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Novo 'Saltimbancos Trapalhões' inicia retorno de Didi às telas
Renato Aragão, 82, saiu da pré-estreia de seu 50º filme, no sábado (7), com os olhos vermelhos de chorar. "Estou chocado. Não sabia que o público teria essa reação, igual à minha", disse ele à Folha, após uma bateria de selfies com fãs marejados, na saída da primeira sessão de "Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood". Nove anos depois de seu último longa-metragem, "O Guerreiro Didi e a Ninja Lili" (2008), o criador de Didi Mocó volta aos cinemas em uma releitura de "Os Saltimbancos Trapalhões" (1981), até hoje a nona maior bilheteria do cinema nacional pós-1970. A nova versão mantém a premissa e as piadas ingênuas de Didi e Dedé Santana, que continuam errando a pronúncia das palavras (como "chiclê", em vez de "clichê"). A dupla tenta salvar um circo à beira da falência. Para isso, precisará driblar patrões gananciosos e, entre uma cena e outra, interpretar as canções de Chico Buarque do musical "Os Saltimbancos", como "História de Uma Gata" e aquela que diz "uma pirueta, duas piruetas...". São várias as atualizações do roteiro e elenco. A mocinha da vez é Letícia Colin, que ficou com a personagem Karina, antes de Lucinha Lins. E uma novidade: há uma canção inédita de Chico, descoberta pelo produtor teatral Cláudio Botelho, que dirige os números musicais. O encenador já levou aos palcos uma versão semelhante da história, em 2014. Mais do que o riso, o novo "Saltimbancos" faz chorar quem tem alguma relação com o humor dos Trapalhões. O próprio Renato, em cena, não segurou as lágrimas na última sequência do longa, que recorda imagens antigas de Zacarias e Mussum. "Eu tô virando uma besta, chorando com tudo. O que eu me segurei por muitos anos, agora estou desabando", justifica-se Aragão. Aliás, o humorista parece estar entusiasmado com o trabalho: está escrevendo, sem parar, roteiros e textos para um futuro livro. A portas fechadas, a Globo prepara um revival do "Trapalhões" nos moldes dos novos episódios da "Nova Escolinha do Professor Raimundo". O projeto é comandado pelo diretor de núcleo Ricardo Waddington, com quem Aragão deverá colaborar nos textos. O comediante conta que trabalhará mais duro nessa produção a partir de julho. Aragão também já pensa no próximo filme, novamente com a Mixer e a Globo Filmes, produtoras de "Rumo a Hollywood". Nos planos de Aragão e do diretor, João Daniel Tikhomiroff, o filme provisoriamente batizado de "Didi e o Fantasma do Teatro" será mais um musical, ainda sem data de produção. Ambos, porém, já chegaram a uma primeira versão do roteiro do futuro longa. OS SALTIMBANCOS TRAPALHÕES: RUMO A HOLLYWOOD DIREÇÃO João Daniel Tikhomiroff ELENCO Renato Aragão, Dedé Santana, Letícia Colin, Alinne Moraes PRODUÇÃO Brasil, livre, 2017 QUANDO estreia em 19 de janeiro
ilustrada
Novo 'Saltimbancos Trapalhões' inicia retorno de Didi às telasRenato Aragão, 82, saiu da pré-estreia de seu 50º filme, no sábado (7), com os olhos vermelhos de chorar. "Estou chocado. Não sabia que o público teria essa reação, igual à minha", disse ele à Folha, após uma bateria de selfies com fãs marejados, na saída da primeira sessão de "Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood". Nove anos depois de seu último longa-metragem, "O Guerreiro Didi e a Ninja Lili" (2008), o criador de Didi Mocó volta aos cinemas em uma releitura de "Os Saltimbancos Trapalhões" (1981), até hoje a nona maior bilheteria do cinema nacional pós-1970. A nova versão mantém a premissa e as piadas ingênuas de Didi e Dedé Santana, que continuam errando a pronúncia das palavras (como "chiclê", em vez de "clichê"). A dupla tenta salvar um circo à beira da falência. Para isso, precisará driblar patrões gananciosos e, entre uma cena e outra, interpretar as canções de Chico Buarque do musical "Os Saltimbancos", como "História de Uma Gata" e aquela que diz "uma pirueta, duas piruetas...". São várias as atualizações do roteiro e elenco. A mocinha da vez é Letícia Colin, que ficou com a personagem Karina, antes de Lucinha Lins. E uma novidade: há uma canção inédita de Chico, descoberta pelo produtor teatral Cláudio Botelho, que dirige os números musicais. O encenador já levou aos palcos uma versão semelhante da história, em 2014. Mais do que o riso, o novo "Saltimbancos" faz chorar quem tem alguma relação com o humor dos Trapalhões. O próprio Renato, em cena, não segurou as lágrimas na última sequência do longa, que recorda imagens antigas de Zacarias e Mussum. "Eu tô virando uma besta, chorando com tudo. O que eu me segurei por muitos anos, agora estou desabando", justifica-se Aragão. Aliás, o humorista parece estar entusiasmado com o trabalho: está escrevendo, sem parar, roteiros e textos para um futuro livro. A portas fechadas, a Globo prepara um revival do "Trapalhões" nos moldes dos novos episódios da "Nova Escolinha do Professor Raimundo". O projeto é comandado pelo diretor de núcleo Ricardo Waddington, com quem Aragão deverá colaborar nos textos. O comediante conta que trabalhará mais duro nessa produção a partir de julho. Aragão também já pensa no próximo filme, novamente com a Mixer e a Globo Filmes, produtoras de "Rumo a Hollywood". Nos planos de Aragão e do diretor, João Daniel Tikhomiroff, o filme provisoriamente batizado de "Didi e o Fantasma do Teatro" será mais um musical, ainda sem data de produção. Ambos, porém, já chegaram a uma primeira versão do roteiro do futuro longa. OS SALTIMBANCOS TRAPALHÕES: RUMO A HOLLYWOOD DIREÇÃO João Daniel Tikhomiroff ELENCO Renato Aragão, Dedé Santana, Letícia Colin, Alinne Moraes PRODUÇÃO Brasil, livre, 2017 QUANDO estreia em 19 de janeiro
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Técnico minimiza reação de Neymar e diz estar contente com o brasileiro
Na véspera do duelo contra o Manchester City, pela partida de volta da Liga dos Campeões, o técnico do Barcelona, Luis Enrique, minimizou a reação de Neymar ao ser substituído na vitória da equipe catalã sobre o Eibar, no último sábado, pelo Campeonato Espanhol. Depois de sentar no banco de reservas, Neymar atirou a meia com força mostrando irritação de acordo com imagens exibidas pela emissora espanhola TV Cuatro. "É impossível um jogador manter o nível de 100% durante toda a temporada. Há altos e baixos, mas estou feliz com o desempenho de Neymar na temporada", disse. Na entrevista, o treinador confirmou o argentino Lionel Messi na partida contra os ingleses. O jogador recebeu uma pancada contra o Eibar, mas está recuperado. "Ele tem treinado muito bem durante toda a semana, como de costume. " Apesar da vantagem de poder perder por um gol de diferença –venceu o jogo de ida por 2 a 1, Luis Enrique afirmou que o foco da equipe é o jogo contra o Manchester City, marcado para esta quarta-feira, no Camp Nou. Na sequência, o Barcelona enfrenta o Real Madrid, no domingo, pelo Campeonato Espanhol. Faltando 11 rodadas, a equipe catalã lidera a competição com 65 pontos, contra 64 do rival. "Só há um jogo para nós. Só posso tentar controlar o que acontece amanhã. O resto não sei o que vai acontecer", completou.
esporte
Técnico minimiza reação de Neymar e diz estar contente com o brasileiroNa véspera do duelo contra o Manchester City, pela partida de volta da Liga dos Campeões, o técnico do Barcelona, Luis Enrique, minimizou a reação de Neymar ao ser substituído na vitória da equipe catalã sobre o Eibar, no último sábado, pelo Campeonato Espanhol. Depois de sentar no banco de reservas, Neymar atirou a meia com força mostrando irritação de acordo com imagens exibidas pela emissora espanhola TV Cuatro. "É impossível um jogador manter o nível de 100% durante toda a temporada. Há altos e baixos, mas estou feliz com o desempenho de Neymar na temporada", disse. Na entrevista, o treinador confirmou o argentino Lionel Messi na partida contra os ingleses. O jogador recebeu uma pancada contra o Eibar, mas está recuperado. "Ele tem treinado muito bem durante toda a semana, como de costume. " Apesar da vantagem de poder perder por um gol de diferença –venceu o jogo de ida por 2 a 1, Luis Enrique afirmou que o foco da equipe é o jogo contra o Manchester City, marcado para esta quarta-feira, no Camp Nou. Na sequência, o Barcelona enfrenta o Real Madrid, no domingo, pelo Campeonato Espanhol. Faltando 11 rodadas, a equipe catalã lidera a competição com 65 pontos, contra 64 do rival. "Só há um jogo para nós. Só posso tentar controlar o que acontece amanhã. O resto não sei o que vai acontecer", completou.
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Dívida com traficantes teria motivado chacina em torcida do Corinthians
Uma dívida entre traficantes e Fábio Neves Domingos, 34, pode ter motivado a chacina em sede de torcida organizada do Corinthians. Ele e outros sete integrantes do Pavilhão Nove, que fica na zona oeste de São Paulo, foram mortos no sábado (18). Domingos, tido pelos policiais como único alvo do ataque, foi preso há 20 dias com uma carga de cocaína. Para ser liberado, segundo investigação do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), ele teria oferecido dinheiro a policiais –que ainda não foram identificados. Como a droga foi apreendida na ação, ele ficou em dívida com os traficantes. Domingos já tinha sido preso por tráfico de drogas e atuaria agora na venda de entorpecentes. Ele também foi um dos corintianos detidos em 2013 na Bolívia sob a acusação de terem lançado o sinalizador que atingiu e matou um jovem torcedor local numa partida da Libertadores. Dos três supostos criminosos (nenhum deles estava encapuzado durante os assassinatos), a polícia já sabe os primeiros nomes de dois deles: Domênico e André. Mas nenhum deles havia sido preso até a noite desta segunda-feira (20). Até o momento, a polícia trabalha com a hipótese de que Domingos fosse um traficante independente, sem ligações diretas com alguma facção criminosa do Estado. Segundo testemunhas, 12 homens estavam no local no momento da chegada dos assassinos. Três conseguiram escapar e outro, um faxineiro, foi poupado –enrolado numa faixa da torcida, disse só ter ouvido os disparos. Veja vídeo Os oito restantes, com idades entre 19 e 38 anos, foram mortos com tiros na região da cabeça, após terem sido obrigados a deitar no chão –cápsulas de pistola de 9 mm foram encontradas no local. Domingos, que seria o foco dos criminosos, levou um tiro na nuca e outro no braço direito, segundo a polícia. Ele teria discutido com um dos assassinos antes da chacina. Um dos feridos ainda conseguiu pedir ajuda num posto de combustíveis ao lado da sede da torcida organizada, mas morreu em seguida no hospital. Segundo o delegado Luiz Fernando Lopes Teixeira, a polícia conseguiu informações dos dois suspeitos por meio de interceptações telefônicas do Denarc (departamento de narcóticos), que monitoraram conversas entre traficantes e as vítimas. Desde o início das investigações, a polícia sempre descartou a ligação desse crime com as brigas entre torcidas. De qualquer forma, no domingo (19), policiais se infiltraram nas arquibancadas do Itaquerão, durante o clássico entre Corinthians e Palmeiras, para levantar mais informações sobre o caso. A Pavilhão Nove foi fundada em 1990, numa homenagem de amigos corintianos ao time de futebol da antiga casa de detenção do Carandiru. Esse foi o quarto caso de assassinatos em série na capital em menos de dois meses, num total de 28 mortos. Imagens de câmera de segurança divulgadas pela TV Globo
cotidiano
Dívida com traficantes teria motivado chacina em torcida do CorinthiansUma dívida entre traficantes e Fábio Neves Domingos, 34, pode ter motivado a chacina em sede de torcida organizada do Corinthians. Ele e outros sete integrantes do Pavilhão Nove, que fica na zona oeste de São Paulo, foram mortos no sábado (18). Domingos, tido pelos policiais como único alvo do ataque, foi preso há 20 dias com uma carga de cocaína. Para ser liberado, segundo investigação do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), ele teria oferecido dinheiro a policiais –que ainda não foram identificados. Como a droga foi apreendida na ação, ele ficou em dívida com os traficantes. Domingos já tinha sido preso por tráfico de drogas e atuaria agora na venda de entorpecentes. Ele também foi um dos corintianos detidos em 2013 na Bolívia sob a acusação de terem lançado o sinalizador que atingiu e matou um jovem torcedor local numa partida da Libertadores. Dos três supostos criminosos (nenhum deles estava encapuzado durante os assassinatos), a polícia já sabe os primeiros nomes de dois deles: Domênico e André. Mas nenhum deles havia sido preso até a noite desta segunda-feira (20). Até o momento, a polícia trabalha com a hipótese de que Domingos fosse um traficante independente, sem ligações diretas com alguma facção criminosa do Estado. Segundo testemunhas, 12 homens estavam no local no momento da chegada dos assassinos. Três conseguiram escapar e outro, um faxineiro, foi poupado –enrolado numa faixa da torcida, disse só ter ouvido os disparos. Veja vídeo Os oito restantes, com idades entre 19 e 38 anos, foram mortos com tiros na região da cabeça, após terem sido obrigados a deitar no chão –cápsulas de pistola de 9 mm foram encontradas no local. Domingos, que seria o foco dos criminosos, levou um tiro na nuca e outro no braço direito, segundo a polícia. Ele teria discutido com um dos assassinos antes da chacina. Um dos feridos ainda conseguiu pedir ajuda num posto de combustíveis ao lado da sede da torcida organizada, mas morreu em seguida no hospital. Segundo o delegado Luiz Fernando Lopes Teixeira, a polícia conseguiu informações dos dois suspeitos por meio de interceptações telefônicas do Denarc (departamento de narcóticos), que monitoraram conversas entre traficantes e as vítimas. Desde o início das investigações, a polícia sempre descartou a ligação desse crime com as brigas entre torcidas. De qualquer forma, no domingo (19), policiais se infiltraram nas arquibancadas do Itaquerão, durante o clássico entre Corinthians e Palmeiras, para levantar mais informações sobre o caso. A Pavilhão Nove foi fundada em 1990, numa homenagem de amigos corintianos ao time de futebol da antiga casa de detenção do Carandiru. Esse foi o quarto caso de assassinatos em série na capital em menos de dois meses, num total de 28 mortos. Imagens de câmera de segurança divulgadas pela TV Globo
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Ex-candidata nos EUA causa polêmica com foto de filho pisando em cachorro
A foto do filho da ex-governadora do Alasca Sarah Palin pisando em um cachorro para alcançar a pia da cozinha está causando fortes reações nos Estados Unidos. Palin se notabilizou após ser candidata a vice-presidente pelo Partido Republicano nas eleições de 2008. A imagem do pequeno Trig, de 6 anos, preparando-se para lavar louças sobre o animal foi postada na página da ex-governadora no Facebook na quinta-feira (1º). "Que 2015 veja todo obstáculo se transformar em um trampolim para um passo à frente. Trig acaba de me lembrar disso. Determinado a ajudar a lavar louças com uma mãe desatenta que não prestava atenção a seus pedidos para ser levantado, ele encontrou um cachorro preguiçoso e eu bloqueando seu caminho. Ele fez o seu trampolim", escreveu Palin. As respostas na internet à publicação de Ano-Novo da ex-candidata, que é conhecida por se envolver em polêmicas, foram rápidas e muitas vezes furiosas. Quase 70 mil pessoas curtiram a foto, com uma grande variedade de comentários. Alguns acusaram Palin, sua linha política ou classificaram o caso como maus tratos com um animal. Outros a apoiaram e disseram que o cachorro teria se movido se tivesse se machucado. A presidente da ONG de defesa dos direitos dos animais Peta, Ingrid Newkirk, criticou a imagem: "A Peta acredita que as pessoas não deveriam pisar em cachorros, e a julgar pela reação dos que viram a foto de Sarah Palin no Instagram, estamos longe de estar sós nessa crença". Em resposta, Palin escreveu em seu Facebook: "Prezada Peta, relaxe. Pelo menos Trig não comeu o cachorro".
mundo
Ex-candidata nos EUA causa polêmica com foto de filho pisando em cachorroA foto do filho da ex-governadora do Alasca Sarah Palin pisando em um cachorro para alcançar a pia da cozinha está causando fortes reações nos Estados Unidos. Palin se notabilizou após ser candidata a vice-presidente pelo Partido Republicano nas eleições de 2008. A imagem do pequeno Trig, de 6 anos, preparando-se para lavar louças sobre o animal foi postada na página da ex-governadora no Facebook na quinta-feira (1º). "Que 2015 veja todo obstáculo se transformar em um trampolim para um passo à frente. Trig acaba de me lembrar disso. Determinado a ajudar a lavar louças com uma mãe desatenta que não prestava atenção a seus pedidos para ser levantado, ele encontrou um cachorro preguiçoso e eu bloqueando seu caminho. Ele fez o seu trampolim", escreveu Palin. As respostas na internet à publicação de Ano-Novo da ex-candidata, que é conhecida por se envolver em polêmicas, foram rápidas e muitas vezes furiosas. Quase 70 mil pessoas curtiram a foto, com uma grande variedade de comentários. Alguns acusaram Palin, sua linha política ou classificaram o caso como maus tratos com um animal. Outros a apoiaram e disseram que o cachorro teria se movido se tivesse se machucado. A presidente da ONG de defesa dos direitos dos animais Peta, Ingrid Newkirk, criticou a imagem: "A Peta acredita que as pessoas não deveriam pisar em cachorros, e a julgar pela reação dos que viram a foto de Sarah Palin no Instagram, estamos longe de estar sós nessa crença". Em resposta, Palin escreveu em seu Facebook: "Prezada Peta, relaxe. Pelo menos Trig não comeu o cachorro".
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Gente 'cult' tende a ser chata e afetada em suas opiniões
O mundo pós-moderno em que vivemos é um prato cheio para frescuras. A palavra "frescura" pode soar um pouco estranha para quem não possui um repertório um pouco mais sofisticado em filosofia. Se isso acontece com "frescura", quanto mais com a palavra "desconstruído", que tem em sua história gente chiquérrima, como o filósofo francês Jacques Derrida (1930-2004). Quanto a "pós-moderno", então, nem me fale. Nada é mais chique do que algo ser pós-moderno. Voltaremos já ao que seria "pós-moderno". Vamos por partes. Dizer que algo é uma "frescura" implica dizer que ela tem um frescor que lhe é peculiar, um certo tom de "novo", "avantgardiste", diria alguém versado em teoria da arte moderna. Portanto, sua raiz está no âmbito da natureza e da arte, ao mesmo tempo! Talvez, lá atrás, encontremos algum fenômeno a ver com mudança de estação do ano. Tal conceito também afeta qualquer teoria da moda. Um detalhe: "frescura" sempre carrega alguma nuance de afetação. Quando algo ou alguém é "fresco", quer dizer que ele ou ela é um tanto exagerado (afetado) nas suas ações. Os mais velhos diriam: uma nota acima do necessário. Na sua evolução semântica ("evolução semântica" quer dizer mudança de significado de uma palavra ao longo do tempo), a palavra "frescura" acabou assumindo um sentido próximo a "wannabe". O que quer dizer isso? Simples: "(to) want to be", em inglês, significa "querer ser algo","wannabe" significa "querer ser algo chique que não se é de verdade". Tipo gente que queria ser culta e por isso frequenta lugares "cult" para todo mundo pensar que é culta. Sacou? Conhece alguém assim? Aposto que sim. Gente "cult" tende a ser chata e afetada em suas opiniões. E "descontruída"? Essa tem a ver com nossa época pós-moderna. Filósofos franceses chiques do final do século 20 se puseram a dizer (Jean-François Lyotard entre eles) que nossa época havia se cansado de "grandes narrativas". Em língua dos mortais, isso quer dizer ficar de saco cheio de muita teoria complicada e que é preciso ler muito para entender e, por isso mesmo, gastar o cérebro demais. Para os pós-modernos tudo é relativo e Shakespeare é igual a alguém batendo tambor repetidas vezes em algum recanto perdido do mundo. Os pós-modernos começam então a misturar coisas que normalmente não iriam juntas, como bolsa Prada com pijamas no Iguatemi, paletós caros com sandálias Havaianas no Copacabana Palace e, assim, desconstruir tudo o que foi tomado como evidência antes deles. Daí chegamos a "frescuras desconstruídas" de nossa conversa de hoje. Uma coisa que se adora desconstruir hoje em dia é a comida. Quando todo mundo acha que pode fazer comida gourmet, é melhor você se ater à comida da sua avó. Vou dar um exemplo real que me foi contado por uma amiga, recentemente. Olha só que primor de frescura (comida fresca que quer parecer inteligente e chique). Um restaurante "top" na França. Num dado momento, é servido a ela uma "espuminha" com uma coisa escura e dura no meio do prato, completamente indecifrável. Mulher educada e com trânsito no mundo sofisticado, fica perplexa diante da dificuldade de identificar tamanha "desconstrução" do que seria muito banal, como carne, peixe, salada ou algo semelhante. Na sua modéstia típica de quem é de fato elegante, pergunta para o inteligente chef o que viria a ser aquilo. Surpresa! Você não imaginaria a resposta, assumindo que você não seja uma dessas pessoas frescas que acham que comida deve ser inteligente. A revelação máxima: a coisa escura era uma pedra. Pedra com espuminha. A desconstrução máxima do que seria comida: uma pedra. Nenhum animal come pedra. Mas humanos desconstruídos, sim. Hoje em dia está na moda fazer espuminha de tudo na comida. De todas as cores: vermelho, amarelo, azul, verde, marrom... A ideia dessa comida desconstruída é que você chupe a pedra molhando ela na espuminha até secar o prato e a pedra. Alguém poderia se perguntar qual o limite da desconstrução gourmet. Que tal baratas africanas com espuminha de fezes seca?
colunas
Gente 'cult' tende a ser chata e afetada em suas opiniõesO mundo pós-moderno em que vivemos é um prato cheio para frescuras. A palavra "frescura" pode soar um pouco estranha para quem não possui um repertório um pouco mais sofisticado em filosofia. Se isso acontece com "frescura", quanto mais com a palavra "desconstruído", que tem em sua história gente chiquérrima, como o filósofo francês Jacques Derrida (1930-2004). Quanto a "pós-moderno", então, nem me fale. Nada é mais chique do que algo ser pós-moderno. Voltaremos já ao que seria "pós-moderno". Vamos por partes. Dizer que algo é uma "frescura" implica dizer que ela tem um frescor que lhe é peculiar, um certo tom de "novo", "avantgardiste", diria alguém versado em teoria da arte moderna. Portanto, sua raiz está no âmbito da natureza e da arte, ao mesmo tempo! Talvez, lá atrás, encontremos algum fenômeno a ver com mudança de estação do ano. Tal conceito também afeta qualquer teoria da moda. Um detalhe: "frescura" sempre carrega alguma nuance de afetação. Quando algo ou alguém é "fresco", quer dizer que ele ou ela é um tanto exagerado (afetado) nas suas ações. Os mais velhos diriam: uma nota acima do necessário. Na sua evolução semântica ("evolução semântica" quer dizer mudança de significado de uma palavra ao longo do tempo), a palavra "frescura" acabou assumindo um sentido próximo a "wannabe". O que quer dizer isso? Simples: "(to) want to be", em inglês, significa "querer ser algo","wannabe" significa "querer ser algo chique que não se é de verdade". Tipo gente que queria ser culta e por isso frequenta lugares "cult" para todo mundo pensar que é culta. Sacou? Conhece alguém assim? Aposto que sim. Gente "cult" tende a ser chata e afetada em suas opiniões. E "descontruída"? Essa tem a ver com nossa época pós-moderna. Filósofos franceses chiques do final do século 20 se puseram a dizer (Jean-François Lyotard entre eles) que nossa época havia se cansado de "grandes narrativas". Em língua dos mortais, isso quer dizer ficar de saco cheio de muita teoria complicada e que é preciso ler muito para entender e, por isso mesmo, gastar o cérebro demais. Para os pós-modernos tudo é relativo e Shakespeare é igual a alguém batendo tambor repetidas vezes em algum recanto perdido do mundo. Os pós-modernos começam então a misturar coisas que normalmente não iriam juntas, como bolsa Prada com pijamas no Iguatemi, paletós caros com sandálias Havaianas no Copacabana Palace e, assim, desconstruir tudo o que foi tomado como evidência antes deles. Daí chegamos a "frescuras desconstruídas" de nossa conversa de hoje. Uma coisa que se adora desconstruir hoje em dia é a comida. Quando todo mundo acha que pode fazer comida gourmet, é melhor você se ater à comida da sua avó. Vou dar um exemplo real que me foi contado por uma amiga, recentemente. Olha só que primor de frescura (comida fresca que quer parecer inteligente e chique). Um restaurante "top" na França. Num dado momento, é servido a ela uma "espuminha" com uma coisa escura e dura no meio do prato, completamente indecifrável. Mulher educada e com trânsito no mundo sofisticado, fica perplexa diante da dificuldade de identificar tamanha "desconstrução" do que seria muito banal, como carne, peixe, salada ou algo semelhante. Na sua modéstia típica de quem é de fato elegante, pergunta para o inteligente chef o que viria a ser aquilo. Surpresa! Você não imaginaria a resposta, assumindo que você não seja uma dessas pessoas frescas que acham que comida deve ser inteligente. A revelação máxima: a coisa escura era uma pedra. Pedra com espuminha. A desconstrução máxima do que seria comida: uma pedra. Nenhum animal come pedra. Mas humanos desconstruídos, sim. Hoje em dia está na moda fazer espuminha de tudo na comida. De todas as cores: vermelho, amarelo, azul, verde, marrom... A ideia dessa comida desconstruída é que você chupe a pedra molhando ela na espuminha até secar o prato e a pedra. Alguém poderia se perguntar qual o limite da desconstrução gourmet. Que tal baratas africanas com espuminha de fezes seca?
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Para Banco Mundial, incertezas sobre política econômica brasileira 'continuam elevadas'
O Banco Mundial disse que as incertezas sobre a política econômica do Brasil "continuam elevadas", mesmo com o fim da incerteza "eleitoral" do ano passado. Em seu relatório sobre a economia global divulgado nesta terça (13), os economistas do Banco dizem que há incertezas sobre as políticas fiscal e monetária e sobre a agenda de reformas estruturais. Também escrevem que a "confiança" na recuperação do país é "fraca" e prevê crescimento "modesto" neste ano e em 2016. "O declínio dos preços das commodities (matérias primas), demanda mais fraca de parceiros comerciais, como Argentina e China, secas em regiões agrícolas, contração do investimento e incertezas eleitorais levaram a um declínio acentuado no crescimento", descreve o relatório. Acrescenta que o deficit fiscal saltou por conta de "empréstimos públicos e deduções fiscais, que eram medidas de estímulo" em 2014, quando o PIB só cresceu 0,1%. A desvalorização do real, de 20% em 2014, deve-se a "preocupações dos investidores quanto aos desequilíbrios macroeconômicos". É feita uma breve menção à nova equipe econômica, liderada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, "que deve fortalecer políticas pró-crescimento e reforçar pouco a pouco os investimentos". Outra mudança positiva apontada é que a desvalorização do real "pode ajudar a aumentar as exportações". Na América Latina, vários países crescerão acima dos 3% por ano até 2017, como México, Colômbia, Uruguai, Panamá, Peru e Bolívia. Argentina e Venezuela continuarão em recessão. Os Estados Unidos, em recuperação, devem cresce 3,2% este ano, depois de um crescimento de 2,4% no ano passado, e seu PIB deve continuar em alta em 2016 e 2017. A China vive uma "desaceleração cuidadosamente administrada" nas palavras do Banco, de 7,1%, 7% e 6,9% em 2015, 2016 e 2017 respectivamente. Cada ponto percentual de desaceleração na China reduz em 0.6 ponto percentual o crescimento da América Latina e Caribe. A desaceleração dos Brics é pronunciada, com exceção da Índia, que elegeu no ano passado o reformista Nahendra Modi. O PIB deve ter alta de 6,4% neste ano e de 7% ao ano nos dois anos seguintes. Já o PIB russo deve cair -2,9% neste ano. Os países europeus que utilizam o euro e o Japão continuam com crescimentos bem modestos. PETRÓLEO EM BAIXA O documento também fala das razões da queda do preço do petróleo pelo mundo, por conta "do aumento da produção não-convencional de petróleo, novas fontes produzindo mais rapidamente que o esperado, a mudança dos objetivos da OPEP, a apreciação do dólar e o crescimento global mais fraco". O relatório cita especificamente o pré-sal no Brasil, ao dizer que os "custos de exploração" já estão acima dos preços do petróleo de exploração custosa como o petróleo de "águas profundas" do Brasil e o das areias oleaginosas do Canadá. Como lado positivo, o Banco diz que o petróleo mais barato reduz pressões inflacionárias e o desequilíbrio fiscal nos países emergentes que importam o combustível.
mercado
Para Banco Mundial, incertezas sobre política econômica brasileira 'continuam elevadas'O Banco Mundial disse que as incertezas sobre a política econômica do Brasil "continuam elevadas", mesmo com o fim da incerteza "eleitoral" do ano passado. Em seu relatório sobre a economia global divulgado nesta terça (13), os economistas do Banco dizem que há incertezas sobre as políticas fiscal e monetária e sobre a agenda de reformas estruturais. Também escrevem que a "confiança" na recuperação do país é "fraca" e prevê crescimento "modesto" neste ano e em 2016. "O declínio dos preços das commodities (matérias primas), demanda mais fraca de parceiros comerciais, como Argentina e China, secas em regiões agrícolas, contração do investimento e incertezas eleitorais levaram a um declínio acentuado no crescimento", descreve o relatório. Acrescenta que o deficit fiscal saltou por conta de "empréstimos públicos e deduções fiscais, que eram medidas de estímulo" em 2014, quando o PIB só cresceu 0,1%. A desvalorização do real, de 20% em 2014, deve-se a "preocupações dos investidores quanto aos desequilíbrios macroeconômicos". É feita uma breve menção à nova equipe econômica, liderada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, "que deve fortalecer políticas pró-crescimento e reforçar pouco a pouco os investimentos". Outra mudança positiva apontada é que a desvalorização do real "pode ajudar a aumentar as exportações". Na América Latina, vários países crescerão acima dos 3% por ano até 2017, como México, Colômbia, Uruguai, Panamá, Peru e Bolívia. Argentina e Venezuela continuarão em recessão. Os Estados Unidos, em recuperação, devem cresce 3,2% este ano, depois de um crescimento de 2,4% no ano passado, e seu PIB deve continuar em alta em 2016 e 2017. A China vive uma "desaceleração cuidadosamente administrada" nas palavras do Banco, de 7,1%, 7% e 6,9% em 2015, 2016 e 2017 respectivamente. Cada ponto percentual de desaceleração na China reduz em 0.6 ponto percentual o crescimento da América Latina e Caribe. A desaceleração dos Brics é pronunciada, com exceção da Índia, que elegeu no ano passado o reformista Nahendra Modi. O PIB deve ter alta de 6,4% neste ano e de 7% ao ano nos dois anos seguintes. Já o PIB russo deve cair -2,9% neste ano. Os países europeus que utilizam o euro e o Japão continuam com crescimentos bem modestos. PETRÓLEO EM BAIXA O documento também fala das razões da queda do preço do petróleo pelo mundo, por conta "do aumento da produção não-convencional de petróleo, novas fontes produzindo mais rapidamente que o esperado, a mudança dos objetivos da OPEP, a apreciação do dólar e o crescimento global mais fraco". O relatório cita especificamente o pré-sal no Brasil, ao dizer que os "custos de exploração" já estão acima dos preços do petróleo de exploração custosa como o petróleo de "águas profundas" do Brasil e o das areias oleaginosas do Canadá. Como lado positivo, o Banco diz que o petróleo mais barato reduz pressões inflacionárias e o desequilíbrio fiscal nos países emergentes que importam o combustível.
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Renan diz que 'mandaria prender' quem o procurasse para falar de propina
O senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB, divulgou nota neste domingo (21) dizendo que se algum delator o procurasse para falar em propina ou caixa 2, "mandaria prendê-lo". A nota, divulgada por sua assessoria de imprensa, confirma que Renan esteve com o ex-diretor de Relações Institucionais da JBS Ricardo Saud, mas nega que eles tenham tratado de vantagens indevidas. "A citação do delator é fantasiosa. O fato de ele ter ido a minha casa não significa que tenho qualquer relação com seus atos criminosos. Ele ou qualquer outro delator jamais falaria comigo sobre propina ou caixa 2. Se fizesse isso, eu teria mandado prende-lo", diz a nota. Ao dizer que "mandaria prender" qualquer pessoa que o procurasse para tratar de propina ou caixa 2, Renan faz uma crítica indireta ao presidente Michel Temer. Uma gravação feita por Joesley Batista, dono da JBS, mostra uma conversa entre ele Temer no qual o empresário narra iniciativas de tentar frear investigações. O presidente, embora tenha ouvido relatos de práticas criminosas, não fez qualquer denúncia. Em pronunciamento feito neste sábado (20), Temer disse não ter acreditado em "fanfarronices" de um "falastrão".
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Renan diz que 'mandaria prender' quem o procurasse para falar de propinaO senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB, divulgou nota neste domingo (21) dizendo que se algum delator o procurasse para falar em propina ou caixa 2, "mandaria prendê-lo". A nota, divulgada por sua assessoria de imprensa, confirma que Renan esteve com o ex-diretor de Relações Institucionais da JBS Ricardo Saud, mas nega que eles tenham tratado de vantagens indevidas. "A citação do delator é fantasiosa. O fato de ele ter ido a minha casa não significa que tenho qualquer relação com seus atos criminosos. Ele ou qualquer outro delator jamais falaria comigo sobre propina ou caixa 2. Se fizesse isso, eu teria mandado prende-lo", diz a nota. Ao dizer que "mandaria prender" qualquer pessoa que o procurasse para tratar de propina ou caixa 2, Renan faz uma crítica indireta ao presidente Michel Temer. Uma gravação feita por Joesley Batista, dono da JBS, mostra uma conversa entre ele Temer no qual o empresário narra iniciativas de tentar frear investigações. O presidente, embora tenha ouvido relatos de práticas criminosas, não fez qualquer denúncia. Em pronunciamento feito neste sábado (20), Temer disse não ter acreditado em "fanfarronices" de um "falastrão".
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Cruzeiro bate Montes Claros e avança às semifinais da Superliga masculina
Neste sábado (14), o Cruzeiro superou o Montes Claros por 3 sets a 1, parciais de 25/23, 25/18, 26/28 e 31/29, na casa do adversário, e avançou às semifinais da competição. Atual campeão do torneio, o Cruzeiro já havia vencido a primeira partida em Contagem. Após a vitória nos dois primeiros sets, o Cruzeiro adotou uma postura menos ofensiva e o Montes Claros esboçou uma reação, levando a partida ao quarto set. O ponteiro cubano Leal, do Cruzeiro, foi eleito o melhor jogador da partida. Na outra partida deste sábado, o Maringá venceu o Sesi, por 3 sets a 1 e empatou a série de melhor de três em 1 a 1. A decisão ficou para o terceiro jogo, que será disputado na segunda-feira (16). Neste domingo (15), o Minas enfrenta o Campinas, às 10h30, na cidade no interior paulista e, se vencer, também já vai assegurar a vaga para a semifinal. O vencedor do confronto enfrentará o Cruzeiro. Já o Canoas, que venceu a primeira partida, enfrenta o Taubaté pela segunda vez.
esporte
Cruzeiro bate Montes Claros e avança às semifinais da Superliga masculinaNeste sábado (14), o Cruzeiro superou o Montes Claros por 3 sets a 1, parciais de 25/23, 25/18, 26/28 e 31/29, na casa do adversário, e avançou às semifinais da competição. Atual campeão do torneio, o Cruzeiro já havia vencido a primeira partida em Contagem. Após a vitória nos dois primeiros sets, o Cruzeiro adotou uma postura menos ofensiva e o Montes Claros esboçou uma reação, levando a partida ao quarto set. O ponteiro cubano Leal, do Cruzeiro, foi eleito o melhor jogador da partida. Na outra partida deste sábado, o Maringá venceu o Sesi, por 3 sets a 1 e empatou a série de melhor de três em 1 a 1. A decisão ficou para o terceiro jogo, que será disputado na segunda-feira (16). Neste domingo (15), o Minas enfrenta o Campinas, às 10h30, na cidade no interior paulista e, se vencer, também já vai assegurar a vaga para a semifinal. O vencedor do confronto enfrentará o Cruzeiro. Já o Canoas, que venceu a primeira partida, enfrenta o Taubaté pela segunda vez.
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Chuva no Paraná deixa 726 casas destruídas
Um relatório da Defesa Civil do Paraná, divulgado no final da tarde deste sábado (11), apontou 256 desabrigados em 18 municípios devido às fortes chuvas que atingem o Estado desde a tarde desta sexta (10). Em todo o Estado, ainda segundo a Defesa Civil, foram 726 casas destruídas. O mesmo relatório aponta duas pessoas feridas. Até agora, não houve registro de vítimas fatais ou desaparecidos. As principais regiões afetadas são oeste, centro-sul e sudeste, sendo o município de Janiópolis o que teve maior número de afetados, num total de 700 pessoas. A previsão do Instituto de Meteorologia Simepar é de mais chuva para o domingo (12), especialmente na região oeste. Ainda segundo o Simepar, Cascavel foi a cidade que registrou maior volume de chuva acumulada no mês até agora: 37 mm.
cotidiano
Chuva no Paraná deixa 726 casas destruídasUm relatório da Defesa Civil do Paraná, divulgado no final da tarde deste sábado (11), apontou 256 desabrigados em 18 municípios devido às fortes chuvas que atingem o Estado desde a tarde desta sexta (10). Em todo o Estado, ainda segundo a Defesa Civil, foram 726 casas destruídas. O mesmo relatório aponta duas pessoas feridas. Até agora, não houve registro de vítimas fatais ou desaparecidos. As principais regiões afetadas são oeste, centro-sul e sudeste, sendo o município de Janiópolis o que teve maior número de afetados, num total de 700 pessoas. A previsão do Instituto de Meteorologia Simepar é de mais chuva para o domingo (12), especialmente na região oeste. Ainda segundo o Simepar, Cascavel foi a cidade que registrou maior volume de chuva acumulada no mês até agora: 37 mm.
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'Seria triste ter 23 anos e cabeça de 17', diz a youtuber Kéfera
De cabelo bagunçado e com os olhos quase fechando, a youtuber Kéfera Buchmann entra morrendo de sono no set do filme "Restô". É cedo e nenhum outro ator do elenco chegou ainda. * "Oooi. Nem sei onde estou ainda. Bom dia", diz ela, bocejando, ao cumprimentar a repórter Letícia Mori. A filmagem começa duas horas depois, mas a curitibana não corre o risco de se atrasar para seu novo trabalho como atriz. Formada há anos, está só em seu terceiro filme. O primeiro foi independente e o segundo, "É Fada!", infantojuvenil. * Kéfera é conhecida mesmo por seu canal no YouTube, o terceiro maior do Brasil, com 9,8 milhões de inscritos. Ela começou em 2010, aos 17 anos, quando era uma atriz iniciante. A ideia era divulgar sua atuação, mas acabou virando profissão: youtuber. * Seu canal tem paródias –a da música "Bang" chegou a ter mais visualizações que a original de Anitta– e vídeos falando com bom humor de situações do cotidiano –de nojo de sujeira na pia a problemas de relacionamento. Ela acumulou uma legião de jovens fãs (a maioria garotas adolescentes), embora não seja tão conhecida entre o público mais velho. A atriz se tornou uma marca valiosa (ela não divulga o quanto cobra por parceria), mas diz que seu sonho mesmo é sentar com um diretor e passar um texto, como faz nessa manhã de terça. Quando o ensaio começa ela já está a todo vapor, com um terninho para interpretar uma consultora de banco. No longa da Damasco Filmes, a youtuber fará o par romântico do protagonista, interpretado por Cássio Gabus Mendes. * Com status de especialista em internet e palestrante contratada para eventos sobre o assunto, no set ela parece uma estagiária ansiosa para fazer tudo direitinho: chega cedo, pergunta onde pode ajudar, revê as cenas com atenção, não tira o olho do diretor enquanto ele dá instruções. * "Quero explorar esse lado. Estou sedenta por papéis. Quero fazer uma vilã, um papel gay, uma coisa superdramática, um infantil, um bem tenso. Quero descobrir e quero brincar. Tô que nem um cachorrinho filhote que chegou e tem alguém com uma bolinha para brincar", diz a atriz. * "Ela é maravilhosa como atriz, superaberta, está sem vícios. Só tenho que dar uma segurada na ansiedade, porque ela tem outro ritmo. O cinema é mais lento, nesse tempo que ela ficou sentada aqui, faria uns 20 vídeos", diz o diretor, André Pellenz. * Se esforçando para mostrar seu lado mais sério, Kéfera dá uma segurada no descaramento e na descontração, que são sua marca on-line. "Ninguém é aquela pessoa o tempo todo. Imagina se na leitura de roteiro eu ficasse 'ah-rá, uhul, eee' [faz caretas e põe a língua pra fora]. As pessoas iam falar: 'meu Deus, tira essa menina daqui, vamos mandá-la para um hospício. Ela não tá bem'." * Vira e mexe um palavrão escapa. "Então, enfia no c*, né, porque não tem onde colocar", diz Kéfera, casualmente, quando o diretor pergunta o que fazer com um papel que ela usa em uma das cenas. Outras vezes ela se corrige. "Ser uma mulher entre os maiores no YouTube já é um puta negócio... Puta! Um mega negócio", se policia, falando para o gravador. "Quero que as pessoas conheçam outras Kéferas. Tem a do YouTube, que fala palavrão, é caricata e muito alegre. Existe a atriz, que é séria, que está preocupada com o texto, fazendo pesquisa sobre o personagem, focada. E existe a Kéfera pessoa." * Seus fãs costumam reagir a mudanças com desconfiança. "Quem fala 'você não é mais a mesma' também não vai ser a mesma pessoa daqui a três meses. Quando comecei estava com 17 anos. Ao longo desses seis anos, imagina quanta coisa não muda na vida de uma pessoa? Triste seria se, com 23, eu tivesse com a cabeça de 17", diz ela, que nesse meio tempo deixou a casa dos pais para morar sozinha em SP e começou a namorar o youtuber Gustavo Stockler. Os dois se conheceram vendo vídeos um do outro. * "Ataques de estrelismo" Kéfera jura que nunca teve. Desmente mais uma vez uma matéria que dizia que ela tinha pedido para não ser incomodada em um voo onde ninguém a havia reconhecido. * "Nem peguei avião nesses dias! Se vão inventar um ataque, que façam uma coisa que tem chance de ser real, né, que inventem que eu tive ataque de estrelismo com o Cassio, no set", diz, rindo. "Quem me conhece sabe que eu não sou assim. Não é a primeira notícia falsa que esses 'jornalistas' [faz o sinal de aspas com as mãos] publicam sobre mim." * Sobre deslizes reais ela fala tranquilamente. Um vídeo em que se fantasiava de Globeleza, por exemplo, está entre os que ela não faria hoje. "Na época eu nem sabia que existia 'black face' [prática de pintar o rosto para satirizar os negros]. Achei que estava fazendo uma homenagem. Não sabia que era ofensivo, que era racismo. E nem foi comentado na época. Fui saber anos depois que aquilo era errado", diz a atriz. "Parece que estão obrigando todo mundo a saber sobre tudo. Por exemplo, se você fala 'um travesti' e o certo é 'uma travesti', dizem que você é transfóbica. Não, eu não sou, só não sabia. Desculpa. Eu posso aprender com um erro meu." * Já é quase noite quando a gravação das três cenas que ela faria no dia termina. Antes de sair para outro compromisso, a atriz conta que feminismo é outro assunto do qual não se falava tanto quando ela começou. "Para mulher na internet é muito difícil. O que tem de homem babaca falando 'mais uma querendo chamar atenção'. Eu escuto isso desde 2010. 'Bonitinha, mas devia fazer vídeo no Redtube [site pornô]'. Tinha gente falando de estupro corretivo." * "Machismo é algo que eu conheço", diz ela, que no entanto hesita em se declarar feminista. "Não me considero porque não vou pra manifestação, não levanto bandeira. Mas sou grata pelas feministas existirem. Só não quero que achem que tô querendo falar isso agora só para aparecer. Mas claro, acho importante a equidade entre gêneros. Ajudo com algumas coisas. Quando surgiu aquela polêmica do "bela, recatada e do lar" [adjetivos dados à primeira-dama, Marcela Temer, que geraram uma campanha de mulheres contra o estereótipo], eu fui totalmente contra [esse clichê]: falo palavrão, falo o que penso." * "Nesse sentido então eu até lutava pelo feminismo. Sempre protestei: 'gente, mas qual o problema de uma mulher falar palavrão?'. Diziam que uma coisa é uma mulher falando c*, outra é um homem falando. Eu respondia: 'os dois continuam tendo c*!", conta, e dessa vez não evita o nome feio.
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'Seria triste ter 23 anos e cabeça de 17', diz a youtuber KéferaDe cabelo bagunçado e com os olhos quase fechando, a youtuber Kéfera Buchmann entra morrendo de sono no set do filme "Restô". É cedo e nenhum outro ator do elenco chegou ainda. * "Oooi. Nem sei onde estou ainda. Bom dia", diz ela, bocejando, ao cumprimentar a repórter Letícia Mori. A filmagem começa duas horas depois, mas a curitibana não corre o risco de se atrasar para seu novo trabalho como atriz. Formada há anos, está só em seu terceiro filme. O primeiro foi independente e o segundo, "É Fada!", infantojuvenil. * Kéfera é conhecida mesmo por seu canal no YouTube, o terceiro maior do Brasil, com 9,8 milhões de inscritos. Ela começou em 2010, aos 17 anos, quando era uma atriz iniciante. A ideia era divulgar sua atuação, mas acabou virando profissão: youtuber. * Seu canal tem paródias –a da música "Bang" chegou a ter mais visualizações que a original de Anitta– e vídeos falando com bom humor de situações do cotidiano –de nojo de sujeira na pia a problemas de relacionamento. Ela acumulou uma legião de jovens fãs (a maioria garotas adolescentes), embora não seja tão conhecida entre o público mais velho. A atriz se tornou uma marca valiosa (ela não divulga o quanto cobra por parceria), mas diz que seu sonho mesmo é sentar com um diretor e passar um texto, como faz nessa manhã de terça. Quando o ensaio começa ela já está a todo vapor, com um terninho para interpretar uma consultora de banco. No longa da Damasco Filmes, a youtuber fará o par romântico do protagonista, interpretado por Cássio Gabus Mendes. * Com status de especialista em internet e palestrante contratada para eventos sobre o assunto, no set ela parece uma estagiária ansiosa para fazer tudo direitinho: chega cedo, pergunta onde pode ajudar, revê as cenas com atenção, não tira o olho do diretor enquanto ele dá instruções. * "Quero explorar esse lado. Estou sedenta por papéis. Quero fazer uma vilã, um papel gay, uma coisa superdramática, um infantil, um bem tenso. Quero descobrir e quero brincar. Tô que nem um cachorrinho filhote que chegou e tem alguém com uma bolinha para brincar", diz a atriz. * "Ela é maravilhosa como atriz, superaberta, está sem vícios. Só tenho que dar uma segurada na ansiedade, porque ela tem outro ritmo. O cinema é mais lento, nesse tempo que ela ficou sentada aqui, faria uns 20 vídeos", diz o diretor, André Pellenz. * Se esforçando para mostrar seu lado mais sério, Kéfera dá uma segurada no descaramento e na descontração, que são sua marca on-line. "Ninguém é aquela pessoa o tempo todo. Imagina se na leitura de roteiro eu ficasse 'ah-rá, uhul, eee' [faz caretas e põe a língua pra fora]. As pessoas iam falar: 'meu Deus, tira essa menina daqui, vamos mandá-la para um hospício. Ela não tá bem'." * Vira e mexe um palavrão escapa. "Então, enfia no c*, né, porque não tem onde colocar", diz Kéfera, casualmente, quando o diretor pergunta o que fazer com um papel que ela usa em uma das cenas. Outras vezes ela se corrige. "Ser uma mulher entre os maiores no YouTube já é um puta negócio... Puta! Um mega negócio", se policia, falando para o gravador. "Quero que as pessoas conheçam outras Kéferas. Tem a do YouTube, que fala palavrão, é caricata e muito alegre. Existe a atriz, que é séria, que está preocupada com o texto, fazendo pesquisa sobre o personagem, focada. E existe a Kéfera pessoa." * Seus fãs costumam reagir a mudanças com desconfiança. "Quem fala 'você não é mais a mesma' também não vai ser a mesma pessoa daqui a três meses. Quando comecei estava com 17 anos. Ao longo desses seis anos, imagina quanta coisa não muda na vida de uma pessoa? Triste seria se, com 23, eu tivesse com a cabeça de 17", diz ela, que nesse meio tempo deixou a casa dos pais para morar sozinha em SP e começou a namorar o youtuber Gustavo Stockler. Os dois se conheceram vendo vídeos um do outro. * "Ataques de estrelismo" Kéfera jura que nunca teve. Desmente mais uma vez uma matéria que dizia que ela tinha pedido para não ser incomodada em um voo onde ninguém a havia reconhecido. * "Nem peguei avião nesses dias! Se vão inventar um ataque, que façam uma coisa que tem chance de ser real, né, que inventem que eu tive ataque de estrelismo com o Cassio, no set", diz, rindo. "Quem me conhece sabe que eu não sou assim. Não é a primeira notícia falsa que esses 'jornalistas' [faz o sinal de aspas com as mãos] publicam sobre mim." * Sobre deslizes reais ela fala tranquilamente. Um vídeo em que se fantasiava de Globeleza, por exemplo, está entre os que ela não faria hoje. "Na época eu nem sabia que existia 'black face' [prática de pintar o rosto para satirizar os negros]. Achei que estava fazendo uma homenagem. Não sabia que era ofensivo, que era racismo. E nem foi comentado na época. Fui saber anos depois que aquilo era errado", diz a atriz. "Parece que estão obrigando todo mundo a saber sobre tudo. Por exemplo, se você fala 'um travesti' e o certo é 'uma travesti', dizem que você é transfóbica. Não, eu não sou, só não sabia. Desculpa. Eu posso aprender com um erro meu." * Já é quase noite quando a gravação das três cenas que ela faria no dia termina. Antes de sair para outro compromisso, a atriz conta que feminismo é outro assunto do qual não se falava tanto quando ela começou. "Para mulher na internet é muito difícil. O que tem de homem babaca falando 'mais uma querendo chamar atenção'. Eu escuto isso desde 2010. 'Bonitinha, mas devia fazer vídeo no Redtube [site pornô]'. Tinha gente falando de estupro corretivo." * "Machismo é algo que eu conheço", diz ela, que no entanto hesita em se declarar feminista. "Não me considero porque não vou pra manifestação, não levanto bandeira. Mas sou grata pelas feministas existirem. Só não quero que achem que tô querendo falar isso agora só para aparecer. Mas claro, acho importante a equidade entre gêneros. Ajudo com algumas coisas. Quando surgiu aquela polêmica do "bela, recatada e do lar" [adjetivos dados à primeira-dama, Marcela Temer, que geraram uma campanha de mulheres contra o estereótipo], eu fui totalmente contra [esse clichê]: falo palavrão, falo o que penso." * "Nesse sentido então eu até lutava pelo feminismo. Sempre protestei: 'gente, mas qual o problema de uma mulher falar palavrão?'. Diziam que uma coisa é uma mulher falando c*, outra é um homem falando. Eu respondia: 'os dois continuam tendo c*!", conta, e dessa vez não evita o nome feio.
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Falso alarme de bomba faz estádio ser esvaziado antes de jogo do Alemão
Um falso alarme de bomba causou transtornos nesta terça-feira (20), antes da partida entre Wolfsburg e Borussia Dortmund, pelo Campeonato Alemão. O fato, ocorrido a uma hora do início do jogo, fez a polícia esvaziar o estádio do Wolfsburg. De acordo com o Dortmund, o anúncio de alarme foi feito pela polícia local, presente à arena –o clube se manifestou via Twitter. Com isso, os torcedores tiveram de deixar as arquibancadas, até a constatação de que não havia bomba no local. Pouco depois, a polícia tranquilizou os espectadores ao afirmar que era apenas um alarme falso. Dessa forma, a partida foi iniciada no horário previsto, às 15h (de Brasília). Dentro de campo, o Borussia goleou o adversário por 5 a 1, em jogo válido pela 4ª rodada do campeonato. Reprodução/Twitter
esporte
Falso alarme de bomba faz estádio ser esvaziado antes de jogo do AlemãoUm falso alarme de bomba causou transtornos nesta terça-feira (20), antes da partida entre Wolfsburg e Borussia Dortmund, pelo Campeonato Alemão. O fato, ocorrido a uma hora do início do jogo, fez a polícia esvaziar o estádio do Wolfsburg. De acordo com o Dortmund, o anúncio de alarme foi feito pela polícia local, presente à arena –o clube se manifestou via Twitter. Com isso, os torcedores tiveram de deixar as arquibancadas, até a constatação de que não havia bomba no local. Pouco depois, a polícia tranquilizou os espectadores ao afirmar que era apenas um alarme falso. Dessa forma, a partida foi iniciada no horário previsto, às 15h (de Brasília). Dentro de campo, o Borussia goleou o adversário por 5 a 1, em jogo válido pela 4ª rodada do campeonato. Reprodução/Twitter
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Sob Cunha, Câmara vai discutir regulamentação da prostituição
A Câmara dos Deputados criou nesta terça-feira (31) uma comissão especial para discutir a regulamentação para a atividade dos profissionais do sexo. A criação foi autorizada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é evangélico e tem sido chamado de conservador por deputados ligados aos direitos humanos. O colegiado terá 40 sessões (cerca de três meses) para apresentar um relatório sobre o projeto do deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) que altera o Código Penal para diferenciar a prostituição da exploração sexual. Após a discussão na comissão, se for aprovado, o texto terá que ser votado no plenário da Câmara. O projeto já havia sido encaminhado a uma comissão especial na legislatura passada, mas o colegiado não chegou a ser instalado. A proposta, que enfrenta forte resistência da bancada religiosa, garante a esses profissionais o acesso à saúde, ao direito do trabalho, à segurança pública e, principalmente, à dignidade humana. O projeto estabelece como profissional do sexo toda pessoa capaz e maior de 18 anos que, voluntariamente, presta serviços sexuais mediante remuneração. O pagamento pela prestação dos serviços será exigível juridicamente a quem os contratou. Os profissionais do sexo, segundo o projeto, poderão atuar de forma autônoma ou em cooperativa e terão direito a aposentadoria especial com 25 anos de serviço. A Lei de Benefícios da Previdência garante aposentadoria especial para os segurados com trabalho sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. O texto proíbe a exploração sexual, definida como a apropriação por terceiros de mais de 50% do rendimento da prostituição, o não pagamento pelo serviço prestado e a prática da prostituição forçada por violência ou grave ameaça. Segundo o Código Penal, é crime o favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual, com pena de dois a cinco anos de reclusão e multa. Também é crime manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual.
cotidiano
Sob Cunha, Câmara vai discutir regulamentação da prostituiçãoA Câmara dos Deputados criou nesta terça-feira (31) uma comissão especial para discutir a regulamentação para a atividade dos profissionais do sexo. A criação foi autorizada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é evangélico e tem sido chamado de conservador por deputados ligados aos direitos humanos. O colegiado terá 40 sessões (cerca de três meses) para apresentar um relatório sobre o projeto do deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) que altera o Código Penal para diferenciar a prostituição da exploração sexual. Após a discussão na comissão, se for aprovado, o texto terá que ser votado no plenário da Câmara. O projeto já havia sido encaminhado a uma comissão especial na legislatura passada, mas o colegiado não chegou a ser instalado. A proposta, que enfrenta forte resistência da bancada religiosa, garante a esses profissionais o acesso à saúde, ao direito do trabalho, à segurança pública e, principalmente, à dignidade humana. O projeto estabelece como profissional do sexo toda pessoa capaz e maior de 18 anos que, voluntariamente, presta serviços sexuais mediante remuneração. O pagamento pela prestação dos serviços será exigível juridicamente a quem os contratou. Os profissionais do sexo, segundo o projeto, poderão atuar de forma autônoma ou em cooperativa e terão direito a aposentadoria especial com 25 anos de serviço. A Lei de Benefícios da Previdência garante aposentadoria especial para os segurados com trabalho sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. O texto proíbe a exploração sexual, definida como a apropriação por terceiros de mais de 50% do rendimento da prostituição, o não pagamento pelo serviço prestado e a prática da prostituição forçada por violência ou grave ameaça. Segundo o Código Penal, é crime o favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual, com pena de dois a cinco anos de reclusão e multa. Também é crime manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual.
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Ex-top 10 ensaia volta à elite e é atração no Aberto do Rio de tênis
Uma das atrações do Aberto do Rio não é favorito ao título, tampouco brasileiro. O sérvio Janko Tipsarevic, 32, deve chamar a atenção de quem for ao complexo do Jockey Club Brasileiro, na Gávea, nesta terça-feira (21). Atual número 96 do ranking, ele estreia contra um dos astros do evento, o austríaco Dominic Thiem (8º). Ex-número oito do mundo e frequentador regular do top 10 de 2011 a 2013, o atleta passou por uma cirurgia no pé que o tirou de toda a temporada de 2014. Em 2015, teve outros problemas físicos que não o permitiram jogar regularmente. Só no fim do ano passado retornou ao top 200. Além do bom nível de tênis que praticou nos seus melhores dias, características curiosas o colocaram em posição de destaque no circuito. Com seus óculos de lentes claras ou escuras, a depender do sol, o sérvio é uma figura fácil de ser reconhecida. Ele tem várias tatuagens, duas delas em japonês: uma é a citação "a beleza salvará o mundo", do escritor russo Fiódor Dostoiévski em "O Idiota", e a outra é composta por iniciais de familiares. Entre os hábitos do tenista já esteve a leitura de filósofos como Friedrich Nietzsche e Immanuel Kant. O sérvio sempre rejeitou o rótulo de atleta intelectual e costumava reclamar da atenção dada pela imprensa a esse aspecto da sua personalidade, que para ele é tão importante quanto outras coisas que gosta de fazer, como jogar videogame ou ser DJ de música eletrônica. No Rio —e na semana seguinte em São Paulo, no Aberto do Brasil—, Tipsarevic tentará voltar a ter bons resultados em torneios de nível ATP. Depois de dois títulos de challengers em janeiro, ele caiu precocemente em Quito e Buenos Aires. Uma boa campanha em um torneio que dá 500 pontos ao vencedor pode fazer a diferença no ranking, mas ele adota cautela. "Não ponho todos os ovos em uma só cesta, mas é um grande evento. Ainda não joguei tão bem nestas semanas na América do Sul. Isso não costuma ser um sinal ruim, porque geralmente eu jogo mal no início de um tour e bem no fim dele", disse Tipsarevic à Folha. Assim como nos outros torneios sul-americanos, ele garantiu lugar na chave principal do Rio graças ao convite da organização. O diretor da competição, Luiz Carvalho, conta que convenceu seus pares do potencial do sérvio. "Conversei com ele no fim do ano sobre jogar na América do Sul. Ele me disse que a princípio não [tinha interesse], mas que se eu conseguisse convites para Quito, Buenos Aires e Rio ele viria. Aí eu fiz uma mágica [risos] e consegui os convites para ele", afirmou Carvalho.
esporte
Ex-top 10 ensaia volta à elite e é atração no Aberto do Rio de tênisUma das atrações do Aberto do Rio não é favorito ao título, tampouco brasileiro. O sérvio Janko Tipsarevic, 32, deve chamar a atenção de quem for ao complexo do Jockey Club Brasileiro, na Gávea, nesta terça-feira (21). Atual número 96 do ranking, ele estreia contra um dos astros do evento, o austríaco Dominic Thiem (8º). Ex-número oito do mundo e frequentador regular do top 10 de 2011 a 2013, o atleta passou por uma cirurgia no pé que o tirou de toda a temporada de 2014. Em 2015, teve outros problemas físicos que não o permitiram jogar regularmente. Só no fim do ano passado retornou ao top 200. Além do bom nível de tênis que praticou nos seus melhores dias, características curiosas o colocaram em posição de destaque no circuito. Com seus óculos de lentes claras ou escuras, a depender do sol, o sérvio é uma figura fácil de ser reconhecida. Ele tem várias tatuagens, duas delas em japonês: uma é a citação "a beleza salvará o mundo", do escritor russo Fiódor Dostoiévski em "O Idiota", e a outra é composta por iniciais de familiares. Entre os hábitos do tenista já esteve a leitura de filósofos como Friedrich Nietzsche e Immanuel Kant. O sérvio sempre rejeitou o rótulo de atleta intelectual e costumava reclamar da atenção dada pela imprensa a esse aspecto da sua personalidade, que para ele é tão importante quanto outras coisas que gosta de fazer, como jogar videogame ou ser DJ de música eletrônica. No Rio —e na semana seguinte em São Paulo, no Aberto do Brasil—, Tipsarevic tentará voltar a ter bons resultados em torneios de nível ATP. Depois de dois títulos de challengers em janeiro, ele caiu precocemente em Quito e Buenos Aires. Uma boa campanha em um torneio que dá 500 pontos ao vencedor pode fazer a diferença no ranking, mas ele adota cautela. "Não ponho todos os ovos em uma só cesta, mas é um grande evento. Ainda não joguei tão bem nestas semanas na América do Sul. Isso não costuma ser um sinal ruim, porque geralmente eu jogo mal no início de um tour e bem no fim dele", disse Tipsarevic à Folha. Assim como nos outros torneios sul-americanos, ele garantiu lugar na chave principal do Rio graças ao convite da organização. O diretor da competição, Luiz Carvalho, conta que convenceu seus pares do potencial do sérvio. "Conversei com ele no fim do ano sobre jogar na América do Sul. Ele me disse que a princípio não [tinha interesse], mas que se eu conseguisse convites para Quito, Buenos Aires e Rio ele viria. Aí eu fiz uma mágica [risos] e consegui os convites para ele", afirmou Carvalho.
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População reduz pouco o consumo de água e BH fica mais perto de sobretaxa
Em meio à escassez de chuvas, 53,6% dos consumidores da Copasa (estatal de água e saneamento) na região metropolitana de Belo Horizonte elevaram o consumo médio de água em fevereiro ou mantiveram a média de 2014. Com isso, a cobrança de uma sobretaxa fica mais próxima. A Copasa solicitou que a população reduzisse o consumo em 30%, mas a média alcançada foi somente de cerca de 10%. Nesta quinta-feira (9), o "Diário Oficial" mineiro deve trazer portaria do Igam (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) que atesta o estado de escassez hídrica na região metropolitana de Belo Horizonte. É o segundo e definitivo ato burocrático e legal para que a Copasa possa adotar medidas de contenção de consumo. A empresa, porém, descarta racionamento. Em nota enviada à Folha, a estatal diz que se prepara para seguir a determinação das autoridades hídricas, de 26 de março, para diminuir em 20% a captação de água, mas que só implantará racionamento ou rodízio em situação extrema. "Todos os estudos estão sendo compartilhados e analisados com a Arsae [agência estadual reguladora]. Medidas como racionamento ou rodízio só serão tomadas em caso de extrema necessidade e terão como critério o menor impacto possível para a população", informou. O governador Fernando Pimentel (PT) vem dizendo que a sobretaxa deve ser cobrada dos clientes que não economizarem 20% da média do consumo de 2014. O governo sempre trabalhou com maio como prazo. Se isso acontecer, a sobretaxa poderá vir com o aumento da tarifa de água e esgoto. O reajuste pode ser anunciado nesta sexta (10). RESERVATÓRIOS Segundo a Copasa, 26,73% dos consumidores da região metropolitana de BH aumentaram o consumo médio de água e 26,94% mantiveram a média de 2014. A empresa continua pedindo à população que economize água, mesmo com a melhora no nível dos reservatórios desde o mês passado. O Paraopeba está com 39,3% do seu volume (tinha 30,5% em 9 de março); o Rio Manso está com 53,5% (ante 43,1%); o Serra Azul, 15,5% (era 9,6); e o Vargem das Flores passou de 30% para 39%. Na comparação com 1º de abril de 2014, no entanto, os níveis atuais são bem mais baixos do que os do ano passado: 68,7%, 88,3%, 39,2% e 60,3%, respectivamente.
cotidiano
População reduz pouco o consumo de água e BH fica mais perto de sobretaxaEm meio à escassez de chuvas, 53,6% dos consumidores da Copasa (estatal de água e saneamento) na região metropolitana de Belo Horizonte elevaram o consumo médio de água em fevereiro ou mantiveram a média de 2014. Com isso, a cobrança de uma sobretaxa fica mais próxima. A Copasa solicitou que a população reduzisse o consumo em 30%, mas a média alcançada foi somente de cerca de 10%. Nesta quinta-feira (9), o "Diário Oficial" mineiro deve trazer portaria do Igam (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) que atesta o estado de escassez hídrica na região metropolitana de Belo Horizonte. É o segundo e definitivo ato burocrático e legal para que a Copasa possa adotar medidas de contenção de consumo. A empresa, porém, descarta racionamento. Em nota enviada à Folha, a estatal diz que se prepara para seguir a determinação das autoridades hídricas, de 26 de março, para diminuir em 20% a captação de água, mas que só implantará racionamento ou rodízio em situação extrema. "Todos os estudos estão sendo compartilhados e analisados com a Arsae [agência estadual reguladora]. Medidas como racionamento ou rodízio só serão tomadas em caso de extrema necessidade e terão como critério o menor impacto possível para a população", informou. O governador Fernando Pimentel (PT) vem dizendo que a sobretaxa deve ser cobrada dos clientes que não economizarem 20% da média do consumo de 2014. O governo sempre trabalhou com maio como prazo. Se isso acontecer, a sobretaxa poderá vir com o aumento da tarifa de água e esgoto. O reajuste pode ser anunciado nesta sexta (10). RESERVATÓRIOS Segundo a Copasa, 26,73% dos consumidores da região metropolitana de BH aumentaram o consumo médio de água e 26,94% mantiveram a média de 2014. A empresa continua pedindo à população que economize água, mesmo com a melhora no nível dos reservatórios desde o mês passado. O Paraopeba está com 39,3% do seu volume (tinha 30,5% em 9 de março); o Rio Manso está com 53,5% (ante 43,1%); o Serra Azul, 15,5% (era 9,6); e o Vargem das Flores passou de 30% para 39%. Na comparação com 1º de abril de 2014, no entanto, os níveis atuais são bem mais baixos do que os do ano passado: 68,7%, 88,3%, 39,2% e 60,3%, respectivamente.
