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Frustração infla protestos no Chile contra Bachelet
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Quando assumiu o cargo pela segunda vez, em 2014, a presidente de centro-esquerda Michelle Bachelet, 64, planejava transformar o país. Prometia reformar educação, previdência, direitos civis e distribuição da renda, além de uma nova Constituição para que o Chile deixasse de ser o único país da região com uma Carta do tempo das ditaduras militares. Embalada pelos números —deixou o poder em 2010 com 84% de aprovação e venceu a eleição de 2013 com 62%—, a médica cuja vida foi marcada pela ditadura (ela foi torturada, e o pai, morto) achava ter chegado o momento de maturidade política do Chile para deixar sua marca. Com pouco mais da metade do mandato, que termina em março de 2018, Bachelet se vê obrigada a se conformar com limitações de conjuntura e uma aprovação de 21%. Sua gestão vem sendo abalada por escândalos envolvendo membros de sua família e pela desaceleração da economia chinesa (e a consequente queda dos preços do cobre, que responde por 50% das exportações do Chile). MAU MOMENTO PARA BACHELET - Cobre responde por metade das exportações do país "Vamos ficar com propostas pendentes, e precisamos reprogramar projetos por conta de restrições de recursos e da necessidade de formar apoios mais amplos", disse ela em seu discurso anual no sábado (21). "Um erro de Bachelet foi não construir uma relação com os partidos, o que dificultou aprovar leis e medidas quando o quadro econômico era mais favorável", declarou à Folha o cientista político Guillermo Holzmann, da Universidade de Valparaíso. "A falta de credibilidade deste governo vem da sensação de promessas não cumpridas", acrescenta Monica González, do Centro de Investigação Jornalística do Chile. ECONOMIA Em 2015, o crescimento do país foi de 5,6%, e, para este ano, o FMI (Fundo Monetário Internacional) projeta 2%. "A situação não é seríssima, mas as pessoas estão irritadas com a lentidão da resposta às promessas", diz Holzmann. Protestos ganham as ruas. Quando ela discursava dia 21, houve uma manifestação violenta que culminou na morte de um segurança de 71 anos. Na última terça (24), estudantes disfarçados de turistas invadiram o palácio La Moneda para protestar. Preço médio do cobre refinado - Na Bolsa de Metais de Londres (centavos de dólar por libra) "Os jovens são os mais impacientes e quem melhor expressa esta crise de representatividade mundial. Na era da política nas ruas e por Whatsapp, a velocidade de aprovação de leis é insuportavelmente lenta", diz Holzmann. "Nesse sentido, os protestos aqui têm a ver com os do Brasil em 2013. Os jovens querem respostas rápidas, menos ideologizadas, e carregam novas bandeiras, de transparência e ética." A inquietação juvenil também é a mais ruidosa porque reformar a educação foi um dos principais compromissos de Bachelet. Após as manifestações de 2011, ela iniciou a gestão com a responsabilidade de, gradativamente, tornar gratuito o acesso às universidades. O objetivo foi alcançado parcialmente –parte da legislação está parada. Bachelet também queria, para a previdência e a saúde, aumentar impostos e mudar as regras de aposentadoria. A expectativa de vida no Chile hoje é de 80 anos e meio, a maior na América Latina. CORRUPÇÃO E DIREITOS Analistas de institutos de pesquisas atribuem a queda de popularidade em grande parte ao escândalo envolvendo seu filho, acusado de tráfico de influência. "O impacto foi muito negativo, hoje você lê pesquisas de credibilidade das instituições chilenas, que eram as mais bem colocadas da região, e nenhuma tem mais de 10% [de confiança]", ressalta Holzmann. Mas Bachelet tem mais problemas. Nos direitos civis, uma de suas primeiras promessas foi apresentar um projeto de lei para permitir o aborto pelo menos em casos de estupro e de risco de vida da mãe. O projeto travou com os parlamentares católicos e a forte pressão da igreja. Já em direitos humanos, apesar de iniciativas para reabrir processos, as associações chilenas da área consideram lenta a atuação da Justiça para punir membros da ditadura militar (1973-90). "Vão se completar 30 anos da morte do meu filho, surgiram novas evidências e até confissões, mas o julgamento não anda", diz à Folha Veronica De Negri, mãe do fotógrafo Rodrigo De Negri, queimado vivo por militares durante a repressão a uma manifestação, em 1986. O primeiro sinal de que lado irá o país virá nas eleições regionais de outubro, quando analistas esperam crescimento diluído de vários partidos, da esquerda à direita. "Para a eleição presidencial [em 2017] estamos ainda sem perspectiva, temos dois ex-presidentes postulando-se, Ricardo Lagos e Sebastián Piñera. Opções velhas", diz o cientista político Fernando García Naddaf, da Universidade Diego Portales. Forças como o pré-candidato Giorgio Jackson, 29, egresso dos protestos de 2011, poderiam oxigenar a política. "O problema é que nossa lei é antiquada e só permite que alguém se candidate com mais de 40 anos, então nossas opções se reduzem à velha classe", aponta Naddaf.
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mundo
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Frustração infla protestos no Chile contra BacheletQuando assumiu o cargo pela segunda vez, em 2014, a presidente de centro-esquerda Michelle Bachelet, 64, planejava transformar o país. Prometia reformar educação, previdência, direitos civis e distribuição da renda, além de uma nova Constituição para que o Chile deixasse de ser o único país da região com uma Carta do tempo das ditaduras militares. Embalada pelos números —deixou o poder em 2010 com 84% de aprovação e venceu a eleição de 2013 com 62%—, a médica cuja vida foi marcada pela ditadura (ela foi torturada, e o pai, morto) achava ter chegado o momento de maturidade política do Chile para deixar sua marca. Com pouco mais da metade do mandato, que termina em março de 2018, Bachelet se vê obrigada a se conformar com limitações de conjuntura e uma aprovação de 21%. Sua gestão vem sendo abalada por escândalos envolvendo membros de sua família e pela desaceleração da economia chinesa (e a consequente queda dos preços do cobre, que responde por 50% das exportações do Chile). MAU MOMENTO PARA BACHELET - Cobre responde por metade das exportações do país "Vamos ficar com propostas pendentes, e precisamos reprogramar projetos por conta de restrições de recursos e da necessidade de formar apoios mais amplos", disse ela em seu discurso anual no sábado (21). "Um erro de Bachelet foi não construir uma relação com os partidos, o que dificultou aprovar leis e medidas quando o quadro econômico era mais favorável", declarou à Folha o cientista político Guillermo Holzmann, da Universidade de Valparaíso. "A falta de credibilidade deste governo vem da sensação de promessas não cumpridas", acrescenta Monica González, do Centro de Investigação Jornalística do Chile. ECONOMIA Em 2015, o crescimento do país foi de 5,6%, e, para este ano, o FMI (Fundo Monetário Internacional) projeta 2%. "A situação não é seríssima, mas as pessoas estão irritadas com a lentidão da resposta às promessas", diz Holzmann. Protestos ganham as ruas. Quando ela discursava dia 21, houve uma manifestação violenta que culminou na morte de um segurança de 71 anos. Na última terça (24), estudantes disfarçados de turistas invadiram o palácio La Moneda para protestar. Preço médio do cobre refinado - Na Bolsa de Metais de Londres (centavos de dólar por libra) "Os jovens são os mais impacientes e quem melhor expressa esta crise de representatividade mundial. Na era da política nas ruas e por Whatsapp, a velocidade de aprovação de leis é insuportavelmente lenta", diz Holzmann. "Nesse sentido, os protestos aqui têm a ver com os do Brasil em 2013. Os jovens querem respostas rápidas, menos ideologizadas, e carregam novas bandeiras, de transparência e ética." A inquietação juvenil também é a mais ruidosa porque reformar a educação foi um dos principais compromissos de Bachelet. Após as manifestações de 2011, ela iniciou a gestão com a responsabilidade de, gradativamente, tornar gratuito o acesso às universidades. O objetivo foi alcançado parcialmente –parte da legislação está parada. Bachelet também queria, para a previdência e a saúde, aumentar impostos e mudar as regras de aposentadoria. A expectativa de vida no Chile hoje é de 80 anos e meio, a maior na América Latina. CORRUPÇÃO E DIREITOS Analistas de institutos de pesquisas atribuem a queda de popularidade em grande parte ao escândalo envolvendo seu filho, acusado de tráfico de influência. "O impacto foi muito negativo, hoje você lê pesquisas de credibilidade das instituições chilenas, que eram as mais bem colocadas da região, e nenhuma tem mais de 10% [de confiança]", ressalta Holzmann. Mas Bachelet tem mais problemas. Nos direitos civis, uma de suas primeiras promessas foi apresentar um projeto de lei para permitir o aborto pelo menos em casos de estupro e de risco de vida da mãe. O projeto travou com os parlamentares católicos e a forte pressão da igreja. Já em direitos humanos, apesar de iniciativas para reabrir processos, as associações chilenas da área consideram lenta a atuação da Justiça para punir membros da ditadura militar (1973-90). "Vão se completar 30 anos da morte do meu filho, surgiram novas evidências e até confissões, mas o julgamento não anda", diz à Folha Veronica De Negri, mãe do fotógrafo Rodrigo De Negri, queimado vivo por militares durante a repressão a uma manifestação, em 1986. O primeiro sinal de que lado irá o país virá nas eleições regionais de outubro, quando analistas esperam crescimento diluído de vários partidos, da esquerda à direita. "Para a eleição presidencial [em 2017] estamos ainda sem perspectiva, temos dois ex-presidentes postulando-se, Ricardo Lagos e Sebastián Piñera. Opções velhas", diz o cientista político Fernando García Naddaf, da Universidade Diego Portales. Forças como o pré-candidato Giorgio Jackson, 29, egresso dos protestos de 2011, poderiam oxigenar a política. "O problema é que nossa lei é antiquada e só permite que alguém se candidate com mais de 40 anos, então nossas opções se reduzem à velha classe", aponta Naddaf.
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Erramos: Com a decadência da 'Playboy', novas revistas eróticas são mais artísticas
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Diferentemente do informado na reportagem "Com a decadência da 'Playboy', novas revistas eróticas são mais artísticas" (The New York Times - 26/01/2015 - 12h00), Larry Flynt fundou a revista "Hustler", não a "Penthouse". O texto foi corrigido.
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mercado
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Erramos: Com a decadência da 'Playboy', novas revistas eróticas são mais artísticasDiferentemente do informado na reportagem "Com a decadência da 'Playboy', novas revistas eróticas são mais artísticas" (The New York Times - 26/01/2015 - 12h00), Larry Flynt fundou a revista "Hustler", não a "Penthouse". O texto foi corrigido.
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Para professor, indicadores deveriam avaliar qualidade de vida dos idosos
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Impressionantes os resultados da pesquisa do médico Atul Gawande (A velhice como massacre ). Indicadores de desenvolvimento humano deveriam avaliar não só a expectativa de vida da população, mas, sim, a qualidade de vida dos idosos. Assim como faz com a educação, que não mede mais a escolarização da população, mas seu desempenho. É triste ver pessoas de rica produção intelectual confinadas em um mundo que não lhes pertence mais. GUSTAVO DE OLIVEIRA COELHO DE SOUZA, professor da PUC (São Paulo, SP) * Obrigado, e parabéns, por publicarem a verdade sobre a velhice. Já estava farto do marketing que se faz da "melhor" idade. THOMAS HAHN (Cotia, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Para professor, indicadores deveriam avaliar qualidade de vida dos idososImpressionantes os resultados da pesquisa do médico Atul Gawande (A velhice como massacre ). Indicadores de desenvolvimento humano deveriam avaliar não só a expectativa de vida da população, mas, sim, a qualidade de vida dos idosos. Assim como faz com a educação, que não mede mais a escolarização da população, mas seu desempenho. É triste ver pessoas de rica produção intelectual confinadas em um mundo que não lhes pertence mais. GUSTAVO DE OLIVEIRA COELHO DE SOUZA, professor da PUC (São Paulo, SP) * Obrigado, e parabéns, por publicarem a verdade sobre a velhice. Já estava farto do marketing que se faz da "melhor" idade. THOMAS HAHN (Cotia, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Ajuste fraqueja
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Há duas semanas foi anunciado plano de financiamento da Caixa Econômica Federal para a indústria automobilística, condicionado a que não haja dispensa de funcionários. Os recursos serão para linhas de capital de giro e investimento a taxas nominais de aproximadamente 10% anuais, praticamente a inflação deste ano. A medida terá pouco impacto prático, pois o problema da indústria automobilística é de baixa demanda doméstica. Nos últimos anos foi adotada toda uma política de proteção, como o programa Inovar-Auto, que aumentou em 30 pontos percentuais o IPI para a importação de veículos das empresas que não montam no Brasil com 65% de conteúdo nacional. O resultado da política de proteção foi gerar sobreinvestimento no setor: capacidade instalada de 5 milhões de unidades por ano para um mercado que dificilmente absorve mais do que 3 milhões. Apesar de provavelmente inócuo, o plano de financiamento da Caixa vai frontalmente contra tudo o que o ministro Joaquim Levy disse desde que assumiu a Fazenda. Há outros sinais de fraqueza do ministro. Além de se ter revisado para valores muito menores as metas de superavit primário, tem sido noticiado que diversos setores da base de sustentação do governo, inclusive a bancada do PMDB no Senado, não hipotecam apoio ao ministro. Aparentemente ele não sabe negociar direito. Aparentemente não cumpre os acordos com o Congresso. Aparentemente o ministro acredita que os gastos precisam ser cortados. Temos assistido à dificuldade da sociedade e do Congresso Nacional em reconhecer e pagar o custo necessário do ajuste, dados os enormes desequilíbrios que construímos meticulosa e sistematicamente entre 2009 e 2014, período de vigência da nova matriz econômica. Surgem sinais de fratura do comprometimento da base de sustentação política com o ajuste econômico. Há outro caminho? O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, pede imediata redução da taxa Selic, apesar de a inflação de preços livres estar acima de 6% ao ano. Colocamos novamente os bancos públicos subsidiando crédito ao setor produtivo. O outro caminho é exatamente o que fizemos de 2009 a 2014 –e que nos colocou nesse buraco! Sempre que os ajustes são postergados, quando chega o futuro, ele é pior do que poderia ser. É sempre possível empurrar o futuro um pouco mais à frente. E, quando ele caprichosamente chegar de novo, será caprichosamente um pouco pior. De negação em negação, vamos construindo nosso inferno. A inflação na Argentina passa dos 30% ao ano. Na Venezuela, o órgão oficial aparentemente desistiu de medi-la. Todas as avaliações sugerem algo muito acima de 100% ao ano. É para lá que nós vamos? Sugestão de leitura: "Inflação, estagnação e ruptura, 1961-1967", capítulo 9, de Mário Mesquita, em "A ordem do progresso", a clássica coletânea de história econômica do Brasil organizada por Marcelo de Paiva Abreu, editado pela Campus. Governo fraco herdou economia desarranjada do governo anterior. De negação em negação, deu no que deu.
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colunas
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Ajuste fraquejaHá duas semanas foi anunciado plano de financiamento da Caixa Econômica Federal para a indústria automobilística, condicionado a que não haja dispensa de funcionários. Os recursos serão para linhas de capital de giro e investimento a taxas nominais de aproximadamente 10% anuais, praticamente a inflação deste ano. A medida terá pouco impacto prático, pois o problema da indústria automobilística é de baixa demanda doméstica. Nos últimos anos foi adotada toda uma política de proteção, como o programa Inovar-Auto, que aumentou em 30 pontos percentuais o IPI para a importação de veículos das empresas que não montam no Brasil com 65% de conteúdo nacional. O resultado da política de proteção foi gerar sobreinvestimento no setor: capacidade instalada de 5 milhões de unidades por ano para um mercado que dificilmente absorve mais do que 3 milhões. Apesar de provavelmente inócuo, o plano de financiamento da Caixa vai frontalmente contra tudo o que o ministro Joaquim Levy disse desde que assumiu a Fazenda. Há outros sinais de fraqueza do ministro. Além de se ter revisado para valores muito menores as metas de superavit primário, tem sido noticiado que diversos setores da base de sustentação do governo, inclusive a bancada do PMDB no Senado, não hipotecam apoio ao ministro. Aparentemente ele não sabe negociar direito. Aparentemente não cumpre os acordos com o Congresso. Aparentemente o ministro acredita que os gastos precisam ser cortados. Temos assistido à dificuldade da sociedade e do Congresso Nacional em reconhecer e pagar o custo necessário do ajuste, dados os enormes desequilíbrios que construímos meticulosa e sistematicamente entre 2009 e 2014, período de vigência da nova matriz econômica. Surgem sinais de fratura do comprometimento da base de sustentação política com o ajuste econômico. Há outro caminho? O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, pede imediata redução da taxa Selic, apesar de a inflação de preços livres estar acima de 6% ao ano. Colocamos novamente os bancos públicos subsidiando crédito ao setor produtivo. O outro caminho é exatamente o que fizemos de 2009 a 2014 –e que nos colocou nesse buraco! Sempre que os ajustes são postergados, quando chega o futuro, ele é pior do que poderia ser. É sempre possível empurrar o futuro um pouco mais à frente. E, quando ele caprichosamente chegar de novo, será caprichosamente um pouco pior. De negação em negação, vamos construindo nosso inferno. A inflação na Argentina passa dos 30% ao ano. Na Venezuela, o órgão oficial aparentemente desistiu de medi-la. Todas as avaliações sugerem algo muito acima de 100% ao ano. É para lá que nós vamos? Sugestão de leitura: "Inflação, estagnação e ruptura, 1961-1967", capítulo 9, de Mário Mesquita, em "A ordem do progresso", a clássica coletânea de história econômica do Brasil organizada por Marcelo de Paiva Abreu, editado pela Campus. Governo fraco herdou economia desarranjada do governo anterior. De negação em negação, deu no que deu.
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Pasquale deveria se ater à língua portuguesa, sugere leitor
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É, o professor Pasquale parece já ter ensinado tudo o que sabe de concordância verbal e nominal –sua especialização– e ensaia outros voos. Como analista político, está mais para um títere do tucanato do que para cientista social. Recentemente, culpou Dilma por não dar fim aos trotes nas universidades. Agora, com a profecia digna de um Nostradamus, dá como natimorto o governo Dilma (Machado, Collor, Dilma....). Deveria voltar a lecionar, pois fez fama como alfabetizador. Como sociólogo, fará lama. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Pasquale deveria se ater à língua portuguesa, sugere leitorÉ, o professor Pasquale parece já ter ensinado tudo o que sabe de concordância verbal e nominal –sua especialização– e ensaia outros voos. Como analista político, está mais para um títere do tucanato do que para cientista social. Recentemente, culpou Dilma por não dar fim aos trotes nas universidades. Agora, com a profecia digna de um Nostradamus, dá como natimorto o governo Dilma (Machado, Collor, Dilma....). Deveria voltar a lecionar, pois fez fama como alfabetizador. Como sociólogo, fará lama. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Adversária da seleção, África do Sul tem gremista que mora no Brasil desde os 11
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SÉRGIO RANGEL ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA O atacante Tyroane Sandows fala português e conhece bem os jogadores da seleção brasileira de futebol. Ele mora no Brasil desde os 11 anos, quando começou a jogar nas categorias de base do São Paulo. Depois de quase sete anos defendendo o clube do Morumbi, ele deixou a capital paulista, mas continua no Brasil. Desde 2014, ele joga pelo Grêmio. No ano passado, Ty, como é chamado no tricolor gaúcho, teve o seu contrato renovado por mais dois anos com o aval do técnico Roger. O sul-africano também já obteve e cidadania brasileira e não esconde o sonho de defender no futuro o Brasil. Pelas regras da Fifa, ele ainda pode jogar pela seleção. O torneio olímpico não tira o sonho de Ty de atuar pela seleção brasileira. Num amistoso disputado em Brasília, na semana passada, Ty foi o camisa 10 e marcou um dos gols da goleada por 4 a 0. O adversário foi um time amador formado por policiais da capital. Nesta quinta (5), a seleção enfrenta a África do Sul na abertura do torneio olímpico de futebol masculino, no Mané Garrincha, às 16h (de Brasília). Ty deve começar a partida no banco de reservas. O técnico da África do Sul, Owen da Gama, vai montar um retranca para a estreia. Fã do futebol brasileiro, ele disse que um empate seria um excelente resultado. "Minha admiração pelo Brasil vem de muito tempo, de quando eu era jogador ou mesmo criança. O Brasil sempre teve grandes jogadores, desde o tempo de Pelé, e hoje não é diferente. O Brasil é a mãe do futebol", disse o treinador. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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esporte
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Adversária da seleção, África do Sul tem gremista que mora no Brasil desde os 11
SÉRGIO RANGEL ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA O atacante Tyroane Sandows fala português e conhece bem os jogadores da seleção brasileira de futebol. Ele mora no Brasil desde os 11 anos, quando começou a jogar nas categorias de base do São Paulo. Depois de quase sete anos defendendo o clube do Morumbi, ele deixou a capital paulista, mas continua no Brasil. Desde 2014, ele joga pelo Grêmio. No ano passado, Ty, como é chamado no tricolor gaúcho, teve o seu contrato renovado por mais dois anos com o aval do técnico Roger. O sul-africano também já obteve e cidadania brasileira e não esconde o sonho de defender no futuro o Brasil. Pelas regras da Fifa, ele ainda pode jogar pela seleção. O torneio olímpico não tira o sonho de Ty de atuar pela seleção brasileira. Num amistoso disputado em Brasília, na semana passada, Ty foi o camisa 10 e marcou um dos gols da goleada por 4 a 0. O adversário foi um time amador formado por policiais da capital. Nesta quinta (5), a seleção enfrenta a África do Sul na abertura do torneio olímpico de futebol masculino, no Mané Garrincha, às 16h (de Brasília). Ty deve começar a partida no banco de reservas. O técnico da África do Sul, Owen da Gama, vai montar um retranca para a estreia. Fã do futebol brasileiro, ele disse que um empate seria um excelente resultado. "Minha admiração pelo Brasil vem de muito tempo, de quando eu era jogador ou mesmo criança. O Brasil sempre teve grandes jogadores, desde o tempo de Pelé, e hoje não é diferente. O Brasil é a mãe do futebol", disse o treinador. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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Com deputado presidiário e mais 1, Câmara não tem quorum para ler denúncia
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A Câmara não conseguiu reunir o mínimo de 51 dos 513 deputados na manhã desta sexta-feira (22) e, com isso, foi adiada para a semana que vem a leitura em plenário da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. Até as 9h30, prazo limite para que o quorum fosse atingido e a reunião fosse iniciada, apenas os deputados JHC (PSB-AL) e Celso Jacob (PMDB-RJ) compareceram à Câmara. Esse último é obrigado a ir trabalhar como condição para deixar a prisão. Jacob foi preso em 6 de junho por decisão da 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), que o condenou a sete anos e dois meses de prisão por falsificação de documento público e dispensa indevida de licitação em 2002 para construção de uma creche, quando era prefeito de Três Rios (RJ). Com a falta de deputados nesta sexta em Brasília, a segunda denúncia contra Temer pode começar a tramitar na segunda (25), caso haja quorum, ou na terça (26). O presidente é acusado de organização criminosa e obstrução da Justiça. Após ser lida em plenário ela é despachada para a Comissão de Constituição e Justiça, para parecer. No mesmo dia Temer é notificado e tem prazo de dez sessões para apresentar sua defesa. Após a decisão da CCJ, o caso segue para o plenário. Para que o Supremo Tribunal Federal seja autorizado a analisar a denúncia, é preciso o voto de pelo menos 342 dos 513 deputados. Na primeira denúncia, a Câmara sustou a tramitação do caso com o voto de 263 deputados. Outros 227 foram favoráveis à investigação.
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poder
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Com deputado presidiário e mais 1, Câmara não tem quorum para ler denúnciaA Câmara não conseguiu reunir o mínimo de 51 dos 513 deputados na manhã desta sexta-feira (22) e, com isso, foi adiada para a semana que vem a leitura em plenário da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. Até as 9h30, prazo limite para que o quorum fosse atingido e a reunião fosse iniciada, apenas os deputados JHC (PSB-AL) e Celso Jacob (PMDB-RJ) compareceram à Câmara. Esse último é obrigado a ir trabalhar como condição para deixar a prisão. Jacob foi preso em 6 de junho por decisão da 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), que o condenou a sete anos e dois meses de prisão por falsificação de documento público e dispensa indevida de licitação em 2002 para construção de uma creche, quando era prefeito de Três Rios (RJ). Com a falta de deputados nesta sexta em Brasília, a segunda denúncia contra Temer pode começar a tramitar na segunda (25), caso haja quorum, ou na terça (26). O presidente é acusado de organização criminosa e obstrução da Justiça. Após ser lida em plenário ela é despachada para a Comissão de Constituição e Justiça, para parecer. No mesmo dia Temer é notificado e tem prazo de dez sessões para apresentar sua defesa. Após a decisão da CCJ, o caso segue para o plenário. Para que o Supremo Tribunal Federal seja autorizado a analisar a denúncia, é preciso o voto de pelo menos 342 dos 513 deputados. Na primeira denúncia, a Câmara sustou a tramitação do caso com o voto de 263 deputados. Outros 227 foram favoráveis à investigação.
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Agência Nacional de Petróleo arrecada R$ 4 mi com leilão de campos inativos
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A ANP (Agência Nacional de Petróleo) arrecadou R$ 4,248 milhões em leilão ocorrido nesta quinta-feira (10) que ofertou dez campos em terra inativos desde os anos 1980 e 1990. São áreas que tiveram descobertas de petróleo e gás no passado. Oito dos campos chegaram a efetivamente produzir. As áreas ficam no Maranhão, Rio Grande do Norte, Bahia, Espírito Santo e Paraná. Inativas atualmente, são classificadas como de "acumulação marginal" pela ANP, o que significa que têm reservas de baixo volume. A despeito do preço do barril de petróleo seguir em queda no mundo– caiu no início dessa semana para abaixo dos U$ 40– a rodada despertou o interesse de empresas de pequeno porte. Nove das dez áreas foram vendidas. A arrecadação representou um ágio de 623% sobre o bônus de assinatura mínimo, valor pago pelas empresas pelo direito de exploração, de R$ 629 mil. Nenhuma das participantes levou mais de um lote. Um dos motivos para o interesse alto foi a flexibilização das regras gerais de conteúdo local. O investimento previsto com os campos deve chegar a R$ 7,910 milhões, de acordo com a ANP. O bloco de Barra Bonita, no Paraná, teve a maior disputa e alcançou bônus de assinatura de R$ 2,577 milhões. A empresa EPG Brasil arrematou a área com um ágio de 3.002% sobre o valor mínimo. A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, disse que a rodada atendeu às expectativas e que a oferta de áreas com acumulação marginal irá fomentar pequenas empresas do setor. "O campo em terra é uma porta de entrada bem razoável para uma empresa que quer começar no setor", disse Magda, após o certame, no Rio. "Temos que dar crédito a um movimento de empresas brasileiras que estão buscando oportunidades e enxergando que há, sim, espaço para rejuvenescimento de campos inativos" Segundo a diretora, "há uma necessidade absoluta de fomento às pequenas empresas" de petróleo no país. O leilão é um complemento da 13ª Rodada, ocorrida em outubro passado. Na ocasião, houve baixo interesse das empresas do setor em função da queda do preço do barril de petróleo do último ano. Apenas 35 das 266 áreas ofertadas foram arrematadas. A Petrobras e outras grandes petroleiras, como Shell e BP, não fizeram lances e quem se destacou foram as empresas de pequeno e médio porte. A ANP arrecadou R$ 121 milhões com bônus de assinatura, valor pago pelas petroleiras pelo direito à exploração. Se todos os blocos tivessem sido comprados, a agência teria arrecadado pelo menos R$ 978,6 milhões.
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mercado
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Agência Nacional de Petróleo arrecada R$ 4 mi com leilão de campos inativosA ANP (Agência Nacional de Petróleo) arrecadou R$ 4,248 milhões em leilão ocorrido nesta quinta-feira (10) que ofertou dez campos em terra inativos desde os anos 1980 e 1990. São áreas que tiveram descobertas de petróleo e gás no passado. Oito dos campos chegaram a efetivamente produzir. As áreas ficam no Maranhão, Rio Grande do Norte, Bahia, Espírito Santo e Paraná. Inativas atualmente, são classificadas como de "acumulação marginal" pela ANP, o que significa que têm reservas de baixo volume. A despeito do preço do barril de petróleo seguir em queda no mundo– caiu no início dessa semana para abaixo dos U$ 40– a rodada despertou o interesse de empresas de pequeno porte. Nove das dez áreas foram vendidas. A arrecadação representou um ágio de 623% sobre o bônus de assinatura mínimo, valor pago pelas empresas pelo direito de exploração, de R$ 629 mil. Nenhuma das participantes levou mais de um lote. Um dos motivos para o interesse alto foi a flexibilização das regras gerais de conteúdo local. O investimento previsto com os campos deve chegar a R$ 7,910 milhões, de acordo com a ANP. O bloco de Barra Bonita, no Paraná, teve a maior disputa e alcançou bônus de assinatura de R$ 2,577 milhões. A empresa EPG Brasil arrematou a área com um ágio de 3.002% sobre o valor mínimo. A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, disse que a rodada atendeu às expectativas e que a oferta de áreas com acumulação marginal irá fomentar pequenas empresas do setor. "O campo em terra é uma porta de entrada bem razoável para uma empresa que quer começar no setor", disse Magda, após o certame, no Rio. "Temos que dar crédito a um movimento de empresas brasileiras que estão buscando oportunidades e enxergando que há, sim, espaço para rejuvenescimento de campos inativos" Segundo a diretora, "há uma necessidade absoluta de fomento às pequenas empresas" de petróleo no país. O leilão é um complemento da 13ª Rodada, ocorrida em outubro passado. Na ocasião, houve baixo interesse das empresas do setor em função da queda do preço do barril de petróleo do último ano. Apenas 35 das 266 áreas ofertadas foram arrematadas. A Petrobras e outras grandes petroleiras, como Shell e BP, não fizeram lances e quem se destacou foram as empresas de pequeno e médio porte. A ANP arrecadou R$ 121 milhões com bônus de assinatura, valor pago pelas petroleiras pelo direito à exploração. Se todos os blocos tivessem sido comprados, a agência teria arrecadado pelo menos R$ 978,6 milhões.
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Estratagema russo
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Na semana em que a guerra na Síria completa cinco anos, a Rússia surpreendeu a todos com a decisão de retirar parte de suas forças que atuam no país árabe. Consoante ao estilo do presidente russo, Vladimir Putin, o anúncio da saída foi tão inopinado quanto o da entrada no conflito, há quase seis meses. A explicação de Moscou é que "a tarefa colocada (...), em sua totalidade, foi cumprida". Da perspectiva do Kremlin, com efeito, a intervenção militar pode ser considerada um sucesso. Em primeiro lugar, mudou o rumo da guerra em favor do regime de Bashar al-Assad, maior aliado russo no Oriente Médio, que vinha sofrendo sucessivas derrotas. Com a ajuda, o governo sírio reconquistou 400 cidades e retomou o controle sobre uma área de 10 mil km2. Do ponto de vista geopolítico, o Kremlin restabeleceu o papel de ator relevante no Oriente Médio. Mais, se colocou como peça crucial da solução do conflito, tendo alinhavado, com os Estados Unidos, tanto o frágil cessar-fogo hoje em vigor como a nova rodada de negociações de paz. Acompanhado de uma retórica triunfalista, o anúncio da retirada parcial de forças tem, ademais, efeitos positivos no âmbito doméstico. No momento em que a Rússia sofre com sanções devido ao conflito na Ucrânia e com a derrocada do preço do petróleo, a imagem de um Putin vitorioso granjeia apoio na opinião pública e ajuda a desviar a atenção da crise econômica. Não é coincidência a decisão de Moscou ter vindo a público no mesmo dia em que recomeçaram as negociações de paz na Suíça –que visam encerrar um conflito que deixou mais de 400 mil mortos e obrigou 5 milhões a abandonar o país. Ao diminuir suas forças, Putin busca projetar a imagem de estar comprometido com o fim do conflito. Analistas interpretaram a retirada militar como uma maneira de pressionar Assad a negociar, visto que o ditador vinha se tornando mais inflexível à medida que mudava sua sorte no campo de batalha. Seja como for, o fato de a Rússia manter duas importantes bases sírias em operação deixa claro que suas forças permanecerão prontas para combater caso as negociações de paz não avancem ou o regime de Assad volte a sofrer derrotas. [email protected]
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opiniao
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Estratagema russoNa semana em que a guerra na Síria completa cinco anos, a Rússia surpreendeu a todos com a decisão de retirar parte de suas forças que atuam no país árabe. Consoante ao estilo do presidente russo, Vladimir Putin, o anúncio da saída foi tão inopinado quanto o da entrada no conflito, há quase seis meses. A explicação de Moscou é que "a tarefa colocada (...), em sua totalidade, foi cumprida". Da perspectiva do Kremlin, com efeito, a intervenção militar pode ser considerada um sucesso. Em primeiro lugar, mudou o rumo da guerra em favor do regime de Bashar al-Assad, maior aliado russo no Oriente Médio, que vinha sofrendo sucessivas derrotas. Com a ajuda, o governo sírio reconquistou 400 cidades e retomou o controle sobre uma área de 10 mil km2. Do ponto de vista geopolítico, o Kremlin restabeleceu o papel de ator relevante no Oriente Médio. Mais, se colocou como peça crucial da solução do conflito, tendo alinhavado, com os Estados Unidos, tanto o frágil cessar-fogo hoje em vigor como a nova rodada de negociações de paz. Acompanhado de uma retórica triunfalista, o anúncio da retirada parcial de forças tem, ademais, efeitos positivos no âmbito doméstico. No momento em que a Rússia sofre com sanções devido ao conflito na Ucrânia e com a derrocada do preço do petróleo, a imagem de um Putin vitorioso granjeia apoio na opinião pública e ajuda a desviar a atenção da crise econômica. Não é coincidência a decisão de Moscou ter vindo a público no mesmo dia em que recomeçaram as negociações de paz na Suíça –que visam encerrar um conflito que deixou mais de 400 mil mortos e obrigou 5 milhões a abandonar o país. Ao diminuir suas forças, Putin busca projetar a imagem de estar comprometido com o fim do conflito. Analistas interpretaram a retirada militar como uma maneira de pressionar Assad a negociar, visto que o ditador vinha se tornando mais inflexível à medida que mudava sua sorte no campo de batalha. Seja como for, o fato de a Rússia manter duas importantes bases sírias em operação deixa claro que suas forças permanecerão prontas para combater caso as negociações de paz não avancem ou o regime de Assad volte a sofrer derrotas. [email protected]
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Conheça os planos que as operadoras de telefonia oferecem no exterior
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É possível viajar, usar o celular e não ser surpreendido com o preço (salgado) cobrado pelas operadoras no exterior. Para começar, dá para economizar com aplicativos como Skype e Viber: enquanto o primeiro permite chamadas internacionais a partir de R$ 0,05 o minuto –basta comprar crédito on-line–, o segundo faz ligações gratuitas. Para usar esses e outros aplicativos que precisam de internet, antes de viajar baixe ferramentas que rodam off- line e acham redes sem fio. Outra opção é comprar um chip local. A francesa Orange, por exemplo, tem plano só para chamadas internacionais a € 15 (R$ 44) por hora. Se a ideia é usar sua própria linha, é preciso habilitar o serviço de roaming internacional com a operadora. Veja abaixo os preços de cada uma CLARO PRÉ PAGO * 1 min = a partir de R$ 3,39 (Américas) e R$ 4,39 (Europa) PÓS PAGO * 25 min = R$ 44,90 (Américas) e R$ 79,90 (Europa, Ásia, África e Oceania) INTERNET * pré pago: 1 MB = R$ 2,99 (Américas) e R$ 3,99 (Europa) pós pago: 40 MB = R$ 69,20 (Américas); R$ 119,90 (Europa, Ásia, África e Oceania) * OI PRÉ PAGO * 1 min = a partir de R$ 2,99 (Américas), R$ 3,99 (Europa; R$ 1,99 em Portugal) e R$ 11,99 (Ásia, África e Oceania) PÓS PAGO * 30 min = R$ 49,90 (Américas e Europa) e R$ 149,90 (Ásia, África e Oceania) INTERNET * pré pago: 1 MB = R$ 8,99 (Américas), R$ 9,99 (Europa; R$ 3,99 em Portugal), R$ 44,99 (Ásia, África e Oceania) pós pago: 20 MB = R$ 39,90 (Américas e Europa); R$ 149,90 (Ásia, África e Oceania) * NEXTEL PRÉ PAGO * não oferece PÓS PAGO * 50 min = R$ 49,90 por mês; minuto adicional = R$ 1,50 (só em EUA, Peru, México e Chile) INTERNET * 30 MB (por dia) = R$ 14,90 (só em EUA, Peru, México e Chile) * TIM PRÉ PAGO * 1 min = a partir de R$ 2,99 PÓS PAGO * 50 min = R$ 29,90 (Américas, Europa e África) e R$ 69,90 (Ásia e Oceania) INTERNET * pré pago: 1 MB = R$ 9,90 (Américas) e R$ 3,99 (Europa) pós pago: 1 dia = R$ 29,90 (Américas); R$ 39,90 (Europa e África) e R$ 69,90 (Ásia e Oceania) * VIVO PRÉ PAGO * 1 min = a partir de R$ 2,99 PÓS PAGO * 50 min = R$ 99,90 (válidos por um mês); minuto adicional = R$ 1,99 INTERNET * pré pago: 1 MB = R$ 4,90 pós pago: 1 dia = R$ 29,90 (Américas e Europa); e R$ 59,90 (Ásia, África e Oceania) * APLICATIVOS ** WEFI PRO Definido pelos criadores como o "maior banco de dados de redes wi-fi do mundo", rastreia redes próximas ao usuário WI-FI FINDER Busca redes públicas e pagas. É possível salvar redes como favoritas e conectar-se a elas ao chegar ao local MANDIC MAGIC É preciso se cadastrar para usar o aplicativo, que fornece senhas de redes de wi-fi próximas - usuários abastecem o banco de senhas *Pacotes são fechados por tempo ou valor: se o usuário gastar menos minutos ou MB que contratado, paga o mesmo valor ** Os três são gratuitos e estão disponíveis para iOS e Android
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turismo
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Conheça os planos que as operadoras de telefonia oferecem no exteriorÉ possível viajar, usar o celular e não ser surpreendido com o preço (salgado) cobrado pelas operadoras no exterior. Para começar, dá para economizar com aplicativos como Skype e Viber: enquanto o primeiro permite chamadas internacionais a partir de R$ 0,05 o minuto –basta comprar crédito on-line–, o segundo faz ligações gratuitas. Para usar esses e outros aplicativos que precisam de internet, antes de viajar baixe ferramentas que rodam off- line e acham redes sem fio. Outra opção é comprar um chip local. A francesa Orange, por exemplo, tem plano só para chamadas internacionais a € 15 (R$ 44) por hora. Se a ideia é usar sua própria linha, é preciso habilitar o serviço de roaming internacional com a operadora. Veja abaixo os preços de cada uma CLARO PRÉ PAGO * 1 min = a partir de R$ 3,39 (Américas) e R$ 4,39 (Europa) PÓS PAGO * 25 min = R$ 44,90 (Américas) e R$ 79,90 (Europa, Ásia, África e Oceania) INTERNET * pré pago: 1 MB = R$ 2,99 (Américas) e R$ 3,99 (Europa) pós pago: 40 MB = R$ 69,20 (Américas); R$ 119,90 (Europa, Ásia, África e Oceania) * OI PRÉ PAGO * 1 min = a partir de R$ 2,99 (Américas), R$ 3,99 (Europa; R$ 1,99 em Portugal) e R$ 11,99 (Ásia, África e Oceania) PÓS PAGO * 30 min = R$ 49,90 (Américas e Europa) e R$ 149,90 (Ásia, África e Oceania) INTERNET * pré pago: 1 MB = R$ 8,99 (Américas), R$ 9,99 (Europa; R$ 3,99 em Portugal), R$ 44,99 (Ásia, África e Oceania) pós pago: 20 MB = R$ 39,90 (Américas e Europa); R$ 149,90 (Ásia, África e Oceania) * NEXTEL PRÉ PAGO * não oferece PÓS PAGO * 50 min = R$ 49,90 por mês; minuto adicional = R$ 1,50 (só em EUA, Peru, México e Chile) INTERNET * 30 MB (por dia) = R$ 14,90 (só em EUA, Peru, México e Chile) * TIM PRÉ PAGO * 1 min = a partir de R$ 2,99 PÓS PAGO * 50 min = R$ 29,90 (Américas, Europa e África) e R$ 69,90 (Ásia e Oceania) INTERNET * pré pago: 1 MB = R$ 9,90 (Américas) e R$ 3,99 (Europa) pós pago: 1 dia = R$ 29,90 (Américas); R$ 39,90 (Europa e África) e R$ 69,90 (Ásia e Oceania) * VIVO PRÉ PAGO * 1 min = a partir de R$ 2,99 PÓS PAGO * 50 min = R$ 99,90 (válidos por um mês); minuto adicional = R$ 1,99 INTERNET * pré pago: 1 MB = R$ 4,90 pós pago: 1 dia = R$ 29,90 (Américas e Europa); e R$ 59,90 (Ásia, África e Oceania) * APLICATIVOS ** WEFI PRO Definido pelos criadores como o "maior banco de dados de redes wi-fi do mundo", rastreia redes próximas ao usuário WI-FI FINDER Busca redes públicas e pagas. É possível salvar redes como favoritas e conectar-se a elas ao chegar ao local MANDIC MAGIC É preciso se cadastrar para usar o aplicativo, que fornece senhas de redes de wi-fi próximas - usuários abastecem o banco de senhas *Pacotes são fechados por tempo ou valor: se o usuário gastar menos minutos ou MB que contratado, paga o mesmo valor ** Os três são gratuitos e estão disponíveis para iOS e Android
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Banheiros unissex no escritório não oferecem refúgio para fofoqueiros
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No trabalho, fazer xixi sempre foi uma atividade segregada. No passado, os diretores se aliviavam em locais diferentes, mais refinados, do que os usados pelos trabalhadores comuns. Mais tarde, quando as hierarquias saíram de moda, o banheiro executivo foi abolido em nome da igualdade, e presidentes-executivos passaram a ter de urinar lado a lado com os subordinados mais humildes. No entanto, a segregação entre homens e mulheres nos lavatórios perdurou. Em lares, em aviões e em trens, os dois sexos dividem alegremente os mesmos toaletes, mas no trabalho isso continua a não acontecer. Essa segregação vem sendo ameaçada pela ascensão dos sanitários sem sexo definido. Desta vez, a questão nada tem a ver com a igualdade entre homens e mulheres. Ela surgiu porque, se a pessoa for transgênero, é difícil decidir qual dos dois sanitários deveria usar. Na Califórnia, foi aprovada uma lei este mês decretando que quaisquer banheiros públicos dotados de cabines separadas devem ser considerados unissex. A cadeia de cafés Starbucks está adotando esse tipo de banheiro, e as livrarias Barnes & Noble decidiram encorajar as pessoas a usar o sanitário que preferirem. Na semana passada, no festival anual de autocongratulação da Salesforce, em San Francisco, os banheiros não tinham definição de gênero. Além disso, cada um dos 15 mil participantes recebeu um crachá bonitinho no qual deveria colar um adesivo com seu pronome preferencial: ele, ela, ele/a ou "me pergunte". Imagino que isso seja uma notícia importante: para onde a Salesforce vai, todos a seguem. Mas banheiros unissex são boa ideia no trabalho? Fazer com que todo mundo urine no mesmo lugar certamente parece sensato. Em média, deixamos nossas cadeiras para ir ao banheiro três ou quatro vezes por dia, mas em lugar de isso ser uma oportunidade para networking amplo e aberto ao acaso, nos limitamos arbitrariamente a apenas uma fatia da força de trabalho. Eu consultei o pessoal do escritório para saber suas opiniões, e descobri que a grande divisão não acontece por sexo, mas por idade. O pessoal todo da geração milênio deu de ombros e disse que banheiros unissex não incomodam. Eles pareciam tão despreocupados que fiquei me sentindo ligeiramente embaraçada por ter feito a pergunta. Já os trabalhadores mais velhos não pareciam tão interessados na ideia. A maioria dos homens disse que não a apreciava, sem saber exatamente por quê. As mulheres se mostraram mais francas. Suas justificativas eram variadas: os banheiros masculinos cheiram mal. Elas não querem aplicar maquiagem diante dos colegas. O banheiro feminino é o lugar perfeito para chorar. Ou para fofocar. Ou serve como um refúgio muito necessário. Mas nenhuma dessas cinco razões parece conclusiva. Todos os banheiros cheiram mal, se não forem lavados com frequência, e portanto a resposta a isso é usar mais desinfetante. Quanto a maquiagem, eu aplico a minha de maneira tão amadora que prefiro que ninguém me veja fazê-lo. Se tivesse escolha, eu preferiria batalhar para aplicar um rímel grudento diante de um homem desinteressado do que diante de uma mulher que perceberia o quanto sou ruim na tarefa. Argumento semelhante se aplica ao choro. É verdade que as mulheres choram mais que os homens, e que, já que chorar na mesa de trabalho não é aceitável, tendemos a fazê-lo no banheiro. Mas nas poucas vezes em que deixei as lágrimas rolarem no escritório, meu principal objetivo era que ninguém visse. É possível que os homens prestem menos atenção a esse tipo de coisa, e a comentem menos, e por isso ter um deles lavando as mãos ao seu lado enquanto você enxuga os olhos vermelhos diante da pia talvez não seja má ideia. Também é verdade que acontece mais fofoca no banheiro feminino do que no masculino —no qual até onde sei o silêncio costuma prevalecer. Mas o sanitário é um lugar perigoso para papear, não importa o sexo dos envolvidos, porque não há como saber quem pode estar dentro de uma das cabines. Como refúgio, o banheiro do escritório é muito melhor —há momentos em que a privacidade conferida por uma porta trancada de cabine é exatamente aquilo de que uma pessoa precisa. Mas nesses casos, não acho que faça diferença que as pessoas invisíveis nas cabines do banheiro sejam homens ou mulheres. No entanto, existe uma razão melhor para os banheiros segregados. Enquanto metade do mundo da tecnologia estava reunido em San Francisco, eu fui a uma conferência rival de tecnologia na Europa. Já que quase todo mundo que trabalha no setor é homem, nas pausas para o café eu passei por uma experiência estranha. Havia longas filas para o banheiro masculino —e fila nenhuma para o feminino. Enquanto enxugava as mãos, comecei a conversar com as três outras mulheres que estavam no banheiro sobre os motivos para que o número delas fosse tão baixo no setor de tecnologia, e uma ideia me ocorreu: quando as mulheres representam uma minoria tão pequena, ter um banheiro só para elas é uma vantagem que vale a pena manter. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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colunas
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Banheiros unissex no escritório não oferecem refúgio para fofoqueirosNo trabalho, fazer xixi sempre foi uma atividade segregada. No passado, os diretores se aliviavam em locais diferentes, mais refinados, do que os usados pelos trabalhadores comuns. Mais tarde, quando as hierarquias saíram de moda, o banheiro executivo foi abolido em nome da igualdade, e presidentes-executivos passaram a ter de urinar lado a lado com os subordinados mais humildes. No entanto, a segregação entre homens e mulheres nos lavatórios perdurou. Em lares, em aviões e em trens, os dois sexos dividem alegremente os mesmos toaletes, mas no trabalho isso continua a não acontecer. Essa segregação vem sendo ameaçada pela ascensão dos sanitários sem sexo definido. Desta vez, a questão nada tem a ver com a igualdade entre homens e mulheres. Ela surgiu porque, se a pessoa for transgênero, é difícil decidir qual dos dois sanitários deveria usar. Na Califórnia, foi aprovada uma lei este mês decretando que quaisquer banheiros públicos dotados de cabines separadas devem ser considerados unissex. A cadeia de cafés Starbucks está adotando esse tipo de banheiro, e as livrarias Barnes & Noble decidiram encorajar as pessoas a usar o sanitário que preferirem. Na semana passada, no festival anual de autocongratulação da Salesforce, em San Francisco, os banheiros não tinham definição de gênero. Além disso, cada um dos 15 mil participantes recebeu um crachá bonitinho no qual deveria colar um adesivo com seu pronome preferencial: ele, ela, ele/a ou "me pergunte". Imagino que isso seja uma notícia importante: para onde a Salesforce vai, todos a seguem. Mas banheiros unissex são boa ideia no trabalho? Fazer com que todo mundo urine no mesmo lugar certamente parece sensato. Em média, deixamos nossas cadeiras para ir ao banheiro três ou quatro vezes por dia, mas em lugar de isso ser uma oportunidade para networking amplo e aberto ao acaso, nos limitamos arbitrariamente a apenas uma fatia da força de trabalho. Eu consultei o pessoal do escritório para saber suas opiniões, e descobri que a grande divisão não acontece por sexo, mas por idade. O pessoal todo da geração milênio deu de ombros e disse que banheiros unissex não incomodam. Eles pareciam tão despreocupados que fiquei me sentindo ligeiramente embaraçada por ter feito a pergunta. Já os trabalhadores mais velhos não pareciam tão interessados na ideia. A maioria dos homens disse que não a apreciava, sem saber exatamente por quê. As mulheres se mostraram mais francas. Suas justificativas eram variadas: os banheiros masculinos cheiram mal. Elas não querem aplicar maquiagem diante dos colegas. O banheiro feminino é o lugar perfeito para chorar. Ou para fofocar. Ou serve como um refúgio muito necessário. Mas nenhuma dessas cinco razões parece conclusiva. Todos os banheiros cheiram mal, se não forem lavados com frequência, e portanto a resposta a isso é usar mais desinfetante. Quanto a maquiagem, eu aplico a minha de maneira tão amadora que prefiro que ninguém me veja fazê-lo. Se tivesse escolha, eu preferiria batalhar para aplicar um rímel grudento diante de um homem desinteressado do que diante de uma mulher que perceberia o quanto sou ruim na tarefa. Argumento semelhante se aplica ao choro. É verdade que as mulheres choram mais que os homens, e que, já que chorar na mesa de trabalho não é aceitável, tendemos a fazê-lo no banheiro. Mas nas poucas vezes em que deixei as lágrimas rolarem no escritório, meu principal objetivo era que ninguém visse. É possível que os homens prestem menos atenção a esse tipo de coisa, e a comentem menos, e por isso ter um deles lavando as mãos ao seu lado enquanto você enxuga os olhos vermelhos diante da pia talvez não seja má ideia. Também é verdade que acontece mais fofoca no banheiro feminino do que no masculino —no qual até onde sei o silêncio costuma prevalecer. Mas o sanitário é um lugar perigoso para papear, não importa o sexo dos envolvidos, porque não há como saber quem pode estar dentro de uma das cabines. Como refúgio, o banheiro do escritório é muito melhor —há momentos em que a privacidade conferida por uma porta trancada de cabine é exatamente aquilo de que uma pessoa precisa. Mas nesses casos, não acho que faça diferença que as pessoas invisíveis nas cabines do banheiro sejam homens ou mulheres. No entanto, existe uma razão melhor para os banheiros segregados. Enquanto metade do mundo da tecnologia estava reunido em San Francisco, eu fui a uma conferência rival de tecnologia na Europa. Já que quase todo mundo que trabalha no setor é homem, nas pausas para o café eu passei por uma experiência estranha. Havia longas filas para o banheiro masculino —e fila nenhuma para o feminino. Enquanto enxugava as mãos, comecei a conversar com as três outras mulheres que estavam no banheiro sobre os motivos para que o número delas fosse tão baixo no setor de tecnologia, e uma ideia me ocorreu: quando as mulheres representam uma minoria tão pequena, ter um banheiro só para elas é uma vantagem que vale a pena manter. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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China barra posse de políticos jovens e pró-independência em Hong Kong
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O mais alto órgão do Legislativo chinês aprovou, nesta segunda (7), uma medida para barrar a posse de dois legisladores separatistas eleitos em Hong Kong em setembro —a intervenção mais direta no sistema legal e político do território desde que ele foi devolvido à China pelos britânicos, em 1997. A rara ação de Pequim ocorre após Yau Wai-ching, 25, e Baggio Leung, 30, terem alterado o script do juramento e prometido fidelidade à "nação Hong Kong", exibindo um cartaz dizendo que "Hong Kong não é a China", durante a cerimônia de juramento para o conselho legislativo do território, em outubro. Nesta segunda (7), o Congresso Nacional do Povo decidiu que legisladores devem jurar fidelidade a Hong Kong como parte da China e que candidatos seriam desqualificados se mudassem o juramento ou falhassem em fazê-lo com a necessária solenidade. Pequim decidiu negar uma segunda chance para que os dois prestassem novamente seus juramentos, manobra que contornou as cortes de Hong Kong, onde o caso está sendo ouvido, levantando mais dúvidas sobre a independência do Poder Judiciário do território. A perspectiva da decisão alimentou protestos na ex-colônia britânica neste domingo (6), que está agora em alerta para novos atos. Os britânicos devolveram Hong Kong para a China em 1997, sob a fórmula "um país, dois sistemas", que dá ao território um leque maior de autonomia, incluindo liberdade judicial guiada por uma espécie de "mini Constituição" chamada de Lei Básica. Os protestos na noite de domingo (6), relembraram a onda de protestos de 2014, que paralisou partes da ilha e ganhou manchetes no mundo com uma ameaça ao governo central de Pequim. Os manifestantes falharam em conseguir aumentar o grau de democracia, mas ampliaram o movimento pela independência. Neste domingo (6), a polícia de Hong Kong disparou sprays de pimenta contra os centenas de manifestantes neste domingo. Pequenas rixas estouraram quando alguns manifestantes lançaram garrafas na polícia. Pelo menos um integrante do protesto foi preso. Cerca de vinte manifestantes foram atingidos com spray de pimenta. RECEIO GLOBAL "Esse incidente nos mostra que a Lei Básica é um documento legal frágil e a chamada 'mini Constituição' pode ser modificada e controlada pela vontade do Partido Comunista Chinês", disse Joshua Wong, 20, um dos líderes dos protestos de 2014. Diplomatas estrangeiros acompanham de perto o caso e destacam a importância de manter o Estado de Direito para garantir a reputação do território —um dos mais internacionais centros financeiros e de negócios do mundo. O Reino Unido se disse preocupado. "Nós instamos os governos chinês e de Honh Kong e todos os políticos eleitos em Hong Kong de evitarem ações que podem alimentar preocupações e minar a confiança no princípio de um país e dois sistemas", disse uma porta-voz do governo britânico. Apesar de a decisão adotada por Pequim efetivamente barrar a posse dos dois políticos de Hong Kong, uma corte local ainda precisa decidir sobre o caso, levando em consideração a decisão do governo central.
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mundo
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China barra posse de políticos jovens e pró-independência em Hong KongO mais alto órgão do Legislativo chinês aprovou, nesta segunda (7), uma medida para barrar a posse de dois legisladores separatistas eleitos em Hong Kong em setembro —a intervenção mais direta no sistema legal e político do território desde que ele foi devolvido à China pelos britânicos, em 1997. A rara ação de Pequim ocorre após Yau Wai-ching, 25, e Baggio Leung, 30, terem alterado o script do juramento e prometido fidelidade à "nação Hong Kong", exibindo um cartaz dizendo que "Hong Kong não é a China", durante a cerimônia de juramento para o conselho legislativo do território, em outubro. Nesta segunda (7), o Congresso Nacional do Povo decidiu que legisladores devem jurar fidelidade a Hong Kong como parte da China e que candidatos seriam desqualificados se mudassem o juramento ou falhassem em fazê-lo com a necessária solenidade. Pequim decidiu negar uma segunda chance para que os dois prestassem novamente seus juramentos, manobra que contornou as cortes de Hong Kong, onde o caso está sendo ouvido, levantando mais dúvidas sobre a independência do Poder Judiciário do território. A perspectiva da decisão alimentou protestos na ex-colônia britânica neste domingo (6), que está agora em alerta para novos atos. Os britânicos devolveram Hong Kong para a China em 1997, sob a fórmula "um país, dois sistemas", que dá ao território um leque maior de autonomia, incluindo liberdade judicial guiada por uma espécie de "mini Constituição" chamada de Lei Básica. Os protestos na noite de domingo (6), relembraram a onda de protestos de 2014, que paralisou partes da ilha e ganhou manchetes no mundo com uma ameaça ao governo central de Pequim. Os manifestantes falharam em conseguir aumentar o grau de democracia, mas ampliaram o movimento pela independência. Neste domingo (6), a polícia de Hong Kong disparou sprays de pimenta contra os centenas de manifestantes neste domingo. Pequenas rixas estouraram quando alguns manifestantes lançaram garrafas na polícia. Pelo menos um integrante do protesto foi preso. Cerca de vinte manifestantes foram atingidos com spray de pimenta. RECEIO GLOBAL "Esse incidente nos mostra que a Lei Básica é um documento legal frágil e a chamada 'mini Constituição' pode ser modificada e controlada pela vontade do Partido Comunista Chinês", disse Joshua Wong, 20, um dos líderes dos protestos de 2014. Diplomatas estrangeiros acompanham de perto o caso e destacam a importância de manter o Estado de Direito para garantir a reputação do território —um dos mais internacionais centros financeiros e de negócios do mundo. O Reino Unido se disse preocupado. "Nós instamos os governos chinês e de Honh Kong e todos os políticos eleitos em Hong Kong de evitarem ações que podem alimentar preocupações e minar a confiança no princípio de um país e dois sistemas", disse uma porta-voz do governo britânico. Apesar de a decisão adotada por Pequim efetivamente barrar a posse dos dois políticos de Hong Kong, uma corte local ainda precisa decidir sobre o caso, levando em consideração a decisão do governo central.
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Suspense 'Rua Cloverfield, 10' prende o público com apenas três personagens
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LUIZA WOLF DE SÃO PAULO "Rua Cloverfield, 10" usa uma fórmula arriscada: o filme se passa quase inteiro em um único ambiente e conta com três personagens —à exceção de duas participações especiais. O modelo parece ter funcionado bem nesse longa, avaliado como ótimo pela crítica da Folha. Na trama, dirigida por Dan Trachtenberg e produzida por J.J. Abrams (de "Star Wars - O Despertar da Força"), Michelle (Mary Elizabeth Winstead) sai de casa depois de brigar com o noivo —o público apenas escuta a voz dele, mas preste atenção: é Bradley Cooper. Nervosa, ela dirige rápido demais e sofre um acidente. A jovem acorda em um abrigo subterrâneo e bem equipado, construído por Howard (John Goodman), um ex-fuzileiro da Marinha obcecado há anos com a ideia de enfrentar um apocalipse. Segundo ele, a tragédia chegou: o planeta foi atacado e o ar do exterior está contaminado. Michelle desconfia da justificativa: afinal, o homem parece ser desequilibrado. Mas um vizinho dele, Emmett (John Gallagher Jr.), também está no local e confirma a história. O enredo é simples, mas o filme agrada àqueles que gostam de ficção científica e de suspense. Não estranhe caso o título do longa pareça familiar: a história se passa no mesmo universo de "Cloverfield - Monstro" (2008), embora não tenha muitas conexões com ele. O produtor J.J. Abrams afirmou que, no futuro, as obras se conectarão. Veja salas e horários ASSISTA AO TRAILER DE "RUA CLOVERFIELD, 10" Veja o trailer
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saopaulo
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Suspense 'Rua Cloverfield, 10' prende o público com apenas três personagensLUIZA WOLF DE SÃO PAULO "Rua Cloverfield, 10" usa uma fórmula arriscada: o filme se passa quase inteiro em um único ambiente e conta com três personagens —à exceção de duas participações especiais. O modelo parece ter funcionado bem nesse longa, avaliado como ótimo pela crítica da Folha. Na trama, dirigida por Dan Trachtenberg e produzida por J.J. Abrams (de "Star Wars - O Despertar da Força"), Michelle (Mary Elizabeth Winstead) sai de casa depois de brigar com o noivo —o público apenas escuta a voz dele, mas preste atenção: é Bradley Cooper. Nervosa, ela dirige rápido demais e sofre um acidente. A jovem acorda em um abrigo subterrâneo e bem equipado, construído por Howard (John Goodman), um ex-fuzileiro da Marinha obcecado há anos com a ideia de enfrentar um apocalipse. Segundo ele, a tragédia chegou: o planeta foi atacado e o ar do exterior está contaminado. Michelle desconfia da justificativa: afinal, o homem parece ser desequilibrado. Mas um vizinho dele, Emmett (John Gallagher Jr.), também está no local e confirma a história. O enredo é simples, mas o filme agrada àqueles que gostam de ficção científica e de suspense. Não estranhe caso o título do longa pareça familiar: a história se passa no mesmo universo de "Cloverfield - Monstro" (2008), embora não tenha muitas conexões com ele. O produtor J.J. Abrams afirmou que, no futuro, as obras se conectarão. Veja salas e horários ASSISTA AO TRAILER DE "RUA CLOVERFIELD, 10" Veja o trailer
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Motociclista é arremessado após bater em carro no interior de SP; veja vídeo
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Um motociclista de 18 anos foi arremessado contra um caminhão após bater em um carro em Bragança Paulista (a 85 km de São Paulo). Imagens da câmera de segurança de uma borracharia mostra o momento em que o motociclista bate em um Fiat Strada cinza, que estava saindo para avenida. O motociclista voou e bateu em um caminhão que estava parado a cerca de dez metros do outro lado da via. Ele tentou levantar, mas não conseguiu. Apesar da forte batida, ele teve apenas pequenas fraturas na mão e no pé. O acidente aconteceu por volta das 17h na rua Rinzo Aoki, no bairro de Tanque Moinho, na última quarta (11). Jonas William de Godoi, 33, que trabalha na borracharia, diz que esses acidentes são bem comuns na via. Um dia antes, conta ele, um motociclista também bateu de frente a um carro pouco metros à frente da borracharia. "Os motoristas e motociclistas não respeitam e andam sempre em alta velocidade. Sempre tem acidente desse tipo na rua. Nós já reclamamos, já pedimos fiscalização, lombada, mas até agora nada", conta Godoi. "É um apelo de um cidadão que vive constantemente na avenida." A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Bragança Paulista, mas não obteve retorno a publicação do texto.
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cotidiano
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Motociclista é arremessado após bater em carro no interior de SP; veja vídeoUm motociclista de 18 anos foi arremessado contra um caminhão após bater em um carro em Bragança Paulista (a 85 km de São Paulo). Imagens da câmera de segurança de uma borracharia mostra o momento em que o motociclista bate em um Fiat Strada cinza, que estava saindo para avenida. O motociclista voou e bateu em um caminhão que estava parado a cerca de dez metros do outro lado da via. Ele tentou levantar, mas não conseguiu. Apesar da forte batida, ele teve apenas pequenas fraturas na mão e no pé. O acidente aconteceu por volta das 17h na rua Rinzo Aoki, no bairro de Tanque Moinho, na última quarta (11). Jonas William de Godoi, 33, que trabalha na borracharia, diz que esses acidentes são bem comuns na via. Um dia antes, conta ele, um motociclista também bateu de frente a um carro pouco metros à frente da borracharia. "Os motoristas e motociclistas não respeitam e andam sempre em alta velocidade. Sempre tem acidente desse tipo na rua. Nós já reclamamos, já pedimos fiscalização, lombada, mas até agora nada", conta Godoi. "É um apelo de um cidadão que vive constantemente na avenida." A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Bragança Paulista, mas não obteve retorno a publicação do texto.
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Sem reforma na Previdência, conflito vai ser crescente
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Para uma ideia das resistências a serem enfrentadas pelo teto para as despesas federais, basta apontar que a regra força deputados e senadores a fazer o que nunca fizeram: um Orçamento. Ou seja, definir a alocação de recursos finitos, cujo montante total não poderá ser alterado –com escolha de prioridades e, igualmente, de áreas a serem sacrificadas. Até aqui, a prática tem sido estabelecer compromissos permanentes de gastos setoriais: 15% da receita total para a saúde, 18% da arrecadação dos impostos para a educação, políticas de valorização do salário mínimo. A cada ano, quando chega a hora de votar a lei orçamentária, o Congresso simplesmente acrescenta despesas de seu interesse ao projeto elaborado pelo Executivo. Pela proposta apresentada pelo governo Michel Temer, o processo muda: não haverá mais como inflar o Orçamento com o truque de recalcular as receitas para cima. Para elevar um gasto proposto, será preciso reduzir outro. A bancada da saúde, por exemplo, poderá defender mais verbas para o SUS; terá de se entender, porém, com as bancadas da educação, do setor rural, do sindicalismo. Alguém terá de perder. Trata-se de um cenário inédito na arena política nacional desde a volta da democracia –no período, o costume foi acomodar demandas e conflitos com a expansão contínua da despesa. Além das áreas sociais, Legislativo e Judiciário também terão de entrar na fila. Os dois Poderes, também sujeitos ao teto, perdem autonomia para contratações de pessoal e reajustes salariais. Do lado do Executivo, a nova orientação força gestores a buscarem mais eficiência nos programas –algo não muito necessário quando há um aumento de recursos garantido todos os anos. Também nesse caso, muda-se uma prática de décadas. Na atual conjuntura de vacas magras, é mais fácil impor o teto proposto pelo presidente interino: afinal, as receitas estão encolhendo. Difícil será resistir ao apetite de políticos, lobistas e militantes quando a economia estiver mais favorável. Há ainda outra grande incógnita –a reforma da Previdência. Sem alteração das normas para a concessão de benefícios e o reajuste do salário mínimo, os gastos com aposentadorias e pensões continuarão crescendo acima da inflação, devido ao envelhecimento dos brasileiros. Nesse cenário, o cumprimento do limite para a despesa total exigirá achatar cada vez mais outras áreas, como defesa, segurança e infraestrutura, ampliando as distorções do Orçamento. Distribuição das despesas do governo central em 2015
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mercado
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Sem reforma na Previdência, conflito vai ser crescentePara uma ideia das resistências a serem enfrentadas pelo teto para as despesas federais, basta apontar que a regra força deputados e senadores a fazer o que nunca fizeram: um Orçamento. Ou seja, definir a alocação de recursos finitos, cujo montante total não poderá ser alterado –com escolha de prioridades e, igualmente, de áreas a serem sacrificadas. Até aqui, a prática tem sido estabelecer compromissos permanentes de gastos setoriais: 15% da receita total para a saúde, 18% da arrecadação dos impostos para a educação, políticas de valorização do salário mínimo. A cada ano, quando chega a hora de votar a lei orçamentária, o Congresso simplesmente acrescenta despesas de seu interesse ao projeto elaborado pelo Executivo. Pela proposta apresentada pelo governo Michel Temer, o processo muda: não haverá mais como inflar o Orçamento com o truque de recalcular as receitas para cima. Para elevar um gasto proposto, será preciso reduzir outro. A bancada da saúde, por exemplo, poderá defender mais verbas para o SUS; terá de se entender, porém, com as bancadas da educação, do setor rural, do sindicalismo. Alguém terá de perder. Trata-se de um cenário inédito na arena política nacional desde a volta da democracia –no período, o costume foi acomodar demandas e conflitos com a expansão contínua da despesa. Além das áreas sociais, Legislativo e Judiciário também terão de entrar na fila. Os dois Poderes, também sujeitos ao teto, perdem autonomia para contratações de pessoal e reajustes salariais. Do lado do Executivo, a nova orientação força gestores a buscarem mais eficiência nos programas –algo não muito necessário quando há um aumento de recursos garantido todos os anos. Também nesse caso, muda-se uma prática de décadas. Na atual conjuntura de vacas magras, é mais fácil impor o teto proposto pelo presidente interino: afinal, as receitas estão encolhendo. Difícil será resistir ao apetite de políticos, lobistas e militantes quando a economia estiver mais favorável. Há ainda outra grande incógnita –a reforma da Previdência. Sem alteração das normas para a concessão de benefícios e o reajuste do salário mínimo, os gastos com aposentadorias e pensões continuarão crescendo acima da inflação, devido ao envelhecimento dos brasileiros. Nesse cenário, o cumprimento do limite para a despesa total exigirá achatar cada vez mais outras áreas, como defesa, segurança e infraestrutura, ampliando as distorções do Orçamento. Distribuição das despesas do governo central em 2015
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Novo 'Vingadores' será filmado totalmente em Imax, avisam diretores
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Próximo filme com com um herói da Marvel, "Capitão América: Guerra Civil" ainda está em pós-produção e vai estrear só em abril de 2016. Mesmo assim, o assunto já é o próximo filme da franquia "Vingadores", que reúne os principais heróis do selo. Na China para falar de "Guerra Civil", os diretores Joe e Anthony Russo, que serão os diretores de "Vingadores: Guerra Infinita - Parte 1", avisaram. "Apenas sinto que o que melhor distingue os filmes home é o formato widescreen", disse Joe. "Porque você só sai de casa para ir ao cinema se for para ter uma experiência que não tem em casa", complementou. A ideia é filmar as duas partes de "Guerra Infinita" em Imax, formato que utilizaram por 20 minutos no novo "Capitão América". No filme Steve Rogers (Chris Evans) se torna o líder dos Vingadores e entra em rota de colisão com Tony Stark (Robert Downey Jr.), o Homem de Ferro, enquanto políticos buscam um meio de controlar os super-heróis.
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ilustrada
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Novo 'Vingadores' será filmado totalmente em Imax, avisam diretoresPróximo filme com com um herói da Marvel, "Capitão América: Guerra Civil" ainda está em pós-produção e vai estrear só em abril de 2016. Mesmo assim, o assunto já é o próximo filme da franquia "Vingadores", que reúne os principais heróis do selo. Na China para falar de "Guerra Civil", os diretores Joe e Anthony Russo, que serão os diretores de "Vingadores: Guerra Infinita - Parte 1", avisaram. "Apenas sinto que o que melhor distingue os filmes home é o formato widescreen", disse Joe. "Porque você só sai de casa para ir ao cinema se for para ter uma experiência que não tem em casa", complementou. A ideia é filmar as duas partes de "Guerra Infinita" em Imax, formato que utilizaram por 20 minutos no novo "Capitão América". No filme Steve Rogers (Chris Evans) se torna o líder dos Vingadores e entra em rota de colisão com Tony Stark (Robert Downey Jr.), o Homem de Ferro, enquanto políticos buscam um meio de controlar os super-heróis.
