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Rombo da Previdência Social em 2016 chega a R$ 146 bi, diz gestão Temer
Recém-chegada ao governo, a equipe econômica do presidente interino, Michel Temer (PMDB), aumentou em mais de R$ 10 bilhões a previsão do rombo da Previdência neste ano. Os valores passaram de R$ 136 bilhões para R$ 146,3 bilhões. Com a recessão e o aumento do desemprego, com consequente diminuição das contribuições para a Previdência, as receitas encolheram R$ 3,5 bilhões em relação à previsão feitas pelo governo Dilma Rousseff. A equipe sob o comando dos ministros Romero Jucá (Planejamento) e Henrique Meirelles (Fazenda) também constatou um aumento de R$ 6,8 bilhões nos gastos com benefícios previdenciários, em relação à estimativa feita pela gestão petista. Segundo relatório divulgado na sexta-feira (20), não é possível contar com medidas de gestão que vinham sendo consideradas pela equipe anterior para reduzir as despesas previdenciárias. O presidente interino, Michel Temer, vai usar o aumento da previsão de rombo da Previdência Social para defender a reforma do sistema de aposentadorias no país, criticada durante sua primeira semana à frente do governo por aliados, sobretudo por deputados ligados a centrais sindicais. IMPOPULAR Segundo interlocutores, Temer não pretende cometer o mesmo erro da presidente afastada, que defendeu a reforma do setor previdenciário no início do ano, mas engavetou a ideia depois de pressões de sua base social e congressista. O peemedebista afirmou que está disposto a tomar medidas "impopulares" para reequilibrar as contas públicas e que, por não ser candidato à reeleição, seu caminho fica mais fácil. Para ele, a reforma da Previdência é uma das medidas essenciais de sua administração, que teve início com o afastamento da presidente Dilma Rousseff após o aval ao processo de impeachment dados pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. MEDIDAS Nesta segunda-feira (23), ele vai anunciar medidas fiscais de corte de gastos e criação de um teto para o crescimento da dívida pública, que seriam discutidas com sua equipe econômica em reunião no sábado (21). A estratégia é tentar mostrar que seu governo não está parado e vai trabalhar para reduzir o rombo nas contas públicas, que, neste ano, pela revisão feita por seus ministros da área econômica, pode atingir até R$ 170,5 bilhões. O governo optou por divulgar na sexta-feira (20) a "notícia ruim" do deficit de 2016, quase o dobro dos R$ 96,7 bilhões divulgados pela presidente afastada Dilma Rousseff, e deixar para segunda-feira as medidas propositivas. A ideia é que ele mostre como pretende diminuir este desequilíbrio fiscal. Segundo Meirelles e Jucá, as medidas serão focadas principalmente na estratégia de conter o aumento do endividamento público no prazo de dois a quatro anos. No caso da Previdência, eles destacam a importância da reforma como sinalização de um equilíbrio no médio e longo prazos das contas públicas. RESISTÊNCIA As centrais sindicais devem apresentar no próximo dia 30 um proposta para as mudanças nas regras de aposentadoria. Os sindicalistas são contra, por exemplo, uma elevação da idade mínima para trabalhadores que já estejam no mercado de trabalho. Meirelles disse em entrevistas ao longo da semana que o aumento da idade só para os entrantes é uma "má solução". O ministro da Fazenda defende a aplicação do requisito para quem já está em atividade seguindo uma regra de transição para atenuar os efeitos para quem já está próximo da aposentadoria. Ele destaca ainda que o Brasil é um dos poucos países no mundo em que não há uma idade mínima para aposentadoria. A ala mais política do governo vem tratando esse tema como "bode na sala" que precisará ser tirado em algum momento sob pena de travar o andamento da reforma. A previsão do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) é que o governo apresente uma proposta de consenso sobre as mudanças no dia 3 de junho.
poder
Rombo da Previdência Social em 2016 chega a R$ 146 bi, diz gestão TemerRecém-chegada ao governo, a equipe econômica do presidente interino, Michel Temer (PMDB), aumentou em mais de R$ 10 bilhões a previsão do rombo da Previdência neste ano. Os valores passaram de R$ 136 bilhões para R$ 146,3 bilhões. Com a recessão e o aumento do desemprego, com consequente diminuição das contribuições para a Previdência, as receitas encolheram R$ 3,5 bilhões em relação à previsão feitas pelo governo Dilma Rousseff. A equipe sob o comando dos ministros Romero Jucá (Planejamento) e Henrique Meirelles (Fazenda) também constatou um aumento de R$ 6,8 bilhões nos gastos com benefícios previdenciários, em relação à estimativa feita pela gestão petista. Segundo relatório divulgado na sexta-feira (20), não é possível contar com medidas de gestão que vinham sendo consideradas pela equipe anterior para reduzir as despesas previdenciárias. O presidente interino, Michel Temer, vai usar o aumento da previsão de rombo da Previdência Social para defender a reforma do sistema de aposentadorias no país, criticada durante sua primeira semana à frente do governo por aliados, sobretudo por deputados ligados a centrais sindicais. IMPOPULAR Segundo interlocutores, Temer não pretende cometer o mesmo erro da presidente afastada, que defendeu a reforma do setor previdenciário no início do ano, mas engavetou a ideia depois de pressões de sua base social e congressista. O peemedebista afirmou que está disposto a tomar medidas "impopulares" para reequilibrar as contas públicas e que, por não ser candidato à reeleição, seu caminho fica mais fácil. Para ele, a reforma da Previdência é uma das medidas essenciais de sua administração, que teve início com o afastamento da presidente Dilma Rousseff após o aval ao processo de impeachment dados pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. MEDIDAS Nesta segunda-feira (23), ele vai anunciar medidas fiscais de corte de gastos e criação de um teto para o crescimento da dívida pública, que seriam discutidas com sua equipe econômica em reunião no sábado (21). A estratégia é tentar mostrar que seu governo não está parado e vai trabalhar para reduzir o rombo nas contas públicas, que, neste ano, pela revisão feita por seus ministros da área econômica, pode atingir até R$ 170,5 bilhões. O governo optou por divulgar na sexta-feira (20) a "notícia ruim" do deficit de 2016, quase o dobro dos R$ 96,7 bilhões divulgados pela presidente afastada Dilma Rousseff, e deixar para segunda-feira as medidas propositivas. A ideia é que ele mostre como pretende diminuir este desequilíbrio fiscal. Segundo Meirelles e Jucá, as medidas serão focadas principalmente na estratégia de conter o aumento do endividamento público no prazo de dois a quatro anos. No caso da Previdência, eles destacam a importância da reforma como sinalização de um equilíbrio no médio e longo prazos das contas públicas. RESISTÊNCIA As centrais sindicais devem apresentar no próximo dia 30 um proposta para as mudanças nas regras de aposentadoria. Os sindicalistas são contra, por exemplo, uma elevação da idade mínima para trabalhadores que já estejam no mercado de trabalho. Meirelles disse em entrevistas ao longo da semana que o aumento da idade só para os entrantes é uma "má solução". O ministro da Fazenda defende a aplicação do requisito para quem já está em atividade seguindo uma regra de transição para atenuar os efeitos para quem já está próximo da aposentadoria. Ele destaca ainda que o Brasil é um dos poucos países no mundo em que não há uma idade mínima para aposentadoria. A ala mais política do governo vem tratando esse tema como "bode na sala" que precisará ser tirado em algum momento sob pena de travar o andamento da reforma. A previsão do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) é que o governo apresente uma proposta de consenso sobre as mudanças no dia 3 de junho.
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Projeto de lei no México prevê revogar tratados caso Trump tire EUA do Nafta
Então o senhor quer jogar duro, Donald Trump? Segundo um projeto de lei a ser apresentado ao Congresso mexicano, o México estaria estudando a possibilidade de revogar uma série de tratados bilaterais —incluindo o acordo de 1848 que transferiu metade de seu território aos Estados Unidos— se o candidato republicano chegar à Presidência e rasgar o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta). A iniciativa, proposta nesta segunda (5) pelo senador de esquerda Armando Ríos Piter, chegou após o muito criticado encontro da semana passada entre o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, e o candidato presidencial americano, que inflamou a opinião pública mexicana e provocou um racha no gabinete. Peña Nieto foi criticado em casa pelo que muitos viram como o tratamento deferente dado a Trump durante a visita deste ao país, já que o republicano tachou mexicanos de "estupradores", quer construir um muro na fronteira entre os dois países e insiste que o México pagará por ele. "Este é o primeiro passo para definir uma política pública de como o México deve reagir diante de uma ameaça", disse Ríos Piter. "Esta lei quer simplesmente proteger uma relação bem-sucedida que já existe há 22 anos (o Nafta) e ajudou os dois países. Queremos defendê-la de uma posição que busca destruí-la. Apresentamos as coisas claramente, preto no branco." A iniciativa foi idealizada pelo ex-parlamentar de esquerda Agustín Barrios Gómez, diretor da Fundação Imagem do México, criada para procurar melhorar a visão estrangeira do país. Pela lei proposta, seria ilegal o México usar dinheiro oficial para financiar a construção de um muro na fronteira. Se Donald Trump tentasse tomar os US$ 24 bilhões (R$ 78,7 bilhões) em remessas anuais dos EUA ao México, para pagar pela construção do muro, o projeto de lei permitir ao México retaliar, impondo um valor semelhante, provavelmente através de um imposto sobre remessas indo no sentido contrário. E, se Trump tentasse anular o acordo de livre comércio Nafta, firmado em 1994 e visto como responsável pela criação de um em cada três empregos no México, o México poderia rever todos os 75 tratados bilaterais firmados com os EUA para determinar se atendem aos interesses nacionais. Um deles é o tratado de 1848 que encerrou a Guerra Mexicano-Americana, que transferiu para os EUA um trecho do território mexicano que abrange a Califórnia, o Arizona, Novo México e Nevada. "Não queremos nada disso", disse Barrios Gómez, sobre a proposta. "Mas rasgar o Nafta e destruir um relacionamento forjado cuidadosamente e que vai muito além do comércio, abrangendo a segurança, seria 'destruição mutuamente assegurada'." A visita de Trump levou o impopular Peña Nieto a ser fortemente condenado na mídia mexicana. Críticos disseram que o presidente perdeu uma oportunidade de ouro de dizer diretamente ao bilionário americano que o México jamais pagará pela construção do muro. "A única resposta convincente a ameaças precisas é estipular pela lei o que vai acontecer" se Trump vencer a eleição e começar a implementar seus planos, disse Barrios Gómez. Tradução de CLARA ALLAIN
mundo
Projeto de lei no México prevê revogar tratados caso Trump tire EUA do NaftaEntão o senhor quer jogar duro, Donald Trump? Segundo um projeto de lei a ser apresentado ao Congresso mexicano, o México estaria estudando a possibilidade de revogar uma série de tratados bilaterais —incluindo o acordo de 1848 que transferiu metade de seu território aos Estados Unidos— se o candidato republicano chegar à Presidência e rasgar o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta). A iniciativa, proposta nesta segunda (5) pelo senador de esquerda Armando Ríos Piter, chegou após o muito criticado encontro da semana passada entre o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, e o candidato presidencial americano, que inflamou a opinião pública mexicana e provocou um racha no gabinete. Peña Nieto foi criticado em casa pelo que muitos viram como o tratamento deferente dado a Trump durante a visita deste ao país, já que o republicano tachou mexicanos de "estupradores", quer construir um muro na fronteira entre os dois países e insiste que o México pagará por ele. "Este é o primeiro passo para definir uma política pública de como o México deve reagir diante de uma ameaça", disse Ríos Piter. "Esta lei quer simplesmente proteger uma relação bem-sucedida que já existe há 22 anos (o Nafta) e ajudou os dois países. Queremos defendê-la de uma posição que busca destruí-la. Apresentamos as coisas claramente, preto no branco." A iniciativa foi idealizada pelo ex-parlamentar de esquerda Agustín Barrios Gómez, diretor da Fundação Imagem do México, criada para procurar melhorar a visão estrangeira do país. Pela lei proposta, seria ilegal o México usar dinheiro oficial para financiar a construção de um muro na fronteira. Se Donald Trump tentasse tomar os US$ 24 bilhões (R$ 78,7 bilhões) em remessas anuais dos EUA ao México, para pagar pela construção do muro, o projeto de lei permitir ao México retaliar, impondo um valor semelhante, provavelmente através de um imposto sobre remessas indo no sentido contrário. E, se Trump tentasse anular o acordo de livre comércio Nafta, firmado em 1994 e visto como responsável pela criação de um em cada três empregos no México, o México poderia rever todos os 75 tratados bilaterais firmados com os EUA para determinar se atendem aos interesses nacionais. Um deles é o tratado de 1848 que encerrou a Guerra Mexicano-Americana, que transferiu para os EUA um trecho do território mexicano que abrange a Califórnia, o Arizona, Novo México e Nevada. "Não queremos nada disso", disse Barrios Gómez, sobre a proposta. "Mas rasgar o Nafta e destruir um relacionamento forjado cuidadosamente e que vai muito além do comércio, abrangendo a segurança, seria 'destruição mutuamente assegurada'." A visita de Trump levou o impopular Peña Nieto a ser fortemente condenado na mídia mexicana. Críticos disseram que o presidente perdeu uma oportunidade de ouro de dizer diretamente ao bilionário americano que o México jamais pagará pela construção do muro. "A única resposta convincente a ameaças precisas é estipular pela lei o que vai acontecer" se Trump vencer a eleição e começar a implementar seus planos, disse Barrios Gómez. Tradução de CLARA ALLAIN
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Santos diz que não conseguiu acordo e encerra negociação com Robinho
O Santos anunciou oficialmente nesta quinta-feira (11) que encerrou as negociações para contratar o atacante Robinho, 32. O clube informou da desistência através de um comunicado divulgado em seu site. De acordo com o comunicado, o Santos "não conseguiu atingir as pedidas do atacante, e desta forma mantém a nova política de teto salarial implantada pela diretoria. O Santos FC deseja ao Robinho o sucesso que sempre teve na sequência de sua carreira e sempre estará de portas abertas para seus ídolos". O Santos buscava um investidor para pagar os salários do atacante. A equipe já tinha fechado um acordo. Revelado nas categorias de base do clube, Robinho vestiu também a camisa do Real Madrid e do Manchester City antes de retornar ao clube em 2010. Logo depois, se transferiu para o Milan e voltou para o time da Vila Belmiro em 2014. Em julho do ano passado, se transferiu para o Guangzhou Evergrande, da China No Santos, Robinho foi bicampeão brasileiro (2002 e 2004), bicampeão paulista (2010 e 2015) e campeão da Copa do Brasil (2010).
esporte
Santos diz que não conseguiu acordo e encerra negociação com RobinhoO Santos anunciou oficialmente nesta quinta-feira (11) que encerrou as negociações para contratar o atacante Robinho, 32. O clube informou da desistência através de um comunicado divulgado em seu site. De acordo com o comunicado, o Santos "não conseguiu atingir as pedidas do atacante, e desta forma mantém a nova política de teto salarial implantada pela diretoria. O Santos FC deseja ao Robinho o sucesso que sempre teve na sequência de sua carreira e sempre estará de portas abertas para seus ídolos". O Santos buscava um investidor para pagar os salários do atacante. A equipe já tinha fechado um acordo. Revelado nas categorias de base do clube, Robinho vestiu também a camisa do Real Madrid e do Manchester City antes de retornar ao clube em 2010. Logo depois, se transferiu para o Milan e voltou para o time da Vila Belmiro em 2014. Em julho do ano passado, se transferiu para o Guangzhou Evergrande, da China No Santos, Robinho foi bicampeão brasileiro (2002 e 2004), bicampeão paulista (2010 e 2015) e campeão da Copa do Brasil (2010).
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O fiu-fiu de um macho não opressor
Sou a favor da descriminalização do aborto, do fora Cunha, das mulheres ganharem ruas, jornais, melhores salários, o Oscar e a Presidência do país. A favor da gente se vestir (ou se despir) como quiser, sem sofrer incômodo, agressão ou preconceito. A favor da piranhagem da Rihanna e de todo barulho que possa ridicularizar e criminalizar quem assedia menores. Mas acho que precisamos, além de aplaudir tantos e necessários movimentos feministas, aprofundar o debate. Será que toda cantada é opressora, todo insucesso é culpa da misoginia alheia, todo machismo é masculino, engajamento virtual significa atitude feminista na vida real e toda tentativa de analisar tudo isso é ser do contra? Ofereço hoje a minha coluna ao Reinaldo Moraes, escritor que admiro muito e que, fiquei lisonjeada, já encarou meu shortinho. * "'A vizinha quando passa com seu vestido grená / Todo mundo diz que é boa, mas como a vizinha não há / Ela mexe com as cadeiras pra cá / Ela mexe com as cadeiras pra lá / Ela mexe com o juízo do homem que vai trabalhar...' Pois é, como sempre, Dorival Caymmi, bardo maior da lírica melódica de todos os tempos e lugares, foi ao cerne de uma das questões fundamentais de todas as civilizações: o que fazer com a mulher que passa esbanjando brejeirice e mexendo com o juízo dos homens? Caymmi deu sua resposta em melodia e versos. Outros homens, trabalhadores ou não, saúdam a mulher que passa com o clássico fiu-fiu que tanto dá nos nervos das feministas. Mas o grande drama feminino é a existência de caras de juízo patologicamente mexido, que, ao invés de sambas magistrais, fiu-fius boçais ou olhares ostensivos, resolvem encoxar suas musas ocasionais no metrô ou apresentar-lhes uma faca ou revólver com o intuito de estuprá-las. O que leva um homem a sentir tesão por uma mulher acuada, tremendo de medo dele, é algo que me ultrapassa. Outro dia, li aqui nesta Folha que um desses imbecis atacou uma garota a mão armada e brochou na hora H. Foi quase civilizado da parte dele dar aquela brochada. A questão é que, sentindo-se aliviada, e possivelmente também vingada e empoderada, a garota não resistiu à tentação de tirar um sarro do violador brocha, que deu o troco esganando a coitada. Esse clima de insegurança em que vivem as brasileiras afeta também os homens. Me incomoda andar por uma rua deserta com uma mulher à minha frente a passo mais lento que o meu. Me aproximar dela para ultrapassá-la sempre gera um momento de tensão. Dá pra sentir seu coração batendo mais rápido diante da possibilidade de ser molestada. Gozado que eu sentia a mesma coisa na civilizadíssima Paris, quando morava lá, de bolsista, na virada dos anos 70/80. Me pelava de medo de passar um carro de polícia e madame me acusar de a estar seguindo, ou algo assim. Não tem jeito: civilização é repressão instintual, seja à moda islâmica, judaico-cristã ou secular. Em Berlim, porém, há dois anos, zanzando numa noite quente por Kreuzberg, um dos bairros boêmios da cidade, repleto de proletas, imigrantes, punks e malucos de todos os matizes, cansei de cruzar com garotas sozinhas em shortinhos "me-fode-papito" que nem sequer registravam minha presença na rua, tão seguras se sentiam. De fato, a cultura do respeito máximo às mulheres impregna de imediato até mesmo o juízo de um dinossauro bronco como eu. O negócio ali é esperar a mulher levantar um cartaz com um "Gostei de você. Pode vir falar comigo." O pior é que se um dia isso acontecer de fato comigo em Berlim, vou continuar na minha: não manjo bulhufas de alemão."
colunas
O fiu-fiu de um macho não opressorSou a favor da descriminalização do aborto, do fora Cunha, das mulheres ganharem ruas, jornais, melhores salários, o Oscar e a Presidência do país. A favor da gente se vestir (ou se despir) como quiser, sem sofrer incômodo, agressão ou preconceito. A favor da piranhagem da Rihanna e de todo barulho que possa ridicularizar e criminalizar quem assedia menores. Mas acho que precisamos, além de aplaudir tantos e necessários movimentos feministas, aprofundar o debate. Será que toda cantada é opressora, todo insucesso é culpa da misoginia alheia, todo machismo é masculino, engajamento virtual significa atitude feminista na vida real e toda tentativa de analisar tudo isso é ser do contra? Ofereço hoje a minha coluna ao Reinaldo Moraes, escritor que admiro muito e que, fiquei lisonjeada, já encarou meu shortinho. * "'A vizinha quando passa com seu vestido grená / Todo mundo diz que é boa, mas como a vizinha não há / Ela mexe com as cadeiras pra cá / Ela mexe com as cadeiras pra lá / Ela mexe com o juízo do homem que vai trabalhar...' Pois é, como sempre, Dorival Caymmi, bardo maior da lírica melódica de todos os tempos e lugares, foi ao cerne de uma das questões fundamentais de todas as civilizações: o que fazer com a mulher que passa esbanjando brejeirice e mexendo com o juízo dos homens? Caymmi deu sua resposta em melodia e versos. Outros homens, trabalhadores ou não, saúdam a mulher que passa com o clássico fiu-fiu que tanto dá nos nervos das feministas. Mas o grande drama feminino é a existência de caras de juízo patologicamente mexido, que, ao invés de sambas magistrais, fiu-fius boçais ou olhares ostensivos, resolvem encoxar suas musas ocasionais no metrô ou apresentar-lhes uma faca ou revólver com o intuito de estuprá-las. O que leva um homem a sentir tesão por uma mulher acuada, tremendo de medo dele, é algo que me ultrapassa. Outro dia, li aqui nesta Folha que um desses imbecis atacou uma garota a mão armada e brochou na hora H. Foi quase civilizado da parte dele dar aquela brochada. A questão é que, sentindo-se aliviada, e possivelmente também vingada e empoderada, a garota não resistiu à tentação de tirar um sarro do violador brocha, que deu o troco esganando a coitada. Esse clima de insegurança em que vivem as brasileiras afeta também os homens. Me incomoda andar por uma rua deserta com uma mulher à minha frente a passo mais lento que o meu. Me aproximar dela para ultrapassá-la sempre gera um momento de tensão. Dá pra sentir seu coração batendo mais rápido diante da possibilidade de ser molestada. Gozado que eu sentia a mesma coisa na civilizadíssima Paris, quando morava lá, de bolsista, na virada dos anos 70/80. Me pelava de medo de passar um carro de polícia e madame me acusar de a estar seguindo, ou algo assim. Não tem jeito: civilização é repressão instintual, seja à moda islâmica, judaico-cristã ou secular. Em Berlim, porém, há dois anos, zanzando numa noite quente por Kreuzberg, um dos bairros boêmios da cidade, repleto de proletas, imigrantes, punks e malucos de todos os matizes, cansei de cruzar com garotas sozinhas em shortinhos "me-fode-papito" que nem sequer registravam minha presença na rua, tão seguras se sentiam. De fato, a cultura do respeito máximo às mulheres impregna de imediato até mesmo o juízo de um dinossauro bronco como eu. O negócio ali é esperar a mulher levantar um cartaz com um "Gostei de você. Pode vir falar comigo." O pior é que se um dia isso acontecer de fato comigo em Berlim, vou continuar na minha: não manjo bulhufas de alemão."
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Festival leva performances para sete pontos de São Paulo
MARIANA MARINHO DE SÃO PAULO Durante quatro dias —começando nesta quarta (27)—, sete pontos de São Paulo, como a Oficina Cultural Oswald de Andrade, o viaduto do Chá e a praça Tiradentes, recebem performances de mais de 30 artistas, entre nomes nacionais e estrangeiros. As apresentações são parte da programação da primeira edição do Festival La Plataformance - Resistência em Rede. O evento, criado pelo grupo homônimo residente há cerca de um ano na Oficina Cultural Oswald de Andrade, nasceu da vontade de, para além de criar uma mostra, intensificar a relação de criação entre os artistas do gênero performático. "Participam pessoas que seguem dando continuidade às suas produções, apesar de não existirem políticas públicas específicas para a performance", afirma a baiana Jaqueline Vasconcellos, uma das organizadoras do festival. São artistas como os brasileiros Rodrigo Munhoz, Alohá Queiroz e Janaina Carrer, a norte-americana Marilyn Arsem e o ítalo-inglês Manuel Vason. Vasconcellos explica que os espaços onde acontecerão as performances foram escolhidos pensando na relação deles com as ações. "Nas imediações da praça da Luz, que é uma área de prostituição, por exemplo, serão apresentados trabalhos que têm a ver com feminismo e políticas de gênero [como "Não Alimente os Animais"]", comenta. Confira ao lado a programação do primeiro dia, quarta (27). Oficina Cultural Oswald de Andrade R. Três Rios, 363, Bom Retiro, região central, tel. 3222-2662. Qua.: 10h às 20h. 16 anos. GRÁTIS 10h - "Ação sem título", de Rafael Couto (RJ) 10h - "Intimidade Instantânea", de Roberto Rezende (AL/SP) 14h - "DÓCIL - Jogos Para Virar Coisa", de Letícia Maia (SP) 16h - "Posses Obscenas", de Sol Cassal (SP) 17h - "Projeto Cartas", de Vicente Martos (SP) 18h - Mostra de videoperformances 19h - "Retenção", de Júlia Sarmento (CE) 20h - "(Haste-Ar)", de Márcio Vasconcelos (SP) 20h - "Silêncio", de Maíra Vaz Valente (SP)
saopaulo
Festival leva performances para sete pontos de São PauloMARIANA MARINHO DE SÃO PAULO Durante quatro dias —começando nesta quarta (27)—, sete pontos de São Paulo, como a Oficina Cultural Oswald de Andrade, o viaduto do Chá e a praça Tiradentes, recebem performances de mais de 30 artistas, entre nomes nacionais e estrangeiros. As apresentações são parte da programação da primeira edição do Festival La Plataformance - Resistência em Rede. O evento, criado pelo grupo homônimo residente há cerca de um ano na Oficina Cultural Oswald de Andrade, nasceu da vontade de, para além de criar uma mostra, intensificar a relação de criação entre os artistas do gênero performático. "Participam pessoas que seguem dando continuidade às suas produções, apesar de não existirem políticas públicas específicas para a performance", afirma a baiana Jaqueline Vasconcellos, uma das organizadoras do festival. São artistas como os brasileiros Rodrigo Munhoz, Alohá Queiroz e Janaina Carrer, a norte-americana Marilyn Arsem e o ítalo-inglês Manuel Vason. Vasconcellos explica que os espaços onde acontecerão as performances foram escolhidos pensando na relação deles com as ações. "Nas imediações da praça da Luz, que é uma área de prostituição, por exemplo, serão apresentados trabalhos que têm a ver com feminismo e políticas de gênero [como "Não Alimente os Animais"]", comenta. Confira ao lado a programação do primeiro dia, quarta (27). Oficina Cultural Oswald de Andrade R. Três Rios, 363, Bom Retiro, região central, tel. 3222-2662. Qua.: 10h às 20h. 16 anos. GRÁTIS 10h - "Ação sem título", de Rafael Couto (RJ) 10h - "Intimidade Instantânea", de Roberto Rezende (AL/SP) 14h - "DÓCIL - Jogos Para Virar Coisa", de Letícia Maia (SP) 16h - "Posses Obscenas", de Sol Cassal (SP) 17h - "Projeto Cartas", de Vicente Martos (SP) 18h - Mostra de videoperformances 19h - "Retenção", de Júlia Sarmento (CE) 20h - "(Haste-Ar)", de Márcio Vasconcelos (SP) 20h - "Silêncio", de Maíra Vaz Valente (SP)
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Museu em SP é acusado de pedofilia após performance com nudez
Uma performance realizada durante a abertura do 35º Panorama da Arte Brasileira no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, na terça-feira (26), está sendo acusada de incitação à pedofilia por internautas que se manifestaram nas redes sociais do museu. A polêmica surgiu após fotos e vídeos da apresentação viralizarem na internet. Nelas, o coreógrafo carioca Wagner Schwartz apresenta "La Bête", em que seu corpo nu pode ser manipulado pelo público. A performance evoca um "Bicho", obra manipulável da artista Lygia Clark (1920-1988). Na ocasião, uma criança que estava entre os espectadores interagiu com o artista, tocando em sua perna e em sua mão. Em nota de esclarecimento publicada na página do Facebook do museu, os organizadores afirmam que a sala da apresentação estava sinalizada sobre o conteúdo de nudez e que "o trabalho não tem conteúdo erótico". A instituição também afirma que a criança estava acompanhada de sua mãe. A mesma performance havia sido apresentada nos dias 19 e 20 de agosto no Instituto Goethe, em Salvador. MAM
ilustrada
Museu em SP é acusado de pedofilia após performance com nudezUma performance realizada durante a abertura do 35º Panorama da Arte Brasileira no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, na terça-feira (26), está sendo acusada de incitação à pedofilia por internautas que se manifestaram nas redes sociais do museu. A polêmica surgiu após fotos e vídeos da apresentação viralizarem na internet. Nelas, o coreógrafo carioca Wagner Schwartz apresenta "La Bête", em que seu corpo nu pode ser manipulado pelo público. A performance evoca um "Bicho", obra manipulável da artista Lygia Clark (1920-1988). Na ocasião, uma criança que estava entre os espectadores interagiu com o artista, tocando em sua perna e em sua mão. Em nota de esclarecimento publicada na página do Facebook do museu, os organizadores afirmam que a sala da apresentação estava sinalizada sobre o conteúdo de nudez e que "o trabalho não tem conteúdo erótico". A instituição também afirma que a criança estava acompanhada de sua mãe. A mesma performance havia sido apresentada nos dias 19 e 20 de agosto no Instituto Goethe, em Salvador. MAM
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Dilma pretende anunciar 'pacote de bondades' em evento da CUT
A presidente Dilma Rousseff pretende anunciar um "pacote de bondades" no evento do Dia do Trabalhador promovido pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), na capital paulista. Diante da possibilidade de ser afastada do cargo no próximo mês, ela orientou assessores e auxiliares a avaliar a viabilidade de reajustar a tabela do Imposto de Renda na Fonte, que não foi corrigida neste ano, e de conceder aumentos tanto para os benefícios do Bolsa Família como para algumas categorias federais. Segundo assessores, a ideia é, no domingo, na capital paulista, ela anunciar medidas para os trabalhadores, fazendo um aceno efetivo à base social do PT e um contraponto ao vice-presidente Michel Temer, que pretende fazer um pente-fino programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. A petista passou a avaliar um aumento dos pagamentos do Bolsa Família, como antecipou o Painel, depois de ser informada que a medida faz parte dos planos do vice-presidente caso ele assuma o Palácio do Planalto. Auxiliares da presidente anteciparam que, apesar das restrições fiscais, Dilma pediu ao Ministério da Fazenda que busque viabilizar pelo menos o aumento do Bolsa Família. No caso da tabela do IR, a equipe econômica considera difícil realizar um reajuste da tabela agora. No caso do Bolsa Família, havia no orçamento R$ 1 bilhão reservado para o reajuste do benefício, mas que acabou sendo remanejado para outras áreas diante dos cortes de despesas efetuados neste ano. Um novo remanejamento de verbas poderia ser feito, recompondo a previsão orçamentária original. O secretário do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira ponderou que, sem a revisão da meta fiscal para 2016, não há espaço para promover novos gastos, argumento que vinha sendo utilizado dentro do governo antes de a presidente dar a nova orientação. "Esse assunto [reajuste do Bolsa Família] poderá ficar para quando a nova meta [fiscal] for aprovada", disse. O Palácio do Planalto também avalia a possibilidade de conceder reajuste salarial para algumas categorias federais, entre elas a Polícia Federal. O objetivo é reforçar o discurso de que o governo petista foi o responsável pela autonomia da Polícia Federal e estimulou a atuação da categoria na Operação Lava Jato. Nesse sentido, na última segunda-feira (25), o ministro Eugênio Aragão publicou portaria que reitera autonomia orçamentária e financeira para a corporação policial. O governo federal enfrenta uma das piores crises fiscais da história recente. Apenas nos três primeiros meses do ano, o rombo já alcança R$ 18 bilhões, mesmo com a receita extra de R$ 11 bilhões oriunda da venda de hidrelétricas no final de 2015. Para evitar um novo panelaço, a presidente não fará pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão no Dia do Trabalho e, como decidiu ir ao evento em São Paulo, não deve divulgar vídeo em redes sociais. No palco, a ideia é ela adotar um discurso no qual defenderá as conquistas das gestões petistas e criticará eventuais retrocessos em um possível governo peemedebista. Convidado pela Força Sindical, o vice-presidente Michel Temer decidiu não participar de evento da entidade sindical. O objetivo é evitar que o gesto seja interpretado como uma tentativa de antecipar o desfecho do processo de impeachment.
poder
Dilma pretende anunciar 'pacote de bondades' em evento da CUTA presidente Dilma Rousseff pretende anunciar um "pacote de bondades" no evento do Dia do Trabalhador promovido pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), na capital paulista. Diante da possibilidade de ser afastada do cargo no próximo mês, ela orientou assessores e auxiliares a avaliar a viabilidade de reajustar a tabela do Imposto de Renda na Fonte, que não foi corrigida neste ano, e de conceder aumentos tanto para os benefícios do Bolsa Família como para algumas categorias federais. Segundo assessores, a ideia é, no domingo, na capital paulista, ela anunciar medidas para os trabalhadores, fazendo um aceno efetivo à base social do PT e um contraponto ao vice-presidente Michel Temer, que pretende fazer um pente-fino programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. A petista passou a avaliar um aumento dos pagamentos do Bolsa Família, como antecipou o Painel, depois de ser informada que a medida faz parte dos planos do vice-presidente caso ele assuma o Palácio do Planalto. Auxiliares da presidente anteciparam que, apesar das restrições fiscais, Dilma pediu ao Ministério da Fazenda que busque viabilizar pelo menos o aumento do Bolsa Família. No caso da tabela do IR, a equipe econômica considera difícil realizar um reajuste da tabela agora. No caso do Bolsa Família, havia no orçamento R$ 1 bilhão reservado para o reajuste do benefício, mas que acabou sendo remanejado para outras áreas diante dos cortes de despesas efetuados neste ano. Um novo remanejamento de verbas poderia ser feito, recompondo a previsão orçamentária original. O secretário do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira ponderou que, sem a revisão da meta fiscal para 2016, não há espaço para promover novos gastos, argumento que vinha sendo utilizado dentro do governo antes de a presidente dar a nova orientação. "Esse assunto [reajuste do Bolsa Família] poderá ficar para quando a nova meta [fiscal] for aprovada", disse. O Palácio do Planalto também avalia a possibilidade de conceder reajuste salarial para algumas categorias federais, entre elas a Polícia Federal. O objetivo é reforçar o discurso de que o governo petista foi o responsável pela autonomia da Polícia Federal e estimulou a atuação da categoria na Operação Lava Jato. Nesse sentido, na última segunda-feira (25), o ministro Eugênio Aragão publicou portaria que reitera autonomia orçamentária e financeira para a corporação policial. O governo federal enfrenta uma das piores crises fiscais da história recente. Apenas nos três primeiros meses do ano, o rombo já alcança R$ 18 bilhões, mesmo com a receita extra de R$ 11 bilhões oriunda da venda de hidrelétricas no final de 2015. Para evitar um novo panelaço, a presidente não fará pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão no Dia do Trabalho e, como decidiu ir ao evento em São Paulo, não deve divulgar vídeo em redes sociais. No palco, a ideia é ela adotar um discurso no qual defenderá as conquistas das gestões petistas e criticará eventuais retrocessos em um possível governo peemedebista. Convidado pela Força Sindical, o vice-presidente Michel Temer decidiu não participar de evento da entidade sindical. O objetivo é evitar que o gesto seja interpretado como uma tentativa de antecipar o desfecho do processo de impeachment.
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Mortes: Boa cozinheira, preparava pizzas disputadas
O sorriso fácil e a disposição em ajudar foram marcas de Regina Maria de Carvalho Collucci. Nascida em Ribeirão Preto (SP), cuidou de irmãos, pais, sogra, cunhadas, filhos e netas. Os desafios começaram cedo. Com um ano, venceu a difteria, doença que levou duas de suas irmãs. Guardava lembranças de festas familiares animadas. Na juventude, lia romances e, como escrevia muito bem, era procurada pelas amigas para escrever cartas de amor aos pretendentes. Era uma exímia cozinheira e gostava de experimentar pratos. Famosa pela pizza, fazia até jiló ficar gostoso. Morou um ano em Remanso (BA), terra natal dos pais. Ali aprendeu a bordar e costurar. Fazia as próprias roupas, de parentes e vizinhos, mas nunca ganhou nada. O pai a proibia de trabalhar fora. Quando teve câncer, Regina cuidou dele até a morte. Depois, foi operária na tecelagem Matarazzo, adiando o casamento. "Eu queria casar logo, mas ela desejava fazer o enxoval", lembra o marido, Haroldo. Iriam fazer bodas de ouro neste ano. Em 1978, o filho caçula, Carlinhos, 7, morreu num poço artesiano. Mesmo consumida pela dor, nunca deixou faltar amor e carinho às filhas, esta repórter e Eliana. Não dispensava um chope. Na família, a cena era motivo de gozação: "Mais um chope, dona Regina?". Não dizia nem sim nem não, apenas sorria marotamente. A festa dos 80 anos seria em agosto. Há menos de um mês, teve diagnosticado um câncer, do mesmo tipo que levara o pai. Resignada, disse: "Até nisso puxei meu pai". Morreu no dia 4, aos 79. Deixa o marido, duas filhas, dois genros e duas netas. A missa de 7º dia será rezada neste domingo (10), às 9h, na igreja Santo Antonio Maria Claret, em Ribeirão Preto. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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Mortes: Boa cozinheira, preparava pizzas disputadasO sorriso fácil e a disposição em ajudar foram marcas de Regina Maria de Carvalho Collucci. Nascida em Ribeirão Preto (SP), cuidou de irmãos, pais, sogra, cunhadas, filhos e netas. Os desafios começaram cedo. Com um ano, venceu a difteria, doença que levou duas de suas irmãs. Guardava lembranças de festas familiares animadas. Na juventude, lia romances e, como escrevia muito bem, era procurada pelas amigas para escrever cartas de amor aos pretendentes. Era uma exímia cozinheira e gostava de experimentar pratos. Famosa pela pizza, fazia até jiló ficar gostoso. Morou um ano em Remanso (BA), terra natal dos pais. Ali aprendeu a bordar e costurar. Fazia as próprias roupas, de parentes e vizinhos, mas nunca ganhou nada. O pai a proibia de trabalhar fora. Quando teve câncer, Regina cuidou dele até a morte. Depois, foi operária na tecelagem Matarazzo, adiando o casamento. "Eu queria casar logo, mas ela desejava fazer o enxoval", lembra o marido, Haroldo. Iriam fazer bodas de ouro neste ano. Em 1978, o filho caçula, Carlinhos, 7, morreu num poço artesiano. Mesmo consumida pela dor, nunca deixou faltar amor e carinho às filhas, esta repórter e Eliana. Não dispensava um chope. Na família, a cena era motivo de gozação: "Mais um chope, dona Regina?". Não dizia nem sim nem não, apenas sorria marotamente. A festa dos 80 anos seria em agosto. Há menos de um mês, teve diagnosticado um câncer, do mesmo tipo que levara o pai. Resignada, disse: "Até nisso puxei meu pai". Morreu no dia 4, aos 79. Deixa o marido, duas filhas, dois genros e duas netas. A missa de 7º dia será rezada neste domingo (10), às 9h, na igreja Santo Antonio Maria Claret, em Ribeirão Preto. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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Em disputa acirrada, Edvaldo Nogueira (PC do B) vence em Aracaju
NICOLA PAMPLONA DO RIO Em uma disputa acirrada, a população de Aracaju (SE) elegeu para o cargo de prefeito Edvaldo Nogueira (PC d B). Ele venceu com 52,11% dos votos, contra 47,89% do oponente, Valadares Filho (PSB). Na última pesquisa divulgada pelo Ibope, no sábado (29) Valadares Filho tinha 51% dos votos válidos e Edvaldo Nogueira, 49%. No primeiro turno, a disputa entre os dois também foi bastante acirrada: Edvaldo teve 99.815 votos e Valadares, 98.071, uma diferença de menos de 1%. Valadares está no terceiro mandato na Câmara dos Deputados e recebeu o apoio de uma ampla coligação, com 14 partidos, na disputa deste ano. Edvaldo já esteve na prefeitura, como vice-prefeito do petista Marcelo Deda, morto em 2013. Em 2006, assumiu o cargo quando Deda se afastou para concorrer ao governo do Estado. Em sua campanha, destacou mudanças realizadas no municípios no período em que esteve na prefeitura. Seu adversário manteve o discurso de renovação, lembrando que Edvaldo é aliado do PT. A crise financeira da prefeitura, com atrasos de salários a servidores foi um dos temas debatidos na campanha, com os dois candidatos se comprometendo a resolver o problema. Nos últimos dias de campanha, a disputa foi esquentada pela divulgação de um parecer do Ministério Público pedindo a rejeição das contas de Nogueira quando era prefeito. O tema ganhou destaque na propaganda de Valadares Filho. Nogueira chamou o documento de eleitoreiro.
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Em disputa acirrada, Edvaldo Nogueira (PC do B) vence em AracajuNICOLA PAMPLONA DO RIO Em uma disputa acirrada, a população de Aracaju (SE) elegeu para o cargo de prefeito Edvaldo Nogueira (PC d B). Ele venceu com 52,11% dos votos, contra 47,89% do oponente, Valadares Filho (PSB). Na última pesquisa divulgada pelo Ibope, no sábado (29) Valadares Filho tinha 51% dos votos válidos e Edvaldo Nogueira, 49%. No primeiro turno, a disputa entre os dois também foi bastante acirrada: Edvaldo teve 99.815 votos e Valadares, 98.071, uma diferença de menos de 1%. Valadares está no terceiro mandato na Câmara dos Deputados e recebeu o apoio de uma ampla coligação, com 14 partidos, na disputa deste ano. Edvaldo já esteve na prefeitura, como vice-prefeito do petista Marcelo Deda, morto em 2013. Em 2006, assumiu o cargo quando Deda se afastou para concorrer ao governo do Estado. Em sua campanha, destacou mudanças realizadas no municípios no período em que esteve na prefeitura. Seu adversário manteve o discurso de renovação, lembrando que Edvaldo é aliado do PT. A crise financeira da prefeitura, com atrasos de salários a servidores foi um dos temas debatidos na campanha, com os dois candidatos se comprometendo a resolver o problema. Nos últimos dias de campanha, a disputa foi esquentada pela divulgação de um parecer do Ministério Público pedindo a rejeição das contas de Nogueira quando era prefeito. O tema ganhou destaque na propaganda de Valadares Filho. Nogueira chamou o documento de eleitoreiro.
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Servidores da era PT se mantêm em cargos estratégicos do governo Temer
Mesmo com toda a tensão que marcou o processo de impeachment, petistas e pessoas indicadas pelo PT persistem em cargos estratégicos do governo federal, oito meses após o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff. Amiga do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, a advogada Regina Maria Filomena de Luca Miki esteve por quase seis anos à frente da Secretaria de Segurança do Ministério da Justiça. Foi exonerada em junho de 2016, na interinidade de Temer. Mas assumiu a Gerência Executiva de Inteligência da Petrobras em dezembro, um mês depois de solicitar sua desfiliação do PT. Antes de chegar ao governo federal, ela foi secretária da Prefeitura de Diadema, na gestão de José De Filippi —tesoureiro de duas campanhas presidenciais do PT. Ligado ao PT de São Paulo, Rodrigo Assumpção ocupa há mais de oito anos a presidência da Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social). Um substituto chegou a ser anunciado no início do governo Temer. Mas Assumpção continuou no cargo. Ele chegou ao Ministério do Planejamento no primeiro ano da administração Lula, como secretário-adjunto de Logística e Tecnologia da Informação. Procurado pela Folha, Assumpção não se manifestou. A atual presidente do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) —vinculado ao Ministério da Fazenda—, Glória Guimarães, foi levada ao governo Lula por indicação do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. A convite de Bernardo, ela foi secretaria de Logística e Tecnologia da Informação no ministério. Com a transferência de Bernardo para o Ministério das Comunicações, assumiu a vice-presidência de Operações dos Correios. Ainda no governo Dilma, comandou a superintendência do Serpro. Em maio de 2016, foi nomeada presidente da estatal. Guimarães rechaça a ideia de apadrinhamento político. "Estou há 36 anos no serviço público, sempre ocupei funções técnicas e de gestão durante minha vida pública. Nunca trabalhei em fundos de pensão. Não tenho padrinhos políticos", afirma. No passado apoiado pelos ex-ministros Jaques Wagner e Antonio Palocci contra a cobiça do PMDB, o vice-presidente de Tecnologia do Banco do Brasil, Geraldo Afonso Dezena da Silva, também rejeita o rótulo de afilhado político. "Sou funcionário de carreira do Banco do Brasil há 40 anos, tempo em que exerci diversos cargos, galgando um a um sem nunca contar com indicações políticas." ALOPRADO A exemplo de Dataprev e Serpro, a estrutura do BB Tecnologia e Serviços —a antiga Cobra, empresa controlada pelo Banco do Brasil— conserva parte da estrutura herdada da gestão petista. Entre seus dirigentes está Expedito Veloso. Um dos coordenadores da campanha de reeleição de Lula em 2006, Veloso ocupa, segundo o site oficial, a diretoria de Operações da instituição. Durante a campanha daquele ano, seu nome veio à tona em meio ao "escândalo dos aloprados", quando colaboradores da candidatura foram flagrados no momento da compra de um dossiê sobre o tucano José Serra, então candidato do PSDB ao governo de São Paulo. Veloso foi afastado do PT e investigado pelo banco. Inocentado pela Justiça em 2015, escreveu, em artigo, que pretende retomar o "curso normal" de sua carreira. Outro sobrevivente é o ex-ministro do Turismo e ex-presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequeno Empresas), Luiz Barretto. O petista ocupa postos-chave na Esplanada desde o governo Lula. Foi nomeado ministro do Turismo em 2008. Assumiu a presidência do Sebrae dois anos depois e foi substituído por Guilherme Afif em novembro de 2015. Em fevereiro de 2016, Barretto foi nomeado presidente da Caixa Crescer, instituição de oferta de microcrédito que tem 49% de suas ações pertencentes à Caixa —o restante é de fundos privados. O ex-ministro afirma que não houve indicação política para o cargo. "Não faço parte do governo Temer. Estou numa empresa privada", disse. Barretto afirma que, embora consultada, a Caixa não tem a palavra final sobre a diretoria da instituição.
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Servidores da era PT se mantêm em cargos estratégicos do governo TemerMesmo com toda a tensão que marcou o processo de impeachment, petistas e pessoas indicadas pelo PT persistem em cargos estratégicos do governo federal, oito meses após o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff. Amiga do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, a advogada Regina Maria Filomena de Luca Miki esteve por quase seis anos à frente da Secretaria de Segurança do Ministério da Justiça. Foi exonerada em junho de 2016, na interinidade de Temer. Mas assumiu a Gerência Executiva de Inteligência da Petrobras em dezembro, um mês depois de solicitar sua desfiliação do PT. Antes de chegar ao governo federal, ela foi secretária da Prefeitura de Diadema, na gestão de José De Filippi —tesoureiro de duas campanhas presidenciais do PT. Ligado ao PT de São Paulo, Rodrigo Assumpção ocupa há mais de oito anos a presidência da Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social). Um substituto chegou a ser anunciado no início do governo Temer. Mas Assumpção continuou no cargo. Ele chegou ao Ministério do Planejamento no primeiro ano da administração Lula, como secretário-adjunto de Logística e Tecnologia da Informação. Procurado pela Folha, Assumpção não se manifestou. A atual presidente do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) —vinculado ao Ministério da Fazenda—, Glória Guimarães, foi levada ao governo Lula por indicação do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. A convite de Bernardo, ela foi secretaria de Logística e Tecnologia da Informação no ministério. Com a transferência de Bernardo para o Ministério das Comunicações, assumiu a vice-presidência de Operações dos Correios. Ainda no governo Dilma, comandou a superintendência do Serpro. Em maio de 2016, foi nomeada presidente da estatal. Guimarães rechaça a ideia de apadrinhamento político. "Estou há 36 anos no serviço público, sempre ocupei funções técnicas e de gestão durante minha vida pública. Nunca trabalhei em fundos de pensão. Não tenho padrinhos políticos", afirma. No passado apoiado pelos ex-ministros Jaques Wagner e Antonio Palocci contra a cobiça do PMDB, o vice-presidente de Tecnologia do Banco do Brasil, Geraldo Afonso Dezena da Silva, também rejeita o rótulo de afilhado político. "Sou funcionário de carreira do Banco do Brasil há 40 anos, tempo em que exerci diversos cargos, galgando um a um sem nunca contar com indicações políticas." ALOPRADO A exemplo de Dataprev e Serpro, a estrutura do BB Tecnologia e Serviços —a antiga Cobra, empresa controlada pelo Banco do Brasil— conserva parte da estrutura herdada da gestão petista. Entre seus dirigentes está Expedito Veloso. Um dos coordenadores da campanha de reeleição de Lula em 2006, Veloso ocupa, segundo o site oficial, a diretoria de Operações da instituição. Durante a campanha daquele ano, seu nome veio à tona em meio ao "escândalo dos aloprados", quando colaboradores da candidatura foram flagrados no momento da compra de um dossiê sobre o tucano José Serra, então candidato do PSDB ao governo de São Paulo. Veloso foi afastado do PT e investigado pelo banco. Inocentado pela Justiça em 2015, escreveu, em artigo, que pretende retomar o "curso normal" de sua carreira. Outro sobrevivente é o ex-ministro do Turismo e ex-presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequeno Empresas), Luiz Barretto. O petista ocupa postos-chave na Esplanada desde o governo Lula. Foi nomeado ministro do Turismo em 2008. Assumiu a presidência do Sebrae dois anos depois e foi substituído por Guilherme Afif em novembro de 2015. Em fevereiro de 2016, Barretto foi nomeado presidente da Caixa Crescer, instituição de oferta de microcrédito que tem 49% de suas ações pertencentes à Caixa —o restante é de fundos privados. O ex-ministro afirma que não houve indicação política para o cargo. "Não faço parte do governo Temer. Estou numa empresa privada", disse. Barretto afirma que, embora consultada, a Caixa não tem a palavra final sobre a diretoria da instituição.
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Dormir sempre do mesmo lado faz mal pra coluna e pra postura?
Tenho 78 anos e há muito tempo durmo sobre o lado esquerdo. Observei que a coluna começa a se projetar um pouco para a direita e estou com o quadril desalinhado. Notei uma diferença de 2 mm no tamanho das pernas (a direita é a maior). Qual o papel do hábito de dormir do mesmo lado no quadro? R.C.S.C. Dormir de lado é a melhor posição que há, embora dormir de barriga para cima, com um travesseiro baixo, também seja adequado. Evite dormir de bruços, diz o ortopedista Lafayette Lage. Não somos simétricos e diferenças de até 5 mm são razoáveis, exceto em crianças, em quem diferenças grandes podem causar uma lombociatalgia, geralmente confundida com "dor do crescimento". A tendência de virar o dorso para trás enquanto se dorme pode ser amenizada com o uso de três travesseiros: um para a cabeça, o segundo para abraçar e o terceiro para colocar entre as pernas. - A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o e-mail [email protected], informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP. Confira mais dúvidas enviadas pelos leitores
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Dormir sempre do mesmo lado faz mal pra coluna e pra postura?Tenho 78 anos e há muito tempo durmo sobre o lado esquerdo. Observei que a coluna começa a se projetar um pouco para a direita e estou com o quadril desalinhado. Notei uma diferença de 2 mm no tamanho das pernas (a direita é a maior). Qual o papel do hábito de dormir do mesmo lado no quadro? R.C.S.C. Dormir de lado é a melhor posição que há, embora dormir de barriga para cima, com um travesseiro baixo, também seja adequado. Evite dormir de bruços, diz o ortopedista Lafayette Lage. Não somos simétricos e diferenças de até 5 mm são razoáveis, exceto em crianças, em quem diferenças grandes podem causar uma lombociatalgia, geralmente confundida com "dor do crescimento". A tendência de virar o dorso para trás enquanto se dorme pode ser amenizada com o uso de três travesseiros: um para a cabeça, o segundo para abraçar e o terceiro para colocar entre as pernas. - A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o e-mail [email protected], informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP. Confira mais dúvidas enviadas pelos leitores
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Com novos sócios árabes, Alitalia reformula aviões e malha aérea
O "Turismo" prepara uma seleção de dicas, novidades e eventos do setor toda semana. A coluna "Sobrevoo" também responde a perguntas dos leitores e publicas fotos de viagem. Para colaborar, envie e-mail para [email protected]. Com novos sócios árabes, Alitalia reformula aviões e malha aérea DO ENVIADO ESPECIAL A ROMA - Cinco meses após a entrada da árabe Etihad como acionista, com 49% de participação, a Alitalia iniciou um processo de readequação da companhia. As mudanças vão da parte visual dos aviões e uniformes de funcionários até a malha aérea do grupo italiano. A empresa apresentou, em Roma, o seu novo Airbus A330 com design reformulado e mudanças em todas as classes de voo. Nas cabines, a frota vai incluir, até 2017, novos sistemas de entretenimento e serviços como wi-fi. "O acordo com a Etihad levou a uma grande injeção de caixa, que resultará em uma solução dos nossos problemas [financeiros]", disse Luca Cordero di Montezemolo, presidente da aérea italiana. A rede de longa distância também será alterada, com uma expansão em cerca de um terço na frequência de voos semanais a partir de Roma. O número deverá passar dos atuais 87 para 113 em meados de 2018. Estão previstos voos entre Roma e Santiago (Chile) e Cidade do México; nos voos a partir de São Paulo ou Rio, a capital italiana poderá ser opção de conexão para a Ásia –Pequim, Seul e Xangai. (LEANDRO MARTINS) O jornalista viajou a convite da Alitalia * Las Vegas terá pista de corrida para amadores Famosa pelos cassinos, a cidade de Las Vegas (EUA) terá uma atração para amantes de corrida, o Speedvegas, onde o turista poderá dirigir carros como Ferraris, Lamborghinis e Mustangs. O espaço de 405 mil metros quadrados terá uma pista inspirada nos trajetos de Fórmula 1, com curvas inclinadas, elevações e retas, e um centro de eventos. O Speedvegas, que fica a dez minutos de Las Vegas, tem previsão de abertura para o início de 2016. O empreendimento pertence aos donos da World Class Driving, que aluga carros esportivos em Las Vegas a partir de US$ 299 (R$ 929; speedvegas.com ) * AMAZONAS A dinamarquesa Mai-Britt Wolthers fez uma instalação na copa de uma árvore em um igapó na região de Novo Airão; as 40 cuias, que marcam as mudanças do rio Negro, ficarão expostas por um ano para os passeios de canoa pela Amazônia * Parque no Rio ganha espaço para ecoturismo Foi inaugurado no sábado passado (13) em Visconde de Mauá (RJ) o Espaço de Turismo e Meio Ambiente no Parque Estadual da Pedra Selada. A região, que fica no Médio Paraíba, abriga remanescentes de Mata Atlântica. O empreendimento, que vai abrigar eventos artísticos e culturais, possui área de 990 metros quadrados e conta com área de exposições, central de informações turísticas, auditório e biblioteca. O objetivo é promover o turismo e a preservação ambiental na região. A obra, do governo estadual do Rio, custou R$ 3,5 milhões, com recursos do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo. * HISTÓRIA DE VIAGEM Chuvinha fez Japão cancelar o Carnaval ADRIANA KÜCHLER EDITORA-ASSISTENTE DA SERAFINA Imagine se um dia cancelassem o Carnaval do Rio. Nem se o Brasil tivesse terremoto ou furacão, certo? Pois no Japão, que até tsunami tem, o último festival de Takayama foi suspenso por uma chuvinha constante. Lindos e centenários carros alegóricos, que deveriam desfilar ao lado de moradores em trajes típicos por ruas ladeadas de cerejeiras em flor, ficaram em galpões. E milhares de turistas, que se planejaram com meses de antecedência, vagaram como zumbis umedecidos por vielas antigas, observando foliões frustrados, sentados diante de um encaixotado Carnaval. Ir a um festival no Japão é uma daquelas experiências "autênticas", rara chance de interagir com japoneses sem tropeçar na barreira do idioma. Abril é repleto de festivais. Ir até o outro lado do mundo e perder a chance seria burrice das brabas. Sem sinal de que o improviso (característica nada japonesa) tiraria o desfile de Takayama do armário, a solução foi partir para Nikko, cidade com templos incrustados numa floresta, onde aconteceria outro festival. Desta vez, com direito a desfile, suor e saquê. * APP NA BAGAGEM Four Seasons Pelo aplicativo o usuário pode fazer reservas e check-in nos hotéis Four Seasons. O serviço tem dicas sobre gastronomia, compras e eventos culturais e mostra o tempo até cada atração -não é preciso ser hóspede para acessar as dicas. Nome Four Seasons Plataforma iOS e Android Onde App Store, Google Play, Amazon App Store Quanto Gratuito * AGENDA 26 de JUNHO Tem início o Festival de Parintins (AM), a festa folclórica dos bois-bumbás Caprichoso e Garantido, que faz 50 anos em 2015. O evento vai até o dia 28. Veja pacotes em folha.com/no1642761 PACOTES R$ 7.028 Duas noites no hotel Tropical, em Manaus, e quatro noites na pousada Hernandes, em Parintins. Inclui aéreo, café da manhã e ingressos para as três noites do Festival (setor: arquibancada especial). Na NX Operadora: (11) 5614-9177; nxturismo.com.br R$ 8.100 Três noites na pousada Hernandes, em Parintins. Inclui café da manhã, aéreo e ingressos para as três noites do Festival (setor: arquibancada especial). Na Addin Viagens: (11) 4063-8722; addin.com.br
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Com novos sócios árabes, Alitalia reformula aviões e malha aéreaO "Turismo" prepara uma seleção de dicas, novidades e eventos do setor toda semana. A coluna "Sobrevoo" também responde a perguntas dos leitores e publicas fotos de viagem. Para colaborar, envie e-mail para [email protected]. Com novos sócios árabes, Alitalia reformula aviões e malha aérea DO ENVIADO ESPECIAL A ROMA - Cinco meses após a entrada da árabe Etihad como acionista, com 49% de participação, a Alitalia iniciou um processo de readequação da companhia. As mudanças vão da parte visual dos aviões e uniformes de funcionários até a malha aérea do grupo italiano. A empresa apresentou, em Roma, o seu novo Airbus A330 com design reformulado e mudanças em todas as classes de voo. Nas cabines, a frota vai incluir, até 2017, novos sistemas de entretenimento e serviços como wi-fi. "O acordo com a Etihad levou a uma grande injeção de caixa, que resultará em uma solução dos nossos problemas [financeiros]", disse Luca Cordero di Montezemolo, presidente da aérea italiana. A rede de longa distância também será alterada, com uma expansão em cerca de um terço na frequência de voos semanais a partir de Roma. O número deverá passar dos atuais 87 para 113 em meados de 2018. Estão previstos voos entre Roma e Santiago (Chile) e Cidade do México; nos voos a partir de São Paulo ou Rio, a capital italiana poderá ser opção de conexão para a Ásia –Pequim, Seul e Xangai. (LEANDRO MARTINS) O jornalista viajou a convite da Alitalia * Las Vegas terá pista de corrida para amadores Famosa pelos cassinos, a cidade de Las Vegas (EUA) terá uma atração para amantes de corrida, o Speedvegas, onde o turista poderá dirigir carros como Ferraris, Lamborghinis e Mustangs. O espaço de 405 mil metros quadrados terá uma pista inspirada nos trajetos de Fórmula 1, com curvas inclinadas, elevações e retas, e um centro de eventos. O Speedvegas, que fica a dez minutos de Las Vegas, tem previsão de abertura para o início de 2016. O empreendimento pertence aos donos da World Class Driving, que aluga carros esportivos em Las Vegas a partir de US$ 299 (R$ 929; speedvegas.com ) * AMAZONAS A dinamarquesa Mai-Britt Wolthers fez uma instalação na copa de uma árvore em um igapó na região de Novo Airão; as 40 cuias, que marcam as mudanças do rio Negro, ficarão expostas por um ano para os passeios de canoa pela Amazônia * Parque no Rio ganha espaço para ecoturismo Foi inaugurado no sábado passado (13) em Visconde de Mauá (RJ) o Espaço de Turismo e Meio Ambiente no Parque Estadual da Pedra Selada. A região, que fica no Médio Paraíba, abriga remanescentes de Mata Atlântica. O empreendimento, que vai abrigar eventos artísticos e culturais, possui área de 990 metros quadrados e conta com área de exposições, central de informações turísticas, auditório e biblioteca. O objetivo é promover o turismo e a preservação ambiental na região. A obra, do governo estadual do Rio, custou R$ 3,5 milhões, com recursos do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo. * HISTÓRIA DE VIAGEM Chuvinha fez Japão cancelar o Carnaval ADRIANA KÜCHLER EDITORA-ASSISTENTE DA SERAFINA Imagine se um dia cancelassem o Carnaval do Rio. Nem se o Brasil tivesse terremoto ou furacão, certo? Pois no Japão, que até tsunami tem, o último festival de Takayama foi suspenso por uma chuvinha constante. Lindos e centenários carros alegóricos, que deveriam desfilar ao lado de moradores em trajes típicos por ruas ladeadas de cerejeiras em flor, ficaram em galpões. E milhares de turistas, que se planejaram com meses de antecedência, vagaram como zumbis umedecidos por vielas antigas, observando foliões frustrados, sentados diante de um encaixotado Carnaval. Ir a um festival no Japão é uma daquelas experiências "autênticas", rara chance de interagir com japoneses sem tropeçar na barreira do idioma. Abril é repleto de festivais. Ir até o outro lado do mundo e perder a chance seria burrice das brabas. Sem sinal de que o improviso (característica nada japonesa) tiraria o desfile de Takayama do armário, a solução foi partir para Nikko, cidade com templos incrustados numa floresta, onde aconteceria outro festival. Desta vez, com direito a desfile, suor e saquê. * APP NA BAGAGEM Four Seasons Pelo aplicativo o usuário pode fazer reservas e check-in nos hotéis Four Seasons. O serviço tem dicas sobre gastronomia, compras e eventos culturais e mostra o tempo até cada atração -não é preciso ser hóspede para acessar as dicas. Nome Four Seasons Plataforma iOS e Android Onde App Store, Google Play, Amazon App Store Quanto Gratuito * AGENDA 26 de JUNHO Tem início o Festival de Parintins (AM), a festa folclórica dos bois-bumbás Caprichoso e Garantido, que faz 50 anos em 2015. O evento vai até o dia 28. Veja pacotes em folha.com/no1642761 PACOTES R$ 7.028 Duas noites no hotel Tropical, em Manaus, e quatro noites na pousada Hernandes, em Parintins. Inclui aéreo, café da manhã e ingressos para as três noites do Festival (setor: arquibancada especial). Na NX Operadora: (11) 5614-9177; nxturismo.com.br R$ 8.100 Três noites na pousada Hernandes, em Parintins. Inclui café da manhã, aéreo e ingressos para as três noites do Festival (setor: arquibancada especial). Na Addin Viagens: (11) 4063-8722; addin.com.br
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Procuradoria denuncia servidoras por fraude em cerimônia de posse de Lula
A Procuradoria da República do Distrito Federal denunciou à Justiça Federal nesta quinta-feira (27) duas ex-servidoras públicas por fraude em contrato para eventos da posse do segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2007. Segundo o Ministério Público Federal, que ingressou com ação civil por improbidade administrativa, as funcionárias públicas que atuavam à época no Ministério da Cultura desviaram um montante de R$ 759.450 - R$ 1,7 milhões em valores atualizados - em contrato com a empresa Aplauso Organização de Eventos. Além da ex-diretora de gestão Elaine Santos e da ex-assessora especial Cyntia Campos, ambas do Ministério da Cultura, foram denunciadas Márcia Faula e Andrea Pereira, sócias-administradoras da empresa de eventos. De acordo com a denúncia, resultado de inquérito civil baseado em relatório do TCU (Tribunal de Contas da União), a Aplauso Organização de Eventos não ofereceu serviço para o qual foi contratada para a solenidade de posse, como a oferta de cadeiras estofadas. Ao todo, o Ministério da Cultura contratou da companhia de eventos seis mil cadeiras para três dias de solenidade, o que totalizou despesa de R$ 144 mil. Segundo a denúncia, no entanto, o evento teve duração de apenas um dia e consistia em shows musicais na Esplanada dos Ministérios, sem a presença de assentos. A investigação do Ministério Público Federal aponta ainda que o Ministério da Cultura contratou grades de isolamento para a solenidade de posse que não estavam previstas em pregão público realizado pelo governo federal. Segundo a denúncia, pela ata de registro de preços, a empresa deveria entregar ao contratante "painéis para fixação de pôsteres". Com a constatação da falha, o Tribunal de Contas da União impugnou o pagamento. "Para atender o referido orçamento, o Ministério da Cultura enquadrou as grades de isolamento no item 'painéis para fixação de pôsteres', contratando e efetuando o pagamento desse item em R$ 615.450", explicou o procurador Anselmo Cordeiro Lopes. Além da condenação por improbidade administrativa, a Procuradoria da República requer o ressarcimento aos cofres públicos dos "valores pagos indevidamente em decorrência da execução do aludido contrato".
poder
Procuradoria denuncia servidoras por fraude em cerimônia de posse de LulaA Procuradoria da República do Distrito Federal denunciou à Justiça Federal nesta quinta-feira (27) duas ex-servidoras públicas por fraude em contrato para eventos da posse do segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2007. Segundo o Ministério Público Federal, que ingressou com ação civil por improbidade administrativa, as funcionárias públicas que atuavam à época no Ministério da Cultura desviaram um montante de R$ 759.450 - R$ 1,7 milhões em valores atualizados - em contrato com a empresa Aplauso Organização de Eventos. Além da ex-diretora de gestão Elaine Santos e da ex-assessora especial Cyntia Campos, ambas do Ministério da Cultura, foram denunciadas Márcia Faula e Andrea Pereira, sócias-administradoras da empresa de eventos. De acordo com a denúncia, resultado de inquérito civil baseado em relatório do TCU (Tribunal de Contas da União), a Aplauso Organização de Eventos não ofereceu serviço para o qual foi contratada para a solenidade de posse, como a oferta de cadeiras estofadas. Ao todo, o Ministério da Cultura contratou da companhia de eventos seis mil cadeiras para três dias de solenidade, o que totalizou despesa de R$ 144 mil. Segundo a denúncia, no entanto, o evento teve duração de apenas um dia e consistia em shows musicais na Esplanada dos Ministérios, sem a presença de assentos. A investigação do Ministério Público Federal aponta ainda que o Ministério da Cultura contratou grades de isolamento para a solenidade de posse que não estavam previstas em pregão público realizado pelo governo federal. Segundo a denúncia, pela ata de registro de preços, a empresa deveria entregar ao contratante "painéis para fixação de pôsteres". Com a constatação da falha, o Tribunal de Contas da União impugnou o pagamento. "Para atender o referido orçamento, o Ministério da Cultura enquadrou as grades de isolamento no item 'painéis para fixação de pôsteres', contratando e efetuando o pagamento desse item em R$ 615.450", explicou o procurador Anselmo Cordeiro Lopes. Além da condenação por improbidade administrativa, a Procuradoria da República requer o ressarcimento aos cofres públicos dos "valores pagos indevidamente em decorrência da execução do aludido contrato".
