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Trens novos prometidos por Alckmin tomam sol e chuva à espera de testes
Superlotação, atrasos e falhas constantes. Esses são ingredientes conhecidos por qualquer usuário frequente das linhas da CPTM, na Grande São Paulo. Enquanto isso, a 110 km da capital paulista, vagões novos, já pintados com o símbolo da companhia, acumulam poeira e tomam sol e chuva no pátio da fábrica. São cerca de 80 vagões (o equivalente a dez trens inteiros). Eles estão espalhados pelo terreno e galpão da espanhola CAF, a fabricante, na cidade de Hortolândia –a reportagem da Folha sobrevoou o local nesta semana. O motivo alegado para esse cenário é um gargalo na estrutura de testes obrigatórios dos novos trens antes de entrarem em circulação na rede sob a administração do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). São duas as empresas fornecedoras de novos trens: a CAF e a coreana Hyundai. Por contrato, cada uma delas tem direito a apenas quatro espaços de cada vez para testes nos trilhos da estatal. Sendo assim, qualquer atraso vira um entrave para toda produção. Alckmin chegou a anunciar que os trens demorariam somente um mês para serem testados. Desde maio, porém, a espera tem sido de dois meses, em média. Nesse ritmo, todos os 47 trens (quase 400 vagões) que ainda restam ser entregues só chegariam à população em 2019, três anos após a previsão inicial. O governo do Estado diz que, se as fabricantes solucionarem os defeitos encontrados pelos engenheiros da CPTM na hora dos testes, a liberação seria agilizada –cabe à estatal aprovar os trens. Uma solução seria a ampliação do número de trilhos da CPTM dedicados aos testes, atualmente entre as estações Lapa e Presidente Altino. Mas, para a estatal, essa medida implicaria em novo prejuízo ao já complicado tráfego. O pagamento pelos novos trens é feito de maneira parcelada. Parte no início da fabricação (28,5%), outra parcela na saída da fábrica para testes (29,25%) e uma terceira quando os trens completam os testes (29,25%). A quarta parte é paga quando eles são aprovados em simulações na linha em que serão utilizados (10%). O último pagamento ocorre depois dos últimos testes já com passageiros (3%). Exemplo: um trem pronto para testes, mas parado na fábrica, já custou ao governo do Estado cerca de R$ 8 milhões. Após todos os testes, as empresas receberiam ainda mais cerca de R$ 20 milhões. O governo Alckmin afirma que não há falta de dinheiro para pagamento dos trens. No final deste mês, dois trens devem deixar a fase de testes e liberar espaço para novas composições. Cerca de R$ 20 milhões foram aplicados em multas às duas empresas devido a atrasos de entrega. Além do atraso, o Ministério Público investiga falhas de produção nesses lotes, o que, em tese, atrasaria a liberação dos trens. Procurada, a CAF não quis comentar o contrato ou os trens parados em sua fábrica. A Hyundai diz estar empenhada em cumprir o contrato. Com 260 km de trilhos em operação, a CPTM transporta em média 2,8 milhões de passageiros por dia, em seis linhas que ligam São Paulo a outras cidades da Grande SP. CONTRATOS O contrato com as duas empresas, de quase R$ 2 bilhões, foi assinado quatro anos atrás. Mas, de um lote de 65 trens, apenas 18 estão em uso. Todos eles deveriam já estar rodando desde 2016 nas linhas 7-rubi (que liga a capital a Jundiaí e transporta 450 mil passageiros por dia) e 11-coral (que corta a zona leste e segue até Mogi das Cruzes, com um total de 724 mil passageiros diários). Trens previstos nos contratos - O primeiro tropeço do contrato foi a falência da Iesa, uma das empresas que formava consórcio com a Hyundai. A coreana, então, assumiu o compromisso de entrega de 30 trens, mas teve que refazer todo seu planejamento. A inauguração da fábrica onde seriam montados os vagões só ocorreu em março do ano passado. O governo chegou a divulgar que a Hyundai entregaria os 30 trens até agosto de 2016, mas o prazo não foi cumprido. Até agora apenas três trens deste lote foram entregues. Já a CAF demorou para aprovar os trens fabricados nos testes exigidos pela CPTM. Segundo o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, o primeiro trem da espanhola demorou 13 meses para obter os certificados de todos os testes da estatal. Por isso, o governo paulista só colocou o primeiro trem destes contratos para rodar em julho do ano passado, um mês após o prazo contratual de entrega de todo o lote. A expectativa do governo era de que, após o primeiro teste, as aprovações seguintes seriam mais fáceis. Nessa época, o governador paulista anunciou que a CPTM inauguraria, em média, quatro trens novos por mês. Prorrogando a promessa inicial, ele disse que até o fim de 2017 as 65 composições estariam funcionando. Mas o ritmo está abaixo do esperado. Alckmin tem pressa, já que deixará o cargo em abril para a disputa das eleições do ano que vem. Ele trava uma disputa interna no PSDB com o prefeito João Doria para a escolha do candidato do partido ao Palácio do Planalto. FORNECEDORAS O governo Geraldo Alckmin (PSDB) diz que a demora pela entrega dos trens se deve às fornecedoras do contrato. Já a CAF não se manifestou sobre o caso, e a Hyundai diz que está trabalhando para entregar os trens. Para o governo, que prometeu os trens para 2016, as duas indústrias contratadas encontraram dificuldades e, assim, atrasaram a produção. "A CAF, infelizmente, tinha como prazo colocar o primeiro trem em operação em três meses, mas ela demorou 13 meses. A Hyundai é um problema maior ainda, pois ela se associou à Iesa, que quebrou. A grande dificuldade do contrato é colocar o trem em operação [aprová-los no teste]", disse Clodoaldo Pelissioni, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos. Segundo o secretário, os testes nos trilhos são importantes para identificar falhas não verificáveis pela CPTM na fábrica das fornecedoras. "Choveu dentro do trem e tivemos que trocar a vedação no período de testes", disse. A Hyundai diz acreditar que se a estrutura para testes da CPTM fosse ampliada, seria possível a liberação de mais trens. A empresa afirma ainda ter investido sozinha R$ 100 milhões na construção de sua fábrica no Brasil. A CAF não comenta o contrato, alegando sigilo contratual.
cotidiano
Trens novos prometidos por Alckmin tomam sol e chuva à espera de testesSuperlotação, atrasos e falhas constantes. Esses são ingredientes conhecidos por qualquer usuário frequente das linhas da CPTM, na Grande São Paulo. Enquanto isso, a 110 km da capital paulista, vagões novos, já pintados com o símbolo da companhia, acumulam poeira e tomam sol e chuva no pátio da fábrica. São cerca de 80 vagões (o equivalente a dez trens inteiros). Eles estão espalhados pelo terreno e galpão da espanhola CAF, a fabricante, na cidade de Hortolândia –a reportagem da Folha sobrevoou o local nesta semana. O motivo alegado para esse cenário é um gargalo na estrutura de testes obrigatórios dos novos trens antes de entrarem em circulação na rede sob a administração do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). São duas as empresas fornecedoras de novos trens: a CAF e a coreana Hyundai. Por contrato, cada uma delas tem direito a apenas quatro espaços de cada vez para testes nos trilhos da estatal. Sendo assim, qualquer atraso vira um entrave para toda produção. Alckmin chegou a anunciar que os trens demorariam somente um mês para serem testados. Desde maio, porém, a espera tem sido de dois meses, em média. Nesse ritmo, todos os 47 trens (quase 400 vagões) que ainda restam ser entregues só chegariam à população em 2019, três anos após a previsão inicial. O governo do Estado diz que, se as fabricantes solucionarem os defeitos encontrados pelos engenheiros da CPTM na hora dos testes, a liberação seria agilizada –cabe à estatal aprovar os trens. Uma solução seria a ampliação do número de trilhos da CPTM dedicados aos testes, atualmente entre as estações Lapa e Presidente Altino. Mas, para a estatal, essa medida implicaria em novo prejuízo ao já complicado tráfego. O pagamento pelos novos trens é feito de maneira parcelada. Parte no início da fabricação (28,5%), outra parcela na saída da fábrica para testes (29,25%) e uma terceira quando os trens completam os testes (29,25%). A quarta parte é paga quando eles são aprovados em simulações na linha em que serão utilizados (10%). O último pagamento ocorre depois dos últimos testes já com passageiros (3%). Exemplo: um trem pronto para testes, mas parado na fábrica, já custou ao governo do Estado cerca de R$ 8 milhões. Após todos os testes, as empresas receberiam ainda mais cerca de R$ 20 milhões. O governo Alckmin afirma que não há falta de dinheiro para pagamento dos trens. No final deste mês, dois trens devem deixar a fase de testes e liberar espaço para novas composições. Cerca de R$ 20 milhões foram aplicados em multas às duas empresas devido a atrasos de entrega. Além do atraso, o Ministério Público investiga falhas de produção nesses lotes, o que, em tese, atrasaria a liberação dos trens. Procurada, a CAF não quis comentar o contrato ou os trens parados em sua fábrica. A Hyundai diz estar empenhada em cumprir o contrato. Com 260 km de trilhos em operação, a CPTM transporta em média 2,8 milhões de passageiros por dia, em seis linhas que ligam São Paulo a outras cidades da Grande SP. CONTRATOS O contrato com as duas empresas, de quase R$ 2 bilhões, foi assinado quatro anos atrás. Mas, de um lote de 65 trens, apenas 18 estão em uso. Todos eles deveriam já estar rodando desde 2016 nas linhas 7-rubi (que liga a capital a Jundiaí e transporta 450 mil passageiros por dia) e 11-coral (que corta a zona leste e segue até Mogi das Cruzes, com um total de 724 mil passageiros diários). Trens previstos nos contratos - O primeiro tropeço do contrato foi a falência da Iesa, uma das empresas que formava consórcio com a Hyundai. A coreana, então, assumiu o compromisso de entrega de 30 trens, mas teve que refazer todo seu planejamento. A inauguração da fábrica onde seriam montados os vagões só ocorreu em março do ano passado. O governo chegou a divulgar que a Hyundai entregaria os 30 trens até agosto de 2016, mas o prazo não foi cumprido. Até agora apenas três trens deste lote foram entregues. Já a CAF demorou para aprovar os trens fabricados nos testes exigidos pela CPTM. Segundo o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, o primeiro trem da espanhola demorou 13 meses para obter os certificados de todos os testes da estatal. Por isso, o governo paulista só colocou o primeiro trem destes contratos para rodar em julho do ano passado, um mês após o prazo contratual de entrega de todo o lote. A expectativa do governo era de que, após o primeiro teste, as aprovações seguintes seriam mais fáceis. Nessa época, o governador paulista anunciou que a CPTM inauguraria, em média, quatro trens novos por mês. Prorrogando a promessa inicial, ele disse que até o fim de 2017 as 65 composições estariam funcionando. Mas o ritmo está abaixo do esperado. Alckmin tem pressa, já que deixará o cargo em abril para a disputa das eleições do ano que vem. Ele trava uma disputa interna no PSDB com o prefeito João Doria para a escolha do candidato do partido ao Palácio do Planalto. FORNECEDORAS O governo Geraldo Alckmin (PSDB) diz que a demora pela entrega dos trens se deve às fornecedoras do contrato. Já a CAF não se manifestou sobre o caso, e a Hyundai diz que está trabalhando para entregar os trens. Para o governo, que prometeu os trens para 2016, as duas indústrias contratadas encontraram dificuldades e, assim, atrasaram a produção. "A CAF, infelizmente, tinha como prazo colocar o primeiro trem em operação em três meses, mas ela demorou 13 meses. A Hyundai é um problema maior ainda, pois ela se associou à Iesa, que quebrou. A grande dificuldade do contrato é colocar o trem em operação [aprová-los no teste]", disse Clodoaldo Pelissioni, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos. Segundo o secretário, os testes nos trilhos são importantes para identificar falhas não verificáveis pela CPTM na fábrica das fornecedoras. "Choveu dentro do trem e tivemos que trocar a vedação no período de testes", disse. A Hyundai diz acreditar que se a estrutura para testes da CPTM fosse ampliada, seria possível a liberação de mais trens. A empresa afirma ainda ter investido sozinha R$ 100 milhões na construção de sua fábrica no Brasil. A CAF não comenta o contrato, alegando sigilo contratual.
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Excesso de receita vai pagar 60% das 'pedaladas fiscais'
O governo federal vai usar recursos do excesso de arrecadação de 2014, disponíveis na conta única do Tesouro Nacional, para quitar cerca de 60% das dívidas com bancos públicos e com o FGTS relativas às "pedaladas fiscais". As pedaladas foram atrasos dos repasses da União para quitar benefícios sociais e subsídios pagos por bancos públicos. Por causa delas, o TCU (Tribunal de Contas da União) reprovou as contas de Dilma Rousseff em 2014. Em relação ao FGTS está previsto o pagamento de R$ 10,99 bilhões de atraso no repasse da multa adicional de 10% e de R$ 8,99 bilhões para cobrir subsídio ao Minha Casa, Minha Vida. Os valores devem ser suficientes para quitar os passivos até 2015. Também estão previstos R$ 15,1 bilhões para o BNDES relativos à dívida com subsídios do PSI (Programa de Sustentação do Investimento). No total, as "pedaladas" somam R$ 57 bilhões e incluem ainda passivos com o Banco do Brasil e à Caixa. Para viabilizar o pagamento, o governo publicou na quinta (24) a medida provisória 704, que autoriza o uso dos recursos existentes no Tesouro no final de 2014 para cobrir despesas de 2015. O ministério diz que esse procedimento foi usado pelo governo em diversas ocasiões desde 1997. A oposição classificou a decisão como "truque contábil". O Planejamento também publicou portaria que vincula esses recursos às despesas que foram "pedaladas". Entenda as pedaladas
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Excesso de receita vai pagar 60% das 'pedaladas fiscais'O governo federal vai usar recursos do excesso de arrecadação de 2014, disponíveis na conta única do Tesouro Nacional, para quitar cerca de 60% das dívidas com bancos públicos e com o FGTS relativas às "pedaladas fiscais". As pedaladas foram atrasos dos repasses da União para quitar benefícios sociais e subsídios pagos por bancos públicos. Por causa delas, o TCU (Tribunal de Contas da União) reprovou as contas de Dilma Rousseff em 2014. Em relação ao FGTS está previsto o pagamento de R$ 10,99 bilhões de atraso no repasse da multa adicional de 10% e de R$ 8,99 bilhões para cobrir subsídio ao Minha Casa, Minha Vida. Os valores devem ser suficientes para quitar os passivos até 2015. Também estão previstos R$ 15,1 bilhões para o BNDES relativos à dívida com subsídios do PSI (Programa de Sustentação do Investimento). No total, as "pedaladas" somam R$ 57 bilhões e incluem ainda passivos com o Banco do Brasil e à Caixa. Para viabilizar o pagamento, o governo publicou na quinta (24) a medida provisória 704, que autoriza o uso dos recursos existentes no Tesouro no final de 2014 para cobrir despesas de 2015. O ministério diz que esse procedimento foi usado pelo governo em diversas ocasiões desde 1997. A oposição classificou a decisão como "truque contábil". O Planejamento também publicou portaria que vincula esses recursos às despesas que foram "pedaladas". Entenda as pedaladas
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Governos tratam programas de educação como amores de Carnaval
A divulgação de uma brutal queda no número de alunos estudando em período integral no Brasil disputou espaço no noticiário com a sanção presidencial à reforma do ensino médio há duas semanas. Não era para menos. Uma das metas do PNE (Plano Nacional de Educação) é que 25% dos estudantes da rede pública, contando todo o ensino básico, tenham sete horas ou mais de atividades escolares até 2024. Vínhamos caminhando nessa direção, mas, em 2016, retrocedemos feio. As matrículas integrais na rede pública —considerando os anos finais e iniciais do ciclo fundamental e o ensino médio— somavam 16,39% do total em 2015. No ano passado, o percentual recuou para 9,61%. A queda —puxada pelo ensino fundamental— se deveu, segundo especialistas e autoridades, a solavancos sofridos por um programa chamado "Mais Educação", lançado em 2007 pelo governo federal com o objetivo principal de fomentar a educação integral. Segundo a imprensa, o "Mais Educação" passava por problemas de repasse aos Estados e municípios e acabou paralisado em meio à crise política. No fim do ano passado, o governo Temer repaginou o programa por meio de uma portaria, lançando o "Novo Mais Educação". A educação integral foi substituída no início do texto por "ampliação da jornada escolar", que não é mais citada como a principal finalidade do programa, mas como meio para atingir outro objetivo específico: "a melhora da aprendizagem em língua portuguesa e matemática". Parece fazer sentido atrelar o aumento da jornada escolar ao efeito que se espera dela (como melhoria do desempenho dos alunos em determinadas disciplinas). O projeto anterior falava, de forma meio confusa, de desdobramentos esperados com o aumento da jornada integral, como redução da evasão e do atraso escolar. São objetivos também citados, aliás, pela regulamentação que cria o "Novo Mais Educação". A portaria não diz, no entanto, em que a versão antiga do programa falhou e porque está sendo alterada. Não explica tampouco porque se espera que a versão nova do projeto seja mais eficiente do que a anterior. A busca pelo aprimoramento da política pública é sempre bem vinda e deveria ser rotineira. Mas quando esse processo não é acompanhado por uma avaliação de impacto criteriosa, de preferência independente e isenta, do que vinha sendo tentado corre-se o risco de continuar errando. É o que acontece repetidamente no Brasil. Por isso programas educacionais são implementados e abandonados sem nenhuma prestação de contas à sociedade. O "Mais Educação" está longe de ser o primeiro caso. Há inúmeros outros. Os chamados programas de correção de fluxo escolar, por exemplo, foram moda nos anos 1990 e 2000. Seu objetivo era devolver alunos atrasados para a série adequada à sua idade. Chegaram a atender mais de um milhão de alunos em um único ano, depois foram minguando até sumir das estatísticas oficiais. Perguntados sobre a razão do aparente abandono dessa política, há gestores que dizem que eles já cumpriram seu papel no país; outros falam que eles foram sendo eliminados a cada mudança de gestão estadual e municipal sem um motivo claro. É fato que a reprovação e o atraso escolar caíram no Brasil, mas permanecem em patamares elevados. Além disso, o mesmo censo escolar que revelou que as matrículas no ensino integral despencaram mostrou que, no caso do ensino médio, a taxa de distorção entre idade e série dos alunos parou de melhorar nos últimos anos. Pode ser que os programas de correção de fluxo tenham, realmente, ajudado na queda do atraso escolar, assim como pode ser que eles tenham morrido precocemente contribuindo para a reversão recente apontada pelo censo. Como não há uma análise de desempenho desses programas, com mensuração e documentação clara de seus efeitos, não podemos concluir nada. E assim vamos levando, acumulando fracassos na melhora da aprendizagem de nossos alunos e abandonando programas educacionais - custeados pelos impostos que pagamos - como se fossem amores efêmeros de Carnaval.
colunas
Governos tratam programas de educação como amores de CarnavalA divulgação de uma brutal queda no número de alunos estudando em período integral no Brasil disputou espaço no noticiário com a sanção presidencial à reforma do ensino médio há duas semanas. Não era para menos. Uma das metas do PNE (Plano Nacional de Educação) é que 25% dos estudantes da rede pública, contando todo o ensino básico, tenham sete horas ou mais de atividades escolares até 2024. Vínhamos caminhando nessa direção, mas, em 2016, retrocedemos feio. As matrículas integrais na rede pública —considerando os anos finais e iniciais do ciclo fundamental e o ensino médio— somavam 16,39% do total em 2015. No ano passado, o percentual recuou para 9,61%. A queda —puxada pelo ensino fundamental— se deveu, segundo especialistas e autoridades, a solavancos sofridos por um programa chamado "Mais Educação", lançado em 2007 pelo governo federal com o objetivo principal de fomentar a educação integral. Segundo a imprensa, o "Mais Educação" passava por problemas de repasse aos Estados e municípios e acabou paralisado em meio à crise política. No fim do ano passado, o governo Temer repaginou o programa por meio de uma portaria, lançando o "Novo Mais Educação". A educação integral foi substituída no início do texto por "ampliação da jornada escolar", que não é mais citada como a principal finalidade do programa, mas como meio para atingir outro objetivo específico: "a melhora da aprendizagem em língua portuguesa e matemática". Parece fazer sentido atrelar o aumento da jornada escolar ao efeito que se espera dela (como melhoria do desempenho dos alunos em determinadas disciplinas). O projeto anterior falava, de forma meio confusa, de desdobramentos esperados com o aumento da jornada integral, como redução da evasão e do atraso escolar. São objetivos também citados, aliás, pela regulamentação que cria o "Novo Mais Educação". A portaria não diz, no entanto, em que a versão antiga do programa falhou e porque está sendo alterada. Não explica tampouco porque se espera que a versão nova do projeto seja mais eficiente do que a anterior. A busca pelo aprimoramento da política pública é sempre bem vinda e deveria ser rotineira. Mas quando esse processo não é acompanhado por uma avaliação de impacto criteriosa, de preferência independente e isenta, do que vinha sendo tentado corre-se o risco de continuar errando. É o que acontece repetidamente no Brasil. Por isso programas educacionais são implementados e abandonados sem nenhuma prestação de contas à sociedade. O "Mais Educação" está longe de ser o primeiro caso. Há inúmeros outros. Os chamados programas de correção de fluxo escolar, por exemplo, foram moda nos anos 1990 e 2000. Seu objetivo era devolver alunos atrasados para a série adequada à sua idade. Chegaram a atender mais de um milhão de alunos em um único ano, depois foram minguando até sumir das estatísticas oficiais. Perguntados sobre a razão do aparente abandono dessa política, há gestores que dizem que eles já cumpriram seu papel no país; outros falam que eles foram sendo eliminados a cada mudança de gestão estadual e municipal sem um motivo claro. É fato que a reprovação e o atraso escolar caíram no Brasil, mas permanecem em patamares elevados. Além disso, o mesmo censo escolar que revelou que as matrículas no ensino integral despencaram mostrou que, no caso do ensino médio, a taxa de distorção entre idade e série dos alunos parou de melhorar nos últimos anos. Pode ser que os programas de correção de fluxo tenham, realmente, ajudado na queda do atraso escolar, assim como pode ser que eles tenham morrido precocemente contribuindo para a reversão recente apontada pelo censo. Como não há uma análise de desempenho desses programas, com mensuração e documentação clara de seus efeitos, não podemos concluir nada. E assim vamos levando, acumulando fracassos na melhora da aprendizagem de nossos alunos e abandonando programas educacionais - custeados pelos impostos que pagamos - como se fossem amores efêmeros de Carnaval.
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Trabalhar muitas horas aumenta risco de derrame, diz estudo
A análise de dados de mais de meio milhão de pessoas mostrou que quem cumpre longas jornadas de trabalho tem mais chances de ter um derrame. O estudo foi publicado na revista de medicina Lancet. Ainda não se sabe qual é a relação exata entre as duas coisas. Suspeita-se que índices maiores de derrame entre pessoas que cumprem longas jornadas possam ser explicados por mais estresse no trabalho e estilo de vida nocivo. Especialistas dizem que quem trabalha além do tradicional turno de "9h às 17h" deve monitorar a pressão sanguínea. O estudo mostrou que quem cumpre uma jornada de até 48 horas semanais tem 10% mais chances de ter um derrame do que aqueles que trabalham entre 35h e 40h por semana. Já uma jornada de 54 horas eleva os riscos em 27%, e a de mais de 55 horas, em 33%. Mika Kivimaki, do University College London, disse que no grupo que trabalha entre 35 a 40 horas por semana houve menos de cinco derrames a cada mil pessoas por década. A frequência aumentou para seis derrames por mil pessoas por década entre aqueles que trabalham 55 horas ou mais. Kivimaki disse que os pesquisadores ainda estavam no "estágios iniciais" para entender o que ocorre. Entre as possíveis causas estão o estresse extra de longas jornadas e o fato de que ficar sentado por muito tempo é ruim para a saúde e pode aumentar os riscos de derrame. Mas os índices também poderiam ser apenas um indicativo de problemas de saúde de pessoas que, presas ao escritório, não têm tempo para preparar refeições saudáveis ou fazer exercícios. "As pessoas precisam ser extremamente cuidadosas para continuar mantendo um estilo de vida saudável e assegurar que sua pressão sanguínea não aumente", diz Kivimaki. "Cumprir longas jornadas pode envolver sentar por longos períodos e estar sujeito a estresse. Também leva a ter menos tempo para se cuidar", diz Shamim Quadir, da Associação Derrame. "Aconselhamos as pessoas a checar regularmente sua pressão sanguínea e, se você tiver alguma preocupação com a possibilidade de ter um derrame, marcar um consulta com um médico", afirma. "A maioria de nós poderia reduzir a quantidade de tempo que passa sentado, aumentar nossa atividade física e melhorar nossa dieta enquanto trabalha, e isso pode ser mais importante de acordo com nossa jornada", diz Tim Chico, um cardiologista baseado na Universidade de Sheffield.
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Trabalhar muitas horas aumenta risco de derrame, diz estudoA análise de dados de mais de meio milhão de pessoas mostrou que quem cumpre longas jornadas de trabalho tem mais chances de ter um derrame. O estudo foi publicado na revista de medicina Lancet. Ainda não se sabe qual é a relação exata entre as duas coisas. Suspeita-se que índices maiores de derrame entre pessoas que cumprem longas jornadas possam ser explicados por mais estresse no trabalho e estilo de vida nocivo. Especialistas dizem que quem trabalha além do tradicional turno de "9h às 17h" deve monitorar a pressão sanguínea. O estudo mostrou que quem cumpre uma jornada de até 48 horas semanais tem 10% mais chances de ter um derrame do que aqueles que trabalham entre 35h e 40h por semana. Já uma jornada de 54 horas eleva os riscos em 27%, e a de mais de 55 horas, em 33%. Mika Kivimaki, do University College London, disse que no grupo que trabalha entre 35 a 40 horas por semana houve menos de cinco derrames a cada mil pessoas por década. A frequência aumentou para seis derrames por mil pessoas por década entre aqueles que trabalham 55 horas ou mais. Kivimaki disse que os pesquisadores ainda estavam no "estágios iniciais" para entender o que ocorre. Entre as possíveis causas estão o estresse extra de longas jornadas e o fato de que ficar sentado por muito tempo é ruim para a saúde e pode aumentar os riscos de derrame. Mas os índices também poderiam ser apenas um indicativo de problemas de saúde de pessoas que, presas ao escritório, não têm tempo para preparar refeições saudáveis ou fazer exercícios. "As pessoas precisam ser extremamente cuidadosas para continuar mantendo um estilo de vida saudável e assegurar que sua pressão sanguínea não aumente", diz Kivimaki. "Cumprir longas jornadas pode envolver sentar por longos períodos e estar sujeito a estresse. Também leva a ter menos tempo para se cuidar", diz Shamim Quadir, da Associação Derrame. "Aconselhamos as pessoas a checar regularmente sua pressão sanguínea e, se você tiver alguma preocupação com a possibilidade de ter um derrame, marcar um consulta com um médico", afirma. "A maioria de nós poderia reduzir a quantidade de tempo que passa sentado, aumentar nossa atividade física e melhorar nossa dieta enquanto trabalha, e isso pode ser mais importante de acordo com nossa jornada", diz Tim Chico, um cardiologista baseado na Universidade de Sheffield.
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Delegados da Polícia Federal são presos sob suspeita de corrupção
Três delegados da Polícia Federal (PF) foram presos nesta quinta (14) acusados de corrupção envolvendo investigações que eles próprios conduziam. Os delegados Ulisses Francisco Vieira Mendes, Rodrigo Leão e Carlos Basto Valbão pertencem à Delegacia de Combate a Crimes Previdenciários da PF em São Paulo. Mendes foi o diretor da delegacia até 2015 e está aposentado. Valbão, que começou na Polícia Federal como agente, já havia sido alvo de investigação por corrupção no passado. A investigação começou em agosto de 2015 após a denúncia de que policiais federais teriam pedido propina para deixar de investigar pessoas suspeitas de praticar crimes previdenciários. Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de condução coercitiva e 13 mandados de prisão preventiva, todos na capital paulista e Grande São Paulo. A pedido da PF, um quarto policial foi afastado preventivamente de suas atividades pela 9ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Os investigados serão indiciados e responderão pelos crimes de corrupção ativa e corrupção passiva. Eles estão presos na Superintendência da PF, no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo. Os três policiais eram os principais investigadores de crimes contra o INSS em São Paulo. Em 2013 eles prenderam uma quadrilha formada por funcionários e peritos do INSS de Osasco e Carapicuíba que vendia benefícios, como aposentadorias por invalidez a pessoas saudáveis. Na ocasião, os delegados estimaram que as propinas chegaram ao montante de R$ 5 milhões. O advogado de Ulisses Mendes, Olímpio José Ferreira Rodrigues, afirmou que não há evidências de que seu cliente tenha participado de qualquer tipo de crime e que o pedido de prisão foi feito pelo fato de Ulisses ser, na época, chefe da delegacia onde os crimes foram realizados. A Folha não conseguiu contato com advogados e familiares dos outros acusados.
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Delegados da Polícia Federal são presos sob suspeita de corrupçãoTrês delegados da Polícia Federal (PF) foram presos nesta quinta (14) acusados de corrupção envolvendo investigações que eles próprios conduziam. Os delegados Ulisses Francisco Vieira Mendes, Rodrigo Leão e Carlos Basto Valbão pertencem à Delegacia de Combate a Crimes Previdenciários da PF em São Paulo. Mendes foi o diretor da delegacia até 2015 e está aposentado. Valbão, que começou na Polícia Federal como agente, já havia sido alvo de investigação por corrupção no passado. A investigação começou em agosto de 2015 após a denúncia de que policiais federais teriam pedido propina para deixar de investigar pessoas suspeitas de praticar crimes previdenciários. Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de condução coercitiva e 13 mandados de prisão preventiva, todos na capital paulista e Grande São Paulo. A pedido da PF, um quarto policial foi afastado preventivamente de suas atividades pela 9ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Os investigados serão indiciados e responderão pelos crimes de corrupção ativa e corrupção passiva. Eles estão presos na Superintendência da PF, no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo. Os três policiais eram os principais investigadores de crimes contra o INSS em São Paulo. Em 2013 eles prenderam uma quadrilha formada por funcionários e peritos do INSS de Osasco e Carapicuíba que vendia benefícios, como aposentadorias por invalidez a pessoas saudáveis. Na ocasião, os delegados estimaram que as propinas chegaram ao montante de R$ 5 milhões. O advogado de Ulisses Mendes, Olímpio José Ferreira Rodrigues, afirmou que não há evidências de que seu cliente tenha participado de qualquer tipo de crime e que o pedido de prisão foi feito pelo fato de Ulisses ser, na época, chefe da delegacia onde os crimes foram realizados. A Folha não conseguiu contato com advogados e familiares dos outros acusados.
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Dois ex-conselheiros do Carf viram réus
Dois ex-conselheiros do Carf (conselho vinculado à Fazenda que julga recursos de firmas contra multas da Receita) se tornaram réus em ação penal por irregularidades no órgão. É a primeira vez que isso ocorre desde o início da Operação Zelotes. A decisão é do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. Ele acolheu denúncia da Procuradoria no Distrito Federal por tráfico de influência dos advogados, ambos ex-conselheiros do Carf. A pena varia de dois a cinco anos de prisão e multa. Segundo a denúncia –subscrita pelos procuradores Frederico Paiva, José Alfredo e Raquel Branquinho–, Edison e Meigan "solicitaram dinheiro a pretexto de influir em ato" do órgão. Eles sustentam que pai e filha participaram de suposto esquema para interferir em recurso movido pela firma Laser Tech Comércio e Importação de Eletrônicos. O processo tramitava no Carf desde 2011. O valor da disputa não foi revelado. Em 2013, a pedido da Receita, a Justiça decretou indisponibilidade de R$ 282 milhões em bens da empresa. Um dos conselheiros da seção que julgaria o recurso era Guilherme Pollastri Gomes da Silva que, dizem os procuradores, foi procurado por Edison e Meigan a pedido de outro advogado, Tharyk Jaccoud Paixão, interessado em obter vista do processo em setembro de 2014. SUBORNO Pela denúncia, teriam sido oferecidos de R$ 30 mil a R$ 50 mil para que Pollastri pedisse a vista. Pouco antes do julgamento, porém, Paixão telefonou a Edison para dizer que a pessoa interessada na vista, "Milton", havia desistido de pagar o suborno. "Ele falou: 'Tharyk, se fosse uns 20 [mil reais], beleza, eu banco! Agora, se for para ser mais do que isso, eu fico... Um pouco complicado. Fica mais caro'. Aí ele pediu para deixa rolar. A gente trabalha esse processo lá em cima", disse Paixão a Edison, conforme interceptação da PF. Logo depois, Meigan enviou mensagem ao conselheiro do Carf: "Polastri, pode esquecer. A pessoa desistiu. Então nem perde tempo analisando o processo". Como o valor não foi pago, os procuradores optaram por não denunciar Pollastri. Mas a tentativa de suborno, dizem, configura crime em relação a Edison e Meigan. OUTRO LADO Os advogados dos ex-conselheiros do Carf Edison e Meigan Rodrigues, do escritório Assis Toledo e Vilhena Toledo Advogados Associados, não foram localizados. Em agosto, à CPI do Carf, no Senado, Edison optou pelo direito ao silêncio. Na mesma sessão, Meigan negou ter negociado decisões no Carf e disse que era acusada em razão de "uma única gravação", que teria gerado "uma interpretação equivocada, errada e fora do contexto". "Não há nenhum fundamento. Nunca presenciei nenhum tipo de negociação. Em seis anos que percorro aqueles corredores [do Carf], eu nunca vi isso, ninguém recebendo dinheiro para votar. [...] Nós estamos falando de um julgamento paritário, feito por três conselheiros e três fiscais. Quem conduz é um fiscal, é o presidente, que tem o voto de minerva", disse. Guilherme Pollastri, Tharyk Paixão e a Laser Tech não foram localizados.
poder
Dois ex-conselheiros do Carf viram réusDois ex-conselheiros do Carf (conselho vinculado à Fazenda que julga recursos de firmas contra multas da Receita) se tornaram réus em ação penal por irregularidades no órgão. É a primeira vez que isso ocorre desde o início da Operação Zelotes. A decisão é do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. Ele acolheu denúncia da Procuradoria no Distrito Federal por tráfico de influência dos advogados, ambos ex-conselheiros do Carf. A pena varia de dois a cinco anos de prisão e multa. Segundo a denúncia –subscrita pelos procuradores Frederico Paiva, José Alfredo e Raquel Branquinho–, Edison e Meigan "solicitaram dinheiro a pretexto de influir em ato" do órgão. Eles sustentam que pai e filha participaram de suposto esquema para interferir em recurso movido pela firma Laser Tech Comércio e Importação de Eletrônicos. O processo tramitava no Carf desde 2011. O valor da disputa não foi revelado. Em 2013, a pedido da Receita, a Justiça decretou indisponibilidade de R$ 282 milhões em bens da empresa. Um dos conselheiros da seção que julgaria o recurso era Guilherme Pollastri Gomes da Silva que, dizem os procuradores, foi procurado por Edison e Meigan a pedido de outro advogado, Tharyk Jaccoud Paixão, interessado em obter vista do processo em setembro de 2014. SUBORNO Pela denúncia, teriam sido oferecidos de R$ 30 mil a R$ 50 mil para que Pollastri pedisse a vista. Pouco antes do julgamento, porém, Paixão telefonou a Edison para dizer que a pessoa interessada na vista, "Milton", havia desistido de pagar o suborno. "Ele falou: 'Tharyk, se fosse uns 20 [mil reais], beleza, eu banco! Agora, se for para ser mais do que isso, eu fico... Um pouco complicado. Fica mais caro'. Aí ele pediu para deixa rolar. A gente trabalha esse processo lá em cima", disse Paixão a Edison, conforme interceptação da PF. Logo depois, Meigan enviou mensagem ao conselheiro do Carf: "Polastri, pode esquecer. A pessoa desistiu. Então nem perde tempo analisando o processo". Como o valor não foi pago, os procuradores optaram por não denunciar Pollastri. Mas a tentativa de suborno, dizem, configura crime em relação a Edison e Meigan. OUTRO LADO Os advogados dos ex-conselheiros do Carf Edison e Meigan Rodrigues, do escritório Assis Toledo e Vilhena Toledo Advogados Associados, não foram localizados. Em agosto, à CPI do Carf, no Senado, Edison optou pelo direito ao silêncio. Na mesma sessão, Meigan negou ter negociado decisões no Carf e disse que era acusada em razão de "uma única gravação", que teria gerado "uma interpretação equivocada, errada e fora do contexto". "Não há nenhum fundamento. Nunca presenciei nenhum tipo de negociação. Em seis anos que percorro aqueles corredores [do Carf], eu nunca vi isso, ninguém recebendo dinheiro para votar. [...] Nós estamos falando de um julgamento paritário, feito por três conselheiros e três fiscais. Quem conduz é um fiscal, é o presidente, que tem o voto de minerva", disse. Guilherme Pollastri, Tharyk Paixão e a Laser Tech não foram localizados.
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Tentar tirar dados da internet é como 'desfritar' ovo, diz especialista da BBC
Qualquer usuário de redes sociais pode ter seu nome completo, localização e até número de telefone revelados em poucos minutos, mesmo tomando precauções. Em palestra no 11º congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) neste sábado (25), em São Paulo, o especialista em pesquisas na internet da "BBC" Paul Myers listou sites que podem ser acessados abertamente para encontrar dados pessoais de outras pessoas. As ferramentas são úteis em investigações jornalísticas e permitem localizar estelionatários e até terroristas, mas também mostram como usuários do Facebook, Twitter ou Skype estão desprotegidos. A maior parte deles usa dados pessoais disponibilizados online ou o endereço eletrônico (IP) do internauta para fornecer as informações. Myers comparou o IP a uma agenda de contatos de celular. "Seus amigos tem um número associado ao nome deles. Na internet, você também tem um número. E pode ser rastreado", disse. Segundo o jornalista, sites como "Regex.info" permitem descobrir onde algumas fotos foram tiradas, em que data e com qual aparelho celular. Outros, como"TrueCaller", podem, com uma simples pesquisa, mostrar o dono de uma linha telefônica ou conta de Skype e em que país ou endereço ele está. Questionado se é possível retirar as informações pessoais da internet depois que elas já estão públicas, Paul Myers foi direto: "É como tentar 'desfritar' um ovo." No entanto, é possível evitar que ainda mais dados sejam comprometidos. Algumas medidas são nunca fornecer compartilhar a localização quando perguntado por um navegador e manter as publicações nas redes sociais apenas para amigos. O uso de janelas anônimas ou abas incógnitas, oferecido por alguns navegadores, também não garante proteção. CRISE HUMANITÁRIA Também durante o congresso neste sábado, jornalistas que atuaram em crises humanitárias debateram a cobertura do tema em situações extremas. Para Leandro Colon, repórter especial da Folha e primeiro a mostrar no Brasil, em 2014, a chegada à Itália de imigrantes africanos resgatados no mar, essas coberturas são uma aposta. "Custa muito caro, você ficam dias sem dormir." A repórter especial do jornal "Zero Hora" Letícia Duarte, também participou da mesa e disse que é preciso "ter a maior proximidade possível para traduzir esse mundo ao leitor".
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Tentar tirar dados da internet é como 'desfritar' ovo, diz especialista da BBCQualquer usuário de redes sociais pode ter seu nome completo, localização e até número de telefone revelados em poucos minutos, mesmo tomando precauções. Em palestra no 11º congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) neste sábado (25), em São Paulo, o especialista em pesquisas na internet da "BBC" Paul Myers listou sites que podem ser acessados abertamente para encontrar dados pessoais de outras pessoas. As ferramentas são úteis em investigações jornalísticas e permitem localizar estelionatários e até terroristas, mas também mostram como usuários do Facebook, Twitter ou Skype estão desprotegidos. A maior parte deles usa dados pessoais disponibilizados online ou o endereço eletrônico (IP) do internauta para fornecer as informações. Myers comparou o IP a uma agenda de contatos de celular. "Seus amigos tem um número associado ao nome deles. Na internet, você também tem um número. E pode ser rastreado", disse. Segundo o jornalista, sites como "Regex.info" permitem descobrir onde algumas fotos foram tiradas, em que data e com qual aparelho celular. Outros, como"TrueCaller", podem, com uma simples pesquisa, mostrar o dono de uma linha telefônica ou conta de Skype e em que país ou endereço ele está. Questionado se é possível retirar as informações pessoais da internet depois que elas já estão públicas, Paul Myers foi direto: "É como tentar 'desfritar' um ovo." No entanto, é possível evitar que ainda mais dados sejam comprometidos. Algumas medidas são nunca fornecer compartilhar a localização quando perguntado por um navegador e manter as publicações nas redes sociais apenas para amigos. O uso de janelas anônimas ou abas incógnitas, oferecido por alguns navegadores, também não garante proteção. CRISE HUMANITÁRIA Também durante o congresso neste sábado, jornalistas que atuaram em crises humanitárias debateram a cobertura do tema em situações extremas. Para Leandro Colon, repórter especial da Folha e primeiro a mostrar no Brasil, em 2014, a chegada à Itália de imigrantes africanos resgatados no mar, essas coberturas são uma aposta. "Custa muito caro, você ficam dias sem dormir." A repórter especial do jornal "Zero Hora" Letícia Duarte, também participou da mesa e disse que é preciso "ter a maior proximidade possível para traduzir esse mundo ao leitor".
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Nas redes sociais, 43% não sabem a origem do que leem, diz pesquisa
Nas redes sociais, 43% das pessoas não sabem que empresa ou marca publicou originalmente o conteúdo que estão lendo, indica pesquisa da Digital Content Next, associação comercial de grandes publicações mundiais, como "New York Times" e "BBC", entre outros. O reconhecimento da marca varia conforme o assunto. Notícias nacionais e de esportes têm sua origem reconhecida por cerca de 61% dos leitores, enquanto conteúdo relacionado a estilo de vida, por 48% do público leitor. A pesquisa indica ainda que 40% dos entrevistados clicariam em conteúdo de fontes desconhecidas e 69%, após ler uma história em redes sociais, estariam dispostos a visitar o site da publicação. As leituras na internet são feitas meio de sites ou aplicativos (35%), mecanismos de busca (31%) e redes sociais (34%). As informações são do site Digiday, que produz conteúdo relacionado a marketing e imprensa.
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Nas redes sociais, 43% não sabem a origem do que leem, diz pesquisaNas redes sociais, 43% das pessoas não sabem que empresa ou marca publicou originalmente o conteúdo que estão lendo, indica pesquisa da Digital Content Next, associação comercial de grandes publicações mundiais, como "New York Times" e "BBC", entre outros. O reconhecimento da marca varia conforme o assunto. Notícias nacionais e de esportes têm sua origem reconhecida por cerca de 61% dos leitores, enquanto conteúdo relacionado a estilo de vida, por 48% do público leitor. A pesquisa indica ainda que 40% dos entrevistados clicariam em conteúdo de fontes desconhecidas e 69%, após ler uma história em redes sociais, estariam dispostos a visitar o site da publicação. As leituras na internet são feitas meio de sites ou aplicativos (35%), mecanismos de busca (31%) e redes sociais (34%). As informações são do site Digiday, que produz conteúdo relacionado a marketing e imprensa.
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Saúde responde: O que podem ser as manchas no meu campo de visão?
Às vezes percebo algumas sujeirinhas no meu campo de visão, especialmente em dias claros. O que podem ser? A.G., São Paulo - SP De acordo com Rubens Belfort Júnior, professor titular de oftalmologia da Unifesp, muitas pessoas, especialmente as que são míopes, apresentam opacidades móveis na gelatina que preenche o olho (humor vítreo), chamadas moscas volantes, que causam esses sintomas. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, as moscas volantes são proteínas ou minúsculas partículas de humor vítreo condensado que bloqueiam a luz e lançam sombra na retina –parte posterior do olho onde se forma a imagem–, daí as manchas. Segundo o médico, apesar de um tanto incômoda, a situação não é grave e não tem tratamento. * ENVIE SUA DÚVIDA A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o e-mail [email protected], informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
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Saúde responde: O que podem ser as manchas no meu campo de visão?Às vezes percebo algumas sujeirinhas no meu campo de visão, especialmente em dias claros. O que podem ser? A.G., São Paulo - SP De acordo com Rubens Belfort Júnior, professor titular de oftalmologia da Unifesp, muitas pessoas, especialmente as que são míopes, apresentam opacidades móveis na gelatina que preenche o olho (humor vítreo), chamadas moscas volantes, que causam esses sintomas. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, as moscas volantes são proteínas ou minúsculas partículas de humor vítreo condensado que bloqueiam a luz e lançam sombra na retina –parte posterior do olho onde se forma a imagem–, daí as manchas. Segundo o médico, apesar de um tanto incômoda, a situação não é grave e não tem tratamento. * ENVIE SUA DÚVIDA A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o e-mail [email protected], informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
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Governo do MA demite servidores e museu Sarney decide fechar as portas
Após o governo do Maranhão demitir os funcionários comissionados da FMRB (Fundação da Memória Republicana Brasileira), entidade pública que administra o acervo do senador José Sarney (PMDB), a direção do museu do ex-presidente decidiu fechar as portas nesta sexta-feira (16). Em nota, a assessoria do governo Flávio Dino (PC do B) diz que as demissões foram feitas após uma falha do comando da FMRB, que não entregou em tempo os documentos necessários para a readmissão dos 48 servidores. Já a direção do museu fala em "ato político" da gestão Dino contra a instituição. Rival histórico dos Sarney, o novo governador venceu as eleições do ano passado e pôs fim a cinco décadas de domínio do grupo político do ex-presidente no Maranhão. As demissões são um novo capítulo da histórica transição de poder no Estado. Apesar das demissões, o governo Dino nega que vá fechar definitivamente a FMRB, embora ainda não saiba o que vai fazer com a instituição. A presidente da fundação, Anna Graziela Costa, disse neste sábado (17) que os 48 funcionários estavam trabalhando desde o começo deste ano como voluntários, já que a exoneração deles foi publicada em 2 de janeiro no "Diário Oficial do Estado". "Eu acreditava que era um ato meramente administrativo [as demissões], e não político. Então mantive a equipe", diz. "Mas quando soube por meio da imprensa que o atual governador pensava em privatizar a fundação, não tive como segurar." Como mostrou reportagem da Folha desta quinta (15), o governo Dino ainda estuda o que fazer da instituição. Uma das possibilidades, embora remota, é sua privatização. Em nota, a assessoria de Dino diz que a "não nomeação dos servidores indicados pela presidente da Fundação da Memória Republicana deveu-se ao fato de as nomeações não terem obedecido o disposto do decreto Nº 30.622, de 2 de Janeiro de 2015, que regulamenta as nomeações para cargos em comissão". Segundo o governo, Anna enviou apenas uma lista com os nomes dos funcionários, sem documentação. A presidente alega, porém, que não foi informada sobre a necessidade de outros documentos, e que, se o funcionamento do museu depender apenas disso, pode fazer o solicitado. O procedimento pedindo os documentos, no entanto, foi publicado no "Diário Oficial do Estado" do dia 2, disse o governo, e é comum a todas as secretarias, não só à FMRB. A presidente diz ter enviado um relatório com dados técnicos sobre a fundação para as secretarias da Casa Civil e da Cultura, que administra o museu desde o começo do ano, e que também solicitou uma reunião para ouvir do novo governo as diretrizes, mas nunca foi atendida. O chefe da Casa Civil do Maranhão, Marcelo Tavares, diz não ter nenhum registro de pedido de audiência feito pela presidente. A partir de segunda-feira a fundação estará fechada, mas a assessoria do governo do Maranhão afirma ter como objetivo avaliar o museu, "ver o que é de interesse público, descartar o que não for e reabri-lo". Sobre os funcionários, a assessoria alega que a Casa Civil só poderá nomear outras pessoas quando a presidência da fundação fizer a solicitação de acordo com o decreto, como todos os outros setores da administração. O MUSEU A FMRB foi criada em 2011 no governo Roseana Sarney (PMDB), filha do ex-presidente. Para sua criação, a fundação recebeu da Fundação José Sarney o acervo do atual senador. Mais de 40 mil itens, entre documentos e presentes recebidos pelo ex-presidente, foram transferidos para a guarda do Estado, que gastou mais de R$ 8 milhões com o órgão entre 2012 e 2014. Além de consumir recursos públicos e estar instalada em um prédio colonial de 1654 no centro histórico de São Luís –o Convento das Mercês–, a fundação é controlada por um conselho curador no qual Sarney, na condição de patrono, tem o direito vitalício e hereditário de indicar dois de seus nove integrantes. POLÊMICAS Logo no primeiro dia de governo, Dino assinou um decreto proibindo que bens públicos do Estado recebam o nome de pessoas vivas, o que inclui novas homenagens à família Sarney. O próprio ex-presidente dá nome a escolas, bibliotecas e obras viárias em todo o Maranhão. Sobre a demissão dos servidores, o senador José Sarney (PMDB) não quis comentar o caso neste sábado (17). No dia anterior, o ex-presidente havia dito, em nota, que a FMRB é "um grande monumento cultural, o mais visitado do Estado, e tem prestado grandes serviços educacionais, culturais e turísticos". Ele comparou a importância da fundação com a da FGV (Fundação Getulio Vargas), "como centro de estudos, de difusão cultural e de preservação da memória".
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Governo do MA demite servidores e museu Sarney decide fechar as portasApós o governo do Maranhão demitir os funcionários comissionados da FMRB (Fundação da Memória Republicana Brasileira), entidade pública que administra o acervo do senador José Sarney (PMDB), a direção do museu do ex-presidente decidiu fechar as portas nesta sexta-feira (16). Em nota, a assessoria do governo Flávio Dino (PC do B) diz que as demissões foram feitas após uma falha do comando da FMRB, que não entregou em tempo os documentos necessários para a readmissão dos 48 servidores. Já a direção do museu fala em "ato político" da gestão Dino contra a instituição. Rival histórico dos Sarney, o novo governador venceu as eleições do ano passado e pôs fim a cinco décadas de domínio do grupo político do ex-presidente no Maranhão. As demissões são um novo capítulo da histórica transição de poder no Estado. Apesar das demissões, o governo Dino nega que vá fechar definitivamente a FMRB, embora ainda não saiba o que vai fazer com a instituição. A presidente da fundação, Anna Graziela Costa, disse neste sábado (17) que os 48 funcionários estavam trabalhando desde o começo deste ano como voluntários, já que a exoneração deles foi publicada em 2 de janeiro no "Diário Oficial do Estado". "Eu acreditava que era um ato meramente administrativo [as demissões], e não político. Então mantive a equipe", diz. "Mas quando soube por meio da imprensa que o atual governador pensava em privatizar a fundação, não tive como segurar." Como mostrou reportagem da Folha desta quinta (15), o governo Dino ainda estuda o que fazer da instituição. Uma das possibilidades, embora remota, é sua privatização. Em nota, a assessoria de Dino diz que a "não nomeação dos servidores indicados pela presidente da Fundação da Memória Republicana deveu-se ao fato de as nomeações não terem obedecido o disposto do decreto Nº 30.622, de 2 de Janeiro de 2015, que regulamenta as nomeações para cargos em comissão". Segundo o governo, Anna enviou apenas uma lista com os nomes dos funcionários, sem documentação. A presidente alega, porém, que não foi informada sobre a necessidade de outros documentos, e que, se o funcionamento do museu depender apenas disso, pode fazer o solicitado. O procedimento pedindo os documentos, no entanto, foi publicado no "Diário Oficial do Estado" do dia 2, disse o governo, e é comum a todas as secretarias, não só à FMRB. A presidente diz ter enviado um relatório com dados técnicos sobre a fundação para as secretarias da Casa Civil e da Cultura, que administra o museu desde o começo do ano, e que também solicitou uma reunião para ouvir do novo governo as diretrizes, mas nunca foi atendida. O chefe da Casa Civil do Maranhão, Marcelo Tavares, diz não ter nenhum registro de pedido de audiência feito pela presidente. A partir de segunda-feira a fundação estará fechada, mas a assessoria do governo do Maranhão afirma ter como objetivo avaliar o museu, "ver o que é de interesse público, descartar o que não for e reabri-lo". Sobre os funcionários, a assessoria alega que a Casa Civil só poderá nomear outras pessoas quando a presidência da fundação fizer a solicitação de acordo com o decreto, como todos os outros setores da administração. O MUSEU A FMRB foi criada em 2011 no governo Roseana Sarney (PMDB), filha do ex-presidente. Para sua criação, a fundação recebeu da Fundação José Sarney o acervo do atual senador. Mais de 40 mil itens, entre documentos e presentes recebidos pelo ex-presidente, foram transferidos para a guarda do Estado, que gastou mais de R$ 8 milhões com o órgão entre 2012 e 2014. Além de consumir recursos públicos e estar instalada em um prédio colonial de 1654 no centro histórico de São Luís –o Convento das Mercês–, a fundação é controlada por um conselho curador no qual Sarney, na condição de patrono, tem o direito vitalício e hereditário de indicar dois de seus nove integrantes. POLÊMICAS Logo no primeiro dia de governo, Dino assinou um decreto proibindo que bens públicos do Estado recebam o nome de pessoas vivas, o que inclui novas homenagens à família Sarney. O próprio ex-presidente dá nome a escolas, bibliotecas e obras viárias em todo o Maranhão. Sobre a demissão dos servidores, o senador José Sarney (PMDB) não quis comentar o caso neste sábado (17). No dia anterior, o ex-presidente havia dito, em nota, que a FMRB é "um grande monumento cultural, o mais visitado do Estado, e tem prestado grandes serviços educacionais, culturais e turísticos". Ele comparou a importância da fundação com a da FGV (Fundação Getulio Vargas), "como centro de estudos, de difusão cultural e de preservação da memória".
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Grupo assalta empresa de valores, queima carros e troca tiros em Recife
Um grupo de cerca de 30 pessoas assaltou uma empresa de transporte de valores, na zona oeste de Recife, na madrugada de terça (21). Toda a quantia em um dos cofres da transportadora foi levada, de acordo com a Polícia Militar. O valor, porém, não foi confirmado. Carros foram queimados, vias, bloqueadas, e houve troca de tiros. Mais de 130 PMs foram mobilizados na perseguição dos assaltantes. Três soldados foram feridos, mas nenhum civil se machucou. Os suspeitos conseguiram fugir. Por volta das 3h da manhã de terça, suspeitos usaram explosivos para derrubar os fundos do muro em um posto de gasolina na região. Na sequência, utilizaram outros artefatos para detonar a entrada de um dos cofres da empresa Brink's, que faz o transporte e armazenamento de dinheiro para bancos e outras companhias. Em nota, a companhia diz que nenhum trabalhador saiu ferido durante o assalto. "A Brink's informa que está colaborando com as autoridades no levantamento de informações e investigação sobre o ataque ocorrido em sua base localizada em Recife. Nenhum colaborador da empresa ficou ferido durante o ocorrido", afirma. Após a primeira explosão, uma ronda de policiais militares nas proximidades do local foi acionada e abordou os suspeitos dentro da empresa. Ali, iniciaram troca de tiros. Segundo a PM, o grupo ainda tinha planos de assaltar outro cofre, mas interrompeu a ação com a chegada dos agentes de segurança. Após o começo do tiroteio, os assaltantes fugiram. Um dos veículos utilizados na fuga era blindado. Ele foi pintado e teve a placa de identificação retirada para não ser rastreado posteriormente. Entre o material apreendido pela polícia e que foi abandonado pelos assaltantes, também estão uniformes do exército, máscaras de proteção, munições de diversos calibres, três cilindros de oxigênio e um fuzil AK-47 (de origem russa). Na ação, os suspeitos ainda queimaram sete carros para bloquear cinco pontos estratégicos de acesso às proximidades do galpão da empresa. A polícia de Pernambuco suspeita que o grupo tenha planejado o assalto nos mínimos detalhes. As vias interditadas para a fuga estão próximas do acesso às estradas BR-101 e BR-232, que levam ao interior do Estado. Segundo a polícia, há suspeitas que o grupo de suspeitos venha da região sudeste do Brasil. O valor do roubo não foi divulgado nem pela empresa nem pela Secretaria de Segurança de Defesa Social de Pernambuco. "Em situações como essa, de sequestro e roubo, esses valores são mantidos em sigilo para o êxito da investigação e para que não estimulem pessoas a cometer esse tipo de delito", disse o coronel Vanildo Maranhão, comandante da PM de Pernambuco. O caso segue em investigação pela Polícia Civil e pela Polícia Científica do Estado.
cotidiano
Grupo assalta empresa de valores, queima carros e troca tiros em RecifeUm grupo de cerca de 30 pessoas assaltou uma empresa de transporte de valores, na zona oeste de Recife, na madrugada de terça (21). Toda a quantia em um dos cofres da transportadora foi levada, de acordo com a Polícia Militar. O valor, porém, não foi confirmado. Carros foram queimados, vias, bloqueadas, e houve troca de tiros. Mais de 130 PMs foram mobilizados na perseguição dos assaltantes. Três soldados foram feridos, mas nenhum civil se machucou. Os suspeitos conseguiram fugir. Por volta das 3h da manhã de terça, suspeitos usaram explosivos para derrubar os fundos do muro em um posto de gasolina na região. Na sequência, utilizaram outros artefatos para detonar a entrada de um dos cofres da empresa Brink's, que faz o transporte e armazenamento de dinheiro para bancos e outras companhias. Em nota, a companhia diz que nenhum trabalhador saiu ferido durante o assalto. "A Brink's informa que está colaborando com as autoridades no levantamento de informações e investigação sobre o ataque ocorrido em sua base localizada em Recife. Nenhum colaborador da empresa ficou ferido durante o ocorrido", afirma. Após a primeira explosão, uma ronda de policiais militares nas proximidades do local foi acionada e abordou os suspeitos dentro da empresa. Ali, iniciaram troca de tiros. Segundo a PM, o grupo ainda tinha planos de assaltar outro cofre, mas interrompeu a ação com a chegada dos agentes de segurança. Após o começo do tiroteio, os assaltantes fugiram. Um dos veículos utilizados na fuga era blindado. Ele foi pintado e teve a placa de identificação retirada para não ser rastreado posteriormente. Entre o material apreendido pela polícia e que foi abandonado pelos assaltantes, também estão uniformes do exército, máscaras de proteção, munições de diversos calibres, três cilindros de oxigênio e um fuzil AK-47 (de origem russa). Na ação, os suspeitos ainda queimaram sete carros para bloquear cinco pontos estratégicos de acesso às proximidades do galpão da empresa. A polícia de Pernambuco suspeita que o grupo tenha planejado o assalto nos mínimos detalhes. As vias interditadas para a fuga estão próximas do acesso às estradas BR-101 e BR-232, que levam ao interior do Estado. Segundo a polícia, há suspeitas que o grupo de suspeitos venha da região sudeste do Brasil. O valor do roubo não foi divulgado nem pela empresa nem pela Secretaria de Segurança de Defesa Social de Pernambuco. "Em situações como essa, de sequestro e roubo, esses valores são mantidos em sigilo para o êxito da investigação e para que não estimulem pessoas a cometer esse tipo de delito", disse o coronel Vanildo Maranhão, comandante da PM de Pernambuco. O caso segue em investigação pela Polícia Civil e pela Polícia Científica do Estado.
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Bloqueio do WhatsApp afetará a briga entre empresas de internet e Justiça
Previsto para durar 48 horas, o bloqueio do aplicativo WhatsApp em todo o país determinado pela Justiça de São Bernardo do Campo (SP) foi suspenso 12 horas depois por uma liminar do Tribunal de Justiça do Estado após um recurso ser apresentado pela companhia. O caso ainda não teve um desfecho final, mas colocou em evidência o embate entre a Justiça e redes sociais, que parece ainda estar longe de terminar. O desembargador Xavier de Souza, da 11ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, disse que, "em face dos princípios constitucionais, não se mostra razoável que milhões de usuários sejam afetados em decorrência da inércia da empresa" em fornecer informações à Justiça, uma decisão considerada acertada por juristas e especialistas em direito digital ouvidos pela BBC Brasil. Para eles, a decisão desta quinta-feira deve dar força ao argumento de que empresas estrangeiras serão mais pressionadas a liberar os dados requisitados pela Justiça. "A decisão (de bloquear o WhatsApp) foi um pouco desproporcional do ponto de vista jurídico, porque prejudicou pessoas que nada tinham a ver com a questão - no caso, os usuários do aplicativo no Brasil", afirma o desembargador Raimundo Nonato da Costa Alencar, do Tribunal de Justiça do Piauí. Alencar foi um dos magistrados que cassaram uma liminar expedida em Teresina (PI) "desligando" o mesmo aplicativo no Brasil, como punição pela sua recusa em fornecer o conteúdo de mensagens pessoais para uma investigação policial sobre uma rede de pedofilia. Foi um caso semelhante ao ocorrido agora, em que a juíza da 1ª Vara Criminal de São Bernardo pediu acesso às informações do WhatsApp ao Facebook, que comprou o aplicativo em 2014, envolvendo um homem acusado de latrocínio, tráfico de drogas e associação a uma organização criminosa - o Primeiro Comando da Capital (PCC). "Compreendo os motivos que levaram tanto o juiz em Teresina quanto a juíza de São Bernardo do Campo a tomarem a decisão. Ambos não tiveram alternativa para tentar fazer com que a empresa colaborasse com as investigações de algo muito sério", afirma o desembargador. "Em um plano ideal, a empresa receberia uma multa exemplar se constantemente desobedecesse a determinações da Justiça. No plano atual, porém, a suspensão dos serviços acaba sendo a única decisão a tomar. Os juízes ficam de mãos atadas." SUSPENSÃO Após o bloqueio, o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, disse estar "chocado" que os esforços de sua empresa "em proteger dados pessoais poderiam resultar na punição de todos os usuários brasileiros do WhatsApp pela decisão extrema de um único juiz". "Esperamos que a justiça brasileira reverta rapidamente essa decisão", disse ele, que depois comemorou a derrubada decisão que debloqueou o serviço de mensagens. Ao basear sua decisão, o desembargador do TJ-SP explicou que a juíza de São Bernardo chegou a aplicar uma multa ao Facebook, mas que isso não fez com que a empresa fornecesse os dados exigidos e, então, foi adotada a suspensão nacional do aplicativo. O desembargador afirma que, em vez da suspensão - medida que ele considerou "extrema" -, a juíza poderia ter elevado o valor da multa até a empresa ceder. A opinião é compartilhada por Carlos Affonso Souza, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio) e professor de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. "O Marco Civil prevê mecanismos menos graves, como elevar a multa ou entrar com uma ação por obstrução da Justiça, que afetem menos a coletividade", afirma Carlos Affonso Souza. "Esta suspensão seria o mesmo que o Judiciário pedir a suspensão dos correios, porque alguém mandou uma carta ameaçando outra. Além disso, acredito que a juíza fez uma interpretação equivocada do Marco Civil." O especialista se refere aos artigos 11 e 12 do Marco Civil da Internet, lei que regula o uso da rede no país e que foi sancionada em abril do ano passado. O artigo 11 estabelece que "qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda e tratamento de registros, de dados pessoais ou de comunicações por provedores de conexão e de aplicações de internet (...) em território nacional" deve respeitar a legislação brasileira. Já o artigo 12 prevê sanções caso isso não seja cumprido: advertência, multa, as suspensões das atividades previstas no artigo 11 ou sua proibição. "No meu entendimento, o alvo da sanção deveriam ser as atividades do artigo 11, mas não acredito que o serviço como um todo deveria ter sido suspenso", diz Carlos Affonso Souza. À frente de um escritório especializado em Direito Digital, a advogada Patrícia Peck Pinheiro explica que esta suspensão prevista pelo Marco Civil não chegou a ser regulamentada por uma lei posterior, o que faz com que "não haja um entendimento único de como aplicar esta punição" e que surjam "interpretações diferentes" acerca disso. "(A decisão da juíza) pareceu desproporcional por afetar o Brasil todo. Poderia ter um alcance menor. Acho que ela quis mostrar que é uma autoridade e estava fazendo sério", diz ela. "O entendimento do Ministério Público é de que a punição deve ser proporcional, ou seja, deve proteger uma pessoa em um determinado caso, mas não pode gerar um dano coletivo." 'CORRETA E PROPORCIONAL' No entanto, o advogado especialista em Direito Digital Leonardo Serra de Almeida Pacheco diz que o Judiciário cumpriu com todos os passos previstos no Marco Civil e que a suspensão foi "correta e proporcional". Assim como outros especialistas ouvidos para esta reportagem, ele reprova a recusa do WhatsApp em fornecer informações. "Não cabe às empresas de internet decidir se devem ou não entregar dados solicitados pela Justiça. O que temos visto recentemente é empresas de internet agindo com covardia e fugindo da responsabilidade", opina Pacheco. O Facebook usou alguns argumentos para justificar sua recusa. Além de apontar uma violação do Marco Civil, alegou que o WhatsApp é uma empresa distinta. Rony Vainzof, sócio do escritório Opice Blum, Bruno, Abrusio e Vainzof Advogados e professor de direito digital na Escola Paulista de Direito, considera esse argumento "impertinente" e diz que a jurisprudência brasileira o invalida. "Como o WhatsApp não pode responder diretamente à Justiça brasileira, mas pode entrar com um recurso no país? Além disso, decisões da Justiça indicam que o Facebook pode sim ser responsabilizado porque a rede social e o WhatsApp pertencem ao mesmo grupo econômico", afirma Vainzof. O Facebook também afirmou que, como o WhatsApp não tem sede no Brasil, a empresa por trás do serviço de mensagens deveria ser intimada a cumprir a ordem judicial por meio de um acordo de cooperação jurídica internacional, que foi estabelecido entre o Brasil e os Estados Unidos em 1997. No entanto, para Carlos Affonso Souza, trata-se de uma medida "burocrática e lenta que precisa ser revisada para os tempos da internet". Vainzof concorda que este acordo "não acompanhou a evolução da tecnologia". "Não funciona, porque o envio de dados pode levar seis meses para ser feito, o que só reforça a necessidade de termos mais acordos multilaterais para que uma empresa que não tem sede no Brasil pode ser intimada rapidamente." Patrícia Peck Pinheiro defende a criação de uma convenção internacional para regular o tema, para "ajudar a combater o crime organizado e o terrorismo sem passar por cima dos direitos numanos e individuais". JURISPRUDÊNCIA Enquanto isso não ocorre, os especialistas ouvidos pela reportagem acreditam que novos pedidos de suspensão de serviços online surgirão se as empresas não assumirem uma postura diferente diante dos pedidos judiciais. Mas agregam que, diante da decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, será difícil que prosperem. "É natural que novos casos apareçam, mas o princípio da proporcionalidade venceu nas duas vezes em que se procurou suspender ou bloquear o WhatsApp", afirma Carlos Affonso Souza. "Essas decisões revertidas no caso do aplicativo e de outros, como Uber, apontam para um futuro com um melhor balanceamento entre os interesses em jogo." O advogado Vainzof diz que a suspensão temporária do serviço de mensagens cria um "precedente perigoso que coloca em risco a economia digital". "Mas também cria jurisprudência em instâncias superiores de que as empresas que têm sede no Brasil sejam compelidas a cumprir ordens judiciais por meio de multa ou apuração de crime de desobediência e não cortando o serviço."
