title
stringlengths
4
146
text
stringlengths
1
61.2k
category
stringclasses
44 values
title_text
stringlengths
18
61.2k
label
int64
0
43
Dalton Trevisan e Rubem Fonseca completam ativos 9 décadas de vida
As narrativas que os consagraram são curtas, bem diferente do fôlego dos dois autores, longuíssimo: nos próximos dias, Dalton Trevisan e Rubem Fonseca chegam aos 90 anos ainda ativos, produtivos e ligeiros. Dois dos maiores contistas do país, e sem dúvida na restrita lista dos nossos maiores escritores vivos em qualquer gênero, Rubem -que faz aniversário na segunda (11)- e Dalton -que se iguala ao colega em 14 de junho-, têm muito mais a uni-los. Com quase 90, Rubem escreve diariamente e puxa ferro na academia Tímido ao ser abordado em público, Dalton Trevisan afirma não ser quem é Tidos como os "Salingers brasileiros", pela notória reclusão e aversão aos holofotes, ambos nortearam suas obras nas disfunções do universo urbano. No caso de Dalton, saltam aos olhos os conflitos conjugais e o sexo; no de Rubem, a violência, o crime e também o sexo. Eles estrearam na literatura com apenas alguns anos de diferença -Dalton em 1959, com "Novelas Nada Exemplares"; Rubem em 1963, com "Os Prisioneiros". Os dois livros formaram juntos um sopro de renovação na literatura brasileira. Bonés enterrados nas cabeças compõem o figurino cotidiano dos dois, artifício utilizado para flanar por suas cidades sem serem percebidos. No outono da vida, uma diferença os separa, segundo os críticos. A obra de Dalton, o Vampiro de Curitiba (o escritor ganhou como apelido o título de seu mais famoso livro), continua excelente. Ele é tema de seminário que começa nesta quinta (7) na USP. Já Rubem, em seus últimos livros, está muitos degraus abaixo da produção que o consagrou a partir dos anos 1960 e 1970-o recém-lançado "Histórias Curtas" confirma a tendência. De toda forma, a trajetória dos dois é um legado inestimável para as novas gerações. "Eles inventaram o conto urbano contemporâneo. São dois contistas fundamentais na literatura brasileira", diz o também contista André Sant'Anna. Terceiro integrante da tríade de grandes contistas do país, Sérgio Sant'Anna (pai de André) comentou a pedido da Folha a obra dos colegas. Nos últimos dias, a reportagem esteve no Rio de Rubem e na Curitiba de Dalton, as cidades que são parte indissociável de suas obras. Travou breves contatos com os dois (abordado, Dalton negou ser Dalton e disse que não faz aniversário) e entrevistou dezenas de pessoas que convivem com eles e ajudaram a compor uma breve narrativa dos mestres das narrativas breves.
ilustrada
Dalton Trevisan e Rubem Fonseca completam ativos 9 décadas de vidaAs narrativas que os consagraram são curtas, bem diferente do fôlego dos dois autores, longuíssimo: nos próximos dias, Dalton Trevisan e Rubem Fonseca chegam aos 90 anos ainda ativos, produtivos e ligeiros. Dois dos maiores contistas do país, e sem dúvida na restrita lista dos nossos maiores escritores vivos em qualquer gênero, Rubem -que faz aniversário na segunda (11)- e Dalton -que se iguala ao colega em 14 de junho-, têm muito mais a uni-los. Com quase 90, Rubem escreve diariamente e puxa ferro na academia Tímido ao ser abordado em público, Dalton Trevisan afirma não ser quem é Tidos como os "Salingers brasileiros", pela notória reclusão e aversão aos holofotes, ambos nortearam suas obras nas disfunções do universo urbano. No caso de Dalton, saltam aos olhos os conflitos conjugais e o sexo; no de Rubem, a violência, o crime e também o sexo. Eles estrearam na literatura com apenas alguns anos de diferença -Dalton em 1959, com "Novelas Nada Exemplares"; Rubem em 1963, com "Os Prisioneiros". Os dois livros formaram juntos um sopro de renovação na literatura brasileira. Bonés enterrados nas cabeças compõem o figurino cotidiano dos dois, artifício utilizado para flanar por suas cidades sem serem percebidos. No outono da vida, uma diferença os separa, segundo os críticos. A obra de Dalton, o Vampiro de Curitiba (o escritor ganhou como apelido o título de seu mais famoso livro), continua excelente. Ele é tema de seminário que começa nesta quinta (7) na USP. Já Rubem, em seus últimos livros, está muitos degraus abaixo da produção que o consagrou a partir dos anos 1960 e 1970-o recém-lançado "Histórias Curtas" confirma a tendência. De toda forma, a trajetória dos dois é um legado inestimável para as novas gerações. "Eles inventaram o conto urbano contemporâneo. São dois contistas fundamentais na literatura brasileira", diz o também contista André Sant'Anna. Terceiro integrante da tríade de grandes contistas do país, Sérgio Sant'Anna (pai de André) comentou a pedido da Folha a obra dos colegas. Nos últimos dias, a reportagem esteve no Rio de Rubem e na Curitiba de Dalton, as cidades que são parte indissociável de suas obras. Travou breves contatos com os dois (abordado, Dalton negou ser Dalton e disse que não faz aniversário) e entrevistou dezenas de pessoas que convivem com eles e ajudaram a compor uma breve narrativa dos mestres das narrativas breves.
1
Soldados curdos tomam controle de reduto do Estado Islâmico
O Observatório Sírio de Direitos Humanos anunciou nesta sexta (27) que soldados curdos conseguiram tomar o controle de um importante reduto da facção terrorista Estado Islâmico na Síria. As áreas conquistadas fazem parte da cidade de Tal Hamis, na província de Hassake, noroeste do país. O local estava nas mãos da facção islamita há mais de um ano. A luta por Tal Hamis faz parte de uma ofensiva para tomar o controle de Hassake dos jihadistas, que sequestraram 220 cristãos assírios na segunda (23). Na última semana, mais de cem povoados da província foram tomados pelos curdos, que contaram com a ajuda da coalizão liderada pelos Estados Unidos para ataques aéreos. FINANCIAMENTO Segundo investigadores internacionais, a facção Estado Islâmico precisa expandir os territórios sob o seu controle no Iraque e na Síria para continuar financeiramente viável. A Força-tarefa para Ação Financeira (FATF), com sede em Paris, disse em relatório que é incerto por quanto tempo o EI conseguirá financiar seu nível atual de atividades. As principais fontes de renda do EI vem da apropriação de campos de petróleo e de atividades criminosas, como roubos e extorsões. O relatório informou que ataques aéreos dos Estados Unidos e seus aliados contra as instalações petrolíferas do Estado Islâmico, assim como a queda do preço do petróleo e a necessidade própria do grupo por produtos derivados de petróleo, "diminuíram significativamente" sua receita.
mundo
Soldados curdos tomam controle de reduto do Estado IslâmicoO Observatório Sírio de Direitos Humanos anunciou nesta sexta (27) que soldados curdos conseguiram tomar o controle de um importante reduto da facção terrorista Estado Islâmico na Síria. As áreas conquistadas fazem parte da cidade de Tal Hamis, na província de Hassake, noroeste do país. O local estava nas mãos da facção islamita há mais de um ano. A luta por Tal Hamis faz parte de uma ofensiva para tomar o controle de Hassake dos jihadistas, que sequestraram 220 cristãos assírios na segunda (23). Na última semana, mais de cem povoados da província foram tomados pelos curdos, que contaram com a ajuda da coalizão liderada pelos Estados Unidos para ataques aéreos. FINANCIAMENTO Segundo investigadores internacionais, a facção Estado Islâmico precisa expandir os territórios sob o seu controle no Iraque e na Síria para continuar financeiramente viável. A Força-tarefa para Ação Financeira (FATF), com sede em Paris, disse em relatório que é incerto por quanto tempo o EI conseguirá financiar seu nível atual de atividades. As principais fontes de renda do EI vem da apropriação de campos de petróleo e de atividades criminosas, como roubos e extorsões. O relatório informou que ataques aéreos dos Estados Unidos e seus aliados contra as instalações petrolíferas do Estado Islâmico, assim como a queda do preço do petróleo e a necessidade própria do grupo por produtos derivados de petróleo, "diminuíram significativamente" sua receita.
3
Mortes: Dama da decoração, desbravadora do Brasil
A beleza, o conforto e a família eram preocupações constantes no trabalho e na vida da arquiteta Olga Krell. Para quem a conhecia apenas profissionalmente, essas características estavam nas páginas da revista "Casa Claudia", que ela ajudou a criar e da qual se tornou a primeira diretora de redação. Já em sua vida pessoal, estava no cuidado meticuloso que tinha em casa, a dedicação ao cozinhar cada prato e a persistência na educação e união com os filhos. "Ela trabalhava muito, mas quando ia pra casa virava uma mãezona. Afinal de contas, isso é o que ela mais queria ensinar: a importância da união", diz o filho Bobby. Nascida na Polônia, Olga chegou ao Brasil ainda criança, com a família. Na adolescência, decidiu seguir os passos do pai e foi estudar arquitetura nos EUA, sendo a única mulher em sua sala. Acabou percebendo ainda na faculdade que não levava muito jeito com os desenhos e, assim que voltou para o Brasil, aceitou o convite para trabalhar na editora Abril. Na "Claudia", ela encontrou uma forma de continuar próxima das formas da arquitetura e do requinte da decoração e do paisagismo. Pelo trabalho, passou a viajar Brasil afora atrás de novidades, referências. Para o filho, ela ficou "viciada em Brasil", tanto por locais, quanto pelo talento dos profissionais que encontrava. A importância do seu trabalho levou à criação do prêmio Olga Krell, entregue desde 2008 a grandes projetos. Morreu no dia 8, aos 80 anos, em decorrência de falência de múltiplos órgãos. Deixa três filhos e seis netos. [email protected] - VEJA AS MORTES E MISSAS DESTE SÁBADO Angelo Schmidt - Aos 88, viúvo de Zulmira Turetta. Deixa cinco filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Ivo Ferreira de Melo - Aos 74. Cemitério Municipal de Bebedouro (SP). Maria Alves Ramos - Aos 80, viúva de Valdenor Vieira Ramos. Deixa dois filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Maria Campos de Souza - Aos 64. Deixa dois filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Nadja Dantas de Mesquita - Aos 64, viúva de Moisés Carneiro Mesquita. Deixa cinco filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Rosa Azubel de Romano - Aos 84. Deixa os filhos Liliana e Isaac, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Embu. * 7º DIA Ilda Bittencourt Ramos Nobrega - Amanhã (13/12), às 19h30, na igreja Santa Teresinha do Menino Jesus, r. Maranhão, 617, Higienópolis. * 1º MÊS Libertino Martins Domingos - Amanhã (13/12), no Santuário Santa Terezinha, r. Thereza Maria Luizetto, 42, em Taboão da Serra (SP). Umberto Luis de Campos Urban - Hoje (12/12), às 17h, na capela do colégio Jesus Maria José, av. Adolfo Pinheiro, 893, Santo Amaro. * 3º MÊS Rita de Cássia Rueder Neves - Amanhã (13/12), ao meio-dia, na capela do cemitério do Morumbi, r. Dep. Laércio Corte, 400, Morumbi. * 5º ANO Odette Vieira Chiodi - Hoje (12/12), às 15h, na igreja N. S. do Rosário de Fátima, av. Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré.
cotidiano
Mortes: Dama da decoração, desbravadora do BrasilA beleza, o conforto e a família eram preocupações constantes no trabalho e na vida da arquiteta Olga Krell. Para quem a conhecia apenas profissionalmente, essas características estavam nas páginas da revista "Casa Claudia", que ela ajudou a criar e da qual se tornou a primeira diretora de redação. Já em sua vida pessoal, estava no cuidado meticuloso que tinha em casa, a dedicação ao cozinhar cada prato e a persistência na educação e união com os filhos. "Ela trabalhava muito, mas quando ia pra casa virava uma mãezona. Afinal de contas, isso é o que ela mais queria ensinar: a importância da união", diz o filho Bobby. Nascida na Polônia, Olga chegou ao Brasil ainda criança, com a família. Na adolescência, decidiu seguir os passos do pai e foi estudar arquitetura nos EUA, sendo a única mulher em sua sala. Acabou percebendo ainda na faculdade que não levava muito jeito com os desenhos e, assim que voltou para o Brasil, aceitou o convite para trabalhar na editora Abril. Na "Claudia", ela encontrou uma forma de continuar próxima das formas da arquitetura e do requinte da decoração e do paisagismo. Pelo trabalho, passou a viajar Brasil afora atrás de novidades, referências. Para o filho, ela ficou "viciada em Brasil", tanto por locais, quanto pelo talento dos profissionais que encontrava. A importância do seu trabalho levou à criação do prêmio Olga Krell, entregue desde 2008 a grandes projetos. Morreu no dia 8, aos 80 anos, em decorrência de falência de múltiplos órgãos. Deixa três filhos e seis netos. [email protected] - VEJA AS MORTES E MISSAS DESTE SÁBADO Angelo Schmidt - Aos 88, viúvo de Zulmira Turetta. Deixa cinco filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Ivo Ferreira de Melo - Aos 74. Cemitério Municipal de Bebedouro (SP). Maria Alves Ramos - Aos 80, viúva de Valdenor Vieira Ramos. Deixa dois filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Maria Campos de Souza - Aos 64. Deixa dois filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Nadja Dantas de Mesquita - Aos 64, viúva de Moisés Carneiro Mesquita. Deixa cinco filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Rosa Azubel de Romano - Aos 84. Deixa os filhos Liliana e Isaac, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Embu. * 7º DIA Ilda Bittencourt Ramos Nobrega - Amanhã (13/12), às 19h30, na igreja Santa Teresinha do Menino Jesus, r. Maranhão, 617, Higienópolis. * 1º MÊS Libertino Martins Domingos - Amanhã (13/12), no Santuário Santa Terezinha, r. Thereza Maria Luizetto, 42, em Taboão da Serra (SP). Umberto Luis de Campos Urban - Hoje (12/12), às 17h, na capela do colégio Jesus Maria José, av. Adolfo Pinheiro, 893, Santo Amaro. * 3º MÊS Rita de Cássia Rueder Neves - Amanhã (13/12), ao meio-dia, na capela do cemitério do Morumbi, r. Dep. Laércio Corte, 400, Morumbi. * 5º ANO Odette Vieira Chiodi - Hoje (12/12), às 15h, na igreja N. S. do Rosário de Fátima, av. Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré.
6
Com portaria, governo tenta acelerar acordos de leniência
O governo unificou a atuação de suas duas entidades de controle na elaboração dos acordos de leniência com empresas numa tentativa de acelerar esses procedimentos. Portaria assinada nesta quinta-feira (15) entre a ministra da AGU (Advocacia-Geral da União), Grace Mendonça, e o ministro da CGU (Ministério da Transparência), Torquato Jardim, vai permitir que os dois órgãos possam analisar os acordos desde o início, o que ainda não ocorria. Até agora, a CGU iniciava o procedimento e só podia terminar com o aval do AGU. Os acordos de leniência são uma espécie de delação premiada que vale para as pessoas jurídicas. Com ela, as empresas devem admitir que praticaram crimes contra a administração, como fraude à licitação ou corrupção, em troca de punições administrativas menores, entre elas o impedimento de contratar com órgãos públicos. Na prática, o impedimento para contratar praticamente quebra a empresa, principalmente as envolvidas no setor de construção civil, e tem sido apontado com um dos motivos para a paralisação do setor. No entanto, mais de dois anos depois da operação Lava Jato, só duas construtoras foram punidas administrativamente. Na portaria, o governo prevê que as empresas passem a ser monitoradas se fecharem os acordos. Caso descumpram as obrigações, o acordo poderá ser desfeito e ela perderá os benefícios. Também prevê que elas possam não receber algumas punições previstas na Lei Anticorrupção, como a de parar de receber financiamento e subsídios. Operação Lava Jato LEI A Lei Anticorrupção de 2013 permite o acordo de leniência. Empresas envolvidas na Operação Lava Jato estão tentando firmar esse acordo, mas problemas na lei estão dificultando a assinatura. Entre eles está a falta de segurança jurídica, já que um órgão do governo poderia desfazer o que o outro fez. De acordo com Jardim, a portaria além de unificar o trabalho do executivo é uma tentativa de iniciar um processo para juntar outros órgãos de controle para a análise conjunta dos acordos de leniência. Atualmente, o Ministério Público e o TCU (Tribunal de Contas da União) podem solicitar à Justiça ou aplicar punições semelhantes às do governo, mesmo que a empresa tenha fechado um acordo com o órgão do executivo. Uma medida provisória do governo anterior tentou tirar poderes desses órgãos de fechar acordos, o que gerou conflito. A ministra da AGU, Grace Mendonça, informou que os órgãos do executivo, TCU e MPF já trabalham em conjunto mas é necessária uma solução jurídica para que os processos possam ser únicos para dar mais segurança jurídica para as empresas que fecharem os acordos. No Congresso, há projetos de lei tramitando para tentar unificar os acordos. "A integração institucional é fundamental. De nada adiantaria o órgão trabalhar no isolamento para que ele possa ao final obter o resultado pretendido", afirmou a ministra da AGU. "A ideia é evitar ao final do processo algum órgão venha vislumbrar um ponto que deveria ser melhor desenvolvido, para termos uma eficiência maior nessa matéria". PRIMEIRA Outro problema para as empresas é que a lei determina que apenas a primeira empresa "a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito" pode se beneficiar do acordo de leniência. O governo vem tentando, desde 2014, mudar essa regra, primeiro com um decreto e depois com medida provisória que perdeu a validade. Na portaria desta quinta-feira, o texto diz que a empresa deve ser "a primeira a manifestar interesse em cooperar para a apuração de ato lesivo específico, quando tal circunstância for relevante". Perguntado se estava tentando alterar o que estava na lei permitindo a mais de uma empresa se beneficiar do acordo, o ministro da CGU, Torquato Jardim, disse que o governo não pode se recusar a analisar a denúncia de uma empresa de ato ilícito porque alguém chegou na frente. "Se há fato ilícito novo, você investiga. Ainda que seja numa mesma obra", disse Jardim. "A compreensão na leitura gramatical está correta. Mas na prática, na compreensão do sistema, é outra a compreensão". ODEBRECHT De acordo com Jardim, hoje há 29 processos em análise na CGU, sendo 12 referentes a empresas envolvidas na Lava Jato. Jardim informou que cinco processos estão mais adiantados, entre eles dois que não deverão ser fechados (as empresas voltam a ser processadas administrativamente) e outros dois o Ministério Público Federal pediu para que a CGU interromper a negociação. Um deles é o da Odebrecht, com que os procuradores anunciaram um acordo de leniência com multa prevista de R$ 6,7 bilhões. Segundo Jardim, a CGU está aguardando uma definição da empresa e dos procuradores para seguir com seu processo. "Aliás, não somos só nós que estamos aguardando a Odebrecht", brincou o ministro sobre a empresa que tem 77 diretores em processo de delação premiada, com pelo menos um dele acusando o presidente da República, Michel Temer, de receber propina.
poder
Com portaria, governo tenta acelerar acordos de leniênciaO governo unificou a atuação de suas duas entidades de controle na elaboração dos acordos de leniência com empresas numa tentativa de acelerar esses procedimentos. Portaria assinada nesta quinta-feira (15) entre a ministra da AGU (Advocacia-Geral da União), Grace Mendonça, e o ministro da CGU (Ministério da Transparência), Torquato Jardim, vai permitir que os dois órgãos possam analisar os acordos desde o início, o que ainda não ocorria. Até agora, a CGU iniciava o procedimento e só podia terminar com o aval do AGU. Os acordos de leniência são uma espécie de delação premiada que vale para as pessoas jurídicas. Com ela, as empresas devem admitir que praticaram crimes contra a administração, como fraude à licitação ou corrupção, em troca de punições administrativas menores, entre elas o impedimento de contratar com órgãos públicos. Na prática, o impedimento para contratar praticamente quebra a empresa, principalmente as envolvidas no setor de construção civil, e tem sido apontado com um dos motivos para a paralisação do setor. No entanto, mais de dois anos depois da operação Lava Jato, só duas construtoras foram punidas administrativamente. Na portaria, o governo prevê que as empresas passem a ser monitoradas se fecharem os acordos. Caso descumpram as obrigações, o acordo poderá ser desfeito e ela perderá os benefícios. Também prevê que elas possam não receber algumas punições previstas na Lei Anticorrupção, como a de parar de receber financiamento e subsídios. Operação Lava Jato LEI A Lei Anticorrupção de 2013 permite o acordo de leniência. Empresas envolvidas na Operação Lava Jato estão tentando firmar esse acordo, mas problemas na lei estão dificultando a assinatura. Entre eles está a falta de segurança jurídica, já que um órgão do governo poderia desfazer o que o outro fez. De acordo com Jardim, a portaria além de unificar o trabalho do executivo é uma tentativa de iniciar um processo para juntar outros órgãos de controle para a análise conjunta dos acordos de leniência. Atualmente, o Ministério Público e o TCU (Tribunal de Contas da União) podem solicitar à Justiça ou aplicar punições semelhantes às do governo, mesmo que a empresa tenha fechado um acordo com o órgão do executivo. Uma medida provisória do governo anterior tentou tirar poderes desses órgãos de fechar acordos, o que gerou conflito. A ministra da AGU, Grace Mendonça, informou que os órgãos do executivo, TCU e MPF já trabalham em conjunto mas é necessária uma solução jurídica para que os processos possam ser únicos para dar mais segurança jurídica para as empresas que fecharem os acordos. No Congresso, há projetos de lei tramitando para tentar unificar os acordos. "A integração institucional é fundamental. De nada adiantaria o órgão trabalhar no isolamento para que ele possa ao final obter o resultado pretendido", afirmou a ministra da AGU. "A ideia é evitar ao final do processo algum órgão venha vislumbrar um ponto que deveria ser melhor desenvolvido, para termos uma eficiência maior nessa matéria". PRIMEIRA Outro problema para as empresas é que a lei determina que apenas a primeira empresa "a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito" pode se beneficiar do acordo de leniência. O governo vem tentando, desde 2014, mudar essa regra, primeiro com um decreto e depois com medida provisória que perdeu a validade. Na portaria desta quinta-feira, o texto diz que a empresa deve ser "a primeira a manifestar interesse em cooperar para a apuração de ato lesivo específico, quando tal circunstância for relevante". Perguntado se estava tentando alterar o que estava na lei permitindo a mais de uma empresa se beneficiar do acordo, o ministro da CGU, Torquato Jardim, disse que o governo não pode se recusar a analisar a denúncia de uma empresa de ato ilícito porque alguém chegou na frente. "Se há fato ilícito novo, você investiga. Ainda que seja numa mesma obra", disse Jardim. "A compreensão na leitura gramatical está correta. Mas na prática, na compreensão do sistema, é outra a compreensão". ODEBRECHT De acordo com Jardim, hoje há 29 processos em análise na CGU, sendo 12 referentes a empresas envolvidas na Lava Jato. Jardim informou que cinco processos estão mais adiantados, entre eles dois que não deverão ser fechados (as empresas voltam a ser processadas administrativamente) e outros dois o Ministério Público Federal pediu para que a CGU interromper a negociação. Um deles é o da Odebrecht, com que os procuradores anunciaram um acordo de leniência com multa prevista de R$ 6,7 bilhões. Segundo Jardim, a CGU está aguardando uma definição da empresa e dos procuradores para seguir com seu processo. "Aliás, não somos só nós que estamos aguardando a Odebrecht", brincou o ministro sobre a empresa que tem 77 diretores em processo de delação premiada, com pelo menos um dele acusando o presidente da República, Michel Temer, de receber propina.
0
Mapa quantifica pela 1ª vez água escondida debaixo da terra no mundo
O volume total de água armazenada no subsolo do planeta é estimado em 23 milhões de km³. Seria o suficiente para cobrir toda a superfície da Terra com uma camada de 180 metros de profundidade. Essa foi a conclusão de um estudo conduzido por pesquisadores canadenses e publicado na revista científica "Nature Geoscience". Mas apenas 6% dessa água é própria para consumo humano. Isso porque a chamada água "moderna" presente no subsolo está próxima da superfície e pode ser extraída ou usada para complementar recursos localizados acima do solo, em rios e lagos. "Esta é a água que é renovada mais rapidamente –na escala de vida humana", explicou Tom Gleeson, da Universidade de Victoria, no Canadá, responsável pelo estudo. "Ao mesmo tempo, é a mais sensível a mudanças climáticas e contaminação humana. Trata-se, portanto, de um recurso vital que precisa ser melhor gerenciado." RECURSO FINITO Para quantificar a água armazenada nos dois primeiros quilômetros da superfície da Terra, Gleeson e sua equipe combinaram extensas bases de dados e modelos computacionais. Foram analisados, entre outros fatores, a permeabilidade de rochas e do solo, sua porosidade e características dos lençóis freáticos. A chave para determinar a idade de toda a água armazenada foram medições feitas com trítio, uma forma radioativa de hidrogênio que surgiu na atmosfera há 50 anos como resultado de testes de bombas termonucleares. A partir desse elemento químico, os cientistas puderam identificar toda a chuva que chegou ao subsolo desde então. RESERVAS O mapa acima mostra a distribuição da água moderna presente no subsolo ao redor do mundo. As manchas em azul escuro mostram onde ela é renovada rapidamente. Em tom mais claro, a água mais antiga, que em sua maioria está estagnada e não pode ser renovada. "As características dessa água antiga variam muito", disse Gleeson. "Em alguns lugares, é muito profunda. Em outros, não. Em muitos lugares, ela é de má qualidade e pode ser mais salina que a água do mar, além de ter metais e outros componentes químicos dissolvidos nela e que teriam de ser tratada antes de se tornar potável ou usada na agricultura." Isso torna ainda mais importante as reservas modernas e a necessidade de administrá-las de forma sustentável, alertam os cientistas. O estudo destaca ainda como elas estão distribuídas de forma desigual no planeta. O próximo passo, afirmou Gleeson, é determinar o ritmo com que algumas reservas estão sendo consumidas. "Essa visão global da água no subsolo irá conscientizar de que nossas reservas mais recentes no subsolo, aquelas que são mais sensíveis a mudanças ambientais e provocadas pelo homem, são finitas", disse Ying Fan, da Rutgers University, nos Estados Unidos.
bbc
Mapa quantifica pela 1ª vez água escondida debaixo da terra no mundoO volume total de água armazenada no subsolo do planeta é estimado em 23 milhões de km³. Seria o suficiente para cobrir toda a superfície da Terra com uma camada de 180 metros de profundidade. Essa foi a conclusão de um estudo conduzido por pesquisadores canadenses e publicado na revista científica "Nature Geoscience". Mas apenas 6% dessa água é própria para consumo humano. Isso porque a chamada água "moderna" presente no subsolo está próxima da superfície e pode ser extraída ou usada para complementar recursos localizados acima do solo, em rios e lagos. "Esta é a água que é renovada mais rapidamente –na escala de vida humana", explicou Tom Gleeson, da Universidade de Victoria, no Canadá, responsável pelo estudo. "Ao mesmo tempo, é a mais sensível a mudanças climáticas e contaminação humana. Trata-se, portanto, de um recurso vital que precisa ser melhor gerenciado." RECURSO FINITO Para quantificar a água armazenada nos dois primeiros quilômetros da superfície da Terra, Gleeson e sua equipe combinaram extensas bases de dados e modelos computacionais. Foram analisados, entre outros fatores, a permeabilidade de rochas e do solo, sua porosidade e características dos lençóis freáticos. A chave para determinar a idade de toda a água armazenada foram medições feitas com trítio, uma forma radioativa de hidrogênio que surgiu na atmosfera há 50 anos como resultado de testes de bombas termonucleares. A partir desse elemento químico, os cientistas puderam identificar toda a chuva que chegou ao subsolo desde então. RESERVAS O mapa acima mostra a distribuição da água moderna presente no subsolo ao redor do mundo. As manchas em azul escuro mostram onde ela é renovada rapidamente. Em tom mais claro, a água mais antiga, que em sua maioria está estagnada e não pode ser renovada. "As características dessa água antiga variam muito", disse Gleeson. "Em alguns lugares, é muito profunda. Em outros, não. Em muitos lugares, ela é de má qualidade e pode ser mais salina que a água do mar, além de ter metais e outros componentes químicos dissolvidos nela e que teriam de ser tratada antes de se tornar potável ou usada na agricultura." Isso torna ainda mais importante as reservas modernas e a necessidade de administrá-las de forma sustentável, alertam os cientistas. O estudo destaca ainda como elas estão distribuídas de forma desigual no planeta. O próximo passo, afirmou Gleeson, é determinar o ritmo com que algumas reservas estão sendo consumidas. "Essa visão global da água no subsolo irá conscientizar de que nossas reservas mais recentes no subsolo, aquelas que são mais sensíveis a mudanças ambientais e provocadas pelo homem, são finitas", disse Ying Fan, da Rutgers University, nos Estados Unidos.
25
Acordo com Joesley dá o recado de que o crime compensa, why not?
SÃO PAULO - Ok, o procurador-geral da República vai argumentar repetidas vezes que o acordo com a JBS era necessário para descobrir crimes de altas autoridades. Mas isso não muda uma coisa. Quem olhar para a empresa e se perguntar se o crime compensa chegará à resposta inescapável: compensa sim, e muito. A multa que sete executivos da JBS acertaram com a Procuradoria por seguidas temporadas de falcatruas é de R$ 225 milhões. Quase tudo ficará a cargo de dois deles, os donos Joesley e Wesley. A cada um caberá pagar, parceladamente por dez anos, R$ 110 milhões. Não dá nem 4% do patrimônio individual (R$ 3,1 bilhões por cabeça, segundo a "Forbes" ). É inquietante também comparar essa multa com o dinheiro confessadamente envolvido no crime. A punição não alcança metade do que a JBS afirmou ter dado ilegalmente para políticos. Questão de lógica: investia-se porque retorno havia. Existe um segundo acordo em andamento, de leniência, esse agora empacado. O pedido é que a empresa pague R$ 11,1 bilhões, e a contra-oferta chegou a R$ 4 bilhões. Sempre bom comparar grandezas: só no último ano ela faturou R$ 170 bilhões. Isso no tocante ao dinheiro. Em relação aos criminosos a coisa é mais absurda, pois ficaram livres. Enquanto Brasília literalmente pega fogo, Joesley embarcou no seu jatinho para os EUA e mandou para lá um luxuoso iate batizado de Why Not. A JBS cometeu reiterados crimes que resultaram no desvio de dinheiro público para o bolso de seus acionistas e executivos. Olhar isso como uma questão de entregar um peixe menor como isca para um maior é errado. Trata-se da maior empresa privada não financeira do país. Parte importante do significado do combate ao crime reside no papel didático dessa atitude. No caso da JBS, os incentivos transmitidos para a sociedade estão tortos. Qualquer um pode olhar as fotos do iate de Joesley e se perguntar: "Por que não?".
colunas
Acordo com Joesley dá o recado de que o crime compensa, why not?SÃO PAULO - Ok, o procurador-geral da República vai argumentar repetidas vezes que o acordo com a JBS era necessário para descobrir crimes de altas autoridades. Mas isso não muda uma coisa. Quem olhar para a empresa e se perguntar se o crime compensa chegará à resposta inescapável: compensa sim, e muito. A multa que sete executivos da JBS acertaram com a Procuradoria por seguidas temporadas de falcatruas é de R$ 225 milhões. Quase tudo ficará a cargo de dois deles, os donos Joesley e Wesley. A cada um caberá pagar, parceladamente por dez anos, R$ 110 milhões. Não dá nem 4% do patrimônio individual (R$ 3,1 bilhões por cabeça, segundo a "Forbes" ). É inquietante também comparar essa multa com o dinheiro confessadamente envolvido no crime. A punição não alcança metade do que a JBS afirmou ter dado ilegalmente para políticos. Questão de lógica: investia-se porque retorno havia. Existe um segundo acordo em andamento, de leniência, esse agora empacado. O pedido é que a empresa pague R$ 11,1 bilhões, e a contra-oferta chegou a R$ 4 bilhões. Sempre bom comparar grandezas: só no último ano ela faturou R$ 170 bilhões. Isso no tocante ao dinheiro. Em relação aos criminosos a coisa é mais absurda, pois ficaram livres. Enquanto Brasília literalmente pega fogo, Joesley embarcou no seu jatinho para os EUA e mandou para lá um luxuoso iate batizado de Why Not. A JBS cometeu reiterados crimes que resultaram no desvio de dinheiro público para o bolso de seus acionistas e executivos. Olhar isso como uma questão de entregar um peixe menor como isca para um maior é errado. Trata-se da maior empresa privada não financeira do país. Parte importante do significado do combate ao crime reside no papel didático dessa atitude. No caso da JBS, os incentivos transmitidos para a sociedade estão tortos. Qualquer um pode olhar as fotos do iate de Joesley e se perguntar: "Por que não?".
10
Presidencialismo de cooptação
A característica básica do presidencialismo de coalizão, que é o nosso sistema político, é a de o partido do presidente não deter maioria no Congresso em seguida à sua eleição. A combinação de voto proporcional em distritos grandes —em nosso sistema político cada Estado funciona como um distrito em que o número de cadeiras varia de 8 até 70- produz elevada fragmentação partidária. Após a eleição, o principal trabalho do presidente eleito é construir a coalizão de partidos que dará suporte às ações do governo. Apesar dos problemas, a evidência é que nosso sistema político é funcional. Isso não significa que não ocorram problemas nem que não haja espaço para aperfeiçoamentos. Somente indica que o sistema político brasileiro tem funcionado relativamente bem. Essa funcionalidade resulta de duas características: uma Presidência muito forte e uma série de estruturas de controle que desfrutam de grande independência e limitam o campo de ação presidencial. A Presidência forte, ou "imperial", como preferem alguns, resulta da manutenção de diversas prerrogativas dos presidentes do período militar, como o instituto da medida provisória; o poder de estabelecer o regime de processamento, se de urgência ou urgência urgentíssima, de projetos de lei; o veto parcial ou integral; o poder de decisão sobre o cronograma de liberação de verbas orçamentárias, em razão de o Orçamento ser autorizativo; entre outras. A Presidência forte permite a coordenação da diversidade de preferências na esfera parlamentar. O presidente forte consegue pautar o fragmentado Congresso Nacional. O sistema não degenera em tirania pois há inúmeras instituições independentes que estabelecem limites à ação do Executivo: Ministério Público, Judiciário, imprensa livre e atuante, Tribunal de Contas da União, Controladoria-Geral da União e Polícia Federal. Para gerir a coalizão, o Executivo tem dois tipos de instrumento: primeiro, a própria construção da coalizão e a distribuição entre os seus partidos das responsabilidades administrativas; e, segundo, o uso da liberação de recursos para a execução das emendas parlamentares (ou "varejão"). A literatura tem sugerido que os dois tipos de instrumento são complementares. Quem compartilha muito governo usa menos o varejão e vice-versa. É aqui que nosso presidencialismo de coalizão decai para presidencialismo de cooptação. Os governos petistas têm um problema de origem: como houve a opção política de antagonizar os tucanos —que ideologicamente estão bem mais próximos do PT do que partidos como PP, PR, PSD, entre tantos outros—, as coalizões petistas são muito heterogêneas ideologicamente. Abarcam a esquerda, pulam PPS, PSDB e DEM e, em seguida, incorporam toda a direita. A forte heterogeneidade ideológica das coalizões petistas faz com que a opção até agora dos governos petistas tenha sido compartilhar menos a administração com os parceiros e gerir a política no varejão. De fato, um indicador de proporcionalidade dos gabinetes em relação ao peso de cada partido na base de sustentação do governo no Congresso mostra que, desde o governo Lula, tem havido redução da participação dos aliados na gestão. Esse indicador foi de 60, 62, 49, 52 e 43, respectivamente, para FHC 1 e 2, Lula 1 e 2 e Dilma 1. Quanto mais próximo de 100, maior será a proporcionalidade entre o peso de cada partido no gabinete de ministros e na base de sustentação do governo. A gestão política tem priorizado o varejão em detrimento do compartilhamento de responsabilidades administrativas. Mensalão e Petrolão são efeitos colaterais dessa escolha concentradora ou monopolista de gestão. Para conseguir enfrentar todos os desafios à frente, a presidente terá que mudar a forma de gerir a política. O presidencialismo de cooptação terá que voltar a ser de coalizão. A construção do ministério de Dilma 2 mostrará se o PT aprendeu ou não como se gere a política no presidencialismo de coalizão.
colunas
Presidencialismo de cooptaçãoA característica básica do presidencialismo de coalizão, que é o nosso sistema político, é a de o partido do presidente não deter maioria no Congresso em seguida à sua eleição. A combinação de voto proporcional em distritos grandes —em nosso sistema político cada Estado funciona como um distrito em que o número de cadeiras varia de 8 até 70- produz elevada fragmentação partidária. Após a eleição, o principal trabalho do presidente eleito é construir a coalizão de partidos que dará suporte às ações do governo. Apesar dos problemas, a evidência é que nosso sistema político é funcional. Isso não significa que não ocorram problemas nem que não haja espaço para aperfeiçoamentos. Somente indica que o sistema político brasileiro tem funcionado relativamente bem. Essa funcionalidade resulta de duas características: uma Presidência muito forte e uma série de estruturas de controle que desfrutam de grande independência e limitam o campo de ação presidencial. A Presidência forte, ou "imperial", como preferem alguns, resulta da manutenção de diversas prerrogativas dos presidentes do período militar, como o instituto da medida provisória; o poder de estabelecer o regime de processamento, se de urgência ou urgência urgentíssima, de projetos de lei; o veto parcial ou integral; o poder de decisão sobre o cronograma de liberação de verbas orçamentárias, em razão de o Orçamento ser autorizativo; entre outras. A Presidência forte permite a coordenação da diversidade de preferências na esfera parlamentar. O presidente forte consegue pautar o fragmentado Congresso Nacional. O sistema não degenera em tirania pois há inúmeras instituições independentes que estabelecem limites à ação do Executivo: Ministério Público, Judiciário, imprensa livre e atuante, Tribunal de Contas da União, Controladoria-Geral da União e Polícia Federal. Para gerir a coalizão, o Executivo tem dois tipos de instrumento: primeiro, a própria construção da coalizão e a distribuição entre os seus partidos das responsabilidades administrativas; e, segundo, o uso da liberação de recursos para a execução das emendas parlamentares (ou "varejão"). A literatura tem sugerido que os dois tipos de instrumento são complementares. Quem compartilha muito governo usa menos o varejão e vice-versa. É aqui que nosso presidencialismo de coalizão decai para presidencialismo de cooptação. Os governos petistas têm um problema de origem: como houve a opção política de antagonizar os tucanos —que ideologicamente estão bem mais próximos do PT do que partidos como PP, PR, PSD, entre tantos outros—, as coalizões petistas são muito heterogêneas ideologicamente. Abarcam a esquerda, pulam PPS, PSDB e DEM e, em seguida, incorporam toda a direita. A forte heterogeneidade ideológica das coalizões petistas faz com que a opção até agora dos governos petistas tenha sido compartilhar menos a administração com os parceiros e gerir a política no varejão. De fato, um indicador de proporcionalidade dos gabinetes em relação ao peso de cada partido na base de sustentação do governo no Congresso mostra que, desde o governo Lula, tem havido redução da participação dos aliados na gestão. Esse indicador foi de 60, 62, 49, 52 e 43, respectivamente, para FHC 1 e 2, Lula 1 e 2 e Dilma 1. Quanto mais próximo de 100, maior será a proporcionalidade entre o peso de cada partido no gabinete de ministros e na base de sustentação do governo. A gestão política tem priorizado o varejão em detrimento do compartilhamento de responsabilidades administrativas. Mensalão e Petrolão são efeitos colaterais dessa escolha concentradora ou monopolista de gestão. Para conseguir enfrentar todos os desafios à frente, a presidente terá que mudar a forma de gerir a política. O presidencialismo de cooptação terá que voltar a ser de coalizão. A construção do ministério de Dilma 2 mostrará se o PT aprendeu ou não como se gere a política no presidencialismo de coalizão.
10
Apartamento de Paula Lavigne e Caetano une políticos e artistas pelo 'Fora, Temer'
Sentado no sofá de seu apartamento em Ipanema, em uma noite de maio, Caetano Veloso dedilhava o violão. A melodia acompanhava o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que versava: "Temer tem que cair antes do dia 26 [de junho]. Porque, no dia 26, é o dia em que os procuradores vão escolher o substituto do Janot". Temer continua na Presidência e já nomeou Raquel Dodge sucessora do procurador-geral da República. Mas Caetano acabaria tocando ali a primeira nota do movimento de artistas contrários a Temer, que promoveu protestos pelas Diretas Já e vem divulgando a ação "342 Agora" —número de deputados que querem pressionar a votar pela aceitação da denúncia de Janot contra o presidente. A sessão está prevista para esta quarta (2). Randolfe e Caetano Desde esse papo com Randolfe, divulgado em vídeo nas redes sociais, Paula Lavigne, empresária e companheira de Caetano, tem aberto sua casa para jantares com atores, músicos e políticos. "Sugeri que ela reunisse artistas os que apoiaram e os que foram contra o impeachment. O 'Fora, Temer' juntava todos", afirma o senador. Ou "Xô, Vampirão", como preferem os comensais, nome de um samba improvisado por Xande de Pilares também no apartamento de Ipanema. Xo Vampirão O grupo também se manifestou pelo parecer contrário a Temer do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), relator da denúncia na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), e contra as nomeações de aliados pelo secretário estadual de Cultura do Rio. A comunhão de quem estava em lados opostos parece afinada com o discurso da Rede para 2018. No Instagram, Marina, que esteve no apartamento no último final de semana, o resumiu em um vídeo em que disse ter reavivado a "esperança de ver o Brasil unido". À Folha Molon fala em "superar a velha polarização" e "construir soluções que unam o país". Os três estão no páreo de 2018 e o partido não esconde o desejo de lançar uma chapa presidencial com Marina e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa —que também se reuniu com artistas na casa de Lavigne, mas disse não ter disposição para a disputa. "Ele tem hesitado e nós temos insistido", conta Randolfe. CAMPANHAS O senador amapaense ficou amigo da empresária após a CPI do Ecad. Hoje, ele se hospeda na casa da empresária quando está no Rio e vão à academia juntos. Na época da CPI, em 2012, Lavigne se destacou como uma das lideranças dos músicos por transparência no pagamento de direitos autorais. Daí nasceu a Associação Procure Saber, que ficou famosa por sua posição contrária à publicação de biografias sem autorização prévia do biografado. Em 2007, Paula Lavigne atuou no marketing político. Naquele ano, ela foi convidada por Rodrigo Maia, então dirigente do DEM e hoje presidente da Câmara, para criar o programa de TV que reapresentava o partido, antigo PFL, após trocar de nome. Maia disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que pensou em Lavigne por achar que ela seria capaz de renovar a linguagem da propaganda partidária. A relação entre os dois se resumiu a esse contrato. Horário político DEM 2007 Hoje, ela aconselha o amigo Randolfe a se comunicar melhor: "Ela até fez um media training comigo. Poucas pessoas conhecem as redes sociais como a Paula, ela tem muita experiência de falar com o sentimento popular". Lavigne não quis dar entrevista sobre seu engajamento. Afirma que o movimento dos artistas é amplo e que ela não idealiza sozinha as ações do grupo. No caso do "342 Agora", os artistas contaram com a ajuda do Mídia Ninja, do grupo Fora do Eixo. É Lavigne quem dispara a seus contatos do WhatsApp imagens e vídeos para os apoiadores divulgarem em suas redes. A última safra foi na terça (1º) à noite, antecedendo a votação. "Isso tudo é feito por mim e dois estagiários. Já, já Caetano arruma outra empresária", ela brinca, por mensagem. De acordo com a empresária, o site do projeto registra 300 mil acessos por dia e somou 5,3 milhões de visitas -1,5 milhão delas no dia do lançamento, em 10 de julho. Pablo Ortellado, professor da USP e colunista da Folha, escreveu na terça (1º) que a mobilização do "342 Agora" no Facebook, que ele monitora, "desapareceu" nas últimas semanas -a publicação recente de maior relevância teve mil compartilhamentos segundo sua métrica, "pouco" para a rede social. Lavigne argumenta que o grupo tem outras ocupações e não possui com estrutura para manter o fôlego da primeira semana. Além disso, diz que projeto conseguiu "andar sozinho" e mencionou o recesso parlamentar, encerrado na segunda (30). Seja qual for o resultado para Temer na Câmara, o grupo de artistas já tem reunião marcada para o fim de semana, em que discutirão a "fase dois" do engajamento. Endereço? A casa de Lavigne e de Caetano.
poder
Apartamento de Paula Lavigne e Caetano une políticos e artistas pelo 'Fora, Temer'Sentado no sofá de seu apartamento em Ipanema, em uma noite de maio, Caetano Veloso dedilhava o violão. A melodia acompanhava o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que versava: "Temer tem que cair antes do dia 26 [de junho]. Porque, no dia 26, é o dia em que os procuradores vão escolher o substituto do Janot". Temer continua na Presidência e já nomeou Raquel Dodge sucessora do procurador-geral da República. Mas Caetano acabaria tocando ali a primeira nota do movimento de artistas contrários a Temer, que promoveu protestos pelas Diretas Já e vem divulgando a ação "342 Agora" —número de deputados que querem pressionar a votar pela aceitação da denúncia de Janot contra o presidente. A sessão está prevista para esta quarta (2). Randolfe e Caetano Desde esse papo com Randolfe, divulgado em vídeo nas redes sociais, Paula Lavigne, empresária e companheira de Caetano, tem aberto sua casa para jantares com atores, músicos e políticos. "Sugeri que ela reunisse artistas os que apoiaram e os que foram contra o impeachment. O 'Fora, Temer' juntava todos", afirma o senador. Ou "Xô, Vampirão", como preferem os comensais, nome de um samba improvisado por Xande de Pilares também no apartamento de Ipanema. Xo Vampirão O grupo também se manifestou pelo parecer contrário a Temer do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), relator da denúncia na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), e contra as nomeações de aliados pelo secretário estadual de Cultura do Rio. A comunhão de quem estava em lados opostos parece afinada com o discurso da Rede para 2018. No Instagram, Marina, que esteve no apartamento no último final de semana, o resumiu em um vídeo em que disse ter reavivado a "esperança de ver o Brasil unido". À Folha Molon fala em "superar a velha polarização" e "construir soluções que unam o país". Os três estão no páreo de 2018 e o partido não esconde o desejo de lançar uma chapa presidencial com Marina e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa —que também se reuniu com artistas na casa de Lavigne, mas disse não ter disposição para a disputa. "Ele tem hesitado e nós temos insistido", conta Randolfe. CAMPANHAS O senador amapaense ficou amigo da empresária após a CPI do Ecad. Hoje, ele se hospeda na casa da empresária quando está no Rio e vão à academia juntos. Na época da CPI, em 2012, Lavigne se destacou como uma das lideranças dos músicos por transparência no pagamento de direitos autorais. Daí nasceu a Associação Procure Saber, que ficou famosa por sua posição contrária à publicação de biografias sem autorização prévia do biografado. Em 2007, Paula Lavigne atuou no marketing político. Naquele ano, ela foi convidada por Rodrigo Maia, então dirigente do DEM e hoje presidente da Câmara, para criar o programa de TV que reapresentava o partido, antigo PFL, após trocar de nome. Maia disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que pensou em Lavigne por achar que ela seria capaz de renovar a linguagem da propaganda partidária. A relação entre os dois se resumiu a esse contrato. Horário político DEM 2007 Hoje, ela aconselha o amigo Randolfe a se comunicar melhor: "Ela até fez um media training comigo. Poucas pessoas conhecem as redes sociais como a Paula, ela tem muita experiência de falar com o sentimento popular". Lavigne não quis dar entrevista sobre seu engajamento. Afirma que o movimento dos artistas é amplo e que ela não idealiza sozinha as ações do grupo. No caso do "342 Agora", os artistas contaram com a ajuda do Mídia Ninja, do grupo Fora do Eixo. É Lavigne quem dispara a seus contatos do WhatsApp imagens e vídeos para os apoiadores divulgarem em suas redes. A última safra foi na terça (1º) à noite, antecedendo a votação. "Isso tudo é feito por mim e dois estagiários. Já, já Caetano arruma outra empresária", ela brinca, por mensagem. De acordo com a empresária, o site do projeto registra 300 mil acessos por dia e somou 5,3 milhões de visitas -1,5 milhão delas no dia do lançamento, em 10 de julho. Pablo Ortellado, professor da USP e colunista da Folha, escreveu na terça (1º) que a mobilização do "342 Agora" no Facebook, que ele monitora, "desapareceu" nas últimas semanas -a publicação recente de maior relevância teve mil compartilhamentos segundo sua métrica, "pouco" para a rede social. Lavigne argumenta que o grupo tem outras ocupações e não possui com estrutura para manter o fôlego da primeira semana. Além disso, diz que projeto conseguiu "andar sozinho" e mencionou o recesso parlamentar, encerrado na segunda (30). Seja qual for o resultado para Temer na Câmara, o grupo de artistas já tem reunião marcada para o fim de semana, em que discutirão a "fase dois" do engajamento. Endereço? A casa de Lavigne e de Caetano.
0
Sábado tem Marcha da Maconha na Paulista e Palmeiras no Allianz Parque
Manifestantes favoráveis à legalização da maconha devem se reunir no vão livre do Masp, na avenida Paulista, para a edição paulistana da Marcha da Maconha. A concentração está marcada para as 14h20 deste sábado (14). Os organizadores programaram um "maconhaço" como forma de protesto no evento. Também neste sábado (14), o Palmeiras entra em campo contra o Atlético Paranaense pelo campeonato Brasileiro, às 16h, na Arena Allianz Parque. Motoristas devem ficar atentos ao trânsito nas ruas ao redor do local: a CET (Companhia de Engenharia e Tráfego) vai monitorar a região e pode interditar a rua Palestra Itália a partir das 14h. A avenida Francisco Matarazzo, sentido centro, também pode ser bloqueada a partir das 17h45 para a saída do público –estima-se a presença de 39 mil torcedores. * TEMPO Dia nublado com possibilidade de garoa de manhã e à noite. Máxima de 22ºC e mínima de 14ºC, segundo o Climatempo. * VOCÊ DEVERIA SABER A Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, que defende o governo Geraldo Alckmin (PSDB), liberou a reintegração de posse de imóveis públicos sem a necessidade de passar pelo Judiciário. A decisão é uma resposta a uma consulta feita pelo então secretário da Segurança, Alexandre de Moraes, no dia da reintegração do Centro Paula Souza. * AGENDA CULTURAL Música eletrônica | Começa neste sábado (14) o festival Marisco, cuja proposta é consolidar a tendência disco no país. São dois dias de música, no sábado e domingo, embalados por DJs como Joakim, Tim Sweeney e a dupla Selvagem. Moinho Família Matarazzo - r. do Bucolismo, 81, Brás, região leste, s/tel. 1.000 pessoas. 18 anos. Sáb. e dom.: a partir de 12h. Ingr.: R$ 120 (um dia) e R$ 200 (dois dias). Ingr. p/ mariscofestival.com.br. - Show | A cantora Vanessa da Mata celebra 15 anos de estrada com turnê inspirada no álbum "Segue o Som", o quinto da carreira. Além de reproduzir o disco na íntegra, ela revê marcos de sua trajetória, como "Não Me Deixe Só". Tom Brasil - r. Bragança Paulista, 1.281, Santo Amaro, tel. 4003-1212. 1.800 pessoas. Sáb. (14): 22h. 90 min. 14 anos. Ingr.: R$ 120 a R$ 240 (estudantes: R$ 60 a R$ 120). Valet (R$ 50). Ingr. p/ ingressorapido.com.br.
saopaulo
Sábado tem Marcha da Maconha na Paulista e Palmeiras no Allianz ParqueManifestantes favoráveis à legalização da maconha devem se reunir no vão livre do Masp, na avenida Paulista, para a edição paulistana da Marcha da Maconha. A concentração está marcada para as 14h20 deste sábado (14). Os organizadores programaram um "maconhaço" como forma de protesto no evento. Também neste sábado (14), o Palmeiras entra em campo contra o Atlético Paranaense pelo campeonato Brasileiro, às 16h, na Arena Allianz Parque. Motoristas devem ficar atentos ao trânsito nas ruas ao redor do local: a CET (Companhia de Engenharia e Tráfego) vai monitorar a região e pode interditar a rua Palestra Itália a partir das 14h. A avenida Francisco Matarazzo, sentido centro, também pode ser bloqueada a partir das 17h45 para a saída do público –estima-se a presença de 39 mil torcedores. * TEMPO Dia nublado com possibilidade de garoa de manhã e à noite. Máxima de 22ºC e mínima de 14ºC, segundo o Climatempo. * VOCÊ DEVERIA SABER A Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, que defende o governo Geraldo Alckmin (PSDB), liberou a reintegração de posse de imóveis públicos sem a necessidade de passar pelo Judiciário. A decisão é uma resposta a uma consulta feita pelo então secretário da Segurança, Alexandre de Moraes, no dia da reintegração do Centro Paula Souza. * AGENDA CULTURAL Música eletrônica | Começa neste sábado (14) o festival Marisco, cuja proposta é consolidar a tendência disco no país. São dois dias de música, no sábado e domingo, embalados por DJs como Joakim, Tim Sweeney e a dupla Selvagem. Moinho Família Matarazzo - r. do Bucolismo, 81, Brás, região leste, s/tel. 1.000 pessoas. 18 anos. Sáb. e dom.: a partir de 12h. Ingr.: R$ 120 (um dia) e R$ 200 (dois dias). Ingr. p/ mariscofestival.com.br. - Show | A cantora Vanessa da Mata celebra 15 anos de estrada com turnê inspirada no álbum "Segue o Som", o quinto da carreira. Além de reproduzir o disco na íntegra, ela revê marcos de sua trajetória, como "Não Me Deixe Só". Tom Brasil - r. Bragança Paulista, 1.281, Santo Amaro, tel. 4003-1212. 1.800 pessoas. Sáb. (14): 22h. 90 min. 14 anos. Ingr.: R$ 120 a R$ 240 (estudantes: R$ 60 a R$ 120). Valet (R$ 50). Ingr. p/ ingressorapido.com.br.
17
Baleado ainda na barriga da mãe, bebê nasce paraplégico
O filho de Claudineia dos Santos Melo nasceu na tarde de sexta-feira (30) já como mais uma vítima da violência do Rio. A mulher foi baleada na favela do Lixão, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), quando estava na 39ª semana de gravidez. O projétil a deixou em estado grave e o menino, gravíssimo. O projétil atingiu o quadril de Claudineia para, em seguida, atravessar o tórax e o pulmão do bebê, que teve também uma lesão neurológica na coluna. Em entrevista à TV Globo, o secretario de saúde de Duque de Caxias, José Carlos Oliveira, afirmou que o bebê está paraplégico. "Esta criança tem uma lesão nas vértebras torácicas T3 e T4. Está com uma paraplegia de membros inferiores. E também nós estamos resguardando este prognóstico nas primeiras horas, na primeira semana, no primeiro mês, tudo pode acontecer", disse. A mãe está internada no Hospital Municipal Moacyr do Carmo, enquanto o filho foi transferido para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes. A mulher havia saído para o mercado quando foi baleada na região pélvica. De acordo com a Polícia Militar, agentes haviam acabado de realizar uma operação na favela quando, na saída, foram alvos de tiros. A PM afirma que não houve revide. "Naquele momento as guarnições foram chamadas por transeuntes dizendo que havia uma pessoa baleada na Rua Frei Fidelis. A vítima, uma mulher grávida, foi atingida por disparo de arma de fogo na perna", diz nota da PM. A mulher foi submetida a uma cesária de emergência, quando os ferimentos no bebê foram identificados. TIROTEIO NA ZONA SUL Na manhã desse sábado (1º), moradores da zona sul se assustaram com um tiroteio na favela do Pavão-Pavãozinho, que fica num morro na divisa entre Ipanema e Copacabana. De acordo com o comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade, uma viatura foi atacada por criminosos durante um patrulhamento na Rua Saint Roman.
cotidiano
Baleado ainda na barriga da mãe, bebê nasce paraplégicoO filho de Claudineia dos Santos Melo nasceu na tarde de sexta-feira (30) já como mais uma vítima da violência do Rio. A mulher foi baleada na favela do Lixão, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), quando estava na 39ª semana de gravidez. O projétil a deixou em estado grave e o menino, gravíssimo. O projétil atingiu o quadril de Claudineia para, em seguida, atravessar o tórax e o pulmão do bebê, que teve também uma lesão neurológica na coluna. Em entrevista à TV Globo, o secretario de saúde de Duque de Caxias, José Carlos Oliveira, afirmou que o bebê está paraplégico. "Esta criança tem uma lesão nas vértebras torácicas T3 e T4. Está com uma paraplegia de membros inferiores. E também nós estamos resguardando este prognóstico nas primeiras horas, na primeira semana, no primeiro mês, tudo pode acontecer", disse. A mãe está internada no Hospital Municipal Moacyr do Carmo, enquanto o filho foi transferido para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes. A mulher havia saído para o mercado quando foi baleada na região pélvica. De acordo com a Polícia Militar, agentes haviam acabado de realizar uma operação na favela quando, na saída, foram alvos de tiros. A PM afirma que não houve revide. "Naquele momento as guarnições foram chamadas por transeuntes dizendo que havia uma pessoa baleada na Rua Frei Fidelis. A vítima, uma mulher grávida, foi atingida por disparo de arma de fogo na perna", diz nota da PM. A mulher foi submetida a uma cesária de emergência, quando os ferimentos no bebê foram identificados. TIROTEIO NA ZONA SUL Na manhã desse sábado (1º), moradores da zona sul se assustaram com um tiroteio na favela do Pavão-Pavãozinho, que fica num morro na divisa entre Ipanema e Copacabana. De acordo com o comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade, uma viatura foi atacada por criminosos durante um patrulhamento na Rua Saint Roman.
