title
stringlengths
4
146
text
stringlengths
1
61.2k
category
stringclasses
44 values
title_text
stringlengths
18
61.2k
label
int64
0
43
De Inhotim às cidades históricas, veja seleção de pacotes para viajar a Minas
Minas Gerais oferece diferentes opções para o turista: da arte de Inhotim aos roteiros naturais na serra da Canastra, da noite de Belo Horizonte às cidades históricas. Confira abaixo uma seleção de pacotes para ir ao Estado nos próximos meses. * R$ 367,50 Duas diárias para duas pessoas no Ibis Styles Belo Horizonte Pampulha. Sem aéreo. Reservas: (31) 3888-6100; ibis.com R$ 899 Cinco noites em Brumadinho, no Recanto Santo Agostinho, em quarto duplo e com café da manhã. Com aéreo, mas sem passeio a Inhotim incluso. Na Decolar.com R$ 1.275 Valor por pessoa para duas diárias em Belo Horizonte e duas em Ouro Preto. Com aéreo e passeios nas cidades históricas inclusos. Na Ahoba Viagens: (11) 5594-2023; ahobaviagens.com.br R$ 1.598 Sete noites em Minas, com passeios em Belo Horizonte, Sabará e Congonhas, grutas Rei do Mato e do Maquiné, Ouro Preto, Mariana, São João del-Rei, Tiradentes e visita a Inhotim. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br R$ 1.643 Pacote de quatro noites, passando por Ouro Preto, Congonhas, Mariana, São João del-Rei, Tiradentes e Belo Horizonte, Visita a Inhotim inclusa no valor. Por pessoa. Na Ambiental: (11) 3818-4600; ambiental.tur.br R$ 2.216 Três noites em Belo Horionte com passeios na cidade, além de dois ingressos para Inhotim. Preço por pessoa, sem aéreo. Na New Age: (11) 3138-4888; newage.tur.br R$ 3.040 Preço por pessoa, com aéreo, para quatro noites em Minas, visitando Belo Horizonte, Ouro Preto e Mariana. Com entrada em Inhotim, além de degustação de cervejas artesanais. Na Abreu: (11) 2860-1840; abreutur.com.br R$ 3.084 Pacote de cinco noites com passeios em cidades históricas como Ouro Preto e Congonhas. Por pessoa, sem aéreo. Na Adventure Club: (11) 5573-4142; adventureclub.com.br Onde fica Minas Gerais
turismo
De Inhotim às cidades históricas, veja seleção de pacotes para viajar a MinasMinas Gerais oferece diferentes opções para o turista: da arte de Inhotim aos roteiros naturais na serra da Canastra, da noite de Belo Horizonte às cidades históricas. Confira abaixo uma seleção de pacotes para ir ao Estado nos próximos meses. * R$ 367,50 Duas diárias para duas pessoas no Ibis Styles Belo Horizonte Pampulha. Sem aéreo. Reservas: (31) 3888-6100; ibis.com R$ 899 Cinco noites em Brumadinho, no Recanto Santo Agostinho, em quarto duplo e com café da manhã. Com aéreo, mas sem passeio a Inhotim incluso. Na Decolar.com R$ 1.275 Valor por pessoa para duas diárias em Belo Horizonte e duas em Ouro Preto. Com aéreo e passeios nas cidades históricas inclusos. Na Ahoba Viagens: (11) 5594-2023; ahobaviagens.com.br R$ 1.598 Sete noites em Minas, com passeios em Belo Horizonte, Sabará e Congonhas, grutas Rei do Mato e do Maquiné, Ouro Preto, Mariana, São João del-Rei, Tiradentes e visita a Inhotim. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br R$ 1.643 Pacote de quatro noites, passando por Ouro Preto, Congonhas, Mariana, São João del-Rei, Tiradentes e Belo Horizonte, Visita a Inhotim inclusa no valor. Por pessoa. Na Ambiental: (11) 3818-4600; ambiental.tur.br R$ 2.216 Três noites em Belo Horionte com passeios na cidade, além de dois ingressos para Inhotim. Preço por pessoa, sem aéreo. Na New Age: (11) 3138-4888; newage.tur.br R$ 3.040 Preço por pessoa, com aéreo, para quatro noites em Minas, visitando Belo Horizonte, Ouro Preto e Mariana. Com entrada em Inhotim, além de degustação de cervejas artesanais. Na Abreu: (11) 2860-1840; abreutur.com.br R$ 3.084 Pacote de cinco noites com passeios em cidades históricas como Ouro Preto e Congonhas. Por pessoa, sem aéreo. Na Adventure Club: (11) 5573-4142; adventureclub.com.br Onde fica Minas Gerais
20
A ficção de Temer
BRASÍLIA - Michel Temer recorreu a um truque antigo para reagir à denúncia por suposta prática de corrupção. Em vez de se defender, o presidente atacou o acusador. Ele subiu o tom contra o procurador-geral da República e classificou a peça entregue ao Supremo como "uma ficção". A denúncia tem fragilidades, mas é Temer quem parece ter abandonado qualquer compromisso com os fatos. Nesta terça, ele começou o discurso agradecendo o "apoio extremamente espontâneo" dos parlamentares que estavam no Planalto. A tropa havia sido convocada minutos antes, em mensagens disparadas por celular. O presidente apresentou duas versões distintas para a encrenca em que se meteu. Primeiro insinuou, sem apresentar provas, que o procurador Rodrigo Janot teria recebido propina para denunciá-lo. Depois disse que o dono da JBS o acusou no "desespero de se safar da cadeia". Temer cometeu erros surpreendentes para quem se gaba de conhecer as leis. Chamou o áudio de Joesley Batista de "prova ilícita", apesar de o STF já ter autorizado o uso de conversas gravadas por um dos participantes. E acusou um ex-assessor de Janot de violar a quarentena, regra que inexiste para procuradores. O presidente pareceu indeciso sobre o que pensa do empresário que o acusou. Ao justificar o encontro noturno no Jaburu, exaltou Joesley como o "maior produtor de proteína animal do país". Ao rebater a delação, voltou a chamá-lo de "bandido". Numa tentativa de demonstrar que terá apoio para barrar a denúncia na Câmara, o presidente se cercou de deputados ao discursar. Pode ter sido uma ideia razoável, mas ele cochilou na seleção do elenco. Do seu lado direito estava André Moura, réu em três ações penais e investigado por suspeita de homicídio. Do esquerdo, Raquel Muniz, mulher de um ex-prefeito preso sob acusação de corrupção. Logo atrás dela despontava Júlio Lopes, delatado na Lava Jato e citado nas investigações do esquema de Sérgio Cabral.
colunas
A ficção de TemerBRASÍLIA - Michel Temer recorreu a um truque antigo para reagir à denúncia por suposta prática de corrupção. Em vez de se defender, o presidente atacou o acusador. Ele subiu o tom contra o procurador-geral da República e classificou a peça entregue ao Supremo como "uma ficção". A denúncia tem fragilidades, mas é Temer quem parece ter abandonado qualquer compromisso com os fatos. Nesta terça, ele começou o discurso agradecendo o "apoio extremamente espontâneo" dos parlamentares que estavam no Planalto. A tropa havia sido convocada minutos antes, em mensagens disparadas por celular. O presidente apresentou duas versões distintas para a encrenca em que se meteu. Primeiro insinuou, sem apresentar provas, que o procurador Rodrigo Janot teria recebido propina para denunciá-lo. Depois disse que o dono da JBS o acusou no "desespero de se safar da cadeia". Temer cometeu erros surpreendentes para quem se gaba de conhecer as leis. Chamou o áudio de Joesley Batista de "prova ilícita", apesar de o STF já ter autorizado o uso de conversas gravadas por um dos participantes. E acusou um ex-assessor de Janot de violar a quarentena, regra que inexiste para procuradores. O presidente pareceu indeciso sobre o que pensa do empresário que o acusou. Ao justificar o encontro noturno no Jaburu, exaltou Joesley como o "maior produtor de proteína animal do país". Ao rebater a delação, voltou a chamá-lo de "bandido". Numa tentativa de demonstrar que terá apoio para barrar a denúncia na Câmara, o presidente se cercou de deputados ao discursar. Pode ter sido uma ideia razoável, mas ele cochilou na seleção do elenco. Do seu lado direito estava André Moura, réu em três ações penais e investigado por suspeita de homicídio. Do esquerdo, Raquel Muniz, mulher de um ex-prefeito preso sob acusação de corrupção. Logo atrás dela despontava Júlio Lopes, delatado na Lava Jato e citado nas investigações do esquema de Sérgio Cabral.
10
PF investiga contrabando de material radioativo ao exterior
A Polícia Federal apreendeu documentos, nesta quinta-feira (26), que podem ajudar a esclarecer um suposto contrabando de material radioativo do Brasil a grupos extremistas no exterior. A apreensão é parte da operação Soldner, deflagrada nesta manhã em seis Estados e no DF com o objetivo de combater e desarticular uma organização criminosa que atuava no comércio ilegal e na exportação maciça de minérios e pedras preciosas. A PF suspeita que os criminosos contrabandeassem urânio, entre outros minérios. A denúncia foi recebida em 2013 e desde então era investigada. A movimentação do grupo é estimada em R$ 500 milhões. Duzentos policiais cumpriram, simultaneamente, 58 medidas judiciais em Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo, Pará, Pernambuco e Tocantins, para tentar desarticular a quadrilha de criminosos. Foram dez mandados de prisão temporária e 19 de busca e apreensão, além de 29 conduções coercitivas –quando uma pessoa é levada à delegacia para prestar depoimento. Ao menos cinco pessoas já foram detidas. Segundo a PF, a organização criminosa é formada por duas células. A primeira atua fortemente na comercialização ilegal de pedras preciosas e é composta em sua maioria por empresários do ramo e pequenos comerciantes de joias. A outra seria composta por autônomos e pequenos empresários que comercializariam, mediante fraude, títulos da dívida pública e moeda estrangeira, em transações financeiras envolvendo bancos venezuelanos. Os investigadores suspeitam que a movimentação com moedas e títulos estaria vinculada aos processos de lavagem de dinheiro do grupo criminoso. A corporação identificou que o minério e as pedras preciosas seguiam uma rota que passava por Portugal, Bélgica e Israel, tendo como destino final Dubai. Os investigados responderão por crimes que vão desde a usurpação de matéria-prima da União a crime de formação de organização criminosa, dentre outros. Nenhum nome foi divulgado.
cotidiano
PF investiga contrabando de material radioativo ao exteriorA Polícia Federal apreendeu documentos, nesta quinta-feira (26), que podem ajudar a esclarecer um suposto contrabando de material radioativo do Brasil a grupos extremistas no exterior. A apreensão é parte da operação Soldner, deflagrada nesta manhã em seis Estados e no DF com o objetivo de combater e desarticular uma organização criminosa que atuava no comércio ilegal e na exportação maciça de minérios e pedras preciosas. A PF suspeita que os criminosos contrabandeassem urânio, entre outros minérios. A denúncia foi recebida em 2013 e desde então era investigada. A movimentação do grupo é estimada em R$ 500 milhões. Duzentos policiais cumpriram, simultaneamente, 58 medidas judiciais em Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo, Pará, Pernambuco e Tocantins, para tentar desarticular a quadrilha de criminosos. Foram dez mandados de prisão temporária e 19 de busca e apreensão, além de 29 conduções coercitivas –quando uma pessoa é levada à delegacia para prestar depoimento. Ao menos cinco pessoas já foram detidas. Segundo a PF, a organização criminosa é formada por duas células. A primeira atua fortemente na comercialização ilegal de pedras preciosas e é composta em sua maioria por empresários do ramo e pequenos comerciantes de joias. A outra seria composta por autônomos e pequenos empresários que comercializariam, mediante fraude, títulos da dívida pública e moeda estrangeira, em transações financeiras envolvendo bancos venezuelanos. Os investigadores suspeitam que a movimentação com moedas e títulos estaria vinculada aos processos de lavagem de dinheiro do grupo criminoso. A corporação identificou que o minério e as pedras preciosas seguiam uma rota que passava por Portugal, Bélgica e Israel, tendo como destino final Dubai. Os investigados responderão por crimes que vão desde a usurpação de matéria-prima da União a crime de formação de organização criminosa, dentre outros. Nenhum nome foi divulgado.
6
Leitores comentam artigo do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega
Discordo de praticamente tudo o que Guido Mantega fez à frente do Ministério da Fazenda, mas não vou discutir isso neste espaço. Porém concordo inteiramente com seu chamado à civilização, feito em "Sobre intolerâncias" (Tendências/Debates, 5/7). Não há divergência que justifique a barbárie que temos assistido. Arnaldo Malheiros Filho, advogado (São Paulo, SP) * Tem razão o ex-ministro em defender que o contraditório é um direito democrático e deve ficar no campo do debate, não da agressão. Mas ele não pode achar que, nos debates, seus interlocutores são bobos e ignorantes ao dizer que os problemas do Brasil são conjunturais. São, na verdade, herança maldita de uma década de distribuição de falsas bondades, cuja conta chega agora, principalmente àqueles que se achavam presenteados. Júlio Miranda (Lagoa Santa, MG) * Concordo plenamente com as considerações do economista Guido Mantega. Só não entendo por que estamos pagando juros com uma taxa de "spread" digna de caloteiros se o Brasil é a sétima economia do mundo, credor do FMI com reservas de US$ 370 bilhões, com pequena dívida externa, sistema financeiro saudável, com um dos maiores mercados consumidores do mundo. Como explicar essa intolerância da banca com o Brasil? Pedro Ubiratan Machado de Campos, sociólogo (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
Leitores comentam artigo do ex-ministro da Fazenda Guido MantegaDiscordo de praticamente tudo o que Guido Mantega fez à frente do Ministério da Fazenda, mas não vou discutir isso neste espaço. Porém concordo inteiramente com seu chamado à civilização, feito em "Sobre intolerâncias" (Tendências/Debates, 5/7). Não há divergência que justifique a barbárie que temos assistido. Arnaldo Malheiros Filho, advogado (São Paulo, SP) * Tem razão o ex-ministro em defender que o contraditório é um direito democrático e deve ficar no campo do debate, não da agressão. Mas ele não pode achar que, nos debates, seus interlocutores são bobos e ignorantes ao dizer que os problemas do Brasil são conjunturais. São, na verdade, herança maldita de uma década de distribuição de falsas bondades, cuja conta chega agora, principalmente àqueles que se achavam presenteados. Júlio Miranda (Lagoa Santa, MG) * Concordo plenamente com as considerações do economista Guido Mantega. Só não entendo por que estamos pagando juros com uma taxa de "spread" digna de caloteiros se o Brasil é a sétima economia do mundo, credor do FMI com reservas de US$ 370 bilhões, com pequena dívida externa, sistema financeiro saudável, com um dos maiores mercados consumidores do mundo. Como explicar essa intolerância da banca com o Brasil? Pedro Ubiratan Machado de Campos, sociólogo (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
16
Rock in Rio é dominado por marketing agressivo de empresas
"Olha, vamos dizer assim: se isto aqui fosse o Oscar, eu dava o prêmio de melhor coadjuvante para a música", diz a estudante de odontologia Jéssica Cruz, 20, com uma leve corcunda. "Minha mochila tá pesada", ela se justifica, abrindo o zíper da bolsa de oncinha para mostrar os brindes que já coletou em dois dias de Rock in Rio. Fora comidinhas que trouxe de casa, transporta lá: canga de uma marca de automóvel, caixa de som sorteada por uma cerveja, camiseta de um banco customizada com tachinhas de metal e camisinhas sabor mojito de uma líder no ramo (que também oferece preservativo essência "energético"). O ditado "de graça, até injeção na testa" mostrou sua força nesta edição do Rock in Rio –de graça em partes, levando em conta que o público pagou R$ 350 pelo ingresso para ser alvo de ações agressivas de marketing e até escutar uma música nos intervalos. Como Jéssica, várias pessoas enfrentaram filas (algumas de mais de uma hora) atrás de brindes ofertados por patrocinadores. Entre os 82 nomes presentes no festival, alguns se esforçam para promover a chamada "brand experience" (experiência de marca). O saldo lembra a esquete do Porta dos Fundos em que Antonio Tabet interpreta um homem que despertou de um coma em 2025 e encontrou uma cidade dominada por empresas. A ficção apresenta o hospital Carrefour (ex-Miguel Couto), a lagoa Kuat (ex-Rodrigo de Freitas) e o morro Corcovivo (ex-Corcovado). O Pão de Açúcar, comprado pela rede de mercados homônima, preservou o nome. Tudo isso no Itaú, ex-Rio de Janeiro, município governado por Eduardo Odebrecht, ex-Eduardo Paes. No Rock in Rio, as marcas também estão por todos os lados. A roda-gigante tem o logo de um banco carimbado nas gaiolas. Os casamentos que o evento promove são feitos ao lado de uma lata gigante de um refrigerante. O lounge para descansar é apoiado por uma rede de colchões. Carrega-se o celular em guitarras adaptadas por uma gigante da telefonia, que contratou sósias de Jimi Hendrix, Slash e Katy Perry para perambular com o instrumento. A mesma empresa convida a plateia para tirar fotos em orelhões adornados pela cabeleira desses músicos. Uma gigante do automobilismo –cujo presidente pediu demissão após a empresa admitir que adaptou 11 milhões de carros para esconder poluição– é onipresente na Cidade do Rock. Distribui por dia 13 mil porretes infláveis e mil cangas nas quais seu logo aparece ladeado por duas guitarras e asas de anjo. Abaixo, a inscrição: "O rock em suas melhores versões". Suas 2.000 tatuagens colantes (daquelas que saem com lavagem) também vão embora rápido. "Ninguém está interessado em saber o que está acontecendo", diz a estudante Alice Almeida, 18, com um porrete em mãos. "Eu mesma não sabia disso [da fraude da companhia]. A gente só pega por diversão." Sua amiga, a advogada Patrícia Silawsky, 26, não vê problema em correr atrás de mimos do gênero. "Se puder entrar numa fila, tô entrando. E se está cheia é porque é coisa boa, parto desse princípio." Não só ela. Por onde se passa, há aglomeração de pessoas à espera dos mais diversos brindes. Um produtor de enxaguante bucal levou 456 litros para os sete dias de shows. A pessoa entra no estande, bochecha com o sabor "ice infinity" (gelo infinito) e tira uma foto depois. É um sucesso. Uma marca conhecida de biscoitos preferiu apostar em atores fantasiados de vacas de pelúcia. Antes do show do Hollywood Vampires, na quinta (24), 18 pessoas se enfileiravam para tirar foto segurando uma placa com o nome da companhia. No meio de tanta oferta, há quem faça um "mapa ao tesouro". O designer Hugo Pontes, 22, ganhou 1.275 curtidas no Facebook ao dar o seu. Recomenda, por exemplo, tomar cuidado com o "ouro" entregue por uma rede de cosméticos. "Eles dão uma bolsinha. Aquilo ali fica pendurado no seu pescocinho. É tão chamativo quanto o 'Fique Diva' [letreiro luminoso no espaço], os bandidos adoram essas coisas." Hugo desaconselha fortemente "um estande lindo e gigante" de um banco. Não viu e não gostou: "A fila é gigante", e ele não achou que valia o "custo benefício". "Já chega a fila do banco na vida toda, né?" Muita gente discorda. Desde o primeiro dia, a empresa em questão atrai o maior contingente de curiosos. Em seu espaço, dá para carregar o celular e ganhar uma camisa customizada. Esse patrocinador ainda distribuirá, até o final do Rock in Rio, 143 mil pulseiras de plástico laranja cuja única função é fazer um pisca-pisca natalino no braço. "Eu acho bonitinho", diz Camila Barbosa, 22, explicando com uma risadinha tímida por que desfilava pela Rock Street com uma, na tarde de sexta (26). "Quando escurecer vai ficar melhor", interrompe seu amigo, Antonio Alves, 23, que também usava uma. Quando bateu os olhos no adorno, Camila percebeu que ele havia parado de piscar. Deu dois petelecos, e a bugiganga acendeu. Nem o sagrado se livra. Em frente à capela construída para receber os casamentos que acontecem diariamente na Cidade do Rock, há uma lata de refrigerante de mais de cinco metros. Finda a cerimônia, os recém-casados assinam seus nomes num cadeado e o penduram numa gaiola de ferro estampada com o nome de uma marca de fechaduras enquanto fotógrafos registram o momento. As fotos da festa, para todas as marcas envolvidas, ficaram ótimas. OUTRO LADO A Folha procurou a organização do Rock in Rio durante todo o festival para que comentasse sobre a estratégia de marketing no festival, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.
ilustrada
Rock in Rio é dominado por marketing agressivo de empresas"Olha, vamos dizer assim: se isto aqui fosse o Oscar, eu dava o prêmio de melhor coadjuvante para a música", diz a estudante de odontologia Jéssica Cruz, 20, com uma leve corcunda. "Minha mochila tá pesada", ela se justifica, abrindo o zíper da bolsa de oncinha para mostrar os brindes que já coletou em dois dias de Rock in Rio. Fora comidinhas que trouxe de casa, transporta lá: canga de uma marca de automóvel, caixa de som sorteada por uma cerveja, camiseta de um banco customizada com tachinhas de metal e camisinhas sabor mojito de uma líder no ramo (que também oferece preservativo essência "energético"). O ditado "de graça, até injeção na testa" mostrou sua força nesta edição do Rock in Rio –de graça em partes, levando em conta que o público pagou R$ 350 pelo ingresso para ser alvo de ações agressivas de marketing e até escutar uma música nos intervalos. Como Jéssica, várias pessoas enfrentaram filas (algumas de mais de uma hora) atrás de brindes ofertados por patrocinadores. Entre os 82 nomes presentes no festival, alguns se esforçam para promover a chamada "brand experience" (experiência de marca). O saldo lembra a esquete do Porta dos Fundos em que Antonio Tabet interpreta um homem que despertou de um coma em 2025 e encontrou uma cidade dominada por empresas. A ficção apresenta o hospital Carrefour (ex-Miguel Couto), a lagoa Kuat (ex-Rodrigo de Freitas) e o morro Corcovivo (ex-Corcovado). O Pão de Açúcar, comprado pela rede de mercados homônima, preservou o nome. Tudo isso no Itaú, ex-Rio de Janeiro, município governado por Eduardo Odebrecht, ex-Eduardo Paes. No Rock in Rio, as marcas também estão por todos os lados. A roda-gigante tem o logo de um banco carimbado nas gaiolas. Os casamentos que o evento promove são feitos ao lado de uma lata gigante de um refrigerante. O lounge para descansar é apoiado por uma rede de colchões. Carrega-se o celular em guitarras adaptadas por uma gigante da telefonia, que contratou sósias de Jimi Hendrix, Slash e Katy Perry para perambular com o instrumento. A mesma empresa convida a plateia para tirar fotos em orelhões adornados pela cabeleira desses músicos. Uma gigante do automobilismo –cujo presidente pediu demissão após a empresa admitir que adaptou 11 milhões de carros para esconder poluição– é onipresente na Cidade do Rock. Distribui por dia 13 mil porretes infláveis e mil cangas nas quais seu logo aparece ladeado por duas guitarras e asas de anjo. Abaixo, a inscrição: "O rock em suas melhores versões". Suas 2.000 tatuagens colantes (daquelas que saem com lavagem) também vão embora rápido. "Ninguém está interessado em saber o que está acontecendo", diz a estudante Alice Almeida, 18, com um porrete em mãos. "Eu mesma não sabia disso [da fraude da companhia]. A gente só pega por diversão." Sua amiga, a advogada Patrícia Silawsky, 26, não vê problema em correr atrás de mimos do gênero. "Se puder entrar numa fila, tô entrando. E se está cheia é porque é coisa boa, parto desse princípio." Não só ela. Por onde se passa, há aglomeração de pessoas à espera dos mais diversos brindes. Um produtor de enxaguante bucal levou 456 litros para os sete dias de shows. A pessoa entra no estande, bochecha com o sabor "ice infinity" (gelo infinito) e tira uma foto depois. É um sucesso. Uma marca conhecida de biscoitos preferiu apostar em atores fantasiados de vacas de pelúcia. Antes do show do Hollywood Vampires, na quinta (24), 18 pessoas se enfileiravam para tirar foto segurando uma placa com o nome da companhia. No meio de tanta oferta, há quem faça um "mapa ao tesouro". O designer Hugo Pontes, 22, ganhou 1.275 curtidas no Facebook ao dar o seu. Recomenda, por exemplo, tomar cuidado com o "ouro" entregue por uma rede de cosméticos. "Eles dão uma bolsinha. Aquilo ali fica pendurado no seu pescocinho. É tão chamativo quanto o 'Fique Diva' [letreiro luminoso no espaço], os bandidos adoram essas coisas." Hugo desaconselha fortemente "um estande lindo e gigante" de um banco. Não viu e não gostou: "A fila é gigante", e ele não achou que valia o "custo benefício". "Já chega a fila do banco na vida toda, né?" Muita gente discorda. Desde o primeiro dia, a empresa em questão atrai o maior contingente de curiosos. Em seu espaço, dá para carregar o celular e ganhar uma camisa customizada. Esse patrocinador ainda distribuirá, até o final do Rock in Rio, 143 mil pulseiras de plástico laranja cuja única função é fazer um pisca-pisca natalino no braço. "Eu acho bonitinho", diz Camila Barbosa, 22, explicando com uma risadinha tímida por que desfilava pela Rock Street com uma, na tarde de sexta (26). "Quando escurecer vai ficar melhor", interrompe seu amigo, Antonio Alves, 23, que também usava uma. Quando bateu os olhos no adorno, Camila percebeu que ele havia parado de piscar. Deu dois petelecos, e a bugiganga acendeu. Nem o sagrado se livra. Em frente à capela construída para receber os casamentos que acontecem diariamente na Cidade do Rock, há uma lata de refrigerante de mais de cinco metros. Finda a cerimônia, os recém-casados assinam seus nomes num cadeado e o penduram numa gaiola de ferro estampada com o nome de uma marca de fechaduras enquanto fotógrafos registram o momento. As fotos da festa, para todas as marcas envolvidas, ficaram ótimas. OUTRO LADO A Folha procurou a organização do Rock in Rio durante todo o festival para que comentasse sobre a estratégia de marketing no festival, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.
1
Brasil está muito melhor, afirma Abilio Diniz ao lançar ações do Carrefour
O empresário Abilio Diniz afirmou nesta quinta-feira (20) que o Brasil está "muito melhor", que há sinais de retomada e instou o empresariado a "acreditar no país". "Temos que gostar mais deste país e acreditar mais neste país. Não dá para ficar só nos queixando. Temos que fazer a nossa parte. E os empresários precisam assumir essa responsabilidade. Temos que puxar a fila, puxar o desenvolvimento. Esse país precisa aumentar sua produtividade." As afirmações foram feitas durante o discurso do empresário na B3 (antiga BM&FBovespa) para o evento de estreia das ações do Carrefour, do qual é acionista e membro do conselho. Segundo ele, o IPO (oferta inicial de ações) do Carrefour Brasil, a maior operação do tipo no país em quatro anos, é "a prova de que o Brasil é um país forte, que supera todas as dificuldades e que já está andando". O IPO rendeu mais de R$ 850 milhões em valores brutos para a Península, empresa de investimentos da família Diniz, que vendeu 56,8 milhões de ações. "Quando nós começamos a trabalhar nesse IPO, durante todo o processo e mais recentemente, tinha gente que dizia: 'vocês estão malucos, vão fazer um IPO dessa dimensão neste Brasil de hoje?' E nós estamos fazendo." Na terça (18), o Carrefour Brasil precificou o IPO no piso da faixa de preço indicativa, a R$ 15 por ação –o preço sugerido ia até R$ 19. A operação movimentou R$ 5,125 bilhões, considerando os lotes primário (ações novas) e secundário (papéis detidos por atuais sócios). Apesar do discurso otimista de Abilio, as ações abriram em baixa, chegando a cair 4,3%. No primeiro dia de negociação, os papéis fecharam a R$ 14,90 (0,67%). INVESTIMENTO EM GRAVATAS Sem deixar de relembrar o passado na concorrência, Abilio mencionou sua experiência anterior com o Pão de Açúcar e enfatizou o valor das companhias abertas. "Eu fiz o primeiro IPO de empresa de distribuição de varejo no Brasil em 1995. Companhias de capital aberto têm muito mais clareza. O mercado nos vigia, ajuda os donos e os acionistas a cobrarem, vigiarem, a serem exigentes." "Eu estive do outro lado, sempre admirei e copiei o Carrefour. Copiar para procurar fazer melhor, procurar bater, procurar ganhar no jogo. Sempre admirei e agora tenho a possibilidade de ajudar neste projeto", disse, em referência ao anos em que ergueu o Pão de Açúcar no Brasil, até deixar a operação após disputa com os sócios do grupo Casino em 2013. Em dezembro de 2014, Abilio comprou 10% do Carrefour brasileiro por R$ 1,8 bilhão. Ainda no discurso do IPO, o empresário ironizou o presidente do Carrefour no Brasil, Charles Desmartis. "Eu estou usando gravata por causa do evento na Bolsa, mas falei para o Charles hoje de manhã: 'não compre mais gravata, talvez não seja um bom investimento", brincou Abilio Diniz, que não costuma usar o acessório. A abertura de capital do Carrefour Brasil, que agora se concretiza, vem sendo especulada no mercado desde 2011, depois que Abilio, ainda no comando do Pão de Açúcar, tentou se fundir ao Carrefour. Aquela tentativa provocou a ira de seus antigos sócios do Casino, rivais do Carrefour, que desencadearia a saída de Abilio do Pão de Açúcar anos depois.
mercado
Brasil está muito melhor, afirma Abilio Diniz ao lançar ações do CarrefourO empresário Abilio Diniz afirmou nesta quinta-feira (20) que o Brasil está "muito melhor", que há sinais de retomada e instou o empresariado a "acreditar no país". "Temos que gostar mais deste país e acreditar mais neste país. Não dá para ficar só nos queixando. Temos que fazer a nossa parte. E os empresários precisam assumir essa responsabilidade. Temos que puxar a fila, puxar o desenvolvimento. Esse país precisa aumentar sua produtividade." As afirmações foram feitas durante o discurso do empresário na B3 (antiga BM&FBovespa) para o evento de estreia das ações do Carrefour, do qual é acionista e membro do conselho. Segundo ele, o IPO (oferta inicial de ações) do Carrefour Brasil, a maior operação do tipo no país em quatro anos, é "a prova de que o Brasil é um país forte, que supera todas as dificuldades e que já está andando". O IPO rendeu mais de R$ 850 milhões em valores brutos para a Península, empresa de investimentos da família Diniz, que vendeu 56,8 milhões de ações. "Quando nós começamos a trabalhar nesse IPO, durante todo o processo e mais recentemente, tinha gente que dizia: 'vocês estão malucos, vão fazer um IPO dessa dimensão neste Brasil de hoje?' E nós estamos fazendo." Na terça (18), o Carrefour Brasil precificou o IPO no piso da faixa de preço indicativa, a R$ 15 por ação –o preço sugerido ia até R$ 19. A operação movimentou R$ 5,125 bilhões, considerando os lotes primário (ações novas) e secundário (papéis detidos por atuais sócios). Apesar do discurso otimista de Abilio, as ações abriram em baixa, chegando a cair 4,3%. No primeiro dia de negociação, os papéis fecharam a R$ 14,90 (0,67%). INVESTIMENTO EM GRAVATAS Sem deixar de relembrar o passado na concorrência, Abilio mencionou sua experiência anterior com o Pão de Açúcar e enfatizou o valor das companhias abertas. "Eu fiz o primeiro IPO de empresa de distribuição de varejo no Brasil em 1995. Companhias de capital aberto têm muito mais clareza. O mercado nos vigia, ajuda os donos e os acionistas a cobrarem, vigiarem, a serem exigentes." "Eu estive do outro lado, sempre admirei e copiei o Carrefour. Copiar para procurar fazer melhor, procurar bater, procurar ganhar no jogo. Sempre admirei e agora tenho a possibilidade de ajudar neste projeto", disse, em referência ao anos em que ergueu o Pão de Açúcar no Brasil, até deixar a operação após disputa com os sócios do grupo Casino em 2013. Em dezembro de 2014, Abilio comprou 10% do Carrefour brasileiro por R$ 1,8 bilhão. Ainda no discurso do IPO, o empresário ironizou o presidente do Carrefour no Brasil, Charles Desmartis. "Eu estou usando gravata por causa do evento na Bolsa, mas falei para o Charles hoje de manhã: 'não compre mais gravata, talvez não seja um bom investimento", brincou Abilio Diniz, que não costuma usar o acessório. A abertura de capital do Carrefour Brasil, que agora se concretiza, vem sendo especulada no mercado desde 2011, depois que Abilio, ainda no comando do Pão de Açúcar, tentou se fundir ao Carrefour. Aquela tentativa provocou a ira de seus antigos sócios do Casino, rivais do Carrefour, que desencadearia a saída de Abilio do Pão de Açúcar anos depois.
2
Briga após passagem de bloco deixa um jovem morto no litoral de SP
Um jovem de 18 anos foi assassinado durante uma briga após o final de um bloco de Carnaval em Bertioga, no litoral de São Paulo, na madrugada de sábado (6). Segundo a polícia, Kevin Christian Silva Carvalho foi baleado duas vezes no peito, em uma pista de skate que fica na orla da cidade. Ele chegou a ser socorrido por amigos e levado a um hospital próximo, mas não resistiu. Carvalho estaria participando da briga que se formou na avenida Tomé de Souza, na Vila Clais, quando foi surpreendido por um homem armado que apareceu na multidão. Pelo Facebook, familiares do jovem dizem que ele não tinha inimigos, mas que convivia "com muita inveja" ao seu redor, sem especificar claramente qual o motivo. A Polícia Civil não tinha suspeitos até a noite deste domingo (7). Testemunhas contaram que apenas ouviram os disparos e só perceberam a vítima baleada quando o tumulto generalizado terminou. Imagens de câmeras ainda eram apuradas pelos investigadores. Amigos da vítima, no entanto, passaram aos investigadores a informação de que o jovem poderia estar sendo ameaçado pelo ex-namorado de um antigo caso seu. O jovem não citava o assunto por não levar as ameaças a sério.
cotidiano
Briga após passagem de bloco deixa um jovem morto no litoral de SPUm jovem de 18 anos foi assassinado durante uma briga após o final de um bloco de Carnaval em Bertioga, no litoral de São Paulo, na madrugada de sábado (6). Segundo a polícia, Kevin Christian Silva Carvalho foi baleado duas vezes no peito, em uma pista de skate que fica na orla da cidade. Ele chegou a ser socorrido por amigos e levado a um hospital próximo, mas não resistiu. Carvalho estaria participando da briga que se formou na avenida Tomé de Souza, na Vila Clais, quando foi surpreendido por um homem armado que apareceu na multidão. Pelo Facebook, familiares do jovem dizem que ele não tinha inimigos, mas que convivia "com muita inveja" ao seu redor, sem especificar claramente qual o motivo. A Polícia Civil não tinha suspeitos até a noite deste domingo (7). Testemunhas contaram que apenas ouviram os disparos e só perceberam a vítima baleada quando o tumulto generalizado terminou. Imagens de câmeras ainda eram apuradas pelos investigadores. Amigos da vítima, no entanto, passaram aos investigadores a informação de que o jovem poderia estar sendo ameaçado pelo ex-namorado de um antigo caso seu. O jovem não citava o assunto por não levar as ameaças a sério.
6
Sem renovação no Barcelona, Daniel Alves já pode assinar com outro clube
O lateral-direito do Barcelona Daniel Alves, 31, começa o ano com o futuro profissional incerto. A partir desta quinta-feira (1), ele já pode ouvir ofertas de contratação e assinar um pré-contrato com qualquer clube, incluindo o seu atual. O contrato do lateral vai até o meio do ano com o time catalão, mas de acordo com as normas da Fifa, o jogador já tem a liberdade de negociar com outro clube sem precisar pagar multa ao Barcelona. Mas com a decisão do TAS (Tribunal Arbitral do Esporte) – que negou o recurso do clube contra a punição imposta pela Fifa que o impede de contratar até 2016, na última terça-feira, esse cenário pode mudar. Com a saída de Montoya e Douglas com baixo prestígio, o técnico Luis Enrique ficaria sem opção para o posição de Alves, o que pode facilitar a renovação do contrato. A imprensa inglesa já faz especulações sobre o futuro do brasileiro, apontando Arsenal, Liverpool e Manchester United como possíveis destinos do jogador. No Brasil para as comemorações de ano novo, Alves ainda não se pronunciou a respeito.
esporte
Sem renovação no Barcelona, Daniel Alves já pode assinar com outro clubeO lateral-direito do Barcelona Daniel Alves, 31, começa o ano com o futuro profissional incerto. A partir desta quinta-feira (1), ele já pode ouvir ofertas de contratação e assinar um pré-contrato com qualquer clube, incluindo o seu atual. O contrato do lateral vai até o meio do ano com o time catalão, mas de acordo com as normas da Fifa, o jogador já tem a liberdade de negociar com outro clube sem precisar pagar multa ao Barcelona. Mas com a decisão do TAS (Tribunal Arbitral do Esporte) – que negou o recurso do clube contra a punição imposta pela Fifa que o impede de contratar até 2016, na última terça-feira, esse cenário pode mudar. Com a saída de Montoya e Douglas com baixo prestígio, o técnico Luis Enrique ficaria sem opção para o posição de Alves, o que pode facilitar a renovação do contrato. A imprensa inglesa já faz especulações sobre o futuro do brasileiro, apontando Arsenal, Liverpool e Manchester United como possíveis destinos do jogador. No Brasil para as comemorações de ano novo, Alves ainda não se pronunciou a respeito.
4
Panasonic e Tesla se associam para produtos de energia solar
A empresa japonesa Panasonic e a americana Tesla anunciaram um acordo de associação para a fabricação de produtos de energia solar, disse nesta segunda-feira (17) uma porta-voz do grupo japonês. Os dois grupos já têm de forma conjunta a maior fábrica do mundo de baterias de íon de lítio em Nevada, mas esperam ampliar sua colaboração. "Concordamos em iniciar negociações para colaborar na produção de baterias solares em uma fábrica de Buffalo, (estado de) Nova York, dirigida por uma filial da Tesla", explicou a porta-voz da Panasonic. O acordo está condicionado à aprovação pelos acionistas da Tesla da compra da empresa californiana SolarCity. A Telas e a SolarCity são duas sociedades criadas respectivamente em 2003 e em 2006 pelo empresário sul-africano Elon Musk, que foi cofundador do Paypal e é diretor da empresa de lançamento de foguetes SpaceX.
mercado
Panasonic e Tesla se associam para produtos de energia solarA empresa japonesa Panasonic e a americana Tesla anunciaram um acordo de associação para a fabricação de produtos de energia solar, disse nesta segunda-feira (17) uma porta-voz do grupo japonês. Os dois grupos já têm de forma conjunta a maior fábrica do mundo de baterias de íon de lítio em Nevada, mas esperam ampliar sua colaboração. "Concordamos em iniciar negociações para colaborar na produção de baterias solares em uma fábrica de Buffalo, (estado de) Nova York, dirigida por uma filial da Tesla", explicou a porta-voz da Panasonic. O acordo está condicionado à aprovação pelos acionistas da Tesla da compra da empresa californiana SolarCity. A Telas e a SolarCity são duas sociedades criadas respectivamente em 2003 e em 2006 pelo empresário sul-africano Elon Musk, que foi cofundador do Paypal e é diretor da empresa de lançamento de foguetes SpaceX.
2
Associação comenta reportagem sobre planos de saúde de desempregado
Sobre a reportagem Manter plano de saúde é desafio para quem fica desempregado, esclarecemos que os planos coletivos por adesão, regidos pela ANS, têm reajuste negociado entre operadoras e administradoras de benefícios, que, ao lado de entidades de classe, representam os beneficiários. A modalidade não permite exclusão individual de beneficiários, salvo por fraude, perda de vínculo associativo ou anuência da entidade. Não por acaso, é adotada por entidades jurídicas e médicas, entre outras. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
Associação comenta reportagem sobre planos de saúde de desempregadoSobre a reportagem Manter plano de saúde é desafio para quem fica desempregado, esclarecemos que os planos coletivos por adesão, regidos pela ANS, têm reajuste negociado entre operadoras e administradoras de benefícios, que, ao lado de entidades de classe, representam os beneficiários. A modalidade não permite exclusão individual de beneficiários, salvo por fraude, perda de vínculo associativo ou anuência da entidade. Não por acaso, é adotada por entidades jurídicas e médicas, entre outras. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
16
Para sobrinha de Costa e Silva, mudar nome do Minhocão não é democracia
Um dia após o prefeito Fernando Haddad (PT) trocar o nome do elevado Costa e Silva, o Minhocão, para Elevado João Goulart, a sobrinha do marechal que presidiu o país entre 1967 e 1969 disse à Folha que "homens que mudam nomes e derrubam estátuas não são democratas". "Estão muito enganados se pensam em apagar a história. Verdade e Justiça sempre surgirão, ainda que tardiamente", disse nesta terça-feira (26), por email, Teresinha da Costa e Silva Puglia, 87. Ela é filha do também militar Riograndino da Costa e Silva, irmão do ex-presidente Arthur da Costa e Silva, de quem foi secretário particular em 1969. Arthur morreu durante o mandato. Seu irmão, em 1993. Na segunda-feira (25), o prefeito retirou a homenagem ao ex-presidente durante a ditadura militar da via –que liga a zona oeste à região central, com conexões para as regiões sul e leste– e decidiu repassá-la ao presidente deposto no golpe de 1964. O elevado foi inaugurado em 1971 pelo então prefeito, hoje deputado federal, Paulo Maluf (PP), que também escolheu o nome do acesso. A mudança faz parte de um programa que prevê alterar os nomes de pelo menos 40 vias e praças da cidade, que hoje homenageiam personagens do período militar, muitos deles considerados violadores de direitos humanos, assassinos e torturadores. A declaração de Teresinha se refere também à decisão da prefeitura de Taquari (RS), cidade natal de Costa e Silva, de retirar um busto do marechal instalado em frente à lagoa Armênia, ponto turístico do município. Teresinha disse à reportagem que a família nunca havia sido procurada para comentar nada em relação ao tio. "Creio que meu tio Arthur foi o único presidente que realmente deu a vida por este país. Ele era um homem generoso, culto, inteligente que muito lutou pelo progresso da nação", afirmou. Ela contou que, junto com os filhos, fez protestos em Taquari para evitar a retirada do busto, sem sucesso. Hoje, o monumento está no museu que leva o nome do tio, instalado na casa onde ele viveu na infância, na mesma cidade. À Folha, o deputado federal Paulo Maluf disse que a mudança é revanchismo ideológico e que Costa e Silva ajudou São Paulo, diferentemente de João Goulart. Maluf apoiou a candidatura de Haddad em 2012 à prefeitura. Ambos posaram para foto ao lado do ex-presidente Lula na ocasião. COMISSÃO A retirada das homenagens faz parte dos desdobramentos da Comissão da Verdade, iniciada em 2011, que investigou as violações de direitos humanos no país cometidas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. Para a coordenadora-adjunta de Políticas de Direito à Memória e à Verdade da prefeitura, Clara Castellano, o nome de Costa e Silva, ditador responsável pelo AI-5 (Ato Institucional nº 5), não deve ser colocado em destaque na cidade. "Foi no período em que ele era presidente que aumentaram as perseguições políticas, assassinatos e desaparecimentos", disse. Ela diz que a intenção do programa não é apagar a história, mas disseminar o lema "conhecer para não repetir". O projeto prevê a colocação de uma placa no local que destaque o nome anterior com a história da pessoa e a apresentação do novo nome.
cotidiano
Para sobrinha de Costa e Silva, mudar nome do Minhocão não é democraciaUm dia após o prefeito Fernando Haddad (PT) trocar o nome do elevado Costa e Silva, o Minhocão, para Elevado João Goulart, a sobrinha do marechal que presidiu o país entre 1967 e 1969 disse à Folha que "homens que mudam nomes e derrubam estátuas não são democratas". "Estão muito enganados se pensam em apagar a história. Verdade e Justiça sempre surgirão, ainda que tardiamente", disse nesta terça-feira (26), por email, Teresinha da Costa e Silva Puglia, 87. Ela é filha do também militar Riograndino da Costa e Silva, irmão do ex-presidente Arthur da Costa e Silva, de quem foi secretário particular em 1969. Arthur morreu durante o mandato. Seu irmão, em 1993. Na segunda-feira (25), o prefeito retirou a homenagem ao ex-presidente durante a ditadura militar da via –que liga a zona oeste à região central, com conexões para as regiões sul e leste– e decidiu repassá-la ao presidente deposto no golpe de 1964. O elevado foi inaugurado em 1971 pelo então prefeito, hoje deputado federal, Paulo Maluf (PP), que também escolheu o nome do acesso. A mudança faz parte de um programa que prevê alterar os nomes de pelo menos 40 vias e praças da cidade, que hoje homenageiam personagens do período militar, muitos deles considerados violadores de direitos humanos, assassinos e torturadores. A declaração de Teresinha se refere também à decisão da prefeitura de Taquari (RS), cidade natal de Costa e Silva, de retirar um busto do marechal instalado em frente à lagoa Armênia, ponto turístico do município. Teresinha disse à reportagem que a família nunca havia sido procurada para comentar nada em relação ao tio. "Creio que meu tio Arthur foi o único presidente que realmente deu a vida por este país. Ele era um homem generoso, culto, inteligente que muito lutou pelo progresso da nação", afirmou. Ela contou que, junto com os filhos, fez protestos em Taquari para evitar a retirada do busto, sem sucesso. Hoje, o monumento está no museu que leva o nome do tio, instalado na casa onde ele viveu na infância, na mesma cidade. À Folha, o deputado federal Paulo Maluf disse que a mudança é revanchismo ideológico e que Costa e Silva ajudou São Paulo, diferentemente de João Goulart. Maluf apoiou a candidatura de Haddad em 2012 à prefeitura. Ambos posaram para foto ao lado do ex-presidente Lula na ocasião. COMISSÃO A retirada das homenagens faz parte dos desdobramentos da Comissão da Verdade, iniciada em 2011, que investigou as violações de direitos humanos no país cometidas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. Para a coordenadora-adjunta de Políticas de Direito à Memória e à Verdade da prefeitura, Clara Castellano, o nome de Costa e Silva, ditador responsável pelo AI-5 (Ato Institucional nº 5), não deve ser colocado em destaque na cidade. "Foi no período em que ele era presidente que aumentaram as perseguições políticas, assassinatos e desaparecimentos", disse. Ela diz que a intenção do programa não é apagar a história, mas disseminar o lema "conhecer para não repetir". O projeto prevê a colocação de uma placa no local que destaque o nome anterior com a história da pessoa e a apresentação do novo nome.
6
Centro de SP desbanca Vila Madalena e se consolida como point da folia
O centro de São Paulo virou neste ano o centro das atenções do Carnaval de rua paulistano. Pelo menos para o público. Com blocos que reuniram centenas de milhares de pessoas, a região desbancou a Vila Madalena e tornou-se o principal point da folia. Até o ano passado, o bairro da zona oeste —boêmio e residencial— concentrava a maior parte dos foliões e os problemas decorrentes, como excesso de lixo, barulho na madrugada, furtos e dificuldade na dispersão do público. Houve até confrontos entre policiais militares e pessoas que se recusavam a deixar as ruas -cenas recheadas de bombas de efeito moral. Neste ano, o controle de acesso e a dispersão —feitos pela prefeitura e pela PM— funcionaram melhor, e a Vila Madalena teve um período um pouco menos turbulento que em outros Carnavais. Já a região central se consolidou como o foco da folia de rua, com um crescimento de 86 blocos no ano passado para 113 neste. O Domingo Ela Não Vai, por exemplo, reuniu neste domingo (26) um público estimado em 150 mil pessoas no vale do Anhangabaú. No ano passado, eram 40 mil. O jornalista Alberto Pereira Jr., 30, um dos organizadores, diz que até esperava um crescimento, mas não nessas proporções. "Quando criamos o bloco, há dois anos, queríamos reunir os amigos. Em 2016, já foi bastante grande. Agora, esperávamos crescer, mas nem tanto. Estamos muito felizes", afirma. Blocos mais organizados e com apoio ajudaram a puxar mais pessoas para o centro. O trio Domingo Ela Não Vai teve patrocínio, investiu em banda própria e contou com a cantora Gretchen. "Desde o ano passado, já houve essa tendência pelo centro, mas a gente sentiu que neste ano aumentou. Também porque a prefeitura restringiu muitas vias para a passagem dos blocos", diz Pereira Jr. Outro sucesso do centro foi o Acadêmicos do Baixo Augusta, tido como o maior bloco da cidade. No fim de semana do pré-Carnaval, arrastou 350 mil pessoas pela região. "Sempre achamos que o centro era uma expressão artística importante do Carnaval de rua, pois ele representa a diversidade", explica o empresário Alê Youssef, coordenador do bloco. O pré-Carnaval também pode ser considerado como um fator que embalou o folião a ficar no centro. Em um "esquenta" nos dias 11 e 12 de fevereiro, uma multidão tomou o Memorial da América Latina, na zona oeste, mas colado na porção central da cidade, para ver shows de blocos como o carioca Sargento Pimenta, que toca canções dos Beatles. Um ensaio do grupo Tarado Ni Você, que homenageia Caetano Veloso, uma semana antes do início oficial da folia, virou um fenômeno -com milhares pulando no túnel da avenida Paulista. FOLIA INESPERADA A folia no centro teve algumas vantagens: a região é bem servida de transporte público, e as ruas, mais largas, não são tão residenciais como as da Vila Madalena. Os problemas pareceram menos graves: não foram registradas grandes confusões entre foliões nem confrontos com a polícia. Houve demora da prefeitura para retirar o lixo, principalmente na rua Augusta nesta segunda (27). Quinze horas depois da passagem do Bloco do Desmanche, que teve 100 mil pessoas, ainda havia grande quantidade de garrafas, latas e caixas nas calçadas. A Bela Vista, por onde passou o Agrada Gregos —65 mil foliões no sábado (25)— também teve dificuldades. Durante o desfile, um grupo invadiu e depredou um ônibus. A prefeitura estuda punição. Comerciantes e moradores do bairro reclamaram da falta de estrutura, como os poucos banheiros químicos. As tradicionais cantinas do bairro se viram rodeadas por pessoas implorando por banheiros. Algumas fecharam. "Teve gente que ofereceu R$ 100 para usar nosso banheiro. Mas não somos uma empresa de banheiros públicos", diz Cristina Oka, 52, gerente da Roperto, cantina na rua Treze de Maio. "Ninguém esperava esse público. Achamos que faltaram estrutura e planejamento", completa. Nem o Agrada Gregos esperava tanta gente. "Fomos surpreendidos. No ano passado, foram 15 mil pessoas. Neste ano, 65 mil. Houve alguns problemas, mas o resultado no final foi bom", diz o corretor Gabriel Ribeiro, 33, um dos organizadores. A prefeitura informou que, neste ano, contratou quase o dobro de diárias de banheiros químicos que no ano passado —14 mil, contra 8.000— e alegou que a distribuição deles foi feita com base na programação e dados repassados pelos blocos. Sobre o lixo, declarou que "o serviço de varrição na rua Augusta foi realizado conforme a programação" e que a ocorrência registrada pela reportagem aconteceu na madrugada, após a passagem do bloco, e que o local já foi limpo. DESTAQUES NOS BLOCOS DE RUA EM SP Músicas "Meu Pau Te Ama", do MC G15 e "Olha o Gás", do MC VItão Bebida Cerveja e catuaba Fantasia Tiara de unicórnio PONTOS ALTOS > Adesão às fantasias > Muito banheiro químico > Vila Madalena sem confusão, ao contrário dos outros anos > Os jatos d'água para limpeza da via viraram até festa em alguns pontos, como a praça da República PONTOS BAIXOS > Pouca presença de PMs. Apenas Vila Madalena teve atenção especial. Largo da Batata e Vale do Anhangabaú tiveram policiamento mínimo > Muitos banheiros químicos, mas muita gente urinando em paredes, portões e em árvores > Casos de vandalismo como no Agrada Gregos, em que foliões dançaram em cima de um ônibus > Falta de pontos para dar informação a foliões > Som quase inaudível longe do trio elétrico
cotidiano
Centro de SP desbanca Vila Madalena e se consolida como point da foliaO centro de São Paulo virou neste ano o centro das atenções do Carnaval de rua paulistano. Pelo menos para o público. Com blocos que reuniram centenas de milhares de pessoas, a região desbancou a Vila Madalena e tornou-se o principal point da folia. Até o ano passado, o bairro da zona oeste —boêmio e residencial— concentrava a maior parte dos foliões e os problemas decorrentes, como excesso de lixo, barulho na madrugada, furtos e dificuldade na dispersão do público. Houve até confrontos entre policiais militares e pessoas que se recusavam a deixar as ruas -cenas recheadas de bombas de efeito moral. Neste ano, o controle de acesso e a dispersão —feitos pela prefeitura e pela PM— funcionaram melhor, e a Vila Madalena teve um período um pouco menos turbulento que em outros Carnavais. Já a região central se consolidou como o foco da folia de rua, com um crescimento de 86 blocos no ano passado para 113 neste. O Domingo Ela Não Vai, por exemplo, reuniu neste domingo (26) um público estimado em 150 mil pessoas no vale do Anhangabaú. No ano passado, eram 40 mil. O jornalista Alberto Pereira Jr., 30, um dos organizadores, diz que até esperava um crescimento, mas não nessas proporções. "Quando criamos o bloco, há dois anos, queríamos reunir os amigos. Em 2016, já foi bastante grande. Agora, esperávamos crescer, mas nem tanto. Estamos muito felizes", afirma. Blocos mais organizados e com apoio ajudaram a puxar mais pessoas para o centro. O trio Domingo Ela Não Vai teve patrocínio, investiu em banda própria e contou com a cantora Gretchen. "Desde o ano passado, já houve essa tendência pelo centro, mas a gente sentiu que neste ano aumentou. Também porque a prefeitura restringiu muitas vias para a passagem dos blocos", diz Pereira Jr. Outro sucesso do centro foi o Acadêmicos do Baixo Augusta, tido como o maior bloco da cidade. No fim de semana do pré-Carnaval, arrastou 350 mil pessoas pela região. "Sempre achamos que o centro era uma expressão artística importante do Carnaval de rua, pois ele representa a diversidade", explica o empresário Alê Youssef, coordenador do bloco. O pré-Carnaval também pode ser considerado como um fator que embalou o folião a ficar no centro. Em um "esquenta" nos dias 11 e 12 de fevereiro, uma multidão tomou o Memorial da América Latina, na zona oeste, mas colado na porção central da cidade, para ver shows de blocos como o carioca Sargento Pimenta, que toca canções dos Beatles. Um ensaio do grupo Tarado Ni Você, que homenageia Caetano Veloso, uma semana antes do início oficial da folia, virou um fenômeno -com milhares pulando no túnel da avenida Paulista. FOLIA INESPERADA A folia no centro teve algumas vantagens: a região é bem servida de transporte público, e as ruas, mais largas, não são tão residenciais como as da Vila Madalena. Os problemas pareceram menos graves: não foram registradas grandes confusões entre foliões nem confrontos com a polícia. Houve demora da prefeitura para retirar o lixo, principalmente na rua Augusta nesta segunda (27). Quinze horas depois da passagem do Bloco do Desmanche, que teve 100 mil pessoas, ainda havia grande quantidade de garrafas, latas e caixas nas calçadas. A Bela Vista, por onde passou o Agrada Gregos —65 mil foliões no sábado (25)— também teve dificuldades. Durante o desfile, um grupo invadiu e depredou um ônibus. A prefeitura estuda punição. Comerciantes e moradores do bairro reclamaram da falta de estrutura, como os poucos banheiros químicos. As tradicionais cantinas do bairro se viram rodeadas por pessoas implorando por banheiros. Algumas fecharam. "Teve gente que ofereceu R$ 100 para usar nosso banheiro. Mas não somos uma empresa de banheiros públicos", diz Cristina Oka, 52, gerente da Roperto, cantina na rua Treze de Maio. "Ninguém esperava esse público. Achamos que faltaram estrutura e planejamento", completa. Nem o Agrada Gregos esperava tanta gente. "Fomos surpreendidos. No ano passado, foram 15 mil pessoas. Neste ano, 65 mil. Houve alguns problemas, mas o resultado no final foi bom", diz o corretor Gabriel Ribeiro, 33, um dos organizadores. A prefeitura informou que, neste ano, contratou quase o dobro de diárias de banheiros químicos que no ano passado —14 mil, contra 8.000— e alegou que a distribuição deles foi feita com base na programação e dados repassados pelos blocos. Sobre o lixo, declarou que "o serviço de varrição na rua Augusta foi realizado conforme a programação" e que a ocorrência registrada pela reportagem aconteceu na madrugada, após a passagem do bloco, e que o local já foi limpo. DESTAQUES NOS BLOCOS DE RUA EM SP Músicas "Meu Pau Te Ama", do MC G15 e "Olha o Gás", do MC VItão Bebida Cerveja e catuaba Fantasia Tiara de unicórnio PONTOS ALTOS > Adesão às fantasias > Muito banheiro químico > Vila Madalena sem confusão, ao contrário dos outros anos > Os jatos d'água para limpeza da via viraram até festa em alguns pontos, como a praça da República PONTOS BAIXOS > Pouca presença de PMs. Apenas Vila Madalena teve atenção especial. Largo da Batata e Vale do Anhangabaú tiveram policiamento mínimo > Muitos banheiros químicos, mas muita gente urinando em paredes, portões e em árvores > Casos de vandalismo como no Agrada Gregos, em que foliões dançaram em cima de um ônibus > Falta de pontos para dar informação a foliões > Som quase inaudível longe do trio elétrico
6
One Direction quebra recorde de streaming e lidera parada britânica
"Drag Me Down", a primeira canção da banda One Direction como quarteto desde a saída de Zayn Malik em março, chegou ao topo da parada britânica nesta sexta-feira (7). Uma coletânea da cantora Cilla Black, que morreu nesta semana, apareceu pela primeira vez em mais de três décadas entre os 20 álbuns mais vendidos. O quarto single número um do One Direction teve 2,03 milhões de acessos em sua primeira semana em serviços de música por streaming como Spotify, Deezer, Apple Music e outros, segundo a empresa de medição Official Charts Company. "How Deep Is Your Love", de Calvin Harris and Disciples, saltou seis posições e ocupou a segunda colocação entre as músicas de trabalho, e a número um da semana passada, "Black Magic", de Little Mix, ficou em terceiro lugar. Na parada dos discos, a banda de indie rock londrina The Maccabees conseguiu emplacar seu primeiro álbum na primeira posição com seu quarto lançamento de estúdio, "Marks To Prove It". A cantora e compositora britânica Lianne La Havas ficou na segunda posição com "Blood", seguida por "Communion", do Years & Years. Cilla Black, uma das cantoras e apresentadoras mais conhecidas da Grã-Bretanha, que começo a carreira junto com os Beatles no lendário Cavern Club, morreu de derrame em sua vila espanhola no dia 1º de agosto, aos 72 anos. Sua coletânea "The Very best of" foi parar na 14ª posição depois que muitos fãs compraram seus discos para homenageá-la.
ilustrada
One Direction quebra recorde de streaming e lidera parada britânica"Drag Me Down", a primeira canção da banda One Direction como quarteto desde a saída de Zayn Malik em março, chegou ao topo da parada britânica nesta sexta-feira (7). Uma coletânea da cantora Cilla Black, que morreu nesta semana, apareceu pela primeira vez em mais de três décadas entre os 20 álbuns mais vendidos. O quarto single número um do One Direction teve 2,03 milhões de acessos em sua primeira semana em serviços de música por streaming como Spotify, Deezer, Apple Music e outros, segundo a empresa de medição Official Charts Company. "How Deep Is Your Love", de Calvin Harris and Disciples, saltou seis posições e ocupou a segunda colocação entre as músicas de trabalho, e a número um da semana passada, "Black Magic", de Little Mix, ficou em terceiro lugar. Na parada dos discos, a banda de indie rock londrina The Maccabees conseguiu emplacar seu primeiro álbum na primeira posição com seu quarto lançamento de estúdio, "Marks To Prove It". A cantora e compositora britânica Lianne La Havas ficou na segunda posição com "Blood", seguida por "Communion", do Years & Years. Cilla Black, uma das cantoras e apresentadoras mais conhecidas da Grã-Bretanha, que começo a carreira junto com os Beatles no lendário Cavern Club, morreu de derrame em sua vila espanhola no dia 1º de agosto, aos 72 anos. Sua coletânea "The Very best of" foi parar na 14ª posição depois que muitos fãs compraram seus discos para homenageá-la.