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Três morrem em nova busca policial por traficante resgatado no Rio
Três homens foram mortos e sete foram presos numa operação que envolveu 80 policiais civis, na manhã desta sexta (24), no complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro. A ação tinha como objetivo prender o traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, conhecido como Fat Family, que foi resgatado por criminosos no domingo (19), quando estava internado no Hospital Municipal Souza Aguiar, na região central da cidade. Dois policiais também se feriram em confrontos durante a ação, mas não correm risco. Segundo a polícia, todos os mortos e presos são suspeitos de ligação com o tráfico. O esconderijo do traficante foi localizado em uma casa na favela Nova Holanda, parte do complexo da Maré, mas, quando os agentes chegaram, ele já havia fugido. Foram encontrados na casa remédios e material para curativos – Fat Family ainda estava em tratamento quando foi resgatado. A busca por Fat Family já deixou ao menos oito mortos – além dos três da Maré, outros cinco homens, também acusados de tráfico pela polícia, foram mortos durante operação na favela do Rola, na última quarta (22). Esta primeira ação também deixou um ferido, baleado. Outra consequência do resgate do criminoso foi a transferência de 15 traficantes do Comando Vermelho – facção a que Fat Family pertence – do sistema penitenciário de Gericinó, em Bangu (zona oeste do Rio), para presídios federais, na última quarta (22).
cotidiano
Três morrem em nova busca policial por traficante resgatado no RioTrês homens foram mortos e sete foram presos numa operação que envolveu 80 policiais civis, na manhã desta sexta (24), no complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro. A ação tinha como objetivo prender o traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, conhecido como Fat Family, que foi resgatado por criminosos no domingo (19), quando estava internado no Hospital Municipal Souza Aguiar, na região central da cidade. Dois policiais também se feriram em confrontos durante a ação, mas não correm risco. Segundo a polícia, todos os mortos e presos são suspeitos de ligação com o tráfico. O esconderijo do traficante foi localizado em uma casa na favela Nova Holanda, parte do complexo da Maré, mas, quando os agentes chegaram, ele já havia fugido. Foram encontrados na casa remédios e material para curativos – Fat Family ainda estava em tratamento quando foi resgatado. A busca por Fat Family já deixou ao menos oito mortos – além dos três da Maré, outros cinco homens, também acusados de tráfico pela polícia, foram mortos durante operação na favela do Rola, na última quarta (22). Esta primeira ação também deixou um ferido, baleado. Outra consequência do resgate do criminoso foi a transferência de 15 traficantes do Comando Vermelho – facção a que Fat Family pertence – do sistema penitenciário de Gericinó, em Bangu (zona oeste do Rio), para presídios federais, na última quarta (22).
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Ataque de drone dos EUA mata 15 civis no Afeganistão, diz ONU
Ao menos 15 civis foram mortos e outros 13 ficaram feridos em um ataque de um drone dos Estados Unidos no leste do Afeganistão, informou a Organização das Nações Unidas nesta quinta-feira (30), pedindo por uma investigação independente sobre o incidente. O ataque aéreo ocorreu na quarta-feira, atingindo o que autoridades norte-americanas disseram ser alvos do Estado Islâmico na província de Nangarhar. A missão de assistência da ONU no Afeganistão (Unama) disse que alguns militantes podem ter sido mortos no ataque, mas que muitas das vítimas eram civis, incluindo estudantes, um professor, e membros de famílias consideradas "pró-governo". "A Unama reitera a necessidade de todas as partes do conflito em manter suas obrigações sob a lei humanitária internacional", informou a ONU em comunicado. "A Unama pede ao governo e forças militares internacionais para realizarem uma investigação independente, imparcial, transparente e efetiva sobre este incidente".
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Ataque de drone dos EUA mata 15 civis no Afeganistão, diz ONUAo menos 15 civis foram mortos e outros 13 ficaram feridos em um ataque de um drone dos Estados Unidos no leste do Afeganistão, informou a Organização das Nações Unidas nesta quinta-feira (30), pedindo por uma investigação independente sobre o incidente. O ataque aéreo ocorreu na quarta-feira, atingindo o que autoridades norte-americanas disseram ser alvos do Estado Islâmico na província de Nangarhar. A missão de assistência da ONU no Afeganistão (Unama) disse que alguns militantes podem ter sido mortos no ataque, mas que muitas das vítimas eram civis, incluindo estudantes, um professor, e membros de famílias consideradas "pró-governo". "A Unama reitera a necessidade de todas as partes do conflito em manter suas obrigações sob a lei humanitária internacional", informou a ONU em comunicado. "A Unama pede ao governo e forças militares internacionais para realizarem uma investigação independente, imparcial, transparente e efetiva sobre este incidente".
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Marinheiro Sueco
RIO DE JANEIRO - O apelido, Marinheiro Sueco, lhe foi dado por Nelson Rodrigues, de quem era um dos "irmãos íntimos" –os amigos com quem Nelson, nos anos 70, falava todos os dias. Na verdade, chamava-se Hans Henningsen. Para Nelson, alguém com esse nome e daquele tamanho (quase dois metros) só podia ser um marinheiro sueco, foragido de uma peça de Strindberg. Mas Hans era de Tenerife, nas Canárias, de pai alemão e mãe espanhola, e carioca desde que chegou ao Rio em 1955, aos 20 anos. Em certo momento, foi muito poderoso no futebol. Era o operador da Puma na contratação de atletas para usar seu material esportivo. No começo, a Puma não se comparava à gigante Adidas. Hans ajudou-a a crescer, contratando Pelé, Carlos Alberto Torres, Fittipaldi, Beckenbauer, Cruyff, Zico, Junior, Falcão, Cerezo, Maradona, todos no apogeu. Não eram só contratados, eram amigos. Hans viajou o mundo com eles e se dava com suas famílias. O telefone tocava em seu apartamento em Copacabana e, no outro lado da linha, era algum herói do passado: Di Stefano, Puskàs, Obdúlio Varela, Gigghia, Zizinho ou Garrincha. Ia à Europa a trabalho três ou quatro vezes por ano (Buenos Aires era seu quintal) e, na volta, nos trazia discos, livros ou uísques raros. Nos restaurantes, ninguém pagava a conta em sua mesa –Nelson Rodrigues o chamava de "Onassis de tanga". E era mesmo porque, íntimo de craques e cartolas, poderia ter ficado rico se negociasse jogadores. Mas nunca negociou ninguém. Nos últimos 20 anos, vivia de escrever sobre futebol para jornais europeus, dar "furos" e levar calote. A imprensa brasileira não se interessava por ele. Marinheiro morreu neste domingo, duro, triste e só. Era seu amigo desde 1970. De quatro em quatro anos, eu lhe perguntava quem ia ganhar a Copa do Mundo. E ele nunca errou nenhuma.
colunas
Marinheiro SuecoRIO DE JANEIRO - O apelido, Marinheiro Sueco, lhe foi dado por Nelson Rodrigues, de quem era um dos "irmãos íntimos" –os amigos com quem Nelson, nos anos 70, falava todos os dias. Na verdade, chamava-se Hans Henningsen. Para Nelson, alguém com esse nome e daquele tamanho (quase dois metros) só podia ser um marinheiro sueco, foragido de uma peça de Strindberg. Mas Hans era de Tenerife, nas Canárias, de pai alemão e mãe espanhola, e carioca desde que chegou ao Rio em 1955, aos 20 anos. Em certo momento, foi muito poderoso no futebol. Era o operador da Puma na contratação de atletas para usar seu material esportivo. No começo, a Puma não se comparava à gigante Adidas. Hans ajudou-a a crescer, contratando Pelé, Carlos Alberto Torres, Fittipaldi, Beckenbauer, Cruyff, Zico, Junior, Falcão, Cerezo, Maradona, todos no apogeu. Não eram só contratados, eram amigos. Hans viajou o mundo com eles e se dava com suas famílias. O telefone tocava em seu apartamento em Copacabana e, no outro lado da linha, era algum herói do passado: Di Stefano, Puskàs, Obdúlio Varela, Gigghia, Zizinho ou Garrincha. Ia à Europa a trabalho três ou quatro vezes por ano (Buenos Aires era seu quintal) e, na volta, nos trazia discos, livros ou uísques raros. Nos restaurantes, ninguém pagava a conta em sua mesa –Nelson Rodrigues o chamava de "Onassis de tanga". E era mesmo porque, íntimo de craques e cartolas, poderia ter ficado rico se negociasse jogadores. Mas nunca negociou ninguém. Nos últimos 20 anos, vivia de escrever sobre futebol para jornais europeus, dar "furos" e levar calote. A imprensa brasileira não se interessava por ele. Marinheiro morreu neste domingo, duro, triste e só. Era seu amigo desde 1970. De quatro em quatro anos, eu lhe perguntava quem ia ganhar a Copa do Mundo. E ele nunca errou nenhuma.
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Desembargador investigado é contratado pela Petrobras
O desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo Armando Sérgio Prado de Toledo, 59, investigado no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) sob suspeita de favorecer o deputado estadual Barros Munhoz (PSDB-SP), foi contratado no dia 16 como consultor do presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. Cinco dias antes, Toledo surpreendeu os colegas da magistratura com o requerimento de aposentadoria, concedida pelo presidente do TJ-SP, José Renato Nalini. Ele poderia permanecer no cargo por mais 11 anos. Segundo afirma a Petrobras, Toledo prestará assessoria à presidência "em matérias relacionadas ao seu histórico profissional e acadêmico na área jurídica". Ele não respondeu os pedidos da Folha para confirmar se acompanhará os processos da Operação Lava Jato. Magistrados atribuem a contratação de Toledo a possível retribuição por sua atuação na intermediação de contatos do Banco do Brasil, presidido por Bendine até fevereiro, com o TJ paulista. Por vários anos, Toledo tratou de interesses do tribunal junto a órgãos públicos. Em junho passado, ele participou da cerimônia de assinatura de dois convênios que centralizaram no BB os créditos da folha de pagamentos do TJ-SP, contas de depósitos judiciais e créditos de precatórios (dívidas do Estado com pessoas físicas e jurídicas). Os convênios foram firmados por Bendine e Nalini. Toledo não está impedido de assumir o cargo na Petrobras. Aposentado, ele só não pode exercer a advocacia perante o judiciário paulista. SUSPEITA A Folha revelou em 17 de fevereiro que o então desembargador havia retardado por mais de três anos uma ação penal contra Barros Munhoz supostamente para beneficiar o deputado estadual tucano. O processo é referente a suspeita de desvios de recursos quando Munhoz era prefeito de Itapira (SP). Os crimes de formação de quadrilha, fraude à licitação e omissão de informações ao Ministério Público prescreveram enquanto o processo estava com Toledo. Munhoz ainda responde ação penal por suposta apropriação e desvio de bens e rendas públicas por 33 vezes. Toledo deixou a corte paulista desgastado. Na eleição que conduziu Nalini à presidência, foi o último colocado na disputa pelo cargo de corregedor-geral. O presidente do TJ-SP acomodou-o como representante do tribunal na Comissão Executiva do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, que não faz parte da estrutura formal do Judiciário e atua para defender as prerrogativas do Poder em eventos com patrocínio público e privado. A demora no CNJ para levar a julgamento uma reclamação disciplinar contra Toledo gerou a suposição entre magistrados da existência de rede de proteção para blindá-lo no TJ-SP e no órgão de controle externo do Judiciário. A aposentadoria voluntária não extingue a responsabilidade administrativa. Dependendo da decisão do CNJ, ela pode convertida em compulsória e o Ministério Público pode mover ação de perda do cargo de desembargador e da aposentadoria. OUTRO LADO O desembargador Toledo não atendeu aos pedidos de entrevista para explicar quais serão suas atividades como consultor da Petrobras e se sua atuação na área jurídica da estatal envolverá o acompanhamento dos processos da Operação Lava Jato. Ao justificar a demora em julgar a ação penal contra o deputado estadual Barros Munhoz (PSDB-SP), Toledo argumentou que exercia várias atividades no tribunal, além de ser diretor da Escola Paulista da Magistratura. Ao Ministério Público Federal, disse que estava afastado havia muito tempo do julgamento de ações penais, pois atuava desde 2002 na área de Direito Privado. E que não foi sido alertado por uma servidora sobre "a verificação de eventual prescrição". Quando procurado pela Folha, em fevereiro, afirmou que não comentaria o caso, "em respeito à hierarquia" e porque o assunto está "em apreciação pela autoridade competente. "Seria antiético me manifestar", disse. O TJ-SP não se manifestou.
poder
Desembargador investigado é contratado pela PetrobrasO desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo Armando Sérgio Prado de Toledo, 59, investigado no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) sob suspeita de favorecer o deputado estadual Barros Munhoz (PSDB-SP), foi contratado no dia 16 como consultor do presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. Cinco dias antes, Toledo surpreendeu os colegas da magistratura com o requerimento de aposentadoria, concedida pelo presidente do TJ-SP, José Renato Nalini. Ele poderia permanecer no cargo por mais 11 anos. Segundo afirma a Petrobras, Toledo prestará assessoria à presidência "em matérias relacionadas ao seu histórico profissional e acadêmico na área jurídica". Ele não respondeu os pedidos da Folha para confirmar se acompanhará os processos da Operação Lava Jato. Magistrados atribuem a contratação de Toledo a possível retribuição por sua atuação na intermediação de contatos do Banco do Brasil, presidido por Bendine até fevereiro, com o TJ paulista. Por vários anos, Toledo tratou de interesses do tribunal junto a órgãos públicos. Em junho passado, ele participou da cerimônia de assinatura de dois convênios que centralizaram no BB os créditos da folha de pagamentos do TJ-SP, contas de depósitos judiciais e créditos de precatórios (dívidas do Estado com pessoas físicas e jurídicas). Os convênios foram firmados por Bendine e Nalini. Toledo não está impedido de assumir o cargo na Petrobras. Aposentado, ele só não pode exercer a advocacia perante o judiciário paulista. SUSPEITA A Folha revelou em 17 de fevereiro que o então desembargador havia retardado por mais de três anos uma ação penal contra Barros Munhoz supostamente para beneficiar o deputado estadual tucano. O processo é referente a suspeita de desvios de recursos quando Munhoz era prefeito de Itapira (SP). Os crimes de formação de quadrilha, fraude à licitação e omissão de informações ao Ministério Público prescreveram enquanto o processo estava com Toledo. Munhoz ainda responde ação penal por suposta apropriação e desvio de bens e rendas públicas por 33 vezes. Toledo deixou a corte paulista desgastado. Na eleição que conduziu Nalini à presidência, foi o último colocado na disputa pelo cargo de corregedor-geral. O presidente do TJ-SP acomodou-o como representante do tribunal na Comissão Executiva do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, que não faz parte da estrutura formal do Judiciário e atua para defender as prerrogativas do Poder em eventos com patrocínio público e privado. A demora no CNJ para levar a julgamento uma reclamação disciplinar contra Toledo gerou a suposição entre magistrados da existência de rede de proteção para blindá-lo no TJ-SP e no órgão de controle externo do Judiciário. A aposentadoria voluntária não extingue a responsabilidade administrativa. Dependendo da decisão do CNJ, ela pode convertida em compulsória e o Ministério Público pode mover ação de perda do cargo de desembargador e da aposentadoria. OUTRO LADO O desembargador Toledo não atendeu aos pedidos de entrevista para explicar quais serão suas atividades como consultor da Petrobras e se sua atuação na área jurídica da estatal envolverá o acompanhamento dos processos da Operação Lava Jato. Ao justificar a demora em julgar a ação penal contra o deputado estadual Barros Munhoz (PSDB-SP), Toledo argumentou que exercia várias atividades no tribunal, além de ser diretor da Escola Paulista da Magistratura. Ao Ministério Público Federal, disse que estava afastado havia muito tempo do julgamento de ações penais, pois atuava desde 2002 na área de Direito Privado. E que não foi sido alertado por uma servidora sobre "a verificação de eventual prescrição". Quando procurado pela Folha, em fevereiro, afirmou que não comentaria o caso, "em respeito à hierarquia" e porque o assunto está "em apreciação pela autoridade competente. "Seria antiético me manifestar", disse. O TJ-SP não se manifestou.
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Fachin nega pedido de Temer para impedir Janot de atuar contra ele
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), negou pedido da defesa de Michel Temer para impedir o procurador-geral Rodrigo Janot de atuar em casos envolvendo o presidente. Para Fachin, não há argumentos que justifiquem o pedido. Segundo ele, "as alegações exteriorizadas pela defesa não permitem a conclusão da existência de relação de inimizade capital entre o Presidente da República e o Procurador-Geral da República, tampouco que o chefe do Ministério Público da União tenha aconselhado qualquer das partes". Para a defesa do presidente, a atuação de Janot em casos envolvendo Temer extrapola "em muito os seus limites constitucionais e legais inerentes ao cargo que ocupa", e falta imparcialidade ao procurador-geral. De acordo com os advogados, "o alvo" de Janot "é a pessoa do presidente da República, não importam os fatos". Fachin também considerou improcedente o argumento de que o ex-procurador Marcelo Miller tenha atuado, como advogado da JBS, para orientar a delação dos executivos do grupo. A defesa de Temer destaca que o procurador não cumpriu quarentena –período de três meses depois de sair do serviço público– antes de atuar no setor privado. "Pondero que eventual atuação do ex-membro do Ministério Público, inclusive com cogitado descumprimento de possível quarentena, se constituir entrave à atuação do ex-agente público, não alcança, por consequência, o Procurador-Geral da República", escreveu Fachin. "Em outras palavras, sem adentrar no mérito do tema, cabe ao agora advogado exercer a profissão de modo compatível com as normas de regência, sendo o caso, com eventuais limitações, ainda que temporárias e circunstanciais." FATIAMENTO No começo do mês, Fachin negou pedido de Janot para incluir Michel Temer no inquérito conhecido como "quadrilhão", que apura se políticos do PMDB participaram do esquema de corrupção na Petrobras. Na prática, ele decidiu apenas que era "desnecessária" a inclusão já que há uma investigação em curso sobre o caso. A defesa de Temer também apontou esse pedido de fatiamento como um indício de que Janot persegue o presidente. No entanto, Fachin entendeu que "o apontado fatiamento das acusações não indica parcialidade e, por consequência, não configura causa de suspeição, na medida em que cada apuração é marcada por amadurecimento em lapso temporal próprio". EMBATE O embate entre Temer e o procurador-geral teve início em maio deste ano, por causa da delação premiada dos executivos da JBS. O empresário Joesley Batista gravou o presidente no Palácio do Jaburu, o áudio que fez parte da colaboração feita com procuradores. Após as revelações, Janot abriu investigações sobre Temer e o denunciou pelo crime de corrupção passiva –rejeitada pela Câmara dos Deputados Em entrevista à Folha Janot afirmou que estão em curso duas investigações, por obstrução de Justiça e organização criminosa. "Eu continuo minha investigação dizendo que enquanto houver bambu, lá vai flecha. Meu mandato vai até 17 de setembro. Até lá não vou deixar de praticar ato de ofício porque isso se chama prevaricação", disse Janot na entrevista.
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Fachin nega pedido de Temer para impedir Janot de atuar contra eleO ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), negou pedido da defesa de Michel Temer para impedir o procurador-geral Rodrigo Janot de atuar em casos envolvendo o presidente. Para Fachin, não há argumentos que justifiquem o pedido. Segundo ele, "as alegações exteriorizadas pela defesa não permitem a conclusão da existência de relação de inimizade capital entre o Presidente da República e o Procurador-Geral da República, tampouco que o chefe do Ministério Público da União tenha aconselhado qualquer das partes". Para a defesa do presidente, a atuação de Janot em casos envolvendo Temer extrapola "em muito os seus limites constitucionais e legais inerentes ao cargo que ocupa", e falta imparcialidade ao procurador-geral. De acordo com os advogados, "o alvo" de Janot "é a pessoa do presidente da República, não importam os fatos". Fachin também considerou improcedente o argumento de que o ex-procurador Marcelo Miller tenha atuado, como advogado da JBS, para orientar a delação dos executivos do grupo. A defesa de Temer destaca que o procurador não cumpriu quarentena –período de três meses depois de sair do serviço público– antes de atuar no setor privado. "Pondero que eventual atuação do ex-membro do Ministério Público, inclusive com cogitado descumprimento de possível quarentena, se constituir entrave à atuação do ex-agente público, não alcança, por consequência, o Procurador-Geral da República", escreveu Fachin. "Em outras palavras, sem adentrar no mérito do tema, cabe ao agora advogado exercer a profissão de modo compatível com as normas de regência, sendo o caso, com eventuais limitações, ainda que temporárias e circunstanciais." FATIAMENTO No começo do mês, Fachin negou pedido de Janot para incluir Michel Temer no inquérito conhecido como "quadrilhão", que apura se políticos do PMDB participaram do esquema de corrupção na Petrobras. Na prática, ele decidiu apenas que era "desnecessária" a inclusão já que há uma investigação em curso sobre o caso. A defesa de Temer também apontou esse pedido de fatiamento como um indício de que Janot persegue o presidente. No entanto, Fachin entendeu que "o apontado fatiamento das acusações não indica parcialidade e, por consequência, não configura causa de suspeição, na medida em que cada apuração é marcada por amadurecimento em lapso temporal próprio". EMBATE O embate entre Temer e o procurador-geral teve início em maio deste ano, por causa da delação premiada dos executivos da JBS. O empresário Joesley Batista gravou o presidente no Palácio do Jaburu, o áudio que fez parte da colaboração feita com procuradores. Após as revelações, Janot abriu investigações sobre Temer e o denunciou pelo crime de corrupção passiva –rejeitada pela Câmara dos Deputados Em entrevista à Folha Janot afirmou que estão em curso duas investigações, por obstrução de Justiça e organização criminosa. "Eu continuo minha investigação dizendo que enquanto houver bambu, lá vai flecha. Meu mandato vai até 17 de setembro. Até lá não vou deixar de praticar ato de ofício porque isso se chama prevaricação", disse Janot na entrevista.
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Idosa pode ser a primeira vítima de fumaça tóxica em Guarujá (SP)
Uma mulher de 68 anos pode ser a primeira vítima da fumaça tóxica liberada em um incêndio num terminal portuário de Guarujá, na Baixada Santista. Leia Magalhães de Maria morreu nesta segunda-feira (18), em Jundiaí, no interior paulista. Um laudo do IML (Instituto Médico Legal) apontou como causa insuficiência respiratória, pneumonite química e inalação de fuligem e gases tóxicos. Declarado no atestado de óbito, o resultado do laudo foi divulgado pela Prefeitura de Jundiaí. Na última quinta-feira (14), quando o incêndio no terminal da empresa Localfrio teve início, a idosa permaneceu em casa e começou a apresentar os primeiros sintomas logo depois. Segundo o filho Edmílson Magalhães de Maria, 45, a mãe lhe disse por volta das 20h, por telefone, que estava com a "garganta toda fechada, irritada". Ele contou que a mãe não tinha problemas respiratórios anteriores. Um dia depois, Edmílson a levou ao Hospital Ana Costa, em Guarujá, onde Leia foi atendida e liberada no mesmo dia. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, foram ministrados medicamentos, hidratação e oxigênio à paciente, que ficou em repouso para a melhora dos sintomas. Após uma nova avaliação do estado clínico de Leia, ela recebeu alta com orientação para fazer repouso. Para Délio Campolina, presidente da Abracit (Associação Brasileira de Centros de Informação e Assistência Toxicológica), a idosa deveria ter saído de casa logo depois que começou a se sentir mal. Ele disse que, em casos como esse, se a pessoa não for retirada do local e não receber o tratamento adequado o quadro pode se complicar e levar à morte. "Ao ter o ardor nos olhos, na garganta, alguma dificuldade para respirar, tem que já procurar sair desse ambiente e buscar atendimento médico para ter os primeiros cuidados", disse o presidente da Abracit. "Parece que assim ela teria tido uma boa evolução." Segundo ele, a fumaça é sempre perigosa porque "pode ter gases de toxicidade importante". Segundo o toxicologista da USP (Universidade de São Paulo) Anthony Wong, o laudo do IML "é perfeitamente compatível com uma pessoa que se expôs prolongadamente a uma substância tóxica e irritante como o cloro". "O fato de ela [Leia] estar dentro de casa por tanto tempo, a noite toda, nem precisa ter problema pulmonar. Só o fato de estar lá dentro [de casa] expondo o pulmão continuamente ao cloro é suficiente para uma inflamação das vias aéreas." Apesar de familiares da idosa dizerem que ela não tinha problemas respiratórios, Wong diz que uma pessoa acima dos 50 anos já tem uma alta possibilidade de ter bronquite ou enfisema, e certamente algum tipo de fibrose pulmonar, em menor ou maior grau, o que pode ter contribuído para o agravamento do caso. "Em qualquer pessoa acima de 50 anos a capacidade pulmonar cai, mesmo se for um esportista." Na avaliação de Wong, em uma situação de emergência como esta, ao invés de ficar no ambiente, a pessoa deve se afastar e ficar o mais distante possível do foco do acidente. Depois da alta, por decisão da família, Leia foi levada a Jundiaí, onde moram dois de seus filhos. No sábado (16), ela passou por outra consulta médica, no Hospital Pitangueiras, na qual foram constatados problemas gástricos. A idosa também fez exames laboratoriais e recebeu alta no mesmo dia, com a recomendação de observar eventuais sintomas relacionados à inalação da fumaça. Na manhã desta segunda, com a complicação do quadro de saúde e vômito persistente, Leia foi levada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ao pronto-socorro do Hospital Pitangueiras, onde morreu em seguida, segundo a assessoria de imprensa da instituição. O sepultamento foi realizado na manhã desta terça-feira (19), no cemitério de Vicente de Carvalho, em Guarujá. Em nota, a Prefeitura de Guarujá informou que se solidariza com a família de Leia e que a idosa não passou por nenhuma das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) referenciadas para o atendimento da ocorrência. "Importante ressaltar que a prefeitura disponibilizou toda a estrutura das unidades de saúde, juntamente com reforço de médicos do Exército e Marinha", afirma a nota. A Localfrio informou que está apurando os fatos para se posicionar sobre o caso.
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Idosa pode ser a primeira vítima de fumaça tóxica em Guarujá (SP)Uma mulher de 68 anos pode ser a primeira vítima da fumaça tóxica liberada em um incêndio num terminal portuário de Guarujá, na Baixada Santista. Leia Magalhães de Maria morreu nesta segunda-feira (18), em Jundiaí, no interior paulista. Um laudo do IML (Instituto Médico Legal) apontou como causa insuficiência respiratória, pneumonite química e inalação de fuligem e gases tóxicos. Declarado no atestado de óbito, o resultado do laudo foi divulgado pela Prefeitura de Jundiaí. Na última quinta-feira (14), quando o incêndio no terminal da empresa Localfrio teve início, a idosa permaneceu em casa e começou a apresentar os primeiros sintomas logo depois. Segundo o filho Edmílson Magalhães de Maria, 45, a mãe lhe disse por volta das 20h, por telefone, que estava com a "garganta toda fechada, irritada". Ele contou que a mãe não tinha problemas respiratórios anteriores. Um dia depois, Edmílson a levou ao Hospital Ana Costa, em Guarujá, onde Leia foi atendida e liberada no mesmo dia. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, foram ministrados medicamentos, hidratação e oxigênio à paciente, que ficou em repouso para a melhora dos sintomas. Após uma nova avaliação do estado clínico de Leia, ela recebeu alta com orientação para fazer repouso. Para Délio Campolina, presidente da Abracit (Associação Brasileira de Centros de Informação e Assistência Toxicológica), a idosa deveria ter saído de casa logo depois que começou a se sentir mal. Ele disse que, em casos como esse, se a pessoa não for retirada do local e não receber o tratamento adequado o quadro pode se complicar e levar à morte. "Ao ter o ardor nos olhos, na garganta, alguma dificuldade para respirar, tem que já procurar sair desse ambiente e buscar atendimento médico para ter os primeiros cuidados", disse o presidente da Abracit. "Parece que assim ela teria tido uma boa evolução." Segundo ele, a fumaça é sempre perigosa porque "pode ter gases de toxicidade importante". Segundo o toxicologista da USP (Universidade de São Paulo) Anthony Wong, o laudo do IML "é perfeitamente compatível com uma pessoa que se expôs prolongadamente a uma substância tóxica e irritante como o cloro". "O fato de ela [Leia] estar dentro de casa por tanto tempo, a noite toda, nem precisa ter problema pulmonar. Só o fato de estar lá dentro [de casa] expondo o pulmão continuamente ao cloro é suficiente para uma inflamação das vias aéreas." Apesar de familiares da idosa dizerem que ela não tinha problemas respiratórios, Wong diz que uma pessoa acima dos 50 anos já tem uma alta possibilidade de ter bronquite ou enfisema, e certamente algum tipo de fibrose pulmonar, em menor ou maior grau, o que pode ter contribuído para o agravamento do caso. "Em qualquer pessoa acima de 50 anos a capacidade pulmonar cai, mesmo se for um esportista." Na avaliação de Wong, em uma situação de emergência como esta, ao invés de ficar no ambiente, a pessoa deve se afastar e ficar o mais distante possível do foco do acidente. Depois da alta, por decisão da família, Leia foi levada a Jundiaí, onde moram dois de seus filhos. No sábado (16), ela passou por outra consulta médica, no Hospital Pitangueiras, na qual foram constatados problemas gástricos. A idosa também fez exames laboratoriais e recebeu alta no mesmo dia, com a recomendação de observar eventuais sintomas relacionados à inalação da fumaça. Na manhã desta segunda, com a complicação do quadro de saúde e vômito persistente, Leia foi levada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ao pronto-socorro do Hospital Pitangueiras, onde morreu em seguida, segundo a assessoria de imprensa da instituição. O sepultamento foi realizado na manhã desta terça-feira (19), no cemitério de Vicente de Carvalho, em Guarujá. Em nota, a Prefeitura de Guarujá informou que se solidariza com a família de Leia e que a idosa não passou por nenhuma das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) referenciadas para o atendimento da ocorrência. "Importante ressaltar que a prefeitura disponibilizou toda a estrutura das unidades de saúde, juntamente com reforço de médicos do Exército e Marinha", afirma a nota. A Localfrio informou que está apurando os fatos para se posicionar sobre o caso.
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Série 'Mad Men' se despede com enigma sobre protagonista
Peggy prosperou. Pete agora tem coração (ou quase). Joan passou a ver seu sex appeal como problema. Ken desistiu da agência. Roger se curvou a um amor antigo. Betty se descobriu vulnerável. E Don Draper, o anti-herói em torno do qual gravitaram as sete temporadas (divididas em oito anos) de "Mad Men", aonde chegará quando a série acabar, neste domingo? Salvo uma reviravolta que traia a lógica deste drama sobre a ascensão dos publicitários americanos nos anos 1960 e 70, ele irá de volta ao ponto de partida, a fuga de si mesmo. Desde a estreia na pequena rede americana AMC, em julho de 2007, "Mad Men" deixou claro já na animação de abertura que trataria da derrocada de Don Draper (Jon Hamm), o sujeito que, vindo do nada, se deu bem na vida –o self-made man clássico americano, mas com um quê existencialista. Ao longo dos episódios, o espectador e os demais personagens vão percebendo que o bem-sucedido Don vive espremido entre o fantasma de um passado de mentiras e o gigantesco personagem que criou para si. A derrocada prometida se torna, então, uma libertação almejada. Sem "spoilers" aqui, mas até o penúltimo episódio, essa ainda era a sina de Don. Mais confortável consigo, mas não com o passado, ele continua em busca de uma rota de saída, com mais e mais pressa. Essa "acelerada", em uma série reconhecida pela falta de pressa em construir sua história, criou rumores de um final inesperado, em que Don se tornaria um famoso criminoso americano que, nos anos 1970, se tornou conhecido pela identidade dúbia e por sequestrar um avião. Matthew Weiner, o criador da série, diz que não. Em entrevista recente ao jornal "The New York Times", insistiu que as coisas caminharão de forma natural, mas nada será previsível. Isso não significa reviravoltas, mas algo que Weiner definiu como "a vida como ela é". "Uma jornada natural", afirmou. Weiner tem experiência com finais polêmicos –foi produtor e roteirista de "Família Soprano" (1999-2007), cuja cena derradeira deixou muita gente no ar e à qual ele chama, até hoje, de "a melhor série de todos os tempos". Então é possível que alguma surpresa apareça. Talvez, porém, como a série tem dado pistas, ela não venha do protagonista. Ao longo dos anos, os coadjuvantes cresceram. A agência Sterling Cooper acabou. Peggy (Elisabeth Moss), Joan (Christina Hendricks), Pete (Vincent Kartheiser), Betty (January Jones) e a adolescente Sally (Kiernan Shipka) estabeleceram suas próprias "jornadas", amadurecendo, surpreendendo –elas mais do que ele.(É preciso ressalvar que, apesar de acusações iniciais de machismo, poucas obras pop trataram de feminismo de forma tão incisiva.) Merecem as próprias redenções, e será emocionante, na nostalgia da despedida, descobrir quais são elas. "Mad Men" sempre foi sobre nostalgia. Será bom ter saudade deles. Mad Men
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Série 'Mad Men' se despede com enigma sobre protagonistaPeggy prosperou. Pete agora tem coração (ou quase). Joan passou a ver seu sex appeal como problema. Ken desistiu da agência. Roger se curvou a um amor antigo. Betty se descobriu vulnerável. E Don Draper, o anti-herói em torno do qual gravitaram as sete temporadas (divididas em oito anos) de "Mad Men", aonde chegará quando a série acabar, neste domingo? Salvo uma reviravolta que traia a lógica deste drama sobre a ascensão dos publicitários americanos nos anos 1960 e 70, ele irá de volta ao ponto de partida, a fuga de si mesmo. Desde a estreia na pequena rede americana AMC, em julho de 2007, "Mad Men" deixou claro já na animação de abertura que trataria da derrocada de Don Draper (Jon Hamm), o sujeito que, vindo do nada, se deu bem na vida –o self-made man clássico americano, mas com um quê existencialista. Ao longo dos episódios, o espectador e os demais personagens vão percebendo que o bem-sucedido Don vive espremido entre o fantasma de um passado de mentiras e o gigantesco personagem que criou para si. A derrocada prometida se torna, então, uma libertação almejada. Sem "spoilers" aqui, mas até o penúltimo episódio, essa ainda era a sina de Don. Mais confortável consigo, mas não com o passado, ele continua em busca de uma rota de saída, com mais e mais pressa. Essa "acelerada", em uma série reconhecida pela falta de pressa em construir sua história, criou rumores de um final inesperado, em que Don se tornaria um famoso criminoso americano que, nos anos 1970, se tornou conhecido pela identidade dúbia e por sequestrar um avião. Matthew Weiner, o criador da série, diz que não. Em entrevista recente ao jornal "The New York Times", insistiu que as coisas caminharão de forma natural, mas nada será previsível. Isso não significa reviravoltas, mas algo que Weiner definiu como "a vida como ela é". "Uma jornada natural", afirmou. Weiner tem experiência com finais polêmicos –foi produtor e roteirista de "Família Soprano" (1999-2007), cuja cena derradeira deixou muita gente no ar e à qual ele chama, até hoje, de "a melhor série de todos os tempos". Então é possível que alguma surpresa apareça. Talvez, porém, como a série tem dado pistas, ela não venha do protagonista. Ao longo dos anos, os coadjuvantes cresceram. A agência Sterling Cooper acabou. Peggy (Elisabeth Moss), Joan (Christina Hendricks), Pete (Vincent Kartheiser), Betty (January Jones) e a adolescente Sally (Kiernan Shipka) estabeleceram suas próprias "jornadas", amadurecendo, surpreendendo –elas mais do que ele.(É preciso ressalvar que, apesar de acusações iniciais de machismo, poucas obras pop trataram de feminismo de forma tão incisiva.) Merecem as próprias redenções, e será emocionante, na nostalgia da despedida, descobrir quais são elas. "Mad Men" sempre foi sobre nostalgia. Será bom ter saudade deles. Mad Men
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Opinião: Para ser melhor, serviço de bordo de aviões deveria desaparecer
ZECA CAMARGO COLUNISTA DA FOLHA Há uma maneira simples de melhorar o serviço de bordo num futuro próximo -a ponto de transformá-lo em algo muito próximo a perfeição: desaparecer com ele! O grande jornalista Paulo Francis me contou que o melhor serviço de restaurante que ele já havia experimentado era do Maxim's de Paris e por uma razão simples, segundo ele: ao longo de todo um jantar ele não viu a mão do garçom —tampouco ouviu sua voz. A maioria dos ruídos que interferem num serviço de bordo é fruto da rudez com que os comissários interagem com o passageiro —ou, ironicamente, do próprio excesso de simpatia. Se eliminarmos esse contato quase sempre beligerante, suprimimos também a possibilidade de conflito. Mas como? Pedidos feitos antecipadamente, com detalhes definidos num "pré check-in". Ou um balcão -como um grande lounge (que algumas companhias já têm nas classes executivas)— em que passageiros possam se servir numa atmosfera relaxada, muito próxima de um refeitório escolar nas alturas... Agora, se é para sonhar, torço para alguém inventar uma poltrona que possa receber um minibar e um aquecedor. Afinal, nem o melhor "chef nas nuvens" pode superar o sabor de uma comida caseira que você -ou, com um pouco de sorte, sua mãe!— pode preparar e levar para a viagem...
saopaulo
Opinião: Para ser melhor, serviço de bordo de aviões deveria desaparecerZECA CAMARGO COLUNISTA DA FOLHA Há uma maneira simples de melhorar o serviço de bordo num futuro próximo -a ponto de transformá-lo em algo muito próximo a perfeição: desaparecer com ele! O grande jornalista Paulo Francis me contou que o melhor serviço de restaurante que ele já havia experimentado era do Maxim's de Paris e por uma razão simples, segundo ele: ao longo de todo um jantar ele não viu a mão do garçom —tampouco ouviu sua voz. A maioria dos ruídos que interferem num serviço de bordo é fruto da rudez com que os comissários interagem com o passageiro —ou, ironicamente, do próprio excesso de simpatia. Se eliminarmos esse contato quase sempre beligerante, suprimimos também a possibilidade de conflito. Mas como? Pedidos feitos antecipadamente, com detalhes definidos num "pré check-in". Ou um balcão -como um grande lounge (que algumas companhias já têm nas classes executivas)— em que passageiros possam se servir numa atmosfera relaxada, muito próxima de um refeitório escolar nas alturas... Agora, se é para sonhar, torço para alguém inventar uma poltrona que possa receber um minibar e um aquecedor. Afinal, nem o melhor "chef nas nuvens" pode superar o sabor de uma comida caseira que você -ou, com um pouco de sorte, sua mãe!— pode preparar e levar para a viagem...
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Justiça cega
BRASÍLIA -Na Roma antiga, a Justiça era retratada como uma deusa de olhos cobertos, que não enxergava para ser imparcial ao decidir. No Brasil de hoje, a Justiça também se diz cega, mas parece usar a venda para não ver a crise no país. Enquanto os trabalhadores comuns sofrem com demissões e cortes de direitos, o Judiciário quer aumentar o salário de seus servidores em 31,4% neste ano. O plano prevê reajustes até 2017. Em quatro anos, custará R$ 25,7 bilhões ao Tesouro, calcula o Ministério do Planejamento. A bomba ameaça implodir o ajuste fiscal, mas ganhou o apoio militante do presidente do STF, Ricardo Lewandowski. "Nós precisamos sempre [de reajuste]. Quem é que não precisa pagar o supermercado, já que houve um aumento do preço dos produtos?", disse, nesta segunda. Para azar do contribuinte, o ministro não está sozinho na cruzada corporativista. Em setembro passado, seu colega Luiz Fux determinou o pagamento de auxílio-moradia de R$ 4.300 a todos os juízes do país. A benesse foi aplaudida pelo presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini. "Não dá para ir toda hora a Miami comprar terno", afirmou. "O auxílio foi um disfarce para aumentar um pouquinho. E até para fazer com que o juiz fique um pouquinho mais animado, não tenha tanta depressão, tanta síndrome de pânico, tanto AVC." Nesta terça, a Assembleia Legislativa do Rio começou a discutir mais um benefício para os magistrados fluminenses: um "auxílio-educação" de até R$ 2.860 ao mês. Com o sinal verde de Lewandowski, está aberta uma nova corrida por privilégios. * Além das mordomias para os juízes, a única coisa que cresce no país é a coleção de gafes presidenciais. Nesta segunda, Dilma Rousseff chamou o ministro Edinho Araújo (Portos) de Edinho dos Santos. O prefeito de Niterói (RJ), Rodrigo Neves, foi rebatizado de Rodrigues.
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Justiça cegaBRASÍLIA -Na Roma antiga, a Justiça era retratada como uma deusa de olhos cobertos, que não enxergava para ser imparcial ao decidir. No Brasil de hoje, a Justiça também se diz cega, mas parece usar a venda para não ver a crise no país. Enquanto os trabalhadores comuns sofrem com demissões e cortes de direitos, o Judiciário quer aumentar o salário de seus servidores em 31,4% neste ano. O plano prevê reajustes até 2017. Em quatro anos, custará R$ 25,7 bilhões ao Tesouro, calcula o Ministério do Planejamento. A bomba ameaça implodir o ajuste fiscal, mas ganhou o apoio militante do presidente do STF, Ricardo Lewandowski. "Nós precisamos sempre [de reajuste]. Quem é que não precisa pagar o supermercado, já que houve um aumento do preço dos produtos?", disse, nesta segunda. Para azar do contribuinte, o ministro não está sozinho na cruzada corporativista. Em setembro passado, seu colega Luiz Fux determinou o pagamento de auxílio-moradia de R$ 4.300 a todos os juízes do país. A benesse foi aplaudida pelo presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini. "Não dá para ir toda hora a Miami comprar terno", afirmou. "O auxílio foi um disfarce para aumentar um pouquinho. E até para fazer com que o juiz fique um pouquinho mais animado, não tenha tanta depressão, tanta síndrome de pânico, tanto AVC." Nesta terça, a Assembleia Legislativa do Rio começou a discutir mais um benefício para os magistrados fluminenses: um "auxílio-educação" de até R$ 2.860 ao mês. Com o sinal verde de Lewandowski, está aberta uma nova corrida por privilégios. * Além das mordomias para os juízes, a única coisa que cresce no país é a coleção de gafes presidenciais. Nesta segunda, Dilma Rousseff chamou o ministro Edinho Araújo (Portos) de Edinho dos Santos. O prefeito de Niterói (RJ), Rodrigo Neves, foi rebatizado de Rodrigues.
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Odebrecht paga R$ 30 milhões para encerrar ação por trabalho degradante
O MPT (Ministério Público do Trabalho) e o Grupo Odebrecht firmaram um acordo de R$ 30 milhões para encerrar uma ação na qual a empresa era acusada de submeter trabalhadores a situação análoga à escravidão. Segundo o inquérito, trabalhadores eram contratados na cidade de Américo Brasiliense (SP) e realizavam trabalho em situação degradante em Angola. As obras nas quais os brasileiros era alocados pertenciam a Biocom, (Companhia de Bioenergia de Angola), empresa angolana da qual eram sócios a Odebrecht Angola, a Sonangol Holdings, vinculada à estatal petrolífera de Angola, e a Damer Industria S.A, companhia privada que tem como sócios dois generais e o vice-presidente de Angola, substituída pela Cochan S.A. O acordo foi firmado no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. Os valores serão pagos em 12 parcelas de R$ 2,5 milhões. O dinheiro será destinado a projetos, iniciativas ou campanhas que se revertam em benefício coletivo. Em 2015, a Odebrecht havia sido condenada pela 2ª Vara do Trabalho de Araraquara a pagar multa de R$ 50 milhões, em ação iniciada no ano anterior. O valor levou a ação à condição de maior da história da Justiça do Trabalho brasileira. OBRAS O inquérito indica que as provas produzidas nas dezenas de reclamações trabalhistas movidas contra a Odebrecht e a Pirâmide Assistência Técnica, prestadora de serviços da Biocom, revelam que os operários envolvidos em montagens industriais trabalhavam em condições análogas às de escravo, relacionadas às instalações sanitárias, áreas de vivência, alimentação e água para beber. Em depoimentos à Justiça, os trabalhadores disseram que os ambientes na obra eram muito sujos e os banheiros, que ficavam distantes do local de trabalho, permaneciam sempre cheios e entupidos. Com isso, eram obrigados a evacuar no mato. Os relatos revelam ainda que a água consumida era salobra e a comida, estragada, afirma o MPT. Outros depoimentos afirmaram que era consumida uma carne vermelha que se imaginava ser bovina. No entanto, a partir de informações do próprio cozinheiro, os trabalhadores descobriram ser carne de jiboia. Dentro da cozinha do refeitório, era comum a presença de baratas e ratos. Resultados de exames médicos de trabalhadores que retornaram de Angola, encaminhados pelo Departamento Municipal de Saúde da Prefeitura de Américo Brasiliense, mostram que vários operários apresentaram febre, dor de cabeça, dor abdominal, diarreia, náuseas, fezes com sangue, emagrecimento, e alguns apresentaram suspeita de febre tifoide. OUTRO LADO Em nota, a Biocom negou as acusações e disse zelar pelo cumprimento estrito da legislação e respeito às pessoas. Segundo a companhia, a premissa para celebração deste acordo foi justamente o fato de que ele não implica em qualquer reconhecimento de prática de trabalho escravo, nem de violação de direitos humanos ou de princípios que regem as relações de trabalho pela empresa. A empresa afirma que, embora nenhuma instituição brasileira, ainda que formalmente convidadas, tenha comparecido às instalações da Biocom para fiscalizá-la, as condições de trabalho na empresa sempre foram fiscalizadas e atestadas positivamente por autoridades angolanas (equivalentes ao Ministério do Trabalho e Emprego). A companhia destaca ser uma das maiores empregadoras de Angola, com aproximadamente 2.100 empregados, sendo 1.940 angolanos, e cumpre rigorosamente a legislação trabalhista vigente.
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Odebrecht paga R$ 30 milhões para encerrar ação por trabalho degradanteO MPT (Ministério Público do Trabalho) e o Grupo Odebrecht firmaram um acordo de R$ 30 milhões para encerrar uma ação na qual a empresa era acusada de submeter trabalhadores a situação análoga à escravidão. Segundo o inquérito, trabalhadores eram contratados na cidade de Américo Brasiliense (SP) e realizavam trabalho em situação degradante em Angola. As obras nas quais os brasileiros era alocados pertenciam a Biocom, (Companhia de Bioenergia de Angola), empresa angolana da qual eram sócios a Odebrecht Angola, a Sonangol Holdings, vinculada à estatal petrolífera de Angola, e a Damer Industria S.A, companhia privada que tem como sócios dois generais e o vice-presidente de Angola, substituída pela Cochan S.A. O acordo foi firmado no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. Os valores serão pagos em 12 parcelas de R$ 2,5 milhões. O dinheiro será destinado a projetos, iniciativas ou campanhas que se revertam em benefício coletivo. Em 2015, a Odebrecht havia sido condenada pela 2ª Vara do Trabalho de Araraquara a pagar multa de R$ 50 milhões, em ação iniciada no ano anterior. O valor levou a ação à condição de maior da história da Justiça do Trabalho brasileira. OBRAS O inquérito indica que as provas produzidas nas dezenas de reclamações trabalhistas movidas contra a Odebrecht e a Pirâmide Assistência Técnica, prestadora de serviços da Biocom, revelam que os operários envolvidos em montagens industriais trabalhavam em condições análogas às de escravo, relacionadas às instalações sanitárias, áreas de vivência, alimentação e água para beber. Em depoimentos à Justiça, os trabalhadores disseram que os ambientes na obra eram muito sujos e os banheiros, que ficavam distantes do local de trabalho, permaneciam sempre cheios e entupidos. Com isso, eram obrigados a evacuar no mato. Os relatos revelam ainda que a água consumida era salobra e a comida, estragada, afirma o MPT. Outros depoimentos afirmaram que era consumida uma carne vermelha que se imaginava ser bovina. No entanto, a partir de informações do próprio cozinheiro, os trabalhadores descobriram ser carne de jiboia. Dentro da cozinha do refeitório, era comum a presença de baratas e ratos. Resultados de exames médicos de trabalhadores que retornaram de Angola, encaminhados pelo Departamento Municipal de Saúde da Prefeitura de Américo Brasiliense, mostram que vários operários apresentaram febre, dor de cabeça, dor abdominal, diarreia, náuseas, fezes com sangue, emagrecimento, e alguns apresentaram suspeita de febre tifoide. OUTRO LADO Em nota, a Biocom negou as acusações e disse zelar pelo cumprimento estrito da legislação e respeito às pessoas. Segundo a companhia, a premissa para celebração deste acordo foi justamente o fato de que ele não implica em qualquer reconhecimento de prática de trabalho escravo, nem de violação de direitos humanos ou de princípios que regem as relações de trabalho pela empresa. A empresa afirma que, embora nenhuma instituição brasileira, ainda que formalmente convidadas, tenha comparecido às instalações da Biocom para fiscalizá-la, as condições de trabalho na empresa sempre foram fiscalizadas e atestadas positivamente por autoridades angolanas (equivalentes ao Ministério do Trabalho e Emprego). A companhia destaca ser uma das maiores empregadoras de Angola, com aproximadamente 2.100 empregados, sendo 1.940 angolanos, e cumpre rigorosamente a legislação trabalhista vigente.
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'Youtubers' conquistam fãs e dinheiro ensinando a jogar Minecraft; assista
Alguns "youtubers" ganham mais que toda a família com o que recebem do site e das propagandas exibidas em seus canais. É o caso do inglês Tom Cassell, 21, o Syndicate, com 8,6 milhões de seguidores. Ele largou escola e trabalho de atendente do McDonalds para se dedicar aos vídeos. O líder é o sueco Felix Kjellberg, 25, o PewDiePie, com 35,3 milhões de inscritos em seu canal. Ele se tornou humorista, faturando mais de R$ 12 milhões por ano, narrando vídeos como paródias de Harry Potter. Alastair Aiken, 21, o Ali-A, produz três vídeos por dia para atender à procura (tem 5,5 milhões de seguidores). Acorda às 14h (em Londres) e trabalha até as 5h do dia seguinte para ficar no fuso horário do seu público, a maioria de americanos. No Brasil, campeões de audiência podem ganhar de R$ 70 mil a R$ 150 mil por mês. Pedro Rezende, 18, criador do Rezendeevil, diz que evita eventos públicos de games em razão do assédio dos fãs. Recentemente, estava em férias em Camboriú (SC) com outros "youtubers", quando cerca de 30 crianças os descobriram por lá e passaram todos os dias na recepção do hotel. Ele, que largou a carreira de jogador de futsal na Itália para se dedicar ao canal, tem até empresário, especializado em astros dos games. Assista abaixo a um dos vídeos sobre Minecraft feitos por Pedro. Minecraft - O INÍCIO! [1] MEU AMÁVEL MUNDO!
folhinha
'Youtubers' conquistam fãs e dinheiro ensinando a jogar Minecraft; assistaAlguns "youtubers" ganham mais que toda a família com o que recebem do site e das propagandas exibidas em seus canais. É o caso do inglês Tom Cassell, 21, o Syndicate, com 8,6 milhões de seguidores. Ele largou escola e trabalho de atendente do McDonalds para se dedicar aos vídeos. O líder é o sueco Felix Kjellberg, 25, o PewDiePie, com 35,3 milhões de inscritos em seu canal. Ele se tornou humorista, faturando mais de R$ 12 milhões por ano, narrando vídeos como paródias de Harry Potter. Alastair Aiken, 21, o Ali-A, produz três vídeos por dia para atender à procura (tem 5,5 milhões de seguidores). Acorda às 14h (em Londres) e trabalha até as 5h do dia seguinte para ficar no fuso horário do seu público, a maioria de americanos. No Brasil, campeões de audiência podem ganhar de R$ 70 mil a R$ 150 mil por mês. Pedro Rezende, 18, criador do Rezendeevil, diz que evita eventos públicos de games em razão do assédio dos fãs. Recentemente, estava em férias em Camboriú (SC) com outros "youtubers", quando cerca de 30 crianças os descobriram por lá e passaram todos os dias na recepção do hotel. Ele, que largou a carreira de jogador de futsal na Itália para se dedicar ao canal, tem até empresário, especializado em astros dos games. Assista abaixo a um dos vídeos sobre Minecraft feitos por Pedro. Minecraft - O INÍCIO! [1] MEU AMÁVEL MUNDO!
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Alalaô: Bloco com marchinha sobre crise da água empolga foliões em Pinheiros
THAIS BILENKY DE SÃO PAULO A primeira hora de apresentação do bloco Jegue Elétrico conseguiu empolgar o público com uma só marchinha e sem sair do lugar, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. "Não quero saber Se o ... Leia post completo no blog
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Alalaô: Bloco com marchinha sobre crise da água empolga foliões em PinheirosTHAIS BILENKY DE SÃO PAULO A primeira hora de apresentação do bloco Jegue Elétrico conseguiu empolgar o público com uma só marchinha e sem sair do lugar, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. "Não quero saber Se o ... Leia post completo no blog
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Médicos que 'fingem que trabalham' têm anuência do poder público
A declaração do ministro da Saúde, Ricardo Barros, de que o médico no SUS deve "parar de fingir que trabalha" provocou a ira da classe médica. Entidades como CFM (Conselho Federal de Medicina), o Cremesp (conselho médico paulista) e associações médicas lançaram inúmeras notas de repúdio. Nas redes sociais, também houve muitas manifestações dos profissionais. Uma delas, de Daniel Sabino, do Distrito Federal, me chamou a atenção por retratar a realidade nua e crua dos médicos que estão na ponta do atendimento do SUS, os de família e de comunidade. Ele diz: - "Senhor ministro da saúde, é verdade. Nós, médicos de família e comunidade, fingimos que trabalhamos quando: Nossas equipes não têm espaço físico adequado para acolher os usuários e realizar escuta qualificada de suas demandas; Não temos carro oficial disponível para realizar os atendimentos domiciliares de pacientes acamados; Não temos laringoscópio caso precisemos intubar de urgência algum paciente; Não temos desfibrilador nem monitor caso alguém tenha um infarto dentro da unidade; Não temos oxigênio para dar suporte a pacientes com crise de asma ou bronquiolite; Nossas enfermeiras não têm consultório para compartilhar os atendimentos e a demanda das equipes com o médico; Quando faltam reagentes no laboratório para os exames do protocolo de seguimento do pré-natal; sem falar em outros tantos necessários para o diagnóstico e acompanhamento de diversas enfermidades; Quando nossas farmácias não disponibilizam os medicamentos que prescrevemos aos doentes sem dinheiro para comprar; Você tem razão, senhor ministro. Graças a vocês, nós fingimos que trabalhamos!" - Não há dúvida de que o ministro errou ao partir para a generalização. Perdeu uma ótima oportunidade de agradecer quem de fato trabalha pelo SUS. Como usuária do sistema em vários momentos da minha vida e tendo pessoas da família usando o SUS com frequência, posso dizer que reúno mais experiências positivas do que negativas em relação aos profissionais que ali atuam. Conheço muitos médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde realmente dedicados, que ganham pouco e trabalham muito sob condições mínimas de estrutura e de assistência. E sofrem com o tratamento indigno que muitos pacientes recebem e com cada perda de chance de cura que se deparam. Mas, sim, é verdade e todo mundo sabe disso que existem os que "fingem que trabalham". Barros perdeu a chance de tratar desse tema com a seriedade que ele merece. O Ministério da Saúde tem dados suficientes sobre essas fraudes e deveria torná-los públicos. É urgente que se aja com rigor em relação aos "médicos fantasmas" e que se valorize os que fazem a diferença no sistema. As entidades médicas, por sua vez, não podem fechar os olhos para essa realidade das fraudes e deveriam combatê-las com vigor. Só por curiosidade, fiz uma rápida pesquisa no "Google" usando as palavras-chaves "médicos fantasmas SUS". Apareceram cerca de 568 mil resultados. Há inúmeras reportagens com denúncias em todo o país ao longo dos últimos anos, o que revela que o assunto é antigo e crônico. Em 30 de julho de 2015, reportagem da Folha mostrou havia investigações sobre médicos fantasmas do SUS em ao menos nove Estados e no Distrito Federal. O "modus operandi" era praticamente o mesmo em todos os lugares: os médicos chegam, batem o ponto na entrada e vão embora. Atendem em clinicas particulares quando deveriam estar em hospitais públicos. Registram mais horas trabalhadas do que as horas que existem em uma semana ou são vistos no exterior no dia em que "bateram ponto". Em muitos casos, com a conivência dos pares e do poder público. As investigações foram conduzidas por órgãos como Tribunais de Contas, Polícia Federal e Ministério Público. Em um dos casos, ocorrido em Jandira, na Grande São Paulo, a Justiça está processando três médicos e bloqueou seus bens. Eles terão que devolver R$ 114 mil referentes aos salários que receberam sem trabalhar. Um deles recebia para trabalhar de segunda a sexta, mas só aparecia na unidade de saúde uma vez por semana. O ex-secretário municipal e o ex-prefeito também estão sendo processados. Esses absurdos só acontecem porque há anuência e cobertura das chefias. Como os salários no SUS são muito baixos e os gestores públicos alegam não poder aumentá-los porque não têm de onde tirar, é comum contratarem médicos já com condição de que eles não precisarão cumprir toda a carga horária. Ninguém se julga desonesto. Para o gestor, muitas vezes é a única forma de conseguir médicos minimamente qualificados para continuar atuando na saúde pública, cronicamente subfinanciada. Para muitos médicos, a única forma de valer a pena trabalhar no SUS. Ou seja, não existe marido traído nessa história. Aliás, tem sim. O paciente, o usuário do SUS, que fica sem o atendimento. Uma das alternativas para resolver esse imbróglio de forma honesta e transparente seria que a gestão pública, além de oferecer salários e condições de trabalho mais decentes no SUS, tivesse contratos mais flexíveis que possibilitassem ao médico ganhar pelas horas que realmente vai se dedicar à saúde pública. Que sejam duas, três ou quatro, mas que sejam horas trabalhadas de fato. Do contrário, o fingimento (ou a improbidade administrativa) continuará de vento em popa.
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Médicos que 'fingem que trabalham' têm anuência do poder públicoA declaração do ministro da Saúde, Ricardo Barros, de que o médico no SUS deve "parar de fingir que trabalha" provocou a ira da classe médica. Entidades como CFM (Conselho Federal de Medicina), o Cremesp (conselho médico paulista) e associações médicas lançaram inúmeras notas de repúdio. Nas redes sociais, também houve muitas manifestações dos profissionais. Uma delas, de Daniel Sabino, do Distrito Federal, me chamou a atenção por retratar a realidade nua e crua dos médicos que estão na ponta do atendimento do SUS, os de família e de comunidade. Ele diz: - "Senhor ministro da saúde, é verdade. Nós, médicos de família e comunidade, fingimos que trabalhamos quando: Nossas equipes não têm espaço físico adequado para acolher os usuários e realizar escuta qualificada de suas demandas; Não temos carro oficial disponível para realizar os atendimentos domiciliares de pacientes acamados; Não temos laringoscópio caso precisemos intubar de urgência algum paciente; Não temos desfibrilador nem monitor caso alguém tenha um infarto dentro da unidade; Não temos oxigênio para dar suporte a pacientes com crise de asma ou bronquiolite; Nossas enfermeiras não têm consultório para compartilhar os atendimentos e a demanda das equipes com o médico; Quando faltam reagentes no laboratório para os exames do protocolo de seguimento do pré-natal; sem falar em outros tantos necessários para o diagnóstico e acompanhamento de diversas enfermidades; Quando nossas farmácias não disponibilizam os medicamentos que prescrevemos aos doentes sem dinheiro para comprar; Você tem razão, senhor ministro. Graças a vocês, nós fingimos que trabalhamos!" - Não há dúvida de que o ministro errou ao partir para a generalização. Perdeu uma ótima oportunidade de agradecer quem de fato trabalha pelo SUS. Como usuária do sistema em vários momentos da minha vida e tendo pessoas da família usando o SUS com frequência, posso dizer que reúno mais experiências positivas do que negativas em relação aos profissionais que ali atuam. Conheço muitos médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde realmente dedicados, que ganham pouco e trabalham muito sob condições mínimas de estrutura e de assistência. E sofrem com o tratamento indigno que muitos pacientes recebem e com cada perda de chance de cura que se deparam. Mas, sim, é verdade e todo mundo sabe disso que existem os que "fingem que trabalham". Barros perdeu a chance de tratar desse tema com a seriedade que ele merece. O Ministério da Saúde tem dados suficientes sobre essas fraudes e deveria torná-los públicos. É urgente que se aja com rigor em relação aos "médicos fantasmas" e que se valorize os que fazem a diferença no sistema. As entidades médicas, por sua vez, não podem fechar os olhos para essa realidade das fraudes e deveriam combatê-las com vigor. Só por curiosidade, fiz uma rápida pesquisa no "Google" usando as palavras-chaves "médicos fantasmas SUS". Apareceram cerca de 568 mil resultados. Há inúmeras reportagens com denúncias em todo o país ao longo dos últimos anos, o que revela que o assunto é antigo e crônico. Em 30 de julho de 2015, reportagem da Folha mostrou havia investigações sobre médicos fantasmas do SUS em ao menos nove Estados e no Distrito Federal. O "modus operandi" era praticamente o mesmo em todos os lugares: os médicos chegam, batem o ponto na entrada e vão embora. Atendem em clinicas particulares quando deveriam estar em hospitais públicos. Registram mais horas trabalhadas do que as horas que existem em uma semana ou são vistos no exterior no dia em que "bateram ponto". Em muitos casos, com a conivência dos pares e do poder público. As investigações foram conduzidas por órgãos como Tribunais de Contas, Polícia Federal e Ministério Público. Em um dos casos, ocorrido em Jandira, na Grande São Paulo, a Justiça está processando três médicos e bloqueou seus bens. Eles terão que devolver R$ 114 mil referentes aos salários que receberam sem trabalhar. Um deles recebia para trabalhar de segunda a sexta, mas só aparecia na unidade de saúde uma vez por semana. O ex-secretário municipal e o ex-prefeito também estão sendo processados. Esses absurdos só acontecem porque há anuência e cobertura das chefias. Como os salários no SUS são muito baixos e os gestores públicos alegam não poder aumentá-los porque não têm de onde tirar, é comum contratarem médicos já com condição de que eles não precisarão cumprir toda a carga horária. Ninguém se julga desonesto. Para o gestor, muitas vezes é a única forma de conseguir médicos minimamente qualificados para continuar atuando na saúde pública, cronicamente subfinanciada. Para muitos médicos, a única forma de valer a pena trabalhar no SUS. Ou seja, não existe marido traído nessa história. Aliás, tem sim. O paciente, o usuário do SUS, que fica sem o atendimento. Uma das alternativas para resolver esse imbróglio de forma honesta e transparente seria que a gestão pública, além de oferecer salários e condições de trabalho mais decentes no SUS, tivesse contratos mais flexíveis que possibilitassem ao médico ganhar pelas horas que realmente vai se dedicar à saúde pública. Que sejam duas, três ou quatro, mas que sejam horas trabalhadas de fato. Do contrário, o fingimento (ou a improbidade administrativa) continuará de vento em popa.