6
Biólogo especialista em classificar espécies está ameaçado de extinção
Se esse animal for extinto, promete levar cerca de outros oito milhões de seres vivos com ele. O taxonomista, biólogo especialista em identificar e classificar a vida no planeta, está ameaçado. Uma nova espécie de peixe –coletada na bacia do Rio Madeira, no Estado do Amazonas– descoberta agora por cientistas, pode ser a exceção desse trabalho. De acordo com o pesquisador Murilo Pastana, faltam especialistas para examinar outros espécimes coletados e avaliar a riqueza do local. Os bichos à espera de nome vão integrar os cerca de oito milhões de seres vivos, segundo estimativas conservadoras, sobre os quais nada se sabe –sendo que há quase 2 milhões de espécies registradas, ou só um quinto do total. "Ao não conhecer a biodiversidade, abrimos um flanco para que as espécies ameaçadas de extinção, ainda sem nome, não sejam protegidas", afirma o professor da Unesp Célio Haddad, especialista em anfíbios. Ele cita outra perda importante: sem conhecer novas espécies, perde-se um mundo em potencial de princípios bioativos para desenvolver medicamentos. "Somos diretamente afetados." Uma das causas é que essa não é uma ciência tão "sexy" quanto a bioquímica ou a genética, diz ele, e não atrai tantos alunos. Outra é a falta de estímulo à pesquisa. O investimento em um dos principais projetos de incentivo da área, o Protax (Programa de capacitação em taxonomia), do CNPq e da Capes (agências federais de fomento à pesquisa), sofreu cortes. Em 2010, o investimento foi de R$ 19 milhões. Em 2015, R$ 12 milhões. Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o valor ainda pode crescer com a adesão de outras fundações –já houve aporte adicional de R$ 1,5 milhões. A pasta informa que o investimento anual do governo na área da taxonomia gira em torno de R$ 1 milhão anual. O número representa 0,02% do orçamento para ciência, tecnologia e inovações neste ano, de R$ 4,1 bilhões, valor que também sofreu cortes: em 2015, o orçamento para a área foi de R$ 7,37 bilhões. Descobrindo uma nova espécie Para Antonio Carlos Marques, diretor do Centro de Biologia Marinha da USP e autor de um estudo de dez anos atrás que indicava a necessidade de ampliar o investimento na área, é preciso haver uma política de Estado que estimule a formação contínua de novos especialistas. Ele diz que há biomas brasileiros que são "um deserto de taxonomistas", como o mar profundo do Atlântico Sul. "O homem manda foguetes para outros planetas para descobrir se há vida lá fora, mas não investe para conhecer os organismos do planeta Terra", observa o pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), José Albertino Rafael. Região mais diversa do Brasil (estima-se que abrigue 60% das espécies), a Amazônia tem entre 12 e 15 taxonomistas atuantes, segundo Rafael. Um profissional para áreas do tamanho do Acre. Foi na região Amazônica, na bacia do rio Madeira, que os pesquisadores da USP Murilo Pastana e Willian Ohara descobriram uma nova espécie de peixe, "com colorido bastante vivo" e de pequeno porte, menos de 5 cm. Mas o bicho, coletado numa cachoeira próxima ao município de Apuí (AM), "já nasce ameaçado", diz Pastana. Para chamar atenção à necessidade de preservação, os pesquisadores batizaram o peixe de Hyphessobrycon procyon –procyon é uma alusão à estrela que representa o Amazonas na flâmula nacional. Para Rafael, do Inpa, nós já "perdemos essa guerra" porque "a destruição é muito mais rápida do que nossa capacidade de estudo". Em todo planeta é assim. A crise é até menor no Brasil, um dos países com maior representatividade de taxonomistas –embora muito aquém do desejável–, por causa de sua megabiodiversidade. O consultor em ecologia britânico e especialista em pulgões Graham Hopkins, autor de um trabalho que aponta o declínio desse tipo de profissional no Reino Unido, diz que é preciso engajar o público nas descobertas. "Alguns pesquisadores ficaram bravos quando outros batizaram uma mosca como Beyoncé. Se tivessem homenageado um velho cientista, ninguém se interessaria. É preciso propagar nosso trabalho." Marques e cientistas americanos fizeram isso ao descobrir uma nova e deslumbrante espécie de água-viva. Promoveram um concurso on-line para decidir seu nome. Resultado? Tamoya ohboya, alusão a "Oh boy!" (minha nossa!), reação das pessoas ao verem esse animal. COMPARAÇÃO Como que esses cientistas identificam uma nova espécie? Por comparação, basicamente. Pesquisadores colhem amostras de uma população e analisam sua morfologia (cor ou forma, por exemplo), seu comportamento e genética, entre outros. Eventuais diferenças apontarão se representam uma nova espécie. Haddad, o especialista em anfíbios, já identificou cerca de 50 espécies da classe. Foi a cor vermelha do Brachycephalus pitanga, o "sapinho-pitanga", de cerca de 1 cm, por exemplo, que o diferenciou de animais com características semelhantes. O sapo é endêmico da Mata Atlântica, diz o pesquisador, "e desaparecerá com o desmatamento da floresta e com o aquecimento global, pois necessita de temperaturas amenas para sobreviver".
ambiente
Biólogo especialista em classificar espécies está ameaçado de extinçãoSe esse animal for extinto, promete levar cerca de outros oito milhões de seres vivos com ele. O taxonomista, biólogo especialista em identificar e classificar a vida no planeta, está ameaçado. Uma nova espécie de peixe –coletada na bacia do Rio Madeira, no Estado do Amazonas– descoberta agora por cientistas, pode ser a exceção desse trabalho. De acordo com o pesquisador Murilo Pastana, faltam especialistas para examinar outros espécimes coletados e avaliar a riqueza do local. Os bichos à espera de nome vão integrar os cerca de oito milhões de seres vivos, segundo estimativas conservadoras, sobre os quais nada se sabe –sendo que há quase 2 milhões de espécies registradas, ou só um quinto do total. "Ao não conhecer a biodiversidade, abrimos um flanco para que as espécies ameaçadas de extinção, ainda sem nome, não sejam protegidas", afirma o professor da Unesp Célio Haddad, especialista em anfíbios. Ele cita outra perda importante: sem conhecer novas espécies, perde-se um mundo em potencial de princípios bioativos para desenvolver medicamentos. "Somos diretamente afetados." Uma das causas é que essa não é uma ciência tão "sexy" quanto a bioquímica ou a genética, diz ele, e não atrai tantos alunos. Outra é a falta de estímulo à pesquisa. O investimento em um dos principais projetos de incentivo da área, o Protax (Programa de capacitação em taxonomia), do CNPq e da Capes (agências federais de fomento à pesquisa), sofreu cortes. Em 2010, o investimento foi de R$ 19 milhões. Em 2015, R$ 12 milhões. Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o valor ainda pode crescer com a adesão de outras fundações –já houve aporte adicional de R$ 1,5 milhões. A pasta informa que o investimento anual do governo na área da taxonomia gira em torno de R$ 1 milhão anual. O número representa 0,02% do orçamento para ciência, tecnologia e inovações neste ano, de R$ 4,1 bilhões, valor que também sofreu cortes: em 2015, o orçamento para a área foi de R$ 7,37 bilhões. Descobrindo uma nova espécie Para Antonio Carlos Marques, diretor do Centro de Biologia Marinha da USP e autor de um estudo de dez anos atrás que indicava a necessidade de ampliar o investimento na área, é preciso haver uma política de Estado que estimule a formação contínua de novos especialistas. Ele diz que há biomas brasileiros que são "um deserto de taxonomistas", como o mar profundo do Atlântico Sul. "O homem manda foguetes para outros planetas para descobrir se há vida lá fora, mas não investe para conhecer os organismos do planeta Terra", observa o pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), José Albertino Rafael. Região mais diversa do Brasil (estima-se que abrigue 60% das espécies), a Amazônia tem entre 12 e 15 taxonomistas atuantes, segundo Rafael. Um profissional para áreas do tamanho do Acre. Foi na região Amazônica, na bacia do rio Madeira, que os pesquisadores da USP Murilo Pastana e Willian Ohara descobriram uma nova espécie de peixe, "com colorido bastante vivo" e de pequeno porte, menos de 5 cm. Mas o bicho, coletado numa cachoeira próxima ao município de Apuí (AM), "já nasce ameaçado", diz Pastana. Para chamar atenção à necessidade de preservação, os pesquisadores batizaram o peixe de Hyphessobrycon procyon –procyon é uma alusão à estrela que representa o Amazonas na flâmula nacional. Para Rafael, do Inpa, nós já "perdemos essa guerra" porque "a destruição é muito mais rápida do que nossa capacidade de estudo". Em todo planeta é assim. A crise é até menor no Brasil, um dos países com maior representatividade de taxonomistas –embora muito aquém do desejável–, por causa de sua megabiodiversidade. O consultor em ecologia britânico e especialista em pulgões Graham Hopkins, autor de um trabalho que aponta o declínio desse tipo de profissional no Reino Unido, diz que é preciso engajar o público nas descobertas. "Alguns pesquisadores ficaram bravos quando outros batizaram uma mosca como Beyoncé. Se tivessem homenageado um velho cientista, ninguém se interessaria. É preciso propagar nosso trabalho." Marques e cientistas americanos fizeram isso ao descobrir uma nova e deslumbrante espécie de água-viva. Promoveram um concurso on-line para decidir seu nome. Resultado? Tamoya ohboya, alusão a "Oh boy!" (minha nossa!), reação das pessoas ao verem esse animal. COMPARAÇÃO Como que esses cientistas identificam uma nova espécie? Por comparação, basicamente. Pesquisadores colhem amostras de uma população e analisam sua morfologia (cor ou forma, por exemplo), seu comportamento e genética, entre outros. Eventuais diferenças apontarão se representam uma nova espécie. Haddad, o especialista em anfíbios, já identificou cerca de 50 espécies da classe. Foi a cor vermelha do Brachycephalus pitanga, o "sapinho-pitanga", de cerca de 1 cm, por exemplo, que o diferenciou de animais com características semelhantes. O sapo é endêmico da Mata Atlântica, diz o pesquisador, "e desaparecerá com o desmatamento da floresta e com o aquecimento global, pois necessita de temperaturas amenas para sobreviver".
7
Produção de veículos cai 28,9% em um ano, diz Anfavea
A produção de automóveis e comerciais leves caiu de 281,6 mil unidades em fevereiro de 2014 para 200,1 mil unidades no mês passado, registrando retração de 28,9%. Sobre janeiro de 2015, quando foram produzidos 204,8 mil carros e utilitários, a queda é de 2,3%. Com o resultado, o setor acumula perda de produção de 22% em relação ao primeiro bimestre do ano passado, a 404,9 mil unidades. Quanto às vendas, o mercado nacional emplacou 185,9 mil unidades em fevereiro, voltando aos patamares de novembro de 2008, revelou nesta quinta-feira (5) a Anfavea (associação dos fabricantes). A queda dos licenciamentos sobre janeiro, quando foram emplacados 253,8 mil unidades, é de 26,7%, enquanto a retração sobre fevereiro de 2014 (259,3 mil) chega a 28,3%. "Os dois principais fatores para essa queda considerável é a volta da cobrança do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) e falta de confiança do consumidor na economia", explica Luiz Moan, presidente da Anfavea. A desaceleração da indústria ocorre desde o ano passado, mas começou a apertar o passo este ano, com a retração mais intensa do consumo e fim de incentivos tributários como a redução do IPI. Concedidos pelo governo, os incentivos eram condicionados a compromissos de manutenção de empregos no setor. A expectativa do é que o consumo de veículos se retraia 10% neste ano. A expectativa do mercado para o PIB de 2015 é retração de 0,58%, que seria a pior em 25 anos. DEMISSÕES O número de postos de trabalho ocupados pelo setor em fevereiro ficou em 142,3 mil, queda de 1,3% sobre janeiro e de 8,8% sobre o mesmo mês de 2014. Ainda assim, o presidente da entidade acredita haver um excedente de trabalhadores, o que deve levar a novas demissões ao longo do ano. Os atuais 142,3 mil postos de trabalho são inferiores aos 144,1 mil empregos de janeiro, mas ainda distantes dos cerca de 124 mil postos de 2009, quando a indústria começava a se recuperar da crise de 2008. Segundo Moan, apenas cada fabricante sabe o quanto tem de excedente em suas linhas de produção - não havendo uma relação exata entre a quantidade de empregos de fevereiro de 2015 e novembro de 2009. EXPORTAÇÕES Na contramão dos licenciamentos e da produção, as exportações tiveram alta no período, principalmente em função das recentes altas do dólar. Foram vendidos a outros países 31.266 veículos em fevereiro, montante 91,8% superior ao desempenho de janeiro. Entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2014, a alta foi de 9,2%. No acumulado do bimestre, no entanto, há queda de 7,2%. Quanto à elevação do dólar para R$ 3, o presidente da Anfavea acredita que haverá "grandes prejuízos" a curto prazos com o aumento de insumos que são importados, mas que a médio e longo prazos o país retomará a competitividade nas exportações. PROJEÇÕES No começo da semana, a Fenabrave (associação de concessionários de veículos) decidiu reduzir fortemente sua projeção para as vendas de carros e comerciais leves neste ano: de queda de 0,5%, para recuo de 10%, a 2,996 milhões de unidades. A Anfavea manteve no mês passado projeção de estabilidade nas vendas de veículos neste ano e a estimativa de alta de 4,1% na produção. Contudo, a previsão que entidade costuma fazer no meio do ano será adiantada para o próximo mês, devido a "uma piora considerável no quadro econômico", de acordo com Moan. Com Reuters
mercado
Produção de veículos cai 28,9% em um ano, diz AnfaveaA produção de automóveis e comerciais leves caiu de 281,6 mil unidades em fevereiro de 2014 para 200,1 mil unidades no mês passado, registrando retração de 28,9%. Sobre janeiro de 2015, quando foram produzidos 204,8 mil carros e utilitários, a queda é de 2,3%. Com o resultado, o setor acumula perda de produção de 22% em relação ao primeiro bimestre do ano passado, a 404,9 mil unidades. Quanto às vendas, o mercado nacional emplacou 185,9 mil unidades em fevereiro, voltando aos patamares de novembro de 2008, revelou nesta quinta-feira (5) a Anfavea (associação dos fabricantes). A queda dos licenciamentos sobre janeiro, quando foram emplacados 253,8 mil unidades, é de 26,7%, enquanto a retração sobre fevereiro de 2014 (259,3 mil) chega a 28,3%. "Os dois principais fatores para essa queda considerável é a volta da cobrança do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) e falta de confiança do consumidor na economia", explica Luiz Moan, presidente da Anfavea. A desaceleração da indústria ocorre desde o ano passado, mas começou a apertar o passo este ano, com a retração mais intensa do consumo e fim de incentivos tributários como a redução do IPI. Concedidos pelo governo, os incentivos eram condicionados a compromissos de manutenção de empregos no setor. A expectativa do é que o consumo de veículos se retraia 10% neste ano. A expectativa do mercado para o PIB de 2015 é retração de 0,58%, que seria a pior em 25 anos. DEMISSÕES O número de postos de trabalho ocupados pelo setor em fevereiro ficou em 142,3 mil, queda de 1,3% sobre janeiro e de 8,8% sobre o mesmo mês de 2014. Ainda assim, o presidente da entidade acredita haver um excedente de trabalhadores, o que deve levar a novas demissões ao longo do ano. Os atuais 142,3 mil postos de trabalho são inferiores aos 144,1 mil empregos de janeiro, mas ainda distantes dos cerca de 124 mil postos de 2009, quando a indústria começava a se recuperar da crise de 2008. Segundo Moan, apenas cada fabricante sabe o quanto tem de excedente em suas linhas de produção - não havendo uma relação exata entre a quantidade de empregos de fevereiro de 2015 e novembro de 2009. EXPORTAÇÕES Na contramão dos licenciamentos e da produção, as exportações tiveram alta no período, principalmente em função das recentes altas do dólar. Foram vendidos a outros países 31.266 veículos em fevereiro, montante 91,8% superior ao desempenho de janeiro. Entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2014, a alta foi de 9,2%. No acumulado do bimestre, no entanto, há queda de 7,2%. Quanto à elevação do dólar para R$ 3, o presidente da Anfavea acredita que haverá "grandes prejuízos" a curto prazos com o aumento de insumos que são importados, mas que a médio e longo prazos o país retomará a competitividade nas exportações. PROJEÇÕES No começo da semana, a Fenabrave (associação de concessionários de veículos) decidiu reduzir fortemente sua projeção para as vendas de carros e comerciais leves neste ano: de queda de 0,5%, para recuo de 10%, a 2,996 milhões de unidades. A Anfavea manteve no mês passado projeção de estabilidade nas vendas de veículos neste ano e a estimativa de alta de 4,1% na produção. Contudo, a previsão que entidade costuma fazer no meio do ano será adiantada para o próximo mês, devido a "uma piora considerável no quadro econômico", de acordo com Moan. Com Reuters
2
Saúde responde: posso usar no cotovelo pomada para herpes ocular?
Tenho 50 anos. Há 12, tive herpes ocular. Na época, usei uma pomada no olho. Recentemente, apareceram lesões no meu cotovelo, com ardência e depois coceira. Uso a tal pomada na região e as lesões somem. Ocorre que elas voltam uma vez por mês, ou no período que antecede a menstruação. Devo fazer tratamento com antivirais? Segundo Myung Kyu Kim, oftalmologista, primeiro é preciso investigar o motivo da recorrência das lesões no cotovelo. Se estão relacionadas à baixa de resistência, é preciso sabe por que isso está ocorrendo e tratar a causa e não os efeitos. Há doenças sistêmicas, por exemplo, que podem se manifestar em lesões na pele. No caso da leitora, é recomendável, sim, o uso de antivirais, associado à pomada tópica. Mas tudo isso com indicação médica. O período de tratamento vai depender da intensidade das lesões, alerta o médico. ENVIE SUA DÚVIDA A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o e-mail [email protected], informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
equilibrioesaude
Saúde responde: posso usar no cotovelo pomada para herpes ocular?Tenho 50 anos. Há 12, tive herpes ocular. Na época, usei uma pomada no olho. Recentemente, apareceram lesões no meu cotovelo, com ardência e depois coceira. Uso a tal pomada na região e as lesões somem. Ocorre que elas voltam uma vez por mês, ou no período que antecede a menstruação. Devo fazer tratamento com antivirais? Segundo Myung Kyu Kim, oftalmologista, primeiro é preciso investigar o motivo da recorrência das lesões no cotovelo. Se estão relacionadas à baixa de resistência, é preciso sabe por que isso está ocorrendo e tratar a causa e não os efeitos. Há doenças sistêmicas, por exemplo, que podem se manifestar em lesões na pele. No caso da leitora, é recomendável, sim, o uso de antivirais, associado à pomada tópica. Mas tudo isso com indicação médica. O período de tratamento vai depender da intensidade das lesões, alerta o médico. ENVIE SUA DÚVIDA A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o e-mail [email protected], informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
8
Ilan Goldfajn é empossado como novo presidente do Banco Central
O economista Ilan Goldfajn foi empossado na tarde desta quinta-feira (9) pelo presidente em exercício Michel Temer para exercer a presidência do Banco Central. Ele substitui Alexandre Tombini, que estava no cargo desde o início do governo Dilma Rousseff, em 2011, e vai agora para Washington (EUA), onde será representante do Brasil e de outros dez países no FMI (Fundo Monetário Internacional). A posse foi um evento fechado à imprensa. O primeiro discurso de Ilan à frente do BC será feito na próxima segunda-feira (13), durante a cerimônia de transmissão de cargo. Ilan teve seu nome aprovado pelo Senado na terça-feira (7), mas só tomou posse nesta quinta, um dia após a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) conduzida por Tombini. Durante a sabatina na CAE (Comissão de Assunto Econômicos do Senado), o novo presidente do BC afirmou que terá como objetivo cumprir plenamente a meta de inflação de 4,5%, mirando seu ponto central. Desde 2009, a inflação medida pelo IPCA não fica próxima ao centro da meta. Nos 12 meses encerrados em abril, a taxa está acima de 9%. O economista afirmou que a retomada do crescimento econômico, da queda dos juros e do aumento do emprego passam pela reorganização das contas públicas. E refutou a tese de que o aumento de gastos e da inflação contribuam para o crescimento do país. O governo Temer avalia que, apesar de a inflação ter acelerado em maio, a queda do dólar e a credibilidade da equipe econômica garantem espaço para a redução da taxa básica de juros (Selic), hoje em 14,25% ao ano, no segundo semestre de 2016. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 19 e 20 de julho. A expectativa do mercado é que os juros comecem a cair na reunião seguinte, no final de agosto, quando a tendência de queda da inflação deverá estar mais evidente. A economista Tatiana Pinheiro, do Santander, está entre os que esperam o início do ciclo de corte de juros para agosto e vê uma taxa de 12,75% no final de 2016 e de 10% ao ano no fim de 2017. Para ela, o principal risco para que as previsões se concretizem é o comportamento da inflação nos próximos meses. "Se ficar nesse patamar de 9,3%, provavelmente as expectativas de inflação voltariam a subir, e isso seria um risco para o início do afrouxamento monetário." CORREIOS Também tomou posse nesta quinta-feira (9) o novo presidente dos Correios, Guilherme Campos, engenheiro civil que é presidente nacional em exercício do PSD, partido do qual faz parte o ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações). O presidente interino Michel Temer havia prometido paralisar as indicações para diretorias e presidências de estatais até que e a Câmara dos Deputados aprovasse proposta que exige qualificação técnica para esses cargos. Segundo o Palácio do Planalto, Temer havia assinado a nomeação no mês passado, antes de fazer a promessa, mas ela só foi publicada hoje devido ao excesso de publicações feitas nas últimas semanas. Guilherme Campos foi deputado federal por São Paulo por dois mandatos, líder da bancada do partido na Câmara dos Deputados e secretário de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo de Campinas, cidade do interior de São Paulo. Os Correios enfrentam hoje uma grave crise financeira. Em março, a empresa anunciou uma série de medidas para tentar economizar R$ 1,6 bilhão e reduzir seus prejuízos. Agências deficitárias estão sendo fechadas aos sábados, a despesa com patrocínio e publicidade foi cortada pela metade e despesas administrativas estão sendo revistas, segundo a empresa. Após a cerimônia, o novo presidente da empresa publicou nota na qual afirma que irá fazer o possível para "colocar a casa em ordem".
mercado
Ilan Goldfajn é empossado como novo presidente do Banco CentralO economista Ilan Goldfajn foi empossado na tarde desta quinta-feira (9) pelo presidente em exercício Michel Temer para exercer a presidência do Banco Central. Ele substitui Alexandre Tombini, que estava no cargo desde o início do governo Dilma Rousseff, em 2011, e vai agora para Washington (EUA), onde será representante do Brasil e de outros dez países no FMI (Fundo Monetário Internacional). A posse foi um evento fechado à imprensa. O primeiro discurso de Ilan à frente do BC será feito na próxima segunda-feira (13), durante a cerimônia de transmissão de cargo. Ilan teve seu nome aprovado pelo Senado na terça-feira (7), mas só tomou posse nesta quinta, um dia após a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) conduzida por Tombini. Durante a sabatina na CAE (Comissão de Assunto Econômicos do Senado), o novo presidente do BC afirmou que terá como objetivo cumprir plenamente a meta de inflação de 4,5%, mirando seu ponto central. Desde 2009, a inflação medida pelo IPCA não fica próxima ao centro da meta. Nos 12 meses encerrados em abril, a taxa está acima de 9%. O economista afirmou que a retomada do crescimento econômico, da queda dos juros e do aumento do emprego passam pela reorganização das contas públicas. E refutou a tese de que o aumento de gastos e da inflação contribuam para o crescimento do país. O governo Temer avalia que, apesar de a inflação ter acelerado em maio, a queda do dólar e a credibilidade da equipe econômica garantem espaço para a redução da taxa básica de juros (Selic), hoje em 14,25% ao ano, no segundo semestre de 2016. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 19 e 20 de julho. A expectativa do mercado é que os juros comecem a cair na reunião seguinte, no final de agosto, quando a tendência de queda da inflação deverá estar mais evidente. A economista Tatiana Pinheiro, do Santander, está entre os que esperam o início do ciclo de corte de juros para agosto e vê uma taxa de 12,75% no final de 2016 e de 10% ao ano no fim de 2017. Para ela, o principal risco para que as previsões se concretizem é o comportamento da inflação nos próximos meses. "Se ficar nesse patamar de 9,3%, provavelmente as expectativas de inflação voltariam a subir, e isso seria um risco para o início do afrouxamento monetário." CORREIOS Também tomou posse nesta quinta-feira (9) o novo presidente dos Correios, Guilherme Campos, engenheiro civil que é presidente nacional em exercício do PSD, partido do qual faz parte o ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações). O presidente interino Michel Temer havia prometido paralisar as indicações para diretorias e presidências de estatais até que e a Câmara dos Deputados aprovasse proposta que exige qualificação técnica para esses cargos. Segundo o Palácio do Planalto, Temer havia assinado a nomeação no mês passado, antes de fazer a promessa, mas ela só foi publicada hoje devido ao excesso de publicações feitas nas últimas semanas. Guilherme Campos foi deputado federal por São Paulo por dois mandatos, líder da bancada do partido na Câmara dos Deputados e secretário de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo de Campinas, cidade do interior de São Paulo. Os Correios enfrentam hoje uma grave crise financeira. Em março, a empresa anunciou uma série de medidas para tentar economizar R$ 1,6 bilhão e reduzir seus prejuízos. Agências deficitárias estão sendo fechadas aos sábados, a despesa com patrocínio e publicidade foi cortada pela metade e despesas administrativas estão sendo revistas, segundo a empresa. Após a cerimônia, o novo presidente da empresa publicou nota na qual afirma que irá fazer o possível para "colocar a casa em ordem".
2
Oposição deve apostar em pedido de impeachment feito por Bicudo
A oposição na Câmara escolherá o pedido de impeachment apresentado por Hélio Bicudo, fundador do PT, para dar sequência à tramitação do processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff. Como a Folha revelou no sábado (12), a Casa deve tratar formalmente da deposição da petista nesta semana. A oposição vai requerer ao presidente Eduardo Cunha que se posicione sobre pedidos de impeachment à espera de análise; ele deve negar boa parte das ações. Os oposicionistas questionarão, então, a recusa ao pedido de Bicudo –se o recurso for aprovado em plenário, uma comissão para dar sequência à tramitação poderá ser criada. A peça foi escolhida por ser simbólica (apresentada por um fundador do partido do governo) e mais bem embasada juridicamente. Cunha já pediu a Bicudo para adequar o pedido aos requisitos exigidos pela Câmara. IMPEACHMENT
poder
Oposição deve apostar em pedido de impeachment feito por BicudoA oposição na Câmara escolherá o pedido de impeachment apresentado por Hélio Bicudo, fundador do PT, para dar sequência à tramitação do processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff. Como a Folha revelou no sábado (12), a Casa deve tratar formalmente da deposição da petista nesta semana. A oposição vai requerer ao presidente Eduardo Cunha que se posicione sobre pedidos de impeachment à espera de análise; ele deve negar boa parte das ações. Os oposicionistas questionarão, então, a recusa ao pedido de Bicudo –se o recurso for aprovado em plenário, uma comissão para dar sequência à tramitação poderá ser criada. A peça foi escolhida por ser simbólica (apresentada por um fundador do partido do governo) e mais bem embasada juridicamente. Cunha já pediu a Bicudo para adequar o pedido aos requisitos exigidos pela Câmara. IMPEACHMENT
0
Hoje na TV: Bayern de Munique x Colônia, pelo Alemão
10h30 - Torneio de Doha, tênis, Bandsports 12h - Brasil x EUA, vôlei de praia, SporTV 2 16h - PGA Tour, golfe, ESPN + 16h30 - Bayern x Colônia, Alemão, ESPN Brasil 16h30 - O. Marselha x Caen, Francês, ESPN e SporTV 19h - Flamengo x Halcones Rojos (MEX), Liga das Américas de basquete, SporTV 21h - Torneio de Buenos Aires, tênis, Bandsports 21h - New York Islanders x Calgary Flames, hóquei no gelo, ESPN + 21h30 - Osasco x Praia Clube, Superliga fem. de vôlei, SporTV 21h45 - Limeira x B. Cearense, NBB, SporTV 2 22h - New Orleans Pelicans x Miami Heat, NBA, ESPN 23h30 - Cletus Seldin x Jhonny Garcia, boxe, ESPN +
esporte
Hoje na TV: Bayern de Munique x Colônia, pelo Alemão10h30 - Torneio de Doha, tênis, Bandsports 12h - Brasil x EUA, vôlei de praia, SporTV 2 16h - PGA Tour, golfe, ESPN + 16h30 - Bayern x Colônia, Alemão, ESPN Brasil 16h30 - O. Marselha x Caen, Francês, ESPN e SporTV 19h - Flamengo x Halcones Rojos (MEX), Liga das Américas de basquete, SporTV 21h - Torneio de Buenos Aires, tênis, Bandsports 21h - New York Islanders x Calgary Flames, hóquei no gelo, ESPN + 21h30 - Osasco x Praia Clube, Superliga fem. de vôlei, SporTV 21h45 - Limeira x B. Cearense, NBB, SporTV 2 22h - New Orleans Pelicans x Miami Heat, NBA, ESPN 23h30 - Cletus Seldin x Jhonny Garcia, boxe, ESPN +
4
A 'Cosa Nostra' e as nossas coisas
A Itália lembrará nesta terça-feira (23) o 25º aniversário do assassinato do juiz Giovanni Falcone, o principal responsável pela chamado "Maxi Processo", que fazia bem sucedida investigação sobre a máfia, em especial a Cosa Nostra. Na coluna que está sendo agora corrigida, confundi essa operação com a "Mãos Limpas", essa parente muito mais encorpado da Lava Jato brasileira. Confusão à parte, ambas as operações permitem alguns paralelismos entre o combate à corrupção no Brasil e na Itália, por mais que comparar países tão diferentes como Brasil e Itália seja sempre uma operação arriscada. Primeira comparação: Falcone era tão odiado pela máfia e pelos líderes políticos a ela associados como o é, hoje, o brasileiro Sérgio Moro e os procuradores que estão pondo o dedo em um esquema igualmente mafioso. Importante diferença, a favor do Brasil: a Cosa Nostra, um dos principais braços da máfia italiana, tinha um poder de fogo extraordinário, superior até ao do crime organizado no Brasil. Mas, como o crime organizado não está entre os investigados pela Lava Jato, ao contrário do que ocorria no "Maxi Processo", dá para acreditar que Moro sobreviva. Falcone foi alcançado, no carro que dirigia, por uma explosão tão formidável que acabou registrada pelos sensores do Instituto de Geofísica e Vulcanologia do Monte Erice (Palermo, sul da Itália). Dois meses depois, um de seus parceiros na investigação, Paolo Borsellino, foi igualmente assassinado. Outra potencial diferença, esta contra o Brasil: os juízes italianos formaram uma espécie de "pool", sistema pelo qual todos estavam informados de todos os detalhes da investigação. Sabiam que corriam riscos e, por isso, armaram um esquema que permitiria que a operação continuasse, mesmo que um ou mais de um desaparecesse. Não sei se houver algum problema com os procuradores e/ou o juiz Moro, haverá idêntica continuidade. No caso específico da "Mani Pulite", o nome original era "Tangentopoli" ou Cidade da Propina. Os depoimentos dos executivos das empreiteiras e da JBS permitem que se chame o Brasil de "País da Propina". Aliás, é curioso que o primeiro impulso para a investigação italiana tenha sido a prisão do mafioso Tommaso Buscetta, que se tornou o primeiro delator premiado, depoimento aliás tomado por Falcone. Onde é que Buscetta foi preso? No Brasil, claro. Mais um paralelismo: há no Brasil inúmeras declarações de advogados dos acusados e dos envolvidos na Lava Jato criticando as prisões preventivas. Na Itália da "Mãos Limpas", também: "Os magistrados italianos abusavam das prisões preventivas para extorquir confissões dos interrogados". Autor da frase? Silvio Berlusconi, que não é exatamente um "mãos limpas", mas que acabou sendo o beneficiário da operação. Mais uma potencial coincidência, a ser confirmada: a "Mãos Limpas" dinamitou o sistema partidário italiano. Sumiram do mapa ou perderam completamente importância os partidos que haviam sido dominantes na chamada "Primeira República" (1948/1994), aliás ela própria acabada então. A Democracia Cristã, que governou a maior parte do tempo desde o fim da guerra em 1945, sozinha ou em coligação, hoje é um partido nanico. Sumiu o Partido Socialista Italiano, igualmente histórico. Até o Partido Comunista Italiano é, hoje, uma sombra do que havia sido o mais poderoso partido comunista do Ocidente até então, embora fosse oposição ao sistema imperante na "Primeira República". Na "Nova República" brasileira, supostamente estabelecida ao fim da ditadura, em 1985, só a propina da JBS beneficiou 28 partidos, que é praticamente o número de partidos com representação no Parlamento, se é verdadeira a delação dos executivos da empresa. Se vão desaparecer ou não, cabe ao eleitor decidir já no próximo ano (ou antes se houver uma eleição direta antecipada). E, aí, uma observação sobre "Mãos Limpas" e Lava Jato: há quem diga que a Lava Jato acabará do mesmo modo que sua congênere italiana, que teria dado margem à emergência de Silvio Berlusconi, não menos corrupto do que os políticos que a "Mãos Limpas" devorou. Pode ser, mas é preciso ter claro duas coisas: primeiro, Berlusconi só ascendeu porque os outros partidos se desmoralizaram e ele não era político e, sim, empresário. Não basta, pois, se dizer não político ou antipolítico para ser limpo. Segundo, mesmo com Berlusconi no centro da política italiana durante muito tempo, a Itália de hoje é menos suja do que há 25 anos, a Cosa Nostra perdeu poder e juízes não são mais assassinados, por mais que outros braços da máfia continuem operando. Ou posto de outra forma: não é porque a corrupção não pode ser eliminada, inerente que é à condição humana, que se deve atacar a Lava Jato. O fato inconteste de que executivos confessem crimes e até devolvam dinheiro roubado é uma prova definitiva de que o caminho está correto. Na verdade, falta ir mais fundo: a "Mãos Limpas" expediu 2.993 mandados de prisão; 6.059 pessoas estiveram sob investigação, incluindo 872 empresários, 1.978 administradores locais e 438 parlamentares, dos quais quatro haviam sido chefes do governo. Vê-se, pois, que a Lava Jato lavou muito pouco até agora. P.S. - 1 - Quem quiser um relato minucioso da "Mãos Limpas", procure o texto em italiano na Wikipedia. P.S. - 2 - O mandante do assassinato de Falcone, o mafioso Salvatore Totò Riina, "Il Capo de tutti Capi" (o chefão de todos os chefões), militante da Cosa Nostra desde os 16 anos, foi preso.
colunas
A 'Cosa Nostra' e as nossas coisasA Itália lembrará nesta terça-feira (23) o 25º aniversário do assassinato do juiz Giovanni Falcone, o principal responsável pela chamado "Maxi Processo", que fazia bem sucedida investigação sobre a máfia, em especial a Cosa Nostra. Na coluna que está sendo agora corrigida, confundi essa operação com a "Mãos Limpas", essa parente muito mais encorpado da Lava Jato brasileira. Confusão à parte, ambas as operações permitem alguns paralelismos entre o combate à corrupção no Brasil e na Itália, por mais que comparar países tão diferentes como Brasil e Itália seja sempre uma operação arriscada. Primeira comparação: Falcone era tão odiado pela máfia e pelos líderes políticos a ela associados como o é, hoje, o brasileiro Sérgio Moro e os procuradores que estão pondo o dedo em um esquema igualmente mafioso. Importante diferença, a favor do Brasil: a Cosa Nostra, um dos principais braços da máfia italiana, tinha um poder de fogo extraordinário, superior até ao do crime organizado no Brasil. Mas, como o crime organizado não está entre os investigados pela Lava Jato, ao contrário do que ocorria no "Maxi Processo", dá para acreditar que Moro sobreviva. Falcone foi alcançado, no carro que dirigia, por uma explosão tão formidável que acabou registrada pelos sensores do Instituto de Geofísica e Vulcanologia do Monte Erice (Palermo, sul da Itália). Dois meses depois, um de seus parceiros na investigação, Paolo Borsellino, foi igualmente assassinado. Outra potencial diferença, esta contra o Brasil: os juízes italianos formaram uma espécie de "pool", sistema pelo qual todos estavam informados de todos os detalhes da investigação. Sabiam que corriam riscos e, por isso, armaram um esquema que permitiria que a operação continuasse, mesmo que um ou mais de um desaparecesse. Não sei se houver algum problema com os procuradores e/ou o juiz Moro, haverá idêntica continuidade. No caso específico da "Mani Pulite", o nome original era "Tangentopoli" ou Cidade da Propina. Os depoimentos dos executivos das empreiteiras e da JBS permitem que se chame o Brasil de "País da Propina". Aliás, é curioso que o primeiro impulso para a investigação italiana tenha sido a prisão do mafioso Tommaso Buscetta, que se tornou o primeiro delator premiado, depoimento aliás tomado por Falcone. Onde é que Buscetta foi preso? No Brasil, claro. Mais um paralelismo: há no Brasil inúmeras declarações de advogados dos acusados e dos envolvidos na Lava Jato criticando as prisões preventivas. Na Itália da "Mãos Limpas", também: "Os magistrados italianos abusavam das prisões preventivas para extorquir confissões dos interrogados". Autor da frase? Silvio Berlusconi, que não é exatamente um "mãos limpas", mas que acabou sendo o beneficiário da operação. Mais uma potencial coincidência, a ser confirmada: a "Mãos Limpas" dinamitou o sistema partidário italiano. Sumiram do mapa ou perderam completamente importância os partidos que haviam sido dominantes na chamada "Primeira República" (1948/1994), aliás ela própria acabada então. A Democracia Cristã, que governou a maior parte do tempo desde o fim da guerra em 1945, sozinha ou em coligação, hoje é um partido nanico. Sumiu o Partido Socialista Italiano, igualmente histórico. Até o Partido Comunista Italiano é, hoje, uma sombra do que havia sido o mais poderoso partido comunista do Ocidente até então, embora fosse oposição ao sistema imperante na "Primeira República". Na "Nova República" brasileira, supostamente estabelecida ao fim da ditadura, em 1985, só a propina da JBS beneficiou 28 partidos, que é praticamente o número de partidos com representação no Parlamento, se é verdadeira a delação dos executivos da empresa. Se vão desaparecer ou não, cabe ao eleitor decidir já no próximo ano (ou antes se houver uma eleição direta antecipada). E, aí, uma observação sobre "Mãos Limpas" e Lava Jato: há quem diga que a Lava Jato acabará do mesmo modo que sua congênere italiana, que teria dado margem à emergência de Silvio Berlusconi, não menos corrupto do que os políticos que a "Mãos Limpas" devorou. Pode ser, mas é preciso ter claro duas coisas: primeiro, Berlusconi só ascendeu porque os outros partidos se desmoralizaram e ele não era político e, sim, empresário. Não basta, pois, se dizer não político ou antipolítico para ser limpo. Segundo, mesmo com Berlusconi no centro da política italiana durante muito tempo, a Itália de hoje é menos suja do que há 25 anos, a Cosa Nostra perdeu poder e juízes não são mais assassinados, por mais que outros braços da máfia continuem operando. Ou posto de outra forma: não é porque a corrupção não pode ser eliminada, inerente que é à condição humana, que se deve atacar a Lava Jato. O fato inconteste de que executivos confessem crimes e até devolvam dinheiro roubado é uma prova definitiva de que o caminho está correto. Na verdade, falta ir mais fundo: a "Mãos Limpas" expediu 2.993 mandados de prisão; 6.059 pessoas estiveram sob investigação, incluindo 872 empresários, 1.978 administradores locais e 438 parlamentares, dos quais quatro haviam sido chefes do governo. Vê-se, pois, que a Lava Jato lavou muito pouco até agora. P.S. - 1 - Quem quiser um relato minucioso da "Mãos Limpas", procure o texto em italiano na Wikipedia. P.S. - 2 - O mandante do assassinato de Falcone, o mafioso Salvatore Totò Riina, "Il Capo de tutti Capi" (o chefão de todos os chefões), militante da Cosa Nostra desde os 16 anos, foi preso.
10
The Script se empolga em show no Rock in Rio, mas não brilha
O vocalista da banda irlandesa The Script, Danny O'Donoghue, disse no palco Mundo do Rock in Rio que era "inacreditável" estar tocando ali, diante de 85 mil pessoas. É inacreditável mesmo. Com quatro discos no currículo, The Script é um grupo de rock meio frouxo, no limite das baladas sem sal e dos roquinhos acelerados bem comportados. Simplesmente não brilha. A banda estava visivelmente empolgada de tocar no festival. "Não sei se vocês estavam esperando por nós, mas nós estávamos esperando por vocês", disse O'Donoghue, que já na terceira música pulou para o meio da plateia. Ele chegou a pegar a câmera de um cinegrafista e registrar imagens que foram direto para os telões. O deslumbre foi tanto que a banda interrompeu o show no meio para acender as luzes sobre o público e tirar uma foto diante das milhares de pessoas... que esperavam por Queen + Adam Lambert.
ilustrada
The Script se empolga em show no Rock in Rio, mas não brilhaO vocalista da banda irlandesa The Script, Danny O'Donoghue, disse no palco Mundo do Rock in Rio que era "inacreditável" estar tocando ali, diante de 85 mil pessoas. É inacreditável mesmo. Com quatro discos no currículo, The Script é um grupo de rock meio frouxo, no limite das baladas sem sal e dos roquinhos acelerados bem comportados. Simplesmente não brilha. A banda estava visivelmente empolgada de tocar no festival. "Não sei se vocês estavam esperando por nós, mas nós estávamos esperando por vocês", disse O'Donoghue, que já na terceira música pulou para o meio da plateia. Ele chegou a pegar a câmera de um cinegrafista e registrar imagens que foram direto para os telões. O deslumbre foi tanto que a banda interrompeu o show no meio para acender as luzes sobre o público e tirar uma foto diante das milhares de pessoas... que esperavam por Queen + Adam Lambert.
1
O molusco fálico americano adorado na China
Não é o prato de aparência mais convidativa e tem um nome estranho... mas na China o molusco do tipo amêijoa de nome científico Panopea generosa (geoduck, em inglês) é uma iguaria delicada —o que provocou uma corrida na costa oeste americana para cultivá-los, de olho na comercialização. A primeira coisa que chama a atenção é a forma —ele não é chamado de "Rei dos Mariscos" à toa. Ele é longo e tem uma protuberância em forma de sifão que sai de sua concha e escava a areia. Ele suga água do mar para retirar nutrientes e depois a esguicha para fora novamente. Ele é o maior dos moluscos que vivem enterrados, pode pesar até 7,25 quilos, e tem um sabor delicioso. Tanto que nos restaurantes de frutos do mar da China paga-se até US$ 300 por um molusco desses importado viva dos Estados Unidos ou Canadá. Sua textura delicada e visual exótico são muito valorizados por entusiastas —que o chamam de "molusco tromba de elefante". A iguaria é considerada um afrodisíaco pelos chineses. "Você sente o sabor do Pacífico... ele é escorregadio, muito tenro e doce", dizem apreciadores em Pequim. ESTATÍSTICAS VITAIS O molusco é iguaria cobiçada em restaurantes asiáticos e o prato pode custar centenas de dólares Mas nos Estados Unidos poucas pessoas sabem da existência do molusco. Mais de 90% do que é coletado é enviado para a China e Hong Kong. O negócio é lucrativo, pois a demanda é maior que a oferta e os restaurantes lutam para obter o produto. Bill Dewey, cuja empresa Taylor Marisco comercializa ostras desde 1890 em Puget Sound, no Estado de Washington, passou os últimos 25 anos investindo em fazendas de geoduck. "Geoduck é a nossa espécie mais nova e levamos um longo tempo, cerca de uma década, só para chegar em um ponto em que deixamos de perder dinheiro", disse Dewey. "Ainda não é infalível mas hoje é um negócio lucrativo. E estamos começando a vender mais nos Estados Unidos também. Mas a demanda chinesa controla o preço —e aquele mercado quer pagar muito". "O valor do geoduck é de US$ 10 por 0,45 kg, mas os chineses pagam US$ 150. Em Londres, um estabelecimento chinês pagou US$ 312 por um quilo." POR QUE OS CHINESES GOSTAM TANTO DISSO? "Parte disso é a aparência fálica. Mas também representa status fazer uma refeição com geoduck", diz Dewey. Nos Estados Unidos, o molusco ganhou um status "cult", especialmente no Estado de Washington - onde alguns até o adotaram como uma espécie de talismã. Um exemplo é o mascote "Speedy" do time de futebol do Evergreen State College. A canção do time é "Vamos geoducks. Estiquem o pescoço quando a maré está baixa. Sifão para o alto, esguiche para fora." Cavar as areias da praia em busca do molusco no verão é "parte da tradição local", segundo Dewey. "É um passeio familiar. Você sai na maré baixa com uma pá e tenta achar um geoduck. Uma pista é o jorro do sifão". "Mas leva horas para retirá-lo da areia —é uma grande escavação. Se você tiver sorte você leva um para casa e faz uma boa fritada". A empresa de Dewey produz 318 mil quilos de geoduck cultivado por ano e vende 50% no país especialmente para os mercados asiáticos de várias cidades americanas. Chefs de cozinha também estão incluindo a iguaria em suas receitas. "Eu não costumava oferecer, mas agora os clientes pedem", disse o empresário Taichi Kitamura, dono do restaurante Sushi Kappo, em Seattle.Cozinhar a criatura é um processo delicado, Segundo Dewey. O sifão parece couro quando sai da água. "Você o coloca em água fervente para remover a pele exterior. Então você fica com uma peça suave de carne branca. Em um sushi bar você corta em fatias, mas há muitas receitas —como sopa ou ceviche". Se a cultura do molusco decolar a economia da região pode ser transformada. Atualmente é difícil conseguir uma licença, mas Dewey diz que o negócio é adequado. "Não estamos explorando o oceano, estamos produzindo bebês em nossa incubadora".
bbc
O molusco fálico americano adorado na ChinaNão é o prato de aparência mais convidativa e tem um nome estranho... mas na China o molusco do tipo amêijoa de nome científico Panopea generosa (geoduck, em inglês) é uma iguaria delicada —o que provocou uma corrida na costa oeste americana para cultivá-los, de olho na comercialização. A primeira coisa que chama a atenção é a forma —ele não é chamado de "Rei dos Mariscos" à toa. Ele é longo e tem uma protuberância em forma de sifão que sai de sua concha e escava a areia. Ele suga água do mar para retirar nutrientes e depois a esguicha para fora novamente. Ele é o maior dos moluscos que vivem enterrados, pode pesar até 7,25 quilos, e tem um sabor delicioso. Tanto que nos restaurantes de frutos do mar da China paga-se até US$ 300 por um molusco desses importado viva dos Estados Unidos ou Canadá. Sua textura delicada e visual exótico são muito valorizados por entusiastas —que o chamam de "molusco tromba de elefante". A iguaria é considerada um afrodisíaco pelos chineses. "Você sente o sabor do Pacífico... ele é escorregadio, muito tenro e doce", dizem apreciadores em Pequim. ESTATÍSTICAS VITAIS O molusco é iguaria cobiçada em restaurantes asiáticos e o prato pode custar centenas de dólares Mas nos Estados Unidos poucas pessoas sabem da existência do molusco. Mais de 90% do que é coletado é enviado para a China e Hong Kong. O negócio é lucrativo, pois a demanda é maior que a oferta e os restaurantes lutam para obter o produto. Bill Dewey, cuja empresa Taylor Marisco comercializa ostras desde 1890 em Puget Sound, no Estado de Washington, passou os últimos 25 anos investindo em fazendas de geoduck. "Geoduck é a nossa espécie mais nova e levamos um longo tempo, cerca de uma década, só para chegar em um ponto em que deixamos de perder dinheiro", disse Dewey. "Ainda não é infalível mas hoje é um negócio lucrativo. E estamos começando a vender mais nos Estados Unidos também. Mas a demanda chinesa controla o preço —e aquele mercado quer pagar muito". "O valor do geoduck é de US$ 10 por 0,45 kg, mas os chineses pagam US$ 150. Em Londres, um estabelecimento chinês pagou US$ 312 por um quilo." POR QUE OS CHINESES GOSTAM TANTO DISSO? "Parte disso é a aparência fálica. Mas também representa status fazer uma refeição com geoduck", diz Dewey. Nos Estados Unidos, o molusco ganhou um status "cult", especialmente no Estado de Washington - onde alguns até o adotaram como uma espécie de talismã. Um exemplo é o mascote "Speedy" do time de futebol do Evergreen State College. A canção do time é "Vamos geoducks. Estiquem o pescoço quando a maré está baixa. Sifão para o alto, esguiche para fora." Cavar as areias da praia em busca do molusco no verão é "parte da tradição local", segundo Dewey. "É um passeio familiar. Você sai na maré baixa com uma pá e tenta achar um geoduck. Uma pista é o jorro do sifão". "Mas leva horas para retirá-lo da areia —é uma grande escavação. Se você tiver sorte você leva um para casa e faz uma boa fritada". A empresa de Dewey produz 318 mil quilos de geoduck cultivado por ano e vende 50% no país especialmente para os mercados asiáticos de várias cidades americanas. Chefs de cozinha também estão incluindo a iguaria em suas receitas. "Eu não costumava oferecer, mas agora os clientes pedem", disse o empresário Taichi Kitamura, dono do restaurante Sushi Kappo, em Seattle.Cozinhar a criatura é um processo delicado, Segundo Dewey. O sifão parece couro quando sai da água. "Você o coloca em água fervente para remover a pele exterior. Então você fica com uma peça suave de carne branca. Em um sushi bar você corta em fatias, mas há muitas receitas —como sopa ou ceviche". Se a cultura do molusco decolar a economia da região pode ser transformada. Atualmente é difícil conseguir uma licença, mas Dewey diz que o negócio é adequado. "Não estamos explorando o oceano, estamos produzindo bebês em nossa incubadora".
25
Veja os lançamentos da área jurídica em destaque nesta semana
A Folha seleciona semanalmente sugestões de livros jurídicos. Confira os destaques: * EFICÁCIA DO SISTEMA DE SOLUÇÕES DE CONTROVÉRSIAS DA OMC Autora Luciana M. de Oliveira Editora Aduaneiras / (11) 3545-2500 Quanto R$ 75 (336 págs.) Em diálogo bastante interessante entre teoria geral e direito do comércio internacional, a autora analisa a efetividade dos remédios jurisdicionais da OMC. O foco da obra está na suspensão de concessões ou outras obrigações. Leitura especializada. NOVO TRATADO DE RESPONSABILIDADE CIVIL Autores Cristiano C. de Farias, Felipe P. Braga Netto e Nelson Rosenvald Editora Atlas / 0800-171944 Quanto R$ 258 (1.314 págs.) Além de precisar o instituto e seus pressupostos, a obra analisa áreas que ainda necessitam de sistematização pelo direito, como o direito à imagem e a responsabilidade digital. Identifica correntes doutrinárias e decisões judiciais atuais. Há preocupação com teoria geral. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL Autores Pedro Anan Jr. e Marcelo M. Peixoto (coords.) Editora MP Editora / (11) 3467-2676 Quanto R$ 82 (352 págs.) Reúne artigos que analisam julgados do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais em autuações relativas ao ITR. Dentre temas abordados, estão as isenções e as imunidades e a conexão com a disciplina do código florestal. FEDERALISMO E COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS NO BRASIL Autor Paulo de Bessa Antunes Editora Atlas / 0800-171944 Quanto R$ 76 (251 págs.) A descentralização política e administrativa é apontada como a dificuldade da proteção ambiental em regime federal. O autor recorre ao direito comparado e analisa a evolução histórica dos institutos concernentes ao meio ambiente, inclusive por meio de leading cases. O debate é interessante.
cotidiano
Veja os lançamentos da área jurídica em destaque nesta semanaA Folha seleciona semanalmente sugestões de livros jurídicos. Confira os destaques: * EFICÁCIA DO SISTEMA DE SOLUÇÕES DE CONTROVÉRSIAS DA OMC Autora Luciana M. de Oliveira Editora Aduaneiras / (11) 3545-2500 Quanto R$ 75 (336 págs.) Em diálogo bastante interessante entre teoria geral e direito do comércio internacional, a autora analisa a efetividade dos remédios jurisdicionais da OMC. O foco da obra está na suspensão de concessões ou outras obrigações. Leitura especializada. NOVO TRATADO DE RESPONSABILIDADE CIVIL Autores Cristiano C. de Farias, Felipe P. Braga Netto e Nelson Rosenvald Editora Atlas / 0800-171944 Quanto R$ 258 (1.314 págs.) Além de precisar o instituto e seus pressupostos, a obra analisa áreas que ainda necessitam de sistematização pelo direito, como o direito à imagem e a responsabilidade digital. Identifica correntes doutrinárias e decisões judiciais atuais. Há preocupação com teoria geral. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL Autores Pedro Anan Jr. e Marcelo M. Peixoto (coords.) Editora MP Editora / (11) 3467-2676 Quanto R$ 82 (352 págs.) Reúne artigos que analisam julgados do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais em autuações relativas ao ITR. Dentre temas abordados, estão as isenções e as imunidades e a conexão com a disciplina do código florestal. FEDERALISMO E COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS NO BRASIL Autor Paulo de Bessa Antunes Editora Atlas / 0800-171944 Quanto R$ 76 (251 págs.) A descentralização política e administrativa é apontada como a dificuldade da proteção ambiental em regime federal. O autor recorre ao direito comparado e analisa a evolução histórica dos institutos concernentes ao meio ambiente, inclusive por meio de leading cases. O debate é interessante.
6
Professora cria 'trenzinho da fofura' para passear com bebês-alunos em SC
A vizinhança já sabe. Todos os dias, às 8h, seis bebês de até um ano são colocados em caixotes de madeira para um passeio matinal partindo de uma escola municipal de Guabiruba, em Santa Catarina. Há cerca de um mês, a professora Fabiula Boos Oliota, 25, teve a ideia de construir um "carrinho" para "proporcionar às crianças momentos agradáveis que fossem além dos muros da escola". Usou seis caixas de frutas, rodinhas e um cabo de vassoura, num processo que durou quatro horas na garagem da própria casa. "Vazio, o trenzinho não chama atenção nenhuma, mas, quando colocamos os bebês, ele se torna um encanto", diz. Ela conta que a iniciativa faz sucesso entre pais, vizinhos e ciclistas, que param para fotografar e saber mais da cena nada usual. Há até curiosos vindos de Brusque, município vizinho. Durante o trajeto, as crianças têm contato com gatos, cachorros, galinhas, bois e vacas –a escola fica em uma área rural da cidade, com ruas pouco movimentadas. No trenzinho, alguns caem no sono, outros choram quando ele para, mas todos voltam mais calmos, segundo a professora. Ele também é usado por outras turmas. "Alguns ficam na escola das 6h às 18h, precisam tocar de ambiente, mudar de espaço", afirma Fabiula, que planeja "emprestar" o carrinho aos pais das crianças nos fins de semana. "Eles [os pais] nos dizem: 'Eu comprei uma motoca tão cara e ela não gosta, mas ama esse carrinho'". Projetos do tipo são comuns na escola de educação infantil Professora Edite Bozano Alves de Souza, mas geralmente com turmas mais velhas. O colégio, que possui 49 alunos entre quatro meses e três anos de idade, também tem outros apetrechos semelhantes: uma casinha e uma canoa feitas de madeira e papelão. A próxima empreitada da escola –e da professora Fabiula– é a construção de um labirinto com tubos de PVC.
educacao
Professora cria 'trenzinho da fofura' para passear com bebês-alunos em SCA vizinhança já sabe. Todos os dias, às 8h, seis bebês de até um ano são colocados em caixotes de madeira para um passeio matinal partindo de uma escola municipal de Guabiruba, em Santa Catarina. Há cerca de um mês, a professora Fabiula Boos Oliota, 25, teve a ideia de construir um "carrinho" para "proporcionar às crianças momentos agradáveis que fossem além dos muros da escola". Usou seis caixas de frutas, rodinhas e um cabo de vassoura, num processo que durou quatro horas na garagem da própria casa. "Vazio, o trenzinho não chama atenção nenhuma, mas, quando colocamos os bebês, ele se torna um encanto", diz. Ela conta que a iniciativa faz sucesso entre pais, vizinhos e ciclistas, que param para fotografar e saber mais da cena nada usual. Há até curiosos vindos de Brusque, município vizinho. Durante o trajeto, as crianças têm contato com gatos, cachorros, galinhas, bois e vacas –a escola fica em uma área rural da cidade, com ruas pouco movimentadas. No trenzinho, alguns caem no sono, outros choram quando ele para, mas todos voltam mais calmos, segundo a professora. Ele também é usado por outras turmas. "Alguns ficam na escola das 6h às 18h, precisam tocar de ambiente, mudar de espaço", afirma Fabiula, que planeja "emprestar" o carrinho aos pais das crianças nos fins de semana. "Eles [os pais] nos dizem: 'Eu comprei uma motoca tão cara e ela não gosta, mas ama esse carrinho'". Projetos do tipo são comuns na escola de educação infantil Professora Edite Bozano Alves de Souza, mas geralmente com turmas mais velhas. O colégio, que possui 49 alunos entre quatro meses e três anos de idade, também tem outros apetrechos semelhantes: uma casinha e uma canoa feitas de madeira e papelão. A próxima empreitada da escola –e da professora Fabiula– é a construção de um labirinto com tubos de PVC.
11
Eike é condenado a 5 anos sem exercer cargo em empresas de capital aberto
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) condenou o empresário Eike Batista a cinco anos sem poder exercer cargos em companhias abertas, em julgamento realizado nesta terça-feira (10). Eike foi condenado por conflito de interesses em decisões envolvendo a petroleira OGX (hoje chamada de OGPar). A decisão da CVM foi tomada por unanimidade, com votos dos três diretores presentes. A defesa de Eike vai recorrer da decisão no Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, chamado de Conselhinho. PROCESSO O processo julgado nesta terça foi aberto após denúncia feita pelo acionista minoritário Márcio Lobo, que reclamava de conflito de interesses em votações de Eike como presidente do conselho da OGX, uma vez que o empresário era também controlador da companhia. Segundo a denúncia, a atuação violaria o artigo 115 da Lei das Sociedades Anônimas, que diz que "o acionista não poderá votar nas deliberações da assembléia-geral relativas ao laudo de avaliação de bens com que concorrer para a formação do capital social e à aprovação de suas contas como administrador". Na assembleia de acionistas do dia 2 de maio de 2014, os fundos de investimento de Eike aprovaram, entre outras coisas, os resultados da companhia em 2013, quando a petroleira teve prejuízo de R$ 17,4 bilhões.
mercado
Eike é condenado a 5 anos sem exercer cargo em empresas de capital abertoA CVM (Comissão de Valores Mobiliários) condenou o empresário Eike Batista a cinco anos sem poder exercer cargos em companhias abertas, em julgamento realizado nesta terça-feira (10). Eike foi condenado por conflito de interesses em decisões envolvendo a petroleira OGX (hoje chamada de OGPar). A decisão da CVM foi tomada por unanimidade, com votos dos três diretores presentes. A defesa de Eike vai recorrer da decisão no Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, chamado de Conselhinho. PROCESSO O processo julgado nesta terça foi aberto após denúncia feita pelo acionista minoritário Márcio Lobo, que reclamava de conflito de interesses em votações de Eike como presidente do conselho da OGX, uma vez que o empresário era também controlador da companhia. Segundo a denúncia, a atuação violaria o artigo 115 da Lei das Sociedades Anônimas, que diz que "o acionista não poderá votar nas deliberações da assembléia-geral relativas ao laudo de avaliação de bens com que concorrer para a formação do capital social e à aprovação de suas contas como administrador". Na assembleia de acionistas do dia 2 de maio de 2014, os fundos de investimento de Eike aprovaram, entre outras coisas, os resultados da companhia em 2013, quando a petroleira teve prejuízo de R$ 17,4 bilhões.