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De virada, Santos vence o Inter e encosta no G4 do Brasileiro
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O Santos começou perdendo o confronto diante do Internacional, em casa, neste domingo (27), mas conseguiu virar a partida e venceu os gaúchos por 3 a 1, em jogo válido pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado deixa o time paulista na quinta colocação, a dois pontos do Palmeiras, último time dentro da zona de classificação. Já o Internacional se distanciou do G4. Com a derrota, o time do técnico Argel Fucks caiu para a oitava colocação, com 41 pontos. Na próxima rodada, os santistas encaram o Fluminense, no domingo (4). Antes, o Santos tem o jogo de volta pelas quartas de final da Copa do Brasil contra o Figueirense, na quarta (30). Assim como o time de Dorival Júnior, o Inter tem um compromisso pela Copa do Brasil no meio da semana. Na quarta, a equipe do Rio Grande do Sul visita o Palmeiras, também pelas quartas de final da competição nacional, e pega o Sport, no sábado (3), pelo Campeonato Brasileiro. O JOGO Com a ausência de Ricardo Oliveira, que cumpriu suspensão, o atacante Nilson substituiu o artilheiro do Campeonato Brasileiro e mostrou uma boa movimentação no começo da partida. O Santos, então, ficou com três jogadores de mais mobilidade –Gabriel, Marquinhos Gabriel e Nilson– e foi para cima do Inter. A primeira chance de gol veio aos 6 min, com Lucas Lima. O santista chutou forte no meio do gol. Apesar da maior posse de bola e superioridade do time da Vila Belmiro, quem abriu o placar foram os visitantes. Veja vídeo Aos 23 min, Paulo Ricardo, do Santos, derrubou Juan na área e o juiz anotou o pênalti. Na cobrança, Valdívia chutou no canto direito do goleiro, que até foi na bola, mas não alcançou. Com o gol, a equipe gaúcha recuou e viu os donos da casa empatarem aos 36 min. Nilson recebeu no meio de campo e acionou Marquinhos Gabriel. O atacante dominou a bola e chutou forte para deixar tudo igual. Ainda no primeiro tempo, o substituto de Ricardo Oliveira quase virou a partida. O Santos voltou do intervalo com a postura que iniciou o jogo: congestionando o meio de campo e acionando os atacantes. Porém, dessa vez a tática deu certo, e, aos 13 min, Lucas Lima foi derrubado dentro da área e o juiz marcou outra penalidade. Gabriel bateu forte e virou o jogo. O time paulista se animou com o gol e quase ampliou aos 21 min. O volante Thiago Maia fez bonita jogada tirando dois marcadores do lance e chutou no travessão. A equipe comandada por Dorival Júnior não desistiu de fazer mais um e chegou ao terceiro com Leandro, aos 43 min.
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esporte
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De virada, Santos vence o Inter e encosta no G4 do BrasileiroO Santos começou perdendo o confronto diante do Internacional, em casa, neste domingo (27), mas conseguiu virar a partida e venceu os gaúchos por 3 a 1, em jogo válido pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado deixa o time paulista na quinta colocação, a dois pontos do Palmeiras, último time dentro da zona de classificação. Já o Internacional se distanciou do G4. Com a derrota, o time do técnico Argel Fucks caiu para a oitava colocação, com 41 pontos. Na próxima rodada, os santistas encaram o Fluminense, no domingo (4). Antes, o Santos tem o jogo de volta pelas quartas de final da Copa do Brasil contra o Figueirense, na quarta (30). Assim como o time de Dorival Júnior, o Inter tem um compromisso pela Copa do Brasil no meio da semana. Na quarta, a equipe do Rio Grande do Sul visita o Palmeiras, também pelas quartas de final da competição nacional, e pega o Sport, no sábado (3), pelo Campeonato Brasileiro. O JOGO Com a ausência de Ricardo Oliveira, que cumpriu suspensão, o atacante Nilson substituiu o artilheiro do Campeonato Brasileiro e mostrou uma boa movimentação no começo da partida. O Santos, então, ficou com três jogadores de mais mobilidade –Gabriel, Marquinhos Gabriel e Nilson– e foi para cima do Inter. A primeira chance de gol veio aos 6 min, com Lucas Lima. O santista chutou forte no meio do gol. Apesar da maior posse de bola e superioridade do time da Vila Belmiro, quem abriu o placar foram os visitantes. Veja vídeo Aos 23 min, Paulo Ricardo, do Santos, derrubou Juan na área e o juiz anotou o pênalti. Na cobrança, Valdívia chutou no canto direito do goleiro, que até foi na bola, mas não alcançou. Com o gol, a equipe gaúcha recuou e viu os donos da casa empatarem aos 36 min. Nilson recebeu no meio de campo e acionou Marquinhos Gabriel. O atacante dominou a bola e chutou forte para deixar tudo igual. Ainda no primeiro tempo, o substituto de Ricardo Oliveira quase virou a partida. O Santos voltou do intervalo com a postura que iniciou o jogo: congestionando o meio de campo e acionando os atacantes. Porém, dessa vez a tática deu certo, e, aos 13 min, Lucas Lima foi derrubado dentro da área e o juiz marcou outra penalidade. Gabriel bateu forte e virou o jogo. O time paulista se animou com o gol e quase ampliou aos 21 min. O volante Thiago Maia fez bonita jogada tirando dois marcadores do lance e chutou no travessão. A equipe comandada por Dorival Júnior não desistiu de fazer mais um e chegou ao terceiro com Leandro, aos 43 min.
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Bolsa da China recua 6% com pânico de 'estouro de bolha' no país
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As Bolsas chinesas tiveram nesta quarta (8) mais um dia de pânico, que paralisou quase metade dos negócios com ações de empresas do país e levou o governo a acelerar seu programa de compra de papéis corporativos para conter a maior queda nos preços das ações em 20 anos. O desastre com as ações chinesas, que ocorre quando as atenções dos mercados globais estão voltadas para a crise na Grécia, já é visto como um possível "estouro de bolha" na China, país que mantém forte expansão na Bolsa e na economia desde 2007. O índice CSI300 das maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen fechou em queda de 6,8%, enquanto o índice geral da Bolsa de Xangai, indicador de referência na China, registrou uma forte queda de 5,9%, apesar das novas medidas anunciadas pelo governo para tentar estabilizar o mercado. Bolsa de Xangai O índice, que ontem fechou com uma queda de 1,29% após um breve respiro de alta na segunda-feira depois de uma série de intervenções das autoridades, caminha rumo ao pior mês de sua história ao acumular perdas de 29% nas três últimas semanas. Na sexta (3), as Bolsas chinesas já tinham experimentado forte retração, o que foi chamado de Sexta-Feira Negra na China. Refletindo a instabilidade chinesa, o dólar voltou a ter forte valorização sobre o real nesta quarta-feira (8). O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou com alta de 1,27% sobre o real, cotado em R$ 3,229 na venda — o maior valor desde 30 de março, quando a moeda americana valia R$ 3,246. Às 14h20 (de Brasília), o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançava 1,50%, a R$ 3,233. O preço do minério de ferro na China despencou 11% nesta quarta, atingindo sua menor cotação em 10 anos. A China é o principal mercado da brasileira Vale, maior produtora global de minério de ferro. 940 EMPRESAS SUSPENDEM NEGOCIAÇÕES Após atingirem em meados de junho sua maior alta em sete anos, as ações chinesas passaram a desabar na semana passada, quando os bancos chineses reduziram a oferta de crédito para os investidores cumprirem suas obrigações (pagamento de margens de transação) com as Bolsas. Isso teria levado à suspensão dos negócios em várias corretoras e agentes do mercado de ações. Segundo o jornal britânico "Financial Times" somente nesta quarta, 173 grupos listados nas bolsas de Xangai e Shenzhen suspenderam o comércio de ações. No total, já são 940 empresas, ou mais de um terço das companhias listadas nas duas bolsas. As ações já perderam US$ 3 trilhões em valor. Para conter o pânico, o governo chinês fez até um apelo às empresas para implementarem planos de recompra. O próprio governo tem comprado papéis de empresas consideradas estratégicas para segurar os preços nas Bolsas. Nesta quarta, com quase metade do mercado com negociação suspensa, os investidores remanescentes com posições consideradas insustentáveis foram forçados a se livrarem de ações para as quais pudessem achar compradores, especialmente os papéis de grandes empresas —as chamadas blue chips—, que até então eram sustentadas por fundos de estabilização no começo da semana e sofreram a maior parte do impacto. "Nunca vi esse tipo de queda antes. Não acho que alguém tenha visto. A liquidez está totalmente esgotada", disse o analista da Northeast Securities Du Changchun. "Originalmente, muitos queriam manter as blue chips. Mas com tantas small caps suspensas das negociações, a única maneira de reduzir a exposição de risco é vender as blue chips." * PERGUNTAS E RESPOSTAS O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A BOLSA CHINESA? Depois de atingir seu nível recorde em meados de junho, o mercado vem despencando, perdendo um terço do seu valor, cerca de US$ 3,5 trilhões. MAS O QUE DETONOU ESSE MOVIMENTO? Não está claro. Uma das hipóteses é que seja um movimento de pânico, em que uma queda na Bolsa detona uma forte de venda de ações, que, por sua vez, derruba a Bolsa novamente, e assim por diante. O GOVERNO CHINÊS NÃO VAI FAZER NADA? Ele tomou algumas medidas nos últimos dias, mas sem efeito. A mais recente foi usar dinheiro do banco central para adquirir ações. Taxas foram cortadas para facilitar compras de papéis e IPOs (oferta pública de ações) foram suspensos, por exemplo. A CULPA É DOS INVESTIDORES ESTRANGEIROS? Essa é uma tese popular entre os chineses, mas parece improvável. Os investidores estrangeiros detêm apenas 2% das ações do país. COM A FATIA ESTRANGEIRA TÃO PEQUENA, O BRASIL ESTÁ IMUNE? Não. Os chineses são grandes compradores das nossas commodities (petróleo, soja, minério de ferro etc.) e uma crise no país deve diminuir não só o consumo do país desses produtos, como também os preços.
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mercado
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Bolsa da China recua 6% com pânico de 'estouro de bolha' no paísAs Bolsas chinesas tiveram nesta quarta (8) mais um dia de pânico, que paralisou quase metade dos negócios com ações de empresas do país e levou o governo a acelerar seu programa de compra de papéis corporativos para conter a maior queda nos preços das ações em 20 anos. O desastre com as ações chinesas, que ocorre quando as atenções dos mercados globais estão voltadas para a crise na Grécia, já é visto como um possível "estouro de bolha" na China, país que mantém forte expansão na Bolsa e na economia desde 2007. O índice CSI300 das maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen fechou em queda de 6,8%, enquanto o índice geral da Bolsa de Xangai, indicador de referência na China, registrou uma forte queda de 5,9%, apesar das novas medidas anunciadas pelo governo para tentar estabilizar o mercado. Bolsa de Xangai O índice, que ontem fechou com uma queda de 1,29% após um breve respiro de alta na segunda-feira depois de uma série de intervenções das autoridades, caminha rumo ao pior mês de sua história ao acumular perdas de 29% nas três últimas semanas. Na sexta (3), as Bolsas chinesas já tinham experimentado forte retração, o que foi chamado de Sexta-Feira Negra na China. Refletindo a instabilidade chinesa, o dólar voltou a ter forte valorização sobre o real nesta quarta-feira (8). O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou com alta de 1,27% sobre o real, cotado em R$ 3,229 na venda — o maior valor desde 30 de março, quando a moeda americana valia R$ 3,246. Às 14h20 (de Brasília), o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançava 1,50%, a R$ 3,233. O preço do minério de ferro na China despencou 11% nesta quarta, atingindo sua menor cotação em 10 anos. A China é o principal mercado da brasileira Vale, maior produtora global de minério de ferro. 940 EMPRESAS SUSPENDEM NEGOCIAÇÕES Após atingirem em meados de junho sua maior alta em sete anos, as ações chinesas passaram a desabar na semana passada, quando os bancos chineses reduziram a oferta de crédito para os investidores cumprirem suas obrigações (pagamento de margens de transação) com as Bolsas. Isso teria levado à suspensão dos negócios em várias corretoras e agentes do mercado de ações. Segundo o jornal britânico "Financial Times" somente nesta quarta, 173 grupos listados nas bolsas de Xangai e Shenzhen suspenderam o comércio de ações. No total, já são 940 empresas, ou mais de um terço das companhias listadas nas duas bolsas. As ações já perderam US$ 3 trilhões em valor. Para conter o pânico, o governo chinês fez até um apelo às empresas para implementarem planos de recompra. O próprio governo tem comprado papéis de empresas consideradas estratégicas para segurar os preços nas Bolsas. Nesta quarta, com quase metade do mercado com negociação suspensa, os investidores remanescentes com posições consideradas insustentáveis foram forçados a se livrarem de ações para as quais pudessem achar compradores, especialmente os papéis de grandes empresas —as chamadas blue chips—, que até então eram sustentadas por fundos de estabilização no começo da semana e sofreram a maior parte do impacto. "Nunca vi esse tipo de queda antes. Não acho que alguém tenha visto. A liquidez está totalmente esgotada", disse o analista da Northeast Securities Du Changchun. "Originalmente, muitos queriam manter as blue chips. Mas com tantas small caps suspensas das negociações, a única maneira de reduzir a exposição de risco é vender as blue chips." * PERGUNTAS E RESPOSTAS O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A BOLSA CHINESA? Depois de atingir seu nível recorde em meados de junho, o mercado vem despencando, perdendo um terço do seu valor, cerca de US$ 3,5 trilhões. MAS O QUE DETONOU ESSE MOVIMENTO? Não está claro. Uma das hipóteses é que seja um movimento de pânico, em que uma queda na Bolsa detona uma forte de venda de ações, que, por sua vez, derruba a Bolsa novamente, e assim por diante. O GOVERNO CHINÊS NÃO VAI FAZER NADA? Ele tomou algumas medidas nos últimos dias, mas sem efeito. A mais recente foi usar dinheiro do banco central para adquirir ações. Taxas foram cortadas para facilitar compras de papéis e IPOs (oferta pública de ações) foram suspensos, por exemplo. A CULPA É DOS INVESTIDORES ESTRANGEIROS? Essa é uma tese popular entre os chineses, mas parece improvável. Os investidores estrangeiros detêm apenas 2% das ações do país. COM A FATIA ESTRANGEIRA TÃO PEQUENA, O BRASIL ESTÁ IMUNE? Não. Os chineses são grandes compradores das nossas commodities (petróleo, soja, minério de ferro etc.) e uma crise no país deve diminuir não só o consumo do país desses produtos, como também os preços.
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Morre no Rio a atriz gaúcha Maria Della Costa, aos 89 anos
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Morreu neste sábado (24), aos 89 anos, no Rio, a atriz de teatro Maria Della Costa. Ela estava internada no hospital Samaritano, em Botafogo (zona sul da cidade). A causa da morte não foi divulgada pela unidade médica, mas segundo pessoas próximas à atriz, teria sido edema pulmonar agudo. A previsão é de que o velório da artista seja realizado neste domingo (25), no Theatro Municipal, centro da cidade. Nascida Gentile Maria Marchioro, no dia 1º de janeiro de 1926, em Flores da Cunha (RS), ela teve seu primeiro papel numa adaptação de "A Moreninha", de Joaquim Manuel de Macedo, levada aos palcos pela companhia de Bibi Ferreira em 1944 —na ocasião, era casada com o produtor Fernando de Barros. No ano seguinte ela, que pela grande beleza vivia de trabalhos paralelos em cassinos e em desfiles de modas, mudou-se para Portugal, estudando teatro no Conservatório Dramático de Lisboa. A volta, em 1946, marcou o reinício da carreira em "A Rainha Morta" —na peça de Henry de Montherlant montada pelo grupo Os Comediantes, ela fazia o papel da protagonista, Inês de Castro, sob direção do polonês Ziembinski (1908-1978), já renomado pela antológica montagem "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues, de 1943. Sandro Polloni, que ela conheceria no elenco de "A Rainha Morta", se tornaria seu segundo marido. Ao lado dele, a atriz fundaria, em 1948, o Teatro Popular de Arte (TPA). Polloni passou dos palcos aos bastidores, tornando-se produtor do grupo, notabilizado pelo repertório inovador. Eles montariam peças de brasileiros como Nelson Rodrigues ("Anjo Negro"), Plínio Marcos ("Homens de Papel") e Gianfrancesco Guarnieri ("Gimba"), e de estrangeiros como Arthur Miller ("Depois da Queda"). As peças, que quase sempre contavam com a atuação de Della Costa, eram dirigidas por nomes como o então novato Flávio Rangel e Gianni Ratto –que viria da Itália para dirigir "O Canto da Cotovia", de Anouilh, com a atriz no papel principal de Joana d'Arc, inaugurando a sede da companhia, em 1954. O casal se lançara à empreitada de construir a sala como "consequência natural da falta de teatros em São Paulo, como aliás em todo o Brasil", segundo declararam à imprensa na época. O TPA fez em 1958 a primeira montagem profissional de uma peça de Brecht no Brasil, "A Alma Boa de Set-Suan". Maria Della Costa seria aclamada por críticos como Décio de Almeida Prado no duplo papel da protagonista Chen-Te/Chui-Tá da peça dirigida por Flaminio Bollini. Ela já atuara antes sob a direção do italiano, em sua única passagem pelo TBC, ao lado de Paulo Autran, na peça "Ralé", de Górki, em 1951. A partir de 1973, quando atuou na marcante montagem de Antunes Filho para "Bodas de Sangue", sua intensidade nos palcos diminuiu. Sua última atuação no teatro seria na peça "Típico Romântico", em 1992. Della Costa teve também papéis no cinema, em filmes como "O Cavalo 13" (1946) e "O Malandro e a Grã-fina" (1947), ambos de Luiz de Barros; "Inocência" (1949), de Fernando de Barros e Luiz de Barros e no premiado "Areião" (1952), do italiano Camillo Mastrocinque. Teve presença também na televisão: fez a novela "Beto Rockfeller", na extinta TV Tupi, em 1968, e na TV Globo atuou em "Estúpido Cupido" (1976) e "Te contei?" (1978). Entre 1980 e 2014, ela viveu na fluminense Paraty, onde manteve até 2011 a pousada Coxixo. Viúva de Polloni desde 1995, ela não deixa filhos.
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ilustrada
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Morre no Rio a atriz gaúcha Maria Della Costa, aos 89 anosMorreu neste sábado (24), aos 89 anos, no Rio, a atriz de teatro Maria Della Costa. Ela estava internada no hospital Samaritano, em Botafogo (zona sul da cidade). A causa da morte não foi divulgada pela unidade médica, mas segundo pessoas próximas à atriz, teria sido edema pulmonar agudo. A previsão é de que o velório da artista seja realizado neste domingo (25), no Theatro Municipal, centro da cidade. Nascida Gentile Maria Marchioro, no dia 1º de janeiro de 1926, em Flores da Cunha (RS), ela teve seu primeiro papel numa adaptação de "A Moreninha", de Joaquim Manuel de Macedo, levada aos palcos pela companhia de Bibi Ferreira em 1944 —na ocasião, era casada com o produtor Fernando de Barros. No ano seguinte ela, que pela grande beleza vivia de trabalhos paralelos em cassinos e em desfiles de modas, mudou-se para Portugal, estudando teatro no Conservatório Dramático de Lisboa. A volta, em 1946, marcou o reinício da carreira em "A Rainha Morta" —na peça de Henry de Montherlant montada pelo grupo Os Comediantes, ela fazia o papel da protagonista, Inês de Castro, sob direção do polonês Ziembinski (1908-1978), já renomado pela antológica montagem "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues, de 1943. Sandro Polloni, que ela conheceria no elenco de "A Rainha Morta", se tornaria seu segundo marido. Ao lado dele, a atriz fundaria, em 1948, o Teatro Popular de Arte (TPA). Polloni passou dos palcos aos bastidores, tornando-se produtor do grupo, notabilizado pelo repertório inovador. Eles montariam peças de brasileiros como Nelson Rodrigues ("Anjo Negro"), Plínio Marcos ("Homens de Papel") e Gianfrancesco Guarnieri ("Gimba"), e de estrangeiros como Arthur Miller ("Depois da Queda"). As peças, que quase sempre contavam com a atuação de Della Costa, eram dirigidas por nomes como o então novato Flávio Rangel e Gianni Ratto –que viria da Itália para dirigir "O Canto da Cotovia", de Anouilh, com a atriz no papel principal de Joana d'Arc, inaugurando a sede da companhia, em 1954. O casal se lançara à empreitada de construir a sala como "consequência natural da falta de teatros em São Paulo, como aliás em todo o Brasil", segundo declararam à imprensa na época. O TPA fez em 1958 a primeira montagem profissional de uma peça de Brecht no Brasil, "A Alma Boa de Set-Suan". Maria Della Costa seria aclamada por críticos como Décio de Almeida Prado no duplo papel da protagonista Chen-Te/Chui-Tá da peça dirigida por Flaminio Bollini. Ela já atuara antes sob a direção do italiano, em sua única passagem pelo TBC, ao lado de Paulo Autran, na peça "Ralé", de Górki, em 1951. A partir de 1973, quando atuou na marcante montagem de Antunes Filho para "Bodas de Sangue", sua intensidade nos palcos diminuiu. Sua última atuação no teatro seria na peça "Típico Romântico", em 1992. Della Costa teve também papéis no cinema, em filmes como "O Cavalo 13" (1946) e "O Malandro e a Grã-fina" (1947), ambos de Luiz de Barros; "Inocência" (1949), de Fernando de Barros e Luiz de Barros e no premiado "Areião" (1952), do italiano Camillo Mastrocinque. Teve presença também na televisão: fez a novela "Beto Rockfeller", na extinta TV Tupi, em 1968, e na TV Globo atuou em "Estúpido Cupido" (1976) e "Te contei?" (1978). Entre 1980 e 2014, ela viveu na fluminense Paraty, onde manteve até 2011 a pousada Coxixo. Viúva de Polloni desde 1995, ela não deixa filhos.
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Em Pequim, Vladimir Putin toca piano antes de encontrar presidente chinês
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, roubou a cena na noite deste domingo (14) em Pequim. Enquanto esperava para conversar com o presidente da China, Xi Jinping, o russo mostrou suas habilidades ao piano com duas melodias: "Evening Song", de Vasily Solovyov-Sedoi, e "Moscow Windows", de Tikhon Khrennikov. Ambas as canções são dos final da década de 1950, quando Putin, 64, ainda era criança. "Evening Song" é considerada um hino não oficial de São Petersburgo, a cidade natal de Putin. O presidente da Rússia está na China para o fórum "One Belt, One Road", um plano de US$ 1 trilhão para infraestrutura e desenvolvimento econômico de 60 países A performance parecia casual, só que não. Um cinegrafista estava a postos, e o vídeo do recital improvisado circulou rapidamente na mídia estatal russa.
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mundo
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Em Pequim, Vladimir Putin toca piano antes de encontrar presidente chinêsO presidente da Rússia, Vladimir Putin, roubou a cena na noite deste domingo (14) em Pequim. Enquanto esperava para conversar com o presidente da China, Xi Jinping, o russo mostrou suas habilidades ao piano com duas melodias: "Evening Song", de Vasily Solovyov-Sedoi, e "Moscow Windows", de Tikhon Khrennikov. Ambas as canções são dos final da década de 1950, quando Putin, 64, ainda era criança. "Evening Song" é considerada um hino não oficial de São Petersburgo, a cidade natal de Putin. O presidente da Rússia está na China para o fórum "One Belt, One Road", um plano de US$ 1 trilhão para infraestrutura e desenvolvimento econômico de 60 países A performance parecia casual, só que não. Um cinegrafista estava a postos, e o vídeo do recital improvisado circulou rapidamente na mídia estatal russa.
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Dólar cai após Banco Central elevar intervenção no câmbio; Bolsa recua
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O dólar tem queda nesta sexta-feira (7), um dia após o Banco Central anunciar que aumentará a intervenção no mercado cambial para tentar conter uma valorização maior da moeda americana. Dados de emprego nos Estados Unidos reforçam a expectativa de um aumento nos juros no país em setembro e contêm uma depreciação maior do dólar. Às 11h04, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha queda de 0,36%, para R$ 3,521. No horário, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, caía 0,39%, também para R$ 3,521. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, registra a segunda queda consecutiva. Às 11h05, o índice tinha desvalorização de 1,21%, para 49.404 pontos. A queda do dólar ocorre após o Banco Central ampliar a oferta de contratos conhecidos como swap cambial. Antes do anúncio, o BC mantinha a disposição de diminuir, gradualmente, a oferta desses contratos. A expectativa, até então, era de rolar apenas 60% dos contratos existentes. Para o leilão desta sexta, o BC elevou de 6.000 para 11 mil o volume de contratos oferecidos. Se mantiver o novo ritmo até o fim do mês, o BC vai renovar praticamente 100% do lote desses contratos que vence em setembro. "A decisão foi uma maneira de o Banco Central reconhecer que o real está enfraquecido. Mas, ao fazer esse reconhecimento, ele pode piorar o cenário e iniciar um cabo de guerra com o mercado que não deveríamos ver nesse momento", avalia Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. "O câmbio tem que flutuar. Não pode haver uma mudança de posicionamento do BC, é tudo que o mercado não gostaria", ressalta. EUA O desemprego nos Estados Unidos se manteve estável em 5,3% em julho, mês em que foram criados 215 mil postos de trabalho no país. O índice repetiu o padrão de mais de 200 mil vagas registrado em 16 dos últimos 17 meses -março de 2015 registrou a criação de 85 mil vagas. Mas ficou abaixo da média de 246 mil vagas criadas nos últimos 12 meses. "Os níveis são suficientemente tranquilos para que a normalização da política monetária comece nos Estados Unidos. Mas ainda acho que o Fed (Federal Reserve, banco central americano) deve começar a aumentar as taxas de juros em janeiro, pois o preço do petróleo está atrasando a recuperação da economia americana", afirma Figueredo, da Clear. O aumento dos juros nos EUA deixaria os títulos do Tesouro americano -cuja remuneração acompanha essa taxa e que são considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em emergentes, como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. Com a menor oferta de dólares, a cotação do dólar seria pressionada para cima. BOLSA Após abrirem em alta, as ações da Petrobras passaram a cair nesta sexta-feira, um dia após a divulgação do resultado da companhia no segundo trimestre. A empresa registrou lucro de R$ 531 milhões, queda de 89,3% em relação aos R$ 4,96 bilhões de igual período do ano passado. O balanço mostrou que a estatal continua sofrendo o impacto do menor preço do barril de petróleo, que desvaloriza seu principal produto, e também da venda menor de combustíveis, em função da piora da economia. "O resultado foi positivo, assim como a maneira como o presidente da empresa [Aldemir Bendine] colocou os dados. Mas o mercado está com uma aversão ao risco muito forte", diz Figueredo, da Clear. Às 11h01, as ações mais negociadas da petrolífera tinham queda de 2,22%, para R$ 10,08. No horário, os papéis ordinários caíam 2,09%, para R$ 11,22. As ações da mineradora Vale caem após três dias seguidos de alta. Às 11h02, os papéis preferenciais registravam queda de 2,68%, para R$ 15,25. As ações ordinárias caíam 2,55%, para R$ 19,08, no horário.
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mercado
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Dólar cai após Banco Central elevar intervenção no câmbio; Bolsa recuaO dólar tem queda nesta sexta-feira (7), um dia após o Banco Central anunciar que aumentará a intervenção no mercado cambial para tentar conter uma valorização maior da moeda americana. Dados de emprego nos Estados Unidos reforçam a expectativa de um aumento nos juros no país em setembro e contêm uma depreciação maior do dólar. Às 11h04, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha queda de 0,36%, para R$ 3,521. No horário, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, caía 0,39%, também para R$ 3,521. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, registra a segunda queda consecutiva. Às 11h05, o índice tinha desvalorização de 1,21%, para 49.404 pontos. A queda do dólar ocorre após o Banco Central ampliar a oferta de contratos conhecidos como swap cambial. Antes do anúncio, o BC mantinha a disposição de diminuir, gradualmente, a oferta desses contratos. A expectativa, até então, era de rolar apenas 60% dos contratos existentes. Para o leilão desta sexta, o BC elevou de 6.000 para 11 mil o volume de contratos oferecidos. Se mantiver o novo ritmo até o fim do mês, o BC vai renovar praticamente 100% do lote desses contratos que vence em setembro. "A decisão foi uma maneira de o Banco Central reconhecer que o real está enfraquecido. Mas, ao fazer esse reconhecimento, ele pode piorar o cenário e iniciar um cabo de guerra com o mercado que não deveríamos ver nesse momento", avalia Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. "O câmbio tem que flutuar. Não pode haver uma mudança de posicionamento do BC, é tudo que o mercado não gostaria", ressalta. EUA O desemprego nos Estados Unidos se manteve estável em 5,3% em julho, mês em que foram criados 215 mil postos de trabalho no país. O índice repetiu o padrão de mais de 200 mil vagas registrado em 16 dos últimos 17 meses -março de 2015 registrou a criação de 85 mil vagas. Mas ficou abaixo da média de 246 mil vagas criadas nos últimos 12 meses. "Os níveis são suficientemente tranquilos para que a normalização da política monetária comece nos Estados Unidos. Mas ainda acho que o Fed (Federal Reserve, banco central americano) deve começar a aumentar as taxas de juros em janeiro, pois o preço do petróleo está atrasando a recuperação da economia americana", afirma Figueredo, da Clear. O aumento dos juros nos EUA deixaria os títulos do Tesouro americano -cuja remuneração acompanha essa taxa e que são considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em emergentes, como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. Com a menor oferta de dólares, a cotação do dólar seria pressionada para cima. BOLSA Após abrirem em alta, as ações da Petrobras passaram a cair nesta sexta-feira, um dia após a divulgação do resultado da companhia no segundo trimestre. A empresa registrou lucro de R$ 531 milhões, queda de 89,3% em relação aos R$ 4,96 bilhões de igual período do ano passado. O balanço mostrou que a estatal continua sofrendo o impacto do menor preço do barril de petróleo, que desvaloriza seu principal produto, e também da venda menor de combustíveis, em função da piora da economia. "O resultado foi positivo, assim como a maneira como o presidente da empresa [Aldemir Bendine] colocou os dados. Mas o mercado está com uma aversão ao risco muito forte", diz Figueredo, da Clear. Às 11h01, as ações mais negociadas da petrolífera tinham queda de 2,22%, para R$ 10,08. No horário, os papéis ordinários caíam 2,09%, para R$ 11,22. As ações da mineradora Vale caem após três dias seguidos de alta. Às 11h02, os papéis preferenciais registravam queda de 2,68%, para R$ 15,25. As ações ordinárias caíam 2,55%, para R$ 19,08, no horário.
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Atirador mata uma pessoa em campus de faculdade no Texas, afirma polícia
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Um homem matou uma mulher em uma faculdade comunitária em Irving, próximo a Dallas, no Estado americano do Texas, nesta quarta-feira (3), segundo a polícia local. O porta-voz da polícia, James McLellan, afirmou que dois corpos foram encontrados em um prédio no campus no que aparentou ser um assassinato seguido de suicídio. Foto A faculdade North Lake emitiu um alerta no final da manhã desta quarta-feira, pedindo aos alunos que montassem barricadas no quarto mais próximo e aguardassem instruções da polícia. O alerta pedia ainda que a área do campus da instituição fosse evitada. Segundo McLellan, o atirador, visto em filmagens de uma câmera de segurança, era branco e usava uma camisa regata laranja. Trata-se do segundo incidente do tipo em um campus universitário nos EUA em menos de duas semanas. A identidade do atirador e da vítima não foi revelada até o momento, nem se eles se conheciam.
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Atirador mata uma pessoa em campus de faculdade no Texas, afirma políciaUm homem matou uma mulher em uma faculdade comunitária em Irving, próximo a Dallas, no Estado americano do Texas, nesta quarta-feira (3), segundo a polícia local. O porta-voz da polícia, James McLellan, afirmou que dois corpos foram encontrados em um prédio no campus no que aparentou ser um assassinato seguido de suicídio. Foto A faculdade North Lake emitiu um alerta no final da manhã desta quarta-feira, pedindo aos alunos que montassem barricadas no quarto mais próximo e aguardassem instruções da polícia. O alerta pedia ainda que a área do campus da instituição fosse evitada. Segundo McLellan, o atirador, visto em filmagens de uma câmera de segurança, era branco e usava uma camisa regata laranja. Trata-se do segundo incidente do tipo em um campus universitário nos EUA em menos de duas semanas. A identidade do atirador e da vítima não foi revelada até o momento, nem se eles se conheciam.
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Tomada por barricadas da oposição, Caracas tem votação com poucas filas
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Do alto dos viadutos e pelas avenidas de Caracas que ligam os bairros de classe média e alta (anti-chavistas) com o centro (chavista), o que mais se via neste começo de tarde de domingo (30), dia da votação da Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro, eram grupos de motociclistas. Pouca gente tirou o carro da garagem, para não correr o risco de ficar preso entre as barricadas levantadas pelos opositores. No meio da pista de um dos viadutos, a Folha conversou com um manifestante, que ali havia estacionado sua moto e orientava grupos com informações transmitidas por meio de um microfone instalado em seu capacete. "Estão reprimindo em Las Mercedes, agora a concentração está indo na direção de Bello Monte", informava ele, por meio de um microfone instalado em seu capacete, a um grupo que se encontrava perto desse bairro. Depois, disse à reportagem, "os coletivos estão rodando em motos individuais para ver onde estão os manifestantes, aí informam a GNB (Guarda Nacional Bolivariana) e eles chegam em grupos mais numerosos. É uma caçada", afirmou. De fato, enquanto o homem, que não quis se identificar, dizia isso, na pista debaixo do viaduto via-se uma imensa fila de oficiais sobre motos, vestindo o uniforme da GNB e se dirigindo para um dos locais de concentração da marcha opositora. CENTRO Enquanto isso, no centro da cidade, governada pelo chavismo, havia mais gente caminhando pelas ruas e ocupando as praças. Muitos iam rumo aos mercados, onde havia filas para comprar comida. Também abundavam as barracas de venda informal de pães, frutas, ovos e arepas (massa à base de farinha de milho, típica do país). Dos centros residenciais populares construídos pelo chavismo se ouvia música, e crianças jogavam e brincavam diante deles. A aparência era a de um domingo normal. Os postos de votação estavam mais cheios nessa região do que os dos bairros onde a oposição predomina. Em nenhum, porém, a reportagem observou filas muito numerosas. O que, sim, havia em todos eram carros e oficiais da GNB, que impediam a aproximação da imprensa. Na região central, via-se mais propaganda da eleição, com cartazes dizendo: "a Constituição sim, vai ocorrer", e muitas pessoas com a camiseta com esses mesmos dizeres ou com imagens e broches de Hugo Chávez (1954-2013). Ao redor do palácio de Miraflores, sede do Executivo, muitos transitavam normalmente a pé, em moto ou carro, mas tinham de desviar das trincheiras e cercas improvisadas de arame farpado que vigiam as vias de entrada do edifício.
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Tomada por barricadas da oposição, Caracas tem votação com poucas filasDo alto dos viadutos e pelas avenidas de Caracas que ligam os bairros de classe média e alta (anti-chavistas) com o centro (chavista), o que mais se via neste começo de tarde de domingo (30), dia da votação da Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro, eram grupos de motociclistas. Pouca gente tirou o carro da garagem, para não correr o risco de ficar preso entre as barricadas levantadas pelos opositores. No meio da pista de um dos viadutos, a Folha conversou com um manifestante, que ali havia estacionado sua moto e orientava grupos com informações transmitidas por meio de um microfone instalado em seu capacete. "Estão reprimindo em Las Mercedes, agora a concentração está indo na direção de Bello Monte", informava ele, por meio de um microfone instalado em seu capacete, a um grupo que se encontrava perto desse bairro. Depois, disse à reportagem, "os coletivos estão rodando em motos individuais para ver onde estão os manifestantes, aí informam a GNB (Guarda Nacional Bolivariana) e eles chegam em grupos mais numerosos. É uma caçada", afirmou. De fato, enquanto o homem, que não quis se identificar, dizia isso, na pista debaixo do viaduto via-se uma imensa fila de oficiais sobre motos, vestindo o uniforme da GNB e se dirigindo para um dos locais de concentração da marcha opositora. CENTRO Enquanto isso, no centro da cidade, governada pelo chavismo, havia mais gente caminhando pelas ruas e ocupando as praças. Muitos iam rumo aos mercados, onde havia filas para comprar comida. Também abundavam as barracas de venda informal de pães, frutas, ovos e arepas (massa à base de farinha de milho, típica do país). Dos centros residenciais populares construídos pelo chavismo se ouvia música, e crianças jogavam e brincavam diante deles. A aparência era a de um domingo normal. Os postos de votação estavam mais cheios nessa região do que os dos bairros onde a oposição predomina. Em nenhum, porém, a reportagem observou filas muito numerosas. O que, sim, havia em todos eram carros e oficiais da GNB, que impediam a aproximação da imprensa. Na região central, via-se mais propaganda da eleição, com cartazes dizendo: "a Constituição sim, vai ocorrer", e muitas pessoas com a camiseta com esses mesmos dizeres ou com imagens e broches de Hugo Chávez (1954-2013). Ao redor do palácio de Miraflores, sede do Executivo, muitos transitavam normalmente a pé, em moto ou carro, mas tinham de desviar das trincheiras e cercas improvisadas de arame farpado que vigiam as vias de entrada do edifício.
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Delcídio retorna ao Senado e pede desculpas ao país por erros cometidos
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Cinco meses após ter se afastado de seus trabalhos no Senado por ter sido preso na Operação Lava Jato, o senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) retornou à Casa nesta segunda-feira (9) para apresentar sua defesa no processo de cassação a que responde por quebra de decoro parlamentar. Por cerca de 15 minutos, o senador falou à Comissão de Constituição e Justiça onde pediu desculpas pelos "constrangimentos" que causou, segundo ele, não só ao Senado mas a todos os brasileiros, especialmente aos cidadãos do Mato Grosso do Sul. Ele também agradeceu ao apoio de sua família e de sua equipe de gabinete. "O que passei, eu não desejaria a nenhum dos meus inimigos", disse com a voz embargada. Delcídio sustentou que não cometeu crimes que possam levar à sua cassação e afirmou que agiu a mando do governo da presidente Dilma Rousseff. "Eu não roubei, não desviei dinheiro, não tenho conta no exterior. Estou sendo acusado de obstrução de Justiça. E isso quando eu, como líder do governo, inadvertidamente errei mas agi a mando. Eu errei mas vou perder o mandato?", afirmou aos colegas. O senador criticou o andamento do processo que, em sua avaliação, foi o "mais célere" que já viu na Casa e reclamou que a comissão negligenciou documentos importantes do caso. "Estão queimando etapas de forma inacreditável. Estou aqui há 13 anos e nunca vi tanta celeridade. Estava aqui quando tentaram cassar os ex-presidentes José Sarney e Renan Calheiros. Ninguém precisa me contar como as coisas aconteceram porque eu vi", disse. Aos colegas, Delcídio disse que a forma como seu processo está tramitando pode abrir precedentes para que outros casos também sejam analisados rapidamente. De acordo com ele, houve restrição de sua defesa porque seus advogados não obtiveram documentos integrantes do processo e a íntegra da gravação em que foi flagrado tentando negociar a fuga do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não foi anexada aos autos do caso. "Esse processo pode virar padrão para outros casos. Basta ler jornal e acompanhar o que está acontecendo no Brasil para saber que outros processos virão", disse. ASSESSORES Delcídio também dedicou parte de sua defesa a elogios ao seu ex-chefe de gabinete, Diogo Ferreira Rodrigues, que também foi preso em novembro do ano passado sob a acusação de ter ajudado o senador nas tentativas de evitar uma delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. "Se ele agiu de forma inadequada, agiu porque eu determinei. E hoje estamos pagando, assumindo o ônus por tudo o que cometemos", disse, após ter feito elogios à competência e lealdade do antigo subordinado. Em sua fala, Delcídio criticou a decisão do Senado, tomada a mando do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), de exonerar Diogo e também o assessor de imprensa do senador, Eduardo Marzagão, em março. Ele foi o autor das gravações que mostraram o ministro Aloizio Mercadante (Educação) em conversas com o assessor para evitar uma delação premiada de Delcídio. Na época, Marzagão acusou a Casa de ter tomado uma decisão política. "Eu ouvi em algumas situações que eu, Delcídio, havia mandado gravar as conversas. Não é verdade. Eu não mandei isso. Eu soube a posteriori. E eu entendi porque ele fez. Não fui contra. Aí, ele foi demitido por quebra de confiança. Que quebra de confiança? Eu nem fui consultado. Colocaram na rua dois pais de família", disse aos colegas. O parecer que recomenda a perda do mandato do senador já foi aprovado no Conselho de Ética da Casa na semana passada. O colegiado tentou ouvir o senador por cinco vezes mas Delcídio não compareceu em nenhum momento. Agora, a CCJ precisa apenas confirmar se o processo não incorreu em erros jurídicos. Se for aprovado, o caso seguirá para votação no plenário do Senado. Na semana passada, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que a votação aconteceria nesta terça (10). Se o plenário do Senado referendar a decisão do Conselho de Ética, Delcídio terá seu mandato cassado e ficará oito anos inelegível. PRESSÃO Como revelou a Folha, a presidente Dilma Rousseff tem pressionado Renan a pautar a votação da cassação de Delcídio no plenário da Casa antes da apreciação da admissibilidade do impeachment da petista porque ela não quer ter entre seus algozes alguém que foi líder do seu governo no ano passado. Delcídio já declarou publicamente sua intenção de votar pelo impeachment. O senador ocupou o posto até ser preso em 25 de novembro. Após o episódio, ele relatou a interlocutores ter se sentido abandonado pelo pelo PT e pelo governo, que condenaram suas atitudes. Uma conversa sua com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró foi gravada e entregue à Justiça. Nela, Delcídio oferecia ajuda à família e traçava um plano de fuga para o pai de Bernardo como forma de convencê-lo a não contar o que sabia sobre os esquemas de corrupção da Petrobras. Após a prisão, Delcídio admitiu envolvimento no petrolão e fechou acordo de delação premiada, implicando 74 pessoas no esquema. Solto em 19 de fevereiro, ele pediu seguidas licenças médicas. Na semana passada, ele fez um novo pedido de licença, desta vez por cem dias, para tratar de "assuntos pessoais".
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poder
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Delcídio retorna ao Senado e pede desculpas ao país por erros cometidosCinco meses após ter se afastado de seus trabalhos no Senado por ter sido preso na Operação Lava Jato, o senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) retornou à Casa nesta segunda-feira (9) para apresentar sua defesa no processo de cassação a que responde por quebra de decoro parlamentar. Por cerca de 15 minutos, o senador falou à Comissão de Constituição e Justiça onde pediu desculpas pelos "constrangimentos" que causou, segundo ele, não só ao Senado mas a todos os brasileiros, especialmente aos cidadãos do Mato Grosso do Sul. Ele também agradeceu ao apoio de sua família e de sua equipe de gabinete. "O que passei, eu não desejaria a nenhum dos meus inimigos", disse com a voz embargada. Delcídio sustentou que não cometeu crimes que possam levar à sua cassação e afirmou que agiu a mando do governo da presidente Dilma Rousseff. "Eu não roubei, não desviei dinheiro, não tenho conta no exterior. Estou sendo acusado de obstrução de Justiça. E isso quando eu, como líder do governo, inadvertidamente errei mas agi a mando. Eu errei mas vou perder o mandato?", afirmou aos colegas. O senador criticou o andamento do processo que, em sua avaliação, foi o "mais célere" que já viu na Casa e reclamou que a comissão negligenciou documentos importantes do caso. "Estão queimando etapas de forma inacreditável. Estou aqui há 13 anos e nunca vi tanta celeridade. Estava aqui quando tentaram cassar os ex-presidentes José Sarney e Renan Calheiros. Ninguém precisa me contar como as coisas aconteceram porque eu vi", disse. Aos colegas, Delcídio disse que a forma como seu processo está tramitando pode abrir precedentes para que outros casos também sejam analisados rapidamente. De acordo com ele, houve restrição de sua defesa porque seus advogados não obtiveram documentos integrantes do processo e a íntegra da gravação em que foi flagrado tentando negociar a fuga do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não foi anexada aos autos do caso. "Esse processo pode virar padrão para outros casos. Basta ler jornal e acompanhar o que está acontecendo no Brasil para saber que outros processos virão", disse. ASSESSORES Delcídio também dedicou parte de sua defesa a elogios ao seu ex-chefe de gabinete, Diogo Ferreira Rodrigues, que também foi preso em novembro do ano passado sob a acusação de ter ajudado o senador nas tentativas de evitar uma delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. "Se ele agiu de forma inadequada, agiu porque eu determinei. E hoje estamos pagando, assumindo o ônus por tudo o que cometemos", disse, após ter feito elogios à competência e lealdade do antigo subordinado. Em sua fala, Delcídio criticou a decisão do Senado, tomada a mando do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), de exonerar Diogo e também o assessor de imprensa do senador, Eduardo Marzagão, em março. Ele foi o autor das gravações que mostraram o ministro Aloizio Mercadante (Educação) em conversas com o assessor para evitar uma delação premiada de Delcídio. Na época, Marzagão acusou a Casa de ter tomado uma decisão política. "Eu ouvi em algumas situações que eu, Delcídio, havia mandado gravar as conversas. Não é verdade. Eu não mandei isso. Eu soube a posteriori. E eu entendi porque ele fez. Não fui contra. Aí, ele foi demitido por quebra de confiança. Que quebra de confiança? Eu nem fui consultado. Colocaram na rua dois pais de família", disse aos colegas. O parecer que recomenda a perda do mandato do senador já foi aprovado no Conselho de Ética da Casa na semana passada. O colegiado tentou ouvir o senador por cinco vezes mas Delcídio não compareceu em nenhum momento. Agora, a CCJ precisa apenas confirmar se o processo não incorreu em erros jurídicos. Se for aprovado, o caso seguirá para votação no plenário do Senado. Na semana passada, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que a votação aconteceria nesta terça (10). Se o plenário do Senado referendar a decisão do Conselho de Ética, Delcídio terá seu mandato cassado e ficará oito anos inelegível. PRESSÃO Como revelou a Folha, a presidente Dilma Rousseff tem pressionado Renan a pautar a votação da cassação de Delcídio no plenário da Casa antes da apreciação da admissibilidade do impeachment da petista porque ela não quer ter entre seus algozes alguém que foi líder do seu governo no ano passado. Delcídio já declarou publicamente sua intenção de votar pelo impeachment. O senador ocupou o posto até ser preso em 25 de novembro. Após o episódio, ele relatou a interlocutores ter se sentido abandonado pelo pelo PT e pelo governo, que condenaram suas atitudes. Uma conversa sua com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró foi gravada e entregue à Justiça. Nela, Delcídio oferecia ajuda à família e traçava um plano de fuga para o pai de Bernardo como forma de convencê-lo a não contar o que sabia sobre os esquemas de corrupção da Petrobras. Após a prisão, Delcídio admitiu envolvimento no petrolão e fechou acordo de delação premiada, implicando 74 pessoas no esquema. Solto em 19 de fevereiro, ele pediu seguidas licenças médicas. Na semana passada, ele fez um novo pedido de licença, desta vez por cem dias, para tratar de "assuntos pessoais".
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Flertando com o fracasso
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SÃO PAULO - A sensação é a de que o governo está desmilinguindo. A conjunção das crises econômica e política, ampliada pelos inéditos índices de rejeição a Dilma (nunca antes na história deste país um presidente foi tão impopular) e pelo inesgotável fluxo de pouco abonadoras informações policiais, tende a ser fatal para o partido no poder. O PT deverá pagar um preço político alto nos próximos pleitos. Não dá para dizer que é injusto, já que o partido não só está envolvido no que pode ser descrito como uma orgia de corrupção mas também cometeu erros graves na condução da economia. Parece-me precipitado, porém, decretar desde já que o caos e a anomia se assenhorearam de Brasília. Os sucessivos golpes que o Congresso, em especial a Câmara, dispara contra o governo comportam vários adjetivos, mas não podem ser qualificados como irracionais. As pautas-bomba, que poderiam terminar de afundar as contas públicas, têm pelo menos dois anteparos: o Senado, discretamente mais responsável que a Câmara, e o veto presidencial. O cálculo de certos deputados é que eles podem, numa só tacada, posar de amigos de segmentos do eleitorado, pressionar o governo a liberar verbas e cargos (caso da chamada base aliada) e ainda impor maior desgaste a Dilma e ao PT (objetivos da base aliada e da oposição). Em princípio, tudo isso é possível mesmo, mas não é um jogo sem riscos. Em primeiro lugar, no curto prazo, ele alimenta a instabilidade política e a incerteza econômica, o que contribui para tornar a recessão mais intensa e mais prolongada do que o estritamente necessário. O problema maior, porém, é que, enquanto políticos se dedicam a seus projetos pessoais, o país deixa de tratar da questão que realmente importa, que é rediscutir os termos do pacto social. Enquanto continuarmos fingindo que temos renda para ser uma Suécia, seguiremos estruturalmente condenados a flertar com fracasso.
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colunas
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Flertando com o fracassoSÃO PAULO - A sensação é a de que o governo está desmilinguindo. A conjunção das crises econômica e política, ampliada pelos inéditos índices de rejeição a Dilma (nunca antes na história deste país um presidente foi tão impopular) e pelo inesgotável fluxo de pouco abonadoras informações policiais, tende a ser fatal para o partido no poder. O PT deverá pagar um preço político alto nos próximos pleitos. Não dá para dizer que é injusto, já que o partido não só está envolvido no que pode ser descrito como uma orgia de corrupção mas também cometeu erros graves na condução da economia. Parece-me precipitado, porém, decretar desde já que o caos e a anomia se assenhorearam de Brasília. Os sucessivos golpes que o Congresso, em especial a Câmara, dispara contra o governo comportam vários adjetivos, mas não podem ser qualificados como irracionais. As pautas-bomba, que poderiam terminar de afundar as contas públicas, têm pelo menos dois anteparos: o Senado, discretamente mais responsável que a Câmara, e o veto presidencial. O cálculo de certos deputados é que eles podem, numa só tacada, posar de amigos de segmentos do eleitorado, pressionar o governo a liberar verbas e cargos (caso da chamada base aliada) e ainda impor maior desgaste a Dilma e ao PT (objetivos da base aliada e da oposição). Em princípio, tudo isso é possível mesmo, mas não é um jogo sem riscos. Em primeiro lugar, no curto prazo, ele alimenta a instabilidade política e a incerteza econômica, o que contribui para tornar a recessão mais intensa e mais prolongada do que o estritamente necessário. O problema maior, porém, é que, enquanto políticos se dedicam a seus projetos pessoais, o país deixa de tratar da questão que realmente importa, que é rediscutir os termos do pacto social. Enquanto continuarmos fingindo que temos renda para ser uma Suécia, seguiremos estruturalmente condenados a flertar com fracasso.
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Brasil tem 2.165 casos suspeitos de microcefalia e 134 confirmados
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Em uma semana, o número de casos em investigação de recém-nascidos com suspeita de microcefalia cresceu 22%. Ao todo, o país registra 2.165 casos suspeitos da má-formação em 549 municípios de 19 Estados e do Distrito Federal, verificados a partir do diagnóstico inicial, que ocorre pela medida da cabeça do bebê. A maioria foi registrada nos últimos três meses, segundo o Ministério da Saúde. No total, houve 2.401 notificações até o dia 12 de dezembro, mas 102 destes casos foram descartados e 134 foram confirmados após exames. Para comparação, na última semana, havia 1.761 bebês com suspeita de microcefalia em 13 Estados e no DF. Os novos Estados a informarem ao governo federal um aumento nas notificações são Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, São Paulo e Rio Grande do Sul. Microcefalia no Brasil De acordo com o balanço, Pernambuco ainda concentra o maior número de casos em investigação, com 874 registros suspeitos e 29 confirmados, seguido da Paraíba, com 322 suspeitos e 19 confirmados. Há ainda casos em investigação na Bahia (316), Rio Grande do Norte (101), Sergipe (33), Alagoas (107), Ceará (79), Mato Grosso (72), Maranhão (56), Rio de Janeiro (57), Tocantins (43), Piauí (39), Minas Gerais (33) e Espírito Santo (14), São Paulo (6), Goiás (4), Mato Grosso do Sul (3), Pará (3), Distrito Federal (2) e Rio Grande do Sul (1). No Sergipe e Rio Grande do Norte, foram confirmados, respectivamente, outros 51 e 35 casos. O número de mortes suspeitas também cresceu e já atinge 26 registros entre o total de casos. Destes, um já foi confirmado -caso de um bebê com microcefalia no Ceará que morreu minutos após o parto. Outras duas mortes chegaram a ser investigadas, mas exames descartaram que elas tenham ocorrido pelos mesmos motivos. VÍRUS ZIKA O avanço nos registros de microcefalia fez o país decretar emergência nacional em saúde pública. É a primeira vez que a medida é tomada desde que a possibilidade passou a existir, em 2011. O Ministério da Saúde considera que o aumento tem relação com a chegada do zika ao país. O vírus, que é transmitido pelo mesmo mosquito da dengue, o Aedes aegypti, foi identificado no Brasil em maio deste ano. Hoje, o vírus tem circulação confirmada em 18 Estados. Exames feitos no bebê que morreu após o parto no Ceará apontaram a presença do vírus em amostras de sangue e tecidos. Resultado semelhante ocorreu após análise do líquido amniótico coletado de duas grávidas da Paraíba cujos fetos foram identificados com microcefalia ainda durante a gestação. Entenda a microcefalia Apesar dos números de casos suspeitos de microcefalia continuarem a crescer, já é possível identificar uma diminuição no ritmo de novos casos no país. O cenário, no entanto, ainda é incerto. "Quando tem uma definição nova de casos, há uma sensibilização das equipes, que começam a notificar rapidamente e eventualmente captam falsos positivos. Passado um tempo o sistema fica mais específico. Pode ser que isso esteja acontecendo. Outra possibilidade é que já estejamos próximos do pico dessa doença, e que em seguida tenha uma estabilização e começa a cair. Não temos hoje como saber se é uma coisa ou se é outra", afirma o diretor de vigilância de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. Segundo o diretor, entre os 102 casos já descartados, estão situações em que a microcefalia não foi confirmada ou foi causada por outros fatores que não o zika, como citomegalovírus e toxoplasmose, entre outros. NOTIFICAÇÃO Maierovitch diz ainda que o Ministério da Saúde já estuda mudar o modelo de notificação, feito pelos serviços de saúde, dos casos de infecção pelo vírus zika no país. A doença é caracterizada por manchas vermelhas na pele, coceira, febre baixa ou ausência de febre e dores no corpo. Uma das possibilidades, ainda é estudo, é adotar um modelo semelhante ao da dengue, em que casos suspeitos da doença são identificados por meio de exames clínicos. A ideia, com isso, é ter um cenário mais próximo do número real de infecções por zika. Em maio, após a identificação do vírus no país, a pasta optou por adotar um modelo que informa apenas os Estados onde há circulação do vírus. Na época, a avaliação era que o vírus zika causava uma doença "branda", com poucos sintomas, e não preocupava. Questionado, Maierovitch diz que não é possível afirmar se houve erro na avaliação. "É uma situação tão desconhecida quanto seria um jogo de azar. Não era possível naquele momento ter qualquer previsão [sobre o zika] do ponto de vista de sua gravidade", afirma. VIAGENS O diretor recomenda que as pessoas redobrem os cuidados em viagens de fim do ano. "Em qualquer tipo de doença transmissível, toda movimentação de pessoas acelera a disseminação da doença. Esse é um temor e uma preocupação que estamos verificando junto com a Anvisa", afirma, em referência à possibilidade de elaborar novas recomendações aos viajantes como forma de aumentar a proteção contra o zika. A pasta também negocia com a agência reguladora e empresas farmacêuticas a distribuição de repelentes no SUS como forma de prevenir o contato de gestantes com o mosquito que transmite o zika.
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cotidiano
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Brasil tem 2.165 casos suspeitos de microcefalia e 134 confirmadosEm uma semana, o número de casos em investigação de recém-nascidos com suspeita de microcefalia cresceu 22%. Ao todo, o país registra 2.165 casos suspeitos da má-formação em 549 municípios de 19 Estados e do Distrito Federal, verificados a partir do diagnóstico inicial, que ocorre pela medida da cabeça do bebê. A maioria foi registrada nos últimos três meses, segundo o Ministério da Saúde. No total, houve 2.401 notificações até o dia 12 de dezembro, mas 102 destes casos foram descartados e 134 foram confirmados após exames. Para comparação, na última semana, havia 1.761 bebês com suspeita de microcefalia em 13 Estados e no DF. Os novos Estados a informarem ao governo federal um aumento nas notificações são Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, São Paulo e Rio Grande do Sul. Microcefalia no Brasil De acordo com o balanço, Pernambuco ainda concentra o maior número de casos em investigação, com 874 registros suspeitos e 29 confirmados, seguido da Paraíba, com 322 suspeitos e 19 confirmados. Há ainda casos em investigação na Bahia (316), Rio Grande do Norte (101), Sergipe (33), Alagoas (107), Ceará (79), Mato Grosso (72), Maranhão (56), Rio de Janeiro (57), Tocantins (43), Piauí (39), Minas Gerais (33) e Espírito Santo (14), São Paulo (6), Goiás (4), Mato Grosso do Sul (3), Pará (3), Distrito Federal (2) e Rio Grande do Sul (1). No Sergipe e Rio Grande do Norte, foram confirmados, respectivamente, outros 51 e 35 casos. O número de mortes suspeitas também cresceu e já atinge 26 registros entre o total de casos. Destes, um já foi confirmado -caso de um bebê com microcefalia no Ceará que morreu minutos após o parto. Outras duas mortes chegaram a ser investigadas, mas exames descartaram que elas tenham ocorrido pelos mesmos motivos. VÍRUS ZIKA O avanço nos registros de microcefalia fez o país decretar emergência nacional em saúde pública. É a primeira vez que a medida é tomada desde que a possibilidade passou a existir, em 2011. O Ministério da Saúde considera que o aumento tem relação com a chegada do zika ao país. O vírus, que é transmitido pelo mesmo mosquito da dengue, o Aedes aegypti, foi identificado no Brasil em maio deste ano. Hoje, o vírus tem circulação confirmada em 18 Estados. Exames feitos no bebê que morreu após o parto no Ceará apontaram a presença do vírus em amostras de sangue e tecidos. Resultado semelhante ocorreu após análise do líquido amniótico coletado de duas grávidas da Paraíba cujos fetos foram identificados com microcefalia ainda durante a gestação. Entenda a microcefalia Apesar dos números de casos suspeitos de microcefalia continuarem a crescer, já é possível identificar uma diminuição no ritmo de novos casos no país. O cenário, no entanto, ainda é incerto. "Quando tem uma definição nova de casos, há uma sensibilização das equipes, que começam a notificar rapidamente e eventualmente captam falsos positivos. Passado um tempo o sistema fica mais específico. Pode ser que isso esteja acontecendo. Outra possibilidade é que já estejamos próximos do pico dessa doença, e que em seguida tenha uma estabilização e começa a cair. Não temos hoje como saber se é uma coisa ou se é outra", afirma o diretor de vigilância de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. Segundo o diretor, entre os 102 casos já descartados, estão situações em que a microcefalia não foi confirmada ou foi causada por outros fatores que não o zika, como citomegalovírus e toxoplasmose, entre outros. NOTIFICAÇÃO Maierovitch diz ainda que o Ministério da Saúde já estuda mudar o modelo de notificação, feito pelos serviços de saúde, dos casos de infecção pelo vírus zika no país. A doença é caracterizada por manchas vermelhas na pele, coceira, febre baixa ou ausência de febre e dores no corpo. Uma das possibilidades, ainda é estudo, é adotar um modelo semelhante ao da dengue, em que casos suspeitos da doença são identificados por meio de exames clínicos. A ideia, com isso, é ter um cenário mais próximo do número real de infecções por zika. Em maio, após a identificação do vírus no país, a pasta optou por adotar um modelo que informa apenas os Estados onde há circulação do vírus. Na época, a avaliação era que o vírus zika causava uma doença "branda", com poucos sintomas, e não preocupava. Questionado, Maierovitch diz que não é possível afirmar se houve erro na avaliação. "É uma situação tão desconhecida quanto seria um jogo de azar. Não era possível naquele momento ter qualquer previsão [sobre o zika] do ponto de vista de sua gravidade", afirma. VIAGENS O diretor recomenda que as pessoas redobrem os cuidados em viagens de fim do ano. "Em qualquer tipo de doença transmissível, toda movimentação de pessoas acelera a disseminação da doença. Esse é um temor e uma preocupação que estamos verificando junto com a Anvisa", afirma, em referência à possibilidade de elaborar novas recomendações aos viajantes como forma de aumentar a proteção contra o zika. A pasta também negocia com a agência reguladora e empresas farmacêuticas a distribuição de repelentes no SUS como forma de prevenir o contato de gestantes com o mosquito que transmite o zika.
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Ministra critica fala de Maduro sobre Macri
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A chanceler argentina, Susana Malcorra, rebateu as críticas do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ao mandatário argentino Mauricio Macri, dizendo que ele precisa ser mais "cuidadoso" com suas declarações. "É preciso ser muito cuidadoso com o uso das palavras, sobretudo quando se chega a posições de liderança", disse Malcorra em Buenos Aires na noite da última quinta-feira (6). Segundo a chanceler, apesar de Maduro e Macri terem perspectivas diferentes sobre o modelo de estado que desejam para seus países, "essa não é uma razão para destratar o presidente" argentino. Na última quarta, Maduro disse que "Macri é um sicário político da oligarquia e do imperialismo, [designado] para acabar com a economia e o povo argentino e depois ir embora". O venezuelano ainda chamou Macri de "fantoche do imperialismo". Maduro respondeu às declarações de Macri e do presidente brasileiro Michel Temer, nesta semana, de que Caracas ficará de fora do Mercosul se não cumprir todos os compromissos que assumiu há quatro anos, ao ser admitida no bloco. Em setembro, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai decidiram criar uma presidência colegiada, sem a participação da Venezuela, e deram prazo a Caracas até 1º de dezembro para se adequar.
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mundo
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Ministra critica fala de Maduro sobre MacriA chanceler argentina, Susana Malcorra, rebateu as críticas do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ao mandatário argentino Mauricio Macri, dizendo que ele precisa ser mais "cuidadoso" com suas declarações. "É preciso ser muito cuidadoso com o uso das palavras, sobretudo quando se chega a posições de liderança", disse Malcorra em Buenos Aires na noite da última quinta-feira (6). Segundo a chanceler, apesar de Maduro e Macri terem perspectivas diferentes sobre o modelo de estado que desejam para seus países, "essa não é uma razão para destratar o presidente" argentino. Na última quarta, Maduro disse que "Macri é um sicário político da oligarquia e do imperialismo, [designado] para acabar com a economia e o povo argentino e depois ir embora". O venezuelano ainda chamou Macri de "fantoche do imperialismo". Maduro respondeu às declarações de Macri e do presidente brasileiro Michel Temer, nesta semana, de que Caracas ficará de fora do Mercosul se não cumprir todos os compromissos que assumiu há quatro anos, ao ser admitida no bloco. Em setembro, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai decidiram criar uma presidência colegiada, sem a participação da Venezuela, e deram prazo a Caracas até 1º de dezembro para se adequar.
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Brasileiro Luan Oliveira vira protagonista do 'show' do street skate
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O gaúcho Luan Oliveira, 24, é conhecido desde sua adolescência como uma das grandes promessas do skate brasileiro no estilo "street" (com pistas que simulam obstáculos urbanos, como corrimões e desníveis). Nos últimos meses, ele tem dado provas de que alcançou o pico de sua trajetória até o momento, seja em termos técnicos, publicitários ou financeiros. Em dezembro de 2014, ele ganhou votação na internet para decidir o skatista mais querido pelo público. Seu estilo que mistura técnica e arrojo é apontado como um dos motivos do carinho do público. Em 12 de julho, ele venceu a primeira etapa de 2015 da Street League Skateboarding (SLS), em Los Angeles. Ele se tornou o primeiro brasileiro a conseguir o feito– a competição existe desde 2010 e reúne os melhores atletas da modalidade. "Na verdade pra mim parecia um sonho, eu realmente não esperava vencer essa primeira etapa. Mas que eu estava 100% focado em acertar as minhas manobras, ah, isso eu estava. Eu só pensei em me divertir, andar de skate e acertar todas manobras possíveis", conta Luan. Outros skatistas alcançaram feitos competitivos equivalentes ou superiores no passado -Rodil de Araújo Jr. conquistou cinco medalhas de ouro nos X-Games, por exemplo–, mas a premiação de US$ 100 mil é um marco nos ganhos dos skatistas brasileiros no estilo "street.". Os valores pagos por competições da SLS são os maiores da história da modalidade. Com oito patrocinadores, entre eles as gigantes Nike e Oakley, Luan diz que ganha "o suficiente para viver bem e confortável". Carismático e técnico, ele é um dos protagonistas da transformação do street skate em "show" (como ele mesmo diz), em uma modalidade cada vez mais popular e midiática, mas com raízes no esporte praticado na rua. Em 2014, causou polêmica a inauguração da maior pista de skate do Reino Unido, patrocinada pela luxuosa loja de departamentos Selfridges. O projeto bateria de frente com a postura historicamente independente e anticomercial dos skatistas. Nos Estados Unidos, as etapas da SLS são transmitidas pelo canal Fox Sports, e contam com mais de 1,7 milhão de espectadores, o que evidencia a crescente incorporação da modalidade ao "mainstream". Talvez o segredo da popularidade do skatista brasileiro esteja justamente na maneira como ele articula as facetas publicitária e contracultural do skate. Na etapa de Barcelona, em 2015, ele agradou o público ao se apresentar com uma camisa do time catalão. "Acredito que sempre tratei bem as pessoas que acompanham meu trabalho e que estão ali para acompanhar o 'show'", explica. Ao mesmo tempo, ele não gosta de falar com a imprensa ao vivo ou por telefone. A Folha conduziu a entrevista por e-mail. Ao falar de sua formação, Luan valoriza o esporte praticado na rua e sua independência desde criança. Ele escreve de maneira despojada suas respostas, como se fazendo pouco caso da exposição crescente. "Sempre fui um moleque sozinho e independente, desde os 14 anos já estava na rua me virando sozinho e fazendo acontecer, graças a Deus. Graças ao [skatista] Nilton Neves [conhecido no circuito como Urina] que me deu o meu primeiro skate, estou até hoje fazendo o que mais amo e vivendo disso", conta. Em outubro, ele disputará a grande final da SLS, quando pode levar mais de US$ 1 milhão de premiação. Ao falar sobre a possibilidade do título e de engordar substancialmente sua conta bancária, Luan prefere comentar seu apreço pelo esporte e nada mais. "Meu objetivo sempre foi o mesmo: andar de skate, me divertir e dar o melhor de mim, sempre. Acredito que tudo que fazemos na vida tem que ser 100% bem feito ou não temos razão de viver", conclui.
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esporte
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Brasileiro Luan Oliveira vira protagonista do 'show' do street skateO gaúcho Luan Oliveira, 24, é conhecido desde sua adolescência como uma das grandes promessas do skate brasileiro no estilo "street" (com pistas que simulam obstáculos urbanos, como corrimões e desníveis). Nos últimos meses, ele tem dado provas de que alcançou o pico de sua trajetória até o momento, seja em termos técnicos, publicitários ou financeiros. Em dezembro de 2014, ele ganhou votação na internet para decidir o skatista mais querido pelo público. Seu estilo que mistura técnica e arrojo é apontado como um dos motivos do carinho do público. Em 12 de julho, ele venceu a primeira etapa de 2015 da Street League Skateboarding (SLS), em Los Angeles. Ele se tornou o primeiro brasileiro a conseguir o feito– a competição existe desde 2010 e reúne os melhores atletas da modalidade. "Na verdade pra mim parecia um sonho, eu realmente não esperava vencer essa primeira etapa. Mas que eu estava 100% focado em acertar as minhas manobras, ah, isso eu estava. Eu só pensei em me divertir, andar de skate e acertar todas manobras possíveis", conta Luan. Outros skatistas alcançaram feitos competitivos equivalentes ou superiores no passado -Rodil de Araújo Jr. conquistou cinco medalhas de ouro nos X-Games, por exemplo–, mas a premiação de US$ 100 mil é um marco nos ganhos dos skatistas brasileiros no estilo "street.". Os valores pagos por competições da SLS são os maiores da história da modalidade. Com oito patrocinadores, entre eles as gigantes Nike e Oakley, Luan diz que ganha "o suficiente para viver bem e confortável". Carismático e técnico, ele é um dos protagonistas da transformação do street skate em "show" (como ele mesmo diz), em uma modalidade cada vez mais popular e midiática, mas com raízes no esporte praticado na rua. Em 2014, causou polêmica a inauguração da maior pista de skate do Reino Unido, patrocinada pela luxuosa loja de departamentos Selfridges. O projeto bateria de frente com a postura historicamente independente e anticomercial dos skatistas. Nos Estados Unidos, as etapas da SLS são transmitidas pelo canal Fox Sports, e contam com mais de 1,7 milhão de espectadores, o que evidencia a crescente incorporação da modalidade ao "mainstream". Talvez o segredo da popularidade do skatista brasileiro esteja justamente na maneira como ele articula as facetas publicitária e contracultural do skate. Na etapa de Barcelona, em 2015, ele agradou o público ao se apresentar com uma camisa do time catalão. "Acredito que sempre tratei bem as pessoas que acompanham meu trabalho e que estão ali para acompanhar o 'show'", explica. Ao mesmo tempo, ele não gosta de falar com a imprensa ao vivo ou por telefone. A Folha conduziu a entrevista por e-mail. Ao falar de sua formação, Luan valoriza o esporte praticado na rua e sua independência desde criança. Ele escreve de maneira despojada suas respostas, como se fazendo pouco caso da exposição crescente. "Sempre fui um moleque sozinho e independente, desde os 14 anos já estava na rua me virando sozinho e fazendo acontecer, graças a Deus. Graças ao [skatista] Nilton Neves [conhecido no circuito como Urina] que me deu o meu primeiro skate, estou até hoje fazendo o que mais amo e vivendo disso", conta. Em outubro, ele disputará a grande final da SLS, quando pode levar mais de US$ 1 milhão de premiação. Ao falar sobre a possibilidade do título e de engordar substancialmente sua conta bancária, Luan prefere comentar seu apreço pelo esporte e nada mais. "Meu objetivo sempre foi o mesmo: andar de skate, me divertir e dar o melhor de mim, sempre. Acredito que tudo que fazemos na vida tem que ser 100% bem feito ou não temos razão de viver", conclui.
