegurado que isso seria enviado à Secretaria de Estado do Vaticano para que sua Santidade pudesse interceder por uma atitude de clemência do governo indonésio", afirmou Garcia. Procurada pela Folha, a representação da Santa Sé, em Brasília, não soube informar se o pedido já foi encaminhado ao Vaticano. A presidente Dilma Rousseff conseguiu conversar por telefone na manhã desta sexta com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, em uma tentativa de interceder pela sentença à pena de morte dos brasileiros Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt Gularte, ambos condenados por tráfico de drogas. Apesar dos esforços do governo brasileiro para pedir a clemência e cancelar a execução, Widodo não cedeu e manteve a condenação. A execução de Moreira, que foi condenado em 2004, está marcada para acontecer à 0h de domingo, no horário oficial de Jacarta, capital da Indonésia, o que corresponde às 15h de sábado (17) no horário oficial de Brasília. De acordo com nota divulgada pelo Planalto, a presidente ressaltou, durante a ligação, "ter consciência da gravidade dos crimes cometidos pelos brasileiros". A presidente disse ainda "respeitar a soberania da Indonésia e do seu sistema judiciário, mas como Chefe de Estado e como mãe, fazia esse apelo por razões eminentemente humanitárias".
cotidiano
Governo faz apelo ao papa para intervir por brasileiro na IndonésiaNa tentativa de reverter a situação de Marco Archer Cardoso Moreira, que pode ser executado neste domingo (18) na Indonésia, o governo brasileiro apresentou um dossiê à representação da Santa Sé no Brasil para pedir ao papa Francisco que interceda junto ao governo da Indonésia pela clemência e cancelamento da execução. A informação foi dada pelo assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, em uma entrevista no Palácio do Planalto nesta sexta-feira (16). De acordo com ele, o pedido deve ser encaminhado ao Vaticano. "Fiz chegar à representação da Santa Sé no Brasil um pequeno dossiê sobre o caso e me foi assegurado que isso seria enviado à Secretaria de Estado do Vaticano para que sua Santidade pudesse interceder por uma atitude de clemência do governo indonésio", afirmou Garcia. Procurada pela Folha, a representação da Santa Sé, em Brasília, não soube informar se o pedido já foi encaminhado ao Vaticano. A presidente Dilma Rousseff conseguiu conversar por telefone na manhã desta sexta com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, em uma tentativa de interceder pela sentença à pena de morte dos brasileiros Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt Gularte, ambos condenados por tráfico de drogas. Apesar dos esforços do governo brasileiro para pedir a clemência e cancelar a execução, Widodo não cedeu e manteve a condenação. A execução de Moreira, que foi condenado em 2004, está marcada para acontecer à 0h de domingo, no horário oficial de Jacarta, capital da Indonésia, o que corresponde às 15h de sábado (17) no horário oficial de Brasília. De acordo com nota divulgada pelo Planalto, a presidente ressaltou, durante a ligação, "ter consciência da gravidade dos crimes cometidos pelos brasileiros". A presidente disse ainda "respeitar a soberania da Indonésia e do seu sistema judiciário, mas como Chefe de Estado e como mãe, fazia esse apelo por razões eminentemente humanitárias".
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Lindbergh e Caiado discutem em sessão da comissão do impeachment no Senado
Uma discussão tensa entre os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Lindbergh Farias (PT-RJ) interrompeu por alguns minutos a sessão da comissão do impeachment no Senado.Tudo começou depois que Caiado afirmou, no microfone, que o governo da presidente Dilma Rousseff estaria apagando arquivos para prejudicar a troca de gestão para o vice Michel Temer no caso de afastamento dela.Leia mais: http://folha.com/no1767054
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Lindbergh e Caiado discutem em sessão da comissão do impeachment no SenadoUma discussão tensa entre os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Lindbergh Farias (PT-RJ) interrompeu por alguns minutos a sessão da comissão do impeachment no Senado.Tudo começou depois que Caiado afirmou, no microfone, que o governo da presidente Dilma Rousseff estaria apagando arquivos para prejudicar a troca de gestão para o vice Michel Temer no caso de afastamento dela.Leia mais: http://folha.com/no1767054
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Escolas ocupadas em Paraisópolis têm tumulto e ofensas a alunos
Pais de alunos compareceram nas escolas estaduais Maria Zilda Gamba Natel e Etelvina de Góes Marcucci em Paraisópolis, comunidade na zona oeste de São Paulo, para participar de uma reunião com a direção das unidades, marcada para as 7h desta segunda-feira (30). Quando os pais chegaram aos respectivos colégios não havia como entrar nas unidades porque os alunos ainda ocupavam as instalações. A tomada dos colégios foi na segunda passada (23), e ao menos 40 estudantes ainda permanecem na Maria Zilda. Já na Etelvina, os alunos não informaram quantos participavam do protesto. De acordo com a Secretaria de Educação, as duas escolas atendem ensino fundamental 2 e médio, mas com a reorganização os ciclos serão divididas por prédios, que ficam um ao lado do outro. O princípio de tumulto começou quando pais contrários ao movimento pediram que os alunos desocupassem a escola Maria Zilda. A dona de casa, Francisca Costa Silvia, 43, estava presente e disse que esses pais começaram a xingar e a ofender os estudantes. "Eles disseram que era errado os alunos ocuparem as escolas. Alguns chamaram os estudantes de vagabundos e que eles estavam reunidos para usar drogas e não para protestar", disse Francisca, que tem uma filha de 16 anos que participa do movimento contra a proposta da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) de dividir parte dos colégios por ciclos únicos de ensino (anos iniciais e finais do fundamental e o médio). Francisca disse ainda que apoia a filha e que ela deve brigar pelos seus direitos. "Ela está brigando pelos direitos dela e dos amigos. Eu nunca ia permitir que minha filha participasse de uma manifestação em um lugar que houvesse drogas. Isso é mentira. Além de estudar, minha filha trabalha. Ela passa a noite aqui em apoio aos amigos, mas durante o dia ela vai trabalhar", defendeu Francisca. Tudo começou quando um carro de som (assista vídeo abaixo) passou no último fim de semana convocando os pais para uma reunião com a direção da escola. "O carro passou ontem na minha rua, que fica perto dos colégios, anunciando essa reunião que teria com os pais às 7h. Cheguei e já havia uma multidão com gente discutindo. Uma das diretoras da escola [Maria Zilda] apareceu e, depois, foi embora", concluiu a dona de casa. Ambas as escolas atendem a alunos do ensino médio e fundamental e, com a nova reorganização, elas passarão a atender a apenas um tipo de ensino. O fornecimento de água na escola Maria Zilda foi cortado a partir do segundo dia de ocupação. Os alunos disseram que recebem doações de galões de água, mas que ainda precisam de produtos de limpeza. Veja vídeo A Secretaria da Educação informou que o carro de som não foi contratado pela pasta nem pela direção das escolas ou diretoria de ensino. A pasta disse ainda que a reunião com pais e interessados seria realizada nesta segunda, contudo, a "entrada não foi permitida e os ocupantes não quiseram negociar". Conforme falamos, esse serviço não foi contratado pela direção das escolas, Diretoria de Ensino ou Secretaria da Educação. A reunião foi marcada para dialogar com pais e ocupantes, porém, a entrada não foi permitida e os ocupantes não quiseram negociar. De acordo com último balanço da Secretaria de Educação, 194 colégios estão ocupados. A secretaria informou que a partir desta segunda planeja realizar um mutirão de visitas às escola para pedir que sejam entregues as reivindicações de cada colégio. A intenção do governo Geraldo Alckmin (PSDB) é enfraquecer o movimento, explicando suas posições ou tentando classificar os manifestantes como intransigentes (caso não queiram apresentar reivindicações). Alunos, professores e movimentos sociais criticam a reorganização da rede proposta pelo governo. O plano de reorganização de ciclos prevê para 2016 o fechamento de 92 escolas e o remanejamento de 311 mil alunos -a rede estadual tem 5.147 escolas e atende a 3,8 milhões de estudantes. Ao todo, 754 escolas atenderão só um ciclo de ensino no Estado. Os alunos dizem que só saem das escolas quando a gestão Alckmin desistir do plano de reorganização. Por outro lado, o governo disse que não voltará atrás, mas considera renegociar o plano caso os estudantes deixem as unidades. Mudanças na educação
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Escolas ocupadas em Paraisópolis têm tumulto e ofensas a alunosPais de alunos compareceram nas escolas estaduais Maria Zilda Gamba Natel e Etelvina de Góes Marcucci em Paraisópolis, comunidade na zona oeste de São Paulo, para participar de uma reunião com a direção das unidades, marcada para as 7h desta segunda-feira (30). Quando os pais chegaram aos respectivos colégios não havia como entrar nas unidades porque os alunos ainda ocupavam as instalações. A tomada dos colégios foi na segunda passada (23), e ao menos 40 estudantes ainda permanecem na Maria Zilda. Já na Etelvina, os alunos não informaram quantos participavam do protesto. De acordo com a Secretaria de Educação, as duas escolas atendem ensino fundamental 2 e médio, mas com a reorganização os ciclos serão divididas por prédios, que ficam um ao lado do outro. O princípio de tumulto começou quando pais contrários ao movimento pediram que os alunos desocupassem a escola Maria Zilda. A dona de casa, Francisca Costa Silvia, 43, estava presente e disse que esses pais começaram a xingar e a ofender os estudantes. "Eles disseram que era errado os alunos ocuparem as escolas. Alguns chamaram os estudantes de vagabundos e que eles estavam reunidos para usar drogas e não para protestar", disse Francisca, que tem uma filha de 16 anos que participa do movimento contra a proposta da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) de dividir parte dos colégios por ciclos únicos de ensino (anos iniciais e finais do fundamental e o médio). Francisca disse ainda que apoia a filha e que ela deve brigar pelos seus direitos. "Ela está brigando pelos direitos dela e dos amigos. Eu nunca ia permitir que minha filha participasse de uma manifestação em um lugar que houvesse drogas. Isso é mentira. Além de estudar, minha filha trabalha. Ela passa a noite aqui em apoio aos amigos, mas durante o dia ela vai trabalhar", defendeu Francisca. Tudo começou quando um carro de som (assista vídeo abaixo) passou no último fim de semana convocando os pais para uma reunião com a direção da escola. "O carro passou ontem na minha rua, que fica perto dos colégios, anunciando essa reunião que teria com os pais às 7h. Cheguei e já havia uma multidão com gente discutindo. Uma das diretoras da escola [Maria Zilda] apareceu e, depois, foi embora", concluiu a dona de casa. Ambas as escolas atendem a alunos do ensino médio e fundamental e, com a nova reorganização, elas passarão a atender a apenas um tipo de ensino. O fornecimento de água na escola Maria Zilda foi cortado a partir do segundo dia de ocupação. Os alunos disseram que recebem doações de galões de água, mas que ainda precisam de produtos de limpeza. Veja vídeo A Secretaria da Educação informou que o carro de som não foi contratado pela pasta nem pela direção das escolas ou diretoria de ensino. A pasta disse ainda que a reunião com pais e interessados seria realizada nesta segunda, contudo, a "entrada não foi permitida e os ocupantes não quiseram negociar". Conforme falamos, esse serviço não foi contratado pela direção das escolas, Diretoria de Ensino ou Secretaria da Educação. A reunião foi marcada para dialogar com pais e ocupantes, porém, a entrada não foi permitida e os ocupantes não quiseram negociar. De acordo com último balanço da Secretaria de Educação, 194 colégios estão ocupados. A secretaria informou que a partir desta segunda planeja realizar um mutirão de visitas às escola para pedir que sejam entregues as reivindicações de cada colégio. A intenção do governo Geraldo Alckmin (PSDB) é enfraquecer o movimento, explicando suas posições ou tentando classificar os manifestantes como intransigentes (caso não queiram apresentar reivindicações). Alunos, professores e movimentos sociais criticam a reorganização da rede proposta pelo governo. O plano de reorganização de ciclos prevê para 2016 o fechamento de 92 escolas e o remanejamento de 311 mil alunos -a rede estadual tem 5.147 escolas e atende a 3,8 milhões de estudantes. Ao todo, 754 escolas atenderão só um ciclo de ensino no Estado. Os alunos dizem que só saem das escolas quando a gestão Alckmin desistir do plano de reorganização. Por outro lado, o governo disse que não voltará atrás, mas considera renegociar o plano caso os estudantes deixem as unidades. Mudanças na educação
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Mineirinho terá que fazer mais do que Medina na reta final por título
Restam apenas quatro etapas para o fim do Mundial de surfe. O oitavo dos 11 desafios começa nesta quarta-feira (9), em Trestles, na Califórnia, Estados Unidos. E o líder do campeonato, Adriano de Souza, o Mineirinho, entra na disputa ciente da importância de um bom resultado. O paulista está no topo do campeonato com apenas 250 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o australiano Mick Fanning, e 550 sobre o terceiro, o também australiano Owen Wright. Com uma disputa tão acirrada pela liderança, Mineirinho terá que fazer muito mais que Gabriel Medina fez na reta final do Mundial em 2014. No ano passado, a esta altura do campeonato, Medina liderava com 11.200 pontos a mais do que Mineirinho em 2015 e tinha 7.800 de vantagem sobre o segundo colocado, o americano Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial. Depois de vencer no Taiti, Medina se deu ao luxo de amargar até um 13º em Portugal. Mesmo assim, ficou com o título ao somar 62.800 pontos contra 55.350 de Fanning, o vice-campeão. Apesar da proximidade com os rivais no ranking, Mineirinho não se desespera e foca mesmo em ter uma boa regularidade nas próximas etapas. "Estar em primeiro lugar ou não é indiferente. O que importa mesmo é chegar à última etapa com chances de conquistar o título. Então o meu objetivo é de realmente chegar em Pipe [praia no Havaí] com grandes chances de ser campeão mundial", disse Mineirinho em entrevista à Folha. "Estar na liderança é bom, mas não é tudo. O que vale realmente e o que eu quero é depois da última etapa: ter o meu nome em primeiro lugar. Claro que queria estar com uma gordura maior de pontos e ter obtido resultados melhores, mas estou confiante", afirmou. Numa disputa tão imprevisível, Mineirinho espera repetir as boas atuações do início da temporada para se dar bem em Trestles. Nas três primeiras etapas, realizadas na Austrália, o paulista ficou em terceiro em Gold Coast, em segundo em Bells Beach e em primeiro em Margaret River. Depois, porém, Mineirinho ficou em 13º em três etapas e em quinto em Jeffreys Bay, na África do Sul. Em 2014, antes do oitavo desafio da temporada, Medina já somava três triunfos. "Não me sinto com baixo rendimento e pretendo encaixar certinho as peças como aconteceu no começo do ano. A maioria dos caras do circuito tem muita experiência lá [em Trestles]. Todo mundo já surfou lá, então todos são capazes de conseguir um grande resultado", disse Mineirinho. Depois de Trestles, o Mundial segue para a França. A penúltima etapa é em Portugal, enquanto o Havaí fecha o calendário. CONFIRA AS PRINCIPAIS MANOBRAS DO SURFE Manobras do surfe; Crédito Ilustrações Lydia Megumi; Infográfico Alex Kidd e Pilker/Editoria de Arte/Folhapress
esporte
Mineirinho terá que fazer mais do que Medina na reta final por títuloRestam apenas quatro etapas para o fim do Mundial de surfe. O oitavo dos 11 desafios começa nesta quarta-feira (9), em Trestles, na Califórnia, Estados Unidos. E o líder do campeonato, Adriano de Souza, o Mineirinho, entra na disputa ciente da importância de um bom resultado. O paulista está no topo do campeonato com apenas 250 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o australiano Mick Fanning, e 550 sobre o terceiro, o também australiano Owen Wright. Com uma disputa tão acirrada pela liderança, Mineirinho terá que fazer muito mais que Gabriel Medina fez na reta final do Mundial em 2014. No ano passado, a esta altura do campeonato, Medina liderava com 11.200 pontos a mais do que Mineirinho em 2015 e tinha 7.800 de vantagem sobre o segundo colocado, o americano Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial. Depois de vencer no Taiti, Medina se deu ao luxo de amargar até um 13º em Portugal. Mesmo assim, ficou com o título ao somar 62.800 pontos contra 55.350 de Fanning, o vice-campeão. Apesar da proximidade com os rivais no ranking, Mineirinho não se desespera e foca mesmo em ter uma boa regularidade nas próximas etapas. "Estar em primeiro lugar ou não é indiferente. O que importa mesmo é chegar à última etapa com chances de conquistar o título. Então o meu objetivo é de realmente chegar em Pipe [praia no Havaí] com grandes chances de ser campeão mundial", disse Mineirinho em entrevista à Folha. "Estar na liderança é bom, mas não é tudo. O que vale realmente e o que eu quero é depois da última etapa: ter o meu nome em primeiro lugar. Claro que queria estar com uma gordura maior de pontos e ter obtido resultados melhores, mas estou confiante", afirmou. Numa disputa tão imprevisível, Mineirinho espera repetir as boas atuações do início da temporada para se dar bem em Trestles. Nas três primeiras etapas, realizadas na Austrália, o paulista ficou em terceiro em Gold Coast, em segundo em Bells Beach e em primeiro em Margaret River. Depois, porém, Mineirinho ficou em 13º em três etapas e em quinto em Jeffreys Bay, na África do Sul. Em 2014, antes do oitavo desafio da temporada, Medina já somava três triunfos. "Não me sinto com baixo rendimento e pretendo encaixar certinho as peças como aconteceu no começo do ano. A maioria dos caras do circuito tem muita experiência lá [em Trestles]. Todo mundo já surfou lá, então todos são capazes de conseguir um grande resultado", disse Mineirinho. Depois de Trestles, o Mundial segue para a França. A penúltima etapa é em Portugal, enquanto o Havaí fecha o calendário. CONFIRA AS PRINCIPAIS MANOBRAS DO SURFE Manobras do surfe; Crédito Ilustrações Lydia Megumi; Infográfico Alex Kidd e Pilker/Editoria de Arte/Folhapress
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Direção frouxa e trama confusa enfraquecem 'Boneco do Mal'
"Boneco do Mal" é o quinto longa de William Brent Bell, diretor que se especializou em terror e do qual conhecemos os medianos "Stay Alive - Jogo Mortal" (2006) e "Filha do Mal" (2012), já exibidos comercialmente no Brasil. A ideia é boa: colocar um boneco que é tratado como se fosse o próprio filho, em substituição ao filho real, desaparecido em um evento mal explicado. O boneco, chamado Brahms (como o filho), é assustador, o que garante a tensão necessária ao horror. A trama vai bem até certo ponto. Greta (Lauren Cohan, da série "The Walking Dead") é uma jovem americana que, visando superar um romance traumático, vai à Inglaterra para trabalhar como babá numa grande casa isolada, sem saber que terá de cuidar desse boneco mimado e assustador que intitula o filme. Os pais do boneco (soa estranho, mas é como são apresentados) vão viajar, deixando Greta sozinha com esse menino feito em fábrica. Ela recebe uma lista com regras bem específicas e a orientação de que seria melhor respeitá-las. Claro que ela não vai dar a mínima para essas regras. Na cabeça dela (e do espectador), os velhos pais ficaram tão traumatizados com o sumiço do filho que precisam se iludir com um substituto. Aí começam os problemas. O boneco, contrariado, muda de lugar sozinho, e peças de roupa somem inexplicavelmente. Aos poucos, ela vê que o boneco tem vida própria. Malcolm (Rupert Evans), um vendedor da região que logo se interessa por Greta, aparece de vez em quando para ver se está tudo bem. Acaba se envolvendo também com esse boneco misterioso. Infelizmente, como é praxe no cinema de gênero contemporâneo, tudo deve ser explicado, e junto das explicações chegam as obrigatórias e enfadonhas cenas de ação. Com isso, "Boneco do Mal" perde a aura misteriosa e vira apenas mais um filme de correria e perseguição. A direção, anteriormente correta, torna-se frouxa, fazendo com que não seja possível entender direito o que está acontecendo. BONECO DO MAL DIREÇÃO William Brent Bell ELENCO Lauren Cohan, Rupert Evans e James Russell PRODUÇÃO EUA/CHINA/CANADÁ, 2016, 14 anos QUANDO em cartaz
ilustrada
Direção frouxa e trama confusa enfraquecem 'Boneco do Mal'"Boneco do Mal" é o quinto longa de William Brent Bell, diretor que se especializou em terror e do qual conhecemos os medianos "Stay Alive - Jogo Mortal" (2006) e "Filha do Mal" (2012), já exibidos comercialmente no Brasil. A ideia é boa: colocar um boneco que é tratado como se fosse o próprio filho, em substituição ao filho real, desaparecido em um evento mal explicado. O boneco, chamado Brahms (como o filho), é assustador, o que garante a tensão necessária ao horror. A trama vai bem até certo ponto. Greta (Lauren Cohan, da série "The Walking Dead") é uma jovem americana que, visando superar um romance traumático, vai à Inglaterra para trabalhar como babá numa grande casa isolada, sem saber que terá de cuidar desse boneco mimado e assustador que intitula o filme. Os pais do boneco (soa estranho, mas é como são apresentados) vão viajar, deixando Greta sozinha com esse menino feito em fábrica. Ela recebe uma lista com regras bem específicas e a orientação de que seria melhor respeitá-las. Claro que ela não vai dar a mínima para essas regras. Na cabeça dela (e do espectador), os velhos pais ficaram tão traumatizados com o sumiço do filho que precisam se iludir com um substituto. Aí começam os problemas. O boneco, contrariado, muda de lugar sozinho, e peças de roupa somem inexplicavelmente. Aos poucos, ela vê que o boneco tem vida própria. Malcolm (Rupert Evans), um vendedor da região que logo se interessa por Greta, aparece de vez em quando para ver se está tudo bem. Acaba se envolvendo também com esse boneco misterioso. Infelizmente, como é praxe no cinema de gênero contemporâneo, tudo deve ser explicado, e junto das explicações chegam as obrigatórias e enfadonhas cenas de ação. Com isso, "Boneco do Mal" perde a aura misteriosa e vira apenas mais um filme de correria e perseguição. A direção, anteriormente correta, torna-se frouxa, fazendo com que não seja possível entender direito o que está acontecendo. BONECO DO MAL DIREÇÃO William Brent Bell ELENCO Lauren Cohan, Rupert Evans e James Russell PRODUÇÃO EUA/CHINA/CANADÁ, 2016, 14 anos QUANDO em cartaz
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Uruguai convoca reunião do Mercosul para superar crise sobre presidência
O Uruguai convocou uma reunião do Conselho do Mercado Comum para 30 de julho, com o objetivo de buscar uma saída para a crise gerada pela falta de consenso sobre a transferência da presidência rotativa para a Venezuela. "Há uma situação bastante firme de cada um dos países do Mercosul, que foi expressa. Até o [dia] 30 continuaremos conversando e veremos qual é a alternativa que temos e qual é o quórum que temos", afirmou neste sábado (16) o chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, ao Canal 4 de televisão. O Conselho do Mercado Comum (CMC) é formado pelos ministros das Relações Exteriores e da Economia dos países do Mercosul. Cabe a esse colegiado "a condução política do processo de integração e a tomada de decisões para assegurar o cumprimento dos objetivos" estabelecidos pelo bloco. Na segunda-feira (11), celebrou-se em Montevidéu uma tensa reunião entre representantes dos ministérios das Relações Exteriores do bloco, que terminou seu avanços para realizar a transferência da presidência. "Estamos em um verdadeiro problema, um grande problema", acrescentou o chanceler uruguaio. O Brasil quer que se adie até agosto a discussão da passagem da presidência para a Venezuela, enquanto o Paraguai sinalizou reiteradamente que considera que o governo de Nicolás Maduro busca silenciar seu Parlamento e que não deveria assumir a representação do bloco regional. A transferência da presidência pro-tempore de seis meses, que segundo a norma interna correspondia agora à Venezuela, se tornou motivo de intensa discussão e expôs as diferenças entre os governos que compõem o Mercosul.
mundo
Uruguai convoca reunião do Mercosul para superar crise sobre presidênciaO Uruguai convocou uma reunião do Conselho do Mercado Comum para 30 de julho, com o objetivo de buscar uma saída para a crise gerada pela falta de consenso sobre a transferência da presidência rotativa para a Venezuela. "Há uma situação bastante firme de cada um dos países do Mercosul, que foi expressa. Até o [dia] 30 continuaremos conversando e veremos qual é a alternativa que temos e qual é o quórum que temos", afirmou neste sábado (16) o chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, ao Canal 4 de televisão. O Conselho do Mercado Comum (CMC) é formado pelos ministros das Relações Exteriores e da Economia dos países do Mercosul. Cabe a esse colegiado "a condução política do processo de integração e a tomada de decisões para assegurar o cumprimento dos objetivos" estabelecidos pelo bloco. Na segunda-feira (11), celebrou-se em Montevidéu uma tensa reunião entre representantes dos ministérios das Relações Exteriores do bloco, que terminou seu avanços para realizar a transferência da presidência. "Estamos em um verdadeiro problema, um grande problema", acrescentou o chanceler uruguaio. O Brasil quer que se adie até agosto a discussão da passagem da presidência para a Venezuela, enquanto o Paraguai sinalizou reiteradamente que considera que o governo de Nicolás Maduro busca silenciar seu Parlamento e que não deveria assumir a representação do bloco regional. A transferência da presidência pro-tempore de seis meses, que segundo a norma interna correspondia agora à Venezuela, se tornou motivo de intensa discussão e expôs as diferenças entre os governos que compõem o Mercosul.
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Após atraso, campanha de vacinação contra a gripe começará em maio
Prevista para este mês, a campanha nacional de vacinação contra a gripe será lançada neste ano apenas em 4 de maio, segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro. De acordo com o ministro, o atraso ocorre devido à necessidade de incorporação de proteção contra um novo tipo de vírus, que hoje circula no hemisfério norte. Ainda não há informações de quantas doses serão distribuídas às unidades de saúde e a meta de pessoas a serem vacinadas. Em 2014, foram distribuídas mais de 53 milhões de doses. O público-alvo da vacina abrange crianças de seis meses a cinco anos, idosos, trabalhadores de saúde, povos indígenas, gestantes, puérperas (mulheres com até 45 dias após o parto), portadores de doenças crônicas não transmissíveis e população privada de liberdade, por serem mais vulneráveis a desenvolver a doença. No ano passado, a meta do Ministério da Saúde era vacinar 80% do público alvo, que somava quase 50 milhões de pessoas. Na ocasião, a dose da vacina protegia contra três subtipos do vírus da gripe determinados pela Organização Mundial de Saúde para este ano (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B).
cotidiano
Após atraso, campanha de vacinação contra a gripe começará em maioPrevista para este mês, a campanha nacional de vacinação contra a gripe será lançada neste ano apenas em 4 de maio, segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro. De acordo com o ministro, o atraso ocorre devido à necessidade de incorporação de proteção contra um novo tipo de vírus, que hoje circula no hemisfério norte. Ainda não há informações de quantas doses serão distribuídas às unidades de saúde e a meta de pessoas a serem vacinadas. Em 2014, foram distribuídas mais de 53 milhões de doses. O público-alvo da vacina abrange crianças de seis meses a cinco anos, idosos, trabalhadores de saúde, povos indígenas, gestantes, puérperas (mulheres com até 45 dias após o parto), portadores de doenças crônicas não transmissíveis e população privada de liberdade, por serem mais vulneráveis a desenvolver a doença. No ano passado, a meta do Ministério da Saúde era vacinar 80% do público alvo, que somava quase 50 milhões de pessoas. Na ocasião, a dose da vacina protegia contra três subtipos do vírus da gripe determinados pela Organização Mundial de Saúde para este ano (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B).
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Não queria parecer atleta frustrado, diz Daniel Alves após criticar CBF
Daniel Alves não queria que sua críticas à CBF parecessem coisa de jogador frustrado por ter sido esquecido pela seleção brasileira em alguns momentos. A lista de Dunga para os amistosos da seleção de setembro, contra Costa Rica e EUA em solo americano, confirmou o jogador como o preferido da lateral direita neste momento. Havia, porém, um suspense se o treinador o chamaria porque, em meados de julho, no programa "Altas Horas", da TV Globo, Daniel Alves criticou abertamente a direção da CBF. Na época, disse que "não se sabe se os jogadores e os torcedores são importantes para a CBF". "Não queria que aquelas declarações [contra a CBF] parecessem a opinião de um atleta frustrado por não estar indo [para a seleção]. Sei que as pessoas que estão na seleção levam em conta como o jogador está se saindo no clube para convocar", disse Daniel em entrevista à Folha. Daniel continua a mostrar serviço a Dunga num dos maiores clubes do mundo, o Barcelona, que neste domingo (23), 13h30, estreia no Espanhol contra o Athletic de Bilbao (com ESPN Brasil). ESPANHOL E RENOVAÇÃO Daniel Alves esteve prestes a ficar sem clube, mas no início de junho, antes de se apresentar à seleção para a Copa América, acertou vínculo por mais duas temporadas. "Culpa" do treinador. "Ele [Luis Henrique] foi um dos motivos de eu ter ficado. Ele falava que deveria ter renovação, sei que conversou isso lá em cima. Juntamos o útil ao agradável nessa situação toda", disse o brasileiro. Em meio a um time repleto de estrelas, o treinador entendeu que era importante ter um jogador com personalidade forte como Daniel Alves, até em um momento que o Barcelona está proibido de contratar até dezembro devido às irregularidades em contratos com atletas menores de 18 anos. Mesmo assim, para o jogador, o time mantém qualidades para protagonizar o campeonato, mais uma vez, com o Real Madrid. Com pequena ressalva. "Não acredito em surpresas no futebol, acredito que as coisas se conseguem com muito trabalho. Mas mesmo com a força de Real Madrid e Barcelona, alguns times estão fazendo coisas legais esse ano, vai ser interessante", disse o jogador. Justamente o rival da estreia será um dos times que prometem fazer coisas "legais", o Bilbao, clube que venceu o Barça por 4 a 0 em um dos jogos das finais da Supercopa da Espanha, há dez dias. POSSIBILIDADE DE FICAR SEM CLUBE Daniel disse que em nenhum momento temeu pelo futuro porque tem um lema: "Eu não jogo futebol para ser famoso, para ficar conhecido no mundo. Jogo porque amo jogar. Se isso pode proporcionar um bem-estar para minha família, melhor, claro, mas é a minha paixão. E tudo com paixão faz com que você trabalhe bem", disse o jogador. As críticas, por desempenhos dentro de campo, pelo estilo ousado de se vestir, ou pela sinceridade nas declarações segundo ele, ficam de lado. "Às vezes escuto um monte de babaquice, mas como dizem, faz parte do show. O que sei é que toda noite coloco a cabeça no travesseiro e durmo tranquilo, porque tentei fazer o melhor". GUARDIOLA E A EVOLUÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO Em outra entrevista que repercutiu, esta para a "ESPN Brasil", Daniel Alves disse que Pep Guardiola, que foi seu técnico no Barcelona e hoje está no Bayern de Munique, queria treinar a seleção na Copa-2014. A CBF rejeitou contratar um técnico estrangeiro e optou por Dunga. Guardiola, em entrevista dias depois, não negou a declaração do brasileiro. "Acredito que era a oportunidade de um reformulador, grande gestor, dar uma revolucionada no nosso futebol através de nossa seleção. Temos que ter os melhores", disse Daniel Alves. Ele sente que e, em alguns momentos, há pessoas remando para direções opostas com relação ao futebol brasileiro. "Temos que ter uma conexão, estar no mesmo barco. Na seleção, acho que estamos tendo uma reformulação. Mas a qualidade dos nossos jogadores, é incomparável. É constância do grupo que vai nos transformar em uma grande equipe", disse o jogador. Para ele, é preciso que o futebol brasileiro, no geral, olhe para a base –a renovação das laterais, por exemplo, é um problema na atualidade. "O Brasil é uma fábrica de jogadores, mas é preciso um pouco mais de cuidado com as categorias de base. É como uma empresa, tem que formar os bons profissionais". NEYMAR Com caxumba, o atacante vai perder a estreia do Barcelona no Espanhol, mas Daniel Alves acredita que ele estará em campo na segunda rodada, dia 29 de agosto, contra o Málaga. Dois dias depois, ambos têm que se apresentar à seleção para os amistosos nos EUA. "Neymar vai estar bem", disse o companheiro de time. FIM DE CARREIRA Bahia, São Paulo ou Palmeiras.  Não necessariamente nessa ordem, mas são os clubes que o lateral-direito cogita jogar no Brasil antes de pendurar as chuteiras. E explica: "Bahia porque foi onde eu comecei, que me levou ao mundo. São Paulo é o clube do coração, de criança. Na minha casa [em Juazeiro, na Bahia] passava jogos dos times do Rio e São Paulo, tenho irmão flamenguista. E o Palmeiras é o time do pai, que diz que tenho que jogar lá. E sabe que gosto muito de realizar os sonhos do meu pai [risos]", disse. RAIO X DANIEL ALVES Nome: Daniel Alves da Silva Idade: 32 (06/05/1983) Nascimento: Juazeiro (BA) Clubes: Bahia, Sevilla e Barcelona
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Não queria parecer atleta frustrado, diz Daniel Alves após criticar CBFDaniel Alves não queria que sua críticas à CBF parecessem coisa de jogador frustrado por ter sido esquecido pela seleção brasileira em alguns momentos. A lista de Dunga para os amistosos da seleção de setembro, contra Costa Rica e EUA em solo americano, confirmou o jogador como o preferido da lateral direita neste momento. Havia, porém, um suspense se o treinador o chamaria porque, em meados de julho, no programa "Altas Horas", da TV Globo, Daniel Alves criticou abertamente a direção da CBF. Na época, disse que "não se sabe se os jogadores e os torcedores são importantes para a CBF". "Não queria que aquelas declarações [contra a CBF] parecessem a opinião de um atleta frustrado por não estar indo [para a seleção]. Sei que as pessoas que estão na seleção levam em conta como o jogador está se saindo no clube para convocar", disse Daniel em entrevista à Folha. Daniel continua a mostrar serviço a Dunga num dos maiores clubes do mundo, o Barcelona, que neste domingo (23), 13h30, estreia no Espanhol contra o Athletic de Bilbao (com ESPN Brasil). ESPANHOL E RENOVAÇÃO Daniel Alves esteve prestes a ficar sem clube, mas no início de junho, antes de se apresentar à seleção para a Copa América, acertou vínculo por mais duas temporadas. "Culpa" do treinador. "Ele [Luis Henrique] foi um dos motivos de eu ter ficado. Ele falava que deveria ter renovação, sei que conversou isso lá em cima. Juntamos o útil ao agradável nessa situação toda", disse o brasileiro. Em meio a um time repleto de estrelas, o treinador entendeu que era importante ter um jogador com personalidade forte como Daniel Alves, até em um momento que o Barcelona está proibido de contratar até dezembro devido às irregularidades em contratos com atletas menores de 18 anos. Mesmo assim, para o jogador, o time mantém qualidades para protagonizar o campeonato, mais uma vez, com o Real Madrid. Com pequena ressalva. "Não acredito em surpresas no futebol, acredito que as coisas se conseguem com muito trabalho. Mas mesmo com a força de Real Madrid e Barcelona, alguns times estão fazendo coisas legais esse ano, vai ser interessante", disse o jogador. Justamente o rival da estreia será um dos times que prometem fazer coisas "legais", o Bilbao, clube que venceu o Barça por 4 a 0 em um dos jogos das finais da Supercopa da Espanha, há dez dias. POSSIBILIDADE DE FICAR SEM CLUBE Daniel disse que em nenhum momento temeu pelo futuro porque tem um lema: "Eu não jogo futebol para ser famoso, para ficar conhecido no mundo. Jogo porque amo jogar. Se isso pode proporcionar um bem-estar para minha família, melhor, claro, mas é a minha paixão. E tudo com paixão faz com que você trabalhe bem", disse o jogador. As críticas, por desempenhos dentro de campo, pelo estilo ousado de se vestir, ou pela sinceridade nas declarações segundo ele, ficam de lado. "Às vezes escuto um monte de babaquice, mas como dizem, faz parte do show. O que sei é que toda noite coloco a cabeça no travesseiro e durmo tranquilo, porque tentei fazer o melhor". GUARDIOLA E A EVOLUÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO Em outra entrevista que repercutiu, esta para a "ESPN Brasil", Daniel Alves disse que Pep Guardiola, que foi seu técnico no Barcelona e hoje está no Bayern de Munique, queria treinar a seleção na Copa-2014. A CBF rejeitou contratar um técnico estrangeiro e optou por Dunga. Guardiola, em entrevista dias depois, não negou a declaração do brasileiro. "Acredito que era a oportunidade de um reformulador, grande gestor, dar uma revolucionada no nosso futebol através de nossa seleção. Temos que ter os melhores", disse Daniel Alves. Ele sente que e, em alguns momentos, há pessoas remando para direções opostas com relação ao futebol brasileiro. "Temos que ter uma conexão, estar no mesmo barco. Na seleção, acho que estamos tendo uma reformulação. Mas a qualidade dos nossos jogadores, é incomparável. É constância do grupo que vai nos transformar em uma grande equipe", disse o jogador. Para ele, é preciso que o futebol brasileiro, no geral, olhe para a base –a renovação das laterais, por exemplo, é um problema na atualidade. "O Brasil é uma fábrica de jogadores, mas é preciso um pouco mais de cuidado com as categorias de base. É como uma empresa, tem que formar os bons profissionais". NEYMAR Com caxumba, o atacante vai perder a estreia do Barcelona no Espanhol, mas Daniel Alves acredita que ele estará em campo na segunda rodada, dia 29 de agosto, contra o Málaga. Dois dias depois, ambos têm que se apresentar à seleção para os amistosos nos EUA. "Neymar vai estar bem", disse o companheiro de time. FIM DE CARREIRA Bahia, São Paulo ou Palmeiras.  Não necessariamente nessa ordem, mas são os clubes que o lateral-direito cogita jogar no Brasil antes de pendurar as chuteiras. E explica: "Bahia porque foi onde eu comecei, que me levou ao mundo. São Paulo é o clube do coração, de criança. Na minha casa [em Juazeiro, na Bahia] passava jogos dos times do Rio e São Paulo, tenho irmão flamenguista. E o Palmeiras é o time do pai, que diz que tenho que jogar lá. E sabe que gosto muito de realizar os sonhos do meu pai [risos]", disse. RAIO X DANIEL ALVES Nome: Daniel Alves da Silva Idade: 32 (06/05/1983) Nascimento: Juazeiro (BA) Clubes: Bahia, Sevilla e Barcelona
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Existia T-Rex no Brasil? Os dinossauros eram maus? Tire suas dúvidas sobre esses animais pré-históricos
Dinossauros foram extintos por um meteoro? Existia T-Rex no Brasil? Eles eram maus? Veja abaixo perguntas sobre dinossauros enviadas por crianças para a "Folhinha". * A maioria dos cientistas considera que as aves são dinos que evoluíram e escaparam da extinção. Muitos dos dinossauros tinham penas ou uma leve penugem. Inclusive o velociraptor e o tiranossauro. Não, o Tyranosaurus rex viveu apenas na América do Norte. O Brasil abrigou muitos dinossauros e outros animais, como pterossauros (répteis voadores) e crocodilomorfos. A maioria dos cientistas concorda que a colisão de um grande objeto, vindo do espaço cerca de 65,5 milhões de anos atrás, causou uma imensa onda de extinção no planeta, inclusive dos dinos. O principal indício do impacto é uma cratera gigante no México, compatível em idade e tamanho com esse evento. A teoria mais aceita pelos cientistas é a de que um asteroide com cerca de 10 km de diâmetro tenha atingido o planeta. Isso se baseia, entre outros aspectos, na existência de uma camada rica em irídio um material raro na terra, mas abundante em asteroides. Há alguns cientistas, porém, que acham que pode ter sido um cometa. Existe até um grupo que fala que a erupção de vulcões gigantes também contribui para matar os dinossauros. Não é como no filme, com dinos vivos, mas já existem parques sobre o assunto no país. Um dos mais importantes é o Vale dos Dinossauros, na cidade de Souza, na Paraíba. Assim como os bichos atuais, eles tinham variados tamanhos. O tipo de alimentação e o ambiente influenciavam nisso. No terceiro filme "Parque dos Dinossauros", esses dois animais se enfrentam, e o espinossauro acaba levando o melhor. Na natureza, eles provavelmente não teriam se enfrentado. Ambos eram grandes predadores. Alguns deles, sim. Havia espécies que caçavam outros dinossauros, enquanto outros comiam a carniça de animais já mortos. Outras podiam até fazer os dois. O tiranossauro rex tinha uma das mordidas mais fortes conhecidas. É difícil estimar, pois novas espécies sempre são descobertas. No mundo, já há mais de 1.500 descritas. Os dinossauros dominaram a Terra por cerca de 164 milhões de anos –enquanto nós, humanos estamos aqui há meros 200 mil anos. Havia os carnívoros e os herbívoros (que comiam vegetais). Isso não quer dizer que alguns eram bons, enquanto outros eram maus. Caçar outras espécies faz parte do ciclo de vida. Os músculos do pescoço desses dinossauros eram muito resistentes. Além disso, eles tinham o cérebro bem pequeno, o que fazia com que não perdessem o equilíbrio. Inventar não é bem a palavra para definir o surgimento desses animais. Os primeiros dinossauros se originaram há cerca de 230 milhões de anos, partir da evolução de outros répteis mais primitivos. Para os cientistas, os primeiros répteis de grande porte se originaram a partir de espécies menores mais antigas. É bem provável que todos os dinossauros fossem ovíparos. Ou seja, que se reproduzissem através de ovos fora do corpo da mãe. O primeiro ovo de dinossauro documentado é de 1923 e foi encontrado no deserto da Mongólia. De lá pra cá, foram achados muitos outros. Mas a quantidade de ovos documentados ainda é bem menor do que a de dinossauros. Isso pode significar que nem todos colocavam ovos, mas também pode ser explicado pelo fato de os ovos serem bem mais frágeis e difíceis de serem conservados por tanto tempo. O nome velociraptor que dizer algo como "ladrão veloz". O animal de fato era bem ágil, mas a sua velocidade precisa ainda não é consenso entre cientistas. Uma estimativa recente é de que eles podiam atingir 10,8 metros por segundo. Considerado o homem mais rápido do mundo, o atleta jamaicano Usain Bolt, ele conseguiu chegar à marca de 10,43 metros por segundo. Ou seja: não estaria fácil fugir de um velociraptor nem para ele. Os cientistas não sabem exatamente a cor desse bichão. A maior parte dos fósseis preservam ossos e outros detalhes do esqueleto, mas fragmentos da pele são raríssimos. Até agora, o jeito mais comum de tentar descobrir a cor dos dinossauros é compará-los com outros animais vivos que tenham habitat e composição semelhante. Mais recentemente, os pesquisadores têm trabalhado com uma técnica especial que rastreia os chamados melanossomos, minúsculas estruturas das células que deixam vestígios das cores dos animais. Com essa técnica cada vez mais desenvolvida, estamos próximos de conhecer com mais segurança a cor dos dinos. Tudo indica que o Deinonychus antirrhopus era um animal rápido e ágil. Com cerca de 3,5 metros, esse dinossauro viveu aproximadamente há 110 milhões de anos e era um excelente caçador. O estudo desse animal e a descoberta de sua agilidade foram o início de uma mudança entre os cientistas, que consideravam os dinos como essencialmente grandalhões vagarosos. O maior dinossauro descrito foi nosso vizinho, o Dreadnoughtus schrani, que viveu na Argentina. Esse herbívoro de 59 toneladas era tinha o comprimento ligeiramente maior do que o uma piscina semi-olímpica, 26 metros. Outro dino "hermano", o Argentinosaurus. pode ter sido ainda maior, mas ainda faltam evidências. Quanto ao dinossauro mais feroz, isso ainda é controverso, uma vez que havia dinos carnívoros com diferentes habilidades de caça. Com certeza, o espinossauro, o carcharodontossauro e o T.Rex estão entre eles. O amargassauro era um herbívoro de cerca dez metros de comprimento. Seus espinhos serviam como defesa contra os predadores. Fonte: Felipe Pinheiro, paleontólogo e professor da Unipampa (Universidade Federal do Pampa)
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Existia T-Rex no Brasil? Os dinossauros eram maus? Tire suas dúvidas sobre esses animais pré-históricosDinossauros foram extintos por um meteoro? Existia T-Rex no Brasil? Eles eram maus? Veja abaixo perguntas sobre dinossauros enviadas por crianças para a "Folhinha". * A maioria dos cientistas considera que as aves são dinos que evoluíram e escaparam da extinção. Muitos dos dinossauros tinham penas ou uma leve penugem. Inclusive o velociraptor e o tiranossauro. Não, o Tyranosaurus rex viveu apenas na América do Norte. O Brasil abrigou muitos dinossauros e outros animais, como pterossauros (répteis voadores) e crocodilomorfos. A maioria dos cientistas concorda que a colisão de um grande objeto, vindo do espaço cerca de 65,5 milhões de anos atrás, causou uma imensa onda de extinção no planeta, inclusive dos dinos. O principal indício do impacto é uma cratera gigante no México, compatível em idade e tamanho com esse evento. A teoria mais aceita pelos cientistas é a de que um asteroide com cerca de 10 km de diâmetro tenha atingido o planeta. Isso se baseia, entre outros aspectos, na existência de uma camada rica em irídio um material raro na terra, mas abundante em asteroides. Há alguns cientistas, porém, que acham que pode ter sido um cometa. Existe até um grupo que fala que a erupção de vulcões gigantes também contribui para matar os dinossauros. Não é como no filme, com dinos vivos, mas já existem parques sobre o assunto no país. Um dos mais importantes é o Vale dos Dinossauros, na cidade de Souza, na Paraíba. Assim como os bichos atuais, eles tinham variados tamanhos. O tipo de alimentação e o ambiente influenciavam nisso. No terceiro filme "Parque dos Dinossauros", esses dois animais se enfrentam, e o espinossauro acaba levando o melhor. Na natureza, eles provavelmente não teriam se enfrentado. Ambos eram grandes predadores. Alguns deles, sim. Havia espécies que caçavam outros dinossauros, enquanto outros comiam a carniça de animais já mortos. Outras podiam até fazer os dois. O tiranossauro rex tinha uma das mordidas mais fortes conhecidas. É difícil estimar, pois novas espécies sempre são descobertas. No mundo, já há mais de 1.500 descritas. Os dinossauros dominaram a Terra por cerca de 164 milhões de anos –enquanto nós, humanos estamos aqui há meros 200 mil anos. Havia os carnívoros e os herbívoros (que comiam vegetais). Isso não quer dizer que alguns eram bons, enquanto outros eram maus. Caçar outras espécies faz parte do ciclo de vida. Os músculos do pescoço desses dinossauros eram muito resistentes. Além disso, eles tinham o cérebro bem pequeno, o que fazia com que não perdessem o equilíbrio. Inventar não é bem a palavra para definir o surgimento desses animais. Os primeiros dinossauros se originaram há cerca de 230 milhões de anos, partir da evolução de outros répteis mais primitivos. Para os cientistas, os primeiros répteis de grande porte se originaram a partir de espécies menores mais antigas. É bem provável que todos os dinossauros fossem ovíparos. Ou seja, que se reproduzissem através de ovos fora do corpo da mãe. O primeiro ovo de dinossauro documentado é de 1923 e foi encontrado no deserto da Mongólia. De lá pra cá, foram achados muitos outros. Mas a quantidade de ovos documentados ainda é bem menor do que a de dinossauros. Isso pode significar que nem todos colocavam ovos, mas também pode ser explicado pelo fato de os ovos serem bem mais frágeis e difíceis de serem conservados por tanto tempo. O nome velociraptor que dizer algo como "ladrão veloz". O animal de fato era bem ágil, mas a sua velocidade precisa ainda não é consenso entre cientistas. Uma estimativa recente é de que eles podiam atingir 10,8 metros por segundo. Considerado o homem mais rápido do mundo, o atleta jamaicano Usain Bolt, ele conseguiu chegar à marca de 10,43 metros por segundo. Ou seja: não estaria fácil fugir de um velociraptor nem para ele. Os cientistas não sabem exatamente a cor desse bichão. A maior parte dos fósseis preservam ossos e outros detalhes do esqueleto, mas fragmentos da pele são raríssimos. Até agora, o jeito mais comum de tentar descobrir a cor dos dinossauros é compará-los com outros animais vivos que tenham habitat e composição semelhante. Mais recentemente, os pesquisadores têm trabalhado com uma técnica especial que rastreia os chamados melanossomos, minúsculas estruturas das células que deixam vestígios das cores dos animais. Com essa técnica cada vez mais desenvolvida, estamos próximos de conhecer com mais segurança a cor dos dinos. Tudo indica que o Deinonychus antirrhopus era um animal rápido e ágil. Com cerca de 3,5 metros, esse dinossauro viveu aproximadamente há 110 milhões de anos e era um excelente caçador. O estudo desse animal e a descoberta de sua agilidade foram o início de uma mudança entre os cientistas, que consideravam os dinos como essencialmente grandalhões vagarosos. O maior dinossauro descrito foi nosso vizinho, o Dreadnoughtus schrani, que viveu na Argentina. Esse herbívoro de 59 toneladas era tinha o comprimento ligeiramente maior do que o uma piscina semi-olímpica, 26 metros. Outro dino "hermano", o Argentinosaurus. pode ter sido ainda maior, mas ainda faltam evidências. Quanto ao dinossauro mais feroz, isso ainda é controverso, uma vez que havia dinos carnívoros com diferentes habilidades de caça. Com certeza, o espinossauro, o carcharodontossauro e o T.Rex estão entre eles. O amargassauro era um herbívoro de cerca dez metros de comprimento. Seus espinhos serviam como defesa contra os predadores. Fonte: Felipe Pinheiro, paleontólogo e professor da Unipampa (Universidade Federal do Pampa)
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Governo de São Paulo contesta repasse de imposto para carne
O consumidor paulista deve começar a sentir no bolso um aumento de preços que ficará entre 6% e 7% na compra de carnes bovinas e suínas, frangos e derivados a partir deste mês, segundo a Apas (Associação Paulista de Supermercados). O aumento é resultado do fim de isenção de ICMS sobre a carne em São Paulo, definida pelo governo do Estado em decreto publicado no fim de dezembro e que entrou em vigor no dia 1º deste mês. A mudança eleva o imposto, que estava zerado desde setembro de 2009, para 7% em abatedouros e indústrias e 11% no varejo. Levando em conta que o ICMS possui mecanismo em que o que é pago de imposto por um fornecedor pode ser usado como crédito por quem revende o produto e considerando custos operacionais e margens dos supermercados, a Apas chegou à estimativa de aumento de preços de até 7% para o consumidor final. Segundo Eduardo Kawakami, vice-presidente da associação, os supermercados atuam em ambiente muito competitivo, o que aperta suas margens. Por isso, será inevitável repassar o aumento. Ele afirma que parte dos supermercados já fez reajustes, mas a elevação de preços deve ser sentida com mais intensidade a partir de maio. Helcio Tokeshi, secretário da Fazenda de São Paulo, afirma discordar que o repasse seja necessário. Ele diz que o preço da arroba do boi caiu em 2016, porém o movimento não foi acompanhado por reduções de preços no varejo, que teria ampliado suas margens de lucro. As empresas deveriam abrir mão desses ganhos, diz. Segundo dados da Bloomberg, os contratos futuros de boi tiveram queda de 10,5% durante o ano de 2016. "O consumidor está muito atento a preços, não haverá muito espaço para repasses. Nossos estudos indicam que o varejo irá acabar absorvendo o aumento de imposto." ARRECADAÇÃO Tokeshi diz que o fim da isenção para carnes faz parte de esforço do governo paulista para rever parte dos 254 incentivos fiscais existentes no Estado. O objetivo da análise é mitigar a queda da arrecadação causada pela crise econômica. A elevação do imposto deve gerar R$ 1,2 bilhão ao ano para os cofres públicos, diz secretário. Tokeshi lembra que, na maioria dos produtos, o ICMS cobrado é de 18%, ainda maior do que o que passou a ser cobrado sobre a carne. "Retirar isenções de alguns produtos é melhor do que aumentar a alíquota de vários para 19%, 20%", diz. A arrecadação de São Paulo teve queda de 7,7% em 2016 em relação ao ano anterior. Em dezembro, ela foi de R$ 12,9 bilhões, 9,3% a menos do que no mesmo mês de 2015.
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Governo de São Paulo contesta repasse de imposto para carneO consumidor paulista deve começar a sentir no bolso um aumento de preços que ficará entre 6% e 7% na compra de carnes bovinas e suínas, frangos e derivados a partir deste mês, segundo a Apas (Associação Paulista de Supermercados). O aumento é resultado do fim de isenção de ICMS sobre a carne em São Paulo, definida pelo governo do Estado em decreto publicado no fim de dezembro e que entrou em vigor no dia 1º deste mês. A mudança eleva o imposto, que estava zerado desde setembro de 2009, para 7% em abatedouros e indústrias e 11% no varejo. Levando em conta que o ICMS possui mecanismo em que o que é pago de imposto por um fornecedor pode ser usado como crédito por quem revende o produto e considerando custos operacionais e margens dos supermercados, a Apas chegou à estimativa de aumento de preços de até 7% para o consumidor final. Segundo Eduardo Kawakami, vice-presidente da associação, os supermercados atuam em ambiente muito competitivo, o que aperta suas margens. Por isso, será inevitável repassar o aumento. Ele afirma que parte dos supermercados já fez reajustes, mas a elevação de preços deve ser sentida com mais intensidade a partir de maio. Helcio Tokeshi, secretário da Fazenda de São Paulo, afirma discordar que o repasse seja necessário. Ele diz que o preço da arroba do boi caiu em 2016, porém o movimento não foi acompanhado por reduções de preços no varejo, que teria ampliado suas margens de lucro. As empresas deveriam abrir mão desses ganhos, diz. Segundo dados da Bloomberg, os contratos futuros de boi tiveram queda de 10,5% durante o ano de 2016. "O consumidor está muito atento a preços, não haverá muito espaço para repasses. Nossos estudos indicam que o varejo irá acabar absorvendo o aumento de imposto." ARRECADAÇÃO Tokeshi diz que o fim da isenção para carnes faz parte de esforço do governo paulista para rever parte dos 254 incentivos fiscais existentes no Estado. O objetivo da análise é mitigar a queda da arrecadação causada pela crise econômica. A elevação do imposto deve gerar R$ 1,2 bilhão ao ano para os cofres públicos, diz secretário. Tokeshi lembra que, na maioria dos produtos, o ICMS cobrado é de 18%, ainda maior do que o que passou a ser cobrado sobre a carne. "Retirar isenções de alguns produtos é melhor do que aumentar a alíquota de vários para 19%, 20%", diz. A arrecadação de São Paulo teve queda de 7,7% em 2016 em relação ao ano anterior. Em dezembro, ela foi de R$ 12,9 bilhões, 9,3% a menos do que no mesmo mês de 2015.
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Leilões devem ser feitos apenas com licenciamento ambiental, diz Moreira Franco
Uma das propostas para as novas regras para concessões é fazer o leilão apenas quando as questões ambientais estiverem resolvidas, segundo o secretário-executivo do Programa de Parceria em Investimentos (PPI), Moreira Franco. "A pendência das questões ambientais tem gerado insegurança imensa, não só financeira mas também jurídica, além de desorganização do processo e falta de confiança nas instituições públicas", afirmou o ministro à Folha. A usina de São Luiz do Tapajós, cujo licenciamento foi suspenso em abril pelo Ibama, é um exemplo do problema –"mas há piores", disse Franco. O Ministério do Meio Ambiente deve ser acionado assim que o plano de concessões for estruturado, para que comece a fazer os estudos necessários antes dos leilões. Acelerar o licenciamento não é uma ideia nova. Nas rodovias leiloadas entre 2012 e 2013 dentro do Programa de Investimento em Logística (PIL), a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) foi encarregada de retirar as licenças prévias com o mesmo intuito, mas sem a obrigação de entregá-las antes da data do leilão. A licença prévia é a primeira etapa do processo e atesta a viabilidade ambiental do projeto. A segunda licença é a de instalação, que autoriza o empreendimento, e a terceira, de operação, que libera seu funcionamento. Hoje, elas são concedidas após o leilão. O conselho do PPI deve se reunir até o final de julho para definir as novas normas para o processo de concessões e os primeiros projetos que devem ser passados para o setor privado, segundo o ministro. Entre as propostas já em debate, Franco reiterou a ideia de aumentar o prazo entre anúncio da concessão e leilão, atualmente de 45 dias. Para o ministro, o período é "extremamente exíguo para avaliação a não ser para aqueles que já têm esse tipo de informação", em crítica ao governo da presidente afastada, Dilma Rousseff. Não há ainda previsão de quanto o governo deve arrecadar por meio das concessões, disse Franco. "E nem se tivesse ela seria posta porque nosso critério não é espetaculoso", afirmou. Reportagem publicada pela Folha nesta segunda, porém, revelou que o governo espera usar o programa para abastecer os cofres públicos. A equipe econômica prevê arrecadar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões por meio de concessões e privatizações. O objetivo é fechar 2017 com um rombo menor do que o projetado para este ano, de R$ 170,5 bilhões. A nova meta deve ser fechada na próxima semana para ser incluída no projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), quer votar antes do recesso Legislativo, ao final da primeira quinzena de julho. Para o secretário-executivo do PPI, a crise econômica atual não permite ter como prioridade usar as concessões para diminuir o risco Brasil e melhorar a qualidade dos serviços. "Com mais de 11 milhões de desempregados, o primeiro objetivo hoje da concessão é gerar empregos", disse. O ministro encontrou-se com empresários do setor de infraestrutura na manhã desta terça (5) em São Paulo para discutir problemas do processo de concessão. INTERINO Nenhum processo deve ser aberto antes da conclusão do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, admitiu Franco na semana passada. "Quem vai investir em um país se não se sabe quem vai assinar o contrato? Nem eu e muito menos os investidores. Precisamos de mais segurança jurídica para o processo das concessões andar", disse o ministro na semana passada. RODOVIÁRIAS O governo ainda não definiu o que fará com as concessões rodoviárias que estão vencendo. Integrantes da equipe de Temer defendem que os contratos poderiam ser ampliados –ou os pedágios corrigidos– em troca de novos investimentos. Como o Ministério Público Federal e a área técnica do TCU são contra essa proposta, o tema não deve ser tratado na reunião do PPI, prevista para a próxima semana. Para os órgãos de controle, seria melhor para os usuários deixar os contratos vencerem e licitar novamente as concessões. O governo, por sua vez, acredita que o mais vantajoso é manter os atuais concessionários por mais tempo para fazer as obras com mais velocidade, o que beneficiaria os usuários com menos tráfego e acidentes.
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Leilões devem ser feitos apenas com licenciamento ambiental, diz Moreira FrancoUma das propostas para as novas regras para concessões é fazer o leilão apenas quando as questões ambientais estiverem resolvidas, segundo o secretário-executivo do Programa de Parceria em Investimentos (PPI), Moreira Franco. "A pendência das questões ambientais tem gerado insegurança imensa, não só financeira mas também jurídica, além de desorganização do processo e falta de confiança nas instituições públicas", afirmou o ministro à Folha. A usina de São Luiz do Tapajós, cujo licenciamento foi suspenso em abril pelo Ibama, é um exemplo do problema –"mas há piores", disse Franco. O Ministério do Meio Ambiente deve ser acionado assim que o plano de concessões for estruturado, para que comece a fazer os estudos necessários antes dos leilões. Acelerar o licenciamento não é uma ideia nova. Nas rodovias leiloadas entre 2012 e 2013 dentro do Programa de Investimento em Logística (PIL), a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) foi encarregada de retirar as licenças prévias com o mesmo intuito, mas sem a obrigação de entregá-las antes da data do leilão. A licença prévia é a primeira etapa do processo e atesta a viabilidade ambiental do projeto. A segunda licença é a de instalação, que autoriza o empreendimento, e a terceira, de operação, que libera seu funcionamento. Hoje, elas são concedidas após o leilão. O conselho do PPI deve se reunir até o final de julho para definir as novas normas para o processo de concessões e os primeiros projetos que devem ser passados para o setor privado, segundo o ministro. Entre as propostas já em debate, Franco reiterou a ideia de aumentar o prazo entre anúncio da concessão e leilão, atualmente de 45 dias. Para o ministro, o período é "extremamente exíguo para avaliação a não ser para aqueles que já têm esse tipo de informação", em crítica ao governo da presidente afastada, Dilma Rousseff. Não há ainda previsão de quanto o governo deve arrecadar por meio das concessões, disse Franco. "E nem se tivesse ela seria posta porque nosso critério não é espetaculoso", afirmou. Reportagem publicada pela Folha nesta segunda, porém, revelou que o governo espera usar o programa para abastecer os cofres públicos. A equipe econômica prevê arrecadar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões por meio de concessões e privatizações. O objetivo é fechar 2017 com um rombo menor do que o projetado para este ano, de R$ 170,5 bilhões. A nova meta deve ser fechada na próxima semana para ser incluída no projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), quer votar antes do recesso Legislativo, ao final da primeira quinzena de julho. Para o secretário-executivo do PPI, a crise econômica atual não permite ter como prioridade usar as concessões para diminuir o risco Brasil e melhorar a qualidade dos serviços. "Com mais de 11 milhões de desempregados, o primeiro objetivo hoje da concessão é gerar empregos", disse. O ministro encontrou-se com empresários do setor de infraestrutura na manhã desta terça (5) em São Paulo para discutir problemas do processo de concessão. INTERINO Nenhum processo deve ser aberto antes da conclusão do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, admitiu Franco na semana passada. "Quem vai investir em um país se não se sabe quem vai assinar o contrato? Nem eu e muito menos os investidores. Precisamos de mais segurança jurídica para o processo das concessões andar", disse o ministro na semana passada. RODOVIÁRIAS O governo ainda não definiu o que fará com as concessões rodoviárias que estão vencendo. Integrantes da equipe de Temer defendem que os contratos poderiam ser ampliados –ou os pedágios corrigidos– em troca de novos investimentos. Como o Ministério Público Federal e a área técnica do TCU são contra essa proposta, o tema não deve ser tratado na reunião do PPI, prevista para a próxima semana. Para os órgãos de controle, seria melhor para os usuários deixar os contratos vencerem e licitar novamente as concessões. O governo, por sua vez, acredita que o mais vantajoso é manter os atuais concessionários por mais tempo para fazer as obras com mais velocidade, o que beneficiaria os usuários com menos tráfego e acidentes.
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Jornais de mais 50 países publicam soluções para melhorar o mundo
Neste sábado (25), Dia do Jornalismo de Impacto, 55 jornais de mais 50 países, entre eles a Folha, publicam histórias que propõem soluções em áreas como saúde, ambiente e educação. É o quarto ano do projeto. Ao todo, serão cem reportagens de jornais como o argentino "La Nación", o francês "Le Figaro" e o espanhol "El País", dirigidas a um público estimado de 120 milhões de leitores. Alguns dos objetivos do Dia do Jornalismo de Impacto, organizado pelo Sparknews –comunidade internacional de jornalistas e empreendedores sociais– são dar visibilidade às chamadas iniciativas positivas e inspirar as pessoas a apoiar ações por um mundo mais inclusivo e sustentável. Dia do Jornalismo de Impacto
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Jornais de mais 50 países publicam soluções para melhorar o mundoNeste sábado (25), Dia do Jornalismo de Impacto, 55 jornais de mais 50 países, entre eles a Folha, publicam histórias que propõem soluções em áreas como saúde, ambiente e educação. É o quarto ano do projeto. Ao todo, serão cem reportagens de jornais como o argentino "La Nación", o francês "Le Figaro" e o espanhol "El País", dirigidas a um público estimado de 120 milhões de leitores. Alguns dos objetivos do Dia do Jornalismo de Impacto, organizado pelo Sparknews –comunidade internacional de jornalistas e empreendedores sociais– são dar visibilidade às chamadas iniciativas positivas e inspirar as pessoas a apoiar ações por um mundo mais inclusivo e sustentável. Dia do Jornalismo de Impacto
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Assad condena ataque americano como 'irresponsável e imprudente'
O gabinete do ditador sírio Bashar al-Assad reagiu ao ataque promovido pelos EUA na noite de quinta-feira (6) como um "comportamento irresponsável e imprudente". O regime sírio também negou "categoricamente" que tenha realizado o ataque químico em Khan Sheikhun, cidade síria controlada por opositores do ditador Bashar al-Assad. O governo americano lançou 59 mísseis sobre a Síria na noite de quinta em retaliação ao ataque químico que matou pelo menos 80 pessoas, na última terça (4) em uma cidade dominada por rebeldes opositores ao regime do ditador Bashar al-Assad. A agência estatal síria Sana informou que nove civis morreram, incluindo quatro crianças. Outras sete pessoas ficaram feridas, segundo o comunicado. O governador de Homs, onde fica a base alvo, falou em sete mortos. Segundo o Pentágono, 59 mísseis Tomahawk foram lançados de dois navios de guerra americanos no mar Mediterrâneo e atingiram a base aérea de Al Shayrat, em Homs, destruindo caças sírios, munição, radares e outros equipamentos militares. A ação durou entre três e quatro minutos. A Rússia disse que apenas 23 dos 59 mísseis dos EUA atingiram a base síria. Os militares russos disseram ainda que seis jatos foram destruídos na base e que a pista está intacta. Moscou afirma que as defesas antiaéreas do Exército da Síria devem ser reforçadas. Aliado do regime de Bashar al-Assad, o governo de Vladimir Putin condenou o ataque e disse que ele foi baseado em "pretextos inventados". O Irã também condenou a ação. NOVOS ATAQUES O Pentágono indicou que não deve fazer novos ataques, a não ser que o regime de Assad volte a utilizar armas químicas contra civis. "O uso de armas químicas contra inocentes não será tolerado", diz o porta-voz Jeff Davis. "Foi uma resposta proporcional" ao ataque a Khan Sheikhun destinada a "dissuadir o regime de utilizar armas químicas novamente". "Será decisão do regime se serão realizados outros (bombardeios), isso será decidido com base em seu comportamento futuro", acrescentou o porta-voz. Em pronunciamento oficial após o ataque, o presidente dos EUA Donald Trump, falou que é "interesse vital da segurança nacional dos EUA evitar e deter a propagação e o uso de armas químicas". "Assad sufocou homens, mulheres e crianças inocentes. Foi uma morte lenta e brutal para muitos", declarou Trump. "Até mesmo lindos bebês foram cruelmente assassinados neste ataque bárbaro. Nenhum filho de Deus deveria jamais sofrer horror tão terrível." REAÇÕES O presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, divulgaram pela manhã desta sexta-feira (7) um comunicado conjunto responsabilizando o regime de Bashar al-Assad pela crise. "Assad tem total responsabilidade por esses acontecimentos. Seu uso contínuo de armas químicas e seus crimes em massa não podem permanecer sem punição", diz o texto. O secretário de Defesa do Reino Unido, Michael Fallon, afirmou que o Reino Unido não planeja ações na Síria, mas que apoia o ataque americano. "Nós não estamos comprometidos com uma ação militar na Síria. Nosso parlamento considerou isso em 2013 e rejeitou", disse Fallon. Em 2013, logo após o ataque químico em Ghouta, Trump chegou a criticar o então presidente Obama sobre a intenção de bombardear a Síria. "O que ganharemos senão mais dívida e um possível conflito de longo prazo? Obama precisa de aprovação do Congresso", tuitou. Tuíte Trump Além dos britânicos, franceses e alemães, os governos da Turquia, Austrália, Nova Zelândia, Israel, Arábia Saudita e Japão declararam apoio aos EUA.