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Bloqueio do WhatsApp afetará a briga entre empresas de internet e JustiçaPrevisto para durar 48 horas, o bloqueio do aplicativo WhatsApp em todo o país determinado pela Justiça de São Bernardo do Campo (SP) foi suspenso 12 horas depois por uma liminar do Tribunal de Justiça do Estado após um recurso ser apresentado pela companhia. O caso ainda não teve um desfecho final, mas colocou em evidência o embate entre a Justiça e redes sociais, que parece ainda estar longe de terminar. O desembargador Xavier de Souza, da 11ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, disse que, "em face dos princípios constitucionais, não se mostra razoável que milhões de usuários sejam afetados em decorrência da inércia da empresa" em fornecer informações à Justiça, uma decisão considerada acertada por juristas e especialistas em direito digital ouvidos pela BBC Brasil. Para eles, a decisão desta quinta-feira deve dar força ao argumento de que empresas estrangeiras serão mais pressionadas a liberar os dados requisitados pela Justiça. "A decisão (de bloquear o WhatsApp) foi um pouco desproporcional do ponto de vista jurídico, porque prejudicou pessoas que nada tinham a ver com a questão - no caso, os usuários do aplicativo no Brasil", afirma o desembargador Raimundo Nonato da Costa Alencar, do Tribunal de Justiça do Piauí. Alencar foi um dos magistrados que cassaram uma liminar expedida em Teresina (PI) "desligando" o mesmo aplicativo no Brasil, como punição pela sua recusa em fornecer o conteúdo de mensagens pessoais para uma investigação policial sobre uma rede de pedofilia. Foi um caso semelhante ao ocorrido agora, em que a juíza da 1ª Vara Criminal de São Bernardo pediu acesso às informações do WhatsApp ao Facebook, que comprou o aplicativo em 2014, envolvendo um homem acusado de latrocínio, tráfico de drogas e associação a uma organização criminosa - o Primeiro Comando da Capital (PCC). "Compreendo os motivos que levaram tanto o juiz em Teresina quanto a juíza de São Bernardo do Campo a tomarem a decisão. Ambos não tiveram alternativa para tentar fazer com que a empresa colaborasse com as investigações de algo muito sério", afirma o desembargador. "Em um plano ideal, a empresa receberia uma multa exemplar se constantemente desobedecesse a determinações da Justiça. No plano atual, porém, a suspensão dos serviços acaba sendo a única decisão a tomar. Os juízes ficam de mãos atadas." SUSPENSÃO Após o bloqueio, o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, disse estar "chocado" que os esforços de sua empresa "em proteger dados pessoais poderiam resultar na punição de todos os usuários brasileiros do WhatsApp pela decisão extrema de um único juiz". "Esperamos que a justiça brasileira reverta rapidamente essa decisão", disse ele, que depois comemorou a derrubada decisão que debloqueou o serviço de mensagens. Ao basear sua decisão, o desembargador do TJ-SP explicou que a juíza de São Bernardo chegou a aplicar uma multa ao Facebook, mas que isso não fez com que a empresa fornecesse os dados exigidos e, então, foi adotada a suspensão nacional do aplicativo. O desembargador afirma que, em vez da suspensão - medida que ele considerou "extrema" -, a juíza poderia ter elevado o valor da multa até a empresa ceder. A opinião é compartilhada por Carlos Affonso Souza, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio) e professor de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. "O Marco Civil prevê mecanismos menos graves, como elevar a multa ou entrar com uma ação por obstrução da Justiça, que afetem menos a coletividade", afirma Carlos Affonso Souza. "Esta suspensão seria o mesmo que o Judiciário pedir a suspensão dos correios, porque alguém mandou uma carta ameaçando outra. Além disso, acredito que a juíza fez uma interpretação equivocada do Marco Civil." O especialista se refere aos artigos 11 e 12 do Marco Civil da Internet, lei que regula o uso da rede no país e que foi sancionada em abril do ano passado. O artigo 11 estabelece que "qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda e tratamento de registros, de dados pessoais ou de comunicações por provedores de conexão e de aplicações de internet (...) em território nacional" deve respeitar a legislação brasileira. Já o artigo 12 prevê sanções caso isso não seja cumprido: advertência, multa, as suspensões das atividades previstas no artigo 11 ou sua proibição. "No meu entendimento, o alvo da sanção deveriam ser as atividades do artigo 11, mas não acredito que o serviço como um todo deveria ter sido suspenso", diz Carlos Affonso Souza. À frente de um escritório especializado em Direito Digital, a advogada Patrícia Peck Pinheiro explica que esta suspensão prevista pelo Marco Civil não chegou a ser regulamentada por uma lei posterior, o que faz com que "não haja um entendimento único de como aplicar esta punição" e que surjam "interpretações diferentes" acerca disso. "(A decisão da juíza) pareceu desproporcional por afetar o Brasil todo. Poderia ter um alcance menor. Acho que ela quis mostrar que é uma autoridade e estava fazendo sério", diz ela. "O entendimento do Ministério Público é de que a punição deve ser proporcional, ou seja, deve proteger uma pessoa em um determinado caso, mas não pode gerar um dano coletivo." 'CORRETA E PROPORCIONAL' No entanto, o advogado especialista em Direito Digital Leonardo Serra de Almeida Pacheco diz que o Judiciário cumpriu com todos os passos previstos no Marco Civil e que a suspensão foi "correta e proporcional". Assim como outros especialistas ouvidos para esta reportagem, ele reprova a recusa do WhatsApp em fornecer informações. "Não cabe às empresas de internet decidir se devem ou não entregar dados solicitados pela Justiça. O que temos visto recentemente é empresas de internet agindo com covardia e fugindo da responsabilidade", opina Pacheco. O Facebook usou alguns argumentos para justificar sua recusa. Além de apontar uma violação do Marco Civil, alegou que o WhatsApp é uma empresa distinta. Rony Vainzof, sócio do escritório Opice Blum, Bruno, Abrusio e Vainzof Advogados e professor de direito digital na Escola Paulista de Direito, considera esse argumento "impertinente" e diz que a jurisprudência brasileira o invalida. "Como o WhatsApp não pode responder diretamente à Justiça brasileira, mas pode entrar com um recurso no país? Além disso, decisões da Justiça indicam que o Facebook pode sim ser responsabilizado porque a rede social e o WhatsApp pertencem ao mesmo grupo econômico", afirma Vainzof. O Facebook também afirmou que, como o WhatsApp não tem sede no Brasil, a empresa por trás do serviço de mensagens deveria ser intimada a cumprir a ordem judicial por meio de um acordo de cooperação jurídica internacional, que foi estabelecido entre o Brasil e os Estados Unidos em 1997. No entanto, para Carlos Affonso Souza, trata-se de uma medida "burocrática e lenta que precisa ser revisada para os tempos da internet". Vainzof concorda que este acordo "não acompanhou a evolução da tecnologia". "Não funciona, porque o envio de dados pode levar seis meses para ser feito, o que só reforça a necessidade de termos mais acordos multilaterais para que uma empresa que não tem sede no Brasil pode ser intimada rapidamente." Patrícia Peck Pinheiro defende a criação de uma convenção internacional para regular o tema, para "ajudar a combater o crime organizado e o terrorismo sem passar por cima dos direitos numanos e individuais". JURISPRUDÊNCIA Enquanto isso não ocorre, os especialistas ouvidos pela reportagem acreditam que novos pedidos de suspensão de serviços online surgirão se as empresas não assumirem uma postura diferente diante dos pedidos judiciais. Mas agregam que, diante da decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, será difícil que prosperem. "É natural que novos casos apareçam, mas o princípio da proporcionalidade venceu nas duas vezes em que se procurou suspender ou bloquear o WhatsApp", afirma Carlos Affonso Souza. "Essas decisões revertidas no caso do aplicativo e de outros, como Uber, apontam para um futuro com um melhor balanceamento entre os interesses em jogo." O advogado Vainzof diz que a suspensão temporária do serviço de mensagens cria um "precedente perigoso que coloca em risco a economia digital". "Mas também cria jurisprudência em instâncias superiores de que as empresas que têm sede no Brasil sejam compelidas a cumprir ordens judiciais por meio de multa ou apuração de crime de desobediência e não cortando o serviço."
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Cientistas usam maçã para criar tecido humano para transplante
Para a imensa maioria da população mundial, maçã serve para comer. Mas, para o biofísico canadense Andrew Pelling, a fruta tem outras finalidades. Pelling é professor da Universidade de Ottawa, no Canadá, e vem usando não só a maçã, mas outras frutas, verduras, legumes e até flores para ajudar a reconstruir o corpo humano. Por trás disso, está a intenção de desenvolver métodos mais novos e baratos da chamada medicina regenerativa. Em um experimento recente, Pelling e sua equipe removeram as células e o DNA de uma maçã, até sobrar apenas a sua estrutura de celulose –a mesma que deixa a fruta crocante. Existente na maioria dos vegetais e de característica fibrosa, a celulose é responsável por dar a rigidez e firmeza às plantas e não é digerida pelos seres humanos. Os cientistas constataram, então, que essa estrutura se mostrou efetiva para o implante de células vivas em laboratório, incluindo células humanas. Em um segundo momento, a equipe esculpiu maçãs em formato de orelha, e usou os "esqueletos" de celulose resultantes para implantar –neles– células humanas, recriando "orelhas". "Trata-se de um material de baixo custo com o qual você criar diferentes estruturas. Ele abre várias possibilidades para a medicina regenerativa", diz Pelling em entrevista à BBC. Esse tipo de suporte para fazer implantes em pacientes com tecidos danificados ou doentes é uma ferramenta essencial para a medicina regenerativa. Médicos e dentistas usam essas estruturas para fazer enxerto de pele e de osso, e para reparar joelhos danificados, ligamentos e gengivas. Mas os produtos disponíveis no mercado podem ser muito caros - entre US$ 30 a US$ 1,5 mil por centímetro quadrado? e são normalmente derivados de animais ou cadávares humanos. Já a estrutura feita a partir da maçã custa centavos de dólar. Para conduzir o experimento, Pelling transplantou as estruturas de celulose em uma cobaia e observou a formação de vasos sanguíneos. Agora, ele está fazendo testes semelhantes com aspargos, pétalas de flores e outras frutas, legumes e verduras. Pelling suspeita que a estrutura das pétalas de flores –fina e plana– pode se provar ideal para produzir pele enquanto o formato dos aspargos seriam úteis para estimular o crescimento de nervos e vasos sanguíneos. MEDICINA REGENERATIVA O campo da medicina regenerativa vem crescendo na última década. Pesquisadores já conseguiram criar artificialmente traqueias e bexigas e agora trabalham para produzir órgãos mais complexos. Pelling espera poder desenvolver materiais de baixo custo e "de código aberto" (ou seja, capaz de ser adaptado e aperfeiçoado por outros cientistas) que ajudem a impulsionar a revolução. "O próximo desafio é saber se poderemos trabalhar com organismos mais complicados, órgãos, músculos ou ossos", afirma.
ciencia
Cientistas usam maçã para criar tecido humano para transplantePara a imensa maioria da população mundial, maçã serve para comer. Mas, para o biofísico canadense Andrew Pelling, a fruta tem outras finalidades. Pelling é professor da Universidade de Ottawa, no Canadá, e vem usando não só a maçã, mas outras frutas, verduras, legumes e até flores para ajudar a reconstruir o corpo humano. Por trás disso, está a intenção de desenvolver métodos mais novos e baratos da chamada medicina regenerativa. Em um experimento recente, Pelling e sua equipe removeram as células e o DNA de uma maçã, até sobrar apenas a sua estrutura de celulose –a mesma que deixa a fruta crocante. Existente na maioria dos vegetais e de característica fibrosa, a celulose é responsável por dar a rigidez e firmeza às plantas e não é digerida pelos seres humanos. Os cientistas constataram, então, que essa estrutura se mostrou efetiva para o implante de células vivas em laboratório, incluindo células humanas. Em um segundo momento, a equipe esculpiu maçãs em formato de orelha, e usou os "esqueletos" de celulose resultantes para implantar –neles– células humanas, recriando "orelhas". "Trata-se de um material de baixo custo com o qual você criar diferentes estruturas. Ele abre várias possibilidades para a medicina regenerativa", diz Pelling em entrevista à BBC. Esse tipo de suporte para fazer implantes em pacientes com tecidos danificados ou doentes é uma ferramenta essencial para a medicina regenerativa. Médicos e dentistas usam essas estruturas para fazer enxerto de pele e de osso, e para reparar joelhos danificados, ligamentos e gengivas. Mas os produtos disponíveis no mercado podem ser muito caros - entre US$ 30 a US$ 1,5 mil por centímetro quadrado? e são normalmente derivados de animais ou cadávares humanos. Já a estrutura feita a partir da maçã custa centavos de dólar. Para conduzir o experimento, Pelling transplantou as estruturas de celulose em uma cobaia e observou a formação de vasos sanguíneos. Agora, ele está fazendo testes semelhantes com aspargos, pétalas de flores e outras frutas, legumes e verduras. Pelling suspeita que a estrutura das pétalas de flores –fina e plana– pode se provar ideal para produzir pele enquanto o formato dos aspargos seriam úteis para estimular o crescimento de nervos e vasos sanguíneos. MEDICINA REGENERATIVA O campo da medicina regenerativa vem crescendo na última década. Pesquisadores já conseguiram criar artificialmente traqueias e bexigas e agora trabalham para produzir órgãos mais complexos. Pelling espera poder desenvolver materiais de baixo custo e "de código aberto" (ou seja, capaz de ser adaptado e aperfeiçoado por outros cientistas) que ajudem a impulsionar a revolução. "O próximo desafio é saber se poderemos trabalhar com organismos mais complicados, órgãos, músculos ou ossos", afirma.
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Mercadante pede audiência com Janot para explicar gravação sobre Delcídio
Um dia depois de reveladas gravações em que tenta evitar a delação do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, pediu uma audiência com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para falar do assunto. A petição foi protocolada nesta quarta-feira (16) na PGR (Procuradoria-Geral da República) pela defesa de Mercadante. Nela, o ministro se coloca à disposição para dar esclarecimentos e solicita uma audiência com Janot. Caso o procurador-geral concorde, porém, isso só deve ocorrer na próxima semana, já que Janot cumpre agendas na Europa. A gravação foi feita pelo assessor de Delcídio, Eduardo Marzagão. Ainda não houve abertura formal de inquérito contra Mercadante para investigar possível obstrução da Justiça no caso da Lava Jato. Porém, segundo investigadores, isso deve ocorrer após o retorno de Janot. No inquérito, Mercadante deve ser ouvido formalmente sobre os fatos. Na terça (15), foi homologada a delação premiada de Delcídio, da qual fazem parte as gravações feitas por Marzagão de conversas com Mercadante. Delcídio afirmou em depoimento que o ministro da Educação agia como "emissário" da presidente Dilma Rousseff e buscava passar recados para impedir que fechasse um acordo de colaboração. Em entrevista, Mercadante afirmou que estava prestando "solidariedade" ao senador preso e que não tinha intenção de impedir sua delação, influenciando na Operação Lava Jato.
poder
Mercadante pede audiência com Janot para explicar gravação sobre DelcídioUm dia depois de reveladas gravações em que tenta evitar a delação do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, pediu uma audiência com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para falar do assunto. A petição foi protocolada nesta quarta-feira (16) na PGR (Procuradoria-Geral da República) pela defesa de Mercadante. Nela, o ministro se coloca à disposição para dar esclarecimentos e solicita uma audiência com Janot. Caso o procurador-geral concorde, porém, isso só deve ocorrer na próxima semana, já que Janot cumpre agendas na Europa. A gravação foi feita pelo assessor de Delcídio, Eduardo Marzagão. Ainda não houve abertura formal de inquérito contra Mercadante para investigar possível obstrução da Justiça no caso da Lava Jato. Porém, segundo investigadores, isso deve ocorrer após o retorno de Janot. No inquérito, Mercadante deve ser ouvido formalmente sobre os fatos. Na terça (15), foi homologada a delação premiada de Delcídio, da qual fazem parte as gravações feitas por Marzagão de conversas com Mercadante. Delcídio afirmou em depoimento que o ministro da Educação agia como "emissário" da presidente Dilma Rousseff e buscava passar recados para impedir que fechasse um acordo de colaboração. Em entrevista, Mercadante afirmou que estava prestando "solidariedade" ao senador preso e que não tinha intenção de impedir sua delação, influenciando na Operação Lava Jato.
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Dilma volta a defender Lula e diz que não faz sentido conduzi-lo 'sob vara'
Em visita oficial do governo no Rio Grande do Sul, a presidente Dilma Rousseff voltou a defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a forma como o petista foi levado para prestar depoimento na última sexta-feira (4) e disse que a oposição "fica dividindo o país". Para ela, não faz sentido "conduzir [Lula] sob vara, se ele jamais se recusou a ir". Dilma disse que Lula nunca se recusou a prestar depoimento e que é estranha a alegação de que a condução coercitiva (condução compulsória por agentes policiais) tinha como objetivo proteger o ex-presidente. A presidente participa, em Caxias do Sul (RS), de cerimônia de entrega simultânea de 2.434 imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida. Discurso de Dilma "[Lula] Nunca se recusou [a depor], nunca se achou, nunca o presidente Lula, justiça seja feita, nunca se julgou melhor do que ninguém. Sempre aceitou, convidado para prestar esclarecimento, sempre foi. Então, não tem o menor sentido conduzi-lo [Lula], como se diz, sob vara, para prestar depoimento, se ele jamais se recusou a ir", afirmou a petista. "Nem cabe alegar que estavam protegendo ele. Como disse um juiz, era necessário saber se ele queria ser protegido, porque tem certo tipo de proteção que é muito estranho. Além disso, no Brasil, nós temos assistido a vazamentos sistemáticos e esses vazamentos provam a partir de um determinado momento que não são verdadeiros, mas aí o estrago de jogar lama nos outros já ocorreu." Na última semana, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello afirmou à colunista da Folha Mônica Bergamo que "só se conduz coercitivamente, ou, como se dizia antigamente, debaixo de vara, o cidadão que resiste e não comparece para depor. E o Lula não foi intimado". DIVISÃO DO PAÍS Uma das razões da crise que o Brasil enfrenta, segundo Dilma, é causada pela oposição "inconformada por ter perdido as eleições". "O Brasil está passando por um momento de dificuldades. Uma parte desse momento de dificuldades é devido também à sistemática crise política que [os opositores] provocam no país, aqueles que são inconformados que perderam as eleições e querem antecipar a eleição de 2018", disse Dilma. Segundo ela, um governo tem de querer a unidade dos brasileiros e governar para todos, não só para um "pedaço da população". "Um governo não pergunta ao fazer um programa como o Minha Casa, Minha Vida a que partido pertence, o que acredita, qual é seu credo religioso ou seu time de futebol. Um governo sempre quer a unidade do país e a oposição tem o absoluto direito de divergir. Mas a oposição não pode sistematicamente ficar dividindo o país, não pode." Dilma disse ainda que opiniões divergentes não podem ser demonizadas, mas é preciso exigir respeito. "Eu não acho que a gente pode demonizar ninguém, a gente não pode demonizar pessoas, não pode demonizar órgãos de imprensa, nós não podemos demonizar opinião diferente da nossa. Agora nós temos de exigir o respeito. Cada um de nós tem de exigir o respeito para si e dar o respeito aos outros", afirmou a presidente diante dos protestos de parte da plateia que gritava "fora Globo!". ECONOMIA No fim do discurso, a presidente disse que os ajustes feitos na economia têm como objetivo preservar programas como o Minha Casa, Minha Vida. "Fazemos [ajustes] como na casa da gente, sempre que precisa, sempre que cai um pouco a nossa receita. Agora, um governo tem de fazer o ajuste e olhar o que quer preservar. Nós estamos fazendo ajustes para preservar aquilo que consideramos mais importante, como é o caso do programa Minha Casa, Minha Vida." Ela foi aplaudida antes, durante e após seu discurso. Até quando parou de falar para tomar água, ouviu a expressão "não vai ter golpe" de simpatizantes presentes ao evento. Como tem feito desde o ano passado, Dilma fez a entrega de casas em cinco cidades de forma simultânea, quatro delas via link. Para isso, escalou os ministros Teresa Campelo (Desenvolvimento Social) em Jundiaí, Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário) em Paracatu (MG), André Figueiredo (Comunicações) em Sobral (CE), e Gilberto Kassab (Cidades) em Três Lagoas (MS). Dilma defendeu o programa habitacional, diz que já entregou 2,5 milhões de casas e tem mais 1,623 milhão a serem entregues. "Isso significa que temos de fato o maior programa habitacional que existe na América Latina. Não vou falar que é o maior do mundo porque não tenho certeza, mas da América Latina é, desse hemisfério é." 'PUXÃO DE ORELHA' Políticos da serra gaúcha reclamaram que Dilma não participou da Festa da Uva, evento tradicional da região que celebra a colheita da uva e terminou no domingo (6). A presidente estava em Porto Alegre (a 120 km de Caxias), com sua família. Tradicionalmente, a festa recebe a visita dos presidentes da República na sua abertura. Na última edição, de 2014, Dilma participou do evento. Lula, quando foi presidente, também aceitou o convite das lideranças locais. Diferentemente de Dilma, o prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho (PDT), foi vaiado quando ressaltou obras municipais. Conhecido por ser simpatizante de Dilma, que já foi pedetista, Velho deu um "puxão de orelha" na presidente, cobrando verbas para a saúde, educação e agilidade na liberação de mais um aeroporto da cidade. Após o evento, nas ruas de acesso ao local que recebeu a visita de Dilma, alguns militantes arrancaram cartazes com a expressão "fora, Dilma" que estavam em postes. PRESSÃO Enquanto enfrenta a ameaça crescente de impeachment e o aperto da operação Lava Jato, Dilma sofrerá pressão maior da base do PT a partir desta semana. O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) divulgará nesta segunda (7) um manifesto anunciando protestos, bloqueios de vias, novos acampamentos e ações em prédios públicos contra o governo Dilma. O texto afirma que a petista tem encampado as reivindicações da elite, que não há mais expectativas de que ela faça uma guinada à esquerda e que, portanto, "as pautas da direita serão enfrentadas nas ruas, sem tréguas e com radicalidade". Suspeitas contra Lula
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Dilma volta a defender Lula e diz que não faz sentido conduzi-lo 'sob vara'Em visita oficial do governo no Rio Grande do Sul, a presidente Dilma Rousseff voltou a defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a forma como o petista foi levado para prestar depoimento na última sexta-feira (4) e disse que a oposição "fica dividindo o país". Para ela, não faz sentido "conduzir [Lula] sob vara, se ele jamais se recusou a ir". Dilma disse que Lula nunca se recusou a prestar depoimento e que é estranha a alegação de que a condução coercitiva (condução compulsória por agentes policiais) tinha como objetivo proteger o ex-presidente. A presidente participa, em Caxias do Sul (RS), de cerimônia de entrega simultânea de 2.434 imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida. Discurso de Dilma "[Lula] Nunca se recusou [a depor], nunca se achou, nunca o presidente Lula, justiça seja feita, nunca se julgou melhor do que ninguém. Sempre aceitou, convidado para prestar esclarecimento, sempre foi. Então, não tem o menor sentido conduzi-lo [Lula], como se diz, sob vara, para prestar depoimento, se ele jamais se recusou a ir", afirmou a petista. "Nem cabe alegar que estavam protegendo ele. Como disse um juiz, era necessário saber se ele queria ser protegido, porque tem certo tipo de proteção que é muito estranho. Além disso, no Brasil, nós temos assistido a vazamentos sistemáticos e esses vazamentos provam a partir de um determinado momento que não são verdadeiros, mas aí o estrago de jogar lama nos outros já ocorreu." Na última semana, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello afirmou à colunista da Folha Mônica Bergamo que "só se conduz coercitivamente, ou, como se dizia antigamente, debaixo de vara, o cidadão que resiste e não comparece para depor. E o Lula não foi intimado". DIVISÃO DO PAÍS Uma das razões da crise que o Brasil enfrenta, segundo Dilma, é causada pela oposição "inconformada por ter perdido as eleições". "O Brasil está passando por um momento de dificuldades. Uma parte desse momento de dificuldades é devido também à sistemática crise política que [os opositores] provocam no país, aqueles que são inconformados que perderam as eleições e querem antecipar a eleição de 2018", disse Dilma. Segundo ela, um governo tem de querer a unidade dos brasileiros e governar para todos, não só para um "pedaço da população". "Um governo não pergunta ao fazer um programa como o Minha Casa, Minha Vida a que partido pertence, o que acredita, qual é seu credo religioso ou seu time de futebol. Um governo sempre quer a unidade do país e a oposição tem o absoluto direito de divergir. Mas a oposição não pode sistematicamente ficar dividindo o país, não pode." Dilma disse ainda que opiniões divergentes não podem ser demonizadas, mas é preciso exigir respeito. "Eu não acho que a gente pode demonizar ninguém, a gente não pode demonizar pessoas, não pode demonizar órgãos de imprensa, nós não podemos demonizar opinião diferente da nossa. Agora nós temos de exigir o respeito. Cada um de nós tem de exigir o respeito para si e dar o respeito aos outros", afirmou a presidente diante dos protestos de parte da plateia que gritava "fora Globo!". ECONOMIA No fim do discurso, a presidente disse que os ajustes feitos na economia têm como objetivo preservar programas como o Minha Casa, Minha Vida. "Fazemos [ajustes] como na casa da gente, sempre que precisa, sempre que cai um pouco a nossa receita. Agora, um governo tem de fazer o ajuste e olhar o que quer preservar. Nós estamos fazendo ajustes para preservar aquilo que consideramos mais importante, como é o caso do programa Minha Casa, Minha Vida." Ela foi aplaudida antes, durante e após seu discurso. Até quando parou de falar para tomar água, ouviu a expressão "não vai ter golpe" de simpatizantes presentes ao evento. Como tem feito desde o ano passado, Dilma fez a entrega de casas em cinco cidades de forma simultânea, quatro delas via link. Para isso, escalou os ministros Teresa Campelo (Desenvolvimento Social) em Jundiaí, Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário) em Paracatu (MG), André Figueiredo (Comunicações) em Sobral (CE), e Gilberto Kassab (Cidades) em Três Lagoas (MS). Dilma defendeu o programa habitacional, diz que já entregou 2,5 milhões de casas e tem mais 1,623 milhão a serem entregues. "Isso significa que temos de fato o maior programa habitacional que existe na América Latina. Não vou falar que é o maior do mundo porque não tenho certeza, mas da América Latina é, desse hemisfério é." 'PUXÃO DE ORELHA' Políticos da serra gaúcha reclamaram que Dilma não participou da Festa da Uva, evento tradicional da região que celebra a colheita da uva e terminou no domingo (6). A presidente estava em Porto Alegre (a 120 km de Caxias), com sua família. Tradicionalmente, a festa recebe a visita dos presidentes da República na sua abertura. Na última edição, de 2014, Dilma participou do evento. Lula, quando foi presidente, também aceitou o convite das lideranças locais. Diferentemente de Dilma, o prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho (PDT), foi vaiado quando ressaltou obras municipais. Conhecido por ser simpatizante de Dilma, que já foi pedetista, Velho deu um "puxão de orelha" na presidente, cobrando verbas para a saúde, educação e agilidade na liberação de mais um aeroporto da cidade. Após o evento, nas ruas de acesso ao local que recebeu a visita de Dilma, alguns militantes arrancaram cartazes com a expressão "fora, Dilma" que estavam em postes. PRESSÃO Enquanto enfrenta a ameaça crescente de impeachment e o aperto da operação Lava Jato, Dilma sofrerá pressão maior da base do PT a partir desta semana. O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) divulgará nesta segunda (7) um manifesto anunciando protestos, bloqueios de vias, novos acampamentos e ações em prédios públicos contra o governo Dilma. O texto afirma que a petista tem encampado as reivindicações da elite, que não há mais expectativas de que ela faça uma guinada à esquerda e que, portanto, "as pautas da direita serão enfrentadas nas ruas, sem tréguas e com radicalidade". Suspeitas contra Lula
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'Estarei preparado', diz Michel Temer sobre assumir presidência
Num momento em que o governo perde terreno mesmo em partidos que vinham negociando o apoio à presidente Dilma Rousseff na votação do impeachment, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou que estará preparado para assumir o comando do país "se o destino me levar para essa função". A declaração foi dada em entrevista à jornalista Eliane Cantanhêde e exibida na noite desta terça-feira (12) na "GloboNews". "Evidente que, cautelosamente, devo aguardar a decisão da Câmara e do Senado", ressalvou Temer. "Sem ser pretensioso, mas muito modestamente, devo dizer que tenho uma vida pública já com muita experiência. Não falarei aqui do meu currículo (...). Se o destino me levar para essa função, e mais uma vez eu digo que devo aguardar os acontecimentos, é claro que eu estarei preparado." O vice afirmou ainda que sua confiança vem do fato de que "o que pauta a minha atividade é o diálogo" e que trabalhará para formar uma coalização que será capaz de tirar o país da crise. "Não que eu seja capaz, individualmente, de resolver os problemas. Mas sei que por força do diálogo e portanto coletivamente, com todos os partidos e setores da sociedade, nós tiraremos o país da crise", afirmou. Temer disse ainda que passou a rebater os ataques do governo por ter passado a ser chamado, "por exemplo, de golpista". "O que faço hoje não é guerrear, é me defender", afirmou. Temer voltou a condenar a pregação por eleições gerais e disse que esse script foge ao previsto pela constituição. "Seria uma ruptura", disse o vice. Por fim, Temer afirmou que também está preparado para a possibilidade de o impeachment não ser aprovado e recorreu a uma ironia para definir como ficaria sua relação com o Planalto caso Dilma derrube o afastamento na Câmara. "Ao longo deste período em que fui vice-presidente nunca tive um chamamento efetivo para participar das questões de governo. De modo que, digamos assim, se nada acontecer, tudo continuará como dantes", declarou, e depois caiu na risada.
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'Estarei preparado', diz Michel Temer sobre assumir presidênciaNum momento em que o governo perde terreno mesmo em partidos que vinham negociando o apoio à presidente Dilma Rousseff na votação do impeachment, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou que estará preparado para assumir o comando do país "se o destino me levar para essa função". A declaração foi dada em entrevista à jornalista Eliane Cantanhêde e exibida na noite desta terça-feira (12) na "GloboNews". "Evidente que, cautelosamente, devo aguardar a decisão da Câmara e do Senado", ressalvou Temer. "Sem ser pretensioso, mas muito modestamente, devo dizer que tenho uma vida pública já com muita experiência. Não falarei aqui do meu currículo (...). Se o destino me levar para essa função, e mais uma vez eu digo que devo aguardar os acontecimentos, é claro que eu estarei preparado." O vice afirmou ainda que sua confiança vem do fato de que "o que pauta a minha atividade é o diálogo" e que trabalhará para formar uma coalização que será capaz de tirar o país da crise. "Não que eu seja capaz, individualmente, de resolver os problemas. Mas sei que por força do diálogo e portanto coletivamente, com todos os partidos e setores da sociedade, nós tiraremos o país da crise", afirmou. Temer disse ainda que passou a rebater os ataques do governo por ter passado a ser chamado, "por exemplo, de golpista". "O que faço hoje não é guerrear, é me defender", afirmou. Temer voltou a condenar a pregação por eleições gerais e disse que esse script foge ao previsto pela constituição. "Seria uma ruptura", disse o vice. Por fim, Temer afirmou que também está preparado para a possibilidade de o impeachment não ser aprovado e recorreu a uma ironia para definir como ficaria sua relação com o Planalto caso Dilma derrube o afastamento na Câmara. "Ao longo deste período em que fui vice-presidente nunca tive um chamamento efetivo para participar das questões de governo. De modo que, digamos assim, se nada acontecer, tudo continuará como dantes", declarou, e depois caiu na risada.
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Temer, retrô e vintage
O primeiro discurso de presidente de Michel Temer foi uma espécie de último discurso de campanha eleitoral. O presidente apertou a mão de todo o mundo, dos interesses sobressaltados de medo com a queda do PT aos ansiosos com as oportunidades advindas com a ascensão do PMDB e de todas as suas versões genéricas. No governo ainda há indecisão sobre quem será esfolado, sobre quem vai pagar mais ou menos da conta do ajuste que terá de vir caso o país pretenda evitar outra rodada de degradação na espiral recessiva. Ainda não foram tomadas decisões cruciais (impostos, Previdência, desregulamentações e flexibilizações do trabalho e dos negócios). Medidas econômicas podem ser divulgadas nesta sexta (12) na Fazenda, mas o DNA do ajuste ainda parece estar sendo estudado. Na posse, o governo Temer parecia coração de mãe, onde sempre cabe mais um, para usar uma expressão retrô, conveniente para ocasião, pois. Tomava posse um ministério apenas masculino, sob o lema que inaugurou a velha república conservadora, ordem e progresso, e sob pedidos de bênção divina e religação espiritual da nação. A suavidade do discurso do presidente interino era arranhada apenas pelas mesóclises, "sê-lo-ia", que não frequentavam o Planalto desde Jânio Quadros. Temer começou por dizer que ninguém tem as "melhores receitas das reformas": "juntos", teremos. O programa ultraliberal que lançou em outubro, "Uma Ponte para o Futuro", apareceu só como uma passarela genérica para privatizações, parcerias público-privadas e a afirmação de que o "Estado não pode tudo fazer". Mas não haveria desmanche dos programas sociais do PT, que foram elogiados: ficam Bolsa Família, Pronatec, ProUni, Fies, Minha Casa, Minha Vida. As reformas trabalhista e previdenciária não vão afetar direitos adquiridos -Temer, porém, voltou a falar em mudança de lei trabalhista, coisa que parecia largada no governo de transição do Jaburu. Como será a reforma da Previdência? Para já ou depois? Mexe nos reajustes pelo salário mínimo ou apenas na idade mínima? Mexe mais? Não se sabe. Na economia, Henrique Meirelles nem ainda fechou equipe. O Ministério do Desenvolvimento foi de fato, mas disfarçadamente, desidratado. Romero Jucá, do agora "Planejamento e Desenvolvimento", leva o BNDES; comércio exterior será sub-repticiamente furtado por Temer e Serra. Houve a grande e previsível mesura para a Lava Jato, que recebeu galante promessa de proteção do cavalheiro Temer. Também o "mercado", assim chamado, recebeu uma palavra de afeto na promessa de preservação da autonomia do BC. Houve grande louvação da harmonia dos Poderes e do Congresso. Metade do ministério veio do Parlamento degolador de reformas e governantes. Estados e municípios, por sua vez, teriam até "autonomia verdadeira", pois haverá "revisão do pacto federativo" (grosso modo, isso quer dizer mais autonomia para tributar e se endividar. A ver). De fato, governadores na pindaíba podem colocar pedras no caminho de Temer no Congresso. Já está decidida vasta renegociação de dívidas, mas os Estados terão de ceder na simplificação do ICMS e em tetos para gastos com salários e aposentadorias.
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Temer, retrô e vintageO primeiro discurso de presidente de Michel Temer foi uma espécie de último discurso de campanha eleitoral. O presidente apertou a mão de todo o mundo, dos interesses sobressaltados de medo com a queda do PT aos ansiosos com as oportunidades advindas com a ascensão do PMDB e de todas as suas versões genéricas. No governo ainda há indecisão sobre quem será esfolado, sobre quem vai pagar mais ou menos da conta do ajuste que terá de vir caso o país pretenda evitar outra rodada de degradação na espiral recessiva. Ainda não foram tomadas decisões cruciais (impostos, Previdência, desregulamentações e flexibilizações do trabalho e dos negócios). Medidas econômicas podem ser divulgadas nesta sexta (12) na Fazenda, mas o DNA do ajuste ainda parece estar sendo estudado. Na posse, o governo Temer parecia coração de mãe, onde sempre cabe mais um, para usar uma expressão retrô, conveniente para ocasião, pois. Tomava posse um ministério apenas masculino, sob o lema que inaugurou a velha república conservadora, ordem e progresso, e sob pedidos de bênção divina e religação espiritual da nação. A suavidade do discurso do presidente interino era arranhada apenas pelas mesóclises, "sê-lo-ia", que não frequentavam o Planalto desde Jânio Quadros. Temer começou por dizer que ninguém tem as "melhores receitas das reformas": "juntos", teremos. O programa ultraliberal que lançou em outubro, "Uma Ponte para o Futuro", apareceu só como uma passarela genérica para privatizações, parcerias público-privadas e a afirmação de que o "Estado não pode tudo fazer". Mas não haveria desmanche dos programas sociais do PT, que foram elogiados: ficam Bolsa Família, Pronatec, ProUni, Fies, Minha Casa, Minha Vida. As reformas trabalhista e previdenciária não vão afetar direitos adquiridos -Temer, porém, voltou a falar em mudança de lei trabalhista, coisa que parecia largada no governo de transição do Jaburu. Como será a reforma da Previdência? Para já ou depois? Mexe nos reajustes pelo salário mínimo ou apenas na idade mínima? Mexe mais? Não se sabe. Na economia, Henrique Meirelles nem ainda fechou equipe. O Ministério do Desenvolvimento foi de fato, mas disfarçadamente, desidratado. Romero Jucá, do agora "Planejamento e Desenvolvimento", leva o BNDES; comércio exterior será sub-repticiamente furtado por Temer e Serra. Houve a grande e previsível mesura para a Lava Jato, que recebeu galante promessa de proteção do cavalheiro Temer. Também o "mercado", assim chamado, recebeu uma palavra de afeto na promessa de preservação da autonomia do BC. Houve grande louvação da harmonia dos Poderes e do Congresso. Metade do ministério veio do Parlamento degolador de reformas e governantes. Estados e municípios, por sua vez, teriam até "autonomia verdadeira", pois haverá "revisão do pacto federativo" (grosso modo, isso quer dizer mais autonomia para tributar e se endividar. A ver). De fato, governadores na pindaíba podem colocar pedras no caminho de Temer no Congresso. Já está decidida vasta renegociação de dívidas, mas os Estados terão de ceder na simplificação do ICMS e em tetos para gastos com salários e aposentadorias.
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Suplicy tropeça em calçada e cai durante ato de campanha na periferia
O ex-senador Eduardo Suplicy tropeçou em uma calçada torta e caiu enquanto fazia campanha para o prefeito Fernando Haddad na periferia de SP nesta terça (27). Ele machucou a mão na queda, mas levantou rapidamente e continuou andando. Vendo que o candidato a vereador, que tem 75 anos, estava com o dedo sangrando, a repórter Cristiane Agostine, do jornal "Valor", foi buscar um curativo para ele na farmácia mais próxima. "Ela me salvou", disse Suplicy. Leia a coluna completa aqui.
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Suplicy tropeça em calçada e cai durante ato de campanha na periferiaO ex-senador Eduardo Suplicy tropeçou em uma calçada torta e caiu enquanto fazia campanha para o prefeito Fernando Haddad na periferia de SP nesta terça (27). Ele machucou a mão na queda, mas levantou rapidamente e continuou andando. Vendo que o candidato a vereador, que tem 75 anos, estava com o dedo sangrando, a repórter Cristiane Agostine, do jornal "Valor", foi buscar um curativo para ele na farmácia mais próxima. "Ela me salvou", disse Suplicy. Leia a coluna completa aqui.
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A urbe e a Uber
Como de praxe no Brasil, reserva de mercado e truculência venceram. Depois de sequestrar o espaço urbano e travar o trânsito no centro paulistano, taxistas obtiveram sua vitória de Pirro na quarta-feira (9): a Câmara Municipal proibiu serviços de transporte associados com aplicativo de celular. Como a lei retrógrada obteve 43 votos favoráveis e somente 3 contrários, dá-se como certo que o prefeito Fernando Haddad (PT) a sancionará, apesar da coloração modernizadora que busca pintando ciclovias pela cidade. Motoristas, vereança e prefeitura, no entanto, acabarão derrotados pelo tempo. A inovação empresarial e tecnológica aproveitada pela megaempresa Uber provou-se alternativa irresistível para os moradores da urbe paulistana, em que o tráfego infernal e o transporte público purgatório impõem o deslocamento individual, tantas vezes, a quem pode arcar com ele. O monopólio dos detentores de alvarás de táxi há muito submete passageiros a um serviço caro e ruim. Carros não raro maltratados são conduzidos por profissionais amiúde desatenciosos. Diante da concorrência eficaz, uniram-se para proteger a reserva de mercado. Há boa lógica em regulamentar o transporte individual por terceiros. O uso obrigatório do taxímetro pode ser obsoleto, dada a navegação urbana por satélite e o cálculo prévio e concorrencial do valor de corridas, mas permanece a necessidade de garantir regras mínimas de segurança no serviço. Os motoristas de praça acusam a Uber de fazer competição desleal. Ora, não são os requisitos de manutenção dos veículos e de treinamento de condutores que encarecem o serviço de táxi, mas sim o comércio ilegal de licenças. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já afirmou que não há razões econômicas para proibir o transporte encomendado por celular. O trajeto racional é regulamentar essa alternativa, para exigir das empresas inovadoras que cumpram os mesmos requisitos cobrados dos táxis. Muitos motoristas na praça já usam aplicativos de celular. Conseguem atender clientes rapidamente e não dependem mais de pontos fixos (cujas vagas também rendem proventos indevidos a alguns). Todos ganhariam se esses pioneiros também se engajassem na concorrência e passassem a oferecer um serviço ainda melhor. Trafegar na contramão da história e estacionar em fila dupla com quem se acha dono da cidade são escolhas pouco inteligentes tanto para motoristas profissionais como para políticos. [email protected]
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A urbe e a UberComo de praxe no Brasil, reserva de mercado e truculência venceram. Depois de sequestrar o espaço urbano e travar o trânsito no centro paulistano, taxistas obtiveram sua vitória de Pirro na quarta-feira (9): a Câmara Municipal proibiu serviços de transporte associados com aplicativo de celular. Como a lei retrógrada obteve 43 votos favoráveis e somente 3 contrários, dá-se como certo que o prefeito Fernando Haddad (PT) a sancionará, apesar da coloração modernizadora que busca pintando ciclovias pela cidade. Motoristas, vereança e prefeitura, no entanto, acabarão derrotados pelo tempo. A inovação empresarial e tecnológica aproveitada pela megaempresa Uber provou-se alternativa irresistível para os moradores da urbe paulistana, em que o tráfego infernal e o transporte público purgatório impõem o deslocamento individual, tantas vezes, a quem pode arcar com ele. O monopólio dos detentores de alvarás de táxi há muito submete passageiros a um serviço caro e ruim. Carros não raro maltratados são conduzidos por profissionais amiúde desatenciosos. Diante da concorrência eficaz, uniram-se para proteger a reserva de mercado. Há boa lógica em regulamentar o transporte individual por terceiros. O uso obrigatório do taxímetro pode ser obsoleto, dada a navegação urbana por satélite e o cálculo prévio e concorrencial do valor de corridas, mas permanece a necessidade de garantir regras mínimas de segurança no serviço. Os motoristas de praça acusam a Uber de fazer competição desleal. Ora, não são os requisitos de manutenção dos veículos e de treinamento de condutores que encarecem o serviço de táxi, mas sim o comércio ilegal de licenças. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já afirmou que não há razões econômicas para proibir o transporte encomendado por celular. O trajeto racional é regulamentar essa alternativa, para exigir das empresas inovadoras que cumpram os mesmos requisitos cobrados dos táxis. Muitos motoristas na praça já usam aplicativos de celular. Conseguem atender clientes rapidamente e não dependem mais de pontos fixos (cujas vagas também rendem proventos indevidos a alguns). Todos ganhariam se esses pioneiros também se engajassem na concorrência e passassem a oferecer um serviço ainda melhor. Trafegar na contramão da história e estacionar em fila dupla com quem se acha dono da cidade são escolhas pouco inteligentes tanto para motoristas profissionais como para políticos. [email protected]
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Fotógrafo publica livro com histórias de moradores de rua e seus cães
SÍLVIA CORRÊA DE SÃO PAULO Ele tinha uma pergunta na cabeça e uma câmera na mão. Como é a vida dos cães que moram nas ruas? Foi assim que o fotógrafo Eduardo Leporo, 44, morador do centro paulistano, transformou o incômodo de conviver com a miséria em combustível para a busca de respostas. Ao longo de três anos, ele acompanhou a vida de moradores de rua e seus cães pela cidade de São Paulo. E onde se imagina que falte tudo, Leporo encontrou solidariedade, gentileza, amor. "Alguns deles não têm nem chinelo, mas garantem uma caminha e um cobertor para o animal, que muitas vezes é a única companhia", diz o fotógrafo. Há histórias de vida: cães que nasceram e morreram na rua, após 16 anos com o mesmo dono. Há as que causam indignação: como a revelação de que com frequência os animais são roubados de seus donos sem-teto. As dezenas de imagens e histórias captadas nas ruas logo viraram uma exposição. Depois, um livro, "Moradores de Rua e Seus Cães", publicado com a ajuda dos financiamentos públicos que tomam a internet. E foi aí que personagens, antes anônimos, passaram a protagonistas da própria história. Parte da renda obtida com a venda dos livros (somada a doações feitas por pessoas físicas e jurídicas) tem financiado ações para mudar a rotina dessa população de rua. Ao longo do ano passado, foram ao menos dez intervenções, com oferta de roupas, cobertores, banho, refeições e cuidados com a saúde (para humanos e animais). Neste ano, os planos de Leporo são levar a mostra para mais Estados (as fotos já passaram pelo Rio Grande do Norte) e transformar o projeto Moradores de Rua e Seus Cães numa organização não-governamental para promover o bem-estar dessas comunidades. Para isso, claro, precisa de braços, pernas, corações e recursos para engrossar essa corrente do bem. Não há dúvida de que a miséria dói em muitos de nós. Mas o que você fez nos últimos meses para sair do incômodo à ação? Bom... está aí mais uma chance. Saiba mais: O livro é vendido por R$ 72 em goo.gl/K3glvX. Neste domingo (23), a partir das 15h, o autor da obra fotografará cães e seus donos no poste 31 do Minhocão. O registro custará R$ 30, valor que será revertido para ações de castração.
saopaulo
Fotógrafo publica livro com histórias de moradores de rua e seus cãesSÍLVIA CORRÊA DE SÃO PAULO Ele tinha uma pergunta na cabeça e uma câmera na mão. Como é a vida dos cães que moram nas ruas? Foi assim que o fotógrafo Eduardo Leporo, 44, morador do centro paulistano, transformou o incômodo de conviver com a miséria em combustível para a busca de respostas. Ao longo de três anos, ele acompanhou a vida de moradores de rua e seus cães pela cidade de São Paulo. E onde se imagina que falte tudo, Leporo encontrou solidariedade, gentileza, amor. "Alguns deles não têm nem chinelo, mas garantem uma caminha e um cobertor para o animal, que muitas vezes é a única companhia", diz o fotógrafo. Há histórias de vida: cães que nasceram e morreram na rua, após 16 anos com o mesmo dono. Há as que causam indignação: como a revelação de que com frequência os animais são roubados de seus donos sem-teto. As dezenas de imagens e histórias captadas nas ruas logo viraram uma exposição. Depois, um livro, "Moradores de Rua e Seus Cães", publicado com a ajuda dos financiamentos públicos que tomam a internet. E foi aí que personagens, antes anônimos, passaram a protagonistas da própria história. Parte da renda obtida com a venda dos livros (somada a doações feitas por pessoas físicas e jurídicas) tem financiado ações para mudar a rotina dessa população de rua. Ao longo do ano passado, foram ao menos dez intervenções, com oferta de roupas, cobertores, banho, refeições e cuidados com a saúde (para humanos e animais). Neste ano, os planos de Leporo são levar a mostra para mais Estados (as fotos já passaram pelo Rio Grande do Norte) e transformar o projeto Moradores de Rua e Seus Cães numa organização não-governamental para promover o bem-estar dessas comunidades. Para isso, claro, precisa de braços, pernas, corações e recursos para engrossar essa corrente do bem. Não há dúvida de que a miséria dói em muitos de nós. Mas o que você fez nos últimos meses para sair do incômodo à ação? Bom... está aí mais uma chance. Saiba mais: O livro é vendido por R$ 72 em goo.gl/K3glvX. Neste domingo (23), a partir das 15h, o autor da obra fotografará cães e seus donos no poste 31 do Minhocão. O registro custará R$ 30, valor que será revertido para ações de castração.
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Governo acredita já ter votos para a reforma da Previdência, diz Meirelles
Questionado sobre a possibilidade de a votação da reforma da Previdência ser votada em junho, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira (17) que, quando antes a reforma da Previdência for a plenário, melhor. "Faz diferença na expectativa econômica, quanto antes, melhor, para que possamos dar solidez, sustentabilidade e aumentar investimentos. Mas, por outro lado, isso tem que ser trabalhado para a realidade legislativa". Perguntado se o governo já tem os votos para a aprovação da reforma, o ministro respondeu: "Acreditamos que sim". Meirelles participou nesta quarta do XX Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. ISS E REFIS Meirelles também afirmou que o governo analisará se é ou não constitucional o trecho de uma lei, vetado pelo presidente Michel Temer no final de 2016, que determinava que o ISS (Imposto sobre Serviços) fosse recolhido no local de prestação do serviço, e não na cidade-sede da companhia. Se o veto for derrubado, as empresas prestadoras de serviços, como cartão de crédito e planos de saúde, poderão ser prejudicadas, já que teriam que ter representantes legais em cada cidade. "Estamos trabalhando nisso e vamos resolver até a próxima semana. Existe aí uma questão constitucional. A Constituição diz que o ISS é pago pelo prestador de serviços, e pago à prefeitura onde o serviço é prestado. No caso de um médico, por exemplo, isso fica claro. Mas quando estamos falando de cartão de crédito, esse serviço é centralizado em determinadas cidades", explicou o ministro. Sobre as mudanças feitas no projeto de lei do novo Refis, o ministro disse que o governo está levantando as emendas que foram feitas para saber se ainda é possível "construir uma solução em plenário". "Estamos fazendo esse levantamento para ver se é viável construir uma proposta viável ou se vamos aguardar, como é a decisão das lideranças da Câmara, e deixar vencer". No caso da renegociação das dívidas do Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural), o ministro afirmou que o prazo para o pagamento do passivo e as regras do parcelamento serão definidos até esta quinta-feira (18). Meirelles confirmou que o governo concordou com a redução da alíquota paga pelos produtores rurais pessoa física por meio do Fundo, que hoje é de 2,3% sobre a receita bruta.
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Governo acredita já ter votos para a reforma da Previdência, diz MeirellesQuestionado sobre a possibilidade de a votação da reforma da Previdência ser votada em junho, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira (17) que, quando antes a reforma da Previdência for a plenário, melhor. "Faz diferença na expectativa econômica, quanto antes, melhor, para que possamos dar solidez, sustentabilidade e aumentar investimentos. Mas, por outro lado, isso tem que ser trabalhado para a realidade legislativa". Perguntado se o governo já tem os votos para a aprovação da reforma, o ministro respondeu: "Acreditamos que sim". Meirelles participou nesta quarta do XX Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. ISS E REFIS Meirelles também afirmou que o governo analisará se é ou não constitucional o trecho de uma lei, vetado pelo presidente Michel Temer no final de 2016, que determinava que o ISS (Imposto sobre Serviços) fosse recolhido no local de prestação do serviço, e não na cidade-sede da companhia. Se o veto for derrubado, as empresas prestadoras de serviços, como cartão de crédito e planos de saúde, poderão ser prejudicadas, já que teriam que ter representantes legais em cada cidade. "Estamos trabalhando nisso e vamos resolver até a próxima semana. Existe aí uma questão constitucional. A Constituição diz que o ISS é pago pelo prestador de serviços, e pago à prefeitura onde o serviço é prestado. No caso de um médico, por exemplo, isso fica claro. Mas quando estamos falando de cartão de crédito, esse serviço é centralizado em determinadas cidades", explicou o ministro. Sobre as mudanças feitas no projeto de lei do novo Refis, o ministro disse que o governo está levantando as emendas que foram feitas para saber se ainda é possível "construir uma solução em plenário". "Estamos fazendo esse levantamento para ver se é viável construir uma proposta viável ou se vamos aguardar, como é a decisão das lideranças da Câmara, e deixar vencer". No caso da renegociação das dívidas do Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural), o ministro afirmou que o prazo para o pagamento do passivo e as regras do parcelamento serão definidos até esta quinta-feira (18). Meirelles confirmou que o governo concordou com a redução da alíquota paga pelos produtores rurais pessoa física por meio do Fundo, que hoje é de 2,3% sobre a receita bruta.
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O espanto de quem votou no PMDB
RIO DE JANEIRO - O que mais espanta na revelação do tamanho da corrupção fluminense é a reação: um fim de mundo que surpreendeu a todos. A estupefação é de quem é confrontado com algo inconcebível, inacreditável, terrível. Há quem pense que, por paroxismo, tudo não passa de mais um bem bolado esquema de "fake news": ninguém está preso e mais ninguém irá preso. Mas a verdade que mais dói são os votos dados ao PMDB. Sérgio Cabral se transformou numa espécie de soba cleptomaníaco depois de ter sido eleito deputado estadual três vezes, senador da República e governador duas vezes. Sua reeleição ao cargo, em 2010, quando tinha 47 anos, deu-se em primeiro turno, com 66,08% dos votos válidos. Em toda sua trajetória política, contou com amplo apoio da sociedade, sobretudo da mídia. As coisas só mudaram com sua chegada triunfal a Bangu. Pezão, atual governador cujo mandato foi cassado pelo TRE, é cupincha de Cabral. Chegou ao cargo com 55,78% dos votos. Prefeito do Rio entre 2008 e 2016, Eduardo Paes foi considerado um novo Pereira Passos (como se a comparação fosse elogiosa). Mas isso antes de ter o nome incluído na lista de Janot e deixar como legado a ciclovia Tim Maia, que custou R$ 45 milhões e expõe a população ao risco. Coitado do Tim, que não votou nele. Eduardo Cunha, condenado a 15 anos de xilindró, começou a montar seu curral de influência no Rio. Assim como seu vizinho num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Jorge Picciani, acusado de organizar o esquema de propinas no TCE. Todos tiveram a confiança dos eleitores cariocas e fluminenses, hoje espantadíssimos com tantos escândalos. A revolta é quase geral. Não vale para a maioria dos deputados estaduais que aplaudiu Picciani na tribuna da Alerj, como se ele fosse um Cícero de papadas. Estes, ao menos, são coerentes em sua falta de espanto.
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O espanto de quem votou no PMDBRIO DE JANEIRO - O que mais espanta na revelação do tamanho da corrupção fluminense é a reação: um fim de mundo que surpreendeu a todos. A estupefação é de quem é confrontado com algo inconcebível, inacreditável, terrível. Há quem pense que, por paroxismo, tudo não passa de mais um bem bolado esquema de "fake news": ninguém está preso e mais ninguém irá preso. Mas a verdade que mais dói são os votos dados ao PMDB. Sérgio Cabral se transformou numa espécie de soba cleptomaníaco depois de ter sido eleito deputado estadual três vezes, senador da República e governador duas vezes. Sua reeleição ao cargo, em 2010, quando tinha 47 anos, deu-se em primeiro turno, com 66,08% dos votos válidos. Em toda sua trajetória política, contou com amplo apoio da sociedade, sobretudo da mídia. As coisas só mudaram com sua chegada triunfal a Bangu. Pezão, atual governador cujo mandato foi cassado pelo TRE, é cupincha de Cabral. Chegou ao cargo com 55,78% dos votos. Prefeito do Rio entre 2008 e 2016, Eduardo Paes foi considerado um novo Pereira Passos (como se a comparação fosse elogiosa). Mas isso antes de ter o nome incluído na lista de Janot e deixar como legado a ciclovia Tim Maia, que custou R$ 45 milhões e expõe a população ao risco. Coitado do Tim, que não votou nele. Eduardo Cunha, condenado a 15 anos de xilindró, começou a montar seu curral de influência no Rio. Assim como seu vizinho num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Jorge Picciani, acusado de organizar o esquema de propinas no TCE. Todos tiveram a confiança dos eleitores cariocas e fluminenses, hoje espantadíssimos com tantos escândalos. A revolta é quase geral. Não vale para a maioria dos deputados estaduais que aplaudiu Picciani na tribuna da Alerj, como se ele fosse um Cícero de papadas. Estes, ao menos, são coerentes em sua falta de espanto.
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Janot queria me usar para derrubar Temer, diz Cunha a revista
O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso há quase um ano em Curitiba, atribui a estagnação da negociação para seu acordo de delação premiada a motivações políticas de Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República. "O Janot não queria a verdade; só queria me usar para derrubar o Michel Temer", afirmou o ex-presidente da Câmara em entrevista à revista "Época", publicada na edição desta semana. Segundo Cunha, o ex-procurador-geral queria que ele mentisse em seu depoimento a fim de comprometer o presidente. O ex-deputado diz que Janot gostaria que ele admitisse ter vendido o silêncio ao empresário Joesley Batista —a informação seria utilizada na denúncia contra Temer. Essa informação foi a primeira a vir à tona, em maio, no acordo do sócio da JBS com a PGR (Procuradoria-Geral da República) e desencadeou uma crise política no governo Temer. Cunha ainda diz que, como não aceitou mentir, Janot utilizou as informações delatadas por Lúcio Funaro, que celebrou acordo com a Justiça. "O que eu tenho para falar ia arrebentar a delação da JBS e ia debilitar a da Odebrecht. E agora posso acabar com a do Lúcio Funaro", afirmou. Ele diz que há mentiras e omissões nos depoimentos do operador. Por exemplo, Funaro "se esqueceu de dizer que ele me trouxe uma oferta de dinheiro para pagar o advogado Antonio Figueiredo Basto". Basto defendia o doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros a delatar na Lava Jato. Segundo Cunha, o advogado cobrou para mudar o depoimento de seu cliente em relação ao ex-deputado. Agora, segundo afirmou à publicação, está disposto a voltar a negociar com Raquel Dodge, nova procuradora-geral: "Tenho histórias quilométricas para contar, desde que haja boa-fé na negociação". Na entrevista, o peemedebista critica à atuação do juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato em Curitiba. O magistrado descumpre o processo legal, na avaliação do deputado, e agiu para "destruir o establishment, a elite política. E conseguiu".
poder
Janot queria me usar para derrubar Temer, diz Cunha a revistaO ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso há quase um ano em Curitiba, atribui a estagnação da negociação para seu acordo de delação premiada a motivações políticas de Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República. "O Janot não queria a verdade; só queria me usar para derrubar o Michel Temer", afirmou o ex-presidente da Câmara em entrevista à revista "Época", publicada na edição desta semana. Segundo Cunha, o ex-procurador-geral queria que ele mentisse em seu depoimento a fim de comprometer o presidente. O ex-deputado diz que Janot gostaria que ele admitisse ter vendido o silêncio ao empresário Joesley Batista —a informação seria utilizada na denúncia contra Temer. Essa informação foi a primeira a vir à tona, em maio, no acordo do sócio da JBS com a PGR (Procuradoria-Geral da República) e desencadeou uma crise política no governo Temer. Cunha ainda diz que, como não aceitou mentir, Janot utilizou as informações delatadas por Lúcio Funaro, que celebrou acordo com a Justiça. "O que eu tenho para falar ia arrebentar a delação da JBS e ia debilitar a da Odebrecht. E agora posso acabar com a do Lúcio Funaro", afirmou. Ele diz que há mentiras e omissões nos depoimentos do operador. Por exemplo, Funaro "se esqueceu de dizer que ele me trouxe uma oferta de dinheiro para pagar o advogado Antonio Figueiredo Basto". Basto defendia o doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros a delatar na Lava Jato. Segundo Cunha, o advogado cobrou para mudar o depoimento de seu cliente em relação ao ex-deputado. Agora, segundo afirmou à publicação, está disposto a voltar a negociar com Raquel Dodge, nova procuradora-geral: "Tenho histórias quilométricas para contar, desde que haja boa-fé na negociação". Na entrevista, o peemedebista critica à atuação do juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato em Curitiba. O magistrado descumpre o processo legal, na avaliação do deputado, e agiu para "destruir o establishment, a elite política. E conseguiu".
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Leandro Colon: Horas antes de morrer, Boris Nemtsov chamou Putin de "mentiroso"
Menos de quatro horas antes de ser morto, o líder político Boris Nemtsov chamou o presidente Vladimir Putin de "mentiroso" e defendeu eleições "honestas" na Rússia. Às 20h07 de sexta-feira (27), Nemtsov deu uma entrevista à rádio Ekho Moskvyat para ... Leia post completo no blog
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Leandro Colon: Horas antes de morrer, Boris Nemtsov chamou Putin de "mentiroso"Menos de quatro horas antes de ser morto, o líder político Boris Nemtsov chamou o presidente Vladimir Putin de "mentiroso" e defendeu eleições "honestas" na Rússia. Às 20h07 de sexta-feira (27), Nemtsov deu uma entrevista à rádio Ekho Moskvyat para ... Leia post completo no blog
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Brasil terá mais cinco centros federais para formar treinadores de cães-guia
Mais cinco centros de formação de treinadores e instrutores de cães-guia serão criados nos Institutos Federais para ajudar pessoas com deficiência visual. Os novos centros serão nos institutos federais de Sergipe (São Cristóvão), do Amazonas (Manaus), do Ceará (Limoeiro do Norte), de Goiás (Urutaí) e de Minas Gerais (Muzambinho). Segundo o MEC (Ministério da Educação), os centros já estão em fase de implantação e, em cada um desses campi, haverá alojamento, canil, maternidade, clínica veterinária e pista de treinamento. No Brasil há 7,3 milhões de pessoas com deficiência visual, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Dessas, 1,2 milhão têm limitações severas e 95% estão sem acesso a serviços de reabilitação. Atualmente, o país tem dois centros de formação: um em Camboriú (SC) e outro em Alegre (ES). De acordo com o ministério, 16 cães-guias treinados já foram entregues a pessoas com deficiência e outros 71 estão em fase de socialização –que passarão pelo processo de adestramento. A professora gaúcha Olga Solange Herval Souza, que nasceu sem a visão, adquiriu seu cão-guia, o golden retriever Darwin, no Instituto Federal de Camboriú. "Darwin me dá segurança, me acompanha em tudo, ele me dá autonomia, independência e mais qualidade de vida". Antes de Darwin, a professora teve um cão treinado pela Guide Dog Foundation for the Blind, de Nova York (EUA), que atua na área desde 1946, por 12 anos. Para ela, que recebeu um dos primeiros animais treinados pelos institutos, a instrução brasileira transmite especial segurança. "Como o Darwin recebeu formação mais próxima da minha realidade, sinto-me melhor e mais segura", diz a professora. "Ele está me acompanhando há pouco tempo e ainda estamos em processo de conhecimento mútuo, mas ele me auxilia muito bem." Para a reitora do instituto de Camboriú, Sônia Regina de Souza Fernandes, os centros de treinadores e instrutores de cães-guia ajudam na inclusão e disseminação da tecnologia assistiva. "Quando formamos técnicos de excelência capacitados para o treinamento de animais, principalmente, estamos colaborando para o aumento do número de cães-guia em atividade no país e contribuindo para melhorar a qualidade de vida das pessoas que têm limitações visuais", afirma. Para adquirir um animal treinado pelos institutos federais é necessário estar inscrito no Cadastro Nacional de Candidatos à Utilização de Cães-Guia da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Os cães-guia são destinados exclusivamente às pessoas com deficiência visual (cegueira ou baixa visão).
cotidiano
Brasil terá mais cinco centros federais para formar treinadores de cães-guiaMais cinco centros de formação de treinadores e instrutores de cães-guia serão criados nos Institutos Federais para ajudar pessoas com deficiência visual. Os novos centros serão nos institutos federais de Sergipe (São Cristóvão), do Amazonas (Manaus), do Ceará (Limoeiro do Norte), de Goiás (Urutaí) e de Minas Gerais (Muzambinho). Segundo o MEC (Ministério da Educação), os centros já estão em fase de implantação e, em cada um desses campi, haverá alojamento, canil, maternidade, clínica veterinária e pista de treinamento. No Brasil há 7,3 milhões de pessoas com deficiência visual, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Dessas, 1,2 milhão têm limitações severas e 95% estão sem acesso a serviços de reabilitação. Atualmente, o país tem dois centros de formação: um em Camboriú (SC) e outro em Alegre (ES). De acordo com o ministério, 16 cães-guias treinados já foram entregues a pessoas com deficiência e outros 71 estão em fase de socialização –que passarão pelo processo de adestramento. A professora gaúcha Olga Solange Herval Souza, que nasceu sem a visão, adquiriu seu cão-guia, o golden retriever Darwin, no Instituto Federal de Camboriú. "Darwin me dá segurança, me acompanha em tudo, ele me dá autonomia, independência e mais qualidade de vida". Antes de Darwin, a professora teve um cão treinado pela Guide Dog Foundation for the Blind, de Nova York (EUA), que atua na área desde 1946, por 12 anos. Para ela, que recebeu um dos primeiros animais treinados pelos institutos, a instrução brasileira transmite especial segurança. "Como o Darwin recebeu formação mais próxima da minha realidade, sinto-me melhor e mais segura", diz a professora. "Ele está me acompanhando há pouco tempo e ainda estamos em processo de conhecimento mútuo, mas ele me auxilia muito bem." Para a reitora do instituto de Camboriú, Sônia Regina de Souza Fernandes, os centros de treinadores e instrutores de cães-guia ajudam na inclusão e disseminação da tecnologia assistiva. "Quando formamos técnicos de excelência capacitados para o treinamento de animais, principalmente, estamos colaborando para o aumento do número de cães-guia em atividade no país e contribuindo para melhorar a qualidade de vida das pessoas que têm limitações visuais", afirma. Para adquirir um animal treinado pelos institutos federais é necessário estar inscrito no Cadastro Nacional de Candidatos à Utilização de Cães-Guia da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Os cães-guia são destinados exclusivamente às pessoas com deficiência visual (cegueira ou baixa visão).