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Brasil precisa de reformas tributária e política, não da Previdência, diz leitor
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PREVIDÊNCIA Espero que esta reportagem não seja apenas retórica dos deputados. Caso seja fato, esses parlamentares estarão defendendo os interesses da população, não só de 1% da elite econômica. Afinal, democracia verdadeira não é preponderar o direito da maioria? A dita elite não precisa da Previdência. Ademais, o tal "rombo" é discutível. ROGERIO LUSTOSA BASTOS (Rio de Janeiro, RJ) * Essa reforma da Previdência seria a única saída a médio prazo, levando em conta que a tributária é um sonho distante, e a política, com esses que comandam o país, uma utopia. Como o alto funcionalismo esperneia e todos querem continuar mamando nas tetas do governo, com um Estado cada vez maior, parece que realmente entrou areia! Apertem os cintos. CLAUDIO ROCHA (São Paulo, SP) * O governo federal tenta impor um sacrifício sem medida à população do país, e a imprensa apoia o governo, tratando o assunto sem dar o devido destaque ao que realmente importa. As reformas importantes e necessárias são a política e a tributária. Com as duas reformas não seria necessário sangrar ainda mais a população e, se mesmo assim houvesse a necessidade de reformar a Previdência, com as reformas política e tributária concluídas, o povo receberia a da Previdência de forma mais simpática. ERNESTO ANTONIO DOS SANTOS (São Paulo, SP) * No máximo, as nova regras deveriam valer para quem está se iniciando no mercado de trabalho, pois haverá tempo para planejar outras formas de garantir seu futuro. Para quem já contribui, as regras devem permanecer as mesmas. Só apoia essas mudanças quem não será afetado por elas. MARCO ANTONIO YUKI BERETTA (São Paulo, SP) * Está na hora de parar com essa comparação esdrúxula entre o Brasil e os países desenvolvidos, como na coluna de Hélio Schwartsman. Se neles não há cobradores e as mulheres se aposentam na mesma idade, talvez seja pelo motivo de que possuem escolas que ensinam, a rede de saúde funciona e a desigualdade é menor. O Brasil não é um país desenvolvido e, às vezes, nem em desenvolvimento. SIMONE BANDEIRA (Curitiba, PR) - GOVERNO TEMER Michel Temer e vários de seus ministros sofrem constantes acusações. Até quando vamos conviver com um presidente que a cada semana tem de explicar suas relações com acusados de corrupção? O Brasil tem de realizar novas eleições gerais, antecedidas por ampla discussão sobre o voto distrital e o parlamentarismo. Precisamos acabar com o domínio de castas e políticos que pensam apenas em seus interesses pessoais. O eleitorado precisa, por sua vez, agir com mais responsabilidade, votando com consciência e não se omitindo. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) - JUDICIÁRIO Reportagens como esta deveriam ser rotineiras na Folha para demonstrar que o Poder Judiciário tem juízes que não se acovardam diante da casta política que corroí o futuro do Brasil. Existem vários juízes como o paranaense Sergio Moro, só que, infelizmente, a atuação deles não é noticiada. HEVERTON-CRISTHIÉ SOUZA COSTA LEMOS (Sardoá, MG) * Quando um juiz passa a receber aplausos por cumprir com a sua obrigação, e a imprensa faz alarde disso, é porque algo de muito grave está acontecendo com o Estado de Direito e com seus agentes. JOSÉ ANCHIETA B. TORRES (Sorocaba, SP) * É uma notícia que nos enche de esperança. Magistrados em todos os cantos do país estão encurralando e colocando nas cadeias aqueles que teimam em servir-se dos cargos públicos, "esquecendo" sua verdadeira função. VERA LUCIA BAPTISTAO (São Paulo, SP) * Sejamos sinceros: a Lava Jato teria ido adiante se o foco inicial não fosse o PT? Penso que não, mas cada um que faça a sua avaliação. JOAQUIM BRANCO (Rio de Janeiro, RJ) - JAIR BOLSONARO Não vou felicitar a Hebraica por ter desconvidado o deputado Jair Bolsonaro para uma palestra. Antes, vou perguntar aos dirigentes desse clube judaico: por que inicialmente o convidaram? Até então não conheciam a personalidade e a ideologia desse personagem? AGOSTINHO SEBASTIÃO SPÍNOLA (São Paulo, SP) - BETH CARVALHO Eu votei duas vezes no Lula e me arrependo amargamente. É certo que ele aproveitou a casa arrumada deixada pelo governo anterior e o bom momento da economia mundial e fez coisas boas, mas isso não lhe dava o direito de chutar a ética para escanteio. Esse estado das coisas não me permite entender a razão que leva artistas como a grande sambista Beth Carvalho a fazer tábula rasa de todo esse lamaçal deixado por Lula e pelo seu PT para brandir o "Lula lá" e o "fora, Temer". EDMAR LÁZARPO BORGES (Goiânia, GO) - CARNAVAL A festa foi boa, as fantasias, lindas, os blocos animados nas ruas, as famílias pulando juntas, mas o Carnaval acabou. Agora, se Deus quiser, o Brasil começará a funcionar para valer. Teremos a continuação da Operação Lava Jato, as superdelações da Odebrecht, o projeto de reforma da Previdência, o desemprego crescente, a crise econômica, a violência urbana, as injustiças sociais, os sem terra, os políticos cara de pau que nunca sabem de nada, a Copa do Brasil, o trabalhador pagando a conta de tudo, enfim, voltando à vida real! Apertem seus cintos de segurança e um feliz Ano Novo! JOÃO MANUEL MAIO (São José dos Campos, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Brasil precisa de reformas tributária e política, não da Previdência, diz leitorPREVIDÊNCIA Espero que esta reportagem não seja apenas retórica dos deputados. Caso seja fato, esses parlamentares estarão defendendo os interesses da população, não só de 1% da elite econômica. Afinal, democracia verdadeira não é preponderar o direito da maioria? A dita elite não precisa da Previdência. Ademais, o tal "rombo" é discutível. ROGERIO LUSTOSA BASTOS (Rio de Janeiro, RJ) * Essa reforma da Previdência seria a única saída a médio prazo, levando em conta que a tributária é um sonho distante, e a política, com esses que comandam o país, uma utopia. Como o alto funcionalismo esperneia e todos querem continuar mamando nas tetas do governo, com um Estado cada vez maior, parece que realmente entrou areia! Apertem os cintos. CLAUDIO ROCHA (São Paulo, SP) * O governo federal tenta impor um sacrifício sem medida à população do país, e a imprensa apoia o governo, tratando o assunto sem dar o devido destaque ao que realmente importa. As reformas importantes e necessárias são a política e a tributária. Com as duas reformas não seria necessário sangrar ainda mais a população e, se mesmo assim houvesse a necessidade de reformar a Previdência, com as reformas política e tributária concluídas, o povo receberia a da Previdência de forma mais simpática. ERNESTO ANTONIO DOS SANTOS (São Paulo, SP) * No máximo, as nova regras deveriam valer para quem está se iniciando no mercado de trabalho, pois haverá tempo para planejar outras formas de garantir seu futuro. Para quem já contribui, as regras devem permanecer as mesmas. Só apoia essas mudanças quem não será afetado por elas. MARCO ANTONIO YUKI BERETTA (São Paulo, SP) * Está na hora de parar com essa comparação esdrúxula entre o Brasil e os países desenvolvidos, como na coluna de Hélio Schwartsman. Se neles não há cobradores e as mulheres se aposentam na mesma idade, talvez seja pelo motivo de que possuem escolas que ensinam, a rede de saúde funciona e a desigualdade é menor. O Brasil não é um país desenvolvido e, às vezes, nem em desenvolvimento. SIMONE BANDEIRA (Curitiba, PR) - GOVERNO TEMER Michel Temer e vários de seus ministros sofrem constantes acusações. Até quando vamos conviver com um presidente que a cada semana tem de explicar suas relações com acusados de corrupção? O Brasil tem de realizar novas eleições gerais, antecedidas por ampla discussão sobre o voto distrital e o parlamentarismo. Precisamos acabar com o domínio de castas e políticos que pensam apenas em seus interesses pessoais. O eleitorado precisa, por sua vez, agir com mais responsabilidade, votando com consciência e não se omitindo. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) - JUDICIÁRIO Reportagens como esta deveriam ser rotineiras na Folha para demonstrar que o Poder Judiciário tem juízes que não se acovardam diante da casta política que corroí o futuro do Brasil. Existem vários juízes como o paranaense Sergio Moro, só que, infelizmente, a atuação deles não é noticiada. HEVERTON-CRISTHIÉ SOUZA COSTA LEMOS (Sardoá, MG) * Quando um juiz passa a receber aplausos por cumprir com a sua obrigação, e a imprensa faz alarde disso, é porque algo de muito grave está acontecendo com o Estado de Direito e com seus agentes. JOSÉ ANCHIETA B. TORRES (Sorocaba, SP) * É uma notícia que nos enche de esperança. Magistrados em todos os cantos do país estão encurralando e colocando nas cadeias aqueles que teimam em servir-se dos cargos públicos, "esquecendo" sua verdadeira função. VERA LUCIA BAPTISTAO (São Paulo, SP) * Sejamos sinceros: a Lava Jato teria ido adiante se o foco inicial não fosse o PT? Penso que não, mas cada um que faça a sua avaliação. JOAQUIM BRANCO (Rio de Janeiro, RJ) - JAIR BOLSONARO Não vou felicitar a Hebraica por ter desconvidado o deputado Jair Bolsonaro para uma palestra. Antes, vou perguntar aos dirigentes desse clube judaico: por que inicialmente o convidaram? Até então não conheciam a personalidade e a ideologia desse personagem? AGOSTINHO SEBASTIÃO SPÍNOLA (São Paulo, SP) - BETH CARVALHO Eu votei duas vezes no Lula e me arrependo amargamente. É certo que ele aproveitou a casa arrumada deixada pelo governo anterior e o bom momento da economia mundial e fez coisas boas, mas isso não lhe dava o direito de chutar a ética para escanteio. Esse estado das coisas não me permite entender a razão que leva artistas como a grande sambista Beth Carvalho a fazer tábula rasa de todo esse lamaçal deixado por Lula e pelo seu PT para brandir o "Lula lá" e o "fora, Temer". EDMAR LÁZARPO BORGES (Goiânia, GO) - CARNAVAL A festa foi boa, as fantasias, lindas, os blocos animados nas ruas, as famílias pulando juntas, mas o Carnaval acabou. Agora, se Deus quiser, o Brasil começará a funcionar para valer. Teremos a continuação da Operação Lava Jato, as superdelações da Odebrecht, o projeto de reforma da Previdência, o desemprego crescente, a crise econômica, a violência urbana, as injustiças sociais, os sem terra, os políticos cara de pau que nunca sabem de nada, a Copa do Brasil, o trabalhador pagando a conta de tudo, enfim, voltando à vida real! Apertem seus cintos de segurança e um feliz Ano Novo! JOÃO MANUEL MAIO (São José dos Campos, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Olimpíada será vexame se Rio não integrar favelas, diz antropóloga
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A Olimpíada de 2016 será um vexame mundial para o Rio de Janeiro, se a cidade mantiver como única solução para integrar as favelas a ocupação policial. Para a antropóloga americana Janice Perlman, contudo, ainda há tempo de os Jogos serem, ao contrário, um "momento de glória". As favelas são a alma da cidade, diz, e devem ser entendidas como seu ativo. "A diversidade é o que faz o Rio ser maravilhoso. Estigmatizar um grupo de pessoas excluídas, apropriar-se de sua força e sua arte e jogá-las no Minha Casa, Minha Vida não é a minha ideia de solução", afirmou, em entrevista à Folha. Perlman desembarca no Rio em dezembro para sua terceira temporada de estudos sobre as favelas cariocas. Ela vai intercalar seis meses no Brasil e seis meses em Nova York, onde mora, durante três anos, para observar o legado dos Jogos Olímpicos nos morros. A pesquisadora frequenta o Brasil desde a graduação. Começou sua pesquisa em povoados de pescadores na Bahia. Depois, entre os anos 1960 e 1970, viveu nas favelas de Catacumba (zona sul), Nova Brasília (hoje uma das áreas mais violentas do complexo do Alemão, na zona norte) e Vila Operária, em Caxias, na Baixada Fluminense. Perlman teme que a crise econômica no país traga retrocessos e escancare a "falsidade" de se definir classe média pelo poder aquisitivo, e não pela igualdade de oportunidades e de proteção perante a lei. * Folha - O que a senhora espera encontrar no Rio? Janice Perlman - Comecei o estudo em abril, maio. Em junho, quando estive no Brasil, percebi uma depressão, um desespero. Uma das minhas ideias é tentar descobrir quais são as coisas boas que estão sendo feitas, a despeito das dificuldades, como ações da juventude, parcerias com o governo e a iniciativa privada pouco conhecidas. Quero acompanhar como estão sendo feitas as decisões que vão determinar o futuro das favelas cariocas. O que a senhora espera ver de mudanças nas favelas? Quando estudei as UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) do ponto de vista da comunidade, de 2010 a 2012, havia algum ceticismo sobre a ocupação militar. Mas as pessoas tinham esperança de poder ir e vir e de ter a chance de se profissionalizar e educar melhor seus filhos com a UPP Social, uma série de projetos sociais, de saúde e educação que deveriam ter acompanhado a intervenção militar. Mas somente a parte policial aconteceu. Tenho pena, porque levou a abuso de poder de algumas pessoas e abriu a porta de volta para brigas dentro de comunidades. Agora, os moradores sempre dizem que, no dia em que a Olimpíada acabar, as UPPs e o tráfico vão vão se cruzar na entrada da comunidade, os traficantes voltando e os policiais saindo. Há como reverter? Posso jurar que alguns moradores e líderes de favela são igualmente ou mais brilhantes que os meus professores de doutorado e eles estão usando a inteligência para sobreviver, mas poderiam usá-la para implantar suas ideias de inovação, que vão resolver os problemas da cidade. Ouvi críticas sobre o dinheiro que foi gasto no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) sem que a comunidade tenha sido consultada, como com o teleférico no Complexo do Alemão. Mas, como já foi gasto, vamos supor que todo o dinheiro de agora até a Olimpíada seja usado para ajudar os seres humanos a saírem do setor informal. Os turistas poderão entrar no morro e o governo poderá dizer "sim, foi nossa ideia". Não sou a favor de cidades sem favelas, como a ONU estabelece em seus objetivos e metas. Sou a favor da igualdade de oportunidades. Se todos vivessem em quadras e conjuntos, a cidade não teria graça. A diversidade é o que faz o Rio ser maravilhoso. Estigmatizar um grupo de pessoas, apropriar-se de sua força de vida, de seu estilo, sua arte, sua música, eliminá-los, jogá-los no Minha Casa, Minha Vida, que são muito ruins, muito feios, construídos de forma precária, não é a minha ideia de solução. É ridículo levar essas pessoas para cada vez mais longe, porque elas têm que voltar para a cidade para trabalhar. Tem aumentado a segregação? As duas razões pelas quais ainda não houve gentrificação, pelas quais a classe média alta e intelectuais não compraram terrenos nas favelas, até agora, são a falta de títulos [de propriedade] e a ameaça de violência. Vai ser muito fácil pessoas ricas oferecerem dinheiro que parece muito para os moradores. Mas, uma vez entregue o dinheiro, a família descobrirá que esse dinheiro não vai durar muito, porque é caro morar em regiões mais afastadas e acessar o mercado de trabalho. Na ditadura, o governo removeu favelas e botou seus moradores em conjuntos habitacionais afastados, o que foi e é um grande fracasso até hoje. Agora, as favelas bem localizadas que as políticas públicas não eliminarem serão alvo da remoção branca. O preço vai subir e o morador não vai conseguir ficar lá. Como impedir esse fluxo? É muito complicado quando o morador de baixa renda se separa de sua rede de apoio, então está se discutindo formas de cooperação e de posse de terrenos que seja coletiva. A tendência em todas as cidades do mundo é, cada vez mais, a segregação espacial, e o debate é quais são os caminhos que podem dar à pessoa segurança para manter a sua casa no mesmo lugar sem que haja títulos individuais. Esse assunto é muito quente, porque os órgãos da ONU, que estão 25 anos atrasados no seu pensamento, fazem propaganda para se dar títulos. Não é isso mais o que se discute. Os preços de aluguel e compra em favelas com UPPs já têm subido muito, e o fluxo dos moradores para fora não será bom para eles. Quero pensar em como combater isso de maneira não paternalista. Não vou inventar uma solução, vou tentar entender as ideias das pessoas que estão pensando muito nisso e tentar ver se tem um caminho aceitável para os tomadores de decisão. Qual é a visão estrangeira sobre o Rio? Os problemas econômicos e a corrupção estão dando uma imagem triste e negativa, mas o governo pode mostrar força de vontade e fazer parcerias honestas com a comunidade. O megaevento pode ser um momento de glória. Como a atenção mundial estará voltada à Olimpíada, todo jornal, rádio, televisão, Twitter, Skype estará olhando o Rio. Acho que há grande oportunidade de aprender com os erros da ocupação policial, que tornou a vida na favela muito pior. E tentar o contrário, que seria aceitar que as comunidades são vitais. A cidade nunca terá a vibração, a produtividade, a paixão, a personalidade única carioca que tem, se as favelas forem removidas. Então, em vez de policiá-las ou removê-las para a Olimpíada, talvez seja a hora de abraçá-las como um dos maiores ativos do Rio e parte da solução. Várias ONGs estão organizando visitas de jornalistas do mundo inteiro. Vai ter gente hospedada em AirBnB e pousadas dentro das favelas. Então, se o governo investir, sem usar medidas punitivas e aliar programas sociais muito óbvios, poderá fazer com que as visitas a favelas sejam positivas não somente para a comunidade, mas também para o governo. Da forma como está, o estrangeiro verá um papel negativo do Estado e estou dizendo que ainda dá tempo de fazer uma imagem mais de parceria. Como a senhora espera que a crise no país afete as favelas? O momento atual no Brasil, com crise econômica e política, corrupção a nível nunca imaginado e um desespero geral, é ruim para todos, mas sempre pior para os excluídos. Sempre os mais vulneráveis sofrem mais com crises. Pode desmascarar a falsa impressão de que tirar pessoas da pobreza e levá-las para a classe média é uma ação medida pelo poder de consumo de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. É preciso garantir as mesmas oportunidades de as pessoas desenvolverem os seus potenciais e serem protegidas igualmente perante a lei.
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cotidiano
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Olimpíada será vexame se Rio não integrar favelas, diz antropólogaA Olimpíada de 2016 será um vexame mundial para o Rio de Janeiro, se a cidade mantiver como única solução para integrar as favelas a ocupação policial. Para a antropóloga americana Janice Perlman, contudo, ainda há tempo de os Jogos serem, ao contrário, um "momento de glória". As favelas são a alma da cidade, diz, e devem ser entendidas como seu ativo. "A diversidade é o que faz o Rio ser maravilhoso. Estigmatizar um grupo de pessoas excluídas, apropriar-se de sua força e sua arte e jogá-las no Minha Casa, Minha Vida não é a minha ideia de solução", afirmou, em entrevista à Folha. Perlman desembarca no Rio em dezembro para sua terceira temporada de estudos sobre as favelas cariocas. Ela vai intercalar seis meses no Brasil e seis meses em Nova York, onde mora, durante três anos, para observar o legado dos Jogos Olímpicos nos morros. A pesquisadora frequenta o Brasil desde a graduação. Começou sua pesquisa em povoados de pescadores na Bahia. Depois, entre os anos 1960 e 1970, viveu nas favelas de Catacumba (zona sul), Nova Brasília (hoje uma das áreas mais violentas do complexo do Alemão, na zona norte) e Vila Operária, em Caxias, na Baixada Fluminense. Perlman teme que a crise econômica no país traga retrocessos e escancare a "falsidade" de se definir classe média pelo poder aquisitivo, e não pela igualdade de oportunidades e de proteção perante a lei. * Folha - O que a senhora espera encontrar no Rio? Janice Perlman - Comecei o estudo em abril, maio. Em junho, quando estive no Brasil, percebi uma depressão, um desespero. Uma das minhas ideias é tentar descobrir quais são as coisas boas que estão sendo feitas, a despeito das dificuldades, como ações da juventude, parcerias com o governo e a iniciativa privada pouco conhecidas. Quero acompanhar como estão sendo feitas as decisões que vão determinar o futuro das favelas cariocas. O que a senhora espera ver de mudanças nas favelas? Quando estudei as UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) do ponto de vista da comunidade, de 2010 a 2012, havia algum ceticismo sobre a ocupação militar. Mas as pessoas tinham esperança de poder ir e vir e de ter a chance de se profissionalizar e educar melhor seus filhos com a UPP Social, uma série de projetos sociais, de saúde e educação que deveriam ter acompanhado a intervenção militar. Mas somente a parte policial aconteceu. Tenho pena, porque levou a abuso de poder de algumas pessoas e abriu a porta de volta para brigas dentro de comunidades. Agora, os moradores sempre dizem que, no dia em que a Olimpíada acabar, as UPPs e o tráfico vão vão se cruzar na entrada da comunidade, os traficantes voltando e os policiais saindo. Há como reverter? Posso jurar que alguns moradores e líderes de favela são igualmente ou mais brilhantes que os meus professores de doutorado e eles estão usando a inteligência para sobreviver, mas poderiam usá-la para implantar suas ideias de inovação, que vão resolver os problemas da cidade. Ouvi críticas sobre o dinheiro que foi gasto no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) sem que a comunidade tenha sido consultada, como com o teleférico no Complexo do Alemão. Mas, como já foi gasto, vamos supor que todo o dinheiro de agora até a Olimpíada seja usado para ajudar os seres humanos a saírem do setor informal. Os turistas poderão entrar no morro e o governo poderá dizer "sim, foi nossa ideia". Não sou a favor de cidades sem favelas, como a ONU estabelece em seus objetivos e metas. Sou a favor da igualdade de oportunidades. Se todos vivessem em quadras e conjuntos, a cidade não teria graça. A diversidade é o que faz o Rio ser maravilhoso. Estigmatizar um grupo de pessoas, apropriar-se de sua força de vida, de seu estilo, sua arte, sua música, eliminá-los, jogá-los no Minha Casa, Minha Vida, que são muito ruins, muito feios, construídos de forma precária, não é a minha ideia de solução. É ridículo levar essas pessoas para cada vez mais longe, porque elas têm que voltar para a cidade para trabalhar. Tem aumentado a segregação? As duas razões pelas quais ainda não houve gentrificação, pelas quais a classe média alta e intelectuais não compraram terrenos nas favelas, até agora, são a falta de títulos [de propriedade] e a ameaça de violência. Vai ser muito fácil pessoas ricas oferecerem dinheiro que parece muito para os moradores. Mas, uma vez entregue o dinheiro, a família descobrirá que esse dinheiro não vai durar muito, porque é caro morar em regiões mais afastadas e acessar o mercado de trabalho. Na ditadura, o governo removeu favelas e botou seus moradores em conjuntos habitacionais afastados, o que foi e é um grande fracasso até hoje. Agora, as favelas bem localizadas que as políticas públicas não eliminarem serão alvo da remoção branca. O preço vai subir e o morador não vai conseguir ficar lá. Como impedir esse fluxo? É muito complicado quando o morador de baixa renda se separa de sua rede de apoio, então está se discutindo formas de cooperação e de posse de terrenos que seja coletiva. A tendência em todas as cidades do mundo é, cada vez mais, a segregação espacial, e o debate é quais são os caminhos que podem dar à pessoa segurança para manter a sua casa no mesmo lugar sem que haja títulos individuais. Esse assunto é muito quente, porque os órgãos da ONU, que estão 25 anos atrasados no seu pensamento, fazem propaganda para se dar títulos. Não é isso mais o que se discute. Os preços de aluguel e compra em favelas com UPPs já têm subido muito, e o fluxo dos moradores para fora não será bom para eles. Quero pensar em como combater isso de maneira não paternalista. Não vou inventar uma solução, vou tentar entender as ideias das pessoas que estão pensando muito nisso e tentar ver se tem um caminho aceitável para os tomadores de decisão. Qual é a visão estrangeira sobre o Rio? Os problemas econômicos e a corrupção estão dando uma imagem triste e negativa, mas o governo pode mostrar força de vontade e fazer parcerias honestas com a comunidade. O megaevento pode ser um momento de glória. Como a atenção mundial estará voltada à Olimpíada, todo jornal, rádio, televisão, Twitter, Skype estará olhando o Rio. Acho que há grande oportunidade de aprender com os erros da ocupação policial, que tornou a vida na favela muito pior. E tentar o contrário, que seria aceitar que as comunidades são vitais. A cidade nunca terá a vibração, a produtividade, a paixão, a personalidade única carioca que tem, se as favelas forem removidas. Então, em vez de policiá-las ou removê-las para a Olimpíada, talvez seja a hora de abraçá-las como um dos maiores ativos do Rio e parte da solução. Várias ONGs estão organizando visitas de jornalistas do mundo inteiro. Vai ter gente hospedada em AirBnB e pousadas dentro das favelas. Então, se o governo investir, sem usar medidas punitivas e aliar programas sociais muito óbvios, poderá fazer com que as visitas a favelas sejam positivas não somente para a comunidade, mas também para o governo. Da forma como está, o estrangeiro verá um papel negativo do Estado e estou dizendo que ainda dá tempo de fazer uma imagem mais de parceria. Como a senhora espera que a crise no país afete as favelas? O momento atual no Brasil, com crise econômica e política, corrupção a nível nunca imaginado e um desespero geral, é ruim para todos, mas sempre pior para os excluídos. Sempre os mais vulneráveis sofrem mais com crises. Pode desmascarar a falsa impressão de que tirar pessoas da pobreza e levá-las para a classe média é uma ação medida pelo poder de consumo de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. É preciso garantir as mesmas oportunidades de as pessoas desenvolverem os seus potenciais e serem protegidas igualmente perante a lei.
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Ex-ministro de Dilma e Lula, Padilha é hostilizado em restaurante em SP
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Secretário de Relações Governamentais do prefeito Fernando Haddad (PT) e ex-ministro da Saúde, o petista Alexandre Padilha foi hostilizado em um restaurante de luxo da capital paulista, na tarde desta sexta-feira (15). Padilha almoçava com outros cinco homens quando um dos clientes do restaurante se levantou e bateu com o talher em uma taça. "Por favor, pessoal, um minuto de atenção", ele inicia. "Eu queria dizer que temos aqui a ilustre presença do ex-ministro Alexandre Padrilha (sic), não, Padilha, que nos brindou com o programa Mais Médicos, da presidente Dilma Rousseff, responsável pelo gasto de R$ 1 bilhão que nós todos otários aqui pagamos", diz o homem. Padilha ouviu a primeira parte do discurso em silêncio, mas decidiu reagir: "63 milhões de pessoas atendidas", gritou. O homem então pede uma salva de palmas para Padilha e parabeniza o ministro com ironia. Segundo a assessoria de imprensa do secretário, Padilha foi ao restaurante para um encontro com amigos da sua época de colegial. Ele prepara uma nota sobre o assunto. O vídeo registrando a provocação está circulando em redes sociais. O caso ocorreu no restaurante Varanda Grill, em um bairro nobre de São Paulo.
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poder
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Ex-ministro de Dilma e Lula, Padilha é hostilizado em restaurante em SPSecretário de Relações Governamentais do prefeito Fernando Haddad (PT) e ex-ministro da Saúde, o petista Alexandre Padilha foi hostilizado em um restaurante de luxo da capital paulista, na tarde desta sexta-feira (15). Padilha almoçava com outros cinco homens quando um dos clientes do restaurante se levantou e bateu com o talher em uma taça. "Por favor, pessoal, um minuto de atenção", ele inicia. "Eu queria dizer que temos aqui a ilustre presença do ex-ministro Alexandre Padrilha (sic), não, Padilha, que nos brindou com o programa Mais Médicos, da presidente Dilma Rousseff, responsável pelo gasto de R$ 1 bilhão que nós todos otários aqui pagamos", diz o homem. Padilha ouviu a primeira parte do discurso em silêncio, mas decidiu reagir: "63 milhões de pessoas atendidas", gritou. O homem então pede uma salva de palmas para Padilha e parabeniza o ministro com ironia. Segundo a assessoria de imprensa do secretário, Padilha foi ao restaurante para um encontro com amigos da sua época de colegial. Ele prepara uma nota sobre o assunto. O vídeo registrando a provocação está circulando em redes sociais. O caso ocorreu no restaurante Varanda Grill, em um bairro nobre de São Paulo.
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Público pequeno, mas animado, amanhece em palco da Virada
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A Virada Cultural amanheceu esvaziada no palco Julio Prestes e arredores. Um público pequeno, porém animado, acompanhou o show de reggae de Edson Gomes, que começou às 6h deste domingo (21). Sem os vendedores de bebida credenciados presentes no palco na noite de sábado, predominavam os vendedores de vinho. Mais popular que o álcool, porém, era a maconha, fumada por boa parte do público em cigarro ou bongs. Apesar dos banheiros químicos sem fila, um muro na praça era utilizado como banheiro por vários presentes. Vários grupos de garis circulavam pelo local, bastante limpo, à exceção de um cantinho cheio de camisinhas usadas e copos plásticos vazios. Um homem fez com as garrafas de vinho vazias um cercadinho para expor suas fotos de uma mulher pelada, amarrada pelos pés e pelas mãos.
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ilustrada
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Público pequeno, mas animado, amanhece em palco da ViradaA Virada Cultural amanheceu esvaziada no palco Julio Prestes e arredores. Um público pequeno, porém animado, acompanhou o show de reggae de Edson Gomes, que começou às 6h deste domingo (21). Sem os vendedores de bebida credenciados presentes no palco na noite de sábado, predominavam os vendedores de vinho. Mais popular que o álcool, porém, era a maconha, fumada por boa parte do público em cigarro ou bongs. Apesar dos banheiros químicos sem fila, um muro na praça era utilizado como banheiro por vários presentes. Vários grupos de garis circulavam pelo local, bastante limpo, à exceção de um cantinho cheio de camisinhas usadas e copos plásticos vazios. Um homem fez com as garrafas de vinho vazias um cercadinho para expor suas fotos de uma mulher pelada, amarrada pelos pés e pelas mãos.
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Professor lamenta saída de Luiz Fernando Vianna da coluna Rio
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Lamento a saída de Luiz Fernando Vianna da coluna Rio da página A2. Em seus textos, era possível encontrar uma combinação de fatos e análises interessantes, sem falar no seu comprometimento com a parcela (maioria) da população desprovida de voz e representação. Uma perda. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Professor lamenta saída de Luiz Fernando Vianna da coluna RioLamento a saída de Luiz Fernando Vianna da coluna Rio da página A2. Em seus textos, era possível encontrar uma combinação de fatos e análises interessantes, sem falar no seu comprometimento com a parcela (maioria) da população desprovida de voz e representação. Uma perda. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Brasileiro cai e não vai à final dos 400 m com barreiras em Mundial
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O brasileiro Marcio Teles, 23, atraiu os holofotes nesta segunda-feira (7) no Mundial de Atletismo de Londres ao cair durante a terceira semifinal dos 400 m com barreiras. Em busca de vaga na final, ele corria pela raia de número 7 quando se chocou com uma barreira ainda nos metros iniciais da prova. Teles permaneceu prostrado no chão, com dores, enquanto Abderrahaman Samba, do Qatar, venceu a disputa. O atleta foi retirado da pista em cadeira de rodas e, em meio a aplausos, seguiu para atendimento médico. A queda de Teles foi a síntese de um dia ruim para o Brasil. Aldemir da Silva Júnior piorou em quase sete décimos o seu tempo de classificação e foi apenas o sexto colocado em sua série eliminatória nos 200 m. Nesta terça-feira (8), Thiago André compete na final dos 800 m rasos. Entre os oito finalistas, ele tem apenas a sétima melhor marca pessoal da prova. O país tem três medalhas na prova em Mundiais: duas com Zequinha Barbosa (prata e bronze, em 1987 e 1991) e outra com Joaquim Cruz (bronze, em 1983).
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esporte
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Brasileiro cai e não vai à final dos 400 m com barreiras em MundialO brasileiro Marcio Teles, 23, atraiu os holofotes nesta segunda-feira (7) no Mundial de Atletismo de Londres ao cair durante a terceira semifinal dos 400 m com barreiras. Em busca de vaga na final, ele corria pela raia de número 7 quando se chocou com uma barreira ainda nos metros iniciais da prova. Teles permaneceu prostrado no chão, com dores, enquanto Abderrahaman Samba, do Qatar, venceu a disputa. O atleta foi retirado da pista em cadeira de rodas e, em meio a aplausos, seguiu para atendimento médico. A queda de Teles foi a síntese de um dia ruim para o Brasil. Aldemir da Silva Júnior piorou em quase sete décimos o seu tempo de classificação e foi apenas o sexto colocado em sua série eliminatória nos 200 m. Nesta terça-feira (8), Thiago André compete na final dos 800 m rasos. Entre os oito finalistas, ele tem apenas a sétima melhor marca pessoal da prova. O país tem três medalhas na prova em Mundiais: duas com Zequinha Barbosa (prata e bronze, em 1987 e 1991) e outra com Joaquim Cruz (bronze, em 1983).
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Cerco de Assad a rebeldes sírios faz queda de Aleppo se aproximar
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A guerra na Síria se arrasta há mais de cinco anos, com um saldo de mortos que beira os 500 mil, segundo estimativas. Mas poucas batalhas foram seguidas tão de perto quanto o embate por Aleppo —segunda maior cidade do país—, possivelmente prestes a ser encerrado. Rebeldes armados ainda mantêm seu reduto no leste da cidade. Mas o Exército do ditador Bashar al-Assad, apoiado pela Rússia, vem sufocando essa área, onde entre 200 mil e 300 mil pessoas hoje vivem sob cerco. A queda de Aleppo será recebida, na região e entre atores externos, com diferentes medidas. Para Assad, retomar a cidade significará ter, enfim, o controle do território que é conhecido como a "Síria útil". Ou seja, o trecho do país que pode ajudá-lo a se manter no poder, escanteando porções desérticas ou sem importância estratégica. A "Síria útil" inclui a capital, Damasco, Aleppo e a costa alauita, onde vive a minoria religiosa da qual Assad faz parte. São "úteis", também, as estradas que conectam essas áreas. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, vê um significado adicional na vitória de Assad. Em meio a sua disputa com os EUA, a reconquista de Aleppo seria encarada como um triunfo russo. "A tomada de Aleppo confirmaria que Moscou é o poder ativo no Oriente Médio, tendo rapidamente substituído Washington, em declínio após oito anos de governo de Barack Obama", afirma à Folha o historiador americano Daniel Pipes, presidente do instituto conservador Middle East Forum. "Putin entenderá que concluiu o objetivo que tinha em mente quando decidiu intervir na Síria", afirma Karim Bitar, do Iris (Instituto Francês para Assuntos Internacionais e Estratégicos). O avanço do regime enfraqueceria também, diz Bitar, milícias apoiadas por potências regionais sunitas (ramo majoritário do islã), como Qatar, Arábia Saudita e Turquia. Dependeria dessas potências, aliás, a duração do embate. Bitar afirma que, se esses países não aumentarem seu auxílio aos rebeldes, a derrota estará próxima. Conhecida por seu sabonete de azeite de oliva, Aleppo é a principal cidade síria depois de Damasco e possuía 2,5 milhões de habitantes antes da guerra, em 2011. A cidadela em seu centro antigo, uma fortaleza construída no século 13, é uma das ruínas mais importantes da região. Parte de seus muros foi danificada pelos confrontos. Na principal mesquita da cidade, um minarete (torre) do século 11 foi totalmente destruído. Aleppo cercada BATALHA A cidade foi tomada por rebeldes em 2012, meses após o início da insurgência em outras regiões do país —o aniversário da "primavera", na Síria, é março de 2011. Os combates envolveram uma série de atores, como o regime, o Exército Livre Sírio e a facção radical Jabhat al-Nusra, ligada à Al Qaeda. O Estado Islâmico também participou dos combates, controlando áreas nos arredores. A presença de organizações terroristas, ainda que marginal, é aproveitada pelo regime sírio para justificar suas ações militares, apresentadas ao mundo como o "combate ao extremismo". O Exército do regime sírio progressivamente isolou a porção leste da cidade, cortando as rotas de acesso. Ao tomar a Rua de Castello, conhecida como "rua da morte" devido à intensidade dos embates, o ditador Assad alcançou o objetivo de fechar o cerco à região. Essa estratégia de isolar e de sufocar a oposição foi repetida em outras partes do país, apesar da condenação internacional. A cidade de Madaya, próxima a Damasco, está cercada pela facção libanesa Hizbullah há um ano, e passou meses sem ter acesso a comida. Alguns de seus habitantes morreram de fome. Mesmo asfixiados, rebeldes armados temem deixar Aleppo e, desprotegidos, serem atacados pelo regime. O futuro da oposição está entre os assuntos mais importantes nas negociações por um cessar-fogo, discutido por Síria, Rússia e pelas potências ocidentais. Os anos de ataques aéreos e os embates em Aleppo somam-se à dificuldade de abastecimento, criando uma grave crise humanitária. É uma das razões pelas quais Aleppo está, nos últimos meses, no radar da imprensa e de líderes políticos. Na avaliação do analista Bitar, a cidade tornou-se "o epicentro da crise síria". RECONSTRUÇÃO O dia ainda não está nas próximas páginas do calendário. Mas, quando os políticos conseguirem encerrar a guerra na Síria, organizações internacionais terão diante de si o desafio de reconstruir o país. Algumas regiões, como partes de Aleppo, foram destroçadas. Staffan de Mistura, enviado especial da ONU à Síria, afirmou no início do mês que o leste da cidade poderá ser completamente destruído até o fim do ano. A especialista Graciana del Castillo, do Instituto Ralph Bunche para os Estudos Internacionais, que pesquisa há décadas a reconstrução de áreas em conflito, afirma: "Mais de metade dos países que tiveram operações multidisciplinares de grande escala voltaram à guerra dentro de uma década. Mas hoje temos a experiência para saber o que funciona e o que não funciona." Em comparação com outros países que estudou, Castillo diz que a Síria tinha, antes da guerra, uma economia mais diversificada do que, por exemplo, a Líbia. Mas os recursos estão se esgotando. Isso inclui o capital humano, caso da população que fugiu do conflito. Quase 5 milhões deixaram a Síria desde março de 2011. Reconstruir um país como a Síria ou o Iêmen será um esforço e tanto. Mas é uma tarefa essencial, afirma Castillo, para garantir a estabilidade política e a segurança. O problema é que há uma série de empecilhos que ameaçam jogar as nações de volta à guerra. O Afeganistão, por exemplo, dá lições sobre a armadilha do excesso de auxílio econômico. Mesmo após o período de transição previsto para o país, em 2025 o governo afegão ainda precisará de ajuda equivalente a 20% do PIB (Produto Interno Bruto). Também é necessário saber o que reconstruir, e quando. Durante um conflito, grandes obras de infraestrutura podem ser alvo da insurgência. "É preciso ter cuidado para não gastar recursos, não construir pontes que vão ser destruídas", diz. Em casos como o de Aleppo, porém, há obras que são urgentes. "As pessoas precisam continuar a viver", afirma Castillo. Como pequenos investimentos para retomar a atividade econômica, por exemplo, ou o estímulo aos pequenos agricultores.
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mundo
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Cerco de Assad a rebeldes sírios faz queda de Aleppo se aproximarA guerra na Síria se arrasta há mais de cinco anos, com um saldo de mortos que beira os 500 mil, segundo estimativas. Mas poucas batalhas foram seguidas tão de perto quanto o embate por Aleppo —segunda maior cidade do país—, possivelmente prestes a ser encerrado. Rebeldes armados ainda mantêm seu reduto no leste da cidade. Mas o Exército do ditador Bashar al-Assad, apoiado pela Rússia, vem sufocando essa área, onde entre 200 mil e 300 mil pessoas hoje vivem sob cerco. A queda de Aleppo será recebida, na região e entre atores externos, com diferentes medidas. Para Assad, retomar a cidade significará ter, enfim, o controle do território que é conhecido como a "Síria útil". Ou seja, o trecho do país que pode ajudá-lo a se manter no poder, escanteando porções desérticas ou sem importância estratégica. A "Síria útil" inclui a capital, Damasco, Aleppo e a costa alauita, onde vive a minoria religiosa da qual Assad faz parte. São "úteis", também, as estradas que conectam essas áreas. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, vê um significado adicional na vitória de Assad. Em meio a sua disputa com os EUA, a reconquista de Aleppo seria encarada como um triunfo russo. "A tomada de Aleppo confirmaria que Moscou é o poder ativo no Oriente Médio, tendo rapidamente substituído Washington, em declínio após oito anos de governo de Barack Obama", afirma à Folha o historiador americano Daniel Pipes, presidente do instituto conservador Middle East Forum. "Putin entenderá que concluiu o objetivo que tinha em mente quando decidiu intervir na Síria", afirma Karim Bitar, do Iris (Instituto Francês para Assuntos Internacionais e Estratégicos). O avanço do regime enfraqueceria também, diz Bitar, milícias apoiadas por potências regionais sunitas (ramo majoritário do islã), como Qatar, Arábia Saudita e Turquia. Dependeria dessas potências, aliás, a duração do embate. Bitar afirma que, se esses países não aumentarem seu auxílio aos rebeldes, a derrota estará próxima. Conhecida por seu sabonete de azeite de oliva, Aleppo é a principal cidade síria depois de Damasco e possuía 2,5 milhões de habitantes antes da guerra, em 2011. A cidadela em seu centro antigo, uma fortaleza construída no século 13, é uma das ruínas mais importantes da região. Parte de seus muros foi danificada pelos confrontos. Na principal mesquita da cidade, um minarete (torre) do século 11 foi totalmente destruído. Aleppo cercada BATALHA A cidade foi tomada por rebeldes em 2012, meses após o início da insurgência em outras regiões do país —o aniversário da "primavera", na Síria, é março de 2011. Os combates envolveram uma série de atores, como o regime, o Exército Livre Sírio e a facção radical Jabhat al-Nusra, ligada à Al Qaeda. O Estado Islâmico também participou dos combates, controlando áreas nos arredores. A presença de organizações terroristas, ainda que marginal, é aproveitada pelo regime sírio para justificar suas ações militares, apresentadas ao mundo como o "combate ao extremismo". O Exército do regime sírio progressivamente isolou a porção leste da cidade, cortando as rotas de acesso. Ao tomar a Rua de Castello, conhecida como "rua da morte" devido à intensidade dos embates, o ditador Assad alcançou o objetivo de fechar o cerco à região. Essa estratégia de isolar e de sufocar a oposição foi repetida em outras partes do país, apesar da condenação internacional. A cidade de Madaya, próxima a Damasco, está cercada pela facção libanesa Hizbullah há um ano, e passou meses sem ter acesso a comida. Alguns de seus habitantes morreram de fome. Mesmo asfixiados, rebeldes armados temem deixar Aleppo e, desprotegidos, serem atacados pelo regime. O futuro da oposição está entre os assuntos mais importantes nas negociações por um cessar-fogo, discutido por Síria, Rússia e pelas potências ocidentais. Os anos de ataques aéreos e os embates em Aleppo somam-se à dificuldade de abastecimento, criando uma grave crise humanitária. É uma das razões pelas quais Aleppo está, nos últimos meses, no radar da imprensa e de líderes políticos. Na avaliação do analista Bitar, a cidade tornou-se "o epicentro da crise síria". RECONSTRUÇÃO O dia ainda não está nas próximas páginas do calendário. Mas, quando os políticos conseguirem encerrar a guerra na Síria, organizações internacionais terão diante de si o desafio de reconstruir o país. Algumas regiões, como partes de Aleppo, foram destroçadas. Staffan de Mistura, enviado especial da ONU à Síria, afirmou no início do mês que o leste da cidade poderá ser completamente destruído até o fim do ano. A especialista Graciana del Castillo, do Instituto Ralph Bunche para os Estudos Internacionais, que pesquisa há décadas a reconstrução de áreas em conflito, afirma: "Mais de metade dos países que tiveram operações multidisciplinares de grande escala voltaram à guerra dentro de uma década. Mas hoje temos a experiência para saber o que funciona e o que não funciona." Em comparação com outros países que estudou, Castillo diz que a Síria tinha, antes da guerra, uma economia mais diversificada do que, por exemplo, a Líbia. Mas os recursos estão se esgotando. Isso inclui o capital humano, caso da população que fugiu do conflito. Quase 5 milhões deixaram a Síria desde março de 2011. Reconstruir um país como a Síria ou o Iêmen será um esforço e tanto. Mas é uma tarefa essencial, afirma Castillo, para garantir a estabilidade política e a segurança. O problema é que há uma série de empecilhos que ameaçam jogar as nações de volta à guerra. O Afeganistão, por exemplo, dá lições sobre a armadilha do excesso de auxílio econômico. Mesmo após o período de transição previsto para o país, em 2025 o governo afegão ainda precisará de ajuda equivalente a 20% do PIB (Produto Interno Bruto). Também é necessário saber o que reconstruir, e quando. Durante um conflito, grandes obras de infraestrutura podem ser alvo da insurgência. "É preciso ter cuidado para não gastar recursos, não construir pontes que vão ser destruídas", diz. Em casos como o de Aleppo, porém, há obras que são urgentes. "As pessoas precisam continuar a viver", afirma Castillo. Como pequenos investimentos para retomar a atividade econômica, por exemplo, ou o estímulo aos pequenos agricultores.
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Companhias remarcam de graça voos para a final da Copa do Brasil
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As companhias aéreas Gol, Latam, Azul e Avianca vão permitir que torcedores do Atlético Mineiro e Grêmio remarquem gratuitamente as passagens aéreas compradas para assistir à final da Copa do Brasil. Para conseguir o benefício, será preciso apresentar o ingresso da partida. O jogo ocorreria nesta quarta-feira (30), em Porto Alegre, mas foi cancelado após o acidente aéreo que matou pelo menos 71 pessoas na Colômbia. Entre as vítimas, estava a delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros. A final da Copa do Brasil foi remarcada para o dia 7 de dezembro. A CBF decretou luto de sete dias e também suspendeu rodada final do Campeonato Brasileiro, que ocorreria no próximo domingo (4). Veja abaixo as regras de cada companhia para remarcar a passagem. LATAM A remarcação é válida para bilhetes com origem ou destino em Porto Alegre nos dias 29 e 30 de novembro e 1º de dezembro de 2016. Para solicitar a mudança, os clientes devem apresentar o ingresso válido para o jogo do dia 30 de novembro ao Fale com a Gente (0800-123-200 ou www.latam.com) ou em uma das lojas da LATAM nos aeroportos do país. O que é possível fazer - Alterar a data da viagem para até 15 dias do voo original, mantendo a mesma origem e destino, de acordo com a disponibilidade - Trocar a data da viagem para além de 15 dia do voo original, sujeito a diferença de tarifas e validade do bilhete - Viajar para outra origem e/ou o destino da viagem, sujeito a diferenças de tarifas e validade do bilhete GOL Pelo Twitter, a companhia informa aos passageiros que é possível remarcar a passagem com o número localizador do voo e a cópia do ingresso para o jogo. O benefício não é válido para quem já voou o primeiro trecho de uma passagem ida e volta. É possível remarcar a passagem pela central de atendimento (0300 115 2121 ) ou pelo chat no site da companhia AZUL - A Azul está fazendo a remarcação sem custos ou cancelamento com reembolso integral das passagens de Clientes que iriam a Porto Alegre para o segundo jogo da final da Copa do Brasil. - Os clientes podem entrar em contato por meio dos números: 4003-1118 (capitais e regiões metropolitanas) ou 0800 887 1118 (demais regiões). AVIANCA A Avianca Brasil informa que isentará de taxa de remarcação clientes que desejarem alterar reservas em voos com destino a Chapecó (SC) e Porto Alegre (RS) pelos próximos dez dias. O procedimento deve ser solicitado junto à Central de Vendas da companhia, pelos telefones: 4004-4040 (São Paulo e principais capitais) ou 0300-789-8160 (demais localidades). Acidente em voo da Chapecoense
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esporte
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Companhias remarcam de graça voos para a final da Copa do BrasilAs companhias aéreas Gol, Latam, Azul e Avianca vão permitir que torcedores do Atlético Mineiro e Grêmio remarquem gratuitamente as passagens aéreas compradas para assistir à final da Copa do Brasil. Para conseguir o benefício, será preciso apresentar o ingresso da partida. O jogo ocorreria nesta quarta-feira (30), em Porto Alegre, mas foi cancelado após o acidente aéreo que matou pelo menos 71 pessoas na Colômbia. Entre as vítimas, estava a delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros. A final da Copa do Brasil foi remarcada para o dia 7 de dezembro. A CBF decretou luto de sete dias e também suspendeu rodada final do Campeonato Brasileiro, que ocorreria no próximo domingo (4). Veja abaixo as regras de cada companhia para remarcar a passagem. LATAM A remarcação é válida para bilhetes com origem ou destino em Porto Alegre nos dias 29 e 30 de novembro e 1º de dezembro de 2016. Para solicitar a mudança, os clientes devem apresentar o ingresso válido para o jogo do dia 30 de novembro ao Fale com a Gente (0800-123-200 ou www.latam.com) ou em uma das lojas da LATAM nos aeroportos do país. O que é possível fazer - Alterar a data da viagem para até 15 dias do voo original, mantendo a mesma origem e destino, de acordo com a disponibilidade - Trocar a data da viagem para além de 15 dia do voo original, sujeito a diferença de tarifas e validade do bilhete - Viajar para outra origem e/ou o destino da viagem, sujeito a diferenças de tarifas e validade do bilhete GOL Pelo Twitter, a companhia informa aos passageiros que é possível remarcar a passagem com o número localizador do voo e a cópia do ingresso para o jogo. O benefício não é válido para quem já voou o primeiro trecho de uma passagem ida e volta. É possível remarcar a passagem pela central de atendimento (0300 115 2121 ) ou pelo chat no site da companhia AZUL - A Azul está fazendo a remarcação sem custos ou cancelamento com reembolso integral das passagens de Clientes que iriam a Porto Alegre para o segundo jogo da final da Copa do Brasil. - Os clientes podem entrar em contato por meio dos números: 4003-1118 (capitais e regiões metropolitanas) ou 0800 887 1118 (demais regiões). AVIANCA A Avianca Brasil informa que isentará de taxa de remarcação clientes que desejarem alterar reservas em voos com destino a Chapecó (SC) e Porto Alegre (RS) pelos próximos dez dias. O procedimento deve ser solicitado junto à Central de Vendas da companhia, pelos telefones: 4004-4040 (São Paulo e principais capitais) ou 0300-789-8160 (demais localidades). Acidente em voo da Chapecoense
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CBF é investigada pela Fifa pela 3ª vez devido a gritos de 'bicha' da torcida
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Pela terceira vez, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pode ser multada pela Fifa devido a atitudes homofóbicas de seus torcedores. Na partida de terça-feira (28) contra o Paraguai, na Arena Corinthians, boa parte dos torcedores gritou "bicha" a cada vez que o goleiro adversário cobrava o tiro de meta. O Comitê Disciplinar da entidade já abriu procedimento disciplinar para investigar o ocorrido. A CBF já foi multada duas vezes por casos iguais durante as eliminatórias. A última punição aconteceu em novembro do ano passado após a partida diante da Bolívia. A primeira havia sido contra a Colômbia. No total, a Confederação teve de desembolsar cerca de R$ 140 mil. Caso o rigor seja mantido, é provável que a CBF receba mais uma multa: os gritos na Arena Corinthians foram significativamente mais altos do que nas ocasiões anteriores. "Confirmamos que procedimentos disciplinares foram abertos em relação a tais incidentes. No entanto, como de costume, não podemos fornecer nenhuma informação a mais sobre procedimentos disciplinares em andamento", disse porta-voz da Fifa à Folha. Pela reincidência, a CBF corre risco de perder o direito de atuar na Arena nas próximas partidas, como aconteceu com a seleção chilena, que foi impedida de atuar no Estádio Nacional de Santiago após receber seguidas punições pelo comportamento homofóbico de seus torcedores. No entanto, não está nos planos da seleção brasileira voltar a São Paulo nas próximas partidas. Durante o jogo, o locutor do estádio paulista chegou a pedir que os torcedores "respeitassem o adversário" e evitassem uma punição à seleção. Foi ignorado. Procurada, a CBF confirmou que já foi notificada pela Fifa e que elaborará sua defesa a partir das ações que tem tomado para coibir tais atitudes, tais como a intervenção do locutor do estádio e campanhas contra a discriminação. Nos países de língua espanhola, as torcidas costumam dar o grito de "puto", que é uma maneira pejorativa de se referir a homossexuais. No México, pelo menos desde 2004, quando o arqueiro do time contrário se prepara para repor a bola em jogo, os torcedores iniciam o canto com um longo "eee" e finalizam com o "puto" quando o tiro de meta é batido. Nos últimos anos, com clubes do México na Libertadores, os brasileiros passaram a fazer o mesmo, trocando o "puto" por "bicha". Torcedores do Corinthians foram os primeiros a importar a hostilidade, geralmente dirigida ao então goleiro do São Paulo, Rogério Ceni. Durante a Copa do Mundo de 2014, os gritos foram frequentes e desde então foram adotados não somente por membros de torcidas organizadas; durante a Olimpíada de 2016, eles aconteceram em quase todos os jogos de futebol do evento. No final de 2014, a diretoria do Corinthians soltou uma nota em que pedia o fim da manifestação homofóbica.
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esporte
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CBF é investigada pela Fifa pela 3ª vez devido a gritos de 'bicha' da torcidaPela terceira vez, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pode ser multada pela Fifa devido a atitudes homofóbicas de seus torcedores. Na partida de terça-feira (28) contra o Paraguai, na Arena Corinthians, boa parte dos torcedores gritou "bicha" a cada vez que o goleiro adversário cobrava o tiro de meta. O Comitê Disciplinar da entidade já abriu procedimento disciplinar para investigar o ocorrido. A CBF já foi multada duas vezes por casos iguais durante as eliminatórias. A última punição aconteceu em novembro do ano passado após a partida diante da Bolívia. A primeira havia sido contra a Colômbia. No total, a Confederação teve de desembolsar cerca de R$ 140 mil. Caso o rigor seja mantido, é provável que a CBF receba mais uma multa: os gritos na Arena Corinthians foram significativamente mais altos do que nas ocasiões anteriores. "Confirmamos que procedimentos disciplinares foram abertos em relação a tais incidentes. No entanto, como de costume, não podemos fornecer nenhuma informação a mais sobre procedimentos disciplinares em andamento", disse porta-voz da Fifa à Folha. Pela reincidência, a CBF corre risco de perder o direito de atuar na Arena nas próximas partidas, como aconteceu com a seleção chilena, que foi impedida de atuar no Estádio Nacional de Santiago após receber seguidas punições pelo comportamento homofóbico de seus torcedores. No entanto, não está nos planos da seleção brasileira voltar a São Paulo nas próximas partidas. Durante o jogo, o locutor do estádio paulista chegou a pedir que os torcedores "respeitassem o adversário" e evitassem uma punição à seleção. Foi ignorado. Procurada, a CBF confirmou que já foi notificada pela Fifa e que elaborará sua defesa a partir das ações que tem tomado para coibir tais atitudes, tais como a intervenção do locutor do estádio e campanhas contra a discriminação. Nos países de língua espanhola, as torcidas costumam dar o grito de "puto", que é uma maneira pejorativa de se referir a homossexuais. No México, pelo menos desde 2004, quando o arqueiro do time contrário se prepara para repor a bola em jogo, os torcedores iniciam o canto com um longo "eee" e finalizam com o "puto" quando o tiro de meta é batido. Nos últimos anos, com clubes do México na Libertadores, os brasileiros passaram a fazer o mesmo, trocando o "puto" por "bicha". Torcedores do Corinthians foram os primeiros a importar a hostilidade, geralmente dirigida ao então goleiro do São Paulo, Rogério Ceni. Durante a Copa do Mundo de 2014, os gritos foram frequentes e desde então foram adotados não somente por membros de torcidas organizadas; durante a Olimpíada de 2016, eles aconteceram em quase todos os jogos de futebol do evento. No final de 2014, a diretoria do Corinthians soltou uma nota em que pedia o fim da manifestação homofóbica.
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CNJ vai revisar decisão que absolveu juiz parado em blitz da Lei Seca
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O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) decidiu nesta terça-feira (24) que vai revisar uma decisão do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) que absolveu o juiz João Carlos de Souza Correa num processo disciplinar aberto após ele dar voz de prisão a uma agente do Detran que o abordou numa blitz da Lei Seca. De acordo com os conselheiros, o julgamento que absolveu Correa não foi unânime, por isso, teriam restado dúvidas que mostravam a necessidade de um outro órgão do Judiciário analisar o caso. Com a nova análise, os conselheiros podem entender que a decisão do TJ-RJ foi correta ou propor um novo julgamento para o juiz. Apesar de o caso ter acontecido em 2011, o episódio ganhou repercussão no final do ano passado, quando a agente de trânsito Luciana Silva Tamburini foi condenada a pagar R$ 5.000 por danos morais ao juiz que a prendeu. Durante a abordagem em 2011, após flagrar que o juiz estava sem carteira de motorista e sem a placa no carro, ela quis guinchar o veículo. Correa interpretou o gesto como uma tentativa de dar uma "carteirada", como se diz quando uma autoridade quer usar de sua influência para deixar de cumprir algo que é exigido dos demais. Em resposta, a agente disse que ele era "juiz, mas não Deus". O magistrado deu voz de prisão contra ela e o caso foi encaminhado para a 14ª Delegacia de Polícia, no Leblon.
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cotidiano
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CNJ vai revisar decisão que absolveu juiz parado em blitz da Lei SecaO CNJ (Conselho Nacional de Justiça) decidiu nesta terça-feira (24) que vai revisar uma decisão do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) que absolveu o juiz João Carlos de Souza Correa num processo disciplinar aberto após ele dar voz de prisão a uma agente do Detran que o abordou numa blitz da Lei Seca. De acordo com os conselheiros, o julgamento que absolveu Correa não foi unânime, por isso, teriam restado dúvidas que mostravam a necessidade de um outro órgão do Judiciário analisar o caso. Com a nova análise, os conselheiros podem entender que a decisão do TJ-RJ foi correta ou propor um novo julgamento para o juiz. Apesar de o caso ter acontecido em 2011, o episódio ganhou repercussão no final do ano passado, quando a agente de trânsito Luciana Silva Tamburini foi condenada a pagar R$ 5.000 por danos morais ao juiz que a prendeu. Durante a abordagem em 2011, após flagrar que o juiz estava sem carteira de motorista e sem a placa no carro, ela quis guinchar o veículo. Correa interpretou o gesto como uma tentativa de dar uma "carteirada", como se diz quando uma autoridade quer usar de sua influência para deixar de cumprir algo que é exigido dos demais. Em resposta, a agente disse que ele era "juiz, mas não Deus". O magistrado deu voz de prisão contra ela e o caso foi encaminhado para a 14ª Delegacia de Polícia, no Leblon.
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Alonso desmaiou três segundos antes de acidente, diz revista alemã
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Dez dias depois do acidente em Barcelona que obrigou Fernando Alonso a desistir de disputar o GP da Austrália, prova de abertura do Mundial de F-1, no próximo dia 15, os motivos que causaram a batida ainda continuam desconhecidos. Único que poderia ajudar a esclarecer o mistério, o piloto espanhol não se lembra de nada. Para tentar entender os motivos da batida, a McLaren recorreu à FIA, que até agora também não achou uma explicação para o bicampeão ter perdido o controle de seu carro na Curva 3 do circuito de Montmeló no último dia 22. De acordo com a revista alemã "Auto Motor und Sport", Alonso teria "apagado"nos três segundos que antecederam o impacto do MP4-30 no muro. De acordo com dados da publicação, o carro só perde 30 km/h neste intervalo de tempo, algo incomum, já que bastaria pouco mais de um segundo para que a velocidade fosse reduzida para 100 km/h. O impacto contra o muro, que aconteceu com a lateral direita do carro, teria ocorrido a 105 km/h e a força do impacto em Alonso teria sido de 16 G, o que equivale a 16 vezes o peso de seu corpo. Ainda segundo a "Auto Motor und Sport", a velocidade máxima que o espanhol entrou na Curva 3 era de 215 km/h. Ele então freia e diminui as marchas. Sua velocidade cai estranhamente, o que a McLaren acredita ter sido culpa do forte vento que soprava no circuito. Quando a velocidade chega a 135 km/h, o piloto faz um movimento inesperado para a parte de dentro da curva, antes de perder o controle, de acordo com a revista. Na sequência, ao invés de tentar corrigir a trajetória, o espanhol nada faz, daí a teoria de que ele teria "apagado"antes de chocar-se contra o muro. Tanto a McLaren quanto a FIA já descartaram um problema com o carro.
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esporte
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Alonso desmaiou três segundos antes de acidente, diz revista alemãDez dias depois do acidente em Barcelona que obrigou Fernando Alonso a desistir de disputar o GP da Austrália, prova de abertura do Mundial de F-1, no próximo dia 15, os motivos que causaram a batida ainda continuam desconhecidos. Único que poderia ajudar a esclarecer o mistério, o piloto espanhol não se lembra de nada. Para tentar entender os motivos da batida, a McLaren recorreu à FIA, que até agora também não achou uma explicação para o bicampeão ter perdido o controle de seu carro na Curva 3 do circuito de Montmeló no último dia 22. De acordo com a revista alemã "Auto Motor und Sport", Alonso teria "apagado"nos três segundos que antecederam o impacto do MP4-30 no muro. De acordo com dados da publicação, o carro só perde 30 km/h neste intervalo de tempo, algo incomum, já que bastaria pouco mais de um segundo para que a velocidade fosse reduzida para 100 km/h. O impacto contra o muro, que aconteceu com a lateral direita do carro, teria ocorrido a 105 km/h e a força do impacto em Alonso teria sido de 16 G, o que equivale a 16 vezes o peso de seu corpo. Ainda segundo a "Auto Motor und Sport", a velocidade máxima que o espanhol entrou na Curva 3 era de 215 km/h. Ele então freia e diminui as marchas. Sua velocidade cai estranhamente, o que a McLaren acredita ter sido culpa do forte vento que soprava no circuito. Quando a velocidade chega a 135 km/h, o piloto faz um movimento inesperado para a parte de dentro da curva, antes de perder o controle, de acordo com a revista. Na sequência, ao invés de tentar corrigir a trajetória, o espanhol nada faz, daí a teoria de que ele teria "apagado"antes de chocar-se contra o muro. Tanto a McLaren quanto a FIA já descartaram um problema com o carro.
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Ministro defende 'contribuição interfederativa da saúde'
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O ministro da Saúde, Arthur Chioro, defendeu nesta quinta-feira (27) uma nova contribuição exclusiva para a área da saúde, nos moldes de uma "contribuição interfederativa da saúde". Segundo Chioro, a proposta atualmente em discussão com governadores e prefeitos é que a contribuição incida sobre a movimentação financeira, com uma alíquota de 0,38%. Ele diz que há uma "convergência do governo" em torno da proposta –inclusive da presidente Dilma Rousseff, relata, e nega que a medida consista em um retorno da CPMF, o antigo "imposto do cheque". A diferença em relação ao imposto anterior, de acordo com o ministro, estaria no fato de que a arrecadação seria destinada exclusivamente para a saúde, diferentemente do que ocorreu com a CPMF nos últimos anos, que também destinava recursos para outras áreas. Ainda segundo Chioro, a contribuição seria "interfederativa" porque, desde o início, teria percentuais divididos entre o governo federal, Estados e municípios. O ministro diz que discute a proposta "com esse critério de construção harmonizada com os governadores e prefeitos". Uma das possibilidades é que a proposta seja apresentada no Congresso em um projeto de emenda à constituição, como ocorreu com a CPMF. Hoje, 4,7% do PIB é gasto com saúde. Com a nova contribuição, afirma Chioro, esse percentual poderia passar para 6%, o que teria forte impacto em recursos para o setor, diz. "Vivemos um crônico subfinanciamento da saúde, e precisamos encontrar uma solução. Se não encontrarmos, municípios e Estados deixarão de cumprir o compromisso com a população brasileira. Estamos lidando com a vida das pessoas." "Aqueles, como ocorreu em 2007 [ano em que a CPMF foi extinta], que ficaram contra o financiamento da saúde, vão ter que se deparar com a realidade", disse. Segundo o ministro, o governo estima perdas de R$ 40 bilhões para o setor com o fim do antigo imposto somente naquele ano (ou cerca de R$ 80 bilhões em valores corrigidos). Chioro não descartou, no entanto, que seja feita alterações ao modelo hoje em discussão para que o recurso venha de outras fontes. "É uma construção política que deve ser feita passo a passo, por ser uma contribuição interfederativa. Isso não impede, inclusive, a discussão de outras fontes, como a taxação do pecado", disse, referindo-se a taxas que poderiam incidir sobre cigarros e bebidas alcoolicas, por exemplo.
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poder
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Ministro defende 'contribuição interfederativa da saúde'O ministro da Saúde, Arthur Chioro, defendeu nesta quinta-feira (27) uma nova contribuição exclusiva para a área da saúde, nos moldes de uma "contribuição interfederativa da saúde". Segundo Chioro, a proposta atualmente em discussão com governadores e prefeitos é que a contribuição incida sobre a movimentação financeira, com uma alíquota de 0,38%. Ele diz que há uma "convergência do governo" em torno da proposta –inclusive da presidente Dilma Rousseff, relata, e nega que a medida consista em um retorno da CPMF, o antigo "imposto do cheque". A diferença em relação ao imposto anterior, de acordo com o ministro, estaria no fato de que a arrecadação seria destinada exclusivamente para a saúde, diferentemente do que ocorreu com a CPMF nos últimos anos, que também destinava recursos para outras áreas. Ainda segundo Chioro, a contribuição seria "interfederativa" porque, desde o início, teria percentuais divididos entre o governo federal, Estados e municípios. O ministro diz que discute a proposta "com esse critério de construção harmonizada com os governadores e prefeitos". Uma das possibilidades é que a proposta seja apresentada no Congresso em um projeto de emenda à constituição, como ocorreu com a CPMF. Hoje, 4,7% do PIB é gasto com saúde. Com a nova contribuição, afirma Chioro, esse percentual poderia passar para 6%, o que teria forte impacto em recursos para o setor, diz. "Vivemos um crônico subfinanciamento da saúde, e precisamos encontrar uma solução. Se não encontrarmos, municípios e Estados deixarão de cumprir o compromisso com a população brasileira. Estamos lidando com a vida das pessoas." "Aqueles, como ocorreu em 2007 [ano em que a CPMF foi extinta], que ficaram contra o financiamento da saúde, vão ter que se deparar com a realidade", disse. Segundo o ministro, o governo estima perdas de R$ 40 bilhões para o setor com o fim do antigo imposto somente naquele ano (ou cerca de R$ 80 bilhões em valores corrigidos). Chioro não descartou, no entanto, que seja feita alterações ao modelo hoje em discussão para que o recurso venha de outras fontes. "É uma construção política que deve ser feita passo a passo, por ser uma contribuição interfederativa. Isso não impede, inclusive, a discussão de outras fontes, como a taxação do pecado", disse, referindo-se a taxas que poderiam incidir sobre cigarros e bebidas alcoolicas, por exemplo.
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Câmara adia aposentadorias no Supremo e tira nomeações de Dilma
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A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (5) em segundo turno uma emenda à Constituição que eleva a aposentadoria obrigatória na cúpula do Judiciário de 70 para 75 anos. A chamada PEC da Bengala, que segue agora para promulgação, tira da presidente Dilma Rousseff a certeza da indicação dos cinco próximos ministros do Supremo Tribunal Federal, corte composta por 11 cadeiras. A nova derrota do PT e do Palácio do Planalto durante a gestão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara ocorreu por 333 votos a 144 (houve 10 abstenções). Pelas regras até então em vigor, cinco ministros do STF que completam 70 anos até o final de 2018 teriam que deixar a corte antes do final do mandato de Dilma (Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki e Rosa Weber). Agora, a petista só fará novas indicações para a mais alta corte do país caso algum ministro deixe voluntariamente o tribunal antes da data de aposentadoria compulsória. Dilma indicou cinco ministros para o STF em sua gestão. O último, Luiz Fachin, ainda depende de aprovação do nome pelo Senado. Nos seus oito anos de gestão, Lula indicou 8 ministros. Fernando Henrique Cardoso, 3. A aprovação da proposta foi combinada por representantes de nove partidos governistas e da oposição em almoço na casa de Eduardo Cunha. "Esta medida faz um bem para a República, pois é um primeiro passo para adequar todo o funcionalismo ao avanço da expectativa de vida [74,9 anos]. Do ponto de vista político, o país ganha ao anular essas indicações [as de Dilma] contaminadas com viés político e ideológico", afirmou Bruno Araújo (PSDB-PE), líder da oposição na Câmara. O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) negou que o partido seja contra devido a uma mera disputa entre PT e PSDB. "O que está em disputa aqui é uma PEC que contraria a posição de toda a magistratura e de todo o Ministério Público brasileiro. Uma PEC casuística que engessará toda a carreira do Judiciário". REGRAS A emenda à Constituição eleva a idade de aposentadoria compulsória para os ministros de todos os tribunais superiores. A aposentadoria obrigatória no restante do funcionalismo, incluindo os integrantes do Legislativo e Executivo, continua aos 70 anos, mas a emenda estabelece que esse limite também pode subir para 75 anos caso seja aprovada uma lei complementar. Excluídas as implicações políticas, os críticos da medida dizem que a mudança dificultará a renovação no Judiciário e em todo o funcionalismo, caso haja a extensão da medida. "Estamos discutindo aqui o acúmulo de poder, que não se renovará se essa PEC for aprovada", discursou o deputado Henrique Fontana (PT-RS). Entidades representativas do Judiciário são contra a medida. Já os defensores argumentam que devido ao aumento da expectativa de vida nas últimas décadas não há razoabilidade em retirar do serviço público pessoas que poderiam ainda ter muito a contribuir com o país. "Estamos valorizando a experiência das pessoas", disse Nilson Leitão (PSDB-MT). Aprovada em 2005 no Senado, a PEC voltou a ganhar força após Cunha derrotar o PT em fevereiro e se tornar presidente da Câmara. Ele já instalou, inclusive, uma comissão para discutir projeto que altera o atual modelo de indicação de ministros para o STF. Hoje a tarefa cabe ao presidente da República. O indicado tem que ter o nome aprovado pelo Senado. A proposta encampada por Cunha estabelece uma divisão entre Legislativo, Judiciário e Executivo da responsabilidade de indicação dos integrantes do STF. Eles teriam, ainda, um mandato de 11 anos.