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Assad condena ataque americano como 'irresponsável e imprudente'O gabinete do ditador sírio Bashar al-Assad reagiu ao ataque promovido pelos EUA na noite de quinta-feira (6) como um "comportamento irresponsável e imprudente". O regime sírio também negou "categoricamente" que tenha realizado o ataque químico em Khan Sheikhun, cidade síria controlada por opositores do ditador Bashar al-Assad. O governo americano lançou 59 mísseis sobre a Síria na noite de quinta em retaliação ao ataque químico que matou pelo menos 80 pessoas, na última terça (4) em uma cidade dominada por rebeldes opositores ao regime do ditador Bashar al-Assad. A agência estatal síria Sana informou que nove civis morreram, incluindo quatro crianças. Outras sete pessoas ficaram feridas, segundo o comunicado. O governador de Homs, onde fica a base alvo, falou em sete mortos. Segundo o Pentágono, 59 mísseis Tomahawk foram lançados de dois navios de guerra americanos no mar Mediterrâneo e atingiram a base aérea de Al Shayrat, em Homs, destruindo caças sírios, munição, radares e outros equipamentos militares. A ação durou entre três e quatro minutos. A Rússia disse que apenas 23 dos 59 mísseis dos EUA atingiram a base síria. Os militares russos disseram ainda que seis jatos foram destruídos na base e que a pista está intacta. Moscou afirma que as defesas antiaéreas do Exército da Síria devem ser reforçadas. Aliado do regime de Bashar al-Assad, o governo de Vladimir Putin condenou o ataque e disse que ele foi baseado em "pretextos inventados". O Irã também condenou a ação. NOVOS ATAQUES O Pentágono indicou que não deve fazer novos ataques, a não ser que o regime de Assad volte a utilizar armas químicas contra civis. "O uso de armas químicas contra inocentes não será tolerado", diz o porta-voz Jeff Davis. "Foi uma resposta proporcional" ao ataque a Khan Sheikhun destinada a "dissuadir o regime de utilizar armas químicas novamente". "Será decisão do regime se serão realizados outros (bombardeios), isso será decidido com base em seu comportamento futuro", acrescentou o porta-voz. Em pronunciamento oficial após o ataque, o presidente dos EUA Donald Trump, falou que é "interesse vital da segurança nacional dos EUA evitar e deter a propagação e o uso de armas químicas". "Assad sufocou homens, mulheres e crianças inocentes. Foi uma morte lenta e brutal para muitos", declarou Trump. "Até mesmo lindos bebês foram cruelmente assassinados neste ataque bárbaro. Nenhum filho de Deus deveria jamais sofrer horror tão terrível." REAÇÕES O presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, divulgaram pela manhã desta sexta-feira (7) um comunicado conjunto responsabilizando o regime de Bashar al-Assad pela crise. "Assad tem total responsabilidade por esses acontecimentos. Seu uso contínuo de armas químicas e seus crimes em massa não podem permanecer sem punição", diz o texto. O secretário de Defesa do Reino Unido, Michael Fallon, afirmou que o Reino Unido não planeja ações na Síria, mas que apoia o ataque americano. "Nós não estamos comprometidos com uma ação militar na Síria. Nosso parlamento considerou isso em 2013 e rejeitou", disse Fallon. Em 2013, logo após o ataque químico em Ghouta, Trump chegou a criticar o então presidente Obama sobre a intenção de bombardear a Síria. "O que ganharemos senão mais dívida e um possível conflito de longo prazo? Obama precisa de aprovação do Congresso", tuitou. Tuíte Trump Além dos britânicos, franceses e alemães, os governos da Turquia, Austrália, Nova Zelândia, Israel, Arábia Saudita e Japão declararam apoio aos EUA.
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Ministro da Saúde sofre derrota eleitoral em sua base no Paraná
DE CURITIBA O candidato Silvio Barros (PP), irmão do ministro da Saúde, Ricardo Barros, perdeu a eleição para a Prefeitura de Maringá (norte do Paraná), base eleitoral da família. Com isso, o clã perde a hegemonia de 12 anos à frente da cidade, a terceira maior do Paraná. O eleito foi Ulisses Maia (PDT), vereador e aliado do ex-senador Osmar Dias (PDT), potencial candidato ao governo estadual em 2018. Silvio Barros, que já foi prefeito por duas vezes, era apontado como o favorito no início da campanha. Ele tinha, além do apoio do irmão, o da vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP), sua cunhada. Suas gestões foram bem avaliadas e ele conseguiu eleger seu vice, o atual prefeito Roberto Pupin (PP). Maia, que foi presidente da Câmara de Vereadores, destacou durante a campanha as medidas de transparência e redução de gastos que adotou no Legislativo. "Foi uma batalha de Davi contra Golias", disse o prefeito eleito, após o resultado. Silvio Barros, em discurso no comitê de campanha, disse que os eleitores têm o direito de "escolher algo diferente" e pediu "cabeça erguida". "A gente sabe: as pessoas não têm nada contra a gente", afirmou Barros. "Elas têm o interesse de tentar algo diferente. E esse é um direito legítimo. Então, vamos respeitar isso. Vamos de cabeça erguida continuar o nosso trabalho."
poder
Ministro da Saúde sofre derrota eleitoral em sua base no ParanáDE CURITIBA O candidato Silvio Barros (PP), irmão do ministro da Saúde, Ricardo Barros, perdeu a eleição para a Prefeitura de Maringá (norte do Paraná), base eleitoral da família. Com isso, o clã perde a hegemonia de 12 anos à frente da cidade, a terceira maior do Paraná. O eleito foi Ulisses Maia (PDT), vereador e aliado do ex-senador Osmar Dias (PDT), potencial candidato ao governo estadual em 2018. Silvio Barros, que já foi prefeito por duas vezes, era apontado como o favorito no início da campanha. Ele tinha, além do apoio do irmão, o da vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP), sua cunhada. Suas gestões foram bem avaliadas e ele conseguiu eleger seu vice, o atual prefeito Roberto Pupin (PP). Maia, que foi presidente da Câmara de Vereadores, destacou durante a campanha as medidas de transparência e redução de gastos que adotou no Legislativo. "Foi uma batalha de Davi contra Golias", disse o prefeito eleito, após o resultado. Silvio Barros, em discurso no comitê de campanha, disse que os eleitores têm o direito de "escolher algo diferente" e pediu "cabeça erguida". "A gente sabe: as pessoas não têm nada contra a gente", afirmou Barros. "Elas têm o interesse de tentar algo diferente. E esse é um direito legítimo. Então, vamos respeitar isso. Vamos de cabeça erguida continuar o nosso trabalho."
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Investir em revenda de imóvel é mais rentável que alugar
ANAÏS FERNANDES AMANDA MASSUELA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA É melhor investir em um imóvel pensando em revender do que em alugar. Em São Paulo, enquanto o preço do metro quadrado para empreendimentos novos subiu 4,5% nos últimos 12 meses, o aluguel não acompanhou o ritmo e desvalorizou 3%, segundo os dados mais recentes do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário). "A renda do aluguel, comparada a de outros investimentos, tem um retorno menor do que a poupança", diz Elisson de Andrade, doutor em economia e palestrante de educação financeira. Apesar disso, o mercado imobiliário tem uma variável que pode fazer a aposta valer a pena: a valorização da região. "A poupança não vai subir além do previsto", complementa Andrade. Segundo ele, unir os dois tipos de estratégia (aluguel e revenda) é a melhor opção. "A pessoa pode comprar um imóvel com o objetivo final de vender, porque acha que o mercado vai valorizar, e, enquanto espera isso acontecer, colocar um inquilino no apartamento", aconselha. Assim, dá para se livrar de gastos com taxas de condomínio, IPTU, luz e água. Além disso, o valor do aluguel pode ser abatido da parcela de financiamento do imóvel. O QUE COMPRAR Antes de apostar em um apartamento na planta é preciso estudar as variáveis que interferem na valorização ou na desvalorização da unidade. Tamanho, localização, preço e mudanças no entorno são as principais. "Como regra geral o investidor deve preferir empreendimentos bem localizados, mas que não sejam extremamente caros, para terem mais liquidez na hora de vender", diz Celso Amaral, da Amaral d'Ávila Engenharia de Avaliações e diretor da consultoria imobiliária Geoimovel. Tradicionalmente, imóveis de dois quartos representam a maior demanda na capital paulista e, por isso, revendem mais facilmente. Uma planta funcional, com áreas bem aproveitadas, também ajuda a valorizar a unidade. Outra regra importante é que compradores sempre preferem empreendimentos próximos de shoppings, áreas comerciais e transporte público -principalmente no caso de apartamentos de um dormitório, com poucas vagas de garagem. Confira imóveis à venda em São Paulo ONDE COMPRAR Existem regiões e nichos de mercado mais interessantes do que outros. Áreas consolidadas, como a zona sul da capital, e em crescimento, como a zona leste, costumam reunir boas oportunidades. Para o engenheiro civil João da Rocha Lima Junior, do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP, enxergar os movimentos de potencial valorização na cidade pode ajudar o investidor a ganhar mais -ou pelo menos manter o valor do seu imóvel em tempos de recessão. "São Paulo, aos poucos, vai descobrindo novas zonas porque precisa abrigar todo o seu crescimento. Se você conseguir enxergar essas ondas de crescimento, pode fazer especulações", afirma. Uma das pistas, segundo o arquiteto e urbanista Eduardo Nardelli, é a construção de equipamentos públicos como novas linhas do Metrô e da CPTM. "Só o anúncio de uma nova estação já é um fator de valorização", afirma.  Uma das áreas que devem passar por uma valorização nos próximos anos, de acordo com Lima Junior, é a região entre a Francisco Matarazzo e a marginal Tietê, conhecida como Várzea da Barra Funda, na zona oeste.  "Ali você tem uma região enorme, com muitos terrenos e galpões que seguramente terão um grau de ocupação residencial importante no futuro", afirma. Veja dicas
sobretudo
Investir em revenda de imóvel é mais rentável que alugar ANAÏS FERNANDES AMANDA MASSUELA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA É melhor investir em um imóvel pensando em revender do que em alugar. Em São Paulo, enquanto o preço do metro quadrado para empreendimentos novos subiu 4,5% nos últimos 12 meses, o aluguel não acompanhou o ritmo e desvalorizou 3%, segundo os dados mais recentes do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário). "A renda do aluguel, comparada a de outros investimentos, tem um retorno menor do que a poupança", diz Elisson de Andrade, doutor em economia e palestrante de educação financeira. Apesar disso, o mercado imobiliário tem uma variável que pode fazer a aposta valer a pena: a valorização da região. "A poupança não vai subir além do previsto", complementa Andrade. Segundo ele, unir os dois tipos de estratégia (aluguel e revenda) é a melhor opção. "A pessoa pode comprar um imóvel com o objetivo final de vender, porque acha que o mercado vai valorizar, e, enquanto espera isso acontecer, colocar um inquilino no apartamento", aconselha. Assim, dá para se livrar de gastos com taxas de condomínio, IPTU, luz e água. Além disso, o valor do aluguel pode ser abatido da parcela de financiamento do imóvel. O QUE COMPRAR Antes de apostar em um apartamento na planta é preciso estudar as variáveis que interferem na valorização ou na desvalorização da unidade. Tamanho, localização, preço e mudanças no entorno são as principais. "Como regra geral o investidor deve preferir empreendimentos bem localizados, mas que não sejam extremamente caros, para terem mais liquidez na hora de vender", diz Celso Amaral, da Amaral d'Ávila Engenharia de Avaliações e diretor da consultoria imobiliária Geoimovel. Tradicionalmente, imóveis de dois quartos representam a maior demanda na capital paulista e, por isso, revendem mais facilmente. Uma planta funcional, com áreas bem aproveitadas, também ajuda a valorizar a unidade. Outra regra importante é que compradores sempre preferem empreendimentos próximos de shoppings, áreas comerciais e transporte público -principalmente no caso de apartamentos de um dormitório, com poucas vagas de garagem. Confira imóveis à venda em São Paulo ONDE COMPRAR Existem regiões e nichos de mercado mais interessantes do que outros. Áreas consolidadas, como a zona sul da capital, e em crescimento, como a zona leste, costumam reunir boas oportunidades. Para o engenheiro civil João da Rocha Lima Junior, do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP, enxergar os movimentos de potencial valorização na cidade pode ajudar o investidor a ganhar mais -ou pelo menos manter o valor do seu imóvel em tempos de recessão. "São Paulo, aos poucos, vai descobrindo novas zonas porque precisa abrigar todo o seu crescimento. Se você conseguir enxergar essas ondas de crescimento, pode fazer especulações", afirma. Uma das pistas, segundo o arquiteto e urbanista Eduardo Nardelli, é a construção de equipamentos públicos como novas linhas do Metrô e da CPTM. "Só o anúncio de uma nova estação já é um fator de valorização", afirma.  Uma das áreas que devem passar por uma valorização nos próximos anos, de acordo com Lima Junior, é a região entre a Francisco Matarazzo e a marginal Tietê, conhecida como Várzea da Barra Funda, na zona oeste.  "Ali você tem uma região enorme, com muitos terrenos e galpões que seguramente terão um grau de ocupação residencial importante no futuro", afirma. Veja dicas
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Deputado contesta reportagem sobre agente fiscal suspeito de corrupção
Repudio a reportagem Deputado tucano é sócio de agente fiscal suspeito de corrupção. É tendenciosa e distorcida. Como deputado –ou pessoa física–, jamais fui sócio de Maurício Dias. A sociedade sempre foi feita entre empresas regularmente constituídas, não entre particulares; as quatro empresas citadas não são investigadas. São sociedades com propósitos específicos (SPE) para realizar empreendimentos imobiliários, sem tributação de ICMS; os prédios são erguidos por outros sócios construtores, com financiamento bancário, sem recursos próprios. RESPOSTA DO JORNALISTA WÁLTER NUNES - Todos os negócios de Maurício Dias, inclusive aqueles em sociedade com empresas do deputado, são investigados pelo Ministério Público e pela Controladoria-Geral da Administração do Estado de São Paulo. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Deputado contesta reportagem sobre agente fiscal suspeito de corrupçãoRepudio a reportagem Deputado tucano é sócio de agente fiscal suspeito de corrupção. É tendenciosa e distorcida. Como deputado –ou pessoa física–, jamais fui sócio de Maurício Dias. A sociedade sempre foi feita entre empresas regularmente constituídas, não entre particulares; as quatro empresas citadas não são investigadas. São sociedades com propósitos específicos (SPE) para realizar empreendimentos imobiliários, sem tributação de ICMS; os prédios são erguidos por outros sócios construtores, com financiamento bancário, sem recursos próprios. RESPOSTA DO JORNALISTA WÁLTER NUNES - Todos os negócios de Maurício Dias, inclusive aqueles em sociedade com empresas do deputado, são investigados pelo Ministério Público e pela Controladoria-Geral da Administração do Estado de São Paulo. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Poluição climática do setor de energia cresce 6% no Brasil, apontam ONGs
Na contramão dos compromissos assumidos pelo Brasil para a Conferência de Paris, sua emissão de gases do efeito estufa para obter energia aumentou em 2014. Enquanto o PIB encolhia 0,1%, a poluição climática do setor cresceu 6%. Essa é a principal má notícia do Observatório do Clima, uma rede de organizações não governamentais, na estimativa de emissões que está lançando nesta quinta-feira (19). Os dados detalhados podem ser obtidos e baixados na página do SEEG. A boa notícia: as emissões totais do país caíram ligeiramente. O Brasil inteiro lançou na atmosfera o equivalente a 1,558 bilhão de toneladas de dióxido de carbono (ou GtCO2eq), 0,9% menos que no ano anterior. Outra má nova é que o país se encontra estacionado no patamar de 1,5 GtCO2eq desde 2009. Infográfico: Série histórica O governo Dilma Rousseff se comprometeu a reduzir as emissões nacionais em 43% até 2030, com relação ao nível de 2005 (2,043 GtCO2eq). Isso significa que em 15 anos o total deveria descer par algo em torno de 1,165 GtCO2eq. Portanto, seria preciso eliminar 0,393 GtCO2eq até lá, ou 26 milhões de toneladas por ano. Toda a dificuldade reside em que o país já colheu os frutos fáceis de apanhar, em matéria de corte de gases do efeito estufa, ao reduzir o desmatamento na Amazônia em mais de 80% numa década. No jargão climático, essa rubrica se chama "mudança do uso da terra", e de novo se observou aí uma diminuição de 9,7% de 2013 para 2014. Em paralelo, seguem em alta os gases do efeito estufa produzidos pela queima de combustíveis fósseis (gasolina e diesel) nos transportes e para gerar energia elétrica nas usinas termelétricas a gás natural e carvão. Como não se prevê que a demanda por energia encolha, este setor tende a esterilizar toda a economia feita na mudança do uso da terra. Está cada vez mais difícil conter o desmatamento na Amazônia, que nos últimos anos andou pela casa dos 5.000 km2 anuais. O governo federal assumiu a meta de eliminar apenas o desmatamento ilegal até 2030 e prometeu compensar a destruição de florestas com recuperação e replantio de matas, mas sem um plano detalhado para isso. Mais ainda: a presidente Dilma adotou o compromisso de desmate ilegal zero só para a Amazônia. Silenciou sobre os outros biomas nacionais, como o cerrado, onde hoje se observam taxas de destruição comparáveis às da floresta amazônica, pois é sobre ele que avança a fronteira agrícola. Infográfico: A origem do nosso CO2 Mesmo com a queda no desmatamento da Amazônia, o setor de mudança do uso da terra ainda é o que mais contribui para agravar o aquecimento global, com 31,2% dos gases-estufa emitidos. Mas tem a energia em seu encalço, com 30,7%, e crescendo. Em seguida vem a agropecuária, com 27% (o restante provém de processos industriais e deposição resíduos, como nos lixões). Se forem contabilizadas para a agricultura e a pecuária também as emissões que ocasionam com desmatamento, energia e resíduos, sua participação sobe para 60% da poluição climática brasileira em 2014. Cabe registrar, porém, que esse latifúndio vem encolhendo. Em 2000, era de 82%; em 2010, 67%. Quando se retira da conta a montanha russa de gases do efeito estufa gerados pelo desmatamento, contudo, percebe-se melhor como o Brasil caminha em linha reta para aumentar suas emissões: de 3,9 tCO2eq por habitante, em 1990, para 5,3 tCO2eq, em 2013. Com a mudança do uso da terra computada, a cifra sobe para 7,4 tCO2eq/hab, acima da média mundial.
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Poluição climática do setor de energia cresce 6% no Brasil, apontam ONGsNa contramão dos compromissos assumidos pelo Brasil para a Conferência de Paris, sua emissão de gases do efeito estufa para obter energia aumentou em 2014. Enquanto o PIB encolhia 0,1%, a poluição climática do setor cresceu 6%. Essa é a principal má notícia do Observatório do Clima, uma rede de organizações não governamentais, na estimativa de emissões que está lançando nesta quinta-feira (19). Os dados detalhados podem ser obtidos e baixados na página do SEEG. A boa notícia: as emissões totais do país caíram ligeiramente. O Brasil inteiro lançou na atmosfera o equivalente a 1,558 bilhão de toneladas de dióxido de carbono (ou GtCO2eq), 0,9% menos que no ano anterior. Outra má nova é que o país se encontra estacionado no patamar de 1,5 GtCO2eq desde 2009. Infográfico: Série histórica O governo Dilma Rousseff se comprometeu a reduzir as emissões nacionais em 43% até 2030, com relação ao nível de 2005 (2,043 GtCO2eq). Isso significa que em 15 anos o total deveria descer par algo em torno de 1,165 GtCO2eq. Portanto, seria preciso eliminar 0,393 GtCO2eq até lá, ou 26 milhões de toneladas por ano. Toda a dificuldade reside em que o país já colheu os frutos fáceis de apanhar, em matéria de corte de gases do efeito estufa, ao reduzir o desmatamento na Amazônia em mais de 80% numa década. No jargão climático, essa rubrica se chama "mudança do uso da terra", e de novo se observou aí uma diminuição de 9,7% de 2013 para 2014. Em paralelo, seguem em alta os gases do efeito estufa produzidos pela queima de combustíveis fósseis (gasolina e diesel) nos transportes e para gerar energia elétrica nas usinas termelétricas a gás natural e carvão. Como não se prevê que a demanda por energia encolha, este setor tende a esterilizar toda a economia feita na mudança do uso da terra. Está cada vez mais difícil conter o desmatamento na Amazônia, que nos últimos anos andou pela casa dos 5.000 km2 anuais. O governo federal assumiu a meta de eliminar apenas o desmatamento ilegal até 2030 e prometeu compensar a destruição de florestas com recuperação e replantio de matas, mas sem um plano detalhado para isso. Mais ainda: a presidente Dilma adotou o compromisso de desmate ilegal zero só para a Amazônia. Silenciou sobre os outros biomas nacionais, como o cerrado, onde hoje se observam taxas de destruição comparáveis às da floresta amazônica, pois é sobre ele que avança a fronteira agrícola. Infográfico: A origem do nosso CO2 Mesmo com a queda no desmatamento da Amazônia, o setor de mudança do uso da terra ainda é o que mais contribui para agravar o aquecimento global, com 31,2% dos gases-estufa emitidos. Mas tem a energia em seu encalço, com 30,7%, e crescendo. Em seguida vem a agropecuária, com 27% (o restante provém de processos industriais e deposição resíduos, como nos lixões). Se forem contabilizadas para a agricultura e a pecuária também as emissões que ocasionam com desmatamento, energia e resíduos, sua participação sobe para 60% da poluição climática brasileira em 2014. Cabe registrar, porém, que esse latifúndio vem encolhendo. Em 2000, era de 82%; em 2010, 67%. Quando se retira da conta a montanha russa de gases do efeito estufa gerados pelo desmatamento, contudo, percebe-se melhor como o Brasil caminha em linha reta para aumentar suas emissões: de 3,9 tCO2eq por habitante, em 1990, para 5,3 tCO2eq, em 2013. Com a mudança do uso da terra computada, a cifra sobe para 7,4 tCO2eq/hab, acima da média mundial.
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Hoje na TV: Chelsea, United, PSG e Bayern de Munique entram em campo
9h Esqui Copa do Mundo, SporTV 9h30 Indian Aces x Singapore Slammers Tênis, IPTL, ESPN+ 10h25 Brighton x Middlesbrough Inglês, segunda divisão, ESPN Brasil 11h30 Maringá x Minas Vôlei, Superliga masculina, SporTV 12h30 Colonia x Borussia Dortmund Alemão, ESPN 12h30 Hannover x Bayern de Munique Alemão, Fox Sports 2 12h50 Chelsea x Sunderland Inglês, ESPN Brasil 13h Man. United x Norwich  Inglês, Fox Sports 14h Caen x PSG Francês, ESPN+, SporTV 14h Rúgbi de praia Desafio internacional, SporTV 2 15h Pinheiros x São Caetano Vôlei, Superliga feminina, RedeTV! 15h Cagliari x Bari Italiano, Série B, Bandsports 15h30 Stuttgart x Wolfsburg Alemão, ESPN Brasil 15h30 Newcastle x Aston Villa Inglês, ESPN 15h30 Fórmula E Fox Sports 2 16h North Carolina x Alcorn State Futebol americano universitário, ESPN+ 17h Guingamp x Rennes Francês, SporTV 17h30 Paulistano x Bauru Basquete, NBB, RedeTV! 17h30 Betis x Sevilla Espanhol, Fox Sports 17h30 Busto Arsizio x Club Italia Vôlei, Liga italiana feminina, Bandsports 18h Natação Aberto da CBDA, SporTV 2 19h Deportivo La Coruña x Eibar Espanhol, ESPN Brasil 19h30 Cruzeiro x Taubaté Vôlei, Superliga masculina, SporTV 22h Toronto Maple Leafs x Los Angeles Kings Hóquei no gelo, ESPN+ 23h Houston Rockets x L. A. Clippers Basquete, NBA, SporTV 23h15 Dallas Cowboys x New York Jets Futebol americano, ESPN 1h (domingo) Bryant Jennings x Luis Ortiz Boxe, Fox Sports 5h (domingo) S. Hiroshima x Guangzhou Evergrande Mundial de Clubes, Fox Sports, SporTV
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Hoje na TV: Chelsea, United, PSG e Bayern de Munique entram em campo9h Esqui Copa do Mundo, SporTV 9h30 Indian Aces x Singapore Slammers Tênis, IPTL, ESPN+ 10h25 Brighton x Middlesbrough Inglês, segunda divisão, ESPN Brasil 11h30 Maringá x Minas Vôlei, Superliga masculina, SporTV 12h30 Colonia x Borussia Dortmund Alemão, ESPN 12h30 Hannover x Bayern de Munique Alemão, Fox Sports 2 12h50 Chelsea x Sunderland Inglês, ESPN Brasil 13h Man. United x Norwich  Inglês, Fox Sports 14h Caen x PSG Francês, ESPN+, SporTV 14h Rúgbi de praia Desafio internacional, SporTV 2 15h Pinheiros x São Caetano Vôlei, Superliga feminina, RedeTV! 15h Cagliari x Bari Italiano, Série B, Bandsports 15h30 Stuttgart x Wolfsburg Alemão, ESPN Brasil 15h30 Newcastle x Aston Villa Inglês, ESPN 15h30 Fórmula E Fox Sports 2 16h North Carolina x Alcorn State Futebol americano universitário, ESPN+ 17h Guingamp x Rennes Francês, SporTV 17h30 Paulistano x Bauru Basquete, NBB, RedeTV! 17h30 Betis x Sevilla Espanhol, Fox Sports 17h30 Busto Arsizio x Club Italia Vôlei, Liga italiana feminina, Bandsports 18h Natação Aberto da CBDA, SporTV 2 19h Deportivo La Coruña x Eibar Espanhol, ESPN Brasil 19h30 Cruzeiro x Taubaté Vôlei, Superliga masculina, SporTV 22h Toronto Maple Leafs x Los Angeles Kings Hóquei no gelo, ESPN+ 23h Houston Rockets x L. A. Clippers Basquete, NBA, SporTV 23h15 Dallas Cowboys x New York Jets Futebol americano, ESPN 1h (domingo) Bryant Jennings x Luis Ortiz Boxe, Fox Sports 5h (domingo) S. Hiroshima x Guangzhou Evergrande Mundial de Clubes, Fox Sports, SporTV
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Veja dicas de utensílios para ter (ou improvisar) na hora de montar seu bar em casa
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Faça da sua casa o balcão para brindes ou choros de amigos e parentes com essas dicas de utensílios para ter (ou improvisar) na hora de preparar ótimos coquetéis. * Clique ou pressione o dedo nos marcadores que surgem sobre a imagem abaixo e entenda para que serve cada utensílio do bar. Veja dicas de utensílios para ter (ou improvisar) na hora de montar seu bar em casa DOSADOR | A maioria dos drinques pede quantidades proporcionais de cada bebida utilizada. Como o negroni, que leva partes iguais de vermute, Campari e gim (e uma casca de laranja para aromatizar). Para controlar as quantidades aplicadas, usa-se o dosador, à venda em lojas. É possível improvisar com copinhos de cachaça. COQUETELEIRA | Usada na mistura de coquetéis que levam em sua base bebidas que têm diferentes densidades. É o caso da tradicional piña colada. Na falta de uma coqueteleira, pode-se usar dois copos com as bocas voltadas uma para outra –e o conteúdo dentro, claro. "Se for fazer assim, tenha bastante cuidado", avisa o barman Andrea Ambrosano Jr., do IPO Bar. PASSADOR | Serve para coar resquícios de fruta, gelo e outros resíduos de uma mistura antes de servi-la, extraindo, assim, apenas o líquido. É útil na preparação de drinques tipo 'sour' (como a margarita), em apple martínis e em bebidas que levam clara de ovo. "O ideal é que, além do passador, use-se uma peneira, fazendo a filtragem dupla. Mas um já quebra o galho", diz Ambrosano. BAILARINA | É o nome dado à colher de cabo longo e cabeça pequena. Utilizada para movimentar a mistura em um "mixing glass", que nada mais é do que um copo alto usado com o propósito de mexer a receita –e serve como complemento à coqueteleira. TÁBUA, FRUTAS E GELO | Cortar limões e laranjas na frente de quem vai receber seu drinque pode dar um charme a mais ao momento da preparação da bebida, e uma tábua para fatiar frutas pode ser uma boa. Mas isso pode ser resolvido na cozinha. Também há à venda formas próprias para se fazer gelos maiores, usados em alguns drinques por derreterem mais lentamente –e, assim, não deixando a bebida aguada. COPOS | Ambrosano, do IPO Bar, na zona oeste, sugere que o bar amador tenha quatro tipos de copo: baixos, altos, taças e de cachaça ou shot. Os primeiros, muito comuns para tomar uísque, normalmente são usados para drinques como o old fashioned e o negroni. O segundo tipo combina com bebidas refrescantes e que levam líquidos espumantes, como o long island iced tea, o mojito e o gim tônica. Já taças de vinho e champanhe servem de base, respectivamente, para o aperol spritz (aperol, espumante, água com gás e laranja) e o mimosa (espumante e suco de laranja). Em bares de São Paulo, encontra-se gim tônica servidos em copos longos e em taças. BEBIDAS | Para um bar amador, o barman do IPO sugere seis tipos de bebida: uma vodca, um gim, um rum, um licor, um vermute e um 'bitter' (como o Campari). "O licor pode ser um 'triple sec' (de laranja) que não seja tão doce. O vermute, por sua vez, é uma bebida bastante flexível e polivalente. A marca mais conhecida é a Martini. Já os bitters são bebidas amargas, feitas com infusão de especiarias, como o Angostura, usadas para aromatizar o coquetel, em pequenas aplicações", explica Ambrosano. Ele também sugere que se tenha opções como água com gás, tônica e refrigerante. * ACEITA UM DRINQUE? Veja algumas receitas sugeridas para você fazer em casa: Negroni - 30 ml de gim - 30 ml de Campari - 30 ml de vermute tinto Insira um drinque por vez no copo e, se preferir, mexa com uma colher. Corte uma tira de casca de laranja e torça-a de leve. Depois, coloque-a na bebida. Uma ideia interessante é passar a casca pela borda do copo, para deixar o drinque ainda mais aromatizado. Americano - 45 ml de Campari - 45 ml de vermute tinto - 60 ml de club soda O preparo é semelhante ao do negroni. Monte o drinque inserindo uma dose por vez e deixando o club soda por último. Moscou mule - 60 ml de vodca - 30 ml de suco de limão - refrigerante de gengibre ou espuma de gengibre Misturar a vodca e o suco de limão em um copo já gelado –o drinque costuma ser servido em canecas de cobre. Por último, completar com cerveja ou espuma de gengibre.
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Veja dicas de utensílios para ter (ou improvisar) na hora de montar seu bar em casaBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Faça da sua casa o balcão para brindes ou choros de amigos e parentes com essas dicas de utensílios para ter (ou improvisar) na hora de preparar ótimos coquetéis. * Clique ou pressione o dedo nos marcadores que surgem sobre a imagem abaixo e entenda para que serve cada utensílio do bar. Veja dicas de utensílios para ter (ou improvisar) na hora de montar seu bar em casa DOSADOR | A maioria dos drinques pede quantidades proporcionais de cada bebida utilizada. Como o negroni, que leva partes iguais de vermute, Campari e gim (e uma casca de laranja para aromatizar). Para controlar as quantidades aplicadas, usa-se o dosador, à venda em lojas. É possível improvisar com copinhos de cachaça. COQUETELEIRA | Usada na mistura de coquetéis que levam em sua base bebidas que têm diferentes densidades. É o caso da tradicional piña colada. Na falta de uma coqueteleira, pode-se usar dois copos com as bocas voltadas uma para outra –e o conteúdo dentro, claro. "Se for fazer assim, tenha bastante cuidado", avisa o barman Andrea Ambrosano Jr., do IPO Bar. PASSADOR | Serve para coar resquícios de fruta, gelo e outros resíduos de uma mistura antes de servi-la, extraindo, assim, apenas o líquido. É útil na preparação de drinques tipo 'sour' (como a margarita), em apple martínis e em bebidas que levam clara de ovo. "O ideal é que, além do passador, use-se uma peneira, fazendo a filtragem dupla. Mas um já quebra o galho", diz Ambrosano. BAILARINA | É o nome dado à colher de cabo longo e cabeça pequena. Utilizada para movimentar a mistura em um "mixing glass", que nada mais é do que um copo alto usado com o propósito de mexer a receita –e serve como complemento à coqueteleira. TÁBUA, FRUTAS E GELO | Cortar limões e laranjas na frente de quem vai receber seu drinque pode dar um charme a mais ao momento da preparação da bebida, e uma tábua para fatiar frutas pode ser uma boa. Mas isso pode ser resolvido na cozinha. Também há à venda formas próprias para se fazer gelos maiores, usados em alguns drinques por derreterem mais lentamente –e, assim, não deixando a bebida aguada. COPOS | Ambrosano, do IPO Bar, na zona oeste, sugere que o bar amador tenha quatro tipos de copo: baixos, altos, taças e de cachaça ou shot. Os primeiros, muito comuns para tomar uísque, normalmente são usados para drinques como o old fashioned e o negroni. O segundo tipo combina com bebidas refrescantes e que levam líquidos espumantes, como o long island iced tea, o mojito e o gim tônica. Já taças de vinho e champanhe servem de base, respectivamente, para o aperol spritz (aperol, espumante, água com gás e laranja) e o mimosa (espumante e suco de laranja). Em bares de São Paulo, encontra-se gim tônica servidos em copos longos e em taças. BEBIDAS | Para um bar amador, o barman do IPO sugere seis tipos de bebida: uma vodca, um gim, um rum, um licor, um vermute e um 'bitter' (como o Campari). "O licor pode ser um 'triple sec' (de laranja) que não seja tão doce. O vermute, por sua vez, é uma bebida bastante flexível e polivalente. A marca mais conhecida é a Martini. Já os bitters são bebidas amargas, feitas com infusão de especiarias, como o Angostura, usadas para aromatizar o coquetel, em pequenas aplicações", explica Ambrosano. Ele também sugere que se tenha opções como água com gás, tônica e refrigerante. * ACEITA UM DRINQUE? Veja algumas receitas sugeridas para você fazer em casa: Negroni - 30 ml de gim - 30 ml de Campari - 30 ml de vermute tinto Insira um drinque por vez no copo e, se preferir, mexa com uma colher. Corte uma tira de casca de laranja e torça-a de leve. Depois, coloque-a na bebida. Uma ideia interessante é passar a casca pela borda do copo, para deixar o drinque ainda mais aromatizado. Americano - 45 ml de Campari - 45 ml de vermute tinto - 60 ml de club soda O preparo é semelhante ao do negroni. Monte o drinque inserindo uma dose por vez e deixando o club soda por último. Moscou mule - 60 ml de vodca - 30 ml de suco de limão - refrigerante de gengibre ou espuma de gengibre Misturar a vodca e o suco de limão em um copo já gelado –o drinque costuma ser servido em canecas de cobre. Por último, completar com cerveja ou espuma de gengibre.
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Sexo com outras espécies no passado remoto deixou marcas em nosso DNA
A vida sexual na pré-história era bem mais variada do que se imaginava. Um estudo do material genético do homem moderno e de dois ancestrais humanos –neandertais e denisovanos– mostrou que em vários momentos e em vários continentes houve sexo entre eles. Um pequeno porcentual de genes desses ancestrais humanos extintos ainda está presente no ser humano moderno, mas em diferentes proporções, revelando a história das migrações do passado. Fósseis já haviam demonstrado que houve convivência entre o homem moderno e seus primos arcaicos encontrados em cavernas, o homem de Neanderthal (Alemanha) e o de Denisova (Sibéria, na Rússia). O DNA agora revela que houve farto sexo. Os neandertais foram primeiro descobertos em 1856 e desde então foram achados fósseis, incluindo crânios bem preservados, em boa parte da Europa e Oriente Médio. Já os denisovanos são conhecidos apenas desde 2008. Do homem de Denisova existem somente dois dentes, um osso de dedo da mão e outro de dedo do pé, com entre 40 mil e 50 mil anos de idade. "Os denisovanos são a única espécie de humanos arcaicos sobre a qual nós conhecemos menos por evidência fóssil e mais por seus genes que aparecem em humanos modernos", afirma Joshua Akey, líder da equipe de pesquisa, da Universidade de Washington, Seattle (EUA). A equipe internacional de pesquisadores analisou os genomas de 1.523 indivíduos, com destaque para a inédita inclusão de 35 pessoas da região do Pacífico conhecida como Melanésia, nas ilhas Bismarck, ao largo da Papua Nova Guiné. O estudo está publicado na revista "Science". Usando complexas técnicas estatísticas foi possível concluir que populações não-africanas, principalmente asiáticas e europeias, têm entre 1,5% a 4% de genes de neandertais. Já os melanésios foram a única população a ter entre 1,9% a 3,4% dos genes de Denisova. O ser humano chegou à Melanésia há cerca de 48 mil anos. A análise também mostrou que houve pelo menos três momentos de "inserção de genes" –isto é, sexo– de neandertais no DNA do homem moderno, e uma vez de genes denisovanos. Uma pesquisa no mês passado em um fóssil neandertal indicou a presença de genes do homem moderno 100 mil anos atrás. Essa precoce relação provavelmente aconteceu primeiro no Oriente Médio, quando o homem moderno migrou da África. Evidências de uma segunda "inserção" aparecem depois, segundo o genoma de asiáticos e europeus. O terceiro caso teria envolvido ancestrais dos asiáticos do sul e do leste em algum ponto do continente. E na mesma região os ancestrais dos melanésios adquiriram genes de Denisova. Muito antes, neandertais e denisovanos também teriam tido relações há 440 mil anos, como revela o estudo atual. Os genes arcaicos podem ter sido importantes para a adaptação do homem moderno em suas migrações para locais com clima, doenças e dietas diferentes –é o caso de genes ligados ao reconhecimento pelo sistema imunológico de vírus, ou ligados ao metabolismo de açúcares e gordura. O que não existe no genoma também dá pistas da evolução humana –locais onde não existem traços de genes arcaicos, e que são importantes para o homem moderno, como o domínio da linguagem e o desenvolvimento do cérebro e da sinalização cerebral. Neandertais e humanos modernos tinham corpos bem diferentes. O neandertal tinha um corpo atarracado, pele clara e provável cabelo ruivo; o homem moderno era mais esguio e, saído da África, tinha pele escura. Quase nada se sabe do "visual" denisovano. Apesar das diferenças, seja como for, fizeram sexo e tiveram descendentes férteis. Como diz a letra de uma música do trio Crosby, Still e Nash, "se você não pode estar com quem ama, ame com quem você está".
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Sexo com outras espécies no passado remoto deixou marcas em nosso DNAA vida sexual na pré-história era bem mais variada do que se imaginava. Um estudo do material genético do homem moderno e de dois ancestrais humanos –neandertais e denisovanos– mostrou que em vários momentos e em vários continentes houve sexo entre eles. Um pequeno porcentual de genes desses ancestrais humanos extintos ainda está presente no ser humano moderno, mas em diferentes proporções, revelando a história das migrações do passado. Fósseis já haviam demonstrado que houve convivência entre o homem moderno e seus primos arcaicos encontrados em cavernas, o homem de Neanderthal (Alemanha) e o de Denisova (Sibéria, na Rússia). O DNA agora revela que houve farto sexo. Os neandertais foram primeiro descobertos em 1856 e desde então foram achados fósseis, incluindo crânios bem preservados, em boa parte da Europa e Oriente Médio. Já os denisovanos são conhecidos apenas desde 2008. Do homem de Denisova existem somente dois dentes, um osso de dedo da mão e outro de dedo do pé, com entre 40 mil e 50 mil anos de idade. "Os denisovanos são a única espécie de humanos arcaicos sobre a qual nós conhecemos menos por evidência fóssil e mais por seus genes que aparecem em humanos modernos", afirma Joshua Akey, líder da equipe de pesquisa, da Universidade de Washington, Seattle (EUA). A equipe internacional de pesquisadores analisou os genomas de 1.523 indivíduos, com destaque para a inédita inclusão de 35 pessoas da região do Pacífico conhecida como Melanésia, nas ilhas Bismarck, ao largo da Papua Nova Guiné. O estudo está publicado na revista "Science". Usando complexas técnicas estatísticas foi possível concluir que populações não-africanas, principalmente asiáticas e europeias, têm entre 1,5% a 4% de genes de neandertais. Já os melanésios foram a única população a ter entre 1,9% a 3,4% dos genes de Denisova. O ser humano chegou à Melanésia há cerca de 48 mil anos. A análise também mostrou que houve pelo menos três momentos de "inserção de genes" –isto é, sexo– de neandertais no DNA do homem moderno, e uma vez de genes denisovanos. Uma pesquisa no mês passado em um fóssil neandertal indicou a presença de genes do homem moderno 100 mil anos atrás. Essa precoce relação provavelmente aconteceu primeiro no Oriente Médio, quando o homem moderno migrou da África. Evidências de uma segunda "inserção" aparecem depois, segundo o genoma de asiáticos e europeus. O terceiro caso teria envolvido ancestrais dos asiáticos do sul e do leste em algum ponto do continente. E na mesma região os ancestrais dos melanésios adquiriram genes de Denisova. Muito antes, neandertais e denisovanos também teriam tido relações há 440 mil anos, como revela o estudo atual. Os genes arcaicos podem ter sido importantes para a adaptação do homem moderno em suas migrações para locais com clima, doenças e dietas diferentes –é o caso de genes ligados ao reconhecimento pelo sistema imunológico de vírus, ou ligados ao metabolismo de açúcares e gordura. O que não existe no genoma também dá pistas da evolução humana –locais onde não existem traços de genes arcaicos, e que são importantes para o homem moderno, como o domínio da linguagem e o desenvolvimento do cérebro e da sinalização cerebral. Neandertais e humanos modernos tinham corpos bem diferentes. O neandertal tinha um corpo atarracado, pele clara e provável cabelo ruivo; o homem moderno era mais esguio e, saído da África, tinha pele escura. Quase nada se sabe do "visual" denisovano. Apesar das diferenças, seja como for, fizeram sexo e tiveram descendentes férteis. Como diz a letra de uma música do trio Crosby, Still e Nash, "se você não pode estar com quem ama, ame com quem você está".
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Bares focam no chope artesanal; campeão das torneiras tem 40 bicos
A São Paulo Tap House é, atualmente, a campeã de torneiras na cidade. São 40, dedicadas exclusivamente a chopes nacionais. A casa é um dos destaques do Guia Folha desta semana.Leia mais na página do Guia
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Bares focam no chope artesanal; campeão das torneiras tem 40 bicosA São Paulo Tap House é, atualmente, a campeã de torneiras na cidade. São 40, dedicadas exclusivamente a chopes nacionais. A casa é um dos destaques do Guia Folha desta semana.Leia mais na página do Guia
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Clubes gastronômicos ganham espaço na internet com produtos selecionados
Falta de tempo ou preguiça não justificam mais geladeira ou despensa vazias. Por um valor mensal é possível receber, na porta de casa, seleções de produtos variados, como condimentos, bebidas ou cortes de carne -em uma espécie de uma assinatura de jornal ou revista, mas de comida. Neste ano, a Associação Brasileira de Clubes de Assinatura lançou um site que organiza opções de pacotes, não só gastronômicos. Ali é possível checar preços e informações básicas de cada clube, com as instruções de como se inscrever. O portal reúne, por exemplo, pacotes de produtos saudáveis de Minas Gerais, pães, cafés e cervejas. Fora do site (clubesdeassinatura.com.br), existem ainda assinaturas segmentadas -como a do Clube Bombay, só de temperos- ou amplas, como a Delicaterie, que inclui "produtos variados", como petiscos e bebidas. Confira uma seleção de clubes gastronômicos e o que cada um deles oferece. INGREDIENTE EM CASA Saiba mais sobre treze kits para comer ou beber BEBIDAS BEER PACK Entrega dois ou quatro rótulos de cerveja ao mês. O kit acompanha um copo e um guia de degustação QUANTO R$ 49,90 ou R$ 79,90 + frete ONDE beerpack.com.br; tel. (41) 3014-3414 GRÃO GOURMET O assinante recebe, por mês, 250 g, 500 g ou 1 kg de um microlote de café torrado (moído ou em grãos) QUANTO de R$ 23,50 a R$ 53 + frete ONDE graogourmet.com; tel. (11) 2372-4721 HAVE A NICE BEER Elege dois rótulos de cerveja e entrega até oito garrafas por mês QUANTO R$ 71,90 (quatro garrafas); R$ 107,82 (seis) e R$ 143,76 (oito) + frete ONDE haveanicebeer.com.br; 0800-028-2337 WINE.COM.BR Tem três tipos de assinatura, com vinhos mais versáteis ou sofisticados. Entrega até seis garrafas de cada categoria QUANTO de R$ 28 a R$ 115 por garrafa + frete ONDE wine.com.br; tel. 0800-602-9463 * TEMPEROS CLUBE BOMBAY O assinante pode optar pelos planos "especiarias", "pimentas" ou o que combina os dois. Os três temperos são entregues com uma receita QUANTO de R$ 50 a R$ 75 (frete grátis) ONDE bombayherbsspices.com.br; tel. (11) 3302-3999 THE SPICE CLUB Envia três dentre 2.000 especiarias do mundo todo mensalmente. Com o kit, são enviadas receitas. QUANTO R$ 84,90 (frete grátis) ONDE spiceclub.com.br * VARIADOS DELICATERIE Cada caixa reúne quatro ou cinco itens, como temperos, petiscos, bebidas e doces, ou utensílios de cozinha QUANTO R$ 69,90 + frete (grátis para a região Sul) ONDE delicaterie.com.br BISTROBOX Reúne cinco produtos surpresa, com fichas explicativas que ajudam no uso do ingrediente QUANTO R$ 59,90 + frete (R$ 9,90 para São Paulo e R$ 14,90 para demais localidades) ONDE bistrobox.com.br HEALTHY BOX Entrega de sete a dez produtos avaliados por nutricionistas. Eles podem ser, por exemplo, massas, chás, castanhas e biscoitos QUANTO R$ 49,90 (frete grátis para Sudeste, Sul e Centro-Oeste) ONDE healthybox.com.br; tel. (31) 2573-0204 SOCIEDADE DA CARNE Oferece cortes especiais de carne, entregues em embalagem térmica. Pode-se optar por receber de dois a seis quilos de carne a cada mês QUANTO em média R$ 54,90 o quilo (depende do corte) + frete (grátis para quem receber seis quilos) ONDE sociedadedacarne.com.br; tel. (11) 3791-1757 OH! MINAS Elege de dois a cinco produtos mineiros, de quitutes a artesanatos, em três tipos de plano: pode ser só de doces, sem álcool ou diversificado QUANTO de R$ 34,90 a R$ 76,90 + frete ONDE ohminas.com.br; tel. (31) 3263-4077 FAROFA.LA A caixa tem cinco petiscos, como biju, cookies e castanhas. O cliente pode fazer sua escolha em uma lista de produtos, que inclui opções sem lactose ou sem glúten QUANTO R$ 59,90 + frete ONDE farofala.com; tel. (11) 3042-5556 LES GOURMANDS CLUB O clube se inspira em uma região do mundo para montar cardápios que podem incluir entrada, prato, sobremesa e vinho para duas ou quatro pessoas. A caixa vem com os ingredientes e instruções para o preparo das receitas QUANTO de R$ 120 a R$ 600 + frete ONDE lesgourmandsclub.com tel. (11) 3022-2855
comida
Clubes gastronômicos ganham espaço na internet com produtos selecionadosFalta de tempo ou preguiça não justificam mais geladeira ou despensa vazias. Por um valor mensal é possível receber, na porta de casa, seleções de produtos variados, como condimentos, bebidas ou cortes de carne -em uma espécie de uma assinatura de jornal ou revista, mas de comida. Neste ano, a Associação Brasileira de Clubes de Assinatura lançou um site que organiza opções de pacotes, não só gastronômicos. Ali é possível checar preços e informações básicas de cada clube, com as instruções de como se inscrever. O portal reúne, por exemplo, pacotes de produtos saudáveis de Minas Gerais, pães, cafés e cervejas. Fora do site (clubesdeassinatura.com.br), existem ainda assinaturas segmentadas -como a do Clube Bombay, só de temperos- ou amplas, como a Delicaterie, que inclui "produtos variados", como petiscos e bebidas. Confira uma seleção de clubes gastronômicos e o que cada um deles oferece. INGREDIENTE EM CASA Saiba mais sobre treze kits para comer ou beber BEBIDAS BEER PACK Entrega dois ou quatro rótulos de cerveja ao mês. O kit acompanha um copo e um guia de degustação QUANTO R$ 49,90 ou R$ 79,90 + frete ONDE beerpack.com.br; tel. (41) 3014-3414 GRÃO GOURMET O assinante recebe, por mês, 250 g, 500 g ou 1 kg de um microlote de café torrado (moído ou em grãos) QUANTO de R$ 23,50 a R$ 53 + frete ONDE graogourmet.com; tel. (11) 2372-4721 HAVE A NICE BEER Elege dois rótulos de cerveja e entrega até oito garrafas por mês QUANTO R$ 71,90 (quatro garrafas); R$ 107,82 (seis) e R$ 143,76 (oito) + frete ONDE haveanicebeer.com.br; 0800-028-2337 WINE.COM.BR Tem três tipos de assinatura, com vinhos mais versáteis ou sofisticados. Entrega até seis garrafas de cada categoria QUANTO de R$ 28 a R$ 115 por garrafa + frete ONDE wine.com.br; tel. 0800-602-9463 * TEMPEROS CLUBE BOMBAY O assinante pode optar pelos planos "especiarias", "pimentas" ou o que combina os dois. Os três temperos são entregues com uma receita QUANTO de R$ 50 a R$ 75 (frete grátis) ONDE bombayherbsspices.com.br; tel. (11) 3302-3999 THE SPICE CLUB Envia três dentre 2.000 especiarias do mundo todo mensalmente. Com o kit, são enviadas receitas. QUANTO R$ 84,90 (frete grátis) ONDE spiceclub.com.br * VARIADOS DELICATERIE Cada caixa reúne quatro ou cinco itens, como temperos, petiscos, bebidas e doces, ou utensílios de cozinha QUANTO R$ 69,90 + frete (grátis para a região Sul) ONDE delicaterie.com.br BISTROBOX Reúne cinco produtos surpresa, com fichas explicativas que ajudam no uso do ingrediente QUANTO R$ 59,90 + frete (R$ 9,90 para São Paulo e R$ 14,90 para demais localidades) ONDE bistrobox.com.br HEALTHY BOX Entrega de sete a dez produtos avaliados por nutricionistas. Eles podem ser, por exemplo, massas, chás, castanhas e biscoitos QUANTO R$ 49,90 (frete grátis para Sudeste, Sul e Centro-Oeste) ONDE healthybox.com.br; tel. (31) 2573-0204 SOCIEDADE DA CARNE Oferece cortes especiais de carne, entregues em embalagem térmica. Pode-se optar por receber de dois a seis quilos de carne a cada mês QUANTO em média R$ 54,90 o quilo (depende do corte) + frete (grátis para quem receber seis quilos) ONDE sociedadedacarne.com.br; tel. (11) 3791-1757 OH! MINAS Elege de dois a cinco produtos mineiros, de quitutes a artesanatos, em três tipos de plano: pode ser só de doces, sem álcool ou diversificado QUANTO de R$ 34,90 a R$ 76,90 + frete ONDE ohminas.com.br; tel. (31) 3263-4077 FAROFA.LA A caixa tem cinco petiscos, como biju, cookies e castanhas. O cliente pode fazer sua escolha em uma lista de produtos, que inclui opções sem lactose ou sem glúten QUANTO R$ 59,90 + frete ONDE farofala.com; tel. (11) 3042-5556 LES GOURMANDS CLUB O clube se inspira em uma região do mundo para montar cardápios que podem incluir entrada, prato, sobremesa e vinho para duas ou quatro pessoas. A caixa vem com os ingredientes e instruções para o preparo das receitas QUANTO de R$ 120 a R$ 600 + frete ONDE lesgourmandsclub.com tel. (11) 3022-2855
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Os criadores e as criaturas
Fleury e Quércia romperam relações. Pitta e Maluf também. Pires e Matheus idem, no Corinthians. Luiz Antônio Fleury sucedeu Orestes Quércia no governo de São Paulo em 1991 e ambos romperam ao fim do governo da criatura criticado pelo criador. Celso Pitta fez o mesmo com Paulo Maluf depois que o sucedeu na prefeitura paulistana. No Corinthians, antes, em 1981, Waldemar Pires não aceitou a ingerência do antecessor de quem fora vice e mandou o então ex-presidente Vicente Matheus às favas. Apenas três exemplos de criaturas e criadores que se davam às mil maravilhas. Isso até que as criaturas chegaram ao poder e quiseram exercê-lo ao seu modo e não como queriam os criadores. A lista é interminável. Exceções são os casos nos quais as relações permaneceram intactas, pelo menos publicamente, como entre Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Tudo isso para tratar da sucessão no clube campeão do Brasileiro de 2016. Maurício Galiotte foi eleito com apoio do antecessor Paulo Nobre e como candidato único. Nem bem tomou posse e está instalada a primeira crise no alviverde, causada por Nobre que guardou um segredo por nove meses até impugnar, como seu último ato, a candidatura de Leila Pereira ao conselho do clube. Leila Pereira, dona da Crefisa, que patrocina a camisa alviverde e a quem Nobre chama de "Linda Mulher", tem planos de vir a ser presidenta palmeirense e, como Nobre, tem dinheiro para tanto. Sua empresa e do milionário marido paga cerca de R$ 80 milhões por ano de patrocínio e ela é apoiada não só pela maior torcida uniformizada da agremiação como pelo eterno cardeal Mustafá Contursi, presidente entre 1993 e 2005, sob cuja gestão o Palmeiras foi ao céu em 1999, ao ganhar a Libertadores, e ao inferno do rebaixamento em 2002. Contursi alega, e não prova, que deu a Leila Pereira um título de sócia em 1996, o que a habilitaria a votar e ser votada no clube, e que a anotação da concessão se perdeu na secretaria. Em fevereiro último, mandou uma carta na qual atesta a doação, está sob suspeita de falsidade ideológica e recebeu perplexo a notícia da impugnação da aliada, apesar de sua carta ter sido avalizada pelo diretor financeiro José Eduardo Luz Caliari, assinatura negada numa primeira conversa com a coluna e reticentemente confirmada em segunda entrevista. Tudo de que Galiotte não precisava em seus primeiros dias de poder, metido numa saia justa entre seu antecessor, a patrocinadora com quem se dá bem e de quem precisa, e o velho cartola Contursi, detentor de tamanha influência a ponto de Caliari assinar a matrícula de Pereira em fevereiro e virar conselheiro vitalício em março. Rebu armado, Nobre se limita a dizer que não se pronunciará para não tumultuar a vida do Palmeiras, embora tenha sido o estopim da confusão. Em tese, se Pereira votou em Galiotte sem ter o direito não só a eleição pode ser anulada como permite a suspeita de haver outros eleitores na mesma situação dela. Resumo da ópera? Precisar não precisava e tomara que não seja o prenúncio de tempos turbulentos num Palmeiras que de pacificado que estava pode virar uma fogueira de vaidades.
colunas
Os criadores e as criaturasFleury e Quércia romperam relações. Pitta e Maluf também. Pires e Matheus idem, no Corinthians. Luiz Antônio Fleury sucedeu Orestes Quércia no governo de São Paulo em 1991 e ambos romperam ao fim do governo da criatura criticado pelo criador. Celso Pitta fez o mesmo com Paulo Maluf depois que o sucedeu na prefeitura paulistana. No Corinthians, antes, em 1981, Waldemar Pires não aceitou a ingerência do antecessor de quem fora vice e mandou o então ex-presidente Vicente Matheus às favas. Apenas três exemplos de criaturas e criadores que se davam às mil maravilhas. Isso até que as criaturas chegaram ao poder e quiseram exercê-lo ao seu modo e não como queriam os criadores. A lista é interminável. Exceções são os casos nos quais as relações permaneceram intactas, pelo menos publicamente, como entre Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Tudo isso para tratar da sucessão no clube campeão do Brasileiro de 2016. Maurício Galiotte foi eleito com apoio do antecessor Paulo Nobre e como candidato único. Nem bem tomou posse e está instalada a primeira crise no alviverde, causada por Nobre que guardou um segredo por nove meses até impugnar, como seu último ato, a candidatura de Leila Pereira ao conselho do clube. Leila Pereira, dona da Crefisa, que patrocina a camisa alviverde e a quem Nobre chama de "Linda Mulher", tem planos de vir a ser presidenta palmeirense e, como Nobre, tem dinheiro para tanto. Sua empresa e do milionário marido paga cerca de R$ 80 milhões por ano de patrocínio e ela é apoiada não só pela maior torcida uniformizada da agremiação como pelo eterno cardeal Mustafá Contursi, presidente entre 1993 e 2005, sob cuja gestão o Palmeiras foi ao céu em 1999, ao ganhar a Libertadores, e ao inferno do rebaixamento em 2002. Contursi alega, e não prova, que deu a Leila Pereira um título de sócia em 1996, o que a habilitaria a votar e ser votada no clube, e que a anotação da concessão se perdeu na secretaria. Em fevereiro último, mandou uma carta na qual atesta a doação, está sob suspeita de falsidade ideológica e recebeu perplexo a notícia da impugnação da aliada, apesar de sua carta ter sido avalizada pelo diretor financeiro José Eduardo Luz Caliari, assinatura negada numa primeira conversa com a coluna e reticentemente confirmada em segunda entrevista. Tudo de que Galiotte não precisava em seus primeiros dias de poder, metido numa saia justa entre seu antecessor, a patrocinadora com quem se dá bem e de quem precisa, e o velho cartola Contursi, detentor de tamanha influência a ponto de Caliari assinar a matrícula de Pereira em fevereiro e virar conselheiro vitalício em março. Rebu armado, Nobre se limita a dizer que não se pronunciará para não tumultuar a vida do Palmeiras, embora tenha sido o estopim da confusão. Em tese, se Pereira votou em Galiotte sem ter o direito não só a eleição pode ser anulada como permite a suspeita de haver outros eleitores na mesma situação dela. Resumo da ópera? Precisar não precisava e tomara que não seja o prenúncio de tempos turbulentos num Palmeiras que de pacificado que estava pode virar uma fogueira de vaidades.
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Nem Dilma nem Temer
A presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu as condições de governar o país. É com pesar que este jornal chega a essa conclusão. Nunca é desejável interromper, ainda que por meios legais, um mandato presidencial obtido em eleição democrática. Depois de seu partido protagonizar os maiores escândalos de corrupção de que se tem notícia; depois de se reeleger à custa de clamoroso estelionato eleitoral; depois de seu governo provocar a pior recessão da história, Dilma colhe o que merece. Formou-se imensa maioria favorável a seu impeachment. As maiores manifestações políticas de que se tem registro no Brasil tomaram as ruas a exigir a remoção da presidente. Sempre oportunistas, as forças dominantes no Congresso ocupam o vazio deixado pelo colapso do governo. A administração foi posta a serviço de dois propósitos: barrar o impedimento, mediante desbragada compra de apoio parlamentar, e proteger o ex-presidente Lula e companheiros às voltas com problemas na Justiça. Mesmo que vença a batalha na Câmara, o que parece cada vez mais improvável, não se vislumbra como ela possa voltar a governar. Os fatores que levaram à falência de sua autoridade persistirão. Enquanto Dilma Rousseff permanecer no cargo, a nação seguirá crispada, paralisada. É forçoso reconhecer que a presidente constitui hoje o obstáculo à recuperação do país. Esta Folha continuará empenhando-se em publicar um resumo equilibrado dos fatos e um espectro plural de opiniões, mas passa a se incluir entre os que preferem a renúncia à deposição constitucional. Embora existam motivos para o impedimento, até porque a legislação estabelece farta gama de opções, nenhum deles é irrefutável. Não que faltem indícios de má conduta; falta, até agora, comprovação cabal. Pedaladas fiscais são razão questionável numa cultura orçamentária ainda permissiva. Mesmo desmoralizado, o PT tem respaldo de uma minoria expressiva; o impeachment tenderá a deixar um rastro de ressentimento. Já a renúncia traduziria, num gesto de desapego e realismo, a consciência da mandatária de que condições alheias à sua vontade a impedem de se desincumbir da missão. A mesma consciência deveria ter Michel Temer (PMDB), que tampouco dispõe de suficiente apoio na sociedade. Dada a gravidade excepcional desta crise, seria uma bênção que o poder retornasse logo ao povo a fim de que ele investisse alguém da legitimidade requerida para promover reformas estruturais e tirar o país da estagnação. O Tribunal Superior Eleitoral julgará as contas da chapa eleita em 2014 e poderá cassá-la. Seja por essa saída, seja pela renúncia dupla, a população seria convocada a participar de nova eleição presidencial, num prazo de 90 dias. Imprescindível, antes, que a Câmara dos Deputados ou o Supremo Tribunal Federal afaste de vez a nefasta figura de Eduardo Cunha –o próximo na linha de sucessão–, réu naquela corte e que jamais poderia dirigir o Brasil nesse intervalo. Dilma Rousseff deve renunciar já, para poupar o país do trauma do impeachment e superar tanto o impasse que o mantém atolado como a calamidade sem precedentes do atual governo. [email protected]
opiniao
Nem Dilma nem TemerA presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu as condições de governar o país. É com pesar que este jornal chega a essa conclusão. Nunca é desejável interromper, ainda que por meios legais, um mandato presidencial obtido em eleição democrática. Depois de seu partido protagonizar os maiores escândalos de corrupção de que se tem notícia; depois de se reeleger à custa de clamoroso estelionato eleitoral; depois de seu governo provocar a pior recessão da história, Dilma colhe o que merece. Formou-se imensa maioria favorável a seu impeachment. As maiores manifestações políticas de que se tem registro no Brasil tomaram as ruas a exigir a remoção da presidente. Sempre oportunistas, as forças dominantes no Congresso ocupam o vazio deixado pelo colapso do governo. A administração foi posta a serviço de dois propósitos: barrar o impedimento, mediante desbragada compra de apoio parlamentar, e proteger o ex-presidente Lula e companheiros às voltas com problemas na Justiça. Mesmo que vença a batalha na Câmara, o que parece cada vez mais improvável, não se vislumbra como ela possa voltar a governar. Os fatores que levaram à falência de sua autoridade persistirão. Enquanto Dilma Rousseff permanecer no cargo, a nação seguirá crispada, paralisada. É forçoso reconhecer que a presidente constitui hoje o obstáculo à recuperação do país. Esta Folha continuará empenhando-se em publicar um resumo equilibrado dos fatos e um espectro plural de opiniões, mas passa a se incluir entre os que preferem a renúncia à deposição constitucional. Embora existam motivos para o impedimento, até porque a legislação estabelece farta gama de opções, nenhum deles é irrefutável. Não que faltem indícios de má conduta; falta, até agora, comprovação cabal. Pedaladas fiscais são razão questionável numa cultura orçamentária ainda permissiva. Mesmo desmoralizado, o PT tem respaldo de uma minoria expressiva; o impeachment tenderá a deixar um rastro de ressentimento. Já a renúncia traduziria, num gesto de desapego e realismo, a consciência da mandatária de que condições alheias à sua vontade a impedem de se desincumbir da missão. A mesma consciência deveria ter Michel Temer (PMDB), que tampouco dispõe de suficiente apoio na sociedade. Dada a gravidade excepcional desta crise, seria uma bênção que o poder retornasse logo ao povo a fim de que ele investisse alguém da legitimidade requerida para promover reformas estruturais e tirar o país da estagnação. O Tribunal Superior Eleitoral julgará as contas da chapa eleita em 2014 e poderá cassá-la. Seja por essa saída, seja pela renúncia dupla, a população seria convocada a participar de nova eleição presidencial, num prazo de 90 dias. Imprescindível, antes, que a Câmara dos Deputados ou o Supremo Tribunal Federal afaste de vez a nefasta figura de Eduardo Cunha –o próximo na linha de sucessão–, réu naquela corte e que jamais poderia dirigir o Brasil nesse intervalo. Dilma Rousseff deve renunciar já, para poupar o país do trauma do impeachment e superar tanto o impasse que o mantém atolado como a calamidade sem precedentes do atual governo. [email protected]
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O fim da música
Em todos os momentos em que teve desenvolvimento econômico, o Brasil soube acompanhá-lo de explosão criativa em sua produção cultural, menos agora. No interior de tais explosões, a música costumava desempenhar um papel de alta relevância. A ideologia cultural nacional sempre foi, em larga medida, uma ideologia musical. Ela aplicava assim, em pleno século 20, essa estratégia política da formação dos Estados-nação no século 19, que consistia em utilizar a música para a construção das "nacionalidades". Como tivemos de esperar até 1930 para começar a deixar de sermos um mero clube associativo de donos de fazendas para sermos algo mais próximo de um país, foi a partir daí que a música brasileira passou à linha de frente do debate cultural. A construção nacional de Villa-Lobos e das pesquisas musicais de Mário de Andrade são exemplos paradigmáticos nesse sentido. Na Europa do século 19, a junção entre Estado, nação e povo se fez, entre outros meios, pela elevação da música à linguagem de construção do espaço social e de reconciliação das populações como unidade. Criou-se o folclore, instrumentos típicos, particularidades que, muitas vezes, eram apenas variações estruturais de constantes globais. Assim, a narrativa do povo que encontra seu solo e os afetos que o singularizam vinha sob a forma do canto, deste mesmo canto que, já dizia Rousseau, era a forma da primeira linguagem que nos deixaria mais próximos da origem e da autenticidade. Que tenhamos apreendido cirurgicamente a nos orgulhar da música brasileira como expressão maior da espontaneidade bruta de nossos sentimentos e modos de pensar, como modelo de convivência possível entre camadas sociais distintas e distantes (afinal, quando o samba fala alto tudo se mistura), é algo que não deveríamos estranhar. Como vários outros, este país foi construído a ferro, fogo e música. No entanto, toda operação de ideologia cultural sempre produz mais do que consegue controlar. Essa alta importância da música acabou por produzir um sobreinvestimento. Mesmo que a música brasileira tenha se reduzido, em larga medida, aos limites da canção (a forma musical por excelência de consolidação de laços sociais devido a sua estereotipia formal e de fácil recognição), é inegável que o Brasil, como alguns poucos outros países, soube extrair genialidade de tais limites. Que, nos anos 1970 e 1980, músicos populares tenham se transformado em expoentes maiores da consciência crítica nacional, trazendo para a esfera da alta circulação cultural aquilo que tinha a capacidade de complexificar nossa imagem de país, de sociedade e de afetos, apenas demonstra como toda construção de um solo e de um território acaba por ter de lidar com o que procura nos levar para além de tal território. O desenvolvimento econômico parecia levar a uma explosão cultural que tendia a complexificar as imagens produzidas por nossa ideologia cultural. Mas algo de peculiar ocorre a partir dos anos 1990, chegando a seu ápice neste último decênio. A partir de certo momento, impera o movimento que vai do É o Tchan, da era FHC, ao funk e sertanejo universitário do lulismo. A despeito de experiências musicais inovadoras nestas últimas décadas, é certo que elas conseguiram ser deslocadas para as margens, deixando o centro da circulação completamente tomado por uma produção que louva a simplicidade formal, a estereotipia dos afetos, a segurança do já visto, isso quando não é a pura louvação da inserção social conformada e conformista. A música brasileira foi paulatinamente perdendo sua relevância, para se transformar apenas na trilha de fundo da literalização de nossos horizontes. Ultimamente, todas as vezes que se levanta a regressão da qual a música brasileira é objeto se é acusado de elitista. Afinal, tais músicas teriam vindo dos estratos mais pobres da população brasileira. O que se chora seria, na verdade, o fim da dominância cultural da classe média urbana e o advento das classes populares e das classes do "Brasil profundo". Como se fosse o caso de aplicar um esquema tosco de luta de classes ao campo da cultura. Para esses que escondem sua covardia crítica por meio de tal exercício, lembraria da necessidade de desconstruir a farsa de um "popular" que não traz problema algum para o dominante. Lembraria de como não há arte proletária, cultura proletária, religião proletária, moral proletária, Estado proletário, pois, como dizia Marx, os proletários são aqueles que não têm religião, Estado, moral (e acrescentaria música, cultura). Por isso, eles são a indicação do que ainda não tem forma nem imagem. Sendo assim, em vez de aplicar esquemas sociológicos primários, melhor seria ouvirmos de fato o que se produz e nos perguntarmos por que chegamos a esse ponto.
colunas
O fim da músicaEm todos os momentos em que teve desenvolvimento econômico, o Brasil soube acompanhá-lo de explosão criativa em sua produção cultural, menos agora. No interior de tais explosões, a música costumava desempenhar um papel de alta relevância. A ideologia cultural nacional sempre foi, em larga medida, uma ideologia musical. Ela aplicava assim, em pleno século 20, essa estratégia política da formação dos Estados-nação no século 19, que consistia em utilizar a música para a construção das "nacionalidades". Como tivemos de esperar até 1930 para começar a deixar de sermos um mero clube associativo de donos de fazendas para sermos algo mais próximo de um país, foi a partir daí que a música brasileira passou à linha de frente do debate cultural. A construção nacional de Villa-Lobos e das pesquisas musicais de Mário de Andrade são exemplos paradigmáticos nesse sentido. Na Europa do século 19, a junção entre Estado, nação e povo se fez, entre outros meios, pela elevação da música à linguagem de construção do espaço social e de reconciliação das populações como unidade. Criou-se o folclore, instrumentos típicos, particularidades que, muitas vezes, eram apenas variações estruturais de constantes globais. Assim, a narrativa do povo que encontra seu solo e os afetos que o singularizam vinha sob a forma do canto, deste mesmo canto que, já dizia Rousseau, era a forma da primeira linguagem que nos deixaria mais próximos da origem e da autenticidade. Que tenhamos apreendido cirurgicamente a nos orgulhar da música brasileira como expressão maior da espontaneidade bruta de nossos sentimentos e modos de pensar, como modelo de convivência possível entre camadas sociais distintas e distantes (afinal, quando o samba fala alto tudo se mistura), é algo que não deveríamos estranhar. Como vários outros, este país foi construído a ferro, fogo e música. No entanto, toda operação de ideologia cultural sempre produz mais do que consegue controlar. Essa alta importância da música acabou por produzir um sobreinvestimento. Mesmo que a música brasileira tenha se reduzido, em larga medida, aos limites da canção (a forma musical por excelência de consolidação de laços sociais devido a sua estereotipia formal e de fácil recognição), é inegável que o Brasil, como alguns poucos outros países, soube extrair genialidade de tais limites. Que, nos anos 1970 e 1980, músicos populares tenham se transformado em expoentes maiores da consciência crítica nacional, trazendo para a esfera da alta circulação cultural aquilo que tinha a capacidade de complexificar nossa imagem de país, de sociedade e de afetos, apenas demonstra como toda construção de um solo e de um território acaba por ter de lidar com o que procura nos levar para além de tal território. O desenvolvimento econômico parecia levar a uma explosão cultural que tendia a complexificar as imagens produzidas por nossa ideologia cultural. Mas algo de peculiar ocorre a partir dos anos 1990, chegando a seu ápice neste último decênio. A partir de certo momento, impera o movimento que vai do É o Tchan, da era FHC, ao funk e sertanejo universitário do lulismo. A despeito de experiências musicais inovadoras nestas últimas décadas, é certo que elas conseguiram ser deslocadas para as margens, deixando o centro da circulação completamente tomado por uma produção que louva a simplicidade formal, a estereotipia dos afetos, a segurança do já visto, isso quando não é a pura louvação da inserção social conformada e conformista. A música brasileira foi paulatinamente perdendo sua relevância, para se transformar apenas na trilha de fundo da literalização de nossos horizontes. Ultimamente, todas as vezes que se levanta a regressão da qual a música brasileira é objeto se é acusado de elitista. Afinal, tais músicas teriam vindo dos estratos mais pobres da população brasileira. O que se chora seria, na verdade, o fim da dominância cultural da classe média urbana e o advento das classes populares e das classes do "Brasil profundo". Como se fosse o caso de aplicar um esquema tosco de luta de classes ao campo da cultura. Para esses que escondem sua covardia crítica por meio de tal exercício, lembraria da necessidade de desconstruir a farsa de um "popular" que não traz problema algum para o dominante. Lembraria de como não há arte proletária, cultura proletária, religião proletária, moral proletária, Estado proletário, pois, como dizia Marx, os proletários são aqueles que não têm religião, Estado, moral (e acrescentaria música, cultura). Por isso, eles são a indicação do que ainda não tem forma nem imagem. Sendo assim, em vez de aplicar esquemas sociológicos primários, melhor seria ouvirmos de fato o que se produz e nos perguntarmos por que chegamos a esse ponto.