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Haddad deixa alunos sem lápis, caderno e uniforme escolar
Quase três semanas depois do início das aulas, milhares de alunos ainda não receberam da gestão Fernando Haddad (PT) os uniformes e os materiais escolares básicos da rede municipal de São Paulo, como lápis, caneta e caderno. O atraso da prefeitura na entrega das roupas e calçados atinge cerca de 124 mil crianças. Com os kits escolares, materiais pedagógicos essenciais para atividades em classe, a demora prejudica ainda mais alunos –541 mil, dois terços da rede municipal. E a própria gestão Haddad prevê mais três semanas para regularizar a situação. A falta do material escolar tem levado famílias a comprar artigos por conta própria para aproveitar as aulas. Um exemplo é a dona de casa Aline Valadares, 32, mãe de Fábio, 7, que não recebeu nem uniforme nem kit escolar. "Comprei caderno e lápis, mas não tinha condição de comprar tudo. Estamos nos virando com alguns materiais que sobraram do ano passado." Fábio estuda na escola municipal Malba Tahan, na zona leste. Por enquanto, está usando o uniforme do ano passado. "Mas tive que comprar um tênis porque o que a prefeitura deu em 2015 não cabe mais", diz a mãe. Fazem parte do conjunto dado pelo poder público, além do tênis, jaqueta, calça, blusão, bermuda, cinco camisetas e cinco pares de meia. SOBRAS A prefeitura não detalhou quais alunos e escolas são mais atingidos. A reportagem apurou que os atrasos dos materiais atingem todas as etapas, das creches às escolas de ensino fundamental. Em ao menos quatro escolas de regiões diferentes, os kits chegaram só para alunos dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano). Segundo diretores consultados pela Folha, funcionários têm improvisado sobras de materiais dos anos anteriores para atender os alunos. "Aqui não chegou para os mais novos, temos usado algumas sobras. A gente depende da entrega do município, mas é inadmissível que os pais comprem", diz uma servidora da escola José Mario Pires Azanha, também na zona leste, que pede para não ser identificada. "Às vezes a gente mesmo coloca do bolso para os alunos não ficarem sem." A filha da dona de casa Ester Dias, 30, que estuda na unidade, ficou sem material, mas recebeu uniforme. "Eu tive que comprar, mas comprei um caderno só", diz. "Não deram nenhuma previsão na escola", completa Ester. Como a filha Yasmin está na 4ª série, ela está desde a volta às aulas sem acesso a materiais como caderno de desenho, canetinhas e giz de cera, por exemplo. IMPACTO Não ter os materiais escolares no início das aulas tem impacto negativo no trabalho educacional e pedagógico, afirma Cisele Ortiz, coordenadora do Instituto Avisa Lá, que capacita educadores. "O material é conteúdo de trabalho para o professor. No início do ano é quando o docente precisa dar orientações de organização, o aluno vai etiquetar o material. Isso cria o comportamento de aluno nas crianças, até mesmo para cuidar de tudo", afirma. "Muita coisa tem que mudar nos processos de compra para que a proposta pedagógica seja garantida com o uso do materiais", diz. A entrega de materiais e uniformes é feita pela prefeitura desde 2002. Os atrasos eram recorrentes, mas, em 2015, a gestão Haddad comemorou o fato de, "pela primeira vez na história", conforme divulgou na época, os produtos terem sido entregues antes do início das aulas. o que tem no kit de material escolar - A prefeitura afirma que serão fornecidos neste ano 850 mil kits de materiais escolares e que o atraso será resolvido até 24 de março. Sobre os uniformes, a gestão prevê a entrega de 620 mil conjuntos –afirma que o restante deve ser finalizado "nos próximos dias". A gestão Haddad tem patinado em metas na área da educação. O prefeito já admitiu nesta semana que, dos 20 CEUs (Centros Unificados Educacionais) prometidos, deve conseguir entregar metade, deixando os demais em obras (só um já foi concluído). Das 243 novas creches anunciadas pelo petista, mais de metade não deve ficar pronta no final do mandato. OUTRO LADO A gestão Fernando Haddad (PT) diz, em nota, que todos os estudantes da rede municipal vão receber os kits de material escolar e uniforme neste ano. Afirma que o atraso se deve a desafios de logística e ao tamanho da rede. As entregas começaram no início do ano, diz a prefeitura. "A entrega não é feita toda de uma vez dada a enormidade da rede, a quantidade de alunos que têm direito aos kits, à distância das escolas", informa a gestão em nota. ATRASO - Materiais e uniformes não chegaram para alunos de escolas municipais de São Paulo "Não é um trabalho de logística fácil entregar cerca de 1,5 milhão de kits de uniforme e material escolar a toda a rede municipal", afirma. De acordo com a gestão Haddad, a entrega dos kits depende de quando os alunos se matricularam na rede e, assim, seus nomes passaram a constar no cadastro. A prefeitura afirmou que os alunos matriculados até 31 de outubro já estão recebendo os materiais escolares. O restante deve ser finalizado até o dia 24 de março. Segundo a gestão Haddad, 687 mil kits já estão garantidos, mas, pelo aumento das matrículas após a compra, o número deve chegar a 850 mil. No ano passado, o município entregou 843 mil kits. Sobre os uniformes, os alunos matriculados até 14 de dezembro de 2015 vão recebê-los até 10 de março. O restante será encaminhado aos outros estudantes até maio. A rede municipal tem 959 mil alunos. Têm direito ao kit de material alunos da creche à etapa de educação de jovens e adultos. Os uniformes são distribuídos somente para estudantes da creche ao ensino fundamental. Neste ano, a gestão Haddad informou que gastou R$ 105 milhões em uniformes e R$ 15,4 milhões em material escolar. Segundo a prefeitura, a adesão a uma ata de compra do governo federal possibilitou economia de R$ 30 milhões nos materiais.
educacao
Haddad deixa alunos sem lápis, caderno e uniforme escolarQuase três semanas depois do início das aulas, milhares de alunos ainda não receberam da gestão Fernando Haddad (PT) os uniformes e os materiais escolares básicos da rede municipal de São Paulo, como lápis, caneta e caderno. O atraso da prefeitura na entrega das roupas e calçados atinge cerca de 124 mil crianças. Com os kits escolares, materiais pedagógicos essenciais para atividades em classe, a demora prejudica ainda mais alunos –541 mil, dois terços da rede municipal. E a própria gestão Haddad prevê mais três semanas para regularizar a situação. A falta do material escolar tem levado famílias a comprar artigos por conta própria para aproveitar as aulas. Um exemplo é a dona de casa Aline Valadares, 32, mãe de Fábio, 7, que não recebeu nem uniforme nem kit escolar. "Comprei caderno e lápis, mas não tinha condição de comprar tudo. Estamos nos virando com alguns materiais que sobraram do ano passado." Fábio estuda na escola municipal Malba Tahan, na zona leste. Por enquanto, está usando o uniforme do ano passado. "Mas tive que comprar um tênis porque o que a prefeitura deu em 2015 não cabe mais", diz a mãe. Fazem parte do conjunto dado pelo poder público, além do tênis, jaqueta, calça, blusão, bermuda, cinco camisetas e cinco pares de meia. SOBRAS A prefeitura não detalhou quais alunos e escolas são mais atingidos. A reportagem apurou que os atrasos dos materiais atingem todas as etapas, das creches às escolas de ensino fundamental. Em ao menos quatro escolas de regiões diferentes, os kits chegaram só para alunos dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano). Segundo diretores consultados pela Folha, funcionários têm improvisado sobras de materiais dos anos anteriores para atender os alunos. "Aqui não chegou para os mais novos, temos usado algumas sobras. A gente depende da entrega do município, mas é inadmissível que os pais comprem", diz uma servidora da escola José Mario Pires Azanha, também na zona leste, que pede para não ser identificada. "Às vezes a gente mesmo coloca do bolso para os alunos não ficarem sem." A filha da dona de casa Ester Dias, 30, que estuda na unidade, ficou sem material, mas recebeu uniforme. "Eu tive que comprar, mas comprei um caderno só", diz. "Não deram nenhuma previsão na escola", completa Ester. Como a filha Yasmin está na 4ª série, ela está desde a volta às aulas sem acesso a materiais como caderno de desenho, canetinhas e giz de cera, por exemplo. IMPACTO Não ter os materiais escolares no início das aulas tem impacto negativo no trabalho educacional e pedagógico, afirma Cisele Ortiz, coordenadora do Instituto Avisa Lá, que capacita educadores. "O material é conteúdo de trabalho para o professor. No início do ano é quando o docente precisa dar orientações de organização, o aluno vai etiquetar o material. Isso cria o comportamento de aluno nas crianças, até mesmo para cuidar de tudo", afirma. "Muita coisa tem que mudar nos processos de compra para que a proposta pedagógica seja garantida com o uso do materiais", diz. A entrega de materiais e uniformes é feita pela prefeitura desde 2002. Os atrasos eram recorrentes, mas, em 2015, a gestão Haddad comemorou o fato de, "pela primeira vez na história", conforme divulgou na época, os produtos terem sido entregues antes do início das aulas. o que tem no kit de material escolar - A prefeitura afirma que serão fornecidos neste ano 850 mil kits de materiais escolares e que o atraso será resolvido até 24 de março. Sobre os uniformes, a gestão prevê a entrega de 620 mil conjuntos –afirma que o restante deve ser finalizado "nos próximos dias". A gestão Haddad tem patinado em metas na área da educação. O prefeito já admitiu nesta semana que, dos 20 CEUs (Centros Unificados Educacionais) prometidos, deve conseguir entregar metade, deixando os demais em obras (só um já foi concluído). Das 243 novas creches anunciadas pelo petista, mais de metade não deve ficar pronta no final do mandato. OUTRO LADO A gestão Fernando Haddad (PT) diz, em nota, que todos os estudantes da rede municipal vão receber os kits de material escolar e uniforme neste ano. Afirma que o atraso se deve a desafios de logística e ao tamanho da rede. As entregas começaram no início do ano, diz a prefeitura. "A entrega não é feita toda de uma vez dada a enormidade da rede, a quantidade de alunos que têm direito aos kits, à distância das escolas", informa a gestão em nota. ATRASO - Materiais e uniformes não chegaram para alunos de escolas municipais de São Paulo "Não é um trabalho de logística fácil entregar cerca de 1,5 milhão de kits de uniforme e material escolar a toda a rede municipal", afirma. De acordo com a gestão Haddad, a entrega dos kits depende de quando os alunos se matricularam na rede e, assim, seus nomes passaram a constar no cadastro. A prefeitura afirmou que os alunos matriculados até 31 de outubro já estão recebendo os materiais escolares. O restante deve ser finalizado até o dia 24 de março. Segundo a gestão Haddad, 687 mil kits já estão garantidos, mas, pelo aumento das matrículas após a compra, o número deve chegar a 850 mil. No ano passado, o município entregou 843 mil kits. Sobre os uniformes, os alunos matriculados até 14 de dezembro de 2015 vão recebê-los até 10 de março. O restante será encaminhado aos outros estudantes até maio. A rede municipal tem 959 mil alunos. Têm direito ao kit de material alunos da creche à etapa de educação de jovens e adultos. Os uniformes são distribuídos somente para estudantes da creche ao ensino fundamental. Neste ano, a gestão Haddad informou que gastou R$ 105 milhões em uniformes e R$ 15,4 milhões em material escolar. Segundo a prefeitura, a adesão a uma ata de compra do governo federal possibilitou economia de R$ 30 milhões nos materiais.
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Prepare-se: protesto na av. Paulista e Gabi Amarantos marcam domingo
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Quantas estradas um homem deve percorrer pra ser chamado de homem? E por quantos anos algumas pessoas devem existir, antes de poderem ser livres? Quantos ouvidos um homem deve ter pra conseguir ouvir as pessoas chorarem? Quantas mortes serão necessárias até ele saber que pessoas demais já morreram? É, meu caro, complemento essa atemporal letra de Bob Dylan com: o que importa é ser livre, fazer a sua parte, viver com intensidade, mostrar a que veio e deixar sua marca, suas boas memórias. Exigir sem violência o que é nosso e viver em harmonia com nossas historias." Paulo Cesar Faria, 58, músico e compositor, Vila Esperança * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
saopaulo
Prepare-se: protesto na av. Paulista e Gabi Amarantos marcam domingoDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Quantas estradas um homem deve percorrer pra ser chamado de homem? E por quantos anos algumas pessoas devem existir, antes de poderem ser livres? Quantos ouvidos um homem deve ter pra conseguir ouvir as pessoas chorarem? Quantas mortes serão necessárias até ele saber que pessoas demais já morreram? É, meu caro, complemento essa atemporal letra de Bob Dylan com: o que importa é ser livre, fazer a sua parte, viver com intensidade, mostrar a que veio e deixar sua marca, suas boas memórias. Exigir sem violência o que é nosso e viver em harmonia com nossas historias." Paulo Cesar Faria, 58, músico e compositor, Vila Esperança * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Polícia aposta em asfixia financeira no combate ao contrabando
Desarticular quadrilhas especializadas em lavagem de dinheiro e em remessas de recursos para o exterior é uma das apostas para combater o contrabando no Brasil. A estratégia esbarra, porém, em investigações que demandam muito tempo, pessoal e recursos e, não raramente, punições que são reformadas por tribunais superiores, segundo autoridades. Além disso, tão logo um chefe de quadrilha é preso, um parente ou "laranja" assume seus negócios, afirmam advogados ouvidos sob a condição de anonimato. Em Foz do Iguaçu (PR), principal porta de entrada de contrabando vindo do Paraguai, a Polícia Federal prendeu, neste mês, quatro suspeitos de chefiar um esquema que mantinha 87 empresas fantasmas e de fachada usadas por contrabandistas e traficantes brasileiros para pagar, sem deixar rastros, fornecedores paraguaios. Segundo o delegado responsável pela investigação, Jackson Roberto Cerqueira Filho, do Grupo de Repressão a Crimes Financeiros da PF em Foz do Iguaçu, o esquema movimentou cerca de R$ 600 milhões em quatro anos. Parte do valor cruzava a fronteira fisicamente, levada por funcionários da quadrilha, e a maior parte, por um tipo de operação conhecida como dólar cabo. Pela investigação, as 87 empresas, em nome de "laranjas", ficavam em Foz e outras cidades paranaenses e também em Ribeirão Preto (SP). Compradores de São Paulo, Minas, Bahia e Goiás depositavam nas contas dessas empresas os valores que precisavam fazer chegar ao país vizinho. Doleiros e casas de câmbio sediadas nos dois países completavam o esquema, utilizando contas no Paraguai para efetuar os pagamentos aos fornecedores que lá estão. PERFIL DO GRUPO Assista Para a polícia, o perfil dos supostos chefes da quadrilha não levantava suspeitas. Segundo a Folha apurou, um deles, Jaimir Rezner, é gerente de um hotel e professor de administração na Unifoz, uma universidade local. Outro, Valdiney Vieira, é dono de uma loja de bebidas. Junto com Claudiomiro de Macedo Gomes e Eleandro Pontedura de Barros, eles são suspeitos de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e de constituir uma organização criminosa. Os quatro estão presos preventivamente. Advogado de Jaimir Rezner, Carlo Flores disse à Folha que o professor universitário está colaborando com a investigação e, desde 2013, não tem envolvimento com os demais suspeitos. Jorge Luis Nunes e David Eliezer Hayashida Petit, que representam Eleandro Pontedura de Barros e Valdiney Freitas Vieira, respectivamente, não quiseram se manifestar. A reportagem não localizou o defensor de Claudiomiro Gomes. Trinta e quatro laranjas que, segundo a PF, emprestaram seus nomes para a abertura das empresas fantasmas cumpriram prisão temporária e já foram soltos. Entre eles havia de empresários a empregados domésticos. "A mercadoria e a droga só são remetidos às pessoas que estão no Brasil porque o dinheiro chegou aos fornecedores", diz o delegado Cerqueira Filho. "Não precisa pegar o caminhoneiro, o dono da van que está levando a mercadoria, o cigarro. Vamos impedir que o dinheiro chegue. É uma forma mais inteligente de combater o crime." Segundo o delegado-executivo da PF em Foz, Rodrigo Costa, ações como a operação Bemol, que desarticulou o esquema, dependem de integração entre polícia e Ministério Público Federal e de um Judiciário "sensível" ao problema. "Temos um processo penal permeado de recursos, o que possibilita a protelação, e uma jurisprudência dentro dos tribunais superiores que, para manter alguém preso, necessariamente [ele] tem que cometer crimes com violência ou grave ameaça. Lavagem de dinheiro, via de regra, não tem violência", diz.
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Polícia aposta em asfixia financeira no combate ao contrabandoDesarticular quadrilhas especializadas em lavagem de dinheiro e em remessas de recursos para o exterior é uma das apostas para combater o contrabando no Brasil. A estratégia esbarra, porém, em investigações que demandam muito tempo, pessoal e recursos e, não raramente, punições que são reformadas por tribunais superiores, segundo autoridades. Além disso, tão logo um chefe de quadrilha é preso, um parente ou "laranja" assume seus negócios, afirmam advogados ouvidos sob a condição de anonimato. Em Foz do Iguaçu (PR), principal porta de entrada de contrabando vindo do Paraguai, a Polícia Federal prendeu, neste mês, quatro suspeitos de chefiar um esquema que mantinha 87 empresas fantasmas e de fachada usadas por contrabandistas e traficantes brasileiros para pagar, sem deixar rastros, fornecedores paraguaios. Segundo o delegado responsável pela investigação, Jackson Roberto Cerqueira Filho, do Grupo de Repressão a Crimes Financeiros da PF em Foz do Iguaçu, o esquema movimentou cerca de R$ 600 milhões em quatro anos. Parte do valor cruzava a fronteira fisicamente, levada por funcionários da quadrilha, e a maior parte, por um tipo de operação conhecida como dólar cabo. Pela investigação, as 87 empresas, em nome de "laranjas", ficavam em Foz e outras cidades paranaenses e também em Ribeirão Preto (SP). Compradores de São Paulo, Minas, Bahia e Goiás depositavam nas contas dessas empresas os valores que precisavam fazer chegar ao país vizinho. Doleiros e casas de câmbio sediadas nos dois países completavam o esquema, utilizando contas no Paraguai para efetuar os pagamentos aos fornecedores que lá estão. PERFIL DO GRUPO Assista Para a polícia, o perfil dos supostos chefes da quadrilha não levantava suspeitas. Segundo a Folha apurou, um deles, Jaimir Rezner, é gerente de um hotel e professor de administração na Unifoz, uma universidade local. Outro, Valdiney Vieira, é dono de uma loja de bebidas. Junto com Claudiomiro de Macedo Gomes e Eleandro Pontedura de Barros, eles são suspeitos de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e de constituir uma organização criminosa. Os quatro estão presos preventivamente. Advogado de Jaimir Rezner, Carlo Flores disse à Folha que o professor universitário está colaborando com a investigação e, desde 2013, não tem envolvimento com os demais suspeitos. Jorge Luis Nunes e David Eliezer Hayashida Petit, que representam Eleandro Pontedura de Barros e Valdiney Freitas Vieira, respectivamente, não quiseram se manifestar. A reportagem não localizou o defensor de Claudiomiro Gomes. Trinta e quatro laranjas que, segundo a PF, emprestaram seus nomes para a abertura das empresas fantasmas cumpriram prisão temporária e já foram soltos. Entre eles havia de empresários a empregados domésticos. "A mercadoria e a droga só são remetidos às pessoas que estão no Brasil porque o dinheiro chegou aos fornecedores", diz o delegado Cerqueira Filho. "Não precisa pegar o caminhoneiro, o dono da van que está levando a mercadoria, o cigarro. Vamos impedir que o dinheiro chegue. É uma forma mais inteligente de combater o crime." Segundo o delegado-executivo da PF em Foz, Rodrigo Costa, ações como a operação Bemol, que desarticulou o esquema, dependem de integração entre polícia e Ministério Público Federal e de um Judiciário "sensível" ao problema. "Temos um processo penal permeado de recursos, o que possibilita a protelação, e uma jurisprudência dentro dos tribunais superiores que, para manter alguém preso, necessariamente [ele] tem que cometer crimes com violência ou grave ameaça. Lavagem de dinheiro, via de regra, não tem violência", diz.
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Anseio de partidos como PT e PSDB é o de que a crise prisional seja invisível
Os partidos políticos brasileiros estão se lixando para as penitenciárias. Nos 13 anos de PT, o número de presos foi multiplicado por 2,6: saltou de 239 mil para 622 mil (fevereiro de 2014). O PSDB governa o Estado de São Paulo desde 1995: 166 unidades prisionais, mais de 220 mil presos e a vigência plena do Regime Disciplinar Diferenciado que submete detentos a isolamento absoluto. De tempos em tempos, presídios explodem, facções se movem e a imagem do amontoado insalubre de seres humanos retorna à imprensa. É um problema real e importante, mas não faz parte da agenda política. Nas eleições de 2014, o programa de governo do PT para o segundo mandato de Dilma, além de falar na cifra de R$1,1 bi para ajudar Estados e na criação de 47 mil vagas (o déficit já era de 250 mil), propagava o controle "mais efetivo" das fronteiras: "Evitamos, com o enfrentamento ao tráfico de drogas e armas, o fortalecimento do crime organizado". O do PSDB e de Aécio é também genérico. Prometia "prevenção e repressão ao tráfico de drogas e de armas e à lavagem de dinheiro". Os candidatos eram, evidentemente, favoráveis à humanização do sistema prisional, mas não se sabe se pretendiam reduzir ou ampliar o número de presos. O que se viu foi promessa de "segurança" e reafirmação da estratégia de combate ao tráfico de drogas que faz as prisões transbordarem de gente. Alguém se recorda de uma robusta operação da Polícia Federal desarticulando rotas de tráfico de armas? Não é papel do governo estabelecer diretrizes de segurança pública e direcionar o serviço das agências de inteligência e repressão? Por que nada acontece? Descobre-se, de repente, que um grupo empresarial chamado Umanizzare gerencia presídios no Amazonas e em Tocantins. É modernidade ou é mais uma tentativa de lavar as mãos? Quem controla a privatização? Quem se ocupa dos maus-tratos? O anseio das autoridades é o de que a crise não seja visível, exposta por mortes, rebeliões e fugas. Não há políticas públicas para um encarceramento menos caótico e brutal. O que se busca é remediar, obter tréguas. Mutirão relâmpago de advogados, aumento episódico de vigilância, mas nada capaz de domesticar a revolta latente que habita os presídios superlotados e retirar do sistema quem não precisaria estar preso e submetido às facções. Há governantes que não sabem reagir aos acontecimentos. Dilma demorou mais de oito meses para indicar Fachin para o STF. A resposta do governo Temer às rebeliões do Brasil é eficaz? Construir muro para separar inimigos? Envolver as Forças Armadas? Transferir líderes? Punir os que desta vez decapitaram? Alcançar outro período de paz, a paz dos cemitérios? Depois da matança de Manaus e de Natal, em Bauru, interior de São Paulo, presos fogem do regime semiaberto. Em Brasília, membros do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, do governo antigo, renunciam. E o número de presos aumenta, dia após dia. A população não se importa, só se assusta, e como a culpa é de todos, Judiciário, Legislativo, governos estaduais, ministros da Justiça, partidos políticos, ninguém se sente culpado de nada. A miséria das prisões é sujeira que não cabe mais embaixo do tapete.
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Anseio de partidos como PT e PSDB é o de que a crise prisional seja invisívelOs partidos políticos brasileiros estão se lixando para as penitenciárias. Nos 13 anos de PT, o número de presos foi multiplicado por 2,6: saltou de 239 mil para 622 mil (fevereiro de 2014). O PSDB governa o Estado de São Paulo desde 1995: 166 unidades prisionais, mais de 220 mil presos e a vigência plena do Regime Disciplinar Diferenciado que submete detentos a isolamento absoluto. De tempos em tempos, presídios explodem, facções se movem e a imagem do amontoado insalubre de seres humanos retorna à imprensa. É um problema real e importante, mas não faz parte da agenda política. Nas eleições de 2014, o programa de governo do PT para o segundo mandato de Dilma, além de falar na cifra de R$1,1 bi para ajudar Estados e na criação de 47 mil vagas (o déficit já era de 250 mil), propagava o controle "mais efetivo" das fronteiras: "Evitamos, com o enfrentamento ao tráfico de drogas e armas, o fortalecimento do crime organizado". O do PSDB e de Aécio é também genérico. Prometia "prevenção e repressão ao tráfico de drogas e de armas e à lavagem de dinheiro". Os candidatos eram, evidentemente, favoráveis à humanização do sistema prisional, mas não se sabe se pretendiam reduzir ou ampliar o número de presos. O que se viu foi promessa de "segurança" e reafirmação da estratégia de combate ao tráfico de drogas que faz as prisões transbordarem de gente. Alguém se recorda de uma robusta operação da Polícia Federal desarticulando rotas de tráfico de armas? Não é papel do governo estabelecer diretrizes de segurança pública e direcionar o serviço das agências de inteligência e repressão? Por que nada acontece? Descobre-se, de repente, que um grupo empresarial chamado Umanizzare gerencia presídios no Amazonas e em Tocantins. É modernidade ou é mais uma tentativa de lavar as mãos? Quem controla a privatização? Quem se ocupa dos maus-tratos? O anseio das autoridades é o de que a crise não seja visível, exposta por mortes, rebeliões e fugas. Não há políticas públicas para um encarceramento menos caótico e brutal. O que se busca é remediar, obter tréguas. Mutirão relâmpago de advogados, aumento episódico de vigilância, mas nada capaz de domesticar a revolta latente que habita os presídios superlotados e retirar do sistema quem não precisaria estar preso e submetido às facções. Há governantes que não sabem reagir aos acontecimentos. Dilma demorou mais de oito meses para indicar Fachin para o STF. A resposta do governo Temer às rebeliões do Brasil é eficaz? Construir muro para separar inimigos? Envolver as Forças Armadas? Transferir líderes? Punir os que desta vez decapitaram? Alcançar outro período de paz, a paz dos cemitérios? Depois da matança de Manaus e de Natal, em Bauru, interior de São Paulo, presos fogem do regime semiaberto. Em Brasília, membros do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, do governo antigo, renunciam. E o número de presos aumenta, dia após dia. A população não se importa, só se assusta, e como a culpa é de todos, Judiciário, Legislativo, governos estaduais, ministros da Justiça, partidos políticos, ninguém se sente culpado de nada. A miséria das prisões é sujeira que não cabe mais embaixo do tapete.
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A feira do impeachment
A proximidade do impeachment transformou o Senado numa feira livre. O ambiente de pechincha é o mesmo, mas as frutas dão lugar a cargos em ministérios e estatais. Na semana passada, uma gravação expôs o clima das negociações. Foi estrelada pelo senador Hélio José, do PMDB do Distrito Federal. O parlamentar é conhecido em Brasília pelo apelido de Hélio Gambiarra. A alcunha surgiu em 1995, quando ele abriu sua casa para um churrasco com a presença de políticos ilustres. Depois descobriu-se que a festa havia sido iluminada graças a um gato da rede elétrica. Hélio era suplente de Rodrigo Rollemberg, do PSB. Ganhou quatro anos de mandato quando o titular virou governador, em 2014. Na época da eleição, ele pertencia ao PT. Depois foi para o PSD. Em seguida, pousou no anedótico PMB, o Partido da Mulher Brasileira. Ao se filiar, disse que as mulheres trazem aos homens "alegria e prazer". No início deste ano, o senador mostrou que é um feirante astuto e escolheu a fruta da estação: o PMDB. Em março, montou sua barraca na sigla. Em abril, foi recebido por Michel Temer. Saiu com a sacola cheia de promessas de nomeações. O presidente interino agraciou Hélio com a chefia da Secretaria de Patrimônio da União em Brasília. O órgão administra os próprios federais na capital, onde a grilagem de terras públicas sempre foi um negócio lucrativo. Na última terça (2), o senador foi à repartição. Servidores de carreira reclamaram dos aliados que ele indicou. A resposta foi gravada e acabou na internet: "Isso aqui é nosso. Isso aqui eu ponho quem eu quiser aqui. A melancia que eu quiser aqui eu vou colocar!". Dilma Rousseff se despediu do poder em clima de xepa. Chegou a negociar o Ministério da Saúde em troca de um punhado de votos na Câmara. Temer adotou as mesmas práticas. A diferença é que agora a nova feira parece estar só no começo.
colunas
A feira do impeachmentA proximidade do impeachment transformou o Senado numa feira livre. O ambiente de pechincha é o mesmo, mas as frutas dão lugar a cargos em ministérios e estatais. Na semana passada, uma gravação expôs o clima das negociações. Foi estrelada pelo senador Hélio José, do PMDB do Distrito Federal. O parlamentar é conhecido em Brasília pelo apelido de Hélio Gambiarra. A alcunha surgiu em 1995, quando ele abriu sua casa para um churrasco com a presença de políticos ilustres. Depois descobriu-se que a festa havia sido iluminada graças a um gato da rede elétrica. Hélio era suplente de Rodrigo Rollemberg, do PSB. Ganhou quatro anos de mandato quando o titular virou governador, em 2014. Na época da eleição, ele pertencia ao PT. Depois foi para o PSD. Em seguida, pousou no anedótico PMB, o Partido da Mulher Brasileira. Ao se filiar, disse que as mulheres trazem aos homens "alegria e prazer". No início deste ano, o senador mostrou que é um feirante astuto e escolheu a fruta da estação: o PMDB. Em março, montou sua barraca na sigla. Em abril, foi recebido por Michel Temer. Saiu com a sacola cheia de promessas de nomeações. O presidente interino agraciou Hélio com a chefia da Secretaria de Patrimônio da União em Brasília. O órgão administra os próprios federais na capital, onde a grilagem de terras públicas sempre foi um negócio lucrativo. Na última terça (2), o senador foi à repartição. Servidores de carreira reclamaram dos aliados que ele indicou. A resposta foi gravada e acabou na internet: "Isso aqui é nosso. Isso aqui eu ponho quem eu quiser aqui. A melancia que eu quiser aqui eu vou colocar!". Dilma Rousseff se despediu do poder em clima de xepa. Chegou a negociar o Ministério da Saúde em troca de um punhado de votos na Câmara. Temer adotou as mesmas práticas. A diferença é que agora a nova feira parece estar só no começo.
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Após quase falir, Chapecoense zerou dívida e está viva na Sul-Americana
De quase falida em 2005 a surpresa da Copa Sul-Americana, a Chapecoense se reinventou, quase teve que mudar de nome e com um plano de ajuste de contas chegou à elite do futebol brasileiro. Desde 2014 na Série A do torneio nacional, o time já conseguiu igualar a sua melhor campanha em uma competição internacional. Em 2015, foi eliminado pelo River Plate nas quartas da Sul-Americana. O passado recente do clube de Chapecó, porém, não foi tão animador quanto o presente. Em 2005, por muito pouco não teve a razão social modificada para não decretar falência devido a uma dívida. Em 2008, não estava em nenhuma divisão do futebol nacional. Diante do cenário desolador, um grupo de empresários da região se uniu para quitar a dívida de R$ 1,5 milhão de gestões passadas. "Do valor arrecadado, 70% era investido no futebol, enquanto 30% era destinado para pagar as dívidas, que terminaram por completo em 2013", afirma Sandro Parollo, presidente da Chapecoense. A medida surtiu efeito. Em 2009, o clube participou da Série D do Brasileiro e no mesmo ano garantiu acesso para a terceira divisão. Em 2012 e 2013, conquistou dois acessos consecutivos e chegou à elite do futebol brasileiro. Na diretoria desde 2008 e presidente desde 2010, Parollo diz que o sucesso se deve ao modelo de gestão implementada. "O processo começou em 2009, quando estávamos na Série D do Campeonato Brasileiro. A Chapecoense não é um clube empresa, mas administramos como uma empresa. Gastamos somente o que arrecadamos", diz. Em um estudo divulgado pelo banco Itaú BBA em junho deste ano, o clube era o menos endividado entre os 20 times da Série A de 2015 do Brasileiro. Entre dívidas bancárias, operacionais e fiscal, o valor era de R$ 5 milhões. Segundo colocado no Nacional, o Flamengo lidera o ranking negativo, com R$ 546 milhões a pagar. Com a cota de TV de R$ 28 milhões, modesta se comparada aos R$ 170 milhões do Corinthians, o time de Santa Catarina mantém a cautela e não faz grandes loucuras em contratações. "Vamos atrás de atletas que estão esquecidos em seus clubes. Temos dois analistas de desempenho que ajudam na contratação. Não podemos errar porque não podemos deixar o clube com dívidas", diz o presidente. Cléber Santana, 35, é o maior exemplo do que o dirigente diz fazer. Ex-São Paulo e Flamengo, o meia teve uma passagem conturbada pelo Criciúma e chegou em Chapecó no ano passado. O jogador recebe um dos maiores salários da equipe, que tem um teto de R$ 90 mil e uma folha de pagamentos de R$ 2 milhões. Para fechar as contas do mês, o clube conta ainda com R$ 4 milhões anuais de patrocínio da Caixa Econômica Federal para estampar a marca na camisa. O Palmeiras, por exemplo, recebe cerca de R$ 66 milhões em acordo firmado com a Crefisa. CENÁRIO INTERNACIONAL Para chegar às quartas da Sul-Americana, a equipe desbancou o maior campeão da Libertadores, o Independiente, da Argentina, que já levantou a taça sete vezes. Diferentemente do rival das oitavas, a Chapecoense, fundada em 1973, nunca conseguiu títulos expressivos nem revelou grandes jogadores. O máximo que alcançou foram cinco títulos do Campeonato Catarinense. "No futuro, queremos ganhar a Sul-Americana para beliscar uma vaga na Libertadores. É o caminho mais curto. Pelo G4 do Brasileiro fica muito difícil porque os clubes possuem um investimento maior", analisou Sandro Parollo, que ficou surpreendido com a rápida ascensão da agremiação.
esporte
Após quase falir, Chapecoense zerou dívida e está viva na Sul-AmericanaDe quase falida em 2005 a surpresa da Copa Sul-Americana, a Chapecoense se reinventou, quase teve que mudar de nome e com um plano de ajuste de contas chegou à elite do futebol brasileiro. Desde 2014 na Série A do torneio nacional, o time já conseguiu igualar a sua melhor campanha em uma competição internacional. Em 2015, foi eliminado pelo River Plate nas quartas da Sul-Americana. O passado recente do clube de Chapecó, porém, não foi tão animador quanto o presente. Em 2005, por muito pouco não teve a razão social modificada para não decretar falência devido a uma dívida. Em 2008, não estava em nenhuma divisão do futebol nacional. Diante do cenário desolador, um grupo de empresários da região se uniu para quitar a dívida de R$ 1,5 milhão de gestões passadas. "Do valor arrecadado, 70% era investido no futebol, enquanto 30% era destinado para pagar as dívidas, que terminaram por completo em 2013", afirma Sandro Parollo, presidente da Chapecoense. A medida surtiu efeito. Em 2009, o clube participou da Série D do Brasileiro e no mesmo ano garantiu acesso para a terceira divisão. Em 2012 e 2013, conquistou dois acessos consecutivos e chegou à elite do futebol brasileiro. Na diretoria desde 2008 e presidente desde 2010, Parollo diz que o sucesso se deve ao modelo de gestão implementada. "O processo começou em 2009, quando estávamos na Série D do Campeonato Brasileiro. A Chapecoense não é um clube empresa, mas administramos como uma empresa. Gastamos somente o que arrecadamos", diz. Em um estudo divulgado pelo banco Itaú BBA em junho deste ano, o clube era o menos endividado entre os 20 times da Série A de 2015 do Brasileiro. Entre dívidas bancárias, operacionais e fiscal, o valor era de R$ 5 milhões. Segundo colocado no Nacional, o Flamengo lidera o ranking negativo, com R$ 546 milhões a pagar. Com a cota de TV de R$ 28 milhões, modesta se comparada aos R$ 170 milhões do Corinthians, o time de Santa Catarina mantém a cautela e não faz grandes loucuras em contratações. "Vamos atrás de atletas que estão esquecidos em seus clubes. Temos dois analistas de desempenho que ajudam na contratação. Não podemos errar porque não podemos deixar o clube com dívidas", diz o presidente. Cléber Santana, 35, é o maior exemplo do que o dirigente diz fazer. Ex-São Paulo e Flamengo, o meia teve uma passagem conturbada pelo Criciúma e chegou em Chapecó no ano passado. O jogador recebe um dos maiores salários da equipe, que tem um teto de R$ 90 mil e uma folha de pagamentos de R$ 2 milhões. Para fechar as contas do mês, o clube conta ainda com R$ 4 milhões anuais de patrocínio da Caixa Econômica Federal para estampar a marca na camisa. O Palmeiras, por exemplo, recebe cerca de R$ 66 milhões em acordo firmado com a Crefisa. CENÁRIO INTERNACIONAL Para chegar às quartas da Sul-Americana, a equipe desbancou o maior campeão da Libertadores, o Independiente, da Argentina, que já levantou a taça sete vezes. Diferentemente do rival das oitavas, a Chapecoense, fundada em 1973, nunca conseguiu títulos expressivos nem revelou grandes jogadores. O máximo que alcançou foram cinco títulos do Campeonato Catarinense. "No futuro, queremos ganhar a Sul-Americana para beliscar uma vaga na Libertadores. É o caminho mais curto. Pelo G4 do Brasileiro fica muito difícil porque os clubes possuem um investimento maior", analisou Sandro Parollo, que ficou surpreendido com a rápida ascensão da agremiação.
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Flamengo é derrotado pelo Orlando Magic no NBA Global Games
A equipe de basquete do Flamengo foi derrotada neste sábado (17) para o Orlando Magic por 90 a 73, pelo NBA Global Games. Disputado na Arena da Barra, no Rio de Janeiro, a partida amistosa contou com público de quase 15 mil pessoas, entre eles muitas celebridades flamenguistas, como o lutador de MMA José Aldo, a atriz Carolina Dieckman e a cantora Sandra de Sá. Apesar da derrota, o treinador rubro-negro, José Neto, afirmou que o encontro contra a equipe da Flórida foi importante para o início da próxima temporada. "É logico que estamos no começo da temporada, com expectativas, então é um jogo agrega, porque mede força com uma equipe de qualidade e da maneira que vejo o basquete: uma equipe com intensidade", afirmou o treinador, que teve três novos jogadores no quinteto titular.
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Flamengo é derrotado pelo Orlando Magic no NBA Global GamesA equipe de basquete do Flamengo foi derrotada neste sábado (17) para o Orlando Magic por 90 a 73, pelo NBA Global Games. Disputado na Arena da Barra, no Rio de Janeiro, a partida amistosa contou com público de quase 15 mil pessoas, entre eles muitas celebridades flamenguistas, como o lutador de MMA José Aldo, a atriz Carolina Dieckman e a cantora Sandra de Sá. Apesar da derrota, o treinador rubro-negro, José Neto, afirmou que o encontro contra a equipe da Flórida foi importante para o início da próxima temporada. "É logico que estamos no começo da temporada, com expectativas, então é um jogo agrega, porque mede força com uma equipe de qualidade e da maneira que vejo o basquete: uma equipe com intensidade", afirmou o treinador, que teve três novos jogadores no quinteto titular.
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Os 10 Direitos da Criança aprovados pela ONU em 1959
Em 1959, a ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou uma declaração com dez direitos das crianças para garantir que elas fossem protegidas –afinal, meninos e meninas merecem viver bem e felizes. Porém, nem sempre essa combinação é cumprida, em especial nos períodos de guerra. Mas o esforço é do planeta inteiro para que crianças tenham condições de viver em paz, com alimentos, saúde, segurança e acesso à escola. Por quê? Porque elas sonham com o futuro. Como diz a canção "Aquarela", de Toquinho, é como se o amanhã fosse um navio de partida ou uma astronave que um dia vai pousar. Em 1987, Toquinho e Elifas Andreato criaram um disco com músicas inspiradas nesses direitos –que integram o musical "Canção dos Direitos da Criança", em cartaz até 1º de novembro, em São Paulo. O CD é interpretado por músicos como Chico Buarque, Elba Ramalho e pelo próprio Toquinho. Os direitos das crianças continuaram a evoluir depois disso. Em 1989, a ONU publicou outro acordo sobre o tema, que seria assinado por 193 países –que também inspirou o livro "Eu Tenho Direito de Ser Criança" (Pequena Zahar; R$ 44,90). No Brasil, há o Estatuto da Criança e do Adolescente, que fez 25 anos em julho. * * * * * * * * *
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Os 10 Direitos da Criança aprovados pela ONU em 1959Em 1959, a ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou uma declaração com dez direitos das crianças para garantir que elas fossem protegidas –afinal, meninos e meninas merecem viver bem e felizes. Porém, nem sempre essa combinação é cumprida, em especial nos períodos de guerra. Mas o esforço é do planeta inteiro para que crianças tenham condições de viver em paz, com alimentos, saúde, segurança e acesso à escola. Por quê? Porque elas sonham com o futuro. Como diz a canção "Aquarela", de Toquinho, é como se o amanhã fosse um navio de partida ou uma astronave que um dia vai pousar. Em 1987, Toquinho e Elifas Andreato criaram um disco com músicas inspiradas nesses direitos –que integram o musical "Canção dos Direitos da Criança", em cartaz até 1º de novembro, em São Paulo. O CD é interpretado por músicos como Chico Buarque, Elba Ramalho e pelo próprio Toquinho. Os direitos das crianças continuaram a evoluir depois disso. Em 1989, a ONU publicou outro acordo sobre o tema, que seria assinado por 193 países –que também inspirou o livro "Eu Tenho Direito de Ser Criança" (Pequena Zahar; R$ 44,90). No Brasil, há o Estatuto da Criança e do Adolescente, que fez 25 anos em julho. * * * * * * * * *
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Jovens vencem dificuldades da periferia ao participar de projeto social
Nas periferias do Brasil, vencer o desemprego e a criminalidade é um desafio para os jovens. Ao fundar o Projeto Palco, Leandro Oliva deu uma oportunidade para a ascensão social e profissional desses adolescentes. Os integrantes do projeto vão se reunir em uma praça da Vila Nova Jaguaré, zona norte de São Paulo, no sábado (5), para apresentar o que ensaiaram nos cursos. Além de mostrar o aprendizado, o show quer atrair novos interessados para o próximo ano. O Projeto Palco existe há 14 anos e já beneficiou mais de 14 mil jovens de diferentes bairros da capital paulista com cursos de teatro, violão, dança, canto, idiomas e fotografia. PROGRAMAÇÃO A praça Telecentro receberá as atividades a partir das 16h. 16h - peça "Remoto", de Stef Smith, com a Cia de Teatro Vizinho Legal. Direção de Wallyson Mota (duração: 60 minutos) 17h15 - abertura oficial da mostra com apresentações de Fernando (violão); Felipe (violão e teatro); Yolanda (teatro); e Leticia (teatro) 17h20 - alunos tocam clássicos de Legião Urbana, Cássia Eller, Cazuza e Raul Seixas 17h35 - peça "O Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna, pelo grupo de teatro do Instituto Reciclar 18h - apresentação das turmas de violino 18h15 - peça "Meu Pai é o Cara", adaptação livre de livro homônimo realizada por alunos das turmas de Iniciação Teatral 19h - encerramento com apresentação do grupo Encantasamba, formado por ex-participantes do projeto Projeto Palco - praça do Telecentro, Vila Nova Jaguaré, São Paulo, SP. Sab. (5): das 16h às 19h30.
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Jovens vencem dificuldades da periferia ao participar de projeto socialNas periferias do Brasil, vencer o desemprego e a criminalidade é um desafio para os jovens. Ao fundar o Projeto Palco, Leandro Oliva deu uma oportunidade para a ascensão social e profissional desses adolescentes. Os integrantes do projeto vão se reunir em uma praça da Vila Nova Jaguaré, zona norte de São Paulo, no sábado (5), para apresentar o que ensaiaram nos cursos. Além de mostrar o aprendizado, o show quer atrair novos interessados para o próximo ano. O Projeto Palco existe há 14 anos e já beneficiou mais de 14 mil jovens de diferentes bairros da capital paulista com cursos de teatro, violão, dança, canto, idiomas e fotografia. PROGRAMAÇÃO A praça Telecentro receberá as atividades a partir das 16h. 16h - peça "Remoto", de Stef Smith, com a Cia de Teatro Vizinho Legal. Direção de Wallyson Mota (duração: 60 minutos) 17h15 - abertura oficial da mostra com apresentações de Fernando (violão); Felipe (violão e teatro); Yolanda (teatro); e Leticia (teatro) 17h20 - alunos tocam clássicos de Legião Urbana, Cássia Eller, Cazuza e Raul Seixas 17h35 - peça "O Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna, pelo grupo de teatro do Instituto Reciclar 18h - apresentação das turmas de violino 18h15 - peça "Meu Pai é o Cara", adaptação livre de livro homônimo realizada por alunos das turmas de Iniciação Teatral 19h - encerramento com apresentação do grupo Encantasamba, formado por ex-participantes do projeto Projeto Palco - praça do Telecentro, Vila Nova Jaguaré, São Paulo, SP. Sab. (5): das 16h às 19h30.
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Em coletânea, Nabokov desvenda estrutura e estilo de obras
No segundo volume de sua biografia de Vladimir Nabokov (1899-1977), Brian Boyd reproduz o comentário de um estudante que assistiu a um dos primeiros cursos que o escritor russo ministrou nos Estados Unidos, em 1941. O aluno contava que as aulas eram tão impressionantes que era impossível tomar notas enquanto aquele professor nada convencional falava. Em "Lições de Literatura", o leitor brasileiro tem a oportunidade de conhecer um pouco melhor esse professor especial (a editora Três Estrelas já havia publicado "Lições de Literatura Russa"). Ao longo das aulas aqui reunidas, Nabokov busca revelar os "mecanismos internos" de obras centrais de Austen, Dickens, Stevenson, Flaubert, Kafka, Joyce e Proust. Em cada texto, o escritor desvenda estrutura e estilo da obra analisada. Assim, aprendemos por que o "inseto monstruoso" em que se transforma Gregor Samsa em "A Metamorfose" é um tipo de "besouro marrom, convexo e do tamanho de um cachorro". Ou por que a história de "O Médico e o Monstro", de Stevenson, apesar de "lindamente construída", não pode se comparar à novela de Kafka. Quase não há discussão biográfica ou de contexto nessas lições. A intenção é que os alunos aprendam os segredos de uma arte que não serve para nada, ainda que possa se tornar decisiva em suas vidas. Logo no primeiro texto, Nabokov diz que um leitor sábio não lê um grande livro nem com o coração, nem com o cérebro, e sim com a coluna vertebral: "é de lá que vem o formigamento revelador". A ideia retorna no último texto: "Corremos o risco de perder o melhor da vida se não soubermos como sentir tal formigamento, se não aprendermos a nos erguer só um pouquinho acima do que somos no dia a dia...". Nestes tempos regressivos em que vivemos, essa é uma boa lembrança. LIÇÕES DE LITERATURA AUTOR Vladimir Nabokov TRADUÇÃO Jorio Dauster EDITORA Três Estrelas QUANTO R$ 79,90 (464 págs.) ADRIANO SCHWARTZ é professor de literatura da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.
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Em coletânea, Nabokov desvenda estrutura e estilo de obrasNo segundo volume de sua biografia de Vladimir Nabokov (1899-1977), Brian Boyd reproduz o comentário de um estudante que assistiu a um dos primeiros cursos que o escritor russo ministrou nos Estados Unidos, em 1941. O aluno contava que as aulas eram tão impressionantes que era impossível tomar notas enquanto aquele professor nada convencional falava. Em "Lições de Literatura", o leitor brasileiro tem a oportunidade de conhecer um pouco melhor esse professor especial (a editora Três Estrelas já havia publicado "Lições de Literatura Russa"). Ao longo das aulas aqui reunidas, Nabokov busca revelar os "mecanismos internos" de obras centrais de Austen, Dickens, Stevenson, Flaubert, Kafka, Joyce e Proust. Em cada texto, o escritor desvenda estrutura e estilo da obra analisada. Assim, aprendemos por que o "inseto monstruoso" em que se transforma Gregor Samsa em "A Metamorfose" é um tipo de "besouro marrom, convexo e do tamanho de um cachorro". Ou por que a história de "O Médico e o Monstro", de Stevenson, apesar de "lindamente construída", não pode se comparar à novela de Kafka. Quase não há discussão biográfica ou de contexto nessas lições. A intenção é que os alunos aprendam os segredos de uma arte que não serve para nada, ainda que possa se tornar decisiva em suas vidas. Logo no primeiro texto, Nabokov diz que um leitor sábio não lê um grande livro nem com o coração, nem com o cérebro, e sim com a coluna vertebral: "é de lá que vem o formigamento revelador". A ideia retorna no último texto: "Corremos o risco de perder o melhor da vida se não soubermos como sentir tal formigamento, se não aprendermos a nos erguer só um pouquinho acima do que somos no dia a dia...". Nestes tempos regressivos em que vivemos, essa é uma boa lembrança. LIÇÕES DE LITERATURA AUTOR Vladimir Nabokov TRADUÇÃO Jorio Dauster EDITORA Três Estrelas QUANTO R$ 79,90 (464 págs.) ADRIANO SCHWARTZ é professor de literatura da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.
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Cena cultural na capital da Polônia reúne museus, clubes e bares
Varsóvia, a capital polonesa ainda em obras após o massacre nazista e o domínio soviético, é candidata ao título de centro hipster da Europa. Um pouco como aconteceu com Berlim após a queda do muro, em 1989. A cidade é animada por música alternativa, festas gratuitas à beira-rio, performances, grafites e produção contemporânea em museus ou prédios abandonados. Abriram espaço para essa Varsóvia pós-moderna as construções históricas ou não ocupadas por artistas, o custo de vida mais barato do que na Europa Ocidental e uma tradição de arte de vanguarda que resiste à censura desde o século passado. Um bom jeito de começar a entender a nova Polônia é visitar os centros dedicados à arte contemporânea. O museu do castelo Ujazdowski abriga, até agosto, a mostra "Polonidade Tardia - Identidade Nacional Pós-1989", com quadros, fotos, instalações, performances e filme. Há visitas guiadas em inglês (u-jazdowski.pl/en). Na parte de trás do museu fica um dos restaurantes descolados. O Qchnia Artystyczna oferece pratos com ingredientes da estação e mesas no terraço para um almoço entre artistas com vista para o Parque Real. Um almoço executivo, que inclui entrada e sobremesa custa o equivalente a R$ 24. Onde fica Polônia O roteiro continua pelo parque ao redor do castelo Ujazdowski. Em um dos lados, uma ponte leva à rua Jazdow, onde ficam as Casas Finlandesas, um dos muitos lugares onde história e modernidade se cruzam em Varsóvia. As construções de madeira chegaram da Finlândia após a Segunda Guerra, para acomodar desabrigados durante a reconstrução de Varsóvia e se tornaram residências de artistas. Uma é hoje sede do selo independente Lado ABC, que promove no local uma programação eclética de shows de música eletrônica, experimental, além de rock, jazz e world music. RIO VIVO Quando o tempo esquenta (geralmente de maio a setembro, melhor época para conhecer o país), o Vístula, rio que atravessa a capital e quase toda a Polônia, é o lugar. A primeira parada pode ser o novíssimo prédio do Museu de Arte Moderna (artmu seum.pl/en), uma estrutura branca e enorme que saiu de Berlim para aterrissar ao lado da margem. A mostra atual, em cartaz até junho, é sobre sereias (o símbolo de Varsóvia é um desses seres fantásticos empunhando uma espada e um escudo). A mulher com cauda de peixe pode ser vista em pinturas acadêmicas, desenhos de Picasso, fotos do brasileiro Tunga, videoclipes e até na versão "sereio". A entrada é gratuita e há visitas guiadas em inglês. Do lado de fora do museu, as margens do rio ficam lotadas de bares. Durante o dia, famílias aproveitam as praias fluviais dos dois lados do Vístula; à tarde e à noite, o povo se joga nas festas e nos concertos promovidos por bares e clubes como o BarKa, o Cud nad Wisla, o Hocki Kloci ou o Pomost 511. CENTRÃO E ARREDORES Ao lado da estação ferroviária central fica o Palácio da Cultura e Ciência, com seu estilo indecifrável de colunas neoclássicas, lustres de cristal e paredes de mármore. Exemplo do monumentalismo soviético e até hoje o edifício mais alto de Varsóvia, o palácio foi um "presente" de Joseph Stálin à Polônia destruída pela guerra. É possível subir ao terraço do prédio para observar a cidade do alto, mas o programa preferido dos moradores é frequentar os dois cafés na praça do palácio: o bar Studio, conhecido como lugar das melhores festas dos fins de semana (e de quase todos os dias no verão) e o Kulturalna, onde artistas locais se encontram para um café, uma dose de vodca ou um almoço rápido e barato (na faixa de R$ 27 um prato). Perto (15 minutos a pé), fica a rua dos restaurantes moderninhos, a Poznanska. Apesar da moda, a comida não é cara. Depois que a cozinha fecha, por volta de 23h, o serviço de bar segue a todo vapor. Frente a frente ficam o Tel Aviv (cozinha judaica contemporânea e vegana), no número 11, e o Beirut (árabe), número 12 da rua. Quase uma extensão do último (há até uma passagem interna), o Kraken serve frutos do mar. Ao lado, o Grizzly Gin Bar oferece, além das bebidas, shows de novas bandas. Vale andar uns dez minutos até o Bibenda, na rua Nowogrodzka, 10, onde intelectuais e artistas se reúnem ao redor de tapas, cervejas regionais e vinho da casa (produzido na Itália). GRAFITES E ARTISTAS A praça Zbawiciela é o ponto de encontro dos hipsters em Varsóvia. Especialmente no verão, pequenas multidões circulam pela rotatória e pelas avenidas adjacentes, como a Marszalkowska e Mokotowska, com suas lojas-conceito e galerias de arte. O quartel-general é o clube Plan B. Shows, DJs, cerveja e vodca garantem a festa. Oferta da casa: um copo descartável com o logotipo da Coca-Cola para quem quer saborear seu drinque na rua, já que na Polônia é proibido beber álcool em vias públicas. Também na área, na av. Marszalkowska, 27, fica um dos restaurantes veganos preferidos da turma, o Krowarzywa (a tradução da palavra é "ajude a salvar uma vaca"). Do outro lado do rio Vístula fica Praga, antigo bairro operário. Blocos residenciais da era soviética e casas semi-abandonadas começaram a ser ocupados por artistas independentes e, na esteira, vieram os clubes, bares e até a sede do Google Campus, em uma antiga fábrica de vodca, na rua Zabkowska, 33. Na mesma rua, no número 11, fica o bar-centro cultural Lysy Pingwi, um dos pioneiros em Praga, e, no número 6, o café-bar W Oparach Absurdu, com decoração vintage e música ao vivo à noite. Outra rua para se visitar no bairro é a Listopada, especialmente o pátio interno do edifício número 11 com seus clubes Sklad Butelek, Chmury e Hydrozagadka. Praga é também famoso pelos grafites. Entre os mais conhecidos estão os murais "Varsóvia Oriental" (r. Strzelecka, 26), "Clube de Luta Varsóvia" (r. Srodkowa, 17), "Dziura", buraco pintado em 3D no prédio de número 1 na rua Mackiewicza, o ganso gigante da rua Brzeska, 14. Para ver arte em espaços fechados, há o Museu de Praga (r. Targowa, 50) e o do Néon, com as placas luminosas produzidas no período da Guerra Fria (1945-91). Este último fica na Soho Factory (r. Minska, 25), autodefinido como espaço avant-garde de cultura e negócios. O complexo abriga lojas, ateliês, um teatro e uma barbearia especializada em "look lenhador". * SINTA-SE LÁ PROSA Retrato da juventude polonesa pós-comunismo, o livro de Dorota Maslowska, publicado quando o autora tinha 18 anos, desenrola-se como o fluxo de consciência do personagem, o jovem Forte Branco Neve, Vermelho Rússia AUTOR Dorota Maslowska EDITORA Record PREÇO R$ 54,90 (272 págs.) POESIA Os versos sobre acontecimentos banais ou históricos, amores ou reflexões filosóficas na escrita levemente irônica da prêmio Nobel são uma introdução lírica à alma dos poloneses Um Amor Feliz AUTOR Wislawa Symborska EDITORA Companhia das Letras PREÇO R$ 44,90 (328 págs.) * PACOTES R$ 1.405 Quatro noites entre Varsóvia e Praga, na República Tcheca. Inclui guia que fala português e visita panorâmica nas duas cidades –além de passagem por Wróclaw. Valor por pessoa, com café da manhã. Na Agaxtur: agaxtur.com.br € 1.295 (R$ 4.481) Roteiro de seis noites, sendo duas em Varsóvia, duas em Cracóvia (ambas na Polônia) e duas em Budapeste (Hungria). Valor sem aéreo, mas com passeios nos três destinos. Por pessoa, na Visual Turismo: visualturismo.com.br € 1.560 (R$ 5.398) Sem aéreo, dez noites na Europa com visitas a Alemanha, França e Polônia (entre as cidades conhecidas no país estão Varsóvia e Cracóvia). Inclui passeio panorâmico nos destinos. Por pessoa. Na Venice Turismo: veniceturismo.com.br US$ 2.627 (R$ 8.332) Roteiro no leste da Europa, com hospedagem em quatro países: Polônia, Alemanha, Hungria e República Tcheca. Os 14 dias de viagem incluem guia brasileiro e passeios, como visita à casa do papa João Paulo 2º, em Wadowice. Na New Age: newage.tur.br US$ 2.990 (R$ 9.484) Valor por pessoa para sete noites, sem taxas incluídas. Roteiro passa por cidades como Varsóvia, Cracóvia e Wróclaw. Inclui visita a Auschwitz. Na Forma Family: formafamily.com.br € 6.105 (R$ 21.124) Com serviço de motorista incluso, nove noites na Polônia. Roteiro não conta com aéreo, mas tem passeios como city tour em Varsóvia e visita a Auschwitz. Na Queensberry: queensberry.com.br
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Cena cultural na capital da Polônia reúne museus, clubes e baresVarsóvia, a capital polonesa ainda em obras após o massacre nazista e o domínio soviético, é candidata ao título de centro hipster da Europa. Um pouco como aconteceu com Berlim após a queda do muro, em 1989. A cidade é animada por música alternativa, festas gratuitas à beira-rio, performances, grafites e produção contemporânea em museus ou prédios abandonados. Abriram espaço para essa Varsóvia pós-moderna as construções históricas ou não ocupadas por artistas, o custo de vida mais barato do que na Europa Ocidental e uma tradição de arte de vanguarda que resiste à censura desde o século passado. Um bom jeito de começar a entender a nova Polônia é visitar os centros dedicados à arte contemporânea. O museu do castelo Ujazdowski abriga, até agosto, a mostra "Polonidade Tardia - Identidade Nacional Pós-1989", com quadros, fotos, instalações, performances e filme. Há visitas guiadas em inglês (u-jazdowski.pl/en). Na parte de trás do museu fica um dos restaurantes descolados. O Qchnia Artystyczna oferece pratos com ingredientes da estação e mesas no terraço para um almoço entre artistas com vista para o Parque Real. Um almoço executivo, que inclui entrada e sobremesa custa o equivalente a R$ 24. Onde fica Polônia O roteiro continua pelo parque ao redor do castelo Ujazdowski. Em um dos lados, uma ponte leva à rua Jazdow, onde ficam as Casas Finlandesas, um dos muitos lugares onde história e modernidade se cruzam em Varsóvia. As construções de madeira chegaram da Finlândia após a Segunda Guerra, para acomodar desabrigados durante a reconstrução de Varsóvia e se tornaram residências de artistas. Uma é hoje sede do selo independente Lado ABC, que promove no local uma programação eclética de shows de música eletrônica, experimental, além de rock, jazz e world music. RIO VIVO Quando o tempo esquenta (geralmente de maio a setembro, melhor época para conhecer o país), o Vístula, rio que atravessa a capital e quase toda a Polônia, é o lugar. A primeira parada pode ser o novíssimo prédio do Museu de Arte Moderna (artmu seum.pl/en), uma estrutura branca e enorme que saiu de Berlim para aterrissar ao lado da margem. A mostra atual, em cartaz até junho, é sobre sereias (o símbolo de Varsóvia é um desses seres fantásticos empunhando uma espada e um escudo). A mulher com cauda de peixe pode ser vista em pinturas acadêmicas, desenhos de Picasso, fotos do brasileiro Tunga, videoclipes e até na versão "sereio". A entrada é gratuita e há visitas guiadas em inglês. Do lado de fora do museu, as margens do rio ficam lotadas de bares. Durante o dia, famílias aproveitam as praias fluviais dos dois lados do Vístula; à tarde e à noite, o povo se joga nas festas e nos concertos promovidos por bares e clubes como o BarKa, o Cud nad Wisla, o Hocki Kloci ou o Pomost 511. CENTRÃO E ARREDORES Ao lado da estação ferroviária central fica o Palácio da Cultura e Ciência, com seu estilo indecifrável de colunas neoclássicas, lustres de cristal e paredes de mármore. Exemplo do monumentalismo soviético e até hoje o edifício mais alto de Varsóvia, o palácio foi um "presente" de Joseph Stálin à Polônia destruída pela guerra. É possível subir ao terraço do prédio para observar a cidade do alto, mas o programa preferido dos moradores é frequentar os dois cafés na praça do palácio: o bar Studio, conhecido como lugar das melhores festas dos fins de semana (e de quase todos os dias no verão) e o Kulturalna, onde artistas locais se encontram para um café, uma dose de vodca ou um almoço rápido e barato (na faixa de R$ 27 um prato). Perto (15 minutos a pé), fica a rua dos restaurantes moderninhos, a Poznanska. Apesar da moda, a comida não é cara. Depois que a cozinha fecha, por volta de 23h, o serviço de bar segue a todo vapor. Frente a frente ficam o Tel Aviv (cozinha judaica contemporânea e vegana), no número 11, e o Beirut (árabe), número 12 da rua. Quase uma extensão do último (há até uma passagem interna), o Kraken serve frutos do mar. Ao lado, o Grizzly Gin Bar oferece, além das bebidas, shows de novas bandas. Vale andar uns dez minutos até o Bibenda, na rua Nowogrodzka, 10, onde intelectuais e artistas se reúnem ao redor de tapas, cervejas regionais e vinho da casa (produzido na Itália). GRAFITES E ARTISTAS A praça Zbawiciela é o ponto de encontro dos hipsters em Varsóvia. Especialmente no verão, pequenas multidões circulam pela rotatória e pelas avenidas adjacentes, como a Marszalkowska e Mokotowska, com suas lojas-conceito e galerias de arte. O quartel-general é o clube Plan B. Shows, DJs, cerveja e vodca garantem a festa. Oferta da casa: um copo descartável com o logotipo da Coca-Cola para quem quer saborear seu drinque na rua, já que na Polônia é proibido beber álcool em vias públicas. Também na área, na av. Marszalkowska, 27, fica um dos restaurantes veganos preferidos da turma, o Krowarzywa (a tradução da palavra é "ajude a salvar uma vaca"). Do outro lado do rio Vístula fica Praga, antigo bairro operário. Blocos residenciais da era soviética e casas semi-abandonadas começaram a ser ocupados por artistas independentes e, na esteira, vieram os clubes, bares e até a sede do Google Campus, em uma antiga fábrica de vodca, na rua Zabkowska, 33. Na mesma rua, no número 11, fica o bar-centro cultural Lysy Pingwi, um dos pioneiros em Praga, e, no número 6, o café-bar W Oparach Absurdu, com decoração vintage e música ao vivo à noite. Outra rua para se visitar no bairro é a Listopada, especialmente o pátio interno do edifício número 11 com seus clubes Sklad Butelek, Chmury e Hydrozagadka. Praga é também famoso pelos grafites. Entre os mais conhecidos estão os murais "Varsóvia Oriental" (r. Strzelecka, 26), "Clube de Luta Varsóvia" (r. Srodkowa, 17), "Dziura", buraco pintado em 3D no prédio de número 1 na rua Mackiewicza, o ganso gigante da rua Brzeska, 14. Para ver arte em espaços fechados, há o Museu de Praga (r. Targowa, 50) e o do Néon, com as placas luminosas produzidas no período da Guerra Fria (1945-91). Este último fica na Soho Factory (r. Minska, 25), autodefinido como espaço avant-garde de cultura e negócios. O complexo abriga lojas, ateliês, um teatro e uma barbearia especializada em "look lenhador". * SINTA-SE LÁ PROSA Retrato da juventude polonesa pós-comunismo, o livro de Dorota Maslowska, publicado quando o autora tinha 18 anos, desenrola-se como o fluxo de consciência do personagem, o jovem Forte Branco Neve, Vermelho Rússia AUTOR Dorota Maslowska EDITORA Record PREÇO R$ 54,90 (272 págs.) POESIA Os versos sobre acontecimentos banais ou históricos, amores ou reflexões filosóficas na escrita levemente irônica da prêmio Nobel são uma introdução lírica à alma dos poloneses Um Amor Feliz AUTOR Wislawa Symborska EDITORA Companhia das Letras PREÇO R$ 44,90 (328 págs.) * PACOTES R$ 1.405 Quatro noites entre Varsóvia e Praga, na República Tcheca. Inclui guia que fala português e visita panorâmica nas duas cidades –além de passagem por Wróclaw. Valor por pessoa, com café da manhã. Na Agaxtur: agaxtur.com.br € 1.295 (R$ 4.481) Roteiro de seis noites, sendo duas em Varsóvia, duas em Cracóvia (ambas na Polônia) e duas em Budapeste (Hungria). Valor sem aéreo, mas com passeios nos três destinos. Por pessoa, na Visual Turismo: visualturismo.com.br € 1.560 (R$ 5.398) Sem aéreo, dez noites na Europa com visitas a Alemanha, França e Polônia (entre as cidades conhecidas no país estão Varsóvia e Cracóvia). Inclui passeio panorâmico nos destinos. Por pessoa. Na Venice Turismo: veniceturismo.com.br US$ 2.627 (R$ 8.332) Roteiro no leste da Europa, com hospedagem em quatro países: Polônia, Alemanha, Hungria e República Tcheca. Os 14 dias de viagem incluem guia brasileiro e passeios, como visita à casa do papa João Paulo 2º, em Wadowice. Na New Age: newage.tur.br US$ 2.990 (R$ 9.484) Valor por pessoa para sete noites, sem taxas incluídas. Roteiro passa por cidades como Varsóvia, Cracóvia e Wróclaw. Inclui visita a Auschwitz. Na Forma Family: formafamily.com.br € 6.105 (R$ 21.124) Com serviço de motorista incluso, nove noites na Polônia. Roteiro não conta com aéreo, mas tem passeios como city tour em Varsóvia e visita a Auschwitz. Na Queensberry: queensberry.com.br
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Sabe o que é uma franquia de TV, como o novo programa 'Festa Hi-5'?