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poder
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Câmara adia aposentadorias no Supremo e tira nomeações de DilmaA Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (5) em segundo turno uma emenda à Constituição que eleva a aposentadoria obrigatória na cúpula do Judiciário de 70 para 75 anos. A chamada PEC da Bengala, que segue agora para promulgação, tira da presidente Dilma Rousseff a certeza da indicação dos cinco próximos ministros do Supremo Tribunal Federal, corte composta por 11 cadeiras. A nova derrota do PT e do Palácio do Planalto durante a gestão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara ocorreu por 333 votos a 144 (houve 10 abstenções). Pelas regras até então em vigor, cinco ministros do STF que completam 70 anos até o final de 2018 teriam que deixar a corte antes do final do mandato de Dilma (Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki e Rosa Weber). Agora, a petista só fará novas indicações para a mais alta corte do país caso algum ministro deixe voluntariamente o tribunal antes da data de aposentadoria compulsória. Dilma indicou cinco ministros para o STF em sua gestão. O último, Luiz Fachin, ainda depende de aprovação do nome pelo Senado. Nos seus oito anos de gestão, Lula indicou 8 ministros. Fernando Henrique Cardoso, 3. A aprovação da proposta foi combinada por representantes de nove partidos governistas e da oposição em almoço na casa de Eduardo Cunha. "Esta medida faz um bem para a República, pois é um primeiro passo para adequar todo o funcionalismo ao avanço da expectativa de vida [74,9 anos]. Do ponto de vista político, o país ganha ao anular essas indicações [as de Dilma] contaminadas com viés político e ideológico", afirmou Bruno Araújo (PSDB-PE), líder da oposição na Câmara. O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) negou que o partido seja contra devido a uma mera disputa entre PT e PSDB. "O que está em disputa aqui é uma PEC que contraria a posição de toda a magistratura e de todo o Ministério Público brasileiro. Uma PEC casuística que engessará toda a carreira do Judiciário". REGRAS A emenda à Constituição eleva a idade de aposentadoria compulsória para os ministros de todos os tribunais superiores. A aposentadoria obrigatória no restante do funcionalismo, incluindo os integrantes do Legislativo e Executivo, continua aos 70 anos, mas a emenda estabelece que esse limite também pode subir para 75 anos caso seja aprovada uma lei complementar. Excluídas as implicações políticas, os críticos da medida dizem que a mudança dificultará a renovação no Judiciário e em todo o funcionalismo, caso haja a extensão da medida. "Estamos discutindo aqui o acúmulo de poder, que não se renovará se essa PEC for aprovada", discursou o deputado Henrique Fontana (PT-RS). Entidades representativas do Judiciário são contra a medida. Já os defensores argumentam que devido ao aumento da expectativa de vida nas últimas décadas não há razoabilidade em retirar do serviço público pessoas que poderiam ainda ter muito a contribuir com o país. "Estamos valorizando a experiência das pessoas", disse Nilson Leitão (PSDB-MT). Aprovada em 2005 no Senado, a PEC voltou a ganhar força após Cunha derrotar o PT em fevereiro e se tornar presidente da Câmara. Ele já instalou, inclusive, uma comissão para discutir projeto que altera o atual modelo de indicação de ministros para o STF. Hoje a tarefa cabe ao presidente da República. O indicado tem que ter o nome aprovado pelo Senado. A proposta encampada por Cunha estabelece uma divisão entre Legislativo, Judiciário e Executivo da responsabilidade de indicação dos integrantes do STF. Eles teriam, ainda, um mandato de 11 anos.
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Após apoio a Haddad, maioria dos partidos migra para base de Doria
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Com o apoio da maioria dos partidos que fizeram parte da base de sustentação da atual gestão petista, o prefeito eleito João Doria (PSDB) assumirá no próximo dia 1º de janeiro com número de vereadores aliados suficientes para a votação de seus principais projetos. Entre eles, privatizações de equipamentos municipais e alterações no modelo urbanístico vigente na cidade. Ao mesmo tempo, no novo cenário político desenhado para 2017, Doria enfrentará saia justa dentro de seu próprio partido. Ao apoiar a candidatura do vereador Milton Leite (DEM) à presidência do Legislativo, a equipe de Doria deixou de lado Mário Covas Neto, presidente municipal do PSDB, que viu minguar suas chances de assumir o posto. Com o aval de Doria, Leite virou o articulador da busca pela maioria na Casa ao mesmo tempo em que tenta garantir votos entre os outros 54 vereadores para assumir o comando do Legislativo no primeiro dia do ano que vem. CÂMARA DE DORIA Leite acredita que até o final de 2016 reunirá pelo menos 40 vereadores fiéis aos projetos do futuro prefeito. "Ganhamos a eleição com Doria, por isso, o DEM está 100% com o governo", disse Leite à Folha. Durante toda a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), Leite votou com o governo. No entanto, apoiou Doria durante a campanha, levando o então candidato aos seus principais redutos eleitorais, que inclui vários bairros da zona sul. No cenário atual, são considerados oposição a Doria 11 vereadores –9 do PT e 2 do PSOL. Além dos 11 vereadores do PSDB e o DEM, devem sustentar as propostas de Doria vereadores dos seguintes partidos: PRB, PR, PSD, PPS, PMDB, PV, PSB, PTB, PTN, PHS, PP, PSC e PROS. O que não significa maioria absoluta entre todos os partidos, já que alguns eleitos são considerados como "independentes". São os casos de Janaína Lima (Novo), Paulo Frange (PTB), Ricardo Nunes (PMDB), Celso Jatene (PR) e Claudio Fonseca (PPS). Embora Leite diga que o DEM está totalmente com Doria, o novato Fernando Holiday (DEM) –que integra o MBL (Movimento Brasil Livre)– pode ser um "rebelde" em algumas votações. Mesmo assim, com 38 votos, a base já teria o que se chama de maioria qualificada, suficiente para os projetos previstos pelo prefeito. CARGOS Doria assumiu com um discurso de que não haveria loteamento político em sua gestão. Ao mesmo tempo, a base aliada deve cobrar a fatura para avançar com projetos importantes, que vão de privatizações e mudanças no orçamento. Alguns pontos anunciados pelo tucano já irritaram alguns vereadores, acostumados a ter ingerência sobre subprefeituras (prefeituras regionais, na futura gestão Doria) e pastas importantes. A primeira foi o anúncio dos titulares das regionais, a grande maioria vinda da máquina tucana no governo estadual. Outra questão foi o anúncio de corte de 30% nos cargos comissionados, onde os prefeitos costumam acomodar as indicações dos vereadores. Os parlamentares esperam, porém, que proximidade de votações importantes sirva de incentivo para que Doria faça acenos à Câmara. As privatizações do complexo do Anhembi e do autódromo de Interlagos deverão ser discutidas antes pelos vereadores. A Casa também deverá chancelar a revisão da lei que estendeu as gratuidades envolvendo idosos abaixo de 65 anos. Doria pretende voltar a cobrar a passagem de quem tem até 60. Outros pontos polêmicos são ajustes nas regras urbanísticas da cidade, flexibilização que proíbe publicidade e eventuais mudanças no orçamento aprovado neste ano. Vereadores nomeados secretários
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cotidiano
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Após apoio a Haddad, maioria dos partidos migra para base de DoriaCom o apoio da maioria dos partidos que fizeram parte da base de sustentação da atual gestão petista, o prefeito eleito João Doria (PSDB) assumirá no próximo dia 1º de janeiro com número de vereadores aliados suficientes para a votação de seus principais projetos. Entre eles, privatizações de equipamentos municipais e alterações no modelo urbanístico vigente na cidade. Ao mesmo tempo, no novo cenário político desenhado para 2017, Doria enfrentará saia justa dentro de seu próprio partido. Ao apoiar a candidatura do vereador Milton Leite (DEM) à presidência do Legislativo, a equipe de Doria deixou de lado Mário Covas Neto, presidente municipal do PSDB, que viu minguar suas chances de assumir o posto. Com o aval de Doria, Leite virou o articulador da busca pela maioria na Casa ao mesmo tempo em que tenta garantir votos entre os outros 54 vereadores para assumir o comando do Legislativo no primeiro dia do ano que vem. CÂMARA DE DORIA Leite acredita que até o final de 2016 reunirá pelo menos 40 vereadores fiéis aos projetos do futuro prefeito. "Ganhamos a eleição com Doria, por isso, o DEM está 100% com o governo", disse Leite à Folha. Durante toda a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), Leite votou com o governo. No entanto, apoiou Doria durante a campanha, levando o então candidato aos seus principais redutos eleitorais, que inclui vários bairros da zona sul. No cenário atual, são considerados oposição a Doria 11 vereadores –9 do PT e 2 do PSOL. Além dos 11 vereadores do PSDB e o DEM, devem sustentar as propostas de Doria vereadores dos seguintes partidos: PRB, PR, PSD, PPS, PMDB, PV, PSB, PTB, PTN, PHS, PP, PSC e PROS. O que não significa maioria absoluta entre todos os partidos, já que alguns eleitos são considerados como "independentes". São os casos de Janaína Lima (Novo), Paulo Frange (PTB), Ricardo Nunes (PMDB), Celso Jatene (PR) e Claudio Fonseca (PPS). Embora Leite diga que o DEM está totalmente com Doria, o novato Fernando Holiday (DEM) –que integra o MBL (Movimento Brasil Livre)– pode ser um "rebelde" em algumas votações. Mesmo assim, com 38 votos, a base já teria o que se chama de maioria qualificada, suficiente para os projetos previstos pelo prefeito. CARGOS Doria assumiu com um discurso de que não haveria loteamento político em sua gestão. Ao mesmo tempo, a base aliada deve cobrar a fatura para avançar com projetos importantes, que vão de privatizações e mudanças no orçamento. Alguns pontos anunciados pelo tucano já irritaram alguns vereadores, acostumados a ter ingerência sobre subprefeituras (prefeituras regionais, na futura gestão Doria) e pastas importantes. A primeira foi o anúncio dos titulares das regionais, a grande maioria vinda da máquina tucana no governo estadual. Outra questão foi o anúncio de corte de 30% nos cargos comissionados, onde os prefeitos costumam acomodar as indicações dos vereadores. Os parlamentares esperam, porém, que proximidade de votações importantes sirva de incentivo para que Doria faça acenos à Câmara. As privatizações do complexo do Anhembi e do autódromo de Interlagos deverão ser discutidas antes pelos vereadores. A Casa também deverá chancelar a revisão da lei que estendeu as gratuidades envolvendo idosos abaixo de 65 anos. Doria pretende voltar a cobrar a passagem de quem tem até 60. Outros pontos polêmicos são ajustes nas regras urbanísticas da cidade, flexibilização que proíbe publicidade e eventuais mudanças no orçamento aprovado neste ano. Vereadores nomeados secretários
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Excepcionalmente hoje a coluna não é publicada
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Governo deve liberar plano de saúde popular de cobertura reduzida? NÃO
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O BARATO QUE SAI CARO Farinha pouca, meu pirão primeiro. Se há recessão, não recorra ao SUS (Sistema Único de Saúde), compre um plano de saúde barato e de cobertura reduzida. Se planos populares não possuem fundamento técnico nem legal, ora, mudem-se as leis e a Constituição do país. É o que prega o ministro da Saúde, Ricardo Barros, muito mais no papel de conselheiro para investimentos empresariais. O jogo é bruto. Em consulta ao Tribunal Superior Eleitoral, descobre-se que planos de saúde investiram, em 2014, mais de R$ 54 milhões em campanhas para a Presidência da República e na eleição de 34 parlamentares. Entre os beneficiados estão o próprio ministro da Saúde e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, autor de proposta de emenda constitucional que visa obrigar empregadores a contratar planos coletivos. Na mira da Operação Lava Jato, conforme delações premiadas, planos de saúde podem estar envolvidos com propinas e indicações para cargos na ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Essa história de plano popular não começou agora. É retomada sempre que governos deixam de financiar adequadamente a saúde, assumindo apenas um SUS pobre para pobres. Empresários do setor nunca engoliram a determinação legal de que planos de saúde devem tratar todas as doenças e oferecer um rol mínimo de procedimentos médicos. Em 2001, emplacaram medida provisória, depois revogada, que instituía planos "subsegmentados". Em 2013, quase venderam ao governo a ideia de planos baratos subsidiados com dinheiro público. A quebra de mais uma grande Unimed, a anunciada venda da Qualicorp e as evidências de que a Amil revelou-se péssimo negócio para o capital estrangeiro expõem efeitos da crise econômica ou da má gestão. Também enterram a credibilidade de qualquer proposta que veja nesse mercado a salvação para os males do sistema de saúde brasileiro. Neste momento de cortes drásticos de recursos e de redução de leitos de internação no SUS, os planos populares, que não cobrem atendimentos de alto custo, aliviariam em que a rede pública? Em consultas e exames simples? Nem aí, com certeza, pois o baixo preço de mensalidades leva à diminuição dos valores de honorários médicos e à fuga de prestadores de serviços. Como 80% do mercado é formado por planos coletivos, pressupõe-se que empregadores passariam a fornecer aos empregados um benefício de pior qualidade. A população reconhece o engodo dos planos segmentados. O ambulatorial, sem direito a internação, já previsto em lei, representa só 4% do mercado. Planos de baixo preço, com poucos médicos e serviços, são recordistas de ações judiciais por restrições de cobertura e reajustes abusivos. O plano popular é um barato que sai caro. Por isso, não existe em nenhum país do mundo que adote sistema universal ou mecanismos coletivos para proteger a saúde dos cidadãos. Simplesmente porque saúde é um direito humano, as necessidades não são previsíveis e o risco de adoecimento não pode ser customizado em um plano promocional. O ministro, ainda interino, tem pouco tempo para se promover a definitivo, mas as gerações brasileiras vislumbram horizontes mais largos, com perspectivas de vida e saúde mais solidárias e dignas. MÁRIO SCHEFFER, 49, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, é vice-presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) e membro do conselho diretor do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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opiniao
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Governo deve liberar plano de saúde popular de cobertura reduzida? NÃOO BARATO QUE SAI CARO Farinha pouca, meu pirão primeiro. Se há recessão, não recorra ao SUS (Sistema Único de Saúde), compre um plano de saúde barato e de cobertura reduzida. Se planos populares não possuem fundamento técnico nem legal, ora, mudem-se as leis e a Constituição do país. É o que prega o ministro da Saúde, Ricardo Barros, muito mais no papel de conselheiro para investimentos empresariais. O jogo é bruto. Em consulta ao Tribunal Superior Eleitoral, descobre-se que planos de saúde investiram, em 2014, mais de R$ 54 milhões em campanhas para a Presidência da República e na eleição de 34 parlamentares. Entre os beneficiados estão o próprio ministro da Saúde e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, autor de proposta de emenda constitucional que visa obrigar empregadores a contratar planos coletivos. Na mira da Operação Lava Jato, conforme delações premiadas, planos de saúde podem estar envolvidos com propinas e indicações para cargos na ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Essa história de plano popular não começou agora. É retomada sempre que governos deixam de financiar adequadamente a saúde, assumindo apenas um SUS pobre para pobres. Empresários do setor nunca engoliram a determinação legal de que planos de saúde devem tratar todas as doenças e oferecer um rol mínimo de procedimentos médicos. Em 2001, emplacaram medida provisória, depois revogada, que instituía planos "subsegmentados". Em 2013, quase venderam ao governo a ideia de planos baratos subsidiados com dinheiro público. A quebra de mais uma grande Unimed, a anunciada venda da Qualicorp e as evidências de que a Amil revelou-se péssimo negócio para o capital estrangeiro expõem efeitos da crise econômica ou da má gestão. Também enterram a credibilidade de qualquer proposta que veja nesse mercado a salvação para os males do sistema de saúde brasileiro. Neste momento de cortes drásticos de recursos e de redução de leitos de internação no SUS, os planos populares, que não cobrem atendimentos de alto custo, aliviariam em que a rede pública? Em consultas e exames simples? Nem aí, com certeza, pois o baixo preço de mensalidades leva à diminuição dos valores de honorários médicos e à fuga de prestadores de serviços. Como 80% do mercado é formado por planos coletivos, pressupõe-se que empregadores passariam a fornecer aos empregados um benefício de pior qualidade. A população reconhece o engodo dos planos segmentados. O ambulatorial, sem direito a internação, já previsto em lei, representa só 4% do mercado. Planos de baixo preço, com poucos médicos e serviços, são recordistas de ações judiciais por restrições de cobertura e reajustes abusivos. O plano popular é um barato que sai caro. Por isso, não existe em nenhum país do mundo que adote sistema universal ou mecanismos coletivos para proteger a saúde dos cidadãos. Simplesmente porque saúde é um direito humano, as necessidades não são previsíveis e o risco de adoecimento não pode ser customizado em um plano promocional. O ministro, ainda interino, tem pouco tempo para se promover a definitivo, mas as gerações brasileiras vislumbram horizontes mais largos, com perspectivas de vida e saúde mais solidárias e dignas. MÁRIO SCHEFFER, 49, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, é vice-presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) e membro do conselho diretor do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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Fracasso do governo em prever arrecadação eleva incerteza e agrava crise
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Faz pouca diferença, a esta altura da crise, saber se o deficit nas contas do governo deste ano ficará mais próximo de R$ 50 bilhões ou de R$ 100 bilhões. A diferença entre um e outro montante são despesas remanescentes de anos anteriores, cuja execução vem sendo adiada pelas manobras que ficaram conhecidas como pedaladas fiscais. Mais cedo ou mais tarde, esses valores serão desembolsados. Mais grave é a incapacidade da equipe econômica de fazer projeções confiáveis para os gastos e, especialmente, para a arrecadação. Basta dizer que, de setembro para outubro, a estimativa para as receitas de 2015 foi reduzida em R$ 57,7 bilhões —o equivalente a dois anos de Bolsa Família. Dilma buraco Se uma mudança de cálculo de tais dimensões acontece quando faltam apenas dois meses para o encerramento do ano, pode-se imaginar o grau de incerteza em torno dos montantes previstos no Orçamento de 2016. Sem parâmetros confiáveis para a evolução futura da dívida pública, o mercado segura investimentos e busca segurança no dólar, agravando a recessão e a inflação.
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mercado
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Fracasso do governo em prever arrecadação eleva incerteza e agrava criseFaz pouca diferença, a esta altura da crise, saber se o deficit nas contas do governo deste ano ficará mais próximo de R$ 50 bilhões ou de R$ 100 bilhões. A diferença entre um e outro montante são despesas remanescentes de anos anteriores, cuja execução vem sendo adiada pelas manobras que ficaram conhecidas como pedaladas fiscais. Mais cedo ou mais tarde, esses valores serão desembolsados. Mais grave é a incapacidade da equipe econômica de fazer projeções confiáveis para os gastos e, especialmente, para a arrecadação. Basta dizer que, de setembro para outubro, a estimativa para as receitas de 2015 foi reduzida em R$ 57,7 bilhões —o equivalente a dois anos de Bolsa Família. Dilma buraco Se uma mudança de cálculo de tais dimensões acontece quando faltam apenas dois meses para o encerramento do ano, pode-se imaginar o grau de incerteza em torno dos montantes previstos no Orçamento de 2016. Sem parâmetros confiáveis para a evolução futura da dívida pública, o mercado segura investimentos e busca segurança no dólar, agravando a recessão e a inflação.
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Descubra quais são as marcas de serviço escolhidas pelos paulistanos
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DE SÃO PAULO Pesquisa inédita do Datafolha revela quais são as marcas de serviço campeãs em São Paulo. O instituto foi às ruas da capital para entrevistar paulistanos das classes A e B. O objetivo era descobrir: "Qual é o melhor serviço de São Paulo?" Os resultados estão neste "O Melhor de sãopaulo Serviços" que contempla 30 categorias, como farmácia, shopping, academia, transporte e cinema, entre outros segmentos que fazem parte do cotidiano da maior metrópole dedicada à prestação de serviços da América Latina. Além dos resultados, galerias de fotos e infográficos com informações sobre a pesquisa Datafolha, o site de "O Melhor de sãopaulo Serviços" traz entrevistas com os executivos das marcas campeãs. Traz também mais uma novidade: essa versão especial permite ao internauta navegar pelo mapa da cidade de São Paulo. Assim, você poderá encontrar os endereços das marcas campeãs pertinho de sua casa. Descubra o que São Paulo tem de melhor. Boa navegação! * CONFIRA QUAIS FORAM OS VENCEDORES POR CATEGORIA ACADEMIA Smart Fit ALUGUEL DE BIKE Itaú APLICATIVO PARA TÁXI 99Taxi e Easy Taxi CASA DE SHOWS Citibank Hall CENTRO DE CONVENÇÕES Anhembi CENTRO DE ESPORTES E LAZER Ibirapuera CINEMA Cinemark LOJA DE MATERIAL ESPORTIVO Centauro EMPRESA DE SEGURANÇA PRIVADA Protege ESCOLA DE IDIOMAS Cultura Inglesa ESTÁDIO Arena Corinthians FARMÁCIA Drogaria São Paulo FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO Caixa Econômica Federal HOSPITAL Albert Einstein INTERNET BANKING Itaú LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS Fleury, Lavoisier e Delboni LIVRARIA Saraiva LOJA DE CONSTRUÇÃO Leroy Merlin LOJA DE CONVENIÊNCIA AM/PM LOJA DE DECORAÇÃO E DESIGN Tok&Stok MATERNIDADE Santa Joana e São Luiz MUSEU Museu do Ipiranga ÓTICA Óticas Carol PEDÁGIO ELETRÔNICO Sem Parar PET SHOP Cobasi POSTO DE GASOLINA Posto Ipiranga e Posto Shell PROGRAMAÇÃO DE TV SOB DEMANDA Netflix e Net Now TRANSPORTE Metrô SERVIÇO PÚBLICO Poupatempo SHOPPING CENTER Center Norte
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saopaulo
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Descubra quais são as marcas de serviço escolhidas pelos paulistanosDE SÃO PAULO Pesquisa inédita do Datafolha revela quais são as marcas de serviço campeãs em São Paulo. O instituto foi às ruas da capital para entrevistar paulistanos das classes A e B. O objetivo era descobrir: "Qual é o melhor serviço de São Paulo?" Os resultados estão neste "O Melhor de sãopaulo Serviços" que contempla 30 categorias, como farmácia, shopping, academia, transporte e cinema, entre outros segmentos que fazem parte do cotidiano da maior metrópole dedicada à prestação de serviços da América Latina. Além dos resultados, galerias de fotos e infográficos com informações sobre a pesquisa Datafolha, o site de "O Melhor de sãopaulo Serviços" traz entrevistas com os executivos das marcas campeãs. Traz também mais uma novidade: essa versão especial permite ao internauta navegar pelo mapa da cidade de São Paulo. Assim, você poderá encontrar os endereços das marcas campeãs pertinho de sua casa. Descubra o que São Paulo tem de melhor. Boa navegação! * CONFIRA QUAIS FORAM OS VENCEDORES POR CATEGORIA ACADEMIA Smart Fit ALUGUEL DE BIKE Itaú APLICATIVO PARA TÁXI 99Taxi e Easy Taxi CASA DE SHOWS Citibank Hall CENTRO DE CONVENÇÕES Anhembi CENTRO DE ESPORTES E LAZER Ibirapuera CINEMA Cinemark LOJA DE MATERIAL ESPORTIVO Centauro EMPRESA DE SEGURANÇA PRIVADA Protege ESCOLA DE IDIOMAS Cultura Inglesa ESTÁDIO Arena Corinthians FARMÁCIA Drogaria São Paulo FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO Caixa Econômica Federal HOSPITAL Albert Einstein INTERNET BANKING Itaú LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS Fleury, Lavoisier e Delboni LIVRARIA Saraiva LOJA DE CONSTRUÇÃO Leroy Merlin LOJA DE CONVENIÊNCIA AM/PM LOJA DE DECORAÇÃO E DESIGN Tok&Stok MATERNIDADE Santa Joana e São Luiz MUSEU Museu do Ipiranga ÓTICA Óticas Carol PEDÁGIO ELETRÔNICO Sem Parar PET SHOP Cobasi POSTO DE GASOLINA Posto Ipiranga e Posto Shell PROGRAMAÇÃO DE TV SOB DEMANDA Netflix e Net Now TRANSPORTE Metrô SERVIÇO PÚBLICO Poupatempo SHOPPING CENTER Center Norte
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Presidente da Turquia diz que ataque tenta 'semear o caos no país'
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O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou neste domingo que o atentado que deixou 39 mortos em uma boate de Istambul durante as celebrações do Ano-Novo buscava "semear o caos no país". "Agem para destruir a moral do país e semear o caos tomando deliberadamente como alvo a paz da nação e dos civis com estes ataques de ódio", declarou Erdogan em sua primeira reação ao massacre, segundo um comunicado publicado pela presidência. O ataque começou uma hora depois de os turcos darem as boas-vindas ao novo ano, quando o criminoso matou a tiros um policial e um civil na entrada da Reina, uma das boates mais exclusivas da cidade, antes de continuar o massacre em seu interior, segundo as autoridades. O atentado foi registrado depois de um ano de 2016 sangrento para a Turquia, marcado por vários ataques mortíferos atribuídos aos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) que deixaram conjuntamente centenas de mortos. Mas Erdogan prometeu continuar com a luta contra o terrorismo. "A Turquia está determinada a continuar lutando até o fim contra o terrorismo e a fazer o necessário para garantir a segurança de seus cidadãos e assegurar a paz na região", disse. Ele acrescentou que a Turquia implementará os meios necessários –militares, econômicos, políticos ou sociais– contra "organizações terroristas" e os países que as apoiam, sem informar a quais grupos ou nações se referia.
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mundo
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Presidente da Turquia diz que ataque tenta 'semear o caos no país'O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou neste domingo que o atentado que deixou 39 mortos em uma boate de Istambul durante as celebrações do Ano-Novo buscava "semear o caos no país". "Agem para destruir a moral do país e semear o caos tomando deliberadamente como alvo a paz da nação e dos civis com estes ataques de ódio", declarou Erdogan em sua primeira reação ao massacre, segundo um comunicado publicado pela presidência. O ataque começou uma hora depois de os turcos darem as boas-vindas ao novo ano, quando o criminoso matou a tiros um policial e um civil na entrada da Reina, uma das boates mais exclusivas da cidade, antes de continuar o massacre em seu interior, segundo as autoridades. O atentado foi registrado depois de um ano de 2016 sangrento para a Turquia, marcado por vários ataques mortíferos atribuídos aos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) que deixaram conjuntamente centenas de mortos. Mas Erdogan prometeu continuar com a luta contra o terrorismo. "A Turquia está determinada a continuar lutando até o fim contra o terrorismo e a fazer o necessário para garantir a segurança de seus cidadãos e assegurar a paz na região", disse. Ele acrescentou que a Turquia implementará os meios necessários –militares, econômicos, políticos ou sociais– contra "organizações terroristas" e os países que as apoiam, sem informar a quais grupos ou nações se referia.
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O erro de Piketty?
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SÃO PAULO - Recebi de meu amigo Eduardo Giannetti uma interessante resenha de Deirdre McCloskey sobre o best-seller de Thomas Piketty, "O Capital no Século 21", que, se não encerra o debate, dá o que pensar. Eu deveria ir direto ao cerne, mas não resisto em fazer um pit-stop na fofoca. McCloskey, para quem não conhece, chocou a academia americana ao anunciar, nos anos 90, que trocaria de sexo. Donald McCloskey, um "Chicago boy" que construíra sólida reputação com trabalhos sobre o papel da persuasão na economia e atacando a má matematização que se assenhorou da disciplina, estava se tornando Deirdre. A experiência virou um livro, "Crossing: a Memoir". Voltando a Piketty, McCloskey faz o elogio de praxe (um incrível trabalho de coleta de dados), mas detona a obra do francês, que acusa de estar equivocado "em sua ciência e ética social". Os dois problemas mais graves, diz McCloskey, é que Piketty não leva em conta a curva de oferta nem o capital social, o que torna suas previsões irrealisticamente pessimistas. No primeiro erro ele estaria acompanhado de Malthus, que também não teria sido capaz de antecipar que inovações podem mudar completamente o jogo. No segundo, ele simplifica demais as coisas, ao contabilizar apenas patrimônio e renda do trabalho. "Se a renda for corretamente medida para incluir melhores condições de trabalho, mais anos de educação, melhor assistência à saúde, mais anos de aposentadoria, mais subsídios sociais e, acima de tudo, a crescente qualidade e maior abundância dos produtos, então a renda dos pobres cresceu", diz a autora. E ela coloca alguns números. Nos últimos dois séculos, o mundo assistiu ao "Grande Enriquecimento", pelo qual o habitante médio do planeta teve sua riqueza multiplicada por dez, chegando a 30 nos países desenvolvidos. Para McCloskey, melhorar as condições de vida é muito mais importante do que evitar que milionários herdem sete Rolex de uma vez.
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O erro de Piketty?SÃO PAULO - Recebi de meu amigo Eduardo Giannetti uma interessante resenha de Deirdre McCloskey sobre o best-seller de Thomas Piketty, "O Capital no Século 21", que, se não encerra o debate, dá o que pensar. Eu deveria ir direto ao cerne, mas não resisto em fazer um pit-stop na fofoca. McCloskey, para quem não conhece, chocou a academia americana ao anunciar, nos anos 90, que trocaria de sexo. Donald McCloskey, um "Chicago boy" que construíra sólida reputação com trabalhos sobre o papel da persuasão na economia e atacando a má matematização que se assenhorou da disciplina, estava se tornando Deirdre. A experiência virou um livro, "Crossing: a Memoir". Voltando a Piketty, McCloskey faz o elogio de praxe (um incrível trabalho de coleta de dados), mas detona a obra do francês, que acusa de estar equivocado "em sua ciência e ética social". Os dois problemas mais graves, diz McCloskey, é que Piketty não leva em conta a curva de oferta nem o capital social, o que torna suas previsões irrealisticamente pessimistas. No primeiro erro ele estaria acompanhado de Malthus, que também não teria sido capaz de antecipar que inovações podem mudar completamente o jogo. No segundo, ele simplifica demais as coisas, ao contabilizar apenas patrimônio e renda do trabalho. "Se a renda for corretamente medida para incluir melhores condições de trabalho, mais anos de educação, melhor assistência à saúde, mais anos de aposentadoria, mais subsídios sociais e, acima de tudo, a crescente qualidade e maior abundância dos produtos, então a renda dos pobres cresceu", diz a autora. E ela coloca alguns números. Nos últimos dois séculos, o mundo assistiu ao "Grande Enriquecimento", pelo qual o habitante médio do planeta teve sua riqueza multiplicada por dez, chegando a 30 nos países desenvolvidos. Para McCloskey, melhorar as condições de vida é muito mais importante do que evitar que milionários herdem sete Rolex de uma vez.
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Só 4 de 50 políticos alvos de Janot na Lava Jato são réus
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Anunciada com impacto, a primeira lista de investigados pela Procuradoria-Geral da República na Lava Jato, um total de 27 inquéritos abertos em março de 2015, teve pouca consequência jurídica até agora. Apenas 8% dos 50 políticos investigados se tornaram réus por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e nenhum deles havia sido condenado até a última sexta-feira (3). A divulgação de uma segunda "lista de Janot" é aguardada para os próximos dias, agora como resultado de delações premiadas de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. Conforme mostrou a Folha, dois ministros (Eliseu Padilha e Moreira Franco) e senadores de PMDB e PSDB estão na nova relação de pedidos de inquérito. Há dois anos, as investigações também começaram a partir de depoimentos prestados em acordos de colaboração. O anúncio da lista, na noite do dia 6 de março de 2015, foi cercado de expectativa. Ao longo de meses, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, manejou a relação em sigilo. O ministro Teori Zavascki, então relator da Lava Jato, acolheu todos os pedidos e autorizou a abertura de 25 inquéritos. O STJ abriu mais dois. Dois anos depois, 40% das 27 investigações foram arquivadas no todo ou em parte ou juntadas a outra apuração e outros 17 casos seguem em aberto, sem conclusão. Em seis inquéritos, a PGR já apresentou a denúncia, mas o STF ainda não decidiu o que vai fazer. A denúncia mais antiga é a que trata do deputado Vander Loubet (PT-MS). Um ano e três meses depois, o caso continua inconcluso. Os inquéritos abertos em março de 2015 envolviam 50 políticos com foro privilegiado no Supremo e no STJ, alguns dos quais ex-parlamentares, mas que seguiram sob investigação nos tribunais. Desse total, apenas quatro dos investigados viraram réus: o então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e os deputados Nelson Meurer (PP-RJ) e Aníbal Gomes (PMDB-CE). Diferentemente do que ocorre na primeira instância da Justiça Federal em Curitiba (PR), onde delegados da Polícia Federal e procuradores dividem as investigações e podem se dirigir, com petições, ao juiz Sérgio Moro, no STF e no STJ quem organiza e comanda a investigação é a PGR. Eventuais pedidos de quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal ou de autorização para outras diligências são feitos por Janot ao ministro relator no Supremo. A PF participa por meio de um grupo destacado para atuar em inquéritos que tramitam nos tribunais superiores. A Folha apurou que, nos bastidores, policiais federais criticam a fórmula adotada pela PGR, como abrir procedimentos por nome dos políticos, em vez de apurar primeiro os fatos e só depois separar os casos. Outra crítica reside no fato de os delegados serem impedidos de participar da tomada de depoimentos dos delatores. As declarações já chegam prontas aos policiais, que se ocupam de confirmá-las ou não. Policiais acreditam que as homologações das delações só deveriam ocorrer após uma investigação prévia. Atualmente, a PGR pede ao STF a homologação dos acordos antes disso. Conforme a Folha divulgou em novembro passado, pelo menos dez investigações abertas na Lava Jato pela PGR no STF já foram arquivadas devido a inconsistências e fragilidades nas delações premiadas. Desse total, seis foram de inquéritos abertos na primeira "lista de Janot". BALANÇO POSITIVO Na sexta (3), a reportagem encaminhou perguntas à PGR com os números do levantamento feito pela Folha sobre a primeira lista de Janot. Quase duas horas depois, a PGR divulgou à imprensa um texto no qual faz um balanço positivo da Lava Jato desde 2015, abrangendo toda a investigação. Segundo a PGR, desde março de 2015, com "o aprofundamento das investigações", foram "descobertos fatos novos e surgiram mais envolvidos, com a abertura de outros nove inquéritos". A procuradoria diz que já foi apresentado ao STF um total de "20 denúncias com 59 acusados (sem repetição de nomes), sendo que só em 5 casos houve recebimento [da denúncia] pela Suprema Corte". O órgão considera 28 inquéritos abertos em março de 2015, e não 27, como apurou a Folha. Segundo o texto, Janot declarou que houve avanços "com desenvolvimento de técnicas de investigação", além de "mais agilidade nos trâmites dos processos de pessoas com prerrogativa de foro". CRONOLOGIA ago.14 Primeiras delações de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef chegam à PGR (Procuradoria Geral da República) set.14 CPI da Petrobras tenta acesso à delações, mas PGR se recusa a entregar, sob o argumento de que prejudicaria as investigações set.14-fev.15 Imprensa começa a divulgar nomes vazados da "lista de Janot", políticos que seriam alvos de inquérito no STF 6.mar.15 Janot entrega ao ministro do STF Teori Zavascki os pedidos para abertura de 25 inquéritos 12.mar.15 PGR pede ao STJ abertura de mais dois inquéritos, sobre os governadores Tião Viana (PT-AC) e Luiz Pezão (PMDB-RJ) e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) 30.jan.17 STF homologa delações de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht, o que daria origem a uma segunda "lista de Janot", aguardada para março de 2017
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Só 4 de 50 políticos alvos de Janot na Lava Jato são réusAnunciada com impacto, a primeira lista de investigados pela Procuradoria-Geral da República na Lava Jato, um total de 27 inquéritos abertos em março de 2015, teve pouca consequência jurídica até agora. Apenas 8% dos 50 políticos investigados se tornaram réus por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e nenhum deles havia sido condenado até a última sexta-feira (3). A divulgação de uma segunda "lista de Janot" é aguardada para os próximos dias, agora como resultado de delações premiadas de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. Conforme mostrou a Folha, dois ministros (Eliseu Padilha e Moreira Franco) e senadores de PMDB e PSDB estão na nova relação de pedidos de inquérito. Há dois anos, as investigações também começaram a partir de depoimentos prestados em acordos de colaboração. O anúncio da lista, na noite do dia 6 de março de 2015, foi cercado de expectativa. Ao longo de meses, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, manejou a relação em sigilo. O ministro Teori Zavascki, então relator da Lava Jato, acolheu todos os pedidos e autorizou a abertura de 25 inquéritos. O STJ abriu mais dois. Dois anos depois, 40% das 27 investigações foram arquivadas no todo ou em parte ou juntadas a outra apuração e outros 17 casos seguem em aberto, sem conclusão. Em seis inquéritos, a PGR já apresentou a denúncia, mas o STF ainda não decidiu o que vai fazer. A denúncia mais antiga é a que trata do deputado Vander Loubet (PT-MS). Um ano e três meses depois, o caso continua inconcluso. Os inquéritos abertos em março de 2015 envolviam 50 políticos com foro privilegiado no Supremo e no STJ, alguns dos quais ex-parlamentares, mas que seguiram sob investigação nos tribunais. Desse total, apenas quatro dos investigados viraram réus: o então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e os deputados Nelson Meurer (PP-RJ) e Aníbal Gomes (PMDB-CE). Diferentemente do que ocorre na primeira instância da Justiça Federal em Curitiba (PR), onde delegados da Polícia Federal e procuradores dividem as investigações e podem se dirigir, com petições, ao juiz Sérgio Moro, no STF e no STJ quem organiza e comanda a investigação é a PGR. Eventuais pedidos de quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal ou de autorização para outras diligências são feitos por Janot ao ministro relator no Supremo. A PF participa por meio de um grupo destacado para atuar em inquéritos que tramitam nos tribunais superiores. A Folha apurou que, nos bastidores, policiais federais criticam a fórmula adotada pela PGR, como abrir procedimentos por nome dos políticos, em vez de apurar primeiro os fatos e só depois separar os casos. Outra crítica reside no fato de os delegados serem impedidos de participar da tomada de depoimentos dos delatores. As declarações já chegam prontas aos policiais, que se ocupam de confirmá-las ou não. Policiais acreditam que as homologações das delações só deveriam ocorrer após uma investigação prévia. Atualmente, a PGR pede ao STF a homologação dos acordos antes disso. Conforme a Folha divulgou em novembro passado, pelo menos dez investigações abertas na Lava Jato pela PGR no STF já foram arquivadas devido a inconsistências e fragilidades nas delações premiadas. Desse total, seis foram de inquéritos abertos na primeira "lista de Janot". BALANÇO POSITIVO Na sexta (3), a reportagem encaminhou perguntas à PGR com os números do levantamento feito pela Folha sobre a primeira lista de Janot. Quase duas horas depois, a PGR divulgou à imprensa um texto no qual faz um balanço positivo da Lava Jato desde 2015, abrangendo toda a investigação. Segundo a PGR, desde março de 2015, com "o aprofundamento das investigações", foram "descobertos fatos novos e surgiram mais envolvidos, com a abertura de outros nove inquéritos". A procuradoria diz que já foi apresentado ao STF um total de "20 denúncias com 59 acusados (sem repetição de nomes), sendo que só em 5 casos houve recebimento [da denúncia] pela Suprema Corte". O órgão considera 28 inquéritos abertos em março de 2015, e não 27, como apurou a Folha. Segundo o texto, Janot declarou que houve avanços "com desenvolvimento de técnicas de investigação", além de "mais agilidade nos trâmites dos processos de pessoas com prerrogativa de foro". CRONOLOGIA ago.14 Primeiras delações de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef chegam à PGR (Procuradoria Geral da República) set.14 CPI da Petrobras tenta acesso à delações, mas PGR se recusa a entregar, sob o argumento de que prejudicaria as investigações set.14-fev.15 Imprensa começa a divulgar nomes vazados da "lista de Janot", políticos que seriam alvos de inquérito no STF 6.mar.15 Janot entrega ao ministro do STF Teori Zavascki os pedidos para abertura de 25 inquéritos 12.mar.15 PGR pede ao STJ abertura de mais dois inquéritos, sobre os governadores Tião Viana (PT-AC) e Luiz Pezão (PMDB-RJ) e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) 30.jan.17 STF homologa delações de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht, o que daria origem a uma segunda "lista de Janot", aguardada para março de 2017
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Jornais são proibidos de publicar denúncias contra irmão de Chávez
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Um tribunal venezuelano proibiu três jornais de divulgarem denúncias de suposta corrupção contra Adán Chávez, irmão do ex-presidente Hugo Chávez e governador do Estado de Barinas (sudoeste), em meio a uma investigação realizada pelo Parlamento, de maioria opositora. Uma corte de Barinas ditou uma medida cautelar contra os jornais locais "La Prensa", "La Noticia" e "Los Llanos", que "proíbe a publicação de denúncias sobre indícios de corrupção que envolvam o governador Adán Chávez em acusações que não tenham sido ventiladas pelos órgãos jurisdicionais correspondentes", informou o Colégio Nacional de Jornalistas (CNP, na sigla local) em um comunicado. A decisão foi tomada depois que a Comissão de Controladoria da Assembleia Nacional, dominada pela oposição desde janeiro, anunciou que investiga Chávez por gestões opacas no governo de Barinas, terra do ex-presidente e sua família, indicou. "Ficamos preocupados com o fato de usarem os tribunais, fiadores da administração de justiça do país, para limitar o direito à liberdade de expressão e de informação", acrescenta a nota. Os diretores dos jornais deverão se apresentar em uma audiência ante a Justiça de Barinas nos próximos dias. "Ao proibir a informação, o que fazem é alimentar a suspeita de que efetivamente há algo", opinou nesta sexta-feira (26), em um programa de rádio, Carlos Correa, diretor da ONG Espaço Público, que monitora a liberdade de expressão. "O importante é que se isso [a denúncia] não for certo, que os funcionários falem e o jornalista possa continuar seu trabalho", acrescentou. Em 2015, o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, processou três meios de comunicação venezuelanos por divulgarem informações que o vinculavam com redes de narcotráfico.
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Jornais são proibidos de publicar denúncias contra irmão de ChávezUm tribunal venezuelano proibiu três jornais de divulgarem denúncias de suposta corrupção contra Adán Chávez, irmão do ex-presidente Hugo Chávez e governador do Estado de Barinas (sudoeste), em meio a uma investigação realizada pelo Parlamento, de maioria opositora. Uma corte de Barinas ditou uma medida cautelar contra os jornais locais "La Prensa", "La Noticia" e "Los Llanos", que "proíbe a publicação de denúncias sobre indícios de corrupção que envolvam o governador Adán Chávez em acusações que não tenham sido ventiladas pelos órgãos jurisdicionais correspondentes", informou o Colégio Nacional de Jornalistas (CNP, na sigla local) em um comunicado. A decisão foi tomada depois que a Comissão de Controladoria da Assembleia Nacional, dominada pela oposição desde janeiro, anunciou que investiga Chávez por gestões opacas no governo de Barinas, terra do ex-presidente e sua família, indicou. "Ficamos preocupados com o fato de usarem os tribunais, fiadores da administração de justiça do país, para limitar o direito à liberdade de expressão e de informação", acrescenta a nota. Os diretores dos jornais deverão se apresentar em uma audiência ante a Justiça de Barinas nos próximos dias. "Ao proibir a informação, o que fazem é alimentar a suspeita de que efetivamente há algo", opinou nesta sexta-feira (26), em um programa de rádio, Carlos Correa, diretor da ONG Espaço Público, que monitora a liberdade de expressão. "O importante é que se isso [a denúncia] não for certo, que os funcionários falem e o jornalista possa continuar seu trabalho", acrescentou. Em 2015, o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, processou três meios de comunicação venezuelanos por divulgarem informações que o vinculavam com redes de narcotráfico.
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Receita vinda do leitor deve ser o foco de jornais, diz ex-diretora do 'NYT'
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Os jornais devem dar atenção agora à receita que vem do consumidor. Esse foi o primeiro ponto destacado pela consultora de mídia e ex-diretora do "New York Times" Yasmin Namini, que chefiou o lançamento do modelo de assinatura digital do jornal e iniciou nesta segunda-feira (9) a conferência da INMA (Associação Internacional de Mídia Jornalística), no auditório do Google, em São Paulo. Namini defendeu uma sequência de "caminhos para o crescimento", inclusive atenção para aparelhos móveis e mídia social, como novas plataformas de distribuição do jornalismo, e a adoção de publicidade nativa ou conteúdo patrocinado, como resposta para a queda em propaganda, inclusive digital. Sobre o "NYT", destacou lições da adoção do "paywall", a assinatura digital iniciada em 2011, como: o leitor está disposto a pagar por jornalismo, não por "sinos e assobios", expressão em inglês para ofertas não essenciais; e a necessidade de atuação integrada entre os departamentos de marketing, publicidade, tecnologia e editorial. Apresentando Namini, o presidente da INMA Brasil e diretor-executivo Comercial da Folha, Marcelo Benez, abriu a conferência sublinhando que, depois de passar pelo momento "digital first", de priorização do digital sobre o impresso, as publicações hoje estão momento "reader first", de priorização do leitor, com uma "hipersonalização" no setor. O EVENTO A conferência da INMA tem o tema "A nova transformação da indústria de notícias" e se encerra nesta terça-feira (10). Entre os tópicos a serem abordados estão os novos formatos de cobrança e receitas de conteúdo. Participam, como palestrantes e debatedores, 24 executivos de empresas jornalísticas do Brasil e do exterior. Quem deseja participar pode se inscrever no local (auditório do Google, Av. Brigadeiro Faria Lima, 3477, Itaim Bibi), a partir de US$ 1.195. PROGRAMAÇÃO DE TERÇA, DIA 10 9h Jason Washing, diretor de Parcerias Estratégicas do Google 9h40 As lições globais para crescimento de assinaturas do "NYT" Mark Campbell, vice-presidente de Marketing do Consumidor do "New York Times". 10h55 Painel América Latina Antonio Jiménez Barca, diretor de Redação do espanhol "El País", e Martha Ortiz, diretora do "El Colombiano". 12h15 Big Data 2.0: O que as empresas de notícias precisam entender e fazer agora Gustavo Ioschpe, fundador e presidente-executivo da Big Data, e Pablo Cerdeira, chefe do Pensa - Sala de Ideias, da Prefeitura do Rio. 14h15 Painel Digital: O que o futuro vai exigir das companhias de mídia Guilherme Gomide, presidente-executivo de América Latina da agência Mirum, Michel Lent Schwartzman, fundador e diretor de Produção da LENT/AG, e Jonas Leite Suassuna, presidente da Gol Grupo. 15h15 Atendendo às exigências atuais para gerar receita de forma criativa Ana Paula Padrão, apresentadora na Rede Bandeirantes e empresária. 16h Inma Talks Pyr Marcondes, diretor geral da M&M Consulting, e Paula Nader, diretora de Marca e Marketing do Banco Santander 17h30 A visão de uma grande editora em relação ao novo papel do publisher Tiago Afonso, diretor de Marketing da Editora Abril. 18h15 Adaptando-se ao novo ambiente da mídia Mark Challinor, presidente mundial da Inma e presidente-executivo da Media Futures.
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Receita vinda do leitor deve ser o foco de jornais, diz ex-diretora do 'NYT'Os jornais devem dar atenção agora à receita que vem do consumidor. Esse foi o primeiro ponto destacado pela consultora de mídia e ex-diretora do "New York Times" Yasmin Namini, que chefiou o lançamento do modelo de assinatura digital do jornal e iniciou nesta segunda-feira (9) a conferência da INMA (Associação Internacional de Mídia Jornalística), no auditório do Google, em São Paulo. Namini defendeu uma sequência de "caminhos para o crescimento", inclusive atenção para aparelhos móveis e mídia social, como novas plataformas de distribuição do jornalismo, e a adoção de publicidade nativa ou conteúdo patrocinado, como resposta para a queda em propaganda, inclusive digital. Sobre o "NYT", destacou lições da adoção do "paywall", a assinatura digital iniciada em 2011, como: o leitor está disposto a pagar por jornalismo, não por "sinos e assobios", expressão em inglês para ofertas não essenciais; e a necessidade de atuação integrada entre os departamentos de marketing, publicidade, tecnologia e editorial. Apresentando Namini, o presidente da INMA Brasil e diretor-executivo Comercial da Folha, Marcelo Benez, abriu a conferência sublinhando que, depois de passar pelo momento "digital first", de priorização do digital sobre o impresso, as publicações hoje estão momento "reader first", de priorização do leitor, com uma "hipersonalização" no setor. O EVENTO A conferência da INMA tem o tema "A nova transformação da indústria de notícias" e se encerra nesta terça-feira (10). Entre os tópicos a serem abordados estão os novos formatos de cobrança e receitas de conteúdo. Participam, como palestrantes e debatedores, 24 executivos de empresas jornalísticas do Brasil e do exterior. Quem deseja participar pode se inscrever no local (auditório do Google, Av. Brigadeiro Faria Lima, 3477, Itaim Bibi), a partir de US$ 1.195. PROGRAMAÇÃO DE TERÇA, DIA 10 9h Jason Washing, diretor de Parcerias Estratégicas do Google 9h40 As lições globais para crescimento de assinaturas do "NYT" Mark Campbell, vice-presidente de Marketing do Consumidor do "New York Times". 10h55 Painel América Latina Antonio Jiménez Barca, diretor de Redação do espanhol "El País", e Martha Ortiz, diretora do "El Colombiano". 12h15 Big Data 2.0: O que as empresas de notícias precisam entender e fazer agora Gustavo Ioschpe, fundador e presidente-executivo da Big Data, e Pablo Cerdeira, chefe do Pensa - Sala de Ideias, da Prefeitura do Rio. 14h15 Painel Digital: O que o futuro vai exigir das companhias de mídia Guilherme Gomide, presidente-executivo de América Latina da agência Mirum, Michel Lent Schwartzman, fundador e diretor de Produção da LENT/AG, e Jonas Leite Suassuna, presidente da Gol Grupo. 15h15 Atendendo às exigências atuais para gerar receita de forma criativa Ana Paula Padrão, apresentadora na Rede Bandeirantes e empresária. 16h Inma Talks Pyr Marcondes, diretor geral da M&M Consulting, e Paula Nader, diretora de Marca e Marketing do Banco Santander 17h30 A visão de uma grande editora em relação ao novo papel do publisher Tiago Afonso, diretor de Marketing da Editora Abril. 18h15 Adaptando-se ao novo ambiente da mídia Mark Challinor, presidente mundial da Inma e presidente-executivo da Media Futures.
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Veja as obras que estamparam as capas da Ilustríssima em 2017
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Colagens, pinturas e esculturas. Veja as imagens e as matérias de capa da Ilustríssima neste ano.
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Veja as obras que estamparam as capas da Ilustríssima em 2017Colagens, pinturas e esculturas. Veja as imagens e as matérias de capa da Ilustríssima neste ano.
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Junho foi o mais quente da história no mundo, diz agência dos EUA
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O mês passado foi o junho mais quente já registrado na história e o 14º mês seguido em que recordes de calor foram quebrados no mundo, de acordo com cientistas. A temperatura global média nas superfícies da terra e dos oceanos foi 0,9 ºC acima da média do século 20, que é de 15,5 ºC, informou o órgão responsável por medições nos EUA, NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) em seu relatório mensal. O órgão diz que as temperaturas globais dos oceanos estão alguns décimos mais altas que em junho do ano passado. Já as temperaturas terrestres estão semelhantes. O órgão compara temperaturas desde 1880, há 137 anos. A maioria dos cientistas atribui o aumento das temperaturas à emissão de gases de efeito estufa. Eles também dizem que a mudança climática é pelo menos parcialmente causada por diversos desastres ambientais pelo mundo. A temperatura global média nas superfícies da terra e dos oceanos foi 0,9 ºC acima da média do século 20, que é de 15,5 ºC, informou a NOAA em seu relatório mensal. O ano passado foi o ano mais quente já registrado, superando 2014, que até então detinha este recorde.
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Junho foi o mais quente da história no mundo, diz agência dos EUAO mês passado foi o junho mais quente já registrado na história e o 14º mês seguido em que recordes de calor foram quebrados no mundo, de acordo com cientistas. A temperatura global média nas superfícies da terra e dos oceanos foi 0,9 ºC acima da média do século 20, que é de 15,5 ºC, informou o órgão responsável por medições nos EUA, NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) em seu relatório mensal. O órgão diz que as temperaturas globais dos oceanos estão alguns décimos mais altas que em junho do ano passado. Já as temperaturas terrestres estão semelhantes. O órgão compara temperaturas desde 1880, há 137 anos. A maioria dos cientistas atribui o aumento das temperaturas à emissão de gases de efeito estufa. Eles também dizem que a mudança climática é pelo menos parcialmente causada por diversos desastres ambientais pelo mundo. A temperatura global média nas superfícies da terra e dos oceanos foi 0,9 ºC acima da média do século 20, que é de 15,5 ºC, informou a NOAA em seu relatório mensal. O ano passado foi o ano mais quente já registrado, superando 2014, que até então detinha este recorde.
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Procuradoria suspeita de propina a Cabral por contrato na Rio-16
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O Ministério Público Federal suspeita que o ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB) recebeu propina por contrato firmado pela empresa Masan Serviços Especializados com o comitê organizador da Olimpíada de 2016. No pedido de prisão do empresário Marco Antônio de Luca, sócio da Masan, a Procuradoria lista seis contratos da empresa com a Rio-16. A firma forneceu mão de obra para limpeza e atendimento, além de refeições, a partir de setembro de 2015. A procuradoria solicitou informações ao comitê sobre os acordos. Bilhetes apreendidos na casa de Luiz Carlos Bezerra, responsável por recolher o dinheiro de propina da quadrilha, atribuem a Luca o pagamento de R$ 3,05 milhões em 2016 —são os valores indicados a "Louco", apelido dado ao empresário. "Há indicativos de pagamento de propina após a saída do ex-governador. E foi quando a Olimpíada ocorreu. São indicativos. Vamos analisar as informações a serem enviadas pelo comitê. A partir daí, somando as informações que já temos, vamos tirar nossas conclusões", afirmou a procuradora Fabiana Schneider, da força-tarefa da Lava Jato no Rio. O comitê organizador dos Jogos inicialmente usaria apenas recursos privados em seu orçamento. Contudo, às vésperas dos Jogos, precisou de socorro financeiro dos governos. A União viabilizou patrocínios dias antes da abertura. A Prefeitura do Rio repassou R$ 30 milhões, num convênio que previa no total R$ 150 milhões. Parte desse dinheiro foi usados nas intervenções emergenciais na Vila dos Atletas, que apresentou problemas após a chegada dos hóspedes. Um dos contratos da Masan foi firmado justamente por esse motivo. O objeto do acordo foi "prestação de serviços de limpeza e manutenção predial em caráter emergencial na Vila dos Atletas". A Procuradoria cita ainda no pedido de prisão preventiva de Luca a ajuda emergencial de R$ 2,9 bilhões dada pelo governo federal ao Estado para a realização do evento, além do investimento em arenas e convênios feitos com o COB (Comitê Olímpico do Brasil). Esses recursos, contudo, não passaram pelo comitê organizador dos Jogos. OUTRO LADO O comitê organizador afirmou que o maior contrato da Masan foi submetido a aprovação no Conselho Diretor da entidade duas vezes. O colegiado conta com dez pessoas, sendo três dos governos federal, estadual e municipal. A entidade diz ainda que a contratação emergência da empresa de Luca ocorreu porque ela era a única capaz de fornecer mão de obra na quantidade e velocidade exigida para solucionar os problemas da Vila dos Atletas. Este contratação também foi submetida ao conselho. "Não há a mínima chance de Cabral ter influência no conselho. E ainda devemos à Masan. Se houvesse algum apadrinhamento, ela teria recebido", disse o diretor de Comunicação da Rio-16, Mario Andrada. A dívida da entidade com a empresa é de R$ 16 milhões. O grupo Masan afirmou em nota que todas as licitações na gestão Cabral foram obtidas por meio de licitação ganhas pela modalidade menor preço. "A Masan ressalta ainda que nunca foi condenada por qualquer tipo de irregularidade em sua história. A empresa sofre hoje, como todos os prestadores de serviços, com a inadimplência do Governo do Estado do Rio de Janeiro, que chega à casa de R$ 70 milhões. O passivo, iniciado em 2010, vem sendo cobrado na instância administrativa. A empresa sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários sobre suas operações", diz nota. A nota não faz menção aos acordos com a Rio-16. A defesa de Cabral disse que vai se manifestar no processo.
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Procuradoria suspeita de propina a Cabral por contrato na Rio-16O Ministério Público Federal suspeita que o ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB) recebeu propina por contrato firmado pela empresa Masan Serviços Especializados com o comitê organizador da Olimpíada de 2016. No pedido de prisão do empresário Marco Antônio de Luca, sócio da Masan, a Procuradoria lista seis contratos da empresa com a Rio-16. A firma forneceu mão de obra para limpeza e atendimento, além de refeições, a partir de setembro de 2015. A procuradoria solicitou informações ao comitê sobre os acordos. Bilhetes apreendidos na casa de Luiz Carlos Bezerra, responsável por recolher o dinheiro de propina da quadrilha, atribuem a Luca o pagamento de R$ 3,05 milhões em 2016 —são os valores indicados a "Louco", apelido dado ao empresário. "Há indicativos de pagamento de propina após a saída do ex-governador. E foi quando a Olimpíada ocorreu. São indicativos. Vamos analisar as informações a serem enviadas pelo comitê. A partir daí, somando as informações que já temos, vamos tirar nossas conclusões", afirmou a procuradora Fabiana Schneider, da força-tarefa da Lava Jato no Rio. O comitê organizador dos Jogos inicialmente usaria apenas recursos privados em seu orçamento. Contudo, às vésperas dos Jogos, precisou de socorro financeiro dos governos. A União viabilizou patrocínios dias antes da abertura. A Prefeitura do Rio repassou R$ 30 milhões, num convênio que previa no total R$ 150 milhões. Parte desse dinheiro foi usados nas intervenções emergenciais na Vila dos Atletas, que apresentou problemas após a chegada dos hóspedes. Um dos contratos da Masan foi firmado justamente por esse motivo. O objeto do acordo foi "prestação de serviços de limpeza e manutenção predial em caráter emergencial na Vila dos Atletas". A Procuradoria cita ainda no pedido de prisão preventiva de Luca a ajuda emergencial de R$ 2,9 bilhões dada pelo governo federal ao Estado para a realização do evento, além do investimento em arenas e convênios feitos com o COB (Comitê Olímpico do Brasil). Esses recursos, contudo, não passaram pelo comitê organizador dos Jogos. OUTRO LADO O comitê organizador afirmou que o maior contrato da Masan foi submetido a aprovação no Conselho Diretor da entidade duas vezes. O colegiado conta com dez pessoas, sendo três dos governos federal, estadual e municipal. A entidade diz ainda que a contratação emergência da empresa de Luca ocorreu porque ela era a única capaz de fornecer mão de obra na quantidade e velocidade exigida para solucionar os problemas da Vila dos Atletas. Este contratação também foi submetida ao conselho. "Não há a mínima chance de Cabral ter influência no conselho. E ainda devemos à Masan. Se houvesse algum apadrinhamento, ela teria recebido", disse o diretor de Comunicação da Rio-16, Mario Andrada. A dívida da entidade com a empresa é de R$ 16 milhões. O grupo Masan afirmou em nota que todas as licitações na gestão Cabral foram obtidas por meio de licitação ganhas pela modalidade menor preço. "A Masan ressalta ainda que nunca foi condenada por qualquer tipo de irregularidade em sua história. A empresa sofre hoje, como todos os prestadores de serviços, com a inadimplência do Governo do Estado do Rio de Janeiro, que chega à casa de R$ 70 milhões. O passivo, iniciado em 2010, vem sendo cobrado na instância administrativa. A empresa sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários sobre suas operações", diz nota. A nota não faz menção aos acordos com a Rio-16. A defesa de Cabral disse que vai se manifestar no processo.
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Palmeiras bate Corinthians no Itaquerão e vence a 1ª no Brasileiro
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O Palmeiras voltou a ter motivos para comemorar na casa de seu maior rival. Após a classificação nos pênaltis pela semifinal do Campeonato Paulista, a equipe voltou ao Itaquerão e venceu o Corinthians por 2 a 0, neste domingo (31), pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Foi a primeira vitória da equipe alviverde no torneio nacional, que havia empatado duas vezes e perdido uma. Já o Corinthians conheceu sua primeira derrota no Brasileiro, e perdeu a oportunidade de assumir a liderança Na próxima rodada, o Corinthians terá a chance de se reabilitar em Porto Alegre, quando enfrenta o Grêmio, nesta quarta-feira (3). O Palmeiras joga na quinta (4), em busca da primeira vitória em casa, contra o Internacional. Veja vídeo O JOGO Pela primeira vez, o Corinthians não contou mais com Paolo Guerrero, que não renovou contrato e assinou com o Flamengo. Em seu lugar, o técnico Tite escalou o paraguaio Romero isolado no ataque. No Palmeiras, Oswaldo de Oliveira teve o retorno de Rafael Marques, que formou a dupla de ataque com Kelvin. E foi em uma jogada dos dois que a equipe abriu o placar, aos 24min. Kelvin recebeu de Valdivia na direita e cruzou para a área. Rafael Marques apareceu na segunda trave por trás dos zagueiros e cabeceou para o gol. Mais presente no meio de campo e com o domínio da posse de bola, o Palmeiras pressionou e chegou ao gol no último lance do primeiro tempo. Valdivia recebeu de Zé Roberto e cruzou para a área. O meia serviu o chileno e correu em direção ao gol para finalizar. Cássio defendeu, mas Zé Roberto teve tranquilidade para esperar o rebote e tocar de cabeça para o gol corintiano. A intensidade palmeirense na primeira etapa não se fez tão necessária no segundo tempo. Precisando de mais presença ofensiva, Tite tirou Ralf e colocou o atacante Mendoza no intervalo. Aos 12min, o colombiano recebeu ótimo passe de Renato Augusto e teve a chance de diminuir, mas finalizou para fora. Jogando de forma paciente, o Palmeiras só não chegou ao terceiro gol por causa de boas defesas de Cássio. Aos 22min, o goleiro corintiano abriu os braços e impediu o toque de cobertura de Zé Roberto após enfiada de Valdivia. Logo depois, aos 23min, Cássio saltou para fazer boa defesa em cobrança de falta do mesmo Zé Roberto. Lançado ao ataque, o Corinthians precisou mais uma vez do seu goleiro aos 32min, em um lance de contragolpe. Kelvin serviu Egídio na área e o lateral chutou forte, mas Cássio fez a defesa com o pé e evitou uma derrota maior.
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Palmeiras bate Corinthians no Itaquerão e vence a 1ª no BrasileiroO Palmeiras voltou a ter motivos para comemorar na casa de seu maior rival. Após a classificação nos pênaltis pela semifinal do Campeonato Paulista, a equipe voltou ao Itaquerão e venceu o Corinthians por 2 a 0, neste domingo (31), pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Foi a primeira vitória da equipe alviverde no torneio nacional, que havia empatado duas vezes e perdido uma. Já o Corinthians conheceu sua primeira derrota no Brasileiro, e perdeu a oportunidade de assumir a liderança Na próxima rodada, o Corinthians terá a chance de se reabilitar em Porto Alegre, quando enfrenta o Grêmio, nesta quarta-feira (3). O Palmeiras joga na quinta (4), em busca da primeira vitória em casa, contra o Internacional. Veja vídeo O JOGO Pela primeira vez, o Corinthians não contou mais com Paolo Guerrero, que não renovou contrato e assinou com o Flamengo. Em seu lugar, o técnico Tite escalou o paraguaio Romero isolado no ataque. No Palmeiras, Oswaldo de Oliveira teve o retorno de Rafael Marques, que formou a dupla de ataque com Kelvin. E foi em uma jogada dos dois que a equipe abriu o placar, aos 24min. Kelvin recebeu de Valdivia na direita e cruzou para a área. Rafael Marques apareceu na segunda trave por trás dos zagueiros e cabeceou para o gol. Mais presente no meio de campo e com o domínio da posse de bola, o Palmeiras pressionou e chegou ao gol no último lance do primeiro tempo. Valdivia recebeu de Zé Roberto e cruzou para a área. O meia serviu o chileno e correu em direção ao gol para finalizar. Cássio defendeu, mas Zé Roberto teve tranquilidade para esperar o rebote e tocar de cabeça para o gol corintiano. A intensidade palmeirense na primeira etapa não se fez tão necessária no segundo tempo. Precisando de mais presença ofensiva, Tite tirou Ralf e colocou o atacante Mendoza no intervalo. Aos 12min, o colombiano recebeu ótimo passe de Renato Augusto e teve a chance de diminuir, mas finalizou para fora. Jogando de forma paciente, o Palmeiras só não chegou ao terceiro gol por causa de boas defesas de Cássio. Aos 22min, o goleiro corintiano abriu os braços e impediu o toque de cobertura de Zé Roberto após enfiada de Valdivia. Logo depois, aos 23min, Cássio saltou para fazer boa defesa em cobrança de falta do mesmo Zé Roberto. Lançado ao ataque, o Corinthians precisou mais uma vez do seu goleiro aos 32min, em um lance de contragolpe. Kelvin serviu Egídio na área e o lateral chutou forte, mas Cássio fez a defesa com o pé e evitou uma derrota maior.
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Fazenda paulista arrecada R$ 5,1 bi com IPVA em janeiro
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A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo arrecadou R$ 5,12 bilhões com o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de 2015 até o dia 22 de janeiro. Nesse período, os donos de veículos usados registrados no Estado pagaram o imposto à vista, com desconto de 3%, ou a primeira das três parcelas. Segundo a assessoria de imprensa da Fazenda, o total arrecadado corresponde a pagamentos referentes a 8,66 milhões de veículos cujos proprietários quitaram o tributo com desconto ou pagaram a primeira parcela. Dos 17,2 milhões de veículos que compõem a frota estadual sujeita à tributação do IPVA, 4,15 milhões pagaram o imposto de uma só vez, gerando R$ 3,64 bilhões. A Fazenda registrou que proprietários de 4,51 milhões de veículos optaram pelo parcelamento e quitaram a primeira cota do imposto em janeiro, totalizando R$ 1,47 bilhão. Segundo a Fazenda, os proprietários de veículos que optaram por recolher o IPVA em fevereiro, sem desconto, devem ficar atentos às datas de vencimento do tributo definidas de acordo com o final de placa. O calendário deve ser observado também para o pagamento da segunda cota do IPVA parcelado. A sequência de datas de vencimento do imposto, estabelecida de acordo com o final da placa, começa no dia 11 (final 1) e segue até dia 27 (final 0). O valor arrecadado com o IPVA é dividido 50% para o Estado e 50% para o município de registro do veículo, descontados os 20% destinados ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
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Fazenda paulista arrecada R$ 5,1 bi com IPVA em janeiroA Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo arrecadou R$ 5,12 bilhões com o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de 2015 até o dia 22 de janeiro. Nesse período, os donos de veículos usados registrados no Estado pagaram o imposto à vista, com desconto de 3%, ou a primeira das três parcelas. Segundo a assessoria de imprensa da Fazenda, o total arrecadado corresponde a pagamentos referentes a 8,66 milhões de veículos cujos proprietários quitaram o tributo com desconto ou pagaram a primeira parcela. Dos 17,2 milhões de veículos que compõem a frota estadual sujeita à tributação do IPVA, 4,15 milhões pagaram o imposto de uma só vez, gerando R$ 3,64 bilhões. A Fazenda registrou que proprietários de 4,51 milhões de veículos optaram pelo parcelamento e quitaram a primeira cota do imposto em janeiro, totalizando R$ 1,47 bilhão. Segundo a Fazenda, os proprietários de veículos que optaram por recolher o IPVA em fevereiro, sem desconto, devem ficar atentos às datas de vencimento do tributo definidas de acordo com o final de placa. O calendário deve ser observado também para o pagamento da segunda cota do IPVA parcelado. A sequência de datas de vencimento do imposto, estabelecida de acordo com o final da placa, começa no dia 11 (final 1) e segue até dia 27 (final 0). O valor arrecadado com o IPVA é dividido 50% para o Estado e 50% para o município de registro do veículo, descontados os 20% destinados ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
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Idiotas do bem retornam para proibir a propaganda de bebidas alcoólicas
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E os idiotas do bem atacam de novo. Você não sabe o que é um idiota do bem? Explico: é alguém que tem certeza de participar do grupo que salva o mundo. Mas essa categoria contemporânea tem subespecificações. Hoje, vamos analisar uma delas. Você sabia que tem gente por aí apoiando a proibição de propagandas de bebidas alcoólicas nos meios de comunicação? Um dos traços desse subtipo de idiotas do bem é gozar com leis que incidem sobre hábitos e costumes. No caso do álcool, se eles pudessem, votariam a favor do retorno da "prohibition" –lei seca americana que deu impulso ao crime organizado. O que está por detrás dessa ideia de proibir a propaganda de álcool é uma mentalidade totalitária. Uma coisa que rapidamente esquecemos é que toda forma de repressão vê a si mesma como uma forma do bem instituído na norma. Daqui a pouco se proibirá a publicidade de carros (causam acidentes), aviões (caem), batom (dá vontade de beijar a boca das mulheres e isso pode ser anti-higiênico), churrascaria (colesterol), café (causa ansiedade), xampus (os cabelos reais nunca são tão lindos quantos os das propagandas), bolas de futebol (os meninos podem cair e quebrar a perna), livros (existem livros que propõem coisas absurdas), telefonia celular (já se fala em pessoas viciadas em celulares), televisão (crianças podem ver coisas erradas na televisão), computadores (a internet é incontrolável), turismo (pessoas podem pegar infecção intestinal viajando), água (pode estar contaminada), metrô (pode descarrilar), ônibus (capotam)... A lista é cansativa, como tudo que brota da alma dos idiotas do bem quando resolvem salvar o mundo de nós mesmos. O ódio à espécie humana é comum em quem é intolerante à contingência. Às vezes, a intolerância vem disfarçada de amor ao próximo e à sociedade. A "sujeira" humana é insuportável para os idiotas do bem que sonham com um mundo em que apenas eles possam viver e tudo seja limpinho. O objetivo é estabelecer um controle absoluto de tudo na vida, matá-la em nome desse controle. A contingência, inimiga mortal das almas pequenas, é o foco de leis como essa: proibindo a publicidade de bebidas alcoólicas, os idiotas do bem entendem que controlarão o uso de álcool. Recomendo, fortemente, para essas almas pequenas, a leitura do maravilhoso "Antifrágil", de Nassim Nicholas Taleb, publicado no Brasil pelo selo Best Business, da editora Record. O conceito de "antifrágil" não é sinônimo de forte ou robusto, ou inquebrável. A ideia de Taleb é que, quando se acua excessivamente a contingência, ela "se vinga". Sistemas muito puros ou controlados estariam condenados a essa vingança da contingência. A "saída" é ser meio "sujo", meio "incerto", "educado pela contingência", aprendendo a conviver com ela. Taleb identifica, como seria de se esperar, a modernidade como sofrendo desse mal: nas palavras do próprio autor, "o intervencionismo ingênuo moderno". Como, aliás, já ficava claro nas propostas utópicas de filósofos como Francis Bacon (1561-1626) para sua "Nova Atlântida", o foco da ciência seria "atar a natureza" para que ela nos entregasse nossas melhores condições de vida. Sem cairmos numa defesa ingênua da vida natural "livre", trata-se de entender que o controle excessivo da vida a torna insuportável. Quem muito se lava padece de bactérias superpoderosas. O mundo contemporâneo, na mesma medida em que se masturba com a autoimagem de "livre", sofre de uma profunda compulsão de controle da contingência em todos os níveis. Ser antifrágil é aprender que "pequenos" e contínuos efeitos da contingência são assimiláveis e formadores da sobrevivência, enquanto que a negação pura e simples desses efeitos prepara a vingança da contingência. O mundo, cada vez mais, é habitado por jovens assustados, ansiosos, inseguros nos afetos, com medo de ter filhos (mente-se muito sobre isso tudo), que temem uma vida que, ao contrário do que lhes foi prometida, está sempre além de nossa capacidade de previsão e controle. Jovens inseguros e ansiosos: eis a vingança da contingência.