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Nova imobiliária on-line dispensa papelada e fiador
DE SÃO PAULO Criada por três sócios em agosto, a plataforma de aluguel de imóveis Lokkan oferece seguro-fiança grátis para seus clientes -o que, na prática, acaba com a necessidade de ter um fiador. "A pessoa só precisa ter o cadastro aprovado para receber o benefício", diz Edison Ferreira, 30, sócio da empresa. A análise de crédito é feita pela Porto Seguro. Com passagem por outras companhias do setor, o empresário abriu a start-up ao perceber que as imobiliárias estavam paradas no tempo e não aproveitavam as facilidades tecnológicas. No site da Lokkan, o dono de um imóvel pode fazer ele mesmo o anúncio da propriedade e quem quer alugar consegue marcar a visita on-line. O contrato pode ser assinado digitalmente, e os locatários ganham R$ 1.200 anuais para reparos. Com 300 imóveis cadastrados, a Lokkan fica com o primeiro aluguel, além de cobrar uma taxa mensal de administração de 8%.
sobretudo
Nova imobiliária on-line dispensa papelada e fiador DE SÃO PAULO Criada por três sócios em agosto, a plataforma de aluguel de imóveis Lokkan oferece seguro-fiança grátis para seus clientes -o que, na prática, acaba com a necessidade de ter um fiador. "A pessoa só precisa ter o cadastro aprovado para receber o benefício", diz Edison Ferreira, 30, sócio da empresa. A análise de crédito é feita pela Porto Seguro. Com passagem por outras companhias do setor, o empresário abriu a start-up ao perceber que as imobiliárias estavam paradas no tempo e não aproveitavam as facilidades tecnológicas. No site da Lokkan, o dono de um imóvel pode fazer ele mesmo o anúncio da propriedade e quem quer alugar consegue marcar a visita on-line. O contrato pode ser assinado digitalmente, e os locatários ganham R$ 1.200 anuais para reparos. Com 300 imóveis cadastrados, a Lokkan fica com o primeiro aluguel, além de cobrar uma taxa mensal de administração de 8%.
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Mulheres aderem ao botox antes dos 30 para tirar 'ruguinhas'
Linhas de expressão ao lado do olho, na testa ou no cantinho da boca já são usualmente tratados nos consultórios dermatológicos com toxina botulínica, popularmente conhecida como botox, há bastante tempo. Mas pacientes jovens, com idades entre 25 e 30 anos e que ainda não têm rugas profundas, estão aplicando a toxina. É o caso da empresária Daniella Padovan, 26. Ela conta que começou a reparar em fotos que a testa não estava mais tão lisinha quanto antes. "Mas não tinha me incomodado até começarem a comentar comigo. Daí eu pensei: nossa, 26 anos e já com ruga não dá". Ela tentou amenizar o problema com cremes. Como não estava satisfeita com o resultado, testou a toxina. "Quando você acaba de fazer, depois que passa o inchaço, a pele fica bem lisinha. Minha testa não franze mais. Achei que fiquei com cara de descansada", afirma. A analista de relações internacionais Natalia Cordone, 29, também estava preocupada com marcas no rosto. Vendo suas próprias fotos, percebeu que tinha linhas na testa. "Eu nem percebia, mas as pessoas comentavam que eu franzia muito a testa. Aí foi ficando marcada." Segundo a dermatologista Valeria Campos, a toxina pode ser aplicada até de forma preventiva, mas é preciso ter cautela. "A pele começa a envelhecer aos 25 anos. A partir dessa idade, quando você tira uma foto e percebe alguma ruguinha ali na região dos olhos, na testa, e está incomodada, pode aplicar", afirma. "Mas uma paciente mexeu tanto no supercílio, a sobrancelha dela ficou tão levantada, que o filho dela de quatro anos ficou com assustado quando viu." O dermatologista do Hospital Sírio-Libanês Reinaldo Tovo lembra, por outro lado, que a aplicação é temporária –seu efeito é de até seis meses. Cada uma custa cerca de R$ 1.500. "Mas eu acho que quem é nova e não tem rugas fortes não deve fazer. Existem outras formas me tratar o problema, como filtros solares." Infográfico: Botox preventivo RELAXAMENTO A toxina botulínica, produzida pela bactéria Clostridium botulinum, ao ser aplicada no corpo age na região entre o nervo que libera estímulos responsáveis pela movimentação dos músculos. Ele diminui a liberação da acetilcolina, um neurotransmissor responsável pelas contrações musculares. O estímulo de contração para, e o resultado é o relaxamento do músculo, que não se contrai mais –assim como a pele que está por cima desse músculo. "Costumo dizer que a toxina funciona como um cabide para a roupa. Assim como o cabide evita que a roupa fique amassada, a toxina, por impedir a contração do músculo, deixa a pele esticadinha e assim vinca menos", diz Valeria. Gabriel Gontijo, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, diz que a questão da idade ideal para a realização do procedimento é relativa porque a idade da pele nem sempre é compatível com a idade cronológica. "Os hábitos influenciam bastante. Exposição ao sol e fumo são fatores que contribuem para o envelhecimento da pele", diz ele. "Não sou contra prevenir, mas me preocupo com o exagero. Percebo que nossos valores estão centrados na vaidade, as pessoas estão com pavor de envelhecer. Não é por aí. Se alguém muito novo, com 20 anos, me procura para fazer, eu digo para voltar daqui a uns 20 anos."
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Mulheres aderem ao botox antes dos 30 para tirar 'ruguinhas'Linhas de expressão ao lado do olho, na testa ou no cantinho da boca já são usualmente tratados nos consultórios dermatológicos com toxina botulínica, popularmente conhecida como botox, há bastante tempo. Mas pacientes jovens, com idades entre 25 e 30 anos e que ainda não têm rugas profundas, estão aplicando a toxina. É o caso da empresária Daniella Padovan, 26. Ela conta que começou a reparar em fotos que a testa não estava mais tão lisinha quanto antes. "Mas não tinha me incomodado até começarem a comentar comigo. Daí eu pensei: nossa, 26 anos e já com ruga não dá". Ela tentou amenizar o problema com cremes. Como não estava satisfeita com o resultado, testou a toxina. "Quando você acaba de fazer, depois que passa o inchaço, a pele fica bem lisinha. Minha testa não franze mais. Achei que fiquei com cara de descansada", afirma. A analista de relações internacionais Natalia Cordone, 29, também estava preocupada com marcas no rosto. Vendo suas próprias fotos, percebeu que tinha linhas na testa. "Eu nem percebia, mas as pessoas comentavam que eu franzia muito a testa. Aí foi ficando marcada." Segundo a dermatologista Valeria Campos, a toxina pode ser aplicada até de forma preventiva, mas é preciso ter cautela. "A pele começa a envelhecer aos 25 anos. A partir dessa idade, quando você tira uma foto e percebe alguma ruguinha ali na região dos olhos, na testa, e está incomodada, pode aplicar", afirma. "Mas uma paciente mexeu tanto no supercílio, a sobrancelha dela ficou tão levantada, que o filho dela de quatro anos ficou com assustado quando viu." O dermatologista do Hospital Sírio-Libanês Reinaldo Tovo lembra, por outro lado, que a aplicação é temporária –seu efeito é de até seis meses. Cada uma custa cerca de R$ 1.500. "Mas eu acho que quem é nova e não tem rugas fortes não deve fazer. Existem outras formas me tratar o problema, como filtros solares." Infográfico: Botox preventivo RELAXAMENTO A toxina botulínica, produzida pela bactéria Clostridium botulinum, ao ser aplicada no corpo age na região entre o nervo que libera estímulos responsáveis pela movimentação dos músculos. Ele diminui a liberação da acetilcolina, um neurotransmissor responsável pelas contrações musculares. O estímulo de contração para, e o resultado é o relaxamento do músculo, que não se contrai mais –assim como a pele que está por cima desse músculo. "Costumo dizer que a toxina funciona como um cabide para a roupa. Assim como o cabide evita que a roupa fique amassada, a toxina, por impedir a contração do músculo, deixa a pele esticadinha e assim vinca menos", diz Valeria. Gabriel Gontijo, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, diz que a questão da idade ideal para a realização do procedimento é relativa porque a idade da pele nem sempre é compatível com a idade cronológica. "Os hábitos influenciam bastante. Exposição ao sol e fumo são fatores que contribuem para o envelhecimento da pele", diz ele. "Não sou contra prevenir, mas me preocupo com o exagero. Percebo que nossos valores estão centrados na vaidade, as pessoas estão com pavor de envelhecer. Não é por aí. Se alguém muito novo, com 20 anos, me procura para fazer, eu digo para voltar daqui a uns 20 anos."
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Limite mínimo para transferência bancária por TED cai para R$ 500
O valor mínimo permitido para transferências bancárias por meio de TED (Transferência Eletrônica Disponível) diminuiu de R$ 750 para R$ 500. A diferença entre a TED e outros tipos de movimentação financeira é que a compensação do crédito é feita no mesmo dia, mesmo quando a transação ocorre entre bancos diferentes. Em outras modalidades, como o cheque ou o DOC (Documento de Crédito), é necessário aguardar pelo menos um dia para o dinheiro ser transferido. A compensação do DOC é semelhante à de um cheque, feita à noite pelos bancos e pode ser devolvida caso o cliente não tenha fundos ou forneça informações incorretas na operação. Já a TED é aceita apenas quando o cliente tem recursos disponíveis e as informações estão todas corretas. Em junho de 2014, reportagem da Folha apontava que os bancos pretendiam praticamente extinguir o DOC até o fim de 2015. Em tese, o DOC continuará existindo depois de 2015, mas perderá a função de transferência de pequenos valores. Criada em 2002, a TED estava limitada a operações de pelo menos R$ 5 milhões. O limite foi reduzido para R$ 5.000 em 2003, R$ 3.000 em 2010, R$ 2.000 em 2012, R$ 1.000 em 2013 e R$ 750 no ano passado. Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), as instituições financeiras estão trabalhando para que haja outra redução de limite neste ano. Com a TED, basta ao cliente acessar a página do banco na internet ou outros canais eletrônicos de autoatendimento para efetuar a transferência. A tarifa da TED varia conforme a política comercial de cada banco. De acordo com a Febraban, tem crescido a preferência dos clientes por transferências eletrônicas. Em 2009, as operações TED e DOC representavam 28% do volume de transações. Em 2013, 46%. Com Agência Brasil
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Limite mínimo para transferência bancária por TED cai para R$ 500O valor mínimo permitido para transferências bancárias por meio de TED (Transferência Eletrônica Disponível) diminuiu de R$ 750 para R$ 500. A diferença entre a TED e outros tipos de movimentação financeira é que a compensação do crédito é feita no mesmo dia, mesmo quando a transação ocorre entre bancos diferentes. Em outras modalidades, como o cheque ou o DOC (Documento de Crédito), é necessário aguardar pelo menos um dia para o dinheiro ser transferido. A compensação do DOC é semelhante à de um cheque, feita à noite pelos bancos e pode ser devolvida caso o cliente não tenha fundos ou forneça informações incorretas na operação. Já a TED é aceita apenas quando o cliente tem recursos disponíveis e as informações estão todas corretas. Em junho de 2014, reportagem da Folha apontava que os bancos pretendiam praticamente extinguir o DOC até o fim de 2015. Em tese, o DOC continuará existindo depois de 2015, mas perderá a função de transferência de pequenos valores. Criada em 2002, a TED estava limitada a operações de pelo menos R$ 5 milhões. O limite foi reduzido para R$ 5.000 em 2003, R$ 3.000 em 2010, R$ 2.000 em 2012, R$ 1.000 em 2013 e R$ 750 no ano passado. Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), as instituições financeiras estão trabalhando para que haja outra redução de limite neste ano. Com a TED, basta ao cliente acessar a página do banco na internet ou outros canais eletrônicos de autoatendimento para efetuar a transferência. A tarifa da TED varia conforme a política comercial de cada banco. De acordo com a Febraban, tem crescido a preferência dos clientes por transferências eletrônicas. Em 2009, as operações TED e DOC representavam 28% do volume de transações. Em 2013, 46%. Com Agência Brasil
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Corte maior no orçamento de 2016 'é realidade', diz ministro da Educação
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, já trabalha com um cenário de "corte maior" no orçamento de sua pasta para 2016 e afirma estar buscando "soluções eficazes com pouco custo" para administrar "com inteligência" em meio à crise econômica. "No ano que vem, infelizmente, estamos contando que vai haver um corte maior. Agora, isso é uma realidade. Vocês todos (jornalistas) noticiam que há uma crise econômica no Brasil. Isso é público e notório", afirmou Janine Ribeiro, após palestra que abriu o segundo dia do seminário internacional "Caminho para a qualidade da educação pública: Gestão Escolar", promovido pelo Instituto Unibanco e correalizado pela Folha, em São Paulo. Conforme revelado pela Folha nesta quinta-feira (3), diante da previsão de deficit no Orçamento de 2016 enviado ao Congresso, o Palácio do Planalto decidiu congelar a oferta de novas bolsas no programa Ciência sem Fronteiras, uma das bandeiras do governo Dilma na área. O ministro da Educação disse apenas que ainda analisa o Orçamento de 2016. Em 2015, a Educação já foi uma das áreas mais atingidas pelo corte orçamentário, tanto em números absolutos quanto proporcionalmente: R$ 9,4 bilhões dos R$ 48,8 bilhões (19%) foram cortados do orçamento aprovado deste ano para o MEC. "O que nós estamos tentando fazer é, em um ambiente de crise, procurar gestar o máximo de soluções efetivas e eficazes com pouco custo." Como exemplo, o ministro da Educação citou projeto da pasta para abrir novas creches no Brasil. Em vez de abrir em prédios novos unidades de educação infantil, etapa em que há deficit de vagas, o MEC planeja abrir salas de aula em prédios educacionais já existentes. "Seria uma sala adicional em uma escola existente. É um programa mais barato. Então, estamos procurando administrar uma situação de crise com inteligência e com foco no resultado que seja o aluno aprender", afirmou Janine Ribeiro. Sobre o congelamento das bolsas do programa Ciência Sem Fronteiras, o ministro emitiu apenas um breve comentário fazendo referência ao debate sobre a Lei Orçamentária de 2016 que vai se iniciar no Congresso. "O orçamento ainda não está definido e será discutido no Congresso", afirmou. "Tudo o que a gente puder fazer a gente vai fazer." ENSINO MÉDIO Na sua conferência, cujo tema foi "Ética e qualidade da gestão pública", Renato Janine Ribeiro afirmou que o excesso de disciplinas no ensino médio provoca problemas de logística e aprendizado, sugerindo uma articulação entre áreas do conhecimento fomentada pela escola. "Há especialistas que defendem a redução do número de disciplinas no ensino médio, mas não adianta reduzir, por exemplo, de 13 para nove se as disciplinas representarem nove formas desarticuladas de ver o mundo", afirmou o ministro. Janine criticou propostas para que o governo federal assuma a responsabilidade pela educação básica, um projeto que seria "burocrático, centralizador, autoritário e ineficiente". De acordo com o ministro, o Poder Executivo deve cooperar com Estados e municípios e há várias iniciativas do MEC sendo desenvolvidas nessa direção, como a criação de uma certificação federal voltada a diretores de escola, anunciada ontem pelo secretário de educação básica do MEC Manuel Palácios. Em sua fala, Janine fez também referência ao bom desempenho dos alunos brasileiros na última edição do World Skills, a maior competição de educação profissional do mundo. Com apenas 10% dos alunos do ensino superior na formação técnica, o país ficou em primeiro lugar, à frente de países como Alemanha e Finlândia, onde esse índice gira em torno de 50%. Para Janine Ribeiro, a grande ambição do país é promover a igualdade de oportunidades para o ensino. "Isso é incontestável em países de primeiro mundo, mas aqui fala-se de comunismo sem saber o que esse termo significa. Trata-se simplesmente de um dever ético." Com a universalização da educação básica, um dos desafios principais agora, segundo o ministro, é melhorar a qualidade do ensino. "E isso passa pela melhora da gestão escolar e pela valorização dos professores; o equívoco é achar que uma se sobrepõe à outra ou que elas se excluem mutuamente", disse.
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Corte maior no orçamento de 2016 'é realidade', diz ministro da EducaçãoO ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, já trabalha com um cenário de "corte maior" no orçamento de sua pasta para 2016 e afirma estar buscando "soluções eficazes com pouco custo" para administrar "com inteligência" em meio à crise econômica. "No ano que vem, infelizmente, estamos contando que vai haver um corte maior. Agora, isso é uma realidade. Vocês todos (jornalistas) noticiam que há uma crise econômica no Brasil. Isso é público e notório", afirmou Janine Ribeiro, após palestra que abriu o segundo dia do seminário internacional "Caminho para a qualidade da educação pública: Gestão Escolar", promovido pelo Instituto Unibanco e correalizado pela Folha, em São Paulo. Conforme revelado pela Folha nesta quinta-feira (3), diante da previsão de deficit no Orçamento de 2016 enviado ao Congresso, o Palácio do Planalto decidiu congelar a oferta de novas bolsas no programa Ciência sem Fronteiras, uma das bandeiras do governo Dilma na área. O ministro da Educação disse apenas que ainda analisa o Orçamento de 2016. Em 2015, a Educação já foi uma das áreas mais atingidas pelo corte orçamentário, tanto em números absolutos quanto proporcionalmente: R$ 9,4 bilhões dos R$ 48,8 bilhões (19%) foram cortados do orçamento aprovado deste ano para o MEC. "O que nós estamos tentando fazer é, em um ambiente de crise, procurar gestar o máximo de soluções efetivas e eficazes com pouco custo." Como exemplo, o ministro da Educação citou projeto da pasta para abrir novas creches no Brasil. Em vez de abrir em prédios novos unidades de educação infantil, etapa em que há deficit de vagas, o MEC planeja abrir salas de aula em prédios educacionais já existentes. "Seria uma sala adicional em uma escola existente. É um programa mais barato. Então, estamos procurando administrar uma situação de crise com inteligência e com foco no resultado que seja o aluno aprender", afirmou Janine Ribeiro. Sobre o congelamento das bolsas do programa Ciência Sem Fronteiras, o ministro emitiu apenas um breve comentário fazendo referência ao debate sobre a Lei Orçamentária de 2016 que vai se iniciar no Congresso. "O orçamento ainda não está definido e será discutido no Congresso", afirmou. "Tudo o que a gente puder fazer a gente vai fazer." ENSINO MÉDIO Na sua conferência, cujo tema foi "Ética e qualidade da gestão pública", Renato Janine Ribeiro afirmou que o excesso de disciplinas no ensino médio provoca problemas de logística e aprendizado, sugerindo uma articulação entre áreas do conhecimento fomentada pela escola. "Há especialistas que defendem a redução do número de disciplinas no ensino médio, mas não adianta reduzir, por exemplo, de 13 para nove se as disciplinas representarem nove formas desarticuladas de ver o mundo", afirmou o ministro. Janine criticou propostas para que o governo federal assuma a responsabilidade pela educação básica, um projeto que seria "burocrático, centralizador, autoritário e ineficiente". De acordo com o ministro, o Poder Executivo deve cooperar com Estados e municípios e há várias iniciativas do MEC sendo desenvolvidas nessa direção, como a criação de uma certificação federal voltada a diretores de escola, anunciada ontem pelo secretário de educação básica do MEC Manuel Palácios. Em sua fala, Janine fez também referência ao bom desempenho dos alunos brasileiros na última edição do World Skills, a maior competição de educação profissional do mundo. Com apenas 10% dos alunos do ensino superior na formação técnica, o país ficou em primeiro lugar, à frente de países como Alemanha e Finlândia, onde esse índice gira em torno de 50%. Para Janine Ribeiro, a grande ambição do país é promover a igualdade de oportunidades para o ensino. "Isso é incontestável em países de primeiro mundo, mas aqui fala-se de comunismo sem saber o que esse termo significa. Trata-se simplesmente de um dever ético." Com a universalização da educação básica, um dos desafios principais agora, segundo o ministro, é melhorar a qualidade do ensino. "E isso passa pela melhora da gestão escolar e pela valorização dos professores; o equívoco é achar que uma se sobrepõe à outra ou que elas se excluem mutuamente", disse.
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Emojis podem ser usados para substituir senhas de banco
Uma companhia de tecnologia britânica lançou uma tecnologia que permite fazer senhas de banco com emojis (aquelas figurinhas divertidas usadas em aplicativos como o WhatsApp). Em vez de números e letras, o consumidor poderá acessar suas contas usando as imagens. Segundo a Intelligen Enviroments, que desenvolveu a tecnologia, o método é mais seguro matematicamente do que o uso de números. São 44 emojis disponíveis, possibilitando 480 mais combinações para uma senha de quatro caracteres. A nova técnica foi criada em resposta a uma pesquisa feita com 1.300 pessoas no Reino Unido. O resultado apontava que quase um terço dessas pessoas já haviam esquecido suas senhas antes e que uma em quatro usava a mesma combinação para todos cartões. vídeo emojis De acordo com seu site, a empresa está em fase de discussão com bancos que estão considerando disponibilizar a senha nos próximos 12 meses. A senha com emojis já foi integrada no aplicativo de banco para Android da Intelligent Environments.
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Emojis podem ser usados para substituir senhas de bancoUma companhia de tecnologia britânica lançou uma tecnologia que permite fazer senhas de banco com emojis (aquelas figurinhas divertidas usadas em aplicativos como o WhatsApp). Em vez de números e letras, o consumidor poderá acessar suas contas usando as imagens. Segundo a Intelligen Enviroments, que desenvolveu a tecnologia, o método é mais seguro matematicamente do que o uso de números. São 44 emojis disponíveis, possibilitando 480 mais combinações para uma senha de quatro caracteres. A nova técnica foi criada em resposta a uma pesquisa feita com 1.300 pessoas no Reino Unido. O resultado apontava que quase um terço dessas pessoas já haviam esquecido suas senhas antes e que uma em quatro usava a mesma combinação para todos cartões. vídeo emojis De acordo com seu site, a empresa está em fase de discussão com bancos que estão considerando disponibilizar a senha nos próximos 12 meses. A senha com emojis já foi integrada no aplicativo de banco para Android da Intelligent Environments.
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Caixa com quatro CDs traz gravações inéditas do jazzista Miles Davis
Uma surpresa para os apreciadores do jazz, que viram os lançamentos desse gênero musical desaparecerem do mercado brasileiro na última década: a caixa "Miles Davis at Newport" traz quase quatro horas de gravações inéditas do trompetista norte-americano que marcou a música do século 20 com seu espírito de transformação constante. Quarto volume de uma série de registros ao vivo desse artista, que vêm sendo lançados nos EUA desde 2011, a caixa reúne em quatro CDs as apresentações de Miles no Newport Jazz Festival, entre 1955 e 1975. Esse pioneiro evento, criado em 1954 pelo produtor e pianista George Wein, na costa leste norte-americana, serviu de modelo para outros festivais de jazz pelo mundo. Foi de Wein a ideia de promover, já no segundo ano de seu festival, uma apresentação de Miles com o pianista Thelonious Monk e os saxofonistas Gerry Mulligan e Zoot Sims. Como a sonorização de concertos ao ar livre ainda era precária na época, Miles fez algo incomum ao tocar a melancólica "Round Midnight" (de Monk): encostou a campana do trompete no microfone, para que o som fosse reproduzido de maneira mais clara. No extenso texto que escreveu para o livreto incluído na caixa, o jornalista Ashley Kahn (autor de um ótimo livro sobre "Kind of Blue", o disco mais cultuado de Miles) observa que a repercussão dessa performance do trompetista estimulou a gravadora Columbia a contratá-lo. Por meio dessa parceria, que durou três décadas, Miles veio a gravar seus melhores álbuns. Ao retornar a Newport, em 1958, ele já liderava um dos sextetos mais admirados pelos fãs do gênero, com John Coltrane e Cannonball Adderley (saxofones), Bill Evans (piano), Paul Chambers (contrabaixo) e Jimmy Cobb (bateria). Oito meses antes de gravar com esse mesmo grupo a obra-prima "Kind of Blue", Miles ainda trazia no repertório pérolas de sua fase "hard bop", como a sedutora valsa-jazz "Fran-Dance", de sua autoria, ou o nervoso tema "Two Bass Hit" (Lewis e Gillespie). Nos anos 1960, ele voltou três vezes a Newport. Em 1966 e 1967, tinha a seu lado o sensacional quinteto com Wayne Shorter (sax tenor), Herbie Hancock (piano), Ron Carter (contrabaixo) e Tony Williams (bateria), que deixou parte da plateia perplexa. Duas diferentes versões de "Gingerbread Boy" (Jimmy Heath) revelam como Miles e parceiros caminhavam para um jazz mais experimental, numa época em que o mundo parecia prestes a explodir em conflitos e revoluções. "Aquele grupo não estava à frente de seu tempo. Eles eram o tempo", comenta Wein, no texto do encarte. Já em 1969, outra transformação: Miles exibia sua nova banda com Chick Corea (piano elétrico), Dave Holland (baixo) e Jack DeJohnette (bateria), mostrando em faixas como "Miles Runs the Voodoo Down" e "It's About That Time" seu interesse em se aproximar do universo do rock e da black music. Para os felizardos que presenciaram as apresentações de Miles no Brasil, em 1974, um concerto produzido meses depois por Wein, em Berlim (também incluído na caixa), pode trazer lembranças. Ao lado de Dave Liebman (sax soprano), Pete Cosey (guitarra) e Michael Henderson (baixo), entre outros, Miles já tinha mergulhado no funk e no rock. As faixas "Turnaroundphrase" e "Tune in 5" revelam um grau de eletrificação e distorções jamais ouvidas antes nos círculos do jazz. Não à toa os paulistanos cinquentões e sessentões que foram ouvir Miles no Theatro Municipal, naquela época, saíram no meio do concerto. Miles Davis at Newport 1955-1975 QUANTO: R$ 130 (4 CDS) AUTOR: MILES DAVIS GRAVADORA: COLUMBIA/SONY
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Caixa com quatro CDs traz gravações inéditas do jazzista Miles DavisUma surpresa para os apreciadores do jazz, que viram os lançamentos desse gênero musical desaparecerem do mercado brasileiro na última década: a caixa "Miles Davis at Newport" traz quase quatro horas de gravações inéditas do trompetista norte-americano que marcou a música do século 20 com seu espírito de transformação constante. Quarto volume de uma série de registros ao vivo desse artista, que vêm sendo lançados nos EUA desde 2011, a caixa reúne em quatro CDs as apresentações de Miles no Newport Jazz Festival, entre 1955 e 1975. Esse pioneiro evento, criado em 1954 pelo produtor e pianista George Wein, na costa leste norte-americana, serviu de modelo para outros festivais de jazz pelo mundo. Foi de Wein a ideia de promover, já no segundo ano de seu festival, uma apresentação de Miles com o pianista Thelonious Monk e os saxofonistas Gerry Mulligan e Zoot Sims. Como a sonorização de concertos ao ar livre ainda era precária na época, Miles fez algo incomum ao tocar a melancólica "Round Midnight" (de Monk): encostou a campana do trompete no microfone, para que o som fosse reproduzido de maneira mais clara. No extenso texto que escreveu para o livreto incluído na caixa, o jornalista Ashley Kahn (autor de um ótimo livro sobre "Kind of Blue", o disco mais cultuado de Miles) observa que a repercussão dessa performance do trompetista estimulou a gravadora Columbia a contratá-lo. Por meio dessa parceria, que durou três décadas, Miles veio a gravar seus melhores álbuns. Ao retornar a Newport, em 1958, ele já liderava um dos sextetos mais admirados pelos fãs do gênero, com John Coltrane e Cannonball Adderley (saxofones), Bill Evans (piano), Paul Chambers (contrabaixo) e Jimmy Cobb (bateria). Oito meses antes de gravar com esse mesmo grupo a obra-prima "Kind of Blue", Miles ainda trazia no repertório pérolas de sua fase "hard bop", como a sedutora valsa-jazz "Fran-Dance", de sua autoria, ou o nervoso tema "Two Bass Hit" (Lewis e Gillespie). Nos anos 1960, ele voltou três vezes a Newport. Em 1966 e 1967, tinha a seu lado o sensacional quinteto com Wayne Shorter (sax tenor), Herbie Hancock (piano), Ron Carter (contrabaixo) e Tony Williams (bateria), que deixou parte da plateia perplexa. Duas diferentes versões de "Gingerbread Boy" (Jimmy Heath) revelam como Miles e parceiros caminhavam para um jazz mais experimental, numa época em que o mundo parecia prestes a explodir em conflitos e revoluções. "Aquele grupo não estava à frente de seu tempo. Eles eram o tempo", comenta Wein, no texto do encarte. Já em 1969, outra transformação: Miles exibia sua nova banda com Chick Corea (piano elétrico), Dave Holland (baixo) e Jack DeJohnette (bateria), mostrando em faixas como "Miles Runs the Voodoo Down" e "It's About That Time" seu interesse em se aproximar do universo do rock e da black music. Para os felizardos que presenciaram as apresentações de Miles no Brasil, em 1974, um concerto produzido meses depois por Wein, em Berlim (também incluído na caixa), pode trazer lembranças. Ao lado de Dave Liebman (sax soprano), Pete Cosey (guitarra) e Michael Henderson (baixo), entre outros, Miles já tinha mergulhado no funk e no rock. As faixas "Turnaroundphrase" e "Tune in 5" revelam um grau de eletrificação e distorções jamais ouvidas antes nos círculos do jazz. Não à toa os paulistanos cinquentões e sessentões que foram ouvir Miles no Theatro Municipal, naquela época, saíram no meio do concerto. Miles Davis at Newport 1955-1975 QUANTO: R$ 130 (4 CDS) AUTOR: MILES DAVIS GRAVADORA: COLUMBIA/SONY
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Com livros, TV e festivais, chefs palestinos ganham o paladar de Israel
O chef palestino Johnny Goric já cozinhou para o presidente Barack Obama e foi jurado da versão local do "MasterChef", reality show culinário. Em julho, lançou seu primeiro livro de receitas –mas, em vez de publicar em sua língua materna, o árabe, ou em inglês, ele estreou no mercado editorial em hebraico. Seu livro destaca algo inesperado em relação ao crescente grupo de chefs palestinos e israelenses de origem árabe, que tem saído das sombras da agitada cena gastronômica local com novos restaurantes, livros e escolas: seus melhores clientes são, em sua maioria, israelenses. Nas últimas duas décadas, a cozinha de Israel floresceu na cena internacional. No ano passado, a revista sobre comida e vinhos "Saveur" nomeou Tel Aviv um destino gastronômico extraordinário. A edição local do "MasterChef" é muito popular entre israelenses e um reality show local, "Game of Chefs", ganhou recentemente uma versão na TV alemã. Ainda que se baseie nos mesmos ingredientes locais, a cozinha palestina recebeu muito menos atenção global –até agora. Na semana passada, duas dúzias de chefs árabes e um punhado de colegas judeus desembarcaram na cidade portuária de Haifa para quatro dias de celebração à cozinha árabe. O festival foi criado pela chef árabe israelense Nof Atamna-Ismaeel, que foi aclamada nacionalmente quando ganhou a versão local do "MasterChef" em 2014 –e que regularmente aparece em programas de TV do país. No festival de Haifa, multidões de curiosos vagaram pela cozinha de um restaurante enquanto o chef-celebridade judeu Meir Adoni preparava pratos com húmus ao lado do restaurateur de origem árabe Hussam Abbas. "Judeus e árabes podem e devem aprender sobre as tradições culinárias de um e de outro", disse Atamna-Ismaeel, que quer fazer do festival um piloto para uma escola de cozinha que pretende abrir em sua cidade natal, Baqa al-Gharbiya, no norte de Israel. Cerca de um quinto da população de Israel é árabe. Esses cidadãos têm direitos iguais, mas enfrentam certa discriminação em relação a verbas de governo, emprego e habitação. As taxas de pobreza são maiores entre os árabes do que na população judia do país. Por anos, o descompasso de rende reprimiu a cena gourmet. Nos anos recentes, cidadãos árabes alcançaram novos patamares em áreas como música, artes, esportes, jornalismo –e gastronomia. Um grande desafio para os chefs árabes tem sido superar as baixas expectativas dos clientes israelenses, segundo Abbas, dono da El Babur, rede de três restaurantes no norte de Israel. Ele diz que, quando abriu sua primeira casa, em 1979, os comensais só queriam "húmus, batata frita e salada". Agora, eles têm abraçado o uso de ingredientes locais como rúcula, espinafre selvagem, aspargos e endívia. Chefs árabes mais jovens têm mudado o patamar, abrindo restaurantes de tapas na cidade de Acre e revisitando antigas receitas sírias em Haifa. Ainda assim, o clima político permanece um desafio para essa nova geração de chefs. O festival foi organizado durante uma onda de três meses de violência. Desde o meio de setembro, palestinos mataram 19 israelenses em tiroteios, ataques a faca e com carros. Ao menos 109 palestinos morreram por ataques israelenses no mesmo período; 73 deles eram, segundo Israel, agressores. Abbas diz que seus restaurantes sofreram grandes perdas, na medida em que clientes judeus hesitam em entrar em cidades árabes para jantar. Ao mesmo tempo, as portas que têm sido abertas a israelenses árabes permanecem fechadas, em sua maioria, aos palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, largamente excluídas dos clientes israelenses, com as restrições impostas a viagens a essas regiões. Não há uma rede de TV palestina especializada em comida. Uma revista dedicada à cozinha palestina foi lançada em Ramala em 2012, mas acabou meses depois; o "MasterChef" palestino foi encerrado depois de uma temporada, por falta de patrocínio. Uma rara exceção ao anonimato da comida palestina foi "The Gaza Kitchen" (a cozinha de Gaza), livro de receitas publicado em 2013, via financiamento coletivo, para celebrar os pratos desse enclave costeiro. Peter Nasir, dono de um restaurante em Ramala, na Cisjordânia, diz que seus clientes palestinos relutam em "apostar" seus limitados ganhos em pratos novos e geralmente pedem por clássicos "old-fashioned", como o frango à Cordon Bleu. "Israelenses são mais abertos a provar coisas novas. Aqui você coloca romãs na salada e as pessoas começam a pirar", afirma. Ele diz que não tem pressa em colaborar com colegas israelenses, "que em algum momento podem vestir um uniforme e apontar uma arma para você". No festival gastronômico de Haifa, as relações calorosas entre chefs árabes e judeus ofereceu uma rara luz em um período sombrio na região. O chef israelense Meir Adoni, que tem raízes no Marrocos, serviu um rico cozido de cordeiro, frango e alcachofras de Jerusalém sobre um cremoso húmus. "A assinatura que você tem nos meus pratos é a mistura dessas duas influências: uma, os pratos da minha avó judia; a segunda, a influência dos árabes", diz ele, acrescentando que, enquanto os jovens chefs árabes agora perseguem a cozinha molecular, os judeus estão vasculhando as raízes da cozinha palestina. O palestino Goric serviu, no festival, sua especialidade, shishbarak da cidade síria de Aleppo –delicados bolinhos cozidos de carne fritos e servidos com iogurte de leite de cabra temperado com hortelã e alho e finalizado com raspas de limão. Em setembro, ele abriu uma escola de culinária em Ramala e tem grandes ambições para a região. "Minha visão é elevar o nível de hospitalidade", disse. "É como estar em uma caixa. Precisamos sair dela e descobrir artes culinárias".
comida
Com livros, TV e festivais, chefs palestinos ganham o paladar de IsraelO chef palestino Johnny Goric já cozinhou para o presidente Barack Obama e foi jurado da versão local do "MasterChef", reality show culinário. Em julho, lançou seu primeiro livro de receitas –mas, em vez de publicar em sua língua materna, o árabe, ou em inglês, ele estreou no mercado editorial em hebraico. Seu livro destaca algo inesperado em relação ao crescente grupo de chefs palestinos e israelenses de origem árabe, que tem saído das sombras da agitada cena gastronômica local com novos restaurantes, livros e escolas: seus melhores clientes são, em sua maioria, israelenses. Nas últimas duas décadas, a cozinha de Israel floresceu na cena internacional. No ano passado, a revista sobre comida e vinhos "Saveur" nomeou Tel Aviv um destino gastronômico extraordinário. A edição local do "MasterChef" é muito popular entre israelenses e um reality show local, "Game of Chefs", ganhou recentemente uma versão na TV alemã. Ainda que se baseie nos mesmos ingredientes locais, a cozinha palestina recebeu muito menos atenção global –até agora. Na semana passada, duas dúzias de chefs árabes e um punhado de colegas judeus desembarcaram na cidade portuária de Haifa para quatro dias de celebração à cozinha árabe. O festival foi criado pela chef árabe israelense Nof Atamna-Ismaeel, que foi aclamada nacionalmente quando ganhou a versão local do "MasterChef" em 2014 –e que regularmente aparece em programas de TV do país. No festival de Haifa, multidões de curiosos vagaram pela cozinha de um restaurante enquanto o chef-celebridade judeu Meir Adoni preparava pratos com húmus ao lado do restaurateur de origem árabe Hussam Abbas. "Judeus e árabes podem e devem aprender sobre as tradições culinárias de um e de outro", disse Atamna-Ismaeel, que quer fazer do festival um piloto para uma escola de cozinha que pretende abrir em sua cidade natal, Baqa al-Gharbiya, no norte de Israel. Cerca de um quinto da população de Israel é árabe. Esses cidadãos têm direitos iguais, mas enfrentam certa discriminação em relação a verbas de governo, emprego e habitação. As taxas de pobreza são maiores entre os árabes do que na população judia do país. Por anos, o descompasso de rende reprimiu a cena gourmet. Nos anos recentes, cidadãos árabes alcançaram novos patamares em áreas como música, artes, esportes, jornalismo –e gastronomia. Um grande desafio para os chefs árabes tem sido superar as baixas expectativas dos clientes israelenses, segundo Abbas, dono da El Babur, rede de três restaurantes no norte de Israel. Ele diz que, quando abriu sua primeira casa, em 1979, os comensais só queriam "húmus, batata frita e salada". Agora, eles têm abraçado o uso de ingredientes locais como rúcula, espinafre selvagem, aspargos e endívia. Chefs árabes mais jovens têm mudado o patamar, abrindo restaurantes de tapas na cidade de Acre e revisitando antigas receitas sírias em Haifa. Ainda assim, o clima político permanece um desafio para essa nova geração de chefs. O festival foi organizado durante uma onda de três meses de violência. Desde o meio de setembro, palestinos mataram 19 israelenses em tiroteios, ataques a faca e com carros. Ao menos 109 palestinos morreram por ataques israelenses no mesmo período; 73 deles eram, segundo Israel, agressores. Abbas diz que seus restaurantes sofreram grandes perdas, na medida em que clientes judeus hesitam em entrar em cidades árabes para jantar. Ao mesmo tempo, as portas que têm sido abertas a israelenses árabes permanecem fechadas, em sua maioria, aos palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, largamente excluídas dos clientes israelenses, com as restrições impostas a viagens a essas regiões. Não há uma rede de TV palestina especializada em comida. Uma revista dedicada à cozinha palestina foi lançada em Ramala em 2012, mas acabou meses depois; o "MasterChef" palestino foi encerrado depois de uma temporada, por falta de patrocínio. Uma rara exceção ao anonimato da comida palestina foi "The Gaza Kitchen" (a cozinha de Gaza), livro de receitas publicado em 2013, via financiamento coletivo, para celebrar os pratos desse enclave costeiro. Peter Nasir, dono de um restaurante em Ramala, na Cisjordânia, diz que seus clientes palestinos relutam em "apostar" seus limitados ganhos em pratos novos e geralmente pedem por clássicos "old-fashioned", como o frango à Cordon Bleu. "Israelenses são mais abertos a provar coisas novas. Aqui você coloca romãs na salada e as pessoas começam a pirar", afirma. Ele diz que não tem pressa em colaborar com colegas israelenses, "que em algum momento podem vestir um uniforme e apontar uma arma para você". No festival gastronômico de Haifa, as relações calorosas entre chefs árabes e judeus ofereceu uma rara luz em um período sombrio na região. O chef israelense Meir Adoni, que tem raízes no Marrocos, serviu um rico cozido de cordeiro, frango e alcachofras de Jerusalém sobre um cremoso húmus. "A assinatura que você tem nos meus pratos é a mistura dessas duas influências: uma, os pratos da minha avó judia; a segunda, a influência dos árabes", diz ele, acrescentando que, enquanto os jovens chefs árabes agora perseguem a cozinha molecular, os judeus estão vasculhando as raízes da cozinha palestina. O palestino Goric serviu, no festival, sua especialidade, shishbarak da cidade síria de Aleppo –delicados bolinhos cozidos de carne fritos e servidos com iogurte de leite de cabra temperado com hortelã e alho e finalizado com raspas de limão. Em setembro, ele abriu uma escola de culinária em Ramala e tem grandes ambições para a região. "Minha visão é elevar o nível de hospitalidade", disse. "É como estar em uma caixa. Precisamos sair dela e descobrir artes culinárias".
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Fusões envolvendo empresas brasileiras crescem 29% até setembro
Os anúncios de compra e venda de participação envolvendo empresas brasileiras movimentaram US$ 49,4 bilhões (R$ 15,5 bilhões) nos primeiros nove meses de 2017, um crescimento de 29,3% ante mesmo período de 2016, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (2) pela Thomson Reuters. De acordo com o Emerging Markets M&A Review, o segmento de matérias-primas liderou o movimento, respondendo por cerca de 49% do total, seguido por energia (15%), consumo (14%) e indústria (7%). O volume financeiro foi fortemente influenciado pela operação da Vale, que no começo do ano anunciou reestruturação societária envolvendo conversão de ações preferenciais em ordinárias, numa operação avaliada em cerca de US$ 21 bilhões (R$ 66,4 bilhões). Em número de operações foram registrados 431 negócios de janeiro a setembro, queda de 6,9% ante o total de transações nos primeiros nove meses de 2016, segundo o levantamento. O período de julho a setembro envolveu anúncios de operações como a compra da usina hidrelétrica de São Simão, que era da Cemig, pela chinesa State Power, pelo equivalente a US$ 2,3 bilhões (R$ 7,3 bilhões), e a compra da Alpargatas, da JBS, por um consórcio incluindo sócios do Itaú Unibanco, por cerca de R$ 1,1 bilhão de reais. Em operações completadas, o volume financeiro dos primeiros nove meses de 2017 foi de US$ 55,4 bilhões (R$ 17,1 bilhões), um salto de 133,6% ante igual período do ano passado.
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Fusões envolvendo empresas brasileiras crescem 29% até setembroOs anúncios de compra e venda de participação envolvendo empresas brasileiras movimentaram US$ 49,4 bilhões (R$ 15,5 bilhões) nos primeiros nove meses de 2017, um crescimento de 29,3% ante mesmo período de 2016, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (2) pela Thomson Reuters. De acordo com o Emerging Markets M&A Review, o segmento de matérias-primas liderou o movimento, respondendo por cerca de 49% do total, seguido por energia (15%), consumo (14%) e indústria (7%). O volume financeiro foi fortemente influenciado pela operação da Vale, que no começo do ano anunciou reestruturação societária envolvendo conversão de ações preferenciais em ordinárias, numa operação avaliada em cerca de US$ 21 bilhões (R$ 66,4 bilhões). Em número de operações foram registrados 431 negócios de janeiro a setembro, queda de 6,9% ante o total de transações nos primeiros nove meses de 2016, segundo o levantamento. O período de julho a setembro envolveu anúncios de operações como a compra da usina hidrelétrica de São Simão, que era da Cemig, pela chinesa State Power, pelo equivalente a US$ 2,3 bilhões (R$ 7,3 bilhões), e a compra da Alpargatas, da JBS, por um consórcio incluindo sócios do Itaú Unibanco, por cerca de R$ 1,1 bilhão de reais. Em operações completadas, o volume financeiro dos primeiros nove meses de 2017 foi de US$ 55,4 bilhões (R$ 17,1 bilhões), um salto de 133,6% ante igual período do ano passado.
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Projeto de lei quer trocar diesel por gás encanado nos ônibus de SP
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Ônibus movidos a gás, considerados menos poluentes, já passaram por testes na rede de transporte coletivo da capital. E não foram adiante. Mas, renovados e apoiados por uma nova lei, eles podem ressurgir. A estratégia segue dois itinerários. De um lado, fabricantes desenvolveram motores a gás mais eficientes e silenciosos. De outro, um projeto de lei que inclui o gás entre os combustíveis a serem adotados para substituir o diesel dos ônibus tramita na Câmara Municipal. Aprovado em comissões internas, o texto foi debatido na Casa no mês passado. O próximo passo é submetê-lo à votação dos vereadores. Por enquanto, não há data prevista para a análise no plenário. Se tiver a bênção na Câmara, o projeto seguirá para o prefeito Fernando Haddad (PT), que pode vetá-lo ou sancioná-lo. "A cidade precisa apostar num cardápio de combustíveis, como gás, energia elétrica e biodiesel", afirma o vereador Gilberto Natalini (PV), autor da ideia. Com o plano, o vereador espera colocar em prática o item da Lei Municipal de Mudanças Climáticas, de 2009, que estabelece que todos os coletivos da cidade passem a usar apenas combustíveis não fósseis. A mudança deve ser feita até 2018. A dois anos da meta, entretanto, a cidade segue com 95% dos seus 14.713 ônibus movidos a diesel. A lei atual não determina punição caso a meta seja ignorada. O projeto do vereador determina cinco anos para a troca, além de multa para viações que desrespeitem a regra. TECNOLOGIA Novos modelos de ônibus saem de fábrica preparados para funcionar com gás natural ou biometano, recolhido em aterros sanitários. O modelo da Scania, que usa motor importado, custa 25% a mais do que um ônibus a diesel. "É possível compensar o custo extra em dois anos e meio de uso, pois o gás custa menos", diz Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Ônibus da Scania "O desempenho do veículo a gás é similar ao do diesel", explica Décio Del Debbio, engenheiro e consultor de fabricação de ônibus. Veículos a gás foram testados em São Paulo na década passada, mas esbarraram na dificuldade de abastecimento. "Isso mudou. Hoje temos rede de gás passando em frente de 95% das garagens de ônibus de São Paulo", diz Ricardo Vallejo, gerente de marketing da Comgás. A SPTrans, que gerencia a rede de ônibus da cidade, informou que não comenta projetos de lei. Hoje, a prefeitura diz trabalhar na criação de um cronograma para substituir os veículos a diesel, as não detalha os prazos do plano.
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Projeto de lei quer trocar diesel por gás encanado nos ônibus de SPRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Ônibus movidos a gás, considerados menos poluentes, já passaram por testes na rede de transporte coletivo da capital. E não foram adiante. Mas, renovados e apoiados por uma nova lei, eles podem ressurgir. A estratégia segue dois itinerários. De um lado, fabricantes desenvolveram motores a gás mais eficientes e silenciosos. De outro, um projeto de lei que inclui o gás entre os combustíveis a serem adotados para substituir o diesel dos ônibus tramita na Câmara Municipal. Aprovado em comissões internas, o texto foi debatido na Casa no mês passado. O próximo passo é submetê-lo à votação dos vereadores. Por enquanto, não há data prevista para a análise no plenário. Se tiver a bênção na Câmara, o projeto seguirá para o prefeito Fernando Haddad (PT), que pode vetá-lo ou sancioná-lo. "A cidade precisa apostar num cardápio de combustíveis, como gás, energia elétrica e biodiesel", afirma o vereador Gilberto Natalini (PV), autor da ideia. Com o plano, o vereador espera colocar em prática o item da Lei Municipal de Mudanças Climáticas, de 2009, que estabelece que todos os coletivos da cidade passem a usar apenas combustíveis não fósseis. A mudança deve ser feita até 2018. A dois anos da meta, entretanto, a cidade segue com 95% dos seus 14.713 ônibus movidos a diesel. A lei atual não determina punição caso a meta seja ignorada. O projeto do vereador determina cinco anos para a troca, além de multa para viações que desrespeitem a regra. TECNOLOGIA Novos modelos de ônibus saem de fábrica preparados para funcionar com gás natural ou biometano, recolhido em aterros sanitários. O modelo da Scania, que usa motor importado, custa 25% a mais do que um ônibus a diesel. "É possível compensar o custo extra em dois anos e meio de uso, pois o gás custa menos", diz Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Ônibus da Scania "O desempenho do veículo a gás é similar ao do diesel", explica Décio Del Debbio, engenheiro e consultor de fabricação de ônibus. Veículos a gás foram testados em São Paulo na década passada, mas esbarraram na dificuldade de abastecimento. "Isso mudou. Hoje temos rede de gás passando em frente de 95% das garagens de ônibus de São Paulo", diz Ricardo Vallejo, gerente de marketing da Comgás. A SPTrans, que gerencia a rede de ônibus da cidade, informou que não comenta projetos de lei. Hoje, a prefeitura diz trabalhar na criação de um cronograma para substituir os veículos a diesel, as não detalha os prazos do plano.
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Se o Brasil fosse denso como a Coreia do Sul, seríamos 4,2 bilhões; veja outros fatos demográficos
Escondidos em tabelas e relatórios, diversos dados interessantes da demografia ilustram de forma curiosa diversas questões práticas com os quais os países tem de lidar: o crescimento e o envelhecimento da população, a evolução das cidades, a maneira como diferentes países usam o solo ou se alimentam. Veja alguns exemplos abaixo. As estimativas dos demógrafos mostram que 108 bilhões de pessoas já passaram por este planeta –cerca de 7 bilhões estão vivas nesse momento. Pode parecer muita gente morta, mas pense que a espécie humana tem cerca de 50 mil anos. Na maior parte do tempo, a população era pequena e estável. Acredita-se que expectativas de vida de 10 ou 12 anos foram comuns em tempos pré-históricos, o que significa que a maior parte das pessoas nem chegava a se reproduzir. Nos 8 mil anos antes da Era Cristã, a espécie humana cresceu 0,0512% ao ano. No século 20, esse número chegou a 1,8% –35 vezes mais. A queda na fecundidade média da mulher brasileira no começo deste século fez com que, em 2008, o IBGE promovesse um curioso "genocídio virtual". Antes, o instituto estimava que em 2050 seríamos 259 milhões. Os números foram revisados para apenas 215 milhões. Ou seja, com uma conta, em um clique, os técnicos do IBGE dizimaram 44 milhões de pessoas. Com menos gente jovem no país, certamente haverá impactos elevados na sustentabilidade do sistema previdenciário, que já é deficitário hoje. Se o Brasil tivesse a mesma densidade populacional da Coreia do Sul, um dos países mais "lotados" do mundo, teria 4,2 bilhões de habitantes –60% da população do mundo. No Brasil, há mais bovinos do que pessoas –são mais de 210 milhões de vacas e bois, contra cerca de 200 milhões de pessoas. No mundo, são 1,4 bilhão de bovinos e cerca de 1 bilhão de porcos. Mas o que impressiona mesmo é o número de galinhas: 19 bilhões, três para cada humano. No Brasil, há mais de um bilhão de galinhas. Quando foi feito o primeiro censo no Brasil, em 1872, São Paulo, com 31 mil habitantes, era menor do que cidades como Porto Alegre (44 mil), Belém (62 mil) e Ouro Preto (48 mil). Ganhava de Manaus (29 mil) por pouco. Nova York já tinha quase 1 milhão de habitantes; Londres, quase 4 milhões. A explosão populacional, puxada pelo café e depois pela indústria, foi fortemente estimulada pela imigração. A cidade só ultrapassou o Rio de Janeiro, se tornando a mais habitada do país, por volta de 1960. Diferenças entre os países não se resumem a dados sobre população ou densidade. Outros indicadores podem ser curiosamente precisos ao indicar como se vive em determinado lugar. Veja o caso do consumo per capita de papel higiênico, que reflete muito bem a renda de um país. Enquanto os brasileiros consomem 5 kg de papel para fins sanitários por habitante ao ano, os americanos consomem 24 kg. Já os indianos passam o ano, na média, com 0,1 kg. Isso significa que um americano gasta o mesmo papel que 240 indianos.
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Se o Brasil fosse denso como a Coreia do Sul, seríamos 4,2 bilhões; veja outros fatos demográficosEscondidos em tabelas e relatórios, diversos dados interessantes da demografia ilustram de forma curiosa diversas questões práticas com os quais os países tem de lidar: o crescimento e o envelhecimento da população, a evolução das cidades, a maneira como diferentes países usam o solo ou se alimentam. Veja alguns exemplos abaixo. As estimativas dos demógrafos mostram que 108 bilhões de pessoas já passaram por este planeta –cerca de 7 bilhões estão vivas nesse momento. Pode parecer muita gente morta, mas pense que a espécie humana tem cerca de 50 mil anos. Na maior parte do tempo, a população era pequena e estável. Acredita-se que expectativas de vida de 10 ou 12 anos foram comuns em tempos pré-históricos, o que significa que a maior parte das pessoas nem chegava a se reproduzir. Nos 8 mil anos antes da Era Cristã, a espécie humana cresceu 0,0512% ao ano. No século 20, esse número chegou a 1,8% –35 vezes mais. A queda na fecundidade média da mulher brasileira no começo deste século fez com que, em 2008, o IBGE promovesse um curioso "genocídio virtual". Antes, o instituto estimava que em 2050 seríamos 259 milhões. Os números foram revisados para apenas 215 milhões. Ou seja, com uma conta, em um clique, os técnicos do IBGE dizimaram 44 milhões de pessoas. Com menos gente jovem no país, certamente haverá impactos elevados na sustentabilidade do sistema previdenciário, que já é deficitário hoje. Se o Brasil tivesse a mesma densidade populacional da Coreia do Sul, um dos países mais "lotados" do mundo, teria 4,2 bilhões de habitantes –60% da população do mundo. No Brasil, há mais bovinos do que pessoas –são mais de 210 milhões de vacas e bois, contra cerca de 200 milhões de pessoas. No mundo, são 1,4 bilhão de bovinos e cerca de 1 bilhão de porcos. Mas o que impressiona mesmo é o número de galinhas: 19 bilhões, três para cada humano. No Brasil, há mais de um bilhão de galinhas. Quando foi feito o primeiro censo no Brasil, em 1872, São Paulo, com 31 mil habitantes, era menor do que cidades como Porto Alegre (44 mil), Belém (62 mil) e Ouro Preto (48 mil). Ganhava de Manaus (29 mil) por pouco. Nova York já tinha quase 1 milhão de habitantes; Londres, quase 4 milhões. A explosão populacional, puxada pelo café e depois pela indústria, foi fortemente estimulada pela imigração. A cidade só ultrapassou o Rio de Janeiro, se tornando a mais habitada do país, por volta de 1960. Diferenças entre os países não se resumem a dados sobre população ou densidade. Outros indicadores podem ser curiosamente precisos ao indicar como se vive em determinado lugar. Veja o caso do consumo per capita de papel higiênico, que reflete muito bem a renda de um país. Enquanto os brasileiros consomem 5 kg de papel para fins sanitários por habitante ao ano, os americanos consomem 24 kg. Já os indianos passam o ano, na média, com 0,1 kg. Isso significa que um americano gasta o mesmo papel que 240 indianos.
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Linha 2-verde do metrô de SP tem panes com novo sistema
O novo sistema que regula o funcionamento dos trens da linha 2-verde do metrô tem apresentado uma série de falhas, segundo funcionários. Desde 11 de fevereiro, quando o CBTC (Controle de Trens Baseado em Comunicação, da sigla em inglês) passou a funcionar todos os dias, a linha já registrou panes graves cinco vezes. Metroviários ouvidos pela reportagem dizem que a adaptação do sistema antigo para o novo é a causa dessas panes, que colocam em risco passageiros e funcionários. O governo do Estado comprou o sistema em 2008, por R$ 700 milhões, da multinacional francesa Alstom. O contrato prevê que as linhas 1-azul e 3-vermelha também terão o novo sistema, mas só depois da instalação por completo na 2-verde. O CBTC foi anunciado pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) como a evolução do sistema metroviário, com a promessa de reduzir o intervalo entre trens, agilizando o transporte de passageiros. O sistema estava em fase de testes. Por quatro anos, foi implantado gradativamente e funcionava aos finais de semana. O governo previa que entrasse em vigor todos os dias em 2010, mas sucessivas falhas no programa de computador atrasaram a implantação. Desde o início da operação total, no dia 11, funcionários registraram falhas graves em horários de pico (quando o metrô está mais lotado). Houve paralisação dos trens por 40 minutos entre as estações Consolação e Trianon-Masp, no último dia 25. A reportagem estava na estação Consolação na ocasião e ouviu dos alto-falantes, às 17h50, de que se tratava de uma "falha no sistema CBTC". Funcionários dizem, também, que os trens costumam "sumir" das telas, o que ocorreu nos dias 22 e 23. No dia 24, na estação Vila Prudente (ponto final), um trem passou da plataforma, segundo os relatos. O condutor acionou o freio e a composição parou a 30 m da plataforma _a 50 m de bater no paredão do fim da linha. Para o presidente do sindicato dos metroviários, Altino Prazeres, o metrô erra na forma de implantação do CBTC. "O futuro que prometem não chegou." METRÔ REFUTA O diretor de operações do metrô de São Paulo, Mário Fioratti Filho, afirmou que o sistema CBTC não é a causa das falhas citadas e que ele estava em plenas condições de entrar em funcionamento, por isso foi implantado na linha 2-verde. "O problema que causou a paralisação dos trens ocorreu diversas vezes no sistema antigo", disse Fioratti Filho. O diretor negou que haja "desaparecimento" dos trens no sistema de monitoramento. O novo sistema, segundo ele, diminui em 20% o intervalo entre os trens. ALSTOM NÃO RESPONDE A multinacional francesa Alstom afirmou que as perguntas sobre a instalação do sistema CBTC deveriam ser respondidas pelo metrô. A empresa foi contratada pelo governo para implantar o sistema nas linhas do metrô.
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Linha 2-verde do metrô de SP tem panes com novo sistemaO novo sistema que regula o funcionamento dos trens da linha 2-verde do metrô tem apresentado uma série de falhas, segundo funcionários. Desde 11 de fevereiro, quando o CBTC (Controle de Trens Baseado em Comunicação, da sigla em inglês) passou a funcionar todos os dias, a linha já registrou panes graves cinco vezes. Metroviários ouvidos pela reportagem dizem que a adaptação do sistema antigo para o novo é a causa dessas panes, que colocam em risco passageiros e funcionários. O governo do Estado comprou o sistema em 2008, por R$ 700 milhões, da multinacional francesa Alstom. O contrato prevê que as linhas 1-azul e 3-vermelha também terão o novo sistema, mas só depois da instalação por completo na 2-verde. O CBTC foi anunciado pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) como a evolução do sistema metroviário, com a promessa de reduzir o intervalo entre trens, agilizando o transporte de passageiros. O sistema estava em fase de testes. Por quatro anos, foi implantado gradativamente e funcionava aos finais de semana. O governo previa que entrasse em vigor todos os dias em 2010, mas sucessivas falhas no programa de computador atrasaram a implantação. Desde o início da operação total, no dia 11, funcionários registraram falhas graves em horários de pico (quando o metrô está mais lotado). Houve paralisação dos trens por 40 minutos entre as estações Consolação e Trianon-Masp, no último dia 25. A reportagem estava na estação Consolação na ocasião e ouviu dos alto-falantes, às 17h50, de que se tratava de uma "falha no sistema CBTC". Funcionários dizem, também, que os trens costumam "sumir" das telas, o que ocorreu nos dias 22 e 23. No dia 24, na estação Vila Prudente (ponto final), um trem passou da plataforma, segundo os relatos. O condutor acionou o freio e a composição parou a 30 m da plataforma _a 50 m de bater no paredão do fim da linha. Para o presidente do sindicato dos metroviários, Altino Prazeres, o metrô erra na forma de implantação do CBTC. "O futuro que prometem não chegou." METRÔ REFUTA O diretor de operações do metrô de São Paulo, Mário Fioratti Filho, afirmou que o sistema CBTC não é a causa das falhas citadas e que ele estava em plenas condições de entrar em funcionamento, por isso foi implantado na linha 2-verde. "O problema que causou a paralisação dos trens ocorreu diversas vezes no sistema antigo", disse Fioratti Filho. O diretor negou que haja "desaparecimento" dos trens no sistema de monitoramento. O novo sistema, segundo ele, diminui em 20% o intervalo entre os trens. ALSTOM NÃO RESPONDE A multinacional francesa Alstom afirmou que as perguntas sobre a instalação do sistema CBTC deveriam ser respondidas pelo metrô. A empresa foi contratada pelo governo para implantar o sistema nas linhas do metrô.
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Risco de desenvolver Alzheimer diminuiu, aponta estudo
Alzheimer é uma doença em alta, sabem todos. Só que não é bem assim. Nos Estados Unidos e no Reino Unido, há estudos mostrando que o risco de desenvolver esse distúrbio neurológico está diminuindo. E parece que o nível de escolaridade está associado a isso. A boa notícia foi apresentada no sábado (13) em concorrida sessão da reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS). Nos Estados Unidos, o recuo de 2000 a 2010 foi de mais de 20%. Os dados saíram do Estudo sobre Saúde e Aposentadoria (HRS, na abreviação em inglês), da Universidade de Michigan, em que 20 mil pessoas de 50 anos ou mais são monitoradas, a cada dois anos, desde 1992. Kenneth Langa, de Michigan, informou que a prevalência de Alzheimer em pessoas acima de 65 anos recuou de 11,7% para 9,2%. Uma retração de 21,4%. O número absoluto de casos, no entanto, se estabiliza, porque o crescimento no número de idosos compensa a menor proporção deles que desenvolve a demência. Mais de 5 milhões de americanos estão nessa condição; no Brasil, estima-se que seja 1,34 milhão. Os dados dos EUA estão em linha com os do Reino Unido, apresentados na AAAS por Carol Brayne, do Instituto de Saúde Pública da Universidade de Cambridge. Seu grupo repetiu entre 2008 e 2011 a metodologia aplicada em 1989 e 1994 no Estudo sobre Função Cognitiva e Envelhecimento (CFAS, na sigla em inglês) em três áreas (Cambridge, Newcastle e Nottingham). Ao todo, mais de 7.500 pessoas foram examinadas. A prevalência recuou de esperados 8,3% para 6,5%, queda de 21,7%. Brayne ressalvou que diferentes padrões de diagnóstico podem distorcer um pouco essas estatísticas, em particular na comparação temporal. A coincidência com o estudo americano, contudo, reforça a conclusão de que não se trata de um artefato. Além disso, todas as projeções anteriores previam que o risco de desenvolver Alzheimer iria aumentar com o tempo, e não diminuir. BOA EDUCAÇÃO A notícia mais animadora é que a demência, ao que parece, pode ser evitada, ou ao menos adiada. "Cerca de 30% dos diagnósticos poderiam ser evitados", concluiu Brayne, com melhor controle das condições de saúde dos idosos. Como os estudos também investigavam os hábitos de saúde e a condição socioeconômica dos indivíduos, vários fatores associados com risco diminuído de desenvolver Alzheimer foram isolados. Ausência de diabetes e hipertensão, por exemplo, assim como tabagismo. Além disso, a boa alimentação e atividade física são fatores positivos: ingerir ao menos cinco porções de frutas e verduras e fazer exercícios são hábitos que atuariam protegendo os idosos. O fator mais poderoso, porém, é o nível de escolaridade. Não se sabe como se dá essa proteção, apenas que parece associada com atividades intelectuais exigentes desde a juventude. Há coisas mais misteriosas, contudo. Eileen Crimmins, da Universidade do Sul da Califórnia, apresentou resultados extraídos do HRS similares aos de Langa, mas com mais detalhe sobre a quantidade de anos vividos por idosos com e sem comprometimento cognitivo, como Alzheimer. No geral, ela detectou 1,8 anos de acréscimo na expectativa de vida "boa" para pessoas com mais de 65 anos, em média, no período 2000-2010. Em paralelo, houve diminuição de 0,4 ano com doença para os que desenvolveram demência.