1
Venda de máquinas cai 58% com falta de obras de infraestrutura
A estagnação e a queda de grandes obras de infraestrutura foi sentida como um duro golpe pelos fornecedores de máquinas para a construção civil. Em 2015, a venda desses equipamentos caiu 57,8% na comparação com 2014. O cálculo é da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração), que estima em 26,6 mil as máquinas comercializadas no ano passado. Um ano antes, quando já havia sido registrada uma queda de 12,9% em relação a 2013, foram vendidas 63 mil. "O empresariado investiu, acreditou, comprou equipamentos de 2008 para cá. A perspectiva era tão atrativa que outras marcas vieram para o país", afirma Eurimilson Daniel, da Sobratema. O tombo foi mais agudo em alguns segmentos da chamada "linha amarela"-que contempla escavadeiras, pás carregadeiras etc. Entre as motoniveladoras, por exemplo, a baixa foi de 86,6%. Para este ano, as projeções da entidade apontam uma retração de 3,7% na comercialização da linha amarela, em relação a 2015, e de 2% para os demais equipamentos. "A gente ainda não consegue enxergar uma volta ao patamar de vendas de 30 mil máquinas", diz Daniel. "Obras que seriam inauguradas em 2015 ficaram para 2018. Isso derrubou o setor." "Foi um ano para se lembrar", diz Jose Luis Gonçalves, presidente da JCB no Brasil. A empresa, que instalou uma planta em Sorocaba (a 99 km de São Paulo) perdeu um terço dos colaboradores. "Optamos por diminuir a produção em outros países e a revertemos para o Brasil, para manter a operação. " Não foi obra do destino - Vendas de equipamentos para construção, em mil * CLIENTELA REFORMADA A rede de franquias Casa do Construtor deve investir R$ 35 milhões em instalação ou readequação (quando uma loja que já existe passa a usar o nome da empresa) de 30 lojas neste ano. A marca é especializada no aluguel de máquinas de construção de pequeno porte –betoneiras, andaimes, ferramentas elétricas–, utilizadas em obras e reformas. "As redes de máquinas de construção de porte menor acabaram se saindo um pouco melhor na crise", avalia Altino Cristofoletti Júnior, sócio da empresa. "O que a gente percebeu foi uma rotatividade de clientes. Se conseguíamos fazer uma locação por mês, passamos a alugar por semana e por dia. O consumidor agora controla melhor o uso dos equipamentos." O executivo diz ter notado também uma mudança no perfil da clientela, com uma menor procura por aluguel de máquinas por parte das construtoras, que têm segurado lançamentos. "O ano foi bom, comparado com o mercado, mas antes vínhamos crescendo dois dígitos anuais. Em 2015, o percentual foi de 5%", diz. 235 é o número de lojas da rede até o final de 2015 R$ 183 milhões foi o faturamento em 2015 10% é a previsão de crescimento do faturamento da rede neste ano * O QUE ESTOU LENDO Maurício Machado de Minas, vice-presidente do Bradesco Um livro sobre a história do empreendedor que fundou a Paypal é a leitura atual do vice-presidente do Bradesco, Maurício Minas. A biografia de Elon Musk, escrita por Ashlee Vance, mostra "o mais audacioso empreendedor da atualidade que revolucionou os meios de pagamento com o PayPal e hoje, simultaneamente, revoluciona três indústrias: automobilística (Tesla), aeroespacial (SpaceX) e de energia (SolarCity)", segundo Minas. Entre as qualidades de Musk, Minas destaca a capacidade de superar o insucesso. "É impressionante a sua capacidade de realizar, a forma como engaja as pessoas e a sua resiliência ao fracasso. Ele inova ao apostar em negócios tradicionais com aplicação massiva de tecnologia." * MP do Trabalho abriu menos investigações em 2015 O Ministério Público do Trabalho de São Paulo abriu uma quantidade menor de investigações e mediações em 2015 do que no ano anterior. A diminuição foi de 19%, de 3.831 registros para 3.108. A queda aconteceu porque o ano de 2014 teve muitos procedimentos por causa da Copa e de forças-tarefas para fiscalizar denúncias de trabalho escravo. Esses são problemas de relações no trabalho que chegam ao MPT por meio de denúncias e que o órgão considera existir base para investigar ou, ao menos, mediar uma reunião entre empregadores e funcionários. A quantidade de ações civis públicas, que são casos que o ministério leva à Justiça, manteve-se praticamente estável -foi uma a mais em 2015 do que no ano retrasado, e chegou a 136. Dentre essas, o mais comum é que o órgão leve adiante reclamações por entender que empresas fraudaram a legislação trabalhista, o que ocorreu em 55 casos. Questões de assédio moral coletivo foram a segunda causa mais comum, com 17 ações em que o órgão entrou com ações na Justiça contra empresas de São Paulo. * PARA DEPOIS Os brasileiros começaram 2016 com mais contas a pagar do que no anterior. Em janeiro, 37% entraram no ano com algum tipo de conta a pagar, um aumento de 12 pontos percentuais. O principal "esqueleto" é a conta do cartão de crédito. Outro tipo de gasto que os brasileiros deverão parcelar são os impostos: IPTU deverá ser pago ao longo do ano por 66%, e o IPVA, por 71%. Os dados são de uma pesquisa da Fecomércio do Rio. EM MUITAS VEZES - Mais brasileiros decidem parcelar compras<br><br>Início de ano com parcelas antigas, em % Parcelamento de compras - Escolhas de parcelamentos em 2016* * HORA DO CAFÉ com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS
colunas
Venda de máquinas cai 58% com falta de obras de infraestruturaA estagnação e a queda de grandes obras de infraestrutura foi sentida como um duro golpe pelos fornecedores de máquinas para a construção civil. Em 2015, a venda desses equipamentos caiu 57,8% na comparação com 2014. O cálculo é da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração), que estima em 26,6 mil as máquinas comercializadas no ano passado. Um ano antes, quando já havia sido registrada uma queda de 12,9% em relação a 2013, foram vendidas 63 mil. "O empresariado investiu, acreditou, comprou equipamentos de 2008 para cá. A perspectiva era tão atrativa que outras marcas vieram para o país", afirma Eurimilson Daniel, da Sobratema. O tombo foi mais agudo em alguns segmentos da chamada "linha amarela"-que contempla escavadeiras, pás carregadeiras etc. Entre as motoniveladoras, por exemplo, a baixa foi de 86,6%. Para este ano, as projeções da entidade apontam uma retração de 3,7% na comercialização da linha amarela, em relação a 2015, e de 2% para os demais equipamentos. "A gente ainda não consegue enxergar uma volta ao patamar de vendas de 30 mil máquinas", diz Daniel. "Obras que seriam inauguradas em 2015 ficaram para 2018. Isso derrubou o setor." "Foi um ano para se lembrar", diz Jose Luis Gonçalves, presidente da JCB no Brasil. A empresa, que instalou uma planta em Sorocaba (a 99 km de São Paulo) perdeu um terço dos colaboradores. "Optamos por diminuir a produção em outros países e a revertemos para o Brasil, para manter a operação. " Não foi obra do destino - Vendas de equipamentos para construção, em mil * CLIENTELA REFORMADA A rede de franquias Casa do Construtor deve investir R$ 35 milhões em instalação ou readequação (quando uma loja que já existe passa a usar o nome da empresa) de 30 lojas neste ano. A marca é especializada no aluguel de máquinas de construção de pequeno porte –betoneiras, andaimes, ferramentas elétricas–, utilizadas em obras e reformas. "As redes de máquinas de construção de porte menor acabaram se saindo um pouco melhor na crise", avalia Altino Cristofoletti Júnior, sócio da empresa. "O que a gente percebeu foi uma rotatividade de clientes. Se conseguíamos fazer uma locação por mês, passamos a alugar por semana e por dia. O consumidor agora controla melhor o uso dos equipamentos." O executivo diz ter notado também uma mudança no perfil da clientela, com uma menor procura por aluguel de máquinas por parte das construtoras, que têm segurado lançamentos. "O ano foi bom, comparado com o mercado, mas antes vínhamos crescendo dois dígitos anuais. Em 2015, o percentual foi de 5%", diz. 235 é o número de lojas da rede até o final de 2015 R$ 183 milhões foi o faturamento em 2015 10% é a previsão de crescimento do faturamento da rede neste ano * O QUE ESTOU LENDO Maurício Machado de Minas, vice-presidente do Bradesco Um livro sobre a história do empreendedor que fundou a Paypal é a leitura atual do vice-presidente do Bradesco, Maurício Minas. A biografia de Elon Musk, escrita por Ashlee Vance, mostra "o mais audacioso empreendedor da atualidade que revolucionou os meios de pagamento com o PayPal e hoje, simultaneamente, revoluciona três indústrias: automobilística (Tesla), aeroespacial (SpaceX) e de energia (SolarCity)", segundo Minas. Entre as qualidades de Musk, Minas destaca a capacidade de superar o insucesso. "É impressionante a sua capacidade de realizar, a forma como engaja as pessoas e a sua resiliência ao fracasso. Ele inova ao apostar em negócios tradicionais com aplicação massiva de tecnologia." * MP do Trabalho abriu menos investigações em 2015 O Ministério Público do Trabalho de São Paulo abriu uma quantidade menor de investigações e mediações em 2015 do que no ano anterior. A diminuição foi de 19%, de 3.831 registros para 3.108. A queda aconteceu porque o ano de 2014 teve muitos procedimentos por causa da Copa e de forças-tarefas para fiscalizar denúncias de trabalho escravo. Esses são problemas de relações no trabalho que chegam ao MPT por meio de denúncias e que o órgão considera existir base para investigar ou, ao menos, mediar uma reunião entre empregadores e funcionários. A quantidade de ações civis públicas, que são casos que o ministério leva à Justiça, manteve-se praticamente estável -foi uma a mais em 2015 do que no ano retrasado, e chegou a 136. Dentre essas, o mais comum é que o órgão leve adiante reclamações por entender que empresas fraudaram a legislação trabalhista, o que ocorreu em 55 casos. Questões de assédio moral coletivo foram a segunda causa mais comum, com 17 ações em que o órgão entrou com ações na Justiça contra empresas de São Paulo. * PARA DEPOIS Os brasileiros começaram 2016 com mais contas a pagar do que no anterior. Em janeiro, 37% entraram no ano com algum tipo de conta a pagar, um aumento de 12 pontos percentuais. O principal "esqueleto" é a conta do cartão de crédito. Outro tipo de gasto que os brasileiros deverão parcelar são os impostos: IPTU deverá ser pago ao longo do ano por 66%, e o IPVA, por 71%. Os dados são de uma pesquisa da Fecomércio do Rio. EM MUITAS VEZES - Mais brasileiros decidem parcelar compras<br><br>Início de ano com parcelas antigas, em % Parcelamento de compras - Escolhas de parcelamentos em 2016* * HORA DO CAFÉ com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS
10
Cerca de 3.000 imigrantes saídos da África desembarcam na costa italiana
Cerca de 3.000 dos quase 6.000 imigrantes que foram interceptados no fim de semana passado (2 e 3 de maio) no mar Mediterrâneo desembarcaram nesta segunda (4) pela manhã na costa da Itália. Entre eles está um bebê que nasceu durante as operações de interceptação. Este fluxo sem precedentes de imigrantes forçou os serviços de salvamento marítimo, principalmente da Itália, a redobrarem os seus esforços. As autoridades europeias esperam que a Líbia, de onde partiu a maior parte desses migrantes, possa intervir de forma eficaz para combater essas imigrações. Pelo menos 7.000 pessoas que iriam tentar atravessar o Mediterrâneo em direção à Europa foram detidos na Líbia, anunciou nesta segunda-feira um responsável do governo paralelo instalado em Trípoli, capital líbia, tomada em agosto de 2014 pela milícia Líbia Fajr (Aurora Líbia). O governo líbio reconhecido pela comunidade internacional está instalado em Tubruk, no leste do país. A maioria desse migrantes, vindos principalmente da África, foram detidos na costa líbia antes de embarcar e foram confinados em 16 centros de detenção na região de Misrata, 200 km a leste de Trípoli. Nesta segunda, um primeiro grupo de 873 imigrantes, entre eles 103 mulheres e 52 crianças, chegou ao porto de Pozzallo, no sul da ilha da Sicília. Após a identificação, os imigrantes, principalmente somalis e eritreus, serão transferidos após ser identificados para abrigos espalhados pelo país. Um segundo grupo, de cerca de 400 pessoas, chegou a Messina, no norte da Sicília, a bordo de um barco da guarda costeira italiana. Por volta do meio-dia, dois outros navios da Marinha italianos chegaram com cerca de 1.500 imigrantes. Em sua conta no Twitter, a Marinha italiana anunciou que uma criança nasceu durante as operações de interceptação no navio "Bettica".
mundo
Cerca de 3.000 imigrantes saídos da África desembarcam na costa italianaCerca de 3.000 dos quase 6.000 imigrantes que foram interceptados no fim de semana passado (2 e 3 de maio) no mar Mediterrâneo desembarcaram nesta segunda (4) pela manhã na costa da Itália. Entre eles está um bebê que nasceu durante as operações de interceptação. Este fluxo sem precedentes de imigrantes forçou os serviços de salvamento marítimo, principalmente da Itália, a redobrarem os seus esforços. As autoridades europeias esperam que a Líbia, de onde partiu a maior parte desses migrantes, possa intervir de forma eficaz para combater essas imigrações. Pelo menos 7.000 pessoas que iriam tentar atravessar o Mediterrâneo em direção à Europa foram detidos na Líbia, anunciou nesta segunda-feira um responsável do governo paralelo instalado em Trípoli, capital líbia, tomada em agosto de 2014 pela milícia Líbia Fajr (Aurora Líbia). O governo líbio reconhecido pela comunidade internacional está instalado em Tubruk, no leste do país. A maioria desse migrantes, vindos principalmente da África, foram detidos na costa líbia antes de embarcar e foram confinados em 16 centros de detenção na região de Misrata, 200 km a leste de Trípoli. Nesta segunda, um primeiro grupo de 873 imigrantes, entre eles 103 mulheres e 52 crianças, chegou ao porto de Pozzallo, no sul da ilha da Sicília. Após a identificação, os imigrantes, principalmente somalis e eritreus, serão transferidos após ser identificados para abrigos espalhados pelo país. Um segundo grupo, de cerca de 400 pessoas, chegou a Messina, no norte da Sicília, a bordo de um barco da guarda costeira italiana. Por volta do meio-dia, dois outros navios da Marinha italianos chegaram com cerca de 1.500 imigrantes. Em sua conta no Twitter, a Marinha italiana anunciou que uma criança nasceu durante as operações de interceptação no navio "Bettica".
3
Norwegian Air planeja voos para o Brasil até o fim de 2016
A companhia aérea de baixo custo norueguesa Norwegian Air disse nesta segunda-feira (16) que planeja lançar voos diretos de Londres, Copenhague, Oslo e Estocolmo para Brasil, Índia e África do Sul até o final de 2016. "Esses destinos estão definitivamente em nosso planos", disse a porta-voz Anne-Sissel SkaaGOnvik, acrescentando que, dependendo da disponibilidade de aeronaves, a empresa pretende abrir as rotas até o final do próximo ano. "Seria natural para essas rotas voar a partir das capitais escandinavas e de (do aeroporto de) Londres Gatwick, onde já estamos vendo um crescimento sem precedentes." A Norwegian atualmente utiliza sete aeronaves Boeing Dreamliner para sua operação de longa distância e tem mais 10 encomendados para entrega em 2015 e nos próximos anos. A companhia lançou voos de longa distância a partir de Oslo, Estocolmo e Copenhague para a Tailândia e os Estados Unidos em 2013 e, desde então, acrescentou voos a partir de Londres.
mercado
Norwegian Air planeja voos para o Brasil até o fim de 2016A companhia aérea de baixo custo norueguesa Norwegian Air disse nesta segunda-feira (16) que planeja lançar voos diretos de Londres, Copenhague, Oslo e Estocolmo para Brasil, Índia e África do Sul até o final de 2016. "Esses destinos estão definitivamente em nosso planos", disse a porta-voz Anne-Sissel SkaaGOnvik, acrescentando que, dependendo da disponibilidade de aeronaves, a empresa pretende abrir as rotas até o final do próximo ano. "Seria natural para essas rotas voar a partir das capitais escandinavas e de (do aeroporto de) Londres Gatwick, onde já estamos vendo um crescimento sem precedentes." A Norwegian atualmente utiliza sete aeronaves Boeing Dreamliner para sua operação de longa distância e tem mais 10 encomendados para entrega em 2015 e nos próximos anos. A companhia lançou voos de longa distância a partir de Oslo, Estocolmo e Copenhague para a Tailândia e os Estados Unidos em 2013 e, desde então, acrescentou voos a partir de Londres.
2
Todos os cães do mundo descendem da mesma população de lobos, diz estudo
De patas curtas ou alongadas, com o pelo enrolado ou comprido, todos os cães do mundo vêm de uma mesma população de lobos domesticados há entre 20 mil e 40 mil anos –revela um estudo publicado na revista científica "Nature Communications" nesta terça-feira (18). "Nossos dados mostram que todos os cães modernos espalhados pelo mundo foram domesticados de uma única população de lobos", diz à AFP a coautora do estudo Krishna Veeramah, da Universidade do Estado de Nova York, em Stony Brook. Tomando indícios genéticos como base, esse novo estudo se soma a outras hipóteses sobre as controversas origens do melhor amigo do homem. Segundo uma dessas hipóteses, os humanos domesticaram os cães pela primeira vez na Europa, há mais de 15 mil anos. Outros pesquisadores afirmam que essa domesticação teve início no leste da Ásia, pelo menos 12,5 mil atrás. Já um estudo publicado no ano passado na revista "Science" apontou que os cães foram domesticados em dois lugares distintos, partindo de matilhas de lobos na Europa e na Ásia. Os autores do estudo publicado nesta terça-feira disseram que sua análise de DNA mostra que os cachorros antigos se separaram dos lobos pela primeira vez há cerca de 40 mil anos, em um processo provavelmente desencadeado pela presença de humanos. Os pesquisadores não sabem, porém, em que parte do mundo isso aconteceu. Há 20 mil anos, disse a equipe, os primeiros cães se dividiram geograficamente entre os caninos do Oriente e os do Ocidente. O primeiro grupo deu origem aos cães do leste da Ásia, e o outro aos cães na Europa, no centro e no sul da Ásia e na África. "Há 7.000 anos, eles [os cachorros] estavam praticamente por toda parte", disse Krishna Veeramah. O cão europeu desse período deu origem a maioria das raças de cães modernas encontradas hoje, concluíram os pesquisadores. Krishna Veeramah e seus colegas analisaram amostras de DNA fossilizado de dois cães encontrados na Alemanha. Um deles, de 7.000 anos, é o cão mais velho a ter tido seu DNA sequenciado até hoje. O outro é de pelo menos 4.700 anos. Ambos remontam ao Neolítico, período que marca o início da agricultura e da pecuária. O genoma desses dois "senhores" europeus é parecido com o dos cachorros do presente, o que sugere uma origem geográfica única de cães domésticos. O processo de domesticação desse animal –um carnívoro potencialmente perigoso ao homem– foi, certamente, "difícil", afirma Krishna Veeramah, bem mais do que a de ovelhas, porcos, ou vacas. "A hipótese atual é que esse processo ocorreu passivamente a partir de uma população de lobos que vivia na periferia dos campos de caçadores-coletores, alimentando-se do lixo produzido pelos humanos", relata a cientista. Os menos agressivos teriam, então, desenvolvido uma relação particular com os homens. É essa população ancestral de cães, única, que teria se disseminado pelo planeta, provavelmente ao sabor dos deslocamentos humanos.
ciencia
Todos os cães do mundo descendem da mesma população de lobos, diz estudoDe patas curtas ou alongadas, com o pelo enrolado ou comprido, todos os cães do mundo vêm de uma mesma população de lobos domesticados há entre 20 mil e 40 mil anos –revela um estudo publicado na revista científica "Nature Communications" nesta terça-feira (18). "Nossos dados mostram que todos os cães modernos espalhados pelo mundo foram domesticados de uma única população de lobos", diz à AFP a coautora do estudo Krishna Veeramah, da Universidade do Estado de Nova York, em Stony Brook. Tomando indícios genéticos como base, esse novo estudo se soma a outras hipóteses sobre as controversas origens do melhor amigo do homem. Segundo uma dessas hipóteses, os humanos domesticaram os cães pela primeira vez na Europa, há mais de 15 mil anos. Outros pesquisadores afirmam que essa domesticação teve início no leste da Ásia, pelo menos 12,5 mil atrás. Já um estudo publicado no ano passado na revista "Science" apontou que os cães foram domesticados em dois lugares distintos, partindo de matilhas de lobos na Europa e na Ásia. Os autores do estudo publicado nesta terça-feira disseram que sua análise de DNA mostra que os cachorros antigos se separaram dos lobos pela primeira vez há cerca de 40 mil anos, em um processo provavelmente desencadeado pela presença de humanos. Os pesquisadores não sabem, porém, em que parte do mundo isso aconteceu. Há 20 mil anos, disse a equipe, os primeiros cães se dividiram geograficamente entre os caninos do Oriente e os do Ocidente. O primeiro grupo deu origem aos cães do leste da Ásia, e o outro aos cães na Europa, no centro e no sul da Ásia e na África. "Há 7.000 anos, eles [os cachorros] estavam praticamente por toda parte", disse Krishna Veeramah. O cão europeu desse período deu origem a maioria das raças de cães modernas encontradas hoje, concluíram os pesquisadores. Krishna Veeramah e seus colegas analisaram amostras de DNA fossilizado de dois cães encontrados na Alemanha. Um deles, de 7.000 anos, é o cão mais velho a ter tido seu DNA sequenciado até hoje. O outro é de pelo menos 4.700 anos. Ambos remontam ao Neolítico, período que marca o início da agricultura e da pecuária. O genoma desses dois "senhores" europeus é parecido com o dos cachorros do presente, o que sugere uma origem geográfica única de cães domésticos. O processo de domesticação desse animal –um carnívoro potencialmente perigoso ao homem– foi, certamente, "difícil", afirma Krishna Veeramah, bem mais do que a de ovelhas, porcos, ou vacas. "A hipótese atual é que esse processo ocorreu passivamente a partir de uma população de lobos que vivia na periferia dos campos de caçadores-coletores, alimentando-se do lixo produzido pelos humanos", relata a cientista. Os menos agressivos teriam, então, desenvolvido uma relação particular com os homens. É essa população ancestral de cães, única, que teria se disseminado pelo planeta, provavelmente ao sabor dos deslocamentos humanos.
15
Microsoft distribuirá Office de graça para futuros dispositivos móveis
Junto com as novidades sobre o futuro Windows 10, a Microsoft anunciou nesta quarta-feira (21) novas versões para os seus programas do pacote Office, que será integrado em pequenos tablets e celulares que serão vendidos com o sistema, ainda sem data anunciada de lançamento. A Microsoft já vinha distribuindo versões do Office para iOS, da Apple, e Android, do Google, de maneira gratuita, em uma das medidas da gestão do presidente-executivo Satya Nadella, que assumiu o cargo no ano passado. Um dos destaques é para um novo aplicativo do serviço de e-mail Outlook, que funciona entre as diferentes plataformas para as quais o sistema foi anunciado. Outra novidade do programa de correio eletrônico é a integração do sistema de processamento de texto do Microsoft Word no aplicativo –o que já acontece na versão atual para PC do Outlook. Também haverá capacidades de "gestos", para gerenciar mensagens pelo ato de deslizá-las. Outros programas que serão "inter-plataforma" serão o OneDrive, de armazenamento de fotos e de outros arquivos análogo ao Dropbox, e o calendário. O visual dos outros programas do Office –Word, PowerPoint, Excel etc– será semelhante à da edição para computadores, só que adaptado para interface de toque.
tec
Microsoft distribuirá Office de graça para futuros dispositivos móveisJunto com as novidades sobre o futuro Windows 10, a Microsoft anunciou nesta quarta-feira (21) novas versões para os seus programas do pacote Office, que será integrado em pequenos tablets e celulares que serão vendidos com o sistema, ainda sem data anunciada de lançamento. A Microsoft já vinha distribuindo versões do Office para iOS, da Apple, e Android, do Google, de maneira gratuita, em uma das medidas da gestão do presidente-executivo Satya Nadella, que assumiu o cargo no ano passado. Um dos destaques é para um novo aplicativo do serviço de e-mail Outlook, que funciona entre as diferentes plataformas para as quais o sistema foi anunciado. Outra novidade do programa de correio eletrônico é a integração do sistema de processamento de texto do Microsoft Word no aplicativo –o que já acontece na versão atual para PC do Outlook. Também haverá capacidades de "gestos", para gerenciar mensagens pelo ato de deslizá-las. Outros programas que serão "inter-plataforma" serão o OneDrive, de armazenamento de fotos e de outros arquivos análogo ao Dropbox, e o calendário. O visual dos outros programas do Office –Word, PowerPoint, Excel etc– será semelhante à da edição para computadores, só que adaptado para interface de toque.
5
Editorial: Os opostos se atraem
Nitidez ideológica e clareza programática há tempos são ativos escassos entre os partidos políticos brasileiros. Vez ou outra, contudo, surge uma novidade capaz de surpreender mesmo quem não espera nenhuma demonstração de coerência por parte das agremiações. Os dois exemplos mais recentes vêm das propostas de fusão entre legendas que pouco têm em comum, a não ser as maquinações de seus respectivos dirigentes –sobretudo em períodos eleitorais. No começo de abril, o comando nacional do DEM, um dos principais críticos da presidente Dilma Rousseff (PT), aprovou as negociações para se fundir com o PTB, que comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e integra a base governista. O novo partido, cujo nome ainda se discute, sairia do papel com cerca de 45 deputados e disputaria a posição de quarta maior bancada da Câmara, atrás de PT, PMDB e PSDB. De que forma seus integrantes votarão, todavia, é algo que muitos ainda se perguntam. Tampouco se sabe como prestarão contas à história: desde 1945, quando foi criado, o PTB caminhou no campo político oposto ao do DEM e seus antepassados (PFL, PDS, Arena e UDN). Com doses bem menores de bizarrice, deram-se na semana passada os primeiros passos para o PSB se fundir com o PPS. Juntos, somam três governadores, sete senadores (ainda sem contar Marta Suplicy, que acaba de abandonar o PT) e cerca de 45 deputados federais –tal qual a dupla PTB-DEM. Se PPS e PSB se deram as mãos no apoio a Marina Silva na corrida presidencial de 2014, e se pretendiam se coligar no ano que vem, nem por isso têm se mostrado próximas nos anos ímpares. Enquanto o primeiro faz oposição ao governo da petista Dilma Rousseff, o segundo, que esteve ao lado do PT no plano federal até 2013, prefere uma atitude neutra. Há diferenças? Pouco importa; na política brasileira parece não haver princípios antagônicos, e a distância entre oposição e situação, esquerda e direita ou certo e errado se reduz até o desaparecimento.
opiniao
Editorial: Os opostos se atraemNitidez ideológica e clareza programática há tempos são ativos escassos entre os partidos políticos brasileiros. Vez ou outra, contudo, surge uma novidade capaz de surpreender mesmo quem não espera nenhuma demonstração de coerência por parte das agremiações. Os dois exemplos mais recentes vêm das propostas de fusão entre legendas que pouco têm em comum, a não ser as maquinações de seus respectivos dirigentes –sobretudo em períodos eleitorais. No começo de abril, o comando nacional do DEM, um dos principais críticos da presidente Dilma Rousseff (PT), aprovou as negociações para se fundir com o PTB, que comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e integra a base governista. O novo partido, cujo nome ainda se discute, sairia do papel com cerca de 45 deputados e disputaria a posição de quarta maior bancada da Câmara, atrás de PT, PMDB e PSDB. De que forma seus integrantes votarão, todavia, é algo que muitos ainda se perguntam. Tampouco se sabe como prestarão contas à história: desde 1945, quando foi criado, o PTB caminhou no campo político oposto ao do DEM e seus antepassados (PFL, PDS, Arena e UDN). Com doses bem menores de bizarrice, deram-se na semana passada os primeiros passos para o PSB se fundir com o PPS. Juntos, somam três governadores, sete senadores (ainda sem contar Marta Suplicy, que acaba de abandonar o PT) e cerca de 45 deputados federais –tal qual a dupla PTB-DEM. Se PPS e PSB se deram as mãos no apoio a Marina Silva na corrida presidencial de 2014, e se pretendiam se coligar no ano que vem, nem por isso têm se mostrado próximas nos anos ímpares. Enquanto o primeiro faz oposição ao governo da petista Dilma Rousseff, o segundo, que esteve ao lado do PT no plano federal até 2013, prefere uma atitude neutra. Há diferenças? Pouco importa; na política brasileira parece não haver princípios antagônicos, e a distância entre oposição e situação, esquerda e direita ou certo e errado se reduz até o desaparecimento.
14
Raquel Dodge e o arriscado contraponto com Janot
Há um esforço em buscar um contraponto entre a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e seu antecessor, Rodrigo Janot. Enquanto ela é descrita como discreta e cuidadosa, Janot agora é apontado como midiático e atabalhoado. Não é apenas a imprensa a se arriscar em comparações nem sempre precisas. A própria equipe de Dodge estimula esse paralelo ligeiro. "O MP naturalmente não deixa de ser um ator político, pelas suas atribuições, que são muito grandes na Constituição", disse José Alfredo de Paula, novo coordenador do grupo de trabalho da Lava Jato na PGR, em sessão no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. "Nós vamos procurar levar para lá o que os senhores veem aqui no dia a dia. É uma atuação firme, mas responsável, com critério, com discrição, que é o estilo da futura procuradora-geral da República. Acho que é esse tipo de trabalho que se espera do Ministério Público", acrescentou. Dodge foi elogiada, na comparação com Janot, porque definiu que sua atuação não terá como foco único a Lava Jato e o combate à corrupção. Mas valeria retornar ao discurso de posse de seu antecessor em 2013. Janot contava nos dedos das mãos a quantidade de denúncias criminais que havia oferecido na longa carreira no Ministério Público. Valeria igualmente retornar a 2014 e recordar que era a força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba quem liderava –formalmente e publicamente– as investigações da Lava Jato. Janot não tinha a operação como pauta de sua gestão. Assim como Raquel Dodge, ele considerava que a Procuradoria-Geral da República não deveria ter a pauta criminal como ponto central de sua gestão. Dodge não é midiática. Este é outro elogio comumente feito a ela por quem quer compará-la a Janot. Parte-se, portanto, do pressuposto de que Janot era midiático. Se o era, o agora ex-procurador-geral falhou e sofreu, recentemente, um revés na disputa pela opinião pública. Janot não costumava conceder entrevistas, mas está pagando pelos vazamentos de informações de delações premiadas - condenação justa ou injusta. Janot também é descrito como responsável por tornar o Ministério Público um ator da agenda política do país. Seria possível que a Lava Jato não fosse, por si só, um fato político capaz de embaralhar a conjuntura política do país? Cabe outra pergunta: Raquel Dodge seria uma personalidade apolítica? Isso existe? Dodge não foi a primeira colocada na lista tríplice de candidatos à PGR, mas foi a escolhida por Temer. Depois da escolha, os dois se encontraram à noite, fora da agenda pública, no Palácio do Jaburu. Ele teve o apoio de caciques do PMDB, como José Sarney, e do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, visto como aliado do governo Temer. Isso nada mais é do que política. E alguém poderia supor que o novo PGR seria escolhido se não tivesse apoios no Congresso e no Executivo, incluindo os também investigados presidentes do Senado e da Câmara? As comparações, portanto, são arriscadas. E injustas, ao menos neste momento, pois Raquel Dodge está na vantagem de estar iniciando sua gestão, enquanto Janot está de saída depois de quatro anos de um mandato sui generis. Janot certamente cometeu acertos e erros. Dodge também terá sucessos e insucessos. E, sem dúvida, vai se aproveitar da experiência do antecessor para não repetir seus erros. Mas faz sentido pensar que ela será o contraponto dele? Raquel Dodge e Rodrigo Janot são fiscais da lei e, sem dúvida, atuam para combater a corrupção como membros do MP que são. Partir do princípio de que a gestão Dodge já é melhor do que a do antecessor é repetir um erro cometido recentemente. Para boa parte da imprensa e dos analistas, Dodge primeiro foi vista como indicada por Temer para matar a Lava Jato. Agora, é descrita pelos mesmos como quem vai colocar as investigações em ordem. Comparações e juízos precipitados são fadados, via de regra, ao erro. Por fim, é valioso lembrar que, no final da gestão de Roberto Gurgel, Renan Calheiros se disse aliviado com a posse de Janot, com quem poderia ter diálogo institucional. A dinâmica da Lava Jato, a cultura institucional do MP e a pressão social pelo combate à corrupção acabaram com as esperanças do senador. Dodge, como qualquer procurador, é menor que a instituição, mas ela poderá mantê-la no rumo certo.
colunas
Raquel Dodge e o arriscado contraponto com JanotHá um esforço em buscar um contraponto entre a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e seu antecessor, Rodrigo Janot. Enquanto ela é descrita como discreta e cuidadosa, Janot agora é apontado como midiático e atabalhoado. Não é apenas a imprensa a se arriscar em comparações nem sempre precisas. A própria equipe de Dodge estimula esse paralelo ligeiro. "O MP naturalmente não deixa de ser um ator político, pelas suas atribuições, que são muito grandes na Constituição", disse José Alfredo de Paula, novo coordenador do grupo de trabalho da Lava Jato na PGR, em sessão no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. "Nós vamos procurar levar para lá o que os senhores veem aqui no dia a dia. É uma atuação firme, mas responsável, com critério, com discrição, que é o estilo da futura procuradora-geral da República. Acho que é esse tipo de trabalho que se espera do Ministério Público", acrescentou. Dodge foi elogiada, na comparação com Janot, porque definiu que sua atuação não terá como foco único a Lava Jato e o combate à corrupção. Mas valeria retornar ao discurso de posse de seu antecessor em 2013. Janot contava nos dedos das mãos a quantidade de denúncias criminais que havia oferecido na longa carreira no Ministério Público. Valeria igualmente retornar a 2014 e recordar que era a força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba quem liderava –formalmente e publicamente– as investigações da Lava Jato. Janot não tinha a operação como pauta de sua gestão. Assim como Raquel Dodge, ele considerava que a Procuradoria-Geral da República não deveria ter a pauta criminal como ponto central de sua gestão. Dodge não é midiática. Este é outro elogio comumente feito a ela por quem quer compará-la a Janot. Parte-se, portanto, do pressuposto de que Janot era midiático. Se o era, o agora ex-procurador-geral falhou e sofreu, recentemente, um revés na disputa pela opinião pública. Janot não costumava conceder entrevistas, mas está pagando pelos vazamentos de informações de delações premiadas - condenação justa ou injusta. Janot também é descrito como responsável por tornar o Ministério Público um ator da agenda política do país. Seria possível que a Lava Jato não fosse, por si só, um fato político capaz de embaralhar a conjuntura política do país? Cabe outra pergunta: Raquel Dodge seria uma personalidade apolítica? Isso existe? Dodge não foi a primeira colocada na lista tríplice de candidatos à PGR, mas foi a escolhida por Temer. Depois da escolha, os dois se encontraram à noite, fora da agenda pública, no Palácio do Jaburu. Ele teve o apoio de caciques do PMDB, como José Sarney, e do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, visto como aliado do governo Temer. Isso nada mais é do que política. E alguém poderia supor que o novo PGR seria escolhido se não tivesse apoios no Congresso e no Executivo, incluindo os também investigados presidentes do Senado e da Câmara? As comparações, portanto, são arriscadas. E injustas, ao menos neste momento, pois Raquel Dodge está na vantagem de estar iniciando sua gestão, enquanto Janot está de saída depois de quatro anos de um mandato sui generis. Janot certamente cometeu acertos e erros. Dodge também terá sucessos e insucessos. E, sem dúvida, vai se aproveitar da experiência do antecessor para não repetir seus erros. Mas faz sentido pensar que ela será o contraponto dele? Raquel Dodge e Rodrigo Janot são fiscais da lei e, sem dúvida, atuam para combater a corrupção como membros do MP que são. Partir do princípio de que a gestão Dodge já é melhor do que a do antecessor é repetir um erro cometido recentemente. Para boa parte da imprensa e dos analistas, Dodge primeiro foi vista como indicada por Temer para matar a Lava Jato. Agora, é descrita pelos mesmos como quem vai colocar as investigações em ordem. Comparações e juízos precipitados são fadados, via de regra, ao erro. Por fim, é valioso lembrar que, no final da gestão de Roberto Gurgel, Renan Calheiros se disse aliviado com a posse de Janot, com quem poderia ter diálogo institucional. A dinâmica da Lava Jato, a cultura institucional do MP e a pressão social pelo combate à corrupção acabaram com as esperanças do senador. Dodge, como qualquer procurador, é menor que a instituição, mas ela poderá mantê-la no rumo certo.
10
Temer! O Namorado do Ano!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Oba! Hoje é Dia dos Namorados! E sabe o que o Frankstemer vai dar pra Marcela? Uma noite na Transilvânia! Jantar: galinha a cabidela e sarapatel. Sem alho! Trilha sonora: uivos de lobos! Rarará! E o Temer é o Namorado do Ano. Porque eu sempre disse que o Temer se casar com uma miss 40 anos mais nova é uma TEMERIDADE! E adorei a charge do Zedassilva com o Temer: "Marcela, guardo o pão dentro ou fora da geladeira?". "FORA, TEMER!" Rarará! Até a Marcela tá gritando "fora, Temer!". Mas como hoje é Dia dos Namorados, ela vai gritar "dentro, Temer!". Rarará! Os namorados do Brasil 2016: Drácula e Princesa da Disney! E o pensamento do Dia dos Namorados: "Não se esqueça que amor começa em motel e termina em pensão". E corre na internet dois vinhos perfeitos para o dia dos namorados: Pinto e Periquita! Rarará! E um outro vinho especial pros namorados: Força no Pau! Rarará! Dia dos Namorados: "Amor, você reservou restaurante?". "No Habib's não precisa." Rarará! Vai dar overbooking em motel. Sugiro o drive-thru do McDonald's: você entra, pede um hambúrguer, dá uma rapidinha e sai. McRapidinha Feliz! E esta promoção num motel da Via Dutra: "Você dá quatro, a quinta é nossa". Oba! E a sexta paga hora extra? Rarará! E hoje é dia dos diminutivos: quinho, quinha, tutuco, mozinho! Anjo, bebê, fofita e pudinzinho! E quer ver sua namorada continuar gritando após a transa? Limpa o pingolim na cortina. Ela vai gritar por uns três dias! Rarará! E um outro levou a namorada num motel tão bagaço que tinha a placa "favor não tomar cerveja e urinar na garrafa!". E você sabe quando o namoro tá indo pro brejo: engole muito sapo e come pouca perereca! E uma amiga falou que namorado serve pra três coisas: abrir tampa de maionese, trocar pneu do carro e assistir ao programa do Milton Neves! Rarará. Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
colunas
Temer! O Namorado do Ano!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Oba! Hoje é Dia dos Namorados! E sabe o que o Frankstemer vai dar pra Marcela? Uma noite na Transilvânia! Jantar: galinha a cabidela e sarapatel. Sem alho! Trilha sonora: uivos de lobos! Rarará! E o Temer é o Namorado do Ano. Porque eu sempre disse que o Temer se casar com uma miss 40 anos mais nova é uma TEMERIDADE! E adorei a charge do Zedassilva com o Temer: "Marcela, guardo o pão dentro ou fora da geladeira?". "FORA, TEMER!" Rarará! Até a Marcela tá gritando "fora, Temer!". Mas como hoje é Dia dos Namorados, ela vai gritar "dentro, Temer!". Rarará! Os namorados do Brasil 2016: Drácula e Princesa da Disney! E o pensamento do Dia dos Namorados: "Não se esqueça que amor começa em motel e termina em pensão". E corre na internet dois vinhos perfeitos para o dia dos namorados: Pinto e Periquita! Rarará! E um outro vinho especial pros namorados: Força no Pau! Rarará! Dia dos Namorados: "Amor, você reservou restaurante?". "No Habib's não precisa." Rarará! Vai dar overbooking em motel. Sugiro o drive-thru do McDonald's: você entra, pede um hambúrguer, dá uma rapidinha e sai. McRapidinha Feliz! E esta promoção num motel da Via Dutra: "Você dá quatro, a quinta é nossa". Oba! E a sexta paga hora extra? Rarará! E hoje é dia dos diminutivos: quinho, quinha, tutuco, mozinho! Anjo, bebê, fofita e pudinzinho! E quer ver sua namorada continuar gritando após a transa? Limpa o pingolim na cortina. Ela vai gritar por uns três dias! Rarará! E um outro levou a namorada num motel tão bagaço que tinha a placa "favor não tomar cerveja e urinar na garrafa!". E você sabe quando o namoro tá indo pro brejo: engole muito sapo e come pouca perereca! E uma amiga falou que namorado serve pra três coisas: abrir tampa de maionese, trocar pneu do carro e assistir ao programa do Milton Neves! Rarará. Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
10
Natal tem novos ataques a ônibus e moradores ficam sem transporte
Mais dois ônibus foram queimados na madrugada desta sexta-feira (20) em Natal, no Rio Grande do Norte. Eles foram incendiados na garagem de uma empresa de ônibus na zona norte da cidade. Por causa dos ataques, policiais estão realizando patrulhamento próximos a terminais e garagens de empresas de ônibus, segundo a Secretaria da Segurança Pública. Pela manhã, o Seturn (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Natal) afirmou que os ônibus não estão circulando na capital potiguar. O sindicato afirmou à Folha que não há possibilidade do retorno das atividades até o fim do dia. Nas ruas de Natal o clima no trânsito até parece de feriado. Praticamente não há congestionamentos. Nas paradas de ônibus, quem se arrisca a esperar por algum transporte, acaba desistindo. Desde a última quarta (18), táxis e ônibus escolares estão autorizados a fazer lotação. A balconista Andréa Santiago, 29, já estava quase 30 minutos atrasada para o trabalho, mas ainda aguardava na parada de ônibus. "Na verdade estou esperando que apareça qualquer tipo de transporte, se vier táxi vou pegar também. Realmente não há outra alternativa. Infelizmente nossa cidade está refém", disse. Nesta quinta (19), o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), havia garantido em uma rede social que o transporte coletivo funcionaria normalmente em Natal nesta sexta, o que acabou não acontecendo. Carlos Eduardo Alves (PDT) A expectativa é que os primeiros homens do Exército comecem a ocupar as ruas da cidade nesta sexta, conforme autorização do presidente Michel Temer (PMDB). Apenas após a chegada das tropas federais e a definição de uma estratégia de segurança é que o Seturn colocará os ônibus novamente nas ruas. A estratégia é que, com as Forças Armadas nas ruas, a Polícia Militar ficaria livre para atuar apenas nos presídios. No tradicional comércio de rua da cidade, no bairro do Alecrim, apesar de ainda não haver definições, lojistas confirmara à reportagem que cogitam fechar pelo menos uma hora mais cedo caso os ônibus não retornem. PENITENCIÁRIA DE ALCAÇUZ A crise no sistema prisional potiguar, que teve como foco principal a rebelião no presídio de Alcaçuz, o maior do Estado, já contabiliza oficialmente 27 detentos mortos. Nesta quinta (19), por ordem do governador Robinson Faria (PSD), a tropa de choque da Polícia Militar do Rio Grande do Norte entrou na penitenciária e passou a noite no local pela primeira vez desde o início do confronto entre as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e Sindicato do Crime do RN, grupo que controla a maior parte dos presídios do Estado. No presídio de Alcaçuz, onde ao menos 26 presos foram mortos em um massacre entre sábado (14) e domingo (15), tem situação mais tranquila na manhã desta sexta (20) após sete dias de motim. Nesta quinta, presos ligados à facção criminosa PCC tentaram invadir novamente a área dominada pelo Sindicato. Detentos mortos em 2017 A Secretaria da Segurança Pública do Estado confirmou que havia "mortos" –ou seja, mais de um, embora quantidade exata não fosse revelada. O governo diz ainda que necessita da atuação de peritos para contabilizar os corpos. Nesta manhã, presos continuam sobre os telhados do presídio, mas não tentam mais invadir áreas dominadas por facção rival. Policiais do Choque e do Bope (operações especiais) estão dentro do presídio para evitar novos confrontos entre os presos dos dois grupos criminosos. Segundo a Secretaria da Segurança, o Exército deve ocupar as ruas de Natal ainda nesta sexta-feira, após autorização do presidente Michel Temer (PMDB).
cotidiano
Natal tem novos ataques a ônibus e moradores ficam sem transporteMais dois ônibus foram queimados na madrugada desta sexta-feira (20) em Natal, no Rio Grande do Norte. Eles foram incendiados na garagem de uma empresa de ônibus na zona norte da cidade. Por causa dos ataques, policiais estão realizando patrulhamento próximos a terminais e garagens de empresas de ônibus, segundo a Secretaria da Segurança Pública. Pela manhã, o Seturn (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Natal) afirmou que os ônibus não estão circulando na capital potiguar. O sindicato afirmou à Folha que não há possibilidade do retorno das atividades até o fim do dia. Nas ruas de Natal o clima no trânsito até parece de feriado. Praticamente não há congestionamentos. Nas paradas de ônibus, quem se arrisca a esperar por algum transporte, acaba desistindo. Desde a última quarta (18), táxis e ônibus escolares estão autorizados a fazer lotação. A balconista Andréa Santiago, 29, já estava quase 30 minutos atrasada para o trabalho, mas ainda aguardava na parada de ônibus. "Na verdade estou esperando que apareça qualquer tipo de transporte, se vier táxi vou pegar também. Realmente não há outra alternativa. Infelizmente nossa cidade está refém", disse. Nesta quinta (19), o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), havia garantido em uma rede social que o transporte coletivo funcionaria normalmente em Natal nesta sexta, o que acabou não acontecendo. Carlos Eduardo Alves (PDT) A expectativa é que os primeiros homens do Exército comecem a ocupar as ruas da cidade nesta sexta, conforme autorização do presidente Michel Temer (PMDB). Apenas após a chegada das tropas federais e a definição de uma estratégia de segurança é que o Seturn colocará os ônibus novamente nas ruas. A estratégia é que, com as Forças Armadas nas ruas, a Polícia Militar ficaria livre para atuar apenas nos presídios. No tradicional comércio de rua da cidade, no bairro do Alecrim, apesar de ainda não haver definições, lojistas confirmara à reportagem que cogitam fechar pelo menos uma hora mais cedo caso os ônibus não retornem. PENITENCIÁRIA DE ALCAÇUZ A crise no sistema prisional potiguar, que teve como foco principal a rebelião no presídio de Alcaçuz, o maior do Estado, já contabiliza oficialmente 27 detentos mortos. Nesta quinta (19), por ordem do governador Robinson Faria (PSD), a tropa de choque da Polícia Militar do Rio Grande do Norte entrou na penitenciária e passou a noite no local pela primeira vez desde o início do confronto entre as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e Sindicato do Crime do RN, grupo que controla a maior parte dos presídios do Estado. No presídio de Alcaçuz, onde ao menos 26 presos foram mortos em um massacre entre sábado (14) e domingo (15), tem situação mais tranquila na manhã desta sexta (20) após sete dias de motim. Nesta quinta, presos ligados à facção criminosa PCC tentaram invadir novamente a área dominada pelo Sindicato. Detentos mortos em 2017 A Secretaria da Segurança Pública do Estado confirmou que havia "mortos" –ou seja, mais de um, embora quantidade exata não fosse revelada. O governo diz ainda que necessita da atuação de peritos para contabilizar os corpos. Nesta manhã, presos continuam sobre os telhados do presídio, mas não tentam mais invadir áreas dominadas por facção rival. Policiais do Choque e do Bope (operações especiais) estão dentro do presídio para evitar novos confrontos entre os presos dos dois grupos criminosos. Segundo a Secretaria da Segurança, o Exército deve ocupar as ruas de Natal ainda nesta sexta-feira, após autorização do presidente Michel Temer (PMDB).
6
ONU defende descriminalização do aborto em meio à epidemia de zika
Em meio à epidemia de zika em diversos países, o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos defendeu, nesta sexta-feira, que os chamados direitos reprodutivos da mulher sejam garantidos, incluindo a descriminalização do aborto. A porta-voz da ONU Cecille Pouilly disse, em entrevista à BBC Brasil, que a epidemia de zika representou de certa forma uma oportunidade para que uma série de questões relacionadas aos direitos reprodutivos da mulher fossem revistas. Para o Brasil, a descriminalização recomendada pela ONU retiraria a punição de até três anos prevista pelo código penal. "O aborto já é feito. No mundo, 47 mil mulheres morrem em decorrência de abortos sem segurança", disse, acrescentando que países precisam também oferecer serviços de atendimento pós-aborto sem que haja o risco de punição às mulheres. Segundo disse Pouilly à BBC Brasil, a ONU recomenda ainda que o aborto seja legalizado em cinco diferentes situações. "Em casos de estupro, incesto, risco à saúde física e mental da mãe e também em casos de bebês deficiências consideradas graves", listou. Questionada a respeito do que deveria ser entendido como risco à saúde mental da mãe, a porta-voz disse que essa avaliação deve ser feita pelo médico. Sobre que deficiências graves deveriam ser consideradas, ela acrescentou que não o debate é maior do que a discussão da microcefalia. A porta-voz explicou que essas cinco circunstâncias representariam um mínimo recomendado e que a organização apoiaria a decisão de países de irem além e permitirem aborto em circunstâncias mais amplas, seguindo padrões de aplicação internacional. "Existe uma linha tênue entre uma recomendação e interferência em políticas nacionais. Cada país deve discutir as mudanças na lei em âmbito nacional", acrescentou. O esclarecimento da porta-voz foi feito após um comunicado do comissário de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, em Genebra. Segundo o comunicado, países devem garantir direitos sexuais e reprodutivos a mulheres, incluindo métodos emergenciais de contracepção, como serviços de aborto legal. "Leis e politicas que restringem mulheres a estes serviços devem ser urgentemente revistas em linha com os direitos humanos para garantir o direito à saúde para todos na prática", disse Hussein. "Claramente, administrar a expansão do zika é o maior desafio dos governos da América Latina", disse Hussein na manhã desta sexta-feira em Genebra. "O conselho de alguns governos para mulheres atrasarem gestações ignora a realidade de que muitas mulheres e meninas simplesmente não pode exercer controle sobre a maneira, o momento e as circunstâncias em que se tornam grávidas, especialmente em locais onde a violência sexual é tão comum", disse Hussein. A BBC Brasil, desde a semana passada, vem discutindo o tema e apresentando os diferentes pontos de vista e desdobramentos desta discussão no país. Na quinta-feira, reportagem da BBC Brasil e do programa Newsnight, da BBC News, revelou que a professora Debora Diniz, da Universidade Federal de Brasília, junto ao grupo de bioética que articulou a discussão sobre aborto de fetos anencéfalos no Supremo Tribunal Federal, acatada em 2012, prepara uma ação similar para pedir à Suprema Corte o direito ao aborto em gestações de bebês com microcefalia. A discussão sobre o aborto legal no Brasil ganhou fôlego opiniões distintas sobre o tema começaram a surgir. Uma série de depoimentos então foi publicada pela BBC Brasil a respeito: o primeiro foi de Ana Carolina Cáceres, jornalista de 24 anos de Campo Grande (MS) que tem microcefalia e defende uma discussão informada sobre o aborto. "Caso o projeto de aborto seja aprovado, mas houver em paralelo assistência para a mãe e garantia de direitos depois de nascer, tenho certeza que a segunda opção vai vencer", disse a jovem. Já o médico Drauzio Varella discutiu a perspectiva social da interrupção de gestações. "O aborto já é livre no Brasil. É só ter dinheiro para fazer em condições até razoáveis. Todo o resto é falsidade. Todo o resto é hipocrisia", disse à BBC Brasil. "Proibir o aborto é punir quem não tem dinheiro." O ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão (PSB-RJ), que anunciou à BBC Brasil que apoiará a ação pelo direito legal ao aborto de fetos com microcefalia no STF, disse que o Brasil e a maioria dos países da América Latina estão entre os "mais atrasados do mundo" na legislação sobre o aborto legal. Também à BBC Brasil, o cardeal dom Odilo Sherer, arcebispo de São Paulo, disse que "ninguém pode decidir sobre vida e morte de um ser humano". "É ser humano. Ainda em formação, mas é ser humano", afirmou o cardeal. "O bebê não nascido, (seja com) apenas 12 semanas ou com 20 semanas de gestação, é humano desde o primeiro instante da concepção." Segundo a OMS, 1 milhão de abortos ilegais são feitos por ano no país e matam uma mulher a cada dois dias. Por ano, de acordo com o Sistema Único de Saúde, mais de 200 mil são internadas no SUS com complicações pós-aborto. "Claramente, administrar a expansão do zika é o maior desafio dos governos da América Latina", disse Hussein na manhã desta sexta-feira em Genebra.
cotidiano
ONU defende descriminalização do aborto em meio à epidemia de zikaEm meio à epidemia de zika em diversos países, o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos defendeu, nesta sexta-feira, que os chamados direitos reprodutivos da mulher sejam garantidos, incluindo a descriminalização do aborto. A porta-voz da ONU Cecille Pouilly disse, em entrevista à BBC Brasil, que a epidemia de zika representou de certa forma uma oportunidade para que uma série de questões relacionadas aos direitos reprodutivos da mulher fossem revistas. Para o Brasil, a descriminalização recomendada pela ONU retiraria a punição de até três anos prevista pelo código penal. "O aborto já é feito. No mundo, 47 mil mulheres morrem em decorrência de abortos sem segurança", disse, acrescentando que países precisam também oferecer serviços de atendimento pós-aborto sem que haja o risco de punição às mulheres. Segundo disse Pouilly à BBC Brasil, a ONU recomenda ainda que o aborto seja legalizado em cinco diferentes situações. "Em casos de estupro, incesto, risco à saúde física e mental da mãe e também em casos de bebês deficiências consideradas graves", listou. Questionada a respeito do que deveria ser entendido como risco à saúde mental da mãe, a porta-voz disse que essa avaliação deve ser feita pelo médico. Sobre que deficiências graves deveriam ser consideradas, ela acrescentou que não o debate é maior do que a discussão da microcefalia. A porta-voz explicou que essas cinco circunstâncias representariam um mínimo recomendado e que a organização apoiaria a decisão de países de irem além e permitirem aborto em circunstâncias mais amplas, seguindo padrões de aplicação internacional. "Existe uma linha tênue entre uma recomendação e interferência em políticas nacionais. Cada país deve discutir as mudanças na lei em âmbito nacional", acrescentou. O esclarecimento da porta-voz foi feito após um comunicado do comissário de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, em Genebra. Segundo o comunicado, países devem garantir direitos sexuais e reprodutivos a mulheres, incluindo métodos emergenciais de contracepção, como serviços de aborto legal. "Leis e politicas que restringem mulheres a estes serviços devem ser urgentemente revistas em linha com os direitos humanos para garantir o direito à saúde para todos na prática", disse Hussein. "Claramente, administrar a expansão do zika é o maior desafio dos governos da América Latina", disse Hussein na manhã desta sexta-feira em Genebra. "O conselho de alguns governos para mulheres atrasarem gestações ignora a realidade de que muitas mulheres e meninas simplesmente não pode exercer controle sobre a maneira, o momento e as circunstâncias em que se tornam grávidas, especialmente em locais onde a violência sexual é tão comum", disse Hussein. A BBC Brasil, desde a semana passada, vem discutindo o tema e apresentando os diferentes pontos de vista e desdobramentos desta discussão no país. Na quinta-feira, reportagem da BBC Brasil e do programa Newsnight, da BBC News, revelou que a professora Debora Diniz, da Universidade Federal de Brasília, junto ao grupo de bioética que articulou a discussão sobre aborto de fetos anencéfalos no Supremo Tribunal Federal, acatada em 2012, prepara uma ação similar para pedir à Suprema Corte o direito ao aborto em gestações de bebês com microcefalia. A discussão sobre o aborto legal no Brasil ganhou fôlego opiniões distintas sobre o tema começaram a surgir. Uma série de depoimentos então foi publicada pela BBC Brasil a respeito: o primeiro foi de Ana Carolina Cáceres, jornalista de 24 anos de Campo Grande (MS) que tem microcefalia e defende uma discussão informada sobre o aborto. "Caso o projeto de aborto seja aprovado, mas houver em paralelo assistência para a mãe e garantia de direitos depois de nascer, tenho certeza que a segunda opção vai vencer", disse a jovem. Já o médico Drauzio Varella discutiu a perspectiva social da interrupção de gestações. "O aborto já é livre no Brasil. É só ter dinheiro para fazer em condições até razoáveis. Todo o resto é falsidade. Todo o resto é hipocrisia", disse à BBC Brasil. "Proibir o aborto é punir quem não tem dinheiro." O ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão (PSB-RJ), que anunciou à BBC Brasil que apoiará a ação pelo direito legal ao aborto de fetos com microcefalia no STF, disse que o Brasil e a maioria dos países da América Latina estão entre os "mais atrasados do mundo" na legislação sobre o aborto legal. Também à BBC Brasil, o cardeal dom Odilo Sherer, arcebispo de São Paulo, disse que "ninguém pode decidir sobre vida e morte de um ser humano". "É ser humano. Ainda em formação, mas é ser humano", afirmou o cardeal. "O bebê não nascido, (seja com) apenas 12 semanas ou com 20 semanas de gestação, é humano desde o primeiro instante da concepção." Segundo a OMS, 1 milhão de abortos ilegais são feitos por ano no país e matam uma mulher a cada dois dias. Por ano, de acordo com o Sistema Único de Saúde, mais de 200 mil são internadas no SUS com complicações pós-aborto. "Claramente, administrar a expansão do zika é o maior desafio dos governos da América Latina", disse Hussein na manhã desta sexta-feira em Genebra.
6
Raquel Dodge não está protegida dos ataques de Gilmar Mendes, diz leitor
VOTAÇÃO NO STF Não me interessou como votaram os outros ministros —só Gilmar Mendes. Bingo! Se porventura a procuradora Dodge imagina-se protegida dos ataques do ministro, engana-se. Curioso, aguardo para ver onde isso tudo vai parar. JOSÉ DE SOUSA SANTOS (Teresina, PI) - CORRUPÇÃO Com o poder do voto consciente e com as necessárias privatizações, certamente poderemos ficar livres dessa classe política indiscutivelmente corrupta e fisiologista que, com raríssimas exceções, infesta os principais órgãos federais, estaduais e municipais, com destaque para o Senado e para a Câmara. ALOYSIO CYRINO PERALVA (Juiz de Fora, MG) * A jovem democracia brasileira não precisa de salvadores da pátria, mas do voto. Temos instituições capazes de regular e fazer o contrapeso necessário aos desafios econômicos, políticos e sociais. Labutamos muito para que nossos filhos e netos pudessem ter orgulho de viver num país melhor, mais justo, sem intolerância religiosa, étnica, política e de gênero. A democracia é o detergente necessário para limpar as manchas e nódoas que insistem em impregnar a nossa tessitura. JOSÉ CLÓVIS DE MEDEIROS LIMA (São Paulo, SP) - CRISE NA VENEZUELA A comitiva que vai a Caracas tentar negociar a dívida do governo venezuelano deveria convidar a senadora Gleisi, ferrenha defensora do governo Maduro. Quem sabe com seu prestígio consiga evitar o calote. ARTHUR MONDIN (Guarapuava, PR) - 'CURA GAY' A expressão "sair do armário" me parece equivocada no entendimento do bispo Robson Rodovalho. Todos têm direito de procurar apoio emocional para mitigar sofrimento. Inadmissível é o charlatanismo profissional de alguns, com propostas transformadoras sem ratificação científica. ARI COSME FRANCOIS (Ribeirão Preto, SP) * Quem constrói a minha sexualidade e a sua? Por que eu não posso considerar Robson Rodovalho um cidadão doente por acreditar no seu Deus pessoal evangélico e me considerar plenamente saudável por acreditar no Deus de Espinosa? Mas o social quer homogeneizar a todo o custo, esmagando as potências do desejo, ditando padrões de comportamento e até desconsiderando o fato de que algumas pessoas só não "saem do armário" porque há um cenário com ares medievais, violência gratuita e divãs neuróticos para implementar poder político a grupos particulares. RENATO VIRGINIO DA SILVA (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Não há como discordar da opinião de Roberto Dias sobre a elite brasileira, que age como se fosse ave de rapina desde a fundação deste maravilhoso país, somente explorando as riquezas naturais, em vez de construir um Brasil que possamos chamar de nossa casa! Portanto precisamos descobrir uma fórmula capaz de conscientizar a maioria da nossa elite de que os lucros seriam bem maiores se conseguíssemos construir uma verdadeira nação brasileira. TSUNETO SASSAKI (São Paulo, SP) * Quero parabenizar Roberto Dias. Ele definiu muito bem a elite, mostrando quanto estamos órfãos em todas as representações. E o pior é que a esperança de que isso mude é mínima, para não dizer inexistente. Não se pode acreditar nas pessoas que estão no comando deste país nem esperar nada delas. O brasileiro vive em um mundo totalmente virtual, nada é verdade, nada é claro, nada é eficaz. Triste, muito triste! EDUARDO SOUZA (Santos, SP) * Sobre a coluna de Janio de Freitas, perplexidade é o sentimento que me acomete ao ver um assunto tão inoportuno e obsoleto —intervenção militar— voltar à pauta dos principais veículos de comunicação. Como é possível um oficial do Exército aventar essa hipótese nos termos apresentados? Talvez o melhor fosse ignorá-lo, não dar palanque para ideias tão intempestivas e deslocadas. PEDRO FERREL (São Paulo, SP) * Permita-me discordar de você, Bernardo Mello Franco. Os juízes do Supremo preservaram, sim, as suas biografias. Quem não o fez é porque não tem uma ou já perdeu a cerimônia. EVALDO S. A. DE ARAÚJO, médico (Santos, SP) - DESIGUALDADE Mais uma vez, Maria Alice Setubal nos brinda com platitudes. Agora, ela chega à culminância do ridículo. Diz que "somos uma nação que naturalizou as desigualdades". Ora, ela é herdeira e acionista do maior banco brasileiro. Fala em Justiça, mas quem desafia a Justiça senão os bancos, que recalcitram em não pagar as diferenças de correção monetária nas ações referentes aos planos econômicos? JOSÉ RONALDO CURI, advogado (São Paulo, SP) - PRECONCEITO A mais recente contribuição judaica na luta contra o racismo foi dada pela digna e indignada manifestação da juventude judaica organizada, que se insurgiu contra a presença do racista Bolsonaro em clube judaico do Rio de Janeiro. Que o exemplo deles se espalhe pelas ruas do Brasil! JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
Raquel Dodge não está protegida dos ataques de Gilmar Mendes, diz leitorVOTAÇÃO NO STF Não me interessou como votaram os outros ministros —só Gilmar Mendes. Bingo! Se porventura a procuradora Dodge imagina-se protegida dos ataques do ministro, engana-se. Curioso, aguardo para ver onde isso tudo vai parar. JOSÉ DE SOUSA SANTOS (Teresina, PI) - CORRUPÇÃO Com o poder do voto consciente e com as necessárias privatizações, certamente poderemos ficar livres dessa classe política indiscutivelmente corrupta e fisiologista que, com raríssimas exceções, infesta os principais órgãos federais, estaduais e municipais, com destaque para o Senado e para a Câmara. ALOYSIO CYRINO PERALVA (Juiz de Fora, MG) * A jovem democracia brasileira não precisa de salvadores da pátria, mas do voto. Temos instituições capazes de regular e fazer o contrapeso necessário aos desafios econômicos, políticos e sociais. Labutamos muito para que nossos filhos e netos pudessem ter orgulho de viver num país melhor, mais justo, sem intolerância religiosa, étnica, política e de gênero. A democracia é o detergente necessário para limpar as manchas e nódoas que insistem em impregnar a nossa tessitura. JOSÉ CLÓVIS DE MEDEIROS LIMA (São Paulo, SP) - CRISE NA VENEZUELA A comitiva que vai a Caracas tentar negociar a dívida do governo venezuelano deveria convidar a senadora Gleisi, ferrenha defensora do governo Maduro. Quem sabe com seu prestígio consiga evitar o calote. ARTHUR MONDIN (Guarapuava, PR) - 'CURA GAY' A expressão "sair do armário" me parece equivocada no entendimento do bispo Robson Rodovalho. Todos têm direito de procurar apoio emocional para mitigar sofrimento. Inadmissível é o charlatanismo profissional de alguns, com propostas transformadoras sem ratificação científica. ARI COSME FRANCOIS (Ribeirão Preto, SP) * Quem constrói a minha sexualidade e a sua? Por que eu não posso considerar Robson Rodovalho um cidadão doente por acreditar no seu Deus pessoal evangélico e me considerar plenamente saudável por acreditar no Deus de Espinosa? Mas o social quer homogeneizar a todo o custo, esmagando as potências do desejo, ditando padrões de comportamento e até desconsiderando o fato de que algumas pessoas só não "saem do armário" porque há um cenário com ares medievais, violência gratuita e divãs neuróticos para implementar poder político a grupos particulares. RENATO VIRGINIO DA SILVA (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Não há como discordar da opinião de Roberto Dias sobre a elite brasileira, que age como se fosse ave de rapina desde a fundação deste maravilhoso país, somente explorando as riquezas naturais, em vez de construir um Brasil que possamos chamar de nossa casa! Portanto precisamos descobrir uma fórmula capaz de conscientizar a maioria da nossa elite de que os lucros seriam bem maiores se conseguíssemos construir uma verdadeira nação brasileira. TSUNETO SASSAKI (São Paulo, SP) * Quero parabenizar Roberto Dias. Ele definiu muito bem a elite, mostrando quanto estamos órfãos em todas as representações. E o pior é que a esperança de que isso mude é mínima, para não dizer inexistente. Não se pode acreditar nas pessoas que estão no comando deste país nem esperar nada delas. O brasileiro vive em um mundo totalmente virtual, nada é verdade, nada é claro, nada é eficaz. Triste, muito triste! EDUARDO SOUZA (Santos, SP) * Sobre a coluna de Janio de Freitas, perplexidade é o sentimento que me acomete ao ver um assunto tão inoportuno e obsoleto —intervenção militar— voltar à pauta dos principais veículos de comunicação. Como é possível um oficial do Exército aventar essa hipótese nos termos apresentados? Talvez o melhor fosse ignorá-lo, não dar palanque para ideias tão intempestivas e deslocadas. PEDRO FERREL (São Paulo, SP) * Permita-me discordar de você, Bernardo Mello Franco. Os juízes do Supremo preservaram, sim, as suas biografias. Quem não o fez é porque não tem uma ou já perdeu a cerimônia. EVALDO S. A. DE ARAÚJO, médico (Santos, SP) - DESIGUALDADE Mais uma vez, Maria Alice Setubal nos brinda com platitudes. Agora, ela chega à culminância do ridículo. Diz que "somos uma nação que naturalizou as desigualdades". Ora, ela é herdeira e acionista do maior banco brasileiro. Fala em Justiça, mas quem desafia a Justiça senão os bancos, que recalcitram em não pagar as diferenças de correção monetária nas ações referentes aos planos econômicos? JOSÉ RONALDO CURI, advogado (São Paulo, SP) - PRECONCEITO A mais recente contribuição judaica na luta contra o racismo foi dada pela digna e indignada manifestação da juventude judaica organizada, que se insurgiu contra a presença do racista Bolsonaro em clube judaico do Rio de Janeiro. Que o exemplo deles se espalhe pelas ruas do Brasil! JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
16
Virada Cultural e Dia da Música levam artistas de diferentes gerações às ruas
DE SÃO PAULO Marcada por shows de nomes da velha guarda da música brasileira, como Tom Zé, a Virada Cultural, que termina neste domingo (21), também aposta em novidades e encontros inusitados. No palco Júlio Prestes, onde Caetano Veloso encerra a programação, às 18h, o rapper Emicida convida o pianista João Donato e o sambista Martinho da Vila para acompanhá-lo, às 15h. Já no suntuoso Theatro Municipal, a reunião é instrumental. Hermeto Pascoal (piano), Nenê (bateria) e Arismar do Espírito Santo remontam o show que criaram para uma turnê europeia em 1993 -agora, no improviso, já que definiram o repertório na véspera. Para ouvir música da nova geração, a pedida é visitar a estação da Luz. No line-up estão os grupos Metá Metá e Tigre Dente de Sabre. Já a goiana —e de levada psicodélica— Carne Doce está escalada para o Dia da Música, às 14h20, que, em sua primeira edição no país, fechou parceria com a Virada. É só escolher. Dia da Música. Pça. Alexandre de Gusmão, s/nº, Cerqueira César. Dom. (21): Carne Doce, 14h20. Livre. Palco Júlio Prestes. R. Mauá, s/nº. Dom. (21): Emicida convida Martinho da Vila e João Donato, 15h. Palco Estação da Luz. Praça da Luz, s/nº. Dom. (21): Tigre Dente de Sabre, 8h. Metá Metá, 16h. Palco Theatro Municipal. Pça. Ramos de Azevedo, s/nº, República. Dom. (21): Hermeto Pascoal, 24h.
saopaulo
Virada Cultural e Dia da Música levam artistas de diferentes gerações às ruasDE SÃO PAULO Marcada por shows de nomes da velha guarda da música brasileira, como Tom Zé, a Virada Cultural, que termina neste domingo (21), também aposta em novidades e encontros inusitados. No palco Júlio Prestes, onde Caetano Veloso encerra a programação, às 18h, o rapper Emicida convida o pianista João Donato e o sambista Martinho da Vila para acompanhá-lo, às 15h. Já no suntuoso Theatro Municipal, a reunião é instrumental. Hermeto Pascoal (piano), Nenê (bateria) e Arismar do Espírito Santo remontam o show que criaram para uma turnê europeia em 1993 -agora, no improviso, já que definiram o repertório na véspera. Para ouvir música da nova geração, a pedida é visitar a estação da Luz. No line-up estão os grupos Metá Metá e Tigre Dente de Sabre. Já a goiana —e de levada psicodélica— Carne Doce está escalada para o Dia da Música, às 14h20, que, em sua primeira edição no país, fechou parceria com a Virada. É só escolher. Dia da Música. Pça. Alexandre de Gusmão, s/nº, Cerqueira César. Dom. (21): Carne Doce, 14h20. Livre. Palco Júlio Prestes. R. Mauá, s/nº. Dom. (21): Emicida convida Martinho da Vila e João Donato, 15h. Palco Estação da Luz. Praça da Luz, s/nº. Dom. (21): Tigre Dente de Sabre, 8h. Metá Metá, 16h. Palco Theatro Municipal. Pça. Ramos de Azevedo, s/nº, República. Dom. (21): Hermeto Pascoal, 24h.