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Idiotas do bem retornam para proibir a propaganda de bebidas alcoólicasE os idiotas do bem atacam de novo. Você não sabe o que é um idiota do bem? Explico: é alguém que tem certeza de participar do grupo que salva o mundo. Mas essa categoria contemporânea tem subespecificações. Hoje, vamos analisar uma delas. Você sabia que tem gente por aí apoiando a proibição de propagandas de bebidas alcoólicas nos meios de comunicação? Um dos traços desse subtipo de idiotas do bem é gozar com leis que incidem sobre hábitos e costumes. No caso do álcool, se eles pudessem, votariam a favor do retorno da "prohibition" –lei seca americana que deu impulso ao crime organizado. O que está por detrás dessa ideia de proibir a propaganda de álcool é uma mentalidade totalitária. Uma coisa que rapidamente esquecemos é que toda forma de repressão vê a si mesma como uma forma do bem instituído na norma. Daqui a pouco se proibirá a publicidade de carros (causam acidentes), aviões (caem), batom (dá vontade de beijar a boca das mulheres e isso pode ser anti-higiênico), churrascaria (colesterol), café (causa ansiedade), xampus (os cabelos reais nunca são tão lindos quantos os das propagandas), bolas de futebol (os meninos podem cair e quebrar a perna), livros (existem livros que propõem coisas absurdas), telefonia celular (já se fala em pessoas viciadas em celulares), televisão (crianças podem ver coisas erradas na televisão), computadores (a internet é incontrolável), turismo (pessoas podem pegar infecção intestinal viajando), água (pode estar contaminada), metrô (pode descarrilar), ônibus (capotam)... A lista é cansativa, como tudo que brota da alma dos idiotas do bem quando resolvem salvar o mundo de nós mesmos. O ódio à espécie humana é comum em quem é intolerante à contingência. Às vezes, a intolerância vem disfarçada de amor ao próximo e à sociedade. A "sujeira" humana é insuportável para os idiotas do bem que sonham com um mundo em que apenas eles possam viver e tudo seja limpinho. O objetivo é estabelecer um controle absoluto de tudo na vida, matá-la em nome desse controle. A contingência, inimiga mortal das almas pequenas, é o foco de leis como essa: proibindo a publicidade de bebidas alcoólicas, os idiotas do bem entendem que controlarão o uso de álcool. Recomendo, fortemente, para essas almas pequenas, a leitura do maravilhoso "Antifrágil", de Nassim Nicholas Taleb, publicado no Brasil pelo selo Best Business, da editora Record. O conceito de "antifrágil" não é sinônimo de forte ou robusto, ou inquebrável. A ideia de Taleb é que, quando se acua excessivamente a contingência, ela "se vinga". Sistemas muito puros ou controlados estariam condenados a essa vingança da contingência. A "saída" é ser meio "sujo", meio "incerto", "educado pela contingência", aprendendo a conviver com ela. Taleb identifica, como seria de se esperar, a modernidade como sofrendo desse mal: nas palavras do próprio autor, "o intervencionismo ingênuo moderno". Como, aliás, já ficava claro nas propostas utópicas de filósofos como Francis Bacon (1561-1626) para sua "Nova Atlântida", o foco da ciência seria "atar a natureza" para que ela nos entregasse nossas melhores condições de vida. Sem cairmos numa defesa ingênua da vida natural "livre", trata-se de entender que o controle excessivo da vida a torna insuportável. Quem muito se lava padece de bactérias superpoderosas. O mundo contemporâneo, na mesma medida em que se masturba com a autoimagem de "livre", sofre de uma profunda compulsão de controle da contingência em todos os níveis. Ser antifrágil é aprender que "pequenos" e contínuos efeitos da contingência são assimiláveis e formadores da sobrevivência, enquanto que a negação pura e simples desses efeitos prepara a vingança da contingência. O mundo, cada vez mais, é habitado por jovens assustados, ansiosos, inseguros nos afetos, com medo de ter filhos (mente-se muito sobre isso tudo), que temem uma vida que, ao contrário do que lhes foi prometida, está sempre além de nossa capacidade de previsão e controle. Jovens inseguros e ansiosos: eis a vingança da contingência.
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Muricy diz que São Paulo não está 100% emocionalmente
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Ao analisar a derrota para o Corinthians por 1 a 0, no clássico deste domingo (8), no Morumbi, o técnico Muricy Ramalho disse que os jogadores do São Paulo não estão "100% emocionalmente". O treinador não entrou em detalhes sobre os problemas. Apenas disse que muitas vezes os jogadores são cobrados para dar retorno profissional e nada é levado em conta. "A gente quer eles 100% na parte emocional, mas alguns têm problemas e falar que eles não levam isso para campo é mentira. Cobramos o lado profissional e não olhamos o pessoal", disse. Questionado se um motivo seria o atraso de dois meses no pagamento de direitos de imagem do elenco, o treinador tricolor não confirmou. "Estou há 40 anos no futebol e tem de dizer a verdade para não ter especulação. Se promete algo para o jogador é complicado. Precisa esclarecer. Todos os clubes passam por dificuldade". Veja vídeo A Folha apurou com pessoas da diretoria que realmente há atrasos, mas não para todos os jogadores do elenco. A premiação pela classificação para a Copa Libertadores deste ano ainda não foi paga também. A reportagem ouviu que a situação deve ser resolvida nesta semana. Em 2015, a comissão técnica e o elenco do São Paulo tem sofrido muitas cobranças da diretoria do clube, inclusive publicamente. O presidente Carlos Miguel Aidar já disse que o treinador está devendo um título para a diretoria, algo que gerou um mal estar interno. Até o revés para o Corinthians, o São Paulo estava invicto no Campeonato Paulista, enquanto na Libertadores tem uma vitória e uma derrota para o rival alvinegro Apesar de ter goleado equipes mais fracas neste ano, o time teve dificuldade em todos os clássicos. Perdeu duas vezes para o Corinthians (2 a 0, no Itaquerão; 1 a 0 no Morumbi) e empatou sem gols com o Santos, na Vila Belmiro.
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Muricy diz que São Paulo não está 100% emocionalmenteAo analisar a derrota para o Corinthians por 1 a 0, no clássico deste domingo (8), no Morumbi, o técnico Muricy Ramalho disse que os jogadores do São Paulo não estão "100% emocionalmente". O treinador não entrou em detalhes sobre os problemas. Apenas disse que muitas vezes os jogadores são cobrados para dar retorno profissional e nada é levado em conta. "A gente quer eles 100% na parte emocional, mas alguns têm problemas e falar que eles não levam isso para campo é mentira. Cobramos o lado profissional e não olhamos o pessoal", disse. Questionado se um motivo seria o atraso de dois meses no pagamento de direitos de imagem do elenco, o treinador tricolor não confirmou. "Estou há 40 anos no futebol e tem de dizer a verdade para não ter especulação. Se promete algo para o jogador é complicado. Precisa esclarecer. Todos os clubes passam por dificuldade". Veja vídeo A Folha apurou com pessoas da diretoria que realmente há atrasos, mas não para todos os jogadores do elenco. A premiação pela classificação para a Copa Libertadores deste ano ainda não foi paga também. A reportagem ouviu que a situação deve ser resolvida nesta semana. Em 2015, a comissão técnica e o elenco do São Paulo tem sofrido muitas cobranças da diretoria do clube, inclusive publicamente. O presidente Carlos Miguel Aidar já disse que o treinador está devendo um título para a diretoria, algo que gerou um mal estar interno. Até o revés para o Corinthians, o São Paulo estava invicto no Campeonato Paulista, enquanto na Libertadores tem uma vitória e uma derrota para o rival alvinegro Apesar de ter goleado equipes mais fracas neste ano, o time teve dificuldade em todos os clássicos. Perdeu duas vezes para o Corinthians (2 a 0, no Itaquerão; 1 a 0 no Morumbi) e empatou sem gols com o Santos, na Vila Belmiro.
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Noruega bate a Holanda e leva o tri do Mundial de Handebol
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A seleção feminina da Noruega conquistou neste domingo (20) o Mundial de Handebol da Dinamarca. Na final, as norueguesas bateram a Holanda por 31 a 23 em um jogo que mostrou amplo domínio da equipe campeã. No intervalo do jogo a Noruega vencia por 20 a 9. A Noruega já estava garantida no torneio de handebol da Olimpíada Rio-2016 por ter sido campeã do Europeu da modalidade, em 2014. Com isso, essa segunda vaga agora vai para a Espanha, que foi vice-campeã do Europeu. A Holanda terá que disputar o torneio pré-olímpico em março de 2016. Esse foi o terceiro Mundial de Handebol da Noruega. A equipe já havia vencido os Mundiais de 1999 e 2011, esse disputado em São Paulo. A Noruega também é bicampeã olímpica, vencendo em Pequim-2008 e Londres-2012. Durante a cerimônia de premiação, a seleção da Holanda chamou a atenção por comemorar muito o vice-campeonato, arrancando aplausos dos torcedores nas arquibancadas. Essa foi a primeira vez na história dos mundiais de handebol que a Holanda chegou a final. Na disputa do terceiro lugar, a Romênia venceu a Polônia por 31 a 22. O próximo campeonato Mundial de Handebol ocorre em 2017, na Alemanha.
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Noruega bate a Holanda e leva o tri do Mundial de HandebolA seleção feminina da Noruega conquistou neste domingo (20) o Mundial de Handebol da Dinamarca. Na final, as norueguesas bateram a Holanda por 31 a 23 em um jogo que mostrou amplo domínio da equipe campeã. No intervalo do jogo a Noruega vencia por 20 a 9. A Noruega já estava garantida no torneio de handebol da Olimpíada Rio-2016 por ter sido campeã do Europeu da modalidade, em 2014. Com isso, essa segunda vaga agora vai para a Espanha, que foi vice-campeã do Europeu. A Holanda terá que disputar o torneio pré-olímpico em março de 2016. Esse foi o terceiro Mundial de Handebol da Noruega. A equipe já havia vencido os Mundiais de 1999 e 2011, esse disputado em São Paulo. A Noruega também é bicampeã olímpica, vencendo em Pequim-2008 e Londres-2012. Durante a cerimônia de premiação, a seleção da Holanda chamou a atenção por comemorar muito o vice-campeonato, arrancando aplausos dos torcedores nas arquibancadas. Essa foi a primeira vez na história dos mundiais de handebol que a Holanda chegou a final. Na disputa do terceiro lugar, a Romênia venceu a Polônia por 31 a 22. O próximo campeonato Mundial de Handebol ocorre em 2017, na Alemanha.
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Esqueleto de ações trabalhistas de R$ 30 bilhões ameaça Petrobras
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Em meio à maior crise financeira de sua história, a Petrobras tenta se livrar de um esqueleto que pode chegar a R$ 30 bilhões em ações trabalhistas patrocinadas por sindicatos de petroleiros. Os processos são resultado de medidas tomadas pelo setor de recursos humanos da companhia quando era comandado pelo sindicalista Diego Hernandes, que deixou a companhia em 2012. Um deles refere-se ao pagamento de adicional de periculosidade para trabalhadores em áreas de risco, previsto por lei. Em 2007, após negociações com os sindicatos, o benefício foi estendido a todos os empregados da Petrobras –mesmo os que trabalham em escritórios. O adicional corresponde a 30% do salário. No processo, a empresa eliminou o adicional, criando uma remuneração fixa que igualou as condições para todos os seus empregados. Em 2012, os sindicatos foram à Justiça pedindo novo adicional para aqueles que trabalham em situação de risco, sob o argumento de que a lei lhes garante um adicional sobre o salário dos outros empregados e pedindo o pagamento retroativo. Em seu balanço do terceiro trimestre de 2015, o mais recente disponível, a Petrobras calcula que esse processo possa custar R$ 3,4 bilhões. O valor, porém, é considerado baixo por pessoas com conhecimento do tema, que falam em até R$ 20 bilhões, citando análises mais recentes feitas pelo departamento jurídico da estatal. Outra ação refere-se ao pagamento de horas extras para empregados que trabalham em regime de turnos. Os sindicatos pedem a extensão dos benefícios pagos em horas extra, como FGTS e férias, aos dias de folga, que não contemplam os benefícios. O balanço da Petrobras traz um valor de R$ 1,2 bilhão para esse processo. Mas projeções atualizadas do departamento jurídico falariam em até R$ 10 bilhões. As duas ações já estão no Tribunal Superior do Trabalho, o que significa que a companhia perdeu em todas as instâncias inferiores. Em seu balanço, a estatal contabiliza potencial perda de R$ 14,3 bilhões com os processos trabalhistas hoje em curso. O valor representa crescimento de sete vezes o registrado no mesmo período de 2012. O crescimento tem grande impacto da inclusão, na contabilidade, dos dois processos devido às seguidas derrotas da estatal nos tribunais. A gestão da área de recursos humanos por Hernandes é alvo de denúncias, na atual direção e na Ouvidoria, feitas por empregados insatisfeitos com o crescimento dos gastos da companhia. Os R$ 30 bilhões projetados para perdas com os dois processos, por exemplo, equivalem ao lucro da Petrobras em 2013, o último ano em que a estatal apresentou resultado positivo, corrigido pela inflação. A possibilidade de perda das ações ocorre em um momento em que a Petrobras vem cortando custos e tentando vender ativos para reduzir seu elevado endividamento, hoje superior a US$ 100 bilhões. A Petrobras disse que "continuará exercendo plenamente seu direito de defesa durante o andamento desses processos" e que não se manifestará especificamente sobre processos judiciais em andamento. A Folha não conseguiu contato com o sindicalista Hernandes.
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Esqueleto de ações trabalhistas de R$ 30 bilhões ameaça PetrobrasEm meio à maior crise financeira de sua história, a Petrobras tenta se livrar de um esqueleto que pode chegar a R$ 30 bilhões em ações trabalhistas patrocinadas por sindicatos de petroleiros. Os processos são resultado de medidas tomadas pelo setor de recursos humanos da companhia quando era comandado pelo sindicalista Diego Hernandes, que deixou a companhia em 2012. Um deles refere-se ao pagamento de adicional de periculosidade para trabalhadores em áreas de risco, previsto por lei. Em 2007, após negociações com os sindicatos, o benefício foi estendido a todos os empregados da Petrobras –mesmo os que trabalham em escritórios. O adicional corresponde a 30% do salário. No processo, a empresa eliminou o adicional, criando uma remuneração fixa que igualou as condições para todos os seus empregados. Em 2012, os sindicatos foram à Justiça pedindo novo adicional para aqueles que trabalham em situação de risco, sob o argumento de que a lei lhes garante um adicional sobre o salário dos outros empregados e pedindo o pagamento retroativo. Em seu balanço do terceiro trimestre de 2015, o mais recente disponível, a Petrobras calcula que esse processo possa custar R$ 3,4 bilhões. O valor, porém, é considerado baixo por pessoas com conhecimento do tema, que falam em até R$ 20 bilhões, citando análises mais recentes feitas pelo departamento jurídico da estatal. Outra ação refere-se ao pagamento de horas extras para empregados que trabalham em regime de turnos. Os sindicatos pedem a extensão dos benefícios pagos em horas extra, como FGTS e férias, aos dias de folga, que não contemplam os benefícios. O balanço da Petrobras traz um valor de R$ 1,2 bilhão para esse processo. Mas projeções atualizadas do departamento jurídico falariam em até R$ 10 bilhões. As duas ações já estão no Tribunal Superior do Trabalho, o que significa que a companhia perdeu em todas as instâncias inferiores. Em seu balanço, a estatal contabiliza potencial perda de R$ 14,3 bilhões com os processos trabalhistas hoje em curso. O valor representa crescimento de sete vezes o registrado no mesmo período de 2012. O crescimento tem grande impacto da inclusão, na contabilidade, dos dois processos devido às seguidas derrotas da estatal nos tribunais. A gestão da área de recursos humanos por Hernandes é alvo de denúncias, na atual direção e na Ouvidoria, feitas por empregados insatisfeitos com o crescimento dos gastos da companhia. Os R$ 30 bilhões projetados para perdas com os dois processos, por exemplo, equivalem ao lucro da Petrobras em 2013, o último ano em que a estatal apresentou resultado positivo, corrigido pela inflação. A possibilidade de perda das ações ocorre em um momento em que a Petrobras vem cortando custos e tentando vender ativos para reduzir seu elevado endividamento, hoje superior a US$ 100 bilhões. A Petrobras disse que "continuará exercendo plenamente seu direito de defesa durante o andamento desses processos" e que não se manifestará especificamente sobre processos judiciais em andamento. A Folha não conseguiu contato com o sindicalista Hernandes.
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'Às vezes somos machistas demais', diz papa Francisco
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Uma missa do papa Francisco em Manila, capital das Filipinas, reuniu neste domingo (18) cerca de seis milhões de pessoas em um parque e nas ruas ao redor, de acordo com estimativa das autoridades locais. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou que esse público representa um novo recorde para um evento com a presença de um papa. A marca anterior era de cinco milhões de pessoas em uma missa de João Paulo 2º no mesmo parque Rizal, em Manila, em 1995, na última ocasião em que um pontífice esteve no país asiático. Com 75 milhões de fiéis (81% da população), as Filipinas são o terceiro maior país católico do mundo, atrás apenas do Brasil e México. Sob chuva constante, Francisco chegou ao parque Rizal de papamóvel e com uma capa de chuva amarela, do mesmo tipo que usou no sábado (17) para visitar Tacloban, cidade arrasada pelo tufão Haiyan em novembro de 2013. O papa falou sobre a importância da Ásia para o futuro da igreja, por ser uma das poucas regiões em que o número de católicos cresce. "Precisamos ver cada criança aqui como uma dádiva a ser protegida", afirmou. A missa foi o último evento da viagem de uma semana pela Ásia, que incluiu uma visita ao Sri Lanka. MACHISTAS DEMAIS Antes da missa, Francisco participou de um encontro com jovens na Universidade São Tomás de Manila e disse que, "às vezes, somos machistas demais". "Não damos espaço às mulheres, mas elas são capazes de ver as coisas por um ângulo diferente do nosso, com um olhar diferente. As mulheres são capazes de fazer perguntas que nós, os homens, não conseguimos entender", afirmou, em meio a aplausos. Francisco ouviu uma pergunta embaraçosa feita por um garota que fora abandonada. "Muitas crianças acabam se envolvendo com drogas e prostituição. Como Deus pode permitir uma coisas dessas?", questionou Glyzelle Palomar, 12. O pontífice abraçou a garota para confortá-la e respondeu, visivelmente emocionado: "Ela foi a única aqui a levantar uma questão para a qual não existe resposta."
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mundo
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'Às vezes somos machistas demais', diz papa FranciscoUma missa do papa Francisco em Manila, capital das Filipinas, reuniu neste domingo (18) cerca de seis milhões de pessoas em um parque e nas ruas ao redor, de acordo com estimativa das autoridades locais. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou que esse público representa um novo recorde para um evento com a presença de um papa. A marca anterior era de cinco milhões de pessoas em uma missa de João Paulo 2º no mesmo parque Rizal, em Manila, em 1995, na última ocasião em que um pontífice esteve no país asiático. Com 75 milhões de fiéis (81% da população), as Filipinas são o terceiro maior país católico do mundo, atrás apenas do Brasil e México. Sob chuva constante, Francisco chegou ao parque Rizal de papamóvel e com uma capa de chuva amarela, do mesmo tipo que usou no sábado (17) para visitar Tacloban, cidade arrasada pelo tufão Haiyan em novembro de 2013. O papa falou sobre a importância da Ásia para o futuro da igreja, por ser uma das poucas regiões em que o número de católicos cresce. "Precisamos ver cada criança aqui como uma dádiva a ser protegida", afirmou. A missa foi o último evento da viagem de uma semana pela Ásia, que incluiu uma visita ao Sri Lanka. MACHISTAS DEMAIS Antes da missa, Francisco participou de um encontro com jovens na Universidade São Tomás de Manila e disse que, "às vezes, somos machistas demais". "Não damos espaço às mulheres, mas elas são capazes de ver as coisas por um ângulo diferente do nosso, com um olhar diferente. As mulheres são capazes de fazer perguntas que nós, os homens, não conseguimos entender", afirmou, em meio a aplausos. Francisco ouviu uma pergunta embaraçosa feita por um garota que fora abandonada. "Muitas crianças acabam se envolvendo com drogas e prostituição. Como Deus pode permitir uma coisas dessas?", questionou Glyzelle Palomar, 12. O pontífice abraçou a garota para confortá-la e respondeu, visivelmente emocionado: "Ela foi a única aqui a levantar uma questão para a qual não existe resposta."
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Leitores comentam artigo sobre obesos do Rio que aceitam corpo
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Tão leve e gostoso de ler o artigo de Heloisa Seixas (Nem colesterol, nem crise)! Fiquei com vontade de morar no Rio para frequentar tal roda de samba e conviver, mesmo que só por algumas horas, com pessoas que não se cobram por serem gordas, magras, ricas, pobres etc. FATIMA A. CARR, advogada (São Paulo, SP) * Li estarrecida o artigo "Nem colesterol, nem crise". Numa época em que existe uma epidemia mundial de obesidade, fazer de conta que não está nem aí para a gordura é procurar encrencas futuras. O diabetes, a artrose, a pressão alta, o acidente vascular cerebral e o infarto vão se encarregar de mandar a cobrança. MARGARETH ROSE SKAETTA ALVAREZ (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores comentam artigo sobre obesos do Rio que aceitam corpoTão leve e gostoso de ler o artigo de Heloisa Seixas (Nem colesterol, nem crise)! Fiquei com vontade de morar no Rio para frequentar tal roda de samba e conviver, mesmo que só por algumas horas, com pessoas que não se cobram por serem gordas, magras, ricas, pobres etc. FATIMA A. CARR, advogada (São Paulo, SP) * Li estarrecida o artigo "Nem colesterol, nem crise". Numa época em que existe uma epidemia mundial de obesidade, fazer de conta que não está nem aí para a gordura é procurar encrencas futuras. O diabetes, a artrose, a pressão alta, o acidente vascular cerebral e o infarto vão se encarregar de mandar a cobrança. MARGARETH ROSE SKAETTA ALVAREZ (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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'Me irrita', diz Cleo Pires sobre guinada conservadora em 'Babilônia'
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Fotos Cursos pela internet, horas assistindo a séries de televisão e leituras com temas que vão de lógica a vegetarianismo. Todas as atividades descritas se encaixariam facilmente no cotidiano de alguém a quem se convencionou chamar de "nerd", mas fazem parte do dia a dia de Cleo Pires, 32, considerada uma das atrizes mais sexy de sua geração. * "Cara, eu sou nerd mesmo. O Rômulo [Neto, namorado da atriz] até me chama de 'Encicleopédia' [risos]. Por falar nisso, você está vendo 'Game of Thrones' [série americana da HBO]? Porque tem uma personagem que se chama Myrcella. Parecido com seu nome, né? Você sabe a origem?", pergunta ela à repórter Marcela Paes enquanto abre a geladeira da casa de sua assessora, nos Jardins, e devora uma sequência de fatias de queijo. * "Tentava me desvencilhar dessa coisa de ser sexy de várias formas. Mas achei que estava sendo tirana comigo mesma porque é natural. Posso ser o que sou: sexy, inteligente, delicada, forte, frágil, corajosa, medrosa, nerd. Não preciso ser uma resposta pra frustração dos outros." * Mesmo bem resolvida com o rótulo, a atriz arrumou sua maneira para diversificar a forma como é vista: atuar em comédias, filmes de ação e qualquer outra coisa que a faça "se aprofundar em um combo de sentimentos e valores diferentes dos que vive normalmente". * O papel na comédia "Qualquer Gato Vira-Lata 2", que estreia nesta semana, é um dos exemplos. No longa, Cleo interpreta uma garota que, no primeiro filme da série, aprende as regras do amor e, desta vez, se prepara para pedir o namorado em casamento em uma viagem romântica. * "Não me entendia como uma pessoa capaz de fazer comédia. Durante o primeiro filme eu ainda pensava: 'Não vou fazer isso: é muito mico, é ridículo, é over'. Mas é muito bom se expor porque você fica livre, sabe?", explica, para depois começar a enrolar seu próprio cigarro. * O pai da atriz, o cantor e ator bissexto Fabio Jr., faz uma ponta também como pai da protagonista no longa. Os dois já passaram períodos sem se falar, mas agora estão bem. * "A aproximação é mais emocional que física. Não nos vemos toda semana. Agora me sinto mais inteira. Porque é um lado da minha vida que, querendo ou não, me inspirou de várias formas e me fez ser quem eu sou." * O músico Orlando Morais, marido da atriz Gloria Pires e considerado um pai por Cleo, foi um dos maiores incentivadores da reconciliação. * "Se não fosse por ele, nada disso existiria. Ele é o grande amor da minha vida porque é o cara que me escolheu como filha. Ele sempre quis que eu me desse bem com o meu pai. Me mandou uma mensagem esses dias me dizendo que estava muito feliz de me ver tão plena com isso, que eu estava madura. Ele é demais. Não tem isso de egoísmo." * A relação com a mãe é mais próxima. Apesar de elas não conversarem diariamente, Cleo conta que ficou "morrendo de ciúme" quando soube que Gloria interpretaria uma ninfomaníaca na novela "Babilônia". * "Eu gelei. Falei: 'Nossa, que maravilha. Ainda bem que não estou mais na escola' [risos]. Sou muito protetora da minha mãe desde criança. Mas o legal é que você pode ter uma mulher madura, séria, que tem uma família e uma carreira lindas, fazendo um personagem desse. Ela coloca o poder de escolha da mulher muito em voga." * "É complexo. Às vezes eu sinto que esperam que eu seja delicada, sedutora e agradável. E que esteja com a unha feita". Segue Cleo: "E eu amo, amo estar com minha unha feita. Mas, entende? Em reuniões sobre personagens eu falava alguma coisa dando uma avacalhada... E um parceiro falava a mesma coisa e a sugestão era mais bem aceita. Mas não sei se é porque ele é homem e eu mulher." * Para ela, a rejeição do público a "Babilônia", que chegou a sofrer boicote incentivado por pastores evangélicos em razão das cenas do casal homossexual vivido pelas atrizes Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg, é "mentalidade de gado". * "É uma tristeza. Não só não estão querendo ver como falam coisas desrespeitosas. Por isso acho importante trabalhar questões de educação. Porque isso é a educação que dá, não a televisão." * A mudança na trama, que diminuiu as cenas com casais gays e fez com que a personagem da mãe parasse de seduzir homens em série, é ainda pior para a atriz. * "Acho louco que alguém vá transformar a própria obra por causa disso. Isso é bater palma pra maluco dançar. E isso me irrita. Não é bacana reprimir um trabalho que não está fazendo mal a ninguém." * Cleo reserva 10% de todo seu dinheiro para projetos sociais e afirma que se envolve diretamente com as causas. Após ir a Cabo Verde, criou um projeto de melhoria do abastecimento de água nas escolas de uma região do país. * "As obras já foram feitas e o governo foi superlimpo. Tenho um pouco de pudor de falar dessas coisas. É um desafio pra mim, porque eu não quero parecer a boazinha. Mas também não sou boazinha, então foda-se [risos]." * Costumava separar 20% do que ganhava, mas diminuiu a quantia após conversar com um professor de Cabala. "Ele falou: 'Olha, você não tem tanto dinheiro assim. Calma, querida. Separa 10% que é até um número 'energeticamente maravilhoso'." * Na contramão de colegas que participaram dos recentes protestos contra o governo federal, Cleo não foi a passeatas. Também preferiu não tirar selfies usando uma camiseta da seleção brasileira. * "Quando vejo esse frenesi de achincalhar as pessoas que estão no poder, fico um pouco angustiada. O Brasil é um país complicadíssimo, gigantesco, tem uma herança grave de ser explorado. Mas por que temos que esperar tanto do governo? Por que a gente não pode, também, começar a se mexer, criar?" * Um dos projetos pessoais mais caros à atriz é atuar no exterior. Ela voltou recentemente de uma viagem a Los Angeles, onde fez contatos. * "Quero muito fazer cinema nos Estados Unidos. E também em Bollywood [indústria cinematográfica indiana], que é um cinema que me toca o coração. Tenho planos ambiciosos. Não sei nem se posso contar, porque as pessoas já acham que eu sou louca. Vão me internar [risos]."
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'Me irrita', diz Cleo Pires sobre guinada conservadora em 'Babilônia'Fotos Cursos pela internet, horas assistindo a séries de televisão e leituras com temas que vão de lógica a vegetarianismo. Todas as atividades descritas se encaixariam facilmente no cotidiano de alguém a quem se convencionou chamar de "nerd", mas fazem parte do dia a dia de Cleo Pires, 32, considerada uma das atrizes mais sexy de sua geração. * "Cara, eu sou nerd mesmo. O Rômulo [Neto, namorado da atriz] até me chama de 'Encicleopédia' [risos]. Por falar nisso, você está vendo 'Game of Thrones' [série americana da HBO]? Porque tem uma personagem que se chama Myrcella. Parecido com seu nome, né? Você sabe a origem?", pergunta ela à repórter Marcela Paes enquanto abre a geladeira da casa de sua assessora, nos Jardins, e devora uma sequência de fatias de queijo. * "Tentava me desvencilhar dessa coisa de ser sexy de várias formas. Mas achei que estava sendo tirana comigo mesma porque é natural. Posso ser o que sou: sexy, inteligente, delicada, forte, frágil, corajosa, medrosa, nerd. Não preciso ser uma resposta pra frustração dos outros." * Mesmo bem resolvida com o rótulo, a atriz arrumou sua maneira para diversificar a forma como é vista: atuar em comédias, filmes de ação e qualquer outra coisa que a faça "se aprofundar em um combo de sentimentos e valores diferentes dos que vive normalmente". * O papel na comédia "Qualquer Gato Vira-Lata 2", que estreia nesta semana, é um dos exemplos. No longa, Cleo interpreta uma garota que, no primeiro filme da série, aprende as regras do amor e, desta vez, se prepara para pedir o namorado em casamento em uma viagem romântica. * "Não me entendia como uma pessoa capaz de fazer comédia. Durante o primeiro filme eu ainda pensava: 'Não vou fazer isso: é muito mico, é ridículo, é over'. Mas é muito bom se expor porque você fica livre, sabe?", explica, para depois começar a enrolar seu próprio cigarro. * O pai da atriz, o cantor e ator bissexto Fabio Jr., faz uma ponta também como pai da protagonista no longa. Os dois já passaram períodos sem se falar, mas agora estão bem. * "A aproximação é mais emocional que física. Não nos vemos toda semana. Agora me sinto mais inteira. Porque é um lado da minha vida que, querendo ou não, me inspirou de várias formas e me fez ser quem eu sou." * O músico Orlando Morais, marido da atriz Gloria Pires e considerado um pai por Cleo, foi um dos maiores incentivadores da reconciliação. * "Se não fosse por ele, nada disso existiria. Ele é o grande amor da minha vida porque é o cara que me escolheu como filha. Ele sempre quis que eu me desse bem com o meu pai. Me mandou uma mensagem esses dias me dizendo que estava muito feliz de me ver tão plena com isso, que eu estava madura. Ele é demais. Não tem isso de egoísmo." * A relação com a mãe é mais próxima. Apesar de elas não conversarem diariamente, Cleo conta que ficou "morrendo de ciúme" quando soube que Gloria interpretaria uma ninfomaníaca na novela "Babilônia". * "Eu gelei. Falei: 'Nossa, que maravilha. Ainda bem que não estou mais na escola' [risos]. Sou muito protetora da minha mãe desde criança. Mas o legal é que você pode ter uma mulher madura, séria, que tem uma família e uma carreira lindas, fazendo um personagem desse. Ela coloca o poder de escolha da mulher muito em voga." * "É complexo. Às vezes eu sinto que esperam que eu seja delicada, sedutora e agradável. E que esteja com a unha feita". Segue Cleo: "E eu amo, amo estar com minha unha feita. Mas, entende? Em reuniões sobre personagens eu falava alguma coisa dando uma avacalhada... E um parceiro falava a mesma coisa e a sugestão era mais bem aceita. Mas não sei se é porque ele é homem e eu mulher." * Para ela, a rejeição do público a "Babilônia", que chegou a sofrer boicote incentivado por pastores evangélicos em razão das cenas do casal homossexual vivido pelas atrizes Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg, é "mentalidade de gado". * "É uma tristeza. Não só não estão querendo ver como falam coisas desrespeitosas. Por isso acho importante trabalhar questões de educação. Porque isso é a educação que dá, não a televisão." * A mudança na trama, que diminuiu as cenas com casais gays e fez com que a personagem da mãe parasse de seduzir homens em série, é ainda pior para a atriz. * "Acho louco que alguém vá transformar a própria obra por causa disso. Isso é bater palma pra maluco dançar. E isso me irrita. Não é bacana reprimir um trabalho que não está fazendo mal a ninguém." * Cleo reserva 10% de todo seu dinheiro para projetos sociais e afirma que se envolve diretamente com as causas. Após ir a Cabo Verde, criou um projeto de melhoria do abastecimento de água nas escolas de uma região do país. * "As obras já foram feitas e o governo foi superlimpo. Tenho um pouco de pudor de falar dessas coisas. É um desafio pra mim, porque eu não quero parecer a boazinha. Mas também não sou boazinha, então foda-se [risos]." * Costumava separar 20% do que ganhava, mas diminuiu a quantia após conversar com um professor de Cabala. "Ele falou: 'Olha, você não tem tanto dinheiro assim. Calma, querida. Separa 10% que é até um número 'energeticamente maravilhoso'." * Na contramão de colegas que participaram dos recentes protestos contra o governo federal, Cleo não foi a passeatas. Também preferiu não tirar selfies usando uma camiseta da seleção brasileira. * "Quando vejo esse frenesi de achincalhar as pessoas que estão no poder, fico um pouco angustiada. O Brasil é um país complicadíssimo, gigantesco, tem uma herança grave de ser explorado. Mas por que temos que esperar tanto do governo? Por que a gente não pode, também, começar a se mexer, criar?" * Um dos projetos pessoais mais caros à atriz é atuar no exterior. Ela voltou recentemente de uma viagem a Los Angeles, onde fez contatos. * "Quero muito fazer cinema nos Estados Unidos. E também em Bollywood [indústria cinematográfica indiana], que é um cinema que me toca o coração. Tenho planos ambiciosos. Não sei nem se posso contar, porque as pessoas já acham que eu sou louca. Vão me internar [risos]."
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Grafite em teatro de SP mostra pessoas rindo de assassinato por radical do EI
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A cena de três pessoas rindo ao ver a imagem de um homem prestes a ser degolado por um membro da facção radical Estado Islâmico (EI) tem chamado a atenção de quem passa pela rua da Consolação, uma das mais movimentadas de São Paulo. O painel de 5 m x 5 m é obra do artista de rua Paulo Ito e foi feita na fachada do Teatro do Incêndio, a pedido da companhia. "Foi uma parceria com o artista e a gente deu total liberdade de criação para ele colocar a visão dele em cima da banalização da violência", diz Marcelo Fonseca, diretor artístico do teatro. À Folha, Ito disse que as atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico não são o mote principal da pintura, mas a reação das pessoas a elas. "A cena [do EI] pontua o tema, ela não é o tema central. Essa é a leitura que algumas pessoas fizeram. O tema é a banalização da violência", afirma. Ito se defende de acusações de "apologia à violência" que surgiram desde que fez o grafite, no último dia 16. "Me acusam de fazer uma apologia à violência. () Se eu quisesse fazer uma apologia à violência, eu faria uma ação violenta de verdade", disse. "As pessoas vivem amedrontadas, então elas projetam o medo delas no trabalho dos outros." HARMONIA Para Fonseca, o trabalho feito por Ito está em "harmonia" com o trabalho realizado pelo teatro, que contesta a intolerância e a violência. "O que me chama a atenção é justamente as pessoas em volta rindo de uma coisa grave. Penso que é um pouco esse o retrato do mundo", afirma. A companhia Teatro do Incêndio já tem 20 anos, mas só em 2014 se mudou para a rua da Consolação. Seu diretor destaca que a arte tem a "vantagem" de fazer esse tipo de provocação. "Não podemos impedir que as pessoas deem as suas interpretações", diz. "Elas se colocam, dentro da experiência estética, onde elas querem: dentro ou fora da tela." Fonseca diz não temer uma rejeição por parte do público, nem considera alterar o painel. "Eu não posso mexer na obra do artista. Se eu realmente achasse que isso fizesse mal, que fosse incitar coisas, eu ia falar para mexer", afirma. Neste mês, a facção radical publicou um vídeo em que mostra seus militantes decapitando 21 cristãos egípcios na Líbia. Nos últimos meses, a milícia divulgou vídeos de ao menos oito reféns estrangeiros sendo executados na Síria -em um deles, o piloto jordaniano Maaz al-Kasasbeh é queimado vivo.
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Grafite em teatro de SP mostra pessoas rindo de assassinato por radical do EIA cena de três pessoas rindo ao ver a imagem de um homem prestes a ser degolado por um membro da facção radical Estado Islâmico (EI) tem chamado a atenção de quem passa pela rua da Consolação, uma das mais movimentadas de São Paulo. O painel de 5 m x 5 m é obra do artista de rua Paulo Ito e foi feita na fachada do Teatro do Incêndio, a pedido da companhia. "Foi uma parceria com o artista e a gente deu total liberdade de criação para ele colocar a visão dele em cima da banalização da violência", diz Marcelo Fonseca, diretor artístico do teatro. À Folha, Ito disse que as atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico não são o mote principal da pintura, mas a reação das pessoas a elas. "A cena [do EI] pontua o tema, ela não é o tema central. Essa é a leitura que algumas pessoas fizeram. O tema é a banalização da violência", afirma. Ito se defende de acusações de "apologia à violência" que surgiram desde que fez o grafite, no último dia 16. "Me acusam de fazer uma apologia à violência. () Se eu quisesse fazer uma apologia à violência, eu faria uma ação violenta de verdade", disse. "As pessoas vivem amedrontadas, então elas projetam o medo delas no trabalho dos outros." HARMONIA Para Fonseca, o trabalho feito por Ito está em "harmonia" com o trabalho realizado pelo teatro, que contesta a intolerância e a violência. "O que me chama a atenção é justamente as pessoas em volta rindo de uma coisa grave. Penso que é um pouco esse o retrato do mundo", afirma. A companhia Teatro do Incêndio já tem 20 anos, mas só em 2014 se mudou para a rua da Consolação. Seu diretor destaca que a arte tem a "vantagem" de fazer esse tipo de provocação. "Não podemos impedir que as pessoas deem as suas interpretações", diz. "Elas se colocam, dentro da experiência estética, onde elas querem: dentro ou fora da tela." Fonseca diz não temer uma rejeição por parte do público, nem considera alterar o painel. "Eu não posso mexer na obra do artista. Se eu realmente achasse que isso fizesse mal, que fosse incitar coisas, eu ia falar para mexer", afirma. Neste mês, a facção radical publicou um vídeo em que mostra seus militantes decapitando 21 cristãos egípcios na Líbia. Nos últimos meses, a milícia divulgou vídeos de ao menos oito reféns estrangeiros sendo executados na Síria -em um deles, o piloto jordaniano Maaz al-Kasasbeh é queimado vivo.
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Com tema saturado no país, 'Narcos' recebe acolhida pálida na Colômbia
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Num sábado recente, a funcionária pública colombiana Paula López, 37, se esparramou no sofá de casa e começou a assistir à série "Narcos". A experiência, porém, não passou de alguns minutos. "Deu preguiça ver de novo essa temática relacionada ao que vivenciamos até os anos 1990. E quando apareceu um Pablo Escobar falando com falso sotaque colombiano, aí desliguei e fui fazer outra coisa", diz Paula, numa referência à fala do brasileiro Wagner Moura no papel do lendário narcotraficante. O sentimento de Paula ecoa a pálida acolhida que "Narcos" obteve na Colômbia, conforme a Folha observou numa recente estadia de dez dias em Bogotá. Dois fatores parecem explicar o malogro: O primeiro é uma espécie de saturação ambiente –que ficou clara em conversas com dezenas de colombianos de diferentes idades e meios sociais– com o tema dos cartéis da droga retratados na série. O segundo é a baixa penetração do Netflix, único suporte de divulgação da produção. A empresa se recusa a divulgar índices de penetração por país, mas é palpável a baixa notoriedade do serviço comparado com o Brasil. Pouquíssimas vezes os interlocutores consultados pelo repórter sabiam o que era "Narcos." Na maior parte dos casos, as pessoas pensavam que a pergunta se referia a "Escobar, El Patrón del Mal", novela nacional divulgada em 2012 com boa aceitação do público e da crítica, mas que parece ter esgotado o que restava do interesse local pelo tema. Entre aqueles que viram "Narcos", muitos dizem ter sentido algum incômodo, apesar de elogios quase unânimes à qualidade técnica da produção. "É uma série feita e financiada por americanos, e isso se reflete numa narrativa que mostra os gringos como os únicos inteligentes e bons, enquanto os colombianos são corruptos e maus. Isso me doeu", diz Camila Loboguerrero, conhecida diretora e roteirista. Fã de séries, o telefonista Francisco Pérez, 33, tampouco se deixou conquistar: "É uma narrativa voltada para o público estrangeiro. Para mim, que sou colombiano e sei o que foram aqueles anos, não cola". Pepe Sánchez, veterano diretor de séries e novelas locais, atribuiu a pouca receptividade à resistência dos colombianos a ver o tema tratado por estrangeiros. "Pablo Escobar é um patrimônio sacralizado para muita gente. E quando se toca num ícone, surge o incômodo", afirma. Além do sotaque de Wagner Moura, causa desconforto o fato de muitos dos atores nativos em castelhano terem pronúncia claramente não-colombiana. "Não consigo entrar na história quando vejo a mãe de Pablo Escobar falando com sotaque do Chile", diz Loboguerrero, numa referência à atriz chilena Paulína Garcia. ELOGIOS Nada disso foi suficiente para afetar a opinião da escritora e colunista Carolina Sanín, admiradora declarada de "Narcos." "Wagner Moura é um ator consciente que fez uma grande descoberta dramática ao imaginar um Escobar com essa mistura de irremediável melancolia e insensibilidade cortante", afirma Sanín. Ela qualifica de "brilhante" a mistura de acentos e diz que isso reflete a falta de territorialidade da droga e do contrabando. "É uma obra para TV que questiona, algo que, no caso da Colômbia, é novidade."
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Com tema saturado no país, 'Narcos' recebe acolhida pálida na ColômbiaNum sábado recente, a funcionária pública colombiana Paula López, 37, se esparramou no sofá de casa e começou a assistir à série "Narcos". A experiência, porém, não passou de alguns minutos. "Deu preguiça ver de novo essa temática relacionada ao que vivenciamos até os anos 1990. E quando apareceu um Pablo Escobar falando com falso sotaque colombiano, aí desliguei e fui fazer outra coisa", diz Paula, numa referência à fala do brasileiro Wagner Moura no papel do lendário narcotraficante. O sentimento de Paula ecoa a pálida acolhida que "Narcos" obteve na Colômbia, conforme a Folha observou numa recente estadia de dez dias em Bogotá. Dois fatores parecem explicar o malogro: O primeiro é uma espécie de saturação ambiente –que ficou clara em conversas com dezenas de colombianos de diferentes idades e meios sociais– com o tema dos cartéis da droga retratados na série. O segundo é a baixa penetração do Netflix, único suporte de divulgação da produção. A empresa se recusa a divulgar índices de penetração por país, mas é palpável a baixa notoriedade do serviço comparado com o Brasil. Pouquíssimas vezes os interlocutores consultados pelo repórter sabiam o que era "Narcos." Na maior parte dos casos, as pessoas pensavam que a pergunta se referia a "Escobar, El Patrón del Mal", novela nacional divulgada em 2012 com boa aceitação do público e da crítica, mas que parece ter esgotado o que restava do interesse local pelo tema. Entre aqueles que viram "Narcos", muitos dizem ter sentido algum incômodo, apesar de elogios quase unânimes à qualidade técnica da produção. "É uma série feita e financiada por americanos, e isso se reflete numa narrativa que mostra os gringos como os únicos inteligentes e bons, enquanto os colombianos são corruptos e maus. Isso me doeu", diz Camila Loboguerrero, conhecida diretora e roteirista. Fã de séries, o telefonista Francisco Pérez, 33, tampouco se deixou conquistar: "É uma narrativa voltada para o público estrangeiro. Para mim, que sou colombiano e sei o que foram aqueles anos, não cola". Pepe Sánchez, veterano diretor de séries e novelas locais, atribuiu a pouca receptividade à resistência dos colombianos a ver o tema tratado por estrangeiros. "Pablo Escobar é um patrimônio sacralizado para muita gente. E quando se toca num ícone, surge o incômodo", afirma. Além do sotaque de Wagner Moura, causa desconforto o fato de muitos dos atores nativos em castelhano terem pronúncia claramente não-colombiana. "Não consigo entrar na história quando vejo a mãe de Pablo Escobar falando com sotaque do Chile", diz Loboguerrero, numa referência à atriz chilena Paulína Garcia. ELOGIOS Nada disso foi suficiente para afetar a opinião da escritora e colunista Carolina Sanín, admiradora declarada de "Narcos." "Wagner Moura é um ator consciente que fez uma grande descoberta dramática ao imaginar um Escobar com essa mistura de irremediável melancolia e insensibilidade cortante", afirma Sanín. Ela qualifica de "brilhante" a mistura de acentos e diz que isso reflete a falta de territorialidade da droga e do contrabando. "É uma obra para TV que questiona, algo que, no caso da Colômbia, é novidade."
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'Dos filhos deste solo és mãe gentil'
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Rebuscadíssima, a letra do nosso hino nacional foi escrita por Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927); a melodia foi composta por Francisco Manuel da Silva (1795-1865). Como se vê, os coautores do nosso hino não se conheceram. Para muita gente, a dificuldade se manifesta logo no início da letra, escrita em ordem mais do que indireta. Vou direto ao ponto: tente encaixar na melodia os dois primeiros versos, mas dispostos na ordem direta. Talvez seja melhor dizer que a ordem direta seria esta: "As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico". Sim, foi isso que você cantou a vida inteira, talvez sem saber que é essa a ordem direta e, portanto, talvez sem saber o que significam os dois versos iniciais do hino. E por que me referi ao hino nacional? Razões (muitas) para isso certamente não faltam. Poder-se-ia falar dos manifestantes pró e contra, que sempre entoam o hino nacional, talvez como prova de que são eles os verdadeiros patriotas ou de que a razão está com eles etc. Poder-se-ia também falar dos tempos da ditadura militar, quando cantávamos o hino nacional com a vã esperança de escapar da violência policial nas manifestações por liberdade, democracia etc. Aliás, a julgar pelo que fazem hoje as PMs de governos estaduais dos mais diversos matizes "ideológicos", poder-se-ia concluir que a ditadura militar não acabou. Com hino e tudo, a borracha fala mais alto, com o beneplácito de governos "democráticos". Mas o mote é outro. Como domingo é Dia das Mães, lembrei-me desta passagem, também escrita na ordem indireta: "Dos filhos deste solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil". Não é preciso muito esforço para perceber que, na ordem direta, a passagem "Dos filhos deste solo és mãe gentil" passaria a "És mãe gentil dos filhos deste solo". Tente encaixá-la na melodia e diga-me o que ocorreu. Não deu certo, deu? Deixo com você a reflexão sobre a afirmação da letra de que a nossa pátria é mãe gentil dos filhos deste solo. É mesmo gentil essa mãe com a maior parte dos seus filhos? Cabe aqui outra reflexão: a letra diz que a pátria é mãe. Você já parou para pensar no "paradoxo" que há na combinação "pátria/mãe"? Se recorrermos à etimologia, veremos que "pátria", que vem do latim, é da mesma família de "pai", "paterno", "paternidade" etc. Os mais maledicentes talvez digam que nem juntando pai e mãe a pátria amada consegue ser gentil com boa parte dos seus filhos... Na sua antológica canção "Língua", Caetano Veloso diz assim: "A língua é minha pátria, e eu não tenho pátria, tenho mátria e quero frátria"... Genial, não? Acho que não é preciso explicar os versos, certo? Encerro com alguns versos do belíssimo poema "Para Sempre", de Carlos Drummond de Andrade: "Morrer acontece / com o que é breve e passa / sem deixar vestígio. / Mãe, na sua graça, / é eternidade. / Por que Deus se lembra / mistério profundo / de tirá-la um dia? / Fosse eu Rei do Mundo, / baixava uma lei: / Mãe não morre nunca, / mãe ficará sempre / junto de seu filho / e ele, velho embora, / será pequenino / feito grão de milho". Entre a mãe que, para mim, desde sempre não existe (aquela do hino) e a mãe exaltada por Drummond (a minha, a sua, a de muita gente), fico com a segunda. É isso.
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'Dos filhos deste solo és mãe gentil'Rebuscadíssima, a letra do nosso hino nacional foi escrita por Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927); a melodia foi composta por Francisco Manuel da Silva (1795-1865). Como se vê, os coautores do nosso hino não se conheceram. Para muita gente, a dificuldade se manifesta logo no início da letra, escrita em ordem mais do que indireta. Vou direto ao ponto: tente encaixar na melodia os dois primeiros versos, mas dispostos na ordem direta. Talvez seja melhor dizer que a ordem direta seria esta: "As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico". Sim, foi isso que você cantou a vida inteira, talvez sem saber que é essa a ordem direta e, portanto, talvez sem saber o que significam os dois versos iniciais do hino. E por que me referi ao hino nacional? Razões (muitas) para isso certamente não faltam. Poder-se-ia falar dos manifestantes pró e contra, que sempre entoam o hino nacional, talvez como prova de que são eles os verdadeiros patriotas ou de que a razão está com eles etc. Poder-se-ia também falar dos tempos da ditadura militar, quando cantávamos o hino nacional com a vã esperança de escapar da violência policial nas manifestações por liberdade, democracia etc. Aliás, a julgar pelo que fazem hoje as PMs de governos estaduais dos mais diversos matizes "ideológicos", poder-se-ia concluir que a ditadura militar não acabou. Com hino e tudo, a borracha fala mais alto, com o beneplácito de governos "democráticos". Mas o mote é outro. Como domingo é Dia das Mães, lembrei-me desta passagem, também escrita na ordem indireta: "Dos filhos deste solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil". Não é preciso muito esforço para perceber que, na ordem direta, a passagem "Dos filhos deste solo és mãe gentil" passaria a "És mãe gentil dos filhos deste solo". Tente encaixá-la na melodia e diga-me o que ocorreu. Não deu certo, deu? Deixo com você a reflexão sobre a afirmação da letra de que a nossa pátria é mãe gentil dos filhos deste solo. É mesmo gentil essa mãe com a maior parte dos seus filhos? Cabe aqui outra reflexão: a letra diz que a pátria é mãe. Você já parou para pensar no "paradoxo" que há na combinação "pátria/mãe"? Se recorrermos à etimologia, veremos que "pátria", que vem do latim, é da mesma família de "pai", "paterno", "paternidade" etc. Os mais maledicentes talvez digam que nem juntando pai e mãe a pátria amada consegue ser gentil com boa parte dos seus filhos... Na sua antológica canção "Língua", Caetano Veloso diz assim: "A língua é minha pátria, e eu não tenho pátria, tenho mátria e quero frátria"... Genial, não? Acho que não é preciso explicar os versos, certo? Encerro com alguns versos do belíssimo poema "Para Sempre", de Carlos Drummond de Andrade: "Morrer acontece / com o que é breve e passa / sem deixar vestígio. / Mãe, na sua graça, / é eternidade. / Por que Deus se lembra / mistério profundo / de tirá-la um dia? / Fosse eu Rei do Mundo, / baixava uma lei: / Mãe não morre nunca, / mãe ficará sempre / junto de seu filho / e ele, velho embora, / será pequenino / feito grão de milho". Entre a mãe que, para mim, desde sempre não existe (aquela do hino) e a mãe exaltada por Drummond (a minha, a sua, a de muita gente), fico com a segunda. É isso.
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Svetlana Alexievich é a 14ª mulher a vencer o Nobel de Literatura; confira a lista
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A jornalista e escritora bielorussa Svetlana Alexievich tornou-se nesta quinta-feira (8) a 14ª mulher na história a receber o Prêmio Nobel de Literatura e a primeira russa a ser laureada após o fim da União Soviética. A honraria tem reconhecido a produção literária feminina com mais frequência neste século. Se nos anos 1900 premiava mulheres a praticamente cada década —elas chegaram a ficar quase 30 anos sem o galardão da Academia Sueca—, desde 2004 foram cinco autoras. A última delas, antes de Alexievich, foi Alice Munro, em 2013. Navegue pela galeria abaixo e saiba quem são as 14 mulheres que já receberam o Nobel de literatura e por quê elas foram escolhidas pela Academia.
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Svetlana Alexievich é a 14ª mulher a vencer o Nobel de Literatura; confira a listaA jornalista e escritora bielorussa Svetlana Alexievich tornou-se nesta quinta-feira (8) a 14ª mulher na história a receber o Prêmio Nobel de Literatura e a primeira russa a ser laureada após o fim da União Soviética. A honraria tem reconhecido a produção literária feminina com mais frequência neste século. Se nos anos 1900 premiava mulheres a praticamente cada década —elas chegaram a ficar quase 30 anos sem o galardão da Academia Sueca—, desde 2004 foram cinco autoras. A última delas, antes de Alexievich, foi Alice Munro, em 2013. Navegue pela galeria abaixo e saiba quem são as 14 mulheres que já receberam o Nobel de literatura e por quê elas foram escolhidas pela Academia.
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Dinamarca aprova lei que permite confiscar bens de refugiados
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O Parlamento da Dinamarca aprovou nesta terça-feira (26) uma polêmica lei que permite ao governo confiscar de refugiados no país bens de valor superior a 10 mil coroas dinamarquesas (cerca de R$ 5.900), para cobrir os custos com habitação e alimentação enquanto seus pedidos de asilo são julgados. Após mais de três horas de debate, o projeto do Partido Liberal —que governa o país, mas é minoria no Legislativo— foi aprovado por 81 votos a 27, com apoio da oposição social-democrata e do Partido do Povo Dinamarquês, anti-imigração. Um deputado se absteve e outros 70 se ausentaram da sessão. Uma das emendas à proposta governista, aprovada na votação, aumentou de até 3.000 coroas (R$ 1.784) para até 10 mil o valor dos bens que os refugiados podem manter. É o mesmo valor-limite utilizado pelo governo para calcular benefícios sociais —os dinamarqueses só podem recebê-los se seus bens não chegarem a 10 mil coroas. No ano passado, a Dinamarca recebeu cerca de 20 mil requerentes de asilo, uma das mais altas taxas per capita da União Europeia —o país tem 5,6 milhões de habitantes, cerca de metade da população da cidade de São Paulo. "Estamos falando de um verdadeiro êxodo", disse Martin Henriksen, porta-voz do Partido do Povo Dinamarquês. "É preciso fazer mais: mais controles nas fronteiras, regras mais rígidas de imigração", acrescentou. CRÍTICAS O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou a decisão da Dinamarca por meio de seu porta-voz, Stéphane Dujarric. Segundo Dujarric, as pessoas que se esforçam para chegar à Europa "devem ser tratadas com compaixão e respeito" e gozar de plenos direitos como refugiados. Contrários à lei, pequenos partidos centristas e grupos de esquerda também atacaram a decisão do governo. "É um movimento simbólico para assustar as pessoas, para evitar que elas peçam asilo à Dinamarca", disse Johanne Schmidt-Nielsen, da Aliança Vermelha-Verde. Henning Hyllested, seu colega de partido, classificou a lei de "nacionalismo doentio". Refugiados também criticaram a medida. "Não acho que qualquer um que vem para cá tenha 10 mil coroas. Se eu tivesse, não estaria aqui", disse o afegão Feraidoon Ferogh, 24, requerente de asilo, à agência Associated Press. A Dinamarca não é o primeiro país europeu a aprovar leis que permitem confiscar os bens de imigrantes; alguns Estados da Alemanha já o fazem, e a Suíça exige que os requerentes de asilo entreguem dinheiro em espécie se ele superar o valor de mil francos (R$ 4.000). O projeto dinamarquês é parte de uma série de medidas de endurecimento contra a chegada de estrangeiros no país, que incluem estender de um ano para três o período durante o qual membros da família devem esperar antes de poder se juntar a um refugiado no país. No ano passado, a Dinamarca já havia endurecido suas leis de imigração, reduzindo benefícios para os requerentes de asilo, encurtando autorizações de residência temporária e intensificando esforços para deportar pessoas cujos pedidos são rejeitados. SUÉCIA Na Suécia, um refugiado de 15 anos é acusado de matar a facadas Alexandra Mezher, 22, que trabalhava num abrigo para menores solicitantes de asilo perto de Gotemburgo, a segunda maior cidade do país. Segundo a polícia, outros dois adolescentes que vivem no abrigo contiveram o agressor até policiais o prenderem por suspeita de assassinato, nesta segunda-feira (25). "É horrível. Nós ainda estamos esperando que ela volte. Estamos em choque", disse Lejla Filipovic, 22, amiga da vítima, em entrevista à Associated Press. A notícia do crime aumentou a pressão sobre o governo e a polícia sueca para que reprima com mais vigor os casos de brigas e agressões sexuais registrados em abrigos de refugiados. Em 2015, cerca de 163 mil sírios, iraquianos, afegãos e pessoas de outras nacionalidades pediram asilo na Suécia —o dobro do total do ano anterior, que já havia sido recorde. Na Europa, o país só fica atrás da Alemanha em números de pedidos de asilo. A Síria vive uma violenta guerra civil há quase cinco anos, e partes do território do país, assim como no vizinho Iraque, são dominadas pela milícia radical Estado Islâmico. Estima-se que haja hoje mais de 100 mil pessoas em centros suecos de refugiados, aguardando o julgamento de seus pedidos. Mais de 30 mil são menores desacompanhados, na maioria do sexo masculino.
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Dinamarca aprova lei que permite confiscar bens de refugiadosO Parlamento da Dinamarca aprovou nesta terça-feira (26) uma polêmica lei que permite ao governo confiscar de refugiados no país bens de valor superior a 10 mil coroas dinamarquesas (cerca de R$ 5.900), para cobrir os custos com habitação e alimentação enquanto seus pedidos de asilo são julgados. Após mais de três horas de debate, o projeto do Partido Liberal —que governa o país, mas é minoria no Legislativo— foi aprovado por 81 votos a 27, com apoio da oposição social-democrata e do Partido do Povo Dinamarquês, anti-imigração. Um deputado se absteve e outros 70 se ausentaram da sessão. Uma das emendas à proposta governista, aprovada na votação, aumentou de até 3.000 coroas (R$ 1.784) para até 10 mil o valor dos bens que os refugiados podem manter. É o mesmo valor-limite utilizado pelo governo para calcular benefícios sociais —os dinamarqueses só podem recebê-los se seus bens não chegarem a 10 mil coroas. No ano passado, a Dinamarca recebeu cerca de 20 mil requerentes de asilo, uma das mais altas taxas per capita da União Europeia —o país tem 5,6 milhões de habitantes, cerca de metade da população da cidade de São Paulo. "Estamos falando de um verdadeiro êxodo", disse Martin Henriksen, porta-voz do Partido do Povo Dinamarquês. "É preciso fazer mais: mais controles nas fronteiras, regras mais rígidas de imigração", acrescentou. CRÍTICAS O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou a decisão da Dinamarca por meio de seu porta-voz, Stéphane Dujarric. Segundo Dujarric, as pessoas que se esforçam para chegar à Europa "devem ser tratadas com compaixão e respeito" e gozar de plenos direitos como refugiados. Contrários à lei, pequenos partidos centristas e grupos de esquerda também atacaram a decisão do governo. "É um movimento simbólico para assustar as pessoas, para evitar que elas peçam asilo à Dinamarca", disse Johanne Schmidt-Nielsen, da Aliança Vermelha-Verde. Henning Hyllested, seu colega de partido, classificou a lei de "nacionalismo doentio". Refugiados também criticaram a medida. "Não acho que qualquer um que vem para cá tenha 10 mil coroas. Se eu tivesse, não estaria aqui", disse o afegão Feraidoon Ferogh, 24, requerente de asilo, à agência Associated Press. A Dinamarca não é o primeiro país europeu a aprovar leis que permitem confiscar os bens de imigrantes; alguns Estados da Alemanha já o fazem, e a Suíça exige que os requerentes de asilo entreguem dinheiro em espécie se ele superar o valor de mil francos (R$ 4.000). O projeto dinamarquês é parte de uma série de medidas de endurecimento contra a chegada de estrangeiros no país, que incluem estender de um ano para três o período durante o qual membros da família devem esperar antes de poder se juntar a um refugiado no país. No ano passado, a Dinamarca já havia endurecido suas leis de imigração, reduzindo benefícios para os requerentes de asilo, encurtando autorizações de residência temporária e intensificando esforços para deportar pessoas cujos pedidos são rejeitados. SUÉCIA Na Suécia, um refugiado de 15 anos é acusado de matar a facadas Alexandra Mezher, 22, que trabalhava num abrigo para menores solicitantes de asilo perto de Gotemburgo, a segunda maior cidade do país. Segundo a polícia, outros dois adolescentes que vivem no abrigo contiveram o agressor até policiais o prenderem por suspeita de assassinato, nesta segunda-feira (25). "É horrível. Nós ainda estamos esperando que ela volte. Estamos em choque", disse Lejla Filipovic, 22, amiga da vítima, em entrevista à Associated Press. A notícia do crime aumentou a pressão sobre o governo e a polícia sueca para que reprima com mais vigor os casos de brigas e agressões sexuais registrados em abrigos de refugiados. Em 2015, cerca de 163 mil sírios, iraquianos, afegãos e pessoas de outras nacionalidades pediram asilo na Suécia —o dobro do total do ano anterior, que já havia sido recorde. Na Europa, o país só fica atrás da Alemanha em números de pedidos de asilo. A Síria vive uma violenta guerra civil há quase cinco anos, e partes do território do país, assim como no vizinho Iraque, são dominadas pela milícia radical Estado Islâmico. Estima-se que haja hoje mais de 100 mil pessoas em centros suecos de refugiados, aguardando o julgamento de seus pedidos. Mais de 30 mil são menores desacompanhados, na maioria do sexo masculino.
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Situação de Dilma é mais complicada do que a de Collor, diz historiador
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Boris Fausto, um dos principais historiadores do Brasil, considera difícil relacionar a crise política que enfrenta a presidente Dilma Rousseff com a que derrubou João Goulart, em 1964, conforme fez neste domingo (5) o senador tucano José Serra. Ele não vê problemas, porém, em fazer comparações com a queda, em 1992, do primeiro presidente eleito após a redemocratização do país, Fernando Collor. Na avaliação do historiador, que declarou voto em Aécio Neves, há mais razões técnicas hoje para o impeachment de Dilma do que havia no caso de Collor, sobretudo por "problemas no Orçamento [as chamadas 'pedaladas fiscais'] e no financiamento da sua campanha". "A comparação com o Collor é interessante porque, por muito menos, o Collor sofreu impeachment", afirmou, em entrevista à BBC Brasil. Questionado sobre a ausência de acusações diretas de corrupção contra a presidente, Fausto disse que Dilma "fez um esforço no sentido de controlar os piores aspectos da corrupção e dar um rumo para a Petrobras". "Mas o problema é que ela está metida em toda uma instituição política da qual faz parte, não obstante suas supostas e prováveis intenções", completou. O historiador disse considerar que as acusações de corrupção que contribuíram para a queda de Getúlio Vargas, com seu suicídio em 1954, eram "um laguinho" diante das denúncias envolvendo a Petrobras. A menção é uma referência à expressão "mar de lama", popularizada na época da crise de Getúlio. Confira abaixo os principais trechos da entrevista: * BBC Brasil - Após indicações de uma possível ruptura entre PT e PMDB e de declarações de líderes do PSDB de que estariam prontos para assumir o país, Dilma partiu para o ataque e disse que não vai cair. Esse tipo de afirmação tende a ter algum resultado político? Boris Fausto - Algum resultado certamente tem. Ela é presidente da República. Para usar uma linguagem do boxe, ela tentou sair das cordas. Presumo que teria tido uma boa acolhida no PT. Em outros círculos, não acredito. BBC Brasil - Pareceu um bom passo dentro da disputa política? Fausto - Não acho que seja um bom passo. Acho que ela teria que falar mais, porque a presença dela em momentos de crise seria muito importante e ela aparece muito pouco. Não gosto do conteúdo. Essa coisa de "eu não tenho medo, venham para a luta" parece um desafio de ginasianos, e não a palavra de uma presidente. E essa exploração de uma outra época histórica, do fato de que ela tenha sido torturada, presa política, aliás, só a enaltece, mas essa exploração, transportada para o dia de hoje, não faz sentido. BBC Brasil - O senador José Serra disse que o governo Dilma "é o mais fraco" que já presenciou. "O de Jango (João Goulart, deposto em 1964) era de uma solidez granítica se comparado com o de Dilma", afirmou na ocasião. O senhor concorda? Fausto - Não concordo em parte. É difícil medir solidez granítica de governo. Acho que o governo Jango, sobretudo na última fase, teve um comportamento muito errático, se enfraqueceu muito e foi derrubado por um golpe. As épocas são muito diferentes, as razões (da fraqueza dos governos) são muito diferentes, as forças sociais em jogo são outras. Não vejo paralelismo. BBC Brasil - A imprensa teve um papel importante na queda tanto de Jango como de Getúlio Vargas. O PT costuma acusar a imprensa de perseguir o partido e seu governo. Como o senhor vê a atuação da mídia hoje? Fausto - A imprensa sempre teve um papel importante no Brasil. No passado tivemos algo que hoje não temos: órgãos da imprensa com diferentes posições. Por exemplo, o caso do (jornal) Globo em contraste com a Última Hora (jornal que apoiava Getúlio). Hoje não temos isso. Agora, estou seguro de que essa teoria conspiratória sobre a imprensa manipulando a situação é falsa. A mídia em geral tem tido um papel muito importante no esclarecimento de fatos. Em vez de censurar a mídia é melhor censurar o comportamento das pessoas sobre quem a mídia fala. BBC Brasil - No caso do Getúlio houve também acusações de corrupção. Essa seria uma semelhança entre os dois casos? Fausto - Semelhança muito genérica existe porque o tema da corrupção apareceu nos dois casos, só que o grau de corrupção nos dias de hoje é infinitamente maior do que na época de Getúlio. E, afinal de contas, aquilo que ele próprio chamou de "mar de lama" era um laguinho comparado à situação de hoje. O que significa que a corrupção é um elemento muito mais importante hoje do que no quadro da queda de Getúlio, o que não quer dizer que o tema da corrupção não tenha sido usado para derrubá-lo. BBC Brasil - E hoje o senhor também vê alguma "luta de classes" como havia antes? Isso porque o governo também costuma classificar seus críticos como "elite que está contra as reformas do país e preocupada com seus próprios interesses". Fausto - Pergunta difícil essa. Esse panorama no Brasil é muito complexo. Claro que há interesse se manifestando interesses das elites. Mas há uma coisa complicada se pensarmos o seguinte: o PT, que expressou a vontade de luta dos trabalhadores urbanos, se transformou num partido cuja principal liderança se uniu às empreiteiras, a ponto de a direção do partido fazer uma declaração em defesa das empreiteiras. Então, tudo isso embrulha muito o cenário da luta política brasileira. É difícil falar que o Partido dos Trabalhadores seja hoje o partido dos trabalhadores. BBC Brasil - Hoje Dilma tem menos apoio popular que Jango e Getúlio tinham antes de suas quedas. Isso aumenta as chances de ela não terminar o mandato? Fausto - A comparação histórica não aumenta. O fato de ter um prestígio tão baixo aumenta muito as chances de chegarmos a uma situação de impeachment. A falta de apoio popular, mais a queda enorme do prestígio da Dilma, que no começo do primeiro mandato tinha em torno de 60%, 65% de aprovação, isso, sim, concorre muito para desestabilizar seu governo. BBC Brasil - José Sarney foi um presidente muito impopular e Fernando Henrique Cardoso também viveu momentos de baixa aprovação, mas ambos não caíram. Que semelhanças e diferenças há entre esses dois casos e o atual? Fausto - É uma situação diferente. O Sarney tinha problema de legitimidade foi um nome que esteve integrado na Arena (o partido de sustentação da ditadura militar) e chegou ao poder por conta da morte de Tancredo (Neves, civil eleito presidente indiretamente pelo Congresso). E o Brasil atravessou um período muito difícil do ponto de vista econômico. As razões de queda da popularidade são compreensíveis, mas o quadro político não foi instável como hoje. BBC Brasil - E no caso de Fernando Henrique? Ele também viveu momentos de baixa aprovação, houve o "Fora FHC". Fausto - O FHC viveu momentos de desaprovação, principalmente no segundo mandato, quando enfrentou uma situação econômica também adversa, o desemprego subiu muito. Na verdade, com ele acontece uma coisa curiosa, e eu vou repetir uma frase dele porque eu acho boa. Ele, por muito tempo, perdeu a popularidade, mas não perdeu a credibilidade. BBC Brasil - A democracia brasileira, embora ainda muito nova, superou bem o impeachment de Collor. A leitura predominante hoje é de que a queda do presidente foi justa e correta. O governo Dilma acusa os que propõem o impeachment de golpistas. Um impeachment hoje tem fundamento constitucional ou seria um golpe? Fausto - O impeachment é uma coisa prevista na nossa legislação, não é um golpe de Estado. Mas é preciso considerar que o impeachment é sobretudo um instrumento político. O que significa que exista uma forte tendência a acreditar que o governo não tem condições de continuar. E, mais do que isso, é preciso indicar as razões porque isso acontece. Agora, a Dilma está cercada de razões dessa natureza - problemas no Orçamento [do governo], no financiamento do partido, da campanha dela. Então, é preciso não se antecipar porque estamos vivendo aí numa tempestade, mas que existem razões para um impeachment, razões técnicas, eu acho difícil contestar. A comparação com o Collor é interessante porque por muito, muito menos, o Collor sofreu o impeachment. BBC Brasil - É que no caso do Collor o acusam de ter sido corrupto em causa própria. E a presidente sustenta que a biografia dela é limpa, que ela é honesta. Não seriam então duas coisas diferentes? Fausto - Eu já disse que Dilma fez um esforço no sentido de controlar os piores aspectos da corrupção, dar um rumo para a Petrobras. Mas o problema é que ela está metida em toda uma instituição política da qual ela faz parte, não obstante as suas supostas e prováveis intenções. BBC Brasil - Volta a discussão hoje no país a adoção do parlamentarismo, defendida principalmente pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e também por José Serra. O sistema foi adotado no governo Jango, como forma de retirar força do presidente. O que acha da discussão hoje? Fausto - É preciso ver em que condições se adotará. Tenho muito receio da adoção do parlamentarismo, não do ponto de vista abstrato da qualidade de um sistema político dessa natureza - o parlamentarismo tem muitas virtudes. Mas fico imaginando se, com uma instituição como o Congresso Nacional, a presença no país de 32 partidos, a gente tem um arcabouço constitucional que possa sustentar um verdadeiro parlamentarismo. BBC Brasil - E quando o senhor fala dos 32 partidos se refere a possíveis dificuldades na construção de alianças? Fausto - Você vê as dificuldades que temos hoje num sistema presidencialista em que o Congresso ganha muita relevância - toda a falta de coerência, a criação de partidos que são simples balcões em busca de interesses. Tudo isso torna muito arriscada a implantação do parlamentarismo. BBC Brasil - Qual sua opinião sobre Eduardo Cunha, uma figura polêmica, que despontou com muita força? Fausto - Eu não o conheço suficientemente, prefiro não opinar. Vou dizer só uma coisa: o Eduardo Cunha conhece o regimento da Câmara muito bem. Ele sabe usar, e aí, veja você, mais um dado para que a gente fique com uma pulga atrás da orelha sobre o parlamentarismo.