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Risco de desenvolver Alzheimer diminuiu, aponta estudoAlzheimer é uma doença em alta, sabem todos. Só que não é bem assim. Nos Estados Unidos e no Reino Unido, há estudos mostrando que o risco de desenvolver esse distúrbio neurológico está diminuindo. E parece que o nível de escolaridade está associado a isso. A boa notícia foi apresentada no sábado (13) em concorrida sessão da reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS). Nos Estados Unidos, o recuo de 2000 a 2010 foi de mais de 20%. Os dados saíram do Estudo sobre Saúde e Aposentadoria (HRS, na abreviação em inglês), da Universidade de Michigan, em que 20 mil pessoas de 50 anos ou mais são monitoradas, a cada dois anos, desde 1992. Kenneth Langa, de Michigan, informou que a prevalência de Alzheimer em pessoas acima de 65 anos recuou de 11,7% para 9,2%. Uma retração de 21,4%. O número absoluto de casos, no entanto, se estabiliza, porque o crescimento no número de idosos compensa a menor proporção deles que desenvolve a demência. Mais de 5 milhões de americanos estão nessa condição; no Brasil, estima-se que seja 1,34 milhão. Os dados dos EUA estão em linha com os do Reino Unido, apresentados na AAAS por Carol Brayne, do Instituto de Saúde Pública da Universidade de Cambridge. Seu grupo repetiu entre 2008 e 2011 a metodologia aplicada em 1989 e 1994 no Estudo sobre Função Cognitiva e Envelhecimento (CFAS, na sigla em inglês) em três áreas (Cambridge, Newcastle e Nottingham). Ao todo, mais de 7.500 pessoas foram examinadas. A prevalência recuou de esperados 8,3% para 6,5%, queda de 21,7%. Brayne ressalvou que diferentes padrões de diagnóstico podem distorcer um pouco essas estatísticas, em particular na comparação temporal. A coincidência com o estudo americano, contudo, reforça a conclusão de que não se trata de um artefato. Além disso, todas as projeções anteriores previam que o risco de desenvolver Alzheimer iria aumentar com o tempo, e não diminuir. BOA EDUCAÇÃO A notícia mais animadora é que a demência, ao que parece, pode ser evitada, ou ao menos adiada. "Cerca de 30% dos diagnósticos poderiam ser evitados", concluiu Brayne, com melhor controle das condições de saúde dos idosos. Como os estudos também investigavam os hábitos de saúde e a condição socioeconômica dos indivíduos, vários fatores associados com risco diminuído de desenvolver Alzheimer foram isolados. Ausência de diabetes e hipertensão, por exemplo, assim como tabagismo. Além disso, a boa alimentação e atividade física são fatores positivos: ingerir ao menos cinco porções de frutas e verduras e fazer exercícios são hábitos que atuariam protegendo os idosos. O fator mais poderoso, porém, é o nível de escolaridade. Não se sabe como se dá essa proteção, apenas que parece associada com atividades intelectuais exigentes desde a juventude. Há coisas mais misteriosas, contudo. Eileen Crimmins, da Universidade do Sul da Califórnia, apresentou resultados extraídos do HRS similares aos de Langa, mas com mais detalhe sobre a quantidade de anos vividos por idosos com e sem comprometimento cognitivo, como Alzheimer. No geral, ela detectou 1,8 anos de acréscimo na expectativa de vida "boa" para pessoas com mais de 65 anos, em média, no período 2000-2010. Em paralelo, houve diminuição de 0,4 ano com doença para os que desenvolveram demência.
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Uma questão de justiça
"A mão que afaga é a mesma que apedreja." O verso do poeta Augusto dos Anjos se aplica perfeitamente ao que vivemos hoje em relação à dívida pública dos Estados. Em um primeiro momento, o governo federal anunciou uma nova legislação para ajudar os Estados, deixando os gestores confiantes e agradecidos. O princípio da lei complementar 148, sancionada em 2014, era claro: dar fôlego às finanças dos governos estaduais. Em 2015, entretanto, o mesmo governo federal inverteu as regras com o decreto 8.616, estabelecendo outra metodologia de cálculo para pagamento da dívida. Uma mudança drástica, transformando a legislação que beneficiaria os Estados em uma verdadeira punição. As contas que fizemos em Santa Catarina não deixam dúvidas. Em 1998, firmamos com a União o contrato de refinanciamento da dívida, R$ 4 bilhões à época. Até o final de 2015, o valor pago já somava R$ 13 bilhões. Com o decreto, que prevê a cobrança de juros compostos (juros sobre juros), nossa dívida aumentará R$ 9,5 bilhões, montante que deixará de ir para investimentos em educação, saúde, segurança e tantas outras áreas. Aceitar essa alteração no pagamento da dívida sem discuti-la em profundidade seria injusto com todos os catarinenses que pagam impostos. No Supremo Tribunal Federal, já obtivemos liminar favorável que nos permite pagar o valor considerado justo da nossa dívida até o julgamento definitivo do mérito. É importante salientar que Santa Catarina não cobra juros sobre juros em cima de débitos tributários com o Estado. Somos coerentes. De forma alguma pregamos qualquer tipo de calote coletivo por parte dos Estados. Prova disso está no fato de que, mesmo antes da decisão favorável do STF, não deixamos de pagar nossas parcelas. O que fizemos foi depositar as mensalidades em uma conta específica. Não usamos esse dinheiro. Santa Catarina tem a tradição de honrar seus compromissos, mas a discussão sobre a dívida dos Estados é uma questão de justiça. Em parecer elaborado a pedido de nosso Estado, Carlos Ayres Britto, ex-ministro do STF, respalda o nosso entendimento de que o artigo terceiro da lei 148 fala em capitalização simples e contraria o decreto 8.616. "Ora, ao prever como critério de aferição dos descontos do saldo devedor do Estado para com a União um método distinto daquele previsto na lei, o que fez o decreto 8.616/15? Desbordou dos limites tão estritos quanto benfazejos da lei complementar 148/14. Entrou em rota de colisão frontal com o seu conteúdo material e, mais do que isso, com a sua declarada e essencial finalidade: reduzir o nível de endividamento das unidades federadas. Razão pela qual é de ser denunciada a sua invalidade material", escreveu. O governo federal tem combatido nossa tese, alegando que existirá um desequilíbrio fiscal nas contas da União. A saída para evitar isso, em nosso entender, não pode ser mudar a legislação e penalizar os Estados. É preciso ter ainda mais eficiência de gestão, cortar gastos, tomar decisões duras, como a necessária reforma da Previdência. Em Santa Catarina, temos feito reformas importantes desde 2011, como a da própria Previdência. Assumimos o compromisso de não aumentar impostos. É na gestão que fazemos a diferença. Estamos, mais uma vez, buscando o diálogo, o bom senso. Apenas alongar a dívida por 20 anos, como propõe o governo federal, é jogar para frente um problema que precisa ser resolvido agora. RAIMUNDO COLOMBO é governador de Santa Catarina pelo PSD * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Uma questão de justiça"A mão que afaga é a mesma que apedreja." O verso do poeta Augusto dos Anjos se aplica perfeitamente ao que vivemos hoje em relação à dívida pública dos Estados. Em um primeiro momento, o governo federal anunciou uma nova legislação para ajudar os Estados, deixando os gestores confiantes e agradecidos. O princípio da lei complementar 148, sancionada em 2014, era claro: dar fôlego às finanças dos governos estaduais. Em 2015, entretanto, o mesmo governo federal inverteu as regras com o decreto 8.616, estabelecendo outra metodologia de cálculo para pagamento da dívida. Uma mudança drástica, transformando a legislação que beneficiaria os Estados em uma verdadeira punição. As contas que fizemos em Santa Catarina não deixam dúvidas. Em 1998, firmamos com a União o contrato de refinanciamento da dívida, R$ 4 bilhões à época. Até o final de 2015, o valor pago já somava R$ 13 bilhões. Com o decreto, que prevê a cobrança de juros compostos (juros sobre juros), nossa dívida aumentará R$ 9,5 bilhões, montante que deixará de ir para investimentos em educação, saúde, segurança e tantas outras áreas. Aceitar essa alteração no pagamento da dívida sem discuti-la em profundidade seria injusto com todos os catarinenses que pagam impostos. No Supremo Tribunal Federal, já obtivemos liminar favorável que nos permite pagar o valor considerado justo da nossa dívida até o julgamento definitivo do mérito. É importante salientar que Santa Catarina não cobra juros sobre juros em cima de débitos tributários com o Estado. Somos coerentes. De forma alguma pregamos qualquer tipo de calote coletivo por parte dos Estados. Prova disso está no fato de que, mesmo antes da decisão favorável do STF, não deixamos de pagar nossas parcelas. O que fizemos foi depositar as mensalidades em uma conta específica. Não usamos esse dinheiro. Santa Catarina tem a tradição de honrar seus compromissos, mas a discussão sobre a dívida dos Estados é uma questão de justiça. Em parecer elaborado a pedido de nosso Estado, Carlos Ayres Britto, ex-ministro do STF, respalda o nosso entendimento de que o artigo terceiro da lei 148 fala em capitalização simples e contraria o decreto 8.616. "Ora, ao prever como critério de aferição dos descontos do saldo devedor do Estado para com a União um método distinto daquele previsto na lei, o que fez o decreto 8.616/15? Desbordou dos limites tão estritos quanto benfazejos da lei complementar 148/14. Entrou em rota de colisão frontal com o seu conteúdo material e, mais do que isso, com a sua declarada e essencial finalidade: reduzir o nível de endividamento das unidades federadas. Razão pela qual é de ser denunciada a sua invalidade material", escreveu. O governo federal tem combatido nossa tese, alegando que existirá um desequilíbrio fiscal nas contas da União. A saída para evitar isso, em nosso entender, não pode ser mudar a legislação e penalizar os Estados. É preciso ter ainda mais eficiência de gestão, cortar gastos, tomar decisões duras, como a necessária reforma da Previdência. Em Santa Catarina, temos feito reformas importantes desde 2011, como a da própria Previdência. Assumimos o compromisso de não aumentar impostos. É na gestão que fazemos a diferença. Estamos, mais uma vez, buscando o diálogo, o bom senso. Apenas alongar a dívida por 20 anos, como propõe o governo federal, é jogar para frente um problema que precisa ser resolvido agora. RAIMUNDO COLOMBO é governador de Santa Catarina pelo PSD * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Para ex-ministro Carlos Velloso, Supremo acertou no caso Renan
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e advogado Carlos Velloso opinou que o plenário do STF decidiu corretamente ao reverter a decisão individual do ministro da corte Marco Aurélio de afastar o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado. À Folha Velloso discordou da decisão monocrática de Marco Aurélio por entender que não havia urgência no caso de Renan e disse que o Senado não afrontou o STF ao não acatar de imediato o afastamento determinado individualmente pelo ministro. Mesma linha de argumentação foi defendida pelo ministro Celso de Mello, que teve voto apoiado pela maioria do Supremo. Para Velloso, o colegiado do STF cumpriu adequadamente seu papel no julgamento do caso. "O Supremo Tribunal Federal mostrou que é uma corte que tem como missão guardar a Constituição e que a principal atividade nessa missão é a de estabelecer um equilíbrio entre os Poderes, é a de fazer um papel de moderação." "Em um momento como esse, há que se pensar no fortalecimento das instituições, portanto no fortalecimento da República. O Supremo mandou bem, mandou bem no momento delicado em que se encontrava", completou. Velloso afirmou que um dos requisitos para concessão de liminares na Justiça é o do "perigo da demora", e que tal condição não estava presente no caso de Renan. O ex-ministro ressaltou que em primeiro lugar na linha de substituição do presidente da República está o presidente da Câmara, então não havia risco iminente de Renan assumir a chefia do Executivo Federal. O ex-magistrado também lembrou que ainda não foi concluído o julgamento do STF sobre a possibilidade de um réu na Justiça entrar na linha de substituição do presidente da República, apesar de já haver votos suficientes pela proibição. Segundo ele, os ministros ainda podem mudar suas posições quando esse processo voltar ao plenário do STF, após o pedido de vista do ministro Dias Toffoli. Quanto ao fato de o Senado não ter cumprido imediatamente a decisão de Marco Aurélio pelo afastamento de Renan, Velloso disse que essa "foi a medida possível em um momento delicado". O ex-ministro do STF ressaltou que a Mesa Diretora do Senado não chegou a afirmar que iria descumprir a liminar, apenas apontou que iria esperar a deliberação dos outros ministros componentes do plenário do STF sobre o caso. "Não se tem aí um caso comum. É hora de começar a pensar na República, que não pode ser arranhada", opinou.
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Para ex-ministro Carlos Velloso, Supremo acertou no caso RenanO ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e advogado Carlos Velloso opinou que o plenário do STF decidiu corretamente ao reverter a decisão individual do ministro da corte Marco Aurélio de afastar o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado. À Folha Velloso discordou da decisão monocrática de Marco Aurélio por entender que não havia urgência no caso de Renan e disse que o Senado não afrontou o STF ao não acatar de imediato o afastamento determinado individualmente pelo ministro. Mesma linha de argumentação foi defendida pelo ministro Celso de Mello, que teve voto apoiado pela maioria do Supremo. Para Velloso, o colegiado do STF cumpriu adequadamente seu papel no julgamento do caso. "O Supremo Tribunal Federal mostrou que é uma corte que tem como missão guardar a Constituição e que a principal atividade nessa missão é a de estabelecer um equilíbrio entre os Poderes, é a de fazer um papel de moderação." "Em um momento como esse, há que se pensar no fortalecimento das instituições, portanto no fortalecimento da República. O Supremo mandou bem, mandou bem no momento delicado em que se encontrava", completou. Velloso afirmou que um dos requisitos para concessão de liminares na Justiça é o do "perigo da demora", e que tal condição não estava presente no caso de Renan. O ex-ministro ressaltou que em primeiro lugar na linha de substituição do presidente da República está o presidente da Câmara, então não havia risco iminente de Renan assumir a chefia do Executivo Federal. O ex-magistrado também lembrou que ainda não foi concluído o julgamento do STF sobre a possibilidade de um réu na Justiça entrar na linha de substituição do presidente da República, apesar de já haver votos suficientes pela proibição. Segundo ele, os ministros ainda podem mudar suas posições quando esse processo voltar ao plenário do STF, após o pedido de vista do ministro Dias Toffoli. Quanto ao fato de o Senado não ter cumprido imediatamente a decisão de Marco Aurélio pelo afastamento de Renan, Velloso disse que essa "foi a medida possível em um momento delicado". O ex-ministro do STF ressaltou que a Mesa Diretora do Senado não chegou a afirmar que iria descumprir a liminar, apenas apontou que iria esperar a deliberação dos outros ministros componentes do plenário do STF sobre o caso. "Não se tem aí um caso comum. É hora de começar a pensar na República, que não pode ser arranhada", opinou.
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Depois da 'partícula de Deus', cientistas descobrem o pentaquark
Cientistas que trabalham no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) - um acelerador de partículas gigantesco que fica na fronteira entre a França e a Suíça - anunciaram a descoberta de uma nova partícula, batizada de pentaquark. A primeira previsão da existência do pentaquark foi feita na década de 1960, mas, assim como o Bóson de Higgs (ou "partícula de Deus"), os cientistas não conseguiram detectar o pentaquark durante décadas. Em 1964, dois físicos, Murray Gell-Mann e George Zweig, propuseram, separadamente, a existência de partículas subatômicas conhecidas como quarks. As teorias deles afirmavam que as propriedades mais importantes de partículas conhecidas como bárions e mésons poderiam ser melhor explicadas se, na verdade, elas fossem formadas por partículas ainda menores. Zweig chamou estas partículas menores de "ases", um nome que não ficou muito popular. Gell-Mann as chamou de "quark", o nome pelo qual elas são conhecidas hoje. O modelo proposto pelos cientistas também permitiu a descoberta de outros estados dos quarks, como o pentaquark. Esta partícula - antes puramente teórica - é composta de quatro quarks e um antiquark (o equivalente em antimatéria de um quark comum). O anúncio é o equivalente à descoberta de uma nova forma de matéria e foi divulgado na revista especializada "Physical Review Letters". DESCOBERTAS Durante a primeira década dos anos 2000, várias equipes de cientistas alegaram ter detectado os pentaquarks, mas estas descobertas foram questionadas por outros experimentos. "Existe uma história e tanto com os pentaquarks, por isso estamos sendo muito cuidadosos ao apresentar esta pesquisa", afirmou à BBC Patrick Koppenburg, físico coordenador do LHC no Cern, o laboratório europeu de pesquisas nucleares, na fronteira franco-suíça. "É só a palavra 'pentaquark', que parece ser amaldiçoada de alguma forma, pois foram feitas muitas descobertas que, em seguida, foram superadas por novos resultados que mostravam que as anteriores eram, na verdade, flutuações, e não sinais verdadeiros (da existência da partícula)", acrescentou. Os físicos estudaram a forma como uma partícula subatômica, a Lambda b, se transformou em outras três partículas dentro do Grande Colisor de Hádrons. A análise revelou que estados intermediários estavam envolvidos, em algumas ocasiões, na produção das três partículas. Estes estados intermediários foram chamados de Pc (4450)+ e Pc (4380)+. "Examinamos todas as possibilidades para estes sinais e concluímos que eles só podem ser explicados (pela existência) dos estados (de matéria) pentaquark", afirmou o físico do LHC Tomasz Skwarnicki, da Universidade de Syracuse, nos Estados Unidos. EXPERIÊNCIAS ANTERIORES Experiências anteriores tinham medido apenas a chamada distribuição de massa, na qual um pico estatístico pode aparecer contra o ruído de fundo, um possível sinal da existência de uma nova partícula. Mas, o colisor permitiu que os pesquisadores analisassem os dados de outras perspectivas, principalmente os quatro ângulos definidos pelas direções diferentes das trajetórias das partículas dentro do LHC. "Estamos transformando este problema de (um problema) de uma dimensão em um de cinco dimensões... conseguimos descrever tudo o que acontece na transformação (da partícula Lambda b)", afirmou Koppenburg, que identificou os primeiros sinais em 2012. "Não tem como o que vimos ser devido a qualquer outra coisa que não a adição de uma nova partícula que não tinha sido observada antes." "O pentaquark não é apenas uma nova partícula qualquer... Representa uma forma de agregar quarks, os principais componentes dos prótons e nêutrons comuns, em um padrão que nunca foi observado antes em mais de 50 anos de buscas experimentais", afirmou Guy Wilkinson, porta-voz do LHC. "Estudar suas propriedades pode permitir uma melhor compreensão de como a matéria comum, os prótons e nêutrons, são constituídos." O Grande Colisor de Hádrons foi ligado novamente em abril depois de um desligamento que durou dois anos para completar um programa de reparos e atualizações.
bbc
Depois da 'partícula de Deus', cientistas descobrem o pentaquarkCientistas que trabalham no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) - um acelerador de partículas gigantesco que fica na fronteira entre a França e a Suíça - anunciaram a descoberta de uma nova partícula, batizada de pentaquark. A primeira previsão da existência do pentaquark foi feita na década de 1960, mas, assim como o Bóson de Higgs (ou "partícula de Deus"), os cientistas não conseguiram detectar o pentaquark durante décadas. Em 1964, dois físicos, Murray Gell-Mann e George Zweig, propuseram, separadamente, a existência de partículas subatômicas conhecidas como quarks. As teorias deles afirmavam que as propriedades mais importantes de partículas conhecidas como bárions e mésons poderiam ser melhor explicadas se, na verdade, elas fossem formadas por partículas ainda menores. Zweig chamou estas partículas menores de "ases", um nome que não ficou muito popular. Gell-Mann as chamou de "quark", o nome pelo qual elas são conhecidas hoje. O modelo proposto pelos cientistas também permitiu a descoberta de outros estados dos quarks, como o pentaquark. Esta partícula - antes puramente teórica - é composta de quatro quarks e um antiquark (o equivalente em antimatéria de um quark comum). O anúncio é o equivalente à descoberta de uma nova forma de matéria e foi divulgado na revista especializada "Physical Review Letters". DESCOBERTAS Durante a primeira década dos anos 2000, várias equipes de cientistas alegaram ter detectado os pentaquarks, mas estas descobertas foram questionadas por outros experimentos. "Existe uma história e tanto com os pentaquarks, por isso estamos sendo muito cuidadosos ao apresentar esta pesquisa", afirmou à BBC Patrick Koppenburg, físico coordenador do LHC no Cern, o laboratório europeu de pesquisas nucleares, na fronteira franco-suíça. "É só a palavra 'pentaquark', que parece ser amaldiçoada de alguma forma, pois foram feitas muitas descobertas que, em seguida, foram superadas por novos resultados que mostravam que as anteriores eram, na verdade, flutuações, e não sinais verdadeiros (da existência da partícula)", acrescentou. Os físicos estudaram a forma como uma partícula subatômica, a Lambda b, se transformou em outras três partículas dentro do Grande Colisor de Hádrons. A análise revelou que estados intermediários estavam envolvidos, em algumas ocasiões, na produção das três partículas. Estes estados intermediários foram chamados de Pc (4450)+ e Pc (4380)+. "Examinamos todas as possibilidades para estes sinais e concluímos que eles só podem ser explicados (pela existência) dos estados (de matéria) pentaquark", afirmou o físico do LHC Tomasz Skwarnicki, da Universidade de Syracuse, nos Estados Unidos. EXPERIÊNCIAS ANTERIORES Experiências anteriores tinham medido apenas a chamada distribuição de massa, na qual um pico estatístico pode aparecer contra o ruído de fundo, um possível sinal da existência de uma nova partícula. Mas, o colisor permitiu que os pesquisadores analisassem os dados de outras perspectivas, principalmente os quatro ângulos definidos pelas direções diferentes das trajetórias das partículas dentro do LHC. "Estamos transformando este problema de (um problema) de uma dimensão em um de cinco dimensões... conseguimos descrever tudo o que acontece na transformação (da partícula Lambda b)", afirmou Koppenburg, que identificou os primeiros sinais em 2012. "Não tem como o que vimos ser devido a qualquer outra coisa que não a adição de uma nova partícula que não tinha sido observada antes." "O pentaquark não é apenas uma nova partícula qualquer... Representa uma forma de agregar quarks, os principais componentes dos prótons e nêutrons comuns, em um padrão que nunca foi observado antes em mais de 50 anos de buscas experimentais", afirmou Guy Wilkinson, porta-voz do LHC. "Estudar suas propriedades pode permitir uma melhor compreensão de como a matéria comum, os prótons e nêutrons, são constituídos." O Grande Colisor de Hádrons foi ligado novamente em abril depois de um desligamento que durou dois anos para completar um programa de reparos e atualizações.
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Debate expõe visões 'inconciliáveis' sobre ideologia em sala de aula
O debate sobre o movimento Escola sem Partido, promovido pela Folha na noite deste quarta-feira (3), refletiu as posições divergentes –e praticamente inconciliáveis– que têm dominado as discussões sobre o tema. De um lado, seus defensores entendem que o projeto busca a neutralidade na sala de aula, em favor da qualidade da educação. Para os críticos, não passa de uma ideia autoritária que vai limitar a pluralidade de ideias nas escolas e constranger professores. O movimento foi criado em 2004 para combater uma suposta doutrinação de esquerda que os professores praticariam nas escolas. Cinco projetos de lei inspirados no movimento tramitam no Congresso Nacional e preveem alterações na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). Os textos são similares, reproduzidos a partir de minuta elaborada pelo movimento. Também há projetos em ao menos sete Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. Alagoas adotou a política. As propostas preveem a "neutralidade" dos professores, limitando que os docentes exponham sua opinião nas salas de aula. Haveria ainda canais de reclamações para que alunos e famílias denunciem professores que estejam em desacordo com as definições da lei. Segundo os projetos, cada sala deve contar com um cartaz com os termos da lei. No texto de autoria do senador Magno Malta (PR-ES), a abordagem sobre as questões de gênero seriam vetados na escola. Participaram do debate o procurador e presidente do movimento, Miguel Nagib, os professores Bráulio Matos –da UnB (Universidade de Brasília)–, Marco Antonio Carvalho Teixeira –da FGV– e o diretor do colégio Bandeirantes, Mauro Aguiar. A jornalista da Folha Sabine Righetti mediou o encontro. O debate foi acalorado e quase não chegou ao fim. Parte da plateia, que apoiava o projeto, interrompeu a fala de Mauro Aguiar assim que ele iniciou sua exposição crítica sobre o tema. Houve gritos e troca de ofensas, mas a situação acabou controlada. Nagib enfatizou a necessidade de debater os detalhes que constam no texto dos projetos. Segundo ele, a leitura dos artigos indicam que não há previsão de censura. "O projeto não proíbe falar de política na escola", disse Nagib. "A função é prevenir ameaças aos direitos das crianças, de liberdade de consciência e crença." Matos afirmou que, em sua análise de currículos e materiais didáticos, ficou clara a falta de diversidade de visões de mundo e que muitos exemplos poderiam ser dados. Ele citou o material da escola de seu filho, que classifica o capitalismo como um sistema perverso, sem que outras abordagens fossem aprofundadas. "Os sindicatos dos professores têm dito que não existe doutrinação. Mas, muitas vezes, eles sabem que existe, mas não veem problemas nisso", disse. "O problema da doutrinação tem provocado a perda de foco da função da escola. Existe uma relação entre doutrinação e qualidade de ensino e os projetos têm a função de chamar à prudência. Quando o professor pisa na bola, deve ser chamado a atenção. E, convenhamos, ele não está acima da lei." Contrário aos projetos de lei, Teixeira afirmou que o diagnóstico do movimento Escola sem Partido não é consensual e que essa suposta realidade carece de pesquisa e comprovação. "Se houver doutrinação, o que acho que não existe, tenho dúvida se esse é um problema para uma lei. Isso pode ser resolvido dentro da escola", disse. "Toda proposta que investe no controle, que limita, pode levar ao autoritarismo." Aguiar, por sua vez, ressaltou que já existem mecanismos para que abusos sejam punidos, como o Ministério Público e as próprias secretarias de Educação. "Não existe necessidade de constranger e controlar o professor. A educação brasileira tem problemas mais sérios do que essa pseudodoutrinação", disse. "É um projeto autoritário que vai contra a prática mais moderna de educação." FAMÍLIA Teixeira, da FGV, afirmou que a escola não pode ser vista como extensão da família. "A escola é o encontro de diferentes convicções e o projeto confunde a linha tênue entre o público e vida privada", disse, ressaltando a limitação de abordagem do tema da sexualidade, por exemplo, a partir da entrada de uma lei em vigor. "As novas gerações devem ir além do que pensam as famílias". O professor comentava especificamente um dos artigos do projeto, em que se destaca que o professor "respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções". "Esse foi o único trecho que não escrevi, ele está previsto artigo 12 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos", defendeu Nagib. O Ministério Público Federal encaminhou ao Congresso Nacional no último dia 23 nota técnica em que considera"inconstitucional" proposta de incluir o programa Escola Sem Partido na LDB. Especialistas em direito constitucional também questionam a proposta.
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Debate expõe visões 'inconciliáveis' sobre ideologia em sala de aulaO debate sobre o movimento Escola sem Partido, promovido pela Folha na noite deste quarta-feira (3), refletiu as posições divergentes –e praticamente inconciliáveis– que têm dominado as discussões sobre o tema. De um lado, seus defensores entendem que o projeto busca a neutralidade na sala de aula, em favor da qualidade da educação. Para os críticos, não passa de uma ideia autoritária que vai limitar a pluralidade de ideias nas escolas e constranger professores. O movimento foi criado em 2004 para combater uma suposta doutrinação de esquerda que os professores praticariam nas escolas. Cinco projetos de lei inspirados no movimento tramitam no Congresso Nacional e preveem alterações na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). Os textos são similares, reproduzidos a partir de minuta elaborada pelo movimento. Também há projetos em ao menos sete Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. Alagoas adotou a política. As propostas preveem a "neutralidade" dos professores, limitando que os docentes exponham sua opinião nas salas de aula. Haveria ainda canais de reclamações para que alunos e famílias denunciem professores que estejam em desacordo com as definições da lei. Segundo os projetos, cada sala deve contar com um cartaz com os termos da lei. No texto de autoria do senador Magno Malta (PR-ES), a abordagem sobre as questões de gênero seriam vetados na escola. Participaram do debate o procurador e presidente do movimento, Miguel Nagib, os professores Bráulio Matos –da UnB (Universidade de Brasília)–, Marco Antonio Carvalho Teixeira –da FGV– e o diretor do colégio Bandeirantes, Mauro Aguiar. A jornalista da Folha Sabine Righetti mediou o encontro. O debate foi acalorado e quase não chegou ao fim. Parte da plateia, que apoiava o projeto, interrompeu a fala de Mauro Aguiar assim que ele iniciou sua exposição crítica sobre o tema. Houve gritos e troca de ofensas, mas a situação acabou controlada. Nagib enfatizou a necessidade de debater os detalhes que constam no texto dos projetos. Segundo ele, a leitura dos artigos indicam que não há previsão de censura. "O projeto não proíbe falar de política na escola", disse Nagib. "A função é prevenir ameaças aos direitos das crianças, de liberdade de consciência e crença." Matos afirmou que, em sua análise de currículos e materiais didáticos, ficou clara a falta de diversidade de visões de mundo e que muitos exemplos poderiam ser dados. Ele citou o material da escola de seu filho, que classifica o capitalismo como um sistema perverso, sem que outras abordagens fossem aprofundadas. "Os sindicatos dos professores têm dito que não existe doutrinação. Mas, muitas vezes, eles sabem que existe, mas não veem problemas nisso", disse. "O problema da doutrinação tem provocado a perda de foco da função da escola. Existe uma relação entre doutrinação e qualidade de ensino e os projetos têm a função de chamar à prudência. Quando o professor pisa na bola, deve ser chamado a atenção. E, convenhamos, ele não está acima da lei." Contrário aos projetos de lei, Teixeira afirmou que o diagnóstico do movimento Escola sem Partido não é consensual e que essa suposta realidade carece de pesquisa e comprovação. "Se houver doutrinação, o que acho que não existe, tenho dúvida se esse é um problema para uma lei. Isso pode ser resolvido dentro da escola", disse. "Toda proposta que investe no controle, que limita, pode levar ao autoritarismo." Aguiar, por sua vez, ressaltou que já existem mecanismos para que abusos sejam punidos, como o Ministério Público e as próprias secretarias de Educação. "Não existe necessidade de constranger e controlar o professor. A educação brasileira tem problemas mais sérios do que essa pseudodoutrinação", disse. "É um projeto autoritário que vai contra a prática mais moderna de educação." FAMÍLIA Teixeira, da FGV, afirmou que a escola não pode ser vista como extensão da família. "A escola é o encontro de diferentes convicções e o projeto confunde a linha tênue entre o público e vida privada", disse, ressaltando a limitação de abordagem do tema da sexualidade, por exemplo, a partir da entrada de uma lei em vigor. "As novas gerações devem ir além do que pensam as famílias". O professor comentava especificamente um dos artigos do projeto, em que se destaca que o professor "respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções". "Esse foi o único trecho que não escrevi, ele está previsto artigo 12 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos", defendeu Nagib. O Ministério Público Federal encaminhou ao Congresso Nacional no último dia 23 nota técnica em que considera"inconstitucional" proposta de incluir o programa Escola Sem Partido na LDB. Especialistas em direito constitucional também questionam a proposta.
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EUA investigarão batida entre trem e carro que matou seis em Nova York
Autoridades federais vão investigar as causas do acidente que matou seis pessoas após um trem da Metro-North se chocar com um carro atravessado nos trilhos em Valhalla, Nova York, na noite de terça-feira (3). Inicialmente, o governo divulgou que teriam sido sete mortos. O número, no entanto, foi corrigido pelo governador de NY, Andrew Cuomo, na manhã desta quarta. Entre as vítimas, estão cinco passageiros do trem e a mulher que dirigia o veículo atingido. Outras 12 pessoas ficaram feridas, entre elas dez com ferimentos graves. O trem bateu em um Jeep Cherokee no local, cerca de 32 quilômetros ao norte da cidade de Nova York, e arrastou o veículo por mais de 100 metros. O carro e a frente do trem pegaram fogo após o impacto. Foi o pior acidente da história da Metro-North, a segunda ferrovia mais movimentada dos Estados Unidos –a primeira, Long Island, também fica em Nova York. "Houve uma grande explosão e uma bola de fogo, o vagão estava em chamas", disse David Rothenberg, um dos passageiros do segundo vagão do trem, ao jornal "Daily News". "Foi um momento bastante assustador. Eu vi a bola de fogo e senti cheiro de gasolina." Os passageiros foram removidos pela parte traseira do trem, que havia saído do terminal Grand Central, em Manhattan, 45 minutos antes da batida, às 18h30 locais (21h30 em Brasília) e transportava cerca de 650 passageiros. Cerca de 400 deles foram abrigados em uma academia perto do local, onde seriam levados de ônibus aos seus destinos. Em entrevista nesta quarta, o governador Andrew Cuomo afirmou que ainda é "difícil dizer por que o carro estava nos trilhos." "Ainda é cedo para saber se há algo que podemos descobrir aqui", disse. "Às vezes, acidentes acontecem." De acordo com Aaron Donovan, porta-voz da agência de transporte metropolitana, informações preliminares apontam que o carro estava parado nos trilhos na hora do acidente. O veículo havia sido atingido pelos portões que isolam a linha do trem. A motorista, então, saiu do carro para ver o que tinha acontecido, antes de voltar ao veículo e tentar sair dos trilhos. O veículo, entretanto, ficou preso no local. O Comitê Nacional de Segurança dos Transportes enviou uma equipe para investigar o acidente. O grupo deve trabalhar no local por até sete dias, segundo Robert Sumwalt, membro do comitê. A investigação completa pode levar um ano. "Neste momento, nada pode ser descartado", disse Sumwalt. A Metro-North foi construída em 1983 e atende cerca de 280 mil pessoas diariamente nos Estados de Nova York e Connecticut.
mundo
EUA investigarão batida entre trem e carro que matou seis em Nova YorkAutoridades federais vão investigar as causas do acidente que matou seis pessoas após um trem da Metro-North se chocar com um carro atravessado nos trilhos em Valhalla, Nova York, na noite de terça-feira (3). Inicialmente, o governo divulgou que teriam sido sete mortos. O número, no entanto, foi corrigido pelo governador de NY, Andrew Cuomo, na manhã desta quarta. Entre as vítimas, estão cinco passageiros do trem e a mulher que dirigia o veículo atingido. Outras 12 pessoas ficaram feridas, entre elas dez com ferimentos graves. O trem bateu em um Jeep Cherokee no local, cerca de 32 quilômetros ao norte da cidade de Nova York, e arrastou o veículo por mais de 100 metros. O carro e a frente do trem pegaram fogo após o impacto. Foi o pior acidente da história da Metro-North, a segunda ferrovia mais movimentada dos Estados Unidos –a primeira, Long Island, também fica em Nova York. "Houve uma grande explosão e uma bola de fogo, o vagão estava em chamas", disse David Rothenberg, um dos passageiros do segundo vagão do trem, ao jornal "Daily News". "Foi um momento bastante assustador. Eu vi a bola de fogo e senti cheiro de gasolina." Os passageiros foram removidos pela parte traseira do trem, que havia saído do terminal Grand Central, em Manhattan, 45 minutos antes da batida, às 18h30 locais (21h30 em Brasília) e transportava cerca de 650 passageiros. Cerca de 400 deles foram abrigados em uma academia perto do local, onde seriam levados de ônibus aos seus destinos. Em entrevista nesta quarta, o governador Andrew Cuomo afirmou que ainda é "difícil dizer por que o carro estava nos trilhos." "Ainda é cedo para saber se há algo que podemos descobrir aqui", disse. "Às vezes, acidentes acontecem." De acordo com Aaron Donovan, porta-voz da agência de transporte metropolitana, informações preliminares apontam que o carro estava parado nos trilhos na hora do acidente. O veículo havia sido atingido pelos portões que isolam a linha do trem. A motorista, então, saiu do carro para ver o que tinha acontecido, antes de voltar ao veículo e tentar sair dos trilhos. O veículo, entretanto, ficou preso no local. O Comitê Nacional de Segurança dos Transportes enviou uma equipe para investigar o acidente. O grupo deve trabalhar no local por até sete dias, segundo Robert Sumwalt, membro do comitê. A investigação completa pode levar um ano. "Neste momento, nada pode ser descartado", disse Sumwalt. A Metro-North foi construída em 1983 e atende cerca de 280 mil pessoas diariamente nos Estados de Nova York e Connecticut.
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Criticado por antecessora, Macri diz que Cristina deve se explicar à Justiça
Após ser criticado em um programa de TV por sua antecessora, Cristina Kirchner, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse que a ex-mandatária precisa dar seus esclarecimentos à Justiça. "Minha intenção é continuar me ocupando com o futuro. As coisas sobre o passado, sobre assuntos que tenham a ver com gestão e transparência, a Justiça resolve. Ela [Cristina] precisa resolver na Justiça e fazer seus esclarecimentos na Justiça", afirmou Macri nesta segunda (4) em Bruxelas, onde se reuniu com representantes da União Europeia. O presidente destacou que não assistiu ao programa e defendeu a independência dos Poderes e a transparência. "Qualquer funcionário meu que tiver cometido qualquer ato que gere dúvida de transparência também terá que se esclarecer na Justiça, porque assim deve ser: Poderes independentes e sem impunidade." Na noite de domingo (3), Cristina deu sua primeira entrevista desde que deixou a Casa Rosada, em dezembro. Em meio aos escândalos de corrupção que atingem seu governo, afirmou ser perseguida pela Justiça e atacou Macri. "Acredito que os 'neopobres' são decorrentes das políticas que estão sendo adotadas. O ajuste brutal das tarifas [de até 500% na água e na luz] era desnecessário", disse Cristina, referindo-se ao aumento de 3,6 pontos percentuais no números de argentinos em situação de pobreza nos três primeiros meses deste ano. A ex-mandatária, que está sendo investigada por falsificação de documentos públicos e lavagem de dinheiro, além de responder a um processo por má administração de recursos públicos, acrescentou que vai propor à Justiça que se faça uma auditoria nas obras públicas de seu governo. Parte dessa auditoria, porém, já foi realizada e indicou superfaturamento, segundo o presidente do órgão responsável pelas rodovias do país, Javier Iguacel. Em média, as obras tinham orçamentos 50% superior ao necessário, afirmou. "Já fizemos várias auditorias. Com toda a informação que há, é mais que suficiente para a Justiça trabalhar." Iguacel acrescentou que o órgão já apresentou as denúncias de superfaturamento, uma delas envolve Lázaro Báez. O empresário, amigo dos Kirchner desde a década de 1990, foi um dos principais vencedores de licitações enquanto a família esteve no poder (2003-2015). Báez está preso há dois meses sob suspeita de lavagem de dinheiro. Na semana passada, dois juízes de segunda instância determinaram que se investigue a ligação do empresário com Cristina Kirchner.
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Criticado por antecessora, Macri diz que Cristina deve se explicar à JustiçaApós ser criticado em um programa de TV por sua antecessora, Cristina Kirchner, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse que a ex-mandatária precisa dar seus esclarecimentos à Justiça. "Minha intenção é continuar me ocupando com o futuro. As coisas sobre o passado, sobre assuntos que tenham a ver com gestão e transparência, a Justiça resolve. Ela [Cristina] precisa resolver na Justiça e fazer seus esclarecimentos na Justiça", afirmou Macri nesta segunda (4) em Bruxelas, onde se reuniu com representantes da União Europeia. O presidente destacou que não assistiu ao programa e defendeu a independência dos Poderes e a transparência. "Qualquer funcionário meu que tiver cometido qualquer ato que gere dúvida de transparência também terá que se esclarecer na Justiça, porque assim deve ser: Poderes independentes e sem impunidade." Na noite de domingo (3), Cristina deu sua primeira entrevista desde que deixou a Casa Rosada, em dezembro. Em meio aos escândalos de corrupção que atingem seu governo, afirmou ser perseguida pela Justiça e atacou Macri. "Acredito que os 'neopobres' são decorrentes das políticas que estão sendo adotadas. O ajuste brutal das tarifas [de até 500% na água e na luz] era desnecessário", disse Cristina, referindo-se ao aumento de 3,6 pontos percentuais no números de argentinos em situação de pobreza nos três primeiros meses deste ano. A ex-mandatária, que está sendo investigada por falsificação de documentos públicos e lavagem de dinheiro, além de responder a um processo por má administração de recursos públicos, acrescentou que vai propor à Justiça que se faça uma auditoria nas obras públicas de seu governo. Parte dessa auditoria, porém, já foi realizada e indicou superfaturamento, segundo o presidente do órgão responsável pelas rodovias do país, Javier Iguacel. Em média, as obras tinham orçamentos 50% superior ao necessário, afirmou. "Já fizemos várias auditorias. Com toda a informação que há, é mais que suficiente para a Justiça trabalhar." Iguacel acrescentou que o órgão já apresentou as denúncias de superfaturamento, uma delas envolve Lázaro Báez. O empresário, amigo dos Kirchner desde a década de 1990, foi um dos principais vencedores de licitações enquanto a família esteve no poder (2003-2015). Báez está preso há dois meses sob suspeita de lavagem de dinheiro. Na semana passada, dois juízes de segunda instância determinaram que se investigue a ligação do empresário com Cristina Kirchner.
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Fotógrafo registra cidade de Ariano Suassuna, na Paraíba; veja imagens
Nada de destinos turísticos convencionais: foi para a pequena cidade de Taperoá, no sertão da Paraíba, com cerca de 15 mil habitantes, que o fotógrafo e engenheiro carioca Renato Rocha Miranda, 45, escolheu viajar. O nome do município pode soar familiar para algumas pessoas. Foi lá que o escritor Ariano Suassuna passou a infância e se inspirou para escrever "O Auto da Compadecida", cujo pano de fundo é a cidade. A viagem, realizada em dezembro junto com outras sete pessoas, foi parte do projeto "Brasil Indizível", criado por Miranda e pelo também fotógrafo carioca Flavio Veloso. O objetivo da iniciativa é realizar expedições fotográficas para regiões pouco conhecidas e culturalmente interessantes do país, e ajudar a fomentar o turismo em pequenas cidades. "O Brasil é indizível tanto do lado negativo quanto do positivo. Tem problemas tradicionais, mas também belezas inacreditáveis. O projeto é quase que um manifesto para as pessoas conhecerem mais o país", afirma Miranda. No fim da viagem, os registros do lugar, que vive uma seca há cerca de cinco anos, foram expostos aos moradores para que pudessem "mudar a imagem que tinham de si mesmos". "Muitos me perguntaram por que eu estava fotografando Taperoá. Eu dizia: por que não fotografar? A cidade é linda", conta. E qual é o ponto alto do local? "O povo, sem dúvida. Eles sabem todas as histórias sobre a região e seus personagens históricos. A riqueza cultural deles é encantadora", diz ele. Além de Taperoá, o grupo também esteve no município de Cabaceiras, no mesmo Estado. Um dos atrativos do lugar é o Lajedo de Pai Mateus e suas formações rochosas. As próximas viagens do grupo serão para o Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, e para o distrito de Alter do Chão, no Pará. "As pessoas têm que se encantar com o Brasil real, perdido no meio do nada, diferente daquele que aparece no noticiário. É um estímulo para que continuem lutando para mudar a situação do país", afirma Miranda. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Tribos da Etiópia, por Haroldo Castro Mistérios do Irã, por Cristiano Xavier Contrastes arquitetônicos de El Alto, na Bolívia, por Tatewaki Nio Uruguai de bicicleta, por William Cardoso Parques nacionais do Brasil, por Príamo Melo Animais da África, por Ana Zinger Praias do Ceará, por Marco Ankosqui Zellfie já visitou 69 países Bichos do Brasil, por Cristian Dimitrius Águas de Florianópolis, por Luciana Freire Ribeirinhos da Amazônia, por Analu Buchmann
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Fotógrafo registra cidade de Ariano Suassuna, na Paraíba; veja imagensNada de destinos turísticos convencionais: foi para a pequena cidade de Taperoá, no sertão da Paraíba, com cerca de 15 mil habitantes, que o fotógrafo e engenheiro carioca Renato Rocha Miranda, 45, escolheu viajar. O nome do município pode soar familiar para algumas pessoas. Foi lá que o escritor Ariano Suassuna passou a infância e se inspirou para escrever "O Auto da Compadecida", cujo pano de fundo é a cidade. A viagem, realizada em dezembro junto com outras sete pessoas, foi parte do projeto "Brasil Indizível", criado por Miranda e pelo também fotógrafo carioca Flavio Veloso. O objetivo da iniciativa é realizar expedições fotográficas para regiões pouco conhecidas e culturalmente interessantes do país, e ajudar a fomentar o turismo em pequenas cidades. "O Brasil é indizível tanto do lado negativo quanto do positivo. Tem problemas tradicionais, mas também belezas inacreditáveis. O projeto é quase que um manifesto para as pessoas conhecerem mais o país", afirma Miranda. No fim da viagem, os registros do lugar, que vive uma seca há cerca de cinco anos, foram expostos aos moradores para que pudessem "mudar a imagem que tinham de si mesmos". "Muitos me perguntaram por que eu estava fotografando Taperoá. Eu dizia: por que não fotografar? A cidade é linda", conta. E qual é o ponto alto do local? "O povo, sem dúvida. Eles sabem todas as histórias sobre a região e seus personagens históricos. A riqueza cultural deles é encantadora", diz ele. Além de Taperoá, o grupo também esteve no município de Cabaceiras, no mesmo Estado. Um dos atrativos do lugar é o Lajedo de Pai Mateus e suas formações rochosas. As próximas viagens do grupo serão para o Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, e para o distrito de Alter do Chão, no Pará. "As pessoas têm que se encantar com o Brasil real, perdido no meio do nada, diferente daquele que aparece no noticiário. É um estímulo para que continuem lutando para mudar a situação do país", afirma Miranda. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Tribos da Etiópia, por Haroldo Castro Mistérios do Irã, por Cristiano Xavier Contrastes arquitetônicos de El Alto, na Bolívia, por Tatewaki Nio Uruguai de bicicleta, por William Cardoso Parques nacionais do Brasil, por Príamo Melo Animais da África, por Ana Zinger Praias do Ceará, por Marco Ankosqui Zellfie já visitou 69 países Bichos do Brasil, por Cristian Dimitrius Águas de Florianópolis, por Luciana Freire Ribeirinhos da Amazônia, por Analu Buchmann
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Brigaderia faz sucesso em NY com ajuda de incubadora de culinária
Em uma cozinha comunitária movimentada em Nova York, Paula Barbosa está cuidadosamente colocando brigadeiros, cobertos com nozes, em formas individuais em uma caixa dourada. "É um doce tradicional no Brasil", explica ela. Paula, de 34 anos, vende as iguarias no My Sweet Brigadeiro (Meu Doce Brigadeiro). Ela lançou a loja em 2011, poucos meses depois de se mudar do Rio de Janeiro para a Big Apple. No outro extremo da longa mesa de metal está um tipo completamente diferente de culinária. Três mulheres, lideradas por Isabel Gunther, misturam legumes com macarrão de arroz branco em grandes tigelas. Eles serão embalados para merenda escolar saudável, parte do negócio de Gunther, Little Green Gourmets. As duas empresas estão alugando espaço e instalações em uma incubadora de culinária chamada Hot Bread Kitchen (HBK), com sede no bairro de East Harlem, em Manhattan. Em uma cidade obcecada por comida, onde o espaço comercial alternativo é caro, estas incubadoras desempenham um papel vital ao ajudar culinárias start-ups a sair do papel. Desde que abriu suas portas, em 2011, a HBK já ajudou cem pequenas empresas, que também tem acesso à aconselhamento empresarial. 'UMA LOUCURA' Paula vende a maior parte de seus brigadeiros on-line, mas também trabalha em alguns mercados de comida específicos. Ela estava em um desses mercados em 2011 quando seus brigadeiros receberam uma avaliação positiva do New York Times. Como resultado, choveram pedidos. "Foi uma loucura - estávamos na moda e não estávamos prontos", diz Barbosa. "Nós nem sequer tínhamos uma máquina de cartão de crédito e estávamos dizendo 'sim' a todos. Por isso, decidimos alugar o espaço de cozinha e fazer isso da forma certa." Hoje, ela diz que as encomendas continuam fortes. Seu best-seller é uma caixa de 30 brigadeiros, vendido a US$ 52 (cerca de R$ 140). A HBK também é um negócio propriamente dito, fundado por Jessamyn Rodriguez. Emprega 50 pessoas que trabalham em uma padaria e na seção da incubadora. Seus pães são vendidos no Whole Foods e em outros varejistas e mercados de Nova York. "Tocamos uma padaria 24 horas próspera e em crescimento no mesmo espaço", diz Rodriguez. "E isso é inspirador para os empresários, ver este cronograma de produção e entrega constante. Eles recebem a mensagem de que, se tudo correr bem, podem acabar como a gente." A incubadora HBK cobra uma taxa anual de US$ 500 (cerca de R$ 1.300) para membros, que podem, então, alugar o espaço da cozinha por US$ 17 a hora (cerca de R$ 45), e serviços de aconselhamento de negócios de acesso sobre temas como a estrutura de preços e vendas pela internet. Os empresários também conseguem fazer uma rede de contatos, o que cria uma comunidade colaborativa, diz Rodriguez. Graça Moore, gerente de comunicações da HBK, acrescenta que a incubadora tem um critério específico para decidir quais start-ups de culinária serão aceitas. "Pegamos empresas com uma ideia comprovada, pronta para crescer", diz ela. "Quando eles estão produzindo e vendendo por um ano, e sua cozinha em casa está explodindo, nós entramos." DESENVOLVIMENTO DE RECEITAS Michael Schwartz gerencia o Organic Food Incubator (OFI), com sede em Long Island City, no bairro de Queens, Nova York. Ele lançou o centro em 2011 para fornecer a start-ups de culinária as instalações e os conselhos que ele lutou para encontrar quando lançou seu próprio negócio, o BAO Food and Drink. "Quando começamos a BAO, em 2009, tivemos problemas intermináveis", diz Schwartz. "Não havia ninguém para nos dizer como obter o produto em uma loja, por exemplo. A pequena cena de clulinária era muito diferente [de como] é agora." Ele acrescenta que o OFI oferece "tudo, desde o desenvolvimento de receitas a certeza de que seu rótulo é legal". O centro agora incuba 60 empresas, com preços a partir de US$ 220 (cerca de R$ 580) para cinco dias. Como qualquer incubadora de empresas tradicional, ela tem sua parcela de graduados de sucesso - os empresários que desenvolveram sua start-up com sucesso e deixaram a incubadora para expandir ainda mais. A empresa de bebidas de Ariel Glazer, Kombrewcha, passou seus dois primeiros anos no OFI antes de, recentemente, se mudar para uma fábrica em New Hampshire. A empresa faz um chá fermentado com um nível de álcool de 2%. Ele diz que a incubadora lhe deu tempo e espaço para obter o produto certo antes de seu lançamento comercial. "Quando você começa um negócio você não sabe no que está se metendo, e se você precisa de muito mais tempo para desenvolver o produto isso pode matar seu negócio", diz Glazer. "Ao fazê-lo por meio de uma incubadora, você não precisa colocar o capital inicial." COMIDA LOCAL Para ser capaz de atender à crescente demanda, Schwartz e Rodriguez planejam expandir suas instalações da incubadora. Enquanto isso, outras incubadoras de culinária estão surgindo em toda a cidade. Schwartz dá créditos à crescente popularidade do movimento local de culinária - as pessoas que querem comprar comida que é cultivada e produzida localmente. Rodriguez diz que o fato de que os amantes da gastronomia de Nova York estão sempre à procura do próximo "achado" também faz a diferença. "Há um monte de bocas famintas aqui que estão procurando coisas da moda e a coisa mais nova que chega ao mercado", diz ela. Em Nova York, pequenas start-ups de culinária são um grande negócio.
bbc
Brigaderia faz sucesso em NY com ajuda de incubadora de culináriaEm uma cozinha comunitária movimentada em Nova York, Paula Barbosa está cuidadosamente colocando brigadeiros, cobertos com nozes, em formas individuais em uma caixa dourada. "É um doce tradicional no Brasil", explica ela. Paula, de 34 anos, vende as iguarias no My Sweet Brigadeiro (Meu Doce Brigadeiro). Ela lançou a loja em 2011, poucos meses depois de se mudar do Rio de Janeiro para a Big Apple. No outro extremo da longa mesa de metal está um tipo completamente diferente de culinária. Três mulheres, lideradas por Isabel Gunther, misturam legumes com macarrão de arroz branco em grandes tigelas. Eles serão embalados para merenda escolar saudável, parte do negócio de Gunther, Little Green Gourmets. As duas empresas estão alugando espaço e instalações em uma incubadora de culinária chamada Hot Bread Kitchen (HBK), com sede no bairro de East Harlem, em Manhattan. Em uma cidade obcecada por comida, onde o espaço comercial alternativo é caro, estas incubadoras desempenham um papel vital ao ajudar culinárias start-ups a sair do papel. Desde que abriu suas portas, em 2011, a HBK já ajudou cem pequenas empresas, que também tem acesso à aconselhamento empresarial. 'UMA LOUCURA' Paula vende a maior parte de seus brigadeiros on-line, mas também trabalha em alguns mercados de comida específicos. Ela estava em um desses mercados em 2011 quando seus brigadeiros receberam uma avaliação positiva do New York Times. Como resultado, choveram pedidos. "Foi uma loucura - estávamos na moda e não estávamos prontos", diz Barbosa. "Nós nem sequer tínhamos uma máquina de cartão de crédito e estávamos dizendo 'sim' a todos. Por isso, decidimos alugar o espaço de cozinha e fazer isso da forma certa." Hoje, ela diz que as encomendas continuam fortes. Seu best-seller é uma caixa de 30 brigadeiros, vendido a US$ 52 (cerca de R$ 140). A HBK também é um negócio propriamente dito, fundado por Jessamyn Rodriguez. Emprega 50 pessoas que trabalham em uma padaria e na seção da incubadora. Seus pães são vendidos no Whole Foods e em outros varejistas e mercados de Nova York. "Tocamos uma padaria 24 horas próspera e em crescimento no mesmo espaço", diz Rodriguez. "E isso é inspirador para os empresários, ver este cronograma de produção e entrega constante. Eles recebem a mensagem de que, se tudo correr bem, podem acabar como a gente." A incubadora HBK cobra uma taxa anual de US$ 500 (cerca de R$ 1.300) para membros, que podem, então, alugar o espaço da cozinha por US$ 17 a hora (cerca de R$ 45), e serviços de aconselhamento de negócios de acesso sobre temas como a estrutura de preços e vendas pela internet. Os empresários também conseguem fazer uma rede de contatos, o que cria uma comunidade colaborativa, diz Rodriguez. Graça Moore, gerente de comunicações da HBK, acrescenta que a incubadora tem um critério específico para decidir quais start-ups de culinária serão aceitas. "Pegamos empresas com uma ideia comprovada, pronta para crescer", diz ela. "Quando eles estão produzindo e vendendo por um ano, e sua cozinha em casa está explodindo, nós entramos." DESENVOLVIMENTO DE RECEITAS Michael Schwartz gerencia o Organic Food Incubator (OFI), com sede em Long Island City, no bairro de Queens, Nova York. Ele lançou o centro em 2011 para fornecer a start-ups de culinária as instalações e os conselhos que ele lutou para encontrar quando lançou seu próprio negócio, o BAO Food and Drink. "Quando começamos a BAO, em 2009, tivemos problemas intermináveis", diz Schwartz. "Não havia ninguém para nos dizer como obter o produto em uma loja, por exemplo. A pequena cena de clulinária era muito diferente [de como] é agora." Ele acrescenta que o OFI oferece "tudo, desde o desenvolvimento de receitas a certeza de que seu rótulo é legal". O centro agora incuba 60 empresas, com preços a partir de US$ 220 (cerca de R$ 580) para cinco dias. Como qualquer incubadora de empresas tradicional, ela tem sua parcela de graduados de sucesso - os empresários que desenvolveram sua start-up com sucesso e deixaram a incubadora para expandir ainda mais. A empresa de bebidas de Ariel Glazer, Kombrewcha, passou seus dois primeiros anos no OFI antes de, recentemente, se mudar para uma fábrica em New Hampshire. A empresa faz um chá fermentado com um nível de álcool de 2%. Ele diz que a incubadora lhe deu tempo e espaço para obter o produto certo antes de seu lançamento comercial. "Quando você começa um negócio você não sabe no que está se metendo, e se você precisa de muito mais tempo para desenvolver o produto isso pode matar seu negócio", diz Glazer. "Ao fazê-lo por meio de uma incubadora, você não precisa colocar o capital inicial." COMIDA LOCAL Para ser capaz de atender à crescente demanda, Schwartz e Rodriguez planejam expandir suas instalações da incubadora. Enquanto isso, outras incubadoras de culinária estão surgindo em toda a cidade. Schwartz dá créditos à crescente popularidade do movimento local de culinária - as pessoas que querem comprar comida que é cultivada e produzida localmente. Rodriguez diz que o fato de que os amantes da gastronomia de Nova York estão sempre à procura do próximo "achado" também faz a diferença. "Há um monte de bocas famintas aqui que estão procurando coisas da moda e a coisa mais nova que chega ao mercado", diz ela. Em Nova York, pequenas start-ups de culinária são um grande negócio.
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Conheça aplicações em ativos estrangeiros
QUAL É O SEU OBJETIVO? 1. Proteger-se da alta do dólar Se você tem compromissos em moeda estrangeira (uma dívida a pagar, se pretende mandar seus filhos para estudar no exterior ou planeja morar em outro país) * Fundo cambial É a opção que segue mais de perto a variação da moeda estrangeira. Tem liquidez diária e baixo valor inicial de aplicação (há opções a partir de R$ 1.000) Atenção Rentabilidade passada não é garantia de retorno futuro. É muito difícil prever o comportamento do câmbio, especialmente em momentos de instabilidade política e econômica, como o atual. Os fundos cambiais, portanto, não são opção para quem quer especular com o dólar, mas sim evitar surpresas com variações bruscas da moeda americana 2. Fazer uma poupança fora do Brasil Se você quer enviar parte de sua poupança para o exterior, precisará abrir uma conta em um banco ou corretora fora do Brasil. Algumas instituições oferecem atendimento em português e assistência a brasileiros, esclarecendo dúvidas tributárias ou de regulação * Conta offshore A quantidade de opções para investir é muito mais ampla do que dentro do país: títulos de governos estrangeiros (países desenvolvidos e emergentes), de empresas de todo o mundo e ativos financeiros ligados a setores específicos da economia, como o imobiliário norte-americano Cuidado Mandar dinheiro para fora do país só é aconselhável para quem pode aplicar pelo menos US$ 100 mil no exterior, segundo especialistas. Portanto, é uma opção para quem pelo menos R$ 1 milhão investido 3. Diversificar seus investimentos Há muitas opções para quem quer investir em dólar, mas não deseja tirar o seu dinheiro do país. Mas é importante lembrar que há dois tipos de risco a serem analisados: o risco do ativo e o risco de câmbio * Fundo de BDRs Você pode investir em ações da Apple, do Google, da Nike e de mais 82 empresas estrangeiras sem sair do Brasil, ao comprar cotas de fundos de BDRs (recibos de ações de empresas estrangeiras negociados na Bolsa brasileira). É possível investir em fundos de BDRs a partir de R$ 200 (aplicação mínima na BB DTVM) Atenção A aplicação é feita em reais, mas a rentabilidade do fundo varia também de acordo com a taxa de câmbio. Em 2015, esse fator beneficiou o retorno * Fundos de renda fixa A partir de R$ 10 mil, é possível comprar no Brasil cotas de fundos com gestão no exterior ou de fundos que investem em fundos no exterior. As carteiras são compostas por títulos de renda fixa de todo o mundo (governos ou empresas). O investimento é em reais, automaticamente convertido em moeda estrangeira no momento da aplicação * Fundos multimercado Instituições financeiras oferecem fundos multimercado que têm parte do portfólio em ativos no Brasil e parte em ativos no exterior. Essa divisão normalmente é de 80% em ativos nacionais e 20%, estrangeiros, mas o mercado prepara opções de 60% no Brasil e 40% no exterior Condições Em geral, essas opções exigem um investimento inicial mais alto, a partir de R$ 25 mil, e cobram taxa de administração entre 1,6% e 2,5% ao ano * COE (Certificado de Operações Estruturadas) Recomendado para quem quer apostar na alta do dólar, porém é avesso ao risco e não está disposto a perder. Nos COEs cambiais, o investidor não perde se a moeda americana perder valor ante o real, mas tem ganho limitado a 15% em caso de desvalorização cambial. Mesmo se o dólar subir 20%, por exemplo, a rentabilidade será de 15% *Condições O poupador não pode sacar o dinheiro da aplicação antes do vencimento (em geral entre 6 meses e 2 anos). O investimento inicial também costuma ser alto, a partir de R$ 25 mil * Outras variáveis que devem ser levadas em consideração: * Volume de recursos a serem aplicados O investimento em moeda ou ativo estrangeiro deve ser apenas uma parcela da sua poupança. Antes de escolher a opção, avalie o quanto pode investir (isso pode limitar as suas opções) * Prazo da aplicação Se for precisar do dinheiro no curto prazo, evite aplicações mais arriscadas. Lembre-se que, em alguns produtos, o saque dos recursos não é permitido antes de prazo pré-determinado * Taxa de administração Avalie se a taxa cobrada é adequada para o retorno esperado do investimento Fontes: Bancos, corretoras e especialistas
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Conheça aplicações em ativos estrangeirosQUAL É O SEU OBJETIVO? 1. Proteger-se da alta do dólar Se você tem compromissos em moeda estrangeira (uma dívida a pagar, se pretende mandar seus filhos para estudar no exterior ou planeja morar em outro país) * Fundo cambial É a opção que segue mais de perto a variação da moeda estrangeira. Tem liquidez diária e baixo valor inicial de aplicação (há opções a partir de R$ 1.000) Atenção Rentabilidade passada não é garantia de retorno futuro. É muito difícil prever o comportamento do câmbio, especialmente em momentos de instabilidade política e econômica, como o atual. Os fundos cambiais, portanto, não são opção para quem quer especular com o dólar, mas sim evitar surpresas com variações bruscas da moeda americana 2. Fazer uma poupança fora do Brasil Se você quer enviar parte de sua poupança para o exterior, precisará abrir uma conta em um banco ou corretora fora do Brasil. Algumas instituições oferecem atendimento em português e assistência a brasileiros, esclarecendo dúvidas tributárias ou de regulação * Conta offshore A quantidade de opções para investir é muito mais ampla do que dentro do país: títulos de governos estrangeiros (países desenvolvidos e emergentes), de empresas de todo o mundo e ativos financeiros ligados a setores específicos da economia, como o imobiliário norte-americano Cuidado Mandar dinheiro para fora do país só é aconselhável para quem pode aplicar pelo menos US$ 100 mil no exterior, segundo especialistas. Portanto, é uma opção para quem pelo menos R$ 1 milhão investido 3. Diversificar seus investimentos Há muitas opções para quem quer investir em dólar, mas não deseja tirar o seu dinheiro do país. Mas é importante lembrar que há dois tipos de risco a serem analisados: o risco do ativo e o risco de câmbio * Fundo de BDRs Você pode investir em ações da Apple, do Google, da Nike e de mais 82 empresas estrangeiras sem sair do Brasil, ao comprar cotas de fundos de BDRs (recibos de ações de empresas estrangeiras negociados na Bolsa brasileira). É possível investir em fundos de BDRs a partir de R$ 200 (aplicação mínima na BB DTVM) Atenção A aplicação é feita em reais, mas a rentabilidade do fundo varia também de acordo com a taxa de câmbio. Em 2015, esse fator beneficiou o retorno * Fundos de renda fixa A partir de R$ 10 mil, é possível comprar no Brasil cotas de fundos com gestão no exterior ou de fundos que investem em fundos no exterior. As carteiras são compostas por títulos de renda fixa de todo o mundo (governos ou empresas). O investimento é em reais, automaticamente convertido em moeda estrangeira no momento da aplicação * Fundos multimercado Instituições financeiras oferecem fundos multimercado que têm parte do portfólio em ativos no Brasil e parte em ativos no exterior. Essa divisão normalmente é de 80% em ativos nacionais e 20%, estrangeiros, mas o mercado prepara opções de 60% no Brasil e 40% no exterior Condições Em geral, essas opções exigem um investimento inicial mais alto, a partir de R$ 25 mil, e cobram taxa de administração entre 1,6% e 2,5% ao ano * COE (Certificado de Operações Estruturadas) Recomendado para quem quer apostar na alta do dólar, porém é avesso ao risco e não está disposto a perder. Nos COEs cambiais, o investidor não perde se a moeda americana perder valor ante o real, mas tem ganho limitado a 15% em caso de desvalorização cambial. Mesmo se o dólar subir 20%, por exemplo, a rentabilidade será de 15% *Condições O poupador não pode sacar o dinheiro da aplicação antes do vencimento (em geral entre 6 meses e 2 anos). O investimento inicial também costuma ser alto, a partir de R$ 25 mil * Outras variáveis que devem ser levadas em consideração: * Volume de recursos a serem aplicados O investimento em moeda ou ativo estrangeiro deve ser apenas uma parcela da sua poupança. Antes de escolher a opção, avalie o quanto pode investir (isso pode limitar as suas opções) * Prazo da aplicação Se for precisar do dinheiro no curto prazo, evite aplicações mais arriscadas. Lembre-se que, em alguns produtos, o saque dos recursos não é permitido antes de prazo pré-determinado * Taxa de administração Avalie se a taxa cobrada é adequada para o retorno esperado do investimento Fontes: Bancos, corretoras e especialistas
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Trump recorre à Suprema Corte para retomar decreto anti-imigração
O governo de Donald Trump entrou com recurso nesta quinta-feira (1º) na Suprema Corte dos EUA para retomar o decreto que veta a entrada de cidadãos de seis países de maioria muçulmana e de refugiados. A porta-voz do Departamento de Justiça, Sarah Isgur Flores, afirmou que o presidente está confiante em retomar a proibição de entrada de refugiados de todo o mundo e cidadãos de Iêmen, Irã, Líbia, Síria, Somália e Sudão. "Estamos confiantes de que a ordem executiva do presidente está de acordo com sua autoridade legal para manter esta nação segura e proteger nossas comunidades do terrorismo", disse, em comunicado. O decreto anti-imigração foi uma das primeiras medidas de Trump. Ele desejava impedir por 90 dias a entrada de cidadãos dos seis países citados e do Iraque e por 120 dias de refugiados de todo o mundo. Também dava prioridade aos refugiados cristãos em detrimento aos muçulmanos. Anunciado em 27 de janeiro, o decreto provocou caos nos aeroportos, detenções de pessoas com visto e protestos contra seu governo. A confusão levou o Departamento de Estado a revalidar os vistos já existentes dos visitantes e dos residentes. No entanto, o banimento a países de maioria islâmica e o privilégio aos cristãos foram considerados discriminatórios pela Justiça. A suspensão nacional foi determinada por um juiz de Seattle e ratificada duas vezes semanas depois pela 9ª Corte de Apelações. A partir daí, o governo redigiu um novo decreto, excluindo o Iraque e assegurando os vistos emitidos. A medida foi suspensa em março por um juiz do Havaí, que considerou o veto discriminação contra os muçulmanos. A decisão foi mantida pela 9ª Corte de Apelações, a mesma que derrubou o primeiro decreto anti-imigração. Para tentar fugir da sentença do oeste do país, o governo esperou que os juízes de outros tribunais decidissem mais ações. A última delas foi tomada pela 4ª Corte de Apelações, que manteve a decisão de um juiz de Maryland. Agora, a Casa Branca tenta usar a maioria conservadora da Suprema Corte para retomar o decreto anti-imigração. Com a entrada de Neil Gorsuch, indicado por Trump, são cinco juízes da tendência, contra quatro liberais (progressistas).
mundo
Trump recorre à Suprema Corte para retomar decreto anti-imigraçãoO governo de Donald Trump entrou com recurso nesta quinta-feira (1º) na Suprema Corte dos EUA para retomar o decreto que veta a entrada de cidadãos de seis países de maioria muçulmana e de refugiados. A porta-voz do Departamento de Justiça, Sarah Isgur Flores, afirmou que o presidente está confiante em retomar a proibição de entrada de refugiados de todo o mundo e cidadãos de Iêmen, Irã, Líbia, Síria, Somália e Sudão. "Estamos confiantes de que a ordem executiva do presidente está de acordo com sua autoridade legal para manter esta nação segura e proteger nossas comunidades do terrorismo", disse, em comunicado. O decreto anti-imigração foi uma das primeiras medidas de Trump. Ele desejava impedir por 90 dias a entrada de cidadãos dos seis países citados e do Iraque e por 120 dias de refugiados de todo o mundo. Também dava prioridade aos refugiados cristãos em detrimento aos muçulmanos. Anunciado em 27 de janeiro, o decreto provocou caos nos aeroportos, detenções de pessoas com visto e protestos contra seu governo. A confusão levou o Departamento de Estado a revalidar os vistos já existentes dos visitantes e dos residentes. No entanto, o banimento a países de maioria islâmica e o privilégio aos cristãos foram considerados discriminatórios pela Justiça. A suspensão nacional foi determinada por um juiz de Seattle e ratificada duas vezes semanas depois pela 9ª Corte de Apelações. A partir daí, o governo redigiu um novo decreto, excluindo o Iraque e assegurando os vistos emitidos. A medida foi suspensa em março por um juiz do Havaí, que considerou o veto discriminação contra os muçulmanos. A decisão foi mantida pela 9ª Corte de Apelações, a mesma que derrubou o primeiro decreto anti-imigração. Para tentar fugir da sentença do oeste do país, o governo esperou que os juízes de outros tribunais decidissem mais ações. A última delas foi tomada pela 4ª Corte de Apelações, que manteve a decisão de um juiz de Maryland. Agora, a Casa Branca tenta usar a maioria conservadora da Suprema Corte para retomar o decreto anti-imigração. Com a entrada de Neil Gorsuch, indicado por Trump, são cinco juízes da tendência, contra quatro liberais (progressistas).