17
Beira-Mar assume pela primeira vez ter sido traficante, mas nega massacre
Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, assumiu pela primeira vez, nesta quarta-feira (13), ter sido traficante de drogas. O reconhecimento ocorreu na sessão que julga se ele liderou o massacre de criminosos rivais dentro do presídio de segurança máxima de Bangu (zona oeste do Rio), o que ele nega. A afirmação ocorreu durante seu depoimento de defesa. E destoou das qualificações que declarava anteriormente. Beira-Mar costumava se apresentar como pecuarista ou comerciante. "Era matuto [responsável por abastecer as facções com armas e drogas]. Era pecuarista graças às vendas de entorpecentes", afirmou. No depoimento que está sendo prestado no 1º Tribunal do Júri, Beira-Mar se mostrou muito articulado e pediu para se defender diante do juiz Fabio Uchôa e de promotores. Com condenações que somadas chegam a 189 anos e 2 meses, o traficante disse que não matou ninguém e que o nome dele "dá Ibope". "Estou aqui por causa do meu vulgo. Meu nome justifica tudo. Não há indício contra mim", disse ele. "Cometi muitos crimes, mas não esse." Beira-Mar, então líder da facção Comando Vermelho, é acusado pelo homicídio de quatro traficantes rivais, da ADA (Amigos dos Amigos), dentro do presídio de Bangu em 11 de setembro de 2002. Entre os mortos estava Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, líder da facção ADA. A rebelião durou 23 horas e só terminou após negociação entre os traficantes e agentes do Estado. Na denúncia, o MP relata que Beira-Mar liderou a ação matando rivais numa disputa entre facções. O traficante pode ser condenado a 30 anos por cada assassinato. O júri é composto por cinco mulheres e dois homens. Entre as testemunhas de defesa está Celso Luis Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém. Apesar de ser membro da ADA, ele foi poupado do ataque na penitenciária. Em seu depoimento, o traficante negou que Beira-Mar tenha participado dos ataques. E disse não ter visto quem assassinou seus companheiros de facção. "Fiquei com dívida. Fiquei vivo. O cara não me fez mal", disse o traficante antes de falar que Beira-Mar não participou da ação. O traficante fez anotações durante o depoimento de Celsinho, fazendo movimentos com a cabeça concordando com a fala. O pedido feito ao juiz Fabio Uchôa para anotar detalhes da fala de Celsinho fez o magistrado deixar a sua cadeira e interroga-lo de pé, fato pouco comum julgamentos de assassinatos. "Você se acha uma estrela?", perguntou o magistrado. "Não me acho. Mas como poderia mandar matar alguém se não sou líder do Comando Vermelho? Quem é do CV sabe que eu não sou o líder", devolveu o traficante. Beira-Mar foi repreendido duas vezes por Uchôa durante o interrogatório de pouco mais de uma hora.
cotidiano
Beira-Mar assume pela primeira vez ter sido traficante, mas nega massacreLuiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, assumiu pela primeira vez, nesta quarta-feira (13), ter sido traficante de drogas. O reconhecimento ocorreu na sessão que julga se ele liderou o massacre de criminosos rivais dentro do presídio de segurança máxima de Bangu (zona oeste do Rio), o que ele nega. A afirmação ocorreu durante seu depoimento de defesa. E destoou das qualificações que declarava anteriormente. Beira-Mar costumava se apresentar como pecuarista ou comerciante. "Era matuto [responsável por abastecer as facções com armas e drogas]. Era pecuarista graças às vendas de entorpecentes", afirmou. No depoimento que está sendo prestado no 1º Tribunal do Júri, Beira-Mar se mostrou muito articulado e pediu para se defender diante do juiz Fabio Uchôa e de promotores. Com condenações que somadas chegam a 189 anos e 2 meses, o traficante disse que não matou ninguém e que o nome dele "dá Ibope". "Estou aqui por causa do meu vulgo. Meu nome justifica tudo. Não há indício contra mim", disse ele. "Cometi muitos crimes, mas não esse." Beira-Mar, então líder da facção Comando Vermelho, é acusado pelo homicídio de quatro traficantes rivais, da ADA (Amigos dos Amigos), dentro do presídio de Bangu em 11 de setembro de 2002. Entre os mortos estava Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, líder da facção ADA. A rebelião durou 23 horas e só terminou após negociação entre os traficantes e agentes do Estado. Na denúncia, o MP relata que Beira-Mar liderou a ação matando rivais numa disputa entre facções. O traficante pode ser condenado a 30 anos por cada assassinato. O júri é composto por cinco mulheres e dois homens. Entre as testemunhas de defesa está Celso Luis Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém. Apesar de ser membro da ADA, ele foi poupado do ataque na penitenciária. Em seu depoimento, o traficante negou que Beira-Mar tenha participado dos ataques. E disse não ter visto quem assassinou seus companheiros de facção. "Fiquei com dívida. Fiquei vivo. O cara não me fez mal", disse o traficante antes de falar que Beira-Mar não participou da ação. O traficante fez anotações durante o depoimento de Celsinho, fazendo movimentos com a cabeça concordando com a fala. O pedido feito ao juiz Fabio Uchôa para anotar detalhes da fala de Celsinho fez o magistrado deixar a sua cadeira e interroga-lo de pé, fato pouco comum julgamentos de assassinatos. "Você se acha uma estrela?", perguntou o magistrado. "Não me acho. Mas como poderia mandar matar alguém se não sou líder do Comando Vermelho? Quem é do CV sabe que eu não sou o líder", devolveu o traficante. Beira-Mar foi repreendido duas vezes por Uchôa durante o interrogatório de pouco mais de uma hora.
6
Temer decide nomear aliado de Cunha para líder do governo no Congresso
Na tentativa de evitar retaliações do chamado "centrão", o presidente Michel Temer decidiu nomear para a liderança do governo no Congresso Nacional o deputado federal André Moura (PSC-SE), ex-líder do governo na Câmara dos Deputados e nome próximo a Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A escolha faz parte de esforço do peemedebista para unificar a base aliada para a votação da reforma previdenciária, cuja expectativa do Palácio do Planalto é aprová-la na Câmara dos Deputados ainda no primeiro semestre deste ano. Nas palavras de um assessor presidencial, o gesto tem como objetivo "curar as feridas" da eleição para o comando da Câmara dos Deputados, realizada em fevereiro. Integrantes de partidos do centrão que trabalharam por candidaturas rivais acusam o presidente de ter auxiliado a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na época, diante do movimento do Palácio do Planalto, integrantes do centrão ameaçaram obstruir a proposta na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e vinham articulando mudanças no texto original enviado pelo governo federal. Com a escolha, o atual líder do Congresso Nacional, Romero Jucá (PMDB-RR), será deslocado para a liderança do governo no Senado Federal, que ficou vaga com a indicação de Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) para o Ministério das Relações Exteriores. Segundo um auxiliar presidencial, com a tramitação da reforma previdenciária, o presidente sabe que nos próximos dois meses "a principal batalha do governo federal será travada na Câmara dos Deputados", o que tornou necessário prestigiar os deputados federais com um posto antes ocupado por senadores. Na tentativa de aprovar a iniciativa, o presidente promoveu um jantar na noite de sexta-feira (3), no Palácio do Jaburu, com líderes da Câmara dos Deputados. No encontro, ele pediu que seja feita uma ofensiva para evitar mudanças substanciais no texto da medida. O peemedebista não falou na possibilidade de retaliação em relação a cargos e emendas no caso de traições durante a tramitação da proposta. Nos bastidores, contudo, ministros e assessores dizem que o governo federal poderá reavaliar a composição de forças diante de posições contrárias à orientação do Palácio do Planalto.
poder
Temer decide nomear aliado de Cunha para líder do governo no CongressoNa tentativa de evitar retaliações do chamado "centrão", o presidente Michel Temer decidiu nomear para a liderança do governo no Congresso Nacional o deputado federal André Moura (PSC-SE), ex-líder do governo na Câmara dos Deputados e nome próximo a Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A escolha faz parte de esforço do peemedebista para unificar a base aliada para a votação da reforma previdenciária, cuja expectativa do Palácio do Planalto é aprová-la na Câmara dos Deputados ainda no primeiro semestre deste ano. Nas palavras de um assessor presidencial, o gesto tem como objetivo "curar as feridas" da eleição para o comando da Câmara dos Deputados, realizada em fevereiro. Integrantes de partidos do centrão que trabalharam por candidaturas rivais acusam o presidente de ter auxiliado a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na época, diante do movimento do Palácio do Planalto, integrantes do centrão ameaçaram obstruir a proposta na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e vinham articulando mudanças no texto original enviado pelo governo federal. Com a escolha, o atual líder do Congresso Nacional, Romero Jucá (PMDB-RR), será deslocado para a liderança do governo no Senado Federal, que ficou vaga com a indicação de Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) para o Ministério das Relações Exteriores. Segundo um auxiliar presidencial, com a tramitação da reforma previdenciária, o presidente sabe que nos próximos dois meses "a principal batalha do governo federal será travada na Câmara dos Deputados", o que tornou necessário prestigiar os deputados federais com um posto antes ocupado por senadores. Na tentativa de aprovar a iniciativa, o presidente promoveu um jantar na noite de sexta-feira (3), no Palácio do Jaburu, com líderes da Câmara dos Deputados. No encontro, ele pediu que seja feita uma ofensiva para evitar mudanças substanciais no texto da medida. O peemedebista não falou na possibilidade de retaliação em relação a cargos e emendas no caso de traições durante a tramitação da proposta. Nos bastidores, contudo, ministros e assessores dizem que o governo federal poderá reavaliar a composição de forças diante de posições contrárias à orientação do Palácio do Planalto.
0
Após aumento para judiciário, Senado pode votar reajuste para Procuradoria
Após aprovar um reajuste médio de 59,5% aos servidores do Judiciário Federal para os próximos quatro anos, o Senado pode votar mais um aumento para o funcionalismo. A exemplo do Judiciário, o aumento médio para servidores do Ministério público e do Conselho Nacional do Ministério Público previsto em projeto que tramita na Casa é da ordem de 59,4%. De acordo com a proposta, servidores em cargos de comissão terão reajustes de até 65%. Aqueles que ocupam funções de confiança terão incremento de cerca de 15% nos salários. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que, se não houver acordo entre governo e categoria, os congressistas vão analisar a matéria. "Se não houver negociação, o parlamento não tem outra coisa a fazer senão apreciar o projeto. Ele não vai sair da pauta novamente por deliberação do presidente do Senado", afirmou na manhã desta quarta-feira (1). A proposta está pronta para ser votada em plenário e está sujeita à decisão dos líderes para ser colocada na ordem do dia. Renan negou que a votação do reajuste do Judiciário tenha gerado atrito com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski. O ministro do Supremo e o Ministério do Planejamento chegaram a enviar ofícios ao Senado afirmando que estavam costurando proposta alternativa. "Havia um compromisso: se não houvesse a evolução da negociação, nós tínhamos que votar. E foi o que fizemos", afirmou. Calheiros argumentou que não poderia tirar o projeto da pauta por "decisão unilateral" e que o "processo legislativo não se esgotou". "A presidente pode fazer o veto se ela entender que é necessário e esse veto depois será apreciado [pelos parlamentares]." Na semana passada, o Ministério do Planejamento apresentou sua proposta de reajuste para o funcionalismo público, mas diversas categorias já demonstraram não aceitar o índice proposto –21,3%, diluídos nos próximos quatro anos.
poder
Após aumento para judiciário, Senado pode votar reajuste para ProcuradoriaApós aprovar um reajuste médio de 59,5% aos servidores do Judiciário Federal para os próximos quatro anos, o Senado pode votar mais um aumento para o funcionalismo. A exemplo do Judiciário, o aumento médio para servidores do Ministério público e do Conselho Nacional do Ministério Público previsto em projeto que tramita na Casa é da ordem de 59,4%. De acordo com a proposta, servidores em cargos de comissão terão reajustes de até 65%. Aqueles que ocupam funções de confiança terão incremento de cerca de 15% nos salários. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que, se não houver acordo entre governo e categoria, os congressistas vão analisar a matéria. "Se não houver negociação, o parlamento não tem outra coisa a fazer senão apreciar o projeto. Ele não vai sair da pauta novamente por deliberação do presidente do Senado", afirmou na manhã desta quarta-feira (1). A proposta está pronta para ser votada em plenário e está sujeita à decisão dos líderes para ser colocada na ordem do dia. Renan negou que a votação do reajuste do Judiciário tenha gerado atrito com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski. O ministro do Supremo e o Ministério do Planejamento chegaram a enviar ofícios ao Senado afirmando que estavam costurando proposta alternativa. "Havia um compromisso: se não houvesse a evolução da negociação, nós tínhamos que votar. E foi o que fizemos", afirmou. Calheiros argumentou que não poderia tirar o projeto da pauta por "decisão unilateral" e que o "processo legislativo não se esgotou". "A presidente pode fazer o veto se ela entender que é necessário e esse veto depois será apreciado [pelos parlamentares]." Na semana passada, o Ministério do Planejamento apresentou sua proposta de reajuste para o funcionalismo público, mas diversas categorias já demonstraram não aceitar o índice proposto –21,3%, diluídos nos próximos quatro anos.
0
Gestão Alckmin planeja acesso à Sala São Paulo 'sem cracolândia'
Quem caminha entre a Sala São Paulo, espaço de concertos elogiado mundo afora, e a tradicional estação da Luz pode ver uma das mais belas vistas arquitetônicas da cidade. Mas não só isso. Moradores de rua, usuários de drogas e um forte cheiro de urina também compõem a paisagem. Se a recuperação desse entorno degradado do centro de São Paulo ainda parece muito distante, a rota entre esses dois bens tombados pelo patrimônio histórico poderá ganhar uma opção isolada nesse cenário urbano –que é rodeado pela cracolândia. A CPTM, companhia de trens gerenciada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), planeja construir uma ligação para pedestres entre eles. O estudo foi aprovado pelo Condephaat, órgão estadual de patrimônio, no dia 6 de junho. O caminho teria cerca de 250 metros, passaria por dentro da estação, acompanharia os trilhos e sairia no estacionamento da Sala São Paulo. A medida beneficia os usuários do complexo Júlio Prestes, que inclui a Sala São Paulo, a Secretaria de Estado da Cultura e a Fundação Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo). Para a CPTM, a ligação dá mais um acesso aos equipamentos públicos. A pasta da Cultura diz que a proposta pode beneficiar usuários do metrô e impactar positivamente no trânsito, "estimulando" a utilização do transporte público "para acesso à Sala São Paulo e outros equipamentos culturais no entorno". TRINCHEIRA Urbanistas consultados pela Folha temem que a proposta seja um privilégio aos usuários do complexo Júlio Prestes em detrimento da segurança nas vias públicas. Para Silvio Oksman, arquiteto e conselheiro do Condephaat que teve acesso ao estudo preliminar, a proposta foi aprovada por não interferir com os bens tombados, mas é muito negativa do ponto de vista urbanístico. "Esse projeto é inadmissível, não é democrático. O lugar de circulação das pessoas é a rua. Ao invés de fazer uma passarela separada, para poucos, seria melhor qualificar o passeio público", diz. Ele avalia que o novo caminho pode aumentar a insegurança no local, ao diminuir o fluxo de pedestres nas vias. O arquiteto e urbanista Kazuo Nakano, professor de Desenvolvimento Urbano da FGV Direito, concorda. "É uma declaração de fracasso do Estado. Está criando uma trincheira para os usuários chiques da Sala São Paulo ficarem protegidos das ameaças da rua", afirma. Ligação Luz - Sala São Paulo Outros arquitetos dizem que a ideia pode ser benéfica, contanto que seja integrada ao entorno, em um projeto urbanístico completo. "Se a ligação for totalmente isolada, não é válida, porque não dá para usar a arquitetura para tentar solucionar a violência urbana", defende o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, Gilberto Belleza. Para o arquiteto João Martinez Corrêa, é preciso encontrar uma forma de conciliar os interesses. "A sala está ali para ser usada, quantas pessoas deixam de frequentar o local porque se sentem inseguras? Então sou favorável ao projeto desde que ele seja adequado e democrático, para não criar separações." Segundo a CPTM, ainda não há prazo para a execução ou estimativa de custo. A empresa diz que ainda não está definido se o caminho será ao ar livre, com alguma cobertura ou separação dos trilhos. A proposta ainda passará pelo Iphan e pelo Conpresp, responsáveis pelo patrimônio na esfera federal e municipal, respectivamente. Caso seja dado o aval, a CPTM poderá, então, encomendar os projetos básico e executivo. MEDO DE ASSALTOS Aurea Diovana, 17, é uma espectadora assídua da Sala São Paulo. Ela estuda em uma escola de música do Estado, a Tom Jobim, a cerca de 200 metros da sala de espetáculos, e costuma voltar de metrô após as aulas e concertos. No trajeto, durante a noite, ela já sofreu uma tentativa de assalto e foi agredida. "Na saída do concerto, levei um tapa no rosto, sem ter feito nada. Passei por um cara, bem doido, e ele fez isso. Outra vez, um homem me falou para passar o celular, mas consegui sair andando", diz. A bancária Sônia Andrade, 48, também tem medo. Ela prefere ir de carro até o local. "É muito bonito aqui, adoro ir aos concertos, mas infelizmente é arriscado." Fátima Vogt, 47, acompanha as apresentações do filho, que é músico. Moradora da zona leste, a empresária vai de metrô até uma estação central e pega um táxi. "Se tivesse uma forma segura de ir direto até a estação da Luz seria maravilhoso", afirma. Os funcionários do complexo Júlio Prestes dizem que os roubos são comuns por ali, mesmo durante o dia e com a presença da Polícia Militar e da guarda municipal. Durante a noite, o risco é ainda maior. A Secretaria de Cultura oferece uma van para seus funcionários até a estação. A delegacia que atende a região registrou 1.791 roubos entre janeiro e maio. Para efeito de comparação, na de Pinheiros (zona oeste) foram 880 no mesmo período. A Secretaria Municipal de Segurança Urbana afirma que a insegurança é resultado do "abandono do local pela Polícia Militar". A pasta diz que mantém 250 guardas durante o dia e 100 de noite na região da Luz e que "irá intensificar de imediato o patrulhamento nas proximidades". A secretaria promete abrir, entre agosto e setembro, uma unidade da GCM com 300 guardas, chamada de Inspetoria de Redução de Danos. A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo afirma que a Polícia Militar faz rondas preventivas na área da Luz e mantém uma base móvel 24 horas por dia no local. A pasta diz que prendeu 280 pessoas nos primeiros cinco meses do ano na região da Luz.
cotidiano
Gestão Alckmin planeja acesso à Sala São Paulo 'sem cracolândia'Quem caminha entre a Sala São Paulo, espaço de concertos elogiado mundo afora, e a tradicional estação da Luz pode ver uma das mais belas vistas arquitetônicas da cidade. Mas não só isso. Moradores de rua, usuários de drogas e um forte cheiro de urina também compõem a paisagem. Se a recuperação desse entorno degradado do centro de São Paulo ainda parece muito distante, a rota entre esses dois bens tombados pelo patrimônio histórico poderá ganhar uma opção isolada nesse cenário urbano –que é rodeado pela cracolândia. A CPTM, companhia de trens gerenciada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), planeja construir uma ligação para pedestres entre eles. O estudo foi aprovado pelo Condephaat, órgão estadual de patrimônio, no dia 6 de junho. O caminho teria cerca de 250 metros, passaria por dentro da estação, acompanharia os trilhos e sairia no estacionamento da Sala São Paulo. A medida beneficia os usuários do complexo Júlio Prestes, que inclui a Sala São Paulo, a Secretaria de Estado da Cultura e a Fundação Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo). Para a CPTM, a ligação dá mais um acesso aos equipamentos públicos. A pasta da Cultura diz que a proposta pode beneficiar usuários do metrô e impactar positivamente no trânsito, "estimulando" a utilização do transporte público "para acesso à Sala São Paulo e outros equipamentos culturais no entorno". TRINCHEIRA Urbanistas consultados pela Folha temem que a proposta seja um privilégio aos usuários do complexo Júlio Prestes em detrimento da segurança nas vias públicas. Para Silvio Oksman, arquiteto e conselheiro do Condephaat que teve acesso ao estudo preliminar, a proposta foi aprovada por não interferir com os bens tombados, mas é muito negativa do ponto de vista urbanístico. "Esse projeto é inadmissível, não é democrático. O lugar de circulação das pessoas é a rua. Ao invés de fazer uma passarela separada, para poucos, seria melhor qualificar o passeio público", diz. Ele avalia que o novo caminho pode aumentar a insegurança no local, ao diminuir o fluxo de pedestres nas vias. O arquiteto e urbanista Kazuo Nakano, professor de Desenvolvimento Urbano da FGV Direito, concorda. "É uma declaração de fracasso do Estado. Está criando uma trincheira para os usuários chiques da Sala São Paulo ficarem protegidos das ameaças da rua", afirma. Ligação Luz - Sala São Paulo Outros arquitetos dizem que a ideia pode ser benéfica, contanto que seja integrada ao entorno, em um projeto urbanístico completo. "Se a ligação for totalmente isolada, não é válida, porque não dá para usar a arquitetura para tentar solucionar a violência urbana", defende o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, Gilberto Belleza. Para o arquiteto João Martinez Corrêa, é preciso encontrar uma forma de conciliar os interesses. "A sala está ali para ser usada, quantas pessoas deixam de frequentar o local porque se sentem inseguras? Então sou favorável ao projeto desde que ele seja adequado e democrático, para não criar separações." Segundo a CPTM, ainda não há prazo para a execução ou estimativa de custo. A empresa diz que ainda não está definido se o caminho será ao ar livre, com alguma cobertura ou separação dos trilhos. A proposta ainda passará pelo Iphan e pelo Conpresp, responsáveis pelo patrimônio na esfera federal e municipal, respectivamente. Caso seja dado o aval, a CPTM poderá, então, encomendar os projetos básico e executivo. MEDO DE ASSALTOS Aurea Diovana, 17, é uma espectadora assídua da Sala São Paulo. Ela estuda em uma escola de música do Estado, a Tom Jobim, a cerca de 200 metros da sala de espetáculos, e costuma voltar de metrô após as aulas e concertos. No trajeto, durante a noite, ela já sofreu uma tentativa de assalto e foi agredida. "Na saída do concerto, levei um tapa no rosto, sem ter feito nada. Passei por um cara, bem doido, e ele fez isso. Outra vez, um homem me falou para passar o celular, mas consegui sair andando", diz. A bancária Sônia Andrade, 48, também tem medo. Ela prefere ir de carro até o local. "É muito bonito aqui, adoro ir aos concertos, mas infelizmente é arriscado." Fátima Vogt, 47, acompanha as apresentações do filho, que é músico. Moradora da zona leste, a empresária vai de metrô até uma estação central e pega um táxi. "Se tivesse uma forma segura de ir direto até a estação da Luz seria maravilhoso", afirma. Os funcionários do complexo Júlio Prestes dizem que os roubos são comuns por ali, mesmo durante o dia e com a presença da Polícia Militar e da guarda municipal. Durante a noite, o risco é ainda maior. A Secretaria de Cultura oferece uma van para seus funcionários até a estação. A delegacia que atende a região registrou 1.791 roubos entre janeiro e maio. Para efeito de comparação, na de Pinheiros (zona oeste) foram 880 no mesmo período. A Secretaria Municipal de Segurança Urbana afirma que a insegurança é resultado do "abandono do local pela Polícia Militar". A pasta diz que mantém 250 guardas durante o dia e 100 de noite na região da Luz e que "irá intensificar de imediato o patrulhamento nas proximidades". A secretaria promete abrir, entre agosto e setembro, uma unidade da GCM com 300 guardas, chamada de Inspetoria de Redução de Danos. A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo afirma que a Polícia Militar faz rondas preventivas na área da Luz e mantém uma base móvel 24 horas por dia no local. A pasta diz que prendeu 280 pessoas nos primeiros cinco meses do ano na região da Luz.
6
Gilberto Carvalho diz que lobista pediu a ele que advogasse por medida
Ex-chefe de gabinete do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho disse à Justiça Federal que o lobista Mauro Marcondes pediu que ele "advogasse" junto ao governo em favor da prorrogação de uma medida provisória que concedia benefícios fiscais à indústria automotiva. De acordo com Carvalho, a solicitação ocorreu durante a gestão Dilma Rousseff, quando ele comandava a Secretaria-Geral da Presidência, cargo com status de ministro. "O argumento dele era que as empresas [beneficiadas pelo incentivo fiscal] ameaçavam sair das regiões [em que estavam]. Eu disse a ele que isso não era meu papel, mas da Fazenda", afirmou Carvalho, explicando que não atendeu ao pleito do lobista. "Disse que eu tinha outra função no governo e que não iria poder ajudá-lo. Foi isso", acrescentou, ao falar com a imprensa, após prestar seu depoimento na ação penal originária da Operação Zelotes. O ex-chefe de gabinete de Lula confirmou ainda que Mauro Marcondes foi recebido pelo menos três vezes no Palácio do Planalto. De acordo com ele, porém, as pautas diziam respeito a assuntos institucionais e ocorriam no seu próprio gabinete ou no da Presidência da República, na presença de Lula, o que teria acontecido apenas uma vez, conforme se recordava. Carvalho falou que não tem qualquer vínculo de amizade com Marcondes e que jamais ouviu um qualquer proposta escusa vinda do lobista. "Nunca recebi fora da minha sala, ele nunca foi na minha casa, [não havia] nenhuma relação pessoal", resumiu o ex-ministro. Carvalhou relatou que, numa das ocasiões, Marcondes o entregou uma carta com pleitos do setor automotivo. Segundo ele, o documento fora enviado por uma empresa europeia, que ele não se recorda o nome, por intermédio do lobista. Em seu depoimento, o ex-chefe de gabinete de Lula sustentou que Marcondes era recebido por ser representante da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Ele negou ter tido conhecimento de qualquer ilegalidade envolvendo supostas compras de medidas provisórias (MPs), um dos principais alvos da Operação Zelotes.Afirmou que Lula tinha prazer de se reunir com comandantes de grandes empresas, sobretudo as que mantinham investimentos no Brasil. O ex-ministro frisou ser natural, num ambiente democrático, que o alto escalão do governo dialogue diretamente com empresários e outros setores da sociedade. Argumentou que a concessão de benefícios fiscais às montadoras, garantidos pela aprovação das referidas MPs, foram fundamentais para o desenvolvimento econômico de estados das regiões Nordeste e Centro-Oeste, principalmente Pernambuco e Bahia. PRESENTE Gilberto Carvalho, como já havia contado em seu depoimento à Polícia Federal, disse à Justiça que recebeu apenas um presente de Mauro Marcondes. "Quando adotei duas crianças, ele mandou presentinho: duas bonecas para as minhas meninas", lembrou Carvalho. Os brinquedos foram enviados, segundo o ex-ministro, após a imprensa noticiar que Carvalho havia adotado as crianças. CRÍTICAS O ex-ministro criticou o andamento da Operação Zelotes, que foi desencadeada em março de 2015 e agora também investiga pagamentos feitos a um dos filhos do ex-presidente, Luis Cláudio Lula da Silva. Para Carvalho, a operação tem por foco agora o ex-presidente Lula. "O que me ofende é ver a Operação Zelotes abandonar completamente o foco principal, que é buscar recursos de volta para o país, daqueles que sonegaram, e focar num assunto muito particular, que eu tenho absoluta certeza de que, do ponto de vista do Executivo, não tem fundamento nenhum", disse o ex-ministro à imprensa após o seu depoimento. Indagado sobre o motivo pelo qual isso teria ocorrido, Carvalho afirmou: "O foco [da Zelotes] é o presidente Lula, que passou a ser objeto de busca, de perseguição, ao presidente Lula. Eu só estou nessa história por causa do presidente Lula". Carvalho contou ainda que hoje ele e sua filha têm uma dívida de R$ 1,2 milhão por empréstimos bancários e que recentemente teve que emprestar R$ 40 mil de um amigo para quitar compromissos.
poder
Gilberto Carvalho diz que lobista pediu a ele que advogasse por medidaEx-chefe de gabinete do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho disse à Justiça Federal que o lobista Mauro Marcondes pediu que ele "advogasse" junto ao governo em favor da prorrogação de uma medida provisória que concedia benefícios fiscais à indústria automotiva. De acordo com Carvalho, a solicitação ocorreu durante a gestão Dilma Rousseff, quando ele comandava a Secretaria-Geral da Presidência, cargo com status de ministro. "O argumento dele era que as empresas [beneficiadas pelo incentivo fiscal] ameaçavam sair das regiões [em que estavam]. Eu disse a ele que isso não era meu papel, mas da Fazenda", afirmou Carvalho, explicando que não atendeu ao pleito do lobista. "Disse que eu tinha outra função no governo e que não iria poder ajudá-lo. Foi isso", acrescentou, ao falar com a imprensa, após prestar seu depoimento na ação penal originária da Operação Zelotes. O ex-chefe de gabinete de Lula confirmou ainda que Mauro Marcondes foi recebido pelo menos três vezes no Palácio do Planalto. De acordo com ele, porém, as pautas diziam respeito a assuntos institucionais e ocorriam no seu próprio gabinete ou no da Presidência da República, na presença de Lula, o que teria acontecido apenas uma vez, conforme se recordava. Carvalho falou que não tem qualquer vínculo de amizade com Marcondes e que jamais ouviu um qualquer proposta escusa vinda do lobista. "Nunca recebi fora da minha sala, ele nunca foi na minha casa, [não havia] nenhuma relação pessoal", resumiu o ex-ministro. Carvalhou relatou que, numa das ocasiões, Marcondes o entregou uma carta com pleitos do setor automotivo. Segundo ele, o documento fora enviado por uma empresa europeia, que ele não se recorda o nome, por intermédio do lobista. Em seu depoimento, o ex-chefe de gabinete de Lula sustentou que Marcondes era recebido por ser representante da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Ele negou ter tido conhecimento de qualquer ilegalidade envolvendo supostas compras de medidas provisórias (MPs), um dos principais alvos da Operação Zelotes.Afirmou que Lula tinha prazer de se reunir com comandantes de grandes empresas, sobretudo as que mantinham investimentos no Brasil. O ex-ministro frisou ser natural, num ambiente democrático, que o alto escalão do governo dialogue diretamente com empresários e outros setores da sociedade. Argumentou que a concessão de benefícios fiscais às montadoras, garantidos pela aprovação das referidas MPs, foram fundamentais para o desenvolvimento econômico de estados das regiões Nordeste e Centro-Oeste, principalmente Pernambuco e Bahia. PRESENTE Gilberto Carvalho, como já havia contado em seu depoimento à Polícia Federal, disse à Justiça que recebeu apenas um presente de Mauro Marcondes. "Quando adotei duas crianças, ele mandou presentinho: duas bonecas para as minhas meninas", lembrou Carvalho. Os brinquedos foram enviados, segundo o ex-ministro, após a imprensa noticiar que Carvalho havia adotado as crianças. CRÍTICAS O ex-ministro criticou o andamento da Operação Zelotes, que foi desencadeada em março de 2015 e agora também investiga pagamentos feitos a um dos filhos do ex-presidente, Luis Cláudio Lula da Silva. Para Carvalho, a operação tem por foco agora o ex-presidente Lula. "O que me ofende é ver a Operação Zelotes abandonar completamente o foco principal, que é buscar recursos de volta para o país, daqueles que sonegaram, e focar num assunto muito particular, que eu tenho absoluta certeza de que, do ponto de vista do Executivo, não tem fundamento nenhum", disse o ex-ministro à imprensa após o seu depoimento. Indagado sobre o motivo pelo qual isso teria ocorrido, Carvalho afirmou: "O foco [da Zelotes] é o presidente Lula, que passou a ser objeto de busca, de perseguição, ao presidente Lula. Eu só estou nessa história por causa do presidente Lula". Carvalho contou ainda que hoje ele e sua filha têm uma dívida de R$ 1,2 milhão por empréstimos bancários e que recentemente teve que emprestar R$ 40 mil de um amigo para quitar compromissos.
0
Teto de carro alegórico desaba na Sapucaí e deixa 10 feridos
Parte de um carro alegórico da escola Unidos da Tijuca afundou na madrugada desta terça-feira (28) no Sambódromo do Rio de Janeiro. Foram 20 atendimentos médicos, sendo que 10 das pessoas atendidas estavam feridas. Destas, nove foram levadas para o hospital e suspeita-se que duas estejam em estado grave. Uma vítima com suspeita de traumatismo craniano foi levada ao Hospital Souza Aguiar e outra, com suspeita de traumatismo abdominal, ao Hospital Miguel Couto. O desfile da Unidos da Tijuca terminou aos 76 minutos, um minuto a mais que o tempo máximo permitido. O carro que quebrou era o segundo do desfile da Tijuca. A alegoria representava a cidade americana de Nova Orleans, com sua arquitetura típica. A parte superior da alegoria afundou, derrubando componentes que estavam em cima dela. Segundo Leonardo Alves, 36, integrante da Unidos da Tijuca que estava no carro que se acidentou, a parte que despencou trazia oito casais, divididos em duas posições: metade mais próximo da borda do carro e os demais na parte interna. "Nós iríamos nos revezar. Quem estava dentro foi quem caiu", disse Alves, que estava na borda do carro. Sua parceira de coreografia, Sandra, estava no centro do veículo e caiu. "Tentei segurar ela, mas ela escapuliu", disse Alves. Segundo ele, a estrutura que quebrou estava suspensa sobre um vão —ao se romper, ela fez com que as vítimas despencassem até a base do carro, de uma altura de cerca de seis metros.
cotidiano
Teto de carro alegórico desaba na Sapucaí e deixa 10 feridosParte de um carro alegórico da escola Unidos da Tijuca afundou na madrugada desta terça-feira (28) no Sambódromo do Rio de Janeiro. Foram 20 atendimentos médicos, sendo que 10 das pessoas atendidas estavam feridas. Destas, nove foram levadas para o hospital e suspeita-se que duas estejam em estado grave. Uma vítima com suspeita de traumatismo craniano foi levada ao Hospital Souza Aguiar e outra, com suspeita de traumatismo abdominal, ao Hospital Miguel Couto. O desfile da Unidos da Tijuca terminou aos 76 minutos, um minuto a mais que o tempo máximo permitido. O carro que quebrou era o segundo do desfile da Tijuca. A alegoria representava a cidade americana de Nova Orleans, com sua arquitetura típica. A parte superior da alegoria afundou, derrubando componentes que estavam em cima dela. Segundo Leonardo Alves, 36, integrante da Unidos da Tijuca que estava no carro que se acidentou, a parte que despencou trazia oito casais, divididos em duas posições: metade mais próximo da borda do carro e os demais na parte interna. "Nós iríamos nos revezar. Quem estava dentro foi quem caiu", disse Alves, que estava na borda do carro. Sua parceira de coreografia, Sandra, estava no centro do veículo e caiu. "Tentei segurar ela, mas ela escapuliu", disse Alves. Segundo ele, a estrutura que quebrou estava suspensa sobre um vão —ao se romper, ela fez com que as vítimas despencassem até a base do carro, de uma altura de cerca de seis metros.
6
Buscas no Google atingem menor nível desde 2009 nos EUA, diz pesquisa
A participação do Google no mercado de buscas norte-americano atingiu em dezembro o seu menor nível desde 2009, de acordo com a consultoria StatCounter. A ferramenta da companhia foi responsável por 75,2% das buscas nos EUA no último mês –em dezembro de 2013, concentrava 79,3% das pesquisas on-line. O Yahoo!, por outro lado, obteve a sua maior participação desde 2009, conseguindo 10,37% do mercado, aumento de três pontos percentuais em relação ao ano anterior. Segundo a consultoria, um dos motivos da mudança foi a substituição do Google pelo Yahoo! como buscador padrão do navegador FireFox, da Mozilla. A troca foi feita no final de novembro, quando o Google tinha 77,29% do mercado americano e o Yahoo! 8,6%. "A 'jogada' da Mozilla teve um claro impacto sobre as buscas nos EUA", comentou Aodhan Cullen, presidente-executivo da StatCounter, em um comunicado à imprensa. "A questão, agora, é se os usuários do Firefox vão voltar para o Google". Segundo ele, cerca de 12% dos internautas americanos utilizam o Firefox para navegar. No Brasil, a mudança não trouxe o mesmo reflexo. O uso da ferramenta de busca do Google manteve-se na casa dos 93% na comparação entre dezembro de 2013 e dezembro de 2014.
tec
Buscas no Google atingem menor nível desde 2009 nos EUA, diz pesquisaA participação do Google no mercado de buscas norte-americano atingiu em dezembro o seu menor nível desde 2009, de acordo com a consultoria StatCounter. A ferramenta da companhia foi responsável por 75,2% das buscas nos EUA no último mês –em dezembro de 2013, concentrava 79,3% das pesquisas on-line. O Yahoo!, por outro lado, obteve a sua maior participação desde 2009, conseguindo 10,37% do mercado, aumento de três pontos percentuais em relação ao ano anterior. Segundo a consultoria, um dos motivos da mudança foi a substituição do Google pelo Yahoo! como buscador padrão do navegador FireFox, da Mozilla. A troca foi feita no final de novembro, quando o Google tinha 77,29% do mercado americano e o Yahoo! 8,6%. "A 'jogada' da Mozilla teve um claro impacto sobre as buscas nos EUA", comentou Aodhan Cullen, presidente-executivo da StatCounter, em um comunicado à imprensa. "A questão, agora, é se os usuários do Firefox vão voltar para o Google". Segundo ele, cerca de 12% dos internautas americanos utilizam o Firefox para navegar. No Brasil, a mudança não trouxe o mesmo reflexo. O uso da ferramenta de busca do Google manteve-se na casa dos 93% na comparação entre dezembro de 2013 e dezembro de 2014.
5
Sob protesto, filha do ex-ditador Fujimori é favorita na eleição no Peru
Mais de 50 mil pessoas foram às ruas na noite da última terça (5) protestar contra a candidata Keiko Fujimori, filha do ex-ditador peruano Alberto Fujimori (1990-2000), que lidera as pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno das eleições presidenciais deste domingo (10). As manifestações tiveram lugar em Lima e em outras 20 cidades do país. "Foi uma demonstração contundente e muito representativa pela quantidade e pelos atores sociais que estiveram presentes", disse à Folha o escritor e jornalista Gustavo Gorriti (autor de "Sendero"), sequestrado pelo Exército logo após o golpe. A marcha, que percorreu bairros de classe média e do centro de Lima, reuniu familiares de desaparecidos, associações de direitos humanos, diretores de meios de comunicação e jornalistas que foram censurados ou presos no período, atores, intelectuais e líderes da oposição. Os manifestantes levavam cartazes dizendo "fujimorismo nunca mais" e "não a Keiko". A data escolhida não foi ao acaso. Em 5 de abril de 1992, há 24 anos, Alberto Fujimori fechou o Congresso e declarou o "autogolpe" que transformou sua gestão numa ditadura. KEIKO CANDIDATA Esta é a segunda vez que Keiko Fujimori, 40, tenta concorrer à presidência. Tendo estudado nos EUA e casado com um norte-americano, ela voltou a Lima quando os pais se separaram, e passou a atuar como primeira-dama durante a gestão do pai. Em 2011, lançou-se candidata e perdeu por uma apertada margem o segundo turno contra o atual mandatário, Ollanta Humala. No atual pleito, a candidata fujimorista tem 33% das intenções de voto, contra 16% do economista conservador Pedro Pablo Kuczynski (conhecido como PPK) e 15% da esquerdista Veronika Mendoza (segundo pesquisa do instituto Ipsos de domingo). Analistas ouvidos pela Folha afirmam que o candidato que ficar em segundo lugar no domingo, mesmo com uma grande diferença de votos, pode vencer Keiko no segundo turno, em 5 de junho, devido ao alto índice de rejeição, da candidata, 52%. Enquanto Kuczynski está estacionado, Mendoza vem crescendo. "A tendência agora é de uma polarização da disputa, se isso se confirma, Mendoza se beneficia", diz Gorriti. A candidata esquerdista, de 35 anos, é dos poucos candidatos presidenciais (ao todo são 16) não atingidos diretamente pelo escândalo dos "Panama Papers", ao contrário de Keiko e PPK. NOVA ESTRATÉGIA Nos últimos quatro anos, Keiko mudou a estratégia. "Como percebeu que se continuasse atada às bandeiras do pai, as da eficiência contra a inflação e contra a violência, não sairia dos 30%, ela tem adotado um discurso mais flexível, mirando eleitores de centro e de esquerda", diz o biógrafo da candidata José Carlos Paredes. De fato, Keiko afastou de seu núcleo de campanha velhas lideranças fujimoristas e passou a criticar aspectos negativos da gestão do pai, como a corrupção, e admitir que houve "certos tipos de abusos de direitos humanos". A candidata chegou a se dizer favorável a debater a legalidade da união civil entre homossexuais (não há casamento gay no Peru) e do aborto em algumas situações. Também afirmou, em mais de uma ocasião, que o fechamento do Congresso, em 1992, pelo pai, foi um "erro" e que isso jamais aconteceria em sua gestão. "A força do fujimorismo está numa recordação, numa lembrança de um estado de ânimo. E é difícil manter esse mito vivo e ao mesmo tempo ampliar suas bandeiras", disse à Folha o analista político Alberto Vergara. Já para Paredes, a força do fujimorismo está nos dois extremos na escala social. "São as populações dos Andes, sempre esquecidas, que se lembram de Fujimori como o único que foi até lá e construiu uma ponte, uma escola. Por outro lado, está o alto empresariado do país, que se beneficiou de suas políticas de abertura econômica. O desafio de Keiko é conquistar quem está no meio."
mundo
Sob protesto, filha do ex-ditador Fujimori é favorita na eleição no PeruMais de 50 mil pessoas foram às ruas na noite da última terça (5) protestar contra a candidata Keiko Fujimori, filha do ex-ditador peruano Alberto Fujimori (1990-2000), que lidera as pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno das eleições presidenciais deste domingo (10). As manifestações tiveram lugar em Lima e em outras 20 cidades do país. "Foi uma demonstração contundente e muito representativa pela quantidade e pelos atores sociais que estiveram presentes", disse à Folha o escritor e jornalista Gustavo Gorriti (autor de "Sendero"), sequestrado pelo Exército logo após o golpe. A marcha, que percorreu bairros de classe média e do centro de Lima, reuniu familiares de desaparecidos, associações de direitos humanos, diretores de meios de comunicação e jornalistas que foram censurados ou presos no período, atores, intelectuais e líderes da oposição. Os manifestantes levavam cartazes dizendo "fujimorismo nunca mais" e "não a Keiko". A data escolhida não foi ao acaso. Em 5 de abril de 1992, há 24 anos, Alberto Fujimori fechou o Congresso e declarou o "autogolpe" que transformou sua gestão numa ditadura. KEIKO CANDIDATA Esta é a segunda vez que Keiko Fujimori, 40, tenta concorrer à presidência. Tendo estudado nos EUA e casado com um norte-americano, ela voltou a Lima quando os pais se separaram, e passou a atuar como primeira-dama durante a gestão do pai. Em 2011, lançou-se candidata e perdeu por uma apertada margem o segundo turno contra o atual mandatário, Ollanta Humala. No atual pleito, a candidata fujimorista tem 33% das intenções de voto, contra 16% do economista conservador Pedro Pablo Kuczynski (conhecido como PPK) e 15% da esquerdista Veronika Mendoza (segundo pesquisa do instituto Ipsos de domingo). Analistas ouvidos pela Folha afirmam que o candidato que ficar em segundo lugar no domingo, mesmo com uma grande diferença de votos, pode vencer Keiko no segundo turno, em 5 de junho, devido ao alto índice de rejeição, da candidata, 52%. Enquanto Kuczynski está estacionado, Mendoza vem crescendo. "A tendência agora é de uma polarização da disputa, se isso se confirma, Mendoza se beneficia", diz Gorriti. A candidata esquerdista, de 35 anos, é dos poucos candidatos presidenciais (ao todo são 16) não atingidos diretamente pelo escândalo dos "Panama Papers", ao contrário de Keiko e PPK. NOVA ESTRATÉGIA Nos últimos quatro anos, Keiko mudou a estratégia. "Como percebeu que se continuasse atada às bandeiras do pai, as da eficiência contra a inflação e contra a violência, não sairia dos 30%, ela tem adotado um discurso mais flexível, mirando eleitores de centro e de esquerda", diz o biógrafo da candidata José Carlos Paredes. De fato, Keiko afastou de seu núcleo de campanha velhas lideranças fujimoristas e passou a criticar aspectos negativos da gestão do pai, como a corrupção, e admitir que houve "certos tipos de abusos de direitos humanos". A candidata chegou a se dizer favorável a debater a legalidade da união civil entre homossexuais (não há casamento gay no Peru) e do aborto em algumas situações. Também afirmou, em mais de uma ocasião, que o fechamento do Congresso, em 1992, pelo pai, foi um "erro" e que isso jamais aconteceria em sua gestão. "A força do fujimorismo está numa recordação, numa lembrança de um estado de ânimo. E é difícil manter esse mito vivo e ao mesmo tempo ampliar suas bandeiras", disse à Folha o analista político Alberto Vergara. Já para Paredes, a força do fujimorismo está nos dois extremos na escala social. "São as populações dos Andes, sempre esquecidas, que se lembram de Fujimori como o único que foi até lá e construiu uma ponte, uma escola. Por outro lado, está o alto empresariado do país, que se beneficiou de suas políticas de abertura econômica. O desafio de Keiko é conquistar quem está no meio."
3
Novo ministro da Saúde defende que cobrança de CPMF seja permanente
O novo ministro da Saúde, Marcelo Castro, defendeu nesta sexta-feira (2) que a cobrança da CPMF seja permanente, e não pelo período de quatro anos como propôs o governo federal em pacote fiscal enviado ao Congresso Nacional. Em cerimônia na qual foi anunciado novo titular da pasta, o deputado federal disse ainda que propôs ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que o chamado "imposto do cheque" seja cobrado das duas pontas de uma movimentação financeira: tanto de quem efetua como de quem recebe um depósito financeiro. O ministro disse que pretende enviar ao Congresso Nacional projeto de lei sobre a chamada "dupla tributação" e explicou que ela seria cobrada "no crédito e no débito". "Por exemplo, João dá um cheque de R$ 1000 para Pedro. No débito de João, entram R$ 1.002: R$ 1000 para a conta de Pedro e R$ 2 para a CPMF", disse. "Quando esses R$ 1000 vão para a conta de Pedro, não entram R$ 1000, mas R$ 998, porque R$ 2 vão para a CPMF. Assim, o governo federal acaba recebendo o dobro de dinheiro", acrescentou. "Todos (do governo) gostaram da proposta, porque nós não vamos aumentar a alíquota, não vamos onerar ninguém individualmente, vamos arrecadar dobrado e vamos levar esses recursos para Estados e municípios que estão vivendo hoje em grande dificuldade", disse. Em oposição ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ministro que também é filiado ao PMDB defendeu o tributo e disse que é necessário que tenha uma mobilização no país para "salvar a saúde do país". Para ele, o presidente da Casa Legislativa será convencido a "ajudar" a aprovar a recriação do imposto já que, segundo o novo ministro, ele é um "patriota". "Ele com certeza vai ajudar, porque ele é um patriota e vai sabe que um dos problemas mais graves do país é a saúde", disse. No mês passado, Cunha já disse ser contra a CPMF e avaliou que ela não será aprovada na Câmara dos Deputados. Pela proposta do governo federal, o imposto terá alíquota de 0,20%, será destinado ao custeio da Previdência e tem expectativa de arrecadar R$ 32 bilhões por ano.
poder
Novo ministro da Saúde defende que cobrança de CPMF seja permanenteO novo ministro da Saúde, Marcelo Castro, defendeu nesta sexta-feira (2) que a cobrança da CPMF seja permanente, e não pelo período de quatro anos como propôs o governo federal em pacote fiscal enviado ao Congresso Nacional. Em cerimônia na qual foi anunciado novo titular da pasta, o deputado federal disse ainda que propôs ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que o chamado "imposto do cheque" seja cobrado das duas pontas de uma movimentação financeira: tanto de quem efetua como de quem recebe um depósito financeiro. O ministro disse que pretende enviar ao Congresso Nacional projeto de lei sobre a chamada "dupla tributação" e explicou que ela seria cobrada "no crédito e no débito". "Por exemplo, João dá um cheque de R$ 1000 para Pedro. No débito de João, entram R$ 1.002: R$ 1000 para a conta de Pedro e R$ 2 para a CPMF", disse. "Quando esses R$ 1000 vão para a conta de Pedro, não entram R$ 1000, mas R$ 998, porque R$ 2 vão para a CPMF. Assim, o governo federal acaba recebendo o dobro de dinheiro", acrescentou. "Todos (do governo) gostaram da proposta, porque nós não vamos aumentar a alíquota, não vamos onerar ninguém individualmente, vamos arrecadar dobrado e vamos levar esses recursos para Estados e municípios que estão vivendo hoje em grande dificuldade", disse. Em oposição ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ministro que também é filiado ao PMDB defendeu o tributo e disse que é necessário que tenha uma mobilização no país para "salvar a saúde do país". Para ele, o presidente da Casa Legislativa será convencido a "ajudar" a aprovar a recriação do imposto já que, segundo o novo ministro, ele é um "patriota". "Ele com certeza vai ajudar, porque ele é um patriota e vai sabe que um dos problemas mais graves do país é a saúde", disse. No mês passado, Cunha já disse ser contra a CPMF e avaliou que ela não será aprovada na Câmara dos Deputados. Pela proposta do governo federal, o imposto terá alíquota de 0,20%, será destinado ao custeio da Previdência e tem expectativa de arrecadar R$ 32 bilhões por ano.
0
Mais da metade dos lares brasileiros ainda tinha TV de tubo em 2013
Mais da metade dos lares brasileiros (54,5%) ainda tinha TV de tubo em 2013, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada nesta quarta-feira (29) pelo IBGE. A TV de tela fina estava presente em 24,3% dos 65,1 milhões de domicílios pesquisados. Os dois modelos de televisão eram encontrados em 21,2% das residências. A pesquisa também mostra que somente 31,2% dos lares tinha TV digital naquele ano. E que 97,2% estavam equipados com ao menos um aparelho de TV. Apesar da baixa adesão ao modelo, o governo pretende iniciar o desligamento das redes de TV analógica entre 2016 e 2018, o que só se completará quando o percentual de acesso à TV digital dos lares brasileiros chegar a 93%. O país está, dessa forma, ainda longe da meta do governo. O levantamento realizado há dois anos registrou que 28,5% das residências com televisão –18,1 milhões de lares– dispunham apenas do sinal analógico captado com auxílio de antenas de pequeno alcance e sujeito a mais interferências. Ou seja, não possuíam nem transmissão digital de TV aberta, nem TV por assinatura ou parabólica. ALCANCE DA TV DIGITAL JÁ É MAIOR Segundo Carlos Nazareth Marins, vice-presidente do centro privado de pesquisa Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), sediado no interior de Minas Gerais, todas as capitais brasileiras já dispõem do sinal digital e existe entre as emissoras de TV um esforço para propagar este tipo de transmissão pelo país. Desde 2011, todos os televisores fabricados no Brasil já vêm com receptor digital embutido. Segundo Marins, a meta de encerrar a transmissão do sinal analógico até 2018 no país é ambiciosa e com pouca possibilidade de cumprimento. "Se, com 60 anos de televisão no país, o sinal analógico ainda não chega a 100% da população, triplicar o sinal digital não deverá ser tão rápido", disse ele, sugerindo que parte da infraestrutura do analógico poderia ser usada na rede digital desde que sejam feitos investimentos em modernização e troca de alguns equipamentos. POR ASSINATURA Em 2013, segundo a pesquisa, 29,5% dos domicílios tinham TV por assinatura, 31,2%, sinal digital de TV aberta e 38,4%, antena parabólica. Em áreas rurais, 78,3% dos lares dispunham de antena parabólica e apenas 9,3% recebiam sinal digital de TV aberta. Apenas 5,3% tinham TV por assinatura. Na zona urbana, a distribuição é mais equilibrada, com os três modelos não superando 35%, com vantagem pequena para sinal digital de TV aberta de 34,6%. REGIÕES As regiões Nordeste (50,7%) e Norte (42,3%) são as em que o uso da antena parabólica é majoritário nos domicílios. O acesso do sinal digital da TV aberta atinge, respectivamente, 22,6% e 20% no Norte e Nordeste. A TV a cabo chega apenas a 18,9% no Norte e 15% no Nordeste. O Sudeste é a região em que a presença de TV a cabo nos domicílios é a mais alta do país, de 40,1%, seguido do Sul (29,6%) e Centro-Oeste (26,9%). A despeito da renda mais elevada, a parabólica no Sul (41,4%) supera outras formas de transmissão. A televisão digital atinge em torno de um terço dos domicílios no Sul (32,6%) e em 29,2% no Centro-Oeste. O Sudeste registrou percentual de TV aberta digital de 39,9% em 2013.
mercado
Mais da metade dos lares brasileiros ainda tinha TV de tubo em 2013Mais da metade dos lares brasileiros (54,5%) ainda tinha TV de tubo em 2013, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada nesta quarta-feira (29) pelo IBGE. A TV de tela fina estava presente em 24,3% dos 65,1 milhões de domicílios pesquisados. Os dois modelos de televisão eram encontrados em 21,2% das residências. A pesquisa também mostra que somente 31,2% dos lares tinha TV digital naquele ano. E que 97,2% estavam equipados com ao menos um aparelho de TV. Apesar da baixa adesão ao modelo, o governo pretende iniciar o desligamento das redes de TV analógica entre 2016 e 2018, o que só se completará quando o percentual de acesso à TV digital dos lares brasileiros chegar a 93%. O país está, dessa forma, ainda longe da meta do governo. O levantamento realizado há dois anos registrou que 28,5% das residências com televisão –18,1 milhões de lares– dispunham apenas do sinal analógico captado com auxílio de antenas de pequeno alcance e sujeito a mais interferências. Ou seja, não possuíam nem transmissão digital de TV aberta, nem TV por assinatura ou parabólica. ALCANCE DA TV DIGITAL JÁ É MAIOR Segundo Carlos Nazareth Marins, vice-presidente do centro privado de pesquisa Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), sediado no interior de Minas Gerais, todas as capitais brasileiras já dispõem do sinal digital e existe entre as emissoras de TV um esforço para propagar este tipo de transmissão pelo país. Desde 2011, todos os televisores fabricados no Brasil já vêm com receptor digital embutido. Segundo Marins, a meta de encerrar a transmissão do sinal analógico até 2018 no país é ambiciosa e com pouca possibilidade de cumprimento. "Se, com 60 anos de televisão no país, o sinal analógico ainda não chega a 100% da população, triplicar o sinal digital não deverá ser tão rápido", disse ele, sugerindo que parte da infraestrutura do analógico poderia ser usada na rede digital desde que sejam feitos investimentos em modernização e troca de alguns equipamentos. POR ASSINATURA Em 2013, segundo a pesquisa, 29,5% dos domicílios tinham TV por assinatura, 31,2%, sinal digital de TV aberta e 38,4%, antena parabólica. Em áreas rurais, 78,3% dos lares dispunham de antena parabólica e apenas 9,3% recebiam sinal digital de TV aberta. Apenas 5,3% tinham TV por assinatura. Na zona urbana, a distribuição é mais equilibrada, com os três modelos não superando 35%, com vantagem pequena para sinal digital de TV aberta de 34,6%. REGIÕES As regiões Nordeste (50,7%) e Norte (42,3%) são as em que o uso da antena parabólica é majoritário nos domicílios. O acesso do sinal digital da TV aberta atinge, respectivamente, 22,6% e 20% no Norte e Nordeste. A TV a cabo chega apenas a 18,9% no Norte e 15% no Nordeste. O Sudeste é a região em que a presença de TV a cabo nos domicílios é a mais alta do país, de 40,1%, seguido do Sul (29,6%) e Centro-Oeste (26,9%). A despeito da renda mais elevada, a parabólica no Sul (41,4%) supera outras formas de transmissão. A televisão digital atinge em torno de um terço dos domicílios no Sul (32,6%) e em 29,2% no Centro-Oeste. O Sudeste registrou percentual de TV aberta digital de 39,9% em 2013.
2
Policia diz ter identificado quem mandou matar executivo em SP
A Polícia Civil de São Paulo afirma já ter identificado um homem suspeito de ter mandado matar um executivo no Brooklin (zona sul). O diretor de informática Luiz Eduardo de Almeida Barreto, 49, foi baleado e morreu por volta das 14h30 desta segunda-feira (1) quando voltava de um restaurante para o escritório, na região da av. Berrini. Um colega da vítima contou que, após recolher celulares e carteiras, três criminosos puxaram Barreto na calçada por alguns metros e atiraram em sua barriga. Um dos suspeitos, Eliezer de Aragão, 46, foi preso pouco depois em frente à estação Berrini da CPTM. Flagrado com os objetos roubados e um revólver com numeração raspada, ele estava em liberdade provisória havia menos de um mês, após ter cumprido parte da pena por latrocínio (roubo seguido de morte). Inicialmente ele disse à polícia que havia matado Barreto porque ele reagira ao assalto. Depois mudou sua versão e disse que havia sido contratado para matar o executivo. O mandante seria um homem que ele conheceu quando estava preso. A polícia já tem os dados do suspeito e realiza buscas tentando prendê-lo. A polícia ainda não tem hipóteses sobre a motivação do crime. Nesta quarta serão ouvidos amigos e parentes da vítima para tentar avançar na investigação.
cotidiano
Policia diz ter identificado quem mandou matar executivo em SPA Polícia Civil de São Paulo afirma já ter identificado um homem suspeito de ter mandado matar um executivo no Brooklin (zona sul). O diretor de informática Luiz Eduardo de Almeida Barreto, 49, foi baleado e morreu por volta das 14h30 desta segunda-feira (1) quando voltava de um restaurante para o escritório, na região da av. Berrini. Um colega da vítima contou que, após recolher celulares e carteiras, três criminosos puxaram Barreto na calçada por alguns metros e atiraram em sua barriga. Um dos suspeitos, Eliezer de Aragão, 46, foi preso pouco depois em frente à estação Berrini da CPTM. Flagrado com os objetos roubados e um revólver com numeração raspada, ele estava em liberdade provisória havia menos de um mês, após ter cumprido parte da pena por latrocínio (roubo seguido de morte). Inicialmente ele disse à polícia que havia matado Barreto porque ele reagira ao assalto. Depois mudou sua versão e disse que havia sido contratado para matar o executivo. O mandante seria um homem que ele conheceu quando estava preso. A polícia já tem os dados do suspeito e realiza buscas tentando prendê-lo. A polícia ainda não tem hipóteses sobre a motivação do crime. Nesta quarta serão ouvidos amigos e parentes da vítima para tentar avançar na investigação.
6
E se Cabral fosse senador?
BRASÍLIA - De cabeça raspada e usando o uniforme verde de presidiário em Bangu, o ex-governador Sérgio Cabral deve estar arrependido de não ter disputado a cadeira de senador nas eleições realizadas em 2014. O peemedebista tinha força para ser eleito. Sob a proteção do foro privilegiado no STF (Supremo Tribunal Federal), provavelmente estaria, como parlamentar, usufruindo de luxo, conforto e riqueza no Rio e em Paris. Pela Constituição, um congressista só pode ter a prisão decretada se for pego em flagrante de crime inafiançável — como foi o caso do então senador Delcídio do Amaral, detido por obstrução da Justiça há um ano. Cabral não foi preso em flagrante. Foi alvo de prisão preventiva autorizada por dois juízes, Sergio Moro, em Curitiba, e Marcelo Bretas, no Rio. Moro, em sua decisão, argumentou que o peemedebista deveria ir para a cadeia, entre outros motivos, por causa da "notória situação de ruína das contas públicas" do Estado. "Constituiria afronta permitir que os investigados continuassem fruindo em liberdade do produto milionário de seus crimes", afirmou o juiz. As investigações apontam que a propina desviada de obras públicas do Rio bancou Cabral e sua família, incluindo vestido de festa, conta de gás e até cachorro-quente para a festa de aniversário do filho. Enquanto o ex-governador se acostuma com a nova casa em Bangu, mais de 60 inquéritos que investigam congressistas na mesma Lava Jato tramitam lentamente no STF. Há na lista vários políticos do PMDB de Sérgio Cabral, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros. Uma série de reportagens na Folha tem mostrado o efeito da letargia dos casos no Supremo. Um terço das ações concluídas nos últimos dez anos foi arquivado em razão da prescrição dos crimes. Em apenas 3,5% dos processos houve condenação. A prisão de Cabral e a de Eduardo Cunha após perder o mandato na Câmara provam a urgência de rediscutir o sistema de foro no Brasil.
colunas
E se Cabral fosse senador?BRASÍLIA - De cabeça raspada e usando o uniforme verde de presidiário em Bangu, o ex-governador Sérgio Cabral deve estar arrependido de não ter disputado a cadeira de senador nas eleições realizadas em 2014. O peemedebista tinha força para ser eleito. Sob a proteção do foro privilegiado no STF (Supremo Tribunal Federal), provavelmente estaria, como parlamentar, usufruindo de luxo, conforto e riqueza no Rio e em Paris. Pela Constituição, um congressista só pode ter a prisão decretada se for pego em flagrante de crime inafiançável — como foi o caso do então senador Delcídio do Amaral, detido por obstrução da Justiça há um ano. Cabral não foi preso em flagrante. Foi alvo de prisão preventiva autorizada por dois juízes, Sergio Moro, em Curitiba, e Marcelo Bretas, no Rio. Moro, em sua decisão, argumentou que o peemedebista deveria ir para a cadeia, entre outros motivos, por causa da "notória situação de ruína das contas públicas" do Estado. "Constituiria afronta permitir que os investigados continuassem fruindo em liberdade do produto milionário de seus crimes", afirmou o juiz. As investigações apontam que a propina desviada de obras públicas do Rio bancou Cabral e sua família, incluindo vestido de festa, conta de gás e até cachorro-quente para a festa de aniversário do filho. Enquanto o ex-governador se acostuma com a nova casa em Bangu, mais de 60 inquéritos que investigam congressistas na mesma Lava Jato tramitam lentamente no STF. Há na lista vários políticos do PMDB de Sérgio Cabral, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros. Uma série de reportagens na Folha tem mostrado o efeito da letargia dos casos no Supremo. Um terço das ações concluídas nos últimos dez anos foi arquivado em razão da prescrição dos crimes. Em apenas 3,5% dos processos houve condenação. A prisão de Cabral e a de Eduardo Cunha após perder o mandato na Câmara provam a urgência de rediscutir o sistema de foro no Brasil.