Uma nova versão do "Hi-5" estreia nesta segunda (23), às 17h, no Discovery Kids. Mas quem ligar a TV para ver o programa, chamado de "Festa Hi-5", talvez nem note a mudança. Ué, mas se é uma nova versão, por que quase nada mudou na série? A resposta é que "Hi-5" é uma franquia de televisão. Sabe o que é isso? Tudo começa quando alguém cria um programa que faz sucesso e desperta o desejo de outros países terem uma atração igual. Pode ser novela, seriado, programa de auditório... Quando isso acontece, os criadores vendem o formato do programa e permitem que ele seja feito em outro país. Mas com algumas condições: em muitos casos, deve-se manter o cenário, a ideia e até o nome dos personagens. É o que acontece, por exemplo, com "Chiquititas", "Big Brother" e "Hi-5", que, além da nova versão, já passou por Estados Unidos, Inglaterra, Vietnã e deve chegar às Filipinas. O novo "Hi-5", gravado na Argentina e com atores da América Latina, é bem parecido com o original, que foi criado na Austrália em 1999 e já era exibido no Brasil. Em ambos, dois meninos e três meninas com roupas coloridas apresentam músicas, danças e brincadeiras com a ajuda de marionetes. Mas as franquias não são só cópias. Se, por um lado, os programas assim são feitos a partir de uma fôrma estrangeira, por outro, podem deixar espaço para que seja inserido conteúdo de cada país que o compra. "Festa Hi-5", por exemplo, mostrará cenas gravadas em países da América Latina, como o Brasil, e brincadeiras mais parecidas com as nossas. Além disso, uma das atrizes é brasileira (leia ao lado). "Seguimos orientações da Austrália, mas com elementos que fazem a criança da América se identificar", diz Carolina Lightcap, chefe de conteúdo da Discovery na região. Um problema resolvido com a franquia são os shows. Como os atores australianos não viajam para se apresentar ao vivo, são substituídos por dublês. Com a nova versão, as crianças verão no palco as mesmas pessoas que aparecem na TV. O jornalista BRUNO MOLINERO viajou a convite da Discovery Brasil
folhinha
Sabe o que é uma franquia de TV, como o novo programa 'Festa Hi-5'?Uma nova versão do "Hi-5" estreia nesta segunda (23), às 17h, no Discovery Kids. Mas quem ligar a TV para ver o programa, chamado de "Festa Hi-5", talvez nem note a mudança. Ué, mas se é uma nova versão, por que quase nada mudou na série? A resposta é que "Hi-5" é uma franquia de televisão. Sabe o que é isso? Tudo começa quando alguém cria um programa que faz sucesso e desperta o desejo de outros países terem uma atração igual. Pode ser novela, seriado, programa de auditório... Quando isso acontece, os criadores vendem o formato do programa e permitem que ele seja feito em outro país. Mas com algumas condições: em muitos casos, deve-se manter o cenário, a ideia e até o nome dos personagens. É o que acontece, por exemplo, com "Chiquititas", "Big Brother" e "Hi-5", que, além da nova versão, já passou por Estados Unidos, Inglaterra, Vietnã e deve chegar às Filipinas. O novo "Hi-5", gravado na Argentina e com atores da América Latina, é bem parecido com o original, que foi criado na Austrália em 1999 e já era exibido no Brasil. Em ambos, dois meninos e três meninas com roupas coloridas apresentam músicas, danças e brincadeiras com a ajuda de marionetes. Mas as franquias não são só cópias. Se, por um lado, os programas assim são feitos a partir de uma fôrma estrangeira, por outro, podem deixar espaço para que seja inserido conteúdo de cada país que o compra. "Festa Hi-5", por exemplo, mostrará cenas gravadas em países da América Latina, como o Brasil, e brincadeiras mais parecidas com as nossas. Além disso, uma das atrizes é brasileira (leia ao lado). "Seguimos orientações da Austrália, mas com elementos que fazem a criança da América se identificar", diz Carolina Lightcap, chefe de conteúdo da Discovery na região. Um problema resolvido com a franquia são os shows. Como os atores australianos não viajam para se apresentar ao vivo, são substituídos por dublês. Com a nova versão, as crianças verão no palco as mesmas pessoas que aparecem na TV. O jornalista BRUNO MOLINERO viajou a convite da Discovery Brasil
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Petrobras diz ao STF que Cunha enriqueceu com desvios da empresa
A Petrobras afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) enriqueceu indevidamente a partir da sangria praticada em contratos da estatal por um esquema de corrupção e pediu para fazer parte da acusação contra o peemedebista em uma das ações penais que ele responde na Lava Jato. A estatal quer ser assistente de acusação contra Cunha, que é réu pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro sob suspeita de que recebeu US$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sondas da Petrobras. A estatal afirma que foi vítima do esquema e reforça que o recebimento da denúncia de Cunha pelo Supremo mostra que o deputado afastado "locupletou-se diretamente de recursos escoados criminosamente" da empresa. "Mantém-se incólume o encadeamento narrativo e probatório indiciário que evidenciam que o 1° denunciado [Cunha] locupletou-se ilegalmente de pelo menos US$ 5 milhões oriundos da sangria perpetrada por agentes diretores da Reqte [Petrobras] e intermediadores financeiros nos dois contratos dos navios-sonda em questão". "Não há dúvidas de que a Petrobras foi a maior vítima do esquema apurado no bojo da intitulada Operação Lava Jato, pois sofreu diretamente os efeitos negativos do delito praticado. No presente caso, em que houve o pagamento de propina no bojo de contratos de navios-sondas a situação não é diferente", diz o pedido da estatal. Na Lava-Jato, Cunha é réu em duas ações penais, foi denunciado por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Caixa, além de ser investigado em mais três inquéritos. Ele também é alvo de dois pedidos de abertura de inquérito, sendo um deles para ser investigado por suposta participação na organização criminosa que atuou na empresa, e um pedido de prisão formulado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele também foi afastado da presidência da Câmara pelo STF por usar o cargo para atrapalhar as investigações contra ele na Justiça e na Câmara que discute a cassação de seu mandato.
poder
Petrobras diz ao STF que Cunha enriqueceu com desvios da empresaA Petrobras afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) enriqueceu indevidamente a partir da sangria praticada em contratos da estatal por um esquema de corrupção e pediu para fazer parte da acusação contra o peemedebista em uma das ações penais que ele responde na Lava Jato. A estatal quer ser assistente de acusação contra Cunha, que é réu pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro sob suspeita de que recebeu US$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sondas da Petrobras. A estatal afirma que foi vítima do esquema e reforça que o recebimento da denúncia de Cunha pelo Supremo mostra que o deputado afastado "locupletou-se diretamente de recursos escoados criminosamente" da empresa. "Mantém-se incólume o encadeamento narrativo e probatório indiciário que evidenciam que o 1° denunciado [Cunha] locupletou-se ilegalmente de pelo menos US$ 5 milhões oriundos da sangria perpetrada por agentes diretores da Reqte [Petrobras] e intermediadores financeiros nos dois contratos dos navios-sonda em questão". "Não há dúvidas de que a Petrobras foi a maior vítima do esquema apurado no bojo da intitulada Operação Lava Jato, pois sofreu diretamente os efeitos negativos do delito praticado. No presente caso, em que houve o pagamento de propina no bojo de contratos de navios-sondas a situação não é diferente", diz o pedido da estatal. Na Lava-Jato, Cunha é réu em duas ações penais, foi denunciado por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Caixa, além de ser investigado em mais três inquéritos. Ele também é alvo de dois pedidos de abertura de inquérito, sendo um deles para ser investigado por suposta participação na organização criminosa que atuou na empresa, e um pedido de prisão formulado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele também foi afastado da presidência da Câmara pelo STF por usar o cargo para atrapalhar as investigações contra ele na Justiça e na Câmara que discute a cassação de seu mandato.
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Temidos por atacar moradores, jacarés viram fonte de renda em Rondônia
Antes temidos por atacar moradores, jacarés são hoje fonte de renda na pequena comunidade do lago do Cuniã, em Porto Velho (RO). Desde 2011, quando o abate regulamentado começou, a venda do couro e da carne fez com que os animais passassem a ser cultivados e respeitados pela população local. O início dos estudos para o projeto ocorreu em 2004, depois de ataques de jacarés terem ferido moradores e causado a morte de uma criança de cinco anos. "Até então a gente tratava jacaré com uma diferença, como uma espécie ameaçadora, tínhamos medo de conviver, então desenvolvemos o projeto de manejo do animal", diz Antônio Ednaldo, presidente da Cooper Cuniã, cooperativa formada por moradores que executa o projeto. O lago do Cuniã fica próximo ao rio Madeira, em uma reserva extrativista de responsabilidade do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Para chegar até o local, o caminho mais curto a partir do centro de Porto Velho é por um percurso de três horas que envolve estrada de terra, travessias de barco e trilha de moto. FITA CREPE A captura dos jacarés ocorre à noite: para que sejam laçados, é preciso antes cegá-los com a luz das lanternas. Devido ao risco de ataques, os jacarezeiros, como são conhecidos os trabalhadores responsáveis pela perigosa ação, passam fita crepe na boca e nos olhos do jacaré. Após medirem o animal e verificarem seu sexo, os jacarezeiros retiram do lago apenas os machos -em média, 25 por dia. Todo o processo de manejo, conhecido como "harvesting" (colheita, em inglês) por não envolver criação em cativeiro, só ocorre entre agosto e novembro, época de seca, e é feito com duas espécies do animal: o jacaré-açu e o jacaretinga. Como só há autorização do órgão fiscalizador municipal, a carne de jacaré apenas pode ser comercializada em Porto Velho. Encontrar compradores não foi fácil: de início, apenas um estabelecimento aceitou vender o produto. Hoje, o quilo da carne é comercializado a R$ 29,90 e tem boa aceitação na cidade. Já o couro, após ser secado, é vendido em estado bruto para uma empresa em Minas Gerais por R$ 150 a unidade. No total, a venda da pele e da carne gera cerca de R$ 260 mil por ano para a comunidade do lago do Cuniã. ALAGOAS Os jacarés também são fonte de renda para empresas em outras partes do país. Situada em Maceió (AL), a Mr. Cayman tem o maior criatório de jacarés-de-papo-amarelo da América Latina, com aproximadamente 20 mil animais. O animal é criado e se reproduz em cativeiro. Depois de um ano e meio, os répteis estão prontos para o abate e, após quatro anos, viram reprodutores. Além de exportar a pele já beneficiada para o mercado europeu e asiático, a Mr. Cayman atua com o repasse de tecnologia para parceiros e a venda tanto de animais vivos quanto, por meio das duas grifes que possui, do produto final. A carne, que recebe certificação estadual, é vendida para famílias e restaurantes de Alagoas. Seu valor por quilo, sem osso, é R$ 140. Já o valor da pele de cada jacaré-de-papo-amarelo, mais cobiçada pelo mercado de luxo do que a de outras espécies, varia de € 1.200 a € 2.000 (de R$ 4.800 a R$ 8.000, aproximadamente). "Nós estamos na contramão da crise, temos mercado no mundo inteiro. Nos próximos anos não teremos como atender nem 30% da demanda", afirma Cristina Ruffo, dona da empresa. edição de vídeo DIEGO ARVATE
mercado
Temidos por atacar moradores, jacarés viram fonte de renda em RondôniaAntes temidos por atacar moradores, jacarés são hoje fonte de renda na pequena comunidade do lago do Cuniã, em Porto Velho (RO). Desde 2011, quando o abate regulamentado começou, a venda do couro e da carne fez com que os animais passassem a ser cultivados e respeitados pela população local. O início dos estudos para o projeto ocorreu em 2004, depois de ataques de jacarés terem ferido moradores e causado a morte de uma criança de cinco anos. "Até então a gente tratava jacaré com uma diferença, como uma espécie ameaçadora, tínhamos medo de conviver, então desenvolvemos o projeto de manejo do animal", diz Antônio Ednaldo, presidente da Cooper Cuniã, cooperativa formada por moradores que executa o projeto. O lago do Cuniã fica próximo ao rio Madeira, em uma reserva extrativista de responsabilidade do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Para chegar até o local, o caminho mais curto a partir do centro de Porto Velho é por um percurso de três horas que envolve estrada de terra, travessias de barco e trilha de moto. FITA CREPE A captura dos jacarés ocorre à noite: para que sejam laçados, é preciso antes cegá-los com a luz das lanternas. Devido ao risco de ataques, os jacarezeiros, como são conhecidos os trabalhadores responsáveis pela perigosa ação, passam fita crepe na boca e nos olhos do jacaré. Após medirem o animal e verificarem seu sexo, os jacarezeiros retiram do lago apenas os machos -em média, 25 por dia. Todo o processo de manejo, conhecido como "harvesting" (colheita, em inglês) por não envolver criação em cativeiro, só ocorre entre agosto e novembro, época de seca, e é feito com duas espécies do animal: o jacaré-açu e o jacaretinga. Como só há autorização do órgão fiscalizador municipal, a carne de jacaré apenas pode ser comercializada em Porto Velho. Encontrar compradores não foi fácil: de início, apenas um estabelecimento aceitou vender o produto. Hoje, o quilo da carne é comercializado a R$ 29,90 e tem boa aceitação na cidade. Já o couro, após ser secado, é vendido em estado bruto para uma empresa em Minas Gerais por R$ 150 a unidade. No total, a venda da pele e da carne gera cerca de R$ 260 mil por ano para a comunidade do lago do Cuniã. ALAGOAS Os jacarés também são fonte de renda para empresas em outras partes do país. Situada em Maceió (AL), a Mr. Cayman tem o maior criatório de jacarés-de-papo-amarelo da América Latina, com aproximadamente 20 mil animais. O animal é criado e se reproduz em cativeiro. Depois de um ano e meio, os répteis estão prontos para o abate e, após quatro anos, viram reprodutores. Além de exportar a pele já beneficiada para o mercado europeu e asiático, a Mr. Cayman atua com o repasse de tecnologia para parceiros e a venda tanto de animais vivos quanto, por meio das duas grifes que possui, do produto final. A carne, que recebe certificação estadual, é vendida para famílias e restaurantes de Alagoas. Seu valor por quilo, sem osso, é R$ 140. Já o valor da pele de cada jacaré-de-papo-amarelo, mais cobiçada pelo mercado de luxo do que a de outras espécies, varia de € 1.200 a € 2.000 (de R$ 4.800 a R$ 8.000, aproximadamente). "Nós estamos na contramão da crise, temos mercado no mundo inteiro. Nos próximos anos não teremos como atender nem 30% da demanda", afirma Cristina Ruffo, dona da empresa. edição de vídeo DIEGO ARVATE
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Sem acordo, Senado adia votação de projeto de abuso de autoridade
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não conseguiu levar adiante nesta quarta-feira (14) seu projeto de abuso de autoridade. Sem nem mesmo conseguir votar os requerimentos para retirar o tema de pauta, Renan se viu obrigado a encaminhar a proposta para discussão na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Foi a segunda derrota do peemedebista em 15 dias. No último dia 30, o Senado rejeitou um requerimento de urgência para votar o pacote de medidas anticorrupção aprovado horas antes pela Câmara. "A maioria da base está para não votar", disse à Folha o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Nunes Ferreira (PSDB-SP), antes de Renan abrir mão de votar a proposta. Senadores governistas e de oposição que defendem a proposta, mas não queriam defendê-la sem ter maioria para aprovar o texto articularam uma saída alternativa - pediram que fosse definida uma data, no próximo ano, para que o projeto fosse votado. "Se o momento não é este, qual o momento?", questionou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Com a retirada de pauta, Renan não conseguirá mais votar a proposta com a Casa sob seu comando. Em fevereiro, quando o Congresso voltará às atividades, o Senado já terá um novo presidente. Renan Calheiros está em guerra com o Judiciário e o Ministério Público e aprovar a legislação de abuso de autoridade era uma prioridade sua. Pela manhã, disse que iria "trabalhar" para aprovar o texto de todo jeito. "Vou trabalhar para que ela seja aprovada. Vocês tenham absoluta certeza que, se não for aprovada, não foi porque o Renan deixou de trabalhar", disse Renan. "No que depender de mim, vamos votá-la, sim. Esta lei é muito importante para o Brasil. Estamos convivendo a cada dia com mais abusos e é importante que tenhamos uma lei para conter este excesso", afirmou o presidente do Senado. E, de fato, trabalhou, tentando algumas estratégias. A primeira tentativa seria juntar duas propostas, a que está em tramitação no Senado, relatada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR), com uma já votada pela Câmara, de autoria do ex-ministro da Justiça Nelson Jobim. Assim, o projeto poderia seguir diretamente para a sanção presidencial. Outra ideia era votar só o projeto do Senado, sem utilizar o texto da Câmara. A discussão do tema teve início pouco antes das 20h desta quarta, com bastante polêmica. A proposta tramitava em regime de urgência no plenário. Não havia sequer chegado a passar por comissões temáticas. A proposta do Senado define condutas abusivas de agentes públicos dos três Poderes (Judiciário, Executivo e Legislativo), das três esferas (federal, estadual e municipal), além dos integrantes do Ministério Público. Apesar disso, o foco é direcionado a policiais, ao Ministério Público e a magistrados. O texto descreve como abusivo, por exemplo, decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado sem prévia intimação de comparecimento ao juízo, sob pena de prisão de 1 a 4 anos, e multa. Após o período de incerteza pelo qual passou na semana passada sobre sua permanência no comando da Casa, Renan foi aconselhado por aliados a desistir de votar a proposta, que vinha defendendo desde novembro. Acabou cedendo por alguns dias. Citado em delação da Lava Jato e denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pela primeira vez, na segunda (12), no âmbito da Operação, o senador voltou a trabalhar pela votação. Em plenário, Requião seguiu o roteiro de elogiar a Lava Jato e o juiz Sérgio Moro e adotou discurso corporativista para tentar fazer seus colegas votarem a proposta. "O que somos? Senadores acovardados? Com medo de quê?", provocou Requião. "Não podemos ser a favor da continuidade de uma visão corporativista", disse o senador peemedebista. O senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que já havia defendido o texto na noite de terça-feira (12), voltou a se manifestar. "Tenho ouvido que o momento não é oportuno. Por que não é oportuno?", questionou Barbalho, elencando sugestões de magistrados e entidades que teriam sido acatadas por Roberto Requião. "Não tenho medo de enfrentar qualquer poder. Mas num momento de crise, nós alimentarmos uma crise institucional desnecessária?", ponderou a senadora Ana Amélia (PP-RS). Havia ao menos dois requerimentos para retirar o tema da pauta, retirar a urgência e fazer a proposta de Renan passar por discussões no plenário do Senado.
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Sem acordo, Senado adia votação de projeto de abuso de autoridadeO presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não conseguiu levar adiante nesta quarta-feira (14) seu projeto de abuso de autoridade. Sem nem mesmo conseguir votar os requerimentos para retirar o tema de pauta, Renan se viu obrigado a encaminhar a proposta para discussão na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Foi a segunda derrota do peemedebista em 15 dias. No último dia 30, o Senado rejeitou um requerimento de urgência para votar o pacote de medidas anticorrupção aprovado horas antes pela Câmara. "A maioria da base está para não votar", disse à Folha o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Nunes Ferreira (PSDB-SP), antes de Renan abrir mão de votar a proposta. Senadores governistas e de oposição que defendem a proposta, mas não queriam defendê-la sem ter maioria para aprovar o texto articularam uma saída alternativa - pediram que fosse definida uma data, no próximo ano, para que o projeto fosse votado. "Se o momento não é este, qual o momento?", questionou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Com a retirada de pauta, Renan não conseguirá mais votar a proposta com a Casa sob seu comando. Em fevereiro, quando o Congresso voltará às atividades, o Senado já terá um novo presidente. Renan Calheiros está em guerra com o Judiciário e o Ministério Público e aprovar a legislação de abuso de autoridade era uma prioridade sua. Pela manhã, disse que iria "trabalhar" para aprovar o texto de todo jeito. "Vou trabalhar para que ela seja aprovada. Vocês tenham absoluta certeza que, se não for aprovada, não foi porque o Renan deixou de trabalhar", disse Renan. "No que depender de mim, vamos votá-la, sim. Esta lei é muito importante para o Brasil. Estamos convivendo a cada dia com mais abusos e é importante que tenhamos uma lei para conter este excesso", afirmou o presidente do Senado. E, de fato, trabalhou, tentando algumas estratégias. A primeira tentativa seria juntar duas propostas, a que está em tramitação no Senado, relatada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR), com uma já votada pela Câmara, de autoria do ex-ministro da Justiça Nelson Jobim. Assim, o projeto poderia seguir diretamente para a sanção presidencial. Outra ideia era votar só o projeto do Senado, sem utilizar o texto da Câmara. A discussão do tema teve início pouco antes das 20h desta quarta, com bastante polêmica. A proposta tramitava em regime de urgência no plenário. Não havia sequer chegado a passar por comissões temáticas. A proposta do Senado define condutas abusivas de agentes públicos dos três Poderes (Judiciário, Executivo e Legislativo), das três esferas (federal, estadual e municipal), além dos integrantes do Ministério Público. Apesar disso, o foco é direcionado a policiais, ao Ministério Público e a magistrados. O texto descreve como abusivo, por exemplo, decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado sem prévia intimação de comparecimento ao juízo, sob pena de prisão de 1 a 4 anos, e multa. Após o período de incerteza pelo qual passou na semana passada sobre sua permanência no comando da Casa, Renan foi aconselhado por aliados a desistir de votar a proposta, que vinha defendendo desde novembro. Acabou cedendo por alguns dias. Citado em delação da Lava Jato e denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pela primeira vez, na segunda (12), no âmbito da Operação, o senador voltou a trabalhar pela votação. Em plenário, Requião seguiu o roteiro de elogiar a Lava Jato e o juiz Sérgio Moro e adotou discurso corporativista para tentar fazer seus colegas votarem a proposta. "O que somos? Senadores acovardados? Com medo de quê?", provocou Requião. "Não podemos ser a favor da continuidade de uma visão corporativista", disse o senador peemedebista. O senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que já havia defendido o texto na noite de terça-feira (12), voltou a se manifestar. "Tenho ouvido que o momento não é oportuno. Por que não é oportuno?", questionou Barbalho, elencando sugestões de magistrados e entidades que teriam sido acatadas por Roberto Requião. "Não tenho medo de enfrentar qualquer poder. Mas num momento de crise, nós alimentarmos uma crise institucional desnecessária?", ponderou a senadora Ana Amélia (PP-RS). Havia ao menos dois requerimentos para retirar o tema da pauta, retirar a urgência e fazer a proposta de Renan passar por discussões no plenário do Senado.
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Ueba! Dilma corta o sábado!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E o Mercadante vira MerCADENTE! E onde a Dilma vai arrumar outro bigodudo como o Mercadante? O Felipão! Felipão pra Casa Civil! Agora vai! Rarará! E Levy em inglês quer dizer "imposto". Taí no dicionário: "levy: coleta, arrecadação, taxação, incidência de impostos". E em português também! Rarará! E adorei esse anúncio de sexo: "Livia Porsche, só para executivos". Mas, com essa crise, ela vai mudar para: "Livia Chevette, só para fudidos". Rarará! E atenção! Tormento econômico! Manchete do "Piauí Herald": "Dilma vai criar imposto para quem cutucar colega no Facebook". E vai taxar as hashtags do Instagram. Sabe aqueles que viajam e postam foto no Instagram cheio de hashtags? #ilovenewyork #sofitel #eusoufeliz #foradilma! Rarará! E vai cortar 20 caracteres do Twitter! Vão ficar só 120! Mas com 120 caracteres dá pra gritar "Fora Dilma" 11 vezes! Rarará! E se cortar mais caracteres vamos grunhir no Twitter: "ahn", "uhn", "unhun". E mais cortes! Não pediram pra ela cortar? A Dilma muito fofa vai cortar o sábado. Não vai ter mais sábado no Brasil! Depois vai cortar o motel, o carnaval, o churrasco e o pastel de feira. Pastel de feira, não! Vai ter rebelião! Se cortar o pastel de feira não vai ter manifestação, vai ter rebelião. A casa cai! Rarará! Pior, a Dilma vai criar imposto para aquela esticadinha de 15 minutos na cama. Sabe quando o despertador toca e você dá aquela esticadinha de 15 minutos na cama? Vai ser taxada! Rarará! E como disse a tuiteira Samara7days: "Não sei o que lamento mais, se a comemoração da crise ou a negação da crise". Tucanos comemoram a crise, petistas negam a crise! É mole? É mole, mas sobe! E mais essa: "Retórica de Trump provoca ataques contra imigrantes". Eu não tenho medo do mundo acabar. Eu tenho medo do mundo continuar. Devolve o planeta pros dinossauros. E pede desculpas. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza. O Brasil é a Venezuêra! Hoje, só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
colunas
Ueba! Dilma corta o sábado!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E o Mercadante vira MerCADENTE! E onde a Dilma vai arrumar outro bigodudo como o Mercadante? O Felipão! Felipão pra Casa Civil! Agora vai! Rarará! E Levy em inglês quer dizer "imposto". Taí no dicionário: "levy: coleta, arrecadação, taxação, incidência de impostos". E em português também! Rarará! E adorei esse anúncio de sexo: "Livia Porsche, só para executivos". Mas, com essa crise, ela vai mudar para: "Livia Chevette, só para fudidos". Rarará! E atenção! Tormento econômico! Manchete do "Piauí Herald": "Dilma vai criar imposto para quem cutucar colega no Facebook". E vai taxar as hashtags do Instagram. Sabe aqueles que viajam e postam foto no Instagram cheio de hashtags? #ilovenewyork #sofitel #eusoufeliz #foradilma! Rarará! E vai cortar 20 caracteres do Twitter! Vão ficar só 120! Mas com 120 caracteres dá pra gritar "Fora Dilma" 11 vezes! Rarará! E se cortar mais caracteres vamos grunhir no Twitter: "ahn", "uhn", "unhun". E mais cortes! Não pediram pra ela cortar? A Dilma muito fofa vai cortar o sábado. Não vai ter mais sábado no Brasil! Depois vai cortar o motel, o carnaval, o churrasco e o pastel de feira. Pastel de feira, não! Vai ter rebelião! Se cortar o pastel de feira não vai ter manifestação, vai ter rebelião. A casa cai! Rarará! Pior, a Dilma vai criar imposto para aquela esticadinha de 15 minutos na cama. Sabe quando o despertador toca e você dá aquela esticadinha de 15 minutos na cama? Vai ser taxada! Rarará! E como disse a tuiteira Samara7days: "Não sei o que lamento mais, se a comemoração da crise ou a negação da crise". Tucanos comemoram a crise, petistas negam a crise! É mole? É mole, mas sobe! E mais essa: "Retórica de Trump provoca ataques contra imigrantes". Eu não tenho medo do mundo acabar. Eu tenho medo do mundo continuar. Devolve o planeta pros dinossauros. E pede desculpas. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza. O Brasil é a Venezuêra! Hoje, só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Frederico Vasconcelos: Delação e ética entre delinquentes
Trechos de editorial da Folha, neste domingo (4), sob o título "Delação aprovada": Sem a delação premiada, os acordos de silêncio, que dificultam o avanço dos inquéritos, constituem a melhor estratégia para os investigados. Quando, no entanto, ao menos ... Leia post completo no blog
poder
Frederico Vasconcelos: Delação e ética entre delinquentesTrechos de editorial da Folha, neste domingo (4), sob o título "Delação aprovada": Sem a delação premiada, os acordos de silêncio, que dificultam o avanço dos inquéritos, constituem a melhor estratégia para os investigados. Quando, no entanto, ao menos ... Leia post completo no blog
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Conheça a indiana que venceu o preconceito e ergueu conglomerado
Se sua família mantém uma empresa há mais de um século, é normal que você espere tocar seus negócios no futuro. Mas não no caso da empresária indiana Rajshree Pathy. Ela se casou com apenas 17 anos e nunca esperou que um dia fosse ser presidente de um imenso conglomerado empresarial. Na Índia, ainda é relativamente comum ouvir que as mulheres não são capazes de dirigir empresas, especialmente no setor industrial. Em empresas familiares, elas só assumem essa função na ausência de herdeiros homens —e, mesmo nesse caso, é possível que outros arranjos sejam feitos. "Um genro bem educado ou até mesmo primos homens costumam ser chamados para cuidar dos negócios e carregar o nome da família em muitos casos", conta Pathy. Se considerarmos que as companhias familiares respondem por quase dois terços da economia indiana e empregam cerca de metade da força de trabalho do país, trata-se de uma realidade surpreendente. DESAFIOS A SUPERAR Pathy esteve entre as primeiras mulheres a quebrar a barreira de gênero e desafiar essa tradição talhada pelo preconceito. Cerca de 30 anos atrás, ainda bem jovem, ela teve de mergulhar nos negócios da família após a morte repentina de seu pai. Parte da sexta geração da família que fundou o PSG Naidu Group, ela passou a responder por várias instituições educacionais e filantrópicas no sul do país. "É claro que os bancos caíram em cima de mim, dizendo: 'jovem senhora, seu pai se foi, quem vai assinar as garantias agora? Quem vai assegurar que o dinheiro que emprestamos a vocês vai voltar para nós? Talvez devêssemos assumir o controle dos negócios'." Pathy não recuou e logo encarou sua primeira batalha: terminar uma usina de açúcar que seu pai tinha começado a construir. Devido a uma seca, a produção de cana de açúcar estava baixa naquele ano, deixando os usineiros em sérias dificuldades. Ela pediu aos bancos um tempo para tomar o controle da incipiente fábrica de açúcar e provou que podia, sim, cuidar da companhia. "Eu construí a Rajshree Sugars inteiramente sozinha. Eu concluí [essa primeira usina], construí mais duas e adquiri outras duas. E também parti para outros negócios." Nas décadas seguintes, Pathy expandiu a companhia da família para os ramos têxtil e químico. "Quando percebi, já tinha duas fábricas têxteis", conta. Hoje, seu conglomerado vai da área de educação a de energia. Pathy conta que, embora seus pais nunca tenham feito ela sentir que um filho homem fazia falta, muitos pareciam sentir pena deles por não terem um herdeiro. Segundo a empresária, por isso ela sempre nutriu a vontade de provar para seus pais que era tão boa quanto qualquer filho homem que eles pudessem ter. Seu pai era um defensor da igualdade de oportunidades. "Ele sempre encorajou minha irmã e eu a sermos o que quiséssemos ser, ao contrário de outras famílias de empresários, que procuram o genro certo para cuidar da dinastia." IGUALDADE DE OPORTUNIDADES Apesar de hoje haver um maior debate sobre o papel da mulher na sociedade indiana, ele se concentra mais em como tornar os espaços públicos mais seguros para elas, deixando a ampliação de sua participação na força de trabalho em segundo plano. A Índia chegou a aprovar uma lei que obriga as empresas a empregarem mulheres em seus conselhos. Mas, quando o assunto é a gestão de companhias, elas ainda são menos de 1% dos cargos de executivos-chefes, segundo relatório da consultoria McKinsey de 2012. Pathy afirma que as coisas têm mudado, mas apenas fora das empresas familiares. "A maioria das mulheres nesses negócios só assume o comando na ausência de filhos (homens)", conta. Segundo a empresária, a história pode até ser diferente no setor de serviços, como bancos e empresas de tecnologia da informação. Mas, quando se trata da indústria manufatureira ou de engenharia, encontrar mulheres no topo é raridade. "Em um país grande como a Índia, há pouquíssimas mulheres dirigindo indústrias pesadas. Posso contá-las nos dedos de uma mão, o que realmente é uma pena." Além de a empresária controlar uma série de empresas, a família de seu marido tem outro conjunto de indústrias. Isso fará as coisas serem diferentes para sua filha? "Meu filho e a minha filha terão oportunidades iguais para cuidar da companhia que construí. Mas a escolha será deles", responde Pathy. Mesmo após ter vencido várias barreiras, ela lamenta que algumas coisas ainda não tenham mudado. "Na minha própria empresa... eu não posso ter um assento no conselho administrativo. Isso porque eu sou uma filha - eu não sou autorizada a participar." "Logo, (a sociedade indiana) ainda é, sim, uma sociedade feudal", opina.
bbc
Conheça a indiana que venceu o preconceito e ergueu conglomeradoSe sua família mantém uma empresa há mais de um século, é normal que você espere tocar seus negócios no futuro. Mas não no caso da empresária indiana Rajshree Pathy. Ela se casou com apenas 17 anos e nunca esperou que um dia fosse ser presidente de um imenso conglomerado empresarial. Na Índia, ainda é relativamente comum ouvir que as mulheres não são capazes de dirigir empresas, especialmente no setor industrial. Em empresas familiares, elas só assumem essa função na ausência de herdeiros homens —e, mesmo nesse caso, é possível que outros arranjos sejam feitos. "Um genro bem educado ou até mesmo primos homens costumam ser chamados para cuidar dos negócios e carregar o nome da família em muitos casos", conta Pathy. Se considerarmos que as companhias familiares respondem por quase dois terços da economia indiana e empregam cerca de metade da força de trabalho do país, trata-se de uma realidade surpreendente. DESAFIOS A SUPERAR Pathy esteve entre as primeiras mulheres a quebrar a barreira de gênero e desafiar essa tradição talhada pelo preconceito. Cerca de 30 anos atrás, ainda bem jovem, ela teve de mergulhar nos negócios da família após a morte repentina de seu pai. Parte da sexta geração da família que fundou o PSG Naidu Group, ela passou a responder por várias instituições educacionais e filantrópicas no sul do país. "É claro que os bancos caíram em cima de mim, dizendo: 'jovem senhora, seu pai se foi, quem vai assinar as garantias agora? Quem vai assegurar que o dinheiro que emprestamos a vocês vai voltar para nós? Talvez devêssemos assumir o controle dos negócios'." Pathy não recuou e logo encarou sua primeira batalha: terminar uma usina de açúcar que seu pai tinha começado a construir. Devido a uma seca, a produção de cana de açúcar estava baixa naquele ano, deixando os usineiros em sérias dificuldades. Ela pediu aos bancos um tempo para tomar o controle da incipiente fábrica de açúcar e provou que podia, sim, cuidar da companhia. "Eu construí a Rajshree Sugars inteiramente sozinha. Eu concluí [essa primeira usina], construí mais duas e adquiri outras duas. E também parti para outros negócios." Nas décadas seguintes, Pathy expandiu a companhia da família para os ramos têxtil e químico. "Quando percebi, já tinha duas fábricas têxteis", conta. Hoje, seu conglomerado vai da área de educação a de energia. Pathy conta que, embora seus pais nunca tenham feito ela sentir que um filho homem fazia falta, muitos pareciam sentir pena deles por não terem um herdeiro. Segundo a empresária, por isso ela sempre nutriu a vontade de provar para seus pais que era tão boa quanto qualquer filho homem que eles pudessem ter. Seu pai era um defensor da igualdade de oportunidades. "Ele sempre encorajou minha irmã e eu a sermos o que quiséssemos ser, ao contrário de outras famílias de empresários, que procuram o genro certo para cuidar da dinastia." IGUALDADE DE OPORTUNIDADES Apesar de hoje haver um maior debate sobre o papel da mulher na sociedade indiana, ele se concentra mais em como tornar os espaços públicos mais seguros para elas, deixando a ampliação de sua participação na força de trabalho em segundo plano. A Índia chegou a aprovar uma lei que obriga as empresas a empregarem mulheres em seus conselhos. Mas, quando o assunto é a gestão de companhias, elas ainda são menos de 1% dos cargos de executivos-chefes, segundo relatório da consultoria McKinsey de 2012. Pathy afirma que as coisas têm mudado, mas apenas fora das empresas familiares. "A maioria das mulheres nesses negócios só assume o comando na ausência de filhos (homens)", conta. Segundo a empresária, a história pode até ser diferente no setor de serviços, como bancos e empresas de tecnologia da informação. Mas, quando se trata da indústria manufatureira ou de engenharia, encontrar mulheres no topo é raridade. "Em um país grande como a Índia, há pouquíssimas mulheres dirigindo indústrias pesadas. Posso contá-las nos dedos de uma mão, o que realmente é uma pena." Além de a empresária controlar uma série de empresas, a família de seu marido tem outro conjunto de indústrias. Isso fará as coisas serem diferentes para sua filha? "Meu filho e a minha filha terão oportunidades iguais para cuidar da companhia que construí. Mas a escolha será deles", responde Pathy. Mesmo após ter vencido várias barreiras, ela lamenta que algumas coisas ainda não tenham mudado. "Na minha própria empresa... eu não posso ter um assento no conselho administrativo. Isso porque eu sou uma filha - eu não sou autorizada a participar." "Logo, (a sociedade indiana) ainda é, sim, uma sociedade feudal", opina.
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Será que a Rússia e o Brasil são 'modernizáveis'?
Junto com a imensa decepção global com a performance econômica do "B" e do "R" dos Brics, com cada vez mais frequência se pergunta: será que Brasil e Rússia são "aperfeiçoáveis"? A julgar pelas dificuldades em se promover um menor protagonismo do Kremlin no quadro de governança russo e a disfuncionalidade da política no Brasil, a resposta é "não". No caso da Rússia, a pergunta é realizada com ceticismo num extraordinário livro ("Can Russia Modernise?", Cambridge University Press, 2013), escrito por Alena Ledeneva, professora de política e sociedade do University College London. Seriam esses dois gigantes prisioneiros de sua inabilidade em promover aperfeiçoamento institucionais? Sem uma pronunciada inflexão de sua elite política, dificilmente Brasil e Rússia se tornarão o que o economista Ruchir Sharma denomina "Breakout Nations" –países que conseguem se desvencilhar das armadilhas das estruturas inerciais do capitalismo de compadrio e, portanto, alçam voo rumo à prosperidade. No caso da Rússia, país que ao longo da história produziu grande número de expoentes nas ciências e nas artes, salta aos olhos como as instituições não favorecem o aparecimento de grandes destaques no campo do empreendedorismo. E não é por falta de diagnóstico. Há poucas semanas, quando Vladimir Putin realizou seu discurso de "estado da União" ao Parlamento russo, todas as referências à importância da separação de poderes estavam presentes. A linha geral do pronunciamento é também plenamente harmoniosa com a noção de que o país não pode se sujeitar a tamanha dependência na exportação de commodities minerais e, portanto, precisa rumar em direção à uma economia intensiva em tecnologia. Tive a oportunidade de assistir a esse discurso presencialmente na Duma (o Congresso russo) ao lado de alguns observadores internacionais. Um deles, há 20 anos em Moscou e titular de uma das principais consultorias de avaliação de risco com foco nos países da antiga URSS, disse-me que o discurso modernizante de Putin é o mesmo desde que o ex-membro da KGB ascendeu ao topo do poder russo. E muitos observadores atentos da cena russa –ao contrário do que crê a maioria dos analistas ocidentais, que enxergam em Putin nada mais que um megalômano– entendem que o titular do Kremlin chegou ao poder munido das melhores intenções e de boas diretrizes para modernizar a Rússia. Contudo, no intuito de assegurar uma "perene longevidade" no poder e ainda ter de travar batalhas conjunturais (o terrorismo tchetcheno, a guerra na Geórgia, oligarcas dissidentes ou a indesejável expansão da Otan às portas da CEI, a Comunidade de Estados Independentes), a modernização institucional há um tempo vocalizada por Putin jamais deixou o campo da retórica. Para os que lançam um olhar "compreensivo" sobre Putin, os dilemas de uma desejada modernização sufocada pela força do status quo não é exclusiva da Rússia. Podem-se mesmo encontrar paralelos no discurso modernizante de Enrique Peña Nieto, no México, ou Narendra Modi, na Índia, e nas robustas dificuldades de implementação de uma agenda reformadora que esses líderes encontram em seus países. A propósito, estamos prestes a assistir a um novo e apaixonante embate entre a modernização e o poder inercial do status quo em nossa vizinha argentina sob a nova direção de Macri. Observar a recente cena brasileira convida a uma outra e perturbadora questão que me foi feita recentemente num seminário em Moscou: ademais de suas dificuldades de modernização, será que o Brasil é "governável"? A resposta é tanto mais difícil e desalentadora, pois o Brasil é hoje país em que impera a "micropolítica" do conchavo e da autopreservação –e onde acumula-se imenso déficit da "macropolítica" dos grandes interesses nacionais.
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Será que a Rússia e o Brasil são 'modernizáveis'?Junto com a imensa decepção global com a performance econômica do "B" e do "R" dos Brics, com cada vez mais frequência se pergunta: será que Brasil e Rússia são "aperfeiçoáveis"? A julgar pelas dificuldades em se promover um menor protagonismo do Kremlin no quadro de governança russo e a disfuncionalidade da política no Brasil, a resposta é "não". No caso da Rússia, a pergunta é realizada com ceticismo num extraordinário livro ("Can Russia Modernise?", Cambridge University Press, 2013), escrito por Alena Ledeneva, professora de política e sociedade do University College London. Seriam esses dois gigantes prisioneiros de sua inabilidade em promover aperfeiçoamento institucionais? Sem uma pronunciada inflexão de sua elite política, dificilmente Brasil e Rússia se tornarão o que o economista Ruchir Sharma denomina "Breakout Nations" –países que conseguem se desvencilhar das armadilhas das estruturas inerciais do capitalismo de compadrio e, portanto, alçam voo rumo à prosperidade. No caso da Rússia, país que ao longo da história produziu grande número de expoentes nas ciências e nas artes, salta aos olhos como as instituições não favorecem o aparecimento de grandes destaques no campo do empreendedorismo. E não é por falta de diagnóstico. Há poucas semanas, quando Vladimir Putin realizou seu discurso de "estado da União" ao Parlamento russo, todas as referências à importância da separação de poderes estavam presentes. A linha geral do pronunciamento é também plenamente harmoniosa com a noção de que o país não pode se sujeitar a tamanha dependência na exportação de commodities minerais e, portanto, precisa rumar em direção à uma economia intensiva em tecnologia. Tive a oportunidade de assistir a esse discurso presencialmente na Duma (o Congresso russo) ao lado de alguns observadores internacionais. Um deles, há 20 anos em Moscou e titular de uma das principais consultorias de avaliação de risco com foco nos países da antiga URSS, disse-me que o discurso modernizante de Putin é o mesmo desde que o ex-membro da KGB ascendeu ao topo do poder russo. E muitos observadores atentos da cena russa –ao contrário do que crê a maioria dos analistas ocidentais, que enxergam em Putin nada mais que um megalômano– entendem que o titular do Kremlin chegou ao poder munido das melhores intenções e de boas diretrizes para modernizar a Rússia. Contudo, no intuito de assegurar uma "perene longevidade" no poder e ainda ter de travar batalhas conjunturais (o terrorismo tchetcheno, a guerra na Geórgia, oligarcas dissidentes ou a indesejável expansão da Otan às portas da CEI, a Comunidade de Estados Independentes), a modernização institucional há um tempo vocalizada por Putin jamais deixou o campo da retórica. Para os que lançam um olhar "compreensivo" sobre Putin, os dilemas de uma desejada modernização sufocada pela força do status quo não é exclusiva da Rússia. Podem-se mesmo encontrar paralelos no discurso modernizante de Enrique Peña Nieto, no México, ou Narendra Modi, na Índia, e nas robustas dificuldades de implementação de uma agenda reformadora que esses líderes encontram em seus países. A propósito, estamos prestes a assistir a um novo e apaixonante embate entre a modernização e o poder inercial do status quo em nossa vizinha argentina sob a nova direção de Macri. Observar a recente cena brasileira convida a uma outra e perturbadora questão que me foi feita recentemente num seminário em Moscou: ademais de suas dificuldades de modernização, será que o Brasil é "governável"? A resposta é tanto mais difícil e desalentadora, pois o Brasil é hoje país em que impera a "micropolítica" do conchavo e da autopreservação –e onde acumula-se imenso déficit da "macropolítica" dos grandes interesses nacionais.
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Companhia do Latão comemora seus 18 anos com mostra e nova peça
A Cia. do Latão vem de berço. Não de berço abastado, mas ainda assim nobre: nasceu em 1997, ocupando o Teatro de Arena paulistano, mesmo palco por onde passaram importantes montagens de obras de Bertolt Brecht (1898-1956) e Augusto Boal (1931-2009) entre os anos 1950 e 70. E é na tradição desses autores que o grupo baseia seus trabalhos, voltados à crítica social e política. Agora completando 18 anos, a companhia comemora a maioridade a partir de sexta (3) com a mostra Processos do Latão, no Sesc Bom Retiro, em São Paulo. A programação abriga a estreia de "Os que Ficam", peça feita por integrantes do grupo em parceria com atores convidados e cuja primeira versão estreou em janeiro, no Rio. Escrita por Sérgio de Carvalho, diretor do Latão, a trama se passa na década de 1970, quando um grupo de teatro encena "A Revolução na América do Sul", de Boal, pouco mais de uma década após o texto ter sido escrito –e quando o dramaturgo já partira para o exílio. Sem contato com Boal e vivendo em um regime repressor, a companhia se vê diante de uma crise: como concluir o trabalho –sobre um operário que passa fome enquanto, ironicamente, é cortejado por candidatos ao governo– em um ambiente de censura? "Eu acho os anos 1970 muito importantes", comenta Carvalho. "Depois de 1968 [com a instituição do AI-5], uma geração de artistas de teatro político é obrigada a se exilar ou a abandonar a temática social das obras." "Os que Ficam" é permeado por outros textos de Boal (de cartas a exercícios teatrais) e um trecho do livro "Teatro sob Pressão", do crítico Yan Michalski. "Ele traduz bem o sentimento de paralisia da época", diz Carvalho. A intenção, explica o encenador, é que o espetáculo reflita não só a temática de Boal, mas também a forma de seu teatro, marcado por contradições, de falas a situações. REPERTÓRIO A companhia paulista aproveita a mostra para revisitar trabalhos antigos. Na série Clássicos do Latão, apresenta cenas (comentadas pelos artistas) de peças de autoria do grupo e de textos de Brecht já encenados pelo coletivo. "Ópera dos Vivos" (2010), peça em quatro atos e uma das mais ambiciosas do Latão, terá projeções de sua versão cinematográfica. O filme tem locações e roteiro inspirados no espetáculo, que reflete sobre a produção cultural brasileira desde os anos 1960. A música, muito presente nos trabalhos do coletivo, estará em dois shows: um com trilhas de espetáculos do Latão e outro na voz de Juçara Marçal (antiga parceira da companhia), que canta músicas de peças dirigidas por Boal. Por fim, o grupo faz o ensaio aberto "Experimento H". Trata-se, conta Carvalho, de um "exercício, que talvez vire um espetáculo no futuro", e mostra o contraste entre personagens, como uma diarista e a atriz Marilyn Monroe. * PROGRAMAÇÃO Clássicos do Latão 1: Visões do Brasil Cenas comentadas de peças escritas pela companhia Sex. (3), às 20h. 16 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20 Clássicos do Latão 2: Releituras Cenas comentadas de peças de Brecht encenadas pelo grupo Sáb. (4), às 19h. 16 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20 'Experimento H' Ensaio aberto inspirado em textos de Truman Capote 29 e 30/7, às 20h. 16 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20 Filme 'Ópera dos Vivos' Baseado na peça homônima dividia em quatro atos 15 (atos 1 e 2) e 22/7 (atos 3 e 4), às 20h. 16 anos. Grátis Peça 'Os que Ficam' Grupo de teatro em crise ensaia 'Revolução na América do Sul', de Boal, nos anos 70 Qui. e sex., às 20h, sáb., às 19h, dom., às 18h. De 11 a 26/7. 16 anos. Ingr.: R$ 9 a R$ 30 Show 'Cancioneiro do Latão' Com músicas compostas para espetáculos do Latão Dom. (5), às 18h. 16 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20 Show de Juçara Marçal Com canções de peças dirigidas por Boal, como "Arena Conta Zumbi" 31/7, às 20h. 14 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20 - SESC BOM RETIRO al. Nothmann, 185, tel. (11) 3332-3600
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Companhia do Latão comemora seus 18 anos com mostra e nova peçaA Cia. do Latão vem de berço. Não de berço abastado, mas ainda assim nobre: nasceu em 1997, ocupando o Teatro de Arena paulistano, mesmo palco por onde passaram importantes montagens de obras de Bertolt Brecht (1898-1956) e Augusto Boal (1931-2009) entre os anos 1950 e 70. E é na tradição desses autores que o grupo baseia seus trabalhos, voltados à crítica social e política. Agora completando 18 anos, a companhia comemora a maioridade a partir de sexta (3) com a mostra Processos do Latão, no Sesc Bom Retiro, em São Paulo. A programação abriga a estreia de "Os que Ficam", peça feita por integrantes do grupo em parceria com atores convidados e cuja primeira versão estreou em janeiro, no Rio. Escrita por Sérgio de Carvalho, diretor do Latão, a trama se passa na década de 1970, quando um grupo de teatro encena "A Revolução na América do Sul", de Boal, pouco mais de uma década após o texto ter sido escrito –e quando o dramaturgo já partira para o exílio. Sem contato com Boal e vivendo em um regime repressor, a companhia se vê diante de uma crise: como concluir o trabalho –sobre um operário que passa fome enquanto, ironicamente, é cortejado por candidatos ao governo– em um ambiente de censura? "Eu acho os anos 1970 muito importantes", comenta Carvalho. "Depois de 1968 [com a instituição do AI-5], uma geração de artistas de teatro político é obrigada a se exilar ou a abandonar a temática social das obras." "Os que Ficam" é permeado por outros textos de Boal (de cartas a exercícios teatrais) e um trecho do livro "Teatro sob Pressão", do crítico Yan Michalski. "Ele traduz bem o sentimento de paralisia da época", diz Carvalho. A intenção, explica o encenador, é que o espetáculo reflita não só a temática de Boal, mas também a forma de seu teatro, marcado por contradições, de falas a situações. REPERTÓRIO A companhia paulista aproveita a mostra para revisitar trabalhos antigos. Na série Clássicos do Latão, apresenta cenas (comentadas pelos artistas) de peças de autoria do grupo e de textos de Brecht já encenados pelo coletivo. "Ópera dos Vivos" (2010), peça em quatro atos e uma das mais ambiciosas do Latão, terá projeções de sua versão cinematográfica. O filme tem locações e roteiro inspirados no espetáculo, que reflete sobre a produção cultural brasileira desde os anos 1960. A música, muito presente nos trabalhos do coletivo, estará em dois shows: um com trilhas de espetáculos do Latão e outro na voz de Juçara Marçal (antiga parceira da companhia), que canta músicas de peças dirigidas por Boal. Por fim, o grupo faz o ensaio aberto "Experimento H". Trata-se, conta Carvalho, de um "exercício, que talvez vire um espetáculo no futuro", e mostra o contraste entre personagens, como uma diarista e a atriz Marilyn Monroe. * PROGRAMAÇÃO Clássicos do Latão 1: Visões do Brasil Cenas comentadas de peças escritas pela companhia Sex. (3), às 20h. 16 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20 Clássicos do Latão 2: Releituras Cenas comentadas de peças de Brecht encenadas pelo grupo Sáb. (4), às 19h. 16 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20 'Experimento H' Ensaio aberto inspirado em textos de Truman Capote 29 e 30/7, às 20h. 16 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20 Filme 'Ópera dos Vivos' Baseado na peça homônima dividia em quatro atos 15 (atos 1 e 2) e 22/7 (atos 3 e 4), às 20h. 16 anos. Grátis Peça 'Os que Ficam' Grupo de teatro em crise ensaia 'Revolução na América do Sul', de Boal, nos anos 70 Qui. e sex., às 20h, sáb., às 19h, dom., às 18h. De 11 a 26/7. 16 anos. Ingr.: R$ 9 a R$ 30 Show 'Cancioneiro do Latão' Com músicas compostas para espetáculos do Latão Dom. (5), às 18h. 16 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20 Show de Juçara Marçal Com canções de peças dirigidas por Boal, como "Arena Conta Zumbi" 31/7, às 20h. 14 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20 - SESC BOM RETIRO al. Nothmann, 185, tel. (11) 3332-3600
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Impeachment
Aquela esperança de tudo se ajeitar, pode esquecer. Aquela aliança, você pode empenhar ou derreter. Trocando em miúdos, a aceitação por Eduardo Cunha para que o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff tenha sequência é fruto do velho rancor dos relacionamentos fracassados. O governo queria empenhar, mas Cunha derreteu a aliança. Mesmo diante das graves denúncias contra o presidente da Câmara, reunidas pelos investigadores da Lava Jato, o ministro Jaques Wagner, logo após assumir a chefia da Casa Civil, em outubro, esteve na residência oficial de Cunha para discutir a relação e um acordo de salvação mútua. A animosidade não interessava a nenhum dos lados. O peemedebista queria o apoio do governo para salvar seu posto. Wagner desejava apaziguar a crise no Congresso e evitar abertura do impeachment. Mais do que expressão da crise política, o fracasso deste anti-romance é o retrato do colapso de um modelo de democracia apodrecido e sequestrado pelo conluio entre a elite política e econômica do país. Um dos grandes pecados dos governos petistas foi justamente não ter feito as reformas necessárias para superar estas mazelas. Em vez disso, dançou conforme a música no baile da governabilidade a todo custo. Basta lembrar que, antes de tentar um acordo com Cunha, Dilma abraçou a chamada Agenda Brasil, capitaneada por Renan Calheiros. Na esperança de tudo se ajeitar, o governo concordou em empenhar as políticas econômicas em troca da própria salvação. A agenda prevê retrocessos como o afrouxamento da legislação ambiental, a revisão das terras indígenas e o incentivo ao trabalho terceirizado. O governo Dilma é indefensável. Tanto por reproduzir um modelo de governabilidade baseado na extorsão parlamentar quanto pela adoção das políticas de austeridade. Por isso, eu e meu partido lhe fazemos oposição. Entretanto, somos contra o impeachment porque entendemos que a chantagem feita por Cunha não é uma solução, mas um agravante dos problemas do atual sistema político. Cunha é a representação das aberrações desta democracia leiloada da qual ele mesmo se beneficia. As pedaladas fiscais, praticadas por ex-presidentes, são condenáveis, mas se forem motivo para impeachment quase todos os governadores cairiam. Só superaremos a crise quando compreendermos que ela é resultado da atual concepção de democracia, não da conjuntura política. Precisamos ampliar o diálogo com a sociedade, ir para as ruas, mobilizar pessoas comprometidas com reformas que detenham a influência do poder econômico, aprofundem os instrumentos de participação social e fortaleçam os mecanismos de transparência.
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ImpeachmentAquela esperança de tudo se ajeitar, pode esquecer. Aquela aliança, você pode empenhar ou derreter. Trocando em miúdos, a aceitação por Eduardo Cunha para que o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff tenha sequência é fruto do velho rancor dos relacionamentos fracassados. O governo queria empenhar, mas Cunha derreteu a aliança. Mesmo diante das graves denúncias contra o presidente da Câmara, reunidas pelos investigadores da Lava Jato, o ministro Jaques Wagner, logo após assumir a chefia da Casa Civil, em outubro, esteve na residência oficial de Cunha para discutir a relação e um acordo de salvação mútua. A animosidade não interessava a nenhum dos lados. O peemedebista queria o apoio do governo para salvar seu posto. Wagner desejava apaziguar a crise no Congresso e evitar abertura do impeachment. Mais do que expressão da crise política, o fracasso deste anti-romance é o retrato do colapso de um modelo de democracia apodrecido e sequestrado pelo conluio entre a elite política e econômica do país. Um dos grandes pecados dos governos petistas foi justamente não ter feito as reformas necessárias para superar estas mazelas. Em vez disso, dançou conforme a música no baile da governabilidade a todo custo. Basta lembrar que, antes de tentar um acordo com Cunha, Dilma abraçou a chamada Agenda Brasil, capitaneada por Renan Calheiros. Na esperança de tudo se ajeitar, o governo concordou em empenhar as políticas econômicas em troca da própria salvação. A agenda prevê retrocessos como o afrouxamento da legislação ambiental, a revisão das terras indígenas e o incentivo ao trabalho terceirizado. O governo Dilma é indefensável. Tanto por reproduzir um modelo de governabilidade baseado na extorsão parlamentar quanto pela adoção das políticas de austeridade. Por isso, eu e meu partido lhe fazemos oposição. Entretanto, somos contra o impeachment porque entendemos que a chantagem feita por Cunha não é uma solução, mas um agravante dos problemas do atual sistema político. Cunha é a representação das aberrações desta democracia leiloada da qual ele mesmo se beneficia. As pedaladas fiscais, praticadas por ex-presidentes, são condenáveis, mas se forem motivo para impeachment quase todos os governadores cairiam. Só superaremos a crise quando compreendermos que ela é resultado da atual concepção de democracia, não da conjuntura política. Precisamos ampliar o diálogo com a sociedade, ir para as ruas, mobilizar pessoas comprometidas com reformas que detenham a influência do poder econômico, aprofundem os instrumentos de participação social e fortaleçam os mecanismos de transparência.
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Rivais na Copa do Rei, Barça e Bilbao jogam pelo Espanhol
Neste domingo (17), o vice-líder Barcelona enfrenta o Athletic Bilbao (8º), em casa, pelo Espanhol, às 17h30 (de Brasília). Com um jogo a menos, o time de Neymar e Messi está dois pontos atrás do líder Atlético de Madri. Esta será a primeira de três partidas em dez dias entre Barça e Bilbao. Um sorteio colocou os dois frente a frente nas quartas de final da Copa do Rei. O jogo de ida será na quarta (20), em Bilbao, com a volta no dia 27, no Camp Nou. Os catalães venceram os bascos na última decisão do torneio.
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Rivais na Copa do Rei, Barça e Bilbao jogam pelo EspanholNeste domingo (17), o vice-líder Barcelona enfrenta o Athletic Bilbao (8º), em casa, pelo Espanhol, às 17h30 (de Brasília). Com um jogo a menos, o time de Neymar e Messi está dois pontos atrás do líder Atlético de Madri. Esta será a primeira de três partidas em dez dias entre Barça e Bilbao. Um sorteio colocou os dois frente a frente nas quartas de final da Copa do Rei. O jogo de ida será na quarta (20), em Bilbao, com a volta no dia 27, no Camp Nou. Os catalães venceram os bascos na última decisão do torneio.