2
Programa tenta reduzir drogas entre jovens, mas consumo de álcool cresce
#Tamojunto, um programa do Ministério da Saúde, visava diminuir o número de adolescentes que usa drogas. Conseguiu o oposto, o aumento nos jovens experimentando álcool pela primeira vez. O programa, destinado para alunos entre a 7ª e 8ª séries, foi instalado em 72 escolas públicas das cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Florianópolis, Tubarão, Fortaleza e Distrito Federal. Os resultados da iniciativa foram publicados na revista científica "Prevention Science". Participaram da intervenção 3.340 adolescentes, além de outros 3.318 que não tiveram contato com o programa, mas que serviram para comparação de resultados. A média de idade era pouco superior aos 12 anos. O #Tamojunto consistia, de modo geral, em 12 aulas (de cerca de 1 hora cada) para se falar sobre o álcool e dos problemas que ele pode causar. Todo o programa era aplicado pelos professores das escolas. Uma experiência semelhante –a iniciativa Unplugged, inspiração para o programa brasileiro em questão– havia conseguido bons resultados na Europa. No Brasil, contudo, a coisa desandou. Houve um aumento de 30% –em comparação ao grupo que não participou do programa– no risco de consumo de álcool entre os jovens do #Tamojunto. O estudo não consegue apontar um culpado para a assustadora diferença de resultados entre as iniciativas europeia –que conseguiu diminuir em cerca de 38% os casos de embriaguez frequente– e a brasileira, mas elenca algumas possibilidades. Uma delas seria um efeito bumerangue, no qual a tentativa de corrigir percepções exageradas sobre o álcool acaba aumentando o seu consumo. As adaptações feitas no programa-mãe, o Unplugged, para sua aplicação no Brasil também podem ser responsáveis pelo inesperado resultado. Segundo o estudo, os professores relataram modificações feitas por eles mesmos, como exclusão de atividades por falta de tempo. A questão cultural também poderia ser um problema. Os pesquisadores afirmam que, no Brasil, o consumo de álcool por adolescentes é considerado aceitável, porque normalmente a substância não é considerada uma droga. Por fim, os autores do estudo dizem que há um fraco contexto de políticas de prevenção, controle e taxação de bebidas alcoólicas no país.
equilibrioesaude
Programa tenta reduzir drogas entre jovens, mas consumo de álcool cresce#Tamojunto, um programa do Ministério da Saúde, visava diminuir o número de adolescentes que usa drogas. Conseguiu o oposto, o aumento nos jovens experimentando álcool pela primeira vez. O programa, destinado para alunos entre a 7ª e 8ª séries, foi instalado em 72 escolas públicas das cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Florianópolis, Tubarão, Fortaleza e Distrito Federal. Os resultados da iniciativa foram publicados na revista científica "Prevention Science". Participaram da intervenção 3.340 adolescentes, além de outros 3.318 que não tiveram contato com o programa, mas que serviram para comparação de resultados. A média de idade era pouco superior aos 12 anos. O #Tamojunto consistia, de modo geral, em 12 aulas (de cerca de 1 hora cada) para se falar sobre o álcool e dos problemas que ele pode causar. Todo o programa era aplicado pelos professores das escolas. Uma experiência semelhante –a iniciativa Unplugged, inspiração para o programa brasileiro em questão– havia conseguido bons resultados na Europa. No Brasil, contudo, a coisa desandou. Houve um aumento de 30% –em comparação ao grupo que não participou do programa– no risco de consumo de álcool entre os jovens do #Tamojunto. O estudo não consegue apontar um culpado para a assustadora diferença de resultados entre as iniciativas europeia –que conseguiu diminuir em cerca de 38% os casos de embriaguez frequente– e a brasileira, mas elenca algumas possibilidades. Uma delas seria um efeito bumerangue, no qual a tentativa de corrigir percepções exageradas sobre o álcool acaba aumentando o seu consumo. As adaptações feitas no programa-mãe, o Unplugged, para sua aplicação no Brasil também podem ser responsáveis pelo inesperado resultado. Segundo o estudo, os professores relataram modificações feitas por eles mesmos, como exclusão de atividades por falta de tempo. A questão cultural também poderia ser um problema. Os pesquisadores afirmam que, no Brasil, o consumo de álcool por adolescentes é considerado aceitável, porque normalmente a substância não é considerada uma droga. Por fim, os autores do estudo dizem que há um fraco contexto de políticas de prevenção, controle e taxação de bebidas alcoólicas no país.
8
Ricardo Tisci, diretor da Givenchy e stylist de Madonna, subverte a beleza na moda
Quando Madonna caiu no palco do prêmio musical Brit Awards, em fevereiro deste ano, vítima de uma capa que não soltou em uma das manobras de sua performance, mensagens como "Tisci está demitido" ou "E agora, Tisci?" surgiram ao montes nas redes sociais em meio às sátiras sobre a popstar. Tisci é o sobrenome de Riccardo, italiano que aos 40 anos angaria as posições de diretor criativo da grife Givenchy –uma das mais tradicionais e importantes da França–, de mentor do rejuvenescimento da moda francesa e, como se não bastasse, de estilista responsável pelo novo visual toureiro de Madonna em seu disco "Rebel Heart". Dono do desfile mais disputado da semana de moda de Paris, em que a primeira fila é tomada por celebridades e amigos –como o casal Kim Kardashian e Kanye West–, Tisci não foi demitido de nada. Ao contrário. Já prepara uma série de novos looks para a rainha do pop. veja mais fotos "Madonna é uma lutadora. Se fosse qualquer outra cantora naquela situação, pararia na hora. Há muitos detratores nas redes sociais que têm prazer de criticar os outros", diz ele em entrevista à Folha, realizada num hotel em São Paulo. "Mas a capa não era minha, quem fez foi o [estilista Giorgio] Armani", diz ele, acendendo um cigarro com uma vela. "Muitas pessoas a criticam, dizem que está velha. Desculpe, mas é Madonna. Você acha que está entregando dez e ela te pede 20. Ela te puxa ao máximo –não é porque não acredita em você, mas porque cobra de si mesma o melhor. Depois você vê o resultado: todo mundo copiando o que ela faz." Nada parece abalar Riccardo Tisci. Num mercado como o da moda, ele é um dos poucos designers que conseguem, sem amarras comerciais, subverter a lógica do que se entende por bonito. E ainda cutuca feridas da sociedade como, por exemplo, a religião. VIBRANTES "A beleza comum pode ser extraordinariamente feia. Toda feiura é, na verdade, um tabu que a sociedade põe na cabeça das pessoas", diz. Ele continua: "Tenho viajado muito por países pobres e vejo mulheres que, mesmo sem dinheiro, conseguem ser muito mais vibrantes e bonitas do que as europeias. As latinas pobres dançam, usam joias, batom, não têm vergonha do corpo, do sexo. Isso é beleza para mim", explica. Uma beleza que ele espera agradar às brasileiras. Tisci adianta que abrirá no início do próximo ano uma "pop-up store" da Givenchy em São Paulo. Em seu último desfile, em março, o estilista colocou na passarela parisiense modelos inspirados no visual das garotas do submundo do crime no México, as Chola Girls –maquiagem pesada, tranças e roupas justas–, misturando a estética à sisuda indumentária vitoriana do século 19. "Paris vive uma aura negativa. Veja o que as garotas muçulmanas estão passando no metrô, tendo seus lenços puxados por pessoas que julgam as outras pela religião. Essa imagem [da coleção] tem muito a ver com o período pelo qual estamos passando, quando você abre o computador e só vê morte, sangue e pessoas usando a fé para lutar", diz. Tisci demonstra audácia, por exemplo, em ter sido o primeiro estilista a apostar na modelo transexual brasileira Lea T como rosto da Givenchy –abrindo as portas da moda para a questão da transexualidade. Isso ajuda fazer dele o estilista mais ousado de sua geração e o que melhor dialoga com a juventude. Não à toa, Tisci é um dos embaixadores da Amfar (American Foundation for Aids Research), organização que promove leilões para angariar dinheiro em favor da descoberta da vacina contra o HIV. No mês passado, a organização armou uma festa em São Paulo que contou com a presença do estilista, da cantora australiana Kylie Minogue e da modelo Kate Moss. "Essa nova geração não viveu o terror da Aids nos anos 1980 e 1990. O que fazemos é educar as pessoas, mostrar a importância de falar sobre a doença e conscientizar os ricos da importância de ajudar na causa", diz Tisci.
ilustrada
Ricardo Tisci, diretor da Givenchy e stylist de Madonna, subverte a beleza na modaQuando Madonna caiu no palco do prêmio musical Brit Awards, em fevereiro deste ano, vítima de uma capa que não soltou em uma das manobras de sua performance, mensagens como "Tisci está demitido" ou "E agora, Tisci?" surgiram ao montes nas redes sociais em meio às sátiras sobre a popstar. Tisci é o sobrenome de Riccardo, italiano que aos 40 anos angaria as posições de diretor criativo da grife Givenchy –uma das mais tradicionais e importantes da França–, de mentor do rejuvenescimento da moda francesa e, como se não bastasse, de estilista responsável pelo novo visual toureiro de Madonna em seu disco "Rebel Heart". Dono do desfile mais disputado da semana de moda de Paris, em que a primeira fila é tomada por celebridades e amigos –como o casal Kim Kardashian e Kanye West–, Tisci não foi demitido de nada. Ao contrário. Já prepara uma série de novos looks para a rainha do pop. veja mais fotos "Madonna é uma lutadora. Se fosse qualquer outra cantora naquela situação, pararia na hora. Há muitos detratores nas redes sociais que têm prazer de criticar os outros", diz ele em entrevista à Folha, realizada num hotel em São Paulo. "Mas a capa não era minha, quem fez foi o [estilista Giorgio] Armani", diz ele, acendendo um cigarro com uma vela. "Muitas pessoas a criticam, dizem que está velha. Desculpe, mas é Madonna. Você acha que está entregando dez e ela te pede 20. Ela te puxa ao máximo –não é porque não acredita em você, mas porque cobra de si mesma o melhor. Depois você vê o resultado: todo mundo copiando o que ela faz." Nada parece abalar Riccardo Tisci. Num mercado como o da moda, ele é um dos poucos designers que conseguem, sem amarras comerciais, subverter a lógica do que se entende por bonito. E ainda cutuca feridas da sociedade como, por exemplo, a religião. VIBRANTES "A beleza comum pode ser extraordinariamente feia. Toda feiura é, na verdade, um tabu que a sociedade põe na cabeça das pessoas", diz. Ele continua: "Tenho viajado muito por países pobres e vejo mulheres que, mesmo sem dinheiro, conseguem ser muito mais vibrantes e bonitas do que as europeias. As latinas pobres dançam, usam joias, batom, não têm vergonha do corpo, do sexo. Isso é beleza para mim", explica. Uma beleza que ele espera agradar às brasileiras. Tisci adianta que abrirá no início do próximo ano uma "pop-up store" da Givenchy em São Paulo. Em seu último desfile, em março, o estilista colocou na passarela parisiense modelos inspirados no visual das garotas do submundo do crime no México, as Chola Girls –maquiagem pesada, tranças e roupas justas–, misturando a estética à sisuda indumentária vitoriana do século 19. "Paris vive uma aura negativa. Veja o que as garotas muçulmanas estão passando no metrô, tendo seus lenços puxados por pessoas que julgam as outras pela religião. Essa imagem [da coleção] tem muito a ver com o período pelo qual estamos passando, quando você abre o computador e só vê morte, sangue e pessoas usando a fé para lutar", diz. Tisci demonstra audácia, por exemplo, em ter sido o primeiro estilista a apostar na modelo transexual brasileira Lea T como rosto da Givenchy –abrindo as portas da moda para a questão da transexualidade. Isso ajuda fazer dele o estilista mais ousado de sua geração e o que melhor dialoga com a juventude. Não à toa, Tisci é um dos embaixadores da Amfar (American Foundation for Aids Research), organização que promove leilões para angariar dinheiro em favor da descoberta da vacina contra o HIV. No mês passado, a organização armou uma festa em São Paulo que contou com a presença do estilista, da cantora australiana Kylie Minogue e da modelo Kate Moss. "Essa nova geração não viveu o terror da Aids nos anos 1980 e 1990. O que fazemos é educar as pessoas, mostrar a importância de falar sobre a doença e conscientizar os ricos da importância de ajudar na causa", diz Tisci.
1
Família de general aciona Comissão da Verdade por danos morais
A família de um general incluído na lista dos 377 responsabilizados por violações de direitos humanos pela Comissão Nacional da Verdade ajuizou uma ação de indenização por danos morais contra a União. Floriano Aguilar Chagas, que morreu em 2011, é citado em um trecho do relatório que aborda o sequestro em Buenos Aires de dois brasileiros que desapareceram nos anos de 1970. Chagas foi adido do Exército na Embaixada do Brasil na Argentina à época. A Comissão da Verdade investigou durante dois anos os crimes da ditadura militar (1964-85) e entregou suas conclusões finais em dezembro. Entre os responsabilizados no relatório, estão 181 pessoas que já morreram, incluindo os cinco presidentes do período. Os familiares de Chagas entendem que a citação do nome dele é "caluniosa" e que a comissão não apresentou provas de crimes. A ação foi ajuizada na Justiça Federal do Rio Grande do Sul na última sexta-feira (23). Os cinco filhos do militar –incluindo um outro general do Exército– afirmam na ação que a menção ao pai no relatório lhes causou "estresse" e perturbações psicológicas. Também acusam a comissão "de remexer em um caso passado sepultado" pela Lei da Anistia. Para a família, os contatos do pai com agentes da inteligência argentina, citados no relatório, eram parte da rotina de trabalhos dele em Buenos Aires e não confirmam nenhum crime. Os familiares pedem indenização em valor não estipulado e que o nome do militar seja excluído do relatório. Ex-coordenadora da Comissão da Verdade, a advogada Rosa Cardoso diz que a iniciativa da família é legítima, mas afirma que as informações do relatório poderiam ser contestadas extrajudicialmente. "Quem entra com uma ação por calúnia pode gerar até um processo de denunciação depois, se mostrar que não tem procedência", afirma. Ela diz que desconhece os termos da ação em tramitação no Rio Grande do Sul e que todas as informações mencionadas no relatório foram obtidas em testemunhos ou em arquivos indicados no próprio documento final da comissão. Em dezembro, logo após a divulgação do relatório, o Clube Militar divulgou um comunicado em que pedia aos militares medidas judiciais contra a comissão.
poder
Família de general aciona Comissão da Verdade por danos moraisA família de um general incluído na lista dos 377 responsabilizados por violações de direitos humanos pela Comissão Nacional da Verdade ajuizou uma ação de indenização por danos morais contra a União. Floriano Aguilar Chagas, que morreu em 2011, é citado em um trecho do relatório que aborda o sequestro em Buenos Aires de dois brasileiros que desapareceram nos anos de 1970. Chagas foi adido do Exército na Embaixada do Brasil na Argentina à época. A Comissão da Verdade investigou durante dois anos os crimes da ditadura militar (1964-85) e entregou suas conclusões finais em dezembro. Entre os responsabilizados no relatório, estão 181 pessoas que já morreram, incluindo os cinco presidentes do período. Os familiares de Chagas entendem que a citação do nome dele é "caluniosa" e que a comissão não apresentou provas de crimes. A ação foi ajuizada na Justiça Federal do Rio Grande do Sul na última sexta-feira (23). Os cinco filhos do militar –incluindo um outro general do Exército– afirmam na ação que a menção ao pai no relatório lhes causou "estresse" e perturbações psicológicas. Também acusam a comissão "de remexer em um caso passado sepultado" pela Lei da Anistia. Para a família, os contatos do pai com agentes da inteligência argentina, citados no relatório, eram parte da rotina de trabalhos dele em Buenos Aires e não confirmam nenhum crime. Os familiares pedem indenização em valor não estipulado e que o nome do militar seja excluído do relatório. Ex-coordenadora da Comissão da Verdade, a advogada Rosa Cardoso diz que a iniciativa da família é legítima, mas afirma que as informações do relatório poderiam ser contestadas extrajudicialmente. "Quem entra com uma ação por calúnia pode gerar até um processo de denunciação depois, se mostrar que não tem procedência", afirma. Ela diz que desconhece os termos da ação em tramitação no Rio Grande do Sul e que todas as informações mencionadas no relatório foram obtidas em testemunhos ou em arquivos indicados no próprio documento final da comissão. Em dezembro, logo após a divulgação do relatório, o Clube Militar divulgou um comunicado em que pedia aos militares medidas judiciais contra a comissão.
0
Projeto seleciona novas marcas sustentáveis de moda para incubação
O projeto Malha + C&A: Aposta abriu o processo de seleção para a incubação de marcas de moda que tenham viés sustentável, na sede da Malha, no Rio. O objetivo é estimular novas formas e práticas de organizar, produzir e consumir moda em busca de um futuro mais sustentável e colaborativo. Dez serão selecionadas para, durante dez meses, terem acesso a todos os eventos da Malha e aos espaços coletivos, incluindo o uso de maquinário para a confecção de peças piloto, bem como a disposição de um estúdio fotográfico. O processo também inclui mentorias semanais com especialistas da nova moda, além de bolsas integrais em um curso por mês da Escola da Malha. O principal critério de seleção é a forma como a marca atua, que deve contemplar pelo menos um dos pilares da sustentabilidade e inovação, nos âmbitos socioambiental, cultural e econômico. Além disso, a empresa precisa ter metas e planos sustentáveis desenhados, que sejam aplicáveis e possam ser compartilhadas com o projeto. As inscrições são gratuitas, e os candidatos devem enviar por e-mail uma apresentação em PDF de até dez páginas, com fotos, textos, vídeos curtos ou qualquer outra mídia de apoio, explicando itens como conceito da marca, diferencial, planos, metas, propostas e valores sustentáveis. Os interessados devem se inscrever pelo site, onde também está disponível o regulamento do projeto na íntegra.
empreendedorsocial
Projeto seleciona novas marcas sustentáveis de moda para incubaçãoO projeto Malha + C&A: Aposta abriu o processo de seleção para a incubação de marcas de moda que tenham viés sustentável, na sede da Malha, no Rio. O objetivo é estimular novas formas e práticas de organizar, produzir e consumir moda em busca de um futuro mais sustentável e colaborativo. Dez serão selecionadas para, durante dez meses, terem acesso a todos os eventos da Malha e aos espaços coletivos, incluindo o uso de maquinário para a confecção de peças piloto, bem como a disposição de um estúdio fotográfico. O processo também inclui mentorias semanais com especialistas da nova moda, além de bolsas integrais em um curso por mês da Escola da Malha. O principal critério de seleção é a forma como a marca atua, que deve contemplar pelo menos um dos pilares da sustentabilidade e inovação, nos âmbitos socioambiental, cultural e econômico. Além disso, a empresa precisa ter metas e planos sustentáveis desenhados, que sejam aplicáveis e possam ser compartilhadas com o projeto. As inscrições são gratuitas, e os candidatos devem enviar por e-mail uma apresentação em PDF de até dez páginas, com fotos, textos, vídeos curtos ou qualquer outra mídia de apoio, explicando itens como conceito da marca, diferencial, planos, metas, propostas e valores sustentáveis. Os interessados devem se inscrever pelo site, onde também está disponível o regulamento do projeto na íntegra.
21
Vergonha de fazer compras em lojas impulsiona sites de beleza masculina
Nem só de xampu anticaspa vive o mercado de cosméticos masculinos. E é no ambiente on-line onde crescem as oportunidades para as empresas que investem em produtos para homens vaidosos, que curtem fazer barba, pele, cabelo e bigode em casa. A Shop4Men, inaugurada em agosto de 2013 pelo casal Christoph Mayer-Loos, 25, e Amanda Sergio, 27, viu numa cera de cabelo que Loos não encontrava no mercado uma oportunidade de negócio. "Há poucos produtos e informação sobre beleza masculina, e o homem, em geral, não sabe identificar o cosmético ideal para o estilo que procura", diz o empresário, que projeta faturar R$ 1,5 milhão até o fim deste ano. Ele dividiu o site em filtros como "cabelo arrepiado" e "cachos controlados" para facilitar a busca por produtos específicos. Além disso, colocou seções de dicas de beleza que, segundo ele, reduzem para menos de 1% as trocas após a compra. "É errado dizer que só agora o homem está se cuidando. O que percebi é que ele sempre usou desodorante, perfume e creme de barbear, mas não passava disso porque não sabia e tinha vergonha de procurar saber se havia produtos para ele", diz Mayer-Loos. A vergonha também foi o pulo do gato para Lucas Amoroso Lima, 26, que com mais três sócios inaugurou, em 2012, o Men's Market, hoje líder do segmento. "Um homem pode até achar legal quando vê o amigo arrumado, com a pele boa, mas não pergunta para ele qual produto usou por puro preconceito. Tanto que quando compra algum produto, ele não quer que ninguém perceba que usou", diz Lima. Mesmo com esse sentimento de compra ilícita, os homens brasileiros estão em segundo lugar no ranking mundial de consumo de cosméticos, atrás dos EUA, segundo a consultoria inglesa Euromonitor International. Ficar careca ou "brega" são as maiores preocupações dos homens que, segundo Lima, ligam a todo momento no canal de atendimento da Men's Market para procurar dicas. "Até foto mandam para perguntar se o visual está bonito", diz. Ao todo, seu site tem 200 mil clientes cadastrados. Já o carioca Jairo Bittencourt, 42, tem a seu favor uma cultura despojada. Por meio do seu e-commerce Versão Masculina, ele vende roupas e produtos de beleza. "O carioca é casual e gosta de se vestir assim. Geralmente a compra de um cosmético é atrelada a uma camiseta ou acessório", afirma Bittencourt. Mais da metade dos seus clientes são cariocas e compram, em sua maioria, produtos para barba. EM ALTA As três empresas passaram a investir em itens de moda como pulseiras, cintos e meias, e não pretendem frear os investimentos, mesmo em um ano difícil. "Com crise ou sem crise, o que nunca vai mudar é a vontade do homem de se sentir melhor com sua aparência", diz Lima, da Men's Market. Carlos Ferreirinha, dono da consultoria MCF, especializada no varejo de luxo, aposta em crescimento "por muito tempo". "O setor de beleza se encaixa no segmento de luxo acessível. A pessoa pode não comprar tanto, mas ninguém deixa de consumir um perfume, um xampu." Embora o varejo tenha demitido quase 155 mil pessoas neste ano, maior índice desde 1992, o setor de higiene, perfumaria e cosméticos teve apenas 1% de retração no primeiro trimestre de 2015, a primeira queda em 23 anos. Aproveitando o mercado, a MCF negocia trazer a marca sueca de beleza Recipe for Men para o Brasil. * NÚMEROS R$ 80 milhões são gastos por ano por homens com beleza, segundo IBGE R$ 101 bilhões foram faturados pelo mercado de beleza em 2014 60% é quanto os homens representam das compras on-line no Brasil, segundo a consultoria e-bit EMPRESAS Men's Market Investimento inicial: R$ 500 mil Faturamento: R$ 10 milhões/ano Especialidade: Produtos de cuidados pessoais e acessórios Público consumidor: Entre 18 e 40 anos Shop4Men Investimento inicial: R$ 250 mil Faturamento: R$ 1,5 milhões/ano Especialidade: Cuidados pessoais masculinos e acessórios Público consumidor: Entre 20 e 45 anos Versão masculina Investimento inicial: R$ 200 mil Faturamento: R$ 480 mil/ano Especialidade: Roupas, acessórios e cuidados pessoais Público consumidor: Entre 25 e 50 anos
mercado
Vergonha de fazer compras em lojas impulsiona sites de beleza masculinaNem só de xampu anticaspa vive o mercado de cosméticos masculinos. E é no ambiente on-line onde crescem as oportunidades para as empresas que investem em produtos para homens vaidosos, que curtem fazer barba, pele, cabelo e bigode em casa. A Shop4Men, inaugurada em agosto de 2013 pelo casal Christoph Mayer-Loos, 25, e Amanda Sergio, 27, viu numa cera de cabelo que Loos não encontrava no mercado uma oportunidade de negócio. "Há poucos produtos e informação sobre beleza masculina, e o homem, em geral, não sabe identificar o cosmético ideal para o estilo que procura", diz o empresário, que projeta faturar R$ 1,5 milhão até o fim deste ano. Ele dividiu o site em filtros como "cabelo arrepiado" e "cachos controlados" para facilitar a busca por produtos específicos. Além disso, colocou seções de dicas de beleza que, segundo ele, reduzem para menos de 1% as trocas após a compra. "É errado dizer que só agora o homem está se cuidando. O que percebi é que ele sempre usou desodorante, perfume e creme de barbear, mas não passava disso porque não sabia e tinha vergonha de procurar saber se havia produtos para ele", diz Mayer-Loos. A vergonha também foi o pulo do gato para Lucas Amoroso Lima, 26, que com mais três sócios inaugurou, em 2012, o Men's Market, hoje líder do segmento. "Um homem pode até achar legal quando vê o amigo arrumado, com a pele boa, mas não pergunta para ele qual produto usou por puro preconceito. Tanto que quando compra algum produto, ele não quer que ninguém perceba que usou", diz Lima. Mesmo com esse sentimento de compra ilícita, os homens brasileiros estão em segundo lugar no ranking mundial de consumo de cosméticos, atrás dos EUA, segundo a consultoria inglesa Euromonitor International. Ficar careca ou "brega" são as maiores preocupações dos homens que, segundo Lima, ligam a todo momento no canal de atendimento da Men's Market para procurar dicas. "Até foto mandam para perguntar se o visual está bonito", diz. Ao todo, seu site tem 200 mil clientes cadastrados. Já o carioca Jairo Bittencourt, 42, tem a seu favor uma cultura despojada. Por meio do seu e-commerce Versão Masculina, ele vende roupas e produtos de beleza. "O carioca é casual e gosta de se vestir assim. Geralmente a compra de um cosmético é atrelada a uma camiseta ou acessório", afirma Bittencourt. Mais da metade dos seus clientes são cariocas e compram, em sua maioria, produtos para barba. EM ALTA As três empresas passaram a investir em itens de moda como pulseiras, cintos e meias, e não pretendem frear os investimentos, mesmo em um ano difícil. "Com crise ou sem crise, o que nunca vai mudar é a vontade do homem de se sentir melhor com sua aparência", diz Lima, da Men's Market. Carlos Ferreirinha, dono da consultoria MCF, especializada no varejo de luxo, aposta em crescimento "por muito tempo". "O setor de beleza se encaixa no segmento de luxo acessível. A pessoa pode não comprar tanto, mas ninguém deixa de consumir um perfume, um xampu." Embora o varejo tenha demitido quase 155 mil pessoas neste ano, maior índice desde 1992, o setor de higiene, perfumaria e cosméticos teve apenas 1% de retração no primeiro trimestre de 2015, a primeira queda em 23 anos. Aproveitando o mercado, a MCF negocia trazer a marca sueca de beleza Recipe for Men para o Brasil. * NÚMEROS R$ 80 milhões são gastos por ano por homens com beleza, segundo IBGE R$ 101 bilhões foram faturados pelo mercado de beleza em 2014 60% é quanto os homens representam das compras on-line no Brasil, segundo a consultoria e-bit EMPRESAS Men's Market Investimento inicial: R$ 500 mil Faturamento: R$ 10 milhões/ano Especialidade: Produtos de cuidados pessoais e acessórios Público consumidor: Entre 18 e 40 anos Shop4Men Investimento inicial: R$ 250 mil Faturamento: R$ 1,5 milhões/ano Especialidade: Cuidados pessoais masculinos e acessórios Público consumidor: Entre 20 e 45 anos Versão masculina Investimento inicial: R$ 200 mil Faturamento: R$ 480 mil/ano Especialidade: Roupas, acessórios e cuidados pessoais Público consumidor: Entre 25 e 50 anos
2
João Pedro Pitombo: Novo Carnaval de Salvador está nas ruas
É sintomático quando um artista como Manno Góes -ex-baixista da banda Jammil e dono de um bloco de Carnaval- afirma que acabou o modelo de blocos com cordas que separam foliões que pagam dos que não pagam. A atitude vai na contramão do cinismo dos que negam o óbvio: a crise no modelo de negócio do Carnaval baiano. Há pelo menos dez anos, o melhor da folia baiana vem antes do Carnaval: na quarta-feira que antecede a de Cinzas, bandas de fanfarra e bloquinhos tomam conta das ruas da Barra. Neste ano, foram 200 mil pessoas nas ruas. Desde o ano passado, outra iniciativa, o Furdunço, ajudou a arejar a festa: pequenos trios elétricos tomaram Salvador. E sem corda. Longe das iniciativas de governos ou empresários, dezenas de bloquinhos pipocam pela cidade. Já vi de tudo: desde blocos de travestidos no entorno dos circuitos a um bloco com cordas (mas com acesso livre) puxado por um carrinho de supermercado carregando uma caixa de som. É bem longe dos holofotes que estão os elementos em falta no Carnaval oficial de Salvador: os bloquinhos, a beleza visual dos afros, a religiosidade dos afoxés. Artistas famosos em trios são importantes, mas estão longe de representar uma festa popular da Bahia. É só cruzar festejos como a Lavagem do Bonfim, em janeiro, ou Festa de Iemanjá, em fevereiro. Terão à frente um caldo de cultura cheio de espontaneidade e com elementos que são a cara da Bahia. O novo Carnaval de Salvador está aí, nas ruas. Só falta a coragem de quem o comanda para mudar de vez. O povo está fazendo sua parte.
opiniao
João Pedro Pitombo: Novo Carnaval de Salvador está nas ruasÉ sintomático quando um artista como Manno Góes -ex-baixista da banda Jammil e dono de um bloco de Carnaval- afirma que acabou o modelo de blocos com cordas que separam foliões que pagam dos que não pagam. A atitude vai na contramão do cinismo dos que negam o óbvio: a crise no modelo de negócio do Carnaval baiano. Há pelo menos dez anos, o melhor da folia baiana vem antes do Carnaval: na quarta-feira que antecede a de Cinzas, bandas de fanfarra e bloquinhos tomam conta das ruas da Barra. Neste ano, foram 200 mil pessoas nas ruas. Desde o ano passado, outra iniciativa, o Furdunço, ajudou a arejar a festa: pequenos trios elétricos tomaram Salvador. E sem corda. Longe das iniciativas de governos ou empresários, dezenas de bloquinhos pipocam pela cidade. Já vi de tudo: desde blocos de travestidos no entorno dos circuitos a um bloco com cordas (mas com acesso livre) puxado por um carrinho de supermercado carregando uma caixa de som. É bem longe dos holofotes que estão os elementos em falta no Carnaval oficial de Salvador: os bloquinhos, a beleza visual dos afros, a religiosidade dos afoxés. Artistas famosos em trios são importantes, mas estão longe de representar uma festa popular da Bahia. É só cruzar festejos como a Lavagem do Bonfim, em janeiro, ou Festa de Iemanjá, em fevereiro. Terão à frente um caldo de cultura cheio de espontaneidade e com elementos que são a cara da Bahia. O novo Carnaval de Salvador está aí, nas ruas. Só falta a coragem de quem o comanda para mudar de vez. O povo está fazendo sua parte.
14
Luis Fernando Verissimo tem alta após cirurgia para instalar marca-passo
Internado há dez dias, no Rio, o escritor Luis Fernando Verissimo, 79, teve alta no início da tarde deste domingo (3) após passar por um implante de marca-passo, no hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, zona sul da cidade. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade hospitalar, o implante definitivo foi realizado no dia 1° de abril, de forma bem sucedida. Verissimo, que mora em Porto Alegre, estava no Rio para participar de uma festa promovida pelo jornal "O Globo", do qual é colunista, na quinta-feira (24). No dia seguinte, ele apresentou indisposição e dificuldades para respirar. Foi, então, hospitalizado. Nascido em Porto Alegre, filho do também escritor Érico Verissimo, o romancista e humorista é um dos mais populares escritores brasileiros contemporâneos, com mais de 60 títulos publicados.
ilustrada
Luis Fernando Verissimo tem alta após cirurgia para instalar marca-passoInternado há dez dias, no Rio, o escritor Luis Fernando Verissimo, 79, teve alta no início da tarde deste domingo (3) após passar por um implante de marca-passo, no hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, zona sul da cidade. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade hospitalar, o implante definitivo foi realizado no dia 1° de abril, de forma bem sucedida. Verissimo, que mora em Porto Alegre, estava no Rio para participar de uma festa promovida pelo jornal "O Globo", do qual é colunista, na quinta-feira (24). No dia seguinte, ele apresentou indisposição e dificuldades para respirar. Foi, então, hospitalizado. Nascido em Porto Alegre, filho do também escritor Érico Verissimo, o romancista e humorista é um dos mais populares escritores brasileiros contemporâneos, com mais de 60 títulos publicados.
1
Após decisão do STF, São Paulo vai reivindicar a Taça das Bolinhas
A Caixa Econômica Federal vai aguardar uma notificação judicial para entregar a Taça Copa Brasil, conhecida popularmente como "Taça das Bolinhas". Segundo a Folha apurou, o São Paulo irá solicitar oficialmente a entrega do troféu como primeiro pentacampeão brasileiro. A taça era reivindicada pelo Flamengo, que se considera o primeiro pentacampeão. Porém, após a 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) negar na terça (18) o recurso contra a decisão que garantiu ao Sport o direito de ser o único campeão brasileiro de 1987, o São Paulo -que chegou a receber a taça da CBF em 2011 voltará a requisitar o troféu, que está guardado em uma agência do banco na capital paulista. O clube do Morumbi informou que em razão das eleições presidenciais, que aconteceram na terça, a diretoria ainda não tem um posicionamento oficial sobre o caso. A Taça das Bolinhas foi criada em 1975 e ficaria com o clube que vencesse o Brasileiro três vezes seguidas ou cinco alternadas. A disputa pelo troféu se arrasta desde 2007, quando o São Paulo conquistou pela quinta vez o Brasileiro. O Flamengo já pleiteava a peça desde 1992, quando venceu o Nacional pela quinta vez, pelas suas contas. A CBF se recusava a homologar o título da Copa União de 1987 como sendo um Brasileiro. Naquele ano, o Clube dos 13 organizou o torneio após a CBF dizer que não teria condições financeiras de fazê-lo. Com a disputa em andamento, a confederação impôs mudanças na regra. Uma delas era a disputa de um quadrangular final entre os campeões e vices da Copa União -chamada de módulo verde- (Flamengo e Internacional) e do módulo amarelo (Sport e Guarani). Os clubes da Copa União não toparam. Em jogo disputado em fevereiro de 1988, o Sport venceu o Guarani e foi campeão do quadrangular. Em 2010, a CBF reconheceu o direito do São Paulo à taça. Mas recuou em fevereiro de 2011 ao declarar Flamengo e Sport como os campeões da edição de 1987. Dias antes, a Caixa havia entregue a Taça das Bolinhas ao São Paulo. Por decisão judicial, o clube foi obrigado a devolver o troféu.
esporte
Após decisão do STF, São Paulo vai reivindicar a Taça das BolinhasA Caixa Econômica Federal vai aguardar uma notificação judicial para entregar a Taça Copa Brasil, conhecida popularmente como "Taça das Bolinhas". Segundo a Folha apurou, o São Paulo irá solicitar oficialmente a entrega do troféu como primeiro pentacampeão brasileiro. A taça era reivindicada pelo Flamengo, que se considera o primeiro pentacampeão. Porém, após a 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) negar na terça (18) o recurso contra a decisão que garantiu ao Sport o direito de ser o único campeão brasileiro de 1987, o São Paulo -que chegou a receber a taça da CBF em 2011 voltará a requisitar o troféu, que está guardado em uma agência do banco na capital paulista. O clube do Morumbi informou que em razão das eleições presidenciais, que aconteceram na terça, a diretoria ainda não tem um posicionamento oficial sobre o caso. A Taça das Bolinhas foi criada em 1975 e ficaria com o clube que vencesse o Brasileiro três vezes seguidas ou cinco alternadas. A disputa pelo troféu se arrasta desde 2007, quando o São Paulo conquistou pela quinta vez o Brasileiro. O Flamengo já pleiteava a peça desde 1992, quando venceu o Nacional pela quinta vez, pelas suas contas. A CBF se recusava a homologar o título da Copa União de 1987 como sendo um Brasileiro. Naquele ano, o Clube dos 13 organizou o torneio após a CBF dizer que não teria condições financeiras de fazê-lo. Com a disputa em andamento, a confederação impôs mudanças na regra. Uma delas era a disputa de um quadrangular final entre os campeões e vices da Copa União -chamada de módulo verde- (Flamengo e Internacional) e do módulo amarelo (Sport e Guarani). Os clubes da Copa União não toparam. Em jogo disputado em fevereiro de 1988, o Sport venceu o Guarani e foi campeão do quadrangular. Em 2010, a CBF reconheceu o direito do São Paulo à taça. Mas recuou em fevereiro de 2011 ao declarar Flamengo e Sport como os campeões da edição de 1987. Dias antes, a Caixa havia entregue a Taça das Bolinhas ao São Paulo. Por decisão judicial, o clube foi obrigado a devolver o troféu.
4
Moradores da cracolândia protestam contra descredenciamento de hotel
Moradores da cracolândia, na região central da capital paulista, fizeram um protesto nesta segunda-feira (15) dentro de uma ONG, cadastrada pelo programa Braços Abertos, da Prefeitura de São Paulo. Cerca de dez famílias moradoras de uma pensão descadastrada pela prefeitura impediram a entrada de funcionários e reivindicaram uma solução. Os moradores disseram que foram informados na última sexta-feira (12) que a prefeitura não pagaria mais o aluguel Quem chegava para trabalhar na varrição de rua, por volta das 8h, era informado que não poderia entrar. Houve tensão entre as famílias e os funcionários da ONG. "Querem tirar a gente de lá e colocar onde, na rua?", reclamava Renato moura, 19. O problema começou devido às más condições da pensão. Após ser integrada ao programa, usuários de drogas depredaram o local. A prefeitura ofereceu vagas em outras locais da cidade, mas os moradores não aceitaram. Muitos deles têm filhos nas escolas da região. À Folha, a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, Luciana Temer, afirmou que o contrato com a pensão não será renovado e que, para solucionar o problema, as famílias serão cadastradas em programas habitacionais e receberão auxílio moradia de R$ 400.
cotidiano
Moradores da cracolândia protestam contra descredenciamento de hotelMoradores da cracolândia, na região central da capital paulista, fizeram um protesto nesta segunda-feira (15) dentro de uma ONG, cadastrada pelo programa Braços Abertos, da Prefeitura de São Paulo. Cerca de dez famílias moradoras de uma pensão descadastrada pela prefeitura impediram a entrada de funcionários e reivindicaram uma solução. Os moradores disseram que foram informados na última sexta-feira (12) que a prefeitura não pagaria mais o aluguel Quem chegava para trabalhar na varrição de rua, por volta das 8h, era informado que não poderia entrar. Houve tensão entre as famílias e os funcionários da ONG. "Querem tirar a gente de lá e colocar onde, na rua?", reclamava Renato moura, 19. O problema começou devido às más condições da pensão. Após ser integrada ao programa, usuários de drogas depredaram o local. A prefeitura ofereceu vagas em outras locais da cidade, mas os moradores não aceitaram. Muitos deles têm filhos nas escolas da região. À Folha, a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, Luciana Temer, afirmou que o contrato com a pensão não será renovado e que, para solucionar o problema, as famílias serão cadastradas em programas habitacionais e receberão auxílio moradia de R$ 400.
6
Propostas têm 'tido uma recepção' entre caminhoneiros, diz Dilma
Questionada nesta quinta-feira (26) sobre a greve de caminhoneirosque ainda paralisa estradas pelo país, a presidente Dilma Rousseff se limitou a dizer que o pacote de propostas do governo tem "tido uma recepção" junto a lideranças do movimento, e que o governo está empenhado em resolver o problema. "Nós apresentamos um conjunto de propostas. Esse conjunto de propostas foi divulgado pelos órgãos de comunicação e a gente tem visto que elas têm tido uma recepção", disse ela, depois do lançamento do programa Bem Mais Simples. "Os ministros responsáveis estão todos em atividade e trabalhando nessas propostas. O governo está fazendo todo um esforço na questão da resolução da greve." Após mais de 10h de reunião nesta quarta-feira (25) entre caminhoneiros, empresários e governo, as lideranças grevistas aceitaram um pacote de propostas do governo que representa uma forte cessão à pauta dos trabalhadores. Nesta quinta, apesar da continuidade de parte dos bloqueios, há já um movimento de desmobilização. Em seu pacote, o governo mediou a criação de um tabela de preços de fretes, suspendeu por um ano o pagamento linhas de crédito do BNDES para a aquisição de caminhões e garantiu que o preço do diesel não subirá por seis meses. O movimento, que começou na semana passada, ganhou força e amplitude nacional nesta segunda, quando Rodovias no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais foram bloqueadas, causando prejuízo a produtores rurais e indústrias dessas regiões. As principais queixas dos caminhoneiros são o aumento no preço do diesel e dos pedágios, o que aumenta os custos de transporte em um cenário desfavorável para reajustes nos preços dos fretes.
mercado
Propostas têm 'tido uma recepção' entre caminhoneiros, diz DilmaQuestionada nesta quinta-feira (26) sobre a greve de caminhoneirosque ainda paralisa estradas pelo país, a presidente Dilma Rousseff se limitou a dizer que o pacote de propostas do governo tem "tido uma recepção" junto a lideranças do movimento, e que o governo está empenhado em resolver o problema. "Nós apresentamos um conjunto de propostas. Esse conjunto de propostas foi divulgado pelos órgãos de comunicação e a gente tem visto que elas têm tido uma recepção", disse ela, depois do lançamento do programa Bem Mais Simples. "Os ministros responsáveis estão todos em atividade e trabalhando nessas propostas. O governo está fazendo todo um esforço na questão da resolução da greve." Após mais de 10h de reunião nesta quarta-feira (25) entre caminhoneiros, empresários e governo, as lideranças grevistas aceitaram um pacote de propostas do governo que representa uma forte cessão à pauta dos trabalhadores. Nesta quinta, apesar da continuidade de parte dos bloqueios, há já um movimento de desmobilização. Em seu pacote, o governo mediou a criação de um tabela de preços de fretes, suspendeu por um ano o pagamento linhas de crédito do BNDES para a aquisição de caminhões e garantiu que o preço do diesel não subirá por seis meses. O movimento, que começou na semana passada, ganhou força e amplitude nacional nesta segunda, quando Rodovias no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais foram bloqueadas, causando prejuízo a produtores rurais e indústrias dessas regiões. As principais queixas dos caminhoneiros são o aumento no preço do diesel e dos pedágios, o que aumenta os custos de transporte em um cenário desfavorável para reajustes nos preços dos fretes.
2
Há um mês na escola, alunos limpam, cozinham e até instalam chuveiros
Acampados na escola há quase um mês, estudantes da E.E. Diadema, na Grande São Paulo, descobriram espaços sem uso, como uma sala cheia de cadeiras e mochilas novas e um vestiário com capacidade para oito chuveiros, que havia virado um almoxarifado. Foi nele que os alunos instalaram duas duchas, as únicas com água quente no prédio, doadas pela comunidade. "A gente se encontrava com alunos de outras escolas nas manifestações de rua e falava brincando: se aqui não der certo, vamos dormir na escola. Foi o que aconteceu", conta Rafaela Boani, 16, do 2º ano do ensino médio. A E.E. Diadema foi uma das primeiras escolas estaduais ocupadas por alunos desde que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou, em setembro, seu plano de reorganização do ensino, que previa para 2016 o fechamento de 93 escolas e o remanejamento de 311 mil alunos. Nesta sexta (4), após 26 dias de escolas ocupadas e sob protestos estudantis diários nas ruas da capital, Alckmin suspendeu a reorganização escolar. O governador afirmou que recuou para "aprofundar o diálogo" sobre a reestruturação em 2016. "Nós entendemos que devemos aprofundar o diálogo, vamos dialogar escola por escola", disse, em pronunciamento na sexta. Segundo o governo, a mudança eliminaria salas de aula ociosas e facilitaria a gestão dos colégios. Com ela, 93 escolas seriam fechadas, para depois serem disponibilizadas para outros equipamentos educacionais, como creches, Etecs e Fatecs. "Essas escolas serão reformadas. Não com o dinheiro da nossa secretaria, mas o governo do Estado de São Paulo tem esse planejamento", disse à Folha na quinta (4) a secretária-adjunta da Educação, Irene Kazumi Miura. OCUPAÇÕES Antes da suspensão da reorganização escolas, o número de instituições ocupadas crescia diariamente. De acordo com balanço da Secretaria de Educação, na quinta-feira (3), eram 196 em todo o Estado. No total, a rede estadual tem 5.147 escolas e 3,8 milhões de estudantes. A Folha acompanhou a movimentação dos estudantes em cinco delas no último dia 21. Apesar de a organização ser diferente em cada uma, uma característica em comum é a designação de equipes para dar conta das tarefas cotidianas. Na E.E. Fernão Dias (zona oeste paulistana), por exemplo, há um grupo responsável pela segurança e outro, pela limpeza. "Nunca vi a escola tão limpa assim" diz Larissa Cruz, 16, enquanto varre a escada que dá acesso ao prédio principal. No andar de baixo, seu pai, Rabsaque Cruz, 48, acompanha-a com o olhar. "A gente se preocupa com os filhos e com a reação da polícia, mas acho importante esse movimento. Há muita coisa errada", diz o aposentado, que diariamente vai ao colégio para visitar os dois filhos que participam do movimento. Nas escolas Presidente Salvador Allende Gossens (zona leste) e João Kopke (centro), os alunos impediram a entrada da reportagem. A resolução foi tomada, segundo eles, depois de uma reunião com todos os integrantes da ocupação que optaram por não permitir a entrada da imprensa e assim ter maior controle das informações que são veiculadas sobre o movimento. Ali, bem como nas outras instituições visitadas, os estudantes ressaltam que todos os temas são deliberados. "Não temos líderes, aqui é um coletivo, e as decisões são tomadas a partir de votações nas assembleias. Não entra adulto nem professor, apenas aluno", explica uma jovem de 17 anos, que participa da ocupação na E.E João Kopke e não quis se identificar. LÍGIA ROCA, MARCUS LEONI, MAÍRA CABRAL, RENAN LOPES e RICARDO LERMAN fizeram o 1º Programa de Treinamento em Fotojornalismo e Vídeo da Folha, patrocinado por Friboi, Odebrecht e Philip Morris Brasil.
educacao
Há um mês na escola, alunos limpam, cozinham e até instalam chuveirosAcampados na escola há quase um mês, estudantes da E.E. Diadema, na Grande São Paulo, descobriram espaços sem uso, como uma sala cheia de cadeiras e mochilas novas e um vestiário com capacidade para oito chuveiros, que havia virado um almoxarifado. Foi nele que os alunos instalaram duas duchas, as únicas com água quente no prédio, doadas pela comunidade. "A gente se encontrava com alunos de outras escolas nas manifestações de rua e falava brincando: se aqui não der certo, vamos dormir na escola. Foi o que aconteceu", conta Rafaela Boani, 16, do 2º ano do ensino médio. A E.E. Diadema foi uma das primeiras escolas estaduais ocupadas por alunos desde que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou, em setembro, seu plano de reorganização do ensino, que previa para 2016 o fechamento de 93 escolas e o remanejamento de 311 mil alunos. Nesta sexta (4), após 26 dias de escolas ocupadas e sob protestos estudantis diários nas ruas da capital, Alckmin suspendeu a reorganização escolar. O governador afirmou que recuou para "aprofundar o diálogo" sobre a reestruturação em 2016. "Nós entendemos que devemos aprofundar o diálogo, vamos dialogar escola por escola", disse, em pronunciamento na sexta. Segundo o governo, a mudança eliminaria salas de aula ociosas e facilitaria a gestão dos colégios. Com ela, 93 escolas seriam fechadas, para depois serem disponibilizadas para outros equipamentos educacionais, como creches, Etecs e Fatecs. "Essas escolas serão reformadas. Não com o dinheiro da nossa secretaria, mas o governo do Estado de São Paulo tem esse planejamento", disse à Folha na quinta (4) a secretária-adjunta da Educação, Irene Kazumi Miura. OCUPAÇÕES Antes da suspensão da reorganização escolas, o número de instituições ocupadas crescia diariamente. De acordo com balanço da Secretaria de Educação, na quinta-feira (3), eram 196 em todo o Estado. No total, a rede estadual tem 5.147 escolas e 3,8 milhões de estudantes. A Folha acompanhou a movimentação dos estudantes em cinco delas no último dia 21. Apesar de a organização ser diferente em cada uma, uma característica em comum é a designação de equipes para dar conta das tarefas cotidianas. Na E.E. Fernão Dias (zona oeste paulistana), por exemplo, há um grupo responsável pela segurança e outro, pela limpeza. "Nunca vi a escola tão limpa assim" diz Larissa Cruz, 16, enquanto varre a escada que dá acesso ao prédio principal. No andar de baixo, seu pai, Rabsaque Cruz, 48, acompanha-a com o olhar. "A gente se preocupa com os filhos e com a reação da polícia, mas acho importante esse movimento. Há muita coisa errada", diz o aposentado, que diariamente vai ao colégio para visitar os dois filhos que participam do movimento. Nas escolas Presidente Salvador Allende Gossens (zona leste) e João Kopke (centro), os alunos impediram a entrada da reportagem. A resolução foi tomada, segundo eles, depois de uma reunião com todos os integrantes da ocupação que optaram por não permitir a entrada da imprensa e assim ter maior controle das informações que são veiculadas sobre o movimento. Ali, bem como nas outras instituições visitadas, os estudantes ressaltam que todos os temas são deliberados. "Não temos líderes, aqui é um coletivo, e as decisões são tomadas a partir de votações nas assembleias. Não entra adulto nem professor, apenas aluno", explica uma jovem de 17 anos, que participa da ocupação na E.E João Kopke e não quis se identificar. LÍGIA ROCA, MARCUS LEONI, MAÍRA CABRAL, RENAN LOPES e RICARDO LERMAN fizeram o 1º Programa de Treinamento em Fotojornalismo e Vídeo da Folha, patrocinado por Friboi, Odebrecht e Philip Morris Brasil.
11
O ministro e as novelas
Professor titular de Ética e Filosofia Política na USP, autor de inúmeros livros e estudos acadêmicos, o novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, é também um apreciador de cultura popular, em especial, de telenovelas. Em livro publicado em 2005, o filósofo defende que "a novela é o gênero dramático em que o Brasil melhor se saiu". Na sua visão, os folhetins da Globo, em especial, captaram o espírito do tempo e têm grande alcance social. "É errado dizer que a TV não educa. Ela varreu preconceitos de costumes". "O Afeto Autoritário" (Ateliê Editorial, 224 págs., esgotado) reúne textos publicados por Janine Ribeiro entre 2000 e 2003 no jornal "O Estado de S. Paulo" e na revista "Bravo", além de um estudo sobre o mercado audiovisual divulgado em publicação do Ministério da Cultura, em 2001. Apesar de escritos, em sua maioria, há cerca de quinze anos, os textos descrevem um quadro que permanece semelhante ao atual. "Em matéria de costumes, a TV fez há muito tempo uma opção pela melhora. No humor, o elo mais fraco da sociedade é ridicularizado. No noticiário, é ignorado. Na novela, porém, ele é valorizado." Um dos aspectos mais interessantes é a forma como enxerga os folhetins. Na coluna que serve de título ao livro, diz: "Tenho defendido as novelas. Contra a opinião de muitos colegas da universidade, sustento que elas têm papel positivo na transmissão de certos ideais, em especial o da igualdade da mulher em relação ao homem e o da condenação do preconceito de raça". Janine Ribeiro lamenta, porém, que as novelas frequentemente fazem "das personagens despóticas figuras agradáveis, humanas, quase positivas", deixando de criticar o que chama de "afeto autoritário que nelas se vê". Outro tema tratado na coletânea é o papel do Estado diante da falta de qualidade e dos abusos cometidos por emissoras de televisão. O filósofo se diz contra qualquer tipo de interferência que lembre censura. "O melhor modo de controlar os excessos da TV é ter um público que seja crítico." Em outro texto, acrescenta: "O público precisa sair do marasmo. Falando, vai melhorar o que ele fala —e com isso, a TV". Talvez otimista demais, ou ingênua, essa visão é deixada de lado por uma outra mais pragmática no texto "O poder público ausente: a TV nas mãos do mercado". Aqui Janine Ribeiro fala em "controle social da telinha" como resposta à incapacidade de a sociedade fazer valer a sua opinião sobre as emissoras de TV. O autor se declara contra um modelo de auto-regulamentação, nos moldes do Conar (que rege a publicidade), uma tese levantada nos anos 90. "O problema é o dos excessos da TV em face da cidadania e da ética, enquanto a solução aventada é a do autocontrole pelo mesmo mercado, que lucra infringindo direitos humanos reconhecidos por nosso país." Sem dar detalhes, propõe: "O que o poder do Estado pode fazer é contribuir, pela via legislativa, para implementar canais de expressão, bem como determinar a pluralidade de opiniões nos meios de comunicação". A posse de Janine Ribeiro como ministro da Educação pode ser bom pretexto para a reedição deste livro. São teses polêmicas que merecem ser discutidas.
colunas
O ministro e as novelasProfessor titular de Ética e Filosofia Política na USP, autor de inúmeros livros e estudos acadêmicos, o novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, é também um apreciador de cultura popular, em especial, de telenovelas. Em livro publicado em 2005, o filósofo defende que "a novela é o gênero dramático em que o Brasil melhor se saiu". Na sua visão, os folhetins da Globo, em especial, captaram o espírito do tempo e têm grande alcance social. "É errado dizer que a TV não educa. Ela varreu preconceitos de costumes". "O Afeto Autoritário" (Ateliê Editorial, 224 págs., esgotado) reúne textos publicados por Janine Ribeiro entre 2000 e 2003 no jornal "O Estado de S. Paulo" e na revista "Bravo", além de um estudo sobre o mercado audiovisual divulgado em publicação do Ministério da Cultura, em 2001. Apesar de escritos, em sua maioria, há cerca de quinze anos, os textos descrevem um quadro que permanece semelhante ao atual. "Em matéria de costumes, a TV fez há muito tempo uma opção pela melhora. No humor, o elo mais fraco da sociedade é ridicularizado. No noticiário, é ignorado. Na novela, porém, ele é valorizado." Um dos aspectos mais interessantes é a forma como enxerga os folhetins. Na coluna que serve de título ao livro, diz: "Tenho defendido as novelas. Contra a opinião de muitos colegas da universidade, sustento que elas têm papel positivo na transmissão de certos ideais, em especial o da igualdade da mulher em relação ao homem e o da condenação do preconceito de raça". Janine Ribeiro lamenta, porém, que as novelas frequentemente fazem "das personagens despóticas figuras agradáveis, humanas, quase positivas", deixando de criticar o que chama de "afeto autoritário que nelas se vê". Outro tema tratado na coletânea é o papel do Estado diante da falta de qualidade e dos abusos cometidos por emissoras de televisão. O filósofo se diz contra qualquer tipo de interferência que lembre censura. "O melhor modo de controlar os excessos da TV é ter um público que seja crítico." Em outro texto, acrescenta: "O público precisa sair do marasmo. Falando, vai melhorar o que ele fala —e com isso, a TV". Talvez otimista demais, ou ingênua, essa visão é deixada de lado por uma outra mais pragmática no texto "O poder público ausente: a TV nas mãos do mercado". Aqui Janine Ribeiro fala em "controle social da telinha" como resposta à incapacidade de a sociedade fazer valer a sua opinião sobre as emissoras de TV. O autor se declara contra um modelo de auto-regulamentação, nos moldes do Conar (que rege a publicidade), uma tese levantada nos anos 90. "O problema é o dos excessos da TV em face da cidadania e da ética, enquanto a solução aventada é a do autocontrole pelo mesmo mercado, que lucra infringindo direitos humanos reconhecidos por nosso país." Sem dar detalhes, propõe: "O que o poder do Estado pode fazer é contribuir, pela via legislativa, para implementar canais de expressão, bem como determinar a pluralidade de opiniões nos meios de comunicação". A posse de Janine Ribeiro como ministro da Educação pode ser bom pretexto para a reedição deste livro. São teses polêmicas que merecem ser discutidas.
10
O juiz e o Porsche
BRASÍLIA - O flagrante do juiz federal ao volante do Porsche de Eike Batista mancha a imagem de todo o Judiciário. O diagnóstico é de Eliana Calmon, a ex-corregedora nacional de Justiça que sacudiu a magistratura ao denunciar a existência de "bandidos de toga" em 2011. A ministra se diz espantada com a conduta do juiz Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio. Responsável por dois processos contra o ex-bilionário, ele levou para a garagem de casa carros de luxo apreendidos para quitar dívidas. "Considero este caso extremamente grave. A conduta do juiz é absurda e desmoraliza o Poder Judiciário", critica Calmon. "Isso deixa o juiz em situação de suspeição e atenta contra a credibilidade da Justiça, que deve ser preservada." Para a ex-corregedora, o uso privado dos veículos afronta as regras do Conselho Nacional de Justiça para a manutenção de bens apreendidos. O juiz do caso Eike já se notabilizava por criticar o réu fora dos autos. Em novembro, disse que ele nutria o "sonho megalomaníaco de se tornar o homem mais rico do mundo". A frase é verdadeira, mas não deveria sair da boca de quem tem o dever de julgá-lo com imparcialidade. O magistrado acrescentou que o julgamento seria "um momento histórico para a Justiça", outro juízo de valor impróprio para a sua função. Há algo errado quando um juiz aparenta invejar o padrão de vida de um réu rico e famoso. O salário-base da carreira é de R$ 27,5 mil, segundo tabela do Conselho da Justiça Federal. É o suficiente para viver com conforto e julgar com independência, mesmo sem pilotar um Porsche. Eike foi denunciado pela suposta prática de crimes contra o sistema financeiro. Sua derrocada, após prometer lucros que não poderia entregar, prejudicou milhares de investidores e provocou um estrago sem precedentes no mercado de ações brasileiro. Resta torcer para que os excessos do juiz não levem esse caso a acabar sem punições.
colunas
O juiz e o PorscheBRASÍLIA - O flagrante do juiz federal ao volante do Porsche de Eike Batista mancha a imagem de todo o Judiciário. O diagnóstico é de Eliana Calmon, a ex-corregedora nacional de Justiça que sacudiu a magistratura ao denunciar a existência de "bandidos de toga" em 2011. A ministra se diz espantada com a conduta do juiz Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio. Responsável por dois processos contra o ex-bilionário, ele levou para a garagem de casa carros de luxo apreendidos para quitar dívidas. "Considero este caso extremamente grave. A conduta do juiz é absurda e desmoraliza o Poder Judiciário", critica Calmon. "Isso deixa o juiz em situação de suspeição e atenta contra a credibilidade da Justiça, que deve ser preservada." Para a ex-corregedora, o uso privado dos veículos afronta as regras do Conselho Nacional de Justiça para a manutenção de bens apreendidos. O juiz do caso Eike já se notabilizava por criticar o réu fora dos autos. Em novembro, disse que ele nutria o "sonho megalomaníaco de se tornar o homem mais rico do mundo". A frase é verdadeira, mas não deveria sair da boca de quem tem o dever de julgá-lo com imparcialidade. O magistrado acrescentou que o julgamento seria "um momento histórico para a Justiça", outro juízo de valor impróprio para a sua função. Há algo errado quando um juiz aparenta invejar o padrão de vida de um réu rico e famoso. O salário-base da carreira é de R$ 27,5 mil, segundo tabela do Conselho da Justiça Federal. É o suficiente para viver com conforto e julgar com independência, mesmo sem pilotar um Porsche. Eike foi denunciado pela suposta prática de crimes contra o sistema financeiro. Sua derrocada, após prometer lucros que não poderia entregar, prejudicou milhares de investidores e provocou um estrago sem precedentes no mercado de ações brasileiro. Resta torcer para que os excessos do juiz não levem esse caso a acabar sem punições.