10
Manchester City vence PSG e vai à semi da Liga dos Campeões pela 1ª vez
O Manchester City está na semifinal da Liga dos Campeões da Europa pela primeira vez na história. Nesta terça-feira (12), a equipe inglesa venceu o Paris Saint-Germain por 1 a 0, em casa, e garantiu a classificação. O primeiro jogo, na França, acabou empatado em 2 a 2. Igualdade sem gols ou por 1 a 1 classificaria os ingleses, mas a partida foi aberta, e o time de Manchester inclusive chutou mais vezes a gol (11 contra 6). Aos 32 minutos do segundo tempo, o meia belga Kevin de Bruyne, contratação mais cara da temporada 2015/16 na Europa, justificou os 74 milhões de euros que o time investiu para tirá-lo do Wolfsburg. Ele chutou de fora da área, e a bola foi no canto do gol do alemão Kevin Trapp. No primeiro tempo, o argentino Sergio Agüero perdeu um pênalti, que poderia ter tornado mais tranquila a vida do time no confronto. O Real Madrid também está classificado para as semifinais. As outras duas vagas serão definidas na quarta (13). O Barcelona enfrenta o Atlético de Madri e tem vantagem de 2 a 1 obtida na partida de ida. O Bayern de Munique, que joga contra o Benfica, venceu o primeiro duelo por 1 a 0. O sorteio dos confrontos será realizado na sexta (15).
esporte
Manchester City vence PSG e vai à semi da Liga dos Campeões pela 1ª vezO Manchester City está na semifinal da Liga dos Campeões da Europa pela primeira vez na história. Nesta terça-feira (12), a equipe inglesa venceu o Paris Saint-Germain por 1 a 0, em casa, e garantiu a classificação. O primeiro jogo, na França, acabou empatado em 2 a 2. Igualdade sem gols ou por 1 a 1 classificaria os ingleses, mas a partida foi aberta, e o time de Manchester inclusive chutou mais vezes a gol (11 contra 6). Aos 32 minutos do segundo tempo, o meia belga Kevin de Bruyne, contratação mais cara da temporada 2015/16 na Europa, justificou os 74 milhões de euros que o time investiu para tirá-lo do Wolfsburg. Ele chutou de fora da área, e a bola foi no canto do gol do alemão Kevin Trapp. No primeiro tempo, o argentino Sergio Agüero perdeu um pênalti, que poderia ter tornado mais tranquila a vida do time no confronto. O Real Madrid também está classificado para as semifinais. As outras duas vagas serão definidas na quarta (13). O Barcelona enfrenta o Atlético de Madri e tem vantagem de 2 a 1 obtida na partida de ida. O Bayern de Munique, que joga contra o Benfica, venceu o primeiro duelo por 1 a 0. O sorteio dos confrontos será realizado na sexta (15).
4
Sobrinha de Candido Portinari está pintando retrato de Michel Temer
Marysia Portinari, sobrinha de Candido Portinari, está pintando um retrato de Michel Temer. A artista, que já fez um quadro de Dilma Rousseff encomendado pelo deputado Henrique Eduardo Alves na ocasião do aniversário de 65 anos da petista, é fã do presidente interino. "Ele tem uma autoridade doce". TRAÇO Uma obra dela nas mesmas proporções do quadro de Temer tem preços de cerca de R$ 8.000. "O retrato da Dilma tinha detalhes e transparências muito bonitas que não farei no do Temer porque em retrato de homem não fica bom." Leia a coluna completa aqui.
colunas
Sobrinha de Candido Portinari está pintando retrato de Michel TemerMarysia Portinari, sobrinha de Candido Portinari, está pintando um retrato de Michel Temer. A artista, que já fez um quadro de Dilma Rousseff encomendado pelo deputado Henrique Eduardo Alves na ocasião do aniversário de 65 anos da petista, é fã do presidente interino. "Ele tem uma autoridade doce". TRAÇO Uma obra dela nas mesmas proporções do quadro de Temer tem preços de cerca de R$ 8.000. "O retrato da Dilma tinha detalhes e transparências muito bonitas que não farei no do Temer porque em retrato de homem não fica bom." Leia a coluna completa aqui.
10
Água aumenta possibilidade de vida em Marte, diz colunista
Em um debate na tarde desta terça-feira (29), o colunista da Folha Salvador Nogueira afirmou que a existência em Marte de água, ainda que muito salgada, conforme divulgado pela Nasa, aumenta a chance de haver algum tipo de vida bacteriana em Marte. Segundo Salvador, a vida em Marte é uma das maiores buscas da Ciência hoje, o que explica o burburinho em torno do anúncio (não tão novo assim). Participaram da transmissão ao vivo da "TV Folha" Ricardo Mioto, editor de "Ciência", e Douglas Lambert, editor-assistente da "TV Folha", entusiasta do tema. Os três conversaram também sobre a possibilidade de uma missão tripulada ao planeta —algo que não deve acontecer antes de 2030, na melhor das hipóteses—, sobre o filme "Perdido em Marte", que estreia nesta quinta-feira (1º), e sobre os rumos da agência espacial norte-americana, a Nasa, entre outros assuntos. ÁGUA Dados colhidos por uma espaçonave da Nasa confirmam que fluxos de água salgada escorrem pela superfície de Marte todos os verões. A descoberta aumenta a possibilidade de que exista, ainda hoje, alguma forma de vida no planeta vermelho. O estudo foi liderado por Lujendra Ojha, do Instituto de Tecnologia da Georgia, em Atlanta, e anunciado pela agência espacial americana nesta segunda. Os resultados foram publicados no site da revista "Nature Geoscience".
tv
Água aumenta possibilidade de vida em Marte, diz colunistaEm um debate na tarde desta terça-feira (29), o colunista da Folha Salvador Nogueira afirmou que a existência em Marte de água, ainda que muito salgada, conforme divulgado pela Nasa, aumenta a chance de haver algum tipo de vida bacteriana em Marte. Segundo Salvador, a vida em Marte é uma das maiores buscas da Ciência hoje, o que explica o burburinho em torno do anúncio (não tão novo assim). Participaram da transmissão ao vivo da "TV Folha" Ricardo Mioto, editor de "Ciência", e Douglas Lambert, editor-assistente da "TV Folha", entusiasta do tema. Os três conversaram também sobre a possibilidade de uma missão tripulada ao planeta —algo que não deve acontecer antes de 2030, na melhor das hipóteses—, sobre o filme "Perdido em Marte", que estreia nesta quinta-feira (1º), e sobre os rumos da agência espacial norte-americana, a Nasa, entre outros assuntos. ÁGUA Dados colhidos por uma espaçonave da Nasa confirmam que fluxos de água salgada escorrem pela superfície de Marte todos os verões. A descoberta aumenta a possibilidade de que exista, ainda hoje, alguma forma de vida no planeta vermelho. O estudo foi liderado por Lujendra Ojha, do Instituto de Tecnologia da Georgia, em Atlanta, e anunciado pela agência espacial americana nesta segunda. Os resultados foram publicados no site da revista "Nature Geoscience".
12
Risco de erupção de vulcão na Indonésia leva à evacuação de 6 mil
As autoridades da Indonésia iniciaram a evacuação de cerca de 6 mil pessoas que vivem nas encostas do monte Sinabung, na ilha de Sumatra, após o alerta declarado pelo aumento de atividade vulcânica, informou nesta quarta-feira (3) a Agência Nacional para a Gestão de Desastres. O volume de lava na cratera do vulcão aumentou em mais de 3 milhões de metros cúbicos e é "instável", segundo o mesmo comunicado. "Existe o risco de avalanche, que pode ser acompanhada de rios de lava e cinzas em um raio de sete quilômetros nas encostas sul e leste do monte", declarou Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz do órgão indonésio. Em fevereiro do ano passado, 16 pessoas morreram após erupção deste vulcão, que está particularmente ativo desde setembro de 2014 e que em agosto de 2010 despertou pela primeira vez após 400 anos. Mais de 25 mil pessoas tiveram que ser evacuadas entre 2013 e 2014 pelas repetidas erupções de lava, rochas e cinzas, das quais cerca de 2 mil ainda permanecem nos acampamentos temporários até hoje. A Indonésia faz parte do chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma área de grande atividade sísmica e vulcânica, e abriga mais de 400 vulcões, dos quais pelo menos 129 continuam ativos e 65 são considerados perigosos.
mundo
Risco de erupção de vulcão na Indonésia leva à evacuação de 6 milAs autoridades da Indonésia iniciaram a evacuação de cerca de 6 mil pessoas que vivem nas encostas do monte Sinabung, na ilha de Sumatra, após o alerta declarado pelo aumento de atividade vulcânica, informou nesta quarta-feira (3) a Agência Nacional para a Gestão de Desastres. O volume de lava na cratera do vulcão aumentou em mais de 3 milhões de metros cúbicos e é "instável", segundo o mesmo comunicado. "Existe o risco de avalanche, que pode ser acompanhada de rios de lava e cinzas em um raio de sete quilômetros nas encostas sul e leste do monte", declarou Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz do órgão indonésio. Em fevereiro do ano passado, 16 pessoas morreram após erupção deste vulcão, que está particularmente ativo desde setembro de 2014 e que em agosto de 2010 despertou pela primeira vez após 400 anos. Mais de 25 mil pessoas tiveram que ser evacuadas entre 2013 e 2014 pelas repetidas erupções de lava, rochas e cinzas, das quais cerca de 2 mil ainda permanecem nos acampamentos temporários até hoje. A Indonésia faz parte do chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma área de grande atividade sísmica e vulcânica, e abriga mais de 400 vulcões, dos quais pelo menos 129 continuam ativos e 65 são considerados perigosos.
3
Empresas inovam e prolongam prazo de validade de alimentos; veja como
O café da manhã dos brasileiros vai durar mais, pelo menos no que se refere ao prazo de validade de alimentos como leite e pão de forma. Empresas brasileiras estão apostando em inovações —uma delas já colocada em prática— que prolongam a vida útil dos produtos. Prorrogar o chamado "tempo de prateleira" é importante porque alivia produtor e comerciante, que terão o alimento válido por um período maior, e também o consumidor, que não verá o produto estragar tão rapidamente no armário ou na geladeira. A paulista Nanox desenvolveu aditivos para embalagens de leite pasteurizado, à base de prata. É um bactericida inserido no processo de fabricação da garrafa plástica e que eleva de 7 para 15 dias a validade do leite. O produto, segundo a empresa desenvolvedora e uma indústria que já o utiliza, não migra para o alimento e é totalmente seguro. A empresa já fabricava aditivos antimicrobianos, para aplicar em tapetes, carpetes, refrigeradores e bebedouros de água, até iniciar os testes no mercado de alimentos, em 2013, segundo Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor-presidente da Nanox. O bactericida foi homologado pela FDA (agência que regula alimentos e medicamentos no EUA), o que despertou a atenção da Agrindus, de Descalvado (SP), única empresa que hoje utiliza o sistema na produção do leite tipo A. Mesmo gerando uma alta de custo de R$ 0,05 por litro de leite (o consumidor paga cerca de R$ 3,50), a empresa diz que o sistema é lucrativo, devido ao ganho que tem evitando o desperdício e aumentando a área de abrangência para a venda da bebida. "Procuramos a empresa quando ela ainda nem tinha registro na Anvisa e no FDA. Após a certificação, que dizia que o produto não gerava risco ao alimento, começamos os estudos", disse Helena Fagundes Karsburg, gerente técnica da Letti, que processa 25 mil litros de leite tipo A por dia, vendido em 45 cidades de São Paulo e Minas Gerais. De acordo com ela, havia dúvida se a inovação agregaria valor à distribuição e ao preço ao consumidor, mas a empresa resolveu apostar e afirma ter ganhado "fôlego". "Absorvemos o custo por crer na tecnologia em si e por querermos ser inovadores, ganhando em biossegurança, logística e distribuição." A Nanox, que já investiu cerca de R$ 1 milhão —metade disso em certificações— também produz filmes plásticos flexíveis (para embalar alimentos) com antimicrobianos, lançados no fim do ano passado. Agora, busca um investidor norte-americano para abrir uma operação nos EUA, já que possui a homologação da FDA. Outro foco da empresa, em fase de testes, é o mercado de leite de saquinho. O objetivo é elevar a validade de quatro para dez dias. Há, ainda, testes com maçã e banana, mas ainda são incipientes, segundo Simões. Já a mineira Phoneutria desenvolveu, em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), um produto natural, a partir do óleo de cozinha, para ser usado no pão de forma. A empresa desenvolve produtos ligados à biotecnologia (reagentes). Diferentemente do bactericida do leite, ele é "pulverizado" no próprio alimento, e não na embalagem. Um tratamento de enzimas com o óleo gerou um componente que protege e amplia a conservação do alimento. Ele é aplicado utilizando os mesmos equipamentos dos conservantes químicos. A validade do pão de forma, normalmente de sete a dez dias, chega a dobrar. "Todos consomem algum tipo de pão, não importa qual, e manter esse alimento válido por mais tempo é importante. O sistema é inovador também por não necessitar de nenhuma máquina nova no setor de panificação", disse o sócio da empresa e docente da UFMG Evanguedes Kalapothakis, do departamento de biologia geral. A perspectiva inicial era de que a validação do produto no país –superar as barreiras burocráticas– ocorresse até o final de 2016, mas a crise na economia pode atrasar sua chegada ao mercado, segundo Kalapothakis. A descoberta já foi testada em laboratório em queijos e ovos, com resultados positivos, de acordo com ele. Há perspectiva de testes em massas e carnes, futuramente.
mercado
Empresas inovam e prolongam prazo de validade de alimentos; veja comoO café da manhã dos brasileiros vai durar mais, pelo menos no que se refere ao prazo de validade de alimentos como leite e pão de forma. Empresas brasileiras estão apostando em inovações —uma delas já colocada em prática— que prolongam a vida útil dos produtos. Prorrogar o chamado "tempo de prateleira" é importante porque alivia produtor e comerciante, que terão o alimento válido por um período maior, e também o consumidor, que não verá o produto estragar tão rapidamente no armário ou na geladeira. A paulista Nanox desenvolveu aditivos para embalagens de leite pasteurizado, à base de prata. É um bactericida inserido no processo de fabricação da garrafa plástica e que eleva de 7 para 15 dias a validade do leite. O produto, segundo a empresa desenvolvedora e uma indústria que já o utiliza, não migra para o alimento e é totalmente seguro. A empresa já fabricava aditivos antimicrobianos, para aplicar em tapetes, carpetes, refrigeradores e bebedouros de água, até iniciar os testes no mercado de alimentos, em 2013, segundo Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor-presidente da Nanox. O bactericida foi homologado pela FDA (agência que regula alimentos e medicamentos no EUA), o que despertou a atenção da Agrindus, de Descalvado (SP), única empresa que hoje utiliza o sistema na produção do leite tipo A. Mesmo gerando uma alta de custo de R$ 0,05 por litro de leite (o consumidor paga cerca de R$ 3,50), a empresa diz que o sistema é lucrativo, devido ao ganho que tem evitando o desperdício e aumentando a área de abrangência para a venda da bebida. "Procuramos a empresa quando ela ainda nem tinha registro na Anvisa e no FDA. Após a certificação, que dizia que o produto não gerava risco ao alimento, começamos os estudos", disse Helena Fagundes Karsburg, gerente técnica da Letti, que processa 25 mil litros de leite tipo A por dia, vendido em 45 cidades de São Paulo e Minas Gerais. De acordo com ela, havia dúvida se a inovação agregaria valor à distribuição e ao preço ao consumidor, mas a empresa resolveu apostar e afirma ter ganhado "fôlego". "Absorvemos o custo por crer na tecnologia em si e por querermos ser inovadores, ganhando em biossegurança, logística e distribuição." A Nanox, que já investiu cerca de R$ 1 milhão —metade disso em certificações— também produz filmes plásticos flexíveis (para embalar alimentos) com antimicrobianos, lançados no fim do ano passado. Agora, busca um investidor norte-americano para abrir uma operação nos EUA, já que possui a homologação da FDA. Outro foco da empresa, em fase de testes, é o mercado de leite de saquinho. O objetivo é elevar a validade de quatro para dez dias. Há, ainda, testes com maçã e banana, mas ainda são incipientes, segundo Simões. Já a mineira Phoneutria desenvolveu, em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), um produto natural, a partir do óleo de cozinha, para ser usado no pão de forma. A empresa desenvolve produtos ligados à biotecnologia (reagentes). Diferentemente do bactericida do leite, ele é "pulverizado" no próprio alimento, e não na embalagem. Um tratamento de enzimas com o óleo gerou um componente que protege e amplia a conservação do alimento. Ele é aplicado utilizando os mesmos equipamentos dos conservantes químicos. A validade do pão de forma, normalmente de sete a dez dias, chega a dobrar. "Todos consomem algum tipo de pão, não importa qual, e manter esse alimento válido por mais tempo é importante. O sistema é inovador também por não necessitar de nenhuma máquina nova no setor de panificação", disse o sócio da empresa e docente da UFMG Evanguedes Kalapothakis, do departamento de biologia geral. A perspectiva inicial era de que a validação do produto no país –superar as barreiras burocráticas– ocorresse até o final de 2016, mas a crise na economia pode atrasar sua chegada ao mercado, segundo Kalapothakis. A descoberta já foi testada em laboratório em queijos e ovos, com resultados positivos, de acordo com ele. Há perspectiva de testes em massas e carnes, futuramente.
2
Descoberta sobre dinossauro pode explicar por que as aves têm bico
Cientistas da China identificaram as primeiras espécies de dinossauros conhecidas que tiveram dentes que cresceram na juventude e caíram na vida adulta, uma descoberta que pode explicar porque as aves têm bico, revelou um estudo publicado nesta quinta-feira (22). A pesquisa se baseia em fósseis de um dinossauro pequeno e magro conhecido como Limusaurus inextricabilis, do grupo de dinossauros terópodes, que foram os antepassados ​​das aves modernas. Ele provavelmente comia carne quando era jovem, mas se transformou em um adulto com bico que possivelmente subsistia de plantas, destacou o estudo publicado na revista científica americana "Current Biology". "Encontramos um fenômeno muito raro e interessante", disse o autor principal do estudo, Shuo Wang, da Capital Normal University, em Pequim. "A mandíbula dentada em indivíduos jovens se transformou, durante o desenvolvimento, em uma mandíbula com bico completamente desdentada em indivíduos mais maduros", acrescentou. Os resultados estão baseados em uma análise dos restos fossilizados de 13 ceratossauros terópodes, coletados na Formação Shishugou do Jurássico Superior, no noroeste da China. Estes restos permitiram aos pesquisadores reconstruir o crescimento dos dinossauros desde o nascimento até os 10 anos de idade. O primeiro trabalho científico sobre os Limusaurus foi publicado em 2001, quando os pesquisadores tinham só um exemplar jovem fossilizado. Nos anos seguintes, mais espécimes foram desenterrados. "Inicialmente, pensávamos que tínhamos encontrado dois ceratossauros diferentes da zona de Wucaiwan, um dentado e outro sem dentes, e inclusive começamos a descrevê-los separadamente", disse Wang. Mas então os pesquisadores perceberam que os fósseis eram bastante parecidos, exceto pelos dentes. Eventualmente, concluíram que os exemplares eram da mesma espécie, e que alguns eram apenas mais jovens e tinham dentes. "Esta descoberta é importante por dois motivos", disse o coautor James Clark, professor de biologia na Universidade George Washington. "Primeiro, é muito raro encontrar uma série de crescimento de dinossauros de bebê a adulto. Em segundo lugar, esta mudança extraordinariamente dramática na anatomia sugere que houve uma grande mudança na dieta do Limusaurus entre a adolescência e a idade adulta", completou. A teoria de uma mudança na dieta é apoiada pela composição química dos ossos fossilizados, disse o estudo. Este processo poderia ajudar a explicar "como terópodes como as aves perderam seus dentes, inicialmente através de mudanças durante seu desenvolvimento de bebês a adultos", acrescentou. Entre os peixes e anfíbios contemporâneos, esta perda de dentes é comumente observada. O ornitorrinco, um mamífero com bico, também perde seus dentes. Os pesquisadores disseram que a descoberta da perda de dentes no Limusaurus é a primeira no registro fóssil e também entre os répteis.
ciencia
Descoberta sobre dinossauro pode explicar por que as aves têm bicoCientistas da China identificaram as primeiras espécies de dinossauros conhecidas que tiveram dentes que cresceram na juventude e caíram na vida adulta, uma descoberta que pode explicar porque as aves têm bico, revelou um estudo publicado nesta quinta-feira (22). A pesquisa se baseia em fósseis de um dinossauro pequeno e magro conhecido como Limusaurus inextricabilis, do grupo de dinossauros terópodes, que foram os antepassados ​​das aves modernas. Ele provavelmente comia carne quando era jovem, mas se transformou em um adulto com bico que possivelmente subsistia de plantas, destacou o estudo publicado na revista científica americana "Current Biology". "Encontramos um fenômeno muito raro e interessante", disse o autor principal do estudo, Shuo Wang, da Capital Normal University, em Pequim. "A mandíbula dentada em indivíduos jovens se transformou, durante o desenvolvimento, em uma mandíbula com bico completamente desdentada em indivíduos mais maduros", acrescentou. Os resultados estão baseados em uma análise dos restos fossilizados de 13 ceratossauros terópodes, coletados na Formação Shishugou do Jurássico Superior, no noroeste da China. Estes restos permitiram aos pesquisadores reconstruir o crescimento dos dinossauros desde o nascimento até os 10 anos de idade. O primeiro trabalho científico sobre os Limusaurus foi publicado em 2001, quando os pesquisadores tinham só um exemplar jovem fossilizado. Nos anos seguintes, mais espécimes foram desenterrados. "Inicialmente, pensávamos que tínhamos encontrado dois ceratossauros diferentes da zona de Wucaiwan, um dentado e outro sem dentes, e inclusive começamos a descrevê-los separadamente", disse Wang. Mas então os pesquisadores perceberam que os fósseis eram bastante parecidos, exceto pelos dentes. Eventualmente, concluíram que os exemplares eram da mesma espécie, e que alguns eram apenas mais jovens e tinham dentes. "Esta descoberta é importante por dois motivos", disse o coautor James Clark, professor de biologia na Universidade George Washington. "Primeiro, é muito raro encontrar uma série de crescimento de dinossauros de bebê a adulto. Em segundo lugar, esta mudança extraordinariamente dramática na anatomia sugere que houve uma grande mudança na dieta do Limusaurus entre a adolescência e a idade adulta", completou. A teoria de uma mudança na dieta é apoiada pela composição química dos ossos fossilizados, disse o estudo. Este processo poderia ajudar a explicar "como terópodes como as aves perderam seus dentes, inicialmente através de mudanças durante seu desenvolvimento de bebês a adultos", acrescentou. Entre os peixes e anfíbios contemporâneos, esta perda de dentes é comumente observada. O ornitorrinco, um mamífero com bico, também perde seus dentes. Os pesquisadores disseram que a descoberta da perda de dentes no Limusaurus é a primeira no registro fóssil e também entre os répteis.
15
Marqueteiro escondeu US$ 30 milhões que ganhou em Angola
O marqueteiro João Santana omitiu US$ 30 milhões que ganhou na campanha presidencial em Angola, ao tentar se explicar que não cometera nenhum crime ao remeter para o Brasil US$ 16 milhões em 2012. Em maio do ano passado, quando a Folha revelou que Santana estava sob investigação da Polícia Federal em São Paulo sob suspeita de lavagem de dinheiro, o marqueteiro afirmou em um vídeo: "A campanha de Angola pagou US$ 20 milhões". Ao depor na PF na última quinta (24), o marqueteiro informou um novo valor: US$ 50 milhões. A mulher do marqueteiro, que depôs na quarta (24) acrescentou detalhes aos valores recebidos. Disse que US$ 30 milhões foram pagos à empresa do casal, a Polis, e US$ 20 milhões por meio de caixa dois. Quando a Folha revelou a investigação, Santana disse que não esconderia nada das autoridades. "Lamento que esteja no meio desse furacão, que pode me trazer, injustamente, graves prejuízos. Mas não vou fazer o papel de coitadinho. Farei o que sempre achei certo. Adotarei a transparência. Coloquei um endereço na internet com todos os detalhes e documentos dessa transação. Qualquer pessoa pode acessá-los nos endereços www.polispropaganda.com.br ou www.averdadesobreapolis.com.br". A informação de que o marqueteiro omitiu que ganhara US$ 30 milhões a mais em Angola foi revelada pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues. CAIXA DOIS A investigação em São Paulo começou antes das investigações da Operação Lava Jato sobre Santana, ainda não foi concluída, mas ambas compartilham a mesma suspeita: a de que empreiteiras podem ter pago ao marqueteiro no exterior por gastos de campanhas no Brasil. Quando remeteu os US$ 16 milhões de Angola para o Brasil, em 2012, Santana atuava em três campanhas internacionais e uma no Brasil. São elas as de Hugo Chávez/Nicolas Maduro na Venezuela, José Eduardo dos Santos em Angola e Danilo Medina na República Dominicana. No plano doméstico, o marqueteiro dirigiu a campanha de Fernando Haddad (PT) para a Prefeitura de São Paulo. Em depoimento à PF na última quarta (24), a mulher de Santana admitiu que recebeu por meio de caixa dois recursos da Odebrecht para a campanha na Venezuela (US$ 3 milhões) e de Angola (US$ 4,5 milhões). Os US$ 7,5 milhões foram depositados numa conta secreta na Suíça, aberta no banco Heritage, que não havia sido declarada por Santana às autoridades brasileiras. Ainda segundo Mônica, a dívida da campanha na Venezuela foi paga pela Odebrecht e a de Angola, pelo lobista Zwi Skornicki, que representa os interesses do estaleiro Keppels, de Cingapura, no Brasil. Skornicki teria sido indicado por integrantes do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), segundo Mônica, referindo-se ao partido que está no poder naquele país desde 1974, quando venceu a guerra que travava contra Portugal. A Polícia Federal vê com muita desconfiança a versão de que Santana só recebeu por trabalhos prestados no exterior. Segundo os delegados Márcio Anselmo e Renata da Silva Rodrigues, o casal não apresentou um mísero e-mail para comprovar a versão que contaram. Procurada, a defesa de Santana não havia se manifestado até agora sobre a omissão dos US$ 30 milhões na explicação do marqueteiro. A OUTRA APURAÇÃO A investigação em São Paulo em torno de Santana foi aberta a partir de um comunicado do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão que cuida do combate à lavagem de dinheiro. O conselho considerou "atípico" o internamento de US$ 16 milhões, o equivalente a R$ 33 milhões na época, por causa dos impostos elevadíssimos que Santana teve de pagar para trazer o dinheiro ao Brasil, de R$ 6,29 milhões. Os impostos correspondem a 20% do valor que ele trouxe legalmente ao Brasil. No ano passado, quando a Folha revelou a investigação, Santana disse: "Trata-se de uma operação legal e totalmente transparente". Ainda de acordo com ele, dos US$ 20 milhões ganhos em Angola, US$ 4 milhões foram gastos naquela país pela equipe que cuidou da campanha presidencial.
poder
Marqueteiro escondeu US$ 30 milhões que ganhou em AngolaO marqueteiro João Santana omitiu US$ 30 milhões que ganhou na campanha presidencial em Angola, ao tentar se explicar que não cometera nenhum crime ao remeter para o Brasil US$ 16 milhões em 2012. Em maio do ano passado, quando a Folha revelou que Santana estava sob investigação da Polícia Federal em São Paulo sob suspeita de lavagem de dinheiro, o marqueteiro afirmou em um vídeo: "A campanha de Angola pagou US$ 20 milhões". Ao depor na PF na última quinta (24), o marqueteiro informou um novo valor: US$ 50 milhões. A mulher do marqueteiro, que depôs na quarta (24) acrescentou detalhes aos valores recebidos. Disse que US$ 30 milhões foram pagos à empresa do casal, a Polis, e US$ 20 milhões por meio de caixa dois. Quando a Folha revelou a investigação, Santana disse que não esconderia nada das autoridades. "Lamento que esteja no meio desse furacão, que pode me trazer, injustamente, graves prejuízos. Mas não vou fazer o papel de coitadinho. Farei o que sempre achei certo. Adotarei a transparência. Coloquei um endereço na internet com todos os detalhes e documentos dessa transação. Qualquer pessoa pode acessá-los nos endereços www.polispropaganda.com.br ou www.averdadesobreapolis.com.br". A informação de que o marqueteiro omitiu que ganhara US$ 30 milhões a mais em Angola foi revelada pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues. CAIXA DOIS A investigação em São Paulo começou antes das investigações da Operação Lava Jato sobre Santana, ainda não foi concluída, mas ambas compartilham a mesma suspeita: a de que empreiteiras podem ter pago ao marqueteiro no exterior por gastos de campanhas no Brasil. Quando remeteu os US$ 16 milhões de Angola para o Brasil, em 2012, Santana atuava em três campanhas internacionais e uma no Brasil. São elas as de Hugo Chávez/Nicolas Maduro na Venezuela, José Eduardo dos Santos em Angola e Danilo Medina na República Dominicana. No plano doméstico, o marqueteiro dirigiu a campanha de Fernando Haddad (PT) para a Prefeitura de São Paulo. Em depoimento à PF na última quarta (24), a mulher de Santana admitiu que recebeu por meio de caixa dois recursos da Odebrecht para a campanha na Venezuela (US$ 3 milhões) e de Angola (US$ 4,5 milhões). Os US$ 7,5 milhões foram depositados numa conta secreta na Suíça, aberta no banco Heritage, que não havia sido declarada por Santana às autoridades brasileiras. Ainda segundo Mônica, a dívida da campanha na Venezuela foi paga pela Odebrecht e a de Angola, pelo lobista Zwi Skornicki, que representa os interesses do estaleiro Keppels, de Cingapura, no Brasil. Skornicki teria sido indicado por integrantes do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), segundo Mônica, referindo-se ao partido que está no poder naquele país desde 1974, quando venceu a guerra que travava contra Portugal. A Polícia Federal vê com muita desconfiança a versão de que Santana só recebeu por trabalhos prestados no exterior. Segundo os delegados Márcio Anselmo e Renata da Silva Rodrigues, o casal não apresentou um mísero e-mail para comprovar a versão que contaram. Procurada, a defesa de Santana não havia se manifestado até agora sobre a omissão dos US$ 30 milhões na explicação do marqueteiro. A OUTRA APURAÇÃO A investigação em São Paulo em torno de Santana foi aberta a partir de um comunicado do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão que cuida do combate à lavagem de dinheiro. O conselho considerou "atípico" o internamento de US$ 16 milhões, o equivalente a R$ 33 milhões na época, por causa dos impostos elevadíssimos que Santana teve de pagar para trazer o dinheiro ao Brasil, de R$ 6,29 milhões. Os impostos correspondem a 20% do valor que ele trouxe legalmente ao Brasil. No ano passado, quando a Folha revelou a investigação, Santana disse: "Trata-se de uma operação legal e totalmente transparente". Ainda de acordo com ele, dos US$ 20 milhões ganhos em Angola, US$ 4 milhões foram gastos naquela país pela equipe que cuidou da campanha presidencial.
0
Turbulência russa atual difere de colapso em 1998, diz especialista
A diretora da Escola Superior de Economia de Moscou, Natalia Akindinova, vê diferenças entre a atual crise russa e o colapso de 1998, que afetou os mercados globais. Alguns elementos da crise da vez, como os baixos preços do petróleo, podem até ser positivos, abrindo chances para a adaptação natural da estrutura econômica. Em entrevista à Folha em Moscou, Akindinova explica as origens da crise. * Folha - Como explicar essa desvalorização da moeda e o aumento da inflação? Natalia Akindinova - No início de novembro, o banco central russo anunciou a transição para uma taxa de câmbio de flutuação livre, dois meses antes do previsto, para responder à crescente pressão para enfraquecer o rublo. Essa pressão foi alimentada por três fatores fundamentais: declínio dos preços do petróleo, acesso limitado ao financiamento devido às sanções ocidentais [após a crise com a Ucrânia] e ataques especulativos. Aumentar a taxa de juros de referência [de 8% para 9,5%] não impediu o ataque ao rublo. Em 15 e 16 de dezembro do ano passado, teve ainda a situação de emergência no mercado de câmbio, resultado de vários eventos adversos. Tudo isso provocou pânico. Qual é o real impacto das sanções econômicas nesta crise? O impacto negativo mais significativo é associado às restrições à captação de recursos. Isso faz com que seja difícil para as empresas e os bancos o acesso ao mercado da dívida externa, não permitindo refinanciar integralmente essa dívida nem retirar recursos para investimento. É possível comparar este momento com 1998? A crise atual é diferente. Na de 1998, o Orçamento federal teve um grande deficit, de 5,7% do PIB (Produto Interno Bruto), e o rublo era forte demais para os produtores nacionais competirem com os estrangeiros. A crise de curto prazo de 1998 estabeleceu a base para a estabilização a longo prazo da situação macroeconômica e do crescimento futuro.
mercado
Turbulência russa atual difere de colapso em 1998, diz especialistaA diretora da Escola Superior de Economia de Moscou, Natalia Akindinova, vê diferenças entre a atual crise russa e o colapso de 1998, que afetou os mercados globais. Alguns elementos da crise da vez, como os baixos preços do petróleo, podem até ser positivos, abrindo chances para a adaptação natural da estrutura econômica. Em entrevista à Folha em Moscou, Akindinova explica as origens da crise. * Folha - Como explicar essa desvalorização da moeda e o aumento da inflação? Natalia Akindinova - No início de novembro, o banco central russo anunciou a transição para uma taxa de câmbio de flutuação livre, dois meses antes do previsto, para responder à crescente pressão para enfraquecer o rublo. Essa pressão foi alimentada por três fatores fundamentais: declínio dos preços do petróleo, acesso limitado ao financiamento devido às sanções ocidentais [após a crise com a Ucrânia] e ataques especulativos. Aumentar a taxa de juros de referência [de 8% para 9,5%] não impediu o ataque ao rublo. Em 15 e 16 de dezembro do ano passado, teve ainda a situação de emergência no mercado de câmbio, resultado de vários eventos adversos. Tudo isso provocou pânico. Qual é o real impacto das sanções econômicas nesta crise? O impacto negativo mais significativo é associado às restrições à captação de recursos. Isso faz com que seja difícil para as empresas e os bancos o acesso ao mercado da dívida externa, não permitindo refinanciar integralmente essa dívida nem retirar recursos para investimento. É possível comparar este momento com 1998? A crise atual é diferente. Na de 1998, o Orçamento federal teve um grande deficit, de 5,7% do PIB (Produto Interno Bruto), e o rublo era forte demais para os produtores nacionais competirem com os estrangeiros. A crise de curto prazo de 1998 estabeleceu a base para a estabilização a longo prazo da situação macroeconômica e do crescimento futuro.
2
Municípios com chikungunya se espalham e já atingem 18 Estados
Em apenas dois meses, o total de municípios no país com circulação confirmada do vírus chikungunya, conhecido como doença "prima" da dengue, cresceu 78% e a tendência é de avanço, segundo o Ministério da Saúde. Os dados mostram como a doença, que há cerca de um ano era considerada de maior controle se comparada às outras infecções transmitidas pelo Aedes aegypti, tem começado a avançar com maior rapidez nos últimos meses. Detectada em 2014, a chikungunya gerou alerta devido ao quadro de dores articulares que provoca nos pacientes. "No entanto, a infestação foi lenta", diz o diretor de doenças transmissíveis do ministério, Cláudio Maierovitch. Agora, o cenário é outro. "Aparentemente, está acontecendo neste ano o que esperávamos que fosse ocorrer naquele ano", afirma. Só nos dois primeiros meses de 2016, já são 153 municípios com circulação confirmada de chikungunya, distribuídos em 18 Estados. Até o fim do ano passado, essa confirmação ocorria em 86 municípios de 13 Estados. De lá para cá, houve novos casos em São Paulo, Minas, Paraná, Ceará e Maranhão. Na prática, enquanto no início a chikungunya atingiu um grande número de pacientes em poucos lugares, agora ela já avança para capitais e mais cidades do país. Em 2015, até a primeira semana de março, eram 2.103 casos autóctones notificados –localizados, no entanto, em apenas cinco municípios. Já neste ano, o número até o fim de fevereiro era de 3.748. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti "Não estamos mais falando só de Feira de Santana [município que concentrou os primeiros casos], mas também de Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e Rio", afirma o diretor. O número de casos pode ser ainda maior, já que alguns Estados e municípios demoram a notificar os dados ao governo federal. O balanço também não considera os chamados "casos importados" –quando um paciente adquiriu a doença após uma viagem a outro Estado. No Recife, o primeiro caso local foi confirmado em julho do ano passado. Neste ano, já são 2.632 registros, sendo 385 confirmados e os demais ainda em investigação. A situação é ainda mais grave devido ao contexto de epidemia tríplice, com alerta também para zika e dengue. "A zika persiste como preocupação. Mas o que está superlotando os serviços de emergência são os casos de chikungunya", diz o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia. Para o médico Leonardo Weissmann, da Sociedade Brasileira de Infectologia, parte da expansão também pode estar relacionada a uma maior atenção para a doença nos serviços de saúde. "No ano passado [o vírus] chikungunya era um ilustre desconhecido. Agora há uma maior observação", diz. MAIS DUAS MORTES O Ministério da Saúde confirmou mais duas novas mortes no país relacionadas ao vírus chikungunya. Agora, chega a cinco o número de mortes pela doença. Até então, a pasta já havia confirmado, em janeiro, apenas três outros registros de morte por chikungunya –dois na Bahia e um em Sergipe. Os dois novos casos ocorreram em Pernambuco. Em um dos casos, a paciente era uma idosa, de 88 anos, que foi internada em janeiro na UTI de um hospital particular. O segundo caso, no entanto, tem chamado a atenção pelo fato de a vítima ser mais jovem (54 anos) e por não apresentar registro de doenças relacionadas. Até então, todas as mortes ocorridas no país eram de idosos entre 70 e 90 anos e com registro de doenças crônicas. "É um caso intrigante por não ter evidências de comorbidades. Mas como são números pequenos, não podemos partir para uma conclusão precipitada no sentido de uma mudança de padrão", diz o secretário de saúde do Recife, Jailson Correia. Segundo o diretor de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, uma equipe do Ministério da Saúde deve ir a Pernambuco para dar apoio ao Estado na investigação das mortes e do aumento de casos. Há ainda outras mortes em investigação no país. Na Paraíba, a secretaria analisa a suspeita de mortes. Os pacientes –uma criança de 5 anos, uma mulher de 51 anos e um homem de 65– foram atendidos no Hospital de Trauma, em Campina Grande, e tiveram resultados positivos para o vírus em exames preliminares. As investigações devem durar até 60 dias.
cotidiano
Municípios com chikungunya se espalham e já atingem 18 EstadosEm apenas dois meses, o total de municípios no país com circulação confirmada do vírus chikungunya, conhecido como doença "prima" da dengue, cresceu 78% e a tendência é de avanço, segundo o Ministério da Saúde. Os dados mostram como a doença, que há cerca de um ano era considerada de maior controle se comparada às outras infecções transmitidas pelo Aedes aegypti, tem começado a avançar com maior rapidez nos últimos meses. Detectada em 2014, a chikungunya gerou alerta devido ao quadro de dores articulares que provoca nos pacientes. "No entanto, a infestação foi lenta", diz o diretor de doenças transmissíveis do ministério, Cláudio Maierovitch. Agora, o cenário é outro. "Aparentemente, está acontecendo neste ano o que esperávamos que fosse ocorrer naquele ano", afirma. Só nos dois primeiros meses de 2016, já são 153 municípios com circulação confirmada de chikungunya, distribuídos em 18 Estados. Até o fim do ano passado, essa confirmação ocorria em 86 municípios de 13 Estados. De lá para cá, houve novos casos em São Paulo, Minas, Paraná, Ceará e Maranhão. Na prática, enquanto no início a chikungunya atingiu um grande número de pacientes em poucos lugares, agora ela já avança para capitais e mais cidades do país. Em 2015, até a primeira semana de março, eram 2.103 casos autóctones notificados –localizados, no entanto, em apenas cinco municípios. Já neste ano, o número até o fim de fevereiro era de 3.748. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti "Não estamos mais falando só de Feira de Santana [município que concentrou os primeiros casos], mas também de Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e Rio", afirma o diretor. O número de casos pode ser ainda maior, já que alguns Estados e municípios demoram a notificar os dados ao governo federal. O balanço também não considera os chamados "casos importados" –quando um paciente adquiriu a doença após uma viagem a outro Estado. No Recife, o primeiro caso local foi confirmado em julho do ano passado. Neste ano, já são 2.632 registros, sendo 385 confirmados e os demais ainda em investigação. A situação é ainda mais grave devido ao contexto de epidemia tríplice, com alerta também para zika e dengue. "A zika persiste como preocupação. Mas o que está superlotando os serviços de emergência são os casos de chikungunya", diz o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia. Para o médico Leonardo Weissmann, da Sociedade Brasileira de Infectologia, parte da expansão também pode estar relacionada a uma maior atenção para a doença nos serviços de saúde. "No ano passado [o vírus] chikungunya era um ilustre desconhecido. Agora há uma maior observação", diz. MAIS DUAS MORTES O Ministério da Saúde confirmou mais duas novas mortes no país relacionadas ao vírus chikungunya. Agora, chega a cinco o número de mortes pela doença. Até então, a pasta já havia confirmado, em janeiro, apenas três outros registros de morte por chikungunya –dois na Bahia e um em Sergipe. Os dois novos casos ocorreram em Pernambuco. Em um dos casos, a paciente era uma idosa, de 88 anos, que foi internada em janeiro na UTI de um hospital particular. O segundo caso, no entanto, tem chamado a atenção pelo fato de a vítima ser mais jovem (54 anos) e por não apresentar registro de doenças relacionadas. Até então, todas as mortes ocorridas no país eram de idosos entre 70 e 90 anos e com registro de doenças crônicas. "É um caso intrigante por não ter evidências de comorbidades. Mas como são números pequenos, não podemos partir para uma conclusão precipitada no sentido de uma mudança de padrão", diz o secretário de saúde do Recife, Jailson Correia. Segundo o diretor de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, uma equipe do Ministério da Saúde deve ir a Pernambuco para dar apoio ao Estado na investigação das mortes e do aumento de casos. Há ainda outras mortes em investigação no país. Na Paraíba, a secretaria analisa a suspeita de mortes. Os pacientes –uma criança de 5 anos, uma mulher de 51 anos e um homem de 65– foram atendidos no Hospital de Trauma, em Campina Grande, e tiveram resultados positivos para o vírus em exames preliminares. As investigações devem durar até 60 dias.
6
O milagre chinês de anos atrás não existe mais, diz especialista em China
Entre os especialistas em China, o economista Michael Pettis é um dos principais representantes da ala dos "sinocéticos" —aqueles que há anos preveem uma desaceleração acentuada da segunda economia do mundo. O principal motivo do ceticismo é a dívida chinesa, que continua crescendo duas vezes mais do que o PIB. Apesar disso, Pettis acha um exagero atribuir somente à China o risco de uma nova crise global. "Estamos num período tão ruim para a economia mundial que qualquer má notícia causa abalo. Parte disso nada tem a ver com a China." Pettis antevê graves problemas no Brasil decorrentes da desaceleração chinesa. Para ele, os preços de commodities vão continuar caindo. "É particularmente preocupante observar que nos últimos 10 a 15 anos o Brasil parece ter aumentado sua dependência de exportação de commodities." Além de um estudioso da economia chinesa, Pettis convive intensamente com outras facetas do país. Vivendo há 13 anos na China, onde leciona na Universidade de Pequim, ele também ficou conhecido como um importante empresário da área musical, criando casas de shows na capital chinesa e promovendo bandas de rock locais. * Folha - Não é novidade que a economia chinesa está em desaceleração. Por que então o pânico dos mercados neste momento? Michael Pettis - Tem a ver tanto com a China quanto com o estado da economia mundial. Os níveis de dívida estão muito altos no mundo. A demanda está baixa e continuará assim, porque ela está estruturalmente relacionada a desigualdade de renda e outros fatores demoram muito para mudar. Estamos num período tão ruim para a economia mundial que qualquer má notícia causa abalo. Parte disso nada tem a ver com a China. Por outro lado, nem todos reconhecem que o milagre chinês de alguns anos atrás não existe mais e que a realidade agora é bem diferente. Estamos nos ajustando a isso. Para muita gente é uma surpresa. Também não era segredo que a China não é governada por gênios, mas pelo visto muita gente não sabia. Os acontecimentos recentes mudaram a percepção sobre a China, não a realidade. As medidas recentes adotadas pelo governo chinês, entre elas o corte de juros e a redução do depósito compulsório dos bancos para estimular o crédito, serão suficientes para conter a turbulência do mercado? Não. Houve uma época em que sinalizações do governo eram suficientes para influenciar o mercado acionário, mas agora é necessário um movimento sincronizado de compra para isso. O mercado caiu tanto que provavelmente vai se recuperar temporariamente, mas mesmo neste piso recente ainda é um dos mercados acionários mais caros do mundo. Alguns economistas não concordam com as suas previsões de que 3% a 4% seria a média de crescimento anual no governo do presidente Xi Jinping, no máximo. Falei com Stephen Roach (professor da universidade Yale e execonomista chefe do Morgan Stanley) duas semanas atrás, e, para ele, a taxa de 3% ao ano é "um exagero total. A economia chinesa vai se estabilizar crescendo a 6% a 6,5% ao ano". Na realidade a maioria dos economistas não concorda comigo. Eu respeito muito Steve Roach e leio todas suas pesquisas, mas acho que ele, como a maioria dos economistas, subestimou sistematicamente o impacto negativo da disparada da dívida da China. Um resultado disso é que a queda do crescimento chinês está sempre surpreendendo os economistas. Quase exatamente há dois anos, por exemplo, Roach sugeriu que o crescimento chinês iria se estabilizar em 7,5% a 8%. Eu acho que os 6% a 6,5% que ele prevê hoje vão estar corretos apenas para 2015 a 2017, mas até 2018 ou mesmo até o fim de 2017, ninguém mais vai acreditar nessa previsão. Eles vão continuar a reduzir suas projeções, como vêm fazendo todo ano. Como você resumiria a "hipótese Pettis" para o modelo de crescimento chinês e a atual queda na atividade? O que tornou a crise inevitável e você prevê um "pouso forçado"? Minhas previsões são feitas a partir da minha obsessão com a história econômica dos países em desenvolvimento. Houve dúzias de "milagres econômicos" nas últimas sete décadas desde a Segunda Guerra Mundial, e os mais famosos foram o da União Soviética nos anos 50, do Brasil nos anos 1960 e 1970, e Japão nos anos 80. Era amplamente "sabido" nos anos 60 que a União Soviética iria ultrapassar os Estados Unidos entre 1984 e 1997, de acordo com (o economista prêmio Nobel) Paul Samuelson em 1961. Nos anos 80, "sabia-se" que o Japão iria ultrapassar os EUA antes do ano 2000. Mas cada um desses milagres econômicos acabou tendo ajustes surpreendentemente difíceis e uma explosão na dívida, que às vezes levou a uma crise, como no Brasil, e às vezes a um longo período de estagnação, como no Japão e na União Soviética. O "surpreendentemente" difícil processo de ajuste da China, em outras palavras, só é surpreendente se você, ao assistir ao mesmo filme pela décima segunda vez, esperar um final diferente. Eu continuo achando que ou teremos um ajuste sem disrupção, em que o crescimento continua a cair 1 ponto a 1,5 ponto porcentual ao ano e atinge uma média de menos de 3% a 4% na década entre 2012 e 2022, ou Pequim vai achar politicamente muito difícil permitir que o crescimento caia na velocidade que deveria, e vai forçar o crescimento do crédito para manter um avanço de PIB de 7% ao ano. Se escolher o segundo caminho, a dívida, que atualmente cresce 13% ao ano para um PIB de 7%, irá se tornar excessiva, talvez em dois a três anos, e depois disso o crédito não vai conseguir crescer na velocidade necessária e o crescimento vai entrar em colapso. A China conseguirá atingir a meta de crescimento oficial do PIB este ano, em torno de 7%? Deve ficar um pouco abaixo de 7%, mas isso é perda de tempo. O Brasil também poderia ter 7% de crescimento se quisesse, contanto que tivesse capacidade ilimitada de tomar crédito. O problema é que não é um um crescimento saudável. A China pode ter 8% de crescimento se quiser, mas em dois anos estará quebrada. O mercado ainda não entendeu que alto crescimento é um mau sinal. Toda vez que o crescimento avança todos ficam felizes, mas não se dão conta de que isso significa também o aumento da dívida. A dívida continua crescendo a uma velocidade duas vezes maior que o PIB. Isso não é sustentável. As reformas necessárias na China estão sendo implementadas no ritmo necessário? Até agora, Pequim fez o que eu esperava que fizesse. Mas a etapa mais difícil das reformas é a próxima, que envolve transferir renda do setor estatal, ou seja, tirar riqueza de interesses poderosos e passar para os cidadãos comuns. Precisamos acompanhar atentamente o processo nos próximos dois a três anos, para determinar quão segura Pequim está de que vai conseguir implementar essas transferências. Levando-se em conta dados positivos, como a recuperação da economia americana, o temor de uma crise global não lhe parece exagerado? Os EUA sempre se recuperam rapidamente. O problema é que essa recuperação corre o risco de travar. O dólar tem estado incrivelmente forte e isso vai afetar o emprego e o comércio [nos EUA]. Japão, China e Europa têm despejado seu excesso de produção no resto do mundo. A Europa tem sido extraordinariamente irresponsável. Por um tempo os EUA não perceberam, porque os excedentes desses países estavam sendo absorvidos por países como o Brasil, Peru, Chile e Austrália, por causa dos preços em queda das commodities. Mas é impossível para esses países continuar absorvendo os excedentes, mesmo se os preços dos metais caírem a zero. Isso significa que eles serão absorvidos pelos EUA, o que poderá ter um impacto negativo no crescimento e no desemprego. Portanto, os problemas não foram resolvidos. Eles foram apenas mascarados pelo colapso dos preços de metais e energia, mas isso é temporário. Os EUA estão em recuperação, mas ela poderá sair dos trilhos. Enquanto isso temos a Europa em má forma como nunca e a China em desaceleração. Quanto ao Japão, a esta altura já podemos concluir que Abenomics não funcionou para o crescimento japonês e claro, os países em desenvolvimento, que há alguns anos pareciam imunes aos problemas nos EUA e na Europa, estão sendo gravemente afetados. Não sei de onde pode vir o crescimento. Talvez da Índia, que tem enormes necessidades em infraestrutura, se conseguir melhorar sua credibilidade. O problema é que os países que precisam investir não tem credibilidade suficiente para fazer empréstimos, e os que podem tomar empréstimos não estão investindo nem consumindo. Portanto, não sei de onde o crescimento pode vir. Portanto, o maior risco para o crescimento do PIB global não vem só da China... A China é o maior componente aritmético do crescimento global, mas não contribui mais como antes, porque não está gerando demanda. O ajuste na China, na realidade, poderá ser bom para o mundo, porque se sua economia se reequilibrar, seu superávit irá contrair. Isso seria positivo para o mundo, mas ainda assim é um impacto pequeno. Significa apenas que a China irá subtrair um pouco menos do crescimento global. Ainda restarão os demais problemas. A China é apenas parte de um cenário mundial feio. Como o Brasil deve se ajustar a essa China pós-milagre econômico? Há seis anos vou ao Brasil e sempre alertei que o preço do minério de ferro iria desabar. Nos anos 90, com grande esforço, o Brasil conseguiu reforçar sua indústria e se afastar da dependência de commodities. Mas quando os preços das commodities explodiram, na última década, o governo esqueceu essa importante lição. Basta olhar para a história do país para saber que é uma péssima estratégia, porque os preços de commodities não permanecem altos. Por outro lado, à medida em que a China se reequilibra, isso é bom para o setor industrial de países em desenvolvimento. Manufaturas de países como o Brasil podem ganhar mais competitividade. A chave é investir em infraestrutura, mas isso não é fácil num momento de escassez de crédito. Esse é o desafio do Brasil. A economia brasileira já foi afetada pela desaceleração chinesa, principalmente pela queda nos preços das commodities. Quão graves serão os efeitos? Muito graves. Vivemos em um mundo com demanda persistentemente fraca, causada por níveis historicamente altos de desigualdade de renda, e vai levar muitos anos até que isso mude. Em 2012, eu disse a meus amigos no Brasil, Peru e Austrália que o preço das commodities ia cair mais de 50% até 2015. Isso já aconteceu, mas ainda temos muito caminho pela frente. Acho que os preços de commodities como minério de ferro vão continuar caindo, pelo menos mais 30% a 50% A China desacelerou, mas ainda tem um longo caminho até chegar o crescimento chegar ao piso. Você acompanha as economias da América Latina. Em seu blog, você diz esperar que "antes do fim da década ou pouco depois disso teremos uma onda de calotes em dívida soberana ou reestruturações de dívida na América Latina e outros países do mundo em desenvolvimento." Onde fica o Brasil nesse cenário? Eu não acompanho mais o Brasil tão de perto para dizer com grande segurança, mas acho que o perfil da dívida do país é muito ruim e o crescimento global está longe de chegar a seu nível mais baixo. É particularmente preocupante observar que nos últimos 1015 anos o Brasil parece ter aumentado sua dependência de exportação de commodities, apesar de todas as advertências de economistas brasileiros mais velhos, que se lembram quão perigosa é essa dependência. Eu temo que o Brasil seja de fato um dos países que que precisamos acompanhar muito de perto. - Origem: nascido em Zaragoza, Espanha, de mãe francesa e pai americano Formação: mestre em relações internacionais e finanças pela Universidade de Columbia (EUA) Carreira: trabalhou 14 anos em bancos de investimento em Nova York; vive na China desde 2002, onde é professor de finanças da Universidade de Pequim e dono de um selo de música independente
mercado
O milagre chinês de anos atrás não existe mais, diz especialista em ChinaEntre os especialistas em China, o economista Michael Pettis é um dos principais representantes da ala dos "sinocéticos" —aqueles que há anos preveem uma desaceleração acentuada da segunda economia do mundo. O principal motivo do ceticismo é a dívida chinesa, que continua crescendo duas vezes mais do que o PIB. Apesar disso, Pettis acha um exagero atribuir somente à China o risco de uma nova crise global. "Estamos num período tão ruim para a economia mundial que qualquer má notícia causa abalo. Parte disso nada tem a ver com a China." Pettis antevê graves problemas no Brasil decorrentes da desaceleração chinesa. Para ele, os preços de commodities vão continuar caindo. "É particularmente preocupante observar que nos últimos 10 a 15 anos o Brasil parece ter aumentado sua dependência de exportação de commodities." Além de um estudioso da economia chinesa, Pettis convive intensamente com outras facetas do país. Vivendo há 13 anos na China, onde leciona na Universidade de Pequim, ele também ficou conhecido como um importante empresário da área musical, criando casas de shows na capital chinesa e promovendo bandas de rock locais. * Folha - Não é novidade que a economia chinesa está em desaceleração. Por que então o pânico dos mercados neste momento? Michael Pettis - Tem a ver tanto com a China quanto com o estado da economia mundial. Os níveis de dívida estão muito altos no mundo. A demanda está baixa e continuará assim, porque ela está estruturalmente relacionada a desigualdade de renda e outros fatores demoram muito para mudar. Estamos num período tão ruim para a economia mundial que qualquer má notícia causa abalo. Parte disso nada tem a ver com a China. Por outro lado, nem todos reconhecem que o milagre chinês de alguns anos atrás não existe mais e que a realidade agora é bem diferente. Estamos nos ajustando a isso. Para muita gente é uma surpresa. Também não era segredo que a China não é governada por gênios, mas pelo visto muita gente não sabia. Os acontecimentos recentes mudaram a percepção sobre a China, não a realidade. As medidas recentes adotadas pelo governo chinês, entre elas o corte de juros e a redução do depósito compulsório dos bancos para estimular o crédito, serão suficientes para conter a turbulência do mercado? Não. Houve uma época em que sinalizações do governo eram suficientes para influenciar o mercado acionário, mas agora é necessário um movimento sincronizado de compra para isso. O mercado caiu tanto que provavelmente vai se recuperar temporariamente, mas mesmo neste piso recente ainda é um dos mercados acionários mais caros do mundo. Alguns economistas não concordam com as suas previsões de que 3% a 4% seria a média de crescimento anual no governo do presidente Xi Jinping, no máximo. Falei com Stephen Roach (professor da universidade Yale e execonomista chefe do Morgan Stanley) duas semanas atrás, e, para ele, a taxa de 3% ao ano é "um exagero total. A economia chinesa vai se estabilizar crescendo a 6% a 6,5% ao ano". Na realidade a maioria dos economistas não concorda comigo. Eu respeito muito Steve Roach e leio todas suas pesquisas, mas acho que ele, como a maioria dos economistas, subestimou sistematicamente o impacto negativo da disparada da dívida da China. Um resultado disso é que a queda do crescimento chinês está sempre surpreendendo os economistas. Quase exatamente há dois anos, por exemplo, Roach sugeriu que o crescimento chinês iria se estabilizar em 7,5% a 8%. Eu acho que os 6% a 6,5% que ele prevê hoje vão estar corretos apenas para 2015 a 2017, mas até 2018 ou mesmo até o fim de 2017, ninguém mais vai acreditar nessa previsão. Eles vão continuar a reduzir suas projeções, como vêm fazendo todo ano. Como você resumiria a "hipótese Pettis" para o modelo de crescimento chinês e a atual queda na atividade? O que tornou a crise inevitável e você prevê um "pouso forçado"? Minhas previsões são feitas a partir da minha obsessão com a história econômica dos países em desenvolvimento. Houve dúzias de "milagres econômicos" nas últimas sete décadas desde a Segunda Guerra Mundial, e os mais famosos foram o da União Soviética nos anos 50, do Brasil nos anos 1960 e 1970, e Japão nos anos 80. Era amplamente "sabido" nos anos 60 que a União Soviética iria ultrapassar os Estados Unidos entre 1984 e 1997, de acordo com (o economista prêmio Nobel) Paul Samuelson em 1961. Nos anos 80, "sabia-se" que o Japão iria ultrapassar os EUA antes do ano 2000. Mas cada um desses milagres econômicos acabou tendo ajustes surpreendentemente difíceis e uma explosão na dívida, que às vezes levou a uma crise, como no Brasil, e às vezes a um longo período de estagnação, como no Japão e na União Soviética. O "surpreendentemente" difícil processo de ajuste da China, em outras palavras, só é surpreendente se você, ao assistir ao mesmo filme pela décima segunda vez, esperar um final diferente. Eu continuo achando que ou teremos um ajuste sem disrupção, em que o crescimento continua a cair 1 ponto a 1,5 ponto porcentual ao ano e atinge uma média de menos de 3% a 4% na década entre 2012 e 2022, ou Pequim vai achar politicamente muito difícil permitir que o crescimento caia na velocidade que deveria, e vai forçar o crescimento do crédito para manter um avanço de PIB de 7% ao ano. Se escolher o segundo caminho, a dívida, que atualmente cresce 13% ao ano para um PIB de 7%, irá se tornar excessiva, talvez em dois a três anos, e depois disso o crédito não vai conseguir crescer na velocidade necessária e o crescimento vai entrar em colapso. A China conseguirá atingir a meta de crescimento oficial do PIB este ano, em torno de 7%? Deve ficar um pouco abaixo de 7%, mas isso é perda de tempo. O Brasil também poderia ter 7% de crescimento se quisesse, contanto que tivesse capacidade ilimitada de tomar crédito. O problema é que não é um um crescimento saudável. A China pode ter 8% de crescimento se quiser, mas em dois anos estará quebrada. O mercado ainda não entendeu que alto crescimento é um mau sinal. Toda vez que o crescimento avança todos ficam felizes, mas não se dão conta de que isso significa também o aumento da dívida. A dívida continua crescendo a uma velocidade duas vezes maior que o PIB. Isso não é sustentável. As reformas necessárias na China estão sendo implementadas no ritmo necessário? Até agora, Pequim fez o que eu esperava que fizesse. Mas a etapa mais difícil das reformas é a próxima, que envolve transferir renda do setor estatal, ou seja, tirar riqueza de interesses poderosos e passar para os cidadãos comuns. Precisamos acompanhar atentamente o processo nos próximos dois a três anos, para determinar quão segura Pequim está de que vai conseguir implementar essas transferências. Levando-se em conta dados positivos, como a recuperação da economia americana, o temor de uma crise global não lhe parece exagerado? Os EUA sempre se recuperam rapidamente. O problema é que essa recuperação corre o risco de travar. O dólar tem estado incrivelmente forte e isso vai afetar o emprego e o comércio [nos EUA]. Japão, China e Europa têm despejado seu excesso de produção no resto do mundo. A Europa tem sido extraordinariamente irresponsável. Por um tempo os EUA não perceberam, porque os excedentes desses países estavam sendo absorvidos por países como o Brasil, Peru, Chile e Austrália, por causa dos preços em queda das commodities. Mas é impossível para esses países continuar absorvendo os excedentes, mesmo se os preços dos metais caírem a zero. Isso significa que eles serão absorvidos pelos EUA, o que poderá ter um impacto negativo no crescimento e no desemprego. Portanto, os problemas não foram resolvidos. Eles foram apenas mascarados pelo colapso dos preços de metais e energia, mas isso é temporário. Os EUA estão em recuperação, mas ela poderá sair dos trilhos. Enquanto isso temos a Europa em má forma como nunca e a China em desaceleração. Quanto ao Japão, a esta altura já podemos concluir que Abenomics não funcionou para o crescimento japonês e claro, os países em desenvolvimento, que há alguns anos pareciam imunes aos problemas nos EUA e na Europa, estão sendo gravemente afetados. Não sei de onde pode vir o crescimento. Talvez da Índia, que tem enormes necessidades em infraestrutura, se conseguir melhorar sua credibilidade. O problema é que os países que precisam investir não tem credibilidade suficiente para fazer empréstimos, e os que podem tomar empréstimos não estão investindo nem consumindo. Portanto, não sei de onde o crescimento pode vir. Portanto, o maior risco para o crescimento do PIB global não vem só da China... A China é o maior componente aritmético do crescimento global, mas não contribui mais como antes, porque não está gerando demanda. O ajuste na China, na realidade, poderá ser bom para o mundo, porque se sua economia se reequilibrar, seu superávit irá contrair. Isso seria positivo para o mundo, mas ainda assim é um impacto pequeno. Significa apenas que a China irá subtrair um pouco menos do crescimento global. Ainda restarão os demais problemas. A China é apenas parte de um cenário mundial feio. Como o Brasil deve se ajustar a essa China pós-milagre econômico? Há seis anos vou ao Brasil e sempre alertei que o preço do minério de ferro iria desabar. Nos anos 90, com grande esforço, o Brasil conseguiu reforçar sua indústria e se afastar da dependência de commodities. Mas quando os preços das commodities explodiram, na última década, o governo esqueceu essa importante lição. Basta olhar para a história do país para saber que é uma péssima estratégia, porque os preços de commodities não permanecem altos. Por outro lado, à medida em que a China se reequilibra, isso é bom para o setor industrial de países em desenvolvimento. Manufaturas de países como o Brasil podem ganhar mais competitividade. A chave é investir em infraestrutura, mas isso não é fácil num momento de escassez de crédito. Esse é o desafio do Brasil. A economia brasileira já foi afetada pela desaceleração chinesa, principalmente pela queda nos preços das commodities. Quão graves serão os efeitos? Muito graves. Vivemos em um mundo com demanda persistentemente fraca, causada por níveis historicamente altos de desigualdade de renda, e vai levar muitos anos até que isso mude. Em 2012, eu disse a meus amigos no Brasil, Peru e Austrália que o preço das commodities ia cair mais de 50% até 2015. Isso já aconteceu, mas ainda temos muito caminho pela frente. Acho que os preços de commodities como minério de ferro vão continuar caindo, pelo menos mais 30% a 50% A China desacelerou, mas ainda tem um longo caminho até chegar o crescimento chegar ao piso. Você acompanha as economias da América Latina. Em seu blog, você diz esperar que "antes do fim da década ou pouco depois disso teremos uma onda de calotes em dívida soberana ou reestruturações de dívida na América Latina e outros países do mundo em desenvolvimento." Onde fica o Brasil nesse cenário? Eu não acompanho mais o Brasil tão de perto para dizer com grande segurança, mas acho que o perfil da dívida do país é muito ruim e o crescimento global está longe de chegar a seu nível mais baixo. É particularmente preocupante observar que nos últimos 1015 anos o Brasil parece ter aumentado sua dependência de exportação de commodities, apesar de todas as advertências de economistas brasileiros mais velhos, que se lembram quão perigosa é essa dependência. Eu temo que o Brasil seja de fato um dos países que que precisamos acompanhar muito de perto. - Origem: nascido em Zaragoza, Espanha, de mãe francesa e pai americano Formação: mestre em relações internacionais e finanças pela Universidade de Columbia (EUA) Carreira: trabalhou 14 anos em bancos de investimento em Nova York; vive na China desde 2002, onde é professor de finanças da Universidade de Pequim e dono de um selo de música independente
2
Defesa de Okamotto entra com liminar para evitar sua prisão
A defesa Paulo Okamotto entrou nesta terça-feira (15) com um habeas corpus preventivo junto do TRF-4 (Tribunal Federal da 4a Região) na tentativa de evitar uma possível prisão do presidente do Instituto Lula. "O pedido é simples: que se determine à autoridade coatora que se abstenha de decretar prisão temporária", diz o documento, referindo-se ao petista. Na petição, os advogados também solicitam que a medida seja estendida a uma possível prisão preventiva (sem tempo determinado para o detento sair), "que vem sendo decretada com fundamento na gravidade abstrata do crime e no genérico argumento da garantia da ordem pública", segundo os criminalistas. A defesa alega que Okamotto não se encaixa em nenhuma das hipóteses previstas em casos em que é necessário decretar a prisões temporária ou preventiva, ou seja, em que há risco de fuga do investigado ou provas de que ele tentou atrapalhar a investigação ou perturbar a ordem pública. "O paciente se encontra com receio de sofrer iminente ofensa ao seu direito à liberdade de locomoção, razão pela qual o presente remédio constitucional ostenta finalidade preventiva', atestam os advogados. O documento também acusa a Operação Lava Jato de ter decretado prisões de maneira arbitrária ao longo desses mais de dois anos de operação. DEPOIMENTO Em 4 de março, Okamotto foi um dos alvos da 24a fase da Lava Jato, juntamente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em seu depoimento à Polícia Federal concedido naquela dia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, seguiu a mesma linha do relato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dado no mesmo dia. À Polícia Federal, Okamotto confirmou que o Instituto Lula recebe doações das empreiteiras Camargo Corrêa, OAS, Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão. Okamotto disse também que é encarregado da interlocução com essas empresas e afirmou não se lembrar se a UTC também está entre as que fazem contribuições. O ex-presidente Lula disse que ele próprio não pede doações de empresas para o instituto, para não ficar em uma posição de vulnerabilidade política. Segundo o ex-presidente, a missão de captar recursos cabia à direção da instituição e não a ele. Um dos focos da investigação sobre o ex-presidente, são as doações para o Instituto Lula. Desde que o petista deixou o Planalto, a entidade recebeu ao menos R$ 35 milhões em doações. Deste valor, Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e UTC –todas empreiteiras suspeitas de integrar o esquema de corrupção na Petrobras– bancaram R$ 20,7 milhões. Okamotto também prestou esclarecimentos sobre a LILS, empresa de palestras de Lula, da qual é sócio junto com o ex-presidente. Ele afirmou que Lula realizou mais de 70 palestras desde que deixou o Palácio do Planalto. FILHOS DE LULA A Polícia Federal questionou Okamotto sobre valores repassados pelo Instituto Lula às empresas de filhos do petista. O presidente da instituição confirmou que o montante de R$ 1,3 milhões foi pago entre 2012 e 2014 à G4 Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda. por serviços de tecnologia. Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente, é dono da empresa em sociedade com Fernando Bittar e Kalil Bittar. A G4 e outras empresas de Fábio Luís –BR4 Participações Ltda., Gamecorp S/A., LLF Participações Eireli - EPP e FFK Participações Ltda– foram alvos de busca e apreensão feitos pela Polícia Federal e Ministério Público Federal. Já no caso da empresa Flexbr Tecnologia Ltda., de Marcos Cláudio Lula da Silva e Sandro Luís Lula da Silva, Okamotto confirmou o pagamento em 2014 de uma prestação no valor de R$ 114 mil. A remuneração seria referente a serviços prestados para analisar filmagens realizadas por uma empresa terceira. A Flexbr também foi alvo de busca e apreensão. SÍTIO EM ATIBAIA Okamotto disse ainda que esteve entre oito e dez vezes no sítio em Atibaia frequentado pelo ex-presidente Lula, que visitaria a propriedade entre uma de duas vezes por mês. Perguntado durante o depoimento, o presidente do instituto disse não saber responder a questões relacionadas à reforma nas construções do sítio. Okamotto confirmou que, depois que Lula deixou a Presidência da República, parte de sua mudança da residência oficial foi levada em 2011 para o sítio, já que não havia espaço no apartamento do petista em São Bernardo. ACERVO DE LULA O presidente do Instituto Lula também afirmou que mudou parte do acervo do ex-presidente à um depósito do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. A empresa Granero foi contratada pela empreiteira OAS por "pouco mais de R$ 4.000" para armazenar os bens que, segundo Okamotto, são "cartas, documentos, livros, publicações, objetos dados por particulares e coisas sem valor comercial". Os bens foram enviados para o Sindicato dos Metalúrgicos após rescisão com Granero.