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Situação de Dilma é mais complicada do que a de Collor, diz historiadorBoris Fausto, um dos principais historiadores do Brasil, considera difícil relacionar a crise política que enfrenta a presidente Dilma Rousseff com a que derrubou João Goulart, em 1964, conforme fez neste domingo (5) o senador tucano José Serra. Ele não vê problemas, porém, em fazer comparações com a queda, em 1992, do primeiro presidente eleito após a redemocratização do país, Fernando Collor. Na avaliação do historiador, que declarou voto em Aécio Neves, há mais razões técnicas hoje para o impeachment de Dilma do que havia no caso de Collor, sobretudo por "problemas no Orçamento [as chamadas 'pedaladas fiscais'] e no financiamento da sua campanha". "A comparação com o Collor é interessante porque, por muito menos, o Collor sofreu impeachment", afirmou, em entrevista à BBC Brasil. Questionado sobre a ausência de acusações diretas de corrupção contra a presidente, Fausto disse que Dilma "fez um esforço no sentido de controlar os piores aspectos da corrupção e dar um rumo para a Petrobras". "Mas o problema é que ela está metida em toda uma instituição política da qual faz parte, não obstante suas supostas e prováveis intenções", completou. O historiador disse considerar que as acusações de corrupção que contribuíram para a queda de Getúlio Vargas, com seu suicídio em 1954, eram "um laguinho" diante das denúncias envolvendo a Petrobras. A menção é uma referência à expressão "mar de lama", popularizada na época da crise de Getúlio. Confira abaixo os principais trechos da entrevista: * BBC Brasil - Após indicações de uma possível ruptura entre PT e PMDB e de declarações de líderes do PSDB de que estariam prontos para assumir o país, Dilma partiu para o ataque e disse que não vai cair. Esse tipo de afirmação tende a ter algum resultado político? Boris Fausto - Algum resultado certamente tem. Ela é presidente da República. Para usar uma linguagem do boxe, ela tentou sair das cordas. Presumo que teria tido uma boa acolhida no PT. Em outros círculos, não acredito. BBC Brasil - Pareceu um bom passo dentro da disputa política? Fausto - Não acho que seja um bom passo. Acho que ela teria que falar mais, porque a presença dela em momentos de crise seria muito importante e ela aparece muito pouco. Não gosto do conteúdo. Essa coisa de "eu não tenho medo, venham para a luta" parece um desafio de ginasianos, e não a palavra de uma presidente. E essa exploração de uma outra época histórica, do fato de que ela tenha sido torturada, presa política, aliás, só a enaltece, mas essa exploração, transportada para o dia de hoje, não faz sentido. BBC Brasil - O senador José Serra disse que o governo Dilma "é o mais fraco" que já presenciou. "O de Jango (João Goulart, deposto em 1964) era de uma solidez granítica se comparado com o de Dilma", afirmou na ocasião. O senhor concorda? Fausto - Não concordo em parte. É difícil medir solidez granítica de governo. Acho que o governo Jango, sobretudo na última fase, teve um comportamento muito errático, se enfraqueceu muito e foi derrubado por um golpe. As épocas são muito diferentes, as razões (da fraqueza dos governos) são muito diferentes, as forças sociais em jogo são outras. Não vejo paralelismo. BBC Brasil - A imprensa teve um papel importante na queda tanto de Jango como de Getúlio Vargas. O PT costuma acusar a imprensa de perseguir o partido e seu governo. Como o senhor vê a atuação da mídia hoje? Fausto - A imprensa sempre teve um papel importante no Brasil. No passado tivemos algo que hoje não temos: órgãos da imprensa com diferentes posições. Por exemplo, o caso do (jornal) Globo em contraste com a Última Hora (jornal que apoiava Getúlio). Hoje não temos isso. Agora, estou seguro de que essa teoria conspiratória sobre a imprensa manipulando a situação é falsa. A mídia em geral tem tido um papel muito importante no esclarecimento de fatos. Em vez de censurar a mídia é melhor censurar o comportamento das pessoas sobre quem a mídia fala. BBC Brasil - No caso do Getúlio houve também acusações de corrupção. Essa seria uma semelhança entre os dois casos? Fausto - Semelhança muito genérica existe porque o tema da corrupção apareceu nos dois casos, só que o grau de corrupção nos dias de hoje é infinitamente maior do que na época de Getúlio. E, afinal de contas, aquilo que ele próprio chamou de "mar de lama" era um laguinho comparado à situação de hoje. O que significa que a corrupção é um elemento muito mais importante hoje do que no quadro da queda de Getúlio, o que não quer dizer que o tema da corrupção não tenha sido usado para derrubá-lo. BBC Brasil - E hoje o senhor também vê alguma "luta de classes" como havia antes? Isso porque o governo também costuma classificar seus críticos como "elite que está contra as reformas do país e preocupada com seus próprios interesses". Fausto - Pergunta difícil essa. Esse panorama no Brasil é muito complexo. Claro que há interesse se manifestando interesses das elites. Mas há uma coisa complicada se pensarmos o seguinte: o PT, que expressou a vontade de luta dos trabalhadores urbanos, se transformou num partido cuja principal liderança se uniu às empreiteiras, a ponto de a direção do partido fazer uma declaração em defesa das empreiteiras. Então, tudo isso embrulha muito o cenário da luta política brasileira. É difícil falar que o Partido dos Trabalhadores seja hoje o partido dos trabalhadores. BBC Brasil - Hoje Dilma tem menos apoio popular que Jango e Getúlio tinham antes de suas quedas. Isso aumenta as chances de ela não terminar o mandato? Fausto - A comparação histórica não aumenta. O fato de ter um prestígio tão baixo aumenta muito as chances de chegarmos a uma situação de impeachment. A falta de apoio popular, mais a queda enorme do prestígio da Dilma, que no começo do primeiro mandato tinha em torno de 60%, 65% de aprovação, isso, sim, concorre muito para desestabilizar seu governo. BBC Brasil - José Sarney foi um presidente muito impopular e Fernando Henrique Cardoso também viveu momentos de baixa aprovação, mas ambos não caíram. Que semelhanças e diferenças há entre esses dois casos e o atual? Fausto - É uma situação diferente. O Sarney tinha problema de legitimidade foi um nome que esteve integrado na Arena (o partido de sustentação da ditadura militar) e chegou ao poder por conta da morte de Tancredo (Neves, civil eleito presidente indiretamente pelo Congresso). E o Brasil atravessou um período muito difícil do ponto de vista econômico. As razões de queda da popularidade são compreensíveis, mas o quadro político não foi instável como hoje. BBC Brasil - E no caso de Fernando Henrique? Ele também viveu momentos de baixa aprovação, houve o "Fora FHC". Fausto - O FHC viveu momentos de desaprovação, principalmente no segundo mandato, quando enfrentou uma situação econômica também adversa, o desemprego subiu muito. Na verdade, com ele acontece uma coisa curiosa, e eu vou repetir uma frase dele porque eu acho boa. Ele, por muito tempo, perdeu a popularidade, mas não perdeu a credibilidade. BBC Brasil - A democracia brasileira, embora ainda muito nova, superou bem o impeachment de Collor. A leitura predominante hoje é de que a queda do presidente foi justa e correta. O governo Dilma acusa os que propõem o impeachment de golpistas. Um impeachment hoje tem fundamento constitucional ou seria um golpe? Fausto - O impeachment é uma coisa prevista na nossa legislação, não é um golpe de Estado. Mas é preciso considerar que o impeachment é sobretudo um instrumento político. O que significa que exista uma forte tendência a acreditar que o governo não tem condições de continuar. E, mais do que isso, é preciso indicar as razões porque isso acontece. Agora, a Dilma está cercada de razões dessa natureza - problemas no Orçamento [do governo], no financiamento do partido, da campanha dela. Então, é preciso não se antecipar porque estamos vivendo aí numa tempestade, mas que existem razões para um impeachment, razões técnicas, eu acho difícil contestar. A comparação com o Collor é interessante porque por muito, muito menos, o Collor sofreu o impeachment. BBC Brasil - É que no caso do Collor o acusam de ter sido corrupto em causa própria. E a presidente sustenta que a biografia dela é limpa, que ela é honesta. Não seriam então duas coisas diferentes? Fausto - Eu já disse que Dilma fez um esforço no sentido de controlar os piores aspectos da corrupção, dar um rumo para a Petrobras. Mas o problema é que ela está metida em toda uma instituição política da qual ela faz parte, não obstante as suas supostas e prováveis intenções. BBC Brasil - Volta a discussão hoje no país a adoção do parlamentarismo, defendida principalmente pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e também por José Serra. O sistema foi adotado no governo Jango, como forma de retirar força do presidente. O que acha da discussão hoje? Fausto - É preciso ver em que condições se adotará. Tenho muito receio da adoção do parlamentarismo, não do ponto de vista abstrato da qualidade de um sistema político dessa natureza - o parlamentarismo tem muitas virtudes. Mas fico imaginando se, com uma instituição como o Congresso Nacional, a presença no país de 32 partidos, a gente tem um arcabouço constitucional que possa sustentar um verdadeiro parlamentarismo. BBC Brasil - E quando o senhor fala dos 32 partidos se refere a possíveis dificuldades na construção de alianças? Fausto - Você vê as dificuldades que temos hoje num sistema presidencialista em que o Congresso ganha muita relevância - toda a falta de coerência, a criação de partidos que são simples balcões em busca de interesses. Tudo isso torna muito arriscada a implantação do parlamentarismo. BBC Brasil - Qual sua opinião sobre Eduardo Cunha, uma figura polêmica, que despontou com muita força? Fausto - Eu não o conheço suficientemente, prefiro não opinar. Vou dizer só uma coisa: o Eduardo Cunha conhece o regimento da Câmara muito bem. Ele sabe usar, e aí, veja você, mais um dado para que a gente fique com uma pulga atrás da orelha sobre o parlamentarismo.
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Espetáculo 'O Testamento de Maria' busca lado humano da mãe de Jesus
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Ao deparar-se certa vez com textos bíblicos, o irlandês Colm Tóibín começou a refletir sobre a figura de Maria. O que teria pensado ela ao ver o filho crucificado? O que faria a mãe de Jesus depois do trauma de perder o rebento? Dos questionamentos, conta o escritor e jornalista em texto publicado no jornal "The Telegraph" em 2014, nasceu a peça "O Testamento de Maria" (2011), em que Tóibín busca evidenciar o lado mais humano dessa figura materna. O monólogo mais tarde virou livro (concorrendo ao Man Booker Prize em 2013), ganhou versão na Broadway e tem agora sua primeira montagem brasileira. Com adaptação e direção de Ron Daniels e atuação de Denise Weinberg, a peça chega nesta semana ao Sesc Pinheiros. A história acompanha Maria logo após a morte do filho. Exilada na grega Éfeso (atual Turquia), ela carrega com peso seu luto e questiona as decisões e ações do profeta. "Vemos um lado profano dessa figura dogmática", comenta Denise. No exílio, Maria é visitada pelos discípulos de Jesus, mas nutre por eles uma raiva e refuta cooperar com a escrita dos evangelhos. "Ela questiona a seriedade com que os discípulos levavam esse papo de Jesus, como isso pode virar uma coisa meio fanática", continua a atriz. Na versão do autor irlandês, Maria carrega uma culpa por ter fugido. "Durante todos esses anos, ela mentiu para si mesma", afirma Daniels. "E é só nesse momento que ela começa a dizer a verdade." Tóibín ainda imprime na personagem uma força como a das heroínas de tragédias gregas, mulheres em princípio sem poder que, por meio do teatro, adquirem uma voz. No palco diminuto, dotado apenas de uma cadeira e alguns papéis, há poucos recursos além do próprio texto. "A gente trabalhou em esculpir essas palavras na minha boca", explica a atriz, que é acompanhada em cena pelo músico Gregory Slivar. Ele criou uma trilha sonora que entremeia o ritmo da fala de Denise. "Queria um som menos melódico, mais primitivo", explica o músico, que criou alguns dos instrumentos utilizados na peça, caso de um que lembra a cabaça de um berimbau. A ideia, diz, era ter sons não facilmente identificáveis pelo público. SHAKESPEARIANO O fluminense Daniels, 73, iniciou a carreira como ator (quando ainda assinava Ronald Daniel), sendo dirigido por Augusto Boal e Zé Celso. Nos anos 1960, foi para Londres, onde trabalhou na Royal Shakespeare Company, e depois se fixou nos EUA. Ficou conhecido por suas inúmeras montagens de Shakespeare –é dele a direção de "Macbeth" e "Medida por Medida", ambas com Thiago Lacerda e Giulia Gam no elenco e atualmente em cartaz no Sesc Vila Mariana. Pelas suas contas, havia mais de 15 anos não encenava um texto que não fosse do bardo inglês. Com "O Testamento de Maria", portanto, ele se distancia das montagens "grandiosas": de cenários volumosos e elencos numerosos. "A peça é intimista, mas é épica também. Um momento histórico visto por uma perspectiva intimista", comenta o diretor. "O que é shakespeariano. Shakespeare cria esses panoramas épicos, mas sempre os vê através de um prisma de grande intimidade." O TESTAMENTO DE MARIA QUANDO qui. a sáb., às 20h30; até 13/2 ONDE Sesc Pinheiros - auditório (3º andar), r. Paes Leme, 195, tel. (11) 3095-9400 QUANTO R$ 7,50 a R$ 25 CLASSIFICAÇÃO 16 anos
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ilustrada
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Espetáculo 'O Testamento de Maria' busca lado humano da mãe de JesusAo deparar-se certa vez com textos bíblicos, o irlandês Colm Tóibín começou a refletir sobre a figura de Maria. O que teria pensado ela ao ver o filho crucificado? O que faria a mãe de Jesus depois do trauma de perder o rebento? Dos questionamentos, conta o escritor e jornalista em texto publicado no jornal "The Telegraph" em 2014, nasceu a peça "O Testamento de Maria" (2011), em que Tóibín busca evidenciar o lado mais humano dessa figura materna. O monólogo mais tarde virou livro (concorrendo ao Man Booker Prize em 2013), ganhou versão na Broadway e tem agora sua primeira montagem brasileira. Com adaptação e direção de Ron Daniels e atuação de Denise Weinberg, a peça chega nesta semana ao Sesc Pinheiros. A história acompanha Maria logo após a morte do filho. Exilada na grega Éfeso (atual Turquia), ela carrega com peso seu luto e questiona as decisões e ações do profeta. "Vemos um lado profano dessa figura dogmática", comenta Denise. No exílio, Maria é visitada pelos discípulos de Jesus, mas nutre por eles uma raiva e refuta cooperar com a escrita dos evangelhos. "Ela questiona a seriedade com que os discípulos levavam esse papo de Jesus, como isso pode virar uma coisa meio fanática", continua a atriz. Na versão do autor irlandês, Maria carrega uma culpa por ter fugido. "Durante todos esses anos, ela mentiu para si mesma", afirma Daniels. "E é só nesse momento que ela começa a dizer a verdade." Tóibín ainda imprime na personagem uma força como a das heroínas de tragédias gregas, mulheres em princípio sem poder que, por meio do teatro, adquirem uma voz. No palco diminuto, dotado apenas de uma cadeira e alguns papéis, há poucos recursos além do próprio texto. "A gente trabalhou em esculpir essas palavras na minha boca", explica a atriz, que é acompanhada em cena pelo músico Gregory Slivar. Ele criou uma trilha sonora que entremeia o ritmo da fala de Denise. "Queria um som menos melódico, mais primitivo", explica o músico, que criou alguns dos instrumentos utilizados na peça, caso de um que lembra a cabaça de um berimbau. A ideia, diz, era ter sons não facilmente identificáveis pelo público. SHAKESPEARIANO O fluminense Daniels, 73, iniciou a carreira como ator (quando ainda assinava Ronald Daniel), sendo dirigido por Augusto Boal e Zé Celso. Nos anos 1960, foi para Londres, onde trabalhou na Royal Shakespeare Company, e depois se fixou nos EUA. Ficou conhecido por suas inúmeras montagens de Shakespeare –é dele a direção de "Macbeth" e "Medida por Medida", ambas com Thiago Lacerda e Giulia Gam no elenco e atualmente em cartaz no Sesc Vila Mariana. Pelas suas contas, havia mais de 15 anos não encenava um texto que não fosse do bardo inglês. Com "O Testamento de Maria", portanto, ele se distancia das montagens "grandiosas": de cenários volumosos e elencos numerosos. "A peça é intimista, mas é épica também. Um momento histórico visto por uma perspectiva intimista", comenta o diretor. "O que é shakespeariano. Shakespeare cria esses panoramas épicos, mas sempre os vê através de um prisma de grande intimidade." O TESTAMENTO DE MARIA QUANDO qui. a sáb., às 20h30; até 13/2 ONDE Sesc Pinheiros - auditório (3º andar), r. Paes Leme, 195, tel. (11) 3095-9400 QUANTO R$ 7,50 a R$ 25 CLASSIFICAÇÃO 16 anos
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Em discurso de 7 de Setembro, Dilma defende 'remédios amargos' na crise
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A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (7) que as dificuldades econômicas que o país enfrenta obrigaram o governo a administrar "remédios amargos" e exigem que as forças políticas ponham de lado "interesses individuais ou partidários". Em pronunciamento divulgado nas redes sociais da internet para celebrar o 7 de Setembro, a presidente admitiu que políticas adotadas em seu primeiro mandato contribuíram para as dificuldades atuais, mas disse que seu objetivo era preservar empregos e investimentos. "As dificuldades e os desafios resultam de um longo período em que o governo entendeu que deveria gastar o que fosse preciso para garantir o emprego e a renda do trabalhador, a continuidade dos investimentos e dos programas sociais", disse. "Agora, temos que reavaliar todas essas medidas e reduzir as que devem ser reduzidas." Ela defendeu as medidas de austeridade adotadas pelo governo, que incluíram cortes de despesas e aumento das taxas de juros, como necessárias para conter a inflação e recuperar a economia. "Se cometemos erros, e isso é possível, vamos superá-los e seguir em frente", afirmou. "Alguns remédios para essa situação, é verdade, são amargos, mas são indispensáveis". "As medidas que estamos adotando são necessárias para botar a casa em ordem, reduzir a inflação, por exemplo, nos fortalecer diante do mundo e conduzir o mais breve possível o Brasil à retomada do crescimento", acrescentou. Dilma defendeu o "esforço de todos" para superar a crise. "A união em torno dos interesses de nosso país e de nosso povo é a força capaz de nos conduzir nessa travessia", disse. "Devemos nesta hora estar acima das diferenças menores, colocando em segundo plano os interesses individuais ou partidários." A presidente se disse "preparada" para "conduzir o Brasil no caminho de um novo ciclo de desenvolvimento", retomando o discurso que adotou na campanha eleitoral do ano passado, e disse que não haverá "recuos" nem "retrocessos". "Nenhuma dificuldade me fará abrir mão da alma e do caráter do meu governo", afirmou. "A alma e o caráter do meu governo é assegurar, neste país de grande diversidade, oportunidades iguais para nossa população, sem recuos, sem retrocessos." A presidente disse que o país deveria aproveitar o 7 de Setembro para celebrar a democracia: "A maior conquista alcançada e pela qual devemos zelar permanentemente: a democracia e a adoção do voto popular como método único de eleger nossos governantes e representantes". PROTESTOS Em Brasília, integrantes do MRP (Movimento da Resistência Popular) incendiaram pneus próximo ao local do desfile de 7 de Setembro. Os manifestantes protestaram contra o governo Dilma e o ajuste fiscal. O Movimento Brasil também protestou nesta segunda com o boneco inflável do ex-presidente Lula e, pela primeira vez, com uma boneca da presidente Dilma. O grupo ainda vendeu miniaturas do boneco Pixuleko.
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Em discurso de 7 de Setembro, Dilma defende 'remédios amargos' na criseA presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (7) que as dificuldades econômicas que o país enfrenta obrigaram o governo a administrar "remédios amargos" e exigem que as forças políticas ponham de lado "interesses individuais ou partidários". Em pronunciamento divulgado nas redes sociais da internet para celebrar o 7 de Setembro, a presidente admitiu que políticas adotadas em seu primeiro mandato contribuíram para as dificuldades atuais, mas disse que seu objetivo era preservar empregos e investimentos. "As dificuldades e os desafios resultam de um longo período em que o governo entendeu que deveria gastar o que fosse preciso para garantir o emprego e a renda do trabalhador, a continuidade dos investimentos e dos programas sociais", disse. "Agora, temos que reavaliar todas essas medidas e reduzir as que devem ser reduzidas." Ela defendeu as medidas de austeridade adotadas pelo governo, que incluíram cortes de despesas e aumento das taxas de juros, como necessárias para conter a inflação e recuperar a economia. "Se cometemos erros, e isso é possível, vamos superá-los e seguir em frente", afirmou. "Alguns remédios para essa situação, é verdade, são amargos, mas são indispensáveis". "As medidas que estamos adotando são necessárias para botar a casa em ordem, reduzir a inflação, por exemplo, nos fortalecer diante do mundo e conduzir o mais breve possível o Brasil à retomada do crescimento", acrescentou. Dilma defendeu o "esforço de todos" para superar a crise. "A união em torno dos interesses de nosso país e de nosso povo é a força capaz de nos conduzir nessa travessia", disse. "Devemos nesta hora estar acima das diferenças menores, colocando em segundo plano os interesses individuais ou partidários." A presidente se disse "preparada" para "conduzir o Brasil no caminho de um novo ciclo de desenvolvimento", retomando o discurso que adotou na campanha eleitoral do ano passado, e disse que não haverá "recuos" nem "retrocessos". "Nenhuma dificuldade me fará abrir mão da alma e do caráter do meu governo", afirmou. "A alma e o caráter do meu governo é assegurar, neste país de grande diversidade, oportunidades iguais para nossa população, sem recuos, sem retrocessos." A presidente disse que o país deveria aproveitar o 7 de Setembro para celebrar a democracia: "A maior conquista alcançada e pela qual devemos zelar permanentemente: a democracia e a adoção do voto popular como método único de eleger nossos governantes e representantes". PROTESTOS Em Brasília, integrantes do MRP (Movimento da Resistência Popular) incendiaram pneus próximo ao local do desfile de 7 de Setembro. Os manifestantes protestaram contra o governo Dilma e o ajuste fiscal. O Movimento Brasil também protestou nesta segunda com o boneco inflável do ex-presidente Lula e, pela primeira vez, com uma boneca da presidente Dilma. O grupo ainda vendeu miniaturas do boneco Pixuleko.
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Cotas subjetivas
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Numa prática que infelizmente avança no país, a Prefeitura de São Paulo está criando comitês para certificar-se de que os aprovados em concursos públicos declarando-se pretos ou pardos, para beneficiar-se de cotas raciais, não estejam cometendo "fraude". As aspas são necessárias, posto que o único critério inscrito em lei para diferenciar populações negras, pardas e brancas é a autodeclaração, como estabelece o Estatuto da Igualdade Racial. Ora, se é legalmente negro/pardo o indivíduo que diz sê-lo, resulta impossível, por simples lógica, falar em qualquer tipo de logro. A inexistência de critérios objetivos para definir quem pode pleitear as cotas torna espinhosa a incumbência de tais comitês, dando margem a questionamentos sobre a legitimidade de suas decisões. Nenhuma lei elenca pré-requisitos para estabelecer que alguém é branco, pardo ou negro, pela simples razão de que não há base científica para tanto. A ausência de parâmetros obriga os colegiados que avaliam os candidatos a deliberar com base em pareceres impressionistas —subjetivos, portanto. Ficou célebre o caso dos gêmeos que se inscreveram numa universidade pelo sistema de cotas, sendo um aceito como pardo, e o outro, não. Embora o Supremo Tribunal Federal não tenha considerado a classificação por bancas inconstitucional, é difícil conciliar a falta de critérios objetivos de catalogação com o imperativo de que as autoridades atuem sempre de forma impessoal e busquem sustentação racional para suas decisões. A frouxidão nos mecanismos de classificação racial não é algo a ser solucionado em breve pela hermenêutica nem pela ciência. É perfeitamente possível, de todo modo, perseguir os objetivos de ação afirmativa sem cair nas armadilhas da categorização. Para tanto, basta abandonar o fenótipo como pedra de toque das cotas e substituí-lo pela renda, fácil e objetivamente mensurável. Dado que o sintoma mais visível do racismo é a segregação econômica, a população negra ou parda a ser beneficiada estaria coberta pelas cotas sociais. A maior diferença reside no fato de que os pobres que calhem de ser brancos também fariam jus ao benefício —o que, convenha-se, não chega a configurar um empecilho. Até pelo contrário. Será tarefa árdua produzir algum bom argumento moral que sustente que pobres que não sejam negros ou pardos devam ser excluídos de ações de promoção social financiadas pelo poder público. [email protected]
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opiniao
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Cotas subjetivasNuma prática que infelizmente avança no país, a Prefeitura de São Paulo está criando comitês para certificar-se de que os aprovados em concursos públicos declarando-se pretos ou pardos, para beneficiar-se de cotas raciais, não estejam cometendo "fraude". As aspas são necessárias, posto que o único critério inscrito em lei para diferenciar populações negras, pardas e brancas é a autodeclaração, como estabelece o Estatuto da Igualdade Racial. Ora, se é legalmente negro/pardo o indivíduo que diz sê-lo, resulta impossível, por simples lógica, falar em qualquer tipo de logro. A inexistência de critérios objetivos para definir quem pode pleitear as cotas torna espinhosa a incumbência de tais comitês, dando margem a questionamentos sobre a legitimidade de suas decisões. Nenhuma lei elenca pré-requisitos para estabelecer que alguém é branco, pardo ou negro, pela simples razão de que não há base científica para tanto. A ausência de parâmetros obriga os colegiados que avaliam os candidatos a deliberar com base em pareceres impressionistas —subjetivos, portanto. Ficou célebre o caso dos gêmeos que se inscreveram numa universidade pelo sistema de cotas, sendo um aceito como pardo, e o outro, não. Embora o Supremo Tribunal Federal não tenha considerado a classificação por bancas inconstitucional, é difícil conciliar a falta de critérios objetivos de catalogação com o imperativo de que as autoridades atuem sempre de forma impessoal e busquem sustentação racional para suas decisões. A frouxidão nos mecanismos de classificação racial não é algo a ser solucionado em breve pela hermenêutica nem pela ciência. É perfeitamente possível, de todo modo, perseguir os objetivos de ação afirmativa sem cair nas armadilhas da categorização. Para tanto, basta abandonar o fenótipo como pedra de toque das cotas e substituí-lo pela renda, fácil e objetivamente mensurável. Dado que o sintoma mais visível do racismo é a segregação econômica, a população negra ou parda a ser beneficiada estaria coberta pelas cotas sociais. A maior diferença reside no fato de que os pobres que calhem de ser brancos também fariam jus ao benefício —o que, convenha-se, não chega a configurar um empecilho. Até pelo contrário. Será tarefa árdua produzir algum bom argumento moral que sustente que pobres que não sejam negros ou pardos devam ser excluídos de ações de promoção social financiadas pelo poder público. [email protected]
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Entenda a operação que prendeu o ex-ministro Paulo Bernardo
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Paulo Bernardo, ex-ministro dos governos Dilma e Lula, foi preso nesta quinta-feira (23) em operação da Polícia Federal batizada de "Custo Brasil". Ele é acusado de receber propina de um esquema de corrupção no ministério do Planejamento que também teria sido usado para abastecer o caixa do PT. Entenda o caso: * A Custo Brasil é um desmembramento da operação Lava Jato que investiga desvios no ministério do Planejamento, comandado por Paulo Bernardo de 2005 a 2011. Segundo a PF, de 2010 a 2015, a pasta superfaturou em R$ 100 milhões um contrato com a empresa de tecnologia Consist. Esse dinheiro teria sido usado para pagar propina a servidores, entre eles o ex-ministro, e para abastecer o caixa do PT. Além de Paulo Bernardo, foram emitidos mandados de prisão para o secretário municipal de Gestão de São Paulo, Valter Correia; para o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, atualmente preso pela Lava Jato e Paulo Ferreira; e para o o advogado Guilherme Gonçalves, que atuou nas campanhas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher de Paulo Bernardo. O ex-ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Carlos Gabas, e o jornalista Leonardo Attuch, dono do site "Brasil 247", foram chamados para depor. A sede do PT foi, pela primeira vez, alvo de busca e apreensão. No total, foram expedidos 11 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução judicial nos Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal, a pedido da PF, pela 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo. custo brasil Para os investigadores, o suposto esquema de corrupção é "um exemplo de como a corrupção prejudica o cidadão e aumenta o custo para cidadãos e empresas". Responsável por gerir um sistema de empréstimo consignado a servidores, a Consist teria recebido R$ 1 de cada parcela paga pelos funcionários, quando o valor de mercado desse serviço seria de R$ 0,30. "Custo Brasil" é uma expressão usada por aqueles que defendem que os impostos e a burocracia acabam por aumentar os custos de produtos e serviços no país. Diferentemente das operações da Lava Jato, os intimados a depor nesta quinta não foram foram obrigados a prestar esclarecimentos. Em vez disso, o juiz Paulo Bueno de Azevedo, responsável pelo caso, optou por expedir mandados de condução judicial que dão aos citados o direito de se manter em silêncio, se preferirem. Os que escolheram essa opção, como Attuch e Gabas, apenas assinaram um documento e não precisaram ir até a sede da Polícia Federal. O juiz Sergio Moro já foi criticado por advogados de acusados e por juristas de exagerar no uso da condução coercitiva.
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poder
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Entenda a operação que prendeu o ex-ministro Paulo BernardoPaulo Bernardo, ex-ministro dos governos Dilma e Lula, foi preso nesta quinta-feira (23) em operação da Polícia Federal batizada de "Custo Brasil". Ele é acusado de receber propina de um esquema de corrupção no ministério do Planejamento que também teria sido usado para abastecer o caixa do PT. Entenda o caso: * A Custo Brasil é um desmembramento da operação Lava Jato que investiga desvios no ministério do Planejamento, comandado por Paulo Bernardo de 2005 a 2011. Segundo a PF, de 2010 a 2015, a pasta superfaturou em R$ 100 milhões um contrato com a empresa de tecnologia Consist. Esse dinheiro teria sido usado para pagar propina a servidores, entre eles o ex-ministro, e para abastecer o caixa do PT. Além de Paulo Bernardo, foram emitidos mandados de prisão para o secretário municipal de Gestão de São Paulo, Valter Correia; para o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, atualmente preso pela Lava Jato e Paulo Ferreira; e para o o advogado Guilherme Gonçalves, que atuou nas campanhas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher de Paulo Bernardo. O ex-ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Carlos Gabas, e o jornalista Leonardo Attuch, dono do site "Brasil 247", foram chamados para depor. A sede do PT foi, pela primeira vez, alvo de busca e apreensão. No total, foram expedidos 11 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução judicial nos Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal, a pedido da PF, pela 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo. custo brasil Para os investigadores, o suposto esquema de corrupção é "um exemplo de como a corrupção prejudica o cidadão e aumenta o custo para cidadãos e empresas". Responsável por gerir um sistema de empréstimo consignado a servidores, a Consist teria recebido R$ 1 de cada parcela paga pelos funcionários, quando o valor de mercado desse serviço seria de R$ 0,30. "Custo Brasil" é uma expressão usada por aqueles que defendem que os impostos e a burocracia acabam por aumentar os custos de produtos e serviços no país. Diferentemente das operações da Lava Jato, os intimados a depor nesta quinta não foram foram obrigados a prestar esclarecimentos. Em vez disso, o juiz Paulo Bueno de Azevedo, responsável pelo caso, optou por expedir mandados de condução judicial que dão aos citados o direito de se manter em silêncio, se preferirem. Os que escolheram essa opção, como Attuch e Gabas, apenas assinaram um documento e não precisaram ir até a sede da Polícia Federal. O juiz Sergio Moro já foi criticado por advogados de acusados e por juristas de exagerar no uso da condução coercitiva.
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'Morrer de tanto trabalhar' gera debate e onda de indenizações no Japão
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ZARIA GORVETT DA BBC Os japoneses levam jeito para inventar palavras, principalmente as que se referem ao universo corporativo. "Arigata-meiwaku", por exemplo, significa um favor que alguém fez sem ser solicitado e que você tem que agradecer mesmo assim. "Majime" é um colega honesto e confiável que cumpre as tarefas sem fazer drama. Mas existe um termo japonês que muitos de nós simplesmente não conseguimos entender: "karoshi" ou simplesmente "morrer de tanto trabalhar". Relatos de profissionais japoneses morrendo depois de jornadas de trabalho exaustivas estão nos noticiários há décadas. E os números indicam que não se trata de uma lenda urbana. Esse fenômeno social foi inicialmente identificado em 1987, quando o Ministério da Saúde japonês começou a registrar os dados depois da morte repentina de uma série de executivos em altos cargos. O problema é tão generalizado que se uma morte for considerada "karoshi", a família da vítima recebe uma compensação do governo da ordem de US$ 20 mil por ano, além de uma indenização da empresa, que pode chegar a US$ 1,6 milhões. Para isso, a vítima precisa ter trabalhado mais de 100 horas extras no mês anterior à sua morte - ou 80 horas extras por dois meses consecutivos ou mais nos seis meses anteriores. Quando a lei foi implantada, as autoridades notavam cerca de 200 casos por ano. Mas em 2015, os pedidos de indenização chegaram ao número recorde de 2.310, segundo relatório do Ministério do Trabalho do Japão. E isso pode ser apenas a ponta do iceberg: de acordo com o Conselho Nacional de Defesa para Vítimas de Karoshi, os números reais podem chegar a 10 mil por ano —aproximadamente a mesma quantidade de pessoas mortas no trânsito anualmente no país. PROPÓSITO E MOTIVAÇÃO Eis um caso típico de "karoshi": Kenji Hamada era funcionário de uma empresa de segurança em Tóquio. Tinha uma jovem esposa dedicada e um histórico profissional excelente. Para ele, era normal trabalhar 15 horas por dia e encarar 4 horas diárias no transporte público. Até que alguém o viu debruçado sobre sua mesa no escritório. Foi vítima de um ataque cardíaco aos 42 anos de idade. Hamada morreu em 2009, mas o "karoshi" fez sua primeira vítima 40 anos antes, quando um homem saudável, de 29 anos, sofreu um derrame depois de fazer turnos consecutivos no departamento de distribuição do maior jornal do Japão. "Depois da derrota da Segunda Guerra Mundial, os japoneses passaram a ser os profissionais com a jornada de trabalho mais longa do mundo", explica Cary Cooper, especialista em estresse da Universidade de Lancaster, no Reino Unido. No Japão pós-guerra, o trabalho devolveu aos homens um propósito. Havia estímulos financeiros e motivação psicológica. As empresas aderiram a essa nova ordem e começaram a custear clubes de funcionários e outros benefícios como transporte, moradia, atenção de saúde e creches. E, logo, o mundo do trabalho passou a ser o centro da vida do adulto japonês. Décadas depois, em meados dos anos 80, a coisa começou a desandar. Problemas na economia alimentaram uma escalada rápida e insustentável nos preços de ações e imóveis. O crescimento galopante, conhecido como "economia da bolha", levou os assalariados japoneses a seu limite. No auge dessa fase, quase 7 milhões de pessoas (cerca de 5% da população do país na época) trabalhavam 60 horas por semana. Enquanto isso, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a Alemanha ainda navegavam na tranquila jornada de 9h às 17h. Segundo uma pesquisa conduzida em 1989, 45,8% dos chefes de seção e 66,1% dos chefes de departamento em grandes empresas japonesas acreditavam que iriam morrer de tanto trabalhar. Quando a economia da bolha entrou em colapso, no início dos anos 90, a cultura do excesso de trabalho só piorou. No período conhecido como "década perdida", o "karoshi" atingiu proporções epidêmicas. O número de mortes de gerentes e outros executivos atingiu o auge e nunca mais baixou. DE QUEM É A CULPA? A morte de homens de meia-idade com alguma doença crônica é uma coisa. A morte de homens jovens, saudáveis e no melhor ponto de suas carreiras é muito mais alarmante. Entre os milhares de casos registrados no Japão, surgem dois possíveis culpados: o estresse e a falta de sono. Mas será que isso pode mesmo matar uma pessoa? É verdade que a ideia de sair para trabalhar após uma noite de insônia é horrível. No entanto, quase não há indícios científicos de que a falta de sono possa matar. O que há são provas de que dormir pouco pode aumentar o risco de doença cardíaca, distúrbios do sistema imunológico, diabetes e algumas formas de câncer. E, contrariamente às expectativas, não há evidências de que o estresse, por si só, provoque um ataque cardíaco. Mas ele pode levar a hábitos nada bons para a saúde, como fumar, beber, ter uma alimentação ruim ou não fazer exercícios. Portanto, o "karoshi" pode não ser causado pelo estresse ou pela falta de sono. Mas, curiosamente, pode estar ligado à quantidade de tempo passado no trabalho. Ao analisar os hábitos e a saúde de mais de 600 mil pessoas, cientistas da University College London descobriram que aquelas que trabalhavam 55 horas por dia tinham 30% mais chances de sofrer um derrame do que aquelas que faziam jornadas semanais de 40 horas. Não se sabe exatamente por quê, mas os especialistas acreditam que isso seja o resultado de se passar muitas horas sentado à mesa do escritório. FENÔMENO MUNDIAL Os japoneses já não trabalham tanto quanto antes. Em 2015, um típico assalariado japonês passava menos horas no escritório do que seus colegas nos Estados Unidos. O campeão mundial de excesso de trabalho atualmente é o México, segundo um estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Como era de se esperar, relatos de "karoshi" fora do Japão estão aumentando. A China perde cerca de 600 mil pessoas para o "guolaosi" (versão local do "karoshi") a cada ano —ou 1.600 por dia. "Índia, Coreia do Sul, Taiwan e China: a próxima geração de economias emergentes está seguindo os movimentos do Japão pós-guerra", afirma Richard Wokutch, professor de administração na escola Virginia Tech, nos Estados Unidos. No coração financeiro de Londres, alguns casos também chamaram a atenção. Em 2013, o estagiário Moritz Erhardt, do Bank of America Merrill Lynch, morreu no banho após passar 72 horas trabalhando sem parar. O jovem de 21 anos teve um ataque de epilepsia que pode ter sido deflagrado pelo excesso de trabalho. Após a tragédia, o banco limitou a jornada dos estagiários a 17 horas por dia. Será culpa então de uma cultura de "estar presente"? Cooper acredita que sim. Em muitos países, parte do problema não é só a cultura de trabalhar duro, mas de ser visto fazendo isso. "Dá-se muita importância ao tempo que a pessoa passa no escritório, mas trata-se de uma atitude contraproducente", afirma.
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'Morrer de tanto trabalhar' gera debate e onda de indenizações no Japão
ZARIA GORVETT DA BBC Os japoneses levam jeito para inventar palavras, principalmente as que se referem ao universo corporativo. "Arigata-meiwaku", por exemplo, significa um favor que alguém fez sem ser solicitado e que você tem que agradecer mesmo assim. "Majime" é um colega honesto e confiável que cumpre as tarefas sem fazer drama. Mas existe um termo japonês que muitos de nós simplesmente não conseguimos entender: "karoshi" ou simplesmente "morrer de tanto trabalhar". Relatos de profissionais japoneses morrendo depois de jornadas de trabalho exaustivas estão nos noticiários há décadas. E os números indicam que não se trata de uma lenda urbana. Esse fenômeno social foi inicialmente identificado em 1987, quando o Ministério da Saúde japonês começou a registrar os dados depois da morte repentina de uma série de executivos em altos cargos. O problema é tão generalizado que se uma morte for considerada "karoshi", a família da vítima recebe uma compensação do governo da ordem de US$ 20 mil por ano, além de uma indenização da empresa, que pode chegar a US$ 1,6 milhões. Para isso, a vítima precisa ter trabalhado mais de 100 horas extras no mês anterior à sua morte - ou 80 horas extras por dois meses consecutivos ou mais nos seis meses anteriores. Quando a lei foi implantada, as autoridades notavam cerca de 200 casos por ano. Mas em 2015, os pedidos de indenização chegaram ao número recorde de 2.310, segundo relatório do Ministério do Trabalho do Japão. E isso pode ser apenas a ponta do iceberg: de acordo com o Conselho Nacional de Defesa para Vítimas de Karoshi, os números reais podem chegar a 10 mil por ano —aproximadamente a mesma quantidade de pessoas mortas no trânsito anualmente no país. PROPÓSITO E MOTIVAÇÃO Eis um caso típico de "karoshi": Kenji Hamada era funcionário de uma empresa de segurança em Tóquio. Tinha uma jovem esposa dedicada e um histórico profissional excelente. Para ele, era normal trabalhar 15 horas por dia e encarar 4 horas diárias no transporte público. Até que alguém o viu debruçado sobre sua mesa no escritório. Foi vítima de um ataque cardíaco aos 42 anos de idade. Hamada morreu em 2009, mas o "karoshi" fez sua primeira vítima 40 anos antes, quando um homem saudável, de 29 anos, sofreu um derrame depois de fazer turnos consecutivos no departamento de distribuição do maior jornal do Japão. "Depois da derrota da Segunda Guerra Mundial, os japoneses passaram a ser os profissionais com a jornada de trabalho mais longa do mundo", explica Cary Cooper, especialista em estresse da Universidade de Lancaster, no Reino Unido. No Japão pós-guerra, o trabalho devolveu aos homens um propósito. Havia estímulos financeiros e motivação psicológica. As empresas aderiram a essa nova ordem e começaram a custear clubes de funcionários e outros benefícios como transporte, moradia, atenção de saúde e creches. E, logo, o mundo do trabalho passou a ser o centro da vida do adulto japonês. Décadas depois, em meados dos anos 80, a coisa começou a desandar. Problemas na economia alimentaram uma escalada rápida e insustentável nos preços de ações e imóveis. O crescimento galopante, conhecido como "economia da bolha", levou os assalariados japoneses a seu limite. No auge dessa fase, quase 7 milhões de pessoas (cerca de 5% da população do país na época) trabalhavam 60 horas por semana. Enquanto isso, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a Alemanha ainda navegavam na tranquila jornada de 9h às 17h. Segundo uma pesquisa conduzida em 1989, 45,8% dos chefes de seção e 66,1% dos chefes de departamento em grandes empresas japonesas acreditavam que iriam morrer de tanto trabalhar. Quando a economia da bolha entrou em colapso, no início dos anos 90, a cultura do excesso de trabalho só piorou. No período conhecido como "década perdida", o "karoshi" atingiu proporções epidêmicas. O número de mortes de gerentes e outros executivos atingiu o auge e nunca mais baixou. DE QUEM É A CULPA? A morte de homens de meia-idade com alguma doença crônica é uma coisa. A morte de homens jovens, saudáveis e no melhor ponto de suas carreiras é muito mais alarmante. Entre os milhares de casos registrados no Japão, surgem dois possíveis culpados: o estresse e a falta de sono. Mas será que isso pode mesmo matar uma pessoa? É verdade que a ideia de sair para trabalhar após uma noite de insônia é horrível. No entanto, quase não há indícios científicos de que a falta de sono possa matar. O que há são provas de que dormir pouco pode aumentar o risco de doença cardíaca, distúrbios do sistema imunológico, diabetes e algumas formas de câncer. E, contrariamente às expectativas, não há evidências de que o estresse, por si só, provoque um ataque cardíaco. Mas ele pode levar a hábitos nada bons para a saúde, como fumar, beber, ter uma alimentação ruim ou não fazer exercícios. Portanto, o "karoshi" pode não ser causado pelo estresse ou pela falta de sono. Mas, curiosamente, pode estar ligado à quantidade de tempo passado no trabalho. Ao analisar os hábitos e a saúde de mais de 600 mil pessoas, cientistas da University College London descobriram que aquelas que trabalhavam 55 horas por dia tinham 30% mais chances de sofrer um derrame do que aquelas que faziam jornadas semanais de 40 horas. Não se sabe exatamente por quê, mas os especialistas acreditam que isso seja o resultado de se passar muitas horas sentado à mesa do escritório. FENÔMENO MUNDIAL Os japoneses já não trabalham tanto quanto antes. Em 2015, um típico assalariado japonês passava menos horas no escritório do que seus colegas nos Estados Unidos. O campeão mundial de excesso de trabalho atualmente é o México, segundo um estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Como era de se esperar, relatos de "karoshi" fora do Japão estão aumentando. A China perde cerca de 600 mil pessoas para o "guolaosi" (versão local do "karoshi") a cada ano —ou 1.600 por dia. "Índia, Coreia do Sul, Taiwan e China: a próxima geração de economias emergentes está seguindo os movimentos do Japão pós-guerra", afirma Richard Wokutch, professor de administração na escola Virginia Tech, nos Estados Unidos. No coração financeiro de Londres, alguns casos também chamaram a atenção. Em 2013, o estagiário Moritz Erhardt, do Bank of America Merrill Lynch, morreu no banho após passar 72 horas trabalhando sem parar. O jovem de 21 anos teve um ataque de epilepsia que pode ter sido deflagrado pelo excesso de trabalho. Após a tragédia, o banco limitou a jornada dos estagiários a 17 horas por dia. Será culpa então de uma cultura de "estar presente"? Cooper acredita que sim. Em muitos países, parte do problema não é só a cultura de trabalhar duro, mas de ser visto fazendo isso. "Dá-se muita importância ao tempo que a pessoa passa no escritório, mas trata-se de uma atitude contraproducente", afirma.
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Primeiro-ministro da Malásia é inocentado de acusação de corrupção
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A Procuradoria-Geral da Malásia inocentou nesta terça-feira (26) o primeiro-ministro Najib Razak, após uma investigação de seis meses, de qualquer responsabilidade criminal por depósitos de cerca de US$ 700 milhões (R$ 2,85 bilhões) em suas contas particulares. Em meio a um escândalo de corrupção, Najib foi acusado em julho de ter desviado dinheiro do fundo de investimento público 1Malaysia Development Berhard (1MDB), que ele mesmo preside. O procurador-geral, Apandi Ali, disse que o dinheiro corresponde a uma doação pessoal da família real da Arábia Saudita na qual não se detectou "indução ou recompensa por fazer algo em relação a sua capacidade como primeiro-ministro". "Com base nas provas de testemunhas e documentos apresentados, estou convencido de que não se tenha cometido nenhum crime em relação à dita doação", disse Apandi em declarações divulgadas pelo jornal "The Star". Najib transformou um fundo de investimento regional no 1MDB após chegar ao cargo e como ministro das Finanças. O premiê ocupou a Presidência da junta de assessores dessa sociedade que, entre 2009 e 2014, acumulou uma dívida de 42 bilhões de ringgits (US$ 11 milhões). O primeiro-ministro e o fundo 1MDB negaram a veracidade da informação jornalística que revelou o escândalo e que supostamente estava baseada em documentos oficiais. No entanto, a denúncia ganhou força com novas informações surgidas na imprensa e causou um turbilhão político no governo, que levou a uma remodelação do Executivo no final de julho. A vítima principal da reforma foi o vice-primeiro-ministro, Muhyiddin Yassin, que tinha criticado publicamente a gestão do caso de corrupção alguns dias antes.
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mundo
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Primeiro-ministro da Malásia é inocentado de acusação de corrupçãoA Procuradoria-Geral da Malásia inocentou nesta terça-feira (26) o primeiro-ministro Najib Razak, após uma investigação de seis meses, de qualquer responsabilidade criminal por depósitos de cerca de US$ 700 milhões (R$ 2,85 bilhões) em suas contas particulares. Em meio a um escândalo de corrupção, Najib foi acusado em julho de ter desviado dinheiro do fundo de investimento público 1Malaysia Development Berhard (1MDB), que ele mesmo preside. O procurador-geral, Apandi Ali, disse que o dinheiro corresponde a uma doação pessoal da família real da Arábia Saudita na qual não se detectou "indução ou recompensa por fazer algo em relação a sua capacidade como primeiro-ministro". "Com base nas provas de testemunhas e documentos apresentados, estou convencido de que não se tenha cometido nenhum crime em relação à dita doação", disse Apandi em declarações divulgadas pelo jornal "The Star". Najib transformou um fundo de investimento regional no 1MDB após chegar ao cargo e como ministro das Finanças. O premiê ocupou a Presidência da junta de assessores dessa sociedade que, entre 2009 e 2014, acumulou uma dívida de 42 bilhões de ringgits (US$ 11 milhões). O primeiro-ministro e o fundo 1MDB negaram a veracidade da informação jornalística que revelou o escândalo e que supostamente estava baseada em documentos oficiais. No entanto, a denúncia ganhou força com novas informações surgidas na imprensa e causou um turbilhão político no governo, que levou a uma remodelação do Executivo no final de julho. A vítima principal da reforma foi o vice-primeiro-ministro, Muhyiddin Yassin, que tinha criticado publicamente a gestão do caso de corrupção alguns dias antes.
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TCU pode inocentar Dilma de responsabilidade por pedaladas fiscais
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O TCU (Tribunal de Contas da União) pode inocentar a presidente Dilma Rousseff de responsabilidade direta pelas pedaladas fiscais. ASSINATURA De acordo com integrantes do TCU familiarizados com as investigações, o órgão pode estabelecer punições para o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e para o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin. Eles teriam tomado as decisões sobre cada uma das pedaladas. As punições variam de multa a proibição de exercer cargos públicos. DE LONGE Traduzindo para linguagem familiar, os mesmos integrantes comparam a situação de Dilma à da dona de casa que dá dinheiro para que sua empregada faça compras e pague outras contas. Ela não seria obrigada a saber de cada detalhe da administração dos recursos, sob responsabilidade direta da funcionária. OUTRA COISA "É preciso diferenciar: o tribunal rejeitou as contas do governo da presidente Dilma, mas não estabeleceu ainda a responsabilidade direta pelas manobras fiscais", afirma funcionário do TCU. MARTELO A defesa de Marcelo Odebrecht insistirá hoje na tese de que a liberdade do executivo não coloca em risco a instrução do processo, argumento do juiz Sergio Moro para mantê-lo preso. Documentos já foram apreendidos e delatores já finalizaram depoimentos, diz o advogado Nabor Bulhões. O caso será retomado hoje no STJ (Superior Tribunal de Justiça). MARTELO 2 Bulhões diz estar "preocupado", especialmente com o que chama de "intensa publicidade opressiva que precede o julgamento". Ele cita blogs que "chegam a estimular agressões e violências contra os julgadores caso não se pronunciem no sentido desejado". Bulhões diz que confia "na imparcialidade dos magistrados". PANELA DE PRESSÃO Um grupo de acadêmicos e intelectuais entrou com um pedido na Procuradoria-Geral da República para que Rodrigo Janot peça o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados. "O golpe hoje no Brasil tem nome: Eduardo Cunha", escrevem no documento. "O cidadão Cunha usa das prerrogativas públicas do presidente da Câmara para defender seus mal explicados interesses privados", segue o texto. PRESSÃO 2 Alfredo Bosi, Paulo Sérgio Pinheiro, Antonio Candido, Marilena Chaui, André Singer e Emília Viotti da Costa estão entre os que assinam a petição. AO VIVO E amanhã o mesmo grupo, e mais intelectuais como o economista Luiz Gonzaga Belluzzo e o neurocientista Miguel Nicolelis, participam de ato contra o impeachment na Faculdade de Direito da USP, no centro de SP. MÚSICA ENGAJADA Elza Soares, Ney Matogrosso, Criolo e Pitty foram alguns dos músicos que se apresentaram no 3º Festival de Direitos Humanos, no Auditório Ibirapuera, no domingo (13). O músico Lirinha, que é diretor artístico do evento, e a artista plástica Cibelle Cavalli Bastos também passaram por lá. OLHO EM 2016 A promotora de eventos Alicinha Cavalcanti já recebe pedidos de convites para o camarote que organiza no Carnaval carioca. "São mais de 2.000 mensagens não lidas no WhatsApp", diz ela, referindo-se às súplicas de quem não está em sua lista vip de convidados. A crise, segundo ela, mudou o esquema de outro megaevento no Rio: a Olimpíada. "Já estamos quase lá e nenhum cliente definiu como será o planejamento. Está um mistério", afirma. TELA CLÁSSICA O cineasta pernambucano Lírio Ferreira vai filmar em 2017 uma adaptação de "Angústia", livro de Graciliano Ramos. O roteiro será de Hilton Lacerda, que escreveu "Amarelo Manga" e "A Febre do Rato", entre outros. QUE VENHA O ANO NOVO O empresário Felipe Sigrist e sua mulher, Maria Victória Dias, receberam convidados como o empresário Charlô Whately na sua festa de fim de ano, na sexta (11). A empresária Helena Linhares e sua mulher, Marina Najjar, foram ao evento, no Jardim Paulistano. CURTO-CIRCUITO Luis Erlanger lança nesta terça (15) o livro "José Junior no Fio da Navalha", a partir das 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. A marca Brunello Cucinelli recebe convidados de Raphael Mendonça em almoço nesta terça (15) no Cidade Jardim. Eros Grau, Tales Castelo Branco, Fernando Capez e Ivette Senise Ferreira recebem nesta terça (15) o Colar do Mérito Judiciário, no TJ-SP. A exposição "É o Bicho", sobre cães e gatos, termina nesta terça (15) no Conjunto Nacional. O projeto Essência Bela será lançado com coquetel nesta terça (15) às 18h, no JK Iguatemi. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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TCU pode inocentar Dilma de responsabilidade por pedaladas fiscaisO TCU (Tribunal de Contas da União) pode inocentar a presidente Dilma Rousseff de responsabilidade direta pelas pedaladas fiscais. ASSINATURA De acordo com integrantes do TCU familiarizados com as investigações, o órgão pode estabelecer punições para o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e para o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin. Eles teriam tomado as decisões sobre cada uma das pedaladas. As punições variam de multa a proibição de exercer cargos públicos. DE LONGE Traduzindo para linguagem familiar, os mesmos integrantes comparam a situação de Dilma à da dona de casa que dá dinheiro para que sua empregada faça compras e pague outras contas. Ela não seria obrigada a saber de cada detalhe da administração dos recursos, sob responsabilidade direta da funcionária. OUTRA COISA "É preciso diferenciar: o tribunal rejeitou as contas do governo da presidente Dilma, mas não estabeleceu ainda a responsabilidade direta pelas manobras fiscais", afirma funcionário do TCU. MARTELO A defesa de Marcelo Odebrecht insistirá hoje na tese de que a liberdade do executivo não coloca em risco a instrução do processo, argumento do juiz Sergio Moro para mantê-lo preso. Documentos já foram apreendidos e delatores já finalizaram depoimentos, diz o advogado Nabor Bulhões. O caso será retomado hoje no STJ (Superior Tribunal de Justiça). MARTELO 2 Bulhões diz estar "preocupado", especialmente com o que chama de "intensa publicidade opressiva que precede o julgamento". Ele cita blogs que "chegam a estimular agressões e violências contra os julgadores caso não se pronunciem no sentido desejado". Bulhões diz que confia "na imparcialidade dos magistrados". PANELA DE PRESSÃO Um grupo de acadêmicos e intelectuais entrou com um pedido na Procuradoria-Geral da República para que Rodrigo Janot peça o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados. "O golpe hoje no Brasil tem nome: Eduardo Cunha", escrevem no documento. "O cidadão Cunha usa das prerrogativas públicas do presidente da Câmara para defender seus mal explicados interesses privados", segue o texto. PRESSÃO 2 Alfredo Bosi, Paulo Sérgio Pinheiro, Antonio Candido, Marilena Chaui, André Singer e Emília Viotti da Costa estão entre os que assinam a petição. AO VIVO E amanhã o mesmo grupo, e mais intelectuais como o economista Luiz Gonzaga Belluzzo e o neurocientista Miguel Nicolelis, participam de ato contra o impeachment na Faculdade de Direito da USP, no centro de SP. MÚSICA ENGAJADA Elza Soares, Ney Matogrosso, Criolo e Pitty foram alguns dos músicos que se apresentaram no 3º Festival de Direitos Humanos, no Auditório Ibirapuera, no domingo (13). O músico Lirinha, que é diretor artístico do evento, e a artista plástica Cibelle Cavalli Bastos também passaram por lá. OLHO EM 2016 A promotora de eventos Alicinha Cavalcanti já recebe pedidos de convites para o camarote que organiza no Carnaval carioca. "São mais de 2.000 mensagens não lidas no WhatsApp", diz ela, referindo-se às súplicas de quem não está em sua lista vip de convidados. A crise, segundo ela, mudou o esquema de outro megaevento no Rio: a Olimpíada. "Já estamos quase lá e nenhum cliente definiu como será o planejamento. Está um mistério", afirma. TELA CLÁSSICA O cineasta pernambucano Lírio Ferreira vai filmar em 2017 uma adaptação de "Angústia", livro de Graciliano Ramos. O roteiro será de Hilton Lacerda, que escreveu "Amarelo Manga" e "A Febre do Rato", entre outros. QUE VENHA O ANO NOVO O empresário Felipe Sigrist e sua mulher, Maria Victória Dias, receberam convidados como o empresário Charlô Whately na sua festa de fim de ano, na sexta (11). A empresária Helena Linhares e sua mulher, Marina Najjar, foram ao evento, no Jardim Paulistano. CURTO-CIRCUITO Luis Erlanger lança nesta terça (15) o livro "José Junior no Fio da Navalha", a partir das 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. A marca Brunello Cucinelli recebe convidados de Raphael Mendonça em almoço nesta terça (15) no Cidade Jardim. Eros Grau, Tales Castelo Branco, Fernando Capez e Ivette Senise Ferreira recebem nesta terça (15) o Colar do Mérito Judiciário, no TJ-SP. A exposição "É o Bicho", sobre cães e gatos, termina nesta terça (15) no Conjunto Nacional. O projeto Essência Bela será lançado com coquetel nesta terça (15) às 18h, no JK Iguatemi. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Resultados do Enem 2015 serão divulgados nesta sexta
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Quem prestou o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2015 já tem um dia para conferir o resultado das provas: a próxima sexta-feira (8). As notas do exame e redação serão divulgados pela internet. O Enem é a maior avaliação de estudantes no país, e é usado por universidades públicas e particulares como seleção para o ingresso de estudantes para o ensino superior, além de ser utilizado como certificado de conclusão do ensino médio. A partir da próxima segunda (11) começarão as inscrições para o Sisu, sistema de seleção unificada para instituições públicas que usa o resultado do Enem. Estudantes que receberam nota acima de zero na redação podem disputar uma vaga no ensino superior público de todo o país. O processo também será feito pela internet no site do Sisu até o dia 14 de janeiro. EXAME A edição de 2015 do Enem teve 7,7 milhões de inscritos. Cerca de 1,9 milhão (25,5%) deixaram de participar dos dois dias do exame. É o menor índice desde 2009, quando o exame começou a ganhar força como meio de seleção para ingresso nas universidades públicas do país. Além do menor índice de abstenções, o Enem também registrou um número menor de candidatos eliminados neste ano em relação a 2014, quando houve 1.519 afastamentos. Ao todo, 743 participantes foram eliminados por descumprirem as regras nos dois dias do exame -365 no sábado e 378 no domingo.
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educacao
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Resultados do Enem 2015 serão divulgados nesta sextaQuem prestou o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2015 já tem um dia para conferir o resultado das provas: a próxima sexta-feira (8). As notas do exame e redação serão divulgados pela internet. O Enem é a maior avaliação de estudantes no país, e é usado por universidades públicas e particulares como seleção para o ingresso de estudantes para o ensino superior, além de ser utilizado como certificado de conclusão do ensino médio. A partir da próxima segunda (11) começarão as inscrições para o Sisu, sistema de seleção unificada para instituições públicas que usa o resultado do Enem. Estudantes que receberam nota acima de zero na redação podem disputar uma vaga no ensino superior público de todo o país. O processo também será feito pela internet no site do Sisu até o dia 14 de janeiro. EXAME A edição de 2015 do Enem teve 7,7 milhões de inscritos. Cerca de 1,9 milhão (25,5%) deixaram de participar dos dois dias do exame. É o menor índice desde 2009, quando o exame começou a ganhar força como meio de seleção para ingresso nas universidades públicas do país. Além do menor índice de abstenções, o Enem também registrou um número menor de candidatos eliminados neste ano em relação a 2014, quando houve 1.519 afastamentos. Ao todo, 743 participantes foram eliminados por descumprirem as regras nos dois dias do exame -365 no sábado e 378 no domingo.
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Estudantes entram no segundo dia de prova da 2ª fase da Unicamp
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Os estudantes realizam nesta segunda-feira (12) o segundo dia de prova da segunda fase da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Ao todo, 15.444 candidatos participam da segunda etapa. Eles concorrem a 3.320 vagas em 70 cursos de graduação da instituição. Nesta segunda, os estudantes farão as provas de matemática, história e geografia. Os portões serão abertos às 12h30 e fecham às 13h. As provas têm quatro horas de duração e o estudante poderá sair do local apenas 2h30 após o início. A Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp) recomenda que os candidatos cheguem com pelo menos uma hora de antecedência. As provas são aplicadas em Bauru, Brasília, Campinas, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba. A Comvest ressalta ainda que os candidatos devem ficar atentos aos locais das provas, já que eles não serão necessariamente os mesmos onde o candidato realizou a primeira fase. Confira aqui os locais de prova. Nesta terça-feira (13), os estudantes vão realizar as provas de física, química e biologia As provas de habilidades específicas para os cursos de arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais e dança serão realizadas entre 19 e 22 de janeiro, em Campinas (a 93 km de São Paulo). A primeira chamada será divulgada em 2 de fevereiro. Os convocados deverão fazer a matrícula não presencial nos dias 3 ou 4 de fevereiro, exclusivamente no site da Comvest, em formulário específico. SEGUNDA FASE No domingo (11), os estudantes realizaram a prova de língua portuguesa, literatura e redação. O índice de abstenção foi de 11% ( 1.699 ausentes). Segundo professores ouvidos pela Folha, a prova deste ano manteve o perfil dos outros anos, apesar da mudança de formato. Este ano, a prova teve seis questões dissertativas de língua portuguesa e literatura e a redação, enquanto antes era composta por 24 perguntas, incluindo questões de matemática. Apesar do tamanho menor, o vestibular ainda cobra do concorrente uma leitura mais atenta e uma maior interpretação dos textos, afirmam os docentes ouvidos pela reportagem. O professor Heric José Palos, do Etapa, aponta que, com a maior cobrança da leitura cuidadosa, a duração da prova pode ter atrapalhado. "Apesar de os textos não estarem muito longos, ter quatro horas para fazer uma leitura crítica e responder seis questões, com duas alternativas cada, talvez tenha sido uma complicação", disse. 1ª prova da 2ª fase da Unicamp Sobre a redação, que, agora, é exclusiva para a segunda fase do vestibular, o professor do Etapa, Vítor França, disse que os temas exigiam bons argumentos e texto sólido. "As propostas de redação estavam atuais e os formatos interessantes. O primeiro texto deveria ser uma espécie de síntese de dois excertos sobre o excesso da tecnologia e a importância do fator humano no atendimento médico. O outro texto deveria ser redigido como uma carta-convite que convencesse a comunidade escolar (professores, alunos e outros funcionários de uma escola) a participar de uma reunião para debater a violência". Já o diretor pedagógico da Oficina do Estudante, Célio Tasinafo, alerta que, na redação da carta-convite, o aluno pode incorrer em erro, pois há a indicação de que era necessário especificar o dia e o horário local. "O estudante pode ter feito uma prova fantástica mas ter caído em uma 'pegadinha'". DESEMPENHO No dia 6 de janeiro, a Unicamp, divulgou as notas da primeira fase do vestibular. Para saber o desempenho, os candidatos precisam acessar o site da Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp) e digitar seu número de inscrição e senha. Ao todo, 70.947 candidatos fizeram a prova da primeira fase, realizada no dia 23 de novembro do ano passado.
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Estudantes entram no segundo dia de prova da 2ª fase da UnicampOs estudantes realizam nesta segunda-feira (12) o segundo dia de prova da segunda fase da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Ao todo, 15.444 candidatos participam da segunda etapa. Eles concorrem a 3.320 vagas em 70 cursos de graduação da instituição. Nesta segunda, os estudantes farão as provas de matemática, história e geografia. Os portões serão abertos às 12h30 e fecham às 13h. As provas têm quatro horas de duração e o estudante poderá sair do local apenas 2h30 após o início. A Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp) recomenda que os candidatos cheguem com pelo menos uma hora de antecedência. As provas são aplicadas em Bauru, Brasília, Campinas, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba. A Comvest ressalta ainda que os candidatos devem ficar atentos aos locais das provas, já que eles não serão necessariamente os mesmos onde o candidato realizou a primeira fase. Confira aqui os locais de prova. Nesta terça-feira (13), os estudantes vão realizar as provas de física, química e biologia As provas de habilidades específicas para os cursos de arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais e dança serão realizadas entre 19 e 22 de janeiro, em Campinas (a 93 km de São Paulo). A primeira chamada será divulgada em 2 de fevereiro. Os convocados deverão fazer a matrícula não presencial nos dias 3 ou 4 de fevereiro, exclusivamente no site da Comvest, em formulário específico. SEGUNDA FASE No domingo (11), os estudantes realizaram a prova de língua portuguesa, literatura e redação. O índice de abstenção foi de 11% ( 1.699 ausentes). Segundo professores ouvidos pela Folha, a prova deste ano manteve o perfil dos outros anos, apesar da mudança de formato. Este ano, a prova teve seis questões dissertativas de língua portuguesa e literatura e a redação, enquanto antes era composta por 24 perguntas, incluindo questões de matemática. Apesar do tamanho menor, o vestibular ainda cobra do concorrente uma leitura mais atenta e uma maior interpretação dos textos, afirmam os docentes ouvidos pela reportagem. O professor Heric José Palos, do Etapa, aponta que, com a maior cobrança da leitura cuidadosa, a duração da prova pode ter atrapalhado. "Apesar de os textos não estarem muito longos, ter quatro horas para fazer uma leitura crítica e responder seis questões, com duas alternativas cada, talvez tenha sido uma complicação", disse. 1ª prova da 2ª fase da Unicamp Sobre a redação, que, agora, é exclusiva para a segunda fase do vestibular, o professor do Etapa, Vítor França, disse que os temas exigiam bons argumentos e texto sólido. "As propostas de redação estavam atuais e os formatos interessantes. O primeiro texto deveria ser uma espécie de síntese de dois excertos sobre o excesso da tecnologia e a importância do fator humano no atendimento médico. O outro texto deveria ser redigido como uma carta-convite que convencesse a comunidade escolar (professores, alunos e outros funcionários de uma escola) a participar de uma reunião para debater a violência". Já o diretor pedagógico da Oficina do Estudante, Célio Tasinafo, alerta que, na redação da carta-convite, o aluno pode incorrer em erro, pois há a indicação de que era necessário especificar o dia e o horário local. "O estudante pode ter feito uma prova fantástica mas ter caído em uma 'pegadinha'". DESEMPENHO No dia 6 de janeiro, a Unicamp, divulgou as notas da primeira fase do vestibular. Para saber o desempenho, os candidatos precisam acessar o site da Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp) e digitar seu número de inscrição e senha. Ao todo, 70.947 candidatos fizeram a prova da primeira fase, realizada no dia 23 de novembro do ano passado.