10
Surpresa, Mariana Silva perde na disputa pelo bronze no judô
ITALO NOGUEIRA DO RIO MARCEL MERGUIZO MARCEL RIZZO ENVIADO ESPECIAL AO RIO A judoca Mariana Silva perdeu nesta terça-feira (9) a medalha de bronze na categoria meio-médio (até 63 kg) no judô. Ela foi derrotada pela holandesa Anicka van Emden. As duas não conseguiram encaixar golpes na primeira metade da luta. Mariana então sofreu um yukô no terceiro minuto de combate. A adversária evitou o confronto e administrou o resultado. Apesar do resultado, a brasileira surpreendeu até mesmo membros da comissão técnica, que pouco esperavam da judoca. Ela subiu ao pódio em competições internacionais apenas uma vez nesse ciclo. A judoca saiu do caminho do ouro apenas na semifinal, fase em que perdeu para a eslovena Tina Trstenjak, atual campeã mundial da categoria meio-médio (até 63 kg). Mariana sofreu um yukô ainda no começo da luta. Nos minutos seguintes, tentou aplicar alguns golpes. Mas numa reação a um deles, a brasileira foi imobilizada por mais de 20 segundos e perdeu o combate. A eslovena acabou conquistando a medalha de ouro. Antes das derrotas para as rivais eslovenas e holandesa, a judoca venceu os três primeiros combates. Na primeira luta, ganhou da húngara naturalizada ganesa Szandra Szogedi por ippon. Na sequência, derrotou a alemã Martyna Trajdos, que sofreu três punições. Nas quartas de final, a paulista venceu a israelense Yarden Gerby no golden score. A principal expectativa na categoria recaía sobre o judoca Victor Penalber. Porém, ele caiu já nas oitavas de finais para o judoca Sergiu Toma, dos Emirados Árabes. Ele ficou com o bronze. Na quarta-feira (10), disputam a categoria médio o medalhista em Sydney-00 e Pequim-08, Tiago Camilo, e Maria Portela. Até o momento, o Brasil conquistou duas medalhas nos Jogos Olímpicos. Rafaela Silva conquistou o ouro no judô e Felipe Wu obteve a prata no tiro. MARIANA SILVA Mariana Silva decidiu aprimorar sua performance no judô, mas bem longe do Brasil. Em 2005, aos 15 anos, foi morar no Japão, para treinar. Ela voltava esporadicamente ao Brasil para visitar a família e ficou cinco anos por lá -onde estudou educação física Universidade de Teikyo, em Tóquio. Era uma hora de treino físico logo de manhã, aula depois e, no fim do dia, mais três horas de trabalho técnico no tatame. Por lá, Mariana aprendeu a falar fluentemente japonês, hoje a sua segunda língua. Retornou em 2010 porque sonhava em defender a seleção brasileira, e precisava participar de competições para pontuar no ranking. "Ela sempre adorou judô, o que incentivou a entrar foi o irmão, Wagner, que praticava em Peruíbe [cidade do litoral sul paulista, a 140 km da capital]", contou a irmão Juliana Silva. Outros dois irmãos de Mariana, Milena e Wanderlei, também praticavam o esporte, o que incentivou ela a começar no esporte aos sete anos, em uma escola da prefeitura de Peruíbe. Os bons resultados a fizeram aceitar um convite para estudar e treinar no Japão.
esporte
Surpresa, Mariana Silva perde na disputa pelo bronze no judô ITALO NOGUEIRA DO RIO MARCEL MERGUIZO MARCEL RIZZO ENVIADO ESPECIAL AO RIO A judoca Mariana Silva perdeu nesta terça-feira (9) a medalha de bronze na categoria meio-médio (até 63 kg) no judô. Ela foi derrotada pela holandesa Anicka van Emden. As duas não conseguiram encaixar golpes na primeira metade da luta. Mariana então sofreu um yukô no terceiro minuto de combate. A adversária evitou o confronto e administrou o resultado. Apesar do resultado, a brasileira surpreendeu até mesmo membros da comissão técnica, que pouco esperavam da judoca. Ela subiu ao pódio em competições internacionais apenas uma vez nesse ciclo. A judoca saiu do caminho do ouro apenas na semifinal, fase em que perdeu para a eslovena Tina Trstenjak, atual campeã mundial da categoria meio-médio (até 63 kg). Mariana sofreu um yukô ainda no começo da luta. Nos minutos seguintes, tentou aplicar alguns golpes. Mas numa reação a um deles, a brasileira foi imobilizada por mais de 20 segundos e perdeu o combate. A eslovena acabou conquistando a medalha de ouro. Antes das derrotas para as rivais eslovenas e holandesa, a judoca venceu os três primeiros combates. Na primeira luta, ganhou da húngara naturalizada ganesa Szandra Szogedi por ippon. Na sequência, derrotou a alemã Martyna Trajdos, que sofreu três punições. Nas quartas de final, a paulista venceu a israelense Yarden Gerby no golden score. A principal expectativa na categoria recaía sobre o judoca Victor Penalber. Porém, ele caiu já nas oitavas de finais para o judoca Sergiu Toma, dos Emirados Árabes. Ele ficou com o bronze. Na quarta-feira (10), disputam a categoria médio o medalhista em Sydney-00 e Pequim-08, Tiago Camilo, e Maria Portela. Até o momento, o Brasil conquistou duas medalhas nos Jogos Olímpicos. Rafaela Silva conquistou o ouro no judô e Felipe Wu obteve a prata no tiro. MARIANA SILVA Mariana Silva decidiu aprimorar sua performance no judô, mas bem longe do Brasil. Em 2005, aos 15 anos, foi morar no Japão, para treinar. Ela voltava esporadicamente ao Brasil para visitar a família e ficou cinco anos por lá -onde estudou educação física Universidade de Teikyo, em Tóquio. Era uma hora de treino físico logo de manhã, aula depois e, no fim do dia, mais três horas de trabalho técnico no tatame. Por lá, Mariana aprendeu a falar fluentemente japonês, hoje a sua segunda língua. Retornou em 2010 porque sonhava em defender a seleção brasileira, e precisava participar de competições para pontuar no ranking. "Ela sempre adorou judô, o que incentivou a entrar foi o irmão, Wagner, que praticava em Peruíbe [cidade do litoral sul paulista, a 140 km da capital]", contou a irmão Juliana Silva. Outros dois irmãos de Mariana, Milena e Wanderlei, também praticavam o esporte, o que incentivou ela a começar no esporte aos sete anos, em uma escola da prefeitura de Peruíbe. Os bons resultados a fizeram aceitar um convite para estudar e treinar no Japão.
4
Base curricular evita tratar arte como adorno, mas conteúdo é vago
A leitura das cerca de 30 páginas dedicadas especificamente ao ensino de arte –artes visuais, dança, música e teatro– entre as mais de 650 do projeto da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), divulgado pelo governo federal no mês de maio, talvez fosse mais fácil se os interessados providenciassem cartelas e fizessem uma espécie de "bingo do academês". Verbos substantivados ("o fazer, o fruir e a reflexão sobre o fazer e o fruir")? Estão lá. "Problematizar"? Também, tanto no infinitivo como no gerúndio, "problematizando". "Ressignificar"? Idem. "Experienciar a ludicidade"? Ora, como não? Também não faltam passagens abstrusas redigidas numa língua que às vezes lembra o português, como no trecho "as artes visuais oportunizam os/as estudantes a experimentarem múltiplas culturas visuais". O que falta ao texto da BNCC é uma definição mais clara dos conteúdos a serem ensinados pelas escolas brasileiras nessas quatro disciplinas –do 1º ao 9º ano do ensino fundamental e nas três séries do ensino médio. No que diz respeito à música, por exemplo, uma das orientações para os alunos do 1º ao 5º ano é "explorar elementos constitutivos da música em práticas diversas de composição/criação, execução e apreciação musicais, privilegiando aquelas presentes nas culturas infantis" (pág. 238 do documento). É basicamente o mesmo que se requer dos estudantes nos anos finais dessa fase (6º ao 9º) –substituindo o verbo "explorar" por "identificar e manipular" e as culturas infantis pelas infanto-juvenis (pág. 398). TEATRO No teatro, a diferença de propostas dentro do ensino fundamental está mais bem definida –a BNCC pede que os estudantes dos anos iniciais exercitem "o faz de conta e a imitação", enquanto sugere aos alunos do 1º ao 5º ano "pesquisar, conhecer e apreciar o trabalho de grupos de teatro, de dramaturgos, de atores e diretores locais, regionais, nacionais e estrangeiros, do passado e do presente" (pág. 399). Essa orientação, no entanto, é repetida ipsis litteris na parte do documento que trata do ensino médio (pág. 547), assim como outras. O leitor que atravessar as extensas passagens que tratam dos fundamentos do componente "arte" e suas "seis dimensões de conhecimento" (criação, crítica, expressão, estesia, fruição e reflexão, igualmente repetidas nos capítulos sobre os ensinos fundamental e médio) descobrirá, ao fim, que o texto da BNCC deixa a definição das unidades curriculares do ensino de arte nas mãos das escolas. Base Nacional Curricular "Os objetivos foram redigidos com o intuito de permitir que os sistemas de ensino, as escolas e os professores possam colocá-los em prática a partir de seus próprios repertórios artísticos (...) e de seus contextos sociais, políticos e culturais. Assim caberá aos sistemas de ensino e às escolas a composição de Unidades Curriculares de Arte mais ajustadas aos seus projetos de formação", diz o documento (páginas 523 e 524). ADORNO Ou seja, em vez de definir as unidades curriculares em cada série ou bloco de séries, o documento do governo parece mais preocupado –além de tentar explicar, à moda da antiga coleção "Primeiros Passos", o que é arte e qual a sua importância para a sociedade– em garantir que sejam contratados professores com formação específica em cada uma das quatro áreas. Ou que o ensino de arte não seja tratado como adorno ou atividade complementar ao currículo das escolas, coisa que não apenas faz sentido como é coerente com a orientação da Lei de Diretrizes e Bases de 1996 e dos Parâmetros Curriculares Nacionais. A dúvida é se a BNCC –cujo objetivo, em tese, é oferecer um mínimo comum de aprendizado para todo o país– é o lugar certo para explicar o que caracteriza as "dimensões de conhecimento" e estabelecer objetivos de aprendizagem mais ou menos vagos, em vez de dizer claramente (de modo sucinto, respeitando diferenças sociais e regionais) o que os alunos deveriam estudar em cada etapa. Já que problematizar é importante para a evolução do debate das ideias, fica aqui uma sugestão. Alunos na educação básica - Por etapa, em milhões* - 26.jun.2014 - Plano Nacional de Educação é sancionado; lei prevê que o governo crie proposta de base curricular em até dois anos 16.set.2015 - MEC apresenta a 1ª versão do documento e abre consulta pública; as áreas de história e gramática geraram polêmica 15.dez.2015 - Ministério inicia análise das contribuições recebidas na consulta pública 3.mai.2016 - MEC divulga 2ª versão da base e a envia ao Conselho Nacional de Educação e a representantes de Estados e municípios jun. a ago.2016 - Texto está sendo debatido nos Estados e deve ser devolvido ao MEC até agosto ago a nov.2016 - Um comitê gestor vai revisar a base (ensinos infantil e fundamental) e debater o ensino médio nov.2016 - O objetivo é ter a versão final até essa data (para infantil e fundamental), mas não há previsão de quando ela começa a valer 1ºsem.2017 - MEC deve definir a base curricular do ensino médio, após aprovação de projeto de lei no Congresso que prevê um novo formato para a etapa
educacao
Base curricular evita tratar arte como adorno, mas conteúdo é vagoA leitura das cerca de 30 páginas dedicadas especificamente ao ensino de arte –artes visuais, dança, música e teatro– entre as mais de 650 do projeto da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), divulgado pelo governo federal no mês de maio, talvez fosse mais fácil se os interessados providenciassem cartelas e fizessem uma espécie de "bingo do academês". Verbos substantivados ("o fazer, o fruir e a reflexão sobre o fazer e o fruir")? Estão lá. "Problematizar"? Também, tanto no infinitivo como no gerúndio, "problematizando". "Ressignificar"? Idem. "Experienciar a ludicidade"? Ora, como não? Também não faltam passagens abstrusas redigidas numa língua que às vezes lembra o português, como no trecho "as artes visuais oportunizam os/as estudantes a experimentarem múltiplas culturas visuais". O que falta ao texto da BNCC é uma definição mais clara dos conteúdos a serem ensinados pelas escolas brasileiras nessas quatro disciplinas –do 1º ao 9º ano do ensino fundamental e nas três séries do ensino médio. No que diz respeito à música, por exemplo, uma das orientações para os alunos do 1º ao 5º ano é "explorar elementos constitutivos da música em práticas diversas de composição/criação, execução e apreciação musicais, privilegiando aquelas presentes nas culturas infantis" (pág. 238 do documento). É basicamente o mesmo que se requer dos estudantes nos anos finais dessa fase (6º ao 9º) –substituindo o verbo "explorar" por "identificar e manipular" e as culturas infantis pelas infanto-juvenis (pág. 398). TEATRO No teatro, a diferença de propostas dentro do ensino fundamental está mais bem definida –a BNCC pede que os estudantes dos anos iniciais exercitem "o faz de conta e a imitação", enquanto sugere aos alunos do 1º ao 5º ano "pesquisar, conhecer e apreciar o trabalho de grupos de teatro, de dramaturgos, de atores e diretores locais, regionais, nacionais e estrangeiros, do passado e do presente" (pág. 399). Essa orientação, no entanto, é repetida ipsis litteris na parte do documento que trata do ensino médio (pág. 547), assim como outras. O leitor que atravessar as extensas passagens que tratam dos fundamentos do componente "arte" e suas "seis dimensões de conhecimento" (criação, crítica, expressão, estesia, fruição e reflexão, igualmente repetidas nos capítulos sobre os ensinos fundamental e médio) descobrirá, ao fim, que o texto da BNCC deixa a definição das unidades curriculares do ensino de arte nas mãos das escolas. Base Nacional Curricular "Os objetivos foram redigidos com o intuito de permitir que os sistemas de ensino, as escolas e os professores possam colocá-los em prática a partir de seus próprios repertórios artísticos (...) e de seus contextos sociais, políticos e culturais. Assim caberá aos sistemas de ensino e às escolas a composição de Unidades Curriculares de Arte mais ajustadas aos seus projetos de formação", diz o documento (páginas 523 e 524). ADORNO Ou seja, em vez de definir as unidades curriculares em cada série ou bloco de séries, o documento do governo parece mais preocupado –além de tentar explicar, à moda da antiga coleção "Primeiros Passos", o que é arte e qual a sua importância para a sociedade– em garantir que sejam contratados professores com formação específica em cada uma das quatro áreas. Ou que o ensino de arte não seja tratado como adorno ou atividade complementar ao currículo das escolas, coisa que não apenas faz sentido como é coerente com a orientação da Lei de Diretrizes e Bases de 1996 e dos Parâmetros Curriculares Nacionais. A dúvida é se a BNCC –cujo objetivo, em tese, é oferecer um mínimo comum de aprendizado para todo o país– é o lugar certo para explicar o que caracteriza as "dimensões de conhecimento" e estabelecer objetivos de aprendizagem mais ou menos vagos, em vez de dizer claramente (de modo sucinto, respeitando diferenças sociais e regionais) o que os alunos deveriam estudar em cada etapa. Já que problematizar é importante para a evolução do debate das ideias, fica aqui uma sugestão. Alunos na educação básica - Por etapa, em milhões* - 26.jun.2014 - Plano Nacional de Educação é sancionado; lei prevê que o governo crie proposta de base curricular em até dois anos 16.set.2015 - MEC apresenta a 1ª versão do documento e abre consulta pública; as áreas de história e gramática geraram polêmica 15.dez.2015 - Ministério inicia análise das contribuições recebidas na consulta pública 3.mai.2016 - MEC divulga 2ª versão da base e a envia ao Conselho Nacional de Educação e a representantes de Estados e municípios jun. a ago.2016 - Texto está sendo debatido nos Estados e deve ser devolvido ao MEC até agosto ago a nov.2016 - Um comitê gestor vai revisar a base (ensinos infantil e fundamental) e debater o ensino médio nov.2016 - O objetivo é ter a versão final até essa data (para infantil e fundamental), mas não há previsão de quando ela começa a valer 1ºsem.2017 - MEC deve definir a base curricular do ensino médio, após aprovação de projeto de lei no Congresso que prevê um novo formato para a etapa
11
A maioria absoluta do presidente imperial francês
"Os bastidores de uma vitória", de Yann L'Hénoret, documentário lançado no dia seguinte à vitoria de Emmanuel Macron contra Marine Le Pen, desvenda o universo do novo presidente da França. Durante a campanha, a equipe composta por jovens moderninhos que transformaram as reuniões de delegados em incubadoras de empresas servia apenas para aprovar as decisões de um líder controlador. O candidato Macron escolhia as fotografias dos panfletos, redigia os comunicados de imprensa, decidia até o protocolo dos eventos. O presidente Macron segue na mesma linha. Ele ocupa os escritórios reservados a assessores do palácio presidencial, confina o seu premiê, Edouard Phillippe, a um papel coadjuvante, e evoca os símbolos da monarquia francesa por meio de imagens fortes, como a caminhada solitária na esplanada do Louvre no dia da sua eleição e o encontro de cúpula com Putin no Palácio de Versalhes. Macron se autoproclama o presidente start-up. Mas tem a atitude de um Luís 14 (1638-1715), o Rei Sol. A maioria absoluta obtida pelo seu partido, o República em Marcha!, nas eleições legislativas deste domingo (18) sacramenta a Presidência imperial imaginada por Macron. A Assembleia assistirá a uma inédita troca de comando. Centenas de macacos velhos da política francesa cederão os seus lugares a deputados de primeira viagem escolhidos a dedo por Macron e seus assessores. A essa legião de jovens inexperientes, se junta algumas dezenas de aliados da última hora. Esse grupo heterogêneo formará um bloco parlamentar de cerca de 360 deputados, largamente além da maioria absoluta. Os cerca de duzentos assentos parlamentares restantes serão ocupados pelas duas esquerdas –os sobreviventes da social democracia e os recém-chegados da esquerda populista–, e pelas duas direitas, a mais importante, que reivindica o papel de herdeira do ex-presidente Charles De Gaulle (1890-1970), e a minoritária, de Le Pen. Esses quatro grupos padecem de fortes divisões internas e se odeiam. É fato que a oposição não conseguirá fazer bloco único contra o partido de Macron em nenhuma questão fundamental. Resta saber como será o embate entre Macron e as forças sociais francesas. Com a liquidação dos partidos e sindicatos tradicionais, Macron vai ter de emplacar as suas reformas sem o apoio dos corpos intermediários, cujo papel indispensável na política francesa foi ressaltado pelo sociólogo Dominique Wolton, em entrevista à Folha. Esse confronto sem intermediação com os diferentes grupos de interesse pode se revelar de grande intensidade e de difícil controle, porque não será personalizado na Assembleia. Desconhecemos o desfecho do quinquênio de Macron, mas ele certamente continuará do jeito que começou: cheio de surpresas.
mundo
A maioria absoluta do presidente imperial francês"Os bastidores de uma vitória", de Yann L'Hénoret, documentário lançado no dia seguinte à vitoria de Emmanuel Macron contra Marine Le Pen, desvenda o universo do novo presidente da França. Durante a campanha, a equipe composta por jovens moderninhos que transformaram as reuniões de delegados em incubadoras de empresas servia apenas para aprovar as decisões de um líder controlador. O candidato Macron escolhia as fotografias dos panfletos, redigia os comunicados de imprensa, decidia até o protocolo dos eventos. O presidente Macron segue na mesma linha. Ele ocupa os escritórios reservados a assessores do palácio presidencial, confina o seu premiê, Edouard Phillippe, a um papel coadjuvante, e evoca os símbolos da monarquia francesa por meio de imagens fortes, como a caminhada solitária na esplanada do Louvre no dia da sua eleição e o encontro de cúpula com Putin no Palácio de Versalhes. Macron se autoproclama o presidente start-up. Mas tem a atitude de um Luís 14 (1638-1715), o Rei Sol. A maioria absoluta obtida pelo seu partido, o República em Marcha!, nas eleições legislativas deste domingo (18) sacramenta a Presidência imperial imaginada por Macron. A Assembleia assistirá a uma inédita troca de comando. Centenas de macacos velhos da política francesa cederão os seus lugares a deputados de primeira viagem escolhidos a dedo por Macron e seus assessores. A essa legião de jovens inexperientes, se junta algumas dezenas de aliados da última hora. Esse grupo heterogêneo formará um bloco parlamentar de cerca de 360 deputados, largamente além da maioria absoluta. Os cerca de duzentos assentos parlamentares restantes serão ocupados pelas duas esquerdas –os sobreviventes da social democracia e os recém-chegados da esquerda populista–, e pelas duas direitas, a mais importante, que reivindica o papel de herdeira do ex-presidente Charles De Gaulle (1890-1970), e a minoritária, de Le Pen. Esses quatro grupos padecem de fortes divisões internas e se odeiam. É fato que a oposição não conseguirá fazer bloco único contra o partido de Macron em nenhuma questão fundamental. Resta saber como será o embate entre Macron e as forças sociais francesas. Com a liquidação dos partidos e sindicatos tradicionais, Macron vai ter de emplacar as suas reformas sem o apoio dos corpos intermediários, cujo papel indispensável na política francesa foi ressaltado pelo sociólogo Dominique Wolton, em entrevista à Folha. Esse confronto sem intermediação com os diferentes grupos de interesse pode se revelar de grande intensidade e de difícil controle, porque não será personalizado na Assembleia. Desconhecemos o desfecho do quinquênio de Macron, mas ele certamente continuará do jeito que começou: cheio de surpresas.
3
Feirão da casa própria da Caixa chega a Recife e Porto Alegre
O Feirão da Casa Própria, promovido pela Caixa Econômica Federal, chega as cidades de Recife e Porto Alegre nesta sexta-feira (21). Serão mais de 35 mil imóveis, novos ou usados, que estarão em oferta até o domingo (22). O evento irá promover o financiamento de habitação popular do Programa Minha Casa, Minha Vida e das demais operações com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), cujo teto máximo é de R$ 225 mil. RECIFE No Recife, serão mais de 90 parceiros. São 54 construtoras, 5 imobiliárias e 39 correspondentes imobiliários da Caixa. Serão oferecidos 15.367 imóveis novos e 4.714 mil usados, num total de 20.081 mil moradias em oferta. O Feirão da cidade acontece no Centro de Convenções de Pernambuco (Av. Prof. Andrade Bezerra, s/n) PORTO AlEGRE O Feirão CAIXA da Casa Própria de Porto Alegre contará com mais de 100 parceiros. São 35 construtoras, 33 imobiliárias e 37 correspondentes imobiliários da Caixa que ocuparão os estandes do evento. São 28 empreendimentos novos, 12,5 mil imóveis novos e 3 mil imóveis usados, num total de 15,5 mil imóveis em oferta. Mais de 160 empregados da CAIXA trabalham para a realização do Feirão de Belém, neste ano. O feirão acontece na FIERGS (Av. Assis Brasil, 8787). DOCUMENTOS Para requerer o crédito para casa própria, no Feirão, é preciso levar documento de identidade, CPF e comprovante de renda. Os interessados também podem obter informações em todas as agências da Caixa ou pelo Serviço de Atendimento ao Cliente (0800 726 0101), disponível 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana. CALENDÁRIO O 12º Feirão da Casa Própria ainda irá passar por mais 10 cidades do país até junho. Confira abaixo: 20/5 a 22/5 Porto Alegre (RS) e Recife (PE) 27/5 a 29/5 Florianópolis (SC) e Uberlândia (MG) 3/6 a 5/6 Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE) e São Paulo (SP) 10/6 a 12/6 São Luís (MA) e Goiânia (GO) 17/6 a 19/6 Salvador (BA)
mercado
Feirão da casa própria da Caixa chega a Recife e Porto AlegreO Feirão da Casa Própria, promovido pela Caixa Econômica Federal, chega as cidades de Recife e Porto Alegre nesta sexta-feira (21). Serão mais de 35 mil imóveis, novos ou usados, que estarão em oferta até o domingo (22). O evento irá promover o financiamento de habitação popular do Programa Minha Casa, Minha Vida e das demais operações com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), cujo teto máximo é de R$ 225 mil. RECIFE No Recife, serão mais de 90 parceiros. São 54 construtoras, 5 imobiliárias e 39 correspondentes imobiliários da Caixa. Serão oferecidos 15.367 imóveis novos e 4.714 mil usados, num total de 20.081 mil moradias em oferta. O Feirão da cidade acontece no Centro de Convenções de Pernambuco (Av. Prof. Andrade Bezerra, s/n) PORTO AlEGRE O Feirão CAIXA da Casa Própria de Porto Alegre contará com mais de 100 parceiros. São 35 construtoras, 33 imobiliárias e 37 correspondentes imobiliários da Caixa que ocuparão os estandes do evento. São 28 empreendimentos novos, 12,5 mil imóveis novos e 3 mil imóveis usados, num total de 15,5 mil imóveis em oferta. Mais de 160 empregados da CAIXA trabalham para a realização do Feirão de Belém, neste ano. O feirão acontece na FIERGS (Av. Assis Brasil, 8787). DOCUMENTOS Para requerer o crédito para casa própria, no Feirão, é preciso levar documento de identidade, CPF e comprovante de renda. Os interessados também podem obter informações em todas as agências da Caixa ou pelo Serviço de Atendimento ao Cliente (0800 726 0101), disponível 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana. CALENDÁRIO O 12º Feirão da Casa Própria ainda irá passar por mais 10 cidades do país até junho. Confira abaixo: 20/5 a 22/5 Porto Alegre (RS) e Recife (PE) 27/5 a 29/5 Florianópolis (SC) e Uberlândia (MG) 3/6 a 5/6 Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE) e São Paulo (SP) 10/6 a 12/6 São Luís (MA) e Goiânia (GO) 17/6 a 19/6 Salvador (BA)
2
A primeira derrota
BRASÍLIA - Bastou uma votação. No primeiro teste importante do ano, o governo voltou a ser derrotado no plenário da Câmara. Aconteceu na noite de quarta, quando os deputados derrubaram parte da medida provisória que aumenta o Imposto de Renda sobre ganhos de capital. Hoje o governo cobra uma alíquota fixa de 15% sobre o lucro na venda de bens e direitos. Quem vende uma quitinete pagava o mesmo que o dono de uma mansão. O Planalto queria criar faixas de tributação progressiva. A máxima, para lucros acima de R$ 20 milhões, chegaria a 30%. Não deu certo. Por 223 votos a 141, a Câmara aprovou uma alteração feita pelo senador Tasso Jereissati, do PSDB, que reduz a maior alíquota para 22,5%. A mudança vai custar caro ao Tesouro. O governo calcula que perderá metade do R$ 1,8 bilhão que planejava arrecadar a mais por ano com a taxação dos milionários. O fracasso do Planalto não foi uma vitória da oposição. Quem derrotou o governo foi o próprio governo. Ou a chamada base governista, que abocanha nacos da máquina federal. À exceção das siglas de esquerda, como PT e PDT, o boicote foi maciço. Dos 32 deputados do PSD, que controla o cobiçado Ministério das Cidades, só um votou a favor do texto enviado pela presidente Dilma. "Nós somos da base, mas não apoiamos o aumento de impostos", justificou-se o líder do partido, Rogério Rosso. O resultado assustou o Planalto. Mais que desidratar uma medida provisória, a Câmara deu um recado de que continua hostil a propostas para aumentar a arrecadação. Isso ocorreu apenas um dia depois de Dilma visitar o Congresso e pedir uma "parceria" para equilibrar o orçamento. "Foi apenas um ensaio do que virá contra a CPMF", comemorou o novo líder do DEM, Pauderney Avelino. No caso da tributação de ganhos de capital, a festa também é do andar de cima. Como o buraco nas contas terá que ser fechado de algum jeito, a conta deve sobrar, mais uma vez, para a classe média e os trabalhadores.
colunas
A primeira derrotaBRASÍLIA - Bastou uma votação. No primeiro teste importante do ano, o governo voltou a ser derrotado no plenário da Câmara. Aconteceu na noite de quarta, quando os deputados derrubaram parte da medida provisória que aumenta o Imposto de Renda sobre ganhos de capital. Hoje o governo cobra uma alíquota fixa de 15% sobre o lucro na venda de bens e direitos. Quem vende uma quitinete pagava o mesmo que o dono de uma mansão. O Planalto queria criar faixas de tributação progressiva. A máxima, para lucros acima de R$ 20 milhões, chegaria a 30%. Não deu certo. Por 223 votos a 141, a Câmara aprovou uma alteração feita pelo senador Tasso Jereissati, do PSDB, que reduz a maior alíquota para 22,5%. A mudança vai custar caro ao Tesouro. O governo calcula que perderá metade do R$ 1,8 bilhão que planejava arrecadar a mais por ano com a taxação dos milionários. O fracasso do Planalto não foi uma vitória da oposição. Quem derrotou o governo foi o próprio governo. Ou a chamada base governista, que abocanha nacos da máquina federal. À exceção das siglas de esquerda, como PT e PDT, o boicote foi maciço. Dos 32 deputados do PSD, que controla o cobiçado Ministério das Cidades, só um votou a favor do texto enviado pela presidente Dilma. "Nós somos da base, mas não apoiamos o aumento de impostos", justificou-se o líder do partido, Rogério Rosso. O resultado assustou o Planalto. Mais que desidratar uma medida provisória, a Câmara deu um recado de que continua hostil a propostas para aumentar a arrecadação. Isso ocorreu apenas um dia depois de Dilma visitar o Congresso e pedir uma "parceria" para equilibrar o orçamento. "Foi apenas um ensaio do que virá contra a CPMF", comemorou o novo líder do DEM, Pauderney Avelino. No caso da tributação de ganhos de capital, a festa também é do andar de cima. Como o buraco nas contas terá que ser fechado de algum jeito, a conta deve sobrar, mais uma vez, para a classe média e os trabalhadores.
10
CBF nega derrota e diz que vai dialogar com governo sobre a dívida dos clubes
O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin, disse nesta quarta-feira (21) que a CBF não se sentiu derrotada com o veto da presidente Dilma Rousseff ao artigo da Medida Provisória 656 que aprovaria imediatamente o refinanciamento da dívida dos clubes de futebol com o governo federal. "Nós queremos que seja aprovado, o quanto antes. Para isso estamos batalhando. Agora o importante é conversar com todas as partes, com o grupo de estudo, para chegar a um entendimento", disse José Maria Marin, que na manhã desta quarta participou de um evento na sede da FPF (Federação Paulista de Futebol), em São Paulo, sobre o desenvolvimento do futebol feminino. A CBF defendia a aprovação imediata, sem as contrapartidas de melhoria de gestão financeira dos clubes, que a entidade defende que sejam controladas por ela no Regulamento Geral das Competições. Entre essas medidas estão a perda de pontos e até rebaixamento de clubes que não arcarem devidamente com o pagamento das dívidas e de salários de jogadores. O governo federal decidiu vetar o artigo 141 da MP 656 e criar um grupo interministerial, formado por representantes dos ministérios do Esporte, da Fazenda, da Justiça, da Previdência Social e pela Casa Civil. A previsão é que haja uma nova Medida Provisória com a inclusão de contrapartidas que os clubes dariam pelo refinanciamento da dívida. O Bom Senso FC, grupo formado por jogadores que defendem mudanças na administração do futebol, defendia o veto. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol), os clubes e a Federação Nacional dos Atletas Profissionais defendiam a aprovação. Para o presidente eleito da CBF, Marco Polo Del Nero, é importante que os clubes comecem do zero. O Bom Senso acha pouco e pede regras mais rígidas para o Fair Play financeiro, inclusive com responsabilização dos dirigentes.
esporte
CBF nega derrota e diz que vai dialogar com governo sobre a dívida dos clubesO presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin, disse nesta quarta-feira (21) que a CBF não se sentiu derrotada com o veto da presidente Dilma Rousseff ao artigo da Medida Provisória 656 que aprovaria imediatamente o refinanciamento da dívida dos clubes de futebol com o governo federal. "Nós queremos que seja aprovado, o quanto antes. Para isso estamos batalhando. Agora o importante é conversar com todas as partes, com o grupo de estudo, para chegar a um entendimento", disse José Maria Marin, que na manhã desta quarta participou de um evento na sede da FPF (Federação Paulista de Futebol), em São Paulo, sobre o desenvolvimento do futebol feminino. A CBF defendia a aprovação imediata, sem as contrapartidas de melhoria de gestão financeira dos clubes, que a entidade defende que sejam controladas por ela no Regulamento Geral das Competições. Entre essas medidas estão a perda de pontos e até rebaixamento de clubes que não arcarem devidamente com o pagamento das dívidas e de salários de jogadores. O governo federal decidiu vetar o artigo 141 da MP 656 e criar um grupo interministerial, formado por representantes dos ministérios do Esporte, da Fazenda, da Justiça, da Previdência Social e pela Casa Civil. A previsão é que haja uma nova Medida Provisória com a inclusão de contrapartidas que os clubes dariam pelo refinanciamento da dívida. O Bom Senso FC, grupo formado por jogadores que defendem mudanças na administração do futebol, defendia o veto. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol), os clubes e a Federação Nacional dos Atletas Profissionais defendiam a aprovação. Para o presidente eleito da CBF, Marco Polo Del Nero, é importante que os clubes comecem do zero. O Bom Senso acha pouco e pede regras mais rígidas para o Fair Play financeiro, inclusive com responsabilização dos dirigentes.
4
Para deputada venezuelana, senadores queriam 'chantagear' Justiça do país
A segunda vice-presidente do Parlamento da Venezuela, Tania Díaz, disse nesta sexta-feira que os senadores brasileiros que viajaram ao país na quinta tinham como objetivo chantagear a Justiça venezuelana, "torpedear" as relações bilaterais e obter críticas do Mercosul. "Há uma má conduta desses grupos políticos, que vieram aqui não só para chantagear e entorpecer a ação da Justiça venezuelana mas também para torpedear as boas relações entre a Venezuela e o Brasil", disse a deputada ao canal da Assembleia Nacional. Díaz criticou o fato de os senadores e os opositores que os receberam no aeroporto terem dito que não se poderia chegar a Caracas devido a "obstáculos criados pelo governo" na estrada que liga o terminal à capital. "A situação de ontem foi devidamente explicada. Houve um acidente de trânsito (...) Que argumento ridículo é este de dizer que não poderiam entrar no país porque aqui é uma ditadura. Eles estavam sendo acompanhados pela Polícia Nacional", afirmou Díaz. Ele disse que os deputados chavistas respeitam a condição dos senadores brasileiros e o povo e o governo do Brasil, mas exigem que seja respeitado o Poder Judiciário de seu país, que está agindo da maneira devida para punir quem esteja envolvido na morte de venezuelanos. Ela se referia às mortes ocorridas durante a onda de protestos contra o governo que ocorreu no ano passado.
mundo
Para deputada venezuelana, senadores queriam 'chantagear' Justiça do paísA segunda vice-presidente do Parlamento da Venezuela, Tania Díaz, disse nesta sexta-feira que os senadores brasileiros que viajaram ao país na quinta tinham como objetivo chantagear a Justiça venezuelana, "torpedear" as relações bilaterais e obter críticas do Mercosul. "Há uma má conduta desses grupos políticos, que vieram aqui não só para chantagear e entorpecer a ação da Justiça venezuelana mas também para torpedear as boas relações entre a Venezuela e o Brasil", disse a deputada ao canal da Assembleia Nacional. Díaz criticou o fato de os senadores e os opositores que os receberam no aeroporto terem dito que não se poderia chegar a Caracas devido a "obstáculos criados pelo governo" na estrada que liga o terminal à capital. "A situação de ontem foi devidamente explicada. Houve um acidente de trânsito (...) Que argumento ridículo é este de dizer que não poderiam entrar no país porque aqui é uma ditadura. Eles estavam sendo acompanhados pela Polícia Nacional", afirmou Díaz. Ele disse que os deputados chavistas respeitam a condição dos senadores brasileiros e o povo e o governo do Brasil, mas exigem que seja respeitado o Poder Judiciário de seu país, que está agindo da maneira devida para punir quem esteja envolvido na morte de venezuelanos. Ela se referia às mortes ocorridas durante a onda de protestos contra o governo que ocorreu no ano passado.
3
Filho empresário de Cunha tem passaporte diplomático como dependente do pai
Apesar de ser sócio de quatro empresas, o filho do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Felipe Dytz da Cunha, 23, tem passaporte diplomático como dependente do peemedebista. Segundo o Itamaraty, o benefício pode ser concedido a filhos e enteados de parlamentares desde que não tenham atividade remunerada. De acordo com a Receita, a maior das empresas de Felipe Cunha, com capital social declarado de R$ 130 mil, é a Global Nutritional Sports (GNS), que vende suplementos alimentares como o "whey protein" [proteína do soro do leite], popular entre praticantes de musculação. Segundo seu próprio site (gnslabs.com), produtos da marca são vendidos em ao menos 13 lojas físicas e virtuais do Brasil. Sediada no Rio, a GNS também tem escritório em Valley Cottage (EUA). A segunda maior empresa de Felipe, a Aluni (aluni.me), é uma startup de educação a distância e tem capital social de R$ 50 mil. Conta com professores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e FGV (Fundação Getúlio Vargas). A sociedade da Aluni é dividida com sua irmã Danielle Dytz da Cunha, investigada na Lava Jato por ser beneficiária de uma das contas no exterior de Cunha. Felipe, que é estudante de pós-graduação em administração na FGV, também é sócio da Gdav Serviços e Publicidade Ltda (capital social de R$ 25 mil) e da Nação do Fã Serviços Associados e Digitais Ltda (R$ 10 mil). As quatro empresas somam capital social de R$ 215 mil e estão sediadas no centro do Rio e na Barra da Tijuca. Na rede social corporativa LinkedIn, Felipe ainda diz que é gerente-geral da GFC (gfc.com.br), uma holding de investimentos "que, além do aporte de capital e consultoria, também coloca a mão na massa nos processos essenciais de estudo de viabilidade, construção, desenvolvimento e execução do negócio", segundo seu site. A página lista duas empresas –Bom Atleta e IDXP– que fariam parte do grupo. REGRAS E POLÊMICAS A emissão de passaportes diplomáticos é motivo de frequente polêmica. A portaria que regula a emissão desses documentos foi criada em janeiro de 2011 –duas semanas depois da revelação de que filhos e netos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva haviam sido irregularmente contemplados. Para definir quem pode ou não ter o benefício de dependente, o Itamaraty usa uma norma do Ministério do Planejamento de 2013. Segundo o texto, filhos e enteados são considerados dependentes até os 18 anos. O limite é estendido até 24 anos somente quando o dependente está matriculado em instituição de ensino superior e não exerce atividade remunerada. OUTRO LADO O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) diz que a emissão do passaporte de seu filho não infringe as regras do Itamaraty porque, segundo ele, as empresas de Felipe Dytz são pequenas e não dão lucro. O faturamento delas não é revelado. Cunha afirma ainda que "empresas geram dividendos, que é remuneração de capital, não de trabalho". Questionado sobre o raciocínio ferir o espírito da lei, já que permitiria que jovens donos de empresas milionárias fossem classificados como dependentes, Cunha disse: "O dono de uma empresa milionária poderia ser considerado dependente. Dividendo é remuneração de capital, isso é uma definição clara". Questionado pela Folha sobre a situação do passaporte de Felipe Cunha, o Itamaraty afirmou que consultaria a Câmara para verificar se ele "mantém-se ou não na condição de maior estudante". Também procurada, a Câmara dos Deputados não quis comentar o caso.
poder
Filho empresário de Cunha tem passaporte diplomático como dependente do paiApesar de ser sócio de quatro empresas, o filho do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Felipe Dytz da Cunha, 23, tem passaporte diplomático como dependente do peemedebista. Segundo o Itamaraty, o benefício pode ser concedido a filhos e enteados de parlamentares desde que não tenham atividade remunerada. De acordo com a Receita, a maior das empresas de Felipe Cunha, com capital social declarado de R$ 130 mil, é a Global Nutritional Sports (GNS), que vende suplementos alimentares como o "whey protein" [proteína do soro do leite], popular entre praticantes de musculação. Segundo seu próprio site (gnslabs.com), produtos da marca são vendidos em ao menos 13 lojas físicas e virtuais do Brasil. Sediada no Rio, a GNS também tem escritório em Valley Cottage (EUA). A segunda maior empresa de Felipe, a Aluni (aluni.me), é uma startup de educação a distância e tem capital social de R$ 50 mil. Conta com professores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e FGV (Fundação Getúlio Vargas). A sociedade da Aluni é dividida com sua irmã Danielle Dytz da Cunha, investigada na Lava Jato por ser beneficiária de uma das contas no exterior de Cunha. Felipe, que é estudante de pós-graduação em administração na FGV, também é sócio da Gdav Serviços e Publicidade Ltda (capital social de R$ 25 mil) e da Nação do Fã Serviços Associados e Digitais Ltda (R$ 10 mil). As quatro empresas somam capital social de R$ 215 mil e estão sediadas no centro do Rio e na Barra da Tijuca. Na rede social corporativa LinkedIn, Felipe ainda diz que é gerente-geral da GFC (gfc.com.br), uma holding de investimentos "que, além do aporte de capital e consultoria, também coloca a mão na massa nos processos essenciais de estudo de viabilidade, construção, desenvolvimento e execução do negócio", segundo seu site. A página lista duas empresas –Bom Atleta e IDXP– que fariam parte do grupo. REGRAS E POLÊMICAS A emissão de passaportes diplomáticos é motivo de frequente polêmica. A portaria que regula a emissão desses documentos foi criada em janeiro de 2011 –duas semanas depois da revelação de que filhos e netos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva haviam sido irregularmente contemplados. Para definir quem pode ou não ter o benefício de dependente, o Itamaraty usa uma norma do Ministério do Planejamento de 2013. Segundo o texto, filhos e enteados são considerados dependentes até os 18 anos. O limite é estendido até 24 anos somente quando o dependente está matriculado em instituição de ensino superior e não exerce atividade remunerada. OUTRO LADO O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) diz que a emissão do passaporte de seu filho não infringe as regras do Itamaraty porque, segundo ele, as empresas de Felipe Dytz são pequenas e não dão lucro. O faturamento delas não é revelado. Cunha afirma ainda que "empresas geram dividendos, que é remuneração de capital, não de trabalho". Questionado sobre o raciocínio ferir o espírito da lei, já que permitiria que jovens donos de empresas milionárias fossem classificados como dependentes, Cunha disse: "O dono de uma empresa milionária poderia ser considerado dependente. Dividendo é remuneração de capital, isso é uma definição clara". Questionado pela Folha sobre a situação do passaporte de Felipe Cunha, o Itamaraty afirmou que consultaria a Câmara para verificar se ele "mantém-se ou não na condição de maior estudante". Também procurada, a Câmara dos Deputados não quis comentar o caso.
0
Minas terá voluntários e desfile para receber britânicos antes da Rio-2016
PAULO ROBERTO CONDE DE SÃO PAULO Para dar conta de uma delegação de 400 pessoas do Reino Unido que fará aclimatação no clube para os Jogos Olímpicos do Rio, o Minas Tênis Clube, um dos principais do país, decidiu inovar. A agremiação criou um programa de voluntariado que envolve seus associados e também cumprirá alguns protocolos semelhantes aos da Olimpíada para dar uma atmosfera especial durante a estadia britânica. O "Anfitriões", nome do programa, espera recrutar 27 sócios para ajudar na operação do clube enquanto o Reino Unido usar as instalações. "Houve um total de 50 inscritos, que fizeram entrevista no RH, mas nem todos foram aceitos. Acreditamos que é uma forma de aproximar e envolver o associado", afirmou Luiz Gustavo Lage, presidente do Minas, à Folha. O clube vai conciliar os treinos dos britânicos com o vai e vem de sócios. A expectativa de Lage é de que, da delegação de 400 pessoas, 200 sejam atletas. Todo o contingente se hospedará em hotéis na região próxima ao Minas. Desde que o acordo foi sacramentado, em 2012, após nove reuniões para selá-lo, se tornou corriqueiro para os atletas britânicos fazerem treinamentos de reconhecimento em Belo Horizonte. No mês passado, por exemplo, a equipe de canoagem estava na unidade náutica da agremiação. Lage disse que a expectativa é a de que todos os visitantes cheguem de vez ao clube a partir da segunda quinzena de julho. Antes da saída dos britânicos rumo ao Rio, para se hospedarem na Vila Olímpica, o Minas promete uma "cerimônia de encerramento". "Programamos um desfile da delegação deles pelo clube, com participação dos sócios, como despedida", disse Lage. OUTROS PAÍSES O Minas Tênis não será o único clube brasileiro de grande porte que receberá uma potência olímpica. Os Estados Unidos fecharam acordo para utilizar algumas instalações do Flamengo, no Rio. Os norte-americanos, principal potência dos Jogos, farão até mesmo algumas melhorias em ginásios e quadras da agremiação carioca. A China, sua maior concorrente, vai pagar R$ 14 milhões para se basear no Esporte Clube Pinheiros entre 22 julho e 15 de agosto. Os asiáticos trarão 350 pessoas, entre atletas e oficiais, e ficarão em um hotel a menos de 1 km de lá. Não serão apenas os chineses que ficarão em São Paulo. O Japão usará duas instalações, uma para cada modalidade: a natação treinará na Hebraica e o nado sincronizado, no Paineiras. A equipe de maratona aquática do país fará sua aclimatação final na Universidade Santa Cecília, em Santos. Clube tradicional da comunidade judaica, a Hebraica também vai hospedar treinos do judô, atletismo e da natação de Israel. Até mesmo delegações paraolímpicas devem ficar na capital paulista. Os times de basquete em cadeira de rodas do Reino Unido vão se alojar no Clube Esperia, na zona norte da cidade.
esporte
Minas terá voluntários e desfile para receber britânicos antes da Rio-2016 PAULO ROBERTO CONDE DE SÃO PAULO Para dar conta de uma delegação de 400 pessoas do Reino Unido que fará aclimatação no clube para os Jogos Olímpicos do Rio, o Minas Tênis Clube, um dos principais do país, decidiu inovar. A agremiação criou um programa de voluntariado que envolve seus associados e também cumprirá alguns protocolos semelhantes aos da Olimpíada para dar uma atmosfera especial durante a estadia britânica. O "Anfitriões", nome do programa, espera recrutar 27 sócios para ajudar na operação do clube enquanto o Reino Unido usar as instalações. "Houve um total de 50 inscritos, que fizeram entrevista no RH, mas nem todos foram aceitos. Acreditamos que é uma forma de aproximar e envolver o associado", afirmou Luiz Gustavo Lage, presidente do Minas, à Folha. O clube vai conciliar os treinos dos britânicos com o vai e vem de sócios. A expectativa de Lage é de que, da delegação de 400 pessoas, 200 sejam atletas. Todo o contingente se hospedará em hotéis na região próxima ao Minas. Desde que o acordo foi sacramentado, em 2012, após nove reuniões para selá-lo, se tornou corriqueiro para os atletas britânicos fazerem treinamentos de reconhecimento em Belo Horizonte. No mês passado, por exemplo, a equipe de canoagem estava na unidade náutica da agremiação. Lage disse que a expectativa é a de que todos os visitantes cheguem de vez ao clube a partir da segunda quinzena de julho. Antes da saída dos britânicos rumo ao Rio, para se hospedarem na Vila Olímpica, o Minas promete uma "cerimônia de encerramento". "Programamos um desfile da delegação deles pelo clube, com participação dos sócios, como despedida", disse Lage. OUTROS PAÍSES O Minas Tênis não será o único clube brasileiro de grande porte que receberá uma potência olímpica. Os Estados Unidos fecharam acordo para utilizar algumas instalações do Flamengo, no Rio. Os norte-americanos, principal potência dos Jogos, farão até mesmo algumas melhorias em ginásios e quadras da agremiação carioca. A China, sua maior concorrente, vai pagar R$ 14 milhões para se basear no Esporte Clube Pinheiros entre 22 julho e 15 de agosto. Os asiáticos trarão 350 pessoas, entre atletas e oficiais, e ficarão em um hotel a menos de 1 km de lá. Não serão apenas os chineses que ficarão em São Paulo. O Japão usará duas instalações, uma para cada modalidade: a natação treinará na Hebraica e o nado sincronizado, no Paineiras. A equipe de maratona aquática do país fará sua aclimatação final na Universidade Santa Cecília, em Santos. Clube tradicional da comunidade judaica, a Hebraica também vai hospedar treinos do judô, atletismo e da natação de Israel. Até mesmo delegações paraolímpicas devem ficar na capital paulista. Os times de basquete em cadeira de rodas do Reino Unido vão se alojar no Clube Esperia, na zona norte da cidade.
4
Alemanha detém três sírios suspeitos de ligação com ataques de Paris
Três sírios detidos nesta terça-feira (13) na Alemanha têm conexão com os atentados de novembro de 2015 em Paris, anunciou o ministro alemão do Interior, que falou de uma "possível célula adormecida". "O estado atual das investigações da polícia criminal federal aponta vínculos com os criminosos de Paris de novembro de 2015", disse Thomas de Maizière. Ele ressaltou que os três suspeitos, que chegaram no ano passado à Alemanha junto ao fluxo de solicitantes de asilo, obtiveram seus documentos de identidade através dos mesmos grupos usados pelos extremistas da facção Estado Islâmico que mataram 130 pessoas na capital francesa. "Até o momento não há nenhuma indicação de que existia um planejamento concreto em andamento visando um atentado. Portanto, pode se tratar de uma célula adormecida", disse o ministro. Segundo Maizière, os três homens estavam sendo vigiados há meses e "não representaram perigo" em nenhum momento. "Não posso dizer com certeza se os suspeitos eram realmente sírios", limitando-se a apontar que em seus "documentos de viagem está escrito que são sírios". Todos eles foram detidos em centros de acolhida de solicitantes de asilo. A operação, que mobilizou 200 agentes da polícia, ocorreu no Estado de Schleswig-Holstein (norte da Alemanha), segundo a procuradoria federal. Os três homens, apresentados como Mahir al-H, 27 , Mohamed A., 26, e Ibrahim M., 18, chegaram à Alemanha em novembro de 2015, no auge da crise migratória. No ano passado, 1 milhão de refugiados pediram asilo na Alemanha.
mundo
Alemanha detém três sírios suspeitos de ligação com ataques de ParisTrês sírios detidos nesta terça-feira (13) na Alemanha têm conexão com os atentados de novembro de 2015 em Paris, anunciou o ministro alemão do Interior, que falou de uma "possível célula adormecida". "O estado atual das investigações da polícia criminal federal aponta vínculos com os criminosos de Paris de novembro de 2015", disse Thomas de Maizière. Ele ressaltou que os três suspeitos, que chegaram no ano passado à Alemanha junto ao fluxo de solicitantes de asilo, obtiveram seus documentos de identidade através dos mesmos grupos usados pelos extremistas da facção Estado Islâmico que mataram 130 pessoas na capital francesa. "Até o momento não há nenhuma indicação de que existia um planejamento concreto em andamento visando um atentado. Portanto, pode se tratar de uma célula adormecida", disse o ministro. Segundo Maizière, os três homens estavam sendo vigiados há meses e "não representaram perigo" em nenhum momento. "Não posso dizer com certeza se os suspeitos eram realmente sírios", limitando-se a apontar que em seus "documentos de viagem está escrito que são sírios". Todos eles foram detidos em centros de acolhida de solicitantes de asilo. A operação, que mobilizou 200 agentes da polícia, ocorreu no Estado de Schleswig-Holstein (norte da Alemanha), segundo a procuradoria federal. Os três homens, apresentados como Mahir al-H, 27 , Mohamed A., 26, e Ibrahim M., 18, chegaram à Alemanha em novembro de 2015, no auge da crise migratória. No ano passado, 1 milhão de refugiados pediram asilo na Alemanha.
3
Brasil e EUA atuarão juntos para conter excesso chinês na siderurgia
Brasil e Estados Unidos atuarão em conjunto para tentar mitigar a grave crise no setor siderúrgico mundial, causada principalmente pelo excesso de oferta da indústria chinesa. A coordenação foi proposta pelo governo americano, segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, que está em Wasington para uma série de encontros com o governo e empresários. Segundo ele, há uma "imensa preocupação" nos dois países com a crise, que envolve excesso de oferta, forte queda na demanda mundial e, como consequência, um "surto de medidas protecionistas em todos os mercados para proteger os mercados domésticos". Em Washington, Monteiro ouviu do representante americano de Comércio, Michael Froman, que os EUA consideram necessária uma "coordenação internacional" para evitar o agravamento da situação. De acordo com o ministro, o setor siderúrgico perdeu entre 20 e 25 mil empregos somente nos últimos 15 meses. "É uma questão extremamente complexa. Metade da produção siderúrgica mundial hoje vem da China. No início dos anos 1980, a China produzia a mesma quantidade de aço bruto do Brasil. Hoje a produção anual da China em 15 dias é equivalente à produção anual do Brasil". disse. "Não temos a pretensão de impor nada à China, seria irrealista. Mas deve-se abrir um diálogo para um processo de coordenação evitar o agravamento desse quadro, que é muito grave. O ministro afirmou que a China está em fase de implementação de ajustes no setor, mas que a velocidade desse processo tem sido insuficiente para conter o desequilíbrio na oferta. "Existem plantas [na China] que são antigas e pertencem aos governos provinciais e operam em condições muito precárias, mas são geradoras de empregos", explicou Monteiro. De acordo com o ministro, a ideia é que Brasil e EUA atuem de forma conjunta em foros de discussão sobre a crise siderúrgica, como na comissão que se reunirá em abril no âmbito da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto não surge uma ação coordenada com efeitos sobre o excesso de oferta, há "um verdadeiro surto" de medidas de defesa comercial, disse Monteiro, incluindo salvaguardas e elevação de tarifas de importação. O Brasil já tem medidas antidumping em curso contra o aço chinês, além de duas investigações abertas. Ao comentar a crise econômica e política brasileira, Monteiro criticou indiretamente a Fiesp, que defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Há outras entidades que assumem uma opção mais equilibrada, que querem que as condições de governabilidade sejam restauradas, pois a economia precisa de governo e o pior cenário é um quadro de dificuldade aguda de governabilidade. Mas há outras que foram além disso e defenderam o impeachment", disse. Em meio aos dados negativos da economia brasileira, o ministro citou uma boa notícia, o aumento do número de empresas brasileiras que estão exportando aos EUA. De 2014 a 2015 houve um crescimento de 9%, chegando a 6.471. O aumento é resultado não apenas do câmbio favorável, com a desvalorização do real. mas também de acordos que facilitam a exportação, segundo o ministério.
mercado
Brasil e EUA atuarão juntos para conter excesso chinês na siderurgiaBrasil e Estados Unidos atuarão em conjunto para tentar mitigar a grave crise no setor siderúrgico mundial, causada principalmente pelo excesso de oferta da indústria chinesa. A coordenação foi proposta pelo governo americano, segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, que está em Wasington para uma série de encontros com o governo e empresários. Segundo ele, há uma "imensa preocupação" nos dois países com a crise, que envolve excesso de oferta, forte queda na demanda mundial e, como consequência, um "surto de medidas protecionistas em todos os mercados para proteger os mercados domésticos". Em Washington, Monteiro ouviu do representante americano de Comércio, Michael Froman, que os EUA consideram necessária uma "coordenação internacional" para evitar o agravamento da situação. De acordo com o ministro, o setor siderúrgico perdeu entre 20 e 25 mil empregos somente nos últimos 15 meses. "É uma questão extremamente complexa. Metade da produção siderúrgica mundial hoje vem da China. No início dos anos 1980, a China produzia a mesma quantidade de aço bruto do Brasil. Hoje a produção anual da China em 15 dias é equivalente à produção anual do Brasil". disse. "Não temos a pretensão de impor nada à China, seria irrealista. Mas deve-se abrir um diálogo para um processo de coordenação evitar o agravamento desse quadro, que é muito grave. O ministro afirmou que a China está em fase de implementação de ajustes no setor, mas que a velocidade desse processo tem sido insuficiente para conter o desequilíbrio na oferta. "Existem plantas [na China] que são antigas e pertencem aos governos provinciais e operam em condições muito precárias, mas são geradoras de empregos", explicou Monteiro. De acordo com o ministro, a ideia é que Brasil e EUA atuem de forma conjunta em foros de discussão sobre a crise siderúrgica, como na comissão que se reunirá em abril no âmbito da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto não surge uma ação coordenada com efeitos sobre o excesso de oferta, há "um verdadeiro surto" de medidas de defesa comercial, disse Monteiro, incluindo salvaguardas e elevação de tarifas de importação. O Brasil já tem medidas antidumping em curso contra o aço chinês, além de duas investigações abertas. Ao comentar a crise econômica e política brasileira, Monteiro criticou indiretamente a Fiesp, que defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Há outras entidades que assumem uma opção mais equilibrada, que querem que as condições de governabilidade sejam restauradas, pois a economia precisa de governo e o pior cenário é um quadro de dificuldade aguda de governabilidade. Mas há outras que foram além disso e defenderam o impeachment", disse. Em meio aos dados negativos da economia brasileira, o ministro citou uma boa notícia, o aumento do número de empresas brasileiras que estão exportando aos EUA. De 2014 a 2015 houve um crescimento de 9%, chegando a 6.471. O aumento é resultado não apenas do câmbio favorável, com a desvalorização do real. mas também de acordos que facilitam a exportação, segundo o ministério.
2
Santos repete estratégia e todos os jogadores são relacionados para a final
Assim como fez no último sábado (25), o Santos determinou que todos os jogadores do elenco fiquem concentrados para a final do Campeonato Paulista, que ocorre neste domingo (3), diante do Palmeiras, às 16h, na Vila Belmiro. Os jogadores já estão reunidos no centro de treinamento Rei Pelé, em Santos, e vão ficar juntos até o horário do jogo. No torneio, o time conta com 27 inscritos, mas, ao todo, são 33 jogadores no elenco. Até mesmo quem está machucado ficará concentrado –caso do goleiro Vanderlei, por exemplo. O time santista fez o último treino para a final na manhã deste sábado (2), no CT Rei Pelé. A atividade foi realizada sem a presença da imprensa. O técnico Marcelo Fernandes, inclusive, esboçou o time que deve começar o jogo. Apesar de não haver confirmação, dificilmente o atacante Robinho ficará fora da final. Ausente no primeiro jogo por causa de um edema na coxa esquerda, o camisa 7 já está recuperado e até treinou com bola na semana. A dúvida está na formação da defesa. Sem Paulo Ricardo suspenso por ter sido expulso, Fernandes tem como opções Gustavo Henrique, recuperado de lesão muscular na coxa esquerda, e Werley, curado de uma dengue. No meio de campo, o volante Valencia deve voltar ao time e substituir Lucas Otávio. O colombiano estava com uma lesão na panturrilha esquerda e não atuou na primeira partida. O provável time titular deve ser: Vladimir; Victor Ferraz, Gustavo Henrique (Werley), David Braz e Chiquinho; Valencia (Lucas Otávio) e Renato; Lucas Lima; Geuvânio, Ricardo Oliveira e Robinho. Como perdeu a primeira partida por 1 a 0, o Santos tem de vencer por dois gols de diferença para ser campeão. Vitória por um gol apenas levará a decisão para os pênaltis.
esporte
Santos repete estratégia e todos os jogadores são relacionados para a finalAssim como fez no último sábado (25), o Santos determinou que todos os jogadores do elenco fiquem concentrados para a final do Campeonato Paulista, que ocorre neste domingo (3), diante do Palmeiras, às 16h, na Vila Belmiro. Os jogadores já estão reunidos no centro de treinamento Rei Pelé, em Santos, e vão ficar juntos até o horário do jogo. No torneio, o time conta com 27 inscritos, mas, ao todo, são 33 jogadores no elenco. Até mesmo quem está machucado ficará concentrado –caso do goleiro Vanderlei, por exemplo. O time santista fez o último treino para a final na manhã deste sábado (2), no CT Rei Pelé. A atividade foi realizada sem a presença da imprensa. O técnico Marcelo Fernandes, inclusive, esboçou o time que deve começar o jogo. Apesar de não haver confirmação, dificilmente o atacante Robinho ficará fora da final. Ausente no primeiro jogo por causa de um edema na coxa esquerda, o camisa 7 já está recuperado e até treinou com bola na semana. A dúvida está na formação da defesa. Sem Paulo Ricardo suspenso por ter sido expulso, Fernandes tem como opções Gustavo Henrique, recuperado de lesão muscular na coxa esquerda, e Werley, curado de uma dengue. No meio de campo, o volante Valencia deve voltar ao time e substituir Lucas Otávio. O colombiano estava com uma lesão na panturrilha esquerda e não atuou na primeira partida. O provável time titular deve ser: Vladimir; Victor Ferraz, Gustavo Henrique (Werley), David Braz e Chiquinho; Valencia (Lucas Otávio) e Renato; Lucas Lima; Geuvânio, Ricardo Oliveira e Robinho. Como perdeu a primeira partida por 1 a 0, o Santos tem de vencer por dois gols de diferença para ser campeão. Vitória por um gol apenas levará a decisão para os pênaltis.