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Estatal paulista dá benefício a mãe de neta de Alckmin
Mãe da neta mais velha do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e funcionária de uma empresa controlada pelo Estado, Fabiola Campolina Trombelli manteve o emprego na estatal e assegurou diversas vantagens após se afastar do trabalho e mudar para a Noruega, onde vive desde agosto do ano passado. Assistente administrativa da Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo) desde 2005, Fabiola obteve da empresa três licenças consecutivas depois que deixou o Brasil, garantindo sua vaga na estatal até dezembro de 2016. Ela abriu mão do salário ao pedir as licenças, mas a manutenção do vínculo com a Prodesp permitiu que recebesse outras vantagens mesmo morando no exterior, incluindo o pagamento de quatro meses de licença maternidade. Fabiola, relações públicas de 36 anos, é mãe de Isabella Alckmin, 11, fruto de um relacionamento com o filho mais novo do governador, Thomaz Rodrigues Alckmin, morto em abril deste ano em um acidente aéreo. Os dois se conheceram em 2003, quando Fabiola trabalhava no cerimonial do Palácio dos Bandeirantes. A funcionária deixou o Brasil para acompanhar o marido, que trabalha na Noruega. Eles se casaram em junho do ano passado, e Fabiola tirou férias na véspera da mudança. Em setembro, encerradas as férias, ela conseguiu da Prodesp a primeira licença, que lhe permitiu ficar afastada do trabalho até dezembro. Fabiola viajou para a Noruega grávida do segundo filho. O bebê nasceu perto da virada do ano, e ela recebeu licença maternidade até abril. Os pagamentos foram baseados no valor integral de seu salário na Prodesp, R$ 7.844, e depois foram reembolsados à Prodesp pela Previdência. Esgotados os quatro meses da licença maternidade, Fabiola conseguiu da estatal uma segunda licença sem vencimentos, desta vez por dois meses. Encerrado o período, obteve uma terceira licença, até dezembro de 2016. Se um dia voltar ao Brasil, Fabiola terá, além do emprego garantido, o direito de incorporar ao salário na Prodesp reajustes anuais e outros benefícios recebidos pelos demais funcionários da empresa durante a sua ausência. Segundo a assessoria de imprensa do governo estadual, a responsabilidade pela concessão das licenças é da Prodesp, que seguiu normas estabelecidas numa resolução aprovada por sua diretoria executiva em 1995. Conforme a resolução, licenças como a de Fabiola só podem ser concedidas se não houver ônus para a Prodesp, em caso "excepcional" e com o aval da diretoria executiva. Questionado sobre outros funcionários em situação semelhante, o governo apontou seis empregados da Prodesp que conseguiram licença sem remuneração entre 2012 e 2016. Em nenhum caso o afastamento foi autorizado por período superior a um ano. Registros obtidos pela Folha com base na Lei de Acesso à Informação mostram que Fabiola nunca chegou a trabalhar na Prodesp, porque foi cedida a órgãos da administração direta. De 2011 até sua saída do país, trabalhou na Secretaria de Gestão Pública. OUTRO LADO Fabiola Campolina Trombelli disse à Folha que, na sua opinião, as licenças obtidas na Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo) não representam favorecimento. A assessoria de imprensa do governo do Estado ressaltou que a licença está de acordo com as normas internas da Prodesp e que todos os funcionários da empresa têm direito ao mesmo benefício. Em conversa por telefone, Fabiola disse que decidiu deixar o Brasil após a experiência traumática vivida por sua filha, Isabella, em fevereiro do ano passado, quando o carro em que estava com o pai, Thomaz Alckmin, foi cercado por bandidos que trocaram tiros com a sua escolta. "Vim para a Noruega em agosto do ano passado. Estou estudando aqui", disse. "Decidi vir depois daquela violência com a minha filha. Ela lembra de tudo, até hoje." Para Fabiola, sua situação não traz vantagens. "Minha licença é sem vencimentos, não tenho salário, não recebi nada da empresa", disse. "Antes de sair, discuti muito minha situação com a chefia." Fabiola sente-se vítima de perseguição pelo fato de ser mãe da neta do governador. "As pessoas acham que minha posição está reduzida a isso, mas não é", afirmou. "Não existem muitas pessoas no governo como eu", disse a funcionária. "Eu falo línguas, sou formada na USP [em Relações Públicas]. Estou lá por mérito próprio. É muita sacanagem para prejudicar o dr. Geraldo [Alckmin]."
poder
Estatal paulista dá benefício a mãe de neta de AlckminMãe da neta mais velha do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e funcionária de uma empresa controlada pelo Estado, Fabiola Campolina Trombelli manteve o emprego na estatal e assegurou diversas vantagens após se afastar do trabalho e mudar para a Noruega, onde vive desde agosto do ano passado. Assistente administrativa da Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo) desde 2005, Fabiola obteve da empresa três licenças consecutivas depois que deixou o Brasil, garantindo sua vaga na estatal até dezembro de 2016. Ela abriu mão do salário ao pedir as licenças, mas a manutenção do vínculo com a Prodesp permitiu que recebesse outras vantagens mesmo morando no exterior, incluindo o pagamento de quatro meses de licença maternidade. Fabiola, relações públicas de 36 anos, é mãe de Isabella Alckmin, 11, fruto de um relacionamento com o filho mais novo do governador, Thomaz Rodrigues Alckmin, morto em abril deste ano em um acidente aéreo. Os dois se conheceram em 2003, quando Fabiola trabalhava no cerimonial do Palácio dos Bandeirantes. A funcionária deixou o Brasil para acompanhar o marido, que trabalha na Noruega. Eles se casaram em junho do ano passado, e Fabiola tirou férias na véspera da mudança. Em setembro, encerradas as férias, ela conseguiu da Prodesp a primeira licença, que lhe permitiu ficar afastada do trabalho até dezembro. Fabiola viajou para a Noruega grávida do segundo filho. O bebê nasceu perto da virada do ano, e ela recebeu licença maternidade até abril. Os pagamentos foram baseados no valor integral de seu salário na Prodesp, R$ 7.844, e depois foram reembolsados à Prodesp pela Previdência. Esgotados os quatro meses da licença maternidade, Fabiola conseguiu da estatal uma segunda licença sem vencimentos, desta vez por dois meses. Encerrado o período, obteve uma terceira licença, até dezembro de 2016. Se um dia voltar ao Brasil, Fabiola terá, além do emprego garantido, o direito de incorporar ao salário na Prodesp reajustes anuais e outros benefícios recebidos pelos demais funcionários da empresa durante a sua ausência. Segundo a assessoria de imprensa do governo estadual, a responsabilidade pela concessão das licenças é da Prodesp, que seguiu normas estabelecidas numa resolução aprovada por sua diretoria executiva em 1995. Conforme a resolução, licenças como a de Fabiola só podem ser concedidas se não houver ônus para a Prodesp, em caso "excepcional" e com o aval da diretoria executiva. Questionado sobre outros funcionários em situação semelhante, o governo apontou seis empregados da Prodesp que conseguiram licença sem remuneração entre 2012 e 2016. Em nenhum caso o afastamento foi autorizado por período superior a um ano. Registros obtidos pela Folha com base na Lei de Acesso à Informação mostram que Fabiola nunca chegou a trabalhar na Prodesp, porque foi cedida a órgãos da administração direta. De 2011 até sua saída do país, trabalhou na Secretaria de Gestão Pública. OUTRO LADO Fabiola Campolina Trombelli disse à Folha que, na sua opinião, as licenças obtidas na Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo) não representam favorecimento. A assessoria de imprensa do governo do Estado ressaltou que a licença está de acordo com as normas internas da Prodesp e que todos os funcionários da empresa têm direito ao mesmo benefício. Em conversa por telefone, Fabiola disse que decidiu deixar o Brasil após a experiência traumática vivida por sua filha, Isabella, em fevereiro do ano passado, quando o carro em que estava com o pai, Thomaz Alckmin, foi cercado por bandidos que trocaram tiros com a sua escolta. "Vim para a Noruega em agosto do ano passado. Estou estudando aqui", disse. "Decidi vir depois daquela violência com a minha filha. Ela lembra de tudo, até hoje." Para Fabiola, sua situação não traz vantagens. "Minha licença é sem vencimentos, não tenho salário, não recebi nada da empresa", disse. "Antes de sair, discuti muito minha situação com a chefia." Fabiola sente-se vítima de perseguição pelo fato de ser mãe da neta do governador. "As pessoas acham que minha posição está reduzida a isso, mas não é", afirmou. "Não existem muitas pessoas no governo como eu", disse a funcionária. "Eu falo línguas, sou formada na USP [em Relações Públicas]. Estou lá por mérito próprio. É muita sacanagem para prejudicar o dr. Geraldo [Alckmin]."
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Mulher de homem baleado pela polícia em Charlotte (EUA) filmou o incidente
A mulher de Keith Lamont Scott, morto pela polícia em Charlotte (Carolina do Norte), nos EUA, na terça-feira (20), filmou os momentos logo antes, durante e depois do incidente. O vídeo foi publicado pelo jornal "The New York Times", que o obteve com o advogado da família. No vídeo, de dois minutos e meio, não é possível ver se Scott tinha uma arma e também não é possível ver o momento em que ele é baleado. A morte dele causou protestos nas últimas três noites na cidade. Vídeo Policiais buscavam um suspeito perto de um conjunto de prédios quando viram Scott, 43, que não era a pessoa procurada, dentro de um carro. Segundo a família, ele esperava seu filho chegar da escola. A polícia diz que ele tinha uma arma; a família, que segurava um livro. No vídeo, é possível ouvir a mulher de Scott, Rakeyia, gritando repetidamente para que os policiais não atirem nele e pedindo para que o marido saia do carro. Ela também diz aos policiais que ele não está armado. Rakeyia grita também no vídeo que Scott teve um traumatismo cranioencefálico, indicando que ele pode ter algum tipo de sequela motora. A família afirma que ele sofreu um acidente de motocicleta em 2015. No vídeo, ouve-se uma série de tiros e depois Rakeyia filma Scott no chão, ferido, com os policiais em volta. Não é possível ver no vídeo o momento exato que Scott é atingido. A mulher de Scott diz aos policiais: "é bom ele não estar morto" e pergunta se eles chamaram uma ambulância. Scott foi morto com um tiro pelo policial Brentley Vinson, também negro. Justin Bamberg, advogado da família, disse ao jornal que o vídeo não prova que a polícia tinha ou não razão, mas sim oferece um novo ponto de vista sobre o caso. A polícia de Charlotte também tem um vídeo, que não foi divulgado, apesar de pedidos de ativistas e da família. PROTESTOS As manifestações após a morte de Scott, que começaram na terça, terminaram em confrontos com a polícia. Foram três noites de protestos. Na noite de quarta-feira (21), Justin Carr, 26, levou um tiro na cabeça quando manifestantes enfrentavam a tropa de choque em frente a um hotel no centro da cidade. Ele morreu nesta quinta-feira (22). As autoridades dizem que o tiro não partiu de um policial. Nesta quinta-feira, contudo, os protestos em Charlotte foram pacíficos. As autoridades impuseram um toque de recolher às 21h15 (hora local), suspenso às 6h. O toque de recolher deve se estender alguns dias na cidade, enquanto o estado de emergência declarado pelo governo estadual estiver em vigor.
mundo
Mulher de homem baleado pela polícia em Charlotte (EUA) filmou o incidenteA mulher de Keith Lamont Scott, morto pela polícia em Charlotte (Carolina do Norte), nos EUA, na terça-feira (20), filmou os momentos logo antes, durante e depois do incidente. O vídeo foi publicado pelo jornal "The New York Times", que o obteve com o advogado da família. No vídeo, de dois minutos e meio, não é possível ver se Scott tinha uma arma e também não é possível ver o momento em que ele é baleado. A morte dele causou protestos nas últimas três noites na cidade. Vídeo Policiais buscavam um suspeito perto de um conjunto de prédios quando viram Scott, 43, que não era a pessoa procurada, dentro de um carro. Segundo a família, ele esperava seu filho chegar da escola. A polícia diz que ele tinha uma arma; a família, que segurava um livro. No vídeo, é possível ouvir a mulher de Scott, Rakeyia, gritando repetidamente para que os policiais não atirem nele e pedindo para que o marido saia do carro. Ela também diz aos policiais que ele não está armado. Rakeyia grita também no vídeo que Scott teve um traumatismo cranioencefálico, indicando que ele pode ter algum tipo de sequela motora. A família afirma que ele sofreu um acidente de motocicleta em 2015. No vídeo, ouve-se uma série de tiros e depois Rakeyia filma Scott no chão, ferido, com os policiais em volta. Não é possível ver no vídeo o momento exato que Scott é atingido. A mulher de Scott diz aos policiais: "é bom ele não estar morto" e pergunta se eles chamaram uma ambulância. Scott foi morto com um tiro pelo policial Brentley Vinson, também negro. Justin Bamberg, advogado da família, disse ao jornal que o vídeo não prova que a polícia tinha ou não razão, mas sim oferece um novo ponto de vista sobre o caso. A polícia de Charlotte também tem um vídeo, que não foi divulgado, apesar de pedidos de ativistas e da família. PROTESTOS As manifestações após a morte de Scott, que começaram na terça, terminaram em confrontos com a polícia. Foram três noites de protestos. Na noite de quarta-feira (21), Justin Carr, 26, levou um tiro na cabeça quando manifestantes enfrentavam a tropa de choque em frente a um hotel no centro da cidade. Ele morreu nesta quinta-feira (22). As autoridades dizem que o tiro não partiu de um policial. Nesta quinta-feira, contudo, os protestos em Charlotte foram pacíficos. As autoridades impuseram um toque de recolher às 21h15 (hora local), suspenso às 6h. O toque de recolher deve se estender alguns dias na cidade, enquanto o estado de emergência declarado pelo governo estadual estiver em vigor.
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Europeus temem reaproximação entre EUA e Rússia após vitória de Trump
Donald Trump, eleito nesta quarta-feira (9) presidente americano, pode concretizar um pesadelo europeu: a reaproximação entre os EUA e a Rússia, afastando-se da Otan (aliança militar ocidental). Trump havia dito durante sua campanha admirar Vladimir Putin, presidente russo. Putin retribuiu agora a gentileza felicitando o republicano por sua vitória e afirmando esperar trabalharem juntos para degelar as relações entre os países. Dmitri Peskov, porta-voz do governo, afirmou, porém, que Putin não deve por ora manter contato com Trump nem tem planos de reunir-se com ele. "Barack Obama continua a ser a contraparte do presidente Putin", disse. Peskov afirmou ainda que Putin foi informado do pleito americano, mas que não estava seguindo a disputa "grudado na tela". O anúncio da vitória de Trump, feito pelo deputado Viacheslav Níkonov, foi recebido com aplausos na câmara baixa do Parlamento russo. Putin afirmou, no entanto, que a retomada das relações não será fácil. EUA e Rússia discordam de temas de bastante impacto na agenda internacional, como a guerra na Síria. O governo americano pede a saída do ditador Bashar al-Assad, enquanto Putin defende o regime sírio. A aproximação entre Trump e Putin preocupa líderes europeus, em especial na região dos Bálcãs e na Polônia, região afetada pela proximidade com a Rússia. Há também preocupação na Ucrânia, que enfrenta embates na sua fronteira leste. A Crimeia, outrora um território ucraniano, foi anexada por Putin em 2014. Petro Poroshenko, presidente ucraniano, afirmou na quarta-feira que espera receber um contínuo apoio americano nessa sua disputa com a Rússia. DEFESA Trump chegou a dizer durante sua campanha que, no caso de um ataque russo contra um membro da Otan, ele levaria em consideração o quanto o país agredido havia contribuído com a defesa, antes de prover auxílio. Os membros são obrigados pelo pacto a se proteger. O republicano, assim como a democrata Hillary Clinton, questionou a baixa participação de Estados europeus no orçamento da aliança. Mas a sua retórica é vista como uma ameaça real, que poderia reajustar o acordo. "A boa relação diplomática com a Rússia vai em detrimento de sua atenção à Otan e aos aliados europeus", diz Luis Moreno, do instituto espanhol CSIC (Conselho Superior de Pesquisa Científica). Ursula von der Leyen, ministra da Defesa da Alemanha, descreveu a vitória de Trump como "um grande choque" e pediu garantias de seu comprometimento com a aliança militar. "Há perguntas para serem respondidas." BOLSAS Diversos outros líderes europeus reagiram com preocupação durante a manhã. Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, afirmou que Trump tornará o trabalho "mais difícil" para a União Europeia, apesar de ser "o presidente eleito". As bolsas europeias abriram quase ao mesmo tempo em que a vitória do republicano Donald Trump foi anunciada. Assustadas, elas despencaram, com baixas em países como a Espanha, a França e o Reino Unido. Segundo a Bloomberg, as bolsas europeias não haviam caído tanto desde o "Brexit", votação britânica por deixar a União Europeia, em junho. Em meio ao pânico, os embaixadores americanos na Otan e na União Europeia tentaram tranquilizar os aliados, insistindo que a cooperação entre EUA e o bloco europeu não está ameaçada. Douglas Lute, embaixador na aliança militar, afirmou que haverá "continuidade". Anthony Gardner, embaixador na UE, pediu que líderes europeus não tirem conclusões precipitadas sobre a futura administração Trump. "É muito cedo", disse a repórteres. "Qualquer governo americano perceberá a importância das relações entre os EUA e a União Europeia." COMÉRCIO A eleição de Trump pode afetar a Europa de diversas outras maneiras, diz o analista espanhol Moreno. Por exemplo, "com a implementação de políticas protecionistas", que desagradam esse bloco econômico. A UE exportou aos EUA o equivalente a 371 bilhões de euros em 2015 e importou dali 248 bilhões de euros. Está em negociação um acordo de comércio entre ambas as regiões, chamado TTIP, já criticado por Trump. Empresários europeus temem, ademais, que Trump mine o acordo nuclear com o Irã e impossibilite os investimentos latentes no país, recentemente retomados pelas perspectivas do fim das longas sanções impostas pela comunidade internacional. A imprensa na União Europeia também reagiu negativamente à eleição de Trump. O jornal catalão "El Periódico" estampou em sua capa uma fotografia do republicano com os dizeres 'Deus perdoe os EUA'. Mariano Rajoy, premiê espanhol, havia anteriormente felicitado o novo presidente americano. AMANHÃ, A FRANÇA Alguns líderes europeus, no entanto, receberam bem a vitória do republicano. Marine Le Pen, do partido francês de extrema direita Frente Nacional, congratulou o presidente em uma mensagem nas redes sociais. Seu pai, Jean-Marie Le Pen, fundador da sigla, afirmou: "Hoje os EUA, amanhã a França." Assim como Trump, a Frente Nacional faz campanha em torno de uma mensagem contrária à imigração e tem ganhado apoio no país. Pesquisas preveem que Marine Le Pen chegue ao segundo turno, em 2017. A Presidência de Trump também deve agradar a outros partidos de direita, hoje em crescimento em países como Alemanha e Áustria.
mundo
Europeus temem reaproximação entre EUA e Rússia após vitória de TrumpDonald Trump, eleito nesta quarta-feira (9) presidente americano, pode concretizar um pesadelo europeu: a reaproximação entre os EUA e a Rússia, afastando-se da Otan (aliança militar ocidental). Trump havia dito durante sua campanha admirar Vladimir Putin, presidente russo. Putin retribuiu agora a gentileza felicitando o republicano por sua vitória e afirmando esperar trabalharem juntos para degelar as relações entre os países. Dmitri Peskov, porta-voz do governo, afirmou, porém, que Putin não deve por ora manter contato com Trump nem tem planos de reunir-se com ele. "Barack Obama continua a ser a contraparte do presidente Putin", disse. Peskov afirmou ainda que Putin foi informado do pleito americano, mas que não estava seguindo a disputa "grudado na tela". O anúncio da vitória de Trump, feito pelo deputado Viacheslav Níkonov, foi recebido com aplausos na câmara baixa do Parlamento russo. Putin afirmou, no entanto, que a retomada das relações não será fácil. EUA e Rússia discordam de temas de bastante impacto na agenda internacional, como a guerra na Síria. O governo americano pede a saída do ditador Bashar al-Assad, enquanto Putin defende o regime sírio. A aproximação entre Trump e Putin preocupa líderes europeus, em especial na região dos Bálcãs e na Polônia, região afetada pela proximidade com a Rússia. Há também preocupação na Ucrânia, que enfrenta embates na sua fronteira leste. A Crimeia, outrora um território ucraniano, foi anexada por Putin em 2014. Petro Poroshenko, presidente ucraniano, afirmou na quarta-feira que espera receber um contínuo apoio americano nessa sua disputa com a Rússia. DEFESA Trump chegou a dizer durante sua campanha que, no caso de um ataque russo contra um membro da Otan, ele levaria em consideração o quanto o país agredido havia contribuído com a defesa, antes de prover auxílio. Os membros são obrigados pelo pacto a se proteger. O republicano, assim como a democrata Hillary Clinton, questionou a baixa participação de Estados europeus no orçamento da aliança. Mas a sua retórica é vista como uma ameaça real, que poderia reajustar o acordo. "A boa relação diplomática com a Rússia vai em detrimento de sua atenção à Otan e aos aliados europeus", diz Luis Moreno, do instituto espanhol CSIC (Conselho Superior de Pesquisa Científica). Ursula von der Leyen, ministra da Defesa da Alemanha, descreveu a vitória de Trump como "um grande choque" e pediu garantias de seu comprometimento com a aliança militar. "Há perguntas para serem respondidas." BOLSAS Diversos outros líderes europeus reagiram com preocupação durante a manhã. Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, afirmou que Trump tornará o trabalho "mais difícil" para a União Europeia, apesar de ser "o presidente eleito". As bolsas europeias abriram quase ao mesmo tempo em que a vitória do republicano Donald Trump foi anunciada. Assustadas, elas despencaram, com baixas em países como a Espanha, a França e o Reino Unido. Segundo a Bloomberg, as bolsas europeias não haviam caído tanto desde o "Brexit", votação britânica por deixar a União Europeia, em junho. Em meio ao pânico, os embaixadores americanos na Otan e na União Europeia tentaram tranquilizar os aliados, insistindo que a cooperação entre EUA e o bloco europeu não está ameaçada. Douglas Lute, embaixador na aliança militar, afirmou que haverá "continuidade". Anthony Gardner, embaixador na UE, pediu que líderes europeus não tirem conclusões precipitadas sobre a futura administração Trump. "É muito cedo", disse a repórteres. "Qualquer governo americano perceberá a importância das relações entre os EUA e a União Europeia." COMÉRCIO A eleição de Trump pode afetar a Europa de diversas outras maneiras, diz o analista espanhol Moreno. Por exemplo, "com a implementação de políticas protecionistas", que desagradam esse bloco econômico. A UE exportou aos EUA o equivalente a 371 bilhões de euros em 2015 e importou dali 248 bilhões de euros. Está em negociação um acordo de comércio entre ambas as regiões, chamado TTIP, já criticado por Trump. Empresários europeus temem, ademais, que Trump mine o acordo nuclear com o Irã e impossibilite os investimentos latentes no país, recentemente retomados pelas perspectivas do fim das longas sanções impostas pela comunidade internacional. A imprensa na União Europeia também reagiu negativamente à eleição de Trump. O jornal catalão "El Periódico" estampou em sua capa uma fotografia do republicano com os dizeres 'Deus perdoe os EUA'. Mariano Rajoy, premiê espanhol, havia anteriormente felicitado o novo presidente americano. AMANHÃ, A FRANÇA Alguns líderes europeus, no entanto, receberam bem a vitória do republicano. Marine Le Pen, do partido francês de extrema direita Frente Nacional, congratulou o presidente em uma mensagem nas redes sociais. Seu pai, Jean-Marie Le Pen, fundador da sigla, afirmou: "Hoje os EUA, amanhã a França." Assim como Trump, a Frente Nacional faz campanha em torno de uma mensagem contrária à imigração e tem ganhado apoio no país. Pesquisas preveem que Marine Le Pen chegue ao segundo turno, em 2017. A Presidência de Trump também deve agradar a outros partidos de direita, hoje em crescimento em países como Alemanha e Áustria.
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OAB suspende registro, e Miller fica impedido de advogar
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) confirmou nesta terça-feira (12) a suspensão do registro de advogado do ex-procurador da República Marcello Miller, que foi braço direito do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele é suspeito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de atuar para o grupo J&F, dos empresários Joesley e Wesley Batista, enquanto ainda era servidor público. A suspensão pode durar 90 dias ou mais, a depender da conclusão do processo ético instaurado em maio passado para apurar a conduta do ex-procurador, que nega improbidade no caso. A medida será formalizada nesta quarta-feira (13) pelo presidente nacional da OAB, Cláudio Lamachia, após um evento no Rio, onde Miller está registrado. Com a conclusão do processo ético, que corre sob sigilo, Miller pode ser punido novamente com a suspensão do registro e pagamento de multa. Em nota, a assessoria do ex-procurador informou que a suspensão anunciada pela OAB "está em total desacordo com o estatuto" da instituição, que poderia acontecer somente "mediante sessão especial, assegurado ao advogado o direito de manifestação, o que não ocorreu". "Marcello Miller não foi notificado do processo de suspensão, muito menos foi ouvido", diz a nota. O caso envolvendo Miller tomou proporções maiores após a delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, sócios da J&F, passar a ser questionada desde que gravações revelaram a proximidade do ex-procurador com os executivos. Após a assinatura das delações, o ex-procurador foi contratado pelo escritório de advocacia Trench Rossi Watanabe, que atuou no acordo de leniência firmado entre o grupo e o MPF (Ministério Público Federal), onde foram assumidos crimes e se comprometeram a pagar uma multa de cerca de R$ 10 bilhões pelos possíveis danos causados.
poder
OAB suspende registro, e Miller fica impedido de advogarA OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) confirmou nesta terça-feira (12) a suspensão do registro de advogado do ex-procurador da República Marcello Miller, que foi braço direito do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele é suspeito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de atuar para o grupo J&F, dos empresários Joesley e Wesley Batista, enquanto ainda era servidor público. A suspensão pode durar 90 dias ou mais, a depender da conclusão do processo ético instaurado em maio passado para apurar a conduta do ex-procurador, que nega improbidade no caso. A medida será formalizada nesta quarta-feira (13) pelo presidente nacional da OAB, Cláudio Lamachia, após um evento no Rio, onde Miller está registrado. Com a conclusão do processo ético, que corre sob sigilo, Miller pode ser punido novamente com a suspensão do registro e pagamento de multa. Em nota, a assessoria do ex-procurador informou que a suspensão anunciada pela OAB "está em total desacordo com o estatuto" da instituição, que poderia acontecer somente "mediante sessão especial, assegurado ao advogado o direito de manifestação, o que não ocorreu". "Marcello Miller não foi notificado do processo de suspensão, muito menos foi ouvido", diz a nota. O caso envolvendo Miller tomou proporções maiores após a delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, sócios da J&F, passar a ser questionada desde que gravações revelaram a proximidade do ex-procurador com os executivos. Após a assinatura das delações, o ex-procurador foi contratado pelo escritório de advocacia Trench Rossi Watanabe, que atuou no acordo de leniência firmado entre o grupo e o MPF (Ministério Público Federal), onde foram assumidos crimes e se comprometeram a pagar uma multa de cerca de R$ 10 bilhões pelos possíveis danos causados.
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Município deveria ser mais ouvido sobre educação, dizem especialistas
Os municípios deveriam ter mais voz na distribuição de recursos federais na educação, afirmaram especialistas que participaram de debate promovido pelo Instituto Alfa e Beto na quarta-feira (29). A posição foi defendida pelos professores da FGV Fernando Rezende e Fernando Abrucio, além da consultora da Confederação Nacional dos Municípios Mariza Abreu. O encontro foi feito no auditório da Folha. Um exemplo citado por Abrucio e Rezende foram os recursos do FNDE, fundo do Ministério da Educação que distribui verbas para a educação básica. "Por que a União decide sozinha como serão utilizados os recursos do FNDE, que vêm da cota federal do salário-educação para a União exercer suas funções supletivas e redistributivas da educação básica, cuja competência é de Estados e municípios?", disse Abreu. "Representantes dos Estados e municípios poderiam ajudar a determinar a distribuição desses recursos. Algumas políticas públicas vão caber em Santa Catarina, mas não em Pernambuco", disse Abrucio. Já Fernando Rezende afirmou que os municípios tiveram aumentadas suas responsabilidades na educação, mas não ganharam autonomia. "Houve enorme centralização do poder no plano federal, com a regulação de políticas públicas mais importantes como saúde e educação, mas as responsabilidades pela execução foram transferidas para os governos locais." Os três também destacaram o baixo montante de recursos que os municípios recebem dentro do pacto federativo, considerando que são eles os responsáveis, por exemplo, pelo ensino infantil público. Além do debate, o instituto realizou também a cerimônia de entrega do prêmio Prefeito Nota 10. O vencedor foi Guilherme Sampaio Landim, prefeito de Brejo Santo (CE).
educacao
Município deveria ser mais ouvido sobre educação, dizem especialistasOs municípios deveriam ter mais voz na distribuição de recursos federais na educação, afirmaram especialistas que participaram de debate promovido pelo Instituto Alfa e Beto na quarta-feira (29). A posição foi defendida pelos professores da FGV Fernando Rezende e Fernando Abrucio, além da consultora da Confederação Nacional dos Municípios Mariza Abreu. O encontro foi feito no auditório da Folha. Um exemplo citado por Abrucio e Rezende foram os recursos do FNDE, fundo do Ministério da Educação que distribui verbas para a educação básica. "Por que a União decide sozinha como serão utilizados os recursos do FNDE, que vêm da cota federal do salário-educação para a União exercer suas funções supletivas e redistributivas da educação básica, cuja competência é de Estados e municípios?", disse Abreu. "Representantes dos Estados e municípios poderiam ajudar a determinar a distribuição desses recursos. Algumas políticas públicas vão caber em Santa Catarina, mas não em Pernambuco", disse Abrucio. Já Fernando Rezende afirmou que os municípios tiveram aumentadas suas responsabilidades na educação, mas não ganharam autonomia. "Houve enorme centralização do poder no plano federal, com a regulação de políticas públicas mais importantes como saúde e educação, mas as responsabilidades pela execução foram transferidas para os governos locais." Os três também destacaram o baixo montante de recursos que os municípios recebem dentro do pacto federativo, considerando que são eles os responsáveis, por exemplo, pelo ensino infantil público. Além do debate, o instituto realizou também a cerimônia de entrega do prêmio Prefeito Nota 10. O vencedor foi Guilherme Sampaio Landim, prefeito de Brejo Santo (CE).
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Mulher morre após raio atingir cachoeira em Minas Gerais
Uma mulher morreu e dezenas de pessoas ficaram feridas após uma descarga elétrica atingir a cachoeira Água Limpa, na área rural da cidade de Santana do Garambéu, na Zona da Mata mineira (a 257 km de Belo Horizonte). O incidente aconteceu no final da tarde deste domingo (7), segundo os bombeiros. Cerca de 80 pessoas estavam no local no momento da queda do raio. De acordo com o 9º Batalhão da Polícia Militar, uma mulher de 29 anos foi resgatada em estado grave. Ela não resistiu aos ferimentos nesta segunda-feira (8), de acordo com o Corpo de Bombeiros. Outras duas vítimas, de 22 e 23 anos, foram encaminhadas ao Hospital de Barbacena, a cerca de 70 km do local do incidente. Elas permaneciam internadas no início desta segunda. Durante a madrugada, duas pessoas ficaram em observação no posto de saúde de Santana do Garambéu. Na mesma unidade foram atendidas e liberadas outras 30 vítimas, que relataram dores e mal-estar após a descarga elétrica.
cotidiano
Mulher morre após raio atingir cachoeira em Minas GeraisUma mulher morreu e dezenas de pessoas ficaram feridas após uma descarga elétrica atingir a cachoeira Água Limpa, na área rural da cidade de Santana do Garambéu, na Zona da Mata mineira (a 257 km de Belo Horizonte). O incidente aconteceu no final da tarde deste domingo (7), segundo os bombeiros. Cerca de 80 pessoas estavam no local no momento da queda do raio. De acordo com o 9º Batalhão da Polícia Militar, uma mulher de 29 anos foi resgatada em estado grave. Ela não resistiu aos ferimentos nesta segunda-feira (8), de acordo com o Corpo de Bombeiros. Outras duas vítimas, de 22 e 23 anos, foram encaminhadas ao Hospital de Barbacena, a cerca de 70 km do local do incidente. Elas permaneciam internadas no início desta segunda. Durante a madrugada, duas pessoas ficaram em observação no posto de saúde de Santana do Garambéu. Na mesma unidade foram atendidas e liberadas outras 30 vítimas, que relataram dores e mal-estar após a descarga elétrica.
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Infraero deve ter só 1% em novos leilões de aeroportos
A Infraero deverá ter nas próximas concessões aeroportuárias participação acionária mínima, a chamada "golden share", que dá o direito de vetar decisões das novas empresas formadas, em casos mais relevantes. O assunto vem sendo discutido no Palácio do Planalto nas últimas semanas e a tendência é que a estatal de aeroportos tenha algo próximo de 1% do capital social das novas administradoras dos aeroportos de Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS). Nos leilões anteriores, ficou com 49% das novas empresas em 5 dos 6 casos. Novas concessões precisam de dinheiro de seus sócios para iniciar as obras previstas no edital, e esse dinheiro é proporcional à participação do sócio no capital da companhia. A estimativa é que a estatal colocará até o ano que vem nas cinco concessões que já tem R$ 1,6 bilhão em recursos do Tesouro Nacional. Para as novas, não há estimativa de valores. SEM CAIXA O governo tinha imaginado diminuir a participação nas três novas concessões para algo próximo dos 20%, o que lhe daria o direito a um assento no conselho. Mas a perspectiva é de poucos recursos do Tesouro para obras. Como a Infraero enfrenta uma grave crise financeira e passa por uma reestruturação, não teria recursos próprios para alocar nas novas empresas. Além disso, ela já participa dos conselhos dos maiores aeroportos do país. Com isso, considera-se ter sido alcançado o objetivo de trazer expertise internacional dos novos concessionários para a estatal brasileira, que administra 60 aeroportos. As regras para iniciar os estudos de viabilidade das concessões aeroportuárias deverão ser anunciadas na próxima semana. A previsão é que o leilão ocorra até o fim do primeiro semestre de 2016. GOLDEN SHARE A golden share é uma espécie de ação especial que pode ser dada a algum acionista de uma empresa, que fica com o direito de vetar uma decisão do conselho. A Infraero já tem algo semelhante nas concessões atuais. Segundo o advogado Renato Kloss, sócio do setor de Infraestrutura & Regulatório do escritório Siqueira Castro, o direito a veto fica centrado em assuntos mais relevantes, como uma eventual fusão da empresa com outras e entradas de novos sócios. Kloss lembra que a participação da Infraero foi considerada um risco pelos sócios, já que não se sabia qual seria o comportamento da estatal. "O histórico ainda é recente, mas tem havido uma parceria tranquila, positiva e colaborativa da estatal com as empresas. O risco de associação está bem equacionado", afirmou Kloss. Frederico Bopp Dieterich, do escritório Azevedo Sette, diz que o governo está sendo realista com a redução da participação já que não há mais recursos em abundância. Segundo ele, o ideal era que as cláusulas de direito a veto da Infraero fossem revistas, já que seriam muito abrangentes, além de abrangerem todo o período da concessão. "Ter um instrumento para regular o setor privado no início, para uma área nascente, tudo bem. Mas não precisa ser para sempre. Dez anos seriam suficientes", sugere Dieterich.
mercado
Infraero deve ter só 1% em novos leilões de aeroportosA Infraero deverá ter nas próximas concessões aeroportuárias participação acionária mínima, a chamada "golden share", que dá o direito de vetar decisões das novas empresas formadas, em casos mais relevantes. O assunto vem sendo discutido no Palácio do Planalto nas últimas semanas e a tendência é que a estatal de aeroportos tenha algo próximo de 1% do capital social das novas administradoras dos aeroportos de Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS). Nos leilões anteriores, ficou com 49% das novas empresas em 5 dos 6 casos. Novas concessões precisam de dinheiro de seus sócios para iniciar as obras previstas no edital, e esse dinheiro é proporcional à participação do sócio no capital da companhia. A estimativa é que a estatal colocará até o ano que vem nas cinco concessões que já tem R$ 1,6 bilhão em recursos do Tesouro Nacional. Para as novas, não há estimativa de valores. SEM CAIXA O governo tinha imaginado diminuir a participação nas três novas concessões para algo próximo dos 20%, o que lhe daria o direito a um assento no conselho. Mas a perspectiva é de poucos recursos do Tesouro para obras. Como a Infraero enfrenta uma grave crise financeira e passa por uma reestruturação, não teria recursos próprios para alocar nas novas empresas. Além disso, ela já participa dos conselhos dos maiores aeroportos do país. Com isso, considera-se ter sido alcançado o objetivo de trazer expertise internacional dos novos concessionários para a estatal brasileira, que administra 60 aeroportos. As regras para iniciar os estudos de viabilidade das concessões aeroportuárias deverão ser anunciadas na próxima semana. A previsão é que o leilão ocorra até o fim do primeiro semestre de 2016. GOLDEN SHARE A golden share é uma espécie de ação especial que pode ser dada a algum acionista de uma empresa, que fica com o direito de vetar uma decisão do conselho. A Infraero já tem algo semelhante nas concessões atuais. Segundo o advogado Renato Kloss, sócio do setor de Infraestrutura & Regulatório do escritório Siqueira Castro, o direito a veto fica centrado em assuntos mais relevantes, como uma eventual fusão da empresa com outras e entradas de novos sócios. Kloss lembra que a participação da Infraero foi considerada um risco pelos sócios, já que não se sabia qual seria o comportamento da estatal. "O histórico ainda é recente, mas tem havido uma parceria tranquila, positiva e colaborativa da estatal com as empresas. O risco de associação está bem equacionado", afirmou Kloss. Frederico Bopp Dieterich, do escritório Azevedo Sette, diz que o governo está sendo realista com a redução da participação já que não há mais recursos em abundância. Segundo ele, o ideal era que as cláusulas de direito a veto da Infraero fossem revistas, já que seriam muito abrangentes, além de abrangerem todo o período da concessão. "Ter um instrumento para regular o setor privado no início, para uma área nascente, tudo bem. Mas não precisa ser para sempre. Dez anos seriam suficientes", sugere Dieterich.
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Justiça suspende acordo bilionário entre Samarco, governos e União
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou a suspensão do acordo feito entre a União e os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo com a Samarco e suas donas, Vale e BHP Billiton. O texto prevê a recuperação das áreas destruídas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). A decisão liminar (provisória), da ministra Diva Malerbi, foi publicada nesta sexta-feira (1º) e afirma que a homologação do acordo não poderia ser feita pelo núcleo de conciliação da Justiça Federal, já que decisão anterior do STJ determinava que questões urgentes a respeito do rompimento deveriam ser decididas pela 12ª Vara em Minas Gerais. "Entendo que a homologação do mencionado acordo pela autoridade reclamada desrespeitou decisão proferida por esta Corte Superior", afirma a ministra. Procuradas, Vale e Samarco afirmam que irão recorrer. A decisão de Malerbi foi dada após o Ministério Público Federal questionar a homologação na Justiça. No texto, a ministra questiona a "ausência de adequado debate" para a elaboração do acordo. "Não há indicativo de que qualquer município atingido tenha participado das negociações em comento, não obstante as obrigações que foram atribuídas a esses entes da federação no âmbito da referida avença", diz a magistrada. "Também não está demonstrada a inclusão de membro do Ministério Público do Estado de Minas Gerais na formatação do ajuste em comento, o que indica a ausência de adequado debate para o desenlace convencionado do litígio". Segundo ela, "seria rigorosamente recomendável o mais amplo debate para a solução negociada da controvérsia, por meio da realização de audiências públicas". ACORDO O acordo, que chegou a ser comemorado em evento com a presença da presidente afastada Dilma Rousseff, foi homologado no dia 5 de maio. Desde as negociações, os Ministérios Públicos têm criticado o teor do texto, que consideram favorável às mineradoras. Pelos termos combinados, a Samarco teria que cumprir aproximadamente 40 programas de recuperação ambiental com aporte de R$ 2 bi este ano, R$ 1,2 bi em 2017 e mais R$ 1,2 bi em 2018. De 2019 a 2021 os valores podem variar entre R$ 800 milhões e R$ 1,6 bilhão. Além disso, até 2018 seriam usados R$ 500 milhões para saneamento dos municípios atingidos. Seria criada uma fundação privada com conselho administrativo indicado pelas empresas para gerir os programas. Um Comitê Interfederativo, com representantes do governo federal, Estados e municípios atingidos, acompanha as ações. 'NÃO AFETA OBRIGAÇÕES' Em nota, a Samarco informou que irá recorrer e que "a decisão não afeta as obrigações contidas no acordo, que continuarão sendo integralmente cumpridas, inclusive no que diz respeito à instituição da fundação de direito privado prevista no documento". Já a Vale diz que "continuará a cumprir o acordo, apoiando a recuperação das comunidades e do meio ambiente afetados pela ruptura da barragem de fundão da Samarco". Também informa que irá "tomar as medidas judiciais necessárias para confirmar a homologação do mesmo". O advogado-geral de Minas Gerais, Onofre Batista, afirma que a União e os dois Estados recorrerão conjuntamente ao STF (Supremo Tribunal Federal) na próxima semana para que a questão seja definida. "Foi até boa essa decisão do STJ, porque a gente recorre ao STF e decide tudo logo de uma vez", disse à Folha. Segundo Batista, o acordo tem "andado a passos lentos" por temor das empresas da possibilidade de uma revogação dos termos. No Espírito Santo, o procurador-geral do Estado Rodrigo Rabello diz que "a preocupação é que esse debate judicial eternizado em vez de beneficiar a população, prejudique". "O acordo não inibe que o Ministério Público apresente novas propostas. Nós sempre estivemos abertos para conversar", afirma. Em nota, a AGU informa que "aguarda a intimação formal da decisão liminar para adotar as medidas judiciais cabíveis". A reportagem não conseguiu localizar representantes da BHP Billiton. O rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG) matou 19 pessoas, destruiu o vilarejo de Bento Rodrigues e devastou o rio Doce até a sua foz, no Espírito Santo. O Caminho da Lama - Quem assinou A Samarco e suas donas (Vale e BHP Billiton), a AGU (Advocacia-Geral da União) e os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo O que ele prevê A Samarco deve destinar R$ 4,4 bilhões até 2018 a projetos de recuperação da bacia do rio Doce. Para gerir os trabalhos, foi criada uma fundação privada com conselheiros indicados pelas empresas. Um Comitê Interfederativo, com representantes do governo federal, Estados e municípios atingidos, acompanha as ações. As críticas do Ministério Público Federal O órgão é contra o acordo porque diz que ele "prioriza o patrimônio das empresas" e "não garante a reparação dos danos". Segundo o procurador Jorge Munhoz, o texto blinda a Vale e a BHP Billiton, assim como o poder público, que também seriam responsáveis diretos pela tragédia. O MPF chegou a participar das negociações, mas abandonou a mesa antes de o acordo ser fechado. LINHA DO TEMPO 5.nov.2015 Barragem de Fundão se rompe em Mariana (MG). A lama soterrou o vilarejo de Bento Rodrigues e devastou o rio Doce, deixando um rastro de destruição até o litoral do Espírito Santo e matando 19 pessoas. 2.mar.2016 Um acordo de recuperação ambiental é assinado entre as mineradoras, a União e os Estados de MG e ES. No evento, a presidente Dilma Rousseff diz que o governo federal estava "fazendo história". 3.mai Em contrapartida, o Ministério Público Federal protocola ação que pede R$ 155 bilhões da Samarco, Vale e BHP, com depósito inicial de R$ 7,7 bilhões. 5.mai O acordo entre as empresas e o poder público é homologado pela Justiça Federal. A Samarco tratou a aprovação como "um marco em processos de recuperação e reparação pós-acidentes ambientais". 31.mai O então novo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, afirma que vai propor uma revisão do acordo para que as ações da empresa levem mais em conta as demandas das vítimas. 1º.jul O STJ (Superior Tribunal de Justiça) suspende o acordo, alegando que a homologação não poderia ter sido feita pelo núcleo de conciliação da Justiça Federal. Uma decisão anterior do tribunal determinava que questões urgentes a respeito do rompimento deveriam ser decididas pela 12ª Vara em Minas Gerais.
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Justiça suspende acordo bilionário entre Samarco, governos e UniãoO STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou a suspensão do acordo feito entre a União e os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo com a Samarco e suas donas, Vale e BHP Billiton. O texto prevê a recuperação das áreas destruídas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). A decisão liminar (provisória), da ministra Diva Malerbi, foi publicada nesta sexta-feira (1º) e afirma que a homologação do acordo não poderia ser feita pelo núcleo de conciliação da Justiça Federal, já que decisão anterior do STJ determinava que questões urgentes a respeito do rompimento deveriam ser decididas pela 12ª Vara em Minas Gerais. "Entendo que a homologação do mencionado acordo pela autoridade reclamada desrespeitou decisão proferida por esta Corte Superior", afirma a ministra. Procuradas, Vale e Samarco afirmam que irão recorrer. A decisão de Malerbi foi dada após o Ministério Público Federal questionar a homologação na Justiça. No texto, a ministra questiona a "ausência de adequado debate" para a elaboração do acordo. "Não há indicativo de que qualquer município atingido tenha participado das negociações em comento, não obstante as obrigações que foram atribuídas a esses entes da federação no âmbito da referida avença", diz a magistrada. "Também não está demonstrada a inclusão de membro do Ministério Público do Estado de Minas Gerais na formatação do ajuste em comento, o que indica a ausência de adequado debate para o desenlace convencionado do litígio". Segundo ela, "seria rigorosamente recomendável o mais amplo debate para a solução negociada da controvérsia, por meio da realização de audiências públicas". ACORDO O acordo, que chegou a ser comemorado em evento com a presença da presidente afastada Dilma Rousseff, foi homologado no dia 5 de maio. Desde as negociações, os Ministérios Públicos têm criticado o teor do texto, que consideram favorável às mineradoras. Pelos termos combinados, a Samarco teria que cumprir aproximadamente 40 programas de recuperação ambiental com aporte de R$ 2 bi este ano, R$ 1,2 bi em 2017 e mais R$ 1,2 bi em 2018. De 2019 a 2021 os valores podem variar entre R$ 800 milhões e R$ 1,6 bilhão. Além disso, até 2018 seriam usados R$ 500 milhões para saneamento dos municípios atingidos. Seria criada uma fundação privada com conselho administrativo indicado pelas empresas para gerir os programas. Um Comitê Interfederativo, com representantes do governo federal, Estados e municípios atingidos, acompanha as ações. 'NÃO AFETA OBRIGAÇÕES' Em nota, a Samarco informou que irá recorrer e que "a decisão não afeta as obrigações contidas no acordo, que continuarão sendo integralmente cumpridas, inclusive no que diz respeito à instituição da fundação de direito privado prevista no documento". Já a Vale diz que "continuará a cumprir o acordo, apoiando a recuperação das comunidades e do meio ambiente afetados pela ruptura da barragem de fundão da Samarco". Também informa que irá "tomar as medidas judiciais necessárias para confirmar a homologação do mesmo". O advogado-geral de Minas Gerais, Onofre Batista, afirma que a União e os dois Estados recorrerão conjuntamente ao STF (Supremo Tribunal Federal) na próxima semana para que a questão seja definida. "Foi até boa essa decisão do STJ, porque a gente recorre ao STF e decide tudo logo de uma vez", disse à Folha. Segundo Batista, o acordo tem "andado a passos lentos" por temor das empresas da possibilidade de uma revogação dos termos. No Espírito Santo, o procurador-geral do Estado Rodrigo Rabello diz que "a preocupação é que esse debate judicial eternizado em vez de beneficiar a população, prejudique". "O acordo não inibe que o Ministério Público apresente novas propostas. Nós sempre estivemos abertos para conversar", afirma. Em nota, a AGU informa que "aguarda a intimação formal da decisão liminar para adotar as medidas judiciais cabíveis". A reportagem não conseguiu localizar representantes da BHP Billiton. O rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG) matou 19 pessoas, destruiu o vilarejo de Bento Rodrigues e devastou o rio Doce até a sua foz, no Espírito Santo. O Caminho da Lama - Quem assinou A Samarco e suas donas (Vale e BHP Billiton), a AGU (Advocacia-Geral da União) e os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo O que ele prevê A Samarco deve destinar R$ 4,4 bilhões até 2018 a projetos de recuperação da bacia do rio Doce. Para gerir os trabalhos, foi criada uma fundação privada com conselheiros indicados pelas empresas. Um Comitê Interfederativo, com representantes do governo federal, Estados e municípios atingidos, acompanha as ações. As críticas do Ministério Público Federal O órgão é contra o acordo porque diz que ele "prioriza o patrimônio das empresas" e "não garante a reparação dos danos". Segundo o procurador Jorge Munhoz, o texto blinda a Vale e a BHP Billiton, assim como o poder público, que também seriam responsáveis diretos pela tragédia. O MPF chegou a participar das negociações, mas abandonou a mesa antes de o acordo ser fechado. LINHA DO TEMPO 5.nov.2015 Barragem de Fundão se rompe em Mariana (MG). A lama soterrou o vilarejo de Bento Rodrigues e devastou o rio Doce, deixando um rastro de destruição até o litoral do Espírito Santo e matando 19 pessoas. 2.mar.2016 Um acordo de recuperação ambiental é assinado entre as mineradoras, a União e os Estados de MG e ES. No evento, a presidente Dilma Rousseff diz que o governo federal estava "fazendo história". 3.mai Em contrapartida, o Ministério Público Federal protocola ação que pede R$ 155 bilhões da Samarco, Vale e BHP, com depósito inicial de R$ 7,7 bilhões. 5.mai O acordo entre as empresas e o poder público é homologado pela Justiça Federal. A Samarco tratou a aprovação como "um marco em processos de recuperação e reparação pós-acidentes ambientais". 31.mai O então novo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, afirma que vai propor uma revisão do acordo para que as ações da empresa levem mais em conta as demandas das vítimas. 1º.jul O STJ (Superior Tribunal de Justiça) suspende o acordo, alegando que a homologação não poderia ter sido feita pelo núcleo de conciliação da Justiça Federal. Uma decisão anterior do tribunal determinava que questões urgentes a respeito do rompimento deveriam ser decididas pela 12ª Vara em Minas Gerais.
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Preta Gil vai ser avó; bebê será primeiro bisneto de Gilberto Gil
Preta Gil vai ser avó. O filho da cantora, Francisco, será papai aos 20 anos de idade. O bebê será o primeiro bisneto do cantor Gilberto Gil. FAIXA ETÁRIA Do total de adolescentes cumprindo medidas socioeducativas no Brasil, 9% cometeram homicídio, enquanto entre os adultos presos a taxa dos que mataram é de 12%. A comparação é de estudo inédito que será divulgado hoje pelo governo federal. Os dados são de 2011 e 2012, período com informações mais recentes disponíveis para o cruzamento. FAIXA ETÁRIA 2 "Isso desconstrói a tese de que adolescentes têm perfil mais violento. A maioria é apreendida por crimes patrimoniais e tráfico de drogas", diz Jacqueline Sinhoretto, da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e consultora do estudo. O Mapa do Encarceramento servirá de apoio para o governo tentar derrubar a redução da maioridade penal no Congresso. FAIXA ETÁRIA 3 A pesquisa mostra ainda que a maioria (54,8%) dos que foram para a cadeia de 2005 a 2012 tinha entre 18 e 24 anos. "O país já encarcera jovens. Nem por isso diminuíram os crimes violentos. Abaixar a régua não vai resolver", afirma Jacqueline. FICOU BOM? Dira Paes e Alexandre Nero fizeram a prova das roupas que vão usar no 26º Prêmio da Música Brasileira, que homenageia Maria Bethânia; a atriz, grávida de quatro meses, e o ator serão os apresentadores do evento, na próxima quarta (10), no Theatro Municipal do Rio. Fotos PRÓXIMO CAPÍTULO O empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, finalizou os depoimentos no acordo de delação premiada que firmou com o Ministério Público Federal. Ele voltou a São Paulo, onde permanece preso, em casa. Seus advogados imaginam que pode ser chamado de volta a Brasília, para novos esclarecimentos. ENTRE RUIM E PÉSSIMO O fim dos depoimentos já gera onda de boatos em Brasília. Pessoas próximas ao empreiteiro dizem que a delação vai "descontentar" muita gente. Mas pode frustrar os que imaginam que a República "acaba" depois que ela se tornar pública. ÍDOLO NERD O desenhista japonês Nobuhiro Watsuki, criador do mangá "Samurai X", virá para o Brasil em julho, como parte da comemoração dos 120 anos do tratado de amizade entre Brasil e Japão. FAIXA NOBRE O diretor Lírio Ferreira e o produtor Renato Ciasca receberam convidados na pré-estreia do filme "Sangue Azul" na segunda (1º), no Reserva Cultural. Os atores Daniel de Oliveira, Sandra Corveloni e Carol Abras, que fazem parte do elenco, foram à exibição. A empresária Cleo Farias e o ator Jesuíta Barbosa também estiveram no evento. Fotos HORA BOA Samuel Rosa, do Skank, comemorou que a música "Esquecimento", do disco "Velocia", está no ranking das mais tocadas no Rio de Janeiro e em SP. "Hoje em dia é difícil colocar uma música que não seja sertaneja, axé ou pagode entre as dez mais. A gente vive numa época de música cafona", diz. PÃO DE QUEIJO O músico prepara seu primeiro projeto solo. Em agosto, ele se apresenta com Lô Borges em Belo Horizonte. O show, que vai ter canções do Skank e do Clube da Esquina no repertório, será transformado em um DVD. QUEIMANDO NEURÔNIO Antonio Tabet, do site Kibe Loco e do grupo Porta dos Fundos, trabalha na criação da segunda temporada do talk show "Show do Kibe", exibido no canal TBS. Na primeira, os convidados eram gravados nos bastidores sem saber. "Agora podemos ir atrás de algo diferente, fazer a enganação da enganação... Tudo pode acontecer", diz o humorista. ARTE ASSINADA Martin Scorsese fez a arte do cartaz da 39ª Mostra Internacional de Cinema de SP, em outubro: um storyboard (série de desenhos que organiza o roteiro) do seu próximo filme, "Silence". O festival homenageará a The Film Foundation, organização do diretor que preserva a história do cinema. "Exibiremos filmes restaurados com financiamento da fundação", diz Renata Almeida, diretora da mostra. ÓPERA RUSSA A atriz Tuna Dwek assistiu no sábado (30) à estreia da ópera "Eugene Onegin", no Theatro Municipal. A cantora Alisa Kolosova e o barítono Andrei Bondarenko fazem parte do espetáculo, de Tchaikovsky. Fotos * CURTO CIRCUITO Cazé Pecini faz mediação de mesa-redonda sobre refugiados promovida pelo Acnur. Nesta quarta (3), às 9h, no Centro Cultural São Paulo. O evento Música no Aeroporto inicia nova temporada nesta quarta (3), com apresentações em Congonhas. João Doria Jr. inaugura nesta quarta (3) a 20ª edição do Market Plaza, em Campos do Jordão. O shopping funciona de 3/6 a 7/6 e de 3/7 a 2/8. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Preta Gil vai ser avó; bebê será primeiro bisneto de Gilberto GilPreta Gil vai ser avó. O filho da cantora, Francisco, será papai aos 20 anos de idade. O bebê será o primeiro bisneto do cantor Gilberto Gil. FAIXA ETÁRIA Do total de adolescentes cumprindo medidas socioeducativas no Brasil, 9% cometeram homicídio, enquanto entre os adultos presos a taxa dos que mataram é de 12%. A comparação é de estudo inédito que será divulgado hoje pelo governo federal. Os dados são de 2011 e 2012, período com informações mais recentes disponíveis para o cruzamento. FAIXA ETÁRIA 2 "Isso desconstrói a tese de que adolescentes têm perfil mais violento. A maioria é apreendida por crimes patrimoniais e tráfico de drogas", diz Jacqueline Sinhoretto, da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e consultora do estudo. O Mapa do Encarceramento servirá de apoio para o governo tentar derrubar a redução da maioridade penal no Congresso. FAIXA ETÁRIA 3 A pesquisa mostra ainda que a maioria (54,8%) dos que foram para a cadeia de 2005 a 2012 tinha entre 18 e 24 anos. "O país já encarcera jovens. Nem por isso diminuíram os crimes violentos. Abaixar a régua não vai resolver", afirma Jacqueline. FICOU BOM? Dira Paes e Alexandre Nero fizeram a prova das roupas que vão usar no 26º Prêmio da Música Brasileira, que homenageia Maria Bethânia; a atriz, grávida de quatro meses, e o ator serão os apresentadores do evento, na próxima quarta (10), no Theatro Municipal do Rio. Fotos PRÓXIMO CAPÍTULO O empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, finalizou os depoimentos no acordo de delação premiada que firmou com o Ministério Público Federal. Ele voltou a São Paulo, onde permanece preso, em casa. Seus advogados imaginam que pode ser chamado de volta a Brasília, para novos esclarecimentos. ENTRE RUIM E PÉSSIMO O fim dos depoimentos já gera onda de boatos em Brasília. Pessoas próximas ao empreiteiro dizem que a delação vai "descontentar" muita gente. Mas pode frustrar os que imaginam que a República "acaba" depois que ela se tornar pública. ÍDOLO NERD O desenhista japonês Nobuhiro Watsuki, criador do mangá "Samurai X", virá para o Brasil em julho, como parte da comemoração dos 120 anos do tratado de amizade entre Brasil e Japão. FAIXA NOBRE O diretor Lírio Ferreira e o produtor Renato Ciasca receberam convidados na pré-estreia do filme "Sangue Azul" na segunda (1º), no Reserva Cultural. Os atores Daniel de Oliveira, Sandra Corveloni e Carol Abras, que fazem parte do elenco, foram à exibição. A empresária Cleo Farias e o ator Jesuíta Barbosa também estiveram no evento. Fotos HORA BOA Samuel Rosa, do Skank, comemorou que a música "Esquecimento", do disco "Velocia", está no ranking das mais tocadas no Rio de Janeiro e em SP. "Hoje em dia é difícil colocar uma música que não seja sertaneja, axé ou pagode entre as dez mais. A gente vive numa época de música cafona", diz. PÃO DE QUEIJO O músico prepara seu primeiro projeto solo. Em agosto, ele se apresenta com Lô Borges em Belo Horizonte. O show, que vai ter canções do Skank e do Clube da Esquina no repertório, será transformado em um DVD. QUEIMANDO NEURÔNIO Antonio Tabet, do site Kibe Loco e do grupo Porta dos Fundos, trabalha na criação da segunda temporada do talk show "Show do Kibe", exibido no canal TBS. Na primeira, os convidados eram gravados nos bastidores sem saber. "Agora podemos ir atrás de algo diferente, fazer a enganação da enganação... Tudo pode acontecer", diz o humorista. ARTE ASSINADA Martin Scorsese fez a arte do cartaz da 39ª Mostra Internacional de Cinema de SP, em outubro: um storyboard (série de desenhos que organiza o roteiro) do seu próximo filme, "Silence". O festival homenageará a The Film Foundation, organização do diretor que preserva a história do cinema. "Exibiremos filmes restaurados com financiamento da fundação", diz Renata Almeida, diretora da mostra. ÓPERA RUSSA A atriz Tuna Dwek assistiu no sábado (30) à estreia da ópera "Eugene Onegin", no Theatro Municipal. A cantora Alisa Kolosova e o barítono Andrei Bondarenko fazem parte do espetáculo, de Tchaikovsky. Fotos * CURTO CIRCUITO Cazé Pecini faz mediação de mesa-redonda sobre refugiados promovida pelo Acnur. Nesta quarta (3), às 9h, no Centro Cultural São Paulo. O evento Música no Aeroporto inicia nova temporada nesta quarta (3), com apresentações em Congonhas. João Doria Jr. inaugura nesta quarta (3) a 20ª edição do Market Plaza, em Campos do Jordão. O shopping funciona de 3/6 a 7/6 e de 3/7 a 2/8. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Petrobras aprova venda da Liquigás para a Ultragaz por R$ 2,8 bilhões
A Petrobras fechou a venda da distribuidora de gás de cozinha Liquigás para o grupo Ultra por R$ 2,8 bilhões. O anúncio foi feito nesta quinta (17) pelas companhias. A operação faz parte do chamado "plano de desinvestimentos" da petroleira, que tem como objetivo reduzir seu endividamento. A meta da companhia é se desfazer de US$ 34,6 bilhões em ativos até 2019 – cerca de R$ 118 bilhões pela cotação atual. Com a venda da Liquigás, a arrecadação total com o plano chega perto de US$ 11 bilhões, informou a gerente-executiva de desinvestimentos, Anelise Lara Quintão. É o equivalente a pouco mais de 70% da meta de vendas para o período de 2015 e 2016. Os recursos dessa operação, porém, só devem entrar no caixa no fim de 2017, prazo esperado para o fim da análise do negócio pelo órgão de defesa da concorrência, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). POTÊNCIA Com a compra da subsidiária da Petrobras, o Grupo Ultra passará a dominar 45% das vendas brasileiras de GLP (gás liquefeito de petróleo), popularmente conhecido como gás de cozinha. Por essa razão, a operação, que já era esperada, recebe críticas de revendedores do combustível. Se o negócio for aprovado pelo Cade sem restrições, o mercado brasileiro ficará concentrado em apenas três empresas. Além da Ultragaz, há a Supergasbrás e a Nacional Gás Butano –cada uma detém 20% das vendas. Diante desse cenário, o contrato de venda fechado com o Ultra repassa ao grupo privado os riscos por quaisquer medidas recomendadas pelo órgão antitruste. Para preservar a concorrência, o Cade pode exigir, por exemplo, a venda de algumas unidades ou a restrição de atuação em algumas áreas. "A responsabilidade por resolver problemas relativos à questão concorrencial é do Ultra", afirmou Quintão. Participação nas vendas de gás de cozinha, em % - Fusão entre Ultragaz e Liquigás pode abocanhar 45% do mercado nacional SAÍDA A petroleira já havia declarado sua intenção de deixar por completo a atividade de distribuição de GLP. O plano é se tornar uma empresa mais enxuta e se concentrar no segmento de exploração e produção de óleo e gás. Além da Liquigás, estão à venda a participação da Petrobras na petroquímica Braskem –onde é sócia da Odebrecht–, em refinarias de petróleo e em unidades de produção de etanol, entre outros empreendimentos. Em setembro, a Petrobras já havia anunciado um acordo com a canadense Brookfield para a venda da malha de gasodutos do Sudeste por US$ 5,19 bilhões, o que sozinho representava 35% da meta do plano de vendas para 2015 e 2016. Diferentemente da venda da Liquigás, a expectativa da empresa é que ao menos a primeira parcela dos recursos provenientes da venda da rede de gasodutos –US$ 4,34 bilhões– entre no seu caixa ainda neste ano. Os US$ 850 milhões restantes serão pagos pela Brookfield em cinco anos.
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Petrobras aprova venda da Liquigás para a Ultragaz por R$ 2,8 bilhõesA Petrobras fechou a venda da distribuidora de gás de cozinha Liquigás para o grupo Ultra por R$ 2,8 bilhões. O anúncio foi feito nesta quinta (17) pelas companhias. A operação faz parte do chamado "plano de desinvestimentos" da petroleira, que tem como objetivo reduzir seu endividamento. A meta da companhia é se desfazer de US$ 34,6 bilhões em ativos até 2019 – cerca de R$ 118 bilhões pela cotação atual. Com a venda da Liquigás, a arrecadação total com o plano chega perto de US$ 11 bilhões, informou a gerente-executiva de desinvestimentos, Anelise Lara Quintão. É o equivalente a pouco mais de 70% da meta de vendas para o período de 2015 e 2016. Os recursos dessa operação, porém, só devem entrar no caixa no fim de 2017, prazo esperado para o fim da análise do negócio pelo órgão de defesa da concorrência, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). POTÊNCIA Com a compra da subsidiária da Petrobras, o Grupo Ultra passará a dominar 45% das vendas brasileiras de GLP (gás liquefeito de petróleo), popularmente conhecido como gás de cozinha. Por essa razão, a operação, que já era esperada, recebe críticas de revendedores do combustível. Se o negócio for aprovado pelo Cade sem restrições, o mercado brasileiro ficará concentrado em apenas três empresas. Além da Ultragaz, há a Supergasbrás e a Nacional Gás Butano –cada uma detém 20% das vendas. Diante desse cenário, o contrato de venda fechado com o Ultra repassa ao grupo privado os riscos por quaisquer medidas recomendadas pelo órgão antitruste. Para preservar a concorrência, o Cade pode exigir, por exemplo, a venda de algumas unidades ou a restrição de atuação em algumas áreas. "A responsabilidade por resolver problemas relativos à questão concorrencial é do Ultra", afirmou Quintão. Participação nas vendas de gás de cozinha, em % - Fusão entre Ultragaz e Liquigás pode abocanhar 45% do mercado nacional SAÍDA A petroleira já havia declarado sua intenção de deixar por completo a atividade de distribuição de GLP. O plano é se tornar uma empresa mais enxuta e se concentrar no segmento de exploração e produção de óleo e gás. Além da Liquigás, estão à venda a participação da Petrobras na petroquímica Braskem –onde é sócia da Odebrecht–, em refinarias de petróleo e em unidades de produção de etanol, entre outros empreendimentos. Em setembro, a Petrobras já havia anunciado um acordo com a canadense Brookfield para a venda da malha de gasodutos do Sudeste por US$ 5,19 bilhões, o que sozinho representava 35% da meta do plano de vendas para 2015 e 2016. Diferentemente da venda da Liquigás, a expectativa da empresa é que ao menos a primeira parcela dos recursos provenientes da venda da rede de gasodutos –US$ 4,34 bilhões– entre no seu caixa ainda neste ano. Os US$ 850 milhões restantes serão pagos pela Brookfield em cinco anos.
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Detido em Istambul confessa ser autor de massacre no Ano-Novo, diz governo
O suspeito detido nesta segunda-feira pelos serviços de segurança turcos confessou ser o autor do ataque que deixou 39 mortos e 69 feridos na noite de Ano-Novo em uma boate de Istambul, anunciou nesta terça-feira (17) Vasip Sahin, governador da cidade. Nascido no Uzbequistão, Abdulgadir Masharipov estava em um esconderijo em um bairro da parte europeia da cidade, sob o nome falso de Ebu Mohammed Horasani. Ele estava junto com seu filho de quatro anos. Investigadores questionados pela imprensa turca afirmam que o suspeito resistiu à prisão, motivo pelo qual ele aparece ferido e ensanguentado nas imagens. Ele precisou ser levado ao hospital antes de prestar depoimento. Além dele, foram presas mais sete pessoas: quatro homens e três mulheres, dos quais quatro são estrangeiros. Eles foram levados para dar declarações à polícia e são acusados de serem cúmplices do autor do atentado. Esta foi a quarta tentativa da polícia turca de capturar o uzbeque. A prisão ocorreu durante uma série de operações de busca contra suspeitos de ligação com o EI. O ataque ocorreu na boate Reina, casa noturna às margens do Bósforo que é frequentada pela elite, celebridades e jogadores de futebol. Cerca de 600 pessoas estavam na festa quando, nas primeiras horas de 2017, um homem abriu fogo contra os frequentadores. Dentre os mortos, estavam turcos, árabes, indianos e canadenses. Dias depois, o Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque e disse se tratar de uma vingança pelo envolvimento turco na guerra civil na Síria. Em dezembro os extremistas perderam uma área na fronteira para rebeldes moderados em uma ação com ajuda das tropas turcas. Para o vice-primeiro-ministro turco, Numan Kurtulmus, o atentado foi profissional e feito com ajuda de uma organização de inteligência. O país sofre desde 2015 atentados dos extremistas islâmicos e dos curdos em resposta à política militar do presidente Recep Tayyip Erdogan. Dezenas de pessoas já haviam sido detidas por possíveis conexões com o ataque. O Estado Islâmico assumiu o atentado e afirmou que se tratava de uma vingança pelo envolvimento turco no conflito na Síria. O ataque durante o Ano-Novo ocorreu no tradicional clube noturno Reina, às margens do Bósforo. Havia ao menos 600 pessoas nessa casa frequentada por celebridades e pela elite secular. Um homem abriu fogo no interior da boate, matando turcos, árabes, indianos e canadenses. Segundo a agência estatal de notícias Anadolu, outras quatro pessoas, além do suspeito, foram presas na operação. INSTABILIDADE A Turquia, membro da Otan (aliança militar ocidental), vive um período de instabilidade. Houve uma tentativa frustrada de golpe militar em julho, com mais de 270 mortos, além de uma série de ataques a cidades como Istambul e a capital, Ancara. Alguns dos atentados foram reivindicados pelo grupo terrorista Estado Islâmico. Em 19 de dezembro, o embaixador russo na Turquia foi morto enquanto discursava em Ancara por um policial turco fora de serviço. Em uma mensagem após o assassinato do embaixador, o presidente Recep Tayyip Erdogan prometeu lutar contra o terrorismo "até o fim". "[Os terroristas] querem criar o caos, desmoralizar nosso povo e desestabilizar nosso país com ataques abomináveis." A Turquia faz parte da coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico –que assumiu o atentado do Ano-Novo–, realizando ataques no território sírio, o que poderia motivar o ataque. O governo turco mediou, além disso, o recente cessar-fogo na Síria.