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Projeto de lei que torna porte de fuzil crime hediondo avança na Câmara
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A Câmara aprovou nesta quarta-feira (16) projeto de lei que torna crime hediondo a posse, o tráfico e a comercialização de armas de fogo de uso restrito, como os fuzis, metralhadoras e submetralhadoras. O projeto de lei, que já foi aprovado no Senado, é de autoria do ex-senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), atual prefeito do Rio de Janeiro e foi proposto em 2014. Como foi aprovada com mudanças, a proposta volta para o Senado, que tem a palavra final sobre a aprovação. A aprovação acontece no mesmo dia em que as Forças Armadas e a polícia fazem no Rio operação contra o crime organizado em Niterói, na região metropolitana da capital. O projeto tramitava em regime de urgência. Neste ano, foram mortos quase cem policiais no Estado, um a cada dois dias. Também estão em alta os homicídios e roubos em geral. As mortes violentas subiram de 3.006 em 2016 para 3.457 até o momento em 2017, segundo dados do Instituto de Segurança Pública. Na terça-feira (15), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que devem ser apresentados outros projetos para ajudar a debelar a crise da segurança pública no Rio de Janeiro, mas que a mudança na legislação "não é a solução". VIOLÊNCIA GERAL - Mortes violentas no Estado do Rio no 1º semestre de cada ano*
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cotidiano
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Projeto de lei que torna porte de fuzil crime hediondo avança na CâmaraA Câmara aprovou nesta quarta-feira (16) projeto de lei que torna crime hediondo a posse, o tráfico e a comercialização de armas de fogo de uso restrito, como os fuzis, metralhadoras e submetralhadoras. O projeto de lei, que já foi aprovado no Senado, é de autoria do ex-senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), atual prefeito do Rio de Janeiro e foi proposto em 2014. Como foi aprovada com mudanças, a proposta volta para o Senado, que tem a palavra final sobre a aprovação. A aprovação acontece no mesmo dia em que as Forças Armadas e a polícia fazem no Rio operação contra o crime organizado em Niterói, na região metropolitana da capital. O projeto tramitava em regime de urgência. Neste ano, foram mortos quase cem policiais no Estado, um a cada dois dias. Também estão em alta os homicídios e roubos em geral. As mortes violentas subiram de 3.006 em 2016 para 3.457 até o momento em 2017, segundo dados do Instituto de Segurança Pública. Na terça-feira (15), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que devem ser apresentados outros projetos para ajudar a debelar a crise da segurança pública no Rio de Janeiro, mas que a mudança na legislação "não é a solução". VIOLÊNCIA GERAL - Mortes violentas no Estado do Rio no 1º semestre de cada ano*
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Basquete do Brasil está encurralado pela Fiba
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A punição aplicada pela Fiba (Federação Internacional de Basquete) é vexatória para o basquete do Brasil. Derrotas e vitórias nas quadras fazem parte do jogo. Uma suspensão dos eventos internacionais por má gestão e descumprimento de acordos é bem diferente, arranha a história do basquete brasileiro. As alegações que sustentam o posicionamento da Fiba não estão esmiuçadas. A partir desta terça (15) devem despontar os detalhes. Uma certeza, porém, é a fragilidade da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), responsável pela modalidade no país. A entidade informou que vai responder ponto a ponto as acusações, após este feriado da Proclamação da República. Com a CBB atolada em dívidas, resultado de desmandos e fracassos de sua administração, o basquete –que já desfrutou da fama de segundo esporte nacional, atrás apenas do futebol, mas perdeu prestígio– vem dando cabeçadas há vários anos. Nos últimos tempos, inclusive, deixou de cobrir dívidas com a própria Fiba, que organiza o esporte mundialmente. A Fiba teve paciência, permitiu o adiamento ao cobrar parcelas do seu crédito, mas não é dócil, menos ainda passiva, ao ponto de virar o rosto para receber tapa no outro lado da face. Corre atrás dos seus interesses. A situação financeira da filiada CBB não permite a ela que banque suas operações, afirma a própria credora. O acordo para que o Brasil participasse, como "convidado", do último Mundial masculino, resultou em uma pesada dívida da CBB com a Fiba. A seleção havia fracassado na tentativa de conquistar uma vaga em torneio classificatório. Como o Brasil, ao lado dos EUA, era o único país a ter participado de todos os Mundiais anteriores, não ficar fora do evento era uma questão de honra, e da história, agora manchada pela suspensão. Mesmo estando em situação praticamente falimentar, segundo análise de seu balanço financeiro feita por um especialista na matéria, a confederação não teve cuidados para assumir a dívida. Os tropeços nesse negócio por pouco não complicaram a participação das seleções nacionais, masculina e feminina, nos Jogos Olímpicos do Rio. As duas equipes acabaram garantidas pela Fiba, após negociações e a promessa de que não haveria calote. A Fiba alega, entre outros motivos, que a CBB precisa de reestruturação, não cumpre suas obrigações e não segue o estatuto internacional na organização da sua administração. Aponta também falta total de controle do basquete no país e a intervenção de terceiros na escolha e no custeio de atividades da seleção nacional. Recentemente, um enviado da Fiba acompanhou os trabalhos da entidade brasileira. No masculino, o basquete do Brasil conquistou três medalhas olímpicas de bronze (Londres-48, Roma-60 e Tóquio-64), e dois títulos mundiais (Chile-59 e Rio-63). E se manteve na vanguarda nos eventos internacionais. Começou a recuar ao ficar fora de três Olimpíadas consecutivas (Sydney, Atenas e Pequim). Esboçou reação em Londres-12, com um quinto lugar. No Rio, fracassou ao não passar da primeira fase, nos dois gêneros. No feminino, ganhou o ouro no Mundial da Austrália-94 e arrebatou medalhas olímpicas de prata em Atlanta-96 e, de bronze, em Sydney-00. O basquete nacional tem história de dar orgulho aos seus esportistas e fãs, mas não suporta mais a incompetência da sua cartolagem.
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Basquete do Brasil está encurralado pela FibaA punição aplicada pela Fiba (Federação Internacional de Basquete) é vexatória para o basquete do Brasil. Derrotas e vitórias nas quadras fazem parte do jogo. Uma suspensão dos eventos internacionais por má gestão e descumprimento de acordos é bem diferente, arranha a história do basquete brasileiro. As alegações que sustentam o posicionamento da Fiba não estão esmiuçadas. A partir desta terça (15) devem despontar os detalhes. Uma certeza, porém, é a fragilidade da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), responsável pela modalidade no país. A entidade informou que vai responder ponto a ponto as acusações, após este feriado da Proclamação da República. Com a CBB atolada em dívidas, resultado de desmandos e fracassos de sua administração, o basquete –que já desfrutou da fama de segundo esporte nacional, atrás apenas do futebol, mas perdeu prestígio– vem dando cabeçadas há vários anos. Nos últimos tempos, inclusive, deixou de cobrir dívidas com a própria Fiba, que organiza o esporte mundialmente. A Fiba teve paciência, permitiu o adiamento ao cobrar parcelas do seu crédito, mas não é dócil, menos ainda passiva, ao ponto de virar o rosto para receber tapa no outro lado da face. Corre atrás dos seus interesses. A situação financeira da filiada CBB não permite a ela que banque suas operações, afirma a própria credora. O acordo para que o Brasil participasse, como "convidado", do último Mundial masculino, resultou em uma pesada dívida da CBB com a Fiba. A seleção havia fracassado na tentativa de conquistar uma vaga em torneio classificatório. Como o Brasil, ao lado dos EUA, era o único país a ter participado de todos os Mundiais anteriores, não ficar fora do evento era uma questão de honra, e da história, agora manchada pela suspensão. Mesmo estando em situação praticamente falimentar, segundo análise de seu balanço financeiro feita por um especialista na matéria, a confederação não teve cuidados para assumir a dívida. Os tropeços nesse negócio por pouco não complicaram a participação das seleções nacionais, masculina e feminina, nos Jogos Olímpicos do Rio. As duas equipes acabaram garantidas pela Fiba, após negociações e a promessa de que não haveria calote. A Fiba alega, entre outros motivos, que a CBB precisa de reestruturação, não cumpre suas obrigações e não segue o estatuto internacional na organização da sua administração. Aponta também falta total de controle do basquete no país e a intervenção de terceiros na escolha e no custeio de atividades da seleção nacional. Recentemente, um enviado da Fiba acompanhou os trabalhos da entidade brasileira. No masculino, o basquete do Brasil conquistou três medalhas olímpicas de bronze (Londres-48, Roma-60 e Tóquio-64), e dois títulos mundiais (Chile-59 e Rio-63). E se manteve na vanguarda nos eventos internacionais. Começou a recuar ao ficar fora de três Olimpíadas consecutivas (Sydney, Atenas e Pequim). Esboçou reação em Londres-12, com um quinto lugar. No Rio, fracassou ao não passar da primeira fase, nos dois gêneros. No feminino, ganhou o ouro no Mundial da Austrália-94 e arrebatou medalhas olímpicas de prata em Atlanta-96 e, de bronze, em Sydney-00. O basquete nacional tem história de dar orgulho aos seus esportistas e fãs, mas não suporta mais a incompetência da sua cartolagem.
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Apesar de pressão, Renan só instalará comissão do impeachment no dia 26
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Apesar da forte pressão protagonizada pelos senadores de oposição, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) manteve a decisão de conceder 48 horas, a partir desta quarta-feira (20), para a indicação dos integrantes da comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Assim, o colegiado só deverá iniciar seus trabalhos a partir da próxima terça (26). Os parlamentares a favor do afastamento da petista querem acelerar o processo e exigem que Renan monte a comissão ainda nesta terça (19), logo após a leitura, em plenário, do processo aprovado na Câmara no último domingo (17). Aliado do governo, no entanto, o peemedebista prometeu manter o prazo de 48 horas, como desejam os senadores contrários ao impeachment. A estratégia do PT é indicar seus nomes apenas às 18h de sexta-feira (22) para que a comissão seja instalada apenas na semana que vem. "A expectativa que há é que na próxima terça nós vamos eleger a comissão especial que é quem ditará o ritmo da instrução processual porque ela tem prazo de até 10 dias. Não vou fazer absolutamente nada que fira a minha condição de julgador nesse processo", afirmou Renan. Ao contrário do que aconteceu na tramitação do impeachment na Câmara, Renan não irá alterar o ritmo de trabalho do Senado nos próximos dias. Segundo o peemedebista, a eleição da comissão não poderá ocorrer na segunda (25) porque a Casa só realiza sessões deliberativas de terça a quinta. Em um recado para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Renan afirmou que os senadores não estão "produzindo o noticiário de cada dia". "Estamos aqui fazendo a história do Brasil, então o Senado, que será ao final e ao cabo julgador se há ou não crime de responsabilidade", disse. Dessa forma, os nomes indicados serão oficializados no plenário da Casa na terça e a comissão poderá ser formalmente instalada na mesma data, iniciando o prazo de dez dias úteis para analisar a decisão da Câmara, que autorizou o Senado a abrir o processo de impeachment. A oposição, no entanto, vai nomear seus membros no colegiado ainda nesta terça para tentar forçar o Senado a instalar a comissão na sexta. De acordo com as regras, após a indicação dos nomes, a comissão tem até 48h para iniciar seus trabalhos. "O PT já sinaliza claramente para uma tentativa de retardar o processo de impeachment no Senado. Enquanto isso o Brasil está parado, em crise que se aprofunda a cada dia e mais uma vez o PT tem uma postura de desserviço ao país", afirmou o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB). Para o senador, as regras determinam que a indicação dos nomes deve ser feita no mesmo dia da leitura da denúncia no plenário. Em contrapartida, o líder do PT na Casa, Paulo Rocha (PA), defendeu que a gravidade do processo exige que os prazos sejam respeitados e afirmou, em provocação à oposição, que a leitura do regimento é feita conforme interesses políticos. "Não achamos que deve ser feito um julgamento desta monta, atropelando o regimento, atropelando os direitos que os partidos têm de indicar. Nossa posição é de indicar até o último momento e prosseguir normalmente naquilo que o regimento processa", disse. Em uma reunião ampliada na presidência do Senado, os parlamentares decidiram por 41 votos favoráveis a 40 contrários que a comissão será formada de acordo com a proporcionalidade dos blocos partidários. Atualmente, a Casa tem seis blocos que congregam todos os partidos representados. A decisão foi tomada para contemplar a indicação dos nomes de seis partidos que possuem apenas um senador. Durante o encontro, o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), foi um dos que mais insistiu pela instalação da comissão ainda nesta semana. Crítico ao colega, Renan afirmou que se a Casa seguir o que o senador "aceita ou não aceita, estamos perdidos". Segundo o presidente, o encontro foi "um horror". "O processo, por si só, é muito tumultuado. Vocês não sabem o que significou fazer uma mera reunião de líderes para decidir se a composição da comissão se daria por bloco ou por partido. Caberia ao presidente decidir mas eu resolvi democratizar a decisão. Foi um horror. Não recomendo nem que façamos outras reuniões", disse. Na reunião, tida como muito tensa, o ex-presidente da República Fernando Collor de Mello, hoje senador pelo PTC de Alagoas, reclamou que em 1992 adotou-se um rito sumário que levou ao seu afastamento do cargo em poucos dias. Ele levou uma lista com datas e os horários de cada trâmite do seu processo e disse que, se fossem seguir o mesmo rito dele, a "presidente deveria ser afastada do cargo amanhã". EDUARDO CUNHA O processo de impeachment da presidente Dilma foi entregue ao Senado nesta segunda (18). O documento tem 36 volumes e 12.044 páginas. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que presidiu a sessão de domingo, foi pessoalmente ao gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para formalizar a entrega. Avalizado o andamento do impeachment pela Câmara, caberá agora ao Senado decidir pela abertura do processo e posterior julgamento da presidente. Segundo Renan, o processo será lido nesta terça na sessão deliberativa do plenário. "É papel do Senado instaurar o processo, julgar e pretendemos fazer isso com absoluta isenção e neutralidade", afirmou o presidente da Casa. PRÓXIMOS PASSOS DO IMPEACHMENT NO SENADO
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poder
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Apesar de pressão, Renan só instalará comissão do impeachment no dia 26Apesar da forte pressão protagonizada pelos senadores de oposição, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) manteve a decisão de conceder 48 horas, a partir desta quarta-feira (20), para a indicação dos integrantes da comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Assim, o colegiado só deverá iniciar seus trabalhos a partir da próxima terça (26). Os parlamentares a favor do afastamento da petista querem acelerar o processo e exigem que Renan monte a comissão ainda nesta terça (19), logo após a leitura, em plenário, do processo aprovado na Câmara no último domingo (17). Aliado do governo, no entanto, o peemedebista prometeu manter o prazo de 48 horas, como desejam os senadores contrários ao impeachment. A estratégia do PT é indicar seus nomes apenas às 18h de sexta-feira (22) para que a comissão seja instalada apenas na semana que vem. "A expectativa que há é que na próxima terça nós vamos eleger a comissão especial que é quem ditará o ritmo da instrução processual porque ela tem prazo de até 10 dias. Não vou fazer absolutamente nada que fira a minha condição de julgador nesse processo", afirmou Renan. Ao contrário do que aconteceu na tramitação do impeachment na Câmara, Renan não irá alterar o ritmo de trabalho do Senado nos próximos dias. Segundo o peemedebista, a eleição da comissão não poderá ocorrer na segunda (25) porque a Casa só realiza sessões deliberativas de terça a quinta. Em um recado para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Renan afirmou que os senadores não estão "produzindo o noticiário de cada dia". "Estamos aqui fazendo a história do Brasil, então o Senado, que será ao final e ao cabo julgador se há ou não crime de responsabilidade", disse. Dessa forma, os nomes indicados serão oficializados no plenário da Casa na terça e a comissão poderá ser formalmente instalada na mesma data, iniciando o prazo de dez dias úteis para analisar a decisão da Câmara, que autorizou o Senado a abrir o processo de impeachment. A oposição, no entanto, vai nomear seus membros no colegiado ainda nesta terça para tentar forçar o Senado a instalar a comissão na sexta. De acordo com as regras, após a indicação dos nomes, a comissão tem até 48h para iniciar seus trabalhos. "O PT já sinaliza claramente para uma tentativa de retardar o processo de impeachment no Senado. Enquanto isso o Brasil está parado, em crise que se aprofunda a cada dia e mais uma vez o PT tem uma postura de desserviço ao país", afirmou o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB). Para o senador, as regras determinam que a indicação dos nomes deve ser feita no mesmo dia da leitura da denúncia no plenário. Em contrapartida, o líder do PT na Casa, Paulo Rocha (PA), defendeu que a gravidade do processo exige que os prazos sejam respeitados e afirmou, em provocação à oposição, que a leitura do regimento é feita conforme interesses políticos. "Não achamos que deve ser feito um julgamento desta monta, atropelando o regimento, atropelando os direitos que os partidos têm de indicar. Nossa posição é de indicar até o último momento e prosseguir normalmente naquilo que o regimento processa", disse. Em uma reunião ampliada na presidência do Senado, os parlamentares decidiram por 41 votos favoráveis a 40 contrários que a comissão será formada de acordo com a proporcionalidade dos blocos partidários. Atualmente, a Casa tem seis blocos que congregam todos os partidos representados. A decisão foi tomada para contemplar a indicação dos nomes de seis partidos que possuem apenas um senador. Durante o encontro, o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), foi um dos que mais insistiu pela instalação da comissão ainda nesta semana. Crítico ao colega, Renan afirmou que se a Casa seguir o que o senador "aceita ou não aceita, estamos perdidos". Segundo o presidente, o encontro foi "um horror". "O processo, por si só, é muito tumultuado. Vocês não sabem o que significou fazer uma mera reunião de líderes para decidir se a composição da comissão se daria por bloco ou por partido. Caberia ao presidente decidir mas eu resolvi democratizar a decisão. Foi um horror. Não recomendo nem que façamos outras reuniões", disse. Na reunião, tida como muito tensa, o ex-presidente da República Fernando Collor de Mello, hoje senador pelo PTC de Alagoas, reclamou que em 1992 adotou-se um rito sumário que levou ao seu afastamento do cargo em poucos dias. Ele levou uma lista com datas e os horários de cada trâmite do seu processo e disse que, se fossem seguir o mesmo rito dele, a "presidente deveria ser afastada do cargo amanhã". EDUARDO CUNHA O processo de impeachment da presidente Dilma foi entregue ao Senado nesta segunda (18). O documento tem 36 volumes e 12.044 páginas. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que presidiu a sessão de domingo, foi pessoalmente ao gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para formalizar a entrega. Avalizado o andamento do impeachment pela Câmara, caberá agora ao Senado decidir pela abertura do processo e posterior julgamento da presidente. Segundo Renan, o processo será lido nesta terça na sessão deliberativa do plenário. "É papel do Senado instaurar o processo, julgar e pretendemos fazer isso com absoluta isenção e neutralidade", afirmou o presidente da Casa. PRÓXIMOS PASSOS DO IMPEACHMENT NO SENADO
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Com mudanças nos carros, Stock Car começa em meio à polêmica
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Com 62 pilotos, entre eles o atual campeão Marcos Gomes, começa neste domingo (6), em Curitiba (com SporTV 2), a temporada 2016 da Stock Car, a mais importante categoria do automobilismo brasileiro. Serão 12 etapas no total. A disputa deste ano teve mudanças nos carros, que devem deixá-los mais rápidos. A largada será às 12h30. A corrida será a primeira após a revelação, pela Folha, de troca de mensagens em que comissários ameaçam prejudicar os pilotos Cacá Bueno e Thiago Camilo. Com funções equivalentes às do árbitro de um jogo de futebol, os comissários (desportivos e técnicos) das corridas de Stock Car têm o poder de aplicar punições durante a prova, excluir ou desclassificar um piloto. "Vamos desclassificar ele por alguma coisa na próxima etapa...", escreveu o auxiliar de comissário Paulo Ygor Dias em 7 de abril de 2015, referindo-se ao piloto Cacá Bueno. Outro piloto citado nas gravações foi Tiago Camilo. A CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), entidade à qual estão subordinados os fiscais, determinou a instalação de uma comissão de inquérito, presidida pelo piloto Felipe Giaffone, para investigar o caso.
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esporte
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Com mudanças nos carros, Stock Car começa em meio à polêmicaCom 62 pilotos, entre eles o atual campeão Marcos Gomes, começa neste domingo (6), em Curitiba (com SporTV 2), a temporada 2016 da Stock Car, a mais importante categoria do automobilismo brasileiro. Serão 12 etapas no total. A disputa deste ano teve mudanças nos carros, que devem deixá-los mais rápidos. A largada será às 12h30. A corrida será a primeira após a revelação, pela Folha, de troca de mensagens em que comissários ameaçam prejudicar os pilotos Cacá Bueno e Thiago Camilo. Com funções equivalentes às do árbitro de um jogo de futebol, os comissários (desportivos e técnicos) das corridas de Stock Car têm o poder de aplicar punições durante a prova, excluir ou desclassificar um piloto. "Vamos desclassificar ele por alguma coisa na próxima etapa...", escreveu o auxiliar de comissário Paulo Ygor Dias em 7 de abril de 2015, referindo-se ao piloto Cacá Bueno. Outro piloto citado nas gravações foi Tiago Camilo. A CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), entidade à qual estão subordinados os fiscais, determinou a instalação de uma comissão de inquérito, presidida pelo piloto Felipe Giaffone, para investigar o caso.
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Visita aos EUA pode marcar retomada de negociações da Alca, afirma leitor
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A visita aos Estados Unidos está com dois anos de atraso, mas pode ser o início da reaproximação com grandes investidores internacionais, depois do escândalo na Petrobras (EUA abrem mercado para carne brasileira). Seria muito conveniente desengavetarmos agora o projeto da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) para gradualmente suprimir as barreiras do comércio entre os Estados membros. Insistirmos em alianças como o Mercosul, com países que têm muito pouco a oferecer, não nos levará a lugar algum. A Alca seria o maior bloco econômico do mundo e num momento oportuno para nossa economia voltar a crescer. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Visita aos EUA pode marcar retomada de negociações da Alca, afirma leitorA visita aos Estados Unidos está com dois anos de atraso, mas pode ser o início da reaproximação com grandes investidores internacionais, depois do escândalo na Petrobras (EUA abrem mercado para carne brasileira). Seria muito conveniente desengavetarmos agora o projeto da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) para gradualmente suprimir as barreiras do comércio entre os Estados membros. Insistirmos em alianças como o Mercosul, com países que têm muito pouco a oferecer, não nos levará a lugar algum. A Alca seria o maior bloco econômico do mundo e num momento oportuno para nossa economia voltar a crescer. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Tecnologia digital dá fluxo a dados, cargas e pessoas na infraestrutura conectada
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Uma infraestrutura inteligente, que utiliza tecnologia digital para processar uma infinidade de dados coletados dos usuários, surge no país para viabilizar trajetos mais econômicos para as exportações do agronegócio e melhorar o fluxo de passageiros e cargas nos aeroportos, rodovias, ferrovias e portos. É a chamada logística conectada, projetada para interligar diferentes sistemas de transporte, mas que ainda esbarra numa série de barreiras físicas e regulatórias para ganhar corpo no país. Enquanto as novas concessões de aeroportos, portos e ferrovias não saem, operadores privados e gigantes do agronegócio juntam esforços para ganhar racionalidade e compartilhar a limitada infraestrutura logística brasileira. Na distribuição de energia e no tráfego de dados, as apostas se concentram no gerenciamento de redes digitais inteligentes, que visam tornar mais seguro, eficiente e econômico o uso da infraestrutura.
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Tecnologia digital dá fluxo a dados, cargas e pessoas na infraestrutura conectadaUma infraestrutura inteligente, que utiliza tecnologia digital para processar uma infinidade de dados coletados dos usuários, surge no país para viabilizar trajetos mais econômicos para as exportações do agronegócio e melhorar o fluxo de passageiros e cargas nos aeroportos, rodovias, ferrovias e portos. É a chamada logística conectada, projetada para interligar diferentes sistemas de transporte, mas que ainda esbarra numa série de barreiras físicas e regulatórias para ganhar corpo no país. Enquanto as novas concessões de aeroportos, portos e ferrovias não saem, operadores privados e gigantes do agronegócio juntam esforços para ganhar racionalidade e compartilhar a limitada infraestrutura logística brasileira. Na distribuição de energia e no tráfego de dados, as apostas se concentram no gerenciamento de redes digitais inteligentes, que visam tornar mais seguro, eficiente e econômico o uso da infraestrutura.
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Só a indústria pode diminuir o desemprego
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Pesquisas revelam que a cada R$ 10 milhões de demanda adicional em máquinas e equipamentos são gerados 280 empregos de forma direta, indireta e pelo efeito renda. Só a indústria pode diminuir o desemprego no Brasil. No entanto, não vemos nenhum esforço dos órgãos competentes para incentivar esse setor. No momento, o desemprego no país já atinge mais de 14 milhões de pessoas. Encomendamos, recentemente, uma pesquisa no Serasa e constatamos que mais de 70% de nossas empresas registram algum problema fiscal. Por conta disso, não conseguem a CND (Certidão Negativa de Débitos), indispensável para operar no mercado brasileiro, comprar, vender e conseguir financiamentos. Sem indústrias e sem emprego, a arrecadação cai e não há controle fiscal que dê conta. Por onde começar, portanto, a reconstrução do nosso setor, ou melhor, por onde começar a reindustrialização do país, capaz de trazer o emprego de volta? Um bom começo seria um programa de governo que pudesse fazer com que as empresas recuperassem a sua CND. Infelizmente, o Programa de Regularização Tributária, instituído por meio da medida provisória 766/2017, não atende à maioria dos inadimplentes, especialmente no setor de máquinas, porque exige um pagamento inicial de 20% do débito total. Ora, se as empresas estão em situação de inadimplência junto à Receita Federal, afetadas pela crise e pelas restrições dos bancos na concessão de créditos, não terão recursos para efetuar esse pagamento. Outra inadequação diz respeito à ausência de um pedido de carência para o pagamento das parcelas. O programa também não permite a redução do valor das multas e dos juros de mora, aumentando o montante dos débitos. O problema dessa medida provisória é que libera o abatimento dos débitos tributários passados por meio da utilização dos prejuízos acumulados, contemplando apenas grandes empresas com lucro real. As que estão no regime de lucro presumido e simples nacional não têm necessidade de apurar os lucros e, com isso, não terão o benefício. São essas micros, pequenas e médias empresas, entretanto, que compõem a maior parte do setor em nosso mercado. Uma forma de o governo voltar a efetivamente arrecadar seria por meio da extensão do prazo do parcelamento, para até 240 meses. A isso se somariam uma carência de até 24 meses, redução de 100% das multas e juros de mora, parcelamento dos débitos apurados até o final de 2016 e o cancelamento da cobrança do "sinal" de 20%. Com essas medidas, talvez o setor possa recomeçar e, acima de tudo, reempregar, gerando arrecadação de impostos ao governo quando houver a retomada da economia. JOÃO CARLOS MARCHESAN é administrador de empresas, empresário e presidente do Conselho de Administração da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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opiniao
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Só a indústria pode diminuir o desempregoPesquisas revelam que a cada R$ 10 milhões de demanda adicional em máquinas e equipamentos são gerados 280 empregos de forma direta, indireta e pelo efeito renda. Só a indústria pode diminuir o desemprego no Brasil. No entanto, não vemos nenhum esforço dos órgãos competentes para incentivar esse setor. No momento, o desemprego no país já atinge mais de 14 milhões de pessoas. Encomendamos, recentemente, uma pesquisa no Serasa e constatamos que mais de 70% de nossas empresas registram algum problema fiscal. Por conta disso, não conseguem a CND (Certidão Negativa de Débitos), indispensável para operar no mercado brasileiro, comprar, vender e conseguir financiamentos. Sem indústrias e sem emprego, a arrecadação cai e não há controle fiscal que dê conta. Por onde começar, portanto, a reconstrução do nosso setor, ou melhor, por onde começar a reindustrialização do país, capaz de trazer o emprego de volta? Um bom começo seria um programa de governo que pudesse fazer com que as empresas recuperassem a sua CND. Infelizmente, o Programa de Regularização Tributária, instituído por meio da medida provisória 766/2017, não atende à maioria dos inadimplentes, especialmente no setor de máquinas, porque exige um pagamento inicial de 20% do débito total. Ora, se as empresas estão em situação de inadimplência junto à Receita Federal, afetadas pela crise e pelas restrições dos bancos na concessão de créditos, não terão recursos para efetuar esse pagamento. Outra inadequação diz respeito à ausência de um pedido de carência para o pagamento das parcelas. O programa também não permite a redução do valor das multas e dos juros de mora, aumentando o montante dos débitos. O problema dessa medida provisória é que libera o abatimento dos débitos tributários passados por meio da utilização dos prejuízos acumulados, contemplando apenas grandes empresas com lucro real. As que estão no regime de lucro presumido e simples nacional não têm necessidade de apurar os lucros e, com isso, não terão o benefício. São essas micros, pequenas e médias empresas, entretanto, que compõem a maior parte do setor em nosso mercado. Uma forma de o governo voltar a efetivamente arrecadar seria por meio da extensão do prazo do parcelamento, para até 240 meses. A isso se somariam uma carência de até 24 meses, redução de 100% das multas e juros de mora, parcelamento dos débitos apurados até o final de 2016 e o cancelamento da cobrança do "sinal" de 20%. Com essas medidas, talvez o setor possa recomeçar e, acima de tudo, reempregar, gerando arrecadação de impostos ao governo quando houver a retomada da economia. JOÃO CARLOS MARCHESAN é administrador de empresas, empresário e presidente do Conselho de Administração da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Eles fingem que jogam...
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Na quinta-feira, quando cheguei na casa de uma amiga, lembrei que a seleção jogava um amistoso contra a França porque o rádio da portaria estava sintonizado na transmissão. "Quem está ganhando?", perguntei. "Sabe que não sei, não estou prestando muita atenção", devolveu o porteiro. Não era só ele. Dei passada rápida nas redes sociais e nada. Nem um grito de gol –nem online nem nas janelas–, e olha que foram três pro lado de cá. Nenhum postzinho para comemorar a vitória nem para fazer chacota, qualquer uma que fosse. Quis saber o que as pessoas acharam do jogo. "Nem vejo", disseram vários. "Tenho birra do Dunga", li algumas vezes. "Teve jogo ontem?, desdenharam. A ressaca da Copa está durando. Não importa se o jogo foi bom como disseram alguns gatos pingados aqui, e que Dunga está no caminho certo, como acreditam outros pingados acolá. Aquela derrota ainda provoca azia. Ficou a imagem de marmanjo chorando, futebol de menos e selfies demais. Os jogadores terão que fazer mais do que gol para reconquistar uma torcida desiludida. Aqueles 7 a 1 não deixaram só uma nação inteira com vergonha até 2054. E bota vergonha. Eu quero achar um buraco cada vez que um gringo relembra nosso feito. Porque foi um feito histórico. O problema não foi perder, foi perder feio. E não perdemos apenas um jogo ou uma Copa, perdemos a majestade. O vexamão acabou com o mito do futebol-tradição, jogou uma pá de cal no que restava de emoção e paixão dentro e fora do campo. Mas não sei dizer se é justa essa aversão prolongada que muita gente sente pelo escrete canarinho. Talvez tenha sobrado pouco do jogo da época que chamávamos assim. O tal do futebol-arte (que eu sempre confundo e chamo de futebol-samba), com ginga, drible e gols espetaculares. Essas coisas que fazem o futebol ter graça até pra quem não acha lá muita graça. Talvez se não levássemos futebol tão a sério, o trauma teria sido menor. Agora a gente fica posando de mulher traída, que descobriu que o outro não era tudo aquilo que imaginava. No final das contas, é só futebol, que deveria distrair e emocionar. Mais distrair do que emocionar, já que os tempos são outros e o futebol também. E isso não tem nada a ver com grandeza dos assuntos. Acho o fim da goiabada discurso de que o país está mergulhado em problemas e o povo continua vendo novela, pulando Carnaval e preocupado com o resultado do campeonato estadual. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Sobre a partida de quinta, que ninguém deu muita bola, a impressão que fica é a de que o futebol talvez não seja mais o ópio do povo. Cada vez menos gente interrompe o trabalho no meio do dia para ver uma partida, do time que for. E por isso não faz sentido que a seleção carregue nas costas a obrigação do país ser bom em alguma coisa. Perdemos feio na Copa. E daí? O futebol de hoje é ruim? OK. No fim, é só futebol. Eles fingem que jogam, a gente finge que torce, todo mundo fica mais ou menos feliz e a vida segue.
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colunas
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Eles fingem que jogam...Na quinta-feira, quando cheguei na casa de uma amiga, lembrei que a seleção jogava um amistoso contra a França porque o rádio da portaria estava sintonizado na transmissão. "Quem está ganhando?", perguntei. "Sabe que não sei, não estou prestando muita atenção", devolveu o porteiro. Não era só ele. Dei passada rápida nas redes sociais e nada. Nem um grito de gol –nem online nem nas janelas–, e olha que foram três pro lado de cá. Nenhum postzinho para comemorar a vitória nem para fazer chacota, qualquer uma que fosse. Quis saber o que as pessoas acharam do jogo. "Nem vejo", disseram vários. "Tenho birra do Dunga", li algumas vezes. "Teve jogo ontem?, desdenharam. A ressaca da Copa está durando. Não importa se o jogo foi bom como disseram alguns gatos pingados aqui, e que Dunga está no caminho certo, como acreditam outros pingados acolá. Aquela derrota ainda provoca azia. Ficou a imagem de marmanjo chorando, futebol de menos e selfies demais. Os jogadores terão que fazer mais do que gol para reconquistar uma torcida desiludida. Aqueles 7 a 1 não deixaram só uma nação inteira com vergonha até 2054. E bota vergonha. Eu quero achar um buraco cada vez que um gringo relembra nosso feito. Porque foi um feito histórico. O problema não foi perder, foi perder feio. E não perdemos apenas um jogo ou uma Copa, perdemos a majestade. O vexamão acabou com o mito do futebol-tradição, jogou uma pá de cal no que restava de emoção e paixão dentro e fora do campo. Mas não sei dizer se é justa essa aversão prolongada que muita gente sente pelo escrete canarinho. Talvez tenha sobrado pouco do jogo da época que chamávamos assim. O tal do futebol-arte (que eu sempre confundo e chamo de futebol-samba), com ginga, drible e gols espetaculares. Essas coisas que fazem o futebol ter graça até pra quem não acha lá muita graça. Talvez se não levássemos futebol tão a sério, o trauma teria sido menor. Agora a gente fica posando de mulher traída, que descobriu que o outro não era tudo aquilo que imaginava. No final das contas, é só futebol, que deveria distrair e emocionar. Mais distrair do que emocionar, já que os tempos são outros e o futebol também. E isso não tem nada a ver com grandeza dos assuntos. Acho o fim da goiabada discurso de que o país está mergulhado em problemas e o povo continua vendo novela, pulando Carnaval e preocupado com o resultado do campeonato estadual. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Sobre a partida de quinta, que ninguém deu muita bola, a impressão que fica é a de que o futebol talvez não seja mais o ópio do povo. Cada vez menos gente interrompe o trabalho no meio do dia para ver uma partida, do time que for. E por isso não faz sentido que a seleção carregue nas costas a obrigação do país ser bom em alguma coisa. Perdemos feio na Copa. E daí? O futebol de hoje é ruim? OK. No fim, é só futebol. Eles fingem que jogam, a gente finge que torce, todo mundo fica mais ou menos feliz e a vida segue.
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Kirchner diz que países da América do Sul adotam 'metodologia de calúnia'
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Sem citar literalmente o Brasil, a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner afirmou que o atual governo de Mauricio Macri adota uma metodologia para caluniá-la que vem sendo aplicada em outros países sul-americanos. A afirmação está em um documento entregue à Justiça pela ex-mandatária, que acrescentou que a ferramenta foi criada por especialistas de outras regiões do mundo. Cristina chama o atual projeto político de Macri de "Plano de Ajuste e Miséria" e afirma que esse modelo "volta a requerer calúnia e difamação para ser implantado, sob o pretexto de que os líderes que defenderam e defendem os interesses populares e nacionais são irremediavelmente corruptos". O texto ainda diz que "essa metodologia [de difamação] não é só claramente visível em nosso país, mas também se replica em escala regional, como um molde desenhado por especialistas de outras latitudes". A Justiça recebeu o documento na manhã desta quarta-feira (13), data em que estava marcado o depoimento da ex-dirigente sobre a venda de dólares no mercado futuro a um preço abaixo do de mercado. Cristina, porém, se recusou a falar. O juiz Claudio Bonadio, responsável pelo caso, estima que as operações financeiras realizadas pelo Banco Central no fim do ano passado, durante os últimos meses do governo Kirchner, causaram um prejuízo de cerca de R$ 19 bilhões aos cofres públicos. Milhares de manifestantes seguem Cristina desde que ela chegou para depor em Buenos Aires na noite de segunda (11), vinda da Província de Santa Cruz, o berço do kirchnerismo, localizada no sul do país. Vários deles comparam, sem serem questionados, as investigações dos casos que envolvem sua ex-presidente às que ocorrem no Brasil. "Lamentamos muito o que está acontecendo no Brasil e na região. É um novo Plano Condor", afirmou o motorista Miguel Angel, de 65 anos, em uma referência ao sistema de repressão militar coordenado por ditadores do Cone Sul nos anos 1970 e 1980. Para a dona de casa Janaína Pannoni, 35, as multinacionais querem enfraquecer os países sul-americanos, que haviam ganhado força nos últimos anos com governos de esquerda. "Espero que o Brasil se dê conta do que está ocorrendo", disse à Folha.
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Kirchner diz que países da América do Sul adotam 'metodologia de calúnia'Sem citar literalmente o Brasil, a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner afirmou que o atual governo de Mauricio Macri adota uma metodologia para caluniá-la que vem sendo aplicada em outros países sul-americanos. A afirmação está em um documento entregue à Justiça pela ex-mandatária, que acrescentou que a ferramenta foi criada por especialistas de outras regiões do mundo. Cristina chama o atual projeto político de Macri de "Plano de Ajuste e Miséria" e afirma que esse modelo "volta a requerer calúnia e difamação para ser implantado, sob o pretexto de que os líderes que defenderam e defendem os interesses populares e nacionais são irremediavelmente corruptos". O texto ainda diz que "essa metodologia [de difamação] não é só claramente visível em nosso país, mas também se replica em escala regional, como um molde desenhado por especialistas de outras latitudes". A Justiça recebeu o documento na manhã desta quarta-feira (13), data em que estava marcado o depoimento da ex-dirigente sobre a venda de dólares no mercado futuro a um preço abaixo do de mercado. Cristina, porém, se recusou a falar. O juiz Claudio Bonadio, responsável pelo caso, estima que as operações financeiras realizadas pelo Banco Central no fim do ano passado, durante os últimos meses do governo Kirchner, causaram um prejuízo de cerca de R$ 19 bilhões aos cofres públicos. Milhares de manifestantes seguem Cristina desde que ela chegou para depor em Buenos Aires na noite de segunda (11), vinda da Província de Santa Cruz, o berço do kirchnerismo, localizada no sul do país. Vários deles comparam, sem serem questionados, as investigações dos casos que envolvem sua ex-presidente às que ocorrem no Brasil. "Lamentamos muito o que está acontecendo no Brasil e na região. É um novo Plano Condor", afirmou o motorista Miguel Angel, de 65 anos, em uma referência ao sistema de repressão militar coordenado por ditadores do Cone Sul nos anos 1970 e 1980. Para a dona de casa Janaína Pannoni, 35, as multinacionais querem enfraquecer os países sul-americanos, que haviam ganhado força nos últimos anos com governos de esquerda. "Espero que o Brasil se dê conta do que está ocorrendo", disse à Folha.
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Mortes: Uma italiana que brilhou em salões e pistas
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Ela não falava a idade nem para o ginecologista, avisa a jornalista Barbara Gancia, 58, ao informar que sua mãe, Lulla Salvadori di Wiesenhoff Vallarino Gancia, morreu nesta sexta-feira (24), aos 92 anos. Essa inconfidência da filha será perdoada pela matriarca de uma tradicional família italiana radicada em São Paulo desde 1953 que se despediu da vida com elegância. Internada no Albert Einstein, Lulla pediu à filha caçula que fosse sedada, quando complicações circulatórias levaram a uma septicemia, causa do óbito. Ela registrou documento em cartório declarando não querer sua vida prolongada artificialmente. Além de Barbara, ela deixou outros dois filhos, Carlo Gancia, 66, e Kika Rivetti, 64, da união com Piero Gancia, morto há cinco anos. Os dois se casaram no pós-guerra em Turim e decidiram deixar a Itália ao eclodir o conflito da Coreia em 1950, em um 25 de junho, como hoje, data do nascimento do primogênito. Temendo a terceira guerra mundial, os Gancia passaram pela Argentina e Uruguai, até que vieram para o Carnaval no Brasil e nunca mais se foram. "Minha mãe era muito bonita, à frente do seu tempo. Foi feminista sem saber", define Barbara sobre o perfil distante da típica "mamma". Lulla era apaixonada por automobilismo. Ganhou corridas na categoria turismo. Correu em dupla com Wilsinho Fittipaldi na inauguração do autódromo de Brasília. Quando o marido presidia a Associação Paulista de Pilotos, assumiu a reforma de Interlagos, que tornou o autódromo apto para F-1. O redesenho do kartódromo de SP foi outro esforço pessoal. Lulla fez da pista a escola de ídolos como Senna e Barrichello. Era dona de uma personalidade que encantou visitantes ilustres, como o astronauta Neil Armstrong. Foi jurada do Miss Universo disputado por Vera Fischer. "Ela é pedaço da história de uma São Paulo que prometia tanto", diz Barbara. "Na mesa dela sempre tinha um cara humilde e um príncipe. Promovia mistura de idades, classes sociais, patrimônio que nos deixou", diz a caçula. "Era grã-fina de verdade, não do tipo metida à besta." [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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cotidiano
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Mortes: Uma italiana que brilhou em salões e pistasEla não falava a idade nem para o ginecologista, avisa a jornalista Barbara Gancia, 58, ao informar que sua mãe, Lulla Salvadori di Wiesenhoff Vallarino Gancia, morreu nesta sexta-feira (24), aos 92 anos. Essa inconfidência da filha será perdoada pela matriarca de uma tradicional família italiana radicada em São Paulo desde 1953 que se despediu da vida com elegância. Internada no Albert Einstein, Lulla pediu à filha caçula que fosse sedada, quando complicações circulatórias levaram a uma septicemia, causa do óbito. Ela registrou documento em cartório declarando não querer sua vida prolongada artificialmente. Além de Barbara, ela deixou outros dois filhos, Carlo Gancia, 66, e Kika Rivetti, 64, da união com Piero Gancia, morto há cinco anos. Os dois se casaram no pós-guerra em Turim e decidiram deixar a Itália ao eclodir o conflito da Coreia em 1950, em um 25 de junho, como hoje, data do nascimento do primogênito. Temendo a terceira guerra mundial, os Gancia passaram pela Argentina e Uruguai, até que vieram para o Carnaval no Brasil e nunca mais se foram. "Minha mãe era muito bonita, à frente do seu tempo. Foi feminista sem saber", define Barbara sobre o perfil distante da típica "mamma". Lulla era apaixonada por automobilismo. Ganhou corridas na categoria turismo. Correu em dupla com Wilsinho Fittipaldi na inauguração do autódromo de Brasília. Quando o marido presidia a Associação Paulista de Pilotos, assumiu a reforma de Interlagos, que tornou o autódromo apto para F-1. O redesenho do kartódromo de SP foi outro esforço pessoal. Lulla fez da pista a escola de ídolos como Senna e Barrichello. Era dona de uma personalidade que encantou visitantes ilustres, como o astronauta Neil Armstrong. Foi jurada do Miss Universo disputado por Vera Fischer. "Ela é pedaço da história de uma São Paulo que prometia tanto", diz Barbara. "Na mesa dela sempre tinha um cara humilde e um príncipe. Promovia mistura de idades, classes sociais, patrimônio que nos deixou", diz a caçula. "Era grã-fina de verdade, não do tipo metida à besta." [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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Empresas americanas transformam leite materno em indústria
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O leite materno está se tornando mercadoria industrial nos EUA, e o rápido crescimento desse segmento de negócio não só se tornou uma das mais novas fronteiras do setor de biotecnologia como tem gerado preocupações. A Prolacta Bioscience, uma das empresas que crescem no setor, recebeu US$ 46 milhões (cerca de R$ 150 milhões) em investimentos de empresas de capital para empreendimentos que operam no setor de ciências biológicas. Centenas de mulheres vêm faturando mais de US$ 400 (R$ 1.300) ao mês com o fornecimento de leite materno excedente depois de amamentar seus bebês. O leite extraído é encaminhado a uma unidade da Prolacta semelhante a uma fábrica de medicamentos. Lá, ele é concentrado em forma de produto de alto teor proteico e usado para alimentar bebês muito prematuros em unidades de tratamento intensivo de maternidades, ao custo de milhares de dólares por bebê. O concentrado de leite pode ser só o começo. Pesquisadores dizem que o leite materno, um produto que evoluiu por milênios a fim de fornecer nutrição ideal e proteger bebês contra infecções, está repleto de possíveis virtudes terapêuticas, não só para bebês mas possivelmente também para adultos –por exemplo, para tratar doenças intestinais e infecciosas. "O que estamos vendo é só a ponta do iceberg no caso do leite materno", disse Bruce German, diretor do Instituto de Alimentos para a Saúde na Universidade da Califórnia em Davis e presidente do conselho da Evolve Biosystems. leite disponível A Evolve e outras pequenas empresas como a Glycosin, a Jennewein Biotechnologie e a Glycom tentam desenvolver produtos baseados em açúcares complexos, abundantes no leite materno e que parecem alimentar bactérias no sistema digestivo humano importantes para a saúde. Mas a comercialização do leite materno causa preocupação a muitas pessoas, pois pode reduzir o volume de leite disponível para bancos de leite sem fins lucrativos (dos quais dependem mães que não conseguem amamentar). Quando a Medolac Laboratories, rival da Prolacta, anunciou em 2014 que queria adquirir leite materno em Detroit (polo industrial no norte dos EUA em dificuldades financeiras), foi acusada de querer lucrar à custa de mulheres negras, numerosas na população local. A Medolac, que disse colaborar com a Fundação Clinton e incentivar o aleitamento materno tornando-o lucrativo, abandonou o plano. Os produtos da Prolacta são dirigidos a bebês com peso inferior a 1,25 kg no parto –que cabem na palma da mão e necessitam de mais nutrição do que o leite materno pode prover por si só. A Prolacta produz um fortificante com níveis elevados de proteína, gorduras e minerais, usado para suplementar o leite materno. O produto custa US$ 180 por dose de 30 ml, e um bebê consumiria US$ 10 mil do produto em um tratamento de várias semanas. Em geral, o custo é coberto pelo hospital ou pela operadora de planos de saúde. Mas nem todos os médicos estão convencidos sobre as virtudes do método, e outros dizem que, embora apreciem o produto, ele é caro demais.
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mercado
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Empresas americanas transformam leite materno em indústriaO leite materno está se tornando mercadoria industrial nos EUA, e o rápido crescimento desse segmento de negócio não só se tornou uma das mais novas fronteiras do setor de biotecnologia como tem gerado preocupações. A Prolacta Bioscience, uma das empresas que crescem no setor, recebeu US$ 46 milhões (cerca de R$ 150 milhões) em investimentos de empresas de capital para empreendimentos que operam no setor de ciências biológicas. Centenas de mulheres vêm faturando mais de US$ 400 (R$ 1.300) ao mês com o fornecimento de leite materno excedente depois de amamentar seus bebês. O leite extraído é encaminhado a uma unidade da Prolacta semelhante a uma fábrica de medicamentos. Lá, ele é concentrado em forma de produto de alto teor proteico e usado para alimentar bebês muito prematuros em unidades de tratamento intensivo de maternidades, ao custo de milhares de dólares por bebê. O concentrado de leite pode ser só o começo. Pesquisadores dizem que o leite materno, um produto que evoluiu por milênios a fim de fornecer nutrição ideal e proteger bebês contra infecções, está repleto de possíveis virtudes terapêuticas, não só para bebês mas possivelmente também para adultos –por exemplo, para tratar doenças intestinais e infecciosas. "O que estamos vendo é só a ponta do iceberg no caso do leite materno", disse Bruce German, diretor do Instituto de Alimentos para a Saúde na Universidade da Califórnia em Davis e presidente do conselho da Evolve Biosystems. leite disponível A Evolve e outras pequenas empresas como a Glycosin, a Jennewein Biotechnologie e a Glycom tentam desenvolver produtos baseados em açúcares complexos, abundantes no leite materno e que parecem alimentar bactérias no sistema digestivo humano importantes para a saúde. Mas a comercialização do leite materno causa preocupação a muitas pessoas, pois pode reduzir o volume de leite disponível para bancos de leite sem fins lucrativos (dos quais dependem mães que não conseguem amamentar). Quando a Medolac Laboratories, rival da Prolacta, anunciou em 2014 que queria adquirir leite materno em Detroit (polo industrial no norte dos EUA em dificuldades financeiras), foi acusada de querer lucrar à custa de mulheres negras, numerosas na população local. A Medolac, que disse colaborar com a Fundação Clinton e incentivar o aleitamento materno tornando-o lucrativo, abandonou o plano. Os produtos da Prolacta são dirigidos a bebês com peso inferior a 1,25 kg no parto –que cabem na palma da mão e necessitam de mais nutrição do que o leite materno pode prover por si só. A Prolacta produz um fortificante com níveis elevados de proteína, gorduras e minerais, usado para suplementar o leite materno. O produto custa US$ 180 por dose de 30 ml, e um bebê consumiria US$ 10 mil do produto em um tratamento de várias semanas. Em geral, o custo é coberto pelo hospital ou pela operadora de planos de saúde. Mas nem todos os médicos estão convencidos sobre as virtudes do método, e outros dizem que, embora apreciem o produto, ele é caro demais.
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Ajuste pode ser feito sem cortar conquistas sociais importantes
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RESUMO Os autores defendem que o ajuste fiscal não deve se concentrar no corte de conquistas sociais. Em contraste com análise de Mansueto Almeida, Marcos Lisboa e Samuel Pessôa ("Ilustríssima", 19/7), sugerem que melhorar a gestão é o caminho mais eficaz para elevar a solvência e a poupança do setor público. O governo divulgou, nas últimas semanas, uma revisão da meta de resultado primário (economia do setor público para pagar juros da dívida), para 0,15% do PIB, depois de passar meses sustentando um compromisso quase oito vezes maior. Um dos maiores erros cometidos pela atual equipe econômica foi o de evitar enfrentar o problema da má gestão para retirar, definitivamente, as contas públicas da UTI. Herdou um quadro negativo que se agravou com a queda do nível de atividade e da arrecadação. Neste artigo, defenderemos que a melhoria da gestão, e não a redução de benefícios sociais, deve ser o pilar de um ajuste fiscal que melhore a solvência e a poupança do setor público, evitando que a correção desses desequilíbrios implique recessão. As reformas estruturais aprovadas no campo fiscal, em particular, a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101, de maio de 2000), associadas à elevação das receitas tributárias possibilitaram, a partir do final dos anos 1990, a melhoria das finanças públicas e uma redução significativa da relação dívida/PIB –um indicador que permite avaliar se o Estado é capaz, depois de arrecadar impostos e contribuições, de aumentar a dívida com o objetivo de financiar o excesso de despesas sobre receitas. Recentemente, essa conquista foi abalada. Ignoramos que boa parte da melhoria das condições de solvência do setor público explicava-se pelo crescimento médio anual da economia de 4,4%, gerado pela "bonança externa", no período de 2004 a 2011. Crescendo, arrecada-se mais e produz-se superavit fiscal com maior facilidade. Mesmo com juros elevados, a dívida cai, porque o PIB está avançando em ritmo maior. O país endivida-se, mas torna-se vantajoso fazer isso, pois temos "crédito na praça". Em abril de 2005, o Brasil contava com um superavit de 1,9% do PIB em transações correntes (diferença entre tudo que se importa e se exporta em bens, serviços e rendas recebidas e enviadas ao exterior), que hoje se transformou em um deficit da ordem de 4,5% do PIB. Essa variação negativa do resultado em transações correntes, de quase 6,5 pontos percentuais do PIB, viabilizou o modelo de crescimento com poupança externa (à época, defendido por muitos que hoje se calam). Tal modelo viabiliza a sustentação do crescimento com recursos poupados por outros países que financiam nosso gasto interno em investimento e consumo. Isso explica, em boa medida, o crescimento dos gastos públicos baseados em maior arrecadação sem provocar um deficit fiscal. Entretanto, a situação atual é totalmente distinta: não há bonança externa e não há como fazer o ajuste fiscal, como sempre foi feito, com base na expansão das receitas do setor público. Desde 1988, quando da promulgação da Constituição Cidadã, a carga tributária já aumentou quase 20 pontos percentuais do PIB, passando de 20% para os atuais 38% (projeção para 2015). A experiência internacional mostra que democracias consolidadas tendem a possuir um Estado forte. A conquista de direitos civis, políticos e sociais traduz-se em políticas públicas que demandam financiamento crescente. Afinal, quanto melhor o serviço público prestado, maior a demanda por ele. Estado forte, porém, é diferente de Estado ineficiente. Nesse mesmo período, o país não foi capaz de conceber uma estratégia de desenvolvimento que elevasse as taxas de crescimento do PIB de maneira consistente. Ao contrário, destruiu a indústria e surfou a onda externa como se não houvesse amanhã. Mas o amanhã, finalmente, chegou. A partir da falência dessa estratégia, a dívida bruta do governo deverá alcançar, neste ano, 65,5% do PIB e, no próximo ano, aproximar-se de 70% do PIB. O pior é que essa expansão, nas atuais condições, ocorrerá na presença de um custo elevadíssimo, da ordem de 25% ao ano. Somente com as operações do Banco Central, as chamadas "operações compromissadas", realizadas para controlar a liquidez da economia, os custos superarão os R$ 120 bilhões em 2015. As despesas com juros acumuladas em 12 meses, até junho, já se aproximam de R$ 420 bilhões e deverão atingir neste ano montante superior a R$ 490 bilhões. É nesse contexto de desmonte da economia que surge o programa de ajuste fiscal proposto pelo governo, como uma espécie de novo emplasto Brás Cubas –o remédio que curaria todos os males e que nunca foi, de fato, inventado pelo personagem de Machado de Assis. O programa é composto por uma meta de superavit primário mais realista somada à tentativa de abandonar o estojo de maquiagem da contabilidade criativa e à promessa de aposentar a bicicleta do ex-secretário do Tesouro. Para isso, anunciaram um contingenciamento de despesas previstas no Orçamento de quase R$ 80 bilhões e um conjunto de medidas para expandir a arrecadação. Do corte anunciado de gastos, a maior parte concentrou-se em investimentos: a queda real na execução do PAC já atingiu 37%, segundo dados do próprio Tesouro. Enquanto isso, o Congresso vê cair em seu colo medidas desesperadas do governo em favor do aumento da carga tributária e da contenção dos benefícios sociais (algumas corretas, outras não). Isso sem mencionar os decretos que alteraram a tributação de PIS/Cofins e o IOF sobre operações de crédito às pessoas físicas, além da reoneração do IPI e da folha de pagamentos. É este o DNA do ajuste –corte de investimentos e aumento de impostos. O aumento dos juros, da ordem de 3,25 pontos percentuais do PIB desde o início do ciclo (30/10/14), que representa um gasto anualizado da ordem de R$ 48,8 bilhões, completa o pacote econômico. PESSOAL E CUSTEIO Alguns acreditam piamente que não haja outro caminho. A tese é simples: os gastos correntes, incluindo aqueles com pessoal, estariam estacionados como percentagem do PIB, sendo o gasto social o principal responsável pela expansão das despesas nos últimos anos. Esse é o ponto de vista defendido no artigo de Mansueto Almeida, Marcos Lisboa e Samuel Pessôa ("Ilustríssima", 19/7). Sob essa perspectiva, medidas de aperfeiçoamento da gestão seriam inócuas para melhorar as condições fiscais. Porém, da mesma forma que benefícios sociais e previdenciários ocuparam a maior fatia do crescimento da despesa nos últimos 15 anos, os gastos correntes, incluindo as despesas com pessoal e custeio para manutenção da máquina administrativa, continuam representando um percentual altíssimo das despesas. No caso do governo federal, o gasto total com pessoal somado ao gasto com custeio totaliza cerca de 8% do PIB, isto é, oito vezes o que se gasta com investimento (incluindo o PAC). A forte expansão da carga tributária, desde 1988, permitiu a elevação das despesas com políticas sociais e dos benefícios e subsídios, sem que fosse analisada a real necessidade e a eficiência dos gastos correntes com a estrutura de pessoal e de custeio que viabilizou a implementação de tais políticas. Esses gastos correntes perderam participação relativa no montante total de gastos, mas seu valor continua expressivo, e a sua readequação resultaria em economia permanente e melhor aplicação dos recursos públicos –por isso continua sendo fundamental repensar a forma de geri-los. Essa constatação só reforça o fato de que, diante da impossibilidade de continuar a elevar a carga tributária para manter, ao mesmo tempo, a expansão dos benefícios sociais, dos investimentos e do custeio da máquina pública, pelo menos pelos próximos dez anos, medidas inovadoras precisarão ser tomadas. O objetivo deveria ser a redução, como percentual do PIB, dos gastos correntes totais (pessoal e custeio administrativo). REVIRAVOLTA O caminho é lutar por uma reviravolta nas práticas de gestão. Sempre é possível cortar custos e reduzir preços daquilo que é adquirido por quem quer que seja. Para isso, é preciso criar amarras legais ao crescimento do gasto corrente total, além de buscar medidas gerenciais que permitam economizar recursos para valer. Para demonstrar melhor esse argumento e a possibilidade de redução de custos, vamos imaginar inicialmente que o governo tenha escolhido suas políticas públicas corretamente e decidido de forma adequada as quantidades de bens e serviços que adquire do setor privado para executá-las. E, a partir dessa hipótese, vamos investigar o que vem ocorrendo com os preços. Será que os governos compram bem, no sentido de pagar preços adequados pelos bens e serviços adquiridos, ou acabam incorrendo, por falta de gestão, no erro de esbanjar recursos cada vez mais escassos e caros para a sociedade? Cabe perguntar: a que preço o governo consome os materiais necessários para o funcionamento dos ministérios (ou secretarias, no caso de Estados e municípios)? O leitor há de convir que, identificado sobrepreço nessas ações, ficará claro que é possível economizar melhorando a gestão, mesmo sem avaliar se a quantidade de bens e serviços adquiridos é adequada. Há uma forma interessante de testar essa hipótese: o governo divulga, através do IBGE, os preços de tudo que é produzido pelo país. Esse indicador se chama "deflator implícito do PIB", que corresponde à inflação implícita nas contas que o IBGE realiza para calcular a variação na produção do país entre um determinado ano e outro. O que vamos apresentar a seguir é o resultado da comparação entre a evolução do deflator implícito do consumo da administração pública e do deflator implícito do consumo privado (veja gráfico). O resultado do exercício é muito interessante e confirma aquilo que o senso comum já sabe: o desperdício nas ações do governo é brutal. Os preços de tudo aquilo que a administração pública consome, em média, são sistematicamente superiores aos preços do que o setor privado consome. Entre 2005 e 2014, a inflação acumulada (variação do deflator implícito), no caso da administração pública, totalizou 128,6% e, no caso do setor privado, 88,5%. Isso mostra que os preços daquilo que o governo consumiu no período para realizar suas ações e programas foram mais de 40 pontos percentuais superiores à inflação observada no consumo privado. A partir dessas informações, é possível estimar quanto teria sido economizado pelos governos se os preços dos bens e serviços consumidos pela administração pública tivessem se comportado, pelo menos, como os preços dos bens consumidos pelas famílias. Em 2004, o consumo da administração pública estava em R$ 358,8 bilhões. Somente pelo efeito do aumento de preços, os gastos foram aumentados, entre 2005 e 2014, em R$ 461,4 bilhões. Se os preços observados na compra de bens e serviços pelas empresas do setor privado e famílias fosse aplicado aos gastos públicos de 2004, em lugar da trajetória de preços original, os gastos teriam sido aumentados em R$ 317,4 bilhões. Dito de outra forma, hoje teríamos uma economia anual de R$ 144 bilhões só pelo efeito preço (isto é, R$ 461,4 bilhões menos R$ 317,4 bilhões). Os gastos públicos seriam, atualmente, menores em 2,6% do PIB, considerando os três níveis de governo –federal, estadual e municipal. Para a mesma carga tributária, teríamos um resultado fiscal primário muito melhor e, obviamente, um deficit nominal mais modesto, que contribuiria para a redução da taxa de juros. A situação seria outra. Essa simulação mostra que é possível economizar e fazer ajuste nos gastos totais sem contrair fortemente despesas com investimentos, como é usual. Isso seria possível por meio de uma ampla revisão dos contratos da administração pública com o setor privado. Outro aspecto que pesa na definição dos preços praticados e da quantidade de bens e serviços adquiridos pela administração pública é a lógica de elaboração e execução orçamentária. Os gestores orçamentários das organizações públicas sabem que serão penalizados, recebendo menos recursos no ano seguinte, se forem mais parcimoniosos com as despesas em um determinado ano, pois um dos fatores preponderantes para a elaboração da proposta orçamentária é o histórico de gastos. Assim, gestores de despesas mais poupadores são penalizados e os gastadores, beneficiados. Da mesma forma, os governos utilizam-se constantemente do expediente de atraso nos pagamentos para atingir resultados fiscais desejados (não estamos nem falando das pedaladas), isto é, planejam seus pagamentos de acordo com o ingresso de receitas e o resultado fiscal desejável. SOBREPREÇO O problema é que esses frequentes atrasos estão, certamente, embutidos em um sobrepreço que o setor privado cobra ao vender bens e serviços para a administração pública. Esses incentivos perversos ou desincentivos à poupança pública não são, de forma alguma, exclusividade do governo federal. São praticados em toda a administração pública, pois as regras do jogo estão erradas e levam a esse comportamento. A implantação de uma lógica orçamentária distinta da atual (que não respeita a programação de desembolsos), passando a incentivar os poupadores é essencial para reverter o desequilíbrio das contas públicas no longo prazo. Uma questão adicional –e fundamental para um ajuste baseado na reestruturação do modelo de gestão– é a adequação do quadro de pessoal ao conjunto de atividades realizadas pelo setor público. Tomando como exemplo o governo federal, entre 1995 e fevereiro de 2015 (dados do Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento) foram contratados, aproximadamente, 310 mil servidores somente no Poder Executivo Federal, sendo 258 mil de 2003 em diante. A pergunta que sempre fica no ar é: será que essa quantidade é necessária? A maior parte dessas contratações foi direcionada à educação, área social prioritária, com certeza; mas os números mostram que foram incorporados, no período, 86 mil docentes e 76 mil servidores administrativos para esta atividade (73 mil e 76 mil, respectivamernte, desde 2003). Será razoável essa relação de praticamente um professor para cada servidor administrativo contratado nas instituições de ensino federais? Serão necessários todos esses servidores? A despesa com pessoal ativo (isto é, sem considerar os aposentados) nos três níveis de governo em 2012 atingiu aproximadamente 8,5% do PIB naquele período (os dados são da Secretaria do Tesouro Nacional; ressaltamos que não há informações mais recentes desagregando a despesa entre servidores ativos e inativos). Se num mero exercício de simulação considerássemos uma despesa com servidores ativos inferior em 10% naquele período e, posteriormente, uma evolução na mesma proporção do PIB, teríamos economizado 0,8% do PIB ao ano. Somada à economia de 2,6% do PIB nas despesas em custeio sugerida acima, obteríamos um ajuste de 3,4% do PIB. E isso sem gerar recessão, pois as atividades do governo e do setor privado seriam basicamente preservadas com essas medidas. A taxa de juros cairia mais rapidamente, criando estímulos para a retomada do investimento. É possível, portanto, fazer um ajuste fiscal que resulte em crescimento econômico e que possibilite uma trajetória de redução dos juros e da dívida pública sem sacrificarmos as conquistas sociais (apenas eliminando as distorções e exageros nos benefícios praticados). Logicamente reduzir despesas com pessoal e revisar os contratos da administração pública não seria trivial, mas os governos deveriam ter como meta a médio prazo o alcance desse objetivo. Esse é o ajuste ignorado por grande parte dos gestores públicos e governantes. O custo político associado a essas medidas de gestão é elevado, não há como negar. Mas é preciso que interesses particulares sejam enfrentados para que o bem-estar social e o interesse coletivo prevaleçam. É fato que a expansão das políticas sociais, incluídos os gastos previdenciários, explica a maior parte do avanço das despesas nos últimos anos. Romper com esses compromissos não é um caminho natural e recomendável, ainda que ajustes e modificações possam e devam ser feitos, sempre, para adequar a expansão dessas políticas à realidade macroeconômica. A criação do fator previdenciário no governo FHC é um exemplo de ajuste necessário que tem contribuído para evitar uma explosão dos gastos previdenciários. A recente flexibilização do fator terá de ser, certamente, compensada. As reformas no regime previdenciário do INSS terão de ser periódicas, na medida em que a expectativa de vida e o perfil demográfico forem se alterando, e sempre implicam mudanças em quatro variáveis: magnitude da contribuição, tamanho do benefício, tempo de contribuição e tempo de usufruto do benefício. Não há novidade nisso. O que poucos argumentam, entretanto, é que a grande bomba-relógio do sistema previdenciário estava armada no setor público. Para exemplificar a magnitude do problema: o deficit do sistema que atende apenas aos servidores aposentados e instituidores de pensão federais (sem contabilizar Estados e municípios), em torno de 1,025 milhão de pessoas, corresponde a 1,5% do PIB, algo próximo do deficit de todo o sistema previdenciário do INSS (que atinge 32,6 milhões de beneficiários). As mudanças já realizadas na regra de aposentadoria dos servidores permitirão estancar a evolução de tais despesas. Assim, não escolhamos os benefícios sociais como os vilões do desequilíbrio fiscal. A melhoria da gestão pode colocar a situação nos trilhos sem cortarmos conquistas importantes. É lógico que as distorções e exageros nos gastos sociais devem ser eliminados. Contudo um modelo de gestão em que os órgãos disponham de maior autonomia e possam ser responsabilizados, e no qual haja estímulos e recompensas ao bom desempenho, além de uma detida avaliação do número realmente necessário de servidores, contribuiria para a manutenção de um equilíbrio fiscal permanente. Por fim, é importante lembrar que a crítica à recente gestão da política econômica gerou uma certa apreensão nos que defendem o desenvolvimentismo. Isso é algo que precisa ser rechaçado com todas as forças. Não foi o desenvolvimentismo que nos trouxe à situação de descalabro fiscal, dívida crescente, deficit externo galopante, juros em alta e taxa de câmbio que ficou excessivamente valorizada por longos anos. O novo desenvolvimentismo defende a austeridade fiscal e prega que o fortalecimento do Estado para implementar medidas econômicas motivadoras do crescimento começa, justamente, no cuidado com sua saúde financeira. Problematizar as questões associadas à boa gestão pública é primordial quando estamos pensando o futuro da economia brasileira. Há uma falsa contradição que precisa ser desfeita: defender o crescimento é defender a boa gestão fiscal, e não o contrário. A contabilidade criativa e as pedaladas fiscais não foram obra de economistas defensores do novo desenvolvimentismo. O DNA desse programa é, hoje, bem identificado. FELIPE SALTO, 28, é professor de Economia na FGV/EESP na pós-graduação executiva e é assessor econômico do senador José Serra (PSDB-SP). NELSON MARCONI, 50, é professor de economia e coordenador do Centro de Estudos do Novo Desenvolvimentismo da FGV\EESP. FREDERICO FILIPPI, 31, é artista plástico e abre mostras na galeria Athena Contemporânea, no Rio, em 22/10 e no Espaço Pivô, em São Paulo, em 7/11.