4
A duas semanas da Olímpiada, parte da programação cultural é suspensa
A duas semanas do início da Olimpíada do Rio de Janeiro, o MinC (Ministério da Cultura) e a APO (Autoridade Pública Olímpica) cancelaram a contratação de atrações paralelas ao calendário oficial do evento esportivo. Segundo produtores, apresentações que seriam contratadas via Funarte (Fundação Nacional de Artes) e APO –instituição que reúne União, Estado e município do Rio para a realização dos jogos– foram retiradas da programação no início de julho. Alexis Anastasiou, da produtora Visualfarm, diz que as tratativas com a Funarte para a realização de um festival de projeção de luzes na baía de Guanabara em 30 e 31 de julho foram interrompidas no dia 8 deste mês. "Nosso projeto havia sido aprovado pelo Juca [Ferreira, ex-ministro] e, quando a nova gestão assumiu, ele foi aprovado novamente", afirma o produtor. "Mandamos a documentação, fizemos três reuniões com a Funarte, o projeto estava na fase formal de contratação." De 6 de julho, um e-mail de uma funcionária da Funarte diz: "Hoje teremos uma reunião com a procuradoria. E se tudo der certo (e dará) amanhã mesmo já vamos tramitar a contratação da Visualfarm". O caso do festival de luzes não é o único relatado à Folha. Outra produtora, Margareth Reali, afirma que as apresentações dos pianistas Eumir Deodato e Cristóvão Bastos, parte da programação do "piano no Arpoador", foram dispensadas em 15 de julho. Os shows seriam nos dias 19 e 20 de agosto. "Eu tinha alinhavado outro show para o Eumir para poder dividir os custos da passagem [o pianista vive nos EUA] e tive que mudar a data." Segundo ela, já havia sido feita a carta de anuência dos artistas, penúltima etapa antes do contrato. Situações semelhantes ocorreram com o artista plástico italiano Giancarlo Neri, que faria uma instalação orçada em R$ 632 mil, a "Praça Paris", cancelada também há uma semana, e com os projetos da Fundação Palmares, de cultura afrobrasileira. O diretor Elísio Lopes, responsável pela performance "Filhos do Brasil", da Palmares, afirmou que foi avisado da suspensão em 12 de julho. "Estamos tocando o projeto desde março, eram mais de 60 pessoas ensaiando", diz. O projeto seria realizado com recursos repassados para a Universidade Federal Fluminense. Produtores ouvidos pela reportagem estimam que R$ 5 milhões seriam destinados às atrações suspensas. Vanessa Damasco, diretora de produção da Fundição Progresso –espaço do governo do RJ sobe custódia privada que receberia R$ 10,4 milhões via Funarte– confirmou a redução na programação, mas não quis detalhar, por afirmar que a situação ainda está "em diálogo". Em comum, os projetos de Anastasiou, Reali, Neri e Lopes têm a curadoria de José Mauro Gnaspini, criador da Virada Cultural de São Paulo e coordenador da programação cultural pública dos Jogos Olímpicos. Desde o início do ano como assessor da diretoria de serviço da APO, ele foi exonerado do cargo –a decisão foi publicada na quarta-feira (20) no Diário Oficial da União. Procurado pela reportagem, Gnaspini disse que não comentaria o caso. Fontes ouvidas pela Folha afirmaram que um dos motivos para a suspensão de apresentações e a exoneração de Gnaspini seria um temor do governo de que as atrações escolhidas pudessem se tornar "'fora Temer' generalizado". "É possível, porque há no movimento negro um desacordo muito grande com essa gestão", diz Lopes. "Mas nossos artistas são profissionais." OUTRO LADO O MinC afirmou, via assessoria de imprensa, que as atrações culturais na Olimpíada contratadas por meio de editais estão asseguradas. Sobre a programação suspensa, afirmou que elas estão "passando por ajustes". A APO disse à Folha que Gnaspini foi exonerado por "não serem mais necessários seus serviços à Autoridade Pública Olímpica". A respeito das suspensões, a instituição diz que "nunca foi responsável pela negociação de contratos culturais, prestamos apoio ao grupo executivo do Ministério da Cultura". Procurada, a Funarte não respondeu aos questionamentos da reportagem. Estão confirmadas apresentações da Orquestra Sinfônica Brasileira e da Companhia de Dança Deborah Colker, já em cartaz.
ilustrada
A duas semanas da Olímpiada, parte da programação cultural é suspensaA duas semanas do início da Olimpíada do Rio de Janeiro, o MinC (Ministério da Cultura) e a APO (Autoridade Pública Olímpica) cancelaram a contratação de atrações paralelas ao calendário oficial do evento esportivo. Segundo produtores, apresentações que seriam contratadas via Funarte (Fundação Nacional de Artes) e APO –instituição que reúne União, Estado e município do Rio para a realização dos jogos– foram retiradas da programação no início de julho. Alexis Anastasiou, da produtora Visualfarm, diz que as tratativas com a Funarte para a realização de um festival de projeção de luzes na baía de Guanabara em 30 e 31 de julho foram interrompidas no dia 8 deste mês. "Nosso projeto havia sido aprovado pelo Juca [Ferreira, ex-ministro] e, quando a nova gestão assumiu, ele foi aprovado novamente", afirma o produtor. "Mandamos a documentação, fizemos três reuniões com a Funarte, o projeto estava na fase formal de contratação." De 6 de julho, um e-mail de uma funcionária da Funarte diz: "Hoje teremos uma reunião com a procuradoria. E se tudo der certo (e dará) amanhã mesmo já vamos tramitar a contratação da Visualfarm". O caso do festival de luzes não é o único relatado à Folha. Outra produtora, Margareth Reali, afirma que as apresentações dos pianistas Eumir Deodato e Cristóvão Bastos, parte da programação do "piano no Arpoador", foram dispensadas em 15 de julho. Os shows seriam nos dias 19 e 20 de agosto. "Eu tinha alinhavado outro show para o Eumir para poder dividir os custos da passagem [o pianista vive nos EUA] e tive que mudar a data." Segundo ela, já havia sido feita a carta de anuência dos artistas, penúltima etapa antes do contrato. Situações semelhantes ocorreram com o artista plástico italiano Giancarlo Neri, que faria uma instalação orçada em R$ 632 mil, a "Praça Paris", cancelada também há uma semana, e com os projetos da Fundação Palmares, de cultura afrobrasileira. O diretor Elísio Lopes, responsável pela performance "Filhos do Brasil", da Palmares, afirmou que foi avisado da suspensão em 12 de julho. "Estamos tocando o projeto desde março, eram mais de 60 pessoas ensaiando", diz. O projeto seria realizado com recursos repassados para a Universidade Federal Fluminense. Produtores ouvidos pela reportagem estimam que R$ 5 milhões seriam destinados às atrações suspensas. Vanessa Damasco, diretora de produção da Fundição Progresso –espaço do governo do RJ sobe custódia privada que receberia R$ 10,4 milhões via Funarte– confirmou a redução na programação, mas não quis detalhar, por afirmar que a situação ainda está "em diálogo". Em comum, os projetos de Anastasiou, Reali, Neri e Lopes têm a curadoria de José Mauro Gnaspini, criador da Virada Cultural de São Paulo e coordenador da programação cultural pública dos Jogos Olímpicos. Desde o início do ano como assessor da diretoria de serviço da APO, ele foi exonerado do cargo –a decisão foi publicada na quarta-feira (20) no Diário Oficial da União. Procurado pela reportagem, Gnaspini disse que não comentaria o caso. Fontes ouvidas pela Folha afirmaram que um dos motivos para a suspensão de apresentações e a exoneração de Gnaspini seria um temor do governo de que as atrações escolhidas pudessem se tornar "'fora Temer' generalizado". "É possível, porque há no movimento negro um desacordo muito grande com essa gestão", diz Lopes. "Mas nossos artistas são profissionais." OUTRO LADO O MinC afirmou, via assessoria de imprensa, que as atrações culturais na Olimpíada contratadas por meio de editais estão asseguradas. Sobre a programação suspensa, afirmou que elas estão "passando por ajustes". A APO disse à Folha que Gnaspini foi exonerado por "não serem mais necessários seus serviços à Autoridade Pública Olímpica". A respeito das suspensões, a instituição diz que "nunca foi responsável pela negociação de contratos culturais, prestamos apoio ao grupo executivo do Ministério da Cultura". Procurada, a Funarte não respondeu aos questionamentos da reportagem. Estão confirmadas apresentações da Orquestra Sinfônica Brasileira e da Companhia de Dança Deborah Colker, já em cartaz.
1
Morre o clarinetista de jazz Pete Fountain, aos 86 anos
O clarinetista Pete Fountain, uma das faces do jazz de Nova Orleans durante sua carreira de seis décadas, morreu neste sábado (6), aos 86 anos. Fountain ganhou fama como um músico de destaque no programa de TV "The Lawrence Welk Show", na década de 1950, e fez dezenas de aparições no "The Tonight Show", com Johnny Carson. O músico abriu seu próprio clube de jazz na Bourbon Street, em Nova Orleans, e ao longo dos anos se apresentou para quatro presidentes dos EUA e um papa. Até a sua aposentadoria de apresentações públicas, aos 83 anos, Fountain desfilou todos os anos na festa típica de carnaval de Nova Orleans, a Mardi Gras, com seu "Half-Fast Marching Club". Fountain nasceu Pierre Dewey La Fountaine Jr., em Nova Orleans, em 1930, e começou a tocar o clarinete como uma forma de combater problemas respiratórios crônicos. Até sua adolescência, ele já se apresentava em clubes da cidade como músico profissional.
ilustrada
Morre o clarinetista de jazz Pete Fountain, aos 86 anosO clarinetista Pete Fountain, uma das faces do jazz de Nova Orleans durante sua carreira de seis décadas, morreu neste sábado (6), aos 86 anos. Fountain ganhou fama como um músico de destaque no programa de TV "The Lawrence Welk Show", na década de 1950, e fez dezenas de aparições no "The Tonight Show", com Johnny Carson. O músico abriu seu próprio clube de jazz na Bourbon Street, em Nova Orleans, e ao longo dos anos se apresentou para quatro presidentes dos EUA e um papa. Até a sua aposentadoria de apresentações públicas, aos 83 anos, Fountain desfilou todos os anos na festa típica de carnaval de Nova Orleans, a Mardi Gras, com seu "Half-Fast Marching Club". Fountain nasceu Pierre Dewey La Fountaine Jr., em Nova Orleans, em 1930, e começou a tocar o clarinete como uma forma de combater problemas respiratórios crônicos. Até sua adolescência, ele já se apresentava em clubes da cidade como músico profissional.
1
Adolescente é resgatado vivo de deslizamento de terra em Salvador
Um adolescente de 14 anos foi resgatado vivo após oito horas embaixo de escombros na Baixa do Fiscal, em Salvador (BA), no domingo (10). Segundo informações do Corpo de Bombeiros, Lucas Santana foi retirado por volta das 20h e levado para o Hospital do Subúrbio, em Periperi. Ele é uma das vítimas do deslizamento de terra que deixou três pessoas mortas no início da tarde de domingo. Entre os mortos está a mãe do adolescente. Até o final da tarde, a Defesa Civil de Salvador registrou 161 ocorrências relacionadas ao temporal do final de semana. Entre elas, 101 deslizamentos de terra, cinco desabamentos de imóveis, sete desabamentos parciais e 12 alagamentos de imóveis. Equipes da prefeitura estão em alerta desde a noite de sábado (9), quando voltou a chover forte na capital baiana. No final de abril, 15 pessoas morreram vítimas de deslizamentos de terra - onze na comunidade do Barro Branco e quatro na comunidade do Marotinho, ambas na periferia da cidade. Segundo a Codesal (Secretaria de Infraestrutura e Defesa Civil), a capital baiana sofreu 1.385 deslizamentos de terra desde o dia 1º de abril deste ano. De acordo com informações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Salvador terá nesta segunda-feira (11) um dia de céu nublado, com pancadas de chuva, e temperatura entre 22ºC e 30ºC.
cotidiano
Adolescente é resgatado vivo de deslizamento de terra em SalvadorUm adolescente de 14 anos foi resgatado vivo após oito horas embaixo de escombros na Baixa do Fiscal, em Salvador (BA), no domingo (10). Segundo informações do Corpo de Bombeiros, Lucas Santana foi retirado por volta das 20h e levado para o Hospital do Subúrbio, em Periperi. Ele é uma das vítimas do deslizamento de terra que deixou três pessoas mortas no início da tarde de domingo. Entre os mortos está a mãe do adolescente. Até o final da tarde, a Defesa Civil de Salvador registrou 161 ocorrências relacionadas ao temporal do final de semana. Entre elas, 101 deslizamentos de terra, cinco desabamentos de imóveis, sete desabamentos parciais e 12 alagamentos de imóveis. Equipes da prefeitura estão em alerta desde a noite de sábado (9), quando voltou a chover forte na capital baiana. No final de abril, 15 pessoas morreram vítimas de deslizamentos de terra - onze na comunidade do Barro Branco e quatro na comunidade do Marotinho, ambas na periferia da cidade. Segundo a Codesal (Secretaria de Infraestrutura e Defesa Civil), a capital baiana sofreu 1.385 deslizamentos de terra desde o dia 1º de abril deste ano. De acordo com informações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Salvador terá nesta segunda-feira (11) um dia de céu nublado, com pancadas de chuva, e temperatura entre 22ºC e 30ºC.
6
Corrigir falhas da defesa do Palmeiras é a prioridade de Cuca em treinos
No último treino da equipe antes da partida contra o Rio Claro, o técnico Cuca promoveu mais alterações na equipe titular do Palmeiras, e novamente buscando mais segurança defensiva para a equipe, como já havia feito nas atividades de terça (29) em Atibaia. Nesta quarta (30), ele testou o volante Gabriel e o atacante Barrios, que retornou da seleção paraguaia, colocando Allione e Alecsandro entre os reservas. Dessa forma, o meio de campo seria formado por três volantes, com Matheus Sales, Arouca e Robinho como companheiros de Gabriel. Após sofrer nove gols em quatro jogos, Cuca está atrás de soluções para corrigir falhas defensivas e então investir no potencial ofensivo da equipe –que vinha sendo prioridade, com volantes e laterais de características mais agudas. Jean foi testado novamente na lateral direita e deve ser o titular. Lucas, que vinha ocupando a função, tem repetido atuações péssimas, e João Pedro não agradou quando testado. O Rio Claro é o lanterna do Paulista, com nove pontos, e estará praticamente rebaixado caso não supere o Palmeiras. A equipe do interior paulista não vence há seis rodadas. * PALMEIRAS Prass; Jean, T. Martins, V. Hugo e Egídio; Gabriel, M. Sales, Arouca e Robinho; G. Jesus e Alecsandro (Barrios). Técnico: Cuca RIO CLARO Alemão; L. Felipe, A. Silva, L. Coelho e T. Cristian; Elsinho, Maurício, Chico e L. Costa; L. Xavier e Romarinho. Técnico: Sergio Guedes Estádio: Pacaembu Árbitro: Marcelo Aparecido de Souza TV: 20h30, pay-per-view
esporte
Corrigir falhas da defesa do Palmeiras é a prioridade de Cuca em treinosNo último treino da equipe antes da partida contra o Rio Claro, o técnico Cuca promoveu mais alterações na equipe titular do Palmeiras, e novamente buscando mais segurança defensiva para a equipe, como já havia feito nas atividades de terça (29) em Atibaia. Nesta quarta (30), ele testou o volante Gabriel e o atacante Barrios, que retornou da seleção paraguaia, colocando Allione e Alecsandro entre os reservas. Dessa forma, o meio de campo seria formado por três volantes, com Matheus Sales, Arouca e Robinho como companheiros de Gabriel. Após sofrer nove gols em quatro jogos, Cuca está atrás de soluções para corrigir falhas defensivas e então investir no potencial ofensivo da equipe –que vinha sendo prioridade, com volantes e laterais de características mais agudas. Jean foi testado novamente na lateral direita e deve ser o titular. Lucas, que vinha ocupando a função, tem repetido atuações péssimas, e João Pedro não agradou quando testado. O Rio Claro é o lanterna do Paulista, com nove pontos, e estará praticamente rebaixado caso não supere o Palmeiras. A equipe do interior paulista não vence há seis rodadas. * PALMEIRAS Prass; Jean, T. Martins, V. Hugo e Egídio; Gabriel, M. Sales, Arouca e Robinho; G. Jesus e Alecsandro (Barrios). Técnico: Cuca RIO CLARO Alemão; L. Felipe, A. Silva, L. Coelho e T. Cristian; Elsinho, Maurício, Chico e L. Costa; L. Xavier e Romarinho. Técnico: Sergio Guedes Estádio: Pacaembu Árbitro: Marcelo Aparecido de Souza TV: 20h30, pay-per-view
4
Divergências, cansaço e até Carnaval devem fazer PT adiar seu congresso
Por falta de tempo, consenso e até de vigor físico de seus filiados, o PT deverá adiar em pelo menos um mês o congresso em que será eleito o futuro comando do partido. A data será fixada nesta quinta (19) durante reunião da cúpula petista. Originalmente programado para começar no dia 7 de abril, o congresso deverá acontecer em junho. A pedido de presidentes de diretórios municipais e estaduais, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, assumiu a tarefa de formalizar a proposta na reunião da executiva do partido. Os dirigentes partidários reclamam do cronograma apertado para organização das eleições municipais, nos quais serão escolhidos os delegados estaduais que, por sua vez, indicarão seus representantes para o congresso partidário. Os filiados petistas se queixam também de um cansaço físico, produto de todo o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em tempos de operação Lava Jato. Pelo cronograma original, os mandatos terminariam em novembro. Após discussões internas, seu encerramento foi antecipado para abril. À época, Falcão sugeriu que a eleição ocorresse em maio. Mas concordou com a convocação do congresso para abril. Hoje, são os petistas de diferentes correntes que sugerem o adiamento. Até o calendário de feriados é apontado como motivo para o adiamento, como ressalta o presidente do PT do Rio, Washington Quaquá. "No Brasil tem Carnaval, e com o Carnaval no meio fica um tempo muito curto", afirma. A tensão interna também pesa para o adiamento da disputa. Em outubro de 2016, foi composta uma comissão de 21 integrantes para elaboração de textos que servissem de base para o 6 Congresso Nacional do PT. Mas faltou consenso para a produção de artigos em conjuntos. E as teses foram assinadas, individualmente, por seus autores. Um dos artigos contrariou os colaboradores e amigos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assinado por André Singer e o secretário nacional de Formação do PT, Carlos Henrique Árabe, o documento usa a expressão "lulismo" para definir um governo que se limitou a "margens disponíveis" para "proceder tênues reformas suportadas pelo capital". O texto da dupla critica a escolha de um empresário de Lula para a vice em 2002 e o lançamento da "Carta ao Povo Brasileiro", divulgada durante aquela eleição numa tentativa de aplacar a resistência do empresariado à sua candidatura. O artigo chama de "jocosa" a declaração em que o ex-presidente se apresentou como "Lulinha paz e amor", em um outro aceno à classe média. Integrante da comissão, o ex-ministro Luiz Dulci reagiu durante as reuniões. Embora afirmando não ser um porta-voz do ex-presidente, Dulci lembrou que o conceito do "lulismo" nunca fora incorporado ao PT e afirmou que grandes avanços do governo Lula, como a política de valorização do salário-mínimo, não tiveram merecido destaque nos documentos. O combate à corrupção também foi fonte de constrangimento durante as reuniões. Para evitar divergências já no início dos debates, o tema foi o último item da pauta de discussões. Ainda assim, os representantes da CNB (Construindo um Novo Brasil), maior força petistas, não abordaram o assunto em seu artigo. Dulci chegou a ventilar a apresentação de um texto exclusivo sobre o tema. Mas, sem ter sido concluído, o documento não foi entregue a tempo da publicação de um caderno que será distribuído aos dirigentes partidários nesta sexta (20), durante reunião do diretório nacional do PT.
poder
Divergências, cansaço e até Carnaval devem fazer PT adiar seu congressoPor falta de tempo, consenso e até de vigor físico de seus filiados, o PT deverá adiar em pelo menos um mês o congresso em que será eleito o futuro comando do partido. A data será fixada nesta quinta (19) durante reunião da cúpula petista. Originalmente programado para começar no dia 7 de abril, o congresso deverá acontecer em junho. A pedido de presidentes de diretórios municipais e estaduais, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, assumiu a tarefa de formalizar a proposta na reunião da executiva do partido. Os dirigentes partidários reclamam do cronograma apertado para organização das eleições municipais, nos quais serão escolhidos os delegados estaduais que, por sua vez, indicarão seus representantes para o congresso partidário. Os filiados petistas se queixam também de um cansaço físico, produto de todo o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em tempos de operação Lava Jato. Pelo cronograma original, os mandatos terminariam em novembro. Após discussões internas, seu encerramento foi antecipado para abril. À época, Falcão sugeriu que a eleição ocorresse em maio. Mas concordou com a convocação do congresso para abril. Hoje, são os petistas de diferentes correntes que sugerem o adiamento. Até o calendário de feriados é apontado como motivo para o adiamento, como ressalta o presidente do PT do Rio, Washington Quaquá. "No Brasil tem Carnaval, e com o Carnaval no meio fica um tempo muito curto", afirma. A tensão interna também pesa para o adiamento da disputa. Em outubro de 2016, foi composta uma comissão de 21 integrantes para elaboração de textos que servissem de base para o 6 Congresso Nacional do PT. Mas faltou consenso para a produção de artigos em conjuntos. E as teses foram assinadas, individualmente, por seus autores. Um dos artigos contrariou os colaboradores e amigos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assinado por André Singer e o secretário nacional de Formação do PT, Carlos Henrique Árabe, o documento usa a expressão "lulismo" para definir um governo que se limitou a "margens disponíveis" para "proceder tênues reformas suportadas pelo capital". O texto da dupla critica a escolha de um empresário de Lula para a vice em 2002 e o lançamento da "Carta ao Povo Brasileiro", divulgada durante aquela eleição numa tentativa de aplacar a resistência do empresariado à sua candidatura. O artigo chama de "jocosa" a declaração em que o ex-presidente se apresentou como "Lulinha paz e amor", em um outro aceno à classe média. Integrante da comissão, o ex-ministro Luiz Dulci reagiu durante as reuniões. Embora afirmando não ser um porta-voz do ex-presidente, Dulci lembrou que o conceito do "lulismo" nunca fora incorporado ao PT e afirmou que grandes avanços do governo Lula, como a política de valorização do salário-mínimo, não tiveram merecido destaque nos documentos. O combate à corrupção também foi fonte de constrangimento durante as reuniões. Para evitar divergências já no início dos debates, o tema foi o último item da pauta de discussões. Ainda assim, os representantes da CNB (Construindo um Novo Brasil), maior força petistas, não abordaram o assunto em seu artigo. Dulci chegou a ventilar a apresentação de um texto exclusivo sobre o tema. Mas, sem ter sido concluído, o documento não foi entregue a tempo da publicação de um caderno que será distribuído aos dirigentes partidários nesta sexta (20), durante reunião do diretório nacional do PT.
0
Folha lança ferramenta on-line para acompanhar 118 promessas de Doria
A Folha criou uma ferramenta on-line para acompanhar as promessas feitas pelo novo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), ao longo da campanha e do período de transição. São 118 compromissos catalogados sobre diferentes áreas, como saúde, educação, segurança e cultura. A compilação vai permitir que os paulistanos façam um controle próprio ao longo do mandato. No site, o leitor terá também a opção de utilizar um filtro temático para navegar entre as diferentes promessas. A ferramenta inclui as frases ditas por Doria ao assumir cada um dos compromissos, assim como a data e o veículo de comunicação em que eles foram anunciados. A plataforma traz também reportagens sobre as promessas do novo prefeito publicadas pela Folha e a viabilidade de sua execução.
cotidiano
Folha lança ferramenta on-line para acompanhar 118 promessas de DoriaA Folha criou uma ferramenta on-line para acompanhar as promessas feitas pelo novo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), ao longo da campanha e do período de transição. São 118 compromissos catalogados sobre diferentes áreas, como saúde, educação, segurança e cultura. A compilação vai permitir que os paulistanos façam um controle próprio ao longo do mandato. No site, o leitor terá também a opção de utilizar um filtro temático para navegar entre as diferentes promessas. A ferramenta inclui as frases ditas por Doria ao assumir cada um dos compromissos, assim como a data e o veículo de comunicação em que eles foram anunciados. A plataforma traz também reportagens sobre as promessas do novo prefeito publicadas pela Folha e a viabilidade de sua execução.
6
Telhada matou dentro da legalidade e em defesa da sociedade, diz leitor
Lembro a Ivo Herzog (Painel do Leitor, 15/5) que o Coronel Telhada matou, sim, mas o fez usando uma farda oficial e dentro da legalidade, defendendo a sociedade contra bandidos. Ivo Herzog é um humanista tão aplicado que à época do falecimento do coronel Erasmo Dias deu entrevistas incitando a "militância" a ir ao enterro para anotar os nomes dos presentes e se possível fotografá-los. Entretanto, concordamos numa coisa: o lugar de Telhada não é em um fraco, hesitante e medroso PSDB.
paineldoleitor
Telhada matou dentro da legalidade e em defesa da sociedade, diz leitorLembro a Ivo Herzog (Painel do Leitor, 15/5) que o Coronel Telhada matou, sim, mas o fez usando uma farda oficial e dentro da legalidade, defendendo a sociedade contra bandidos. Ivo Herzog é um humanista tão aplicado que à época do falecimento do coronel Erasmo Dias deu entrevistas incitando a "militância" a ir ao enterro para anotar os nomes dos presentes e se possível fotografá-los. Entretanto, concordamos numa coisa: o lugar de Telhada não é em um fraco, hesitante e medroso PSDB.
16
Conheça os fugitivos do EI que vivem ao lado do Eurotúnel, o filho de nazista que se tornou judeu, e mais em 'Mundo'
Para quem ficou off-line no fim de semana, a Folha Mundo separou as reportagens mais relevantes publicadas entre sexta (31/7) e domingo (2/8) nesta lista. Confira. Após a morte de um bebê palestino por extremistas judeus, o colunista Clóvis Rossi fala sobre como o fanatismo dos colonos que ocupam áreas da Palestina é um combustível para o terrorismo na região. Enviado especial a Calais, na França, o correspondente em Londres Leandro Colon conversou com iraquianos que fugiram da violência do Estado Islâmico e, acampados às margens do Eurotúnel, sonham em chegar ao Reino Unido. Em depoimento à editora-adjunta de "Mundo" Leda Balbino, o médico Bernd Wollschlaeger, filho de um oficial nazista, conta como se converteu ao judaísmo e rompeu com a família ao descobrir sobre o passado do pai. De Madri, Diogo Bercito mostra como a retirada de um busto do rei Juan Carlos da Prefeitura de Barcelona gerou uma crise com o governo de Mariano Rajoy e incitou a discussão sobre a monarquia na Espanha. O jornal "The New York Times" revela bastidores que evidenciam que o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, está novamente considerando entrar na corrida presidencial de 2016. Sylvia Colombo conversou com Verónica De Negri, mãe do estudante chileno Rodrigo Rojas, morto aos 19 anos, em 1986, por militares que atearam fogo ao jovem. De Negri voltou a Santiago no fim de julho para acompanhar o julgamento dos ex-oficiais do Exército acusados pela morte. Em entrevista à correspondente em Buenos Aires Mariana Carneiro, o jornalista argentino Ceferino Reato afirma que o consenso social que sustentou Cristina Kirchner no poder permanecerá mesmo após a saída da "chefa". * Para Clóvis Rossi, o ataque de judeus extremistas a uma casa na Cisjordânia queima pontes com os palestinos e serve para estimular o contra-ataque dos fanáticos do outro lado. - Acampados em Calais, na França, quatro iraquianos sonham em chegar ao Reino Unido. Um deles confidencia à Folha que tentou entrar clandestinamente na passagem do túnel na última semana. - "Deixei minha nacionalidade alemã para trás, me tornei israelense, deixei minha fé cristã para me tornar judeu. Me desconectei totalmente do meu antigo eu para manter a sanidade", conta o médico Bernd Wollschlaeger. - A retirada do busto do rei Juan Carlos da Prefeitura de Barcelona desagradou ao governo de Mariano Rajoy e serviu para incitar a discussão sobre a monarquia na Espanha. - Joe Biden e seus assessores começaram a "explorar ativamente" a possibilidade de o democrata entrar na corrida presidencial, segundo o jornal "The New York Times". - "Vou esperar que a justiça seja feita no caso do meu filho. Esperei quase 30 anos, posso esperar um pouco mais", diz Verónica De Negri, mãe de Rodrigo Rojas, morto aos 19 anos, em 1986, por militares que atearam fogo ao jovem. - Para Ceferino Reato, que acaba de lançar na Argentina "Doce Noches" [doze noites], o kirchnerismo foi uma corrente política hegemônica de um consenso que segue sendo majoritário, mas que vai se modificar.
asmais
Conheça os fugitivos do EI que vivem ao lado do Eurotúnel, o filho de nazista que se tornou judeu, e mais em 'Mundo'Para quem ficou off-line no fim de semana, a Folha Mundo separou as reportagens mais relevantes publicadas entre sexta (31/7) e domingo (2/8) nesta lista. Confira. Após a morte de um bebê palestino por extremistas judeus, o colunista Clóvis Rossi fala sobre como o fanatismo dos colonos que ocupam áreas da Palestina é um combustível para o terrorismo na região. Enviado especial a Calais, na França, o correspondente em Londres Leandro Colon conversou com iraquianos que fugiram da violência do Estado Islâmico e, acampados às margens do Eurotúnel, sonham em chegar ao Reino Unido. Em depoimento à editora-adjunta de "Mundo" Leda Balbino, o médico Bernd Wollschlaeger, filho de um oficial nazista, conta como se converteu ao judaísmo e rompeu com a família ao descobrir sobre o passado do pai. De Madri, Diogo Bercito mostra como a retirada de um busto do rei Juan Carlos da Prefeitura de Barcelona gerou uma crise com o governo de Mariano Rajoy e incitou a discussão sobre a monarquia na Espanha. O jornal "The New York Times" revela bastidores que evidenciam que o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, está novamente considerando entrar na corrida presidencial de 2016. Sylvia Colombo conversou com Verónica De Negri, mãe do estudante chileno Rodrigo Rojas, morto aos 19 anos, em 1986, por militares que atearam fogo ao jovem. De Negri voltou a Santiago no fim de julho para acompanhar o julgamento dos ex-oficiais do Exército acusados pela morte. Em entrevista à correspondente em Buenos Aires Mariana Carneiro, o jornalista argentino Ceferino Reato afirma que o consenso social que sustentou Cristina Kirchner no poder permanecerá mesmo após a saída da "chefa". * Para Clóvis Rossi, o ataque de judeus extremistas a uma casa na Cisjordânia queima pontes com os palestinos e serve para estimular o contra-ataque dos fanáticos do outro lado. - Acampados em Calais, na França, quatro iraquianos sonham em chegar ao Reino Unido. Um deles confidencia à Folha que tentou entrar clandestinamente na passagem do túnel na última semana. - "Deixei minha nacionalidade alemã para trás, me tornei israelense, deixei minha fé cristã para me tornar judeu. Me desconectei totalmente do meu antigo eu para manter a sanidade", conta o médico Bernd Wollschlaeger. - A retirada do busto do rei Juan Carlos da Prefeitura de Barcelona desagradou ao governo de Mariano Rajoy e serviu para incitar a discussão sobre a monarquia na Espanha. - Joe Biden e seus assessores começaram a "explorar ativamente" a possibilidade de o democrata entrar na corrida presidencial, segundo o jornal "The New York Times". - "Vou esperar que a justiça seja feita no caso do meu filho. Esperei quase 30 anos, posso esperar um pouco mais", diz Verónica De Negri, mãe de Rodrigo Rojas, morto aos 19 anos, em 1986, por militares que atearam fogo ao jovem. - Para Ceferino Reato, que acaba de lançar na Argentina "Doce Noches" [doze noites], o kirchnerismo foi uma corrente política hegemônica de um consenso que segue sendo majoritário, mas que vai se modificar.
23
Supremo rejeita primeira contestação a rito do impeachment
A maioria do STF (Supremo Tribunal Federal) validou nesta quinta-feira (13) trecho do regimento da Câmara dos Deputados que prevê que votações nominais devem iniciar com deputados de Norte para o Sul, e vice-versa. Essa foi a primeira derrota do governo que, com o aumento da pressão pelo impeachment, decidiu recorrer ao Supremo para tentar barrar a votação do pedido de afastamento. A Advocacia-Geral da União e deputados governistas ingressaram com sete ações. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) usou artigo do regimento interno para definir o sistema de votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, no domingo (17). A ordem da votação importa porque o placar parcial no domingo pode representar uma pressão de última hora sobre os ainda indecisos. Para os governistas, Cunha quer criar uma "onda" favorável ao impeachment durante a votação. Os ministros, no entanto, ainda vão discutir duas ações que questionam esse modelo. Ou seja, se a votação deve seguir por bancadas, alternadamente, ou chamando a cada vez um deputado do Norte e outro do Sul. Inicialmente, o plenário do STF analisou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade apresentada pelo PCdoB, integrante da base aliada do governo, que questionava a legalidade do artigo do regimento que fixava a votação Norte-Sul. Os ministros Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Celso de Mello negaram a concessão de uma liminar (decisão provisória) para suspender a aplicação do artigo do regimento. Esses integrantes do Supremo não viram flagrante inconstitucionalidade na norma para justificar a liminar. Teori rejeitou o argumento de que a votação estadual intercalada vá provocar um efeito cascata. O temor do governo é que o início da votação pelo Sul gerasse uma onda a favor do impeachment. "Se a votação é nominal e simultânea, sempre haverá geração do efeito cascata. A consequência para eliminar o efeito cascata seria eliminar a própria votação nominal. Não vejo aqui relevância do direito, e a inexistência de relevância do direito já é uma razão para indeferir", justificou. O ministro Luiz Fux criticou interferência do Judiciário no Legislativo. "Não vamos agora ditar regras como deve se comportar o parlamentar. Como deve ser a norma regimental. Isso representa antítese à cláusula pétrea dos Poderes", disse. Gilmar Mendes atacou a judicialização da questão. "A titular do cargo não tem mais condições de ser presidente. É curioso. Poderíamos caminhar para o deferimento da liminar no sentido de mudar a forma de votação. No momento seguinte se verificará: ah, mas não era o que queríamos. Não queríamos essa concentração, agora estados do Sul estão despejando votos contrários. Para jogador ruim, até as pernas atrapalham." Presidente do STF, Ricardo Lewandowski negou interferência na Câmara no julgamento. "Não se trata de afrontar princípio da separação dos poderes. Muito menos está se faltando com a devida deferência aos parlamentares. O que se pede então aqui, o que é perfeitamente plausível, é que o poder Judiciário tem obrigação de dar uma resposta quando provocado", disse. Relator do caso, o ministro Marco Aurélio defendeu votação por ordem alfabética. Luiz Edson Fachin e Lewandowski votaram para que fosse chamando a cada vez um deputado do Norte e outro do Sul, e vice-versa. O ministro Luis Roberto Barroso votou para que fosse a ordem de Norte-Sul, com as bancadas chamadas alternadamente, respeitando a latitude das cidades. Duas ações ainda pedem para que o Supremo suspenda a votação do processo marcada para o domingo, sob o argumento de que o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que recomendou a admissibilidade da denúncia por crime de responsabilidade da petista, estava viciado de irregularidades. Isso porque teria ultrapassado os limites da acusação, incluindo a delação do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) e fatos estranhos. MUDANÇA Diante da pressão de deputados governistas que foi parar no STF o presidente da Câmara, alterou a ordem de votação do impeachment no plenário anunciada na última quarta (13), e divulgou que seguirá a ordem Norte-Sul, alternada por Estados. O peemedebista, no entanto, ainda deixou a região Nordeste, onde Dilma Rousseff tem mais apoio, por último. A decisão, anunciada na véspera do início do processo de debates e votação no plenário pelo primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), foi imediatamente contestada pelos governistas. "É mais uma manobra de Eduardo Cunha, porque ele sabe que não tem votos para aprovar o impeachment", disse Orlando Silva (PC do B-SP). Pela nova ordem, o primeiro Estado a votar será Roraima, seguido do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Isso ocorre porque, segundo o entendimento de Cunha sobre o regimento, devem ser chamados um Estado do Norte e do Sul e depois vice-versa (Sul e Norte). Dentro dos Estados, a ordem de votação dos deputados será a alfabética. "A regra é clara no sentido de que a alternância se dá na própria votação, iniciando-se a chamada pelo Norte ao Sul, alternadamente e vice-versa", diz Cunha na decisão, que foi negociada com partidos de oposição. Quando se esgotarem os três Estados do Sul, seguirão alternando os do Norte com os do Centro-Oeste, e depois com os do Sudeste. Os Estados do Nordeste entrariam por último, seguindo os do Norte no revezamento. Isso fará com que os cinco últimos Estados sejam do Nordeste: Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas. Segundo levantamento da Folha, nestes cinco, 26 dos 93 votos (28%) são contrários ao impeachment –índice bem maior do que em outras regiões. A Bahia é o que tem cenário mais favorável a Dilma: 16 dos 39 votos (41%) são contra o afastamento e 14 a favor. Nos três Estados da região Sul, ao contrário, 75% dos 77 votos são a favor do impeachment. Na nova ordem, também se concentram mais deputados indecisos nos cinco últimos Estados do que nos seis primeiros. (MÁRCIO FALCÃO, GABRIEL MASCARENHAS, ISABEL FLECK, RANIER BRAGON E DEBORA ÁLVARES)
poder
Supremo rejeita primeira contestação a rito do impeachmentA maioria do STF (Supremo Tribunal Federal) validou nesta quinta-feira (13) trecho do regimento da Câmara dos Deputados que prevê que votações nominais devem iniciar com deputados de Norte para o Sul, e vice-versa. Essa foi a primeira derrota do governo que, com o aumento da pressão pelo impeachment, decidiu recorrer ao Supremo para tentar barrar a votação do pedido de afastamento. A Advocacia-Geral da União e deputados governistas ingressaram com sete ações. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) usou artigo do regimento interno para definir o sistema de votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, no domingo (17). A ordem da votação importa porque o placar parcial no domingo pode representar uma pressão de última hora sobre os ainda indecisos. Para os governistas, Cunha quer criar uma "onda" favorável ao impeachment durante a votação. Os ministros, no entanto, ainda vão discutir duas ações que questionam esse modelo. Ou seja, se a votação deve seguir por bancadas, alternadamente, ou chamando a cada vez um deputado do Norte e outro do Sul. Inicialmente, o plenário do STF analisou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade apresentada pelo PCdoB, integrante da base aliada do governo, que questionava a legalidade do artigo do regimento que fixava a votação Norte-Sul. Os ministros Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Celso de Mello negaram a concessão de uma liminar (decisão provisória) para suspender a aplicação do artigo do regimento. Esses integrantes do Supremo não viram flagrante inconstitucionalidade na norma para justificar a liminar. Teori rejeitou o argumento de que a votação estadual intercalada vá provocar um efeito cascata. O temor do governo é que o início da votação pelo Sul gerasse uma onda a favor do impeachment. "Se a votação é nominal e simultânea, sempre haverá geração do efeito cascata. A consequência para eliminar o efeito cascata seria eliminar a própria votação nominal. Não vejo aqui relevância do direito, e a inexistência de relevância do direito já é uma razão para indeferir", justificou. O ministro Luiz Fux criticou interferência do Judiciário no Legislativo. "Não vamos agora ditar regras como deve se comportar o parlamentar. Como deve ser a norma regimental. Isso representa antítese à cláusula pétrea dos Poderes", disse. Gilmar Mendes atacou a judicialização da questão. "A titular do cargo não tem mais condições de ser presidente. É curioso. Poderíamos caminhar para o deferimento da liminar no sentido de mudar a forma de votação. No momento seguinte se verificará: ah, mas não era o que queríamos. Não queríamos essa concentração, agora estados do Sul estão despejando votos contrários. Para jogador ruim, até as pernas atrapalham." Presidente do STF, Ricardo Lewandowski negou interferência na Câmara no julgamento. "Não se trata de afrontar princípio da separação dos poderes. Muito menos está se faltando com a devida deferência aos parlamentares. O que se pede então aqui, o que é perfeitamente plausível, é que o poder Judiciário tem obrigação de dar uma resposta quando provocado", disse. Relator do caso, o ministro Marco Aurélio defendeu votação por ordem alfabética. Luiz Edson Fachin e Lewandowski votaram para que fosse chamando a cada vez um deputado do Norte e outro do Sul, e vice-versa. O ministro Luis Roberto Barroso votou para que fosse a ordem de Norte-Sul, com as bancadas chamadas alternadamente, respeitando a latitude das cidades. Duas ações ainda pedem para que o Supremo suspenda a votação do processo marcada para o domingo, sob o argumento de que o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que recomendou a admissibilidade da denúncia por crime de responsabilidade da petista, estava viciado de irregularidades. Isso porque teria ultrapassado os limites da acusação, incluindo a delação do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) e fatos estranhos. MUDANÇA Diante da pressão de deputados governistas que foi parar no STF o presidente da Câmara, alterou a ordem de votação do impeachment no plenário anunciada na última quarta (13), e divulgou que seguirá a ordem Norte-Sul, alternada por Estados. O peemedebista, no entanto, ainda deixou a região Nordeste, onde Dilma Rousseff tem mais apoio, por último. A decisão, anunciada na véspera do início do processo de debates e votação no plenário pelo primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), foi imediatamente contestada pelos governistas. "É mais uma manobra de Eduardo Cunha, porque ele sabe que não tem votos para aprovar o impeachment", disse Orlando Silva (PC do B-SP). Pela nova ordem, o primeiro Estado a votar será Roraima, seguido do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Isso ocorre porque, segundo o entendimento de Cunha sobre o regimento, devem ser chamados um Estado do Norte e do Sul e depois vice-versa (Sul e Norte). Dentro dos Estados, a ordem de votação dos deputados será a alfabética. "A regra é clara no sentido de que a alternância se dá na própria votação, iniciando-se a chamada pelo Norte ao Sul, alternadamente e vice-versa", diz Cunha na decisão, que foi negociada com partidos de oposição. Quando se esgotarem os três Estados do Sul, seguirão alternando os do Norte com os do Centro-Oeste, e depois com os do Sudeste. Os Estados do Nordeste entrariam por último, seguindo os do Norte no revezamento. Isso fará com que os cinco últimos Estados sejam do Nordeste: Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas. Segundo levantamento da Folha, nestes cinco, 26 dos 93 votos (28%) são contrários ao impeachment –índice bem maior do que em outras regiões. A Bahia é o que tem cenário mais favorável a Dilma: 16 dos 39 votos (41%) são contra o afastamento e 14 a favor. Nos três Estados da região Sul, ao contrário, 75% dos 77 votos são a favor do impeachment. Na nova ordem, também se concentram mais deputados indecisos nos cinco últimos Estados do que nos seis primeiros. (MÁRCIO FALCÃO, GABRIEL MASCARENHAS, ISABEL FLECK, RANIER BRAGON E DEBORA ÁLVARES)
0
Bauza abriu mão de suas convicções, e time não suportou
Com um time inferior tecnicamente e com dois desfalques importantíssimos, o São Paulo não fazia uma má partida contra o Atlético Nacional (COL), nesta quarta-feira (6), no Morumbi, até a expulsão infantil de Maicon, aos 28min da etapa final. Foi naquele momento, porém, que o técnico do São Paulo, Edgardo Bauza, deixou de lado suas convicções e viu seu time sucumbir. Nos primeiros meses de trabalho no São Paulo, o estilo pragmático do técnico argentino dava margem para contestações. Com um futebol duro de assistir, o time capengava no Campeonato Paulista, se classificou em segundo do seu grupo e caiu nas quartas de final ao tomar uma goleada por 4 a 1 do Audax. Na Libertadores, após conseguir a classificação para a fase de grupos ao vencer o modesto César Vallejo (PER) por apenas 2 a 1 no placar agregado, sofreu uma vexatória derrota por 1 a 0 para o The Strongest (BOL) no Pacaembu –a primeira dos bolivianos jogando como visitante após 32 anos na competição continental –e colocou a classificação para as oitavas de final em risco logo no primeiro jogo. Apesar do futebol pouco vistoso, o treinador avisava: a ordem tática do time era o fator mais importante na construção da equipe que ele queria, e a evolução, na sua concepção, era visível. Em todas as entrevistas que Bauza dava (e ainda dá) após as partidas, ele fazia questão de tocar no assunto. Depois do segundo jogo contra o César Vallejo, em São Paulo, no dia 11 de fevereiro, ele afirmou: "Os atletas já têm a ideia de como jogar. Os jogadores sabem o que têm que fazer quando entram. A ordem é inegociável e também já está encaminhada". Meses mais tarde, já classificado para as semifinais da Libertadores após superar o Atlético-MG, a equipe já havia conquistado, além da ordem tática, um futebol mais envolvente e convincente. E Bauza ainda insistia no tema. "Estamos entre os quatro melhores da América, e são pouquíssimos que imaginavam isso. Foi uma partida muito difícil. O Atlético-MG nos obrigou a marcar com todo mundo. Mas a ordem em campo foi fundamental". Porém, na derrota desta quarta, o mandamento fundamental da cartilha do treinador argentino parece ter sido deixado de lado após a expulsão do zagueiro de R$ 22 milhões. O placar marcava 0 a 0, um resultado que permitia ao São Paulo jogar pelo empate em território colombiano, onde o excelente time do Atlético Nacional é ainda mais forte. No entanto, Bauza não fez o óbvio. Em vez de colocar o zagueiro Diego Lugano, ídolo da torcida, no lugar de um dos dois atacantes que tinha em campo, Calleri ou Alan Kardec, para formar duas linhas defensivas de quatro jogadores e segurar o resultado contra o ofensivo time colombiano, o treinador puxou o lateral esquerdo Mena para cobrir a lacuna e usou a substituição que restava para tirar Wesley, que naquele momento da partida já atuava como volante. Em seu lugar, pôs outro volante, Hudson, que é mais defensivo, mas exerceu a mesma função em campo. Bauza manteve quatro jogadores com características ofensivas (Michel Bastos, Daniel, Alan Kardec e Calleri), apenas um zagueiro de origem (Rodrigo Caio), e o time transformou-se exatamente no que Bauza rechaçou durante toda sua passagem pelo São Paulo: uma equipe desordenada. Não à toa, os dois gols do atacante Borja saíram em jogadas trabalhadas, com muito toque de bola e o último passe penetrando exatamente no local onde havia um buraco deixado pela dupla Maicon-Bauza. Com a derrota, o São Paulo precisa vencer na Colômbia, onde a força da torcida joga muito a favor do Atlético Nacional. Nesta Libertadores, foram cinco partidas no estádio Atanasio Girardot, em Medellín, com quatro vitórias e um empate, este contra o Huracán (ARG), na última rodada da fase de grupos.
esporte
Bauza abriu mão de suas convicções, e time não suportouCom um time inferior tecnicamente e com dois desfalques importantíssimos, o São Paulo não fazia uma má partida contra o Atlético Nacional (COL), nesta quarta-feira (6), no Morumbi, até a expulsão infantil de Maicon, aos 28min da etapa final. Foi naquele momento, porém, que o técnico do São Paulo, Edgardo Bauza, deixou de lado suas convicções e viu seu time sucumbir. Nos primeiros meses de trabalho no São Paulo, o estilo pragmático do técnico argentino dava margem para contestações. Com um futebol duro de assistir, o time capengava no Campeonato Paulista, se classificou em segundo do seu grupo e caiu nas quartas de final ao tomar uma goleada por 4 a 1 do Audax. Na Libertadores, após conseguir a classificação para a fase de grupos ao vencer o modesto César Vallejo (PER) por apenas 2 a 1 no placar agregado, sofreu uma vexatória derrota por 1 a 0 para o The Strongest (BOL) no Pacaembu –a primeira dos bolivianos jogando como visitante após 32 anos na competição continental –e colocou a classificação para as oitavas de final em risco logo no primeiro jogo. Apesar do futebol pouco vistoso, o treinador avisava: a ordem tática do time era o fator mais importante na construção da equipe que ele queria, e a evolução, na sua concepção, era visível. Em todas as entrevistas que Bauza dava (e ainda dá) após as partidas, ele fazia questão de tocar no assunto. Depois do segundo jogo contra o César Vallejo, em São Paulo, no dia 11 de fevereiro, ele afirmou: "Os atletas já têm a ideia de como jogar. Os jogadores sabem o que têm que fazer quando entram. A ordem é inegociável e também já está encaminhada". Meses mais tarde, já classificado para as semifinais da Libertadores após superar o Atlético-MG, a equipe já havia conquistado, além da ordem tática, um futebol mais envolvente e convincente. E Bauza ainda insistia no tema. "Estamos entre os quatro melhores da América, e são pouquíssimos que imaginavam isso. Foi uma partida muito difícil. O Atlético-MG nos obrigou a marcar com todo mundo. Mas a ordem em campo foi fundamental". Porém, na derrota desta quarta, o mandamento fundamental da cartilha do treinador argentino parece ter sido deixado de lado após a expulsão do zagueiro de R$ 22 milhões. O placar marcava 0 a 0, um resultado que permitia ao São Paulo jogar pelo empate em território colombiano, onde o excelente time do Atlético Nacional é ainda mais forte. No entanto, Bauza não fez o óbvio. Em vez de colocar o zagueiro Diego Lugano, ídolo da torcida, no lugar de um dos dois atacantes que tinha em campo, Calleri ou Alan Kardec, para formar duas linhas defensivas de quatro jogadores e segurar o resultado contra o ofensivo time colombiano, o treinador puxou o lateral esquerdo Mena para cobrir a lacuna e usou a substituição que restava para tirar Wesley, que naquele momento da partida já atuava como volante. Em seu lugar, pôs outro volante, Hudson, que é mais defensivo, mas exerceu a mesma função em campo. Bauza manteve quatro jogadores com características ofensivas (Michel Bastos, Daniel, Alan Kardec e Calleri), apenas um zagueiro de origem (Rodrigo Caio), e o time transformou-se exatamente no que Bauza rechaçou durante toda sua passagem pelo São Paulo: uma equipe desordenada. Não à toa, os dois gols do atacante Borja saíram em jogadas trabalhadas, com muito toque de bola e o último passe penetrando exatamente no local onde havia um buraco deixado pela dupla Maicon-Bauza. Com a derrota, o São Paulo precisa vencer na Colômbia, onde a força da torcida joga muito a favor do Atlético Nacional. Nesta Libertadores, foram cinco partidas no estádio Atanasio Girardot, em Medellín, com quatro vitórias e um empate, este contra o Huracán (ARG), na última rodada da fase de grupos.
4
Fox estreia série de Breno Silveira sobre homem preso injustamente
Desde que começou a fazer cinebiografias -como "Dois Filhos de Francisco", sobre Zezé Di Camargo e Luciano, e "Gonzaga", de Luiz Gonzaga-, Breno Silveira ouve com frequência a frase: "Quero te contar minha história, acho que dá um filme". Desta vez, virou uma série de oito capítulos: "1 Contra Todos", que estreia nesta sexta (17) no canal premium Fox Action, e no dia 20, na Fox, para toda a América Latina. A trama é baseada no caso real de um homem inocente, preso por tráfico de drogas, que procurou Silveira para contar sua epopeia. O diretor não revela nenhum detalhe sobre o personagem real, só assegura que ele existe e que de sua história surgiu o argumento de "1 Contra Todos". "O primeiro episódio segue muito a história desse cara, depois eu vou pirar. Não me proponho de jeito nenhum a filmar só o que é real", diz Silveira, que assina o roteiro ao lado de Thomas Stavros e Gustavo Lipsztein. A série, coproduzida pela Conspiração, narra o drama de Cadu (Julio Andrade), advogado super-honesto e sem grana, pai de um garoto e à espera do segundo, que perde o emprego e no mesmo dia é protagonista de um pesadelo. A polícia bate à porta de sua casa procurando drogas e encontra uma tonelada de maconha, escondida no teto do quarto que estava sendo reformado para receber o bebê. O advogado é preso e tratado como "doutor do tráfico", o maior traficante da América Latina. ANTI-HERÓI No presídio, se depara com um mundo de horrores: o diretor corrupto, os colegas de cela extremamente violentos e a lei própria. Todos acreditam que ele realmente é um traficante, e Cadu descobre que, para se manter vivo ali, precisará encarnar esse personagem. Para essa missão, ele conta com a ajuda essencial da mulher, Malu (Julia Ianina), que o incentiva a assumir a identidade do bandido. "O Cadu é um anti-herói. É batalhador, ético, e isso faz todo mundo torcer por ele, porque não querem vê-lo morto", diz Julio Andrade. "Ele, um cara submisso a vida toda, vai ficar atraído pelo poder." Tanto o ator quanto diretor acham que a discussão sobre limites da ética proposta pela série é apropriada para a atual conjuntura do país. "Nada é por acaso na vida. O mundo conspira", diz o ator. Na segunda temporada, já confirmada pela Fox, o diretor diz que abordará bastante política. "Vivemos um tempo muito feio da nossa história, sem ética, sem caminho", fala Silveira. "E acredito no cara bom, nesses personagens bem intencionados como o Cadu. E é cruel ver que nosso 'standard' seja a corrupção." NA TV 1 Contra Todos QUANDO Estreia nesta sexta (17), às 23h, no Fox Action, e na segunda (20), às 22h30, na Fox CLASSIFICAÇÃO 16 anos
ilustrada
Fox estreia série de Breno Silveira sobre homem preso injustamenteDesde que começou a fazer cinebiografias -como "Dois Filhos de Francisco", sobre Zezé Di Camargo e Luciano, e "Gonzaga", de Luiz Gonzaga-, Breno Silveira ouve com frequência a frase: "Quero te contar minha história, acho que dá um filme". Desta vez, virou uma série de oito capítulos: "1 Contra Todos", que estreia nesta sexta (17) no canal premium Fox Action, e no dia 20, na Fox, para toda a América Latina. A trama é baseada no caso real de um homem inocente, preso por tráfico de drogas, que procurou Silveira para contar sua epopeia. O diretor não revela nenhum detalhe sobre o personagem real, só assegura que ele existe e que de sua história surgiu o argumento de "1 Contra Todos". "O primeiro episódio segue muito a história desse cara, depois eu vou pirar. Não me proponho de jeito nenhum a filmar só o que é real", diz Silveira, que assina o roteiro ao lado de Thomas Stavros e Gustavo Lipsztein. A série, coproduzida pela Conspiração, narra o drama de Cadu (Julio Andrade), advogado super-honesto e sem grana, pai de um garoto e à espera do segundo, que perde o emprego e no mesmo dia é protagonista de um pesadelo. A polícia bate à porta de sua casa procurando drogas e encontra uma tonelada de maconha, escondida no teto do quarto que estava sendo reformado para receber o bebê. O advogado é preso e tratado como "doutor do tráfico", o maior traficante da América Latina. ANTI-HERÓI No presídio, se depara com um mundo de horrores: o diretor corrupto, os colegas de cela extremamente violentos e a lei própria. Todos acreditam que ele realmente é um traficante, e Cadu descobre que, para se manter vivo ali, precisará encarnar esse personagem. Para essa missão, ele conta com a ajuda essencial da mulher, Malu (Julia Ianina), que o incentiva a assumir a identidade do bandido. "O Cadu é um anti-herói. É batalhador, ético, e isso faz todo mundo torcer por ele, porque não querem vê-lo morto", diz Julio Andrade. "Ele, um cara submisso a vida toda, vai ficar atraído pelo poder." Tanto o ator quanto diretor acham que a discussão sobre limites da ética proposta pela série é apropriada para a atual conjuntura do país. "Nada é por acaso na vida. O mundo conspira", diz o ator. Na segunda temporada, já confirmada pela Fox, o diretor diz que abordará bastante política. "Vivemos um tempo muito feio da nossa história, sem ética, sem caminho", fala Silveira. "E acredito no cara bom, nesses personagens bem intencionados como o Cadu. E é cruel ver que nosso 'standard' seja a corrupção." NA TV 1 Contra Todos QUANDO Estreia nesta sexta (17), às 23h, no Fox Action, e na segunda (20), às 22h30, na Fox CLASSIFICAÇÃO 16 anos
1
Na Tailândia, orangotangos bebês são salvos por investigação no WhatsApp
Dois filhotes de orangotangos foram salvos de traficantes graças a policiais tailandeses que se fizeram passar por compradores, oferecendo quase US$ 20 mil dólares por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp. Um informante anônimo alertou a polícia sobre um anúncio que oferecia os dois macaquinhos, que têm menos de um ano e pertencem a uma espécie protegida. Por mensagens, os policiais contataram os traficantes. Segundo o diretor-adjunto do Parque Nacional da Tailândia, Adisorn Noochdumrong, foi acordado um preço de 700 mil bahts (cerca de R$ 63 mil). Marcado o encontro, oficiais à paisana reconheceram os animais em um supermercado da capital Bangkok, para onde foram levados por um taxista. O homem foi preso, mas acabou liberado depois que a polícia concluiu que ele não integrava a quadrilha. "Sobre os traficantes, a investigação continua", disse Anothorn Srithongbai, policial membro do serviço de proteção a animais silvestres. Os orangotangos são originários da Malásia e da Indonésia. Os traficantes costumam levá-los ao sudeste da Ásia, onde acabam em zoológicos ou são vendidos como animais de estimação.
mundo
Na Tailândia, orangotangos bebês são salvos por investigação no WhatsAppDois filhotes de orangotangos foram salvos de traficantes graças a policiais tailandeses que se fizeram passar por compradores, oferecendo quase US$ 20 mil dólares por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp. Um informante anônimo alertou a polícia sobre um anúncio que oferecia os dois macaquinhos, que têm menos de um ano e pertencem a uma espécie protegida. Por mensagens, os policiais contataram os traficantes. Segundo o diretor-adjunto do Parque Nacional da Tailândia, Adisorn Noochdumrong, foi acordado um preço de 700 mil bahts (cerca de R$ 63 mil). Marcado o encontro, oficiais à paisana reconheceram os animais em um supermercado da capital Bangkok, para onde foram levados por um taxista. O homem foi preso, mas acabou liberado depois que a polícia concluiu que ele não integrava a quadrilha. "Sobre os traficantes, a investigação continua", disse Anothorn Srithongbai, policial membro do serviço de proteção a animais silvestres. Os orangotangos são originários da Malásia e da Indonésia. Os traficantes costumam levá-los ao sudeste da Ásia, onde acabam em zoológicos ou são vendidos como animais de estimação.