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Em obra mais recente, Ian McEwan usa música para alinhavar reviravoltas
Mais recente romance de Ian McEwan, "A Balada de Adam Henry" é uma história sobre fidelidade –conjugal, ética, religiosa– que o escritor britânico vai lentamente transformando, com sua aguda imaginação dos estados de consciência de suas personagens, numa espécie de música interior. A música, aliás, é elemento essencial na construção da trama, insinuando-se primeiramente em surdina, como detalhe de composição psicológica, para depois ser a própria matéria que enforma o romance, dissolvendo certezas morais e invertendo o acorde das decisões afetivas. Em cena, temos Fiona Maye, juíza do Tribunal Superior inglês que se ocupa de casos da Vara de Família: uma mulher temerosa de que o marido marroquino e muçulmano sequestre a filha do casal, levando-a para seu país natal; o destino das filhas de um casal de judeus ultraortodoxos que está se divorciando. São temas nos quais uma noção iluminista e laica de direito individual aparece em conflito com fundamentalismos religiosos, na multiétnica Londres. Com o agravante de que, por se tratar do destino de menores sujeitos à autoridade familiar, a juíza se vê diante da escolha de contrariar a fé dos litigantes –escolha mais moral do que legal, pois embasada na legislação inglesa para as crianças que dá o título original do livro ("The Children Act"). Embora dramáticos e discutidos em suas minúcias jurídicas, tais casos seriam corriqueiros na Vara de Família em que Fiona atua –não fosse o fato de que também ela vive uma crise com o marido, Jack, prestes a ceder aos apelos de um caso extraconjugal. O conflito matrimonial (em que a ausência de filhos e sexo fazem a operosa juíza se culpar pela iminente separação), as lembranças agora ultrajadas de Fiona (ingressos de óperas que ela dava de presente a Jack; a exigente fuga de Bach que ela, talentosa pianista amadora, dominara por amor ao marido) e as decisões judiciais que deve tomar com serenidade, sem transparecer que é uma mulher em crise, tudo isso é narrado sem sobressaltos, com aquela nota melancólica que assinala as fraturas de um casamento e de uma vida profissional que se acreditava sólidos. Surge então um novo caso para atar os fios da vida pública e da vida privada de Fiona: um jovem de 17 anos, Adam Henry, que, acometido de leucemia, se recusa a receber transfusão de sangue, por ser Testemunha de Jeová. Respeitando judiciosamente os argumentos opostos dos familiares e da equipe médica, Fiona quer ouvir o próprio Adam e vai ao hospital em que ele está internado. Não consegue demovê-lo, mas deixa uma semente de dúvida no rapaz ao entoar com ele (violinista aprendiz) uma canção de Benjamin Britten sobre poema de Yeats que termina com o verso "eu era jovem e tolo, e hoje só me resta chorar". Não convém revelar o teor da decisão de Fiona sobre a transfusão. Basta dizer que, ao cogitar lhe oferecer outro sistema de crenças, ela se expõe ao risco de transformar aquilo que parecia satânico (um pragmatismo médico-científico, uma moral laica do direito à vida e à felicidade) numa outra forma de servidão, mais profana –porém igualmente demoníaca. "A Balada de Adam Henry" resvala no "thriller" psicológico, com o jovem enviando cartas e poemas a Fiona, perseguindo a juíza até Newcastle, cidade da qual ela conserva a memória de suas primeiras aventuras eróticas e na qual se vê na iminência de ceder à mesma tentação adúltera do marido. Na magnífica sequência final do romance, Fiona dá um recital para magistrados junto com um colega e, no "bis", toca a mesma canção que inoculara o ceticismo em Adam –cujo destino coloca em xeque suas próprias certezas sobre fidelidade, imparcialidade e sobre as trágicas consequências de fundamentalismos religiosos ou morais. Fronteiras do Pensamento
ilustrada
Em obra mais recente, Ian McEwan usa música para alinhavar reviravoltasMais recente romance de Ian McEwan, "A Balada de Adam Henry" é uma história sobre fidelidade –conjugal, ética, religiosa– que o escritor britânico vai lentamente transformando, com sua aguda imaginação dos estados de consciência de suas personagens, numa espécie de música interior. A música, aliás, é elemento essencial na construção da trama, insinuando-se primeiramente em surdina, como detalhe de composição psicológica, para depois ser a própria matéria que enforma o romance, dissolvendo certezas morais e invertendo o acorde das decisões afetivas. Em cena, temos Fiona Maye, juíza do Tribunal Superior inglês que se ocupa de casos da Vara de Família: uma mulher temerosa de que o marido marroquino e muçulmano sequestre a filha do casal, levando-a para seu país natal; o destino das filhas de um casal de judeus ultraortodoxos que está se divorciando. São temas nos quais uma noção iluminista e laica de direito individual aparece em conflito com fundamentalismos religiosos, na multiétnica Londres. Com o agravante de que, por se tratar do destino de menores sujeitos à autoridade familiar, a juíza se vê diante da escolha de contrariar a fé dos litigantes –escolha mais moral do que legal, pois embasada na legislação inglesa para as crianças que dá o título original do livro ("The Children Act"). Embora dramáticos e discutidos em suas minúcias jurídicas, tais casos seriam corriqueiros na Vara de Família em que Fiona atua –não fosse o fato de que também ela vive uma crise com o marido, Jack, prestes a ceder aos apelos de um caso extraconjugal. O conflito matrimonial (em que a ausência de filhos e sexo fazem a operosa juíza se culpar pela iminente separação), as lembranças agora ultrajadas de Fiona (ingressos de óperas que ela dava de presente a Jack; a exigente fuga de Bach que ela, talentosa pianista amadora, dominara por amor ao marido) e as decisões judiciais que deve tomar com serenidade, sem transparecer que é uma mulher em crise, tudo isso é narrado sem sobressaltos, com aquela nota melancólica que assinala as fraturas de um casamento e de uma vida profissional que se acreditava sólidos. Surge então um novo caso para atar os fios da vida pública e da vida privada de Fiona: um jovem de 17 anos, Adam Henry, que, acometido de leucemia, se recusa a receber transfusão de sangue, por ser Testemunha de Jeová. Respeitando judiciosamente os argumentos opostos dos familiares e da equipe médica, Fiona quer ouvir o próprio Adam e vai ao hospital em que ele está internado. Não consegue demovê-lo, mas deixa uma semente de dúvida no rapaz ao entoar com ele (violinista aprendiz) uma canção de Benjamin Britten sobre poema de Yeats que termina com o verso "eu era jovem e tolo, e hoje só me resta chorar". Não convém revelar o teor da decisão de Fiona sobre a transfusão. Basta dizer que, ao cogitar lhe oferecer outro sistema de crenças, ela se expõe ao risco de transformar aquilo que parecia satânico (um pragmatismo médico-científico, uma moral laica do direito à vida e à felicidade) numa outra forma de servidão, mais profana –porém igualmente demoníaca. "A Balada de Adam Henry" resvala no "thriller" psicológico, com o jovem enviando cartas e poemas a Fiona, perseguindo a juíza até Newcastle, cidade da qual ela conserva a memória de suas primeiras aventuras eróticas e na qual se vê na iminência de ceder à mesma tentação adúltera do marido. Na magnífica sequência final do romance, Fiona dá um recital para magistrados junto com um colega e, no "bis", toca a mesma canção que inoculara o ceticismo em Adam –cujo destino coloca em xeque suas próprias certezas sobre fidelidade, imparcialidade e sobre as trágicas consequências de fundamentalismos religiosos ou morais. Fronteiras do Pensamento
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"Eles que peçam a Deus para eu não ser candidato", diz Lula no Nordeste
Em um ato no sertão da Paraíba, empregando um tom emotivo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se lançou na arena eleitoral de 2018 e denunciou publicamente uma articulação para impedir que ele volte a se candidatar ao Palácio do Planalto. Depois de visitar pela primeira vez um trecho concluído das obras de transposição do rio São Francisco, o ex-presidente criticou o governo Michel Temer e disse que está disposto a "brigar nas ruas" contra seus opositores, em referência à disputa eleitoral. "Eu nem sei se estarei vivo para ser candidato em 2018, mas sei que eles querem evitar que eu seja candidato. Eles que peçam a Deus para eu não ser candidato. Porque, se eu for, é para ganhar a eleição nesse país", disse Lula, diante de milhares de pessoas que lotaram a praça central de Monteiro, município de 33 mil habitantes no sertão da Paraíba, a 305 quilômetros da capital, João Pessoa. Lula subiu ao palanque ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff, de governadores, deputados e senadores aliados. Em mais de uma ocasião, o ex-presidente fez menção indireta às suspeitas levantadas contra ele no âmbito de operações como a Lava Jato, afirmando indiretamente que esses processos têm o objetivo de minar política e juridicamente sua candidatura. "Eu estou à espera de um empresário me denunciar e dizer se tem R$ 1 na minha conta. Se tiver, eu não preciso nem me defender", disse, no palanque. "Vocês sabem o que estão tentando fazer com a esquerda nesse país, o que fizeram com a Dilma e estão tentando fazer comigo. Eu quero dizer que, se eles quiserem brigar comigo, eles vão brigar comigo nas ruas desse país, para que o povo possa ser o senhor da razão." Lula é réu em cinco ações penais –três em decorrência da Lava Jato, uma pela Operação Zelotes e uma pela Operação Janus– e apareceu nos pedidos de abertura de inquérito da última lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em decorrência da delação de executivos da Odebrecht. Se condenado em segunda instância antes da próxima eleição, o petista pode ser barrado pela Lei da Ficha Limpa e impedido de disputar as eleições. A demonstração de apoio popular é entendida pelos petistas como anteparo a esse risco. Com um discurso inflamado, incomum na maior parte de seu governo, a ex-presidente Dilma Rousseff defendeu seu padrinho político e o lançou abertamente à Presidência em 2018. "Há um segundo golpe, que é impedir que os candidatos populares sejam colocados à disposição do povo. O Lula é um desses candidatos. Vamos deixar o Lula se encontrar com a democracia. É a única maneira de lavar a alma do povo brasileiro", declarou a petista. "No tapetão, não!", bradou. Dilma também atacou o governo Temer, sem citar o nome do atual presidente, e pediu que a população use as eleições de 2018 para dar uma resposta contra as ações do atual governo. "Todos nós temos um encontro marcado com a democracia em outubro de 2018. Eles sabem que, se deixarem conversar com o povo, nós ganharemos essa eleição", disse. O senador Humberto Costa (PT-PE) fez o discurso mais explícito de defesa da candidatura de Lula contra o risco da Lava Jato. "Estamos aqui mostrando que o povo quer de volta o maior presidente da história! E, quando o povo quer, não tem Moro, não tem Globo, não tem Judiciário, não tem ninguém, porque isso vai acontecer", disse Costa, em referência ao juiz Sergio Moro, às ações a que Lula responde na Justiça, e à imprensa, alvo de críticas frequentes de petistas. "Estamos comemorando a chegada da água, mas também está começando a caminhada para colocar no poder novamente o povo e o governo popular." PÉ NA ÁGUA Lula e Dilma desembarcaram na manhã deste domingo no aeroporto de Campina Grande, onde foram recebidos por políticos locais, aliados e ex-integrantes de seus governos. De lá, seguiram em comboio por cerca de duas horas e meia por uma rodovia até o pequeno município de Monteiro, onde fizeram uma inauguração simbólica do canal que passa pela região. Cercados por uma multidão, que cantava principalmente o nome de Lula, os dois ex-presidentes foram até o canal construído nas obras de transposição. Quando começaram a descer uma pequena trilha até a água, uma multidão que esperava lá dentro os cercou. Lula pisou na água de sapatos e molhou a barra da calça bege. Tirou o chapéu da cabeça, abaixou-se, encheu-o e jogou a água para o alto. Sorrindo, ele e Dilma se abraçaram. GOVERNO TEMER O palanque foi usado para atacar a inauguração oficial do trecho leste da obra de transposição do rio São Francisco, pelo presidente Michel Temer, no último dia 10. O ex-presidente Lula adotou um tom emocional e citou a infância no sertão de Pernambuco, em busca de assumir a paternidade do projeto. "Eu não pensei [nessa obra] apenas de bonzinho. Desde os sete anos eu carrego lata de água na cabeça. Eu sei o que é botar água barrenta no pote e esperar assentar. E a barriguinha era só de esquistossomose, e tinha fezes de vaca, de cavalo, de cabrito e era essa a água que a gente bebia. E eu sabia que o povo do Nordeste tinha que ter direito a uma coisa elementar", disse o ex-presidente. Dilma disse que Temer mentiu ao inaugurar o canal de Monteiro, neste mês, e argumentou que a obra de transposição "estava praticamente concluída" quando ela deixou o governo. "Vejam vocês a cara de pau em dizerem que uma obra de transposição do tamanho dessa podia ser feita em seis meses. Esses que deram o golpe baseado numa mentira, numa inverdade, que fizeram um impeachment sem crime de responsabilidade. Até as pedras sabem que eu nunca cometi nenhum crime e que eles deram esse golpe para tirar os direitos que nós demos durante os nossos governos", afirmou Dilma. Os dois ex-presidentes aproveitaram o evento para atacar especialmente a reforma da Previdência –ponto central da oposição do PT à gestão Temer. "Esse governo que está aí, e não deveria estar, não tem noção do que significa aposentadoria rural para o povo do Nordeste. Eles querem cortar", disse Lula, que ligou o plano de ajuste fiscal à tentativa de barrar sua candidatura presidencial. "Se vocês querem me prejudicar, criem vergonha. Não prejudiquem 204 milhões de pessoas." "O golpe não acabou ainda", afirmou Dilma. "Eles sabem que a democracia sempre beneficiou o povo brasileiro, e que por quatro eleições nós ganhamos porque nunca apresentamos um projeto como esse da aposentadoria, que faz com que o povo brasileiro tenha que começar a trabalhar na melhor das hipóteses aos 16 anos, e, na pior, aos 9 anos. Então esse projeto da aposentadoria é um golpe." SIMBOLISMO Transposição do rio São Francisco A visita às águas transpostas do São Francisco ao solo seco do sertão e o comício diante de milhares de pessoas no interior do Nordeste foram montados para representar a inauguração do movimento de retorno de Lula ao centro da arena política, como preparação para uma provável candidatura à Presidência em 2018. "Essa é a consagração popular do retorno de Lula em 2018", disse o deputado José Guimarães (PT-CE), líder da minoria na Câmara. "Esse povo vai fazer de tudo por ele. É como na eleição de 1988, onde havia um sentimento de identificação e pertencimento." Dirigentes e parlamentares petistas convocaram uma multidão e alugaram vans e ônibus para transportar a população local para o evento. A equipe do ex-presidente fez uma divulgação pesada do evento, enviou equipes para armar palanques e gravou vídeos em tom emocional sobre a obra. Nas cidades da Paraíba, há outdoors que atribuem a transposição exclusivamente a Lula e Dilma. O objetivo dos petistas é tratar a candidatura de Lula, a partir deste ato, não apenas como uma possibilidade, como um contra-ataque ao impeachment de Dilma ou uma resposta à Lava Jato, mas como um fato político consumado. Monteiro foi um dos primeiros pontos do sertão nordestino a receber as águas desviadas pelo projeto de transposição. Com o ato de Lula e Dilma neste domingo, os hotéis e pousadas da região ficaram com vagas esgotadas, e muitos moradores passaram a alugar quartos de suas próprias casas para os visitantes. Milhares de admiradores e curiosos saíram de municípios próximos ao longo dos últimos dias para participar do evento. Mesmo nas cidades vizinhas, o movimento era maior por causa do ato. Às margens do canal que carrega as águas do São Francisco, ambulantes vendiam bonés, camisetas e copos comemorativos. A maior parte dos itens tratava Lula abertamente como candidato à Presidência da República em 2018. OBRA A elaboração de um projeto para levar água às regiões mais áridas do Nordeste chegou a ser discutida no Brasil nos anos do império, no século 19. Estudos para a transposição do São Francisco foram feitos nas gestões Itamar Franco (1992-1994) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). As obras só começaram em 2007, no segundo governo Lula. O custo total já chegou a R$ 9,6 bilhões, mais que o dobro das estimativas iniciais. O presidente Michel Temer esteve no mesmo local no último dia 10 para inaugurar o trecho da obra. Em terreno onde o PT e Lula, em especial, ainda retêm boa parte de sua popularidade, o peemedebista ressaltou os esforços de seu governo para que essa parte do projeto fosse finalizada. "Não quero a paternidade dessa obra porque ninguém pode tê-la. A paternidade é do povo brasileiro e do povo nordestino. Vocês é que pagaram impostos ao longo do tempo e permitiram que fizéssemos investimentos nessa obra que vai cada vez mais sendo festejada", afirmou.
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"Eles que peçam a Deus para eu não ser candidato", diz Lula no NordesteEm um ato no sertão da Paraíba, empregando um tom emotivo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se lançou na arena eleitoral de 2018 e denunciou publicamente uma articulação para impedir que ele volte a se candidatar ao Palácio do Planalto. Depois de visitar pela primeira vez um trecho concluído das obras de transposição do rio São Francisco, o ex-presidente criticou o governo Michel Temer e disse que está disposto a "brigar nas ruas" contra seus opositores, em referência à disputa eleitoral. "Eu nem sei se estarei vivo para ser candidato em 2018, mas sei que eles querem evitar que eu seja candidato. Eles que peçam a Deus para eu não ser candidato. Porque, se eu for, é para ganhar a eleição nesse país", disse Lula, diante de milhares de pessoas que lotaram a praça central de Monteiro, município de 33 mil habitantes no sertão da Paraíba, a 305 quilômetros da capital, João Pessoa. Lula subiu ao palanque ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff, de governadores, deputados e senadores aliados. Em mais de uma ocasião, o ex-presidente fez menção indireta às suspeitas levantadas contra ele no âmbito de operações como a Lava Jato, afirmando indiretamente que esses processos têm o objetivo de minar política e juridicamente sua candidatura. "Eu estou à espera de um empresário me denunciar e dizer se tem R$ 1 na minha conta. Se tiver, eu não preciso nem me defender", disse, no palanque. "Vocês sabem o que estão tentando fazer com a esquerda nesse país, o que fizeram com a Dilma e estão tentando fazer comigo. Eu quero dizer que, se eles quiserem brigar comigo, eles vão brigar comigo nas ruas desse país, para que o povo possa ser o senhor da razão." Lula é réu em cinco ações penais –três em decorrência da Lava Jato, uma pela Operação Zelotes e uma pela Operação Janus– e apareceu nos pedidos de abertura de inquérito da última lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em decorrência da delação de executivos da Odebrecht. Se condenado em segunda instância antes da próxima eleição, o petista pode ser barrado pela Lei da Ficha Limpa e impedido de disputar as eleições. A demonstração de apoio popular é entendida pelos petistas como anteparo a esse risco. Com um discurso inflamado, incomum na maior parte de seu governo, a ex-presidente Dilma Rousseff defendeu seu padrinho político e o lançou abertamente à Presidência em 2018. "Há um segundo golpe, que é impedir que os candidatos populares sejam colocados à disposição do povo. O Lula é um desses candidatos. Vamos deixar o Lula se encontrar com a democracia. É a única maneira de lavar a alma do povo brasileiro", declarou a petista. "No tapetão, não!", bradou. Dilma também atacou o governo Temer, sem citar o nome do atual presidente, e pediu que a população use as eleições de 2018 para dar uma resposta contra as ações do atual governo. "Todos nós temos um encontro marcado com a democracia em outubro de 2018. Eles sabem que, se deixarem conversar com o povo, nós ganharemos essa eleição", disse. O senador Humberto Costa (PT-PE) fez o discurso mais explícito de defesa da candidatura de Lula contra o risco da Lava Jato. "Estamos aqui mostrando que o povo quer de volta o maior presidente da história! E, quando o povo quer, não tem Moro, não tem Globo, não tem Judiciário, não tem ninguém, porque isso vai acontecer", disse Costa, em referência ao juiz Sergio Moro, às ações a que Lula responde na Justiça, e à imprensa, alvo de críticas frequentes de petistas. "Estamos comemorando a chegada da água, mas também está começando a caminhada para colocar no poder novamente o povo e o governo popular." PÉ NA ÁGUA Lula e Dilma desembarcaram na manhã deste domingo no aeroporto de Campina Grande, onde foram recebidos por políticos locais, aliados e ex-integrantes de seus governos. De lá, seguiram em comboio por cerca de duas horas e meia por uma rodovia até o pequeno município de Monteiro, onde fizeram uma inauguração simbólica do canal que passa pela região. Cercados por uma multidão, que cantava principalmente o nome de Lula, os dois ex-presidentes foram até o canal construído nas obras de transposição. Quando começaram a descer uma pequena trilha até a água, uma multidão que esperava lá dentro os cercou. Lula pisou na água de sapatos e molhou a barra da calça bege. Tirou o chapéu da cabeça, abaixou-se, encheu-o e jogou a água para o alto. Sorrindo, ele e Dilma se abraçaram. GOVERNO TEMER O palanque foi usado para atacar a inauguração oficial do trecho leste da obra de transposição do rio São Francisco, pelo presidente Michel Temer, no último dia 10. O ex-presidente Lula adotou um tom emocional e citou a infância no sertão de Pernambuco, em busca de assumir a paternidade do projeto. "Eu não pensei [nessa obra] apenas de bonzinho. Desde os sete anos eu carrego lata de água na cabeça. Eu sei o que é botar água barrenta no pote e esperar assentar. E a barriguinha era só de esquistossomose, e tinha fezes de vaca, de cavalo, de cabrito e era essa a água que a gente bebia. E eu sabia que o povo do Nordeste tinha que ter direito a uma coisa elementar", disse o ex-presidente. Dilma disse que Temer mentiu ao inaugurar o canal de Monteiro, neste mês, e argumentou que a obra de transposição "estava praticamente concluída" quando ela deixou o governo. "Vejam vocês a cara de pau em dizerem que uma obra de transposição do tamanho dessa podia ser feita em seis meses. Esses que deram o golpe baseado numa mentira, numa inverdade, que fizeram um impeachment sem crime de responsabilidade. Até as pedras sabem que eu nunca cometi nenhum crime e que eles deram esse golpe para tirar os direitos que nós demos durante os nossos governos", afirmou Dilma. Os dois ex-presidentes aproveitaram o evento para atacar especialmente a reforma da Previdência –ponto central da oposição do PT à gestão Temer. "Esse governo que está aí, e não deveria estar, não tem noção do que significa aposentadoria rural para o povo do Nordeste. Eles querem cortar", disse Lula, que ligou o plano de ajuste fiscal à tentativa de barrar sua candidatura presidencial. "Se vocês querem me prejudicar, criem vergonha. Não prejudiquem 204 milhões de pessoas." "O golpe não acabou ainda", afirmou Dilma. "Eles sabem que a democracia sempre beneficiou o povo brasileiro, e que por quatro eleições nós ganhamos porque nunca apresentamos um projeto como esse da aposentadoria, que faz com que o povo brasileiro tenha que começar a trabalhar na melhor das hipóteses aos 16 anos, e, na pior, aos 9 anos. Então esse projeto da aposentadoria é um golpe." SIMBOLISMO Transposição do rio São Francisco A visita às águas transpostas do São Francisco ao solo seco do sertão e o comício diante de milhares de pessoas no interior do Nordeste foram montados para representar a inauguração do movimento de retorno de Lula ao centro da arena política, como preparação para uma provável candidatura à Presidência em 2018. "Essa é a consagração popular do retorno de Lula em 2018", disse o deputado José Guimarães (PT-CE), líder da minoria na Câmara. "Esse povo vai fazer de tudo por ele. É como na eleição de 1988, onde havia um sentimento de identificação e pertencimento." Dirigentes e parlamentares petistas convocaram uma multidão e alugaram vans e ônibus para transportar a população local para o evento. A equipe do ex-presidente fez uma divulgação pesada do evento, enviou equipes para armar palanques e gravou vídeos em tom emocional sobre a obra. Nas cidades da Paraíba, há outdoors que atribuem a transposição exclusivamente a Lula e Dilma. O objetivo dos petistas é tratar a candidatura de Lula, a partir deste ato, não apenas como uma possibilidade, como um contra-ataque ao impeachment de Dilma ou uma resposta à Lava Jato, mas como um fato político consumado. Monteiro foi um dos primeiros pontos do sertão nordestino a receber as águas desviadas pelo projeto de transposição. Com o ato de Lula e Dilma neste domingo, os hotéis e pousadas da região ficaram com vagas esgotadas, e muitos moradores passaram a alugar quartos de suas próprias casas para os visitantes. Milhares de admiradores e curiosos saíram de municípios próximos ao longo dos últimos dias para participar do evento. Mesmo nas cidades vizinhas, o movimento era maior por causa do ato. Às margens do canal que carrega as águas do São Francisco, ambulantes vendiam bonés, camisetas e copos comemorativos. A maior parte dos itens tratava Lula abertamente como candidato à Presidência da República em 2018. OBRA A elaboração de um projeto para levar água às regiões mais áridas do Nordeste chegou a ser discutida no Brasil nos anos do império, no século 19. Estudos para a transposição do São Francisco foram feitos nas gestões Itamar Franco (1992-1994) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). As obras só começaram em 2007, no segundo governo Lula. O custo total já chegou a R$ 9,6 bilhões, mais que o dobro das estimativas iniciais. O presidente Michel Temer esteve no mesmo local no último dia 10 para inaugurar o trecho da obra. Em terreno onde o PT e Lula, em especial, ainda retêm boa parte de sua popularidade, o peemedebista ressaltou os esforços de seu governo para que essa parte do projeto fosse finalizada. "Não quero a paternidade dessa obra porque ninguém pode tê-la. A paternidade é do povo brasileiro e do povo nordestino. Vocês é que pagaram impostos ao longo do tempo e permitiram que fizéssemos investimentos nessa obra que vai cada vez mais sendo festejada", afirmou.
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Reincidente, CBF tenta se prevenir de gritos de 'bicha' contra a Argentina
Após ter sido multada duas vezes nos últimos meses por gritos homofóbicos durante jogos das eliminatórias da Copa de 2018, a CBF toma atitudes para se prevenir de novas punições após jogo no Mineirão. O cuidado especial também está relacionado ao adversário desta quinta-feira (10), a Argentina, devido à rivalidade histórica entre as seleções. Antes da partida, será lida uma mensagem que procura desencorajar manifestações de intolerância por parte dos torcedores. "Atenção, torcedor brasileiro. Vamos celebrar o respeito entre os povos. Nesta noite, os argentinos são apenas os nossos adversários. Vamos respeitar os jogadores e todos os membros da comissão técnica. Qualquer atitude de falta de respeito pode prejudicar a seleção brasileira nas eliminatórias. O futebol é a nossa maior paixão e combina com festa, alegria e respeito ao adversário. Somos iguais, somos todos futebol", dirá a mensagem. Por gritos de "bicha" durante os tiros de meta nas partidas contra Colômbia, em Manaus, e Bolívia, em Natal, a CBF já recebeu multas nos valores de R$ 66 mil e R$ 83 mil, além de uma advertência. No entanto, a maior preocupação é com punições mais drásticas, como a que já aconteceu com a Federação Chilena, sancionada sete vezes. Caso mais extremo, os chilenos foram proibidos de mandarem uma de suas partidas no estádio Nacional. Argentina, Peru e Uruguai também já foram multados e advertidos pela entidade pelo grito de "puto" de seus torcedores quando o goleiro rival cobra o tiro de meta. O México, na Concacaf (confederação das Américas do Norte e Central), também já foi punido por essa razão. Nos países de língua espanhola, "puto" é uma maneira pejorativa de se referir a homossexuais. No México, pelo menos desde 2004, quando o arqueiro do time contrário se prepara para repor a bola em jogo, os torcedores iniciam o canto com um longo "eee" e finalizam com o "puto" quando o tiro de meta é batido. Nos últimos anos, com clubes do México na Libertadores, os brasileiros passaram a fazer o mesmo, trocando o "puto" por "bicha". Torcedores do Corinthians foram os primeiros a importar a hostilidade, geralmente dirigida ao então goleiro do São Paulo, Rogério Ceni. Durante a Copa do Mundo de 2014, os gritos foram frequentes e desde então foram adotados não somente por membros de torcidas organizadas -durante a Olimpíada deste ano, eles aconteceram em quase todos os jogos de futebol do evento. Além da mensagem no telão, terá continuidade a ação da campanha "Somos Todos Iguais", pré-existente, com a exposição de recados contra manifestações racistas em camisetas, banners e faixas. Brasil e Argentina se enfrentam no Mineirão nesta quinta-feira (10), às 21h45. A seleção brasileira lidera a classificação das eliminatórias, com 21 pontos, ao passo que a Argentina ocupa a sexta colocação, com 16 pontos.
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Reincidente, CBF tenta se prevenir de gritos de 'bicha' contra a ArgentinaApós ter sido multada duas vezes nos últimos meses por gritos homofóbicos durante jogos das eliminatórias da Copa de 2018, a CBF toma atitudes para se prevenir de novas punições após jogo no Mineirão. O cuidado especial também está relacionado ao adversário desta quinta-feira (10), a Argentina, devido à rivalidade histórica entre as seleções. Antes da partida, será lida uma mensagem que procura desencorajar manifestações de intolerância por parte dos torcedores. "Atenção, torcedor brasileiro. Vamos celebrar o respeito entre os povos. Nesta noite, os argentinos são apenas os nossos adversários. Vamos respeitar os jogadores e todos os membros da comissão técnica. Qualquer atitude de falta de respeito pode prejudicar a seleção brasileira nas eliminatórias. O futebol é a nossa maior paixão e combina com festa, alegria e respeito ao adversário. Somos iguais, somos todos futebol", dirá a mensagem. Por gritos de "bicha" durante os tiros de meta nas partidas contra Colômbia, em Manaus, e Bolívia, em Natal, a CBF já recebeu multas nos valores de R$ 66 mil e R$ 83 mil, além de uma advertência. No entanto, a maior preocupação é com punições mais drásticas, como a que já aconteceu com a Federação Chilena, sancionada sete vezes. Caso mais extremo, os chilenos foram proibidos de mandarem uma de suas partidas no estádio Nacional. Argentina, Peru e Uruguai também já foram multados e advertidos pela entidade pelo grito de "puto" de seus torcedores quando o goleiro rival cobra o tiro de meta. O México, na Concacaf (confederação das Américas do Norte e Central), também já foi punido por essa razão. Nos países de língua espanhola, "puto" é uma maneira pejorativa de se referir a homossexuais. No México, pelo menos desde 2004, quando o arqueiro do time contrário se prepara para repor a bola em jogo, os torcedores iniciam o canto com um longo "eee" e finalizam com o "puto" quando o tiro de meta é batido. Nos últimos anos, com clubes do México na Libertadores, os brasileiros passaram a fazer o mesmo, trocando o "puto" por "bicha". Torcedores do Corinthians foram os primeiros a importar a hostilidade, geralmente dirigida ao então goleiro do São Paulo, Rogério Ceni. Durante a Copa do Mundo de 2014, os gritos foram frequentes e desde então foram adotados não somente por membros de torcidas organizadas -durante a Olimpíada deste ano, eles aconteceram em quase todos os jogos de futebol do evento. Além da mensagem no telão, terá continuidade a ação da campanha "Somos Todos Iguais", pré-existente, com a exposição de recados contra manifestações racistas em camisetas, banners e faixas. Brasil e Argentina se enfrentam no Mineirão nesta quinta-feira (10), às 21h45. A seleção brasileira lidera a classificação das eliminatórias, com 21 pontos, ao passo que a Argentina ocupa a sexta colocação, com 16 pontos.
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Justiça anula condenação do ex-dono do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que julga os recursos da Justiça federal em São Paulo, anulou a condenação do banqueiro Edemar Cid Ferreira por irregularidades processuais, segundo o advogado Alberto Zacharias Toron, que defende o filho do ex-banqueiro, Rodrigo. Edemar havia sido condenado em dezembro de 2006 a 21 anos de prisão pela quebra do Banco Santos em 2004, que deixou um rombo de R$ 2,7 bilhões. Rodrigo, o filho do banqueiro, havia sido condenado a 16 anos. Os desembargadores consideraram que o juiz Fausto Martin de Sanctis cometeu uma irregularidade processual ao não permitir que os advogados interrogassem os corréus. Dois desembargadores votaram a favor da tese de Toron (José Lunardelli e Cecília Mello) e um foi contra (André Kekatschalow). Ao todo, há 18 réus no caso do Banco Santos. "O resultado do julgamento mostra que a arbitrariedade do juiz não vai longe. Acabou prevalencendo a legalidade e o direito ao devido processo legal", afirmou Toron à Folha. Ele já havia anulado um caso que envolvia o magnata russo Boris Bererovsky com o mesmo argumento. Também naquele processo o juiz De Sanctis não permitiu que os advogados interrogassem os corréus, ainda de acordo com Toron. O advogado diz que com a anulação da condenação o caso volta à Justiça federal para que os interrogatórios sejam refeitos, agora com os advogados podendo ouvir os corréus. O juiz De Sanctis decidiu que Edemar cometeu crimes contra o sistema financeiro, de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O ex-banqueiro, que se notabilizou pela coleção de arte que reuniu, chegou a ser preso duas vezes no curso do processo. Procurado, o juiz De Sanctis não quis se pronunciar sobre a decisão do tribunal do qual ele agora faz parte. LEILÃO DA CASA Sem moradores desde janeiro de 2011, não há previsão de quando a casa do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira entrará em leilão. O promotor Eronides Rodrigues dos Santos, do Ministério Público, vai aguardar o recurso de de Edemar Cid Ferreira questionando o valor em que o imóvel foi avaliado e a definição da casa leiloeira que realizará a operação. "Agora caberá ao juiz acolher a decisão do Ministério Público e aguardar o julgamento desses recursos, que devem acontecer em três meses, ou dar prosseguimento imediato do leilão", explica Ferreira. Isso deve acontecer na próxima semana, segundo estimativa do MP e da massa falida do Banco Santos.
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Justiça anula condenação do ex-dono do Banco Santos, Edemar Cid FerreiraO Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que julga os recursos da Justiça federal em São Paulo, anulou a condenação do banqueiro Edemar Cid Ferreira por irregularidades processuais, segundo o advogado Alberto Zacharias Toron, que defende o filho do ex-banqueiro, Rodrigo. Edemar havia sido condenado em dezembro de 2006 a 21 anos de prisão pela quebra do Banco Santos em 2004, que deixou um rombo de R$ 2,7 bilhões. Rodrigo, o filho do banqueiro, havia sido condenado a 16 anos. Os desembargadores consideraram que o juiz Fausto Martin de Sanctis cometeu uma irregularidade processual ao não permitir que os advogados interrogassem os corréus. Dois desembargadores votaram a favor da tese de Toron (José Lunardelli e Cecília Mello) e um foi contra (André Kekatschalow). Ao todo, há 18 réus no caso do Banco Santos. "O resultado do julgamento mostra que a arbitrariedade do juiz não vai longe. Acabou prevalencendo a legalidade e o direito ao devido processo legal", afirmou Toron à Folha. Ele já havia anulado um caso que envolvia o magnata russo Boris Bererovsky com o mesmo argumento. Também naquele processo o juiz De Sanctis não permitiu que os advogados interrogassem os corréus, ainda de acordo com Toron. O advogado diz que com a anulação da condenação o caso volta à Justiça federal para que os interrogatórios sejam refeitos, agora com os advogados podendo ouvir os corréus. O juiz De Sanctis decidiu que Edemar cometeu crimes contra o sistema financeiro, de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O ex-banqueiro, que se notabilizou pela coleção de arte que reuniu, chegou a ser preso duas vezes no curso do processo. Procurado, o juiz De Sanctis não quis se pronunciar sobre a decisão do tribunal do qual ele agora faz parte. LEILÃO DA CASA Sem moradores desde janeiro de 2011, não há previsão de quando a casa do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira entrará em leilão. O promotor Eronides Rodrigues dos Santos, do Ministério Público, vai aguardar o recurso de de Edemar Cid Ferreira questionando o valor em que o imóvel foi avaliado e a definição da casa leiloeira que realizará a operação. "Agora caberá ao juiz acolher a decisão do Ministério Público e aguardar o julgamento desses recursos, que devem acontecer em três meses, ou dar prosseguimento imediato do leilão", explica Ferreira. Isso deve acontecer na próxima semana, segundo estimativa do MP e da massa falida do Banco Santos.
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Infraero criará balcões de check-in compartilhados em 9 aeroportos
A Infraero criará balcões de check-in compartilhados em nove aeroportos brasileiros a partir, provavelmente, do ano que vem. O sistema de check-in compartilhado, usado em aeroportos de todo o mundo, permite que os balcões de check-in não serão mais exclusivos de determinada empresa —quando ociosos, poderão ser usados por outra companhia para atender passageiros. A intenção é melhorar a eficiência dos aeroportos, criando, a depender da demanda, possibilidade de expansão ou redução de posições de check-in de cada companhia aérea. Segundo a estatal, receberão o sistema os aeroportos de Congonhas, Santos Dumont, Goiânia, Curitiba, Cuiabá, Manaus, Recife, Belém e Maceió. Para tal, a Infraero fará licitação para contratar empresa para implantar sistema de informática que permita compartilhar o check-in. O edital será publicado até o final do ano, diz a estatal. A Abear (Associação Brasileira de Empresas Aéreas), que reúne TAM, Gol, Azul e Avianca, diz que fará reunião nesta semana para discutir o tema. "O entendimento inicial é o de que a avaliação da implantação de tal sistema deve ser minuciosa e individualizada para cada aeródromo, envolvendo todos os interessados", diz a entidade, em nota. Ao falar da situação geral da aviação, a Abear diz não ver "favoravelmente qualquer iniciativa que possa resultar em adicional aumento de custos ou que implique compulsoriamente em despesas não planejadas no momento em que as companhias buscam saídas para lidar com o preocupante cenário de retração econômica". O objetivo é buscar novas receitas. Desde que perdeu para a iniciativa privada os seus principais aeroportos (Guarulhos, Brasília, Campinas, Galeão e Confins), a Infraero perdeu 58% receitas e viu os custos recuarem apenas 17%. A partir do ano que vem, os aeroportos de Fortaleza, Florianópolis, Porto Alegre e Salvador serão concedidos.
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Infraero criará balcões de check-in compartilhados em 9 aeroportosA Infraero criará balcões de check-in compartilhados em nove aeroportos brasileiros a partir, provavelmente, do ano que vem. O sistema de check-in compartilhado, usado em aeroportos de todo o mundo, permite que os balcões de check-in não serão mais exclusivos de determinada empresa —quando ociosos, poderão ser usados por outra companhia para atender passageiros. A intenção é melhorar a eficiência dos aeroportos, criando, a depender da demanda, possibilidade de expansão ou redução de posições de check-in de cada companhia aérea. Segundo a estatal, receberão o sistema os aeroportos de Congonhas, Santos Dumont, Goiânia, Curitiba, Cuiabá, Manaus, Recife, Belém e Maceió. Para tal, a Infraero fará licitação para contratar empresa para implantar sistema de informática que permita compartilhar o check-in. O edital será publicado até o final do ano, diz a estatal. A Abear (Associação Brasileira de Empresas Aéreas), que reúne TAM, Gol, Azul e Avianca, diz que fará reunião nesta semana para discutir o tema. "O entendimento inicial é o de que a avaliação da implantação de tal sistema deve ser minuciosa e individualizada para cada aeródromo, envolvendo todos os interessados", diz a entidade, em nota. Ao falar da situação geral da aviação, a Abear diz não ver "favoravelmente qualquer iniciativa que possa resultar em adicional aumento de custos ou que implique compulsoriamente em despesas não planejadas no momento em que as companhias buscam saídas para lidar com o preocupante cenário de retração econômica". O objetivo é buscar novas receitas. Desde que perdeu para a iniciativa privada os seus principais aeroportos (Guarulhos, Brasília, Campinas, Galeão e Confins), a Infraero perdeu 58% receitas e viu os custos recuarem apenas 17%. A partir do ano que vem, os aeroportos de Fortaleza, Florianópolis, Porto Alegre e Salvador serão concedidos.
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Bairros de SP têm breve blecaute após desligamento em rede de transmissão
A cidade de São Paulo registrou um breve blecaute em algumas regiões na manhã desta terça-feira (26), após um desligamento na subestação Milton Fornasaro (zona oeste), que interrompeu o fornecimento de eletricidade à distribuidora local, disse a transmissora de energia Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica de São Paulo). A interrupção foi registrada às 10h33, e após a atuação de equipes de manutenção da elétrica houve normalização do serviço às 10h46, afirmou a Cteep, em nota. "As causas do ocorrido estão sendo apuradas pela companhia", disse a transmissora. A AES Eletropaulo, responsável pela distribuição na região metropolitana de São Paulo, comunicou que "a zona oeste da capital foi a mais atingida, principalmente nos bairros da Lapa, Pinheiros, Morumbi, Butantã, Vila Madalena, Sumaré e Jaguaré". Cidades próximas, como Osasco e Cajamar, também chegaram a registrar interrupções devido ao problema, acrescentou a Eletropaulo, ressaltando que o desligamento aconteceu na rede da Cteep. Moradores de vários pontos da cidade de São Paulo relataram um apagão na manhã desta terça-feira (26). Nas redes sociais, há relatos que a interrupção durou apenas alguns segundos, mas que foi suficiente para causar transtornos, com semáforos apagados e circulação de trens com velocidade reduzida. A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) informou que os trens da linha 11 Coral estão circulando com intervalos maiores entre as estações Luz e Guaianases por causa da falta de energia. As linhas 1-Azul e 2-Verde do metrô também foram afetadas. Segundo o Metrô de São Paulo, houve falha de abastecimento de energia na subestação primária da região da Saúde, na zona sul da capital, afetando o funcionamento das duas linhas. Por volta das 11h, apenas os trens que circulam na linha 1-Azul estão circulando com velocidade reduzida. Há relatos de que os semáforos da avenida dos Bandeirantes, na zona sul, estão apagados. A via é uma das mais importantes da cidade, pois é um dos principais acessos ao Aeroporto de Congonhas.
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Bairros de SP têm breve blecaute após desligamento em rede de transmissãoA cidade de São Paulo registrou um breve blecaute em algumas regiões na manhã desta terça-feira (26), após um desligamento na subestação Milton Fornasaro (zona oeste), que interrompeu o fornecimento de eletricidade à distribuidora local, disse a transmissora de energia Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica de São Paulo). A interrupção foi registrada às 10h33, e após a atuação de equipes de manutenção da elétrica houve normalização do serviço às 10h46, afirmou a Cteep, em nota. "As causas do ocorrido estão sendo apuradas pela companhia", disse a transmissora. A AES Eletropaulo, responsável pela distribuição na região metropolitana de São Paulo, comunicou que "a zona oeste da capital foi a mais atingida, principalmente nos bairros da Lapa, Pinheiros, Morumbi, Butantã, Vila Madalena, Sumaré e Jaguaré". Cidades próximas, como Osasco e Cajamar, também chegaram a registrar interrupções devido ao problema, acrescentou a Eletropaulo, ressaltando que o desligamento aconteceu na rede da Cteep. Moradores de vários pontos da cidade de São Paulo relataram um apagão na manhã desta terça-feira (26). Nas redes sociais, há relatos que a interrupção durou apenas alguns segundos, mas que foi suficiente para causar transtornos, com semáforos apagados e circulação de trens com velocidade reduzida. A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) informou que os trens da linha 11 Coral estão circulando com intervalos maiores entre as estações Luz e Guaianases por causa da falta de energia. As linhas 1-Azul e 2-Verde do metrô também foram afetadas. Segundo o Metrô de São Paulo, houve falha de abastecimento de energia na subestação primária da região da Saúde, na zona sul da capital, afetando o funcionamento das duas linhas. Por volta das 11h, apenas os trens que circulam na linha 1-Azul estão circulando com velocidade reduzida. Há relatos de que os semáforos da avenida dos Bandeirantes, na zona sul, estão apagados. A via é uma das mais importantes da cidade, pois é um dos principais acessos ao Aeroporto de Congonhas.
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Pantanal é terra de muito bicho e pouca gente próxima aos rios
Navega-se pelo rio Cuiabá, de águas turvas, quando um peixe salta da água e cai sobre o barco, a se debater. O pantaneiro e as comunidades ribeirinhas vivem deles: dos peixes, da pesca de anzol. O cenário é o norte do Pantanal, no Mato Grosso, o terceiro maior Estado do Brasil. Pouco povoada —são cerca de três habitantes por quilômetro quadrado, de acordo com o IBGE— essa região regida pelas águas concentra uma grande diversidade de fauna e flora, que muda ao longo das estações do ano. No período chuvoso, no qual as águas podem subir até três metros de altura, a floresta fica mais robusta, com mais flores e frutos. "Nessa época, tem mais disponibilidade de alimentos e muitos pássaros começam a se reproduzir", explica a bióloga Nathalie Foerster. Os pássaros que se alimentam de peixes, por sua vez, se reproduzem principalmente na seca, quando "é mais fácil encontrar alimento, porque os peixes e demais animais aquáticos ficam mais concentrados". Um passeio de barco breve revela famílias de capivaras à beira-rio, jacarés ("que geralmente não atacam pessoas, a não ser que representem alguma ameaça", diz a bióloga) e bugios ("são macacos preguiçosos e gostam de passar a maior parte do tempo no topo das árvores"). Mesa pantaneira Mais recorrentes são as aves. Há a garça-moura, a maior da região, que zanza solitária, exceto no período reprodutivo, o martim-pescador, que faz seus ninhos em buracos no barranco. Também é comum avistar ninhos que pendem das árvores —são obras do japu, conhecido como "pássaro tecelão". A cena dos aguapés a boiar em grandes aglomerados se repete com frequência. São plantas esponjosas, que acumulam água. Na seca, alimentam e hidratam o gado. Na cheia, envolvem ao seu redor um grande ecossistema, capaz de atrair animais. "Muitos se alimentam dessas plantas e da matéria orgânica que se concentra ao redor delas. Suas raízes também servem de esconderijo para girinos, sapos e caranguejos, atraem jacarés e aves", explica Foerster. Mas é preciso estar atento e forte: no Pantanal de Barão de Melgaço, a pouco mais de cem quilômetros de Cuiabá, alcançado por asfalto, estrada de terra e barco, há algumas armadilhas. Uma delas é a "árvore do novato". "Se você não conhece e se apoia, as formigas saem —e são bem agressivas", alerta a bióloga. "Os troncos são ocos por dentro e cheios de buraquinhos que oferecem abrigo para os insetos, que, em troca, protegem a árvore." A jornalista viajou a convite do restaurante Mahalo - PACOTES PARA O PANTANAL R$ 1.399 Sete noites em Cáceres (MT), em hotel sem regime de alimentação nem passeios previstos. Valor por pessoa, com aéreo. Não inclui taxas. Na Decolar.com R$ 1.980 Quatro noites na pousada Piuval, em Poconé (MT), com passeio de barco ou cavalgada pelo Pantanal inclusos. Valor para duas pessoas, sem aéreo. Crianças de até cinco anos não pagam. Reservas: pousadapiuval.com.br R$ 2.487 Sem aéreo, pacote por pessoa para três noites em Barão de Melgaço (MT), na pousada Rio Mutum. Inclui atração em que pode ser visto como se alimentam os jacarés. Na Adventure Club R$ 2.835 Com dois passeios por dia inclusos no pacote, quatro noites na pousada Aguapé, em Aquidauana (MS). Entre as opções de atividades estão manejo de gado, pesca de piranha, safári fotográfico e passeio de barco. Com aéreo e traslado até a hospedagem inclusos. Na New Age R$ 4.177 Valor para duas pessoas para cinco dias em Barão de Melgaço (MT). Inclui carro para deslocamento de Cuiabá até a pousada Pantanero Pantanal. Com aéreo. Na Expedia R$ 4.366 Sem aéreo, valor por pessoa para quatro noites no Araras Eco Lodge, em Poconé (MT). Inclui cavalgada pela região e safári fotográfico. Na Adventure Club R$ 4.613 Três noites no Refúgio Ecológico Caiman, na cidade de Miranda, no Pantanal do Mato Grosso do Sul. Valor por pessoa, sem aéreo nem taxas. Na Teresa Perez R$ 6.760 Pacote de cinco noites no Pantanal do Mato Grosso, com hospedagem no Araras Eco Lodge e visita à Chapada dos Guimarães. Valor prevê cavalgada, canoagem e safári fotográfico. Sem aéreo. Na Pisa Trekking R$ 8.883 Com aéreo, quatro noites em Poconé (MT), próximo a Barão de Melgaço. Com pensão completa e traslado para Cuiabá. Valor para casal. Na Expedia
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Pantanal é terra de muito bicho e pouca gente próxima aos riosNavega-se pelo rio Cuiabá, de águas turvas, quando um peixe salta da água e cai sobre o barco, a se debater. O pantaneiro e as comunidades ribeirinhas vivem deles: dos peixes, da pesca de anzol. O cenário é o norte do Pantanal, no Mato Grosso, o terceiro maior Estado do Brasil. Pouco povoada —são cerca de três habitantes por quilômetro quadrado, de acordo com o IBGE— essa região regida pelas águas concentra uma grande diversidade de fauna e flora, que muda ao longo das estações do ano. No período chuvoso, no qual as águas podem subir até três metros de altura, a floresta fica mais robusta, com mais flores e frutos. "Nessa época, tem mais disponibilidade de alimentos e muitos pássaros começam a se reproduzir", explica a bióloga Nathalie Foerster. Os pássaros que se alimentam de peixes, por sua vez, se reproduzem principalmente na seca, quando "é mais fácil encontrar alimento, porque os peixes e demais animais aquáticos ficam mais concentrados". Um passeio de barco breve revela famílias de capivaras à beira-rio, jacarés ("que geralmente não atacam pessoas, a não ser que representem alguma ameaça", diz a bióloga) e bugios ("são macacos preguiçosos e gostam de passar a maior parte do tempo no topo das árvores"). Mesa pantaneira Mais recorrentes são as aves. Há a garça-moura, a maior da região, que zanza solitária, exceto no período reprodutivo, o martim-pescador, que faz seus ninhos em buracos no barranco. Também é comum avistar ninhos que pendem das árvores —são obras do japu, conhecido como "pássaro tecelão". A cena dos aguapés a boiar em grandes aglomerados se repete com frequência. São plantas esponjosas, que acumulam água. Na seca, alimentam e hidratam o gado. Na cheia, envolvem ao seu redor um grande ecossistema, capaz de atrair animais. "Muitos se alimentam dessas plantas e da matéria orgânica que se concentra ao redor delas. Suas raízes também servem de esconderijo para girinos, sapos e caranguejos, atraem jacarés e aves", explica Foerster. Mas é preciso estar atento e forte: no Pantanal de Barão de Melgaço, a pouco mais de cem quilômetros de Cuiabá, alcançado por asfalto, estrada de terra e barco, há algumas armadilhas. Uma delas é a "árvore do novato". "Se você não conhece e se apoia, as formigas saem —e são bem agressivas", alerta a bióloga. "Os troncos são ocos por dentro e cheios de buraquinhos que oferecem abrigo para os insetos, que, em troca, protegem a árvore." A jornalista viajou a convite do restaurante Mahalo - PACOTES PARA O PANTANAL R$ 1.399 Sete noites em Cáceres (MT), em hotel sem regime de alimentação nem passeios previstos. Valor por pessoa, com aéreo. Não inclui taxas. Na Decolar.com R$ 1.980 Quatro noites na pousada Piuval, em Poconé (MT), com passeio de barco ou cavalgada pelo Pantanal inclusos. Valor para duas pessoas, sem aéreo. Crianças de até cinco anos não pagam. Reservas: pousadapiuval.com.br R$ 2.487 Sem aéreo, pacote por pessoa para três noites em Barão de Melgaço (MT), na pousada Rio Mutum. Inclui atração em que pode ser visto como se alimentam os jacarés. Na Adventure Club R$ 2.835 Com dois passeios por dia inclusos no pacote, quatro noites na pousada Aguapé, em Aquidauana (MS). Entre as opções de atividades estão manejo de gado, pesca de piranha, safári fotográfico e passeio de barco. Com aéreo e traslado até a hospedagem inclusos. Na New Age R$ 4.177 Valor para duas pessoas para cinco dias em Barão de Melgaço (MT). Inclui carro para deslocamento de Cuiabá até a pousada Pantanero Pantanal. Com aéreo. Na Expedia R$ 4.366 Sem aéreo, valor por pessoa para quatro noites no Araras Eco Lodge, em Poconé (MT). Inclui cavalgada pela região e safári fotográfico. Na Adventure Club R$ 4.613 Três noites no Refúgio Ecológico Caiman, na cidade de Miranda, no Pantanal do Mato Grosso do Sul. Valor por pessoa, sem aéreo nem taxas. Na Teresa Perez R$ 6.760 Pacote de cinco noites no Pantanal do Mato Grosso, com hospedagem no Araras Eco Lodge e visita à Chapada dos Guimarães. Valor prevê cavalgada, canoagem e safári fotográfico. Sem aéreo. Na Pisa Trekking R$ 8.883 Com aéreo, quatro noites em Poconé (MT), próximo a Barão de Melgaço. Com pensão completa e traslado para Cuiabá. Valor para casal. Na Expedia
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Contabilista com doença rara lança biografia e dá palestras motivacionais
Quando ele nasceu em casa, com a cabeça pendida para trás e pernas e braços atrofiados, chegaram a sugerir que os pais nem o alimentasse porque, afinal, não sobreviveria por muito tempo. Algumas horas depois do parto, foi batizado para não morrer pagão. Mas Claudio Vieira de Oliveira, 40, não só sobreviveu, como ganhou autonomia a ponto de se formar contabilista e hoje se sustentar com o trabalho e com palestras motivacionais. Suas histórias compõem a obra "O Mundo está ao Contrário" (Bella editora), que será lançada nesta quarta (11), a partir das 19h, no Masp, em São Paulo. Fotos do premiado fotógrafo japonês Yasuyoshi Chiba ilustram o livro e estarão expostas no local. São muitas as lembranças de Claudinho, esse baiano da pequena Monte Santo (373 km de Salvador). A começar pela primeira delas, quando começou a andar de joelhos, aos oito anos. Até então, passava o tempo em uma esteira, no chão, ou sendo carregado pela mãe, Maria José. "De uma hora para outra, me virei e passei a me arrastar de joelhos. Ganhei uma autonomia impensável para a minha família", conta. Hoje, dentro de casa, anda por conta própria usando uma órtese nos joelhos. "Chamo-as de minhas botas." Claudinho precisa de ajuda para as necessidades fisiológicas e para o banho, mas se alimenta sozinho. Come diretamente no prato e bebe líquidos virando o copo com a boca ou usando um canudo. Lê jornais e livros e assiste à TV, deitado ou apoiado nos joelhos. Com a caneta na boca, digita no computador. O primeiro contato com a escrita aconteceu aos seis anos, quando pediu para que a mãe colocasse um lápis na sua boca. Com a ajuda de uma conhecida, teve as primeiras noções do alfabeto e da aritmética. Escola ele só frequentou aos 15 anos, quando foi alfabetizado. FACULDADE Para frequentar o ensino médio e cursar magistério, um amigo o carregava nos braços. "Muita gente dizia: 'Você é maluco [de fazer magistério]. Como vai ao quadro negro?' Mas eu gosto de provar que sou capaz", diz. E ele continuou mostrando que podia ir mais longe, ao entrar na faculdade de contabilidade em Feira de Santana, a 258 km de Monte Santo. Sem recursos, contou com um "mutirão" de amigos. Um casal de evangélicos conseguiu uma bolsa de estudos na faculdade e o ajudou com a moradia. Um outro amigo o carregava nos braços até a faculdade. Eram três horas e dois ônibus lotados até chegar ao destino. "Ficávamos um tempão esperando ônibus no sol. Eu, que sou vaidoso até não poder mais, chegava derretendo na escola", lembra. Já formado, abriu uma LAN house, a primeira de Monte Santo. Durou três anos. "Só fechou porque todo mundo passou a ter acesso à internet." Hoje trabalha em casa, prestando serviços de informática e de contabilidade. A aptidão para ser palestrante surgiu quando um padre o convidou para dar depoimento na igreja. Logo sua história chegou aos ouvidos de um outro padre, o missionário da Ilha de Malta George Grima, que o convidou para palestrar na Europa. Na Itália, em 2000, encontrou o papa João Paulo 2º. "Ele chegou, me abençoou, abraçou, me deu um beijo na testa e um rosário que guardo como relíquia." Em 2014, foi a vez de conhecer o papa Francisco, no Rio de Janeiro. Segundo ele, as duas bênçãos papais o fortaleceram, do ponto de vista pessoal e profissional. "Nunca mais deixei de receber convites." Em 2014, foi duas vezes aos EUA. Em uma delas, palestrou para dependentes químicos na Filadélfia. Até hoje, só recusou convite para uma palestra, no Iraque. A mãe vetou, achou perigoso. "Brinco muito com meus erros, tiro sarro dos foras que dou. Não me faço de coitadinho nunca. Simplesmente porque não me acho. Tem gente que se acha feia. Eu não. Me olho no espelho todos os dias e falo: 'cara, você é bonito pra caramba!'" No ano passado, um grupo de pesquisadores da universidade Harvard (EUA) e de Brunel, em Londres, esteve em Monte Santo para examinar Claudinho. Foi quando, aos 39 anos, descobriu o nome da sua doença: artrogripose múltipla congênita. Também em 2015 uma equipe de médicos da Filadélfia chegou a propor uma cirurgia corretiva experimental, mas ele recusou a oferta. As chances de sucesso de corrigir o pescoço sem que ele fique paralisado da cabeça para baixo é de menos de 10%. "Não quero, nesta altura da vida, aos 40 anos, mexer em um corpo que foi obrigado a se adaptar por décadas. E se eu ficar ainda mais dependente? Mil vezes ser assim e poder viajar, sair com amigos, conhecer pessoas." O Mundo está ao Contrário editora Bella Editora preço R$ 40 (100 págs.) lançamento Quarta (11), às 19h, no Masp (av. Paulista, 1.578, SP)
equilibrioesaude
Contabilista com doença rara lança biografia e dá palestras motivacionaisQuando ele nasceu em casa, com a cabeça pendida para trás e pernas e braços atrofiados, chegaram a sugerir que os pais nem o alimentasse porque, afinal, não sobreviveria por muito tempo. Algumas horas depois do parto, foi batizado para não morrer pagão. Mas Claudio Vieira de Oliveira, 40, não só sobreviveu, como ganhou autonomia a ponto de se formar contabilista e hoje se sustentar com o trabalho e com palestras motivacionais. Suas histórias compõem a obra "O Mundo está ao Contrário" (Bella editora), que será lançada nesta quarta (11), a partir das 19h, no Masp, em São Paulo. Fotos do premiado fotógrafo japonês Yasuyoshi Chiba ilustram o livro e estarão expostas no local. São muitas as lembranças de Claudinho, esse baiano da pequena Monte Santo (373 km de Salvador). A começar pela primeira delas, quando começou a andar de joelhos, aos oito anos. Até então, passava o tempo em uma esteira, no chão, ou sendo carregado pela mãe, Maria José. "De uma hora para outra, me virei e passei a me arrastar de joelhos. Ganhei uma autonomia impensável para a minha família", conta. Hoje, dentro de casa, anda por conta própria usando uma órtese nos joelhos. "Chamo-as de minhas botas." Claudinho precisa de ajuda para as necessidades fisiológicas e para o banho, mas se alimenta sozinho. Come diretamente no prato e bebe líquidos virando o copo com a boca ou usando um canudo. Lê jornais e livros e assiste à TV, deitado ou apoiado nos joelhos. Com a caneta na boca, digita no computador. O primeiro contato com a escrita aconteceu aos seis anos, quando pediu para que a mãe colocasse um lápis na sua boca. Com a ajuda de uma conhecida, teve as primeiras noções do alfabeto e da aritmética. Escola ele só frequentou aos 15 anos, quando foi alfabetizado. FACULDADE Para frequentar o ensino médio e cursar magistério, um amigo o carregava nos braços. "Muita gente dizia: 'Você é maluco [de fazer magistério]. Como vai ao quadro negro?' Mas eu gosto de provar que sou capaz", diz. E ele continuou mostrando que podia ir mais longe, ao entrar na faculdade de contabilidade em Feira de Santana, a 258 km de Monte Santo. Sem recursos, contou com um "mutirão" de amigos. Um casal de evangélicos conseguiu uma bolsa de estudos na faculdade e o ajudou com a moradia. Um outro amigo o carregava nos braços até a faculdade. Eram três horas e dois ônibus lotados até chegar ao destino. "Ficávamos um tempão esperando ônibus no sol. Eu, que sou vaidoso até não poder mais, chegava derretendo na escola", lembra. Já formado, abriu uma LAN house, a primeira de Monte Santo. Durou três anos. "Só fechou porque todo mundo passou a ter acesso à internet." Hoje trabalha em casa, prestando serviços de informática e de contabilidade. A aptidão para ser palestrante surgiu quando um padre o convidou para dar depoimento na igreja. Logo sua história chegou aos ouvidos de um outro padre, o missionário da Ilha de Malta George Grima, que o convidou para palestrar na Europa. Na Itália, em 2000, encontrou o papa João Paulo 2º. "Ele chegou, me abençoou, abraçou, me deu um beijo na testa e um rosário que guardo como relíquia." Em 2014, foi a vez de conhecer o papa Francisco, no Rio de Janeiro. Segundo ele, as duas bênçãos papais o fortaleceram, do ponto de vista pessoal e profissional. "Nunca mais deixei de receber convites." Em 2014, foi duas vezes aos EUA. Em uma delas, palestrou para dependentes químicos na Filadélfia. Até hoje, só recusou convite para uma palestra, no Iraque. A mãe vetou, achou perigoso. "Brinco muito com meus erros, tiro sarro dos foras que dou. Não me faço de coitadinho nunca. Simplesmente porque não me acho. Tem gente que se acha feia. Eu não. Me olho no espelho todos os dias e falo: 'cara, você é bonito pra caramba!'" No ano passado, um grupo de pesquisadores da universidade Harvard (EUA) e de Brunel, em Londres, esteve em Monte Santo para examinar Claudinho. Foi quando, aos 39 anos, descobriu o nome da sua doença: artrogripose múltipla congênita. Também em 2015 uma equipe de médicos da Filadélfia chegou a propor uma cirurgia corretiva experimental, mas ele recusou a oferta. As chances de sucesso de corrigir o pescoço sem que ele fique paralisado da cabeça para baixo é de menos de 10%. "Não quero, nesta altura da vida, aos 40 anos, mexer em um corpo que foi obrigado a se adaptar por décadas. E se eu ficar ainda mais dependente? Mil vezes ser assim e poder viajar, sair com amigos, conhecer pessoas." O Mundo está ao Contrário editora Bella Editora preço R$ 40 (100 págs.) lançamento Quarta (11), às 19h, no Masp (av. Paulista, 1.578, SP)
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Cerveró, ex-diretor da Petrobras, negocia fazer delação premiada
Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, iniciou as negociações de um possível acordo de delação premiada nesta quarta-feira (1º). A conversa entre Cerveró, advogados da defesa, procuradores e representantes da Polícia Federal aconteceu na tarde de quarta na Superintendência da PF, em Curitiba. Pela manhã, ele havia recebido visita da esposa. Pessoas próximas à família afirmaram que a decisão de negociar deve-se ao estado de saúde do ex-diretor. Preso desde janeiro, ele vem sofrendo ataques de pânico, apesar de tomar medicação para ansiedade e ter acompanhamento de psiquiatra. Na quinta (25), o ex-diretor retornou do Complexo Médico Penal, em Pinhais, para a sede da PF em Curitiba, onde passou a dividir a cela com o doleiro Alberto Youssef. Pessoas que tiveram contato recente com Cerveró afirmam à Folha que não é raro vê-lo usando roupas sujas. Os problemas psiquiátricos geraram questionamentos sobre as reais contribuições de uma eventual delação. Em maio, Cerveró foi sentenciado a cinco anos de prisão em regime fechado pelo crime de lavagem de dinheiro. O ex-diretor também é figura central na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, e é suspeito de receber US$ 40 milhões de propina para intermediar a contratação de navios-sonda. Por ser apontado como um dos arrecadadores do PMDB, sua eventual delação é vista como um dos principais caminhos para se chegar a caciques do partido, como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. A advogada de Cerveró, Alessi Brandão, disse que "no momento" não pode falar do acordo. Cerveró sempre negou as acusações à CPI da Petrobras e à Justiça.
poder
Cerveró, ex-diretor da Petrobras, negocia fazer delação premiadaNestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, iniciou as negociações de um possível acordo de delação premiada nesta quarta-feira (1º). A conversa entre Cerveró, advogados da defesa, procuradores e representantes da Polícia Federal aconteceu na tarde de quarta na Superintendência da PF, em Curitiba. Pela manhã, ele havia recebido visita da esposa. Pessoas próximas à família afirmaram que a decisão de negociar deve-se ao estado de saúde do ex-diretor. Preso desde janeiro, ele vem sofrendo ataques de pânico, apesar de tomar medicação para ansiedade e ter acompanhamento de psiquiatra. Na quinta (25), o ex-diretor retornou do Complexo Médico Penal, em Pinhais, para a sede da PF em Curitiba, onde passou a dividir a cela com o doleiro Alberto Youssef. Pessoas que tiveram contato recente com Cerveró afirmam à Folha que não é raro vê-lo usando roupas sujas. Os problemas psiquiátricos geraram questionamentos sobre as reais contribuições de uma eventual delação. Em maio, Cerveró foi sentenciado a cinco anos de prisão em regime fechado pelo crime de lavagem de dinheiro. O ex-diretor também é figura central na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, e é suspeito de receber US$ 40 milhões de propina para intermediar a contratação de navios-sonda. Por ser apontado como um dos arrecadadores do PMDB, sua eventual delação é vista como um dos principais caminhos para se chegar a caciques do partido, como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. A advogada de Cerveró, Alessi Brandão, disse que "no momento" não pode falar do acordo. Cerveró sempre negou as acusações à CPI da Petrobras e à Justiça.