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Detido em Istambul confessa ser autor de massacre no Ano-Novo, diz governoO suspeito detido nesta segunda-feira pelos serviços de segurança turcos confessou ser o autor do ataque que deixou 39 mortos e 69 feridos na noite de Ano-Novo em uma boate de Istambul, anunciou nesta terça-feira (17) Vasip Sahin, governador da cidade. Nascido no Uzbequistão, Abdulgadir Masharipov estava em um esconderijo em um bairro da parte europeia da cidade, sob o nome falso de Ebu Mohammed Horasani. Ele estava junto com seu filho de quatro anos. Investigadores questionados pela imprensa turca afirmam que o suspeito resistiu à prisão, motivo pelo qual ele aparece ferido e ensanguentado nas imagens. Ele precisou ser levado ao hospital antes de prestar depoimento. Além dele, foram presas mais sete pessoas: quatro homens e três mulheres, dos quais quatro são estrangeiros. Eles foram levados para dar declarações à polícia e são acusados de serem cúmplices do autor do atentado. Esta foi a quarta tentativa da polícia turca de capturar o uzbeque. A prisão ocorreu durante uma série de operações de busca contra suspeitos de ligação com o EI. O ataque ocorreu na boate Reina, casa noturna às margens do Bósforo que é frequentada pela elite, celebridades e jogadores de futebol. Cerca de 600 pessoas estavam na festa quando, nas primeiras horas de 2017, um homem abriu fogo contra os frequentadores. Dentre os mortos, estavam turcos, árabes, indianos e canadenses. Dias depois, o Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque e disse se tratar de uma vingança pelo envolvimento turco na guerra civil na Síria. Em dezembro os extremistas perderam uma área na fronteira para rebeldes moderados em uma ação com ajuda das tropas turcas. Para o vice-primeiro-ministro turco, Numan Kurtulmus, o atentado foi profissional e feito com ajuda de uma organização de inteligência. O país sofre desde 2015 atentados dos extremistas islâmicos e dos curdos em resposta à política militar do presidente Recep Tayyip Erdogan. Dezenas de pessoas já haviam sido detidas por possíveis conexões com o ataque. O Estado Islâmico assumiu o atentado e afirmou que se tratava de uma vingança pelo envolvimento turco no conflito na Síria. O ataque durante o Ano-Novo ocorreu no tradicional clube noturno Reina, às margens do Bósforo. Havia ao menos 600 pessoas nessa casa frequentada por celebridades e pela elite secular. Um homem abriu fogo no interior da boate, matando turcos, árabes, indianos e canadenses. Segundo a agência estatal de notícias Anadolu, outras quatro pessoas, além do suspeito, foram presas na operação. INSTABILIDADE A Turquia, membro da Otan (aliança militar ocidental), vive um período de instabilidade. Houve uma tentativa frustrada de golpe militar em julho, com mais de 270 mortos, além de uma série de ataques a cidades como Istambul e a capital, Ancara. Alguns dos atentados foram reivindicados pelo grupo terrorista Estado Islâmico. Em 19 de dezembro, o embaixador russo na Turquia foi morto enquanto discursava em Ancara por um policial turco fora de serviço. Em uma mensagem após o assassinato do embaixador, o presidente Recep Tayyip Erdogan prometeu lutar contra o terrorismo "até o fim". "[Os terroristas] querem criar o caos, desmoralizar nosso povo e desestabilizar nosso país com ataques abomináveis." A Turquia faz parte da coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico –que assumiu o atentado do Ano-Novo–, realizando ataques no território sírio, o que poderia motivar o ataque. O governo turco mediou, além disso, o recente cessar-fogo na Síria.
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Editoras apostam na força do juvenil para driblar crise na Bienal do Rio
Num ano de crise e estagnação no mercado, entre eles o editorial, a Bienal do Livro do Rio é uma espécie de sopro jovial. Literalmente jovial. Crianças sempre tiveram presença forte nas bienais, e, ao longo da última década, só vem aumentando a presença do público jovem, com idades entre 12 e 20 e poucos anos. Apostando nesses leitores, editoras sonham com faturamento gordo, mesmo num período de retração das vendas. A Bienal do Rio começa nesta quinta (3) e vai até o dia 13. O elenco de mais de 200 escritores inclui medalhões da literatura brasileira, como Ferreira Gullar, e uma delegação de autores da Argentina, país homenageado do evento. Quem provoca frenesi nas bienais, contudo, são autores que tratam dos temas e gêneros mais consumidos pela garotada: terror, suspense, aventura, o primeiro amor. São autores que não aparecem nos cadernos literários, não são indicados a prêmios e, muitas vezes, não são conhecidos pelo público adulto, mas conquistaram nos últimos anos uma legião de leitores –talvez seja mais correto dizer fãs ardorosos. "A Bienal identificou esse nicho e passou a investir nesse público jovem nos últimos 15 anos", diz Ana Lima, editora-executiva do Galera, selo jovem do Grupo Record. "O leitor jovem é muito engajado, é muito diferente do leitor adulto. Quando gosta de um livro, o jovem quer saber tudo sobre o autor, faz campanha na internet, passa a madrugada numa fila para conseguir autógrafo." Na Bienal de São Paulo, no ano passado, os dez livros mais vendidos pela Record eram voltados ao público jovem. O campeão foi "Cidade do Fogo Celestial", da americana Cassandra Clare, que causou furor entre os leitores. A editora Autêntica, forte no filão infantojuvenil, aposta alto na Bienal do Rio. Dobrou o tamanho de seu estande (agora são 135 m²) e quer aumentar as vendas em 120%. O principal lançamento da editora para esta edição, pelo selo Gutenberg, é "Um Ano Inesquecível", compilação de histórias de quatro autoras best-seller: Paula Pimenta, Babi Dewet, Bruna Vieira e Thalita Rebouças. "A Bienal é hoje do público jovem. Acho difícil o público adulto visitar, a não ser para levar os filhos", afirma a editora-executiva do Grupo Autêntica, Rejane Dias. Apesar de a Autêntica também promover o lançamento de um novo título de Gullar no evento, "Autobiografia Poética", Dias avalia que o autor adulto pode "ficar perdido na Bienal"."Gullar já é um nome consagrado. Mas para o autor que não é conhecido fica complicado. Se um autor não atrai público, não faz sentido ir." Isabela Freitas, mineira de 24 anos, é um exemplo desse novo perfil de escritor que movimenta as bienais. Criou em 2011 um blog que atraiu no primeiro mês mais de um milhão de leitores. Foi então convidada pela editora Intrínseca para escrever um livro. "Não se Iluda, Não", seu segundo título, foi o mais vendido no Brasil em agosto, segundo lista do portal PublishNews. "Já fiquei oito horas autografando. Nesta Bienal vamos criar senhas para controlar melhor o tempo", diz ela.
ilustrada
Editoras apostam na força do juvenil para driblar crise na Bienal do RioNum ano de crise e estagnação no mercado, entre eles o editorial, a Bienal do Livro do Rio é uma espécie de sopro jovial. Literalmente jovial. Crianças sempre tiveram presença forte nas bienais, e, ao longo da última década, só vem aumentando a presença do público jovem, com idades entre 12 e 20 e poucos anos. Apostando nesses leitores, editoras sonham com faturamento gordo, mesmo num período de retração das vendas. A Bienal do Rio começa nesta quinta (3) e vai até o dia 13. O elenco de mais de 200 escritores inclui medalhões da literatura brasileira, como Ferreira Gullar, e uma delegação de autores da Argentina, país homenageado do evento. Quem provoca frenesi nas bienais, contudo, são autores que tratam dos temas e gêneros mais consumidos pela garotada: terror, suspense, aventura, o primeiro amor. São autores que não aparecem nos cadernos literários, não são indicados a prêmios e, muitas vezes, não são conhecidos pelo público adulto, mas conquistaram nos últimos anos uma legião de leitores –talvez seja mais correto dizer fãs ardorosos. "A Bienal identificou esse nicho e passou a investir nesse público jovem nos últimos 15 anos", diz Ana Lima, editora-executiva do Galera, selo jovem do Grupo Record. "O leitor jovem é muito engajado, é muito diferente do leitor adulto. Quando gosta de um livro, o jovem quer saber tudo sobre o autor, faz campanha na internet, passa a madrugada numa fila para conseguir autógrafo." Na Bienal de São Paulo, no ano passado, os dez livros mais vendidos pela Record eram voltados ao público jovem. O campeão foi "Cidade do Fogo Celestial", da americana Cassandra Clare, que causou furor entre os leitores. A editora Autêntica, forte no filão infantojuvenil, aposta alto na Bienal do Rio. Dobrou o tamanho de seu estande (agora são 135 m²) e quer aumentar as vendas em 120%. O principal lançamento da editora para esta edição, pelo selo Gutenberg, é "Um Ano Inesquecível", compilação de histórias de quatro autoras best-seller: Paula Pimenta, Babi Dewet, Bruna Vieira e Thalita Rebouças. "A Bienal é hoje do público jovem. Acho difícil o público adulto visitar, a não ser para levar os filhos", afirma a editora-executiva do Grupo Autêntica, Rejane Dias. Apesar de a Autêntica também promover o lançamento de um novo título de Gullar no evento, "Autobiografia Poética", Dias avalia que o autor adulto pode "ficar perdido na Bienal"."Gullar já é um nome consagrado. Mas para o autor que não é conhecido fica complicado. Se um autor não atrai público, não faz sentido ir." Isabela Freitas, mineira de 24 anos, é um exemplo desse novo perfil de escritor que movimenta as bienais. Criou em 2011 um blog que atraiu no primeiro mês mais de um milhão de leitores. Foi então convidada pela editora Intrínseca para escrever um livro. "Não se Iluda, Não", seu segundo título, foi o mais vendido no Brasil em agosto, segundo lista do portal PublishNews. "Já fiquei oito horas autografando. Nesta Bienal vamos criar senhas para controlar melhor o tempo", diz ela.
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O trabalho de Boulos
Estudávamos no Equipe. Ali, algo parecia estranhamente nos unir. Era uma sensação difusa de estar em um colégio que tinha sido um dos principais focos de resistência da classe média de esquerda durante a ditadura. Nós nos sentíamos parte disso que, ao mesmo tempo, já era quase nada. Disse quase. Não poucas vezes escutei colegas, adolescentes, excitados e perdidos como eu, talvez menos informados, dizerem que gostariam de ter nascido na década de 1960. Eu já dizia que não, que era absurdo: não se podia ter saudades de nada que se pudesse ligar ao golpe. E eu estava certo. Mas no fundo do meu peito eu entendia o que esses colegas sentiam. Enquanto escutava Caetano Veloso no "walkman" e caminhava na Marginal Pinheiros fumando um baseado eu sabia. Esses colegas aí obviamente não sentiam falta da ditadura em si. Eles sentiam falta de ser contra a ditadura; de fazer realmente parte de algo que, para nós, era só um tipo de memória, da qual restava somente uma herança algo triste e fora de lugar, que sentíamos sem saber direito, enquanto tomávamos sol no pátio do colégio, deitados pelos bancos, naquela época estranha em que os restos dos hippies ainda não tinham se transformado no ultralucrativo mundo hipster. Sim, sentíamos falta de alguma coisa. Foi nesse contexto que conheci Guilherme Boulos. Ele não era um de nós. Definitivamente. Ele não sentia aquela falta. Ele já tinha toda a clareza, que em parte nós também intuíamos, de que a desgraça de hoje bastava. A primeira memória clara que tenho dele é já na sede do PCB, em agosto de 1999, na rua do Carmo, em uma reunião da UJC (União da Juventude Comunista), em que eu balbuciava algo mal estruturado e estranho sobre as minhas dúvidas quanto à possibilidade de me filiar ao partido. Ele me observava indiferente, esperava que eu terminasse rápido de falar para colocar os pontos importantes da pauta, as ações que havia pela frente, junto aos movimentos sociais, enquanto assoava o nariz constantemente e segurava um rolo de papel higiênico. Ele passava as noites lendo, se preparando. Enquanto nós líamos até bastante, uns mais, outros menos, ao mesmo tempo em que cantávamos, andávamos por aí, usávamos diversas drogas, desorganizávamos as nossas cabeças propositalmente, o Boulos se preparava. Nós também nos preparávamos, provavelmente, de outras formas, sem tanto método talvez, e para outras coisas. Mas algo nele era diferente. Ele dava sempre muito pouca importância a si mesmo. Enquanto eu sentia o tempo inteiro muita culpa pelos meus privilégios (ao mesmo tempo em que os vivia intensamente de maneira autodestrutiva e extrema), ele simplesmente os tornava úteis. Em um tipo de metáfora involuntária, meio inconsciente e estranha, que foi como essa fala curiosa sempre me soou, Dilma Rousseff disse, há algum tempo, que por trás de toda criança tem uma figura oculta, que é a de um cachorro. No caso, sempre imaginei um cão raivoso, rosnando baixinho, procurando se conter. Esse cachorro agora, ao que parece, saiu da sombra e podemos olhá-lo de frente, encarar os seus dentes, as gengivas que ele nos mostra. É diante desse cão que podemos nos perguntar novamente e talvez suspeitar que, naquela época em que fantasiávamos sobre a vida na ditadura, não sentíamos falta de algo, mas sim, justamente, sentíamos a presença de algo, escondido. Esse algo veio à tona. É nesse contexto, quando tudo está claro e terrível, que precisamos todos urgentemente aprender a nos tornarmos úteis. ALEXANDRE DAL FARRA, 34, é dramaturgo e diretor. Sua peça "Teorema 21", com o Grupo XIX, está em cartaz na Vila Maria Zélia até 3/7 e a sua Trilogia Abnegação, no Sesc Ipiranga, até 17/7.
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O trabalho de BoulosEstudávamos no Equipe. Ali, algo parecia estranhamente nos unir. Era uma sensação difusa de estar em um colégio que tinha sido um dos principais focos de resistência da classe média de esquerda durante a ditadura. Nós nos sentíamos parte disso que, ao mesmo tempo, já era quase nada. Disse quase. Não poucas vezes escutei colegas, adolescentes, excitados e perdidos como eu, talvez menos informados, dizerem que gostariam de ter nascido na década de 1960. Eu já dizia que não, que era absurdo: não se podia ter saudades de nada que se pudesse ligar ao golpe. E eu estava certo. Mas no fundo do meu peito eu entendia o que esses colegas sentiam. Enquanto escutava Caetano Veloso no "walkman" e caminhava na Marginal Pinheiros fumando um baseado eu sabia. Esses colegas aí obviamente não sentiam falta da ditadura em si. Eles sentiam falta de ser contra a ditadura; de fazer realmente parte de algo que, para nós, era só um tipo de memória, da qual restava somente uma herança algo triste e fora de lugar, que sentíamos sem saber direito, enquanto tomávamos sol no pátio do colégio, deitados pelos bancos, naquela época estranha em que os restos dos hippies ainda não tinham se transformado no ultralucrativo mundo hipster. Sim, sentíamos falta de alguma coisa. Foi nesse contexto que conheci Guilherme Boulos. Ele não era um de nós. Definitivamente. Ele não sentia aquela falta. Ele já tinha toda a clareza, que em parte nós também intuíamos, de que a desgraça de hoje bastava. A primeira memória clara que tenho dele é já na sede do PCB, em agosto de 1999, na rua do Carmo, em uma reunião da UJC (União da Juventude Comunista), em que eu balbuciava algo mal estruturado e estranho sobre as minhas dúvidas quanto à possibilidade de me filiar ao partido. Ele me observava indiferente, esperava que eu terminasse rápido de falar para colocar os pontos importantes da pauta, as ações que havia pela frente, junto aos movimentos sociais, enquanto assoava o nariz constantemente e segurava um rolo de papel higiênico. Ele passava as noites lendo, se preparando. Enquanto nós líamos até bastante, uns mais, outros menos, ao mesmo tempo em que cantávamos, andávamos por aí, usávamos diversas drogas, desorganizávamos as nossas cabeças propositalmente, o Boulos se preparava. Nós também nos preparávamos, provavelmente, de outras formas, sem tanto método talvez, e para outras coisas. Mas algo nele era diferente. Ele dava sempre muito pouca importância a si mesmo. Enquanto eu sentia o tempo inteiro muita culpa pelos meus privilégios (ao mesmo tempo em que os vivia intensamente de maneira autodestrutiva e extrema), ele simplesmente os tornava úteis. Em um tipo de metáfora involuntária, meio inconsciente e estranha, que foi como essa fala curiosa sempre me soou, Dilma Rousseff disse, há algum tempo, que por trás de toda criança tem uma figura oculta, que é a de um cachorro. No caso, sempre imaginei um cão raivoso, rosnando baixinho, procurando se conter. Esse cachorro agora, ao que parece, saiu da sombra e podemos olhá-lo de frente, encarar os seus dentes, as gengivas que ele nos mostra. É diante desse cão que podemos nos perguntar novamente e talvez suspeitar que, naquela época em que fantasiávamos sobre a vida na ditadura, não sentíamos falta de algo, mas sim, justamente, sentíamos a presença de algo, escondido. Esse algo veio à tona. É nesse contexto, quando tudo está claro e terrível, que precisamos todos urgentemente aprender a nos tornarmos úteis. ALEXANDRE DAL FARRA, 34, é dramaturgo e diretor. Sua peça "Teorema 21", com o Grupo XIX, está em cartaz na Vila Maria Zélia até 3/7 e a sua Trilogia Abnegação, no Sesc Ipiranga, até 17/7.
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Jovens britânicos gravam própria morte a 150 km/h
Imagens divulgadas pela polícia de Sussex, no sudeste da Inglaterra, mostram o momento em que dois jovens morrem em uma batida de carro. Kyle Careford, de 20 anos, e o amigo Michael Owen, de 21 anos, gravavam a si mesmos enquanto dirigiam a 150 km/h. Eles perdem o controle do veículo e colidem com um muro de uma igreja, morrendo na hora. O acidente aconteceu em abril deste ano. Segundo a polícia, os jovens estavam sob o efeito de drogas. O vídeo foi divulgado para conscientizar os jovens sobre os perigos de misturar drogas e direção. Leia mais: Cientistas testam tecnologias para evitar acidentes de carro Clique para assistir ao vídeo
bbc
Jovens britânicos gravam própria morte a 150 km/hImagens divulgadas pela polícia de Sussex, no sudeste da Inglaterra, mostram o momento em que dois jovens morrem em uma batida de carro. Kyle Careford, de 20 anos, e o amigo Michael Owen, de 21 anos, gravavam a si mesmos enquanto dirigiam a 150 km/h. Eles perdem o controle do veículo e colidem com um muro de uma igreja, morrendo na hora. O acidente aconteceu em abril deste ano. Segundo a polícia, os jovens estavam sob o efeito de drogas. O vídeo foi divulgado para conscientizar os jovens sobre os perigos de misturar drogas e direção. Leia mais: Cientistas testam tecnologias para evitar acidentes de carro Clique para assistir ao vídeo
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Legalidade regulatória
A instituição de agências reguladoras no Brasil, iniciada há cerca de duas décadas, simbolizou o esforço pela superação de um modelo autocrático de gestão da economia, baseado na estrutura piramidal do Poder Executivo e na vontade discricionária dos dirigentes políticos. Idealmente, buscava-se a criação de centros de poder orientados pela racionalidade técnica e pelo respeito a parâmetros democráticos de transparência, participação social na formulação de políticas públicas e segurança jurídica. Embora esses objetivos continuem válidos, parece ser consenso que a prática das agências, no mundo real, distanciou-se, em alguma medida, do projeto ideal. Proliferaram nomeações políticas para as diretorias, em detrimento de escolhas técnicas. Nem sempre as agências foram dotadas da infraestrutura e dos recursos financeiros e humanos necessários ao seu funcionamento adequado. E as normas por elas editadas nem sempre respeitaram limites e possibilidades abertos pelo ordenamento jurídico brasileiro, gerando insegurança e um elevado (e indesejável) grau de judicialização da regulação setorial. Quanto a este último ponto, especificamente, destaca-se a importância do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.874, prevista para esta quinta-feira (17), proposta de pela Confederação Nacional da Indústria perante o Supremo Tribunal Federal. Longe de pretender cercear o amplo poder normativo exercido pelas agências -no caso em questão, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa-, a ação propõe apenas a delimitação mais clara do espaço decisório ocupado por essas entidades administrativas. Busca-se reservar a tomada das decisões políticas fundamentais (como o banimento total de produtos ou substâncias, por exemplo), pelo seu lastro de legitimidade democrática, ao Congresso Nacional. A despeito de sua evidente relevância, as agências reguladoras não receberam do legislador uma delegação tão dilatada a ponto de poderem editar leis ou substituírem o Congresso no exercício soberano da função legiferante. As agências podem muito, devem continuar podendo muito, mas não podem tudo. Qualquer que seja o mérito intrínseco da norma regulatória, ela nunca será legítima se editada fora do âmbito que lhe reservam a Constituição e as leis do país. Como no precedente histórico da Lei Geral de Telecomunicações (ADI nº 1.668), quando o Supremo Tribunal Federal delimitou com precisão os contornos das competências da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), agirá agora com sabedoria a corte suprema se fizer o mesmo em relação à Anvisa, preservando o seu espaço de atuação técnica, mas impondo sua submissão, como em qualquer Estado de Direito, ao primado da legalidade, garantia de toda a cidadania. PARTICIPAÇÃO GUSTAVO BINENBOJM é é procurador do Estado do Rio de Janeiro. Especialista em direito constitucional, administrativo e regulamentação, é professor titular da Faculdade de Direito da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
opiniao
Legalidade regulatóriaA instituição de agências reguladoras no Brasil, iniciada há cerca de duas décadas, simbolizou o esforço pela superação de um modelo autocrático de gestão da economia, baseado na estrutura piramidal do Poder Executivo e na vontade discricionária dos dirigentes políticos. Idealmente, buscava-se a criação de centros de poder orientados pela racionalidade técnica e pelo respeito a parâmetros democráticos de transparência, participação social na formulação de políticas públicas e segurança jurídica. Embora esses objetivos continuem válidos, parece ser consenso que a prática das agências, no mundo real, distanciou-se, em alguma medida, do projeto ideal. Proliferaram nomeações políticas para as diretorias, em detrimento de escolhas técnicas. Nem sempre as agências foram dotadas da infraestrutura e dos recursos financeiros e humanos necessários ao seu funcionamento adequado. E as normas por elas editadas nem sempre respeitaram limites e possibilidades abertos pelo ordenamento jurídico brasileiro, gerando insegurança e um elevado (e indesejável) grau de judicialização da regulação setorial. Quanto a este último ponto, especificamente, destaca-se a importância do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.874, prevista para esta quinta-feira (17), proposta de pela Confederação Nacional da Indústria perante o Supremo Tribunal Federal. Longe de pretender cercear o amplo poder normativo exercido pelas agências -no caso em questão, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa-, a ação propõe apenas a delimitação mais clara do espaço decisório ocupado por essas entidades administrativas. Busca-se reservar a tomada das decisões políticas fundamentais (como o banimento total de produtos ou substâncias, por exemplo), pelo seu lastro de legitimidade democrática, ao Congresso Nacional. A despeito de sua evidente relevância, as agências reguladoras não receberam do legislador uma delegação tão dilatada a ponto de poderem editar leis ou substituírem o Congresso no exercício soberano da função legiferante. As agências podem muito, devem continuar podendo muito, mas não podem tudo. Qualquer que seja o mérito intrínseco da norma regulatória, ela nunca será legítima se editada fora do âmbito que lhe reservam a Constituição e as leis do país. Como no precedente histórico da Lei Geral de Telecomunicações (ADI nº 1.668), quando o Supremo Tribunal Federal delimitou com precisão os contornos das competências da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), agirá agora com sabedoria a corte suprema se fizer o mesmo em relação à Anvisa, preservando o seu espaço de atuação técnica, mas impondo sua submissão, como em qualquer Estado de Direito, ao primado da legalidade, garantia de toda a cidadania. PARTICIPAÇÃO GUSTAVO BINENBOJM é é procurador do Estado do Rio de Janeiro. Especialista em direito constitucional, administrativo e regulamentação, é professor titular da Faculdade de Direito da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Dilma conta com voto de suplente de Delcídio contra impeachment
O entorno de Dilma Rousseff tem apostado no senador Pedro Chaves (PSC-MS), suplente de Delcídio do Amaral, como um dos votos favoráveis à petista na votação do impeachment. * Ele sempre foi próximo do pecuarista José Carlos Bumlai e de Lula. FICHAS A quem pergunta, Chaves diz que só decidirá no momento da votação. FICHAS 2 Dilma revelou a amigos que, caso o impeachment seja aprovado no Senado, pode passar um período fora do Brasil, em países como Chile ou Uruguai. Leia a coluna completa aqui
colunas
Dilma conta com voto de suplente de Delcídio contra impeachmentO entorno de Dilma Rousseff tem apostado no senador Pedro Chaves (PSC-MS), suplente de Delcídio do Amaral, como um dos votos favoráveis à petista na votação do impeachment. * Ele sempre foi próximo do pecuarista José Carlos Bumlai e de Lula. FICHAS A quem pergunta, Chaves diz que só decidirá no momento da votação. FICHAS 2 Dilma revelou a amigos que, caso o impeachment seja aprovado no Senado, pode passar um período fora do Brasil, em países como Chile ou Uruguai. Leia a coluna completa aqui
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Navio de guerra dos EUA passa perto de ilhas reivindicadas pela China
Um navio de guerra americano passou a menos de 12 milhas náuticas (22 quilômetros) de uma ilha reivindicada pela China no Mar do Sul da China, a fim de enfatizar o direito dos Estados Unidos de circular nessas águas disputadas, anunciou o Pentágono. "Nós conduzimos uma operação de liberdade de navegação no Mar do Sul da China mais cedo esta noite", declarou o porta-voz Jeff Davis em um comunicado divulgado sexta-feira (29, no horário americano), sobre a operação realizada perto da Triton Island, no arquipélago de Paracels. "O navio de guerra norte-americano violou leis chinesas relevantes ao entrar em águas territoriais chinesas sem permissão prévia, e o lado chinês tomou medidas pertinentes, incluindo monitoração e advertências", informou o ministério em comunicado. Os chineses reivindicam a maior parte do trecho de mar que fica próximo ao país, por onde transitam mais de 5 trilhões de dólares em comércio mundial a cada ano. Vietnã, Malásia, Brunei, Filipinas e Taiwan também reivindicam a área. Mais cedo, o porta-voz do Pentágono Capitão Jeff Davis disse que nenhum navio de militar da China estava nas proximidades do USS Curtis Wilbur quando este passou perto da Ilha Triton no arquipélago Paracel.
mundo
Navio de guerra dos EUA passa perto de ilhas reivindicadas pela ChinaUm navio de guerra americano passou a menos de 12 milhas náuticas (22 quilômetros) de uma ilha reivindicada pela China no Mar do Sul da China, a fim de enfatizar o direito dos Estados Unidos de circular nessas águas disputadas, anunciou o Pentágono. "Nós conduzimos uma operação de liberdade de navegação no Mar do Sul da China mais cedo esta noite", declarou o porta-voz Jeff Davis em um comunicado divulgado sexta-feira (29, no horário americano), sobre a operação realizada perto da Triton Island, no arquipélago de Paracels. "O navio de guerra norte-americano violou leis chinesas relevantes ao entrar em águas territoriais chinesas sem permissão prévia, e o lado chinês tomou medidas pertinentes, incluindo monitoração e advertências", informou o ministério em comunicado. Os chineses reivindicam a maior parte do trecho de mar que fica próximo ao país, por onde transitam mais de 5 trilhões de dólares em comércio mundial a cada ano. Vietnã, Malásia, Brunei, Filipinas e Taiwan também reivindicam a área. Mais cedo, o porta-voz do Pentágono Capitão Jeff Davis disse que nenhum navio de militar da China estava nas proximidades do USS Curtis Wilbur quando este passou perto da Ilha Triton no arquipélago Paracel.
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Audiência de custódia e o direito de defesa
O Brasil tem 607.731 pessoas presas. Entre essa população, 41% correspondem a presos provisórios, encarcerados ainda sem culpa formada, sem uma condenação definitiva, de acordo com números divulgados pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional), órgão do Ministério da Justiça. Contra esse contingente de presos existe apenas uma suspeita ou uma acusação apresentada formalmente. Mostra-se ainda mais grave esse quadro ao se ter em vista que o lapso temporal entre o momento da prisão e o primeiro contato do encarcerado com a autoridade judicial é, segundo levantamento do Núcleo de Estudos da Violência da USP, de, em média, 120 dias. Nesse contexto, audiências de custódia servem, especialmente, para evitar o encarceramento desnecessário de pessoas que, ainda que tenham cometido delitos, não devam permanecer presas durante o processo. As audiências de custódia permitem ao juiz a possibilidade de, frente a frente com a pessoa presa, analisar de forma mais cautelosa as circunstâncias da prisão. Desde 1992, integram o ordenamento jurídico brasileiro normas que determinam que o preso deverá ser conduzido "sem demora" à presença de uma autoridade judicial. É o que se estabeleceu na Convenção Americana Sobre Direitos Humanos (artigo 7º, item 5) e no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (artigo 9º, item 3). O próprio STF (Supremo Tribunal Federal), recentemente, foi responsável por duas importantes decisões sobre o tema: no julgamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5.240, em 20 de agosto, "declarou constitucional o projeto, que se iniciou perante o Tribunal de Justiça de São Paulo, em fevereiro de 2015", e em 9 de setembro, julgando medida cautelar em Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 347, determinou a implantação das audiências de custódia em todo o país, no prazo máximo de 90 dias. Além de serem notórios mecanismos a resguardarem a integridade física e moral dos presos, coibindo práticas de tortura, as audiências de custódia visam à consolidação dos direitos ao acesso à Justiça, ao devido processo e à ampla defesa, os quais devem ser garantidos pelo Estado desde o momento inicial da persecução penal. Por outro lado, o ingresso no sistema prisional de pessoas não comprometidas com o crime organizado favorece o fortalecimento de facções criminosas. Ainda mais relevante do que a economia aos cofres públicos, portanto, é a diminuição das sequelas colaterais da prisão, invariavelmente impostas às famílias e às comunidades em que estão inseridos os aprisionados. Foi tentando superar esse panorama adverso que desde fevereiro o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em parceria com o Ministério da Justiça, os Tribunais de Justiça Estaduais e o IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), vem disseminando a implantação das audiências de custódia pelo país. A iniciativa do projeto Audiências de Custódia, capitaneada pelo CNJ, já alcança todos os Estados da Federação e seus resultados são superlativamente satisfatórios. Dados preliminares apontam que cerca de 50% dos presos em flagrante, quando colocados face a face com um juiz, deixam de ser recolhidos aos superlotados cárceres brasileiros, indicando uma economia de R$ 4,3 bilhões aos cofres públicos nos próximos 12 meses. Decisões judiciais e iniciativas de projetos como o encabeçado pelo CNJ são essenciais para a efetivação de direitos fundamentais do cidadão. RICARDO LEWANDOWSKI, 67, é presidente do STF - Supremo Tribunal Federal e do CNJ - Conselho Nacional de Justiça * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Audiência de custódia e o direito de defesaO Brasil tem 607.731 pessoas presas. Entre essa população, 41% correspondem a presos provisórios, encarcerados ainda sem culpa formada, sem uma condenação definitiva, de acordo com números divulgados pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional), órgão do Ministério da Justiça. Contra esse contingente de presos existe apenas uma suspeita ou uma acusação apresentada formalmente. Mostra-se ainda mais grave esse quadro ao se ter em vista que o lapso temporal entre o momento da prisão e o primeiro contato do encarcerado com a autoridade judicial é, segundo levantamento do Núcleo de Estudos da Violência da USP, de, em média, 120 dias. Nesse contexto, audiências de custódia servem, especialmente, para evitar o encarceramento desnecessário de pessoas que, ainda que tenham cometido delitos, não devam permanecer presas durante o processo. As audiências de custódia permitem ao juiz a possibilidade de, frente a frente com a pessoa presa, analisar de forma mais cautelosa as circunstâncias da prisão. Desde 1992, integram o ordenamento jurídico brasileiro normas que determinam que o preso deverá ser conduzido "sem demora" à presença de uma autoridade judicial. É o que se estabeleceu na Convenção Americana Sobre Direitos Humanos (artigo 7º, item 5) e no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (artigo 9º, item 3). O próprio STF (Supremo Tribunal Federal), recentemente, foi responsável por duas importantes decisões sobre o tema: no julgamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5.240, em 20 de agosto, "declarou constitucional o projeto, que se iniciou perante o Tribunal de Justiça de São Paulo, em fevereiro de 2015", e em 9 de setembro, julgando medida cautelar em Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 347, determinou a implantação das audiências de custódia em todo o país, no prazo máximo de 90 dias. Além de serem notórios mecanismos a resguardarem a integridade física e moral dos presos, coibindo práticas de tortura, as audiências de custódia visam à consolidação dos direitos ao acesso à Justiça, ao devido processo e à ampla defesa, os quais devem ser garantidos pelo Estado desde o momento inicial da persecução penal. Por outro lado, o ingresso no sistema prisional de pessoas não comprometidas com o crime organizado favorece o fortalecimento de facções criminosas. Ainda mais relevante do que a economia aos cofres públicos, portanto, é a diminuição das sequelas colaterais da prisão, invariavelmente impostas às famílias e às comunidades em que estão inseridos os aprisionados. Foi tentando superar esse panorama adverso que desde fevereiro o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em parceria com o Ministério da Justiça, os Tribunais de Justiça Estaduais e o IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), vem disseminando a implantação das audiências de custódia pelo país. A iniciativa do projeto Audiências de Custódia, capitaneada pelo CNJ, já alcança todos os Estados da Federação e seus resultados são superlativamente satisfatórios. Dados preliminares apontam que cerca de 50% dos presos em flagrante, quando colocados face a face com um juiz, deixam de ser recolhidos aos superlotados cárceres brasileiros, indicando uma economia de R$ 4,3 bilhões aos cofres públicos nos próximos 12 meses. Decisões judiciais e iniciativas de projetos como o encabeçado pelo CNJ são essenciais para a efetivação de direitos fundamentais do cidadão. RICARDO LEWANDOWSKI, 67, é presidente do STF - Supremo Tribunal Federal e do CNJ - Conselho Nacional de Justiça * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Debate maduro
É mero pretexto, e dos menos convincentes, a queixa de sindicalistas e partidos de oposição segundo a qual a reforma da Previdência avança sem o devido debate com a sociedade. A revisão das regras para a concessão de aposentadorias, afinal, está em pauta desde os anos 1990, quando o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tornou-se deficitário -até então, a hiperinflação corroía o valor dos benefícios e ajudava a fechar as contas. As primeiras tentativas de equilibrar o sistema se deram no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). As administrações petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff promoveram amplos fóruns sobre o tema. Recém-instalada, a comissão da Câmara dos Deputados encarregada de examinar a reforma disporá, portanto, de conhecimento acumulado mais do que suficiente. A proposta encaminhada pelo presidente Michel Temer (PMDB), de resto, encampa princípios básicos estabelecidos ainda sob Dilma. De mais fundamental, não resta dúvida possível de que o gasto previdenciário brasileiro, superior a 10% do Produto Interno Bruto, seja excessivo e apresente tendência de alta insustentável. Salvo na hipótese de um surto miraculoso de crescimento econômico, o percentual caminhará para a casa dos 20% até a década de 2040, com o esperado envelhecimento populacional. Na OCDE, que reúne os países mais desenvolvidos -e com maior proporção de idosos na população-, a despesa média ronda os 8% do PIB. Tampouco se pode negar que a idade média de aposentadoria no Brasil, em torno dos 58 anos, destoa do padrão internacional. Em economias emergentes como México e Chile, a média supera os 70. A idade mínima de 65 anos, proposta pela reforma, é adotada em 21 entre 34 países da OCDE, como aponta trabalho divulgado pela Fundação Getulio Vargas. Por fim, nosso modelo é complexo e, sobretudo, injusto ao estabelecer regras diferenciadas para trabalhadores do setor público e celetistas, rurais e urbanos, homens e mulheres. A correção de tais distorções é o norte do texto ora sob análise do Congresso. Os ritos para a mudança constitucional dão prazo longo o bastante para que se examinem eventuais aperfeiçoamentos e concessões; os pilares da reforma, porém, devem ser inegociáveis. [email protected]
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Debate maduroÉ mero pretexto, e dos menos convincentes, a queixa de sindicalistas e partidos de oposição segundo a qual a reforma da Previdência avança sem o devido debate com a sociedade. A revisão das regras para a concessão de aposentadorias, afinal, está em pauta desde os anos 1990, quando o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tornou-se deficitário -até então, a hiperinflação corroía o valor dos benefícios e ajudava a fechar as contas. As primeiras tentativas de equilibrar o sistema se deram no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). As administrações petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff promoveram amplos fóruns sobre o tema. Recém-instalada, a comissão da Câmara dos Deputados encarregada de examinar a reforma disporá, portanto, de conhecimento acumulado mais do que suficiente. A proposta encaminhada pelo presidente Michel Temer (PMDB), de resto, encampa princípios básicos estabelecidos ainda sob Dilma. De mais fundamental, não resta dúvida possível de que o gasto previdenciário brasileiro, superior a 10% do Produto Interno Bruto, seja excessivo e apresente tendência de alta insustentável. Salvo na hipótese de um surto miraculoso de crescimento econômico, o percentual caminhará para a casa dos 20% até a década de 2040, com o esperado envelhecimento populacional. Na OCDE, que reúne os países mais desenvolvidos -e com maior proporção de idosos na população-, a despesa média ronda os 8% do PIB. Tampouco se pode negar que a idade média de aposentadoria no Brasil, em torno dos 58 anos, destoa do padrão internacional. Em economias emergentes como México e Chile, a média supera os 70. A idade mínima de 65 anos, proposta pela reforma, é adotada em 21 entre 34 países da OCDE, como aponta trabalho divulgado pela Fundação Getulio Vargas. Por fim, nosso modelo é complexo e, sobretudo, injusto ao estabelecer regras diferenciadas para trabalhadores do setor público e celetistas, rurais e urbanos, homens e mulheres. A correção de tais distorções é o norte do texto ora sob análise do Congresso. Os ritos para a mudança constitucional dão prazo longo o bastante para que se examinem eventuais aperfeiçoamentos e concessões; os pilares da reforma, porém, devem ser inegociáveis. [email protected]
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Greve de universidades resiste após 106 dias e afeta até emprego de aluno
Faltavam três meses para Renan Lopes, 28, se formar em engenharia civil pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e começar a carreira. A formatura ocorreria neste mês. Mas a greve nas universidades federais, que já passou de cem dias, fez com que ele perdesse uma promessa de emprego. E agora corre o risco de perder a segunda. "As oportunidades que estou perdendo me deixam indignado, porque o mercado está muito difícil", diz, preocupado, o baiano de Jequié. Gabriel Lisboa Nakamura, 23, aluno da mesma instituição, também perdeu duas propostas de estágio por causa da greve e conta que colegas seus perderam bolsas de monitoria no período. Como Renan e Gabriel, estudantes de universidades federais pelo país enfrentam o 106º dia de greve, completado nesta quinta-feira (10). Greve nas universidades federais A paralisação dos funcionários, iniciada em maio, atinge 60 de 63 instituições, e seis institutos federais, segundo a Fasubra (federação de sindicato dos servidores). Há professores de braços cruzados em 37 universidades, informa a Andes (sindicato dos docentes), e em quatro institutos federais. O MEC (Ministério da Educação) diz que procura uma solução e que "mantém diálogo com entidades". Além da falta de aulas, serviços como bibliotecas, laboratórios e restaurantes universitários estão fechados. Servidores e alunos da UnB (Universidade de Brasília) relatam que na biblioteca, onde trabalham cerca de cem funcionários, menos de dez estão em atividade. Na UFBA (Bahia), o local está fechado. Já na UFSCar (São Carlos), no interior paulista, nenhum serviço ligado ao setor acadêmico está funcionando, diz o sindicato. Na UFTM (Triângulo Mineiro), até os alunos interromperam as atividades. "A secretaria não funciona, temos problemas até para obter um histórico escolar. Apesar de o serviço de limpeza ser terceirizado, há locais imundos. Fora a instabilidade na grade escolar, com a greve parcial dos docentes", disse Wisner Freitas Araújo, 23, aluno de matemática. Docentes dizem que o corte no orçamento do MEC este ano teve impacto direto no cotidiano das faculdades. Foram 11% a menos de verba para custeio (contas de água, luz, terceirizados de limpeza e segurança, por exemplo) e corte de 46% nos investimentos. Infográfico: Greve por regiões do país "Tivemos elevador parado por um mês por falta de verba para conserto, ar-condicionado quebrado sem reparo. Falta reagente para laboratórios e até papel higiênico", disse Renata Vereza, do sindicato dos docentes da UFF (Universidade Federal Fluminense). A adesão não é total. Enquanto algumas instituições já encerraram a greve, como a UFRJ, em outras a paralisação começou no mês passado, caso da UFPR (Paraná). Os servidores querem 27,3% de reajuste, sob a alegação de repor perdas salariais dos últimos anos. Já rejeitaram uma proposta de reajuste escalonado de 21,3%, a ser pago de 2016 a 2019, e agora avaliam uma nova proposta, de 10,8%, diluída em dois anos, segundo Rogério Fagundes Marzola, coordenador-geral da Fasubra. Docentes reivindicam no mínimo a reposição da inflação. "É a pior situação em termos de falta de verbas que as federais já enfrentaram", disse Paulo Rizzo, presidente da Andes (entidade que representa os professores). Sérgio Nunes, do Sintufscar (sindicato na UFSCar), diz que os serviços parados fazem falta, mas que o corte de gastos é mais prejudicial. Infográfico: Categorias em greve OUTRO LADO Procurado, o Ministério da Educação informou, em nota, que a greve "preocupa", "principalmente por conta dos alunos que estão sem aulas" e que o cronograma das instituições fica prejudicado. O MEC informou ainda que está disposto a dialogar e que se reuniu com entidades dos servidores e dos professores para discutir toda a pauta de reivindicações. Questionado pela reportagem, a pasta não comentou problemas estruturais citados por alunos e servidores nas federais. Também não falou sobre a abrangência das paralisações e se há previsão de calendário de reposição para as aulas perdidas. Para Maria Lucia Cavalli Neder, presidente da Andifes, entidade que reúne reitores das federais, mesmo com o aperto no cinto feito pelas universidades, algumas instituições vão precisar de ajuda financeira extra do MEC para fechar as contas deste ano. Ela não especificou quais são as instituições que precisarão do socorro. "Muitas universidades não terão nenhum problema porque já fizeram planejamento desde o início do ano, reduzindo terceirizados ou o uso de carros", afirma. O corte foi de 10% da verba para custeio (como contas de água, luz e serviços terceirizados de portaria e limpeza) e de 46% para investimentos (em obras). Apesar da situação, Neder diz que o MEC continua em "diálogo aberto" com as federais e que está analisando caso a caso as situações prioritárias. Para a reitora, as reduções de verba "são contingenciais, e não conjunturais" e "isso não vai influenciar na vida e na normalidade das universidades". - RAIO-X DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS DO PAÍS 150 mil funcionários 1,05 milhão de alunos matriculados na graduação presencial * 5.655 cursos de graduação presenciais * * ALGUNS CASOS DE INSTITUIÇÕES PARALISADAS UFBA (Bahia) Em greve desde 28 de maio; biblioteca fechada, mas alguns laboratórios e restaurante universitário funcionam; há relatos de alunos sem bolsa para monitoria UFSCar (São Paulo) Universidade no interior de São paulo enfrenta fechamento da biblioteca e do restaurante universitário UFF (Rio de Janeiro) Em greve desde maio; professores da federal fluminense reclamam de estrutura precária, com elevadores e ar-condicionado parados por meses por falta de manutenção, e até falta de papel higiênico UnB (Brasília) Docentes enfrentam dificuldades para trabalhar em laboratórios, que dependem de técnicos em greve UFTM (Uberaba) Escala de revezamento no Hospital Universitário está mantida; paralisação atinge também estudantes, que questionam dificuldades em obter auxílio-moradia e valor da refeição no restaurante * Incluem todas as instituições federais de ensino (2013)
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Greve de universidades resiste após 106 dias e afeta até emprego de alunoFaltavam três meses para Renan Lopes, 28, se formar em engenharia civil pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e começar a carreira. A formatura ocorreria neste mês. Mas a greve nas universidades federais, que já passou de cem dias, fez com que ele perdesse uma promessa de emprego. E agora corre o risco de perder a segunda. "As oportunidades que estou perdendo me deixam indignado, porque o mercado está muito difícil", diz, preocupado, o baiano de Jequié. Gabriel Lisboa Nakamura, 23, aluno da mesma instituição, também perdeu duas propostas de estágio por causa da greve e conta que colegas seus perderam bolsas de monitoria no período. Como Renan e Gabriel, estudantes de universidades federais pelo país enfrentam o 106º dia de greve, completado nesta quinta-feira (10). Greve nas universidades federais A paralisação dos funcionários, iniciada em maio, atinge 60 de 63 instituições, e seis institutos federais, segundo a Fasubra (federação de sindicato dos servidores). Há professores de braços cruzados em 37 universidades, informa a Andes (sindicato dos docentes), e em quatro institutos federais. O MEC (Ministério da Educação) diz que procura uma solução e que "mantém diálogo com entidades". Além da falta de aulas, serviços como bibliotecas, laboratórios e restaurantes universitários estão fechados. Servidores e alunos da UnB (Universidade de Brasília) relatam que na biblioteca, onde trabalham cerca de cem funcionários, menos de dez estão em atividade. Na UFBA (Bahia), o local está fechado. Já na UFSCar (São Carlos), no interior paulista, nenhum serviço ligado ao setor acadêmico está funcionando, diz o sindicato. Na UFTM (Triângulo Mineiro), até os alunos interromperam as atividades. "A secretaria não funciona, temos problemas até para obter um histórico escolar. Apesar de o serviço de limpeza ser terceirizado, há locais imundos. Fora a instabilidade na grade escolar, com a greve parcial dos docentes", disse Wisner Freitas Araújo, 23, aluno de matemática. Docentes dizem que o corte no orçamento do MEC este ano teve impacto direto no cotidiano das faculdades. Foram 11% a menos de verba para custeio (contas de água, luz, terceirizados de limpeza e segurança, por exemplo) e corte de 46% nos investimentos. Infográfico: Greve por regiões do país "Tivemos elevador parado por um mês por falta de verba para conserto, ar-condicionado quebrado sem reparo. Falta reagente para laboratórios e até papel higiênico", disse Renata Vereza, do sindicato dos docentes da UFF (Universidade Federal Fluminense). A adesão não é total. Enquanto algumas instituições já encerraram a greve, como a UFRJ, em outras a paralisação começou no mês passado, caso da UFPR (Paraná). Os servidores querem 27,3% de reajuste, sob a alegação de repor perdas salariais dos últimos anos. Já rejeitaram uma proposta de reajuste escalonado de 21,3%, a ser pago de 2016 a 2019, e agora avaliam uma nova proposta, de 10,8%, diluída em dois anos, segundo Rogério Fagundes Marzola, coordenador-geral da Fasubra. Docentes reivindicam no mínimo a reposição da inflação. "É a pior situação em termos de falta de verbas que as federais já enfrentaram", disse Paulo Rizzo, presidente da Andes (entidade que representa os professores). Sérgio Nunes, do Sintufscar (sindicato na UFSCar), diz que os serviços parados fazem falta, mas que o corte de gastos é mais prejudicial. Infográfico: Categorias em greve OUTRO LADO Procurado, o Ministério da Educação informou, em nota, que a greve "preocupa", "principalmente por conta dos alunos que estão sem aulas" e que o cronograma das instituições fica prejudicado. O MEC informou ainda que está disposto a dialogar e que se reuniu com entidades dos servidores e dos professores para discutir toda a pauta de reivindicações. Questionado pela reportagem, a pasta não comentou problemas estruturais citados por alunos e servidores nas federais. Também não falou sobre a abrangência das paralisações e se há previsão de calendário de reposição para as aulas perdidas. Para Maria Lucia Cavalli Neder, presidente da Andifes, entidade que reúne reitores das federais, mesmo com o aperto no cinto feito pelas universidades, algumas instituições vão precisar de ajuda financeira extra do MEC para fechar as contas deste ano. Ela não especificou quais são as instituições que precisarão do socorro. "Muitas universidades não terão nenhum problema porque já fizeram planejamento desde o início do ano, reduzindo terceirizados ou o uso de carros", afirma. O corte foi de 10% da verba para custeio (como contas de água, luz e serviços terceirizados de portaria e limpeza) e de 46% para investimentos (em obras). Apesar da situação, Neder diz que o MEC continua em "diálogo aberto" com as federais e que está analisando caso a caso as situações prioritárias. Para a reitora, as reduções de verba "são contingenciais, e não conjunturais" e "isso não vai influenciar na vida e na normalidade das universidades". - RAIO-X DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS DO PAÍS 150 mil funcionários 1,05 milhão de alunos matriculados na graduação presencial * 5.655 cursos de graduação presenciais * * ALGUNS CASOS DE INSTITUIÇÕES PARALISADAS UFBA (Bahia) Em greve desde 28 de maio; biblioteca fechada, mas alguns laboratórios e restaurante universitário funcionam; há relatos de alunos sem bolsa para monitoria UFSCar (São Paulo) Universidade no interior de São paulo enfrenta fechamento da biblioteca e do restaurante universitário UFF (Rio de Janeiro) Em greve desde maio; professores da federal fluminense reclamam de estrutura precária, com elevadores e ar-condicionado parados por meses por falta de manutenção, e até falta de papel higiênico UnB (Brasília) Docentes enfrentam dificuldades para trabalhar em laboratórios, que dependem de técnicos em greve UFTM (Uberaba) Escala de revezamento no Hospital Universitário está mantida; paralisação atinge também estudantes, que questionam dificuldades em obter auxílio-moradia e valor da refeição no restaurante * Incluem todas as instituições federais de ensino (2013)
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Crianças ficam famosas com vídeos na web e precisam lidar com fãs
Crianças mantêm canais no YouTube e gravam vídeos com dicas de brincadeiras, ideias de desafios para fazer com os amigos, tutoriais de maquiagem, relatos de viagens etc. Elas fazem parte de um contexto maior, de pessoas que criam vídeos e acabam se tornando celebridades para públicos específicos. Leia mais aqui
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Crianças ficam famosas com vídeos na web e precisam lidar com fãsCrianças mantêm canais no YouTube e gravam vídeos com dicas de brincadeiras, ideias de desafios para fazer com os amigos, tutoriais de maquiagem, relatos de viagens etc. Elas fazem parte de um contexto maior, de pessoas que criam vídeos e acabam se tornando celebridades para públicos específicos. Leia mais aqui
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A rotina entre ficção e realidade de um médico de família que virou roteirista
Cena 1: Dr. Paulo vai à casa da paciente que não responde ao tratamento de diabetes e descobre que a senhora esconde debaixo da almofada do sofá as pílulas que deveria tomar. Cena 2. Dr. Victor atende, na sexta-feira (23), dona Ângela Medina, 72, diabética há mais de quatro décadas. "Ela é uma paciente modelo. Já usa insulina e segue o tratamento exemplarmente. Nunca teve complicações mais graves", diz o médico que a acompanha desde 2012. A primeira cena faz parte do episódio de estreia de "Unidade Básica", série do Canal Universal estrelada por Caco Ciocler no papel de um médico de família que vive os desafios de prestar assistência de qualidade no SUS (Sistema Único de Saúde). A segunda é a rotina do baiano de 28 anos, que há quatro bate ponto na UBS (Unidade Básica de Saúde) Brás, na zona leste, onde atende uma média de 20 pacientes por dia, 500 por mês. Ficção e realidade se misturam quando o médico tira o seu jaleco branco e veste o figurino de escritor. Valois é um dos três roteiristas da equipe comandada por Newton Cannito, idealizador da série junto com a atriz Ana Petta, a outra protagonista do seriado médico que estreou em setembro. "Foi bem emocionante ver a série no ar, apesar de eu ter acompanhado a gravação de algumas cenas no set", relata o médico e roteirista. A primeira emoção foi entrar na UBS da ficção. "Eles conseguiram construir algo bem parecido com a realidade", completa Valois. Ele está concluindo ao mesmo tempo pós-graduação em medicina da família e comunitária e outra em roteiro. Graduado pela Universidade Federal da Bahia, ele se mudou para São Paulo para fazer pós pela Unifesp e concluir especialização pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. Encontrou tempo para aprender mais sobre a arte da dramaturgia em um curso ministrado por Cannito. Foi ali que se animou a encarar o mestrado em roteiro audiovisual pelo Senac. "Além de ótimo médico, Victor é ótimo dramaturgo. Ele ajudou a efetivar a proposta da série: conciliar a medicina com as histórias e usar a narrativa como técnica de cura", diz Canito, sobre o pupilo. Enquanto vibra com o primeiro trabalho na tevê, Valois comemora a volta de um texto seu aos palcos de São Paulo. "Te Amo, Franco Roo!", peça que escreveu com quatro amigos dramaturgos, retorna em curtíssima temporada no Teatro de Arena, entre os dias 7 e 16. DRAMATURGIA MÉDICA O médico e dramaturgo transformou sua paixão pela arte em objeto de estudo. Nos últimos dois anos, ele se debruça sobre dramaturgia médica, tema de sua tese. Analisa casos como o da novela "Laços de Família" (2000), da Rede Globo, que retratou o drama de uma paciente com câncer, vivida por Carolina Dieckmann. Já entre as badaladas séries médicas americanas, ele avalia "House", sucesso da Fox com o ator Hugh Laurie no papel principal, como uma "série policial travestida de série médica". "É excelente, bem construída, centrada na investigação da doença", diz. "Do ponto de vista de dramaturgia, é interessantíssima, mas está bem distante do que o médico vivencia na sua realidade. Mesmo nos hospitais de referência e em universidade não tem tantas doenças raras no dia a dia." Valois qualifica "House" de "caricatural", apesar de contar com um suporte importante de uma assessoria de profissionais médicos. Esta é tarefa dele também na equipe de "Unidade Básica", a do profissional de saúde que está na equipe para dar veracidade às situações da rotina médica, tema central da série. A cada episódio é eleita uma doença, como o diabetes, na estreia, passando por HIV, transtornos mentais e saúde da criança. Os diagnósticos vão se casando com os dramas cotidianos de personagens que encontram no posto de saúde da ficção profissionais comprometidos com um ideal de saúde integral. ATENÇÃO INTEGRAL Mesmo com as deficiências do SUS, é o tipo de medicina que atraiu o médico baiano para o atendimento público em São Paulo desde 2012. "Tenho interesse em trabalhar com oncologia no futuro, mas me especializei em medicina da família, que me dá base e me aproxima do ideal da integralidade, de poder olhar para o paciente como um todo", explica Valois. O médico cumpre uma rotina de 40 horas semanas na UBS Brás, em dois turnos das 8h às 19h, de terça à sexta. Além do atendimento no consultório, faz visitas domiciliares, acompanhado de agentes de saúde, um dos pontos que enriquece o seu trabalho, assim como as tramas de "Unidade Básica". É quando a saúde bate, literalmente, à porta dos pacientes. Um mergulho na realidade que tantas vezes é a chave de diagnósticos mais complexos. Na agenda carregada da UBS real, Valois passa pela clínica geral, por consultas de pré-natal, atendimentos de pediatria e acompanhamento de pacientes com doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. "Minha equipe é responsável pelo acompanhamento de cerca de 4.000 famílias. Entre os pacientes, muito são migrantes nordestinos, que se mudam muito. O desafio é manter vínculos", explica o doutor. O número de consultas pode chegar a 30 em dias mais agitados. "Temos como métrica de produção 416 consultas ao mês, no mínimo. A demanda é muito grande. O desafio é ampliar acesso sem perder a qualidade; cumprir a meta, sem fazer atendimento corrido." Foi com esse olhar que o profissional do SUS na ficção desvenda o que está por trás de um diabetes com complicações. Na pele de Dr. Paulo (Caco Ciocler), o veterano da UBS cutuca a colega Laura (Ana Petta), recém-chegada à unidade, ao criticar os "especialistas que não veem que ali na frente tem uma pessoa". A relação médico/paciente é colocada na berlinda em diálogos nos quais o protagonista de "Unidade Básica" critica a "empurroterapia". É a prática de passar adiante os problemas, sem se envolver ou tentar resolver de fato o drama do indivíduo que busca respostas para seus problemas de saúde. Com muita conversa e observação, o médico da ficção descobre um câncer na tireoide da filha da paciente diabética, exausta com as idas e vindas do tratamento da mãe. É também ao visitar a casa da família que ele mata a charada da falência do tratamento e chega à conclusão de que a paciente está desistindo da vida, algo que na correria de consultórios abarrotados do SUS costuma passar batido. O episódio tem final feliz na ficção, com mãe e filha curadas e agradecidas aos médicos da UBS. A humanização do atendimento perpassa os vários episódios da série. "Os dramas vão sendo explicitados e fica evidente o trabalho de investigação do médico", diz Valois. "Não estamos diante apenas de órgãos, tecidos e células. Temos que analisar as relações, a situação de moradia. São muitas as revelações ao se olhar para paciente como um todo." A série traz um debate importante que é a eficácia do atendimento básico de saúde. "A medicina da família e comunitária é resolutiva", atesta o médico do UBS Brás. Segundo ele, o desafio é fazer as pessoas entenderem que 80% dos problemas de saúde conseguem ser resolvidos em uma unidade básica. "Boa parte dos casos não vai precisar ser encaminhada para especialistas. Não necessitam de atenção secundária e terciária." É claro que pacientes com câncer vão ser encaminhados para um oncologista. A realidade, então, começa a ficar mais dramática que a ficção, diante dos gargalos do SUS. Entra em cena o drama real de milhares de brasileiros: a fila de espera para cirurgias e exames complexos, como uma tomografia. "Sofremos diante da angústia de não conseguir dar uma resposta imediata para o paciente que bate na nossa porta", diz Valois. São temas atuais, que apontam o dedo para as feridas de um sistema de saúde marcado pela falta de recursos no serviço público e pela mercantilização dos planos de saúde e hospitais privados. "Mostramos na série pessoas que têm convênio médico e que procuram a UBS. O SUS não é uma medicina para pobre, a classe média começa a utilizar mais o sistema público. Ao reconhecer o espaço como seu, vai exigir melhorias", acredita o médico de família. Na pele de roteirista, Valois vivenciou dramas bem pessoais. No último dos oito episódios da temporada de estreia, o médico vira paciente. "É um dos momentos mais bem acabados em termos de roteiro. O fato de o médico estar doente e passar para o outro lado da mesa me tocou muito", diz. Ele sabe bem o impacto de uma doença crônica desde os 18 anos, como portador de uma cicatriz renal, resultado de infecções passadas. Uma das sequelas é pressão alta precoce, que Valois precisa controlar com medicamentos e dieta equilibrada, recomendações que passa também a dona Edith, 60, paciente hipertensa que está na sua rotina de visitas domiciliares. Uma empatia e um contato continuado que rendem boas histórias e bons resultados para a saúde. "Nos colocarmos no lugar do outro nos humaniza e nos faz médicos melhores." Os pacientes da UBS Brás e os fãs da série agradecem.
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A rotina entre ficção e realidade de um médico de família que virou roteiristaCena 1: Dr. Paulo vai à casa da paciente que não responde ao tratamento de diabetes e descobre que a senhora esconde debaixo da almofada do sofá as pílulas que deveria tomar. Cena 2. Dr. Victor atende, na sexta-feira (23), dona Ângela Medina, 72, diabética há mais de quatro décadas. "Ela é uma paciente modelo. Já usa insulina e segue o tratamento exemplarmente. Nunca teve complicações mais graves", diz o médico que a acompanha desde 2012. A primeira cena faz parte do episódio de estreia de "Unidade Básica", série do Canal Universal estrelada por Caco Ciocler no papel de um médico de família que vive os desafios de prestar assistência de qualidade no SUS (Sistema Único de Saúde). A segunda é a rotina do baiano de 28 anos, que há quatro bate ponto na UBS (Unidade Básica de Saúde) Brás, na zona leste, onde atende uma média de 20 pacientes por dia, 500 por mês. Ficção e realidade se misturam quando o médico tira o seu jaleco branco e veste o figurino de escritor. Valois é um dos três roteiristas da equipe comandada por Newton Cannito, idealizador da série junto com a atriz Ana Petta, a outra protagonista do seriado médico que estreou em setembro. "Foi bem emocionante ver a série no ar, apesar de eu ter acompanhado a gravação de algumas cenas no set", relata o médico e roteirista. A primeira emoção foi entrar na UBS da ficção. "Eles conseguiram construir algo bem parecido com a realidade", completa Valois. Ele está concluindo ao mesmo tempo pós-graduação em medicina da família e comunitária e outra em roteiro. Graduado pela Universidade Federal da Bahia, ele se mudou para São Paulo para fazer pós pela Unifesp e concluir especialização pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. Encontrou tempo para aprender mais sobre a arte da dramaturgia em um curso ministrado por Cannito. Foi ali que se animou a encarar o mestrado em roteiro audiovisual pelo Senac. "Além de ótimo médico, Victor é ótimo dramaturgo. Ele ajudou a efetivar a proposta da série: conciliar a medicina com as histórias e usar a narrativa como técnica de cura", diz Canito, sobre o pupilo. Enquanto vibra com o primeiro trabalho na tevê, Valois comemora a volta de um texto seu aos palcos de São Paulo. "Te Amo, Franco Roo!", peça que escreveu com quatro amigos dramaturgos, retorna em curtíssima temporada no Teatro de Arena, entre os dias 7 e 16. DRAMATURGIA MÉDICA O médico e dramaturgo transformou sua paixão pela arte em objeto de estudo. Nos últimos dois anos, ele se debruça sobre dramaturgia médica, tema de sua tese. Analisa casos como o da novela "Laços de Família" (2000), da Rede Globo, que retratou o drama de uma paciente com câncer, vivida por Carolina Dieckmann. Já entre as badaladas séries médicas americanas, ele avalia "House", sucesso da Fox com o ator Hugh Laurie no papel principal, como uma "série policial travestida de série médica". "É excelente, bem construída, centrada na investigação da doença", diz. "Do ponto de vista de dramaturgia, é interessantíssima, mas está bem distante do que o médico vivencia na sua realidade. Mesmo nos hospitais de referência e em universidade não tem tantas doenças raras no dia a dia." Valois qualifica "House" de "caricatural", apesar de contar com um suporte importante de uma assessoria de profissionais médicos. Esta é tarefa dele também na equipe de "Unidade Básica", a do profissional de saúde que está na equipe para dar veracidade às situações da rotina médica, tema central da série. A cada episódio é eleita uma doença, como o diabetes, na estreia, passando por HIV, transtornos mentais e saúde da criança. Os diagnósticos vão se casando com os dramas cotidianos de personagens que encontram no posto de saúde da ficção profissionais comprometidos com um ideal de saúde integral. ATENÇÃO INTEGRAL Mesmo com as deficiências do SUS, é o tipo de medicina que atraiu o médico baiano para o atendimento público em São Paulo desde 2012. "Tenho interesse em trabalhar com oncologia no futuro, mas me especializei em medicina da família, que me dá base e me aproxima do ideal da integralidade, de poder olhar para o paciente como um todo", explica Valois. O médico cumpre uma rotina de 40 horas semanas na UBS Brás, em dois turnos das 8h às 19h, de terça à sexta. Além do atendimento no consultório, faz visitas domiciliares, acompanhado de agentes de saúde, um dos pontos que enriquece o seu trabalho, assim como as tramas de "Unidade Básica". É quando a saúde bate, literalmente, à porta dos pacientes. Um mergulho na realidade que tantas vezes é a chave de diagnósticos mais complexos. Na agenda carregada da UBS real, Valois passa pela clínica geral, por consultas de pré-natal, atendimentos de pediatria e acompanhamento de pacientes com doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. "Minha equipe é responsável pelo acompanhamento de cerca de 4.000 famílias. Entre os pacientes, muito são migrantes nordestinos, que se mudam muito. O desafio é manter vínculos", explica o doutor. O número de consultas pode chegar a 30 em dias mais agitados. "Temos como métrica de produção 416 consultas ao mês, no mínimo. A demanda é muito grande. O desafio é ampliar acesso sem perder a qualidade; cumprir a meta, sem fazer atendimento corrido." Foi com esse olhar que o profissional do SUS na ficção desvenda o que está por trás de um diabetes com complicações. Na pele de Dr. Paulo (Caco Ciocler), o veterano da UBS cutuca a colega Laura (Ana Petta), recém-chegada à unidade, ao criticar os "especialistas que não veem que ali na frente tem uma pessoa". A relação médico/paciente é colocada na berlinda em diálogos nos quais o protagonista de "Unidade Básica" critica a "empurroterapia". É a prática de passar adiante os problemas, sem se envolver ou tentar resolver de fato o drama do indivíduo que busca respostas para seus problemas de saúde. Com muita conversa e observação, o médico da ficção descobre um câncer na tireoide da filha da paciente diabética, exausta com as idas e vindas do tratamento da mãe. É também ao visitar a casa da família que ele mata a charada da falência do tratamento e chega à conclusão de que a paciente está desistindo da vida, algo que na correria de consultórios abarrotados do SUS costuma passar batido. O episódio tem final feliz na ficção, com mãe e filha curadas e agradecidas aos médicos da UBS. A humanização do atendimento perpassa os vários episódios da série. "Os dramas vão sendo explicitados e fica evidente o trabalho de investigação do médico", diz Valois. "Não estamos diante apenas de órgãos, tecidos e células. Temos que analisar as relações, a situação de moradia. São muitas as revelações ao se olhar para paciente como um todo." A série traz um debate importante que é a eficácia do atendimento básico de saúde. "A medicina da família e comunitária é resolutiva", atesta o médico do UBS Brás. Segundo ele, o desafio é fazer as pessoas entenderem que 80% dos problemas de saúde conseguem ser resolvidos em uma unidade básica. "Boa parte dos casos não vai precisar ser encaminhada para especialistas. Não necessitam de atenção secundária e terciária." É claro que pacientes com câncer vão ser encaminhados para um oncologista. A realidade, então, começa a ficar mais dramática que a ficção, diante dos gargalos do SUS. Entra em cena o drama real de milhares de brasileiros: a fila de espera para cirurgias e exames complexos, como uma tomografia. "Sofremos diante da angústia de não conseguir dar uma resposta imediata para o paciente que bate na nossa porta", diz Valois. São temas atuais, que apontam o dedo para as feridas de um sistema de saúde marcado pela falta de recursos no serviço público e pela mercantilização dos planos de saúde e hospitais privados. "Mostramos na série pessoas que têm convênio médico e que procuram a UBS. O SUS não é uma medicina para pobre, a classe média começa a utilizar mais o sistema público. Ao reconhecer o espaço como seu, vai exigir melhorias", acredita o médico de família. Na pele de roteirista, Valois vivenciou dramas bem pessoais. No último dos oito episódios da temporada de estreia, o médico vira paciente. "É um dos momentos mais bem acabados em termos de roteiro. O fato de o médico estar doente e passar para o outro lado da mesa me tocou muito", diz. Ele sabe bem o impacto de uma doença crônica desde os 18 anos, como portador de uma cicatriz renal, resultado de infecções passadas. Uma das sequelas é pressão alta precoce, que Valois precisa controlar com medicamentos e dieta equilibrada, recomendações que passa também a dona Edith, 60, paciente hipertensa que está na sua rotina de visitas domiciliares. Uma empatia e um contato continuado que rendem boas histórias e bons resultados para a saúde. "Nos colocarmos no lugar do outro nos humaniza e nos faz médicos melhores." Os pacientes da UBS Brás e os fãs da série agradecem.