3
COP22 pede 'compromisso político máximo' contra mudanças climáticas
A comunidade internacional pediu nesta quinta-feira um "compromisso político máximo" contra o aquecimento global, em um documento divulgado na véspera do encerramento da Conferência do Clima da ONU em Marrakech (COP22), marcada pela eleição do cético das mudanças climáticas Donald Trump para a Casa Branca. "Nós, chefes de Estado, de governo, e delegações reunidas em Marrakech [...] apelamos ao compromisso político máximo para lutar contra as mudanças climáticas, uma prioridade urgente", declararam os 196 países presentes na reunião. O impulso contra as mudanças climáticas é "irreversível" após o Acordo de Paris de 2015, afirmaram os governantes e ministros que assinam o documento, intitulado "Proclamação de Marrakech". As mudanças climáticas, um fenômeno de consequências imprevisíveis para a natureza e os humanos, são consideradas um "mito" por Trump, que durante a campanha à Presidência dos Estados Unidos disse que estava disposto a retirar o país do Acordo de Paris. O Acordo entrou em vigor há pouco mais de um mês, após a ratificação dos grandes emissores de gases de efeito estufa, entre eles os dois maiores responsáveis: Estados Unidos e China. A ameaça de retirada dos Estados Unidos agitou as negociações em Marrakech. Se o país optar por abandonar o pacto histórico, este processo levaria cerca de três anos para ser concluído. Os países compareceram à cidade marroquina decididos a dar início à trabalhosa implementação do Acordo, que deve começar a ser aplicado a partir de 2020. Os governos, os cientistas e as empresas precisam de um "manual de instruções" do Acordo de Paris para planejar a urgente luta contra o aquecimento do planeta que, segundo os especialistas, não deve ultrapassar o limite de +2ºC, caso contrário, as consequências seriam dramáticas. "Este ano presenciamos um impulso extraordinário contra as mudanças climáticas no mundo todo. Esse impulso é irreversível", insistiram os negociadores. A COP22 terminará na sexta-feira, após cerca de duas semanas de negociações para começar a delinear o conteúdo da ajuda financeira e da transferência de tecnologia aos países menos desenvolvidos, do controle mútuo das emissões e das políticas ambientais. "Pedimos uma solidariedade clara com os países mais vulneráveis ao impacto das mudanças climáticas", acrescentaram. Os países ricos reafirmaram seu compromisso com a ajuda financeira de 100 bilhões de dólares anuais para os países pobres, em fundos públicos e privados, a partir de 2020. TERREMOTO NAS NEGOCIAÇÕES A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris provocaria um terremoto nas já complicadas negociações sobre o clima. A comunidade internacional trabalhou durante mais de uma década para chegar ao pacto histórico. A medida não seria, porém, sem precedentes. O Protocolo de Quioto de luta contra as mudanças climáticas, que entrou em vigor em 2005, nunca foi ratificado por Washington, sob a presidência de outro republicano, George W. Bush. Os Estados Unidos tinham prometido, por outro lado, três bilhões de dólares para o Fundo Verde para ajudar projetos ambientais em países em desenvolvimento ou pobres. Até o momento, só repassou US$ 500 milhões, e uma retirada também seria um duro golpe para esses investimentos. O orçamento da própria Convenção da ONU sobre as mudanças climáticas, que organiza as conferências das partes signatárias dos tratados (COP), depende parcialmente de Washington. Trump não se expressou publicamente desde sua eleição sobre a questão climática. Meios de comunicação americanos e ativistas apontam, porém, que Trump nomeou Myron Ebell, um conhecido cético do aquecimento global, para dirigir a Agência de Proteção do Meio Ambiente (EPA). Os céticos das mudanças climáticas consideram que o aquecimento do planeta não é tão grave como apontam os cientistas, que pode se tratar de uma fase como as que o planeta já experimentou em épocas passadas, e que, de qualquer forma, os avanços tecnológicos poderão resolver o desafio. Os presentes na COP de Marrakesh consideram o impulso político imprescindível. "Em termos da vontade de avançar dos países", as eleições americanas "na realidade representaram um catalizador", avaliou o americano Alden Meyer, da União de cientistas preocupados. "Os países, um após o outro, disseram que têm a intenção de ficar no Acordo de Paris independente do que façam os Estados Unidos", acrescentou. Os defensores da luta contra as mudanças climáticas expressam também a esperança de que o novo governo republicano se dê conta das oportunidades de negócio do Acordo de Paris. "Não pode haver volta atrás nos compromissos dos países desenvolvidos e não se pode tentar renegociar os termos do Acordo alcançado em Paris. Cada parte deverá assumir suas responsabilidades", advertiram em um comunicado conjunto Brasil, China, Índia e África do Sul.
ambiente
COP22 pede 'compromisso político máximo' contra mudanças climáticasA comunidade internacional pediu nesta quinta-feira um "compromisso político máximo" contra o aquecimento global, em um documento divulgado na véspera do encerramento da Conferência do Clima da ONU em Marrakech (COP22), marcada pela eleição do cético das mudanças climáticas Donald Trump para a Casa Branca. "Nós, chefes de Estado, de governo, e delegações reunidas em Marrakech [...] apelamos ao compromisso político máximo para lutar contra as mudanças climáticas, uma prioridade urgente", declararam os 196 países presentes na reunião. O impulso contra as mudanças climáticas é "irreversível" após o Acordo de Paris de 2015, afirmaram os governantes e ministros que assinam o documento, intitulado "Proclamação de Marrakech". As mudanças climáticas, um fenômeno de consequências imprevisíveis para a natureza e os humanos, são consideradas um "mito" por Trump, que durante a campanha à Presidência dos Estados Unidos disse que estava disposto a retirar o país do Acordo de Paris. O Acordo entrou em vigor há pouco mais de um mês, após a ratificação dos grandes emissores de gases de efeito estufa, entre eles os dois maiores responsáveis: Estados Unidos e China. A ameaça de retirada dos Estados Unidos agitou as negociações em Marrakech. Se o país optar por abandonar o pacto histórico, este processo levaria cerca de três anos para ser concluído. Os países compareceram à cidade marroquina decididos a dar início à trabalhosa implementação do Acordo, que deve começar a ser aplicado a partir de 2020. Os governos, os cientistas e as empresas precisam de um "manual de instruções" do Acordo de Paris para planejar a urgente luta contra o aquecimento do planeta que, segundo os especialistas, não deve ultrapassar o limite de +2ºC, caso contrário, as consequências seriam dramáticas. "Este ano presenciamos um impulso extraordinário contra as mudanças climáticas no mundo todo. Esse impulso é irreversível", insistiram os negociadores. A COP22 terminará na sexta-feira, após cerca de duas semanas de negociações para começar a delinear o conteúdo da ajuda financeira e da transferência de tecnologia aos países menos desenvolvidos, do controle mútuo das emissões e das políticas ambientais. "Pedimos uma solidariedade clara com os países mais vulneráveis ao impacto das mudanças climáticas", acrescentaram. Os países ricos reafirmaram seu compromisso com a ajuda financeira de 100 bilhões de dólares anuais para os países pobres, em fundos públicos e privados, a partir de 2020. TERREMOTO NAS NEGOCIAÇÕES A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris provocaria um terremoto nas já complicadas negociações sobre o clima. A comunidade internacional trabalhou durante mais de uma década para chegar ao pacto histórico. A medida não seria, porém, sem precedentes. O Protocolo de Quioto de luta contra as mudanças climáticas, que entrou em vigor em 2005, nunca foi ratificado por Washington, sob a presidência de outro republicano, George W. Bush. Os Estados Unidos tinham prometido, por outro lado, três bilhões de dólares para o Fundo Verde para ajudar projetos ambientais em países em desenvolvimento ou pobres. Até o momento, só repassou US$ 500 milhões, e uma retirada também seria um duro golpe para esses investimentos. O orçamento da própria Convenção da ONU sobre as mudanças climáticas, que organiza as conferências das partes signatárias dos tratados (COP), depende parcialmente de Washington. Trump não se expressou publicamente desde sua eleição sobre a questão climática. Meios de comunicação americanos e ativistas apontam, porém, que Trump nomeou Myron Ebell, um conhecido cético do aquecimento global, para dirigir a Agência de Proteção do Meio Ambiente (EPA). Os céticos das mudanças climáticas consideram que o aquecimento do planeta não é tão grave como apontam os cientistas, que pode se tratar de uma fase como as que o planeta já experimentou em épocas passadas, e que, de qualquer forma, os avanços tecnológicos poderão resolver o desafio. Os presentes na COP de Marrakesh consideram o impulso político imprescindível. "Em termos da vontade de avançar dos países", as eleições americanas "na realidade representaram um catalizador", avaliou o americano Alden Meyer, da União de cientistas preocupados. "Os países, um após o outro, disseram que têm a intenção de ficar no Acordo de Paris independente do que façam os Estados Unidos", acrescentou. Os defensores da luta contra as mudanças climáticas expressam também a esperança de que o novo governo republicano se dê conta das oportunidades de negócio do Acordo de Paris. "Não pode haver volta atrás nos compromissos dos países desenvolvidos e não se pode tentar renegociar os termos do Acordo alcançado em Paris. Cada parte deverá assumir suas responsabilidades", advertiram em um comunicado conjunto Brasil, China, Índia e África do Sul.
7
Maternar: Vídeo mostra quem é a mulher mais linda do mundo para os nossos filhos
Depois da maternidade, muitas mães vivem em briga com o espelho. Não gostam das novas curvas, dos novos seios após terem nutrido por meses - ou anos - seus bebês. Apesar de todos os padrões de belezas impostos pela mídia ... Leia post completo no blog
cotidiano
Maternar: Vídeo mostra quem é a mulher mais linda do mundo para os nossos filhosDepois da maternidade, muitas mães vivem em briga com o espelho. Não gostam das novas curvas, dos novos seios após terem nutrido por meses - ou anos - seus bebês. Apesar de todos os padrões de belezas impostos pela mídia ... Leia post completo no blog
6
Novos ciclos
Apesar da recessão que se aprofunda, tudo indica que o Comitê de Política Monetária elevará novamente a taxa Selic em seu encontro de hoje. Que o Brasil continue com o título de campeão mundial de juros altos na atual conjuntura é testemunho dos erros de gestão acumulados nos últimos anos. A expectativa da maior parte dos analistas aponta para alta de 0,5 ponto percentual, o que levaria a taxa básica de juros para 13,25%. Seria uma maneira de o Banco Central desestimular a circulação de dinheiro a fim de conter a inflação. Ou seja, mesmo com o PIB andando para trás, a difícil situação do país impõe a adoção de medidas capazes de esfriar ainda mais a atividade econômica –por exemplo, porque a correção dos preços administrados deve fazer a inflação superar 8% neste ano. Talvez exista, porém, um ângulo positivo: o ciclo de aperto monetário parece se aproximar do final. O ajuste recessivo em curso logo deve começar a produzir efeitos. Por enquanto, continuam em baixa os índices de confiança de vários setores empresariais e do consumidor; presumem-se, pois, novas reduções da produção industrial, das vendas no varejo e da concessão de crédito. O cenário também é negativo no mercado de trabalho. A taxa de desemprego alcançou 6,2% em março, 1,2 ponto percentual a mais que no mesmo período de 2014. Com isso, as pressões salariais diminuem –resultado indesejável, mas inevitável com a produtividade estagnada. Os rendimentos (ajustados pela inflação) tiveram queda de 3% no mês passado, pior desempenho desde 2004. Nesse quadro desalentador, a inflação do setor de serviços, ainda em 8%, deve começar a cair. Esse será o fator determinante para o BC mudar a trajetória dos juros. Existem sinais de que o ambiente econômico poderá melhorar dentro de alguns meses. A acomodação da cotação do dólar e a redução nos juros de longo prazo refletem a expectativa de que o governo realizará, se não todo, um bom pedaço do ajuste das contas públicas proposto para este ano. Também contribuiu a publicação do balanço da Petrobras. Eliminou-se o risco de antecipação das dívidas da empresa, o que obrigaria o Tesouro a socorrê-la. A trégua, sem dúvida, pode se provar curta: a tibieza da economia continuará minando as receitas do governo no horizonte próximo e não está garantida a aprovação do ajuste no Congresso. Se há esse risco, ele serve como lembrança de que, para se consolidar um quadro positivo, a agenda atual não bastará. Será preciso mobilizar o país para um ciclo de investimentos e ganhos de produtividade –mas, infelizmente, não se vê ação do governo nesse sentido.
opiniao
Novos ciclosApesar da recessão que se aprofunda, tudo indica que o Comitê de Política Monetária elevará novamente a taxa Selic em seu encontro de hoje. Que o Brasil continue com o título de campeão mundial de juros altos na atual conjuntura é testemunho dos erros de gestão acumulados nos últimos anos. A expectativa da maior parte dos analistas aponta para alta de 0,5 ponto percentual, o que levaria a taxa básica de juros para 13,25%. Seria uma maneira de o Banco Central desestimular a circulação de dinheiro a fim de conter a inflação. Ou seja, mesmo com o PIB andando para trás, a difícil situação do país impõe a adoção de medidas capazes de esfriar ainda mais a atividade econômica –por exemplo, porque a correção dos preços administrados deve fazer a inflação superar 8% neste ano. Talvez exista, porém, um ângulo positivo: o ciclo de aperto monetário parece se aproximar do final. O ajuste recessivo em curso logo deve começar a produzir efeitos. Por enquanto, continuam em baixa os índices de confiança de vários setores empresariais e do consumidor; presumem-se, pois, novas reduções da produção industrial, das vendas no varejo e da concessão de crédito. O cenário também é negativo no mercado de trabalho. A taxa de desemprego alcançou 6,2% em março, 1,2 ponto percentual a mais que no mesmo período de 2014. Com isso, as pressões salariais diminuem –resultado indesejável, mas inevitável com a produtividade estagnada. Os rendimentos (ajustados pela inflação) tiveram queda de 3% no mês passado, pior desempenho desde 2004. Nesse quadro desalentador, a inflação do setor de serviços, ainda em 8%, deve começar a cair. Esse será o fator determinante para o BC mudar a trajetória dos juros. Existem sinais de que o ambiente econômico poderá melhorar dentro de alguns meses. A acomodação da cotação do dólar e a redução nos juros de longo prazo refletem a expectativa de que o governo realizará, se não todo, um bom pedaço do ajuste das contas públicas proposto para este ano. Também contribuiu a publicação do balanço da Petrobras. Eliminou-se o risco de antecipação das dívidas da empresa, o que obrigaria o Tesouro a socorrê-la. A trégua, sem dúvida, pode se provar curta: a tibieza da economia continuará minando as receitas do governo no horizonte próximo e não está garantida a aprovação do ajuste no Congresso. Se há esse risco, ele serve como lembrança de que, para se consolidar um quadro positivo, a agenda atual não bastará. Será preciso mobilizar o país para um ciclo de investimentos e ganhos de produtividade –mas, infelizmente, não se vê ação do governo nesse sentido.
14
Janot denuncia Ricardo Pessoa, dono da UTC, ao Supremo Tribunal Federal
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta sexta-feira (4) ao STF (Supremo Tribunal Federal) a primeira denúncia contra um empreiteiro envolvido no esquema de corrupção da Petrobras. O alvo é o dono da UTC Ricardo pessoa, apontado como chefe do cartel de empreiteiras que se uniu para participar dos desvios na estatal, que é acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Pessoa foi denunciado junto com o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e seu pai, o senador Benedito de Lira (PP-AL). Arthur e Benedito já haviam sido indiciados pela Polícia Federal. A Procuradoria Geral da República cobra dos três devolução de R$ 2,6 milhões por causa dos desvios e uma reparação de R$ 5,2 milhões por conta dos crimes no esquema de corrupção. No documento, Janot afirma que "identificou-se ainda o envolvimento direto e intenso no pagamento de propinas por parte de Ricardo Pessoa" aos congressistas. A denúncia revela ainda alguns depoimentos da delação premiada de Pessoa. Em um deles, Pessoa conta que Arthur Lira lhe telefonou e foi ao seu escritório em São Paulo pedir doações "de maneira bastante incisiva e assertiva". Segundo Pessoa, Arthur Lira lhe disse: "Você está trabalhando na Petrobras e para continuar assim deverá continuar colaborando", e pediu R$ 1 milhão "de forma bastante contundente". "Arthur Lira deixou bastante claro que a continuidade dos pagamentos era uma condição para que as 'portas' da Petrobras permanecessem abertas", declarou o empreiteiro. Em outro depoimento, o dono da UTC diz que o doleiro Alberto Youssef marcou uma reunião na qual estava presente o senador Benedito de Lira. "Após Benedito de Lira pedir o dinheiro para campanha, Alberto Youssef disse, na frente de Benedito de Lira: 'Você pode pagar a ele e descontar de mim'", relatou Pessoa. Em seu entendimento, isto significou que Youssef permitiu que a doação fosse descontada dos acertos de propina referentes às obras na Petrobras. Além desta primeira ação no Supremo, Pessoa também já é alvo de outras duas denúncias na Lava Jato, só que na primeira instância, antes de ele ter assinado a colaboração premiada. A denúncia diz ainda que uma anotação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa mostra que o PP recebeu R$ 28,5 milhões do esquema. Pessoa foi preso a pedido do juiz Sérgio Moro em novembro do ano passado e depois consegui ir para prisão domiciliar por autorização do STF. Ele fechou acordo de delação premiada e se tornou um dos principais colaboradores. Ele teria implicado aos investigadores ministros do governo Dilma e políticos de partidos aliados.
poder
Janot denuncia Ricardo Pessoa, dono da UTC, ao Supremo Tribunal FederalO procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta sexta-feira (4) ao STF (Supremo Tribunal Federal) a primeira denúncia contra um empreiteiro envolvido no esquema de corrupção da Petrobras. O alvo é o dono da UTC Ricardo pessoa, apontado como chefe do cartel de empreiteiras que se uniu para participar dos desvios na estatal, que é acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Pessoa foi denunciado junto com o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e seu pai, o senador Benedito de Lira (PP-AL). Arthur e Benedito já haviam sido indiciados pela Polícia Federal. A Procuradoria Geral da República cobra dos três devolução de R$ 2,6 milhões por causa dos desvios e uma reparação de R$ 5,2 milhões por conta dos crimes no esquema de corrupção. No documento, Janot afirma que "identificou-se ainda o envolvimento direto e intenso no pagamento de propinas por parte de Ricardo Pessoa" aos congressistas. A denúncia revela ainda alguns depoimentos da delação premiada de Pessoa. Em um deles, Pessoa conta que Arthur Lira lhe telefonou e foi ao seu escritório em São Paulo pedir doações "de maneira bastante incisiva e assertiva". Segundo Pessoa, Arthur Lira lhe disse: "Você está trabalhando na Petrobras e para continuar assim deverá continuar colaborando", e pediu R$ 1 milhão "de forma bastante contundente". "Arthur Lira deixou bastante claro que a continuidade dos pagamentos era uma condição para que as 'portas' da Petrobras permanecessem abertas", declarou o empreiteiro. Em outro depoimento, o dono da UTC diz que o doleiro Alberto Youssef marcou uma reunião na qual estava presente o senador Benedito de Lira. "Após Benedito de Lira pedir o dinheiro para campanha, Alberto Youssef disse, na frente de Benedito de Lira: 'Você pode pagar a ele e descontar de mim'", relatou Pessoa. Em seu entendimento, isto significou que Youssef permitiu que a doação fosse descontada dos acertos de propina referentes às obras na Petrobras. Além desta primeira ação no Supremo, Pessoa também já é alvo de outras duas denúncias na Lava Jato, só que na primeira instância, antes de ele ter assinado a colaboração premiada. A denúncia diz ainda que uma anotação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa mostra que o PP recebeu R$ 28,5 milhões do esquema. Pessoa foi preso a pedido do juiz Sérgio Moro em novembro do ano passado e depois consegui ir para prisão domiciliar por autorização do STF. Ele fechou acordo de delação premiada e se tornou um dos principais colaboradores. Ele teria implicado aos investigadores ministros do governo Dilma e políticos de partidos aliados.
0
Navio de minério de ferro afunda com 22 tripulantes no Uruguai
Um navio com 260 mil toneladas de minério de ferro da Vale afundou em frente à costa do Uruguai na última sexta-feira (31). O navio levava a commodity do Terminal de Guaíba, no Rio, para a China. De acordo com a agência Reuters, 22 pessoas estavam a bordo. Dois tripulantes filipinos foram resgatados em um bote salva-vidas no sábado, mas outros botes estavam vazios, segundo a agência de notícias Yonhap da Coreia do Sul. Depois de realizar buscas durante o fim de semana, a Marinha uruguaia afirmou na manhã desta segunda (3) que estava perdendo a esperança de encontrar novos sobreviventes. O navio StellarDaisy pertencia à coreana Polaris Shipping e foi contratado pela Vale para levar o minério. Tinha 340 metros de comprimento e capacidade para transportar 266 mil toneladas de minério de ferro. A Vale disse que a carga estava coberta por seguro.
mercado
Navio de minério de ferro afunda com 22 tripulantes no UruguaiUm navio com 260 mil toneladas de minério de ferro da Vale afundou em frente à costa do Uruguai na última sexta-feira (31). O navio levava a commodity do Terminal de Guaíba, no Rio, para a China. De acordo com a agência Reuters, 22 pessoas estavam a bordo. Dois tripulantes filipinos foram resgatados em um bote salva-vidas no sábado, mas outros botes estavam vazios, segundo a agência de notícias Yonhap da Coreia do Sul. Depois de realizar buscas durante o fim de semana, a Marinha uruguaia afirmou na manhã desta segunda (3) que estava perdendo a esperança de encontrar novos sobreviventes. O navio StellarDaisy pertencia à coreana Polaris Shipping e foi contratado pela Vale para levar o minério. Tinha 340 metros de comprimento e capacidade para transportar 266 mil toneladas de minério de ferro. A Vale disse que a carga estava coberta por seguro.
2
Manifestante tenta parar dois tanques na Turquia, é atropelado, mas sai vivo
Imagens de câmeras de circuito interno mostram um manifestante sendo atropelado duas vezes por tanques na Turquia durante a fracassada tentativa de golpe de Estado na semana passada. Sabri Unal, que apoia o governo do presidente Recep Tayyip Erdogan, conseguiu escapar, mas teve um cotovelo quebrado e foi levado para um hospital em Istambul. "Eu só tinha três pedras para enfrentar o [primeiro] tanque. Joguei as pedras e fiz sinal para pararem", contou Unal à agência de notícias turca DHA. "Mas o tanque não parou. Aí vi que ia me atropelar e me joguei no meio [das esteiras]." O manifestante teve o cotovelo quebrado quando o segundo tanque passou por cima dele. A violência durante a fracassada tentativa de golpe resultou na morte de pelo menos 240 pessoas, segundo informações oficiais. O país declarou estado de emergência por três meses. Durante esse período, o Executivo poderá aprovar novas leis sem o Parlamento e limitar liberdades da população.
mundo
Manifestante tenta parar dois tanques na Turquia, é atropelado, mas sai vivoImagens de câmeras de circuito interno mostram um manifestante sendo atropelado duas vezes por tanques na Turquia durante a fracassada tentativa de golpe de Estado na semana passada. Sabri Unal, que apoia o governo do presidente Recep Tayyip Erdogan, conseguiu escapar, mas teve um cotovelo quebrado e foi levado para um hospital em Istambul. "Eu só tinha três pedras para enfrentar o [primeiro] tanque. Joguei as pedras e fiz sinal para pararem", contou Unal à agência de notícias turca DHA. "Mas o tanque não parou. Aí vi que ia me atropelar e me joguei no meio [das esteiras]." O manifestante teve o cotovelo quebrado quando o segundo tanque passou por cima dele. A violência durante a fracassada tentativa de golpe resultou na morte de pelo menos 240 pessoas, segundo informações oficiais. O país declarou estado de emergência por três meses. Durante esse período, o Executivo poderá aprovar novas leis sem o Parlamento e limitar liberdades da população.
3
Em premiação em Nova York, Doria é saudado como possível candidato
Na noite desta terça-feira (16), o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), foi homenageado em jantar de gala, em Nova York, numa cerimônia que marcou a entrega do prêmio Homem do Ano ("Person of the Year"), oferecido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. O evento teve ares de apoio à candidatura do tucano à Presidência, em 2018. Em discurso para cerca de mil convidados, Doria citou repetidamente o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também presente ao evento, e atacou o ex-presidente Lula "e asseclas", ocasião em que foi aplaudido. As menções a Alckmin não estavam em versão de seu discurso apresentada por sua assessoria. Durante a tarde, Doria havia defendido, em entrevista à agência Bloomberg, que a escolha do candidato do PSDB ao Planalto fosse feita por meio de um processo interno da sigla. Questionado se aceitaria a indicação do partido, respondeu: "Respeitando a democracia, por que não?. A frase foi motivo de conversas entre os presentes. O publicitário Nizan Guanaes leu uma carta na qual o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz que o prefeito paulistano tem "inegável capacidade de comunicação". "Gestos e palavras são meios adequados para ser a chave da política contemporânea", escreveu o ex-presidente. Guanaes acrescentou que Doria não é apenas o homem do ano, "mas o homem dos anos que estão por vir". Foram exibidos vídeos da vitória na eleição municipal do ano passado. O presidente Michel Temer também enviou uma saudação pelo prêmio. O jantar reuniu pesos-pesados do setor financeiro, como Murilo Portugal, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, Roberto Setubal, acionista e presidente do Conselho do Itaú, e Sérgio Rial, presidente do Santander no Brasil. Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, também participou da homenagem. Em sua fala, Doria prometeu uma "grande virada" na cidade a partir da efetivação de seu amplo programa de privatizações. Entre os bens que podem ser vendidos ou concedidos à iniciativa privada citou "autódromo, centro de convenções, serviço funerário, mercados municipais, terminais de ônibus, estádio de futebol, terrenos e propriedades inúteis". "Esperamos arrecadar mais de US$ 2,5 bilhões com a venda e concessão desses ativos", estimou. O tucano assumiu o compromisso de destinar os recursos a um fundo municipal voltado para investimentos "prioritariamente em saúde, educação, habitação popular, serviços e obras para a cidade". O jornalista PAULO GAMA viajou a convite do Lide
poder
Em premiação em Nova York, Doria é saudado como possível candidatoNa noite desta terça-feira (16), o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), foi homenageado em jantar de gala, em Nova York, numa cerimônia que marcou a entrega do prêmio Homem do Ano ("Person of the Year"), oferecido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. O evento teve ares de apoio à candidatura do tucano à Presidência, em 2018. Em discurso para cerca de mil convidados, Doria citou repetidamente o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também presente ao evento, e atacou o ex-presidente Lula "e asseclas", ocasião em que foi aplaudido. As menções a Alckmin não estavam em versão de seu discurso apresentada por sua assessoria. Durante a tarde, Doria havia defendido, em entrevista à agência Bloomberg, que a escolha do candidato do PSDB ao Planalto fosse feita por meio de um processo interno da sigla. Questionado se aceitaria a indicação do partido, respondeu: "Respeitando a democracia, por que não?. A frase foi motivo de conversas entre os presentes. O publicitário Nizan Guanaes leu uma carta na qual o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz que o prefeito paulistano tem "inegável capacidade de comunicação". "Gestos e palavras são meios adequados para ser a chave da política contemporânea", escreveu o ex-presidente. Guanaes acrescentou que Doria não é apenas o homem do ano, "mas o homem dos anos que estão por vir". Foram exibidos vídeos da vitória na eleição municipal do ano passado. O presidente Michel Temer também enviou uma saudação pelo prêmio. O jantar reuniu pesos-pesados do setor financeiro, como Murilo Portugal, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, Roberto Setubal, acionista e presidente do Conselho do Itaú, e Sérgio Rial, presidente do Santander no Brasil. Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, também participou da homenagem. Em sua fala, Doria prometeu uma "grande virada" na cidade a partir da efetivação de seu amplo programa de privatizações. Entre os bens que podem ser vendidos ou concedidos à iniciativa privada citou "autódromo, centro de convenções, serviço funerário, mercados municipais, terminais de ônibus, estádio de futebol, terrenos e propriedades inúteis". "Esperamos arrecadar mais de US$ 2,5 bilhões com a venda e concessão desses ativos", estimou. O tucano assumiu o compromisso de destinar os recursos a um fundo municipal voltado para investimentos "prioritariamente em saúde, educação, habitação popular, serviços e obras para a cidade". O jornalista PAULO GAMA viajou a convite do Lide
0
Escritora Maria Valéria Rezende ganha prêmio Casa de Las Américas
A escritora paulista radicada na Paraíba Maria Valéria Rezende é a ganhadora do prêmio Casa de Las Américas, com seu romance "Outros Cantos" (Alfaguara), na categoria de literatura brasileira, anunciou o júri do troféu na noite desta quinta-feira (26). O poeta Armando Freitas Filho recebeu menção honrosa na mesma categoria, por seu livro "Rol" (Companhia das Letras). O jurados destacaram que o livro de Rezende "reflete sobre a substituição de valores éticos e humanos por uma sociedade consumista que sufoca manifestações populares e tradicionais".. "Noções arraigadas de um poder patriarcal, incorporadas pela comunidade, desafiam [a protagonista] e a fazem questionar seu papel de educadora. Sem dúvida, as dificuldades reafirmam o sentido de sua luta, apesar do rumo sombrio tomado pela política no Brasil", afirmou o júri, formado por Lúcia Bettencourt, Adriana Lisboa e Guiomar de Grammont. A autora é freira da Congregação de Nossa Senhora e, para escrever o romance, usou sua experiência como alfabetizadora de adultos. Ela ganhou o Jabuti de livro do ano de ficção, em 2015, por "Quarenta Dias" (Alfaguara).
ilustrada
Escritora Maria Valéria Rezende ganha prêmio Casa de Las AméricasA escritora paulista radicada na Paraíba Maria Valéria Rezende é a ganhadora do prêmio Casa de Las Américas, com seu romance "Outros Cantos" (Alfaguara), na categoria de literatura brasileira, anunciou o júri do troféu na noite desta quinta-feira (26). O poeta Armando Freitas Filho recebeu menção honrosa na mesma categoria, por seu livro "Rol" (Companhia das Letras). O jurados destacaram que o livro de Rezende "reflete sobre a substituição de valores éticos e humanos por uma sociedade consumista que sufoca manifestações populares e tradicionais".. "Noções arraigadas de um poder patriarcal, incorporadas pela comunidade, desafiam [a protagonista] e a fazem questionar seu papel de educadora. Sem dúvida, as dificuldades reafirmam o sentido de sua luta, apesar do rumo sombrio tomado pela política no Brasil", afirmou o júri, formado por Lúcia Bettencourt, Adriana Lisboa e Guiomar de Grammont. A autora é freira da Congregação de Nossa Senhora e, para escrever o romance, usou sua experiência como alfabetizadora de adultos. Ela ganhou o Jabuti de livro do ano de ficção, em 2015, por "Quarenta Dias" (Alfaguara).
1
Virada Cultural homenageia Inezita Barroso com festa junina
A programação do palco República, na Virada Cultural, será dedicada à cantora e compositora Inezita Barroso, que morreu em março, aos 90 anos. O evento, que oferece programação cultural gratuita durante 24 horas na cidade de São Paulo, acontece em 20 e 21 de junho. Batizado de "Arraiá da Inezita Barroso", o palco terá apresentações de representantes da música popular, da qual Inezita, que apresentou o programa "Viola, Minha Viola" na TV Cultura, foi considerada uma das principais representantes e divulgadoras. A Orquestra Paulistana de Viola Caipira inicia a programação no sábado (20). Também foram escalados os irmãs Zé Mulato e Cassiano, de Minas Gerais, os paulistas Pedro Bento e Zé Estrada, além do grupo Matuto Moderno e do trio Wandi Dorattiotto. Na terça-feira (2), a prefeitura anunciou outra homenagem feita pela Virada Cultural: a Jovem Guarda, que completa 50 anos em 2015. Apresentam-se no palco da avenida São João Jerry Adriani, Wanderléa e Erasmo Carlos, além de Leno e Lilian, Golden Boys, Paulo Cesar Barros (da banda Renato e Seus Blue Caps), Os Incríveis e Ronald, da dupla Os Vips. Pela terceira vez, a programação da Virada é elaborada por um conselho de curadores - entre eles, o chef Alex Atala. Neste ano, o evento recebe um evento paralelo para homenagear Portugal, no Parque Ibirapuera, e o Dia da Música, inspirado em um festival francês.
ilustrada
Virada Cultural homenageia Inezita Barroso com festa juninaA programação do palco República, na Virada Cultural, será dedicada à cantora e compositora Inezita Barroso, que morreu em março, aos 90 anos. O evento, que oferece programação cultural gratuita durante 24 horas na cidade de São Paulo, acontece em 20 e 21 de junho. Batizado de "Arraiá da Inezita Barroso", o palco terá apresentações de representantes da música popular, da qual Inezita, que apresentou o programa "Viola, Minha Viola" na TV Cultura, foi considerada uma das principais representantes e divulgadoras. A Orquestra Paulistana de Viola Caipira inicia a programação no sábado (20). Também foram escalados os irmãs Zé Mulato e Cassiano, de Minas Gerais, os paulistas Pedro Bento e Zé Estrada, além do grupo Matuto Moderno e do trio Wandi Dorattiotto. Na terça-feira (2), a prefeitura anunciou outra homenagem feita pela Virada Cultural: a Jovem Guarda, que completa 50 anos em 2015. Apresentam-se no palco da avenida São João Jerry Adriani, Wanderléa e Erasmo Carlos, além de Leno e Lilian, Golden Boys, Paulo Cesar Barros (da banda Renato e Seus Blue Caps), Os Incríveis e Ronald, da dupla Os Vips. Pela terceira vez, a programação da Virada é elaborada por um conselho de curadores - entre eles, o chef Alex Atala. Neste ano, o evento recebe um evento paralelo para homenagear Portugal, no Parque Ibirapuera, e o Dia da Música, inspirado em um festival francês.
1
Ministra belga renuncia ao ser acusada de ignorar relatórios de segurança
Nesta sexta (15), três semanas após os atentados em Bruxelas, a ministra dos transportes belga, Jacqueline Galant, renunciou ao cargo, acusada de ignorar relatórios que advertiam para graves problemas na segurança dos aeroportos do país. A ministra enfrentava críticas desde os ataques terroristas no aeroporto da capital belga e em uma estação de metrô que mataram 32 pessoas e deixaram 270 feridos. As ações foram reivindicadas pelo Estado Islâmico. Os documentos da Comissão Europeia apontavam "sérias deficiências" na segurança, incluindo a detecção de artefatos explosivos. O último relatório, de abril de 2015, emitido após uma visita ao aeroporto da Antuérpia, afirmava que a Bélgica seguia "sem se adequar" às regras. Galant negou ter recebido as avaliações críticas da Comissão Europeia, mas um funcionário de alto escalão de sua administração, Laurent Ledoux, que renunciou na quinta-feira (14), afirmou que havia alertado o gabinete da ministra e pedido, em vão, meios adicionais para a segurança dos aeroportos. Ledoux disse que, a pedido dele, "foi organizada uma reunião no dia 27 de março de 2015 com o gabinete [da ministra] para discutir os resultados preliminares da auditoria da Comissão" e que o "relatório da auditoria foi transmitido ao gabinete" de Galant em 29 de junho do mesmo ano. O funcionário também pediu a um especialista independente dois relatórios sobre a segurança nos aeroportos após os atentados de janeiro de 2015 em Paris. "A ameaça de um atentado era no passado hipotética, mas a situação internacional nos impõe considerar esta probabilidade com maior atenção", escreveu o especialista, segundo o jornal belga "Libre Belgique", que publicou nesta sexta-feira alguns trechos do documento. Depois que sua renúncia foi confirmada, Galant disse estar "consternada com a encenação da renúncia" de Ledoux. "Em sua cruzada midiática, ele arrasta toda uma administração e a afunda em polêmicas", disse ela. A agora ex-ministra também acusou o funcionário de aproveitar "o clima de inquietação atual, marcado pelos terríveis atentados de 22 de março". "A confusão orquestrada e teatral destas últimas 48 horas me impedem de continuar", acrescentou. Até quinta-feira, o primeiro-ministro Charles Michel defendia a atuação de sua ministra, mas, nesta sexta-feira, anunciou que retirava seu apoio. Ainda não há a definição de quem ocupará o cargo, mas Michel afirma que um novo nome será indicado o quanto antes. O aeroporto de Bruxelas é um dos maiores da Europa, por onde passam cerca de 23,5 milhões de passageiros e 489 mil toneladas de carga. Zaventem conecta a capital da Bélgica a 226 destinos internacionais, envolvendo 77 companhias aéreas diferentes.
mundo
Ministra belga renuncia ao ser acusada de ignorar relatórios de segurançaNesta sexta (15), três semanas após os atentados em Bruxelas, a ministra dos transportes belga, Jacqueline Galant, renunciou ao cargo, acusada de ignorar relatórios que advertiam para graves problemas na segurança dos aeroportos do país. A ministra enfrentava críticas desde os ataques terroristas no aeroporto da capital belga e em uma estação de metrô que mataram 32 pessoas e deixaram 270 feridos. As ações foram reivindicadas pelo Estado Islâmico. Os documentos da Comissão Europeia apontavam "sérias deficiências" na segurança, incluindo a detecção de artefatos explosivos. O último relatório, de abril de 2015, emitido após uma visita ao aeroporto da Antuérpia, afirmava que a Bélgica seguia "sem se adequar" às regras. Galant negou ter recebido as avaliações críticas da Comissão Europeia, mas um funcionário de alto escalão de sua administração, Laurent Ledoux, que renunciou na quinta-feira (14), afirmou que havia alertado o gabinete da ministra e pedido, em vão, meios adicionais para a segurança dos aeroportos. Ledoux disse que, a pedido dele, "foi organizada uma reunião no dia 27 de março de 2015 com o gabinete [da ministra] para discutir os resultados preliminares da auditoria da Comissão" e que o "relatório da auditoria foi transmitido ao gabinete" de Galant em 29 de junho do mesmo ano. O funcionário também pediu a um especialista independente dois relatórios sobre a segurança nos aeroportos após os atentados de janeiro de 2015 em Paris. "A ameaça de um atentado era no passado hipotética, mas a situação internacional nos impõe considerar esta probabilidade com maior atenção", escreveu o especialista, segundo o jornal belga "Libre Belgique", que publicou nesta sexta-feira alguns trechos do documento. Depois que sua renúncia foi confirmada, Galant disse estar "consternada com a encenação da renúncia" de Ledoux. "Em sua cruzada midiática, ele arrasta toda uma administração e a afunda em polêmicas", disse ela. A agora ex-ministra também acusou o funcionário de aproveitar "o clima de inquietação atual, marcado pelos terríveis atentados de 22 de março". "A confusão orquestrada e teatral destas últimas 48 horas me impedem de continuar", acrescentou. Até quinta-feira, o primeiro-ministro Charles Michel defendia a atuação de sua ministra, mas, nesta sexta-feira, anunciou que retirava seu apoio. Ainda não há a definição de quem ocupará o cargo, mas Michel afirma que um novo nome será indicado o quanto antes. O aeroporto de Bruxelas é um dos maiores da Europa, por onde passam cerca de 23,5 milhões de passageiros e 489 mil toneladas de carga. Zaventem conecta a capital da Bélgica a 226 destinos internacionais, envolvendo 77 companhias aéreas diferentes.
3
Aviso
Excepcionalmente, a colunista não escreve nesta sexta-feira (9).
colunas
AvisoExcepcionalmente, a colunista não escreve nesta sexta-feira (9).
10
Em 'Gira', Grupo Corpo se inspira em Exu e dança ao som de Metá Metá
É no palco nu, preto, riscado por feixes de luz que o Grupo Corpo busca a ligação entre o espiritual e o terreno. "Gira", coreografia que a companhia mineira estreia nesta sexta-feira (4), abrindo a temporada de dança do teatro Alfa, é uma ode aos ritos da umbanda, em especial à figura de Exu, considerado o orixá mais humano. A proposta da temática veio do trio Metá Metá, convidado pelo Corpo a criar a trilha sonora do espetáculo. "Talvez por Exu ser a energia que faz os corpos se moverem, é o deus da dinâmica e do movimento, pensamos nos bailarinos e bailarinas", explica Kiko Dinucci, que integra a banda ao lado de Juçara Marçal e Thiago França. Foram três versões do disco até chegarem ao resultado final, "para que a gente não focasse só a música e deixasse espaço aos demais elementos do espetáculo", diz Kiko. "Tivemos que pensar a composição de um modo diferente [do que fazem com os discos], com as ideias se desenvolvendo com mais calma." A música do trio, uma mescla de influências africanas e jazzísticas, contou com as participações de Nuno Ramos (autor de uma das letras) e de Elza Soares, que canta em duas faixas. Sua voz rouca prenuncia os ritos de Exu: "chão, céu, caos". Gira Na pesquisa de "Gira" (nome dado às rodas de culto a entidades da umbanda), os irmãos Rodrigo e Paulo Pederneiras, respectivamente coreógrafo e diretor do Corpo, incluíram visitas a terreiros. "Eu era um ignorante total e absoluto [da umbanda]. Agora sou um frequentador assíduo", diz Rodrigo, que ainda hoje continua a visitar terreiros de Belo Horizonte. Mas, em "Gira", o coreógrafo evitou ser literal nas referências a ritos. "Seria muito óbvio se eu começasse a usar, por exemplo, dança afro. É uma tentação. Na verdade, a gente foi pegando pequenas coisas de cada entidade." Os movimentos tradicionais do Corpo, como o quadril quebrado e os pés rápidos, continuam lá. Mas são pincelados por gestos de matiz afro-brasileira, como um impulso de ombros e tronco. Há ainda momentos que lembram um transe, acompanhados de um solo do sax de França. Para esse terreiro de dança, Paulo buscou uma cenografia limpa, "praticamente o nada", como define. O palco preto é pontuado apenas por luz. Já os bailarinos nunca saem completamente de cena. Quando não estão dançando, sentam-se em cadeiras ao fundo e nas laterais do palco, cobrindo-se com um véu preto. Sobre suas cabeças, uma lâmpada marca suas posições. "Ali é o plano da escuridão, das trevas", afirma Paulo. "Quando as entidades [representadas pelos bailarinos] são convidadas para essa gira, para essa festa, saem dali e dançam na zona de luz." No programa –que depois de São Paulo segue para o Rio (23 a 27/8), Belo Horizonte (2 a 6/9) e Porto Alegre (7 e 8/10)– também será apresentada "Bach", coreografia de 1996. Com versões de Marco Antônio Guimarães para composições de Johann Sebastian Bach (1685-1750), o espetáculo reúne os barrocos alemão e mineiro, mesclando tons de azul, preto e dourado sobre o palco e os figurinos e com os bailarinos se dependurando em estruturas metálicas, semelhantes a tubos de um órgão, que pendem do teto. AREJAR Ainda à frente das criações do Corpo, Rodrigo anunciou há três anos que irá "passar o bastão". A bailarina Cassi Abranches, sua nora, é cotada para assumir. Mas isso não significa um desligamento do grupo, afirma o coreógrafo. "Não quero parar de trabalhar totalmente. Mas estou ficando velho, estou com 62 anos. Está na hora de trazer gente nova. Tem que arejar", diz ele, que passou por duas cirurgias no joelho direito e uma no esquerdo. Gira Aos 42 anos, a companhia também vem se equilibrando para manter o orçamento anual de R$ 15 milhões –R$ 10 milhões de patrocínios e o restante de recursos próprios. Com a crise na Petrobras, que por muitos anos foi a única patrocinadora do Corpo, a estatal vem reduzindo desde 2013 a verba destinada ao grupo. Hoje a empresa e o governo do Estado de Minas Gerais dividem igualmente 60% da receita de patrocínios. "A gente passou por um período complicado. Não está fácil, mas deu para dar uma respiradinha", diz Rodrigo. No fim de 2016, a companhia buscou outro filão. Deu início ao programa Amigos do Corpo, no qual pessoas físicas podem fazer doações ao grupo e abater o valor do imposto de renda. Segundo Paulo, o mecenato já rende um retorno, ainda que tímido. A jornalista MARIA LUÍSA BARSANELLI viajou a convite do Grupo Corpo. * GIRA QUANDO qua. e qui., às 21h; sex., às 21h30; sáb., às 20h, dom., às 18h; até 13/8 ONDE Teatro Alfa, r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000 QUANTO R$ 50 a R$ 160 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
ilustrada
Em 'Gira', Grupo Corpo se inspira em Exu e dança ao som de Metá MetáÉ no palco nu, preto, riscado por feixes de luz que o Grupo Corpo busca a ligação entre o espiritual e o terreno. "Gira", coreografia que a companhia mineira estreia nesta sexta-feira (4), abrindo a temporada de dança do teatro Alfa, é uma ode aos ritos da umbanda, em especial à figura de Exu, considerado o orixá mais humano. A proposta da temática veio do trio Metá Metá, convidado pelo Corpo a criar a trilha sonora do espetáculo. "Talvez por Exu ser a energia que faz os corpos se moverem, é o deus da dinâmica e do movimento, pensamos nos bailarinos e bailarinas", explica Kiko Dinucci, que integra a banda ao lado de Juçara Marçal e Thiago França. Foram três versões do disco até chegarem ao resultado final, "para que a gente não focasse só a música e deixasse espaço aos demais elementos do espetáculo", diz Kiko. "Tivemos que pensar a composição de um modo diferente [do que fazem com os discos], com as ideias se desenvolvendo com mais calma." A música do trio, uma mescla de influências africanas e jazzísticas, contou com as participações de Nuno Ramos (autor de uma das letras) e de Elza Soares, que canta em duas faixas. Sua voz rouca prenuncia os ritos de Exu: "chão, céu, caos". Gira Na pesquisa de "Gira" (nome dado às rodas de culto a entidades da umbanda), os irmãos Rodrigo e Paulo Pederneiras, respectivamente coreógrafo e diretor do Corpo, incluíram visitas a terreiros. "Eu era um ignorante total e absoluto [da umbanda]. Agora sou um frequentador assíduo", diz Rodrigo, que ainda hoje continua a visitar terreiros de Belo Horizonte. Mas, em "Gira", o coreógrafo evitou ser literal nas referências a ritos. "Seria muito óbvio se eu começasse a usar, por exemplo, dança afro. É uma tentação. Na verdade, a gente foi pegando pequenas coisas de cada entidade." Os movimentos tradicionais do Corpo, como o quadril quebrado e os pés rápidos, continuam lá. Mas são pincelados por gestos de matiz afro-brasileira, como um impulso de ombros e tronco. Há ainda momentos que lembram um transe, acompanhados de um solo do sax de França. Para esse terreiro de dança, Paulo buscou uma cenografia limpa, "praticamente o nada", como define. O palco preto é pontuado apenas por luz. Já os bailarinos nunca saem completamente de cena. Quando não estão dançando, sentam-se em cadeiras ao fundo e nas laterais do palco, cobrindo-se com um véu preto. Sobre suas cabeças, uma lâmpada marca suas posições. "Ali é o plano da escuridão, das trevas", afirma Paulo. "Quando as entidades [representadas pelos bailarinos] são convidadas para essa gira, para essa festa, saem dali e dançam na zona de luz." No programa –que depois de São Paulo segue para o Rio (23 a 27/8), Belo Horizonte (2 a 6/9) e Porto Alegre (7 e 8/10)– também será apresentada "Bach", coreografia de 1996. Com versões de Marco Antônio Guimarães para composições de Johann Sebastian Bach (1685-1750), o espetáculo reúne os barrocos alemão e mineiro, mesclando tons de azul, preto e dourado sobre o palco e os figurinos e com os bailarinos se dependurando em estruturas metálicas, semelhantes a tubos de um órgão, que pendem do teto. AREJAR Ainda à frente das criações do Corpo, Rodrigo anunciou há três anos que irá "passar o bastão". A bailarina Cassi Abranches, sua nora, é cotada para assumir. Mas isso não significa um desligamento do grupo, afirma o coreógrafo. "Não quero parar de trabalhar totalmente. Mas estou ficando velho, estou com 62 anos. Está na hora de trazer gente nova. Tem que arejar", diz ele, que passou por duas cirurgias no joelho direito e uma no esquerdo. Gira Aos 42 anos, a companhia também vem se equilibrando para manter o orçamento anual de R$ 15 milhões –R$ 10 milhões de patrocínios e o restante de recursos próprios. Com a crise na Petrobras, que por muitos anos foi a única patrocinadora do Corpo, a estatal vem reduzindo desde 2013 a verba destinada ao grupo. Hoje a empresa e o governo do Estado de Minas Gerais dividem igualmente 60% da receita de patrocínios. "A gente passou por um período complicado. Não está fácil, mas deu para dar uma respiradinha", diz Rodrigo. No fim de 2016, a companhia buscou outro filão. Deu início ao programa Amigos do Corpo, no qual pessoas físicas podem fazer doações ao grupo e abater o valor do imposto de renda. Segundo Paulo, o mecenato já rende um retorno, ainda que tímido. A jornalista MARIA LUÍSA BARSANELLI viajou a convite do Grupo Corpo. * GIRA QUANDO qua. e qui., às 21h; sex., às 21h30; sáb., às 20h, dom., às 18h; até 13/8 ONDE Teatro Alfa, r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000 QUANTO R$ 50 a R$ 160 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
1
Justiça determina afastamento do presidente da CBDA e 4 dirigentes
O juiz federal Heraldo Garcia Vitta, da 21ª Vara Cível, determinou o afastamento imediato do presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Coaracy Nunes, 78, após denúncia feita no mês passado pelo Ministério Público Federal em São Paulo sob acusação de improbidade administrativa. Cabe recurso à decisão. Além dele, também decidiu-se pelo afastamento dos seguintes integrantes da cúpula da CBDA, como era pedido pela procuradoria: o diretor financeiro, Sérgio Alvarenga, o diretor-executivo, Ricardo de Moura, e o coordenador técnico do polo aquático, Ricardo Cabral. O vice-presidente da confederação, Luiz Soares –que não havia sido citado na peça do MPF–, foi afastado porque o juiz considerou que "faz parte da Presidência". "Todas elas ficam proibidas de praticar quaisquer atos jurídicos em nome e em face da CBDA", afirmou a decisão. Moura era o candidato da situação para a eleição para presidência da entidade, que deve ocorrer no primeiro trimestre de 2017. O juiz determinou que o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), indique urgentemente "profissional idôneo, se possível de outras confederações esportivas, a fim de exercer funções administrativas e executivas da entidade, ou seja, a Presidência da CBDA". O despacho também determina que um outro profissional, nas mesmas condições, assuma o cargo de diretor financeiro. Por ora, o presidente do conselho fiscal da confederação vai exercer os dois cargos. O juiz federal indeferiu o pedido de indisponibilidade de bens móveis, como veículos e aplicações financeiras, que havia sido feito pelo Ministério Público Federal –o valor era de R$ 4,5 milhões para cada um dos integrantes da cúpula da entidade. Ele ainda questionou e ironizou o fato de Nunes comandar a confederação desde 1988. "Com o perdão da palavra, em vez de haver democracia na CBDA, parece haver monarquia institucionalizada, consolidada, por conta de perpetuidade na função diretiva", afirmou, no despacho. OUTRO LADO Procurado pela Folha, Nunes afirmou que a decisão se trata de um "absurdo" e é uma "palhaçada". "É um absurdo isso. Como um juiz pode declarar afastamento de alguém que não fez nada, não roubou?", disse. "Não tem nenhuma prova, porra nenhuma. Eu vou tomar, a partir de amanhã, providências imediatas, porque não esperava essa palhaçada. Isso, para mim, é uma grande palhaçada", emendou. Nunes disse que o advogado da CBDA, Marcelo Franklin, vai trabalhar para derrubar a medida cautelar. "Meu nome está sendo achincalhado. Vou para a CBDA amanhã [nesta terça, 25] e tomar as providências, todas as cabíveis. Vou até as últimas consequências." "A única coisa que posso acrescentar é que isso que estão fazendo é chantagem. Não é possível chamar todo mundo de ladrão. Não devo nada a ninguém, estou tranquilo. Nunca levei um tostão para casa", comentou. Franklin disse à reportagem que pediu, há mais de um mês, vista do processo ao juiz, mas não foi atendido. "Sempre tivemos total intenção de esclarecer as acusações. Despachei no dia 22 de setembro com este juiz [Heraldo Garcia Vitta], e eu tenho documentação que prova que essas acusações são infundadas. E, um mês depois, sai uma liminar violenta como essa", afirmou o advogado. "Decisão judicial se cumpre, mas também se recorre. Assim que receber a notificação, vamos apresentar as provas e espera-se que essa liminar seja revogada", complementou. O CASO Em setembro, o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo apresentou à Justiça ação contra o Nunes e Alvarenga por atos de improbidade administrativa. Eles eram suspeitos de fraudar licitação com verba federal para compra de material esportivo, em 2014, para atletas que disputaram os Jogos. A quantia desviada passaria de R$ 1,5 milhão, em valores atuais. Na ação, o MPF pedia o afastamento dos integrantes da CBDA dos cargos que ocupam e o bloqueio imediato de R$ 4,53 milhões em bens de cada um dos envolvidos. O esquema foi revelado pela Operação Águas Claras, que está em andamento há cerca de nove meses e partiu de uma denúncia feita por um ex-atleta do polo aquático, Wilson Mendes Caldeira. Segundo a Folha apurou, a investigação colheu depoimento de competidores de outras modalidades aquáticas. Os nadadores Joanna Maranhão, Henrique Barbosa e o aposentado Eduardo Fischer foram ouvidos pela procuradora Thaméa Danelon Valiengo, que conduz o inquérito -jogadores de polo aquático também falaram. Segundo a procuradoria, o dinheiro desviado deveria ter sido destinado aos atletas das maratonas aquáticas, nado sincronizado e polo aquático na preparação para a Rio-2016 por meio de um convênio firmado com o Ministério do Esporte em 2012. Do total de R$ 1,56 milhão repassado, 79% (R$ 1,26 mi) foi pago a uma empresa de fachada, a Natação Comércio de Artigos Esportivos, principal beneficiária das fraudes. A sede da empresa está registrada em um endereço onde atualmente funciona um pet shop, no Alto da Lapa, na zona oeste de São Paulo. O imóvel pertence a Haller Ramos de Freitas Junior, que já foi sócio da Natação. Segundo o MPF, Haller seria o verdadeiro responsável por esta empresa, embora hoje ela esteja sob administração de outro fundador (José Nilton Cabral da Rocha). A petição indica que, para ganhar os contratos de convênio, a Natação e as outras quatro empresas relacionadas faziam parte de um esquema com a direção da CBDA. As investigações apuraram ainda que a Natação superfaturava serviços prestados à confederação.
esporte
Justiça determina afastamento do presidente da CBDA e 4 dirigentesO juiz federal Heraldo Garcia Vitta, da 21ª Vara Cível, determinou o afastamento imediato do presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Coaracy Nunes, 78, após denúncia feita no mês passado pelo Ministério Público Federal em São Paulo sob acusação de improbidade administrativa. Cabe recurso à decisão. Além dele, também decidiu-se pelo afastamento dos seguintes integrantes da cúpula da CBDA, como era pedido pela procuradoria: o diretor financeiro, Sérgio Alvarenga, o diretor-executivo, Ricardo de Moura, e o coordenador técnico do polo aquático, Ricardo Cabral. O vice-presidente da confederação, Luiz Soares –que não havia sido citado na peça do MPF–, foi afastado porque o juiz considerou que "faz parte da Presidência". "Todas elas ficam proibidas de praticar quaisquer atos jurídicos em nome e em face da CBDA", afirmou a decisão. Moura era o candidato da situação para a eleição para presidência da entidade, que deve ocorrer no primeiro trimestre de 2017. O juiz determinou que o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), indique urgentemente "profissional idôneo, se possível de outras confederações esportivas, a fim de exercer funções administrativas e executivas da entidade, ou seja, a Presidência da CBDA". O despacho também determina que um outro profissional, nas mesmas condições, assuma o cargo de diretor financeiro. Por ora, o presidente do conselho fiscal da confederação vai exercer os dois cargos. O juiz federal indeferiu o pedido de indisponibilidade de bens móveis, como veículos e aplicações financeiras, que havia sido feito pelo Ministério Público Federal –o valor era de R$ 4,5 milhões para cada um dos integrantes da cúpula da entidade. Ele ainda questionou e ironizou o fato de Nunes comandar a confederação desde 1988. "Com o perdão da palavra, em vez de haver democracia na CBDA, parece haver monarquia institucionalizada, consolidada, por conta de perpetuidade na função diretiva", afirmou, no despacho. OUTRO LADO Procurado pela Folha, Nunes afirmou que a decisão se trata de um "absurdo" e é uma "palhaçada". "É um absurdo isso. Como um juiz pode declarar afastamento de alguém que não fez nada, não roubou?", disse. "Não tem nenhuma prova, porra nenhuma. Eu vou tomar, a partir de amanhã, providências imediatas, porque não esperava essa palhaçada. Isso, para mim, é uma grande palhaçada", emendou. Nunes disse que o advogado da CBDA, Marcelo Franklin, vai trabalhar para derrubar a medida cautelar. "Meu nome está sendo achincalhado. Vou para a CBDA amanhã [nesta terça, 25] e tomar as providências, todas as cabíveis. Vou até as últimas consequências." "A única coisa que posso acrescentar é que isso que estão fazendo é chantagem. Não é possível chamar todo mundo de ladrão. Não devo nada a ninguém, estou tranquilo. Nunca levei um tostão para casa", comentou. Franklin disse à reportagem que pediu, há mais de um mês, vista do processo ao juiz, mas não foi atendido. "Sempre tivemos total intenção de esclarecer as acusações. Despachei no dia 22 de setembro com este juiz [Heraldo Garcia Vitta], e eu tenho documentação que prova que essas acusações são infundadas. E, um mês depois, sai uma liminar violenta como essa", afirmou o advogado. "Decisão judicial se cumpre, mas também se recorre. Assim que receber a notificação, vamos apresentar as provas e espera-se que essa liminar seja revogada", complementou. O CASO Em setembro, o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo apresentou à Justiça ação contra o Nunes e Alvarenga por atos de improbidade administrativa. Eles eram suspeitos de fraudar licitação com verba federal para compra de material esportivo, em 2014, para atletas que disputaram os Jogos. A quantia desviada passaria de R$ 1,5 milhão, em valores atuais. Na ação, o MPF pedia o afastamento dos integrantes da CBDA dos cargos que ocupam e o bloqueio imediato de R$ 4,53 milhões em bens de cada um dos envolvidos. O esquema foi revelado pela Operação Águas Claras, que está em andamento há cerca de nove meses e partiu de uma denúncia feita por um ex-atleta do polo aquático, Wilson Mendes Caldeira. Segundo a Folha apurou, a investigação colheu depoimento de competidores de outras modalidades aquáticas. Os nadadores Joanna Maranhão, Henrique Barbosa e o aposentado Eduardo Fischer foram ouvidos pela procuradora Thaméa Danelon Valiengo, que conduz o inquérito -jogadores de polo aquático também falaram. Segundo a procuradoria, o dinheiro desviado deveria ter sido destinado aos atletas das maratonas aquáticas, nado sincronizado e polo aquático na preparação para a Rio-2016 por meio de um convênio firmado com o Ministério do Esporte em 2012. Do total de R$ 1,56 milhão repassado, 79% (R$ 1,26 mi) foi pago a uma empresa de fachada, a Natação Comércio de Artigos Esportivos, principal beneficiária das fraudes. A sede da empresa está registrada em um endereço onde atualmente funciona um pet shop, no Alto da Lapa, na zona oeste de São Paulo. O imóvel pertence a Haller Ramos de Freitas Junior, que já foi sócio da Natação. Segundo o MPF, Haller seria o verdadeiro responsável por esta empresa, embora hoje ela esteja sob administração de outro fundador (José Nilton Cabral da Rocha). A petição indica que, para ganhar os contratos de convênio, a Natação e as outras quatro empresas relacionadas faziam parte de um esquema com a direção da CBDA. As investigações apuraram ainda que a Natação superfaturava serviços prestados à confederação.