poder
Defesa de Okamotto entra com liminar para evitar sua prisãoA defesa Paulo Okamotto entrou nesta terça-feira (15) com um habeas corpus preventivo junto do TRF-4 (Tribunal Federal da 4a Região) na tentativa de evitar uma possível prisão do presidente do Instituto Lula. "O pedido é simples: que se determine à autoridade coatora que se abstenha de decretar prisão temporária", diz o documento, referindo-se ao petista. Na petição, os advogados também solicitam que a medida seja estendida a uma possível prisão preventiva (sem tempo determinado para o detento sair), "que vem sendo decretada com fundamento na gravidade abstrata do crime e no genérico argumento da garantia da ordem pública", segundo os criminalistas. A defesa alega que Okamotto não se encaixa em nenhuma das hipóteses previstas em casos em que é necessário decretar a prisões temporária ou preventiva, ou seja, em que há risco de fuga do investigado ou provas de que ele tentou atrapalhar a investigação ou perturbar a ordem pública. "O paciente se encontra com receio de sofrer iminente ofensa ao seu direito à liberdade de locomoção, razão pela qual o presente remédio constitucional ostenta finalidade preventiva', atestam os advogados. O documento também acusa a Operação Lava Jato de ter decretado prisões de maneira arbitrária ao longo desses mais de dois anos de operação. DEPOIMENTO Em 4 de março, Okamotto foi um dos alvos da 24a fase da Lava Jato, juntamente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em seu depoimento à Polícia Federal concedido naquela dia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, seguiu a mesma linha do relato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dado no mesmo dia. À Polícia Federal, Okamotto confirmou que o Instituto Lula recebe doações das empreiteiras Camargo Corrêa, OAS, Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão. Okamotto disse também que é encarregado da interlocução com essas empresas e afirmou não se lembrar se a UTC também está entre as que fazem contribuições. O ex-presidente Lula disse que ele próprio não pede doações de empresas para o instituto, para não ficar em uma posição de vulnerabilidade política. Segundo o ex-presidente, a missão de captar recursos cabia à direção da instituição e não a ele. Um dos focos da investigação sobre o ex-presidente, são as doações para o Instituto Lula. Desde que o petista deixou o Planalto, a entidade recebeu ao menos R$ 35 milhões em doações. Deste valor, Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e UTC –todas empreiteiras suspeitas de integrar o esquema de corrupção na Petrobras– bancaram R$ 20,7 milhões. Okamotto também prestou esclarecimentos sobre a LILS, empresa de palestras de Lula, da qual é sócio junto com o ex-presidente. Ele afirmou que Lula realizou mais de 70 palestras desde que deixou o Palácio do Planalto. FILHOS DE LULA A Polícia Federal questionou Okamotto sobre valores repassados pelo Instituto Lula às empresas de filhos do petista. O presidente da instituição confirmou que o montante de R$ 1,3 milhões foi pago entre 2012 e 2014 à G4 Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda. por serviços de tecnologia. Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente, é dono da empresa em sociedade com Fernando Bittar e Kalil Bittar. A G4 e outras empresas de Fábio Luís –BR4 Participações Ltda., Gamecorp S/A., LLF Participações Eireli - EPP e FFK Participações Ltda– foram alvos de busca e apreensão feitos pela Polícia Federal e Ministério Público Federal. Já no caso da empresa Flexbr Tecnologia Ltda., de Marcos Cláudio Lula da Silva e Sandro Luís Lula da Silva, Okamotto confirmou o pagamento em 2014 de uma prestação no valor de R$ 114 mil. A remuneração seria referente a serviços prestados para analisar filmagens realizadas por uma empresa terceira. A Flexbr também foi alvo de busca e apreensão. SÍTIO EM ATIBAIA Okamotto disse ainda que esteve entre oito e dez vezes no sítio em Atibaia frequentado pelo ex-presidente Lula, que visitaria a propriedade entre uma de duas vezes por mês. Perguntado durante o depoimento, o presidente do instituto disse não saber responder a questões relacionadas à reforma nas construções do sítio. Okamotto confirmou que, depois que Lula deixou a Presidência da República, parte de sua mudança da residência oficial foi levada em 2011 para o sítio, já que não havia espaço no apartamento do petista em São Bernardo. ACERVO DE LULA O presidente do Instituto Lula também afirmou que mudou parte do acervo do ex-presidente à um depósito do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. A empresa Granero foi contratada pela empreiteira OAS por "pouco mais de R$ 4.000" para armazenar os bens que, segundo Okamotto, são "cartas, documentos, livros, publicações, objetos dados por particulares e coisas sem valor comercial". Os bens foram enviados para o Sindicato dos Metalúrgicos após rescisão com Granero.
0
Sim, Dilma pode!
Descobri que o governo Dilma não desafia apenas a minha inteligência –ou falta dela, segundo alguns desafetos de estimação. Sim, é razoável, pensando o que penso, que veja com maus olhos boa parte das ações da presidente. Queremos coisas distintas. Imaginamos formas diferentes de atender aos anseios dos brasileiros. Divergimos sobre o papel do Estado na economia. Eu me quero, ainda que certamente imperfeito, um liberal. Dilma é sei lá o quê. Talvez ainda se diga socialista. Estamos em campos ideológicos opostos. Não que eu me proíba de eventualmente concordar com ela quando julgo ser o caso. Isso até já aconteceu. Acontece que a presidente desafia também a inteligência de seus aliados e, o que é pior, até daqueles que demonstram alguma boa vontade com ela, ainda que movidos apenas pelo espírito solidário. Todos concordamos, acho, que não fazia sentido enviar ao Congresso um Orçamento com um deficit de R$ 30,5 bilhões –até porque, insisto, trata-se de uma ilegalidade. Agride a espinha dorsal da Lei de Responsabilidade Fiscal. Se, nos itens componentes de um Orçamento, não pode existir despesa sem que se aponte a receita, o principio se transfere para o conjunto. É elementar. E que sentido, faz, então, propor um confisco de 30% dos recursos do chamado "Sistema S", ainda que se possa alegar que, na origem, trata-se de dinheiro público, sem nem manter uma conversa prévia com Armando Monteiro, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior? O homem é ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, uma das áreas diretamente afetadas pela medida. A presidente também se encontrou com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) antes do anúncio do pacote, que prevê que R$ 4,8 bilhões relativos a emendas individuais dos parlamentares sejam direcionados para obras do PAC para compensar cortes feitos no programa. A proposta deixou furiosos deputados e senadores. Muito bem! Dilma não tratou do assunto com o presidente da Câmara, que ficou sabendo de tal pretensão, da qual ela já recuou, quando Joaquim Levy e Nelson Barbosa concederam a entrevista coletiva. Com a CPMF, a trapalhada não foi menor. Primeiro houve o anúncio de que se iria recriar tal imposto; depois, vieram as negativas. Em seguida, a confissão. E já não mais era dinheiro para a saúde, mas para a Previdência. Uma proposta que depende do Congresso chega na hora em que o prestígio da petista nas duas Casas legislativas vive o seu pior momento. Nas suas andanças e entrevistas, Dilma decidiu atrair abertamente o debate sobre a possibilidade de impeachment para a sua cozinha. É evidente que, quaisquer que fossem os argumentos oficiais contra a tese –mesmo a boçalidade de que se trata de um golpe–, eles não poderiam jamais ser esgrimidos pela própria presidente. Afinal, ela tem 9.753 coordenadores políticos. É claro que o país vive uma situação econômica muito difícil. Não é menos evidente que a crise política está às portas, vitaminada pela crise econômica, que, por sua vez, é agravada pela crise política, num ciclo infernal. Mas, creiam: a intranquilidade que toma conta dos agentes políticos e econômicos não decorre daí. Já vivemos situações até mais graves. O que assusta é a sensação de que, a qualquer momento, Dilma pode fazer algo inédito e ruim. E ela pode. Facebook: on.fb.me/1SVhuvw
colunas
Sim, Dilma pode!Descobri que o governo Dilma não desafia apenas a minha inteligência –ou falta dela, segundo alguns desafetos de estimação. Sim, é razoável, pensando o que penso, que veja com maus olhos boa parte das ações da presidente. Queremos coisas distintas. Imaginamos formas diferentes de atender aos anseios dos brasileiros. Divergimos sobre o papel do Estado na economia. Eu me quero, ainda que certamente imperfeito, um liberal. Dilma é sei lá o quê. Talvez ainda se diga socialista. Estamos em campos ideológicos opostos. Não que eu me proíba de eventualmente concordar com ela quando julgo ser o caso. Isso até já aconteceu. Acontece que a presidente desafia também a inteligência de seus aliados e, o que é pior, até daqueles que demonstram alguma boa vontade com ela, ainda que movidos apenas pelo espírito solidário. Todos concordamos, acho, que não fazia sentido enviar ao Congresso um Orçamento com um deficit de R$ 30,5 bilhões –até porque, insisto, trata-se de uma ilegalidade. Agride a espinha dorsal da Lei de Responsabilidade Fiscal. Se, nos itens componentes de um Orçamento, não pode existir despesa sem que se aponte a receita, o principio se transfere para o conjunto. É elementar. E que sentido, faz, então, propor um confisco de 30% dos recursos do chamado "Sistema S", ainda que se possa alegar que, na origem, trata-se de dinheiro público, sem nem manter uma conversa prévia com Armando Monteiro, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior? O homem é ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, uma das áreas diretamente afetadas pela medida. A presidente também se encontrou com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) antes do anúncio do pacote, que prevê que R$ 4,8 bilhões relativos a emendas individuais dos parlamentares sejam direcionados para obras do PAC para compensar cortes feitos no programa. A proposta deixou furiosos deputados e senadores. Muito bem! Dilma não tratou do assunto com o presidente da Câmara, que ficou sabendo de tal pretensão, da qual ela já recuou, quando Joaquim Levy e Nelson Barbosa concederam a entrevista coletiva. Com a CPMF, a trapalhada não foi menor. Primeiro houve o anúncio de que se iria recriar tal imposto; depois, vieram as negativas. Em seguida, a confissão. E já não mais era dinheiro para a saúde, mas para a Previdência. Uma proposta que depende do Congresso chega na hora em que o prestígio da petista nas duas Casas legislativas vive o seu pior momento. Nas suas andanças e entrevistas, Dilma decidiu atrair abertamente o debate sobre a possibilidade de impeachment para a sua cozinha. É evidente que, quaisquer que fossem os argumentos oficiais contra a tese –mesmo a boçalidade de que se trata de um golpe–, eles não poderiam jamais ser esgrimidos pela própria presidente. Afinal, ela tem 9.753 coordenadores políticos. É claro que o país vive uma situação econômica muito difícil. Não é menos evidente que a crise política está às portas, vitaminada pela crise econômica, que, por sua vez, é agravada pela crise política, num ciclo infernal. Mas, creiam: a intranquilidade que toma conta dos agentes políticos e econômicos não decorre daí. Já vivemos situações até mais graves. O que assusta é a sensação de que, a qualquer momento, Dilma pode fazer algo inédito e ruim. E ela pode. Facebook: on.fb.me/1SVhuvw
10
O punho cerrado
BRASÍLIA - Luiz Inácio Lula da Silva tem méritos nos seus 2.922 dias como presidente do Brasil, independentemente de sua real intenção e do fato de que boa parte deles evaporou devido às más escolhas feitas pelo petista e seu grupo. Isso nada tem a ver com inimputabilidade. Lula demonstrou não ter aprendido com a lição de sobriedade que lhe foi aplicada nesta sexta (4) pela Operação Lava Jato. Após o previsível "sacode", Lula fez o que sabe melhor: envergou a armadura do oprimido por elites e partiu para o ataque, dobrando uma aposta cantada. Com direito a punho cerrado, imagem imortalizada pelos tresloucados comunistas alemães da década de 1920, aqueles cujo radicalismo ajudou a colocar os nazistas ao poder. Ah, e também dos mensaleiros condenados à prisão e afins. Tratei várias vezes aqui desta "Kulturkampf", a guerra cultural incentivada por Lula mesmo depois de conquistar o poder e adular as elites que adora atacar –propriedades de brinde são uma face visível da gratidão do pessoal ora em Curitiba. A retórica do "nós contra eles" é parte integral do lulismo. Defesa do que é acusado, não. Lula crê estar, como já disse sobre o antecessor José Sarney, acima desses detalhes. Algum apoio ele sempre terá, na forma de "progressistas" (aspas, por favor) ou da militância chapa branca. Lula aposta na criação de tensão social midiática para assustar "elite", mostrando que a "jararaca está viva", como discursou após depor. Já começou: enquanto escrevo estas linhas, uma miniturba faz barulho em frente à vizinha sede da Globo em Brasília na esperança de alguma repressão policial a fornecer vítimas. A aposta nas ruas é frágil. Nem Dilma Rousseff, enrolada pelo enredo da Lava Jato, pela crise econômica terminal e pela ingovernabilidade que preside, a abraçou em sua fala na sexta. O fôlego da tática lulista será testado, com riscos evidentes, até o ato pró-impeachment do dia 13.
colunas
O punho cerradoBRASÍLIA - Luiz Inácio Lula da Silva tem méritos nos seus 2.922 dias como presidente do Brasil, independentemente de sua real intenção e do fato de que boa parte deles evaporou devido às más escolhas feitas pelo petista e seu grupo. Isso nada tem a ver com inimputabilidade. Lula demonstrou não ter aprendido com a lição de sobriedade que lhe foi aplicada nesta sexta (4) pela Operação Lava Jato. Após o previsível "sacode", Lula fez o que sabe melhor: envergou a armadura do oprimido por elites e partiu para o ataque, dobrando uma aposta cantada. Com direito a punho cerrado, imagem imortalizada pelos tresloucados comunistas alemães da década de 1920, aqueles cujo radicalismo ajudou a colocar os nazistas ao poder. Ah, e também dos mensaleiros condenados à prisão e afins. Tratei várias vezes aqui desta "Kulturkampf", a guerra cultural incentivada por Lula mesmo depois de conquistar o poder e adular as elites que adora atacar –propriedades de brinde são uma face visível da gratidão do pessoal ora em Curitiba. A retórica do "nós contra eles" é parte integral do lulismo. Defesa do que é acusado, não. Lula crê estar, como já disse sobre o antecessor José Sarney, acima desses detalhes. Algum apoio ele sempre terá, na forma de "progressistas" (aspas, por favor) ou da militância chapa branca. Lula aposta na criação de tensão social midiática para assustar "elite", mostrando que a "jararaca está viva", como discursou após depor. Já começou: enquanto escrevo estas linhas, uma miniturba faz barulho em frente à vizinha sede da Globo em Brasília na esperança de alguma repressão policial a fornecer vítimas. A aposta nas ruas é frágil. Nem Dilma Rousseff, enrolada pelo enredo da Lava Jato, pela crise econômica terminal e pela ingovernabilidade que preside, a abraçou em sua fala na sexta. O fôlego da tática lulista será testado, com riscos evidentes, até o ato pró-impeachment do dia 13.
10
Receita e Incra implantarão Cadastro Nacional de Imóveis Rurais
A Receita Federal e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) vão implantar o cadastro nacional com informações sobre os imóveis rurais. Segundo a Receita, a iniciativa visa melhorar a gestão fundiária e tributária do território brasileiro. Um acordo de cooperação técnica foi assinado no início da semana em Brasília pela presidente do Incra, Maria Lúcia de Oliveira Falcón, e pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. O resultado dessa cooperação será o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR), que integrará os bancos de dados dos dois órgãos com o objetivo de melhorar o conhecimento da estrutura fundiária e proporcionar maior segurança jurídica aos negócios imobiliários realizados no país. A unificação do cadastro vai gerar nova base de dados com informações fidedignas, integradas e permanentemente atualizadas, permitindo identificar com segurança e consistência a realidade da malha de imóveis rurais do país. O CNIR será gerenciado pela Receita e pelo Incra e será compartilhado por outras instituições públicas federais e estaduais usuárias e produtoras de informações sobre o meio rural brasileiro responsáveis pela gestão da malha fundiária brasileira. O sistema será ferramenta importante para o planejamento e para a execução de políticas públicas relacionadas com as questões fundiária, fiscal e ambiental. Para a Receita, o CNIR melhorará os instrumentos de gestão sobre tributos internos e controles aduaneiros. Constitui uma das frentes de atuação do programa de modernização dos cadastros de pessoas físicas, jurídicas, previdenciárias e de imóveis. Com o cadastro, segundo a Receita, haverá expressiva redução das obrigações acessórias a serem prestadas por todos os titulares de imóveis rurais, com evidentes benefícios a toda a rede do agronegócio e da agricultura familiar do Brasil. Por outro lado, reduzirá a necessidade de o contribuinte buscar atendimento presencial nas unidades da Receita, pois implanta uma série de funcionalidades de soluções automatizadas. O primeiro produto do acordo de cooperação técnica a ser implantado será o portal Cadastro Rural, canal de consulta e atualização de informações relacionadas aos imóveis rurais. O portal, desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), será lançado nos próximos dias e possibilitará aos produtores rurais e agricultores familiares o acesso a informações e a serviços de diferentes órgãos. O portal será o principal canal para a declaração, à Receita e ao Incra, de informações sobre os imóveis rurais. Os dados declarados serão vinculados para a implantação do cadastro nacional em 2016 com a adoção de identificação única para as propriedades.
mercado
Receita e Incra implantarão Cadastro Nacional de Imóveis RuraisA Receita Federal e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) vão implantar o cadastro nacional com informações sobre os imóveis rurais. Segundo a Receita, a iniciativa visa melhorar a gestão fundiária e tributária do território brasileiro. Um acordo de cooperação técnica foi assinado no início da semana em Brasília pela presidente do Incra, Maria Lúcia de Oliveira Falcón, e pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. O resultado dessa cooperação será o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR), que integrará os bancos de dados dos dois órgãos com o objetivo de melhorar o conhecimento da estrutura fundiária e proporcionar maior segurança jurídica aos negócios imobiliários realizados no país. A unificação do cadastro vai gerar nova base de dados com informações fidedignas, integradas e permanentemente atualizadas, permitindo identificar com segurança e consistência a realidade da malha de imóveis rurais do país. O CNIR será gerenciado pela Receita e pelo Incra e será compartilhado por outras instituições públicas federais e estaduais usuárias e produtoras de informações sobre o meio rural brasileiro responsáveis pela gestão da malha fundiária brasileira. O sistema será ferramenta importante para o planejamento e para a execução de políticas públicas relacionadas com as questões fundiária, fiscal e ambiental. Para a Receita, o CNIR melhorará os instrumentos de gestão sobre tributos internos e controles aduaneiros. Constitui uma das frentes de atuação do programa de modernização dos cadastros de pessoas físicas, jurídicas, previdenciárias e de imóveis. Com o cadastro, segundo a Receita, haverá expressiva redução das obrigações acessórias a serem prestadas por todos os titulares de imóveis rurais, com evidentes benefícios a toda a rede do agronegócio e da agricultura familiar do Brasil. Por outro lado, reduzirá a necessidade de o contribuinte buscar atendimento presencial nas unidades da Receita, pois implanta uma série de funcionalidades de soluções automatizadas. O primeiro produto do acordo de cooperação técnica a ser implantado será o portal Cadastro Rural, canal de consulta e atualização de informações relacionadas aos imóveis rurais. O portal, desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), será lançado nos próximos dias e possibilitará aos produtores rurais e agricultores familiares o acesso a informações e a serviços de diferentes órgãos. O portal será o principal canal para a declaração, à Receita e ao Incra, de informações sobre os imóveis rurais. Os dados declarados serão vinculados para a implantação do cadastro nacional em 2016 com a adoção de identificação única para as propriedades.
2
Petrobras põe à venda 6 blocos de petróleo e espera obter US$ 4 bi
A Petrobras colocou à venda participações em seis blocos de petróleo, incluindo cinco áreas de pré-sal e uma de pós-sal nas bacias de Santos e Campos. A estatal espera obter mais de US$ 4 bilhões com o negócio. Essa operação faz parte de um pacote maior de alienação de patrimônio, que inclui distribuidoras de gás, termelétricas e postos de gasolina no exterior, conforme antecipou a Folha em março. A Petrobras também prepara a abertura de capital da BR Distribuidora e desistiu de vender um pedaço da empresa para um sócio estratégico, como chegou a ser cogitado. Procurada, a empresa não se pronunciou. Uma das partes mais importantes do pacote é a venda dos ativos de exploração e produção de petróleo. Sob coordenação do Bank of America Merrill Lynch, o processo acaba de começar. A estatal deixou disponível às empresas interessadas o acesso aos dados geológicos dos blocos (o chamado "data room"). A expectativa é que os negócios sejam fechados este ano, mas só estejam concluídos no próximo. Só foram convidadas para o processo as maiores petroleiras do mundo, incluindo Exxon, Shell, Statoil, entre outras. Isso ocorreu por causa do grande porte dos ativos. Dos blocos que estão sendo oferecidos, apenas um é de pós-sal: Tartaruga Verde, na bacia de Campos. O bloco é relativamente pequeno, com reservas de 451 milhões de barris equivalentes, mas deve entrar em operação em 2017 e já foi até encomendada uma plataforma. PRÉ-SAL Os demais cinco blocos estão no pré-sal. Na bacia de Campos, está sendo oferecida a fatia de 30% que a estatal possui no bloco Pão de Açúcar (que também inclui as descobertas Gávea e Seat). Já na bacia de Santos, a Petrobras colocou à venda parte do que possui nos campos de Júpiter, Carcará, Lebre e Sagitário. Esses dois últimos ficam um ao lado do outro e a estatal planeja vendê-los juntos. A estatal possui entre 60% e 80% de participação em Júpiter, Carcará, Sagitário e Lebre, mas quer vender de 20% a 30%, mantendo-se como operadora. Está fora de cogitação vender o "coração do pré-sal", como os mega campos de Lula e Sapinhoá. A venda de uma fatia em Carcará ainda gera dúvida. Os dados do bloco estão no "data room", mas pessoas próximas ao negócio dizem que a estatal pode desistir. Esses blocos são gigantes com mais de 1 bilhão de barris de óleo equivalente cada, mas em fase de exploração e desenvolvimento, o que significa que necessitam de pesados investimentos. A produção só começa em 2020. A lógica da estatal foi não abrir mão de receita imediata e, ao mesmo tempo, reduzir risco e investimentos. Para os analistas, a estratégia é acertada, já que a empresa está muito endividada. A venda de ativos do pré-sal gera resistências no partido do governo, o PT. Mas a fatia da qual a empresa quer se desfazer é pequena diante de suas reservas no cinturão, que chegam a 20 bilhões de barris de óleo equivalente.
mercado
Petrobras põe à venda 6 blocos de petróleo e espera obter US$ 4 biA Petrobras colocou à venda participações em seis blocos de petróleo, incluindo cinco áreas de pré-sal e uma de pós-sal nas bacias de Santos e Campos. A estatal espera obter mais de US$ 4 bilhões com o negócio. Essa operação faz parte de um pacote maior de alienação de patrimônio, que inclui distribuidoras de gás, termelétricas e postos de gasolina no exterior, conforme antecipou a Folha em março. A Petrobras também prepara a abertura de capital da BR Distribuidora e desistiu de vender um pedaço da empresa para um sócio estratégico, como chegou a ser cogitado. Procurada, a empresa não se pronunciou. Uma das partes mais importantes do pacote é a venda dos ativos de exploração e produção de petróleo. Sob coordenação do Bank of America Merrill Lynch, o processo acaba de começar. A estatal deixou disponível às empresas interessadas o acesso aos dados geológicos dos blocos (o chamado "data room"). A expectativa é que os negócios sejam fechados este ano, mas só estejam concluídos no próximo. Só foram convidadas para o processo as maiores petroleiras do mundo, incluindo Exxon, Shell, Statoil, entre outras. Isso ocorreu por causa do grande porte dos ativos. Dos blocos que estão sendo oferecidos, apenas um é de pós-sal: Tartaruga Verde, na bacia de Campos. O bloco é relativamente pequeno, com reservas de 451 milhões de barris equivalentes, mas deve entrar em operação em 2017 e já foi até encomendada uma plataforma. PRÉ-SAL Os demais cinco blocos estão no pré-sal. Na bacia de Campos, está sendo oferecida a fatia de 30% que a estatal possui no bloco Pão de Açúcar (que também inclui as descobertas Gávea e Seat). Já na bacia de Santos, a Petrobras colocou à venda parte do que possui nos campos de Júpiter, Carcará, Lebre e Sagitário. Esses dois últimos ficam um ao lado do outro e a estatal planeja vendê-los juntos. A estatal possui entre 60% e 80% de participação em Júpiter, Carcará, Sagitário e Lebre, mas quer vender de 20% a 30%, mantendo-se como operadora. Está fora de cogitação vender o "coração do pré-sal", como os mega campos de Lula e Sapinhoá. A venda de uma fatia em Carcará ainda gera dúvida. Os dados do bloco estão no "data room", mas pessoas próximas ao negócio dizem que a estatal pode desistir. Esses blocos são gigantes com mais de 1 bilhão de barris de óleo equivalente cada, mas em fase de exploração e desenvolvimento, o que significa que necessitam de pesados investimentos. A produção só começa em 2020. A lógica da estatal foi não abrir mão de receita imediata e, ao mesmo tempo, reduzir risco e investimentos. Para os analistas, a estratégia é acertada, já que a empresa está muito endividada. A venda de ativos do pré-sal gera resistências no partido do governo, o PT. Mas a fatia da qual a empresa quer se desfazer é pequena diante de suas reservas no cinturão, que chegam a 20 bilhões de barris de óleo equivalente.
2
Erramos: Família pode dividir gasto com plano de saúde
Estava incorreta a resposta da pergunta 89 na primeira versão do texto "Família pode dividir gasto com plano de saúde (Mercado - 08/04/2015 - 02h00), publicado no site e na versão impressa. O contribuinte que fez 65 anos em julho/14 pode lançar até R$ 12.514,39 na linha 06 da ficha Rendimentos isentos e não tributáveis (R$ 1.787,77 multiplicado por seis, mais o 13º salário). O valor excedente deve ser informado na ficha Rendimentos tributáveis recebidos de PJ pelo titular.
mercado
Erramos: Família pode dividir gasto com plano de saúdeEstava incorreta a resposta da pergunta 89 na primeira versão do texto "Família pode dividir gasto com plano de saúde (Mercado - 08/04/2015 - 02h00), publicado no site e na versão impressa. O contribuinte que fez 65 anos em julho/14 pode lançar até R$ 12.514,39 na linha 06 da ficha Rendimentos isentos e não tributáveis (R$ 1.787,77 multiplicado por seis, mais o 13º salário). O valor excedente deve ser informado na ficha Rendimentos tributáveis recebidos de PJ pelo titular.
2
Doria cobra R$ 240 mil de blocos de outros Estados para desfilar em SP
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que os blocos de rua de outros Estados terão que pagar uma taxa de R$ 240 mil para poderem se apresentar na cidade no período de pré-Carnaval –final de semana anterior à folia. O tucano afirmou que blocos da Bahia e de Pernambuco manifestaram interesse em desfilar no pré-Carnaval de rua de São Paulo, mas ainda não confirmaram se concordam com o pagamento da taxa à prefeitura. "Houve solicitações de blocos de outras regiões, principalmente da Bahia. Nesse sentido, são blocos que atraem 50, 60, 70 mil pessoas. Isso custa para a cidade manutenção, limpeza, segurança, movimentação das equipes da Companhia de Engenharia de Tráfego, tudo isso tem custo para a cidade", disse Doria nesta terça (24). Cada bloco poderá desfilar por cerca de três horas em um dos dias do pré-Carnaval, que será realizado na região da avenida Tiradentes e da praça Campo de Bagatelle, na zona norte da cidade. Os blocos terão a permissão para vender abadás, mas não poderão usar cordões para separar o restante do público dos foliões que tiverem comprado o traje. "O que nós propusemos é que os blocos pudessem, na medida em que possuem todos eles patrocinadores robustos, contribuírem com as taxas da cidade", disse Doria. "É um valor razoável, não é pequeno, para que os blocos patrocinados possam desfilar na maior cidade do país. Se venderem abadás para 50, 60 mil já seria suficiente para pagar essas taxas", destacou o prefeito. Segundo a Secretaria Municipal de Cultura, 495 blocos paulistas já se cadastraram para desfilar pelas ruas da cidade no Carnaval de rua, no período de 17 de fevereiro a 5 de março de 2017. Os blocos paulistas inscritos são isentos de taxas e recebem apoio da prefeitura para desfilar durante o período oficial do evento. A administração municipal fornece infraestrutura de segurança, acompanhamento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), ambulâncias e banheiros químicos. CIDADE DO SAMBA Doria e o ministro do Turismo, Marx Beltrão, visitaram nesta terça (24) as obras da Fábrica do Samba, local onde se concentram os barracões das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo. Um museu do samba e a sede da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo também devem ser construídos no local. De acordo com o ministro do Turismo, metade da obra já está finalizada, e deverá ser totalmente finalizada e entregue até o Carnaval de 2019. Dos R$ 40 milhões contratados com o ministério, R$ 33 milhões já foram pagos. "Faltam R$ 7 milhões a serem pagos, e o que falta a ser pago, falta para ser construído. É de acordo com o andamento da obra", disse Beltrão. O Museu do Samba e a sede da Liga deverão estar prontos até o próximo mês de outubro.
cotidiano
Doria cobra R$ 240 mil de blocos de outros Estados para desfilar em SPO prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que os blocos de rua de outros Estados terão que pagar uma taxa de R$ 240 mil para poderem se apresentar na cidade no período de pré-Carnaval –final de semana anterior à folia. O tucano afirmou que blocos da Bahia e de Pernambuco manifestaram interesse em desfilar no pré-Carnaval de rua de São Paulo, mas ainda não confirmaram se concordam com o pagamento da taxa à prefeitura. "Houve solicitações de blocos de outras regiões, principalmente da Bahia. Nesse sentido, são blocos que atraem 50, 60, 70 mil pessoas. Isso custa para a cidade manutenção, limpeza, segurança, movimentação das equipes da Companhia de Engenharia de Tráfego, tudo isso tem custo para a cidade", disse Doria nesta terça (24). Cada bloco poderá desfilar por cerca de três horas em um dos dias do pré-Carnaval, que será realizado na região da avenida Tiradentes e da praça Campo de Bagatelle, na zona norte da cidade. Os blocos terão a permissão para vender abadás, mas não poderão usar cordões para separar o restante do público dos foliões que tiverem comprado o traje. "O que nós propusemos é que os blocos pudessem, na medida em que possuem todos eles patrocinadores robustos, contribuírem com as taxas da cidade", disse Doria. "É um valor razoável, não é pequeno, para que os blocos patrocinados possam desfilar na maior cidade do país. Se venderem abadás para 50, 60 mil já seria suficiente para pagar essas taxas", destacou o prefeito. Segundo a Secretaria Municipal de Cultura, 495 blocos paulistas já se cadastraram para desfilar pelas ruas da cidade no Carnaval de rua, no período de 17 de fevereiro a 5 de março de 2017. Os blocos paulistas inscritos são isentos de taxas e recebem apoio da prefeitura para desfilar durante o período oficial do evento. A administração municipal fornece infraestrutura de segurança, acompanhamento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), ambulâncias e banheiros químicos. CIDADE DO SAMBA Doria e o ministro do Turismo, Marx Beltrão, visitaram nesta terça (24) as obras da Fábrica do Samba, local onde se concentram os barracões das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo. Um museu do samba e a sede da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo também devem ser construídos no local. De acordo com o ministro do Turismo, metade da obra já está finalizada, e deverá ser totalmente finalizada e entregue até o Carnaval de 2019. Dos R$ 40 milhões contratados com o ministério, R$ 33 milhões já foram pagos. "Faltam R$ 7 milhões a serem pagos, e o que falta a ser pago, falta para ser construído. É de acordo com o andamento da obra", disse Beltrão. O Museu do Samba e a sede da Liga deverão estar prontos até o próximo mês de outubro.
6
Turbulência pede sistema de alerta financeiro antecipado
A recente volatilidade dos mercados demonstra uma vez mais até que ponto as agências de classificação de crédito e os investidores podem errar em suas avaliações econômicas dos países. As agências demoram demais a perceber riscos e rebaixar países, enquanto os investidores seguem um comportamento de rebanho. Em muitos casos, eles ignoram por tempo demais o acúmulo de riscos antes de mudar de rumo abruptamente e, com isso, causar oscilações exageradas no mercado. Dada a natureza do tumulto, hoje o mundo precisa de um sistema de alerta antecipado de "tsunamis" financeiros mais do que nunca. Em princípio, as classificações de crédito se baseiam em modelos estatísticos de calotes passados. Na prática, o selo dado a um país é altamente subjetivo. Os analistas das agências acompanham os desdobramentos no país pelo qual são responsáveis e, quando necessário, o visitam a fim de revisar a situação. Assim, as classificações são muitas vezes retrospectivas, os rebaixamentos ocorrem tarde demais e os países estão sujeitos à alteração do selo quando os analistas os visitam, e não quando os fundamentos mudam. Uma avaliação abrangente do risco de investimento macro de um país requer observar sistematicamente as ações e as contas nacionais a fim de capturar os perigos no sistema financeiro e na economia real. A China é um exemplo perfeito. Os incorporadores de imóveis residenciais, governos locais e empresas estatais do país estão endividados. O balanço da China é forte o bastante para resgatá-los, mas as autoridades teriam uma escolha a fazer: adotar reformas ou voltar a confiar no endividamento para estimular a economia. Mesmo que a China decida continuar seguindo esse segundo curso, não será capaz de cumprir suas metas de crescimento e parecerá mais frágil com o passar do tempo. A classificação do Brasil deveria ter sido rebaixada para abaixo do grau de investimento no ano passado. A economia já enfrentava um deficit fiscal amplo e um ambiente de negócios em deterioração. O escândalo de corrupção na Petrobras está, por fim, levando as agências de classificação de crédito a reavaliar o Brasil, mas a decisão surge tarde demais. E os rebaixamentos provavelmente serão insuficientes para refletir o verdadeiro risco. Uma avaliação de risco nacional conduzida de forma sistemática pode ajudar a identificar os riscos. E, ao menos quanto a isso, ela oferece exatamente aquilo de que o mundo precisa agora: uma abordagem que remove a necessidade de depender da ação lenta e caso a caso das agências de classificação de crédito, e dos ruidosos e instáveis sinais que vêm dos mercados. Tradução de PAULO MIGLIACCI
mercado
Turbulência pede sistema de alerta financeiro antecipadoA recente volatilidade dos mercados demonstra uma vez mais até que ponto as agências de classificação de crédito e os investidores podem errar em suas avaliações econômicas dos países. As agências demoram demais a perceber riscos e rebaixar países, enquanto os investidores seguem um comportamento de rebanho. Em muitos casos, eles ignoram por tempo demais o acúmulo de riscos antes de mudar de rumo abruptamente e, com isso, causar oscilações exageradas no mercado. Dada a natureza do tumulto, hoje o mundo precisa de um sistema de alerta antecipado de "tsunamis" financeiros mais do que nunca. Em princípio, as classificações de crédito se baseiam em modelos estatísticos de calotes passados. Na prática, o selo dado a um país é altamente subjetivo. Os analistas das agências acompanham os desdobramentos no país pelo qual são responsáveis e, quando necessário, o visitam a fim de revisar a situação. Assim, as classificações são muitas vezes retrospectivas, os rebaixamentos ocorrem tarde demais e os países estão sujeitos à alteração do selo quando os analistas os visitam, e não quando os fundamentos mudam. Uma avaliação abrangente do risco de investimento macro de um país requer observar sistematicamente as ações e as contas nacionais a fim de capturar os perigos no sistema financeiro e na economia real. A China é um exemplo perfeito. Os incorporadores de imóveis residenciais, governos locais e empresas estatais do país estão endividados. O balanço da China é forte o bastante para resgatá-los, mas as autoridades teriam uma escolha a fazer: adotar reformas ou voltar a confiar no endividamento para estimular a economia. Mesmo que a China decida continuar seguindo esse segundo curso, não será capaz de cumprir suas metas de crescimento e parecerá mais frágil com o passar do tempo. A classificação do Brasil deveria ter sido rebaixada para abaixo do grau de investimento no ano passado. A economia já enfrentava um deficit fiscal amplo e um ambiente de negócios em deterioração. O escândalo de corrupção na Petrobras está, por fim, levando as agências de classificação de crédito a reavaliar o Brasil, mas a decisão surge tarde demais. E os rebaixamentos provavelmente serão insuficientes para refletir o verdadeiro risco. Uma avaliação de risco nacional conduzida de forma sistemática pode ajudar a identificar os riscos. E, ao menos quanto a isso, ela oferece exatamente aquilo de que o mundo precisa agora: uma abordagem que remove a necessidade de depender da ação lenta e caso a caso das agências de classificação de crédito, e dos ruidosos e instáveis sinais que vêm dos mercados. Tradução de PAULO MIGLIACCI
2
Marcela Temer e Michelzinho viajam a Brasília para foto da posse
Marcela Temer, mulher de Michel Temer, e Michelzinho, filho dos dois, chegam nesta quarta (11) a Brasília. Eles devem aparecer ao lado do vice-presidente no pronunciamento que fará ao país se assumir a Presidência nesta quinta (12). EU PROMETO Além de elogiar a Operação Lava Jato, Temer deve citar os programas Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Pronatec e ProUni para afastar a ideia de que esvaziará a área social. "Ele vai dar sinal de confiança ao mercado e esperança aos mais pobres", diz interlocutor que discute com o vice o conteúdo da fala. ORDEM... Temer pretende dar recado também aos movimentos sociais que prometem "infernizar" seu governo. Estuda incluir no discurso palavras e expressões como "autoridade" e "segurança jurídica", além das já previsíveis "eficiência" e "decência". Estuda também lançar, com essas ideias, um slogan de sua provável administração. ...E PROGRESSO O vice analisava nesta terça (10) a conveniência de anunciar, já no discurso, medidas econômicas de seu eventual governo. Havia a alternativa de deixar essa parte da fala para entrevista de Henrique Meirelles, que comandará a Fazenda. PLANILHA Meirelles apresentou nesta terça (10) alguns números que mostrariam sinais de melhora na economia para dar algum alento ao vice. O PIB Eduardo Eugênio Gouvea Vieira, presidente da Firjan (Federação das Indústrias do RJ), foi recebido por Temer nesta terça (10) em Brasília. Na segunda (9) o vice já tinha conversado com o empresário Abilio Diniz. Leia a coluna completa aqui.
colunas
Marcela Temer e Michelzinho viajam a Brasília para foto da posseMarcela Temer, mulher de Michel Temer, e Michelzinho, filho dos dois, chegam nesta quarta (11) a Brasília. Eles devem aparecer ao lado do vice-presidente no pronunciamento que fará ao país se assumir a Presidência nesta quinta (12). EU PROMETO Além de elogiar a Operação Lava Jato, Temer deve citar os programas Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Pronatec e ProUni para afastar a ideia de que esvaziará a área social. "Ele vai dar sinal de confiança ao mercado e esperança aos mais pobres", diz interlocutor que discute com o vice o conteúdo da fala. ORDEM... Temer pretende dar recado também aos movimentos sociais que prometem "infernizar" seu governo. Estuda incluir no discurso palavras e expressões como "autoridade" e "segurança jurídica", além das já previsíveis "eficiência" e "decência". Estuda também lançar, com essas ideias, um slogan de sua provável administração. ...E PROGRESSO O vice analisava nesta terça (10) a conveniência de anunciar, já no discurso, medidas econômicas de seu eventual governo. Havia a alternativa de deixar essa parte da fala para entrevista de Henrique Meirelles, que comandará a Fazenda. PLANILHA Meirelles apresentou nesta terça (10) alguns números que mostrariam sinais de melhora na economia para dar algum alento ao vice. O PIB Eduardo Eugênio Gouvea Vieira, presidente da Firjan (Federação das Indústrias do RJ), foi recebido por Temer nesta terça (10) em Brasília. Na segunda (9) o vice já tinha conversado com o empresário Abilio Diniz. Leia a coluna completa aqui.
10
Chefes do Legislativo também são governistas
Além de contar com amplas bases nas Assembleias Legislativas, os governadores também terão como aliados os presidentes da Casas. A maior parte dos 26 eleitos são deputados com bom trânsito no governo estadual, mesmo que estejam em partidos contrários à gestão. Esse é o caso, por exemplo, de Pernambuco. Apesar de ser do PDT –partido que apoiou Armando Monteiro (PTB) nas eleições e integra a oposição–, Guilherme Uchôa fez campanha para o governador Paulo Câmara (PSB). No entanto, Filho, que vai comandar o Legislativo pela sexta vez seguida, afirma que não terá postura contrária ao governo. O deputado já era presidente quando Dias governou o Piauí entre 2003 e 2010 e na legislatura passada, quando outro grupo político comandava o governo. Na maioria dos Estados, não chegou a acontecer disputa para o comando das Assembleias. O eleito foi definido por meio de candidatura única em acordo envolvendo as principais bancadas. Uma das exceções foi Tocantins, onde Osires Damaso (DEM) foi escolhido após superar um aliado do governador Marcelo Miranda (PMDB), que não tem maioria em sua base. Em Roraima, o comando do Legislativo também ficou com a oposição. Para os governos, é importante ter apoio dos presidentes, que organizam a pauta a ser votada pelos deputados. Também podem arquivar ou desarquivar matérias. Eles ainda controlam o orçamento do Legislativo. No Rio, por exemplo, o presidente da Assembleia vai administrar despesas de R$ 930 milhões só neste ano. LIDERANÇA Na disputa pelas assembleias, o PMDB ampliou a própria vantagem e passou do comando de seis para oito Casas legislativas. O partido controla o dobro dos segundos lugares, PDT e DEM, com quatro presidências cada. Em seguida, deve vir o PSDB, que tem dois presidentes mas deve eleger um terceiro em março, quando os deputados de SP elegerão seus dirigentes.
poder
Chefes do Legislativo também são governistasAlém de contar com amplas bases nas Assembleias Legislativas, os governadores também terão como aliados os presidentes da Casas. A maior parte dos 26 eleitos são deputados com bom trânsito no governo estadual, mesmo que estejam em partidos contrários à gestão. Esse é o caso, por exemplo, de Pernambuco. Apesar de ser do PDT –partido que apoiou Armando Monteiro (PTB) nas eleições e integra a oposição–, Guilherme Uchôa fez campanha para o governador Paulo Câmara (PSB). No entanto, Filho, que vai comandar o Legislativo pela sexta vez seguida, afirma que não terá postura contrária ao governo. O deputado já era presidente quando Dias governou o Piauí entre 2003 e 2010 e na legislatura passada, quando outro grupo político comandava o governo. Na maioria dos Estados, não chegou a acontecer disputa para o comando das Assembleias. O eleito foi definido por meio de candidatura única em acordo envolvendo as principais bancadas. Uma das exceções foi Tocantins, onde Osires Damaso (DEM) foi escolhido após superar um aliado do governador Marcelo Miranda (PMDB), que não tem maioria em sua base. Em Roraima, o comando do Legislativo também ficou com a oposição. Para os governos, é importante ter apoio dos presidentes, que organizam a pauta a ser votada pelos deputados. Também podem arquivar ou desarquivar matérias. Eles ainda controlam o orçamento do Legislativo. No Rio, por exemplo, o presidente da Assembleia vai administrar despesas de R$ 930 milhões só neste ano. LIDERANÇA Na disputa pelas assembleias, o PMDB ampliou a própria vantagem e passou do comando de seis para oito Casas legislativas. O partido controla o dobro dos segundos lugares, PDT e DEM, com quatro presidências cada. Em seguida, deve vir o PSDB, que tem dois presidentes mas deve eleger um terceiro em março, quando os deputados de SP elegerão seus dirigentes.
0
Aos 40, Pompidou se esforça para 'mostrar valor' em tempos difíceis
Mesmo antes de abrir as portas no centro de Paris, o Pompidou já chamava a atenção por suas estranhas formas, um emaranhado de tubos translúcidos criado por Renzo Piano e Richard Rogers. Desde sempre, a ideia de transparência parecia estampada na pele, ou na ausência dela, deste que se tornou um dos museus mais relevantes da Europa, com um acervo de 120 mil obras e 3 milhões de visitantes ao ano. Inaugurada em janeiro de 1977, a instituição entra agora em seu 40º ano se esforçando para manter o frescor e certo grau de provocação numa França mutante, de minorias étnicas e religiosas mais expressivas e às voltas com a mesma guinada conservadora que abala todo o planeta. Numa das salas da mostra de Cy Twombly, o presidente do Pompidou, Serge Lasvignes, conta que, nesses tempos raivosos, o museu deve cada vez mais "mostrar seu valor". Leia a seguir a entrevista concedida à Folha. * Folha - No aniversário de 40 anos do Pompidou, que papel você diria que o museu tem hoje na cena artística? Serge Lasvignes - Eu diria que o Pompidou ocupa hoje um papel crucial. Somos uma instituição na França que traz um grande público para a arte contemporânea. Quero dizer que mostramos coisas que talvez o grande público não conheça, mas as preparamos para que ele queira conhecer. Não fazemos uma caça aos blockbusters, nem pensamos em chamar grandes multidões, mas damos uma imagem atraente às mostras para que o público tenha vontade de ver. Por que escolheram abrir a celebração dessas quatro décadas com um artista como Cy Twombly? Cy Twombly não é dos artistas mais fáceis. Não temos nenhuma garantia de grande público, mas propor Cy Twombly ao grande público do Pompidou é crucial neste momento, porque o consideramos um artista interessante. Isso ilustra bem o que nos move, a mestiçagem, a mistura, a transgressão de fronteiras. É o encontro da cultura americana e a cultura da Europa, é também um encontro da Europa do norte com a Europa do sul. Nos parecia perfeito, sem contar o fundo de literatura e poesia que está por trás de sua obra, inspirada em Barthes, Mallarmé e na admiração que ele tinha pelos existencialistas. É uma arte de mestiçagem cultural. Como vê a evolução do Pompidou desde que ele foi inaugurado? Diria que houve um fenômeno de profissionalização. O que aconteceu é que houve uma expansão da coleção, que se tornou imensa, com 120 mil obras, incluindo fotografias, esculturas, desenhos. O museu se tornou o coração do Centre Pompidou, já que no início ele era só um elemento de um complexo com biblioteca e centros de espetáculos. O que acredita que deve mudar? Não há muito que mudar, mas considero crucial o contato material com as obras. Há todo um movimento para reproduzir as obras na internet em alta definição, criar visitas virtuais, mas essas ideias não me mobilizam. Uma exposição de Cy Twombly, por exemplo, depende de que suas obras sejam vistas aqui. Democratizar a arte para mim não significa ver arte na internet. A democratização deve se dar no museu, e a relação do público com o museu deve evoluir para uma relação de troca, de interatividade, por isso agimos muito nas redes sociais, que se tornaram mais importantes que um site na internet. Elas permitem promover o museu como um lugar onde as coisas acontecem, onde se contam histórias. Penso também que é necessário desenvolver uma sensação de pertencimento. Sempre tentamos facilitar a entrada das pessoas no museu. Não pode ser uma instituição isolada, deve haver um diálogo entre curadores, restauradores e o público. O museu está se adaptando às mudanças demográficas na França e na Europa? A globalização levou a uma multiplicação dos centros de arte. E, por isso, nos últimos anos, temos prospectado mais a cena emergente. Nosso diretor acaba de ir à Bienal de São Paulo. Estamos presentes na China, na Coreia e temos muita vontade de estar mais presentes na África. Não queremos ter uma coleção centrada na Europa e que abre algumas exceções para periferias exóticas. Estamos pesquisando como a modernidade evoluiu em outros lugares, como no sudeste da Ásia, por exemplo. Isso permite aos nossos conservadores descobrir muitas coisas. Não é uma transposição colonial do nosso acervo. Ou seja, a coleção também está ampliando seu escopo. Somos obrigados a acompanhar o desenvolvimento da criação contemporânea. A coleção se centra em torno de algumas cenas artísticas. Começamos a comprar artistas chineses e brasileiros, mas ainda há muitas lacunas na coleção difíceis de preencher por razões financeiras, como a arte americana do pós-Guerra. A escalada da extrema direita na França e no mundo todo pode afetar o futuro do museu? Nosso orçamento, sendo este um museu público, é uma decisão do governo. O governo pode aumentar ou diminuir o orçamento, mas não sinto uma diferença substancial para o museu entre governos de direita ou de esquerda. No futuro, se um partido extremista chegar ao poder, as coisas podem mudar. Mas acredito que um efeito do extremismo será um retorno à ordem na cultura, o que nos vai forçar cada vez mais a mostrar nosso valor, nossa utilidade para a cultura. O museu deve cada vez mais buscar o público, por exemplo, deslocando obras. Temos feito isso. Levamos obras a outros lugares, pequenas comunidades rurais, e promovemos debates sobre elas. Acredito que precisamos disso, não só para dar acesso à cultura aos que não têm o privilégio de viver no centro de Paris, mas também para criar uma abertura, um complemento do museu. É mostrar a cultura como um fator também importante para a política, como um campo de reflexão da política. O Centre Pompidou é um centro de arte e cultura, não só um museu. É uma instituição que tenta abarcar todo o escopo da modernidade cultural. E agora vimos buscando discutir questões da atualidade. Outro dia fizemos um debate sobre o que significa a eleição de Trump para o mundo.
ilustrada
Aos 40, Pompidou se esforça para 'mostrar valor' em tempos difíceisMesmo antes de abrir as portas no centro de Paris, o Pompidou já chamava a atenção por suas estranhas formas, um emaranhado de tubos translúcidos criado por Renzo Piano e Richard Rogers. Desde sempre, a ideia de transparência parecia estampada na pele, ou na ausência dela, deste que se tornou um dos museus mais relevantes da Europa, com um acervo de 120 mil obras e 3 milhões de visitantes ao ano. Inaugurada em janeiro de 1977, a instituição entra agora em seu 40º ano se esforçando para manter o frescor e certo grau de provocação numa França mutante, de minorias étnicas e religiosas mais expressivas e às voltas com a mesma guinada conservadora que abala todo o planeta. Numa das salas da mostra de Cy Twombly, o presidente do Pompidou, Serge Lasvignes, conta que, nesses tempos raivosos, o museu deve cada vez mais "mostrar seu valor". Leia a seguir a entrevista concedida à Folha. * Folha - No aniversário de 40 anos do Pompidou, que papel você diria que o museu tem hoje na cena artística? Serge Lasvignes - Eu diria que o Pompidou ocupa hoje um papel crucial. Somos uma instituição na França que traz um grande público para a arte contemporânea. Quero dizer que mostramos coisas que talvez o grande público não conheça, mas as preparamos para que ele queira conhecer. Não fazemos uma caça aos blockbusters, nem pensamos em chamar grandes multidões, mas damos uma imagem atraente às mostras para que o público tenha vontade de ver. Por que escolheram abrir a celebração dessas quatro décadas com um artista como Cy Twombly? Cy Twombly não é dos artistas mais fáceis. Não temos nenhuma garantia de grande público, mas propor Cy Twombly ao grande público do Pompidou é crucial neste momento, porque o consideramos um artista interessante. Isso ilustra bem o que nos move, a mestiçagem, a mistura, a transgressão de fronteiras. É o encontro da cultura americana e a cultura da Europa, é também um encontro da Europa do norte com a Europa do sul. Nos parecia perfeito, sem contar o fundo de literatura e poesia que está por trás de sua obra, inspirada em Barthes, Mallarmé e na admiração que ele tinha pelos existencialistas. É uma arte de mestiçagem cultural. Como vê a evolução do Pompidou desde que ele foi inaugurado? Diria que houve um fenômeno de profissionalização. O que aconteceu é que houve uma expansão da coleção, que se tornou imensa, com 120 mil obras, incluindo fotografias, esculturas, desenhos. O museu se tornou o coração do Centre Pompidou, já que no início ele era só um elemento de um complexo com biblioteca e centros de espetáculos. O que acredita que deve mudar? Não há muito que mudar, mas considero crucial o contato material com as obras. Há todo um movimento para reproduzir as obras na internet em alta definição, criar visitas virtuais, mas essas ideias não me mobilizam. Uma exposição de Cy Twombly, por exemplo, depende de que suas obras sejam vistas aqui. Democratizar a arte para mim não significa ver arte na internet. A democratização deve se dar no museu, e a relação do público com o museu deve evoluir para uma relação de troca, de interatividade, por isso agimos muito nas redes sociais, que se tornaram mais importantes que um site na internet. Elas permitem promover o museu como um lugar onde as coisas acontecem, onde se contam histórias. Penso também que é necessário desenvolver uma sensação de pertencimento. Sempre tentamos facilitar a entrada das pessoas no museu. Não pode ser uma instituição isolada, deve haver um diálogo entre curadores, restauradores e o público. O museu está se adaptando às mudanças demográficas na França e na Europa? A globalização levou a uma multiplicação dos centros de arte. E, por isso, nos últimos anos, temos prospectado mais a cena emergente. Nosso diretor acaba de ir à Bienal de São Paulo. Estamos presentes na China, na Coreia e temos muita vontade de estar mais presentes na África. Não queremos ter uma coleção centrada na Europa e que abre algumas exceções para periferias exóticas. Estamos pesquisando como a modernidade evoluiu em outros lugares, como no sudeste da Ásia, por exemplo. Isso permite aos nossos conservadores descobrir muitas coisas. Não é uma transposição colonial do nosso acervo. Ou seja, a coleção também está ampliando seu escopo. Somos obrigados a acompanhar o desenvolvimento da criação contemporânea. A coleção se centra em torno de algumas cenas artísticas. Começamos a comprar artistas chineses e brasileiros, mas ainda há muitas lacunas na coleção difíceis de preencher por razões financeiras, como a arte americana do pós-Guerra. A escalada da extrema direita na França e no mundo todo pode afetar o futuro do museu? Nosso orçamento, sendo este um museu público, é uma decisão do governo. O governo pode aumentar ou diminuir o orçamento, mas não sinto uma diferença substancial para o museu entre governos de direita ou de esquerda. No futuro, se um partido extremista chegar ao poder, as coisas podem mudar. Mas acredito que um efeito do extremismo será um retorno à ordem na cultura, o que nos vai forçar cada vez mais a mostrar nosso valor, nossa utilidade para a cultura. O museu deve cada vez mais buscar o público, por exemplo, deslocando obras. Temos feito isso. Levamos obras a outros lugares, pequenas comunidades rurais, e promovemos debates sobre elas. Acredito que precisamos disso, não só para dar acesso à cultura aos que não têm o privilégio de viver no centro de Paris, mas também para criar uma abertura, um complemento do museu. É mostrar a cultura como um fator também importante para a política, como um campo de reflexão da política. O Centre Pompidou é um centro de arte e cultura, não só um museu. É uma instituição que tenta abarcar todo o escopo da modernidade cultural. E agora vimos buscando discutir questões da atualidade. Outro dia fizemos um debate sobre o que significa a eleição de Trump para o mundo.