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Maioria dos paulistanos reprova trânsito de SP, diz Datafolha; índice cai
A maioria dos paulistanos (71%) reprova o trânsito em São Paulo, segundo o Datafolha. Porém, o percentual de pessoas que avaliam mal o tráfego na cidade diminuiu em relação a levantamento realizado em junho do ano passado, quando 81% dos entrevistados o consideravam ruim ou péssimo. Já a taxa dos que consideram o rush paulistano regular subiu de 15% para 21%. Os que acham o ótimo ou bom subiram de 4% para 8%. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos. A diminuição coincide com o momento em que a cidade viu seus indicadores de engarrafamentos diminuírem pela primeira vez nos últimos três anos –a lentidão no pico da tarde, das 17h às 20h, caiu de 137 km para 113 km, segundo reportagem da Folha de setembro passado. Já a velocidade média dos deslocamentos no mesmo período do dia passou de 14 km/h para 18 km/h, desempenho inferior ao de um patinete elétrico. Segundo especialistas em mobilidade urbana, a diminuição dos congestionamentos está ligada à crise econômica. Com menos dinheiro, paulistanos passaram a deixar seus carros em casa e usar transporte público. A manutenção da avaliação ruim do rush paulistano ocorre no momento em que o prefeito Fernando Haddad (PT) enfrenta recorde de reprovação. A um ano da eleição, chegou a 49% o número de pessoas que consideram o mandato ruim ou péssimo –percentual mais alto registrado desde o início do mandato. Os que consideram o mandato regular somam 34% e os que acham a gestão boa ou ótima são 15%. A rejeição às ciclovias criadas pela gestão Fernando Haddad também vem aumentando, de acordo com o Datafolha. VELOCIDADE Medidas polêmicas foram adotadas pelo prefeito neste ano em relação à mobilidade. A principal delas foi a diminuição da velocidade máxima em ruas e avenidas –o limite nas pistas locais das marginais Tietê e Pinheiros, por exemplo, foi reduzido para 50 km/h. Redução da velocidade máxima para veículos - Posicionamento, em % Essa medida divide os paulistanos, de acordo com o Datafolha –47% são contra e 47% são a favor, conforme o novo levantamento. A pesquisa apontou que 41% dos paulistanos costuma dirigir na capital. É esse grupo de pessoas que mais reprova a redução de velocidade (61% são contra e 35% a favor). Entre os que não dirigem, 56% são a favor da diminuição e 38% são contra. Redução da velocidade máxima para veículos - Opinião do impacto da medida para redução de acidentes, em % Haddad também decidiu fechar a avenida Paulista para carros aos domingos, medida que provocou trânsito em vias do entorno e gerou críticas de comerciantes. A decisão do prefeito também divide os paulistanos: 47% são a favor e 43% são contra, segundo a pesquisa.
cotidiano
Maioria dos paulistanos reprova trânsito de SP, diz Datafolha; índice caiA maioria dos paulistanos (71%) reprova o trânsito em São Paulo, segundo o Datafolha. Porém, o percentual de pessoas que avaliam mal o tráfego na cidade diminuiu em relação a levantamento realizado em junho do ano passado, quando 81% dos entrevistados o consideravam ruim ou péssimo. Já a taxa dos que consideram o rush paulistano regular subiu de 15% para 21%. Os que acham o ótimo ou bom subiram de 4% para 8%. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos. A diminuição coincide com o momento em que a cidade viu seus indicadores de engarrafamentos diminuírem pela primeira vez nos últimos três anos –a lentidão no pico da tarde, das 17h às 20h, caiu de 137 km para 113 km, segundo reportagem da Folha de setembro passado. Já a velocidade média dos deslocamentos no mesmo período do dia passou de 14 km/h para 18 km/h, desempenho inferior ao de um patinete elétrico. Segundo especialistas em mobilidade urbana, a diminuição dos congestionamentos está ligada à crise econômica. Com menos dinheiro, paulistanos passaram a deixar seus carros em casa e usar transporte público. A manutenção da avaliação ruim do rush paulistano ocorre no momento em que o prefeito Fernando Haddad (PT) enfrenta recorde de reprovação. A um ano da eleição, chegou a 49% o número de pessoas que consideram o mandato ruim ou péssimo –percentual mais alto registrado desde o início do mandato. Os que consideram o mandato regular somam 34% e os que acham a gestão boa ou ótima são 15%. A rejeição às ciclovias criadas pela gestão Fernando Haddad também vem aumentando, de acordo com o Datafolha. VELOCIDADE Medidas polêmicas foram adotadas pelo prefeito neste ano em relação à mobilidade. A principal delas foi a diminuição da velocidade máxima em ruas e avenidas –o limite nas pistas locais das marginais Tietê e Pinheiros, por exemplo, foi reduzido para 50 km/h. Redução da velocidade máxima para veículos - Posicionamento, em % Essa medida divide os paulistanos, de acordo com o Datafolha –47% são contra e 47% são a favor, conforme o novo levantamento. A pesquisa apontou que 41% dos paulistanos costuma dirigir na capital. É esse grupo de pessoas que mais reprova a redução de velocidade (61% são contra e 35% a favor). Entre os que não dirigem, 56% são a favor da diminuição e 38% são contra. Redução da velocidade máxima para veículos - Opinião do impacto da medida para redução de acidentes, em % Haddad também decidiu fechar a avenida Paulista para carros aos domingos, medida que provocou trânsito em vias do entorno e gerou críticas de comerciantes. A decisão do prefeito também divide os paulistanos: 47% são a favor e 43% são contra, segundo a pesquisa.
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Após falar em diálogo com os EUA, Coreia do Norte faz disparo de projétil
A Coreia do Norte disparou no fim da tarde deste sábado (manhã de domingo, em Pyongyang) um projétil não identificado, de acordo com militares da Coreia do Sul. O lançamento ocorreu em região chamada Kusong, a noroeste da capital. Informações prévias indicavam que se tratava de míssil balístico. Segundo militares sul-coreanos e autoridades do Japão, o projétil percorreu cerca de 800 quilômetros em 30 minutos e caiu no mar do Japão. É o primeiro disparo desde que Moon Jae-in assumiu a Presidência da Coreia do Sul, na quarta-feira (10), dizendo que o diálogo deve ser usado para aliviar as tensões na península coreana. O lançamento também ocorre logo depois de Choe Son-Hui, diretora-geral do Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte para Assuntos dos EUA, afirmar que Pyongyang poderá dialogar com o governo americana se "as condições estiverem apropriadas", informou neste sábado (13) a agência sul-coreana Yonhap. O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, declarou que o lançamento, proibido pelas Nações Unidas, é "absolutamente inaceitável" e que o Japão vai responder. Já o presidente Moon Jae-in diz condenar "veementemente" o lançamento e que o ato é uma "clara violação" das resoluções do Conselho de Segurança da ONU. A tensão entre Pyongyang e Washington se acirrou justamente após testes com mísseis realizados pela Coreia do Norte. Nos últimos dois meses, a Coreia do Norte falhou em quatro testes seguidos de lançamento de projéteis. Há menos de um mês o governo norte-coreano voltou a fazer experimentos militares e tentou sem sucesso lançar novo míssil, como confirmaram autoridades dos EUA e da vizinha Coreia do Sul. À Reuters, em abril, o presidente Donald Trump disse que um "grande conflito" com o Norte era possível, mas que preferia solução diplomática sobre programas nucleares e mísseis. Ele disse ainda que ficaria "honrado" em encontrar com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un. O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse também em abril, durante visita à zona desmilitarizada entre as duas Coreias, que "todas as opções estão na mesa para conquistar os objetivos e garantir a estabilidade do povo desse país [Coreia do Norte]". A diplomata norte-coreana Choe fez as declarações deste sábado ao voltar de Oslo (Noruega), onde se reuniu com acadêmicos e autoridades como Thomas Pickering, ex-embaixador americano, e Robert Einhorn, ex-conselheiro do Departamento de Estado para a não-proliferação e o controle de armas. Segundo a Yonhap, ao ser questionada se a Coreia do Norte se preparava para conversar com o governo Trump, Son-Hui disse: "Nós poderemos dialogar se houver condições apropriadas". A agência de notícias da Coreia do Sul fez a mesma pergunta sobre um possível encontro entre Kim Jong-un e o novo presidente sul-coreano. "Vamos ver", disse. As falas de Choe chegam em meio a esforços para desestimular o país a seguir em busca de armas nucleares.
mundo
Após falar em diálogo com os EUA, Coreia do Norte faz disparo de projétilA Coreia do Norte disparou no fim da tarde deste sábado (manhã de domingo, em Pyongyang) um projétil não identificado, de acordo com militares da Coreia do Sul. O lançamento ocorreu em região chamada Kusong, a noroeste da capital. Informações prévias indicavam que se tratava de míssil balístico. Segundo militares sul-coreanos e autoridades do Japão, o projétil percorreu cerca de 800 quilômetros em 30 minutos e caiu no mar do Japão. É o primeiro disparo desde que Moon Jae-in assumiu a Presidência da Coreia do Sul, na quarta-feira (10), dizendo que o diálogo deve ser usado para aliviar as tensões na península coreana. O lançamento também ocorre logo depois de Choe Son-Hui, diretora-geral do Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte para Assuntos dos EUA, afirmar que Pyongyang poderá dialogar com o governo americana se "as condições estiverem apropriadas", informou neste sábado (13) a agência sul-coreana Yonhap. O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, declarou que o lançamento, proibido pelas Nações Unidas, é "absolutamente inaceitável" e que o Japão vai responder. Já o presidente Moon Jae-in diz condenar "veementemente" o lançamento e que o ato é uma "clara violação" das resoluções do Conselho de Segurança da ONU. A tensão entre Pyongyang e Washington se acirrou justamente após testes com mísseis realizados pela Coreia do Norte. Nos últimos dois meses, a Coreia do Norte falhou em quatro testes seguidos de lançamento de projéteis. Há menos de um mês o governo norte-coreano voltou a fazer experimentos militares e tentou sem sucesso lançar novo míssil, como confirmaram autoridades dos EUA e da vizinha Coreia do Sul. À Reuters, em abril, o presidente Donald Trump disse que um "grande conflito" com o Norte era possível, mas que preferia solução diplomática sobre programas nucleares e mísseis. Ele disse ainda que ficaria "honrado" em encontrar com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un. O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse também em abril, durante visita à zona desmilitarizada entre as duas Coreias, que "todas as opções estão na mesa para conquistar os objetivos e garantir a estabilidade do povo desse país [Coreia do Norte]". A diplomata norte-coreana Choe fez as declarações deste sábado ao voltar de Oslo (Noruega), onde se reuniu com acadêmicos e autoridades como Thomas Pickering, ex-embaixador americano, e Robert Einhorn, ex-conselheiro do Departamento de Estado para a não-proliferação e o controle de armas. Segundo a Yonhap, ao ser questionada se a Coreia do Norte se preparava para conversar com o governo Trump, Son-Hui disse: "Nós poderemos dialogar se houver condições apropriadas". A agência de notícias da Coreia do Sul fez a mesma pergunta sobre um possível encontro entre Kim Jong-un e o novo presidente sul-coreano. "Vamos ver", disse. As falas de Choe chegam em meio a esforços para desestimular o país a seguir em busca de armas nucleares.
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Rejeição à reforma política revela desdém com o povo, diz leitor
REFORMA POLÍTICA Os políticos deram outra demonstração de que não estão nem aí para o povo ao rejeitar mudanças no sistema eleitoral. Mas, se o povo está conformado e desistiu de ir às ruas protestar, então que não reclame quando se sentir injustiçado. Diante do conformismo, vale a máxima de que cada povo tem o governo que merece. LUCIANO VETTORAZZO (São José do Rio Preto, SP) * Importante é não reelegermos nenhum dos que estão lá. Não prestam nem para fazer uma única modificação na política. AUGUSTA MARIA DE S GUIMARAES (Itanhaém, SP) * É uma vergonha! Que país atrasado o nosso! Pagamos uma fortuna aos desonestos e incompetentes que não enxergam longe e não querem o bem do brasileiro, apenas veem oportunidades para tirar vantagem própria. Enquanto isso, a falta de justiça no país cria um ambiente propício às ilicitudes. RODRIGO CARVALHO (Natal, RN) - PSDB NAS ELEIÇÕES Será que ninguém no PSDB entendeu que Alckmim é passado? Fora de São Paulo não terá voto nenhum, pois o Brasil quer mudanças. CLÁUDIO MOURA (Ananindeua, PA) * Um prefeito que nem completou um ano de mandato e já cogita se candidatar a presidente não é um traidor do voto do paulistano, que o queria como seu gestor por quatro anos? Esse não é o perfil que ganhará meu voto em 2018. REINALDO CUNHA (Passo Fundo, RS) * A velha oligarquia plutocrática, aliada ao que se vendeu como "o novo", o "não político" e o "moderno". Já vi esse filme. Próximo! FABRIZIO WROLLI (São Paulo, SP) - STF O STF tem muito pouco de Supremo. O excelente Thomás Pereira coloca o dedo nos pontos mais claros da desordem reinante. São notórios os ministros que não estão à altura do STF. Os grandes problemas são a indicação presidencial, baseada em interesses espúrios e pessoais, a ausência de critérios do Senado, ou melhor, o alinhamento com a Presidência, e a falta de condições intelectuais, morais e éticas dos candidatos a ocupar função de tamanha relevância. ARNALDO DE SOUZA CARDOSO (São Paulo, SP) * Perfeito o texto, em todos os aspectos. Os membros do STF, com uma honrosa exceção, não estão dignificando o cargo a que foram guindados. Pena! Não é isso que se espera da magistratura. O verdadeiro magistrado deve ter um comportamento discreto, em vez de dar entrevistas sobre casos pendentes de julgamento. JOSE L. P. DE OLIVEIRA DIAS (São Paulo, SP) - TRUMP NA ONU O discurso ameaçador e agressivo do presidente Trump na Assembleia Geral da ONU mostra mais uma vez que ele representa o radicalismo conservador que tenta ditar regras de comportamento. Que ele faça isso no seu país é um problema dele, mas tentar impor ao mundo as suas regras é um absurdo. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) * Ao que parece, segundo a fala do presidente Trump na ONU, ao afirmar que vai destruir a Coreia do Norte, dentro em breve acontecerá a terceira guerra mundial, nuclear, cujas consequências serão devastadoras, incrivelmente devastadoras. Que os dois líderes tenham juízo e pacificamente se entendam. Que prevaleça a paz na face da Terra! HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES) * O conflito tem sido criado pela Coreia do Norte, país comunista em que um ditador desequilibrado governa e vive em uma fantasia da esquerda. O artigo manipula os fatos, tentando colocar a culpa dos riscos em quem apenas está reagindo a uma ameaça atômica. Não tem algo errado? RICARDO VILLAS (São Paulo, SP) * O suposto arsenal de Kim é sua moeda de troca para deixarem seu regime em paz. Contudo, há um movimento paranoico perigoso na Coreia do Norte, que faz com que o país aumente cada vez mais seu arsenal bélico. Aqui há dois riscos: 1) reagirem ao medo de alguma ameaça iminente, 2) um míssil de testes cair no lugar errado. Mas Kim não é bobo: ele sabe que, se soltar algum míssil hostil, este será o primeiro e também o último. ROBERTO RAMOS (São Luís de Montes Belos, GO) - COLUNISTAS Sobre a coluna de Hélio Schwartsman, é possível reorientar um hétero com "técnicas" para que floresça o desejo pelo mesmo sexo? Soa absurdo, não é? O mesmo ocorre com o homossexual. Não é possível deixar de sê-lo. No máximo, pode abster-se do sexo com o "igual", mas isso só traz mais sofrimento. Aliás, imaginem pais inconformados com a orientação sexual de seus filhos adolescentes, obrigando-os ao tratamento de reorientação sexual. O CFP sabe que não há tratamento para o que não é doença! ALESSANDRO S, DA SILVA (Estrela D'Oeste, SP) * A respeito da coluna de Plínio Fraga, além de não resolverem problemas de segurança pública, incumbência dos Estados, as Forças Armadas só deveriam ser empregadas para a garantia da lei e da ordem quando o governador declarasse que não tem os meios necessários para pôr termo a grave comprometimento da ordem pública, o que exigiria também a intervenção da União no Estado. PAULO M. GOMES LUSTOZA (Rio de Janeiro, RJ) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Rejeição à reforma política revela desdém com o povo, diz leitorREFORMA POLÍTICA Os políticos deram outra demonstração de que não estão nem aí para o povo ao rejeitar mudanças no sistema eleitoral. Mas, se o povo está conformado e desistiu de ir às ruas protestar, então que não reclame quando se sentir injustiçado. Diante do conformismo, vale a máxima de que cada povo tem o governo que merece. LUCIANO VETTORAZZO (São José do Rio Preto, SP) * Importante é não reelegermos nenhum dos que estão lá. Não prestam nem para fazer uma única modificação na política. AUGUSTA MARIA DE S GUIMARAES (Itanhaém, SP) * É uma vergonha! Que país atrasado o nosso! Pagamos uma fortuna aos desonestos e incompetentes que não enxergam longe e não querem o bem do brasileiro, apenas veem oportunidades para tirar vantagem própria. Enquanto isso, a falta de justiça no país cria um ambiente propício às ilicitudes. RODRIGO CARVALHO (Natal, RN) - PSDB NAS ELEIÇÕES Será que ninguém no PSDB entendeu que Alckmim é passado? Fora de São Paulo não terá voto nenhum, pois o Brasil quer mudanças. CLÁUDIO MOURA (Ananindeua, PA) * Um prefeito que nem completou um ano de mandato e já cogita se candidatar a presidente não é um traidor do voto do paulistano, que o queria como seu gestor por quatro anos? Esse não é o perfil que ganhará meu voto em 2018. REINALDO CUNHA (Passo Fundo, RS) * A velha oligarquia plutocrática, aliada ao que se vendeu como "o novo", o "não político" e o "moderno". Já vi esse filme. Próximo! FABRIZIO WROLLI (São Paulo, SP) - STF O STF tem muito pouco de Supremo. O excelente Thomás Pereira coloca o dedo nos pontos mais claros da desordem reinante. São notórios os ministros que não estão à altura do STF. Os grandes problemas são a indicação presidencial, baseada em interesses espúrios e pessoais, a ausência de critérios do Senado, ou melhor, o alinhamento com a Presidência, e a falta de condições intelectuais, morais e éticas dos candidatos a ocupar função de tamanha relevância. ARNALDO DE SOUZA CARDOSO (São Paulo, SP) * Perfeito o texto, em todos os aspectos. Os membros do STF, com uma honrosa exceção, não estão dignificando o cargo a que foram guindados. Pena! Não é isso que se espera da magistratura. O verdadeiro magistrado deve ter um comportamento discreto, em vez de dar entrevistas sobre casos pendentes de julgamento. JOSE L. P. DE OLIVEIRA DIAS (São Paulo, SP) - TRUMP NA ONU O discurso ameaçador e agressivo do presidente Trump na Assembleia Geral da ONU mostra mais uma vez que ele representa o radicalismo conservador que tenta ditar regras de comportamento. Que ele faça isso no seu país é um problema dele, mas tentar impor ao mundo as suas regras é um absurdo. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) * Ao que parece, segundo a fala do presidente Trump na ONU, ao afirmar que vai destruir a Coreia do Norte, dentro em breve acontecerá a terceira guerra mundial, nuclear, cujas consequências serão devastadoras, incrivelmente devastadoras. Que os dois líderes tenham juízo e pacificamente se entendam. Que prevaleça a paz na face da Terra! HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES) * O conflito tem sido criado pela Coreia do Norte, país comunista em que um ditador desequilibrado governa e vive em uma fantasia da esquerda. O artigo manipula os fatos, tentando colocar a culpa dos riscos em quem apenas está reagindo a uma ameaça atômica. Não tem algo errado? RICARDO VILLAS (São Paulo, SP) * O suposto arsenal de Kim é sua moeda de troca para deixarem seu regime em paz. Contudo, há um movimento paranoico perigoso na Coreia do Norte, que faz com que o país aumente cada vez mais seu arsenal bélico. Aqui há dois riscos: 1) reagirem ao medo de alguma ameaça iminente, 2) um míssil de testes cair no lugar errado. Mas Kim não é bobo: ele sabe que, se soltar algum míssil hostil, este será o primeiro e também o último. ROBERTO RAMOS (São Luís de Montes Belos, GO) - COLUNISTAS Sobre a coluna de Hélio Schwartsman, é possível reorientar um hétero com "técnicas" para que floresça o desejo pelo mesmo sexo? Soa absurdo, não é? O mesmo ocorre com o homossexual. Não é possível deixar de sê-lo. No máximo, pode abster-se do sexo com o "igual", mas isso só traz mais sofrimento. Aliás, imaginem pais inconformados com a orientação sexual de seus filhos adolescentes, obrigando-os ao tratamento de reorientação sexual. O CFP sabe que não há tratamento para o que não é doença! ALESSANDRO S, DA SILVA (Estrela D'Oeste, SP) * A respeito da coluna de Plínio Fraga, além de não resolverem problemas de segurança pública, incumbência dos Estados, as Forças Armadas só deveriam ser empregadas para a garantia da lei e da ordem quando o governador declarasse que não tem os meios necessários para pôr termo a grave comprometimento da ordem pública, o que exigiria também a intervenção da União no Estado. PAULO M. GOMES LUSTOZA (Rio de Janeiro, RJ) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Shoppings apoiam grafites nas ruas, plantio de árvores e vigilância das ruas em SP
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Dentro e fora de seus terrenos, os centros de compra fazem várias ações para ficar bem na foto. Confira a seguir dez delas: * 1. Ajudar na segurança Neste mês, a Abrasce, associação dos shoppings, fechou um acordo com a Prefeitura de São Paulo para que os centros de compra participem do projeto municipal City Câmeras. Com isso, as imagens captadas por eles serão compartilhadas com as polícias e órgãos de segurança pública. Segundo a entidade, ao menos 30 dos 54 empreendimentos da cidade já aderiram ao projeto. - 2. Corridas e caminhadas Vários empreendimentos paulistanos patrocinam as corridas Run Series, da Track & Field, entre os quais o Market Place, o Santana Parque, o Villa-Lobos e o JK Iguatemi. A próxima etapa será em 15 de outubro, no Eldorado (mais informações em tfsports.com.br). O Penha apoia a Volta Esportiva do bairro, corrida que chegará à 87ª edição neste ano e é uma das mais antigas da cidade. O SP Market realiza provas indoor, como a SP Run (em fevereiro e agosto) e nas ruas do entorno, em eventos para correr com crianças (Kids Run) ou com cães (SP Dog Run). A próxima será a Pink Run, corrida interna voltada para mulheres, no dia 29 deste mês —as inscrições estão encerradas. - 3. Cuidar do verde Shoppings da cidade promovem ações para cuidar do verde dentro e fora de suas dependências. O Eldorado transforma sobras de alimento em adubo para uma horta em seu telhado, onde são plantadas frutas, legumes e hortaliças, depois entregues aos funcionários. Com isso, 30% do lixo gerado por ele é reaproveitado. Na Paulista, o Cidade São Paulo mantém um jardim de 2.400 metros quadrados, com 60 árvores nativas, entre o empreendimento e a calçada. O JK Iguatemi colabora com a manutenção do parque do Povo, seu vizinho. Market Place patrocinou o plantio de árvores em seu entorno. O Mooca Plaza, por sua vez, cuida do paisagismo e da praça que fica embaixo do viaduto Pacheco e Chaves. E, aos domingos, o Villa-Lobos realiza uma feira que vende alimentos orgânicos. - 4. Passeios pela cidade O SP Market realiza três passeios ciclísticos ao longo do ano, nos arredores do rio Pinheiros e da represa Guarapiranga. Ao fim do evento, há sorteio de brindes. O próximo será em 19 de novembro. No Light, as saídas são a pé: no último domingo de cada mês, o Walking Tours leva grupos para conhecer a história do centro de São Paulo e do seu próprio prédio, erguido em 1929. Haverá passeios neste domingo (24), com saídas às 10h30 e 14h30. Mais informações pelo tel. (11) 3154-2299. - 5. Doações para ONGs Ajudar entidades é a atividade mais frequente entre os shoppings da capital. Locais como Iguatemi, JK Iguatemi e Eldorado destinam o valor dos tíquetes de estacionamento de um dia do mês para ONGs. O Cidade São Paulo apoia um projeto que dá consultas dentais a jovens pobres. O Metrô Itaquera ajuda o abrigo Lar Mais, onde vivem crianças e adolescentes. Outra ação comum é disponibilizar urnas para a doação de notas fiscais por clientes que não participam da Nota Fiscal Paulista. Assim, o crédito gerado por compras vai para entidades. No Mooca Plaza, no mês que vem, haverá arrecadação de brinquedos, que depois serão doados a crianças. - 6. Ajudar os pets Os shoppings Continental e Frei Caneca realizam esporadicamente feiras de adoção de cães e de gatos. Em maio, o Vila Olímpia fez um evento em parceria com o Instituto Luísa Mell. Na ocasião, 50 animais resgatados pelo instituto foram disponibilizados para adoção. - 7. Dar aulas de dança O Center 3 oferece aulas gratuitas de zumba para o público que frequenta a avenida Paulista aos domingos, entre 11h e 13h. A atividade é gratuita e começa a cada meia hora. Para participar, basta ir até a entrada principal do shopping e se juntar ao grupo. - 8. Estimular o voluntariado O Center Norte criou o programa Conecta ZN, que atua em duas frentes: estimular os clientes do shopping a realizar atividades voluntárias, com apoio da ONG Atados, e oferecer cursos de especialização para entidades que juntam interessados em se tornarem voluntários. - 9. Valorizar o grafite e a arte O Cidade São Paulo é um dos patrocinadores do projeto MAR (Museu de Arte de Rua), da prefeitura. O shopping custeou a aplicação de desenhos nos muros da estação Palmeiras-Barra Funda do metrô. Já o Villa-Lobos e o Metrô Tatuapé abrem espaço para exibir quadros de artistas ainda pouco conhecidos do público. - 10. Atividades para a 3ª idade O programa Itaú Viver Mais oferece atividades ao longo da semana para a terceira idade em 11 shoppings da cidade, incluindo Central Plaza, Continental, Metrô Itaquera, Raposo e West Plaza. No Eldorado, há aulas de ioga, cavaquinho, flauta, alongamento e ginástica. No Penha, dança de salão, caminhadas e alongamento. No Metrô Tatuapé, é possível fazer caminhadas nos corredores entre 7h e 10h, de segunda a sexta-feira. Gratuitas, as ações são voltadas para maiores de 55 anos. As inscrições são feitas diretamente nos shoppings. Mais informações em itau.com.br/vivermais. * Veja endereços e outras informações sobre shoppings citados nesta matéria clicando aqui.
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Shoppings apoiam grafites nas ruas, plantio de árvores e vigilância das ruas em SPRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Dentro e fora de seus terrenos, os centros de compra fazem várias ações para ficar bem na foto. Confira a seguir dez delas: * 1. Ajudar na segurança Neste mês, a Abrasce, associação dos shoppings, fechou um acordo com a Prefeitura de São Paulo para que os centros de compra participem do projeto municipal City Câmeras. Com isso, as imagens captadas por eles serão compartilhadas com as polícias e órgãos de segurança pública. Segundo a entidade, ao menos 30 dos 54 empreendimentos da cidade já aderiram ao projeto. - 2. Corridas e caminhadas Vários empreendimentos paulistanos patrocinam as corridas Run Series, da Track & Field, entre os quais o Market Place, o Santana Parque, o Villa-Lobos e o JK Iguatemi. A próxima etapa será em 15 de outubro, no Eldorado (mais informações em tfsports.com.br). O Penha apoia a Volta Esportiva do bairro, corrida que chegará à 87ª edição neste ano e é uma das mais antigas da cidade. O SP Market realiza provas indoor, como a SP Run (em fevereiro e agosto) e nas ruas do entorno, em eventos para correr com crianças (Kids Run) ou com cães (SP Dog Run). A próxima será a Pink Run, corrida interna voltada para mulheres, no dia 29 deste mês —as inscrições estão encerradas. - 3. Cuidar do verde Shoppings da cidade promovem ações para cuidar do verde dentro e fora de suas dependências. O Eldorado transforma sobras de alimento em adubo para uma horta em seu telhado, onde são plantadas frutas, legumes e hortaliças, depois entregues aos funcionários. Com isso, 30% do lixo gerado por ele é reaproveitado. Na Paulista, o Cidade São Paulo mantém um jardim de 2.400 metros quadrados, com 60 árvores nativas, entre o empreendimento e a calçada. O JK Iguatemi colabora com a manutenção do parque do Povo, seu vizinho. Market Place patrocinou o plantio de árvores em seu entorno. O Mooca Plaza, por sua vez, cuida do paisagismo e da praça que fica embaixo do viaduto Pacheco e Chaves. E, aos domingos, o Villa-Lobos realiza uma feira que vende alimentos orgânicos. - 4. Passeios pela cidade O SP Market realiza três passeios ciclísticos ao longo do ano, nos arredores do rio Pinheiros e da represa Guarapiranga. Ao fim do evento, há sorteio de brindes. O próximo será em 19 de novembro. No Light, as saídas são a pé: no último domingo de cada mês, o Walking Tours leva grupos para conhecer a história do centro de São Paulo e do seu próprio prédio, erguido em 1929. Haverá passeios neste domingo (24), com saídas às 10h30 e 14h30. Mais informações pelo tel. (11) 3154-2299. - 5. Doações para ONGs Ajudar entidades é a atividade mais frequente entre os shoppings da capital. Locais como Iguatemi, JK Iguatemi e Eldorado destinam o valor dos tíquetes de estacionamento de um dia do mês para ONGs. O Cidade São Paulo apoia um projeto que dá consultas dentais a jovens pobres. O Metrô Itaquera ajuda o abrigo Lar Mais, onde vivem crianças e adolescentes. Outra ação comum é disponibilizar urnas para a doação de notas fiscais por clientes que não participam da Nota Fiscal Paulista. Assim, o crédito gerado por compras vai para entidades. No Mooca Plaza, no mês que vem, haverá arrecadação de brinquedos, que depois serão doados a crianças. - 6. Ajudar os pets Os shoppings Continental e Frei Caneca realizam esporadicamente feiras de adoção de cães e de gatos. Em maio, o Vila Olímpia fez um evento em parceria com o Instituto Luísa Mell. Na ocasião, 50 animais resgatados pelo instituto foram disponibilizados para adoção. - 7. Dar aulas de dança O Center 3 oferece aulas gratuitas de zumba para o público que frequenta a avenida Paulista aos domingos, entre 11h e 13h. A atividade é gratuita e começa a cada meia hora. Para participar, basta ir até a entrada principal do shopping e se juntar ao grupo. - 8. Estimular o voluntariado O Center Norte criou o programa Conecta ZN, que atua em duas frentes: estimular os clientes do shopping a realizar atividades voluntárias, com apoio da ONG Atados, e oferecer cursos de especialização para entidades que juntam interessados em se tornarem voluntários. - 9. Valorizar o grafite e a arte O Cidade São Paulo é um dos patrocinadores do projeto MAR (Museu de Arte de Rua), da prefeitura. O shopping custeou a aplicação de desenhos nos muros da estação Palmeiras-Barra Funda do metrô. Já o Villa-Lobos e o Metrô Tatuapé abrem espaço para exibir quadros de artistas ainda pouco conhecidos do público. - 10. Atividades para a 3ª idade O programa Itaú Viver Mais oferece atividades ao longo da semana para a terceira idade em 11 shoppings da cidade, incluindo Central Plaza, Continental, Metrô Itaquera, Raposo e West Plaza. No Eldorado, há aulas de ioga, cavaquinho, flauta, alongamento e ginástica. No Penha, dança de salão, caminhadas e alongamento. No Metrô Tatuapé, é possível fazer caminhadas nos corredores entre 7h e 10h, de segunda a sexta-feira. Gratuitas, as ações são voltadas para maiores de 55 anos. As inscrições são feitas diretamente nos shoppings. Mais informações em itau.com.br/vivermais. * Veja endereços e outras informações sobre shoppings citados nesta matéria clicando aqui.
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Fundos de pensão afirmam que suas decisões seguem alto padrão técnico
As diretorias de Previ, Petros e Funcef negaram qualquer interferência política nas decisões de investimento e ressaltaram que tudo é feito de acordo com altos padrões técnicos e de governança. Os fundos reconhecem perdas em Sete Brasil, Oi, Invepar e em alguns FIPs (fundos de investimento em participações), além de dificuldades na usina de Belo Monte. Entretanto, as diretorias afirmam que as perspectivas dos negócios eram positivas na época dos investimentos. A Petros ressaltou que "determinados projetos demandam um período inicial de aplicação de recursos na fase pré-operacional, mas que os investidores têm retorno depois que as empresas começam a produzir". O fundo dos funcionários da Petrobras informou, no entanto, que, "de qualquer maneira, dada a atual conjuntura econômica, não considera novas aplicações em investimentos estruturados", como a Sete Brasil. De maneira geral, os fundos atribuem os expressivos deficit de 2015 à depreciação de suas ações, por causa da queda da Bolsa brasileira, e ao aumento da inflação, que reajusta seus compromissos com os pensionistas. A Previ ressalta que o deficit de R$ 16 bilhões em 2015 não representa prejuízo, porque os ativos não foram vendidos. Em relação a Sete Brasil, a entidade frisa que investiu R$ 180 milhões, porque não acompanhou um aumento de capital, e que já fez provisionamento. QUEDA DAS AÇÕES Segundo a Funcef, o deficit de R$ 13,2 bilhões no ano passado foi provocado pela queda das ações da Vale e do Ibovespa. Entre 2011 e 2015, sua fatia na mineradora perdeu 50,42% do valor. A fundação também informa que provisionou perdas com a Sete Brasil e a OAS, respectivamente, de R$ 1,7 bilhão e R$ 170 milhões. A Funcef diz que estuda ações cabíveis contra a Sete, inclusive no campo penal. A Petros não informou o seu resultado financeiro do ano passado, porque seu balanço não foi finalizado, mas reconheceu que "dados preliminares apontam que ele será fortemente impactado pelo cenário econômico adverso".
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Fundos de pensão afirmam que suas decisões seguem alto padrão técnicoAs diretorias de Previ, Petros e Funcef negaram qualquer interferência política nas decisões de investimento e ressaltaram que tudo é feito de acordo com altos padrões técnicos e de governança. Os fundos reconhecem perdas em Sete Brasil, Oi, Invepar e em alguns FIPs (fundos de investimento em participações), além de dificuldades na usina de Belo Monte. Entretanto, as diretorias afirmam que as perspectivas dos negócios eram positivas na época dos investimentos. A Petros ressaltou que "determinados projetos demandam um período inicial de aplicação de recursos na fase pré-operacional, mas que os investidores têm retorno depois que as empresas começam a produzir". O fundo dos funcionários da Petrobras informou, no entanto, que, "de qualquer maneira, dada a atual conjuntura econômica, não considera novas aplicações em investimentos estruturados", como a Sete Brasil. De maneira geral, os fundos atribuem os expressivos deficit de 2015 à depreciação de suas ações, por causa da queda da Bolsa brasileira, e ao aumento da inflação, que reajusta seus compromissos com os pensionistas. A Previ ressalta que o deficit de R$ 16 bilhões em 2015 não representa prejuízo, porque os ativos não foram vendidos. Em relação a Sete Brasil, a entidade frisa que investiu R$ 180 milhões, porque não acompanhou um aumento de capital, e que já fez provisionamento. QUEDA DAS AÇÕES Segundo a Funcef, o deficit de R$ 13,2 bilhões no ano passado foi provocado pela queda das ações da Vale e do Ibovespa. Entre 2011 e 2015, sua fatia na mineradora perdeu 50,42% do valor. A fundação também informa que provisionou perdas com a Sete Brasil e a OAS, respectivamente, de R$ 1,7 bilhão e R$ 170 milhões. A Funcef diz que estuda ações cabíveis contra a Sete, inclusive no campo penal. A Petros não informou o seu resultado financeiro do ano passado, porque seu balanço não foi finalizado, mas reconheceu que "dados preliminares apontam que ele será fortemente impactado pelo cenário econômico adverso".
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Filme expõe confinamento e ânsia criativa da poeta Emily Dickinson
Quem só conhece Cynthia Nixon da série "Sex and the City", na qual interpreta a cáustica Miranda, vai se surpreender ao vê-la no papel principal deste retrato da poeta norte-americana Emily Dickinson (1830-1886), dirigido com inventividade pelo inglês Terence Davies. Nascida numa família burguesa da Nova Inglaterra, já na juventude Dickinson surpreendia as pessoas do seu meio com provocações à moral dominante e à posição da mulher naquela sociedade austera usando uma linguagem cheia de vivacidade. Logo no início, a cena em que a família recebe a visita de uma tia, que se retira escandalizada com as opiniões da jovem, dá perfeitamente a medida do desembaraço desta com as palavras. Começou a escrever poesia com cerca de 20 anos e deixou quase 1.800 poemas. Apenas um punhado deles foi publicado em vida, o que não a impediu de ser considerada uma das maiores poetas de língua inglesa. Seus poemas são densos e concisos, repletos de imagens e sonoridades. Assista ao trailer de 'Além das Palavras': Assista ao trailer Mais conhecida por meio de clichês –solteirona amargurada, louca"" do que propriamente por sua obra, Emily Dickinson passou boa parte da vida voluntariamente reclusa na casa da família. A poeta descrita por Davies rompe com o lugar-comum: é uma mulher culta, de espírito independente e dona de um humor mordaz. Nixon compõe esse personagem complexo, com muita competência, dando naturalidade a diálogos que poderiam soar empolados. Alguns dos poemas de Dickinson assumem a forma de falas surpreendentemente desenvoltas. Seu progressivo isolamento é magnificamente evocado na narrativa, pois Dickinson "desaparece" perto do final, sua presença se dá apenas pela palavra, pela poesia. A "mise en scène" de Davies pode parecer banal à primeira vista, mas brilha pela precisão, desprezando as pomposas convenções do filme de época. Com movimentos suaves e sinuosos, a câmera acompanha os personagens, se relaciona com eles; as belas panorâmicas exploram os espaços e reiteram a solidão da poeta. A fotografia trabalha minuciosamente a luz. Essa paleta de recursos é ainda mais notável pelo fato de praticamente toda a história transcorrer na casa e no jardim. Davies caracteriza o confinamento metafísico de Dickinson e sua ânsia criativa preservando todo o mistério em torno dela e de sua poesia. * Além das Palavras (A Quiet Passion) DIREÇÃO: Terence Davies ELENCO: Cynthia Nixon, Jennifer Ehle, Duncan Duff PRODUÇÃO: Reino Unido, Bélgica, 2016, 12 anos QUANDO: estreia nesta quinta (27) Veja salas e horários de exibição.
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Filme expõe confinamento e ânsia criativa da poeta Emily DickinsonQuem só conhece Cynthia Nixon da série "Sex and the City", na qual interpreta a cáustica Miranda, vai se surpreender ao vê-la no papel principal deste retrato da poeta norte-americana Emily Dickinson (1830-1886), dirigido com inventividade pelo inglês Terence Davies. Nascida numa família burguesa da Nova Inglaterra, já na juventude Dickinson surpreendia as pessoas do seu meio com provocações à moral dominante e à posição da mulher naquela sociedade austera usando uma linguagem cheia de vivacidade. Logo no início, a cena em que a família recebe a visita de uma tia, que se retira escandalizada com as opiniões da jovem, dá perfeitamente a medida do desembaraço desta com as palavras. Começou a escrever poesia com cerca de 20 anos e deixou quase 1.800 poemas. Apenas um punhado deles foi publicado em vida, o que não a impediu de ser considerada uma das maiores poetas de língua inglesa. Seus poemas são densos e concisos, repletos de imagens e sonoridades. Assista ao trailer de 'Além das Palavras': Assista ao trailer Mais conhecida por meio de clichês –solteirona amargurada, louca"" do que propriamente por sua obra, Emily Dickinson passou boa parte da vida voluntariamente reclusa na casa da família. A poeta descrita por Davies rompe com o lugar-comum: é uma mulher culta, de espírito independente e dona de um humor mordaz. Nixon compõe esse personagem complexo, com muita competência, dando naturalidade a diálogos que poderiam soar empolados. Alguns dos poemas de Dickinson assumem a forma de falas surpreendentemente desenvoltas. Seu progressivo isolamento é magnificamente evocado na narrativa, pois Dickinson "desaparece" perto do final, sua presença se dá apenas pela palavra, pela poesia. A "mise en scène" de Davies pode parecer banal à primeira vista, mas brilha pela precisão, desprezando as pomposas convenções do filme de época. Com movimentos suaves e sinuosos, a câmera acompanha os personagens, se relaciona com eles; as belas panorâmicas exploram os espaços e reiteram a solidão da poeta. A fotografia trabalha minuciosamente a luz. Essa paleta de recursos é ainda mais notável pelo fato de praticamente toda a história transcorrer na casa e no jardim. Davies caracteriza o confinamento metafísico de Dickinson e sua ânsia criativa preservando todo o mistério em torno dela e de sua poesia. * Além das Palavras (A Quiet Passion) DIREÇÃO: Terence Davies ELENCO: Cynthia Nixon, Jennifer Ehle, Duncan Duff PRODUÇÃO: Reino Unido, Bélgica, 2016, 12 anos QUANDO: estreia nesta quinta (27) Veja salas e horários de exibição.
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Índice de educação em SP melhora, mas ainda está longe da meta
Os indicadores educacionais melhoraram na rede estadual paulista em 2015, apontam dados apresentados nesta quinta-feira (4) pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). A qualidade, porém, ainda está longe da meta. Numa escala de 0 a 10, o Idesp (principal indicador da qualidade do ensino na rede estadual) subiu de 1,93 para 2,25 no ensino médio, em relação a 2014. A meta para ser alcançada em 2030 é 5. O indicador considera provas de português e de matemática, chamadas de Saresp, aplicadas em novembro passado, quando a rede enfrentava protestos contra a reorganização do sistema. Idesp - Escala varia de 0 a 10 O Idesp também considera a proporção de estudantes aprovados. No primeiro ciclo do ensino fundamental, o indicador foi de 4,76 para 5,25. Essa etapa precisa crescer 1,75 ponto para atingir a meta em 2030, menos que o ensino médio, que tem de subir 2,75. A rede paulista almeja estar, em 14 anos, com a qualidade média dos países desenvolvidos, algo semelhante ao nível do Reino Unido. Desempenho dos alunos - Português Desempenho dos alunos - Matemática MATEMÁTICA Considerando apenas as provas, o maior crescimento ocorreu em matemática no ensino médio, em que a média subiu de 270 para 281 (numa escala de 0 a 500). Apesar do crescimento, os estudantes do antigo colegial se formam na principal rede de ensino do país com conhecimento que era esperado para ter sido atingido três séries atrás, ao fim do fundamental. No 3º ano do ensino fundamental, houve recuo na média em português (caiu de 193 para 184). No geral, o governo comemorou o resultado. Para Alckmin, o desempenho foi "impressionante". Segundo o tucano, "até 2030 vamos chegar aos indicadores dos países mais desenvolvidos". A secretária-adjunta de Educação, Cleide Bochixio, atribuiu o avanço em quase todos indicadores a algumas políticas implementadas ou aprofundadas ano passado. Entre elas estão uso de games e plataformas online para ajudar no reforço escolar; avaliação durante o ano, para identificar problemas antes do término do período; e simulados do Saresp e da Prova Brasil (exame nacional). Infográfico: Participação de alunos no Saresp "Há muito o que melhorar, mas os resultados mostram que ações empregadas estão repercutindo positivamente", disse o secretário de Educação, José Renato Nalini, que assumiu no mês passado. Pesquisador da Faculdade de Educação da USP, Ocimar Alavarse disse que os dados precisam ser mais analisados. Ele disse ser "estranho" que os alunos do ensino médio tenham conseguido subir 11 pontos em matemática, mas só 2 em português. "Em geral, quando um melhora, melhora o outro também." A superintendente do Cenpec (ONG que atua com formação docente), Anna Helena Altenfelder, afirmou que os programas do governo parecem mesmo estar na direção correta. "Mas não sabemos se as escolas com mais dificuldades melhoraram, que é o que mais importa." O governo não divulga notas dos colégios de forma sistematizada, para que a análise seja feita —alega que é para evitar rankings de colégios. SARESP Com as ocupações nas unidades de ensino em todo o Estado de São Paulo, houve um boicote dos estuantes para a realização do Saresp, prova da rede estadual, que teve no ano passado a menor participação de alunos desde ao menos 2007. Por meio de panfletos, visitas e redes sociais, a Apeoesp (sindicato docente) e os estudantes das ocupações defenderam que alunos não comparecessem ou não resolvessem o exame, realizado no final de novembro. Na edição de 2015, de 1,1 milhão de alunos esperados, 915 mil (80,5%) compareceram. No ano anterior, foram 85,1%, índice que já chegou a 90,3%, em 2009. Apesar disso, o governo paulista diz que estatísticos analisaram e não detectaram problema na confiabilidade dos dados. Infográfico: Participação de alunos no Saresp OCUPAÇÃO Estudantes, pais, sindicatos e movimentos sociais ocuparam escolas e fizeram manifestações contra a medida da gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de reorganizar os ciclos de ensino. O Ministério Público, universidades e ONGs também foram contrários à reorganização. No dia 4 de dezembro, Alckmin recuou e suspendeu a reorganização dos ciclos das escolas estaduais. Logo em seguida ao anúncio, Herman Voorwald pediu demissão do cargo de secretário estadual da Educação. No dia 22 de janeiro, Alckmin anunciou o ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini, 70, como o novo secretário estadual de Educação de São Paulo.
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Índice de educação em SP melhora, mas ainda está longe da metaOs indicadores educacionais melhoraram na rede estadual paulista em 2015, apontam dados apresentados nesta quinta-feira (4) pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). A qualidade, porém, ainda está longe da meta. Numa escala de 0 a 10, o Idesp (principal indicador da qualidade do ensino na rede estadual) subiu de 1,93 para 2,25 no ensino médio, em relação a 2014. A meta para ser alcançada em 2030 é 5. O indicador considera provas de português e de matemática, chamadas de Saresp, aplicadas em novembro passado, quando a rede enfrentava protestos contra a reorganização do sistema. Idesp - Escala varia de 0 a 10 O Idesp também considera a proporção de estudantes aprovados. No primeiro ciclo do ensino fundamental, o indicador foi de 4,76 para 5,25. Essa etapa precisa crescer 1,75 ponto para atingir a meta em 2030, menos que o ensino médio, que tem de subir 2,75. A rede paulista almeja estar, em 14 anos, com a qualidade média dos países desenvolvidos, algo semelhante ao nível do Reino Unido. Desempenho dos alunos - Português Desempenho dos alunos - Matemática MATEMÁTICA Considerando apenas as provas, o maior crescimento ocorreu em matemática no ensino médio, em que a média subiu de 270 para 281 (numa escala de 0 a 500). Apesar do crescimento, os estudantes do antigo colegial se formam na principal rede de ensino do país com conhecimento que era esperado para ter sido atingido três séries atrás, ao fim do fundamental. No 3º ano do ensino fundamental, houve recuo na média em português (caiu de 193 para 184). No geral, o governo comemorou o resultado. Para Alckmin, o desempenho foi "impressionante". Segundo o tucano, "até 2030 vamos chegar aos indicadores dos países mais desenvolvidos". A secretária-adjunta de Educação, Cleide Bochixio, atribuiu o avanço em quase todos indicadores a algumas políticas implementadas ou aprofundadas ano passado. Entre elas estão uso de games e plataformas online para ajudar no reforço escolar; avaliação durante o ano, para identificar problemas antes do término do período; e simulados do Saresp e da Prova Brasil (exame nacional). Infográfico: Participação de alunos no Saresp "Há muito o que melhorar, mas os resultados mostram que ações empregadas estão repercutindo positivamente", disse o secretário de Educação, José Renato Nalini, que assumiu no mês passado. Pesquisador da Faculdade de Educação da USP, Ocimar Alavarse disse que os dados precisam ser mais analisados. Ele disse ser "estranho" que os alunos do ensino médio tenham conseguido subir 11 pontos em matemática, mas só 2 em português. "Em geral, quando um melhora, melhora o outro também." A superintendente do Cenpec (ONG que atua com formação docente), Anna Helena Altenfelder, afirmou que os programas do governo parecem mesmo estar na direção correta. "Mas não sabemos se as escolas com mais dificuldades melhoraram, que é o que mais importa." O governo não divulga notas dos colégios de forma sistematizada, para que a análise seja feita —alega que é para evitar rankings de colégios. SARESP Com as ocupações nas unidades de ensino em todo o Estado de São Paulo, houve um boicote dos estuantes para a realização do Saresp, prova da rede estadual, que teve no ano passado a menor participação de alunos desde ao menos 2007. Por meio de panfletos, visitas e redes sociais, a Apeoesp (sindicato docente) e os estudantes das ocupações defenderam que alunos não comparecessem ou não resolvessem o exame, realizado no final de novembro. Na edição de 2015, de 1,1 milhão de alunos esperados, 915 mil (80,5%) compareceram. No ano anterior, foram 85,1%, índice que já chegou a 90,3%, em 2009. Apesar disso, o governo paulista diz que estatísticos analisaram e não detectaram problema na confiabilidade dos dados. Infográfico: Participação de alunos no Saresp OCUPAÇÃO Estudantes, pais, sindicatos e movimentos sociais ocuparam escolas e fizeram manifestações contra a medida da gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de reorganizar os ciclos de ensino. O Ministério Público, universidades e ONGs também foram contrários à reorganização. No dia 4 de dezembro, Alckmin recuou e suspendeu a reorganização dos ciclos das escolas estaduais. Logo em seguida ao anúncio, Herman Voorwald pediu demissão do cargo de secretário estadual da Educação. No dia 22 de janeiro, Alckmin anunciou o ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini, 70, como o novo secretário estadual de Educação de São Paulo.
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Virada Cultural para todos
A Virada Cultural foi um dos grandes acertos de São Paulo. Iniciada em 2005, tornou-se tão parte da cidade que é tema de qualquer gestão, sendo reproduzida em diversos municípios do Estado e do país. Contudo, ao longo dos anos, modificações foram introduzidas. Aos poucos, transformou-se num evento majoritariamente de música, com grandes palcos e grandes shows no centro da cidade. Em alguns anos, houve tentativas de alguma descentralização, mas sem alterar a base do projeto. Algumas reclamações eram comuns, como gasto excessivo num evento de apenas 24 horas e falta de segurança e conforto. Decidimos, então, fazer algumas alterações com o objetivo de atender a esses pontos, mas não só. A Virada precisa ser um evento da cidade. Para isso, é importante descentralizar e diversificar as atrações, ampliar seu alcance. Recuperamos o espírito original -trazer as pessoas para conhecer o centro e não apenas para assistir a um grande show. Tiramos, assim, os palcos grandes dessa região. Introduzimos o conceito de tablados. A rua torna-se o palco. Criamos circuitos em algumas ruas e convidamos as pessoas para visitá-los. No trajeto, encontrarão artistas das mais diversas linguagens em 30 tablados, sempre iluminados, com gente circulando, opções de alimentação e infraestrutura. Num esforço inédito de valorização dos espaços independentes da cidade, fizemos uma parceria com cerca de 50 teatros e quatro lonas de circo, oferecendo gratuitamente à população ingressos de suas sessões no fim de semana da Virada. Teremos quatro locais, um em cada região da cidade, com os palcos grandes e artistas conhecidos. Fora isso, haverá extensa programação paralela em bibliotecas, casas de cultura, centros culturais e teatros da prefeitura. Nesta edição não teremos, como nos anos anteriores, altos cachês para os artistas. Com essa otimização dos recursos públicos, conseguimos organizar quase 900 atrações. Ouço pessoas reclamarem que os palcos grandes estão "longe". Como assim? Longe de quem? Talvez de quem mora em Higienópolis ou Jardins e se acostumou a ir ao centro, uma vez ao ano, ver shows gratuitos. Mas para quem mora em Arthur Alvim ou Parque do Carmo, os palcos estão longe? Quem mora em M' Boi Mirim demora quase duas horas para chegar ao centro de carro ou ônibus. À praça do Campo Limpo, onde ficará um dos palcos, leva uns 30 minutos. Eu poderia dar muitos outros exemplos. Será que os moradores dos bairros distantes não preferem assistir a atividades culturais mais perto de casa? E quem mora no centro poderá conhecer melhor sua cidade. Basta pegar o metrô, que ficará aberto 24 horas, e procurar espetáculos de qualidade em outras regiões. Ao incluirmos os equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura, as lonas e os teatros independentes, queremos que a população conheça esses espaços. E, ao longo do ano, retorne a eles. Que a cultura faça parte do dia a dia, não apenas uma vez por ano. Nesta edição, 75% da programação saiu de um chamamento em que artistas de todos os tipos se inscreveram. Todas as linguagens estão representadas. Mais atrações, mais locais, descentralização, diversidade, equipamentos públicos, cachês menores. Onde está o elitismo? Convido todos a participarem dessa grande festa democrática de nossa cidade. ANDRÉ STURM, cineasta, é secretário municipal de Cultura de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Virada Cultural para todosA Virada Cultural foi um dos grandes acertos de São Paulo. Iniciada em 2005, tornou-se tão parte da cidade que é tema de qualquer gestão, sendo reproduzida em diversos municípios do Estado e do país. Contudo, ao longo dos anos, modificações foram introduzidas. Aos poucos, transformou-se num evento majoritariamente de música, com grandes palcos e grandes shows no centro da cidade. Em alguns anos, houve tentativas de alguma descentralização, mas sem alterar a base do projeto. Algumas reclamações eram comuns, como gasto excessivo num evento de apenas 24 horas e falta de segurança e conforto. Decidimos, então, fazer algumas alterações com o objetivo de atender a esses pontos, mas não só. A Virada precisa ser um evento da cidade. Para isso, é importante descentralizar e diversificar as atrações, ampliar seu alcance. Recuperamos o espírito original -trazer as pessoas para conhecer o centro e não apenas para assistir a um grande show. Tiramos, assim, os palcos grandes dessa região. Introduzimos o conceito de tablados. A rua torna-se o palco. Criamos circuitos em algumas ruas e convidamos as pessoas para visitá-los. No trajeto, encontrarão artistas das mais diversas linguagens em 30 tablados, sempre iluminados, com gente circulando, opções de alimentação e infraestrutura. Num esforço inédito de valorização dos espaços independentes da cidade, fizemos uma parceria com cerca de 50 teatros e quatro lonas de circo, oferecendo gratuitamente à população ingressos de suas sessões no fim de semana da Virada. Teremos quatro locais, um em cada região da cidade, com os palcos grandes e artistas conhecidos. Fora isso, haverá extensa programação paralela em bibliotecas, casas de cultura, centros culturais e teatros da prefeitura. Nesta edição não teremos, como nos anos anteriores, altos cachês para os artistas. Com essa otimização dos recursos públicos, conseguimos organizar quase 900 atrações. Ouço pessoas reclamarem que os palcos grandes estão "longe". Como assim? Longe de quem? Talvez de quem mora em Higienópolis ou Jardins e se acostumou a ir ao centro, uma vez ao ano, ver shows gratuitos. Mas para quem mora em Arthur Alvim ou Parque do Carmo, os palcos estão longe? Quem mora em M' Boi Mirim demora quase duas horas para chegar ao centro de carro ou ônibus. À praça do Campo Limpo, onde ficará um dos palcos, leva uns 30 minutos. Eu poderia dar muitos outros exemplos. Será que os moradores dos bairros distantes não preferem assistir a atividades culturais mais perto de casa? E quem mora no centro poderá conhecer melhor sua cidade. Basta pegar o metrô, que ficará aberto 24 horas, e procurar espetáculos de qualidade em outras regiões. Ao incluirmos os equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura, as lonas e os teatros independentes, queremos que a população conheça esses espaços. E, ao longo do ano, retorne a eles. Que a cultura faça parte do dia a dia, não apenas uma vez por ano. Nesta edição, 75% da programação saiu de um chamamento em que artistas de todos os tipos se inscreveram. Todas as linguagens estão representadas. Mais atrações, mais locais, descentralização, diversidade, equipamentos públicos, cachês menores. Onde está o elitismo? Convido todos a participarem dessa grande festa democrática de nossa cidade. ANDRÉ STURM, cineasta, é secretário municipal de Cultura de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Confronto entre visões romântica e pragmática perpassa o futebol
A vida acaba, mas renasce nos sonhos de quem vai e nos dos que ficam. "A vida é sonho" (Calderón de la Barca). Lamentável a conduta do presidente do Inter, que, para aproveitar o trágico momento, quer cancelar a última rodada do Brasileirão, com o objetivo de, no tapetão, como ficou claro em suas palavras, sem dizê-las, fugir do rebaixamento. A CBF agiu corretamente ao adiar a final da Copa do Brasil e a última rodada do Brasileirão. Obviamente, o único jogo que não deveria existir é entre Chapecoense e Atlético-MG. O campeonato tem de terminar. A vida continua, mais triste. Mais que lamentável, vergonhosa, foi a decisão dos deputados, que, na calada da noite, sorrateiramente, com o objetivo de se protegerem, mutilaram as propostas contra a corrupção, que têm o apoio da maioria da população. Acabei de ler o ótimo livro "A pirâmide invertida", escrita pelo jornalista inglês Jonathan Wilson, com a excepcional tradução de André Kfouri. O livro detalha a história tática do futebol, em todo o mundo, de maneira técnica e agradável. O livro cita vários jornalistas esportivos, espalhados pelo mundo, que contribuíram para a realização da obra, como o brilhante Alberto Helena Jr., com quem tive o prazer de conviver em várias Copas do Mundo. Outro citado é o inglês Tim Vickery, radicado no Brasil há muito tempo, participante habitual do Redação SporTV. Tim, além de profundo conhecedor dos detalhes técnicos e táticos do futebol sul-americano, faz ótimas associações da maneira de jogar com a história política, social e econômica dos países. O livro disseca o menottismo e o bilardismo. Menotti, campeão do mundo em 1978, pela Argentina, era um romântico, apaixonado pelo jogo bonito, enquanto Bilardo, campeão em 1986, também pela Argentina, era um pragmático. Dizia que quem quisesse assistir a um espetáculo que fosse a um teatro, frase muito usada por uma geração de técnicos brasileiros. O dunguismo vem do bilardismo. Menotti gostava de futebol, e Bilardo, de vencer. Existem times e treinadores que não conquistaram muitos títulos, mas que deixaram muitas saudades e ensinamentos, enquanto outros, mais vezes campeões, não deixaram nenhum legado, a não ser um frio número na estatística. No recente livro que escrevi, dividi, por convicção e por um exagerado didatismo, os últimos 60 anos do futebol em três períodos mais ou menos de 20. O primeiro, entre 1954 e 1974, chamei de encantamento, pelo enorme número de times e jogadores espetaculares, no Brasil e em todo o mundo. O mesmo fenômeno ocorreu em muitas outras atividades, como na música brasileira. O segundo período, chamado por José Miguel Wisnik de intermezzo, foi de obsessão pela disciplina tática, preparação física e jogo programado. Fora algumas exceções, foi uma época de pobreza técnica. O terceiro período, especialmente os últimos dez anos, foi de conciliação entre a visão romântica e a pragmática, entre o menottismo e o bilardismo. Os dois olhares são importantes e se completam. Isso melhorou o futebol. Esse confronto de visões tem a ver com a dualidade e as contradições humanas, dividido entre o desejo e a ética, o individual e o coletivo, a globalização e o exacerbado nacionalismo, como temos visto atualmente no mundo.
colunas
Confronto entre visões romântica e pragmática perpassa o futebolA vida acaba, mas renasce nos sonhos de quem vai e nos dos que ficam. "A vida é sonho" (Calderón de la Barca). Lamentável a conduta do presidente do Inter, que, para aproveitar o trágico momento, quer cancelar a última rodada do Brasileirão, com o objetivo de, no tapetão, como ficou claro em suas palavras, sem dizê-las, fugir do rebaixamento. A CBF agiu corretamente ao adiar a final da Copa do Brasil e a última rodada do Brasileirão. Obviamente, o único jogo que não deveria existir é entre Chapecoense e Atlético-MG. O campeonato tem de terminar. A vida continua, mais triste. Mais que lamentável, vergonhosa, foi a decisão dos deputados, que, na calada da noite, sorrateiramente, com o objetivo de se protegerem, mutilaram as propostas contra a corrupção, que têm o apoio da maioria da população. Acabei de ler o ótimo livro "A pirâmide invertida", escrita pelo jornalista inglês Jonathan Wilson, com a excepcional tradução de André Kfouri. O livro detalha a história tática do futebol, em todo o mundo, de maneira técnica e agradável. O livro cita vários jornalistas esportivos, espalhados pelo mundo, que contribuíram para a realização da obra, como o brilhante Alberto Helena Jr., com quem tive o prazer de conviver em várias Copas do Mundo. Outro citado é o inglês Tim Vickery, radicado no Brasil há muito tempo, participante habitual do Redação SporTV. Tim, além de profundo conhecedor dos detalhes técnicos e táticos do futebol sul-americano, faz ótimas associações da maneira de jogar com a história política, social e econômica dos países. O livro disseca o menottismo e o bilardismo. Menotti, campeão do mundo em 1978, pela Argentina, era um romântico, apaixonado pelo jogo bonito, enquanto Bilardo, campeão em 1986, também pela Argentina, era um pragmático. Dizia que quem quisesse assistir a um espetáculo que fosse a um teatro, frase muito usada por uma geração de técnicos brasileiros. O dunguismo vem do bilardismo. Menotti gostava de futebol, e Bilardo, de vencer. Existem times e treinadores que não conquistaram muitos títulos, mas que deixaram muitas saudades e ensinamentos, enquanto outros, mais vezes campeões, não deixaram nenhum legado, a não ser um frio número na estatística. No recente livro que escrevi, dividi, por convicção e por um exagerado didatismo, os últimos 60 anos do futebol em três períodos mais ou menos de 20. O primeiro, entre 1954 e 1974, chamei de encantamento, pelo enorme número de times e jogadores espetaculares, no Brasil e em todo o mundo. O mesmo fenômeno ocorreu em muitas outras atividades, como na música brasileira. O segundo período, chamado por José Miguel Wisnik de intermezzo, foi de obsessão pela disciplina tática, preparação física e jogo programado. Fora algumas exceções, foi uma época de pobreza técnica. O terceiro período, especialmente os últimos dez anos, foi de conciliação entre a visão romântica e a pragmática, entre o menottismo e o bilardismo. Os dois olhares são importantes e se completam. Isso melhorou o futebol. Esse confronto de visões tem a ver com a dualidade e as contradições humanas, dividido entre o desejo e a ética, o individual e o coletivo, a globalização e o exacerbado nacionalismo, como temos visto atualmente no mundo.