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Conheça as 350 ilhas paradisíacas do Panamá condenadas a desaparecer
Desde que coloquei os pés no Panamá, ouvia sobre San Blas, um arquipélago de mais 350 ilhas no mar do Caribe. Panamenhos recomendavam a viagem, e uma amiga de Nova York que passara um dia de barco por lá disse ter sido a aventura mais empolgante de sua viagem. "Não é como ir a um resort ou algo assim", ela explicou. "É mais uma experiência de Robinson Crusoé: você e as ilhas." Picada pela mosca da curiosidade, comecei a pesquisar o lugar e marquei o traslado de duas horas de carro da Cidade do Panamá até o golfo de San Blas, a cidade costeira em que pegaria meu barco. Logo descobri que não seria exatamente aquele esquema "eu e as ilhas" –na verdade, eu seria hóspede dos Guna, um povo indígena que há séculos as habita. San Blas, conhecida como Guna Yala pelos nativos, submete-se ao controle autônomo dos Guna. A tribo indígena iniciou uma revolução contra o governo panamenho em 1925 e ganhou autonomia sobre a terra, o que lhe permite operar com Constituição e governo próprios. Os Guna habitam menos de cem ilhas do arquipélago, mas protegem todas com um controle rígido sobre o turismo (é preciso levar passaporte mesmo em viagens de um dia) e uso da terra. Isso significa que grandes projetos imobiliários e habitações mais modernas são inexistentes. Quando finalmente botei os pés na ilha, entendi na hora porque o local cativa turistas e nativos. Despontando no horizonte como miragem, cada ilha parecia ter sido lapidada com cuidado na água cristalina azul-turquesa, de praias salpicadas de palmeiras e areia amarela. Não havia construções, só pequenas e humildes cabanas feitas de materiais naturais, o que permitia uma vista sem obstáculos de ilha para ilha. Os turistas perderam a fala e só registravam o momento em suas câmeras. Atracamos numa ilha identificada apenas por uma pequena placa de madeira: Aroma Island. Nosso guia Guna, Eulog'io, falava pouco inglês, mas nos conduzia com gestos de sobra e um sorriso fácil. Entregou-nos snorkels (tudo para mergulho em águas rasas), garrafas d'água e, aos interessados, doses de rum para acompanhar água fresca de coco –o "coco loco" dos Gunas. A ilha Aroma é uma das poucas que permitem a pernoite de viajantes. Não há, porém, nenhum hotel. Turistas podem levar equipamento de camping ou ficar no mesmo tipo de cabana dos nativos, a maioria sem luz e encanamento. E são bem-vindos se quiserem conhecer e jantar com moradores locais, normalmente familiares dos guias. Nossa escala seguinte foi a Dog Island, onde paramos para almoçar. Não havia cardápio, já que a refeição depende da coleta do dia. Demos sorte no menu: peixe grelhado, arroz de coco e melancia. Sem celulares e wi-fi para distrair, o papo fluiu entre os turistas e compartilhamos nossos achados no arquipélago. Para alguns, o melhor era a chance de desconectar e relaxar numa rede, enquanto outros falavam da busca pelo souvenir perfeito daquelas ilhas: um tecido artesanal típico conhecido como mola, cada um decorado por mulheres com cores fortes e desenhos complexos. Satisfeita e aquecida pelo sol, fui atrás da minha própria aventura. No almoço alguém comentara sobre um pequeno navio naufragado perto da costa da ilha. A maré estava baixa e dava para ver de longe a ponta dele. Nadei até lá, e os destroços já estavam tomados pelo oceano, cobertos de alas e corais, cercados de peixes. PROBLEMAS AMBIENTAIS Embora ali houvesse muita vida em torno dos destroços, os Guna são conhecidos pela coleta predatória de corais no entorno das ilhas, prática amplamente denunciada como danosa ao ecossistema. Mas para esses indígenas a extração proporciona matéria-prima natural, como calcário, para uso em construções nas ilhas. Essa exploração, contudo, agrava um cenário que tornou o arquipélago um local vulnerável. Desastres naturais e eventos climáticos extremos registrados nos últimos dez anos na região expuseram a gravidade da questão das mudanças climáticas e da elevação do nível do mar. Segundo o instituto de pesquisa Smithsonian Tropical, braço panamenho da famosa instituição norte-americana, a elevação do mar acelerou no arquipélago nas últimas décadas. O fenômeno, associado ao mau uso dos recursos naturais, levou a altos níveis de erosão costeira –e todas as ilhas correm o risco de submergir nas próximas décadas. MUDANÇA NO HORIZONTE O fato é que os Guna terão que deixar as ilhas. Não é uma questão de "se", mas de "quando". Como não há água potável na maioria delas, a ocupação sempre se concentrou nas ilhas mais próximas da costa, e o aumento da população nesses locais também pressiona a realocação. Grupos ambientalistas interessados na defesa dos corais também defendem a mudança dos moradores para o continente. A ONG Displacement Solutions, que presta assistência a grupos populacionais desalojados por questões climáticas, estimou em um estudo de 2014 que cerca de 28 mil pessoas terão que ser transferidas para o continente. Pesquisadores sugeriram que o processo comece o quanto antes, pois a possibilidade de eventos climáticos extremos coloca os ilhéus sob risco crescente. O governo do Panamá aceitou trabalhar com os moradores nesse processo, mas os nativos estão apreensivos com a mudança. Apenas uma comunidade, Gardi Sugdub, procurou ajuda da gestão para a transferência, mas planos de 2010 para assistência financeira e de habitação ainda não saíram do papel. Os impactos da mudança para a economia e o governo autônomo dos Guna também são uma incógnita, pois os moradores dependem do turismo e da pesca para viver. Discute-se se até se a tribo não deveria ser proibida de acessar as ilhas após a realocação, já que o impacto ambiental prolongado reduz mais ainda as chances de sobrevivência do arquipélago. Deitada na areia após minha natação, era difícil conciliar a animação que vivenciei com o futuro difícil que parece estar à frente daquele paraíso. Vi nativos escalando palmeiras para catar cocos. Perto dali, mãe e filha costurando uma bela camisa na frente de casa. Descendo para o mar, juntei-me a pescadores que inspecionavam a coleta do dia, que incluía o maior peixe que já tinha visto, erguido pelo olho por um orgulhoso pescador. Logo Eulog'io bateu no meu ombro e mostrou que era hora de voltar ao barco e à terra firme. Mas enquanto zarpávamos e as ilhas iam ficando para trás, nosso guia desligou o motor do barco de repente. "Saltem", disse. Trocamos olhares de dúvida entre os passageiros e pulamos. A água limpa e rasa mal disfarçava centenas de estrelas do mar na areia logo abaixo, e todos mergulhamos naquela água quente para olhar aquela maravilha mais de perto. Perceber o conhecimento dos Guna sobre lugares como aquele, no meio do mar e sem nenhuma indicação visível, nos mostrou a conexão daquele povo com San Blas. É a terra pela qual lutaram, transformaram em casa, conheceram cada canto e terão que deixar para trás em breve.
turismo
Conheça as 350 ilhas paradisíacas do Panamá condenadas a desaparecerDesde que coloquei os pés no Panamá, ouvia sobre San Blas, um arquipélago de mais 350 ilhas no mar do Caribe. Panamenhos recomendavam a viagem, e uma amiga de Nova York que passara um dia de barco por lá disse ter sido a aventura mais empolgante de sua viagem. "Não é como ir a um resort ou algo assim", ela explicou. "É mais uma experiência de Robinson Crusoé: você e as ilhas." Picada pela mosca da curiosidade, comecei a pesquisar o lugar e marquei o traslado de duas horas de carro da Cidade do Panamá até o golfo de San Blas, a cidade costeira em que pegaria meu barco. Logo descobri que não seria exatamente aquele esquema "eu e as ilhas" –na verdade, eu seria hóspede dos Guna, um povo indígena que há séculos as habita. San Blas, conhecida como Guna Yala pelos nativos, submete-se ao controle autônomo dos Guna. A tribo indígena iniciou uma revolução contra o governo panamenho em 1925 e ganhou autonomia sobre a terra, o que lhe permite operar com Constituição e governo próprios. Os Guna habitam menos de cem ilhas do arquipélago, mas protegem todas com um controle rígido sobre o turismo (é preciso levar passaporte mesmo em viagens de um dia) e uso da terra. Isso significa que grandes projetos imobiliários e habitações mais modernas são inexistentes. Quando finalmente botei os pés na ilha, entendi na hora porque o local cativa turistas e nativos. Despontando no horizonte como miragem, cada ilha parecia ter sido lapidada com cuidado na água cristalina azul-turquesa, de praias salpicadas de palmeiras e areia amarela. Não havia construções, só pequenas e humildes cabanas feitas de materiais naturais, o que permitia uma vista sem obstáculos de ilha para ilha. Os turistas perderam a fala e só registravam o momento em suas câmeras. Atracamos numa ilha identificada apenas por uma pequena placa de madeira: Aroma Island. Nosso guia Guna, Eulog'io, falava pouco inglês, mas nos conduzia com gestos de sobra e um sorriso fácil. Entregou-nos snorkels (tudo para mergulho em águas rasas), garrafas d'água e, aos interessados, doses de rum para acompanhar água fresca de coco –o "coco loco" dos Gunas. A ilha Aroma é uma das poucas que permitem a pernoite de viajantes. Não há, porém, nenhum hotel. Turistas podem levar equipamento de camping ou ficar no mesmo tipo de cabana dos nativos, a maioria sem luz e encanamento. E são bem-vindos se quiserem conhecer e jantar com moradores locais, normalmente familiares dos guias. Nossa escala seguinte foi a Dog Island, onde paramos para almoçar. Não havia cardápio, já que a refeição depende da coleta do dia. Demos sorte no menu: peixe grelhado, arroz de coco e melancia. Sem celulares e wi-fi para distrair, o papo fluiu entre os turistas e compartilhamos nossos achados no arquipélago. Para alguns, o melhor era a chance de desconectar e relaxar numa rede, enquanto outros falavam da busca pelo souvenir perfeito daquelas ilhas: um tecido artesanal típico conhecido como mola, cada um decorado por mulheres com cores fortes e desenhos complexos. Satisfeita e aquecida pelo sol, fui atrás da minha própria aventura. No almoço alguém comentara sobre um pequeno navio naufragado perto da costa da ilha. A maré estava baixa e dava para ver de longe a ponta dele. Nadei até lá, e os destroços já estavam tomados pelo oceano, cobertos de alas e corais, cercados de peixes. PROBLEMAS AMBIENTAIS Embora ali houvesse muita vida em torno dos destroços, os Guna são conhecidos pela coleta predatória de corais no entorno das ilhas, prática amplamente denunciada como danosa ao ecossistema. Mas para esses indígenas a extração proporciona matéria-prima natural, como calcário, para uso em construções nas ilhas. Essa exploração, contudo, agrava um cenário que tornou o arquipélago um local vulnerável. Desastres naturais e eventos climáticos extremos registrados nos últimos dez anos na região expuseram a gravidade da questão das mudanças climáticas e da elevação do nível do mar. Segundo o instituto de pesquisa Smithsonian Tropical, braço panamenho da famosa instituição norte-americana, a elevação do mar acelerou no arquipélago nas últimas décadas. O fenômeno, associado ao mau uso dos recursos naturais, levou a altos níveis de erosão costeira –e todas as ilhas correm o risco de submergir nas próximas décadas. MUDANÇA NO HORIZONTE O fato é que os Guna terão que deixar as ilhas. Não é uma questão de "se", mas de "quando". Como não há água potável na maioria delas, a ocupação sempre se concentrou nas ilhas mais próximas da costa, e o aumento da população nesses locais também pressiona a realocação. Grupos ambientalistas interessados na defesa dos corais também defendem a mudança dos moradores para o continente. A ONG Displacement Solutions, que presta assistência a grupos populacionais desalojados por questões climáticas, estimou em um estudo de 2014 que cerca de 28 mil pessoas terão que ser transferidas para o continente. Pesquisadores sugeriram que o processo comece o quanto antes, pois a possibilidade de eventos climáticos extremos coloca os ilhéus sob risco crescente. O governo do Panamá aceitou trabalhar com os moradores nesse processo, mas os nativos estão apreensivos com a mudança. Apenas uma comunidade, Gardi Sugdub, procurou ajuda da gestão para a transferência, mas planos de 2010 para assistência financeira e de habitação ainda não saíram do papel. Os impactos da mudança para a economia e o governo autônomo dos Guna também são uma incógnita, pois os moradores dependem do turismo e da pesca para viver. Discute-se se até se a tribo não deveria ser proibida de acessar as ilhas após a realocação, já que o impacto ambiental prolongado reduz mais ainda as chances de sobrevivência do arquipélago. Deitada na areia após minha natação, era difícil conciliar a animação que vivenciei com o futuro difícil que parece estar à frente daquele paraíso. Vi nativos escalando palmeiras para catar cocos. Perto dali, mãe e filha costurando uma bela camisa na frente de casa. Descendo para o mar, juntei-me a pescadores que inspecionavam a coleta do dia, que incluía o maior peixe que já tinha visto, erguido pelo olho por um orgulhoso pescador. Logo Eulog'io bateu no meu ombro e mostrou que era hora de voltar ao barco e à terra firme. Mas enquanto zarpávamos e as ilhas iam ficando para trás, nosso guia desligou o motor do barco de repente. "Saltem", disse. Trocamos olhares de dúvida entre os passageiros e pulamos. A água limpa e rasa mal disfarçava centenas de estrelas do mar na areia logo abaixo, e todos mergulhamos naquela água quente para olhar aquela maravilha mais de perto. Perceber o conhecimento dos Guna sobre lugares como aquele, no meio do mar e sem nenhuma indicação visível, nos mostrou a conexão daquele povo com San Blas. É a terra pela qual lutaram, transformaram em casa, conheceram cada canto e terão que deixar para trás em breve.
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Estreia hoje o novo programa de Gugu Liberato; veja 3 polêmicas que envolveram o apresentador
Estreia nesta quarta (25) o novo programa do apresentador Gugu Liberato, 55, na Record, às 22h30. Gugu havia deixado a emissora em 2013, antes do fim de seu contrato, e ensaiado uma volta ao SBT, mas acabou ficando fora das telas até esta quarta. A emissora divulgou na terça (24) uma imagem de Gugu entrevistando Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão por ter auxiliado no assassinato de seus pais, Manfred e Marísia von Richtofen, em 2002. Segundo a Record, Suzane deve apresentar a mulher, Sandra, com quem se casou na cadeia. O episódio de estreia de "Gugu" terá ainda como convidados o cantor Leonardo, com o filho Zé Felipe, e a cantora Wanessa. Quadro clássico do apresentador, o "Táxi do Gugu", em que o apresentador se fantasia de taxista e leva pessoas para passear pela cidade, trará a Palmirinha como uma das participantes. Gugu já começa o programa com polêmica, como relata a coluna de Keila Jimenez; veja outros bafos que envolveram o apresentador ao longo de sua carreira 1. Falsa entrevista com o PCC A mais séria das polêmicas do apresentador aconteceu em setembro de 2003, quando o "Domingo Legal", do SBT, exibiu o que seria uma entrevista exclusiva com membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital. Nela, uma dupla de homens mascarados fazia ameaças aos jornalistas Marcelo Rezende e Datena, ao padre Marcelo Rossi e ao então vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo. Pouco depois do programa ir ao ar, a própria facção desmentiu que os homens fizessem parte do grupo. Gugu virou alvo de investigações e disse não saber da farsa —segundo ele, teria confiado no relato do repórter Wagner Maffezoli. 2. Comediante Shaolin Depois de um acidente de carro no dia 19 de janeiro de 2011, o humorista Shaolin estava internado em estado grave no Hospital das Clínicas, em São Paulo. O "Programa do Gugu" com base em informação passada em off por um médico, divulgou que Shaolin havia piorado, o que irritou a família do comediante, que então o impediu de falar sobre o estado de saúde do humorista em sua atração. Shaolin, que teve seu contrato renovado pela Record em 2013, ainda se recupera das sequelas do acidente. 3. InstaGugu Gugu também causou furor nas redes sociais ao criar uma conta no Instagram, em 2013. Para segui-lo, basta procurar @guguliberato no aplicativo. Fez sucesso a foto de Gugu sem camisa, segurando um enorme iPad na frente de um espelho.
asmais
Estreia hoje o novo programa de Gugu Liberato; veja 3 polêmicas que envolveram o apresentadorEstreia nesta quarta (25) o novo programa do apresentador Gugu Liberato, 55, na Record, às 22h30. Gugu havia deixado a emissora em 2013, antes do fim de seu contrato, e ensaiado uma volta ao SBT, mas acabou ficando fora das telas até esta quarta. A emissora divulgou na terça (24) uma imagem de Gugu entrevistando Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão por ter auxiliado no assassinato de seus pais, Manfred e Marísia von Richtofen, em 2002. Segundo a Record, Suzane deve apresentar a mulher, Sandra, com quem se casou na cadeia. O episódio de estreia de "Gugu" terá ainda como convidados o cantor Leonardo, com o filho Zé Felipe, e a cantora Wanessa. Quadro clássico do apresentador, o "Táxi do Gugu", em que o apresentador se fantasia de taxista e leva pessoas para passear pela cidade, trará a Palmirinha como uma das participantes. Gugu já começa o programa com polêmica, como relata a coluna de Keila Jimenez; veja outros bafos que envolveram o apresentador ao longo de sua carreira 1. Falsa entrevista com o PCC A mais séria das polêmicas do apresentador aconteceu em setembro de 2003, quando o "Domingo Legal", do SBT, exibiu o que seria uma entrevista exclusiva com membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital. Nela, uma dupla de homens mascarados fazia ameaças aos jornalistas Marcelo Rezende e Datena, ao padre Marcelo Rossi e ao então vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo. Pouco depois do programa ir ao ar, a própria facção desmentiu que os homens fizessem parte do grupo. Gugu virou alvo de investigações e disse não saber da farsa —segundo ele, teria confiado no relato do repórter Wagner Maffezoli. 2. Comediante Shaolin Depois de um acidente de carro no dia 19 de janeiro de 2011, o humorista Shaolin estava internado em estado grave no Hospital das Clínicas, em São Paulo. O "Programa do Gugu" com base em informação passada em off por um médico, divulgou que Shaolin havia piorado, o que irritou a família do comediante, que então o impediu de falar sobre o estado de saúde do humorista em sua atração. Shaolin, que teve seu contrato renovado pela Record em 2013, ainda se recupera das sequelas do acidente. 3. InstaGugu Gugu também causou furor nas redes sociais ao criar uma conta no Instagram, em 2013. Para segui-lo, basta procurar @guguliberato no aplicativo. Fez sucesso a foto de Gugu sem camisa, segurando um enorme iPad na frente de um espelho.
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Tite diz que Corinthians ganhou porque respeitou o adversário
Após a vitória apertada do Corinthians sobre o Cobresal, do Chile, nesta quarta-feira (17), o técnico Tite fez uma série de elogios ao adversário. Para o comandante corintiano, o triunfo na estreia pela Libertadores veio em razão da postura respeitosa que a sua equipe adotou no deserto do Atacama. "Tivemos dificuldade na troca de passes, que é a característica da nossa equipe. Com as mexidas, [o time] conseguiu melhorar as triangulações. Tivemos a condição de controlar e criar talvez as melhores oportunidades. Foi pelo respeito que tivemos que conseguimos vencer", afirmou. Ele também citou as dificuldades causadas pela altitude de 2.300 metros da cidade de El Salvador para enaltecer o resultado obtido. Repetindo o discurso que tem sido recorrente nesse início de temporada, Tite voltou a lembrar que o time está em formação após perder seis titulares. "É processo de formação de equipe, que tem muita margem para acrescentar", disse.
esporte
Tite diz que Corinthians ganhou porque respeitou o adversárioApós a vitória apertada do Corinthians sobre o Cobresal, do Chile, nesta quarta-feira (17), o técnico Tite fez uma série de elogios ao adversário. Para o comandante corintiano, o triunfo na estreia pela Libertadores veio em razão da postura respeitosa que a sua equipe adotou no deserto do Atacama. "Tivemos dificuldade na troca de passes, que é a característica da nossa equipe. Com as mexidas, [o time] conseguiu melhorar as triangulações. Tivemos a condição de controlar e criar talvez as melhores oportunidades. Foi pelo respeito que tivemos que conseguimos vencer", afirmou. Ele também citou as dificuldades causadas pela altitude de 2.300 metros da cidade de El Salvador para enaltecer o resultado obtido. Repetindo o discurso que tem sido recorrente nesse início de temporada, Tite voltou a lembrar que o time está em formação após perder seis titulares. "É processo de formação de equipe, que tem muita margem para acrescentar", disse.
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Teatro é como mosteiro, diz Lucélia Santos, que estreia peça sobre santa
Lucélia Santos compara o teatro a uma espécie de mosteiro, um refúgio para os tempos polarizados e conturbados que vivemos hoje. "Neste momento de caos existencial, acho preciosíssimo que as pessoas entrem de alguma forma em contato com a espiritualidade, e acho que a arte é um portal", diz ela. Não por acaso, a atriz recria quase de forma literal o seu mosteiro em "Teresinha - Vida e Morte de Santa Teresa D'Ávila", que ela estreia nesta semana em São Paulo após uma temporada no Rio. O monólogo, concebido e dirigido por Bruno Siniscalchi, foi escrito por André Sant'Anna a partir de escritos biográficos de santa Teresa –além de algumas citações da freira francesa Teresa de Lisieux (1873-97) e do frade espanhol João da Cruz (1542-91). Conhecida por descrever manifestações físicas, de êxtase, de seus encontros com Deus (o que acabou sendo interpretado por muitos como erotismo e heresia), Teresa D'Ávila, como ficou conhecida a espanhola Teresa Sánchez de Cepeda y Ahumada (1515-1582), tinha um relacionamento mítico e meditativo com a religião –levitações estravam entre seus relatos. "Ela tinha visões, sinais de grandes frequências, ela não estava no plano comum dos mortais", comenta Lucélia. "Teresa fala que [a espiritualidade] só se realiza no retiro total, na presença de Deus." Em cena, a atriz, na pele da santa espanhola, interpreta os textos meditativos e os questionamentos religiosos. O palco é todo coberto de terra, e Lucélia "desenterra" dali os livros, cadernos e rosários que utiliza no monólogo. Aos poucos, limpa-se com água, mas o líquido se mistura à terra, criando uma lama que borra a figura de Teresa. * TERESINHA - VIDA E MORTE DE SANTA TERESA D'ÁVILA QUANDO sex., às 21h, sáb., às 20h, dom., às 18h; até 17/9 ONDE Sesc Santo Amaro - teatro, r. Amador Bueno, 505, tel. (11) 5541-4000 QUANTO R$ 12 a R$ 40 CLASSIFICAÇÃO 16 anos
ilustrada
Teatro é como mosteiro, diz Lucélia Santos, que estreia peça sobre santaLucélia Santos compara o teatro a uma espécie de mosteiro, um refúgio para os tempos polarizados e conturbados que vivemos hoje. "Neste momento de caos existencial, acho preciosíssimo que as pessoas entrem de alguma forma em contato com a espiritualidade, e acho que a arte é um portal", diz ela. Não por acaso, a atriz recria quase de forma literal o seu mosteiro em "Teresinha - Vida e Morte de Santa Teresa D'Ávila", que ela estreia nesta semana em São Paulo após uma temporada no Rio. O monólogo, concebido e dirigido por Bruno Siniscalchi, foi escrito por André Sant'Anna a partir de escritos biográficos de santa Teresa –além de algumas citações da freira francesa Teresa de Lisieux (1873-97) e do frade espanhol João da Cruz (1542-91). Conhecida por descrever manifestações físicas, de êxtase, de seus encontros com Deus (o que acabou sendo interpretado por muitos como erotismo e heresia), Teresa D'Ávila, como ficou conhecida a espanhola Teresa Sánchez de Cepeda y Ahumada (1515-1582), tinha um relacionamento mítico e meditativo com a religião –levitações estravam entre seus relatos. "Ela tinha visões, sinais de grandes frequências, ela não estava no plano comum dos mortais", comenta Lucélia. "Teresa fala que [a espiritualidade] só se realiza no retiro total, na presença de Deus." Em cena, a atriz, na pele da santa espanhola, interpreta os textos meditativos e os questionamentos religiosos. O palco é todo coberto de terra, e Lucélia "desenterra" dali os livros, cadernos e rosários que utiliza no monólogo. Aos poucos, limpa-se com água, mas o líquido se mistura à terra, criando uma lama que borra a figura de Teresa. * TERESINHA - VIDA E MORTE DE SANTA TERESA D'ÁVILA QUANDO sex., às 21h, sáb., às 20h, dom., às 18h; até 17/9 ONDE Sesc Santo Amaro - teatro, r. Amador Bueno, 505, tel. (11) 5541-4000 QUANTO R$ 12 a R$ 40 CLASSIFICAÇÃO 16 anos
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Vendo a situação das penitenciárias lembrei-me de 'O Alienista', diz leitor
PRISÕES BRASILEIRAS A coluna de Hélio Schwartsman faz uma análise primorosa da crise nas prisões e precisa ser lida por todos que têm alguma responsabilidade. Traz um diagnóstico bastante claro e apresenta verdades que as autoridades ou não querem ver, ou não têm coragem de enfrentar. Encarcerar menos, lidar melhor com o problema das drogas e substituir mais as penas de prisão são o único caminho. EDUARDO MUYLAERT, advogado (São Paulo, SP) * Ótima a coluna de Hélio Schwartsman, mas as possíveis "soluções" por ele apontadas já existem na legislação vigente: ninguém pode ser preso pelo uso de drogas, e a substituição da pena privativa de liberdade é aplicada em larga escala no cotidiano forense. JULIANO NANUNCIO, juiz (Londrina, PR) * Vendo o que ocorre nas penitenciárias lembrei-me do conto "O Alienista", do escritor Machado de Assis, que representa uma distorção do poder quando loucos assumem o controle de asilo e expulsam os enfermeiros. A história se repete, não como farsa, mas como tragédia. ARSONVAL MAZZUCCO MUNIZ (São Paulo, SP) * É fantasiosa a tese de que transferência de presos, feita há quase 20 anos, tenha provocado uma crise carcerária nacional. SP é o único Estado do país que conta com Regime Disciplinar Diferenciado e foi a quem o Ministério da Justiça recorreu para abrigar o detento Fernandinho Beira-Mar. O governo do Estado investe em construção de presídios, monitora o sistema carcerário e, sempre que necessário, adota medidas preventivas e repressivas cabíveis. Transferir detentos é uma medida utilizada, com respaldo do Judiciário, para gerir riscos. MARIANA BORGES, assessora de imprensa da Secretaria da Administração Penitenciária (São Paulo, SP) - DONALD TRUMP Todos os dias são publicados artigos demonizando o presidente eleito do EUA, Donald Trump. Uns com fundamentos, outros por pura intuição ou sensacionalismo. Será que essas pessoas terão a humildade de pedir desculpas se, após quatro anos, ele tiver feito um bom governo? MELCHIOR MOSER (Timbó, SC) - EDITORIAL O editorial "Vantagens demais" lembra o apetite dos legisladores em morder fatias do Orçamento, aumentando a extensa lista de benefícios que já possuem. Em nossa República democrática às avessas, diminuem-se gastos sociais em vez de limitar as benesses. O problema não são as reformas, que são necessárias para adequar gastos, mas a manutenção de uma classe monárquica envolta nas Casas Legislativas, palácios governamentais e Tribunais de Justiça. RENE SAMPAR (Curitiba, PR) - PICHAÇÕES Sugiro ao prefeito João Doria que, após identificar os pichadores (não os verdadeiros artistas de rua), solicite à Justiça para condená-los a limpar a sujeira provocada por eles. Com uma crise desse tamanho, não é justo utilizar dinheiro do contribuinte para a limpeza. Até quando vamos gastar verba pública para limpar a sujeira que esses desocupados fazem? NILZA PEREIRA RUBO (São Paulo, SP) * Em resposta ao leitor Luciano Harary, o ex-prefeito Fernando Haddad, de forma inteligente, incentivou a grafitagem, inibindo a pichação. João Doria, ao contrário, declarou guerra. Com essa atitude contraproducente, ele só incentivará os pichadores, que já iniciaram a sua reação. Não por acaso, o famoso grafiteiro Kobra não só desmentiu Doria como afirmou ser totalmente contra a sua política policial. WILSON HADDAD (São Paulo, SP) - GUILHERME BOULOS Todos sabem que reintegração de posse é uma decisão judicial, e que a Polícia Militar tem como função garantir a segurança do oficial de Justiça no cumprimento da mesma. Sempre que isso ocorre, "líderes" como Guilherme Boulos e outros parlamentares petistas aparecem, incitam invasores a resistir e a entrar em conflito. Isso para depois acusarem o governo de São Paulo e a polícia de repressão. Aí vão à imprensa e fazem pose de vítimas. WELBI MAIA BRITO (São Paulo, SP) * O triste desses movimentos é a ausência de líderes naturais. Assim, eles são preenchidos por líderes com interesses pessoais. Movimentos reivindicativos, democraticamente legítimos, são abraçados e encampados por espertalhões. LUIZ HENRIQUE OLIVEIRA SAMPAIO (Osasco, SP) * Ares fascistas. A tentativa de calar a voz dos movimentos sociais esparrama-se pelo país feito vírus. A desigualdade, como no direito à moradia, grita. Há os ricos de Davos (Suíça) e os de cá. Aos que querem empurrar com a barriga dos privilégios as desigualdades no Brasil alia-se o ódio e a entrega da questão social para a polícia. É preciso zelar pelas pétalas dos direitos em tempos brutos. SÉRGIO JOSÉ CUSTÓDIO, coordenador do MSU (Movimento dos Sem Universidade) (São Paulo, SP) - ANIMAIS ABANDONADOS Na coluna "Bichos" da revista "sãopaulo", a colunista Sílvia Corrêa, de quem sou fã, comenta sobre mais um caso de recusa de banho em animais de rua por pet shop da cidade. Entendo e concordo com os argumentos, porém a dificuldade que envolve o resgate de animais é tanta, que a recusa de um banho torna-se a gota d' água para fazer transbordar o oceano de dor, mágoas e frustrações de protetores comprometidos com o que realizam. Precisa sim existir um plano B, um horário diferenciado talvez, mas recusar esse alento jamais. DENISE MACHADO, advogada (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Vendo a situação das penitenciárias lembrei-me de 'O Alienista', diz leitorPRISÕES BRASILEIRAS A coluna de Hélio Schwartsman faz uma análise primorosa da crise nas prisões e precisa ser lida por todos que têm alguma responsabilidade. Traz um diagnóstico bastante claro e apresenta verdades que as autoridades ou não querem ver, ou não têm coragem de enfrentar. Encarcerar menos, lidar melhor com o problema das drogas e substituir mais as penas de prisão são o único caminho. EDUARDO MUYLAERT, advogado (São Paulo, SP) * Ótima a coluna de Hélio Schwartsman, mas as possíveis "soluções" por ele apontadas já existem na legislação vigente: ninguém pode ser preso pelo uso de drogas, e a substituição da pena privativa de liberdade é aplicada em larga escala no cotidiano forense. JULIANO NANUNCIO, juiz (Londrina, PR) * Vendo o que ocorre nas penitenciárias lembrei-me do conto "O Alienista", do escritor Machado de Assis, que representa uma distorção do poder quando loucos assumem o controle de asilo e expulsam os enfermeiros. A história se repete, não como farsa, mas como tragédia. ARSONVAL MAZZUCCO MUNIZ (São Paulo, SP) * É fantasiosa a tese de que transferência de presos, feita há quase 20 anos, tenha provocado uma crise carcerária nacional. SP é o único Estado do país que conta com Regime Disciplinar Diferenciado e foi a quem o Ministério da Justiça recorreu para abrigar o detento Fernandinho Beira-Mar. O governo do Estado investe em construção de presídios, monitora o sistema carcerário e, sempre que necessário, adota medidas preventivas e repressivas cabíveis. Transferir detentos é uma medida utilizada, com respaldo do Judiciário, para gerir riscos. MARIANA BORGES, assessora de imprensa da Secretaria da Administração Penitenciária (São Paulo, SP) - DONALD TRUMP Todos os dias são publicados artigos demonizando o presidente eleito do EUA, Donald Trump. Uns com fundamentos, outros por pura intuição ou sensacionalismo. Será que essas pessoas terão a humildade de pedir desculpas se, após quatro anos, ele tiver feito um bom governo? MELCHIOR MOSER (Timbó, SC) - EDITORIAL O editorial "Vantagens demais" lembra o apetite dos legisladores em morder fatias do Orçamento, aumentando a extensa lista de benefícios que já possuem. Em nossa República democrática às avessas, diminuem-se gastos sociais em vez de limitar as benesses. O problema não são as reformas, que são necessárias para adequar gastos, mas a manutenção de uma classe monárquica envolta nas Casas Legislativas, palácios governamentais e Tribunais de Justiça. RENE SAMPAR (Curitiba, PR) - PICHAÇÕES Sugiro ao prefeito João Doria que, após identificar os pichadores (não os verdadeiros artistas de rua), solicite à Justiça para condená-los a limpar a sujeira provocada por eles. Com uma crise desse tamanho, não é justo utilizar dinheiro do contribuinte para a limpeza. Até quando vamos gastar verba pública para limpar a sujeira que esses desocupados fazem? NILZA PEREIRA RUBO (São Paulo, SP) * Em resposta ao leitor Luciano Harary, o ex-prefeito Fernando Haddad, de forma inteligente, incentivou a grafitagem, inibindo a pichação. João Doria, ao contrário, declarou guerra. Com essa atitude contraproducente, ele só incentivará os pichadores, que já iniciaram a sua reação. Não por acaso, o famoso grafiteiro Kobra não só desmentiu Doria como afirmou ser totalmente contra a sua política policial. WILSON HADDAD (São Paulo, SP) - GUILHERME BOULOS Todos sabem que reintegração de posse é uma decisão judicial, e que a Polícia Militar tem como função garantir a segurança do oficial de Justiça no cumprimento da mesma. Sempre que isso ocorre, "líderes" como Guilherme Boulos e outros parlamentares petistas aparecem, incitam invasores a resistir e a entrar em conflito. Isso para depois acusarem o governo de São Paulo e a polícia de repressão. Aí vão à imprensa e fazem pose de vítimas. WELBI MAIA BRITO (São Paulo, SP) * O triste desses movimentos é a ausência de líderes naturais. Assim, eles são preenchidos por líderes com interesses pessoais. Movimentos reivindicativos, democraticamente legítimos, são abraçados e encampados por espertalhões. LUIZ HENRIQUE OLIVEIRA SAMPAIO (Osasco, SP) * Ares fascistas. A tentativa de calar a voz dos movimentos sociais esparrama-se pelo país feito vírus. A desigualdade, como no direito à moradia, grita. Há os ricos de Davos (Suíça) e os de cá. Aos que querem empurrar com a barriga dos privilégios as desigualdades no Brasil alia-se o ódio e a entrega da questão social para a polícia. É preciso zelar pelas pétalas dos direitos em tempos brutos. SÉRGIO JOSÉ CUSTÓDIO, coordenador do MSU (Movimento dos Sem Universidade) (São Paulo, SP) - ANIMAIS ABANDONADOS Na coluna "Bichos" da revista "sãopaulo", a colunista Sílvia Corrêa, de quem sou fã, comenta sobre mais um caso de recusa de banho em animais de rua por pet shop da cidade. Entendo e concordo com os argumentos, porém a dificuldade que envolve o resgate de animais é tanta, que a recusa de um banho torna-se a gota d' água para fazer transbordar o oceano de dor, mágoas e frustrações de protetores comprometidos com o que realizam. Precisa sim existir um plano B, um horário diferenciado talvez, mas recusar esse alento jamais. DENISE MACHADO, advogada (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Cantora trollada por 'gordura' durante gravidez enfrenta abusador online em programa
Quando a cantora pop britânica Frankie Bridge engravidou pela primeira vez, sentiu na pele a ação de 'trolladores', internautas que aproveitam do anonimato online para abusar de terceiros. Diziam que ela estava "gorda" e que havia "perdido a mão". "Isso realmente me empurrou para baixo, era algo que eu já sabia. E o momento em que alguém chama atenção para isso só te empurra para baixo, ainda mais", disse a cantora da banda The Saturdays à BBC. O que leva alguém a "trollar" pessoas que sequer conhece na internet? Frankie encontrou-se com um abusador online para saber as razões deste comportamento. Por questões legais, ele não pôde ser identificado. Clique para assistir ao vídeo
bbc
Cantora trollada por 'gordura' durante gravidez enfrenta abusador online em programaQuando a cantora pop britânica Frankie Bridge engravidou pela primeira vez, sentiu na pele a ação de 'trolladores', internautas que aproveitam do anonimato online para abusar de terceiros. Diziam que ela estava "gorda" e que havia "perdido a mão". "Isso realmente me empurrou para baixo, era algo que eu já sabia. E o momento em que alguém chama atenção para isso só te empurra para baixo, ainda mais", disse a cantora da banda The Saturdays à BBC. O que leva alguém a "trollar" pessoas que sequer conhece na internet? Frankie encontrou-se com um abusador online para saber as razões deste comportamento. Por questões legais, ele não pôde ser identificado. Clique para assistir ao vídeo
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Governo do RN pedirá mais homens da Força Nacional após novas rebeliões
O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, afirmou nesta segunda-feira (16) que pedirá o envio de mais agentes da Força Nacional para ajudar o Estado a controlar a crise em seu sistema prisional. No domingo (15), foram contabilizadas 26 mortes na Penitenciária de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal (RN) por conta de uma disputa entre facções. Nesta segunda (16), houve um novo motim, e uma das alas do presídio continuava sob controle dos presos no início da noite, apesar de a polícia já ter entrado no prédio. Nas redes sociais, o governador afirmou que vai se reunir com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, nesta terça-feira (17), em Brasília, e também solicitará uma audiência com o presidente, Michel Temer, para discutir o problema, que atinge outros Estados. Desde o início do ano, já são 134 mortes em presídios. A rebelião em Alcaçuz foi motivada por uma briga nos pavilhões 4 e 5 do presídio envolvendo as facções PCC (Primeiro Comando da Capital) e Sindicato do Crime. Segundo o governo, todos os mortos são ligados ao Sindicato do Crime. Houve uma invasão de um pavilhão por presos inimigos, o que deu início ao motim. O trabalho de identificação dos corpos deve seguir por 30 dias, diz o governo –em Roraima, onde um motim deixou 33 mortos no dia 6, o governo demorou pouco mais de um dia para divulgar uma lista com os nomes de 31 vítimas. Dois dos presos mortos no Rio Grande do Norte foram carbonizados e todos os outros foram decapitados. Segundo o diretor do Itep (Instituto Técnico Científico de Perícia), Marcos Brandão, não há marcas aparentes de perfuração por balas nos corpos, apenas por instrumentos cortantes –ainda é preciso fazer necropsia nos corpos para identificar as causas de morte. Agentes encontraram dentro do presídio uma pistola caseira, de um cano feita manualmente, e granadas não letais, que não foram usadas, segundo o governo.
cotidiano
Governo do RN pedirá mais homens da Força Nacional após novas rebeliõesO governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, afirmou nesta segunda-feira (16) que pedirá o envio de mais agentes da Força Nacional para ajudar o Estado a controlar a crise em seu sistema prisional. No domingo (15), foram contabilizadas 26 mortes na Penitenciária de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal (RN) por conta de uma disputa entre facções. Nesta segunda (16), houve um novo motim, e uma das alas do presídio continuava sob controle dos presos no início da noite, apesar de a polícia já ter entrado no prédio. Nas redes sociais, o governador afirmou que vai se reunir com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, nesta terça-feira (17), em Brasília, e também solicitará uma audiência com o presidente, Michel Temer, para discutir o problema, que atinge outros Estados. Desde o início do ano, já são 134 mortes em presídios. A rebelião em Alcaçuz foi motivada por uma briga nos pavilhões 4 e 5 do presídio envolvendo as facções PCC (Primeiro Comando da Capital) e Sindicato do Crime. Segundo o governo, todos os mortos são ligados ao Sindicato do Crime. Houve uma invasão de um pavilhão por presos inimigos, o que deu início ao motim. O trabalho de identificação dos corpos deve seguir por 30 dias, diz o governo –em Roraima, onde um motim deixou 33 mortos no dia 6, o governo demorou pouco mais de um dia para divulgar uma lista com os nomes de 31 vítimas. Dois dos presos mortos no Rio Grande do Norte foram carbonizados e todos os outros foram decapitados. Segundo o diretor do Itep (Instituto Técnico Científico de Perícia), Marcos Brandão, não há marcas aparentes de perfuração por balas nos corpos, apenas por instrumentos cortantes –ainda é preciso fazer necropsia nos corpos para identificar as causas de morte. Agentes encontraram dentro do presídio uma pistola caseira, de um cano feita manualmente, e granadas não letais, que não foram usadas, segundo o governo.
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Verizon pode comprar Yahoo! por US$ 300 mi a menos do que valor inicial
O Yahoo! está perto de um acordo que reduziria o preço de venda de suas operações principais de internet à Verizon em cerca de US$ 300 milhões, disse uma pessoa informada sobre o assunto nesta quarta-feira (15). O acordo original, anunciado no ano passado, previa preço de US$ 4,8 bilhões. Se concluído, o acordo revisado ajudaria o Yahoo! a enfim deixar para trás as questões sobre o destino da transação, depois que a problemática companhia de internet revelou ataques de hackers que afetaram centenas de milhões de contas de e-mail. Desde então, os executivos da Verizon estão negociando vigorosamente, em público e em particular, pela redução do preço, argumentando que as revelações podem ter efeito concreto sobre a transação. Sob os termos revisados, as duas empresas devem compartilhar da responsabilidade judicial e custos das violações de dados, disse a pessoa informada sobre as negociações. Para o Yahoo, concluir um acordo revisado permitiria que a empresa avançasse no prolongado processo de venda, que se desenrolou aos olhos do público. A empresa, uma das pioneiras da Internet, por fim decidiu vender as suas operações na Web —que incluem seus serviços de e-mail, o Yahoo Finance e sua área de esportes, todos ainda populares—, depois de anos de insatisfação dos investidores sob uma sucessão de presidentes-executivos, a última dos quais foi Marissa Mayer. As ações do Yahoo mostravam 1,3% de alta na metade do pregão desta quarta-feira. Quando a venda das operações de internet do Yahoo! for concluída, a porção restante da empresa adotará o nome Altaba e deterá investimentos na gigante chinesa do comércio eletrônico Alibaba, bem como no Yahoo Japan, e também terá o controle de uma pequena carteira de patentes. A Bloomberg reportou inicialmente o avanço da renegociação. Tradução de PAULO MIGLIACCI
mercado
Verizon pode comprar Yahoo! por US$ 300 mi a menos do que valor inicialO Yahoo! está perto de um acordo que reduziria o preço de venda de suas operações principais de internet à Verizon em cerca de US$ 300 milhões, disse uma pessoa informada sobre o assunto nesta quarta-feira (15). O acordo original, anunciado no ano passado, previa preço de US$ 4,8 bilhões. Se concluído, o acordo revisado ajudaria o Yahoo! a enfim deixar para trás as questões sobre o destino da transação, depois que a problemática companhia de internet revelou ataques de hackers que afetaram centenas de milhões de contas de e-mail. Desde então, os executivos da Verizon estão negociando vigorosamente, em público e em particular, pela redução do preço, argumentando que as revelações podem ter efeito concreto sobre a transação. Sob os termos revisados, as duas empresas devem compartilhar da responsabilidade judicial e custos das violações de dados, disse a pessoa informada sobre as negociações. Para o Yahoo, concluir um acordo revisado permitiria que a empresa avançasse no prolongado processo de venda, que se desenrolou aos olhos do público. A empresa, uma das pioneiras da Internet, por fim decidiu vender as suas operações na Web —que incluem seus serviços de e-mail, o Yahoo Finance e sua área de esportes, todos ainda populares—, depois de anos de insatisfação dos investidores sob uma sucessão de presidentes-executivos, a última dos quais foi Marissa Mayer. As ações do Yahoo mostravam 1,3% de alta na metade do pregão desta quarta-feira. Quando a venda das operações de internet do Yahoo! for concluída, a porção restante da empresa adotará o nome Altaba e deterá investimentos na gigante chinesa do comércio eletrônico Alibaba, bem como no Yahoo Japan, e também terá o controle de uma pequena carteira de patentes. A Bloomberg reportou inicialmente o avanço da renegociação. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Dívida externa privada pode elevar pressão sobre o dólar em 2015
O excesso de recursos disponíveis no mercado financeiro global após a crise de 2008 levou a um boom de endividamento do setor privado brasileiro no exterior. A dívida externa de bancos e empresas privados do país dobrou entre o terceiro trimestre de 2009 e o mesmo período de 2014, atingindo US$ 208 bilhões, maior valor da série do Banco Central, iniciada em 1989. A explosão de endividamento foi facilitada pelos juros baixos praticados em países desenvolvidos. O Brasil não foi o único mercado emergente a pegar carona nessas circunstâncias, que ajudaram a financiar a expansão de empréstimos domésticos por parte dos bancos que atuam no país e a internacionalização de empresas nacionais. Agora, porém, o volume elevado de dívidas nos mercados emergentes tem preocupado. Isso porque há a expectativa de que o Banco Central americano comece a subir juros nos próximos meses, o que pode levar investidores a retirar dinheiro desses países para aplicar nos EUA. DESVALORIZAÇÃO Segundo o Banco Central, apenas 16,8% das empresas brasileiras com dívida em moeda estrangeira não possuem nenhum tipo de proteção contra uma desvalorização do câmbio (hedge). Outras 16% contam com um tipo de hedge considerado imperfeito. Isso porque o que as protegeria de uma desvalorização são ativos do grupo econômico do qual fazem parte no exterior. Mas é difícil saber se esses ativos poderiam ser facilmente convertidos em recursos caso um socorro seja necessário. Mesmo que a fatia de empresas desprotegidas seja, de fato, pequena, os elevados vencimentos de parcelas da dívida externa neste ano podem causas pressão extra sobre o real. O volume de amortizações a serem pagas em 2015 é recorde: US$ 102,5 bilhões, incluindo dívidas de curto e longo prazos. Quase 90% desses vencimentos (US$ 89,7 bilhões) são do setor privado. "Esse volume alto de amortizações pode colocar pressão extra sobre o câmbio", diz Caio Megale, economista do Itaú Unibanco. Para Carlos Caicedo, analista de Brasil da consultoria IHS, as empresas brasileiras tiveram tempo para se preparar para o cenário de real mais fraco, que já era previsto. Mas ele ressalta que sua situação pode se complicar caso o governo perca o grau de investimento, o que aumentaria o custo de rolar as dívidas contraídas. "HOT MONEY" O BIS (espécie de Banco Central dos BCs) vem apontando os riscos associados às diversas formas de endividamento externo que ganharam força. No caso do Brasil, além de pegar dinheiro emprestado e emitir títulos de dívida em moeda estrangeira, as empresas apelaram para outros tipos de financiamento, como os chamados empréstimos intracompanhias (que não são incluídos na estatística da dívida externa do país). Os recursos enviados por filiais de empresas brasileiras no exterior para suas matrizes aqui, que somavam valores irrisórios até meados da última década, começaram a aumentar em 2007 e dispararam nos últimos três anos. Em 2014, atingiram a cifra recorde de US$ 27,8 bilhões. Empréstimos de matrizes no exterior para suas filiais no Brasil também tiveram forte expansão, atingindo seu valor mais alto em 2014: US$ 36,1 bilhões. Em relatório de dezembro de 2014, o BIS citou o Brasil, a China e a Rússia como exemplos de emergentes onde esse tipo de financiamento disparou. Segundo a instituição, é possível que parte desses recursos não tenha como destino o setor produtivo, mas aplicações financeiras. Se for o caso, diz o BIS, esses empréstimos são, na verdade, "hot money", "que pode ser retirado do país da noite para o dia". No caso do Brasil, se esse risco se materializar, aumentaria a pressão sobre o real.
mercado
Dívida externa privada pode elevar pressão sobre o dólar em 2015O excesso de recursos disponíveis no mercado financeiro global após a crise de 2008 levou a um boom de endividamento do setor privado brasileiro no exterior. A dívida externa de bancos e empresas privados do país dobrou entre o terceiro trimestre de 2009 e o mesmo período de 2014, atingindo US$ 208 bilhões, maior valor da série do Banco Central, iniciada em 1989. A explosão de endividamento foi facilitada pelos juros baixos praticados em países desenvolvidos. O Brasil não foi o único mercado emergente a pegar carona nessas circunstâncias, que ajudaram a financiar a expansão de empréstimos domésticos por parte dos bancos que atuam no país e a internacionalização de empresas nacionais. Agora, porém, o volume elevado de dívidas nos mercados emergentes tem preocupado. Isso porque há a expectativa de que o Banco Central americano comece a subir juros nos próximos meses, o que pode levar investidores a retirar dinheiro desses países para aplicar nos EUA. DESVALORIZAÇÃO Segundo o Banco Central, apenas 16,8% das empresas brasileiras com dívida em moeda estrangeira não possuem nenhum tipo de proteção contra uma desvalorização do câmbio (hedge). Outras 16% contam com um tipo de hedge considerado imperfeito. Isso porque o que as protegeria de uma desvalorização são ativos do grupo econômico do qual fazem parte no exterior. Mas é difícil saber se esses ativos poderiam ser facilmente convertidos em recursos caso um socorro seja necessário. Mesmo que a fatia de empresas desprotegidas seja, de fato, pequena, os elevados vencimentos de parcelas da dívida externa neste ano podem causas pressão extra sobre o real. O volume de amortizações a serem pagas em 2015 é recorde: US$ 102,5 bilhões, incluindo dívidas de curto e longo prazos. Quase 90% desses vencimentos (US$ 89,7 bilhões) são do setor privado. "Esse volume alto de amortizações pode colocar pressão extra sobre o câmbio", diz Caio Megale, economista do Itaú Unibanco. Para Carlos Caicedo, analista de Brasil da consultoria IHS, as empresas brasileiras tiveram tempo para se preparar para o cenário de real mais fraco, que já era previsto. Mas ele ressalta que sua situação pode se complicar caso o governo perca o grau de investimento, o que aumentaria o custo de rolar as dívidas contraídas. "HOT MONEY" O BIS (espécie de Banco Central dos BCs) vem apontando os riscos associados às diversas formas de endividamento externo que ganharam força. No caso do Brasil, além de pegar dinheiro emprestado e emitir títulos de dívida em moeda estrangeira, as empresas apelaram para outros tipos de financiamento, como os chamados empréstimos intracompanhias (que não são incluídos na estatística da dívida externa do país). Os recursos enviados por filiais de empresas brasileiras no exterior para suas matrizes aqui, que somavam valores irrisórios até meados da última década, começaram a aumentar em 2007 e dispararam nos últimos três anos. Em 2014, atingiram a cifra recorde de US$ 27,8 bilhões. Empréstimos de matrizes no exterior para suas filiais no Brasil também tiveram forte expansão, atingindo seu valor mais alto em 2014: US$ 36,1 bilhões. Em relatório de dezembro de 2014, o BIS citou o Brasil, a China e a Rússia como exemplos de emergentes onde esse tipo de financiamento disparou. Segundo a instituição, é possível que parte desses recursos não tenha como destino o setor produtivo, mas aplicações financeiras. Se for o caso, diz o BIS, esses empréstimos são, na verdade, "hot money", "que pode ser retirado do país da noite para o dia". No caso do Brasil, se esse risco se materializar, aumentaria a pressão sobre o real.