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Animação "Divertida Mente" seduz cada geração de modo único
Há tempos que os desenhos animados de longa-metragem tentam se posicionar bem na gangorra que é agradar às crianças e também aos adultos que as levam aos cinemas. "Divertida Mente", em cartaz no Brasil, resolve a questão com primor. Pensando numa espécie de máquina capaz de medir a adequação do filme, é possível dizer que "Divertida Mente" pende para a plateia adulta. Mas não é só isso. Afinal, desta vez não são carros, robôs, peixes, leões ou outros animais que ganham emoções e inteligência para se comunicar dentro do enredo proposto. Quem ganha sentimentos no filme são... os sentimentos. "Divertida Mente" é carregado de simbologia, entre complexas e óbvias, mas sempre engraçadas. O ponto de partida da história pode ser um pouco complicado para os espectadores mirins. A ideia: existe no cérebro de cada pessoa uma sala de controle em que seus sentimentos comandam as reações. Esses sentimentos são representados por pequenas criaturas, de fofinhos a monstrinhos histéricos. Quem comanda a garota Riley é um quinteto que já faz sucesso nas lojas de brinquedos: Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho. A convivência desses personagens não é lá muito tranquila, mas o comportamento de Riley desanda mesmo quando Alegria e Tristeza saem da sala de controle e não conseguem voltar. Com as duas perdidas no cérebro, as atitudes de Riley não seguem em nada o que se espera da normalidade com o trio restante no comando. A Pixar já produziu outros desenhos com roteiros originalíssimos, como "Toy Story" e "Monstros S/A", para muita gente o melhor longa de animação da história. Mas, desta vez, deu um passo gigantesco de inovação, e se deu bem. "Divertida Mente" não é apenas animação fofa e esperta que traz sacadas de roteiro que os adultos apreciam enquanto as crianças ficam ligadas em personagens coloridos e trapalhões e dão gargalhadas em cenas de pastelão. Os cinco pequenos heróis do filme são, desde o começo, tipos fascinantes que representam reações com as quais os espectadores são confrontados o tempo todo durante suas vidas. Assim, da mesma forma com que as pessoas têm reações diferentes a cada etapa de sua vida -infância, adolescência, maturidade, velhice-, cada um pode acompanhar as divertidas passagens da história reagindo com mais ou menos intensidade, maior ou menor compreensão. De certo modo, e nisto está o brilho de um filme extraordinário, "Divertida Mente" pode ser consumido por qualquer geração, cada uma estabelecendo ligação particular com aquilo que vê na tela. DIVERTIDA MENTE (INSIDE OUT) DIREÇÃO Pete Docter e Ronaldo Del Carmen PRODUÇÃO EUA, 2015, livre AVALIAÇÃO ótimo
ilustrada
Animação "Divertida Mente" seduz cada geração de modo únicoHá tempos que os desenhos animados de longa-metragem tentam se posicionar bem na gangorra que é agradar às crianças e também aos adultos que as levam aos cinemas. "Divertida Mente", em cartaz no Brasil, resolve a questão com primor. Pensando numa espécie de máquina capaz de medir a adequação do filme, é possível dizer que "Divertida Mente" pende para a plateia adulta. Mas não é só isso. Afinal, desta vez não são carros, robôs, peixes, leões ou outros animais que ganham emoções e inteligência para se comunicar dentro do enredo proposto. Quem ganha sentimentos no filme são... os sentimentos. "Divertida Mente" é carregado de simbologia, entre complexas e óbvias, mas sempre engraçadas. O ponto de partida da história pode ser um pouco complicado para os espectadores mirins. A ideia: existe no cérebro de cada pessoa uma sala de controle em que seus sentimentos comandam as reações. Esses sentimentos são representados por pequenas criaturas, de fofinhos a monstrinhos histéricos. Quem comanda a garota Riley é um quinteto que já faz sucesso nas lojas de brinquedos: Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho. A convivência desses personagens não é lá muito tranquila, mas o comportamento de Riley desanda mesmo quando Alegria e Tristeza saem da sala de controle e não conseguem voltar. Com as duas perdidas no cérebro, as atitudes de Riley não seguem em nada o que se espera da normalidade com o trio restante no comando. A Pixar já produziu outros desenhos com roteiros originalíssimos, como "Toy Story" e "Monstros S/A", para muita gente o melhor longa de animação da história. Mas, desta vez, deu um passo gigantesco de inovação, e se deu bem. "Divertida Mente" não é apenas animação fofa e esperta que traz sacadas de roteiro que os adultos apreciam enquanto as crianças ficam ligadas em personagens coloridos e trapalhões e dão gargalhadas em cenas de pastelão. Os cinco pequenos heróis do filme são, desde o começo, tipos fascinantes que representam reações com as quais os espectadores são confrontados o tempo todo durante suas vidas. Assim, da mesma forma com que as pessoas têm reações diferentes a cada etapa de sua vida -infância, adolescência, maturidade, velhice-, cada um pode acompanhar as divertidas passagens da história reagindo com mais ou menos intensidade, maior ou menor compreensão. De certo modo, e nisto está o brilho de um filme extraordinário, "Divertida Mente" pode ser consumido por qualquer geração, cada uma estabelecendo ligação particular com aquilo que vê na tela. DIVERTIDA MENTE (INSIDE OUT) DIREÇÃO Pete Docter e Ronaldo Del Carmen PRODUÇÃO EUA, 2015, livre AVALIAÇÃO ótimo
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Livro narra vida de campeão mundial de boxe discriminado por ser gay
Negro e homossexual, o boxeador americano Emile Griffith era conhecido por seu estilo elegante dentro dos ringues. Seu treinador Gil Clancy dizia que lhe faltava o "instinto assassino" para se tornar ainda mais combativo do que já era –Griffith conquistou cinco títulos mundiais. Em 24 de abril de 1962, o garbo foi atravessado por ódio. Seu rival na luta pelo título dos meio-médios, o cubano Benny Paret, o provocava há meses, com mira voltada à sua orientação sexual. Na pesagem, ele estapeou o traseiro de Griffith e lhe repetiu aos risos: "maricón." No ringue, o americano nocauteou com virulência. Paret morreu em leito de hospital dez dias após a luta. O episódio é contado em detalhes na biografia "A Man's World: The Double Life of Emile Griffith", do jornalista britânico Donald McRae, lançada na Europa em setembro. Não há previsão de lançamento de uma edição brasileira. Em entrevista à Folha, McRae explica que a preferência de Griffith por homens e sua impossibilidade de revelá-la em público naquele momento dos Estados Unidos geraram uma angústia profunda no lutador. "Ele foi um homem fascinante, que levava uma vida dupla. Nas décadas de 1960 e 1970, foi comparado aos maiores boxeadores da história, como Muhammad Ali. E era também um homossexual cuja vida ideal, em termos de felicidade, talvez tivesse sido como criador de chapéus femininos [ele era estoquista de chapéus em Nova York quando foi descoberto como potencial boxeador]", diz o autor. Se a sexualidade tinha que ser mantida escondida, o sofrimento tornou-se notório. A morte de Paret e a discriminação que sofria fizeram com que Griffith se tornasse conhecido como "um homem com dor." "Emile sentiu tanta raiva que descontou tudo em Paret. Ele foi assombrado por isso, teve pesadelos por muitos anos, pois ele sabia que o cubano deixou uma mulher e um filho quando morreu. Ele se sentia responsável. Para ele, foi muito difícil continuar a golpear pessoas para viver depois de ter matado uma pessoa", conta McRae. "Ele também se sentia angustiado por nunca ter a possibilidade de sair em público e dizer que era um homem gay. Nos anos 1960 e 1970, era um crime nos Estados Unidos declarar-se homossexual." Segundo McRae, ele tinha orgulho de ser homossexual, e sempre entrava nos bares gays pela porta da frente. Griffith dava alegria à comunidade gay, que o celebrava como campeão mundial e um de seus membros. "Eu mato um homem e a maior parte das pessoas me perdoa. Eu amo um homem e muitos dizem que isso me torna uma pessoa horrível", dizia Griffith, em passagem reproduzida no livro de McRae. Admirado por lendas como Ali e Mike Tyson, ele tinha um nível técnico extraordinário, mas nocauteava pouco. Griffith era um boxeador que não gostava de violência. "Ele não era fantástico de se assistir, porque ele não queria machucar o adversário, especialmente após a luta com Paret. Ele sempre queria ganhar da maneira limpa, por pontos, causando o mínimo de dor ao rival. Então, ele não conseguiu muitos nocaute explosivos", diz o biógrafo. "Um dos boxeadores antigos que entrevistei me disse que em uma luta no final de sua carreira, na Califórnia, Emile estava massacrando o adversário. Mas ao invés de nocauteá-lo, ele o encorajava com gritos de `vamos lá, você aguenta até o final'. Na minha opinião, o episódio mostra que ele exibiu o melhor lado da humanidade", continua. "Ele mostrou que a vida envolve alegria e sofrimento. Ele aproveitou bem a vida, riu e dançou muito. Mas sofreu muito. Sempre que ele lutou com alguém ou amou alguém, ele quis mostrar seu lado mais humano, sua compaixão." AS BATALHAS DO PRESENTE Em um dos capítulos mais instigantes do livro, McRae trata de Orlando Cruz, boxeador porto-riquenho que se assumiu homossexual publicamente em 2012. "Exatamente 50 anos após a luta entre Emile e Paret, Orlando fez seu pronunciamento. A mim, pareceu muito significativo. Eu o perguntei se ele achava que outros boxeadores seguiriam seu caminho, mas ele disse que não, que havia outros, mas que não é um caminho fácil. Eu acho que melhorou um pouco desde os tempos de Emile, já que alguns atletas conseguem se posicionar abertamente, mas não muito. As batalhas continuam as mesmas", opina. No mesmo ano, ele conheceu Griffith pessoalmente, no que descreve como um "encontro triste." "Ele estava em um estágio avançado de demência, que aconteceu porque ele lutou um número excessivo de vezes durante a carreira. Então, ele estava em uma cama com os olhos abertos, mas não havia vida ali", relata. Até sua morte, em 2013, seu principal aliado foi Luis Rodrigo, seu companheiro por 25 anos. "Eles se conheceram quando Rodrigo estava em um centro de detenção e Emile, aposentado e sem dinheiro, trabalhava como guarda. Depois que Rodrigo saiu da cadeia, eles passaram a morar juntos. Sempre se amaram muito." A MAN´S WORLD: THE DOUBLE LIFE OF EMILE GRIFFITH Autor Donald McRae Editora Simon & Schuster UK Quanto £ 13,60 (R$ 78; amazon.co.uk ) Avaliação Ótimo * LEIA TRECHO DO LIVRO "Ele deixou o metrô na rua 42. Antes de lutar, ele queria o conforto de andar pelas ruas familiares da Times Square, onde, à noite, ele ria e dançava com a comunidade gay hispânica e as velhas drag queens. Pouco antes das 11h, naquela manhã de sábado, e a caminho da maior luta de sua vida [contra Benny Paret], homens, mulheres, travestis, prostitutas e strippers o chamaram para lhe desejar boa sorte. Normalmente, ele pararia para falar com todos. Mas daquela vez ele apenas ergueu seu punho e seguiu em frente. Ele lutaria por eles também. [...] Griffith estava prestes a deixar a balança quando ele ouviu seu treinador Gil Clancy gritar: "Ei, cuidado!". Ele deu meia-volta. Paret ria ironicamente e fingia fazer sexo com ele, enquanto seus treinadores gritavam histericamente. Ele mostrava o dedo para Griffith. "Ei, `maricón'", disse Paret, sussurrando, 'eu vou pegar você e seu marido." Tradução de GUILHERME SETO
esporte
Livro narra vida de campeão mundial de boxe discriminado por ser gayNegro e homossexual, o boxeador americano Emile Griffith era conhecido por seu estilo elegante dentro dos ringues. Seu treinador Gil Clancy dizia que lhe faltava o "instinto assassino" para se tornar ainda mais combativo do que já era –Griffith conquistou cinco títulos mundiais. Em 24 de abril de 1962, o garbo foi atravessado por ódio. Seu rival na luta pelo título dos meio-médios, o cubano Benny Paret, o provocava há meses, com mira voltada à sua orientação sexual. Na pesagem, ele estapeou o traseiro de Griffith e lhe repetiu aos risos: "maricón." No ringue, o americano nocauteou com virulência. Paret morreu em leito de hospital dez dias após a luta. O episódio é contado em detalhes na biografia "A Man's World: The Double Life of Emile Griffith", do jornalista britânico Donald McRae, lançada na Europa em setembro. Não há previsão de lançamento de uma edição brasileira. Em entrevista à Folha, McRae explica que a preferência de Griffith por homens e sua impossibilidade de revelá-la em público naquele momento dos Estados Unidos geraram uma angústia profunda no lutador. "Ele foi um homem fascinante, que levava uma vida dupla. Nas décadas de 1960 e 1970, foi comparado aos maiores boxeadores da história, como Muhammad Ali. E era também um homossexual cuja vida ideal, em termos de felicidade, talvez tivesse sido como criador de chapéus femininos [ele era estoquista de chapéus em Nova York quando foi descoberto como potencial boxeador]", diz o autor. Se a sexualidade tinha que ser mantida escondida, o sofrimento tornou-se notório. A morte de Paret e a discriminação que sofria fizeram com que Griffith se tornasse conhecido como "um homem com dor." "Emile sentiu tanta raiva que descontou tudo em Paret. Ele foi assombrado por isso, teve pesadelos por muitos anos, pois ele sabia que o cubano deixou uma mulher e um filho quando morreu. Ele se sentia responsável. Para ele, foi muito difícil continuar a golpear pessoas para viver depois de ter matado uma pessoa", conta McRae. "Ele também se sentia angustiado por nunca ter a possibilidade de sair em público e dizer que era um homem gay. Nos anos 1960 e 1970, era um crime nos Estados Unidos declarar-se homossexual." Segundo McRae, ele tinha orgulho de ser homossexual, e sempre entrava nos bares gays pela porta da frente. Griffith dava alegria à comunidade gay, que o celebrava como campeão mundial e um de seus membros. "Eu mato um homem e a maior parte das pessoas me perdoa. Eu amo um homem e muitos dizem que isso me torna uma pessoa horrível", dizia Griffith, em passagem reproduzida no livro de McRae. Admirado por lendas como Ali e Mike Tyson, ele tinha um nível técnico extraordinário, mas nocauteava pouco. Griffith era um boxeador que não gostava de violência. "Ele não era fantástico de se assistir, porque ele não queria machucar o adversário, especialmente após a luta com Paret. Ele sempre queria ganhar da maneira limpa, por pontos, causando o mínimo de dor ao rival. Então, ele não conseguiu muitos nocaute explosivos", diz o biógrafo. "Um dos boxeadores antigos que entrevistei me disse que em uma luta no final de sua carreira, na Califórnia, Emile estava massacrando o adversário. Mas ao invés de nocauteá-lo, ele o encorajava com gritos de `vamos lá, você aguenta até o final'. Na minha opinião, o episódio mostra que ele exibiu o melhor lado da humanidade", continua. "Ele mostrou que a vida envolve alegria e sofrimento. Ele aproveitou bem a vida, riu e dançou muito. Mas sofreu muito. Sempre que ele lutou com alguém ou amou alguém, ele quis mostrar seu lado mais humano, sua compaixão." AS BATALHAS DO PRESENTE Em um dos capítulos mais instigantes do livro, McRae trata de Orlando Cruz, boxeador porto-riquenho que se assumiu homossexual publicamente em 2012. "Exatamente 50 anos após a luta entre Emile e Paret, Orlando fez seu pronunciamento. A mim, pareceu muito significativo. Eu o perguntei se ele achava que outros boxeadores seguiriam seu caminho, mas ele disse que não, que havia outros, mas que não é um caminho fácil. Eu acho que melhorou um pouco desde os tempos de Emile, já que alguns atletas conseguem se posicionar abertamente, mas não muito. As batalhas continuam as mesmas", opina. No mesmo ano, ele conheceu Griffith pessoalmente, no que descreve como um "encontro triste." "Ele estava em um estágio avançado de demência, que aconteceu porque ele lutou um número excessivo de vezes durante a carreira. Então, ele estava em uma cama com os olhos abertos, mas não havia vida ali", relata. Até sua morte, em 2013, seu principal aliado foi Luis Rodrigo, seu companheiro por 25 anos. "Eles se conheceram quando Rodrigo estava em um centro de detenção e Emile, aposentado e sem dinheiro, trabalhava como guarda. Depois que Rodrigo saiu da cadeia, eles passaram a morar juntos. Sempre se amaram muito." A MAN´S WORLD: THE DOUBLE LIFE OF EMILE GRIFFITH Autor Donald McRae Editora Simon & Schuster UK Quanto £ 13,60 (R$ 78; amazon.co.uk ) Avaliação Ótimo * LEIA TRECHO DO LIVRO "Ele deixou o metrô na rua 42. Antes de lutar, ele queria o conforto de andar pelas ruas familiares da Times Square, onde, à noite, ele ria e dançava com a comunidade gay hispânica e as velhas drag queens. Pouco antes das 11h, naquela manhã de sábado, e a caminho da maior luta de sua vida [contra Benny Paret], homens, mulheres, travestis, prostitutas e strippers o chamaram para lhe desejar boa sorte. Normalmente, ele pararia para falar com todos. Mas daquela vez ele apenas ergueu seu punho e seguiu em frente. Ele lutaria por eles também. [...] Griffith estava prestes a deixar a balança quando ele ouviu seu treinador Gil Clancy gritar: "Ei, cuidado!". Ele deu meia-volta. Paret ria ironicamente e fingia fazer sexo com ele, enquanto seus treinadores gritavam histericamente. Ele mostrava o dedo para Griffith. "Ei, `maricón'", disse Paret, sussurrando, 'eu vou pegar você e seu marido." Tradução de GUILHERME SETO
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Veja quais reparos ajudam a acelerar a venda de um carro usado
RODRIGO MORA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Paulo de Queiroz, 36, quer vender seu Suzuki Samurai 1997. "A tabela Fipe diz que vale R$ 22 mil, mas não entrego por menos de R$ 25 mil", diz o técnico em eletrônica. Para conseguir o valor que julga digno do carro, não titubeia em investir R$ 2.500. "Estou dando uma ajeitada nele para vender melhor. Vou substituir as molas e os amortecedores, que ainda são os originais e estão cansados, e também trocar as pastilhas de freio. Quanto ao visual, vou repintar algumas partes e trocar o insulfilm." Mas também é possível evitar um alto investimento na hora da venda. Segundo a Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores), é preciso sempre investir na conservação do carro. "A manutenção preventiva sempre sai mais barata do que a reparação de problemas. Parece óbvio, mas a forma como dirigimos também influencia na conservação. Freadas bruscas e passar em lombadas em alta velocidade, por exemplo, podem diminuir a vida útil de componentes como molas e amortecedores", diz Ilídio dos Santos, presidente da entidade. Um carro bem apresentado é como um cartão de visitas. "Carro à venda tem que estar bonito. Não adianta dizer ao comprador que há apenas pequenas coisas a fazer. Ninguém compra carro para levar na oficina", explica Donizete Aparecido de Oliveira, da Chevy Auto Center. ONDE VENDER? Depois de ajeitar pendências mecânicas e estéticas, é hora de eleger como vender. Roberto Baldi Júnior, 36, anunciará o Volkswagen Jetta TSI só na internet. "Não tenho paciência para as feiras aos domingos. Na internet, você põe o anúncio e deixa lá." Baldi se refere às feiras, geralmente em parques fechados ou estacionamentos, onde vendedores e compradores se encontram. A mais tradicional é o Feirão Auto Show, aos domingos, no Anhembi, em São Paulo, das 6h às 13h. "O interessado tem cerca de 4.500 veículos à disposição e pode solicitar vistoria no local, obter financiamento e até encaminhar o documento de transferência", afirma Eduardo Ribeiro dos Santos, da Matel Produções, organizadora do evento. A entrada de compradores e visitantes é gratuita. Quem leva o carro para vender pode escolher, no site da feira (www.autoshow.com.br), pacotes a partir de R$ 88 por dia. O advogado Ricardo André Barros de Moraes, 37, porém, focará os esforços na venda on-line. "Nas feiras a grande maioria são lojistas. Nas concessionárias oferecem de 15% a 30% menos", opina o dono do Nissan Sentra SL 2014. Já as concessionárias rebatem afirmando que não pagam menos do que em revendas independentes. "Nelas também há garantia de negociação segura, com o respaldo de uma marca por trás", pontua Alarico Assumpção Jr., da Fenabrave, que congrega distribuidores de veículos. Segundo ele, os seminovos e usados vivem bom momento. "De janeiro a junho, foram vendidos 4.613.990 de unidades. Apesar da queda de 3,9% em relação aos emplacamentos no mesmo período de 2015, é um bom volume." Na avaliação da Fenabrave, seminovos são carros com até cinco anos de uso. Para a Fenauto, eles não podem ter mais do que três anos -depois disso, são usados. * OS CINCO MANDAMENTOS PARA VENDER BEM A lataria tem que estar bonita, e lanternas, faróis e pneus, em bom estado. Qualquer amassado deve ser reparado O interior deve ser limpo, inclusive bancos, carpetes e ar-condicionado. Motor sujo causa má impressão Se uma película do vidro estragar, retire todas Se o volante estiver descascado, compre capa Troque as coifas da alavanca do câmbio e do freio de estacionamento Se o carro tem engate, tire. Veículos que rebocam carretas têm embreagem desgastada e motor com vida útil reduzida
sobretudo
Veja quais reparos ajudam a acelerar a venda de um carro usado RODRIGO MORA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Paulo de Queiroz, 36, quer vender seu Suzuki Samurai 1997. "A tabela Fipe diz que vale R$ 22 mil, mas não entrego por menos de R$ 25 mil", diz o técnico em eletrônica. Para conseguir o valor que julga digno do carro, não titubeia em investir R$ 2.500. "Estou dando uma ajeitada nele para vender melhor. Vou substituir as molas e os amortecedores, que ainda são os originais e estão cansados, e também trocar as pastilhas de freio. Quanto ao visual, vou repintar algumas partes e trocar o insulfilm." Mas também é possível evitar um alto investimento na hora da venda. Segundo a Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores), é preciso sempre investir na conservação do carro. "A manutenção preventiva sempre sai mais barata do que a reparação de problemas. Parece óbvio, mas a forma como dirigimos também influencia na conservação. Freadas bruscas e passar em lombadas em alta velocidade, por exemplo, podem diminuir a vida útil de componentes como molas e amortecedores", diz Ilídio dos Santos, presidente da entidade. Um carro bem apresentado é como um cartão de visitas. "Carro à venda tem que estar bonito. Não adianta dizer ao comprador que há apenas pequenas coisas a fazer. Ninguém compra carro para levar na oficina", explica Donizete Aparecido de Oliveira, da Chevy Auto Center. ONDE VENDER? Depois de ajeitar pendências mecânicas e estéticas, é hora de eleger como vender. Roberto Baldi Júnior, 36, anunciará o Volkswagen Jetta TSI só na internet. "Não tenho paciência para as feiras aos domingos. Na internet, você põe o anúncio e deixa lá." Baldi se refere às feiras, geralmente em parques fechados ou estacionamentos, onde vendedores e compradores se encontram. A mais tradicional é o Feirão Auto Show, aos domingos, no Anhembi, em São Paulo, das 6h às 13h. "O interessado tem cerca de 4.500 veículos à disposição e pode solicitar vistoria no local, obter financiamento e até encaminhar o documento de transferência", afirma Eduardo Ribeiro dos Santos, da Matel Produções, organizadora do evento. A entrada de compradores e visitantes é gratuita. Quem leva o carro para vender pode escolher, no site da feira (www.autoshow.com.br), pacotes a partir de R$ 88 por dia. O advogado Ricardo André Barros de Moraes, 37, porém, focará os esforços na venda on-line. "Nas feiras a grande maioria são lojistas. Nas concessionárias oferecem de 15% a 30% menos", opina o dono do Nissan Sentra SL 2014. Já as concessionárias rebatem afirmando que não pagam menos do que em revendas independentes. "Nelas também há garantia de negociação segura, com o respaldo de uma marca por trás", pontua Alarico Assumpção Jr., da Fenabrave, que congrega distribuidores de veículos. Segundo ele, os seminovos e usados vivem bom momento. "De janeiro a junho, foram vendidos 4.613.990 de unidades. Apesar da queda de 3,9% em relação aos emplacamentos no mesmo período de 2015, é um bom volume." Na avaliação da Fenabrave, seminovos são carros com até cinco anos de uso. Para a Fenauto, eles não podem ter mais do que três anos -depois disso, são usados. * OS CINCO MANDAMENTOS PARA VENDER BEM A lataria tem que estar bonita, e lanternas, faróis e pneus, em bom estado. Qualquer amassado deve ser reparado O interior deve ser limpo, inclusive bancos, carpetes e ar-condicionado. Motor sujo causa má impressão Se uma película do vidro estragar, retire todas Se o volante estiver descascado, compre capa Troque as coifas da alavanca do câmbio e do freio de estacionamento Se o carro tem engate, tire. Veículos que rebocam carretas têm embreagem desgastada e motor com vida útil reduzida
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Três corpos são resgatados no mar na região da laje de Santos, litoral de SP
Três corpos foram resgatados no mar na região da laje de Santos, no litoral de São Paulo, pela patrulha oceânica da Marinha do Brasil. Segundo o Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMar), os corpos seriam de pescadores da embarcação "Anjo Gabriel", desaparecida desde a última sexta-feira (29). O barco saiu da enseada de Bertioga na tarde do dia 29 com sete pessoas a bordo para pescar na ilha de Alcatrazes e deveria ter retornado no dia seguinte, o que não aconteceu. Três dias depois, foram encontrados pedaços da embarcação, que continua desaparecida. Ainda não se sabe o que pode ter causado o acidente. O GBMar ainda busca os outros quatro tripulantes.
cotidiano
Três corpos são resgatados no mar na região da laje de Santos, litoral de SPTrês corpos foram resgatados no mar na região da laje de Santos, no litoral de São Paulo, pela patrulha oceânica da Marinha do Brasil. Segundo o Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMar), os corpos seriam de pescadores da embarcação "Anjo Gabriel", desaparecida desde a última sexta-feira (29). O barco saiu da enseada de Bertioga na tarde do dia 29 com sete pessoas a bordo para pescar na ilha de Alcatrazes e deveria ter retornado no dia seguinte, o que não aconteceu. Três dias depois, foram encontrados pedaços da embarcação, que continua desaparecida. Ainda não se sabe o que pode ter causado o acidente. O GBMar ainda busca os outros quatro tripulantes.
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Reportagem especial e série da Folha ganham prêmio de jornalismo
Uma reportagem especial e uma série da Folha foram vencedoras do Prêmio CNI de Jornalismo 2015. Ao todo, foram 11 os trabalhos premiados em 13 categorias. O especial "Líquido e incerto - o futuro dos recursos hídricos no Brasil", que mostra como o Brasil está despreparado para os eventos de mudanças climáticas, ganhou na categoria Internet. Para preparar o material, os repórteres Marcelo Leite, Lalo de Almeida, Eduardo Geraque, Fernando Canzian, Rafael Garcia e Dimmi Amora mergulharam fundo em três situações-limite –secas em São Paulo e no semiárido nordestino e inundações no rio Madeira– para mostrar relatos preocupantes sobre o despreparo do país para enfrentar as emergências que virão. Na categoria Destaque Regional - Sudeste a vencedora foi a série "O Brasil que trabalha", dos repórteres Érica Fraga, Mariana Carneiro, Ingrid Fagundez e Marcelo Soares. A série mostra que o boom do mercado de trabalho nos últimos anos foi sustentado por poucas carreiras de baixo nível educacional. Apenas dez profissões foram responsáveis por metade das 9,4 milhões de vagas formais geradas entre 2007 e 2013. O trabalho de apuração da série durou seis meses. O prêmio principal –categoria Grande Prêmio José de Alencar– foi vencido pelo jornal "O Globo" com o trabalho "Quando o mar vira estrada", uma série de reportagens que mostra o transporte de mercadoria pelo mar na costa nacional, a chamada cabotagem. A mesma série também levou o prêmio da categoria Impresso Jornal. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) afirma que o prêmio incentiva o debate sobre a economia brasileira no imprensa. "A solução dos problemas do país estaria mais distante não fosse o empenho dos meios de comunicação e de seus profissionais em promover esse debate", disse o diretor de comunicação da confederação, Carlos Barreiros. * CONFIRA OS VENCEDORES
poder
Reportagem especial e série da Folha ganham prêmio de jornalismoUma reportagem especial e uma série da Folha foram vencedoras do Prêmio CNI de Jornalismo 2015. Ao todo, foram 11 os trabalhos premiados em 13 categorias. O especial "Líquido e incerto - o futuro dos recursos hídricos no Brasil", que mostra como o Brasil está despreparado para os eventos de mudanças climáticas, ganhou na categoria Internet. Para preparar o material, os repórteres Marcelo Leite, Lalo de Almeida, Eduardo Geraque, Fernando Canzian, Rafael Garcia e Dimmi Amora mergulharam fundo em três situações-limite –secas em São Paulo e no semiárido nordestino e inundações no rio Madeira– para mostrar relatos preocupantes sobre o despreparo do país para enfrentar as emergências que virão. Na categoria Destaque Regional - Sudeste a vencedora foi a série "O Brasil que trabalha", dos repórteres Érica Fraga, Mariana Carneiro, Ingrid Fagundez e Marcelo Soares. A série mostra que o boom do mercado de trabalho nos últimos anos foi sustentado por poucas carreiras de baixo nível educacional. Apenas dez profissões foram responsáveis por metade das 9,4 milhões de vagas formais geradas entre 2007 e 2013. O trabalho de apuração da série durou seis meses. O prêmio principal –categoria Grande Prêmio José de Alencar– foi vencido pelo jornal "O Globo" com o trabalho "Quando o mar vira estrada", uma série de reportagens que mostra o transporte de mercadoria pelo mar na costa nacional, a chamada cabotagem. A mesma série também levou o prêmio da categoria Impresso Jornal. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) afirma que o prêmio incentiva o debate sobre a economia brasileira no imprensa. "A solução dos problemas do país estaria mais distante não fosse o empenho dos meios de comunicação e de seus profissionais em promover esse debate", disse o diretor de comunicação da confederação, Carlos Barreiros. * CONFIRA OS VENCEDORES
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Reitor da UFSC é preso em operação que apura desvio de verba em cursos
A Polícia Federal prendeu o reitor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Luiz Carlos Cancellier de Olivo, e outras seis pessoas ligadas à instituição nesta quinta-feira (14). Segundo a PF, o grupo é suspeito de desviar recursos que deveriam ser investidos em programas de EAD (Educação a Distância). A operação apura extravio de repasses do governo federal para cursos da modalidade a distância ofertados pela universidade que atingiriam R$ 80 milhões. O reitor é suspeito de tentar obstruir as investigações –ele nega envolvimento em irregularidades. As prisões ocorreram durante a operação batizada de Ouvidos Moucos. Mais de cem policiais federais cumpriram mandados judiciais em Florianópolis e Itapema (SC) e Brasília (DF). São sete mandados de prisão temporária e cinco de condução coercitiva, além de afastamento de sete pessoas de funções públicas. Sete mandados de buscas e apreensões ocorreram em setores administrativos da UFSC e de fundações criadas para o fomento às atividades de ensino, pesquisa e extensão. Outros nove mandados de busca e apreensão aconteceram em endereços residenciais de docentes, funcionários e empresários. Segundo a PF, um dos alvos da operação foi um depósito de documentos ainda não analisados pelos órgãos de fiscalização na região norte da ilha. A Justiça Federal também determinou que a central da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), em Brasília, forneça imediatamente à PF o acesso total aos dados dos repasse para os programas de EAD da UFSC. O nome Ouvidos Moucos é uma referência à desobediência reiterada da gestão da universidade aos pedidos e recomendações dos órgãos de fiscalização e controle, de acordo com a PF. INVESTIGAÇÃO As investigações começaram a partir de suspeitas sobre o uso de recursos públicos em cursos de Educação à Distância oferecidos pelo programa UAB (Universidade Aberta do Brasil) na UFSC. O programa, implantado pelo Governo Federal em 2016, foi criado para habilitar professores da rede pública de ensino em regiões afastadas e carentes do interior do país. O levantamento da PF apontou que docentes, principalmente do Departamento de Administração —que recebe a maior parte das verbas de EAD; funcionários das instituições e fundações parceiras e empresários atuaram em conjunto para desviar os valores repassados pela Capes à universidade. De acordo com a polícia, em alguns casos foram concedidas bolsas de tutoria para pessoas sem qualquer vínculo com o ensino superior em EAD e parentes de professores do programa receberam "quantias expressivas" em bolsas. Um dos casos mais graves e bem documentado pela PF identificou professores sendo coagidos a repassar metade dos valores das bolsas recebidas para docentes envolvidos nas fraudes. QUALIDADE DE ENSINO A UFSC figura entre as dez melhores instituições de ensino superior do país no RUF (Ranking Universitário Folha), que mede a qualidade de ensino, pesquisa e a percepção do mercado em relação à empregabilidade das universidades, entre outros quesitos. No último ranking, de 2016, a UFSC ocupou a 8ª posição. Entre os cursos avaliados no RUF, as engenharias ambiental e de produção da universidade aparecem na terceira posição entre os melhores da área no país. A universidade foi fundada em 1960 e possuía 26.454 alunos matriculados. OUTRO LADO A UFSC, por meio da assessoria de imprensa, disse que foi "tomada por absoluta surpresa" em relação à detenção do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo. Segundo o comunicado, Olivo está acompanhado de Luiz Henrique Cademartori, secretário de aperfeiçoamento institucional da universidade, na sede da PF em Florianópolis, a capital do Estado. Enquanto Olivo estiver preso, a reitoria ficará sob o comando do pró-reitor de extensão, Rogério Cid Bastos, porque a vice-reitora, Alacoque Lorenzini Erdmann, encontra-se em missão no exterior. A UFSC disse ainda que a administração central da universidade tinha conhecimento dos procedimentos de apuração que estavam sendo conduzidos pela Corregedoria-Geral da instituição sobre "supostas irregularidades ocorridas em projetos executados desde 2006." "Sempre mantivemos a postura de transparência e colaboração, no sentido de permitir a devida apuração de quaisquer fatos de modo a atender as melhores práticas de gestão", segundo trecho da nota. A UFSC afirmou ainda que vai aguardar mais informações sobre a operação da PF para apresentar à comunidade universitária e à sociedade os esclarecimentos devidos. VISTORIA A Capes informou, também por meio de nota, que tomou conhecimento de supostas irregularidades no programa Universidade Aberta do Brasil executado pela UFSC em maio deste ano a partir de apuração feita pela própria corregedoria da universidade. O órgão do Mec disse ainda que solicitou acesso à investigação, mas não obteve êxito. Informou também que encaminhou uma vistoria técnica para acompanhar de perto os andamentos dos cursos a distância. Sobre a ação da PF nesta quinta, a Capes afirmou que prestou todos os esclarecimentos e cedeu toda a documentação referente a oferta do programa na UFSC aos agentes federais. "A Capes continua comprometida com a qualidade da formação dos alunos que estudam por meio da educação a distância na Universidade Federal de Santa Catarina."
educacao
Reitor da UFSC é preso em operação que apura desvio de verba em cursosA Polícia Federal prendeu o reitor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Luiz Carlos Cancellier de Olivo, e outras seis pessoas ligadas à instituição nesta quinta-feira (14). Segundo a PF, o grupo é suspeito de desviar recursos que deveriam ser investidos em programas de EAD (Educação a Distância). A operação apura extravio de repasses do governo federal para cursos da modalidade a distância ofertados pela universidade que atingiriam R$ 80 milhões. O reitor é suspeito de tentar obstruir as investigações –ele nega envolvimento em irregularidades. As prisões ocorreram durante a operação batizada de Ouvidos Moucos. Mais de cem policiais federais cumpriram mandados judiciais em Florianópolis e Itapema (SC) e Brasília (DF). São sete mandados de prisão temporária e cinco de condução coercitiva, além de afastamento de sete pessoas de funções públicas. Sete mandados de buscas e apreensões ocorreram em setores administrativos da UFSC e de fundações criadas para o fomento às atividades de ensino, pesquisa e extensão. Outros nove mandados de busca e apreensão aconteceram em endereços residenciais de docentes, funcionários e empresários. Segundo a PF, um dos alvos da operação foi um depósito de documentos ainda não analisados pelos órgãos de fiscalização na região norte da ilha. A Justiça Federal também determinou que a central da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), em Brasília, forneça imediatamente à PF o acesso total aos dados dos repasse para os programas de EAD da UFSC. O nome Ouvidos Moucos é uma referência à desobediência reiterada da gestão da universidade aos pedidos e recomendações dos órgãos de fiscalização e controle, de acordo com a PF. INVESTIGAÇÃO As investigações começaram a partir de suspeitas sobre o uso de recursos públicos em cursos de Educação à Distância oferecidos pelo programa UAB (Universidade Aberta do Brasil) na UFSC. O programa, implantado pelo Governo Federal em 2016, foi criado para habilitar professores da rede pública de ensino em regiões afastadas e carentes do interior do país. O levantamento da PF apontou que docentes, principalmente do Departamento de Administração —que recebe a maior parte das verbas de EAD; funcionários das instituições e fundações parceiras e empresários atuaram em conjunto para desviar os valores repassados pela Capes à universidade. De acordo com a polícia, em alguns casos foram concedidas bolsas de tutoria para pessoas sem qualquer vínculo com o ensino superior em EAD e parentes de professores do programa receberam "quantias expressivas" em bolsas. Um dos casos mais graves e bem documentado pela PF identificou professores sendo coagidos a repassar metade dos valores das bolsas recebidas para docentes envolvidos nas fraudes. QUALIDADE DE ENSINO A UFSC figura entre as dez melhores instituições de ensino superior do país no RUF (Ranking Universitário Folha), que mede a qualidade de ensino, pesquisa e a percepção do mercado em relação à empregabilidade das universidades, entre outros quesitos. No último ranking, de 2016, a UFSC ocupou a 8ª posição. Entre os cursos avaliados no RUF, as engenharias ambiental e de produção da universidade aparecem na terceira posição entre os melhores da área no país. A universidade foi fundada em 1960 e possuía 26.454 alunos matriculados. OUTRO LADO A UFSC, por meio da assessoria de imprensa, disse que foi "tomada por absoluta surpresa" em relação à detenção do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo. Segundo o comunicado, Olivo está acompanhado de Luiz Henrique Cademartori, secretário de aperfeiçoamento institucional da universidade, na sede da PF em Florianópolis, a capital do Estado. Enquanto Olivo estiver preso, a reitoria ficará sob o comando do pró-reitor de extensão, Rogério Cid Bastos, porque a vice-reitora, Alacoque Lorenzini Erdmann, encontra-se em missão no exterior. A UFSC disse ainda que a administração central da universidade tinha conhecimento dos procedimentos de apuração que estavam sendo conduzidos pela Corregedoria-Geral da instituição sobre "supostas irregularidades ocorridas em projetos executados desde 2006." "Sempre mantivemos a postura de transparência e colaboração, no sentido de permitir a devida apuração de quaisquer fatos de modo a atender as melhores práticas de gestão", segundo trecho da nota. A UFSC afirmou ainda que vai aguardar mais informações sobre a operação da PF para apresentar à comunidade universitária e à sociedade os esclarecimentos devidos. VISTORIA A Capes informou, também por meio de nota, que tomou conhecimento de supostas irregularidades no programa Universidade Aberta do Brasil executado pela UFSC em maio deste ano a partir de apuração feita pela própria corregedoria da universidade. O órgão do Mec disse ainda que solicitou acesso à investigação, mas não obteve êxito. Informou também que encaminhou uma vistoria técnica para acompanhar de perto os andamentos dos cursos a distância. Sobre a ação da PF nesta quinta, a Capes afirmou que prestou todos os esclarecimentos e cedeu toda a documentação referente a oferta do programa na UFSC aos agentes federais. "A Capes continua comprometida com a qualidade da formação dos alunos que estudam por meio da educação a distância na Universidade Federal de Santa Catarina."
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STF decide se governos podem acessar dados bancários sem autorização
O STF (Supremo Tribunal Federal) deve julgar nesta quarta (17) se União, Estados e municípios podem ter acesso aos dados bancários de contribuintes sem autorização judicial. GAVETA Em 2001, o Congresso Nacional aprovou lei que permite a agentes fiscais tributários pesquisar dados bancários "quando houver processo administrativo ou procedimento fiscal em curso". Ações questionam a regra, que seria inconstitucional. E dizem que dados só poderiam ser acessados depois da autorização de um juiz, o que hoje não é necessário. GAVETA 2 O advogado Luiz Gustavo Bichara, que é procurador tributário da OAB e defenderá no STF a posição da entidade, autora de uma das ações diz que "esta é sem dúvida uma das causas mais importantes que a corte vai julgar em questões fiscais". A ordem defende que a Justiça tenha "o monopólio da primeira palavra" sobre a quebra de sigilos no Brasil. LEGIÃO VIRTUAL O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) gerou mais engajamento nas redes sociais em 2015 do que políticos como o tucano Aécio Neves e a petista Dilma Rousseff. A conclusão é da plataforma de monitoramento SocialBakers. Bolsonaro foi o político com mais postagens compartilhadas no Facebook (3,6 milhões). Aécio é o segundo (3,5 milhões) e Dilma, a terceira (2,5 milhões). A IMAGEM No post com mais interações (563 mil), de julho, Bolsonaro publicou uma foto de jovens empunhando armas com a mensagem: "184 deputados, ao votarem contra a redução da maioridade, colocaram-se ao lado dos menores estupradores, homicidas e traficantes". SONS DE SINFONIA A apresentadora Silvia Poppovic e o marido, o médico Marcello Bronstein, foram à apresentação da Orquestra Sinfônica Municipal tocando Gustav Mahler, no domingo (14). O prefeito Fernando Haddad e sua mulher, Ana Estela, foram ao evento, no Theatro Municipal. Também compareceram o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e a sua mulher, Eva, e o secretário municipal de Comunicação, Nunzio Briguglio, com a filha Nina. AGULHA E LINHA Hildegard Angel pretende captar cerca de R$ 1,2 milhão via Lei Rouanet para produzir a peça sobre sua mãe, a estilista Zuzu Angel. O espetáculo, que será dirigido por Amir Haddad e terá a jornalista como protagonista no papel de sua mãe, vai estrear em junho deste ano. "Vai ser um desgaste emocional muito grande para mim. Mas o Amir insistiu muito para que eu fizesse o papel", afirma a jornalista. ABRAÇO COLETIVO Depois de fazer uma vaquinha pela internet, o diretor paulista Alê Abreu conseguiu bater a meta de arrecadação de US$ 100 mil, cerca de R$ 400 mil, para promoção de seu filme "O Menino e o Mundo" em Los Angeles. Ele concorre ao Oscar e precisa ser divulgado para integrantes da Academia, que escolhem os vencedores. EM PEDAÇOS Abreu coletou R$ 100 mil de financiamento coletivo, R$ 300 mil da Spcine e também verbas da Ancine. O VIRA O MIS (Museu da Imagem e do Som) vai ficar aberto durante algumas madrugadas para dar conta da demanda para a exposição "O Mundo de Tim Burton". "Serão 36 horas direto. Os fãs dele são meio vampiros, noturnos, vai combinar", diz o diretor do museu, André Sturm. As viradas começam em março. TODO CARNAVAL TEM SEU FIM O cantor Zeca Pagodinho e o músico Ivo Meirelles se apresentaram no Camarote Bar Brahma durante o desfile das escolas de samba campeãs de São Paulo, na sexta (12). O DJ Theodoro Cochrane também passou por lá. A apresentadora Renata Kuerten com a mãe, Lorena, foram ao Camarote São Paulo Samba e Carnaval. TEMPOS MODERNOS Di Cavalcanti vai ter sua obra revisitada em exposição e livro. A mostra será aberta em março na galeria Almeida e Dale, com curadoria de Denise Mattar e consultoria de Elizabeth Cavalcanti, filha do artista. E a publicação, com 200 trabalhos, será lançada em abril. A obra é aguardada com expectativa já que os principais livros sobre o pintor estão esgotados. PLANO PILOTO O ator Juliano Cazarré, da novela "A Regra do Jogo", analisa projetos de cinema, teatro e TV, mas descarta engatar outra novela. "Quero um personagem com menos comédia e mais densidade". VAI E VEM A cantora Valesca Popozuda apresentou seu bloco de Carnaval, o CarnaValesca, no sábado (13), na Audio Club. O ator Rodrigo Sant'Anna, o empresário Cacá Ribeiro e a produtora Lily Scott estiveram no show, que contou com a participação de Li Martins. CURTO-CIRCUITO A exposição "Eu Sou o Melhor em Campo" abre nesta terça (16), às 19h30, na Galeria Nikon. A OAB-SP faz audiência pública sobre o combate ao Aedes aegypti na quinta (18). A publicitária Claudia Eberle lança o livro "Três Vidas: uma História de Superação e Pílulas de Positividade", nesta terça (16), a partir das 19h, na Livraria Cultura do shopping Iguatemi. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
colunas
STF decide se governos podem acessar dados bancários sem autorizaçãoO STF (Supremo Tribunal Federal) deve julgar nesta quarta (17) se União, Estados e municípios podem ter acesso aos dados bancários de contribuintes sem autorização judicial. GAVETA Em 2001, o Congresso Nacional aprovou lei que permite a agentes fiscais tributários pesquisar dados bancários "quando houver processo administrativo ou procedimento fiscal em curso". Ações questionam a regra, que seria inconstitucional. E dizem que dados só poderiam ser acessados depois da autorização de um juiz, o que hoje não é necessário. GAVETA 2 O advogado Luiz Gustavo Bichara, que é procurador tributário da OAB e defenderá no STF a posição da entidade, autora de uma das ações diz que "esta é sem dúvida uma das causas mais importantes que a corte vai julgar em questões fiscais". A ordem defende que a Justiça tenha "o monopólio da primeira palavra" sobre a quebra de sigilos no Brasil. LEGIÃO VIRTUAL O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) gerou mais engajamento nas redes sociais em 2015 do que políticos como o tucano Aécio Neves e a petista Dilma Rousseff. A conclusão é da plataforma de monitoramento SocialBakers. Bolsonaro foi o político com mais postagens compartilhadas no Facebook (3,6 milhões). Aécio é o segundo (3,5 milhões) e Dilma, a terceira (2,5 milhões). A IMAGEM No post com mais interações (563 mil), de julho, Bolsonaro publicou uma foto de jovens empunhando armas com a mensagem: "184 deputados, ao votarem contra a redução da maioridade, colocaram-se ao lado dos menores estupradores, homicidas e traficantes". SONS DE SINFONIA A apresentadora Silvia Poppovic e o marido, o médico Marcello Bronstein, foram à apresentação da Orquestra Sinfônica Municipal tocando Gustav Mahler, no domingo (14). O prefeito Fernando Haddad e sua mulher, Ana Estela, foram ao evento, no Theatro Municipal. Também compareceram o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e a sua mulher, Eva, e o secretário municipal de Comunicação, Nunzio Briguglio, com a filha Nina. AGULHA E LINHA Hildegard Angel pretende captar cerca de R$ 1,2 milhão via Lei Rouanet para produzir a peça sobre sua mãe, a estilista Zuzu Angel. O espetáculo, que será dirigido por Amir Haddad e terá a jornalista como protagonista no papel de sua mãe, vai estrear em junho deste ano. "Vai ser um desgaste emocional muito grande para mim. Mas o Amir insistiu muito para que eu fizesse o papel", afirma a jornalista. ABRAÇO COLETIVO Depois de fazer uma vaquinha pela internet, o diretor paulista Alê Abreu conseguiu bater a meta de arrecadação de US$ 100 mil, cerca de R$ 400 mil, para promoção de seu filme "O Menino e o Mundo" em Los Angeles. Ele concorre ao Oscar e precisa ser divulgado para integrantes da Academia, que escolhem os vencedores. EM PEDAÇOS Abreu coletou R$ 100 mil de financiamento coletivo, R$ 300 mil da Spcine e também verbas da Ancine. O VIRA O MIS (Museu da Imagem e do Som) vai ficar aberto durante algumas madrugadas para dar conta da demanda para a exposição "O Mundo de Tim Burton". "Serão 36 horas direto. Os fãs dele são meio vampiros, noturnos, vai combinar", diz o diretor do museu, André Sturm. As viradas começam em março. TODO CARNAVAL TEM SEU FIM O cantor Zeca Pagodinho e o músico Ivo Meirelles se apresentaram no Camarote Bar Brahma durante o desfile das escolas de samba campeãs de São Paulo, na sexta (12). O DJ Theodoro Cochrane também passou por lá. A apresentadora Renata Kuerten com a mãe, Lorena, foram ao Camarote São Paulo Samba e Carnaval. TEMPOS MODERNOS Di Cavalcanti vai ter sua obra revisitada em exposição e livro. A mostra será aberta em março na galeria Almeida e Dale, com curadoria de Denise Mattar e consultoria de Elizabeth Cavalcanti, filha do artista. E a publicação, com 200 trabalhos, será lançada em abril. A obra é aguardada com expectativa já que os principais livros sobre o pintor estão esgotados. PLANO PILOTO O ator Juliano Cazarré, da novela "A Regra do Jogo", analisa projetos de cinema, teatro e TV, mas descarta engatar outra novela. "Quero um personagem com menos comédia e mais densidade". VAI E VEM A cantora Valesca Popozuda apresentou seu bloco de Carnaval, o CarnaValesca, no sábado (13), na Audio Club. O ator Rodrigo Sant'Anna, o empresário Cacá Ribeiro e a produtora Lily Scott estiveram no show, que contou com a participação de Li Martins. CURTO-CIRCUITO A exposição "Eu Sou o Melhor em Campo" abre nesta terça (16), às 19h30, na Galeria Nikon. A OAB-SP faz audiência pública sobre o combate ao Aedes aegypti na quinta (18). A publicitária Claudia Eberle lança o livro "Três Vidas: uma História de Superação e Pílulas de Positividade", nesta terça (16), a partir das 19h, na Livraria Cultura do shopping Iguatemi. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Presidente da federação de handebol foge de polêmicas contra o Qatar
Presidente da Federação Internacional de Handebol (IHF, na sigla em inglês), o egípcio Hassan Musatafa, 70, elogiou a organização do Mundial masculino no Qatar e se esquivou da polêmica sobre a naturalização de atletas. A seleção da casa, que disputa a final contra a França, neste domingo (1), tem nove dos 16 jogadores nascidos em outros países. "Não há nada a fazer, temos que respeitar a decisão do Conselho (da IHF). Há 200 nações filiadas na IHF e elas podem montar bons times. Se é permitido, por que não? Se eu falo algo contra a decisão do Congresso, não estou sendo correto", disse Mustafa. Segundo as regras da Federação Internacional, um atleta pode jogar por outro país desde que não atue pela seleção de onde nasceu por três anos ou mais. A equipe nacional do Qatar, comandada pelo espanhol Velro Ribera, atual campeão do mundo, tem seis atletas nascidos na Europa, um no Egito, um na Tunísia e um em Cuba. "Estamos felizes em promover nosso esporte nessa área. Não só pelo Qatar, mas por todo o Golfo Pérsico. Nós precisamos deles. Então por que não podem aproveitar essas facilidades?", completou o dirigente egípcio, citando Arábia Saudita, Bahreim, Oman, Iemen e Kwait, todos países árabes da região. Ele ainda disse que os vizinhos do Qatar devem estar com inveja pela seleção do pequeno e rico emirado ter sido a primeira de fora da Europa a alcançar a final de um Mundial em 77 anos de história da competição. Questionado sobre as acusações das péssimas condições de trabalho na região, principalmente em relação a imigrantes nas obras da Copa do Mundo de 2022, Mustafa disse que já visitou o Qatar mais de 20 vezes e em muitas delas esteve com operários, que não reclamaram. "Nunca reclamaram sobre direitos humanos. Nunca ouvi reclamação de trabalhadores aqui. Muitas das empresas que contratam esses operários para as obras da Copa são da Croácia, Grécia, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. Direitos humanos não é um assunto apenas do Qatar ou do governo qatari", afirmou o presidente da IHF. Mustafa elogiou muito a organização do Mundial, a TV qatari que gerou as imagens para 174 países (eram 66 no Mundial de 2005, por exemplo), e disse que "todos ficaram muito satisfeitos". "Não é uma opinião nossa, é das 24 delegações", concluiu. Dentro de quadra o dirigente norte-africano também parabenizou o desenvolvimento das seleções de outros continentes, fora da Europa, citando Brasil, Argentina, Chile, Tunísia e o seu país, o Egito, como equipes que estão competindo em igualdade com as mais tradicionais. "Pela primeira vez uma equipe não-europeia está na final [Qatar]. Já temos um pan-americano, o Brasil, campeão mundial no feminino [em 2013]. Isso mostra que a IHF está no caminho certo. Esse era nosso alvo quando começamos nosso trabalho, pensando no futuro", afirmou Mustafa antes da decisão deste domingo. O próximo Mundial masculino será na França, em 2017. Já o Mundial feminino acontece em dezembro próximo, na Dinamarca. O campeão dos dois campeonatos deste ano estarão classificados para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. As seleções brasileiras já estão garantidas no torneio olímpico por serem do país sede. O repórter MARCEL MERGUIZO viaja a convite da organização do Mundial
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Presidente da federação de handebol foge de polêmicas contra o QatarPresidente da Federação Internacional de Handebol (IHF, na sigla em inglês), o egípcio Hassan Musatafa, 70, elogiou a organização do Mundial masculino no Qatar e se esquivou da polêmica sobre a naturalização de atletas. A seleção da casa, que disputa a final contra a França, neste domingo (1), tem nove dos 16 jogadores nascidos em outros países. "Não há nada a fazer, temos que respeitar a decisão do Conselho (da IHF). Há 200 nações filiadas na IHF e elas podem montar bons times. Se é permitido, por que não? Se eu falo algo contra a decisão do Congresso, não estou sendo correto", disse Mustafa. Segundo as regras da Federação Internacional, um atleta pode jogar por outro país desde que não atue pela seleção de onde nasceu por três anos ou mais. A equipe nacional do Qatar, comandada pelo espanhol Velro Ribera, atual campeão do mundo, tem seis atletas nascidos na Europa, um no Egito, um na Tunísia e um em Cuba. "Estamos felizes em promover nosso esporte nessa área. Não só pelo Qatar, mas por todo o Golfo Pérsico. Nós precisamos deles. Então por que não podem aproveitar essas facilidades?", completou o dirigente egípcio, citando Arábia Saudita, Bahreim, Oman, Iemen e Kwait, todos países árabes da região. Ele ainda disse que os vizinhos do Qatar devem estar com inveja pela seleção do pequeno e rico emirado ter sido a primeira de fora da Europa a alcançar a final de um Mundial em 77 anos de história da competição. Questionado sobre as acusações das péssimas condições de trabalho na região, principalmente em relação a imigrantes nas obras da Copa do Mundo de 2022, Mustafa disse que já visitou o Qatar mais de 20 vezes e em muitas delas esteve com operários, que não reclamaram. "Nunca reclamaram sobre direitos humanos. Nunca ouvi reclamação de trabalhadores aqui. Muitas das empresas que contratam esses operários para as obras da Copa são da Croácia, Grécia, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. Direitos humanos não é um assunto apenas do Qatar ou do governo qatari", afirmou o presidente da IHF. Mustafa elogiou muito a organização do Mundial, a TV qatari que gerou as imagens para 174 países (eram 66 no Mundial de 2005, por exemplo), e disse que "todos ficaram muito satisfeitos". "Não é uma opinião nossa, é das 24 delegações", concluiu. Dentro de quadra o dirigente norte-africano também parabenizou o desenvolvimento das seleções de outros continentes, fora da Europa, citando Brasil, Argentina, Chile, Tunísia e o seu país, o Egito, como equipes que estão competindo em igualdade com as mais tradicionais. "Pela primeira vez uma equipe não-europeia está na final [Qatar]. Já temos um pan-americano, o Brasil, campeão mundial no feminino [em 2013]. Isso mostra que a IHF está no caminho certo. Esse era nosso alvo quando começamos nosso trabalho, pensando no futuro", afirmou Mustafa antes da decisão deste domingo. O próximo Mundial masculino será na França, em 2017. Já o Mundial feminino acontece em dezembro próximo, na Dinamarca. O campeão dos dois campeonatos deste ano estarão classificados para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. As seleções brasileiras já estão garantidas no torneio olímpico por serem do país sede. O repórter MARCEL MERGUIZO viaja a convite da organização do Mundial
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Instituto mineiro encontra metais pesados acima do limite no rio Doce
Um relatório sobre a qualidade de água do rio Doce após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), apontou a presença de metais pesados acima do limite legal em regiões atingidas pela lama de rejeitos de mineração da Samarco, empresa que pertence à Vale e anglo-australiana BHP Billiton e é "presidida por Ricardo Vescovi. O laudo preliminar foi feito pelo Igam (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) e mostra que, entre os dias 7 e 12, foram encontradas quantidades superiores ao permitido de arsênio, cádmio, chumbo, cromo, níquel, mercúrio e cobre. Técnicos das empresas de saneamento de Minas, de Governador Valadares (MG) e de uma fundação estadual, no entanto, apresentaram outros laudos nesta sexta-feira (27) que atestam a possibilidade de consumo "sem restrição" da água tratada do rio Doce. Eles afirmam que, na água que passou por tratamento para ser distribuída à população, não foram encontrados metais pesados. Os técnicos disseram ainda que, nos locais em que a água ainda não havia sido tratada, eles estariam em níveis que não representam riscos para seres humanos. Segundo o relatório do Igam, em alguns casos o nível de chumbo ultrapassa cem vezes o limite, como ocorreu no dia 8 nos municípios de Ipatinga e Belo Oriente. No mesmo dia, o nível de arsênio estourou o limite em dez vezes. À exceção do mercúrio, todos esses metais ultrapassam, em ao menos um momento, o máximo histórico registrado na região pelas estações de monitoramento do Igam. Laudos divulgados anteriormente pela Samarco, realizados pelo Serviço Geológico do Brasil e pela empresa SGS Geosol, que dizem ter coletado sedimentos do rio Doce e dos rejeitos da barragem, haviam demonstrado que não houve contaminação da água. Em nota divulgada nesta sexta (27), a mineradora reafirmou que não há "aumento da presença de metais que poderiam contaminar a água". Desde o dia 16, os moradores da maior cidade dependente do abastecimento do rio Doce, Governador Valadares, voltaram a receber água do próprio rio, agora tratada com um novo composto químico. A Copasa (empresa de saneamento de Minas) disse que essa água é potável e não oferece risco ao consumidor. METAIS REVIRADOS O laudo do Igam é datado do último dia 17, mas foi divulgado esta semana. As coletas acompanharam o avanço dos rejeitos de lama pelos municípios. O relatório diz que os metais encontrados podem ter vindo de material que estava depositado há longos períodos no leito do rio e que foi revirado com a chegada da lama de rejeito. O diretor do Saae (Serviço de Água e Esgoto de Valadares), Omir Quintino, reforça essa hipótese como a mais provável e diz que a água da cidade já voltou a um patamar seguro de qualidade. Segundo Quintino, se houver outra enxurrada de rejeitos o fornecimento será cortado mais uma vez até que outros testes sejam feitos. O Igam afirmou que não é possível prever quando as condições do rio voltarão à normalidade por causa do "impacto causado pelo evento e a possibilidade de novos revolvimentos ocasionados por fatores externos, tais como a ocorrência de chuvas na bacia". Infográfico: Dano ambiental
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Instituto mineiro encontra metais pesados acima do limite no rio DoceUm relatório sobre a qualidade de água do rio Doce após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), apontou a presença de metais pesados acima do limite legal em regiões atingidas pela lama de rejeitos de mineração da Samarco, empresa que pertence à Vale e anglo-australiana BHP Billiton e é "presidida por Ricardo Vescovi. O laudo preliminar foi feito pelo Igam (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) e mostra que, entre os dias 7 e 12, foram encontradas quantidades superiores ao permitido de arsênio, cádmio, chumbo, cromo, níquel, mercúrio e cobre. Técnicos das empresas de saneamento de Minas, de Governador Valadares (MG) e de uma fundação estadual, no entanto, apresentaram outros laudos nesta sexta-feira (27) que atestam a possibilidade de consumo "sem restrição" da água tratada do rio Doce. Eles afirmam que, na água que passou por tratamento para ser distribuída à população, não foram encontrados metais pesados. Os técnicos disseram ainda que, nos locais em que a água ainda não havia sido tratada, eles estariam em níveis que não representam riscos para seres humanos. Segundo o relatório do Igam, em alguns casos o nível de chumbo ultrapassa cem vezes o limite, como ocorreu no dia 8 nos municípios de Ipatinga e Belo Oriente. No mesmo dia, o nível de arsênio estourou o limite em dez vezes. À exceção do mercúrio, todos esses metais ultrapassam, em ao menos um momento, o máximo histórico registrado na região pelas estações de monitoramento do Igam. Laudos divulgados anteriormente pela Samarco, realizados pelo Serviço Geológico do Brasil e pela empresa SGS Geosol, que dizem ter coletado sedimentos do rio Doce e dos rejeitos da barragem, haviam demonstrado que não houve contaminação da água. Em nota divulgada nesta sexta (27), a mineradora reafirmou que não há "aumento da presença de metais que poderiam contaminar a água". Desde o dia 16, os moradores da maior cidade dependente do abastecimento do rio Doce, Governador Valadares, voltaram a receber água do próprio rio, agora tratada com um novo composto químico. A Copasa (empresa de saneamento de Minas) disse que essa água é potável e não oferece risco ao consumidor. METAIS REVIRADOS O laudo do Igam é datado do último dia 17, mas foi divulgado esta semana. As coletas acompanharam o avanço dos rejeitos de lama pelos municípios. O relatório diz que os metais encontrados podem ter vindo de material que estava depositado há longos períodos no leito do rio e que foi revirado com a chegada da lama de rejeito. O diretor do Saae (Serviço de Água e Esgoto de Valadares), Omir Quintino, reforça essa hipótese como a mais provável e diz que a água da cidade já voltou a um patamar seguro de qualidade. Segundo Quintino, se houver outra enxurrada de rejeitos o fornecimento será cortado mais uma vez até que outros testes sejam feitos. O Igam afirmou que não é possível prever quando as condições do rio voltarão à normalidade por causa do "impacto causado pelo evento e a possibilidade de novos revolvimentos ocasionados por fatores externos, tais como a ocorrência de chuvas na bacia". Infográfico: Dano ambiental
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A visita que me ensinou que a arte é mais importante
No verão de 2011 recebi a visita de um amigo. Nossa amizade era ainda tão fresca que fiquei surpresa de recebê-lo em casa. Porém sabia que, apesar de recente, alguma coisa a tornava forte e me proporcionava uma potente ligação. Hoje entendo que essa ligação se deu pela identificação de pensamentos em relação ao mundo e ao outro. Mas, devo confessar, seu altruísmo era imbatível. Nesse tempo, tive o privilégio de escutar, antes de outros, rápidas estrofes de poemas que viriam a consagrá-lo e que, eu ainda não sabia, nos afastariam. Demorei alguns anos para entender por que esse afastamento aconteceu e, quando entendi, não tive mais medo de voltar a vê-lo. Aqueles dias em Mangaratiba, na casa de minha mãe, entre trocas de palavras e embates filosóficos, eu aprendi algo que seria meu norte a partir daí. Um pouco antes eu havia começado um esboço de seu retrato. Em meio a "drippings" pretos e brancos, marcas de spray e pequenas pinceladas a óleo, com um "squeeze" escrevi no final: cada um escolhe seu caminho. Eu era grafiteira, e ele, rapper, os dois perseguindo um reconhecimento que já desconfiávamos o quanto seria difícil conseguir. Os dois sem antecessores a seguir, e eu, ainda por cima, mulher. Talvez tenhamos quebrado as barreiras do tradicional hip-hop e transgredido o que estava guardado para nós, quando inovamos transformando rap em MPB e o grafite em performance. Esse cara me fez gostar de música, esse cara é Kleber Gomes, o Criolo. Mas, mais do que isso, Kleber me mostrou que o velho jargão de que devemos perseguir os nossos sonhos é real. Depois daqueles momentos, eu pensei sobre o que queria para a minha vida de verdade, descartei tudo que era excesso e coloquei metas. No planejamento do tempo, eu vi o quanto eu o desperdiçava fazendo coisas que não queria, que não me deixavam feliz e, na grande maioria das vezes, apenas para agradar os outros. Cortei. Descobri, então, que não era que eu não gostava de música, mas que andava tão estressada e infeliz com a quantidade de obrigações para cumprir que não tinha tempo de perceber o quanto eu gostava de música. E tive tempo de prestar atenção no que me movia quando eu ia para a rua grafitar. Ao contrário da maioria que frequentava o espaço da rua, o meu corpo era feminino, e isso fazia toda a diferença. Então eu percebi que o que mais me interessava não era a pintura que eu abandonava na parede da cidade. Descobri que o caminhar e as relações que eu mantinha com a cidade e com o outro eram o mais importante. Eu constatei que essa verdade eu só conseguiria compartilhar com o público através de performances, e comecei a criar. Nesse processo, deixei muitas coisas para trás –principalmente o conservador entendimento do que era ser mulher. Hoje eu permito que existam novos cruzamentos entre nossas vidas, a minha e de meu amigo, irmão e mentor, Criolo. Eu entendi que, muitas vezes, a distância é o bem, uma espécie de respiro que nos dá um tempo para priorizar o que há de mais importante em nossas vidas: nós mesmos. Outro dia, quando ainda achava que não era mais capaz de me surpreender, o meu amigo me lembrou de quantas coisas tivemos que abrir mão para sermos quem somos, e acho que, quando ele fala isso, não se refere à fama ou qualquer coisa parecida, mas sim de quem somos na realização de nossos desejos e no orgulho de nossa integridade. Ao fazermos nossas escolhas, muitas vezes deixamos para trás coisas que antes eram importantes para ter a certeza de que a nossa arte vá vingar. Porque é por ela que nossa verdade vive. PANMELA CASTRO, 35, é artista plástica.
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A visita que me ensinou que a arte é mais importanteNo verão de 2011 recebi a visita de um amigo. Nossa amizade era ainda tão fresca que fiquei surpresa de recebê-lo em casa. Porém sabia que, apesar de recente, alguma coisa a tornava forte e me proporcionava uma potente ligação. Hoje entendo que essa ligação se deu pela identificação de pensamentos em relação ao mundo e ao outro. Mas, devo confessar, seu altruísmo era imbatível. Nesse tempo, tive o privilégio de escutar, antes de outros, rápidas estrofes de poemas que viriam a consagrá-lo e que, eu ainda não sabia, nos afastariam. Demorei alguns anos para entender por que esse afastamento aconteceu e, quando entendi, não tive mais medo de voltar a vê-lo. Aqueles dias em Mangaratiba, na casa de minha mãe, entre trocas de palavras e embates filosóficos, eu aprendi algo que seria meu norte a partir daí. Um pouco antes eu havia começado um esboço de seu retrato. Em meio a "drippings" pretos e brancos, marcas de spray e pequenas pinceladas a óleo, com um "squeeze" escrevi no final: cada um escolhe seu caminho. Eu era grafiteira, e ele, rapper, os dois perseguindo um reconhecimento que já desconfiávamos o quanto seria difícil conseguir. Os dois sem antecessores a seguir, e eu, ainda por cima, mulher. Talvez tenhamos quebrado as barreiras do tradicional hip-hop e transgredido o que estava guardado para nós, quando inovamos transformando rap em MPB e o grafite em performance. Esse cara me fez gostar de música, esse cara é Kleber Gomes, o Criolo. Mas, mais do que isso, Kleber me mostrou que o velho jargão de que devemos perseguir os nossos sonhos é real. Depois daqueles momentos, eu pensei sobre o que queria para a minha vida de verdade, descartei tudo que era excesso e coloquei metas. No planejamento do tempo, eu vi o quanto eu o desperdiçava fazendo coisas que não queria, que não me deixavam feliz e, na grande maioria das vezes, apenas para agradar os outros. Cortei. Descobri, então, que não era que eu não gostava de música, mas que andava tão estressada e infeliz com a quantidade de obrigações para cumprir que não tinha tempo de perceber o quanto eu gostava de música. E tive tempo de prestar atenção no que me movia quando eu ia para a rua grafitar. Ao contrário da maioria que frequentava o espaço da rua, o meu corpo era feminino, e isso fazia toda a diferença. Então eu percebi que o que mais me interessava não era a pintura que eu abandonava na parede da cidade. Descobri que o caminhar e as relações que eu mantinha com a cidade e com o outro eram o mais importante. Eu constatei que essa verdade eu só conseguiria compartilhar com o público através de performances, e comecei a criar. Nesse processo, deixei muitas coisas para trás –principalmente o conservador entendimento do que era ser mulher. Hoje eu permito que existam novos cruzamentos entre nossas vidas, a minha e de meu amigo, irmão e mentor, Criolo. Eu entendi que, muitas vezes, a distância é o bem, uma espécie de respiro que nos dá um tempo para priorizar o que há de mais importante em nossas vidas: nós mesmos. Outro dia, quando ainda achava que não era mais capaz de me surpreender, o meu amigo me lembrou de quantas coisas tivemos que abrir mão para sermos quem somos, e acho que, quando ele fala isso, não se refere à fama ou qualquer coisa parecida, mas sim de quem somos na realização de nossos desejos e no orgulho de nossa integridade. Ao fazermos nossas escolhas, muitas vezes deixamos para trás coisas que antes eram importantes para ter a certeza de que a nossa arte vá vingar. Porque é por ela que nossa verdade vive. PANMELA CASTRO, 35, é artista plástica.
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Sem dar chances a Federer, Zverev vence e conquista Montréal
O cenário parecia perfeito para Roger Federer. O suíço estava perto de conquistar o 94º troféu da carreira e voltar a ficar bem perto do topo do ranking mundial novamente. Mas o alemão Alex Zverev não deu chances ao rival e conquistou o título do Masters 1.000 de Montréal ao vencer por 2 sets a 0, parciais de 6/3 e 6/4, neste domingo (13). Federer faz campanha irretocável no ano após vencer dois Masters 1000, em Indian Wells e Miami, além de ter levantado o troféu do Australian Open, de Wimbledon e do ATP 500 de Halle. Mesmo com a derrota, o suíço pode voltar a ser número 1 do mundo na próxima semana em Cincinnati em uma disputa histórica contra Rafael Nadal. A partida começou complicada para o alemão. Federer conseguiu fazer boas devoluções com seus famosos golpes de slice e deu trabalho para o rival, que conseguiu se recuperar com golpes fortes para manter o serviço. Federer também teve problema em seu saque no início da partida e cedeu um break ao adversário em uma subida errada à rede. Ele até conseguiu manter o serviço, mas na oportunidade seguinte levou a quebra quando o jogo estava em 2 a 1. Zverev apostou nas batidas fortes na bola no fundo da quadra e conseguiu quebrar o suíço. Em seguida, abriu 4 a 1. No fim do set, o alemão até bobeou e permitiu que Federer o ameaçasse. Mas conseguiu dois saques fortes e fechou a parcial. No segundo set, o alemão manteve regularidade os seus saques e venceu por 6/4.
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Sem dar chances a Federer, Zverev vence e conquista MontréalO cenário parecia perfeito para Roger Federer. O suíço estava perto de conquistar o 94º troféu da carreira e voltar a ficar bem perto do topo do ranking mundial novamente. Mas o alemão Alex Zverev não deu chances ao rival e conquistou o título do Masters 1.000 de Montréal ao vencer por 2 sets a 0, parciais de 6/3 e 6/4, neste domingo (13). Federer faz campanha irretocável no ano após vencer dois Masters 1000, em Indian Wells e Miami, além de ter levantado o troféu do Australian Open, de Wimbledon e do ATP 500 de Halle. Mesmo com a derrota, o suíço pode voltar a ser número 1 do mundo na próxima semana em Cincinnati em uma disputa histórica contra Rafael Nadal. A partida começou complicada para o alemão. Federer conseguiu fazer boas devoluções com seus famosos golpes de slice e deu trabalho para o rival, que conseguiu se recuperar com golpes fortes para manter o serviço. Federer também teve problema em seu saque no início da partida e cedeu um break ao adversário em uma subida errada à rede. Ele até conseguiu manter o serviço, mas na oportunidade seguinte levou a quebra quando o jogo estava em 2 a 1. Zverev apostou nas batidas fortes na bola no fundo da quadra e conseguiu quebrar o suíço. Em seguida, abriu 4 a 1. No fim do set, o alemão até bobeou e permitiu que Federer o ameaçasse. Mas conseguiu dois saques fortes e fechou a parcial. No segundo set, o alemão manteve regularidade os seus saques e venceu por 6/4.
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Vitória em Fortaleza fortalece projeto presidencial de Ciro
MARCEL RIZZO DE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE FORTALEZA JOÃO PEDRO PITOMBO DE SALVADOR Numa disputa entre apadrinhados dos principais caciques políticos do Ceará, o prefeito Roberto Claudio (PDT) superou Capitão Wagner (PR) e vai comandar a Prefeitura de Fortaleza nos próximos quatro anos. A reeleição de Claudio com 53,37% dos votos válidos representa uma vitória dos irmãos Cid e Ciro Gomes (PDT), ambos ex-governadores do Ceará, e do governador Camilo Santana (PT). A vitória fortalece o projeto de Ciro, que é pré-candidato à Presidência em 2018. Em entrevista à imprensa neste domingo (30), Ciro afirmou que se sentiria "desanimado" em disputar o Planalto caso seu candidato perdesse. O resultado também fortalece um foco de resistência de partidos de esquerda e de oposição ao presidente Michel Temer (PMDB) no Nordeste. Além da vitória do PDT em Fortaleza, o PC do B surpreendeu na reta final e venceu em Aracaju. Em uma eleição em que o eleitorado mostrou resistência aos partidos de esquerda, Claudio venceu um adversário que se colocou à direita na reta final da campanha. Com 46,43% dos votos, o PM reformado e deputado estadual Capitão Wagner disputou a prefeitura com o apoio dos senadores Tasso Jereissati (PSDB) e Eunício Oliveira (PMDB), ambos aliados do Palácio do Planalto. A derrota de Wagner fragiliza o projeto de Eunício de disputar o governo em 2018, quando deve enfrentar o petista Camilo Santana. Discreto durante a campanha, que teve Cid Gomes mais presente ao lado de Cláudio, Ciro acompanhou o voto do prefeito em um colégio em área nobre de Fortaleza. O presidenciável disse estar assustado com o resultado das urnas nas eleições municipais. "Em São Paulo teve a vitória de um playboy descompromissado [João Doria]. O escândalo [investigações da Lava Jato] acabou com a confiança no sistema", afirmou Ciro ainda antes do fim da votação do segundo turno. SEGURANÇA E SAÚDE Numa campanha acirrada e com ataques mútuos, temas como a segurança pública e a saúde dominaram a agenda dos candidatos. Wagner elegeu a segurança como principal bandeira da campanha no segundo turno, apesar de ser uma área de principal responsabilidade do governo estadual. Ele prometia armar a guarda municipal, algo rejeitado pelo candidato vencedor, que diz apostar em melhoria de iluminação e atividades em espaços púbicos para melhorar a segurança. Outro tema protagonista da campanha foi a saúde, em que o prefeito reeleito Roberto Claudio admitiu pode fazer mais –assunto espinhoso para ele, que é médico. "Temos o que melhorar na área, com a construção de mais policlínicas e melhorar a distribuição de remédios e equipamentos nos postos de saúde", disse.
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Vitória em Fortaleza fortalece projeto presidencial de CiroMARCEL RIZZO DE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE FORTALEZA JOÃO PEDRO PITOMBO DE SALVADOR Numa disputa entre apadrinhados dos principais caciques políticos do Ceará, o prefeito Roberto Claudio (PDT) superou Capitão Wagner (PR) e vai comandar a Prefeitura de Fortaleza nos próximos quatro anos. A reeleição de Claudio com 53,37% dos votos válidos representa uma vitória dos irmãos Cid e Ciro Gomes (PDT), ambos ex-governadores do Ceará, e do governador Camilo Santana (PT). A vitória fortalece o projeto de Ciro, que é pré-candidato à Presidência em 2018. Em entrevista à imprensa neste domingo (30), Ciro afirmou que se sentiria "desanimado" em disputar o Planalto caso seu candidato perdesse. O resultado também fortalece um foco de resistência de partidos de esquerda e de oposição ao presidente Michel Temer (PMDB) no Nordeste. Além da vitória do PDT em Fortaleza, o PC do B surpreendeu na reta final e venceu em Aracaju. Em uma eleição em que o eleitorado mostrou resistência aos partidos de esquerda, Claudio venceu um adversário que se colocou à direita na reta final da campanha. Com 46,43% dos votos, o PM reformado e deputado estadual Capitão Wagner disputou a prefeitura com o apoio dos senadores Tasso Jereissati (PSDB) e Eunício Oliveira (PMDB), ambos aliados do Palácio do Planalto. A derrota de Wagner fragiliza o projeto de Eunício de disputar o governo em 2018, quando deve enfrentar o petista Camilo Santana. Discreto durante a campanha, que teve Cid Gomes mais presente ao lado de Cláudio, Ciro acompanhou o voto do prefeito em um colégio em área nobre de Fortaleza. O presidenciável disse estar assustado com o resultado das urnas nas eleições municipais. "Em São Paulo teve a vitória de um playboy descompromissado [João Doria]. O escândalo [investigações da Lava Jato] acabou com a confiança no sistema", afirmou Ciro ainda antes do fim da votação do segundo turno. SEGURANÇA E SAÚDE Numa campanha acirrada e com ataques mútuos, temas como a segurança pública e a saúde dominaram a agenda dos candidatos. Wagner elegeu a segurança como principal bandeira da campanha no segundo turno, apesar de ser uma área de principal responsabilidade do governo estadual. Ele prometia armar a guarda municipal, algo rejeitado pelo candidato vencedor, que diz apostar em melhoria de iluminação e atividades em espaços púbicos para melhorar a segurança. Outro tema protagonista da campanha foi a saúde, em que o prefeito reeleito Roberto Claudio admitiu pode fazer mais –assunto espinhoso para ele, que é médico. "Temos o que melhorar na área, com a construção de mais policlínicas e melhorar a distribuição de remédios e equipamentos nos postos de saúde", disse.
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Leitores comentam textos sobre corrupção e propinas no Brasil
Como outros colunistas viúvas do PT, Gregorio Duvivier nos conta que a corrupção não começou com os "companheiros" ("Contra a corrupção!", "Ilustrada", 20/4). Ainda fico incrédulo com a repetição dos argumentos: "Na gestão de FHC também já existiam propinas", "Paulo Francis denunciou as falcatruas antes de Lula assumir". Como a corrupção já existia antes de Dilma, vamos deixar pra lá. Afinal,o PT só fez o que os outros faziam, mesmo que tenha exagerado na dose, aliás, cometido overdose. Edgard Soares (São Paulo, SP) EDGARD SOARES (São Paulo, SP) * Partidos políticos, empreiteiras e escolas de samba são instituições importantes. Sem partidos, não há democracia. Empreiteiras geram emprego e realizam grandes obras. As escolas de samba fazem parte da nossa rica herança cultural. Se todas essas organizações passassem pelo crivo rigoroso da Justiça, não sobraria pedra sobre pedra. É corrupção, tráfico de interesses, propina e jogo do bicho. Medidas dessa natureza seriam insensatas. Não é na base do "ou vai, ou racha" que se conserta o país. MARIO CÔRTES (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores comentam textos sobre corrupção e propinas no BrasilComo outros colunistas viúvas do PT, Gregorio Duvivier nos conta que a corrupção não começou com os "companheiros" ("Contra a corrupção!", "Ilustrada", 20/4). Ainda fico incrédulo com a repetição dos argumentos: "Na gestão de FHC também já existiam propinas", "Paulo Francis denunciou as falcatruas antes de Lula assumir". Como a corrupção já existia antes de Dilma, vamos deixar pra lá. Afinal,o PT só fez o que os outros faziam, mesmo que tenha exagerado na dose, aliás, cometido overdose. Edgard Soares (São Paulo, SP) EDGARD SOARES (São Paulo, SP) * Partidos políticos, empreiteiras e escolas de samba são instituições importantes. Sem partidos, não há democracia. Empreiteiras geram emprego e realizam grandes obras. As escolas de samba fazem parte da nossa rica herança cultural. Se todas essas organizações passassem pelo crivo rigoroso da Justiça, não sobraria pedra sobre pedra. É corrupção, tráfico de interesses, propina e jogo do bicho. Medidas dessa natureza seriam insensatas. Não é na base do "ou vai, ou racha" que se conserta o país. MARIO CÔRTES (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Hostel paulistano é eleito o segundo mais descolado do mundo
O HostelWorld, site de reservas para hospedagem de baixo custo mundialmente utilizado, divulgou uma seleção dos dez hostels mais descolados do mundo. O único estabelecimento brasileiro a aparecer no ranking é o WE Hostel Design. Encabeçada pelo londrino The Dictionary Shoreditch, o hostel localizado na região da Vila Mariana, zona sul de São Paulo, ocupou a segunda colocação na lista. O espaço, um casarão da década de 1920, é apontado pelo site como "um dos hostels mais bem conceituados de São Paulo e do Brasil". Com decoração vintage e diversas opções de hospedagem, ele fica a dois quarteirões do parque Ibirapuera e nas proximidades de importantes espaços culturais da capital paulista. Confira abaixo ranking completo: 1 - The Dictionary Shoreditch (Londres, Inglaterra) 2 - WE Hostel Design (São Paulo, Brasil) 3 - The Independente Hostel & Suites (Lisboa, Portugal) 4 - Lavender Circus Hostel (Budapeste, Hungria) 5 - Nui Hostel & Bar Lounge (Tóquio, Japão) 6 - KEX Hostel (Reykjavík, Islândia) 7 - Generator Venice (Veneza, Itália) 8 - The Cat's Pajamas Hostel (Berlim, Alemanha) 9 - City Circus Athens (Atenas, Grécia) 10 - Soul Kitchen (São Petersburgo, Rússia)
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Hostel paulistano é eleito o segundo mais descolado do mundoO HostelWorld, site de reservas para hospedagem de baixo custo mundialmente utilizado, divulgou uma seleção dos dez hostels mais descolados do mundo. O único estabelecimento brasileiro a aparecer no ranking é o WE Hostel Design. Encabeçada pelo londrino The Dictionary Shoreditch, o hostel localizado na região da Vila Mariana, zona sul de São Paulo, ocupou a segunda colocação na lista. O espaço, um casarão da década de 1920, é apontado pelo site como "um dos hostels mais bem conceituados de São Paulo e do Brasil". Com decoração vintage e diversas opções de hospedagem, ele fica a dois quarteirões do parque Ibirapuera e nas proximidades de importantes espaços culturais da capital paulista. Confira abaixo ranking completo: 1 - The Dictionary Shoreditch (Londres, Inglaterra) 2 - WE Hostel Design (São Paulo, Brasil) 3 - The Independente Hostel & Suites (Lisboa, Portugal) 4 - Lavender Circus Hostel (Budapeste, Hungria) 5 - Nui Hostel & Bar Lounge (Tóquio, Japão) 6 - KEX Hostel (Reykjavík, Islândia) 7 - Generator Venice (Veneza, Itália) 8 - The Cat's Pajamas Hostel (Berlim, Alemanha) 9 - City Circus Athens (Atenas, Grécia) 10 - Soul Kitchen (São Petersburgo, Rússia)
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Magazine Luiza vende produto que não tem em estoque, diz leitora
A leitora Leticia Martins de Barros reclama que comprou um notebook no site do Magazine Luiza, mas nunca recebeu o produto. Barros relata que pagou R$ 3.554 pelo produto, à vista, e recebeu um aparelho inferior em casa, dias depois. Ao reclamar com atendentes da loja, foi informada que não havia o produto em estoque e que a cliente deveria cancelar a compra e receber o estorno do valor pago em 30 dias. Apesar do imbróglio, o produto continua disponível no site da loja. Barros diz que precisa do computador para trabalhar e que quer receber o produto pelo qual pagou, não o reembolso um mês depois. Resposta do Magazine Luiza: Diz que, a pedido de Letícia, cancelou a compra do computador e fez o estorno do valor pago no dia 26. - Queixa de Durval Araujo: Falta de peças Um Fiat Mobi comprado em agosto apresentou problemas na marcação do nível de combustível meses depois. Para consertar a falha, a oficina depende que a fabricante envie peças, o que a Fiat demora a fazer. Resposta da Fiat: Diz que o veículo foi reparado na garantia e entregue em perfeitas condições. - Queixa de Carla Ferreira: Cadê a encomenda? Uma encomenda enviada pelos Correios de SP a Salvador não chegou ao seu destino mesmo 15 dias depois da postagem, e o destinatário do pacote abriu reclamação contra o remetente, que não tem culpa pelo atraso. Resposta dos Correios: Diz que houve um "problema operacional" e que o pacote foi entregue no dia 26 de maio. - Queixa de Stephanie Dickerhof: Sem internet A leitora reclama ficou sem internet por uma falha da Vivo. Após reclamar, a assistência técnica não apareceu no horário agendado e disse que a visita foi cancelada porque houve um problema geral de sinal da Vivo. Resposta da Vivo: Diz que a leitora será ressarcida pelo período que ficou sem internet. - Queixa de Maureen Monteiro: Produtos quebrados A loja Oppa atrasou a entrega de uma encomenda e entregou um produto quebrado. A empresa pediu que a leitora enviasse fotos do objeto, para avaliar o problema, mas disse, depois, que o email foi extraviado. Resposta da Oppa: Afirma que o caso foi resolvido com a troca do produto e que está à disposição.