4
'Bancada da bala' tenta tirar poderes de ouvidoria da polícia de SP
Um projeto do ex-comandante da PM de São Paulo coronel Alvaro Camilo (PSD) integrante da "bancada da bala" da Assembleia Legislativa, tenta reduzir os poderes e a autonomia da Ouvidoria da Polícia –órgão de controle da atividade policial. A proposta foi apresentada na semana passada, após declarações do ouvidor, Julio Cesar Fernandes Neves, que colocou sob suspeita a ação policial que terminou na morte de um menino de 10 anos, no Morumbi (zona oeste). "Este fato foi a gota d'água. Mas é pelo conjunto da obra", justifica Camilo, que integra a base de apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O projeto apresentado pelo coronel que comandou a PM –nas gestões José Serra, Alberto Goldman e Alckmin– deverá passar agora por comissões antes de ser votado na Assembleia Legislativa. Ele prevê mudanças na escolha do ouvidor e facilita a sua destituição do cargo. Camilo afirma já ter apoio de outros deputados ligados à área da segurança pública, como Coronel Telhada (PSDB) e Delegado Olim (PP). Pela proposta, não haverá mais poder do Condepe (Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana) de indicar nomes para a função. Esse conselho, formado por integrantes da sociedade civil, da Assembleia, Defensoria, OAB, Ministério Público e Justiça, é responsável pela indicação de uma lista tríplice –a partir da qual um representante é escolhido pelo governador do Estado. "Ele [Condepe] é um órgão importante, só que ele não tem sido feliz na escolha da lista de indicações para ouvidor", afirma Camilo. Além de delegar a escolha só ao governo, a proposta do deputado ainda prevê dispositivo que permite a exoneração do ouvidor no meio do seu mandato em caso de "abuso de poder, conduta incompatível ou grave omissão nos deveres da função". O ouvidor, após ser nomeado pelo governador, permanece atualmente no cargo por dois anos. Pode ser reconduzido por mais dois anos. Neste mês, Camilo enviou uma carta a Alckmin pedindo a exoneração do ouvidor Julio Cesar Fernandes Neves. O deputado diz que tem feito críticas desde 2015 porque "ele está prejulgando". "Sem ter conhecimento total dos fatos, ele vai até a mídia e faz críticas à Polícia Militar", afirma. "Eu sou a favor da Ouvidoria, sou a favor da transparência. Mas sou contra a pessoa despreparada para esse cargo." Neves diz que a proposta é uma clara tentativa de acabar com a independência da Ouvidoria e mostra como os oficiais da PM têm dificuldade de lidar com fiscalização. "Se isso prosperar, estamos colocando em risco a democracia", afirmou ele, advogado militante aos direitos humanos desde os anos 1970. O advogado Ariel de Castro Alves, integrante do Condepe e que concorreu à vaga de ouvidor, diz que a proposta é uma afronta aos direitos humanos. "Eles querem um ouvidor que só ouve e não fala nada. É uma censura. Isso não pode ser aceito. Abriria um precedente muito perigoso."
cotidiano
'Bancada da bala' tenta tirar poderes de ouvidoria da polícia de SPUm projeto do ex-comandante da PM de São Paulo coronel Alvaro Camilo (PSD) integrante da "bancada da bala" da Assembleia Legislativa, tenta reduzir os poderes e a autonomia da Ouvidoria da Polícia –órgão de controle da atividade policial. A proposta foi apresentada na semana passada, após declarações do ouvidor, Julio Cesar Fernandes Neves, que colocou sob suspeita a ação policial que terminou na morte de um menino de 10 anos, no Morumbi (zona oeste). "Este fato foi a gota d'água. Mas é pelo conjunto da obra", justifica Camilo, que integra a base de apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O projeto apresentado pelo coronel que comandou a PM –nas gestões José Serra, Alberto Goldman e Alckmin– deverá passar agora por comissões antes de ser votado na Assembleia Legislativa. Ele prevê mudanças na escolha do ouvidor e facilita a sua destituição do cargo. Camilo afirma já ter apoio de outros deputados ligados à área da segurança pública, como Coronel Telhada (PSDB) e Delegado Olim (PP). Pela proposta, não haverá mais poder do Condepe (Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana) de indicar nomes para a função. Esse conselho, formado por integrantes da sociedade civil, da Assembleia, Defensoria, OAB, Ministério Público e Justiça, é responsável pela indicação de uma lista tríplice –a partir da qual um representante é escolhido pelo governador do Estado. "Ele [Condepe] é um órgão importante, só que ele não tem sido feliz na escolha da lista de indicações para ouvidor", afirma Camilo. Além de delegar a escolha só ao governo, a proposta do deputado ainda prevê dispositivo que permite a exoneração do ouvidor no meio do seu mandato em caso de "abuso de poder, conduta incompatível ou grave omissão nos deveres da função". O ouvidor, após ser nomeado pelo governador, permanece atualmente no cargo por dois anos. Pode ser reconduzido por mais dois anos. Neste mês, Camilo enviou uma carta a Alckmin pedindo a exoneração do ouvidor Julio Cesar Fernandes Neves. O deputado diz que tem feito críticas desde 2015 porque "ele está prejulgando". "Sem ter conhecimento total dos fatos, ele vai até a mídia e faz críticas à Polícia Militar", afirma. "Eu sou a favor da Ouvidoria, sou a favor da transparência. Mas sou contra a pessoa despreparada para esse cargo." Neves diz que a proposta é uma clara tentativa de acabar com a independência da Ouvidoria e mostra como os oficiais da PM têm dificuldade de lidar com fiscalização. "Se isso prosperar, estamos colocando em risco a democracia", afirmou ele, advogado militante aos direitos humanos desde os anos 1970. O advogado Ariel de Castro Alves, integrante do Condepe e que concorreu à vaga de ouvidor, diz que a proposta é uma afronta aos direitos humanos. "Eles querem um ouvidor que só ouve e não fala nada. É uma censura. Isso não pode ser aceito. Abriria um precedente muito perigoso."
6
SPHOJE: 'Cristoteca Open Air' bloqueia via próxima à Paulista neste sábado
DE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA A alameda Ministro Rocha Azevedo será interditada entre a av. Paulista e a rua São Carlos do Pinhal das 17h às 22h deste sábado (12) para o evento "Cristoteca Open Air", festa religiosa com missa e música eletrônica. Os motoristas que vêm da região do Jardins, com destino ao centro, devem seguir pela Paulista e pela rua da Consolação. As ruas Helena Zerrener e Oscar Cintra, no bairro do Glicério, serão interditadas das 12h às 22h para um show promovido pela Secretaria Municipal de Cultura. Também na zona leste, a av. Deputado José Aristodemo Pinotti será bloqueada das 0h01 de sábado (12) às 6h de segunda (14) devido ao evento "Grito Cultural Reggae". A interdição será entre as avenidas Nordestina e Moacir Dantas Itapicuru. Dois trechos da rua Cayowaá têm alteração de sentido, em função de obras da linha laranja-6 do metrô. Entre as ruas Palestra Itália e Venâncio Ayres, será implantado o sentido duplo. Já no trecho da rua Dr. Homem de Melo para a rua João Ramalho tem implantação de sentido único. Fique atento! Vale lembrar: não há rodízio de veículos aos fins de semana. * TEMPO O dia segue nublado, mas sem chuva. A temperatura mínima cai para 11ºC, enquanto a máxima vai para 17ºC. * CULTURA E LAZER Os ingressos para o festival de música eletrônica Tomorrowland já podem ser comprados a partir deste sábado (12), ao meio-dia. Os bilhetes podem ser comprados pelo site e custam a partir de R$ 399 (entrada para apenas um dia de evento). O festival ocorre no parque Maeda, em Itu (interior de São Paulo), nos dias 21 e 24 de abril. Programe-se! O musical "Canção dos Direitos das Crianças" estreia, no Teatro Shopping Frei Caneca. O espetáculo conta com músicas compostas por Toquinho e Elifas Andreato para contar a história de crianças que trabalham o dia todo e cumprem ordens do Primeiro Ministro para manter sempre limpo o castelo da Rainha. Ingr.: R$ 60 No Espaço das Américas, Seu Jorge e Jorge Ben sobem ao palco para mais um show em conjunto. No repertório, hits como "Burguesinha", "País Tropical", "Chove Chuva" e "Carolina". Ingr.: R$ 160 a R$ 300 (inteira) A primeira edição do projeto InLoco acontece no apartamento da artista Nilva Campedelli, na avenida Paulista. Isso porque ela pretende transformar a própria casa em galeria de arte das 14h às 22h. Serão apresentadas 45 obras de 18 artistas, entre gravuras, fotografias e arte urbana. Ingr.: GRÁTIS Veja mais opções de como aproveitar o dia em SP no site do "Guia Folha" * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
saopaulo
SPHOJE: 'Cristoteca Open Air' bloqueia via próxima à Paulista neste sábadoDE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA A alameda Ministro Rocha Azevedo será interditada entre a av. Paulista e a rua São Carlos do Pinhal das 17h às 22h deste sábado (12) para o evento "Cristoteca Open Air", festa religiosa com missa e música eletrônica. Os motoristas que vêm da região do Jardins, com destino ao centro, devem seguir pela Paulista e pela rua da Consolação. As ruas Helena Zerrener e Oscar Cintra, no bairro do Glicério, serão interditadas das 12h às 22h para um show promovido pela Secretaria Municipal de Cultura. Também na zona leste, a av. Deputado José Aristodemo Pinotti será bloqueada das 0h01 de sábado (12) às 6h de segunda (14) devido ao evento "Grito Cultural Reggae". A interdição será entre as avenidas Nordestina e Moacir Dantas Itapicuru. Dois trechos da rua Cayowaá têm alteração de sentido, em função de obras da linha laranja-6 do metrô. Entre as ruas Palestra Itália e Venâncio Ayres, será implantado o sentido duplo. Já no trecho da rua Dr. Homem de Melo para a rua João Ramalho tem implantação de sentido único. Fique atento! Vale lembrar: não há rodízio de veículos aos fins de semana. * TEMPO O dia segue nublado, mas sem chuva. A temperatura mínima cai para 11ºC, enquanto a máxima vai para 17ºC. * CULTURA E LAZER Os ingressos para o festival de música eletrônica Tomorrowland já podem ser comprados a partir deste sábado (12), ao meio-dia. Os bilhetes podem ser comprados pelo site e custam a partir de R$ 399 (entrada para apenas um dia de evento). O festival ocorre no parque Maeda, em Itu (interior de São Paulo), nos dias 21 e 24 de abril. Programe-se! O musical "Canção dos Direitos das Crianças" estreia, no Teatro Shopping Frei Caneca. O espetáculo conta com músicas compostas por Toquinho e Elifas Andreato para contar a história de crianças que trabalham o dia todo e cumprem ordens do Primeiro Ministro para manter sempre limpo o castelo da Rainha. Ingr.: R$ 60 No Espaço das Américas, Seu Jorge e Jorge Ben sobem ao palco para mais um show em conjunto. No repertório, hits como "Burguesinha", "País Tropical", "Chove Chuva" e "Carolina". Ingr.: R$ 160 a R$ 300 (inteira) A primeira edição do projeto InLoco acontece no apartamento da artista Nilva Campedelli, na avenida Paulista. Isso porque ela pretende transformar a própria casa em galeria de arte das 14h às 22h. Serão apresentadas 45 obras de 18 artistas, entre gravuras, fotografias e arte urbana. Ingr.: GRÁTIS Veja mais opções de como aproveitar o dia em SP no site do "Guia Folha" * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
17
De frente para o crime, de costas para a favela
Na mira. É como se sentem milhões de moradores das favelas brasileiras, personagens de notícias diárias que envolvem tráfico de drogas, violência, miséria e pobreza. Na mira da polícia e na mira da imprensa, que insiste em manter quase indissolúvel o vínculo entre os termos favela e crime. "Na mira" era a expressão que estava na primeira página da Folha de 4 de julho, abaixo da foto aérea de uma favela e antes da seguinte legenda: "Projeto do prefeito de São Paulo, João Doria, pretende acabar com a favela do Moinho, apontada pela polícia como fornecedora de drogas para a cracolândia a 1 km dali; moradores seriam levados para outro local". O título da reportagem interna afirmava: "Doria quer remover favela fonte de drogas para cracolândia de São Paulo. O texto começava assim: "A Prefeitura de São Paulo pretende remover as famílias que moram na favela do Moinho, apontada pela polícia como a principal fornecedora de drogas para a cracolândia do centro de São Paulo. O projeto se tornou uma das prioridades da gestão João Doria (PSDB). O objetivo é sufocar o fluxo de usuários localizado a cerca de 1 km". A generalização é imprecisa e criminaliza todos os moradores. A leitora Margarida Gorecki resumiu o problema com proficiência: "A começar pelo título –ele parte de uma afirmação da polícia de que a favela é a tal 'fonte de drogas', o que passa a ideia de responsabilização do território e seus moradores, e não de uma cadeia complexa de tráfico. Na matéria, falam apenas que a favela é 'apontada pela polícia' como fonte de drogas, sem explicar exatamente como esse levantamento foi feito. Dá a entender que a comunidade é responsável e se for deslocada, mesmo que para áreas próximas, o problema acabará. O PCC não é mencionado". Pouco tenho a acrescentar. A favela pode abrigar traficantes, pode conter locais com drogas e armas escondidas, mas a comunidade não é a fornecedora de drogas. O editor do núcleo de Cidades, Eduardo Scolese, defende a opção editorial. "A afirmação da reportagem é baseada em investigações policiais e jornalísticas. O movimento de drogas da favela em direção à cracolândia é de conhecimento das polícias Civil e Militar de SP e dos repórteres que acompanham o dia a dia da cracolândia e dessa comunidade. Por isso o título assume, sim, que a favela é fonte de drogas para a cracolândia. Estamos falando de um local, e não dos moradores de forma generalizada." A resposta do editor não esconde que a reportagem padece também do mal de limitar-se exclusivamente a fontes oficiais –no caso, PM, Polícia Civil, prefeitura e órgãos públicos de habitação e trânsito. É evidente que uma das formas de evitar –ou diminuir– a criminalização das favelas no noticiário é a diversificação das fontes das reportagens. Ouvir moradores com mais frequência ajudaria a quebrar o estigma de que favelas são apenas territórios de medo, controlados por facções criminosas. No caso específico, a Folha demonstrou inapetência para criar narrativa mais plural e menos preconceituosa. Ao menos por precisão, cabe aos jornalistas fazer a distinção clara entre trabalhadores que moram em favela –reconhecidos como a maioria da população– e grupos com atitudes criminosas. Em sua história, a Folha demonstrou-se sensível ao tema. Em 2007, após o então governador fluminense Sérgio Cabral Filho (PMDB) referir-se à Rocinha como "fábrica de produzir marginal", o jornal publicou editorial em que definia o episódio como "lamentável insulto" e alertava para infeliz correlação automática entre favela e crime feita pelo governador. Afirmava o texto: "Tal correlação, é preciso ressaltar, se manifesta no pensamento de considerável fatia da população". E continuava: "Das planejadas ações de 'higienismo urbano', visando a varrer os mendigos das ruas, aos bárbaros ataques de jovens que incendeiam indigentes durante a noite, parecem surgir na sociedade brasileira sinais de uma perigosa fantasia: a da eliminação sumária de todos os contingentes que, mergulhados na miséria ou no crime, atestam o fracasso histórico das políticas de segurança pública e de inclusão social empreendidas no país". A editoria de Cotidiano derrapou numa causa que o jornal historicamente abraçou. Como alerta Jailson de Souza e Silva, do Observatório das Favelas, "a mídia contribui, mais do que qualquer outra instituição, para a consolidação e a difusão de conceitos estereotipados". A Folha precisa estar atenta, desafiar preconceitos e estimular a mudança de olhares conformados.
colunas
De frente para o crime, de costas para a favelaNa mira. É como se sentem milhões de moradores das favelas brasileiras, personagens de notícias diárias que envolvem tráfico de drogas, violência, miséria e pobreza. Na mira da polícia e na mira da imprensa, que insiste em manter quase indissolúvel o vínculo entre os termos favela e crime. "Na mira" era a expressão que estava na primeira página da Folha de 4 de julho, abaixo da foto aérea de uma favela e antes da seguinte legenda: "Projeto do prefeito de São Paulo, João Doria, pretende acabar com a favela do Moinho, apontada pela polícia como fornecedora de drogas para a cracolândia a 1 km dali; moradores seriam levados para outro local". O título da reportagem interna afirmava: "Doria quer remover favela fonte de drogas para cracolândia de São Paulo. O texto começava assim: "A Prefeitura de São Paulo pretende remover as famílias que moram na favela do Moinho, apontada pela polícia como a principal fornecedora de drogas para a cracolândia do centro de São Paulo. O projeto se tornou uma das prioridades da gestão João Doria (PSDB). O objetivo é sufocar o fluxo de usuários localizado a cerca de 1 km". A generalização é imprecisa e criminaliza todos os moradores. A leitora Margarida Gorecki resumiu o problema com proficiência: "A começar pelo título –ele parte de uma afirmação da polícia de que a favela é a tal 'fonte de drogas', o que passa a ideia de responsabilização do território e seus moradores, e não de uma cadeia complexa de tráfico. Na matéria, falam apenas que a favela é 'apontada pela polícia' como fonte de drogas, sem explicar exatamente como esse levantamento foi feito. Dá a entender que a comunidade é responsável e se for deslocada, mesmo que para áreas próximas, o problema acabará. O PCC não é mencionado". Pouco tenho a acrescentar. A favela pode abrigar traficantes, pode conter locais com drogas e armas escondidas, mas a comunidade não é a fornecedora de drogas. O editor do núcleo de Cidades, Eduardo Scolese, defende a opção editorial. "A afirmação da reportagem é baseada em investigações policiais e jornalísticas. O movimento de drogas da favela em direção à cracolândia é de conhecimento das polícias Civil e Militar de SP e dos repórteres que acompanham o dia a dia da cracolândia e dessa comunidade. Por isso o título assume, sim, que a favela é fonte de drogas para a cracolândia. Estamos falando de um local, e não dos moradores de forma generalizada." A resposta do editor não esconde que a reportagem padece também do mal de limitar-se exclusivamente a fontes oficiais –no caso, PM, Polícia Civil, prefeitura e órgãos públicos de habitação e trânsito. É evidente que uma das formas de evitar –ou diminuir– a criminalização das favelas no noticiário é a diversificação das fontes das reportagens. Ouvir moradores com mais frequência ajudaria a quebrar o estigma de que favelas são apenas territórios de medo, controlados por facções criminosas. No caso específico, a Folha demonstrou inapetência para criar narrativa mais plural e menos preconceituosa. Ao menos por precisão, cabe aos jornalistas fazer a distinção clara entre trabalhadores que moram em favela –reconhecidos como a maioria da população– e grupos com atitudes criminosas. Em sua história, a Folha demonstrou-se sensível ao tema. Em 2007, após o então governador fluminense Sérgio Cabral Filho (PMDB) referir-se à Rocinha como "fábrica de produzir marginal", o jornal publicou editorial em que definia o episódio como "lamentável insulto" e alertava para infeliz correlação automática entre favela e crime feita pelo governador. Afirmava o texto: "Tal correlação, é preciso ressaltar, se manifesta no pensamento de considerável fatia da população". E continuava: "Das planejadas ações de 'higienismo urbano', visando a varrer os mendigos das ruas, aos bárbaros ataques de jovens que incendeiam indigentes durante a noite, parecem surgir na sociedade brasileira sinais de uma perigosa fantasia: a da eliminação sumária de todos os contingentes que, mergulhados na miséria ou no crime, atestam o fracasso histórico das políticas de segurança pública e de inclusão social empreendidas no país". A editoria de Cotidiano derrapou numa causa que o jornal historicamente abraçou. Como alerta Jailson de Souza e Silva, do Observatório das Favelas, "a mídia contribui, mais do que qualquer outra instituição, para a consolidação e a difusão de conceitos estereotipados". A Folha precisa estar atenta, desafiar preconceitos e estimular a mudança de olhares conformados.
10
Deutsche Bank oferece lição dura sobre riscos em instituições bancárias
Todos os brancos são fracos, mas alguns são mais fracos do que os outros. Essa é a principal lição do tumulto nos mercados com relação ao Deutsche Bank. No entanto, também existem muitas outras lições a aprender: a abordagem adotada para punir bancos por suas falhas fica mais próxima de um tiro de espingarda que de um tiro de fuzil; e continua difícil recapitalizar bancos sem injeção de dinheiro público. Acima de tudo, mais de nove anos depois que a crise financeira mundial começou, a preocupação com a saúde do sistema financeiro continua significativa, especialmente na Europa. Isso não deve surpreender. Mas deveria perturbar. A causa imediata da fraqueza do Deutsche Bank é a demanda do Departamento da Justiça norte-americano por um pagamento de US$ 14 bilhões para encerrar seu processo contra o banco por supostos delitos na venda de títulos lastreados por hipotecas no mercado dos Estados Unidos. Mas o banco é estruturalmente fraco. Seu nome também é enganoso: já que lhe falta uma base sólida de varejo no fragmentado sistema bancário alemão, ele é principalmente um banco internacional de investimento, e assim semelhante ao Goldman Sachs. Em um esforço por reter alta lucratividade, o Deutsche Bank opera com alta alavancagem, em comparação com instituições semelhantes. Cerca de metade de seu US$ 1,8 trilhão em ativos está vinculada às suas atividades de investimento, e porção significativa desses ativos —um total de US$ 28,8 bilhões— não tem preço de mercado. Mesmo pelos padrões de seus pares, trata-se de um banco de alta alavancagem, com negócios duvidosos e ativos opacos. Assim, o que todo esse tumulto nos revela? Uma primeira lição é que os bancos continuam a ser negócios altamente frágeis. Por sua natureza, os bancos são entidades de alta alavancagem, com passivos ultralíquidos e ativos de liquidez muito menor. Os balanços de muitos bancos também são imensos. Os clientes veem o passivo líquido dos bancos como uma fonte completamente confiável de valor e meio de pagamento. Os bancos são também fortemente interconectados, diretamente, por intermédio das transações que executam uns com os outros, e indiretamente, via euforias e pânicos. Os altos retornos sobre o capital prometidos pelos bancos antes da crise dependiam de uma alta alavancagem, e com isso do apoio dos contribuintes em caso de um crash como o que veio acontecer. Mesmo os bancos fortes se beneficiam do apoio pós-crise aos seus pares mais fracos, porque isso ajuda a manter suas contrapartes à tona, e com elas todo o sistema. Quando instituições públicas foram arrastadas para o sistema como garantidoras de sua liquidez e solvência, também se viram forçadas a impor regulamentação ainda mais firme. O recente tumulto no mercado nos faz recordar de tudo isso. Uma segunda lição é que a maneira pela qual as autoridades regulatórias decidiram punir os bancos por seus muitos delitos é insatisfatória. É de fato razoável punir os acionistas pelos delitos dos bancos cujas ações eles detêm. Mas cabe duvidar se faz sentido impor uma punição tão pesada que ameace a sobrevivência de uma instituição. Muito mais importante, a ideia de que os acionistas controlam um banco é um mito. Quem controla os bancos são os gestores. O deprimente é que acionistas e alguns poucos funcionários de menor importância foram punidos, mas os responsáveis pelas decisões, nessas instituições, escaparam mais ou menos incólumes. De fato, essa é uma explicação para a ascensão de Donald Trump. O imenso tamanho da pena que as autoridades pretendem impor aos acionistas do Deutsche Bank expõe essa anomalia. Uma terceira lição é que os bancos continuam subcapitalizados, em relação à escala de seus balanços, como Anat Admati e Martin Hellwig apontaram. De maneira mais imediata, nos faltam meios confiáveis de retificar esse problema. Assim, embora os governos insistam em que não haverá mais resgates, pouca gente acredita nisso, especialmente no caso de um banco importante como o Deutsche. O Banco Central Europeu (BCE) propôs resgates temporários como opção. Mas é difícil acreditar que esses resgates possam ser revertidos. Na prática, os credores privados correriam e o governo terminaria como proprietário do banco em questão. Adam Lerrick, do American Enterprise Institute, propôs, em lugar disso, um plano alternativo: os credores privados seriam acionados para propiciar um resgate temporário. Seu plano começa pela necessidade de evitar novos resgates pelo governo. Um resgate temporários pelos credores elevaria o capital do banco a níveis adequados. Se o banco estiver sujeito a um pânico apenas temporário, poderia levantar capital novo quando as preocupações se atenuassem. O dinheiro dos credores, convertido em ações, poderia então ser reconvertido em títulos de dívida, à razão de um para um. Se levantar capital novo no futuro se provar impossível, porque a deficiência de capital é estrutural, o dinheiro envolvido no resgate seria capitalizado permanentemente. Para proteger os pequenos credores, só o excedente das posições de cada investidor, em valor, digamos, superior a US$ 200 mil, seria convertido em capital. A probabilidade de um resgate pelos credores e a possibilidade de que ele se torne permanente afetariam o preço dos papéis de dívida da instituição, como seria de esperar. Em resumo, os problemas dos bancos não desapareceram. Parte fundamental do perigo é que eles são instituições inerentemente frágeis. Também é provável que os balanços herdados dos excessos da era pré-crise ofereçam lucratividade insuficiente e por isso precisem ser reduzidos. O mais importante pode ser o impacto de novas tecnologias da informação e novos modelos de negócios sobre a saúde do setor bancário histórico, especialmente considerados os danos sofridos pela reputação dos bancos no que tange à probidade e competência. Muita gente adicionaria a tudo isso o impacto das políticas monetárias ultrafrouxas dos bancos centrais sobre os lucros dos bancos. Mas, diante disso, cabe lembrar que a situação reflete os problemas econômicos pós-crise. Se a política monetária fosse mais rígida, e com isso as economias fossem mais fracas do que estão hoje, o setor bancário —um setor alavancado e portanto frágil da economia como um todo— também seria mais fraco. Algum tempo atrás, o foco eram os bancos italianos. Hoje, é o Deutsche Bank. O mais provável é que os problemas do banco não deflagrem uma crise maior. Mas continua a existir risco para os bancos. A solução é garantir capital adequado a todo momento e, em sua ausência, títulos de dívida que atraiam os credores a participar de resgates. Na ausência dessas duas coisas, os bancos continuam sendo um acidente à espera de uma oportunidade. Tradução de PAULO MIGLIACCI
colunas
Deutsche Bank oferece lição dura sobre riscos em instituições bancáriasTodos os brancos são fracos, mas alguns são mais fracos do que os outros. Essa é a principal lição do tumulto nos mercados com relação ao Deutsche Bank. No entanto, também existem muitas outras lições a aprender: a abordagem adotada para punir bancos por suas falhas fica mais próxima de um tiro de espingarda que de um tiro de fuzil; e continua difícil recapitalizar bancos sem injeção de dinheiro público. Acima de tudo, mais de nove anos depois que a crise financeira mundial começou, a preocupação com a saúde do sistema financeiro continua significativa, especialmente na Europa. Isso não deve surpreender. Mas deveria perturbar. A causa imediata da fraqueza do Deutsche Bank é a demanda do Departamento da Justiça norte-americano por um pagamento de US$ 14 bilhões para encerrar seu processo contra o banco por supostos delitos na venda de títulos lastreados por hipotecas no mercado dos Estados Unidos. Mas o banco é estruturalmente fraco. Seu nome também é enganoso: já que lhe falta uma base sólida de varejo no fragmentado sistema bancário alemão, ele é principalmente um banco internacional de investimento, e assim semelhante ao Goldman Sachs. Em um esforço por reter alta lucratividade, o Deutsche Bank opera com alta alavancagem, em comparação com instituições semelhantes. Cerca de metade de seu US$ 1,8 trilhão em ativos está vinculada às suas atividades de investimento, e porção significativa desses ativos —um total de US$ 28,8 bilhões— não tem preço de mercado. Mesmo pelos padrões de seus pares, trata-se de um banco de alta alavancagem, com negócios duvidosos e ativos opacos. Assim, o que todo esse tumulto nos revela? Uma primeira lição é que os bancos continuam a ser negócios altamente frágeis. Por sua natureza, os bancos são entidades de alta alavancagem, com passivos ultralíquidos e ativos de liquidez muito menor. Os balanços de muitos bancos também são imensos. Os clientes veem o passivo líquido dos bancos como uma fonte completamente confiável de valor e meio de pagamento. Os bancos são também fortemente interconectados, diretamente, por intermédio das transações que executam uns com os outros, e indiretamente, via euforias e pânicos. Os altos retornos sobre o capital prometidos pelos bancos antes da crise dependiam de uma alta alavancagem, e com isso do apoio dos contribuintes em caso de um crash como o que veio acontecer. Mesmo os bancos fortes se beneficiam do apoio pós-crise aos seus pares mais fracos, porque isso ajuda a manter suas contrapartes à tona, e com elas todo o sistema. Quando instituições públicas foram arrastadas para o sistema como garantidoras de sua liquidez e solvência, também se viram forçadas a impor regulamentação ainda mais firme. O recente tumulto no mercado nos faz recordar de tudo isso. Uma segunda lição é que a maneira pela qual as autoridades regulatórias decidiram punir os bancos por seus muitos delitos é insatisfatória. É de fato razoável punir os acionistas pelos delitos dos bancos cujas ações eles detêm. Mas cabe duvidar se faz sentido impor uma punição tão pesada que ameace a sobrevivência de uma instituição. Muito mais importante, a ideia de que os acionistas controlam um banco é um mito. Quem controla os bancos são os gestores. O deprimente é que acionistas e alguns poucos funcionários de menor importância foram punidos, mas os responsáveis pelas decisões, nessas instituições, escaparam mais ou menos incólumes. De fato, essa é uma explicação para a ascensão de Donald Trump. O imenso tamanho da pena que as autoridades pretendem impor aos acionistas do Deutsche Bank expõe essa anomalia. Uma terceira lição é que os bancos continuam subcapitalizados, em relação à escala de seus balanços, como Anat Admati e Martin Hellwig apontaram. De maneira mais imediata, nos faltam meios confiáveis de retificar esse problema. Assim, embora os governos insistam em que não haverá mais resgates, pouca gente acredita nisso, especialmente no caso de um banco importante como o Deutsche. O Banco Central Europeu (BCE) propôs resgates temporários como opção. Mas é difícil acreditar que esses resgates possam ser revertidos. Na prática, os credores privados correriam e o governo terminaria como proprietário do banco em questão. Adam Lerrick, do American Enterprise Institute, propôs, em lugar disso, um plano alternativo: os credores privados seriam acionados para propiciar um resgate temporário. Seu plano começa pela necessidade de evitar novos resgates pelo governo. Um resgate temporários pelos credores elevaria o capital do banco a níveis adequados. Se o banco estiver sujeito a um pânico apenas temporário, poderia levantar capital novo quando as preocupações se atenuassem. O dinheiro dos credores, convertido em ações, poderia então ser reconvertido em títulos de dívida, à razão de um para um. Se levantar capital novo no futuro se provar impossível, porque a deficiência de capital é estrutural, o dinheiro envolvido no resgate seria capitalizado permanentemente. Para proteger os pequenos credores, só o excedente das posições de cada investidor, em valor, digamos, superior a US$ 200 mil, seria convertido em capital. A probabilidade de um resgate pelos credores e a possibilidade de que ele se torne permanente afetariam o preço dos papéis de dívida da instituição, como seria de esperar. Em resumo, os problemas dos bancos não desapareceram. Parte fundamental do perigo é que eles são instituições inerentemente frágeis. Também é provável que os balanços herdados dos excessos da era pré-crise ofereçam lucratividade insuficiente e por isso precisem ser reduzidos. O mais importante pode ser o impacto de novas tecnologias da informação e novos modelos de negócios sobre a saúde do setor bancário histórico, especialmente considerados os danos sofridos pela reputação dos bancos no que tange à probidade e competência. Muita gente adicionaria a tudo isso o impacto das políticas monetárias ultrafrouxas dos bancos centrais sobre os lucros dos bancos. Mas, diante disso, cabe lembrar que a situação reflete os problemas econômicos pós-crise. Se a política monetária fosse mais rígida, e com isso as economias fossem mais fracas do que estão hoje, o setor bancário —um setor alavancado e portanto frágil da economia como um todo— também seria mais fraco. Algum tempo atrás, o foco eram os bancos italianos. Hoje, é o Deutsche Bank. O mais provável é que os problemas do banco não deflagrem uma crise maior. Mas continua a existir risco para os bancos. A solução é garantir capital adequado a todo momento e, em sua ausência, títulos de dívida que atraiam os credores a participar de resgates. Na ausência dessas duas coisas, os bancos continuam sendo um acidente à espera de uma oportunidade. Tradução de PAULO MIGLIACCI
10
Eleições de 2016 serão um experimento institucional, diz Gilmar
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, afirmou nesta segunda-feira (25) que as eleições municipais deste ano serão um "experimento institucional", diante do impacto da Lava Jato no sistema político do país e também das novas regras eleitorais, que impõem restrições ao financiamento das campanhas. A afirmação foi feita pelo ministro durante a apresentação de dados sobre a disputa municipal mostrando, por exemplo, que 144 milhões de brasileiros estão aptos para votar no dia 2 de outubro, escolhendo prefeitos e vereadores. Essa será a primeira eleição em que a doação empresarial para candidatos e partidos está proibida. A nova legislação estabelece que somente pessoas físicas doem dinheiro ou valores estimáveis em dinheiro para campanhas eleitorais, limitando-se a 10% dos rendimentos brutos do doador no ano anterior à eleição. Também é liberado o uso do fundo partidário. O receio de especialistas é de que seja montado um esquema de "cooptação de CPFs", para mascarar doações. "A preocupação é com caixa dois e a possibilidade de falta de recursos regulares. Alguns jornais tem publicado a possibilidade de que organizações criminosas participem das eleições de maneira mais enfática em função dessas restrições estabelecidas. Por outro lado, acredito que as empresas regulares, em princípio, tendo em vista essas operações, como a Lava Jato e outras, não vão se animar para uma operação de caixa dois", disse Mendes. "Temos uma realidade muito complexa. Eu considero que demos um salto no escuro de termos feitos escolha pelo fim da doação privada sem mudar o sistema eleitoral, completou. Segundo o ministro, a organização do pleito, será um teste que mostrará ao país a necessidade de mudança na legislação. "Eu tenho essas eleições como um experimento institucional. Certamente em novembro precisaremos discutir uma reforma inclusive dessa legislação." Os candidatos que vão disputar as urnas também terão que seguir um teto fixado pela legislação. O maior é o limite de R$ 45,4 milhões para cada candidato à Prefeitura de São Paulo. No caso dos vereadores, um erro no registros das eleições de 2012 levou o TSE a fixar o teto de R$ 26,8 milhões para cada candidato a vereador de Manaus (AM) –sendo que no município de São Paulo, cada um dos candidatos poderá desembolsar R$ 3 milhões. Gilmar afirmou que eventuais distorções terão que ser discutidas pelo tribunal. "Em alguns municípios, por alguma razão, se fez declaração que não correspondia aos fatos. O que o TSE fez foi tirar fotografia e aplicando o redutor [o limite é de 70% em relação ao maior gasto da eleição anterior]. Temos essa fotografia distorcida e ela terá que ser submetida ao TSE", disse. O ministro afirmou que há uma grande preocupação do tribunal em acabar com o "faz de contas" da prestação de contas dos candidatos e que foi firmado um convênio para a formação de um núcleo de inteligência para ampliar a fiscalização das contas de campanhas das eleições municipais. Pelo acordo, técnicos do tribunal atuam em conjunto com o órgãos de controle, como Receita Federal, Banco Central, Polícia Federal e TCU (Tribunal de Contas da União) para combater a prática de caixa dois. O receio do comando do tribunal é que, sem doação, aumente a prática de caixa dois, uma vez que pessoas físicas podem contribuir. Segundo o ministro, há uma forte tendência de que o pleito seja judicializado com as novas regras, o que pode levar até à realização novas eleições depois de outubro, ou seja, de eleições suplementares, dependendo do resultado dos questionamentos. Mendes afirmou que traz preocupação o ritmo de registro de candidaturas. Até agora, a Justiça Eleitoral só recebeu o registro de 122 candidaturas –sendo que são esperadas entre 530 e 580 mil candidaturas. Os partidos têm até o dia 15 para oficializar seus candidatos. DADOS De acordo com os dados divulgados pelo tribunal, a cidade de São Paulo é a que possui o maior número de eleitores : 8.886.324, sendo que Araguainha, no Mato Grosso, registrou 954 eleitores –30 a mais do que em 2012. Do total de eleitores registrados, 52% são mulheres (75,2 milhões). Em todo o país, 2.311.120 eleitores têm de 16 a 17 anos e 11.352.863 tem mais de 70 anos. Para esse eleitorado, o voto é facultativo. Segundo os dados do tribunal, 92 municípios poderão ter segundo turno, já que possuem mais de 200 mil eleitores. Ao todo, 2.380 municípios terão urnas com identificação biométrica, sendo que em 840 cidades o sistema será híbrido, com a verificação pela digital apenas para eleitores que já possuem dados coletados. Isso porque o cadastramento nessas localidades não era obrigatório.
poder
Eleições de 2016 serão um experimento institucional, diz GilmarO presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, afirmou nesta segunda-feira (25) que as eleições municipais deste ano serão um "experimento institucional", diante do impacto da Lava Jato no sistema político do país e também das novas regras eleitorais, que impõem restrições ao financiamento das campanhas. A afirmação foi feita pelo ministro durante a apresentação de dados sobre a disputa municipal mostrando, por exemplo, que 144 milhões de brasileiros estão aptos para votar no dia 2 de outubro, escolhendo prefeitos e vereadores. Essa será a primeira eleição em que a doação empresarial para candidatos e partidos está proibida. A nova legislação estabelece que somente pessoas físicas doem dinheiro ou valores estimáveis em dinheiro para campanhas eleitorais, limitando-se a 10% dos rendimentos brutos do doador no ano anterior à eleição. Também é liberado o uso do fundo partidário. O receio de especialistas é de que seja montado um esquema de "cooptação de CPFs", para mascarar doações. "A preocupação é com caixa dois e a possibilidade de falta de recursos regulares. Alguns jornais tem publicado a possibilidade de que organizações criminosas participem das eleições de maneira mais enfática em função dessas restrições estabelecidas. Por outro lado, acredito que as empresas regulares, em princípio, tendo em vista essas operações, como a Lava Jato e outras, não vão se animar para uma operação de caixa dois", disse Mendes. "Temos uma realidade muito complexa. Eu considero que demos um salto no escuro de termos feitos escolha pelo fim da doação privada sem mudar o sistema eleitoral, completou. Segundo o ministro, a organização do pleito, será um teste que mostrará ao país a necessidade de mudança na legislação. "Eu tenho essas eleições como um experimento institucional. Certamente em novembro precisaremos discutir uma reforma inclusive dessa legislação." Os candidatos que vão disputar as urnas também terão que seguir um teto fixado pela legislação. O maior é o limite de R$ 45,4 milhões para cada candidato à Prefeitura de São Paulo. No caso dos vereadores, um erro no registros das eleições de 2012 levou o TSE a fixar o teto de R$ 26,8 milhões para cada candidato a vereador de Manaus (AM) –sendo que no município de São Paulo, cada um dos candidatos poderá desembolsar R$ 3 milhões. Gilmar afirmou que eventuais distorções terão que ser discutidas pelo tribunal. "Em alguns municípios, por alguma razão, se fez declaração que não correspondia aos fatos. O que o TSE fez foi tirar fotografia e aplicando o redutor [o limite é de 70% em relação ao maior gasto da eleição anterior]. Temos essa fotografia distorcida e ela terá que ser submetida ao TSE", disse. O ministro afirmou que há uma grande preocupação do tribunal em acabar com o "faz de contas" da prestação de contas dos candidatos e que foi firmado um convênio para a formação de um núcleo de inteligência para ampliar a fiscalização das contas de campanhas das eleições municipais. Pelo acordo, técnicos do tribunal atuam em conjunto com o órgãos de controle, como Receita Federal, Banco Central, Polícia Federal e TCU (Tribunal de Contas da União) para combater a prática de caixa dois. O receio do comando do tribunal é que, sem doação, aumente a prática de caixa dois, uma vez que pessoas físicas podem contribuir. Segundo o ministro, há uma forte tendência de que o pleito seja judicializado com as novas regras, o que pode levar até à realização novas eleições depois de outubro, ou seja, de eleições suplementares, dependendo do resultado dos questionamentos. Mendes afirmou que traz preocupação o ritmo de registro de candidaturas. Até agora, a Justiça Eleitoral só recebeu o registro de 122 candidaturas –sendo que são esperadas entre 530 e 580 mil candidaturas. Os partidos têm até o dia 15 para oficializar seus candidatos. DADOS De acordo com os dados divulgados pelo tribunal, a cidade de São Paulo é a que possui o maior número de eleitores : 8.886.324, sendo que Araguainha, no Mato Grosso, registrou 954 eleitores –30 a mais do que em 2012. Do total de eleitores registrados, 52% são mulheres (75,2 milhões). Em todo o país, 2.311.120 eleitores têm de 16 a 17 anos e 11.352.863 tem mais de 70 anos. Para esse eleitorado, o voto é facultativo. Segundo os dados do tribunal, 92 municípios poderão ter segundo turno, já que possuem mais de 200 mil eleitores. Ao todo, 2.380 municípios terão urnas com identificação biométrica, sendo que em 840 cidades o sistema será híbrido, com a verificação pela digital apenas para eleitores que já possuem dados coletados. Isso porque o cadastramento nessas localidades não era obrigatório.
0
Lula pedirá a Dilma que tire Graça da chefia da Petrobras, dizem aliados
A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estarão nesta sexta-feira (6) em Belo Horizonte para participar de uma festa em comemoração ao aniversário de 35 anos do PT. Está prevista uma conversa particular entre os dois. Segundo interlocutores do ex-presidente, Lula pedirá que Dilma substitua a presidente da Petrobras, Graça Foster, desgastada com a explosão do escândalo da Operação Lava Jato. Ainda segundo esses interlocutores de Lula, a intenção é convencer Dilma de que o impacto provocado pela exoneração será menor do que o desgaste que a Petrobras vem sofrendo a longo prazo. A ideia é insistir na versão de que não há acusações concretas contra Graça, mas que a decisão visa a preservar a empresa. Em conversas, Lula tem manifestado preocupação com a imagem da Petrobras. Procurada, a assessoria de Lula não quis comentar.
poder
Lula pedirá a Dilma que tire Graça da chefia da Petrobras, dizem aliadosA presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estarão nesta sexta-feira (6) em Belo Horizonte para participar de uma festa em comemoração ao aniversário de 35 anos do PT. Está prevista uma conversa particular entre os dois. Segundo interlocutores do ex-presidente, Lula pedirá que Dilma substitua a presidente da Petrobras, Graça Foster, desgastada com a explosão do escândalo da Operação Lava Jato. Ainda segundo esses interlocutores de Lula, a intenção é convencer Dilma de que o impacto provocado pela exoneração será menor do que o desgaste que a Petrobras vem sofrendo a longo prazo. A ideia é insistir na versão de que não há acusações concretas contra Graça, mas que a decisão visa a preservar a empresa. Em conversas, Lula tem manifestado preocupação com a imagem da Petrobras. Procurada, a assessoria de Lula não quis comentar.
0
No ritmo do LSD: Dois livros viajam pelo som da cultura psicodélica
RESUMO Dois autores, um britânico e outro americano, publicam livros sobre a história das bandas de rock que foram influenciadas e cultivaram a cultura lisérgica. Rob Chapman, inglês e biógrafo de Syd Barrett, desenha um painel mais amplo, enquanto Ben Graham destaca a psicodelia que se desenvolveu no Texas. Em 1943, o químico suíço Albert Hofmann (1906-2008) retomou as pesquisas que iniciara cinco anos antes ao sintetizar o ácido lisérgico a partir de um fungo encontrado no centeio. Trabalhando para a farmacêutica Sandoz, ele buscava uma substância que impedisse o sangramento após o parto. Aí entra em cena o acaso. Em sua 25ª tentativa, Hofmann adicionou a dietilamina, sintetizando a Dietilamida do Ácido Lisérgico, mais conhecida como LSD-25, e se contaminou, descobrindo acidentalmente as propriedades psicodélicas do que viria a chamar de seu "filho problemático", no livro escrito em 1979 sobre as suas primeiras experiências lisérgicas. Quatro anos depois de sua descoberta, a Sandoz lança no mercado o LSD-25 como Delysid. Até ser proibido em 1966, o fármaco foi objeto de numerosos estudos clínicos, principalmente no campo da psicoterapia, para o tratamento de alcoolismo e disfunções sexuais, mas também como arma química. A CIA, por exemplo, pesquisava seu uso para o controle da mente no auge da Guerra Fria. A realidade é que, conforme a comunidade de primeiros exploradores das viagens lisérgicas crescia, o Delysid ganhava concorrentes no mercado negro, sendo distribuído em papel, cubos de açúcar e misturado com o suco Kool-Aid para uma geração que buscava romper as amarras da tradição por meio da iluminação, da integração com a natureza e da liberdade criativa. Essa viagem química não era só de bênção e de contato profundo com a natureza física e metafísica. O ácido tinha o poder de desencadear doenças mentais e as famosas "bad trips", com suas visões aterrorizantes. Justamente por estar no fio de navalha entre o céu e o inferno, a experiência lisérgica é fundamental para a criação de uma subcultura que usa a abertura das portas da percepção para transformar radicalmente a arte, o cinema, a literatura e, sobretudo, a música nos anos 1960. É interessante que agora, no momento em que as pesquisas com LSD voltam a ser liberadas na Inglaterra e nos EUA depois de quase 40 anos de obscurantismo patrocinado pela guerra às drogas, dois livros recém-lançados recontem a história do uso do LSD como catalisador criativo para toda uma geração de músicos de perspectivas diferentes e complementares. O primeiro é "Psychedelia and Other Colours" [Faber & Faber, 656 págs., R$ 100, R$ 45 em e-book, na Amazon.com.br], de Rob Chapman, e o segundo, "A Gathering of Promises: The Battle for Texas's Psychedelic Music, From the 13th Floor Elevators to the Black Angels and Beyond" [Zero Books, 390 págs., R$ 53,42 em e-book na Amazon.com.br], de Ben Graham. PAINEL Chapman, biógrafo inglês do líder do Pink Floyd Syd Barrett, um dos principais símbolos da criatividade lisérgica e da tragédia que pode estar associada a ela, traz um painel mais amplo da psicodelia nos Estados Unidos e no Reino Unido. Conta de forma didática toda a história do LSD, de seus principais advogados (Aldous Huxley, Ken Kesey, Alan Watts e Thimothy Leary) para então mergulhar na música. Partindo de uma pesquisa gigantesca, o catatau de Chapman descarta uma série de bandas menores para contar com mais detalhes a história dos principais protagonistas. Vai das bandas que nasceram embebidas em ácido nas festas The Electric Kool-Aid Acid Test, em San Francisco, como Jefferson Airplane, Country Joe and the Fish e Grateful Dead, às que se converteram à nova moda, como The Byrds, The Mamas and the Papas e Beach Boys, além de artistas e grupos que surgem a partir da sedimentação da cultura lisérgica, como Doors, Love, Jimi Hendrix e Funkadelic. Fundamental na narrativa é o papel dos Beatles em canalizar a revolução na Inglaterra. "Revolver" e depois "Sgt. Pepper's" são discos que amplificam e disseminam a cultura psicodélica e abrem espaço para uma série de novas bandas, como Pink Floyd e The Soft Machine, e para a reciclagem criativa de grupos já estabelecidos, de gigantes como The Who, Small Faces e Rolling Stones, às mais marginais, como The Zombies, The Troggs e The Pretty Things. Do ponto de vista crítico, Chapman mostra as principais diferenças da música produzida nos EUA e no Reino Unido. O arco evolutivo das bandas americanas do período vai do folk ao rock psicodélico –e daí para o country rock. Já no Reino Unido, os grupos partem do R&B para o pop psicodélico e a seguir decolam para o progressivo. Mesmo sendo tão ambicioso, o livro de Chapman passa muito lateralmente pela história que é contada por Graham em sua batalha texana. O inglês dedica mais tempo à banda de San Francisco Big Brother and the Holding Company do que a sua líder, a texana Janis Joplin –e os 13th Floor Elevators, centrais para o livro de Graham, mal são citados por Chapman. A tese de Graham é mais charmosa. Ao centrar-se na mutação psicodélica que nasce no Texas e em especial na figura quase xamânica dos 13th Floor Elevators e seus parceiros no crime (The Red Caryola, Lost and Found, The Golden Dawn), o autor traz um retrato quase atemporal da contracultura de fronteira. Para Graham, a principal diferença é que a psicodelia do Texas se desenvolve a partir de uma cultura verdadeiramente gnóstica, que nasce do contato pessoal com o ácido e com o peiote em vez de ser filtrada pela mídia e pela moda, como em San Francisco. Ninguém incorpora melhor esse espírito do que os 13th Floors Elevators e a figura mítica do vocalista Roky Erickson, um visionário que buscava trazer para a arte o que descobria em suas viagens por outros planos de consciência. Como aconteceu com Syd Barrett, arrebanhou uma série de espíritos afins até que as viagens causaram danos permanentes e o impediram de seguir com a banda. Essa primeira onda psicodélica terminou soterrada pelo rock bubblegum, mas até hoje há toda uma linhagem texana de música psicodélica que exige respeito e vai de bandas que nascem no pós-punk, como Butthole Surfers e Charalambides, até os contemporâneos...And You Will Know Us By The Trail of Dead e The Mars Volta. Ao reconhecer esse contínuo psicodélico, mesmo sem se aprofundar nele, é que o livro de Graham suplanta o de Chapman. Enquanto o inglês se contenta em limitar sua bíblia ao período que vai da metade dos anos 60 ao início dos anos 70 e dá por encerrada a missão de entender a psicodelia, Graham sabe que só escreveu o primeiro capítulo da história. E que, uma vez abertas as portas da percepção, a cultura irá sempre recorrer com mais ou menos força aos paraísos artificiais. Isso aconteceu no pós-punk, na acid-house e em toda a cultura das raves. E volta hoje, tanto por meio das bandas que seguem a onda do retrô quanto das que tentam encontrar formas mais heterodoxas para expressar as manifestações de suas mentes. GUILHERME WERNECK, 43, é jornalista, garimpeiro de música e sócio da agência de comunicação Latitude Zero.
ilustrissima
No ritmo do LSD: Dois livros viajam pelo som da cultura psicodélicaRESUMO Dois autores, um britânico e outro americano, publicam livros sobre a história das bandas de rock que foram influenciadas e cultivaram a cultura lisérgica. Rob Chapman, inglês e biógrafo de Syd Barrett, desenha um painel mais amplo, enquanto Ben Graham destaca a psicodelia que se desenvolveu no Texas. Em 1943, o químico suíço Albert Hofmann (1906-2008) retomou as pesquisas que iniciara cinco anos antes ao sintetizar o ácido lisérgico a partir de um fungo encontrado no centeio. Trabalhando para a farmacêutica Sandoz, ele buscava uma substância que impedisse o sangramento após o parto. Aí entra em cena o acaso. Em sua 25ª tentativa, Hofmann adicionou a dietilamina, sintetizando a Dietilamida do Ácido Lisérgico, mais conhecida como LSD-25, e se contaminou, descobrindo acidentalmente as propriedades psicodélicas do que viria a chamar de seu "filho problemático", no livro escrito em 1979 sobre as suas primeiras experiências lisérgicas. Quatro anos depois de sua descoberta, a Sandoz lança no mercado o LSD-25 como Delysid. Até ser proibido em 1966, o fármaco foi objeto de numerosos estudos clínicos, principalmente no campo da psicoterapia, para o tratamento de alcoolismo e disfunções sexuais, mas também como arma química. A CIA, por exemplo, pesquisava seu uso para o controle da mente no auge da Guerra Fria. A realidade é que, conforme a comunidade de primeiros exploradores das viagens lisérgicas crescia, o Delysid ganhava concorrentes no mercado negro, sendo distribuído em papel, cubos de açúcar e misturado com o suco Kool-Aid para uma geração que buscava romper as amarras da tradição por meio da iluminação, da integração com a natureza e da liberdade criativa. Essa viagem química não era só de bênção e de contato profundo com a natureza física e metafísica. O ácido tinha o poder de desencadear doenças mentais e as famosas "bad trips", com suas visões aterrorizantes. Justamente por estar no fio de navalha entre o céu e o inferno, a experiência lisérgica é fundamental para a criação de uma subcultura que usa a abertura das portas da percepção para transformar radicalmente a arte, o cinema, a literatura e, sobretudo, a música nos anos 1960. É interessante que agora, no momento em que as pesquisas com LSD voltam a ser liberadas na Inglaterra e nos EUA depois de quase 40 anos de obscurantismo patrocinado pela guerra às drogas, dois livros recém-lançados recontem a história do uso do LSD como catalisador criativo para toda uma geração de músicos de perspectivas diferentes e complementares. O primeiro é "Psychedelia and Other Colours" [Faber & Faber, 656 págs., R$ 100, R$ 45 em e-book, na Amazon.com.br], de Rob Chapman, e o segundo, "A Gathering of Promises: The Battle for Texas's Psychedelic Music, From the 13th Floor Elevators to the Black Angels and Beyond" [Zero Books, 390 págs., R$ 53,42 em e-book na Amazon.com.br], de Ben Graham. PAINEL Chapman, biógrafo inglês do líder do Pink Floyd Syd Barrett, um dos principais símbolos da criatividade lisérgica e da tragédia que pode estar associada a ela, traz um painel mais amplo da psicodelia nos Estados Unidos e no Reino Unido. Conta de forma didática toda a história do LSD, de seus principais advogados (Aldous Huxley, Ken Kesey, Alan Watts e Thimothy Leary) para então mergulhar na música. Partindo de uma pesquisa gigantesca, o catatau de Chapman descarta uma série de bandas menores para contar com mais detalhes a história dos principais protagonistas. Vai das bandas que nasceram embebidas em ácido nas festas The Electric Kool-Aid Acid Test, em San Francisco, como Jefferson Airplane, Country Joe and the Fish e Grateful Dead, às que se converteram à nova moda, como The Byrds, The Mamas and the Papas e Beach Boys, além de artistas e grupos que surgem a partir da sedimentação da cultura lisérgica, como Doors, Love, Jimi Hendrix e Funkadelic. Fundamental na narrativa é o papel dos Beatles em canalizar a revolução na Inglaterra. "Revolver" e depois "Sgt. Pepper's" são discos que amplificam e disseminam a cultura psicodélica e abrem espaço para uma série de novas bandas, como Pink Floyd e The Soft Machine, e para a reciclagem criativa de grupos já estabelecidos, de gigantes como The Who, Small Faces e Rolling Stones, às mais marginais, como The Zombies, The Troggs e The Pretty Things. Do ponto de vista crítico, Chapman mostra as principais diferenças da música produzida nos EUA e no Reino Unido. O arco evolutivo das bandas americanas do período vai do folk ao rock psicodélico –e daí para o country rock. Já no Reino Unido, os grupos partem do R&B para o pop psicodélico e a seguir decolam para o progressivo. Mesmo sendo tão ambicioso, o livro de Chapman passa muito lateralmente pela história que é contada por Graham em sua batalha texana. O inglês dedica mais tempo à banda de San Francisco Big Brother and the Holding Company do que a sua líder, a texana Janis Joplin –e os 13th Floor Elevators, centrais para o livro de Graham, mal são citados por Chapman. A tese de Graham é mais charmosa. Ao centrar-se na mutação psicodélica que nasce no Texas e em especial na figura quase xamânica dos 13th Floor Elevators e seus parceiros no crime (The Red Caryola, Lost and Found, The Golden Dawn), o autor traz um retrato quase atemporal da contracultura de fronteira. Para Graham, a principal diferença é que a psicodelia do Texas se desenvolve a partir de uma cultura verdadeiramente gnóstica, que nasce do contato pessoal com o ácido e com o peiote em vez de ser filtrada pela mídia e pela moda, como em San Francisco. Ninguém incorpora melhor esse espírito do que os 13th Floors Elevators e a figura mítica do vocalista Roky Erickson, um visionário que buscava trazer para a arte o que descobria em suas viagens por outros planos de consciência. Como aconteceu com Syd Barrett, arrebanhou uma série de espíritos afins até que as viagens causaram danos permanentes e o impediram de seguir com a banda. Essa primeira onda psicodélica terminou soterrada pelo rock bubblegum, mas até hoje há toda uma linhagem texana de música psicodélica que exige respeito e vai de bandas que nascem no pós-punk, como Butthole Surfers e Charalambides, até os contemporâneos...And You Will Know Us By The Trail of Dead e The Mars Volta. Ao reconhecer esse contínuo psicodélico, mesmo sem se aprofundar nele, é que o livro de Graham suplanta o de Chapman. Enquanto o inglês se contenta em limitar sua bíblia ao período que vai da metade dos anos 60 ao início dos anos 70 e dá por encerrada a missão de entender a psicodelia, Graham sabe que só escreveu o primeiro capítulo da história. E que, uma vez abertas as portas da percepção, a cultura irá sempre recorrer com mais ou menos força aos paraísos artificiais. Isso aconteceu no pós-punk, na acid-house e em toda a cultura das raves. E volta hoje, tanto por meio das bandas que seguem a onda do retrô quanto das que tentam encontrar formas mais heterodoxas para expressar as manifestações de suas mentes. GUILHERME WERNECK, 43, é jornalista, garimpeiro de música e sócio da agência de comunicação Latitude Zero.
18
TSE autoriza tropas federais em três cidades do Rio no segundo turno
GABRIEL MASCARENHAS DE BRASÍLIA O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) autorizou nesta terça-feira a atuação das forças federais em três cidades do Rio de Janeiro onde haverá segundo turno, no dia 30 deste mês. Contarão com o reforço, além da capital, os municípios de São Gonçalo, na Região Metropolitana, e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O pedido recebeu o aval da relatora do caso na corte, ministra Luciana Lóssio, que foi acompanhada pelo restante do plenário. O Estado do Rio foi o que recebeu o maior contingente no primeiro turno, 6,5 mil no total. Conforme a Folha publicou no mês passado, 14 candidatos e políticos foram assassinados na Baixada desde 2015. Durante a mesma sessão, nesta terça, o TSE também permitiu o envio das tropas para reforçar a segurança na cidade de Fortaleza, capital do Ceará, no dia da votação.
poder
TSE autoriza tropas federais em três cidades do Rio no segundo turnoGABRIEL MASCARENHAS DE BRASÍLIA O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) autorizou nesta terça-feira a atuação das forças federais em três cidades do Rio de Janeiro onde haverá segundo turno, no dia 30 deste mês. Contarão com o reforço, além da capital, os municípios de São Gonçalo, na Região Metropolitana, e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O pedido recebeu o aval da relatora do caso na corte, ministra Luciana Lóssio, que foi acompanhada pelo restante do plenário. O Estado do Rio foi o que recebeu o maior contingente no primeiro turno, 6,5 mil no total. Conforme a Folha publicou no mês passado, 14 candidatos e políticos foram assassinados na Baixada desde 2015. Durante a mesma sessão, nesta terça, o TSE também permitiu o envio das tropas para reforçar a segurança na cidade de Fortaleza, capital do Ceará, no dia da votação.