1
Empresário precisa de normalidade, não de subsídio, diz chefe do BNDES
Em sua primeira entrevista após ser nomeado presidente do BNDES, o economista Paulo Rabello de Castro se posicionou contra políticas de subsídios e a favor de maior participação do crédito privado na economia, em um sinal de continuidade das políticas adotadas pela sua sucessora, Maria Silvia Bastos Marques. "Os empresários não precisam de juros subsidiados, eles precisam de normalidade", afirmou, em entrevista após evento de comemoração dos 81 anos do IBGE, instituição que preside desde julho de 2016. Castro foi nomeado pelo presidente Michel Temer na última sexta (26), logo após o pedido de demissão de Marques, que alegou razões pessoais para deixar o banco. Ela vinha sofrendo críticas de empresários descontentes com novas políticas mais restritivas na concessão de financiamentos e, internamente, era pressionada pelos funcionários do banco a fazer uma defesa da instituição em meio a denúncias de favorecimento à JBS. Afirmando ser amigo de Marques, Castro disse que imagina não ter que promover grandes mudanças no banco e adiantou que convidará a diretoria indicada pela executiva a permanecer no cargo. Ele evitou falar sobre temas específicos, alegando ainda não ter assumido o cargo. Mas, quando questionado sobre as críticas de empresários, disse que "precisamos transcender essa visão de que os empresários ditam o que o BNDES faz ou deixa de fazer". "O BNDES é um banco que opera com dinheiro do trabalhador. Não me consta que alguma associação empresarial tenha posto dinheiro lá", comentou. Ele criticou políticas de subsídios setoriais, alegando que o banco não pode atuar como um "gerente geral de compensações", isto é, criando políticas para compensar obstáculos em determinados setores. Na sua opinião, com taxas de mercado e incentivo ao capital privado no financiamento, o banco contribui para a política fiscal e para a redução das taxas de juros de longo prazo da economia. "Um dos principais desafios do Brasil é reverter essa esdrúxula estrutura a termo da taxa de juros, que hoje é estritamente atrelada a títulos públicos", afirmou, acrescentando que o país precisa enfrentar seus gargalos para garantir a retomada do investimento. Ressaltando que se tratava apenas de "palpite", disse que uma contribuição do BNDES neste sentido pode ser um esforço para reduzir o tempo de análise dos pedidos de empréstimos. Questionado sobre a questão envolvendo a JBS, empresa na qual o banco de fomento é a maior acionista minoritária, defendeu que é preciso separar "o empresário da empresa", citando a importância de trabalhar para manter a saúde financeira da companhia. "Onde quer que o BNDES seja minoritário, é o povo brasileiro que é minoritário. É interesse do povo brasileiro e farei tudo para atender ao interesse do povo brasileiro", afirmou. SACRIFÍCIO Castro se despediu das equipes do IBGE durante evento em comemoração dos 81 anos da instituição. Em seu discurso, agradeceu o apoio e disse que está "partindo para o sacrifício", ao aceitar o convite de Temer para assumir o banco. Na entrevista, afirmou "lamentar" ter sido convocado por Temer para trocar de cargo "inopinadamente" —isto é, inesperadamente. Ele esteve com o presidente na manhã desta segunda (29) e disse que, além de desejar-lhe boa sorte, Temer demonstrou preocupação com financiamentos para pequenas e médias empresas. "Queremos mais fazedores anônimos do que marqueteiros ostensivos", disse. Sua posse no banco deve ocorrer na próxima quinta (1).
mercado
Empresário precisa de normalidade, não de subsídio, diz chefe do BNDESEm sua primeira entrevista após ser nomeado presidente do BNDES, o economista Paulo Rabello de Castro se posicionou contra políticas de subsídios e a favor de maior participação do crédito privado na economia, em um sinal de continuidade das políticas adotadas pela sua sucessora, Maria Silvia Bastos Marques. "Os empresários não precisam de juros subsidiados, eles precisam de normalidade", afirmou, em entrevista após evento de comemoração dos 81 anos do IBGE, instituição que preside desde julho de 2016. Castro foi nomeado pelo presidente Michel Temer na última sexta (26), logo após o pedido de demissão de Marques, que alegou razões pessoais para deixar o banco. Ela vinha sofrendo críticas de empresários descontentes com novas políticas mais restritivas na concessão de financiamentos e, internamente, era pressionada pelos funcionários do banco a fazer uma defesa da instituição em meio a denúncias de favorecimento à JBS. Afirmando ser amigo de Marques, Castro disse que imagina não ter que promover grandes mudanças no banco e adiantou que convidará a diretoria indicada pela executiva a permanecer no cargo. Ele evitou falar sobre temas específicos, alegando ainda não ter assumido o cargo. Mas, quando questionado sobre as críticas de empresários, disse que "precisamos transcender essa visão de que os empresários ditam o que o BNDES faz ou deixa de fazer". "O BNDES é um banco que opera com dinheiro do trabalhador. Não me consta que alguma associação empresarial tenha posto dinheiro lá", comentou. Ele criticou políticas de subsídios setoriais, alegando que o banco não pode atuar como um "gerente geral de compensações", isto é, criando políticas para compensar obstáculos em determinados setores. Na sua opinião, com taxas de mercado e incentivo ao capital privado no financiamento, o banco contribui para a política fiscal e para a redução das taxas de juros de longo prazo da economia. "Um dos principais desafios do Brasil é reverter essa esdrúxula estrutura a termo da taxa de juros, que hoje é estritamente atrelada a títulos públicos", afirmou, acrescentando que o país precisa enfrentar seus gargalos para garantir a retomada do investimento. Ressaltando que se tratava apenas de "palpite", disse que uma contribuição do BNDES neste sentido pode ser um esforço para reduzir o tempo de análise dos pedidos de empréstimos. Questionado sobre a questão envolvendo a JBS, empresa na qual o banco de fomento é a maior acionista minoritária, defendeu que é preciso separar "o empresário da empresa", citando a importância de trabalhar para manter a saúde financeira da companhia. "Onde quer que o BNDES seja minoritário, é o povo brasileiro que é minoritário. É interesse do povo brasileiro e farei tudo para atender ao interesse do povo brasileiro", afirmou. SACRIFÍCIO Castro se despediu das equipes do IBGE durante evento em comemoração dos 81 anos da instituição. Em seu discurso, agradeceu o apoio e disse que está "partindo para o sacrifício", ao aceitar o convite de Temer para assumir o banco. Na entrevista, afirmou "lamentar" ter sido convocado por Temer para trocar de cargo "inopinadamente" —isto é, inesperadamente. Ele esteve com o presidente na manhã desta segunda (29) e disse que, além de desejar-lhe boa sorte, Temer demonstrou preocupação com financiamentos para pequenas e médias empresas. "Queremos mais fazedores anônimos do que marqueteiros ostensivos", disse. Sua posse no banco deve ocorrer na próxima quinta (1).
2
Tipo exportação
Um veículo com carroceria coberta por adesivos quadriculados circula pelo interior de São Paulo. A camuflagem tenta esconder os contornos de faróis e lanternas, mas as proporções não deixam dúvidas: é o novo sedã Toyota Yaris. Do porte de um Honda City, seria um modelo interessante para o mercado nacional. Contudo, a marca de origem japonesa afirma não ter planos para o veículo no momento. Sua presença se limitaria a testes para outros mercados. O Toyota não é o único "segredo" a rodar por aqui. Parte do desenvolvimento de produto do grupo FCA passa pelo Brasil, e vez por outra um modelo Alfa Romeo, Fiat, Jeep ou até Maserati é visto por aqui, mesmo que sua chegada ao país seja pouco provável. Esses episódios revelam o quanto os departamentos de design e de engenharia ganharam força no país. As montadoras criaram centros de excelência antes restritos às matrizes. Profissionais brasileiros também cruzaram fronteiras. Os irmãos Marco Antonio e José Carlos Pavone foram para a Volkswagen na Alemanha, onde trabalham como gerentes de design. A atuação deles é vista em projetos que circulam por ruas de todo o planeta, como o Jetta e o Up!. Ver esses exemplos leva a uma triste constatação: o momento da indústria nacional aumentará o abismo entre os carros em testes pelas ruas do país e os que efetivamente chegarão às nossas garagens. Um mercado em queda e com perspectivas ainda nebulosas não é o cenário ideal para promover avanços técnicos. As montadoras tendem a andar para trás, prorrogando a vida de veículos que já se pagaram e atrasando lançamentos. Porém, não se avança tanto em áreas de engenharia e tecnologia sem que haja planos para além de 10 anos. As fabricantes andam perdendo rentabilidade e cortando pessoal, mas sabem do potencial do mercado. Todos choram vendo o filme triste, mas ninguém quer sair do cinema antes de a sessão terminar.
colunas
Tipo exportaçãoUm veículo com carroceria coberta por adesivos quadriculados circula pelo interior de São Paulo. A camuflagem tenta esconder os contornos de faróis e lanternas, mas as proporções não deixam dúvidas: é o novo sedã Toyota Yaris. Do porte de um Honda City, seria um modelo interessante para o mercado nacional. Contudo, a marca de origem japonesa afirma não ter planos para o veículo no momento. Sua presença se limitaria a testes para outros mercados. O Toyota não é o único "segredo" a rodar por aqui. Parte do desenvolvimento de produto do grupo FCA passa pelo Brasil, e vez por outra um modelo Alfa Romeo, Fiat, Jeep ou até Maserati é visto por aqui, mesmo que sua chegada ao país seja pouco provável. Esses episódios revelam o quanto os departamentos de design e de engenharia ganharam força no país. As montadoras criaram centros de excelência antes restritos às matrizes. Profissionais brasileiros também cruzaram fronteiras. Os irmãos Marco Antonio e José Carlos Pavone foram para a Volkswagen na Alemanha, onde trabalham como gerentes de design. A atuação deles é vista em projetos que circulam por ruas de todo o planeta, como o Jetta e o Up!. Ver esses exemplos leva a uma triste constatação: o momento da indústria nacional aumentará o abismo entre os carros em testes pelas ruas do país e os que efetivamente chegarão às nossas garagens. Um mercado em queda e com perspectivas ainda nebulosas não é o cenário ideal para promover avanços técnicos. As montadoras tendem a andar para trás, prorrogando a vida de veículos que já se pagaram e atrasando lançamentos. Porém, não se avança tanto em áreas de engenharia e tecnologia sem que haja planos para além de 10 anos. As fabricantes andam perdendo rentabilidade e cortando pessoal, mas sabem do potencial do mercado. Todos choram vendo o filme triste, mas ninguém quer sair do cinema antes de a sessão terminar.
10
Plano de supervisão ameaça organizações estrangeiras na China
Organizações estrangeiras de vários tipos se estabeleceram na China nas décadas depois de o país emergir do isolamento que viveu sob Mao Tse-tung, oferecendo boa vontade, dinheiro e conhecimento que ajudaram a aproximar o país do resto do mundo e convertê-lo na grande potência econômica que ele é hoje. Mas uma legislação nova e abrangente apresentada pelo governo do presidente Xi Jinping está obrigando muitos desses grupos –que incluem associações comerciais internacionais e fundações filantrópicas– a considerar a possibilidade de reduzir suas atividades na China ou sair do país por completo. A lei proposta começou a circular em versão provisória no mês passado, e a expectativa é que seja promulgada ainda este ano. Ela colocará organizações estrangeiras sem fins lucrativos e não governamentais sob a supervisão do aparato de segurança chinês, refletindo tanto a abordagem mais restritiva à sociedade civil endossada por Xi quanto o medo do Partido Comunista de que forças externas estejam conspirando para derrubá-lo. Se a legislação for adotada sem modificações –algo que muitos especialistas consideram provável, dado o modo como o partido encara o trabalho legislativo–, os grupos estrangeiros em operação na China terão que encontrar um patrocinador no governo e obter a aprovação policial para todas suas atividades. Com poucas exceções, serão impedidos de aceitar donativos na China e serão obrigados a contratar cidadãos chineses para pelo menos metade de suas vagas de trabalho. E associações profissionais, quer sejam de cientistas ou corretores de seguros, serão proibidas de aceitar membros chineses. Os grupos internacionais que fazem campanha por causas políticas ou trabalham para defender os direitos legais e a vigência das leis na China são vistos com desconfiança por Pequim há muito tempo. Mas a lei proposta de controle das ONGs estrangeiras preocupa muitas instituições bem acolhidas pelo governo chinês até agora, incluindo associações comerciais europeias, universidades americanas e organizações humanitárias internacionais. Vários grupos disseram que a nova lei pode obrigá-los a restringir suas operações, que incluem programas de formação profissional, palestras públicas e criação de subsídios, em parte porque a legislação parece dar à polícia o poder de decidir sobre a legalidade de quase tudo o que eles fazem. De modo mais geral, o receio é que, depois de três décadas de abertura crescente, a China tenha concluído que não precisa mais do que o mundo externo tem a oferecer e esteja começando a fechar suas portas. "Muitos grupos estão entrando em pânico, mesmo os que são completamente apolíticos", comentou uma funcionária americana de uma fundação que trabalha com governança e questões ambientais e está se preparando para a possibilidade de ter de sair da China. Para ela e outros, a ironia é que, enquanto outras entidades defendiam uma linha mais dura contra as tendências repressoras do governo chinês, a legislação proposta ameaça grupos que nas últimas três décadas apoiaram políticas que contribuíram para o rejuvenescimento da China, como programas de intercâmbio e expansão comercial. Essa funcionária e uma dúzia de outros de estimadas 6.000 organizações sem fins lucrativos ativas na China pediram anonimato para falar, por medo de ofender Pequim e chamar a atenção para suas organizações. "O tipo de engajamento proporcionado por grupos como o nosso tem tanto valor para a China –o risco é que, ao lado das coisas não essenciais das quais quer se descartar, o país jogue fora outras que têm valor", comentou o diretor de um programa universitário dos EUA que opera em Pequim, observando que a lei proposta não faz distinções entre grupos ativistas que defendem os direitos trabalhistas, por exemplo, e associações comerciais e instituições acadêmicas mais conservadoras. Até agora, muitas entidades estrangeiras sem fins lucrativos eram controladas pelo Ministério de Assuntos Civis, embora obstáculos burocráticos tenham levado algumas delas a registrar-se como empresas ou operar informalmente, sem qualquer registro. O governo chinês descreve a legislação proposta como sendo em parte um esforço para trazer as entidades estrangeiras para fora dessa área de indefinição regulamentar. Mas o governo também descreve a lei como uma ferramenta urgentemente necessária para combater organizações estrangeiras que ferem os interesses da China. Em entrevista dada no mês passado ao jornal oficial da Academia Chinesa de Ciências Sociais, o especialista em segurança nacional Wang Cukui avisou que há centenas de ONGs estrangeiras politicamente orientadas atuando na China, incluindo algumas que, segundo ele, se dedicam a "infiltrar a esfera ideológica" e fomentar "agentes ocidentais". Em editorial publicado este mês, a agência oficial de notícias Xinhua sugeriu que algumas entidades estrangeiras seriam fachadas de operações de coleta de informações ou voltadas a promover distúrbios sociais. "Em nome da 'proteção dos direitos'", disse a agência, "elas incitam o público a posicionar-se contra o governo e, ainda mais, apoiam e exercem um papel no ativismo nas ruas, nas divisões étnicas e outras atividades." O Ministério da Segurança Pública, o Legislativo chinês e o Congresso Nacional do Povo não responderam a pedidos de entrevista. Em uma carta conjunta enviada este mês ao Legislativo chinês, quase quatro dúzias de associações comerciais e profissionais americanas avisaram que as limitações que estão sendo propostas ao trabalho delas vão prejudicar o desenvolvimento econômico da China e as relações do país com os Estados Unidos. Anthony J. Spires, professor da Universidade Chinesa de Hong Kong e estudioso de entidades representativas da sociedade civil na China, disse que, com a lei proposta, uma equipe de basquete colegial pode precisar de permissão policial para visitar a China, ou as autoridades de segurança poderão vetar uma apresentação em PowerPoint feita por um acadêmico visitante em uma palestra. Especialistas consideram pouco provável que preocupações como essas exerçam impacto substancial sobre a lei final. "Alguns detalhes poderão ser revistos, mas as chances de grandes modificações são muito pequenas", disse Jia Xijin, vice-diretor da ONG Research Center, da Universidade Tsinghua, em Pequim. Tradução de CLARA ALLAIN
mundo
Plano de supervisão ameaça organizações estrangeiras na ChinaOrganizações estrangeiras de vários tipos se estabeleceram na China nas décadas depois de o país emergir do isolamento que viveu sob Mao Tse-tung, oferecendo boa vontade, dinheiro e conhecimento que ajudaram a aproximar o país do resto do mundo e convertê-lo na grande potência econômica que ele é hoje. Mas uma legislação nova e abrangente apresentada pelo governo do presidente Xi Jinping está obrigando muitos desses grupos –que incluem associações comerciais internacionais e fundações filantrópicas– a considerar a possibilidade de reduzir suas atividades na China ou sair do país por completo. A lei proposta começou a circular em versão provisória no mês passado, e a expectativa é que seja promulgada ainda este ano. Ela colocará organizações estrangeiras sem fins lucrativos e não governamentais sob a supervisão do aparato de segurança chinês, refletindo tanto a abordagem mais restritiva à sociedade civil endossada por Xi quanto o medo do Partido Comunista de que forças externas estejam conspirando para derrubá-lo. Se a legislação for adotada sem modificações –algo que muitos especialistas consideram provável, dado o modo como o partido encara o trabalho legislativo–, os grupos estrangeiros em operação na China terão que encontrar um patrocinador no governo e obter a aprovação policial para todas suas atividades. Com poucas exceções, serão impedidos de aceitar donativos na China e serão obrigados a contratar cidadãos chineses para pelo menos metade de suas vagas de trabalho. E associações profissionais, quer sejam de cientistas ou corretores de seguros, serão proibidas de aceitar membros chineses. Os grupos internacionais que fazem campanha por causas políticas ou trabalham para defender os direitos legais e a vigência das leis na China são vistos com desconfiança por Pequim há muito tempo. Mas a lei proposta de controle das ONGs estrangeiras preocupa muitas instituições bem acolhidas pelo governo chinês até agora, incluindo associações comerciais europeias, universidades americanas e organizações humanitárias internacionais. Vários grupos disseram que a nova lei pode obrigá-los a restringir suas operações, que incluem programas de formação profissional, palestras públicas e criação de subsídios, em parte porque a legislação parece dar à polícia o poder de decidir sobre a legalidade de quase tudo o que eles fazem. De modo mais geral, o receio é que, depois de três décadas de abertura crescente, a China tenha concluído que não precisa mais do que o mundo externo tem a oferecer e esteja começando a fechar suas portas. "Muitos grupos estão entrando em pânico, mesmo os que são completamente apolíticos", comentou uma funcionária americana de uma fundação que trabalha com governança e questões ambientais e está se preparando para a possibilidade de ter de sair da China. Para ela e outros, a ironia é que, enquanto outras entidades defendiam uma linha mais dura contra as tendências repressoras do governo chinês, a legislação proposta ameaça grupos que nas últimas três décadas apoiaram políticas que contribuíram para o rejuvenescimento da China, como programas de intercâmbio e expansão comercial. Essa funcionária e uma dúzia de outros de estimadas 6.000 organizações sem fins lucrativos ativas na China pediram anonimato para falar, por medo de ofender Pequim e chamar a atenção para suas organizações. "O tipo de engajamento proporcionado por grupos como o nosso tem tanto valor para a China –o risco é que, ao lado das coisas não essenciais das quais quer se descartar, o país jogue fora outras que têm valor", comentou o diretor de um programa universitário dos EUA que opera em Pequim, observando que a lei proposta não faz distinções entre grupos ativistas que defendem os direitos trabalhistas, por exemplo, e associações comerciais e instituições acadêmicas mais conservadoras. Até agora, muitas entidades estrangeiras sem fins lucrativos eram controladas pelo Ministério de Assuntos Civis, embora obstáculos burocráticos tenham levado algumas delas a registrar-se como empresas ou operar informalmente, sem qualquer registro. O governo chinês descreve a legislação proposta como sendo em parte um esforço para trazer as entidades estrangeiras para fora dessa área de indefinição regulamentar. Mas o governo também descreve a lei como uma ferramenta urgentemente necessária para combater organizações estrangeiras que ferem os interesses da China. Em entrevista dada no mês passado ao jornal oficial da Academia Chinesa de Ciências Sociais, o especialista em segurança nacional Wang Cukui avisou que há centenas de ONGs estrangeiras politicamente orientadas atuando na China, incluindo algumas que, segundo ele, se dedicam a "infiltrar a esfera ideológica" e fomentar "agentes ocidentais". Em editorial publicado este mês, a agência oficial de notícias Xinhua sugeriu que algumas entidades estrangeiras seriam fachadas de operações de coleta de informações ou voltadas a promover distúrbios sociais. "Em nome da 'proteção dos direitos'", disse a agência, "elas incitam o público a posicionar-se contra o governo e, ainda mais, apoiam e exercem um papel no ativismo nas ruas, nas divisões étnicas e outras atividades." O Ministério da Segurança Pública, o Legislativo chinês e o Congresso Nacional do Povo não responderam a pedidos de entrevista. Em uma carta conjunta enviada este mês ao Legislativo chinês, quase quatro dúzias de associações comerciais e profissionais americanas avisaram que as limitações que estão sendo propostas ao trabalho delas vão prejudicar o desenvolvimento econômico da China e as relações do país com os Estados Unidos. Anthony J. Spires, professor da Universidade Chinesa de Hong Kong e estudioso de entidades representativas da sociedade civil na China, disse que, com a lei proposta, uma equipe de basquete colegial pode precisar de permissão policial para visitar a China, ou as autoridades de segurança poderão vetar uma apresentação em PowerPoint feita por um acadêmico visitante em uma palestra. Especialistas consideram pouco provável que preocupações como essas exerçam impacto substancial sobre a lei final. "Alguns detalhes poderão ser revistos, mas as chances de grandes modificações são muito pequenas", disse Jia Xijin, vice-diretor da ONG Research Center, da Universidade Tsinghua, em Pequim. Tradução de CLARA ALLAIN
3
Pelo direito de aprender
Todo estudante tem o direito de aprender, não importa o lugar em que more ou a escola que frequente. Com esse compromisso, o Ministério da Educação entrega nesta quinta (6) a Base Nacional Comum Curricular para análise do Conselho Nacional de Educação. A base define conteúdos e competências que todos os alunos devem desenvolver na educação básica. Seja em língua portuguesa, matemática, ciências ou história, determina o que é essencial, o que não pode ficar fora dos currículos. Trata-se de passo decisivo para combater desigualdades históricas do sistema educacional, promovendo direitos iguais de aprendizagem. De Norte a Sul, nos pequenos e grandes municípios, nas zonas rurais e nas capitais, nos bairros nobres e nas periferias, o que constar na base deverá ser obrigatoriamente ensinado em sala de aula. O documento vale para escolas públicas e particulares. Traz dez competências gerais para desenvolvimento em sala de aula -pensar criticamente e resolver problemas são duas delas. Define ainda quais habilidades e conhecimentos serão exigidos dos estudantes ao final de cada ano letivo. Dos desafios que o Brasil tem pela frente, dificilmente algum atingirá maior nível de consenso do que a melhoria da qualidade da educação. A base caminha nesse sentido. Não à toa, está prevista na Constituição, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Plano Nacional de Educação. Maior do que qualquer administração, é um esforço do Estado brasileiro. Sob o governo do presidente Michel Temer, a base está alinhada às demais prioridades da educação: alfabetização, ensino médio e formação de professores. É assim que garantiremos o direito de aprendizagem da atual e das futuras gerações. Por si só, porém, o documento não mudará o cenário atual. Para que transforme a vida de milhões de crianças e adolescentes, precisaremos de estreita colaboração com todas as esferas de governo. O Ministério da Educação está pronto para liderar e coordenar a implementação da base em todo o território nacional. As escolas das redes públicas e privadas deverão adequar seus currículos. O mesmo vale para a formação de professores, a produção de materiais didáticos e as avaliações nacionais. A base não é currículo: não estabelece método de ensino, projeto pedagógico nem forma de avaliação. Determina, sim, o ponto aonde se quer chegar, enquanto os currículos traçam os caminhos. Tampouco é camisa de força. Ao contrário, até estimula a diversificação curricular. A autonomia dos sistemas de ensino será mantida, e o Brasil terá uma base e muitos currículos. A proposta levada ao Conselho Nacional de Educação versa exclusivamente sobre a educação infantil (creche e pré-escola) e o ensino fundamental (1° ao 9° ano). A parte referente ao ensino médio será apresentada nos próximos meses, adaptada às diretrizes do novo planejamento para esse ciclo escolar. A base é resultado de intensa participação da sociedade. A primeira versão, lançada em 2015, recebeu 12 milhões de contribuições e deu origem à segunda, em maio de 2016. A versão final incorpora sugestões de 9.000 professores e especialistas, formuladas em seminários promovidos pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação e pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, em todos os Estados e no Distrito Federal, com apoio do ministério. Cabe agora ao Conselho Nacional de Educação elaborar parecer e projeto de resolução para que a educação ganhe sua base. Garantir o direito de aprender é um dever do Brasil. JOSÉ MENDONÇA BEZERRA FILHO é ministro da Educação. Foi deputado federal e governador de Pernambuco (2006-2007) pelo PFL, atual DEM PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
opiniao
Pelo direito de aprenderTodo estudante tem o direito de aprender, não importa o lugar em que more ou a escola que frequente. Com esse compromisso, o Ministério da Educação entrega nesta quinta (6) a Base Nacional Comum Curricular para análise do Conselho Nacional de Educação. A base define conteúdos e competências que todos os alunos devem desenvolver na educação básica. Seja em língua portuguesa, matemática, ciências ou história, determina o que é essencial, o que não pode ficar fora dos currículos. Trata-se de passo decisivo para combater desigualdades históricas do sistema educacional, promovendo direitos iguais de aprendizagem. De Norte a Sul, nos pequenos e grandes municípios, nas zonas rurais e nas capitais, nos bairros nobres e nas periferias, o que constar na base deverá ser obrigatoriamente ensinado em sala de aula. O documento vale para escolas públicas e particulares. Traz dez competências gerais para desenvolvimento em sala de aula -pensar criticamente e resolver problemas são duas delas. Define ainda quais habilidades e conhecimentos serão exigidos dos estudantes ao final de cada ano letivo. Dos desafios que o Brasil tem pela frente, dificilmente algum atingirá maior nível de consenso do que a melhoria da qualidade da educação. A base caminha nesse sentido. Não à toa, está prevista na Constituição, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Plano Nacional de Educação. Maior do que qualquer administração, é um esforço do Estado brasileiro. Sob o governo do presidente Michel Temer, a base está alinhada às demais prioridades da educação: alfabetização, ensino médio e formação de professores. É assim que garantiremos o direito de aprendizagem da atual e das futuras gerações. Por si só, porém, o documento não mudará o cenário atual. Para que transforme a vida de milhões de crianças e adolescentes, precisaremos de estreita colaboração com todas as esferas de governo. O Ministério da Educação está pronto para liderar e coordenar a implementação da base em todo o território nacional. As escolas das redes públicas e privadas deverão adequar seus currículos. O mesmo vale para a formação de professores, a produção de materiais didáticos e as avaliações nacionais. A base não é currículo: não estabelece método de ensino, projeto pedagógico nem forma de avaliação. Determina, sim, o ponto aonde se quer chegar, enquanto os currículos traçam os caminhos. Tampouco é camisa de força. Ao contrário, até estimula a diversificação curricular. A autonomia dos sistemas de ensino será mantida, e o Brasil terá uma base e muitos currículos. A proposta levada ao Conselho Nacional de Educação versa exclusivamente sobre a educação infantil (creche e pré-escola) e o ensino fundamental (1° ao 9° ano). A parte referente ao ensino médio será apresentada nos próximos meses, adaptada às diretrizes do novo planejamento para esse ciclo escolar. A base é resultado de intensa participação da sociedade. A primeira versão, lançada em 2015, recebeu 12 milhões de contribuições e deu origem à segunda, em maio de 2016. A versão final incorpora sugestões de 9.000 professores e especialistas, formuladas em seminários promovidos pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação e pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, em todos os Estados e no Distrito Federal, com apoio do ministério. Cabe agora ao Conselho Nacional de Educação elaborar parecer e projeto de resolução para que a educação ganhe sua base. Garantir o direito de aprender é um dever do Brasil. JOSÉ MENDONÇA BEZERRA FILHO é ministro da Educação. Foi deputado federal e governador de Pernambuco (2006-2007) pelo PFL, atual DEM PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
14
Temer sanciona criação de fundo eleitoral e veta censura
O presidente Michel Temer sancionou com vetos nesta sexta-feira (6) a proposta de reforma política que, entre outras coisas, cria mais um fundo público para financiar campanhas políticas. Apesar de o governo projetar um rombo nas contas públicas de R$ 159 bilhões em 2017 e em 2018, serão transferidos dos cofres públicos cerca de R$ 2 bilhões para candidatos a presidente, governador, deputado e senador no ano que vem. Hoje os partidos políticos já têm à disposição recursos do fundo partidário, que deve distribuir cerca de R$ 1 bilhão em 2018. Temer também vetou duas medidas aprovadas pelo Congresso que tinham o objetivo de diminuir o custo das campanhas e dar um maior equilíbrio à disputa. Deputados e senadores haviam limitado as doações de pessoas físicas a 10 salários mínimos para cada cargo em disputa -ou seja, 50 salários mínimos em 2018, quando haverá eleição para cinco postos. Com o veto presidencial, continua a vigorar o atual limite, que é até 10% da renda bruta do doador do ano anterior à eleição. Em um exemplo prático, pessoas de renda elevada teriam suas doações restritas a algo em torno de R$ 50 mil. Agora, podem extrapolar esse teto, a depender de seu rendimento. O financiamento empresarial das campanhas está proibido no Brasil desde 2015, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Temer fez vetos para manter liberado o autofinanciamento -o dinheiro que cada candidato coloca em sua cada campanha-, que será limitado apenas pelo teto de gasto de cada cargo. Ou seja, candidatos ricos terão uma vantagem enorme sobre os demais. Isso atendeu ao desejo do Senado, que tentou derrubar limite ao autofinanciamento, mas que acabou mantendo esse teto por uma trapalhada durante a votação. Ao fazer isso Temer foi obrigado a vetar um outro trecho em que não havia problema. Isso ocorreu porque os vetos presidenciais têm que atingir um artigo inteiro, e não apenas parte dele. Na prática, a eliminação desse dispositivo acabou por criar duas regras distintas sobre o mesmo tema: os tetos de gastos para cada cargo em disputa. A atual legislação, que acabou não sendo revogada explicitamente devido à trapalhada do Senado, estabelece como regra, em linhas gerais, gasto equivalente a 70% da disputa anterior. A lei aprovada agora fala em números absolutos -R$ 70 milhões para presidente da República e R$ 2,5 milhões para deputado federal, por exemplo. Técnicos da Casa Civil da Presidência afirmam que, embora não seja explícita, houve "revogação tácita" da lei anterior, mas que certamente o (TSE) Tribunal Superior Eleitoral será instado a se posicionar sobre a confusão. O Palácio do Planalto não respondeu aos questionamentos da Folha na noite desta sexta-feira (6). O texto com a sanção e os vetos parciais de Temer seria publicado em uma edição extra do Diário Oficial da União ainda na noite desta sexta. Para ter validade para as eleições de 2018, as regras eleitorais precisam estar em vigor a partir deste sábado (7). A sanção ocorreu depois de uma longa tarde de negociações do Planalto com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). A outra parte da reforma política entrou em vigor na semana passada. Também aprovada pelo Congresso, ela acaba a partir de 2020 com as coligações entre os partidos para as eleições ao Legislativo e estabelece regras mais duras para tentar barrar a proliferação de legendas no país (hoje há 35). Jogo da reforma política
poder
Temer sanciona criação de fundo eleitoral e veta censuraO presidente Michel Temer sancionou com vetos nesta sexta-feira (6) a proposta de reforma política que, entre outras coisas, cria mais um fundo público para financiar campanhas políticas. Apesar de o governo projetar um rombo nas contas públicas de R$ 159 bilhões em 2017 e em 2018, serão transferidos dos cofres públicos cerca de R$ 2 bilhões para candidatos a presidente, governador, deputado e senador no ano que vem. Hoje os partidos políticos já têm à disposição recursos do fundo partidário, que deve distribuir cerca de R$ 1 bilhão em 2018. Temer também vetou duas medidas aprovadas pelo Congresso que tinham o objetivo de diminuir o custo das campanhas e dar um maior equilíbrio à disputa. Deputados e senadores haviam limitado as doações de pessoas físicas a 10 salários mínimos para cada cargo em disputa -ou seja, 50 salários mínimos em 2018, quando haverá eleição para cinco postos. Com o veto presidencial, continua a vigorar o atual limite, que é até 10% da renda bruta do doador do ano anterior à eleição. Em um exemplo prático, pessoas de renda elevada teriam suas doações restritas a algo em torno de R$ 50 mil. Agora, podem extrapolar esse teto, a depender de seu rendimento. O financiamento empresarial das campanhas está proibido no Brasil desde 2015, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Temer fez vetos para manter liberado o autofinanciamento -o dinheiro que cada candidato coloca em sua cada campanha-, que será limitado apenas pelo teto de gasto de cada cargo. Ou seja, candidatos ricos terão uma vantagem enorme sobre os demais. Isso atendeu ao desejo do Senado, que tentou derrubar limite ao autofinanciamento, mas que acabou mantendo esse teto por uma trapalhada durante a votação. Ao fazer isso Temer foi obrigado a vetar um outro trecho em que não havia problema. Isso ocorreu porque os vetos presidenciais têm que atingir um artigo inteiro, e não apenas parte dele. Na prática, a eliminação desse dispositivo acabou por criar duas regras distintas sobre o mesmo tema: os tetos de gastos para cada cargo em disputa. A atual legislação, que acabou não sendo revogada explicitamente devido à trapalhada do Senado, estabelece como regra, em linhas gerais, gasto equivalente a 70% da disputa anterior. A lei aprovada agora fala em números absolutos -R$ 70 milhões para presidente da República e R$ 2,5 milhões para deputado federal, por exemplo. Técnicos da Casa Civil da Presidência afirmam que, embora não seja explícita, houve "revogação tácita" da lei anterior, mas que certamente o (TSE) Tribunal Superior Eleitoral será instado a se posicionar sobre a confusão. O Palácio do Planalto não respondeu aos questionamentos da Folha na noite desta sexta-feira (6). O texto com a sanção e os vetos parciais de Temer seria publicado em uma edição extra do Diário Oficial da União ainda na noite desta sexta. Para ter validade para as eleições de 2018, as regras eleitorais precisam estar em vigor a partir deste sábado (7). A sanção ocorreu depois de uma longa tarde de negociações do Planalto com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). A outra parte da reforma política entrou em vigor na semana passada. Também aprovada pelo Congresso, ela acaba a partir de 2020 com as coligações entre os partidos para as eleições ao Legislativo e estabelece regras mais duras para tentar barrar a proliferação de legendas no país (hoje há 35). Jogo da reforma política
0
Discurso de governista Scioli indica segundo turno na Argentina
O discurso do candidato governista Daniel Scioli, na noite deste domingo (25), no Luna Park, em Buenos Aires, aponta para um segundo turno na eleição presidencial argentina entre ele e o opositor, Mauricio Macri (Mudemos). A noite foi marcada por uma guerra de declarações. Logo após o encerramento das urnas, representantes dos dois partidos anunciaram a vitória de seu grupo. No caso do Mudemos, falaram o chefe de governo eleito, Horacio Larreta, a candidata a vice, Gabriela Michetti e outras lideranças. A Frente para a Vitória insistiu na versão de que havia ganho "com ampla maioria", até as 22h (23h em Brasília), quando o próprio Scioli subiu ao palco do Luna Park para "convocar a todos a nos acompanhar até o fim", admitindo que o pleito teria segundo turno. Em seu discurso, lembrou o que considera avanços do período kirchnerista, a política de direitos humanos, a estatização da YPF e da Aerolíneas Argentinas e a priorização dos interesses dos trabalhadores. A militância começou a ocupar a casa de espetáculos logo após o encerramento das urnas. O espaço logo ficou lotado, com a maioria dos militantes vestindo laranja –cor da campanha de Scioli– e portando bandeiras de movimentos sociais e da Argentina. Não havia sinais de presença do La Cámpora, principal grupo de apoio do kirchnerismo. Destacaram-se as "la ñatas", espécie de "cheer leaders" da campanha, que tiraram selfies com os apoiadores de Scioli. "Viemos de La Plata, queremos que continuem os planos sociais. Se a oposição ganha, com a crise mundial que está aí, vai tirar isso da gente", disse o estudante Sergio Muñoz, 29, que estuda em La Plata, mas é de Córdoba. Em seu discurso, Scioli voltou a assegurar que os benefícios sociais continuarão e que não haverá ajuste que "seja prejudicial aos trabalhadores". "Os argentinos não querem voltar ao ajuste, à desvalorização. Meu compromisso é ser um presidente que represente a todos e não só a uns poucos", disse. A seu lado, estava o candidato a vice, Carlos Zannini, homem-forte do kirchnerismo apontado por Cristina para acompanhar Scioli na chapa. A presidente votou em Río Gallegos e retornou a Buenos Aires, mas não se dirigiu ao ato. Pouco antes, o ministro da Justiça, Julio Alak, disse que as eleições haviam transcorrido "com normalidade" e que havia votado 79% do padrão. O segundo turno é inédito na história recente da Argentina. Em 2003, Néstor Kirchner e Carlos Menem chegaram à reta final, mas Menem desistiu e Kirchner virou presidente, com apenas 22% dos votos. Para analistas ouvidos pela Folha, o segundo turno é um sinal de "maturidade política" do país. "A política argentina não é muito colaborativa, os partidos não fazem aliança. Isso será necessário agora", disse o cientista político Marcos Novaro, da Universidade de Buenos Aires. Para Patricio Giusto, do Diagnóstico Político, "vamos começar a ver como se comportam os partidos quando é necessário fazer coalizões com outras forças." A campanha entra numa nova fase, em que serão disputados os votos do terceiro colocado, Sergio Massa.
mundo
Discurso de governista Scioli indica segundo turno na ArgentinaO discurso do candidato governista Daniel Scioli, na noite deste domingo (25), no Luna Park, em Buenos Aires, aponta para um segundo turno na eleição presidencial argentina entre ele e o opositor, Mauricio Macri (Mudemos). A noite foi marcada por uma guerra de declarações. Logo após o encerramento das urnas, representantes dos dois partidos anunciaram a vitória de seu grupo. No caso do Mudemos, falaram o chefe de governo eleito, Horacio Larreta, a candidata a vice, Gabriela Michetti e outras lideranças. A Frente para a Vitória insistiu na versão de que havia ganho "com ampla maioria", até as 22h (23h em Brasília), quando o próprio Scioli subiu ao palco do Luna Park para "convocar a todos a nos acompanhar até o fim", admitindo que o pleito teria segundo turno. Em seu discurso, lembrou o que considera avanços do período kirchnerista, a política de direitos humanos, a estatização da YPF e da Aerolíneas Argentinas e a priorização dos interesses dos trabalhadores. A militância começou a ocupar a casa de espetáculos logo após o encerramento das urnas. O espaço logo ficou lotado, com a maioria dos militantes vestindo laranja –cor da campanha de Scioli– e portando bandeiras de movimentos sociais e da Argentina. Não havia sinais de presença do La Cámpora, principal grupo de apoio do kirchnerismo. Destacaram-se as "la ñatas", espécie de "cheer leaders" da campanha, que tiraram selfies com os apoiadores de Scioli. "Viemos de La Plata, queremos que continuem os planos sociais. Se a oposição ganha, com a crise mundial que está aí, vai tirar isso da gente", disse o estudante Sergio Muñoz, 29, que estuda em La Plata, mas é de Córdoba. Em seu discurso, Scioli voltou a assegurar que os benefícios sociais continuarão e que não haverá ajuste que "seja prejudicial aos trabalhadores". "Os argentinos não querem voltar ao ajuste, à desvalorização. Meu compromisso é ser um presidente que represente a todos e não só a uns poucos", disse. A seu lado, estava o candidato a vice, Carlos Zannini, homem-forte do kirchnerismo apontado por Cristina para acompanhar Scioli na chapa. A presidente votou em Río Gallegos e retornou a Buenos Aires, mas não se dirigiu ao ato. Pouco antes, o ministro da Justiça, Julio Alak, disse que as eleições haviam transcorrido "com normalidade" e que havia votado 79% do padrão. O segundo turno é inédito na história recente da Argentina. Em 2003, Néstor Kirchner e Carlos Menem chegaram à reta final, mas Menem desistiu e Kirchner virou presidente, com apenas 22% dos votos. Para analistas ouvidos pela Folha, o segundo turno é um sinal de "maturidade política" do país. "A política argentina não é muito colaborativa, os partidos não fazem aliança. Isso será necessário agora", disse o cientista político Marcos Novaro, da Universidade de Buenos Aires. Para Patricio Giusto, do Diagnóstico Político, "vamos começar a ver como se comportam os partidos quando é necessário fazer coalizões com outras forças." A campanha entra numa nova fase, em que serão disputados os votos do terceiro colocado, Sergio Massa.
3
Hoje na TV: Argentina x Brasil, pelas eliminatórias da Copa
15h40 Espanha x Geórgia Eliminatórias da Euro (sub-21), ESPN 17h30 Trentino x Piacenza Vôlei, Superliga italiana, Bandsports 17h45 Noruega x Hungria Eliminatórias da Euro, ESPN Brasil, SporTV 2 18h Bolívia x Venezuela Eliminatórias da Copa, SporTV 3 19h Equador x Uruguai Eliminatórias da Copa, SporTV 20h Mar del plata (ARG) x Brasília Sul-americana de basquete, SporTV 3 (em andamento) 21h30 Chile x Colômbia Eliminatórias da Copa, SporTV 2 22h Argentina x Brasil Eliminatórias para a Copa, Globo, SporTV 22h New York Rangers x St. Louis Blues Hóquei no gelo, ESPN+ 23h15 New York Jets x Buffalo Bills Futebol americano, Esporte Interativo, ESPN
esporte
Hoje na TV: Argentina x Brasil, pelas eliminatórias da Copa15h40 Espanha x Geórgia Eliminatórias da Euro (sub-21), ESPN 17h30 Trentino x Piacenza Vôlei, Superliga italiana, Bandsports 17h45 Noruega x Hungria Eliminatórias da Euro, ESPN Brasil, SporTV 2 18h Bolívia x Venezuela Eliminatórias da Copa, SporTV 3 19h Equador x Uruguai Eliminatórias da Copa, SporTV 20h Mar del plata (ARG) x Brasília Sul-americana de basquete, SporTV 3 (em andamento) 21h30 Chile x Colômbia Eliminatórias da Copa, SporTV 2 22h Argentina x Brasil Eliminatórias para a Copa, Globo, SporTV 22h New York Rangers x St. Louis Blues Hóquei no gelo, ESPN+ 23h15 New York Jets x Buffalo Bills Futebol americano, Esporte Interativo, ESPN
4
'Pessoas Brutas' supera o pieguismo com debate da marginalidade urbana
PESSOAS BRUTAS (bom) QUANDO: qua. a sex., às 21h; até 28/7 ONDE: Espaço dos Satyros, Pça. Franklin Roosevelt, 214, tel. (11) 3258-6345 QUANTO: R$ 20 * Signo de ascensão na base da pirâmide social em Plínio Marcos ("Dois Perdidos Numa Noite Suja") e de digressão existencial em Samuel Beckett ("Esperando Godot"), o sapato também adquire função dramatúrgica no novo trabalho da Companhia de Teatro Os Satyros. Um par de tênis laranja passa o espetáculo todo largado no chão de "Pessoas Brutas". Ninguém estabelece relação direta com ele, a não ser simbólica: é objeto do desejo de um ex-presidiário no assalto a um vendedor de sapatos. Clichê da marginalidade urbana, essa cena de abertura é logo interrompida para dar lugar a outras realidades: as paralelas. Variações da dependência -química, psicológica, afetiva, material- motivam o texto a quatro mãos do diretor Rodolfo García Vázquez e do ator Ivam Cabral. Doze personagens meditam com seus botões ou patinam nos sofrimentos que atritam e compartilham uns com os outros. O ansiolítico, a cocaína, o dinheiro, o sexo, a fé e a arte são algumas das sujeições. Em meio às perturbações sociais e às fugas ("... quem tiver de sapato não sobra", já exclamava "O Bandido da Luz Vermelha" de Rogério Sganzerla), surge o contraponto da tentativa de redenção pelo outro. A dramaturgia assume o caminho da alteridade e supera o pieguismo ao fazer essa gente cinza (dominante no figurino e na maquiagem) confluir para a sessão presencial da comunidade virtual "Quem Quer Amigo?". O apelo à autoajuda, definitivamente, não os isenta da dor do mundo. A noite culmina em assassinato arquitetado por dois jovens participantes do mesmo encontro. Eles sequestram a filha de um doleiro investigado pela Lava Jato, sendo vítima e pai permanentemente ocultos. Aludir à operação midiática soa forçado. O político é de natureza íntima nesse drama. Múltiplas situações da narrativa bastam para o espectador inferir os impasses éticos e heroicos em xeque. Como boa parte das atrizes e dos atores é familiarizada com a Trilogia das Pessoas d'Os Satyros (desde 2014, "Perfeitas", "Sublimes" e agora "Brutas"), o conjunto equaliza o desnível de um ou outro intérprete novato. Sabrina Denobile e Robson Catalunha surgem meticulosos em seus tipos estranháveis, a recepcionista bilíngue de hotel e o contador evangélico de um escritório onde a corrupção faz sombra. A encenação de Vásquez mapeia milimetricamente as potencialidades da sala e do elenco. Há melancolia e método nesse mosaico de abandonos, como num samba de Adoniran Barbosa sob a chuva de serpentina e de esperança. Uma das cenas permite divisar a escala do humano na mágica e singela solução para a descida de um piano pela janela de um edifício. Não faltam ainda humor e autocrítica sobre os limites da codependência do imaginário e da concretude da praça Franklin Roosevelt que Os Satyros habitam e orbitam.
ilustrada
'Pessoas Brutas' supera o pieguismo com debate da marginalidade urbanaPESSOAS BRUTAS (bom) QUANDO: qua. a sex., às 21h; até 28/7 ONDE: Espaço dos Satyros, Pça. Franklin Roosevelt, 214, tel. (11) 3258-6345 QUANTO: R$ 20 * Signo de ascensão na base da pirâmide social em Plínio Marcos ("Dois Perdidos Numa Noite Suja") e de digressão existencial em Samuel Beckett ("Esperando Godot"), o sapato também adquire função dramatúrgica no novo trabalho da Companhia de Teatro Os Satyros. Um par de tênis laranja passa o espetáculo todo largado no chão de "Pessoas Brutas". Ninguém estabelece relação direta com ele, a não ser simbólica: é objeto do desejo de um ex-presidiário no assalto a um vendedor de sapatos. Clichê da marginalidade urbana, essa cena de abertura é logo interrompida para dar lugar a outras realidades: as paralelas. Variações da dependência -química, psicológica, afetiva, material- motivam o texto a quatro mãos do diretor Rodolfo García Vázquez e do ator Ivam Cabral. Doze personagens meditam com seus botões ou patinam nos sofrimentos que atritam e compartilham uns com os outros. O ansiolítico, a cocaína, o dinheiro, o sexo, a fé e a arte são algumas das sujeições. Em meio às perturbações sociais e às fugas ("... quem tiver de sapato não sobra", já exclamava "O Bandido da Luz Vermelha" de Rogério Sganzerla), surge o contraponto da tentativa de redenção pelo outro. A dramaturgia assume o caminho da alteridade e supera o pieguismo ao fazer essa gente cinza (dominante no figurino e na maquiagem) confluir para a sessão presencial da comunidade virtual "Quem Quer Amigo?". O apelo à autoajuda, definitivamente, não os isenta da dor do mundo. A noite culmina em assassinato arquitetado por dois jovens participantes do mesmo encontro. Eles sequestram a filha de um doleiro investigado pela Lava Jato, sendo vítima e pai permanentemente ocultos. Aludir à operação midiática soa forçado. O político é de natureza íntima nesse drama. Múltiplas situações da narrativa bastam para o espectador inferir os impasses éticos e heroicos em xeque. Como boa parte das atrizes e dos atores é familiarizada com a Trilogia das Pessoas d'Os Satyros (desde 2014, "Perfeitas", "Sublimes" e agora "Brutas"), o conjunto equaliza o desnível de um ou outro intérprete novato. Sabrina Denobile e Robson Catalunha surgem meticulosos em seus tipos estranháveis, a recepcionista bilíngue de hotel e o contador evangélico de um escritório onde a corrupção faz sombra. A encenação de Vásquez mapeia milimetricamente as potencialidades da sala e do elenco. Há melancolia e método nesse mosaico de abandonos, como num samba de Adoniran Barbosa sob a chuva de serpentina e de esperança. Uma das cenas permite divisar a escala do humano na mágica e singela solução para a descida de um piano pela janela de um edifício. Não faltam ainda humor e autocrítica sobre os limites da codependência do imaginário e da concretude da praça Franklin Roosevelt que Os Satyros habitam e orbitam.
1
Empresa de Maluf negocia acordo sigiloso com a Prefeitura de SP
A Eucatex, da família de Paulo Maluf, está negociando em sigilo com a Prefeitura de SP para recomprar ações da empresa que estão em fundos na Ilha de Jersey. Atribuídos à família do ex-prefeito, eles foram bloqueados pela Justiça na ação em que Maluf foi acusado de desvio de recursos quando administrava a cidade. MICO A empresa argumenta que poucas empresas ou bancos no mundo se interessariam pelas ações. A prefeitura poderia, assim, receber dinheiro em troca delas, livrando-se de um "mico". ARTIGO PRIMEIRO As conversas da Eucatex com a administração de João Doria são acompanhadas pelo Ministério Público Estadual. Elas ocorrem em sigilo por causa de uma cláusula estabelecida entre as partes. MOMENTO FINAL E o STF (Supremo Tribunal Federal) julga hoje embargos de Maluf contra decisão em que ele foi condenado a sete anos de prisão por lavagem de dinheiro. O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, fará a defesa. Leia a coluna completa aqui.
colunas
Empresa de Maluf negocia acordo sigiloso com a Prefeitura de SPA Eucatex, da família de Paulo Maluf, está negociando em sigilo com a Prefeitura de SP para recomprar ações da empresa que estão em fundos na Ilha de Jersey. Atribuídos à família do ex-prefeito, eles foram bloqueados pela Justiça na ação em que Maluf foi acusado de desvio de recursos quando administrava a cidade. MICO A empresa argumenta que poucas empresas ou bancos no mundo se interessariam pelas ações. A prefeitura poderia, assim, receber dinheiro em troca delas, livrando-se de um "mico". ARTIGO PRIMEIRO As conversas da Eucatex com a administração de João Doria são acompanhadas pelo Ministério Público Estadual. Elas ocorrem em sigilo por causa de uma cláusula estabelecida entre as partes. MOMENTO FINAL E o STF (Supremo Tribunal Federal) julga hoje embargos de Maluf contra decisão em que ele foi condenado a sete anos de prisão por lavagem de dinheiro. O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, fará a defesa. Leia a coluna completa aqui.
10
Juiz dá um dia para que pais e médicos de Charlie Gard planejem sua morte
Um juiz britânico deu um ultimato nesta quarta-feira (26) para que os pais de Charlie Gard, bebê de 11 meses portador de uma doença terminal, e o hospital em que ele é tratado cheguem a um acordo sobre a morte da criança. Caso não haja acordo até o meio-dia (8 h em Brasília) de quinta (27), o bebê deverá ser transferido para uma clínica de cuidados paliativos, onde as máquinas que o mantêm vivo serão desligadas. Nas últimas semanas, Connie Yates e Chris Gard travaram uma batalha judicial para tentar transferir seu filho Charlie para receber tratamento nos Estados Unidos, mas a Justiça britânica seguiu os médicos do Hospital Infantil Ormond Street, em Londres, e não autorizou a transferência por entender que ela apenas aumentaria o sofrimento da criança. Após a derrota nas cortes, os pais do bebê lutaram para que ele pudesse morrer em casa, mas a equipe médica novamente se opôs, preferindo que ele morresse no hospital. A decisão judicial desta quarta-feira impõe um limite para que o impasse seja resolvido. Para o juiz Nicholas Francis, da Suprema Corte, "é do interesse de Charlie ser transferido para uma clínica de cuidados paliativos" caso não haja acordo sobre sua morte. A decisão frustrou os pais do bebê. Charlie Gard sofre de um distúrbio genético que o impede de mover braços e pernas, além de respirar sem aparelhos.
mundo
Juiz dá um dia para que pais e médicos de Charlie Gard planejem sua morteUm juiz britânico deu um ultimato nesta quarta-feira (26) para que os pais de Charlie Gard, bebê de 11 meses portador de uma doença terminal, e o hospital em que ele é tratado cheguem a um acordo sobre a morte da criança. Caso não haja acordo até o meio-dia (8 h em Brasília) de quinta (27), o bebê deverá ser transferido para uma clínica de cuidados paliativos, onde as máquinas que o mantêm vivo serão desligadas. Nas últimas semanas, Connie Yates e Chris Gard travaram uma batalha judicial para tentar transferir seu filho Charlie para receber tratamento nos Estados Unidos, mas a Justiça britânica seguiu os médicos do Hospital Infantil Ormond Street, em Londres, e não autorizou a transferência por entender que ela apenas aumentaria o sofrimento da criança. Após a derrota nas cortes, os pais do bebê lutaram para que ele pudesse morrer em casa, mas a equipe médica novamente se opôs, preferindo que ele morresse no hospital. A decisão judicial desta quarta-feira impõe um limite para que o impasse seja resolvido. Para o juiz Nicholas Francis, da Suprema Corte, "é do interesse de Charlie ser transferido para uma clínica de cuidados paliativos" caso não haja acordo sobre sua morte. A decisão frustrou os pais do bebê. Charlie Gard sofre de um distúrbio genético que o impede de mover braços e pernas, além de respirar sem aparelhos.
3
Companhia mostra filmes sobre dança de graça a moradores da Barra Funda
Cadeiras de plástico cobertas por uma tenda, tela de projeção, pipoca e refrigerante de graça, no meio da rua. Carro de som para anunciar qual será a próxima atração. A cena remete a projetos culturais que levam o cinema a pequenos municípios do interior do país, mas ocorre em pleno bairro da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. A cada 40 dias, a companhia de dança contemporânea Carne Agonizante realiza as sessões de cinema na rua Sousa Lima, em frente à sua sede. Produtor desse coletivo, Júnior Cecon explica que os filmes são sempre relacionados à dança. "O perfil do bairro é de trabalhadores de classe média e baixa. São pessoas sem acesso a muitos tipos de manifestações culturais, inclusive à dança contemporânea, e que sentem timidez quando convidadas aos espetáculos, mesmo que gratuitos", diz. "Acreditamos que a linguagem do cinema seja mais acessível para iniciar esse público no nosso trabalho." O produtor se diz otimista com o projeto, financiado pela Lei Municipal de Fomento à Dança. Já foram sete sessões e haverá outras nove. Para ele, o interesse dos vizinhos aumentou e os resultados podem ir além do que havia sido planejado. Moradora da Barra Funda, Sônia Silva diz que a atração caiu no gosto dos vizinhos e já se tornou uma marca do bairro. "Como moro aqui há mais de 20 anos, todos me conhecem e perguntam quando será a próxima sessão. Nunca tivemos algo parecido. As pessoas vêm com as famílias, trazem muitas crianças."
cotidiano
Companhia mostra filmes sobre dança de graça a moradores da Barra FundaCadeiras de plástico cobertas por uma tenda, tela de projeção, pipoca e refrigerante de graça, no meio da rua. Carro de som para anunciar qual será a próxima atração. A cena remete a projetos culturais que levam o cinema a pequenos municípios do interior do país, mas ocorre em pleno bairro da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. A cada 40 dias, a companhia de dança contemporânea Carne Agonizante realiza as sessões de cinema na rua Sousa Lima, em frente à sua sede. Produtor desse coletivo, Júnior Cecon explica que os filmes são sempre relacionados à dança. "O perfil do bairro é de trabalhadores de classe média e baixa. São pessoas sem acesso a muitos tipos de manifestações culturais, inclusive à dança contemporânea, e que sentem timidez quando convidadas aos espetáculos, mesmo que gratuitos", diz. "Acreditamos que a linguagem do cinema seja mais acessível para iniciar esse público no nosso trabalho." O produtor se diz otimista com o projeto, financiado pela Lei Municipal de Fomento à Dança. Já foram sete sessões e haverá outras nove. Para ele, o interesse dos vizinhos aumentou e os resultados podem ir além do que havia sido planejado. Moradora da Barra Funda, Sônia Silva diz que a atração caiu no gosto dos vizinhos e já se tornou uma marca do bairro. "Como moro aqui há mais de 20 anos, todos me conhecem e perguntam quando será a próxima sessão. Nunca tivemos algo parecido. As pessoas vêm com as famílias, trazem muitas crianças."
6
Hoje na TV: Palmeiras x São Paulo, pelo Paulista
7h15 - Mundial de Xangai, patinação artística, SporTV 12h - Masters 1.000 de Miami, tênis, SporTV 2 16h15 - Dinamarca x EUA, amistoso, ESPN 16h30 - Alemanha x Austrália, amistoso, ESPN Brasil 16h45 - Escócia x Irlanda do Norte, amistoso, ESPN + 19h30 - Internacional x Avenida, Gaúcho, SporTV 20h - Toronto Raptors x Chicago Bulls, NBA, ESPN 21h30 - Brasília x Sesi, Superliga fem. de vôlei, SporTV 22h - Palmeiras x São Paulo, Paulista, Band e Globo (para SP) 22h - Flamengo x Bangu, Estadual do Rio, Band e Globo (menos SP) 1h - Mundial de Xangai, patinação artística, SporTV
esporte
Hoje na TV: Palmeiras x São Paulo, pelo Paulista7h15 - Mundial de Xangai, patinação artística, SporTV 12h - Masters 1.000 de Miami, tênis, SporTV 2 16h15 - Dinamarca x EUA, amistoso, ESPN 16h30 - Alemanha x Austrália, amistoso, ESPN Brasil 16h45 - Escócia x Irlanda do Norte, amistoso, ESPN + 19h30 - Internacional x Avenida, Gaúcho, SporTV 20h - Toronto Raptors x Chicago Bulls, NBA, ESPN 21h30 - Brasília x Sesi, Superliga fem. de vôlei, SporTV 22h - Palmeiras x São Paulo, Paulista, Band e Globo (para SP) 22h - Flamengo x Bangu, Estadual do Rio, Band e Globo (menos SP) 1h - Mundial de Xangai, patinação artística, SporTV
4
Medicamento semanal para diabetes tipo 2 é lançado
Uma terapia semanal para o tratamento da diabetes tipo 2 agora está disponível no Brasil. O Trulicity, uma caneta que injeta o medicamento dulaglutida, da farmacêutica Lilly, já estava presente em dez países, entre eles EUA, Inglaterra, Japão e México. A dulaglutida é uma substância que estimula o organismo a liberar insulina, hormônio que ajuda no controle do açúcar no sangue. Além disso, atrasa o esvaziamento do estômago. A substância tem efeito análogo ao hormônio GLP-1, que é liberado quando a pessoa se alimenta e tem o efeito de estimular secreção de insulina. O funcionamento do medicamento é semelhante ao da Victoza, liraglutida, que necessita de aplicações diárias. Um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) lançado este ano, afirma que cerca de 422 milhões de adultos do mundo todo tinham diabetes em 2014. O número era de 108 milhões em 1980. Isso significa que atualmente cerca de 8,5% da população mundial apresenta a doença. Em 2012, segundo o mesmo relatório, a diabetes provocou 1,5 milhão de mortes. No Brasil, cerca de 8,1% da população vive com a doença, o equivalente a aproximadamente 16 milhões de pessoas. A dulaglutida, em caixa com duas canetas, pode ser encontrado por valores próximos a R$ 230. A liraglutida pode ser encontrada a partir de R$ 375.
equilibrioesaude
Medicamento semanal para diabetes tipo 2 é lançadoUma terapia semanal para o tratamento da diabetes tipo 2 agora está disponível no Brasil. O Trulicity, uma caneta que injeta o medicamento dulaglutida, da farmacêutica Lilly, já estava presente em dez países, entre eles EUA, Inglaterra, Japão e México. A dulaglutida é uma substância que estimula o organismo a liberar insulina, hormônio que ajuda no controle do açúcar no sangue. Além disso, atrasa o esvaziamento do estômago. A substância tem efeito análogo ao hormônio GLP-1, que é liberado quando a pessoa se alimenta e tem o efeito de estimular secreção de insulina. O funcionamento do medicamento é semelhante ao da Victoza, liraglutida, que necessita de aplicações diárias. Um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) lançado este ano, afirma que cerca de 422 milhões de adultos do mundo todo tinham diabetes em 2014. O número era de 108 milhões em 1980. Isso significa que atualmente cerca de 8,5% da população mundial apresenta a doença. Em 2012, segundo o mesmo relatório, a diabetes provocou 1,5 milhão de mortes. No Brasil, cerca de 8,1% da população vive com a doença, o equivalente a aproximadamente 16 milhões de pessoas. A dulaglutida, em caixa com duas canetas, pode ser encontrado por valores próximos a R$ 230. A liraglutida pode ser encontrada a partir de R$ 375.
8
Após delação, Cerveró deixa de ser depressivo e fica arrogante na prisão
Desde que fechou o acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República, em novembro, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró vem causando problemas na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, onde está preso, de acordo com relatos obtidos pela Folha. A principal reclamação é que o ex-executivo passou a destratar e desrespeitar os agentes penitenciários. O clima ficou insustentável na semana passada. Numa discussão, Cerveró teria apontado o dedo em riste no rosto de um dos funcionários da prisão. Advogados e policiais que têm acesso a presos do local disseram que os motivos do destempero de Cerveró seriam o atraso do horário de início do banho de sol e a insistência do delator em ter acesso a algumas regalias, como um frigobar na cela. Como resposta, ouviu de um dos policiais que controlou a situação que ele era um preso comum, como um traficante ou um contrabandista. A atitude fez com que não só Cerveró, mas todos os presos da Operação Lava Jato detidos no local tivessem alguns direitos suspensos, como banho de sol e conversas reservadas com os advogados, que passaram a acontecer apenas no parlatório (local em que os detentos são separados das visitas por um vidro e podem se comunicar por meio de um telefone). A punição para o ex-diretor foi maior. Ele deixou de dividir espaço com o pecuarista José Carlos Bumlai, seu companheiro desde novembro, e foi colocado em uma cela sozinho. Além disso, Cerveró não pôde tomar banho no chuveiro, que fica ao fundo da ala dos presos, por dois dias. Os outros detentos, que já vinham reclamando do comportamento prepotente de Cerveró desde que voltou de uma temporada de dez dias com a família em Itaipava (RJ) negociada com a PGR no escopo de sua delação, passaram a se incomodar ainda mais com ele após a restrição dos direitos. Advogados dos demais presos chegaram a procurar a defensora do ex-diretor, Alessi Brandão, que conversou com seu cliente sobre seu comportamento intempestivo. Conforme o acordo de delação homologado pelo STF (Superior Tribunal Federal), o ex-diretor da estatal permanecerá em regime fechado pelo menos até junho. Cogita-se a possibilidade de pedir a transferência de Cerveró, que cumpriria o tempo que falta para a ir para a prisão domiciliar em outro local. FASE DEPRESSIVA Preso há mais de um ano, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró ficou conhecido nos meses em que esteve entre a carceragem da PF e o Centro Médico Penal, onde estão a maioria dos presos da Lava Jato, em Pinhais, pela oscilação de comportamento. Em fevereiro de 2015, pouco depois de ser preso, a psiquiatra do ex-executivo enviou uma solicitação à Justiça para que ele fosse submetido a um tratamento com antidepressivos. No documento, a médica já havia relatado que desde o início de 2014, quando a Operação Lava Jato eclodiu, o ex-executivo vinha apresentando "sintomas depressivos severos". Cerveró também chegou a receber atendimento ao apresentar crises de ansiedade, com sintomas como alta de pressão. O quadro psicológico do ex-diretor chegou a ser um questionamento para que os procuradores firmassem acordo de delação premiada. Muitos companheiros de cela dele, como o lobista Fernando Soares, o Baiano, chegaram a questionar a sanidade mental de Cerveró. Com crises de choro constantes, ele costumava recorrer aos outros presos, que hoje não se mostram mais dispostos a ajudá-lo. Procurada, a defesa de Cerveró não se manifestou sobre o caso.
poder
Após delação, Cerveró deixa de ser depressivo e fica arrogante na prisãoDesde que fechou o acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República, em novembro, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró vem causando problemas na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, onde está preso, de acordo com relatos obtidos pela Folha. A principal reclamação é que o ex-executivo passou a destratar e desrespeitar os agentes penitenciários. O clima ficou insustentável na semana passada. Numa discussão, Cerveró teria apontado o dedo em riste no rosto de um dos funcionários da prisão. Advogados e policiais que têm acesso a presos do local disseram que os motivos do destempero de Cerveró seriam o atraso do horário de início do banho de sol e a insistência do delator em ter acesso a algumas regalias, como um frigobar na cela. Como resposta, ouviu de um dos policiais que controlou a situação que ele era um preso comum, como um traficante ou um contrabandista. A atitude fez com que não só Cerveró, mas todos os presos da Operação Lava Jato detidos no local tivessem alguns direitos suspensos, como banho de sol e conversas reservadas com os advogados, que passaram a acontecer apenas no parlatório (local em que os detentos são separados das visitas por um vidro e podem se comunicar por meio de um telefone). A punição para o ex-diretor foi maior. Ele deixou de dividir espaço com o pecuarista José Carlos Bumlai, seu companheiro desde novembro, e foi colocado em uma cela sozinho. Além disso, Cerveró não pôde tomar banho no chuveiro, que fica ao fundo da ala dos presos, por dois dias. Os outros detentos, que já vinham reclamando do comportamento prepotente de Cerveró desde que voltou de uma temporada de dez dias com a família em Itaipava (RJ) negociada com a PGR no escopo de sua delação, passaram a se incomodar ainda mais com ele após a restrição dos direitos. Advogados dos demais presos chegaram a procurar a defensora do ex-diretor, Alessi Brandão, que conversou com seu cliente sobre seu comportamento intempestivo. Conforme o acordo de delação homologado pelo STF (Superior Tribunal Federal), o ex-diretor da estatal permanecerá em regime fechado pelo menos até junho. Cogita-se a possibilidade de pedir a transferência de Cerveró, que cumpriria o tempo que falta para a ir para a prisão domiciliar em outro local. FASE DEPRESSIVA Preso há mais de um ano, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró ficou conhecido nos meses em que esteve entre a carceragem da PF e o Centro Médico Penal, onde estão a maioria dos presos da Lava Jato, em Pinhais, pela oscilação de comportamento. Em fevereiro de 2015, pouco depois de ser preso, a psiquiatra do ex-executivo enviou uma solicitação à Justiça para que ele fosse submetido a um tratamento com antidepressivos. No documento, a médica já havia relatado que desde o início de 2014, quando a Operação Lava Jato eclodiu, o ex-executivo vinha apresentando "sintomas depressivos severos". Cerveró também chegou a receber atendimento ao apresentar crises de ansiedade, com sintomas como alta de pressão. O quadro psicológico do ex-diretor chegou a ser um questionamento para que os procuradores firmassem acordo de delação premiada. Muitos companheiros de cela dele, como o lobista Fernando Soares, o Baiano, chegaram a questionar a sanidade mental de Cerveró. Com crises de choro constantes, ele costumava recorrer aos outros presos, que hoje não se mostram mais dispostos a ajudá-lo. Procurada, a defesa de Cerveró não se manifestou sobre o caso.