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Magazine Luiza vende produto que não tem em estoque, diz leitoraA leitora Leticia Martins de Barros reclama que comprou um notebook no site do Magazine Luiza, mas nunca recebeu o produto. Barros relata que pagou R$ 3.554 pelo produto, à vista, e recebeu um aparelho inferior em casa, dias depois. Ao reclamar com atendentes da loja, foi informada que não havia o produto em estoque e que a cliente deveria cancelar a compra e receber o estorno do valor pago em 30 dias. Apesar do imbróglio, o produto continua disponível no site da loja. Barros diz que precisa do computador para trabalhar e que quer receber o produto pelo qual pagou, não o reembolso um mês depois. Resposta do Magazine Luiza: Diz que, a pedido de Letícia, cancelou a compra do computador e fez o estorno do valor pago no dia 26. - Queixa de Durval Araujo: Falta de peças Um Fiat Mobi comprado em agosto apresentou problemas na marcação do nível de combustível meses depois. Para consertar a falha, a oficina depende que a fabricante envie peças, o que a Fiat demora a fazer. Resposta da Fiat: Diz que o veículo foi reparado na garantia e entregue em perfeitas condições. - Queixa de Carla Ferreira: Cadê a encomenda? Uma encomenda enviada pelos Correios de SP a Salvador não chegou ao seu destino mesmo 15 dias depois da postagem, e o destinatário do pacote abriu reclamação contra o remetente, que não tem culpa pelo atraso. Resposta dos Correios: Diz que houve um "problema operacional" e que o pacote foi entregue no dia 26 de maio. - Queixa de Stephanie Dickerhof: Sem internet A leitora reclama ficou sem internet por uma falha da Vivo. Após reclamar, a assistência técnica não apareceu no horário agendado e disse que a visita foi cancelada porque houve um problema geral de sinal da Vivo. Resposta da Vivo: Diz que a leitora será ressarcida pelo período que ficou sem internet. - Queixa de Maureen Monteiro: Produtos quebrados A loja Oppa atrasou a entrega de uma encomenda e entregou um produto quebrado. A empresa pediu que a leitora enviasse fotos do objeto, para avaliar o problema, mas disse, depois, que o email foi extraviado. Resposta da Oppa: Afirma que o caso foi resolvido com a troca do produto e que está à disposição.
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Governo do DF derruba projeto de lei que proibiria Uber
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, derrubou um projeto de lei que pretendia banir o serviço de transporte urbano Uber. Rollemberg elogiou o potencial da companhia para inovar no transporte no país. O Câmara Municipal de São Paulo votou no começo de julho pela proibição do Uber, em um revés para a companhia após diversos países adotarem medidas similares neste ano. O projeto de lei na Câmara paulistana requer uma segunda votação, esperada para este mês, para então ser enviado para sanção do prefeito Fernando Haddad. A companhia tem encontrado resistência de sindicatos tradicionais de táxi e governos municipais que se tornaram acostumados com a renda gerada pela venda de alvarás tradicionais de táxi no Brasil. O Uber conseguiu apoio do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recentemente, quando seu presidente, Vinícius de Carvalho, expressou apoio ao serviço de transporte e às vantagens que a concorrência maior podem trazer ao setor.
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Governo do DF derruba projeto de lei que proibiria UberO governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, derrubou um projeto de lei que pretendia banir o serviço de transporte urbano Uber. Rollemberg elogiou o potencial da companhia para inovar no transporte no país. O Câmara Municipal de São Paulo votou no começo de julho pela proibição do Uber, em um revés para a companhia após diversos países adotarem medidas similares neste ano. O projeto de lei na Câmara paulistana requer uma segunda votação, esperada para este mês, para então ser enviado para sanção do prefeito Fernando Haddad. A companhia tem encontrado resistência de sindicatos tradicionais de táxi e governos municipais que se tornaram acostumados com a renda gerada pela venda de alvarás tradicionais de táxi no Brasil. O Uber conseguiu apoio do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recentemente, quando seu presidente, Vinícius de Carvalho, expressou apoio ao serviço de transporte e às vantagens que a concorrência maior podem trazer ao setor.
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Maioria das vítimas de matanças em presídios era acusada de roubo
O serralheiro Jander de Andrade Maciel tinha 27 anos e brigava na Justiça para provar a inocência de uma acusação de estupro, crime que ele negava à família ter cometido. Seu irmão trabalha há dois anos vendendo banana frita no mesmo cemitério em que ele será enterrado. "Meu irmão morreu inocente. Ele estava provando na Justiça. Tinha uma mulher na vizinhança e apareceu com umas marcas. A palavra dela valeu mais", disse Janderlan Maciel, 21. A mãe de Errailson Ramos de Miranda, 33, trabalha como gari da prefeitura municipal de Manaus. Ele foi condenado sob acusação de estuprar e matar uma criança de quatro anos em 2009, mas a família nunca o abandonou no presídio. No seu enterro, mais de 50 pessoas apareceram, muitas vestindo uma camiseta com a foto do detento. Jander e Errailson são dois dos 93 presidiários assassinados entre domingo (1) e sexta-feira (6) em três penitenciárias de Manaus (AM) e de Boa Vista (RR), primeiro numa investida da facção criminosa FDN (Família do Norte) contra o PCC (Primeiro Comando da Capital) e, depois, em uma investida do PCC contra diversos presos sem ligação com a FDN ou outras facções. Dados obtidos pela Folha e confrontados com os do IML (Instituto Médico Legal) de Manaus, divulgados pelo governo de Roraima e por familiares dos presos indicam que, do total de 69 mortos identificados até o sábado (7) nas duas cidades, quase a metade fora presa sob acusação de roubo, com 35 casos. Mas também havia crimes considerados de menor potencial ofensivo, como furto (seis casos), uso de documento falso (dois) e falsificação de moeda (um). Acusações de homicídio atingiam 17 dos detentos mortos, ou cerca de um quarto do total. Dos 38 mortos até aqui identificados em Manaus, a maioria tinha até 30 anos de idade (58%) e dez eram acusados de homicídio (26%). Em Boa Vista, a acusação mais comum era o tráfico de drogas, com 18 casos entre os 31 mortos identificados. No levantamento sobre Manaus, os tipos penais associados a cada detento constam de um documento interno da Umanizzare, empresa contratada pelo governo que faz a gestão do Compaj. A Folha fez uma checagem das informações e descartou dados incorretos do arquivo, como a idade de um detento, marcada como 2016. O detento mais velho na lista de mortos também era um dos mais conhecidos na cidade de Manaus. Morto aos 47 anos, Moacir Jorge Pereira da Costa, o "Moa", era o ex-policial civil que, em 2008, denunciou um suposto esquadrão da morte comandado pelo então deputado estadual pelo extinto PL Wallace Souza. O caso ganhou enorme repercussão no Amazonas porque Wallace, além de ex-deputado, foi acusado de mandar matar traficantes para exibir os corpos em um programa de TV sensacionalista que ele apresentava na época. Wallace morreu dois anos depois de parada cardíaca em um hospital de São Paulo. Por ter sido um policial e ter assumido que executou traficantes, "Moa" ocupava no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim) o "seguro", como se chamam nos presídios as celas destinadas aos presos ameaçados pelo restante dos detentos. A mesma cela era dividida com um ex-policial civil que, porém, não tinha nenhuma relação com os crimes de "Moa". Rômulo Arley da Silva, 38, foi condenado a dez anos de prisão por participação em um assalto em Roraima. Na terça-feira (3), os familiares de Arley disseram que, quando viram na TV a cela de "Moa" incendiada, tiveram a certeza de que o parente morrera junto. "Não tem como não ser", disse sua mãe, Maria de Jesus Lima. A confirmação veio um dia depois. Maria disse à Folha que seu filho fora condenado por um crime cometido "há mais de 15 anos" e estava perto de ser transferido para um presídio de Roraima, onde vive sua família. A mãe disse que o detento estava estudando e tinha como objetivo passar no vestibular de engenharia. Maria lamentou que o sistema penitenciário não tenha preservado a vida do filho. O mínimo que ela aguardava, no entanto, era que o governo pagasse o translado do corpo para um enterro em Roraima. "O governo não cuidou, o Estado não tomou conta. Não temos dinheiro. O governo devia assumir os gastos." Os governos do Amazonas e de Roraima têm afirmado que vão bancar os gastos relativos aos sepultamentos dos mortos nas duas rebeliões.
cotidiano
Maioria das vítimas de matanças em presídios era acusada de rouboO serralheiro Jander de Andrade Maciel tinha 27 anos e brigava na Justiça para provar a inocência de uma acusação de estupro, crime que ele negava à família ter cometido. Seu irmão trabalha há dois anos vendendo banana frita no mesmo cemitério em que ele será enterrado. "Meu irmão morreu inocente. Ele estava provando na Justiça. Tinha uma mulher na vizinhança e apareceu com umas marcas. A palavra dela valeu mais", disse Janderlan Maciel, 21. A mãe de Errailson Ramos de Miranda, 33, trabalha como gari da prefeitura municipal de Manaus. Ele foi condenado sob acusação de estuprar e matar uma criança de quatro anos em 2009, mas a família nunca o abandonou no presídio. No seu enterro, mais de 50 pessoas apareceram, muitas vestindo uma camiseta com a foto do detento. Jander e Errailson são dois dos 93 presidiários assassinados entre domingo (1) e sexta-feira (6) em três penitenciárias de Manaus (AM) e de Boa Vista (RR), primeiro numa investida da facção criminosa FDN (Família do Norte) contra o PCC (Primeiro Comando da Capital) e, depois, em uma investida do PCC contra diversos presos sem ligação com a FDN ou outras facções. Dados obtidos pela Folha e confrontados com os do IML (Instituto Médico Legal) de Manaus, divulgados pelo governo de Roraima e por familiares dos presos indicam que, do total de 69 mortos identificados até o sábado (7) nas duas cidades, quase a metade fora presa sob acusação de roubo, com 35 casos. Mas também havia crimes considerados de menor potencial ofensivo, como furto (seis casos), uso de documento falso (dois) e falsificação de moeda (um). Acusações de homicídio atingiam 17 dos detentos mortos, ou cerca de um quarto do total. Dos 38 mortos até aqui identificados em Manaus, a maioria tinha até 30 anos de idade (58%) e dez eram acusados de homicídio (26%). Em Boa Vista, a acusação mais comum era o tráfico de drogas, com 18 casos entre os 31 mortos identificados. No levantamento sobre Manaus, os tipos penais associados a cada detento constam de um documento interno da Umanizzare, empresa contratada pelo governo que faz a gestão do Compaj. A Folha fez uma checagem das informações e descartou dados incorretos do arquivo, como a idade de um detento, marcada como 2016. O detento mais velho na lista de mortos também era um dos mais conhecidos na cidade de Manaus. Morto aos 47 anos, Moacir Jorge Pereira da Costa, o "Moa", era o ex-policial civil que, em 2008, denunciou um suposto esquadrão da morte comandado pelo então deputado estadual pelo extinto PL Wallace Souza. O caso ganhou enorme repercussão no Amazonas porque Wallace, além de ex-deputado, foi acusado de mandar matar traficantes para exibir os corpos em um programa de TV sensacionalista que ele apresentava na época. Wallace morreu dois anos depois de parada cardíaca em um hospital de São Paulo. Por ter sido um policial e ter assumido que executou traficantes, "Moa" ocupava no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim) o "seguro", como se chamam nos presídios as celas destinadas aos presos ameaçados pelo restante dos detentos. A mesma cela era dividida com um ex-policial civil que, porém, não tinha nenhuma relação com os crimes de "Moa". Rômulo Arley da Silva, 38, foi condenado a dez anos de prisão por participação em um assalto em Roraima. Na terça-feira (3), os familiares de Arley disseram que, quando viram na TV a cela de "Moa" incendiada, tiveram a certeza de que o parente morrera junto. "Não tem como não ser", disse sua mãe, Maria de Jesus Lima. A confirmação veio um dia depois. Maria disse à Folha que seu filho fora condenado por um crime cometido "há mais de 15 anos" e estava perto de ser transferido para um presídio de Roraima, onde vive sua família. A mãe disse que o detento estava estudando e tinha como objetivo passar no vestibular de engenharia. Maria lamentou que o sistema penitenciário não tenha preservado a vida do filho. O mínimo que ela aguardava, no entanto, era que o governo pagasse o translado do corpo para um enterro em Roraima. "O governo não cuidou, o Estado não tomou conta. Não temos dinheiro. O governo devia assumir os gastos." Os governos do Amazonas e de Roraima têm afirmado que vão bancar os gastos relativos aos sepultamentos dos mortos nas duas rebeliões.
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Denúncia de plágio do Led Zeppelin em 'Stairway to Heaven' vai a julgamento
Uma ação civil que acusa o vocalista do Led Zeppelin, Robert Plant, e o guitarrista Jimmy Page, de roubarem os acordes iniciais de "Stairway to Heaven" de outra banda será julgada nesta terça-feira (14) em um tribunal federal da cidade norte-americana de Los Angeles. Em uma decisão de abril, o juiz Gary Klausner, de Los Angeles, disse que a música de 1971 e a canção instrumental "Taurus", de 1967, da banda Spirit, são semelhantes o suficiente para que um júri seja convocado para decidir se Plant e Page podem ser responsabilizados por violação de direitos autorais (compare abaixo). A ação foi apresentada por Michael Skidmore, testamenteiro de Randy Wolfe, também conhecido como Randy California, guitarrista do Spirit e compositor de "Taurus", que morreu em 1997. Skidmore disse que Page pode ter se inspirado a compor a música depois de ouvir o Spirit tocar "Taurus" quando as duas bandas excursionaram juntas em 1968 e 1969, e que Wolfe jamais recebeu o devido crédito. Page e Plant negam ter ouvido a canção antes de o caso ter surgido, e dizem que "Stairway to Heaven" foi escrita de modo independente. Um clássico, a canção é uma espécie de assinatura do Led Zeppelin e pilar das rádios de rock desde seu lançamento. * Compare as duas músicas: Ouça no deezer Ouça no deezer
ilustrada
Denúncia de plágio do Led Zeppelin em 'Stairway to Heaven' vai a julgamentoUma ação civil que acusa o vocalista do Led Zeppelin, Robert Plant, e o guitarrista Jimmy Page, de roubarem os acordes iniciais de "Stairway to Heaven" de outra banda será julgada nesta terça-feira (14) em um tribunal federal da cidade norte-americana de Los Angeles. Em uma decisão de abril, o juiz Gary Klausner, de Los Angeles, disse que a música de 1971 e a canção instrumental "Taurus", de 1967, da banda Spirit, são semelhantes o suficiente para que um júri seja convocado para decidir se Plant e Page podem ser responsabilizados por violação de direitos autorais (compare abaixo). A ação foi apresentada por Michael Skidmore, testamenteiro de Randy Wolfe, também conhecido como Randy California, guitarrista do Spirit e compositor de "Taurus", que morreu em 1997. Skidmore disse que Page pode ter se inspirado a compor a música depois de ouvir o Spirit tocar "Taurus" quando as duas bandas excursionaram juntas em 1968 e 1969, e que Wolfe jamais recebeu o devido crédito. Page e Plant negam ter ouvido a canção antes de o caso ter surgido, e dizem que "Stairway to Heaven" foi escrita de modo independente. Um clássico, a canção é uma espécie de assinatura do Led Zeppelin e pilar das rádios de rock desde seu lançamento. * Compare as duas músicas: Ouça no deezer Ouça no deezer
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'Todos têm direito de criticar, principalmente Lula', diz Dilma
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (23) que Luiz Inácio Lula da Silva tem o direito de fazer críticas. Nos últimos dias ele tem criticado tanto a gestão de Dilma no governo federal quanto seu partido, o PT. A fala da petista foi uma referência às declarações do ex-presidente na segunda (22), durante evento promovido pelo Instituto Lula. "Todos têm direito de fazer críticas. Principalmente o presidente Lula, que é muito criticado por vocês [jornalistas]", disse a presidente em rápida fala sobre o caso em entrevista coletiva no Rio, onde ela participou do lançamento da mascote da equipe brasileira na Olimpíada de 2016. Na segunda, Lula pregou uma "revolução" no PT e afirmou que a sigla tem os vícios de todo partido que cresce e chega ao poder. "Não sei se o defeito é nosso, se é do governo. O PT perdeu a utopia", afirmou. O ex-presidente afirmou ainda os colegas de partido "só pensam em cargo, em emprego, em ser eleito". "Nós temos que definir se queremos salvar nossa pele, nossos cargos, ou nosso projeto", discursou ele, durante seminário "Novos desafios da democracia", com a presença do ex-primeiro-ministro espanhol Felipe González. Na quinta (18), Lula afirmou que a gestão de Dilma está como "um governo de mudos". Reunido com líderes religiosos, o ex-presidente disse que Dilma "está no volume morto" e falou de promessas descumpridas pela sucessora, como a de "não mexer no direito dos trabalhadores". E listou notícias negativas, como a alta da inflação e aumentos de tarifas.
poder
'Todos têm direito de criticar, principalmente Lula', diz DilmaA presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (23) que Luiz Inácio Lula da Silva tem o direito de fazer críticas. Nos últimos dias ele tem criticado tanto a gestão de Dilma no governo federal quanto seu partido, o PT. A fala da petista foi uma referência às declarações do ex-presidente na segunda (22), durante evento promovido pelo Instituto Lula. "Todos têm direito de fazer críticas. Principalmente o presidente Lula, que é muito criticado por vocês [jornalistas]", disse a presidente em rápida fala sobre o caso em entrevista coletiva no Rio, onde ela participou do lançamento da mascote da equipe brasileira na Olimpíada de 2016. Na segunda, Lula pregou uma "revolução" no PT e afirmou que a sigla tem os vícios de todo partido que cresce e chega ao poder. "Não sei se o defeito é nosso, se é do governo. O PT perdeu a utopia", afirmou. O ex-presidente afirmou ainda os colegas de partido "só pensam em cargo, em emprego, em ser eleito". "Nós temos que definir se queremos salvar nossa pele, nossos cargos, ou nosso projeto", discursou ele, durante seminário "Novos desafios da democracia", com a presença do ex-primeiro-ministro espanhol Felipe González. Na quinta (18), Lula afirmou que a gestão de Dilma está como "um governo de mudos". Reunido com líderes religiosos, o ex-presidente disse que Dilma "está no volume morto" e falou de promessas descumpridas pela sucessora, como a de "não mexer no direito dos trabalhadores". E listou notícias negativas, como a alta da inflação e aumentos de tarifas.
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Bucks vencem Chicago fora de casa e forçam 6º jogo da série
O Milwaukee Bucks ganhou uma sobrevida no duelo contra o Chicago Bulls pelas quartas de final da Conferência Leste da NBA. Nesta segunda-feira (27), a equipe venceu os Bulls por 94 a 88, fora de casa, e continua com chances de avançar para as semifinais da conferência. Mesmo com a derrota, o Chicago Bulls ainda lidera a série melhor de sete por 3 a 2. Os dois times voltam a se enfrentar na quinta-feira (30), em Milwaukee. Em caso de vitória, os Bulls garantem vaga na próxima fase. Os Bucks precisam vencer para forçar o sétimo e decisivo jogo. Ainda pela Conferência Leste, o Brooklyn Nets ganhou do Atlanta Hawks por 120 a 115, em casa, e empatou a série em 2 a 2. As duas equipes disputam a quinta partida nesta quarta-feira. No outro jogo válido pelas quartas de final da NBA, o Portland Trail Blazers venceu o Memphis Grizzlies por 99 a 92, em casa, e continua na briga por uma vaga na semifinal da Conferência Oeste. Mesmo assim, o Memphis Grizzlies precisa de apenas mais uma vitória para carimbar a classificação. Cleveland Cavaliers e Washington Wizards já garantiram vaga na semifinal da Conferência Leste. Dono da melhor campanha da competição, o Golden State Warriors é o único classificado até o momento na Conferência Oeste.
esporte
Bucks vencem Chicago fora de casa e forçam 6º jogo da sérieO Milwaukee Bucks ganhou uma sobrevida no duelo contra o Chicago Bulls pelas quartas de final da Conferência Leste da NBA. Nesta segunda-feira (27), a equipe venceu os Bulls por 94 a 88, fora de casa, e continua com chances de avançar para as semifinais da conferência. Mesmo com a derrota, o Chicago Bulls ainda lidera a série melhor de sete por 3 a 2. Os dois times voltam a se enfrentar na quinta-feira (30), em Milwaukee. Em caso de vitória, os Bulls garantem vaga na próxima fase. Os Bucks precisam vencer para forçar o sétimo e decisivo jogo. Ainda pela Conferência Leste, o Brooklyn Nets ganhou do Atlanta Hawks por 120 a 115, em casa, e empatou a série em 2 a 2. As duas equipes disputam a quinta partida nesta quarta-feira. No outro jogo válido pelas quartas de final da NBA, o Portland Trail Blazers venceu o Memphis Grizzlies por 99 a 92, em casa, e continua na briga por uma vaga na semifinal da Conferência Oeste. Mesmo assim, o Memphis Grizzlies precisa de apenas mais uma vitória para carimbar a classificação. Cleveland Cavaliers e Washington Wizards já garantiram vaga na semifinal da Conferência Leste. Dono da melhor campanha da competição, o Golden State Warriors é o único classificado até o momento na Conferência Oeste.
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Warriors vencem outra e ficam a 8 vitórias de igualar recorde dos Bulls
Atual campeão e dono da melhor campanha da temporada na NBA, o Golden State Warriors fez outra vítima. No início da madrugada desta quinta-feira (24), a equipe venceu o Los Angeles Clippers por 114 a 98, em casa. Com o resultado, o Golden State Warriors completou 64 vitórias em 71 partidas. Líder da Conferência Oeste da NBA, o time precisa de mais oito triunfos na fase regular da NBA para atingir o recorde do Chicago Bulls, que venceu 72 jogos na temporada 1995/1996. A equipe disputará mais 11 jogos nesta fase. Stephen Curry e Klay Thompson comandaram a vitória da equipe sobre os Clippers. O primeiro foi o cestinha da partida com 33 pontos e ainda contribuiu com quatro rebotes e cinco assistências. Thompson teve praticamente o mesmo desempenho do companheiro. Anotou 32 pontos, pegou quatro rebotes e deu três assistências. Já Leandrinho, que atuou durante quase 15 minutos, marcou sete pontos. Varejão não participou partida por decisão do treinador.
esporte
Warriors vencem outra e ficam a 8 vitórias de igualar recorde dos BullsAtual campeão e dono da melhor campanha da temporada na NBA, o Golden State Warriors fez outra vítima. No início da madrugada desta quinta-feira (24), a equipe venceu o Los Angeles Clippers por 114 a 98, em casa. Com o resultado, o Golden State Warriors completou 64 vitórias em 71 partidas. Líder da Conferência Oeste da NBA, o time precisa de mais oito triunfos na fase regular da NBA para atingir o recorde do Chicago Bulls, que venceu 72 jogos na temporada 1995/1996. A equipe disputará mais 11 jogos nesta fase. Stephen Curry e Klay Thompson comandaram a vitória da equipe sobre os Clippers. O primeiro foi o cestinha da partida com 33 pontos e ainda contribuiu com quatro rebotes e cinco assistências. Thompson teve praticamente o mesmo desempenho do companheiro. Anotou 32 pontos, pegou quatro rebotes e deu três assistências. Já Leandrinho, que atuou durante quase 15 minutos, marcou sete pontos. Varejão não participou partida por decisão do treinador.
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Aplicativos devem ficar livres de entregar dados de clientes
A minuta do decreto que regulamentará o Marco Civil da Internet –considerado por Dilma Rousseff um dos grandes legados de seu governo– prevê que as teles e os aplicativos não precisem mais entregar à Justiça dados cadastrais de seus usuários quando não armazenarem esse tipo de informação. Embora o decreto abra exceção para informações como nome, filiação, endereço, estado civil e profissão, algumas empresas do setor entenderam que isso fortalecerá empresas como o WhatsApp, que teve o serviço bloqueado duas vezes por não entregar dados protegidos de usuários solicitados via judicial. O aplicativo argumenta que não armazena esses dados. As teles e os apps ficariam obrigados a armazenar dados como IP (registro numérico do computador de acesso à internet) e até os sites navegados pelo usuário. Esse tipo de informação poderia ser entregue a autoridades em casos de investigações criminais. A dúvida é se, também nesse caso, aplicativos que não armazenam dados no país ficariam livres também dessa obrigação. A Folha teve acesso à minuta do decreto, que pode ser assinado nesta sexta (6). Contudo, questionamentos do setor podem adiar sua publicação para a próxima semana. OFERTAS COMERCIAIS Um dos pontos centrais se refere à liberdade do modelo de negócio. As teles não poderão fechar acordos com aplicativos, por exemplo, para priorizar o tráfego de seu conteúdo na rede. Não há certeza se a parceria da TIM e da Claro com o WhatsApp teria de ser revista. A minuta também proíbe acordos comerciais com o Netflix, por exemplo, para melhorar a qualidade de imagem de seus filmes. Para isso, a única saída seria que a empresa "hospedasse" seus conteúdos no Brasil, encurtando a distância entre o usuário e a central de dados a serem acessados. O gerenciamento de tráfego, que as operadoras costumam fazer para evitar congestionamentos, só pode ser feito por motivos de segurança, mas, ainda segundo as teles, o texto não deixa claro se a própria segurança da rede (a garantia da prestação do serviço) pode ser entendida como tal. As teles não sabem, por exemplo, se, no caso de haver muito tráfego de chamadas ou de envio de torpedos a ponto de travar toda a rede, poderão bloquear parte desses serviços. Outro ponto que causou surpresa foi a transferência para o CGI (Comitê Gestor de Internet) do papel de definir as diretrizes para a fiscalização e a apuração de possíveis infrações à legislação. O CGI é uma entidade privada. À Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) só caberia executar essas diretrizes. colaborou FELIPE MAIA, de São Paulo
mercado
Aplicativos devem ficar livres de entregar dados de clientesA minuta do decreto que regulamentará o Marco Civil da Internet –considerado por Dilma Rousseff um dos grandes legados de seu governo– prevê que as teles e os aplicativos não precisem mais entregar à Justiça dados cadastrais de seus usuários quando não armazenarem esse tipo de informação. Embora o decreto abra exceção para informações como nome, filiação, endereço, estado civil e profissão, algumas empresas do setor entenderam que isso fortalecerá empresas como o WhatsApp, que teve o serviço bloqueado duas vezes por não entregar dados protegidos de usuários solicitados via judicial. O aplicativo argumenta que não armazena esses dados. As teles e os apps ficariam obrigados a armazenar dados como IP (registro numérico do computador de acesso à internet) e até os sites navegados pelo usuário. Esse tipo de informação poderia ser entregue a autoridades em casos de investigações criminais. A dúvida é se, também nesse caso, aplicativos que não armazenam dados no país ficariam livres também dessa obrigação. A Folha teve acesso à minuta do decreto, que pode ser assinado nesta sexta (6). Contudo, questionamentos do setor podem adiar sua publicação para a próxima semana. OFERTAS COMERCIAIS Um dos pontos centrais se refere à liberdade do modelo de negócio. As teles não poderão fechar acordos com aplicativos, por exemplo, para priorizar o tráfego de seu conteúdo na rede. Não há certeza se a parceria da TIM e da Claro com o WhatsApp teria de ser revista. A minuta também proíbe acordos comerciais com o Netflix, por exemplo, para melhorar a qualidade de imagem de seus filmes. Para isso, a única saída seria que a empresa "hospedasse" seus conteúdos no Brasil, encurtando a distância entre o usuário e a central de dados a serem acessados. O gerenciamento de tráfego, que as operadoras costumam fazer para evitar congestionamentos, só pode ser feito por motivos de segurança, mas, ainda segundo as teles, o texto não deixa claro se a própria segurança da rede (a garantia da prestação do serviço) pode ser entendida como tal. As teles não sabem, por exemplo, se, no caso de haver muito tráfego de chamadas ou de envio de torpedos a ponto de travar toda a rede, poderão bloquear parte desses serviços. Outro ponto que causou surpresa foi a transferência para o CGI (Comitê Gestor de Internet) do papel de definir as diretrizes para a fiscalização e a apuração de possíveis infrações à legislação. O CGI é uma entidade privada. À Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) só caberia executar essas diretrizes. colaborou FELIPE MAIA, de São Paulo
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Acordo global é desafio para agronegócio brasileiro ganhar mercados
Editoria de Arte/Folhapress As exportações brasileiras do agronegócio para o recém formado bloco TTP (Tratado Transpacífico), que inclui 12 países, somaram 12% do que o Brasil exportou desse setor de janeiro a agosto deste ano. A lista dos produtos exportados para o bloco indica que a perda de participação do país será limitada, por ora, devido à quantidade e à forte presença dos produtos brasileiros em vários mercados. Uma coisa é certa, formado o grupo, fica difícil, para quem está de fora, romper as taxas preferenciais e colocar produto nos países participantes, de acordo com Francisco Turra, da ABPA (produtores e exportadores de carnes de frango e suíno). Ele cita o caso do México. O Brasil só conseguiu vender carnes para o país devido à gripe aviária e a doenças em suínos na América do Norte. Um contraponto a favor do Brasil é a quantidade produzida e os custos de produção. O Brasil vai continuar com uma expansão garantida da produção nos próximos anos, mas os custos já começam a interferir na competitividade. A evolução econômica do país nos últimos anos elevou preços de serviços e da mão de obra. Agora, os desacertos atuais trazem outros custos, como os de energia, da inflação e dos insumos. Com o acirramento da concorrência mundial no agronegócio e em produtos industrializados desse setor, estar fora de blocos comerciais enfraquece o peso da liderança. Turra acredita que o país ainda permanecerá competitivo, mas não pode se prender a acordos que não funcionam, como o do Mercosul, e não avançar em outros, como o com a União Europeia. E se a China também restringir seu mercado fazendo acordos comerciais, e o Brasil estiver fora?, pergunta ele. Entre os principais produtos exportados pelo Brasil para os países participantes do Tratado Transpacífico, estão vários dos quais o país é líder. O principal dessa lista é o café. As importações dos Estados Unidos e as do Japão fizeram o montante das compras do bloco, feitas no Brasil, somar US$ 1,3 bilhão. Um dos países do bloco, o Vietnã, é o segundo maior produtor mundial de café, mas a produção se concentra em café robusta, de menor participação no mercado do que o arábica, cuja liderança é do Brasil. As carnes são o segundo item das exportações brasileiras para o bloco e somaram US$ 1,1 bilhão até agosto. Maior exportador mundial de carnes bovina e de frango, o Brasil tem vantagens sobre os EUA, os maiores produtores. No caso da carne bovina, o Brasil ainda tem muito a crescer. Os norte-americanos, com um rebanho de 90 milhões de cabeças, produzem mais carne do que o Brasil, que tem 200 milhões. É um caminho que ainda está aberto ao Brasil e fechado aos Estados Unidos, que já atingiram um patamar de produtividade bem maior. A Austrália, outro participante do bloco, não terá muito espaço para evolução na produção de carne bovina. O bloco garante, no entanto, os melhores preços da carne bovina para os produtos dos EUA e da Austrália. O açúcar também está entre os principais produtos brasileiros importados pelo bloco: 9% das exportações totais do país, até agosto, foram para esses 12 países. O ganho da Austrália, também produtor de açúcar, é limitado. A produção do país é muito pequena em relação à do Brasil. Todos os países do novo bloco são importantes para o comércio brasileiro, mas tem alguns que o país deverá cuidar mais. Após muito esforço, o Brasil aumenta a participação nas exportações de carnes na Ásia. O Japão, cujas vendas brasileiras de carnes dos primeiros oito meses somam US$ 555 milhões, é um mercado com intenso potencial. O Vietnã também merece atenção dos brasileiros. Os vietnamitas começam a abrir as portas para as carnes brasileiras e já são um potencial importador de grãos. * Etanol Os postos de abastecimento da cidade de São Paulo imprimiram um forte reajuste no preço do etanol hidratado nesta semana. Quanto sobe Pesquisa da Folha em 50 estabelecimentos apontou alta de 5,8%, com o preço médio do combustível subindo para R$ 2,208. Máximas Em alguns postos, o preço do hidratado é comercializado a R$ 2,399. Nas usinas, o anidro subiu 7,9%; e o hidratado, 4,2%, de acordo com o Cepea. Gasolina O derivado do petróleo teve reajuste menor na semana. Ao subir para R$ 3,289 por litro, ficou 1,8% mais caro para os paulistanos. O preço máximo registrado pela pesquisa é de R$ 3,549. Grãos A produção brasileira deverá atingir 213 milhões de toneladas na safra 2015/16, segundo a Conab. A soja lidera a produção e pode somar 102 milhões de toneladas.
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Acordo global é desafio para agronegócio brasileiro ganhar mercadosEditoria de Arte/Folhapress As exportações brasileiras do agronegócio para o recém formado bloco TTP (Tratado Transpacífico), que inclui 12 países, somaram 12% do que o Brasil exportou desse setor de janeiro a agosto deste ano. A lista dos produtos exportados para o bloco indica que a perda de participação do país será limitada, por ora, devido à quantidade e à forte presença dos produtos brasileiros em vários mercados. Uma coisa é certa, formado o grupo, fica difícil, para quem está de fora, romper as taxas preferenciais e colocar produto nos países participantes, de acordo com Francisco Turra, da ABPA (produtores e exportadores de carnes de frango e suíno). Ele cita o caso do México. O Brasil só conseguiu vender carnes para o país devido à gripe aviária e a doenças em suínos na América do Norte. Um contraponto a favor do Brasil é a quantidade produzida e os custos de produção. O Brasil vai continuar com uma expansão garantida da produção nos próximos anos, mas os custos já começam a interferir na competitividade. A evolução econômica do país nos últimos anos elevou preços de serviços e da mão de obra. Agora, os desacertos atuais trazem outros custos, como os de energia, da inflação e dos insumos. Com o acirramento da concorrência mundial no agronegócio e em produtos industrializados desse setor, estar fora de blocos comerciais enfraquece o peso da liderança. Turra acredita que o país ainda permanecerá competitivo, mas não pode se prender a acordos que não funcionam, como o do Mercosul, e não avançar em outros, como o com a União Europeia. E se a China também restringir seu mercado fazendo acordos comerciais, e o Brasil estiver fora?, pergunta ele. Entre os principais produtos exportados pelo Brasil para os países participantes do Tratado Transpacífico, estão vários dos quais o país é líder. O principal dessa lista é o café. As importações dos Estados Unidos e as do Japão fizeram o montante das compras do bloco, feitas no Brasil, somar US$ 1,3 bilhão. Um dos países do bloco, o Vietnã, é o segundo maior produtor mundial de café, mas a produção se concentra em café robusta, de menor participação no mercado do que o arábica, cuja liderança é do Brasil. As carnes são o segundo item das exportações brasileiras para o bloco e somaram US$ 1,1 bilhão até agosto. Maior exportador mundial de carnes bovina e de frango, o Brasil tem vantagens sobre os EUA, os maiores produtores. No caso da carne bovina, o Brasil ainda tem muito a crescer. Os norte-americanos, com um rebanho de 90 milhões de cabeças, produzem mais carne do que o Brasil, que tem 200 milhões. É um caminho que ainda está aberto ao Brasil e fechado aos Estados Unidos, que já atingiram um patamar de produtividade bem maior. A Austrália, outro participante do bloco, não terá muito espaço para evolução na produção de carne bovina. O bloco garante, no entanto, os melhores preços da carne bovina para os produtos dos EUA e da Austrália. O açúcar também está entre os principais produtos brasileiros importados pelo bloco: 9% das exportações totais do país, até agosto, foram para esses 12 países. O ganho da Austrália, também produtor de açúcar, é limitado. A produção do país é muito pequena em relação à do Brasil. Todos os países do novo bloco são importantes para o comércio brasileiro, mas tem alguns que o país deverá cuidar mais. Após muito esforço, o Brasil aumenta a participação nas exportações de carnes na Ásia. O Japão, cujas vendas brasileiras de carnes dos primeiros oito meses somam US$ 555 milhões, é um mercado com intenso potencial. O Vietnã também merece atenção dos brasileiros. Os vietnamitas começam a abrir as portas para as carnes brasileiras e já são um potencial importador de grãos. * Etanol Os postos de abastecimento da cidade de São Paulo imprimiram um forte reajuste no preço do etanol hidratado nesta semana. Quanto sobe Pesquisa da Folha em 50 estabelecimentos apontou alta de 5,8%, com o preço médio do combustível subindo para R$ 2,208. Máximas Em alguns postos, o preço do hidratado é comercializado a R$ 2,399. Nas usinas, o anidro subiu 7,9%; e o hidratado, 4,2%, de acordo com o Cepea. Gasolina O derivado do petróleo teve reajuste menor na semana. Ao subir para R$ 3,289 por litro, ficou 1,8% mais caro para os paulistanos. O preço máximo registrado pela pesquisa é de R$ 3,549. Grãos A produção brasileira deverá atingir 213 milhões de toneladas na safra 2015/16, segundo a Conab. A soja lidera a produção e pode somar 102 milhões de toneladas.
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Atiradores de Paris disseram ser da Al Qaeda, dizem testemunhas
Testemunhas do ataque ao jornal francês "Charlie Hebdo, que matou 12 nesta quarta-feira (7) em Paris, afirmam que os atiradores se identificaram como membros do braço da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen. As autoridades francesas, no entanto, ainda não confirmaram a autoria do atentado. Cédric Le Béchec, 33, que presenciou o ataque, disse ao jornal britânico "Telegraph" que, antes de começar a atirar, os terroristas abordaram um homem na rua e disseram: "Diga à imprensa que essa é a Al Qaeda no Iêmen". De acordo com Béchec, os atiradores chegaram em um carro preto e pararam no meio da rua. Eles vestiam uma roupa preta de estilo militar. Ao menos três terroristas invadiram a Redação do jornal e atiraram contra os profissionais, matando dez funcionários, sendo quatro cartunistas e dois policiais. Corinne Rey, conhecida como Coco, cartunista do "Charlie Hebdo", disse jornal francês "L'humanité" que encontrou os terroristas no momento em que eles entravam no edifício do semanário. Segundo ela, eles afirmaram que eram da Al Qaeda. Coco conta que estava indo pegar a filha em uma creche. Ao chegar à frente do prédio, dois homens armados a ameaçaram. "Eles queriam subir. Eu digitei o código [de entrada]. Eles atiraram em Wolinski e no Cabu. Durou cinco minutos", contou ela, citando nomes de dois dos colegas cartunistas mortos no ataque. Há relatos de que os atiradores chamavam as vítimas pelo nome, o que sugere que o ataque foi planejado com antecedência. De acordo com a polícia francesa, após fazer os disparos, os atiradores fugiram em um carro Citroen preto dirigido por um quarto homem do grupo. Eles foram até a região da estação de Porte de Pantin, no nordeste de Paris, onde abandonaram o veículo e sequestraram um outro, expulsando o motorista na rua. Os atiradores ainda estão foragidos.
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Atiradores de Paris disseram ser da Al Qaeda, dizem testemunhasTestemunhas do ataque ao jornal francês "Charlie Hebdo, que matou 12 nesta quarta-feira (7) em Paris, afirmam que os atiradores se identificaram como membros do braço da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen. As autoridades francesas, no entanto, ainda não confirmaram a autoria do atentado. Cédric Le Béchec, 33, que presenciou o ataque, disse ao jornal britânico "Telegraph" que, antes de começar a atirar, os terroristas abordaram um homem na rua e disseram: "Diga à imprensa que essa é a Al Qaeda no Iêmen". De acordo com Béchec, os atiradores chegaram em um carro preto e pararam no meio da rua. Eles vestiam uma roupa preta de estilo militar. Ao menos três terroristas invadiram a Redação do jornal e atiraram contra os profissionais, matando dez funcionários, sendo quatro cartunistas e dois policiais. Corinne Rey, conhecida como Coco, cartunista do "Charlie Hebdo", disse jornal francês "L'humanité" que encontrou os terroristas no momento em que eles entravam no edifício do semanário. Segundo ela, eles afirmaram que eram da Al Qaeda. Coco conta que estava indo pegar a filha em uma creche. Ao chegar à frente do prédio, dois homens armados a ameaçaram. "Eles queriam subir. Eu digitei o código [de entrada]. Eles atiraram em Wolinski e no Cabu. Durou cinco minutos", contou ela, citando nomes de dois dos colegas cartunistas mortos no ataque. Há relatos de que os atiradores chamavam as vítimas pelo nome, o que sugere que o ataque foi planejado com antecedência. De acordo com a polícia francesa, após fazer os disparos, os atiradores fugiram em um carro Citroen preto dirigido por um quarto homem do grupo. Eles foram até a região da estação de Porte de Pantin, no nordeste de Paris, onde abandonaram o veículo e sequestraram um outro, expulsando o motorista na rua. Os atiradores ainda estão foragidos.
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As razões da quebradeira dos Estados
Depois que os hospitais do Rio de Janeiro colapsaram por atraso no pagamento de médicos e enfermeiros, o desastre nas finanças estaduais entrou de vez no radar da opinião pública. Ao contrário do rombo do Tesouro Nacional - que tem profundas implicações na economia, mas não é tão perceptível para o cidadão - a quebradeira dos Estados é sentida diretamente pelas pessoas. Não é só o Rio de Janeiro que está com problemas financeiros. Pelo menos Rio Grande do Sul e Minas Gerais atrasaram pagamentos dos décimos terceiros salários dos servidores públicos. Em Minas, o governo não sabe como pagará os salários dos próximos meses. Os governadores culpam a recessão, que reduziu a receita com o ICMS e outros impostos, e dívidas deixadas pelos governos anteriores, mas o problema é muito mais grave e estrutural. No primeiro mandato, a presidente Dilma autorizou o aumento do limite de endividamento para os Estados, permitindo que eles captassem bilhões e bilhões com bancos e organismos internacionais, para custear obras de infraestrutura e saneamento. Na época, Dilma disse que os Estados "abrirem espaço para investimento, ter finanças equilibradas e, ao mesmo tempo, serem capazes de investir, é uma conquista do Brasil". A mudança quebrava uma regra de ouro da renegociação das dívidas dos Estados com a União no governo FHC, que impedia que os governadores tomassem mais dinheiro emprestado e contratassem novas despesas. O ex-ministro Guido Mantega foi ainda mais longe e afirmou que os Estados contribuiriam para um círculo virtuoso. "Eles investem, o país cresce, aumenta a arrecadação e a situação fiscal melhora", disse. A avaliação não poderia estar mais equivocada. A maioria dos Estados não utilizou os novos recursos para investir em infraestrutura, mas deslocou o dinheiro para bancar e até elevar sua já onerosa folha de pagamentos. "Quando o crédito foi cortado, os Estados ficaram sem recursos para investimento e uma folha de pagamento alta para pagar. É o típico caso de dar corda para enforcado", disse à coluna Bernard Appy, um dos maiores especialistas em tributação do país e ex-secretário executivo do ministro da Fazenda na gestão do ex-ministro Antonio Palocci. Também há outras razões para o caos, como aumentos salariais concedidos por antecessores que tem impacto para vários anos. Ou ainda o peso dos reajustes do salário mínimo em parcelas significativas das folhas de pagamento estaduais. A solução que vem sendo encontrada pelos governadores é a mesma de sempre: ao invés de cortar gastos, aumentam tributos, que vão reduzir ainda mais a renda da população e os investimentos das empresas, agravando a recessão e gerando inflação. É mais um erro de política econômica que vai custar caro ao país. Só que, dessa vez, o problema estará evidente nos doentes barrados na porta dos hospitais, nas famílias de servidores com salário atrasado que não pagam suas contas e etc, etc, etc.
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As razões da quebradeira dos EstadosDepois que os hospitais do Rio de Janeiro colapsaram por atraso no pagamento de médicos e enfermeiros, o desastre nas finanças estaduais entrou de vez no radar da opinião pública. Ao contrário do rombo do Tesouro Nacional - que tem profundas implicações na economia, mas não é tão perceptível para o cidadão - a quebradeira dos Estados é sentida diretamente pelas pessoas. Não é só o Rio de Janeiro que está com problemas financeiros. Pelo menos Rio Grande do Sul e Minas Gerais atrasaram pagamentos dos décimos terceiros salários dos servidores públicos. Em Minas, o governo não sabe como pagará os salários dos próximos meses. Os governadores culpam a recessão, que reduziu a receita com o ICMS e outros impostos, e dívidas deixadas pelos governos anteriores, mas o problema é muito mais grave e estrutural. No primeiro mandato, a presidente Dilma autorizou o aumento do limite de endividamento para os Estados, permitindo que eles captassem bilhões e bilhões com bancos e organismos internacionais, para custear obras de infraestrutura e saneamento. Na época, Dilma disse que os Estados "abrirem espaço para investimento, ter finanças equilibradas e, ao mesmo tempo, serem capazes de investir, é uma conquista do Brasil". A mudança quebrava uma regra de ouro da renegociação das dívidas dos Estados com a União no governo FHC, que impedia que os governadores tomassem mais dinheiro emprestado e contratassem novas despesas. O ex-ministro Guido Mantega foi ainda mais longe e afirmou que os Estados contribuiriam para um círculo virtuoso. "Eles investem, o país cresce, aumenta a arrecadação e a situação fiscal melhora", disse. A avaliação não poderia estar mais equivocada. A maioria dos Estados não utilizou os novos recursos para investir em infraestrutura, mas deslocou o dinheiro para bancar e até elevar sua já onerosa folha de pagamentos. "Quando o crédito foi cortado, os Estados ficaram sem recursos para investimento e uma folha de pagamento alta para pagar. É o típico caso de dar corda para enforcado", disse à coluna Bernard Appy, um dos maiores especialistas em tributação do país e ex-secretário executivo do ministro da Fazenda na gestão do ex-ministro Antonio Palocci. Também há outras razões para o caos, como aumentos salariais concedidos por antecessores que tem impacto para vários anos. Ou ainda o peso dos reajustes do salário mínimo em parcelas significativas das folhas de pagamento estaduais. A solução que vem sendo encontrada pelos governadores é a mesma de sempre: ao invés de cortar gastos, aumentam tributos, que vão reduzir ainda mais a renda da população e os investimentos das empresas, agravando a recessão e gerando inflação. É mais um erro de política econômica que vai custar caro ao país. Só que, dessa vez, o problema estará evidente nos doentes barrados na porta dos hospitais, nas famílias de servidores com salário atrasado que não pagam suas contas e etc, etc, etc.
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Dilma não é Collor, diz Aloysio
BRASÍLIA - Vice na chapa de Aécio Neves em 2014, o senador Aloysio Nunes pede cautela com a pregação pela derrubada de Dilma Rousseff. O tucano se diz preocupado com o acirramento dos ânimos e recomenda prudência aos colegas da oposição. "No momento, não vejo base para o impeachment. Não se pode brincar com isso", afirma. Aloysio diz ver pouco em comum entre a presidente e Fernando Collor, afastado em 1992. "O que há de semelhante é a decepção do eleitorado com as mentiras da campanha. Mas as diferenças entre os dois são evidentes", observa o senador. "Collor era um político sozinho, sem partido, e teve um comportamento pessoal chocante como presidente. Era um personagem burlesco no poder. Dilma tem respeitabilidade pessoal, tem um partido e tem o apoio de movimentos sociais." Para o tucano, um pedido de impeachment pode jogar o país num ambiente de instabilidade. "Esses processos demoram, geram tensionamento. Pode haver um desdobramento dramático", alerta. "O clima de radicalização é preocupante. O Lula vai tentar mobilizar esse pessoal, e a Dilma dá a impressão de que não vai se render facilmente. Ela vai brigar, vai lutar pelo mandato." Aloysio diz que a oposição deve refletir sobre as consequências de um afastamento da presidente. "Muita gente no PMDB está excitada com a hipótese de a Dilma sofrer impeachment e o Temer assumir", ironiza. Para ele, o PSDB não deverá aderir automaticamente a uma eventual gestão do vice. "Talvez seja o ideal para o Lula. A gente entra no governo, e ele fica livre para fazer oposição e sair candidato em 2018." O tucano foi apontado pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, delator da Lava Jato, como destinatário de dinheiro de caixa dois. Ele sustenta que só recebeu doações legais e afirma viver uma "situação kafkiana". "É absurdo imaginar que eu tivesse influência na Petrobras. Seria um crime impossível", diz o senador.
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Dilma não é Collor, diz AloysioBRASÍLIA - Vice na chapa de Aécio Neves em 2014, o senador Aloysio Nunes pede cautela com a pregação pela derrubada de Dilma Rousseff. O tucano se diz preocupado com o acirramento dos ânimos e recomenda prudência aos colegas da oposição. "No momento, não vejo base para o impeachment. Não se pode brincar com isso", afirma. Aloysio diz ver pouco em comum entre a presidente e Fernando Collor, afastado em 1992. "O que há de semelhante é a decepção do eleitorado com as mentiras da campanha. Mas as diferenças entre os dois são evidentes", observa o senador. "Collor era um político sozinho, sem partido, e teve um comportamento pessoal chocante como presidente. Era um personagem burlesco no poder. Dilma tem respeitabilidade pessoal, tem um partido e tem o apoio de movimentos sociais." Para o tucano, um pedido de impeachment pode jogar o país num ambiente de instabilidade. "Esses processos demoram, geram tensionamento. Pode haver um desdobramento dramático", alerta. "O clima de radicalização é preocupante. O Lula vai tentar mobilizar esse pessoal, e a Dilma dá a impressão de que não vai se render facilmente. Ela vai brigar, vai lutar pelo mandato." Aloysio diz que a oposição deve refletir sobre as consequências de um afastamento da presidente. "Muita gente no PMDB está excitada com a hipótese de a Dilma sofrer impeachment e o Temer assumir", ironiza. Para ele, o PSDB não deverá aderir automaticamente a uma eventual gestão do vice. "Talvez seja o ideal para o Lula. A gente entra no governo, e ele fica livre para fazer oposição e sair candidato em 2018." O tucano foi apontado pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, delator da Lava Jato, como destinatário de dinheiro de caixa dois. Ele sustenta que só recebeu doações legais e afirma viver uma "situação kafkiana". "É absurdo imaginar que eu tivesse influência na Petrobras. Seria um crime impossível", diz o senador.
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Confira o tablet projetor e outras bugigangas tecnológicas
Toda terça-feira, "Tec" divulga os mais legais itens do mundo da tecnologia que estão à venda, tanto no Brasil quanto lá fora. Confira, na galeria de imagens abaixo, a coletânea das melhores compras tecnológicas desta semana:
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Confira o tablet projetor e outras bugigangas tecnológicasToda terça-feira, "Tec" divulga os mais legais itens do mundo da tecnologia que estão à venda, tanto no Brasil quanto lá fora. Confira, na galeria de imagens abaixo, a coletânea das melhores compras tecnológicas desta semana:
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Pela primeira vez, China lidera os gastos com futebol do Brasil
Pela primeira vez na história, a China foi o país que mais gastou dinheiro na contratação de jogadores da elite do futebol brasileiro. Na janela de transferências da temporada 2014/2015, o país asiático gastou R$ 119 milhões com a compra de seis atletas de times da Série A do Brasileiro –e esse valor poderia ter sido maior se a transferência de Jadson do Corinthians para o Jiangsu Sainty tivesse dado certo. A janela de negociações para a China se encerrou nesta sexta-feira (27). O valor gasto pelos chineses no Brasil nesta janela de transferências foi um terço maior do que o desembolsado por clubes portugueses, R$ 79 milhões. Os times de Portugal, contudo, levaram o dobro de jogadores de times da elite do Brasil. Foram 12. Ou seja, a China levou menos atletas que Portugal, mas esses têm qualidade bastante superior aos "exportados" para o país europeu. Os chineses bateram mercados que tradicionalmente procuram reforços no Brasil. Além de Portugal, superou Espanha, Alemanha e Itália. Deixou para trás também a Ucrânia, país emergente no futebol que, nos últimos dez anos, foi o principal investidor no Brasil em quatro deles. Agora, porém, devido aos conflitos com os separatistas pró-Rússia, a Ucrânia reduziu os gastos com futebol. A principal negociação chinesa foi a aquisição de Ricardo Goulart pelo Guangzhou Evergrande, que desembolsou R$ 45 milhões pelo ex-meia do Cruzeiro de 23 anos. Trata-se do maior valor já pago por um clube chinês para um atleta do futebol. O meia-atacante conquistou prestígio ao frequentar as listas de convocação do técnico Dunga para a seleção depois da Copa de 2014. Além dele, deixou o Brasil para jogar com os chineses o centroavante titular da seleção, Diego Tardelli, 29, vendido pelo Atlético-MG para o Shandong Luneng, que é treinado pelo brasileiro Cuca, por R$ 21 milhões. Outros dois centroavantes que se destacaram em 2014, o argentino Hernán Barcos e o boliviano Marcelo Moreno, saíram de clubes brasileiros rumo à China. PESO DOS CONGLOMERADOS A liga chinesa, criada apenas em 2004, já ocupa a nona posição no ranking das que mais investem em contratações em todo o planeta. A enxurrada de dinheiro vem principalmente de conglomerados como a gigante do comércio digital Alibaba (dona de 50% do Guangzhou Evergrande) e a maior estatal do setor elétrico do mundo, State Grid (proprietária do Shandong Luneng). A ascensão dos gastos chineses com o futebol brasileiro impressiona. Na temporada 2010/2011, ficou em 8º lugar como o país que mais pagou em aquisições de atletas da elite do Brasil, com R$ 15,4 milhões. Em 2011/2012, a China pulou para quarta posição; na temporada seguinte, recuou para quinto. Na temporada passada, foi terceiro, perdendo para a Ucrânia e Espanha, que contabilizou a milionária ida de Neymar para o Barcelona. Editoria de Arte/Folhapress
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Pela primeira vez, China lidera os gastos com futebol do BrasilPela primeira vez na história, a China foi o país que mais gastou dinheiro na contratação de jogadores da elite do futebol brasileiro. Na janela de transferências da temporada 2014/2015, o país asiático gastou R$ 119 milhões com a compra de seis atletas de times da Série A do Brasileiro –e esse valor poderia ter sido maior se a transferência de Jadson do Corinthians para o Jiangsu Sainty tivesse dado certo. A janela de negociações para a China se encerrou nesta sexta-feira (27). O valor gasto pelos chineses no Brasil nesta janela de transferências foi um terço maior do que o desembolsado por clubes portugueses, R$ 79 milhões. Os times de Portugal, contudo, levaram o dobro de jogadores de times da elite do Brasil. Foram 12. Ou seja, a China levou menos atletas que Portugal, mas esses têm qualidade bastante superior aos "exportados" para o país europeu. Os chineses bateram mercados que tradicionalmente procuram reforços no Brasil. Além de Portugal, superou Espanha, Alemanha e Itália. Deixou para trás também a Ucrânia, país emergente no futebol que, nos últimos dez anos, foi o principal investidor no Brasil em quatro deles. Agora, porém, devido aos conflitos com os separatistas pró-Rússia, a Ucrânia reduziu os gastos com futebol. A principal negociação chinesa foi a aquisição de Ricardo Goulart pelo Guangzhou Evergrande, que desembolsou R$ 45 milhões pelo ex-meia do Cruzeiro de 23 anos. Trata-se do maior valor já pago por um clube chinês para um atleta do futebol. O meia-atacante conquistou prestígio ao frequentar as listas de convocação do técnico Dunga para a seleção depois da Copa de 2014. Além dele, deixou o Brasil para jogar com os chineses o centroavante titular da seleção, Diego Tardelli, 29, vendido pelo Atlético-MG para o Shandong Luneng, que é treinado pelo brasileiro Cuca, por R$ 21 milhões. Outros dois centroavantes que se destacaram em 2014, o argentino Hernán Barcos e o boliviano Marcelo Moreno, saíram de clubes brasileiros rumo à China. PESO DOS CONGLOMERADOS A liga chinesa, criada apenas em 2004, já ocupa a nona posição no ranking das que mais investem em contratações em todo o planeta. A enxurrada de dinheiro vem principalmente de conglomerados como a gigante do comércio digital Alibaba (dona de 50% do Guangzhou Evergrande) e a maior estatal do setor elétrico do mundo, State Grid (proprietária do Shandong Luneng). A ascensão dos gastos chineses com o futebol brasileiro impressiona. Na temporada 2010/2011, ficou em 8º lugar como o país que mais pagou em aquisições de atletas da elite do Brasil, com R$ 15,4 milhões. Em 2011/2012, a China pulou para quarta posição; na temporada seguinte, recuou para quinto. Na temporada passada, foi terceiro, perdendo para a Ucrânia e Espanha, que contabilizou a milionária ida de Neymar para o Barcelona. Editoria de Arte/Folhapress
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Sindicato dos servidores do IBGE critica escolha de novo presidente
A escolha do economista Paulo Rabello de Castro para ocupar a presidência do IBGE, no lugar de Wasmália Bivar, foi recebida com críticas nesta quarta-feira (1º) pelo sindicato nacional dos servidores do instituto. Em nota divulgada em seu site, o sindicato dos servidores (Assibge) critica as relações de Rabello de Castro com o setor privado. Ele é fundador da agência de riscos SR Rating e da consultoria RC Consultores. "Consideramos um retrocesso a indicação de uma pessoa de fora dos quadros da instituição para ocupar a presidência", afirma a nota no sindicato, que se refere ao futuro presidente como "um homem do mundo empresarial". Segundo uma pesquisadora de carreira do órgão, que pediu para não ser identificada, o mais preocupante é que a consultoria de Rabello de Castro vende serviços de previsões econômica para empresas privadas. "Ele como presidente da instituição terá acesso privilegiado a informações econômicas, algumas com mais de 24 horas de antecedência. Não duvidamos da honestidade dele, mas estamos falando de um órgão de Estado", disse a pesquisadora. O IBGE tem sido comandado, desde o primeiro governo Lula, por técnicos e funcionários de carreira. O primeiro deles foi Eduardo Pereira Nunes, que comandou o instituto de 2003 a 2011. Depois veio Wasmália, que assumiu em 2011. Antes deles, contudo, o IBGE já foi comandado por pessoas de fora. Foi o caso do sociólogo Simon Schwartzman, de 1994 a 1998, e depois o economista Sérgio Besserman Vianna, de 1999 a 2003. Outra técnica afirma que mesmo os antigos presidentes que não eram funcionários de carreira do órgão tinham perfil diferente de Rabello de Castro. "Eram presidentes ligados ao ambiente acadêmico, científico. Tinha um perfil bastante diferente do atual", disse ela. O sindicato dos servidores do IBGE defende o fim das indicações políticas, com a criação de um congresso institucional (servidores, acadêmicos, órgãos) para votar um nome para presidência, como ocorre atualmente na Fiocruz. MUDANÇA Nesta quarta-feira (1º), em conversa com jornalistas na sede do IBGE, no Rio, Wasmália disse que não esperava ser desligada da presidência do órgão e que soube pela imprensa dos rumores de sua substituição. "Fiquei sabendo pela imprensa. Depois, o Paulo Rabello de Castro me ligou falando que iria assumir meu cargo. Só mais tarde, às 22h de ontem [terça-feira] fui avisada pelo Ministério do Planejamento", disse Wasmália.
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Sindicato dos servidores do IBGE critica escolha de novo presidenteA escolha do economista Paulo Rabello de Castro para ocupar a presidência do IBGE, no lugar de Wasmália Bivar, foi recebida com críticas nesta quarta-feira (1º) pelo sindicato nacional dos servidores do instituto. Em nota divulgada em seu site, o sindicato dos servidores (Assibge) critica as relações de Rabello de Castro com o setor privado. Ele é fundador da agência de riscos SR Rating e da consultoria RC Consultores. "Consideramos um retrocesso a indicação de uma pessoa de fora dos quadros da instituição para ocupar a presidência", afirma a nota no sindicato, que se refere ao futuro presidente como "um homem do mundo empresarial". Segundo uma pesquisadora de carreira do órgão, que pediu para não ser identificada, o mais preocupante é que a consultoria de Rabello de Castro vende serviços de previsões econômica para empresas privadas. "Ele como presidente da instituição terá acesso privilegiado a informações econômicas, algumas com mais de 24 horas de antecedência. Não duvidamos da honestidade dele, mas estamos falando de um órgão de Estado", disse a pesquisadora. O IBGE tem sido comandado, desde o primeiro governo Lula, por técnicos e funcionários de carreira. O primeiro deles foi Eduardo Pereira Nunes, que comandou o instituto de 2003 a 2011. Depois veio Wasmália, que assumiu em 2011. Antes deles, contudo, o IBGE já foi comandado por pessoas de fora. Foi o caso do sociólogo Simon Schwartzman, de 1994 a 1998, e depois o economista Sérgio Besserman Vianna, de 1999 a 2003. Outra técnica afirma que mesmo os antigos presidentes que não eram funcionários de carreira do órgão tinham perfil diferente de Rabello de Castro. "Eram presidentes ligados ao ambiente acadêmico, científico. Tinha um perfil bastante diferente do atual", disse ela. O sindicato dos servidores do IBGE defende o fim das indicações políticas, com a criação de um congresso institucional (servidores, acadêmicos, órgãos) para votar um nome para presidência, como ocorre atualmente na Fiocruz. MUDANÇA Nesta quarta-feira (1º), em conversa com jornalistas na sede do IBGE, no Rio, Wasmália disse que não esperava ser desligada da presidência do órgão e que soube pela imprensa dos rumores de sua substituição. "Fiquei sabendo pela imprensa. Depois, o Paulo Rabello de Castro me ligou falando que iria assumir meu cargo. Só mais tarde, às 22h de ontem [terça-feira] fui avisada pelo Ministério do Planejamento", disse Wasmália.
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Odebrecht tenta evitar racha entre delatores
Uma divergência entre os depoimentos de Marcelo Odebrecht e de um outro ex-executivo da empreiteira levou a Odebrecht a convocar reuniões para debater o alinhamento entre delatores na Operação Lava Jato. Os delatores foram convidados para o encontro a pretexto de serem atualizados sobre o andamento dos processos decorrentes das delações premiadas. Chegando lá, porém, o assunto principal foi a discrepância nos relatos à Justiça. A orientação da companhia foi a de que os delatores devem evitar contradições. Há um mês, em depoimento ao juiz Sergio Moro, na ação penal sobre a compra de um terreno para o Instituto Lula, Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo, cobrou publicamente que seus ex-subordinados evitem "omissões e mentiras" em seus relatos. Essa mesma audiência escancarou um desacordo entre o empreiteiro e o ex-executivo da Odebrecht Realizações Paulo Melo, réu sob acusação de lavar dinheiro para Lula. Marcelo disse ter informado Melo que a empresa arcaria com a compra do terreno do instituto, em 2010, e que debitaria os gastos de uma espécie de conta-corrente de repasses clandestinos do grupo com o PT. Também disse que o ex-executivo coordenou pagamentos para o projeto. O subordinado, porém, negou que tivesse conhecimento de detalhes sobre a propina. Disse a Moro que não cuidou dos pagamentos e que não via na época ilegalidade na atuação da empreiteira junto ao Instituto Lula. A defesa de Melo vai pedir a absolvição dele nas alegações finais. Mesmo tendo fechado o acordo de delação em conjunto, cada delator da Odebrecht geralmente possui advogado próprio nas ações penais. Uma eventual absolvição perante Moro pode ajudar o réu a postergar o cumprimento da pena já acertada no acordo de delação. O acordo feito entre delatores e Ministério Público Federal era que os executivos começariam a cumprir pena imediatamente após a validação da colaboração premiada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Conforme a Folha mostrou na semana passada, despacho da presidente do STF, Cármen Lúcia, abre a possibilidade de que os delatores só passem a cumprir a punição combinada após o fim dos processos, o que pode levar anos. Entre os 77 delatores, apenas Marcelo Odebrecht está preso hoje e somente outros quatro já receberam condenações. A maioria não virou réu. Na audiência com Moro em setembro, o empresário disse: "Nossos colaboradores precisam virar a chave. Eles não podem se omitir de responsabilidades porque dificulta a elucidação do caso".
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Odebrecht tenta evitar racha entre delatoresUma divergência entre os depoimentos de Marcelo Odebrecht e de um outro ex-executivo da empreiteira levou a Odebrecht a convocar reuniões para debater o alinhamento entre delatores na Operação Lava Jato. Os delatores foram convidados para o encontro a pretexto de serem atualizados sobre o andamento dos processos decorrentes das delações premiadas. Chegando lá, porém, o assunto principal foi a discrepância nos relatos à Justiça. A orientação da companhia foi a de que os delatores devem evitar contradições. Há um mês, em depoimento ao juiz Sergio Moro, na ação penal sobre a compra de um terreno para o Instituto Lula, Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo, cobrou publicamente que seus ex-subordinados evitem "omissões e mentiras" em seus relatos. Essa mesma audiência escancarou um desacordo entre o empreiteiro e o ex-executivo da Odebrecht Realizações Paulo Melo, réu sob acusação de lavar dinheiro para Lula. Marcelo disse ter informado Melo que a empresa arcaria com a compra do terreno do instituto, em 2010, e que debitaria os gastos de uma espécie de conta-corrente de repasses clandestinos do grupo com o PT. Também disse que o ex-executivo coordenou pagamentos para o projeto. O subordinado, porém, negou que tivesse conhecimento de detalhes sobre a propina. Disse a Moro que não cuidou dos pagamentos e que não via na época ilegalidade na atuação da empreiteira junto ao Instituto Lula. A defesa de Melo vai pedir a absolvição dele nas alegações finais. Mesmo tendo fechado o acordo de delação em conjunto, cada delator da Odebrecht geralmente possui advogado próprio nas ações penais. Uma eventual absolvição perante Moro pode ajudar o réu a postergar o cumprimento da pena já acertada no acordo de delação. O acordo feito entre delatores e Ministério Público Federal era que os executivos começariam a cumprir pena imediatamente após a validação da colaboração premiada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Conforme a Folha mostrou na semana passada, despacho da presidente do STF, Cármen Lúcia, abre a possibilidade de que os delatores só passem a cumprir a punição combinada após o fim dos processos, o que pode levar anos. Entre os 77 delatores, apenas Marcelo Odebrecht está preso hoje e somente outros quatro já receberam condenações. A maioria não virou réu. Na audiência com Moro em setembro, o empresário disse: "Nossos colaboradores precisam virar a chave. Eles não podem se omitir de responsabilidades porque dificulta a elucidação do caso".
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Justiça suspende ordem de Trump para deportar imigrantes e refugiados
A Justiça Federal dos EUA aceitou na noite deste sábado (28) um pedido da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, da sigla em inglês) para suspender as deportações de refugiados e cidadãos de sete países de maioria muçulmana (Irã, Iraque, Líbia, Sudão, Somália e Síria) barrados nos aeroportos americanos após decreto assinado pelo presidente Donald Trump. A ação foi interposta depois que dois iraquianos foram detidos na noite de sexta-feira (27) no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York. O grupo estima que entre 100 e 200 pessoas foram afetadas até o momento pelo decreto. Nomeada pelo ex-presidente Barack Obama, a juíza Ann M. Donnelly, da Corte Federal do Brooklyn, afirmou em sua sentença que a implementação da ordem de Trump e o envio dos viajantes de volta para seus países pode causar a eles "danos irreparáveis". A magistrada cobrou ainda que o governo uma lista com os nomes de todas as pessoas retidas nos aeroportos do país nos últimos dois dias. Assinada na sexta-feira, a medida suspende a entrada de refugiados em território americano por pelo menos 120 dias e impõe estritos novos controles durante três meses contra viajantes procedentes de Irã, Iraque, Líbia, Somália, Síria e Iêmen. Mais cedo, Trump afirmou que sua ofensiva contra a imigração muçulmana está funcionando "muito bem". "Está funcionando muito bem. Vê-se nos aeroportos, vê-se em todas as partes", disse a jornalistas, depois que passageiros procedentes dos países citados terem sido impedidos de embarcar em voos com destino aos Estados Unidos. A medida gerou protestos nos aeroportos de Nova York, Washington, Chicago, Minneapolis, Denver, Los Angeles, San Francisco e Dallas. Entre os que foram barrados no embarque, um cientista iraniano que vinha com uma bolsa para estudar em Harvard, uma família síria que vinha como refugiada, um iraniano estudante de doutorado na Universidade Yale, cinco iraquianos e um iemenita no aeroporto do Cairo. Embora tivessem vistos, foram obrigados a voltar para seus países de origem. O decreto vai impedir que o diretor iraniano Asghar Farhadi, que venceu o Oscar pelo filme "A Separação" que concorre ao prêmio deste ano com "O Apartamento", vá a Los Angeles para participar da cerimônia em fevereiro. O veto está sendo aplicado também a pessoas que têm autorização para morar nos EUA, o "green card". Ao assinar o decreto, Trump evocou os atentados de 11 de setembro em Nova York, em 2001 –mas a maioria dos 19 terroristas eram da Arábia Saudita, e os outros eram do Líbano, Egitos e Emirados Árabes– todos países que estão fora do veto do decreto, e cujos indivíduos não estão barrados nos EUA. IRÃ No sábado (28), o governo iraniano classificou a medida de Trump como "uma afronta ao mundo islâmico e à nação iraniana" e prometeu que irá retaliar, impedindo a entrada de cidadãos americanos no país. Em 2015, segundo dados do Departamento de Segurança Interna dos EUA, foram concedidos vistos de não imigrantes para 35.266 iranianos entrarem nos EUA, 21.381 iraquianos, 16.010 para a Síria, 5.549 para o Iêmen, 4.792 para o Sudão, 2.879 para a Líbia e 359 para Somália. Os países já fazem parte de uma lista que exige verificação detalhada dos antecedentes dos requerentes de visto, e os iranianos tem taxa de recusa de 40%.
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Justiça suspende ordem de Trump para deportar imigrantes e refugiadosA Justiça Federal dos EUA aceitou na noite deste sábado (28) um pedido da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, da sigla em inglês) para suspender as deportações de refugiados e cidadãos de sete países de maioria muçulmana (Irã, Iraque, Líbia, Sudão, Somália e Síria) barrados nos aeroportos americanos após decreto assinado pelo presidente Donald Trump. A ação foi interposta depois que dois iraquianos foram detidos na noite de sexta-feira (27) no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York. O grupo estima que entre 100 e 200 pessoas foram afetadas até o momento pelo decreto. Nomeada pelo ex-presidente Barack Obama, a juíza Ann M. Donnelly, da Corte Federal do Brooklyn, afirmou em sua sentença que a implementação da ordem de Trump e o envio dos viajantes de volta para seus países pode causar a eles "danos irreparáveis". A magistrada cobrou ainda que o governo uma lista com os nomes de todas as pessoas retidas nos aeroportos do país nos últimos dois dias. Assinada na sexta-feira, a medida suspende a entrada de refugiados em território americano por pelo menos 120 dias e impõe estritos novos controles durante três meses contra viajantes procedentes de Irã, Iraque, Líbia, Somália, Síria e Iêmen. Mais cedo, Trump afirmou que sua ofensiva contra a imigração muçulmana está funcionando "muito bem". "Está funcionando muito bem. Vê-se nos aeroportos, vê-se em todas as partes", disse a jornalistas, depois que passageiros procedentes dos países citados terem sido impedidos de embarcar em voos com destino aos Estados Unidos. A medida gerou protestos nos aeroportos de Nova York, Washington, Chicago, Minneapolis, Denver, Los Angeles, San Francisco e Dallas. Entre os que foram barrados no embarque, um cientista iraniano que vinha com uma bolsa para estudar em Harvard, uma família síria que vinha como refugiada, um iraniano estudante de doutorado na Universidade Yale, cinco iraquianos e um iemenita no aeroporto do Cairo. Embora tivessem vistos, foram obrigados a voltar para seus países de origem. O decreto vai impedir que o diretor iraniano Asghar Farhadi, que venceu o Oscar pelo filme "A Separação" que concorre ao prêmio deste ano com "O Apartamento", vá a Los Angeles para participar da cerimônia em fevereiro. O veto está sendo aplicado também a pessoas que têm autorização para morar nos EUA, o "green card". Ao assinar o decreto, Trump evocou os atentados de 11 de setembro em Nova York, em 2001 –mas a maioria dos 19 terroristas eram da Arábia Saudita, e os outros eram do Líbano, Egitos e Emirados Árabes– todos países que estão fora do veto do decreto, e cujos indivíduos não estão barrados nos EUA. IRÃ No sábado (28), o governo iraniano classificou a medida de Trump como "uma afronta ao mundo islâmico e à nação iraniana" e prometeu que irá retaliar, impedindo a entrada de cidadãos americanos no país. Em 2015, segundo dados do Departamento de Segurança Interna dos EUA, foram concedidos vistos de não imigrantes para 35.266 iranianos entrarem nos EUA, 21.381 iraquianos, 16.010 para a Síria, 5.549 para o Iêmen, 4.792 para o Sudão, 2.879 para a Líbia e 359 para Somália. Os países já fazem parte de uma lista que exige verificação detalhada dos antecedentes dos requerentes de visto, e os iranianos tem taxa de recusa de 40%.