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Dom Hélder Câmara nunca quis ser santo, afirma leitor
Tem gente falando em transformar dom Hélder Câmara em santo. Pelo visto, os que estão engendrando isso não têm o menor conhecimento de quem foi dom Hélder, com sua indefectível humildade, enquanto viveu aqui, na esfera terrestre, uma existência dedicada aos pobres e oprimidos do Rio, do Recife, de Olinda e do Brasil. Quem conhece o mínimo de história sabe que dom Hélder jamais pretendeu ser papa, quanto mais ser santo. * * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Dom Hélder Câmara nunca quis ser santo, afirma leitorTem gente falando em transformar dom Hélder Câmara em santo. Pelo visto, os que estão engendrando isso não têm o menor conhecimento de quem foi dom Hélder, com sua indefectível humildade, enquanto viveu aqui, na esfera terrestre, uma existência dedicada aos pobres e oprimidos do Rio, do Recife, de Olinda e do Brasil. Quem conhece o mínimo de história sabe que dom Hélder jamais pretendeu ser papa, quanto mais ser santo. * * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Doria terá verba enxuta para resolver de buraco a limpeza de bairros
A equipe do prefeito eleito João Doria (PSDB) terá que melhorar a zeladoria, a área mais criticada pela população na atual administração, em meio a dificuldades financeiras que afetam contratos de jardinagem, limpeza e conservação de ruas. Queixas relativas à Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, que será renomeada como Secretaria das Prefeituras Regionais, representam quase metade das 16 mil reclamações feitas à Ouvidoria da prefeitura no ano passado. A principal delas é sobre jardinagem, seguida por outros problemas em vias públicas. A Folha percorreu ruas da zona oeste da cidade e constatou mato alto no interior dos bairros e em grandes avenidas. Doria, que anunciou 20 dos 32 subprefeitos na semana passada, promete criar uma força-tarefa de zeladoria pela cidade, que passará fazendo reparos nas ruas, cortando mato, removendo pichações, similar ao que Marta Suplicy (PMDB) fez em seu período como prefeita (2001-2004), quando era do PT. O projeto está marcado para começar já no dia 2 de janeiro, pelos arredores da avenida Nove de Julho. A promessa esbarra no fato de que a prefeitura terá menos dinheiro para custeio, já que o orçamento estimado para 2017 não prevê reposição de toda a inflação. Uma das saídas deve ser renegociar contratos com prestadoras de serviço. Neste ano, Haddad já reduziu em 13% os contratos de limpeza, que incluem varrição, coleta, limpeza de córregos e poda de árvores. O futuro secretário de Prefeituras Regionais, Bruno Covas, diz que uma de suas primeiras ações será dar melhor entrosamento entre ações das regionais e secretarias. "Hoje quem faz a limpeza de bueiros é a Secretaria de Serviços, enquanto a limpeza da galeria é a subprefeitura. Se não limpar os dois, não vai adiantar. A gente sente uma certa falta de entrosamento nesse aspecto", afirmou o secretário. Prefeitos regionais Outro problema é um impasse em relação à usina da prefeitura que produz asfalto para operações tapa-buracos. Um acordo com o Ministério Público prevê o fechamento do local, na Barra Funda, até o fim deste ano, devido a reclamações de vizinhos. Ao mesmo tempo, o TCM (Tribunal de Contas do Município) barrou um processo de compra de massa asfáltica. A fiscalização de comércio irregular, barulho e publicidade também fazem parte das atribuições das subprefeituras. No entanto, assim como em outras áreas, falta mão de obra -só há 480 fiscais nas regionais. Propostas para as subprefeituras OUTRO LADO A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) afirma que intensificou ações de zeladoria no mandato. "São vistoriadas mais de 20 mil árvores em toda a capital. Desde 2013 até agosto deste ano, foram realizadas 59.353 remoções de árvores doentes e com risco de queda, média de 44 por dia", diz nota da prefeitura. Segundo a administração, também são realizadas cerca de 300 podas a cada 24 horas. A prefeitura diz que, na comparação entre janeiro e setembro de 2015 com o mesmo período deste ano, houve queda nas reclamações sobre lixo na rua (-29,4%) e barulho (-15,7%). No item problemas em vias públicas, porém, houve aumento de 39,6%; em jardinagem, 7,1%. Multas e reclamações Nos casos de aumento, a gestão diz que isso se deve "à conscientização dos munícipes" e "ampliação do acesso aos canais de participação e controle social". Sobre o controle do barulho, diz que, de janeiro a outubro, 34.938 atendimentos foram realizados e 567 multas de ruído aplicadas. A respeito da fiscalização do cumprimento da Lei Cidade Limpa, a prefeitura diz que os picos de atuação ocorreram entre 2011 e 2012 e, por isso, o comércio aderiu de forma mais efetiva às regras. "A fiscalização voltou a ser intensificada neste ano para o recolhimento de publicidade irregular que havia apresentado aumento nos últimos meses", afirma a nota. A prefeitura diz que negocia com o Ministério Público a mudança de endereço da usina de asfalto e que ela está operando normalmente. MATAGAL O mato cresce no terreno e toma todo o encontro entre as ruas Adriano Teodósio Serra e Ary Ariovaldo Eboli, na Vila Gomes, região do Butantã (zona oeste). Todo mês é assim, segundo os moradores, que veem no matagal motivo de insegurança. A mata também avança numa praça da rua, onde ficam equipamentos de ginástica e um parquinho. A dona de casa Marlene Santana, 73, conta que até alguns anos atrás ela mesma cuidava do jardim da praça. "Hoje nós temos um vizinho que corta o mato de vez em quando, porque não é sempre que a prefeitura vem. Eu mesma limpava o jardim e jogava água nas plantas, mas agora não tenho mais condições de ficar limpando sempre", disse Marlene. Outro problema é a poda de árvores, diz ela. "Demora muito para acontecer. A gente tem medo em dia de chuva, cai galho em cima de carro, é terrível", afirmou. Marlene afirma que, para poda, os atendentes da prefeitura já deram prazo de 40 dias para atendimento. "Já teve vezes que eu fui pessoalmente para pedir", disse ela. Perto dali, o mato também ocupava a avenida Corifeu de Azevedo Marques, onde um sofá velho adornava o canteiro central. A Subprefeitura do Butantã informou que os serviços de manutenção nesses pontos estão programados para este mês de dezembro. Com relação ao terreno municipal e à praça, a limpeza também será incluída na programação do mês. As reclamações a respeito de jardinagem na cidade passaram de 1.314, em 2014, para 1.632, em 2015, aumento de 24%. De janeiro a setembro deste ano, foram 1.415, variação de 7% em relação ao mesmo período de 2015. A reportagem também ouviu muitas queixas relativas a buracos nas ruas, entulho e pichações. Apresentados na última semana, os futuros prefeitos regionais escolhidos por João Doria (PSDB) prometem que a zeladoria será prioridade. AMBULANTES A alta do desemprego fez crescer o número de camelôs nas ruas de comércio popular da cidade, como 25 de Março, Brás (região central) e Lapa (zona oeste). O futuro prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak promete uma ofensiva contra o comércio ambulante. "Eu acredito que a calçada tem que estar livre para o pedestre e, portanto, qualquer ocupação irregular tem que ser removida", disse ele, que como subprefeito da Mooca da gestão Kassab (PSD) adotou linha-dura em relação a camelôs. Para reduzir os pontos de comércio ilegal, Kassab apostou na Operação Delegada, o "bico oficial", no qual PMs recebem da prefeitura para apreender mercadoria ilegal e coibir camelôs. A gestão Haddad reduziu o número de policiais nesse esquema. PROCESSOS A Folha circulou pelas subprefeituras, onde a população busca atendimento para serviços que vão de questões de zeladoria a autorização para obras. As subprefeituras dão autorizações para obras e reformas nos imóveis de pequeno e médio porte. Na fila, há milhares de processos, muitos correm há mais de 10 anos. Há 12 anos, a comerciante Nazaré Figueiredo, 72, espera pela finalização de um processo de anistia. "Quando dei entrada, a prefeita ainda era a Marta Suplicy. Faz só um ano e meio que me chamaram e começou a andar o processo", diz ela. O sistema de licenciamento eletrônico foi implantado no fim de 2012 e o processo foi agilizado. Porém, ainda há 13.141 processos físicos e outros 9.775 eletrônicos em análise. Desafios de Doria
cotidiano
Doria terá verba enxuta para resolver de buraco a limpeza de bairrosA equipe do prefeito eleito João Doria (PSDB) terá que melhorar a zeladoria, a área mais criticada pela população na atual administração, em meio a dificuldades financeiras que afetam contratos de jardinagem, limpeza e conservação de ruas. Queixas relativas à Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, que será renomeada como Secretaria das Prefeituras Regionais, representam quase metade das 16 mil reclamações feitas à Ouvidoria da prefeitura no ano passado. A principal delas é sobre jardinagem, seguida por outros problemas em vias públicas. A Folha percorreu ruas da zona oeste da cidade e constatou mato alto no interior dos bairros e em grandes avenidas. Doria, que anunciou 20 dos 32 subprefeitos na semana passada, promete criar uma força-tarefa de zeladoria pela cidade, que passará fazendo reparos nas ruas, cortando mato, removendo pichações, similar ao que Marta Suplicy (PMDB) fez em seu período como prefeita (2001-2004), quando era do PT. O projeto está marcado para começar já no dia 2 de janeiro, pelos arredores da avenida Nove de Julho. A promessa esbarra no fato de que a prefeitura terá menos dinheiro para custeio, já que o orçamento estimado para 2017 não prevê reposição de toda a inflação. Uma das saídas deve ser renegociar contratos com prestadoras de serviço. Neste ano, Haddad já reduziu em 13% os contratos de limpeza, que incluem varrição, coleta, limpeza de córregos e poda de árvores. O futuro secretário de Prefeituras Regionais, Bruno Covas, diz que uma de suas primeiras ações será dar melhor entrosamento entre ações das regionais e secretarias. "Hoje quem faz a limpeza de bueiros é a Secretaria de Serviços, enquanto a limpeza da galeria é a subprefeitura. Se não limpar os dois, não vai adiantar. A gente sente uma certa falta de entrosamento nesse aspecto", afirmou o secretário. Prefeitos regionais Outro problema é um impasse em relação à usina da prefeitura que produz asfalto para operações tapa-buracos. Um acordo com o Ministério Público prevê o fechamento do local, na Barra Funda, até o fim deste ano, devido a reclamações de vizinhos. Ao mesmo tempo, o TCM (Tribunal de Contas do Município) barrou um processo de compra de massa asfáltica. A fiscalização de comércio irregular, barulho e publicidade também fazem parte das atribuições das subprefeituras. No entanto, assim como em outras áreas, falta mão de obra -só há 480 fiscais nas regionais. Propostas para as subprefeituras OUTRO LADO A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) afirma que intensificou ações de zeladoria no mandato. "São vistoriadas mais de 20 mil árvores em toda a capital. Desde 2013 até agosto deste ano, foram realizadas 59.353 remoções de árvores doentes e com risco de queda, média de 44 por dia", diz nota da prefeitura. Segundo a administração, também são realizadas cerca de 300 podas a cada 24 horas. A prefeitura diz que, na comparação entre janeiro e setembro de 2015 com o mesmo período deste ano, houve queda nas reclamações sobre lixo na rua (-29,4%) e barulho (-15,7%). No item problemas em vias públicas, porém, houve aumento de 39,6%; em jardinagem, 7,1%. Multas e reclamações Nos casos de aumento, a gestão diz que isso se deve "à conscientização dos munícipes" e "ampliação do acesso aos canais de participação e controle social". Sobre o controle do barulho, diz que, de janeiro a outubro, 34.938 atendimentos foram realizados e 567 multas de ruído aplicadas. A respeito da fiscalização do cumprimento da Lei Cidade Limpa, a prefeitura diz que os picos de atuação ocorreram entre 2011 e 2012 e, por isso, o comércio aderiu de forma mais efetiva às regras. "A fiscalização voltou a ser intensificada neste ano para o recolhimento de publicidade irregular que havia apresentado aumento nos últimos meses", afirma a nota. A prefeitura diz que negocia com o Ministério Público a mudança de endereço da usina de asfalto e que ela está operando normalmente. MATAGAL O mato cresce no terreno e toma todo o encontro entre as ruas Adriano Teodósio Serra e Ary Ariovaldo Eboli, na Vila Gomes, região do Butantã (zona oeste). Todo mês é assim, segundo os moradores, que veem no matagal motivo de insegurança. A mata também avança numa praça da rua, onde ficam equipamentos de ginástica e um parquinho. A dona de casa Marlene Santana, 73, conta que até alguns anos atrás ela mesma cuidava do jardim da praça. "Hoje nós temos um vizinho que corta o mato de vez em quando, porque não é sempre que a prefeitura vem. Eu mesma limpava o jardim e jogava água nas plantas, mas agora não tenho mais condições de ficar limpando sempre", disse Marlene. Outro problema é a poda de árvores, diz ela. "Demora muito para acontecer. A gente tem medo em dia de chuva, cai galho em cima de carro, é terrível", afirmou. Marlene afirma que, para poda, os atendentes da prefeitura já deram prazo de 40 dias para atendimento. "Já teve vezes que eu fui pessoalmente para pedir", disse ela. Perto dali, o mato também ocupava a avenida Corifeu de Azevedo Marques, onde um sofá velho adornava o canteiro central. A Subprefeitura do Butantã informou que os serviços de manutenção nesses pontos estão programados para este mês de dezembro. Com relação ao terreno municipal e à praça, a limpeza também será incluída na programação do mês. As reclamações a respeito de jardinagem na cidade passaram de 1.314, em 2014, para 1.632, em 2015, aumento de 24%. De janeiro a setembro deste ano, foram 1.415, variação de 7% em relação ao mesmo período de 2015. A reportagem também ouviu muitas queixas relativas a buracos nas ruas, entulho e pichações. Apresentados na última semana, os futuros prefeitos regionais escolhidos por João Doria (PSDB) prometem que a zeladoria será prioridade. AMBULANTES A alta do desemprego fez crescer o número de camelôs nas ruas de comércio popular da cidade, como 25 de Março, Brás (região central) e Lapa (zona oeste). O futuro prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak promete uma ofensiva contra o comércio ambulante. "Eu acredito que a calçada tem que estar livre para o pedestre e, portanto, qualquer ocupação irregular tem que ser removida", disse ele, que como subprefeito da Mooca da gestão Kassab (PSD) adotou linha-dura em relação a camelôs. Para reduzir os pontos de comércio ilegal, Kassab apostou na Operação Delegada, o "bico oficial", no qual PMs recebem da prefeitura para apreender mercadoria ilegal e coibir camelôs. A gestão Haddad reduziu o número de policiais nesse esquema. PROCESSOS A Folha circulou pelas subprefeituras, onde a população busca atendimento para serviços que vão de questões de zeladoria a autorização para obras. As subprefeituras dão autorizações para obras e reformas nos imóveis de pequeno e médio porte. Na fila, há milhares de processos, muitos correm há mais de 10 anos. Há 12 anos, a comerciante Nazaré Figueiredo, 72, espera pela finalização de um processo de anistia. "Quando dei entrada, a prefeita ainda era a Marta Suplicy. Faz só um ano e meio que me chamaram e começou a andar o processo", diz ela. O sistema de licenciamento eletrônico foi implantado no fim de 2012 e o processo foi agilizado. Porém, ainda há 13.141 processos físicos e outros 9.775 eletrônicos em análise. Desafios de Doria
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Na crise, inflação corrói doação de evangélicos a igrejas
Os evangélicos são apoiadores financeiros mais frequentes da igreja que os católicos e doam valores maiores, mas esse esforçou sofreu impacto maior da crise brasileira, uma das mais profundas da história. O valor médio doado pelos evangélicos é quase o triplo do dos católicos, mas essa contribuição cresceu abaixo da inflação entre 2013 e 2016, período em que os efeitos da recessão se manifestaram. Os repasses que mais cresceram foram os feitos pelos espíritas: o ganho real, descontada a inflação, foi de 26% nos últimos três anos. No período de crise também aumentou a porcentagem de evangélicos que estão na base da pirâmide salarial. Mais da metade deles ganha até dois salários mínimos (R$ 1.760), proporção que cresce para 58% entre os pentecostais. CRISE AFETA CONTRIBUIÇÃO PARA A IGREJA - Com quanto aproximadamente você contribui mensalmente com sua igreja? (Resposta estimulada e única, em %) HOMENS X MULHERES De forma geral, entre todas as religiões, a porcentagem dos que costumam contribuir com a igreja se manteve constante: 8 em cada 10 fiéis. As mulheres são mais assíduas na ajuda, mas os homens dão valores maiores (R$ 59, em média, por mês, contra R$ 50 das mulheres). Os que vão mais de uma vez por semana à igreja (em todas as religiões) são pilares mais fortes de sustentação financeira: 65% deles contribuem sempre. Como o vínculo dos evangélicos com a religião é maior, isso acaba também se refletindo nos cofres das igrejas. EVOLUÇÃO DA RENDA DOS EVANGÉLICOS - Em salários mínimos. Respostas estimuladas e únicas, em % LONGE DO DÍZIMO Mas o mesmo fenômeno de enfraquecimento do vínculo institucional que fez com que crescesse a porcentagem dos que dizem não ter uma religião acaba afetando as contribuições. Embora muitas igrejas recomendem que seus membros paguem o dízimo (ou 10% de suas receitas), apenas 7% dos brasileiros religiosos chegam a esse índice, de acordo com as faixas declaradas de renda e de contribuição na pesquisa feita pelo Datafolha. A grande maioria doa por mês de 1% a 2% dos seus rendimentos. MAIS COMPETIÇÃO Outro fator que agrava a crise é a maior competição entre as instituições. Na pesquisa feita pelo Datafolha, os brasileiros citaram mais de 140 religiões diferentes. No mundo, estima-se que em 2017 haja perto de 47 mil denominações, segundo o Centro Global para o Estudo da Cristandade (CSGC, na sigla em inglês). No total, as igrejas cristãs devem arrecadar no próximo ano cerca de US$ 360 bilhões (o equivalente a R$ 1,2 trilhão) segundo o CSGC, o que equivale a 0,68% da renda estimada de seus fiéis. Uma parcela maior, de US$ 430 bilhões, deve ser destinada para causas cristãs sob responsabilidade de instituições laicas. O centro calcula ainda quanto dinheiro é furtado do que é doado pelos cristãos, com base em estimativas norte-americanas –que consideram ao menos 8% de desvio. No próximo ano, segundo o CSGC, o chamado "crime eclesiástico cristão" deve custar perto de US$ 60 bilhões (ou quase R$ 200 bilhões). Católicos e evangélicos: usos e costumes
poder
Na crise, inflação corrói doação de evangélicos a igrejasOs evangélicos são apoiadores financeiros mais frequentes da igreja que os católicos e doam valores maiores, mas esse esforçou sofreu impacto maior da crise brasileira, uma das mais profundas da história. O valor médio doado pelos evangélicos é quase o triplo do dos católicos, mas essa contribuição cresceu abaixo da inflação entre 2013 e 2016, período em que os efeitos da recessão se manifestaram. Os repasses que mais cresceram foram os feitos pelos espíritas: o ganho real, descontada a inflação, foi de 26% nos últimos três anos. No período de crise também aumentou a porcentagem de evangélicos que estão na base da pirâmide salarial. Mais da metade deles ganha até dois salários mínimos (R$ 1.760), proporção que cresce para 58% entre os pentecostais. CRISE AFETA CONTRIBUIÇÃO PARA A IGREJA - Com quanto aproximadamente você contribui mensalmente com sua igreja? (Resposta estimulada e única, em %) HOMENS X MULHERES De forma geral, entre todas as religiões, a porcentagem dos que costumam contribuir com a igreja se manteve constante: 8 em cada 10 fiéis. As mulheres são mais assíduas na ajuda, mas os homens dão valores maiores (R$ 59, em média, por mês, contra R$ 50 das mulheres). Os que vão mais de uma vez por semana à igreja (em todas as religiões) são pilares mais fortes de sustentação financeira: 65% deles contribuem sempre. Como o vínculo dos evangélicos com a religião é maior, isso acaba também se refletindo nos cofres das igrejas. EVOLUÇÃO DA RENDA DOS EVANGÉLICOS - Em salários mínimos. Respostas estimuladas e únicas, em % LONGE DO DÍZIMO Mas o mesmo fenômeno de enfraquecimento do vínculo institucional que fez com que crescesse a porcentagem dos que dizem não ter uma religião acaba afetando as contribuições. Embora muitas igrejas recomendem que seus membros paguem o dízimo (ou 10% de suas receitas), apenas 7% dos brasileiros religiosos chegam a esse índice, de acordo com as faixas declaradas de renda e de contribuição na pesquisa feita pelo Datafolha. A grande maioria doa por mês de 1% a 2% dos seus rendimentos. MAIS COMPETIÇÃO Outro fator que agrava a crise é a maior competição entre as instituições. Na pesquisa feita pelo Datafolha, os brasileiros citaram mais de 140 religiões diferentes. No mundo, estima-se que em 2017 haja perto de 47 mil denominações, segundo o Centro Global para o Estudo da Cristandade (CSGC, na sigla em inglês). No total, as igrejas cristãs devem arrecadar no próximo ano cerca de US$ 360 bilhões (o equivalente a R$ 1,2 trilhão) segundo o CSGC, o que equivale a 0,68% da renda estimada de seus fiéis. Uma parcela maior, de US$ 430 bilhões, deve ser destinada para causas cristãs sob responsabilidade de instituições laicas. O centro calcula ainda quanto dinheiro é furtado do que é doado pelos cristãos, com base em estimativas norte-americanas –que consideram ao menos 8% de desvio. No próximo ano, segundo o CSGC, o chamado "crime eclesiástico cristão" deve custar perto de US$ 60 bilhões (ou quase R$ 200 bilhões). Católicos e evangélicos: usos e costumes
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Plano da Petrobras caduca e estatal calcula novos cortes nos investimentos
Com a queda nos preços do petróleo e a forte desvalorização do real, o plano de negócios da Petrobras "caducou". Segundo a Folha apurou, o conselho de administração já estuda alternativas de novos cortes de investimentos. Extraoficialmente, a empresa já admite que pode voltar ao mercado para buscar mais dinheiro em 2016. Lançado há pouco mais de dois meses, o plano de negócios 2015-2019 foi considerado um "choque de realismo" ao reduzir em 40% os investimentos previstos de US$ 221 bilhões para US$ 130 bilhões. Os analistas, porém, já avaliam que as contas não fecham por causa da deterioração da economia brasileira e da queda das commodities nesse curto período. Entre as premissas do plano, a estatal estimava que o dólar ficaria em R$ 3,10 neste ano, e o preço médio do petróleo tipo Brent seria de US$ 60 por barril. Hoje esses números são irrealistas. As incertezas sobre o futuro do governo Dilma levaram o dólar a subir 25% desde o fim de junho. Na sexta-feira (11), a moeda americana fechou a R$ 3,88. Já o petróleo estava a US$ 48,14, mas bateu US$ 42 no fim de agosto. As duas variáveis afetam o resultado da Petrobras, porque a queda do petróleo reduz a receita enquanto a alta do dólar eleva a dívida. Mais de 80% da dívida está atrelada a moedas estrangeiras. Com as recentes captações, a estatal não precisa de dinheiro agora, mas seu negócio não se sustenta. Conforme relatório do Credit Suisse, na atual conjuntura, a empresa gera US$ 17 bilhões de caixa por ano, o que é insuficiente para custear US$ 25 bilhões em investimentos anuais e ainda pagar US$ 7 bilhões em juros de dívida. Em sua última reunião, os conselheiros já estavam convencidos de que o plano de negócios "caducou". Eles pediram à diretoria um relatório de quais projetos seguem viáveis com o petróleo perto de US$ 40 por barril. A missão de cortar não será fácil. Para o Citibank, os investimentos já estão enxutos e será difícil cortar novos projetos sem comprometer a empresa no longo prazo. Segundo a Folha apurou, enquanto isso, a estatal tenta reduzir custos e abriu renegociação com seus fornecedores. Já conseguiu descontos que variam de 2% a 15% do valor dos contratos. Também se esforça para reduzir US$ 12 bilhões em custos operacionais, o que inclui demissões. O corte de pessoal está concentrado nos terceirizados, que representam 80% da força de trabalho. Outra saída é vender patrimônio, mas o processo é lento. Os ativos mais próximos de serem negociados representam um valor pequeno. REFLEXO DO REBAIXAMENTO - Ações da Petrobras recuam após perda de grau de investimento
mercado
Plano da Petrobras caduca e estatal calcula novos cortes nos investimentosCom a queda nos preços do petróleo e a forte desvalorização do real, o plano de negócios da Petrobras "caducou". Segundo a Folha apurou, o conselho de administração já estuda alternativas de novos cortes de investimentos. Extraoficialmente, a empresa já admite que pode voltar ao mercado para buscar mais dinheiro em 2016. Lançado há pouco mais de dois meses, o plano de negócios 2015-2019 foi considerado um "choque de realismo" ao reduzir em 40% os investimentos previstos de US$ 221 bilhões para US$ 130 bilhões. Os analistas, porém, já avaliam que as contas não fecham por causa da deterioração da economia brasileira e da queda das commodities nesse curto período. Entre as premissas do plano, a estatal estimava que o dólar ficaria em R$ 3,10 neste ano, e o preço médio do petróleo tipo Brent seria de US$ 60 por barril. Hoje esses números são irrealistas. As incertezas sobre o futuro do governo Dilma levaram o dólar a subir 25% desde o fim de junho. Na sexta-feira (11), a moeda americana fechou a R$ 3,88. Já o petróleo estava a US$ 48,14, mas bateu US$ 42 no fim de agosto. As duas variáveis afetam o resultado da Petrobras, porque a queda do petróleo reduz a receita enquanto a alta do dólar eleva a dívida. Mais de 80% da dívida está atrelada a moedas estrangeiras. Com as recentes captações, a estatal não precisa de dinheiro agora, mas seu negócio não se sustenta. Conforme relatório do Credit Suisse, na atual conjuntura, a empresa gera US$ 17 bilhões de caixa por ano, o que é insuficiente para custear US$ 25 bilhões em investimentos anuais e ainda pagar US$ 7 bilhões em juros de dívida. Em sua última reunião, os conselheiros já estavam convencidos de que o plano de negócios "caducou". Eles pediram à diretoria um relatório de quais projetos seguem viáveis com o petróleo perto de US$ 40 por barril. A missão de cortar não será fácil. Para o Citibank, os investimentos já estão enxutos e será difícil cortar novos projetos sem comprometer a empresa no longo prazo. Segundo a Folha apurou, enquanto isso, a estatal tenta reduzir custos e abriu renegociação com seus fornecedores. Já conseguiu descontos que variam de 2% a 15% do valor dos contratos. Também se esforça para reduzir US$ 12 bilhões em custos operacionais, o que inclui demissões. O corte de pessoal está concentrado nos terceirizados, que representam 80% da força de trabalho. Outra saída é vender patrimônio, mas o processo é lento. Os ativos mais próximos de serem negociados representam um valor pequeno. REFLEXO DO REBAIXAMENTO - Ações da Petrobras recuam após perda de grau de investimento
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Problemas do Google, multado pela UE, podem estar só no começo
A multa de € 2,4 bilhões da União Europeia mal afeta o caixa do Google, mas esse valor pode se provar apenas uma fração do custo imposto pela demanda do bloco de que empresa pare de distorcer resultados de busca em favor de seu site de compras. Isso porque a empresa não só enfrenta a perspectiva de queda da receita publicitária, mas também outros serviços (como os de mapas e resenhas de restaurantes) podem entrar a seguir nas punições das autoridades europeias. Com US$ 90 bilhões em caixa, a principal preocupação da empresa americana passa a ser a maneira pela qual as autoridades regulatórias ordenaram que ela mudasse sua forma de conduzir buscas de comércio on-line, uma de suas principais fontes de crescimento, e arma contra rivais como o Facebook e a Amazon. O gigante das buscas terá "a espada de Dâmocles pendendo sobre sua cabeça", disse Jay Modrall, advogado do escritório Norton Rose Fullbright, em Bruxelas. Agora, fazer ou não mudanças para responder às preocupações da União Europeia deixou de ser escolha da empresa. Ela passará a operar "sob a obrigação legal de realizá-las, e está notificada de que, se suas ações para tanto forem insuficientes, sofrerá novas multas". A decisão de Margrethe Vestager, comissária de Defesa da Competição da União Europeia, marca o final de uma investigação de sete anos gerada por queixas de pequenos sites de compras e de alguns grandes nomes, entre os quais News Corp, Axel Springer e Microsoft. Os políticos europeus apelaram à União Europeia por multas ou até uma cisão forçada do Google, enquanto críticos norte-americanos das autoridades europeias rebateram afirmando que elas estavam perseguindo as companhias dos Estados Unidos por conta de seu sucesso. A divisão Google da Alphabet precisa "abandonar sua conduta ilegal" e oferecer tratamento igual a serviços rivais de comparação de preços, de acordo com uma ordem da Comissão Europeia. Cabe ao Google resolver como fazê-lo, e informar à União Europeia sobre seus planos em prazo de 60 dias. Vestager deu ao Google um ultimato de 90 dias para que o serviço comece a oferecer tratamento igual a sites de comparação de preços de menor porte que concorrem com os anúncios do Google Shopping, postados ao lado dos retornos de busca quando as pessoas buscam produtos. A União Europeia também vai fiscalizar o Google por cinco anos e poderá forçar a empresa a pagar multas de valor equivalente a até 5% de seu faturamento diário caso ela não cumpra a ordem. As autoridades regulatórias estão tentando evitar a repetição de uma complicada batalha regulatória que travaram contra a Microsoft, que demorou a implementar mudanças rígidas impostas pela União Europeia. Elas deliberadamente adotaram diretrizes "muito abstratas" sobre como obter o tratamento igual que o Google foi ordenado a oferecer a serviços menores de compras, disse Nicolas Petit, professor de Direito na Universidade de Liège. Kent Walker, advogado do Google, afirmou que a empresa discorda respeitosamente das conclusões da União Europeia e que vai considerar um recurso, de acordo com um post de blog. "Quando você faz compras online, quer encontrar os produtos que está procurando de maneira rápida e fácil", disse Walker. "E os anunciantes desejam promover esses mesmos produtos. É por isso que o Google exibe anúncios de varejo, conectando nossos usuários a milhares de anunciantes, grandes e pequenos, de maneiras úteis aos dois lados. Acreditamos que nossos resultados de busca atuais sejam úteis e uma versão muito melhor dos anúncios contendo apenas texto que exibíamos uma década atrás". O Google vem promovendo o seu serviço de comparação de preços desde 2008, e coloca seus resultados em destaque sistematicamente quando as pessoas estão procurando alguma coisa, segundo a União Europeia. Os sites rivais de comparação de preços em geral só aparecem na quarta página de resultados de busca, o que na prática lhes nega uma audiência de massa, já que a primeira página de retornos atrai 95% dos cliques. "Como resultado das práticas ilegais do Google, o tráfego no serviço de comparação de preços do Google aumentou significativamente, e os rivais sofreram perdas substanciais de tráfego, e de forma duradoura", afirmou a União Europeia, mencionando dados que apontam um aumento de 45% no tráfego do serviço do Google. "A parcialidade é escancarada, hoje", disse Shivaun Raff, do Foundem, um site britânico de comparação de preços que ajudou a disparar o inquérito da União Europeia, com uma queixa sobre sua posição nos resultados de busca do Google. "Faça qualquer busca sobre viagens e você quase sempre verá o Google surgir acima dos demais serviços". Vestager disse que a União Europeia também pode estudar de mais perto o comportamento do Google nos serviços de mapas, viagens e resenhas de restaurantes, que também causaram queixas às autoridades regulatórias. As multas da terça-feira podem ser apenas as primeiras em um série de penalidades antitruste da União Europeia contra o Google, que está enfrentando os europeus em pelo menos mais duas frentes –o sistema operacional Android, para celulares, e o serviço de publicidade online AdSense. A decisão se segue a uma multa de US$ 7,8 milhões imposta pelas autoridades antitruste da Rússia e a penalidades impostas pelas autoridades de defesa da privacidade na Alemanha, França e Itália. A Europa vem se provando uma jurisdição difícil para o Google, que foi derrotado no mais alto tribunal europeu em um caso importante quanto ao direito dos cidadãos de verem seus nomes excluídos de resultados de buscas, três anos atrás. Embora o montante da multa seja recorde, isso pouco afetará uma empresa cuja controladora tem mais de US$ 90 bilhões em caixa. Mais preocupante é a maneira pela qual as autoridades regulatórias ordenaram que o Google mudasse sua forma de conduzir buscas de comércio online, uma de suas principais fontes de crescimento, e arma contra rivais como o Facebook e a Amazon. As acusações da União Europeia vão ao cerne de uma forma de publicidade online conhecida como "anúncios de lista de produtos", ou PLA, que vem crescendo em ritmo quase três vezes mais forte que os anúncios de texto vinculados a buscas convencionais, de acordo com a Merkle, uma companhia de marketing digital. O formato permite que o anunciante coloque um anúncio para um produto ou serviço acompanhado por grandes imagens e informação de preço, na porção mais visível da tela, o topo da lista de retornos. A decisão de Vestager contra o Google acarreta o risco de novas críticas de que ela está perseguindo companhias norte-americanas. Embora a comissária tenha afirmado que as empresas norte-americanas "não estão sob ataque por sua nacionalidade", as tensões transatlânticas já estão em alta, depois da decisão do presidente Donald Trump de abandonar o acordo de Paris sobre o clima, o que agrava as preocupações quanto ao comércio mundial. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Problemas do Google, multado pela UE, podem estar só no começoA multa de € 2,4 bilhões da União Europeia mal afeta o caixa do Google, mas esse valor pode se provar apenas uma fração do custo imposto pela demanda do bloco de que empresa pare de distorcer resultados de busca em favor de seu site de compras. Isso porque a empresa não só enfrenta a perspectiva de queda da receita publicitária, mas também outros serviços (como os de mapas e resenhas de restaurantes) podem entrar a seguir nas punições das autoridades europeias. Com US$ 90 bilhões em caixa, a principal preocupação da empresa americana passa a ser a maneira pela qual as autoridades regulatórias ordenaram que ela mudasse sua forma de conduzir buscas de comércio on-line, uma de suas principais fontes de crescimento, e arma contra rivais como o Facebook e a Amazon. O gigante das buscas terá "a espada de Dâmocles pendendo sobre sua cabeça", disse Jay Modrall, advogado do escritório Norton Rose Fullbright, em Bruxelas. Agora, fazer ou não mudanças para responder às preocupações da União Europeia deixou de ser escolha da empresa. Ela passará a operar "sob a obrigação legal de realizá-las, e está notificada de que, se suas ações para tanto forem insuficientes, sofrerá novas multas". A decisão de Margrethe Vestager, comissária de Defesa da Competição da União Europeia, marca o final de uma investigação de sete anos gerada por queixas de pequenos sites de compras e de alguns grandes nomes, entre os quais News Corp, Axel Springer e Microsoft. Os políticos europeus apelaram à União Europeia por multas ou até uma cisão forçada do Google, enquanto críticos norte-americanos das autoridades europeias rebateram afirmando que elas estavam perseguindo as companhias dos Estados Unidos por conta de seu sucesso. A divisão Google da Alphabet precisa "abandonar sua conduta ilegal" e oferecer tratamento igual a serviços rivais de comparação de preços, de acordo com uma ordem da Comissão Europeia. Cabe ao Google resolver como fazê-lo, e informar à União Europeia sobre seus planos em prazo de 60 dias. Vestager deu ao Google um ultimato de 90 dias para que o serviço comece a oferecer tratamento igual a sites de comparação de preços de menor porte que concorrem com os anúncios do Google Shopping, postados ao lado dos retornos de busca quando as pessoas buscam produtos. A União Europeia também vai fiscalizar o Google por cinco anos e poderá forçar a empresa a pagar multas de valor equivalente a até 5% de seu faturamento diário caso ela não cumpra a ordem. As autoridades regulatórias estão tentando evitar a repetição de uma complicada batalha regulatória que travaram contra a Microsoft, que demorou a implementar mudanças rígidas impostas pela União Europeia. Elas deliberadamente adotaram diretrizes "muito abstratas" sobre como obter o tratamento igual que o Google foi ordenado a oferecer a serviços menores de compras, disse Nicolas Petit, professor de Direito na Universidade de Liège. Kent Walker, advogado do Google, afirmou que a empresa discorda respeitosamente das conclusões da União Europeia e que vai considerar um recurso, de acordo com um post de blog. "Quando você faz compras online, quer encontrar os produtos que está procurando de maneira rápida e fácil", disse Walker. "E os anunciantes desejam promover esses mesmos produtos. É por isso que o Google exibe anúncios de varejo, conectando nossos usuários a milhares de anunciantes, grandes e pequenos, de maneiras úteis aos dois lados. Acreditamos que nossos resultados de busca atuais sejam úteis e uma versão muito melhor dos anúncios contendo apenas texto que exibíamos uma década atrás". O Google vem promovendo o seu serviço de comparação de preços desde 2008, e coloca seus resultados em destaque sistematicamente quando as pessoas estão procurando alguma coisa, segundo a União Europeia. Os sites rivais de comparação de preços em geral só aparecem na quarta página de resultados de busca, o que na prática lhes nega uma audiência de massa, já que a primeira página de retornos atrai 95% dos cliques. "Como resultado das práticas ilegais do Google, o tráfego no serviço de comparação de preços do Google aumentou significativamente, e os rivais sofreram perdas substanciais de tráfego, e de forma duradoura", afirmou a União Europeia, mencionando dados que apontam um aumento de 45% no tráfego do serviço do Google. "A parcialidade é escancarada, hoje", disse Shivaun Raff, do Foundem, um site britânico de comparação de preços que ajudou a disparar o inquérito da União Europeia, com uma queixa sobre sua posição nos resultados de busca do Google. "Faça qualquer busca sobre viagens e você quase sempre verá o Google surgir acima dos demais serviços". Vestager disse que a União Europeia também pode estudar de mais perto o comportamento do Google nos serviços de mapas, viagens e resenhas de restaurantes, que também causaram queixas às autoridades regulatórias. As multas da terça-feira podem ser apenas as primeiras em um série de penalidades antitruste da União Europeia contra o Google, que está enfrentando os europeus em pelo menos mais duas frentes –o sistema operacional Android, para celulares, e o serviço de publicidade online AdSense. A decisão se segue a uma multa de US$ 7,8 milhões imposta pelas autoridades antitruste da Rússia e a penalidades impostas pelas autoridades de defesa da privacidade na Alemanha, França e Itália. A Europa vem se provando uma jurisdição difícil para o Google, que foi derrotado no mais alto tribunal europeu em um caso importante quanto ao direito dos cidadãos de verem seus nomes excluídos de resultados de buscas, três anos atrás. Embora o montante da multa seja recorde, isso pouco afetará uma empresa cuja controladora tem mais de US$ 90 bilhões em caixa. Mais preocupante é a maneira pela qual as autoridades regulatórias ordenaram que o Google mudasse sua forma de conduzir buscas de comércio online, uma de suas principais fontes de crescimento, e arma contra rivais como o Facebook e a Amazon. As acusações da União Europeia vão ao cerne de uma forma de publicidade online conhecida como "anúncios de lista de produtos", ou PLA, que vem crescendo em ritmo quase três vezes mais forte que os anúncios de texto vinculados a buscas convencionais, de acordo com a Merkle, uma companhia de marketing digital. O formato permite que o anunciante coloque um anúncio para um produto ou serviço acompanhado por grandes imagens e informação de preço, na porção mais visível da tela, o topo da lista de retornos. A decisão de Vestager contra o Google acarreta o risco de novas críticas de que ela está perseguindo companhias norte-americanas. Embora a comissária tenha afirmado que as empresas norte-americanas "não estão sob ataque por sua nacionalidade", as tensões transatlânticas já estão em alta, depois da decisão do presidente Donald Trump de abandonar o acordo de Paris sobre o clima, o que agrava as preocupações quanto ao comércio mundial. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Campeão nacional, Duda Mendonça dá as caras também na Lava Jato
No índice onomástico da Lava Jato havia uma lacuna: faltava o nome de Duda Mendonça. Pioneiro do mensalão, escândalo no qual foi absolvido porque o Supremo Tribunal achou que ele não sabia a origem do dinheiro que recebeu, ele se apresentou ao Ministério Público e revelou que embolsou R$ 4,1 milhões da Odebrecht para trabalhar na campanha do empresário Paulo Skaf ao governo de São Paulo em 2014. Skaf não foi um candidato qualquer, preside a Fiesp, ajudou a criar o pato amarelo da campanha a favor do impeachment e candidatou-se pelo PMDB com o apoio do então vice-presidente Michel Temer. A Lava Jato e a voracidade do comissariado deram a impressão de que a corrupção nacional cabia no PT. Ela é anterior e maior que ele. Duda Mendonça é um enviado dos deuses. Mostrou a roubalheira do reaparece associando-se ao nome do presidente da Fiesp, poderosa entidade que em outra época, quando Skaf tinha apenas 15 anos, financiava a central de torturas do DOI-Codi. Pelo caixa dois, é claro. * Leia mais notas da coluna:
colunas
Campeão nacional, Duda Mendonça dá as caras também na Lava JatoNo índice onomástico da Lava Jato havia uma lacuna: faltava o nome de Duda Mendonça. Pioneiro do mensalão, escândalo no qual foi absolvido porque o Supremo Tribunal achou que ele não sabia a origem do dinheiro que recebeu, ele se apresentou ao Ministério Público e revelou que embolsou R$ 4,1 milhões da Odebrecht para trabalhar na campanha do empresário Paulo Skaf ao governo de São Paulo em 2014. Skaf não foi um candidato qualquer, preside a Fiesp, ajudou a criar o pato amarelo da campanha a favor do impeachment e candidatou-se pelo PMDB com o apoio do então vice-presidente Michel Temer. A Lava Jato e a voracidade do comissariado deram a impressão de que a corrupção nacional cabia no PT. Ela é anterior e maior que ele. Duda Mendonça é um enviado dos deuses. Mostrou a roubalheira do reaparece associando-se ao nome do presidente da Fiesp, poderosa entidade que em outra época, quando Skaf tinha apenas 15 anos, financiava a central de torturas do DOI-Codi. Pelo caixa dois, é claro. * Leia mais notas da coluna:
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Simplório, filme apela à casa mal-assombrada pela milésima vez
O diretor D.J. Caruso deve estar tão acostumado a levar bordoadas da crítica que já nem se preocupa em tentar algo novo. Faz o feijão com arroz de olho nas bilheterias e cruza os dedos a partir da estreia comercial de seus filmes. Claro que, com a crítica globalizada, multiplicada e enfraquecida, ele até tem defensores. Mas "O Quarto dos Esquecidos", sua mais nova incursão pelo gênero horror, dificilmente irá angariar novos adeptos ao seu rebanho. Mais fácil é vermos os fãs da bela Kate Beckinsale (tão bela que interpretou Ava Gardner em "O Aviador", de Scorsese) ficarem desapontados com o ponto a que chegou. Ela vive uma arquiteta que entra em colapso após perder a filhinha num acidente. Tenta o suicídio e fica dependente de medicamentos para dormir, acordar, trabalhar. Com o marido David (Mel Raido, numa atuação sofrível) e o filho Lucas (Duncan Joiner), muda-se para um velho casarão afastado. Ali, começa a perceber coisas estranhas: luzes se acendem e portas se fecham do nada. Estamos diante da velha história de casa mal-assombrada, transposta tantas vezes para o cinema e com inúmeros resultados notáveis –o campeão ainda deve ser "Desafio do Além" (1963), de Robert Wise. Nesse tipo de casarão antigo era comum existir um quarto secreto, onde os pais, por vergonha, escondiam suas crianças com defeito físico, privando-as da convivência social. Tudo leva a crer que a porta encontrada por Dana e David atrás de um velho armário seja a entrada para um desses quartos. Caruso brinca com algumas convenções do cinema de horror, especialmente na cena em que o pequeno Lucas parece conversar com um espírito e a câmera revela que ele, na verdade, conversava com um gatinho. É um filme que caminha o tempo todo na corda bamba, com direção acadêmica e roteiro simplório. O QUARTO DOS ESQUECIDOS (The Disappointments Room) DIREÇÃO D.J. Caruso ELENCO Kate Beckinsale, Mel Raido, Lucas Till PRODUÇÃO EUA, 2016, 14 anos QUANDO estreia na quinta (24)
ilustrada
Simplório, filme apela à casa mal-assombrada pela milésima vezO diretor D.J. Caruso deve estar tão acostumado a levar bordoadas da crítica que já nem se preocupa em tentar algo novo. Faz o feijão com arroz de olho nas bilheterias e cruza os dedos a partir da estreia comercial de seus filmes. Claro que, com a crítica globalizada, multiplicada e enfraquecida, ele até tem defensores. Mas "O Quarto dos Esquecidos", sua mais nova incursão pelo gênero horror, dificilmente irá angariar novos adeptos ao seu rebanho. Mais fácil é vermos os fãs da bela Kate Beckinsale (tão bela que interpretou Ava Gardner em "O Aviador", de Scorsese) ficarem desapontados com o ponto a que chegou. Ela vive uma arquiteta que entra em colapso após perder a filhinha num acidente. Tenta o suicídio e fica dependente de medicamentos para dormir, acordar, trabalhar. Com o marido David (Mel Raido, numa atuação sofrível) e o filho Lucas (Duncan Joiner), muda-se para um velho casarão afastado. Ali, começa a perceber coisas estranhas: luzes se acendem e portas se fecham do nada. Estamos diante da velha história de casa mal-assombrada, transposta tantas vezes para o cinema e com inúmeros resultados notáveis –o campeão ainda deve ser "Desafio do Além" (1963), de Robert Wise. Nesse tipo de casarão antigo era comum existir um quarto secreto, onde os pais, por vergonha, escondiam suas crianças com defeito físico, privando-as da convivência social. Tudo leva a crer que a porta encontrada por Dana e David atrás de um velho armário seja a entrada para um desses quartos. Caruso brinca com algumas convenções do cinema de horror, especialmente na cena em que o pequeno Lucas parece conversar com um espírito e a câmera revela que ele, na verdade, conversava com um gatinho. É um filme que caminha o tempo todo na corda bamba, com direção acadêmica e roteiro simplório. O QUARTO DOS ESQUECIDOS (The Disappointments Room) DIREÇÃO D.J. Caruso ELENCO Kate Beckinsale, Mel Raido, Lucas Till PRODUÇÃO EUA, 2016, 14 anos QUANDO estreia na quinta (24)
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Em grande evento no Texas, Michelle Obama descarta disputar Presidência
Michelle Obama se reuniu com compositoras e cantoras nesta quarta-feira (16) num evento para divulgar uma iniciativa educacional para garotas do mundo todo, no qual também deu uma palhinha e falou de seus planos futuros fora da Casa Branca. Ela foi rápida em descartar uma eventual candidatura à Presidência ao ser questionada sobre essa possibilidade. "Uma das razões é o fato de que tenho duas jovens em casa. E ser filhas de presidente... pensem sobre isto, não é nada fácil!", disse a primeira-dama no South by Southwest (SXSW), um festival de música, cinema e tecnologia que acontece em Austin, capital do Texas. "Elas lidaram com [isso] de forma muito graciosa, mas foi o suficiente. E há muitas maneiras de impactar o mundo: você não precisa ser presidente dos EUA para fazer coisas maravilhosas." Ao ser questionada sobre como será sua vida com o término do mandato de Barack Obama, em janeiro de 2017, Michelle respondeu cantando um verso de "It's So Hard to Say Goodbye to Yesterday" (é tão difícil dizer adeus ao passado), música da Motown popularizada pelo Boyz II Men. "Não pretendo diminuir meu trabalho nem um pouco", disse. "Tem tanta coisa que posso fazer, às vezes até mais estando fora da Casa Branca, fora dos holofotes. Vou continuar fazendo isto pelo resto da vida." Michelle foi acompanhada no palco pela rapper e produtora Missy Elliott, a compositora Diane Warren e a atriz Sophia Bush ("Chicago Fire"), numa conversa moderada pela atriz e música Queen Latifah. A primeira-dama contou que "Talking Book", de Stevie Wonder (1972), foi seu primeiro disco, um presente de aniversário de seu avô, um colecionador de jazz. "Tocava direto, sem parar. Stevie Wonder falava sobre unidade, sobre amor e paz. Todas suas canções trazem mensagens de empoderamento, sobre mudanças, sobre impactar o mundo." Ela aproveitou sua participação no festival para divulgar "Let Girls Learn" (deixe as garotas aprenderem), uma iniciativa que o casal Obama lançou há um ano para ajudar cerca de 62 milhões de garotas no mundo que estão fora das escolas. O projeto conta com ajuda de vários órgãos americanos, como o Departamento do Estado, a Agência dos EUA para Desenvolvimento Internacional (Usaid) e o Peace Corps. "Sabemos por estatísticas que garotas que são educadas criam crianças mais saudáveis, têm menos chances de ter doenças como HIV. Ter garotas educadas aumenta o PIB de qualquer país", disse Michelle. Em novembro, a Usaid anunciou a construção de 25 novas escolas na Jordânia, mais da metade para meninas e acomodando um total de 25 mil crianças por ano. A mesma agência fez uma parceria com o governo do Paquistão para investir US$ 70 milhões em programas para 200 mil adolescentes entre 10 e 19 anos. Outras iniciativas aconteceram no Japão, Inglaterra e países da África em menos de um ano. Antes de Michelle subir ao palco, as irmãs Halle e Chloe Bailey cantaram um cover de "Pretty Hurts", de Beyoncé, e "This is for my Girls", composta por Warren para ser um hino do "Let Girls Learn". Todo o dinheiro arrecadado com downloads da música no iTunes será revertido para o programa.
mundo
Em grande evento no Texas, Michelle Obama descarta disputar PresidênciaMichelle Obama se reuniu com compositoras e cantoras nesta quarta-feira (16) num evento para divulgar uma iniciativa educacional para garotas do mundo todo, no qual também deu uma palhinha e falou de seus planos futuros fora da Casa Branca. Ela foi rápida em descartar uma eventual candidatura à Presidência ao ser questionada sobre essa possibilidade. "Uma das razões é o fato de que tenho duas jovens em casa. E ser filhas de presidente... pensem sobre isto, não é nada fácil!", disse a primeira-dama no South by Southwest (SXSW), um festival de música, cinema e tecnologia que acontece em Austin, capital do Texas. "Elas lidaram com [isso] de forma muito graciosa, mas foi o suficiente. E há muitas maneiras de impactar o mundo: você não precisa ser presidente dos EUA para fazer coisas maravilhosas." Ao ser questionada sobre como será sua vida com o término do mandato de Barack Obama, em janeiro de 2017, Michelle respondeu cantando um verso de "It's So Hard to Say Goodbye to Yesterday" (é tão difícil dizer adeus ao passado), música da Motown popularizada pelo Boyz II Men. "Não pretendo diminuir meu trabalho nem um pouco", disse. "Tem tanta coisa que posso fazer, às vezes até mais estando fora da Casa Branca, fora dos holofotes. Vou continuar fazendo isto pelo resto da vida." Michelle foi acompanhada no palco pela rapper e produtora Missy Elliott, a compositora Diane Warren e a atriz Sophia Bush ("Chicago Fire"), numa conversa moderada pela atriz e música Queen Latifah. A primeira-dama contou que "Talking Book", de Stevie Wonder (1972), foi seu primeiro disco, um presente de aniversário de seu avô, um colecionador de jazz. "Tocava direto, sem parar. Stevie Wonder falava sobre unidade, sobre amor e paz. Todas suas canções trazem mensagens de empoderamento, sobre mudanças, sobre impactar o mundo." Ela aproveitou sua participação no festival para divulgar "Let Girls Learn" (deixe as garotas aprenderem), uma iniciativa que o casal Obama lançou há um ano para ajudar cerca de 62 milhões de garotas no mundo que estão fora das escolas. O projeto conta com ajuda de vários órgãos americanos, como o Departamento do Estado, a Agência dos EUA para Desenvolvimento Internacional (Usaid) e o Peace Corps. "Sabemos por estatísticas que garotas que são educadas criam crianças mais saudáveis, têm menos chances de ter doenças como HIV. Ter garotas educadas aumenta o PIB de qualquer país", disse Michelle. Em novembro, a Usaid anunciou a construção de 25 novas escolas na Jordânia, mais da metade para meninas e acomodando um total de 25 mil crianças por ano. A mesma agência fez uma parceria com o governo do Paquistão para investir US$ 70 milhões em programas para 200 mil adolescentes entre 10 e 19 anos. Outras iniciativas aconteceram no Japão, Inglaterra e países da África em menos de um ano. Antes de Michelle subir ao palco, as irmãs Halle e Chloe Bailey cantaram um cover de "Pretty Hurts", de Beyoncé, e "This is for my Girls", composta por Warren para ser um hino do "Let Girls Learn". Todo o dinheiro arrecadado com downloads da música no iTunes será revertido para o programa.
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No novo ano, vamos refletir sobre como ouvir mais e melhor as crianças
O ano foi difícil em vários aspectos e a maioria deles afetou a vida pessoal de cada um de nós. Chegamos aos últimos dias querendo que o ano termine logo –como se um novo ano pudesse resolver a maioria dos problemas que enfrentamos! O fato é que estamos estressados, exaustos, pressionados, frustrados etc., e queremos começar uma nova etapa. Se para nós o ano foi difícil, para as crianças não foi diferente. Lidar com um mundo hostil, com o cansaço e o desânimo de muitos pais e com a braveza exagerada e a falta de paciência que isso provoca não deve ter sido fácil para elas! Muitas adoeceram, não conseguiram colocar em ato o potencial que têm para aprender, arrumaram confusões desnecessárias com pais, educadores e pares, transgrediram sem motivos etc. Então, caro leitor, hoje convido você a refletir sobre algumas mudanças para melhorar a vida de nossas crianças. Esse convite eu envio a todos os adultos, tenham eles ou não filhos, sobrinhos e/ou netos, alunos. Todos nós, integrantes da sociedade, temos responsabilidades em relação aos mais novos. Precisamos ter muito mais paciência com eles, porque exigem muito de nós, e temos a responsabilidade de estar disponíveis para eles, não apenas nos bons momentos, mas principalmente nos episódios que nos fazem ver a criança e o adolescente reais, que são como eles são e não como queríamos que fossem. Em muitos momentos iremos enfrentar a teimosia, a desobediência e a rebeldia, o confronto direto e muitas vezes agressivo na convivência com eles. Por isso, paciência é fundamental: nos permite atuar com mais foco nas questões que eles nos apresentam e não em nossos sentimentos e decepções. Precisamos agir mais quando eles nos solicitam e não apenas falar, falar, falar, e esperar que nossos comandos e nossos discursos tenham efeito de decretos a serem cumpridos por eles. É que eles entendem muito bem, no sentido da compreensão cognitiva, as ideias e as ordens que dirigimos a eles. Sem nossa ação em parceria com nossas palavras, porém, nada acontece! Falar para uma criança que ela não deve fazer determinada coisa não funciona tanto quanto falar e impedir que ela faça. Apenas orientar um adolescente também não funciona tanto quanto se, com a orientação, houver a tutela dos pais e/ou professores, mesmo que discreta. Precisamos colocar em prática os sentimentos que temos pelos filhos, e não apenas fazer declarações de amor a eles. E se existe uma prática extremamente amorosa, é a escuta ativa e paciente do que eles expressam –não apenas do que eles falam, mas também e principalmente do que eles não conseguem falar diretamente e por isso representam, dizem nas entrelinhas, usam personagens para narrar o que ocorre com eles. Se uma garota disser que tem uma amiga grávida, pode ser que ela precise saber o que os pais fariam caso isso ocorresse com ela; se um jovem diz que um amigo usa drogas e passa mal, ele pode querer ter informações sobre o assunto para ele mesmo. Precisamos lembrar, todos os dias, que o amor que sentimos por nossas crianças e adolescentes precisa ser menos falado e mais atuado. Eles necessitam saber, por nossas atitudes, que são prioridade em nossas vidas. Meus votos para um ano melhor para cada um de nós e, principalmente, para nossas crianças! A todos, desejo um ótimo início de nova jornada. Saúde e coragem!
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No novo ano, vamos refletir sobre como ouvir mais e melhor as criançasO ano foi difícil em vários aspectos e a maioria deles afetou a vida pessoal de cada um de nós. Chegamos aos últimos dias querendo que o ano termine logo –como se um novo ano pudesse resolver a maioria dos problemas que enfrentamos! O fato é que estamos estressados, exaustos, pressionados, frustrados etc., e queremos começar uma nova etapa. Se para nós o ano foi difícil, para as crianças não foi diferente. Lidar com um mundo hostil, com o cansaço e o desânimo de muitos pais e com a braveza exagerada e a falta de paciência que isso provoca não deve ter sido fácil para elas! Muitas adoeceram, não conseguiram colocar em ato o potencial que têm para aprender, arrumaram confusões desnecessárias com pais, educadores e pares, transgrediram sem motivos etc. Então, caro leitor, hoje convido você a refletir sobre algumas mudanças para melhorar a vida de nossas crianças. Esse convite eu envio a todos os adultos, tenham eles ou não filhos, sobrinhos e/ou netos, alunos. Todos nós, integrantes da sociedade, temos responsabilidades em relação aos mais novos. Precisamos ter muito mais paciência com eles, porque exigem muito de nós, e temos a responsabilidade de estar disponíveis para eles, não apenas nos bons momentos, mas principalmente nos episódios que nos fazem ver a criança e o adolescente reais, que são como eles são e não como queríamos que fossem. Em muitos momentos iremos enfrentar a teimosia, a desobediência e a rebeldia, o confronto direto e muitas vezes agressivo na convivência com eles. Por isso, paciência é fundamental: nos permite atuar com mais foco nas questões que eles nos apresentam e não em nossos sentimentos e decepções. Precisamos agir mais quando eles nos solicitam e não apenas falar, falar, falar, e esperar que nossos comandos e nossos discursos tenham efeito de decretos a serem cumpridos por eles. É que eles entendem muito bem, no sentido da compreensão cognitiva, as ideias e as ordens que dirigimos a eles. Sem nossa ação em parceria com nossas palavras, porém, nada acontece! Falar para uma criança que ela não deve fazer determinada coisa não funciona tanto quanto falar e impedir que ela faça. Apenas orientar um adolescente também não funciona tanto quanto se, com a orientação, houver a tutela dos pais e/ou professores, mesmo que discreta. Precisamos colocar em prática os sentimentos que temos pelos filhos, e não apenas fazer declarações de amor a eles. E se existe uma prática extremamente amorosa, é a escuta ativa e paciente do que eles expressam –não apenas do que eles falam, mas também e principalmente do que eles não conseguem falar diretamente e por isso representam, dizem nas entrelinhas, usam personagens para narrar o que ocorre com eles. Se uma garota disser que tem uma amiga grávida, pode ser que ela precise saber o que os pais fariam caso isso ocorresse com ela; se um jovem diz que um amigo usa drogas e passa mal, ele pode querer ter informações sobre o assunto para ele mesmo. Precisamos lembrar, todos os dias, que o amor que sentimos por nossas crianças e adolescentes precisa ser menos falado e mais atuado. Eles necessitam saber, por nossas atitudes, que são prioridade em nossas vidas. Meus votos para um ano melhor para cada um de nós e, principalmente, para nossas crianças! A todos, desejo um ótimo início de nova jornada. Saúde e coragem!
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Prefeito de Mariana convoca alunos e professores para ato pró-Samarco
A Prefeitura de Mariana (MG) convocou funcionários da educação para uma passeata neste sábado (12) em defesa da volta das operações da Samarco na cidade. Cerca de 500 alunos deveriam ser levados pelos professores ao evento. Com a repercussão negativa da decisão, a administração recuou nesta sexta (11) e afirmou que a nota se tratava apenas de um convite. A Samarco está com as atividades suspensas no município desde 5 de novembro de 2015, quando uma barragem de rejeitos se rompeu liberando no meio ambiente cerca de 35 bilhões de litros de lama. Ao todo, 19 pessoas morreram –o corpo da penúltima vítima foi achada no dia 9. A tragédia deixou um rastro de destruição ao longo do curso de rio Doce e atingiu o litoral capixaba. A mineradora já solicitou ao governo de Minas licença para voltar a operar. Em comunicado interno divulgado nesta quinta-feira (10), a secretária interina de Educação, Juliana Alves Ferreira, escreveu que diretores, vice-diretores, pedagogos e demais funcionários das escolas municipais estavam convocados para a caminhada, às 9h deste sábado. A participação no ato compensaria o "sábado letivo previsto para 21 de maio". "Será fornecido transporte e cada escola levará para a passeata o número de alunos descrito no quadro abaixo", diz o comunicado. Uma tabela contida no documento listava 15 colégios. A prefeitura informava que um lanche seria servido aos estudantes antes da saída das escolas e após a passeata. O prefeito Duarte Jr. (PPS) chegou a gravar um vídeo para convidar "todo mundo que se preocupa pelo menos um pouco com a cidade de Mariana" para uma "grande passeata a favor da empresa Samarco". Nesta sexta, a prefeitura divulgou em seu site uma nota afirmando que a secretária havia se equivocado sobre o pedido do prefeito Duarte Jr. (PPS) de convocar professores. Tratava-se, segundo a nota, de um convite. A administração também desistiu de considerar o sábado da manifestação como dia letivo. Dependente de recursos da mineração, a Prefeitura de Mariana afirma que a taxa de Compensação Financeira de Recursos Minerais paga mensalmente pela Samarco beirava R$ 6,5 milhões quando a empresa estava operando. Com a suspensão das atividades, o valor caiu para R$ 1,2 milhão. "Esta queda na arrecadação implica em desaquecimento da economia local e ameaça grande parte dos empregos gerados na cidade. Daí a importância da manifestação por entendê-la como matéria de interesse público", disse a prefeitura, em nota. Sobre o convite para o ato, a Secretaria de Educação afirmou que a proposta inicial de compensação de um dia letivo com a participação na manifestação visava "incentivar a todos na participação e, assim, demonstrar a importância do retorno das atividades da empresa" e que "respeita o direito ao livre pensamento de cada um dos servidores". "Nenhum deles sofrerá qualquer sanção, em nenhuma hipótese, em razão da sua livre escolha", afirma a pasta, no comunicado. Caminho da Lama
cotidiano
Prefeito de Mariana convoca alunos e professores para ato pró-SamarcoA Prefeitura de Mariana (MG) convocou funcionários da educação para uma passeata neste sábado (12) em defesa da volta das operações da Samarco na cidade. Cerca de 500 alunos deveriam ser levados pelos professores ao evento. Com a repercussão negativa da decisão, a administração recuou nesta sexta (11) e afirmou que a nota se tratava apenas de um convite. A Samarco está com as atividades suspensas no município desde 5 de novembro de 2015, quando uma barragem de rejeitos se rompeu liberando no meio ambiente cerca de 35 bilhões de litros de lama. Ao todo, 19 pessoas morreram –o corpo da penúltima vítima foi achada no dia 9. A tragédia deixou um rastro de destruição ao longo do curso de rio Doce e atingiu o litoral capixaba. A mineradora já solicitou ao governo de Minas licença para voltar a operar. Em comunicado interno divulgado nesta quinta-feira (10), a secretária interina de Educação, Juliana Alves Ferreira, escreveu que diretores, vice-diretores, pedagogos e demais funcionários das escolas municipais estavam convocados para a caminhada, às 9h deste sábado. A participação no ato compensaria o "sábado letivo previsto para 21 de maio". "Será fornecido transporte e cada escola levará para a passeata o número de alunos descrito no quadro abaixo", diz o comunicado. Uma tabela contida no documento listava 15 colégios. A prefeitura informava que um lanche seria servido aos estudantes antes da saída das escolas e após a passeata. O prefeito Duarte Jr. (PPS) chegou a gravar um vídeo para convidar "todo mundo que se preocupa pelo menos um pouco com a cidade de Mariana" para uma "grande passeata a favor da empresa Samarco". Nesta sexta, a prefeitura divulgou em seu site uma nota afirmando que a secretária havia se equivocado sobre o pedido do prefeito Duarte Jr. (PPS) de convocar professores. Tratava-se, segundo a nota, de um convite. A administração também desistiu de considerar o sábado da manifestação como dia letivo. Dependente de recursos da mineração, a Prefeitura de Mariana afirma que a taxa de Compensação Financeira de Recursos Minerais paga mensalmente pela Samarco beirava R$ 6,5 milhões quando a empresa estava operando. Com a suspensão das atividades, o valor caiu para R$ 1,2 milhão. "Esta queda na arrecadação implica em desaquecimento da economia local e ameaça grande parte dos empregos gerados na cidade. Daí a importância da manifestação por entendê-la como matéria de interesse público", disse a prefeitura, em nota. Sobre o convite para o ato, a Secretaria de Educação afirmou que a proposta inicial de compensação de um dia letivo com a participação na manifestação visava "incentivar a todos na participação e, assim, demonstrar a importância do retorno das atividades da empresa" e que "respeita o direito ao livre pensamento de cada um dos servidores". "Nenhum deles sofrerá qualquer sanção, em nenhuma hipótese, em razão da sua livre escolha", afirma a pasta, no comunicado. Caminho da Lama
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Juiz aceita denúncia e Lula vira réu na Operação Zelotes no DF
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu filho Luis Cláudio Lula da Silva viraram réus na Operação Zelotes. Além deles, o casal Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, sócios da consultoria M&M (Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia), também viraram réus. O juiz federal Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal, aceitou a denúncia oferecida contra os quatro na semana passada. De acordo com o Ministério Público Federal, Lula e Luís Cláudio participaram de um esquema de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa envolvendo a compra de 36 caças Gripen, da sueca Saab, pelo governo brasileiro. Os procuradores também viram indícios de irregularidades na prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627. Para os investigadores, o grupo atuou na formulação da MP-627 a fim de beneficiar alguns agentes públicos e privados. O esquema, diz a denúncia, ocorreu de 2013 a 2015, quando Lula já era ex-presidente. Segundo os investigadores, Lula prometeu à consultoria M&M interferir para beneficiar clientes da empresa na negociação dos caças junto ao governo federal. Mauro e Cristina convenceram então os executivos da Saab "que possuíam proximidade com o ex-presidente e que poderia contar com a sua influência junto ao governo para assegurar uma vitória na disputa concorrencial". Em troca, diz ainda a acusação, a LFT Marketing Esportivo, empresa de Luís Cláudio teria recebido R$ 2,55 milhões da consultoria entre junho de 2014 e março de 2015. Os serviços não foram prestados, segundo os investigadores. Os procuradores apontaram uma "relação triangular" envolvendo clientes da M&M, intermediários (Lula e os sócios da consultoria) e "agente público que poderia tomar as decisões que beneficiariam os primeiros (a então presidente da República Dilma Rousseff)". Durante as investigações, no entanto, não foram encontrados indícios de que a presidente tivesse conhecimento do suposto esquema. No entanto nos trechos da denúncia que foram tornados públicos não há descrição de quais indícios são considerados pelos procuradores para afirmar que Lula "integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo". Não são citados supostos indícios de que Lula tenha afirmado a Marcondes ou seus clientes que poderia beneficiar seus negócios ou que tenha procurado autoridades para pedir favores a Marcondes. Nesse ponto, em sentido contrário, a denúncia reconhece não haver indícios de que a ex-presidente Dilma Rousseff "tivesse conhecimento do esquema criminoso". Também não há menção a eventuais indícios de que Lula tenha pedido ou intermediado os pagamentos de Marcondes à empresa do seu filho Luis Cláudio. Os procuradores afirmam que mensagens indicam que o casal Marcondes "vendeu" promessas a seus clientes, mas não são mencionados indícios sobre eventual conhecimento prévio de Lula dessas atividades. Esta é a quarta vez que Lula se torna réu. Na quinta (15), outra denúncia contra ele foi apresentada, na Lava Jato, no Paraná. O ex-presidente já responde na Justiça Federal do Distrito Federal por tentativa de embaraçar a investigação da Operação Lava Jato. Na ação, ele é acusado de tentar evitar com que Nelson Cerveró, ex-diretor de Internacional da Petrobras, fizesse acordo de delação premiada. Além desses processos, Lula responde por suposto favorecimento à empreiteira OAS em uma ação da Lava Jato, que tramita na Justiça Federal de Curitiba (PR). Além dos processos na primeira instância, Lula é alvo de dois inquéritos da Lava Jato que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal): um investiga a participação de políticos do PT em uma suposta quadrilha montada na Petrobras e outro apura tentativa de obstrução à Justiça – ele teria sido nomeado para a Casa Civil no começo de 2016 em uma tentativa de sair da jurisdição do juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato no Paraná. OUTRO LADO O Instituto Lula reafirma o que foi dito na nota após o oferecimento da denúncia, na semana passada. Diz que nem o ex-presidente nem seu filho "participaram ou tiveram conhecimento de qualquer ato relacionado à compra dos aviões caças da empresa sueca SAAB, tampouco para a prorrogação de benefício fiscais relativos à Medida Provisória nº 627/2013" A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Mauro Marcondes e Cristina Mautoni.
poder
Juiz aceita denúncia e Lula vira réu na Operação Zelotes no DFO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu filho Luis Cláudio Lula da Silva viraram réus na Operação Zelotes. Além deles, o casal Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, sócios da consultoria M&M (Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia), também viraram réus. O juiz federal Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal, aceitou a denúncia oferecida contra os quatro na semana passada. De acordo com o Ministério Público Federal, Lula e Luís Cláudio participaram de um esquema de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa envolvendo a compra de 36 caças Gripen, da sueca Saab, pelo governo brasileiro. Os procuradores também viram indícios de irregularidades na prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627. Para os investigadores, o grupo atuou na formulação da MP-627 a fim de beneficiar alguns agentes públicos e privados. O esquema, diz a denúncia, ocorreu de 2013 a 2015, quando Lula já era ex-presidente. Segundo os investigadores, Lula prometeu à consultoria M&M interferir para beneficiar clientes da empresa na negociação dos caças junto ao governo federal. Mauro e Cristina convenceram então os executivos da Saab "que possuíam proximidade com o ex-presidente e que poderia contar com a sua influência junto ao governo para assegurar uma vitória na disputa concorrencial". Em troca, diz ainda a acusação, a LFT Marketing Esportivo, empresa de Luís Cláudio teria recebido R$ 2,55 milhões da consultoria entre junho de 2014 e março de 2015. Os serviços não foram prestados, segundo os investigadores. Os procuradores apontaram uma "relação triangular" envolvendo clientes da M&M, intermediários (Lula e os sócios da consultoria) e "agente público que poderia tomar as decisões que beneficiariam os primeiros (a então presidente da República Dilma Rousseff)". Durante as investigações, no entanto, não foram encontrados indícios de que a presidente tivesse conhecimento do suposto esquema. No entanto nos trechos da denúncia que foram tornados públicos não há descrição de quais indícios são considerados pelos procuradores para afirmar que Lula "integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo". Não são citados supostos indícios de que Lula tenha afirmado a Marcondes ou seus clientes que poderia beneficiar seus negócios ou que tenha procurado autoridades para pedir favores a Marcondes. Nesse ponto, em sentido contrário, a denúncia reconhece não haver indícios de que a ex-presidente Dilma Rousseff "tivesse conhecimento do esquema criminoso". Também não há menção a eventuais indícios de que Lula tenha pedido ou intermediado os pagamentos de Marcondes à empresa do seu filho Luis Cláudio. Os procuradores afirmam que mensagens indicam que o casal Marcondes "vendeu" promessas a seus clientes, mas não são mencionados indícios sobre eventual conhecimento prévio de Lula dessas atividades. Esta é a quarta vez que Lula se torna réu. Na quinta (15), outra denúncia contra ele foi apresentada, na Lava Jato, no Paraná. O ex-presidente já responde na Justiça Federal do Distrito Federal por tentativa de embaraçar a investigação da Operação Lava Jato. Na ação, ele é acusado de tentar evitar com que Nelson Cerveró, ex-diretor de Internacional da Petrobras, fizesse acordo de delação premiada. Além desses processos, Lula responde por suposto favorecimento à empreiteira OAS em uma ação da Lava Jato, que tramita na Justiça Federal de Curitiba (PR). Além dos processos na primeira instância, Lula é alvo de dois inquéritos da Lava Jato que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal): um investiga a participação de políticos do PT em uma suposta quadrilha montada na Petrobras e outro apura tentativa de obstrução à Justiça – ele teria sido nomeado para a Casa Civil no começo de 2016 em uma tentativa de sair da jurisdição do juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato no Paraná. OUTRO LADO O Instituto Lula reafirma o que foi dito na nota após o oferecimento da denúncia, na semana passada. Diz que nem o ex-presidente nem seu filho "participaram ou tiveram conhecimento de qualquer ato relacionado à compra dos aviões caças da empresa sueca SAAB, tampouco para a prorrogação de benefício fiscais relativos à Medida Provisória nº 627/2013" A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Mauro Marcondes e Cristina Mautoni.
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Aneurisma grave causou internação de Joni Mitchell, diz revista americana
Um grave aneurisma causou a internação da cantora Joni Mitchell em abril, informou nesta sexta-feira (29) a revista americana "Billboard". Mitchell, 71, foi encontrada inconsciente em sua casa de Los Angeles, nos Estados Unidos, no dia 1º de abril e levada às pressas para um hospital local. Após sua internação, surgiram boatos de um coma, logo desmentidos. Segundo o site "Showbiz 411", a cantora está se comunicando, embora "a fala seja difícil". Segundo a publicação, o estado de Mitchell é "muito sério", e ela deve ser movida para uma casa de reabilitação. Especialmente famosa nas décadas de 1960 e 1970, Joni Mitchell já ganhou oito prêmios Grammy e é conhecida por músicas como "The Circle Game", "Help Me", "Big Yellow Táxi" e "River". Seu último álbum com canções inéditas foi "Shine", lançado em 2007.
ilustrada
Aneurisma grave causou internação de Joni Mitchell, diz revista americanaUm grave aneurisma causou a internação da cantora Joni Mitchell em abril, informou nesta sexta-feira (29) a revista americana "Billboard". Mitchell, 71, foi encontrada inconsciente em sua casa de Los Angeles, nos Estados Unidos, no dia 1º de abril e levada às pressas para um hospital local. Após sua internação, surgiram boatos de um coma, logo desmentidos. Segundo o site "Showbiz 411", a cantora está se comunicando, embora "a fala seja difícil". Segundo a publicação, o estado de Mitchell é "muito sério", e ela deve ser movida para uma casa de reabilitação. Especialmente famosa nas décadas de 1960 e 1970, Joni Mitchell já ganhou oito prêmios Grammy e é conhecida por músicas como "The Circle Game", "Help Me", "Big Yellow Táxi" e "River". Seu último álbum com canções inéditas foi "Shine", lançado em 2007.
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Onde estavam?
Quem acha que já viu tudo ficou pasmo no último domingo. Mal iniciado o discurso de Dilma sobre o Dia Internacional da Mulher, alguns dos bairros mais ricos e bem comportados das capitais do país foram invadidos por um bater de panelas e xingamentos contra a presidente e o PT. Foi a revolta da varanda. Cheios de indignação, homens de bem, cidadãos respeitadores da lei e da ordem e jovens educados nas melhores escolas soltaram o verbo. Estavam cumprindo um dever patriótico, em defesa da moral e do povo brasileiro. Muito bem. Mas como perguntar não ofende... Onde estavam eles, no dia anterior, quando dez pessoas foram brutalmente assassinadas numa chacina no Jardim São Luiz, zona sul de São Paulo? Há suspeita de que os autores tenham sido policiais militares. Aliás a polícia matou este ano uma pessoa a cada 10 horas nas periferias paulistas. Ah, se fosse nos Jardins, a república já tinha caído. Dez homicídios. Paz nas sacadas. Mas não sejamos injustos! Eles estão preocupados com temas maiores. É o Brasil que está em jogo. Está bem então. Onde estavam eles na maior entrega do patrimônio nacional, quando se repassaram os minérios, as telecomunicações e a energia para controle estrangeiro? A privataria da Vale, da Telebrás e do setor elétrico foi um crime de lesa-pátria e levou a perdas financeiras inestimáveis. Como se não bastasse, as privatizações foram conduzidas de modo corrupto, "no limite da irresponsabilidade", como disse à época um tucano. E, para não ser acusado de "petralha", tomemos um fato mais recente. Onde estavam eles em 2013 durante o leilão do Campo de Libra –coração do pré-sal–, que entregou parte do petróleo a empresas multinacionais? Silêncio em Perdizes. Nenhuma panela nas varandas do Lago Sul. Talvez não estejamos compreendendo. A questão é a corrupção! Não podemos ficar parados vendo toda esta roubalheira! Pois bem, vamos lá. Onde estavam eles quando, após a Operação Satiagraha, o banqueiro Daniel Dantas foi libertado e o processo anulado mesmo com todas as provas de corrupção, suborno e lavagem de dinheiro? Onde estavam quando, em 2014, a sonegação fiscal –especialmente por grandes empresas e ricaços– roubou mais de R$ 500 bilhões dos cofres públicos em uma ano, ultrapassando os R$ 415 bilhões do ano anterior? R$ 500 bilhões equivalem a mais de cem vezes os recursos desviados da Petrobras na investigação da Operação Lava Jato. E, no mês passado, onde estavam quando explodiu o escândalo do HSBC pelo qual 342 magnatas brasileiros, junto com colegas de outros países, enviaram ilegalmente bilhões de dólares para o banco na Suíça? Silêncio em Moema. Nenhuma panela nas varandas do Leblon. Falta coerência à elite urbana do país. São arautos da moralidade seletiva e chegaram bem atrasados para denunciar a corrupção nacional. Não lembro de ter visto nenhum deles no último domingo pedindo reforma política com o fim do financiamento empresarial das campanhas. Seu antipetismo, cada vez mais histérico, não é pelo muito que os governos petistas deixaram de fazer, mas pelo pouco que fizeram. É evidente que o discurso de Dilma não merecia nenhum aplauso. Dizer que o ajuste fiscal –que faz os trabalhadores pagarem pela crise– foi um ato de "coragem" é inaceitável. Corte de investimentos sociais, aumento de tarifas e ataque a direitos trabalhistas é, sim, um ato de covardia. Mas não é isso que indigna a turma da varanda. Envenenados por uma mídia que quer sangrar o governo e flerta com o impeachment, acreditando alguns desavisados que estão numa cruzada pelo Brasil, na verdade representam a tentativa de impor uma saída conservadora à crise do petismo. É isso que novamente estará nas ruas em 15 de março. Talvez sirva como lição para Dilma se dar conta de que a crise política está além dos muros do Congresso. E de que, se quer apoio popular para enfrentar a direita nas ruas, precisará reverter as medidas impopulares de seu governo. Fazer o ajuste para o outro lado, com taxação das grandes fortunas, política de combate à sonegação e garantia de todos os direitos e investimentos sociais. Este sim seria um ato de coragem. E faria a turma da varanda perceber que era feliz e não sabia.
colunas
Onde estavam?Quem acha que já viu tudo ficou pasmo no último domingo. Mal iniciado o discurso de Dilma sobre o Dia Internacional da Mulher, alguns dos bairros mais ricos e bem comportados das capitais do país foram invadidos por um bater de panelas e xingamentos contra a presidente e o PT. Foi a revolta da varanda. Cheios de indignação, homens de bem, cidadãos respeitadores da lei e da ordem e jovens educados nas melhores escolas soltaram o verbo. Estavam cumprindo um dever patriótico, em defesa da moral e do povo brasileiro. Muito bem. Mas como perguntar não ofende... Onde estavam eles, no dia anterior, quando dez pessoas foram brutalmente assassinadas numa chacina no Jardim São Luiz, zona sul de São Paulo? Há suspeita de que os autores tenham sido policiais militares. Aliás a polícia matou este ano uma pessoa a cada 10 horas nas periferias paulistas. Ah, se fosse nos Jardins, a república já tinha caído. Dez homicídios. Paz nas sacadas. Mas não sejamos injustos! Eles estão preocupados com temas maiores. É o Brasil que está em jogo. Está bem então. Onde estavam eles na maior entrega do patrimônio nacional, quando se repassaram os minérios, as telecomunicações e a energia para controle estrangeiro? A privataria da Vale, da Telebrás e do setor elétrico foi um crime de lesa-pátria e levou a perdas financeiras inestimáveis. Como se não bastasse, as privatizações foram conduzidas de modo corrupto, "no limite da irresponsabilidade", como disse à época um tucano. E, para não ser acusado de "petralha", tomemos um fato mais recente. Onde estavam eles em 2013 durante o leilão do Campo de Libra –coração do pré-sal–, que entregou parte do petróleo a empresas multinacionais? Silêncio em Perdizes. Nenhuma panela nas varandas do Lago Sul. Talvez não estejamos compreendendo. A questão é a corrupção! Não podemos ficar parados vendo toda esta roubalheira! Pois bem, vamos lá. Onde estavam eles quando, após a Operação Satiagraha, o banqueiro Daniel Dantas foi libertado e o processo anulado mesmo com todas as provas de corrupção, suborno e lavagem de dinheiro? Onde estavam quando, em 2014, a sonegação fiscal –especialmente por grandes empresas e ricaços– roubou mais de R$ 500 bilhões dos cofres públicos em uma ano, ultrapassando os R$ 415 bilhões do ano anterior? R$ 500 bilhões equivalem a mais de cem vezes os recursos desviados da Petrobras na investigação da Operação Lava Jato. E, no mês passado, onde estavam quando explodiu o escândalo do HSBC pelo qual 342 magnatas brasileiros, junto com colegas de outros países, enviaram ilegalmente bilhões de dólares para o banco na Suíça? Silêncio em Moema. Nenhuma panela nas varandas do Leblon. Falta coerência à elite urbana do país. São arautos da moralidade seletiva e chegaram bem atrasados para denunciar a corrupção nacional. Não lembro de ter visto nenhum deles no último domingo pedindo reforma política com o fim do financiamento empresarial das campanhas. Seu antipetismo, cada vez mais histérico, não é pelo muito que os governos petistas deixaram de fazer, mas pelo pouco que fizeram. É evidente que o discurso de Dilma não merecia nenhum aplauso. Dizer que o ajuste fiscal –que faz os trabalhadores pagarem pela crise– foi um ato de "coragem" é inaceitável. Corte de investimentos sociais, aumento de tarifas e ataque a direitos trabalhistas é, sim, um ato de covardia. Mas não é isso que indigna a turma da varanda. Envenenados por uma mídia que quer sangrar o governo e flerta com o impeachment, acreditando alguns desavisados que estão numa cruzada pelo Brasil, na verdade representam a tentativa de impor uma saída conservadora à crise do petismo. É isso que novamente estará nas ruas em 15 de março. Talvez sirva como lição para Dilma se dar conta de que a crise política está além dos muros do Congresso. E de que, se quer apoio popular para enfrentar a direita nas ruas, precisará reverter as medidas impopulares de seu governo. Fazer o ajuste para o outro lado, com taxação das grandes fortunas, política de combate à sonegação e garantia de todos os direitos e investimentos sociais. Este sim seria um ato de coragem. E faria a turma da varanda perceber que era feliz e não sabia.