0
Ministro do Exército na gestão Sarney, Leônidas Pires Gonçalves morre no Rio
Figura de destaque na transição da ditadura para a democracia e, na sequência, ministro do Exército no governo José Sarney (1985-1990), o general da reserva Leônidas Pires Gonçalves morreu nesta quinta (4) aos 94 anos, no Rio. No final da ditadura, sob o governo do general João Baptista Figueiredo, Gonçalves era comandante do 3º Exército, com sede em Porto Alegre. Embora alguns historiadores tenham atribuído a ele o papel de garantidor da posse de Sarney após a morte de Tancredo Neves, instante crucial da transição, não há registro de articulação golpista relevante naquele 1985. Poucos duvidam, porém, que Gonçalves desempenharia esse papel caso surgisse um movimento de resistência. Em 1982, promovido a general-de-divisão, Gonçalves chegou a ser citado como possível sucessor de Figueiredo, segundo o Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro (FGV). Foi quando declarou que a democracia era "uma tarefa sem fim e um objetivo da revolução de 1964", expressão que usava para designar o golpe. Na carreira militar, Gonçalves testemunhou alguns dos momentos mais decisivos da história política do país. Em 1945, quando o general Álcio Souto e o então major Ernesto Geisel entravam no Palácio da Guanabara para destituir Getúlio Vargas da Presidência, o ajudante-de-ordens Gonçalves os acompanhava na incursão. Ele chegou a trocar palavras com o próprio Vargas, que, afável mesmo na queda, disse que se lembrava de seu pai, médico. Em 1964, na iminência da queda de João Goulart, o tenente-coronel Gonçalves estava ao lado do gabinete de Castelo Branco, que logo depois tomaria o poder. Ali, chegou a presenciar um diálogo entre Geisel e Costa e Silva, em que o segundo assegurava que seria ele quem assumiria "essa coisa toda". Assumiu, mas só três anos depois, em 1967. RECADO Gonçalves foi escolhido para ser ministro do Exército por Tancredo. Sarney o manteve. Dois meses após a posse, o novo ministro advertiu que os militares deveriam se abster de comentários políticos. Era um claro recado a um oficial que, dias antes, questionado sobre o papel do governo na negociação de uma greve, respondeu que "cacete não é santo, mas faz milagres". O período coincide com a cessão de eventos que o jornalista Elio Gaspari costuma chamar de "anarquia militar", cuja expressão mais visível na época era a sequência de explosões de bancas de jornal. O mesmo Gonçalves, porém, prestou solidariedade ao coronel Brilhante Ustra quando o então adido militar no Uruguai foi publicamente acusado pela deputada Bete Mendes de ter sido seu torturador. Em entrevista à Folha em 2014, Gonçalves disse discordar da interpretação prevalecente sobre o golpe de 1964. "A verdade é filha do poder. Nós, militares, nunca fomos intrusos da história. Mas, infelizmente, a história contada hoje é mentirosa", disse. Ele reconheceu que houve torturas, mas com ressalvas: "Houve [tortura]. Você não controla a raça humana. Não gosto de falar sobre o tema [...] acho que temos problemas maiores no país para ficarmos olhando para trás. Não entendo por quê se discute tanto uma coisa do passado, há 50 anos. Você quer parar o país por causa de quatro, cinco mortos? Eles ganharam no tapetão. Não querem falar da subversão da esquerda [...] A revolução não foi limpinha, nós também cometemos equívocos". Em nota, Sarney lamentou a morte do general e destacou sua importância na mudança do regime. "Sua participação na transição democrática foi decisiva e a ele devemos grande parte da extinção do militarismo -a agregação do poder militar ao poder político", disse. Gonçalves "pacificou o Exército", disse Sarney. "[Ele] reconduziu os militares aos seus deveres profissionais." Gonçalves deixa esposa, dois filhos, quatro netos e sete bisnetos. O velório será neste sábado no Palácio Duque de Caxias, no Rio. A cremação será por volta das 13 horas no crematório São Francisco Xavier, no bairro do Caju. Colaborou Rubens Valente, de Brasília
poder
Ministro do Exército na gestão Sarney, Leônidas Pires Gonçalves morre no RioFigura de destaque na transição da ditadura para a democracia e, na sequência, ministro do Exército no governo José Sarney (1985-1990), o general da reserva Leônidas Pires Gonçalves morreu nesta quinta (4) aos 94 anos, no Rio. No final da ditadura, sob o governo do general João Baptista Figueiredo, Gonçalves era comandante do 3º Exército, com sede em Porto Alegre. Embora alguns historiadores tenham atribuído a ele o papel de garantidor da posse de Sarney após a morte de Tancredo Neves, instante crucial da transição, não há registro de articulação golpista relevante naquele 1985. Poucos duvidam, porém, que Gonçalves desempenharia esse papel caso surgisse um movimento de resistência. Em 1982, promovido a general-de-divisão, Gonçalves chegou a ser citado como possível sucessor de Figueiredo, segundo o Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro (FGV). Foi quando declarou que a democracia era "uma tarefa sem fim e um objetivo da revolução de 1964", expressão que usava para designar o golpe. Na carreira militar, Gonçalves testemunhou alguns dos momentos mais decisivos da história política do país. Em 1945, quando o general Álcio Souto e o então major Ernesto Geisel entravam no Palácio da Guanabara para destituir Getúlio Vargas da Presidência, o ajudante-de-ordens Gonçalves os acompanhava na incursão. Ele chegou a trocar palavras com o próprio Vargas, que, afável mesmo na queda, disse que se lembrava de seu pai, médico. Em 1964, na iminência da queda de João Goulart, o tenente-coronel Gonçalves estava ao lado do gabinete de Castelo Branco, que logo depois tomaria o poder. Ali, chegou a presenciar um diálogo entre Geisel e Costa e Silva, em que o segundo assegurava que seria ele quem assumiria "essa coisa toda". Assumiu, mas só três anos depois, em 1967. RECADO Gonçalves foi escolhido para ser ministro do Exército por Tancredo. Sarney o manteve. Dois meses após a posse, o novo ministro advertiu que os militares deveriam se abster de comentários políticos. Era um claro recado a um oficial que, dias antes, questionado sobre o papel do governo na negociação de uma greve, respondeu que "cacete não é santo, mas faz milagres". O período coincide com a cessão de eventos que o jornalista Elio Gaspari costuma chamar de "anarquia militar", cuja expressão mais visível na época era a sequência de explosões de bancas de jornal. O mesmo Gonçalves, porém, prestou solidariedade ao coronel Brilhante Ustra quando o então adido militar no Uruguai foi publicamente acusado pela deputada Bete Mendes de ter sido seu torturador. Em entrevista à Folha em 2014, Gonçalves disse discordar da interpretação prevalecente sobre o golpe de 1964. "A verdade é filha do poder. Nós, militares, nunca fomos intrusos da história. Mas, infelizmente, a história contada hoje é mentirosa", disse. Ele reconheceu que houve torturas, mas com ressalvas: "Houve [tortura]. Você não controla a raça humana. Não gosto de falar sobre o tema [...] acho que temos problemas maiores no país para ficarmos olhando para trás. Não entendo por quê se discute tanto uma coisa do passado, há 50 anos. Você quer parar o país por causa de quatro, cinco mortos? Eles ganharam no tapetão. Não querem falar da subversão da esquerda [...] A revolução não foi limpinha, nós também cometemos equívocos". Em nota, Sarney lamentou a morte do general e destacou sua importância na mudança do regime. "Sua participação na transição democrática foi decisiva e a ele devemos grande parte da extinção do militarismo -a agregação do poder militar ao poder político", disse. Gonçalves "pacificou o Exército", disse Sarney. "[Ele] reconduziu os militares aos seus deveres profissionais." Gonçalves deixa esposa, dois filhos, quatro netos e sete bisnetos. O velório será neste sábado no Palácio Duque de Caxias, no Rio. A cremação será por volta das 13 horas no crematório São Francisco Xavier, no bairro do Caju. Colaborou Rubens Valente, de Brasília
0
Vazamento de óleo afeta entrega de água no litoral sul de SP
Um vazamento no Terminal Terrestre da Transpetro, na Baixada Santista, despejou uma quantidade de petróleo ainda não calculada no rio Cubatão, na noite de terça (22), afetando o abastecimento de água em toda a região. A contaminação de parte do local levou a Sabesp, a estatal de água de São Paulo, a reduzir preventivamente a sua produção. À tarde, porém, a empresa disse ter normalizado a situação. Devido a ocorrência, a empresa precisou reduzir de forma preventiva a sua produção -de 4,7 mil litros por segundo para 3 mil litros por segundo- e pediu para que os moradores fizessem o uso da água de forma moderada. Havia a possibilidade de o abastecimento ser afetado. A medida preventiva reduziu a pressão no fornecimento da água nas cidades de Santos, São Vicente e Cubatão. A expectativa da empresa era restabelecer totalmente a produção durante a madrugada desta quinta (24). "O processo foi restabelecido com a produção plena. Os reservatórios chegarão aos níveis adequados até essa madrugada. Estamos monitorando 24 horas com os responsáveis, mas acreditamos que não haverá maiores reflexos desse problema", disse à Folha Josué Vagner Campos, gerente da divisão de produção na Baixada Santista. Campos diz ainda não haver restrições com relação ao consumo. Os trabalhos na área contam com barragens para conter o alastramento e trabalhadores atuando 24 horas no local. Ainda não há informações sobre o total da área atingida, mas a Prefeitura de Cubatão diz que investigará o caso e já cobrou providências e punição aos responsáveis. Desde o início da manhã, equipes do município, além de uma comissão da Defesa Civil e da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) atuam para a retirada do óleo que vazou. Uma chuva que atinge a região no fim da tarde atrapalha os trabalhos. "Houve prejuízo ambiental, isso já é certo. A chuva passou a atrapalhar porque aumentou a correnteza do rio e prejudicou o trabalho de retenção do produto. Observamos uma quantidade pequena de peixes mortos. O petróleo também adentrou para o estuário. Há preocupação, principalmente, pela vegetação da margem que está muito impregnada", disse José Antonio dos Santos, coordenador da Defesa Civil de Cubatão. Técnicos da Cetesb fazem vistorias de barco para identificar a proporção do vazamento. A companhia ambiental afirma que já coletou amostras de água no local, mas que ainda aguarda os resultados. O material é retirado com a ajuda de um caminhão hidrovácuo. Para conter maiores proporções do petróleo, foram instaladas sete barreiras por técnicos da Transpetro. A empresa confirma o vazamento em uma tubulação interna, que fica dentro do terminal, e diz que, imediatamente, utilizou ações para contê-lo e que também já solucionou o problema. A empresa ainda explica que está apurando as causas do acidente.
cotidiano
Vazamento de óleo afeta entrega de água no litoral sul de SPUm vazamento no Terminal Terrestre da Transpetro, na Baixada Santista, despejou uma quantidade de petróleo ainda não calculada no rio Cubatão, na noite de terça (22), afetando o abastecimento de água em toda a região. A contaminação de parte do local levou a Sabesp, a estatal de água de São Paulo, a reduzir preventivamente a sua produção. À tarde, porém, a empresa disse ter normalizado a situação. Devido a ocorrência, a empresa precisou reduzir de forma preventiva a sua produção -de 4,7 mil litros por segundo para 3 mil litros por segundo- e pediu para que os moradores fizessem o uso da água de forma moderada. Havia a possibilidade de o abastecimento ser afetado. A medida preventiva reduziu a pressão no fornecimento da água nas cidades de Santos, São Vicente e Cubatão. A expectativa da empresa era restabelecer totalmente a produção durante a madrugada desta quinta (24). "O processo foi restabelecido com a produção plena. Os reservatórios chegarão aos níveis adequados até essa madrugada. Estamos monitorando 24 horas com os responsáveis, mas acreditamos que não haverá maiores reflexos desse problema", disse à Folha Josué Vagner Campos, gerente da divisão de produção na Baixada Santista. Campos diz ainda não haver restrições com relação ao consumo. Os trabalhos na área contam com barragens para conter o alastramento e trabalhadores atuando 24 horas no local. Ainda não há informações sobre o total da área atingida, mas a Prefeitura de Cubatão diz que investigará o caso e já cobrou providências e punição aos responsáveis. Desde o início da manhã, equipes do município, além de uma comissão da Defesa Civil e da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) atuam para a retirada do óleo que vazou. Uma chuva que atinge a região no fim da tarde atrapalha os trabalhos. "Houve prejuízo ambiental, isso já é certo. A chuva passou a atrapalhar porque aumentou a correnteza do rio e prejudicou o trabalho de retenção do produto. Observamos uma quantidade pequena de peixes mortos. O petróleo também adentrou para o estuário. Há preocupação, principalmente, pela vegetação da margem que está muito impregnada", disse José Antonio dos Santos, coordenador da Defesa Civil de Cubatão. Técnicos da Cetesb fazem vistorias de barco para identificar a proporção do vazamento. A companhia ambiental afirma que já coletou amostras de água no local, mas que ainda aguarda os resultados. O material é retirado com a ajuda de um caminhão hidrovácuo. Para conter maiores proporções do petróleo, foram instaladas sete barreiras por técnicos da Transpetro. A empresa confirma o vazamento em uma tubulação interna, que fica dentro do terminal, e diz que, imediatamente, utilizou ações para contê-lo e que também já solucionou o problema. A empresa ainda explica que está apurando as causas do acidente.
6
Mil homens do Exército chegam ao Rio Grande do Norte após onda de ataques
Os cerca de mil homens do Exército escalados para reforçar a segurança pública no Rio Grande do Norte, em meio a uma onda de ataques que atinge o Estado desde sexta-feira (29), começaram a chegar a Natal na manhã desta quarta-feira (3). Segundo o Exército, a operação deverá efetivamente começar na quinta-feira (4). Aeroportos, corredores viários e pontos turísticos serão patrulhados. O uso do Exército, para ajudar a conter a onda de violência que já atingiu 31 cidades, foi pedido pelo governador Robinson Faria (PSD) à Presidência da República e autorizado desde o fim de semana pelo presidente em exercício Michel Temer (PMDB). Oficialmente, porém, a ordem do presidente interino só chegou nesta terça-feira (2) ao Exército. Com a ordem, militares procedentes das cidades de Garanhuns e Jaboatão dos Guararapes (PE), João Pessoa (PB), Campina Grande (PB) e Caicó (RN) foram deslocados para atuar em Natal e na região metropolitana. Duzentos homens da Marinha, do Rio Grande do Norte, também devem participar da ação. A operação deve durar cerca de 15 dias e será detalhada à imprensa nesta quinta-feira (4), com a presença do ministro da Defesa, Raul Jungman, do governador e do comando do Exército no Nordeste. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança, desde sexta o Estado registrou 92 ocorrências, entre as quais 54 incêndios, 24 tentativas de incêndio e sete disparos contra prédios públicos e proximidades, quatro deles envolvendo artefatos explosivos. Os ataques, segundo o governo, seriam uma retaliação à instalação de bloqueadores de celulares em uma unidade prisional do Estado, medida que deve ser estendida a mais presídios ainda este ano. Até a manhã desta quarta, 85 suspeitos de participação haviam sido detidos ou apreendidos. A lista inclui um adolescente que foi pego espalhando trotes sobre os atentados nas redes sociais. Uma série de áudios e vídeos tem se espalhado principalmente pelo Whatsapp, com ameaças e a apontando possíveis novos alvos dos bandidos. Parte das mensagens partiu de dentro de presídios, segundo o governo potiguar. Cinco presos que estariam envolvidos nos ataques foram transferidos para o presídio federal de Mossoró, na última segunda. Outras transferências não estão descartadas —o governo não informou a quantidade e quando isso ocorreria, alegando questões de segurança. Os cinco presos estavam antes no Presídio estadual de Parnamirim, onde foram instalados os bloqueadores de sinal de celular que, segundo o governo, teriam desencadeado esses atos.
cotidiano
Mil homens do Exército chegam ao Rio Grande do Norte após onda de ataquesOs cerca de mil homens do Exército escalados para reforçar a segurança pública no Rio Grande do Norte, em meio a uma onda de ataques que atinge o Estado desde sexta-feira (29), começaram a chegar a Natal na manhã desta quarta-feira (3). Segundo o Exército, a operação deverá efetivamente começar na quinta-feira (4). Aeroportos, corredores viários e pontos turísticos serão patrulhados. O uso do Exército, para ajudar a conter a onda de violência que já atingiu 31 cidades, foi pedido pelo governador Robinson Faria (PSD) à Presidência da República e autorizado desde o fim de semana pelo presidente em exercício Michel Temer (PMDB). Oficialmente, porém, a ordem do presidente interino só chegou nesta terça-feira (2) ao Exército. Com a ordem, militares procedentes das cidades de Garanhuns e Jaboatão dos Guararapes (PE), João Pessoa (PB), Campina Grande (PB) e Caicó (RN) foram deslocados para atuar em Natal e na região metropolitana. Duzentos homens da Marinha, do Rio Grande do Norte, também devem participar da ação. A operação deve durar cerca de 15 dias e será detalhada à imprensa nesta quinta-feira (4), com a presença do ministro da Defesa, Raul Jungman, do governador e do comando do Exército no Nordeste. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança, desde sexta o Estado registrou 92 ocorrências, entre as quais 54 incêndios, 24 tentativas de incêndio e sete disparos contra prédios públicos e proximidades, quatro deles envolvendo artefatos explosivos. Os ataques, segundo o governo, seriam uma retaliação à instalação de bloqueadores de celulares em uma unidade prisional do Estado, medida que deve ser estendida a mais presídios ainda este ano. Até a manhã desta quarta, 85 suspeitos de participação haviam sido detidos ou apreendidos. A lista inclui um adolescente que foi pego espalhando trotes sobre os atentados nas redes sociais. Uma série de áudios e vídeos tem se espalhado principalmente pelo Whatsapp, com ameaças e a apontando possíveis novos alvos dos bandidos. Parte das mensagens partiu de dentro de presídios, segundo o governo potiguar. Cinco presos que estariam envolvidos nos ataques foram transferidos para o presídio federal de Mossoró, na última segunda. Outras transferências não estão descartadas —o governo não informou a quantidade e quando isso ocorreria, alegando questões de segurança. Os cinco presos estavam antes no Presídio estadual de Parnamirim, onde foram instalados os bloqueadores de sinal de celular que, segundo o governo, teriam desencadeado esses atos.
6
McLaren descarta falha mecânica e culpa vento por acidente de Alonso
A McLaren descartou que uma falha mecânica tenha sido a causa do acidente que fez com que Fernando Alonso passasse a noite na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral da Catalunha em observação por conta de uma concussão sofrida com a batida. De acordo com a equipe inglesa, foram conduzidas investigações nas últimas 24 horas para tentar entender as causas da batida que aconteceu quando o piloto espanhol completava sua 21ª volta na manhã do último dia de testes no circuito de Montmeló, no domingo (22). "O carro de Fernando saiu da pista na Curva 3 e passou por cima da grama sintética do lado de fora da pista. Uma consequência perda de tração fez com que o carro ficasse instável, voltasse para a pista, onde ele retomou a tração e então se chocasse contra o muro do lado direito", afirmou o time em comunicado distribuído no fim da tarde desta segunda-feira (23). "Nossas investigações indicam que o acidente foi causado pelos fortes ventos que sopravam naquela parte do circuito naquele momento, que afetaram também outros pilotos [como foi o caso de Carlo Sainz, da Toro Rosso, que bateu no mesmo local horas depois]. Podemos atestar categoricamente que não houve falha mecânica no carro e nenhuma perda de carga aerodinâmica foi detectada". A McLaren ainda negou as especulações de que Alonso pudesse ter desmaiado no cockpit ou de que tivesse sofrido uma descarga elétrica originada dos complexos sistemas de recuperação de energia que são usados nos carros de F-1 atualmente. "Nenhuma descarga elétrica ou irregularidade de qualquer tipo ocorreu no sistema de recuperação de energia do carro seja antes, durante ou depois do acidente. Nossos dados mostram que Fernando estava consciente durante todo o tempo e estava trocando as marchas do carro e freando ao máximo no momento do primeiro impacto, algo que ele não faria se estivesse inconsciente na hora da batida", completou o time inglês. A equipe inglesa ainda deu mais detalhes da batida, dizendo que a roda dianteira direita foi a primeira a tocar o muro, depois a traseira. O time disse que o impacto foi forte, mas não divulgou a velocidade que o carro vinha no momento. "Depois do impacto inicial, o carro continuou se arrastando por 15 segundos antes de parar por completo. As quatro rodas permaneceram presas ao carro, mas nenhum dano substancial ocorreu no chassi ou na célula de sobrevivência", descreveu a McLaren. Alonso deve permanecer mais uma noite em observação no hospital, onde está acompanhado por seus pais, o empresário e amigos. De acordo com a equipe inglesa, Alonso foi sedado antes de ser transportado de helicóptero ao hospital no domingo, o que seria um procedimento normal. Depois de passar por tomografias e ressonâncias magnéticas, o espanhol foi colocado na Unidade de Terapia Intensiva como medida de precaução. "Para lhe dar privacidade e tranquilidade e facilitar sua recuperação, Fernando vai ser mantido no hospital para mais observações e para se recuperar dos efeitos da medicação que fez com que ele ficasse sedado", disse o time. Alonso ainda não está confirmado nos testes que encerram a pré-temporada da F-1 e que acontecem de quinta (26) até domingo (1º), mais uma vez em Barcelona.
esporte
McLaren descarta falha mecânica e culpa vento por acidente de AlonsoA McLaren descartou que uma falha mecânica tenha sido a causa do acidente que fez com que Fernando Alonso passasse a noite na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral da Catalunha em observação por conta de uma concussão sofrida com a batida. De acordo com a equipe inglesa, foram conduzidas investigações nas últimas 24 horas para tentar entender as causas da batida que aconteceu quando o piloto espanhol completava sua 21ª volta na manhã do último dia de testes no circuito de Montmeló, no domingo (22). "O carro de Fernando saiu da pista na Curva 3 e passou por cima da grama sintética do lado de fora da pista. Uma consequência perda de tração fez com que o carro ficasse instável, voltasse para a pista, onde ele retomou a tração e então se chocasse contra o muro do lado direito", afirmou o time em comunicado distribuído no fim da tarde desta segunda-feira (23). "Nossas investigações indicam que o acidente foi causado pelos fortes ventos que sopravam naquela parte do circuito naquele momento, que afetaram também outros pilotos [como foi o caso de Carlo Sainz, da Toro Rosso, que bateu no mesmo local horas depois]. Podemos atestar categoricamente que não houve falha mecânica no carro e nenhuma perda de carga aerodinâmica foi detectada". A McLaren ainda negou as especulações de que Alonso pudesse ter desmaiado no cockpit ou de que tivesse sofrido uma descarga elétrica originada dos complexos sistemas de recuperação de energia que são usados nos carros de F-1 atualmente. "Nenhuma descarga elétrica ou irregularidade de qualquer tipo ocorreu no sistema de recuperação de energia do carro seja antes, durante ou depois do acidente. Nossos dados mostram que Fernando estava consciente durante todo o tempo e estava trocando as marchas do carro e freando ao máximo no momento do primeiro impacto, algo que ele não faria se estivesse inconsciente na hora da batida", completou o time inglês. A equipe inglesa ainda deu mais detalhes da batida, dizendo que a roda dianteira direita foi a primeira a tocar o muro, depois a traseira. O time disse que o impacto foi forte, mas não divulgou a velocidade que o carro vinha no momento. "Depois do impacto inicial, o carro continuou se arrastando por 15 segundos antes de parar por completo. As quatro rodas permaneceram presas ao carro, mas nenhum dano substancial ocorreu no chassi ou na célula de sobrevivência", descreveu a McLaren. Alonso deve permanecer mais uma noite em observação no hospital, onde está acompanhado por seus pais, o empresário e amigos. De acordo com a equipe inglesa, Alonso foi sedado antes de ser transportado de helicóptero ao hospital no domingo, o que seria um procedimento normal. Depois de passar por tomografias e ressonâncias magnéticas, o espanhol foi colocado na Unidade de Terapia Intensiva como medida de precaução. "Para lhe dar privacidade e tranquilidade e facilitar sua recuperação, Fernando vai ser mantido no hospital para mais observações e para se recuperar dos efeitos da medicação que fez com que ele ficasse sedado", disse o time. Alonso ainda não está confirmado nos testes que encerram a pré-temporada da F-1 e que acontecem de quinta (26) até domingo (1º), mais uma vez em Barcelona.
4
Estudante britânica morre esfaqueada em região movimentada de Jerusalém
Uma estudante britânica morreu após ser esfaqueada por um palestino em um trem de Jerusalém. O crime ocorreu perto da Cidade Velha, que estava cheia de turistas e fieis –cristãos celebrando a Sexta-feira Santa, e judeus, o Pessach. Hannah Bladon, que tinha por volta de 20 anos, estava no país desde janeiro, em um programa de intercâmbio entre a Universidade de Birmingham e uma instituição israelense. Ela morreu logo após chegar ao centro médico de Hadassah. Segundo a porta-voz da polícia Luba Samri, levou diversas facadas na parte superior do corpo. Apos ela ser atingida, um policial de folga, que estava no trem com a família, acionou a trava de emergência do trem e deteve o agressor. De acordo com informações preliminares, ele tem 57 anos e sofre de problemas mentais. Uma mulher grávida ficou ferida quando o trem parou de forma repentina. Em nota, o presidente Reuven Rivlin expressou tristeza pelo ocorrido e disse que as forças de segurança trabalham para garantir a segurança das milhares de pessoas que passam pela pela Cidade Velha para as celebrações. LOBOS SOLITÁRIOS Israel vive, desde setembro de 2015, uma onda de atentados cometidos por "lobos-solitários" palestinos. Os ataques haviam deixado, até janeiro deste ano, 47 pessoas mortas e 650 feridas-, 48 dos 332 ataques foram atropelamentos com carros, ônibus, vans e caminhões.
mundo
Estudante britânica morre esfaqueada em região movimentada de JerusalémUma estudante britânica morreu após ser esfaqueada por um palestino em um trem de Jerusalém. O crime ocorreu perto da Cidade Velha, que estava cheia de turistas e fieis –cristãos celebrando a Sexta-feira Santa, e judeus, o Pessach. Hannah Bladon, que tinha por volta de 20 anos, estava no país desde janeiro, em um programa de intercâmbio entre a Universidade de Birmingham e uma instituição israelense. Ela morreu logo após chegar ao centro médico de Hadassah. Segundo a porta-voz da polícia Luba Samri, levou diversas facadas na parte superior do corpo. Apos ela ser atingida, um policial de folga, que estava no trem com a família, acionou a trava de emergência do trem e deteve o agressor. De acordo com informações preliminares, ele tem 57 anos e sofre de problemas mentais. Uma mulher grávida ficou ferida quando o trem parou de forma repentina. Em nota, o presidente Reuven Rivlin expressou tristeza pelo ocorrido e disse que as forças de segurança trabalham para garantir a segurança das milhares de pessoas que passam pela pela Cidade Velha para as celebrações. LOBOS SOLITÁRIOS Israel vive, desde setembro de 2015, uma onda de atentados cometidos por "lobos-solitários" palestinos. Os ataques haviam deixado, até janeiro deste ano, 47 pessoas mortas e 650 feridas-, 48 dos 332 ataques foram atropelamentos com carros, ônibus, vans e caminhões.
3
Pivô de polêmica, filósofo Michel Foucault é tema da Coleção Folha
Pivô de uma grande polêmica no Brasil, Michel Foucault (1926-1984) terá dois textos publicados no sexto volume da Coleção Folha Grandes Nomes do Pensamento, que chega às bancas no domingo (21). O primeiro é a sua tese "Gênese e Estrutura da 'Antropologia' de Kant", defendida em 1961, mas que ficou inédita até 2008. O segundo é "A Ordem do Discurso", a aula inaugural de Foucault no Collège de France, em 1970. São precisamente as palestras de Foucault no Collège que estão no centro do presente debate. Os áudios das aulas foram doados à PUC de São Paulo sob a condição de que a universidade criasse uma cátedra sobre ele. A Fundação São Paulo, mantenedora da PUC, porém, rejeitou o pedido, aparentemente porque Foucault não tem afinidade com a doutrina católica. A leitura de "A Ordem do Discurso" permite aferir as possíveis razões para tal rejeição. Nessa aula, Foucault explica que em toda sociedade a produção do discurso é controlada "por certo número de procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos". Antigamente o discurso considerado verdadeiro –aquele "pelo qual se tinha respeito e terror"– era o "discurso pronunciado por quem de direito e conforme o ritual requerido". Pouco a pouco a verdade se deslocou do "ritual da enunciação" para "o próprio enunciado": ela deixou de ser o discurso da autoridade, mas ainda se apoia sobre um suporte institucional. Para que uma proposição seja validada, ela precisa integrar uma disciplina institucionalizada: as descobertas de Gregor Mendel (1822-1884) permaneceram ignoradas por muito tempo porque ele usava métodos estranhos à biologia da época. Mas é preciso mais: a apropriação social dos discursos exige também que o discurso integre uma doutrina –religiosa, política, filosófica: "A doutrina liga os indivíduos a certos tipos de enunciados e lhe proíbe, consequentemente, todos os outros".
paineldoleitor
Pivô de polêmica, filósofo Michel Foucault é tema da Coleção FolhaPivô de uma grande polêmica no Brasil, Michel Foucault (1926-1984) terá dois textos publicados no sexto volume da Coleção Folha Grandes Nomes do Pensamento, que chega às bancas no domingo (21). O primeiro é a sua tese "Gênese e Estrutura da 'Antropologia' de Kant", defendida em 1961, mas que ficou inédita até 2008. O segundo é "A Ordem do Discurso", a aula inaugural de Foucault no Collège de France, em 1970. São precisamente as palestras de Foucault no Collège que estão no centro do presente debate. Os áudios das aulas foram doados à PUC de São Paulo sob a condição de que a universidade criasse uma cátedra sobre ele. A Fundação São Paulo, mantenedora da PUC, porém, rejeitou o pedido, aparentemente porque Foucault não tem afinidade com a doutrina católica. A leitura de "A Ordem do Discurso" permite aferir as possíveis razões para tal rejeição. Nessa aula, Foucault explica que em toda sociedade a produção do discurso é controlada "por certo número de procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos". Antigamente o discurso considerado verdadeiro –aquele "pelo qual se tinha respeito e terror"– era o "discurso pronunciado por quem de direito e conforme o ritual requerido". Pouco a pouco a verdade se deslocou do "ritual da enunciação" para "o próprio enunciado": ela deixou de ser o discurso da autoridade, mas ainda se apoia sobre um suporte institucional. Para que uma proposição seja validada, ela precisa integrar uma disciplina institucionalizada: as descobertas de Gregor Mendel (1822-1884) permaneceram ignoradas por muito tempo porque ele usava métodos estranhos à biologia da época. Mas é preciso mais: a apropriação social dos discursos exige também que o discurso integre uma doutrina –religiosa, política, filosófica: "A doutrina liga os indivíduos a certos tipos de enunciados e lhe proíbe, consequentemente, todos os outros".
16
Olimpíada, um fracasso anunciado
SÃO PAULO - O futuro é incerto? Eu apostaria que sim. O demônio de Laplace, isto é, a ideia de que um intelecto superpoderoso que conhecesse as leis da física e as posições atuais de todos os átomos do Universo saberia automaticamente o passado e o futuro de tudo, perdeu popularidade do século 19 para cá. Não apenas não nos é possível na prática reunir tamanho conhecimento como, diante do inegável sucesso da mecânica quântica, há motivos para acreditar num Universo menos determinista, que traz algum grau de incerteza inscrito em seu âmago. Apesar desses problemas intratáveis, há situações em que é relativamente fácil prever o futuro. A percepção de que a Rio-2016 se revelaria um péssimo investimento entra nessa categoria. Em 2009 escrevi a coluna "Pesadelo olímpico", na qual antecipava algumas das encrencas fiscais agora evidentes. Dois anos antes, por ocasião do Pan, já anunciava, no texto "Entregando o ouro", meu receio pelo buraco financeiro que contrataríamos caso o Rio viesse a ser escolhido para sediar os Jogos. Obviamente, não tenho parte com o demônio de Laplace. Minhas previsões eram fáceis por uma razão bastante simples: no agregado, pessoas e governos se comportam de modo muito semelhante. A esmagadora maioria das cidades que hospedaram uma Olimpíada, quando fizeram as contas na ponta do lápis, constataram que haviam feito um péssimo negócio. A tendência é tão saliente que os economistas já haviam até cunhado a expressão "maldição olímpica" para designar o fenômeno. E, se nem países desenvolvidos se deram bem nesse jogo, no caso do Brasil o sensato a fazer era multiplicar por "n" o tamanho do prejuízo. Há aí uma lição para a vida. Nunca confie em projeções interessadas e nem mesmo em como sua imaginação pinta o futuro. Se você quer um guia um pouco menos incerto, verifique como se encontram aqueles que já passaram pela situação.
colunas
Olimpíada, um fracasso anunciadoSÃO PAULO - O futuro é incerto? Eu apostaria que sim. O demônio de Laplace, isto é, a ideia de que um intelecto superpoderoso que conhecesse as leis da física e as posições atuais de todos os átomos do Universo saberia automaticamente o passado e o futuro de tudo, perdeu popularidade do século 19 para cá. Não apenas não nos é possível na prática reunir tamanho conhecimento como, diante do inegável sucesso da mecânica quântica, há motivos para acreditar num Universo menos determinista, que traz algum grau de incerteza inscrito em seu âmago. Apesar desses problemas intratáveis, há situações em que é relativamente fácil prever o futuro. A percepção de que a Rio-2016 se revelaria um péssimo investimento entra nessa categoria. Em 2009 escrevi a coluna "Pesadelo olímpico", na qual antecipava algumas das encrencas fiscais agora evidentes. Dois anos antes, por ocasião do Pan, já anunciava, no texto "Entregando o ouro", meu receio pelo buraco financeiro que contrataríamos caso o Rio viesse a ser escolhido para sediar os Jogos. Obviamente, não tenho parte com o demônio de Laplace. Minhas previsões eram fáceis por uma razão bastante simples: no agregado, pessoas e governos se comportam de modo muito semelhante. A esmagadora maioria das cidades que hospedaram uma Olimpíada, quando fizeram as contas na ponta do lápis, constataram que haviam feito um péssimo negócio. A tendência é tão saliente que os economistas já haviam até cunhado a expressão "maldição olímpica" para designar o fenômeno. E, se nem países desenvolvidos se deram bem nesse jogo, no caso do Brasil o sensato a fazer era multiplicar por "n" o tamanho do prejuízo. Há aí uma lição para a vida. Nunca confie em projeções interessadas e nem mesmo em como sua imaginação pinta o futuro. Se você quer um guia um pouco menos incerto, verifique como se encontram aqueles que já passaram pela situação.
10
Rio pediu 'Like a Rolling Stone', diz filho de Jagger e Luciana Gimenez
O público carioca escolheu o clássico "Like a Rolling Stone", de Bob Dylan, para ser tocada pelos Rolling Stones no show deste sábado (20) à noite, no Maracanã. A informação é de Lucas Jagger, filho de Mick, que está no estádio com sua mãe, Luciana Gimenez, para assistir ao show. Lucas confirmou que a música, regravada pelos Stones no álbum "Stripped", foi a eleita pelo público numa votação on-line, na qual concorria com "All Down the Line", "Live with Me" e "Shattered". "Era a minha favorita", disse Lucas, sobre a escolhida. Sua mãe disse preferir "Angie", que não está no repertório do show. Credenciais de Luciana e Lucas
ilustrada
Rio pediu 'Like a Rolling Stone', diz filho de Jagger e Luciana GimenezO público carioca escolheu o clássico "Like a Rolling Stone", de Bob Dylan, para ser tocada pelos Rolling Stones no show deste sábado (20) à noite, no Maracanã. A informação é de Lucas Jagger, filho de Mick, que está no estádio com sua mãe, Luciana Gimenez, para assistir ao show. Lucas confirmou que a música, regravada pelos Stones no álbum "Stripped", foi a eleita pelo público numa votação on-line, na qual concorria com "All Down the Line", "Live with Me" e "Shattered". "Era a minha favorita", disse Lucas, sobre a escolhida. Sua mãe disse preferir "Angie", que não está no repertório do show. Credenciais de Luciana e Lucas
1
Novo em Folha: Repórter da Folha faz palestra sobre cobertura da Lava Jato
O repórter especial de "Poder" Mario Cesar Carvalho fará nesta segunda (30), às 20h, palestra sobre a cobertura da Lava Jato na Cátedra de Jornalismo Octavio Frias de Oliveira, do Centro Universitário Fiam-Faam. A operação, deflagrada em março de 2014, ... Leia post completo no blog
poder
Novo em Folha: Repórter da Folha faz palestra sobre cobertura da Lava JatoO repórter especial de "Poder" Mario Cesar Carvalho fará nesta segunda (30), às 20h, palestra sobre a cobertura da Lava Jato na Cátedra de Jornalismo Octavio Frias de Oliveira, do Centro Universitário Fiam-Faam. A operação, deflagrada em março de 2014, ... Leia post completo no blog
0
Crítica: Romance inacabado de Mário de Andrade é sagaz, apesar de falhas
Incompleto, sonhado por 20 anos (entre 1924 e 1945), produzido em espasmos, renegado, reaproveitado aos retalhos em contos, defeituoso: eis aí "Café", pedaço de romance, de Mário de Andrade. A bem cuidada primeira edição do livro foi produzida por Tatiana Longo Figueiredo, que assina prefácio e posfácio esclarecedores. O Mário (1893-1945) que produz o que agora lemos é, no começo, apenas o professor de música, o agitador cultural e o poeta. Depois lança "Macunaíma" (1928), vira gestor cultural em São Paulo, consolida seu protagonismo modernista, é o pedagogo das cartas, vive uma temporada no Rio, avança em sua pesquisa musical e etnográfica. O Mário que dá as últimas demãos em "Café" é já o consagrado e escaldado escritor, ensaísta e figura pública. Já o Mário póstumo é um totem, sempre de difícil abordagem. "Café" foi pensado para ter cinco seções, das quais apenas duas foram concluídas, ainda com anotações de revisão. Queria ser um romance realista em painel, algo insinuado já no título. Seu primeiro protagonista é Chico Antônio, caboclo nordestino que migra para o Sul. Espécie de Macunaíma, deixa para trás compromissos (a esposa), assume tarefas que depois renega venalmente, finalmente conhece a cidade de São Paulo, frenética e misteriosa, com letreiros luminosos e figuras escusas da praça dos Correios de 1930. VERVE COMENTARISTA Aqui temos breves momentos de grande qualidade narrativa, logo estrangulados pela verve comentarista do narrador, que tende a transformar tudo em material para tese. A segunda parte, "As Duas Irmãs", é muito ruim: esquemática, apressada, com personagens sem densidade, quase sem nenhuma tensão, tudo isso agravado pelo traço "de tese", obsessivo, ressentido, de alcance apenas paroquial. Os defeitos solapam um enredo promissor: família de fazendeiro da região de Araraquara resolve morar na capital apenas para fazer bonito, e lá as duas filhas, deslumbradas, atuam segundo a pauta burguesa, que os pais não subscrevem mas precisam bancar. Insinua-se um conflito psicológico entre as filhas, jamais realizado. Vinda a crise (de 29, parece), o patriarca retorna ao mundo rural (lá reaparece Chico), com uma das filhas e seu marido, para reestruturar a vida, enquanto a outra filha, casada com um testa de ferro de "ianques", segue na capital. Ficamos sem um romance, mas com um livro de grande interesse para conhecer mais do autor. Se na escritura o livro é falhado, em passagens e subtextos há coisa para valer. Não raro dá a impressão de estarmos lendo memórias do autor (trechos sobre o submundo da noite são de grande vivacidade narrativa). Ali adiante vem uma crônica azeda sobre o mundo social de São Paulo (com grande bronca contra os italianos endinheirados que não se inseriam na vida brasileira, nem contribuíam com instituições relevantes para o país, e mantinham namoro firme com o "fachismo"), e o tempo todo há juízos sumários sobre o Brasil, o Nordeste, os caboclos, os negros e mulatos, os estrangeiros que acorreram à capital paulista e a velha elite pasmacenta. Tudo agudo e vivo, muito antes do 'politicamente correto', que teria bloqueado quase tudo. LUÍS AUGUSTO FISCHER é professor de literatura na UFRGS. CAFÉ AUTOR Mário de Andrade EDITORA Nova Fronteira QUANTO R$ 34,90 (264 págs.) AVALIAÇÃO bom
ilustrada
Crítica: Romance inacabado de Mário de Andrade é sagaz, apesar de falhasIncompleto, sonhado por 20 anos (entre 1924 e 1945), produzido em espasmos, renegado, reaproveitado aos retalhos em contos, defeituoso: eis aí "Café", pedaço de romance, de Mário de Andrade. A bem cuidada primeira edição do livro foi produzida por Tatiana Longo Figueiredo, que assina prefácio e posfácio esclarecedores. O Mário (1893-1945) que produz o que agora lemos é, no começo, apenas o professor de música, o agitador cultural e o poeta. Depois lança "Macunaíma" (1928), vira gestor cultural em São Paulo, consolida seu protagonismo modernista, é o pedagogo das cartas, vive uma temporada no Rio, avança em sua pesquisa musical e etnográfica. O Mário que dá as últimas demãos em "Café" é já o consagrado e escaldado escritor, ensaísta e figura pública. Já o Mário póstumo é um totem, sempre de difícil abordagem. "Café" foi pensado para ter cinco seções, das quais apenas duas foram concluídas, ainda com anotações de revisão. Queria ser um romance realista em painel, algo insinuado já no título. Seu primeiro protagonista é Chico Antônio, caboclo nordestino que migra para o Sul. Espécie de Macunaíma, deixa para trás compromissos (a esposa), assume tarefas que depois renega venalmente, finalmente conhece a cidade de São Paulo, frenética e misteriosa, com letreiros luminosos e figuras escusas da praça dos Correios de 1930. VERVE COMENTARISTA Aqui temos breves momentos de grande qualidade narrativa, logo estrangulados pela verve comentarista do narrador, que tende a transformar tudo em material para tese. A segunda parte, "As Duas Irmãs", é muito ruim: esquemática, apressada, com personagens sem densidade, quase sem nenhuma tensão, tudo isso agravado pelo traço "de tese", obsessivo, ressentido, de alcance apenas paroquial. Os defeitos solapam um enredo promissor: família de fazendeiro da região de Araraquara resolve morar na capital apenas para fazer bonito, e lá as duas filhas, deslumbradas, atuam segundo a pauta burguesa, que os pais não subscrevem mas precisam bancar. Insinua-se um conflito psicológico entre as filhas, jamais realizado. Vinda a crise (de 29, parece), o patriarca retorna ao mundo rural (lá reaparece Chico), com uma das filhas e seu marido, para reestruturar a vida, enquanto a outra filha, casada com um testa de ferro de "ianques", segue na capital. Ficamos sem um romance, mas com um livro de grande interesse para conhecer mais do autor. Se na escritura o livro é falhado, em passagens e subtextos há coisa para valer. Não raro dá a impressão de estarmos lendo memórias do autor (trechos sobre o submundo da noite são de grande vivacidade narrativa). Ali adiante vem uma crônica azeda sobre o mundo social de São Paulo (com grande bronca contra os italianos endinheirados que não se inseriam na vida brasileira, nem contribuíam com instituições relevantes para o país, e mantinham namoro firme com o "fachismo"), e o tempo todo há juízos sumários sobre o Brasil, o Nordeste, os caboclos, os negros e mulatos, os estrangeiros que acorreram à capital paulista e a velha elite pasmacenta. Tudo agudo e vivo, muito antes do 'politicamente correto', que teria bloqueado quase tudo. LUÍS AUGUSTO FISCHER é professor de literatura na UFRGS. CAFÉ AUTOR Mário de Andrade EDITORA Nova Fronteira QUANTO R$ 34,90 (264 págs.) AVALIAÇÃO bom
1
Ed Sheeran lança filme sobre show e promete 'surpreender' em novo disco
Deixar o colégio aos 16 para correr atrás do sonho de ser músico sem dúvida valeu a pena para Ed Sheeran. Nesta quinta-feira (22), ele alça sua fama aos cinemas com "Jumpers for Goalposts", filme sobre um show da série de três no estádio Wembley, em Londres. Nas quase duas horas de duração, Sheeran serena a plateia de 80 mil pessoas com as faixas "The A Team", "Sing" e "Thinking Out Loud". De bônus, um dueto com Elton John. "Acho que gravar concertos é uma ideia ótima para as pessoas que não podem comparecer a eles", disse o cantor à Folha, por e-mail. "Acredito que a tecnologia continuará a avançar nesta direção. Como o holograma do Tupac [rapper norte-americano morto em 1996, que "se apresentou" virtualmente com Snoop Dogg no Coachella em 2012], a ideia vai se espalhar e veremos outras, mais sofisticadas." Realizados em 10 e 12 de julho deste ano, os shows mostrados no longa fazem parte da turnê de "X", seu segundo álbum de estúdio. Iniciada em 6 de agosto de 2014, ela já percorreu Ásia, Europa, América do Norte, América do Sul e Oceania. No Brasil, desembarcou em abril com apresentações esgotadas e ingressos que chegavam a R$ 360. "Encarei esses shows com toda a humildade, mas já penso em como posso superá-los. Meu próximo álbum será maior, melhor e surpreenderá as pessoas", declarou, sem dar mais detalhes. A tarefa não deve ser fácil. "X", vendeu 1,6 milhão de cópias até julho, segundo a revista americana "Billboard", e encerrou 2014 como o álbum mais ouvido no Spotify. Sheeran é um fenômeno no serviço de streaming. Com 2,9 bilhões de reproduções, seu catálogo musical é o segundo mais popular, atrás apenas do rapper Eminem. A empresa estima que um em cada quatro de seus usuários tenha uma faixa do britânico em suas playlists. Neste mês, a plataforma digital anunciou a balada romântica "Thinking Out Loud" como a primeira canção a atingir 500 milhões de reproduções. Ainda com ela, o músico virou tema de novela ("I Love Paraisópolis", da Globo) e chegou a 4,3 milhões de downloads. Apesar disso, o cantor nega pressão para o próximo CD. "Quando gravo novas canções, não me preocupo em ter outro grande sucesso", garante. "Quando ouço minhas músicas, penso mesmo em como soarão ao vivo." O cantor evita definir sua música em gêneros específicos. Às vezes folk, às vezes pop despretensioso, ele busca inspiração em artistas com características distintas. "Sou um grande fã do Eminem", conta. "Gosto também do Van Morrison e sempre tive Foy Vance como referencial e, é claro, Damien Rice." O cantor irlandês –que se apresenta nesta quinta (22) no Cine Jóia, em São Paulo– desempenhou papel importante na carreira de Sheeran. Em entrevista à MTV, ele contou sobre quando conheceu Rice aos 11 anos: "Aquela noite mudou a minha vida. O tempo que ele passou falando comigo após o show fez toda a diferença." Desde então, o músico foi indicado aos prêmios Grammy seis vezes nos últimos três anos. Ainda não venceu. "É legal ser reconhecido pela Academia com indicações. Uma vitória seria ótima, mas não perco meu sono com isso." JUMPERS FOR GOALPOSTS DIREÇÃO Paul Dugdale PRODUÇÃO Reino Unido, 2015 QUANDO estreia nesta quinta-feira (22)
ilustrada
Ed Sheeran lança filme sobre show e promete 'surpreender' em novo discoDeixar o colégio aos 16 para correr atrás do sonho de ser músico sem dúvida valeu a pena para Ed Sheeran. Nesta quinta-feira (22), ele alça sua fama aos cinemas com "Jumpers for Goalposts", filme sobre um show da série de três no estádio Wembley, em Londres. Nas quase duas horas de duração, Sheeran serena a plateia de 80 mil pessoas com as faixas "The A Team", "Sing" e "Thinking Out Loud". De bônus, um dueto com Elton John. "Acho que gravar concertos é uma ideia ótima para as pessoas que não podem comparecer a eles", disse o cantor à Folha, por e-mail. "Acredito que a tecnologia continuará a avançar nesta direção. Como o holograma do Tupac [rapper norte-americano morto em 1996, que "se apresentou" virtualmente com Snoop Dogg no Coachella em 2012], a ideia vai se espalhar e veremos outras, mais sofisticadas." Realizados em 10 e 12 de julho deste ano, os shows mostrados no longa fazem parte da turnê de "X", seu segundo álbum de estúdio. Iniciada em 6 de agosto de 2014, ela já percorreu Ásia, Europa, América do Norte, América do Sul e Oceania. No Brasil, desembarcou em abril com apresentações esgotadas e ingressos que chegavam a R$ 360. "Encarei esses shows com toda a humildade, mas já penso em como posso superá-los. Meu próximo álbum será maior, melhor e surpreenderá as pessoas", declarou, sem dar mais detalhes. A tarefa não deve ser fácil. "X", vendeu 1,6 milhão de cópias até julho, segundo a revista americana "Billboard", e encerrou 2014 como o álbum mais ouvido no Spotify. Sheeran é um fenômeno no serviço de streaming. Com 2,9 bilhões de reproduções, seu catálogo musical é o segundo mais popular, atrás apenas do rapper Eminem. A empresa estima que um em cada quatro de seus usuários tenha uma faixa do britânico em suas playlists. Neste mês, a plataforma digital anunciou a balada romântica "Thinking Out Loud" como a primeira canção a atingir 500 milhões de reproduções. Ainda com ela, o músico virou tema de novela ("I Love Paraisópolis", da Globo) e chegou a 4,3 milhões de downloads. Apesar disso, o cantor nega pressão para o próximo CD. "Quando gravo novas canções, não me preocupo em ter outro grande sucesso", garante. "Quando ouço minhas músicas, penso mesmo em como soarão ao vivo." O cantor evita definir sua música em gêneros específicos. Às vezes folk, às vezes pop despretensioso, ele busca inspiração em artistas com características distintas. "Sou um grande fã do Eminem", conta. "Gosto também do Van Morrison e sempre tive Foy Vance como referencial e, é claro, Damien Rice." O cantor irlandês –que se apresenta nesta quinta (22) no Cine Jóia, em São Paulo– desempenhou papel importante na carreira de Sheeran. Em entrevista à MTV, ele contou sobre quando conheceu Rice aos 11 anos: "Aquela noite mudou a minha vida. O tempo que ele passou falando comigo após o show fez toda a diferença." Desde então, o músico foi indicado aos prêmios Grammy seis vezes nos últimos três anos. Ainda não venceu. "É legal ser reconhecido pela Academia com indicações. Uma vitória seria ótima, mas não perco meu sono com isso." JUMPERS FOR GOALPOSTS DIREÇÃO Paul Dugdale PRODUÇÃO Reino Unido, 2015 QUANDO estreia nesta quinta-feira (22)
1
Greve dos caminhoneiros entra no quarto dia com bloqueios em rodovias
Neste domingo (26), os caminhoneiros entraram no quarto dia de manifestação com cinco pontos bloqueados em rodovias federais. Todas as interdições acontecem no Estado de Mato Grosso. Por volta das 6h40, havia bloqueios em sete pontos nas rodovias BR-163 e BR-364. Na BR-163, as interdições ocorriam nos km 688, na altura de Lucas do Rio Verde; 748, na cidade de Sorriso, e 590, na cidade de Mutum. Já na BR-364, havia dois bloqueios na altura da cidade de Rondonópolis –nos km 200 e 206– e nos km 57, no município de Alto das Graças; e no km 615, perto de Diamantino. De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), no decorrer do dia foram liberados os dois trechos da BR-364 em Rondonópolis. No Paraná, há um ponto de bloqueio, mas em rodovia estadual, no km 296 da PRC-487, próximo a Manoel Ribas. Já no Rio Grande do Sul, há protestos em Ijuí e Santa Rosa, mas sem bloqueio da rodovia. No começo deste sábado (25), os caminhoneiros haviam bloqueado, também, três trechos em estradas federais no Rio Grande do Sul. Tais interdições foram dissipadas pela PRF durante o dia. Os caminhoneiros reivindicam a criação de uma tabela de preço mínimo do frete, pedido já considerado inviável pelo governo federal. A retomada das negociações com o governo federal deve acontecer nesta segunda-feira (28). Até lá, a paralisação será mantida pelos caminhoneiros.
mercado
Greve dos caminhoneiros entra no quarto dia com bloqueios em rodoviasNeste domingo (26), os caminhoneiros entraram no quarto dia de manifestação com cinco pontos bloqueados em rodovias federais. Todas as interdições acontecem no Estado de Mato Grosso. Por volta das 6h40, havia bloqueios em sete pontos nas rodovias BR-163 e BR-364. Na BR-163, as interdições ocorriam nos km 688, na altura de Lucas do Rio Verde; 748, na cidade de Sorriso, e 590, na cidade de Mutum. Já na BR-364, havia dois bloqueios na altura da cidade de Rondonópolis –nos km 200 e 206– e nos km 57, no município de Alto das Graças; e no km 615, perto de Diamantino. De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), no decorrer do dia foram liberados os dois trechos da BR-364 em Rondonópolis. No Paraná, há um ponto de bloqueio, mas em rodovia estadual, no km 296 da PRC-487, próximo a Manoel Ribas. Já no Rio Grande do Sul, há protestos em Ijuí e Santa Rosa, mas sem bloqueio da rodovia. No começo deste sábado (25), os caminhoneiros haviam bloqueado, também, três trechos em estradas federais no Rio Grande do Sul. Tais interdições foram dissipadas pela PRF durante o dia. Os caminhoneiros reivindicam a criação de uma tabela de preço mínimo do frete, pedido já considerado inviável pelo governo federal. A retomada das negociações com o governo federal deve acontecer nesta segunda-feira (28). Até lá, a paralisação será mantida pelos caminhoneiros.
2
José Mauricio Coelho assume vice-presidência financeira do BB
O executivo José Mauricio Pereira Coelho, 49, que ocupa a diretoria de finanças do Banco do Brasil, será o novo vice-presidente da área financeira do banco. Funcionário de carreira do BB, ele substituirá Ivan Monteiro, que deixou a instituição na semana passada para assumir a diretoria financeira da Petrobras junto com Aldemir Bendine, novo presidente da estatal. O executivo, que também foi da área de Mercado de Capitais, entrou no BB há 27 anos e trabalhava diretamente com Ivan Monteiro havia seis anos. Por ser funcionário da área financeira do BB, a nomeação foi bem recebida pelos colegas do setor, que se sentiram valorizados no banco. DANÇA DAS CADEIRAS As mudanças no Banco do Brasil começaram a ser anunciadas oficialmente na sexta-feira (6), quando o então presidente da instituição Aldemir Bendine foi escolhido para comandar a Petrobras. Por ser visto como suscetível a intervenções do governo, a indicação de Bendine não agradou ao mercado e as ações da Petrobras desabaram quase 7%. Na segunda (9) foi anunciado o novo presidente do Banco do Brasil, Alexandre Abreu, 49. Ele foi o responsável no BB por implantar o corte agressivo nos juros em 2011. Comandou ainda a BB Seguridade, braço de seguros do banco, considerado um caso de sucesso após ir à Bolsa. De temperamento irrequieto, tem fama de ser um bom negociador. Ele deve dar atenção às áreas de produtos como cartões e seguros. Também procurará renovar o atendimento e a tecnologia.
mercado
José Mauricio Coelho assume vice-presidência financeira do BBO executivo José Mauricio Pereira Coelho, 49, que ocupa a diretoria de finanças do Banco do Brasil, será o novo vice-presidente da área financeira do banco. Funcionário de carreira do BB, ele substituirá Ivan Monteiro, que deixou a instituição na semana passada para assumir a diretoria financeira da Petrobras junto com Aldemir Bendine, novo presidente da estatal. O executivo, que também foi da área de Mercado de Capitais, entrou no BB há 27 anos e trabalhava diretamente com Ivan Monteiro havia seis anos. Por ser funcionário da área financeira do BB, a nomeação foi bem recebida pelos colegas do setor, que se sentiram valorizados no banco. DANÇA DAS CADEIRAS As mudanças no Banco do Brasil começaram a ser anunciadas oficialmente na sexta-feira (6), quando o então presidente da instituição Aldemir Bendine foi escolhido para comandar a Petrobras. Por ser visto como suscetível a intervenções do governo, a indicação de Bendine não agradou ao mercado e as ações da Petrobras desabaram quase 7%. Na segunda (9) foi anunciado o novo presidente do Banco do Brasil, Alexandre Abreu, 49. Ele foi o responsável no BB por implantar o corte agressivo nos juros em 2011. Comandou ainda a BB Seguridade, braço de seguros do banco, considerado um caso de sucesso após ir à Bolsa. De temperamento irrequieto, tem fama de ser um bom negociador. Ele deve dar atenção às áreas de produtos como cartões e seguros. Também procurará renovar o atendimento e a tecnologia.
2
Pole Position: E agora, Lewis?
Por enquanto foram só quatro dias de testes, muitas equipes escondendo um pouco o jogo, mas ao que tudo indica, a F-1 deve assistir mais uma vez a uma batalha entre os pilotos da Mercedes pelo título, assim como aconteceu no ano ... Leia post completo no blog
esporte
Pole Position: E agora, Lewis?Por enquanto foram só quatro dias de testes, muitas equipes escondendo um pouco o jogo, mas ao que tudo indica, a F-1 deve assistir mais uma vez a uma batalha entre os pilotos da Mercedes pelo título, assim como aconteceu no ano ... Leia post completo no blog
4
Moradores da Vila Mariana cobram restauro do Instituto Biológico
ZAQUEU FOGAÇA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA De longe, a beleza arquitetônica do Instituto Biológico, na Vila Mariana, zona sul paulistana, impressiona. Porém, quem chegar mais perto verá as marcas da idade no septuagenário prédio: vidros quebrados, pontos com mofo e infiltrações. No próprio site do instituto, um estudo lista os problemas existentes no imóvel. Entre eles há infiltração de água em terraços de três andares, rede hidráulica e esgoto com vazamentos, rede elétrica em más condições e a necessidade de modernização da rede de gás, pois laboratórios ainda contam com botijões. Moradores da região cobram a restauração do imóvel, o que o governo do Estado já prometeu antes. Atualmente, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) diz que pode incluí-la no orçamento do ano que vem. Projetado pelo arquiteto Mario Whately e considerado um dos principais exemplares da arquitetura art déco do Estado, o edifício de nove andares começou a ser construído em 1928 e foi finalizado 17 anos mais tarde, em janeiro de 1945, tornando-se um marco no processo de urbanização do bairro. De lá para cá, enquanto as chácaras que formavam a paisagem do entorno do instituto deram lugar a casas e prédios, a estrutura dele permaneceu à mercê do tempo, recebendo um único reparo em sua fachada externa, em 1975. "Um edifício como esse não pode ficar assim, se deteriorando, correndo riscos elétricos, pois ele tem uma importância social muito grande e faz parte da memória afetiva da cidade", afirma Rosana Miranda, 60, arquiteta que participa do grupo de pessoas que cobra a realização dos reparos. A preocupação de vizinhos do instituto com a preservação dele é antiga. Antes de o prédio ser tombado pelo Condephaat (órgão estadual de preservação do patrimônio), em 2002, cerca de 3.000 moradores promoveram um "abraçaço" em volta dele. "Esse ato simbólico ficou conhecido como o 'domingo do abraço', e, logo em seguida, graças à participação popular, o prédio foi tombado", conta Denise Bramucci de Moura Delfim, 54, conselheira participativa municipal. Toda vez que o governador participa de alguma solenidade no bairro, ela faz questão de lembrá-lo da necessidade de restaurar o prédio. "Na última vez em que ele esteve na instituição, para participar do evento Sabor da Colheita, propus que começasse o restauro aos poucos." "O tombamento representou a primeira vitória, vencemos a primeira etapa", diz o músico Osmar Barutti, 66, vizinho do prédio. "Falta a restauração, pois já está na hora. Esse patrimônio precisa ser preservado e estamos aqui para defendê-lo. Não se trata de uma maquiagem, mas de uma cirurgia completa, uma intervenção profunda." Integrante de uma entidade criada para preservar a memória e o patrimônio da Vila Mariana, Walter Taverna, 82, quer repetir o sucesso que obteve quando mobilizou a comunidade para que a Casa Modernista fosse restaurada. "Estamos na luta pela restauração do edifício do Instituto Biológico, pois o prédio está precisando muito." APRENDIZADO A arquiteta Rosana Miranda afirma que o restauro trará benefícios que vão além da preservação da estrutura do edifício. "Fazê-lo será um investimento em conhecimento, já que será preciso pesquisa de materiais e tecnologias para preservar as suas características originais e adaptá-lo para o seu uso moderno, com acessibilidade, por exemplo. O registro de todo esse trabalho formará um material valioso às futuras gerações de restauradores e arquitetos." No fim do ano passado, o governador Geraldo Alckmin chegou a anunciar a restauração do prédio. A obra, entretanto, não saiu do papel. Questionada pela reportagem, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, responsável pelo Instituto Biológico, afirmou em nota que "mantém estudo avançado com o objetivo de viabilizar o restauro". Ainda segundo o texto, um primeiro projeto chegou a ser apresentado, mas foi descartado por conta do custo elevado. "O secretário Arnaldo Jardim solicitou um novo projeto em etapas, que está em curso. Com o projeto em etapas, haverá discussão para inclusão no orçamento do próximo ano." Enquanto planos são discutidos, no ponto mais alto do Instituto Biológico o grande relógio fixado à sua parede encontra-se quebrado, marcando três horas e 40 minutos. Inaugurado junto com o prédio, ele foi consertado inúmeras vezes, mas como o seu maquinário é antigo, não resiste. Os ponteiros estagnados parecem querer avisar que já é hora de correr atrás do tempo perdido e restaurar o monumento, antes que seja tarde demais.
saopaulo
Moradores da Vila Mariana cobram restauro do Instituto BiológicoZAQUEU FOGAÇA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA De longe, a beleza arquitetônica do Instituto Biológico, na Vila Mariana, zona sul paulistana, impressiona. Porém, quem chegar mais perto verá as marcas da idade no septuagenário prédio: vidros quebrados, pontos com mofo e infiltrações. No próprio site do instituto, um estudo lista os problemas existentes no imóvel. Entre eles há infiltração de água em terraços de três andares, rede hidráulica e esgoto com vazamentos, rede elétrica em más condições e a necessidade de modernização da rede de gás, pois laboratórios ainda contam com botijões. Moradores da região cobram a restauração do imóvel, o que o governo do Estado já prometeu antes. Atualmente, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) diz que pode incluí-la no orçamento do ano que vem. Projetado pelo arquiteto Mario Whately e considerado um dos principais exemplares da arquitetura art déco do Estado, o edifício de nove andares começou a ser construído em 1928 e foi finalizado 17 anos mais tarde, em janeiro de 1945, tornando-se um marco no processo de urbanização do bairro. De lá para cá, enquanto as chácaras que formavam a paisagem do entorno do instituto deram lugar a casas e prédios, a estrutura dele permaneceu à mercê do tempo, recebendo um único reparo em sua fachada externa, em 1975. "Um edifício como esse não pode ficar assim, se deteriorando, correndo riscos elétricos, pois ele tem uma importância social muito grande e faz parte da memória afetiva da cidade", afirma Rosana Miranda, 60, arquiteta que participa do grupo de pessoas que cobra a realização dos reparos. A preocupação de vizinhos do instituto com a preservação dele é antiga. Antes de o prédio ser tombado pelo Condephaat (órgão estadual de preservação do patrimônio), em 2002, cerca de 3.000 moradores promoveram um "abraçaço" em volta dele. "Esse ato simbólico ficou conhecido como o 'domingo do abraço', e, logo em seguida, graças à participação popular, o prédio foi tombado", conta Denise Bramucci de Moura Delfim, 54, conselheira participativa municipal. Toda vez que o governador participa de alguma solenidade no bairro, ela faz questão de lembrá-lo da necessidade de restaurar o prédio. "Na última vez em que ele esteve na instituição, para participar do evento Sabor da Colheita, propus que começasse o restauro aos poucos." "O tombamento representou a primeira vitória, vencemos a primeira etapa", diz o músico Osmar Barutti, 66, vizinho do prédio. "Falta a restauração, pois já está na hora. Esse patrimônio precisa ser preservado e estamos aqui para defendê-lo. Não se trata de uma maquiagem, mas de uma cirurgia completa, uma intervenção profunda." Integrante de uma entidade criada para preservar a memória e o patrimônio da Vila Mariana, Walter Taverna, 82, quer repetir o sucesso que obteve quando mobilizou a comunidade para que a Casa Modernista fosse restaurada. "Estamos na luta pela restauração do edifício do Instituto Biológico, pois o prédio está precisando muito." APRENDIZADO A arquiteta Rosana Miranda afirma que o restauro trará benefícios que vão além da preservação da estrutura do edifício. "Fazê-lo será um investimento em conhecimento, já que será preciso pesquisa de materiais e tecnologias para preservar as suas características originais e adaptá-lo para o seu uso moderno, com acessibilidade, por exemplo. O registro de todo esse trabalho formará um material valioso às futuras gerações de restauradores e arquitetos." No fim do ano passado, o governador Geraldo Alckmin chegou a anunciar a restauração do prédio. A obra, entretanto, não saiu do papel. Questionada pela reportagem, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, responsável pelo Instituto Biológico, afirmou em nota que "mantém estudo avançado com o objetivo de viabilizar o restauro". Ainda segundo o texto, um primeiro projeto chegou a ser apresentado, mas foi descartado por conta do custo elevado. "O secretário Arnaldo Jardim solicitou um novo projeto em etapas, que está em curso. Com o projeto em etapas, haverá discussão para inclusão no orçamento do próximo ano." Enquanto planos são discutidos, no ponto mais alto do Instituto Biológico o grande relógio fixado à sua parede encontra-se quebrado, marcando três horas e 40 minutos. Inaugurado junto com o prédio, ele foi consertado inúmeras vezes, mas como o seu maquinário é antigo, não resiste. Os ponteiros estagnados parecem querer avisar que já é hora de correr atrás do tempo perdido e restaurar o monumento, antes que seja tarde demais.