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No vôlei de praia, brasileiras perdem para alemãs e agora disputam bronze
PLÍNIO FRAGA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO Dupla até então invicta no vôlei de praia e com melhor índice técnico até as semifinais, as brasileiras Larissa Maestrini, 34, e Talita Rocha, 33, foram derrotadas pelas alemãs Laura Ludwig, 30, e Kira Walkenhorst, 25, por 2 a 0 (21/18; 21/18) e saíram da disputa pelo ouro. As brasileiras jogam nesta quarta-feira à noite pelo bronze, contra a dupla perdedora do confronto entre as também brasileiras Ágatha/Bárbara e as americanas Kerri Walsh Jennings e April Ross, cuja partida começa às 23h50 desta terça. No primeiro set, Larissa e Talita chegaram a liderar o placar por 14 a 11. Com excelentes defesas de Ludwig, as alemãs passaram a dominar o jogo, viraram o placar e venceram por 21 a 18. O resultado desequilibrou a equipe brasileira. As alemãs abriram 7 a 2 no placar no segundo set e mantiveram o controle do jogo até a vitória por 21 a 18. "Elas jogaram melhor do que nós. Não conseguimos fazer o que queríamos. Estávamos numa situação boa e deixamos que eles revertessem. Pecamos na virada de bola e no sistema defensivo", disse Larrissa. Larrissa havia se aposentado, após a medalha de bronze em Londres-08. Voltou para tentar nova medalha em 2016, mas não quis antecipar se a disputa pelo bronze significará sua aposentadoria em definitivo. "Não estou pensando nisso ainda. Vou pensar na próxima partida." Talita afirmou que a dupla entrará em quadra para jogar sua sétima final. "Vamos entrar com garra, mesmo sabendo que será difícil. Serão dois times vindos de uma derrota dolorosa. Quem se recuperar mais rapidamente vencerá.".
esporte
No vôlei de praia, brasileiras perdem para alemãs e agora disputam bronze PLÍNIO FRAGA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO Dupla até então invicta no vôlei de praia e com melhor índice técnico até as semifinais, as brasileiras Larissa Maestrini, 34, e Talita Rocha, 33, foram derrotadas pelas alemãs Laura Ludwig, 30, e Kira Walkenhorst, 25, por 2 a 0 (21/18; 21/18) e saíram da disputa pelo ouro. As brasileiras jogam nesta quarta-feira à noite pelo bronze, contra a dupla perdedora do confronto entre as também brasileiras Ágatha/Bárbara e as americanas Kerri Walsh Jennings e April Ross, cuja partida começa às 23h50 desta terça. No primeiro set, Larissa e Talita chegaram a liderar o placar por 14 a 11. Com excelentes defesas de Ludwig, as alemãs passaram a dominar o jogo, viraram o placar e venceram por 21 a 18. O resultado desequilibrou a equipe brasileira. As alemãs abriram 7 a 2 no placar no segundo set e mantiveram o controle do jogo até a vitória por 21 a 18. "Elas jogaram melhor do que nós. Não conseguimos fazer o que queríamos. Estávamos numa situação boa e deixamos que eles revertessem. Pecamos na virada de bola e no sistema defensivo", disse Larrissa. Larrissa havia se aposentado, após a medalha de bronze em Londres-08. Voltou para tentar nova medalha em 2016, mas não quis antecipar se a disputa pelo bronze significará sua aposentadoria em definitivo. "Não estou pensando nisso ainda. Vou pensar na próxima partida." Talita afirmou que a dupla entrará em quadra para jogar sua sétima final. "Vamos entrar com garra, mesmo sabendo que será difícil. Serão dois times vindos de uma derrota dolorosa. Quem se recuperar mais rapidamente vencerá.".
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Gravadora lança disco com registros de shows de João Gilberto e Stan Getz
João Gilberto tinha 44 anos quando subiu ao palco do clube Keystone Korner, em São Francisco, na Califórnia, em maio de 1976, para tocar ao lado do saxofonista norte-americano Stan Getz. Entre as canções apresentadas pelo grupo para o público que lotava o espaço, estavam pérolas como "Rosa Morena" e "Doralice" de Dorival Caymmi, "Eu Vim da Bahia", de Gilberto Gil, e "Águas de Março", lançada em 1972 por Tom Jobim. Nesta quarta (10), João Gilberto completa 84 anos e, 40 anos depois de seu show com Getz, gravações da apresentação acabam de ser recuperadas e serão lançadas (ouça trechos de quatro delas abaixo), ainda este ano, pela gravadora norte-americana Resonance Records. É PRECISO PERDOAR Ouça DORALICE Ouça EU VIM DA BAHIA Ouça RETRATO EM BRANCO E PRETO Ouça As apresentações no clube, que se estenderam por uma temporada de seis dias, traziam um reencontro da dupla que havia lançado em 1964 o clássico "Getz/Gilberto" –álbum que lançou ao mundo a canção "Garota de Ipanema", escrita por Tom Jobim e Vinicius de Moraes em 1962, e a transformou em um sucesso internacional. Mais de dez anos depois, em 1975, Getz e Gilberto gravaram um novo LP em estúdio, com participação da cantora Miúcha –ex-mulher do músico brasileiro–, "Best of Two Worlds". Foi neste disco, colocado nas lojas em 1976, que o repertório dos shows na Califórnia se baseou. Ao lado dos dois astros, os músicos Joanne Brackeen no piano, Clint Houston no baixo e Billy Hart na bateria. ABSTRATO O álbum terá o nome de "Getz/Gilberto '76", lembrando o título do disco de 1964 e trazendo na capa uma pintura da artista abstrata Olga Abizu (1924-2005), de Porto Rico, que ilustrou a capa do "Getz/Gilberto" original. Em abril, a Resonance Records lançou uma edição promocional, em vinil, com quatro faixas que estarão no álbum. A gravadora é especializada em raridades –acaba de lançar registros inéditos do saxofonista John Coltrane. Por telefone, Claudia Faissol, porta-voz de João e mãe de sua filha caçula, disse que o lançamento é oficial e foi autorizado pelo cantor. Questionada se João havia ouvido e gostado do resultado das gravações de 40 anos atrás, respondeu: "Ele ouviu sim. Está lindo o disco!". KEYSTONE CORNER Na história do jazz, alguns clubes especiais são tão importantes quanto gravadoras. Espaços como o Ronnie Scott's em Londres, o Village Vanguard em Nova York ou o Bottle's no Rio de Janeiro foram fundamentais na criação e disseminação da música de seus tempos e lugares. O Keystone Korner, em São Francisco, na Califórnia, funcionou entre 1972 e 1983, atraindo alguns dos principais artistas de jazz da época –Bill Evans, Art Blakey, Jimmy Smith e McCoy Tyner são alguns dos músicos que se apresentaram por lá e chegaram a lançar as gravações de seus shows no local em disco. O dono do espaço e produtor Todd Barkan, que recentemente recuperou as gravações de João Gilberto com Stan Getz e co-produziu o novo lançamento, respondeu algumas perguntas e lembrou momentos especiais da temporada de 1976. Folha - Você se lembra do impacto ao ouvir aquelas músicas ao vivo? Todd Barkan - Lembro que estávamos todos dançando pelo clube com as versões especialmente suingadas de "Doralice" e "Eu Vim da Bahia". Era especialmente impressionante a habilidade de João de continuar trazendo à tona, sem absolutamente nenhum vibrato na voz, sempre novas sutilezas e nuances emocionais à obra-prima de Jobim, "Águas de Março". Qual seu momento favorito entre as faixas gravadas? João havia gravado a hipnótica faixa "É Preciso Perdoar" em seu lendário "álbum branco" de 1973 e também no disco de estúdio que fez com Getz para a Columbia, "The Best of Two Worlds". João, Stan e o baterista Billy Hart faziam o tempo e os nossos corações pararem com esta canção e com leituras muito delicadas de "Retrato em Branco e Preto" e "Rosa Morena". Isso aconteceu em quase todos os 12 sets que fizeram aquela semana. O que mais lembra daquelas noites? Foram algumas das semanas mais tocantes e mágicas que tivemos nos anos de existência daquele clube de jazz hippie e psicodélico em North Beach, São Francisco. Para mim, foi música das mais emocionantes e hipnotizantes que já ouvi nos mais de 50 anos que trabalho com jazz. Em que formato o show foi registrado? Essas gravações foram feitas originalmente para arquivo, direto da mesa de som, em um gravador de fitas da marca TEAC. Ao longo dos anos, alguns amigos me ajudaram a transferir as fitas para arquivos digitais, para garantir que essa música preciosa não se perdesse no tempo e no espaço, independente de elas serem ou não lançadas comercialmente. Você considera a música de João Gilberto jazz? A música e o canto de João Gilberto nunca param de me emocionar de maneiras muito profundas, que nos recoloca em contato com a humanidade. É música que faz a batida cantar e o canto suingar, que conta sua própria história de um modo muito próprio e sedutor –que é a essência de todos os mais sublimes jazz que já foram tocados.
ilustrada
Gravadora lança disco com registros de shows de João Gilberto e Stan GetzJoão Gilberto tinha 44 anos quando subiu ao palco do clube Keystone Korner, em São Francisco, na Califórnia, em maio de 1976, para tocar ao lado do saxofonista norte-americano Stan Getz. Entre as canções apresentadas pelo grupo para o público que lotava o espaço, estavam pérolas como "Rosa Morena" e "Doralice" de Dorival Caymmi, "Eu Vim da Bahia", de Gilberto Gil, e "Águas de Março", lançada em 1972 por Tom Jobim. Nesta quarta (10), João Gilberto completa 84 anos e, 40 anos depois de seu show com Getz, gravações da apresentação acabam de ser recuperadas e serão lançadas (ouça trechos de quatro delas abaixo), ainda este ano, pela gravadora norte-americana Resonance Records. É PRECISO PERDOAR Ouça DORALICE Ouça EU VIM DA BAHIA Ouça RETRATO EM BRANCO E PRETO Ouça As apresentações no clube, que se estenderam por uma temporada de seis dias, traziam um reencontro da dupla que havia lançado em 1964 o clássico "Getz/Gilberto" –álbum que lançou ao mundo a canção "Garota de Ipanema", escrita por Tom Jobim e Vinicius de Moraes em 1962, e a transformou em um sucesso internacional. Mais de dez anos depois, em 1975, Getz e Gilberto gravaram um novo LP em estúdio, com participação da cantora Miúcha –ex-mulher do músico brasileiro–, "Best of Two Worlds". Foi neste disco, colocado nas lojas em 1976, que o repertório dos shows na Califórnia se baseou. Ao lado dos dois astros, os músicos Joanne Brackeen no piano, Clint Houston no baixo e Billy Hart na bateria. ABSTRATO O álbum terá o nome de "Getz/Gilberto '76", lembrando o título do disco de 1964 e trazendo na capa uma pintura da artista abstrata Olga Abizu (1924-2005), de Porto Rico, que ilustrou a capa do "Getz/Gilberto" original. Em abril, a Resonance Records lançou uma edição promocional, em vinil, com quatro faixas que estarão no álbum. A gravadora é especializada em raridades –acaba de lançar registros inéditos do saxofonista John Coltrane. Por telefone, Claudia Faissol, porta-voz de João e mãe de sua filha caçula, disse que o lançamento é oficial e foi autorizado pelo cantor. Questionada se João havia ouvido e gostado do resultado das gravações de 40 anos atrás, respondeu: "Ele ouviu sim. Está lindo o disco!". KEYSTONE CORNER Na história do jazz, alguns clubes especiais são tão importantes quanto gravadoras. Espaços como o Ronnie Scott's em Londres, o Village Vanguard em Nova York ou o Bottle's no Rio de Janeiro foram fundamentais na criação e disseminação da música de seus tempos e lugares. O Keystone Korner, em São Francisco, na Califórnia, funcionou entre 1972 e 1983, atraindo alguns dos principais artistas de jazz da época –Bill Evans, Art Blakey, Jimmy Smith e McCoy Tyner são alguns dos músicos que se apresentaram por lá e chegaram a lançar as gravações de seus shows no local em disco. O dono do espaço e produtor Todd Barkan, que recentemente recuperou as gravações de João Gilberto com Stan Getz e co-produziu o novo lançamento, respondeu algumas perguntas e lembrou momentos especiais da temporada de 1976. Folha - Você se lembra do impacto ao ouvir aquelas músicas ao vivo? Todd Barkan - Lembro que estávamos todos dançando pelo clube com as versões especialmente suingadas de "Doralice" e "Eu Vim da Bahia". Era especialmente impressionante a habilidade de João de continuar trazendo à tona, sem absolutamente nenhum vibrato na voz, sempre novas sutilezas e nuances emocionais à obra-prima de Jobim, "Águas de Março". Qual seu momento favorito entre as faixas gravadas? João havia gravado a hipnótica faixa "É Preciso Perdoar" em seu lendário "álbum branco" de 1973 e também no disco de estúdio que fez com Getz para a Columbia, "The Best of Two Worlds". João, Stan e o baterista Billy Hart faziam o tempo e os nossos corações pararem com esta canção e com leituras muito delicadas de "Retrato em Branco e Preto" e "Rosa Morena". Isso aconteceu em quase todos os 12 sets que fizeram aquela semana. O que mais lembra daquelas noites? Foram algumas das semanas mais tocantes e mágicas que tivemos nos anos de existência daquele clube de jazz hippie e psicodélico em North Beach, São Francisco. Para mim, foi música das mais emocionantes e hipnotizantes que já ouvi nos mais de 50 anos que trabalho com jazz. Em que formato o show foi registrado? Essas gravações foram feitas originalmente para arquivo, direto da mesa de som, em um gravador de fitas da marca TEAC. Ao longo dos anos, alguns amigos me ajudaram a transferir as fitas para arquivos digitais, para garantir que essa música preciosa não se perdesse no tempo e no espaço, independente de elas serem ou não lançadas comercialmente. Você considera a música de João Gilberto jazz? A música e o canto de João Gilberto nunca param de me emocionar de maneiras muito profundas, que nos recoloca em contato com a humanidade. É música que faz a batida cantar e o canto suingar, que conta sua própria história de um modo muito próprio e sedutor –que é a essência de todos os mais sublimes jazz que já foram tocados.
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O Brasil vive uma guerra de narrativas
Uma das questões mais difíceis de serem respondidas neste momento é se vivemos uma crise meramente política, por mais aguda que seja, ou se essa crise já se transformou numa crise de natureza constitucional. Uma das funções mais essenciais de uma constituição é habilitar que o conflito e a disputa política, inerentes a toda sociedade, possam ser institucionalmente processados. Para isso servem as eleições, os partidos, os parlamentos com suas barganhas inomináveis e um sistema subsidiário de resolução de conflitos, que é o Judiciário. Assim, por mais extremos que sejam os desacordos entre os diversos atores sociais e mesmo entre as instituições responsáveis por canalizar seus conflitos, enquanto esses desacordos estiverem sendo razoavelmente metabolizados institucionalmente, não há que se falar em crise constitucional. Em caso de crises políticas graves, as democracias constitucionais contam ainda com mecanismos institucionais especiais, como o estado de sítio, a intervenção federal ou o próprio impeachment, que devem ser disparados quando os instrumentos ordinários não se demonstram mais eficientes para estabilizá-las. A ativação desses mecanismos designa um agravamento da crise política, mas não necessariamente uma crise constitucional. É natural que no momento em que esses instrumentos, pouco utilizados na vida política ordinária, entram em ação, surja uma dura disputa interpretativa sobre como estão sendo implementados. É exatamente este tipo de disputa narrativa que parece ter se acirrado após a decisão do Senado Federal. De um lado, Senado e Câmara estão sendo acusados de terem dado um golpe na Constituição e no eleitorado ao ter cassado, sem base na lei, o mandato popular que foi legitimamente conferido à ex-presidente. De outro lado, o Senado também é acusado de estar violando a Constituição ao fatiar a votação e deixar de suspender os direitos políticos da ex-presidente, destituída do poder por fraudar as condições para o seu exercício. Essa guerra de narrativas constitucionais vai muito além de uma mera discordância jurídica sobre o modo como se comportou o parlamento. O Supremo, em menos de 24 horas, foi convocado para julgar qual dessas narrativas mais se conforma à estrutura e ao sentido da Constituição. Embora isso demonstre a clara falta de confiança no Senado como agente especial para a solução da crise política, também aponta que os atores em disputa continuam investindo nos canais institucionais para a resolução de seus conflitos. Ainda que o Supremo tenha uma jurisprudência razoavelmente assentada sobre os limites da sua interferência no processo de impeachment, a enxurrada de ações o obrigará a revisitar até onde será deferente ao Senado, ainda que dele discorde, e a partir de que momento se permitirá rever os atos do Senado. A questão fundamental é se a decisão do Supremo, qualquer que seja, será capaz de amenizar a atual guerra de narrativas, recompondo a lealdade constitucional, ou se acentuará o esgarçamento do diálogo político, intensificando os conflitos sociais e o desafio à institucionalidade. Se isso ocorrer, saberemos que a grave crise política terá se transformado numa verdadeira crise constitucional. Creio, no entanto, que nosso constitucionalismo se demonstrará mais uma vez resiliente.
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O Brasil vive uma guerra de narrativasUma das questões mais difíceis de serem respondidas neste momento é se vivemos uma crise meramente política, por mais aguda que seja, ou se essa crise já se transformou numa crise de natureza constitucional. Uma das funções mais essenciais de uma constituição é habilitar que o conflito e a disputa política, inerentes a toda sociedade, possam ser institucionalmente processados. Para isso servem as eleições, os partidos, os parlamentos com suas barganhas inomináveis e um sistema subsidiário de resolução de conflitos, que é o Judiciário. Assim, por mais extremos que sejam os desacordos entre os diversos atores sociais e mesmo entre as instituições responsáveis por canalizar seus conflitos, enquanto esses desacordos estiverem sendo razoavelmente metabolizados institucionalmente, não há que se falar em crise constitucional. Em caso de crises políticas graves, as democracias constitucionais contam ainda com mecanismos institucionais especiais, como o estado de sítio, a intervenção federal ou o próprio impeachment, que devem ser disparados quando os instrumentos ordinários não se demonstram mais eficientes para estabilizá-las. A ativação desses mecanismos designa um agravamento da crise política, mas não necessariamente uma crise constitucional. É natural que no momento em que esses instrumentos, pouco utilizados na vida política ordinária, entram em ação, surja uma dura disputa interpretativa sobre como estão sendo implementados. É exatamente este tipo de disputa narrativa que parece ter se acirrado após a decisão do Senado Federal. De um lado, Senado e Câmara estão sendo acusados de terem dado um golpe na Constituição e no eleitorado ao ter cassado, sem base na lei, o mandato popular que foi legitimamente conferido à ex-presidente. De outro lado, o Senado também é acusado de estar violando a Constituição ao fatiar a votação e deixar de suspender os direitos políticos da ex-presidente, destituída do poder por fraudar as condições para o seu exercício. Essa guerra de narrativas constitucionais vai muito além de uma mera discordância jurídica sobre o modo como se comportou o parlamento. O Supremo, em menos de 24 horas, foi convocado para julgar qual dessas narrativas mais se conforma à estrutura e ao sentido da Constituição. Embora isso demonstre a clara falta de confiança no Senado como agente especial para a solução da crise política, também aponta que os atores em disputa continuam investindo nos canais institucionais para a resolução de seus conflitos. Ainda que o Supremo tenha uma jurisprudência razoavelmente assentada sobre os limites da sua interferência no processo de impeachment, a enxurrada de ações o obrigará a revisitar até onde será deferente ao Senado, ainda que dele discorde, e a partir de que momento se permitirá rever os atos do Senado. A questão fundamental é se a decisão do Supremo, qualquer que seja, será capaz de amenizar a atual guerra de narrativas, recompondo a lealdade constitucional, ou se acentuará o esgarçamento do diálogo político, intensificando os conflitos sociais e o desafio à institucionalidade. Se isso ocorrer, saberemos que a grave crise política terá se transformado numa verdadeira crise constitucional. Creio, no entanto, que nosso constitucionalismo se demonstrará mais uma vez resiliente.
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Camargo Corrêa estuda vender sua participação na Alpargatas
A Camargo Corrêa afirmou nesta segunda-feira (5) que estuda a possibilidade de venda de sua participação na Alpargatas, empresa que controla no setor de moda e calçados esportivos, dona de marcas como Havaianas, Osklen e Rainha. A companhia divulgou comunicado ao mercado em que informa que está analisando oportunidades oferecidas por investidores potencialmente interessados. De acordo com a empresa, se optar pelo negócio, "poderá inclusive envolver a alteração na composição do controle da companhia". No comunicado, a Camargo Corrêa, no entanto, ressalta que ainda não tomou qualquer decisão. Em dificuldades decorrentes de seu envolvimento na Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção da Petrobras, a Camargo já demonstrou interesse em vender outras empresas de seu portfólio. Uma das negociações dizia respeito a uma fatia da InterCement, uma das maiores produtoras de cimento do mundo e a principal empresa do grupo atualmente. Seu mandato de venda da participação acionária foi negociado com Bradesco e Itaú, que financiaram a compra da portuguesa Cimpor, em 2010. SEM OBRAS A Camargo vem reduzindo sua presença no setor de obras públicas devido ao envolvimento na Lava Jato —a companhia firmou acordo de leniência com o Ministério Público Federal que abrange multa de R$ 700 milhões. A construtora já tinha sido alvo da Operação Castelo de Areia, uma investigação sobre delitos financeiros como evasão de divisas, que acabou anulada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). As obras públicas, hoje, contribuem com menos de 5% do faturamento do grupo. A companhia é um dos grupos brasileiros mais diversificados entre aqueles que cresceram a partir da construção pesada. É dona da Alpargatas, sócia da CCR (concessões de rodovias e aeroportos) e da CPFL Energia, uma das maiores empresas de energia do país. No caso da CPFL, fundos nacionais e estrangeiros também foram procurados para avaliar o interesse sobre o ativo, mas a empresa sempre negou qualquer possibilidade de negócio. Em nota, a Camargo Corrêa informou que "está sempre atenta às oportunidades de investimento que criem valor no longo prazo" e que tem "confiança de que os desafios conjunturais da atual crise poderão ser superados". Procurada, a CPFL diz que não comenta rumores de mercado nem assuntos relativos aos acionistas controladores.
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Camargo Corrêa estuda vender sua participação na AlpargatasA Camargo Corrêa afirmou nesta segunda-feira (5) que estuda a possibilidade de venda de sua participação na Alpargatas, empresa que controla no setor de moda e calçados esportivos, dona de marcas como Havaianas, Osklen e Rainha. A companhia divulgou comunicado ao mercado em que informa que está analisando oportunidades oferecidas por investidores potencialmente interessados. De acordo com a empresa, se optar pelo negócio, "poderá inclusive envolver a alteração na composição do controle da companhia". No comunicado, a Camargo Corrêa, no entanto, ressalta que ainda não tomou qualquer decisão. Em dificuldades decorrentes de seu envolvimento na Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção da Petrobras, a Camargo já demonstrou interesse em vender outras empresas de seu portfólio. Uma das negociações dizia respeito a uma fatia da InterCement, uma das maiores produtoras de cimento do mundo e a principal empresa do grupo atualmente. Seu mandato de venda da participação acionária foi negociado com Bradesco e Itaú, que financiaram a compra da portuguesa Cimpor, em 2010. SEM OBRAS A Camargo vem reduzindo sua presença no setor de obras públicas devido ao envolvimento na Lava Jato —a companhia firmou acordo de leniência com o Ministério Público Federal que abrange multa de R$ 700 milhões. A construtora já tinha sido alvo da Operação Castelo de Areia, uma investigação sobre delitos financeiros como evasão de divisas, que acabou anulada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). As obras públicas, hoje, contribuem com menos de 5% do faturamento do grupo. A companhia é um dos grupos brasileiros mais diversificados entre aqueles que cresceram a partir da construção pesada. É dona da Alpargatas, sócia da CCR (concessões de rodovias e aeroportos) e da CPFL Energia, uma das maiores empresas de energia do país. No caso da CPFL, fundos nacionais e estrangeiros também foram procurados para avaliar o interesse sobre o ativo, mas a empresa sempre negou qualquer possibilidade de negócio. Em nota, a Camargo Corrêa informou que "está sempre atenta às oportunidades de investimento que criem valor no longo prazo" e que tem "confiança de que os desafios conjunturais da atual crise poderão ser superados". Procurada, a CPFL diz que não comenta rumores de mercado nem assuntos relativos aos acionistas controladores.
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Donald Trump provoca polêmica após postar imagem com soldados nazistas
O milionário e celebridade Donald Trump, pré-candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, voltou a provocar polêmica nesta segunda-feira (15) ao publicar no Twitter uma imagem de campanha que inclui soldados nazistas. Acompanhando a hashtag #MakeAmericaGreatAgain (#FaçaAAméricaGrandeNovamente, em português), a publicação de Trump mostra uma montagem com a bandeira dos EUA, em que aparecem soldados que poderiam ser confundidos como membros do Exército do país. Um detalhe, porém, não passou despercebido: a insígnia em formato de águia presa próximo ao ombro esquerdo dos soldados é parte do uniforme da SS, organização paramilitar que serviu a Adolf Hitler na Alemanha nazista. O estilo dos uniformes e o formato dos capacetes também ajudaram a confirmar que os soldados da foto seriam membros das tropas nazistas. Mais tarde, pessoas navegando na internet descobriram que aparentemente a foto utilizada na campanha advinha de um banco de imagens online e que não mostrava autênticos soldados nazistas, senão atores vestindo os uniformes. tweet Pouco após a publicação da imagem, a gafe foi notada e a mensagem foi apagada. A campanha de Trump teria culpado "um estagiário novo" pelo erro. Não é a primeira vez que o magnata e apresentador de TV provoca polêmica. Após dizer que imigrantes mexicanos seriam "estupradores" e trariam "doenças contagiosas", o país latino-americano sacrificou sua participação no concurso de beleza Miss Universo em sinal de protesto. Apesar das polêmicas, Trump aparece liderando a disputa pela candidatura republicana à Casa Branca empatado com Jeb Bush, ex-governador da Flórida e irmão do ex-presidente George W. Bush (2001-2009).
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Donald Trump provoca polêmica após postar imagem com soldados nazistasO milionário e celebridade Donald Trump, pré-candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, voltou a provocar polêmica nesta segunda-feira (15) ao publicar no Twitter uma imagem de campanha que inclui soldados nazistas. Acompanhando a hashtag #MakeAmericaGreatAgain (#FaçaAAméricaGrandeNovamente, em português), a publicação de Trump mostra uma montagem com a bandeira dos EUA, em que aparecem soldados que poderiam ser confundidos como membros do Exército do país. Um detalhe, porém, não passou despercebido: a insígnia em formato de águia presa próximo ao ombro esquerdo dos soldados é parte do uniforme da SS, organização paramilitar que serviu a Adolf Hitler na Alemanha nazista. O estilo dos uniformes e o formato dos capacetes também ajudaram a confirmar que os soldados da foto seriam membros das tropas nazistas. Mais tarde, pessoas navegando na internet descobriram que aparentemente a foto utilizada na campanha advinha de um banco de imagens online e que não mostrava autênticos soldados nazistas, senão atores vestindo os uniformes. tweet Pouco após a publicação da imagem, a gafe foi notada e a mensagem foi apagada. A campanha de Trump teria culpado "um estagiário novo" pelo erro. Não é a primeira vez que o magnata e apresentador de TV provoca polêmica. Após dizer que imigrantes mexicanos seriam "estupradores" e trariam "doenças contagiosas", o país latino-americano sacrificou sua participação no concurso de beleza Miss Universo em sinal de protesto. Apesar das polêmicas, Trump aparece liderando a disputa pela candidatura republicana à Casa Branca empatado com Jeb Bush, ex-governador da Flórida e irmão do ex-presidente George W. Bush (2001-2009).
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Exposição em Portugal exibe obras recuperadas do artista Joan Miró
Após nacionalizar um banco à beira da falência, o governo de Portugal tornou-se acidentalmente proprietário de 85 peças do mestre catalão Joan Miró (1893-1983). Durante mais de quatro anos, as obras foram motivo de discórdia e estiveram bem próximas de ir a leilão. Até que o país decidiu manter o acervo, que originou uma exposição inédita com boa parte da coleção. Batizada de "Joan Miró: Materialidade e Metamorfose", a mostra fica em cartaz na Casa de Serralves, no Porto, até 28 de janeiro de 2017. A curadoria ficou a cargo de Robert Lubar Messeri, um dos maiores especialistas mundiais na obra do artista. A cerimônia de inauguração, na última sexta (30), contou com a presença do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro português, António Costa, e do presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy. As obras, inéditas ao público português, abrangem um período de mais de seis décadas de carreira de Miró. Segundo o curador, há uma ênfase sobretudo na metamorfose artística do catalão. Além das pinturas, há exemplares de tapeçaria, desenho e colagens. Na abertura da exposição, Messeri destacou a qualidade da coleção portuguesa e comemorou a decisão do governo de desistir da venda. "Honestamente, US$ 35 milhões [o preço avaliado na época do leilão] não fariam diferença para o governo de Portugal. Seria uma decisão unicamente política. E quando você toma a decisão de vender seu patrimônio cultural, você também está hipotecando seu futuro", afirmou. No ano passado, a obra de Miró ficou em cartaz em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake, com 41 pinturas, 22 esculturas, 20 desenhos e 26 gravuras do artista espanhol. "Joan Miró: Materialidade e Metamorfose" Onde Casa de Serralves (r. D. João de Castro, 210 - Porto, Portugal) Quando até 28 de janeiro de 2017 Quanto € 16 (cerca de R$ 58) Mais serralves.pt
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Exposição em Portugal exibe obras recuperadas do artista Joan MiróApós nacionalizar um banco à beira da falência, o governo de Portugal tornou-se acidentalmente proprietário de 85 peças do mestre catalão Joan Miró (1893-1983). Durante mais de quatro anos, as obras foram motivo de discórdia e estiveram bem próximas de ir a leilão. Até que o país decidiu manter o acervo, que originou uma exposição inédita com boa parte da coleção. Batizada de "Joan Miró: Materialidade e Metamorfose", a mostra fica em cartaz na Casa de Serralves, no Porto, até 28 de janeiro de 2017. A curadoria ficou a cargo de Robert Lubar Messeri, um dos maiores especialistas mundiais na obra do artista. A cerimônia de inauguração, na última sexta (30), contou com a presença do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro português, António Costa, e do presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy. As obras, inéditas ao público português, abrangem um período de mais de seis décadas de carreira de Miró. Segundo o curador, há uma ênfase sobretudo na metamorfose artística do catalão. Além das pinturas, há exemplares de tapeçaria, desenho e colagens. Na abertura da exposição, Messeri destacou a qualidade da coleção portuguesa e comemorou a decisão do governo de desistir da venda. "Honestamente, US$ 35 milhões [o preço avaliado na época do leilão] não fariam diferença para o governo de Portugal. Seria uma decisão unicamente política. E quando você toma a decisão de vender seu patrimônio cultural, você também está hipotecando seu futuro", afirmou. No ano passado, a obra de Miró ficou em cartaz em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake, com 41 pinturas, 22 esculturas, 20 desenhos e 26 gravuras do artista espanhol. "Joan Miró: Materialidade e Metamorfose" Onde Casa de Serralves (r. D. João de Castro, 210 - Porto, Portugal) Quando até 28 de janeiro de 2017 Quanto € 16 (cerca de R$ 58) Mais serralves.pt
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Clínicas têm filas de 5 horas para vacina de gripe e estendem horário
Com filas de até cinco horas, clínicas que oferecem a vacina contra a gripe em São Paulo tiveram que estender o horário de atendimento neste sábado (2). Famílias têm feito uma odisseia por centros imunológicos em busca da vacinação. O surto fora de época da gripe H1N1 provocou a corrida às clínicas em busca de vacinação. São 465 casos de síndrome respiratória aguda registrados em todo o Estado, sendo 372 comprovadamente ligados ao vírus H1N1. Ao todo, 55 pessoas morreram no Estado de São Paulo, segundo o mais recente levantamento da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, de 1º de abril. O professor de inglês Michael Ferreira Silva, 31, e a mulher Mariana, 27, saíram de casa, na Mooca, zona leste, nas primeira horas da manhã. A preocupação era com os filhos Mateus, 5, e Thomas, de 5 meses. Consultaram clínicas na vizinhança, foram até Moema, depois Vila Prudente, mas não conseguiram a vacina. Às 11h30, garantiram uma senha na Clínica Croce, na Heitor Penteado, zona oeste. "Entregaram uma senha e deram certeza que vão atender, já é um alívio", disse ele. O atendimento foi feito às 15h, quase 3h30 depois de chegarem. Até o meio da tarde a fila ainda ocupava a calçada. A clínica abriu às 8 horas e, segundo funcionários, cerca de mil doses foram aplicadas neste sábado. Na sexta-feira (1), foram 600 doses só na parte da tarde. Normalmente aberta ate as 12h de sábado, o horário foi estendido até as 18h para garantir todos os atendimentos. A equipe ainda foi reforçada e cinco enfermeiros trabalhavam neste sábado - normalmente, só um faz plantão no fim de semana. A estilista Ana Cristina Melo, de 46 anos, chegou às 8h30. Cinco horas depois, às 13h30, ainda aguardava ser chamada. "Meus filhos nunca tomaram a vacina, achei melhor trazer porque os casos que têm surgido estão perigosos", diz ela, que levou os filhos Pedro, 13, e Lia, 10. Com sol quente, Ana tentava manter o bom humor. "Estamos aqui só comendo Fandangos, vamos acabar doentes", brinca. "Mesmo assim eu prefiro a fila do que tomar injeção", disse filha Lia. O advogado Murilo Nassif, 34, também chegou antes das 9h. Mesmo levando o filho Caio, de 15 dias, teve de esperar a manhã inteira. "Como moro perto, minha mulher e eu estamos se revezando na fila e deixando ele casa na maior parte do tempo", diz ele, com filho Theo, 8, nos braços à espera da vacina. Vice-presidente da Sociedade Brasileia de Imunização, o médico Renato Kfouri explica que a oferta de vacinas no mercado tem sido menor do que a procura, o que tem provocado filas. "Todo mundo foi pego de surpresa pela precocidade do surto de gripe, que começou com casos graves", disse ele, que é proprietário da clínica Pro Vaccina. Um novo lote de 200 doses da vacina deve chegar somente na segunda após o almoço. "A vacinação é de acordo com o estoque de vacina e a capacidade do serviço. É uma situação atípica." Na Pro Matre, Bela Vista, região central, a fila também foi longa pela manhã. Já à tarde, por volta das 16h, o movimento estava tranquilo e quase não havia espera. "Viemos três vezes nos últimos dias e desistimos por causa da fila", disse a analista Paula Augusti, de 37 anos, que levou a filha Julia, 2, para a vacinação. Teve sorte e não pegou fila. "Vimos as notícias e ficamos com medo, agora da para respirar com tranquilidade."
cotidiano
Clínicas têm filas de 5 horas para vacina de gripe e estendem horárioCom filas de até cinco horas, clínicas que oferecem a vacina contra a gripe em São Paulo tiveram que estender o horário de atendimento neste sábado (2). Famílias têm feito uma odisseia por centros imunológicos em busca da vacinação. O surto fora de época da gripe H1N1 provocou a corrida às clínicas em busca de vacinação. São 465 casos de síndrome respiratória aguda registrados em todo o Estado, sendo 372 comprovadamente ligados ao vírus H1N1. Ao todo, 55 pessoas morreram no Estado de São Paulo, segundo o mais recente levantamento da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, de 1º de abril. O professor de inglês Michael Ferreira Silva, 31, e a mulher Mariana, 27, saíram de casa, na Mooca, zona leste, nas primeira horas da manhã. A preocupação era com os filhos Mateus, 5, e Thomas, de 5 meses. Consultaram clínicas na vizinhança, foram até Moema, depois Vila Prudente, mas não conseguiram a vacina. Às 11h30, garantiram uma senha na Clínica Croce, na Heitor Penteado, zona oeste. "Entregaram uma senha e deram certeza que vão atender, já é um alívio", disse ele. O atendimento foi feito às 15h, quase 3h30 depois de chegarem. Até o meio da tarde a fila ainda ocupava a calçada. A clínica abriu às 8 horas e, segundo funcionários, cerca de mil doses foram aplicadas neste sábado. Na sexta-feira (1), foram 600 doses só na parte da tarde. Normalmente aberta ate as 12h de sábado, o horário foi estendido até as 18h para garantir todos os atendimentos. A equipe ainda foi reforçada e cinco enfermeiros trabalhavam neste sábado - normalmente, só um faz plantão no fim de semana. A estilista Ana Cristina Melo, de 46 anos, chegou às 8h30. Cinco horas depois, às 13h30, ainda aguardava ser chamada. "Meus filhos nunca tomaram a vacina, achei melhor trazer porque os casos que têm surgido estão perigosos", diz ela, que levou os filhos Pedro, 13, e Lia, 10. Com sol quente, Ana tentava manter o bom humor. "Estamos aqui só comendo Fandangos, vamos acabar doentes", brinca. "Mesmo assim eu prefiro a fila do que tomar injeção", disse filha Lia. O advogado Murilo Nassif, 34, também chegou antes das 9h. Mesmo levando o filho Caio, de 15 dias, teve de esperar a manhã inteira. "Como moro perto, minha mulher e eu estamos se revezando na fila e deixando ele casa na maior parte do tempo", diz ele, com filho Theo, 8, nos braços à espera da vacina. Vice-presidente da Sociedade Brasileia de Imunização, o médico Renato Kfouri explica que a oferta de vacinas no mercado tem sido menor do que a procura, o que tem provocado filas. "Todo mundo foi pego de surpresa pela precocidade do surto de gripe, que começou com casos graves", disse ele, que é proprietário da clínica Pro Vaccina. Um novo lote de 200 doses da vacina deve chegar somente na segunda após o almoço. "A vacinação é de acordo com o estoque de vacina e a capacidade do serviço. É uma situação atípica." Na Pro Matre, Bela Vista, região central, a fila também foi longa pela manhã. Já à tarde, por volta das 16h, o movimento estava tranquilo e quase não havia espera. "Viemos três vezes nos últimos dias e desistimos por causa da fila", disse a analista Paula Augusti, de 37 anos, que levou a filha Julia, 2, para a vacinação. Teve sorte e não pegou fila. "Vimos as notícias e ficamos com medo, agora da para respirar com tranquilidade."
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Após cancelamento, Procon notifica produtores de shows de Mariah Carey
O Procon-SP notificou os organizadores dos shows da cantora Mariah Carey no Brasil, que estavam marcados para novembro e foram cancelados na semana passada. O órgão quer saber as causas da suspensão e o que as produtoras estão fazendo para orientar e reembolsar quem comprou ingresso. FALSETE As empresas Stage Entertainment, Lens Events e Ingresso Rápido têm até esta segunda (31) para apresentarem defesa. Se o Procon não aceitar os argumentos, poderá multá-las. Ao anunciar o cancelamento dos shows na América do Sul, a americana falou que seus "fãs merecem mais que o tratamento dado a eles por esses produtores". A Lens diz que a Stage não fez pagamentos previamente acordados. A Stage afirma que cumpriu todas as suas obrigações. FALSETE 2 Para o órgão de defesa do consumidor, a decisão causou prejuízos a fãs que tiveram despesas com compra de passagens e reservas de hospedagem não reembolsáveis. As empresas dizem que irão responder à notificação no prazo. NOVA DATA A assinatura do acordo entre a Odebrecht e o Ministério Público Federal, marcada inicialmente para o dia 8, foi adiada. Deve ocorrer, no entanto, ainda em novembro. SEGUNDA PARTE Após a assinatura, os cerca de 80 executivos da empreiteira que se dispuseram a contar o que sabem vão gravar depoimentos em vídeo, como determinou o STF (Supremo Tribunal Federal). As peças serão enviadas ao ministro Teori Zavascki. Depois de examiná-las, ele decide se homologa ou não cada uma das delações. SEM FIM Após tudo isso, começam de fato os inquéritos, ou seja, investigações sobre os personagens delatados. Sem prazo certo para que sejam concluídas. Ainda assim, medidas como buscas, apreensões e prisões cautelares já poderão ser tomadas, o que se tornou comum na Operação Lava Jato. VERDINHO E VERDÃO A manutenção do gramado do Allianz Parque em 2016 custou à WTorre, responsável pela gestão do estádio, mais de R$ 1,3 milhão em 2016. O campo foi criticado na semana passada pelo técnico Cuca e pelo jogador Dudu, do Palmeiras, por causa do grande número de shows no espaço. A WTorre diz que o "investimento é proveniente das receitas que a empresa tem com as apresentações". VERDINHO E VERDÃO 2 A empresa também diz que o gramado sintético —uma das saídas apontadas para o problema— não será colocado na próxima temporada. "Diversas soluções estão sendo estudadas pela administração da arena. Mas nada será feito antes de consultar o Palmeiras", diz. GLITTER E LANTEJOULA Os rappers Rico Dalasam e Rincon Sapiência, o cantor Filipe Catto e a atriz Lúcia Veríssimo farão participações especiais no espetáculo "Dzi Croquettes", que reestreia nesta semana no Teatro Augusta, em São Paulo. Os atores Ciro Barcelos, que fez parte do grupo de teatro original, e Bruno Gissoni também estarão nesta temporada. OUTUBRO ROSA Pesquisa da União Latino-Americana contra o Câncer da Mulher com 198 delas em estações do metrô de São Paulo mostra que só 4% sabiam que a mamografia é um dos principais exames para identificar precocemente o câncer de mama. O desconhecimento é maior entre as que têm mais de 40 anos. - FÉRIAS NA ILHA A atriz Bruna Marquezine, que posou nas ruas de Cuba para um ensaio da revista 'Glamour', diz que encara a nudez 'numa boa' e que nunca proibiu 'cenas ousadas' —como as da série 'Nada Será Como Antes' (Globo) - PORTAS DO ROCK O musical "Jim" estreou no Teatro Vivo na quinta (27), com Eriberto Leão interpretando o líder do The Doors, Jim Morrison, e Renata Guida no elenco. Os casais Pedro Henrique Moutinho e Natallia Rodrigues e Lázaro Menezes e Kiara Sasso assistiram à sessão. Os atores Ary Fontoura, Gorete Milagres e Bruna Thedy também estavam na plateia. - CURTO-CIRCUITO Kell Smith faz show hoje em atividade do projeto Vozes pela Igualdade de Gênero, às 10h, na Escola Estadual Professor Joaquim Luiz de Brito, no bairro Itaberaba. A edição da "Monolito" sobre a arquitetura dos Sescs será lançada hoje, às 20h, no Sesc Consolação. O D&D Shopping recebe até hoje doações de livros infantis novos ou usados. A ONG Pé de Saber vai levá-los para regiões carentes. A mostra "Francesco Vezzoli Cinerama" é atração do 3º Vivara Preciosidades, que abre dia 10/11, no Ibirapuera. Com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e DIEGO ZERBATO.
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Após cancelamento, Procon notifica produtores de shows de Mariah CareyO Procon-SP notificou os organizadores dos shows da cantora Mariah Carey no Brasil, que estavam marcados para novembro e foram cancelados na semana passada. O órgão quer saber as causas da suspensão e o que as produtoras estão fazendo para orientar e reembolsar quem comprou ingresso. FALSETE As empresas Stage Entertainment, Lens Events e Ingresso Rápido têm até esta segunda (31) para apresentarem defesa. Se o Procon não aceitar os argumentos, poderá multá-las. Ao anunciar o cancelamento dos shows na América do Sul, a americana falou que seus "fãs merecem mais que o tratamento dado a eles por esses produtores". A Lens diz que a Stage não fez pagamentos previamente acordados. A Stage afirma que cumpriu todas as suas obrigações. FALSETE 2 Para o órgão de defesa do consumidor, a decisão causou prejuízos a fãs que tiveram despesas com compra de passagens e reservas de hospedagem não reembolsáveis. As empresas dizem que irão responder à notificação no prazo. NOVA DATA A assinatura do acordo entre a Odebrecht e o Ministério Público Federal, marcada inicialmente para o dia 8, foi adiada. Deve ocorrer, no entanto, ainda em novembro. SEGUNDA PARTE Após a assinatura, os cerca de 80 executivos da empreiteira que se dispuseram a contar o que sabem vão gravar depoimentos em vídeo, como determinou o STF (Supremo Tribunal Federal). As peças serão enviadas ao ministro Teori Zavascki. Depois de examiná-las, ele decide se homologa ou não cada uma das delações. SEM FIM Após tudo isso, começam de fato os inquéritos, ou seja, investigações sobre os personagens delatados. Sem prazo certo para que sejam concluídas. Ainda assim, medidas como buscas, apreensões e prisões cautelares já poderão ser tomadas, o que se tornou comum na Operação Lava Jato. VERDINHO E VERDÃO A manutenção do gramado do Allianz Parque em 2016 custou à WTorre, responsável pela gestão do estádio, mais de R$ 1,3 milhão em 2016. O campo foi criticado na semana passada pelo técnico Cuca e pelo jogador Dudu, do Palmeiras, por causa do grande número de shows no espaço. A WTorre diz que o "investimento é proveniente das receitas que a empresa tem com as apresentações". VERDINHO E VERDÃO 2 A empresa também diz que o gramado sintético —uma das saídas apontadas para o problema— não será colocado na próxima temporada. "Diversas soluções estão sendo estudadas pela administração da arena. Mas nada será feito antes de consultar o Palmeiras", diz. GLITTER E LANTEJOULA Os rappers Rico Dalasam e Rincon Sapiência, o cantor Filipe Catto e a atriz Lúcia Veríssimo farão participações especiais no espetáculo "Dzi Croquettes", que reestreia nesta semana no Teatro Augusta, em São Paulo. Os atores Ciro Barcelos, que fez parte do grupo de teatro original, e Bruno Gissoni também estarão nesta temporada. OUTUBRO ROSA Pesquisa da União Latino-Americana contra o Câncer da Mulher com 198 delas em estações do metrô de São Paulo mostra que só 4% sabiam que a mamografia é um dos principais exames para identificar precocemente o câncer de mama. O desconhecimento é maior entre as que têm mais de 40 anos. - FÉRIAS NA ILHA A atriz Bruna Marquezine, que posou nas ruas de Cuba para um ensaio da revista 'Glamour', diz que encara a nudez 'numa boa' e que nunca proibiu 'cenas ousadas' —como as da série 'Nada Será Como Antes' (Globo) - PORTAS DO ROCK O musical "Jim" estreou no Teatro Vivo na quinta (27), com Eriberto Leão interpretando o líder do The Doors, Jim Morrison, e Renata Guida no elenco. Os casais Pedro Henrique Moutinho e Natallia Rodrigues e Lázaro Menezes e Kiara Sasso assistiram à sessão. Os atores Ary Fontoura, Gorete Milagres e Bruna Thedy também estavam na plateia. - CURTO-CIRCUITO Kell Smith faz show hoje em atividade do projeto Vozes pela Igualdade de Gênero, às 10h, na Escola Estadual Professor Joaquim Luiz de Brito, no bairro Itaberaba. A edição da "Monolito" sobre a arquitetura dos Sescs será lançada hoje, às 20h, no Sesc Consolação. O D&D Shopping recebe até hoje doações de livros infantis novos ou usados. A ONG Pé de Saber vai levá-los para regiões carentes. A mostra "Francesco Vezzoli Cinerama" é atração do 3º Vivara Preciosidades, que abre dia 10/11, no Ibirapuera. Com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e DIEGO ZERBATO.
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Fotógrafo registra duas situações climáticas extremas; confira imagens
O fotógrafo Davilym Dourado viajou para o Nordeste e para o Amazonas em 2012 para clicar duas situações extremas que ocorreram naquele ano: a maior seca do Nordeste dos últimos anos e a maior cheia do Rio Negro. No Nordeste, o fotógrafo registrou os efeitos da seca na Bahia, Alagoas, Sergipe e Pernambuco. "Na seca o mais impressionante é a própria aridez", conta. "Estava interessado nessa disfunção climática", diz ele, que fez o ensaio "Chuva Fora do Lugar". Confira a galeria de fotos: Paraná, por Gabriel Cabral Flórida, por Frâncio de Holanda Salvador, por Moacyr Lopes Junior Uruguai, por Keiny Andrade Nova York, por Danilo Verpa Nordeste, por Araquém Alcântara Andes, por Gustavo Epifanio Belém, por Francisco Cepeda Cotidiano baiano, por Akira Cravo Caça aos rinocerontes, por Érico Hiller Nordeste, por Ricardo Borges Paris, por Antonello Veneri Animais selvagens, por Mario Haberfeld Nova York, por Daniel Marenco Califórnia, por Edilson Dantas Peru, por Fabiano Silva Ilha de Marajó, por Zé Carlos Barretta Acre, por Eduardo Anizelli
turismo
Fotógrafo registra duas situações climáticas extremas; confira imagensO fotógrafo Davilym Dourado viajou para o Nordeste e para o Amazonas em 2012 para clicar duas situações extremas que ocorreram naquele ano: a maior seca do Nordeste dos últimos anos e a maior cheia do Rio Negro. No Nordeste, o fotógrafo registrou os efeitos da seca na Bahia, Alagoas, Sergipe e Pernambuco. "Na seca o mais impressionante é a própria aridez", conta. "Estava interessado nessa disfunção climática", diz ele, que fez o ensaio "Chuva Fora do Lugar". Confira a galeria de fotos: Paraná, por Gabriel Cabral Flórida, por Frâncio de Holanda Salvador, por Moacyr Lopes Junior Uruguai, por Keiny Andrade Nova York, por Danilo Verpa Nordeste, por Araquém Alcântara Andes, por Gustavo Epifanio Belém, por Francisco Cepeda Cotidiano baiano, por Akira Cravo Caça aos rinocerontes, por Érico Hiller Nordeste, por Ricardo Borges Paris, por Antonello Veneri Animais selvagens, por Mario Haberfeld Nova York, por Daniel Marenco Califórnia, por Edilson Dantas Peru, por Fabiano Silva Ilha de Marajó, por Zé Carlos Barretta Acre, por Eduardo Anizelli
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Os historiadores e a democracia
Em plena votação final do processo de impeachment no Senado, o livro "Historiadores pela Democracia: o Golpe de 2016 e a Força do Passado" vem a público, pela Alameda Editorial, organizado por mim, Tânia Bessone e Beatriz Mamigonian. Escritos no calor do processo da atual crise política brasileira, os textos reunidos são um exercício de história imediata, organizados em ordem cronológica, a partir de uma proposta de periodização do processo político em curso, um dos campos mais clássicos de atuação do historiador profissional. O livro é também uma resposta às críticas ao movimento Historiadores pela Democracia, veiculadas nas páginas de opinião de jornais e revistas e nas redes sociais após o lançamento do vídeo-manifesto do movimento. Essas críticas, no que apresentavam de substantivo, são similares às formuladas a um movimento que surgiu pouco depois nos EUA, Historians Against Trump (historiadores contra Trump). Alegam que os autores poderiam se manifestar politicamente enquanto cidadãos, mas não como historiadores profissionais. Aqui, como lá, tal juízo se estrutura a partir de uma visão antiquada e autoritária do ofício do historiador. A historiografia contemporânea não supõe a construção de versões unívocas da história, mas um conhecimento sobre o passado que está sempre se transformando a partir da formulação de novas questões. É o rigor metodológico, com diversidade teórica e multiplicidade de abordagens, o que define nossa formação profissional. No livro, a partir de um olhar historiográfico, os autores tomam por base problemas de pesquisa específicos para interpretar os acontecimentos políticos recentes. A força do legado do passado escravista, ainda atuante na sociedade brasileira, é a chave de algumas abordagens. Uma discussão do campo de possibilidades em cada contexto analisado informa muitos dos textos. Se há algo que o conjunto reunido sugere é uma surpreendente e, na maioria das vezes, indesejada capacidade de previsão. "Os Riscos do Vice-presidencialismo", de 2009, de Luiz Felipe Alencastro, abre a narrativa do volume. Na sequência, os textos nos fazem reviver as eleições de 2014, a continuada contestação ao resultado eleitoral em 2015 e a força da cultura política da hipocrisia nos acontecimentos recentes. No conjunto, os artigos constroem uma narrativa com final aberto do golpe institucional de 2016. Os lançamentos em Brasília e em São Paulo, durante o simulacro de julgamento no Senado da presidente eleita, Dilma Rousseff, colocam o livro e seus autores também como atores da história, que, afinal, todos fazemos. E continuaremos a fazer, em qualquer cenário futuro, em defesa da democracia e dos direitos inscritos na Constituição de 1988. HEBE MATTOS é professora titular de história do Brasil da Universidade Federal Fluminense. Foi professora visitante da Universidade Columbia (EUA). É uma das organizadoras do livro "Historiadores pela Democracia" PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
opiniao
Os historiadores e a democraciaEm plena votação final do processo de impeachment no Senado, o livro "Historiadores pela Democracia: o Golpe de 2016 e a Força do Passado" vem a público, pela Alameda Editorial, organizado por mim, Tânia Bessone e Beatriz Mamigonian. Escritos no calor do processo da atual crise política brasileira, os textos reunidos são um exercício de história imediata, organizados em ordem cronológica, a partir de uma proposta de periodização do processo político em curso, um dos campos mais clássicos de atuação do historiador profissional. O livro é também uma resposta às críticas ao movimento Historiadores pela Democracia, veiculadas nas páginas de opinião de jornais e revistas e nas redes sociais após o lançamento do vídeo-manifesto do movimento. Essas críticas, no que apresentavam de substantivo, são similares às formuladas a um movimento que surgiu pouco depois nos EUA, Historians Against Trump (historiadores contra Trump). Alegam que os autores poderiam se manifestar politicamente enquanto cidadãos, mas não como historiadores profissionais. Aqui, como lá, tal juízo se estrutura a partir de uma visão antiquada e autoritária do ofício do historiador. A historiografia contemporânea não supõe a construção de versões unívocas da história, mas um conhecimento sobre o passado que está sempre se transformando a partir da formulação de novas questões. É o rigor metodológico, com diversidade teórica e multiplicidade de abordagens, o que define nossa formação profissional. No livro, a partir de um olhar historiográfico, os autores tomam por base problemas de pesquisa específicos para interpretar os acontecimentos políticos recentes. A força do legado do passado escravista, ainda atuante na sociedade brasileira, é a chave de algumas abordagens. Uma discussão do campo de possibilidades em cada contexto analisado informa muitos dos textos. Se há algo que o conjunto reunido sugere é uma surpreendente e, na maioria das vezes, indesejada capacidade de previsão. "Os Riscos do Vice-presidencialismo", de 2009, de Luiz Felipe Alencastro, abre a narrativa do volume. Na sequência, os textos nos fazem reviver as eleições de 2014, a continuada contestação ao resultado eleitoral em 2015 e a força da cultura política da hipocrisia nos acontecimentos recentes. No conjunto, os artigos constroem uma narrativa com final aberto do golpe institucional de 2016. Os lançamentos em Brasília e em São Paulo, durante o simulacro de julgamento no Senado da presidente eleita, Dilma Rousseff, colocam o livro e seus autores também como atores da história, que, afinal, todos fazemos. E continuaremos a fazer, em qualquer cenário futuro, em defesa da democracia e dos direitos inscritos na Constituição de 1988. HEBE MATTOS é professora titular de história do Brasil da Universidade Federal Fluminense. Foi professora visitante da Universidade Columbia (EUA). É uma das organizadoras do livro "Historiadores pela Democracia" PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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J.K. Rowling escreve peça de teatro com história inédita de Harry Potter
A escritora britânica J.K. Rowling, autora da saga sobre Harry Potter, anunciou nesta sexta-feira (26) que uma parte não contada da história do bruxinho será levada aos palcos em Londres. "Uma nova obra chamada 'Harry Potter e o Menino Maldito' será inaugurada em Londres no próximo ano", tuitou ela, afirmando que não podia revelar maiores detalhes sobre o que será "uma parte não contada da história de Harry". A autora garantiu que a obra, resultado de uma parceria com o escritor Jack Thorne e o diretor John Tiffany, será "um verdadeiro prazer para os fãs". Ela recordou, além disso, que a publicação de seu primeiro livro, "Harry Potter e a Pedra Filosofal", completa 18 anos. O jornal The Daily Mail assegura que a obra teatral contará uma história sobre os pais de Harry Potter, Lily Evans Potter e James Potter, antes de serem assassinados pelo maligno Lord Voldemort. Recentemente, a autora deu mais novidades aos fãs. Em texto publicado no site "Pottermore", ela explicou por que os tios do bruxinho – que o maltratam durante toda a saga – não gostavam dele.
ilustrada
J.K. Rowling escreve peça de teatro com história inédita de Harry PotterA escritora britânica J.K. Rowling, autora da saga sobre Harry Potter, anunciou nesta sexta-feira (26) que uma parte não contada da história do bruxinho será levada aos palcos em Londres. "Uma nova obra chamada 'Harry Potter e o Menino Maldito' será inaugurada em Londres no próximo ano", tuitou ela, afirmando que não podia revelar maiores detalhes sobre o que será "uma parte não contada da história de Harry". A autora garantiu que a obra, resultado de uma parceria com o escritor Jack Thorne e o diretor John Tiffany, será "um verdadeiro prazer para os fãs". Ela recordou, além disso, que a publicação de seu primeiro livro, "Harry Potter e a Pedra Filosofal", completa 18 anos. O jornal The Daily Mail assegura que a obra teatral contará uma história sobre os pais de Harry Potter, Lily Evans Potter e James Potter, antes de serem assassinados pelo maligno Lord Voldemort. Recentemente, a autora deu mais novidades aos fãs. Em texto publicado no site "Pottermore", ela explicou por que os tios do bruxinho – que o maltratam durante toda a saga – não gostavam dele.
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Bem organizado, GP do México é exemplo para a F-1 seguir
A hashtag oficial do GP do México não poderia ter sido mais apropriada: #F1esta. Depois de ficar 23 anos de fora do calendário da categoria, os mexicanos mostraram que nunca deveriam ter saído e promoveram um GP como todos deveriam ser. A primeira mostra foi dada já na sexta-feira (30), quando 89 mil pessoas foram ao reformado autódromo Hermanos Rodríguez para acompanhar os treinos livres. A cada passagem de Sergio Perez, o herói local, a festa era enorme. Um clima que jamais tinha visto em mais de 160 corridas que já cobri –talvez o mais próximo tenha sido a decisão do título de 2008, em Interlagos. Os saudosistas, que reclamaram da extinção da famosa curva "Peraltada", no fim do traçado mexicano, foram brindados com uma novidade inédita nos circuitos que fazem parte do calendário: uma arquibancada em forma de estádio. Mas a novidade não ficou só nisso. Além de a pista passar pelo meio das cadeiras, o pódio, que geralmente fica no pitlane, foi colocado justamente em frente ao público, proporcionando um espetáculo lindo, ainda mais bonito que o famoso pódio de Monza, que fica suspenso em cima da reta. Justamente por isso não foi surpresa ver que no domingo (1º) 135 mil pessoas foram ao circuito assistir à vitória de Nico Rosberg –Lewis Hamilton foi o segundo colocado, seguido por Valtteri Bottas. Num momento em que a F-1, leia-se Bernie Ecclestone, tem cada vez mais seguido os interesses financeiros em detrimento à paixão ou à história ao escolher os países que abrigam etapas do Mundial, o final de semana do GP do México foi revigorante. Bem organizado, com boa infra-estrutura e com torcedores apaixonados, mostrou o caminho que a categoria deveria seguir. Claro que os "haters" de plantão reclamaram do trânsito, do temor pela segurança. Mas a impressão geral pelo paddock foi de que esta corrida já está na lista das "queridinhas" da categoria, ao lado de Interlagos e Cingapura, entre algumas outras. Por tudo isso, nem o fato de a corrida em si ter sido monótona acabou tirando o brilho da reestreia do México na F-1. Uma verdadeira F1esta. VEJA AS FUNÇÕES NO VOLANTE DA F-1 Confira as principais funções do volante da F-1 2015
esporte
Bem organizado, GP do México é exemplo para a F-1 seguirA hashtag oficial do GP do México não poderia ter sido mais apropriada: #F1esta. Depois de ficar 23 anos de fora do calendário da categoria, os mexicanos mostraram que nunca deveriam ter saído e promoveram um GP como todos deveriam ser. A primeira mostra foi dada já na sexta-feira (30), quando 89 mil pessoas foram ao reformado autódromo Hermanos Rodríguez para acompanhar os treinos livres. A cada passagem de Sergio Perez, o herói local, a festa era enorme. Um clima que jamais tinha visto em mais de 160 corridas que já cobri –talvez o mais próximo tenha sido a decisão do título de 2008, em Interlagos. Os saudosistas, que reclamaram da extinção da famosa curva "Peraltada", no fim do traçado mexicano, foram brindados com uma novidade inédita nos circuitos que fazem parte do calendário: uma arquibancada em forma de estádio. Mas a novidade não ficou só nisso. Além de a pista passar pelo meio das cadeiras, o pódio, que geralmente fica no pitlane, foi colocado justamente em frente ao público, proporcionando um espetáculo lindo, ainda mais bonito que o famoso pódio de Monza, que fica suspenso em cima da reta. Justamente por isso não foi surpresa ver que no domingo (1º) 135 mil pessoas foram ao circuito assistir à vitória de Nico Rosberg –Lewis Hamilton foi o segundo colocado, seguido por Valtteri Bottas. Num momento em que a F-1, leia-se Bernie Ecclestone, tem cada vez mais seguido os interesses financeiros em detrimento à paixão ou à história ao escolher os países que abrigam etapas do Mundial, o final de semana do GP do México foi revigorante. Bem organizado, com boa infra-estrutura e com torcedores apaixonados, mostrou o caminho que a categoria deveria seguir. Claro que os "haters" de plantão reclamaram do trânsito, do temor pela segurança. Mas a impressão geral pelo paddock foi de que esta corrida já está na lista das "queridinhas" da categoria, ao lado de Interlagos e Cingapura, entre algumas outras. Por tudo isso, nem o fato de a corrida em si ter sido monótona acabou tirando o brilho da reestreia do México na F-1. Uma verdadeira F1esta. VEJA AS FUNÇÕES NO VOLANTE DA F-1 Confira as principais funções do volante da F-1 2015
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Principal feira da indústria de games no mundo, a E3 começa nesta terça
Cerca de 50 mil pessoas se reúnem nesta semana para conferir os lançamentos da principal feira da indústria de games do mundo, a E3 (Electronic Entertainment Expo), realizada nos Estados Unidos. Com foco em negócios, a feira é voltada principalmente para desenvolvedores de games, produtores, distribuidores, empresários, analistas e para a imprensa. A edição de 2016, que começa nesta terça-feira (14) e vai até quinta (16), deve reunir pessoas de mais de 100 países em Los Angeles. Neste ano, entre os principais exibidores estão companhias como EA, Bethesda e Microsft, que já realizaram sua conferência para imprensa, e Nintendo, Ubisoft e Sony, que ainda vão apresentar seus lançamentos. A mostra conta com mais de 90 expositores para celulares e um pavilhão dedicado aos jogos online e móveis, enquanto 53 expositores irão mostrar tecnologia de realidade virtual, quase o dobro dos 27 que participaram em 2015. Normalmente, grande parte das novidades é anunciada antes do início oficial do evento, quando as companhias apresentam para exclusivamente para a imprensa as novidades para os próximos meses e anos, como novos títulos, atualizações e novas plataformas de jogos. No primeiro ano da feira, em 1995, duas gigantes japonesas marcaram a história com seus lançamentos. A Sony anunciou sua entrada na indústria de games com o PlayStation e a Sega lançou com o Sega's Saturn nos EUA. Em edições posteriores, novidades como os controles de gestos, como os do Nintendo Wii e do Kinect do Xbox, além de dispositivos de realidade virtual também foram lançados na E3. _ LANÇAMENTOS A Microsoft anunciou nesta segunda (13) a existência de um novo console, chamado "Project Escorpio", confirmando rumores e o seu possível lançamento para 2017. O novo sistema contará com 8 núcleos, largura de banda de memória 320Gb e seis teraflops de desempenho, que deve rodar imagens na resolução 4K (Ultra HD) e a realidade virtual. A companhia também anunciou a nova versão de seu console Xbox One, trazendo novas características como o suporte para vídeos em 4K e imagens com alta gama dinâmica e sua versão 40% menor, o Xbox One Slim, que deve estar disponível em agosto por US$ 300. A versão compacta deve vir com HD de 1 TB, fonte embutida, suporte para vídeo 4K e a possibilidade de ser colocado na posição vertical. No domingo (12), outras duas companhias já haviam anunciado novidades. A Bethesda apresentou um novo game de combates em arena, o "Quake: Champions", e confirmou a nova versão dos jogos "The Elder Scrolls V: Skyrim", de RPG, e "Prey 2", de tiro. Já a a EA apresentou um inédito modo narrativo para o "Fifa 17" e anunciou mais detalhes sobre os jogos "Battlefield 1", "Mass Effect Andromeda", "Titanfall 2", "Star Wars" e "Madden NFL 17".
tec
Principal feira da indústria de games no mundo, a E3 começa nesta terçaCerca de 50 mil pessoas se reúnem nesta semana para conferir os lançamentos da principal feira da indústria de games do mundo, a E3 (Electronic Entertainment Expo), realizada nos Estados Unidos. Com foco em negócios, a feira é voltada principalmente para desenvolvedores de games, produtores, distribuidores, empresários, analistas e para a imprensa. A edição de 2016, que começa nesta terça-feira (14) e vai até quinta (16), deve reunir pessoas de mais de 100 países em Los Angeles. Neste ano, entre os principais exibidores estão companhias como EA, Bethesda e Microsft, que já realizaram sua conferência para imprensa, e Nintendo, Ubisoft e Sony, que ainda vão apresentar seus lançamentos. A mostra conta com mais de 90 expositores para celulares e um pavilhão dedicado aos jogos online e móveis, enquanto 53 expositores irão mostrar tecnologia de realidade virtual, quase o dobro dos 27 que participaram em 2015. Normalmente, grande parte das novidades é anunciada antes do início oficial do evento, quando as companhias apresentam para exclusivamente para a imprensa as novidades para os próximos meses e anos, como novos títulos, atualizações e novas plataformas de jogos. No primeiro ano da feira, em 1995, duas gigantes japonesas marcaram a história com seus lançamentos. A Sony anunciou sua entrada na indústria de games com o PlayStation e a Sega lançou com o Sega's Saturn nos EUA. Em edições posteriores, novidades como os controles de gestos, como os do Nintendo Wii e do Kinect do Xbox, além de dispositivos de realidade virtual também foram lançados na E3. _ LANÇAMENTOS A Microsoft anunciou nesta segunda (13) a existência de um novo console, chamado "Project Escorpio", confirmando rumores e o seu possível lançamento para 2017. O novo sistema contará com 8 núcleos, largura de banda de memória 320Gb e seis teraflops de desempenho, que deve rodar imagens na resolução 4K (Ultra HD) e a realidade virtual. A companhia também anunciou a nova versão de seu console Xbox One, trazendo novas características como o suporte para vídeos em 4K e imagens com alta gama dinâmica e sua versão 40% menor, o Xbox One Slim, que deve estar disponível em agosto por US$ 300. A versão compacta deve vir com HD de 1 TB, fonte embutida, suporte para vídeo 4K e a possibilidade de ser colocado na posição vertical. No domingo (12), outras duas companhias já haviam anunciado novidades. A Bethesda apresentou um novo game de combates em arena, o "Quake: Champions", e confirmou a nova versão dos jogos "The Elder Scrolls V: Skyrim", de RPG, e "Prey 2", de tiro. Já a a EA apresentou um inédito modo narrativo para o "Fifa 17" e anunciou mais detalhes sobre os jogos "Battlefield 1", "Mass Effect Andromeda", "Titanfall 2", "Star Wars" e "Madden NFL 17".
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Auditores aprovam paralisação e pedem exoneração de Rachid
Em assembleia nacional concluída nesta quarta-feira (19), os auditores da Receita Federal decidiram oficialmente parar. Na prática, já haviam cruzado os braços desde a semana passada, conforme informou a coluna no último dia 13. Mobilizados pelo sindicato da categoria, o Unafisco, 5.206 auditores deram seu voto, nas delegacias sindicais espalhadas por todo o país. A participação foi expressiva, dado o universo de aproximadamente 12 mil auditores hoje na ativa. A adesão ao levante também foi grande: 92% dos votantes. Segundo a coluna apurou, os auditores vão manter apenas os serviços essenciais, como a liberação nas aduanas de medicamentos, de produtos perecíveis e inflamáveis e de cargas vivas. No acumulado até julho, a arrecadação de tributos neste ano teve seu pior resultado desde 2010. Em julho, houve uma queda real (já descontada a inflação) de 3,13% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Evidentemente, esse recuo no recolhimento de impostos e contribuições se deve basicamente à queda da economia. Mas se há uma categoria capaz de mitigar esse efeito (ou intensificá-lo), esse grupo são os auditores fiscais. Basta apertar a fiscalização sobre os contribuintes ou afrouxá-la. A paralisação se deve a reivindicações salariais e de valorização do cargo. Na semana passada, a Câmara dos Deputados rejeitou incluir os auditores na PEC 443. A proposta de emenda à constituição vincula o salário dos servidores da Advocacia-Geral da União e das procuradorias estaduais a 90,25% do ganho dos ministros do STF. Também beneficia delegados da Polícia Federal e da Polícia Civil dos Estados e procuradores municipais nas capitais e municípios com mais de 500 mil habitantes. Os fiscais da Receita foram os últimos a tentar entrar na PEC, que ainda precisa ser votada no Congresso –provavelmente será rejeitada. Segundo o Unafisco, os auditores da Receita estão na 26ª posição no ranking salarial dos fiscos estaduais e federal. "O governo jogou gasolina na fogueira ao apostar no enfrentamento com os auditores. A queda da arrecadação vai se agravar com a paralisação da categoria. O [Joaquim] Levy [ministro da Fazenda] dá um tiro no pé ao não negociar", disse ontem o presidente da Unafisco, Kleber Cabral. Essa não é a única dor de cabeça para Levy em relação à Receita. Na assembleia nacional, os auditores deliberaram sobre outros seis temas. Entre os quais, o de pleitear o direito de eleger uma lista tríplice para a indicação do secretário da Receita, assim como os procuradores da República selecionam o nome para o posto de procurador-geral. Em 2003, o então presidente Lula passou a indicar o nome mais votado pelos procuradores. No último item da pauta, os auditores aprovaram "a exoneração imediata" do atual secretário da Receita, Jorge Rachid, e a automática adoção do sistema de lista tríplice para a escolha de seu substituto. Obviamente, há uma distância muito grande entre os desejos dos servidores e a ação do Palácio do Planalto. Para o ministro da Fazenda, não é um bom sinal ter um secretário do fisco que os auditores não reconhecem como representante da categoria.
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Auditores aprovam paralisação e pedem exoneração de RachidEm assembleia nacional concluída nesta quarta-feira (19), os auditores da Receita Federal decidiram oficialmente parar. Na prática, já haviam cruzado os braços desde a semana passada, conforme informou a coluna no último dia 13. Mobilizados pelo sindicato da categoria, o Unafisco, 5.206 auditores deram seu voto, nas delegacias sindicais espalhadas por todo o país. A participação foi expressiva, dado o universo de aproximadamente 12 mil auditores hoje na ativa. A adesão ao levante também foi grande: 92% dos votantes. Segundo a coluna apurou, os auditores vão manter apenas os serviços essenciais, como a liberação nas aduanas de medicamentos, de produtos perecíveis e inflamáveis e de cargas vivas. No acumulado até julho, a arrecadação de tributos neste ano teve seu pior resultado desde 2010. Em julho, houve uma queda real (já descontada a inflação) de 3,13% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Evidentemente, esse recuo no recolhimento de impostos e contribuições se deve basicamente à queda da economia. Mas se há uma categoria capaz de mitigar esse efeito (ou intensificá-lo), esse grupo são os auditores fiscais. Basta apertar a fiscalização sobre os contribuintes ou afrouxá-la. A paralisação se deve a reivindicações salariais e de valorização do cargo. Na semana passada, a Câmara dos Deputados rejeitou incluir os auditores na PEC 443. A proposta de emenda à constituição vincula o salário dos servidores da Advocacia-Geral da União e das procuradorias estaduais a 90,25% do ganho dos ministros do STF. Também beneficia delegados da Polícia Federal e da Polícia Civil dos Estados e procuradores municipais nas capitais e municípios com mais de 500 mil habitantes. Os fiscais da Receita foram os últimos a tentar entrar na PEC, que ainda precisa ser votada no Congresso –provavelmente será rejeitada. Segundo o Unafisco, os auditores da Receita estão na 26ª posição no ranking salarial dos fiscos estaduais e federal. "O governo jogou gasolina na fogueira ao apostar no enfrentamento com os auditores. A queda da arrecadação vai se agravar com a paralisação da categoria. O [Joaquim] Levy [ministro da Fazenda] dá um tiro no pé ao não negociar", disse ontem o presidente da Unafisco, Kleber Cabral. Essa não é a única dor de cabeça para Levy em relação à Receita. Na assembleia nacional, os auditores deliberaram sobre outros seis temas. Entre os quais, o de pleitear o direito de eleger uma lista tríplice para a indicação do secretário da Receita, assim como os procuradores da República selecionam o nome para o posto de procurador-geral. Em 2003, o então presidente Lula passou a indicar o nome mais votado pelos procuradores. No último item da pauta, os auditores aprovaram "a exoneração imediata" do atual secretário da Receita, Jorge Rachid, e a automática adoção do sistema de lista tríplice para a escolha de seu substituto. Obviamente, há uma distância muito grande entre os desejos dos servidores e a ação do Palácio do Planalto. Para o ministro da Fazenda, não é um bom sinal ter um secretário do fisco que os auditores não reconhecem como representante da categoria.