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Leitor parabeniza coluna de Ruy Castro sobre Lula
O jornalista Ruy Castro a cada dia se supera em relação á crônica anterior. Só a sua coluna de sexta-feira 13 (Amigos, amigos) valeu a assinatura da Folha. Parabéns ao jornal por ter alguém tão soberbo em seus quadros. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor parabeniza coluna de Ruy Castro sobre LulaO jornalista Ruy Castro a cada dia se supera em relação á crônica anterior. Só a sua coluna de sexta-feira 13 (Amigos, amigos) valeu a assinatura da Folha. Parabéns ao jornal por ter alguém tão soberbo em seus quadros. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Doria define 15 parques-modelos para início das concessões em São Paulo
A equipe do prefeito João Doria (PSDB) escolheu 15 parques como passo inicial para o processo de concessão dessas áreas à iniciativa privada. Chamados de "parques-âncora", eles têm um perfil adequado para exploração comercial, com possibilidade de dar lucro a empresas e zerar os custos à administração na manutenção desses espaços. Para operar nessas áreas verdes mais rentáveis, porém, a companhia vencedora da concessão teria de assumir também unidades com menor público e estrutura, segundo ideia estudada pela futura gestão. Seria uma espécie de "adoção" de unidades menores na periferia, que seriam pouco atrativas isoladamente dentro de uma concessão. A concessão é parte de um processo de desestatização de uma série de serviços públicos previstos por Doria durante a campanha eleitoral. De acordo com orçamento de 2016, são necessários R$ 70 milhões anuais para a manutenção, conservação e operação dos 109 parques da cidade (urbanos e lineares). Os empresários que ganharem poderão, por exemplo, operar sistemas de estacionamento ou áreas de alimentação, como quiosques de lanches e restaurantes. Além disso, a equipe de transição tucana estuda alterar regras atuais que impedem certos tipos de eventos dentro desses parques. Uma ideia, por exemplo, é liberar os concessionários a promover feiras gastronômicas ou de venda de livros dentro desses espaços. ALVO DE ESTUDOS O mapeamento inicial da equipe inclui três parques-modelos na região central, quatro na zona oeste, quatro na sul, dois na leste e dois na norte (veja lista abaixo). Outras 80 unidades são alvo de estudos para concessão. A análise leva em consideração a atratividade dessas áreas verdes para o mercado abraçar a ideia com a certeza de que haverá lucratividade para assumir a manutenção do parque de forma integral. Segundo a equipe de Doria, as normas de hoje inviabilizam a exploração e precisarão ser alteradas. Atualmente, atividades de exploração econômica não são permitidas dentro de parques públicos. Se houver mudanças nas regras, será possível promover, por exemplo, feiras temáticas em que os expositores paguem uma espécie de aluguel pelo uso do espaço para vender seus produtos. Somente eventos compatíveis com as características do parque seriam liberados –feiras de produtos orgânicos, por exemplo. Doria e concessões Na visão da equipe de Desestatização e Parcerias, parte da receita obtida por meio da exploração de eventos teria que ser obrigatoriamente revertida para o parque. Atualmente, pouquíssimos parques municipais permitem vendas de produtos. Com quiosques de venda de salgadinhos e água de coco, o Ibirapuera é um deles. O estudo sobre o modelo de concessão será analisado até o início da futura gestão. Um dos pontos polêmicos é a exploração de estacionamentos. Neste caso, a equipe já analisa travas nos preços da hora de estacionamento para não se tornar onerosa demais para os visitantes. MANUTENÇÃO A reportagem esteve em três parques municipais nesta segunda-feira (12) considerados pouco atrativos à concessão e constatou que eles estavam limpos, mas com problemas de manutenção em alguns equipamentos de lazer. Rico em espécies de árvore, limpo e com pista de caminhada, o parque Tenente Roberto Faria Lima, no Parque Novo Mundo (zona norte), tinha, no entanto, traves tortas e redes rasgadas na quadra poliesportiva. Na mesma zona norte, as quadras do parque Vila Guilherme tinham somente as tabelas de basquete –estavam sem os aros. Colaborou KARIME XAVIER * Locais que serão concedidos à iniciativa privada REGIÃO CENTRAL ZONA OESTE ZONA SUL ZONA NORTE ZONA LESTE Desafios de Doria
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Doria define 15 parques-modelos para início das concessões em São PauloA equipe do prefeito João Doria (PSDB) escolheu 15 parques como passo inicial para o processo de concessão dessas áreas à iniciativa privada. Chamados de "parques-âncora", eles têm um perfil adequado para exploração comercial, com possibilidade de dar lucro a empresas e zerar os custos à administração na manutenção desses espaços. Para operar nessas áreas verdes mais rentáveis, porém, a companhia vencedora da concessão teria de assumir também unidades com menor público e estrutura, segundo ideia estudada pela futura gestão. Seria uma espécie de "adoção" de unidades menores na periferia, que seriam pouco atrativas isoladamente dentro de uma concessão. A concessão é parte de um processo de desestatização de uma série de serviços públicos previstos por Doria durante a campanha eleitoral. De acordo com orçamento de 2016, são necessários R$ 70 milhões anuais para a manutenção, conservação e operação dos 109 parques da cidade (urbanos e lineares). Os empresários que ganharem poderão, por exemplo, operar sistemas de estacionamento ou áreas de alimentação, como quiosques de lanches e restaurantes. Além disso, a equipe de transição tucana estuda alterar regras atuais que impedem certos tipos de eventos dentro desses parques. Uma ideia, por exemplo, é liberar os concessionários a promover feiras gastronômicas ou de venda de livros dentro desses espaços. ALVO DE ESTUDOS O mapeamento inicial da equipe inclui três parques-modelos na região central, quatro na zona oeste, quatro na sul, dois na leste e dois na norte (veja lista abaixo). Outras 80 unidades são alvo de estudos para concessão. A análise leva em consideração a atratividade dessas áreas verdes para o mercado abraçar a ideia com a certeza de que haverá lucratividade para assumir a manutenção do parque de forma integral. Segundo a equipe de Doria, as normas de hoje inviabilizam a exploração e precisarão ser alteradas. Atualmente, atividades de exploração econômica não são permitidas dentro de parques públicos. Se houver mudanças nas regras, será possível promover, por exemplo, feiras temáticas em que os expositores paguem uma espécie de aluguel pelo uso do espaço para vender seus produtos. Somente eventos compatíveis com as características do parque seriam liberados –feiras de produtos orgânicos, por exemplo. Doria e concessões Na visão da equipe de Desestatização e Parcerias, parte da receita obtida por meio da exploração de eventos teria que ser obrigatoriamente revertida para o parque. Atualmente, pouquíssimos parques municipais permitem vendas de produtos. Com quiosques de venda de salgadinhos e água de coco, o Ibirapuera é um deles. O estudo sobre o modelo de concessão será analisado até o início da futura gestão. Um dos pontos polêmicos é a exploração de estacionamentos. Neste caso, a equipe já analisa travas nos preços da hora de estacionamento para não se tornar onerosa demais para os visitantes. MANUTENÇÃO A reportagem esteve em três parques municipais nesta segunda-feira (12) considerados pouco atrativos à concessão e constatou que eles estavam limpos, mas com problemas de manutenção em alguns equipamentos de lazer. Rico em espécies de árvore, limpo e com pista de caminhada, o parque Tenente Roberto Faria Lima, no Parque Novo Mundo (zona norte), tinha, no entanto, traves tortas e redes rasgadas na quadra poliesportiva. Na mesma zona norte, as quadras do parque Vila Guilherme tinham somente as tabelas de basquete –estavam sem os aros. Colaborou KARIME XAVIER * Locais que serão concedidos à iniciativa privada REGIÃO CENTRAL ZONA OESTE ZONA SUL ZONA NORTE ZONA LESTE Desafios de Doria
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Start-up recicla resíduos indesejados, das cápsulas de café às fraldas
Se já é difícil obter índices elevados de reciclagem para resíduos com valor de mercado, tais como papel, plástico e vidro, o que dizer então de restos pouco valorizados pelas cooperativas? Para evitar o destino comum dos aterros ou dos lixões, a start-up Boomera se especializou justamente no tipo de lixo que ninguém quer –ou consegue– reciclar. A empresa patenteou recentemente um sistema de reciclagem para fraldas descartáveis. Também possui tecnologias para reciclar cápsulas de café expresso e embalagens flexíveis como "BOPP", tipo de plástico revestido com alumínio, utilizado para embalar biscoitos, chocolates e salgadinhos industrializados. Tudo começou em 2011 com o primeiro empreendimento criado pelo engenheiro de materiais Guilherme Brammer. A meta era achar soluções tecnológicas para viabilizar a reciclagem de resíduos mais complexos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos acabara de ser aprovada e impunha a obrigação de as empresas serem corresponsáveis por embalagens colocadas no mercado. Brammer não teve dúvidas: passou a procurar grandes companhias para verificar quais eram os principais gargalos para a reciclagem e como poderiam trabalhar em conjunto. Uma das primeiras tecnologias foi uma solução para o "BOPP". O material, muito leve, não atrai o interesse das cooperativas de reciclagem. A empresa engajou algumas cooperativas na coleta dessa embalagem e desenvolveu, para a PepsiCo, uma resina a partir do material triturado. Essa resina passou a ser utilizada na fabricação de displays voltados à divulgação dos produtos nos pontos de venda, fechando o ciclo. "Esse tipo de embalagem passava batido nas esteiras das cooperativas. Foi preciso criar incentivos financeiros para viabilizar a coleta", conta Brammer. A Boomera paga hoje até R$ 200 pela a tonelada dessas embalagens e já são 250 as cooperativas com as quais trabalha em parceria, nas cidades de São Paulo, Manaus e Porto Alegre. Além de desenvolver a tecnologia de reciclagem sob demanda das empresas, a start-up faz a operação logística de resíduos complexos, caso de cápsulas de café expresso e fraldas descartáveis. As cápsulas são um resíduo novo que está se tornando rapidamente um problema ambiental quando não retorna à indústria, o que já fez com que alguns países adotassem medidas para restringir o seu consumo. Com o time da Dolce Gusto, um das marcas de cápsulas da Nestlé, a Boomera desenvolveu duas aplicações para reaproveitar o material. As cápsulas usadas, após trituração, viram um tipo de resina que pode ser utilizada para confecção de novos produtos relacionados ao universo do café, como um porta-cápsulas e vasinhos usados para acomodar as mudas cafeeiras na agricultura. Porém, a logística reversa das cápsulas ainda é o maior desafio. Para fazer com que o material retorne para a reciclagem, foram estabelecidos 30 pontos de coleta em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e interior paulista, onde o consumidor pode descartar as cápsulas em lojas da rede Pão de Açúcar. "Para estimular o consumidor a se engajar, estamos estudando um mecanismo de bônus ou desconto na compra de novas cápsulas", diz o empreendedor. Hoje a empresa recicla cerca de três toneladas de cápsulas por mês, mas tem capacidade para reciclar até 20 toneladas/mês. Outra solução customizada da Boomera foi com as fraldas descartáveis pós-consumo. A empresa já havia patenteado uma tecnologia para a reciclagem desse produto, em parceria com a Universidade Mackenzie, e deu início a um piloto. O primeiro passo é esterilizar as fraldas. Depois, o equipamento desenvolvido pela empresa separa resíduo orgânico do inorgânico (que contém plástico que pode ser reciclado e transformado em resina). Para viabilizar o piloto, a empresa buscou 10 toneladas de fraldas em grandes geradores, como hospitais e creches, e agora está desenvolvendo os primeiros produtos de plástico injetado com a resina proveniente das fraldas, como cestos de lixo e cabides. A empresa tem capacidade para processar até 20 toneladas de fraldas por mês.
seminariosfolha
Start-up recicla resíduos indesejados, das cápsulas de café às fraldasSe já é difícil obter índices elevados de reciclagem para resíduos com valor de mercado, tais como papel, plástico e vidro, o que dizer então de restos pouco valorizados pelas cooperativas? Para evitar o destino comum dos aterros ou dos lixões, a start-up Boomera se especializou justamente no tipo de lixo que ninguém quer –ou consegue– reciclar. A empresa patenteou recentemente um sistema de reciclagem para fraldas descartáveis. Também possui tecnologias para reciclar cápsulas de café expresso e embalagens flexíveis como "BOPP", tipo de plástico revestido com alumínio, utilizado para embalar biscoitos, chocolates e salgadinhos industrializados. Tudo começou em 2011 com o primeiro empreendimento criado pelo engenheiro de materiais Guilherme Brammer. A meta era achar soluções tecnológicas para viabilizar a reciclagem de resíduos mais complexos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos acabara de ser aprovada e impunha a obrigação de as empresas serem corresponsáveis por embalagens colocadas no mercado. Brammer não teve dúvidas: passou a procurar grandes companhias para verificar quais eram os principais gargalos para a reciclagem e como poderiam trabalhar em conjunto. Uma das primeiras tecnologias foi uma solução para o "BOPP". O material, muito leve, não atrai o interesse das cooperativas de reciclagem. A empresa engajou algumas cooperativas na coleta dessa embalagem e desenvolveu, para a PepsiCo, uma resina a partir do material triturado. Essa resina passou a ser utilizada na fabricação de displays voltados à divulgação dos produtos nos pontos de venda, fechando o ciclo. "Esse tipo de embalagem passava batido nas esteiras das cooperativas. Foi preciso criar incentivos financeiros para viabilizar a coleta", conta Brammer. A Boomera paga hoje até R$ 200 pela a tonelada dessas embalagens e já são 250 as cooperativas com as quais trabalha em parceria, nas cidades de São Paulo, Manaus e Porto Alegre. Além de desenvolver a tecnologia de reciclagem sob demanda das empresas, a start-up faz a operação logística de resíduos complexos, caso de cápsulas de café expresso e fraldas descartáveis. As cápsulas são um resíduo novo que está se tornando rapidamente um problema ambiental quando não retorna à indústria, o que já fez com que alguns países adotassem medidas para restringir o seu consumo. Com o time da Dolce Gusto, um das marcas de cápsulas da Nestlé, a Boomera desenvolveu duas aplicações para reaproveitar o material. As cápsulas usadas, após trituração, viram um tipo de resina que pode ser utilizada para confecção de novos produtos relacionados ao universo do café, como um porta-cápsulas e vasinhos usados para acomodar as mudas cafeeiras na agricultura. Porém, a logística reversa das cápsulas ainda é o maior desafio. Para fazer com que o material retorne para a reciclagem, foram estabelecidos 30 pontos de coleta em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e interior paulista, onde o consumidor pode descartar as cápsulas em lojas da rede Pão de Açúcar. "Para estimular o consumidor a se engajar, estamos estudando um mecanismo de bônus ou desconto na compra de novas cápsulas", diz o empreendedor. Hoje a empresa recicla cerca de três toneladas de cápsulas por mês, mas tem capacidade para reciclar até 20 toneladas/mês. Outra solução customizada da Boomera foi com as fraldas descartáveis pós-consumo. A empresa já havia patenteado uma tecnologia para a reciclagem desse produto, em parceria com a Universidade Mackenzie, e deu início a um piloto. O primeiro passo é esterilizar as fraldas. Depois, o equipamento desenvolvido pela empresa separa resíduo orgânico do inorgânico (que contém plástico que pode ser reciclado e transformado em resina). Para viabilizar o piloto, a empresa buscou 10 toneladas de fraldas em grandes geradores, como hospitais e creches, e agora está desenvolvendo os primeiros produtos de plástico injetado com a resina proveniente das fraldas, como cestos de lixo e cabides. A empresa tem capacidade para processar até 20 toneladas de fraldas por mês.
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Real Madrid vence o Las Palmas e abre vantagem na liderança do Espanhol
Jogando em casa, o Real Madrid se impôs e venceu o Las Palmas por 3 a 1, neste sábado (31), pela 10ª rodada do Campeonato Espanhol. O resultado deixa o time de Madri na liderança da competição com os mesmos 24 pontos que o Barcelona, que também venceu na rodada mas tem saldo de gol inferior —são 20 contra 10. Já o Las Palmas segue na zona de rebaixamento, com apenas seis pontos ganhos. O primeiro gol do jogo saiu logo aos 4 min, com Isco. Aos 14 min, Cristiano Ronaldo ampliou após cruzamento na área do brasileiro Marcelo. Os visitantes até reagiram com um gol de Hernán, aos 38 min, porém, cinco minutos depois, Jesé fechou o placar. Na próxima rodada, o Real Madrid encara o Sevilla, no domingo (8). Na sexta (6), o Las Palmas recebe a Real Sociedad. DÉCIMA RODADA DO CAMPEONATO ESPANHOL SEXTA (30) Deportivo La Coruña 1x1 Atlético de Madri SÁBADO (31) Real Madrid 3x1 Las Palmas Valencia 2x0 Levante Villareal 2x0 Sevilla Getafe x Barcelona Real Sociedad x Celta de Vigo DOMINGO (1º) Eibar x Rayo Vallecano Espanyol x Granada Sporting Gijón x Athletic Bilbao
esporte
Real Madrid vence o Las Palmas e abre vantagem na liderança do EspanholJogando em casa, o Real Madrid se impôs e venceu o Las Palmas por 3 a 1, neste sábado (31), pela 10ª rodada do Campeonato Espanhol. O resultado deixa o time de Madri na liderança da competição com os mesmos 24 pontos que o Barcelona, que também venceu na rodada mas tem saldo de gol inferior —são 20 contra 10. Já o Las Palmas segue na zona de rebaixamento, com apenas seis pontos ganhos. O primeiro gol do jogo saiu logo aos 4 min, com Isco. Aos 14 min, Cristiano Ronaldo ampliou após cruzamento na área do brasileiro Marcelo. Os visitantes até reagiram com um gol de Hernán, aos 38 min, porém, cinco minutos depois, Jesé fechou o placar. Na próxima rodada, o Real Madrid encara o Sevilla, no domingo (8). Na sexta (6), o Las Palmas recebe a Real Sociedad. DÉCIMA RODADA DO CAMPEONATO ESPANHOL SEXTA (30) Deportivo La Coruña 1x1 Atlético de Madri SÁBADO (31) Real Madrid 3x1 Las Palmas Valencia 2x0 Levante Villareal 2x0 Sevilla Getafe x Barcelona Real Sociedad x Celta de Vigo DOMINGO (1º) Eibar x Rayo Vallecano Espanyol x Granada Sporting Gijón x Athletic Bilbao
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Fla vê jogo em SP como 'gol de placa' e pede transparência da federação
O presidente do Flamengo, Eduardo Carvalho Bandeira de Mello, convidou os torcedores de São Paulo e do Rio de Janeiro para acompanhar o "gol de placa" que será clássico entre Flamengo e Fluminense. A partida válida pelo Estadual do Rio será realizada no domingo, no Pacaembu, às 16h.É a segunda vez na história que a partida será realizada em São Paulo. O primeiro foi realizado há 74 anos, em 1942."É o clássico mais charmoso do futebol brasileiro. No estádio mais charmoso do futebol brasileiro. O torcedor pode almoçar em São Paulo, visitar o Museu do Futebol, e, de sobremesa, acompanhar o jogo. Vai ser um gol de placa", disse Bandeira em entrevista à "TV Folha", nesta quinta-feira (17).Durante a entrevista, o presidente também cobrou transparência na gestão da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro)."Cerca de 70%, 80% dos recursos da federação saem do bolso dos torcedores do Flamengo e não sabemos para onde vai o dinheiro, quais clubes recebem empréstimos da federação", disse Bandeira.Leia a reportagem
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Fla vê jogo em SP como 'gol de placa' e pede transparência da federaçãoO presidente do Flamengo, Eduardo Carvalho Bandeira de Mello, convidou os torcedores de São Paulo e do Rio de Janeiro para acompanhar o "gol de placa" que será clássico entre Flamengo e Fluminense. A partida válida pelo Estadual do Rio será realizada no domingo, no Pacaembu, às 16h.É a segunda vez na história que a partida será realizada em São Paulo. O primeiro foi realizado há 74 anos, em 1942."É o clássico mais charmoso do futebol brasileiro. No estádio mais charmoso do futebol brasileiro. O torcedor pode almoçar em São Paulo, visitar o Museu do Futebol, e, de sobremesa, acompanhar o jogo. Vai ser um gol de placa", disse Bandeira em entrevista à "TV Folha", nesta quinta-feira (17).Durante a entrevista, o presidente também cobrou transparência na gestão da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro)."Cerca de 70%, 80% dos recursos da federação saem do bolso dos torcedores do Flamengo e não sabemos para onde vai o dinheiro, quais clubes recebem empréstimos da federação", disse Bandeira.Leia a reportagem
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Argentina tenta emplacar sua chanceler no comando da ONU
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, pretende anunciar até segunda (23) a candidatura de sua ministra de Relações Exteriores, Susana Malcorra, à chefia da ONU. O sul-coreano Ban Ki-moon, que comanda a organização há cinco anos, deixará o posto em dezembro. O apoio de Macri à chanceler não é segredo: uma argentina na secretaria-geral da ONU daria ao país maior projeção internacional. O chefe de gabinete da Presidência, Marcos Peña, disse que "seria uma honra para a Argentina que sua chanceler fosse eleita". No país, já se discute sucessor para ela. Em entrevista publicada na segunda (16) pelo "Clarín", Malcorra falou sobre a eleição, na qual concorrem mais quatro mulheres e quatro homens —a búlgara Irina Bokova, hoje à frente da Unesco (braço da ONU para cultura e educação), é favorita. "Acredito em um projeto transformador para a ONU. É preciso falar sobre trabalhar os problemas concretos das pessoas no mundo", afirmou. Engenheira elétrica, Malcorra, 61, passou por IBM e pela Telecom Argentina (da qual foi presidente) antes de ingressar na ONU, no Programa Mundial de Alimentos. No fim de 2015, foi convidada por Macri a integrar o governo. Na ocasião, já havia relatos de que ela sinalizara intenção de concorrer à ONU, onde era, até então, chefe de gabinete de Ban Ki-moon. TOUR DE VOTOS De dezembro, quando assumiu o ministério, até o fim desta semana, Malcorra terá passado por 15 países, inclusive por quatro (EUA, China, Rússia e Reino Unido) dos cinco que podem vetar o nome do próximo secretário-geral (falta apenas a França). O tour serviu tanto para aproximar a Argentina de potências globais das quais o país havia se afastado nos 12 anos de kirchnerismo como para que a ministra testasse sua receptividade. No Reino Unido, que pode se opor a uma secretária-geral argentina por causa das ilhas Malvinas (ou Falklands), a chanceler afirmou que a disputa pelo território não pode dominar a relação. "Foi um modo de pedir para que Londres não a rejeite", disse à Folha um ex-funcionário de alto escalão do Ministério de Relações Exteriores da Argentina. No meio diplomático, ressoam comentários de que a chanceler está priorizando a campanha em detrimento aos interesses do governo. Há pressão interna e externa na ONU para que uma mulher suceda Ban —o próprio secretário-geral, em entrevista à Folha em dezembro, afirmou que "é mais do que hora de uma mulher comandar" o organismo multilateral. O acordo tácito que prevê rotação geográfica do posto aponta para o Leste Europeu, com candidatas de Bulgária, Moldova e Croácia e candidatos de Eslovênia, Sérvia e Moldova (Nova Zelândia e Portugal fecham a lista). Mas, no Conselho de Segurança, as preferências de russos e americanos não coincidem (Bokova, favorita, é considerada palatável para Moscou e precisa convencer Washington). Isso pode dar fôlego à ex-premiê neozelandesa Helen Clark e a Malcorra. Há, porém, dúvidas sobre a trajetória da argentina. A falta de experiência diplomática é tida por muitos como um aspecto negativo (apesar de ser uma funcionária de alto nível da ONU, ela não tem uma carreira longa na área). Outros veem em seu conhecimento burocrático um trunfo para o posto. Pesa ainda contra Malcorra a suspeita de que ela tenha tentado esconder um escândalo de abuso sexual de crianças por soldados da ONU em missões de paz. Uma investigação da ONU apontou que a resposta às denúncias foi problemática, mas não condenou Malcorra por abuso de autoridade. A chanceler, que não chegou a ser alvo de acusação formal, disse recentemente que deu "todo apoio à investigação" e que suas ações estiveram "em linha com suas responsabilidades como chefe de gabinete" de Ban.
mundo
Argentina tenta emplacar sua chanceler no comando da ONUO presidente da Argentina, Mauricio Macri, pretende anunciar até segunda (23) a candidatura de sua ministra de Relações Exteriores, Susana Malcorra, à chefia da ONU. O sul-coreano Ban Ki-moon, que comanda a organização há cinco anos, deixará o posto em dezembro. O apoio de Macri à chanceler não é segredo: uma argentina na secretaria-geral da ONU daria ao país maior projeção internacional. O chefe de gabinete da Presidência, Marcos Peña, disse que "seria uma honra para a Argentina que sua chanceler fosse eleita". No país, já se discute sucessor para ela. Em entrevista publicada na segunda (16) pelo "Clarín", Malcorra falou sobre a eleição, na qual concorrem mais quatro mulheres e quatro homens —a búlgara Irina Bokova, hoje à frente da Unesco (braço da ONU para cultura e educação), é favorita. "Acredito em um projeto transformador para a ONU. É preciso falar sobre trabalhar os problemas concretos das pessoas no mundo", afirmou. Engenheira elétrica, Malcorra, 61, passou por IBM e pela Telecom Argentina (da qual foi presidente) antes de ingressar na ONU, no Programa Mundial de Alimentos. No fim de 2015, foi convidada por Macri a integrar o governo. Na ocasião, já havia relatos de que ela sinalizara intenção de concorrer à ONU, onde era, até então, chefe de gabinete de Ban Ki-moon. TOUR DE VOTOS De dezembro, quando assumiu o ministério, até o fim desta semana, Malcorra terá passado por 15 países, inclusive por quatro (EUA, China, Rússia e Reino Unido) dos cinco que podem vetar o nome do próximo secretário-geral (falta apenas a França). O tour serviu tanto para aproximar a Argentina de potências globais das quais o país havia se afastado nos 12 anos de kirchnerismo como para que a ministra testasse sua receptividade. No Reino Unido, que pode se opor a uma secretária-geral argentina por causa das ilhas Malvinas (ou Falklands), a chanceler afirmou que a disputa pelo território não pode dominar a relação. "Foi um modo de pedir para que Londres não a rejeite", disse à Folha um ex-funcionário de alto escalão do Ministério de Relações Exteriores da Argentina. No meio diplomático, ressoam comentários de que a chanceler está priorizando a campanha em detrimento aos interesses do governo. Há pressão interna e externa na ONU para que uma mulher suceda Ban —o próprio secretário-geral, em entrevista à Folha em dezembro, afirmou que "é mais do que hora de uma mulher comandar" o organismo multilateral. O acordo tácito que prevê rotação geográfica do posto aponta para o Leste Europeu, com candidatas de Bulgária, Moldova e Croácia e candidatos de Eslovênia, Sérvia e Moldova (Nova Zelândia e Portugal fecham a lista). Mas, no Conselho de Segurança, as preferências de russos e americanos não coincidem (Bokova, favorita, é considerada palatável para Moscou e precisa convencer Washington). Isso pode dar fôlego à ex-premiê neozelandesa Helen Clark e a Malcorra. Há, porém, dúvidas sobre a trajetória da argentina. A falta de experiência diplomática é tida por muitos como um aspecto negativo (apesar de ser uma funcionária de alto nível da ONU, ela não tem uma carreira longa na área). Outros veem em seu conhecimento burocrático um trunfo para o posto. Pesa ainda contra Malcorra a suspeita de que ela tenha tentado esconder um escândalo de abuso sexual de crianças por soldados da ONU em missões de paz. Uma investigação da ONU apontou que a resposta às denúncias foi problemática, mas não condenou Malcorra por abuso de autoridade. A chanceler, que não chegou a ser alvo de acusação formal, disse recentemente que deu "todo apoio à investigação" e que suas ações estiveram "em linha com suas responsabilidades como chefe de gabinete" de Ban.
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Dieta mediterrânea propõe refeições tranquilas com legumes, azeite e vinho
Pelo menos em alimentação saudável, a Grécia está à frente do resto da Europa e de boa parte do mundo. Amplamente recomendada por especialistas em nutrição há três décadas, a dieta mediterrânea está mais atual do que nunca. Neste ano, vários congressos de nutrição mostraram que a dieta é o ponto de partida ideal para uma alimentação balanceada. A dieta mediterrânea se baseia no consumo de grande quantidade de vegetais, frutas, nozes, legumes (especialmente feijão, ervilha e lentilha), grãos integrais (em vez de refinados), batatas e peixe. Azeite de oliva, moderadamente. Já carne, leite e manteiga são consumidos em pequenas quantidades. Frituras devem ser evitadas. Laticínios magros também fazem parte. Entre eles, queijo branco, ricota, leite e iogurte desnatados. Além de uma taça diária de vinho tinto (ou um copo de suco de uva tinto integral para os abstêmios). Veja imagens A concepção da dieta surgiu a partir da percepção de que pessoas que vivem na região do mar Mediterrâneo têm menor índice de doenças cardiovasculares e menor prevalência de obesidade. A dieta é repleta de compostos que ajudam a combater inflamações e oxidações "radicais livres que reagem com a estrutura da célula" além de aumentar a imunidade. "A base de muitas doenças modernas tem sido processos de oxidação e de inflamação", explica a nutricionista paulista Evie Mandelbaum, especialista em nutrição hospitalar em cardiologia. Isso se relaciona em parte com a alimentação contemporânea, que inclui muitos conservantes, corantes, metais pesados —chamados na nutrição de xenobióticos. Além da composição da dieta mediterrânea, os nutricionistas recomendam adotar um ritmo diferente de alimentação. "É preciso ter tempo para comer, mastigar bem os alimentos, sentir prazer na refeição", diz a nutricionista potiguar Rita de Castro. Evie Mandelbaum ainda brinca com um outro hábito da dieta mediterrânea. "Você volta ao tempo da vovó e prepara tudo dentro de casa." O paladar fica por conta da criatividade de cada um. Pode-se usar e abusar dos temperos naturais também. DÉBORA ANDRADE e MICHELLE HEYMANN fizeram o 3º Programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha, patrocinado pela Pfizer.
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Dieta mediterrânea propõe refeições tranquilas com legumes, azeite e vinhoPelo menos em alimentação saudável, a Grécia está à frente do resto da Europa e de boa parte do mundo. Amplamente recomendada por especialistas em nutrição há três décadas, a dieta mediterrânea está mais atual do que nunca. Neste ano, vários congressos de nutrição mostraram que a dieta é o ponto de partida ideal para uma alimentação balanceada. A dieta mediterrânea se baseia no consumo de grande quantidade de vegetais, frutas, nozes, legumes (especialmente feijão, ervilha e lentilha), grãos integrais (em vez de refinados), batatas e peixe. Azeite de oliva, moderadamente. Já carne, leite e manteiga são consumidos em pequenas quantidades. Frituras devem ser evitadas. Laticínios magros também fazem parte. Entre eles, queijo branco, ricota, leite e iogurte desnatados. Além de uma taça diária de vinho tinto (ou um copo de suco de uva tinto integral para os abstêmios). Veja imagens A concepção da dieta surgiu a partir da percepção de que pessoas que vivem na região do mar Mediterrâneo têm menor índice de doenças cardiovasculares e menor prevalência de obesidade. A dieta é repleta de compostos que ajudam a combater inflamações e oxidações "radicais livres que reagem com a estrutura da célula" além de aumentar a imunidade. "A base de muitas doenças modernas tem sido processos de oxidação e de inflamação", explica a nutricionista paulista Evie Mandelbaum, especialista em nutrição hospitalar em cardiologia. Isso se relaciona em parte com a alimentação contemporânea, que inclui muitos conservantes, corantes, metais pesados —chamados na nutrição de xenobióticos. Além da composição da dieta mediterrânea, os nutricionistas recomendam adotar um ritmo diferente de alimentação. "É preciso ter tempo para comer, mastigar bem os alimentos, sentir prazer na refeição", diz a nutricionista potiguar Rita de Castro. Evie Mandelbaum ainda brinca com um outro hábito da dieta mediterrânea. "Você volta ao tempo da vovó e prepara tudo dentro de casa." O paladar fica por conta da criatividade de cada um. Pode-se usar e abusar dos temperos naturais também. DÉBORA ANDRADE e MICHELLE HEYMANN fizeram o 3º Programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha, patrocinado pela Pfizer.
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Permanência de Geddel no governo torna-se inexplicável
Tornou-se inexplicável a resistência do presidente Michel Temer em demitir o ministro Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo após as novas revelações sobre o processo do empreendimento imobiliário La Vue Ladeira da Barra, em área tombada de Salvador. Reportagem da Folha nesta quarta (23) revela que um sobrinho de Geddel –filho de seu irmão e deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA)– e um primo do ministro receberam procuração para representar os interesses do projeto no processo que tramita no Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Sabia-se até agora que Geddel havia adquirido um apartamento no complexo. Na condição de ministro de Estado, procurou Marcelo Calero, então ministro da Cultura, para reclamar da postura do Iphan, que embargou a construção. Segundo contou Calero à Folha, Geddel o pressionou e ameaçou inclusive levar o caso a Michel Temer. Geddel admitiu a conversa. Na cabeça do ministro (e de seus aliados), ele tem "legitimidade" para tratar de um assunto pessoal com o ministro da Cultura –um privilégio que nenhum outro cidadão teria em um caso semelhante. Descobre-se pela reportagem de João Pedro Pitombo e Matheus Magenta que parentes do ministro representam o prédio e outros também compraram imóvel no local. É a família Vieira Lima envolvida até o pescoço em um tema privado tratado nos gabinetes da Esplanada. Em tempos de Lava Jato, em que a credibilidade dos políticos está em ruínas e a crença na punição deles cresce na sociedade, o episódio de Salvador não pode ser considerado um mero deslize. É grave. Não estamos diante de "espuma", como declarou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o deputado que articula uma gambiarra jurídica para se reeleger em fevereiro. E não houve "interpretação indevida", conforme afirmou Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado e alvo de 12 inquéritos da Lava Jato, para defender Geddel. Em uma nota, líderes partidários elogiaram a postura dele na condução dos temas do governo no Congresso. E as denúncias envolvendo o ministro? "É uma questão paroquial", declarou o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM). Que os parlamentares se desconectaram da realidade do país não há dúvidas. Ainda há tempo para o presidente Michel Temer, no posto há pouco mais de seis meses, tentar demonstrar que não seguiu o mesmo caminho.
poder
Permanência de Geddel no governo torna-se inexplicávelTornou-se inexplicável a resistência do presidente Michel Temer em demitir o ministro Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo após as novas revelações sobre o processo do empreendimento imobiliário La Vue Ladeira da Barra, em área tombada de Salvador. Reportagem da Folha nesta quarta (23) revela que um sobrinho de Geddel –filho de seu irmão e deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA)– e um primo do ministro receberam procuração para representar os interesses do projeto no processo que tramita no Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Sabia-se até agora que Geddel havia adquirido um apartamento no complexo. Na condição de ministro de Estado, procurou Marcelo Calero, então ministro da Cultura, para reclamar da postura do Iphan, que embargou a construção. Segundo contou Calero à Folha, Geddel o pressionou e ameaçou inclusive levar o caso a Michel Temer. Geddel admitiu a conversa. Na cabeça do ministro (e de seus aliados), ele tem "legitimidade" para tratar de um assunto pessoal com o ministro da Cultura –um privilégio que nenhum outro cidadão teria em um caso semelhante. Descobre-se pela reportagem de João Pedro Pitombo e Matheus Magenta que parentes do ministro representam o prédio e outros também compraram imóvel no local. É a família Vieira Lima envolvida até o pescoço em um tema privado tratado nos gabinetes da Esplanada. Em tempos de Lava Jato, em que a credibilidade dos políticos está em ruínas e a crença na punição deles cresce na sociedade, o episódio de Salvador não pode ser considerado um mero deslize. É grave. Não estamos diante de "espuma", como declarou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o deputado que articula uma gambiarra jurídica para se reeleger em fevereiro. E não houve "interpretação indevida", conforme afirmou Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado e alvo de 12 inquéritos da Lava Jato, para defender Geddel. Em uma nota, líderes partidários elogiaram a postura dele na condução dos temas do governo no Congresso. E as denúncias envolvendo o ministro? "É uma questão paroquial", declarou o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM). Que os parlamentares se desconectaram da realidade do país não há dúvidas. Ainda há tempo para o presidente Michel Temer, no posto há pouco mais de seis meses, tentar demonstrar que não seguiu o mesmo caminho.
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Não mandem Alckmin para Marte!
O anúncio da existência de água em Marte fez borbulhar nas redes sociais piadas instantâneas sobre a "crise hídrica" paulistana e seu gestor, Geraldo Alckmin, o Seco. "Marte tem mais água que São Paulo", "quero mudar para Marte" etc. Esperemos que o primeiro homem a visitar o planeta vizinho não seja Alckmin. Atenção: apesar da vantagem que representaria para os cidadãos paulistanos, não mandem o governador para Marte! - ele vai implantar um rodízio não declarado, dizer que não terá rodízio, atrasar obras e arrumar um jeito de evaporar o preciosíssimo líquido. Mas a grande piada mesmo foi a Câmara conceder ao governador paulista um prêmio pela excelência de sua "gestão hídrica". Adoraria que a cerimônia de entrega dessa palhaçada fosse na minha casa, onde falta água todo dia, ou na casa da minha diarista, onde às vezes pinga. O governador receberia o troféu e abriríamos as torneiras para vermos o resultado de tanta eficiência. Nossos governantes - e aqui, faça-se justiça, Alckmin tem muitos e muitos colegas - acostumaram-se a nos tratar como cidadãos estúpidos de terceira categoria aos quais se pode mentir sem cerimônia. O prêmio a Alckmin é um escárnio. Quem sabe em breve o tucano anuncie um aqueduto ligando o Cantareira a Marte. E ganhe um prêmio de gestão hídrica sideral.
colunas
Não mandem Alckmin para Marte!O anúncio da existência de água em Marte fez borbulhar nas redes sociais piadas instantâneas sobre a "crise hídrica" paulistana e seu gestor, Geraldo Alckmin, o Seco. "Marte tem mais água que São Paulo", "quero mudar para Marte" etc. Esperemos que o primeiro homem a visitar o planeta vizinho não seja Alckmin. Atenção: apesar da vantagem que representaria para os cidadãos paulistanos, não mandem o governador para Marte! - ele vai implantar um rodízio não declarado, dizer que não terá rodízio, atrasar obras e arrumar um jeito de evaporar o preciosíssimo líquido. Mas a grande piada mesmo foi a Câmara conceder ao governador paulista um prêmio pela excelência de sua "gestão hídrica". Adoraria que a cerimônia de entrega dessa palhaçada fosse na minha casa, onde falta água todo dia, ou na casa da minha diarista, onde às vezes pinga. O governador receberia o troféu e abriríamos as torneiras para vermos o resultado de tanta eficiência. Nossos governantes - e aqui, faça-se justiça, Alckmin tem muitos e muitos colegas - acostumaram-se a nos tratar como cidadãos estúpidos de terceira categoria aos quais se pode mentir sem cerimônia. O prêmio a Alckmin é um escárnio. Quem sabe em breve o tucano anuncie um aqueduto ligando o Cantareira a Marte. E ganhe um prêmio de gestão hídrica sideral.
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Vice alerta Dilma do risco de perder maioria no Congresso
O vice-presidente da República, Michel Temer, alertou a presidente Dilma Rousseff que ou o governo inclui o PMDB em suas decisões estratégicas ou não terá como manter a legenda na base aliada. Segundo a Folha apurou, o recado foi dado em uma conversa telefônica nesta terça-feira (24), quando o vice afirmou que a sigla está no "limite da governabilidade". Temer explicou a Dilma que, se o partido continuar excluído do poder "mais um mês ou dois", o Planalto corre o risco de perder o controle mínimo da pauta no Congresso –o PMDB preside as duas Casas do Parlamento. Sem o apoio do partido, notabilizado por traições, ameaças e apetite por cargos, o governo dificilmente conseguiria viabilizar projetos de seu interesse ou obter grau mínimo de blindagem em CPIs como a da Petrobras. É a primeira vez que Temer traça um cenário tão negativo à petista. A insatisfação da sigla aumentou na medida em que os peemedebistas viram novos aliados do Planalto, como o PSD, crescerem na montagem do segundo mandato. Dilma garantiu sete pastas ao PMDB, mas a maioria sem grande poder de fogo político ou indicações da cúpula do partido. Além do interesse em emplacar cargos no segundo escalão do governo, uma das exigências da legenda é ter assento nas reuniões da coordenação de governo, hoje composta apenas por petistas. O diálogo entre Temer e Dilma ocorreu poucas horas depois de um jantar, na segunda-feira (23), da cúpula do PMDB com a equipe econômica na residência oficial do vice, o Palácio do Jaburu. Apesar de a reunião ter sido chamada por Temer para tentar destravar as medidas do ajuste fiscal que tramitam no Legislativo e de ter havido promessas de apoio do partido ao pacote, foram as insatisfações políticas que dominaram o debate. Como representantes do Executivo, estavam no jantar Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Alexandre Tombini (Banco Central) e Aloizio Mercadante (Casa Civil). "O PMDB salvará o ajuste fiscal", disse Eduardo Cunha no jantar, falando como uma espécie de fiador do pacote de redução de despesas, isso após passar as últimas semanas impondo seguidas derrotas à Dilma na Câmara. O pacote, do qual o PMDB reclama de não ter participado de sua concepção, prevê uma economia de R$ 18 bilhões neste ano ao endurecer exigências para a concessão de seguro-desemprego, abono salarial, pensão por morte e seguro-defeso para pescadores artesanais. Apesar do apoio, não estão descartadas mudanças nas propostas. No jantar do Jaburu, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), foi bem menos comedido. Afirmou que seu partido só é chamado na hora de votar. A jornalistas, fez questão de dizer que a coalizão de Dilma com seu partido está "capenga". "O PMDB quer dar um fundamento à coalizão, quer participar da definição das políticas públicas. Essa coalizão, ela é capenga porque o PMDB, que é o maior partido do ponto de vista da coalizão, ele não cumpre o seu papel", afirmou, ao chegar ao Senado. Diante das críticas, Mercadante reconheceu que é preciso repensar a relação do governo com sua base congressual. Na semana que vem, Dilma receberá a cúpula peemedebista. As dificuldades da presidente não se limitam ao parceiro mais problemático da coalizão. O próprio PT resiste em apoiar iniciativas do pacote fiscal. PT e PMDB têm juntos 131 deputados do total de 513. Para ser apreciado, um projeto de lei exige quórum mínimo de 257 deputados. Ele será aprovado se tiver maioria simples do número de presentes.
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Vice alerta Dilma do risco de perder maioria no CongressoO vice-presidente da República, Michel Temer, alertou a presidente Dilma Rousseff que ou o governo inclui o PMDB em suas decisões estratégicas ou não terá como manter a legenda na base aliada. Segundo a Folha apurou, o recado foi dado em uma conversa telefônica nesta terça-feira (24), quando o vice afirmou que a sigla está no "limite da governabilidade". Temer explicou a Dilma que, se o partido continuar excluído do poder "mais um mês ou dois", o Planalto corre o risco de perder o controle mínimo da pauta no Congresso –o PMDB preside as duas Casas do Parlamento. Sem o apoio do partido, notabilizado por traições, ameaças e apetite por cargos, o governo dificilmente conseguiria viabilizar projetos de seu interesse ou obter grau mínimo de blindagem em CPIs como a da Petrobras. É a primeira vez que Temer traça um cenário tão negativo à petista. A insatisfação da sigla aumentou na medida em que os peemedebistas viram novos aliados do Planalto, como o PSD, crescerem na montagem do segundo mandato. Dilma garantiu sete pastas ao PMDB, mas a maioria sem grande poder de fogo político ou indicações da cúpula do partido. Além do interesse em emplacar cargos no segundo escalão do governo, uma das exigências da legenda é ter assento nas reuniões da coordenação de governo, hoje composta apenas por petistas. O diálogo entre Temer e Dilma ocorreu poucas horas depois de um jantar, na segunda-feira (23), da cúpula do PMDB com a equipe econômica na residência oficial do vice, o Palácio do Jaburu. Apesar de a reunião ter sido chamada por Temer para tentar destravar as medidas do ajuste fiscal que tramitam no Legislativo e de ter havido promessas de apoio do partido ao pacote, foram as insatisfações políticas que dominaram o debate. Como representantes do Executivo, estavam no jantar Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Alexandre Tombini (Banco Central) e Aloizio Mercadante (Casa Civil). "O PMDB salvará o ajuste fiscal", disse Eduardo Cunha no jantar, falando como uma espécie de fiador do pacote de redução de despesas, isso após passar as últimas semanas impondo seguidas derrotas à Dilma na Câmara. O pacote, do qual o PMDB reclama de não ter participado de sua concepção, prevê uma economia de R$ 18 bilhões neste ano ao endurecer exigências para a concessão de seguro-desemprego, abono salarial, pensão por morte e seguro-defeso para pescadores artesanais. Apesar do apoio, não estão descartadas mudanças nas propostas. No jantar do Jaburu, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), foi bem menos comedido. Afirmou que seu partido só é chamado na hora de votar. A jornalistas, fez questão de dizer que a coalizão de Dilma com seu partido está "capenga". "O PMDB quer dar um fundamento à coalizão, quer participar da definição das políticas públicas. Essa coalizão, ela é capenga porque o PMDB, que é o maior partido do ponto de vista da coalizão, ele não cumpre o seu papel", afirmou, ao chegar ao Senado. Diante das críticas, Mercadante reconheceu que é preciso repensar a relação do governo com sua base congressual. Na semana que vem, Dilma receberá a cúpula peemedebista. As dificuldades da presidente não se limitam ao parceiro mais problemático da coalizão. O próprio PT resiste em apoiar iniciativas do pacote fiscal. PT e PMDB têm juntos 131 deputados do total de 513. Para ser apreciado, um projeto de lei exige quórum mínimo de 257 deputados. Ele será aprovado se tiver maioria simples do número de presentes.
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Presos liberam agentes após rebelião no interior de São Paulo
Três agentes penitenciários foram mantidos reféns em uma rebelião no Complexo Penitenciário Campinas-Hortolândia, que fica em Campinas na divisa com a cidade de Hortolândia (a 109 km de São Paulo). O primeiro agente foi liberado pela manhã desta terça (12), segundo a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária). Por volta das 12h, os outros dois reféns foram liberados, sem ferimentos. O Sindasp (Sindicato dos Agentes Penitenciários de São Paulo) afirmou que o motivo da rebelião é a superlotação da unidade prisional. O complexo tem capacidade para 855 presos, mas atualmente abriga mais que o dobro (1.897). A rebelião começou em três pavilhões da penitenciária 2 do complexo por volta das 17h desta segunda-feira (11). Após tomar banho de sol, os presos retornavam às celas quando incendiaram os colchões. A SAP informou que o GIR (Grupo de Intervenção Rápida) foi acionado para conter o motim, mas não entrou na unidade. A segurança externa foi reforçada e homens da tropa de choque da Polícia Militar também já estão no local, de acordo com o Sindasp. Na madrugada desta terça-feira (12), ambulâncias entraram na penitenciária por segurança. Familiares de presos foram ao complexo em busca de informações. A SAP diz que o Grupo de Acolhimento da Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região Central presta "toda a assistência aos funcionários".
cotidiano
Presos liberam agentes após rebelião no interior de São PauloTrês agentes penitenciários foram mantidos reféns em uma rebelião no Complexo Penitenciário Campinas-Hortolândia, que fica em Campinas na divisa com a cidade de Hortolândia (a 109 km de São Paulo). O primeiro agente foi liberado pela manhã desta terça (12), segundo a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária). Por volta das 12h, os outros dois reféns foram liberados, sem ferimentos. O Sindasp (Sindicato dos Agentes Penitenciários de São Paulo) afirmou que o motivo da rebelião é a superlotação da unidade prisional. O complexo tem capacidade para 855 presos, mas atualmente abriga mais que o dobro (1.897). A rebelião começou em três pavilhões da penitenciária 2 do complexo por volta das 17h desta segunda-feira (11). Após tomar banho de sol, os presos retornavam às celas quando incendiaram os colchões. A SAP informou que o GIR (Grupo de Intervenção Rápida) foi acionado para conter o motim, mas não entrou na unidade. A segurança externa foi reforçada e homens da tropa de choque da Polícia Militar também já estão no local, de acordo com o Sindasp. Na madrugada desta terça-feira (12), ambulâncias entraram na penitenciária por segurança. Familiares de presos foram ao complexo em busca de informações. A SAP diz que o Grupo de Acolhimento da Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região Central presta "toda a assistência aos funcionários".
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HBO volta atrás e cancela 'Vinyl' após renovação para segunda temporada
"Vinyl", série criada pelo roqueiro Mick Jagger e pelo diretor Martin Scorsese, foi cancelada pela HBO. O canal por assinatura anunciou o destino do drama em nota nesta quarta-feira (22). "Após reflexão cuidadosa, decidimos não seguir em frente com uma segunda temporada de 'Vinyl'. Naturalmente, não foi uma decisão fácil. Temos muito respeito pela paixão e trabalho duro da equipe criativa e do elenco no projeto", diz o texto. Após uma estreia badalada em 14 de fevereiro, o seriado foi renovado quatro dias depois, antes mesmo da exibição de seu segundo episódio. Desde então, sofreu com baixa audiência, críticas negativas e custo alto de produção —a primeira temporada foi orçada em US$ 100 milhões. A série seguia os percalços de Richie Finestra (Bobby Canavale), presidente da American Century Records, gravadora mal das pernas gerenciada com toda a sorte de estratégias questionáveis por um grupo de executivos trambiqueiros. Olivia Wilde e Ray Romano estrelavam ao lado de Cannavale. Por trás das câmeras, Terence Winter ("Boardwalk Empire") comandou o programa no primeiro ano, mas foi substituído para a segunda temporada antes de seu cancelamento.
ilustrada
HBO volta atrás e cancela 'Vinyl' após renovação para segunda temporada"Vinyl", série criada pelo roqueiro Mick Jagger e pelo diretor Martin Scorsese, foi cancelada pela HBO. O canal por assinatura anunciou o destino do drama em nota nesta quarta-feira (22). "Após reflexão cuidadosa, decidimos não seguir em frente com uma segunda temporada de 'Vinyl'. Naturalmente, não foi uma decisão fácil. Temos muito respeito pela paixão e trabalho duro da equipe criativa e do elenco no projeto", diz o texto. Após uma estreia badalada em 14 de fevereiro, o seriado foi renovado quatro dias depois, antes mesmo da exibição de seu segundo episódio. Desde então, sofreu com baixa audiência, críticas negativas e custo alto de produção —a primeira temporada foi orçada em US$ 100 milhões. A série seguia os percalços de Richie Finestra (Bobby Canavale), presidente da American Century Records, gravadora mal das pernas gerenciada com toda a sorte de estratégias questionáveis por um grupo de executivos trambiqueiros. Olivia Wilde e Ray Romano estrelavam ao lado de Cannavale. Por trás das câmeras, Terence Winter ("Boardwalk Empire") comandou o programa no primeiro ano, mas foi substituído para a segunda temporada antes de seu cancelamento.
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Quarta chuvosa tem show de surf music e estreia no teatro
O QUE AFETA SUA VIDA Não devem circular nesta quarta (27) veículos com placas que terminam em 5 ou 6. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO O calor ameniza na capital, com os termômetros marcando entre 20ºC e 28ºC. Segundo o Inmet, o dia permanece nublado, com pancadas de chuva em todos os períodos. * CULTURA E LAZER O norte-americano Donavon Frankenreiter traz ao Cine Joia a turnê do álbum "The Heart". Nela, seu repertório de surf music ganha um tom mais sentimental. A peça "DaDesordemQueNãoAndaSó" estreia nessa quarta, às 21h, no Viga Espaço Cênico, em Pinheiros. No roteiro, um garoto com síndrome de Asperger sai em busca da irmã, que sai de casa escondida. Ingressos custam R$ 20. R. Capote Valente, 1.323 - Pinheiros. Telefone: 3801-1843 * AMANHÃ As notícias do dia seguinte são publicadas aqui e no nosso aplicativo às 21h. Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Rafael Bahia
saopaulo
Quarta chuvosa tem show de surf music e estreia no teatroO QUE AFETA SUA VIDA Não devem circular nesta quarta (27) veículos com placas que terminam em 5 ou 6. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO O calor ameniza na capital, com os termômetros marcando entre 20ºC e 28ºC. Segundo o Inmet, o dia permanece nublado, com pancadas de chuva em todos os períodos. * CULTURA E LAZER O norte-americano Donavon Frankenreiter traz ao Cine Joia a turnê do álbum "The Heart". Nela, seu repertório de surf music ganha um tom mais sentimental. A peça "DaDesordemQueNãoAndaSó" estreia nessa quarta, às 21h, no Viga Espaço Cênico, em Pinheiros. No roteiro, um garoto com síndrome de Asperger sai em busca da irmã, que sai de casa escondida. Ingressos custam R$ 20. R. Capote Valente, 1.323 - Pinheiros. Telefone: 3801-1843 * AMANHÃ As notícias do dia seguinte são publicadas aqui e no nosso aplicativo às 21h. Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Rafael Bahia
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Fora de casa, Juventus vence outra e mantém liderança isolada no Italiano
Mesmo pressionada após a vitória do vice-líder Napoli sobre o Chievo, a Juventus conseguiu se impor sobre o Atalanta fora de casa e venceu o confronto por 2 a 0, neste domingo (6), pela 28ª rodada do Campeonato Italiano. Com o resultado, o time de Turim chegou a 17 jogos de invencibilidade no torneio e manteve a liderança isolada na tabela. Agora são 64 contra 61 pontos da equipe napolitana, a principal concorrente ao título na temporada. O primeiro gol da partida foi marcado aos 24min do primeiro tempo, quando o zagueiro Barzagli aproveitou jogada de escanteio para abrir o placar. Depois, já no fim da etapa final, o jovem meia Lemina selou os 2 a 0 após boa jogada individual. Já o Milan perdeu a chance de encostar na parte de cima da tabela ao ser derrotado fora de casa pelo Sassuolo, por 2 a 0, com gols de Duncan e Sansone. O placar também pô fim à sequência de 12 jogos sem derrota que a equipe de Milão tinha na competição. Mais cedo, o Torino desperdiçou um pênalti e apenas empatou com a Lazio por 1 a 1, resultado que deixou inalteradas as posições das duas equipes na tabela. CONFIRA OS RESULTADOS DA 28ª RODADA DO ITALIANO Sexta Roma 4x1 Fiorentina Sábado Verona 0x3 Sampdoria Napoli 3x1 Chievo Domingo Torino 1x1 Lazio Atalanta 0x2 Juventus Bologna 0x0 Carpi Frosinone 2x0 Udinese Genoa 1x0 Empoli Sassuolo 2x0 Milan Inter 2 x 1 Palermo Com agências
esporte
Fora de casa, Juventus vence outra e mantém liderança isolada no ItalianoMesmo pressionada após a vitória do vice-líder Napoli sobre o Chievo, a Juventus conseguiu se impor sobre o Atalanta fora de casa e venceu o confronto por 2 a 0, neste domingo (6), pela 28ª rodada do Campeonato Italiano. Com o resultado, o time de Turim chegou a 17 jogos de invencibilidade no torneio e manteve a liderança isolada na tabela. Agora são 64 contra 61 pontos da equipe napolitana, a principal concorrente ao título na temporada. O primeiro gol da partida foi marcado aos 24min do primeiro tempo, quando o zagueiro Barzagli aproveitou jogada de escanteio para abrir o placar. Depois, já no fim da etapa final, o jovem meia Lemina selou os 2 a 0 após boa jogada individual. Já o Milan perdeu a chance de encostar na parte de cima da tabela ao ser derrotado fora de casa pelo Sassuolo, por 2 a 0, com gols de Duncan e Sansone. O placar também pô fim à sequência de 12 jogos sem derrota que a equipe de Milão tinha na competição. Mais cedo, o Torino desperdiçou um pênalti e apenas empatou com a Lazio por 1 a 1, resultado que deixou inalteradas as posições das duas equipes na tabela. CONFIRA OS RESULTADOS DA 28ª RODADA DO ITALIANO Sexta Roma 4x1 Fiorentina Sábado Verona 0x3 Sampdoria Napoli 3x1 Chievo Domingo Torino 1x1 Lazio Atalanta 0x2 Juventus Bologna 0x0 Carpi Frosinone 2x0 Udinese Genoa 1x0 Empoli Sassuolo 2x0 Milan Inter 2 x 1 Palermo Com agências
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Em SP, aulas ocorrem normalmente no 1º dia de greve dos professores
Apesar do início da greve anunciada por parte dos professores da rede estadual de ensino, as aulas transcorreram normalmente na manhã desta segunda-feira (16), de acordo com a Secretaria da Educação do Estado de SP. A reportagem percorreu escolas nas regiões da Vila Mariana, Aclimação e Ipiranga (na zona sul paulistana) e não verificou alterações na rotina escolar. A Apeoesp (sindicato dos professores de SP) alega que os docentes foram ao trabalho para conversar com os colegas que não aderiram à greve ou não participaram da votação. A paralisação por tempo indeterminado foi decidida em assembleia na sexta-feira (13) durante o ato em apoio à Petrobras, na avenida Paulista. No sábado (14), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) chamou a greve de "novela", afirmando que a Apeoesp "não tem legitimidade" para decidir a paralisação. Em nota, a Apeosp rebateu as declarações do governador, afirmando que "cabe a ele resolver os problemas do Estado e deixar ao sindicato a tarefa de realizar os movimentos reivindicatórios da categoria". Os professores pedem aumento salarial de 75,33%, o que, segundo o sindicato, visa a equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior. Os docentes também protestam contra o corte de verbas e a falta de água nas escolas, entre outros motivos. Eles realizarão nova assembleia nesta sexta (20). O piso salarial dos professores estaduais, que têm a data-base em março, é de R$ 2.415,89, valor 25,95% superior ao piso nacional (R$ 1.917,78).
educacao
Em SP, aulas ocorrem normalmente no 1º dia de greve dos professoresApesar do início da greve anunciada por parte dos professores da rede estadual de ensino, as aulas transcorreram normalmente na manhã desta segunda-feira (16), de acordo com a Secretaria da Educação do Estado de SP. A reportagem percorreu escolas nas regiões da Vila Mariana, Aclimação e Ipiranga (na zona sul paulistana) e não verificou alterações na rotina escolar. A Apeoesp (sindicato dos professores de SP) alega que os docentes foram ao trabalho para conversar com os colegas que não aderiram à greve ou não participaram da votação. A paralisação por tempo indeterminado foi decidida em assembleia na sexta-feira (13) durante o ato em apoio à Petrobras, na avenida Paulista. No sábado (14), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) chamou a greve de "novela", afirmando que a Apeoesp "não tem legitimidade" para decidir a paralisação. Em nota, a Apeosp rebateu as declarações do governador, afirmando que "cabe a ele resolver os problemas do Estado e deixar ao sindicato a tarefa de realizar os movimentos reivindicatórios da categoria". Os professores pedem aumento salarial de 75,33%, o que, segundo o sindicato, visa a equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior. Os docentes também protestam contra o corte de verbas e a falta de água nas escolas, entre outros motivos. Eles realizarão nova assembleia nesta sexta (20). O piso salarial dos professores estaduais, que têm a data-base em março, é de R$ 2.415,89, valor 25,95% superior ao piso nacional (R$ 1.917,78).