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Museu de Berlim tem exposição 'boa para cachorro'
Os cachorros são considerados "os melhores amigos do homem". Mesmo assim, continuam excluídos das nossas atividades, principalmente, nas que envolvem arte. Um museu em Berlim, porém, decidiu abrir as portas para cães. A exposição "Wir kommen auf den Hund", em cartaz até o dia 20 de setembro, reúne mais de 100 desenhos e gravuras em torno do tema canino. Há até quadros expostos na altura dos olhos dos animais. O nome do evento em alemão joga com o duplo sentido: na tradução literal, a expressão significa "descobrimos o cachorro", mas também quer dizer "nos demos mal". "A ideia é mostrar que a relação próxima e emocional entre humanos e cachorros é histórica e vem desde a Antiguidade", contou o diretor do museu, Heinrich Schulze Altcappenberg. Obras de grandes pintores como Albrecht Dürer e Rembrandt são as grandes atrações da mostra, mas a presença canina no Kupferstichkabinett (Gabinete de Gravuras, em tradução livre) - permitida apenas em horários específicos - também chama atenção. CURIOSIDADE Altcappenberg explicou que seria discutível montar uma exposição sobre cães no mundo das artes e proibir a entrada deles. "Queríamos abolir essa proibição, pelo menos, durante um tempo determinado ou em ocasiões especiais, por isso pensamos nas visitas guiadas para cachorros." Engana-se quem pensa que os donos vêm à exposição na esperança de que os seus bichos de estimação se tornem apreciadores de arte - a curiosidade parece mesmo ser o principal motivo. As expectativas na entrada do Kupferstichkabinett, ponto de encontro do grupo que visitou o museu no início da semana, eram realistas. "Acho que Lulu vai gostar do museu, principalmente, se estiver fresco lá dentro", disse, com certa ironia, Joachim Lehmann, em um dia no qual a temperatura na capital alemã passou dos 35ºC. Para outros, a experiência tinha quase um caráter "científico" - de observar as reações caninas. Para a exposição, museu selecionou obras sobre a relação emocional entre cachorros e humanos Imagens também foram penduradas na altura dos olhos dos animais, mas não atraíram muito interesse 'SUBORNO' Apesar do visível desinteresse por arte, os cachorros comportaram-se muito bem. Nenhum latido foi ouvido durante a visita. Os animais pareciam se divertir brincando entre eles. Já as imagens penduradas na altura dos quadrúpedes passaram despercebidas - ou quase. Os donos da cachorra Lila já imaginavam que ela não iria parar para contemplar as obras e vieram preparados: compraram a atenção dela com saborosos biscoitos caninos. Donos que não podem deixar animais sozinhos em casa apreciaram a oportunidade "Lila se interessou por vários quadros, mas para isso ela precisou de uma ajuda especial", disse o dono, Wolfgang Roddewig, em tom de piada. Apesar da brincadeira, ele gostou da experiência de ir ao museu com a sua melhor amiga e disse que a repetiria outras vezes. Para Deborah Cohen, a presença dos animais no museu enriqueceu a temática da exposição, além de ampliar a possibilidade de lazer. "Queria muito ver a mostra, e sem a chance de trazer Freyja não poderia. Não posso deixá-la sozinha em casa por muito tempo porque ela fica com muito medo e começa a ganir", disse. Já Lehmann acertou quando previu que Lulu gostaria do clima fresco do museu. Ela era uma das mais tranquilas e parecia aproveitar o ar condicionado, enquanto os seus donos prestavam atenção no guia. "A temática é interessante, passamos a ter outra visão de algumas obras, pois não costumamos prestar atenção nos cachorros retratados", avaliou Lehmann. Apesar do sucesso, diretor de museu diz não ter planos imediatos de realizar outra exposição que admita cães EXPERIÊNCIA POSITIVA Mesmo com o pequeno entusiasmo canino, a exposição pode ser considerada um sucesso. Os ingressos para as próximas visitas guiadas já estão esgotados. "A exposição é agradável para os cachorros, porque há outros cães. Mas sabemos que cachorros não distinguem arte como apresentamos aqui no museu. Organizamos essa exposição para as pessoas, mas a percepção canina sobre arte seria um interessante tema de pesquisa", afirmou Altcappenberg. O diretor contou que, no início, houve certa resistência em abrir o museu para os cachorros, porém, depois de muito conversa, a iniciativa, atualmente, é apoiada com unanimidade. Apesar do sucesso, o museu não tem planos de organizar, em breve, outras exposições abertas a cães.
bbc
Museu de Berlim tem exposição 'boa para cachorro'Os cachorros são considerados "os melhores amigos do homem". Mesmo assim, continuam excluídos das nossas atividades, principalmente, nas que envolvem arte. Um museu em Berlim, porém, decidiu abrir as portas para cães. A exposição "Wir kommen auf den Hund", em cartaz até o dia 20 de setembro, reúne mais de 100 desenhos e gravuras em torno do tema canino. Há até quadros expostos na altura dos olhos dos animais. O nome do evento em alemão joga com o duplo sentido: na tradução literal, a expressão significa "descobrimos o cachorro", mas também quer dizer "nos demos mal". "A ideia é mostrar que a relação próxima e emocional entre humanos e cachorros é histórica e vem desde a Antiguidade", contou o diretor do museu, Heinrich Schulze Altcappenberg. Obras de grandes pintores como Albrecht Dürer e Rembrandt são as grandes atrações da mostra, mas a presença canina no Kupferstichkabinett (Gabinete de Gravuras, em tradução livre) - permitida apenas em horários específicos - também chama atenção. CURIOSIDADE Altcappenberg explicou que seria discutível montar uma exposição sobre cães no mundo das artes e proibir a entrada deles. "Queríamos abolir essa proibição, pelo menos, durante um tempo determinado ou em ocasiões especiais, por isso pensamos nas visitas guiadas para cachorros." Engana-se quem pensa que os donos vêm à exposição na esperança de que os seus bichos de estimação se tornem apreciadores de arte - a curiosidade parece mesmo ser o principal motivo. As expectativas na entrada do Kupferstichkabinett, ponto de encontro do grupo que visitou o museu no início da semana, eram realistas. "Acho que Lulu vai gostar do museu, principalmente, se estiver fresco lá dentro", disse, com certa ironia, Joachim Lehmann, em um dia no qual a temperatura na capital alemã passou dos 35ºC. Para outros, a experiência tinha quase um caráter "científico" - de observar as reações caninas. Para a exposição, museu selecionou obras sobre a relação emocional entre cachorros e humanos Imagens também foram penduradas na altura dos olhos dos animais, mas não atraíram muito interesse 'SUBORNO' Apesar do visível desinteresse por arte, os cachorros comportaram-se muito bem. Nenhum latido foi ouvido durante a visita. Os animais pareciam se divertir brincando entre eles. Já as imagens penduradas na altura dos quadrúpedes passaram despercebidas - ou quase. Os donos da cachorra Lila já imaginavam que ela não iria parar para contemplar as obras e vieram preparados: compraram a atenção dela com saborosos biscoitos caninos. Donos que não podem deixar animais sozinhos em casa apreciaram a oportunidade "Lila se interessou por vários quadros, mas para isso ela precisou de uma ajuda especial", disse o dono, Wolfgang Roddewig, em tom de piada. Apesar da brincadeira, ele gostou da experiência de ir ao museu com a sua melhor amiga e disse que a repetiria outras vezes. Para Deborah Cohen, a presença dos animais no museu enriqueceu a temática da exposição, além de ampliar a possibilidade de lazer. "Queria muito ver a mostra, e sem a chance de trazer Freyja não poderia. Não posso deixá-la sozinha em casa por muito tempo porque ela fica com muito medo e começa a ganir", disse. Já Lehmann acertou quando previu que Lulu gostaria do clima fresco do museu. Ela era uma das mais tranquilas e parecia aproveitar o ar condicionado, enquanto os seus donos prestavam atenção no guia. "A temática é interessante, passamos a ter outra visão de algumas obras, pois não costumamos prestar atenção nos cachorros retratados", avaliou Lehmann. Apesar do sucesso, diretor de museu diz não ter planos imediatos de realizar outra exposição que admita cães EXPERIÊNCIA POSITIVA Mesmo com o pequeno entusiasmo canino, a exposição pode ser considerada um sucesso. Os ingressos para as próximas visitas guiadas já estão esgotados. "A exposição é agradável para os cachorros, porque há outros cães. Mas sabemos que cachorros não distinguem arte como apresentamos aqui no museu. Organizamos essa exposição para as pessoas, mas a percepção canina sobre arte seria um interessante tema de pesquisa", afirmou Altcappenberg. O diretor contou que, no início, houve certa resistência em abrir o museu para os cachorros, porém, depois de muito conversa, a iniciativa, atualmente, é apoiada com unanimidade. Apesar do sucesso, o museu não tem planos de organizar, em breve, outras exposições abertas a cães.
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'Não nego problemas, mas estamos em crise', diz candidato à reeleição em Fortaleza sobre a saúde
MARCEL RIZZO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM FORTALEZA O prefeito de Fortaleza e candidato à reeleição Roberto Claudio Rodrigues Bezerra (PDT), 41, cita de cabeça que mobilidade urbana, em primeiro, e saúde são as duas áreas de seu governo mais bem reconhecidas pela população em pesquisas de avaliação. "Mas quando você pergunta qual a área com maiores problemas, muitos respondem saúde, e ela acaba se tornando uma das mais bem avaliadas e a mais crítica do governo. Se por um lado pessoas reconhecem o que foi feito, outras acham que pode ser feito mais", disse o prefeito, que é médico sanitarista, em entrevista à Folha. Eleito em 2012 pelo PSB, Roberto Claudio migrou para o PDT seguindo os passos dos irmãos Cid e Ciro Gomes, seus padrinhos políticos. Ele lidera a intenção de votos para o segundo turno com 45%, à frente de Capitão Wagner, com 36%, segundo pesquisa Datafolha do dia 22 de outubro, encomendada pelo jornal "O Povo". Folha - Com relação à saúde, existem críticas da falta de medicamentos e de locais para a realização de exames. O que pode ser feito para melhorar essas questões? Roberto Claudio - Nossa meta é garantir melhor estoque de remédios e aumentar a rede de exames. Com o crescimento dos postos de consultas, foram naturalmente requeridos mais exames. O paciente tinha dor de cabeça, hipertensão, não diagnosticadas, que agora passaram a ter o diagnóstico e a ter a solicitação de exames. Esse aumento dos pedidos de exames pressionou a rede secundária, e temos que ampliar essas redes, com policlínicas. Não nego que haja problemas, foram prometidas seis policlínicas, e vou entregar só duas, mas estamos em crise. Folha - A segurança foi muito debatida no primeiro turno, já que Fortaleza foi considerada a cidade mais violenta do Brasil em 2015, segundo dados da ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal. Seu adversário promete armar a guarda civil. Acha que pode ajudar a combater a violência? Temos que ter pés no chão para entender o que a prefeitura pode fazer com relação a segurança. Entendo que temos que ocupar espaços públicos ociosos, principalmente em regiões mais vulneráveis, e fizemos isso com praças, areninhas [espaço para atividades esportivas] e iluminação púbica. Também precisamos tirar os jovens das ruas, com escolas em tempo integral, e cursos profissionalizantes. Agora, a guarda é um equipamento civil, não militar, muito mais de prevenção. Folha - Está descartado então em um segundo mandato do senhor uma guarda civil com armas de fogo? Não estou convicto que é o melhor caminho. Há coisas que o instinto deve ser menos importante do que a ciência. Acredito muito em políticas baseadas em evidência. Fizemos um núcleo visitando experiências de guardas armadas e guardas não armadas. Entendemos que armar ou não armar é um elemento, importa muito mais trabalhar a formação do guarda municipal, com artes de luta corporal, integração e tecnologia. Queremos aumentar em mil o efetivo da guarda, colocar postos físicos em locais púbicos e fazer a integração com a polícia. Folha - O senhor apostou na construção de ciclovias e de corredores de ônibus. Ao mesmo tempo, é contra a regulamentação do Uber. O Uber não seria uma maneira de diminuir o desemprego? No Uber x táxi, vou cumprir a lei. Não há legislação federal que autorize transporte de passageiros por aplicativo ou formal não regulamentada pela cidade. Isso cria uma competição desproporcional, à margem da lei. Com relação ao desemprego, o Uber aqui é muito pequeno, estima-se não mais que 200 carros. Nossa frota de táxi é de 5.000, e está defasada. Temos aqui um táxi para cada 500 habitantes, São Paulo, por exemplo, tem um táxi para cada 350 habitantes. Temos que aumentar essa frota, e qualificar o serviço dos taxistas. Folha - Uma reeleição para a prefeitura de Fortaleza o colocaria como um dos nomes cotados para disputar o governo do Ceará em 2018... [interrompendo] De jeito nenhum. Estou à disposição para terminar o próximo mandato de quatro anos, caso eleito. Sou muito novo, fui eleito prefeito em 2012 com 37 anos. Há coisas que comecei que quero terminar, estou mais experiente. Não sou personalista de achar que um prefeito, em oito anos, se muda toda a história de uma cidade, mas Fortaleza nunca cultuou a arte do planejamento. Agora temos um projeto chamado Fortaleza 2040, que prevê a criação de um grupo, formado por arquitetos, geólogos, sociólogos, economistas, para a elaboração de um projeto de desenvolvimento urbano que possa ser seguido pelas próximas gestões. Folha - O senhor foi crítico ao impeachment de Dilma Rousseff. No segundo turno agora recebeu o apoio do governador do Ceará, Camilo Santana, do PT, partido hoje oposição ao governo federal. Como será sua relação com o governo Michel Temer? Vamos acertar parcerias. Sou prefeito da quinta maior cidade do Brasil, tenho tarefas a cumprir, e fazer parcerias para governar bem a cidade. Fui contra o impeachment porque acho que coloca algumas premissas de valores democráticos importantes sobre risco para o futuro do Brasil. Mas agora tenho que gerir Fortaleza e torço para uma economia mais estável. Folha - Um de seu aliados é o ex-governador Ciro Gomes, que já se apresenta como possível candidato à Presidência em 2018. O senhor acredita que Ciro possa vencer a eleição? Sonho com isso. É uma meta do nosso partido, mas é mais para frente isso, estou falando aqui como um filiado [ao PDT]. O Ciro é uma pessoa que admiro muito, mas no momento o foco é na eleição municipal.
poder
'Não nego problemas, mas estamos em crise', diz candidato à reeleição em Fortaleza sobre a saúdeMARCEL RIZZO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM FORTALEZA O prefeito de Fortaleza e candidato à reeleição Roberto Claudio Rodrigues Bezerra (PDT), 41, cita de cabeça que mobilidade urbana, em primeiro, e saúde são as duas áreas de seu governo mais bem reconhecidas pela população em pesquisas de avaliação. "Mas quando você pergunta qual a área com maiores problemas, muitos respondem saúde, e ela acaba se tornando uma das mais bem avaliadas e a mais crítica do governo. Se por um lado pessoas reconhecem o que foi feito, outras acham que pode ser feito mais", disse o prefeito, que é médico sanitarista, em entrevista à Folha. Eleito em 2012 pelo PSB, Roberto Claudio migrou para o PDT seguindo os passos dos irmãos Cid e Ciro Gomes, seus padrinhos políticos. Ele lidera a intenção de votos para o segundo turno com 45%, à frente de Capitão Wagner, com 36%, segundo pesquisa Datafolha do dia 22 de outubro, encomendada pelo jornal "O Povo". Folha - Com relação à saúde, existem críticas da falta de medicamentos e de locais para a realização de exames. O que pode ser feito para melhorar essas questões? Roberto Claudio - Nossa meta é garantir melhor estoque de remédios e aumentar a rede de exames. Com o crescimento dos postos de consultas, foram naturalmente requeridos mais exames. O paciente tinha dor de cabeça, hipertensão, não diagnosticadas, que agora passaram a ter o diagnóstico e a ter a solicitação de exames. Esse aumento dos pedidos de exames pressionou a rede secundária, e temos que ampliar essas redes, com policlínicas. Não nego que haja problemas, foram prometidas seis policlínicas, e vou entregar só duas, mas estamos em crise. Folha - A segurança foi muito debatida no primeiro turno, já que Fortaleza foi considerada a cidade mais violenta do Brasil em 2015, segundo dados da ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal. Seu adversário promete armar a guarda civil. Acha que pode ajudar a combater a violência? Temos que ter pés no chão para entender o que a prefeitura pode fazer com relação a segurança. Entendo que temos que ocupar espaços públicos ociosos, principalmente em regiões mais vulneráveis, e fizemos isso com praças, areninhas [espaço para atividades esportivas] e iluminação púbica. Também precisamos tirar os jovens das ruas, com escolas em tempo integral, e cursos profissionalizantes. Agora, a guarda é um equipamento civil, não militar, muito mais de prevenção. Folha - Está descartado então em um segundo mandato do senhor uma guarda civil com armas de fogo? Não estou convicto que é o melhor caminho. Há coisas que o instinto deve ser menos importante do que a ciência. Acredito muito em políticas baseadas em evidência. Fizemos um núcleo visitando experiências de guardas armadas e guardas não armadas. Entendemos que armar ou não armar é um elemento, importa muito mais trabalhar a formação do guarda municipal, com artes de luta corporal, integração e tecnologia. Queremos aumentar em mil o efetivo da guarda, colocar postos físicos em locais púbicos e fazer a integração com a polícia. Folha - O senhor apostou na construção de ciclovias e de corredores de ônibus. Ao mesmo tempo, é contra a regulamentação do Uber. O Uber não seria uma maneira de diminuir o desemprego? No Uber x táxi, vou cumprir a lei. Não há legislação federal que autorize transporte de passageiros por aplicativo ou formal não regulamentada pela cidade. Isso cria uma competição desproporcional, à margem da lei. Com relação ao desemprego, o Uber aqui é muito pequeno, estima-se não mais que 200 carros. Nossa frota de táxi é de 5.000, e está defasada. Temos aqui um táxi para cada 500 habitantes, São Paulo, por exemplo, tem um táxi para cada 350 habitantes. Temos que aumentar essa frota, e qualificar o serviço dos taxistas. Folha - Uma reeleição para a prefeitura de Fortaleza o colocaria como um dos nomes cotados para disputar o governo do Ceará em 2018... [interrompendo] De jeito nenhum. Estou à disposição para terminar o próximo mandato de quatro anos, caso eleito. Sou muito novo, fui eleito prefeito em 2012 com 37 anos. Há coisas que comecei que quero terminar, estou mais experiente. Não sou personalista de achar que um prefeito, em oito anos, se muda toda a história de uma cidade, mas Fortaleza nunca cultuou a arte do planejamento. Agora temos um projeto chamado Fortaleza 2040, que prevê a criação de um grupo, formado por arquitetos, geólogos, sociólogos, economistas, para a elaboração de um projeto de desenvolvimento urbano que possa ser seguido pelas próximas gestões. Folha - O senhor foi crítico ao impeachment de Dilma Rousseff. No segundo turno agora recebeu o apoio do governador do Ceará, Camilo Santana, do PT, partido hoje oposição ao governo federal. Como será sua relação com o governo Michel Temer? Vamos acertar parcerias. Sou prefeito da quinta maior cidade do Brasil, tenho tarefas a cumprir, e fazer parcerias para governar bem a cidade. Fui contra o impeachment porque acho que coloca algumas premissas de valores democráticos importantes sobre risco para o futuro do Brasil. Mas agora tenho que gerir Fortaleza e torço para uma economia mais estável. Folha - Um de seu aliados é o ex-governador Ciro Gomes, que já se apresenta como possível candidato à Presidência em 2018. O senhor acredita que Ciro possa vencer a eleição? Sonho com isso. É uma meta do nosso partido, mas é mais para frente isso, estou falando aqui como um filiado [ao PDT]. O Ciro é uma pessoa que admiro muito, mas no momento o foco é na eleição municipal.
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Região de águas termais em Goiás atrai turistas com piscinas 24 horas
Quente, morna ou fria, não importa. É em busca de água que turistas visitam Caldas Novas (GO), município de cerca de 80 mil habitantes, a 170 quilômetros de Goiânia, considerado a maior estância hidrotermal do mundo. Em 2015, 4 milhões de visitantes viajaram à cidade para se molhar em suas piscinas –número duas vezes maior do que o registrado em 2010, segundo estimativa da Secretaria de Turismo local. Por muito tempo, pensou-se que um antigo vulcão seria o responsável pelas águas quentes da região. Mas o processo de formação é outro, conhecido como geotermia. A água da chuva se infiltra em camadas profundas da terra, onde se formam grandes reservatórios. O calor do magma do centro da terra aquece a água, que volta à superfície por causa da pressão. "Detesto água fria. A possibilidade de me divertir em água quente era tentadora", diz a dona de casa Gertrudes Amgarten, 52, moradora de Cosmópolis (SP). Ela visitou a cidade pela primeira vez há dez anos, com amigos que sempre viajam juntos. Agora planejam voltar em junho. As piscinas, muitas delas funcionando 24 horas, são parte importante da paisagem de Caldas Novas e do roteiro dos visitantes. O Water Park, por exemplo, tem piscinas de ondas e toboáguas distribuídos pelos 12 mil metros quadrados do espaço. O Lagoa Termas Parque, por sua vez, tem entrada a R$ 90 e oferece tobogãs de queda livre, circular e em funil. Mas o grande atrativo é a lagoa quente de Piratininga, onde foi fundado o povoado que mais tarde seria Caldas Novas. Conta-se que, no século 18, bandeirantes cruzavam a região quando seus cachorros caíram na lagoa e tiveram a pelagem escaldada pela temperatura da água. Mas, quando o assunto são os complexos de piscinas, a menina dos olhos fica na cidade vizinha. O Hot Park, parque aquático do Rio Quente Resorts, complexo de hotelaria na cidade de Rio Quente, tem 18 nascentes e piscinas com tobogãs e tirolesas. Apesar da proximidade, as duas cidades nutrem uma rivalidade antiga, com provocações de ambos os lados, que se originou quando Rio Quente se emancipou de Caldas Novas, em 1988. Com o fortalecimento do turismo, porém, Caldas Novas e Rio Quente passaram a deixar as diferenças de lado para aumentar o fluxo de visitantes –os caldanovenses recebem 4 milhões de visitantes por ano, enquanto o Hot Park e seus oito hotéis atraem 1,5 milhão de turistas. TEMPORADA A alta temporada na cidade acontece em julho, quando a taxa de ocupação dos hotéis chega a 100%. No restante do ano, gira em torno de 70%. Mesmo assim, o acesso à região não é dos melhores. O aeroporto de Caldas Novas, inaugurado em 2002, só recebe voos às quintas e domingos, a partir de Goiânia, São Paulo e Campinas, operados pela Gol e pela Azul. Por isso, o jeito mais fácil de ir à cidade é descer em Goiânia ou Brasília e seguir de carro. "Outro problema é que o aeroporto de Goiânia não recebe voos do exterior, o que afasta o turista internacional", afirma Marcos Farias, presidente do Convention Bureau. O turismo é impulsionado pela terceira idade, que promove encontros durante todo o ano na região. O público religioso é outro presente. Visitantes se hospedam em Caldas Novas para fazer um bate-volta para o santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade, a 200 quilômetros dali. São eles que ajudam a lotar a rede hoteleira –que tem 141 mil leitos, entre formais e informais, a segunda maior do Brasil, atrás apenas de São Paulo. E, claro, as piscinas. O jornalista viajou a convite da Avianca e do Caldas Novas Convention & Visitors Bureau VEJA PACOTES PARA IR A GOIÁS R$ 845,52 Três noites no hotel Hot Star Plaza. Preço por pessoa, com café e aéreo. Na Viaje Bem: (11) 3266-3070; viajebem.tur.br R$ 898 Preço por pessoa para três noites no Hot Star Plaza. Inclui passagens aéreas, city tour e ingresso para dois dias no Water Park. Com café e traslados. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br R$ 922 Valor por pessoa para quatro noites na pousada Eco Caldas. Inclui café e passagem aérea. No Decolar.com: decolar.com R$ 926 Pacote de três noites, a partir de 10/3, no hotel Golden Dolphin Express. Por pessoa, com café, aéreo, city tour e ingresso para o Water Park. Na Ahoba: (11) 5594-2023; ahobaviagens.com.br R$ 1.034 Pacote de três noites, a partir de 3/3. Valor por pessoa, com aéreo, café, traslados e ingresso ao Hot Park. Na Agaxtur: (11) 3067-0900; agaxturviagens.com.br R$ 1.228 Valor por pessoa para quatro noites no hotel Privé Boulevard Suíte. Inclui aéreo, traslados e café, sem passeios. Na Top Brasil: (11) 5576-6300; topbrasiltur.com.br R$ 1.318 Preço por pessoa para sete noites, em regime de meia pensão. Sem extras, com aéreo. No Submarino: (11) 4003-9888; submarinoviagens.com.br R$ 2.226 Valor por pessoa para quatro noites no hotel Golden Dolphin Express. Com saída em 13/3, inclui aéreo, café, traslados e acesso ao Hot Park. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br R$ 2.646 Pacote para três noites no hotel Turismo do complexo Rio Quente, em regime de meia pensão. Valor por pessoa, com aéreo e acesso ao Hot Park. Reservas: (64) 3453-7757; rioquenteresorts.com.br R$ 4.950 Pacote de sete noites no Rio Quente Hotel Flat, com meia pensão. Por pessoa, inclui aéreo, traslados e ingressos para o Hot Park. Na Visual: (11) 3235-2000; visualturismo.com.br
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Região de águas termais em Goiás atrai turistas com piscinas 24 horasQuente, morna ou fria, não importa. É em busca de água que turistas visitam Caldas Novas (GO), município de cerca de 80 mil habitantes, a 170 quilômetros de Goiânia, considerado a maior estância hidrotermal do mundo. Em 2015, 4 milhões de visitantes viajaram à cidade para se molhar em suas piscinas –número duas vezes maior do que o registrado em 2010, segundo estimativa da Secretaria de Turismo local. Por muito tempo, pensou-se que um antigo vulcão seria o responsável pelas águas quentes da região. Mas o processo de formação é outro, conhecido como geotermia. A água da chuva se infiltra em camadas profundas da terra, onde se formam grandes reservatórios. O calor do magma do centro da terra aquece a água, que volta à superfície por causa da pressão. "Detesto água fria. A possibilidade de me divertir em água quente era tentadora", diz a dona de casa Gertrudes Amgarten, 52, moradora de Cosmópolis (SP). Ela visitou a cidade pela primeira vez há dez anos, com amigos que sempre viajam juntos. Agora planejam voltar em junho. As piscinas, muitas delas funcionando 24 horas, são parte importante da paisagem de Caldas Novas e do roteiro dos visitantes. O Water Park, por exemplo, tem piscinas de ondas e toboáguas distribuídos pelos 12 mil metros quadrados do espaço. O Lagoa Termas Parque, por sua vez, tem entrada a R$ 90 e oferece tobogãs de queda livre, circular e em funil. Mas o grande atrativo é a lagoa quente de Piratininga, onde foi fundado o povoado que mais tarde seria Caldas Novas. Conta-se que, no século 18, bandeirantes cruzavam a região quando seus cachorros caíram na lagoa e tiveram a pelagem escaldada pela temperatura da água. Mas, quando o assunto são os complexos de piscinas, a menina dos olhos fica na cidade vizinha. O Hot Park, parque aquático do Rio Quente Resorts, complexo de hotelaria na cidade de Rio Quente, tem 18 nascentes e piscinas com tobogãs e tirolesas. Apesar da proximidade, as duas cidades nutrem uma rivalidade antiga, com provocações de ambos os lados, que se originou quando Rio Quente se emancipou de Caldas Novas, em 1988. Com o fortalecimento do turismo, porém, Caldas Novas e Rio Quente passaram a deixar as diferenças de lado para aumentar o fluxo de visitantes –os caldanovenses recebem 4 milhões de visitantes por ano, enquanto o Hot Park e seus oito hotéis atraem 1,5 milhão de turistas. TEMPORADA A alta temporada na cidade acontece em julho, quando a taxa de ocupação dos hotéis chega a 100%. No restante do ano, gira em torno de 70%. Mesmo assim, o acesso à região não é dos melhores. O aeroporto de Caldas Novas, inaugurado em 2002, só recebe voos às quintas e domingos, a partir de Goiânia, São Paulo e Campinas, operados pela Gol e pela Azul. Por isso, o jeito mais fácil de ir à cidade é descer em Goiânia ou Brasília e seguir de carro. "Outro problema é que o aeroporto de Goiânia não recebe voos do exterior, o que afasta o turista internacional", afirma Marcos Farias, presidente do Convention Bureau. O turismo é impulsionado pela terceira idade, que promove encontros durante todo o ano na região. O público religioso é outro presente. Visitantes se hospedam em Caldas Novas para fazer um bate-volta para o santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade, a 200 quilômetros dali. São eles que ajudam a lotar a rede hoteleira –que tem 141 mil leitos, entre formais e informais, a segunda maior do Brasil, atrás apenas de São Paulo. E, claro, as piscinas. O jornalista viajou a convite da Avianca e do Caldas Novas Convention & Visitors Bureau VEJA PACOTES PARA IR A GOIÁS R$ 845,52 Três noites no hotel Hot Star Plaza. Preço por pessoa, com café e aéreo. Na Viaje Bem: (11) 3266-3070; viajebem.tur.br R$ 898 Preço por pessoa para três noites no Hot Star Plaza. Inclui passagens aéreas, city tour e ingresso para dois dias no Water Park. Com café e traslados. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br R$ 922 Valor por pessoa para quatro noites na pousada Eco Caldas. Inclui café e passagem aérea. No Decolar.com: decolar.com R$ 926 Pacote de três noites, a partir de 10/3, no hotel Golden Dolphin Express. Por pessoa, com café, aéreo, city tour e ingresso para o Water Park. Na Ahoba: (11) 5594-2023; ahobaviagens.com.br R$ 1.034 Pacote de três noites, a partir de 3/3. Valor por pessoa, com aéreo, café, traslados e ingresso ao Hot Park. Na Agaxtur: (11) 3067-0900; agaxturviagens.com.br R$ 1.228 Valor por pessoa para quatro noites no hotel Privé Boulevard Suíte. Inclui aéreo, traslados e café, sem passeios. Na Top Brasil: (11) 5576-6300; topbrasiltur.com.br R$ 1.318 Preço por pessoa para sete noites, em regime de meia pensão. Sem extras, com aéreo. No Submarino: (11) 4003-9888; submarinoviagens.com.br R$ 2.226 Valor por pessoa para quatro noites no hotel Golden Dolphin Express. Com saída em 13/3, inclui aéreo, café, traslados e acesso ao Hot Park. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br R$ 2.646 Pacote para três noites no hotel Turismo do complexo Rio Quente, em regime de meia pensão. Valor por pessoa, com aéreo e acesso ao Hot Park. Reservas: (64) 3453-7757; rioquenteresorts.com.br R$ 4.950 Pacote de sete noites no Rio Quente Hotel Flat, com meia pensão. Por pessoa, inclui aéreo, traslados e ingressos para o Hot Park. Na Visual: (11) 3235-2000; visualturismo.com.br
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Após ataque a ônibus, 15 linhas são afetadas na zona sul de SP
O trajeto de ao menos 15 linhas de ônibus foi afetado na manhã desta terça-feira (1º) devido a interferência na avenida Ângelo Cristianini, na região do Jardim Luso, zona sul de São Paulo. Por volta das 23h30 desta segunda (31), um ônibus foi incendiado por um grupo. Eles montaram barricadas na avenida para obrigar o motorista a parar o coletivo. O grupo obrigou todos a desembarcarem, colocou fogo no ônibus e fugiu. Os bombeiros foram ao local para apagar o fogo, mas o veículo ficou destruído. Por volta das 6h, o ônibus permanecia no local pois ainda não tinha sido feita a perícia da polícia. A Polícia Militar fez buscas nas região, mas nenhum suspeito foi preso.
cotidiano
Após ataque a ônibus, 15 linhas são afetadas na zona sul de SPO trajeto de ao menos 15 linhas de ônibus foi afetado na manhã desta terça-feira (1º) devido a interferência na avenida Ângelo Cristianini, na região do Jardim Luso, zona sul de São Paulo. Por volta das 23h30 desta segunda (31), um ônibus foi incendiado por um grupo. Eles montaram barricadas na avenida para obrigar o motorista a parar o coletivo. O grupo obrigou todos a desembarcarem, colocou fogo no ônibus e fugiu. Os bombeiros foram ao local para apagar o fogo, mas o veículo ficou destruído. Por volta das 6h, o ônibus permanecia no local pois ainda não tinha sido feita a perícia da polícia. A Polícia Militar fez buscas nas região, mas nenhum suspeito foi preso.
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'Eu me vi em pânico', diz Wesley Batista em audiência após ser preso
Em audiência na Justiça Federal, o sócio do grupo JBS Wesley Batista disse ter vivido um momento de "pânico" ao ser preso e pensar no futuro de seu conglomerado de empresas, que segundo ele é "como um filho". O empresário também se defendeu das acusações de ter lucrado com informações privilegiadas decorrentes do acordo de delação premiada que ele e o irmão Joesley assinaram com o Ministério Público Federal. Wesley fez as afirmações em uma audiência de custódia, ato judicial que tem por objetivo permitir aos juízes a verificação da legalidade de prisões. Por cerca de 40 minutos, o juiz federal João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, ouviu Wesley, o advogado dele, Pierpaolo Bottini, e a procuradora da República Thaméa Danelon, no começo da tarde de quarta-feira (13). Na audiência, o empresário disse estar muito preocupado com a repercussão da detenção dele para a sobrevivência do grupo JBS. "Eu hoje me vi em pânico, porque eu penso, como é que nós vamos fazer? Temos uma responsabilidade de um grupo econômico. E não é pelo lado patrimonial. Um grupo representa para nós como um filho. Você entra na frente de uma pessoa que vai atirar em um filho", afirmou Wesley. Em relação às operações financeiras apontadas pela Procuradoria como parte de uma estratégia ilegal de investimento do conglomerado, o empresário disse que "não há nenhuma atipicidade em relação ao que a companhia sempre fez". Especificamente a respeito das movimentações com dólares que teriam superado US$ 2,6 bilhões, ele afirmou que "a JBS chegou a ter US$ 11 bilhões de dólares comprados me 2014. Então, não é verdadeiro que a companhia nunca tinha feito operação daquela magnitude". Após ouvir o empresário, o juiz federal disse a ele: "O histórico dos senhores é de influência e cooptação junto a autoridades. Os investigados têm uma ampla experiência em corromper e forçar uma situação política e econômica que lhe seja favorável. Então entendo necessária a manutenção da prisão temporária". E arrematou: "Peço ao senhor, como pessoa física, como cidadão, como empresário, compreensão, porque a legislação tem que ser cumprida". Joesley Batista, irmão de Wesley, também teve a prisão pedida pela suspeita de ter cometido crime de ordem financeira, mas ele já cumpre prisão temporária em Brasília, pela suspeita de ter omitido informações em sua colaboração. Se não houver pedido de prorrogação de temporária ou reversão para preventiva da prisão de Joesley no Distrito Federal, o empresário deve ser transferido para São Paulo, onde cumprirá esse segundo mandado de prisão. Na audiência de custódia, o juiz federal ainda acatou pedido da defesa de Wesley Batista e determinou que ele permaneça preso na carceragem da Superintendência da Polícia Federal na capital paulista por razões de segurança. Em geral, as pessoas detidas em regime de prisão preventiva pela PF são transferidas para instituições carcerárias estaduais. O juiz federal disse que, além da garantia da integridade física do empresário, a medida também era necessária porque, "se algo acontecer a ele [Wesley] durante o curso dessa preventiva, a indenização que a União terá de pagar será extraordinária".
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'Eu me vi em pânico', diz Wesley Batista em audiência após ser presoEm audiência na Justiça Federal, o sócio do grupo JBS Wesley Batista disse ter vivido um momento de "pânico" ao ser preso e pensar no futuro de seu conglomerado de empresas, que segundo ele é "como um filho". O empresário também se defendeu das acusações de ter lucrado com informações privilegiadas decorrentes do acordo de delação premiada que ele e o irmão Joesley assinaram com o Ministério Público Federal. Wesley fez as afirmações em uma audiência de custódia, ato judicial que tem por objetivo permitir aos juízes a verificação da legalidade de prisões. Por cerca de 40 minutos, o juiz federal João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, ouviu Wesley, o advogado dele, Pierpaolo Bottini, e a procuradora da República Thaméa Danelon, no começo da tarde de quarta-feira (13). Na audiência, o empresário disse estar muito preocupado com a repercussão da detenção dele para a sobrevivência do grupo JBS. "Eu hoje me vi em pânico, porque eu penso, como é que nós vamos fazer? Temos uma responsabilidade de um grupo econômico. E não é pelo lado patrimonial. Um grupo representa para nós como um filho. Você entra na frente de uma pessoa que vai atirar em um filho", afirmou Wesley. Em relação às operações financeiras apontadas pela Procuradoria como parte de uma estratégia ilegal de investimento do conglomerado, o empresário disse que "não há nenhuma atipicidade em relação ao que a companhia sempre fez". Especificamente a respeito das movimentações com dólares que teriam superado US$ 2,6 bilhões, ele afirmou que "a JBS chegou a ter US$ 11 bilhões de dólares comprados me 2014. Então, não é verdadeiro que a companhia nunca tinha feito operação daquela magnitude". Após ouvir o empresário, o juiz federal disse a ele: "O histórico dos senhores é de influência e cooptação junto a autoridades. Os investigados têm uma ampla experiência em corromper e forçar uma situação política e econômica que lhe seja favorável. Então entendo necessária a manutenção da prisão temporária". E arrematou: "Peço ao senhor, como pessoa física, como cidadão, como empresário, compreensão, porque a legislação tem que ser cumprida". Joesley Batista, irmão de Wesley, também teve a prisão pedida pela suspeita de ter cometido crime de ordem financeira, mas ele já cumpre prisão temporária em Brasília, pela suspeita de ter omitido informações em sua colaboração. Se não houver pedido de prorrogação de temporária ou reversão para preventiva da prisão de Joesley no Distrito Federal, o empresário deve ser transferido para São Paulo, onde cumprirá esse segundo mandado de prisão. Na audiência de custódia, o juiz federal ainda acatou pedido da defesa de Wesley Batista e determinou que ele permaneça preso na carceragem da Superintendência da Polícia Federal na capital paulista por razões de segurança. Em geral, as pessoas detidas em regime de prisão preventiva pela PF são transferidas para instituições carcerárias estaduais. O juiz federal disse que, além da garantia da integridade física do empresário, a medida também era necessária porque, "se algo acontecer a ele [Wesley] durante o curso dessa preventiva, a indenização que a União terá de pagar será extraordinária".
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Teste secreto do Google nos EUA pode ser internet via balão
Documentos da comissão federal de comunicações dos Estados Unidos parecem indicar planos do Google de testar seus balões do projeto Loon, desenvolvidos para levar internet a áreas remotas, segundo o jornal "Business Insider". A empresa pediu ao órgão governamental uma licença para testar "rádios experimentais" com rede sem fio para banda-larga. Segundo o relatório, o pedido foi feito para todos os 50 Estados do país e Porto Rico com data de início em 1º de janeiro e para um período de dois anos. O documento não indica exatamente o tipo de rádio e nem o nome do projeto –o Google requisitou que tudo recebesse tratamento confidencial. Satélites, balões e drones vão ampliar oferta de internet O Loon é um projeto da companhia de levar internet para todos os cantos do planeta, principalmente para países com menos estrutura, por meio de um sistema de balões que funcionam a base de energia solar e flutuam a até 27 km acima da superfície. O foco inicial do projeto era levar conexão à internet para países subdesenvolvidos, mas o teste nos EUA pode indicar que a empresa encontrou um uso dos balões em seu próprio país, de acordo com o "Business Insider". Em agosto deste ano, o Google assinou um contrato com o Sri Lanka para colocar em operação, até o ano que vem, os balões do Loon -já testados em locais como o Piauí, em 2014.
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Teste secreto do Google nos EUA pode ser internet via balãoDocumentos da comissão federal de comunicações dos Estados Unidos parecem indicar planos do Google de testar seus balões do projeto Loon, desenvolvidos para levar internet a áreas remotas, segundo o jornal "Business Insider". A empresa pediu ao órgão governamental uma licença para testar "rádios experimentais" com rede sem fio para banda-larga. Segundo o relatório, o pedido foi feito para todos os 50 Estados do país e Porto Rico com data de início em 1º de janeiro e para um período de dois anos. O documento não indica exatamente o tipo de rádio e nem o nome do projeto –o Google requisitou que tudo recebesse tratamento confidencial. Satélites, balões e drones vão ampliar oferta de internet O Loon é um projeto da companhia de levar internet para todos os cantos do planeta, principalmente para países com menos estrutura, por meio de um sistema de balões que funcionam a base de energia solar e flutuam a até 27 km acima da superfície. O foco inicial do projeto era levar conexão à internet para países subdesenvolvidos, mas o teste nos EUA pode indicar que a empresa encontrou um uso dos balões em seu próprio país, de acordo com o "Business Insider". Em agosto deste ano, o Google assinou um contrato com o Sri Lanka para colocar em operação, até o ano que vem, os balões do Loon -já testados em locais como o Piauí, em 2014.
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Empresa que faz limpeza pós-festas mostra os piores cenários que encarou
Dar uma festa sempre parece uma boa ideia até o dia seguinte. Só aí, quando você está com uma puta ressaca e coberto de líquidos suspeitos, é que o arrependimento bate. Isso geralmente acontece depois que: a) você lembra que fez alguma coisa idiota quando estava bêbado e/ou intoxicado; b) você vê a zona que explodiu na sua casa: garrafas e latas vazias por todo lado, seus amigos desmaiados pelo chão, um vômito seco de cor estranha no seu banheiro. É aí que Tugrul Cirakoglu entra. Ele é o dono da Frisse Kater, uma empresa de Amsterdã, na Holanda, especializada em limpeza depois de festas. Cirakoglu começou a oferecer o serviço no ano passado, após ter feito mestrado em Londres, no Reino Unido, e testemunhado várias coisas horríveis em festas de faculdade: pessoas mijando em pias, quebrando coisas, arrumando briga e sangrando por todo lado. Ele percebeu que não havia nenhuma empresa na Holanda que oferecesse limpeza para esse tipo de bagunça e viu uma oportunidade de negócio. No site deles, a Frisse Kater afirma ser especializada "nas limpezas pós-festa mais sujas, extremas e nojentas que você pode imaginar". Fiquei pensando o que eles queriam dizer com isso. Então, liguei para Cirakoglu para saber o que eles já testemunharam. VICE: Como é um dia de serviço padrão para vocês? Tugrul Cirakoglu- Geralmente, somos chamados depois de festas com 50 ou 100 convidados. Para a Holanda, isso é uma festa grande, porque as casas geralmente são pequenas. Todo mundo estava bebendo, usando drogas -e a coisa fica feia. Geralmente, há álcool e comida no chão, pegadas de barro, vidro quebrado, vômito -às vezes, urina ou até cocô nas paredes. Pode ser algo bem extremo. Desculpa, você disse que pessoas fazem cocô nas paredes? Acho que isso só aconteceu uma vez, mas sim. Para uma pessoa normal, tudo que limpamos pareceria extremo, porém, para nós, a coisa mais extrema são fezes humanas. O seu público é formado principalmente por anfitriões de grandes festas que, no dia seguinte, percebem que alguém cagou nas paredes? Temos pessoas que se preparam e nos ligam com dois meses de antecedência [para agendar a limpeza]. No entanto, muitas pessoas nos ligam no dia seguinte porque achavam que seria mais fácil limpar, mas quando vêem a bagunça toda, percebem que não vão dar conta. Daí, eles nos ligam em pânico: "Por favor, vocês podem me ajudar? Preciso de ajuda". Também temos casos nos quais os amigos prometem ajudar a limpar, mas desaparecem depois. Também temos clientes fixos -geralmente, gente jovem e rica- que dão muitas festas e nos chamam regularmente. Algumas das festas para as quais vocês foram chamados em seguida para fazer a limpeza devem ter sido bem selvagens. Que tipo de coisas vocês já viram? Já vimos festas em que as pessoas destruíram o banheiro - tipo, quebraram a pia e a privada, e o lugar ficou inundado. Uma vez, tivemos uma limpeza depois de uma "festa do doce". Eles encheram uma piscina infantil inflável com marshmallows na sala, e isso acabou espalhado pelo chão e misturado com álcool. Às vezes, também somos chamados em emergências do tipo: garotos que deram uma festa quando os pais estavam viajando, e eles vão chegar no dia seguinte. Assim, corremos para lá e limpamos tudo. Entretanto, nessas situações, não limpamos demais, pois aí os pais podem desconfiar. Tivemos uma festa cujos anfitriões alugaram um restaurante. O dono fechou o lugar para eles, e 50 caras vieram para a festa. Era basicamente um evento de iniciação de algum clube. Primeiro, eles jantaram e beberam; depois, dez caras foram levados até os banheiros e chicoteados, socados, chutados, além de apanharem com os jogos americanos de borracha do restaurante - enrolados em bastões, sabe? Aí, naquela noite, o dono nos ligou e falou "Ei, cara, preciso de vocês. Alguma coisa aconteceu aqui". Então, fomos para lá, vimos toda a bagunça e o que tinha acontecido, e contamos tudo para ele. Eu pensei "Caramba, isso é pesado". Nunca tínhamos experimentado nada assim antes. Havia sangue e muita, muita sujeira. Que loucura. Vocês cobram uma taxa extra em situações assim? Cobramos por hora, porém, se a situação for muito extrema, dizemos: "Olha, esse não foi o acordo". Às vezes, as pessoas nos ligam, e, assim que chegamos, vemos imediatamente que não teve festa nenhuma - o cara é só muito porco e precisa que alguém limpe a casa para ele. Tem gente que realmente faz isso? Sim. No mês passado, recebemos a ligação de um cara. Não sei se ele tinha saído de férias ou algo assim, só que havia sacos de lixo que ficaram na casa por tanto tempo que tudo dentro apodreceu: logo, vermes e moscas começaram a nascer dentro dos sacos. Elas acabaram escapando e tomando a casa - literalmente, milhares e milhares de moscas e vermes -, subindo pelas paredes, no teto, nos móveis, no banheiro, na cozinha... por todo lado. Nunca tínhamos visto nada assim. No começo, não esperávamos que as pessoas nos chamassem para coisas assim; portanto, só levávamos material de limpeza comum. Agora, temos uma van com material de limpeza para resíduos de risco - temos máscaras, luvas e macacões para esse tipo de trabalho. Também temos químicos de limpeza para matar viroses e coisas assim. Vocês já tiveram de lidar com gente bêbada enquanto faziam a limpeza depois de uma festa? Às vezes, vemos pessoas deitadas no chão ou no sofá, completamente desmaiadas. Em alguns casos - o que é um pouco mais raro -, chegamos a festas onde ainda há uma ou duas pessoas viajando. Pessoas geralmente não são problema se estiverem dormindo, porque elas não vão te incomodar. Se acordarem, elas normalmente dizem "Caralho, onde estou?". O difícil são pessoas que ainda estão drogadas e querem interagir ativamente com você. E essas são de dois tipos diferentes: pessoas realmente chatas, que não conseguem ficar paradas; e pessoas que estão drogadas e acham uma ótima ideia se você também usasse o que elas usaram. O primeiro tipo fica tentando te tocar ou te abraçar, o segundo fica te importunando, dizendo "Ei, tenho cocaína aqui, cheira aí, cara!". Há outro grupo interessante: pessoas que estão chapadas e entram numa "viagem de limpeza". Elas ficam extremamente ativas e, quando começamos a limpar, querem ajudar - escovando e varrendo tudo. Geralmente, elas limpam muito agressivamente. É muito engraçado. Algumas fotos do seu Flickr são bem nojentas, tipo esta foto com um monte de camisinhas usadas no chão. Ou outra do que parece ser um cocô na pia de alguém. Na verdade, era cocô de gato num restaurante comercial. Quê?! Sim, também fazemos limpeza comercial. E, mesmo nesse tipo de serviço, de algum jeito, as pessoas mais loucas sempre acham nosso número. Pessoalmente, eu nunca como em restaurantes. Eu tenho de estar morrendo de fome, porque as coisas que eu já vi em lugares comerciais... Fora cocô de gato na pia, que outras coisas você já viu em restaurantes? Vemos muitos lugares onde os donos têm zero conhecimento sobre limpeza. Sempre pedimos para ver o armário de produtos de limpeza deles, já que, assim que você vê o que eles têm, você sabe imediatamente a situação do lugar. Uma vez, fomos a este restaurante, e eu perguntei "Onde estão seu panos de chão?". Sabe, panos que você só usa algumas vezes e depois joga fora. Esse era o único tipo de pano de limpeza que o cara tinha no restaurante. Aí eu perguntei: "Como você sabe se os funcionários não acabaram de limpar a privada com esse pano e agora estão limpando a pia da cozinha?". E ele disse "Hum, não sei". Ou seja, você está me dizendo que não sabe se esse pano que está aqui na mesa foi usado para limpar a privada, a pia da cozinha, o bar ou a mesa? O que você está fazendo? Isso não pode ser muito comum, certo? Sim, acontece em muitos lugares. Sabe aquele produto, Windex? Muitos restaurantes usam isso para limpar tudo, embora ele só sirva para limpar janelas. Quando perguntamos "Ei, vocês têm algum produto bactericida ou para esterilizar sua cozinha?", eles devolvem "Windex não limpa tudo?". É perturbador. O que é pior: limpar cozinhas de restaurantes ou casas depois de festas? Eu diria que as duas situações são sujas. Não tenho problemas com pessoas que não limpam a própria casa, pois isso é problema delas. No entanto, se você tiver um restaurante ou um café onde você serve comida ou bebida para as pessoas, você tem de limpar! Não dá pra passar Windex em tudo para parecer brilhante, embora, na verdade, o lugar não seja limpo há anos. Pra mim, isso é como cometer um crime. Seu trabalho não parece muito divertido. Muita gente pergunta "Deve ser difícil trabalhar com isso, esses lugares são muito sujos". Mas não, essa é a parte mais fácil. Usamos nossos produtos de limpeza profissionais, e tudo fica limpo rapidamente. O problema é que não existe produto químico para lidar com clientes chatos. Não dá para borrifar alguma coisa neles, e eles vão embora. A matéria original pode ser lida aqui.
vice
Empresa que faz limpeza pós-festas mostra os piores cenários que encarouDar uma festa sempre parece uma boa ideia até o dia seguinte. Só aí, quando você está com uma puta ressaca e coberto de líquidos suspeitos, é que o arrependimento bate. Isso geralmente acontece depois que: a) você lembra que fez alguma coisa idiota quando estava bêbado e/ou intoxicado; b) você vê a zona que explodiu na sua casa: garrafas e latas vazias por todo lado, seus amigos desmaiados pelo chão, um vômito seco de cor estranha no seu banheiro. É aí que Tugrul Cirakoglu entra. Ele é o dono da Frisse Kater, uma empresa de Amsterdã, na Holanda, especializada em limpeza depois de festas. Cirakoglu começou a oferecer o serviço no ano passado, após ter feito mestrado em Londres, no Reino Unido, e testemunhado várias coisas horríveis em festas de faculdade: pessoas mijando em pias, quebrando coisas, arrumando briga e sangrando por todo lado. Ele percebeu que não havia nenhuma empresa na Holanda que oferecesse limpeza para esse tipo de bagunça e viu uma oportunidade de negócio. No site deles, a Frisse Kater afirma ser especializada "nas limpezas pós-festa mais sujas, extremas e nojentas que você pode imaginar". Fiquei pensando o que eles queriam dizer com isso. Então, liguei para Cirakoglu para saber o que eles já testemunharam. VICE: Como é um dia de serviço padrão para vocês? Tugrul Cirakoglu- Geralmente, somos chamados depois de festas com 50 ou 100 convidados. Para a Holanda, isso é uma festa grande, porque as casas geralmente são pequenas. Todo mundo estava bebendo, usando drogas -e a coisa fica feia. Geralmente, há álcool e comida no chão, pegadas de barro, vidro quebrado, vômito -às vezes, urina ou até cocô nas paredes. Pode ser algo bem extremo. Desculpa, você disse que pessoas fazem cocô nas paredes? Acho que isso só aconteceu uma vez, mas sim. Para uma pessoa normal, tudo que limpamos pareceria extremo, porém, para nós, a coisa mais extrema são fezes humanas. O seu público é formado principalmente por anfitriões de grandes festas que, no dia seguinte, percebem que alguém cagou nas paredes? Temos pessoas que se preparam e nos ligam com dois meses de antecedência [para agendar a limpeza]. No entanto, muitas pessoas nos ligam no dia seguinte porque achavam que seria mais fácil limpar, mas quando vêem a bagunça toda, percebem que não vão dar conta. Daí, eles nos ligam em pânico: "Por favor, vocês podem me ajudar? Preciso de ajuda". Também temos casos nos quais os amigos prometem ajudar a limpar, mas desaparecem depois. Também temos clientes fixos -geralmente, gente jovem e rica- que dão muitas festas e nos chamam regularmente. Algumas das festas para as quais vocês foram chamados em seguida para fazer a limpeza devem ter sido bem selvagens. Que tipo de coisas vocês já viram? Já vimos festas em que as pessoas destruíram o banheiro - tipo, quebraram a pia e a privada, e o lugar ficou inundado. Uma vez, tivemos uma limpeza depois de uma "festa do doce". Eles encheram uma piscina infantil inflável com marshmallows na sala, e isso acabou espalhado pelo chão e misturado com álcool. Às vezes, também somos chamados em emergências do tipo: garotos que deram uma festa quando os pais estavam viajando, e eles vão chegar no dia seguinte. Assim, corremos para lá e limpamos tudo. Entretanto, nessas situações, não limpamos demais, pois aí os pais podem desconfiar. Tivemos uma festa cujos anfitriões alugaram um restaurante. O dono fechou o lugar para eles, e 50 caras vieram para a festa. Era basicamente um evento de iniciação de algum clube. Primeiro, eles jantaram e beberam; depois, dez caras foram levados até os banheiros e chicoteados, socados, chutados, além de apanharem com os jogos americanos de borracha do restaurante - enrolados em bastões, sabe? Aí, naquela noite, o dono nos ligou e falou "Ei, cara, preciso de vocês. Alguma coisa aconteceu aqui". Então, fomos para lá, vimos toda a bagunça e o que tinha acontecido, e contamos tudo para ele. Eu pensei "Caramba, isso é pesado". Nunca tínhamos experimentado nada assim antes. Havia sangue e muita, muita sujeira. Que loucura. Vocês cobram uma taxa extra em situações assim? Cobramos por hora, porém, se a situação for muito extrema, dizemos: "Olha, esse não foi o acordo". Às vezes, as pessoas nos ligam, e, assim que chegamos, vemos imediatamente que não teve festa nenhuma - o cara é só muito porco e precisa que alguém limpe a casa para ele. Tem gente que realmente faz isso? Sim. No mês passado, recebemos a ligação de um cara. Não sei se ele tinha saído de férias ou algo assim, só que havia sacos de lixo que ficaram na casa por tanto tempo que tudo dentro apodreceu: logo, vermes e moscas começaram a nascer dentro dos sacos. Elas acabaram escapando e tomando a casa - literalmente, milhares e milhares de moscas e vermes -, subindo pelas paredes, no teto, nos móveis, no banheiro, na cozinha... por todo lado. Nunca tínhamos visto nada assim. No começo, não esperávamos que as pessoas nos chamassem para coisas assim; portanto, só levávamos material de limpeza comum. Agora, temos uma van com material de limpeza para resíduos de risco - temos máscaras, luvas e macacões para esse tipo de trabalho. Também temos químicos de limpeza para matar viroses e coisas assim. Vocês já tiveram de lidar com gente bêbada enquanto faziam a limpeza depois de uma festa? Às vezes, vemos pessoas deitadas no chão ou no sofá, completamente desmaiadas. Em alguns casos - o que é um pouco mais raro -, chegamos a festas onde ainda há uma ou duas pessoas viajando. Pessoas geralmente não são problema se estiverem dormindo, porque elas não vão te incomodar. Se acordarem, elas normalmente dizem "Caralho, onde estou?". O difícil são pessoas que ainda estão drogadas e querem interagir ativamente com você. E essas são de dois tipos diferentes: pessoas realmente chatas, que não conseguem ficar paradas; e pessoas que estão drogadas e acham uma ótima ideia se você também usasse o que elas usaram. O primeiro tipo fica tentando te tocar ou te abraçar, o segundo fica te importunando, dizendo "Ei, tenho cocaína aqui, cheira aí, cara!". Há outro grupo interessante: pessoas que estão chapadas e entram numa "viagem de limpeza". Elas ficam extremamente ativas e, quando começamos a limpar, querem ajudar - escovando e varrendo tudo. Geralmente, elas limpam muito agressivamente. É muito engraçado. Algumas fotos do seu Flickr são bem nojentas, tipo esta foto com um monte de camisinhas usadas no chão. Ou outra do que parece ser um cocô na pia de alguém. Na verdade, era cocô de gato num restaurante comercial. Quê?! Sim, também fazemos limpeza comercial. E, mesmo nesse tipo de serviço, de algum jeito, as pessoas mais loucas sempre acham nosso número. Pessoalmente, eu nunca como em restaurantes. Eu tenho de estar morrendo de fome, porque as coisas que eu já vi em lugares comerciais... Fora cocô de gato na pia, que outras coisas você já viu em restaurantes? Vemos muitos lugares onde os donos têm zero conhecimento sobre limpeza. Sempre pedimos para ver o armário de produtos de limpeza deles, já que, assim que você vê o que eles têm, você sabe imediatamente a situação do lugar. Uma vez, fomos a este restaurante, e eu perguntei "Onde estão seu panos de chão?". Sabe, panos que você só usa algumas vezes e depois joga fora. Esse era o único tipo de pano de limpeza que o cara tinha no restaurante. Aí eu perguntei: "Como você sabe se os funcionários não acabaram de limpar a privada com esse pano e agora estão limpando a pia da cozinha?". E ele disse "Hum, não sei". Ou seja, você está me dizendo que não sabe se esse pano que está aqui na mesa foi usado para limpar a privada, a pia da cozinha, o bar ou a mesa? O que você está fazendo? Isso não pode ser muito comum, certo? Sim, acontece em muitos lugares. Sabe aquele produto, Windex? Muitos restaurantes usam isso para limpar tudo, embora ele só sirva para limpar janelas. Quando perguntamos "Ei, vocês têm algum produto bactericida ou para esterilizar sua cozinha?", eles devolvem "Windex não limpa tudo?". É perturbador. O que é pior: limpar cozinhas de restaurantes ou casas depois de festas? Eu diria que as duas situações são sujas. Não tenho problemas com pessoas que não limpam a própria casa, pois isso é problema delas. No entanto, se você tiver um restaurante ou um café onde você serve comida ou bebida para as pessoas, você tem de limpar! Não dá pra passar Windex em tudo para parecer brilhante, embora, na verdade, o lugar não seja limpo há anos. Pra mim, isso é como cometer um crime. Seu trabalho não parece muito divertido. Muita gente pergunta "Deve ser difícil trabalhar com isso, esses lugares são muito sujos". Mas não, essa é a parte mais fácil. Usamos nossos produtos de limpeza profissionais, e tudo fica limpo rapidamente. O problema é que não existe produto químico para lidar com clientes chatos. Não dá para borrifar alguma coisa neles, e eles vão embora. A matéria original pode ser lida aqui.
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Governo Trump quer exigir senhas de redes sociais de solicitantes de visto
As embaixadas americanas poderão exigir as senhas de acesso a redes sociais dos solicitantes de visto dos Estados Unidos, com o objetivo de estabelecer controles ainda mais rígidos, afirmou nesta terça (7) o secretário de Segurança Doméstica, John Kelly. Na mesma audiência na Câmara dos Deputados em que disse que o governo poderia ter esperado mais para implementar o decreto anti-imigração do presidente Donald Trump, Kelly declarou que a medida afetaria os cidadãos dos sete países muçulmanos que foram alvo do decreto: Irã, Síria, Líbia, Iraque, Somália, Sudão e Iêmen. "Nós queremos chegar às redes sociais deles, com as senhas. É muito difícil realmente checar essas pessoas nesses países, os sete países. Mas se eles vierem, nós queremos poder dizer quais sites eles visitam e que nos deem suas senhas. Queremos saber o que eles fazem na internet." "Se não quiserem cooperar, então não entram" nos Estados Unidos, disse o secretário. Kelly deixou claro que nenhuma decisão ainda havia sido tomada, mas que controles mais rígidos para checar a entrada de pessoas nos EUA serão implementados em breve. Atualmente, o solicitante de visto americano pode ser requisitado a mostrar o conteúdo que publica em redes sociais durante entrevista no consulado —mas não a fornecer suas senhas. O decreto que determina o bloqueio à entrada de cidadãos desses sete países por 90 dias e de refugiados por 120 dias, com base em uma possível ameaça à segurança nacional, está suspenso por uma liminar. O governo Trump agora defende na Justiça que ao menos os estrangeiros "sem laços" com os EUA continuem a ser vetados. A decisão da Corte de Apelações sobre a retomada ou não do decreto de Trump deve ser anunciada ainda nesta semana. A expectativa é que qualquer dos lados que perder a disputa recorra à Suprema Corte.
mundo
Governo Trump quer exigir senhas de redes sociais de solicitantes de vistoAs embaixadas americanas poderão exigir as senhas de acesso a redes sociais dos solicitantes de visto dos Estados Unidos, com o objetivo de estabelecer controles ainda mais rígidos, afirmou nesta terça (7) o secretário de Segurança Doméstica, John Kelly. Na mesma audiência na Câmara dos Deputados em que disse que o governo poderia ter esperado mais para implementar o decreto anti-imigração do presidente Donald Trump, Kelly declarou que a medida afetaria os cidadãos dos sete países muçulmanos que foram alvo do decreto: Irã, Síria, Líbia, Iraque, Somália, Sudão e Iêmen. "Nós queremos chegar às redes sociais deles, com as senhas. É muito difícil realmente checar essas pessoas nesses países, os sete países. Mas se eles vierem, nós queremos poder dizer quais sites eles visitam e que nos deem suas senhas. Queremos saber o que eles fazem na internet." "Se não quiserem cooperar, então não entram" nos Estados Unidos, disse o secretário. Kelly deixou claro que nenhuma decisão ainda havia sido tomada, mas que controles mais rígidos para checar a entrada de pessoas nos EUA serão implementados em breve. Atualmente, o solicitante de visto americano pode ser requisitado a mostrar o conteúdo que publica em redes sociais durante entrevista no consulado —mas não a fornecer suas senhas. O decreto que determina o bloqueio à entrada de cidadãos desses sete países por 90 dias e de refugiados por 120 dias, com base em uma possível ameaça à segurança nacional, está suspenso por uma liminar. O governo Trump agora defende na Justiça que ao menos os estrangeiros "sem laços" com os EUA continuem a ser vetados. A decisão da Corte de Apelações sobre a retomada ou não do decreto de Trump deve ser anunciada ainda nesta semana. A expectativa é que qualquer dos lados que perder a disputa recorra à Suprema Corte.
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Siri responde rápido, mas olhares na rua e erros de ortografia irritam
Usar os comandos de voz para acionar o celular facilita algumas funções, mas é bem difícil passar um dia inteiro só "conversando" com o aparelho, sem digitar nele, como eu tentei na sexta (17). Com a ferramenta, pode-se mandar mensagens, fazer ligações e pedir informações. No entanto, a Siri, assistente pessoal do iPhone, não consegue digitar o código de segurança do aparelho. Precisei desativar o meu antes. Ao acordar, a primeira coisa que fiz foi agendar um alarme para os 20 minutos seguintes, porque sabia que não ia me levantar naquele horário e não podia perder a hora. Depois, perguntei a previsão do tempo para o dia e como estava o trânsito na região. As respostas, além de serem rápidas, eram acompanhadas com algum bordão descontraído. Durante o dia, quando estava em espaços públicos, fiquei incomodada com a atenção que eu recebia por estar falando com o meu próprio celular. A solução foi usar fones de ouvido -as pessoas imaginam que você está em uma ligação. Eu pensava mais de uma vez antes de mandar uma mensagem de texto. Apareciam erros de ortografia e eu precisava repetir a frase diversas vezes até ela sair certa. E a Siri só abria os apps, mas não fazia o login.
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Siri responde rápido, mas olhares na rua e erros de ortografia irritamUsar os comandos de voz para acionar o celular facilita algumas funções, mas é bem difícil passar um dia inteiro só "conversando" com o aparelho, sem digitar nele, como eu tentei na sexta (17). Com a ferramenta, pode-se mandar mensagens, fazer ligações e pedir informações. No entanto, a Siri, assistente pessoal do iPhone, não consegue digitar o código de segurança do aparelho. Precisei desativar o meu antes. Ao acordar, a primeira coisa que fiz foi agendar um alarme para os 20 minutos seguintes, porque sabia que não ia me levantar naquele horário e não podia perder a hora. Depois, perguntei a previsão do tempo para o dia e como estava o trânsito na região. As respostas, além de serem rápidas, eram acompanhadas com algum bordão descontraído. Durante o dia, quando estava em espaços públicos, fiquei incomodada com a atenção que eu recebia por estar falando com o meu próprio celular. A solução foi usar fones de ouvido -as pessoas imaginam que você está em uma ligação. Eu pensava mais de uma vez antes de mandar uma mensagem de texto. Apareciam erros de ortografia e eu precisava repetir a frase diversas vezes até ela sair certa. E a Siri só abria os apps, mas não fazia o login.
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Livro traz história de catador que virou empresário; veja mais lançamentos
O Cifras & Letras seleciona semanalmente lançamentos mais recentes na área de negócios e economia. Confira abaixo os destaques desta semana: NACIONAIS O Catador de Sonhos AUTOR Geraldo Rufino EDITORA Gente QUANTO R$ 29,90 (192 págs.) Empresário conta como foi de catador de lixo aos oito anos de idade a dono de empresa do segmento de reciclagem automotiva que fatura R$ 50 milhões por ano. Quebrou seis vezes no percurso. Introdução a Gestão Ambiental Empresarial AUTOR Luiz dos Santos Lins EDITORA Atlas QUANTO R$ 57 (176 págs.) A obra explica os principais conceitos da gestão ambiental para empresas e relaciona a disciplina com outras áreas, especialmente contabilidade, economia, direito e auditoria. A Felicidade da Busca AUTOR Chris Guillebeau EDITORA Fontanar QUANTO R$39,90 Empreendedor que visitou todos os países do mundo e autor de "A Startup de $ 100" divide experiências de sua viagem e dá orientações para quem deseja fazer uma jornada transformadora. Inovação Natural - A Nova Essência do Mundo dos Negócios AUTOR Eduardo Borba EDITORA autopublicação QUANTO R$ 45 (disponível em www.inovacaonatural.com) Empresário e investidor usa suas experiências para apresentar conceito de inovação baseado na descoberta de causas individuais e empresariais. INTERNACIONAIS Wealth, Poverty and Politics AUTOR Thomas Sowell EDITORA Basic Books QUANTO US$ 16,65 (e-book) Autor questiona teorias de economistas como Thomas Piketty e Paul Krugman por considerar que se debruçam sobre a questão da distribuição de renda sem dar a devida atenção à geração de riqueza. table(fe). |(fo1c). Divulgação| || Green Growth, Smart Growth AUTOR Ralf Fücks. EDITORA Anthem Press QUANTO US$ 12,40 (e-book) Dirigente do Partido Verde alemão defende um novo olhar para a economia, a inovação e a política para que se possa lidar de forma adequada com o risco das mudanças climáticas.
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Livro traz história de catador que virou empresário; veja mais lançamentosO Cifras & Letras seleciona semanalmente lançamentos mais recentes na área de negócios e economia. Confira abaixo os destaques desta semana: NACIONAIS O Catador de Sonhos AUTOR Geraldo Rufino EDITORA Gente QUANTO R$ 29,90 (192 págs.) Empresário conta como foi de catador de lixo aos oito anos de idade a dono de empresa do segmento de reciclagem automotiva que fatura R$ 50 milhões por ano. Quebrou seis vezes no percurso. Introdução a Gestão Ambiental Empresarial AUTOR Luiz dos Santos Lins EDITORA Atlas QUANTO R$ 57 (176 págs.) A obra explica os principais conceitos da gestão ambiental para empresas e relaciona a disciplina com outras áreas, especialmente contabilidade, economia, direito e auditoria. A Felicidade da Busca AUTOR Chris Guillebeau EDITORA Fontanar QUANTO R$39,90 Empreendedor que visitou todos os países do mundo e autor de "A Startup de $ 100" divide experiências de sua viagem e dá orientações para quem deseja fazer uma jornada transformadora. Inovação Natural - A Nova Essência do Mundo dos Negócios AUTOR Eduardo Borba EDITORA autopublicação QUANTO R$ 45 (disponível em www.inovacaonatural.com) Empresário e investidor usa suas experiências para apresentar conceito de inovação baseado na descoberta de causas individuais e empresariais. INTERNACIONAIS Wealth, Poverty and Politics AUTOR Thomas Sowell EDITORA Basic Books QUANTO US$ 16,65 (e-book) Autor questiona teorias de economistas como Thomas Piketty e Paul Krugman por considerar que se debruçam sobre a questão da distribuição de renda sem dar a devida atenção à geração de riqueza. table(fe). |(fo1c). Divulgação| || Green Growth, Smart Growth AUTOR Ralf Fücks. EDITORA Anthem Press QUANTO US$ 12,40 (e-book) Dirigente do Partido Verde alemão defende um novo olhar para a economia, a inovação e a política para que se possa lidar de forma adequada com o risco das mudanças climáticas.