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No RS, Odebrecht deve R$ 30 milhões em multas por atraso em obras
Responsável por fornecer água e tratar o esgoto na cidade gaúcha de Uruguaiana, a 565 km de Porto Alegre, a Odebrecht Ambiental deve R$ R$ 30,6 milhões em multas ao município. A empresa faz parte do grupo Odebrecht, investigado na Operação Lava Jato. As multas foram aplicadas nos últimos dois anos por causa do atraso de diversas obras. O contrato entre Odebrecht e o município tem duração de trinta anos, com validade até 2041, no valor de R$1,5 bilhão. O contrato pode ser rompido caso alguma das partes não cumpra suas cláusulas. O serviço assumido pela Odebrecht era prestado pelo governo estadual. Em 2015, os vereadores da cidade instauraram uma Comissão Parlamentar de Inquérito, a "CPI da Privatização da Água". A audiência pública que abordou o tema ficou lotada por moradores insatisfeitos com a empresa. O relatório final, obtido pela Folha, o concluiu que não houve irregularidades no processo de licitação, mas apontou descumprimento da meta de tratamento de esgoto, atraso nas obras, buracos nas ruas e tarifa abusiva. Porém, em depoimento ao Ministério Público, a empresa admitiu que pagou propina a vereadores do PP e PSDB. Desde a CPI, a prefeitura passou a multar a empresa. Porém, a Odebrecht contesta as penalidades. "Todos os autos de infração aplicados entre janeiro de 2015 e dezembro de 2016 foram contestados e seu valor final está em discussão junto ao órgão regulador", disse a Odebrecht à Folha, através de comunicado. O órgão regulador é a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), que recebe mensalmente 2% do faturamento bruto mensal da Odebrecht para fiscalizá-la. A Agergs ainda não deliberou sobre as multas, mas concordou em aumentar o prazo para a Odebrecht tratar 100% do esgoto de Uruguaiana. O prazo terminou em 2016 e foi prorrogado por três anos para cumprir cerca de 14% do esgoto que ainda não é tratado. Questionada pela reportagem, a Agergs não comentou sobre as multas e respondeu apenas que a fiscalização é feita pela "área técnica visando a qualificação da prestação de tais serviços". Através de sua assessoria, a prefeitura de Uruguaiana afirma que intensificou a fiscalização desde o início do ano, quando foi criada a Comissão Fiscalizadora das Obras. O prefeito de Uruguaiana, Ronnie Mello (PP), também deve ser investigado, mas por suspeita de caixa dois. Em nota, o prefeito nega e diz que se tivesse algum envolvimento, não teria aumentado o rigor na fiscalização da empresa. TARIFA 129% MAIS CARA Apesar da fiscalização, os usuários reclamam do valor pago na conta da água. Para João dos Santos, presidente da Associação de Defesa do Consumidor de Uruguaiana (Adecon) a tarifa é muito cara. "Uruguaiana é abastecida pelo Rio Uruguai [divisa com a Argentina], tem água em abundância, e é uma cidade pequena. São Paulo tem seca e é uma cidade muito maior, mas a tarifa é mais barata", compara Santos. Um cálculo da Adecon mostra que a tarifa social de água e esgoto de Uruguaiana, para pessoas de baixa renda, é 129% mais cara que a de São Paulo. Se em Uruguaiana a tarifa social (10m³) cobrada pela Odebrecht gira em torno de R$ 35,00, em São Paulo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) cobra R$ 16,00 pelo mesmo serviço. Já a tarifa residencial normal é 84% mais cara em Uruguaiana. Pelo uso mínimo de água mais o tratamento do esgoto, a Odebrecht cobra, em média, R$ 82,00, enquanto a Sabesp cobra R$ 45,00. Uruguaiana é abastecida pelo Rio Uruguai e tem 130 mil habitantes. São Paulo, por sua vez, tem sofrido com constantes secas e tem 12 milhões de habitantes –92 vezes mais que a cidade gaúcha. "Não se pode comparar Uruguaiana com a cidade de São Paulo, já que possuem demandas distintas e investimentos diferentes", disse a Odebrecht em nota. "A tarifa em Uruguaiana é uma das mais baratas do Rio Grande do Sul", concluiu.
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No RS, Odebrecht deve R$ 30 milhões em multas por atraso em obrasResponsável por fornecer água e tratar o esgoto na cidade gaúcha de Uruguaiana, a 565 km de Porto Alegre, a Odebrecht Ambiental deve R$ R$ 30,6 milhões em multas ao município. A empresa faz parte do grupo Odebrecht, investigado na Operação Lava Jato. As multas foram aplicadas nos últimos dois anos por causa do atraso de diversas obras. O contrato entre Odebrecht e o município tem duração de trinta anos, com validade até 2041, no valor de R$1,5 bilhão. O contrato pode ser rompido caso alguma das partes não cumpra suas cláusulas. O serviço assumido pela Odebrecht era prestado pelo governo estadual. Em 2015, os vereadores da cidade instauraram uma Comissão Parlamentar de Inquérito, a "CPI da Privatização da Água". A audiência pública que abordou o tema ficou lotada por moradores insatisfeitos com a empresa. O relatório final, obtido pela Folha, o concluiu que não houve irregularidades no processo de licitação, mas apontou descumprimento da meta de tratamento de esgoto, atraso nas obras, buracos nas ruas e tarifa abusiva. Porém, em depoimento ao Ministério Público, a empresa admitiu que pagou propina a vereadores do PP e PSDB. Desde a CPI, a prefeitura passou a multar a empresa. Porém, a Odebrecht contesta as penalidades. "Todos os autos de infração aplicados entre janeiro de 2015 e dezembro de 2016 foram contestados e seu valor final está em discussão junto ao órgão regulador", disse a Odebrecht à Folha, através de comunicado. O órgão regulador é a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), que recebe mensalmente 2% do faturamento bruto mensal da Odebrecht para fiscalizá-la. A Agergs ainda não deliberou sobre as multas, mas concordou em aumentar o prazo para a Odebrecht tratar 100% do esgoto de Uruguaiana. O prazo terminou em 2016 e foi prorrogado por três anos para cumprir cerca de 14% do esgoto que ainda não é tratado. Questionada pela reportagem, a Agergs não comentou sobre as multas e respondeu apenas que a fiscalização é feita pela "área técnica visando a qualificação da prestação de tais serviços". Através de sua assessoria, a prefeitura de Uruguaiana afirma que intensificou a fiscalização desde o início do ano, quando foi criada a Comissão Fiscalizadora das Obras. O prefeito de Uruguaiana, Ronnie Mello (PP), também deve ser investigado, mas por suspeita de caixa dois. Em nota, o prefeito nega e diz que se tivesse algum envolvimento, não teria aumentado o rigor na fiscalização da empresa. TARIFA 129% MAIS CARA Apesar da fiscalização, os usuários reclamam do valor pago na conta da água. Para João dos Santos, presidente da Associação de Defesa do Consumidor de Uruguaiana (Adecon) a tarifa é muito cara. "Uruguaiana é abastecida pelo Rio Uruguai [divisa com a Argentina], tem água em abundância, e é uma cidade pequena. São Paulo tem seca e é uma cidade muito maior, mas a tarifa é mais barata", compara Santos. Um cálculo da Adecon mostra que a tarifa social de água e esgoto de Uruguaiana, para pessoas de baixa renda, é 129% mais cara que a de São Paulo. Se em Uruguaiana a tarifa social (10m³) cobrada pela Odebrecht gira em torno de R$ 35,00, em São Paulo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) cobra R$ 16,00 pelo mesmo serviço. Já a tarifa residencial normal é 84% mais cara em Uruguaiana. Pelo uso mínimo de água mais o tratamento do esgoto, a Odebrecht cobra, em média, R$ 82,00, enquanto a Sabesp cobra R$ 45,00. Uruguaiana é abastecida pelo Rio Uruguai e tem 130 mil habitantes. São Paulo, por sua vez, tem sofrido com constantes secas e tem 12 milhões de habitantes –92 vezes mais que a cidade gaúcha. "Não se pode comparar Uruguaiana com a cidade de São Paulo, já que possuem demandas distintas e investimentos diferentes", disse a Odebrecht em nota. "A tarifa em Uruguaiana é uma das mais baratas do Rio Grande do Sul", concluiu.
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Teori deu a força institucional da qual a Lava Jato precisava
Teori Zavascki foi um juiz discreto, porém ousado. A tranquilidade que ele transmitia e mesmo a docilidade de seu caráter contrastavam com a firmeza e a contundência de algumas de suas decisões. Sem qualquer atração pelo palco, viu-se no centro dele no momento em que lhe chegou às mãos um habeas corpus impetrado pelos primeiros investigados pela Operação Lava Jato. Decidiu pela soltura dos 12 investigados, entre eles Alberto Youssef. Recebeu imediatamente um ofício do juiz Sergio Moro informando sobre os riscos de fuga do doleiro e solicitando esclarecimentos sobre a exata extensão da decisão do STF. O que para muitos soaria como uma afronta, para o ministro Teori Zavascki não gerou constrangimento. Revogou sua decisão anterior, permitindo que a maior investigação sobre corrupção de nossa história tomasse curso. Teori passou, então, a acompanhar de perto os movimentos da operação, que o surpreendeu. Num Supremo marcado pelo individualismo, vaidades e eventual histrionismo de alguns de seus membros, a atuação recatada, mas assertiva do ministro, comumente pautada na colegialidade, deu à operação a força institucional indispensável para que tantas e importantes pessoas pudessem ser investigadas, processadas e condenadas. Sem Zavascki, Moro teria sido rapidamente calado. Zavascki também conduziu o Supremo em outra decisão de capital importância, não apenas para a continuidade da Lava Jato, mas também para o combate à impunidade em sentido amplo. Ele foi o relator do processo que autorizou a execução provisória da sentença após condenação em segunda instância. Ainda que controvertida do ponto de vista constitucional, tal decisão pôs fim à esperança de muitos réus da Lava Jato de que conseguiriam arrastar o processo por anos, sem serem atingidos pela dura pena do juiz Moro. Teori foi ainda crucial em diversos outros polêmicos episódios ligados à Lava Jato: a prisão do senador Delcidio do Amaral, a anulação das escutas telefônicas das conversas entre os ex-presidentes Lula e Dilma e a destituição do então presidente da Câmara Eduardo Cunha. Esta última decisão recebeu críticas, especialmente do PT e seus aliados. Para esses, a demora em afastar Cunha só teve uma finalidade: favorecer o processo de impeachment. Em defesa de Zavascki pode-se dizer que ele foi deferente ao Congresso. Aguardou a reação do Parlamento, que não veio. E, então, tomou a decisão quando não havia mais alternativa a não ser afastar Cunha. Dois elementos se destacam nesse caso. O primeiro deles foi a convocação do tribunal para referendar ou não a sua decisão. A segunda peculiaridade foi que ele não buscou esconder, em seu voto, a excepcionalidade da situação, posto que não havia previsão constitucional específica para aquela forma de afastamento. Mesmo assim, assumiu a responsabilidade político-institucional, sem subterfúgios. Não será fácil encontrar outra personalidade que conjugue, de tal forma, serenidade, colegialidade e rigor. OSCAR VILHENA VIEIRA e ROBERTO DIAS são professores da FGV-SP
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Teori deu a força institucional da qual a Lava Jato precisavaTeori Zavascki foi um juiz discreto, porém ousado. A tranquilidade que ele transmitia e mesmo a docilidade de seu caráter contrastavam com a firmeza e a contundência de algumas de suas decisões. Sem qualquer atração pelo palco, viu-se no centro dele no momento em que lhe chegou às mãos um habeas corpus impetrado pelos primeiros investigados pela Operação Lava Jato. Decidiu pela soltura dos 12 investigados, entre eles Alberto Youssef. Recebeu imediatamente um ofício do juiz Sergio Moro informando sobre os riscos de fuga do doleiro e solicitando esclarecimentos sobre a exata extensão da decisão do STF. O que para muitos soaria como uma afronta, para o ministro Teori Zavascki não gerou constrangimento. Revogou sua decisão anterior, permitindo que a maior investigação sobre corrupção de nossa história tomasse curso. Teori passou, então, a acompanhar de perto os movimentos da operação, que o surpreendeu. Num Supremo marcado pelo individualismo, vaidades e eventual histrionismo de alguns de seus membros, a atuação recatada, mas assertiva do ministro, comumente pautada na colegialidade, deu à operação a força institucional indispensável para que tantas e importantes pessoas pudessem ser investigadas, processadas e condenadas. Sem Zavascki, Moro teria sido rapidamente calado. Zavascki também conduziu o Supremo em outra decisão de capital importância, não apenas para a continuidade da Lava Jato, mas também para o combate à impunidade em sentido amplo. Ele foi o relator do processo que autorizou a execução provisória da sentença após condenação em segunda instância. Ainda que controvertida do ponto de vista constitucional, tal decisão pôs fim à esperança de muitos réus da Lava Jato de que conseguiriam arrastar o processo por anos, sem serem atingidos pela dura pena do juiz Moro. Teori foi ainda crucial em diversos outros polêmicos episódios ligados à Lava Jato: a prisão do senador Delcidio do Amaral, a anulação das escutas telefônicas das conversas entre os ex-presidentes Lula e Dilma e a destituição do então presidente da Câmara Eduardo Cunha. Esta última decisão recebeu críticas, especialmente do PT e seus aliados. Para esses, a demora em afastar Cunha só teve uma finalidade: favorecer o processo de impeachment. Em defesa de Zavascki pode-se dizer que ele foi deferente ao Congresso. Aguardou a reação do Parlamento, que não veio. E, então, tomou a decisão quando não havia mais alternativa a não ser afastar Cunha. Dois elementos se destacam nesse caso. O primeiro deles foi a convocação do tribunal para referendar ou não a sua decisão. A segunda peculiaridade foi que ele não buscou esconder, em seu voto, a excepcionalidade da situação, posto que não havia previsão constitucional específica para aquela forma de afastamento. Mesmo assim, assumiu a responsabilidade político-institucional, sem subterfúgios. Não será fácil encontrar outra personalidade que conjugue, de tal forma, serenidade, colegialidade e rigor. OSCAR VILHENA VIEIRA e ROBERTO DIAS são professores da FGV-SP
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Itaúsa entra na disputa por compra de fatia da BR Distribuidora da Petrobras
A Itaúsa informou nesta terça-feira (1º) que, em conjunto com a Brasil Warrant Administração de Bens e Empresas e com a Cambuhy Investimentos, ingressou formalmente na concorrência pela compra de participação na BR Distribuidora, subsidiária de postos de combustíveis da Petrobras. Holding do Itaú que reúne participações industriais, a Itaúsa informou em comunicado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que até agora não houve qualquer oferta ou contrato com a Petrobras sobre o assunto. No início do mês passado, a Itaúsa disse, ao ser questionada após reportagem da Bloomberg sobre o interesse na BR, que não havia qualquer decisão de investimento a ser comunicada ao mercado. Em meados de outubro, a Petrobras informou que distribuira, até aquele momento, mais de 90 prospectos de venda de participação na BR Distribuidora para potenciais parceiros, após iniciar a oferta do ativo a investidores com a nova modelagem, que permite o compartilhamento de controle na subsidiária de combustíveis. No atual modelo de venda da BR, formalmente conhecida como Petrobras Distribuidora, uma estrutura societária envolverá as classes de ações ordinárias e preferenciais, de forma que a Petrobras permaneça majoritária no capital total, mas com uma participação de 49% no capital votante. Além da Itaúsa, outros grupos, como a rede varejista Lojas Americanas, também manifestaram interesse em participar do processo. A BR Distribuidora é hoje líder do mercado nacional, com 35% de participação, de acordo com dados do Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom). O BTG Pactual calcula que a empresa pode render aproximadamente US$ 3 bilhões à Petrobras. DESINVESTIMENTOS A venda da BR faz parte do programa de desinvestimento da Petrobras. Atolada em uma dívida de quase meio trilhão de reais, a empresa precisa fazer caixa. Além da venda de ativos, a empresa promove um grande arrocho em seus custos. Até agora, a estatal anunciou operações de vendas de ativos no valor de US$ 9,8 bilhões, o equivalente a 65% da meta estipulada para o biênio 2015-2016. O novo plano de negócios da companhia trouxe uma meta adicional, de US$ 19,5 bilhões para o período entre 2017 e 2018.
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Itaúsa entra na disputa por compra de fatia da BR Distribuidora da PetrobrasA Itaúsa informou nesta terça-feira (1º) que, em conjunto com a Brasil Warrant Administração de Bens e Empresas e com a Cambuhy Investimentos, ingressou formalmente na concorrência pela compra de participação na BR Distribuidora, subsidiária de postos de combustíveis da Petrobras. Holding do Itaú que reúne participações industriais, a Itaúsa informou em comunicado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que até agora não houve qualquer oferta ou contrato com a Petrobras sobre o assunto. No início do mês passado, a Itaúsa disse, ao ser questionada após reportagem da Bloomberg sobre o interesse na BR, que não havia qualquer decisão de investimento a ser comunicada ao mercado. Em meados de outubro, a Petrobras informou que distribuira, até aquele momento, mais de 90 prospectos de venda de participação na BR Distribuidora para potenciais parceiros, após iniciar a oferta do ativo a investidores com a nova modelagem, que permite o compartilhamento de controle na subsidiária de combustíveis. No atual modelo de venda da BR, formalmente conhecida como Petrobras Distribuidora, uma estrutura societária envolverá as classes de ações ordinárias e preferenciais, de forma que a Petrobras permaneça majoritária no capital total, mas com uma participação de 49% no capital votante. Além da Itaúsa, outros grupos, como a rede varejista Lojas Americanas, também manifestaram interesse em participar do processo. A BR Distribuidora é hoje líder do mercado nacional, com 35% de participação, de acordo com dados do Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom). O BTG Pactual calcula que a empresa pode render aproximadamente US$ 3 bilhões à Petrobras. DESINVESTIMENTOS A venda da BR faz parte do programa de desinvestimento da Petrobras. Atolada em uma dívida de quase meio trilhão de reais, a empresa precisa fazer caixa. Além da venda de ativos, a empresa promove um grande arrocho em seus custos. Até agora, a estatal anunciou operações de vendas de ativos no valor de US$ 9,8 bilhões, o equivalente a 65% da meta estipulada para o biênio 2015-2016. O novo plano de negócios da companhia trouxe uma meta adicional, de US$ 19,5 bilhões para o período entre 2017 e 2018.
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Cadastro de propriedades rurais não impede desmate ilegal na Amazônia
Mais da metade do desmatamento na Amazônia em 2016 ocorreu em áreas de CAR (Cadastro Ambiental Rural). Para entidades de preservação, o governo está falhando na utilização do mecanismo para controle do desmatamento. A Folha teve acesso à analise de dados do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), do CAR com as informações do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite). O resultado: dos 7.989 km² desmatados no ano passado, 4.474 km² estavam em áreas de CAR –56% do total. DESMATAMENTO CRESCENTE - Cadastramento rural falha em impedir queda de árvores Os Estados campeões de desmatamento em áreas do CAR são o Pará, com 68%, e o Mato Grosso, com 66% da derrubada de vegetação ocorrendo dentro das áreas cadastradas. Em seguida vêm Rondônia (48%), Amazonas (43%), Roraima (40%), e Acre (34%). "O governo poderia estar agindo com base nesse tipo de informação", afirma Paulo Barreto, do Imazon. A maior parte desse tipo de desmate é ilegal, segundo Andrea Azevedo, do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). "A quantidade de desmatamento legal agregado é mínimo. É coisa de 2% a 3% ao ano", diz. DESMATAMENTO DO CAR POR ESTADO - O CAR foi considerado um dos mais importantes instrumentos implementados pelo Código Florestal de 2012. A partir dele, proprietários rurais deveriam registrar, em uma plataforma online, a composição detalhada de suas terras. Dessa forma, apresentariam, por exemplo, as áreas de reserva legal e a área de uso já consolidado, destinada a atividades econômicas. Segundo o código, nas regiões de bioma Amazônico, as propriedades deveriam ter, no mínimo, 80% de reserva legal, ou seja, essa deveria ser a porcentagem de mata nativa. Uma das funções do CAR é permitir a fiscalização e controle da derrubada de mata nativa, ao comparar os dados fornecidos com imagens de satélite. Pesquisadores afirmam que a impunidade é um dos fatores que contribuem para a contínua devastação –mesmo com o CAR. "De fato há uma sensação de falta de punição", diz Andrea, do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). "Digamos que eu seja uma proprietária rural e desmate 10, 20, 30 hectares. Às vezes, é até uma limpeza, mas eu desmato. Ninguém fala nada. No ano seguinte, eu vou desmatar mais um pouco. O vizinho vê que não aconteceu nada e vai desmatar também." Defende-se que ações simples, como multas, já seriam o suficiente para diminuir desmatamentos. "Com as informações [do CAR], eles poderiam mandar essas multas por correio, da mesma forma que é feita fiscalização de trânsito. O carro está registrado, o radar registra, vai pelo correio", afirma Barreto, do Imazon. Para Andrea, se antes ocorriam grandes desmates, que eram facilmente detectados e até mesmo possibilitavam ações mais pontuais, hoje predominam os menores, até 30 hectares (0,3 km²). "O CAR entrou em cena e não é usado ainda para controle do desmatamento de uma maneira sistemática", afirma Azevedo. Além do uso sistemático do CAR para uma fiscalização mais rígida por parte do governo, as entidades ambientais cobram maior transparência em relação à ferramenta. Segundo elas, somadas às informações já disponíveis, deveriam também ser disponibilizados nome e CPF dos proprietários de terras. Recentemente, o ministro do Meio Ambiente José Sarney Filho sofreu pressões por conta da abertura dos dados do CAR. Proprietários rurais e alguns membros da bancada ruralista do congresso se opunham à divulgação dos dados, que, segundo eles, poderia trazer problemas de segurança aos proprietários de terras. Andrea diz que, por lei, esses dados são públicos, e ela classifica a afirmação dos ruralistas como um terror infundado. "É uma falácia de gente que quer se esconder dentro de ilegalidades", afirma. Segundo os pesquisadores ouvidos pela reportagem, a divulgação de nome e CPF é importante para o mapeamento da cadeia de produção, o que poderia impedir que empresas comprem produtos que, direta ou indiretamente, provocaram desmatamento. OUTRO LADO Thelma Krug, diretora do departamento de políticas para o combate ao desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, afirma que o desmate nas áreas de CAR já havia sido identificado e que a fiscalização e controle do desmate nessas propriedades é uma medida colocada como de "altíssima prioridade dentro do governo". "É inaceitável que tenhamos taxas de desmatamento subindo de novo", diz. A diretora afirma que a percepção de ausência de Estado na questão do desmatamento deixará de existir. Um ponto central nisso será a quarta fase do PPCDAm (Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal), aprovada em dezembro de 2016, que traça linhas de ação para combater o desmatamento, contudo, a fase de implementação das ideias deve trazer dificuldades, segundo Krug. Mesmo reconhecendo o contexto difícil pelo qual o país passa, Krug acredita que, com o auxílio dos governos estaduais e da população, a implementação do PPCDAm e a diminuição do desmatamento são possíveis. "Se eu não fosse otimista eu acho que eu não estaria aqui. Eu tenho que ser otimista", afirma. O jornalista viajou a convite da RAS (Rede Amazônica Sustentável)
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Cadastro de propriedades rurais não impede desmate ilegal na AmazôniaMais da metade do desmatamento na Amazônia em 2016 ocorreu em áreas de CAR (Cadastro Ambiental Rural). Para entidades de preservação, o governo está falhando na utilização do mecanismo para controle do desmatamento. A Folha teve acesso à analise de dados do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), do CAR com as informações do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite). O resultado: dos 7.989 km² desmatados no ano passado, 4.474 km² estavam em áreas de CAR –56% do total. DESMATAMENTO CRESCENTE - Cadastramento rural falha em impedir queda de árvores Os Estados campeões de desmatamento em áreas do CAR são o Pará, com 68%, e o Mato Grosso, com 66% da derrubada de vegetação ocorrendo dentro das áreas cadastradas. Em seguida vêm Rondônia (48%), Amazonas (43%), Roraima (40%), e Acre (34%). "O governo poderia estar agindo com base nesse tipo de informação", afirma Paulo Barreto, do Imazon. A maior parte desse tipo de desmate é ilegal, segundo Andrea Azevedo, do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). "A quantidade de desmatamento legal agregado é mínimo. É coisa de 2% a 3% ao ano", diz. DESMATAMENTO DO CAR POR ESTADO - O CAR foi considerado um dos mais importantes instrumentos implementados pelo Código Florestal de 2012. A partir dele, proprietários rurais deveriam registrar, em uma plataforma online, a composição detalhada de suas terras. Dessa forma, apresentariam, por exemplo, as áreas de reserva legal e a área de uso já consolidado, destinada a atividades econômicas. Segundo o código, nas regiões de bioma Amazônico, as propriedades deveriam ter, no mínimo, 80% de reserva legal, ou seja, essa deveria ser a porcentagem de mata nativa. Uma das funções do CAR é permitir a fiscalização e controle da derrubada de mata nativa, ao comparar os dados fornecidos com imagens de satélite. Pesquisadores afirmam que a impunidade é um dos fatores que contribuem para a contínua devastação –mesmo com o CAR. "De fato há uma sensação de falta de punição", diz Andrea, do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). "Digamos que eu seja uma proprietária rural e desmate 10, 20, 30 hectares. Às vezes, é até uma limpeza, mas eu desmato. Ninguém fala nada. No ano seguinte, eu vou desmatar mais um pouco. O vizinho vê que não aconteceu nada e vai desmatar também." Defende-se que ações simples, como multas, já seriam o suficiente para diminuir desmatamentos. "Com as informações [do CAR], eles poderiam mandar essas multas por correio, da mesma forma que é feita fiscalização de trânsito. O carro está registrado, o radar registra, vai pelo correio", afirma Barreto, do Imazon. Para Andrea, se antes ocorriam grandes desmates, que eram facilmente detectados e até mesmo possibilitavam ações mais pontuais, hoje predominam os menores, até 30 hectares (0,3 km²). "O CAR entrou em cena e não é usado ainda para controle do desmatamento de uma maneira sistemática", afirma Azevedo. Além do uso sistemático do CAR para uma fiscalização mais rígida por parte do governo, as entidades ambientais cobram maior transparência em relação à ferramenta. Segundo elas, somadas às informações já disponíveis, deveriam também ser disponibilizados nome e CPF dos proprietários de terras. Recentemente, o ministro do Meio Ambiente José Sarney Filho sofreu pressões por conta da abertura dos dados do CAR. Proprietários rurais e alguns membros da bancada ruralista do congresso se opunham à divulgação dos dados, que, segundo eles, poderia trazer problemas de segurança aos proprietários de terras. Andrea diz que, por lei, esses dados são públicos, e ela classifica a afirmação dos ruralistas como um terror infundado. "É uma falácia de gente que quer se esconder dentro de ilegalidades", afirma. Segundo os pesquisadores ouvidos pela reportagem, a divulgação de nome e CPF é importante para o mapeamento da cadeia de produção, o que poderia impedir que empresas comprem produtos que, direta ou indiretamente, provocaram desmatamento. OUTRO LADO Thelma Krug, diretora do departamento de políticas para o combate ao desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, afirma que o desmate nas áreas de CAR já havia sido identificado e que a fiscalização e controle do desmate nessas propriedades é uma medida colocada como de "altíssima prioridade dentro do governo". "É inaceitável que tenhamos taxas de desmatamento subindo de novo", diz. A diretora afirma que a percepção de ausência de Estado na questão do desmatamento deixará de existir. Um ponto central nisso será a quarta fase do PPCDAm (Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal), aprovada em dezembro de 2016, que traça linhas de ação para combater o desmatamento, contudo, a fase de implementação das ideias deve trazer dificuldades, segundo Krug. Mesmo reconhecendo o contexto difícil pelo qual o país passa, Krug acredita que, com o auxílio dos governos estaduais e da população, a implementação do PPCDAm e a diminuição do desmatamento são possíveis. "Se eu não fosse otimista eu acho que eu não estaria aqui. Eu tenho que ser otimista", afirma. O jornalista viajou a convite da RAS (Rede Amazônica Sustentável)
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Em cadeia nacional de rádio e TV, Dilma defenderá ajuste
A presidente Dilma Rousseff vai usar o pronunciamento na TV neste domingo (8), por ocasião do Dia Internacional da Mulher, para defender os ajustes propostos por sua equipe econômica. O tom do pronunciamento em cadeia nacional será o do discurso feito sexta (6), em Minas Gerais, quando ela disse que as medidas propostas para o ajuste fiscal são necessárias no contexto da crise. Dilma deve voltar a responsabilizar o agravamento da crise internacional pela necessidade das medidas já tomadas. Ela dirá que a crise mundial durou muito e que a forma de lidar com ela em um primeiro momento foi de um jeito e deu certo, mas que, com a continuidade da crise, os métodos tiveram que ser diferentes. Por isso, o ajuste de agora. Esta é a primeira vez que Dilma recorre à cadeia nacional de rádio e televisão para falar das medidas econômicas adotadas por Joaquim Levy (Fazenda). Na semana passada, numa medida mais drástica que o esperado, o governo Dilma desidratou o programa de desoneração tributária da folha de pagamentos das empresas, sua principal iniciativa para a geração e a preservação de empregos. A medida provisória sobre o tema acabou sendo devolvida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que reclamou da falta de diálogo do Planalto com o Congresso antes do envio do pacote sobre desonerações. A atitude de Renan, muito pouco comum no histórico da relação Planalto-Senado, foi interpretada no meio político como uma retaliação diante do não atendimento de seus pleitos no governo. Renan também teria feito isso como sinal de protesto pelo fato de seu nome ter sido listado entre os políticos com pedido de investigação na Operação Lava Jato. O governo nega que tenha influenciado na confecção da lista enviada pelo Ministério Público ao Supremo A medida provisória acabou sendo substituída por um projeto de lei, que não tem validade imediata. O governo também suspendeu crédito para beneficiários do Minha Casa Minha Vida comprarem móveis e eletrodomésticos. O programa era uma das vitrines do governo. O discurso de Dilma ocorre uma semana antes dos protestos contra o governo e pró-impeachment, marcados para o dia 15 em várias cidades. Apesar de reconhecer as dificuldades, Dilma deve afirmar que o país vai superar a crise e que os ganhos dos anos Lula não serão perdidos. O texto foi elaborando pelo marqueteiro João Santana e pelo ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil). E contou com colaborações de Levy. Dilma também falará da lei do feminicídio, aprovado no dia 3 como agravante no Código Penal pela Câmara dos Deputados. O projeto, que será sancionado nesta segunda (9), diz que matar uma mulher por razões de gênero, como no caso de violência doméstica, passa a ser agravante do crime de homicídio. Em 2014, Dilma aproveitou o pronunciamento para promover programas do governo nos quais as mulheres são as maiores beneficiárias.
poder
Em cadeia nacional de rádio e TV, Dilma defenderá ajusteA presidente Dilma Rousseff vai usar o pronunciamento na TV neste domingo (8), por ocasião do Dia Internacional da Mulher, para defender os ajustes propostos por sua equipe econômica. O tom do pronunciamento em cadeia nacional será o do discurso feito sexta (6), em Minas Gerais, quando ela disse que as medidas propostas para o ajuste fiscal são necessárias no contexto da crise. Dilma deve voltar a responsabilizar o agravamento da crise internacional pela necessidade das medidas já tomadas. Ela dirá que a crise mundial durou muito e que a forma de lidar com ela em um primeiro momento foi de um jeito e deu certo, mas que, com a continuidade da crise, os métodos tiveram que ser diferentes. Por isso, o ajuste de agora. Esta é a primeira vez que Dilma recorre à cadeia nacional de rádio e televisão para falar das medidas econômicas adotadas por Joaquim Levy (Fazenda). Na semana passada, numa medida mais drástica que o esperado, o governo Dilma desidratou o programa de desoneração tributária da folha de pagamentos das empresas, sua principal iniciativa para a geração e a preservação de empregos. A medida provisória sobre o tema acabou sendo devolvida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que reclamou da falta de diálogo do Planalto com o Congresso antes do envio do pacote sobre desonerações. A atitude de Renan, muito pouco comum no histórico da relação Planalto-Senado, foi interpretada no meio político como uma retaliação diante do não atendimento de seus pleitos no governo. Renan também teria feito isso como sinal de protesto pelo fato de seu nome ter sido listado entre os políticos com pedido de investigação na Operação Lava Jato. O governo nega que tenha influenciado na confecção da lista enviada pelo Ministério Público ao Supremo A medida provisória acabou sendo substituída por um projeto de lei, que não tem validade imediata. O governo também suspendeu crédito para beneficiários do Minha Casa Minha Vida comprarem móveis e eletrodomésticos. O programa era uma das vitrines do governo. O discurso de Dilma ocorre uma semana antes dos protestos contra o governo e pró-impeachment, marcados para o dia 15 em várias cidades. Apesar de reconhecer as dificuldades, Dilma deve afirmar que o país vai superar a crise e que os ganhos dos anos Lula não serão perdidos. O texto foi elaborando pelo marqueteiro João Santana e pelo ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil). E contou com colaborações de Levy. Dilma também falará da lei do feminicídio, aprovado no dia 3 como agravante no Código Penal pela Câmara dos Deputados. O projeto, que será sancionado nesta segunda (9), diz que matar uma mulher por razões de gênero, como no caso de violência doméstica, passa a ser agravante do crime de homicídio. Em 2014, Dilma aproveitou o pronunciamento para promover programas do governo nos quais as mulheres são as maiores beneficiárias.
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O homem que comprou briga com Israel e governa seu próprio 'país'
Eli Avivi é presidente de seu próprio país e 'brigou' muito com Israel para manter seu território A maioria dos israelenses vai às urnas para votar por um novo Parlamento na próxima terça-feira, mas há um lugar no norte de Israel onde a eleição não vai acontecer. Um lugar regido por um único homem por mais de 40 anos. Na costa de Israel, bem ao sul do Líbano, há um pequeno e distinto pedaço de terra. Grandes portões azuis com inscrições brancas guardam as fronteiras do minúsculo "país", mas não há restrições para a entrada de ninguém. Esse é Achzivland, talvez o país (não reconhecido pela comunidade internacional) mais curioso de todo o Oriente Médio. Ele tem bandeira (de uma sereia), hino nacional (o som do oceano) e até uma Constituição declarando um presidente democraticamente eleito por seu próprio voto: Eli Avivi, o homem que governa seu próprio país. Eli e sua esposa, Rina, são os únicos habitantes de Achzivland, essa 'terra perdida' vizinha de Israel. O país nasceu em 1971, quando o casal 'se separou' de Israel. Com uma paisagem pitoresca, essa terra diferenciada nunca foi reconhecida pelo país vizinho, mas se manteve viva até hoje. O presidente Avivi é o governante mais antigo da região, tendo sobrevivido a várias tentativas de derrubá-lo por parte de uma das mais poderosas nações do Oriente Médio. Agora, aos 85 anos, Eli tem dificuldades de audição e é mais lento do que antes. Mas com seus ralos cabelos brancos e um cajado de pastor, ele faz jus à sua lendária reputação. Descansando fora de seu 'palácio' –uma pequena cabana feita de madeira–, Eli olha orgulhoso para o lugar onde viveu e lutou desde o início da década de 1950. "Eu sou o presidente de um país bem pequeno", diz ele com voz fraca e rouca. "Mas eu tenho muitos problemas com o governo israelense. Eles não queriam me deixar viver aqui e fizeram tudo o que podiam para me tirar desse lugar. Foi como uma guerra entre o governo e eu." COMO TUDO COMEÇOU Judeu nascido no Irã, Eli chegou aos dois anos de idade à região da Palestina, então sob mandato britânico. Ele foi trazido por seu pai em uma viagem que deu o pontapé inicial para a sua longa história de amor com o mar. Quando jovem, ele foi preso e solto algumas vezes por participar de atos de sabotagem contra as tropas britânicas. Depois disso, aos 15, ele se juntou ao Palyam, a marinha judaica 'clandestina', e ajudou a levar refugiados judeus ao país. Também lutou contra forças árabes durante a Guerra de Independência de Israel, entre 1948 e 1949. Depois que o Estado de Israel foi estabelecido, ele voltou ao oceano para ser pescador, trabalhando em barcos desde a África até a Escandinávia –e chegou a passar um ano vivendo com os esquimós na Groenlândia. Mas foi em 1952, em uma viagem para visitar sua irmã, que Eli encontrou Aczibe (Achziv), uma antiga vila árabe conhecida como al-Zib e cujos moradores fugiram quando a terra foi conquistada pelo exército judeu, em 1948. Eli descobriu a vila abandonada e, depois de alguns anos de peregrinação, decidiu ficar. Ele pescava e vendia os peixes para um kibutz local e, com o tempo, construiu sua casa própria. Aczibe era um oásis de tranquilidade e virou uma grande atração para jovens que vinham, visitavam o local e saíam com Eli. Além de pescar e caçar antiguidades, Eli também adotou a fotografia como hobby (desenvolvendo especialmente o dom de fotografar garotas posando semi-nuas ou nuas) –um passatempo que o fez acumular mais de um milhão de fotos, que hoje estão guardadas em um depósito em Achzivland. BRIGA COM ISRAEL Era uma existência idílica. Mas não passou muito tempo até que o Exército israelense solicitasse a terra para fazer nela uma base militar - foi quando a "briga" de Eli com as autoridades israelenses começou. Ele tinha um contrato de arrendamento em apenas dois edifícios, então ele escreveu para o primeiro-ministro David Ben-Gurion, que respondeu manifestando seu apoio, para o desgosto dos militares. O Exército, então, concordou que ele ficasse, mas com uma condição: ele teria de trabalhar secretamente como agente da Shin Bet, a agência de inteligência de Israel. Eli aceitou. Com isso, ele havia ganho a primeira batalha, mas uma guerra muito maior estaria por vir. Para bancar as despesas, Eli começou a arrumar alojamentos e, com o espírito livre e fácil de Aczibe, a cidade se tornou um paraíso para os hippies, onde as pessoas poderiam passear, tirar a roupa, fazer música, usar drogas e curtir uma 'eterna festa'. "As pessoas vinham para ver o mar, para tomar sol sem roupa de banho, a maioria deles fumava maconha –era um lugar onde as pessoas vinham para sentir a liberdade, era essa a ideia", disse Shlomo Abramovitch, um antigo jornalista investigativo da área. Aczibe também era um ímã para atrair celebridades, entre elas algumas estrelas de Hollywood. Paul Newman ficou lá quando filmou Exodus, em 1960, e Sophia Loren era outra visita frequente. Enquanto isso, o Estado de Israel se estabeleceu e seus programas de construção foram se expandindo. O governo declarou, então, sua intenção de fazer de Aczibe um parque nacional. Um dia, em 1963, o governo mandou tratores para demolir o que restava da antiga vila, incluindo a terra que contornava a casa de Eli, na intenção de substituí-la por vegetação. Para Eli, isso foi um ato irresponsável de vandalismo ambiental. Bastante enfurecido, Eli Avivi ficou atrás de uma parede para tirar fotos da destruição, quando um trator a derrubou, deixando-o no chão junto com vários ossos quebrados, conta. A gota d'água veio no verão de 1971, quando os oficiais ergueram um portão na terra de Eli, diminuindo o território de sua casa e interditando seu acesso à praia. Em um momento decisivo para o nascimento da nação, Eli e Rina rasgaram seus passaportes israelenses e declararam a independência de Aczibe - mas acabaram presos e levados a julgamento. Segundo Rina, o juiz justificou o processo pelo crime de "criar um país sem permissão", multou o casal por ter destruído seus passaportes e liberou os dois. ESTADO HIPPIE A história de um "Estado revolucionário hippie" começou a atrair a atenção da mídia, e isso mostrou a Eli uma oportunidade. Como novo presidente do "país", ele convocou uma entrevista coletiva e deixou dezenas de ativistas da paz ocuparem o local. "Esse parque nacional talvez sirva para Tel Aviv, mas não para Tel Aczibe", disse às equipes de TV o autoproclamado presidente Avivi. O Conselho Regional havia determinado a demolição do prédio do parlamento de Achzivland - então Eli falou com os ativistas para começarem uma campanha. "Fizemos isso por publicidade, porque o governo era mais forte que nós", lembra Rina. "A mídia começou a fazer matérias sobre nossa campanha, e as pessoas começaram a acreditar nela." Israelenses começaram a vir de longe para experimentar Achzivland, para o desgosto das autoridades, que estavam cansadas de ter de lidar com aquele "rei hippie". Um sinal da alta popularidade do país veio quando Achzivland decidiu promover um grande festival de rock em 1972 –como "Woodstock", disse Rina. Houve engarrafamentos por 94 km para chegar à pequena cidade. "Israel inteiro veio para esse festival. Perdemos o controle", disse o produtor do evento, Meir Kotler, no documentário feito em 2009 Achziv, Um Lugar para o Amor. Enquanto isso, Eli Avivi continuou a construir seu Estado, convidando os visitantes para ajudar com as tarefas diárias. Achzivland era "o único país no mundo que colocava seus moradores hippies para fazer trabalhos produtivos e úteis", ele disse. Ao longo dos anos, uma longa batalha legal aconteceu entre Eli, o Conselho Regional, a Administração de Terras e a Autoridade de Parques Naturais –mas as autoridades aos poucos foram conseguindo o que queriam. A maioria de Aczibe foi absorvida pelo parque nacional, e Eli ficou proibido de promover festivais em Achzivland. MAL-ENTENDIDO Ele insiste, porém, que houve um mal-entendido e que ele nunca foi contra Israel. "Eu amo Israel, o país, mas não o governo, porque eles nunca entenderam porque eu vim para cá", ele diz. "Eles não gostaram de me ver criando um pequeno país. Eles acham que é algo feito contra Israel, mas não é verdade." Atualmente, ele conta, as autoridades o deixam em paz. "Estou mais forte agora do que antes. Não há nada que eles possam fazer ou me dizer." Depois de anos de confrontos, os dois lados conseguiram um acordo. Achzivland paga ao governo pelo acesso à praia pelo portão, enquanto na principal avenida fora, uma placa oficial turística indica o caminho para "Eli Avivi" (não Achzivland, o que poderia significar um reconhecimento oficial). Para o futuro, Eli conta que não ter planos de indicar um sucessor. "Depois que eu me for, minha mulher vai decidir o que ela quer." O que Rina quer é preservar Achzivland como um memorial permanente para Eli Aviv, a quem ela descreve como "melhor presidente de todos os tempos". Ela já iniciou conversas com o governo israelense na esperança de atingir essa meta. "Achzivland não está à venda. A vida aqui não está à venda. Todo mundo que vem aqui sente como se estivesse no paraíso, e você não pode colocar um preço nisso."
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O homem que comprou briga com Israel e governa seu próprio 'país'Eli Avivi é presidente de seu próprio país e 'brigou' muito com Israel para manter seu território A maioria dos israelenses vai às urnas para votar por um novo Parlamento na próxima terça-feira, mas há um lugar no norte de Israel onde a eleição não vai acontecer. Um lugar regido por um único homem por mais de 40 anos. Na costa de Israel, bem ao sul do Líbano, há um pequeno e distinto pedaço de terra. Grandes portões azuis com inscrições brancas guardam as fronteiras do minúsculo "país", mas não há restrições para a entrada de ninguém. Esse é Achzivland, talvez o país (não reconhecido pela comunidade internacional) mais curioso de todo o Oriente Médio. Ele tem bandeira (de uma sereia), hino nacional (o som do oceano) e até uma Constituição declarando um presidente democraticamente eleito por seu próprio voto: Eli Avivi, o homem que governa seu próprio país. Eli e sua esposa, Rina, são os únicos habitantes de Achzivland, essa 'terra perdida' vizinha de Israel. O país nasceu em 1971, quando o casal 'se separou' de Israel. Com uma paisagem pitoresca, essa terra diferenciada nunca foi reconhecida pelo país vizinho, mas se manteve viva até hoje. O presidente Avivi é o governante mais antigo da região, tendo sobrevivido a várias tentativas de derrubá-lo por parte de uma das mais poderosas nações do Oriente Médio. Agora, aos 85 anos, Eli tem dificuldades de audição e é mais lento do que antes. Mas com seus ralos cabelos brancos e um cajado de pastor, ele faz jus à sua lendária reputação. Descansando fora de seu 'palácio' –uma pequena cabana feita de madeira–, Eli olha orgulhoso para o lugar onde viveu e lutou desde o início da década de 1950. "Eu sou o presidente de um país bem pequeno", diz ele com voz fraca e rouca. "Mas eu tenho muitos problemas com o governo israelense. Eles não queriam me deixar viver aqui e fizeram tudo o que podiam para me tirar desse lugar. Foi como uma guerra entre o governo e eu." COMO TUDO COMEÇOU Judeu nascido no Irã, Eli chegou aos dois anos de idade à região da Palestina, então sob mandato britânico. Ele foi trazido por seu pai em uma viagem que deu o pontapé inicial para a sua longa história de amor com o mar. Quando jovem, ele foi preso e solto algumas vezes por participar de atos de sabotagem contra as tropas britânicas. Depois disso, aos 15, ele se juntou ao Palyam, a marinha judaica 'clandestina', e ajudou a levar refugiados judeus ao país. Também lutou contra forças árabes durante a Guerra de Independência de Israel, entre 1948 e 1949. Depois que o Estado de Israel foi estabelecido, ele voltou ao oceano para ser pescador, trabalhando em barcos desde a África até a Escandinávia –e chegou a passar um ano vivendo com os esquimós na Groenlândia. Mas foi em 1952, em uma viagem para visitar sua irmã, que Eli encontrou Aczibe (Achziv), uma antiga vila árabe conhecida como al-Zib e cujos moradores fugiram quando a terra foi conquistada pelo exército judeu, em 1948. Eli descobriu a vila abandonada e, depois de alguns anos de peregrinação, decidiu ficar. Ele pescava e vendia os peixes para um kibutz local e, com o tempo, construiu sua casa própria. Aczibe era um oásis de tranquilidade e virou uma grande atração para jovens que vinham, visitavam o local e saíam com Eli. Além de pescar e caçar antiguidades, Eli também adotou a fotografia como hobby (desenvolvendo especialmente o dom de fotografar garotas posando semi-nuas ou nuas) –um passatempo que o fez acumular mais de um milhão de fotos, que hoje estão guardadas em um depósito em Achzivland. BRIGA COM ISRAEL Era uma existência idílica. Mas não passou muito tempo até que o Exército israelense solicitasse a terra para fazer nela uma base militar - foi quando a "briga" de Eli com as autoridades israelenses começou. Ele tinha um contrato de arrendamento em apenas dois edifícios, então ele escreveu para o primeiro-ministro David Ben-Gurion, que respondeu manifestando seu apoio, para o desgosto dos militares. O Exército, então, concordou que ele ficasse, mas com uma condição: ele teria de trabalhar secretamente como agente da Shin Bet, a agência de inteligência de Israel. Eli aceitou. Com isso, ele havia ganho a primeira batalha, mas uma guerra muito maior estaria por vir. Para bancar as despesas, Eli começou a arrumar alojamentos e, com o espírito livre e fácil de Aczibe, a cidade se tornou um paraíso para os hippies, onde as pessoas poderiam passear, tirar a roupa, fazer música, usar drogas e curtir uma 'eterna festa'. "As pessoas vinham para ver o mar, para tomar sol sem roupa de banho, a maioria deles fumava maconha –era um lugar onde as pessoas vinham para sentir a liberdade, era essa a ideia", disse Shlomo Abramovitch, um antigo jornalista investigativo da área. Aczibe também era um ímã para atrair celebridades, entre elas algumas estrelas de Hollywood. Paul Newman ficou lá quando filmou Exodus, em 1960, e Sophia Loren era outra visita frequente. Enquanto isso, o Estado de Israel se estabeleceu e seus programas de construção foram se expandindo. O governo declarou, então, sua intenção de fazer de Aczibe um parque nacional. Um dia, em 1963, o governo mandou tratores para demolir o que restava da antiga vila, incluindo a terra que contornava a casa de Eli, na intenção de substituí-la por vegetação. Para Eli, isso foi um ato irresponsável de vandalismo ambiental. Bastante enfurecido, Eli Avivi ficou atrás de uma parede para tirar fotos da destruição, quando um trator a derrubou, deixando-o no chão junto com vários ossos quebrados, conta. A gota d'água veio no verão de 1971, quando os oficiais ergueram um portão na terra de Eli, diminuindo o território de sua casa e interditando seu acesso à praia. Em um momento decisivo para o nascimento da nação, Eli e Rina rasgaram seus passaportes israelenses e declararam a independência de Aczibe - mas acabaram presos e levados a julgamento. Segundo Rina, o juiz justificou o processo pelo crime de "criar um país sem permissão", multou o casal por ter destruído seus passaportes e liberou os dois. ESTADO HIPPIE A história de um "Estado revolucionário hippie" começou a atrair a atenção da mídia, e isso mostrou a Eli uma oportunidade. Como novo presidente do "país", ele convocou uma entrevista coletiva e deixou dezenas de ativistas da paz ocuparem o local. "Esse parque nacional talvez sirva para Tel Aviv, mas não para Tel Aczibe", disse às equipes de TV o autoproclamado presidente Avivi. O Conselho Regional havia determinado a demolição do prédio do parlamento de Achzivland - então Eli falou com os ativistas para começarem uma campanha. "Fizemos isso por publicidade, porque o governo era mais forte que nós", lembra Rina. "A mídia começou a fazer matérias sobre nossa campanha, e as pessoas começaram a acreditar nela." Israelenses começaram a vir de longe para experimentar Achzivland, para o desgosto das autoridades, que estavam cansadas de ter de lidar com aquele "rei hippie". Um sinal da alta popularidade do país veio quando Achzivland decidiu promover um grande festival de rock em 1972 –como "Woodstock", disse Rina. Houve engarrafamentos por 94 km para chegar à pequena cidade. "Israel inteiro veio para esse festival. Perdemos o controle", disse o produtor do evento, Meir Kotler, no documentário feito em 2009 Achziv, Um Lugar para o Amor. Enquanto isso, Eli Avivi continuou a construir seu Estado, convidando os visitantes para ajudar com as tarefas diárias. Achzivland era "o único país no mundo que colocava seus moradores hippies para fazer trabalhos produtivos e úteis", ele disse. Ao longo dos anos, uma longa batalha legal aconteceu entre Eli, o Conselho Regional, a Administração de Terras e a Autoridade de Parques Naturais –mas as autoridades aos poucos foram conseguindo o que queriam. A maioria de Aczibe foi absorvida pelo parque nacional, e Eli ficou proibido de promover festivais em Achzivland. MAL-ENTENDIDO Ele insiste, porém, que houve um mal-entendido e que ele nunca foi contra Israel. "Eu amo Israel, o país, mas não o governo, porque eles nunca entenderam porque eu vim para cá", ele diz. "Eles não gostaram de me ver criando um pequeno país. Eles acham que é algo feito contra Israel, mas não é verdade." Atualmente, ele conta, as autoridades o deixam em paz. "Estou mais forte agora do que antes. Não há nada que eles possam fazer ou me dizer." Depois de anos de confrontos, os dois lados conseguiram um acordo. Achzivland paga ao governo pelo acesso à praia pelo portão, enquanto na principal avenida fora, uma placa oficial turística indica o caminho para "Eli Avivi" (não Achzivland, o que poderia significar um reconhecimento oficial). Para o futuro, Eli conta que não ter planos de indicar um sucessor. "Depois que eu me for, minha mulher vai decidir o que ela quer." O que Rina quer é preservar Achzivland como um memorial permanente para Eli Aviv, a quem ela descreve como "melhor presidente de todos os tempos". Ela já iniciou conversas com o governo israelense na esperança de atingir essa meta. "Achzivland não está à venda. A vida aqui não está à venda. Todo mundo que vem aqui sente como se estivesse no paraíso, e você não pode colocar um preço nisso."
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Hoje, muito menos
RIO DE JANEIRO - Alguns jornalistas americanos na Rio-2016 ficaram chocados com os biquínis e sungas dos brasileiros nas praias e piscinas — para eles, reduzidos demais. É mesmo? Bem, este é um assunto sobre o qual os EUA não podem legislar fora do seu feudo. Enquanto o Brasil mantiver a soberania sobre as virilhas nacionais, nossos rapazes e moças continuarão a se exibir como quiserem. Os EUA parecem ter um problema com o corpo humano. No filme "Aconteceu Naquela Noite" (1934), de Frank Capra, Clark Gable ia passar uma noite (perfeitamente inofensiva) com Claudette Colbert. Quando se despiu para se deitar e surgiu na tela de peito nu, milhões de pascácios americanos descobriram estarrecidos que Clark Gable não usava camiseta sob a camisa social. E só então aderiram à prática, com o que a indústria de camisetas como roupa de baixo quase faliu. Em "O Rei dos Reis" (1961), de Nicholas Ray, Jeffrey Hunter como Jesus Cristo passa boa parte do filme pregado na cruz, em andrajos, de braços abertos e com as axilas à mostra. A abundância de pelos no peito e debaixo dos braços era inadmissível para as famílias americanas. Daí Jeffrey Hunter sofreu uma depilação em regra e fez o Cristo mais glabro da história do Novo Testamento. Sem falar em "O Círculo do Medo" (1962), de J. Lee Thompson, em que Robert Mitchum vive um vilão tão cruel quanto assustador. Mas, em certo momento, ele é levado a uma delegacia, ordenado a tirar a roupa, e o que se vê? Um homem sem calças e sem camisa, fortíssimo, mas com uma cueca gigante que lhe sai quase dos sovacos e vai até os joelhos. E, pior, de sapato e meias pretas. A plateia brasileira tinha uma explosão de riso e lá se ia o pavor que Mitchum despertava — porque, em 1962, já ninguém por aqui usaria tal cueca. Hoje, muito menos. Exceto, talvez, alguns jornalistas americanos.
colunas
Hoje, muito menosRIO DE JANEIRO - Alguns jornalistas americanos na Rio-2016 ficaram chocados com os biquínis e sungas dos brasileiros nas praias e piscinas — para eles, reduzidos demais. É mesmo? Bem, este é um assunto sobre o qual os EUA não podem legislar fora do seu feudo. Enquanto o Brasil mantiver a soberania sobre as virilhas nacionais, nossos rapazes e moças continuarão a se exibir como quiserem. Os EUA parecem ter um problema com o corpo humano. No filme "Aconteceu Naquela Noite" (1934), de Frank Capra, Clark Gable ia passar uma noite (perfeitamente inofensiva) com Claudette Colbert. Quando se despiu para se deitar e surgiu na tela de peito nu, milhões de pascácios americanos descobriram estarrecidos que Clark Gable não usava camiseta sob a camisa social. E só então aderiram à prática, com o que a indústria de camisetas como roupa de baixo quase faliu. Em "O Rei dos Reis" (1961), de Nicholas Ray, Jeffrey Hunter como Jesus Cristo passa boa parte do filme pregado na cruz, em andrajos, de braços abertos e com as axilas à mostra. A abundância de pelos no peito e debaixo dos braços era inadmissível para as famílias americanas. Daí Jeffrey Hunter sofreu uma depilação em regra e fez o Cristo mais glabro da história do Novo Testamento. Sem falar em "O Círculo do Medo" (1962), de J. Lee Thompson, em que Robert Mitchum vive um vilão tão cruel quanto assustador. Mas, em certo momento, ele é levado a uma delegacia, ordenado a tirar a roupa, e o que se vê? Um homem sem calças e sem camisa, fortíssimo, mas com uma cueca gigante que lhe sai quase dos sovacos e vai até os joelhos. E, pior, de sapato e meias pretas. A plateia brasileira tinha uma explosão de riso e lá se ia o pavor que Mitchum despertava — porque, em 1962, já ninguém por aqui usaria tal cueca. Hoje, muito menos. Exceto, talvez, alguns jornalistas americanos.
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Conheça o novo colunista da 'Folhinha' apaixonado por mitologia grega
Se Lucca Rodrigues de Paula, 8, fosse um personagem da mitologia grega, ele seria o cão Cérbero. "Ele é gigante e tem três cabeças", explica ele. O menino, que estreará neste sábado (21) como o novo colunista da "Folhinha", é louco pelos mitos e dedicará seus textos a quatro de suas figuras, começando pela ave Fênix. "As pessoas têm que começar a conhecer a mitologia grega, porque é uma história muito antiga. Ela envolve o Big Bang, que é a origem de tudo, e também fala sobre o caos." Lucca, que quer ser escritor quando crescer, já pensa em escrever a sua própria obra. Começou a praticar cedo: "Já li quase 15 livros. Leio livros de 200 páginas em dois dias." COMO PARTICIPAR Para se tornar colunistas como Lucca, crianças de até 12 anos devem enviar um texto com mil caracteres para [email protected], com nome, idade e "Ideias..." na linha de assunto. O autor muda a cada mês e o tema é livre, incluindo o dia a dia na escola, brincadeiras, games e outros assuntos. O menino recomenda aos que querem escrever na "Folhinha" que se baseiem nos filmes que viram, como ele próprio fez. Lucca diz que se inspirou na animação "Hércules", da Disney, mas seu interesse pela mitologia surgiu muito antes: "Eu já nasci com isso dentro de mim."
folhinha
Conheça o novo colunista da 'Folhinha' apaixonado por mitologia gregaSe Lucca Rodrigues de Paula, 8, fosse um personagem da mitologia grega, ele seria o cão Cérbero. "Ele é gigante e tem três cabeças", explica ele. O menino, que estreará neste sábado (21) como o novo colunista da "Folhinha", é louco pelos mitos e dedicará seus textos a quatro de suas figuras, começando pela ave Fênix. "As pessoas têm que começar a conhecer a mitologia grega, porque é uma história muito antiga. Ela envolve o Big Bang, que é a origem de tudo, e também fala sobre o caos." Lucca, que quer ser escritor quando crescer, já pensa em escrever a sua própria obra. Começou a praticar cedo: "Já li quase 15 livros. Leio livros de 200 páginas em dois dias." COMO PARTICIPAR Para se tornar colunistas como Lucca, crianças de até 12 anos devem enviar um texto com mil caracteres para [email protected], com nome, idade e "Ideias..." na linha de assunto. O autor muda a cada mês e o tema é livre, incluindo o dia a dia na escola, brincadeiras, games e outros assuntos. O menino recomenda aos que querem escrever na "Folhinha" que se baseiem nos filmes que viram, como ele próprio fez. Lucca diz que se inspirou na animação "Hércules", da Disney, mas seu interesse pela mitologia surgiu muito antes: "Eu já nasci com isso dentro de mim."
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Multi Messi
Dois dos três gols de Messi contra o Granada, sábado (9), aconteceram em infiltrações como ponta de lança, pela faixa central do gramado. Mais em evidência por concorrer ao prêmio Puskás, o golaço contra o Athletic Bilbao, na final da Copa do Rei, aconteceu no mais puro estilo Messi. Ele pegou a bola na ponta direita, usou o pé esquerdo por toda a jogada, driblou a defesa inteira do Athletic e completou no canto esquerdo. Messi foi ponta direita, no início de carreira, jogou como ponta de lança, atrás de Ibrahimovic, na temporada 2009/10, depois na posição que se convencionou chamar de falso 9, em 2010/11, e voltou ao lado direito do campo com o técnico Luis Enrique. Mesmo pelo lado, Messi é cada dia mais meia. Atacante, daqueles que marcam mais gols, mas capaz de encontrar o melhor espaço no campo, entre a ponta e a meia direita ou pelo centro do campo, chegando de frente com os volantes, para abastecer Luis Suárez e Neymar. Aos 28 anos, Messi não está tão forte quanto há cinco temporadas, só que é mais completo e maduro. Essa é uma das razões de seu favoritismo para ficar com a Bola de Ouro da Fifa, prêmio entregue hoje à tarde em Zurique. Se der a lógica, Neymar ficará em segundo lugar, o primeiro brasileiro no pódio desde que Kaká foi eleito o melhor do planeta em 2007. Naquela época, Messi e Cristiano Ronaldo já figuravam no palco, o argentino em segundo lugar, o português em terceiro. O longo reinado da dupla inclui quatro Bolas de Ouro consecutivas para Messi, ensanduichadas por uma de Cristiano em 2008, duas em 2013 e 2014. Significa que a premiação de hoje pode ter o valor de devolver ao rei a coroa perdida há dois anos. Nestas oito temporadas, só uma vez Cristiano Ronaldo não terminou entre os três melhores –em 2010, superado por Xavi e Iniesta. Todos os outros prêmios tiveram Messi, Cristiano e um azarão –Xavi mais duas vezes, Iniesta mais uma, Fernando Torres, Ribery e Neuer com uma indicação cada. Com Neymar é diferente. Ele não é azarão e só não é possível afirmar com certeza de que voltará a Zurique nos próximos anos para ser eleito, porque vai continuar convivendo com Messi. Também porque há circunstâncias alheias à vontade. As lesões, por exemplo. Melhor jogador da última Champions League, Messi só tem uma chance de perder para Neymar a coroa hoje à tarde e tem a ver com o período de dois meses lesionado, coincidente com o melhor momento do brasileiro. Os votos para melhor do mundo foram computados até sábado, 21 de novembro, véspera do retorno de Messi aos campos, no segundo tempo do clássico contra o Real Madrid. Messi no departamento médico durante a votação é uma das peculiaridades do prêmio deste ano. Outra é, pela primeira vez, os três finalistas terem direito a voto, porque Messi é capitão da seleção da Argentina, Cristiano de Portugal e Neymar do Brasil. Isso pode até se desmentir. Por exemplo, se a Argentina tiver indicado outro capitão, por Messi estar ausente, machucado. Mas, em tese, é a primeira vez em que os três finalistas têm direito a voto. O que torna mais saboroso recorrer à página da Fifa logo depois da premiação, para ver quem votou em quem. Messi nunca vota em Cristiano Ronaldo. A recíproca é verdadeira. * OBJETIVO? Outra razão para Neymar não ter pressa em ganhar a Bola de Ouro da Fifa –que pode até ser sua hoje– é a lembrança de que ser o melhor jogador do mundo não pode ser seu objetivo. Tem de ser consequência de um ano de trabalho bem feito dentro de campo. * REVISÃO A "France Football" revisou a Bola de Ouro. Criada em 1956, até 1995 só premiava europeus. Pela nova conta, Pelé ganharia sete vezes, de 58 a 61, em 63, 64 e 70. De 65 a 69, ganharam Eusébio, Bobby Charlton, Albert, George Best e Rivera. A revisão ainda não ficou boa.
colunas
Multi MessiDois dos três gols de Messi contra o Granada, sábado (9), aconteceram em infiltrações como ponta de lança, pela faixa central do gramado. Mais em evidência por concorrer ao prêmio Puskás, o golaço contra o Athletic Bilbao, na final da Copa do Rei, aconteceu no mais puro estilo Messi. Ele pegou a bola na ponta direita, usou o pé esquerdo por toda a jogada, driblou a defesa inteira do Athletic e completou no canto esquerdo. Messi foi ponta direita, no início de carreira, jogou como ponta de lança, atrás de Ibrahimovic, na temporada 2009/10, depois na posição que se convencionou chamar de falso 9, em 2010/11, e voltou ao lado direito do campo com o técnico Luis Enrique. Mesmo pelo lado, Messi é cada dia mais meia. Atacante, daqueles que marcam mais gols, mas capaz de encontrar o melhor espaço no campo, entre a ponta e a meia direita ou pelo centro do campo, chegando de frente com os volantes, para abastecer Luis Suárez e Neymar. Aos 28 anos, Messi não está tão forte quanto há cinco temporadas, só que é mais completo e maduro. Essa é uma das razões de seu favoritismo para ficar com a Bola de Ouro da Fifa, prêmio entregue hoje à tarde em Zurique. Se der a lógica, Neymar ficará em segundo lugar, o primeiro brasileiro no pódio desde que Kaká foi eleito o melhor do planeta em 2007. Naquela época, Messi e Cristiano Ronaldo já figuravam no palco, o argentino em segundo lugar, o português em terceiro. O longo reinado da dupla inclui quatro Bolas de Ouro consecutivas para Messi, ensanduichadas por uma de Cristiano em 2008, duas em 2013 e 2014. Significa que a premiação de hoje pode ter o valor de devolver ao rei a coroa perdida há dois anos. Nestas oito temporadas, só uma vez Cristiano Ronaldo não terminou entre os três melhores –em 2010, superado por Xavi e Iniesta. Todos os outros prêmios tiveram Messi, Cristiano e um azarão –Xavi mais duas vezes, Iniesta mais uma, Fernando Torres, Ribery e Neuer com uma indicação cada. Com Neymar é diferente. Ele não é azarão e só não é possível afirmar com certeza de que voltará a Zurique nos próximos anos para ser eleito, porque vai continuar convivendo com Messi. Também porque há circunstâncias alheias à vontade. As lesões, por exemplo. Melhor jogador da última Champions League, Messi só tem uma chance de perder para Neymar a coroa hoje à tarde e tem a ver com o período de dois meses lesionado, coincidente com o melhor momento do brasileiro. Os votos para melhor do mundo foram computados até sábado, 21 de novembro, véspera do retorno de Messi aos campos, no segundo tempo do clássico contra o Real Madrid. Messi no departamento médico durante a votação é uma das peculiaridades do prêmio deste ano. Outra é, pela primeira vez, os três finalistas terem direito a voto, porque Messi é capitão da seleção da Argentina, Cristiano de Portugal e Neymar do Brasil. Isso pode até se desmentir. Por exemplo, se a Argentina tiver indicado outro capitão, por Messi estar ausente, machucado. Mas, em tese, é a primeira vez em que os três finalistas têm direito a voto. O que torna mais saboroso recorrer à página da Fifa logo depois da premiação, para ver quem votou em quem. Messi nunca vota em Cristiano Ronaldo. A recíproca é verdadeira. * OBJETIVO? Outra razão para Neymar não ter pressa em ganhar a Bola de Ouro da Fifa –que pode até ser sua hoje– é a lembrança de que ser o melhor jogador do mundo não pode ser seu objetivo. Tem de ser consequência de um ano de trabalho bem feito dentro de campo. * REVISÃO A "France Football" revisou a Bola de Ouro. Criada em 1956, até 1995 só premiava europeus. Pela nova conta, Pelé ganharia sete vezes, de 58 a 61, em 63, 64 e 70. De 65 a 69, ganharam Eusébio, Bobby Charlton, Albert, George Best e Rivera. A revisão ainda não ficou boa.
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Spencer Amereno Jr., do Frank Bar, é premiado como o melhor bartender da cidade
MARÍLIA MIRAGAIA DE SÃO PAULO No passado, boticários ou apotecários encarnavam a figura de médicos para curar doenças com fórmulas, às vezes, secretas. Ervas selvagens, flores, raízes e plantas eram usadas nesses "remédios". E, adivinhe, qual a maneira para conservar essas poções se não um líquido —o álcool, no caso. Pois bem, qualquer semelhança não é mera coincidência com a estação de trabalho de Spencer Amereno Jr., do Frank Bar, melhor barman —empatado ao lado do italiano Fabio La Pietra, que deixou recentemente as coqueteleiras do Peppino, no Itaim Bibi. Um tipo de hortelã de borda branca, melissa, azedinha, flor de lótus, xarope feito de castanha-de-baru, semente do cerrado. Tudo está armazenado em dezenas de vidros e potinhos que ficam naquela bancada. Como um desses médicos antigos, ele manipula os recipientes quase sem olhar, atendendo aos pedidos de quem entra. Spencer é um veterano da coquetelaria. Foi pioneiro em fazer a própria água tônica de quinino para juntar ao gim. Já envelhecia negronis em 2012, antes da bebida explodir em bares. Gosta de falar sobre a moda de coquetéis sem álcool, que pegou fora do país. Tudo com a diplomacia de quem atende um "gringo" (o Frank fica em um hotel) que insiste em beber rum com coca em meio a tantos (bons) drinques. "Please enjoy, sir", diz, ao entregar a bebida. É a destreza de 16 anos de profissão que só multiplicaram a curiosidade de sua pesquisa. "Sonho todos os dias com o trabalho", diz, ao terminar o expediente, às duas da manhã. * Frank Bar. R. São Carlos do Pinhal, 424, Bela Vista, tel. 3145-8000
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Spencer Amereno Jr., do Frank Bar, é premiado como o melhor bartender da cidadeMARÍLIA MIRAGAIA DE SÃO PAULO No passado, boticários ou apotecários encarnavam a figura de médicos para curar doenças com fórmulas, às vezes, secretas. Ervas selvagens, flores, raízes e plantas eram usadas nesses "remédios". E, adivinhe, qual a maneira para conservar essas poções se não um líquido —o álcool, no caso. Pois bem, qualquer semelhança não é mera coincidência com a estação de trabalho de Spencer Amereno Jr., do Frank Bar, melhor barman —empatado ao lado do italiano Fabio La Pietra, que deixou recentemente as coqueteleiras do Peppino, no Itaim Bibi. Um tipo de hortelã de borda branca, melissa, azedinha, flor de lótus, xarope feito de castanha-de-baru, semente do cerrado. Tudo está armazenado em dezenas de vidros e potinhos que ficam naquela bancada. Como um desses médicos antigos, ele manipula os recipientes quase sem olhar, atendendo aos pedidos de quem entra. Spencer é um veterano da coquetelaria. Foi pioneiro em fazer a própria água tônica de quinino para juntar ao gim. Já envelhecia negronis em 2012, antes da bebida explodir em bares. Gosta de falar sobre a moda de coquetéis sem álcool, que pegou fora do país. Tudo com a diplomacia de quem atende um "gringo" (o Frank fica em um hotel) que insiste em beber rum com coca em meio a tantos (bons) drinques. "Please enjoy, sir", diz, ao entregar a bebida. É a destreza de 16 anos de profissão que só multiplicaram a curiosidade de sua pesquisa. "Sonho todos os dias com o trabalho", diz, ao terminar o expediente, às duas da manhã. * Frank Bar. R. São Carlos do Pinhal, 424, Bela Vista, tel. 3145-8000
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Preços do petróleo se recuperam; Bolsa sobe mais de 1% e dólar recua
Os preços do petróleo no mercado internacional se recuperam nesta quarta-feira (17), após o tombo da véspera. A alta é alimentada por expectativas de que membros e não membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) convençam o Irã a participar de um acordo para congelar a produção global da commodity. No entanto, o Irã afirmou que vai resistir a qualquer plano para limitar sua produção de petróleo. As conversas em Teerã seguem um acordo alcançado pelo poder dominante na Opep, a Arábia Saudita, e pela Rússia, que não faz parte do grupo, os dois maiores produtores e exportadores, para congelar a produção nos níveis de janeiro se outras grandes nações petroleiras também concordarem. Em Londres, o petróleo Brent ganha 4,13%, a US$ 33,51 o barril, e, nos EUA, o WTI avança 3,75%, a US$ 30,13. BOLSAS Em dia de vencimento dos contratos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro, o principal índice da Bolsa paulista tem alta de 1,68%, aos 41.636,56 pontos. As ações da Petrobras sobem 2,02%, a R$ 4,53 (preferenciais) e 3,17%, a R$ 6,49 (ordinárias). O avanço do petróleo estimula as Bolsas europeias, que sobem mais de 2%. Os mercados acionários europeus são impulsionados ainda pela alta das ações do banco francês Crédit Agricole e da mineradora Glencore. A Bolsa de Londres avança 2,01%, Paris (+2,47%), Frankfurt (+2,26%), Madri (+2,27%) e Milão (+2,00%). Em Nova York, o índice Dow Jones abriu em alta de 0,60% e o Nasdaq, de +0,82%. Os mercados aguardam ainda a divulgação da ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), no fim da tarde. "A ata da última reunião do Fed será o destaque da agenda macro de hoje. Riscos devem ser ressaltados no documento, mais uma vez. Seguirá baixa a probabilidade de elevação de juros neste ano", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos, em relatório. As ações chinesas subiram novamente nesta quarta-feira para uma nova máxima de três semanas. Enquanto isso, as ações no restante do continente caíram, após duas sessões seguidas de ganhos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,87%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 1,1%. Os índices chineses foram impulsionados pelo setor de infraestrutura, que saltou mais de 2% com o governo revelando planos de investir 400 bilhões de iuanes (US$ 61,42 bilhões) em projetos de infraestrutura. No Japão, o índice Nikkei recuou 1,36%. DÓLAR E JUROS Após a alta de terça-feira (16), o dólar à vista recua 0,40%, a R$ 4,0378, e o dólar comercial perde 0,78%, a R$ 4,0390. A queda da moeda americana ante o real acompanha o movimento em outros mercados emergentes diante do avanço dos preços do petróleo. A recuperação do combustível alimentava a demanda por ativos de maior risco, especialmente aqueles ligados a commodities, como o real e o peso mexicano. "O mercado está usando o cenário externo positivo, com a alta do petróleo, para se ajustar um pouco", explicou o operador Marcos Trabbold, da corretora B&T. Os juros futuros também recuam, com o contrato de DI para janeiro de 2017 em 14,200%, de 14,280% nesta terça-feira; e o contrato de DI para janeiro de 2021 negociado a 15,820%, de 16,020% na véspera. O movimento no mercado de juros segue a sinalização do Banco Central de que a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,25% ao ano, não deve sofrer novo aumento tão cedo.