17
LinkedIn não chega a acordo com Rússia para restaurar acesso ao site
O LinkedIn não chegou a um acordo com as autoridades russas para restaurar o acesso público ao seu site no país, informaram nesta terça-feira (7) a companhia e o regulador russo de comunicações. A Rússia bloqueou o acesso ao site do LinkedIn no ano passado depois que um tribunal considerou a empresa culpada de violar uma lei que exige que as empresas que detêm dados de cidadãos russos os armazenem em servidores no país. Tanto o LinkedIn, que é controlado pela Microsoft, quanto o regulador russo Roskomnadzor disseram estar buscando resolver o problema, mas reconheceram nesta terça-feira que suas negociações não tiveram êxito. "Apesar de acreditar que cumprimos todas as leis aplicáveis, e apesar das conversas com a Roskomnadzor, incluindo reunião com eles em Moscou, em dezembro de 2016, não conseguimos chegar a um entendimento para levantar o bloqueio ao LinkedIn na Federação Russa", disse um porta-voz do LinkedIn por email. Roskomnadzor disse em um comunicado que o LinkedIn se recusou a mover seus locais de armazenamento de dados pessoais dos usuários russos para a Rússia, "confirmando sua falta de interesse em trabalhar no mercado russo". O LinkedIn disse em seu site que continuaria disponível em russo e que espera retomar seu serviço no país no futuro. Com sede nos Estados Unidos e mais de 6 milhões de usuários na Rússia, o LinkedIn é a primeira grande rede social a ser bloqueada por autoridades russas, estabelecendo precedente para o modo como as empresas estrangeiras de internet devem operar.
tec
LinkedIn não chega a acordo com Rússia para restaurar acesso ao siteO LinkedIn não chegou a um acordo com as autoridades russas para restaurar o acesso público ao seu site no país, informaram nesta terça-feira (7) a companhia e o regulador russo de comunicações. A Rússia bloqueou o acesso ao site do LinkedIn no ano passado depois que um tribunal considerou a empresa culpada de violar uma lei que exige que as empresas que detêm dados de cidadãos russos os armazenem em servidores no país. Tanto o LinkedIn, que é controlado pela Microsoft, quanto o regulador russo Roskomnadzor disseram estar buscando resolver o problema, mas reconheceram nesta terça-feira que suas negociações não tiveram êxito. "Apesar de acreditar que cumprimos todas as leis aplicáveis, e apesar das conversas com a Roskomnadzor, incluindo reunião com eles em Moscou, em dezembro de 2016, não conseguimos chegar a um entendimento para levantar o bloqueio ao LinkedIn na Federação Russa", disse um porta-voz do LinkedIn por email. Roskomnadzor disse em um comunicado que o LinkedIn se recusou a mover seus locais de armazenamento de dados pessoais dos usuários russos para a Rússia, "confirmando sua falta de interesse em trabalhar no mercado russo". O LinkedIn disse em seu site que continuaria disponível em russo e que espera retomar seu serviço no país no futuro. Com sede nos Estados Unidos e mais de 6 milhões de usuários na Rússia, o LinkedIn é a primeira grande rede social a ser bloqueada por autoridades russas, estabelecendo precedente para o modo como as empresas estrangeiras de internet devem operar.
5
Lula deverá anunciar ida para governo, dizem aliados
Aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram que sua nomeação deverá ser anunciada após um café com a presidente Dilma Rousseff na manhã desta quarta-feira (16). Segundo petistas e integrantes do governo, sua nomeação, se confirmada, poderá ser acompanhada da entrada de um time no governo Dilma. Essa seria uma condição imposta por Lula para aceitar o apelo da presidente. Além dos dois, participam do café da manhã no Palácio da Alvorada os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Fazenda). Entre os nomes que Lula gostaria de levar para o governo está o de Celso Amorim para Relações Exteriores. Não está descartada a substituição de Aloizio Mercadante, na Educação. Outros nomes, como o de Ciro Gomes, são ventilados por petistas. Nas conversas, Lula alega que de nada valerá sua chegada ao governo sem a montagem de uma equipe que sinalize para mudanças, inclusive na política econômica. Esta última condição que seria apresentada por Lula preocupa não só o mercado como interlocutores do ex-presidente no empresariado, pelo receio de demandar medidas como venda de reservas internacionais, queda forçada dos juros e liberação de mais crédito na economia. Uma guinada na condução política do país justificaria sua presença na Esplanada dos Ministérios e afastaria a tese de que só pretenda escapar da prisão, já que ministros têm prerrogativa de foro privilegiado. Segundo relatos, o petista demonstrou incerteza diante da avaliação de que o PMDB não garantia apoio ao governo federal com sua nomeação para a Secretaria de Governo ou para a Casa Civil. Nas palavras do petista, é necessário construir um consenso com o partido aliado antes de sua entrada, se não ele pode se tornar um "elemento de desestabilização". "Não vou entrar no governo a qualquer custo", desabafou. Também pesou para a incerteza o fato de que sua família não ficaria protegida de um pedido de prisão do juiz Sergio Moro como ele e a maioria da população poderia criticá-lo por estar querendo fugir da Justiça. A entrada de Lula é vista no governo federal como a salvação da presidente, mas é avaliada com preocupação pelo mercado. Ainda nesta terça (15), Lula hesitava sobre a hipótese de ocupar a Secretaria de Governo. Na conversa com a presidente, impôs condições, incluindo carta branca para compor sua equipe. Essa engenharia foi objeto de discussão numa reunião que consumiu mais de quatro horas e invadiu a madrugada.
poder
Lula deverá anunciar ida para governo, dizem aliadosAliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram que sua nomeação deverá ser anunciada após um café com a presidente Dilma Rousseff na manhã desta quarta-feira (16). Segundo petistas e integrantes do governo, sua nomeação, se confirmada, poderá ser acompanhada da entrada de um time no governo Dilma. Essa seria uma condição imposta por Lula para aceitar o apelo da presidente. Além dos dois, participam do café da manhã no Palácio da Alvorada os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Fazenda). Entre os nomes que Lula gostaria de levar para o governo está o de Celso Amorim para Relações Exteriores. Não está descartada a substituição de Aloizio Mercadante, na Educação. Outros nomes, como o de Ciro Gomes, são ventilados por petistas. Nas conversas, Lula alega que de nada valerá sua chegada ao governo sem a montagem de uma equipe que sinalize para mudanças, inclusive na política econômica. Esta última condição que seria apresentada por Lula preocupa não só o mercado como interlocutores do ex-presidente no empresariado, pelo receio de demandar medidas como venda de reservas internacionais, queda forçada dos juros e liberação de mais crédito na economia. Uma guinada na condução política do país justificaria sua presença na Esplanada dos Ministérios e afastaria a tese de que só pretenda escapar da prisão, já que ministros têm prerrogativa de foro privilegiado. Segundo relatos, o petista demonstrou incerteza diante da avaliação de que o PMDB não garantia apoio ao governo federal com sua nomeação para a Secretaria de Governo ou para a Casa Civil. Nas palavras do petista, é necessário construir um consenso com o partido aliado antes de sua entrada, se não ele pode se tornar um "elemento de desestabilização". "Não vou entrar no governo a qualquer custo", desabafou. Também pesou para a incerteza o fato de que sua família não ficaria protegida de um pedido de prisão do juiz Sergio Moro como ele e a maioria da população poderia criticá-lo por estar querendo fugir da Justiça. A entrada de Lula é vista no governo federal como a salvação da presidente, mas é avaliada com preocupação pelo mercado. Ainda nesta terça (15), Lula hesitava sobre a hipótese de ocupar a Secretaria de Governo. Na conversa com a presidente, impôs condições, incluindo carta branca para compor sua equipe. Essa engenharia foi objeto de discussão numa reunião que consumiu mais de quatro horas e invadiu a madrugada.
0
Desejos
Hoje é terça-feira e, entre os preparativos natalinos, penso sobre o que escrever. Li o artigo do Nizan que eu teria gostado de ter escrito: sobre meditação, rezar... Na realidade, faz uma análise do que precisa melhorar em si próprio e do esforço para não deixar seus defeitos suplantarem suas qualidades. Eu, muitas vezes, também sinto assim e pensei que seria um bom começo para um artigo para o dia 25. Nada tão íntimo, mas fazendo escolhas de presentes que gostaria de me dar e receber nos próximos 20 anos. Que consigamos cumprir o compromisso assumido em Paris de reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Gostaria de respirar melhor. Que a previsão para 2050 do especialista Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética, que só será possível a não utilização do petróleo no Brasil quando se resolver o problema do transporte e para tal teremos de ter uma massa de carros elétricos, esteja errada em anos e tecnologia. Gostaria que bem mais cedo os ônibus das cidades não fossem mais a diesel. Que eu seja menos impulsiva sem que isso me tire a determinação. Este desejo tenho de trabalhar arduamente para conseguir. Que eu aprenda a interagir com as novidades do uso da internet sem perder a paciência. Que eu ganhe a eleição para prefeitura e possa fazer um trabalho inovador e que melhore a qualidade de vida de todos na nossa cidade. Que o trabalho presencial diminua e que as pessoas possam administrar seus horários para ter mais lazer e qualidade de vida. Que sejam felizes as medidas e cuidados para a integração dos imigrantes na Europa. Que se tornem o sal e oxigênio do velho continente. Que as crianças brasileiras estejam todas em creches, pois assim começa a Pátria Educadora. Que nossos professores tenham excelentes planos de carreira e alguns dos melhores alunos das faculdades escolham a carreira docente. Que as empresas e governos invistam nos jovens, na inovação e na tecnologia, acreditando que o futuro estará no empreendedorismo e criatividade das novas gerações. Que os motivos de nossa indignação para com os moradores do Planalto e da Planície brasiliense cessem e a gente tenha orgulho de nossos escolhidos para conduzir o país. Que a intolerância religiosa fique para trás e não tenhamos mais "Charlie Hebdo" e Bataclans. Que o preconceito, a intolerância racial e a homofobia no Brasil se esfarelem. Que, nos EUA, Hillary Clinton faça um grande governo, orgulho para nós, mulheres. Saúde, energia e esperança serão nossas ferramentas para estas conquistas. Bom Natal a todos!
colunas
DesejosHoje é terça-feira e, entre os preparativos natalinos, penso sobre o que escrever. Li o artigo do Nizan que eu teria gostado de ter escrito: sobre meditação, rezar... Na realidade, faz uma análise do que precisa melhorar em si próprio e do esforço para não deixar seus defeitos suplantarem suas qualidades. Eu, muitas vezes, também sinto assim e pensei que seria um bom começo para um artigo para o dia 25. Nada tão íntimo, mas fazendo escolhas de presentes que gostaria de me dar e receber nos próximos 20 anos. Que consigamos cumprir o compromisso assumido em Paris de reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Gostaria de respirar melhor. Que a previsão para 2050 do especialista Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética, que só será possível a não utilização do petróleo no Brasil quando se resolver o problema do transporte e para tal teremos de ter uma massa de carros elétricos, esteja errada em anos e tecnologia. Gostaria que bem mais cedo os ônibus das cidades não fossem mais a diesel. Que eu seja menos impulsiva sem que isso me tire a determinação. Este desejo tenho de trabalhar arduamente para conseguir. Que eu aprenda a interagir com as novidades do uso da internet sem perder a paciência. Que eu ganhe a eleição para prefeitura e possa fazer um trabalho inovador e que melhore a qualidade de vida de todos na nossa cidade. Que o trabalho presencial diminua e que as pessoas possam administrar seus horários para ter mais lazer e qualidade de vida. Que sejam felizes as medidas e cuidados para a integração dos imigrantes na Europa. Que se tornem o sal e oxigênio do velho continente. Que as crianças brasileiras estejam todas em creches, pois assim começa a Pátria Educadora. Que nossos professores tenham excelentes planos de carreira e alguns dos melhores alunos das faculdades escolham a carreira docente. Que as empresas e governos invistam nos jovens, na inovação e na tecnologia, acreditando que o futuro estará no empreendedorismo e criatividade das novas gerações. Que os motivos de nossa indignação para com os moradores do Planalto e da Planície brasiliense cessem e a gente tenha orgulho de nossos escolhidos para conduzir o país. Que a intolerância religiosa fique para trás e não tenhamos mais "Charlie Hebdo" e Bataclans. Que o preconceito, a intolerância racial e a homofobia no Brasil se esfarelem. Que, nos EUA, Hillary Clinton faça um grande governo, orgulho para nós, mulheres. Saúde, energia e esperança serão nossas ferramentas para estas conquistas. Bom Natal a todos!
10
Milícia radical Estado Islâmico completa um ano fortalecida
Há algo em comum entre o Estado Islâmico e a região histórica de Lerna, no Peloponeso: a ideia de um monstro que, combatido, multiplica-se e torna-se mais forte. Lerna era lar, na mitologia grega, da hidra enfrentada por Hércules. Cada uma de suas sete cabeças se transformava em duas quando cortada. A analogia parece válida para a facção terrorista instalada entre a Síria e o Iraque. Os EUA bombardeiam militantes do Estado Islâmico desde agosto de 2014. Recentemente, o governo americano disse que mais de 10 mil militantes foram mortos. Estado Islâmico Mas analistas têm apontado que, no melhor dos cenários, esse número é equivalente ao de novos recrutas unindo-se à organização. Já são mais de 20 mil estrangeiros e não há, por ora, falta de guerreiros nas fileiras do Estado Islâmico –que comemora o aniversário de califado nesta segunda (29). Seus militantes obtiveram, na verdade, uma série de vitórias estratégicas nos últimos meses, como a conquista da cidade histórica de Palmira, no deserto sírio, e a tomada de Ramadi, no Iraque. "O EI está se beneficiando de vitórias simbólicas, e isso vai certamente atrair mais guerreiros", diz à Folha Barah Mikail, analista do centro de estudos europeu Fride. A necessidade de uma contranarrativa que frustre o recrutamento leva pesquisadores a debater por qual razão forasteiros se unem a milícias. Relatos incluem promessas de heroísmo, aventura e fama, mas também da chance de viver em um território regido pela lei islâmica. Não há informações de brasileiros lutando no Estado Islâmico. Mas o brasileiro Kaíke Guimarães está detido na Espanha, acusado de tentar fazê-lo. O belga Brian de Mulder, filho de brasileira, viajou por sua vez à Síria em 2013 e tornou-se Abu Qassem Brazili, apesar de não ter a nacionalidade brasileira. Em ambos os casos, as famílias contam que os jovens não se integravam e se radicalizaram em mesquitas. "A principal resposta é que a maior parte dessas pessoas busca alternativas e perspectivas que permitam que elas sintam que são parte de um grande feito", diz Mikail. No caso de recrutas dentro do território sírio, outra explicação é a de que milícias moderadas se frustraram com a falta de apoio na guerra contra o ditador Bashar al-Assad. "Precisavam de um substituto. O Estado Islâmico tem os recursos", afirma Hozan Ibrahim, diretor do grupo Cidadãos pela Síria. Mas analistas têm sugerido um número bastante mais amplo de explicações para o sucesso do EI em atrair jovens a suas fileiras. Um documentário britânico defende, por exemplo, a tese de que a frustração sexual é um dos fatores-chave do processo. Em janeiro deste ano, Boris Johnson, prefeito de Londres, chamou os recrutas de "punheteiros". Já foi sugerido, também, o papel de uma cultura machista para convencer mulheres a se casarem com militantes. O processo foi descrito por uma jornalista que fingiu ser Mélodie, jovem muçulmana interessada em ir ao califado. Ela escreveu a história no livro "Na Pele de uma Jihadista". "Não tenho certeza de que quero ir à Síria", escreveu a jornalista a seu recrutador. "Se concordar em se casar comigo, vou tratá-la como uma rainha", respondeu o militante.
mundo
Milícia radical Estado Islâmico completa um ano fortalecidaHá algo em comum entre o Estado Islâmico e a região histórica de Lerna, no Peloponeso: a ideia de um monstro que, combatido, multiplica-se e torna-se mais forte. Lerna era lar, na mitologia grega, da hidra enfrentada por Hércules. Cada uma de suas sete cabeças se transformava em duas quando cortada. A analogia parece válida para a facção terrorista instalada entre a Síria e o Iraque. Os EUA bombardeiam militantes do Estado Islâmico desde agosto de 2014. Recentemente, o governo americano disse que mais de 10 mil militantes foram mortos. Estado Islâmico Mas analistas têm apontado que, no melhor dos cenários, esse número é equivalente ao de novos recrutas unindo-se à organização. Já são mais de 20 mil estrangeiros e não há, por ora, falta de guerreiros nas fileiras do Estado Islâmico –que comemora o aniversário de califado nesta segunda (29). Seus militantes obtiveram, na verdade, uma série de vitórias estratégicas nos últimos meses, como a conquista da cidade histórica de Palmira, no deserto sírio, e a tomada de Ramadi, no Iraque. "O EI está se beneficiando de vitórias simbólicas, e isso vai certamente atrair mais guerreiros", diz à Folha Barah Mikail, analista do centro de estudos europeu Fride. A necessidade de uma contranarrativa que frustre o recrutamento leva pesquisadores a debater por qual razão forasteiros se unem a milícias. Relatos incluem promessas de heroísmo, aventura e fama, mas também da chance de viver em um território regido pela lei islâmica. Não há informações de brasileiros lutando no Estado Islâmico. Mas o brasileiro Kaíke Guimarães está detido na Espanha, acusado de tentar fazê-lo. O belga Brian de Mulder, filho de brasileira, viajou por sua vez à Síria em 2013 e tornou-se Abu Qassem Brazili, apesar de não ter a nacionalidade brasileira. Em ambos os casos, as famílias contam que os jovens não se integravam e se radicalizaram em mesquitas. "A principal resposta é que a maior parte dessas pessoas busca alternativas e perspectivas que permitam que elas sintam que são parte de um grande feito", diz Mikail. No caso de recrutas dentro do território sírio, outra explicação é a de que milícias moderadas se frustraram com a falta de apoio na guerra contra o ditador Bashar al-Assad. "Precisavam de um substituto. O Estado Islâmico tem os recursos", afirma Hozan Ibrahim, diretor do grupo Cidadãos pela Síria. Mas analistas têm sugerido um número bastante mais amplo de explicações para o sucesso do EI em atrair jovens a suas fileiras. Um documentário britânico defende, por exemplo, a tese de que a frustração sexual é um dos fatores-chave do processo. Em janeiro deste ano, Boris Johnson, prefeito de Londres, chamou os recrutas de "punheteiros". Já foi sugerido, também, o papel de uma cultura machista para convencer mulheres a se casarem com militantes. O processo foi descrito por uma jornalista que fingiu ser Mélodie, jovem muçulmana interessada em ir ao califado. Ela escreveu a história no livro "Na Pele de uma Jihadista". "Não tenho certeza de que quero ir à Síria", escreveu a jornalista a seu recrutador. "Se concordar em se casar comigo, vou tratá-la como uma rainha", respondeu o militante.
3
Redistribuição escolar em SP não melhora qualidade, sugere leitor
A redistribuição de estudantes pelo governo Alckmin (SP vai transferir mais de 1 milhão de alunos para dividir escolas por séries) retoma o modelo clássico de primário, ginásio e colégio, que sofreu enormes mudanças de nomenclatura desde os anos 80, sem entregar resultados. O secretário Herman Voorwald, entretanto, deixa de admitir que boa parte da migração para a rede privada ocorreu pela queda de qualidade da rede pública estadual e persiste no jargão de ciclos de ensino. JOSÉ ARNALDO DE OLIVEIRA (Jundiaí, SP) * Com o editorial Escolas mais dedicadas jornal apoia mais um projeto do governo do PSDB decidido de cima para baixo sem considerar impactos para famílias, profissionais da educação e estudantes. Não há razões pedagógicas. A convivência entre estudantes jovens e menores contribui para o processo educativo. Colégios da elite não segmentam. O governo estadual vai fechar escolas, reduzir professores e quer municipalizar todo o ensino fundamental. Vai manter classes superlotadas e professores desvalorizados. Crianças e jovens vão estudar longe de casa. Uma bagunça. Não vamos aceitar. MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA, presidenta da Apeoesp (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
Redistribuição escolar em SP não melhora qualidade, sugere leitorA redistribuição de estudantes pelo governo Alckmin (SP vai transferir mais de 1 milhão de alunos para dividir escolas por séries) retoma o modelo clássico de primário, ginásio e colégio, que sofreu enormes mudanças de nomenclatura desde os anos 80, sem entregar resultados. O secretário Herman Voorwald, entretanto, deixa de admitir que boa parte da migração para a rede privada ocorreu pela queda de qualidade da rede pública estadual e persiste no jargão de ciclos de ensino. JOSÉ ARNALDO DE OLIVEIRA (Jundiaí, SP) * Com o editorial Escolas mais dedicadas jornal apoia mais um projeto do governo do PSDB decidido de cima para baixo sem considerar impactos para famílias, profissionais da educação e estudantes. Não há razões pedagógicas. A convivência entre estudantes jovens e menores contribui para o processo educativo. Colégios da elite não segmentam. O governo estadual vai fechar escolas, reduzir professores e quer municipalizar todo o ensino fundamental. Vai manter classes superlotadas e professores desvalorizados. Crianças e jovens vão estudar longe de casa. Uma bagunça. Não vamos aceitar. MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA, presidenta da Apeoesp (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
16
Para Prefeitura de SP, crise da água pode ter alterado mapa da dengue
Para a Prefeitura de São Paulo, o recente crescimento de casos de dengue na zona leste de São Paulo pode ter uma explicação: a crise hídrica. Segundo o secretário municipal de saúde, Alexandre Padilha, os casos de dengue em São Paulo costumavam se concentrar na zona norte, área abastecida pelo sistema Cantareira, que sofreu a maior de suas secas entre 2013 e 2015. No entanto, em 2016, houve uma alteração nesse padrão e a zona leste passou a concentrar mais casos. Para Padilha, a alteração coincide com uma falta de regularidade no abastecimento de água do sistema Alto Tietê, que abastece justamente a zona leste. "O fato da falta de água estar sendo bastante direcionada no sistema Alto Tietê, concentrado na zona leste, pode ser um dos fatores do crescimento do caso de dengue no Lajeado e Guaianases". Pela tese defendida pelo secretário, uma vez que as pessoas não têm abastecimento regular, elas armazenam água dentro de casa –muitas vezes sem o devido cuidado com o mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, a chikungunya e o vírus da zika. O sistema Alto Tietê também sofreu forte seca e os bairros atendidos por ele seguem tendo horas de torneiras secas todos os dias. A ligação entre a crise hídrica e casos de dengue já havia sido feita anteriormente pela Prefeitura de São Paulo. No entanto, a tese perdeu força conforme a epidemia de dengue avançou por outros bairros da cidade. Padilha disse ainda que outros fatores como a expectativa de temperaturas altas pode fazer com que os casos de dengue na cidade superem os 100 mil casos confirmados de 2015. Procurada, a Sabesp, empresa paulista de saneamento, disse que não iria se manifestar sobre a declaração do secretário. No entanto, a empresa, ligada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB), indicou um vereador da bancada tucana na Câmara Municipal de São Paulo. O vereador criticou a politização da epidemia de dengue na cidade.
cotidiano
Para Prefeitura de SP, crise da água pode ter alterado mapa da denguePara a Prefeitura de São Paulo, o recente crescimento de casos de dengue na zona leste de São Paulo pode ter uma explicação: a crise hídrica. Segundo o secretário municipal de saúde, Alexandre Padilha, os casos de dengue em São Paulo costumavam se concentrar na zona norte, área abastecida pelo sistema Cantareira, que sofreu a maior de suas secas entre 2013 e 2015. No entanto, em 2016, houve uma alteração nesse padrão e a zona leste passou a concentrar mais casos. Para Padilha, a alteração coincide com uma falta de regularidade no abastecimento de água do sistema Alto Tietê, que abastece justamente a zona leste. "O fato da falta de água estar sendo bastante direcionada no sistema Alto Tietê, concentrado na zona leste, pode ser um dos fatores do crescimento do caso de dengue no Lajeado e Guaianases". Pela tese defendida pelo secretário, uma vez que as pessoas não têm abastecimento regular, elas armazenam água dentro de casa –muitas vezes sem o devido cuidado com o mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, a chikungunya e o vírus da zika. O sistema Alto Tietê também sofreu forte seca e os bairros atendidos por ele seguem tendo horas de torneiras secas todos os dias. A ligação entre a crise hídrica e casos de dengue já havia sido feita anteriormente pela Prefeitura de São Paulo. No entanto, a tese perdeu força conforme a epidemia de dengue avançou por outros bairros da cidade. Padilha disse ainda que outros fatores como a expectativa de temperaturas altas pode fazer com que os casos de dengue na cidade superem os 100 mil casos confirmados de 2015. Procurada, a Sabesp, empresa paulista de saneamento, disse que não iria se manifestar sobre a declaração do secretário. No entanto, a empresa, ligada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB), indicou um vereador da bancada tucana na Câmara Municipal de São Paulo. O vereador criticou a politização da epidemia de dengue na cidade.
6
Corinthians para no Grêmio e apenas empata em estreia do Brasileiro
Mesmo depois de dez dias parado após a eliminação da Libertadores, o Corinthians não conseguiu ter um bom desempenho na sua estreia do Campeonato Brasileiro e não passou do empate por 0 a 0 contra o Grêmio na tarde deste domingo (15), no Itaquerão. O time alvinegro, que contou com o meia Marquinhos Gabriel como titular pela primeira vez desde que chegou, esbarrou na forte marcação do time gaúcho e, quando conseguiu achar espaços, não conseguiu finalizar com precisão. A equipe visitante também teve chances para marcar antes do apito final. Na melhor delas, o goleiro Walter evitou o gol certo de Bobô ainda no primeiro tempo. Agora, o Corinthians buscará a primeira vitória no próximo domingo (22), quando enfrenta o Vitória, em Salvador. Veja vídeo O JOGO Com a forte marcação imposta pelo Grêmio na sua saída de bola, o Corinthians sentiu muitas dificuldades para chegar ao campo de ataque. Por isso, criou pouco no primeiro tempo. Mesmo com maior presença ofensiva e posse de bola, o time alvinegro viu os visitantes construírem as melhores jogadas de gol antes do intervalo. Como aos 8min, quando Giuliano aproveitou cruzamento nas costas de Fagner e quase marcou, e aos 19min, momento em que goleiro Walter fez importante defesa em chute de Bobô e evitou o gol gremista. Já a equipe paulista só conseguiu criar chances de finalização quando roubou a bola em velocidade e encontrou a defesa adversária mal postada. Na melhor delas, aos 34min, Rodriguinho carregou a bola desde o meio de campo e chutou colocado, mas para fora. O Corinthians continuou com muitas dificuldades no momento ofensivo na etapa final. As entradas de Guilherme, Giovanni Augusto e Luciano pouco mudaram o cenário do ataque alvinegro. E, assim como na etapa inicial, o Grêmio teve a melhor chance para abrir o placar no segundo tempo. Aos 27min, Bobô chutou quase caindo na grande área e a bola saiu rente à trave do goleiro Walter. O time da casa pressionou no fim, até encontrou alguns espaços, mas não conseguiu passar pelo goleiro Marcelo Grohe.
esporte
Corinthians para no Grêmio e apenas empata em estreia do BrasileiroMesmo depois de dez dias parado após a eliminação da Libertadores, o Corinthians não conseguiu ter um bom desempenho na sua estreia do Campeonato Brasileiro e não passou do empate por 0 a 0 contra o Grêmio na tarde deste domingo (15), no Itaquerão. O time alvinegro, que contou com o meia Marquinhos Gabriel como titular pela primeira vez desde que chegou, esbarrou na forte marcação do time gaúcho e, quando conseguiu achar espaços, não conseguiu finalizar com precisão. A equipe visitante também teve chances para marcar antes do apito final. Na melhor delas, o goleiro Walter evitou o gol certo de Bobô ainda no primeiro tempo. Agora, o Corinthians buscará a primeira vitória no próximo domingo (22), quando enfrenta o Vitória, em Salvador. Veja vídeo O JOGO Com a forte marcação imposta pelo Grêmio na sua saída de bola, o Corinthians sentiu muitas dificuldades para chegar ao campo de ataque. Por isso, criou pouco no primeiro tempo. Mesmo com maior presença ofensiva e posse de bola, o time alvinegro viu os visitantes construírem as melhores jogadas de gol antes do intervalo. Como aos 8min, quando Giuliano aproveitou cruzamento nas costas de Fagner e quase marcou, e aos 19min, momento em que goleiro Walter fez importante defesa em chute de Bobô e evitou o gol gremista. Já a equipe paulista só conseguiu criar chances de finalização quando roubou a bola em velocidade e encontrou a defesa adversária mal postada. Na melhor delas, aos 34min, Rodriguinho carregou a bola desde o meio de campo e chutou colocado, mas para fora. O Corinthians continuou com muitas dificuldades no momento ofensivo na etapa final. As entradas de Guilherme, Giovanni Augusto e Luciano pouco mudaram o cenário do ataque alvinegro. E, assim como na etapa inicial, o Grêmio teve a melhor chance para abrir o placar no segundo tempo. Aos 27min, Bobô chutou quase caindo na grande área e a bola saiu rente à trave do goleiro Walter. O time da casa pressionou no fim, até encontrou alguns espaços, mas não conseguiu passar pelo goleiro Marcelo Grohe.
4
Dilma defende Temer na articulação política
A presidente da república, Dilma Rousseff, afirmou nesta quinta-feira (9) que o vice-presidente, Michel Temer, "tem todas as condições" de ser a principal ponte entre o governo e o Congresso Nacional. Com a saída de Pepe Vargas do ministério das Relações Institucionais, Temer assumiu a responsabilidade de articulação com a base aliada na Câmara e no Senado. Segundo Dilma, a autonomia de Temer "está dada". De acordo com a presidente, Temer acumula "a autoridade de vice-presidente" e também a experiência de ter presidido a Câmara em três ocasiões, em 1997, 1999 e 2009. O governo espera que, por ser do PMDB, Temer terá meios para pacificar a relação entre o governo e seu maior aliado. Eduardo Cunha, presidente da Câmara, e Renan Calheiros, presidente do Senado, ambos peemedebistas, têm imposto sucessivas derrotas do governo no Congresso. De acordo com Dilma, Temer tem uma "imensa capacidade para o diálogo", "para promover consenso" e "para construir a relação necessária para uma coalizão". "Eu tenho certeza de que o vice-presidente tem todas as condições [de articular com a base aliada]", disse Dilma a jornalistas, após participar, em Duque de Caxias, baixada fluminense, da entrega de apartamentos do Minha Casa, Minha Vida. A presidente disse que seu vice participou da elaboração do programa de governo e conhece bem os compromissos do Planalto. Ela afirmou, contudo, esperar que ele leve em consideração que há diversos partidos que integram a base aliada. "A autonomia está dada pelo fato de que ele é do governo, ele é do coração do governo. Ele não é uma pessoa estranha. E ele vive o nosso dia dia".
poder
Dilma defende Temer na articulação políticaA presidente da república, Dilma Rousseff, afirmou nesta quinta-feira (9) que o vice-presidente, Michel Temer, "tem todas as condições" de ser a principal ponte entre o governo e o Congresso Nacional. Com a saída de Pepe Vargas do ministério das Relações Institucionais, Temer assumiu a responsabilidade de articulação com a base aliada na Câmara e no Senado. Segundo Dilma, a autonomia de Temer "está dada". De acordo com a presidente, Temer acumula "a autoridade de vice-presidente" e também a experiência de ter presidido a Câmara em três ocasiões, em 1997, 1999 e 2009. O governo espera que, por ser do PMDB, Temer terá meios para pacificar a relação entre o governo e seu maior aliado. Eduardo Cunha, presidente da Câmara, e Renan Calheiros, presidente do Senado, ambos peemedebistas, têm imposto sucessivas derrotas do governo no Congresso. De acordo com Dilma, Temer tem uma "imensa capacidade para o diálogo", "para promover consenso" e "para construir a relação necessária para uma coalizão". "Eu tenho certeza de que o vice-presidente tem todas as condições [de articular com a base aliada]", disse Dilma a jornalistas, após participar, em Duque de Caxias, baixada fluminense, da entrega de apartamentos do Minha Casa, Minha Vida. A presidente disse que seu vice participou da elaboração do programa de governo e conhece bem os compromissos do Planalto. Ela afirmou, contudo, esperar que ele leve em consideração que há diversos partidos que integram a base aliada. "A autonomia está dada pelo fato de que ele é do governo, ele é do coração do governo. Ele não é uma pessoa estranha. E ele vive o nosso dia dia".
0
Brasil ainda não passou no teste da Olimpíada, diz jornal americano
DE SÃO PAULO O Brasil ainda não passou no teste que é organizar um evento como a Olimpíada do Rio. É isso o que diz um artigo publicado no jornal americano "The Washington Post" nessa sexta (12). O texto cita uma série de problemas enfrentados pela organização da Rio-2016 -a água verde da piscina de saltos ornamentais, a morte de um policial da Força Nacional, a bala perdida que atingiu a sala de imprensa do Centro de Hipisimo- e atribui as falhas do evento, em parte, à crise política e econômica do país. "Como um país em desenvolvimento, o Brasil inevitavelmente iria ter problemas que seriam raros em um país mais rico, e esses problemas foram intensificados por uma recessão severa e uma crise política", diz a publicação. O jornal destaca que, em 2009, quando recebeu a confirmação de que sediaria os Jogos Olímpicos, o Brasil estava em uma situação mais próspera. A deterioração da economia, ainda de acordo com o veículo americano, causou cortes de verbas que tiveram impacto negativo na organização da Rio-2016. A presença ostensiva de tropas de segurança, que contrasta com episódios de roubos sofridos por membros de delegações olímpicas, foi criticada pela publicação. "Com mais de 85 mil soldados e policiais atuando na segurança dos Jogos, o Rio de Janeiro parece um quartel militar. Antes dos Jogos, o prefeito do Rio disse que a cidade 'seria o lugar mais seguro do mundo' em agosto. Isso não aconteceu", diz a matéria. O texto ressalta, porém, que o evento ainda não viu tragédias de grandes proporções, como os que aconteceram nos jogos de Atlanta-1996, quando terroristas explodiram uma bomba no parque olímpico da cidade, e em Munique-1972, quando atletas israelenses foram sequestrados e executados. Além disso, argumenta que o problema que era considerado o mais ameaçador às vésperas da competição, a contaminação pelo vírus da Zika, acabou desaparecendo. A vontade de ajudar e a prestatividade dos voluntários, além da personalidade cativante dos cariocas também mereceu elogios.
esporte
Brasil ainda não passou no teste da Olimpíada, diz jornal americano DE SÃO PAULO O Brasil ainda não passou no teste que é organizar um evento como a Olimpíada do Rio. É isso o que diz um artigo publicado no jornal americano "The Washington Post" nessa sexta (12). O texto cita uma série de problemas enfrentados pela organização da Rio-2016 -a água verde da piscina de saltos ornamentais, a morte de um policial da Força Nacional, a bala perdida que atingiu a sala de imprensa do Centro de Hipisimo- e atribui as falhas do evento, em parte, à crise política e econômica do país. "Como um país em desenvolvimento, o Brasil inevitavelmente iria ter problemas que seriam raros em um país mais rico, e esses problemas foram intensificados por uma recessão severa e uma crise política", diz a publicação. O jornal destaca que, em 2009, quando recebeu a confirmação de que sediaria os Jogos Olímpicos, o Brasil estava em uma situação mais próspera. A deterioração da economia, ainda de acordo com o veículo americano, causou cortes de verbas que tiveram impacto negativo na organização da Rio-2016. A presença ostensiva de tropas de segurança, que contrasta com episódios de roubos sofridos por membros de delegações olímpicas, foi criticada pela publicação. "Com mais de 85 mil soldados e policiais atuando na segurança dos Jogos, o Rio de Janeiro parece um quartel militar. Antes dos Jogos, o prefeito do Rio disse que a cidade 'seria o lugar mais seguro do mundo' em agosto. Isso não aconteceu", diz a matéria. O texto ressalta, porém, que o evento ainda não viu tragédias de grandes proporções, como os que aconteceram nos jogos de Atlanta-1996, quando terroristas explodiram uma bomba no parque olímpico da cidade, e em Munique-1972, quando atletas israelenses foram sequestrados e executados. Além disso, argumenta que o problema que era considerado o mais ameaçador às vésperas da competição, a contaminação pelo vírus da Zika, acabou desaparecendo. A vontade de ajudar e a prestatividade dos voluntários, além da personalidade cativante dos cariocas também mereceu elogios.
4
Aliansce deve comprar participação de R$ 310 milhões no Shopping Leblon
O Aliansce, que é dono de 19 shopping centers no Brasil, convocou uma assembleia de acionistas para adquirir 25% do Shopping Leblon –o vendedor, Renato Rique, é fundador e presidente do próprio grupo Aliansce Shopping Centers. Atualmente, Rique, como pessoa física, é dono de 35% do Leblon –o Aliansce não tem ações. Se a operação acontecer, a fatia dele irá para 10%. A empresa pretende desembolsar R$ 310 milhões para ficar com um quarto das ações, segundo Eduardo Prado, diretor de relações com investidores da companhia. O empresário não participou da decisão do conselho sobre a operação e não vai votar na assembleia de acionistas responsável pela palavra final, segundo Prado. Um comitê com partes não relacionadas à aquisição foi formado para avaliar se era uma boa operação. O Leblon tem uma área locável de 24,6 mil metros quadrados e por meio de reformas é possível aumentar esse espaço em cerca de 10%, diz Prado. Hoje, a taxa de ocupação é de 99%. O dinheiro para esse investimento virá de uma subscrição de capital dos sócios –a ideia é que haja uma injeção de cerca de R$ 600 milhões. Um dos majoritários do Aliansce é o fundo canadense CCPIB. A assembleia está prevista para o dia 13 de setembro.
colunas
Aliansce deve comprar participação de R$ 310 milhões no Shopping LeblonO Aliansce, que é dono de 19 shopping centers no Brasil, convocou uma assembleia de acionistas para adquirir 25% do Shopping Leblon –o vendedor, Renato Rique, é fundador e presidente do próprio grupo Aliansce Shopping Centers. Atualmente, Rique, como pessoa física, é dono de 35% do Leblon –o Aliansce não tem ações. Se a operação acontecer, a fatia dele irá para 10%. A empresa pretende desembolsar R$ 310 milhões para ficar com um quarto das ações, segundo Eduardo Prado, diretor de relações com investidores da companhia. O empresário não participou da decisão do conselho sobre a operação e não vai votar na assembleia de acionistas responsável pela palavra final, segundo Prado. Um comitê com partes não relacionadas à aquisição foi formado para avaliar se era uma boa operação. O Leblon tem uma área locável de 24,6 mil metros quadrados e por meio de reformas é possível aumentar esse espaço em cerca de 10%, diz Prado. Hoje, a taxa de ocupação é de 99%. O dinheiro para esse investimento virá de uma subscrição de capital dos sócios –a ideia é que haja uma injeção de cerca de R$ 600 milhões. Um dos majoritários do Aliansce é o fundo canadense CCPIB. A assembleia está prevista para o dia 13 de setembro.
10
Dirigente do Flamengo responde a críticas por foto com babá em protesto
A foto de um casal vestido com as cores da bandeira e acompanhado pela babá de seus filhos durante protesto contra o governo neste domingo (13) viralizou na internet e fez o homem, Claudio Pracownik, vice-presidente de finanças do Flamengo, se pronunciar numa rede social. A imagem mostra Pracownik e sua mulher, ambos brancos, seguidos pela babá, negra, que empurra o carrinho dos filhos do casal durante o protesto que aconteceu neste domingo (13), na praia de Copacabana, zona sul do Rio. Críticos viram na imagem um símbolo do perfil elitista dos manifestantes. Advogado de formação, ele construiu sua carreira em bancos. No ano passado, quando assumiu o cargo na Gávea, foi anunciado pelo clube como sócio e diretor executivo do Brasil Plural Banco Múltiplo S.A. e das demais empresas financeiras do grupo. Depois da repercussão da foto, Pracownik publicou um texto em uma rede social para rebater as críticas. Ele se defendeu dizendo que paga seus impostos, não recebe dinheiro de empreiteiras, não paga propina e emprega quatro pessoas na sua casa com carteira assinada. "Ganho meu dinheiro honestamente, meus bens estão em meu nome, não recebi presentes de construtoras, pago impostos (não, propinas), emprego centenas de pessoas no meu trabalho e na minha casa mais quatro funcionários. Todos recebem em dia. Todos têm carteira assinada e para todos eu pago seus direitos sociais", escreveu ele. Ele afirmou que a babá da foto trabalha nos finais de semana e ganha mais por isso. "Trata-se de uma ótima funcionária de quem, a propósito, gostamos muito. Ela é, no entanto, livre para pedir demissão se achar que prefere outra ocupação ou empregador. Não a trato como vítima, nem como se fosse da minha família. Trato-a com o respeito e ofereço a dignidade que qualquer trabalhador faz jus." Disse ainda achar que a divulgação da foto faz parte de uma tática diversionista. "Triste, só me sinto quando percebo a limitação da minha privacidade em detrimento de um pensamento mesquinho, limitado, parcial cujo único objetivo é servir de factoide diversionista da fática e intolerável situação que vivemos." Leia a íntegra do texto do vice-presidente de Finanças do Flamengo: "Sí Pasarán!" Ganho meu dinheiro honestamente, meus bens estão em meu nome, não recebi presentes de construtoras, pago impostos (não, propinas), emprego centenas de pessoas no meu trabalho e na minha casa mais 04 funcionários. Todos recebem em dia. Todos têm carteira assinada e para todos eu pago seus direitos sociais. Não faço mais do que a minha obrigação! Se todos fizessem o mesmo, nosso país poderia estar em uma situação diferente A babá da foto, só trabalha aos finais de semana e recebe a mais por isto. Na manifestação ela está usando sua roupa de trabalho e com dignidade ganhando seu dinheiro. A profissão dela é regulamentada. Trata-se de uma ótima funcionária de quem, a propósito, gostamos muito. Ela é, no entanto, livre para pedir demissão se achar que prefere outra ocupação ou empregador. Não a trato como vítima, nem como se fosse da minha família. Trato-a com o respeito e ofereço a dignidade que qualquer trabalhador faz jus. Sinto-me feliz em gerar empregos em um país que, graças a incapacidade de seus governantes, sua classe política e de toda uma cultura baseada na corrupção vive uma de suas piores crises econômicas do século. Triste, só me sinto quando percebo a limitação da minha privacidade em detrimento de um pensamento mesquinho, limitado, parcial cujo único objetivo é servir de factoide diversionista da fática e intolerável situação que vivemos. Para estas pessoas que julgam outras que sequer conhecem com base em um fotografia distante, entrego apenas a minha esperança que um novo país, traga uma nova visão para a nossa gente. Uma visão sem preconceitos, sem extremismos e unitária. O ódio? A revolta? Estas, deixo para eles.
esporte
Dirigente do Flamengo responde a críticas por foto com babá em protestoA foto de um casal vestido com as cores da bandeira e acompanhado pela babá de seus filhos durante protesto contra o governo neste domingo (13) viralizou na internet e fez o homem, Claudio Pracownik, vice-presidente de finanças do Flamengo, se pronunciar numa rede social. A imagem mostra Pracownik e sua mulher, ambos brancos, seguidos pela babá, negra, que empurra o carrinho dos filhos do casal durante o protesto que aconteceu neste domingo (13), na praia de Copacabana, zona sul do Rio. Críticos viram na imagem um símbolo do perfil elitista dos manifestantes. Advogado de formação, ele construiu sua carreira em bancos. No ano passado, quando assumiu o cargo na Gávea, foi anunciado pelo clube como sócio e diretor executivo do Brasil Plural Banco Múltiplo S.A. e das demais empresas financeiras do grupo. Depois da repercussão da foto, Pracownik publicou um texto em uma rede social para rebater as críticas. Ele se defendeu dizendo que paga seus impostos, não recebe dinheiro de empreiteiras, não paga propina e emprega quatro pessoas na sua casa com carteira assinada. "Ganho meu dinheiro honestamente, meus bens estão em meu nome, não recebi presentes de construtoras, pago impostos (não, propinas), emprego centenas de pessoas no meu trabalho e na minha casa mais quatro funcionários. Todos recebem em dia. Todos têm carteira assinada e para todos eu pago seus direitos sociais", escreveu ele. Ele afirmou que a babá da foto trabalha nos finais de semana e ganha mais por isso. "Trata-se de uma ótima funcionária de quem, a propósito, gostamos muito. Ela é, no entanto, livre para pedir demissão se achar que prefere outra ocupação ou empregador. Não a trato como vítima, nem como se fosse da minha família. Trato-a com o respeito e ofereço a dignidade que qualquer trabalhador faz jus." Disse ainda achar que a divulgação da foto faz parte de uma tática diversionista. "Triste, só me sinto quando percebo a limitação da minha privacidade em detrimento de um pensamento mesquinho, limitado, parcial cujo único objetivo é servir de factoide diversionista da fática e intolerável situação que vivemos." Leia a íntegra do texto do vice-presidente de Finanças do Flamengo: "Sí Pasarán!" Ganho meu dinheiro honestamente, meus bens estão em meu nome, não recebi presentes de construtoras, pago impostos (não, propinas), emprego centenas de pessoas no meu trabalho e na minha casa mais 04 funcionários. Todos recebem em dia. Todos têm carteira assinada e para todos eu pago seus direitos sociais. Não faço mais do que a minha obrigação! Se todos fizessem o mesmo, nosso país poderia estar em uma situação diferente A babá da foto, só trabalha aos finais de semana e recebe a mais por isto. Na manifestação ela está usando sua roupa de trabalho e com dignidade ganhando seu dinheiro. A profissão dela é regulamentada. Trata-se de uma ótima funcionária de quem, a propósito, gostamos muito. Ela é, no entanto, livre para pedir demissão se achar que prefere outra ocupação ou empregador. Não a trato como vítima, nem como se fosse da minha família. Trato-a com o respeito e ofereço a dignidade que qualquer trabalhador faz jus. Sinto-me feliz em gerar empregos em um país que, graças a incapacidade de seus governantes, sua classe política e de toda uma cultura baseada na corrupção vive uma de suas piores crises econômicas do século. Triste, só me sinto quando percebo a limitação da minha privacidade em detrimento de um pensamento mesquinho, limitado, parcial cujo único objetivo é servir de factoide diversionista da fática e intolerável situação que vivemos. Para estas pessoas que julgam outras que sequer conhecem com base em um fotografia distante, entrego apenas a minha esperança que um novo país, traga uma nova visão para a nossa gente. Uma visão sem preconceitos, sem extremismos e unitária. O ódio? A revolta? Estas, deixo para eles.
4
Saiba quais são os quatro melhores teatros de SP, segundo avaliação
FABIANA SERAGUSA RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO A sãopaulo assistiu a mais de 200 horas de espetáculos nos últimos quatro meses para avaliar os 70 maiores teatros da capital paulista —e, em relação ao especial do ano passado, aumentou o peso do conforto e da visibilidade do palco na nota final. Além disso, incluiu na lista novos locais: como o Porto Seguro, inaugurado em 2015, e outros que estavam em reforma, como Vivo, Arthur Azevedo e Paulo Eiró. Mesmo assim, as únicas quatro salas que conquistaram pontuação máxima e foram consideradas ótimas continuaram as mesmas: Cetip, Itália, Sesc Belenzinho e Shopping Frei Caneca, também ganhadoras em 2014. Abaixo, leia mais sobre os vencedores, e clique aqui para ver a avaliação geral. * CETIP A poltrona do Teatro Cetip continua imbatível, assim como todos os elementos avaliados do local, que se manteve entre os melhores de São Paulo. Larga e de tecido macio, comporta bem os espectadores, que têm um bom espaço para as pernas e não perdem nada do que se passa no palco, independente do lugar, e sem se preocupar com quem senta à frente. A programação do espaço, administrado pela Time for Fun, privilegia os musicais —atualmente, está em cartaz "Antes Tarde do que Nunca", com Miguel Falabella e Simone Gutierrez. Inauguração: 2012. Capacidade: 627 lugares. R. Coropés, 88, Pinheiros, São Paulo, SP. Tel. (11) 4003-5588. Antes Tarde do que Nunca. Qui. e sex.: 21h. Sáb.: 17h e 21h. Dom.: 17h. Até 13/12. Ingr.: R$ 50 a R$ 230. Ingr. p/ ticketsforfun.com.br. - SHOPPING FREI CANECA Sete andares, vencidos de elevador em segundos, levam o espectador do térreo repleto de lojas para o mundo do humor que marca presença no Teatro Shopping Frei Caneca. O espaço recebe bem os espectadores, com um amplo hall, bons banheiros, bonbonnière completa e funcionários atenciosos. Na plateia, há poltronas confortáveis e espaçosas e corredores largos, por onde grandes nomes do humor circulam eventualmente à caça de alvos para suas piadas. Fábio Porchat ocupa os fins de semana com dois espetáculos por dia —e às quartas e às quintas dá para ver "Cada Dois com Seus Pobrema", com Marcelo Médici. Peças infantis e outros eventos completam a programação. Inauguração: 2005. Capacidade: 600 lugares. R. Frei Caneca, 596, Consolação, São Paulo, SP. Tel. (11) 3472-2229. Cada Dois com Seus Pobrema. Qua. e qui.: 21h. Até 26/11. Ingr.: R$ 60 e R$ 80. Ingr. p/ ingressorapido.com.br. - SESC BELENZINHO Há muitas coisas para fazer no Sesc Belenzinho, mas ir ao teatro é uma das melhores. O local, eleito pela segunda vez como um dos melhores da capital paulista, conta com toda a boa estrutura típica da rede Sesc, incluindo uma bonbonnière com várias opções a preços convidativos. Se chegar cedo, dá pra almoçar, ver uma exposição ou até mesmo nadar antes de ver uma peça em uma das três salas. Os itens avaliados no espaço maior preencheram todos os requisitos, como a visibilidade do palco, que é total tanto da plateia quanto do mezanino. O conforto das poltronas e o espaçamento entre as fileiras também são adequados, assim como os tamanhos do hall e do banheiro e a limpeza geral. Atualmente, está em cartaz o infantil "A Famosa Invasão dos Ursos da Sicília", mas a programação é variada e conta com peças adultas e muitos shows —sempre com ingressos mais baratos do que os da média dos outros lugares. Inauguração: 2010. Capacidade: 392 lugares. Sesc Belenzinho. R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, região leste, São Paulo, SP. Tel. (11) 2076-9700. A Famosa Invasão dos Ursos da Sicília. Sáb. e dom.: 12h. Até 6/12. Ingr.: R$ 6 a R$ 20. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h). - ITÁLIA É o menor e mais aconchegante dos teatros vencedores. O Teatro Itália, no subsolo do tradicional Edifício Itália, no centro da cidade, realizou uma reforma em 2012 e passou a oferecer uma estrutura ótima ao público, incluindo uma bonbonnière com bom cardápio. O hall —que ganhou como um dos melhores na categoria sala de espera— chama a atenção e é um destaque à parte: há sofás e objetos de decoração por todo o ambiente, com paredes coloridas, pôsteres, luminárias e quadros. Dentro da sala a experiência também é agradável. Os assentos são confortáveis, o espaçamento entre uma fileira e outra é suficiente e a visibilidade que se tem do palco —tanto dos lugares mais à frente quanto das cadeiras que ficam ao fundo— é total. A programação é variada e cada vez mais intensa, com shows de música e peças —principalmente comédias- encenados em vários dias da semana. Atualmente, dá para ver por lá o espetáculo de humor "Deixa Solto!" e o musical "Sou Toda Coração", entre outros. Inauguração: 1965. Capacidade: 276 lugares. Teatro Itália. Av. Ipiranga, 344, subsolo, República, região central, São Paulo, SP. Tel. (11) 3255-1979. 276 lugares. Sou Toda Coração. Qua. e qui.: 21h. Até 10/12. Ingr.: R$ 40. Valet (R$ 25).
saopaulo
Saiba quais são os quatro melhores teatros de SP, segundo avaliaçãoFABIANA SERAGUSA RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO A sãopaulo assistiu a mais de 200 horas de espetáculos nos últimos quatro meses para avaliar os 70 maiores teatros da capital paulista —e, em relação ao especial do ano passado, aumentou o peso do conforto e da visibilidade do palco na nota final. Além disso, incluiu na lista novos locais: como o Porto Seguro, inaugurado em 2015, e outros que estavam em reforma, como Vivo, Arthur Azevedo e Paulo Eiró. Mesmo assim, as únicas quatro salas que conquistaram pontuação máxima e foram consideradas ótimas continuaram as mesmas: Cetip, Itália, Sesc Belenzinho e Shopping Frei Caneca, também ganhadoras em 2014. Abaixo, leia mais sobre os vencedores, e clique aqui para ver a avaliação geral. * CETIP A poltrona do Teatro Cetip continua imbatível, assim como todos os elementos avaliados do local, que se manteve entre os melhores de São Paulo. Larga e de tecido macio, comporta bem os espectadores, que têm um bom espaço para as pernas e não perdem nada do que se passa no palco, independente do lugar, e sem se preocupar com quem senta à frente. A programação do espaço, administrado pela Time for Fun, privilegia os musicais —atualmente, está em cartaz "Antes Tarde do que Nunca", com Miguel Falabella e Simone Gutierrez. Inauguração: 2012. Capacidade: 627 lugares. R. Coropés, 88, Pinheiros, São Paulo, SP. Tel. (11) 4003-5588. Antes Tarde do que Nunca. Qui. e sex.: 21h. Sáb.: 17h e 21h. Dom.: 17h. Até 13/12. Ingr.: R$ 50 a R$ 230. Ingr. p/ ticketsforfun.com.br. - SHOPPING FREI CANECA Sete andares, vencidos de elevador em segundos, levam o espectador do térreo repleto de lojas para o mundo do humor que marca presença no Teatro Shopping Frei Caneca. O espaço recebe bem os espectadores, com um amplo hall, bons banheiros, bonbonnière completa e funcionários atenciosos. Na plateia, há poltronas confortáveis e espaçosas e corredores largos, por onde grandes nomes do humor circulam eventualmente à caça de alvos para suas piadas. Fábio Porchat ocupa os fins de semana com dois espetáculos por dia —e às quartas e às quintas dá para ver "Cada Dois com Seus Pobrema", com Marcelo Médici. Peças infantis e outros eventos completam a programação. Inauguração: 2005. Capacidade: 600 lugares. R. Frei Caneca, 596, Consolação, São Paulo, SP. Tel. (11) 3472-2229. Cada Dois com Seus Pobrema. Qua. e qui.: 21h. Até 26/11. Ingr.: R$ 60 e R$ 80. Ingr. p/ ingressorapido.com.br. - SESC BELENZINHO Há muitas coisas para fazer no Sesc Belenzinho, mas ir ao teatro é uma das melhores. O local, eleito pela segunda vez como um dos melhores da capital paulista, conta com toda a boa estrutura típica da rede Sesc, incluindo uma bonbonnière com várias opções a preços convidativos. Se chegar cedo, dá pra almoçar, ver uma exposição ou até mesmo nadar antes de ver uma peça em uma das três salas. Os itens avaliados no espaço maior preencheram todos os requisitos, como a visibilidade do palco, que é total tanto da plateia quanto do mezanino. O conforto das poltronas e o espaçamento entre as fileiras também são adequados, assim como os tamanhos do hall e do banheiro e a limpeza geral. Atualmente, está em cartaz o infantil "A Famosa Invasão dos Ursos da Sicília", mas a programação é variada e conta com peças adultas e muitos shows —sempre com ingressos mais baratos do que os da média dos outros lugares. Inauguração: 2010. Capacidade: 392 lugares. Sesc Belenzinho. R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, região leste, São Paulo, SP. Tel. (11) 2076-9700. A Famosa Invasão dos Ursos da Sicília. Sáb. e dom.: 12h. Até 6/12. Ingr.: R$ 6 a R$ 20. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h). - ITÁLIA É o menor e mais aconchegante dos teatros vencedores. O Teatro Itália, no subsolo do tradicional Edifício Itália, no centro da cidade, realizou uma reforma em 2012 e passou a oferecer uma estrutura ótima ao público, incluindo uma bonbonnière com bom cardápio. O hall —que ganhou como um dos melhores na categoria sala de espera— chama a atenção e é um destaque à parte: há sofás e objetos de decoração por todo o ambiente, com paredes coloridas, pôsteres, luminárias e quadros. Dentro da sala a experiência também é agradável. Os assentos são confortáveis, o espaçamento entre uma fileira e outra é suficiente e a visibilidade que se tem do palco —tanto dos lugares mais à frente quanto das cadeiras que ficam ao fundo— é total. A programação é variada e cada vez mais intensa, com shows de música e peças —principalmente comédias- encenados em vários dias da semana. Atualmente, dá para ver por lá o espetáculo de humor "Deixa Solto!" e o musical "Sou Toda Coração", entre outros. Inauguração: 1965. Capacidade: 276 lugares. Teatro Itália. Av. Ipiranga, 344, subsolo, República, região central, São Paulo, SP. Tel. (11) 3255-1979. 276 lugares. Sou Toda Coração. Qua. e qui.: 21h. Até 10/12. Ingr.: R$ 40. Valet (R$ 25).
17
Romance ofusca série da Globo e sensação de déjà-vu é inevitável
Em 1992, a Globo produziu "Anos Rebeldes", uma minissérie ambientada nos anos de chumbo do regime militar (1964-1985). O impacto foi imenso: a memória da ditadura ainda estava fresca e, pela primeira vez, nossa teledramaturgia exibiu uma militante de esquerda sendo morta a tiros pelas forças de repressão. De lá para cá, apenas a série "Queridos Amigos" (Globo, 2008) e a novela "Amor e Revolução" (SBT, 2011) tiveram como assunto esse período tão conturbado. Por isto, são inevitáveis as comparações entre "Os Dias Eram Assim" e suas antecessoras. A "supersérie" —o novo nome que a Globo dá para suas novelas mais curtas— estreou nesta segunda (17) na faixa das 23 horas, e deve seguir no ar até setembro. O primeiro episódio foi extremamente didático, com imagens de arquivo e trilha sonora de época, como que para familiarizar o espectador com um passado remoto. Também teve tudo o que se espera de uma trama que deslancha em 1970: a final da Copa do México, garotas de minissaia, atentado terrorista. Mas pareceu mais interessado no amor proibido entre Alice (Sophie Charlotte) e Renato (Renato Góes). As próprias autoras Alessandra Poggi e Ângela Chaves —que fazem aqui sua estreia como titulares, depois de anos colaborando em outros programas— ressaltam que o romance é mais importante do que a política. O resultado é que "Os Dias Eram Assim" começou de maneira tímida, com a conjuntura da década de 1970 servindo de mero pano de fundo para mais uma versão de "Romeu e Julieta". Some-se a isto alguns atores repetindo tipos que já fizeram à exaustão —Antonio Calloni como o empresário inescrupuloso, Susana Vieira como a perua antipática— e a sensação de "déjà vu" é inevitável. E isto, mesmo com a relativa escassez de obras sobre a ditadura militar na nossa TV. Nos próximos capítulos, parte da história se deslocará para o sul do Chile, onde o médico Renato será forçado a se exilar. Talvez os cenários deslumbrantes da ilha de Chiloé ajudem "Os Dias Eram Assim" a desenvolver personalidade própria. Mas, por enquanto, parece grande o risco da Globo repetir o erro de "Nada Será Como Antes", minissérie exibida no final de 2016. Ali o objetivo era retratar os primórdios da televisão brasileira, mas este tema riquíssimo foi ofuscado pelo foco excessivo na vida amorosa dos protagonistas. NA TV OS DIAS ERAM ASSIM QUANDO seg., ter., qui. e sex., às 23h, na Globo; 16 anos
ilustrada
Romance ofusca série da Globo e sensação de déjà-vu é inevitávelEm 1992, a Globo produziu "Anos Rebeldes", uma minissérie ambientada nos anos de chumbo do regime militar (1964-1985). O impacto foi imenso: a memória da ditadura ainda estava fresca e, pela primeira vez, nossa teledramaturgia exibiu uma militante de esquerda sendo morta a tiros pelas forças de repressão. De lá para cá, apenas a série "Queridos Amigos" (Globo, 2008) e a novela "Amor e Revolução" (SBT, 2011) tiveram como assunto esse período tão conturbado. Por isto, são inevitáveis as comparações entre "Os Dias Eram Assim" e suas antecessoras. A "supersérie" —o novo nome que a Globo dá para suas novelas mais curtas— estreou nesta segunda (17) na faixa das 23 horas, e deve seguir no ar até setembro. O primeiro episódio foi extremamente didático, com imagens de arquivo e trilha sonora de época, como que para familiarizar o espectador com um passado remoto. Também teve tudo o que se espera de uma trama que deslancha em 1970: a final da Copa do México, garotas de minissaia, atentado terrorista. Mas pareceu mais interessado no amor proibido entre Alice (Sophie Charlotte) e Renato (Renato Góes). As próprias autoras Alessandra Poggi e Ângela Chaves —que fazem aqui sua estreia como titulares, depois de anos colaborando em outros programas— ressaltam que o romance é mais importante do que a política. O resultado é que "Os Dias Eram Assim" começou de maneira tímida, com a conjuntura da década de 1970 servindo de mero pano de fundo para mais uma versão de "Romeu e Julieta". Some-se a isto alguns atores repetindo tipos que já fizeram à exaustão —Antonio Calloni como o empresário inescrupuloso, Susana Vieira como a perua antipática— e a sensação de "déjà vu" é inevitável. E isto, mesmo com a relativa escassez de obras sobre a ditadura militar na nossa TV. Nos próximos capítulos, parte da história se deslocará para o sul do Chile, onde o médico Renato será forçado a se exilar. Talvez os cenários deslumbrantes da ilha de Chiloé ajudem "Os Dias Eram Assim" a desenvolver personalidade própria. Mas, por enquanto, parece grande o risco da Globo repetir o erro de "Nada Será Como Antes", minissérie exibida no final de 2016. Ali o objetivo era retratar os primórdios da televisão brasileira, mas este tema riquíssimo foi ofuscado pelo foco excessivo na vida amorosa dos protagonistas. NA TV OS DIAS ERAM ASSIM QUANDO seg., ter., qui. e sex., às 23h, na Globo; 16 anos
1