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Alemães se envergonham de turistas conterrâneos, diz estudo
Usar apenas roupa de banho no buffet de almoço, ficar bêbado na praia ou ser inconveniente no bar. Para muitos alemães, é constrangedor quando conterrâneos têm tais atitudes durante as férias, apontou uma pesquisa divulgada neste mês. De acordo com a pesquisa, realizada pela empresa Yougov, 81% dos alemães se envergonham de seus conterrâneos quando eles não se comportam de maneira adequada ao viajar. Para 93%, turistas devem ter certos modos. Além disso, 80% dos entrevistados disseram compreender protestos de moradores contra o turismo de massa em Barcelona e Maiorca, na Espanha, por exemplo. Na ilha de Maiorca, popular destino de férias entre alemães, residentes protestaram em julho contra o rápido aumento da quantidade de visitantes. O governo local pretende limitar o número de turistas por lei. Dos alemães consultados pela Yougov, 68% apoiam os planos do governo de Maiorca, enquanto outros 21% se opõem. Por outro lado, três quartos dos entrevistados consideram que turismo o é sempre benéfico, por trazer desenvolvimento econômico. Em Maiorca, por exemplo, o desemprego diminuiu em parte devido ao setor. Em debates sobre o turismo de massa, costuma-se criticar viajantes cujo principal objetivo é fazer festa e beber álcool. A maioria dos entrevistados (82%) pela Yougov desaprova tal comportamento. Ao mesmo tempo, 90% consideram que o sentido das férias é que cada um faça o que lhe ajuda a relaxar, mas somente 48% consideram ser adequado deixar os bons modos de lado. A pesquisa foi realizada entre 4 e 8 de agosto, e 1.029 alemães com idade a partir de 18 anos participaram.
turismo
Alemães se envergonham de turistas conterrâneos, diz estudoUsar apenas roupa de banho no buffet de almoço, ficar bêbado na praia ou ser inconveniente no bar. Para muitos alemães, é constrangedor quando conterrâneos têm tais atitudes durante as férias, apontou uma pesquisa divulgada neste mês. De acordo com a pesquisa, realizada pela empresa Yougov, 81% dos alemães se envergonham de seus conterrâneos quando eles não se comportam de maneira adequada ao viajar. Para 93%, turistas devem ter certos modos. Além disso, 80% dos entrevistados disseram compreender protestos de moradores contra o turismo de massa em Barcelona e Maiorca, na Espanha, por exemplo. Na ilha de Maiorca, popular destino de férias entre alemães, residentes protestaram em julho contra o rápido aumento da quantidade de visitantes. O governo local pretende limitar o número de turistas por lei. Dos alemães consultados pela Yougov, 68% apoiam os planos do governo de Maiorca, enquanto outros 21% se opõem. Por outro lado, três quartos dos entrevistados consideram que turismo o é sempre benéfico, por trazer desenvolvimento econômico. Em Maiorca, por exemplo, o desemprego diminuiu em parte devido ao setor. Em debates sobre o turismo de massa, costuma-se criticar viajantes cujo principal objetivo é fazer festa e beber álcool. A maioria dos entrevistados (82%) pela Yougov desaprova tal comportamento. Ao mesmo tempo, 90% consideram que o sentido das férias é que cada um faça o que lhe ajuda a relaxar, mas somente 48% consideram ser adequado deixar os bons modos de lado. A pesquisa foi realizada entre 4 e 8 de agosto, e 1.029 alemães com idade a partir de 18 anos participaram.
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WhatsApp vai ganhar rival 'inteligente' criado pelo Google
O Google anunciou nesta quarta-feira (18) um aplicativo de mensagens baseado no número do celular do usuário, mesma técnica de autenticação empregada pelo mais popular mensageiro do mundo, WhatsApp. Allo, como é chamado, é integrado ao buscador da empresa e será lançado entre junho e setembro deste ano. Segundo a empresa, a ideia é simplificar a comunicação e reduzir a digitação do usuário. Para isso, usa inteligência artificial. O aplicativo sugere respostas a mensagens automaticamente, algo semelhante ao que fazem os teclados "inteligentes" de smartphones, como o SwiftKey, e um dos apps de e-mail do Google, o Inbox. Além de interpretar texto, o Allo é capaz de decifrar o que é recebido em outros formatos, como emojis ou fotografias –o que deve causar questionamentos de defensores da privacidade na internet. Há integração com a ferramenta de pesquisa da empresa: nas mensagens, é possível embutir resultados de buscas e "bater-papo" com o assistente virtual Google Now –assim, os usuários evocam a máquina para dentro de sua conversa a fim de, por exemplo, comprar ingressos para o cinema ou fazer uma reserva num restaurante. No mensageiro, é possível entrar em um modo "anônimo", chamado incógnito, que é criptografado e permite que o usuário escolha que as mensagens sejam destruídas após a leitura –algo tornado popular pelo Snapchat. Allo, em contraste com o atual app de mensagens do Google, o Hangouts (antigo GTalk), não oferece videochamadas como uma de suas ferramentas, o que é deixado para um segundo app, intitulado Duo. Uma das novidades presentes no Duo é mostrar ao recipiente da ligação o vídeo do interlocutor antes de atendê-la. Os anúncios foram feitos durante o primeiro dia da conferência para programadores Google I/O, realizada neste ano nas cercanias do "Googleplex", como a empresa intitula sua sede, no Vale do Silício, entre quarta (18) e sexta (20). O movimento vai ao encontro dos argumentos apresentados no fim do ano passado por Sundar Pichai, presidente-executivo do Google desde o "spin-off" da empresa e a criação de uma controladora chamada Alphabet, no ano passado. Além do esforço na frente social, integra o aspecto de inteligência artificial.
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WhatsApp vai ganhar rival 'inteligente' criado pelo GoogleO Google anunciou nesta quarta-feira (18) um aplicativo de mensagens baseado no número do celular do usuário, mesma técnica de autenticação empregada pelo mais popular mensageiro do mundo, WhatsApp. Allo, como é chamado, é integrado ao buscador da empresa e será lançado entre junho e setembro deste ano. Segundo a empresa, a ideia é simplificar a comunicação e reduzir a digitação do usuário. Para isso, usa inteligência artificial. O aplicativo sugere respostas a mensagens automaticamente, algo semelhante ao que fazem os teclados "inteligentes" de smartphones, como o SwiftKey, e um dos apps de e-mail do Google, o Inbox. Além de interpretar texto, o Allo é capaz de decifrar o que é recebido em outros formatos, como emojis ou fotografias –o que deve causar questionamentos de defensores da privacidade na internet. Há integração com a ferramenta de pesquisa da empresa: nas mensagens, é possível embutir resultados de buscas e "bater-papo" com o assistente virtual Google Now –assim, os usuários evocam a máquina para dentro de sua conversa a fim de, por exemplo, comprar ingressos para o cinema ou fazer uma reserva num restaurante. No mensageiro, é possível entrar em um modo "anônimo", chamado incógnito, que é criptografado e permite que o usuário escolha que as mensagens sejam destruídas após a leitura –algo tornado popular pelo Snapchat. Allo, em contraste com o atual app de mensagens do Google, o Hangouts (antigo GTalk), não oferece videochamadas como uma de suas ferramentas, o que é deixado para um segundo app, intitulado Duo. Uma das novidades presentes no Duo é mostrar ao recipiente da ligação o vídeo do interlocutor antes de atendê-la. Os anúncios foram feitos durante o primeiro dia da conferência para programadores Google I/O, realizada neste ano nas cercanias do "Googleplex", como a empresa intitula sua sede, no Vale do Silício, entre quarta (18) e sexta (20). O movimento vai ao encontro dos argumentos apresentados no fim do ano passado por Sundar Pichai, presidente-executivo do Google desde o "spin-off" da empresa e a criação de uma controladora chamada Alphabet, no ano passado. Além do esforço na frente social, integra o aspecto de inteligência artificial.
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Delcídio diz que recebeu filho de Cerveró 'por questão humanitária'
Preso por suspeita de obstrução à Operação Lava Jato, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) declarou à Polícia Federal nesta quinta-feira (26) que por uma "questão humanitária" e para "dar uma palavra de conforto" manteve reuniões com o filho do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, Bernardo, mas negou ter cometido irregularidades ou tentado prejudicar a investigação. As informações foram prestadas pelo advogado de Delcídio, Maurício Silva Leite. Delcídio foi preso depois que Bernardo entregou à Procuradoria-Geral da República a gravação de uma conversa na qual o parlamentar discute influência política sobre ministros do STF para tentar libertar Cerveró e um plano de fuga para o Paraguai e Europa. O ex-diretor da Petrobras está preso na carceragem da Polícia Federal de Curitiba (PR) e fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal no qual fez acusações contra Delcídio. A conversa entre o filho de Cerveró, um advogado dele, Edson Ribeiro, e Delcídio ocorreu no início de novembro, no momento em que a delação estava sendo negociada com o Ministério Público. No depoimento à PF, que durou cerca de quatro horas e foi prestado a dois procuradores da República e um delegado federal na Superintendência da PF em Brasília, o parlamentar disse que foi procurado pelo filho de Cerveró para que "intercedesse" em habeas corpus impetrados em tribunais superiores em favor de seu pai. Delcídio disse que anotou os pedidos e prometeu "encaminhá-los", mas afirmou que "jamais" discutiu com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) o andamento dos processos relativos a Cerveró. Delcídio disse que nos últimos anos manteve reuniões apenas "institucionais" com ministros do STF e "ultimamente" e "nos últimos meses" não se reuniu com nenhum dos ministros citados na gravação, Teori Zavascki, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. O senador está preso numa sala administrativa do prédio desde a manhã de quarta-feira (25), quando foi levado de um hotel de Brasília por ordem do ministro do STF Teori Zavascki, a pedido da Procuradoria. NOVOS DEPOIMENTOS De acordo com o advogado de Delcídio, poderão ocorrer novos depoimentos nos próximos dias, pois alguns temas tratados na gravação feita por Bernardo não foram objeto de perguntas no primeiro depoimento, como o suposto oferecimento de uma mesada de R$ 50 mil para que Cerveró não fizesse a delação premiada com a Procuradoria ou o próprio suposto plano de fuga para o ex-diretor da Petrobras. Segundo o advogado, o parlamentar "está muito chateado, mas muito serenamente aguardando a reversão da decisão" do STF que o levou à prisão. A ordem dada por Zavascki foi confirmada pelos outros quatro ministros da segunda turma do STF. Para o defensor, o primeiro depoimento dado por Delcídio foi "muito esclarecedor". "O senador disse que [a reunião] foi um pedido que o advogado e o filho do Cerveró fizeram para ele e ele disse que iria encaminhar o assunto, que ia interceder sim, e ele explicou que era uma questão humanitária, que era dar uma palavra de conforto e esperança, e que iria fazer isso para diminuir a dor, o sofrimento, talvez. Ele mencionou que conhecia a família [de anos antes]", disse o advogado Maurício Silva Leite. Segundo os investigadores, Delcídio temia uma delação premiada de Cerveró porque outro delator, o lobista Fernando Soares, o Baiano, havia dito que fora orientado por Cerveró a pagar entre US$ 1 milhão e US$ 1,5 milhão ao senador para quitar dívidas da campanha eleitoral de Delcídio de 2006. Os pagamentos foram feitos, segundo Baiano, por meio de um "amigo de infância" do senador. Arte: Plano de fuga - Conversa expôs, segundo a Procuradoria, plano que levou senador e banqueiro à cadeia
poder
Delcídio diz que recebeu filho de Cerveró 'por questão humanitária'Preso por suspeita de obstrução à Operação Lava Jato, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) declarou à Polícia Federal nesta quinta-feira (26) que por uma "questão humanitária" e para "dar uma palavra de conforto" manteve reuniões com o filho do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, Bernardo, mas negou ter cometido irregularidades ou tentado prejudicar a investigação. As informações foram prestadas pelo advogado de Delcídio, Maurício Silva Leite. Delcídio foi preso depois que Bernardo entregou à Procuradoria-Geral da República a gravação de uma conversa na qual o parlamentar discute influência política sobre ministros do STF para tentar libertar Cerveró e um plano de fuga para o Paraguai e Europa. O ex-diretor da Petrobras está preso na carceragem da Polícia Federal de Curitiba (PR) e fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal no qual fez acusações contra Delcídio. A conversa entre o filho de Cerveró, um advogado dele, Edson Ribeiro, e Delcídio ocorreu no início de novembro, no momento em que a delação estava sendo negociada com o Ministério Público. No depoimento à PF, que durou cerca de quatro horas e foi prestado a dois procuradores da República e um delegado federal na Superintendência da PF em Brasília, o parlamentar disse que foi procurado pelo filho de Cerveró para que "intercedesse" em habeas corpus impetrados em tribunais superiores em favor de seu pai. Delcídio disse que anotou os pedidos e prometeu "encaminhá-los", mas afirmou que "jamais" discutiu com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) o andamento dos processos relativos a Cerveró. Delcídio disse que nos últimos anos manteve reuniões apenas "institucionais" com ministros do STF e "ultimamente" e "nos últimos meses" não se reuniu com nenhum dos ministros citados na gravação, Teori Zavascki, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. O senador está preso numa sala administrativa do prédio desde a manhã de quarta-feira (25), quando foi levado de um hotel de Brasília por ordem do ministro do STF Teori Zavascki, a pedido da Procuradoria. NOVOS DEPOIMENTOS De acordo com o advogado de Delcídio, poderão ocorrer novos depoimentos nos próximos dias, pois alguns temas tratados na gravação feita por Bernardo não foram objeto de perguntas no primeiro depoimento, como o suposto oferecimento de uma mesada de R$ 50 mil para que Cerveró não fizesse a delação premiada com a Procuradoria ou o próprio suposto plano de fuga para o ex-diretor da Petrobras. Segundo o advogado, o parlamentar "está muito chateado, mas muito serenamente aguardando a reversão da decisão" do STF que o levou à prisão. A ordem dada por Zavascki foi confirmada pelos outros quatro ministros da segunda turma do STF. Para o defensor, o primeiro depoimento dado por Delcídio foi "muito esclarecedor". "O senador disse que [a reunião] foi um pedido que o advogado e o filho do Cerveró fizeram para ele e ele disse que iria encaminhar o assunto, que ia interceder sim, e ele explicou que era uma questão humanitária, que era dar uma palavra de conforto e esperança, e que iria fazer isso para diminuir a dor, o sofrimento, talvez. Ele mencionou que conhecia a família [de anos antes]", disse o advogado Maurício Silva Leite. Segundo os investigadores, Delcídio temia uma delação premiada de Cerveró porque outro delator, o lobista Fernando Soares, o Baiano, havia dito que fora orientado por Cerveró a pagar entre US$ 1 milhão e US$ 1,5 milhão ao senador para quitar dívidas da campanha eleitoral de Delcídio de 2006. Os pagamentos foram feitos, segundo Baiano, por meio de um "amigo de infância" do senador. Arte: Plano de fuga - Conversa expôs, segundo a Procuradoria, plano que levou senador e banqueiro à cadeia
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Governo de SP aposta em desgaste de ocupações, e alunos radicalizam
Após a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) indicar que aposta no desgaste do movimento contra a reorganização do ensino em São Paulo, os manifestantes que ocupam os colégios estaduais decidiram radicalizar a estratégia. A nova diretriz de fechar vias ao trânsito de veículos, iniciada nesta semana, deve ser intensificada na capital paulista hoje (03/12), apesar de a Polícia Militar ter agido com força para desbloquear ruas nos últimos dois dias. Os estudantes ameaçavam fazer "travamentos" -nome dado por eles ao bloqueio de ruas e avenidas- simultâneos nesta quinta-feira. Nesta quarta (2), eles fecharam a av. Doutor Arnaldo de manhã e um trecho da rua Teodoro Sampaio, no cruzamento com a Henrique Schaumann, à tarde. Nos dois casos a PM interveio e retirou os manifestantes, que espalham carteiras escolares pelas ruas. No protesto da tarde, a polícia chegou a jogar bombas de efeito moral. A ação dividiu quem assistia à cena. Enquanto alguns motoristas ajudavam policiais a retirar as cadeiras, outros gritavam "vergonha" para os PMs. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que há motivação política na ação dos estudantes. "Não é razoável a obstrução de via pública. É nítida que há uma ação política do movimento." Os manifestantes (que incluem alunos, sindicalistas e integrantes de outros movimentos, como Passe Livre) decidiram no domingo (29) radicalizar os protestos após a indicação do governo de que não recuará da reorganização. Até então, os protestos priorizavam ocupação de escolas. Na última contagem do governo, eram 191, de um total de 5.100 no Estado inteiro. A reorganização prevê aumentar a quantidade de colégios com ciclos únicos de ensino (anos iniciais e finais do fundamental e médio). Para isso, haverá em 2016 a transferência de 311 mil dos 3,8 milhões de alunos da rede, além do fechamento de 92 escolas. Em reunião com dirigentes de ensino, a Secretaria da Educação indicou que buscará dissuadir os manifestantes nas unidades menos organizadas, por meio de conversas, e tentará convencer a sociedade que nas demais há movimento político, pró-Dilma. Se por um lado a interdição de vias faz os protestos terem mais visibilidade, por outro causa antipatia -como no caso do instalador de TV a cabo Ronaldo Giorgetta, 42, que ficou parado na região da Henrique Schaumann. "Tem de haver outro jeito de protestar. Já perdi três trabalhos por causa disso", disse ele, que apoia a causa dos alunos. O corretor de imóveis Luis Braga, 58, cujo filho foi detido no protesto da Doutor Arnaldo, disse que só "seria contra" se seu filho "tivesse cometido crime, se fosse racista, machista ou violento". "Mas ele estava no direito democrático dele de protestar e foi impedido pela polícia." Alguns pais se preocupam com a interrupção das aulas. Claudia de Moura, 49, tentou convencer os estudantes da escola da filha, na Vila Sônia (zona oeste), a desocupá-la. "Eles não queriam diálogo", diz ela, que é professora estadual em outro colégio. "Um grupo de 30 alunos acha que tem direito de impedir que outros 600 entrem na escola para estudar. Isso não está certo", reclama. DETENÇÕES O perfil dos manifestantes detidos desde terça-feira (1º) durante protestos contra a reforma do ensino anunciada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) revela a participação de grupos de fora da rede estadual paulista. De oito pessoas levadas para delegacias até a tarde de quarta (3), quatro eram maiores de idade. Outras duas foram detidas à noite, mas a PM não informou suas idades. Na terça, o casal Tatiana Tavares de Lima, 32, roteirista, e Raul Nerici, 29, editor de imagem, chegava em casa, na av. Nove de Julho, quando viu a concentração de estudantes que bloqueavam a via. Para dispersar a manifestação, que durava mais de cinco horas, a Polícia Militar usou bombas de gás. Alguns estudantes revidaram atirando pedras nos policiais. "Por achar um absurdo a polícia estar atirando bombas em alunos, a gente começou a filmar e a dizer palavras de apoio", conta Tatiana. Ela diz que, pouco depois, recebeu voz de prisão de um policial. "Quando meu namorado foi me defender, ele apanhou. Quando fomos para a delegacia, eles continuaram nos batendo", relata. A PM afirmou na delegacia que ambos foram detidos por terem incitado os jovens. Eles foram liberados horas depois. No mesmo protesto, dois adolescentes, de 15 e 17 anos, foram apreendidos. Na manhã desta quarta, quando policiais usaram a força novamente para retirar cerca de 30 manifestantes que interditavam a avenida Doutor Arnaldo, mais quatro pessoas foram detidas. "Levei chute por trás, me enforcaram e ainda assinei um ato infracional por desacato e resistência", afirmou um adolescente de 16 anos, um dos dois menores de idade apreendidos no dia. Aluno de uma Etec (escola técnica estadual), que não faz parte da restruturação do ensino, ele foi ao local para apoiar o ato. Já participou de diversos protestos, como os promovidos pelo MPL (Movimento Passe Livre). "Se o governo continuar usando a repressão contra os estudantes, o movimento vai ficar ainda mais forte", diz o jovem, que foi liberado com os outros manifestantes. Em nota após a ação na Doutor Arnaldo, a PM declarou que age para impedir "tumultos e badernas nas ruas, que prejudicam o acesso de milhões de paulistas ao trabalho, estudo e hospitais". A corporação afirmou ainda que foi necessário o "uso progressivo da força para dispersar os manifestantes". CRISE DA EDUCAÇÃO EM SP - Reorganização dos ciclos de ensino gera protestos e ocupações Números da crise na educação - Mudanças na educação
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Governo de SP aposta em desgaste de ocupações, e alunos radicalizamApós a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) indicar que aposta no desgaste do movimento contra a reorganização do ensino em São Paulo, os manifestantes que ocupam os colégios estaduais decidiram radicalizar a estratégia. A nova diretriz de fechar vias ao trânsito de veículos, iniciada nesta semana, deve ser intensificada na capital paulista hoje (03/12), apesar de a Polícia Militar ter agido com força para desbloquear ruas nos últimos dois dias. Os estudantes ameaçavam fazer "travamentos" -nome dado por eles ao bloqueio de ruas e avenidas- simultâneos nesta quinta-feira. Nesta quarta (2), eles fecharam a av. Doutor Arnaldo de manhã e um trecho da rua Teodoro Sampaio, no cruzamento com a Henrique Schaumann, à tarde. Nos dois casos a PM interveio e retirou os manifestantes, que espalham carteiras escolares pelas ruas. No protesto da tarde, a polícia chegou a jogar bombas de efeito moral. A ação dividiu quem assistia à cena. Enquanto alguns motoristas ajudavam policiais a retirar as cadeiras, outros gritavam "vergonha" para os PMs. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que há motivação política na ação dos estudantes. "Não é razoável a obstrução de via pública. É nítida que há uma ação política do movimento." Os manifestantes (que incluem alunos, sindicalistas e integrantes de outros movimentos, como Passe Livre) decidiram no domingo (29) radicalizar os protestos após a indicação do governo de que não recuará da reorganização. Até então, os protestos priorizavam ocupação de escolas. Na última contagem do governo, eram 191, de um total de 5.100 no Estado inteiro. A reorganização prevê aumentar a quantidade de colégios com ciclos únicos de ensino (anos iniciais e finais do fundamental e médio). Para isso, haverá em 2016 a transferência de 311 mil dos 3,8 milhões de alunos da rede, além do fechamento de 92 escolas. Em reunião com dirigentes de ensino, a Secretaria da Educação indicou que buscará dissuadir os manifestantes nas unidades menos organizadas, por meio de conversas, e tentará convencer a sociedade que nas demais há movimento político, pró-Dilma. Se por um lado a interdição de vias faz os protestos terem mais visibilidade, por outro causa antipatia -como no caso do instalador de TV a cabo Ronaldo Giorgetta, 42, que ficou parado na região da Henrique Schaumann. "Tem de haver outro jeito de protestar. Já perdi três trabalhos por causa disso", disse ele, que apoia a causa dos alunos. O corretor de imóveis Luis Braga, 58, cujo filho foi detido no protesto da Doutor Arnaldo, disse que só "seria contra" se seu filho "tivesse cometido crime, se fosse racista, machista ou violento". "Mas ele estava no direito democrático dele de protestar e foi impedido pela polícia." Alguns pais se preocupam com a interrupção das aulas. Claudia de Moura, 49, tentou convencer os estudantes da escola da filha, na Vila Sônia (zona oeste), a desocupá-la. "Eles não queriam diálogo", diz ela, que é professora estadual em outro colégio. "Um grupo de 30 alunos acha que tem direito de impedir que outros 600 entrem na escola para estudar. Isso não está certo", reclama. DETENÇÕES O perfil dos manifestantes detidos desde terça-feira (1º) durante protestos contra a reforma do ensino anunciada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) revela a participação de grupos de fora da rede estadual paulista. De oito pessoas levadas para delegacias até a tarde de quarta (3), quatro eram maiores de idade. Outras duas foram detidas à noite, mas a PM não informou suas idades. Na terça, o casal Tatiana Tavares de Lima, 32, roteirista, e Raul Nerici, 29, editor de imagem, chegava em casa, na av. Nove de Julho, quando viu a concentração de estudantes que bloqueavam a via. Para dispersar a manifestação, que durava mais de cinco horas, a Polícia Militar usou bombas de gás. Alguns estudantes revidaram atirando pedras nos policiais. "Por achar um absurdo a polícia estar atirando bombas em alunos, a gente começou a filmar e a dizer palavras de apoio", conta Tatiana. Ela diz que, pouco depois, recebeu voz de prisão de um policial. "Quando meu namorado foi me defender, ele apanhou. Quando fomos para a delegacia, eles continuaram nos batendo", relata. A PM afirmou na delegacia que ambos foram detidos por terem incitado os jovens. Eles foram liberados horas depois. No mesmo protesto, dois adolescentes, de 15 e 17 anos, foram apreendidos. Na manhã desta quarta, quando policiais usaram a força novamente para retirar cerca de 30 manifestantes que interditavam a avenida Doutor Arnaldo, mais quatro pessoas foram detidas. "Levei chute por trás, me enforcaram e ainda assinei um ato infracional por desacato e resistência", afirmou um adolescente de 16 anos, um dos dois menores de idade apreendidos no dia. Aluno de uma Etec (escola técnica estadual), que não faz parte da restruturação do ensino, ele foi ao local para apoiar o ato. Já participou de diversos protestos, como os promovidos pelo MPL (Movimento Passe Livre). "Se o governo continuar usando a repressão contra os estudantes, o movimento vai ficar ainda mais forte", diz o jovem, que foi liberado com os outros manifestantes. Em nota após a ação na Doutor Arnaldo, a PM declarou que age para impedir "tumultos e badernas nas ruas, que prejudicam o acesso de milhões de paulistas ao trabalho, estudo e hospitais". A corporação afirmou ainda que foi necessário o "uso progressivo da força para dispersar os manifestantes". CRISE DA EDUCAÇÃO EM SP - Reorganização dos ciclos de ensino gera protestos e ocupações Números da crise na educação - Mudanças na educação
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Veja as mortes e missas publicadas nesta sexta-feira
MORTES Egberto Monteiro de Barros - Aos 94, em 31 de dezembro. Deixa a mulher Helena, os filhos Helena Maria e Cícero, a nora Ivone e os netos Fernando, Renato e Alice. Cemitério São Paulo. Luiz Valdstein - Aos 81, casado com Raisa Valdstein. Deixa as filhas Suely, Simone, Paulette, Gisele, o irmão Moyses, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. Rosita Kahn - Aos 72. Deixa os filhos Ranan, Ziva e Itamar, a irmã Amalia e netos. Cemitério Israelita do Butantã. Sabina Frankel - Aos 93, viúva de Biniamin Frankel. Deixa os filhos Abrão Elias e Tamara, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. * 7º DIA Ana Laura Amaro Carpinelli Amorim - Amanhã (3/1), às 9h, na paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, av. Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré. Antonio Atalla - Amanhã (3/1), às 11h, na paróquia São Dimas, r. Domingos Fernandes, 588, Vila Nova Conceição. Cyro Rubens Silveira Godoy - Hoje (2/1), às 19h30, na paróquia de Santa Tereza, praça Irmã Maria Clara Neumaier, em São José do Rio Pardo (SP). Dora Moraes de Oliveira Carneiro - Hoje (2/1), às 18h30, na paróquia Nossa Senhora de Lourdes, alameda dos Piratinins, 679, Planalto Paulista. Elza Soares de Vilhena Moraes - Hoje (2/1), às 19h30, na paróquia São João de Brito, r. Nebraska, 868, Brooklin. Hed Arruda Camargo - Amanhã (3/1), às 18h, na paróquia Sagrada Família, r. Padre Rodolfo, 28, Vila Ema, em São José dos Campos. Laura Fraga de Almeida Sampaio - Amanhã (3/1), às 10h45, na capela das Irmãs de São Pedro Fourier, r. Juarez Távora, 335, Morumbi. * 1º ANO Waldemar Neddermayer Belfort Mattos - Amanhã (3/1), às 18h, na paróquia Assunção de Nossa Senhora, al. Lorena, 665, Jardim Paulista.
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Veja as mortes e missas publicadas nesta sexta-feiraMORTES Egberto Monteiro de Barros - Aos 94, em 31 de dezembro. Deixa a mulher Helena, os filhos Helena Maria e Cícero, a nora Ivone e os netos Fernando, Renato e Alice. Cemitério São Paulo. Luiz Valdstein - Aos 81, casado com Raisa Valdstein. Deixa as filhas Suely, Simone, Paulette, Gisele, o irmão Moyses, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. Rosita Kahn - Aos 72. Deixa os filhos Ranan, Ziva e Itamar, a irmã Amalia e netos. Cemitério Israelita do Butantã. Sabina Frankel - Aos 93, viúva de Biniamin Frankel. Deixa os filhos Abrão Elias e Tamara, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. * 7º DIA Ana Laura Amaro Carpinelli Amorim - Amanhã (3/1), às 9h, na paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, av. Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré. Antonio Atalla - Amanhã (3/1), às 11h, na paróquia São Dimas, r. Domingos Fernandes, 588, Vila Nova Conceição. Cyro Rubens Silveira Godoy - Hoje (2/1), às 19h30, na paróquia de Santa Tereza, praça Irmã Maria Clara Neumaier, em São José do Rio Pardo (SP). Dora Moraes de Oliveira Carneiro - Hoje (2/1), às 18h30, na paróquia Nossa Senhora de Lourdes, alameda dos Piratinins, 679, Planalto Paulista. Elza Soares de Vilhena Moraes - Hoje (2/1), às 19h30, na paróquia São João de Brito, r. Nebraska, 868, Brooklin. Hed Arruda Camargo - Amanhã (3/1), às 18h, na paróquia Sagrada Família, r. Padre Rodolfo, 28, Vila Ema, em São José dos Campos. Laura Fraga de Almeida Sampaio - Amanhã (3/1), às 10h45, na capela das Irmãs de São Pedro Fourier, r. Juarez Távora, 335, Morumbi. * 1º ANO Waldemar Neddermayer Belfort Mattos - Amanhã (3/1), às 18h, na paróquia Assunção de Nossa Senhora, al. Lorena, 665, Jardim Paulista.
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Vagão passou acelerando, diz sobrevivente de acidente nos EUA
Era por volta de 8h45 (9h45 de Brasília), hora do rush desta quinta-feira (29), quando um barulho que testemunhas compararam ao de "unhas no quadro negro" irrompeu no centenário terminal de Hoboken (Nova Jersey). Em seguida, o estrondo. Ganhando velocidade em vez de desacelerar, o trem de número 1.614, na última de suas 17 paradas daquela viagem, descarrilou, atropelou barreiras de concreto implantadas para prevenir desastres do tipo e só parou ao bater numa parede, já na estação. Parte do teto colapsou, e canos com água da chuva de mais cedo jorraram numa cena de catástrofe. Com parte da fiação exposta após a colisão, feridos e equipes de resgate temiam ser eletrocutados no meio do caminho. O acidente deixou uma pessoa morta, a advogada brasileira Fabíola Bittar de Kroon, 34, e outros 108 feridos. Vizinha a Nova York, Hoboken tem uma vista privilegiada para a ilha de Manhattan. Por seu terminal, um dos mais movimentados da região e onde Thomas Edison (1847-1931) estreou um pioneiro carro elétrico 86 anos atrás, passam cerca de 50 mil pessoas por dia. Muitos dos que presenciaram a cena, num primeiro instante, temeram um novo ataque terrorista. Em agosto, várias bombas foram plantadas no Estado e em Nova York, sem provocarem nenhuma morte. Nada, por ora, indica uma ação deliberada, disse o governador de Nova Jersey, Chris Christie. "O trem passava como se a estação não existisse", disse o operador ferroviário William Blaine. Ele estava numa loja da rede Dunkin' Donuts, olhando o menu, quando escutou "cabum!", conta. "Saí correndo e quase tropecei no corpo de uma mulher. Ao menos ela parecia morta. Um lado do rosto estava machucado, ela não respirava. Isso me aborreceu um pouco", diz Blaine. No principal hospital da região, uma cena que parecia "aquelas coisas que a gente vê na Síria", como descreveu o músico Carl Yong, 23, que procurava a irmã —depois descobriu que ela não estava no trem. A cafeteria virou centro de triagem —os casos mais comuns eram os ortopédicos, com muitas fraturas expostas. "Vi um osso saltando da perna de uma menina que, por um segundo, achei que fosse minha irmã." GRÁVIDA SOBREVIVENTE Grávida de cinco meses, Alexis Valle, 24, ia para o trabalho em Wall Street, como tantos moradores de Nova Jersey que batem o ponto diariamente em Nova York. Parte da estrutura do trem caiu nela. Para não prejudicar o bebê, preferiu tomar quatro pontos na cabeça sem qualquer medicamento. Valle conta que se sentiu tonta e foi passada por ao menos duas pessoas, numa corrente humana, até um lugar de segurança. INVESTIGAÇÃO Uma das vítimas em estado crítico, o condutor, pode ser a chave para decifrar a causa do acidente —se erro humano, mecânico ou fator externo. Com apenas 5 km² (pouco mais que três parques do Ibirapuera) e 50 mil habitantes, Hoboken teve acidente similar em 2011, no Dia das Mães, com 34 feridos. Nesse caso, a perícia detectou "falha do operador em controlar a velocidade do trem ao entrar na estação". O novo acidente reavivou antigas questões sobre a segurança da malha ferroviária local. A política de corte de gastos, por exemplo, vem inviabilizando a cobrança por dois condutores na cabine, caso algo aconteça com um deles —como um mal súbito. Em anonimato, operadores da NJ Transit, que cuida do trecho, disseram ao site "North Jersey" que o sistema em Hoboken é obsoleto. Em outros terminais, como a nova-iorquina Penn Station, se o condutor não reduzir a velocidade por qualquer motivo, freios de emergência são automaticamente acionados. Esse controle externo inexiste em Hoboken.
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Vagão passou acelerando, diz sobrevivente de acidente nos EUAEra por volta de 8h45 (9h45 de Brasília), hora do rush desta quinta-feira (29), quando um barulho que testemunhas compararam ao de "unhas no quadro negro" irrompeu no centenário terminal de Hoboken (Nova Jersey). Em seguida, o estrondo. Ganhando velocidade em vez de desacelerar, o trem de número 1.614, na última de suas 17 paradas daquela viagem, descarrilou, atropelou barreiras de concreto implantadas para prevenir desastres do tipo e só parou ao bater numa parede, já na estação. Parte do teto colapsou, e canos com água da chuva de mais cedo jorraram numa cena de catástrofe. Com parte da fiação exposta após a colisão, feridos e equipes de resgate temiam ser eletrocutados no meio do caminho. O acidente deixou uma pessoa morta, a advogada brasileira Fabíola Bittar de Kroon, 34, e outros 108 feridos. Vizinha a Nova York, Hoboken tem uma vista privilegiada para a ilha de Manhattan. Por seu terminal, um dos mais movimentados da região e onde Thomas Edison (1847-1931) estreou um pioneiro carro elétrico 86 anos atrás, passam cerca de 50 mil pessoas por dia. Muitos dos que presenciaram a cena, num primeiro instante, temeram um novo ataque terrorista. Em agosto, várias bombas foram plantadas no Estado e em Nova York, sem provocarem nenhuma morte. Nada, por ora, indica uma ação deliberada, disse o governador de Nova Jersey, Chris Christie. "O trem passava como se a estação não existisse", disse o operador ferroviário William Blaine. Ele estava numa loja da rede Dunkin' Donuts, olhando o menu, quando escutou "cabum!", conta. "Saí correndo e quase tropecei no corpo de uma mulher. Ao menos ela parecia morta. Um lado do rosto estava machucado, ela não respirava. Isso me aborreceu um pouco", diz Blaine. No principal hospital da região, uma cena que parecia "aquelas coisas que a gente vê na Síria", como descreveu o músico Carl Yong, 23, que procurava a irmã —depois descobriu que ela não estava no trem. A cafeteria virou centro de triagem —os casos mais comuns eram os ortopédicos, com muitas fraturas expostas. "Vi um osso saltando da perna de uma menina que, por um segundo, achei que fosse minha irmã." GRÁVIDA SOBREVIVENTE Grávida de cinco meses, Alexis Valle, 24, ia para o trabalho em Wall Street, como tantos moradores de Nova Jersey que batem o ponto diariamente em Nova York. Parte da estrutura do trem caiu nela. Para não prejudicar o bebê, preferiu tomar quatro pontos na cabeça sem qualquer medicamento. Valle conta que se sentiu tonta e foi passada por ao menos duas pessoas, numa corrente humana, até um lugar de segurança. INVESTIGAÇÃO Uma das vítimas em estado crítico, o condutor, pode ser a chave para decifrar a causa do acidente —se erro humano, mecânico ou fator externo. Com apenas 5 km² (pouco mais que três parques do Ibirapuera) e 50 mil habitantes, Hoboken teve acidente similar em 2011, no Dia das Mães, com 34 feridos. Nesse caso, a perícia detectou "falha do operador em controlar a velocidade do trem ao entrar na estação". O novo acidente reavivou antigas questões sobre a segurança da malha ferroviária local. A política de corte de gastos, por exemplo, vem inviabilizando a cobrança por dois condutores na cabine, caso algo aconteça com um deles —como um mal súbito. Em anonimato, operadores da NJ Transit, que cuida do trecho, disseram ao site "North Jersey" que o sistema em Hoboken é obsoleto. Em outros terminais, como a nova-iorquina Penn Station, se o condutor não reduzir a velocidade por qualquer motivo, freios de emergência são automaticamente acionados. Esse controle externo inexiste em Hoboken.
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Prolongada, temporada de esqui nos EUA e na Europa tem preço mais baixo
Em uma temporada marcada pela crise, por causa do dólar mais alto –ainda que também por uma ou outra promoção–, quem deixou para comprar pacotes de esqui na última hora pode acabar fechando bons negócios. Estações do hemisfério norte devem conseguir, por causa da regularidade das nevascas e de recentes ondas de frio, estender a temporada até meados de abril, a exemplo do que se deu nos últimos anos. Esquiar na primavera local significa ter dias mais longos, temperaturas menos extremas, filas menores nas estações e... Preços mais baixos. Nas estações americanas, caso de Vail, Beaver Creek e Park City, os passes para sete dias custam, para abril, a partir de US$ 854 (R$ 3.408), contra os US$ 1.200 (R$ 4.788) praticados em janeiro. O American Airlines SkiClub, que reúne operadores brasileiros especializados em neve, estima que os pacotes em final de temporada nos EUA custem 40% menos –a partir de US$ 3.868 por pessoa (R$ 15,4 mil), com aéreo. No Canadá, estações devem conseguir ampliar a duração da temporada. Em 2015, por exemplo, Whistler fechou a montanha Blackcomb, uma das duas principais do complexo, em 19 de abril; neste ano, a operação deve se estender até 23 de maio (outro bônus, as pistas ficarão abertas mais horas por dia). Por lá, assim como em Tremblant –outra estação canadense–, os preços devem ficar em média 25% mais baixos com o fim do inverno. VELHO CONTINENTE Em Andorra, pequeno país europeu a duas horas de carro de Barcelona, há ofertas mesmo para as estadias mais curtas nas estações, de duas ou três noites. Na francesa Courchevel, é possível encontrar promoções de "skipass" por € 46 (R$ 199) por dia. Destino mais tradicional de brasileiros, a Suíça tem preços em torno de 20% mais baixos a partir de abril, em Zermatt. Em Interlaken, o fechamento da temporada também vai incluir a abertura de uma área para a prática de paraglider sobre as montanhas. Outra atração para quem deixou para a última hora são os festivais: nos EUA, Vail e Beaver Creek têm programações de primavera com atividades culturais e gastronômicas. Na Europa, Verbier, Zermatt e St. Mortiz receberão festivais de música. Nesta última também acontecerá a final da Copa Mundial de Esqui –chance de ver grandes esportistas em ação.
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Prolongada, temporada de esqui nos EUA e na Europa tem preço mais baixoEm uma temporada marcada pela crise, por causa do dólar mais alto –ainda que também por uma ou outra promoção–, quem deixou para comprar pacotes de esqui na última hora pode acabar fechando bons negócios. Estações do hemisfério norte devem conseguir, por causa da regularidade das nevascas e de recentes ondas de frio, estender a temporada até meados de abril, a exemplo do que se deu nos últimos anos. Esquiar na primavera local significa ter dias mais longos, temperaturas menos extremas, filas menores nas estações e... Preços mais baixos. Nas estações americanas, caso de Vail, Beaver Creek e Park City, os passes para sete dias custam, para abril, a partir de US$ 854 (R$ 3.408), contra os US$ 1.200 (R$ 4.788) praticados em janeiro. O American Airlines SkiClub, que reúne operadores brasileiros especializados em neve, estima que os pacotes em final de temporada nos EUA custem 40% menos –a partir de US$ 3.868 por pessoa (R$ 15,4 mil), com aéreo. No Canadá, estações devem conseguir ampliar a duração da temporada. Em 2015, por exemplo, Whistler fechou a montanha Blackcomb, uma das duas principais do complexo, em 19 de abril; neste ano, a operação deve se estender até 23 de maio (outro bônus, as pistas ficarão abertas mais horas por dia). Por lá, assim como em Tremblant –outra estação canadense–, os preços devem ficar em média 25% mais baixos com o fim do inverno. VELHO CONTINENTE Em Andorra, pequeno país europeu a duas horas de carro de Barcelona, há ofertas mesmo para as estadias mais curtas nas estações, de duas ou três noites. Na francesa Courchevel, é possível encontrar promoções de "skipass" por € 46 (R$ 199) por dia. Destino mais tradicional de brasileiros, a Suíça tem preços em torno de 20% mais baixos a partir de abril, em Zermatt. Em Interlaken, o fechamento da temporada também vai incluir a abertura de uma área para a prática de paraglider sobre as montanhas. Outra atração para quem deixou para a última hora são os festivais: nos EUA, Vail e Beaver Creek têm programações de primavera com atividades culturais e gastronômicas. Na Europa, Verbier, Zermatt e St. Mortiz receberão festivais de música. Nesta última também acontecerá a final da Copa Mundial de Esqui –chance de ver grandes esportistas em ação.
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Doria diz que retomará a velocidade das marginais assim que assumir a Prefeitura
DE SÃO PAULO O prefeito eleito João Doria disse na manhã desta segunda-feira (3) que retomará as velocidades anteriores das marginais assim que iniciada a sua gestão. "Não sou contra a redução de velocidade, mas é preciso olhar ponto a ponto para que haja fluidez." Para ele, a medida não aumentará o número de acidentes. A declaração foi feita no programa Café com Jornal, da Band, em uma da série de entrevistas que deu nesta manhã. Doria afirmou, também, que concederá a manutenção das ciclovias ao setor privado. "Terão direito a uma publicidade discreta, sem ferir a lei Cidade Limpa." Segundo ele, as ciclovias que funcionam bem serão preservadas. O tucano disse, ainda, que acabará com a "indústria da multa" e que a Guarda Municipal "vai voltar a proteger o patrimônio público, as escolas e as unidades públicas de saúde". O prefeito eleito lamentou as recentes "pichações" no Monumento às Bandeiras, próximo ao parque Ibirapuera, e disse que, em sua administração, os "pichadores" vão para a cadeia. Veja o vídeo Quanto à questão das ocupações, Doria afirmou que a Prefeitura não será condescendente com o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e outros grupos, que "teimam em ficar ocupando" e que colocará as pessoas em habitações populares. Ele ressaltou que é preciso desocupar as áreas de manancial. À BandNews FM, o prefeito eleito descartou a construção de novas creches e sugeriu colocar algumas em estações de metrô ou ônibus. "É muito caro e não tem tempo. A melhor alternativa é trabalhar com as organizações sociais, adaptando locais com rápidas reformas." Doria afirmou que o orçamento reduzido é "mais uma razão para ter uma gestão eficiente e desestatizar". "Se não colocarmos novos recursos, a Prefeitura não vai conseguir atender a população. E não vou aumentar taxas ou impostos." Em relação à cracolândia, Doria disse que acabará com o programa Braços Abertos, da gestão de Fernando Haddad (PT), e que adotará o Recomeço, do governo do Estado, que estabelece a internação obrigatória dos dependentes da droga. "Não dá para imaginar que com renda [o dependente] vá se afastar das drogas. Com renda consomem mais." 'NOVA POLÍTICA' Em entrevista à rádio Bandeirantes, Doria disse que não fará velha política e que esse discurso o ajudou a ser eleito. "Muitos dos votos também foram pelo desencanto com a política. O recado das pessoas foi que querem um gestor." Segundo ele, Haddad foi vítima do sentimento antipetista. "O PT desencantou primeiro na gestão, depois na ética. Nunca se roubou tanto. O assalto à Petrobras não tem equivalente em lugar algum, nem nas repúblicas africanas." O tucano reafirmou que não haverá loteamento de cargos. "Partilha política para colocar gente ineficiente, não contem com o prefeito."
poder
Doria diz que retomará a velocidade das marginais assim que assumir a PrefeituraDE SÃO PAULO O prefeito eleito João Doria disse na manhã desta segunda-feira (3) que retomará as velocidades anteriores das marginais assim que iniciada a sua gestão. "Não sou contra a redução de velocidade, mas é preciso olhar ponto a ponto para que haja fluidez." Para ele, a medida não aumentará o número de acidentes. A declaração foi feita no programa Café com Jornal, da Band, em uma da série de entrevistas que deu nesta manhã. Doria afirmou, também, que concederá a manutenção das ciclovias ao setor privado. "Terão direito a uma publicidade discreta, sem ferir a lei Cidade Limpa." Segundo ele, as ciclovias que funcionam bem serão preservadas. O tucano disse, ainda, que acabará com a "indústria da multa" e que a Guarda Municipal "vai voltar a proteger o patrimônio público, as escolas e as unidades públicas de saúde". O prefeito eleito lamentou as recentes "pichações" no Monumento às Bandeiras, próximo ao parque Ibirapuera, e disse que, em sua administração, os "pichadores" vão para a cadeia. Veja o vídeo Quanto à questão das ocupações, Doria afirmou que a Prefeitura não será condescendente com o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e outros grupos, que "teimam em ficar ocupando" e que colocará as pessoas em habitações populares. Ele ressaltou que é preciso desocupar as áreas de manancial. À BandNews FM, o prefeito eleito descartou a construção de novas creches e sugeriu colocar algumas em estações de metrô ou ônibus. "É muito caro e não tem tempo. A melhor alternativa é trabalhar com as organizações sociais, adaptando locais com rápidas reformas." Doria afirmou que o orçamento reduzido é "mais uma razão para ter uma gestão eficiente e desestatizar". "Se não colocarmos novos recursos, a Prefeitura não vai conseguir atender a população. E não vou aumentar taxas ou impostos." Em relação à cracolândia, Doria disse que acabará com o programa Braços Abertos, da gestão de Fernando Haddad (PT), e que adotará o Recomeço, do governo do Estado, que estabelece a internação obrigatória dos dependentes da droga. "Não dá para imaginar que com renda [o dependente] vá se afastar das drogas. Com renda consomem mais." 'NOVA POLÍTICA' Em entrevista à rádio Bandeirantes, Doria disse que não fará velha política e que esse discurso o ajudou a ser eleito. "Muitos dos votos também foram pelo desencanto com a política. O recado das pessoas foi que querem um gestor." Segundo ele, Haddad foi vítima do sentimento antipetista. "O PT desencantou primeiro na gestão, depois na ética. Nunca se roubou tanto. O assalto à Petrobras não tem equivalente em lugar algum, nem nas repúblicas africanas." O tucano reafirmou que não haverá loteamento de cargos. "Partilha política para colocar gente ineficiente, não contem com o prefeito."
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Os meninos de SP e as zikas
No sonho da razão da maioria dos economistas, a derrubada de Dilma Rousseff dá em um governo que leva o Brasil a atravessar a "Ponte para o Futuro". Trata-se do nome do programa ultraliberal lançado pelo PMDB a fim de se credenciar como candidato economicamente "responsável" à cadeira da presidente decapitada. Pode ser que o país esteja se desmilinguindo com rapidez bastante para apressar a subida de Dilma Rousseff ao cadafalso do impeachment. Assim, é razoável também especular como o povo já tão esfolado receberia as notícias da reforma liberal, que teria a oposição de movimentos sociais já organizados e do que restar do PT. Mas não apenas. O povo ralado pela recessão tem ainda outros problemas, "zikas" e ideias novas de política. Considere-se o caso dos estudantes secundaristas de São Paulo, que puseram Geraldo Alckmin para correr. É uma outra revolta fora dos padrões da militância, com consequências relevantes. Antes, houvera a onda dos universitários de esquerda do Movimento Passe Livre (MPL), que começou como rebelião do vintém dos ônibus e deu em Junho de 2013. O movimento dos secundaristas pode se dissolver ainda mais rapidamente que o MPL, mas não é isso que importa aqui, assim como não é o caso de prever insurreições. Importa que existem insatisfações que têm extravasado de modo inusual, em parte porque os partidos estão podres e muito movimento social foi cooptado pelo governo de esquerda. Mas não apenas. Entre as mil flores de Junho de 2013, por exemplo, estão a direita de rua ou só os antipetistas. Há centenas de "coletivos" periféricos que talvez deem as caras em uma batalha do impeachment ou na tentativa de derrubar a "Ponte para o Futuro". Mais antigos, há os sem-teto, que não foram domesticados pelo petismo, apesar de aliados. Inédito, há as manifestações das neofeministas. Enfim, o cidadão na média é diferente. Por exemplo, em 2004, 33% dos estudantes de 18 a 24 anos estavam no ensino superior; em 2014, eram 58,5%, nos diz o IBGE. São sinais de que está mais difícil prever o que virá "das ruas" ou quem será o objeto preferencial do protesto. Além do mais, repita-se que esse cidadão passa pelos horrores da "conjuntura". Inflação perto de 10% até o primeiro trimestre de 2016. Desemprego indo para o nível mais alto em uma década, em especial entre jovens. Mais Estados e prefeituras ficarão na pindaíba, reduzindo serviços sociais básicos já precários ou deixando de pagar salários. Há problemas "circunstanciais" ruins. Exemplos. A zika, essa doença do nosso primitivismo, vai assustar as pelo menos 4,5 milhões de grávidas de 2016 e suas famílias. "Ninguém" liga, mas o Nordeste passa por uma seca histórica, que já dura quatro anos, com mais de 71% dos municípios da região em emergência (sem água, de fato). Não importa aqui o mérito, mas um programa liberal aparecerá para essas "ruas" como menos gasto em saúde e educação (o que já está rolando), redução de valor e número de aposentadorias, contenção do salário mínimo, mudança em leis trabalhistas e repressão salarial de servidores. Não há como prever revoltas, claro. Nem como dar de barato que a "Ponte para o Futuro" será um passeio.
colunas
Os meninos de SP e as zikasNo sonho da razão da maioria dos economistas, a derrubada de Dilma Rousseff dá em um governo que leva o Brasil a atravessar a "Ponte para o Futuro". Trata-se do nome do programa ultraliberal lançado pelo PMDB a fim de se credenciar como candidato economicamente "responsável" à cadeira da presidente decapitada. Pode ser que o país esteja se desmilinguindo com rapidez bastante para apressar a subida de Dilma Rousseff ao cadafalso do impeachment. Assim, é razoável também especular como o povo já tão esfolado receberia as notícias da reforma liberal, que teria a oposição de movimentos sociais já organizados e do que restar do PT. Mas não apenas. O povo ralado pela recessão tem ainda outros problemas, "zikas" e ideias novas de política. Considere-se o caso dos estudantes secundaristas de São Paulo, que puseram Geraldo Alckmin para correr. É uma outra revolta fora dos padrões da militância, com consequências relevantes. Antes, houvera a onda dos universitários de esquerda do Movimento Passe Livre (MPL), que começou como rebelião do vintém dos ônibus e deu em Junho de 2013. O movimento dos secundaristas pode se dissolver ainda mais rapidamente que o MPL, mas não é isso que importa aqui, assim como não é o caso de prever insurreições. Importa que existem insatisfações que têm extravasado de modo inusual, em parte porque os partidos estão podres e muito movimento social foi cooptado pelo governo de esquerda. Mas não apenas. Entre as mil flores de Junho de 2013, por exemplo, estão a direita de rua ou só os antipetistas. Há centenas de "coletivos" periféricos que talvez deem as caras em uma batalha do impeachment ou na tentativa de derrubar a "Ponte para o Futuro". Mais antigos, há os sem-teto, que não foram domesticados pelo petismo, apesar de aliados. Inédito, há as manifestações das neofeministas. Enfim, o cidadão na média é diferente. Por exemplo, em 2004, 33% dos estudantes de 18 a 24 anos estavam no ensino superior; em 2014, eram 58,5%, nos diz o IBGE. São sinais de que está mais difícil prever o que virá "das ruas" ou quem será o objeto preferencial do protesto. Além do mais, repita-se que esse cidadão passa pelos horrores da "conjuntura". Inflação perto de 10% até o primeiro trimestre de 2016. Desemprego indo para o nível mais alto em uma década, em especial entre jovens. Mais Estados e prefeituras ficarão na pindaíba, reduzindo serviços sociais básicos já precários ou deixando de pagar salários. Há problemas "circunstanciais" ruins. Exemplos. A zika, essa doença do nosso primitivismo, vai assustar as pelo menos 4,5 milhões de grávidas de 2016 e suas famílias. "Ninguém" liga, mas o Nordeste passa por uma seca histórica, que já dura quatro anos, com mais de 71% dos municípios da região em emergência (sem água, de fato). Não importa aqui o mérito, mas um programa liberal aparecerá para essas "ruas" como menos gasto em saúde e educação (o que já está rolando), redução de valor e número de aposentadorias, contenção do salário mínimo, mudança em leis trabalhistas e repressão salarial de servidores. Não há como prever revoltas, claro. Nem como dar de barato que a "Ponte para o Futuro" será um passeio.
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Envelhecer em tempos de PEC
Eu era menino quando, no Campo Santa Margherita, meu pai me apontou a casa de Sebastiano Venier, que foi "capitão do mar" (almirante) da frota veneziana vitoriosa na batalha de Lepanto, contra os otomanos, em 1571. Venier, na época da batalha, tinha 75 anos. Seu braço cansava ao retesar a balestra, e um ajudante se encarregava disso por ele. Ele lutava de pantufas e dizia que era porque elas não escorregavam na ponte do navio, molhada de água e sangue, mas era por causa dos calos que o impediam de usar botas. Fora isso, ficou o tempo todo plantado na ponte de seu navio, o Capitana. Já a história de Enrico Dandolo me foi contada diante de quatro homens que subiam a escada da Ponte della Veneta Marina, em Veneza, carregando um ancião numa cadeira. Talvez meu pai imaginasse que eu menosprezava o inválido; por isso, me contou que Dandolo, em 1204, aos 96 anos, doge de Veneza, foi reconquistar Constantinopla: aos gritos, da ponte de sua galera, pedia que os soldados o levassem logo à terra, na hora do ataque. Cresci numa época em que a morte era temida, a finitude da vida incomodava a todos, mas ser velho era um valor; a esperança e o dever dos jovens era envelhecer, sem demora. Assisti a uma mudança cultural tremenda e rápida. Quando cheguei aos 12 ou 13 anos, os adolescentes, recém-inventados, já estavam se tornando objeto da inveja de todos, e os velhos (previamente objetos de admiração) começavam a aparecer como um fardo. A desculpa era econômica: haverá aposentados demais, que adoecerão, pedindo cuidados custosos. Mas, provavelmente, a verdade é que o medo de morrer nos leva até a negar nossa própria velhice iminente: desprezamos os "parasitas" que seremos. No entanto, quem disse que os velhos são "parasitas" desprovidos de utilidade social? Recentemente, a PEC da Bengala modificou a aposentadoria compulsória dos membros de tribunais superiores para 75 anos. O editorial da Folha de 8 de maio pedia que a medida fosse coextensiva a todo o funcionalismo público. Pode ser que a PEC surja, hoje, como uma manobra política para postergar nomeações de ministros do STF até as próximas presidenciais. Por que renunciaríamos ao patrimônio de experiência dos velhos? No começo do século passado, a psicologia distinguiu dois fatores de inteligência. Embora discutida, a distinção permanece: grosso modo, a inteligência fluida é a capacidade de se adaptar a situações novas de forma rápida e flexível. A inteligência cristalizada é construída pelo aprendizado do indivíduo e é uma espécie de sabedoria: permite compreender realidades complexas, estabelecer relações não intuitivas, avaliar e julgar situações contraditórias. Em 2009, A. Kramer e A. Nunes publicaram uma pesquisa, no "Journal of Experimental Psychology" (http://migre.me/pPIx4), comparando os controladores de tráfego aéreo dos Estados Unidos (que têm aposentadoria compulsória aos 56 anos) com os do Canadá (que só se aposentam aos 64). Eles chegaram à conclusão que a aposentadoria compulsória dos americanos era um desperdício. Em testes genéricos, os controladores mais velhos eram mais lentos, mas, em testes de decisões ligadas ao tráfego aéreo, sua experiência compensava qualquer perda cognitiva da idade. Outro exemplo: em 2010, Igor Grossmann e outros publicaram uma pesquisa nos "Proceedings of the National Academy of Science" dos EUA (http://migre.me/pPIZC), mostrando que existem aspectos do pensamento que melhoram com a velhice. A jovens e velhos, eles apresentaram uma série de histórias ou dilemas que tinham a ver com conflitos entre indivíduos ou entre grupos. E pediram soluções e comentários. Foi constatado que, em comparação aos jovens ou às pessoas de meia idade, os idosos usam raciocínios mais complexos e enxergam melhor a necessidade de perspectivas múltiplas e de compromissos. Conclusão: "É recomendável que pessoas mais velhas ocupem funções sociais cruciais, que incluem decisões legais, aconselhamento e negociações entre grupos". O campo de pesquisa sobre os efeitos positivos do envelhecimento está aberto. * P.S. O livro de Anne Karpf, "Como Envelhecer" (ed. Objetiva, série 'The School of Life', R$ 26,90, 192 págs.) é ótimo e um excelente companheiro para quem está a fim de envelhecer e de pensar sobre nossa mudança cultural diante da velhice. Agora, a editora deveria imprimir com fontes mais clementes com a hipermetropia de quem envelhece.
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Envelhecer em tempos de PECEu era menino quando, no Campo Santa Margherita, meu pai me apontou a casa de Sebastiano Venier, que foi "capitão do mar" (almirante) da frota veneziana vitoriosa na batalha de Lepanto, contra os otomanos, em 1571. Venier, na época da batalha, tinha 75 anos. Seu braço cansava ao retesar a balestra, e um ajudante se encarregava disso por ele. Ele lutava de pantufas e dizia que era porque elas não escorregavam na ponte do navio, molhada de água e sangue, mas era por causa dos calos que o impediam de usar botas. Fora isso, ficou o tempo todo plantado na ponte de seu navio, o Capitana. Já a história de Enrico Dandolo me foi contada diante de quatro homens que subiam a escada da Ponte della Veneta Marina, em Veneza, carregando um ancião numa cadeira. Talvez meu pai imaginasse que eu menosprezava o inválido; por isso, me contou que Dandolo, em 1204, aos 96 anos, doge de Veneza, foi reconquistar Constantinopla: aos gritos, da ponte de sua galera, pedia que os soldados o levassem logo à terra, na hora do ataque. Cresci numa época em que a morte era temida, a finitude da vida incomodava a todos, mas ser velho era um valor; a esperança e o dever dos jovens era envelhecer, sem demora. Assisti a uma mudança cultural tremenda e rápida. Quando cheguei aos 12 ou 13 anos, os adolescentes, recém-inventados, já estavam se tornando objeto da inveja de todos, e os velhos (previamente objetos de admiração) começavam a aparecer como um fardo. A desculpa era econômica: haverá aposentados demais, que adoecerão, pedindo cuidados custosos. Mas, provavelmente, a verdade é que o medo de morrer nos leva até a negar nossa própria velhice iminente: desprezamos os "parasitas" que seremos. No entanto, quem disse que os velhos são "parasitas" desprovidos de utilidade social? Recentemente, a PEC da Bengala modificou a aposentadoria compulsória dos membros de tribunais superiores para 75 anos. O editorial da Folha de 8 de maio pedia que a medida fosse coextensiva a todo o funcionalismo público. Pode ser que a PEC surja, hoje, como uma manobra política para postergar nomeações de ministros do STF até as próximas presidenciais. Por que renunciaríamos ao patrimônio de experiência dos velhos? No começo do século passado, a psicologia distinguiu dois fatores de inteligência. Embora discutida, a distinção permanece: grosso modo, a inteligência fluida é a capacidade de se adaptar a situações novas de forma rápida e flexível. A inteligência cristalizada é construída pelo aprendizado do indivíduo e é uma espécie de sabedoria: permite compreender realidades complexas, estabelecer relações não intuitivas, avaliar e julgar situações contraditórias. Em 2009, A. Kramer e A. Nunes publicaram uma pesquisa, no "Journal of Experimental Psychology" (http://migre.me/pPIx4), comparando os controladores de tráfego aéreo dos Estados Unidos (que têm aposentadoria compulsória aos 56 anos) com os do Canadá (que só se aposentam aos 64). Eles chegaram à conclusão que a aposentadoria compulsória dos americanos era um desperdício. Em testes genéricos, os controladores mais velhos eram mais lentos, mas, em testes de decisões ligadas ao tráfego aéreo, sua experiência compensava qualquer perda cognitiva da idade. Outro exemplo: em 2010, Igor Grossmann e outros publicaram uma pesquisa nos "Proceedings of the National Academy of Science" dos EUA (http://migre.me/pPIZC), mostrando que existem aspectos do pensamento que melhoram com a velhice. A jovens e velhos, eles apresentaram uma série de histórias ou dilemas que tinham a ver com conflitos entre indivíduos ou entre grupos. E pediram soluções e comentários. Foi constatado que, em comparação aos jovens ou às pessoas de meia idade, os idosos usam raciocínios mais complexos e enxergam melhor a necessidade de perspectivas múltiplas e de compromissos. Conclusão: "É recomendável que pessoas mais velhas ocupem funções sociais cruciais, que incluem decisões legais, aconselhamento e negociações entre grupos". O campo de pesquisa sobre os efeitos positivos do envelhecimento está aberto. * P.S. O livro de Anne Karpf, "Como Envelhecer" (ed. Objetiva, série 'The School of Life', R$ 26,90, 192 págs.) é ótimo e um excelente companheiro para quem está a fim de envelhecer e de pensar sobre nossa mudança cultural diante da velhice. Agora, a editora deveria imprimir com fontes mais clementes com a hipermetropia de quem envelhece.
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Moro suspende investigação de bilhete escrito por Marcelo Odebrecht
O juiz Sergio Moro suspendeu na manhã desta sexta-feira (17) o inquérito que investiga o conteúdo do bilhete de Marcelo Odebrecht, presidente e herdeiro da Odebrecht, em que ele escreveu a frase "destruir e-mail sondas". O bilhete, que era destinado à defesa do executivo, foi fotocopiado na carceragem da Polícia Federal do Paraná antes de chegar às mãos da advogada Dora Cavalcanti, defensora de Odebrecht. A interpretação da PF é que Odebrecht mandou destruir provas. Para a defesa, "destruir e-mail sondas" significava somente a contestação jurídica contra uma das evidências que justificaram a prisão de Odebrecht na deflagração da fase Erga Omnes da Lava Jato, em junho passado. A paralisação da investigação - que foi pedida pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) - vai durar até Polícia Federal esclareça as circunstâncias da apreensão da mensagem. Antes de deixar a PF prosseguir na apuração do conteúdo do bilhete, Moro quer ver esclarecido se o modo como a Polícia Federal teve acesso à correspondência violou ou não sigilo entre cliente e advogado, que é assegurado pela Constituição Federal. Se ficar concluído que houve irregularidade na obtenção da mensagem pela PF, seu conteúdo não poderia ser usado em ações contra Marcelo Odebrecht. Se a conclusão for de que não houve ilegalidade, o inquérito sobre o conteúdo do bilhete poderá prosseguir. Antes da decisão Moro ser divulgada, Marcelo Odebrecht já havia prestado depoimento sobre o caso. Ele estava marcado para quinta (16), mas foi adiado para sexta (17) porque Dora Cavalcanti, uma das defensoras do empresário, foi impedida de acompanhá-lo. O argumento dado pela Polícia Federal foi que ela também seria ouvida por ser uma das destinatárias da mensagem. Marcelo depôs para a delegada responsável pelo caso acompanhado do advogado Augusto Arruda Botelho. "Ele contestou a interpretação de que sua mensagem se referia à destruição de provas. Disse que 'destruir' se referia à orientações de argumentos para sua defesa", afirmou Arruda Botelho. EM SILÊNCIO Na tarde desta sexta (17), os executivos da Odebrecht serão ouvidos na sede da Polícia Federal, em Curitiba, sobre acusações envolvendo a Petrobras. Os advogados de Marcelo e de outros quatro executivos da do grupo, presos no mês passado, informaram que eles permanecerão em silêncio durante os depoimentos marcados. Em comunicado, o grupo empresarial informou que Marcelo Odebrecht, Márcio Faria, Rogério Araújo, Cesar Ramos Rocha e Alexandrino de Alencar já prestaram depoimentos em inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça. No comunicado, a Odebrecht critica a Polícia Federal de não tê-los convocado antes e marcou os depoimentos no último dia antes do prazo de encerramento da conclusão do inquérito policial. "Eis que agora, com os peticionários presos há quase um mês e no apagar das luzes do inquérito, surge o interesse em ouvi-los no último dia do prazo de encerramento da investigação", afirma a petição assinada pelos advogados Dora Cavalcanti e Augusto de Arruda Botelho. No documento protocolado na manhã desta sexta na PF, os advogados também reclamam que não tiveram acesso a documentos da investigação. "Nesse panorama submetidos à injusta coação e privados de conhecer todos os elementos já produzidos nesta investigação, o silêncio é a única alternativa imposta aos peticionários", diz a petição.
poder
Moro suspende investigação de bilhete escrito por Marcelo OdebrechtO juiz Sergio Moro suspendeu na manhã desta sexta-feira (17) o inquérito que investiga o conteúdo do bilhete de Marcelo Odebrecht, presidente e herdeiro da Odebrecht, em que ele escreveu a frase "destruir e-mail sondas". O bilhete, que era destinado à defesa do executivo, foi fotocopiado na carceragem da Polícia Federal do Paraná antes de chegar às mãos da advogada Dora Cavalcanti, defensora de Odebrecht. A interpretação da PF é que Odebrecht mandou destruir provas. Para a defesa, "destruir e-mail sondas" significava somente a contestação jurídica contra uma das evidências que justificaram a prisão de Odebrecht na deflagração da fase Erga Omnes da Lava Jato, em junho passado. A paralisação da investigação - que foi pedida pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) - vai durar até Polícia Federal esclareça as circunstâncias da apreensão da mensagem. Antes de deixar a PF prosseguir na apuração do conteúdo do bilhete, Moro quer ver esclarecido se o modo como a Polícia Federal teve acesso à correspondência violou ou não sigilo entre cliente e advogado, que é assegurado pela Constituição Federal. Se ficar concluído que houve irregularidade na obtenção da mensagem pela PF, seu conteúdo não poderia ser usado em ações contra Marcelo Odebrecht. Se a conclusão for de que não houve ilegalidade, o inquérito sobre o conteúdo do bilhete poderá prosseguir. Antes da decisão Moro ser divulgada, Marcelo Odebrecht já havia prestado depoimento sobre o caso. Ele estava marcado para quinta (16), mas foi adiado para sexta (17) porque Dora Cavalcanti, uma das defensoras do empresário, foi impedida de acompanhá-lo. O argumento dado pela Polícia Federal foi que ela também seria ouvida por ser uma das destinatárias da mensagem. Marcelo depôs para a delegada responsável pelo caso acompanhado do advogado Augusto Arruda Botelho. "Ele contestou a interpretação de que sua mensagem se referia à destruição de provas. Disse que 'destruir' se referia à orientações de argumentos para sua defesa", afirmou Arruda Botelho. EM SILÊNCIO Na tarde desta sexta (17), os executivos da Odebrecht serão ouvidos na sede da Polícia Federal, em Curitiba, sobre acusações envolvendo a Petrobras. Os advogados de Marcelo e de outros quatro executivos da do grupo, presos no mês passado, informaram que eles permanecerão em silêncio durante os depoimentos marcados. Em comunicado, o grupo empresarial informou que Marcelo Odebrecht, Márcio Faria, Rogério Araújo, Cesar Ramos Rocha e Alexandrino de Alencar já prestaram depoimentos em inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça. No comunicado, a Odebrecht critica a Polícia Federal de não tê-los convocado antes e marcou os depoimentos no último dia antes do prazo de encerramento da conclusão do inquérito policial. "Eis que agora, com os peticionários presos há quase um mês e no apagar das luzes do inquérito, surge o interesse em ouvi-los no último dia do prazo de encerramento da investigação", afirma a petição assinada pelos advogados Dora Cavalcanti e Augusto de Arruda Botelho. No documento protocolado na manhã desta sexta na PF, os advogados também reclamam que não tiveram acesso a documentos da investigação. "Nesse panorama submetidos à injusta coação e privados de conhecer todos os elementos já produzidos nesta investigação, o silêncio é a única alternativa imposta aos peticionários", diz a petição.