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Alvo da Lava Jato, empreiteira OAS pede recuperação judicial
A empreiteira OAS protocolou nesta terça-feira (31) o pedido de recuperação judicial do grupo em uma vara empresarial de São Paulo. O endividamento total do grupo é de R$ 9,2 bilhões, dos quais R$ 8 bilhões estão incluídos no pedido. Se for aceita pela Justiça, a recuperação judicial do grupo será uma das maiores já feitas no país. Para pagar as dívidas, a OAS informa que colocou à venda sua participação na Invepar (24,44%) –que tem a concessão do aeroporto de Guarulhos–, sua fatia no estaleiro Enseada (17,5%) –um dos fornecedores da Sete Brasil–, a OAS Empreendimentos (80%), a OAS Soluções Ambientais (100%) e na OAS Defesa (100%). Nota distribuída pelo grupo diz ainda que sua participação na OAS Óleo e Gás, que não foi incluída no pedido de recuperação judicial, será também posta à venda. A empresa também deve vai negociar a SPE Arenas, veículo de gestão dos estádios Arena Fonte Nova (50%), em Salvador, e a Arena Dunas (100%), em Natal. O processo envolve a holding OAS S/A e outras nove companhias: Construtora OAS, OAS Empreendimentos, OAS Arenas (SPE Arenas Multiuso), OAS Infraestrutura, OAS Imóveis, OAS Investimentos, OAS Investments GMBH (com sede na Áustria), OAS Investments Limited e OAS Finance Limited (ambas com sede nas Ilhas Virgens Britânicas). As três empresas com sede no exterior foram criadas para que o grupo captasse recursos no exterior e não são operacionais, afirma o documento entregue à Justiça, ao qual a Folha teve acesso. Segundo o pedido, a estrutura organizacional do grupo é "baseada na estreita relação operacional e financeira das sociedades que o integram", por isso, o processo de recuperação judicial tem de ser feito de forma conjunta. O documento, assinado pelos advogados Eduardo Munhoz, do escritório Mattos Filho, e Joel Thomaz Bastos, do escritório Dias Carneiro Advogados, afirma que o sucesso de uma empresa "está intimamente ligado ao sucesso da outra", já que as dívidas possuem avais "cruzados", ou seja empresas do grupo se endividaram dando como garantia ativos de outras companhias do conglomerado. PROBLEMAS Uma das maiores empreiteiras do país, a OAS é alvo da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. A construtora, fundada em 1976 e com operação em 19 países, é uma das acusadas de pagar propina a ex-funcionários da estatal em troca de vantagens em licitações e contratos com a petroleira. Ao ser incluída entre as investigadas na operação no ano passado, a empresa passou a ter dificuldades para firmar novos empréstimos. O BNDES também suspendeu pagamentos de financiamentos à exportação concedidos a clientes da OAS no exterior, o que piorou a situação de caixa da companhia no curto prazo, afirma o documento. Com isso, em novembro do ano passado, a agência de risco Standard & Poors rebaixou a nota de crédito da empresa, fazendo com que credores tivessem o direito de pedir o pagamento antecipado das dívidas da empresa. A decisão de cortar a nota da empreiteira foi seguida por outras agências nos meses seguintes. A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, desistiu ainda de injetar em fevereiro R$ 200 milhões na OAS Empreendimentos, empresa da qual é sócia. Segundo os advogados da companhia, "tornou-se absolutamente inviável" que a OAS seguisse honrando seus compromissos. No início do ano, o grupo já havia dado calote em investidores no Brasil e no exterior. Outras duas companhias acusadas de fazer parte do esquema na Petrobras já seguiram o mesmo caminho e pediram proteção à Justiça para escapar da falência: Alumini Engenharia (ex-Alusa) e Galvão Engenharia. TEMPO O pedido de recuperação judicial do grupo OAS já era esperado há semanas. A companhia aguardava, porém, o fim de março para protocolá-lo, já que receberia nos últimos dias do mês a remuneração por algumas obras feitas, apurou a Folha. Com a recuperação judicial, a empresa ganha o direito de suspender pagamentos enquanto monta um plano de restruturação, que precisará, ao final, ser aprovado pela maioria dos credores. A OAS terá 60 dias a partir da aprovação do pedido pelo juiz para apresentar o plano. Os credores terão um mês para entregar suas manifestações. Uma assembleia com os credores então será agendada para a votação do plano final. De acordo com o documento apresentado à Justiça, a OAS é responsável hoje por 80 obras de infraestrutura no Brasil e no exterior e emprega 110 mil pessoas direta e indiretamente. O processo de recuperação judicial está sendo conduzido pelo escritório Dias Carneiro Advogados. A reestruturação da OAS é feita pelo escritório de advocacia Mattos Filho e pelas consultorias G5 Evercore e Mcksinsey. PLANO O sucesso da recuperação judicial da OAS dependerá das negociações com investidores internacionais, donos da maior parte da dívida. Até o momento, não houve reuniões formais com esse grupo de credores. A ideia da OAS é apresentar para os investidores internacionais os resultados da companhia e o fluxo de caixa esperado daqui para a frente nos próximos dias. Segundo apurou a Folha, o plano de recuperação ainda está sendo definido, mas deve incluir a entrada de um investidor. A ideia é que ele injete entre R$ 500 milhões e R$ 800 milhões no grupo, dinheiro necessário para que sobreviva aos meses de recuperação. Inicialmente, o montante será aportado por meio de uma linha especial de financiamento chamada DIP Financing, que permite ao investidor ter prioridade no recebimento do dinheiro. Mas o plano é que o acordo envolva ainda a preferência na compra da participação da empreiteira na Invepar. É a possibilidade de comprar uma fatia da empresa, dona de concessões de rodovia, metrô e aeroporto, que tem atraído interessados. O processo, contudo, ainda deve levar de 30 a 60 dias, estimam executivos próximos às conversas.
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Alvo da Lava Jato, empreiteira OAS pede recuperação judicialA empreiteira OAS protocolou nesta terça-feira (31) o pedido de recuperação judicial do grupo em uma vara empresarial de São Paulo. O endividamento total do grupo é de R$ 9,2 bilhões, dos quais R$ 8 bilhões estão incluídos no pedido. Se for aceita pela Justiça, a recuperação judicial do grupo será uma das maiores já feitas no país. Para pagar as dívidas, a OAS informa que colocou à venda sua participação na Invepar (24,44%) –que tem a concessão do aeroporto de Guarulhos–, sua fatia no estaleiro Enseada (17,5%) –um dos fornecedores da Sete Brasil–, a OAS Empreendimentos (80%), a OAS Soluções Ambientais (100%) e na OAS Defesa (100%). Nota distribuída pelo grupo diz ainda que sua participação na OAS Óleo e Gás, que não foi incluída no pedido de recuperação judicial, será também posta à venda. A empresa também deve vai negociar a SPE Arenas, veículo de gestão dos estádios Arena Fonte Nova (50%), em Salvador, e a Arena Dunas (100%), em Natal. O processo envolve a holding OAS S/A e outras nove companhias: Construtora OAS, OAS Empreendimentos, OAS Arenas (SPE Arenas Multiuso), OAS Infraestrutura, OAS Imóveis, OAS Investimentos, OAS Investments GMBH (com sede na Áustria), OAS Investments Limited e OAS Finance Limited (ambas com sede nas Ilhas Virgens Britânicas). As três empresas com sede no exterior foram criadas para que o grupo captasse recursos no exterior e não são operacionais, afirma o documento entregue à Justiça, ao qual a Folha teve acesso. Segundo o pedido, a estrutura organizacional do grupo é "baseada na estreita relação operacional e financeira das sociedades que o integram", por isso, o processo de recuperação judicial tem de ser feito de forma conjunta. O documento, assinado pelos advogados Eduardo Munhoz, do escritório Mattos Filho, e Joel Thomaz Bastos, do escritório Dias Carneiro Advogados, afirma que o sucesso de uma empresa "está intimamente ligado ao sucesso da outra", já que as dívidas possuem avais "cruzados", ou seja empresas do grupo se endividaram dando como garantia ativos de outras companhias do conglomerado. PROBLEMAS Uma das maiores empreiteiras do país, a OAS é alvo da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. A construtora, fundada em 1976 e com operação em 19 países, é uma das acusadas de pagar propina a ex-funcionários da estatal em troca de vantagens em licitações e contratos com a petroleira. Ao ser incluída entre as investigadas na operação no ano passado, a empresa passou a ter dificuldades para firmar novos empréstimos. O BNDES também suspendeu pagamentos de financiamentos à exportação concedidos a clientes da OAS no exterior, o que piorou a situação de caixa da companhia no curto prazo, afirma o documento. Com isso, em novembro do ano passado, a agência de risco Standard & Poors rebaixou a nota de crédito da empresa, fazendo com que credores tivessem o direito de pedir o pagamento antecipado das dívidas da empresa. A decisão de cortar a nota da empreiteira foi seguida por outras agências nos meses seguintes. A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, desistiu ainda de injetar em fevereiro R$ 200 milhões na OAS Empreendimentos, empresa da qual é sócia. Segundo os advogados da companhia, "tornou-se absolutamente inviável" que a OAS seguisse honrando seus compromissos. No início do ano, o grupo já havia dado calote em investidores no Brasil e no exterior. Outras duas companhias acusadas de fazer parte do esquema na Petrobras já seguiram o mesmo caminho e pediram proteção à Justiça para escapar da falência: Alumini Engenharia (ex-Alusa) e Galvão Engenharia. TEMPO O pedido de recuperação judicial do grupo OAS já era esperado há semanas. A companhia aguardava, porém, o fim de março para protocolá-lo, já que receberia nos últimos dias do mês a remuneração por algumas obras feitas, apurou a Folha. Com a recuperação judicial, a empresa ganha o direito de suspender pagamentos enquanto monta um plano de restruturação, que precisará, ao final, ser aprovado pela maioria dos credores. A OAS terá 60 dias a partir da aprovação do pedido pelo juiz para apresentar o plano. Os credores terão um mês para entregar suas manifestações. Uma assembleia com os credores então será agendada para a votação do plano final. De acordo com o documento apresentado à Justiça, a OAS é responsável hoje por 80 obras de infraestrutura no Brasil e no exterior e emprega 110 mil pessoas direta e indiretamente. O processo de recuperação judicial está sendo conduzido pelo escritório Dias Carneiro Advogados. A reestruturação da OAS é feita pelo escritório de advocacia Mattos Filho e pelas consultorias G5 Evercore e Mcksinsey. PLANO O sucesso da recuperação judicial da OAS dependerá das negociações com investidores internacionais, donos da maior parte da dívida. Até o momento, não houve reuniões formais com esse grupo de credores. A ideia da OAS é apresentar para os investidores internacionais os resultados da companhia e o fluxo de caixa esperado daqui para a frente nos próximos dias. Segundo apurou a Folha, o plano de recuperação ainda está sendo definido, mas deve incluir a entrada de um investidor. A ideia é que ele injete entre R$ 500 milhões e R$ 800 milhões no grupo, dinheiro necessário para que sobreviva aos meses de recuperação. Inicialmente, o montante será aportado por meio de uma linha especial de financiamento chamada DIP Financing, que permite ao investidor ter prioridade no recebimento do dinheiro. Mas o plano é que o acordo envolva ainda a preferência na compra da participação da empreiteira na Invepar. É a possibilidade de comprar uma fatia da empresa, dona de concessões de rodovia, metrô e aeroporto, que tem atraído interessados. O processo, contudo, ainda deve levar de 30 a 60 dias, estimam executivos próximos às conversas.
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Pecuarista amigo de Lula diz que repasse de lobista foi empréstimo
O pecuarista José Carlos Bumlai, acusado pelo delator Fernando Soares, o Baiano, de receber propina para mediar negócios no setor de petróleo e repassá-los a uma nora do ex-presidente Lula, afirma que os recursos que recebeu do lobista serviram, na verdade, para pagar empregados de suas fazendas. Bumlai repetiu a versão a mais de uma pessoa. Segundo a Folha apurou, ele diz que contratou Baiano para ajudá-lo a vender uma termelétrica. Pela corretagem, lhe pagaria uma comissão milionária. Como estava precisando de recursos com urgência, já que seus negócios no setor agropecuário passam por dificuldades, Bumlai pediu a Baiano, na ocasião em que o contratou, um empréstimo para quitar dívidas com trabalhadores de suas terras. O lobista aceitou, segundo a versão do pecuarista. Como tinha recursos para receber de uma empresa ligada à OSX, de Eike Batista, para quem prestava serviços, Baiano pediu que a companhia repassasse o crédito a Bumlai. O dinheiro teria sido então depositado na conta de uma empresa da família do fazendeiro. Ou seja, o que Baiano diz ser propina não passaria de um empréstimo a Bumlai, sem contrato assinado e jamais saldado. O fazendeiro diz a interlocutores que, ao contrário do que sugere o delator, os recursos depositados na tal empresa não foram repassados a uma nora do ex-presidente Lula, mas sim a ele próprio, por meio de um contrato de mútuo. Ele teria usado o dinheiro para então pagar seus empregados. O fazendeiro rebate ainda os valores revelados por Baiano nos depoimentos que deu às autoridades em acordo de delação premiada. Ele diz que não recebeu R$ 2 milhões do delator, e sim R$ 1,5 milhão. DELAÇÃO Baiano afirmou em seus depoimentos que o ex-presidente Lula participou de reuniões com Bumlai, de quem é amigo, e o presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, sobre contratos da Petrobras. A reunião com Lula foi marcada durante as tratativas de Baiano, que atuava em nome da OSX, de Eike, e Bumlai para conseguirem um contrato de construção de navios-sonda com a Sete Brasil. Segundo a versão do delator, Lula teria prometido "ajudar a dar mais velocidade", mas os negócios supostamente intermediados por Bumlai não prosperaram. Mesmo assim, meses após a reunião, que teria ocorrido em 2011, Baiano diz ter repassado R$ 2 milhões em propina a Bumlai, que teria solicitado para uma nora de Lula. Lula disse que nunca autorizou o amigo a pedir dinheiro em nome dele e negou que alguma nora tenha recebido favor de Baiano. Nesta quinta (22), o ministro do STF Teori Zavascki negou um pedido de Fábio Luís Lula da Silva, filho de Lula, para ter acesso à delação de Baiano.
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Pecuarista amigo de Lula diz que repasse de lobista foi empréstimoO pecuarista José Carlos Bumlai, acusado pelo delator Fernando Soares, o Baiano, de receber propina para mediar negócios no setor de petróleo e repassá-los a uma nora do ex-presidente Lula, afirma que os recursos que recebeu do lobista serviram, na verdade, para pagar empregados de suas fazendas. Bumlai repetiu a versão a mais de uma pessoa. Segundo a Folha apurou, ele diz que contratou Baiano para ajudá-lo a vender uma termelétrica. Pela corretagem, lhe pagaria uma comissão milionária. Como estava precisando de recursos com urgência, já que seus negócios no setor agropecuário passam por dificuldades, Bumlai pediu a Baiano, na ocasião em que o contratou, um empréstimo para quitar dívidas com trabalhadores de suas terras. O lobista aceitou, segundo a versão do pecuarista. Como tinha recursos para receber de uma empresa ligada à OSX, de Eike Batista, para quem prestava serviços, Baiano pediu que a companhia repassasse o crédito a Bumlai. O dinheiro teria sido então depositado na conta de uma empresa da família do fazendeiro. Ou seja, o que Baiano diz ser propina não passaria de um empréstimo a Bumlai, sem contrato assinado e jamais saldado. O fazendeiro diz a interlocutores que, ao contrário do que sugere o delator, os recursos depositados na tal empresa não foram repassados a uma nora do ex-presidente Lula, mas sim a ele próprio, por meio de um contrato de mútuo. Ele teria usado o dinheiro para então pagar seus empregados. O fazendeiro rebate ainda os valores revelados por Baiano nos depoimentos que deu às autoridades em acordo de delação premiada. Ele diz que não recebeu R$ 2 milhões do delator, e sim R$ 1,5 milhão. DELAÇÃO Baiano afirmou em seus depoimentos que o ex-presidente Lula participou de reuniões com Bumlai, de quem é amigo, e o presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, sobre contratos da Petrobras. A reunião com Lula foi marcada durante as tratativas de Baiano, que atuava em nome da OSX, de Eike, e Bumlai para conseguirem um contrato de construção de navios-sonda com a Sete Brasil. Segundo a versão do delator, Lula teria prometido "ajudar a dar mais velocidade", mas os negócios supostamente intermediados por Bumlai não prosperaram. Mesmo assim, meses após a reunião, que teria ocorrido em 2011, Baiano diz ter repassado R$ 2 milhões em propina a Bumlai, que teria solicitado para uma nora de Lula. Lula disse que nunca autorizou o amigo a pedir dinheiro em nome dele e negou que alguma nora tenha recebido favor de Baiano. Nesta quinta (22), o ministro do STF Teori Zavascki negou um pedido de Fábio Luís Lula da Silva, filho de Lula, para ter acesso à delação de Baiano.
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Michel Temer nomeia executiva para mudar foco do BNDES
Enfrentando críticas por não ter uma mulher ministra em sua equipe de governo, o presidente interino Michel Temer escolheu para comandar o BNDES a economista Maria Silvia Bastos Marques. O convite foi feito nesta segunda-feira (16) à tarde pelo próprio presidente interino. Ela será a primeira mulher a presidir o banco de fomento estatal que, no ano passado, desembolsou R$ 136 bilhões e é o principal financiador de longo prazo do país. Temer disse a interlocutores que, no telefonema, Maria Silvia, 59, brincou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso iria ficar com ciúmes, porque chegou a convidá-la para o cargo. Na época, ela recusou. Executiva respeitada no mercado, a doutora em economia pela FGV terá a missão de mudar o foco do BNDES, buscando retomar investimentos produtivos. CAMPEÕES NACIONAIS Ela substituirá o atual presidente, Luciano Coutinho, que está à frente do banco desde o governo Lula. Nesse período, o BNDES foi criticado por priorizar os chamados "campeões nacionais", grandes empresas beneficiadas com financiamentos vultosos e participação no capital da instituição. Foi criticado também por financiar projetos de empreiteiras brasileiras no exterior. Em delações premiadas na Operação Lava Jato, executivos de empreiteiras isentaram a instituição de culpa, mas disseram que o PT cobrava 1% de propina pelos desembolsos no exterior. MUNDO FEMININO Com a posse de Temer como presidente interino, o banco passou da alçada do Ministério do Desenvolvimento para o Planejamento, chefiado por Romero Jucá. Foi a ele que Temer pediu a sugestão de uma mulher para comandar o banco e reduzir as críticas por seu ministério 100% masculino. À tarde, em seu gabinete, o presidente interino perguntou a membros da sua equipe quem tinha o telefone da economista. O ministro Henrique Meirelles (Fazenda), que estava no gabinete, forneceu o número da executiva e a ligação foi feita. A Folha apurou que o Temer pretende fazer novas indicações de mulheres para cargos de destaque. COLLOR E FHC Formada em administração pública também pela FGV, Maria Silvia foi diretora do BNDES na gestão Collor, quando trabalhou na privatização da Embraer e do setor petroquímico. Trabalhou também na Fazenda, na renegociação da dívida externa. Nos anos FHC, a executiva foi do conselho de administração da Petrobras. No setor privado, presidiu a CSN (1992-2002) e a Icatu Hartford, de seguros, até 2011. Atualmente, está no conselho de grandes empresas, como a americana Marsh & McLennan (leia perfil da executiva na pág. A14).
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Michel Temer nomeia executiva para mudar foco do BNDESEnfrentando críticas por não ter uma mulher ministra em sua equipe de governo, o presidente interino Michel Temer escolheu para comandar o BNDES a economista Maria Silvia Bastos Marques. O convite foi feito nesta segunda-feira (16) à tarde pelo próprio presidente interino. Ela será a primeira mulher a presidir o banco de fomento estatal que, no ano passado, desembolsou R$ 136 bilhões e é o principal financiador de longo prazo do país. Temer disse a interlocutores que, no telefonema, Maria Silvia, 59, brincou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso iria ficar com ciúmes, porque chegou a convidá-la para o cargo. Na época, ela recusou. Executiva respeitada no mercado, a doutora em economia pela FGV terá a missão de mudar o foco do BNDES, buscando retomar investimentos produtivos. CAMPEÕES NACIONAIS Ela substituirá o atual presidente, Luciano Coutinho, que está à frente do banco desde o governo Lula. Nesse período, o BNDES foi criticado por priorizar os chamados "campeões nacionais", grandes empresas beneficiadas com financiamentos vultosos e participação no capital da instituição. Foi criticado também por financiar projetos de empreiteiras brasileiras no exterior. Em delações premiadas na Operação Lava Jato, executivos de empreiteiras isentaram a instituição de culpa, mas disseram que o PT cobrava 1% de propina pelos desembolsos no exterior. MUNDO FEMININO Com a posse de Temer como presidente interino, o banco passou da alçada do Ministério do Desenvolvimento para o Planejamento, chefiado por Romero Jucá. Foi a ele que Temer pediu a sugestão de uma mulher para comandar o banco e reduzir as críticas por seu ministério 100% masculino. À tarde, em seu gabinete, o presidente interino perguntou a membros da sua equipe quem tinha o telefone da economista. O ministro Henrique Meirelles (Fazenda), que estava no gabinete, forneceu o número da executiva e a ligação foi feita. A Folha apurou que o Temer pretende fazer novas indicações de mulheres para cargos de destaque. COLLOR E FHC Formada em administração pública também pela FGV, Maria Silvia foi diretora do BNDES na gestão Collor, quando trabalhou na privatização da Embraer e do setor petroquímico. Trabalhou também na Fazenda, na renegociação da dívida externa. Nos anos FHC, a executiva foi do conselho de administração da Petrobras. No setor privado, presidiu a CSN (1992-2002) e a Icatu Hartford, de seguros, até 2011. Atualmente, está no conselho de grandes empresas, como a americana Marsh & McLennan (leia perfil da executiva na pág. A14).
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Prefeitos vão a Brasília pressionar governo por recursos para saúde
A direção da Frente Nacional de Prefeitos estará nesta terça-feira (1) em Brasília para cobrar do governo federal uma alternativa de financiamento para a saúde dos municípios. Após o recuo da presidente Dilma Rousseff –que desistiu de levar ao Congresso proposta de reedição da CPMF–, prefeitos se reunirão com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, atrás de fontes de recursos. Presidente da Frente Nacional de Prefeitos e Prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB) afirma que a entidade não se manifestará formalmente sobre a CPMF, já que o debate está encerrado. Mas defenderá a necessidade de verbas para o setor. Em Belo Horizonte, diz, foram suspensas cirurgias eletivas (não caracterizadas como urgentes) para pacientes de outros municípios. E o hospital metropolitano recém construído não entrou em operação por falta de recursos. "Não temos propostas. Queremos saber o que o ministro acha. Estamos com a água em cima do nariz e o país precisa voltar a crescer", afirma Lacerda. O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), criticou os opositores da volta da CPMF. Segundo ele, " essa discussão não está sendo levada a sério". Sem citar os políticos que se manifestaram contra a busca de recursos para o setor, Marinho afirmou que "alguns podem falar por oportunismo contra a eventualidade desse debate" e disse que o momento requer responsabilidade. "Vamos ter que fazer um debate sério. A presidenta [Dilma Rousseff] vai [propõe a CPMF]. Leva um cacete de todo mundo. Então, está bom. Vamos discutir concretamente", reagiu Marinho, depois de uma reunião no Instituto Lula. E acrescentou: "Não como pensar num orçamento do jeito que está sendo pensado. Temos que encontrar fórmula. Não é cortando meia dúzia que vai resolver a questão". Segundo Marinho, Dilma teve uma atitude positiva ao sugerir um debate. "Se fez de forma equivocada, desajeitada, aí podemos olhar. Mas é preciso discutir". Um dos principais interlocutores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marinho disse ainda que a situação exige sacrifícios. Ao falar sobre a importância desse esforço, citou como exemplos o cargo de vice-presidente e os empresários. O vice-presidente Michel Temer é hoje um dos mais fervoroso críticos da CPMF e do orçamento a ser proposto pelo Governo. "A sociedade brasileira –prefeitos, vereadores, deputados, senadores, presidente da República, vice-presidente, empresários, enfim, todo mundo– tem que olhar o seguinte: há um problema sério na economia brasileira que momentaneamente precisa de sacrifícios", disse. No dia 11, a diretoria da Frente Nacional de Prefeitos divulgou uma carta segundo a qual o brasileiro vê "com perplexidade a deterioração do ambiente político e econômico". "O povo está demonstrando a sua insatisfação com a realidade do país. Saudamos e respeitamos as manifestações de rua pelo que representam de radicalização da democracia e chamado dos líderes à ação em busca de soluções. Não dedicar a esse momento o necessário cuidado pode implicar o retrocesso nos avanços conquistados com muito esforço pelo povo brasileiro", encerra o documento.
poder
Prefeitos vão a Brasília pressionar governo por recursos para saúdeA direção da Frente Nacional de Prefeitos estará nesta terça-feira (1) em Brasília para cobrar do governo federal uma alternativa de financiamento para a saúde dos municípios. Após o recuo da presidente Dilma Rousseff –que desistiu de levar ao Congresso proposta de reedição da CPMF–, prefeitos se reunirão com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, atrás de fontes de recursos. Presidente da Frente Nacional de Prefeitos e Prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB) afirma que a entidade não se manifestará formalmente sobre a CPMF, já que o debate está encerrado. Mas defenderá a necessidade de verbas para o setor. Em Belo Horizonte, diz, foram suspensas cirurgias eletivas (não caracterizadas como urgentes) para pacientes de outros municípios. E o hospital metropolitano recém construído não entrou em operação por falta de recursos. "Não temos propostas. Queremos saber o que o ministro acha. Estamos com a água em cima do nariz e o país precisa voltar a crescer", afirma Lacerda. O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), criticou os opositores da volta da CPMF. Segundo ele, " essa discussão não está sendo levada a sério". Sem citar os políticos que se manifestaram contra a busca de recursos para o setor, Marinho afirmou que "alguns podem falar por oportunismo contra a eventualidade desse debate" e disse que o momento requer responsabilidade. "Vamos ter que fazer um debate sério. A presidenta [Dilma Rousseff] vai [propõe a CPMF]. Leva um cacete de todo mundo. Então, está bom. Vamos discutir concretamente", reagiu Marinho, depois de uma reunião no Instituto Lula. E acrescentou: "Não como pensar num orçamento do jeito que está sendo pensado. Temos que encontrar fórmula. Não é cortando meia dúzia que vai resolver a questão". Segundo Marinho, Dilma teve uma atitude positiva ao sugerir um debate. "Se fez de forma equivocada, desajeitada, aí podemos olhar. Mas é preciso discutir". Um dos principais interlocutores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marinho disse ainda que a situação exige sacrifícios. Ao falar sobre a importância desse esforço, citou como exemplos o cargo de vice-presidente e os empresários. O vice-presidente Michel Temer é hoje um dos mais fervoroso críticos da CPMF e do orçamento a ser proposto pelo Governo. "A sociedade brasileira –prefeitos, vereadores, deputados, senadores, presidente da República, vice-presidente, empresários, enfim, todo mundo– tem que olhar o seguinte: há um problema sério na economia brasileira que momentaneamente precisa de sacrifícios", disse. No dia 11, a diretoria da Frente Nacional de Prefeitos divulgou uma carta segundo a qual o brasileiro vê "com perplexidade a deterioração do ambiente político e econômico". "O povo está demonstrando a sua insatisfação com a realidade do país. Saudamos e respeitamos as manifestações de rua pelo que representam de radicalização da democracia e chamado dos líderes à ação em busca de soluções. Não dedicar a esse momento o necessário cuidado pode implicar o retrocesso nos avanços conquistados com muito esforço pelo povo brasileiro", encerra o documento.
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Ueba! Je Suis Curíntia!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! O ministro dos Esportes é pastor. O secretário dos Esportes de São Paulo é pastor. Ou seja, salto de vara só depois do casamento. Rarará! E nado de peito nem pensar! Só arremesso de dízimo a distância! E a Gaviões da Fiel só pode continuar Fiel, dispensa os gaviões! E aquela peladinha de aquecimento? Rarará! Festival de Piadas Prontas! Direto da Índia: "Funcionário público é demitido após 24 anos sem aparecer no trabalho". E só perceberam agora? O chefe do departamento também ficou 24 anos sem aparecer no trabalho? Rarará! Projeto para 2015: ficar 24 anos sem aparecer no trabalho! Só volto em 2039! Rarará. E essa: "Cobra em ônibus da linha Cotia/Butantã assusta passageiros". Pelo menos a cobra tomou a linha certa. Era a minha sogra voltando pra casa. Rarará! E o calor? O test drive pro inferno. Um amigo comprou um iceberg usado no eBay! Dá até saudade daquela amigo que fala cuspindo. Não são as só as calotas polares que estão derretendo, são as calotas do meu carro! Rarará! Hoje dormi no freezer ligado no modo nevar! E no Rio a estátua de Drummond continua sem camisa! Drummond de sunga! O meu pinguim de geladeira tá dormindo dentro da geladeira! E os líderes de Estado na Marcha Contra o Terrorismo em Paris? Só na primeira fila tinham uns dez terroristas! Rarará! E tem uma foto fofa com uns meninos lindos segurando o cartaz: "Petits Mais Charlie". Pequeninhos, porém Charlie! E como disse o Marcelo Rubens Paiva: "Je Suis Curíntia!". Rarará! Claro que je suis Charlie, je suis petit, mas o que je suis mesmo é je suis Curíntia. E vai gritar "Je Suis Curíntia" no meio da torcida palmeirense ou são-paulina! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! Mais um para a minha série Os Predestinados! É que no Rio tem um fiscal de rendas chamado Bernardo BEMFEITO! Caiu na malha fina? BEMFEITO! Rarará! Tá pagando muito imposto? BEMFEITO! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Ueba! Je Suis Curíntia!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! O ministro dos Esportes é pastor. O secretário dos Esportes de São Paulo é pastor. Ou seja, salto de vara só depois do casamento. Rarará! E nado de peito nem pensar! Só arremesso de dízimo a distância! E a Gaviões da Fiel só pode continuar Fiel, dispensa os gaviões! E aquela peladinha de aquecimento? Rarará! Festival de Piadas Prontas! Direto da Índia: "Funcionário público é demitido após 24 anos sem aparecer no trabalho". E só perceberam agora? O chefe do departamento também ficou 24 anos sem aparecer no trabalho? Rarará! Projeto para 2015: ficar 24 anos sem aparecer no trabalho! Só volto em 2039! Rarará. E essa: "Cobra em ônibus da linha Cotia/Butantã assusta passageiros". Pelo menos a cobra tomou a linha certa. Era a minha sogra voltando pra casa. Rarará! E o calor? O test drive pro inferno. Um amigo comprou um iceberg usado no eBay! Dá até saudade daquela amigo que fala cuspindo. Não são as só as calotas polares que estão derretendo, são as calotas do meu carro! Rarará! Hoje dormi no freezer ligado no modo nevar! E no Rio a estátua de Drummond continua sem camisa! Drummond de sunga! O meu pinguim de geladeira tá dormindo dentro da geladeira! E os líderes de Estado na Marcha Contra o Terrorismo em Paris? Só na primeira fila tinham uns dez terroristas! Rarará! E tem uma foto fofa com uns meninos lindos segurando o cartaz: "Petits Mais Charlie". Pequeninhos, porém Charlie! E como disse o Marcelo Rubens Paiva: "Je Suis Curíntia!". Rarará! Claro que je suis Charlie, je suis petit, mas o que je suis mesmo é je suis Curíntia. E vai gritar "Je Suis Curíntia" no meio da torcida palmeirense ou são-paulina! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! Mais um para a minha série Os Predestinados! É que no Rio tem um fiscal de rendas chamado Bernardo BEMFEITO! Caiu na malha fina? BEMFEITO! Rarará! Tá pagando muito imposto? BEMFEITO! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Pedido de impeachment de Dilma ocupa 11 volumes do Diário da Câmara
Os textos que integram o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, incluindo o parecer favorável da comissão especial, foram publicados nesta quarta-feira (13) no Diário da Câmara dos Deputados. O catatau ocupa 11 volumes do diário, em quase 10.500 páginas. Nesta terça o parecer da comissão, aprovado por 38 votos a 27, foi lido para um plenário quase vazio pelo primeiro-secretário da Casa, Beto Mansur (PRB-SP). Ele gastou cerca de quatro horas e meia com a tarefa. A publicação no Diário da Câmara é o passo seguinte do procedimento. Um dos exemplares da edição de 11 volumes repousava na manhã desta quarta-feira sobre a mesa do gabinete da Secretaria-Geral da Mesa. Na sexta (15), o plenário da Câmara abrirá a sessão de discussão do pedido do impeachment. A votação ocorrerá no domingo (17). Caso pelo menos 342 dos 513 deputados votem a favor do impeachment, o Senado é autorizado a abrir o processo. IMPEACHMENT EM ANÁLISE - Relator decide acolher parte da denúncia contra presidente Dilma Rousseff
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Pedido de impeachment de Dilma ocupa 11 volumes do Diário da CâmaraOs textos que integram o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, incluindo o parecer favorável da comissão especial, foram publicados nesta quarta-feira (13) no Diário da Câmara dos Deputados. O catatau ocupa 11 volumes do diário, em quase 10.500 páginas. Nesta terça o parecer da comissão, aprovado por 38 votos a 27, foi lido para um plenário quase vazio pelo primeiro-secretário da Casa, Beto Mansur (PRB-SP). Ele gastou cerca de quatro horas e meia com a tarefa. A publicação no Diário da Câmara é o passo seguinte do procedimento. Um dos exemplares da edição de 11 volumes repousava na manhã desta quarta-feira sobre a mesa do gabinete da Secretaria-Geral da Mesa. Na sexta (15), o plenário da Câmara abrirá a sessão de discussão do pedido do impeachment. A votação ocorrerá no domingo (17). Caso pelo menos 342 dos 513 deputados votem a favor do impeachment, o Senado é autorizado a abrir o processo. IMPEACHMENT EM ANÁLISE - Relator decide acolher parte da denúncia contra presidente Dilma Rousseff
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Sem seleção, Globo aumenta Eurocopa na grade por audiência do futebol
A Globo exibirá neste domingo (25) pela primeira vez um jogo da Eurocopa 2016. O sucesso de audiência da competição em outros canais, Band e SporTV, fez a emissora aumentar os planos que tinha para a competição. Além disso, a líder de audiência na TV aberta não tem jogos da seleção brasileira para exibir, desde a eliminação precoce do time na primeira fase da Copa América Centenário. O duelo entre França e Irlanda, pelas oitavas de final, será transmitido no horário do Esporte Espetacular, às 11h. Ainda não está definido quem fará a narração. Até agora, apenas a Bandeirantes estava transmitindo as partidas. Os dois canais compraram juntos os direitos da Euro e podem montar suas grades da maneira que acharem melhor. Por contrato, a Globo é obrigada a exibir no mínimo cinco jogos, contando semifinais e final. A emissora ainda tem de exibir reportagens do campeonato em seus telejornais, segundo o acordo. A ideia inicial da emissora era de apenas cumprir as obrigações com a Uefa. A avaliação mudou quando viu o bom retorno de audiência no SporTV e na Bandeirantes com a transmissão do torneio. Seis ou sete jogos devem ser exibidos. Além de domingo, a Euro terá um espaço na grade de segunda-feira da Globo. Ainda não está definido, mas ou Itália e Espanha, às 13h, ou Inglaterra e Islândia, às 16h, passará ao vivo. Se Portugal passar das oitavas, sua partida das quartas certamente entrará na programação. O canal ainda vai definir a possibilidade de um sétimo confronto. Para a Band, o evento tem trazido bom retorno. As partidas da competição foram líderes de audiência de sua grade na maioria dos dias, com pontuações bem acima da sua média, que é de pouco mais de dois pontos. Croácia x Espanha teve 6,7, Eslováquia x Inglaterra, 6,3, Portugal x Áustria, 7,1, e Alemanha x Polônia teve 6,2. Globo e Band podem exibir os mesmos jogos. Não há exclusividade para uma ou outra no contrato.
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Sem seleção, Globo aumenta Eurocopa na grade por audiência do futebolA Globo exibirá neste domingo (25) pela primeira vez um jogo da Eurocopa 2016. O sucesso de audiência da competição em outros canais, Band e SporTV, fez a emissora aumentar os planos que tinha para a competição. Além disso, a líder de audiência na TV aberta não tem jogos da seleção brasileira para exibir, desde a eliminação precoce do time na primeira fase da Copa América Centenário. O duelo entre França e Irlanda, pelas oitavas de final, será transmitido no horário do Esporte Espetacular, às 11h. Ainda não está definido quem fará a narração. Até agora, apenas a Bandeirantes estava transmitindo as partidas. Os dois canais compraram juntos os direitos da Euro e podem montar suas grades da maneira que acharem melhor. Por contrato, a Globo é obrigada a exibir no mínimo cinco jogos, contando semifinais e final. A emissora ainda tem de exibir reportagens do campeonato em seus telejornais, segundo o acordo. A ideia inicial da emissora era de apenas cumprir as obrigações com a Uefa. A avaliação mudou quando viu o bom retorno de audiência no SporTV e na Bandeirantes com a transmissão do torneio. Seis ou sete jogos devem ser exibidos. Além de domingo, a Euro terá um espaço na grade de segunda-feira da Globo. Ainda não está definido, mas ou Itália e Espanha, às 13h, ou Inglaterra e Islândia, às 16h, passará ao vivo. Se Portugal passar das oitavas, sua partida das quartas certamente entrará na programação. O canal ainda vai definir a possibilidade de um sétimo confronto. Para a Band, o evento tem trazido bom retorno. As partidas da competição foram líderes de audiência de sua grade na maioria dos dias, com pontuações bem acima da sua média, que é de pouco mais de dois pontos. Croácia x Espanha teve 6,7, Eslováquia x Inglaterra, 6,3, Portugal x Áustria, 7,1, e Alemanha x Polônia teve 6,2. Globo e Band podem exibir os mesmos jogos. Não há exclusividade para uma ou outra no contrato.
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Bondinho de Santa Teresa volta a circular após quase quatro anos
Uma das principais atrações turísticas do Rio de Janeiro, o bondinho de Santa Teresa voltou a circular nesta segunda-feira (27), em fase de teste e num trecho restrito. O bondinho de Santa Teresa, bairro bucólico da região central da cidade, estava parado desde agosto de 2011, quando um acidente com um dos bondes matou seis passageiros e deixou mais de 50 feridos. Desde então passa por obras que visam melhorar a segurança do transporte. A inauguração da obra completa já sofreu uma série de atrasos. Na última previsão da Secretaria de Transporte, ela estava planejada para o primeiro semestre de 2017, mas a Secretaria já informou que todo o cronograma da obra está sendo revisto e uma nova data, mais adiante, deve ser apresentada ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) em setembro. Nesta fase de teste, ele percorre uma distância de 1,7 km no trecho que vai do Largo da Carioca até o Largo do Curvelo. Ela representa 16% do percurso original do bondinho, de 10,5 km. O serviço opera de segunda a sábado, das 11h às 16h, com intervalos de 20 minutos. Os bondes têm capacidade para 32 passageiros. A viagem dura cerca de 15 minutos. Diferentemente do que acontecia antes do acidente, agora não é permitido viajar em pé, nem nos estribos. Durante o período de teste, não haverá cobrança de passagem.
cotidiano
Bondinho de Santa Teresa volta a circular após quase quatro anosUma das principais atrações turísticas do Rio de Janeiro, o bondinho de Santa Teresa voltou a circular nesta segunda-feira (27), em fase de teste e num trecho restrito. O bondinho de Santa Teresa, bairro bucólico da região central da cidade, estava parado desde agosto de 2011, quando um acidente com um dos bondes matou seis passageiros e deixou mais de 50 feridos. Desde então passa por obras que visam melhorar a segurança do transporte. A inauguração da obra completa já sofreu uma série de atrasos. Na última previsão da Secretaria de Transporte, ela estava planejada para o primeiro semestre de 2017, mas a Secretaria já informou que todo o cronograma da obra está sendo revisto e uma nova data, mais adiante, deve ser apresentada ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) em setembro. Nesta fase de teste, ele percorre uma distância de 1,7 km no trecho que vai do Largo da Carioca até o Largo do Curvelo. Ela representa 16% do percurso original do bondinho, de 10,5 km. O serviço opera de segunda a sábado, das 11h às 16h, com intervalos de 20 minutos. Os bondes têm capacidade para 32 passageiros. A viagem dura cerca de 15 minutos. Diferentemente do que acontecia antes do acidente, agora não é permitido viajar em pé, nem nos estribos. Durante o período de teste, não haverá cobrança de passagem.
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Escombros prejudicam investigações da causa do acidente de trem nos EUA
Investigadores averiguando por que um trem de Nova Jérsei bateu na estação de Hoboken, matando uma pessoa e ferindo outras 108, planejam entrevistar mais testemunhas neste sábado, já que o local continua perigoso demais para extrair dados de um segundo gravador. O acidente da hora do "rush" da manhã de quinta-feira matou a brasileira Fabíola Bittar de Kroon, de 34 anos, natural de Santos, e derrubou colunas do prédio construído no começo do século 20, um grande ponto de trânsito para quem segue rumo a Nova York. O dano às colunas deixou a estação instável e atrasou a extração de um gravador de dados e um gravador de imagens que poderiam ajudar a Comissão de Segurança do Transporte Nacional a entender as causas do acidente. Testemunhas e fontes oficiais disseram que o trem chegou à estação muito rápido e nunca diminuiu a velocidade, mas não está claro o motivo.
mundo
Escombros prejudicam investigações da causa do acidente de trem nos EUAInvestigadores averiguando por que um trem de Nova Jérsei bateu na estação de Hoboken, matando uma pessoa e ferindo outras 108, planejam entrevistar mais testemunhas neste sábado, já que o local continua perigoso demais para extrair dados de um segundo gravador. O acidente da hora do "rush" da manhã de quinta-feira matou a brasileira Fabíola Bittar de Kroon, de 34 anos, natural de Santos, e derrubou colunas do prédio construído no começo do século 20, um grande ponto de trânsito para quem segue rumo a Nova York. O dano às colunas deixou a estação instável e atrasou a extração de um gravador de dados e um gravador de imagens que poderiam ajudar a Comissão de Segurança do Transporte Nacional a entender as causas do acidente. Testemunhas e fontes oficiais disseram que o trem chegou à estação muito rápido e nunca diminuiu a velocidade, mas não está claro o motivo.
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Justiça amplia liberação de substância da maconha para uso medicinal
Uma decisão da Justiça do Distrito Federal ampliou a liberação da substância da maconha para uso medicinal e pesquisa científica. O juiz da 16ª Vara de Justiça Federal do DF, Marcelo Rebello, determinou que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) exclua, no prazo de dez dias, o tetrahidrocanabinol (THC) da classificação de substâncias proibidas no país para uso medicinal e a inclua na lista de substâncias permitidas para receita médica. Esse período passa a contar a partir da notificação da Anvisa sobre a decisão do juiz, que foi proferida nesta segunda (9). Cabe recurso da decisão ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que fica em Brasília. Assim como o canabidiol (CBD), que já foi liberado para uso controlado, o THC é extraído da planta e tem sido usado no mundo inteiro para o tratamento de doenças graves como epilepsia refratária, mal de Parkinson e esclerose múltipla. O THC, porém, é alvo de impasse entre entidades médicas e de regulação sanitária por ter efeito psicoativo –o que não ocorre com o canabidiol. O juiz do DF atendeu, em decisão liminar (provisória), parte pedidos feitos pelo Ministério Público Federal em ação civil pública ajuizada em dezembro do ano passado. Em sua decisão, o juiz afirmou que a medida atende e "associa-se o risco de dano à saúde pública e à violação da dignidade humana de parcela da população brasileira, sendo dever do Estado tutelar pela vida dessas pessoas pelo meio disponível no momento, isto é, por meio da Cannabis medicinal". Marcelo Rebello afirmou que a análise da questão se refere apenas ao uso medicinal e científico da cannabis, uma vez que uma eventual discussão acerca da liberação da droga deve passar por todas as instâncias de decisão da República, ou seja: Executivo, Legislativo e Judiciário. Em seguida, o juiz criticou a maneira proibitiva como o tema tem sido tratado no país e as consequências para quem depende de medicamentos como os que motivaram a abertura da ação judicial. "Não é possível permitir que a política do proibicionismo seja empecilho à consecução do bem-estar individual que orienta a Carta Magna, esta insculpida em normas como a proteção e promoção da dignidade da pessoa humana", afirmou. PESQUISA Na decisão, o magistrado sustenta que a Anvisa precisa permitir a importação de medicamentos e de produtos que possuem compostos das duas substâncias: o THC e CBD, desde que o propósito seja exclusivamente medicinal. Ainda segundo a decisão, a informação de que é possível fazer a importação deve ser incluída, pela Anvisa, na portaria que regulamenta o uso de plantas que podem gerar substâncias entorpecentes e/ ou psicotrópicas. Para pesquisar, é necessário notificar a Anvisa e o Ministério da Saúde, que devem fiscalizar todo o processo. Na ação, os procuradores da República Luciana Loureiro Oliveira, Anselmo Henrique Cordeiro Lopes e Ana Carolina Alves Roman, pedem, por exemplo, que a União e a Anvisa iniciem estudos técnicos para avaliação de segurança e eficácia dos medicamentos e produtos já existentes no mercado internacional à base de canabinoides. Pedem também que seja analisada a possibilidade de liberação de uso da cannabis in natura, a exemplo do que ocorre em países como o Canadá, EUA, Holanda e Israel. EFEITOS Para o advogado Emílio Figueiredo, que atua em outros casos envolvendo a liberação da maconha para uso medicinal, a decisão deve trazer mais segurança para que médicos prescrevam a cannabis e suas substâncias para tratamento. "O THC, como várias substâncias medicinais, tem efeito psicoativo. Mas muitas vezes o estado do paciente exige isso", afirma ele, para quem o grau de risco de dependência do THC é "baixíssimo diante do universo de medicamentos hoje regulamentados". Em nota, a Anvisa afirma que ainda não foi notificada da decisão judicial e que os efeitos da medida e possíveis ações a serem tomadas serão analisadas no momento em que isso ocorrer. Sobre as regras atuais, a agência diz que já possui uma resolução que autoriza a importação de produtos que contenham canabidiol e THC, "desde que a quantidade de THC não ultrapasse a quantidade de CBD no produto". A agência informa ainda que a importação de substâncias proscritas para uso em pesquisas "já está prevista na legislação nacional e vem ocorrendo no país".
equilibrioesaude
Justiça amplia liberação de substância da maconha para uso medicinalUma decisão da Justiça do Distrito Federal ampliou a liberação da substância da maconha para uso medicinal e pesquisa científica. O juiz da 16ª Vara de Justiça Federal do DF, Marcelo Rebello, determinou que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) exclua, no prazo de dez dias, o tetrahidrocanabinol (THC) da classificação de substâncias proibidas no país para uso medicinal e a inclua na lista de substâncias permitidas para receita médica. Esse período passa a contar a partir da notificação da Anvisa sobre a decisão do juiz, que foi proferida nesta segunda (9). Cabe recurso da decisão ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que fica em Brasília. Assim como o canabidiol (CBD), que já foi liberado para uso controlado, o THC é extraído da planta e tem sido usado no mundo inteiro para o tratamento de doenças graves como epilepsia refratária, mal de Parkinson e esclerose múltipla. O THC, porém, é alvo de impasse entre entidades médicas e de regulação sanitária por ter efeito psicoativo –o que não ocorre com o canabidiol. O juiz do DF atendeu, em decisão liminar (provisória), parte pedidos feitos pelo Ministério Público Federal em ação civil pública ajuizada em dezembro do ano passado. Em sua decisão, o juiz afirmou que a medida atende e "associa-se o risco de dano à saúde pública e à violação da dignidade humana de parcela da população brasileira, sendo dever do Estado tutelar pela vida dessas pessoas pelo meio disponível no momento, isto é, por meio da Cannabis medicinal". Marcelo Rebello afirmou que a análise da questão se refere apenas ao uso medicinal e científico da cannabis, uma vez que uma eventual discussão acerca da liberação da droga deve passar por todas as instâncias de decisão da República, ou seja: Executivo, Legislativo e Judiciário. Em seguida, o juiz criticou a maneira proibitiva como o tema tem sido tratado no país e as consequências para quem depende de medicamentos como os que motivaram a abertura da ação judicial. "Não é possível permitir que a política do proibicionismo seja empecilho à consecução do bem-estar individual que orienta a Carta Magna, esta insculpida em normas como a proteção e promoção da dignidade da pessoa humana", afirmou. PESQUISA Na decisão, o magistrado sustenta que a Anvisa precisa permitir a importação de medicamentos e de produtos que possuem compostos das duas substâncias: o THC e CBD, desde que o propósito seja exclusivamente medicinal. Ainda segundo a decisão, a informação de que é possível fazer a importação deve ser incluída, pela Anvisa, na portaria que regulamenta o uso de plantas que podem gerar substâncias entorpecentes e/ ou psicotrópicas. Para pesquisar, é necessário notificar a Anvisa e o Ministério da Saúde, que devem fiscalizar todo o processo. Na ação, os procuradores da República Luciana Loureiro Oliveira, Anselmo Henrique Cordeiro Lopes e Ana Carolina Alves Roman, pedem, por exemplo, que a União e a Anvisa iniciem estudos técnicos para avaliação de segurança e eficácia dos medicamentos e produtos já existentes no mercado internacional à base de canabinoides. Pedem também que seja analisada a possibilidade de liberação de uso da cannabis in natura, a exemplo do que ocorre em países como o Canadá, EUA, Holanda e Israel. EFEITOS Para o advogado Emílio Figueiredo, que atua em outros casos envolvendo a liberação da maconha para uso medicinal, a decisão deve trazer mais segurança para que médicos prescrevam a cannabis e suas substâncias para tratamento. "O THC, como várias substâncias medicinais, tem efeito psicoativo. Mas muitas vezes o estado do paciente exige isso", afirma ele, para quem o grau de risco de dependência do THC é "baixíssimo diante do universo de medicamentos hoje regulamentados". Em nota, a Anvisa afirma que ainda não foi notificada da decisão judicial e que os efeitos da medida e possíveis ações a serem tomadas serão analisadas no momento em que isso ocorrer. Sobre as regras atuais, a agência diz que já possui uma resolução que autoriza a importação de produtos que contenham canabidiol e THC, "desde que a quantidade de THC não ultrapasse a quantidade de CBD no produto". A agência informa ainda que a importação de substâncias proscritas para uso em pesquisas "já está prevista na legislação nacional e vem ocorrendo no país".
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Motoristas bloqueiam saída de ônibus de garagem no ABC paulista
Motoristas e cobradores de duas empresas de ônibus na Grande São Paulo impedem na manhã desta quarta-feira (21) a saída de cerca de 80 ônibus da garagem e prejudicam a circulação de cerca de 4.000 passageiros. De acordo com a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), os funcionários das empresas Viação São Camilo e Empresa Urbana Santo André bloqueiam desde as 4h desta quarta a saída dos ônibus da garagem, que é dividida pelas duas empresas. A EMTU informou ainda que os funcionários reivindicam a regularização do pagamento de salários atrasados e que houve uma reunião entre os empregados e a diretoria das empresas na qual ficou decidido que a operação será normalizada até o final desta manhã. Ao todo, as duas empresas operam nove linhas: 069, 070, 140, 173 e 323 da Viação São Camilo e as linhas 151, 151DV1, 406 e 432 da Empresa Urbana Santo André. As linhas fazem a ligação entre Santo André e a capital paulista com uma frota de cerca de 80 ônibus. A EMTU informou que, para amenizar o impacto da paralisação aos usuários, foi solicitado o reforço da frota das linhas das empresas Parque das Nações e Viação São José, que atendem a região de Santo André, na Grande São Paulo.
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Motoristas bloqueiam saída de ônibus de garagem no ABC paulistaMotoristas e cobradores de duas empresas de ônibus na Grande São Paulo impedem na manhã desta quarta-feira (21) a saída de cerca de 80 ônibus da garagem e prejudicam a circulação de cerca de 4.000 passageiros. De acordo com a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), os funcionários das empresas Viação São Camilo e Empresa Urbana Santo André bloqueiam desde as 4h desta quarta a saída dos ônibus da garagem, que é dividida pelas duas empresas. A EMTU informou ainda que os funcionários reivindicam a regularização do pagamento de salários atrasados e que houve uma reunião entre os empregados e a diretoria das empresas na qual ficou decidido que a operação será normalizada até o final desta manhã. Ao todo, as duas empresas operam nove linhas: 069, 070, 140, 173 e 323 da Viação São Camilo e as linhas 151, 151DV1, 406 e 432 da Empresa Urbana Santo André. As linhas fazem a ligação entre Santo André e a capital paulista com uma frota de cerca de 80 ônibus. A EMTU informou que, para amenizar o impacto da paralisação aos usuários, foi solicitado o reforço da frota das linhas das empresas Parque das Nações e Viação São José, que atendem a região de Santo André, na Grande São Paulo.
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Estudantes fazem manifestação contra desvios de recursos da merenda em SP
Estudantes da rede estadual de São Paulo realizaram na manhã desta terça-feira (22) uma manifestação contra os desvios de recursos destinados à merenda das escolas. O grupo também se mobilizou contra o suposto fechamento de salas de aula. Os estudantes iniciaram o protesto às 7 horas na estadão Butantã do Metrô, na Avenida Vital Brasil, zona oeste da cidade. Seguiram em passeata pela Ponte Eusébio Matoso e, por volta das 12h, chegaram a interromper o cruzamento entre as Avenidas Brigadeiro Faria Lima e Rebouças. "Estamos aqui hoje lutando pela educação e contra o desvio da verba da merenda", entoaram, em coro, enquanto permaneceram sentados no chão. O ato seguiu até Perdizes e foi encerrado em frente à Diretoria de Ensino Centro-Oeste, na Rua Dr. Paulo Vieira, 257, por volta das 13h30. A PM (Polícia Militar) não estimou o número de participantes. A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual de São Paulo investigam um esquema de fraude na compra de alimentos para merenda no governo Geraldo Alckmin (PSDB). Em depoimento à polícia, ex-dirigentes da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) admitiram ter pagado propina em um contrato com a Secretaria Estadual da Educação para fornecimento de R$ 8,5 milhões em suco de laranja. Membros da cooperativa citaram como beneficiário do esquema o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB). A maioria dos estudantes presentes no ato era da Escola Fernão Dias, em Pinheiros, zona oeste. A unidade se tornou, no ano passado, símbolo do movimento de ocupações contrário ao projeto de reorganização da rede estadual. O governo pretendia fechar 93 escolas e transformar 754 prédios em unidades de ciclo único. Após uma onda de ocupações de escolas, o governo suspendeu a reorganização no fim do ano passado. Os estudantes acusam o governo de fechar e lotar salas de aulas neste ano. Segundo a Apeoesp (principal sindicato dos professores estaduais), cerca de 1,2 mil salas teriam sido fechadas neste ano. A Secretaria Estadual de Educação nega que isso esteja ocorrendo e que a classes são abertas de acordo com a demanda. "A readequação do número de salas de aula é rotina a cada início de ano letivo e sempre aconteceu", informou em nota. Na Escola Estadual Brigadeiro Gavião Peixoto, em Perus, zona norte, os alunos também fizeram uma manifestação nesta manhã contra os desvios na merenda. O ato levou cerca de duas horas, dentro da escola, e depois as aulas voltaram ao normal, segundo funcionários da unidade. TROCA A Secretaria Estadual de Educação oficializou nesta terça a troca do chefe de gabinete da pasta. No cargo há pouco mais de um mês, o promotor Antonio Carlos Ozório Nunes saiu do governo. No seu lugar, entrou Juliana Ribeiro e Silva de Paula, que há três anos estava à frente do Departamento de Administração da pasta. Segundo o governo, a saída de Nunes ocorreu para atender determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) que vetou, no início do mês, que membros do Ministério Público exerçam função no Executivo. Nunes confirmou que foi essa a motivação. O promotor havia assumido o cargo no lugar de Fernando Padula assim que José Renato Nalini assumiu como secretário de Educação, no fim de janeiro. No processo de tentativa de reorganização, o vazamento do áudio de reunião com dirigentes mostrou Padula afirmando que o governo venceria a "guerra" contra alunos, o que provocou desgaste na relação entre o governo e o movimento. Padula também foi citado nas denúncias da merenda. No mês passado, a Justiça autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal do ex-chefe de gabinete. Ele nega irregularidades. Em nota, a Secretaria de Estado da Educação afirmou que "apoia o livre direito às manifestações dos alunos e tem dialogado constantemente com toda a comunidade, inclusive iniciou já visitou unidades que foram ocupadas em 2015". A pasta afirma que nenhuma aula foi interrompida. "É importante mencionar que os alunos foram recebidos na Diretoria de Ensino, mas sem uma pauta, pediram para não conversarem com o dirigente e deixaram o local", completou a pasta. Veja galeria especial sobre a ocupação da escola Fernão Dias Paes
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Estudantes fazem manifestação contra desvios de recursos da merenda em SPEstudantes da rede estadual de São Paulo realizaram na manhã desta terça-feira (22) uma manifestação contra os desvios de recursos destinados à merenda das escolas. O grupo também se mobilizou contra o suposto fechamento de salas de aula. Os estudantes iniciaram o protesto às 7 horas na estadão Butantã do Metrô, na Avenida Vital Brasil, zona oeste da cidade. Seguiram em passeata pela Ponte Eusébio Matoso e, por volta das 12h, chegaram a interromper o cruzamento entre as Avenidas Brigadeiro Faria Lima e Rebouças. "Estamos aqui hoje lutando pela educação e contra o desvio da verba da merenda", entoaram, em coro, enquanto permaneceram sentados no chão. O ato seguiu até Perdizes e foi encerrado em frente à Diretoria de Ensino Centro-Oeste, na Rua Dr. Paulo Vieira, 257, por volta das 13h30. A PM (Polícia Militar) não estimou o número de participantes. A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual de São Paulo investigam um esquema de fraude na compra de alimentos para merenda no governo Geraldo Alckmin (PSDB). Em depoimento à polícia, ex-dirigentes da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) admitiram ter pagado propina em um contrato com a Secretaria Estadual da Educação para fornecimento de R$ 8,5 milhões em suco de laranja. Membros da cooperativa citaram como beneficiário do esquema o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB). A maioria dos estudantes presentes no ato era da Escola Fernão Dias, em Pinheiros, zona oeste. A unidade se tornou, no ano passado, símbolo do movimento de ocupações contrário ao projeto de reorganização da rede estadual. O governo pretendia fechar 93 escolas e transformar 754 prédios em unidades de ciclo único. Após uma onda de ocupações de escolas, o governo suspendeu a reorganização no fim do ano passado. Os estudantes acusam o governo de fechar e lotar salas de aulas neste ano. Segundo a Apeoesp (principal sindicato dos professores estaduais), cerca de 1,2 mil salas teriam sido fechadas neste ano. A Secretaria Estadual de Educação nega que isso esteja ocorrendo e que a classes são abertas de acordo com a demanda. "A readequação do número de salas de aula é rotina a cada início de ano letivo e sempre aconteceu", informou em nota. Na Escola Estadual Brigadeiro Gavião Peixoto, em Perus, zona norte, os alunos também fizeram uma manifestação nesta manhã contra os desvios na merenda. O ato levou cerca de duas horas, dentro da escola, e depois as aulas voltaram ao normal, segundo funcionários da unidade. TROCA A Secretaria Estadual de Educação oficializou nesta terça a troca do chefe de gabinete da pasta. No cargo há pouco mais de um mês, o promotor Antonio Carlos Ozório Nunes saiu do governo. No seu lugar, entrou Juliana Ribeiro e Silva de Paula, que há três anos estava à frente do Departamento de Administração da pasta. Segundo o governo, a saída de Nunes ocorreu para atender determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) que vetou, no início do mês, que membros do Ministério Público exerçam função no Executivo. Nunes confirmou que foi essa a motivação. O promotor havia assumido o cargo no lugar de Fernando Padula assim que José Renato Nalini assumiu como secretário de Educação, no fim de janeiro. No processo de tentativa de reorganização, o vazamento do áudio de reunião com dirigentes mostrou Padula afirmando que o governo venceria a "guerra" contra alunos, o que provocou desgaste na relação entre o governo e o movimento. Padula também foi citado nas denúncias da merenda. No mês passado, a Justiça autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal do ex-chefe de gabinete. Ele nega irregularidades. Em nota, a Secretaria de Estado da Educação afirmou que "apoia o livre direito às manifestações dos alunos e tem dialogado constantemente com toda a comunidade, inclusive iniciou já visitou unidades que foram ocupadas em 2015". A pasta afirma que nenhuma aula foi interrompida. "É importante mencionar que os alunos foram recebidos na Diretoria de Ensino, mas sem uma pauta, pediram para não conversarem com o dirigente e deixaram o local", completou a pasta. Veja galeria especial sobre a ocupação da escola Fernão Dias Paes
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Protesto prejudica trânsito na zona sul de São Paulo
Os motoristas enfrentam na manhã desta segunda-feira (14) problemas no trânsito na zona sul de São Paulo devido a um protesto de moradores de um terreno invadido na região do Grajaú. Por volta das 7h, um grupo de manifestantes bloqueava a avenida Dona Belmira Marin, próximo ao cruzamento com a avenida Teotônio Vilela, no sentido centro. Integrantes de outro grupo caminham pela avenida Teotônio Vilela, também no sentido centro, para se reunir com o primeiro grupo. Os grupos pretendem caminhar em direção à subprefeitura da Capela do Socorro para tentar impedir a reintegração de posse de um terreno.
cotidiano
Protesto prejudica trânsito na zona sul de São PauloOs motoristas enfrentam na manhã desta segunda-feira (14) problemas no trânsito na zona sul de São Paulo devido a um protesto de moradores de um terreno invadido na região do Grajaú. Por volta das 7h, um grupo de manifestantes bloqueava a avenida Dona Belmira Marin, próximo ao cruzamento com a avenida Teotônio Vilela, no sentido centro. Integrantes de outro grupo caminham pela avenida Teotônio Vilela, também no sentido centro, para se reunir com o primeiro grupo. Os grupos pretendem caminhar em direção à subprefeitura da Capela do Socorro para tentar impedir a reintegração de posse de um terreno.
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Legisladores de Parlamentos rivais assinam proposta de paz na Líbia
Representantes dos dois Parlamentos rivais na Líbia assinaram neste domingo (6) uma proposta de paz para tentar colocar fim ao conflito que atinge o país. O acordo político, assinado durante negociações na Tunísia, terá de ser aprovado pelos dois grupos —o Parlamento eleito sob endosso ocidental e o rival Congresso Geral Nacional. Quatro anos após a queda do ditador Muammar Gaddafi, a Líbia passa por um momento conturbado. A capital Trípoli está sob controle de uma facção armada chamada Amanhecer Líbio desde o ano passado. O governo e Parlamento que foram reconhecidos pelo Ocidente trabalham no leste do país. Os legisladores disseram que a proposta visa a formação de um comitê de dez pessoas, cinco de cada Parlamento, que ficaria responsável por nomear um premiê interino e dois vices. Eleições legislativas seriam realizadas em dois anos. "É um momento histórico que os líbios esperavam, que os árabes esperavam e que o mundo esperava", declarou Awad Mohamed Awad Abdul-Sadiq, vice-presidente do parlamento de Trípoli não reconhecido pela comunidade internacional. Trata-se de uma "oportunidade histórica" que não voltará a se apresentar, insistiu após as negociações em Gammarth, na periferia de Tunís. A iniciativa ocorre em paralelo às negociações de paz patrocinadas pela ONU entre os dois grupos rivais para formar um governo de união. Governos do Ocidente pressionam a formação desse governo como única saída para o caos na Líbia, que tem permitido o avanço de forças do Estado Islâmico. Os dois lados, contudo, exigem mais concessões para aceitar um governo de união.
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Legisladores de Parlamentos rivais assinam proposta de paz na LíbiaRepresentantes dos dois Parlamentos rivais na Líbia assinaram neste domingo (6) uma proposta de paz para tentar colocar fim ao conflito que atinge o país. O acordo político, assinado durante negociações na Tunísia, terá de ser aprovado pelos dois grupos —o Parlamento eleito sob endosso ocidental e o rival Congresso Geral Nacional. Quatro anos após a queda do ditador Muammar Gaddafi, a Líbia passa por um momento conturbado. A capital Trípoli está sob controle de uma facção armada chamada Amanhecer Líbio desde o ano passado. O governo e Parlamento que foram reconhecidos pelo Ocidente trabalham no leste do país. Os legisladores disseram que a proposta visa a formação de um comitê de dez pessoas, cinco de cada Parlamento, que ficaria responsável por nomear um premiê interino e dois vices. Eleições legislativas seriam realizadas em dois anos. "É um momento histórico que os líbios esperavam, que os árabes esperavam e que o mundo esperava", declarou Awad Mohamed Awad Abdul-Sadiq, vice-presidente do parlamento de Trípoli não reconhecido pela comunidade internacional. Trata-se de uma "oportunidade histórica" que não voltará a se apresentar, insistiu após as negociações em Gammarth, na periferia de Tunís. A iniciativa ocorre em paralelo às negociações de paz patrocinadas pela ONU entre os dois grupos rivais para formar um governo de união. Governos do Ocidente pressionam a formação desse governo como única saída para o caos na Líbia, que tem permitido o avanço de forças do Estado Islâmico. Os dois lados, contudo, exigem mais concessões para aceitar um governo de união.
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Outro Canal: Xuxa terá tapete vermelho e 50 seguranças na Record
Segurança reforçada com 50 homens, tapete vermelho e cerca de 200 fãs vindos de todo o país. É assim que a Record pretende receber Xuxa em sua sede, na Barra Funda (zona oeste), nesta quinta (5), quando está marcada a ... Leia post completo no blog
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Atos terroristas de taxistas são inaceitáveis, escreve leitor
Inaceitáveis os atos de terrorismo praticados por um bando de taxistas. Onde estão o governador do Estado e sua Polícia Militar truculenta, que usa de violência injustificada para reprimir manifestantes, mas que se omite contra atos de banditismo e terrorismo praticado por taxistas? O prefeito de São Paulo tem também que enfrentar essa chantagem cassando a licença de quem for flagrado nesses atos de terrorismo e banditismo e revogando privilégios da categoria. José Siqueira Neto (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Atos terroristas de taxistas são inaceitáveis, escreve leitorInaceitáveis os atos de terrorismo praticados por um bando de taxistas. Onde estão o governador do Estado e sua Polícia Militar truculenta, que usa de violência injustificada para reprimir manifestantes, mas que se omite contra atos de banditismo e terrorismo praticado por taxistas? O prefeito de São Paulo tem também que enfrentar essa chantagem cassando a licença de quem for flagrado nesses atos de terrorismo e banditismo e revogando privilégios da categoria. José Siqueira Neto (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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