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Ajuste pode ser feito sem cortar conquistas sociais importantesRESUMO Os autores defendem que o ajuste fiscal não deve se concentrar no corte de conquistas sociais. Em contraste com análise de Mansueto Almeida, Marcos Lisboa e Samuel Pessôa ("Ilustríssima", 19/7), sugerem que melhorar a gestão é o caminho mais eficaz para elevar a solvência e a poupança do setor público. O governo divulgou, nas últimas semanas, uma revisão da meta de resultado primário (economia do setor público para pagar juros da dívida), para 0,15% do PIB, depois de passar meses sustentando um compromisso quase oito vezes maior. Um dos maiores erros cometidos pela atual equipe econômica foi o de evitar enfrentar o problema da má gestão para retirar, definitivamente, as contas públicas da UTI. Herdou um quadro negativo que se agravou com a queda do nível de atividade e da arrecadação. Neste artigo, defenderemos que a melhoria da gestão, e não a redução de benefícios sociais, deve ser o pilar de um ajuste fiscal que melhore a solvência e a poupança do setor público, evitando que a correção desses desequilíbrios implique recessão. As reformas estruturais aprovadas no campo fiscal, em particular, a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101, de maio de 2000), associadas à elevação das receitas tributárias possibilitaram, a partir do final dos anos 1990, a melhoria das finanças públicas e uma redução significativa da relação dívida/PIB –um indicador que permite avaliar se o Estado é capaz, depois de arrecadar impostos e contribuições, de aumentar a dívida com o objetivo de financiar o excesso de despesas sobre receitas. Recentemente, essa conquista foi abalada. Ignoramos que boa parte da melhoria das condições de solvência do setor público explicava-se pelo crescimento médio anual da economia de 4,4%, gerado pela "bonança externa", no período de 2004 a 2011. Crescendo, arrecada-se mais e produz-se superavit fiscal com maior facilidade. Mesmo com juros elevados, a dívida cai, porque o PIB está avançando em ritmo maior. O país endivida-se, mas torna-se vantajoso fazer isso, pois temos "crédito na praça". Em abril de 2005, o Brasil contava com um superavit de 1,9% do PIB em transações correntes (diferença entre tudo que se importa e se exporta em bens, serviços e rendas recebidas e enviadas ao exterior), que hoje se transformou em um deficit da ordem de 4,5% do PIB. Essa variação negativa do resultado em transações correntes, de quase 6,5 pontos percentuais do PIB, viabilizou o modelo de crescimento com poupança externa (à época, defendido por muitos que hoje se calam). Tal modelo viabiliza a sustentação do crescimento com recursos poupados por outros países que financiam nosso gasto interno em investimento e consumo. Isso explica, em boa medida, o crescimento dos gastos públicos baseados em maior arrecadação sem provocar um deficit fiscal. Entretanto, a situação atual é totalmente distinta: não há bonança externa e não há como fazer o ajuste fiscal, como sempre foi feito, com base na expansão das receitas do setor público. Desde 1988, quando da promulgação da Constituição Cidadã, a carga tributária já aumentou quase 20 pontos percentuais do PIB, passando de 20% para os atuais 38% (projeção para 2015). A experiência internacional mostra que democracias consolidadas tendem a possuir um Estado forte. A conquista de direitos civis, políticos e sociais traduz-se em políticas públicas que demandam financiamento crescente. Afinal, quanto melhor o serviço público prestado, maior a demanda por ele. Estado forte, porém, é diferente de Estado ineficiente. Nesse mesmo período, o país não foi capaz de conceber uma estratégia de desenvolvimento que elevasse as taxas de crescimento do PIB de maneira consistente. Ao contrário, destruiu a indústria e surfou a onda externa como se não houvesse amanhã. Mas o amanhã, finalmente, chegou. A partir da falência dessa estratégia, a dívida bruta do governo deverá alcançar, neste ano, 65,5% do PIB e, no próximo ano, aproximar-se de 70% do PIB. O pior é que essa expansão, nas atuais condições, ocorrerá na presença de um custo elevadíssimo, da ordem de 25% ao ano. Somente com as operações do Banco Central, as chamadas "operações compromissadas", realizadas para controlar a liquidez da economia, os custos superarão os R$ 120 bilhões em 2015. As despesas com juros acumuladas em 12 meses, até junho, já se aproximam de R$ 420 bilhões e deverão atingir neste ano montante superior a R$ 490 bilhões. É nesse contexto de desmonte da economia que surge o programa de ajuste fiscal proposto pelo governo, como uma espécie de novo emplasto Brás Cubas –o remédio que curaria todos os males e que nunca foi, de fato, inventado pelo personagem de Machado de Assis. O programa é composto por uma meta de superavit primário mais realista somada à tentativa de abandonar o estojo de maquiagem da contabilidade criativa e à promessa de aposentar a bicicleta do ex-secretário do Tesouro. Para isso, anunciaram um contingenciamento de despesas previstas no Orçamento de quase R$ 80 bilhões e um conjunto de medidas para expandir a arrecadação. Do corte anunciado de gastos, a maior parte concentrou-se em investimentos: a queda real na execução do PAC já atingiu 37%, segundo dados do próprio Tesouro. Enquanto isso, o Congresso vê cair em seu colo medidas desesperadas do governo em favor do aumento da carga tributária e da contenção dos benefícios sociais (algumas corretas, outras não). Isso sem mencionar os decretos que alteraram a tributação de PIS/Cofins e o IOF sobre operações de crédito às pessoas físicas, além da reoneração do IPI e da folha de pagamentos. É este o DNA do ajuste –corte de investimentos e aumento de impostos. O aumento dos juros, da ordem de 3,25 pontos percentuais do PIB desde o início do ciclo (30/10/14), que representa um gasto anualizado da ordem de R$ 48,8 bilhões, completa o pacote econômico. PESSOAL E CUSTEIO Alguns acreditam piamente que não haja outro caminho. A tese é simples: os gastos correntes, incluindo aqueles com pessoal, estariam estacionados como percentagem do PIB, sendo o gasto social o principal responsável pela expansão das despesas nos últimos anos. Esse é o ponto de vista defendido no artigo de Mansueto Almeida, Marcos Lisboa e Samuel Pessôa ("Ilustríssima", 19/7). Sob essa perspectiva, medidas de aperfeiçoamento da gestão seriam inócuas para melhorar as condições fiscais. Porém, da mesma forma que benefícios sociais e previdenciários ocuparam a maior fatia do crescimento da despesa nos últimos 15 anos, os gastos correntes, incluindo as despesas com pessoal e custeio para manutenção da máquina administrativa, continuam representando um percentual altíssimo das despesas. No caso do governo federal, o gasto total com pessoal somado ao gasto com custeio totaliza cerca de 8% do PIB, isto é, oito vezes o que se gasta com investimento (incluindo o PAC). A forte expansão da carga tributária, desde 1988, permitiu a elevação das despesas com políticas sociais e dos benefícios e subsídios, sem que fosse analisada a real necessidade e a eficiência dos gastos correntes com a estrutura de pessoal e de custeio que viabilizou a implementação de tais políticas. Esses gastos correntes perderam participação relativa no montante total de gastos, mas seu valor continua expressivo, e a sua readequação resultaria em economia permanente e melhor aplicação dos recursos públicos –por isso continua sendo fundamental repensar a forma de geri-los. Essa constatação só reforça o fato de que, diante da impossibilidade de continuar a elevar a carga tributária para manter, ao mesmo tempo, a expansão dos benefícios sociais, dos investimentos e do custeio da máquina pública, pelo menos pelos próximos dez anos, medidas inovadoras precisarão ser tomadas. O objetivo deveria ser a redução, como percentual do PIB, dos gastos correntes totais (pessoal e custeio administrativo). REVIRAVOLTA O caminho é lutar por uma reviravolta nas práticas de gestão. Sempre é possível cortar custos e reduzir preços daquilo que é adquirido por quem quer que seja. Para isso, é preciso criar amarras legais ao crescimento do gasto corrente total, além de buscar medidas gerenciais que permitam economizar recursos para valer. Para demonstrar melhor esse argumento e a possibilidade de redução de custos, vamos imaginar inicialmente que o governo tenha escolhido suas políticas públicas corretamente e decidido de forma adequada as quantidades de bens e serviços que adquire do setor privado para executá-las. E, a partir dessa hipótese, vamos investigar o que vem ocorrendo com os preços. Será que os governos compram bem, no sentido de pagar preços adequados pelos bens e serviços adquiridos, ou acabam incorrendo, por falta de gestão, no erro de esbanjar recursos cada vez mais escassos e caros para a sociedade? Cabe perguntar: a que preço o governo consome os materiais necessários para o funcionamento dos ministérios (ou secretarias, no caso de Estados e municípios)? O leitor há de convir que, identificado sobrepreço nessas ações, ficará claro que é possível economizar melhorando a gestão, mesmo sem avaliar se a quantidade de bens e serviços adquiridos é adequada. Há uma forma interessante de testar essa hipótese: o governo divulga, através do IBGE, os preços de tudo que é produzido pelo país. Esse indicador se chama "deflator implícito do PIB", que corresponde à inflação implícita nas contas que o IBGE realiza para calcular a variação na produção do país entre um determinado ano e outro. O que vamos apresentar a seguir é o resultado da comparação entre a evolução do deflator implícito do consumo da administração pública e do deflator implícito do consumo privado (veja gráfico). O resultado do exercício é muito interessante e confirma aquilo que o senso comum já sabe: o desperdício nas ações do governo é brutal. Os preços de tudo aquilo que a administração pública consome, em média, são sistematicamente superiores aos preços do que o setor privado consome. Entre 2005 e 2014, a inflação acumulada (variação do deflator implícito), no caso da administração pública, totalizou 128,6% e, no caso do setor privado, 88,5%. Isso mostra que os preços daquilo que o governo consumiu no período para realizar suas ações e programas foram mais de 40 pontos percentuais superiores à inflação observada no consumo privado. A partir dessas informações, é possível estimar quanto teria sido economizado pelos governos se os preços dos bens e serviços consumidos pela administração pública tivessem se comportado, pelo menos, como os preços dos bens consumidos pelas famílias. Em 2004, o consumo da administração pública estava em R$ 358,8 bilhões. Somente pelo efeito do aumento de preços, os gastos foram aumentados, entre 2005 e 2014, em R$ 461,4 bilhões. Se os preços observados na compra de bens e serviços pelas empresas do setor privado e famílias fosse aplicado aos gastos públicos de 2004, em lugar da trajetória de preços original, os gastos teriam sido aumentados em R$ 317,4 bilhões. Dito de outra forma, hoje teríamos uma economia anual de R$ 144 bilhões só pelo efeito preço (isto é, R$ 461,4 bilhões menos R$ 317,4 bilhões). Os gastos públicos seriam, atualmente, menores em 2,6% do PIB, considerando os três níveis de governo –federal, estadual e municipal. Para a mesma carga tributária, teríamos um resultado fiscal primário muito melhor e, obviamente, um deficit nominal mais modesto, que contribuiria para a redução da taxa de juros. A situação seria outra. Essa simulação mostra que é possível economizar e fazer ajuste nos gastos totais sem contrair fortemente despesas com investimentos, como é usual. Isso seria possível por meio de uma ampla revisão dos contratos da administração pública com o setor privado. Outro aspecto que pesa na definição dos preços praticados e da quantidade de bens e serviços adquiridos pela administração pública é a lógica de elaboração e execução orçamentária. Os gestores orçamentários das organizações públicas sabem que serão penalizados, recebendo menos recursos no ano seguinte, se forem mais parcimoniosos com as despesas em um determinado ano, pois um dos fatores preponderantes para a elaboração da proposta orçamentária é o histórico de gastos. Assim, gestores de despesas mais poupadores são penalizados e os gastadores, beneficiados. Da mesma forma, os governos utilizam-se constantemente do expediente de atraso nos pagamentos para atingir resultados fiscais desejados (não estamos nem falando das pedaladas), isto é, planejam seus pagamentos de acordo com o ingresso de receitas e o resultado fiscal desejável. SOBREPREÇO O problema é que esses frequentes atrasos estão, certamente, embutidos em um sobrepreço que o setor privado cobra ao vender bens e serviços para a administração pública. Esses incentivos perversos ou desincentivos à poupança pública não são, de forma alguma, exclusividade do governo federal. São praticados em toda a administração pública, pois as regras do jogo estão erradas e levam a esse comportamento. A implantação de uma lógica orçamentária distinta da atual (que não respeita a programação de desembolsos), passando a incentivar os poupadores é essencial para reverter o desequilíbrio das contas públicas no longo prazo. Uma questão adicional –e fundamental para um ajuste baseado na reestruturação do modelo de gestão– é a adequação do quadro de pessoal ao conjunto de atividades realizadas pelo setor público. Tomando como exemplo o governo federal, entre 1995 e fevereiro de 2015 (dados do Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento) foram contratados, aproximadamente, 310 mil servidores somente no Poder Executivo Federal, sendo 258 mil de 2003 em diante. A pergunta que sempre fica no ar é: será que essa quantidade é necessária? A maior parte dessas contratações foi direcionada à educação, área social prioritária, com certeza; mas os números mostram que foram incorporados, no período, 86 mil docentes e 76 mil servidores administrativos para esta atividade (73 mil e 76 mil, respectivamernte, desde 2003). Será razoável essa relação de praticamente um professor para cada servidor administrativo contratado nas instituições de ensino federais? Serão necessários todos esses servidores? A despesa com pessoal ativo (isto é, sem considerar os aposentados) nos três níveis de governo em 2012 atingiu aproximadamente 8,5% do PIB naquele período (os dados são da Secretaria do Tesouro Nacional; ressaltamos que não há informações mais recentes desagregando a despesa entre servidores ativos e inativos). Se num mero exercício de simulação considerássemos uma despesa com servidores ativos inferior em 10% naquele período e, posteriormente, uma evolução na mesma proporção do PIB, teríamos economizado 0,8% do PIB ao ano. Somada à economia de 2,6% do PIB nas despesas em custeio sugerida acima, obteríamos um ajuste de 3,4% do PIB. E isso sem gerar recessão, pois as atividades do governo e do setor privado seriam basicamente preservadas com essas medidas. A taxa de juros cairia mais rapidamente, criando estímulos para a retomada do investimento. É possível, portanto, fazer um ajuste fiscal que resulte em crescimento econômico e que possibilite uma trajetória de redução dos juros e da dívida pública sem sacrificarmos as conquistas sociais (apenas eliminando as distorções e exageros nos benefícios praticados). Logicamente reduzir despesas com pessoal e revisar os contratos da administração pública não seria trivial, mas os governos deveriam ter como meta a médio prazo o alcance desse objetivo. Esse é o ajuste ignorado por grande parte dos gestores públicos e governantes. O custo político associado a essas medidas de gestão é elevado, não há como negar. Mas é preciso que interesses particulares sejam enfrentados para que o bem-estar social e o interesse coletivo prevaleçam. É fato que a expansão das políticas sociais, incluídos os gastos previdenciários, explica a maior parte do avanço das despesas nos últimos anos. Romper com esses compromissos não é um caminho natural e recomendável, ainda que ajustes e modificações possam e devam ser feitos, sempre, para adequar a expansão dessas políticas à realidade macroeconômica. A criação do fator previdenciário no governo FHC é um exemplo de ajuste necessário que tem contribuído para evitar uma explosão dos gastos previdenciários. A recente flexibilização do fator terá de ser, certamente, compensada. As reformas no regime previdenciário do INSS terão de ser periódicas, na medida em que a expectativa de vida e o perfil demográfico forem se alterando, e sempre implicam mudanças em quatro variáveis: magnitude da contribuição, tamanho do benefício, tempo de contribuição e tempo de usufruto do benefício. Não há novidade nisso. O que poucos argumentam, entretanto, é que a grande bomba-relógio do sistema previdenciário estava armada no setor público. Para exemplificar a magnitude do problema: o deficit do sistema que atende apenas aos servidores aposentados e instituidores de pensão federais (sem contabilizar Estados e municípios), em torno de 1,025 milhão de pessoas, corresponde a 1,5% do PIB, algo próximo do deficit de todo o sistema previdenciário do INSS (que atinge 32,6 milhões de beneficiários). As mudanças já realizadas na regra de aposentadoria dos servidores permitirão estancar a evolução de tais despesas. Assim, não escolhamos os benefícios sociais como os vilões do desequilíbrio fiscal. A melhoria da gestão pode colocar a situação nos trilhos sem cortarmos conquistas importantes. É lógico que as distorções e exageros nos gastos sociais devem ser eliminados. Contudo um modelo de gestão em que os órgãos disponham de maior autonomia e possam ser responsabilizados, e no qual haja estímulos e recompensas ao bom desempenho, além de uma detida avaliação do número realmente necessário de servidores, contribuiria para a manutenção de um equilíbrio fiscal permanente. Por fim, é importante lembrar que a crítica à recente gestão da política econômica gerou uma certa apreensão nos que defendem o desenvolvimentismo. Isso é algo que precisa ser rechaçado com todas as forças. Não foi o desenvolvimentismo que nos trouxe à situação de descalabro fiscal, dívida crescente, deficit externo galopante, juros em alta e taxa de câmbio que ficou excessivamente valorizada por longos anos. O novo desenvolvimentismo defende a austeridade fiscal e prega que o fortalecimento do Estado para implementar medidas econômicas motivadoras do crescimento começa, justamente, no cuidado com sua saúde financeira. Problematizar as questões associadas à boa gestão pública é primordial quando estamos pensando o futuro da economia brasileira. Há uma falsa contradição que precisa ser desfeita: defender o crescimento é defender a boa gestão fiscal, e não o contrário. A contabilidade criativa e as pedaladas fiscais não foram obra de economistas defensores do novo desenvolvimentismo. O DNA desse programa é, hoje, bem identificado. FELIPE SALTO, 28, é professor de Economia na FGV/EESP na pós-graduação executiva e é assessor econômico do senador José Serra (PSDB-SP). NELSON MARCONI, 50, é professor de economia e coordenador do Centro de Estudos do Novo Desenvolvimentismo da FGV\EESP. FREDERICO FILIPPI, 31, é artista plástico e abre mostras na galeria Athena Contemporânea, no Rio, em 22/10 e no Espaço Pivô, em São Paulo, em 7/11.
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Excessos dos anos 1980 marcam desfile de Lilly Sarti na SPFW
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Simplificar é palavra de ordem nesta edição da São Paulo Fashion Week, mas para Lilly Sarti ainda há espaço para alguns excessos. Cintura sempre marcada, volumes assimétricos e tecidos brilhantes são alguns dos elementos marcantes desta coleção. Conhecida por uma moda leve e sensual, a estilista mudou seu ponto de referência. Em sintonia às tendências da moda internacional, são as formas geométricas, ombros marcados e tecidos estruturados dos anos 1980 as principais característica da vez. Daquela imagem anterior, restam apenas alguns vestidos fluidos de veludo devorê, blusas transparentes e alguns poucos tricôs. Itens também bem mais alinhados à realidade de mercado do momento.
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ilustrada
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Excessos dos anos 1980 marcam desfile de Lilly Sarti na SPFWSimplificar é palavra de ordem nesta edição da São Paulo Fashion Week, mas para Lilly Sarti ainda há espaço para alguns excessos. Cintura sempre marcada, volumes assimétricos e tecidos brilhantes são alguns dos elementos marcantes desta coleção. Conhecida por uma moda leve e sensual, a estilista mudou seu ponto de referência. Em sintonia às tendências da moda internacional, são as formas geométricas, ombros marcados e tecidos estruturados dos anos 1980 as principais característica da vez. Daquela imagem anterior, restam apenas alguns vestidos fluidos de veludo devorê, blusas transparentes e alguns poucos tricôs. Itens também bem mais alinhados à realidade de mercado do momento.
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Rebeldes islâmicos invadem prisão e libertam 158 detentos nas Filipinas
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Cerca de cem homens armados ligados a rebeldes muçulmanos invadiram uma prisão no sul das Filipinas nesta quarta (4) e libertaram 158 prisioneiros, alguns deles militantes islâmicos. As autoridades informaram que um guarda foi morto durante a ação. O país do Sudeste Asiático, de maioria católica, é alvo há décadas de insurgentes islâmicos em ilhas da região sul. A prisão invadida fica em Kidawapan, em Cotabato do Norte, e abrigava 1.511 detentos. Oito prisioneiros foram recapturados desde então, dois se renderam e seis foram mortos. O governador da província de Cotabato do Norte, Shirlyn Macasarte, informou que seu gabinete foi avisado de um plano do grupo BIFF (Combatentes pela Liberdade do Bangsamoro Islâmico, na sigla em inglês) de libertar seus membros já no segundo trimestre do ano passado. "Eles estavam envolvidos em assassinatos e também acredito que eles tenham experiência no preparo de bombas, então estávamos vigiando-os de perto", disse Macasarte. O líder dos atacantes, conhecido pelo apelido de Comandante Derbie, tem vínculos com o BIFF, que é uma facção dissidente da MILF (Frente Moro de Libertação Islâmica, na sigla em inglês). Membros da MILF e do BIFF estariam por trás do assassinato de 44 policiais durante uma missão secreta, dois anos atrás, para capturar um fabricante de bombas da Malásia, cuja captura tinha recompensa de US$ 5 milhões do Departamento de Estado dos EUA. Em 2014, o governo das Filipinas assinou um acordo de paz com a MILF, o maior grupo rebelde islâmico, mas confrontos ainda ocorrem com grupos menores.
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Rebeldes islâmicos invadem prisão e libertam 158 detentos nas FilipinasCerca de cem homens armados ligados a rebeldes muçulmanos invadiram uma prisão no sul das Filipinas nesta quarta (4) e libertaram 158 prisioneiros, alguns deles militantes islâmicos. As autoridades informaram que um guarda foi morto durante a ação. O país do Sudeste Asiático, de maioria católica, é alvo há décadas de insurgentes islâmicos em ilhas da região sul. A prisão invadida fica em Kidawapan, em Cotabato do Norte, e abrigava 1.511 detentos. Oito prisioneiros foram recapturados desde então, dois se renderam e seis foram mortos. O governador da província de Cotabato do Norte, Shirlyn Macasarte, informou que seu gabinete foi avisado de um plano do grupo BIFF (Combatentes pela Liberdade do Bangsamoro Islâmico, na sigla em inglês) de libertar seus membros já no segundo trimestre do ano passado. "Eles estavam envolvidos em assassinatos e também acredito que eles tenham experiência no preparo de bombas, então estávamos vigiando-os de perto", disse Macasarte. O líder dos atacantes, conhecido pelo apelido de Comandante Derbie, tem vínculos com o BIFF, que é uma facção dissidente da MILF (Frente Moro de Libertação Islâmica, na sigla em inglês). Membros da MILF e do BIFF estariam por trás do assassinato de 44 policiais durante uma missão secreta, dois anos atrás, para capturar um fabricante de bombas da Malásia, cuja captura tinha recompensa de US$ 5 milhões do Departamento de Estado dos EUA. Em 2014, o governo das Filipinas assinou um acordo de paz com a MILF, o maior grupo rebelde islâmico, mas confrontos ainda ocorrem com grupos menores.
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Cresce número de mulheres chefes de família no Brasil
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No intervalo de um ano, 1,4 milhão de mulheres passaram a exercer a função de chefe de suas famílias no país. Domicílios que possuíam, no ano passado, uma mulher como pessoa de referência representavam 39,8% do total, alta de um ponto percentual em relação ao verificado em 2013. Em 2014, 27,7 milhões de lares eram chefiados por mulheres. As informações constam da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada nesta sexta-feira (4) pelo IBGE. Ainda que tenha havido avanço, a proporção de lares chefiados por homens permanece maior: 60,1% em 2014. O ano passado encerrou com 42,2 milhões de lares com homens como a pessoa de referência. O movimento do ano passado confirma a tendência da última década, com elas ganhando espaço à medida que eles reduzem a sua importância. Mulheres ganham espaço - Percentual de mulheres e homens chefes de família com filhos na última década De 2004 a 2014, a quantidade de lares chefiados por mulheres aumentou 67% —11,4 milhões de mulheres passaram a essa condição no período. A estatística de homens cresceu apenas 6% no período, com a entrada de 2,4 milhões de pessoas nessa situação. "O aumento das mulheres enquanto pessoa de referência nos domicílios está relacionada ao maior acesso delas ao mercado de trabalho", disse a técnica Cíntia Simões, pesquisadora do IBGE. A população feminina ocupada cresceu 21,9% na última década e atingiu 42,4 milhões em 2014 —homens empregados eram 55,7 milhões. Houve também ganhos de formalização, com a entrada de nove milhões de mulheres em postos com carteira assinada entre 2004 e 2014. O ano passado encerrou com 24 milhões de mulheres em empregos formais, alta de 60% em relação ao verificado dez anos antes, quando o volume era de 15 milhões. Mulheres ganham espaço - Quantidade absoluta de mulheres e homens chefes de famílias com filho de 2004 a 2014 (em mil) RENDIMENTO A despeito do avanço no mercado, a diferença de rendimentos entre os sexos persiste. O rendimento médio das mulheres em postos formais foi de R$ 1.763 em 2014, valor R$ 530 menor que o dos homens. Além de ganhos inferiores, elas ainda têm uma posição mais frágil no mercado. As mulheres são o segundo grupo populacional com maior taxa de desocupação, de 8,7%, ficando atrás somente dos jovens (16,6%). METODOLOGIA O levantamento, feito com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), faz uma interpretação subjetiva do termo "pessoa de referência" no lar. Durante as entrevistas com a população, os técnicos do instituto não deixam explícito se determinado "chefe de família" é necessariamente quem assume a maior parte dos gastos do lar. O indicador, portanto, mostra apenas que as mulheres são cada vez mais vistas como a pessoa mais importante de seus lares. AFAZERES DOMÉSTICOS Outro indicador que apresenta distância entre os sexos e que dá uma medida da importância da mulher no lar é o que mede a quantidade de pessoas que mesmo ocupadas realizam afazeres domésticos, como cozinhar, limpar a casa e lavar roupa. Mulheres empregadas fazem mais tarefas domésticas do que homens, no que ficou apelidado de "dupla jornada feminina". O contingente de brasileiras neste grupo é 9,9 milhões maior do que o de brasileiros. Em 2014, havia 38,5 milhões de mulheres nesta condição, enquanto os homens eram 28,6 milhões. Ainda que eles tenham aumentado sua participação nas tarefas de casa —o contingente cresceu 29,4% em uma década— elas ainda gastavam muito mais horas semanais nesses afazeres: 21 horas delas contra 10 horas deles.
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mercado
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Cresce número de mulheres chefes de família no BrasilNo intervalo de um ano, 1,4 milhão de mulheres passaram a exercer a função de chefe de suas famílias no país. Domicílios que possuíam, no ano passado, uma mulher como pessoa de referência representavam 39,8% do total, alta de um ponto percentual em relação ao verificado em 2013. Em 2014, 27,7 milhões de lares eram chefiados por mulheres. As informações constam da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada nesta sexta-feira (4) pelo IBGE. Ainda que tenha havido avanço, a proporção de lares chefiados por homens permanece maior: 60,1% em 2014. O ano passado encerrou com 42,2 milhões de lares com homens como a pessoa de referência. O movimento do ano passado confirma a tendência da última década, com elas ganhando espaço à medida que eles reduzem a sua importância. Mulheres ganham espaço - Percentual de mulheres e homens chefes de família com filhos na última década De 2004 a 2014, a quantidade de lares chefiados por mulheres aumentou 67% —11,4 milhões de mulheres passaram a essa condição no período. A estatística de homens cresceu apenas 6% no período, com a entrada de 2,4 milhões de pessoas nessa situação. "O aumento das mulheres enquanto pessoa de referência nos domicílios está relacionada ao maior acesso delas ao mercado de trabalho", disse a técnica Cíntia Simões, pesquisadora do IBGE. A população feminina ocupada cresceu 21,9% na última década e atingiu 42,4 milhões em 2014 —homens empregados eram 55,7 milhões. Houve também ganhos de formalização, com a entrada de nove milhões de mulheres em postos com carteira assinada entre 2004 e 2014. O ano passado encerrou com 24 milhões de mulheres em empregos formais, alta de 60% em relação ao verificado dez anos antes, quando o volume era de 15 milhões. Mulheres ganham espaço - Quantidade absoluta de mulheres e homens chefes de famílias com filho de 2004 a 2014 (em mil) RENDIMENTO A despeito do avanço no mercado, a diferença de rendimentos entre os sexos persiste. O rendimento médio das mulheres em postos formais foi de R$ 1.763 em 2014, valor R$ 530 menor que o dos homens. Além de ganhos inferiores, elas ainda têm uma posição mais frágil no mercado. As mulheres são o segundo grupo populacional com maior taxa de desocupação, de 8,7%, ficando atrás somente dos jovens (16,6%). METODOLOGIA O levantamento, feito com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), faz uma interpretação subjetiva do termo "pessoa de referência" no lar. Durante as entrevistas com a população, os técnicos do instituto não deixam explícito se determinado "chefe de família" é necessariamente quem assume a maior parte dos gastos do lar. O indicador, portanto, mostra apenas que as mulheres são cada vez mais vistas como a pessoa mais importante de seus lares. AFAZERES DOMÉSTICOS Outro indicador que apresenta distância entre os sexos e que dá uma medida da importância da mulher no lar é o que mede a quantidade de pessoas que mesmo ocupadas realizam afazeres domésticos, como cozinhar, limpar a casa e lavar roupa. Mulheres empregadas fazem mais tarefas domésticas do que homens, no que ficou apelidado de "dupla jornada feminina". O contingente de brasileiras neste grupo é 9,9 milhões maior do que o de brasileiros. Em 2014, havia 38,5 milhões de mulheres nesta condição, enquanto os homens eram 28,6 milhões. Ainda que eles tenham aumentado sua participação nas tarefas de casa —o contingente cresceu 29,4% em uma década— elas ainda gastavam muito mais horas semanais nesses afazeres: 21 horas delas contra 10 horas deles.
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Colômbia se prepara para receber até 2 milhões de venezuelanos
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O risco de a crise venezuelana escalar para uma guerra civil gera temores nos países vizinhos não só sobre a estabilidade regional, mas também com o provável fluxo de refugiados que o conflito originaria. A Colômbia, que tem a maior e mais porosa fronteira com o país de Nicolás Maduro, trabalha com a possibilidade de ter de absorver 2 milhões de pessoas. Isso equivale a nada menos que 6,3% da população venezuelana. A expectativa de fuga em massa se deve ao agravamento da instabilidade política e à economia assolada por uma inflação que deve chegar a 700% este ano e pelo grave desabastecimento. O número foi aventado pelo ministro da Defesa colombiano, Luis Carlos Villegas, em reunião recente com oficiais sul-americanos, segundo a Folha apurou. O Brasil também está preocupado com a situação, embora a Casa Civil tenha orientado os órgãos ligados à questão a tratar o assunto com discrição. Não menos porque as visões são algo divergentes. Os militares e a Polícia Federal, que são quem lida com o problema na ponta, estão mais alarmados, assim como o governo do Estado mais próximo da realidade venezuelana, Roraima. No Itamaraty, os ânimos estão mais calmos. Diplomatas ponderam que uma onda de refugiados seria bem maior na Colômbia, que tem 2.219 km de fronteira seca com a Venezuela e a língua comum. No governo, a coordenação de esforços sobre o tema é da Subchefia de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, mas ao menos um oficial que lida com a questão diz que a crise política do governo Michel Temer vem tolhendo uma observação mais atenta. Há hoje no Brasil entre 10 mil e 14 mil venezuelanos ilegalmente, mas integrados em sua maioria à economia de Estados como Roraima. Uma fração mais vulnerável, cerca de 500 indígenas da etnia warao, está em abrigos em Pacaraima e Boa Vista. Um único indicador preciso, ainda que limitado estatisticamente, mostra a explosão na procura do Brasil como destino de venezuelanos com o agravamento da crise: a busca pelo refúgio. Só nos seis primeiros meses deste ano, 7.600 pessoas pediram para se refugiar no Brasil. Isso é mais do que o dobro do total do ano passado, 3.368, quando o número já apresentava um acréscimo enorme: em 2015 foram 829, e em 2014, 209 pedidos. Os dados são do Conselho Nacional de Refugiados, do Ministério da Justiça. Ocorre que refúgio é uma categoria de auxílio internacional muito específica: é preciso comprovar estar fugindo de guerra civil ou perseguição de ordem política, religiosa ou étnica, entre outras. Por isso, os números de quem é aceito são mínimos: foram oito em 2014 e outros oito em 2015; não há ainda dados de 2016. Ao todos, há registrados no Brasil 295 refugiados venezuelanos. Segundo o Acnur (Alto Comissariado para Refugiados da ONU), o Brasil tem capacidade para lidar com uma crise humanitária dessa natureza. O órgão dá assessoramento aos governo federal e de Roraima. Tanto o governo como a ONU estudam planos de contingência, mas os detalhes naturalmente não são revelados. A estimativa colombiana de 2 milhões de refugiados no país andino é compartilhada, extraoficialmente, por órgãos internacionais. O país já tem problemas humanitários sérios, com 7,2 milhões de deslocados internamente pelas mais de cinco décadas de guerra civil, praticamente encerrada.
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Colômbia se prepara para receber até 2 milhões de venezuelanosO risco de a crise venezuelana escalar para uma guerra civil gera temores nos países vizinhos não só sobre a estabilidade regional, mas também com o provável fluxo de refugiados que o conflito originaria. A Colômbia, que tem a maior e mais porosa fronteira com o país de Nicolás Maduro, trabalha com a possibilidade de ter de absorver 2 milhões de pessoas. Isso equivale a nada menos que 6,3% da população venezuelana. A expectativa de fuga em massa se deve ao agravamento da instabilidade política e à economia assolada por uma inflação que deve chegar a 700% este ano e pelo grave desabastecimento. O número foi aventado pelo ministro da Defesa colombiano, Luis Carlos Villegas, em reunião recente com oficiais sul-americanos, segundo a Folha apurou. O Brasil também está preocupado com a situação, embora a Casa Civil tenha orientado os órgãos ligados à questão a tratar o assunto com discrição. Não menos porque as visões são algo divergentes. Os militares e a Polícia Federal, que são quem lida com o problema na ponta, estão mais alarmados, assim como o governo do Estado mais próximo da realidade venezuelana, Roraima. No Itamaraty, os ânimos estão mais calmos. Diplomatas ponderam que uma onda de refugiados seria bem maior na Colômbia, que tem 2.219 km de fronteira seca com a Venezuela e a língua comum. No governo, a coordenação de esforços sobre o tema é da Subchefia de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, mas ao menos um oficial que lida com a questão diz que a crise política do governo Michel Temer vem tolhendo uma observação mais atenta. Há hoje no Brasil entre 10 mil e 14 mil venezuelanos ilegalmente, mas integrados em sua maioria à economia de Estados como Roraima. Uma fração mais vulnerável, cerca de 500 indígenas da etnia warao, está em abrigos em Pacaraima e Boa Vista. Um único indicador preciso, ainda que limitado estatisticamente, mostra a explosão na procura do Brasil como destino de venezuelanos com o agravamento da crise: a busca pelo refúgio. Só nos seis primeiros meses deste ano, 7.600 pessoas pediram para se refugiar no Brasil. Isso é mais do que o dobro do total do ano passado, 3.368, quando o número já apresentava um acréscimo enorme: em 2015 foram 829, e em 2014, 209 pedidos. Os dados são do Conselho Nacional de Refugiados, do Ministério da Justiça. Ocorre que refúgio é uma categoria de auxílio internacional muito específica: é preciso comprovar estar fugindo de guerra civil ou perseguição de ordem política, religiosa ou étnica, entre outras. Por isso, os números de quem é aceito são mínimos: foram oito em 2014 e outros oito em 2015; não há ainda dados de 2016. Ao todos, há registrados no Brasil 295 refugiados venezuelanos. Segundo o Acnur (Alto Comissariado para Refugiados da ONU), o Brasil tem capacidade para lidar com uma crise humanitária dessa natureza. O órgão dá assessoramento aos governo federal e de Roraima. Tanto o governo como a ONU estudam planos de contingência, mas os detalhes naturalmente não são revelados. A estimativa colombiana de 2 milhões de refugiados no país andino é compartilhada, extraoficialmente, por órgãos internacionais. O país já tem problemas humanitários sérios, com 7,2 milhões de deslocados internamente pelas mais de cinco décadas de guerra civil, praticamente encerrada.
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Consigo pensar em poucas coisas mais bestas do que a tal vaquejada
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Dois homens montados a cavalo emparelham ao lado de um boi até conseguir derrubá-lo no chão. Consigo pensar em poucas coisas mais bestas do que a tal vaquejada, que provocou na internet uma onda de manifestações tão selvagens quanto o próprio evento, depois de uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que proíbe a realização delas no Estado do Ceará. Foi um flá-flu raivoso entre pessoas contra e a favor da decisão do Supremo. A turma do contra tem, sem dúvida, o melhor e mais simples argumento. É inaceitável que nos dias de hoje ainda sejam permitidos eventos que exploram os animais por pura e simples diversão e, pior, tenham a chancela esportiva para justificar sua existência. Os argumentos do pessoal do contra são apenas risíveis. "Esse Brasil que não conhece a vida no campo, fica achando tudo desumano". "É algo cultural do Nordeste, não pode ser proibido". Dá para entender porque tanta gente está esperneando, são cerca de 4 mil provas, 700 mil empregos diretos e movimento de 600 milhões de reais por ano, prêmios que chegam a R$ 300 mil a cada edição, de acordo com a Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ). Para esse pessoal é muito dinheiro para ficar com pena do boi. Mas apelar para a questão cultural não é suficiente para legitimar tradições. Dezenas delas são apenas maus tratos de animais. E há uma onda positiva no mundo de colocar em xeque a validade de parques, zoológicos e eventos que só existem para diversão das pessoas. Para quem não viu, indico "The Cove" e "Blackfish", documentários que mostram os bastidores sombrios dos shows de golfinhos e orcas. Tradições existem para serem mudadas. Em 2010, a região da Catalunha, na Espanha, proibiu a realização de touradas, uma "tradição" de séculos no país. Mas outro patrimônio espanhol continua firme, forte e sanguinolento, a famosa corrida de touros de São Firmino, em Pamplona, que tem similares em outras cidades do país. Os touros são soltos em ruas estreitas no meio da multidão, que usa lenços vermelhos para atiçar os animais. A brincadeira termina com a morte do touro. Neste ano, pelo menos dois infelizes foram chifrados pelos animais e morreram. Se é para torcer por alguém, que seja pelo touro. No Brasil, há uma lista de eventos que deveriam entrar em extinção. No final de 2015, a CPI que investiga casos de maus tratos de animais apresentou parecer final à comissão em que recomendava a proibição do uso de animais em rodeios, vaquejadas, além do endurecimento das penas para quem promove rinhas de galo, que já são proibidas. Por pressão de deputados da bancada ruralista, o relatório final, entregue em fevereiro, foi concluído sem os trechos que criticam e pediam exatamente a proibição desse tipo de evento. "Se proibirmos isso, vamos tirar a alma do interior", disse o deputado Adilton Sachetti (PSB-MT). Embora essa decisão do STF só sirva para o Ceará, a medida pode abrir caminho para que a vaquejada seja proibida em outros Estados. Está mais do que na hora de acabar com mais essas farras do boi. A legítima, realizada no litoral de Santa Catarina, foi proibida em 1998, mas ainda acontece clandestinamente. Esse ano, um homem foi morto pelo animal, que logo depois foi sacrificado. Lamento pelo boi.
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Consigo pensar em poucas coisas mais bestas do que a tal vaquejadaDois homens montados a cavalo emparelham ao lado de um boi até conseguir derrubá-lo no chão. Consigo pensar em poucas coisas mais bestas do que a tal vaquejada, que provocou na internet uma onda de manifestações tão selvagens quanto o próprio evento, depois de uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que proíbe a realização delas no Estado do Ceará. Foi um flá-flu raivoso entre pessoas contra e a favor da decisão do Supremo. A turma do contra tem, sem dúvida, o melhor e mais simples argumento. É inaceitável que nos dias de hoje ainda sejam permitidos eventos que exploram os animais por pura e simples diversão e, pior, tenham a chancela esportiva para justificar sua existência. Os argumentos do pessoal do contra são apenas risíveis. "Esse Brasil que não conhece a vida no campo, fica achando tudo desumano". "É algo cultural do Nordeste, não pode ser proibido". Dá para entender porque tanta gente está esperneando, são cerca de 4 mil provas, 700 mil empregos diretos e movimento de 600 milhões de reais por ano, prêmios que chegam a R$ 300 mil a cada edição, de acordo com a Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ). Para esse pessoal é muito dinheiro para ficar com pena do boi. Mas apelar para a questão cultural não é suficiente para legitimar tradições. Dezenas delas são apenas maus tratos de animais. E há uma onda positiva no mundo de colocar em xeque a validade de parques, zoológicos e eventos que só existem para diversão das pessoas. Para quem não viu, indico "The Cove" e "Blackfish", documentários que mostram os bastidores sombrios dos shows de golfinhos e orcas. Tradições existem para serem mudadas. Em 2010, a região da Catalunha, na Espanha, proibiu a realização de touradas, uma "tradição" de séculos no país. Mas outro patrimônio espanhol continua firme, forte e sanguinolento, a famosa corrida de touros de São Firmino, em Pamplona, que tem similares em outras cidades do país. Os touros são soltos em ruas estreitas no meio da multidão, que usa lenços vermelhos para atiçar os animais. A brincadeira termina com a morte do touro. Neste ano, pelo menos dois infelizes foram chifrados pelos animais e morreram. Se é para torcer por alguém, que seja pelo touro. No Brasil, há uma lista de eventos que deveriam entrar em extinção. No final de 2015, a CPI que investiga casos de maus tratos de animais apresentou parecer final à comissão em que recomendava a proibição do uso de animais em rodeios, vaquejadas, além do endurecimento das penas para quem promove rinhas de galo, que já são proibidas. Por pressão de deputados da bancada ruralista, o relatório final, entregue em fevereiro, foi concluído sem os trechos que criticam e pediam exatamente a proibição desse tipo de evento. "Se proibirmos isso, vamos tirar a alma do interior", disse o deputado Adilton Sachetti (PSB-MT). Embora essa decisão do STF só sirva para o Ceará, a medida pode abrir caminho para que a vaquejada seja proibida em outros Estados. Está mais do que na hora de acabar com mais essas farras do boi. A legítima, realizada no litoral de Santa Catarina, foi proibida em 1998, mas ainda acontece clandestinamente. Esse ano, um homem foi morto pelo animal, que logo depois foi sacrificado. Lamento pelo boi.
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Mãe sequestra dois filhos na Holanda para se juntar ao EI na Síria
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A Procuradoria da Holanda informou nesta segunda-feira (16) que duas crianças holandesas, de sete e oito anos, foram sequestrados por sua mãe, de origem chechena, com o intuito de levá-las à Síria e somar-se às fileiras da milícia radical Estado Islâmico (EI). A polícia e a Procuradoria estudam a existência de uma possível rede de captação de potenciais extremistas em Maastricht, no sudeste do país, onde a mãe dos menores vivia até seu desaparecimento em outubro, informou o jornal "Dagblad De Limburger". A mãe empreendeu sua viagem à Síria acompanhada por dois de seus quatro filhos, e apesar do mandato de detenção internacional que pesa sobre ela, parece que conseguiu se unir ao EI no país, segundo informa a emissora pública "NOS". Em seu percurso, além de ter passado pela Bélgica, onde supostamente permaneceu por dois meses, esteve na Grécia, enquanto seus outros dois filhos ficaram na casa da avó, indica a emissora "RTL". Após chegar à Síria, a mãe anunciou por meio do Facebook que estava na cidade de Raqqah, a "capital" do EI na Síria, com seus filhos. No ano passado, um total de 31 crianças holandesas deixaram o país em direção à Síria com seus pais, segundo o Conselho holandês da proteção de menores. No caso destas duas crianças, as autoridades consideram que tratar-se de um sequestro por parte da mãe, um caso que nunca tinha ocorrido até agora na Holanda, aponta a agência "ANP".
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Mãe sequestra dois filhos na Holanda para se juntar ao EI na SíriaA Procuradoria da Holanda informou nesta segunda-feira (16) que duas crianças holandesas, de sete e oito anos, foram sequestrados por sua mãe, de origem chechena, com o intuito de levá-las à Síria e somar-se às fileiras da milícia radical Estado Islâmico (EI). A polícia e a Procuradoria estudam a existência de uma possível rede de captação de potenciais extremistas em Maastricht, no sudeste do país, onde a mãe dos menores vivia até seu desaparecimento em outubro, informou o jornal "Dagblad De Limburger". A mãe empreendeu sua viagem à Síria acompanhada por dois de seus quatro filhos, e apesar do mandato de detenção internacional que pesa sobre ela, parece que conseguiu se unir ao EI no país, segundo informa a emissora pública "NOS". Em seu percurso, além de ter passado pela Bélgica, onde supostamente permaneceu por dois meses, esteve na Grécia, enquanto seus outros dois filhos ficaram na casa da avó, indica a emissora "RTL". Após chegar à Síria, a mãe anunciou por meio do Facebook que estava na cidade de Raqqah, a "capital" do EI na Síria, com seus filhos. No ano passado, um total de 31 crianças holandesas deixaram o país em direção à Síria com seus pais, segundo o Conselho holandês da proteção de menores. No caso destas duas crianças, as autoridades consideram que tratar-se de um sequestro por parte da mãe, um caso que nunca tinha ocorrido até agora na Holanda, aponta a agência "ANP".
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Cunha cria CPI articulada por Feliciano para investigar a UNE
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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou nesta quarta-feira (4) a criação de mais duas CPIs na Casa, entre elas a destinada a investigar a UNE (União Nacional dos Estudantes). As assinaturas para a CPI foram recolhidas pelo deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), alvo recorrente de manifestações organizadas pela UNE. No requerimento apresentado por Feliciano, ele afirma que o objetivo é investigar "atitudes tidas como suspeitas" em convênios da entidade estudantil com órgãos federais e na aplicação do dinheiro recebido a título de indenização pelos danos sofridos na ditadura militar. O deputado também quer apuração sobre "a arrecadação e o destino da receita proveniente da confecção das carteiras de estudante nos últimos cinco anos". A Folha não conseguiu contato com a assessoria de imprensa da UNE na noite desta quarta. O PT acusou Cunha, que também é alvo da UNE, de atropelar o regimento com o objetivo de perseguir seus adversários. O partido argumenta que na frente da CPI da UNE havia a que pedia investigação sobre "irregularidades, a falta de estrutura e a aplicação de verbas nas entidades de internação de adolescentes infratores". Cunha rejeitou criar essa CPI sob o argumento de que ela não tem o chamado "fato determinado" para a investigação. A CPI da UNE começará a funcionar assim que os líderes partidários indicarem seus integrantes. DPVAT Cunha anunciou também a criação da CPI do DPVAT (seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores), de autoria da deputada Raquel Muniz (PSD-MG). O objetivo é investigar suspeitas de irregularidades na concessão do seguro entre os anos de 2000 e 2015. Muniz se notabilizou nas últimas semanas devido à prisão do marido, Ruy Muniz (PSB), prefeito de Montes Claros, um dia depois de ela votar a favor do impeachment de Dilma Roussseff com o discurso de que a gestão do marido mostrava que o Brasil "tem jeito". Segundo a Polícia Federal, o prefeito é suspeito de inviabilizar o funcionamento de hospitais públicos e filantrópicos na cidade para favorecer um hospital privado que pertenceria aos seus familiares e ao grupo econômico deles. Há hoje na Câmara três CPIs em funcionamento, da Funai, do Carf e da Máfia do Futebol. As duas novas entram no lugar da que investigou os Fundos de Pensão e da que tratou de Crimes Cibernéticos. Pelas regras da Câmara só cinco CPIs podem funcionar simultaneamente.
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Cunha cria CPI articulada por Feliciano para investigar a UNEO presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou nesta quarta-feira (4) a criação de mais duas CPIs na Casa, entre elas a destinada a investigar a UNE (União Nacional dos Estudantes). As assinaturas para a CPI foram recolhidas pelo deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), alvo recorrente de manifestações organizadas pela UNE. No requerimento apresentado por Feliciano, ele afirma que o objetivo é investigar "atitudes tidas como suspeitas" em convênios da entidade estudantil com órgãos federais e na aplicação do dinheiro recebido a título de indenização pelos danos sofridos na ditadura militar. O deputado também quer apuração sobre "a arrecadação e o destino da receita proveniente da confecção das carteiras de estudante nos últimos cinco anos". A Folha não conseguiu contato com a assessoria de imprensa da UNE na noite desta quarta. O PT acusou Cunha, que também é alvo da UNE, de atropelar o regimento com o objetivo de perseguir seus adversários. O partido argumenta que na frente da CPI da UNE havia a que pedia investigação sobre "irregularidades, a falta de estrutura e a aplicação de verbas nas entidades de internação de adolescentes infratores". Cunha rejeitou criar essa CPI sob o argumento de que ela não tem o chamado "fato determinado" para a investigação. A CPI da UNE começará a funcionar assim que os líderes partidários indicarem seus integrantes. DPVAT Cunha anunciou também a criação da CPI do DPVAT (seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores), de autoria da deputada Raquel Muniz (PSD-MG). O objetivo é investigar suspeitas de irregularidades na concessão do seguro entre os anos de 2000 e 2015. Muniz se notabilizou nas últimas semanas devido à prisão do marido, Ruy Muniz (PSB), prefeito de Montes Claros, um dia depois de ela votar a favor do impeachment de Dilma Roussseff com o discurso de que a gestão do marido mostrava que o Brasil "tem jeito". Segundo a Polícia Federal, o prefeito é suspeito de inviabilizar o funcionamento de hospitais públicos e filantrópicos na cidade para favorecer um hospital privado que pertenceria aos seus familiares e ao grupo econômico deles. Há hoje na Câmara três CPIs em funcionamento, da Funai, do Carf e da Máfia do Futebol. As duas novas entram no lugar da que investigou os Fundos de Pensão e da que tratou de Crimes Cibernéticos. Pelas regras da Câmara só cinco CPIs podem funcionar simultaneamente.
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Questões éticas e legais intrigam criadores de carros autônomos
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Com a perspectiva de os primeiros carros autônomos chegarem ao mercado em um horizonte de dez anos, engenheiros que desenvolvem essa tecnologia começam a se perguntar: se um veículo robótico autodirigível bater, quem leva a multa? Esse problema jurídico pode parecer secundário, mas pesquisadores do Vale do Silício, na Califórnia –um dos polos de desenvolvimento dessa nova geração de automóveis–, acreditam que ele esconde uma série de questões éticas e morais relevantes para a tecnologia em questão. Inicialmente, acreditava-se que bastaria alimentar o software dos carros autônomos com comandos simples para impedi-los de fazer coisas como ultrapassar o semáforo vermelho ou exceder o limite de velocidade. Mas está cada vez mais claro que isso não será suficiente. "O limite de velocidade é bem definido, mas aqui na Califórnia, por exemplo, os policiais são treinados para multar quem não estiver dirigindo 'de maneira razoável'", diz Chris Gerdes, pesquisador da Universidade Stanford que desenvolve carros autônomos. "Como vamos codificar esse 'comportamento razoável' em um robô?" Uma das questões com as quais o pesquisador se deparou foi o que fazer quando um carro autônomo encontra outro bloqueando uma rua estreita de mão dupla. Tecnicamente, quando há uma linha dupla no centro da pista, é proibido usar a pista da contramão para contornar o veículo, mas qualquer motorista acharia razoável fazê-lo, desde que com cautela. Mas como dar esse tipo de flexibilidade a um robô sem que seja necessário antecipar cada uma das situações de dúvida em que o carro vai se encontrar? Como dotar um robô de bom senso? ENIGMAS FILOSÓFICOS Para pensar essa e outras questões, o laboratório de engenharia de Gerdes resolveu contratar o filósofo Patrick Lin, da Universidade Estadual Politécnica da Califórnia, que passou uma temporada em Stanford ajudando os programadores a criar um veículo autodirigível com noção de bom senso. Um dos trabalhos de Lin foi traduzir conceitos éticos em um tipo de estrutura lógica que pode ser usada pelo computador. "Eu logo me dei conta de como a engenharia é diferente da filosofia", conta Gerdes. "Filósofos são capazes de elaborar muitas questões, mas não parecem se importar quando elas são impossíveis de responder. Nós engenheiros gostamos de respostas." O grupo, porém, fez algum progresso. Para apresentar os avanços mais recentes no campo de pesquisa, Gerdes organizou um simpósio dentro do encontro anual da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência), em San Jose, na Califórnia. Após resolverem suas diferenças, os engenheiros começaram a trabalhar no problema, manipulando o software usado por Shelley, a piloto-robô que seu grupo de pesquisa plantou num Audi TTS. Shelley está sendo programada para interagir com outros carros e desviar de obstáculos –coisa que sistemas autônomos como o do Google, desenvolvido sob alta confidencialidade, já fazem. Os carros autônomos de Stanford, porém, já conseguem fazer algo que os carros do Google ainda não fazem: vencer humanos em corridas. Em um desafio contra o relógio, correndo sozinha no autódromo de Thunderhill, Shelley venceu o campeão amador David Votten. O interesse em fazer Shelley pilotar como um profissional é aplicar o conhecimento em padrões de segurança para carros autônomos de transporte urbano. Mas, além da Universidade Stanford e do Google, outras equipes estão na corrida do lançamento dos carros autônomos. A Tesla, empresa do Vale do Silício, trabalha em seu veículo autodirigível –que deverá ter supervisão humana, tal qual um piloto automático de um avião–e espera lançá-lo em 2023. Já a japonesa Nissan anunciou que pretende lançar sua versão em 2020. Há ainda rumores de que Sony e Apple também podem entrar no negócio. O próximo desafio será a aprovação e a regulamentação por parte das autoridades públicas para colocar esses novos veículos nas ruas. BARBEIRAGEM Mas mesmo que em algum momento alguma montadora seja capaz de criar um carro autônomo altamente seguro, ele não será perfeito. E aí é que aparece a questão de quem leva a responsabilidade se o robô fizer alguma barbeiragem. Além dos filósofos, então, os engenheiros estão interessados em ouvir opiniões de advogados. Bryant Walker Smith, jurista de Stanford, tem se dedicado a imaginar o que poderá acontecer. Mesmo que os carros autônomos se mostrem mais seguros do que os guiados por humanos em algum momento, é provável que a indústria automobilística passe a assumir cada vez mais a responsabilidade por acidentes. "Isso deixa as montadoras muito receosas", diz Smith. "Mas no final das contas, se o risco for calculável, o custo legal de tudo isso poderá ser repassado aos usuários desses carros." O único problema, afirma Smith, é que é cedo para saber se os veículos autônomos cumprirão sua promessa de oferecer mais segurança. O mundo, porém, não precisa esperar para testemunhar o primeiro acidente envolvendo um carro robótico, entretanto. Em 2010, sem causar grande alarde, um dos protótipos do Google foi atingido por trás por outro carro durante um teste em Mountain View, no Vale do Silício. Segundo a empresa, naquela ocasião o motorista humano assumiu a culpa.
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Questões éticas e legais intrigam criadores de carros autônomosCom a perspectiva de os primeiros carros autônomos chegarem ao mercado em um horizonte de dez anos, engenheiros que desenvolvem essa tecnologia começam a se perguntar: se um veículo robótico autodirigível bater, quem leva a multa? Esse problema jurídico pode parecer secundário, mas pesquisadores do Vale do Silício, na Califórnia –um dos polos de desenvolvimento dessa nova geração de automóveis–, acreditam que ele esconde uma série de questões éticas e morais relevantes para a tecnologia em questão. Inicialmente, acreditava-se que bastaria alimentar o software dos carros autônomos com comandos simples para impedi-los de fazer coisas como ultrapassar o semáforo vermelho ou exceder o limite de velocidade. Mas está cada vez mais claro que isso não será suficiente. "O limite de velocidade é bem definido, mas aqui na Califórnia, por exemplo, os policiais são treinados para multar quem não estiver dirigindo 'de maneira razoável'", diz Chris Gerdes, pesquisador da Universidade Stanford que desenvolve carros autônomos. "Como vamos codificar esse 'comportamento razoável' em um robô?" Uma das questões com as quais o pesquisador se deparou foi o que fazer quando um carro autônomo encontra outro bloqueando uma rua estreita de mão dupla. Tecnicamente, quando há uma linha dupla no centro da pista, é proibido usar a pista da contramão para contornar o veículo, mas qualquer motorista acharia razoável fazê-lo, desde que com cautela. Mas como dar esse tipo de flexibilidade a um robô sem que seja necessário antecipar cada uma das situações de dúvida em que o carro vai se encontrar? Como dotar um robô de bom senso? ENIGMAS FILOSÓFICOS Para pensar essa e outras questões, o laboratório de engenharia de Gerdes resolveu contratar o filósofo Patrick Lin, da Universidade Estadual Politécnica da Califórnia, que passou uma temporada em Stanford ajudando os programadores a criar um veículo autodirigível com noção de bom senso. Um dos trabalhos de Lin foi traduzir conceitos éticos em um tipo de estrutura lógica que pode ser usada pelo computador. "Eu logo me dei conta de como a engenharia é diferente da filosofia", conta Gerdes. "Filósofos são capazes de elaborar muitas questões, mas não parecem se importar quando elas são impossíveis de responder. Nós engenheiros gostamos de respostas." O grupo, porém, fez algum progresso. Para apresentar os avanços mais recentes no campo de pesquisa, Gerdes organizou um simpósio dentro do encontro anual da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência), em San Jose, na Califórnia. Após resolverem suas diferenças, os engenheiros começaram a trabalhar no problema, manipulando o software usado por Shelley, a piloto-robô que seu grupo de pesquisa plantou num Audi TTS. Shelley está sendo programada para interagir com outros carros e desviar de obstáculos –coisa que sistemas autônomos como o do Google, desenvolvido sob alta confidencialidade, já fazem. Os carros autônomos de Stanford, porém, já conseguem fazer algo que os carros do Google ainda não fazem: vencer humanos em corridas. Em um desafio contra o relógio, correndo sozinha no autódromo de Thunderhill, Shelley venceu o campeão amador David Votten. O interesse em fazer Shelley pilotar como um profissional é aplicar o conhecimento em padrões de segurança para carros autônomos de transporte urbano. Mas, além da Universidade Stanford e do Google, outras equipes estão na corrida do lançamento dos carros autônomos. A Tesla, empresa do Vale do Silício, trabalha em seu veículo autodirigível –que deverá ter supervisão humana, tal qual um piloto automático de um avião–e espera lançá-lo em 2023. Já a japonesa Nissan anunciou que pretende lançar sua versão em 2020. Há ainda rumores de que Sony e Apple também podem entrar no negócio. O próximo desafio será a aprovação e a regulamentação por parte das autoridades públicas para colocar esses novos veículos nas ruas. BARBEIRAGEM Mas mesmo que em algum momento alguma montadora seja capaz de criar um carro autônomo altamente seguro, ele não será perfeito. E aí é que aparece a questão de quem leva a responsabilidade se o robô fizer alguma barbeiragem. Além dos filósofos, então, os engenheiros estão interessados em ouvir opiniões de advogados. Bryant Walker Smith, jurista de Stanford, tem se dedicado a imaginar o que poderá acontecer. Mesmo que os carros autônomos se mostrem mais seguros do que os guiados por humanos em algum momento, é provável que a indústria automobilística passe a assumir cada vez mais a responsabilidade por acidentes. "Isso deixa as montadoras muito receosas", diz Smith. "Mas no final das contas, se o risco for calculável, o custo legal de tudo isso poderá ser repassado aos usuários desses carros." O único problema, afirma Smith, é que é cedo para saber se os veículos autônomos cumprirão sua promessa de oferecer mais segurança. O mundo, porém, não precisa esperar para testemunhar o primeiro acidente envolvendo um carro robótico, entretanto. Em 2010, sem causar grande alarde, um dos protótipos do Google foi atingido por trás por outro carro durante um teste em Mountain View, no Vale do Silício. Segundo a empresa, naquela ocasião o motorista humano assumiu a culpa.
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Projeto de ajuda a Estados prevê fiscais da Fazenda na administração estadual
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O novo projeto de recuperação fiscal de Estados em grave situação financeira, que deve será enviado ao Congresso nesta terça (21), prevê a criação de um conselho de supervisão formado por dois membros do Ministério da Fazenda e um representante da CGU (Controladoria-Geral da União), que auditará a implementação do programa. Os conselheiros terão, inclusive, instalações físicas cedidas pelos governos estaduais que adotarem o programa, o que eleva o caráter de "intervenção branca" da União sobre os entes da federação em crise, como o Rio de Janeiro. A criação do conselho de supervisão é defendida pelo Tesouro Nacional, que terá mais controle sobre o programa. O documento prevê que os conselheiros deverão monitorar o cumprimento do plano e apresentar ao Ministério da Fazenda, a cada 30 dias, relatório sobre a execução, apontando eventuais desrespeitos às exigências da União. Obterão ainda senhas e "demais instrumentos de acesso", como diz o projeto, dos sistemas de execução fiscal. "O Estado proverá servidores, espaço físico no âmbito da Secretaria de Estado responsável pela gestão fiscal, equipamentos e logística adequados ao exercício das funções do Conselho de Supervisão", diz o texto. A minuta do projeto obtida pela reportagem foi enviada nesta segunda para a Casa Civil, onde passará pelo último crivo jurídico. Além disso, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deve conversar ainda com a PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) e com o Tesouro Nacional, mas a avaliação é que o projeto está quase finalizado. O texto prevê a suspensão do pagamento das dívidas de entes da federação com a União por três anos prorrogáveis por mais três, em troca de uma série de medidas a serem adotadas, como controle rigoroso de despesas, privatização de empresas estaduais e elevação da contribuição previdenciária de servidores, entre outras. Além da criação do conselho, o novo texto traz como novidade em relação ao projeto anterior, vetado em 2016 pelo presidente Michel Temer, a proibição que os Estados realizem saques em contas de depósitos judiciais. O projeto também passou a limitar a três os setores nos quais há necessidade de privatização de ativos: saneamento (como a Cedae, do Rio), financeiro (como o Banrisul, no Rio Grande do Sul) e energia (como a Cemig, em Minas) –os três são os entes da federação em pior situação financeira. O projeto também determina que os incentivos fiscais a empresas sejam reduzidos em 20%. A lei será reenviada, já que em dezembro do ano passado a Câmara aprovou o projeto sem as contrapartidas a serem adotadas pelos Estados. Na época, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou a afirmar que os parlamentares não precisavam dizer "amém" ao Ministério da Fazenda. Nesta segunda, após se reunir com o ministro da Fazenda e com a ministra da Advocacia-Geral da União, Grace Mendonça, o presidente da Câmara afirmou que tinha uma "tese" no passado de que as contrapartidas não precisavam constar de lei complementar, mas que a advogada-geral mostrou que a situação hoje é distinta da época da renegociação da dívida feita no governo FHC. "Aprovaríamos o projeto amanhã [terça] mesmo, se as contrapartidas não estivessem no texto. Mas com as contrapartidas vamos ter que fazer um trabalho de convencimento, mostrando que o Estado do Rio está aprovando em Assembleia as contrapartidas" afirmou Maia.
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Projeto de ajuda a Estados prevê fiscais da Fazenda na administração estadualO novo projeto de recuperação fiscal de Estados em grave situação financeira, que deve será enviado ao Congresso nesta terça (21), prevê a criação de um conselho de supervisão formado por dois membros do Ministério da Fazenda e um representante da CGU (Controladoria-Geral da União), que auditará a implementação do programa. Os conselheiros terão, inclusive, instalações físicas cedidas pelos governos estaduais que adotarem o programa, o que eleva o caráter de "intervenção branca" da União sobre os entes da federação em crise, como o Rio de Janeiro. A criação do conselho de supervisão é defendida pelo Tesouro Nacional, que terá mais controle sobre o programa. O documento prevê que os conselheiros deverão monitorar o cumprimento do plano e apresentar ao Ministério da Fazenda, a cada 30 dias, relatório sobre a execução, apontando eventuais desrespeitos às exigências da União. Obterão ainda senhas e "demais instrumentos de acesso", como diz o projeto, dos sistemas de execução fiscal. "O Estado proverá servidores, espaço físico no âmbito da Secretaria de Estado responsável pela gestão fiscal, equipamentos e logística adequados ao exercício das funções do Conselho de Supervisão", diz o texto. A minuta do projeto obtida pela reportagem foi enviada nesta segunda para a Casa Civil, onde passará pelo último crivo jurídico. Além disso, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deve conversar ainda com a PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) e com o Tesouro Nacional, mas a avaliação é que o projeto está quase finalizado. O texto prevê a suspensão do pagamento das dívidas de entes da federação com a União por três anos prorrogáveis por mais três, em troca de uma série de medidas a serem adotadas, como controle rigoroso de despesas, privatização de empresas estaduais e elevação da contribuição previdenciária de servidores, entre outras. Além da criação do conselho, o novo texto traz como novidade em relação ao projeto anterior, vetado em 2016 pelo presidente Michel Temer, a proibição que os Estados realizem saques em contas de depósitos judiciais. O projeto também passou a limitar a três os setores nos quais há necessidade de privatização de ativos: saneamento (como a Cedae, do Rio), financeiro (como o Banrisul, no Rio Grande do Sul) e energia (como a Cemig, em Minas) –os três são os entes da federação em pior situação financeira. O projeto também determina que os incentivos fiscais a empresas sejam reduzidos em 20%. A lei será reenviada, já que em dezembro do ano passado a Câmara aprovou o projeto sem as contrapartidas a serem adotadas pelos Estados. Na época, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou a afirmar que os parlamentares não precisavam dizer "amém" ao Ministério da Fazenda. Nesta segunda, após se reunir com o ministro da Fazenda e com a ministra da Advocacia-Geral da União, Grace Mendonça, o presidente da Câmara afirmou que tinha uma "tese" no passado de que as contrapartidas não precisavam constar de lei complementar, mas que a advogada-geral mostrou que a situação hoje é distinta da época da renegociação da dívida feita no governo FHC. "Aprovaríamos o projeto amanhã [terça] mesmo, se as contrapartidas não estivessem no texto. Mas com as contrapartidas vamos ter que fazer um trabalho de convencimento, mostrando que o Estado do Rio está aprovando em Assembleia as contrapartidas" afirmou Maia.
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Maria Laura Canineu: Agenda de direitos humanos para o Brasil
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O Brasil celebra neste ano o 30º aniversário do fim do regime militar. Contudo, conforme demonstrou o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, permanece incompleta a transição de um regime que suprimia direitos fundamentais para uma sociedade efetivamente governada pelo Estado de Direito. O relatório da Comissão da Verdade representa um marco histórico ao oferecer um relato oficial sobre os abusos cometidos pela ditadura, destacando que ninguém foi condenado por tais atrocidades. A comissão concluiu que os abusos não foram atos isolados de indivíduos, mas resultado de uma política planejada no mais alto escalão do governo. A comissão apresentou ainda a primeira lista oficial com os nomes daqueles supostamente envolvidos em sérias violações. Pelo menos 196 estão vivos. A comissão também destacou que práticas abusivas durante a ditadura militar persistem até hoje, ainda que em um contexto diferente. Entre essas práticas, destaca-se o uso de tortura contra pessoas que se encontram sob custódia do Estado. Nos últimos anos, a Human Rights Watch tem documentado dezenas de alegações de tortura e de tratamento cruel, desumano ou degradante por parte das polícias brasileiras e autoridades prisionais. Tramita no Congresso um projeto de lei exigindo que pessoas presas em flagrante sejam conduzidas à presença de um juiz em até 24 horas de sua prisão. Sua aprovação é fundamental para a luta contra a tortura e outros abusos. Nossa pesquisa mostra que a tortura frequentemente ocorre nas primeiras horas da abordagem e custódia policiais. Hoje, os presos usualmente esperam três meses ou mais para serem conduzidos à presença de um juiz e poderem relatar os abusos diretamente. Trata-se de séria violação a todos os padrões internacionais de direitos humanos. Outra prática que persiste até hoje é o uso abusivo da força em operações policiais. Nos últimos anos, a Human Rights Watch tem documentado como policiais procuram mascarar execuções como "resistência seguida de morte", além de destruírem evidências nas cenas dos crimes para obstruir a investigação e perícia. A polícia brasileira matou 11.197 pessoas entre 2009 e 2013, mais do que a norte-americana matou em 30 anos, segundo os últimos dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os policiais rotineiramente enfrentam ameaças reais de violência e, certamente, muitas dessas mortes decorrem de atos legítimos de defesa própria ou de terceiros –mas não todas. Alguns Estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, adotaram medidas relevantes para reduzir as execuções e o seu acobertamento por policiais; mas devem fazer mais. Outro projeto de lei que tramita no Congresso Nacional busca avançar nesse aspecto ao exigir a investigação completa de mortes causadas por intervenção policial e a preservação das cenas de crimes. O governo brasileiro deve adotar medidas urgentes para acabar com práticas abusivas e ilegais como a tortura e as execuções extrajudiciais, bem como garantir que os responsáveis por essas abomináveis violações –tanto as cometidas durante a ditadura como as mais recentes– sejam responsabilizados. MARIA LAURA CANINEU, 35, é diretora do escritório Brasil da Human Rights Watch * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Maria Laura Canineu: Agenda de direitos humanos para o BrasilO Brasil celebra neste ano o 30º aniversário do fim do regime militar. Contudo, conforme demonstrou o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, permanece incompleta a transição de um regime que suprimia direitos fundamentais para uma sociedade efetivamente governada pelo Estado de Direito. O relatório da Comissão da Verdade representa um marco histórico ao oferecer um relato oficial sobre os abusos cometidos pela ditadura, destacando que ninguém foi condenado por tais atrocidades. A comissão concluiu que os abusos não foram atos isolados de indivíduos, mas resultado de uma política planejada no mais alto escalão do governo. A comissão apresentou ainda a primeira lista oficial com os nomes daqueles supostamente envolvidos em sérias violações. Pelo menos 196 estão vivos. A comissão também destacou que práticas abusivas durante a ditadura militar persistem até hoje, ainda que em um contexto diferente. Entre essas práticas, destaca-se o uso de tortura contra pessoas que se encontram sob custódia do Estado. Nos últimos anos, a Human Rights Watch tem documentado dezenas de alegações de tortura e de tratamento cruel, desumano ou degradante por parte das polícias brasileiras e autoridades prisionais. Tramita no Congresso um projeto de lei exigindo que pessoas presas em flagrante sejam conduzidas à presença de um juiz em até 24 horas de sua prisão. Sua aprovação é fundamental para a luta contra a tortura e outros abusos. Nossa pesquisa mostra que a tortura frequentemente ocorre nas primeiras horas da abordagem e custódia policiais. Hoje, os presos usualmente esperam três meses ou mais para serem conduzidos à presença de um juiz e poderem relatar os abusos diretamente. Trata-se de séria violação a todos os padrões internacionais de direitos humanos. Outra prática que persiste até hoje é o uso abusivo da força em operações policiais. Nos últimos anos, a Human Rights Watch tem documentado como policiais procuram mascarar execuções como "resistência seguida de morte", além de destruírem evidências nas cenas dos crimes para obstruir a investigação e perícia. A polícia brasileira matou 11.197 pessoas entre 2009 e 2013, mais do que a norte-americana matou em 30 anos, segundo os últimos dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os policiais rotineiramente enfrentam ameaças reais de violência e, certamente, muitas dessas mortes decorrem de atos legítimos de defesa própria ou de terceiros –mas não todas. Alguns Estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, adotaram medidas relevantes para reduzir as execuções e o seu acobertamento por policiais; mas devem fazer mais. Outro projeto de lei que tramita no Congresso Nacional busca avançar nesse aspecto ao exigir a investigação completa de mortes causadas por intervenção policial e a preservação das cenas de crimes. O governo brasileiro deve adotar medidas urgentes para acabar com práticas abusivas e ilegais como a tortura e as execuções extrajudiciais, bem como garantir que os responsáveis por essas abomináveis violações –tanto as cometidas durante a ditadura como as mais recentes– sejam responsabilizados. MARIA LAURA CANINEU, 35, é diretora do escritório Brasil da Human Rights Watch * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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