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Mortes: Escapou duas vezes de combater na guerra
O Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial em 1942, quando Luciano completou 18 anos. Com a formação das Forças Expedicionárias Brasileiras (FEB), o jovem estava fadado a combater na Itália. Na época, o rapaz dava aulas particulares de matemática e um de seus alunos era filho do comandante do quartel. A mãe do aluno intercedeu, pedindo que o jovem professor não fosse enviado para a guerra. Funcionou, mas o efetivo minguava, e a viagem se tornava inevitável. A rendição do Eixo o salvaria. Engenheiro civil formado pela USP, trabalhou toda a carreira no DER (Departamento de Estradas de Rodagem), onde participou da construção de rodovias pelo Estado. Mais de uma vez foi abordado por políticos de alto escalão ou empreiteiros propondo negócios escusos. Luciano sempre os recusou, com a retidão que lhe era característica –era o tipo de pai que trabalhava com sapatos furados para poder pagar os estudos dos seis filhos que teve com a companheira de cerca de 50 anos, Silvia. Perguntado sobre o que faria diferente, disse que gostaria de ter tido mais contato com a natureza. Não que tenha sido pouco: plantava laranjas e diversas flores –a preferida era o ipê-roxo– na sua chácara em Atibaia. Em sua casa no Ipiranga, o quintal era frequentado por sabiás e bem-te-vis, alimentados por ele. Nos dias finais, hospitalizado, chamava pela companheira, que se foi há 15 anos. Morreu no dia 11, de insuficiência respiratória. Deixa os filhos Thales, Teresinha, Henrique, Luciano e Reinaldo, além de Joaquim (em memória), 15 netos e um bisneto. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
cotidiano
Mortes: Escapou duas vezes de combater na guerraO Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial em 1942, quando Luciano completou 18 anos. Com a formação das Forças Expedicionárias Brasileiras (FEB), o jovem estava fadado a combater na Itália. Na época, o rapaz dava aulas particulares de matemática e um de seus alunos era filho do comandante do quartel. A mãe do aluno intercedeu, pedindo que o jovem professor não fosse enviado para a guerra. Funcionou, mas o efetivo minguava, e a viagem se tornava inevitável. A rendição do Eixo o salvaria. Engenheiro civil formado pela USP, trabalhou toda a carreira no DER (Departamento de Estradas de Rodagem), onde participou da construção de rodovias pelo Estado. Mais de uma vez foi abordado por políticos de alto escalão ou empreiteiros propondo negócios escusos. Luciano sempre os recusou, com a retidão que lhe era característica –era o tipo de pai que trabalhava com sapatos furados para poder pagar os estudos dos seis filhos que teve com a companheira de cerca de 50 anos, Silvia. Perguntado sobre o que faria diferente, disse que gostaria de ter tido mais contato com a natureza. Não que tenha sido pouco: plantava laranjas e diversas flores –a preferida era o ipê-roxo– na sua chácara em Atibaia. Em sua casa no Ipiranga, o quintal era frequentado por sabiás e bem-te-vis, alimentados por ele. Nos dias finais, hospitalizado, chamava pela companheira, que se foi há 15 anos. Morreu no dia 11, de insuficiência respiratória. Deixa os filhos Thales, Teresinha, Henrique, Luciano e Reinaldo, além de Joaquim (em memória), 15 netos e um bisneto. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Brasil aumenta venda de jogadores de futebol e é o país que mais exporta
O volume de transferências de jogadores vinculados a clubes brasileiros para o exterior cresceu 5% no ano passado, e o país continua sendo o maior mercado exportador do mundo. Esse dado faz parte do relatório das transação internacionais de atletas relativo a 2014, publicado pela Fifa nesta quarta-feira (28). De acordo com os dados do sistema de transferências entre clubes de países diferentes, o TMS, o Brasil exportou 689 jogadores no ano passado. O número de importações (repatriamentos ou contratações de estrangeiros) foi de 646. Em 2013, os clubes brasileiros haviam mandado para o exterior 656 atletas. Entre as principais vendas brasileiras para o exterior no ano passado estão a ida do lateral direito Douglas, ex-São Paulo, para o Barcelona, e a do volante Guilherme, que defendia o Corinthians, para a Udinese. Segundo a Fifa, foram registradas ao longo de 2014 13.090 transferências internacionais, que movimentaram um valor recorde de US$ 4,1 bilhões, o equivalente a R$ 10,6 bilhões. O jogador brasileiro foi o que mais participou dessas transações. No total, 1.493 mudaram de país durante o ano passado. Editoria de Arte/Folhapress
esporte
Brasil aumenta venda de jogadores de futebol e é o país que mais exportaO volume de transferências de jogadores vinculados a clubes brasileiros para o exterior cresceu 5% no ano passado, e o país continua sendo o maior mercado exportador do mundo. Esse dado faz parte do relatório das transação internacionais de atletas relativo a 2014, publicado pela Fifa nesta quarta-feira (28). De acordo com os dados do sistema de transferências entre clubes de países diferentes, o TMS, o Brasil exportou 689 jogadores no ano passado. O número de importações (repatriamentos ou contratações de estrangeiros) foi de 646. Em 2013, os clubes brasileiros haviam mandado para o exterior 656 atletas. Entre as principais vendas brasileiras para o exterior no ano passado estão a ida do lateral direito Douglas, ex-São Paulo, para o Barcelona, e a do volante Guilherme, que defendia o Corinthians, para a Udinese. Segundo a Fifa, foram registradas ao longo de 2014 13.090 transferências internacionais, que movimentaram um valor recorde de US$ 4,1 bilhões, o equivalente a R$ 10,6 bilhões. O jogador brasileiro foi o que mais participou dessas transações. No total, 1.493 mudaram de país durante o ano passado. Editoria de Arte/Folhapress
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Libertadores do Corinthians e outros 4 fatos marcantes para o esporte brasileiro no 4 de Julho
O Dia da Independência dos Estados Unidos, além de ser fanaticamente celebrado pelos americanos, é uma data de conquistas inéditas para o esporte brasileiro. Relembre cinco acontecimentos importantes para o esporte nacional que ninguém associa à data de 4 de julho. * Após aguentar anos de provocações dos principais rivais, a torcida corintiana lavou a alma na noite de 4 de Julho de 2012 quando o time venceu, enfim, a Copa Libertadores da América. A demora para erguer a taça –foi último dos quatro grandes de São Paulo– foi compensada por uma campanha invejável: em 14 jogos, a equipe do técnico Tite venceu 8 e empatou 6, além de ter derrotado na final o Boca Juniors, segundo maior campeão do torneio continental. O alívio foi tamanho para a "nação corintiana", que a Câmara Municipal promulgou, em 2013, o Dia da Independência Corintiana, incluído no calendário oficial de eventos da cidade São Paulo. - A seleção brasileira não teria vida fácil naquele 4 de Julho. Ao menos, do ponto de vista simbólico: enfrentar nas oitavas de final –seu primeiro jogo eliminatório na competição– os anfitriões Estados Unidos, no dia mais patriótico para o país. Mesmo com uma atuação considerada fraca pela crítica, o time comandado por Carlos Aberto Parreira venceu os donos da casa por 1 a 0, em Stanford, Califórnia, e abriu caminho para a conquista do tetracampeonato mundial. O gol foi de Bebeto, mas a cena que marcou a partida foi uma cotovelada violenta do lateral Leonardo no meio campista dos EUA Tab Ramos, causando fraturas no crânio do americano e a expulsão do brasileiro, que acabou suspenso pelo resto do torneio. - O Brasil entrava na rota do tênis mundial com a vitória de Maria Esther Bueno por 2 sets a 0 sobre a americana Darlene Hard, em Wimbledon (Inglaterra). A paulistana de 19 anos, revelada no Clube de Regatas Tietê, encerrou naquele dia um domínio de 21 anos de tenistas americanas no torneio, trazendo para o Brasil e para a América Latina o primeiro título de um torneio Grand Slam (os mais importantes do circuito mundial). Aquele 4 de julho marcava o início de uma era vitoriosa para a maior tenista brasileira de todos os tempos. No mesmo ano ela ganharia o US Open (outro Grand Slam), e, em 1960, o bicampeonato em Wimbledon e os quatro Grand Slam na modalidade de duplas, tornando-se a número 1 do mundo no biênio. - O fato de Luciano do Valle ter nascido em 4 de julho é apenas uma das muitas ligações do jornalista e locutor, morto em 2014, com os Estados Unidos. Foi por ideia do "seu Bolacha", como era conhecido pelos colegas, que muitas modalidades esportivas norte-americanas ganharam popularidade e exposição na TV brasileira. NBA, futebol americano e Formula Indy, por exemplo, só conquistaram as telas nacionais por influência dele, que enxergava, já nos anos 1980, o potencial comercial dos esportes americanos no Brasil. Chamado de pé-frio, pelo fato de nunca ter narrado uma conquista da seleção em uma Copa do Mundo, Luciano do Valle lavou a alma justamente nos Estados Unidos, ao narrar a conquista do tetracampeonato mundial in loco, no estádio Rose Bowl, em Los Angeles. - Prestes a ser demolido para dar lugar a uma arena multiuso, o estádio Adelmar da Costa Carvalho, do Sport Club do Recife, teve seu jogo inaugural num 4 de julho, com os donos da casa vencendo por 6 a 5 o Santa Cruz, seu principal rival regional. A Ilha do Retiro, como é mais conhecido o reduto do time pernambucano, foi o primeiro estádio do Nordeste a sediar uma Copa do Mundo, em 1950. A única partida disputada na ocasião envolveu justamente a seleção dos Estados Unidos, que acabou sofrendo uma goleada por 5 a 2 do Chile. O dia? 2 de julho (quase...).
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Libertadores do Corinthians e outros 4 fatos marcantes para o esporte brasileiro no 4 de JulhoO Dia da Independência dos Estados Unidos, além de ser fanaticamente celebrado pelos americanos, é uma data de conquistas inéditas para o esporte brasileiro. Relembre cinco acontecimentos importantes para o esporte nacional que ninguém associa à data de 4 de julho. * Após aguentar anos de provocações dos principais rivais, a torcida corintiana lavou a alma na noite de 4 de Julho de 2012 quando o time venceu, enfim, a Copa Libertadores da América. A demora para erguer a taça –foi último dos quatro grandes de São Paulo– foi compensada por uma campanha invejável: em 14 jogos, a equipe do técnico Tite venceu 8 e empatou 6, além de ter derrotado na final o Boca Juniors, segundo maior campeão do torneio continental. O alívio foi tamanho para a "nação corintiana", que a Câmara Municipal promulgou, em 2013, o Dia da Independência Corintiana, incluído no calendário oficial de eventos da cidade São Paulo. - A seleção brasileira não teria vida fácil naquele 4 de Julho. Ao menos, do ponto de vista simbólico: enfrentar nas oitavas de final –seu primeiro jogo eliminatório na competição– os anfitriões Estados Unidos, no dia mais patriótico para o país. Mesmo com uma atuação considerada fraca pela crítica, o time comandado por Carlos Aberto Parreira venceu os donos da casa por 1 a 0, em Stanford, Califórnia, e abriu caminho para a conquista do tetracampeonato mundial. O gol foi de Bebeto, mas a cena que marcou a partida foi uma cotovelada violenta do lateral Leonardo no meio campista dos EUA Tab Ramos, causando fraturas no crânio do americano e a expulsão do brasileiro, que acabou suspenso pelo resto do torneio. - O Brasil entrava na rota do tênis mundial com a vitória de Maria Esther Bueno por 2 sets a 0 sobre a americana Darlene Hard, em Wimbledon (Inglaterra). A paulistana de 19 anos, revelada no Clube de Regatas Tietê, encerrou naquele dia um domínio de 21 anos de tenistas americanas no torneio, trazendo para o Brasil e para a América Latina o primeiro título de um torneio Grand Slam (os mais importantes do circuito mundial). Aquele 4 de julho marcava o início de uma era vitoriosa para a maior tenista brasileira de todos os tempos. No mesmo ano ela ganharia o US Open (outro Grand Slam), e, em 1960, o bicampeonato em Wimbledon e os quatro Grand Slam na modalidade de duplas, tornando-se a número 1 do mundo no biênio. - O fato de Luciano do Valle ter nascido em 4 de julho é apenas uma das muitas ligações do jornalista e locutor, morto em 2014, com os Estados Unidos. Foi por ideia do "seu Bolacha", como era conhecido pelos colegas, que muitas modalidades esportivas norte-americanas ganharam popularidade e exposição na TV brasileira. NBA, futebol americano e Formula Indy, por exemplo, só conquistaram as telas nacionais por influência dele, que enxergava, já nos anos 1980, o potencial comercial dos esportes americanos no Brasil. Chamado de pé-frio, pelo fato de nunca ter narrado uma conquista da seleção em uma Copa do Mundo, Luciano do Valle lavou a alma justamente nos Estados Unidos, ao narrar a conquista do tetracampeonato mundial in loco, no estádio Rose Bowl, em Los Angeles. - Prestes a ser demolido para dar lugar a uma arena multiuso, o estádio Adelmar da Costa Carvalho, do Sport Club do Recife, teve seu jogo inaugural num 4 de julho, com os donos da casa vencendo por 6 a 5 o Santa Cruz, seu principal rival regional. A Ilha do Retiro, como é mais conhecido o reduto do time pernambucano, foi o primeiro estádio do Nordeste a sediar uma Copa do Mundo, em 1950. A única partida disputada na ocasião envolveu justamente a seleção dos Estados Unidos, que acabou sofrendo uma goleada por 5 a 2 do Chile. O dia? 2 de julho (quase...).
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Tributo de Obama aos mortos de Charleston exalta o arco da história
O tributo póstumo de Barack Obama à reverenda Clementa Pinckney, da Igreja Episcopal Metodista Africana Emanuel em Charleston, Carolina do Sul, foi notável não só porque o presidente cantou a primeira estrofe de "Amazing Grace" em uma cerimônia televisionada ao vivo e não só por sua eloquência ao celebrar a pastora e outros oito paroquianos mortos por um atirador branco. Foi notável também por ter aproveitado todos os dons de oratória, empatia e curiosidade intelectual de Obama -vislumbrados inicialmente em "Dreams From My Father", livro de 1995 no qual ele tratava de modo comovente de questões de família e identidade. E porque o tributo empregou todos esses dons para falar sobre a complexidade de questões raciais e de justiça, situando-as em um contínuo temporal que ecoa e reflete tanto a visão profunda de Obama sobre a história quanto sua visão panorâmica sobre os Estados Unidos, compartilhada por Abraham Lincoln e Martin Luther King, como um país que vive em processo de autoaperfeiçoamento. A visão de Obama sobre a história do país como uma jornada de mais de dois séculos para tornar concretas para todos as promessas da Declaração de Independência ("que todos os homens foram criados iguais"), sugeriu em e-mail Jon Favreau, que trabalhou como redator de discursos para o presidente, é "tanto um sentimento religioso quanto um sentimento americano" -baseado na crença de que pecadores individuais e um país maculado pelo pecado original da escravidão podem superar o passado por meio de esforços "corajosos, persistentes, e ocasionalmente frustrados". Para Obama, os Estados Unidos são "uma constante obra em progresso", uma nação fundada na ideia de recomeços e da crença persistente, como ele escreveu em um ensaio sobre Lincoln, de que "nós nos recriamos constantemente a fim de nos enquadrarmos aos nossos maiores sonhos". Como seus dois comoventes discursos em Selma, Alabama, em 2007 e este ano, o tributo de Obama a Pinckney usou o prisma da história para amplificar e cristalizar o significado da ocasião -uma lente grande angular que nos faz recordar a distância que percorremos desde os dias da escravidão, da segregação e do apartheid, e a distância que ainda temos a percorrer para resolver os preconceitos e iniquidades que persistem. Trata-se de temas que animaram a escrita e oratória de Obama por anos, remontando ao seu discurso na convenção presidencial do Partido Democrata em 2004 e ao seu discurso sobre "Uma União Mais Perfeita", em 2008, e chegando ao seu discurso de 2013 celebrando a Marcha a Washington do movimento dos direitos civis em 1963. A história, ele acredita, é uma odisseia, uma travessia, uma prova de revezamento na qual as realizações de uma geração servem de ponto de partida para a jornada da seguinte. No seu tributo póstumo de 26 de junho, Obama falou sobre a história da "Mãe Emanuel", em Charleston, sobre como uma igreja "construída por negros que buscavam liberdade" foi "destruída em um incêndio porque seus fundadores queriam pôr fim à escravidão", e sobre como ela se reergueu, "como uma fênix de suas cinzas", para se tornar um lugar sagrado, de cujo púlpito King viria a pregar. Ele falou sobre como a história "precisa servir de manual" para evitar "a repetição dos erros do passado" enquanto construímos "uma estrada rumo a um mundo melhor". Contemplar aquilo que foi superado e olhar na direção de um amanhã melhor é uma tradição sólida nas igrejas negras -as quais, tendo testemunhado grandes sofrimentos, sempre mantiveram seu olhar na terra prometida que as aguardava mais adiante. E também é um tema fundamental nos sermões de King, que em seu grande discurso "I Have a Dream" falou em talhar "dessa montanha de desespero uma pedra de esperança", e de transformar "a dissonância ruidosa de nossa nação em uma bela sinfonia de irmandade". Obama, como King, gosta de citar as palavras de Theodore Parker, pastor e abolicionista do século 19: "O arco do universo moral é longo, mas ele se dobra na direção da justiça". Ao lidar com as feridas da guerra civil, Lincoln também contemplou o amplo panorama da história e a lição das escrituras -tanto em busca de consolação quanto como maneira de enquadrar e universalizar seus argumentos. No discurso de Gettysburg, ele efetivamente redefiniu a visão dos fundadores dos Estados Unidos e a maneira pela qual lemos a constituição e a declaração de independência, e no discurso de sua segunda posse ele reconheceu o pecado da escravidão e o tremendo flagelo da guerra e, ao mesmo tempo, tentou "tratar as feridas do país", a fim de encontrar um caminho rumo ao futuro "com malevolência em relação a ninguém e com caridade para todos". O discurso da segunda posse de Lincoln estava na mente de Cody Keenan, o principal redator dos discursos de Obama, quando ele preparou o primeiro rascunho para o tributo que o presidente faria em Charleston. Ele conversou com o presidente sobre o discurso em 22 de junho, e sua esperança era emular o tom de reconciliação e de busca de cura empregado por Lincoln. Como muitos dos elogios fúnebres clássicos, a narrativa começa honrando os mortos e em seguida trata das tarefas que resta aos vivos executar: exortando a congregação e a nação, como disse Lincoln, a "concluir o trabalho em que estamos envolvidos". Um rascunho do tributo foi entregue ao presidente por volta das 17h de 25 de junho, e, de acordo com Keenan, Obama passou cerca de cinco horas revisando o texto naquela noite, não só fazendo anotações de margem mas apanhando os blocos amarelos nos quais gosta de escrever. O presidente viria a reescrever grandes porções do texto -apenas a segunda vez que ele o fez nos últimos dois anos. Obama expandiu uma menção curta do rascunho sobre a ideia de graça, e fez dela um dos temas centrais do discurso: a graça que os familiares das vítimas souberam expressar, incorporada em seu perdão ao assassino; a graça que a cidade de Charleston e o Estado da Carolina do Sul manifestaram na união encontrada depois do massacre; a graça conferida por Deus ao transformar uma tragédia em ocasião de renovação, o pesar em esperança. Como fez em seus melhores escritos do passado, Obama aproveitou seu conhecimento pessoal da Bíblia, de literatura e de história -da mesma forma que Lincoln e King faziam em seus escritos -a fim de criar uma narrativa musical que usa alusões históricas e bíblicas a fim de ampliar as dimensões de sua narrativa, alternando entre o vernáculo e o metafórico, entre questões específicas (as desigualdades do sistema de justiça criminal, a necessidade de controlar a venda de armas, a dor e o ódio que a bandeira de batalha confederada representam) e imperativos morais e espirituais mais elevados. Ele também usou versos de seu hino favorito, "Amazing Grace", como refrão, e, a caminho de Charleston no helicóptero presidencial, disse aos assessores que poderia cantar alguns dos versos, "se me parecer correto". E sem dúvida pareceu correto. Obama, agora no quarto final de sua presidência, vem expressando com cada vez mais firmeza e franqueza suas ideias sobre as questões que lhe são mais caras. Em recente entrevista no podcast do humorista Marc Maron, ele falou de como a experiência e o "destemor" que surge depois de ter sobrevivido a "descer as cataratas do Niágara em um barril" lhe trouxeram um senso de libertação. Ao mesmo tempo, o tributo póstumo que ele fez naquela tarde de sexta-feira em Charleston provou ser o momento mais alto de uma semana estonteante e momentosa na qual políticos sulistas começaram a apelar pela renúncia à bandeira de batalha confederada, e a Corte Suprema confirmou a Lei de Acesso a Saúde e decidiu que a constituição garante o direito ao casamento homossexual. Foi uma semana na qual muitos norte-americanos sentiram estar assistindo em pessoa ao arco da história, e o tributo do presidente tanto serviu ao momento quanto o conectou ao passado e o futuro daquilo que Obama chama de "a grande experiência americana". Tradução de PAULO MIGLIACCI
ilustrissima
Tributo de Obama aos mortos de Charleston exalta o arco da históriaO tributo póstumo de Barack Obama à reverenda Clementa Pinckney, da Igreja Episcopal Metodista Africana Emanuel em Charleston, Carolina do Sul, foi notável não só porque o presidente cantou a primeira estrofe de "Amazing Grace" em uma cerimônia televisionada ao vivo e não só por sua eloquência ao celebrar a pastora e outros oito paroquianos mortos por um atirador branco. Foi notável também por ter aproveitado todos os dons de oratória, empatia e curiosidade intelectual de Obama -vislumbrados inicialmente em "Dreams From My Father", livro de 1995 no qual ele tratava de modo comovente de questões de família e identidade. E porque o tributo empregou todos esses dons para falar sobre a complexidade de questões raciais e de justiça, situando-as em um contínuo temporal que ecoa e reflete tanto a visão profunda de Obama sobre a história quanto sua visão panorâmica sobre os Estados Unidos, compartilhada por Abraham Lincoln e Martin Luther King, como um país que vive em processo de autoaperfeiçoamento. A visão de Obama sobre a história do país como uma jornada de mais de dois séculos para tornar concretas para todos as promessas da Declaração de Independência ("que todos os homens foram criados iguais"), sugeriu em e-mail Jon Favreau, que trabalhou como redator de discursos para o presidente, é "tanto um sentimento religioso quanto um sentimento americano" -baseado na crença de que pecadores individuais e um país maculado pelo pecado original da escravidão podem superar o passado por meio de esforços "corajosos, persistentes, e ocasionalmente frustrados". Para Obama, os Estados Unidos são "uma constante obra em progresso", uma nação fundada na ideia de recomeços e da crença persistente, como ele escreveu em um ensaio sobre Lincoln, de que "nós nos recriamos constantemente a fim de nos enquadrarmos aos nossos maiores sonhos". Como seus dois comoventes discursos em Selma, Alabama, em 2007 e este ano, o tributo de Obama a Pinckney usou o prisma da história para amplificar e cristalizar o significado da ocasião -uma lente grande angular que nos faz recordar a distância que percorremos desde os dias da escravidão, da segregação e do apartheid, e a distância que ainda temos a percorrer para resolver os preconceitos e iniquidades que persistem. Trata-se de temas que animaram a escrita e oratória de Obama por anos, remontando ao seu discurso na convenção presidencial do Partido Democrata em 2004 e ao seu discurso sobre "Uma União Mais Perfeita", em 2008, e chegando ao seu discurso de 2013 celebrando a Marcha a Washington do movimento dos direitos civis em 1963. A história, ele acredita, é uma odisseia, uma travessia, uma prova de revezamento na qual as realizações de uma geração servem de ponto de partida para a jornada da seguinte. No seu tributo póstumo de 26 de junho, Obama falou sobre a história da "Mãe Emanuel", em Charleston, sobre como uma igreja "construída por negros que buscavam liberdade" foi "destruída em um incêndio porque seus fundadores queriam pôr fim à escravidão", e sobre como ela se reergueu, "como uma fênix de suas cinzas", para se tornar um lugar sagrado, de cujo púlpito King viria a pregar. Ele falou sobre como a história "precisa servir de manual" para evitar "a repetição dos erros do passado" enquanto construímos "uma estrada rumo a um mundo melhor". Contemplar aquilo que foi superado e olhar na direção de um amanhã melhor é uma tradição sólida nas igrejas negras -as quais, tendo testemunhado grandes sofrimentos, sempre mantiveram seu olhar na terra prometida que as aguardava mais adiante. E também é um tema fundamental nos sermões de King, que em seu grande discurso "I Have a Dream" falou em talhar "dessa montanha de desespero uma pedra de esperança", e de transformar "a dissonância ruidosa de nossa nação em uma bela sinfonia de irmandade". Obama, como King, gosta de citar as palavras de Theodore Parker, pastor e abolicionista do século 19: "O arco do universo moral é longo, mas ele se dobra na direção da justiça". Ao lidar com as feridas da guerra civil, Lincoln também contemplou o amplo panorama da história e a lição das escrituras -tanto em busca de consolação quanto como maneira de enquadrar e universalizar seus argumentos. No discurso de Gettysburg, ele efetivamente redefiniu a visão dos fundadores dos Estados Unidos e a maneira pela qual lemos a constituição e a declaração de independência, e no discurso de sua segunda posse ele reconheceu o pecado da escravidão e o tremendo flagelo da guerra e, ao mesmo tempo, tentou "tratar as feridas do país", a fim de encontrar um caminho rumo ao futuro "com malevolência em relação a ninguém e com caridade para todos". O discurso da segunda posse de Lincoln estava na mente de Cody Keenan, o principal redator dos discursos de Obama, quando ele preparou o primeiro rascunho para o tributo que o presidente faria em Charleston. Ele conversou com o presidente sobre o discurso em 22 de junho, e sua esperança era emular o tom de reconciliação e de busca de cura empregado por Lincoln. Como muitos dos elogios fúnebres clássicos, a narrativa começa honrando os mortos e em seguida trata das tarefas que resta aos vivos executar: exortando a congregação e a nação, como disse Lincoln, a "concluir o trabalho em que estamos envolvidos". Um rascunho do tributo foi entregue ao presidente por volta das 17h de 25 de junho, e, de acordo com Keenan, Obama passou cerca de cinco horas revisando o texto naquela noite, não só fazendo anotações de margem mas apanhando os blocos amarelos nos quais gosta de escrever. O presidente viria a reescrever grandes porções do texto -apenas a segunda vez que ele o fez nos últimos dois anos. Obama expandiu uma menção curta do rascunho sobre a ideia de graça, e fez dela um dos temas centrais do discurso: a graça que os familiares das vítimas souberam expressar, incorporada em seu perdão ao assassino; a graça que a cidade de Charleston e o Estado da Carolina do Sul manifestaram na união encontrada depois do massacre; a graça conferida por Deus ao transformar uma tragédia em ocasião de renovação, o pesar em esperança. Como fez em seus melhores escritos do passado, Obama aproveitou seu conhecimento pessoal da Bíblia, de literatura e de história -da mesma forma que Lincoln e King faziam em seus escritos -a fim de criar uma narrativa musical que usa alusões históricas e bíblicas a fim de ampliar as dimensões de sua narrativa, alternando entre o vernáculo e o metafórico, entre questões específicas (as desigualdades do sistema de justiça criminal, a necessidade de controlar a venda de armas, a dor e o ódio que a bandeira de batalha confederada representam) e imperativos morais e espirituais mais elevados. Ele também usou versos de seu hino favorito, "Amazing Grace", como refrão, e, a caminho de Charleston no helicóptero presidencial, disse aos assessores que poderia cantar alguns dos versos, "se me parecer correto". E sem dúvida pareceu correto. Obama, agora no quarto final de sua presidência, vem expressando com cada vez mais firmeza e franqueza suas ideias sobre as questões que lhe são mais caras. Em recente entrevista no podcast do humorista Marc Maron, ele falou de como a experiência e o "destemor" que surge depois de ter sobrevivido a "descer as cataratas do Niágara em um barril" lhe trouxeram um senso de libertação. Ao mesmo tempo, o tributo póstumo que ele fez naquela tarde de sexta-feira em Charleston provou ser o momento mais alto de uma semana estonteante e momentosa na qual políticos sulistas começaram a apelar pela renúncia à bandeira de batalha confederada, e a Corte Suprema confirmou a Lei de Acesso a Saúde e decidiu que a constituição garante o direito ao casamento homossexual. Foi uma semana na qual muitos norte-americanos sentiram estar assistindo em pessoa ao arco da história, e o tributo do presidente tanto serviu ao momento quanto o conectou ao passado e o futuro daquilo que Obama chama de "a grande experiência americana". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Explosão no noroeste do Paquistão deixa ao menos 24 mortos
Uma explosão matou 24 pessoas e deixou 70 feridos neste domingo em Parachinar, noroeste do Paquistão, disseram autoridades, e um grupo islâmico sunita reivindicou responsabilidade pelo ataque. "Esta é uma revanche pela morte de muçulmanos causadas pelo presidente sírio e pelo Irã", disse Ali bin Sufyan, porta-voz do grupo islâmico Lashkar-e-Jhangvi (LeJ), cuja ideologia sectária está alinhada à do Estado Islâmico. Ele falou à Reuters por telefone. Mais cedo nesta semana a Reuters informou que uma unidade xiita de insurgentes paquistaneses conhecida como Zeinabiyoun estava entrando na guerra contra o Estado Islâmico na Síria. Muitos vêm de Parachinar, que têm uma grande população xiita, inusual no Paquistão, majoritariamente sunita. Fontes regionais disseram que há centenas de paquistaneses lutando na Síria. Sufyan disse que os moradores de Parachinar não devem viajar ao Irã ou à Síria para lutar na guerra ao lado dos xiitas. A ligação explícita entre os ataques no Paquistão e a guerra na Síria deverá alarmar as autoridades paquistanesas, que vêm negando informações segundo as quais o Estado Islâmico estaria tentando estabelecer presença no país. Como o Estado Islâmico, que criou um califado interfronteiriço em partes do Iraque e da Síria, o LeJ quer matar ou expulsar as minorias xiitas paquistanesas e estabelecer uma teocracia sunita.
mundo
Explosão no noroeste do Paquistão deixa ao menos 24 mortosUma explosão matou 24 pessoas e deixou 70 feridos neste domingo em Parachinar, noroeste do Paquistão, disseram autoridades, e um grupo islâmico sunita reivindicou responsabilidade pelo ataque. "Esta é uma revanche pela morte de muçulmanos causadas pelo presidente sírio e pelo Irã", disse Ali bin Sufyan, porta-voz do grupo islâmico Lashkar-e-Jhangvi (LeJ), cuja ideologia sectária está alinhada à do Estado Islâmico. Ele falou à Reuters por telefone. Mais cedo nesta semana a Reuters informou que uma unidade xiita de insurgentes paquistaneses conhecida como Zeinabiyoun estava entrando na guerra contra o Estado Islâmico na Síria. Muitos vêm de Parachinar, que têm uma grande população xiita, inusual no Paquistão, majoritariamente sunita. Fontes regionais disseram que há centenas de paquistaneses lutando na Síria. Sufyan disse que os moradores de Parachinar não devem viajar ao Irã ou à Síria para lutar na guerra ao lado dos xiitas. A ligação explícita entre os ataques no Paquistão e a guerra na Síria deverá alarmar as autoridades paquistanesas, que vêm negando informações segundo as quais o Estado Islâmico estaria tentando estabelecer presença no país. Como o Estado Islâmico, que criou um califado interfronteiriço em partes do Iraque e da Síria, o LeJ quer matar ou expulsar as minorias xiitas paquistanesas e estabelecer uma teocracia sunita.
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PSDB questiona no STF atraso no repasse do abono salarial
O PSDB entrou com uma ação pedindo que o STF (Supremo Tribunal Federal) declare inconstitucional a decisão da equipe econômica de parcelar em mais vezes o pagamento do abono salarial deste ano, deixando metade para 2016. O partido argumenta que a medida fere a Constituição, que determina que o benefício seja pago anualmente. O abono salarial é um benefício de um salário mínimo pago anualmente ao trabalhador que recebe remuneração mensal de até dois salários mínimos. Cerca de 4 milhões de trabalhadores, de um total de 8 milhões, receberão o benefício deste ano só no ano que vem, segundo dados do Ministério do Trabalho. Os pagamentos em 2016 serão feitos de acordo com o salário mínimo aprovado para o próximo ano. Tradicionalmente, o abono é pago de julho a outubro, de acordo com o número de inscrição do PIS do trabalhador. Desta vez, o cronograma de pagamento será de julho a março do próximo ano, de acordo com o mês de aniversário do beneficiário. A decisão foi tomada pelo Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) e faz parte do esforço da equipe econômica para cortar gastos. Com a medida, dos R$ 19,1 bilhões de gastos com o benefício previstos para este ano, R$ 9 bilhões ficarão para 2016, informou o colegiado. Para o PSDB, o atraso nos repasses fere a valorização social do trabalho. "Afigura-se imperioso que o Egrégio Supremo Tribunal Federal impeça imediatamente que essa lesão a preceitos fundamentai se perpetue, em prejuízo dos direitos de um contingente de trabalhadores que seguramente alcança a casa dos milhões". Para o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), o objetivo da ação é preservar o direito dos trabalhadores. "A presidente Dilma já reduziu direitos trabalhistas e agora tenta atrasar o pagamento do abono para fazer caixa e tentar cobrir o rombo das contas públicas às custas daqueles que mais precisam. O PSDB não aceita este proceder e exige que os direitos dos trabalhadores sejam preservados", afirmou.
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PSDB questiona no STF atraso no repasse do abono salarialO PSDB entrou com uma ação pedindo que o STF (Supremo Tribunal Federal) declare inconstitucional a decisão da equipe econômica de parcelar em mais vezes o pagamento do abono salarial deste ano, deixando metade para 2016. O partido argumenta que a medida fere a Constituição, que determina que o benefício seja pago anualmente. O abono salarial é um benefício de um salário mínimo pago anualmente ao trabalhador que recebe remuneração mensal de até dois salários mínimos. Cerca de 4 milhões de trabalhadores, de um total de 8 milhões, receberão o benefício deste ano só no ano que vem, segundo dados do Ministério do Trabalho. Os pagamentos em 2016 serão feitos de acordo com o salário mínimo aprovado para o próximo ano. Tradicionalmente, o abono é pago de julho a outubro, de acordo com o número de inscrição do PIS do trabalhador. Desta vez, o cronograma de pagamento será de julho a março do próximo ano, de acordo com o mês de aniversário do beneficiário. A decisão foi tomada pelo Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) e faz parte do esforço da equipe econômica para cortar gastos. Com a medida, dos R$ 19,1 bilhões de gastos com o benefício previstos para este ano, R$ 9 bilhões ficarão para 2016, informou o colegiado. Para o PSDB, o atraso nos repasses fere a valorização social do trabalho. "Afigura-se imperioso que o Egrégio Supremo Tribunal Federal impeça imediatamente que essa lesão a preceitos fundamentai se perpetue, em prejuízo dos direitos de um contingente de trabalhadores que seguramente alcança a casa dos milhões". Para o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), o objetivo da ação é preservar o direito dos trabalhadores. "A presidente Dilma já reduziu direitos trabalhistas e agora tenta atrasar o pagamento do abono para fazer caixa e tentar cobrir o rombo das contas públicas às custas daqueles que mais precisam. O PSDB não aceita este proceder e exige que os direitos dos trabalhadores sejam preservados", afirmou.
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Crítica: Beleza se revela com o tempo em obra de Martin Scorsese
Uma das preocupações do catálogo da recente mostra sobre a Nova Hollywood (cujo início se situa em torno de 1970) é buscar os cineastas que servem de referência aos então novos talentos. Um deles é Robert Rossen, autor de "Desafio à Corrupção" (1961), em que o jovem Eddie Felson (Paul Newman) tenta se afirmar como o melhor jogador de bilhar do mundo. O tempo passa e, no lugar de Rossen, lá está Martin Scorsese. Estamos em 1986. Felson agora é um ex-campeão, e quem busca se afirmar é o jovem Vincent Lauria (Tom Cruise): isto é "A Cor do Dinheiro" ("Color of Money", 12 anos, TC Cult, 17h40). Scorsese é mestre em captar a vida de personagens quase marginais e delas trazer o belo e o feio, a poesia e a baixeza. Seguimos naquela tradição de Scorsese: quando seu filme sai, ninguém dá bola. Com o tempo, beleza e talento se mostram.
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Crítica: Beleza se revela com o tempo em obra de Martin ScorseseUma das preocupações do catálogo da recente mostra sobre a Nova Hollywood (cujo início se situa em torno de 1970) é buscar os cineastas que servem de referência aos então novos talentos. Um deles é Robert Rossen, autor de "Desafio à Corrupção" (1961), em que o jovem Eddie Felson (Paul Newman) tenta se afirmar como o melhor jogador de bilhar do mundo. O tempo passa e, no lugar de Rossen, lá está Martin Scorsese. Estamos em 1986. Felson agora é um ex-campeão, e quem busca se afirmar é o jovem Vincent Lauria (Tom Cruise): isto é "A Cor do Dinheiro" ("Color of Money", 12 anos, TC Cult, 17h40). Scorsese é mestre em captar a vida de personagens quase marginais e delas trazer o belo e o feio, a poesia e a baixeza. Seguimos naquela tradição de Scorsese: quando seu filme sai, ninguém dá bola. Com o tempo, beleza e talento se mostram.
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Nova 'brincadeira do copo', desafio do Charlie vira fenômeno na internet
Lembra das velhas brincadeiras do copo e do compasso para descobrir se existiam espíritos na sala? Pois um novo viral da internet é o "Desafio do Charlie", uma versão diferente desses jogos. A brincadeira é simples: os jogadores formam uma cruz com dois lápis sobre uma folha de papel. Depois, intercalam as palavras "sim" e "não" dentro dos quatro quadrados que são formados. Para começar, é só dizer "Charlie Charlie, você está aí?". Nos vídeos e tuítes circulando na internet, os lápis começam a se mover. Se vão em direção ao "sim", os participantes começam a correr e gritar. Nos últimos dois dias, mais de 2 milhões de pessoas do mundo todo usaram a hashtag #CharlieCharlieChallenge no Twitter, segundo a BBC. O jogo também virou sucesso no Vine, rede social em que se compartilha vídeos curtos. Alguns tuítes dizem que o jogo é originário do México, e que o espírito de Charlie é, na verdade, um conjunto de demônios que tem "planos sinistros". Não haveria, entretanto, há nenhum demônio mexicano com esse nome. Reza a lenda que é preciso continuar conversando com Charlie caso ele responda que está presente, já que agora você já atrapalhou o seu descanso. Se isso não for feito, a brincadeira pode se ficar séria. Abaixo, a repercussão da hashtag no Brasil. * Charlie devo ir a escola dinheiro escola explicação
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Nova 'brincadeira do copo', desafio do Charlie vira fenômeno na internetLembra das velhas brincadeiras do copo e do compasso para descobrir se existiam espíritos na sala? Pois um novo viral da internet é o "Desafio do Charlie", uma versão diferente desses jogos. A brincadeira é simples: os jogadores formam uma cruz com dois lápis sobre uma folha de papel. Depois, intercalam as palavras "sim" e "não" dentro dos quatro quadrados que são formados. Para começar, é só dizer "Charlie Charlie, você está aí?". Nos vídeos e tuítes circulando na internet, os lápis começam a se mover. Se vão em direção ao "sim", os participantes começam a correr e gritar. Nos últimos dois dias, mais de 2 milhões de pessoas do mundo todo usaram a hashtag #CharlieCharlieChallenge no Twitter, segundo a BBC. O jogo também virou sucesso no Vine, rede social em que se compartilha vídeos curtos. Alguns tuítes dizem que o jogo é originário do México, e que o espírito de Charlie é, na verdade, um conjunto de demônios que tem "planos sinistros". Não haveria, entretanto, há nenhum demônio mexicano com esse nome. Reza a lenda que é preciso continuar conversando com Charlie caso ele responda que está presente, já que agora você já atrapalhou o seu descanso. Se isso não for feito, a brincadeira pode se ficar séria. Abaixo, a repercussão da hashtag no Brasil. * Charlie devo ir a escola dinheiro escola explicação
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Moraes nega conflito no Supremo sobre caso Palocci
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes disse na tarde desta sexta-feira (5) não ter percebido insatisfação de ministros da 2ª turma do tribunal em relação ao fato de o ministro Edson Fachin ter levado o julgamento do habeas corpus do ex-ministro Antonio Palocci desse colegiado para o plenário do tribunal, e qualificou tal medida de rotineira. Fachin decidiu repassar o caso de Palocci para o plenário, que é formado pelos 11 ministros da corte, após o pedido do habeas corpus do ex-ministro José Dirceu ter sido julgado procedente na 2ª turma, da qual faz parte, por 3 votos a 2. Fachin e o ministro Celso de Mello votaram pela manutenção da prisão de Dirceu na Operação Lava Jato, mas os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli decidiram pela libertação do ex-ministro. Moraes falou sobre o tema antes de receber uma homenagem de empresas do setor de transporte de cargas em evento na zona norte de São Paulo. A cerimônia contou com a participação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que já chefiou o agora ministro quando ele ocupou secretarias estaduais. Segundo o ministro, a decisão de Fachin "é questão rotineira na história do tribunal. Há previsão no regimento interno que permite ao relator, dependendo dos casos, afetar a discussão ao plenário do Supremo, principalmente quando o relator verifica que pode haver discrepância de julgamentos em relação às turmas. Seria uma forma de uniformizar a jurisprudência". "Isso provavelmente foi o que levou o ministro Fachin a levar a questão ao plenário, como tantas outras são levadas a plenário", completou. Indagado sobre a discordância de ministros da 2ª Turma do STF quanto à medida adotada por Fachin, Moraes disse que não percebeu tal situação. "Tive sessão quarta e quinta com todos os ministros e não vi nenhuma insatisfação na utilização de um artigo do regimento interno que é comumente utilizado", afirmou.
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Moraes nega conflito no Supremo sobre caso PalocciO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes disse na tarde desta sexta-feira (5) não ter percebido insatisfação de ministros da 2ª turma do tribunal em relação ao fato de o ministro Edson Fachin ter levado o julgamento do habeas corpus do ex-ministro Antonio Palocci desse colegiado para o plenário do tribunal, e qualificou tal medida de rotineira. Fachin decidiu repassar o caso de Palocci para o plenário, que é formado pelos 11 ministros da corte, após o pedido do habeas corpus do ex-ministro José Dirceu ter sido julgado procedente na 2ª turma, da qual faz parte, por 3 votos a 2. Fachin e o ministro Celso de Mello votaram pela manutenção da prisão de Dirceu na Operação Lava Jato, mas os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli decidiram pela libertação do ex-ministro. Moraes falou sobre o tema antes de receber uma homenagem de empresas do setor de transporte de cargas em evento na zona norte de São Paulo. A cerimônia contou com a participação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que já chefiou o agora ministro quando ele ocupou secretarias estaduais. Segundo o ministro, a decisão de Fachin "é questão rotineira na história do tribunal. Há previsão no regimento interno que permite ao relator, dependendo dos casos, afetar a discussão ao plenário do Supremo, principalmente quando o relator verifica que pode haver discrepância de julgamentos em relação às turmas. Seria uma forma de uniformizar a jurisprudência". "Isso provavelmente foi o que levou o ministro Fachin a levar a questão ao plenário, como tantas outras são levadas a plenário", completou. Indagado sobre a discordância de ministros da 2ª Turma do STF quanto à medida adotada por Fachin, Moraes disse que não percebeu tal situação. "Tive sessão quarta e quinta com todos os ministros e não vi nenhuma insatisfação na utilização de um artigo do regimento interno que é comumente utilizado", afirmou.
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Em meio a crise financeira no PR, professores entram em greve
Em meio a uma grave crise financeira e ao anúncio de medidas de austeridade pelo governo, professores estaduais do Paraná entraram em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (9). A rede pública tem 950 mil alunos em todo o Estado. Segundo o sindicato, a adesão foi total. O governo, porém, diz que 75% das escolas ficaram sem aulas. Centenas de professores também protestavam em frente à sede do governo em Curitiba, pedindo a presença do governador Beto Richa (PSDB), a quem chamavam de "inimigo número 1 dos servidores". Em Apucarana (norte do Paraná), professores carregaram um caixão, com a faixa "Richa: não mate a educação". O governo cortou milhares de funcionários temporários da educação às vésperas do início do ano letivo, para poupar despesas. O pagamento de salários está atrasado (o terço de férias não foi pago desde dezembro, e promoções foram suspensas) e houve fechamento de turmas em todo o Estado. O secretário estadual de Educação, Fernando Xavier Ferreira, afirmou na sexta (6) que a pasta foi a mais atingida pelo "reequilíbrio orçamentário" do governo e que as medidas tomadas foram "duras, porém necessárias". Sobre o fechamento de turmas, a secretaria argumenta que há queda no número de matrículas, e que a medida "reorganizou" as salas de aula. O governo também afirma que tem chamado novos professores temporários e concursados desde a semana passada para suprir o deficit de profissionais e que determinou a volta de outros 12 mil docentes que estavam em funções administrativas para a sala de aula, para compensar o corte dos temporários. Diretores dizem que estão sem funcionários suficientes para começar as aulas e que ficaram sem verba para fazer melhorias e reformas necessárias às escolas –o chamado fundo rotativo. O governo depositou a primeira parcela do fundo apenas na semana passada. Foram R$ 4,2 milhões para todas as 2.100 escolas do Estado. CRISE O Paraná enfrenta uma crise financeira há pelo menos dois anos que já forçou o Estado a suspender obras, atrasar pagamentos e parcelar salários. Na semana passada, Richa enviou mais um pacote de austeridade para aprovação da Assembleia. Propôs cortar o anuênio de servidores estaduais, alterar o regime de previdência e congelar um quarto do orçamento. A APP Sindicato, que representa os professores estaduais, diz que a proposta do governo "aprofundou de vez a crise e o caos que já eram generalizados nas escolas", e que foi a gota d'água para o início da greve. Após o início da paralisação, o governo voltou atrás e anunciou nesta segunda à noite que pretende manter o pagamento de anuênios aos servidores. Uma nova proposta de lei, com essa modificação, deve ser apresentada à Assembleia para votação. O governo do Paraná ainda não se posicionou sobre a greve nesta segunda (9). No final de semana, quando a paralisação foi aprovada pelos professores, informou que a categoria "teve avanços históricos" no governo Richa, como aumento salarial e ampliação da hora-atividade. O piso salarial de um professor no Paraná pulou de R$ 2.000 para R$ 3.194 nos últimos cinco anos. O aumento, porém, que era promessa de campanha de Richa, foi um dos principais fatores que levou à crise financeira do Paraná. O reajuste elevou a folha de pagamento ao limite máximo permitido por lei, e engessou o orçamento do Estado, que ficou sem dinheiro para investir. MAIS GREVE Outras categorias no Paraná também prometem greve para esta semana. O Fórum das Entidades Sindicais do Paraná, que representa 14 sindicatos do Estado, se reúne nesta terça (10) em assembleia. Professores das universidades estaduais e agentes penitenciários já dão como certa a paralisação, além dos servidores da saúde. A principal insatisfação dos servidores é com o pacote de austeridade enviado por Richa à Assembleia na semana passada. O corte do anuênio salarial e as mudanças na previdência estadual (que passará a ter um teto de R$ 4.600) são as medidas mais criticadas pelos funcionários. O pacote deve começar a ser votado nesta segunda-feira (9) na Assembleia.
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Em meio a crise financeira no PR, professores entram em greveEm meio a uma grave crise financeira e ao anúncio de medidas de austeridade pelo governo, professores estaduais do Paraná entraram em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (9). A rede pública tem 950 mil alunos em todo o Estado. Segundo o sindicato, a adesão foi total. O governo, porém, diz que 75% das escolas ficaram sem aulas. Centenas de professores também protestavam em frente à sede do governo em Curitiba, pedindo a presença do governador Beto Richa (PSDB), a quem chamavam de "inimigo número 1 dos servidores". Em Apucarana (norte do Paraná), professores carregaram um caixão, com a faixa "Richa: não mate a educação". O governo cortou milhares de funcionários temporários da educação às vésperas do início do ano letivo, para poupar despesas. O pagamento de salários está atrasado (o terço de férias não foi pago desde dezembro, e promoções foram suspensas) e houve fechamento de turmas em todo o Estado. O secretário estadual de Educação, Fernando Xavier Ferreira, afirmou na sexta (6) que a pasta foi a mais atingida pelo "reequilíbrio orçamentário" do governo e que as medidas tomadas foram "duras, porém necessárias". Sobre o fechamento de turmas, a secretaria argumenta que há queda no número de matrículas, e que a medida "reorganizou" as salas de aula. O governo também afirma que tem chamado novos professores temporários e concursados desde a semana passada para suprir o deficit de profissionais e que determinou a volta de outros 12 mil docentes que estavam em funções administrativas para a sala de aula, para compensar o corte dos temporários. Diretores dizem que estão sem funcionários suficientes para começar as aulas e que ficaram sem verba para fazer melhorias e reformas necessárias às escolas –o chamado fundo rotativo. O governo depositou a primeira parcela do fundo apenas na semana passada. Foram R$ 4,2 milhões para todas as 2.100 escolas do Estado. CRISE O Paraná enfrenta uma crise financeira há pelo menos dois anos que já forçou o Estado a suspender obras, atrasar pagamentos e parcelar salários. Na semana passada, Richa enviou mais um pacote de austeridade para aprovação da Assembleia. Propôs cortar o anuênio de servidores estaduais, alterar o regime de previdência e congelar um quarto do orçamento. A APP Sindicato, que representa os professores estaduais, diz que a proposta do governo "aprofundou de vez a crise e o caos que já eram generalizados nas escolas", e que foi a gota d'água para o início da greve. Após o início da paralisação, o governo voltou atrás e anunciou nesta segunda à noite que pretende manter o pagamento de anuênios aos servidores. Uma nova proposta de lei, com essa modificação, deve ser apresentada à Assembleia para votação. O governo do Paraná ainda não se posicionou sobre a greve nesta segunda (9). No final de semana, quando a paralisação foi aprovada pelos professores, informou que a categoria "teve avanços históricos" no governo Richa, como aumento salarial e ampliação da hora-atividade. O piso salarial de um professor no Paraná pulou de R$ 2.000 para R$ 3.194 nos últimos cinco anos. O aumento, porém, que era promessa de campanha de Richa, foi um dos principais fatores que levou à crise financeira do Paraná. O reajuste elevou a folha de pagamento ao limite máximo permitido por lei, e engessou o orçamento do Estado, que ficou sem dinheiro para investir. MAIS GREVE Outras categorias no Paraná também prometem greve para esta semana. O Fórum das Entidades Sindicais do Paraná, que representa 14 sindicatos do Estado, se reúne nesta terça (10) em assembleia. Professores das universidades estaduais e agentes penitenciários já dão como certa a paralisação, além dos servidores da saúde. A principal insatisfação dos servidores é com o pacote de austeridade enviado por Richa à Assembleia na semana passada. O corte do anuênio salarial e as mudanças na previdência estadual (que passará a ter um teto de R$ 4.600) são as medidas mais criticadas pelos funcionários. O pacote deve começar a ser votado nesta segunda-feira (9) na Assembleia.
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Xadrez estampa camisas e acessórios; veja 11 opções para o inverno
PRODUÇÃO JEANINE LEMOS FOTOS LEO ELOY DE SÃO PAULO 1. Camisa infantil de flanela Alakazoo. R$ 69,90, na Heiva Modas, tel. 5563-9185. 2. Ursinha de pelúcia. R$ 468, na Celina Dias Bebê, tel. 2893-6846. 3. Perfume Giovanna Baby Blue (50 ml). R$ 39,99, na Penélope Perfumaria, www.penelopeperfumaria.com.br. 4. Caneca de porcelana. R$ 22, na SAO Casa, tel. 5053-2285. 5. Tecido para decoração. R$ 188 o metro linear, na Entreposto, tel. 2189-0000. 6. Mochila de poliéster, da Topper. R$ 69,99, na Netshoes, www.netshoes.com.br. 7. Cafeteira italiana míni com par de xícaras. R$ 119,90, na Imaginarium, www.imaginarium.com.br. 8. Camisa laranja e azul. R$ 259, na Ellus, tel. 5189-4603. 9. De algodão. R$ 299,99, na West Coast, www.westcoast.com.br. 10. Feminina, de flanela. R$ 199,90, na Carrera Jeans, tel. 3085-4110. 11. Meias masculinas. R$ 16,90, na Puket, tel. 3034-2609.
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Nissan comprará 34% da Mitsubishi Motors por US$ 2,18 bilhões
A montadora japonesa de automóveis Nissan vai adquirir, mediante aumento de capital, 34% da Mitsubishi Motors, empresa mergulhada em um escândalo de fraude, revelam documentos oficiais publicados nesta quinta-feira (12). Em documentos transmitidos à Agência de Serviços Financeiros (FSA) e consultados pela AFP, a Mitsubishi Motors explica que emitirá para a Nissan 506,6 milhões de ações ordinárias, ao preço de 468,52 ienes a unidade, totalizando 237,360 bilhões de ienes (US$ 2,18 bilhões). A ação da Mitsusbishi Motors tinha cotação de 495 ienes na quarta-feira, pouco antes de a imprensa divulgar as primeiras informações sobre as negociações entre os dois grupos. Após a confirmação, a ação registrou alta de 16,16% nesta quinta-feira, a 575 ienes. O acordo que estabelece a participação da Nissan será assinado até 25 de maio e a transação será efetivada em outubro. Com a operação, a Nissan Motor se tornará a maior acionista da Mitsubishi Motors Corporation (MMC), à frente do grupo Mitsubishi Heavy Industries, que possui 20% das ações. Os dois grupos já eram sócios: a Nissan fornece sedans para a MMC e a MMC fabrica veículos de porte pequeno para a Nissan. Foi justamente a Nissan que descobriu as irregularidades na medição de economia de combustível dos veículos da Mitsubishi Motors. A Mitsubishi Motors admitiu em 20 de abril a manipulação dos dados em quatro modelos, para melhorar o rendimento dos veículos. Depois, a empresa reconheceu que utiliza testes não homologados no Japão há 25 anos. Desde a explosão do escândalo, as vendas japonesas da Mitsubishi Motors caíram e a ação da empresa despencou mais de 40%, o que cria incerteza a respeito do futuro do grupo, uma das menores montadoras japonesas, com apenas um milhão de veículos vendidos ao ano.
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Nissan comprará 34% da Mitsubishi Motors por US$ 2,18 bilhõesA montadora japonesa de automóveis Nissan vai adquirir, mediante aumento de capital, 34% da Mitsubishi Motors, empresa mergulhada em um escândalo de fraude, revelam documentos oficiais publicados nesta quinta-feira (12). Em documentos transmitidos à Agência de Serviços Financeiros (FSA) e consultados pela AFP, a Mitsubishi Motors explica que emitirá para a Nissan 506,6 milhões de ações ordinárias, ao preço de 468,52 ienes a unidade, totalizando 237,360 bilhões de ienes (US$ 2,18 bilhões). A ação da Mitsusbishi Motors tinha cotação de 495 ienes na quarta-feira, pouco antes de a imprensa divulgar as primeiras informações sobre as negociações entre os dois grupos. Após a confirmação, a ação registrou alta de 16,16% nesta quinta-feira, a 575 ienes. O acordo que estabelece a participação da Nissan será assinado até 25 de maio e a transação será efetivada em outubro. Com a operação, a Nissan Motor se tornará a maior acionista da Mitsubishi Motors Corporation (MMC), à frente do grupo Mitsubishi Heavy Industries, que possui 20% das ações. Os dois grupos já eram sócios: a Nissan fornece sedans para a MMC e a MMC fabrica veículos de porte pequeno para a Nissan. Foi justamente a Nissan que descobriu as irregularidades na medição de economia de combustível dos veículos da Mitsubishi Motors. A Mitsubishi Motors admitiu em 20 de abril a manipulação dos dados em quatro modelos, para melhorar o rendimento dos veículos. Depois, a empresa reconheceu que utiliza testes não homologados no Japão há 25 anos. Desde a explosão do escândalo, as vendas japonesas da Mitsubishi Motors caíram e a ação da empresa despencou mais de 40%, o que cria incerteza a respeito do futuro do grupo, uma das menores montadoras japonesas, com apenas um milhão de veículos vendidos ao ano.
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'A Bela e a Fera' terá primeiro personagem gay da Disney
O diretor do novo filme da Disney "A Bela e a Fera", Bill Condon, revelou que o longa incluirá um relacionamento gay. Condon disse em entrevista à revista "Attitude" que além da trama principal entre Bela (Emma Watson) e Fera (Dan Stevens), o sentimento do personagem LeFou (Josh Gad) com o vilão Gaston (Luke Evans) também será abordado durante o longa. "Ele está confuso sobre o que quer", explica o diretor. "É alguém que está começando a descobrir que tem esses sentimentos. E Josh faz algo realmente sutil com o personagem, e isso é recompensado no final, que eu não vou contar. Mas é um momento bacana e exclusivamente gay em um filme da Disney." Segundo o diretor, o relacionamento homossexual demorou para aparecer em algum filme da empresa, mas agora é "um momento de divisão de águas para a Disney". O filme estreia no Brasil no dia 16 de março.
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'A Bela e a Fera' terá primeiro personagem gay da DisneyO diretor do novo filme da Disney "A Bela e a Fera", Bill Condon, revelou que o longa incluirá um relacionamento gay. Condon disse em entrevista à revista "Attitude" que além da trama principal entre Bela (Emma Watson) e Fera (Dan Stevens), o sentimento do personagem LeFou (Josh Gad) com o vilão Gaston (Luke Evans) também será abordado durante o longa. "Ele está confuso sobre o que quer", explica o diretor. "É alguém que está começando a descobrir que tem esses sentimentos. E Josh faz algo realmente sutil com o personagem, e isso é recompensado no final, que eu não vou contar. Mas é um momento bacana e exclusivamente gay em um filme da Disney." Segundo o diretor, o relacionamento homossexual demorou para aparecer em algum filme da empresa, mas agora é "um momento de divisão de águas para a Disney". O filme estreia no Brasil no dia 16 de março.
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Serena é tri em Roland Garros e chega ao 20º Grand Slam na carreira
Serena Williams, 33, precisou mostrar seu melhor tênis para superar a surpresa do torneio, Lucie Safarova, na final de Roland Garros, em Paris. Neste sábado (6), a norte-americana derrotou a tcheca por 2 sets a 1, com parciais de 6/3 e 6/7 e 6/2. O triunfo representou o tricampeonato de Serena no torneio. Antes, ela já havia vencido no saibro parisiense em 2002 e 2013. Agora, ela ostenta 20 títulos de Grand Slam em sua carreira. Além dela, apenas a australiana Margaret Court (24) e a alemã Steffi Graf (22) somaram ao menos 20 taças de Slam em suas trajetórias. "Conquistar meu 20º título de Grand Slam em Roland Garros é muito especial para mim, porque nem sempre tive tanto sucesso aqui. É como um sonho ter conquistado este título", disse a líder do ranking mundial após a partida. Serena teve de superar adversidades durante todo o campeonato. Ela perdeu o primeiro set em quatro dos seis jogos que fez até a decisão. Contra sua compatriota Sloane Stephens, na quarta rodada, chegou a estar a três pontos da eliminação. A jogadora também sofreu com uma gripe que a prejudicou na semifinal contra a suíça Timea Bacsinzky –na qual Serena também perdeu o primeiro set, mas depois reagiu. Curiosamente, a norte-americana entrou em quadra dominante neste sábado e na primeira parcial encurralou Safarova, número 13 do mundo –que ganhou destaque na competição ao eliminar a campeã de 2014 e segunda colocada no ranking, Maria Sharapova, nas oitavas de final. A tcheca teve dificuldade para encaixar seu jogo. Com saques precisos e boas devoluções, a favorita conseguiu quebrar o serviço da europeia no quarto game e fechou o primeiro set. O segundo set começou com mais uma quebra para Serena, dando indícios de que fecharia o jogo com facilidade. Safarova passou então a ser mais agressiva, venceu quatro games seguidos –devolveu duas quebras– e ficou à frente no placar pela primeira vez na partida, com 5 a 4. Após mais uma troca de quebras, Safarova levou a decisão para o tie-break e fechou o set em 7/6. O último set manteve o equilíbrio entre as duas tenistas. Safarova teve um melhor começo e abriu 2 a 0 sem conceder pontos. Serena buscou a reação, com muita vibração a cada jogada e não deu mais chances para a adversária. Ela venceu todos os games seguintes para fechar em 6/2 e se sagrar campeã. "Foi muito complicado hoje. Eu estava ficando um pouco nervosa, e Lucie estava jogando cada vez melhor. Ela foi uma adversária magnífica, muito agressiva e sem medo", afirmou a campeã. Na temporada atual, ela conquistou o hexacampeonato no Aberto da Austrália. Mesmo número de troféus que tem no Aberto dos Estados Unidos. Em Wimbledon, a americana soma cinco vitórias.
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Serena é tri em Roland Garros e chega ao 20º Grand Slam na carreiraSerena Williams, 33, precisou mostrar seu melhor tênis para superar a surpresa do torneio, Lucie Safarova, na final de Roland Garros, em Paris. Neste sábado (6), a norte-americana derrotou a tcheca por 2 sets a 1, com parciais de 6/3 e 6/7 e 6/2. O triunfo representou o tricampeonato de Serena no torneio. Antes, ela já havia vencido no saibro parisiense em 2002 e 2013. Agora, ela ostenta 20 títulos de Grand Slam em sua carreira. Além dela, apenas a australiana Margaret Court (24) e a alemã Steffi Graf (22) somaram ao menos 20 taças de Slam em suas trajetórias. "Conquistar meu 20º título de Grand Slam em Roland Garros é muito especial para mim, porque nem sempre tive tanto sucesso aqui. É como um sonho ter conquistado este título", disse a líder do ranking mundial após a partida. Serena teve de superar adversidades durante todo o campeonato. Ela perdeu o primeiro set em quatro dos seis jogos que fez até a decisão. Contra sua compatriota Sloane Stephens, na quarta rodada, chegou a estar a três pontos da eliminação. A jogadora também sofreu com uma gripe que a prejudicou na semifinal contra a suíça Timea Bacsinzky –na qual Serena também perdeu o primeiro set, mas depois reagiu. Curiosamente, a norte-americana entrou em quadra dominante neste sábado e na primeira parcial encurralou Safarova, número 13 do mundo –que ganhou destaque na competição ao eliminar a campeã de 2014 e segunda colocada no ranking, Maria Sharapova, nas oitavas de final. A tcheca teve dificuldade para encaixar seu jogo. Com saques precisos e boas devoluções, a favorita conseguiu quebrar o serviço da europeia no quarto game e fechou o primeiro set. O segundo set começou com mais uma quebra para Serena, dando indícios de que fecharia o jogo com facilidade. Safarova passou então a ser mais agressiva, venceu quatro games seguidos –devolveu duas quebras– e ficou à frente no placar pela primeira vez na partida, com 5 a 4. Após mais uma troca de quebras, Safarova levou a decisão para o tie-break e fechou o set em 7/6. O último set manteve o equilíbrio entre as duas tenistas. Safarova teve um melhor começo e abriu 2 a 0 sem conceder pontos. Serena buscou a reação, com muita vibração a cada jogada e não deu mais chances para a adversária. Ela venceu todos os games seguintes para fechar em 6/2 e se sagrar campeã. "Foi muito complicado hoje. Eu estava ficando um pouco nervosa, e Lucie estava jogando cada vez melhor. Ela foi uma adversária magnífica, muito agressiva e sem medo", afirmou a campeã. Na temporada atual, ela conquistou o hexacampeonato no Aberto da Austrália. Mesmo número de troféus que tem no Aberto dos Estados Unidos. Em Wimbledon, a americana soma cinco vitórias.