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Preços do petróleo se recuperam; Bolsa sobe mais de 1% e dólar recuaOs preços do petróleo no mercado internacional se recuperam nesta quarta-feira (17), após o tombo da véspera. A alta é alimentada por expectativas de que membros e não membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) convençam o Irã a participar de um acordo para congelar a produção global da commodity. No entanto, o Irã afirmou que vai resistir a qualquer plano para limitar sua produção de petróleo. As conversas em Teerã seguem um acordo alcançado pelo poder dominante na Opep, a Arábia Saudita, e pela Rússia, que não faz parte do grupo, os dois maiores produtores e exportadores, para congelar a produção nos níveis de janeiro se outras grandes nações petroleiras também concordarem. Em Londres, o petróleo Brent ganha 4,13%, a US$ 33,51 o barril, e, nos EUA, o WTI avança 3,75%, a US$ 30,13. BOLSAS Em dia de vencimento dos contratos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro, o principal índice da Bolsa paulista tem alta de 1,68%, aos 41.636,56 pontos. As ações da Petrobras sobem 2,02%, a R$ 4,53 (preferenciais) e 3,17%, a R$ 6,49 (ordinárias). O avanço do petróleo estimula as Bolsas europeias, que sobem mais de 2%. Os mercados acionários europeus são impulsionados ainda pela alta das ações do banco francês Crédit Agricole e da mineradora Glencore. A Bolsa de Londres avança 2,01%, Paris (+2,47%), Frankfurt (+2,26%), Madri (+2,27%) e Milão (+2,00%). Em Nova York, o índice Dow Jones abriu em alta de 0,60% e o Nasdaq, de +0,82%. Os mercados aguardam ainda a divulgação da ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), no fim da tarde. "A ata da última reunião do Fed será o destaque da agenda macro de hoje. Riscos devem ser ressaltados no documento, mais uma vez. Seguirá baixa a probabilidade de elevação de juros neste ano", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos, em relatório. As ações chinesas subiram novamente nesta quarta-feira para uma nova máxima de três semanas. Enquanto isso, as ações no restante do continente caíram, após duas sessões seguidas de ganhos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,87%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 1,1%. Os índices chineses foram impulsionados pelo setor de infraestrutura, que saltou mais de 2% com o governo revelando planos de investir 400 bilhões de iuanes (US$ 61,42 bilhões) em projetos de infraestrutura. No Japão, o índice Nikkei recuou 1,36%. DÓLAR E JUROS Após a alta de terça-feira (16), o dólar à vista recua 0,40%, a R$ 4,0378, e o dólar comercial perde 0,78%, a R$ 4,0390. A queda da moeda americana ante o real acompanha o movimento em outros mercados emergentes diante do avanço dos preços do petróleo. A recuperação do combustível alimentava a demanda por ativos de maior risco, especialmente aqueles ligados a commodities, como o real e o peso mexicano. "O mercado está usando o cenário externo positivo, com a alta do petróleo, para se ajustar um pouco", explicou o operador Marcos Trabbold, da corretora B&T. Os juros futuros também recuam, com o contrato de DI para janeiro de 2017 em 14,200%, de 14,280% nesta terça-feira; e o contrato de DI para janeiro de 2021 negociado a 15,820%, de 16,020% na véspera. O movimento no mercado de juros segue a sinalização do Banco Central de que a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,25% ao ano, não deve sofrer novo aumento tão cedo.
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Festival 'dos sonhos', que une gigantes do rock, nega negociação com o Brasil
Depois de três semanas de especulações, deve ser anunciado oficialmente até a próxima sexta-feira (6) um festival de sonhos para roqueiros quarentões e cinquentões. No mesmo clube hípico que abriga anualmente em abril o megafestival Coachella, em Índio, na Califórnia (costa oeste dos Estados Unidos), seis gigantes do rock vão se apresentar em três noites de outubro. Rolling Stones, Bob Dylan, Neil Young, Paul McCartney, The Who e Roger Waters são as atrações que devem ser anunciadas. Todos eles, exceto Neil Young, já publicaram um teaser com a palavra "outubro" em seus sites oficiais. O acerto com Young não deve ter problemas, porque a empresa que organiza o festival, Goldenvoice (a mesma que produz o Coachella), cuidou da última turnê do cantor canadense. Procurada pela Folha, a assessoria da produtora disse que há possibilidade do festival ser realizado em outros Estados americanos e em outros países a partir de 2017. Oficialmente, a empresa nega contato com empresários brasileiros até agora. Segundo a AEG Live, gigante do entretenimento americano a qual a Goldenvoice pertence, o que será explorado a partir de 2017 é o formato do festival e não esse "time dos sonhos" que deve se reunir em Índio. A ideia é colocar dois palcos grandes em pontas opostas de uma área gigantesca. Serão dois shows por noite. A diferença para o formato habitual dos festivais é cada apresentação será longa, com as cerca de duas horas habituais para o circuito das grandes bandas de rock, e com o palco particular de cada atração. Nos festivais com muitos shows por dia, as apresentações costumam ter a duração reduzida e usar palcos menos personalizados, uma vez que são divididos com outras bandas. No que foi veiculado até agora nas redes sociais, as atrações desse festival ainda sem nome seriam distribuídas assim: no dia 7/10, se apresentam Bob Dylan e Rolling Stones; em 8/10, Neil Young e Paul McCartney, e em 9/10, The Who e Roger Waters.
ilustrada
Festival 'dos sonhos', que une gigantes do rock, nega negociação com o BrasilDepois de três semanas de especulações, deve ser anunciado oficialmente até a próxima sexta-feira (6) um festival de sonhos para roqueiros quarentões e cinquentões. No mesmo clube hípico que abriga anualmente em abril o megafestival Coachella, em Índio, na Califórnia (costa oeste dos Estados Unidos), seis gigantes do rock vão se apresentar em três noites de outubro. Rolling Stones, Bob Dylan, Neil Young, Paul McCartney, The Who e Roger Waters são as atrações que devem ser anunciadas. Todos eles, exceto Neil Young, já publicaram um teaser com a palavra "outubro" em seus sites oficiais. O acerto com Young não deve ter problemas, porque a empresa que organiza o festival, Goldenvoice (a mesma que produz o Coachella), cuidou da última turnê do cantor canadense. Procurada pela Folha, a assessoria da produtora disse que há possibilidade do festival ser realizado em outros Estados americanos e em outros países a partir de 2017. Oficialmente, a empresa nega contato com empresários brasileiros até agora. Segundo a AEG Live, gigante do entretenimento americano a qual a Goldenvoice pertence, o que será explorado a partir de 2017 é o formato do festival e não esse "time dos sonhos" que deve se reunir em Índio. A ideia é colocar dois palcos grandes em pontas opostas de uma área gigantesca. Serão dois shows por noite. A diferença para o formato habitual dos festivais é cada apresentação será longa, com as cerca de duas horas habituais para o circuito das grandes bandas de rock, e com o palco particular de cada atração. Nos festivais com muitos shows por dia, as apresentações costumam ter a duração reduzida e usar palcos menos personalizados, uma vez que são divididos com outras bandas. No que foi veiculado até agora nas redes sociais, as atrações desse festival ainda sem nome seriam distribuídas assim: no dia 7/10, se apresentam Bob Dylan e Rolling Stones; em 8/10, Neil Young e Paul McCartney, e em 9/10, The Who e Roger Waters.
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Dólar volta a ficar acima de R$ 4; Bolsa recua e juros futuros sobem
O dólar voltou a ficar acima dos R$ 4 nesta quinta-feira (18). A alta foi motivada pelas preocupações em relação à situação fiscal do Brasil e pelas incertezas políticas e econômicas, potencializadas pelo novo rebaixamento da nota do Brasil pela Standard & Poor's na véspera. O Ibovespa recuou e os juros futuros subiram. O cenário externo começou o dia favorável, com o petróleo dando continuidade ao movimento de alta, mas à tarde os preços da commodity mostraram volatilidade, se revezando entre altas e baixas. O dólar à vista fechou em alta de 1,58%, a US$ 4,0433; o dólar comercial ganhou 1,35%, a R$ 4,0480. A reação nos mercados ao novo rebaixamento da nota do Brasil pela Standard & Poor's no fim da tarde desta quarta-feira (17) foi limitada porque o país já era classificado como grau especulativo pela agência. O cenário pessimista foi reforçado pela divulgação de indicadores. A economia brasileira fechou 2015 com retração de 4,1%, de acordo com o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central). E as indústrias cortaram em 6,2% o número de pessoas ocupadas no setor em 2015, segundo dados divulgados pelo IBGE Além disso, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) projeta uma retração de 4% da economia brasileira neste ano e prevê recuperação apenas em 2017. JUROS No mercado de juros futuros, depois de recuarem nos últimos dias com a perspectiva de que não haverá novos aumentos da taxa básica de juros (Selic), os contratos de DI subiram. O contrato de DI para janeiro de 2017 avançou de 14,240% na quarta-feira para 14,320%; o contrato de DI para janeiro de 2021 passou de 15,750% para 15,880%. O Banco Central avalia que não há espaço para reduzir a taxa básica de juros, apesar da expectativa de crescimento mais baixo da economia brasileira. O corte da taxa básica, que está em 14,25% ao ano desde julho de 2015, é uma das principais demandas de partidos e entidades ligados ao governo que defendem mudanças na política econômica. Nesta quarta-feira, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, afirmou as expectativas de um desempenho ainda pior das economias brasileira e mundial devem contribuir para a queda da inflação em 2016. Mesmo assim, a instituição avalia que "não pode descuidar de idiossincrasias e particularidades de nossa realidade", como a indexação de preços e a expectativa de inflação ainda alta neste e no próximo ano. PETRÓLEO O petróleo Brent chegou a subir para mais de US$ 35 o barril nesta quinta-feira, após o Irã ter dito na véspera que planos de Arábia Saudita e Rússia para congelar a produção são bem-vindos. À tarde, porém, a commodity mostrou volatilidade. O fato novo é que o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, afirmou que o país "não está preparado" para cortar a produção de petróleo, segundo a agência AFP. "Se outros produtores querem limitar ou concordar com um congelamento em termos de produção adicional, isso pode ter um impacto no mercado, mas a Arábia Saudita não está preparada para cortar a produção", disse al-Jubeir, em entrevista à agência. Em Londres, o Brent perdia 1,01%, a US$ 34,15; nos EUA, o WTI subia 0,20%, a US$ 30,72. BOLSAS O novo rebaixamento da nota do Brasil contribuiu para a queda do Ibovespa, que passou por realização de lucro e caiu após quatro pregões consecutivos de alta. O principal índice da Bolsa paulista perdeu 0,37%, aos aos 41.477,63 pontos. Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest, chama a atenção para o baixo volume que tem sido negociado na Bolsa — nesta quinta-feira, foi de R$ 4,792 bilhões. "Enquanto o cenário interno não melhorar, vamos ver essa situação; a Bolsa não tem volume, porque está na mão de investidores de curto prazo", afirma. Mesmo depois de a nota da Petrobras ter sido rebaixada pela S&P, as ações da estatal chegaram a subir pela manhã. No entanto, inverteram o sinal, acompanhando os preços do petróleo. As ações preferenciais recuaram 1,92%, a R$ 4,59, enquanto as ordinárias caíram 2,65%, a R$ 6,60. As ações de bancos reagiram à redução de nota pela S&P: Itaú Unibanco PN (-2,02%), Santander unit (-0,42%), Bradesco PN (-2,02%) e Banco do Brasil ON (-3,66%). Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones perdia 0,17%, o S&P 500 recuava 0,37% e o Nasdaq,-0,89%, também sob influência dos preços do petróleo. Na Europa, a maioria das Bolsas fechou em baixa: Londres (-0,97%), Madri (-0,83%) e Milão (-1,53%). As exceções foram Paris (+0,15%) e Frankfurt (+0,92%). Ainda na Europa, nesta manhã, o BCE (Banco Central Europeu) divulgou a ata de sua reunião de janeiro. Os riscos ao crescimento e à inflação estão aumentando na zona do euro, mostrou o documento. Ainda que o BCE tenha deixado os juros inalterados em janeiro, o banco prometeu revisar e possivelmente recalibrar sua política monetária no dia 10 de março, uma declaração entendida pelos mercados como probabilidade alta de mais afrouxamento monetário. Na Ásia, a recuperação dos mercados acionários chineses mostrou sinais de esgotamento nesta quinta-feira (18), com os principais índices devolvendo ganhos iniciais e fechando com pequenas quedas. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,31%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,16%. Já no restante da Ásia as ações subiram com mais ganhos do petróleo. O índice Nikkei do Japão continuou a se recuperar da mínima de 16 meses atingida na semana passada, subindo 2,3% e ignorando a maior queda nas exportações domésticas desde 2009.
mercado
Dólar volta a ficar acima de R$ 4; Bolsa recua e juros futuros sobemO dólar voltou a ficar acima dos R$ 4 nesta quinta-feira (18). A alta foi motivada pelas preocupações em relação à situação fiscal do Brasil e pelas incertezas políticas e econômicas, potencializadas pelo novo rebaixamento da nota do Brasil pela Standard & Poor's na véspera. O Ibovespa recuou e os juros futuros subiram. O cenário externo começou o dia favorável, com o petróleo dando continuidade ao movimento de alta, mas à tarde os preços da commodity mostraram volatilidade, se revezando entre altas e baixas. O dólar à vista fechou em alta de 1,58%, a US$ 4,0433; o dólar comercial ganhou 1,35%, a R$ 4,0480. A reação nos mercados ao novo rebaixamento da nota do Brasil pela Standard & Poor's no fim da tarde desta quarta-feira (17) foi limitada porque o país já era classificado como grau especulativo pela agência. O cenário pessimista foi reforçado pela divulgação de indicadores. A economia brasileira fechou 2015 com retração de 4,1%, de acordo com o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central). E as indústrias cortaram em 6,2% o número de pessoas ocupadas no setor em 2015, segundo dados divulgados pelo IBGE Além disso, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) projeta uma retração de 4% da economia brasileira neste ano e prevê recuperação apenas em 2017. JUROS No mercado de juros futuros, depois de recuarem nos últimos dias com a perspectiva de que não haverá novos aumentos da taxa básica de juros (Selic), os contratos de DI subiram. O contrato de DI para janeiro de 2017 avançou de 14,240% na quarta-feira para 14,320%; o contrato de DI para janeiro de 2021 passou de 15,750% para 15,880%. O Banco Central avalia que não há espaço para reduzir a taxa básica de juros, apesar da expectativa de crescimento mais baixo da economia brasileira. O corte da taxa básica, que está em 14,25% ao ano desde julho de 2015, é uma das principais demandas de partidos e entidades ligados ao governo que defendem mudanças na política econômica. Nesta quarta-feira, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, afirmou as expectativas de um desempenho ainda pior das economias brasileira e mundial devem contribuir para a queda da inflação em 2016. Mesmo assim, a instituição avalia que "não pode descuidar de idiossincrasias e particularidades de nossa realidade", como a indexação de preços e a expectativa de inflação ainda alta neste e no próximo ano. PETRÓLEO O petróleo Brent chegou a subir para mais de US$ 35 o barril nesta quinta-feira, após o Irã ter dito na véspera que planos de Arábia Saudita e Rússia para congelar a produção são bem-vindos. À tarde, porém, a commodity mostrou volatilidade. O fato novo é que o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, afirmou que o país "não está preparado" para cortar a produção de petróleo, segundo a agência AFP. "Se outros produtores querem limitar ou concordar com um congelamento em termos de produção adicional, isso pode ter um impacto no mercado, mas a Arábia Saudita não está preparada para cortar a produção", disse al-Jubeir, em entrevista à agência. Em Londres, o Brent perdia 1,01%, a US$ 34,15; nos EUA, o WTI subia 0,20%, a US$ 30,72. BOLSAS O novo rebaixamento da nota do Brasil contribuiu para a queda do Ibovespa, que passou por realização de lucro e caiu após quatro pregões consecutivos de alta. O principal índice da Bolsa paulista perdeu 0,37%, aos aos 41.477,63 pontos. Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest, chama a atenção para o baixo volume que tem sido negociado na Bolsa — nesta quinta-feira, foi de R$ 4,792 bilhões. "Enquanto o cenário interno não melhorar, vamos ver essa situação; a Bolsa não tem volume, porque está na mão de investidores de curto prazo", afirma. Mesmo depois de a nota da Petrobras ter sido rebaixada pela S&P, as ações da estatal chegaram a subir pela manhã. No entanto, inverteram o sinal, acompanhando os preços do petróleo. As ações preferenciais recuaram 1,92%, a R$ 4,59, enquanto as ordinárias caíram 2,65%, a R$ 6,60. As ações de bancos reagiram à redução de nota pela S&P: Itaú Unibanco PN (-2,02%), Santander unit (-0,42%), Bradesco PN (-2,02%) e Banco do Brasil ON (-3,66%). Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones perdia 0,17%, o S&P 500 recuava 0,37% e o Nasdaq,-0,89%, também sob influência dos preços do petróleo. Na Europa, a maioria das Bolsas fechou em baixa: Londres (-0,97%), Madri (-0,83%) e Milão (-1,53%). As exceções foram Paris (+0,15%) e Frankfurt (+0,92%). Ainda na Europa, nesta manhã, o BCE (Banco Central Europeu) divulgou a ata de sua reunião de janeiro. Os riscos ao crescimento e à inflação estão aumentando na zona do euro, mostrou o documento. Ainda que o BCE tenha deixado os juros inalterados em janeiro, o banco prometeu revisar e possivelmente recalibrar sua política monetária no dia 10 de março, uma declaração entendida pelos mercados como probabilidade alta de mais afrouxamento monetário. Na Ásia, a recuperação dos mercados acionários chineses mostrou sinais de esgotamento nesta quinta-feira (18), com os principais índices devolvendo ganhos iniciais e fechando com pequenas quedas. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,31%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,16%. Já no restante da Ásia as ações subiram com mais ganhos do petróleo. O índice Nikkei do Japão continuou a se recuperar da mínima de 16 meses atingida na semana passada, subindo 2,3% e ignorando a maior queda nas exportações domésticas desde 2009.
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'Simpsons' é mais nerd que 'Big Bang Theory', diz físico que estudou o desenho
E, M, C, S, Q, U. As letras que Maggie, o bebê da família, empilha usando blocos de brinquedo no segundo episódio de "Os Simpsons", exibido em 1989, seriam apenas uma combinação aleatória, não fossem elas uma homenagem à equação mais famosa da humanidade: E=MC², de Albert Einstein (em inglês, quadrado é "square"). O matemático britânico Simon Singh, Ph.D. em física, chegou a achar que estava vendo pelo em ovo quando, em 2004, começou a notar essa e outras referências a teoremas matemáticos no desenho. Assista a trechos do episódio: Assista ao segundo episódio de "Os Simpsons"; "OK, talvez eles nunca respondam", ele diz ter pensado ao escrever um e-mail para David Cohen, roteirista de um dos programas de TV mais populares do mundo –no Brasil, é exibido pela Band e pelo canal pago Fox. Eureca. Cohen não só confirmou a hipótese, mas respondeu mencionando outros exemplos na série. Em 2012, Singh viajou de Londres, onde vive, a Los Angeles, nos EUA, para entrevistar os roteiristas de "Os Simpsons". Da soma das entrevistas com a equipe nerd de escritores (há um Ph.D. em matemática aplicada por Harvard e o próprio Cohen é mestre em ciência da computação), o resultado é o livro "Os Segredos Matemáticos dos Simpsons". O título, de 2013, acaba de ser editado no Brasil pela Record. Singh não foi o primeiro, e provavelmente não será o último, a buscar referências nas 27 temporadas do seriado. Em 2007, o livro "Os Simpsons e a Filosofia" (Madras, 288 págs, R$ 34,90) usou a vida dos habitantes de Springfield para explicar princípios da moral e do pensamento filosófico –o título de um dos capítulos é "Assim Falava Bart: Nietzsche e as Virtudes de ser Mau". O programa nunca foi ingênuo: é conhecido pela crítica política e social. Mas que fosse sofisticado do ponto de vista matemático, isso foi uma surpresa para Singh, famoso em seu país após lançar o best-seller "O Último Teorema de Fermat" e dirigir séries que buscavam popularizar a sua ciência para a BBC. "Meu desafio não era achar novas referências em 'Os Simpsons', mas tentar transformá-las em uma narrativa que casasse com a história da matemática", ele explica. Com didatismo e ilustrações, o autor esclarece sua tese: "Os Simpsons" é o show mais refinado da televisão em termos científicos. "Muito mais que 'Big Bang Theory'", diz à Folha, comparando o desenho com a série famosa pelas alusões ao universo nerd. Singh torna a aritmética acessível até para quem recorre à calculadora para somar 2 + 2. Antes de elucidar uma piada com o número irracional "pi", ele explica como a humanidade (de Arquimedes a matemáticos chineses) levou séculos para chegar ao 3,14. Algumas piadas, porém, perdem a graça quando traduzidas –é o caso do episódio "Homer Torta" (2004), que depende da pronúncia do "pi" em inglês, idêntica à da palavra "torta". O número também havia aparecido em "Adeusinho, boboca", de 2001. Depois de analisar "Os Simpsons", o autor relata ter desenvolvido um "alerta nerd" para a cultura pop. "No novo 'Star Wars', Han Solo comenta que a Millenium Falcon completou a rota de Kessel em 12 parsecs. O tipo de coisa que dispara meu alarme, pois ele sugere ter feito um tempo recorde, mas 'parsec' mede distância. A única maneira de isso fazer sentido é se o Han se gabasse por encontrar um atalho no universo, talvez um buraco de minhoca." Mais um ponto para Einstein. OS SEGREDOS MATEMÁTICOS DOS SIMPSONS AUTOR Simon Singh EDITORA Record QUANTO R$ 45 (278 págs.)
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'Simpsons' é mais nerd que 'Big Bang Theory', diz físico que estudou o desenhoE, M, C, S, Q, U. As letras que Maggie, o bebê da família, empilha usando blocos de brinquedo no segundo episódio de "Os Simpsons", exibido em 1989, seriam apenas uma combinação aleatória, não fossem elas uma homenagem à equação mais famosa da humanidade: E=MC², de Albert Einstein (em inglês, quadrado é "square"). O matemático britânico Simon Singh, Ph.D. em física, chegou a achar que estava vendo pelo em ovo quando, em 2004, começou a notar essa e outras referências a teoremas matemáticos no desenho. Assista a trechos do episódio: Assista ao segundo episódio de "Os Simpsons"; "OK, talvez eles nunca respondam", ele diz ter pensado ao escrever um e-mail para David Cohen, roteirista de um dos programas de TV mais populares do mundo –no Brasil, é exibido pela Band e pelo canal pago Fox. Eureca. Cohen não só confirmou a hipótese, mas respondeu mencionando outros exemplos na série. Em 2012, Singh viajou de Londres, onde vive, a Los Angeles, nos EUA, para entrevistar os roteiristas de "Os Simpsons". Da soma das entrevistas com a equipe nerd de escritores (há um Ph.D. em matemática aplicada por Harvard e o próprio Cohen é mestre em ciência da computação), o resultado é o livro "Os Segredos Matemáticos dos Simpsons". O título, de 2013, acaba de ser editado no Brasil pela Record. Singh não foi o primeiro, e provavelmente não será o último, a buscar referências nas 27 temporadas do seriado. Em 2007, o livro "Os Simpsons e a Filosofia" (Madras, 288 págs, R$ 34,90) usou a vida dos habitantes de Springfield para explicar princípios da moral e do pensamento filosófico –o título de um dos capítulos é "Assim Falava Bart: Nietzsche e as Virtudes de ser Mau". O programa nunca foi ingênuo: é conhecido pela crítica política e social. Mas que fosse sofisticado do ponto de vista matemático, isso foi uma surpresa para Singh, famoso em seu país após lançar o best-seller "O Último Teorema de Fermat" e dirigir séries que buscavam popularizar a sua ciência para a BBC. "Meu desafio não era achar novas referências em 'Os Simpsons', mas tentar transformá-las em uma narrativa que casasse com a história da matemática", ele explica. Com didatismo e ilustrações, o autor esclarece sua tese: "Os Simpsons" é o show mais refinado da televisão em termos científicos. "Muito mais que 'Big Bang Theory'", diz à Folha, comparando o desenho com a série famosa pelas alusões ao universo nerd. Singh torna a aritmética acessível até para quem recorre à calculadora para somar 2 + 2. Antes de elucidar uma piada com o número irracional "pi", ele explica como a humanidade (de Arquimedes a matemáticos chineses) levou séculos para chegar ao 3,14. Algumas piadas, porém, perdem a graça quando traduzidas –é o caso do episódio "Homer Torta" (2004), que depende da pronúncia do "pi" em inglês, idêntica à da palavra "torta". O número também havia aparecido em "Adeusinho, boboca", de 2001. Depois de analisar "Os Simpsons", o autor relata ter desenvolvido um "alerta nerd" para a cultura pop. "No novo 'Star Wars', Han Solo comenta que a Millenium Falcon completou a rota de Kessel em 12 parsecs. O tipo de coisa que dispara meu alarme, pois ele sugere ter feito um tempo recorde, mas 'parsec' mede distância. A única maneira de isso fazer sentido é se o Han se gabasse por encontrar um atalho no universo, talvez um buraco de minhoca." Mais um ponto para Einstein. OS SEGREDOS MATEMÁTICOS DOS SIMPSONS AUTOR Simon Singh EDITORA Record QUANTO R$ 45 (278 págs.)
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Ta-Nehisi Coates emociona em carta ao filho sobre racismo
"Entre o Mundo e Eu", carta do jornalista norte-americano Ta-Nehisi Coates (pronuncia-se "tanarrássi") para seu filho de 15 anos, é um livro sobre o corpo negro. Quanto mais subalterno é um grupo, mais seus membros serão vistos como "apenas corpos": sexualizados, intercambiáveis, dispensáveis. (Pensem no corpo de uma mulher negra em propaganda de cerveja.) Inversamente, para o subalterno, uma das poucas proteções é dominar os códigos culturais hegemônicos e, assim, transcender a fragilidade do próprio corpo. Em Cuba, o poeta Juan Francisco Manzano nasceu escravizado, aprendeu a ler por conta própria e compôs a única autobiografia que se conhece de um escravo latino-americano. Nos EUA, após uma infância amedrontada, de perder amigos e parentes para a violência, de não conseguir terminar a universidade, de ser free-lancer enquanto a mulher o sustentava, Coates tornou-se colunista da revista "The Atlantic", recipiente de uma "bolsa para gênios" da Fundação MacArthur, e autor best-seller. ("Senti que estava entre os sobreviventes de algum grande desastre natural", escreveu.) Coates e Manzano têm trajetórias parecidas: dois negros que dominaram a palavra para assim transcenderem a precariedade de suas origens. O catalisador para "Entre eu e o Mundo" foi o assassinato de um conhecido de Coates pela polícia. O rapaz esquiava todo ano, dirigia um carro caro, não tinha ficha na polícia, "santo padroeiro da lógica que diz que negros devem ser 'duas vezes melhores' para alcançar o mesmo que os brancos". Nada disso o salvou de ser morto por um policial que alegou tê-lo confundido com um bandido e nunca passou um dia na cadeia. Se nem ele estava isento, que negro poderia estar? Mais tarde, Coates entrevista a mãe do jovem. Ela lembra de Solomon Northrup, o negro livre que foi ilegalmente vendido como escravo e mantido em cativeiro (o filme "12 Anos de Escravidão" se inspira nele). "Ele tinha meios, família. Estava vivendo como um ser humano. E um ato racista o trouxe de volta. A mesma coisa aconteceu comigo. Passei anos desenvolvendo uma carreira, adquirindo bens. E um só ato racista. Bastou isso." Só então Coates compreende o modo obsessivo como os negros amam seus filhos: por saberem que podem ser mortos a qualquer momento, como se suas vidas tivessem sido apagadas por um desastre natural. E escreve ao filho: "[O]correu-me então que você não escaparia, que havia homens horríveis que tinham feito planos para você, e que eu não conseguiria detê-los". A melhor segurança para um menino negro em uma sociedade racista é ter noção de quão precária é a condição de portador de um corpo negro. Daí seu livro para o filho -cujas lições, infelizmente, também valem para o Brasil. Apesar de aclamado, "Entre o Mundo e Eu" despertou polêmica, por ser radicalmente materialista numa comunidade negra onde a experiência religiosa sempre foi fator de consolo e união. Na visão de Coates, não há espaço para Deus nem para boas intenções. E, assim como meninos brancos nunca entenderão o que é ter um corpo negro, seu filho precisa saber que jamais entenderá o que significa ter um corpo de mulher. Enquanto movimentos sociais brasileiros parecem isolados em guetos (quando algumas feministas radicais são abertamente transfóbicas, e muitos homens de esquerda, escancaradamente machistas), é um alento ver Coates desconstruindo não apenas a narrativa racista, mas também as demais narrativas outrofóbicas que ele mesmo carrega dentro de si: "Sou negro, fui saqueado e perdi meu corpo. Mas talvez também possa saquear, pegar o corpo de outro humano para me afirmar. O ódio confere uma identidade". Ele enfatiza que, para militantes de causas subalternas, a união talvez seja o mais importante: "A nenhum de nós foi prometido que estaremos de pé ao final da luta. Mas quer se lute, quer se corra, devemos fazer isso juntos. O que nunca devemos fazer é entregar voluntariamente nossos corpos ou os de nossos amigos". GROUND ZERO Coates diz que o Downtown de Manhattan, a ponta onde ficava o World Trade Center, sempre tinha sido o "Ground Zero" dos negros. Ali eram leiloados e enterrados os cativos do Novo Mundo: "Bin Laden não foi o primeiro a levar o terror para essa parte da cidade". Durante as obras para a Olimpíada de 2016, a prefeitura do Rio desencavou o Cais do Valongo, talvez o principal ponto de entrada de escravos nas Américas. No total, mais de cinco milhões de escravos entraram no Brasil. Quando discutimos racismo, muitas brasileiros se apegam a um único consolo: "Pelo menos não somos racistas como os EUA!". Um falso alívio. ALEX CASTRO, 41, é autor de "Outrofobia" (Publisher Brasil) "A Autobiografia do Poeta-Escravo Juan Francisco Manzano" (Hedra).
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Ta-Nehisi Coates emociona em carta ao filho sobre racismo"Entre o Mundo e Eu", carta do jornalista norte-americano Ta-Nehisi Coates (pronuncia-se "tanarrássi") para seu filho de 15 anos, é um livro sobre o corpo negro. Quanto mais subalterno é um grupo, mais seus membros serão vistos como "apenas corpos": sexualizados, intercambiáveis, dispensáveis. (Pensem no corpo de uma mulher negra em propaganda de cerveja.) Inversamente, para o subalterno, uma das poucas proteções é dominar os códigos culturais hegemônicos e, assim, transcender a fragilidade do próprio corpo. Em Cuba, o poeta Juan Francisco Manzano nasceu escravizado, aprendeu a ler por conta própria e compôs a única autobiografia que se conhece de um escravo latino-americano. Nos EUA, após uma infância amedrontada, de perder amigos e parentes para a violência, de não conseguir terminar a universidade, de ser free-lancer enquanto a mulher o sustentava, Coates tornou-se colunista da revista "The Atlantic", recipiente de uma "bolsa para gênios" da Fundação MacArthur, e autor best-seller. ("Senti que estava entre os sobreviventes de algum grande desastre natural", escreveu.) Coates e Manzano têm trajetórias parecidas: dois negros que dominaram a palavra para assim transcenderem a precariedade de suas origens. O catalisador para "Entre eu e o Mundo" foi o assassinato de um conhecido de Coates pela polícia. O rapaz esquiava todo ano, dirigia um carro caro, não tinha ficha na polícia, "santo padroeiro da lógica que diz que negros devem ser 'duas vezes melhores' para alcançar o mesmo que os brancos". Nada disso o salvou de ser morto por um policial que alegou tê-lo confundido com um bandido e nunca passou um dia na cadeia. Se nem ele estava isento, que negro poderia estar? Mais tarde, Coates entrevista a mãe do jovem. Ela lembra de Solomon Northrup, o negro livre que foi ilegalmente vendido como escravo e mantido em cativeiro (o filme "12 Anos de Escravidão" se inspira nele). "Ele tinha meios, família. Estava vivendo como um ser humano. E um ato racista o trouxe de volta. A mesma coisa aconteceu comigo. Passei anos desenvolvendo uma carreira, adquirindo bens. E um só ato racista. Bastou isso." Só então Coates compreende o modo obsessivo como os negros amam seus filhos: por saberem que podem ser mortos a qualquer momento, como se suas vidas tivessem sido apagadas por um desastre natural. E escreve ao filho: "[O]correu-me então que você não escaparia, que havia homens horríveis que tinham feito planos para você, e que eu não conseguiria detê-los". A melhor segurança para um menino negro em uma sociedade racista é ter noção de quão precária é a condição de portador de um corpo negro. Daí seu livro para o filho -cujas lições, infelizmente, também valem para o Brasil. Apesar de aclamado, "Entre o Mundo e Eu" despertou polêmica, por ser radicalmente materialista numa comunidade negra onde a experiência religiosa sempre foi fator de consolo e união. Na visão de Coates, não há espaço para Deus nem para boas intenções. E, assim como meninos brancos nunca entenderão o que é ter um corpo negro, seu filho precisa saber que jamais entenderá o que significa ter um corpo de mulher. Enquanto movimentos sociais brasileiros parecem isolados em guetos (quando algumas feministas radicais são abertamente transfóbicas, e muitos homens de esquerda, escancaradamente machistas), é um alento ver Coates desconstruindo não apenas a narrativa racista, mas também as demais narrativas outrofóbicas que ele mesmo carrega dentro de si: "Sou negro, fui saqueado e perdi meu corpo. Mas talvez também possa saquear, pegar o corpo de outro humano para me afirmar. O ódio confere uma identidade". Ele enfatiza que, para militantes de causas subalternas, a união talvez seja o mais importante: "A nenhum de nós foi prometido que estaremos de pé ao final da luta. Mas quer se lute, quer se corra, devemos fazer isso juntos. O que nunca devemos fazer é entregar voluntariamente nossos corpos ou os de nossos amigos". GROUND ZERO Coates diz que o Downtown de Manhattan, a ponta onde ficava o World Trade Center, sempre tinha sido o "Ground Zero" dos negros. Ali eram leiloados e enterrados os cativos do Novo Mundo: "Bin Laden não foi o primeiro a levar o terror para essa parte da cidade". Durante as obras para a Olimpíada de 2016, a prefeitura do Rio desencavou o Cais do Valongo, talvez o principal ponto de entrada de escravos nas Américas. No total, mais de cinco milhões de escravos entraram no Brasil. Quando discutimos racismo, muitas brasileiros se apegam a um único consolo: "Pelo menos não somos racistas como os EUA!". Um falso alívio. ALEX CASTRO, 41, é autor de "Outrofobia" (Publisher Brasil) "A Autobiografia do Poeta-Escravo Juan Francisco Manzano" (Hedra).
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O audiovisual brasileiro e a arte de construir
O ano começou especial para o cinema brasileiro. Estamos na competição em três dos principais festivais internacionais: Sundance, Roterdã e Berlim. Na Berlinale são 12 filmes nacionais; em Roterdã, 15. Tivemos, em 2016, 30,4 milhões de ingressos vendidos e 143 filmes lançados. Agora vemos "Minha Mãe é uma Peça 2" ultrapassar 8 milhões de espectadores. Esse cenário de sucesso foi gerado pelo suor e talento de realizadores, artistas e empresários para fazer uma cinematografia plural, que reúna inovação e intimidade com o público. Não há sucesso espontâneo. Para florescer e produzir resultados, o setor conta com uma política pública bem-sucedida, feita a muitas mãos, com visão estratégica, diálogo, obstinação e resiliência. No cerne disso esteve a Ancine. Nos seus 15 anos, a Agência Nacional do Cinema formou seu quadro técnico e um corpo dirigente, implantou sistemas, reuniu dados, construiu a regulação da atividade, desenvolveu o setor e orientou-se por fazer do Brasil um grande centro produtor e programador. Coerente com nossa missão, avaliamos o trabalho pelas mudanças reais na vida dos brasileiros. Apesar da crise, o audiovisual cresce 8% ao ano. Havia 1.635 salas de cinema em 2002; hoje são 3.160, o parque exibidor mais moderno da história, todo digitalizado. Havia 3,5 milhões de assinantes de TV e um canal dedicado ao conteúdo brasileiro. Hoje são 18,8 milhões, e 105 canais exibem ao menos seis horas semanais de audiovisual brasileiro. Implantamos um sistema de financiamento com mecanismos automáticos, que premiam o desempenho artístico e comercial, e seletivos, que renovam o mercado. Construímos um arranjo regulatório sólido, com amplo apoio do setor e da sociedade. Os presidentes Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff viabilizaram o ambiente propício ao salto que demos. Michel Temer vai se somar a eles ao renovar os mecanismos fiscais, conforme anunciou em novembro. Câmara e Senado firmaram seu apoio ao aprovar leis estruturantes. Nosso Plano de Diretrizes e Metas tem orientado o desenvolvimento. Trilhar esse caminho significa construir respostas a desafios diários. No futuro não será diferente. É preciso um marco regulatório para o vídeo sob demanda que ofereça segurança jurídica, remova barreiras, garanta qualidade e tenha compromisso com o conteúdo brasileiro. Na distribuição de filmes, agora digitais, há um fosso entre grandes e pequenos lançamentos. Temos também a oportunidade de construir ações para que o Brasil seja forte no mercado de jogos eletrônicos. Apesar das conquistas, há muito a fazer. Para quem dirige a Ancine, o interesse dos brasileiros deve ser a baliza desses desafios. Posição de equilíbrio frente aos interesses privados é uma exigência. Isto só é conquistado com convicção de propósitos e habilidade para cultivá-los. Nossa história mostra o quanto é difícil construir. O cinema brasileiro já se pensou condenado aos ciclos. A Ancine, autarquia especial que reúne o melhor das experiências internacionais de regulação e fomento, é uma aposta na institucionalidade e permanência. "Oxóssi não atira na caça, atira onde a caça vai passar", disse Gustavo Dahl, nosso primeiro presidente. A Ancine se fez assim e gostamos de nos ver desse modo. Como cantaram Milton Nascimento e Elis Regina, em outro momento: "se muito vale o já feito, mais vale o que será!". MANOEL RANGEL é cineasta e diretor-presidente da Ancine (Agência Nacional do Cinema) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
opiniao
O audiovisual brasileiro e a arte de construirO ano começou especial para o cinema brasileiro. Estamos na competição em três dos principais festivais internacionais: Sundance, Roterdã e Berlim. Na Berlinale são 12 filmes nacionais; em Roterdã, 15. Tivemos, em 2016, 30,4 milhões de ingressos vendidos e 143 filmes lançados. Agora vemos "Minha Mãe é uma Peça 2" ultrapassar 8 milhões de espectadores. Esse cenário de sucesso foi gerado pelo suor e talento de realizadores, artistas e empresários para fazer uma cinematografia plural, que reúna inovação e intimidade com o público. Não há sucesso espontâneo. Para florescer e produzir resultados, o setor conta com uma política pública bem-sucedida, feita a muitas mãos, com visão estratégica, diálogo, obstinação e resiliência. No cerne disso esteve a Ancine. Nos seus 15 anos, a Agência Nacional do Cinema formou seu quadro técnico e um corpo dirigente, implantou sistemas, reuniu dados, construiu a regulação da atividade, desenvolveu o setor e orientou-se por fazer do Brasil um grande centro produtor e programador. Coerente com nossa missão, avaliamos o trabalho pelas mudanças reais na vida dos brasileiros. Apesar da crise, o audiovisual cresce 8% ao ano. Havia 1.635 salas de cinema em 2002; hoje são 3.160, o parque exibidor mais moderno da história, todo digitalizado. Havia 3,5 milhões de assinantes de TV e um canal dedicado ao conteúdo brasileiro. Hoje são 18,8 milhões, e 105 canais exibem ao menos seis horas semanais de audiovisual brasileiro. Implantamos um sistema de financiamento com mecanismos automáticos, que premiam o desempenho artístico e comercial, e seletivos, que renovam o mercado. Construímos um arranjo regulatório sólido, com amplo apoio do setor e da sociedade. Os presidentes Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff viabilizaram o ambiente propício ao salto que demos. Michel Temer vai se somar a eles ao renovar os mecanismos fiscais, conforme anunciou em novembro. Câmara e Senado firmaram seu apoio ao aprovar leis estruturantes. Nosso Plano de Diretrizes e Metas tem orientado o desenvolvimento. Trilhar esse caminho significa construir respostas a desafios diários. No futuro não será diferente. É preciso um marco regulatório para o vídeo sob demanda que ofereça segurança jurídica, remova barreiras, garanta qualidade e tenha compromisso com o conteúdo brasileiro. Na distribuição de filmes, agora digitais, há um fosso entre grandes e pequenos lançamentos. Temos também a oportunidade de construir ações para que o Brasil seja forte no mercado de jogos eletrônicos. Apesar das conquistas, há muito a fazer. Para quem dirige a Ancine, o interesse dos brasileiros deve ser a baliza desses desafios. Posição de equilíbrio frente aos interesses privados é uma exigência. Isto só é conquistado com convicção de propósitos e habilidade para cultivá-los. Nossa história mostra o quanto é difícil construir. O cinema brasileiro já se pensou condenado aos ciclos. A Ancine, autarquia especial que reúne o melhor das experiências internacionais de regulação e fomento, é uma aposta na institucionalidade e permanência. "Oxóssi não atira na caça, atira onde a caça vai passar", disse Gustavo Dahl, nosso primeiro presidente. A Ancine se fez assim e gostamos de nos ver desse modo. Como cantaram Milton Nascimento e Elis Regina, em outro momento: "se muito vale o já feito, mais vale o que será!". MANOEL RANGEL é cineasta e diretor-presidente da Ancine (Agência Nacional do Cinema) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Em crise, Polícia Civil de SP faz plano para evitar fechamento de delegacias
A Polícia Civil de São Paulo passa por uma crise que afeta até mesmo a verba destinada para o abastecimento de carros da corporação, o que reduziria a frota policial temporariamente. Além disso, unidades da polícia podem ser suspensas. Esse cenário aparece em um documento interno que tem circulado entre os policiais. Trata-se de um pedido da diretoria aos departamentos para a formulação de um plano de contingenciamento que minimize o impacto da "absoluta indisponibilidade financeira" –como diz o texto, assinado pelo delegado geral de polícia adjunto, Waldir Antonio Covino Junior. No apelo pela contingência, Covino exemplifica pontos que o plano deve ter, indagando sobre a suspensão de delegacias e datas para a interrupção do abastecimento de veículos. Ele fixa sexta-feira (28) como a data para o recebimento do plano. Os efeitos que a escassez de recursos podem ter na segurança pública ainda não foram mensurados com exatidão, mas representante da classe alerta para os riscos que a precarização do trabalho policial pode ter na sociedade. "Isso abrange combustível para o abastecimento de viaturas, recursos para limpeza, impressão, manutenção. Quando serviços básicos são suspensos, isso acarreta a consequência inevitável de que o policial não trabalhe", afirma Raquel Kobashi Gallinati, presidente do sindicato dos delegados de polícia de São Paulo (Sindpesp). "Como o policial vai para diligência sem viatura?", questiona. "Isso é trágico. Já trabalhamos de forma limitada, agora, cortar o básico? O Estado mais rico da União alegar que está passando por crise de falta de mantimentos é uma incompetência absoluta na gestão de orçamento." Gallinati afirma ainda que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não pode priorizar a Polícia Militar. "O que o exime de cumprir com a polícia judiciária o mesmo que cumpre com a Polícia Militar? Ele não pode ter uma escolha política de priorizar alguma polícia. É a Polícia Civil que desmantela quadrilhas. Ele tem que cumprir com sua obrigação de gestor e proteger a sociedade." Outra entidade de classe, a Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de SP), divulgou uma moção de apoio a Covino. "Os casos de delegacias funcionando em condições precárias são diversos e, infelizmente, cada vez mais comuns." Segundo a associação, o apelo por um plano de contingência "tem como principal objetivo a preservação das integridades física e psicológica do policial civil submetido a condições insalubres de trabalho". OUTRO LADO Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de SP disse não haver falta de recursos para a Polícia Civil. A pasta classifica a mensagem de Covino aos departamentos como "precipitada", e diz que o secretário Mágino Alves Barbosa Filho já havia solicitado suplementação orçamentária, tendo o crédito de R$ 4,1 milhões aprovado. "Isso daí foi um precipitação da delegacia geral adjunta", afirmou o secretário, em entrevista. "Havia já o crédito suplementar aprovado. O assunto está resolvido." Mágino disse garantir que nenhuma delegacia será fechada, ou serão afetados serviços, embora não tenha negado que a Polícia Civil viva crise financeira. "Há uma crise financeira no país. Mas, não vai acontecer absolutamente nada que prejudique o cidadão. Absolutamente nada."
cotidiano
Em crise, Polícia Civil de SP faz plano para evitar fechamento de delegaciasA Polícia Civil de São Paulo passa por uma crise que afeta até mesmo a verba destinada para o abastecimento de carros da corporação, o que reduziria a frota policial temporariamente. Além disso, unidades da polícia podem ser suspensas. Esse cenário aparece em um documento interno que tem circulado entre os policiais. Trata-se de um pedido da diretoria aos departamentos para a formulação de um plano de contingenciamento que minimize o impacto da "absoluta indisponibilidade financeira" –como diz o texto, assinado pelo delegado geral de polícia adjunto, Waldir Antonio Covino Junior. No apelo pela contingência, Covino exemplifica pontos que o plano deve ter, indagando sobre a suspensão de delegacias e datas para a interrupção do abastecimento de veículos. Ele fixa sexta-feira (28) como a data para o recebimento do plano. Os efeitos que a escassez de recursos podem ter na segurança pública ainda não foram mensurados com exatidão, mas representante da classe alerta para os riscos que a precarização do trabalho policial pode ter na sociedade. "Isso abrange combustível para o abastecimento de viaturas, recursos para limpeza, impressão, manutenção. Quando serviços básicos são suspensos, isso acarreta a consequência inevitável de que o policial não trabalhe", afirma Raquel Kobashi Gallinati, presidente do sindicato dos delegados de polícia de São Paulo (Sindpesp). "Como o policial vai para diligência sem viatura?", questiona. "Isso é trágico. Já trabalhamos de forma limitada, agora, cortar o básico? O Estado mais rico da União alegar que está passando por crise de falta de mantimentos é uma incompetência absoluta na gestão de orçamento." Gallinati afirma ainda que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não pode priorizar a Polícia Militar. "O que o exime de cumprir com a polícia judiciária o mesmo que cumpre com a Polícia Militar? Ele não pode ter uma escolha política de priorizar alguma polícia. É a Polícia Civil que desmantela quadrilhas. Ele tem que cumprir com sua obrigação de gestor e proteger a sociedade." Outra entidade de classe, a Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de SP), divulgou uma moção de apoio a Covino. "Os casos de delegacias funcionando em condições precárias são diversos e, infelizmente, cada vez mais comuns." Segundo a associação, o apelo por um plano de contingência "tem como principal objetivo a preservação das integridades física e psicológica do policial civil submetido a condições insalubres de trabalho". OUTRO LADO Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de SP disse não haver falta de recursos para a Polícia Civil. A pasta classifica a mensagem de Covino aos departamentos como "precipitada", e diz que o secretário Mágino Alves Barbosa Filho já havia solicitado suplementação orçamentária, tendo o crédito de R$ 4,1 milhões aprovado. "Isso daí foi um precipitação da delegacia geral adjunta", afirmou o secretário, em entrevista. "Havia já o crédito suplementar aprovado. O assunto está resolvido." Mágino disse garantir que nenhuma delegacia será fechada, ou serão afetados serviços, embora não tenha negado que a Polícia Civil viva crise financeira. "Há uma crise financeira no país. Mas, não vai acontecer absolutamente nada que prejudique o cidadão. Absolutamente nada."
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Estudo da indústria calcula impacto de racionamento no PIB
Um racionamento de 10% no grupo "energia, água e gás" fará a economia brasileira encolher pelo menos 0,6% em 2015. Isso representa uma perda de R$ 28,8 bilhões no PIB (Produto Interno Bruto) de 2015. É o que mostra estudo elaborado pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio), com base na metodologia de cálculo do PIB usado pelo IBGE, que considera os três insumos, em conjunto. O IBGE não divulga o peso separado dos três insumos na composição do PIB. Isso quer dizer que, mantendo o gás em oferta estável, água e energia teriam que ter um corte um pouco maior para que o grupo todo uma queda de 10%, o parâmetro usado pela Firjan. Lívio Ribeiro, chefe de estudos econômicos da Firjan, afirma que o exercício ajuda a quantificar o impacto de um choque na oferta de energia e de água no país, caso sejam decretados. Além disso, segundo ele, conhecer de antemão o "preço" de um racionamento na economia contribui para minimizar seu efeito. "O número já seria bastante significativo se a economia estivesse crescendo bem. À medida que a taxa de crescimento cai, esse impacto é ainda mais representativo." Em 2001, o racionamento decretado pelo governo foi de 20%, e quem não o atendesse era sujeito a multas. De acordo com a Firjan, a queda de 0,6% estimada na economia seria um mínimo, mas deve ser maior. "Por usar dados do PIB, a conta mostra os efeitos na cadeia produtiva, considerando a participação desse grupo de energia, água e gás na como insumo de cada setor", diz Ribeiro. "Mas os efeitos são ainda maiores, porque a menor produção vai reverberar por toda a economia." Alguns setores da economia dependem mais e outros menos de água, gás e energia. Na indústria extrativa (petróleo, mineração), 4,5% de seus insumos vêm desse grupo. Para o comércio, representa 7,1%. No setor de serviços, varia de 2% a 6%. "O racionamento torna mais difícil o ajuste fiscal, devido ao desaquecimento da economia, e o controle da inflação, pelo aumento das tarifas. O número alerta melhor para a necessidade de medidas preventivas desses efeitos e dá a sociedade mais um argumento para o consumo racional", afirma Ribeiro. PROBLEMA ADICIONAL Para o empresário Mauro Varejão, da Brasilis Petra Mármores e Granito, na Baixada Fluminense, um racionamento seria um problema adicional em um cenário econômico "muito ruim". No ano passado, ele viu a receita cair 60%. Com menos encomendas, viu-se obrigado a demitir 60% dos trabalhadores, entre próprios e terceirizados. "Não há criatividade que dê conta de compensar a desaceleração da economia por si só e aquela adicional, causada por um corte em água e energia e o inevitável aumento de tarifa. A recuperação é extremamente difícil."
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Estudo da indústria calcula impacto de racionamento no PIBUm racionamento de 10% no grupo "energia, água e gás" fará a economia brasileira encolher pelo menos 0,6% em 2015. Isso representa uma perda de R$ 28,8 bilhões no PIB (Produto Interno Bruto) de 2015. É o que mostra estudo elaborado pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio), com base na metodologia de cálculo do PIB usado pelo IBGE, que considera os três insumos, em conjunto. O IBGE não divulga o peso separado dos três insumos na composição do PIB. Isso quer dizer que, mantendo o gás em oferta estável, água e energia teriam que ter um corte um pouco maior para que o grupo todo uma queda de 10%, o parâmetro usado pela Firjan. Lívio Ribeiro, chefe de estudos econômicos da Firjan, afirma que o exercício ajuda a quantificar o impacto de um choque na oferta de energia e de água no país, caso sejam decretados. Além disso, segundo ele, conhecer de antemão o "preço" de um racionamento na economia contribui para minimizar seu efeito. "O número já seria bastante significativo se a economia estivesse crescendo bem. À medida que a taxa de crescimento cai, esse impacto é ainda mais representativo." Em 2001, o racionamento decretado pelo governo foi de 20%, e quem não o atendesse era sujeito a multas. De acordo com a Firjan, a queda de 0,6% estimada na economia seria um mínimo, mas deve ser maior. "Por usar dados do PIB, a conta mostra os efeitos na cadeia produtiva, considerando a participação desse grupo de energia, água e gás na como insumo de cada setor", diz Ribeiro. "Mas os efeitos são ainda maiores, porque a menor produção vai reverberar por toda a economia." Alguns setores da economia dependem mais e outros menos de água, gás e energia. Na indústria extrativa (petróleo, mineração), 4,5% de seus insumos vêm desse grupo. Para o comércio, representa 7,1%. No setor de serviços, varia de 2% a 6%. "O racionamento torna mais difícil o ajuste fiscal, devido ao desaquecimento da economia, e o controle da inflação, pelo aumento das tarifas. O número alerta melhor para a necessidade de medidas preventivas desses efeitos e dá a sociedade mais um argumento para o consumo racional", afirma Ribeiro. PROBLEMA ADICIONAL Para o empresário Mauro Varejão, da Brasilis Petra Mármores e Granito, na Baixada Fluminense, um racionamento seria um problema adicional em um cenário econômico "muito ruim". No ano passado, ele viu a receita cair 60%. Com menos encomendas, viu-se obrigado a demitir 60% dos trabalhadores, entre próprios e terceirizados. "Não há criatividade que dê conta de compensar a desaceleração da economia por si só e aquela adicional, causada por um corte em água e energia e o inevitável aumento de tarifa. A recuperação é extremamente difícil."
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Apple lançará serviço de streaming de vídeo até dezembro, diz jornal
A Apple está em negociações com algumas das principais redes de TV americanas para lançar um serviço de streaming de séries, programas e conteúdo jornalístico ao vivo nos EUA até o fim do ano, segundo uma reportagem do jornal "New York Post". O texto, publicado nesta segunda (13) com atribuição das informações a pessoas mantidas em anonimato, afirma que as conversas com ABC, CBS, NBC e Fox têm como ponto espinhoso em comum a "mordida" de 30% com que a Apple ficaria quando da venda de conteúdo ou assinaturas. A ideia do aplicativo –que concorreria com serviços das empresas Dish (SlingTV), Sony (PlayStation Vue) e Comcast (e o recém-apresentado aplicativo Stream)– é ter, além de audiovisuais gravados, transmissões locais ao vivo. O "New York Post" diz que a plataforma, que permitiria a entrada de outras empresas parceiras posteriormente, poderia custar entre US$ 10 e US$ 40 por mês (cerca de R$ 31 e R$ 125, respectivamente). Em comparação, pacotes de Dish e Sony saem por US$ 20 e entre US$ 50 e US$ 70 mensais, nessa ordem. A publicação pondera ainda sobre a possibilidade de o futuro aplicativo da Apple ter conteúdo esportivo, especificamente de futebol americano e a liga principal NFL. Isso porque Tim Cook, presidente-executivo da empresa californiana, e Eddy Cue, vice-presidente-sênior de software, foram vistos conversando com um dos chefes da NFL durante um festival na semana passada.
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Apple lançará serviço de streaming de vídeo até dezembro, diz jornalA Apple está em negociações com algumas das principais redes de TV americanas para lançar um serviço de streaming de séries, programas e conteúdo jornalístico ao vivo nos EUA até o fim do ano, segundo uma reportagem do jornal "New York Post". O texto, publicado nesta segunda (13) com atribuição das informações a pessoas mantidas em anonimato, afirma que as conversas com ABC, CBS, NBC e Fox têm como ponto espinhoso em comum a "mordida" de 30% com que a Apple ficaria quando da venda de conteúdo ou assinaturas. A ideia do aplicativo –que concorreria com serviços das empresas Dish (SlingTV), Sony (PlayStation Vue) e Comcast (e o recém-apresentado aplicativo Stream)– é ter, além de audiovisuais gravados, transmissões locais ao vivo. O "New York Post" diz que a plataforma, que permitiria a entrada de outras empresas parceiras posteriormente, poderia custar entre US$ 10 e US$ 40 por mês (cerca de R$ 31 e R$ 125, respectivamente). Em comparação, pacotes de Dish e Sony saem por US$ 20 e entre US$ 50 e US$ 70 mensais, nessa ordem. A publicação pondera ainda sobre a possibilidade de o futuro aplicativo da Apple ter conteúdo esportivo, especificamente de futebol americano e a liga principal NFL. Isso porque Tim Cook, presidente-executivo da empresa californiana, e Eddy Cue, vice-presidente-sênior de software, foram vistos conversando com um dos chefes da NFL durante um festival na semana passada.
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Irã respeita acordo nuclear assinado em 2015, afirma agência da ONU
O Irã está cumprindo os compromissos firmados no acordo nuclear fechado em 2015, afirmou um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) divulgado nesta sexta-feira (27). A constatação vem no segundo relatório elaborado desde a negociação entre Teerã e as grandes potências. O aval da AIEA permite continuar com a aplicação do acordo, que garante o caráter civil do programa nuclear iraniano em troca da suspensão das sanções contra o Irã. A agência certifica que o Irã não "enriqueceu urânio" em níveis superiores aos autorizados pelo acordo e que respeita as cláusulas relacionadas ao reator de água pesada de Arak —referência a duas substâncias que podem ser usadas na produção da bomba atômica. Em seu relatório de fevereiro, a agência afirmou que o Irã tinha ultrapassado ligeiramente a reserva acordada de água pesada, mas que havia rapidamente voltado ao nível combinado. A divulgação do relatório ocorre no diz em que o presidente americano, Barack Obama, fez uma histórica visita à cidade japonesa de Hiroshima e defendeu que o mundo deve perseguir o fim das armas nucleares. "Pode ser que não consigamos eliminar a capacidade humana de provocar o mal. Então, as nações e alianças que formamos devem ter instrumentos para se defender. Mas, entre as nações, como a minha, que têm um estoque de armas nucleares, é preciso ter coragem para escapar da lógica do medo e perseguir um mundo sem elas", disse Obama nesta sexta (27).
mundo
Irã respeita acordo nuclear assinado em 2015, afirma agência da ONUO Irã está cumprindo os compromissos firmados no acordo nuclear fechado em 2015, afirmou um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) divulgado nesta sexta-feira (27). A constatação vem no segundo relatório elaborado desde a negociação entre Teerã e as grandes potências. O aval da AIEA permite continuar com a aplicação do acordo, que garante o caráter civil do programa nuclear iraniano em troca da suspensão das sanções contra o Irã. A agência certifica que o Irã não "enriqueceu urânio" em níveis superiores aos autorizados pelo acordo e que respeita as cláusulas relacionadas ao reator de água pesada de Arak —referência a duas substâncias que podem ser usadas na produção da bomba atômica. Em seu relatório de fevereiro, a agência afirmou que o Irã tinha ultrapassado ligeiramente a reserva acordada de água pesada, mas que havia rapidamente voltado ao nível combinado. A divulgação do relatório ocorre no diz em que o presidente americano, Barack Obama, fez uma histórica visita à cidade japonesa de Hiroshima e defendeu que o mundo deve perseguir o fim das armas nucleares. "Pode ser que não consigamos eliminar a capacidade humana de provocar o mal. Então, as nações e alianças que formamos devem ter instrumentos para se defender. Mas, entre as nações, como a minha, que têm um estoque de armas nucleares, é preciso ter coragem para escapar da lógica do medo e perseguir um mundo sem elas", disse Obama nesta sexta (27).
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É disparate sugerir que impeachment é equivalente à repressão da ditadura
Após um processo de impeachment que durou cerca de nove meses, a presidente Dilma Rousseff teve que deixar o governo. Esse é um fato de grande importância, pois assinala o fim da hegemonia política do Partido dos Trabalhadores e de seu líder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Deve-se observar, ainda, que a deposição de Dilma importa igualmente ao fim do regime populista no Brasil, a exemplo do que aconteceu na Argentina e ameaça ocorrer também na Venezuela, na Bolívia e no Equador. A identificação desses governos ficou evidente durante o tempo em que o PT governou o país. E mais evidente se tornou, agora, após o impedimento de Dilma Rousseff, quando os governantes populistas retiraram seus embaixadores do Brasil, como protesto à deposição da presidente petista. Esse é um fenômeno tipicamente latino-americano, de que o exemplo mais notável é o socialismo bolivariano inventado por Hugo Chávez. O populismo de esquerda surgiu em decorrência do fim do regime comunista em escala mundial, como uma alternativa encontrada pelos movimentos radicais que nasceram inspirados na revolução cubana. Uma opção, até certo ponto, coerente. No caso brasileiro, Lula, ao assumir a Presidência, deu início a uma série de programas visando melhorar as condições de vida de setores mais carentes da população, e disso resultou a ampliação de sua popularidade, possibilitando que se reelegesse e, em seguida, elegesse Dilma Rousseff, que nunca havia sido sequer vereadora. Acontece, no entanto, que a adoção por programas populistas inevitavelmente conduziu os países que o adotaram à crise econômica, uma vez que, enquanto aumentam os gastos do Estado com os programas sociais, pouco ou nada investem no crescimento econômico do país. O populismo lulista oferece-nos alguns exemplos da ineficácia desse procedimento, que visa, na verdade, conquistar os votos dos setores carentes da sociedade para se perpetuar no poder. Outro fator agravante dessa política populista é a ampliação do consumo, pelas camadas mais pobres, de bens como aparelhos de televisão, geladeiras e até mesmo automóveis. Para viabilizá-lo, o governo reduziu os impostos e emprestou dinheiro público a empresas, a juros abaixo do valor de mercado. A consequência inevitável de tal política era, sem dúvida, a crise econômica. E ela veio. Dilma Rousseff, ao depor na segunda-feira, 29 de agosto, sugeriu que o processo a que respondia no Senado Federal era equivalente à repressão que sofreu na época da ditadura militar. Trata-se evidentemente de um disparate, uma vez que o processo atual baseou-se num dispositivo constitucional. Por outro lado, as acusações que lhe foram feitas tiveram a confirmação objetiva de técnicos do Tribunal de Contas da União. Não obstante, tanto no pronunciamento inicial como nas respostas que deu aos senadores favoráveis ao impeachment, afirmou repetidamente que era vítima de um golpe parlamentar. Por isso, segundo ela, o que estava em jogo ali, naquele julgamento, era o regime democrático brasileiro. Tratava-se, sem qualquer dúvida, de uma afirmação descabida, uma vez que não apenas o crime de responsabilidade que cometeu foi atestado por autoridades de indiscutível isenção, como, no curso do processo, pôde ela se valer de todos os recursos em sua defesa, como é facultado aos réus no regime democrático. Tanto ela quanto os dirigentes do PT sabem disso. Não obstante, insistem em se colocar, diante da opinião, como vítimas de um golpe arbitrário e, portanto, antidemocrático. Desse modo, tanto ela quanto eles, que nunca morreram de amor pela "democracia burguesa", tentam apresentar-se como seus defensores agora, quando as bandeiras que empunhavam já não empolgam muita gente.
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É disparate sugerir que impeachment é equivalente à repressão da ditaduraApós um processo de impeachment que durou cerca de nove meses, a presidente Dilma Rousseff teve que deixar o governo. Esse é um fato de grande importância, pois assinala o fim da hegemonia política do Partido dos Trabalhadores e de seu líder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Deve-se observar, ainda, que a deposição de Dilma importa igualmente ao fim do regime populista no Brasil, a exemplo do que aconteceu na Argentina e ameaça ocorrer também na Venezuela, na Bolívia e no Equador. A identificação desses governos ficou evidente durante o tempo em que o PT governou o país. E mais evidente se tornou, agora, após o impedimento de Dilma Rousseff, quando os governantes populistas retiraram seus embaixadores do Brasil, como protesto à deposição da presidente petista. Esse é um fenômeno tipicamente latino-americano, de que o exemplo mais notável é o socialismo bolivariano inventado por Hugo Chávez. O populismo de esquerda surgiu em decorrência do fim do regime comunista em escala mundial, como uma alternativa encontrada pelos movimentos radicais que nasceram inspirados na revolução cubana. Uma opção, até certo ponto, coerente. No caso brasileiro, Lula, ao assumir a Presidência, deu início a uma série de programas visando melhorar as condições de vida de setores mais carentes da população, e disso resultou a ampliação de sua popularidade, possibilitando que se reelegesse e, em seguida, elegesse Dilma Rousseff, que nunca havia sido sequer vereadora. Acontece, no entanto, que a adoção por programas populistas inevitavelmente conduziu os países que o adotaram à crise econômica, uma vez que, enquanto aumentam os gastos do Estado com os programas sociais, pouco ou nada investem no crescimento econômico do país. O populismo lulista oferece-nos alguns exemplos da ineficácia desse procedimento, que visa, na verdade, conquistar os votos dos setores carentes da sociedade para se perpetuar no poder. Outro fator agravante dessa política populista é a ampliação do consumo, pelas camadas mais pobres, de bens como aparelhos de televisão, geladeiras e até mesmo automóveis. Para viabilizá-lo, o governo reduziu os impostos e emprestou dinheiro público a empresas, a juros abaixo do valor de mercado. A consequência inevitável de tal política era, sem dúvida, a crise econômica. E ela veio. Dilma Rousseff, ao depor na segunda-feira, 29 de agosto, sugeriu que o processo a que respondia no Senado Federal era equivalente à repressão que sofreu na época da ditadura militar. Trata-se evidentemente de um disparate, uma vez que o processo atual baseou-se num dispositivo constitucional. Por outro lado, as acusações que lhe foram feitas tiveram a confirmação objetiva de técnicos do Tribunal de Contas da União. Não obstante, tanto no pronunciamento inicial como nas respostas que deu aos senadores favoráveis ao impeachment, afirmou repetidamente que era vítima de um golpe parlamentar. Por isso, segundo ela, o que estava em jogo ali, naquele julgamento, era o regime democrático brasileiro. Tratava-se, sem qualquer dúvida, de uma afirmação descabida, uma vez que não apenas o crime de responsabilidade que cometeu foi atestado por autoridades de indiscutível isenção, como, no curso do processo, pôde ela se valer de todos os recursos em sua defesa, como é facultado aos réus no regime democrático. Tanto ela quanto os dirigentes do PT sabem disso. Não obstante, insistem em se colocar, diante da opinião, como vítimas de um golpe arbitrário e, portanto, antidemocrático. Desse modo, tanto ela quanto eles, que nunca morreram de amor pela "democracia burguesa", tentam apresentar-se como seus defensores agora, quando as bandeiras que empunhavam já não empolgam muita gente.
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Federação paulista transfere dois jogos do Santos para o Pacaembu
A Federação Paulista de Futebol (FPF) transferiu dois mandos do Santos no Campeonato Paulista para o Pacaembu, em São Paulo. Inicialmente marcados para a Vila Belmiro, os confrontos diante de Mogi Mirim (25 de fevereiro) e Água Santa (12 de março) acontecem agora no Pacaembu a pedido do clube, que procura reunir mais público e, assim, obter renda maior. Enfrentando dificuldades para mandar seus jogos na capital paulista por causa das normas da Polícia Militar, que evita aceitar duas partidas dos clubes grandes no mesmo dia, o Santos enfim conseguiu encaixar seu pedido e receber autorização por parte da FPF. A última partida disputada pelo Santos no estádio foi válida pelas quartas de final da Copa do Brasil, diante do Figueirense. No dia 1º de outubro de 2015, a equipe alvinegra bateu o time catarinense por 3 a 2. No Campeonato Paulista, o Santos está em segundo lugar no Grupo A e soma oito pontos, com duas vitórias e dois empates até aqui.
esporte
Federação paulista transfere dois jogos do Santos para o PacaembuA Federação Paulista de Futebol (FPF) transferiu dois mandos do Santos no Campeonato Paulista para o Pacaembu, em São Paulo. Inicialmente marcados para a Vila Belmiro, os confrontos diante de Mogi Mirim (25 de fevereiro) e Água Santa (12 de março) acontecem agora no Pacaembu a pedido do clube, que procura reunir mais público e, assim, obter renda maior. Enfrentando dificuldades para mandar seus jogos na capital paulista por causa das normas da Polícia Militar, que evita aceitar duas partidas dos clubes grandes no mesmo dia, o Santos enfim conseguiu encaixar seu pedido e receber autorização por parte da FPF. A última partida disputada pelo Santos no estádio foi válida pelas quartas de final da Copa do Brasil, diante do Figueirense. No dia 1º de outubro de 2015, a equipe alvinegra bateu o time catarinense por 3 a 2. No Campeonato Paulista, o Santos está em segundo lugar no Grupo A e soma oito pontos, com duas vitórias e dois empates até aqui.
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Em tom de campanha, Doria encerra discurso com 'Tema da Vitória'
Num discurso de quase 40 minutos, o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) desceu do palco, subiu numa cadeira e discursou para um auditório lotado de empresários em Franca (a 400 km de São Paulo), nesta segunda-feira (25). Doria participou da abertura do 4º Congresso Empresarial da Acif (Associação do Comércio e Indústria de Franca), numa agenda que contou ainda com visita a uma fábrica de calçados da cidade, polo na produção de sapatos masculinos no país. "Eu gosto de ficar mais perto do povo, das pessoas, eu gosto que me vejam e que eu veja também", disse ele ao descer do palco. Em muitos momentos, foi interrompido por aplausos do público, composto por 1.532 pessoas, de acordo com a Acif. Doria, em cima da cadeira, encerrou a palestra ao som do "Tema da Vitória", que embalava as conquistas de pilotos brasileiros na F-1, especialmente Ayrton Senna. O tucano também tirou uma selfie com o público ao fundo, num cenário semelhante ao de campanhas eleitorais. "Podem ter certeza absoluta, eu vou estar ao lado de cada brasileiro que estiver disposto a lutar pelo Brasil. Acelera, Brasil." Em seu discurso, voltou a dizer que tem "enorme respeito" pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e criticou o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como tem feito em sua série de viagens pelo país. AGENDA Doria chegou de manhã a Franca. Antes de participar do congresso da Acif, esteve na fábrica de calçados Mariner e almoçou com diretores e funcionários. Depois participou de um encontro com empresários no Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca). Ainda na cidade, o prefeito de São Paulo recebeu o Título de Cidadão Calçadista, uma iniciativa do Sindicato em parceria com a Câmara e a Acif. O primeiro a ganhar a homenagem foi Alckmin, em 2013. Após deixar Franca, Doria decolou para Belo Horizonte, onde participará da entrega de um prêmio no Fórum Liberdade e Democracia. Depois, jantará com lideranças empresários mineiros.
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Em tom de campanha, Doria encerra discurso com 'Tema da Vitória'Num discurso de quase 40 minutos, o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) desceu do palco, subiu numa cadeira e discursou para um auditório lotado de empresários em Franca (a 400 km de São Paulo), nesta segunda-feira (25). Doria participou da abertura do 4º Congresso Empresarial da Acif (Associação do Comércio e Indústria de Franca), numa agenda que contou ainda com visita a uma fábrica de calçados da cidade, polo na produção de sapatos masculinos no país. "Eu gosto de ficar mais perto do povo, das pessoas, eu gosto que me vejam e que eu veja também", disse ele ao descer do palco. Em muitos momentos, foi interrompido por aplausos do público, composto por 1.532 pessoas, de acordo com a Acif. Doria, em cima da cadeira, encerrou a palestra ao som do "Tema da Vitória", que embalava as conquistas de pilotos brasileiros na F-1, especialmente Ayrton Senna. O tucano também tirou uma selfie com o público ao fundo, num cenário semelhante ao de campanhas eleitorais. "Podem ter certeza absoluta, eu vou estar ao lado de cada brasileiro que estiver disposto a lutar pelo Brasil. Acelera, Brasil." Em seu discurso, voltou a dizer que tem "enorme respeito" pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e criticou o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como tem feito em sua série de viagens pelo país. AGENDA Doria chegou de manhã a Franca. Antes de participar do congresso da Acif, esteve na fábrica de calçados Mariner e almoçou com diretores e funcionários. Depois participou de um encontro com empresários no Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca). Ainda na cidade, o prefeito de São Paulo recebeu o Título de Cidadão Calçadista, uma iniciativa do Sindicato em parceria com a Câmara e a Acif. O primeiro a ganhar a homenagem foi Alckmin, em 2013. Após deixar Franca, Doria decolou para Belo Horizonte, onde participará da entrega de um prêmio no Fórum Liberdade e Democracia. Depois, jantará com lideranças empresários mineiros.