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Aval da África do Sul é desafio para proposta da AB InBev pela SABMiller
A proposta da AB InBev pela SABMiller promete ser alvo de uma investigação minuciosa do governo da África do Sul, que tem um passado de controvérsia com investidores estrangeiros. O governo sul-africano inclusive já determinou que o Ministério de Comércio e Indústria entrasse em contato com as duas cervejeiras, e o presidente da AB InBev, o brasileiro Carlos Brito, iniciou conversas com o ministro da pasta, Rob Davies. Próximos passos da fusão A África do Sul quer garantias de que o negócio envolvendo a SABMiller —a principal cervejaria do país— não vai afetar o mercado de trabalho nem os fornecedores locais. A empresa emprega cerca de 9.000 trabalhadores no país e conta com 90% de participação do mercado de cerveja. Não é a primeira vez que o governo sul-africano demonstra esse tipo de preocupação. Uma oferta do Walmart pela varejista local Massmart, em 2011, também enfrentou oposição de ao menos três ministérios, e o negócio de US$ 2,4 bilhões só foi adiante após enfrentar uma longa burocracia e resistência de setores do governo e de sindicatos. Cervejarias anunciam 3ª maior fusão da história - Divisão do mercado da cerveja, em % No caso das duas cervejarias, a presença da AB InBev na África do Sul é mínima e portanto não deve enfrentar oposição das autoridades regulatórias. O temor, porém, é que a história volte a se repetir. "Se as autoridades da África do Sul vão tentar ganhar algo com isso? É um risco", diz um administrador de fundos que pediu para não ser identificado. A legislação de competição do país tem uma cláusula que fala em "interesse público" e a SAB levanta questões financeiras e emocionais em seu país de origem. Além de grande empregadora, a cervejaria tem sua origem em 1895, em Johannesburgo, quando foi criada a South African Breweries. - 1989 Lemann e parceiros conseguem o controle da Brahma 1999 Brahma se une a Antarctica para criar a Ambev 2004 Ambev se une a cervejaria belga Interbrew; surge a InBev 2006 InBev compra a Fujian Sedrin, na China 2007 Companhia compra a Quinsa, fabricante de cervejas como a Quilmes 2008 InBev começa a controlar a Anheuser-Busch, formando a AB InBev 2013 AB InBev inicia a operação junto ao grupo Modelo 2014 AB InBev compra a OB, que operava no mercado chinês e sul-coreano
mercado
Aval da África do Sul é desafio para proposta da AB InBev pela SABMillerA proposta da AB InBev pela SABMiller promete ser alvo de uma investigação minuciosa do governo da África do Sul, que tem um passado de controvérsia com investidores estrangeiros. O governo sul-africano inclusive já determinou que o Ministério de Comércio e Indústria entrasse em contato com as duas cervejeiras, e o presidente da AB InBev, o brasileiro Carlos Brito, iniciou conversas com o ministro da pasta, Rob Davies. Próximos passos da fusão A África do Sul quer garantias de que o negócio envolvendo a SABMiller —a principal cervejaria do país— não vai afetar o mercado de trabalho nem os fornecedores locais. A empresa emprega cerca de 9.000 trabalhadores no país e conta com 90% de participação do mercado de cerveja. Não é a primeira vez que o governo sul-africano demonstra esse tipo de preocupação. Uma oferta do Walmart pela varejista local Massmart, em 2011, também enfrentou oposição de ao menos três ministérios, e o negócio de US$ 2,4 bilhões só foi adiante após enfrentar uma longa burocracia e resistência de setores do governo e de sindicatos. Cervejarias anunciam 3ª maior fusão da história - Divisão do mercado da cerveja, em % No caso das duas cervejarias, a presença da AB InBev na África do Sul é mínima e portanto não deve enfrentar oposição das autoridades regulatórias. O temor, porém, é que a história volte a se repetir. "Se as autoridades da África do Sul vão tentar ganhar algo com isso? É um risco", diz um administrador de fundos que pediu para não ser identificado. A legislação de competição do país tem uma cláusula que fala em "interesse público" e a SAB levanta questões financeiras e emocionais em seu país de origem. Além de grande empregadora, a cervejaria tem sua origem em 1895, em Johannesburgo, quando foi criada a South African Breweries. - 1989 Lemann e parceiros conseguem o controle da Brahma 1999 Brahma se une a Antarctica para criar a Ambev 2004 Ambev se une a cervejaria belga Interbrew; surge a InBev 2006 InBev compra a Fujian Sedrin, na China 2007 Companhia compra a Quinsa, fabricante de cervejas como a Quilmes 2008 InBev começa a controlar a Anheuser-Busch, formando a AB InBev 2013 AB InBev inicia a operação junto ao grupo Modelo 2014 AB InBev compra a OB, que operava no mercado chinês e sul-coreano
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Estácio faz B.O. por violação de computador de seu presidente
A Estácio Participações prestou queixa policial sobre a violação de dados e dispositivos de informática utilizados pelo seu presidente, Pedro Thompson, após concluir investigação sobre o vazamento de mensagens entre o executivo e uma advogada sobre a fusão com a Kroton Educacional. O boletim de ocorrência foi registrado na terça-feira (18) na 16ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro. O material vazado continha mensagens eletrônicas entre Thompson e a advogada Paola Pugliese, que assessorava a empresa perante o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) no âmbito da fusão com a Kroton. Informações contidas no B.O. mostram que a investigação conduzida pela israelense ICTS em parceria com auditoria interna da Estácio concluiu haver fortes indícios de que o vazamento tenha sido realizado por acesso físico ao computador antigo de Thompson. Segundo a investigação interna, o ex-funcionário de TI da empresa, Israel Silva, e o funcionário da área de operações, Luiz Walnei, estariam envolvidos no caso. A ICTS e a auditoria interna da companhia apontam ainda indícios de que o ex-presidente da Estácio, Rogério Melzi, teria participação ou relação direta com a suposta violação da máquina de Thompson e o consequentemente vazamento das informações. Procurada, a Estácio não quis comentar o assunto. O presidente da Estácio foi afastado do grupo de trabalho no Cade em 17 de março, e a israelense ICTS foi contratada para investigar o caso no dia seguinte. Em 12 de abril, a empresa informou que investigação interna apontou não haver evidências de que Thompson teria trabalhado para inviabilizar a fusão.
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Estácio faz B.O. por violação de computador de seu presidenteA Estácio Participações prestou queixa policial sobre a violação de dados e dispositivos de informática utilizados pelo seu presidente, Pedro Thompson, após concluir investigação sobre o vazamento de mensagens entre o executivo e uma advogada sobre a fusão com a Kroton Educacional. O boletim de ocorrência foi registrado na terça-feira (18) na 16ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro. O material vazado continha mensagens eletrônicas entre Thompson e a advogada Paola Pugliese, que assessorava a empresa perante o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) no âmbito da fusão com a Kroton. Informações contidas no B.O. mostram que a investigação conduzida pela israelense ICTS em parceria com auditoria interna da Estácio concluiu haver fortes indícios de que o vazamento tenha sido realizado por acesso físico ao computador antigo de Thompson. Segundo a investigação interna, o ex-funcionário de TI da empresa, Israel Silva, e o funcionário da área de operações, Luiz Walnei, estariam envolvidos no caso. A ICTS e a auditoria interna da companhia apontam ainda indícios de que o ex-presidente da Estácio, Rogério Melzi, teria participação ou relação direta com a suposta violação da máquina de Thompson e o consequentemente vazamento das informações. Procurada, a Estácio não quis comentar o assunto. O presidente da Estácio foi afastado do grupo de trabalho no Cade em 17 de março, e a israelense ICTS foi contratada para investigar o caso no dia seguinte. Em 12 de abril, a empresa informou que investigação interna apontou não haver evidências de que Thompson teria trabalhado para inviabilizar a fusão.
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No Japão, carta de idoso brasileiro virou canção de sucesso
Há alguns anos, uma carta anônima de um senhor para seu filho circulou pelas redes sociais no Brasil. O texto, em que ele pedia paciência por estar ficando velho, emocionou muita gente e, por isso, foi bastante compartilhado. A mensagem atravessou os mares e foi parar nas mãos do cantor e compositor Ryoichi Higuchi. Inspirado pelo texto, que foi traduzido para o japonês por um amigo, o músico compôs a canção "Tegami Shin Ainaru Kodomotachie" (carta aos meus filhos amados). A música fez parte de um álbum lançado em 2008. No ano seguinte, depois de conquistar rádios e programas de TV, Higuchi ganhou o principal prêmio da música japonesa. O calor humano e a forma como ele descreve os sentimentos e as frustrações de uma pessoa em idade avançada fizeram com que a música fosse incluída no material didático dos cursos de cuidador de idosos de todo o Japão. Higuchi gravou também uma versão em português e, recentemente, revelou que fez isso para tentar encontrar o autor da mensagem. O sonho do cantor é poder agradecer quem o ajudou a entender melhor o significado da vida e a emocionar tantos japoneses. FLOR DE CEREJEIRA Todo ano, na primavera, o desabrochar das flores de cerejeira transforma o país. As pessoas ficam extasiadas diante da delicada flor, que pinta o Japão de rosa. É também o período em que o país recebe mais turistas estrangeiros. Somente em 2016, foram pouco mais de 7 milhões nesta estação. Mais do que por sua beleza, a flor de cerejeira –ou sakura, como se diz em japonês– é importante porque movimenta a economia. Centenas de produtos temáticos, desde alimentos, bebidas e artigos de papelaria até produtos de beleza, são lançados no mercado. Embora o impacto não seja suficiente para aparecer nas principais estatísticas econômicas, vemos um aumento significativo no consumo interno japonês. A venda de bebidas alcoólicas, por exemplo, tem um salto de 10% entre fevereiro e março, período em que os piqueniques debaixo das cerejeiras começam a pipocar, em comparação com outros meses. No entanto, a floração da sakura dura pouco. Em menos de dez dias as flores começam a cair, formando tapetes cor-de-rosa nas ruas e parques. E justamente por causa da curta existência, os japoneses a comparam à efemeridade da vida. Nas músicas ufanistas da época da Segunda Guerra, soldados mortos eram comparados com a flor de cerejeira. Ela era muito usada também na pintura dos aviões cujos pilotos partiam em missões suicidas, os famosos kamikazes. ARTE BRASILEIRA Março também foi um mês especial para o Brasil em terras nipônicas. O pintor, desenhista e escultor Paulo Monteiro está em cartaz com a exposição "The Outside of Distance" (o lado de fora da distância) até abril. Além de quadros, o artista levou para o arquipélago desenhos em papel e esculturas que retratam um pouco do seu trabalho. Já o fotógrafo Cristiano Mascaro expõe um belo acervo de fotos urbanas na embaixada brasileira em Tóquio. Formado em arquitetura, ele começou a carreira como repórter fotográfico, ganhou diversos prêmios e hoje se dedica a projetos editoriais e ensaios pessoais. Um deles, feito no Japão em 2011, virou livro ("Viagem a Tóquio"; DBA). Mascaro é um dos fotógrafos de arquitetura mais importantes do Brasil. Suas obras estão em coleções públicas no país, nos Estados Unidos e na França. Para o Japão, ele levou imagens urbanas do Brasil. "Não queria fazer uma exposição ilustrativa da arquitetura brasileira simplesmente, então trouxe fotos de que eu gosto e que tinham certa unidade entre elas", contou à Folha. MAIS DO QUE ARROZ E FEIJÃO Passada a euforia de Copa do Mundo e Olimpíada, o Brasil continua em alta por aqui. Na capital japonesa, é possível encontrar dezenas de restaurantes e churrascarias brasileiras. Além da carne e do café, os japoneses se encantaram com os benefícios do açaí. Hoje, a bebida da fruta é encontrada em qualquer loja de conveniência. Agora, a embaixada brasileira se esforça para promover outros produtos. Em março, houve um evento de divulgação do palmito. O mesmo foi feito com a cachaça. A diplomacia do país também organizou, em parceria com o principal guia japonês de restaurantes na internet, um seminário com o chef brasileiro Alex Atala para alavancar itens já disponíveis no mercado japonês. EWERTHON TOBACE, 40, é jornalista, produtor e documentarista em Tóquio.
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No Japão, carta de idoso brasileiro virou canção de sucessoHá alguns anos, uma carta anônima de um senhor para seu filho circulou pelas redes sociais no Brasil. O texto, em que ele pedia paciência por estar ficando velho, emocionou muita gente e, por isso, foi bastante compartilhado. A mensagem atravessou os mares e foi parar nas mãos do cantor e compositor Ryoichi Higuchi. Inspirado pelo texto, que foi traduzido para o japonês por um amigo, o músico compôs a canção "Tegami Shin Ainaru Kodomotachie" (carta aos meus filhos amados). A música fez parte de um álbum lançado em 2008. No ano seguinte, depois de conquistar rádios e programas de TV, Higuchi ganhou o principal prêmio da música japonesa. O calor humano e a forma como ele descreve os sentimentos e as frustrações de uma pessoa em idade avançada fizeram com que a música fosse incluída no material didático dos cursos de cuidador de idosos de todo o Japão. Higuchi gravou também uma versão em português e, recentemente, revelou que fez isso para tentar encontrar o autor da mensagem. O sonho do cantor é poder agradecer quem o ajudou a entender melhor o significado da vida e a emocionar tantos japoneses. FLOR DE CEREJEIRA Todo ano, na primavera, o desabrochar das flores de cerejeira transforma o país. As pessoas ficam extasiadas diante da delicada flor, que pinta o Japão de rosa. É também o período em que o país recebe mais turistas estrangeiros. Somente em 2016, foram pouco mais de 7 milhões nesta estação. Mais do que por sua beleza, a flor de cerejeira –ou sakura, como se diz em japonês– é importante porque movimenta a economia. Centenas de produtos temáticos, desde alimentos, bebidas e artigos de papelaria até produtos de beleza, são lançados no mercado. Embora o impacto não seja suficiente para aparecer nas principais estatísticas econômicas, vemos um aumento significativo no consumo interno japonês. A venda de bebidas alcoólicas, por exemplo, tem um salto de 10% entre fevereiro e março, período em que os piqueniques debaixo das cerejeiras começam a pipocar, em comparação com outros meses. No entanto, a floração da sakura dura pouco. Em menos de dez dias as flores começam a cair, formando tapetes cor-de-rosa nas ruas e parques. E justamente por causa da curta existência, os japoneses a comparam à efemeridade da vida. Nas músicas ufanistas da época da Segunda Guerra, soldados mortos eram comparados com a flor de cerejeira. Ela era muito usada também na pintura dos aviões cujos pilotos partiam em missões suicidas, os famosos kamikazes. ARTE BRASILEIRA Março também foi um mês especial para o Brasil em terras nipônicas. O pintor, desenhista e escultor Paulo Monteiro está em cartaz com a exposição "The Outside of Distance" (o lado de fora da distância) até abril. Além de quadros, o artista levou para o arquipélago desenhos em papel e esculturas que retratam um pouco do seu trabalho. Já o fotógrafo Cristiano Mascaro expõe um belo acervo de fotos urbanas na embaixada brasileira em Tóquio. Formado em arquitetura, ele começou a carreira como repórter fotográfico, ganhou diversos prêmios e hoje se dedica a projetos editoriais e ensaios pessoais. Um deles, feito no Japão em 2011, virou livro ("Viagem a Tóquio"; DBA). Mascaro é um dos fotógrafos de arquitetura mais importantes do Brasil. Suas obras estão em coleções públicas no país, nos Estados Unidos e na França. Para o Japão, ele levou imagens urbanas do Brasil. "Não queria fazer uma exposição ilustrativa da arquitetura brasileira simplesmente, então trouxe fotos de que eu gosto e que tinham certa unidade entre elas", contou à Folha. MAIS DO QUE ARROZ E FEIJÃO Passada a euforia de Copa do Mundo e Olimpíada, o Brasil continua em alta por aqui. Na capital japonesa, é possível encontrar dezenas de restaurantes e churrascarias brasileiras. Além da carne e do café, os japoneses se encantaram com os benefícios do açaí. Hoje, a bebida da fruta é encontrada em qualquer loja de conveniência. Agora, a embaixada brasileira se esforça para promover outros produtos. Em março, houve um evento de divulgação do palmito. O mesmo foi feito com a cachaça. A diplomacia do país também organizou, em parceria com o principal guia japonês de restaurantes na internet, um seminário com o chef brasileiro Alex Atala para alavancar itens já disponíveis no mercado japonês. EWERTHON TOBACE, 40, é jornalista, produtor e documentarista em Tóquio.
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Editorial: Baterias de futuro
O lançamento de nova geração de baterias pela empresa americana Tesla, que já fabrica carros elétricos esportivos, causou agitação há uma semana. O evento publicitário atraiu muita atenção para suas aplicações domésticas, mas é no ramo de geração e distribuição de eletricidade que ela carrega maior potencial para disrupção. Trata-se de um novo produto, não de uma revolução tecnológica. A inovação está em alojar baterias de íons de lítio já usadas em automóveis numa caixa que pode ser afixada na parede das casas. Acoplada a painéis solares, a chamada Powerwall pode tornar residências independentes da rede elétrica. De dia, acumula a eletricidade obtida da luz do Sol; depois, passa a liberar energia para os eletrodomésticos. O custo, porém, só é convidativo para consumidores novidadeiros: US$ 5.000 por 10 kW (quilowatts) instalados, o suficiente para alimentar uma casa por várias horas. Mesmo que não instale placas fotovoltaicas, o cliente poderá carregar a bateria na corrente regular e usá-la em apagões, por exemplo. Elon Musk, o empresário sul-africano à frente da Tesla, quer mais: mudar o mundo, começando pelo sistema elétrico. Sua estratégia, ousada, se baseia numa drástica redução de preço no segundo produto lançado, o Powerpack. Trata-se de um grupo de baterias acondicionado num console do porte de geladeiras e com capacidade de 100 kW. Ligadas em série, seus arranjos atingem a escala de megawatts (MW, equivalente a mil kW). Nos cálculos de Musk, 2 bilhões desses aparelhos poderiam fornecer toda a energia hoje consumida no planeta. Atualmente, uma das principais desvantagens das energias renováveis, como a eólica (ventos) e a solar, é sua intermitência (geração interrompida com ventos fracos e à noite, respectivamente). Na cultura do setor elétrico brasileiro, essas fontes alternativas seriam por isso incapazes de dar segurança ao sistema. Para enfrentar o risco de blecautes, o país se tornou dependente de termelétricas a combustíveis fósseis, cuja queima piora o efeito estufa. Em 2013, 18,6% da eletricidade gerada vinha de tal fonte. Outros 76,8% provieram de renováveis (68,6% de hidrelétricas, 7% de biomassa, 1,2% de usinas eólicas). A participação de painéis solares é desprezível, com apenas 500 sistemas instalados aqui, contra 1,4 milhão na Alemanha. Baterias eficientes e baratas podem alterar o panorama. Analistas previam que seu limiar de competitividade estava em US$ 350/kW, o que só seria atingido em 2020. Cinco anos antes, a Tesla chegou a US$ 250/kW na versão Powerpack. Nesse ritmo, embora a energia fotovoltaica comece finalmente a aparecer no radar do governo federal, o sistema elétrico brasileiro terá de correr muito para não perder a nova onda de inovação.
opiniao
Editorial: Baterias de futuroO lançamento de nova geração de baterias pela empresa americana Tesla, que já fabrica carros elétricos esportivos, causou agitação há uma semana. O evento publicitário atraiu muita atenção para suas aplicações domésticas, mas é no ramo de geração e distribuição de eletricidade que ela carrega maior potencial para disrupção. Trata-se de um novo produto, não de uma revolução tecnológica. A inovação está em alojar baterias de íons de lítio já usadas em automóveis numa caixa que pode ser afixada na parede das casas. Acoplada a painéis solares, a chamada Powerwall pode tornar residências independentes da rede elétrica. De dia, acumula a eletricidade obtida da luz do Sol; depois, passa a liberar energia para os eletrodomésticos. O custo, porém, só é convidativo para consumidores novidadeiros: US$ 5.000 por 10 kW (quilowatts) instalados, o suficiente para alimentar uma casa por várias horas. Mesmo que não instale placas fotovoltaicas, o cliente poderá carregar a bateria na corrente regular e usá-la em apagões, por exemplo. Elon Musk, o empresário sul-africano à frente da Tesla, quer mais: mudar o mundo, começando pelo sistema elétrico. Sua estratégia, ousada, se baseia numa drástica redução de preço no segundo produto lançado, o Powerpack. Trata-se de um grupo de baterias acondicionado num console do porte de geladeiras e com capacidade de 100 kW. Ligadas em série, seus arranjos atingem a escala de megawatts (MW, equivalente a mil kW). Nos cálculos de Musk, 2 bilhões desses aparelhos poderiam fornecer toda a energia hoje consumida no planeta. Atualmente, uma das principais desvantagens das energias renováveis, como a eólica (ventos) e a solar, é sua intermitência (geração interrompida com ventos fracos e à noite, respectivamente). Na cultura do setor elétrico brasileiro, essas fontes alternativas seriam por isso incapazes de dar segurança ao sistema. Para enfrentar o risco de blecautes, o país se tornou dependente de termelétricas a combustíveis fósseis, cuja queima piora o efeito estufa. Em 2013, 18,6% da eletricidade gerada vinha de tal fonte. Outros 76,8% provieram de renováveis (68,6% de hidrelétricas, 7% de biomassa, 1,2% de usinas eólicas). A participação de painéis solares é desprezível, com apenas 500 sistemas instalados aqui, contra 1,4 milhão na Alemanha. Baterias eficientes e baratas podem alterar o panorama. Analistas previam que seu limiar de competitividade estava em US$ 350/kW, o que só seria atingido em 2020. Cinco anos antes, a Tesla chegou a US$ 250/kW na versão Powerpack. Nesse ritmo, embora a energia fotovoltaica comece finalmente a aparecer no radar do governo federal, o sistema elétrico brasileiro terá de correr muito para não perder a nova onda de inovação.
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Eleição presidencial no Peru registra filas por falta de mesários
Os peruanos comparecem às urnas neste domingo para a eleição presidencial que tem Keiko Fujimori como favorita, mas com a previsão da necessidade de segundo turno, após uma campanha atípica que deixou candidatos pelo caminho. Em alguns locais de votação eram registrados atrasos, principalmente pela ausência de mesários, o que provocava grandes filas. Quase 23 milhões de peruanos estão registrados para votar entre 8h (10h em Brasília) e 16h (18h de brasília) e escolher o presidente, além de renovar as 130 cadeiras do Congresso unicameral. Os primeiros resultados, com 30% dos votos apurados, devem ser divulgados às 21h (23h de Brasília), mas as primeiras projeções devem ser divulgadas pouco depois do final da votação. O atual presidente, Ollanta Humala, e sua esposa, Nadine Heredia, votaram cedo em Lima. Os principais candidatos votaram pouco depois do café da manhã, em família diante das câmeras, como é tradição no dia de eleição no Peru. Keiko Fujimori, de 40 anos, filha de Alberto Fujimori —que governou o Peru de 1990 a 2000 e está na prisão por corrupção e crimes contra a humanidade—, lidera as pesquisas, mas a grande batalha envolve o segundo lugar, pois é pouco provável que ela consiga 50% dos votos para evitar o segundo turno de 5 de junho. Dez candidatos sobreviveram a uma campanha que deixou pelo caminho outro nove, incluindo Julio Guzmán, que aparecia em segundo lugar nas pesquisas e em pleno crescimento, em aplicação a uma nova lei eleitoral rígida e, para alguns, injusta. Ao mesmo tempo, a justiça permitiu a presença de Keiko Fujimori, apesar de ter recebido a mesma acusação que provocou o veto de outro candidato, César Acuña: distribuir dinheiro para captar votos. A candidata do partido Força Popular (direita) lidera as pesquisas com um terço das preferências, quase o dobro dos seguidores imediatos: Pedro Pablo Kuczynski, 77, conhecido pelas iniciais PPK, do Peruanos pela Mudança (centro-direita), e Verónika Mendoza, 35, da Frente Ampla (esquerda), que aparecem com um empate técnico. O voto útil pode jogar a favor de PKK, que fez uma campanha de medo contra Mendoza, que nas últimas semanas avançou na disputa presidencial graças ao apoio nas zonas rurais e entre os mais pobres. "Eleitores que haviam pensado em votar em outros candidatos podem votar em PPK para fechar o caminho de Mendoza", disse à AFP Luis Benavente, diretor do instituto Vox Populi. Kuczynski teria mais chances do que Mendoza de superar Fujimori no segundo turno de 5 de junho, segundo as pesquisas. Favorito da classe média-alta urbana da capital, o maior centro eleitoral do país com quase 10 milhões de habitantes, PPK, um político veterano que foi ministro várias vezes, também tem a seu favor parte do setor empresarial, que não se inclina por Fujimori. De acordo com Benavente, a "saturação não está tanto do lado econômico, e sim do político, pela corrupção". Ele afirma que a esperança de muitos peruanos está no Parlamento, com a expectativa de que novos congressistas, incluindo jovens bem preparados, ajudem a "limpar o país".
mundo
Eleição presidencial no Peru registra filas por falta de mesáriosOs peruanos comparecem às urnas neste domingo para a eleição presidencial que tem Keiko Fujimori como favorita, mas com a previsão da necessidade de segundo turno, após uma campanha atípica que deixou candidatos pelo caminho. Em alguns locais de votação eram registrados atrasos, principalmente pela ausência de mesários, o que provocava grandes filas. Quase 23 milhões de peruanos estão registrados para votar entre 8h (10h em Brasília) e 16h (18h de brasília) e escolher o presidente, além de renovar as 130 cadeiras do Congresso unicameral. Os primeiros resultados, com 30% dos votos apurados, devem ser divulgados às 21h (23h de Brasília), mas as primeiras projeções devem ser divulgadas pouco depois do final da votação. O atual presidente, Ollanta Humala, e sua esposa, Nadine Heredia, votaram cedo em Lima. Os principais candidatos votaram pouco depois do café da manhã, em família diante das câmeras, como é tradição no dia de eleição no Peru. Keiko Fujimori, de 40 anos, filha de Alberto Fujimori —que governou o Peru de 1990 a 2000 e está na prisão por corrupção e crimes contra a humanidade—, lidera as pesquisas, mas a grande batalha envolve o segundo lugar, pois é pouco provável que ela consiga 50% dos votos para evitar o segundo turno de 5 de junho. Dez candidatos sobreviveram a uma campanha que deixou pelo caminho outro nove, incluindo Julio Guzmán, que aparecia em segundo lugar nas pesquisas e em pleno crescimento, em aplicação a uma nova lei eleitoral rígida e, para alguns, injusta. Ao mesmo tempo, a justiça permitiu a presença de Keiko Fujimori, apesar de ter recebido a mesma acusação que provocou o veto de outro candidato, César Acuña: distribuir dinheiro para captar votos. A candidata do partido Força Popular (direita) lidera as pesquisas com um terço das preferências, quase o dobro dos seguidores imediatos: Pedro Pablo Kuczynski, 77, conhecido pelas iniciais PPK, do Peruanos pela Mudança (centro-direita), e Verónika Mendoza, 35, da Frente Ampla (esquerda), que aparecem com um empate técnico. O voto útil pode jogar a favor de PKK, que fez uma campanha de medo contra Mendoza, que nas últimas semanas avançou na disputa presidencial graças ao apoio nas zonas rurais e entre os mais pobres. "Eleitores que haviam pensado em votar em outros candidatos podem votar em PPK para fechar o caminho de Mendoza", disse à AFP Luis Benavente, diretor do instituto Vox Populi. Kuczynski teria mais chances do que Mendoza de superar Fujimori no segundo turno de 5 de junho, segundo as pesquisas. Favorito da classe média-alta urbana da capital, o maior centro eleitoral do país com quase 10 milhões de habitantes, PPK, um político veterano que foi ministro várias vezes, também tem a seu favor parte do setor empresarial, que não se inclina por Fujimori. De acordo com Benavente, a "saturação não está tanto do lado econômico, e sim do político, pela corrupção". Ele afirma que a esperança de muitos peruanos está no Parlamento, com a expectativa de que novos congressistas, incluindo jovens bem preparados, ajudem a "limpar o país".
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Muito além do clima
Seria esperar demais que uma visita de menos de 24 horas da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, produzisse avanços nas relações diplomáticas e comerciais de seu país com o Brasil. Esse gênero de encontro serve mais para oficializar acordos já negociados –e eles indicam que a pauta entre a quarta e a sétima economia do mundo vai muito além da questão da mudança climática. A Alemanha é o quinto principal destino dos produtos exportados pelo Brasil, com 2,9% de participação no período de janeiro a julho deste ano. Mas ela nos vende mais que compra há pelo menos uma década. Pior, nosso deficit era de US$ 1,12 bilhão em 2005 e fechou 2014 em US$ 7,2 bilhões. A queda dos preços internacionais de commodities contribui para esse quadro. O Brasil embarca para a terra de Merkel principalmente bens de baixo valor agregado, como minério de ferro e café cru em grãos, e importa produtos elaborados, como medicamentos e componentes automotivos. Dado esse cenário, é auspicioso que estejam na agenda acordos de inovação industrial e uma parceria sobre registro e certificação de produtos médicos. São áreas em que o Brasil tem muito a assimilar da excelência alemã –embora a cooperação técnica, sozinha, não possa conter a tendência de desindustrialização. O governo Merkel acena, ademais, com recursos para projetos de mobilidade urbana e popularização de painéis solares fotovoltaicos (para gerar eletricidade). Eis aí outro campo em que a Alemanha se destaca no cenário mundial. É uma das nações campeãs em energia renovável e limpa. Sua disseminação contribui para substituir combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão) e, assim, combater o aquecimento global. Nos últimos anos, os alemães lograram chegar a 25,8% de fontes renováveis em sua matriz elétrica, com pouquíssima hidreletricidade (3,4% do total gerado). Seu forte está na energia eólica (8,6%), de biomassa (8%) e solar (5,8%). O Brasil, em contraste, tem 69,2% de renováveis (59,8% de origem hídrica). Ainda engatinha em energias como a dos ventos (meros 2%) e solar (0,003%). Só se destaca na de bagaço de cana (5,2%). Há grandes oportunidades para o Brasil nesse front. Na Alemanha, as fontes alternativas impulsionam novos setores industriais. Também sustentam a posição de vanguarda que o governo Merkel tem adotado nas negociações internacionais sobre mudança do clima. A administração Dilma Rousseff (PT), entretanto, procede com timidez nessa seara. Acomodou-se sobre os louros conquistados com hidrelétricas e a redução do desmatamento. Em boa hora vem a insistência alemã em obter do Brasil posição mais avançada para a Conferência de Paris, em dezembro. [email protected]
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Muito além do climaSeria esperar demais que uma visita de menos de 24 horas da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, produzisse avanços nas relações diplomáticas e comerciais de seu país com o Brasil. Esse gênero de encontro serve mais para oficializar acordos já negociados –e eles indicam que a pauta entre a quarta e a sétima economia do mundo vai muito além da questão da mudança climática. A Alemanha é o quinto principal destino dos produtos exportados pelo Brasil, com 2,9% de participação no período de janeiro a julho deste ano. Mas ela nos vende mais que compra há pelo menos uma década. Pior, nosso deficit era de US$ 1,12 bilhão em 2005 e fechou 2014 em US$ 7,2 bilhões. A queda dos preços internacionais de commodities contribui para esse quadro. O Brasil embarca para a terra de Merkel principalmente bens de baixo valor agregado, como minério de ferro e café cru em grãos, e importa produtos elaborados, como medicamentos e componentes automotivos. Dado esse cenário, é auspicioso que estejam na agenda acordos de inovação industrial e uma parceria sobre registro e certificação de produtos médicos. São áreas em que o Brasil tem muito a assimilar da excelência alemã –embora a cooperação técnica, sozinha, não possa conter a tendência de desindustrialização. O governo Merkel acena, ademais, com recursos para projetos de mobilidade urbana e popularização de painéis solares fotovoltaicos (para gerar eletricidade). Eis aí outro campo em que a Alemanha se destaca no cenário mundial. É uma das nações campeãs em energia renovável e limpa. Sua disseminação contribui para substituir combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão) e, assim, combater o aquecimento global. Nos últimos anos, os alemães lograram chegar a 25,8% de fontes renováveis em sua matriz elétrica, com pouquíssima hidreletricidade (3,4% do total gerado). Seu forte está na energia eólica (8,6%), de biomassa (8%) e solar (5,8%). O Brasil, em contraste, tem 69,2% de renováveis (59,8% de origem hídrica). Ainda engatinha em energias como a dos ventos (meros 2%) e solar (0,003%). Só se destaca na de bagaço de cana (5,2%). Há grandes oportunidades para o Brasil nesse front. Na Alemanha, as fontes alternativas impulsionam novos setores industriais. Também sustentam a posição de vanguarda que o governo Merkel tem adotado nas negociações internacionais sobre mudança do clima. A administração Dilma Rousseff (PT), entretanto, procede com timidez nessa seara. Acomodou-se sobre os louros conquistados com hidrelétricas e a redução do desmatamento. Em boa hora vem a insistência alemã em obter do Brasil posição mais avançada para a Conferência de Paris, em dezembro. [email protected]
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Chefs de Porto Rico estimulam agricultura local
Graças a seu clima ameno e ao solo fértil, Porto Rico tem os ingredientes de uma ilha da fantasia para gastrônomos, um lugar onde todo tipo de delícia natural brota da terra, às vezes sem muita necessidade de interferência humana. Apesar disso, décadas de política econômica incentivaram a industrialização e o afastamento das raízes agrícolas de Porto Rico, e o cultivo de alimentos foi substituído pelo evangelho do enlatado e do embalado a vácuo da América do pós-guerra. "Você vê uma terra verde, pujante, maravilhosa -e ninguém planta nada", disse Simon Baeyertz, proprietário de um hotel em Vieques chamado El Blok. "E a geração mais jovem começou a perceber que isso era loucura." O chef do El Blok, José Enrique, 37, é o líder de um movimento de cozinheiros, agricultores e ativistas porto-riquenhos que chegaram à mesma conclusão: existe um suculento paraíso gastronômico ao alcance, e tudo o que eles têm de fazer é agarrá-lo. Restaurantes em San Juan, como Parcela Gastropub, La Jaquita Baya, Santaella, Marmalade e José Enrique (casa que leva o nome do chef); uma empresa pioneira de alimentos naturais chamada El Departamento de la Comida; e a firma de café Hacienda San Pedro estão promovendo uma nova maneira de pensar que reapresenta os consumidores e compradores aos tesouros ocultos de sua terra natal. A primeira mensagem de Enrique aos agricultores de Porto Rico foi simples: "Vocês me procurem e eu comprarei tudo do seu caminhão. Vocês me dizem que isso vem da sua terra e que foi colhido nesta manhã? Eu compro." Tara Rodríguez Besosa e Olga Casellas Badillo criaram o El Departamento de la Comida há quatro anos e meio como um modo de levar produtos orgânicos de pequenas hortas e fazendas particulares aos bairros movimentados de San Juan. "Nós sempre tínhamos a mesma conversa à mesa de jantar", disse Besosa. "Que não tínhamos acesso à comida e aos ingredientes realmente bons." Sua solução, no início, foi criar um projeto de agricultura comunitária. "Era apenas um site na web, uma van, nós duas e um motorista", disse Besosa. Mas a demanda explodiu, então as duas conseguiram um armazém, que inclui um restaurante. Os visitantes e até alguns moradores da ilha se surpreendem ao saber que Porto Rico tem um café tão bom que era comprado por toda a Europa no século 19. "As pessoas me perguntam: 'Vocês plantam café em Porto Rico?'", disse Rebecca Atienza, membro da família proprietária da fazenda de café Hacienda San Pedro na aldeia de Jayuya, na montanha. A fazenda costumava vender seus grãos só para outras empresas. Mas Atienza agora começa a plantar as sementes da cultura local do café, construindo dois cafés Hacienda San Pedro em San Juan e apresentando a marca aos restaurantes locais. O nascente movimento de consumo local é uma dádiva para chefs como Ariel Rodríguez, Xavier Pacheco, Sebastián Ramírez e o mestre das linguiças Pedro Álvarez, que desejam ir além dos secos tostones (banana verde frita) e dos montinhos de mofongo (purê de banana da terra com toucinho). "Nos últimos anos, ficou muito mais fácil encontrar produtos de qualidade", disse Ramírez, 29, que dirige a cozinha em um bar de "tapas" requintado chamado Parcela. Existe uma nova onda de jovens agricultores, disse ele. No José Enrique, o cardápio é apenas uma placa branca levada de mesa em mesa, com os nomes dos pratos rabiscados com caneta (ou apagados), dependendo dos ingredientes que chegaram à cozinha no dia. Talvez a fonte seja um jovem de 20 e poucos anos, "com um carregamento de beldroega", disse Enrique, ou um pescador que liga e diz ao chef que acaba de apanhar uma grande enguia. "Meu prato preferido são as ostras locais", disse ele. "Elas são tão frescas, é incrível!" Em Vieques, a ilha ainda selvagem que já foi em parte um campo de tiro da marinha dos Estados Unidos, os moradores simplesmente aparecem na cozinha do El Blok com produtos -carambola, manga, mamão- que colheram a caminho da cidade. "Temos coletores urbanos", disse Enrique. Baeyertz acrescentou: "Não é do campo para a mesa. É mais da rua para a mesa. Em Vieques, isso não é considerado roubo. As frutas de uma árvore são frutas de uma árvore -é um código cultural". Mas os olhos de Baeyertz se arregalaram um pouco no dia em que um homem apareceu com um monte de maracujás que pareciam curiosamente familiares. "Eram do meu próprio jardim", disse Baeyertz.
comida
Chefs de Porto Rico estimulam agricultura localGraças a seu clima ameno e ao solo fértil, Porto Rico tem os ingredientes de uma ilha da fantasia para gastrônomos, um lugar onde todo tipo de delícia natural brota da terra, às vezes sem muita necessidade de interferência humana. Apesar disso, décadas de política econômica incentivaram a industrialização e o afastamento das raízes agrícolas de Porto Rico, e o cultivo de alimentos foi substituído pelo evangelho do enlatado e do embalado a vácuo da América do pós-guerra. "Você vê uma terra verde, pujante, maravilhosa -e ninguém planta nada", disse Simon Baeyertz, proprietário de um hotel em Vieques chamado El Blok. "E a geração mais jovem começou a perceber que isso era loucura." O chef do El Blok, José Enrique, 37, é o líder de um movimento de cozinheiros, agricultores e ativistas porto-riquenhos que chegaram à mesma conclusão: existe um suculento paraíso gastronômico ao alcance, e tudo o que eles têm de fazer é agarrá-lo. Restaurantes em San Juan, como Parcela Gastropub, La Jaquita Baya, Santaella, Marmalade e José Enrique (casa que leva o nome do chef); uma empresa pioneira de alimentos naturais chamada El Departamento de la Comida; e a firma de café Hacienda San Pedro estão promovendo uma nova maneira de pensar que reapresenta os consumidores e compradores aos tesouros ocultos de sua terra natal. A primeira mensagem de Enrique aos agricultores de Porto Rico foi simples: "Vocês me procurem e eu comprarei tudo do seu caminhão. Vocês me dizem que isso vem da sua terra e que foi colhido nesta manhã? Eu compro." Tara Rodríguez Besosa e Olga Casellas Badillo criaram o El Departamento de la Comida há quatro anos e meio como um modo de levar produtos orgânicos de pequenas hortas e fazendas particulares aos bairros movimentados de San Juan. "Nós sempre tínhamos a mesma conversa à mesa de jantar", disse Besosa. "Que não tínhamos acesso à comida e aos ingredientes realmente bons." Sua solução, no início, foi criar um projeto de agricultura comunitária. "Era apenas um site na web, uma van, nós duas e um motorista", disse Besosa. Mas a demanda explodiu, então as duas conseguiram um armazém, que inclui um restaurante. Os visitantes e até alguns moradores da ilha se surpreendem ao saber que Porto Rico tem um café tão bom que era comprado por toda a Europa no século 19. "As pessoas me perguntam: 'Vocês plantam café em Porto Rico?'", disse Rebecca Atienza, membro da família proprietária da fazenda de café Hacienda San Pedro na aldeia de Jayuya, na montanha. A fazenda costumava vender seus grãos só para outras empresas. Mas Atienza agora começa a plantar as sementes da cultura local do café, construindo dois cafés Hacienda San Pedro em San Juan e apresentando a marca aos restaurantes locais. O nascente movimento de consumo local é uma dádiva para chefs como Ariel Rodríguez, Xavier Pacheco, Sebastián Ramírez e o mestre das linguiças Pedro Álvarez, que desejam ir além dos secos tostones (banana verde frita) e dos montinhos de mofongo (purê de banana da terra com toucinho). "Nos últimos anos, ficou muito mais fácil encontrar produtos de qualidade", disse Ramírez, 29, que dirige a cozinha em um bar de "tapas" requintado chamado Parcela. Existe uma nova onda de jovens agricultores, disse ele. No José Enrique, o cardápio é apenas uma placa branca levada de mesa em mesa, com os nomes dos pratos rabiscados com caneta (ou apagados), dependendo dos ingredientes que chegaram à cozinha no dia. Talvez a fonte seja um jovem de 20 e poucos anos, "com um carregamento de beldroega", disse Enrique, ou um pescador que liga e diz ao chef que acaba de apanhar uma grande enguia. "Meu prato preferido são as ostras locais", disse ele. "Elas são tão frescas, é incrível!" Em Vieques, a ilha ainda selvagem que já foi em parte um campo de tiro da marinha dos Estados Unidos, os moradores simplesmente aparecem na cozinha do El Blok com produtos -carambola, manga, mamão- que colheram a caminho da cidade. "Temos coletores urbanos", disse Enrique. Baeyertz acrescentou: "Não é do campo para a mesa. É mais da rua para a mesa. Em Vieques, isso não é considerado roubo. As frutas de uma árvore são frutas de uma árvore -é um código cultural". Mas os olhos de Baeyertz se arregalaram um pouco no dia em que um homem apareceu com um monte de maracujás que pareciam curiosamente familiares. "Eram do meu próprio jardim", disse Baeyertz.
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Em conto inédito, a história de um escravo à deriva no mercado do Rio
SOBRE O TEXTO A "Ilustríssima" adianta nesta página um excerto do conto "Valonguinho", que compõe a antologia "Nas Águas desta Baía Há Muito Tempo", de Nei Lopes, a ser publicada pela Record na primeira quinzena de setembro. Pouco mais de um metro de altura, encurvado, membros atrofiados, olhos mortiços, boca sempre aberta, ele era –como se dizia– um resto deixado no velho mercado de escravos. Ninguém nunca o quis ou reivindicou; e ele, escorraçado como um cachorro, chutado como um embrulho sem serventia, foi ficando por ali, sobrevivendo de sobras, e cumprindo alguns mandados, quando não havia ninguém para fazê-lo. Não falava, ou por um defeito congênito ou por uma patologia social; e não tinha nome: era sempre o moleque, o negro, o preto, o coisa, o miquimba. Até que, quando começou a aparecer nos trapiches do Saco do Alferes, do Caju, em Maria-Angu e até nas ilhas, acabou sendo nomeado Valonguinho. Também não se sabe se é verdade que esteve entre os quilombolas do Zumbi da Ilha, como reza a lenda –aliás, num anacronismo desconcertante. Não se sabe, mesmo, se fazia algo mais do que vagar daqui pra ali, de lá pra cá, cumprindo ordens. Mas parece que, na Guerra de Floriano, aí sim ganhou dimensão de ser humano, lutando, não se sabe a razão, a favor da ordem, mal ou bem, constituída. O fato é que a escravidão desumanizava qualquer um. Já nos trapiches do Valongo, homens, mulheres e crianças ficavam o dia inteiro sentados ou deitados, encostados às paredes, às vezes saíam à rua. Seu aspecto era horrível: o bodum, a catinga que exalavam aqueles corpos infelizes era tão forte e desagradável que, a não ser que se estivesse acostumado, era difícil até passar perto. – Era um horror! Quando eu conheci lá o depósito, encontrei centenas deles praticamente nus; quase todos; homens e mulheres. Tudo com as carapinhas rapadas, naquela fedentina medonha. Ficavam sentados em bancos baixos ou amontoados no chão. A aparência dava medo. – Eu fui lá também. Todos, machos, fêmeas, filhotes andavam praticamente nus, só com um molambo encardido envolvendo a cintura e com unguentos pelo corpo pra disfarçar as feridas. Comiam sempre o mesmo: uma tamina de feijão duro, farinha e carne-seca. – Tinham também frutas, como laranjas apodrecidas, bananas machucadas e outras da terra, quase sempre em restos. E quase nunca se queixavam. Ou o faziam, quem sabe? –encostados à parede, geralmente de cócoras, ao redor do fogo, cantando aqueles corinhos estranhos, batendo aquelas palminhas compassadas, feito criança pequena. – A maioria dos que eu vi eram crianças, meninos e meninas. E quase todos tinham marcas de ferro quente no peito ou em outras partes do corpo. Devido à sujeira dos navios e à qualidade da comida, tinham sido atacados por doenças de pele. Primeiro apareciam pequenas manchas; que logo se abriam em feridas. Com aquelas fisionomias abobalhadas, pareciam criaturas de outro mundo. E, em sã consciência, ninguém reconhecia aquilo como gente. Era uma coisa medonha... No Valongo, quando chegava um comprador, quase sempre cercado de ciganos, calçados de botas, brincos nas orelhas e chicotes –cada um tentando convencer o comprador de que sua mercadoria e seu preço eram melhores–, os negros se agitavam, se alegravam e se ofereciam à venda. Mas quando o negócio era fechado, era aquele desespero: irmãos separados, filhos arrancados dos pais, casais desfeitos"¦ E, de um modo geral, aquilo era para sempre: nunca mais parentes, amigos, maridos, mulheres"... Nunca mais. Valonguinho assistiu a muitas dessas cenas. Mas jamais esboçou qualquer expressão de tristeza ou alegria. Sozinho veio, sozinho ficou, sozinho foi se desfazendo, assim, sem parentes, sem amigos, sem idade, como um cão da rua, como uma pedra do cais. Talvez fosse melhor morrer ali mesmo e ali mesmo ser enterrado. Junto com os milhares de pretos novos que já chegaram quase sem vida ou, de modo inapelável, condenados à morte e ao esquecimento. Pobrezinho! Ele era apenas um demente jogado no porão de um navio por acaso e descuido, num bolo de cativos num mercado qualquer da Costa d'África, talvez na Mina, talvez em Cabinda, São Paulo de Luanda, São Filipe de Benguela. Veio entorpecido, deitado o tempo todo, sem nenhuma noção de nada, e sem jamais ser notado. E se acaso fosse percebido e carregado para o convés, certamente não conseguiria nem ficar de pé. Nem sequer pressentia os para mais de 200 semelhantes em desgraça, subindo a escada de rastros e aos empurrões, sufocados pelo ar empestado e implorando por pelo menos um gole d'água que lhes iludisse a sede. Mal distinguia o zumbido daquele enxame de abelhas tontas saindo pelo buraco da colmeia, enchendo todo o convés, da proa à popa. Mal sentia o pesado cheiro azedo que vinha dos moribundos e mortos amontoados em uma só massa. Em cima, num canto a bombordo, um grupo nos últimos estágios da exaustão. Embora tivessem conseguido rastejar até o lugar onde a água fora brevemente oferecida, na esperança de um gole do líquido essencial, incapazes de retornar a seus lugares, jaziam prostrados ao redor da tina vazia. Em outro canto, a estibordo, outros exibiam sinais dos mais diversos males: a bouba, que manchava a pele, produzindo inchaço no pescoço; as bitacaias, que roíam os entrededos naquela comichão dos infernos e davam causa ao ainhum; o gundu, que descarnava os narizes; a caquexia do Egito, deixando o infeliz só pele e osso, como múmia desenrolada; a frialdade"... Um verdadeiro catálogo das doenças africanas fazendo sua sinistra e ceifadora entrada em águas do Brasil. E além delas, moléstias como as bexigas, o sarampão, a morfeia, a disenteria, que já vinham de outros continentes e paragens. Alguns já chegavam cegos; outros, esqueletos vivos, incapazes de suportar o peso dos próprios corpos, eles vinham. Mães com crianças pequenas penduradas nos peitos, mas incapazes de dar a elas uma gota de leite. Uns menos, outros mais; porém todos feridos ou chagados. As escoriações provinham de estar deitados sobre o soalho durante tanto tempo. O mau cheiro, de fato insuportável, anunciava doença, deficiência, miséria. Por todos os lados, rostos esquálidos e encovados tornados ainda mais hediondos pelas pálpebras intumescidas. Em quase todos, a expressão de completo estupor. E, quando não, olhares vagando penosamente ao redor, apontando com os dedos suas bocas crestadas ou seus olhos purulentos daquele mal, apelidado "dordolhos", do qual a maioria parecia sofrer. No mais, eram figuras reduzidas a pele e osso, curvadas pela postura que foram forçadas a adotar na falta de espaço, e que o doloroso enrijecimento das juntas as obrigou a manter. NEI LOPES, 75, compositor, cantor e escritor, é autor do "Dicionário da História Social do Samba" (Civilização Brasileira). LESE PIERRE LIMA, 34, pernambucano de Afogados da Ingazeira, é artista visual, barista e professor de artes.
ilustrissima
Em conto inédito, a história de um escravo à deriva no mercado do RioSOBRE O TEXTO A "Ilustríssima" adianta nesta página um excerto do conto "Valonguinho", que compõe a antologia "Nas Águas desta Baía Há Muito Tempo", de Nei Lopes, a ser publicada pela Record na primeira quinzena de setembro. Pouco mais de um metro de altura, encurvado, membros atrofiados, olhos mortiços, boca sempre aberta, ele era –como se dizia– um resto deixado no velho mercado de escravos. Ninguém nunca o quis ou reivindicou; e ele, escorraçado como um cachorro, chutado como um embrulho sem serventia, foi ficando por ali, sobrevivendo de sobras, e cumprindo alguns mandados, quando não havia ninguém para fazê-lo. Não falava, ou por um defeito congênito ou por uma patologia social; e não tinha nome: era sempre o moleque, o negro, o preto, o coisa, o miquimba. Até que, quando começou a aparecer nos trapiches do Saco do Alferes, do Caju, em Maria-Angu e até nas ilhas, acabou sendo nomeado Valonguinho. Também não se sabe se é verdade que esteve entre os quilombolas do Zumbi da Ilha, como reza a lenda –aliás, num anacronismo desconcertante. Não se sabe, mesmo, se fazia algo mais do que vagar daqui pra ali, de lá pra cá, cumprindo ordens. Mas parece que, na Guerra de Floriano, aí sim ganhou dimensão de ser humano, lutando, não se sabe a razão, a favor da ordem, mal ou bem, constituída. O fato é que a escravidão desumanizava qualquer um. Já nos trapiches do Valongo, homens, mulheres e crianças ficavam o dia inteiro sentados ou deitados, encostados às paredes, às vezes saíam à rua. Seu aspecto era horrível: o bodum, a catinga que exalavam aqueles corpos infelizes era tão forte e desagradável que, a não ser que se estivesse acostumado, era difícil até passar perto. – Era um horror! Quando eu conheci lá o depósito, encontrei centenas deles praticamente nus; quase todos; homens e mulheres. Tudo com as carapinhas rapadas, naquela fedentina medonha. Ficavam sentados em bancos baixos ou amontoados no chão. A aparência dava medo. – Eu fui lá também. Todos, machos, fêmeas, filhotes andavam praticamente nus, só com um molambo encardido envolvendo a cintura e com unguentos pelo corpo pra disfarçar as feridas. Comiam sempre o mesmo: uma tamina de feijão duro, farinha e carne-seca. – Tinham também frutas, como laranjas apodrecidas, bananas machucadas e outras da terra, quase sempre em restos. E quase nunca se queixavam. Ou o faziam, quem sabe? –encostados à parede, geralmente de cócoras, ao redor do fogo, cantando aqueles corinhos estranhos, batendo aquelas palminhas compassadas, feito criança pequena. – A maioria dos que eu vi eram crianças, meninos e meninas. E quase todos tinham marcas de ferro quente no peito ou em outras partes do corpo. Devido à sujeira dos navios e à qualidade da comida, tinham sido atacados por doenças de pele. Primeiro apareciam pequenas manchas; que logo se abriam em feridas. Com aquelas fisionomias abobalhadas, pareciam criaturas de outro mundo. E, em sã consciência, ninguém reconhecia aquilo como gente. Era uma coisa medonha... No Valongo, quando chegava um comprador, quase sempre cercado de ciganos, calçados de botas, brincos nas orelhas e chicotes –cada um tentando convencer o comprador de que sua mercadoria e seu preço eram melhores–, os negros se agitavam, se alegravam e se ofereciam à venda. Mas quando o negócio era fechado, era aquele desespero: irmãos separados, filhos arrancados dos pais, casais desfeitos"¦ E, de um modo geral, aquilo era para sempre: nunca mais parentes, amigos, maridos, mulheres"... Nunca mais. Valonguinho assistiu a muitas dessas cenas. Mas jamais esboçou qualquer expressão de tristeza ou alegria. Sozinho veio, sozinho ficou, sozinho foi se desfazendo, assim, sem parentes, sem amigos, sem idade, como um cão da rua, como uma pedra do cais. Talvez fosse melhor morrer ali mesmo e ali mesmo ser enterrado. Junto com os milhares de pretos novos que já chegaram quase sem vida ou, de modo inapelável, condenados à morte e ao esquecimento. Pobrezinho! Ele era apenas um demente jogado no porão de um navio por acaso e descuido, num bolo de cativos num mercado qualquer da Costa d'África, talvez na Mina, talvez em Cabinda, São Paulo de Luanda, São Filipe de Benguela. Veio entorpecido, deitado o tempo todo, sem nenhuma noção de nada, e sem jamais ser notado. E se acaso fosse percebido e carregado para o convés, certamente não conseguiria nem ficar de pé. Nem sequer pressentia os para mais de 200 semelhantes em desgraça, subindo a escada de rastros e aos empurrões, sufocados pelo ar empestado e implorando por pelo menos um gole d'água que lhes iludisse a sede. Mal distinguia o zumbido daquele enxame de abelhas tontas saindo pelo buraco da colmeia, enchendo todo o convés, da proa à popa. Mal sentia o pesado cheiro azedo que vinha dos moribundos e mortos amontoados em uma só massa. Em cima, num canto a bombordo, um grupo nos últimos estágios da exaustão. Embora tivessem conseguido rastejar até o lugar onde a água fora brevemente oferecida, na esperança de um gole do líquido essencial, incapazes de retornar a seus lugares, jaziam prostrados ao redor da tina vazia. Em outro canto, a estibordo, outros exibiam sinais dos mais diversos males: a bouba, que manchava a pele, produzindo inchaço no pescoço; as bitacaias, que roíam os entrededos naquela comichão dos infernos e davam causa ao ainhum; o gundu, que descarnava os narizes; a caquexia do Egito, deixando o infeliz só pele e osso, como múmia desenrolada; a frialdade"... Um verdadeiro catálogo das doenças africanas fazendo sua sinistra e ceifadora entrada em águas do Brasil. E além delas, moléstias como as bexigas, o sarampão, a morfeia, a disenteria, que já vinham de outros continentes e paragens. Alguns já chegavam cegos; outros, esqueletos vivos, incapazes de suportar o peso dos próprios corpos, eles vinham. Mães com crianças pequenas penduradas nos peitos, mas incapazes de dar a elas uma gota de leite. Uns menos, outros mais; porém todos feridos ou chagados. As escoriações provinham de estar deitados sobre o soalho durante tanto tempo. O mau cheiro, de fato insuportável, anunciava doença, deficiência, miséria. Por todos os lados, rostos esquálidos e encovados tornados ainda mais hediondos pelas pálpebras intumescidas. Em quase todos, a expressão de completo estupor. E, quando não, olhares vagando penosamente ao redor, apontando com os dedos suas bocas crestadas ou seus olhos purulentos daquele mal, apelidado "dordolhos", do qual a maioria parecia sofrer. No mais, eram figuras reduzidas a pele e osso, curvadas pela postura que foram forçadas a adotar na falta de espaço, e que o doloroso enrijecimento das juntas as obrigou a manter. NEI LOPES, 75, compositor, cantor e escritor, é autor do "Dicionário da História Social do Samba" (Civilização Brasileira). LESE PIERRE LIMA, 34, pernambucano de Afogados da Ingazeira, é artista visual, barista e professor de artes.
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Só a indústria pode diminuir o desemprego
Pesquisas revelam que a cada R$ 10 milhões de demanda adicional em máquinas e equipamentos são gerados 280 empregos de forma direta, indireta e pelo efeito renda. Só a indústria pode diminuir o desemprego no Brasil. No entanto, não vemos nenhum esforço dos órgãos competentes para incentivar esse setor. No momento, o desemprego no país já atinge mais de 14 milhões de pessoas. Encomendamos, recentemente, uma pesquisa no Serasa e constatamos que mais de 70% de nossas empresas registram algum problema fiscal. Por conta disso, não conseguem a CND (Certidão Negativa de Débitos), indispensável para operar no mercado brasileiro, comprar, vender e conseguir financiamentos. Sem indústrias e sem emprego, a arrecadação cai e não há controle fiscal que dê conta. Por onde começar, portanto, a reconstrução do nosso setor, ou melhor, por onde começar a reindustrialização do país, capaz de trazer o emprego de volta? Um bom começo seria um programa de governo que pudesse fazer com que as empresas recuperassem a sua CND. Infelizmente, o Programa de Regularização Tributária, instituído por meio da medida provisória 766/2017, não atende à maioria dos inadimplentes, especialmente no setor de máquinas, porque exige um pagamento inicial de 20% do débito total. Ora, se as empresas estão em situação de inadimplência junto à Receita Federal, afetadas pela crise e pelas restrições dos bancos na concessão de créditos, não terão recursos para efetuar esse pagamento. Outra inadequação diz respeito à ausência de um pedido de carência para o pagamento das parcelas. O programa também não permite a redução do valor das multas e dos juros de mora, aumentando o montante dos débitos. O problema dessa medida provisória é que libera o abatimento dos débitos tributários passados por meio da utilização dos prejuízos acumulados, contemplando apenas grandes empresas com lucro real. As que estão no regime de lucro presumido e simples nacional não têm necessidade de apurar os lucros e, com isso, não terão o benefício. São essas micros, pequenas e médias empresas, entretanto, que compõem a maior parte do setor em nosso mercado. Uma forma de o governo voltar a efetivamente arrecadar seria por meio da extensão do prazo do parcelamento, para até 240 meses. A isso se somariam uma carência de até 24 meses, redução de 100% das multas e juros de mora, parcelamento dos débitos apurados até o final de 2016 e o cancelamento da cobrança do "sinal" de 20%. Com essas medidas, talvez o setor possa recomeçar e, acima de tudo, reempregar, gerando arrecadação de impostos ao governo quando houver a retomada da economia. JOÃO CARLOS MARCHESAN é administrador de empresas, empresário e presidente do Conselho de Administração da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
opiniao
Só a indústria pode diminuir o desempregoPesquisas revelam que a cada R$ 10 milhões de demanda adicional em máquinas e equipamentos são gerados 280 empregos de forma direta, indireta e pelo efeito renda. Só a indústria pode diminuir o desemprego no Brasil. No entanto, não vemos nenhum esforço dos órgãos competentes para incentivar esse setor. No momento, o desemprego no país já atinge mais de 14 milhões de pessoas. Encomendamos, recentemente, uma pesquisa no Serasa e constatamos que mais de 70% de nossas empresas registram algum problema fiscal. Por conta disso, não conseguem a CND (Certidão Negativa de Débitos), indispensável para operar no mercado brasileiro, comprar, vender e conseguir financiamentos. Sem indústrias e sem emprego, a arrecadação cai e não há controle fiscal que dê conta. Por onde começar, portanto, a reconstrução do nosso setor, ou melhor, por onde começar a reindustrialização do país, capaz de trazer o emprego de volta? Um bom começo seria um programa de governo que pudesse fazer com que as empresas recuperassem a sua CND. Infelizmente, o Programa de Regularização Tributária, instituído por meio da medida provisória 766/2017, não atende à maioria dos inadimplentes, especialmente no setor de máquinas, porque exige um pagamento inicial de 20% do débito total. Ora, se as empresas estão em situação de inadimplência junto à Receita Federal, afetadas pela crise e pelas restrições dos bancos na concessão de créditos, não terão recursos para efetuar esse pagamento. Outra inadequação diz respeito à ausência de um pedido de carência para o pagamento das parcelas. O programa também não permite a redução do valor das multas e dos juros de mora, aumentando o montante dos débitos. O problema dessa medida provisória é que libera o abatimento dos débitos tributários passados por meio da utilização dos prejuízos acumulados, contemplando apenas grandes empresas com lucro real. As que estão no regime de lucro presumido e simples nacional não têm necessidade de apurar os lucros e, com isso, não terão o benefício. São essas micros, pequenas e médias empresas, entretanto, que compõem a maior parte do setor em nosso mercado. Uma forma de o governo voltar a efetivamente arrecadar seria por meio da extensão do prazo do parcelamento, para até 240 meses. A isso se somariam uma carência de até 24 meses, redução de 100% das multas e juros de mora, parcelamento dos débitos apurados até o final de 2016 e o cancelamento da cobrança do "sinal" de 20%. Com essas medidas, talvez o setor possa recomeçar e, acima de tudo, reempregar, gerando arrecadação de impostos ao governo quando houver a retomada da economia. JOÃO CARLOS MARCHESAN é administrador de empresas, empresário e presidente do Conselho de Administração da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Derrotado por Blatter, príncipe da Jordânia disputará nova eleição na Fifa
O príncipe Ali bin Al-Hussein, da Jordânia, anunciou nesta quarta-feira (9) que está de volta à corrida pelo cargo de presidente da Fifa, quatro meses após ter perdido a eleição de maio para Joseph Blatter. Ali, 39, anunciou em discurso na capital jordaniana que vai concorrer mais uma vez ao cargo de dirigente máximo do futebol mundial. "Amigos, estou aqui neste lugar antigo no coração de Amã para mais uma vez lançar a minha candidatura para a presidência da Fifa", disse o príncipe. "Eu quero terminar o que começamos", acrescentou. "Nós chegamos muito longe para desistir agora. Eu tenho pensado muito sobre isso. Eu acredito na estrada que começamos, acredito nos momentos que eu compartilhei com pessoas de todo o mundo". Ali é o terceiro candidato de peso a lançar candidatura. Estão no páreo, também, o presidente da Uefa, o francês Michel Platini, o ex-vice-presidente da Fifa Chung Mong-joon, da Coreia do Sul, e o ex-jogador brasileiro Zico. A próxima eleição para escolher o substituto de Blatter será realizada em 26 de fevereiro.
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Derrotado por Blatter, príncipe da Jordânia disputará nova eleição na FifaO príncipe Ali bin Al-Hussein, da Jordânia, anunciou nesta quarta-feira (9) que está de volta à corrida pelo cargo de presidente da Fifa, quatro meses após ter perdido a eleição de maio para Joseph Blatter. Ali, 39, anunciou em discurso na capital jordaniana que vai concorrer mais uma vez ao cargo de dirigente máximo do futebol mundial. "Amigos, estou aqui neste lugar antigo no coração de Amã para mais uma vez lançar a minha candidatura para a presidência da Fifa", disse o príncipe. "Eu quero terminar o que começamos", acrescentou. "Nós chegamos muito longe para desistir agora. Eu tenho pensado muito sobre isso. Eu acredito na estrada que começamos, acredito nos momentos que eu compartilhei com pessoas de todo o mundo". Ali é o terceiro candidato de peso a lançar candidatura. Estão no páreo, também, o presidente da Uefa, o francês Michel Platini, o ex-vice-presidente da Fifa Chung Mong-joon, da Coreia do Sul, e o ex-jogador brasileiro Zico. A próxima eleição para escolher o substituto de Blatter será realizada em 26 de fevereiro.