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Ceni admite erro em gol do Palmeiras e diz que 'deveria ter dado um chutão'
Ao deixar o estádio do Morumbi, o goleiro Rogério Ceni, do São Paulo, admitiu o erro no gol de empate do Palmeiras, no 1 a 1 do clássico disputado neste domingo (27), no Morumbi. No lance, ele falhou ao sair jogando com os pés, aos 48 minutos do segundo tempo, e a bola foi para o meia palmeirense Robinho, que o encobriu e empatou a partida. Com o resultado, o São Paulo perdeu a chance de chegar ao G4, grupo que se classifica para a Libertadores em 2016. "É uma característica do nosso time [os recuos para ele], o Osorio gosta, mas naquele momento foi um equívoco a jogada, deveria ter dado um chutão para qualquer lado. Fugiria da característica do nosso time, mas naquele momento a melhor escolha era essa. E a responsabilidade é de quem escolhe a jogada. Apesar de o time ter um estilo de jogo, eu escolhi sair jogando, e o erro maior foi meu", disse Rogério. Ele elogiou a atuação do time, apesar de tudo. "Time se propôs a jogar, não deu um chutão o jogo inteiro, talvez se tivesse dado um chutão...", disse, se referindo ao seu lance. Sobre a briga entre a diretoria e o técnico Juan Carlos Osorio, o goleiro disse que não teria o que comentar, por não ter escutado as entrevistas deste domingo. "Mas acredito que ele vai ficar", disse Ceni. Veja vídeo
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Ceni admite erro em gol do Palmeiras e diz que 'deveria ter dado um chutão'Ao deixar o estádio do Morumbi, o goleiro Rogério Ceni, do São Paulo, admitiu o erro no gol de empate do Palmeiras, no 1 a 1 do clássico disputado neste domingo (27), no Morumbi. No lance, ele falhou ao sair jogando com os pés, aos 48 minutos do segundo tempo, e a bola foi para o meia palmeirense Robinho, que o encobriu e empatou a partida. Com o resultado, o São Paulo perdeu a chance de chegar ao G4, grupo que se classifica para a Libertadores em 2016. "É uma característica do nosso time [os recuos para ele], o Osorio gosta, mas naquele momento foi um equívoco a jogada, deveria ter dado um chutão para qualquer lado. Fugiria da característica do nosso time, mas naquele momento a melhor escolha era essa. E a responsabilidade é de quem escolhe a jogada. Apesar de o time ter um estilo de jogo, eu escolhi sair jogando, e o erro maior foi meu", disse Rogério. Ele elogiou a atuação do time, apesar de tudo. "Time se propôs a jogar, não deu um chutão o jogo inteiro, talvez se tivesse dado um chutão...", disse, se referindo ao seu lance. Sobre a briga entre a diretoria e o técnico Juan Carlos Osorio, o goleiro disse que não teria o que comentar, por não ter escutado as entrevistas deste domingo. "Mas acredito que ele vai ficar", disse Ceni. Veja vídeo
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Presidente do PT diz esperar que absolvição de Vaccari se repita com Lula
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), disse nesta sexta-feira (21) ter esperanças de que a absolvição do ex-tesoureiro João Vaccari Neto em um dos processos da Lava Jato se repita no julgamento, em segunda instância, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao falar da condenação de Lula pelo juiz Sergio Moro, Gleisi usou o exemplo de Vaccari como um sinal de que Lula poderá ser absolvido. Segundo ela, os processos "são muito parecidos". Também condenado por Moro, Vaccari foi absolvido pelo (Tribunal Regional Federal) da 4 Região, em Porto Alegre, porque os juízes consideraram que o processo se baseava na palavra de delatores e as provas apresentadas não referendavam conduta criminosa do ex-tesoureiro. "Tenho esperança muito grande que vem do julgamento do Vaccari no tribunal. O processo do presidente Lula é muito parecido. Não há prova, só delação", disse a senadora, à saída do velório do ex-assessor da Presidência Marco Aurélio Garcia. No caso de Lula, Moro diz que, além de depoimentos de outros réus, havia como provas de que o ex-presidente era proprietário de tríplex em Guarujá (SP) anotações e rasuras em documentos apreendidos na casa de Lula, que fazem menção ao imóvel; documentos da OAS que indicam que o imóvel estava "reservado"; as extensivas reformas do apartamento; e a omissão do casal em declarar se desistiam ou compravam o apartamento depois que a OAS assumiu a construção, em 2009. A defesa de Lula nega que o ex-presidente tenha cometido irregularidades e diz que não há prova de que ele seja dono do tríplex. GARCIA Assessor de relações internacionais nos governos Lula e Dilma, Marco Aurélio Garcia morreu nesta quinta-feira (20), vítima de infarto fulminante. Ao falar da importância do petista, Gleisi contou ter almoçado com ele e Lula na semana passada. Na pauta, a participação de Garcia na formulação do novo programa do PT. "É uma perda muito grande, principalmente num momento difícil como este, do país, da política e do reposicionamento do PT", afirmou.
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Presidente do PT diz esperar que absolvição de Vaccari se repita com LulaA presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), disse nesta sexta-feira (21) ter esperanças de que a absolvição do ex-tesoureiro João Vaccari Neto em um dos processos da Lava Jato se repita no julgamento, em segunda instância, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao falar da condenação de Lula pelo juiz Sergio Moro, Gleisi usou o exemplo de Vaccari como um sinal de que Lula poderá ser absolvido. Segundo ela, os processos "são muito parecidos". Também condenado por Moro, Vaccari foi absolvido pelo (Tribunal Regional Federal) da 4 Região, em Porto Alegre, porque os juízes consideraram que o processo se baseava na palavra de delatores e as provas apresentadas não referendavam conduta criminosa do ex-tesoureiro. "Tenho esperança muito grande que vem do julgamento do Vaccari no tribunal. O processo do presidente Lula é muito parecido. Não há prova, só delação", disse a senadora, à saída do velório do ex-assessor da Presidência Marco Aurélio Garcia. No caso de Lula, Moro diz que, além de depoimentos de outros réus, havia como provas de que o ex-presidente era proprietário de tríplex em Guarujá (SP) anotações e rasuras em documentos apreendidos na casa de Lula, que fazem menção ao imóvel; documentos da OAS que indicam que o imóvel estava "reservado"; as extensivas reformas do apartamento; e a omissão do casal em declarar se desistiam ou compravam o apartamento depois que a OAS assumiu a construção, em 2009. A defesa de Lula nega que o ex-presidente tenha cometido irregularidades e diz que não há prova de que ele seja dono do tríplex. GARCIA Assessor de relações internacionais nos governos Lula e Dilma, Marco Aurélio Garcia morreu nesta quinta-feira (20), vítima de infarto fulminante. Ao falar da importância do petista, Gleisi contou ter almoçado com ele e Lula na semana passada. Na pauta, a participação de Garcia na formulação do novo programa do PT. "É uma perda muito grande, principalmente num momento difícil como este, do país, da política e do reposicionamento do PT", afirmou.
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Ninguém salta no vazio
Quando terminou a Segunda Guerra Mundial (1939/45), o Partido Conservador britânico tinha 3 milhões de filiados, três vezes mais que o ainda assim impressionante 1 milhão do Partido Trabalhista. Hoje, cada um não consegue contabilizar mais que 200 mil. Na Espanha, nas eleições gerais de 2011, os dois partidos que dominam a política local desde a redemocratização, em 1977, somaram 73% dos votos (44,6% para o conservador Partido Popular e 28,7% para o Partido Socialista Operário Espanhol). Na pesquisa mais recente para a eleição prevista para este ano, PP e PSOE, juntos, não conseguem mais que 39% das intenções de voto, 34 pontos abaixo, portanto, do que tinham há quatro anos. Bastam esses dois dados para mostrar o sensível declínio dos partidos tradicionais, os que estiveram à frente dos governos europeus desde a guerra. Vale para a América Latina: em um punhado de países, partidos tradicionais foram simplesmente varridos do mapa pela ascensão de novos movimentos, como o chavismo ou o "evismo" na Bolívia. Mas, ao contrário do que ocorreu na vizinhança, na Europa há um tremendo medo de dar o salto no vazio, que seria votar em, digamos, "novidades". A eleição departamental de domingo (29) na França é bastante ilustrativa: a fascistoide, xenófoba e racista Frente Nacional foi a mais votada no pleito para o Parlamento Europeu, no ano passado. Mas, na hora de entregar o poder em instituições mais próximas do cotidiano, o eleitor francês prefere o tradicional: como o governo socialista está fortemente desgastado, deu estrondosa vitória à direita convencional, deixando a extrema direita sem nenhum Departamento. Zero. É verdade que a Frente Nacional cresceu razoavelmente, mas não passou de 23% dos votos, contra 45% da coligação de centro-direita e 32% das várias esquerdas (mas apenas 16% para o PS governante). No domingo anterior (22), algo parecido havia ocorrido na eleição regional na Andaluzia: as pesquisas nacionais indicam uma vitória do grupo Podemos, recém-criado e representante do movimento dos "indignados", que explodiu na Espanha no auge da crise. Mas, na Andaluzia, o Podemos ficou com apenas 15 cadeiras, longe das 47 do PSOE, que manda na região há mais de 30 anos, e longe até do PP (33), castigado por ser o partido que comandou o "austericídio" e por escândalos de corrupção. Os partidos tradicionais ficaram, portanto, com 80 das 109 cadeiras do Parlamento regional –o que está longe de representar o terremoto previsto. Resumo da ópera para "El País": "O que parece claro é que a situação é muito líquida. O PP e o PSOE encontraram um solo sólido, mas inferior ao de cinco anos: (...) Podemos e Ciudadanos [outro grupo recente, este centrista] mantêm sua ascensão ainda que com enorme volatilidade mês a mês, dependendo da atualidade do dia". Parece claro que o desencanto com a classe política ainda não é suficiente para que o eleitorado arrisque um salto no vazio. Foi, de resto, o que aconteceu no Brasil com Marina Silva. [email protected]
colunas
Ninguém salta no vazioQuando terminou a Segunda Guerra Mundial (1939/45), o Partido Conservador britânico tinha 3 milhões de filiados, três vezes mais que o ainda assim impressionante 1 milhão do Partido Trabalhista. Hoje, cada um não consegue contabilizar mais que 200 mil. Na Espanha, nas eleições gerais de 2011, os dois partidos que dominam a política local desde a redemocratização, em 1977, somaram 73% dos votos (44,6% para o conservador Partido Popular e 28,7% para o Partido Socialista Operário Espanhol). Na pesquisa mais recente para a eleição prevista para este ano, PP e PSOE, juntos, não conseguem mais que 39% das intenções de voto, 34 pontos abaixo, portanto, do que tinham há quatro anos. Bastam esses dois dados para mostrar o sensível declínio dos partidos tradicionais, os que estiveram à frente dos governos europeus desde a guerra. Vale para a América Latina: em um punhado de países, partidos tradicionais foram simplesmente varridos do mapa pela ascensão de novos movimentos, como o chavismo ou o "evismo" na Bolívia. Mas, ao contrário do que ocorreu na vizinhança, na Europa há um tremendo medo de dar o salto no vazio, que seria votar em, digamos, "novidades". A eleição departamental de domingo (29) na França é bastante ilustrativa: a fascistoide, xenófoba e racista Frente Nacional foi a mais votada no pleito para o Parlamento Europeu, no ano passado. Mas, na hora de entregar o poder em instituições mais próximas do cotidiano, o eleitor francês prefere o tradicional: como o governo socialista está fortemente desgastado, deu estrondosa vitória à direita convencional, deixando a extrema direita sem nenhum Departamento. Zero. É verdade que a Frente Nacional cresceu razoavelmente, mas não passou de 23% dos votos, contra 45% da coligação de centro-direita e 32% das várias esquerdas (mas apenas 16% para o PS governante). No domingo anterior (22), algo parecido havia ocorrido na eleição regional na Andaluzia: as pesquisas nacionais indicam uma vitória do grupo Podemos, recém-criado e representante do movimento dos "indignados", que explodiu na Espanha no auge da crise. Mas, na Andaluzia, o Podemos ficou com apenas 15 cadeiras, longe das 47 do PSOE, que manda na região há mais de 30 anos, e longe até do PP (33), castigado por ser o partido que comandou o "austericídio" e por escândalos de corrupção. Os partidos tradicionais ficaram, portanto, com 80 das 109 cadeiras do Parlamento regional –o que está longe de representar o terremoto previsto. Resumo da ópera para "El País": "O que parece claro é que a situação é muito líquida. O PP e o PSOE encontraram um solo sólido, mas inferior ao de cinco anos: (...) Podemos e Ciudadanos [outro grupo recente, este centrista] mantêm sua ascensão ainda que com enorme volatilidade mês a mês, dependendo da atualidade do dia". Parece claro que o desencanto com a classe política ainda não é suficiente para que o eleitorado arrisque um salto no vazio. Foi, de resto, o que aconteceu no Brasil com Marina Silva. [email protected]
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Saiba se agora ainda é a hora de investir em papéis com taxa prefixada
O gerente da minha conta bancária me ligou sugerindo investimento em taxa prefixada para colher ganhos com a taxa de juros em queda. Agradeci a iniciativa, mas não mergulhei de cabeça na sugestão dele. E explico por quê. A taxa básica sofreu um corte de 0,75 ponto percentual na mais recente reunião do Copom e mudou de 13,75% para 13% ao ano. O presidente do Banco Central sinalizou que esse será o novo ritmo de redução dos juros. O mercado estima que chegaremos ao fim de 2017 com a taxa Selic no patamar de 9,5% ao ano. Se você observa a Selic ainda em 13% e acredita que ela cairá para 9,5%, contabiliza uma queda de 3,5 pontos percentuais e um bom lucro no bolso se investir agora em taxa prefixada. Só que não é bem assim. A taxa de juros prefixada praticada no mercado já caiu bastante no segundo semestre de 2016, antecipando que haveria cortes na Selic. No auge da crise de 2016, o Tesouro Prefixado, título que remunera taxa prefixada de juros, chegou a pagar 17% ao ano. Na sexta (27), pagava 10,41% nos títulos de dois anos e 10,88% nos títulos de seis anos. Quem arriscou e comprou títulos prefixados a 16%, 15%, 14% ao ano já ganhou ou pode ganhar um bom dinheiro se vender agora com desconto de 10,41%. Ou manter o título até o vencimento e ganhar a taxa negociada, que deve ser superior à média da Selic. É possível afirmar isso porque é muito grande a diferença entre a taxa comprada e a atual. Quem compra um título agora, entre 10,40% e 10,88%, só tem chance de ganhar se confirmada a queda continuada e acelerada da Selic. Qualquer reversão dessa tendência pode comprometer a estratégia. Ah, então vou investir em fundos de investimento que estão com as carteiras recheadas de títulos comprados com a taxa alta que não está mais disponível no mercado. Bom demais para ser verdade, não é assim que a banda toca. Quem tem o direito de abocanhar os lucros? Você que está chegando agora, diante de um cenário definido de redução dos juros, ou quem arriscou e investiu há alguns meses? É evidente que só o segundo grupo tem o direito de se beneficiar dos ganhos. Para garantir que somente os investidores que já estavam no fundo sejam beneficiados, os administradores de fundos são obrigados a marcar a mercado diariamente os ativos da carteira. O mecanismo obriga que o valor de mercado do título seja apurado e contabilizado. O valor da cota muda, para cima ou para baixo, refletindo a valorização ou desvalorização dos ativos da carteira. O procedimento impede a transferência de riqueza, ou seja, que os ganhos ou perdas de um grupo de investidores sejam transferidos a outro grupo que pega o bonde andando e não tem nada a ver com a história passada. Tudo isso pra dizer que quem investir hoje em ativos ou fundos que aplicam em taxa prefixada pode estar superestimando a perspectiva de ganho. Esqueça a rentabilidade passada. O ganho será a diferença entre a taxa atual e a nova taxa prefixada de mercado, seja ela qual for. Convenhamos que o espaço para especulação diminuiu bastante. Para ampliar os ganhos (potenciais), é preciso aumentar o risco, alongando o prazo ou alavancando posições com derivativos. Ainda vale a pena investir? Sim, se você estiver otimista e acreditar que a taxa Selic, ainda no patamar de 13%, vai cair e rápido. Sim, para alocar somente parte de sua carteira e diversificar o risco. Sim, se você tiver a expectativa correta de ganho e ciência de que esse ganho pode se transformar em perda se algum fato novo acontecer e a trajetória da taxa básica mudar de rumo. Não, se sua expectativa em relação ao cenário macroeconômico é menos otimista do que as projeções. Não, se o dinheiro investido é o da sua reserva financeira, que não pode ser exposto a riscos e precisa de liquidez diária. Não, se você não é capaz de entender que as aplicações em "renda fixa" não são fixas e oscilam entre a data da compra e a data de vencimento. Ah, vale a pena lembrar que o mesmo raciocínio se aplica aos ativos atrelados a índices de inflação cuja parcela prefixada ganha valor na redução dos juros. O chamado "cupom" desses ativos, que chegou a 7% ao ano, está no patamar de 5,58% (2019), 5,59% (2024) e 5,51% (2035). Quanto mais longo, maiores o risco e a chance de ganhar se a taxa de juros cair.
colunas
Saiba se agora ainda é a hora de investir em papéis com taxa prefixadaO gerente da minha conta bancária me ligou sugerindo investimento em taxa prefixada para colher ganhos com a taxa de juros em queda. Agradeci a iniciativa, mas não mergulhei de cabeça na sugestão dele. E explico por quê. A taxa básica sofreu um corte de 0,75 ponto percentual na mais recente reunião do Copom e mudou de 13,75% para 13% ao ano. O presidente do Banco Central sinalizou que esse será o novo ritmo de redução dos juros. O mercado estima que chegaremos ao fim de 2017 com a taxa Selic no patamar de 9,5% ao ano. Se você observa a Selic ainda em 13% e acredita que ela cairá para 9,5%, contabiliza uma queda de 3,5 pontos percentuais e um bom lucro no bolso se investir agora em taxa prefixada. Só que não é bem assim. A taxa de juros prefixada praticada no mercado já caiu bastante no segundo semestre de 2016, antecipando que haveria cortes na Selic. No auge da crise de 2016, o Tesouro Prefixado, título que remunera taxa prefixada de juros, chegou a pagar 17% ao ano. Na sexta (27), pagava 10,41% nos títulos de dois anos e 10,88% nos títulos de seis anos. Quem arriscou e comprou títulos prefixados a 16%, 15%, 14% ao ano já ganhou ou pode ganhar um bom dinheiro se vender agora com desconto de 10,41%. Ou manter o título até o vencimento e ganhar a taxa negociada, que deve ser superior à média da Selic. É possível afirmar isso porque é muito grande a diferença entre a taxa comprada e a atual. Quem compra um título agora, entre 10,40% e 10,88%, só tem chance de ganhar se confirmada a queda continuada e acelerada da Selic. Qualquer reversão dessa tendência pode comprometer a estratégia. Ah, então vou investir em fundos de investimento que estão com as carteiras recheadas de títulos comprados com a taxa alta que não está mais disponível no mercado. Bom demais para ser verdade, não é assim que a banda toca. Quem tem o direito de abocanhar os lucros? Você que está chegando agora, diante de um cenário definido de redução dos juros, ou quem arriscou e investiu há alguns meses? É evidente que só o segundo grupo tem o direito de se beneficiar dos ganhos. Para garantir que somente os investidores que já estavam no fundo sejam beneficiados, os administradores de fundos são obrigados a marcar a mercado diariamente os ativos da carteira. O mecanismo obriga que o valor de mercado do título seja apurado e contabilizado. O valor da cota muda, para cima ou para baixo, refletindo a valorização ou desvalorização dos ativos da carteira. O procedimento impede a transferência de riqueza, ou seja, que os ganhos ou perdas de um grupo de investidores sejam transferidos a outro grupo que pega o bonde andando e não tem nada a ver com a história passada. Tudo isso pra dizer que quem investir hoje em ativos ou fundos que aplicam em taxa prefixada pode estar superestimando a perspectiva de ganho. Esqueça a rentabilidade passada. O ganho será a diferença entre a taxa atual e a nova taxa prefixada de mercado, seja ela qual for. Convenhamos que o espaço para especulação diminuiu bastante. Para ampliar os ganhos (potenciais), é preciso aumentar o risco, alongando o prazo ou alavancando posições com derivativos. Ainda vale a pena investir? Sim, se você estiver otimista e acreditar que a taxa Selic, ainda no patamar de 13%, vai cair e rápido. Sim, para alocar somente parte de sua carteira e diversificar o risco. Sim, se você tiver a expectativa correta de ganho e ciência de que esse ganho pode se transformar em perda se algum fato novo acontecer e a trajetória da taxa básica mudar de rumo. Não, se sua expectativa em relação ao cenário macroeconômico é menos otimista do que as projeções. Não, se o dinheiro investido é o da sua reserva financeira, que não pode ser exposto a riscos e precisa de liquidez diária. Não, se você não é capaz de entender que as aplicações em "renda fixa" não são fixas e oscilam entre a data da compra e a data de vencimento. Ah, vale a pena lembrar que o mesmo raciocínio se aplica aos ativos atrelados a índices de inflação cuja parcela prefixada ganha valor na redução dos juros. O chamado "cupom" desses ativos, que chegou a 7% ao ano, está no patamar de 5,58% (2019), 5,59% (2024) e 5,51% (2035). Quanto mais longo, maiores o risco e a chance de ganhar se a taxa de juros cair.
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Editorial: A sexta extinção
Animal símbolo da Amazônia, o boto-cor-de-rosa, ou boto-vermelho, desde o ano 2000 tem sido caçado de forma implacável. Sua carne serve de isca na pesca da piracatinga, peixe comercializado em larga escala nos supermercados sob o nome de douradinha. Pesquisadores e ambientalistas assustaram-se com a queda acentuada da quantidade de botos. Embora não existam números globais precisos, ao menos na reserva Mamirauá (AM), no rio Solimões, dados sugerem uma tragédia de proporções bíblicas: diminuição de 10% ao ano da população local, segundo o Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). Pressionado, o governo federal decretou moratória de cinco anos na captura da piracatinga, a fim de afastar o maior golfinho de água doce do planeta da crescente lista de animais extintos pelas mãos do homem. A medida entrou em vigor no dia 1º de janeiro. Lamentavelmente, o boto-cor-de-rosa está longe de ser o único animal ameaçado. Um estudo publicado recentemente no periódico "Science" mostra que as espécies têm desaparecido do planeta a uma taxa mil vezes maior do que a natural. Eis a catástrofe: de um terço a metade delas corre o risco de não mais existir até 2100. No Brasil, são 1.501 populações ameaçadas, incluindo a de botos-cor-de-rosa, de acordo com levantamento divulgado em maio pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Outros 11 animais já foram declarados extintos –caso da ararinha-azul, que hoje só vive em cativeiro. O ritmo de aniquilação se acelerou tanto que alguns cientistas veem o planeta atravessando a sexta extinção, comparável ao desaparecimento dos dinossauros ou a outros cataclismos pré-históricos. Dado inédito, o processo, desta vez, não se deve a causas naturais. Da destruição do habitat à introdução de exemplares não nativos num determinado ecossistema, passando pela caça e pelas mudanças climáticas, o homem é o maior responsável pelo perecimento recente de centenas de espécies. Para vários animais, como o boto-cor-de-rosa, ainda há tempo. A moratória contra a pesca da piracatinga torna a fiscalização mais fácil, pois se concentrará principalmente nas poucas e grandes empresas que compram o peixe. É fundamental, no entanto, que os órgãos responsáveis atuem de fato. Do contrário, a nova medida será tão inócua quanto a lei federal de 1987 que proíbe a caça de baleias e golfinhos no país.
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Editorial: A sexta extinçãoAnimal símbolo da Amazônia, o boto-cor-de-rosa, ou boto-vermelho, desde o ano 2000 tem sido caçado de forma implacável. Sua carne serve de isca na pesca da piracatinga, peixe comercializado em larga escala nos supermercados sob o nome de douradinha. Pesquisadores e ambientalistas assustaram-se com a queda acentuada da quantidade de botos. Embora não existam números globais precisos, ao menos na reserva Mamirauá (AM), no rio Solimões, dados sugerem uma tragédia de proporções bíblicas: diminuição de 10% ao ano da população local, segundo o Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). Pressionado, o governo federal decretou moratória de cinco anos na captura da piracatinga, a fim de afastar o maior golfinho de água doce do planeta da crescente lista de animais extintos pelas mãos do homem. A medida entrou em vigor no dia 1º de janeiro. Lamentavelmente, o boto-cor-de-rosa está longe de ser o único animal ameaçado. Um estudo publicado recentemente no periódico "Science" mostra que as espécies têm desaparecido do planeta a uma taxa mil vezes maior do que a natural. Eis a catástrofe: de um terço a metade delas corre o risco de não mais existir até 2100. No Brasil, são 1.501 populações ameaçadas, incluindo a de botos-cor-de-rosa, de acordo com levantamento divulgado em maio pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Outros 11 animais já foram declarados extintos –caso da ararinha-azul, que hoje só vive em cativeiro. O ritmo de aniquilação se acelerou tanto que alguns cientistas veem o planeta atravessando a sexta extinção, comparável ao desaparecimento dos dinossauros ou a outros cataclismos pré-históricos. Dado inédito, o processo, desta vez, não se deve a causas naturais. Da destruição do habitat à introdução de exemplares não nativos num determinado ecossistema, passando pela caça e pelas mudanças climáticas, o homem é o maior responsável pelo perecimento recente de centenas de espécies. Para vários animais, como o boto-cor-de-rosa, ainda há tempo. A moratória contra a pesca da piracatinga torna a fiscalização mais fácil, pois se concentrará principalmente nas poucas e grandes empresas que compram o peixe. É fundamental, no entanto, que os órgãos responsáveis atuem de fato. Do contrário, a nova medida será tão inócua quanto a lei federal de 1987 que proíbe a caça de baleias e golfinhos no país.
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Secretário diz que vice de direitos humanos confessou elo com facção
O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, afirmou, nesta sexta-feira (25), que o vice-presidente do conselho estadual de direitos humanos, Luiz Carlos dos Santos, confessou ter recebido dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital). O conselheiro, integrante do Condepe (Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana) foi preso na terça (22) junto com outras 34 pessoas. Eles são acusados de ter ligação com a facção criminosa que atua em São Paulo. Entre os detidos, havia 32 advogados. Luiz Carlos dos Santos foi o único que teve o nome divulgado. Segundo interrogatório, o primeiro pagamento feito a Santos ocorreu em janeiro de 2015 por uma advogada identificada como Vanila, que teria envolvimento com a facção. O objetivo seria que o conselheiro utilizasse sua influência para convencer desembargadores sobre revisões de processos, o que foi recusado por Santos. Ainda assim, o pagamento de R$ 2.000 foi feito. Santos afirma que tentou interromper os pagamentos e negou alguns dos pedidos feitos pelo grupo, mas foi ameaçado mais de uma vez e os pagamentos continuaram, sendo aumentados em várias ocasiões, chegando ao valor de R$ 5.000, que ele recebeu até o mês passado. Entre os pedidos feitos pelo grupo, Santos teria tocado processos indicados por ele e passado relatórios regulares de ações em andamento. Ele ainda admite ter dado a dois advogados da facção carteiras de identificação do Conselho Ouvidor de Direitos Humanos, que Santos soube depois que eram usadas para eles acessarem presídios. Ele também teria recebido determinação da organização para promover publicidade dos casos envolvendo violência policial, a exemplo chacinas de Mogi das Cruzes, Carapicuíba e Osasco. Santos afirmou à polícia que temia ser preso desde maio de 2015. O Condepe afirmou, no fim da tarde desta sexta, que decidiu afastar ele do cargo. O advogado de Santos não foi localizado na noite desta sexta para comentar o caso. "Isso envolve uma pessoa do Condepe. Não é o Condepe como conselho, como uma instituição oficial, que praticou esse tipo de coisa. Mas infelizmente a gente viu que uma pessoa com assento no conselho admite que recebeu parcelas de dinheiro. Audiências publicas promovidas por interesse dessa organização foram realizadas e ele recebeu pra isso", afirmou o secretário. As declarações do secretário ocorreram na mesma entrevista coletiva, na sede da Secretaria de Segurança, em que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) divulgou o aumento no número de roubos no Estado pelo nono mês consecutivo. Ao todo, foram 27,8 mil casos registrados em outubro deste ano.
cotidiano
Secretário diz que vice de direitos humanos confessou elo com facçãoO secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, afirmou, nesta sexta-feira (25), que o vice-presidente do conselho estadual de direitos humanos, Luiz Carlos dos Santos, confessou ter recebido dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital). O conselheiro, integrante do Condepe (Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana) foi preso na terça (22) junto com outras 34 pessoas. Eles são acusados de ter ligação com a facção criminosa que atua em São Paulo. Entre os detidos, havia 32 advogados. Luiz Carlos dos Santos foi o único que teve o nome divulgado. Segundo interrogatório, o primeiro pagamento feito a Santos ocorreu em janeiro de 2015 por uma advogada identificada como Vanila, que teria envolvimento com a facção. O objetivo seria que o conselheiro utilizasse sua influência para convencer desembargadores sobre revisões de processos, o que foi recusado por Santos. Ainda assim, o pagamento de R$ 2.000 foi feito. Santos afirma que tentou interromper os pagamentos e negou alguns dos pedidos feitos pelo grupo, mas foi ameaçado mais de uma vez e os pagamentos continuaram, sendo aumentados em várias ocasiões, chegando ao valor de R$ 5.000, que ele recebeu até o mês passado. Entre os pedidos feitos pelo grupo, Santos teria tocado processos indicados por ele e passado relatórios regulares de ações em andamento. Ele ainda admite ter dado a dois advogados da facção carteiras de identificação do Conselho Ouvidor de Direitos Humanos, que Santos soube depois que eram usadas para eles acessarem presídios. Ele também teria recebido determinação da organização para promover publicidade dos casos envolvendo violência policial, a exemplo chacinas de Mogi das Cruzes, Carapicuíba e Osasco. Santos afirmou à polícia que temia ser preso desde maio de 2015. O Condepe afirmou, no fim da tarde desta sexta, que decidiu afastar ele do cargo. O advogado de Santos não foi localizado na noite desta sexta para comentar o caso. "Isso envolve uma pessoa do Condepe. Não é o Condepe como conselho, como uma instituição oficial, que praticou esse tipo de coisa. Mas infelizmente a gente viu que uma pessoa com assento no conselho admite que recebeu parcelas de dinheiro. Audiências publicas promovidas por interesse dessa organização foram realizadas e ele recebeu pra isso", afirmou o secretário. As declarações do secretário ocorreram na mesma entrevista coletiva, na sede da Secretaria de Segurança, em que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) divulgou o aumento no número de roubos no Estado pelo nono mês consecutivo. Ao todo, foram 27,8 mil casos registrados em outubro deste ano.
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Traduzida para o espanhol, 'Diez Mandamientos' é febre na Argentina
Há dias, argentinos ligam a TV de segunda a sexta, às 22h45, à espera do momento em que Moisés chegará ao Egito e verá seu pai. Esse reencontro, porém, parece que não vai ocorrer nunca para os telespectadores de "Moisés y los Diez Mandamientos", nome portenho para a novela brasileira religiosa da Record, transmitida no país vizinho pelo canal Telefe. As reclamações não param: "Até quando passarão o mesmo? Estou ficando entediado", escreveu um fã no Facebook. Muita propaganda, reprises longas antes do início de um novo (e curto) capítulo e cenas do próximo episódio são as artimanhas da Telefe para prolongar o sucesso. "Os Dez Mandamentos" estourou no país e, nos primeiros 15 dias de julho, ficou à frente do principal programa da TV argentina, o "Showmatch", de Marcelo Tinelli (uma mistura de Luciano Huck com Faustão). Na última semana, no entanto, voltou ao segundo lugar –os fãs dizem que é porque estão cansados da enrolação. Em junho, o folhetim bateu a transmissão de dois jogos da seleção argentina na primeira fase da Copa América. A mais famosa celebridade das noites de domingo, Susana Giménez (espécie de Hebe Camargo com mais audiência), recebeu os protagonistas da novela –Guilherme Winter e Sergio Marone– em seu primeiro programa deste ano, no dia 3 de julho. Com a dupla de atores brasileiros, Giménez foi a vencedora da noite. Ganhou do El Trece –canal que transmitia o também o primeiro programa do ano do jornalista Jorge Lanata, responsável pelas maiores denúncias contra a ex-presidente Cristina Kirchner– e do C5N, que passava a primeira entrevista de Cristina pós-Casa Rosada. A novela é o maior sucesso brasileiro desde "Avenida Brasil", da Globo, exibida no país pela primeira vez em 2014 e retransmitida até hoje em canal a cabo. Para Ana Gambaccini, diretora do portal Television, os folhetins épicos com romance costumam ser bem-sucedidos na Argentina. A dona de casa Florencia Giménez, 32, que só via novelas coreanas, agora também é adepta da brasileira. "'Dez Mandamentos' me interessou porque tem história." A Record já vendeu a novela para 18 países. Na Argentina, o canal Telefe ampliou a participação do folhetim em sua grade de programação com um especial no domingo que passa flashes da semana, além de meia hora diária de cenas dos próximos capítulos –o que reforça a sensação de "déjà vu" nos telespectadores. No total, são dez horas de "Os Dez Mandamentos" por semana.
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Traduzida para o espanhol, 'Diez Mandamientos' é febre na ArgentinaHá dias, argentinos ligam a TV de segunda a sexta, às 22h45, à espera do momento em que Moisés chegará ao Egito e verá seu pai. Esse reencontro, porém, parece que não vai ocorrer nunca para os telespectadores de "Moisés y los Diez Mandamientos", nome portenho para a novela brasileira religiosa da Record, transmitida no país vizinho pelo canal Telefe. As reclamações não param: "Até quando passarão o mesmo? Estou ficando entediado", escreveu um fã no Facebook. Muita propaganda, reprises longas antes do início de um novo (e curto) capítulo e cenas do próximo episódio são as artimanhas da Telefe para prolongar o sucesso. "Os Dez Mandamentos" estourou no país e, nos primeiros 15 dias de julho, ficou à frente do principal programa da TV argentina, o "Showmatch", de Marcelo Tinelli (uma mistura de Luciano Huck com Faustão). Na última semana, no entanto, voltou ao segundo lugar –os fãs dizem que é porque estão cansados da enrolação. Em junho, o folhetim bateu a transmissão de dois jogos da seleção argentina na primeira fase da Copa América. A mais famosa celebridade das noites de domingo, Susana Giménez (espécie de Hebe Camargo com mais audiência), recebeu os protagonistas da novela –Guilherme Winter e Sergio Marone– em seu primeiro programa deste ano, no dia 3 de julho. Com a dupla de atores brasileiros, Giménez foi a vencedora da noite. Ganhou do El Trece –canal que transmitia o também o primeiro programa do ano do jornalista Jorge Lanata, responsável pelas maiores denúncias contra a ex-presidente Cristina Kirchner– e do C5N, que passava a primeira entrevista de Cristina pós-Casa Rosada. A novela é o maior sucesso brasileiro desde "Avenida Brasil", da Globo, exibida no país pela primeira vez em 2014 e retransmitida até hoje em canal a cabo. Para Ana Gambaccini, diretora do portal Television, os folhetins épicos com romance costumam ser bem-sucedidos na Argentina. A dona de casa Florencia Giménez, 32, que só via novelas coreanas, agora também é adepta da brasileira. "'Dez Mandamentos' me interessou porque tem história." A Record já vendeu a novela para 18 países. Na Argentina, o canal Telefe ampliou a participação do folhetim em sua grade de programação com um especial no domingo que passa flashes da semana, além de meia hora diária de cenas dos próximos capítulos –o que reforça a sensação de "déjà vu" nos telespectadores. No total, são dez horas de "Os Dez Mandamentos" por semana.
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Sem sustos, Nadal e Federer estreiam com vitória no Aberto da Austrália
Candidatos ao título do Aberto da Austrália, o suíço Roger Federer e o espanhol Rafael Nadal estrearam com vitória no primeiro Grand Slam da temporada. Atual número três do mundo, Nadal foi o primeiro a entrar em quadra. Em menos de duas horas de partida, o tenista venceu o russo Mikhail Youzhny por 3 sets a 0, com parciais de 6/3, 6/2 e 6/2. Na segunda rodada da competição, Nadal enfrentará o norte-americano Tim Smyczek, que venceu Luke Saville por 3 sets a 0, com parciais de 7/6 (7-2) 7/5 e 6/4. O atual número dois do mundo também não teve trabalho para conseguir a classificação para a segunda rodada do torneio. Em uma hora e 53 minutos de jogo, o suíço derrotou Yen-Hsun Lu por 3 sets a 0, com parciais de 6/4, 6/2 e 7/5. Agora, Federer terá pela frente o vencedor do confronto entre o argentino Juan Monaco e o italiano Simone Bolelli.
esporte
Sem sustos, Nadal e Federer estreiam com vitória no Aberto da AustráliaCandidatos ao título do Aberto da Austrália, o suíço Roger Federer e o espanhol Rafael Nadal estrearam com vitória no primeiro Grand Slam da temporada. Atual número três do mundo, Nadal foi o primeiro a entrar em quadra. Em menos de duas horas de partida, o tenista venceu o russo Mikhail Youzhny por 3 sets a 0, com parciais de 6/3, 6/2 e 6/2. Na segunda rodada da competição, Nadal enfrentará o norte-americano Tim Smyczek, que venceu Luke Saville por 3 sets a 0, com parciais de 7/6 (7-2) 7/5 e 6/4. O atual número dois do mundo também não teve trabalho para conseguir a classificação para a segunda rodada do torneio. Em uma hora e 53 minutos de jogo, o suíço derrotou Yen-Hsun Lu por 3 sets a 0, com parciais de 6/4, 6/2 e 7/5. Agora, Federer terá pela frente o vencedor do confronto entre o argentino Juan Monaco e o italiano Simone Bolelli.
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Um preso morre e quatro ficam feridos em tumulto em presídio do Recife
Um preso morreu e outros quatro ficaram feridos durante tumulto no Complexo Prisional do Curado, no Recife, na manhã deste sábado (31). É a quarta morte apenas neste mês no complexo, situação que levou o governo pernambucano a decretar estado de emergência no sistema penitenciário estadual. Em rebelião na semana passada, um preso foi decapitado e outras duas pessoas morreram. David Bezerra dos Santos, 20, morreu na manhã deste sábado depois de dar entrada no hospital Otávio de Freitas, segundo a Seres (Secretaria Executiva de Ressocialização). O incidente ocorreu pela manhã, antes da chegada de familiares para a visita íntima. O governo não deu detalhes do motivo que principiou o tumulto, que foi contido por agentes de segurança. Dois detentos, Alisson Avelino da Silva, 21, e Diogo Santos de Lima, 20, ficaram feridos e passavam por cirurgia no início desta tarde no mesmo hospital. Com ferimentos leves, outros dois presos, cujos nomes não foram divulgados, foram atendidos na própria enfermaria do complexo. A secretaria informou que foi aberto inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Santos. Em assembleia na noite de quinta-feira (29), os agentes penitenciários de Pernambuco decidiram trabalhar em "operação padrão", o que, na prática, traz lentidão aos procedimentos dentro do complexo. Desta forma, o funcionários afirmam que irão seguir todas as normas previstas pelo código de conduta para a atuação dos profissionais, como liberar a entrada de visitas nos horários previstos e fazer conduções e transferência de presos apenas com a quantidade mínima de agentes. "Vamos cumprir à risca o que estabelece a norma", afirmou o presidente do sindicato, Nivaldo de Oliveira. "Nós temos o procedimento operacional padrão, que é a regra básica de trabalho para o agente penitenciário, mas que muitas vezes não é seguida por pressão da direção ou pela falta de condições de executar esse procedimento." Um dos mais superlotados do país, o complexo do Curado abriga 6.862 homens em um espaço para, no máximo, 2.114. Além dos três mortos na semana passada, 29 presos ficaram feridos no motim. O Estado oferece atualmente 12 mil vagas para uma realidade de 32 mil presos, o que significa um deficit de cerca de 20 mil vagas.
cotidiano
Um preso morre e quatro ficam feridos em tumulto em presídio do RecifeUm preso morreu e outros quatro ficaram feridos durante tumulto no Complexo Prisional do Curado, no Recife, na manhã deste sábado (31). É a quarta morte apenas neste mês no complexo, situação que levou o governo pernambucano a decretar estado de emergência no sistema penitenciário estadual. Em rebelião na semana passada, um preso foi decapitado e outras duas pessoas morreram. David Bezerra dos Santos, 20, morreu na manhã deste sábado depois de dar entrada no hospital Otávio de Freitas, segundo a Seres (Secretaria Executiva de Ressocialização). O incidente ocorreu pela manhã, antes da chegada de familiares para a visita íntima. O governo não deu detalhes do motivo que principiou o tumulto, que foi contido por agentes de segurança. Dois detentos, Alisson Avelino da Silva, 21, e Diogo Santos de Lima, 20, ficaram feridos e passavam por cirurgia no início desta tarde no mesmo hospital. Com ferimentos leves, outros dois presos, cujos nomes não foram divulgados, foram atendidos na própria enfermaria do complexo. A secretaria informou que foi aberto inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Santos. Em assembleia na noite de quinta-feira (29), os agentes penitenciários de Pernambuco decidiram trabalhar em "operação padrão", o que, na prática, traz lentidão aos procedimentos dentro do complexo. Desta forma, o funcionários afirmam que irão seguir todas as normas previstas pelo código de conduta para a atuação dos profissionais, como liberar a entrada de visitas nos horários previstos e fazer conduções e transferência de presos apenas com a quantidade mínima de agentes. "Vamos cumprir à risca o que estabelece a norma", afirmou o presidente do sindicato, Nivaldo de Oliveira. "Nós temos o procedimento operacional padrão, que é a regra básica de trabalho para o agente penitenciário, mas que muitas vezes não é seguida por pressão da direção ou pela falta de condições de executar esse procedimento." Um dos mais superlotados do país, o complexo do Curado abriga 6.862 homens em um espaço para, no máximo, 2.114. Além dos três mortos na semana passada, 29 presos ficaram feridos no motim. O Estado oferece atualmente 12 mil vagas para uma realidade de 32 mil presos, o que significa um deficit de cerca de 20 mil vagas.
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Credibilidade
No início de 1963, a situação econômica do país era dramática. O processo inflacionário, iniciado com a guerra, recrudescera no operoso, mas perdulário, governo Kubitschek, e os seus índices não cessavam de subir. No plano externo, a dívida vencia a curto e a médio prazo, extremando o ceticismo dos credores no governo brasileiro. Em final de janeiro, o presidente João Goulart (Jango) formou um ministério com os melhores nomes da política nacional. Entre eles, na pasta do Planejamento, o economista Celso Furtado, autor do Plano Trienal, de combate à inflação e de retomada do crescimento. Na Fazenda, o exímio advogado e deputado pelo Partido Trabalhista Brasileiro, o mesmo de Jango, San Tiago Dantas. Embora ciente de que só a retomada do desenvolvimento poderia vencer a crise, San Tiago estava advertido de que o combate à inflação e o ajuste fiscal eram os requisitos essenciais para alcançar o objetivo. Tão logo assumiu a pasta, expôs ao país, na televisão, a sua situação real. Explicou as etapas do plano a serem cumpridas. E mostrou ser indispensável o apoio da classe política, empresários e trabalhadores, aos quais, em sucessivas reuniões, detalhou a tarefa a desafiar a todos. Em visita ao presidente americano John F. Kennedy, articulou a renegociação da dívida externa, em limites e condições extremas, porém suportáveis, se a situação interna se estabilizasse. E logo os principais indicadores econômicos reagiram positivamente aos cortes de despesas públicas anunciadas e à suspensão de emissões de papel moeda, único recurso a atender às despesas crescentes do Tesouro. Imediatamente, o dólar no câmbio livre caiu de 900 para 600 cruzeiros, reajustes de preços privados foram adiados, ampliou-se o espaço junto ao empresariado, antes refratário à discussão das reformas de base. As principais propostas de San Tiago foram objeto de uma semana de discussões em São Paulo, registradas em um caderno especial lançado por esta Folha. Mas o presidente hesitava em apoiar, decidida e publicamente, o programa e a ação econômica de seus ministros. Educado e cordial, faltava, porém, a Jango a energia política que em horas de crise cobra redobrada determinação. Ele logo se viu sitiado pela sua própria base partidária, arrebatada pelo deputado, e seu cunhado, Leonel Brizola. Exsudando um vigor político extraordinário, a serviço de um frenético discurso populista, Brizola açulou, contra a política econômica e o ministro da Fazenda, os sindicatos que formavam a base do partido do governo, lançando um repto incandescente às forças da esquerda sectária de que as reformas viriam "na lei ou na marra". À oposição dos sindicatos uniram-se, cerradas na defesa de seus privilégios, as corporações públicas, engrossando o enfrentamento ao ministro da Fazenda. San Tiago reagiu à "esquerda negativa", como a crismou. Considerava-a cega à realidade do país, pois, ao agitar críticas infundadas e propostas inexequíveis, agravava a situação econômica e fecundava a crise política, cujo desdobramento seria a ruptura da ordem democrática. A indecisão de Jango em romper com a "esquerda negativa" corroeu a credibilidade que San Tiago alcançou infundir nos principais agentes econômicos e, por um momento, sinalizou a superação da crise. A "esquerda negativa" saiu vitoriosa e o país não demoraria a sentir os efeitos da sua ação, daí a nove meses, em abril de 1964. PEDRO DUTRA, 65, advogado, é membro do Ibrac - Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional. É autor de "San Tiago Dantas - A Razão Vencida" (ed. Singular), vencedor do Prêmio Senador José Ermírio Moraes da Academia Brasileira de Letras * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
CredibilidadeNo início de 1963, a situação econômica do país era dramática. O processo inflacionário, iniciado com a guerra, recrudescera no operoso, mas perdulário, governo Kubitschek, e os seus índices não cessavam de subir. No plano externo, a dívida vencia a curto e a médio prazo, extremando o ceticismo dos credores no governo brasileiro. Em final de janeiro, o presidente João Goulart (Jango) formou um ministério com os melhores nomes da política nacional. Entre eles, na pasta do Planejamento, o economista Celso Furtado, autor do Plano Trienal, de combate à inflação e de retomada do crescimento. Na Fazenda, o exímio advogado e deputado pelo Partido Trabalhista Brasileiro, o mesmo de Jango, San Tiago Dantas. Embora ciente de que só a retomada do desenvolvimento poderia vencer a crise, San Tiago estava advertido de que o combate à inflação e o ajuste fiscal eram os requisitos essenciais para alcançar o objetivo. Tão logo assumiu a pasta, expôs ao país, na televisão, a sua situação real. Explicou as etapas do plano a serem cumpridas. E mostrou ser indispensável o apoio da classe política, empresários e trabalhadores, aos quais, em sucessivas reuniões, detalhou a tarefa a desafiar a todos. Em visita ao presidente americano John F. Kennedy, articulou a renegociação da dívida externa, em limites e condições extremas, porém suportáveis, se a situação interna se estabilizasse. E logo os principais indicadores econômicos reagiram positivamente aos cortes de despesas públicas anunciadas e à suspensão de emissões de papel moeda, único recurso a atender às despesas crescentes do Tesouro. Imediatamente, o dólar no câmbio livre caiu de 900 para 600 cruzeiros, reajustes de preços privados foram adiados, ampliou-se o espaço junto ao empresariado, antes refratário à discussão das reformas de base. As principais propostas de San Tiago foram objeto de uma semana de discussões em São Paulo, registradas em um caderno especial lançado por esta Folha. Mas o presidente hesitava em apoiar, decidida e publicamente, o programa e a ação econômica de seus ministros. Educado e cordial, faltava, porém, a Jango a energia política que em horas de crise cobra redobrada determinação. Ele logo se viu sitiado pela sua própria base partidária, arrebatada pelo deputado, e seu cunhado, Leonel Brizola. Exsudando um vigor político extraordinário, a serviço de um frenético discurso populista, Brizola açulou, contra a política econômica e o ministro da Fazenda, os sindicatos que formavam a base do partido do governo, lançando um repto incandescente às forças da esquerda sectária de que as reformas viriam "na lei ou na marra". À oposição dos sindicatos uniram-se, cerradas na defesa de seus privilégios, as corporações públicas, engrossando o enfrentamento ao ministro da Fazenda. San Tiago reagiu à "esquerda negativa", como a crismou. Considerava-a cega à realidade do país, pois, ao agitar críticas infundadas e propostas inexequíveis, agravava a situação econômica e fecundava a crise política, cujo desdobramento seria a ruptura da ordem democrática. A indecisão de Jango em romper com a "esquerda negativa" corroeu a credibilidade que San Tiago alcançou infundir nos principais agentes econômicos e, por um momento, sinalizou a superação da crise. A "esquerda negativa" saiu vitoriosa e o país não demoraria a sentir os efeitos da sua ação, daí a nove meses, em abril de 1964. PEDRO DUTRA, 65, advogado, é membro do Ibrac - Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional. É autor de "San Tiago Dantas - A Razão Vencida" (ed. Singular), vencedor do Prêmio Senador José Ermírio Moraes da Academia Brasileira de Letras * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Policiais investigados por morte de jovem em favela são afastados
Os dois policiais militares que atiraram em Leandro de Souza Santos, 19, na favela do Moinho (região central de São Paulo), na última terça-feira (27) foram afastados de suas funções. Eles vão fazer apenas trabalhos administrativos até o fim das investigações sobre a morte do rapaz. A informação foi dada pelo vereador Eduardo Suplicy (PT), que acompanha o caso. Os nomes dos policiais, ambos da Rota (unidade de elite da polícia), não foram divulgados. A morte de Leandro ocorreu durante uma ação da rota na favela do Moinho. A PM diz que ele atirou contra os policiais e estes revidaram. Já moradores afirmam que Leandro não tinha arma, mas era usuário de drogas e correu para dentro do barraco de uma moradora da comunidade. Ali, teria sido agredido e assassinado. Por isso, a corregedoria da PM está investigando o assunto. O funeral aconteceu na quinta-feira (29). PRESSÃO Testemunha da morte do rapaz, a dona de casa Lucimar Oliveira Santana, 30, diz ter se sentido pressionada por oficiais na investigação sobre o caso. Um dia depois do caso, a dona de casa, ainda assustada, contou que, após ter sido retirado do barraco, o corpo de Leandro foi levado para ao menos três endereços por oficiais dentro de uma viatura da Rota. Ela conta que se preparava para levar as filhas à escola quando foi surpreendida por um vulto invadindo sua sala. Era Leandro, que corria dos policiais pela rua principal da favela. Em seguida, apareceram homens fardados, que a impediram de se aproximar. Segundo três vizinhos ouvidos pela Folha, os policiais ficaram cerca de uma hora dentro do barraco com o rapaz, que saiu de lá desacordado em cima de uma maca e foi levado para o pronto-socorro da Santa Casa. Lucimar diz que o som da casa estava ligado e foi elevado para o volume máximo após a entrada dos policiais. "Não ouvi nem vi mais nada. Fiquei do lado de fora." O relato é o mesmo que consta do boletim de ocorrência. A dona de casa afirma que se sentiu intimidada por repetidas perguntas dos agentes para que ela respondesse se o rapaz estava armado ou traficava drogas. "[Eu] dizia que não tinha visto arma nenhuma e que não sabia nada da vida dele, só o via pela vizinhança, mas eles insistiram", afirma. "Me senti pressionada." Ela relata que, espremida entre dois oficiais no banco de trás da viatura, foi levada da favela por volta das 11h. Pediu para ser acompanhada pelo marido, mas teve o pedido negado. "Disseram que eu tinha que ir sozinha. Foi só o tempo de eu pegar meu RG na bolsa e sair com eles", afirma. Lucimar só voltou para casa seis horas depois, às 17h, após ser interrogada no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e no batalhão da Rota. Antes, passou ainda por duas delegacias, mas não desceu do carro. "Eles pediam meu RG e entravam. Enquanto isso, um sempre ficava do lado de fora do carro, acho que para me vigiar." No interrogatório, realizado em uma sala do DHPP, a dona de casa diz terem sido repetidas as mesmas perguntas feitas por policiais dentro do carro. Na tarde desta quarta-feira (28), Lucimar tentava retomar a rotina. Ao lavar a cozinha que ficou com manchas de sangue no chão e no fogão, encontrou um projétil deflagrado dentro do saco de arroz na dispensa. "Nem sei o que fazer. Tenho medo de continuar aqui", diz. SARGENTO A Polícia Militar afirma que a operação na qual a morte ocorreu estava relacionada com as tentativas do governo estadual de coibir o tráfico de drogas na cracolândia, localizada a cerca de 1 km dali. Um dos oficiais que perseguiu o jovem da favela do Moinho e entrou no barraco de Lucimar, o sargento da Rota Pierre Alexandre de Moraes, responde por homicídio em outro caso, que é investigado pelo DHPP. A corregedoria não confirmou se ele é um dos afastados. OUTRO LADO Questionada nesta quarta-feira (28), a Secretaria de Segurança Pública afirmou que encaminhou as reclamações da dona de casa Lucimar Oliveira Santana para a Corregedoria da PM. Segundo a pasta, o órgão investiga todos os fatos ocorridos na ação. Sobre a morte de Leandro Souza Santos, 19, a secretaria disse que o jovem se recusou a ter seus pertences revistados pelos policiais na operação de combate ao tráfico de drogas. Os PMs, então, teriam ido atrás dele até vê-lo entrar em um dos barracos, tirando os moradores de lá. Dentro do barraco, ele teria atirado contra os policiais, que revidaram. O caso está sendo investigado pelo DHPP. Na terça (27), o tenente-coronel da PM Miguel Daffara, que comandou a operação, disse que as ações no local serão contínuas. "Temos que sufocar o tráfico de drogas." A secretaria confirmou a existência de um processo em que o sargento da Rota Pierre Alexandre Andrade é acusado de homicídio, mas disse que não pode se pronunciar sobre esse caso porque a ação ainda está tramitando na Justiça.
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Policiais investigados por morte de jovem em favela são afastadosOs dois policiais militares que atiraram em Leandro de Souza Santos, 19, na favela do Moinho (região central de São Paulo), na última terça-feira (27) foram afastados de suas funções. Eles vão fazer apenas trabalhos administrativos até o fim das investigações sobre a morte do rapaz. A informação foi dada pelo vereador Eduardo Suplicy (PT), que acompanha o caso. Os nomes dos policiais, ambos da Rota (unidade de elite da polícia), não foram divulgados. A morte de Leandro ocorreu durante uma ação da rota na favela do Moinho. A PM diz que ele atirou contra os policiais e estes revidaram. Já moradores afirmam que Leandro não tinha arma, mas era usuário de drogas e correu para dentro do barraco de uma moradora da comunidade. Ali, teria sido agredido e assassinado. Por isso, a corregedoria da PM está investigando o assunto. O funeral aconteceu na quinta-feira (29). PRESSÃO Testemunha da morte do rapaz, a dona de casa Lucimar Oliveira Santana, 30, diz ter se sentido pressionada por oficiais na investigação sobre o caso. Um dia depois do caso, a dona de casa, ainda assustada, contou que, após ter sido retirado do barraco, o corpo de Leandro foi levado para ao menos três endereços por oficiais dentro de uma viatura da Rota. Ela conta que se preparava para levar as filhas à escola quando foi surpreendida por um vulto invadindo sua sala. Era Leandro, que corria dos policiais pela rua principal da favela. Em seguida, apareceram homens fardados, que a impediram de se aproximar. Segundo três vizinhos ouvidos pela Folha, os policiais ficaram cerca de uma hora dentro do barraco com o rapaz, que saiu de lá desacordado em cima de uma maca e foi levado para o pronto-socorro da Santa Casa. Lucimar diz que o som da casa estava ligado e foi elevado para o volume máximo após a entrada dos policiais. "Não ouvi nem vi mais nada. Fiquei do lado de fora." O relato é o mesmo que consta do boletim de ocorrência. A dona de casa afirma que se sentiu intimidada por repetidas perguntas dos agentes para que ela respondesse se o rapaz estava armado ou traficava drogas. "[Eu] dizia que não tinha visto arma nenhuma e que não sabia nada da vida dele, só o via pela vizinhança, mas eles insistiram", afirma. "Me senti pressionada." Ela relata que, espremida entre dois oficiais no banco de trás da viatura, foi levada da favela por volta das 11h. Pediu para ser acompanhada pelo marido, mas teve o pedido negado. "Disseram que eu tinha que ir sozinha. Foi só o tempo de eu pegar meu RG na bolsa e sair com eles", afirma. Lucimar só voltou para casa seis horas depois, às 17h, após ser interrogada no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e no batalhão da Rota. Antes, passou ainda por duas delegacias, mas não desceu do carro. "Eles pediam meu RG e entravam. Enquanto isso, um sempre ficava do lado de fora do carro, acho que para me vigiar." No interrogatório, realizado em uma sala do DHPP, a dona de casa diz terem sido repetidas as mesmas perguntas feitas por policiais dentro do carro. Na tarde desta quarta-feira (28), Lucimar tentava retomar a rotina. Ao lavar a cozinha que ficou com manchas de sangue no chão e no fogão, encontrou um projétil deflagrado dentro do saco de arroz na dispensa. "Nem sei o que fazer. Tenho medo de continuar aqui", diz. SARGENTO A Polícia Militar afirma que a operação na qual a morte ocorreu estava relacionada com as tentativas do governo estadual de coibir o tráfico de drogas na cracolândia, localizada a cerca de 1 km dali. Um dos oficiais que perseguiu o jovem da favela do Moinho e entrou no barraco de Lucimar, o sargento da Rota Pierre Alexandre de Moraes, responde por homicídio em outro caso, que é investigado pelo DHPP. A corregedoria não confirmou se ele é um dos afastados. OUTRO LADO Questionada nesta quarta-feira (28), a Secretaria de Segurança Pública afirmou que encaminhou as reclamações da dona de casa Lucimar Oliveira Santana para a Corregedoria da PM. Segundo a pasta, o órgão investiga todos os fatos ocorridos na ação. Sobre a morte de Leandro Souza Santos, 19, a secretaria disse que o jovem se recusou a ter seus pertences revistados pelos policiais na operação de combate ao tráfico de drogas. Os PMs, então, teriam ido atrás dele até vê-lo entrar em um dos barracos, tirando os moradores de lá. Dentro do barraco, ele teria atirado contra os policiais, que revidaram. O caso está sendo investigado pelo DHPP. Na terça (27), o tenente-coronel da PM Miguel Daffara, que comandou a operação, disse que as ações no local serão contínuas. "Temos que sufocar o tráfico de drogas." A secretaria confirmou a existência de um processo em que o sargento da Rota Pierre Alexandre Andrade é acusado de homicídio, mas disse que não pode se pronunciar sobre esse caso porque a ação ainda está tramitando na Justiça.
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Sobrevivente relata ataque nuclear a Hiroshima há 70 anos
O Japão relembra nesta quinta (6) os ataques de bombas nucleares americanas a Hiroshima e Nagasaki, que completam 70 anos. Até hoje, os episódios são os únicos a envolverem o uso de artefatos de destruição em massa em uma situação de guerra.No vídeo, Kimie Mihara relata como sobreviveu ao vento ?funcionária do Ministério do Interior, ela só não morreu porque estava atrasada para o trabalho. Apesar dos estragos, as ruínas do prédio que abrigava o escritório foi uma das únicas construções a permanecer de pé após a explosão da primeira bomba. Hoje, ele é conhecido comoMemorial da Paz de Hiroshima, ou Domo Genbaku. Leia mais aqui
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Sobrevivente relata ataque nuclear a Hiroshima há 70 anosO Japão relembra nesta quinta (6) os ataques de bombas nucleares americanas a Hiroshima e Nagasaki, que completam 70 anos. Até hoje, os episódios são os únicos a envolverem o uso de artefatos de destruição em massa em uma situação de guerra.No vídeo, Kimie Mihara relata como sobreviveu ao vento ?funcionária do Ministério do Interior, ela só não morreu porque estava atrasada para o trabalho. Apesar dos estragos, as ruínas do prédio que abrigava o escritório foi uma das únicas construções a permanecer de pé após a explosão da primeira bomba. Hoje, ele é conhecido comoMemorial da Paz de Hiroshima, ou Domo Genbaku. Leia mais aqui
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Exportação de pé de obra
A começar por Everton Ribeiro, de malas prontas para o futebol árabe. O bicampeão Cruzeiro, que já perdeu Egídio, eleito como melhor lateral-esquerdo em 2014, para o futebol ucraniano, Ricardo Goulart, outro eleito no meio de campo, para o chinês, e Lucas Silva, escolhido como um dos melhores volantes, para o futebol espanhol, reluta, mas deve ceder porque Ribeiro, o craque do ano, quer sair. De quebra, Diego Tardelli, eleito um dos melhores atacantes, deixa o Atlético-MG, rumo à China. Minas Gerais, há dois anos o centro de excelência do futebol brasileiro, troca a produção de leite pela exportação de pé de obra. Nem os formuladores da teoria da dependência foram capazes de imaginar que o periférico Brasil chegaria a tal ponto, porque, no caso de quatro dos cinco exportados, futebolisticamente falando, apenas a Espanha pode ser considerado um país central. A exemplo das exportações de minério de ferro, petróleo, soja, carne, açúcar e café?, o jogador brasileiro virou, desde finais dos anos 80, uma commoditie como outra qualquer. A diferença está em que, com um mínimo de organização e racionalidade, daria para não ter de ceder, ao menos, para a gelada Ucrânia, onde os brasileiros sofrem proporcionalmente ao que enriquecem, para não mencionar o medo que os conflitos recentes na região despertam em cada um deles. Cabe esclarecer que o Campeonato Ucraniano consegue ter média de público inferior ao Brasileirão e seu PIB é 52º do mundo, 45 posições atrás do Brasil. Que milagre fazem os ucranianos para tirar jogadores daqui? A resposta honesta é... não sei, porque estou longe de conhecer os meandros do futebol de lá. O que se sabe é que estamos há léguas de explorar a potencialidade do futebol nacional e que a globalização nos atropela a ponto de fazer com que percamos o trem da história. Daí ser para ontem o choque de gestão necessário para trazer o torcedor de volta aos estádios e manter os jogadores por aqui, algo só possível se a economia do futebol nacional mudar. Hoje mesmo, no Pacaembu, teremos a final da Copinha, o torneio das categorias de base que mais mobiliza a atenção da torcida, não por ser o mais forte tecnicamente, porque não é, mas apenas por ser disputado nas férias dos principais times do país. E de que clima a decisão é precedida? Do clima da violência acontecida em Limeira. Que pai levaria seus filhos ao estádio se, em vez do Botinha, o adversário do Corinthians fosse o Palmeiras? Resolver a questão da violência se impõe, é óbvio, sem o que cada vez mais os estádios terão menos gente. Mas, já que falamos da Ucrânia, a guerra entre torcidas lá é ainda pior, porque envolve a questão política entre nacionalistas e os pró-Rússia. Basta dizer que, no ano passado, 40 pessoas morreram num conflito entre os torcedores do Metalist Kharkiv e os do Chornomorets Odessa. Fica a pergunta: porque perdemos jogadores até para a Ucrânia?
colunas
Exportação de pé de obraA começar por Everton Ribeiro, de malas prontas para o futebol árabe. O bicampeão Cruzeiro, que já perdeu Egídio, eleito como melhor lateral-esquerdo em 2014, para o futebol ucraniano, Ricardo Goulart, outro eleito no meio de campo, para o chinês, e Lucas Silva, escolhido como um dos melhores volantes, para o futebol espanhol, reluta, mas deve ceder porque Ribeiro, o craque do ano, quer sair. De quebra, Diego Tardelli, eleito um dos melhores atacantes, deixa o Atlético-MG, rumo à China. Minas Gerais, há dois anos o centro de excelência do futebol brasileiro, troca a produção de leite pela exportação de pé de obra. Nem os formuladores da teoria da dependência foram capazes de imaginar que o periférico Brasil chegaria a tal ponto, porque, no caso de quatro dos cinco exportados, futebolisticamente falando, apenas a Espanha pode ser considerado um país central. A exemplo das exportações de minério de ferro, petróleo, soja, carne, açúcar e café?, o jogador brasileiro virou, desde finais dos anos 80, uma commoditie como outra qualquer. A diferença está em que, com um mínimo de organização e racionalidade, daria para não ter de ceder, ao menos, para a gelada Ucrânia, onde os brasileiros sofrem proporcionalmente ao que enriquecem, para não mencionar o medo que os conflitos recentes na região despertam em cada um deles. Cabe esclarecer que o Campeonato Ucraniano consegue ter média de público inferior ao Brasileirão e seu PIB é 52º do mundo, 45 posições atrás do Brasil. Que milagre fazem os ucranianos para tirar jogadores daqui? A resposta honesta é... não sei, porque estou longe de conhecer os meandros do futebol de lá. O que se sabe é que estamos há léguas de explorar a potencialidade do futebol nacional e que a globalização nos atropela a ponto de fazer com que percamos o trem da história. Daí ser para ontem o choque de gestão necessário para trazer o torcedor de volta aos estádios e manter os jogadores por aqui, algo só possível se a economia do futebol nacional mudar. Hoje mesmo, no Pacaembu, teremos a final da Copinha, o torneio das categorias de base que mais mobiliza a atenção da torcida, não por ser o mais forte tecnicamente, porque não é, mas apenas por ser disputado nas férias dos principais times do país. E de que clima a decisão é precedida? Do clima da violência acontecida em Limeira. Que pai levaria seus filhos ao estádio se, em vez do Botinha, o adversário do Corinthians fosse o Palmeiras? Resolver a questão da violência se impõe, é óbvio, sem o que cada vez mais os estádios terão menos gente. Mas, já que falamos da Ucrânia, a guerra entre torcidas lá é ainda pior, porque envolve a questão política entre nacionalistas e os pró-Rússia. Basta dizer que, no ano passado, 40 pessoas morreram num conflito entre os torcedores do Metalist Kharkiv e os do Chornomorets Odessa. Fica a pergunta: porque perdemos jogadores até para a Ucrânia?