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Juiz diz discordar do entendimento de Toffoli para soltar Paulo Bernardo
Na decisão em que determinou a soltura da maior parte dos presos da Operação Custo Brasil, o juiz federal Paulo Bueno de Azevedo criticou a determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli de tirar da prisão o ex-ministro Paulo Bernardo. Azevedo afirmou que discorda da posição de Toffoli e que há elementos que justificam a manutenção da prisão. "Quanto à questão da fundamentação da prisão preventiva, obviamente irei acatar, porém respeitosamente discordo, continuando a achar que a expressiva quantia do dinheiro não localizado pode sofrer novos esquemas de lavagem, ao menos por ora. O risco concreto se deveria aos indícios dos pagamentos feitos por intermédio do advogado Guilherme Gonçalves [um dos presos]", escreveu Azevedo. Ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Paulo Bernardo foi preso na Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato. O petista é acusado de ter se beneficiado de propina de contratos do Ministério do Planejamento que perduraram de 2010 a 2015. As investigações apontam que R$ 100 milhões foram desviados. Como funcionada o esquema, segundo a investigação Toffoli afirmou que não há elementos no processo que justifiquem a manutenção da prisão preventiva, como uma possível fuga de Paulo Bernardo para o exterior ou o risco de interferência nas investigações e cometimento de novos crimes se colocado em liberdade. O juiz rebateu: "Observo que a doutrina invocada na decisão do Supremo Tribunal Federal fala da possibilidade de prisão preventiva em crimes como 'homicídio por esquartejamento ou mediante tortura, tráfico de quantidades superlativas de droga etc.', o que, a meu ver, reflete a tendência, ainda que inconsciente, de se considerar a existência de riscos apenas em crimes violentos, no mais das vezes cometidos apenas por acusados pobres." Azevedo disse que fazia as considerações de caráter pessoal. "Resguardo, pois, o meu posicionamento pessoal, aqui manifestado em homenagem à minha independência judicial, e, sem prejuízo, evidentemente reconheço que devo e irei acatar [decisão de Toffoli]." O magistrado negou que tenha usurpado competência do STF na ação, sendo que as investigações não atingiram a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que é alvo do Supremo por caso conexo por que conta com foro privilegiado. Ele classificou de "leviana" a acusação de que teria extrapolado suas atribuições, sendo que o Supremo fez o fatiamento do caso, que é um desdobramento da Lava Jato. "Preliminarmente, causou estranheza a este Juízo a reclamação defensiva no sentido de que este Juízo teria usurpado a competência do Supremo Tribunal Federal", disse. "De fato, as alegações de mudança de quadro probatório ou de que a investigação passou a trabalhar com a presunção de que as condutas de Paulo Bernardo estariam indissociavelmente ligadas à senadora são completamente divorciadas dos autos e das decisões proferidas por este Juízo". "As menções à senadora foram casuais nos autos, mais diretamente ligadas à questão jurídica da busca e apreensão, pelo fato de ser casada com o investigado Paulo Bernardo. A representação pela prisão preventiva de Paulo Bernardo pela autoridade policial não contém qualquer menção à Senadora ou sua eventual participação no alegado esquema", completou. Segundo o juiz, "ao sustentar a necessidade de prisão preventiva de Paulo Bernardo, o Ministério Público Federal não fez menção a que ele agisse em concurso necessário com a senadora, embora tenha citado declarações do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), que fez referências tanto a Paulo Bernardo quanto à senadora, segundo o qual ambos teriam relação com a empresa Consist já há muitos anos, desde 1999, no governo de Zeca do PT". "De qualquer modo, as menções feitas à senadora não elidem o fato de que as investigações, as representações e os pedidos feitos pelas autoridades policiais e ministeriais restringiram-se a Paulo Bernardo Silva", disse. prisao e soltura
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Juiz diz discordar do entendimento de Toffoli para soltar Paulo BernardoNa decisão em que determinou a soltura da maior parte dos presos da Operação Custo Brasil, o juiz federal Paulo Bueno de Azevedo criticou a determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli de tirar da prisão o ex-ministro Paulo Bernardo. Azevedo afirmou que discorda da posição de Toffoli e que há elementos que justificam a manutenção da prisão. "Quanto à questão da fundamentação da prisão preventiva, obviamente irei acatar, porém respeitosamente discordo, continuando a achar que a expressiva quantia do dinheiro não localizado pode sofrer novos esquemas de lavagem, ao menos por ora. O risco concreto se deveria aos indícios dos pagamentos feitos por intermédio do advogado Guilherme Gonçalves [um dos presos]", escreveu Azevedo. Ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Paulo Bernardo foi preso na Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato. O petista é acusado de ter se beneficiado de propina de contratos do Ministério do Planejamento que perduraram de 2010 a 2015. As investigações apontam que R$ 100 milhões foram desviados. Como funcionada o esquema, segundo a investigação Toffoli afirmou que não há elementos no processo que justifiquem a manutenção da prisão preventiva, como uma possível fuga de Paulo Bernardo para o exterior ou o risco de interferência nas investigações e cometimento de novos crimes se colocado em liberdade. O juiz rebateu: "Observo que a doutrina invocada na decisão do Supremo Tribunal Federal fala da possibilidade de prisão preventiva em crimes como 'homicídio por esquartejamento ou mediante tortura, tráfico de quantidades superlativas de droga etc.', o que, a meu ver, reflete a tendência, ainda que inconsciente, de se considerar a existência de riscos apenas em crimes violentos, no mais das vezes cometidos apenas por acusados pobres." Azevedo disse que fazia as considerações de caráter pessoal. "Resguardo, pois, o meu posicionamento pessoal, aqui manifestado em homenagem à minha independência judicial, e, sem prejuízo, evidentemente reconheço que devo e irei acatar [decisão de Toffoli]." O magistrado negou que tenha usurpado competência do STF na ação, sendo que as investigações não atingiram a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que é alvo do Supremo por caso conexo por que conta com foro privilegiado. Ele classificou de "leviana" a acusação de que teria extrapolado suas atribuições, sendo que o Supremo fez o fatiamento do caso, que é um desdobramento da Lava Jato. "Preliminarmente, causou estranheza a este Juízo a reclamação defensiva no sentido de que este Juízo teria usurpado a competência do Supremo Tribunal Federal", disse. "De fato, as alegações de mudança de quadro probatório ou de que a investigação passou a trabalhar com a presunção de que as condutas de Paulo Bernardo estariam indissociavelmente ligadas à senadora são completamente divorciadas dos autos e das decisões proferidas por este Juízo". "As menções à senadora foram casuais nos autos, mais diretamente ligadas à questão jurídica da busca e apreensão, pelo fato de ser casada com o investigado Paulo Bernardo. A representação pela prisão preventiva de Paulo Bernardo pela autoridade policial não contém qualquer menção à Senadora ou sua eventual participação no alegado esquema", completou. Segundo o juiz, "ao sustentar a necessidade de prisão preventiva de Paulo Bernardo, o Ministério Público Federal não fez menção a que ele agisse em concurso necessário com a senadora, embora tenha citado declarações do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), que fez referências tanto a Paulo Bernardo quanto à senadora, segundo o qual ambos teriam relação com a empresa Consist já há muitos anos, desde 1999, no governo de Zeca do PT". "De qualquer modo, as menções feitas à senadora não elidem o fato de que as investigações, as representações e os pedidos feitos pelas autoridades policiais e ministeriais restringiram-se a Paulo Bernardo Silva", disse. prisao e soltura
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Mortes: Dedicou-se às aulas de inglês até na aposentadoria
Quase todos os dias, Myrthes Pinto da Fonseca Muezerie tinha um horário reservado para receber suas visitas. Era um momento especial, que a fazia se arrumar e organizar a casa até a chegada de seus alunos. Às vezes, isso acontecia após horas de preparação de suas aulas. Apesar de já dominar o inglês desde a escola, a ideia de passar esse conhecimento adiante foi algo que surgiu devagar, sem muito planejamento. Quando foi trabalhar na Cultura Inglesa, na década de 1960, tinha a função de secretária. O cargo de professora só foi cogitado quando precisou substituir docentes que faltavam. Apaixonou-se pela profissão, ficando 20 anos atuando na mesma escola. Ao se aposentar, decidiu que não estava preparada para deixar de ensinar e passou a se dedicar às aulas particulares. A dedicação às aulas e aos alunos aconteceu até seu último dia. "Ela tinha dado aulas na segunda e terça-feira, e já tinha preparado as aulas de quarta quando passou mal. Ela chegou a desmaiar, mas assim que recobrou a consciência pediu para ligar para os alunos que viriam naquela tarde. Não queria que eles viessem até nossa casa à toa", lembra o filho, Luiz. Fora das salas de aula, ela não gostava de depender dos outros ou de ficar em casa. Mesmo com seus 90 anos, tudo era pretexto para sair, seja ir ao banco, fazer compras ou ver vitrines de lojas. Seu grande companheiro foi Evert, com quem ficou casada por 57 anos, até a morte dele, em 2013. Morreu no dia 16, após uma parada cardíaca. Deixa o filho, um neto e duas irmãs. [email protected] - MORTES Ester Gabriela Marques Evangelista - Aos 3. Deixa os pais, Wellington Pedro e Brenda Graziele. Cemitério Municipal de Bebedouro, SP. Henriette Bega Dalva - Aos 88. Deixa a filha Nora, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. Jo Ann Hein - Aos 84. Deixa o filho Robert. Crematório Memorial de Embu, SP. José Carlos Popolizio (turma 67) - Aos 72, casado. Deixa mulher, filhos, netos e bisnetos. Cemitério da Vila Mariana. Maria Cecilia Garcia - Aos 63, casada com Carlos. Deixa o filho Martim. Crematório da Vila Alpina. Salomão Herman Gertner - Aos 80, casado com Anita Gertner. Deixa os filhos Paulo, Camila, Andrea e Betina, e netos. Cemitério Israelita do Butantã.
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Mortes: Dedicou-se às aulas de inglês até na aposentadoriaQuase todos os dias, Myrthes Pinto da Fonseca Muezerie tinha um horário reservado para receber suas visitas. Era um momento especial, que a fazia se arrumar e organizar a casa até a chegada de seus alunos. Às vezes, isso acontecia após horas de preparação de suas aulas. Apesar de já dominar o inglês desde a escola, a ideia de passar esse conhecimento adiante foi algo que surgiu devagar, sem muito planejamento. Quando foi trabalhar na Cultura Inglesa, na década de 1960, tinha a função de secretária. O cargo de professora só foi cogitado quando precisou substituir docentes que faltavam. Apaixonou-se pela profissão, ficando 20 anos atuando na mesma escola. Ao se aposentar, decidiu que não estava preparada para deixar de ensinar e passou a se dedicar às aulas particulares. A dedicação às aulas e aos alunos aconteceu até seu último dia. "Ela tinha dado aulas na segunda e terça-feira, e já tinha preparado as aulas de quarta quando passou mal. Ela chegou a desmaiar, mas assim que recobrou a consciência pediu para ligar para os alunos que viriam naquela tarde. Não queria que eles viessem até nossa casa à toa", lembra o filho, Luiz. Fora das salas de aula, ela não gostava de depender dos outros ou de ficar em casa. Mesmo com seus 90 anos, tudo era pretexto para sair, seja ir ao banco, fazer compras ou ver vitrines de lojas. Seu grande companheiro foi Evert, com quem ficou casada por 57 anos, até a morte dele, em 2013. Morreu no dia 16, após uma parada cardíaca. Deixa o filho, um neto e duas irmãs. [email protected] - MORTES Ester Gabriela Marques Evangelista - Aos 3. Deixa os pais, Wellington Pedro e Brenda Graziele. Cemitério Municipal de Bebedouro, SP. Henriette Bega Dalva - Aos 88. Deixa a filha Nora, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. Jo Ann Hein - Aos 84. Deixa o filho Robert. Crematório Memorial de Embu, SP. José Carlos Popolizio (turma 67) - Aos 72, casado. Deixa mulher, filhos, netos e bisnetos. Cemitério da Vila Mariana. Maria Cecilia Garcia - Aos 63, casada com Carlos. Deixa o filho Martim. Crematório da Vila Alpina. Salomão Herman Gertner - Aos 80, casado com Anita Gertner. Deixa os filhos Paulo, Camila, Andrea e Betina, e netos. Cemitério Israelita do Butantã.
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Retiro de empreendedor oferece lição de gurus por R$ 80 mil
Empresários vêm desembolsando até US$ 25 mil (cerca de R$ 82 mil) para participar de retiros liderados por gurus do empreendedorismo. Eles se reúnem em grupos de até 25 pessoas e ficam em resorts por até cinco dias. Os eventos do tipo já aconteceram em Orlando e Key Biscayne (EUA), Barcelona (Espanha) e Florianópolis. Eles vêm sendo criados e comercializados desde o ano passado por iniciativa do empresário Rafa Prado, que é conhecido como especialista no lançamento de produtos para celebridades. Além do próprio Prado, já lideraram viagens do tipo o empresário Ricardo Bellino —que trouxe empresa Elite Models para o Brasil— e Carlos Wizard Martins, fundador da rede de idiomas Wizard. O próximo a entrar no grupo de líderes será Geraldo Rufino, que foi catador de latas na infância e criou uma empresa de reciclagem de peças de caminhão, a JR Diesel. Seu programa deve custar entre R$ 40 mil e R$ 50 mil e será em Fernando de Noronha. Prado conta ficar com entre 20% e 30% do lucro desses eventos. O restante é do empresário convidado. O momento mais esperado do retiro é a consultoria individual de uma hora com o líder do grupo a que cada participante tem direito. Bellino, que já comandou duas dessas viagens, diz que, quando aconselha alguém, olha em primeiro lugar para os sonhos e a ambição das pessoas. Só depois considera seus planos de negócios. "Eles buscam minha visão diferente, arrojada, agressiva, de enfrentar o que chamo de impossível. Querem sair do convencional". Wizard, que liderou o programa Legado Milionário em Orlando em janeiro, afirmou se considerar um "missionário do empreendedorismo". Ele disse que se interessou pelo programa pela possibilidade de dividir experiências e motivar outras pessoas a atingir grandes conquistas. PORRADAS Nessas viagens são oferecidas palestras com personalidades e visitas a locais considerados inspiradores, como os bastidores da Disney (exemplo de atendimento ao cliente) e uma vinícola centenária em Barcelona (de sucessão familiar em negócios). Entre as atividades em grupo, a mais citada pelos participantes é a "hot seat" (cadeira quente), reunião em que cada participante deve contar, de maneira sincera e com números, um desafio que enfrenta em sua empresa para receber sugestões dos colegas. "Você tem de estar preparado, porque vai ouvir críticas e porradas de todo o mundo. De um modo sutil, vão dizer que fariam diferente, tentaram o que você fez e deu errado", diz Marcio Giacobelli, 46, que participou do programa de Carlos Wizard. Giacobelli, que tem uma consultoria para empresas que atuam com vendas diretas, diz que ainda mantém contato frequente com Wizard e outros participantes. "São especialistas em várias áreas e até hoje todos se ajudam." SELEÇÃO Quem é escolhido (já houve programa com mais de dez candidatos para cada vaga) pode ter de fazer sacrifícios para pagar pelo programa. Diego Vergilio, 26, diz que lançou um produto que misturava rifa e catálogo de cupons de desconto para obter os R$ 50 mil necessários. Ele desenvolveu o Portex, acessório decorativo para portas que serve para impedir a entrada de poeira, insetos ou saída de ar quando se usa ar-condicionado. Para Higor Barrozo, 35, que foi aos EUA com Bellino e é presidente da LBRX Ambiental (de serviços na área da coleta de lixo e reciclagem), a principal lição aprendida tem a ver com vendas. "Você precisa vender o cheiro do bife, não o bife. Quando você vende o cheiro, cria uma grande expectativa no cliente e, depois, pode pedir o preço que você quiser pelo que estiver oferecendo e fechar um bom negócio." Será que os participantes dos eventos compraram o bife ou o cheiro? À Folha todos garantem que não se arrependem do investimento feito.
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Retiro de empreendedor oferece lição de gurus por R$ 80 milEmpresários vêm desembolsando até US$ 25 mil (cerca de R$ 82 mil) para participar de retiros liderados por gurus do empreendedorismo. Eles se reúnem em grupos de até 25 pessoas e ficam em resorts por até cinco dias. Os eventos do tipo já aconteceram em Orlando e Key Biscayne (EUA), Barcelona (Espanha) e Florianópolis. Eles vêm sendo criados e comercializados desde o ano passado por iniciativa do empresário Rafa Prado, que é conhecido como especialista no lançamento de produtos para celebridades. Além do próprio Prado, já lideraram viagens do tipo o empresário Ricardo Bellino —que trouxe empresa Elite Models para o Brasil— e Carlos Wizard Martins, fundador da rede de idiomas Wizard. O próximo a entrar no grupo de líderes será Geraldo Rufino, que foi catador de latas na infância e criou uma empresa de reciclagem de peças de caminhão, a JR Diesel. Seu programa deve custar entre R$ 40 mil e R$ 50 mil e será em Fernando de Noronha. Prado conta ficar com entre 20% e 30% do lucro desses eventos. O restante é do empresário convidado. O momento mais esperado do retiro é a consultoria individual de uma hora com o líder do grupo a que cada participante tem direito. Bellino, que já comandou duas dessas viagens, diz que, quando aconselha alguém, olha em primeiro lugar para os sonhos e a ambição das pessoas. Só depois considera seus planos de negócios. "Eles buscam minha visão diferente, arrojada, agressiva, de enfrentar o que chamo de impossível. Querem sair do convencional". Wizard, que liderou o programa Legado Milionário em Orlando em janeiro, afirmou se considerar um "missionário do empreendedorismo". Ele disse que se interessou pelo programa pela possibilidade de dividir experiências e motivar outras pessoas a atingir grandes conquistas. PORRADAS Nessas viagens são oferecidas palestras com personalidades e visitas a locais considerados inspiradores, como os bastidores da Disney (exemplo de atendimento ao cliente) e uma vinícola centenária em Barcelona (de sucessão familiar em negócios). Entre as atividades em grupo, a mais citada pelos participantes é a "hot seat" (cadeira quente), reunião em que cada participante deve contar, de maneira sincera e com números, um desafio que enfrenta em sua empresa para receber sugestões dos colegas. "Você tem de estar preparado, porque vai ouvir críticas e porradas de todo o mundo. De um modo sutil, vão dizer que fariam diferente, tentaram o que você fez e deu errado", diz Marcio Giacobelli, 46, que participou do programa de Carlos Wizard. Giacobelli, que tem uma consultoria para empresas que atuam com vendas diretas, diz que ainda mantém contato frequente com Wizard e outros participantes. "São especialistas em várias áreas e até hoje todos se ajudam." SELEÇÃO Quem é escolhido (já houve programa com mais de dez candidatos para cada vaga) pode ter de fazer sacrifícios para pagar pelo programa. Diego Vergilio, 26, diz que lançou um produto que misturava rifa e catálogo de cupons de desconto para obter os R$ 50 mil necessários. Ele desenvolveu o Portex, acessório decorativo para portas que serve para impedir a entrada de poeira, insetos ou saída de ar quando se usa ar-condicionado. Para Higor Barrozo, 35, que foi aos EUA com Bellino e é presidente da LBRX Ambiental (de serviços na área da coleta de lixo e reciclagem), a principal lição aprendida tem a ver com vendas. "Você precisa vender o cheiro do bife, não o bife. Quando você vende o cheiro, cria uma grande expectativa no cliente e, depois, pode pedir o preço que você quiser pelo que estiver oferecendo e fechar um bom negócio." Será que os participantes dos eventos compraram o bife ou o cheiro? À Folha todos garantem que não se arrependem do investimento feito.
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Historiador reconstrói 300 anos de perseguição a judeus em São Paulo
Quando se fala em Inquisição, a imagem mais genérica que surge é a de um brutal tribunal instalado numa longínqua Europa medieval, mandando queimar feiticeiras e punindo hereges, mais ou menos como em "O Nome da Rosa", filme de 1986 baseado na obra de Umberto Eco. "Cristãos-Novos em São Paulo", do historiador Marcelo Meira Amaral Bogaciovas, mostra, porém, que essa sombria realidade fez parte, por muito tempo, da história de São Paulo –mais precisamente entre 1536 e 1821. Num minucioso levantamento genealógico e estudo de outros documentos de época, o livro mapeia a trajetória de famílias de cristãos-novos (judeus forçados à conversão) perseguidas e descreve o comportamento do tribunal com relação aos condenados. "A atuação da Inquisição em São Paulo deixou sequelas até os dias de hoje. As pessoas em geral ainda se sentem ultrajadas ao serem chamadas de 'cristãs-novas'. Isso porque, na época, criou-se um ambiente de constante temor à punição, de delação e vigilância, parecido com o de uma ditadura", diz o historiador, em entrevista à Folha. O livro reconstrói o início desse processo, quando os reis católicos espanhóis, em 1492, obrigaram judeus que não queriam se converter a deixar o país. Portugal primeiro acolheu essa população, mas, em 1497, impôs o batismo forçado. Muitos decidiram vir ao Novo Mundo e, apesar de atuarem como cristãos fora de casa, do lado de dentro seguiam com seus ritos e costumes. Além da constante ameaça de serem acusados de "práticas judaizantes", no Brasil os cristãos-novos tinham de pagar impostos exclusivos e estavam afastados de certos cargos públicos. "A Inquisição atuou no Brasil como em outros lugares, como uma 'joint venture' entre Igreja e Estado –quem acompanhava os condenados de São Paulo até serem embarcados para Lisboa eram os jesuítas", afirma o historiador. Era comum, também, que fossem presos e enviados a Portugal os acusados de bigamia. "Nesse sentido, a correspondência entre parentes ajudava muito. Era um universo menor de gente. Naquela época, dificilmente seria possível alguém mudar de país e ficar anônimo. Casamentos, encontros, trocas de parceiros eram noticiados entre os parentes. E a Inquisição vigiava tudo isso." Uma vez presos em São Paulo, os acusados pelo tribunal eram embarcados com destino a Lisboa, onde ocorriam os interrogatórios, muitos sob tortura. "Faziam com que falassem do modo mais cruel possível, pois não diziam de que estavam sendo acusados. Esperavam meses até que a pessoa se delatasse e passasse a apontar parentes." Segundo Amaral, cerca de 2.000 pessoas foram detidas no Brasil e enviadas a Lisboa. Quem não morria devido às torturas ou punições era abandonado à sua sorte na capital portuguesa. "Ficavam pelas ruas –muitos enlouqueciam, outros viravam pedintes." O trabalho foi inicialmente apresentado como tese de mestrado na Universidade de São Paulo, com orientação da professora Anita Novinsky. Agora, surge em versão para o mercado, com apresentação da historiadora Mary Del Priore. CRISTÃOS-NOVOS EM SÃO PAULO AUTOR Marcelo Meira Amaral Bogaciovas EDITORA Asbrap QUANTO R$ 50 (480 págs.) LANÇAMENTO sáb. (7), com simpósio às 9h e sessão de autógrafos às 16h20, no mosteiro de São Bento (lgo. São Bento, s/nº)
ilustrada
Historiador reconstrói 300 anos de perseguição a judeus em São PauloQuando se fala em Inquisição, a imagem mais genérica que surge é a de um brutal tribunal instalado numa longínqua Europa medieval, mandando queimar feiticeiras e punindo hereges, mais ou menos como em "O Nome da Rosa", filme de 1986 baseado na obra de Umberto Eco. "Cristãos-Novos em São Paulo", do historiador Marcelo Meira Amaral Bogaciovas, mostra, porém, que essa sombria realidade fez parte, por muito tempo, da história de São Paulo –mais precisamente entre 1536 e 1821. Num minucioso levantamento genealógico e estudo de outros documentos de época, o livro mapeia a trajetória de famílias de cristãos-novos (judeus forçados à conversão) perseguidas e descreve o comportamento do tribunal com relação aos condenados. "A atuação da Inquisição em São Paulo deixou sequelas até os dias de hoje. As pessoas em geral ainda se sentem ultrajadas ao serem chamadas de 'cristãs-novas'. Isso porque, na época, criou-se um ambiente de constante temor à punição, de delação e vigilância, parecido com o de uma ditadura", diz o historiador, em entrevista à Folha. O livro reconstrói o início desse processo, quando os reis católicos espanhóis, em 1492, obrigaram judeus que não queriam se converter a deixar o país. Portugal primeiro acolheu essa população, mas, em 1497, impôs o batismo forçado. Muitos decidiram vir ao Novo Mundo e, apesar de atuarem como cristãos fora de casa, do lado de dentro seguiam com seus ritos e costumes. Além da constante ameaça de serem acusados de "práticas judaizantes", no Brasil os cristãos-novos tinham de pagar impostos exclusivos e estavam afastados de certos cargos públicos. "A Inquisição atuou no Brasil como em outros lugares, como uma 'joint venture' entre Igreja e Estado –quem acompanhava os condenados de São Paulo até serem embarcados para Lisboa eram os jesuítas", afirma o historiador. Era comum, também, que fossem presos e enviados a Portugal os acusados de bigamia. "Nesse sentido, a correspondência entre parentes ajudava muito. Era um universo menor de gente. Naquela época, dificilmente seria possível alguém mudar de país e ficar anônimo. Casamentos, encontros, trocas de parceiros eram noticiados entre os parentes. E a Inquisição vigiava tudo isso." Uma vez presos em São Paulo, os acusados pelo tribunal eram embarcados com destino a Lisboa, onde ocorriam os interrogatórios, muitos sob tortura. "Faziam com que falassem do modo mais cruel possível, pois não diziam de que estavam sendo acusados. Esperavam meses até que a pessoa se delatasse e passasse a apontar parentes." Segundo Amaral, cerca de 2.000 pessoas foram detidas no Brasil e enviadas a Lisboa. Quem não morria devido às torturas ou punições era abandonado à sua sorte na capital portuguesa. "Ficavam pelas ruas –muitos enlouqueciam, outros viravam pedintes." O trabalho foi inicialmente apresentado como tese de mestrado na Universidade de São Paulo, com orientação da professora Anita Novinsky. Agora, surge em versão para o mercado, com apresentação da historiadora Mary Del Priore. CRISTÃOS-NOVOS EM SÃO PAULO AUTOR Marcelo Meira Amaral Bogaciovas EDITORA Asbrap QUANTO R$ 50 (480 págs.) LANÇAMENTO sáb. (7), com simpósio às 9h e sessão de autógrafos às 16h20, no mosteiro de São Bento (lgo. São Bento, s/nº)
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Polícia identifica dois dos três responsáveis pelo ataque em Londres
A polícia britânica divulgou nesta segunda-feira (5) os nomes de dois dos três terroristas responsáveis pelo ataque que deixou sete mortos e 48 feridos em Londres no sábado. Eles foram identificados como o britânico Khuram Shazad Butt, 27, nascido no Paquistão, e Rachid Redouane, 30, que afirmava ter origem marroquina e líbia. O nome do terceiro cúmplice permanece desconhecido. Todos foram mortos pela polícia durante o atentado. No que poderá ser mais um constrangimento ao governo, Butt já havia sido investigado em 2015 pelos serviços de segurança e tinha inclusive aparecido no documentário sobre extremismo "Os Jihadistas da Casa Ao Lado". À época, ele não foi considerado uma ameaça. Há 500 investigações do tipo em andamento envolvendo 3.000 suspeitos em potencial, afirma a polícia, e não há recursos e pessoal para acompanhar todos. Esse radical apoiava o grupo Al-Muhajiroun, banido no Reino Unido. O líder da agremiação, Anjem Choudary, foi acusado de recrutar mais de cem britânicos suspeitos de atividade terrorista. Butt foi visto no mês passado distribuindo panfletos pedindo que muçulmanos não participassem das eleições desta quinta-feira (8). Para extremistas como ele, é proibido validar a democracia participando de pleitos. O terrorista havia feito essa mesma campanha em 2015, quando foi expulso de ao menos uma mesquita londrina. Ele gritava "somente Deus está no comando", interrompendo o pregador. No documentário sobre extremismo do Canal 4, exibido no ano passado, Butt aparecia rezando diante de uma bandeira negra, como aquela utilizada pela organização terrorista Estado Islâmico –o símbolo, porém, não é exclusivo da milícia. Aparecem também no vídeo radicais como Abu Rumaysah, que uniu-se às fileiras do Estado Islâmico. Ele é suspeito de ser um dos mascarados responsáveis pelos assassinatos gravados pela facção radical, como a decapitação de prisioneiros. Butt respondia também pelo nome Abu Zaitun e era conhecido como Abs por seus amigos de academia, segundo o jornal britânico "Guardian". Obcecado pela equipe do Arsenal, ele vestia uma camiseta do time quando participou do atropelamento e esfaqueamento de sábado na ponte de Londres e no mercado Borough. O segundo responsável pelo ataque de sábado, Rachid Redouane, não era conhecido pelas autoridades. Ele trabalhava como chef e havia recentemente vivido em Dublin –ele foi reconhecido por uma identidade irlandesa encontrada em seu corpo, após o atentado. Um líder muçulmano da Irlanda havia reclamado às autoridades da presença de extremistas no país, mas, em entrevista à imprensa britânica, ele afirmou que não houve investigação. Em um gesto incomum, comunidades islâmicas britânicas se recusaram a realizar as cerimônias religiosas dos funerais de Butt e Redouane. O ataque foi o terceiro a atingir o Reino Unido em pouco mais de dois meses, após o atentado ocorrido na ponte de Westminster, em 22 março, e o que matou 22 pessoas em um show em Manchester, norte da Inglaterra, menos de duas semanas atrás. VIGÍLIA Diversos dos presentes na vigília pelas vítimas, nesta segunda-feira, representavam grupos muçulmanos. O evento reuniu centenas de pessoas à beira do rio Tâmisa, no centro de Londres. Um grupo caminhava com a camiseta "sou muçulmano, me pergunte o que quiser". "Queremos mostrar que os responsáveis por esse ataque não seguiam o islã", disse à Folha Kamran Cheema, que tem origem paquistanesa. Em outra parte da vigília o coletivo britânico Somos Um, de cuidado a refugiados, esticava uma longa cartolina no gramado pedindo para que as pessoas escrevessem mensagens de solidariedade aos familiares das vítimas. "Viemos oferecer nossa condolência, porque sentimos essa dor", disse Pru Waldorf, 37. "Mas não podemos deixar de demonstrar nosso apoio aos refugiados que vêm ao Reino Unido." A vigília foi encerrada por um discurso do prefeito de Londres, Sadiq Khan. "Quero enviar uma mensagem clara aos extremistas doentios que cometeram esses crimes horrendos. Nós vamos derrotá-los. Vocês não vão vencer."
mundo
Polícia identifica dois dos três responsáveis pelo ataque em LondresA polícia britânica divulgou nesta segunda-feira (5) os nomes de dois dos três terroristas responsáveis pelo ataque que deixou sete mortos e 48 feridos em Londres no sábado. Eles foram identificados como o britânico Khuram Shazad Butt, 27, nascido no Paquistão, e Rachid Redouane, 30, que afirmava ter origem marroquina e líbia. O nome do terceiro cúmplice permanece desconhecido. Todos foram mortos pela polícia durante o atentado. No que poderá ser mais um constrangimento ao governo, Butt já havia sido investigado em 2015 pelos serviços de segurança e tinha inclusive aparecido no documentário sobre extremismo "Os Jihadistas da Casa Ao Lado". À época, ele não foi considerado uma ameaça. Há 500 investigações do tipo em andamento envolvendo 3.000 suspeitos em potencial, afirma a polícia, e não há recursos e pessoal para acompanhar todos. Esse radical apoiava o grupo Al-Muhajiroun, banido no Reino Unido. O líder da agremiação, Anjem Choudary, foi acusado de recrutar mais de cem britânicos suspeitos de atividade terrorista. Butt foi visto no mês passado distribuindo panfletos pedindo que muçulmanos não participassem das eleições desta quinta-feira (8). Para extremistas como ele, é proibido validar a democracia participando de pleitos. O terrorista havia feito essa mesma campanha em 2015, quando foi expulso de ao menos uma mesquita londrina. Ele gritava "somente Deus está no comando", interrompendo o pregador. No documentário sobre extremismo do Canal 4, exibido no ano passado, Butt aparecia rezando diante de uma bandeira negra, como aquela utilizada pela organização terrorista Estado Islâmico –o símbolo, porém, não é exclusivo da milícia. Aparecem também no vídeo radicais como Abu Rumaysah, que uniu-se às fileiras do Estado Islâmico. Ele é suspeito de ser um dos mascarados responsáveis pelos assassinatos gravados pela facção radical, como a decapitação de prisioneiros. Butt respondia também pelo nome Abu Zaitun e era conhecido como Abs por seus amigos de academia, segundo o jornal britânico "Guardian". Obcecado pela equipe do Arsenal, ele vestia uma camiseta do time quando participou do atropelamento e esfaqueamento de sábado na ponte de Londres e no mercado Borough. O segundo responsável pelo ataque de sábado, Rachid Redouane, não era conhecido pelas autoridades. Ele trabalhava como chef e havia recentemente vivido em Dublin –ele foi reconhecido por uma identidade irlandesa encontrada em seu corpo, após o atentado. Um líder muçulmano da Irlanda havia reclamado às autoridades da presença de extremistas no país, mas, em entrevista à imprensa britânica, ele afirmou que não houve investigação. Em um gesto incomum, comunidades islâmicas britânicas se recusaram a realizar as cerimônias religiosas dos funerais de Butt e Redouane. O ataque foi o terceiro a atingir o Reino Unido em pouco mais de dois meses, após o atentado ocorrido na ponte de Westminster, em 22 março, e o que matou 22 pessoas em um show em Manchester, norte da Inglaterra, menos de duas semanas atrás. VIGÍLIA Diversos dos presentes na vigília pelas vítimas, nesta segunda-feira, representavam grupos muçulmanos. O evento reuniu centenas de pessoas à beira do rio Tâmisa, no centro de Londres. Um grupo caminhava com a camiseta "sou muçulmano, me pergunte o que quiser". "Queremos mostrar que os responsáveis por esse ataque não seguiam o islã", disse à Folha Kamran Cheema, que tem origem paquistanesa. Em outra parte da vigília o coletivo britânico Somos Um, de cuidado a refugiados, esticava uma longa cartolina no gramado pedindo para que as pessoas escrevessem mensagens de solidariedade aos familiares das vítimas. "Viemos oferecer nossa condolência, porque sentimos essa dor", disse Pru Waldorf, 37. "Mas não podemos deixar de demonstrar nosso apoio aos refugiados que vêm ao Reino Unido." A vigília foi encerrada por um discurso do prefeito de Londres, Sadiq Khan. "Quero enviar uma mensagem clara aos extremistas doentios que cometeram esses crimes horrendos. Nós vamos derrotá-los. Vocês não vão vencer."
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Uma década de avanços em biotecnologia
Ao longo de 2015, uma silenciosa revolução biotecnológica aconteceu no Brasil. Neste ano a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) analisou e aprovou um número recorde de tecnologias aplicáveis à agricultura, medicina e produção de energia. O trabalho criterioso dos membros da CTNBio avaliou como seguros para a saúde humana e animal e para o ambiente 19 novos transgênicos, dentre os quais 13 plantas, três vacinas e três microrganismos ou derivados. A CTNBio, priorizando o rigor nas análises de biossegurança e atenta às necessidades de produzir alimentos de maneira mais sustentável aprovou, no ano passado, variedades de soja, milho e algodão tolerantes a herbicidas com diferentes métodos de ação. Isso permitirá que as sementes desenvolvam todo seu potencial e que os produtores brasileiros tenham mais uma opção para a rotação de tecnologias no manejo de plantas daninhas. Sem essa ferramenta tecnológica, os agricultores ficariam reféns das limitações impostas pelas plantas invasoras. As tecnologias de resistência a insetos proporcionam benefícios semelhantes. Na área da saúde, a revolução diz respeito aos métodos de combate a doenças que são endêmicas das regiões tropicais. Mais uma vez, mostrando-se parceira da sociedade, a CTNBio avaliou a biossegurança de duas vacinas recombinantes contra a dengue em regime de urgência e deu parecer favorável a elas. Soma-se a estes esforços a aprovação do Aedes aegypti transgênico. O mosquito geneticamente modificado aprovado em 2014 tem se mostrado um aliado no combate ao inseto que, além de ser vetor da dengue, também está associado a casos de transmissão dos vírus Zika, Chikungunya e da febre amarela. Nos últimos 10 anos, até o momento, o advento da nova CTNBio pela Lei 11.105 de 2005 - a Lei de Biossegurança - proporcionou a aprovação comercial de 82 Organismos Geneticamente Modificados (OGM): 52 eventos em plantas; 20 vacinas veterinárias; 7 microrganismos; 1 mosquito Aedes aegypti; e 2 vacinas para uso humano contra a Dengue. Essas liberações comerciais são a maior prova de que o Brasil lança mão da inovação para encontrar soluções para os desafios da contemporaneidade. Entretanto, é necessário enfatizar que assuntos não relacionados com Ciência também se colocaram, como em anos anteriores, no caminho do desenvolvimento da biotecnologia em 2015. Manifestantes anti-ciência invadiram laboratórios e destruíram sete anos de pesquisas com plantas transgênicas de eucalipto e grupos anti-OGM (organismo geneticamente modificados) chegaram a interromper reuniões da CTNBio, pondo abaixo portas com ações truculentas. Diversas inverdades foram publicadas na tentativa de colocar em dúvida a segurança e as contribuições que a transgenia vem dando para a sociedade. A ação desses grupos preocupa, pois, se sua ideologia for vitoriosa, tanto o progresso científico quanto o PIB brasileiros ficarão irreversivelmente prejudicados. Hoje, a nossa Lei de Biossegurança é tida internacionalmente como um modelo de equilíbrio entre o rigor nas análises técnicas e a previsibilidade institucional necessária para haver o investimento. O reconhecimento global, o diálogo com a sociedade e a legitimidade dos critérios técnicos mostram que esses 10 anos são apenas o início de uma longa história de desenvolvimento e inovação no Brasil. WALTER COLLI é professor do Instituto de Química da USP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo
opiniao
Uma década de avanços em biotecnologiaAo longo de 2015, uma silenciosa revolução biotecnológica aconteceu no Brasil. Neste ano a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) analisou e aprovou um número recorde de tecnologias aplicáveis à agricultura, medicina e produção de energia. O trabalho criterioso dos membros da CTNBio avaliou como seguros para a saúde humana e animal e para o ambiente 19 novos transgênicos, dentre os quais 13 plantas, três vacinas e três microrganismos ou derivados. A CTNBio, priorizando o rigor nas análises de biossegurança e atenta às necessidades de produzir alimentos de maneira mais sustentável aprovou, no ano passado, variedades de soja, milho e algodão tolerantes a herbicidas com diferentes métodos de ação. Isso permitirá que as sementes desenvolvam todo seu potencial e que os produtores brasileiros tenham mais uma opção para a rotação de tecnologias no manejo de plantas daninhas. Sem essa ferramenta tecnológica, os agricultores ficariam reféns das limitações impostas pelas plantas invasoras. As tecnologias de resistência a insetos proporcionam benefícios semelhantes. Na área da saúde, a revolução diz respeito aos métodos de combate a doenças que são endêmicas das regiões tropicais. Mais uma vez, mostrando-se parceira da sociedade, a CTNBio avaliou a biossegurança de duas vacinas recombinantes contra a dengue em regime de urgência e deu parecer favorável a elas. Soma-se a estes esforços a aprovação do Aedes aegypti transgênico. O mosquito geneticamente modificado aprovado em 2014 tem se mostrado um aliado no combate ao inseto que, além de ser vetor da dengue, também está associado a casos de transmissão dos vírus Zika, Chikungunya e da febre amarela. Nos últimos 10 anos, até o momento, o advento da nova CTNBio pela Lei 11.105 de 2005 - a Lei de Biossegurança - proporcionou a aprovação comercial de 82 Organismos Geneticamente Modificados (OGM): 52 eventos em plantas; 20 vacinas veterinárias; 7 microrganismos; 1 mosquito Aedes aegypti; e 2 vacinas para uso humano contra a Dengue. Essas liberações comerciais são a maior prova de que o Brasil lança mão da inovação para encontrar soluções para os desafios da contemporaneidade. Entretanto, é necessário enfatizar que assuntos não relacionados com Ciência também se colocaram, como em anos anteriores, no caminho do desenvolvimento da biotecnologia em 2015. Manifestantes anti-ciência invadiram laboratórios e destruíram sete anos de pesquisas com plantas transgênicas de eucalipto e grupos anti-OGM (organismo geneticamente modificados) chegaram a interromper reuniões da CTNBio, pondo abaixo portas com ações truculentas. Diversas inverdades foram publicadas na tentativa de colocar em dúvida a segurança e as contribuições que a transgenia vem dando para a sociedade. A ação desses grupos preocupa, pois, se sua ideologia for vitoriosa, tanto o progresso científico quanto o PIB brasileiros ficarão irreversivelmente prejudicados. Hoje, a nossa Lei de Biossegurança é tida internacionalmente como um modelo de equilíbrio entre o rigor nas análises técnicas e a previsibilidade institucional necessária para haver o investimento. O reconhecimento global, o diálogo com a sociedade e a legitimidade dos critérios técnicos mostram que esses 10 anos são apenas o início de uma longa história de desenvolvimento e inovação no Brasil. WALTER COLLI é professor do Instituto de Química da USP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo
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Justiça do Rio autoriza motorista do Uber após prefeitura proibir aplicativo
Um dia após a Prefeitura do Rio sancionar a lei que proíbe motoristas do aplicativo Uber de prestarem serviço na cidade, a Justiça concedeu, nesta quinta-feira (1º), uma liminar em favor de um único motorista, garantindo-lhe o direito de transportar passageiros. A decisão não vale aos demais motoristas do aplicativo na cidade. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, um usuário do Uber ganhou, em caráter liminar, o direito de rodar sem receber multas e ter o veículo ou carteira de motorista apreendidos. Infográfico: Como funciona o Uber O juiz Bruno Vinícius da Rós Bodart, da 1ª Vara de Fazenda Pública da Capital, estipulou multa de R$ 50 mil para o caso de as autoridades descumprirem a decisão. O caso corre em segredo de Justiça e o nome do autor da ação não foi divulgado, bem como a íntegra da decisão do magistrado. Em nota em sua página oficial, a Justiça afirma apenas que a secretaria municipal de Transportes e o Departamento de Transportes do Estado (Detro) estão impedidos de aplicar qualquer tipo de sanção ao motorista. Apenas o motorista que ajuizou a ação terá direito a gozar dos benefícios da decisão judicial. Procurada, a Procuradoria Geral do Município, responsável por recorrer de decisões judiciais dessa natureza, ainda não se pronunciou. A secretaria de Transportes informou que um posicionamento ficará a cargo da procuradoria. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria de imprensa do Detro no Rio. A Procuradoria do Estado informou que ainda não foi notificada e não irá se pronunciar no momento. LEI A Prefeitura do Rio publicou na última quarta-feira (30) no "Diário Oficial" do município um projeto de lei, aprovado na Câmara dos Vereadores, que prevê multa aos motoristas que prestarem serviço por meio do aplicativo Uber. A lei ainda não foi regulamentada e ainda não há consenso sobre qual autoridade caberá multar e fiscalizar a aplicação da legislação. O que se sabe até o momento é que a Prefeitura do Rio pretende lançar um aplicativo de celular específico para taxistas, que demandará cadastro por meio dos prestadores de serviço na cidade.
cotidiano
Justiça do Rio autoriza motorista do Uber após prefeitura proibir aplicativoUm dia após a Prefeitura do Rio sancionar a lei que proíbe motoristas do aplicativo Uber de prestarem serviço na cidade, a Justiça concedeu, nesta quinta-feira (1º), uma liminar em favor de um único motorista, garantindo-lhe o direito de transportar passageiros. A decisão não vale aos demais motoristas do aplicativo na cidade. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, um usuário do Uber ganhou, em caráter liminar, o direito de rodar sem receber multas e ter o veículo ou carteira de motorista apreendidos. Infográfico: Como funciona o Uber O juiz Bruno Vinícius da Rós Bodart, da 1ª Vara de Fazenda Pública da Capital, estipulou multa de R$ 50 mil para o caso de as autoridades descumprirem a decisão. O caso corre em segredo de Justiça e o nome do autor da ação não foi divulgado, bem como a íntegra da decisão do magistrado. Em nota em sua página oficial, a Justiça afirma apenas que a secretaria municipal de Transportes e o Departamento de Transportes do Estado (Detro) estão impedidos de aplicar qualquer tipo de sanção ao motorista. Apenas o motorista que ajuizou a ação terá direito a gozar dos benefícios da decisão judicial. Procurada, a Procuradoria Geral do Município, responsável por recorrer de decisões judiciais dessa natureza, ainda não se pronunciou. A secretaria de Transportes informou que um posicionamento ficará a cargo da procuradoria. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria de imprensa do Detro no Rio. A Procuradoria do Estado informou que ainda não foi notificada e não irá se pronunciar no momento. LEI A Prefeitura do Rio publicou na última quarta-feira (30) no "Diário Oficial" do município um projeto de lei, aprovado na Câmara dos Vereadores, que prevê multa aos motoristas que prestarem serviço por meio do aplicativo Uber. A lei ainda não foi regulamentada e ainda não há consenso sobre qual autoridade caberá multar e fiscalizar a aplicação da legislação. O que se sabe até o momento é que a Prefeitura do Rio pretende lançar um aplicativo de celular específico para taxistas, que demandará cadastro por meio dos prestadores de serviço na cidade.
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Às vésperas de primárias, propaganda eleitoral inunda canais de TV de Iowa
Ted Cruz foi acusado de propor um programa de impostos socialista. Marco Rubio foi criticado por apoiar uma "anistia" para imigrantes ilegais. Bernie Sanders denunciou a "economia improvisada", e a campanha de Jeb Bush foi considerada "as ruínas de um trem". E isso foi só durante o noticiário das 6 horas. Faltando uma semana para que seu Estado realize suas primárias para as nomeações presidenciais, os habitantes de Iowa estão sendo inundados por propagandas políticas em todos os canais, a todo momento. O ritmo de gastos de US$ 6 milhões por semana deve aumentar ainda mais nos dias finais —mas a enxurrada de comerciais de candidatos e dos seus aliados pode afastar o mesmo número de eleitores que convence. "Eu os vejo todo o tempo, onde quer que eu vá", disse Mike O´Keefe, 27, funcionário de uma companhia de seguros em Des Moines. "É um atrás do outro, e nada realmente te atrai." O noticiário noturno de meia hora na WHO, a afiliada da NBC aqui, teve 14 anúncios políticos no sábado —incluindo quatro de Hillary Clinton e dois sobre um "super PAC" (grande contribuinte) que apoia o senador Rand Paul, de Kentucky, que aparece nas pesquisas perto dos últimos lugares no campo republicano. "É um velho hábito, e velhos hábitos não morrem facilmente", disse Elizabeth Wilner, vice-presidente sênior da Kantar Media/CMAG, que monitora propagandas políticas. "O barulho termina ficando ensurdecedor, e você se pergunta se as pessoas prestam ou não atenção a você." Ao todo, até agora os candidatos gastaram mais de US$ 40 milhões em Iowa, em anúncios audiovisuais —US$ 6 milhões só na semana passada— e levaram ao ar mais de 167 comerciais políticos diferentes, de acordo com dados fornecidos pela Kantar Media/CMAG. Outros US$ 13 milhões foram gastos em canais locais de TV a cabo no Estado. A despesa em Iowa se estende para além do fato de que os candidatos colocam o foco com mais força no Estado. Enquanto Bush está gastando de forma contundente em New Hampshire, o super PAC que o apóia, Right to Rise, gastou cerca de US$ 8 milhões em Iowa e está fazendo uma bateria de anúncios que atacam Rubio, o governador John Kasich, de Ohio, e o governador Chris Christie, de Nova Jersey, na esperança de enfraquecê-los antes da chegada a New Hampshire para as primárias de 9 de fevereiro. ENXURRADA A reta final em Iowa sempre leva a uma enxurrada de apelos televisivos, e o volume deste ano é parecido ao de 2008. Mas depois de meses em que consultores em meios de comunicação alardearam sua capacidade de identificar categorias específicas de eleitores por meio de análises sofisticadas, o excesso de anúncios está reduzindo esses esforços a cinzas. "Em Iowa, você está falando de um universo relativamente pequeno de eleitores do cáucus, se compararmos com a população em geral ou com o número geral de eleitores", disse Carl Forti, estrategista republicano. "Você está gastando um monte de dinheiro para conversar com muito pouca gente." Assim, o programa "Wheel of Fortune" (Roda da Fortuna), no sábado à noite, por exemplo, foi tapado por 11 anúncios políticos de nove candidatos em sua transmissão de meia hora. O público mais velho dessa atração, incluindo muitos espectadores que assistem aos noticiários noturnos, era um alvo de alto valor para os candidatos de ambos partidos. Os mais importantes eventos esportivos do fim de semana permitiram alguns anúncios para não ficarem perdidos em uma tempestade de outros. Os espectadores do campeonato norte-americano de patinação artística no gelo, na NBC, viram um anúncio de 60 segundos da campanha de Clinton duas vezes em 20 minutos. E durante o jogo do campeonato da NFL, de futebol americano, entre New England Patriots e Denver Broncos, os espectadores viram Rubio realizar vários malabarismos de defesa em futebol, em um anúncio, e, em outro, Cruz ir caçar pato com Phil Robertson, do programa de TV "Duck Dynasty" (dinastia do pato). A campanha de Ben Carson, uma das que mais gastam em Iowa, com mais de US$ 2,6 milhões em televisão, publicou um anúncio sem uma única palavra falada (a não ser pela necessária afirmação "eu aprovo"). Acompanhado por música lenta, mostrou pessoas que apóiam Carson com as mãos estendidas, enquanto as palavras escritas "Nossas Mãos" davam lugar a outras, como "Curam", "Aprendem", "Unem". "Essencialmente, você não só realça qualidades diferentes, mas tem uma abordagem diferente em relação à criatividade", disse Ed Brookover, gerente da campanha de Carson. Brookover disse que a campanha de Carson estava enchendo de vídeos e gráficos as informações recebidas pelos habitantes de Iowa no Facebook. Mas talvez nenhum candidato esteja reforçando sua campanha de publicidade on-line em Iowa com tanta atenção como Sanders. Depois que o jornal "The Des Moines Register" apoiou Clinton no sábado, a equipe de Sanders comprou um anúncio que dominou a home page do "Register" e um anúncio pop-up que eclipsou a notícia do triunfo de Clinton. A equipe de Sanders também comprou nove dias seguidos de publicidade com geofiltro no Snapchat, a campanha mais longa de propaganda política já lançada na plataforma, como parte do esforço da equipe para conquistar jovens eleitores dos cáucus, de acordo com Kenneth Pennington, diretor digital da campanha de Sanders. Não são apenas os telespectadores que estão ficando cansados das propagandas políticas. Donald Trump, que muitas vezes voa de volta para Manhattan após os eventos, mas que recentemente dormiu em Iowa, foi ao Twitter reclamar —embora não tenha mencionado que estava contribuindo para o problema, com mais de US$ 500 mil por semana gastos em publicidade transmitida no Estado. "Estou em Iowa assistindo a todos esses anúncios de TV falsos dos outros candidatos", Trump escreveu no Twitter. "Tudo besteira, os políticos são pura conversa e nenhuma ação -isso não vai acontecer!." Tradução de DENISE MOTA
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Às vésperas de primárias, propaganda eleitoral inunda canais de TV de IowaTed Cruz foi acusado de propor um programa de impostos socialista. Marco Rubio foi criticado por apoiar uma "anistia" para imigrantes ilegais. Bernie Sanders denunciou a "economia improvisada", e a campanha de Jeb Bush foi considerada "as ruínas de um trem". E isso foi só durante o noticiário das 6 horas. Faltando uma semana para que seu Estado realize suas primárias para as nomeações presidenciais, os habitantes de Iowa estão sendo inundados por propagandas políticas em todos os canais, a todo momento. O ritmo de gastos de US$ 6 milhões por semana deve aumentar ainda mais nos dias finais —mas a enxurrada de comerciais de candidatos e dos seus aliados pode afastar o mesmo número de eleitores que convence. "Eu os vejo todo o tempo, onde quer que eu vá", disse Mike O´Keefe, 27, funcionário de uma companhia de seguros em Des Moines. "É um atrás do outro, e nada realmente te atrai." O noticiário noturno de meia hora na WHO, a afiliada da NBC aqui, teve 14 anúncios políticos no sábado —incluindo quatro de Hillary Clinton e dois sobre um "super PAC" (grande contribuinte) que apoia o senador Rand Paul, de Kentucky, que aparece nas pesquisas perto dos últimos lugares no campo republicano. "É um velho hábito, e velhos hábitos não morrem facilmente", disse Elizabeth Wilner, vice-presidente sênior da Kantar Media/CMAG, que monitora propagandas políticas. "O barulho termina ficando ensurdecedor, e você se pergunta se as pessoas prestam ou não atenção a você." Ao todo, até agora os candidatos gastaram mais de US$ 40 milhões em Iowa, em anúncios audiovisuais —US$ 6 milhões só na semana passada— e levaram ao ar mais de 167 comerciais políticos diferentes, de acordo com dados fornecidos pela Kantar Media/CMAG. Outros US$ 13 milhões foram gastos em canais locais de TV a cabo no Estado. A despesa em Iowa se estende para além do fato de que os candidatos colocam o foco com mais força no Estado. Enquanto Bush está gastando de forma contundente em New Hampshire, o super PAC que o apóia, Right to Rise, gastou cerca de US$ 8 milhões em Iowa e está fazendo uma bateria de anúncios que atacam Rubio, o governador John Kasich, de Ohio, e o governador Chris Christie, de Nova Jersey, na esperança de enfraquecê-los antes da chegada a New Hampshire para as primárias de 9 de fevereiro. ENXURRADA A reta final em Iowa sempre leva a uma enxurrada de apelos televisivos, e o volume deste ano é parecido ao de 2008. Mas depois de meses em que consultores em meios de comunicação alardearam sua capacidade de identificar categorias específicas de eleitores por meio de análises sofisticadas, o excesso de anúncios está reduzindo esses esforços a cinzas. "Em Iowa, você está falando de um universo relativamente pequeno de eleitores do cáucus, se compararmos com a população em geral ou com o número geral de eleitores", disse Carl Forti, estrategista republicano. "Você está gastando um monte de dinheiro para conversar com muito pouca gente." Assim, o programa "Wheel of Fortune" (Roda da Fortuna), no sábado à noite, por exemplo, foi tapado por 11 anúncios políticos de nove candidatos em sua transmissão de meia hora. O público mais velho dessa atração, incluindo muitos espectadores que assistem aos noticiários noturnos, era um alvo de alto valor para os candidatos de ambos partidos. Os mais importantes eventos esportivos do fim de semana permitiram alguns anúncios para não ficarem perdidos em uma tempestade de outros. Os espectadores do campeonato norte-americano de patinação artística no gelo, na NBC, viram um anúncio de 60 segundos da campanha de Clinton duas vezes em 20 minutos. E durante o jogo do campeonato da NFL, de futebol americano, entre New England Patriots e Denver Broncos, os espectadores viram Rubio realizar vários malabarismos de defesa em futebol, em um anúncio, e, em outro, Cruz ir caçar pato com Phil Robertson, do programa de TV "Duck Dynasty" (dinastia do pato). A campanha de Ben Carson, uma das que mais gastam em Iowa, com mais de US$ 2,6 milhões em televisão, publicou um anúncio sem uma única palavra falada (a não ser pela necessária afirmação "eu aprovo"). Acompanhado por música lenta, mostrou pessoas que apóiam Carson com as mãos estendidas, enquanto as palavras escritas "Nossas Mãos" davam lugar a outras, como "Curam", "Aprendem", "Unem". "Essencialmente, você não só realça qualidades diferentes, mas tem uma abordagem diferente em relação à criatividade", disse Ed Brookover, gerente da campanha de Carson. Brookover disse que a campanha de Carson estava enchendo de vídeos e gráficos as informações recebidas pelos habitantes de Iowa no Facebook. Mas talvez nenhum candidato esteja reforçando sua campanha de publicidade on-line em Iowa com tanta atenção como Sanders. Depois que o jornal "The Des Moines Register" apoiou Clinton no sábado, a equipe de Sanders comprou um anúncio que dominou a home page do "Register" e um anúncio pop-up que eclipsou a notícia do triunfo de Clinton. A equipe de Sanders também comprou nove dias seguidos de publicidade com geofiltro no Snapchat, a campanha mais longa de propaganda política já lançada na plataforma, como parte do esforço da equipe para conquistar jovens eleitores dos cáucus, de acordo com Kenneth Pennington, diretor digital da campanha de Sanders. Não são apenas os telespectadores que estão ficando cansados das propagandas políticas. Donald Trump, que muitas vezes voa de volta para Manhattan após os eventos, mas que recentemente dormiu em Iowa, foi ao Twitter reclamar —embora não tenha mencionado que estava contribuindo para o problema, com mais de US$ 500 mil por semana gastos em publicidade transmitida no Estado. "Estou em Iowa assistindo a todos esses anúncios de TV falsos dos outros candidatos", Trump escreveu no Twitter. "Tudo besteira, os políticos são pura conversa e nenhuma ação -isso não vai acontecer!." Tradução de DENISE MOTA
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Doria só não está à frente nos extremos da cidade, segundo o Datafolha
DE SÃO PAULO Isolado na liderança na disputa pela Prefeitura de São Paulo segundo a pesquisa Datafolha mais recente, o candidato tucano, João Doria, repete o primeiro lugar em todas as macrorregiões da cidade (norte, sul, leste, oeste e centro), segundo o recorte regional do levantamento. Doria está numericamente à frente de Celso Russomanno (PRB) nas zonas norte e leste (27% a 24% e 25% a 24%, respectivamente) e, nas demais áreas, pela primeira vez lidera de forma isolada. Doria só deixa de ficar numericamente à frente em alguns locais quando são analisados os dados das sub-regiões: nos extremos da cidade (zonas identificadas pelo Datafolha como sul 2, oeste 2, norte 2 e leste 3), Marta Suplicy (PMDB) e o candidato do PRB melhoram seus índices e empatam com o tucano –ou deixam o empresário para trás. Na região sul 2, de distritos como Capão Redondo, Parelheiros e Grajaú, há um triplo empate: Doria e Russomanno têm 24% cada um, Marta tem 22%. Na oeste 2 (Jaguaré, Raposo Tavares, Rio Pequeno), Russomanno vence, com 33%, contra 28% do tucano. O deputado federal do PRB repete o quadro na zona norte 2 (de bairros como Anhanguera, Freguesia do Ó, Perus e Pirituba), em que marca 26%, contra 24% de Doria. Na zona leste 3 (Cidade Tiradentes, Guaianazes, São Mateus), Russomanno tem 25%, contra 21% da peemedebista e 17% de Doria –o pior desempenho do tucano. Intenção de voto para prefeito de São Paulo - Por região da cidade, em % CRESCIMENTO Em relação ao levantamento anterior do Datafolha, do dia 21 de setembro, João Doria cresceu em todas as regiões e conseguiu superar Russomanno e Marta em alguns locais. Ainda que o tucano estivesse numericamente à frente na pesquisa global, o deputado do PRB mantinha-se à frente nas zonas norte (com 24%, contra 23% de Doria) e leste (29% a 23%), e Marta Suplicy (PMDB) liderava na zona sul (com 26% dos votos, contra 25% de Doria e 17% de Russomanno). Na zona oeste, o empresário subiu 10 pontos percentuais –ele já liderava com folga e, em votos válidos (excluídos brancos, nulos e indecisos), já soma 53%. Na região norte, Doria subiu 4 pontos; na leste, 2, mesmo índice da região central, e na sul, 7 pontos. Nesta área, por sua vez, Marta passou de 26% para 19% das intenções. Além da região oeste (em que tem 45% contra 17% de Russomanno, o segundo colocado), a vantagem de Doria também é grande no centro: tem 37%, contra 14% do parlamentar. Entre as duas pesquisas, Doria só perdeu votos na sub-região leste 1 (onde ficam distritos como Belém, Mooca e Tatuapé), na qual caiu 11 pontos –compensados pelos 12 pontos que cresceu na leste 2 (Aricanduva, Itaquera e Penha). MARTA E HADDAD Na pesquisa global, Marta deixou de empatar tecnicamente na primeira posição com Doria e Russomanno e passou à mesma situação com o atual prefeito, Fernando Haddad (PT), no terceiro lugar (ela tem 15%, contra 20% do levantamento do dia 21, e ele oscilou de 10% para 11%). A análise regional mostra que a peemedebista despencou em ao menos três extremos da cidade: na sub-região oeste 2, passou de 17% das intenções de voto para 5% –numericamente atrás de Haddad, que tem 8%, e com a mesma marca de Luiza Erundina (PSOL). No local, Doria subiu de 13% para 28%. Na sul 2, Marta foi de 33% para 22% (o tucano e Russomanno cresceram); na norte 1, a senadora licenciada caiu de 16% para 7% (a taxa que mais subiu no local, 4 pontos, foi a de indecisos). Haddad, por sua vez, ancora seu desempenho em sub-regiões mais nobres da cidade: ele alcança seus maiores índices na zona sul 1 (distritos de Campo Belo, Ipiranga, Moema, Vila Mariana; 15% das intenções de voto) e oeste 1 (Alto de Pinheiros, Itaim Bibi, Morumbi, Lapa; tem 12%). Em ambas, o petista está numericamente em segundo lugar, à frente de Russomanno e de Marta.
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Doria só não está à frente nos extremos da cidade, segundo o DatafolhaDE SÃO PAULO Isolado na liderança na disputa pela Prefeitura de São Paulo segundo a pesquisa Datafolha mais recente, o candidato tucano, João Doria, repete o primeiro lugar em todas as macrorregiões da cidade (norte, sul, leste, oeste e centro), segundo o recorte regional do levantamento. Doria está numericamente à frente de Celso Russomanno (PRB) nas zonas norte e leste (27% a 24% e 25% a 24%, respectivamente) e, nas demais áreas, pela primeira vez lidera de forma isolada. Doria só deixa de ficar numericamente à frente em alguns locais quando são analisados os dados das sub-regiões: nos extremos da cidade (zonas identificadas pelo Datafolha como sul 2, oeste 2, norte 2 e leste 3), Marta Suplicy (PMDB) e o candidato do PRB melhoram seus índices e empatam com o tucano –ou deixam o empresário para trás. Na região sul 2, de distritos como Capão Redondo, Parelheiros e Grajaú, há um triplo empate: Doria e Russomanno têm 24% cada um, Marta tem 22%. Na oeste 2 (Jaguaré, Raposo Tavares, Rio Pequeno), Russomanno vence, com 33%, contra 28% do tucano. O deputado federal do PRB repete o quadro na zona norte 2 (de bairros como Anhanguera, Freguesia do Ó, Perus e Pirituba), em que marca 26%, contra 24% de Doria. Na zona leste 3 (Cidade Tiradentes, Guaianazes, São Mateus), Russomanno tem 25%, contra 21% da peemedebista e 17% de Doria –o pior desempenho do tucano. Intenção de voto para prefeito de São Paulo - Por região da cidade, em % CRESCIMENTO Em relação ao levantamento anterior do Datafolha, do dia 21 de setembro, João Doria cresceu em todas as regiões e conseguiu superar Russomanno e Marta em alguns locais. Ainda que o tucano estivesse numericamente à frente na pesquisa global, o deputado do PRB mantinha-se à frente nas zonas norte (com 24%, contra 23% de Doria) e leste (29% a 23%), e Marta Suplicy (PMDB) liderava na zona sul (com 26% dos votos, contra 25% de Doria e 17% de Russomanno). Na zona oeste, o empresário subiu 10 pontos percentuais –ele já liderava com folga e, em votos válidos (excluídos brancos, nulos e indecisos), já soma 53%. Na região norte, Doria subiu 4 pontos; na leste, 2, mesmo índice da região central, e na sul, 7 pontos. Nesta área, por sua vez, Marta passou de 26% para 19% das intenções. Além da região oeste (em que tem 45% contra 17% de Russomanno, o segundo colocado), a vantagem de Doria também é grande no centro: tem 37%, contra 14% do parlamentar. Entre as duas pesquisas, Doria só perdeu votos na sub-região leste 1 (onde ficam distritos como Belém, Mooca e Tatuapé), na qual caiu 11 pontos –compensados pelos 12 pontos que cresceu na leste 2 (Aricanduva, Itaquera e Penha). MARTA E HADDAD Na pesquisa global, Marta deixou de empatar tecnicamente na primeira posição com Doria e Russomanno e passou à mesma situação com o atual prefeito, Fernando Haddad (PT), no terceiro lugar (ela tem 15%, contra 20% do levantamento do dia 21, e ele oscilou de 10% para 11%). A análise regional mostra que a peemedebista despencou em ao menos três extremos da cidade: na sub-região oeste 2, passou de 17% das intenções de voto para 5% –numericamente atrás de Haddad, que tem 8%, e com a mesma marca de Luiza Erundina (PSOL). No local, Doria subiu de 13% para 28%. Na sul 2, Marta foi de 33% para 22% (o tucano e Russomanno cresceram); na norte 1, a senadora licenciada caiu de 16% para 7% (a taxa que mais subiu no local, 4 pontos, foi a de indecisos). Haddad, por sua vez, ancora seu desempenho em sub-regiões mais nobres da cidade: ele alcança seus maiores índices na zona sul 1 (distritos de Campo Belo, Ipiranga, Moema, Vila Mariana; 15% das intenções de voto) e oeste 1 (Alto de Pinheiros, Itaim Bibi, Morumbi, Lapa; tem 12%). Em ambas, o petista está numericamente em segundo lugar, à frente de Russomanno e de Marta.
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Investimento fica fora de teto de crescimento de gasto dos Estados
O acordo entre governadores e o Ministério da Fazenda que deve ser assinado na próxima segunda-feira (28) prevê que os Estados adotem um limite para o crescimento dos seus gastos, mas que deixará de fora recursos para investimentos. O "pacto fiscal", como foi batizado, é um acordo que será entregue ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em troca da liberação para os Estados dos R$ 5,3 bilhões da multa paga no programa de regularização de recursos ilegais no exterior. A duração dessas "PECs do Teto" estaduais –cada governador encaminhará um projeto em seu Estado– seria de dez anos, prorrogáveis por outros seis. "Esse é o pilar central. Ao limitar o teto, cada gestão estadual vai ter os instrumentos para procurar cumprir essa regra", disse a secretária de Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão Costa. PREVIDÊNCIA Nesta quarta-feira (23), houve reunião para acertar os detalhes do acordo com representantes de 20 governos no Ministério da Fazenda. No encontro, discutiu-se também o percentual mínimo de contribuição previdenciária dos servidores, que hoje é de 11%, mas que pode ser elevado para 14%, se os governadores concordarem. "Quem quiser fazer alíquota complementar, com mais 3%, mais 4%, ou regime transitório, vai lá e propõe", disse Mauro Benevides, secretário da Fazenda do Estado do Ceará. De acordo com ele, se a contribuição mínima passar a ser de 14%, a alteração teria de ser feita por meio de mudança na lei federal. O Ministério da Fazenda não detalhou as discussões. REGRAS CLARAS "Estamos dando regras fiscais claras em um horizonte temporal mais longo para mostrar um compromisso permanente com o ajuste fiscal", limitou-se a dizer o secretário-executivo da pasta, Eduardo Guardia. O desenho do projeto prevê ainda que empresas destinem 10% de benefícios tributários estaduais para abastecer fundos de estabilização fiscal que os entes da Federação irão criar. Os recursos poderiam ser usados livremente. Es- sa proposta já vinha sen- do discutida no Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) e até chegou a ser adotada por alguns Estados, mas não previa livre destinação de recursos, que só podiam ser aplicados para Previdência. "Na prática, os incentivos fiscais [dos Estados] cairiam 10%", disse Costa. Segundo ela, seriam encaminhadas leis para as Assembleias Legislativas de cada Estado. "Mas pode haver alguma amarração de uma lei federal", exemplificou a secretária de Goiás. - ENTENDA O que os Estados devem fazer Gastos Limitar o crescimento de despesas do Estado à inflação do ano anterior, nos moldes da proposta do governo Temer para o teto dos gastos federais Previdência Apoiar o aumento da contribuição previdenciária dos servidores estaduais de 11% para 14% Cortes Reduzir em pelo menos 20%, em relação a 2015, as despesas com cargos de confiança, temporários e gratificações Incentivos fiscais Empresas deverão contribuir com 10% do valor dos seus benefícios fiscais para a criação de fundos estaduais de equalização fiscal Justiça Desistir de ação no STF que pedia repasse aos Estados do valor referente à multa do programa de repatriação de recursos Apoio no Congresso Ajudar a aprovar medidas como o teto dos gastos públicos e a reforma da Previdência Funcionalismo Apoiar no Senado a retomada, por emenda, de exigências que estavam no projeto de reestruturação da dívida dos Estados e foram retiradas na Câmara. Por exemplo: vedação de aumento de salário dos funcionários públicos por dois anos e proibição de criar novos cargos comissionados
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Investimento fica fora de teto de crescimento de gasto dos EstadosO acordo entre governadores e o Ministério da Fazenda que deve ser assinado na próxima segunda-feira (28) prevê que os Estados adotem um limite para o crescimento dos seus gastos, mas que deixará de fora recursos para investimentos. O "pacto fiscal", como foi batizado, é um acordo que será entregue ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em troca da liberação para os Estados dos R$ 5,3 bilhões da multa paga no programa de regularização de recursos ilegais no exterior. A duração dessas "PECs do Teto" estaduais –cada governador encaminhará um projeto em seu Estado– seria de dez anos, prorrogáveis por outros seis. "Esse é o pilar central. Ao limitar o teto, cada gestão estadual vai ter os instrumentos para procurar cumprir essa regra", disse a secretária de Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão Costa. PREVIDÊNCIA Nesta quarta-feira (23), houve reunião para acertar os detalhes do acordo com representantes de 20 governos no Ministério da Fazenda. No encontro, discutiu-se também o percentual mínimo de contribuição previdenciária dos servidores, que hoje é de 11%, mas que pode ser elevado para 14%, se os governadores concordarem. "Quem quiser fazer alíquota complementar, com mais 3%, mais 4%, ou regime transitório, vai lá e propõe", disse Mauro Benevides, secretário da Fazenda do Estado do Ceará. De acordo com ele, se a contribuição mínima passar a ser de 14%, a alteração teria de ser feita por meio de mudança na lei federal. O Ministério da Fazenda não detalhou as discussões. REGRAS CLARAS "Estamos dando regras fiscais claras em um horizonte temporal mais longo para mostrar um compromisso permanente com o ajuste fiscal", limitou-se a dizer o secretário-executivo da pasta, Eduardo Guardia. O desenho do projeto prevê ainda que empresas destinem 10% de benefícios tributários estaduais para abastecer fundos de estabilização fiscal que os entes da Federação irão criar. Os recursos poderiam ser usados livremente. Es- sa proposta já vinha sen- do discutida no Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) e até chegou a ser adotada por alguns Estados, mas não previa livre destinação de recursos, que só podiam ser aplicados para Previdência. "Na prática, os incentivos fiscais [dos Estados] cairiam 10%", disse Costa. Segundo ela, seriam encaminhadas leis para as Assembleias Legislativas de cada Estado. "Mas pode haver alguma amarração de uma lei federal", exemplificou a secretária de Goiás. - ENTENDA O que os Estados devem fazer Gastos Limitar o crescimento de despesas do Estado à inflação do ano anterior, nos moldes da proposta do governo Temer para o teto dos gastos federais Previdência Apoiar o aumento da contribuição previdenciária dos servidores estaduais de 11% para 14% Cortes Reduzir em pelo menos 20%, em relação a 2015, as despesas com cargos de confiança, temporários e gratificações Incentivos fiscais Empresas deverão contribuir com 10% do valor dos seus benefícios fiscais para a criação de fundos estaduais de equalização fiscal Justiça Desistir de ação no STF que pedia repasse aos Estados do valor referente à multa do programa de repatriação de recursos Apoio no Congresso Ajudar a aprovar medidas como o teto dos gastos públicos e a reforma da Previdência Funcionalismo Apoiar no Senado a retomada, por emenda, de exigências que estavam no projeto de reestruturação da dívida dos Estados e foram retiradas na Câmara. Por exemplo: vedação de aumento de salário dos funcionários públicos por dois anos e proibição de criar novos cargos comissionados
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