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Presidente do BC tenta acalmar mercado após dólar avançar 8%
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta quinta-feira (18) que, neste momento de crise política, o trabalho do BC tem que ser "contínuo, sereno e firme". Declarou ainda que o BC e o Tesouro Nacional estão atuando de forma conjunta para acalmar o mercado. "Estamos fazendo nosso papel, que é o papel do BC, que é manter a funcionalidade do mercado, trabalhando de forma serena, de forma firme, usando os instrumentos que a gente tem", afirmou antes de reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Goldfajn lembrou que a autoridade monetária interviu no mercado nesta quinta através de leilões de swaps, operações que equivalem à venda de dólares no mercado futuro. Mesmo assim, o dólar comercial encerrou o dia com forte alta de 8,16%, para R$ 3,390. Foi a maior valorização desde 5 de março de 2003. O dólar à vista, que fecha mais cedo, teve ganho de 8,68%, para R$ 3,373. "Estivemos intervindo no mercado de swap em coordenação com o Ministério da Fazenda, com o Tesouro Nacional, que anunciou alguns leilões", disse, referindo-se ao anúncio do Tesouro de que realizará leilões extraordinários de títulos públicos nesta sexta (19), segunda (22) e terça (23) visando reduzir a volatilidade dos mercados. "Temos vários instrumentos e estamos trabalhando para acalmar o mercado, pra atravessar esse período, e é um trabalho contínuo, um trabalho sereno, um trabalho firme". Questionado de a política monetária muda a partir de agora, Goldfajn respondeu que essa é "uma questão separada". "A política monetária é uma questão separada. A questão em que estamos atuando hoje não tem relação mecânica com a política monetária, é uma decisão tomada nas reuniões ordinárias do Copom [Comitê de Política Monetária]". Depois da entrevista, o Banco Central anunciou que fará leilões de swap cambial tradicional, que equivalem a venda de dólares no mercado futuro, nesta sexta (19), segunda (22) e terça (23). De acordo com o BC, em cada leilão serão oferecidos 40 mil contratos ou US$ 2 bilhões. "As condições gerais serão objeto de comunicado que precederá cada evento", disse a autoridade monetária em nota. Índice Bovespa - Em pontos DÓLAR - EM R$ O DÓLAR VINHA EM QUEDA - A expectativa de aprovação das reformas trabalhista e da Previdência vinha colaborando para a queda da moeda americana em relação ao real O IMPACTO NAS EMPRESAS - Variação no valor de mercado no Ibovespa<br><br><b>Valor de mercado, em R$ bilhões</b> Bolsas pelo mundo também tiveram dia de queda - A BOLSA VINHA EM SUBIDA CONSTANTE - A perspectiva de retomada da economia levava os investidores a apostarem em resultados melhores das empresas, impulsionando o Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas na Bolsa
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Presidente do BC tenta acalmar mercado após dólar avançar 8%O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta quinta-feira (18) que, neste momento de crise política, o trabalho do BC tem que ser "contínuo, sereno e firme". Declarou ainda que o BC e o Tesouro Nacional estão atuando de forma conjunta para acalmar o mercado. "Estamos fazendo nosso papel, que é o papel do BC, que é manter a funcionalidade do mercado, trabalhando de forma serena, de forma firme, usando os instrumentos que a gente tem", afirmou antes de reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Goldfajn lembrou que a autoridade monetária interviu no mercado nesta quinta através de leilões de swaps, operações que equivalem à venda de dólares no mercado futuro. Mesmo assim, o dólar comercial encerrou o dia com forte alta de 8,16%, para R$ 3,390. Foi a maior valorização desde 5 de março de 2003. O dólar à vista, que fecha mais cedo, teve ganho de 8,68%, para R$ 3,373. "Estivemos intervindo no mercado de swap em coordenação com o Ministério da Fazenda, com o Tesouro Nacional, que anunciou alguns leilões", disse, referindo-se ao anúncio do Tesouro de que realizará leilões extraordinários de títulos públicos nesta sexta (19), segunda (22) e terça (23) visando reduzir a volatilidade dos mercados. "Temos vários instrumentos e estamos trabalhando para acalmar o mercado, pra atravessar esse período, e é um trabalho contínuo, um trabalho sereno, um trabalho firme". Questionado de a política monetária muda a partir de agora, Goldfajn respondeu que essa é "uma questão separada". "A política monetária é uma questão separada. A questão em que estamos atuando hoje não tem relação mecânica com a política monetária, é uma decisão tomada nas reuniões ordinárias do Copom [Comitê de Política Monetária]". Depois da entrevista, o Banco Central anunciou que fará leilões de swap cambial tradicional, que equivalem a venda de dólares no mercado futuro, nesta sexta (19), segunda (22) e terça (23). De acordo com o BC, em cada leilão serão oferecidos 40 mil contratos ou US$ 2 bilhões. "As condições gerais serão objeto de comunicado que precederá cada evento", disse a autoridade monetária em nota. Índice Bovespa - Em pontos DÓLAR - EM R$ O DÓLAR VINHA EM QUEDA - A expectativa de aprovação das reformas trabalhista e da Previdência vinha colaborando para a queda da moeda americana em relação ao real O IMPACTO NAS EMPRESAS - Variação no valor de mercado no Ibovespa<br><br><b>Valor de mercado, em R$ bilhões</b> Bolsas pelo mundo também tiveram dia de queda - A BOLSA VINHA EM SUBIDA CONSTANTE - A perspectiva de retomada da economia levava os investidores a apostarem em resultados melhores das empresas, impulsionando o Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas na Bolsa
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Junho de 2013 não vai se repetir e protestos irão para periferia, diz MPL
LETÍCIA MORI DE SÃO PAULO Um ano e meio depois de iniciar a centelha que levou milhares às ruas do país, o MPL (Movimento Passe Livre) voltou nesta semana a organizar protestos contra o aumento da tarifa do transporte público. Na segunda (5), foi feita uma aula pública para explicar as reivindicações e propostas do movimento para o transporte público. Na sexta (9), organizou o primeiro protesto contra o aumento da tarifa de R$ 3 para R$ 3,5 —que reuniu cerca de 5.000 pessoas, segundo a PM. A próxima manifestação está marcada para 16 de janeiro. De acordo com Erica de Oliveira, 24, uma das militantes escolhidas para falar em nome do movimento, o diálogo com o poder público não melhorou desde 2013. "O único contato é pela PM", diz a militante, que é veemente ao criticar a postura da polícia em relação ao movimento. "Nem a prefeitura nem o Estado deram respostas que atendam aos interesses da população. Vamos continuar mobilizados", diz ela que, no entanto, avisa: junho de 2013 não deve acontecer outra vez. "Não é uma fórmula pronta que vai se repetir de 2013 em diante." Segundo ela, o foco do movimento neste momento é incentivar a mobilização na periferia. "Quem mora fora do centro é que mais é prejudicado pela má qualidade do transporte", diz Erica. Leia a entrevista abaixo. * sãopaulo - Depois dos protestos de 2013, a prefeitura disse que haveria mais diálogo com os movimentos sociais e com a população. Isso aconteceu? Erica de Oliveira - Não. Depois da revogação do aumento da tarifa em 2013, a prefeitura tomou medidas que mostram como não se ouve a população. O corte de linhas de ônibus, feito sem consultar os usuários, é um bom exemplo da falta de diálogo. O governo do Estado também não tem diálogo, o único meio de contato é feito com a PM, que antes mesmo do protesto soltou uma nota dizendo que iria cercar manifestantes durante o ato. Eles sabem muito bem como entrar em contato conosco porque já apareceram na casa de militantes para coagi-los a prestar depoimento, mas agora entraram em contato através de um formulário do site, nem sequer mandaram um e-mail para o endereço geral do movimento. Até fizemos uma nota para explicar porque não nos reunimos com a polícia. Então não, não há diálogo, nem a prefeitura nem o Estado parecem ter interesse em ouvir. Mas não foram criados um conselho popular e uma auditoria depois dos protestos? A prefeitura deu uma série de respostas: o conselho, a auditoria das empresas que administram os ônibus, o passe livre estudantil. Mas ficam muito aquém das necessidades da população. O conselho de transporte, por exemplo, é fake [falso], um conselho de fachada, a prefeitura não põe nada do que é falado ali na prática. Só existe para dizer que existe. E a própria auditoria das empresas mostrou que o lucro é absurdo, em torno de 18%, e o interesse da população é que isso diminua. Por que o MPL critica o passe livre estudantil? Porque a questão urbana diz respeito a todos os habitantes, não apenas aos estudantes. A cidade está dividida entre os que podem se locomover e os que não podem. Entre os que não podem, há uma porcentagem de estudantes, mas o aumento vai atingir metade da população –que não vai ser beneficiada pelo passe livre e não tem o vale-transporte da empresa. São as pessoas que não estão no mercado formal, que moram na periferia. O passe livre para estudante de baixa renda não é tarifa zero, é uma medida insuficiente. Hoje é muito mais eficiente mudar o sistema como um todo do que tomar várias medidas pequenas. Os atos neste ano terão tanta participação e amplitude quanto em 2013? A gente acredita que junho de 2013 foi uma revolta. A gente fez lutas durante dez anos e a cada ano elas são diferentes, resultado de processos históricos diferentes. Junho não foi um fenômeno isolado, é fruto de muitos anos de luta, mas não é uma fórmula pronta que vai se repetir de 2013 em diante. O que estão esperando então? Não se trata de repetir junho. Mais importante é que o centro dessa luta contra o aumento seja a periferia, pois é lá que estão as pessoas mais prejudicadas. [O MPL é] apenas um dos atores que lutam pelo transporte, não temos o monopólio da luta contra o aumento. E estamos chamando as pessoas para que elas se organizem e façam suas lutas. Atos na periferia tem o mesmo poder de pressão? Em 2013, os atos do centro estavam gigantes, mas cidade inteira estava mobilizada. No Grajaú, no M'Boi Mirim, nas rodovias, [protestos] feitos pelas pessoas que moram no ABC. Não foi só o centro, quanto a luta se espalhou, se espalhou para a cidade inteira. E agora a gente quer espalhar ainda mais, quer reforçar isso. O MPL continua colhendo frutos da exposição que teve em 2013? Teve perdas e ganhos. A mobilização foi importante porque colocou em pauta nossas revindicações. Nao se trata tanto da exposição do movimento, mas da pauta dos transportes, que foi pra ordem do dia, com a importância que ela já tem pra vida das pessoas. A pauta ganhou a centralidade que ela merece. Mas teve o lado ruim: a gente tem até hoje que bater na tecla que o MPL não é dono da luta contra o aumento, que quem aparece não são lideranças porque o movimento é horizontal etc. A gente tenta até hoje deixar isso claro. E tem a questão da repressão policial. O MPL está sendo investigado em um inquérito que tem objetivo político, não há acusão formal. É para intimidar mesmo e ter um controle do que as pessoas estão fazendo. A postura [da polícia] com as manifestações é a mesma que acontece com as pessoas todos os dias nas ruas, nas periferias. A gente gostaria de fazer atos tranquilos e esperava que a polícia não fosse truculenta como costuma ser.
saopaulo
Junho de 2013 não vai se repetir e protestos irão para periferia, diz MPLLETÍCIA MORI DE SÃO PAULO Um ano e meio depois de iniciar a centelha que levou milhares às ruas do país, o MPL (Movimento Passe Livre) voltou nesta semana a organizar protestos contra o aumento da tarifa do transporte público. Na segunda (5), foi feita uma aula pública para explicar as reivindicações e propostas do movimento para o transporte público. Na sexta (9), organizou o primeiro protesto contra o aumento da tarifa de R$ 3 para R$ 3,5 —que reuniu cerca de 5.000 pessoas, segundo a PM. A próxima manifestação está marcada para 16 de janeiro. De acordo com Erica de Oliveira, 24, uma das militantes escolhidas para falar em nome do movimento, o diálogo com o poder público não melhorou desde 2013. "O único contato é pela PM", diz a militante, que é veemente ao criticar a postura da polícia em relação ao movimento. "Nem a prefeitura nem o Estado deram respostas que atendam aos interesses da população. Vamos continuar mobilizados", diz ela que, no entanto, avisa: junho de 2013 não deve acontecer outra vez. "Não é uma fórmula pronta que vai se repetir de 2013 em diante." Segundo ela, o foco do movimento neste momento é incentivar a mobilização na periferia. "Quem mora fora do centro é que mais é prejudicado pela má qualidade do transporte", diz Erica. Leia a entrevista abaixo. * sãopaulo - Depois dos protestos de 2013, a prefeitura disse que haveria mais diálogo com os movimentos sociais e com a população. Isso aconteceu? Erica de Oliveira - Não. Depois da revogação do aumento da tarifa em 2013, a prefeitura tomou medidas que mostram como não se ouve a população. O corte de linhas de ônibus, feito sem consultar os usuários, é um bom exemplo da falta de diálogo. O governo do Estado também não tem diálogo, o único meio de contato é feito com a PM, que antes mesmo do protesto soltou uma nota dizendo que iria cercar manifestantes durante o ato. Eles sabem muito bem como entrar em contato conosco porque já apareceram na casa de militantes para coagi-los a prestar depoimento, mas agora entraram em contato através de um formulário do site, nem sequer mandaram um e-mail para o endereço geral do movimento. Até fizemos uma nota para explicar porque não nos reunimos com a polícia. Então não, não há diálogo, nem a prefeitura nem o Estado parecem ter interesse em ouvir. Mas não foram criados um conselho popular e uma auditoria depois dos protestos? A prefeitura deu uma série de respostas: o conselho, a auditoria das empresas que administram os ônibus, o passe livre estudantil. Mas ficam muito aquém das necessidades da população. O conselho de transporte, por exemplo, é fake [falso], um conselho de fachada, a prefeitura não põe nada do que é falado ali na prática. Só existe para dizer que existe. E a própria auditoria das empresas mostrou que o lucro é absurdo, em torno de 18%, e o interesse da população é que isso diminua. Por que o MPL critica o passe livre estudantil? Porque a questão urbana diz respeito a todos os habitantes, não apenas aos estudantes. A cidade está dividida entre os que podem se locomover e os que não podem. Entre os que não podem, há uma porcentagem de estudantes, mas o aumento vai atingir metade da população –que não vai ser beneficiada pelo passe livre e não tem o vale-transporte da empresa. São as pessoas que não estão no mercado formal, que moram na periferia. O passe livre para estudante de baixa renda não é tarifa zero, é uma medida insuficiente. Hoje é muito mais eficiente mudar o sistema como um todo do que tomar várias medidas pequenas. Os atos neste ano terão tanta participação e amplitude quanto em 2013? A gente acredita que junho de 2013 foi uma revolta. A gente fez lutas durante dez anos e a cada ano elas são diferentes, resultado de processos históricos diferentes. Junho não foi um fenômeno isolado, é fruto de muitos anos de luta, mas não é uma fórmula pronta que vai se repetir de 2013 em diante. O que estão esperando então? Não se trata de repetir junho. Mais importante é que o centro dessa luta contra o aumento seja a periferia, pois é lá que estão as pessoas mais prejudicadas. [O MPL é] apenas um dos atores que lutam pelo transporte, não temos o monopólio da luta contra o aumento. E estamos chamando as pessoas para que elas se organizem e façam suas lutas. Atos na periferia tem o mesmo poder de pressão? Em 2013, os atos do centro estavam gigantes, mas cidade inteira estava mobilizada. No Grajaú, no M'Boi Mirim, nas rodovias, [protestos] feitos pelas pessoas que moram no ABC. Não foi só o centro, quanto a luta se espalhou, se espalhou para a cidade inteira. E agora a gente quer espalhar ainda mais, quer reforçar isso. O MPL continua colhendo frutos da exposição que teve em 2013? Teve perdas e ganhos. A mobilização foi importante porque colocou em pauta nossas revindicações. Nao se trata tanto da exposição do movimento, mas da pauta dos transportes, que foi pra ordem do dia, com a importância que ela já tem pra vida das pessoas. A pauta ganhou a centralidade que ela merece. Mas teve o lado ruim: a gente tem até hoje que bater na tecla que o MPL não é dono da luta contra o aumento, que quem aparece não são lideranças porque o movimento é horizontal etc. A gente tenta até hoje deixar isso claro. E tem a questão da repressão policial. O MPL está sendo investigado em um inquérito que tem objetivo político, não há acusão formal. É para intimidar mesmo e ter um controle do que as pessoas estão fazendo. A postura [da polícia] com as manifestações é a mesma que acontece com as pessoas todos os dias nas ruas, nas periferias. A gente gostaria de fazer atos tranquilos e esperava que a polícia não fosse truculenta como costuma ser.
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Maldição persegue os cubanos, afirma escritor Leonardo Padura
O cubano Leonardo Padura enxerga fantasmas nas ruas de Havana. Cuba perdeu pessoas queridas e lugares emblemáticos, diz o escritor, e lhe deixou com a sensação de que uma maldição persegue seus conterrâneos. "É como se não pudéssemos estar em lugar algum. É dolorido", afirma Padura, 60, autor de "O Homem que Amava os Cachorros" (ed. Boitempo, R$ 49, 592 págs.) e colunista da Folha. Os comentários do escritor sobre Cuba são assim, sutis, falando da situação política por alto. Críticos de sua obra dizem que ele se omite em relação ao regime castrista. Os admiradores, porém, veem em sua postura certa sabedoria, de quem sabe dosar exatamente as análises possíveis num regime que censura opiniões. "Acho que, dos intelectuais cubanos, possivelmente sou o que mais fala. Tudo o que se pode dizer eu já disse", defende-se. Padura se apresenta neste domingo (5) na Festa Literária Internacional de Paraty. Em entrevistas, deixa claro que não gosta que lhe questionem sobre política, que, diz, não é "boa companheira" da literatura. "A política pode acabar traindo a literatura", afirma. "Se tenho a opção de manter a literatura distante da política, o faço. Isso não significa que possa haver leituras políticas sobre minha obra." Diz que a última notícia da reaproximação entre os Estados Unidos e seu país de origem, a abertura de embaixadas nos dois locais, em julho, é importante e histórica, mas ainda não mudará de imediato o cotidiano dos cubanos. TROTSKY O dia a dia na ilha é o pano de fundo de seus romances. Na Flip, o autor não tem como escapar de comentar "O Homem que Amava os Cachorros", livro que narra a história de Leon Trótski e seu assassino, Ramón Mercader. No Brasil, a obra vendeu 50 mil exemplares, de acordo com a Boitempo, e foi recomendada pela presidente Dilma, com quem Padura almoçou no Palácio da Alvorada em 2014. Em Cuba, foram vendidas 8.000 cópias, segundo o autor. Padura também deve comentar "Hereges" (Boitempo), romance sobre refugiados judeus em Cuba que será lançada no Brasil em setembro. A sensação fantasmagórica em Cuba, provocada pelas decisões de amigos e familiares de deixarem o país, é recorrente na obra do autor. Em uma história de "Aquello Estaba Deseando Ocurrir" (aquilo estava desejando acontecer), livro que reúne contos escritos entre 1985 e 2009, um personagem lamenta os efeitos "irreversíveis" causados por um amigo que deixou Cuba dez anos antes. Em outro conto, o protagonista admite ser mutilado por tubarões só para reencontrar, na Flórida, a mulher que lhe deu a melhor noite de prazer em Havana. A obra deve ser lançada no Brasil em 2016 também pela Boitempo.
ilustrada
Maldição persegue os cubanos, afirma escritor Leonardo PaduraO cubano Leonardo Padura enxerga fantasmas nas ruas de Havana. Cuba perdeu pessoas queridas e lugares emblemáticos, diz o escritor, e lhe deixou com a sensação de que uma maldição persegue seus conterrâneos. "É como se não pudéssemos estar em lugar algum. É dolorido", afirma Padura, 60, autor de "O Homem que Amava os Cachorros" (ed. Boitempo, R$ 49, 592 págs.) e colunista da Folha. Os comentários do escritor sobre Cuba são assim, sutis, falando da situação política por alto. Críticos de sua obra dizem que ele se omite em relação ao regime castrista. Os admiradores, porém, veem em sua postura certa sabedoria, de quem sabe dosar exatamente as análises possíveis num regime que censura opiniões. "Acho que, dos intelectuais cubanos, possivelmente sou o que mais fala. Tudo o que se pode dizer eu já disse", defende-se. Padura se apresenta neste domingo (5) na Festa Literária Internacional de Paraty. Em entrevistas, deixa claro que não gosta que lhe questionem sobre política, que, diz, não é "boa companheira" da literatura. "A política pode acabar traindo a literatura", afirma. "Se tenho a opção de manter a literatura distante da política, o faço. Isso não significa que possa haver leituras políticas sobre minha obra." Diz que a última notícia da reaproximação entre os Estados Unidos e seu país de origem, a abertura de embaixadas nos dois locais, em julho, é importante e histórica, mas ainda não mudará de imediato o cotidiano dos cubanos. TROTSKY O dia a dia na ilha é o pano de fundo de seus romances. Na Flip, o autor não tem como escapar de comentar "O Homem que Amava os Cachorros", livro que narra a história de Leon Trótski e seu assassino, Ramón Mercader. No Brasil, a obra vendeu 50 mil exemplares, de acordo com a Boitempo, e foi recomendada pela presidente Dilma, com quem Padura almoçou no Palácio da Alvorada em 2014. Em Cuba, foram vendidas 8.000 cópias, segundo o autor. Padura também deve comentar "Hereges" (Boitempo), romance sobre refugiados judeus em Cuba que será lançada no Brasil em setembro. A sensação fantasmagórica em Cuba, provocada pelas decisões de amigos e familiares de deixarem o país, é recorrente na obra do autor. Em uma história de "Aquello Estaba Deseando Ocurrir" (aquilo estava desejando acontecer), livro que reúne contos escritos entre 1985 e 2009, um personagem lamenta os efeitos "irreversíveis" causados por um amigo que deixou Cuba dez anos antes. Em outro conto, o protagonista admite ser mutilado por tubarões só para reencontrar, na Flórida, a mulher que lhe deu a melhor noite de prazer em Havana. A obra deve ser lançada no Brasil em 2016 também pela Boitempo.
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O vandalismo dos outros
Hoje, domingo, 4 de setembro, é a data marcada para a passagem da tocha paraolímpica em São Paulo, ritual que celebra diversidade e superação. É dia também de outra manifestação popular que contesta a legitimidade do mandato do novo presidente da República e de seu anunciado pacote de reformas. A Secretaria de Segurança Pública do governo do Estado de São Paulo publicou, dias atrás, nota que proibia essa manifestação. Mesmo que, mais tarde, tenha entrado em acordo para viabilizar ambos os eventos em horários diversos, esse episódio é apenas mais um exemplo do quanto o direito ao protesto está mergulhado em incerteza jurídica e arbitrariedade. Temos urgência em estabilizar certos padrões formais e substantivos de ação que nos protejam no exercício desse direito. Qual juízo se pode fazer desse conflito, sob o ponto de vista jurídico? Em primeiro lugar, o direito de reunião, que inclui o direito de protesto pacífico, não requer autorização para seu exercício. A posição prematura do governo paulista era desprovida de fundamento jurídico. O dever de comunicação às autoridades não serve para que elas avaliem a oportunidade e conveniência do protesto, mas para que garantam a segurança dos manifestantes, dos transeuntes e de seu entorno. Serve para que acomodem, ressalvados os casos de absoluta impossibilidade, dois atos parcialmente simultâneos. Há dever de compatibilizar, não prerrogativa discricionária de proibir. Governos democráticos conhecem a diferença. Em segundo lugar, cabe a toda cadeia de comando estatal o dever de absoluta neutralidade: não podem decidir sua maneira de atuar em razão da coloração política dos protestantes. Isso se dá quando, por exemplo, algumas manifestações recebem regalias de passe-livre e outras são constrangidas a certo percurso, o que é ilegal. O trajeto do protesto pode ser parte daquilo que se quer expressar. Passar pela sede de um partido ou por uma repartição pública pertence à esfera de autonomia dos cidadãos. Governos democráticos celebram o pleno direito ao protesto. Cabe à polícia contribuir para uma manifestação segura. Deve proteger manifestantes pacíficos daqueles que apelam à violência. Deve reprimir indivíduos violentos e conduzi-los com segurança à autoridade adequada, para que suas responsabilidades sejam apuradas, na forma da lei. Policiais, supõe-se, não se deixam exaltar diante de provocações verbais. Se há atos de vandalismo, o uso da força policial deve ser cirúrgico e proporcional. Polícias democráticas manejam suas armas com apuro técnico, não por instinto. Não cabe à polícia dissolver o protesto em razão de atos violentos isolados. Não pode, por meio do uso de bombas de gás ou balas de borracha, dispersar uma multidão indistinta, pondo qualquer transeunte em risco por causa da violência de alguns. Tal estratégia impede o exercício regular de direito constitucional de todos os demais. Aos manifestantes, por óbvio, cabe o dever de não violência e de não frustrar outro evento anteriormente convocado. Não parece ser o caso deste domingo. A postura proibitiva inicialmente adotada pelo governo paulista não respeita a Constituição, nem na sua letra nem no seu espírito. A solução para nossos impasses, num momento em que a integridade do Estado democrático de Direito está em jogo, não se dará pela limitação das liberdades públicas. Ao governo, federal ou estadual, não é dado usar da força bruta para calar e ferir quem o contesta nas ruas. O plano de salvar a democracia do futuro limitando a do presente já foi posto em prática em outras oportunidades no Brasil. Falhou miseravelmente em todas elas. O vandalismo de alguns protestantes não se responde com vandalismo policial. A Constituição se aplica a todos. CONRADO HÜBNER MENDES é professor doutor de direito constitucional da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo RAFAEL MAFEI RABELO QUEIROZ é professor doutor de teoria do direito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
opiniao
O vandalismo dos outrosHoje, domingo, 4 de setembro, é a data marcada para a passagem da tocha paraolímpica em São Paulo, ritual que celebra diversidade e superação. É dia também de outra manifestação popular que contesta a legitimidade do mandato do novo presidente da República e de seu anunciado pacote de reformas. A Secretaria de Segurança Pública do governo do Estado de São Paulo publicou, dias atrás, nota que proibia essa manifestação. Mesmo que, mais tarde, tenha entrado em acordo para viabilizar ambos os eventos em horários diversos, esse episódio é apenas mais um exemplo do quanto o direito ao protesto está mergulhado em incerteza jurídica e arbitrariedade. Temos urgência em estabilizar certos padrões formais e substantivos de ação que nos protejam no exercício desse direito. Qual juízo se pode fazer desse conflito, sob o ponto de vista jurídico? Em primeiro lugar, o direito de reunião, que inclui o direito de protesto pacífico, não requer autorização para seu exercício. A posição prematura do governo paulista era desprovida de fundamento jurídico. O dever de comunicação às autoridades não serve para que elas avaliem a oportunidade e conveniência do protesto, mas para que garantam a segurança dos manifestantes, dos transeuntes e de seu entorno. Serve para que acomodem, ressalvados os casos de absoluta impossibilidade, dois atos parcialmente simultâneos. Há dever de compatibilizar, não prerrogativa discricionária de proibir. Governos democráticos conhecem a diferença. Em segundo lugar, cabe a toda cadeia de comando estatal o dever de absoluta neutralidade: não podem decidir sua maneira de atuar em razão da coloração política dos protestantes. Isso se dá quando, por exemplo, algumas manifestações recebem regalias de passe-livre e outras são constrangidas a certo percurso, o que é ilegal. O trajeto do protesto pode ser parte daquilo que se quer expressar. Passar pela sede de um partido ou por uma repartição pública pertence à esfera de autonomia dos cidadãos. Governos democráticos celebram o pleno direito ao protesto. Cabe à polícia contribuir para uma manifestação segura. Deve proteger manifestantes pacíficos daqueles que apelam à violência. Deve reprimir indivíduos violentos e conduzi-los com segurança à autoridade adequada, para que suas responsabilidades sejam apuradas, na forma da lei. Policiais, supõe-se, não se deixam exaltar diante de provocações verbais. Se há atos de vandalismo, o uso da força policial deve ser cirúrgico e proporcional. Polícias democráticas manejam suas armas com apuro técnico, não por instinto. Não cabe à polícia dissolver o protesto em razão de atos violentos isolados. Não pode, por meio do uso de bombas de gás ou balas de borracha, dispersar uma multidão indistinta, pondo qualquer transeunte em risco por causa da violência de alguns. Tal estratégia impede o exercício regular de direito constitucional de todos os demais. Aos manifestantes, por óbvio, cabe o dever de não violência e de não frustrar outro evento anteriormente convocado. Não parece ser o caso deste domingo. A postura proibitiva inicialmente adotada pelo governo paulista não respeita a Constituição, nem na sua letra nem no seu espírito. A solução para nossos impasses, num momento em que a integridade do Estado democrático de Direito está em jogo, não se dará pela limitação das liberdades públicas. Ao governo, federal ou estadual, não é dado usar da força bruta para calar e ferir quem o contesta nas ruas. O plano de salvar a democracia do futuro limitando a do presente já foi posto em prática em outras oportunidades no Brasil. Falhou miseravelmente em todas elas. O vandalismo de alguns protestantes não se responde com vandalismo policial. A Constituição se aplica a todos. CONRADO HÜBNER MENDES é professor doutor de direito constitucional da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo RAFAEL MAFEI RABELO QUEIROZ é professor doutor de teoria do direito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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COI deveria continuar incentivando refugiados na Olimpíada
Foi acertada e teve grande repercussão a participação de uma inédita delegação de refugiados na Olimpíada do Rio. A iniciativa mostrou entrosamento entre o COI (Comitê Olímpico Internacional) e o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados). Transcorridos cerca de seis meses dos Jogos, uma dúvida continua no ar: haverá ou não a repetição da experiência na próxima Olimpíada, em 2020, no Japão? A expectativa dos refugiados que atuaram no Rio é de um repeteco. Entretanto, não existe nenhuma orientação oficial nesse sentido.. A equipe que esteve no Rio, como já era esperado, não ganhou nenhuma medalha, mas a simples presença da turma chamou a atenção para violações de direitos humanos relacionados aos refugiados, de religião a raça, de nacionalidade e opinião a associação com grupos sociais. Durante a sessão do COI na qual o time de refugiados foi apresentado, antes da abertura dos Jogos no Rio, o presidente da entidade, o alemão Thomas Bach, disse que a iniciativa era um sinal de esperança para todos os refugiados espalhados ao redor do mundo. Também do COI, o presidente honorário, o belga Jacques Rogge, destacou que o esporte não resolve os problemas do mundo, mas cria uma atmosfera de paz e respeito mútuo. O time contou com dez atletas, sendo dois nadadores sírios, dois judocas congoleses, um maratonista etíope e cinco corredores sul-sudaneses. Um texto na internet mostra o que os Jogos representaram para aqueles refugiados e o que eles planejam depois das lições e da experiência na Olimpíada. Na semana passada, em Monte Carlo, a equipe olímpica de refugiados –seis homens e quatro mulheres– foi homenageada durante o Prêmio Laureus. Recebeu o troféu especial para "Iniciativas Para Promover o Bem Através do Esporte". A premiação destaca a importância da equipe de refugiados. Outro sinal do relevo da iniciativa foi registrado na aprovação pelo COI, em novembro do ano passado, de uma verba de cerca de US$ 509 milhões para o Solidariedade Olímpica. O programa, que visa ajudar financeiramente os comitês olímpicos nacionais, para o desenvolvimento do esporte no ciclo até Tóquio-2020, veio com duas novidades. Uma de apoio a atletas refugiados e outra à transição de carreiras. Seria esse um indício da intenção de se manter a iniciativa adotada no Rio? Com a onda de refugiados e imigrantes crescendo a cada dia mundo afora, as polêmicas causadas por essa dramática situação continuarão na pauta, alimentando acalorados debates. Ao criar a equipe olímpica de refugiados, o COI entrou na discussão para valer. Não deve recuar. Precisa manter sua posição e mostrar que a iniciativa na Rio-2016 foi coisa séria, sem demagogia.
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COI deveria continuar incentivando refugiados na OlimpíadaFoi acertada e teve grande repercussão a participação de uma inédita delegação de refugiados na Olimpíada do Rio. A iniciativa mostrou entrosamento entre o COI (Comitê Olímpico Internacional) e o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados). Transcorridos cerca de seis meses dos Jogos, uma dúvida continua no ar: haverá ou não a repetição da experiência na próxima Olimpíada, em 2020, no Japão? A expectativa dos refugiados que atuaram no Rio é de um repeteco. Entretanto, não existe nenhuma orientação oficial nesse sentido.. A equipe que esteve no Rio, como já era esperado, não ganhou nenhuma medalha, mas a simples presença da turma chamou a atenção para violações de direitos humanos relacionados aos refugiados, de religião a raça, de nacionalidade e opinião a associação com grupos sociais. Durante a sessão do COI na qual o time de refugiados foi apresentado, antes da abertura dos Jogos no Rio, o presidente da entidade, o alemão Thomas Bach, disse que a iniciativa era um sinal de esperança para todos os refugiados espalhados ao redor do mundo. Também do COI, o presidente honorário, o belga Jacques Rogge, destacou que o esporte não resolve os problemas do mundo, mas cria uma atmosfera de paz e respeito mútuo. O time contou com dez atletas, sendo dois nadadores sírios, dois judocas congoleses, um maratonista etíope e cinco corredores sul-sudaneses. Um texto na internet mostra o que os Jogos representaram para aqueles refugiados e o que eles planejam depois das lições e da experiência na Olimpíada. Na semana passada, em Monte Carlo, a equipe olímpica de refugiados –seis homens e quatro mulheres– foi homenageada durante o Prêmio Laureus. Recebeu o troféu especial para "Iniciativas Para Promover o Bem Através do Esporte". A premiação destaca a importância da equipe de refugiados. Outro sinal do relevo da iniciativa foi registrado na aprovação pelo COI, em novembro do ano passado, de uma verba de cerca de US$ 509 milhões para o Solidariedade Olímpica. O programa, que visa ajudar financeiramente os comitês olímpicos nacionais, para o desenvolvimento do esporte no ciclo até Tóquio-2020, veio com duas novidades. Uma de apoio a atletas refugiados e outra à transição de carreiras. Seria esse um indício da intenção de se manter a iniciativa adotada no Rio? Com a onda de refugiados e imigrantes crescendo a cada dia mundo afora, as polêmicas causadas por essa dramática situação continuarão na pauta, alimentando acalorados debates. Ao criar a equipe olímpica de refugiados, o COI entrou na discussão para valer. Não deve recuar. Precisa manter sua posição e mostrar que a iniciativa na Rio-2016 foi coisa séria, sem demagogia.
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Presidente do Conselho de Ética entrega a Janot manobras de Cunha
O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PR-BA), afirmou na tarde desta quarta-feira (1º), ter entregue ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, uma relação do que ele chamou de "manobras" de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para atrasar o processo de cassação de seu mandato. O processo para que o peemedebista perca o mandato tramita na Casa desde 13 de outubro do ano passado e já é o mais longo da história. Desde então, afirma Araújo, o presidente se valeu do cargo de comando da Câmara para interferir nos trabalhos. Segundo Araújo, Janot recebeu suas alegações e disse estar acompanhando as tentativas de Cunha. Nesta quarta, o Conselho está reunido para a leitura do relatório e voto de Marcos Rogério (DEM-RO). Ele já leu seu relatório e vai apresentar, após a defesa do advogado de Cunha, Marcelo Nobre, seu voto com mais de 80 páginas, que será pela cassação do mandato do peemedebista. Na terça (31), em mais uma manobra para tentar barrar a cassação de Cunha, o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), assinou ofício em que consulta a Comissão de Constituição e Justiça que dá a ela oportunidade de definir novas regras para a votação dos processos de cassação no plenário. A consulta 17/2016 foi distribuída para ser relatada por Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da CCJ, um dos aliados fiéis de Cunha, a pedido do próprio. Entre as manobras que Araújo mencionou e que levou a Janot, destacou as decisões favoráveis de Waldir Maranhão a recursos de aliados que atrasaram a tramitação do processo, como, por exemplo, o afastamento do primeiro relator do processo, Fausto Pinato. Veja as principais manobras do processo de Cunha:
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Presidente do Conselho de Ética entrega a Janot manobras de CunhaO presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PR-BA), afirmou na tarde desta quarta-feira (1º), ter entregue ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, uma relação do que ele chamou de "manobras" de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para atrasar o processo de cassação de seu mandato. O processo para que o peemedebista perca o mandato tramita na Casa desde 13 de outubro do ano passado e já é o mais longo da história. Desde então, afirma Araújo, o presidente se valeu do cargo de comando da Câmara para interferir nos trabalhos. Segundo Araújo, Janot recebeu suas alegações e disse estar acompanhando as tentativas de Cunha. Nesta quarta, o Conselho está reunido para a leitura do relatório e voto de Marcos Rogério (DEM-RO). Ele já leu seu relatório e vai apresentar, após a defesa do advogado de Cunha, Marcelo Nobre, seu voto com mais de 80 páginas, que será pela cassação do mandato do peemedebista. Na terça (31), em mais uma manobra para tentar barrar a cassação de Cunha, o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), assinou ofício em que consulta a Comissão de Constituição e Justiça que dá a ela oportunidade de definir novas regras para a votação dos processos de cassação no plenário. A consulta 17/2016 foi distribuída para ser relatada por Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da CCJ, um dos aliados fiéis de Cunha, a pedido do próprio. Entre as manobras que Araújo mencionou e que levou a Janot, destacou as decisões favoráveis de Waldir Maranhão a recursos de aliados que atrasaram a tramitação do processo, como, por exemplo, o afastamento do primeiro relator do processo, Fausto Pinato. Veja as principais manobras do processo de Cunha:
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Volta de Arouca vira trunfo por 1ª vitória do Palmeiras no Brasileiro
A esperança palmeirense de conseguir contra o Goiás, dentro de casa, às 11h deste domingo (24), sua primeira vitória no Campeonato Brasileiro passa pelo retorno do volante Arouca à equipe. De volta após ficar quase um mês fora devido a uma lesão na coxa esquerda, o ex-jogador do Santos fez apenas 12 partidas em seu novo clube. Mas já é essencial para o técnico Oswaldo de Oliveira. Prova disso é que o Palmeiras de 2015 tem funcionado muito melhor com ele do que quando não pode utilizá-lo. Com o camisa 5 em campo na atual temporada, o time alviverde conquistou 77,8% dos pontos que disputou. Nas 12 partidas oficiais em que o jogador ficou fora, o aproveitamento caiu para 52,8%. "Arouca tem treinado esta semana. Ainda não está 100% para atuar durante os 90 minutos, mas vai participar do jogo", disse Oswaldo, sobre o retorno do volante. O desejo do treinador de colocar o jogador em campo se justifica. A lesão de Arouca coincide com um momento de certa turbulência no desempenho do Palmeiras. O volante se machucou no primeiro jogo da final do Paulista, vencido pelo time alviverde. Depois, a equipe perdeu a segunda partida da decisão para o Santos e empatou três vezes: com Atlético-MG e Joinville, nas duas primeiras rodadas do Brasileiro, e Sampaio Corrêa, na segunda fase da Copa do Brasil. A única vitória foi no jogo em tese mais fácil que disputou, o de volta do mata-mata contra os maranhenses. Na ausência de Arouca, Oswaldo recuou Robinho para atuar como segundo volante. A substituição fez o Palmeiras "perder" dois dos seus principais jogadores, já que o meia deixou de se destacar na posição que mais gosta e também não apresentou bom futebol mais recuado. Robinho, aliás, corre até mesmo risco de ir parar no banco com a volta de Arouca ao time. O meia pode ceder seu lugar na equipe titular para Valdivia, que ficou afastado dos treinos em parte da semana devido a uma gripe. Editoria de Arte/Folhapress
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Volta de Arouca vira trunfo por 1ª vitória do Palmeiras no BrasileiroA esperança palmeirense de conseguir contra o Goiás, dentro de casa, às 11h deste domingo (24), sua primeira vitória no Campeonato Brasileiro passa pelo retorno do volante Arouca à equipe. De volta após ficar quase um mês fora devido a uma lesão na coxa esquerda, o ex-jogador do Santos fez apenas 12 partidas em seu novo clube. Mas já é essencial para o técnico Oswaldo de Oliveira. Prova disso é que o Palmeiras de 2015 tem funcionado muito melhor com ele do que quando não pode utilizá-lo. Com o camisa 5 em campo na atual temporada, o time alviverde conquistou 77,8% dos pontos que disputou. Nas 12 partidas oficiais em que o jogador ficou fora, o aproveitamento caiu para 52,8%. "Arouca tem treinado esta semana. Ainda não está 100% para atuar durante os 90 minutos, mas vai participar do jogo", disse Oswaldo, sobre o retorno do volante. O desejo do treinador de colocar o jogador em campo se justifica. A lesão de Arouca coincide com um momento de certa turbulência no desempenho do Palmeiras. O volante se machucou no primeiro jogo da final do Paulista, vencido pelo time alviverde. Depois, a equipe perdeu a segunda partida da decisão para o Santos e empatou três vezes: com Atlético-MG e Joinville, nas duas primeiras rodadas do Brasileiro, e Sampaio Corrêa, na segunda fase da Copa do Brasil. A única vitória foi no jogo em tese mais fácil que disputou, o de volta do mata-mata contra os maranhenses. Na ausência de Arouca, Oswaldo recuou Robinho para atuar como segundo volante. A substituição fez o Palmeiras "perder" dois dos seus principais jogadores, já que o meia deixou de se destacar na posição que mais gosta e também não apresentou bom futebol mais recuado. Robinho, aliás, corre até mesmo risco de ir parar no banco com a volta de Arouca ao time. O meia pode ceder seu lugar na equipe titular para Valdivia, que ficou afastado dos treinos em parte da semana devido a uma gripe. Editoria de Arte/Folhapress
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O estagiário
Eu me formei em administração e comecei a trabalhar com publicidade para valer no início da década de 1980. Tudo o que aprendi na escola e na minha profissão mudou –e mudou muito. E, se ainda estou aqui hoje, isso se deve à minha vontade recorrente de me reinventar. É preciso morrer várias vezes ao longo da vida para continuar vivo. Neste momento difícil da economia e disruptivo da indústria da mídia e da publicidade como um todo, eu decidi voltar a estudar. Como não dá para sair do Brasil neste momento porque é preciso estar ainda mais perto dos meus clientes, decidi aprender estagiando num dos clientes que considero dos mais modernos do país. Pretendo passar cerca de 120 manhãs estagiando e tendo como meus tutores uma garotada espetacular em geral 30 anos mais nova do que eu. Várias vezes em minha vida voltei para o final da fila da classe. Esse coração de estudante é o que faz o meu coração continuar batendo. É uma delícia aprender. O mundo novo não tem nada de "rocket science". Em bom português, não tem nada de complicadíssimo. Você precisa apenas ter a mente aberta, sem medo de perguntar. Como disse Albert Einstein: "A mente que se abre para uma nova ideia nunca volta ao seu tamanho original". O futuro não é difícil de entender, é difícil de aceitar. As pessoas ficam velhas quando fecham a cabeça para o novo e se convencem de que não são capazes de usar o computador, o celular, o Waze, o GPS. Se você tem coração de estudante e não tem vergonha de não saber, você vai adorar o futuro. E tem sido uma delícia essas minhas manhãs de estagiário. Meus professores têm 25, 27 anos. Eles não conhecem muitas das músicas que eu cito, não entendem alguns termos que eu uso e tampouco entendem muitas piadas que eu conto. Tem horas que eu realmente me sinto Robert De Niro no filme "O Estagiário". Quando completar os meus 120 dias estagiando, eu quero estagiar em outros lugares do Brasil onde o futuro está nascendo. Quando a crise brasileira nos der uma trégua e eu puder ficar menos perto dos clientes que hoje precisam tanto do nosso trabalho, quero fazer o programa OPM (Owner/President Management) de Harvard, para líderes empresariais, no qual já me inscrevi várias vezes e ainda não fiz. Quero fazer também o curso da Singularity, a universidade mais disruptiva do mundo, e estudar no MIT, que generosamente já me abriu suas portas. Quero estagiar no Google e no Facebook, na Califórnia, e passar um mês em Israel, que é tão avançado quanto o Vale do Silício. Quero estudar também em Boulder, no Colorado, que é o Vale do Silício da alimentação. Se a gente é o que come, uma nova raça humana está nascendo em Boulder. Acho que fazer isso, voltar a aprender, é o que melhor posso fazer para a minha saúde mental, para o meu ânimo, para os meus clientes. E para manter acesa uma coisa fundamental em nós chamada entusiasmo. Entusiasmo vem do grego –significa ter Deus dentro da gente. É entusiasmo que esse estágio está me dando. Minha mulher diz que eu pulo da cama todo dia. E pular da cama animadão faz muito bem. Eu amo segunda-feira. Eu sempre amei o que faço. E aprender as novas formas de fazer, com esse eterno coração de estudante, é o segredo para continuar pulando da cama todas as manhãs aos 57 anos.
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O estagiárioEu me formei em administração e comecei a trabalhar com publicidade para valer no início da década de 1980. Tudo o que aprendi na escola e na minha profissão mudou –e mudou muito. E, se ainda estou aqui hoje, isso se deve à minha vontade recorrente de me reinventar. É preciso morrer várias vezes ao longo da vida para continuar vivo. Neste momento difícil da economia e disruptivo da indústria da mídia e da publicidade como um todo, eu decidi voltar a estudar. Como não dá para sair do Brasil neste momento porque é preciso estar ainda mais perto dos meus clientes, decidi aprender estagiando num dos clientes que considero dos mais modernos do país. Pretendo passar cerca de 120 manhãs estagiando e tendo como meus tutores uma garotada espetacular em geral 30 anos mais nova do que eu. Várias vezes em minha vida voltei para o final da fila da classe. Esse coração de estudante é o que faz o meu coração continuar batendo. É uma delícia aprender. O mundo novo não tem nada de "rocket science". Em bom português, não tem nada de complicadíssimo. Você precisa apenas ter a mente aberta, sem medo de perguntar. Como disse Albert Einstein: "A mente que se abre para uma nova ideia nunca volta ao seu tamanho original". O futuro não é difícil de entender, é difícil de aceitar. As pessoas ficam velhas quando fecham a cabeça para o novo e se convencem de que não são capazes de usar o computador, o celular, o Waze, o GPS. Se você tem coração de estudante e não tem vergonha de não saber, você vai adorar o futuro. E tem sido uma delícia essas minhas manhãs de estagiário. Meus professores têm 25, 27 anos. Eles não conhecem muitas das músicas que eu cito, não entendem alguns termos que eu uso e tampouco entendem muitas piadas que eu conto. Tem horas que eu realmente me sinto Robert De Niro no filme "O Estagiário". Quando completar os meus 120 dias estagiando, eu quero estagiar em outros lugares do Brasil onde o futuro está nascendo. Quando a crise brasileira nos der uma trégua e eu puder ficar menos perto dos clientes que hoje precisam tanto do nosso trabalho, quero fazer o programa OPM (Owner/President Management) de Harvard, para líderes empresariais, no qual já me inscrevi várias vezes e ainda não fiz. Quero fazer também o curso da Singularity, a universidade mais disruptiva do mundo, e estudar no MIT, que generosamente já me abriu suas portas. Quero estagiar no Google e no Facebook, na Califórnia, e passar um mês em Israel, que é tão avançado quanto o Vale do Silício. Quero estudar também em Boulder, no Colorado, que é o Vale do Silício da alimentação. Se a gente é o que come, uma nova raça humana está nascendo em Boulder. Acho que fazer isso, voltar a aprender, é o que melhor posso fazer para a minha saúde mental, para o meu ânimo, para os meus clientes. E para manter acesa uma coisa fundamental em nós chamada entusiasmo. Entusiasmo vem do grego –significa ter Deus dentro da gente. É entusiasmo que esse estágio está me dando. Minha mulher diz que eu pulo da cama todo dia. E pular da cama animadão faz muito bem. Eu amo segunda-feira. Eu sempre amei o que faço. E aprender as novas formas de fazer, com esse eterno coração de estudante, é o segredo para continuar pulando da cama todas as manhãs aos 57 anos.
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Hambúrguer do Z Deli, de carne suculenta e avermelhada, é eleito o melhor de São Paulo
MATHEUS MAGENTA EDITOR DE CULTURA Só um número ímpar de bancos no balcão e a solidão driblam as filas eternas no Z Deli de Pinheiros aos finais de semana. A espera, aliás, é um dos dois poréns das duas unidades da casa. Enfim, a melhor hamburgueria de São Paulo não decepciona. A começar pela batata frita, com alecrim e páprica, cuja porção poderia ser mais farta, mas ok. É mais fácil descrever o que ela não é ou não tem: fria, seca, excesso de sal, catchup sem graça, gosto de freezer, aspecto de batata palha. A versão com pastrami, cheddar e sour cream também tem seu valor. A carne que mistura quatro cortes bovinos e suas gorduras tem gosto de carne, algo raro mesmo nas casas gourmetizadas. A suculência exata evita o desmanche, mas não a lambuzeira. Foi-se metade do pacote de guardanapo. O ponto é bem avermelhado, mas não cru. A opção com molho rôti e tutano, no gorduroso Black Burguer, é tão segura de si que dispensa o farto queijo e o bacon encontrados nos outros sanduíches. O principal problema do segmento no centro expandido paulistano é, pelo alto preço no cardápio, deixar parte da clientela com fome. Poucas casas são como a Hamburgueria Nacional, no Itaim Bibi, que oferece uma versão de 350 gramas. O hambúrguer de 180 gramas do Z Deli sofre desse mal, mas satisfaz famintos com a opção de carne extra sem cobrar o dobro por isso. * Z Deli Sandwich Shop. R. Francisco Leitão, 16, Pinheiros, tel. 2305-2200.
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Hambúrguer do Z Deli, de carne suculenta e avermelhada, é eleito o melhor de São PauloMATHEUS MAGENTA EDITOR DE CULTURA Só um número ímpar de bancos no balcão e a solidão driblam as filas eternas no Z Deli de Pinheiros aos finais de semana. A espera, aliás, é um dos dois poréns das duas unidades da casa. Enfim, a melhor hamburgueria de São Paulo não decepciona. A começar pela batata frita, com alecrim e páprica, cuja porção poderia ser mais farta, mas ok. É mais fácil descrever o que ela não é ou não tem: fria, seca, excesso de sal, catchup sem graça, gosto de freezer, aspecto de batata palha. A versão com pastrami, cheddar e sour cream também tem seu valor. A carne que mistura quatro cortes bovinos e suas gorduras tem gosto de carne, algo raro mesmo nas casas gourmetizadas. A suculência exata evita o desmanche, mas não a lambuzeira. Foi-se metade do pacote de guardanapo. O ponto é bem avermelhado, mas não cru. A opção com molho rôti e tutano, no gorduroso Black Burguer, é tão segura de si que dispensa o farto queijo e o bacon encontrados nos outros sanduíches. O principal problema do segmento no centro expandido paulistano é, pelo alto preço no cardápio, deixar parte da clientela com fome. Poucas casas são como a Hamburgueria Nacional, no Itaim Bibi, que oferece uma versão de 350 gramas. O hambúrguer de 180 gramas do Z Deli sofre desse mal, mas satisfaz famintos com a opção de carne extra sem cobrar o dobro por isso. * Z Deli Sandwich Shop. R. Francisco Leitão, 16, Pinheiros, tel. 2305-2200.
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Não precisamos que nenhuma outra droga seja legalizada
Quando falamos de drogas de abuso, como o THC, o etanol ou outra droga psicotrópica, não estamos falando de um produto qualquer, e muito menos de um comportamento que se restrinja aos usuários. Quer seja o uso agudo, quer seja o uso crônico, e até dependente, tais drogas produzem consequências sociais, psicossociais e econômicas, que vão muito além do indivíduo. O consumo de drogas no país vem crescendo e vive-se a onda das drogas sintéticas. Estamos falando de substâncias que são mais potentes, modificadas para um mercado diversificado. Todas são substâncias que alteram o cérebro em áreas essenciais à vida, como aquela que define a capacidade de obter alimento para sobreviver, reproduzir a espécie, emocionar-se, filtrar decisões, modelar nossa capacidade de adaptação e proteção. É por isso que discordo do artigo do colunista J.P. Cuenca, publicado nesta Folha na segunda (18), e acredito que não precisamos de nenhuma outra droga legalizada. Aliás, deveríamos aprender com aquelas que o são e perceber que a política sobre o tema está engatinhando. A principal vítima deste cenário é o adolescente, cujo cérebro, imaturo biológica e psicossocialmente, está exposto a todas as consequências deste comportamento. O que precisa "sair do armário" é a parte mais séria de toda esta polêmica: é preciso registrar que existem muitos grupos econômicos na expectativa de mais uma droga legal, um negócio sem precedentes que só pode ser comparado ao comércio de armas e petróleo, e mais, que abrirá espaço para a legalização de todas as drogas no país. A banalização do consumo de substâncias só serve ao interesse desses grupos. Enquanto isso, porém, o que enxergamos é um debate cego, reduzido àqueles que são contra ou a favor. Por que será que não é possível ter garantidos nossos direitos de não usar drogas? E viver em um país onde os princípios humanos de proteção das crianças, adolescentes e famílias sejam prioridades de todos os governos? Não aceitamos usuários de drogas na prisão, e esperamos que a política preventiva os ajude a desistir do consumo ou evitá-lo. Somos contra uma assistência que só intervenha quando a dependência é tão grave que necessita internação. Não podemos admitir que traficantes fiquem livres para ir e vir em nossas praças sem controle. A história do mundo, nos últimos 200 anos, mostra que muitos países que liberaram drogas sofreram verdadeiras tragédias sociais. Sem exceção, todos tiveram que endurecer as políticas para controlar a violência, a mortalidade e o aumento do número de dependentes. O Brasil vive um dos seus maiores problemas de saúde e segurança públicas: o abuso de drogas. É tarefa de todos os brasileiros colaborar para que este fenômeno seja controlado por meio de uma política humana, justa e baseada em evidências, com direito à vida. ANA CECILIA PETTA ROSELLI MARQUES é psiquiatra, professora afiliada da Unifesp e presidente da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
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Não precisamos que nenhuma outra droga seja legalizadaQuando falamos de drogas de abuso, como o THC, o etanol ou outra droga psicotrópica, não estamos falando de um produto qualquer, e muito menos de um comportamento que se restrinja aos usuários. Quer seja o uso agudo, quer seja o uso crônico, e até dependente, tais drogas produzem consequências sociais, psicossociais e econômicas, que vão muito além do indivíduo. O consumo de drogas no país vem crescendo e vive-se a onda das drogas sintéticas. Estamos falando de substâncias que são mais potentes, modificadas para um mercado diversificado. Todas são substâncias que alteram o cérebro em áreas essenciais à vida, como aquela que define a capacidade de obter alimento para sobreviver, reproduzir a espécie, emocionar-se, filtrar decisões, modelar nossa capacidade de adaptação e proteção. É por isso que discordo do artigo do colunista J.P. Cuenca, publicado nesta Folha na segunda (18), e acredito que não precisamos de nenhuma outra droga legalizada. Aliás, deveríamos aprender com aquelas que o são e perceber que a política sobre o tema está engatinhando. A principal vítima deste cenário é o adolescente, cujo cérebro, imaturo biológica e psicossocialmente, está exposto a todas as consequências deste comportamento. O que precisa "sair do armário" é a parte mais séria de toda esta polêmica: é preciso registrar que existem muitos grupos econômicos na expectativa de mais uma droga legal, um negócio sem precedentes que só pode ser comparado ao comércio de armas e petróleo, e mais, que abrirá espaço para a legalização de todas as drogas no país. A banalização do consumo de substâncias só serve ao interesse desses grupos. Enquanto isso, porém, o que enxergamos é um debate cego, reduzido àqueles que são contra ou a favor. Por que será que não é possível ter garantidos nossos direitos de não usar drogas? E viver em um país onde os princípios humanos de proteção das crianças, adolescentes e famílias sejam prioridades de todos os governos? Não aceitamos usuários de drogas na prisão, e esperamos que a política preventiva os ajude a desistir do consumo ou evitá-lo. Somos contra uma assistência que só intervenha quando a dependência é tão grave que necessita internação. Não podemos admitir que traficantes fiquem livres para ir e vir em nossas praças sem controle. A história do mundo, nos últimos 200 anos, mostra que muitos países que liberaram drogas sofreram verdadeiras tragédias sociais. Sem exceção, todos tiveram que endurecer as políticas para controlar a violência, a mortalidade e o aumento do número de dependentes. O Brasil vive um dos seus maiores problemas de saúde e segurança públicas: o abuso de drogas. É tarefa de todos os brasileiros colaborar para que este fenômeno seja controlado por meio de uma política humana, justa e baseada em evidências, com direito à vida. ANA CECILIA PETTA ROSELLI MARQUES é psiquiatra, professora afiliada da Unifesp e presidente da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
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Frete para envio de livros pode ficar mais caro
O envio de certos livros agora fica mais caro. Os Correios resolveram limitar a modalidade de envio "impresso normal", voltada justamente para o despacho mais barato de livros. Nessa modalidade, uma tabela permite variação de preço a cada faixa de peso, até um peso máximo, sem considerar a distância. O limite antes era de 20 kg, e agora passa a ser de somente 2 kg. Em 2016, os Correios já haviam tentado limitar a modalidade de envio -à época, a ideia era diminuir o peso permitido de 20 kg para 500 g, mas a empresa acabou recuando. A medida deve afetar o envio de livros técnicos, como obras de medicina e direito, que costumam ultrapassar o peso agora permitido. Os livreiros menores e sebos em locais longe do eixo Rio-São Paulo também devem sentir mais os efeitos da mudança. Para ter uma ideia, 67% das compras feitas na Estante Virtual são feitas fora do Rio e de São Paulo. "Há livreiros distantes que sobrevivem com as vendas on-line. Agora, com a alteração, fica difícil eles concorrerem com o grande e-commerce", diz Richard Svartman, CEO da Estante Virtual. Bolapé O historiador Luiz Antonio Simas, convidado da Flip, lança pela Mórula em julho "Ode a Mauro Shampoo e Outras Histórias da Várzea", livro de crônicas sobre futebol, como foco em anedotas curiosas e times pequenos (como o Colo-Colo, o Alecrim e os Calouros do Ar). Bolapé 2 O título, aliás, é uma homenagem a Mauro Shampoo, que foi centroavante do Íbis Sport Club por dez anos e só fez um gol. Hoje, o atleta é cabeleireiro no Recife. Números Com inscrições encerradas, o Prêmio São Paulo de Literatura teve 193 obras habilitadas para a disputa, com autores de 22 Estados brasileiros e alguns residentes no exterior. De volta Depois de existir por breves três edições e ser suspenso por dois anos, o Prêmio Paraná de Literatura vai voltar. As inscrições serão abertas dia 21/6, pelo site bpp.pr.gov.br. De volta 2 A volta do troféu coincide com os 160 anos da Biblioteca Pública do Paraná. Podem ser inscritos livros inéditos nos gêneros romance, contos e poesia -e os vencedores de cada categoria receberão R$ 30 mil. De volta 3 Quem ganhar terá seu livro publicado pelo selo da biblioteca, com tiragem de mil exemplares. O ganhador também receberá cem cópias do seu livro. Depois, o autor fica livre para negociar sua obra com editoras.
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Frete para envio de livros pode ficar mais caroO envio de certos livros agora fica mais caro. Os Correios resolveram limitar a modalidade de envio "impresso normal", voltada justamente para o despacho mais barato de livros. Nessa modalidade, uma tabela permite variação de preço a cada faixa de peso, até um peso máximo, sem considerar a distância. O limite antes era de 20 kg, e agora passa a ser de somente 2 kg. Em 2016, os Correios já haviam tentado limitar a modalidade de envio -à época, a ideia era diminuir o peso permitido de 20 kg para 500 g, mas a empresa acabou recuando. A medida deve afetar o envio de livros técnicos, como obras de medicina e direito, que costumam ultrapassar o peso agora permitido. Os livreiros menores e sebos em locais longe do eixo Rio-São Paulo também devem sentir mais os efeitos da mudança. Para ter uma ideia, 67% das compras feitas na Estante Virtual são feitas fora do Rio e de São Paulo. "Há livreiros distantes que sobrevivem com as vendas on-line. Agora, com a alteração, fica difícil eles concorrerem com o grande e-commerce", diz Richard Svartman, CEO da Estante Virtual. Bolapé O historiador Luiz Antonio Simas, convidado da Flip, lança pela Mórula em julho "Ode a Mauro Shampoo e Outras Histórias da Várzea", livro de crônicas sobre futebol, como foco em anedotas curiosas e times pequenos (como o Colo-Colo, o Alecrim e os Calouros do Ar). Bolapé 2 O título, aliás, é uma homenagem a Mauro Shampoo, que foi centroavante do Íbis Sport Club por dez anos e só fez um gol. Hoje, o atleta é cabeleireiro no Recife. Números Com inscrições encerradas, o Prêmio São Paulo de Literatura teve 193 obras habilitadas para a disputa, com autores de 22 Estados brasileiros e alguns residentes no exterior. De volta Depois de existir por breves três edições e ser suspenso por dois anos, o Prêmio Paraná de Literatura vai voltar. As inscrições serão abertas dia 21/6, pelo site bpp.pr.gov.br. De volta 2 A volta do troféu coincide com os 160 anos da Biblioteca Pública do Paraná. Podem ser inscritos livros inéditos nos gêneros romance, contos e poesia -e os vencedores de cada categoria receberão R$ 30 mil. De volta 3 Quem ganhar terá seu livro publicado pelo selo da biblioteca, com tiragem de mil exemplares. O ganhador também receberá cem cópias do seu livro. Depois, o autor fica livre para negociar sua obra com editoras.
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Vazamento de dados do Yahoo! pode ter afetado 200 milhões de usuários
O Yahoo! estaria se preparando para confirmar nos próximos dias o vazamento de dados de 200 milhões de usuários após um ataque de hackers, afirmam nesta quinta-feira (22) veículos internacionais citando fontes familiarizadas com o caso. Em agosto, o Yahoo! disse estar investigando um ataque cometido por hackers e que teria comprometido 200 milhões de contas de usuários. Os dados estariam sendo vendidos on-line. O anúncio pode ter implicações na operação de venda dos negócios de internet do Yahoo! para a operadora de telecomunicações americana Verizon. O negócio, de US$ 4,83 bilhões, foi anunciado em julho. A falha na segurança pode trazer problemas aos novos donos do Yahoo!. O acordo está próximo de ser concluído, mas as companhias não podem ser integradas antes que a venda seja aprovada por agências regulatórias e pelos acionistas do Yahoo!. O ataque à base de usuários do Yahoo! foi divulgado em agosto, quando um hacker de codinome "Peace" (Paz, em inglês) afirmou em um site que estava vendendo acesso a 200 milhões de contas do portal existentes em 2012 por US$ 1.800. Os dados incluiriam nome de usuário, senhas descriptografadas e informações pessoais como data de nascimento e outros endereços de e-mail. Na época, o Yahoo! disse que estava "ciente" do caso, mas rejeitou dizer se a acusação de vazamento era legítima e ressaltou que estava investigando a denúncia. A empresa, porém, não enviou aos usuários um pedido para que mudassem suas senhas. Agora, segundo fontes ouvidas pelo site "Recode", o Yahoo! pode ter que fazer isso, embora talvez já seja tarde demais. O "Recode" tentou entrar em contato com o Yahoo!, mas não obteve resposta. VENDA PARA VERIZON O que a Verizon comprou foram os negócios de internet do Yahoo! (na prática, o que está à vista do público: sites, aplicativos etc.). O processo de venda começou no fim do ano passado e tinha como objetivo separar esses negócios das participações que a companhia tem no gigante de comércio eletrônico Alibaba -hoje, grande parte do valor das ações do Yahoo! está relacionada a essa participação em negócios asiáticos, e não na companhia em si. Assim, o Yahoo! deixa de ser uma companhia operacional, destinando-se apenas a administrar os 15% de participação que tem no Alibaba e os 35,5% que detém no Yahoo! Japan Corp. Vários grupos de investidores fizeram ofertas pela companhia de internet. E, segundo executivos disseram em conversa com analistas, o lance dado pela Verizon não foi o maior. Entretanto, avaliou-se que a sinergia com a operadora e com a AOL traria mais ganhos no longo prazo. Nos últimos meses, a Verizon tem buscado ampliar sua oferta de conteúdo digital, principalmente no formato de vídeo e endereçado a celulares. Sob esse ponto de vista, o Yahoo! poderia ampliar a oferta de notícias da operadora. Atualmente, a Verizon tenta convencer os órgãos reguladores americanos a permitir que use com maior liberdade os dados que recolhe de seus consumidores na internet para vender anúncios direcionados a eles.
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Vazamento de dados do Yahoo! pode ter afetado 200 milhões de usuáriosO Yahoo! estaria se preparando para confirmar nos próximos dias o vazamento de dados de 200 milhões de usuários após um ataque de hackers, afirmam nesta quinta-feira (22) veículos internacionais citando fontes familiarizadas com o caso. Em agosto, o Yahoo! disse estar investigando um ataque cometido por hackers e que teria comprometido 200 milhões de contas de usuários. Os dados estariam sendo vendidos on-line. O anúncio pode ter implicações na operação de venda dos negócios de internet do Yahoo! para a operadora de telecomunicações americana Verizon. O negócio, de US$ 4,83 bilhões, foi anunciado em julho. A falha na segurança pode trazer problemas aos novos donos do Yahoo!. O acordo está próximo de ser concluído, mas as companhias não podem ser integradas antes que a venda seja aprovada por agências regulatórias e pelos acionistas do Yahoo!. O ataque à base de usuários do Yahoo! foi divulgado em agosto, quando um hacker de codinome "Peace" (Paz, em inglês) afirmou em um site que estava vendendo acesso a 200 milhões de contas do portal existentes em 2012 por US$ 1.800. Os dados incluiriam nome de usuário, senhas descriptografadas e informações pessoais como data de nascimento e outros endereços de e-mail. Na época, o Yahoo! disse que estava "ciente" do caso, mas rejeitou dizer se a acusação de vazamento era legítima e ressaltou que estava investigando a denúncia. A empresa, porém, não enviou aos usuários um pedido para que mudassem suas senhas. Agora, segundo fontes ouvidas pelo site "Recode", o Yahoo! pode ter que fazer isso, embora talvez já seja tarde demais. O "Recode" tentou entrar em contato com o Yahoo!, mas não obteve resposta. VENDA PARA VERIZON O que a Verizon comprou foram os negócios de internet do Yahoo! (na prática, o que está à vista do público: sites, aplicativos etc.). O processo de venda começou no fim do ano passado e tinha como objetivo separar esses negócios das participações que a companhia tem no gigante de comércio eletrônico Alibaba -hoje, grande parte do valor das ações do Yahoo! está relacionada a essa participação em negócios asiáticos, e não na companhia em si. Assim, o Yahoo! deixa de ser uma companhia operacional, destinando-se apenas a administrar os 15% de participação que tem no Alibaba e os 35,5% que detém no Yahoo! Japan Corp. Vários grupos de investidores fizeram ofertas pela companhia de internet. E, segundo executivos disseram em conversa com analistas, o lance dado pela Verizon não foi o maior. Entretanto, avaliou-se que a sinergia com a operadora e com a AOL traria mais ganhos no longo prazo. Nos últimos meses, a Verizon tem buscado ampliar sua oferta de conteúdo digital, principalmente no formato de vídeo e endereçado a celulares. Sob esse ponto de vista, o Yahoo! poderia ampliar a oferta de notícias da operadora. Atualmente, a Verizon tenta convencer os órgãos reguladores americanos a permitir que use com maior liberdade os dados que recolhe de seus consumidores na internet para vender anúncios direcionados a eles.
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Videogame ensina como economizar energia em casa
Os gatos têm talentos ocultos, além daqueles que revelam em vídeos do YouTube e fotos do Instagram. Nossos amigos felinos também podem nos ensinar a conservar energia. Pelo menos é isso que acredita um grupo de pesquisadores da Universidade Politécnica da Califórnia. Eles lideram um projeto que ensina famílias a viver de maneira mais sustentável, tudo graças a um videogame chamado "EnergyCat: the House of Tomorrow" (o gato da energia: a casa do amanhã, em tradução livre). O mesmo grupo de pesquisadores criou o projeto EnerGAware, em fevereiro de 2015. O objetivo é ensinar as famílias que vivem em conjuntos de habitação pública a economizar energia em suas casas usando um videogame protagonizado por um gato. A interface é semelhante à do jogo "The Sims", um conhecido videogame de simulação social, e o sistema só permite que o usuário avance depois de concluir com sucesso missões relacionadas ao uso eficiente de energia. Perto de 550 pessoas na cidade britânica de Plymouth responderam a pesquisas sobre seu consumo de energia. Entre elas, 237 estavam interessadas em participar e cem foram escolhidas para receber um tablet com o aplicativo já instalado e pronto para jogar. As pessoas que não participaram do jogo tiveram seu consumo de energia monitorado da mesma maneira que os domicílios participantes, para comparar e revelar se o uso do jogo resultou em economia real de energia. Os pesquisadores analisaram igualmente os custos de energia desses domicílios no ano anterior, quando eles não estavam participando do jogo. "Agora que compilamos e analisamos os resultados iniciais, podemos concluir que nos três primeiros meses houve redução de 7% no consumo de energia", afirma Miguel Casals, coordenador da pesquisa. O jogo recompensa ações simples como desligar luzes e oferece informações sobre questões mais complexas, como a escolha de um forno com boa eficiência energética. "Nossa ideia era tornar o jogo divertido. O protagonista é um gato e ele conserta coisas que a família poderia estar fazendo melhor, em termos de consumo de energia", diz Casals. As famílias participantes expressaram suas opiniões em grupos de foco, sobre questões como a aparência das casas do jogo. "As famílias escolheram casas vitorianas porque essa é a imagem mais relevante para elas", diz Casals. O aplicativo também propõe desafios específicos a depender da época do ano. Desafia os participantes, por exemplo, a reduzir seu consumo de energia no período do Natal ao decorar suas arvores com lâmpadas de baixo consumo. "Quando você faz alguma coisa que desperdiça energia, como deixar uma lâmpada acesa, a tela fica vermelha na área. Ao posicionar o cursor sobre lâmpada, o participante recebe informações sobre como economizar energia. Aqueles que jogam também podem 'competir' com vizinhos participantes e divulgar seus placares de consumo na mídia social", diz Casals. Os domicílios participantes não são obrigados a jogar todos os dias e nem existe um requerimento mínimo de interação diária. Sensores de dados acoplados a leitores inteligentes de consumo de energia permitem que os pesquisadores acompanhem o progresso dos domicílios participantes, qualquer que ele seja. O estudo prosseguirá até o final do ano e, a partir de janeiro de 2018, a equipe começará a analisar o conjunto completo de dados. O resultado esperado é que os participantes incorporem ideias sobre consumo de energia, conforto e o custo financeiro de suas ações. A iniciativa tem orçamento de dois milhões de euros (cerca de R$ 7,4 milhões) e foi bancada pela União Europeia. Um dos parceiros do projeto é a EDF Energy, que fornece eletricidade a mais de 38 milhões de pessoas na Europa. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Videogame ensina como economizar energia em casaOs gatos têm talentos ocultos, além daqueles que revelam em vídeos do YouTube e fotos do Instagram. Nossos amigos felinos também podem nos ensinar a conservar energia. Pelo menos é isso que acredita um grupo de pesquisadores da Universidade Politécnica da Califórnia. Eles lideram um projeto que ensina famílias a viver de maneira mais sustentável, tudo graças a um videogame chamado "EnergyCat: the House of Tomorrow" (o gato da energia: a casa do amanhã, em tradução livre). O mesmo grupo de pesquisadores criou o projeto EnerGAware, em fevereiro de 2015. O objetivo é ensinar as famílias que vivem em conjuntos de habitação pública a economizar energia em suas casas usando um videogame protagonizado por um gato. A interface é semelhante à do jogo "The Sims", um conhecido videogame de simulação social, e o sistema só permite que o usuário avance depois de concluir com sucesso missões relacionadas ao uso eficiente de energia. Perto de 550 pessoas na cidade britânica de Plymouth responderam a pesquisas sobre seu consumo de energia. Entre elas, 237 estavam interessadas em participar e cem foram escolhidas para receber um tablet com o aplicativo já instalado e pronto para jogar. As pessoas que não participaram do jogo tiveram seu consumo de energia monitorado da mesma maneira que os domicílios participantes, para comparar e revelar se o uso do jogo resultou em economia real de energia. Os pesquisadores analisaram igualmente os custos de energia desses domicílios no ano anterior, quando eles não estavam participando do jogo. "Agora que compilamos e analisamos os resultados iniciais, podemos concluir que nos três primeiros meses houve redução de 7% no consumo de energia", afirma Miguel Casals, coordenador da pesquisa. O jogo recompensa ações simples como desligar luzes e oferece informações sobre questões mais complexas, como a escolha de um forno com boa eficiência energética. "Nossa ideia era tornar o jogo divertido. O protagonista é um gato e ele conserta coisas que a família poderia estar fazendo melhor, em termos de consumo de energia", diz Casals. As famílias participantes expressaram suas opiniões em grupos de foco, sobre questões como a aparência das casas do jogo. "As famílias escolheram casas vitorianas porque essa é a imagem mais relevante para elas", diz Casals. O aplicativo também propõe desafios específicos a depender da época do ano. Desafia os participantes, por exemplo, a reduzir seu consumo de energia no período do Natal ao decorar suas arvores com lâmpadas de baixo consumo. "Quando você faz alguma coisa que desperdiça energia, como deixar uma lâmpada acesa, a tela fica vermelha na área. Ao posicionar o cursor sobre lâmpada, o participante recebe informações sobre como economizar energia. Aqueles que jogam também podem 'competir' com vizinhos participantes e divulgar seus placares de consumo na mídia social", diz Casals. Os domicílios participantes não são obrigados a jogar todos os dias e nem existe um requerimento mínimo de interação diária. Sensores de dados acoplados a leitores inteligentes de consumo de energia permitem que os pesquisadores acompanhem o progresso dos domicílios participantes, qualquer que ele seja. O estudo prosseguirá até o final do ano e, a partir de janeiro de 2018, a equipe começará a analisar o conjunto completo de dados. O resultado esperado é que os participantes incorporem ideias sobre consumo de energia, conforto e o custo financeiro de suas ações. A iniciativa tem orçamento de dois milhões de euros (cerca de R$ 7,4 milhões) e foi bancada pela União Europeia. Um dos parceiros do projeto é a EDF Energy, que fornece eletricidade a mais de 38 milhões de pessoas na Europa. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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