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Samarco apresenta programa para demitir 40% dos funcionários
Sete meses após o rompimento da barragem de Fundão, a Samarco finalizou a elaboração de um programa de demissão voluntária para dispensar 1.200 funcionários, cerca de 40% de seus quadros. A proposta, que não envolve pessoas com cargo gerencial na empresa, foi discutida e apresentada aos sindicatos, mas ainda deve ser aprovada pelas entidades de classe. A mineradora diz que o programa é necessário "para adequar a força de trabalho da Samarco à nova realidade da empresa, uma vez que há indefinições sobre a volta das operações". A Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, prevê que os funcionários que aderirem ao programa terão plano de saúde bancados por seis meses após a demissão, além do pagamento de quantias equivalentes ao salário e à quantidade de anos trabalhados. Desde novembro as atividades da empresa estão suspensas e funcionários já cumpriram férias coletivas e tiveram seus contratos suspensos temporariamente. "Concordamos em quase tudo com essa proposta final da empresa, mas nosso setor jurídico ainda avalia uma cláusula em que a Samarco propõe que os voluntários abdiquem de ações trabalhistas. Consideramos essas ações um direito do trabalhador", afirma Sérgio Alvarenga, diretor do sindicato Metabase de Mariana (MG), que representa a maior parte dos funcionários da Samarco. O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, matou 19 pessoas, soterrou o subdistrito de Bento Rodrigues e deixou um rastro de destruição que chega ao litoral do Espírito Santo. ACORDO Parte da lama de rejeitos ficou retida na hidrelétrica de Candonga, a 100 km de distância. Na última semana, a mineradora se comprometeu, junto ao consórcio que administra a usina, a apresentar um cronograma de trabalho e a fazer a retirada do material. O compromisso foi assumido com o Ministério Público de Minas Gerais e a Advocacia-Geral do Estado. Anteriormente, a mineradora havia se comprometido a iniciar a retirada até março, mas não cumpriu o acordo. Desde o início do ano, a Samarco tem feito campanha pela retomada de suas atividades. A Prefeitura de Mariana tem reclamado da queda de arrecadação do município após a tragédia. Em nota, a mineradora diz que a retomada das operações "é imprescindível para a manutenção de 60% da sua força de trabalho em Minas Gerais e Espírito Santo e para que a empresa continue a gerar empregos, pagar impostos e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico das comunidade". O Caminho da Lama
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Samarco apresenta programa para demitir 40% dos funcionáriosSete meses após o rompimento da barragem de Fundão, a Samarco finalizou a elaboração de um programa de demissão voluntária para dispensar 1.200 funcionários, cerca de 40% de seus quadros. A proposta, que não envolve pessoas com cargo gerencial na empresa, foi discutida e apresentada aos sindicatos, mas ainda deve ser aprovada pelas entidades de classe. A mineradora diz que o programa é necessário "para adequar a força de trabalho da Samarco à nova realidade da empresa, uma vez que há indefinições sobre a volta das operações". A Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, prevê que os funcionários que aderirem ao programa terão plano de saúde bancados por seis meses após a demissão, além do pagamento de quantias equivalentes ao salário e à quantidade de anos trabalhados. Desde novembro as atividades da empresa estão suspensas e funcionários já cumpriram férias coletivas e tiveram seus contratos suspensos temporariamente. "Concordamos em quase tudo com essa proposta final da empresa, mas nosso setor jurídico ainda avalia uma cláusula em que a Samarco propõe que os voluntários abdiquem de ações trabalhistas. Consideramos essas ações um direito do trabalhador", afirma Sérgio Alvarenga, diretor do sindicato Metabase de Mariana (MG), que representa a maior parte dos funcionários da Samarco. O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, matou 19 pessoas, soterrou o subdistrito de Bento Rodrigues e deixou um rastro de destruição que chega ao litoral do Espírito Santo. ACORDO Parte da lama de rejeitos ficou retida na hidrelétrica de Candonga, a 100 km de distância. Na última semana, a mineradora se comprometeu, junto ao consórcio que administra a usina, a apresentar um cronograma de trabalho e a fazer a retirada do material. O compromisso foi assumido com o Ministério Público de Minas Gerais e a Advocacia-Geral do Estado. Anteriormente, a mineradora havia se comprometido a iniciar a retirada até março, mas não cumpriu o acordo. Desde o início do ano, a Samarco tem feito campanha pela retomada de suas atividades. A Prefeitura de Mariana tem reclamado da queda de arrecadação do município após a tragédia. Em nota, a mineradora diz que a retomada das operações "é imprescindível para a manutenção de 60% da sua força de trabalho em Minas Gerais e Espírito Santo e para que a empresa continue a gerar empregos, pagar impostos e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico das comunidade". O Caminho da Lama
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Japonês da PF, Eduardo Cunha e Delcídio viram máscaras de Carnaval
Depois de virar tema de marchinha de Carnaval, com mais de 2,5 milhões de visualizações, o agente da Polícia Federal Newton Ishii, que ficou famoso por aparecer escoltando políticos e empresários presos na Lava Jato, será tema de máscara de Carnaval. O plano é que o molde com os traços de Ishii seja produzido ainda nesta sexta (18) na fábrica de máscaras Condal, a maior do Estado do Rio de Janeiro e uma das principais fornecedoras do Carnaval do Brasil. "Por não se tratar de uma pessoa pública, como um político, que tem uso de imagem liberado, faremos uma máscara inspirada nos traços dele. Será um peça oriental que lembrará o japonês da PF", explicou Olga Valles, proprietária da empresa. A primeira tiragem, prevista para ficar pronta nas próximas semanas, é de 120 peças e deve ser vendida nas lojas por cerca de R$ 15 cada uma. Políticos investigados ou presos no âmbito da Lava Jato, como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), detido desde 25 de novembro, já ganharam reprodução. Esta semana a Condal fabricou o primeiro lote de cada modelo, sendo 80 peças do deputado e 30 do senador. Apesar do sucesso com o público, não são as máscaras de políticos que alavancam as vendas da empresa. "As pessoas acham que esses modelos vendem 30 mil peças, mas chegam a no máximo 5 mil. Quem compra é um público mais ligado no assunto", explica Olga. No Carnaval deste ano a empresa já focou personagens da operação e tentou fazer a reprodução do rosto de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras preso em janeiro. Antes que o projeto vingasse, os advogados da família procuraram Olga e ela desistiu do modelo. "Ele não é uma pessoa pública e isso poderia acarretar problemas", justificou. Segundo a empresária, no Carnaval de 2015 os rostos do ex-presidente Lula, da presidente Dilma Rousseff e do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa foram os mais pedidos entre os personagens ligados à política. Tudo indica que, em 2016, a Lava Jato é que dará o tom da festa. A tradição de reproduzir políticos foi iniciativa de Armando Valles, marido de Olga, que morreu em 2007. O primeiro a ser retratado foi Ulysses Guimarães, na década de 1980.
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Japonês da PF, Eduardo Cunha e Delcídio viram máscaras de CarnavalDepois de virar tema de marchinha de Carnaval, com mais de 2,5 milhões de visualizações, o agente da Polícia Federal Newton Ishii, que ficou famoso por aparecer escoltando políticos e empresários presos na Lava Jato, será tema de máscara de Carnaval. O plano é que o molde com os traços de Ishii seja produzido ainda nesta sexta (18) na fábrica de máscaras Condal, a maior do Estado do Rio de Janeiro e uma das principais fornecedoras do Carnaval do Brasil. "Por não se tratar de uma pessoa pública, como um político, que tem uso de imagem liberado, faremos uma máscara inspirada nos traços dele. Será um peça oriental que lembrará o japonês da PF", explicou Olga Valles, proprietária da empresa. A primeira tiragem, prevista para ficar pronta nas próximas semanas, é de 120 peças e deve ser vendida nas lojas por cerca de R$ 15 cada uma. Políticos investigados ou presos no âmbito da Lava Jato, como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), detido desde 25 de novembro, já ganharam reprodução. Esta semana a Condal fabricou o primeiro lote de cada modelo, sendo 80 peças do deputado e 30 do senador. Apesar do sucesso com o público, não são as máscaras de políticos que alavancam as vendas da empresa. "As pessoas acham que esses modelos vendem 30 mil peças, mas chegam a no máximo 5 mil. Quem compra é um público mais ligado no assunto", explica Olga. No Carnaval deste ano a empresa já focou personagens da operação e tentou fazer a reprodução do rosto de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras preso em janeiro. Antes que o projeto vingasse, os advogados da família procuraram Olga e ela desistiu do modelo. "Ele não é uma pessoa pública e isso poderia acarretar problemas", justificou. Segundo a empresária, no Carnaval de 2015 os rostos do ex-presidente Lula, da presidente Dilma Rousseff e do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa foram os mais pedidos entre os personagens ligados à política. Tudo indica que, em 2016, a Lava Jato é que dará o tom da festa. A tradição de reproduzir políticos foi iniciativa de Armando Valles, marido de Olga, que morreu em 2007. O primeiro a ser retratado foi Ulysses Guimarães, na década de 1980.
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Messi vai à quinta final com Argentina sem nunca ter vencido decisão com time principal
Nesta terça-feira (30), Messi deu três assistências e foi fundamental à vitória da Argentina sobre o Paraguai pela Copa América. A decisão do torneio, contra o Chile, sábado (4), em Santiago, será a quinta final de Lionel Messi, 28, pela seleção argentina, incluindo categorias inferiores. Ao longo de dez anos com a camisa azul e branca, o craque do Barcelona faturou dois títulos, ambos de categorias inferiores: o Mundial sub-20 de 2005 e o ouro olímpico em Pequim-2008. Pela seleção adulta, foram duas derrotas na final: a Copa América de 2007 e a Copa do Mundo do ano passado. Foi o cartão de apresentação do então garoto do Barcelona para o mundo. Liderando uma time que tinha também Agüero, Garay, Gago, Zabaleta e Biglia, foi campeão, artilheiro e melhor jogador da competição. Na final, converteu os dois pênaltis da vitória por 2 a 1 sobre a Nigéria. - Ainda dividindo os holofotes com Riquelme, fez um campeonato discreto (marcou apenas dois gols). Na decisão, não teve muita chance. Até balançou as redes, mas o tento foi anulado por impedimento bem marcado. E sua Argentina levou 3 a 0 do Brasil - O último título de Messi pela Argentina veio depois de uma campanha perfeita. Os sul-americanos venceram os seis jogos que disputaram, inclusive uma semifinal contra o Brasil. Messi balançou as redes duas vezes. Mas o gol do título (vitória por 1 a 0 sobre a Nigéria) foi de Di María. - Já consagrado como craque, fez quatro dos seis gols argentinos na primeira fase. Depois, só passou em branco, inclusive na derrota por 1 a 0 para a Alemanha na final. O único consolo foi o prêmio de melhor jogador da Copa, contestado até pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter. -
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Messi vai à quinta final com Argentina sem nunca ter vencido decisão com time principalNesta terça-feira (30), Messi deu três assistências e foi fundamental à vitória da Argentina sobre o Paraguai pela Copa América. A decisão do torneio, contra o Chile, sábado (4), em Santiago, será a quinta final de Lionel Messi, 28, pela seleção argentina, incluindo categorias inferiores. Ao longo de dez anos com a camisa azul e branca, o craque do Barcelona faturou dois títulos, ambos de categorias inferiores: o Mundial sub-20 de 2005 e o ouro olímpico em Pequim-2008. Pela seleção adulta, foram duas derrotas na final: a Copa América de 2007 e a Copa do Mundo do ano passado. Foi o cartão de apresentação do então garoto do Barcelona para o mundo. Liderando uma time que tinha também Agüero, Garay, Gago, Zabaleta e Biglia, foi campeão, artilheiro e melhor jogador da competição. Na final, converteu os dois pênaltis da vitória por 2 a 1 sobre a Nigéria. - Ainda dividindo os holofotes com Riquelme, fez um campeonato discreto (marcou apenas dois gols). Na decisão, não teve muita chance. Até balançou as redes, mas o tento foi anulado por impedimento bem marcado. E sua Argentina levou 3 a 0 do Brasil - O último título de Messi pela Argentina veio depois de uma campanha perfeita. Os sul-americanos venceram os seis jogos que disputaram, inclusive uma semifinal contra o Brasil. Messi balançou as redes duas vezes. Mas o gol do título (vitória por 1 a 0 sobre a Nigéria) foi de Di María. - Já consagrado como craque, fez quatro dos seis gols argentinos na primeira fase. Depois, só passou em branco, inclusive na derrota por 1 a 0 para a Alemanha na final. O único consolo foi o prêmio de melhor jogador da Copa, contestado até pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter. -
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Calores femininos
O sofrimento da menopausa pode durar mais do que você esperava. A chegada da menopausa é a fase das ondas de calor alternadas com arrepios de frio, diminuição da libido, ressecamento e flacidez da pele, queda de cabelo, astenia, secura vaginal, irritação, labilidade emocional, depressão e ansiedade. Embora a maioria experimente esse cortejo de sintomas, para algumas mulheres eles são de pequena intensidade, às vezes quase imperceptíveis. Em compensação, há casos em que são devastadores. As ondas de calor são um suplício à parte. Em geral acompanhadas de vermelhidão no rosto e sudorese intensa, molham a roupa em momentos inadequados, criando constrangimento social. São amigas da noite e inimigas do sono reparador. Há mulheres despertadas por elas cinco, seis vezes durante a madrugada. Com intensidade variável, esses sintomas vasomotores afligem 80% das mulheres. Por incrível que pareça, a duração desse fenômeno tão prevalente era mal conhecida, porque até aqui os estudos envolveram número pequeno de participantes acompanhadas por períodos curtos. Nesta semana foi publicado na revista americana "JAMA Internal Medicine" o estudo mais completo sobre o tema: "Study of Women's Health Across the Nation (SWAN)" –em português, estudo nacional sobre a saúde da mulher. No período de fevereiro de 1996 a abril de 2003 foram analisadas 1.499 mulheres na perimenopausa (fase que antecede a menopausa), recrutadas em sete centros dos Estados Unidos. Só foram aceitas as que haviam apresentado pelo menos seis episódios vasomotores nas duas últimas semanas e que nunca tinham feito reposição hormonal. Em apenas 20% dos casos, os calores só começaram depois da parada das menstruações; em 66%, o início foi no período em que as menstruações se tornaram irregulares; e, em 13%, surgiram ainda na vigência de ciclos regulares. A enorme surpresa provocada por esse estudo multiétnico e multirracial foi mostrar que pode ser longo esse período da condição feminina. A mediana de duração das ondas foi de 7,4 anos. Quer dizer, em metade das mulheres não atingiu esse tempo; na outra metade ultrapassou-o. Nos casos mais extremos persistiram por 14 anos. Outro achado original e inesperado: quanto mais cedo as ondas chegam, mais tempo levam para ir embora. Naquelas pacientes em que os primeiros calores surgiram na pré-menopausa ou na fase em que os ciclos estavam irregulares (perimenopausa), a duração média ultrapassou 11,8 anos. Já nas que não menstruavam mais quando eles se instalaram, foi bem menor: 3,4 anos. A explicação mais provável está nas diferenças de sensibilidade dos centros de regulação térmica (situados no hipotálamo) à redução dos níveis de hormônios sexuais na circulação. Mulheres com sensibilidade exaltada apresentam sintomas mais precoces, por mais tempo. As diferenças entre os grupos étnicos foram significantes: mulheres negras: 10,1 anos; latino-americanas brancas: 8,9 anos; brancas não latino-americanas: 6,5 anos; e asiáticas: 5 anos. As razões para a variabilidade étnica não são conhecidas –podem estar relacionadas com a genética, as dietas e com a história reprodutiva. As participantes em que os sintomas foram mais persistentes tenderam a ter menos anos de escolaridade, maior percepção do estresse e a ser mais depressivas e ansiosas. Não está claro se a labilidade emocional e o estresse são causas ou consequências das ondas. Mulheres com vidas mais estressantes teriam percepção exaltada dos sintomas e sentiriam mais incômodo. Por outro lado, acordar diversas vezes durante a noite é causa importante de estresse. A mesma ambiguidade entre causa e efeito cabe à relação com depressão e ansiedade: nas deprimidas e ansiosas, os sintomas persistem por mais tempo ou são causadores de depressão e ansiedade. O estudo SWAN tem sido muito elogiado no ambiente científico. Com razão, é a pesquisa mais completa sobre a duração dos fenômenos vasomotores. O que me causa espanto é que só em 2015 ficamos sabendo que eles duram em média mais de 7 anos, tempo que pode chegar a 14 anos e a mais de 11 anos nas mulheres que começaram a senti-los enquanto ainda menstruavam. O desconhecimento enciclopédico desse aspecto da fisiologia humana só tem uma explicação: acontece com as mulheres.
colunas
Calores femininosO sofrimento da menopausa pode durar mais do que você esperava. A chegada da menopausa é a fase das ondas de calor alternadas com arrepios de frio, diminuição da libido, ressecamento e flacidez da pele, queda de cabelo, astenia, secura vaginal, irritação, labilidade emocional, depressão e ansiedade. Embora a maioria experimente esse cortejo de sintomas, para algumas mulheres eles são de pequena intensidade, às vezes quase imperceptíveis. Em compensação, há casos em que são devastadores. As ondas de calor são um suplício à parte. Em geral acompanhadas de vermelhidão no rosto e sudorese intensa, molham a roupa em momentos inadequados, criando constrangimento social. São amigas da noite e inimigas do sono reparador. Há mulheres despertadas por elas cinco, seis vezes durante a madrugada. Com intensidade variável, esses sintomas vasomotores afligem 80% das mulheres. Por incrível que pareça, a duração desse fenômeno tão prevalente era mal conhecida, porque até aqui os estudos envolveram número pequeno de participantes acompanhadas por períodos curtos. Nesta semana foi publicado na revista americana "JAMA Internal Medicine" o estudo mais completo sobre o tema: "Study of Women's Health Across the Nation (SWAN)" –em português, estudo nacional sobre a saúde da mulher. No período de fevereiro de 1996 a abril de 2003 foram analisadas 1.499 mulheres na perimenopausa (fase que antecede a menopausa), recrutadas em sete centros dos Estados Unidos. Só foram aceitas as que haviam apresentado pelo menos seis episódios vasomotores nas duas últimas semanas e que nunca tinham feito reposição hormonal. Em apenas 20% dos casos, os calores só começaram depois da parada das menstruações; em 66%, o início foi no período em que as menstruações se tornaram irregulares; e, em 13%, surgiram ainda na vigência de ciclos regulares. A enorme surpresa provocada por esse estudo multiétnico e multirracial foi mostrar que pode ser longo esse período da condição feminina. A mediana de duração das ondas foi de 7,4 anos. Quer dizer, em metade das mulheres não atingiu esse tempo; na outra metade ultrapassou-o. Nos casos mais extremos persistiram por 14 anos. Outro achado original e inesperado: quanto mais cedo as ondas chegam, mais tempo levam para ir embora. Naquelas pacientes em que os primeiros calores surgiram na pré-menopausa ou na fase em que os ciclos estavam irregulares (perimenopausa), a duração média ultrapassou 11,8 anos. Já nas que não menstruavam mais quando eles se instalaram, foi bem menor: 3,4 anos. A explicação mais provável está nas diferenças de sensibilidade dos centros de regulação térmica (situados no hipotálamo) à redução dos níveis de hormônios sexuais na circulação. Mulheres com sensibilidade exaltada apresentam sintomas mais precoces, por mais tempo. As diferenças entre os grupos étnicos foram significantes: mulheres negras: 10,1 anos; latino-americanas brancas: 8,9 anos; brancas não latino-americanas: 6,5 anos; e asiáticas: 5 anos. As razões para a variabilidade étnica não são conhecidas –podem estar relacionadas com a genética, as dietas e com a história reprodutiva. As participantes em que os sintomas foram mais persistentes tenderam a ter menos anos de escolaridade, maior percepção do estresse e a ser mais depressivas e ansiosas. Não está claro se a labilidade emocional e o estresse são causas ou consequências das ondas. Mulheres com vidas mais estressantes teriam percepção exaltada dos sintomas e sentiriam mais incômodo. Por outro lado, acordar diversas vezes durante a noite é causa importante de estresse. A mesma ambiguidade entre causa e efeito cabe à relação com depressão e ansiedade: nas deprimidas e ansiosas, os sintomas persistem por mais tempo ou são causadores de depressão e ansiedade. O estudo SWAN tem sido muito elogiado no ambiente científico. Com razão, é a pesquisa mais completa sobre a duração dos fenômenos vasomotores. O que me causa espanto é que só em 2015 ficamos sabendo que eles duram em média mais de 7 anos, tempo que pode chegar a 14 anos e a mais de 11 anos nas mulheres que começaram a senti-los enquanto ainda menstruavam. O desconhecimento enciclopédico desse aspecto da fisiologia humana só tem uma explicação: acontece com as mulheres.
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Agente de segurança para Rio-2016 é aprovado após teste virtual e palestra
MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO ALFREDO MERGULHÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO As revistas de segurança em instalações olímpicas serão improvisadas com profissionais sem treinamento adequado contratados às vésperas do início da Olimpíada. A 16 dias do início da Rio-2016, o processo de seleção dos operadores de detector de metal e de raio-x, responsáveis por definir quem terá ou não acesso às áreas de competição, ainda está em andamento. A Folha constatou que, para um candidato trabalhar no controle de acesso às arenas da Rio 2016, basta cumprir um treinamento online, que pode ser feito em poucas horas, e assistir à uma palestra conduzida por profissionais da empresa de recursos humanos Simetria Terceirizados e Temporários. No entanto, o certificado concedido àqueles que concluem esta preparação não corresponde à real duração do curso. Um candidato entrevistado pela Folha mostrou que, em seu diploma, aparecia que o curso de "Controle de Acesso às Instalações - MAG & BAG" foi realizado entre março e setembro de 2016. Na realidade, ele gastou apenas uma tarde para ler apostilas e responder a um questionário com 20 perguntas pela internet. São aprovados todos os que alcançarem 70% de aproveitamento. Os candidatos podem tentar atingir o aproveitamento mínimo em três tentativas. O certificado concedido aos alunos apresentava três emblemas: da Polícia Federal, do Governo Federal e da Academia Nacional de Polícia. Também trazia as assinaturas digitais de Andrei Augusto Rodrigues, secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos, e do diretor da ANP, José Rita Martins Lara. A responsabilidade desta seleção está a cargo da empresa catarinense Artel (vencedora da licitação de R$ 17 milhões para a controle de acesso em arenas) que encarregou a empresa de recursos humanos Simetria, do Rio de Janeiro, de recrutar mais de 5.000 pessoas previstas em contrato para este trabalho. SELEÇÃO O processo seletivo é sumário: o candidato inscreve o currículo, é chamado para uma palestra, acessa o material didático na internet e responde a uma prova online sobre o conteúdo estudado. Especialistas afirmam que tal seleção é marcada pelo improviso, colocando em risco a segurança dos Jogos. Segundo candidatos ouvidos pela Folha, após o envio de um currículo, os selecionados assistem à uma palestra conduzida por profissionais da Simetria. Feito isso, recebem por e-mail um link que dá acesso à uma apostila elaborada pela Sesge (Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos), ligada ao Ministério da Justiça, com instruções sobre o funcionamento do raio-x e a forma de inspecionar as pessoas. Em seguida, respondem ao questionário. A aprovação gera um certificado da Academia Nacional de Polícia, instituição que forma os policiais federais. Com a posse do certificado, os candidatos apresentam os documentos à Simetria e são entrevistados por funcionários da empresa, na última etapa do processo seletivo antes da assinatura do contrato. Devido à quantidade de interessados nas vagas, a Simetria usou a quadra da escola de samba Portela, na zona norte do Rio, para receber a documentação e fazer as entrevistas. Na terça-feira (19), a quadra da escola de samba ficou lotada de candidatos. Na quarta (20), a Simetria ainda manteve um posto para atender quem não conseguiu entregar os documentos na véspera. Uma candidata que esteve no local disse à Folha que vai atuar em uma das barreiras de segurança montadas próximo ao Rio 2, um condomínio residencial localizado em frente ao Parque Olímpico da Barra da Tijuca. "O curso na internet foi focado no uso dos equipamentos de raio-x, o fixo e o de raquete. Também mostrou o que não pode entrar nos locais, como bengala, agulha, tesoura e vidro. Quando a gente encontrar algum material restrito, é para chamar um superior", afirmou a candidata, que começa a trabalhar no dia 28. Um outro candidato aprovado contou ter feito cadastro na Simetria há um mês para tentar recolocação profissional como motorista. No entanto, recebeu um telefonema da empresa no dia 9 de julho, data em que as vagas para trabalhar no controle de acesso às instalações olímpicas foram anunciadas. A ligação foi para convidá-lo a participar deste processo seletivo. "Eu assisti à uma palestra no dia 10 de julho e depois recebi um link para fazer o curso na internet. A apostila tinha instruções sobre o funcionamento do raio-x e a forma de inspecionar as pessoas. Fui aprovado e imprimi o certificado na hora", disse um dos selecionados. A organização do recrutamento foi criticada por especialistas. "A incompetência administrativa coloca o evento em risco. Os gestores deixam o evento vulnerável com essa escolha no improviso", diz o antropólogo Paulo Storani, especialista em segurança de grandes eventos. "Isso não pode ser levado a sério. Não é numa entrevista que você verifica se alguém está capacitado para exercer essa função", afirmou o delegado federal aposentado Ângelo Gioia, que já atuou na fiscalização de empresas de segurança na PF. OUTRO LADO A Sesge divulgou nota em que afirma que a Força Nacional supervisionará o trabalho dos funcionários privados que controlarão o acesso às instalações. Segundo o órgão, policiais farão, entre outras atividades, as revistas pessoais, quando necessárias, além da checagem das credenciais e demais exigências de acesso às instalações. Profissionais do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) irão monitorar os equipamentos utilizados. De acordo com a Sesge, a Artel é "especializada na prestação de serviço para operação de equipamentos de inspeção eletrônica de pessoas, bagagens e cargas". O órgão federal não respondeu sobre o processo de seleção de pessoal. Limitou-se a dizer que avaliou os antecedentes de 30 mil candidatos. A Folha entrou em contato com o escritório da Artel, em Santa Catarina, e foi informada que não havia um representante disponível para falar em nome da empresa. A Simetria informou em nota que "atua dentro das especificações solicitados pelo seu cliente" –a Artel. A empresa afirmou ainda que o curso on-line é de responsabilidade da Sesge e que a Simetria não tem qualquer gerência ou conhecimento do seu conteúdo. Desde que as vagas foram anunciadas, no dia 9 de julho, a Simetria recebeu mais de 20 mil currículos. A empresa informou que o número de contratações dependerá da demanda da Sesge. Por esse motivo, eles pretendem selecionar até 7.000 candidatos, pois já consideram as faltas e desistências entre os selecionados. A empresa iniciou as admissões na segunda-feira (18).
esporte
Agente de segurança para Rio-2016 é aprovado após teste virtual e palestra MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO ALFREDO MERGULHÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO As revistas de segurança em instalações olímpicas serão improvisadas com profissionais sem treinamento adequado contratados às vésperas do início da Olimpíada. A 16 dias do início da Rio-2016, o processo de seleção dos operadores de detector de metal e de raio-x, responsáveis por definir quem terá ou não acesso às áreas de competição, ainda está em andamento. A Folha constatou que, para um candidato trabalhar no controle de acesso às arenas da Rio 2016, basta cumprir um treinamento online, que pode ser feito em poucas horas, e assistir à uma palestra conduzida por profissionais da empresa de recursos humanos Simetria Terceirizados e Temporários. No entanto, o certificado concedido àqueles que concluem esta preparação não corresponde à real duração do curso. Um candidato entrevistado pela Folha mostrou que, em seu diploma, aparecia que o curso de "Controle de Acesso às Instalações - MAG & BAG" foi realizado entre março e setembro de 2016. Na realidade, ele gastou apenas uma tarde para ler apostilas e responder a um questionário com 20 perguntas pela internet. São aprovados todos os que alcançarem 70% de aproveitamento. Os candidatos podem tentar atingir o aproveitamento mínimo em três tentativas. O certificado concedido aos alunos apresentava três emblemas: da Polícia Federal, do Governo Federal e da Academia Nacional de Polícia. Também trazia as assinaturas digitais de Andrei Augusto Rodrigues, secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos, e do diretor da ANP, José Rita Martins Lara. A responsabilidade desta seleção está a cargo da empresa catarinense Artel (vencedora da licitação de R$ 17 milhões para a controle de acesso em arenas) que encarregou a empresa de recursos humanos Simetria, do Rio de Janeiro, de recrutar mais de 5.000 pessoas previstas em contrato para este trabalho. SELEÇÃO O processo seletivo é sumário: o candidato inscreve o currículo, é chamado para uma palestra, acessa o material didático na internet e responde a uma prova online sobre o conteúdo estudado. Especialistas afirmam que tal seleção é marcada pelo improviso, colocando em risco a segurança dos Jogos. Segundo candidatos ouvidos pela Folha, após o envio de um currículo, os selecionados assistem à uma palestra conduzida por profissionais da Simetria. Feito isso, recebem por e-mail um link que dá acesso à uma apostila elaborada pela Sesge (Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos), ligada ao Ministério da Justiça, com instruções sobre o funcionamento do raio-x e a forma de inspecionar as pessoas. Em seguida, respondem ao questionário. A aprovação gera um certificado da Academia Nacional de Polícia, instituição que forma os policiais federais. Com a posse do certificado, os candidatos apresentam os documentos à Simetria e são entrevistados por funcionários da empresa, na última etapa do processo seletivo antes da assinatura do contrato. Devido à quantidade de interessados nas vagas, a Simetria usou a quadra da escola de samba Portela, na zona norte do Rio, para receber a documentação e fazer as entrevistas. Na terça-feira (19), a quadra da escola de samba ficou lotada de candidatos. Na quarta (20), a Simetria ainda manteve um posto para atender quem não conseguiu entregar os documentos na véspera. Uma candidata que esteve no local disse à Folha que vai atuar em uma das barreiras de segurança montadas próximo ao Rio 2, um condomínio residencial localizado em frente ao Parque Olímpico da Barra da Tijuca. "O curso na internet foi focado no uso dos equipamentos de raio-x, o fixo e o de raquete. Também mostrou o que não pode entrar nos locais, como bengala, agulha, tesoura e vidro. Quando a gente encontrar algum material restrito, é para chamar um superior", afirmou a candidata, que começa a trabalhar no dia 28. Um outro candidato aprovado contou ter feito cadastro na Simetria há um mês para tentar recolocação profissional como motorista. No entanto, recebeu um telefonema da empresa no dia 9 de julho, data em que as vagas para trabalhar no controle de acesso às instalações olímpicas foram anunciadas. A ligação foi para convidá-lo a participar deste processo seletivo. "Eu assisti à uma palestra no dia 10 de julho e depois recebi um link para fazer o curso na internet. A apostila tinha instruções sobre o funcionamento do raio-x e a forma de inspecionar as pessoas. Fui aprovado e imprimi o certificado na hora", disse um dos selecionados. A organização do recrutamento foi criticada por especialistas. "A incompetência administrativa coloca o evento em risco. Os gestores deixam o evento vulnerável com essa escolha no improviso", diz o antropólogo Paulo Storani, especialista em segurança de grandes eventos. "Isso não pode ser levado a sério. Não é numa entrevista que você verifica se alguém está capacitado para exercer essa função", afirmou o delegado federal aposentado Ângelo Gioia, que já atuou na fiscalização de empresas de segurança na PF. OUTRO LADO A Sesge divulgou nota em que afirma que a Força Nacional supervisionará o trabalho dos funcionários privados que controlarão o acesso às instalações. Segundo o órgão, policiais farão, entre outras atividades, as revistas pessoais, quando necessárias, além da checagem das credenciais e demais exigências de acesso às instalações. Profissionais do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) irão monitorar os equipamentos utilizados. De acordo com a Sesge, a Artel é "especializada na prestação de serviço para operação de equipamentos de inspeção eletrônica de pessoas, bagagens e cargas". O órgão federal não respondeu sobre o processo de seleção de pessoal. Limitou-se a dizer que avaliou os antecedentes de 30 mil candidatos. A Folha entrou em contato com o escritório da Artel, em Santa Catarina, e foi informada que não havia um representante disponível para falar em nome da empresa. A Simetria informou em nota que "atua dentro das especificações solicitados pelo seu cliente" –a Artel. A empresa afirmou ainda que o curso on-line é de responsabilidade da Sesge e que a Simetria não tem qualquer gerência ou conhecimento do seu conteúdo. Desde que as vagas foram anunciadas, no dia 9 de julho, a Simetria recebeu mais de 20 mil currículos. A empresa informou que o número de contratações dependerá da demanda da Sesge. Por esse motivo, eles pretendem selecionar até 7.000 candidatos, pois já consideram as faltas e desistências entre os selecionados. A empresa iniciou as admissões na segunda-feira (18).
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Novo em Folha: Reportagens sobre o setor industrial concorrem a prêmio de até R$ 50 mil
Estão abertas até 27 de maio as inscrições para o Prêmio CNI de Jornalismo, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A premiação é oferecida aos melhores trabalhos jornalísticos veiculados entre 1º de junho de 2014 e 15 de maio ... Leia post completo no blog
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Novo em Folha: Reportagens sobre o setor industrial concorrem a prêmio de até R$ 50 milEstão abertas até 27 de maio as inscrições para o Prêmio CNI de Jornalismo, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A premiação é oferecida aos melhores trabalhos jornalísticos veiculados entre 1º de junho de 2014 e 15 de maio ... Leia post completo no blog
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Evento debate nesta terça, em São Paulo, economia de baixo carbono
A Folha, em parceria com o Insper e o Instituto Escolhas, fará debate nesta terça-feira (24), em São Paulo, sobre economia de baixo carbono. O evento será no campus do Insper, das 10h30 às 13h. No evento, o Instituto Escolhas apresentará o estudo Impactos Econômicos e Sociais da Tributação de Carbono no Brasil, formulado pelo economista formado pela USP Bernard Appy e por uma equipe de pesquisadores. Para acompanhar o evento, no Insper (rua Quatá, 300), as inscrições, gratuitas, estão abertas e podem ser efetuadas pelo e-mail RSVP@escolhas ou pelo telefone (11) 3231-3132. - QUANDO: Terça (24), 10h30 às 13h ONDE: Insper - rua Quatá, 300, Vila Olímpia, São Paulo (sala Amador Aguiar, 1º andar; estacionamento. pela Rua Uberabinha, s/n) INSCRIÇÕES: (11) 3231-3132 ou e-mail [email protected]
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Evento debate nesta terça, em São Paulo, economia de baixo carbonoA Folha, em parceria com o Insper e o Instituto Escolhas, fará debate nesta terça-feira (24), em São Paulo, sobre economia de baixo carbono. O evento será no campus do Insper, das 10h30 às 13h. No evento, o Instituto Escolhas apresentará o estudo Impactos Econômicos e Sociais da Tributação de Carbono no Brasil, formulado pelo economista formado pela USP Bernard Appy e por uma equipe de pesquisadores. Para acompanhar o evento, no Insper (rua Quatá, 300), as inscrições, gratuitas, estão abertas e podem ser efetuadas pelo e-mail RSVP@escolhas ou pelo telefone (11) 3231-3132. - QUANDO: Terça (24), 10h30 às 13h ONDE: Insper - rua Quatá, 300, Vila Olímpia, São Paulo (sala Amador Aguiar, 1º andar; estacionamento. pela Rua Uberabinha, s/n) INSCRIÇÕES: (11) 3231-3132 ou e-mail [email protected]
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Peça sobre a Guerrilha do Araguaia resgata histórias ocultas da ditadura
FABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO A maior dificuldade em abordar um assunto tão pungente como a Guerrilha do Araguaia no teatro, de maneira sintética, é "tentar não ser simplista ou melodramática", diz a diretora Georgette Fadel sobre a nova peça "Guerrilheiras ou Para a Terra Não Há Desaparecidos". O espetáculo estreou neste fim de semana no Sesc Belenzinho e faz parte do projeto Arte - Substantivo Feminino, que segue até abril com uma série de eventos que debatem a mulher na sociedade e nas artes. Escrito por Grace Passô, o espetáculo conta a história de 12 mulheres que lutaram e morreram durante esse que foi um dos mais violentos conflitos armados da ditadura militar —e que durou entre 1972 e 1975. Para dar forma à obra, a equipe realizou pesquisas detalhadas e viajou até as margens do rio Araguaia, no sul do Pará, para ouvir relatos de quem presenciou o massacre. "Histórias soterradas por interesses criminosos devem ser iluminadas, contadas, pesquisadas e reveladas em toda a sua complexidade, sempre", afirma Georgette. A ideia é causar "um lampejo de interesse que possa levar o público, com estudo e curiosidade de cidadãos e seres humanos, a esclarecimentos e, sobretudo, à justiça". No elenco estão Carolina Virguez, Sara Antunes, Daniela Carmona, Mafalda Pequenino, Fernanda Haucke e Gabriela Carneiro da Cunha —que foi a idealizadora da montagem. Sesc Belenzinho - sala 1 - r. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, região leste, tel. 2076-9700. Sex. e sáb.: 21h30. Dom.: 18h30. Até 31/1. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20. Ingr. p/ sescsp.org.br.
saopaulo
Peça sobre a Guerrilha do Araguaia resgata histórias ocultas da ditaduraFABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO A maior dificuldade em abordar um assunto tão pungente como a Guerrilha do Araguaia no teatro, de maneira sintética, é "tentar não ser simplista ou melodramática", diz a diretora Georgette Fadel sobre a nova peça "Guerrilheiras ou Para a Terra Não Há Desaparecidos". O espetáculo estreou neste fim de semana no Sesc Belenzinho e faz parte do projeto Arte - Substantivo Feminino, que segue até abril com uma série de eventos que debatem a mulher na sociedade e nas artes. Escrito por Grace Passô, o espetáculo conta a história de 12 mulheres que lutaram e morreram durante esse que foi um dos mais violentos conflitos armados da ditadura militar —e que durou entre 1972 e 1975. Para dar forma à obra, a equipe realizou pesquisas detalhadas e viajou até as margens do rio Araguaia, no sul do Pará, para ouvir relatos de quem presenciou o massacre. "Histórias soterradas por interesses criminosos devem ser iluminadas, contadas, pesquisadas e reveladas em toda a sua complexidade, sempre", afirma Georgette. A ideia é causar "um lampejo de interesse que possa levar o público, com estudo e curiosidade de cidadãos e seres humanos, a esclarecimentos e, sobretudo, à justiça". No elenco estão Carolina Virguez, Sara Antunes, Daniela Carmona, Mafalda Pequenino, Fernanda Haucke e Gabriela Carneiro da Cunha —que foi a idealizadora da montagem. Sesc Belenzinho - sala 1 - r. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, região leste, tel. 2076-9700. Sex. e sáb.: 21h30. Dom.: 18h30. Até 31/1. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 6 a R$ 20. Ingr. p/ sescsp.org.br.
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Em Mundial de canoagem, Isaquias testa programação de olho em 2020
Isaquias Queiroz, 23, não conseguirá repetir neste ciclo olímpico a façanha que o tornou célebre nos Jogos do Rio. Porém, ele não reclama. Primeiro brasileiro a obter três medalhas em uma mesma edição da Olimpíada, soube após o evento que uma das provas em que se sagrou medalhista –os 200 m, na qual levou bronze– foi retirada do programa de Tóquio-2020 pela federação internacional de sua modalidade. No torneio e nos próximos três anos, o canoísta vai competir somente no C1 1.000 m e no C2 1.000 m (este em parceria com Erlon Souza). Nas duas provas ele conquistou a prata nos Jogos do Rio. A partir desta quinta-feira (24), quando abre sua participação no Mundial de canoagem velocidade em Racice, na República Tcheca, Isaquias terá o primeiro grande teste dentro da nova realidade. A eliminatória e a semifinal da disputa individual dos 1.000 m serão realizadas nesta quinta e a final, no sábado (26). Na prova em dupla, as séries ocorrem na sexta (25) e a decisão no domingo (27). Apesar de ter uma chance a menos de ganhar medalha, o corte não é visto como prejudicial por Isaquias. Ele acredita que concentrar o seu foco nas competições de 1.000 m tende a ajudá-lo no objetivo maior que é ser campeão olímpico em 2020. E também para ir ao alto do pódio na República Tcheca. "Os 200 m são totalmente diferentes das provas que restaram, principalmente em termos de remada e estratégia. Com o foco nas provas de 1.000 m, facilita o ajuste e o ritmo. É melhor para mim", afirmou o medalhista olímpico à Folha, em junho. A grande dificuldade era aliar as preparações em treinamentos para a prova curta e as duas mais longas. Isaquias tinha de encontrar o meio termo entre a explosão e a resistência –o que, em resumo, não lhe permitiam se dedicar exclusivamente nem a uma nem a outra. Na caminhada para os Jogos do Rio, ele e o técnico espanhol Jesus Morlán optaram por tentar três medalhas em busca de visibilidade para si e para a canoagem do país. A escolha deu certo, mas representou um risco que o baiano não se furta a reconhecer. "Remar para tantas provas é difícil. Eu tinha medo de tentar abraçar o mundo e ficar sem nada", comentou em Lagoa Santa (MG). prioridade Nos três Mundiais realizados no último ciclo olímpico, em 2013, 2014 e 2015, Isaquias acumulou seis medalhas. Ao todo, foram três ouros e três bronzes, mas nenhum na corrida individual de 1.000 m, que a partir de agora passou a ser sua prioridade. Tal como no passado, seu principal rival na República Tcheca deve ser o alemão Sebastian Brendel, 29, que relegou o brasileiro aos vice-campeonatos nas duas provas de 1.000 m nos Jogos do Rio. Seis anos mais novo do que o oponente, Isaquias acredita que reduzir a quantidade de provas será um trunfo nessa perseguição até 2020. "Chegarei bem [aos Jogos de Tóquio]. Com ótima idade [26], focado no que devo fazer e com bom nível de treinamento. A única preocupação deve ser o Brendel. Mas eu não quero me preocupar tanto com isso, vou levar ano após ano", complementou. Nesta temporada, o canoísta brasileiro competiu poucas vezes, mas bem. Ele faturou cinco medalhas de ouro no Sul-Americano que ocorreu em Paipa, na Colômbia. Conquistou o ouro na prova de 1.000 m e a prata na de 200 m no Mundial sub-23, na Romênia. E obteve prata nos 1.000 m na etapa de Szeged (HUN) da Copa do Mundo. TÉCNICO ACOMPANHA ATLETAS No Mundial de Racice, Isaquias e Erlon desfrutam de uma companhia da qual não sabiam se poderiam contar há alguns meses. Ambos serão orientados ao longo da competição pelo espanhol Jesus Morlán, que os treina desde 2013 e que os conduziu às medalhas na Rio-2016. Após a bem-sucedida campanha olímpica, o ibérico foi pego de surpresa. Das mais negativas. Em novembro, depois de um treinamento e reunião com integrantes do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Jesus desmaiou na casa que serve de base para a seleção brasileira, em Lagoa Santa (MG). Hospitalizado, passou por uma enormidade de exames e teve diagnosticado um tumor na base do cérebro. Além de cirurgia, teve de se submeter a quimioterapia e radioterapia, e a continuidade do trabalho com os brasileiros ficou em xeque. A simples presença dele em Racice é uma vitória. Jesus ainda não está refeito do problema, porque o câncer que o acometeu é agressivo. Porém, ele não abre mão de manter o trabalho, enquanto tiver um mínimo de saúde, até os Jogos de 2020. "Isaquias está diferente. Tinha receio de que ele perdesse o foco depois do Rio e perdesse o interesse, mas foi o contrário. Ele está muito maduro", afirmou à Folha em junho. Isaquias atravessa uma fase nova. Será pai provavelmente em setembro de um menino (Sebastian) e se casará com a noiva, Laina, até o final do ano. Jesus enxerga nessas mudanças o caminho para que o pupilo se mantenha determinado até a Olimpíada de Tóquio. "Isaquias tem respondido muito bem aos treinamentos e chegará muito bem para disputar uma medalha no Japão", reforçou o treinador. Depois dos próximos Jogos Olímpicos, a intenção do espanhol é deixar o dia a dia de treinamento dos brasileiros, mas ainda assim manter uma relação. "Ainda não conseguir arrumar a vida de Erlon e Isaquias", disse.
esporte
Em Mundial de canoagem, Isaquias testa programação de olho em 2020Isaquias Queiroz, 23, não conseguirá repetir neste ciclo olímpico a façanha que o tornou célebre nos Jogos do Rio. Porém, ele não reclama. Primeiro brasileiro a obter três medalhas em uma mesma edição da Olimpíada, soube após o evento que uma das provas em que se sagrou medalhista –os 200 m, na qual levou bronze– foi retirada do programa de Tóquio-2020 pela federação internacional de sua modalidade. No torneio e nos próximos três anos, o canoísta vai competir somente no C1 1.000 m e no C2 1.000 m (este em parceria com Erlon Souza). Nas duas provas ele conquistou a prata nos Jogos do Rio. A partir desta quinta-feira (24), quando abre sua participação no Mundial de canoagem velocidade em Racice, na República Tcheca, Isaquias terá o primeiro grande teste dentro da nova realidade. A eliminatória e a semifinal da disputa individual dos 1.000 m serão realizadas nesta quinta e a final, no sábado (26). Na prova em dupla, as séries ocorrem na sexta (25) e a decisão no domingo (27). Apesar de ter uma chance a menos de ganhar medalha, o corte não é visto como prejudicial por Isaquias. Ele acredita que concentrar o seu foco nas competições de 1.000 m tende a ajudá-lo no objetivo maior que é ser campeão olímpico em 2020. E também para ir ao alto do pódio na República Tcheca. "Os 200 m são totalmente diferentes das provas que restaram, principalmente em termos de remada e estratégia. Com o foco nas provas de 1.000 m, facilita o ajuste e o ritmo. É melhor para mim", afirmou o medalhista olímpico à Folha, em junho. A grande dificuldade era aliar as preparações em treinamentos para a prova curta e as duas mais longas. Isaquias tinha de encontrar o meio termo entre a explosão e a resistência –o que, em resumo, não lhe permitiam se dedicar exclusivamente nem a uma nem a outra. Na caminhada para os Jogos do Rio, ele e o técnico espanhol Jesus Morlán optaram por tentar três medalhas em busca de visibilidade para si e para a canoagem do país. A escolha deu certo, mas representou um risco que o baiano não se furta a reconhecer. "Remar para tantas provas é difícil. Eu tinha medo de tentar abraçar o mundo e ficar sem nada", comentou em Lagoa Santa (MG). prioridade Nos três Mundiais realizados no último ciclo olímpico, em 2013, 2014 e 2015, Isaquias acumulou seis medalhas. Ao todo, foram três ouros e três bronzes, mas nenhum na corrida individual de 1.000 m, que a partir de agora passou a ser sua prioridade. Tal como no passado, seu principal rival na República Tcheca deve ser o alemão Sebastian Brendel, 29, que relegou o brasileiro aos vice-campeonatos nas duas provas de 1.000 m nos Jogos do Rio. Seis anos mais novo do que o oponente, Isaquias acredita que reduzir a quantidade de provas será um trunfo nessa perseguição até 2020. "Chegarei bem [aos Jogos de Tóquio]. Com ótima idade [26], focado no que devo fazer e com bom nível de treinamento. A única preocupação deve ser o Brendel. Mas eu não quero me preocupar tanto com isso, vou levar ano após ano", complementou. Nesta temporada, o canoísta brasileiro competiu poucas vezes, mas bem. Ele faturou cinco medalhas de ouro no Sul-Americano que ocorreu em Paipa, na Colômbia. Conquistou o ouro na prova de 1.000 m e a prata na de 200 m no Mundial sub-23, na Romênia. E obteve prata nos 1.000 m na etapa de Szeged (HUN) da Copa do Mundo. TÉCNICO ACOMPANHA ATLETAS No Mundial de Racice, Isaquias e Erlon desfrutam de uma companhia da qual não sabiam se poderiam contar há alguns meses. Ambos serão orientados ao longo da competição pelo espanhol Jesus Morlán, que os treina desde 2013 e que os conduziu às medalhas na Rio-2016. Após a bem-sucedida campanha olímpica, o ibérico foi pego de surpresa. Das mais negativas. Em novembro, depois de um treinamento e reunião com integrantes do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Jesus desmaiou na casa que serve de base para a seleção brasileira, em Lagoa Santa (MG). Hospitalizado, passou por uma enormidade de exames e teve diagnosticado um tumor na base do cérebro. Além de cirurgia, teve de se submeter a quimioterapia e radioterapia, e a continuidade do trabalho com os brasileiros ficou em xeque. A simples presença dele em Racice é uma vitória. Jesus ainda não está refeito do problema, porque o câncer que o acometeu é agressivo. Porém, ele não abre mão de manter o trabalho, enquanto tiver um mínimo de saúde, até os Jogos de 2020. "Isaquias está diferente. Tinha receio de que ele perdesse o foco depois do Rio e perdesse o interesse, mas foi o contrário. Ele está muito maduro", afirmou à Folha em junho. Isaquias atravessa uma fase nova. Será pai provavelmente em setembro de um menino (Sebastian) e se casará com a noiva, Laina, até o final do ano. Jesus enxerga nessas mudanças o caminho para que o pupilo se mantenha determinado até a Olimpíada de Tóquio. "Isaquias tem respondido muito bem aos treinamentos e chegará muito bem para disputar uma medalha no Japão", reforçou o treinador. Depois dos próximos Jogos Olímpicos, a intenção do espanhol é deixar o dia a dia de treinamento dos brasileiros, mas ainda assim manter uma relação. "Ainda não conseguir arrumar a vida de Erlon e Isaquias", disse.
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Álbum de Viagem mostra o lado 'zen' do Japão
O Japão se equilibra entre dois opostos. De um lado, está a cidade caótica, cheia de pessoas, carros, luzes e movimento. De outro, o silêncio, a espiritualidade e a contemplação oriental. "Kioto, por exemplo, é uma cidade cheia de turistas, mas tem um parque de bambus que fica um pouco mais afastado e tem menos barulho", diz Jefferson Kimura, que passou duas semanas no país em setembro. O arquiteto aproveitou uma viagem para visitar o irmão, que mora no país há 12 anos, para conhecer Tóquio, Kioto e a região próxima ao monte Fuji. Sem falar japonês, ele se deslocou pelo país falando apenas inglês. "Na parte turística, todo mundo fala. O problema era maior na hora de comer. Uma dica é só pedir pratos que tenham fotos no cardápio ou ir a restaurantes com menus em inglês. Porque a gastronomia é bem diferente." * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Animais de Galápagos, por Carolina Daffara O Rio visto do mar, por Rico Sombra Berlim na primavera, por André Felipe América Central, por Claudio Vitor Vaz Bolívia, por Rogério Fernandes Festas populares de Mato Grosso, por Rafael Coelho Cânions gaúchos, por Keiny Andrade Rostos no Peru e na Bolívia, por Maíra Cabral 'Safári' no Pantanal, por Ricardo Nogueira Japão, por Fernando Sciarra
turismo
Álbum de Viagem mostra o lado 'zen' do JapãoO Japão se equilibra entre dois opostos. De um lado, está a cidade caótica, cheia de pessoas, carros, luzes e movimento. De outro, o silêncio, a espiritualidade e a contemplação oriental. "Kioto, por exemplo, é uma cidade cheia de turistas, mas tem um parque de bambus que fica um pouco mais afastado e tem menos barulho", diz Jefferson Kimura, que passou duas semanas no país em setembro. O arquiteto aproveitou uma viagem para visitar o irmão, que mora no país há 12 anos, para conhecer Tóquio, Kioto e a região próxima ao monte Fuji. Sem falar japonês, ele se deslocou pelo país falando apenas inglês. "Na parte turística, todo mundo fala. O problema era maior na hora de comer. Uma dica é só pedir pratos que tenham fotos no cardápio ou ir a restaurantes com menus em inglês. Porque a gastronomia é bem diferente." * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Animais de Galápagos, por Carolina Daffara O Rio visto do mar, por Rico Sombra Berlim na primavera, por André Felipe América Central, por Claudio Vitor Vaz Bolívia, por Rogério Fernandes Festas populares de Mato Grosso, por Rafael Coelho Cânions gaúchos, por Keiny Andrade Rostos no Peru e na Bolívia, por Maíra Cabral 'Safári' no Pantanal, por Ricardo Nogueira Japão, por Fernando Sciarra
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Piloto da F-1 diz que pensou em tentar vaga no triatlo na Rio-2016
O piloto Jenson Button, da McLaren, revelou ao jornal 'Daily Mirror' que pensou na possibilidade de disputar a Olimpíada do Rio como triatleta. "Eu pensei sobre o Rio e, em seguida, decidi que não", afirmou Button, que se prepara para a abertura da temporada, que será realizada no próximo dia 15. Apaixonado pelo esporte, o britânico de 35 anos considera a possibilidade de quando se aposentar da F-1 se tornar um triatleta, mas acredita que para uma competição de alto nível ele precisaria treinar muito mais. Eu sou um bom atleta amador, mas na disputa com profissionais eu estaria em um nível completamente diferente", disse. No último ano, o piloto conheceu os famosos irmãos do triatlo britânico Alistair e Jonathan Brownlee. Button passou um dia com a dupla em uma aptidão em um laboratório em Londres e foi o suficiente para demonstrar que ele era quase tão bom quanto os irmãos Brownlee. "Primeiro de tudo eu sou velho demais –cerca de 10 anos mais velho que os irmãos– e por isso definitivamente não é para mim, completou o campeão mundial de 2009. Button irá competir pela primeira vez na Maratona de Londres em 26 de abril, e tem a esperança de bater o seu recorde pessoal.
esporte
Piloto da F-1 diz que pensou em tentar vaga no triatlo na Rio-2016O piloto Jenson Button, da McLaren, revelou ao jornal 'Daily Mirror' que pensou na possibilidade de disputar a Olimpíada do Rio como triatleta. "Eu pensei sobre o Rio e, em seguida, decidi que não", afirmou Button, que se prepara para a abertura da temporada, que será realizada no próximo dia 15. Apaixonado pelo esporte, o britânico de 35 anos considera a possibilidade de quando se aposentar da F-1 se tornar um triatleta, mas acredita que para uma competição de alto nível ele precisaria treinar muito mais. Eu sou um bom atleta amador, mas na disputa com profissionais eu estaria em um nível completamente diferente", disse. No último ano, o piloto conheceu os famosos irmãos do triatlo britânico Alistair e Jonathan Brownlee. Button passou um dia com a dupla em uma aptidão em um laboratório em Londres e foi o suficiente para demonstrar que ele era quase tão bom quanto os irmãos Brownlee. "Primeiro de tudo eu sou velho demais –cerca de 10 anos mais velho que os irmãos– e por isso definitivamente não é para mim, completou o campeão mundial de 2009. Button irá competir pela primeira vez na Maratona de Londres em 26 de abril, e tem a esperança de bater o seu recorde pessoal.
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Russomanno lidera isolado disputa pela Prefeitura de SP, diz Datafolha
A um ano das eleições municipais, o deputado federal Celso Russomanno (PRB) desponta como líder isolado na corrida pela Prefeitura de São Paulo. Segundo o Datafolha, que testou dois cenários para a disputa, o apresentador da TV Record alcança 34% das intenções de voto nas duas simulações. No segundo pelotão, três nomes aparecem tecnicamente empatados, concorrendo pela vice-liderança: a senadora, ex-prefeita e ex-petista Marta Suplicy (PMDB), com 13%; o também apresentador de TV José Luiz Datena (PP), este da Band, com 13% ou 12%, dependendo do cenário; e o prefeito Fernando Haddad (PT), com 12%. A quinta posição é disputada entre o deputado Marco Feliciano (PSC) e um nome tucano. Num cenário, Feliciano marca 4%, o empresário João Doria Jr. alcança 3%. No outro, o pastor evangélico marca 5%, o vereador Andrea Matarazzo atinge 4%. Prefeitura de SP Com 1.092 entrevistas realizadas nos dias 28 e 29 de outubro, a margem de erro do levantamento é de três pontos para mais ou para menos. Terceiro colocado na eleição paulistana de 2012, com 21,6%, e deputado mais votado do país no ano passado, com 1,5 milhão de votos, Russomanno ostenta agora folgada vantagem em quase todos os segmentos sociais investigados pelo Datafolha. É líder entre homens e mulheres, em todos os grupos etários, em todas as regiões da cidade e em todas as faixas de escolaridade. Sua melhor marca numérica ocorre entre os eleitores com ensino médio, com 40% num cenário e 39% em outro. No grupo dos que têm renda familiar mensal entre 2 e 5 salários mínimos, o pré-candidato ligado à Igreja Universal do Reino de Deus tem 39%. O único segmento em que Russomanno não lidera é o dos eleitores mais ricos, com renda acima de dez salários mínimos. Nesse grupo minoritário (11% da amostra), Haddad surge na dianteira com 23% em seu melhor cenário ante 16% de Russomanno e 15% de Andrea Matarazzo. Este é também o pior segmento para Marta. Ora a peemedebista aparece com 4%, logo atrás de Doria Jr. (5%), ora faz 3%, dois pontos a menos que Marco Feliciano. SEGMENTOS Marta, que pretende disputar a prefeitura de São Paulo pela quarta vez (ela venceu no ano 2000 e perdeu em 2004 e 2008, sempre pelo PT), vai melhor entre os mais pobres e os menos escolarizados. No grupo de eleitores com ensino fundamental e no dos que recebem até dois salários mínimos, ela alcança 19%. Isso é refletido na distribuição geográfica de seus votos. Nas populosas zonas leste e sul, as mais pobres, ela tem 15%, desempenho 50% melhor que o alcançado nas outras áreas. Recém-filiado ao PP, Datena tem anunciado intenção de concorrer pela primeira vez. Seus melhores desempenhos ocorrem no grupo dos eleitores menos escolarizados (chega a ter 17%) e entre os mais velhos. Num dos cenários, ele salta de 8% entre os mais jovens para 17% no grupo dos que têm entre 45 e 59 anos. Já Haddad apresenta um desempenho com tendências opostas às de sua eleição em 2012. Naquele ano, ele foi melhor entre os mais pobres. Agora, seu desempenho é pior quanto mais pobre é o eleitor. No grupo dos que têm renda de até dois salários mínimos, o petista tem 6% ou 8%, conforme o cenário. A taxa vai crescendo até chegar nos 23% entre os mais ricos. Na zona leste, tem 8%, o piso na comparação com as outras quatro regiões pesquisadas. Na pesquisa sobre avaliação de governo, publicada nesta segunda (2) pela Folha, a gestão Haddad foi avaliada como ruim ou péssima por 49%, o recorde numérico desde a posse. Outros 15% dos eleitores paulistanos classificam a administração do petista como boa ou ótima. E 34% a avaliaram como regular.
poder
Russomanno lidera isolado disputa pela Prefeitura de SP, diz DatafolhaA um ano das eleições municipais, o deputado federal Celso Russomanno (PRB) desponta como líder isolado na corrida pela Prefeitura de São Paulo. Segundo o Datafolha, que testou dois cenários para a disputa, o apresentador da TV Record alcança 34% das intenções de voto nas duas simulações. No segundo pelotão, três nomes aparecem tecnicamente empatados, concorrendo pela vice-liderança: a senadora, ex-prefeita e ex-petista Marta Suplicy (PMDB), com 13%; o também apresentador de TV José Luiz Datena (PP), este da Band, com 13% ou 12%, dependendo do cenário; e o prefeito Fernando Haddad (PT), com 12%. A quinta posição é disputada entre o deputado Marco Feliciano (PSC) e um nome tucano. Num cenário, Feliciano marca 4%, o empresário João Doria Jr. alcança 3%. No outro, o pastor evangélico marca 5%, o vereador Andrea Matarazzo atinge 4%. Prefeitura de SP Com 1.092 entrevistas realizadas nos dias 28 e 29 de outubro, a margem de erro do levantamento é de três pontos para mais ou para menos. Terceiro colocado na eleição paulistana de 2012, com 21,6%, e deputado mais votado do país no ano passado, com 1,5 milhão de votos, Russomanno ostenta agora folgada vantagem em quase todos os segmentos sociais investigados pelo Datafolha. É líder entre homens e mulheres, em todos os grupos etários, em todas as regiões da cidade e em todas as faixas de escolaridade. Sua melhor marca numérica ocorre entre os eleitores com ensino médio, com 40% num cenário e 39% em outro. No grupo dos que têm renda familiar mensal entre 2 e 5 salários mínimos, o pré-candidato ligado à Igreja Universal do Reino de Deus tem 39%. O único segmento em que Russomanno não lidera é o dos eleitores mais ricos, com renda acima de dez salários mínimos. Nesse grupo minoritário (11% da amostra), Haddad surge na dianteira com 23% em seu melhor cenário ante 16% de Russomanno e 15% de Andrea Matarazzo. Este é também o pior segmento para Marta. Ora a peemedebista aparece com 4%, logo atrás de Doria Jr. (5%), ora faz 3%, dois pontos a menos que Marco Feliciano. SEGMENTOS Marta, que pretende disputar a prefeitura de São Paulo pela quarta vez (ela venceu no ano 2000 e perdeu em 2004 e 2008, sempre pelo PT), vai melhor entre os mais pobres e os menos escolarizados. No grupo de eleitores com ensino fundamental e no dos que recebem até dois salários mínimos, ela alcança 19%. Isso é refletido na distribuição geográfica de seus votos. Nas populosas zonas leste e sul, as mais pobres, ela tem 15%, desempenho 50% melhor que o alcançado nas outras áreas. Recém-filiado ao PP, Datena tem anunciado intenção de concorrer pela primeira vez. Seus melhores desempenhos ocorrem no grupo dos eleitores menos escolarizados (chega a ter 17%) e entre os mais velhos. Num dos cenários, ele salta de 8% entre os mais jovens para 17% no grupo dos que têm entre 45 e 59 anos. Já Haddad apresenta um desempenho com tendências opostas às de sua eleição em 2012. Naquele ano, ele foi melhor entre os mais pobres. Agora, seu desempenho é pior quanto mais pobre é o eleitor. No grupo dos que têm renda de até dois salários mínimos, o petista tem 6% ou 8%, conforme o cenário. A taxa vai crescendo até chegar nos 23% entre os mais ricos. Na zona leste, tem 8%, o piso na comparação com as outras quatro regiões pesquisadas. Na pesquisa sobre avaliação de governo, publicada nesta segunda (2) pela Folha, a gestão Haddad foi avaliada como ruim ou péssima por 49%, o recorde numérico desde a posse. Outros 15% dos eleitores paulistanos classificam a administração do petista como boa ou ótima. E 34% a avaliaram como regular.
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Vai viajar para o Reino Unido? Saiba o que muda após o 'Brexit'
Após a vitória do "Brexit" (junção de "Britain" e "exit", ou seja, a saída britânica da União Europeia) no referendo realizado na última quinta-feira (23) muitas perguntas sobre o que acontecerá na política e na economia da região e como isso pode afetar os brasileiros começaram a surgir. Uma das principais dúvidas é o que muda para brasileiros que pretendem viajar para o Reino Unido com a decisão pela saída do bloco europeu. A resposta é que nenhuma grande mudança acontecerá. Para todo e qualquer brasileiro que quiser ir ao Reino Unido, o modo de entrada continua o mesmo: o viajante apenas deve ter passaporte em dia, passagens de ida e de volta, para que seja possível controlar o tempo de permanência no país, e a comprovação da renda e do endereço da estadia, que pode ser exigida pela imigração britânica. Como não há necessidade de documentação específica ou de visto, como acontece nos Estados Unidos, a entrada na região não deve ter grandes alterações no futuro. Para brasileiros que têm cidadania de algum país europeu ou que pretendem ingressar no Reino Unido pela Europa, o procedimento também continua o mesmo. No entanto, a situação poderá mudar nos próximos dois anos. O motivo é o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que trata da possibilidade de um país deixar a União Europeia por livre e espontânea vontade. De acordo com o artigo, está previsto um prazo de até dois anos para que as negociações entre a União Europeia e o país sejam realizadas. Só após esse período é que o país realmente terá deixado o bloco. Sendo assim, até o Reino Unido realmente não pertencer mais à União Europeia, as medidas entre todas as outras nações continuam as mesmas, inclusive no que se refere ao turismo. Isso quer dizer que mesmo uma pessoa nascida em algum país do grupo, como Itália, Grécia ou Alemanha, não deve ficar preocupada em fazer uma viagem para Londres, por exemplo, no próximo verão. Algo que pode mudar, no entanto, tanto para brasileiros quanto para europeus é que, com a expressiva queda da libra esterlina, o Reino Unido pode passar a ser um destino de viagens mais viável. A moeda teve sua maior queda desde 1985 na última sexta-feira (24), quando caiu para 1,3228 perante o dólar. Já nesta segunda (27), às 11h30, a libra teve uma queda de 3,47% em relação ao dólar.
turismo
Vai viajar para o Reino Unido? Saiba o que muda após o 'Brexit'Após a vitória do "Brexit" (junção de "Britain" e "exit", ou seja, a saída britânica da União Europeia) no referendo realizado na última quinta-feira (23) muitas perguntas sobre o que acontecerá na política e na economia da região e como isso pode afetar os brasileiros começaram a surgir. Uma das principais dúvidas é o que muda para brasileiros que pretendem viajar para o Reino Unido com a decisão pela saída do bloco europeu. A resposta é que nenhuma grande mudança acontecerá. Para todo e qualquer brasileiro que quiser ir ao Reino Unido, o modo de entrada continua o mesmo: o viajante apenas deve ter passaporte em dia, passagens de ida e de volta, para que seja possível controlar o tempo de permanência no país, e a comprovação da renda e do endereço da estadia, que pode ser exigida pela imigração britânica. Como não há necessidade de documentação específica ou de visto, como acontece nos Estados Unidos, a entrada na região não deve ter grandes alterações no futuro. Para brasileiros que têm cidadania de algum país europeu ou que pretendem ingressar no Reino Unido pela Europa, o procedimento também continua o mesmo. No entanto, a situação poderá mudar nos próximos dois anos. O motivo é o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que trata da possibilidade de um país deixar a União Europeia por livre e espontânea vontade. De acordo com o artigo, está previsto um prazo de até dois anos para que as negociações entre a União Europeia e o país sejam realizadas. Só após esse período é que o país realmente terá deixado o bloco. Sendo assim, até o Reino Unido realmente não pertencer mais à União Europeia, as medidas entre todas as outras nações continuam as mesmas, inclusive no que se refere ao turismo. Isso quer dizer que mesmo uma pessoa nascida em algum país do grupo, como Itália, Grécia ou Alemanha, não deve ficar preocupada em fazer uma viagem para Londres, por exemplo, no próximo verão. Algo que pode mudar, no entanto, tanto para brasileiros quanto para europeus é que, com a expressiva queda da libra esterlina, o Reino Unido pode passar a ser um destino de viagens mais viável. A moeda teve sua maior queda desde 1985 na última sexta-feira (24), quando caiu para 1,3228 perante o dólar. Já nesta segunda (27), às 11h30, a libra teve uma queda de 3,47% em relação ao dólar.
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