0
Pobre Haiti
O novo desastre que se abateu sobre o Haiti com o furacão Matthew expõe todo o desamparo de uma nação arruinada há quase sete anos pelo terremoto que ceifou 220 mil vidas. A contagem de mortos já supera o milhar e deverá subir. O extremo oeste do país mais pobre das Américas foi devastado por ventos de mais de 230 km/h. Estima-se que 1,4 milhão de pessoas, ou 13% da população, estejam necessitando de socorros imediatos. Os mortos são sepultados em valas comuns, às dezenas. O cólera se torna a maior ameaça, dado que as dificuldades adicionais de acesso a água potável decerto agravarão os surtos da doença que já estavam em curso (26 mil casos neste ano, 9.000 mortes desde 2010). Cerca de 600 militares brasileiros engajados na Minustah (missão da ONU no Haiti) se deslocaram para a área afetada e isolada pela tempestade. Vão auxiliar na assistência e na escolta de comboios humanitários. A emergência conta ainda com três centenas de fuzileiros navais americanos e organizações como Cruz Vermelha, Unicef e Médicos sem Fronteira. O governo haitiano não tinha recursos próprios nem capacidade institucional para agir de forma preventiva –e não os tem para reagir depois da tormenta. O contraste com os EUA é chocante. Da Flórida à Carolina do Norte, a costa sudeste foi castigada com enchentes e ventos de mais de 120 km/h, que deixaram 2 milhões de casas e prédios sem luz. Centenas de milhares de norte-americanos foram evacuados para abrigos. Apesar dos enormes danos materiais, o número de mortos, pelo menos 20, é pequeno em comparação com o do Haiti. Difícil dizer quanto da reação eficaz se deve à riqueza dos EUA (PIB per capita de US$ 55 mil em 2015, contra US$ 820 no Haiti) e quanto decorre do duro aprendizado com o furacão Katrina, em 2005 –cerca de 1.800 pessoas morreram à época na região de Nova Orleans, quando falhou o sistema de barragens. Verifica-se o mesmo contraste entre países como Filipinas e Japão, igualmente afligidos por tufões. Estudos anteriores mostram que a probabilidade de alguém morrer no primeiro é 17 vezes maior. A lição é evidente: como nações mais pobres tendem a ser desproporcionalmente prejudicadas por desastres naturais, precisam contar com ajuda internacional para enfrentá-los –questão premente dada a perspectiva de que fenômenos climáticos extremos se tornem mais frequentes ou mais fortes com o aquecimento global. [email protected]
opiniao
Pobre HaitiO novo desastre que se abateu sobre o Haiti com o furacão Matthew expõe todo o desamparo de uma nação arruinada há quase sete anos pelo terremoto que ceifou 220 mil vidas. A contagem de mortos já supera o milhar e deverá subir. O extremo oeste do país mais pobre das Américas foi devastado por ventos de mais de 230 km/h. Estima-se que 1,4 milhão de pessoas, ou 13% da população, estejam necessitando de socorros imediatos. Os mortos são sepultados em valas comuns, às dezenas. O cólera se torna a maior ameaça, dado que as dificuldades adicionais de acesso a água potável decerto agravarão os surtos da doença que já estavam em curso (26 mil casos neste ano, 9.000 mortes desde 2010). Cerca de 600 militares brasileiros engajados na Minustah (missão da ONU no Haiti) se deslocaram para a área afetada e isolada pela tempestade. Vão auxiliar na assistência e na escolta de comboios humanitários. A emergência conta ainda com três centenas de fuzileiros navais americanos e organizações como Cruz Vermelha, Unicef e Médicos sem Fronteira. O governo haitiano não tinha recursos próprios nem capacidade institucional para agir de forma preventiva –e não os tem para reagir depois da tormenta. O contraste com os EUA é chocante. Da Flórida à Carolina do Norte, a costa sudeste foi castigada com enchentes e ventos de mais de 120 km/h, que deixaram 2 milhões de casas e prédios sem luz. Centenas de milhares de norte-americanos foram evacuados para abrigos. Apesar dos enormes danos materiais, o número de mortos, pelo menos 20, é pequeno em comparação com o do Haiti. Difícil dizer quanto da reação eficaz se deve à riqueza dos EUA (PIB per capita de US$ 55 mil em 2015, contra US$ 820 no Haiti) e quanto decorre do duro aprendizado com o furacão Katrina, em 2005 –cerca de 1.800 pessoas morreram à época na região de Nova Orleans, quando falhou o sistema de barragens. Verifica-se o mesmo contraste entre países como Filipinas e Japão, igualmente afligidos por tufões. Estudos anteriores mostram que a probabilidade de alguém morrer no primeiro é 17 vezes maior. A lição é evidente: como nações mais pobres tendem a ser desproporcionalmente prejudicadas por desastres naturais, precisam contar com ajuda internacional para enfrentá-los –questão premente dada a perspectiva de que fenômenos climáticos extremos se tornem mais frequentes ou mais fortes com o aquecimento global. [email protected]
14
Dunga corta três de amistosos e chama Luiz Adriano, Gil e Gabriel Paulista
Nesta sexta-feira (20), a Confederação Brasileira de Futebol divulgou o corte de três jogadores dos amistosos contra a França (26), em Paris, e Chile (29), em Londres. O atacante Diego Tardelli e os zagueiros David Luiz e Marquinhos foram desconvocados por motivo de lesão. Para suas posições foram chamados o atacante Luiz Adriano (Shakhtar Donetsk) e os zagueiros Gil (Corinthians) e Gabriel Paulista (Arsenal). O zagueiro Gabriel Paulista foi convocado pela primeira vez em sua carreira para a seleção brasileira principal. Na semana passada, Luiz Adriano envolveu-se em polêmica com o lateral Rafinha, do Bayern de Munique. Após confronto entre seus times na Liga dos Campeões, vazou na internet uma gravação em que Rafinha xinga alguns dos jogadores brasileiros do time ucraniano, que são criticados por supostamente terem sido mal-educados com o volante alemão Schweinsteiger e por ostentarem demais bens materiais. Luiz Adriano, em particular, é chamado de "bosta" pelo lateral do Bayern. O zagueiro Gil tem sido presença frequente nas listas de Dunga. Das quatro convocações do treinador após sua volta ao comando, Gil só não fez parte da última, em que Dunga preferiu não chamar jogadores que atuavam em clubes brasileiros para não atrapalhá-los em momento decisivo de suas campanhas no Campeonato Brasileiro.
esporte
Dunga corta três de amistosos e chama Luiz Adriano, Gil e Gabriel PaulistaNesta sexta-feira (20), a Confederação Brasileira de Futebol divulgou o corte de três jogadores dos amistosos contra a França (26), em Paris, e Chile (29), em Londres. O atacante Diego Tardelli e os zagueiros David Luiz e Marquinhos foram desconvocados por motivo de lesão. Para suas posições foram chamados o atacante Luiz Adriano (Shakhtar Donetsk) e os zagueiros Gil (Corinthians) e Gabriel Paulista (Arsenal). O zagueiro Gabriel Paulista foi convocado pela primeira vez em sua carreira para a seleção brasileira principal. Na semana passada, Luiz Adriano envolveu-se em polêmica com o lateral Rafinha, do Bayern de Munique. Após confronto entre seus times na Liga dos Campeões, vazou na internet uma gravação em que Rafinha xinga alguns dos jogadores brasileiros do time ucraniano, que são criticados por supostamente terem sido mal-educados com o volante alemão Schweinsteiger e por ostentarem demais bens materiais. Luiz Adriano, em particular, é chamado de "bosta" pelo lateral do Bayern. O zagueiro Gil tem sido presença frequente nas listas de Dunga. Das quatro convocações do treinador após sua volta ao comando, Gil só não fez parte da última, em que Dunga preferiu não chamar jogadores que atuavam em clubes brasileiros para não atrapalhá-los em momento decisivo de suas campanhas no Campeonato Brasileiro.
4
Para não 'depender de empresário', Lula defende fundo para campanhas
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de um fundo para o financiamento das campanhas eleitorais, durante entrevista dada na manhã desta segunda-feira (24) à rádio Tiradentes, no Amazonas. Segundo ele, "o Brasil não vai ter jeito" se não houver mudanças na legislação eleitoral. "Se os políticos não tiverem coragem de mudar a legislação eleitoral para criar um fundo de financiamento de campanha, para que não fique mais dependendo de empresário, o Brasil não vai ter jeito", disse o ex-presidente ao ser questionado se não sabia da relação "promíscua" entre os partidos e empresas por meio do pagamento de propinas. A criação de um fundo público para financiamento de campanha com recursos da União está em debate na comissão especial de reforma política da Câmara dos Deputados. No próximo dia 3 de agosto, será analisada a proposta sobre a criação do FFD (Fundo Especial de Financiamento da Democracia) que, caso aprovado, financiará com verba pública as campanhas eleitorais dos partidos já a partir do próximo ano. O fundo deverá ser da ordem de R$ 3,5 bilhões em 2018. Essa foi a terceira entrevista concedida pelo ex-presidente Lula após ter sido condenado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em esquemas ligados a contratos entre a empreiteira OAS e a Petrobras. Ainda durante a entrevista, Lula disse que "propina foi uma palavra inventada pelos empresários ou pelo Ministério Público para tentar culpar os políticos". "Os empresários sempre deram dinheiro para campanha. Não conheço político em Manaus que vendeu a casa dele para ser candidato. Não conheço um político em São Paulo que vendeu a casa, o carro para ser candidato. Todos eles pedem dinheiro a empresário. A diferença é que agora eles transformaram as doações em propinas. Então ficou tudo criminoso", disse antes de defender a criação do fundo. A última campanha petista para a Presidência foi alvo de contestação na Justiça Eleitoral. A principal acusação contra a chapa que elegeu Dilma e Temer era a de que a campanha havia recebido doações ilegais de empresas beneficiadas pelo esquema de corrupção na Petrobras. Em junho deste ano, a chapa Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) foi absolvida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) da acusação de irregularidades nas eleições de 2014. Ao todo, a campanha de Dilma prestou contas que recebeu R$ 350.836.301,70, com superávit de R$ 261.238,06, a ser repassado à direção nacional do PT. As empreiteiras investigadas na operação Lava Jato da Polícia Federal doaram quase R$ 98,8 milhões aos dois candidatos à Presidência que chegaram ao segundo turno das eleições, no dia 25 de outubro, segundo a prestação de contas final divulgada pelo TSE em 2014. Reeleita, Dilma Rousseff (PT) foi a que mais recebeu dinheiro das oito construtoras sob investigação: Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão. O total chegou a R$ 64.636.179,25. As maiores doações foram da Andrade Gutierrez —R$ 21 milhões— e da OAS, que doou R$ 20 milhões. Já Aécio Neves (PSDB) recebeu pouco mais da metade de seis construtoras: Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão. Somadas as doações, foram doados ao candidato R$ 34.170.000. A Andrade Gutierrez foi também a campeã de doações ao tucano, repassando R$ 19 milhões. LULINHA PAZ E AMOR É PASSADO Lula também foi questionado sobre o porquê de vir adotando um discurso cada vez mais agressivo ao confrontar notícias veiculadas pela imprensa sobre os processos que responde na Justiça. "Eles sabem que não vão me derrubar porque eu tenho aliado forte que é o povo trabalhador desse país. Então eu sou obrigado a me rebelar, a denunciar", disse. "Quando tento ser duro na minha defesa é porque no dia que você for chamado de ladrão, o dia que te acusarem de lavagem de dinheiro, o dia teu neto chegar em casa perguntando se é verdade o que estão falando, você vai ser muito mais duro do que eu, vai ficar com muito mais raiva do que eu", respondeu, acrescentando que "gostaria de não ser duro com ninguém, mas não posso ser muito afetuoso com quem me bate 24 horas por dia", disse. MAIS LAVA JATO A ação penal conhecida como o "processo do tríplex", em que Lula foi condenado, chegou ao fim na primeira instância, mas Lula e Moro deverão se encontrar em uma nova oportunidade ainda neste ano. O ex-presidente é réu em um segundo processo na Justiça Federal no Paraná. Ele é acusado de participar de um esquema de corrupção envolvendo oito contratos entre a empreiteira Odebrecht e a Petrobras. Ele será interrogado por Moro em 13 de setembro Lula pode se tornar réu ainda em um terceiro processo com Moro na Lava Jato. O MPF ofereceu, em 22 de maio, uma nova denúncia contra Lula, acusando-o, mais uma vez, de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Desta vez, os crimes envolvem um sítio em Atibaia (SP). Segundo os procuradores, o imóvel passou por reformas custeadas pelas empresas Odebrecht, OAS e Schahin em benefício do petista e de sua família. Em troca, os três grupos teriam sido favorecidos em contratos com a Petrobras. Moro ainda não decidiu se acolhe ou não os novos argumentos da força-tarefa da Lava Jato
poder
Para não 'depender de empresário', Lula defende fundo para campanhasO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de um fundo para o financiamento das campanhas eleitorais, durante entrevista dada na manhã desta segunda-feira (24) à rádio Tiradentes, no Amazonas. Segundo ele, "o Brasil não vai ter jeito" se não houver mudanças na legislação eleitoral. "Se os políticos não tiverem coragem de mudar a legislação eleitoral para criar um fundo de financiamento de campanha, para que não fique mais dependendo de empresário, o Brasil não vai ter jeito", disse o ex-presidente ao ser questionado se não sabia da relação "promíscua" entre os partidos e empresas por meio do pagamento de propinas. A criação de um fundo público para financiamento de campanha com recursos da União está em debate na comissão especial de reforma política da Câmara dos Deputados. No próximo dia 3 de agosto, será analisada a proposta sobre a criação do FFD (Fundo Especial de Financiamento da Democracia) que, caso aprovado, financiará com verba pública as campanhas eleitorais dos partidos já a partir do próximo ano. O fundo deverá ser da ordem de R$ 3,5 bilhões em 2018. Essa foi a terceira entrevista concedida pelo ex-presidente Lula após ter sido condenado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em esquemas ligados a contratos entre a empreiteira OAS e a Petrobras. Ainda durante a entrevista, Lula disse que "propina foi uma palavra inventada pelos empresários ou pelo Ministério Público para tentar culpar os políticos". "Os empresários sempre deram dinheiro para campanha. Não conheço político em Manaus que vendeu a casa dele para ser candidato. Não conheço um político em São Paulo que vendeu a casa, o carro para ser candidato. Todos eles pedem dinheiro a empresário. A diferença é que agora eles transformaram as doações em propinas. Então ficou tudo criminoso", disse antes de defender a criação do fundo. A última campanha petista para a Presidência foi alvo de contestação na Justiça Eleitoral. A principal acusação contra a chapa que elegeu Dilma e Temer era a de que a campanha havia recebido doações ilegais de empresas beneficiadas pelo esquema de corrupção na Petrobras. Em junho deste ano, a chapa Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) foi absolvida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) da acusação de irregularidades nas eleições de 2014. Ao todo, a campanha de Dilma prestou contas que recebeu R$ 350.836.301,70, com superávit de R$ 261.238,06, a ser repassado à direção nacional do PT. As empreiteiras investigadas na operação Lava Jato da Polícia Federal doaram quase R$ 98,8 milhões aos dois candidatos à Presidência que chegaram ao segundo turno das eleições, no dia 25 de outubro, segundo a prestação de contas final divulgada pelo TSE em 2014. Reeleita, Dilma Rousseff (PT) foi a que mais recebeu dinheiro das oito construtoras sob investigação: Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão. O total chegou a R$ 64.636.179,25. As maiores doações foram da Andrade Gutierrez —R$ 21 milhões— e da OAS, que doou R$ 20 milhões. Já Aécio Neves (PSDB) recebeu pouco mais da metade de seis construtoras: Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão. Somadas as doações, foram doados ao candidato R$ 34.170.000. A Andrade Gutierrez foi também a campeã de doações ao tucano, repassando R$ 19 milhões. LULINHA PAZ E AMOR É PASSADO Lula também foi questionado sobre o porquê de vir adotando um discurso cada vez mais agressivo ao confrontar notícias veiculadas pela imprensa sobre os processos que responde na Justiça. "Eles sabem que não vão me derrubar porque eu tenho aliado forte que é o povo trabalhador desse país. Então eu sou obrigado a me rebelar, a denunciar", disse. "Quando tento ser duro na minha defesa é porque no dia que você for chamado de ladrão, o dia que te acusarem de lavagem de dinheiro, o dia teu neto chegar em casa perguntando se é verdade o que estão falando, você vai ser muito mais duro do que eu, vai ficar com muito mais raiva do que eu", respondeu, acrescentando que "gostaria de não ser duro com ninguém, mas não posso ser muito afetuoso com quem me bate 24 horas por dia", disse. MAIS LAVA JATO A ação penal conhecida como o "processo do tríplex", em que Lula foi condenado, chegou ao fim na primeira instância, mas Lula e Moro deverão se encontrar em uma nova oportunidade ainda neste ano. O ex-presidente é réu em um segundo processo na Justiça Federal no Paraná. Ele é acusado de participar de um esquema de corrupção envolvendo oito contratos entre a empreiteira Odebrecht e a Petrobras. Ele será interrogado por Moro em 13 de setembro Lula pode se tornar réu ainda em um terceiro processo com Moro na Lava Jato. O MPF ofereceu, em 22 de maio, uma nova denúncia contra Lula, acusando-o, mais uma vez, de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Desta vez, os crimes envolvem um sítio em Atibaia (SP). Segundo os procuradores, o imóvel passou por reformas custeadas pelas empresas Odebrecht, OAS e Schahin em benefício do petista e de sua família. Em troca, os três grupos teriam sido favorecidos em contratos com a Petrobras. Moro ainda não decidiu se acolhe ou não os novos argumentos da força-tarefa da Lava Jato
0
Filme póstumo de Eduardo Coutinho é fecho notável de sua obra
Na abertura de "Últimas Conversas", quem conversa é Eduardo Coutinho –bela homenagem dos responsáveis por dar acabamento ao filme deixado incompleto pelo cineasta, morto em 2014. Suas palavras dizem respeito ao que foi o problema de toda sua obra: o embate com o real. Ou, mais extensamente: como vencer a barreira que impede uma imagem, uma fala, de encontrar sua verdade. Confira trecho exclusivo do documentário 'Últimas Conversas', de Eduardo Coutinho Com seu pessimismo quase lendário, Coutinho invectiva os adolescentes –objeto de seu novo trabalho. Fala de como chegam "armados", como resistem a se abrir plenamente, como horas de entrevistas constituem o material bruto: um filme com menos de 90 minutos. Desse material, o mínimo a dizer é que o cineasta- entrevistador conseguiu, sim, e de maneira notável, quebrar essa invisível película que separa o discurso da realidade, a palavra de sua verdade. O grupo de adolescentes que ali desfila pertence, em linhas gerais, a isso que se convencionou chamar "nova classe C". Ou "B", talvez. São pessoas com, não raro, problemas familiares, ou vítimas de preconceito, ou bullying. Ou tudo isso ao mesmo tempo. São moças e rapazes que sonham com seu futuro profissional ou afetivo. No total, formam um painel bastante interessante da adolescência atual no Rio. Será ele "representativo"? Bem, isso leva a outra questão: o que seria representativo da adolescência? Ou outra: não será desse tipo de quadro estatístico que Eduardo Coutinho sempre tratou de escapar? Pois há mais de 30 anos seu trabalho consiste em encontrar e desenvolver personagens: pessoas de carne e osso, com gestos, falas particulares. Em boa parte de seus filmes, o pessoal vai em busca do geral, mas por um processo cinematográfico (o de identificação personagem/espectador) e não estatístico. É quase estranho pensar que, do cinema de Coutinho, muitos indagavam se não estaria esgotado. E, estranhamente, é o fato de ele não ter podido completar o filme que dá a "Últimas Conversas" o tom de absoluta novidade. São três tipos de discurso: o do adulto (o próprio cineasta), com certo desencanto pelo vivido; o do adolescente, com as angústias de um horizonte que se abre diante dele, ainda incerto; o da criança, desprovido de angústia. Sim, pois a última conversa do filme é com uma criança, com quem Coutinho se encanta, pois não vê nela defesa alguma. Admira-lhe a perfeita transparência. Talvez seja uma nostalgia de ancião: a entrevista pouco acrescenta ao longa, a não ser um discurso pleno de real e desprovido de densidade. No geral, o filme é o fecho notável de uma obra invulgar. Últimas Conversas ÚLTIMAS CONVERSAS DIREÇÃO Eduardo Coutinho PRODUÇÃO Brasil, 2014, 12 anos QUANDO estreia nesta quinta (7) AVALIAÇÃO ótimo
ilustrada
Filme póstumo de Eduardo Coutinho é fecho notável de sua obraNa abertura de "Últimas Conversas", quem conversa é Eduardo Coutinho –bela homenagem dos responsáveis por dar acabamento ao filme deixado incompleto pelo cineasta, morto em 2014. Suas palavras dizem respeito ao que foi o problema de toda sua obra: o embate com o real. Ou, mais extensamente: como vencer a barreira que impede uma imagem, uma fala, de encontrar sua verdade. Confira trecho exclusivo do documentário 'Últimas Conversas', de Eduardo Coutinho Com seu pessimismo quase lendário, Coutinho invectiva os adolescentes –objeto de seu novo trabalho. Fala de como chegam "armados", como resistem a se abrir plenamente, como horas de entrevistas constituem o material bruto: um filme com menos de 90 minutos. Desse material, o mínimo a dizer é que o cineasta- entrevistador conseguiu, sim, e de maneira notável, quebrar essa invisível película que separa o discurso da realidade, a palavra de sua verdade. O grupo de adolescentes que ali desfila pertence, em linhas gerais, a isso que se convencionou chamar "nova classe C". Ou "B", talvez. São pessoas com, não raro, problemas familiares, ou vítimas de preconceito, ou bullying. Ou tudo isso ao mesmo tempo. São moças e rapazes que sonham com seu futuro profissional ou afetivo. No total, formam um painel bastante interessante da adolescência atual no Rio. Será ele "representativo"? Bem, isso leva a outra questão: o que seria representativo da adolescência? Ou outra: não será desse tipo de quadro estatístico que Eduardo Coutinho sempre tratou de escapar? Pois há mais de 30 anos seu trabalho consiste em encontrar e desenvolver personagens: pessoas de carne e osso, com gestos, falas particulares. Em boa parte de seus filmes, o pessoal vai em busca do geral, mas por um processo cinematográfico (o de identificação personagem/espectador) e não estatístico. É quase estranho pensar que, do cinema de Coutinho, muitos indagavam se não estaria esgotado. E, estranhamente, é o fato de ele não ter podido completar o filme que dá a "Últimas Conversas" o tom de absoluta novidade. São três tipos de discurso: o do adulto (o próprio cineasta), com certo desencanto pelo vivido; o do adolescente, com as angústias de um horizonte que se abre diante dele, ainda incerto; o da criança, desprovido de angústia. Sim, pois a última conversa do filme é com uma criança, com quem Coutinho se encanta, pois não vê nela defesa alguma. Admira-lhe a perfeita transparência. Talvez seja uma nostalgia de ancião: a entrevista pouco acrescenta ao longa, a não ser um discurso pleno de real e desprovido de densidade. No geral, o filme é o fecho notável de uma obra invulgar. Últimas Conversas ÚLTIMAS CONVERSAS DIREÇÃO Eduardo Coutinho PRODUÇÃO Brasil, 2014, 12 anos QUANDO estreia nesta quinta (7) AVALIAÇÃO ótimo
1
Deprê
O Brasil produziu mais uma aberração: forte recessão, desemprego crescente e inflação em alta. Os dois primeiros elementos não combinam com o último. Mas a química política de Dilma, Eduardo Cunha, PT e oposição criou o fenômeno. Ele já se revela também para 2016, a partir dos elementos do presente. A lamúria de más notícias segue. Recordes de baixa, um atrás do outro. No consumo de serviços, no comércio e na indústria. O PIB deve encolher 3% neste ano. Já pipocam previsões da mesma magnitude para a retração do ano que vem. Analistas mais certeiros projetam inflação rondando 7,5% em 2016. Essa "jabuticaba" de forte recessão com inflação alta espelha muito o Brasil pouco produtivo e muito oligopolizado, com poucas empresas dominando grandes setores. E nossa forte memória inflacionária, cheia de altas exageradas e "arredondamentos" sem lógica. Some-se a isso a falta de horizonte para o atual impasse político, sem nenhum compromisso maior com o país. Abre-se um salve-se quem puder entre os que têm condições de ditar preços e manter margens. No dia a dia, cai rápido a renda média dos brasileiros. Depois de perder 4,3% em setembro (sobre set.14.), quem trabalha recebe hoje, em média, R$ 2.180/mês. Com viés de baixa. Muito em breve teremos o desemprego entrando na casa dos dois dígitos. Talvez antes do fim do 1º trimestre do ano que vem. A taxa de 7,6% na média das seis principais capitais em setembro (era 4,9% há um ano) tende a ganhar novo impulso após a sazonal atividade de fim de ano. * O país perdeu 1,2 milhão de empregos formais nos últimos 12 meses. Foi o pior resultado para o mercado de trabalho desde 1992. Há famílias por trás desses números. Abaixo, é possível conferir a trajetória do emprego formal dos últimos 14 anos. Este será o primeiro negativo nesta série. A ferramenta permite analisar os dados gerais no país e por Estado desde 2002. No mapa, as perdas setoriais (também gerais e pelos Estados) em 2015. Caged
colunas
DeprêO Brasil produziu mais uma aberração: forte recessão, desemprego crescente e inflação em alta. Os dois primeiros elementos não combinam com o último. Mas a química política de Dilma, Eduardo Cunha, PT e oposição criou o fenômeno. Ele já se revela também para 2016, a partir dos elementos do presente. A lamúria de más notícias segue. Recordes de baixa, um atrás do outro. No consumo de serviços, no comércio e na indústria. O PIB deve encolher 3% neste ano. Já pipocam previsões da mesma magnitude para a retração do ano que vem. Analistas mais certeiros projetam inflação rondando 7,5% em 2016. Essa "jabuticaba" de forte recessão com inflação alta espelha muito o Brasil pouco produtivo e muito oligopolizado, com poucas empresas dominando grandes setores. E nossa forte memória inflacionária, cheia de altas exageradas e "arredondamentos" sem lógica. Some-se a isso a falta de horizonte para o atual impasse político, sem nenhum compromisso maior com o país. Abre-se um salve-se quem puder entre os que têm condições de ditar preços e manter margens. No dia a dia, cai rápido a renda média dos brasileiros. Depois de perder 4,3% em setembro (sobre set.14.), quem trabalha recebe hoje, em média, R$ 2.180/mês. Com viés de baixa. Muito em breve teremos o desemprego entrando na casa dos dois dígitos. Talvez antes do fim do 1º trimestre do ano que vem. A taxa de 7,6% na média das seis principais capitais em setembro (era 4,9% há um ano) tende a ganhar novo impulso após a sazonal atividade de fim de ano. * O país perdeu 1,2 milhão de empregos formais nos últimos 12 meses. Foi o pior resultado para o mercado de trabalho desde 1992. Há famílias por trás desses números. Abaixo, é possível conferir a trajetória do emprego formal dos últimos 14 anos. Este será o primeiro negativo nesta série. A ferramenta permite analisar os dados gerais no país e por Estado desde 2002. No mapa, as perdas setoriais (também gerais e pelos Estados) em 2015. Caged
10
Listas de leituras nas férias são a mais nova maneira de se gabar
Caso você seja um presidente-executivo, se gabar jamais foi tão difícil. As maneiras tradicionais de alardear aquilo que você conquistou saíram de moda. O consumo conspícuo não só é vulgar como uma catástrofe de relações públicas, já que o presidente-executivo médio de uma empresa norte-americana hoje ganha 335 vezes melhor que o trabalhador médio. Vangloriar-se sobre o dinheiro que você gasta se tornou um tabu tão forte que alguns presidentes-executivos passaram a se vangloriar de como gastam pouco. Bill Gates, que tem patrimônio superior a US$ 80 bilhões, gosta de contar às pessoas que usa um relógio de US$ 10. Lloyd Blankfein também faz questão de mostrar a todos o que o líder do Goldman Sachs usa no pulso —um humilde Swatch. A segunda maneira tradicional de se gabar —o golfe— também deixou de ser o que era. Os presidentes-executivos ainda gostam de jogar, mas em nossa era de workaholics já não o fazem com a mesma frequência que no passado. Jamie Dimon não joga golfe; Warren Buffett já brincou que só com muita sorte ele consegue completar a pista em menos de 100 tacadas. No passado, imaginava-se que homens que jogavam golfe bem eram fortes candidatos a se tornarem bons executivos, mas agora a pesquisa acadêmica nos revela o oposto. Os presidentes-executivos que passam muito tempo nas pistas de golfe deveriam manter o silêncio a respeito, porque quanto menor seu handicap no esporte, pior o desempenho da empresa que comandam. Tentar causar impressão com o valor de suas doações para caridade ainda é aceitável, mas é uma missão difícil de realizar, para a maioria dos presidentes-executivos. Quando Gates já doou US$ 27 bilhões e mesmo o relativamente muquirana Michael Dell doou mais de US$ 1 bilhão, é impossível para um presidente-executivo comum, com salário anual que mal chega aos oito dígitos, competir. Assim, de que maneira esses profissionais poderão se gabar? Felizmente, existe uma nova maneira de um presidente-executivo declarar que o meu é maior. E o caminho é aquilo que eles estão lendo. A McKinsey acaba de perguntar a 14 presidentes-executivos que livros eles levarão com eles à praia este ano —e o resultado foi uma das exibições mais flagrantes de gabolice competitiva que eu já vi. Quando eu estava na universidade, costumávamos ir a todo lugar carregando cópias de Proust em francês —mas tínhamos a desculpa de termos 19 anos e sermos inseguros. Esses homens são adultos e bem sucedidos, e dedicaram suas vidas a vender alguma coisa para ganhar dinheiro, mas mesmo assim querem ser conhecidos por aquilo que aspiram a ler nas duas semanas por ano em que fazem outra coisa. É quase trágico. A lista da McKinsey começa por Dominic Barton, o presidente-executivo da consultoria, que afirma que seu material de leitura de férias incluirá quatro volumes nada divertidos: alguma coisa sobre os Medici, alguma coisa sobre a China, uma chatice sobre a Europa; e "The Seventh Sense", de Joshua Cooper Ramo. Reid Hoffman vai ainda além, com seis livros, sobre mercados, política, genes e o mundo em geral; e "The Seventh Sense". Diversos temas emergem. Os livros precisam ser variados. Principalmente recentes. Uma mistura de história, tecnologia e biografia é essencial. Um romance pode ser aceitável, desde que seja suficientemente obscuro, difícil ou literário. O presidente-executivo da Corning diz estar planejando encarar a trilogia "Gilead", de Marilynne Robinson. Minha seleção favorita é a de Risto Siilasmaa, da Nokia, que afirma que estará lendo —além de livros obscuros sobre energia, inteligência etc.—, a história folclórica sobre a princesa chinesa Mulan —em chinês. Ninguém disse que planejava ler Stephen King, ou muito menos que não planejava ler coisa alguma, por preferir dedicar seu tempo de descanso a reafirmar o relacionamento com a família. Apenas oito anos atrás, os presidentes-executivos ainda tinham o direito de ser honestos sobre suas leituras. Quando questionados pelo "Financial Times", eles mencionaram títulos variados como o novo romance de Nick Hornby. Ou o novo romance de John Grisham. Ou um livro sobre Fórmula 1. O presidente da BHP admitiu que leria "Os irmãos Karamazóv" pela enésima vez - a cada ano ele tentava ler o romance, mas jamais chegava ao fim. Naquele momento só Sir Martin Sorrell teve a visão de interpretar a questão não como algo que se relacionava às suas leituras reais, mas como um convite para lustrar sua marca pessoal. Mesmo assim, ele errou na lista. Mencionou livros sobre história medieval, negócios e, por fim, "The Last Tycoons", de William Cohan. Infelizmente, este último livro havia vencido o prêmio literário do "Financial Times" no ano anterior, e Sir Martin, membro da comissão julgadora, já deveria tê-lo lido. Recentemente almocei com um presidente-executivo a quem conheço bem o bastante para confiar em que me diga a verdade. Perguntei o que ele planejava ler nas férias. Não faço ideia, ele respondeu. Seu plano era sair de férias na metade de agosto, e ele tinha coisas mais importantes em que pensar, até lá. Como, por exemplo, comandar sua companhia. Tradução de PAULO MIGLIACCI
colunas
Listas de leituras nas férias são a mais nova maneira de se gabarCaso você seja um presidente-executivo, se gabar jamais foi tão difícil. As maneiras tradicionais de alardear aquilo que você conquistou saíram de moda. O consumo conspícuo não só é vulgar como uma catástrofe de relações públicas, já que o presidente-executivo médio de uma empresa norte-americana hoje ganha 335 vezes melhor que o trabalhador médio. Vangloriar-se sobre o dinheiro que você gasta se tornou um tabu tão forte que alguns presidentes-executivos passaram a se vangloriar de como gastam pouco. Bill Gates, que tem patrimônio superior a US$ 80 bilhões, gosta de contar às pessoas que usa um relógio de US$ 10. Lloyd Blankfein também faz questão de mostrar a todos o que o líder do Goldman Sachs usa no pulso —um humilde Swatch. A segunda maneira tradicional de se gabar —o golfe— também deixou de ser o que era. Os presidentes-executivos ainda gostam de jogar, mas em nossa era de workaholics já não o fazem com a mesma frequência que no passado. Jamie Dimon não joga golfe; Warren Buffett já brincou que só com muita sorte ele consegue completar a pista em menos de 100 tacadas. No passado, imaginava-se que homens que jogavam golfe bem eram fortes candidatos a se tornarem bons executivos, mas agora a pesquisa acadêmica nos revela o oposto. Os presidentes-executivos que passam muito tempo nas pistas de golfe deveriam manter o silêncio a respeito, porque quanto menor seu handicap no esporte, pior o desempenho da empresa que comandam. Tentar causar impressão com o valor de suas doações para caridade ainda é aceitável, mas é uma missão difícil de realizar, para a maioria dos presidentes-executivos. Quando Gates já doou US$ 27 bilhões e mesmo o relativamente muquirana Michael Dell doou mais de US$ 1 bilhão, é impossível para um presidente-executivo comum, com salário anual que mal chega aos oito dígitos, competir. Assim, de que maneira esses profissionais poderão se gabar? Felizmente, existe uma nova maneira de um presidente-executivo declarar que o meu é maior. E o caminho é aquilo que eles estão lendo. A McKinsey acaba de perguntar a 14 presidentes-executivos que livros eles levarão com eles à praia este ano —e o resultado foi uma das exibições mais flagrantes de gabolice competitiva que eu já vi. Quando eu estava na universidade, costumávamos ir a todo lugar carregando cópias de Proust em francês —mas tínhamos a desculpa de termos 19 anos e sermos inseguros. Esses homens são adultos e bem sucedidos, e dedicaram suas vidas a vender alguma coisa para ganhar dinheiro, mas mesmo assim querem ser conhecidos por aquilo que aspiram a ler nas duas semanas por ano em que fazem outra coisa. É quase trágico. A lista da McKinsey começa por Dominic Barton, o presidente-executivo da consultoria, que afirma que seu material de leitura de férias incluirá quatro volumes nada divertidos: alguma coisa sobre os Medici, alguma coisa sobre a China, uma chatice sobre a Europa; e "The Seventh Sense", de Joshua Cooper Ramo. Reid Hoffman vai ainda além, com seis livros, sobre mercados, política, genes e o mundo em geral; e "The Seventh Sense". Diversos temas emergem. Os livros precisam ser variados. Principalmente recentes. Uma mistura de história, tecnologia e biografia é essencial. Um romance pode ser aceitável, desde que seja suficientemente obscuro, difícil ou literário. O presidente-executivo da Corning diz estar planejando encarar a trilogia "Gilead", de Marilynne Robinson. Minha seleção favorita é a de Risto Siilasmaa, da Nokia, que afirma que estará lendo —além de livros obscuros sobre energia, inteligência etc.—, a história folclórica sobre a princesa chinesa Mulan —em chinês. Ninguém disse que planejava ler Stephen King, ou muito menos que não planejava ler coisa alguma, por preferir dedicar seu tempo de descanso a reafirmar o relacionamento com a família. Apenas oito anos atrás, os presidentes-executivos ainda tinham o direito de ser honestos sobre suas leituras. Quando questionados pelo "Financial Times", eles mencionaram títulos variados como o novo romance de Nick Hornby. Ou o novo romance de John Grisham. Ou um livro sobre Fórmula 1. O presidente da BHP admitiu que leria "Os irmãos Karamazóv" pela enésima vez - a cada ano ele tentava ler o romance, mas jamais chegava ao fim. Naquele momento só Sir Martin Sorrell teve a visão de interpretar a questão não como algo que se relacionava às suas leituras reais, mas como um convite para lustrar sua marca pessoal. Mesmo assim, ele errou na lista. Mencionou livros sobre história medieval, negócios e, por fim, "The Last Tycoons", de William Cohan. Infelizmente, este último livro havia vencido o prêmio literário do "Financial Times" no ano anterior, e Sir Martin, membro da comissão julgadora, já deveria tê-lo lido. Recentemente almocei com um presidente-executivo a quem conheço bem o bastante para confiar em que me diga a verdade. Perguntei o que ele planejava ler nas férias. Não faço ideia, ele respondeu. Seu plano era sair de férias na metade de agosto, e ele tinha coisas mais importantes em que pensar, até lá. Como, por exemplo, comandar sua companhia. Tradução de PAULO MIGLIACCI
10
Leitor comenta carta de ex-diretor do Instituto Butantan sobre a dengue
A denúncia feita por Isaias Raw sobre a vacina contra a dengue merece reportagens a respeito, em função da importância e da gravidade do assunto. É, sem dúvida, a solução para essa epidemia que se alastra por anos no país, vitimando vários brasileiros. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
paineldoleitor
Leitor comenta carta de ex-diretor do Instituto Butantan sobre a dengueA denúncia feita por Isaias Raw sobre a vacina contra a dengue merece reportagens a respeito, em função da importância e da gravidade do assunto. É, sem dúvida, a solução para essa epidemia que se alastra por anos no país, vitimando vários brasileiros. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
16
Rui Falcão pede 'vigília' a filiados do PT em solidariedade a Lula
O PT decidiu nesta quinta (10) orientar os filiados do partido a fazerem "vigília" nos diretórios do partido em apoio ao ex-presidente Lula, que teve a prisão pedida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo. "Em virtude da volatilidade da conjuntura nacional se nota a necessidade urgente de solidariedade e companheirismo tanto ao ex-presidente Lula quanto a todos os nossos militantes e lideranças. O momento é de unidade", diz comunicado assinado pelo presidente nacional do partido, Rui Falcão. A orientação está sendo repassada pela Executiva Nacional do partido aos diretórios em todo o país.
colunas
Rui Falcão pede 'vigília' a filiados do PT em solidariedade a LulaO PT decidiu nesta quinta (10) orientar os filiados do partido a fazerem "vigília" nos diretórios do partido em apoio ao ex-presidente Lula, que teve a prisão pedida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo. "Em virtude da volatilidade da conjuntura nacional se nota a necessidade urgente de solidariedade e companheirismo tanto ao ex-presidente Lula quanto a todos os nossos militantes e lideranças. O momento é de unidade", diz comunicado assinado pelo presidente nacional do partido, Rui Falcão. A orientação está sendo repassada pela Executiva Nacional do partido aos diretórios em todo o país.
10
Grupo Odebrecht pagou US$ 1 bi em propinas em 12 países, dizem EUA
Em documento tornado público nesta quarta-feira (21), o DOJ (Departamento de Justiça) dos Estados Unidos revelou que o grupo Odebrecht pagou US$ 599 milhões em propinas para servidores públicos e políticos brasileiros (ou R$ 1,9 bilhão ao câmbio atual) e mais US$ 439 milhões (R$ 1,4 bilhão) em outros 11 países, segundo documentos divulgados pelos EUA. Do total repassado a brasileiros, segundo os americanos, US$ 349 milhões saíram da construtora Odebrecht e US$ 250 milhões da Braskem, o braço petroquímico da empreiteira. Segundo o DOJ, os valores relativos à empreiteira são ligados a "mais de 100 projetos em 12 países, incluindo Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela". Em troca dessas propinas, segundo o DOJ, a Odebrecht obteve pelo menos R$ 12 bilhões, ao câmbio de hoje, em benefícios com contratos nesses países. O esquema de repasses, de acordo com as autoridades americanas, funcionou entre 2001 e 2016. Os nomes dos países e os valores envolvidos eram desconhecidos no Brasil até a publicação do DOJ. Alegando sigilo, a PGR (Procuradoria Geral da República), que conduz as delações dos funcionários da Odebrecht, nunca havia divulgado tais números e informações. A informação sobre os valores e países consta de um documento chamado "informações Odebrecht", que acompanha o acordo assinado entre Brasil e EUA nesta quarta-feira (21). O documento é assinado por dois investigadores do governo norte-americano, Robert L. Capers, procurador de Justiça, e Andrew Weissmann, chefe da Seção de Fraude da Divisão Criminal do Departamento de Justiça. O documento descreve o pagamento de propinas em cada país. Um dos valores mais altos foi ligado à Venezuela. Só naquele país a Odebrecht pagou, segundo o DOJ, "aproximadamente US$ 98 milhões em pagamentos corruptos para funcionários do governo e trabalhadores intermediários em benefício deles na Venezuela no sentido de obter e manter contratos de obras públicas". Em Angola, outro exemplo, entre 2006 e 2013 a Odebrecht teria pago "mais de US$ 50 milhões em corrupção para funcionários do governo de Angola no sentido de assegurar contratos em obras públicas". Em contrapartida, diz o DOJ, a Odebrecht "conseguiu benefícios de aproximadamente US$ 261,7 milhões como resultado desses pagamentos corruptos" somente naquele país. Segundo os EUA, são os seguintes os países e valores: em Angola a Odebrecht teria pago em propinas US$ 50 milhões entre 2006 e 2013 por contratos no valor de R$ 261,7 milhões; no Brasil, US$ 599 milhões entre 2003 e 2016 (incluindo a Braskem); na Argentina, US$ 35 milhões por contratos de US$ 278 milhões no período 2007-2014; na Colômbia, US$ 11 milhões entre 2009 e 2014 por contratos no valor de US$ 50 milhões; na República Dominicana, US$ 92 milhões por contratos de US$ 163 milhões de 2001 a 2014; no Equador, US$ 33,5 milhões foram pagos de 2007 a 2016 por contratos de US$ 116 milhões; na Guatemala, US$ 18 milhões de 2013 a 2015 por contratos de US$ 34 milhões; no Moçambique, foram pagos US$ 900 mil de 2011 a 2014; no Panamá, US$ 59 milhões de 2010 a 2014 por contratos de US$ 175 milhões; no Peru, propinas de US$ 29 milhões entre 2005 e 2014 em relação a contratos de US$ 143 milhões; na Venezuela, propinas de US$ 98 milhões de 2006 a 2015; no México, propinas de US$ 10,5 milhões entre 2010 e 2014 por US$ 39 milhões em contratos. As autoridades norte-americanas afirmaram que a Odebrecht criou uma empresa chamada Smith & Nash Engineering Company, baseada nas Ilhas Virgens Britânicas, para operar atividades da Divisão das Operações Estruturadas, retratada pela Operação Lava Jato como um braço criado pela Odebrecht para pagar propinas em diversos contratos. "S&N foi usada pela Odebrecht para levar adiante o esquema de propinas, esconder e disfarçar pagamentos impróprios feito em benefício de servidores públicos estrangeiros e partido político estrangeiros em vários países", afirma o documento do DOJ.
poder
Grupo Odebrecht pagou US$ 1 bi em propinas em 12 países, dizem EUAEm documento tornado público nesta quarta-feira (21), o DOJ (Departamento de Justiça) dos Estados Unidos revelou que o grupo Odebrecht pagou US$ 599 milhões em propinas para servidores públicos e políticos brasileiros (ou R$ 1,9 bilhão ao câmbio atual) e mais US$ 439 milhões (R$ 1,4 bilhão) em outros 11 países, segundo documentos divulgados pelos EUA. Do total repassado a brasileiros, segundo os americanos, US$ 349 milhões saíram da construtora Odebrecht e US$ 250 milhões da Braskem, o braço petroquímico da empreiteira. Segundo o DOJ, os valores relativos à empreiteira são ligados a "mais de 100 projetos em 12 países, incluindo Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela". Em troca dessas propinas, segundo o DOJ, a Odebrecht obteve pelo menos R$ 12 bilhões, ao câmbio de hoje, em benefícios com contratos nesses países. O esquema de repasses, de acordo com as autoridades americanas, funcionou entre 2001 e 2016. Os nomes dos países e os valores envolvidos eram desconhecidos no Brasil até a publicação do DOJ. Alegando sigilo, a PGR (Procuradoria Geral da República), que conduz as delações dos funcionários da Odebrecht, nunca havia divulgado tais números e informações. A informação sobre os valores e países consta de um documento chamado "informações Odebrecht", que acompanha o acordo assinado entre Brasil e EUA nesta quarta-feira (21). O documento é assinado por dois investigadores do governo norte-americano, Robert L. Capers, procurador de Justiça, e Andrew Weissmann, chefe da Seção de Fraude da Divisão Criminal do Departamento de Justiça. O documento descreve o pagamento de propinas em cada país. Um dos valores mais altos foi ligado à Venezuela. Só naquele país a Odebrecht pagou, segundo o DOJ, "aproximadamente US$ 98 milhões em pagamentos corruptos para funcionários do governo e trabalhadores intermediários em benefício deles na Venezuela no sentido de obter e manter contratos de obras públicas". Em Angola, outro exemplo, entre 2006 e 2013 a Odebrecht teria pago "mais de US$ 50 milhões em corrupção para funcionários do governo de Angola no sentido de assegurar contratos em obras públicas". Em contrapartida, diz o DOJ, a Odebrecht "conseguiu benefícios de aproximadamente US$ 261,7 milhões como resultado desses pagamentos corruptos" somente naquele país. Segundo os EUA, são os seguintes os países e valores: em Angola a Odebrecht teria pago em propinas US$ 50 milhões entre 2006 e 2013 por contratos no valor de R$ 261,7 milhões; no Brasil, US$ 599 milhões entre 2003 e 2016 (incluindo a Braskem); na Argentina, US$ 35 milhões por contratos de US$ 278 milhões no período 2007-2014; na Colômbia, US$ 11 milhões entre 2009 e 2014 por contratos no valor de US$ 50 milhões; na República Dominicana, US$ 92 milhões por contratos de US$ 163 milhões de 2001 a 2014; no Equador, US$ 33,5 milhões foram pagos de 2007 a 2016 por contratos de US$ 116 milhões; na Guatemala, US$ 18 milhões de 2013 a 2015 por contratos de US$ 34 milhões; no Moçambique, foram pagos US$ 900 mil de 2011 a 2014; no Panamá, US$ 59 milhões de 2010 a 2014 por contratos de US$ 175 milhões; no Peru, propinas de US$ 29 milhões entre 2005 e 2014 em relação a contratos de US$ 143 milhões; na Venezuela, propinas de US$ 98 milhões de 2006 a 2015; no México, propinas de US$ 10,5 milhões entre 2010 e 2014 por US$ 39 milhões em contratos. As autoridades norte-americanas afirmaram que a Odebrecht criou uma empresa chamada Smith & Nash Engineering Company, baseada nas Ilhas Virgens Britânicas, para operar atividades da Divisão das Operações Estruturadas, retratada pela Operação Lava Jato como um braço criado pela Odebrecht para pagar propinas em diversos contratos. "S&N foi usada pela Odebrecht para levar adiante o esquema de propinas, esconder e disfarçar pagamentos impróprios feito em benefício de servidores públicos estrangeiros e partido político estrangeiros em vários países", afirma o documento do DOJ.
0
Trump diz que aceitará resultado das urnas se for 'claro' ou se ele ganhar
Horas após chocar boa parte dos americanos ao não dizer se reconhecerá o resultado das eleições de 8 de novembro, o republicano Donald Trump afirmou que aceitará o resultado das urnas desde que ele seja "claro". E disse ainda que se reservará o direito de ir à Justiça caso considere o desfecho "questionável". "Aceitarei um resultado claro das eleições, mas também me reservo o direito de apresentar queixas à Justiça no caso de um resultado questionável", disse o candidato republicano nesta quinta (20), durante um ato eleitoral em Ohio. No mesmo discurso, Trump disse que, sim, reconheceria o resultado —desde que ele fosse o ganhador. "Quero prometer a todos os meus eleitores e apoiadores, e a todas as pessoas dos Estados Unidos, que aceitarei totalmente os resultados desta grandiosa e histórica eleição presidencial", disse Trump, para então completar: "Se eu ganhar". Durante o terceiro e último debate presidencial, na noite desta quarta (19), Trump foi questionado pelo mediador se aceitaria o resultado das eleições, ao que respondeu que examinaria "o caso quando a hora chegar". "Vou manter o suspense." Veja os bastidores do debate A resposta provocou forte reação de sua rival, a democrata Hillary Clinton, que disse no debate que Trump estava "denegrindo a democracia" do país. O republicano tem tentado emplacar a tese de que as eleições podem ser manipuladas, o que já levou o presidente Barack Obama a pedir que ele pare de reclamar.
mundo
Trump diz que aceitará resultado das urnas se for 'claro' ou se ele ganharHoras após chocar boa parte dos americanos ao não dizer se reconhecerá o resultado das eleições de 8 de novembro, o republicano Donald Trump afirmou que aceitará o resultado das urnas desde que ele seja "claro". E disse ainda que se reservará o direito de ir à Justiça caso considere o desfecho "questionável". "Aceitarei um resultado claro das eleições, mas também me reservo o direito de apresentar queixas à Justiça no caso de um resultado questionável", disse o candidato republicano nesta quinta (20), durante um ato eleitoral em Ohio. No mesmo discurso, Trump disse que, sim, reconheceria o resultado —desde que ele fosse o ganhador. "Quero prometer a todos os meus eleitores e apoiadores, e a todas as pessoas dos Estados Unidos, que aceitarei totalmente os resultados desta grandiosa e histórica eleição presidencial", disse Trump, para então completar: "Se eu ganhar". Durante o terceiro e último debate presidencial, na noite desta quarta (19), Trump foi questionado pelo mediador se aceitaria o resultado das eleições, ao que respondeu que examinaria "o caso quando a hora chegar". "Vou manter o suspense." Veja os bastidores do debate A resposta provocou forte reação de sua rival, a democrata Hillary Clinton, que disse no debate que Trump estava "denegrindo a democracia" do país. O republicano tem tentado emplacar a tese de que as eleições podem ser manipuladas, o que já levou o presidente Barack Obama a pedir que ele pare de reclamar.
3
Na Rússia, time viaja até 6 mil km para jogar primeira divisão nacional
Já imaginou viajar mais de 12 mil quilômetros entre ida e volta e passar quase 17 horas em um avião para disputar uma simples partida de um campeonato nacional na capital de seu país? Pois é esta maratona que os atletas do SKA Khabarovsk terão de fazer durante a próxima temporada do Campeonato Russo, que começou neste final de semana. Só em Moscou serão quatro duelos: contra CSKA, Dínamo, Lokomotiv e Spartak. O que dizer então de outras 11 viagens muito longas para enfrentar seus demais adversários da liga? O SKA, novo integrante da primeira divisão russa, tem sua sede e estádio na cidade de Khabarovsk, localizada no extremo leste da Rússia, próxima à famosa Vladivostok. Ele estrearia no torneio contra o Zenit, neste domingo (16). Apenas 1.473 km separam o município de Tóquio e 1.761 km de Pequim. Já até Moscou são 6.140 km. O adversário mais próximo é o Ural, que fica em Ekaterimburgo a 4.850 km. O mais distante é o Anzhi, de Makchkala, a 6.442 km. Todas as distâncias são calculadas por via aérea em linha reta. Para se ter uma idéia, a distância entre São Paulo e Nova York é de 7.681 km. Em 2013, o Palmeiras viajou 9.718 km para enfrentar o Tijuana na Libertadores. Mas isso no extremo norte do México para um único jogo e não com a regularidade de um torneio nacional. E não é apenas o deslocamento que joga contra o SKA. Há também o fuso-horário. Entre Khabarovsk e Moscou, por exemplo, são sete horas de diferença. Um desafio para o corpo dos atletas. O time não conta com um avião próprio e faz todas as viagens em voos comerciais regulares. Com exceção dos deslocamentos para a capital, em todos os outros ao menos uma escala é necessária. Foram diversas as viagens na segunda divisão. Mas com o acesso, o time está em foco na Rússia e no mundo pelas distâncias fora do comum. "É muito desgastante viajar oito horas até Moscou. E se jogamos perto de lá fazemos a escala e seguimos com a viagem. E tem mais esta do fuso né? É uma loucura (risos)", afirmou à Folha o atacante argentino do SKA Juan Lescano. "Sempre viajamos um dia antes dos jogos. É muito cansativo. Digo que isso torna este campeonato para nós o mais difícil do mundo", completou o argentino. O jogador de 24 anos anotou oito gols em 30 partidas na segunda divisão. O SKA terminou na quarta colocação entre 20 participantes, com 59 pontos, e garantiu uma vaga no playoff de acesso. Nas duas partidas valendo vaga na elite empatou com o Orenburg (13º da primeira divisão) por 0 a 0. Na decisão por pênaltis, fez 5 a 3 para subir de forma inédita. "Com certeza foi o triunfo mais importante da história deste clube", avaliou Lescano que chegou a Khabarovsk no ano passado. Na Copa da Rússia, o clube havia ganhado as manchetes ao eliminar o poderoso e novo campeão russo Spartak nos 16 avos de final. Lescano é um dos quatro estrangeiros que fizeram parte do elenco. E seu objetivo é seguir na próxima temporada. "Nosso objetivo agora é seguir na elite. Se der para tentar vaga em algum torneio europeu vamos atrás disso", finalizou. EPOPEIA O torcedor que quiser se arriscar por terra para acompanhar o time viverá uma aventura. Até Moscou, por exemplo, são 8.317 km pasando próximo às fronteiras da China, Mongólia e Cazaquistão. Sem paradas, são estimados quatro dias e nove horas para completar o percurso em uma direção, o que significaria na volta perder o jogo do time como mandante. Também é possível fazer a viagem de trem passando pelos trilhos usados pelo famoso Expresso Transiberiano, que começa em Moscou e acaba em Vladivostok e tem 120 paradas.
esporte
Na Rússia, time viaja até 6 mil km para jogar primeira divisão nacionalJá imaginou viajar mais de 12 mil quilômetros entre ida e volta e passar quase 17 horas em um avião para disputar uma simples partida de um campeonato nacional na capital de seu país? Pois é esta maratona que os atletas do SKA Khabarovsk terão de fazer durante a próxima temporada do Campeonato Russo, que começou neste final de semana. Só em Moscou serão quatro duelos: contra CSKA, Dínamo, Lokomotiv e Spartak. O que dizer então de outras 11 viagens muito longas para enfrentar seus demais adversários da liga? O SKA, novo integrante da primeira divisão russa, tem sua sede e estádio na cidade de Khabarovsk, localizada no extremo leste da Rússia, próxima à famosa Vladivostok. Ele estrearia no torneio contra o Zenit, neste domingo (16). Apenas 1.473 km separam o município de Tóquio e 1.761 km de Pequim. Já até Moscou são 6.140 km. O adversário mais próximo é o Ural, que fica em Ekaterimburgo a 4.850 km. O mais distante é o Anzhi, de Makchkala, a 6.442 km. Todas as distâncias são calculadas por via aérea em linha reta. Para se ter uma idéia, a distância entre São Paulo e Nova York é de 7.681 km. Em 2013, o Palmeiras viajou 9.718 km para enfrentar o Tijuana na Libertadores. Mas isso no extremo norte do México para um único jogo e não com a regularidade de um torneio nacional. E não é apenas o deslocamento que joga contra o SKA. Há também o fuso-horário. Entre Khabarovsk e Moscou, por exemplo, são sete horas de diferença. Um desafio para o corpo dos atletas. O time não conta com um avião próprio e faz todas as viagens em voos comerciais regulares. Com exceção dos deslocamentos para a capital, em todos os outros ao menos uma escala é necessária. Foram diversas as viagens na segunda divisão. Mas com o acesso, o time está em foco na Rússia e no mundo pelas distâncias fora do comum. "É muito desgastante viajar oito horas até Moscou. E se jogamos perto de lá fazemos a escala e seguimos com a viagem. E tem mais esta do fuso né? É uma loucura (risos)", afirmou à Folha o atacante argentino do SKA Juan Lescano. "Sempre viajamos um dia antes dos jogos. É muito cansativo. Digo que isso torna este campeonato para nós o mais difícil do mundo", completou o argentino. O jogador de 24 anos anotou oito gols em 30 partidas na segunda divisão. O SKA terminou na quarta colocação entre 20 participantes, com 59 pontos, e garantiu uma vaga no playoff de acesso. Nas duas partidas valendo vaga na elite empatou com o Orenburg (13º da primeira divisão) por 0 a 0. Na decisão por pênaltis, fez 5 a 3 para subir de forma inédita. "Com certeza foi o triunfo mais importante da história deste clube", avaliou Lescano que chegou a Khabarovsk no ano passado. Na Copa da Rússia, o clube havia ganhado as manchetes ao eliminar o poderoso e novo campeão russo Spartak nos 16 avos de final. Lescano é um dos quatro estrangeiros que fizeram parte do elenco. E seu objetivo é seguir na próxima temporada. "Nosso objetivo agora é seguir na elite. Se der para tentar vaga em algum torneio europeu vamos atrás disso", finalizou. EPOPEIA O torcedor que quiser se arriscar por terra para acompanhar o time viverá uma aventura. Até Moscou, por exemplo, são 8.317 km pasando próximo às fronteiras da China, Mongólia e Cazaquistão. Sem paradas, são estimados quatro dias e nove horas para completar o percurso em uma direção, o que significaria na volta perder o jogo do time como mandante. Também é possível fazer a viagem de trem passando pelos trilhos usados pelo famoso Expresso Transiberiano, que começa em Moscou e acaba em Vladivostok e tem 120 paradas.
4
Dilma diz que investigações sobre a Fifa ajudarão futebol brasileiro
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (27) que o novo escândalo de corrupção que se abateu sofre a Fifa vai permitir uma maior profissionalização do futebol. A polícia suíça realizou, a pedido das autoridades dos EUA, uma operação surpresa para deter dirigentes da Fifa investigados por corrupção e com mandados de extradição. Entre os detidos está o ex-presidente e atual vice-presidente da CBF José Maria Marin, que deixou a entidade em abril. Os outros detidos foram Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael Esquivel. "Toda a investigação sobre essa questão é muito importante. Vai permitir uma maior profissionalização do futebol. Não vejo como isso pode prejudicar o futebol brasileiro. Se tiver de investigar, investiga, em todas as Copas, todas as atividades", disse Dilma Rousseff pouco antes de ser homenageada pelo senado mexicano. "Isso vale para todos, desde a operação Lava Jato até essa prisão. Há que investigar. Não vejo por que não", acrescentou. Dilma também foi questionada sobre a ação da Justiça norte-americana, que divulgou que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) é acusada de corrupção em acordos comerciais. Segundo nota das autoridades americanas, as investigações incluem acusações sobre pagamento de suborno em relações ao contrato da CBF com uma grande marca esportiva americana e também pagamentos em relação a contratos da Copa do Brasil. "O problema central é que na lei brasileira nós não temos poder de fazer a mesma investigação que fazemos na área pública na área privada. Eu não sei a base legal que motivou a procuradoria americana a fazer as detenções. Não tenho aqui como me manifestar para vocês", disse Dilma. "Agora, a alteração que permite a investigação de crimes de corrupção que não estejam ligados diretamente ao setor público tem necessariamente de passar por uma alteração legal. A CGU investiga a administração centralizada da União, as empresas e todos aqueles municípios e Estados que recebem dinheiro da União. Tudo que foi na Copa do Mundo relativo a dinheiro nosso nós temos total direito de investigar. Nós, Ministério Público Federal, Polícia Federal. Agora, a Polícia Federal tem direito de investigar qualquer ação inidônea no Brasil", completou.
esporte
Dilma diz que investigações sobre a Fifa ajudarão futebol brasileiroA presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (27) que o novo escândalo de corrupção que se abateu sofre a Fifa vai permitir uma maior profissionalização do futebol. A polícia suíça realizou, a pedido das autoridades dos EUA, uma operação surpresa para deter dirigentes da Fifa investigados por corrupção e com mandados de extradição. Entre os detidos está o ex-presidente e atual vice-presidente da CBF José Maria Marin, que deixou a entidade em abril. Os outros detidos foram Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael Esquivel. "Toda a investigação sobre essa questão é muito importante. Vai permitir uma maior profissionalização do futebol. Não vejo como isso pode prejudicar o futebol brasileiro. Se tiver de investigar, investiga, em todas as Copas, todas as atividades", disse Dilma Rousseff pouco antes de ser homenageada pelo senado mexicano. "Isso vale para todos, desde a operação Lava Jato até essa prisão. Há que investigar. Não vejo por que não", acrescentou. Dilma também foi questionada sobre a ação da Justiça norte-americana, que divulgou que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) é acusada de corrupção em acordos comerciais. Segundo nota das autoridades americanas, as investigações incluem acusações sobre pagamento de suborno em relações ao contrato da CBF com uma grande marca esportiva americana e também pagamentos em relação a contratos da Copa do Brasil. "O problema central é que na lei brasileira nós não temos poder de fazer a mesma investigação que fazemos na área pública na área privada. Eu não sei a base legal que motivou a procuradoria americana a fazer as detenções. Não tenho aqui como me manifestar para vocês", disse Dilma. "Agora, a alteração que permite a investigação de crimes de corrupção que não estejam ligados diretamente ao setor público tem necessariamente de passar por uma alteração legal. A CGU investiga a administração centralizada da União, as empresas e todos aqueles municípios e Estados que recebem dinheiro da União. Tudo que foi na Copa do Mundo relativo a dinheiro nosso nós temos total direito de investigar. Nós, Ministério Público Federal, Polícia Federal. Agora, a Polícia Federal tem direito de investigar qualquer ação inidônea no Brasil", completou.
4
'Bananas de Pijamas' volta à TV em animação computadorizada
Nesta segunda-feira (28), na TV Cultura, volta à televisão dois personagens que fizeram o maior sucesso nos anos 1990: os Bananas de Pijamas. Produzido com técnicas de animação computadorizada, o programa retoma os personagens B1 e B2, que protagonizam histórias e canções inéditas. Eles têm a companhia de antigos amigos, como o Rato de Boné e os ursos Amy, Lulu e Morgan. Novos personagens também passam a fazer parte da turma, como Topsy, a canguru bochechuda; Charlie, o macaco criativo; e Bernardo, o cão velho e sábio. A cada episódio, os irmãos precisam resolver um problema fazendo uso de pensamentos positivos, confiança, bom humor, generosidade e otimismo. Mas, enquanto tentam encontrar uma solução para o contratempo inicial, os dois acabam se envolvendo em mais confusão, até que seus amigos –ou a boa e velha sorte– os ajudam a encontrar um final feliz. MORANGUINHO Outra personagem bem conhecida que volta às telas é a Moranguinho. Em 39 episódios de 22 minutos cada, as crianças passeiam pela Cidade Tutti Frutti, um mundo em miniatura escondido em uma plantação de morangos, onde Moranguinho vive com suas amigas frutinhas em meio a várias brincadeiras e desafios. Sempre encorajando suas amigas, Moranguinho transmite valores como a tolerância e o respeito. Além disso, o programa apresenta uma evolução em relação à sua versão anterior, passando a enfatizar a importância das frutas, legumes e da alimentação saudável. Assim como Bananas de Pijamas, a nova versão foi feita em computação gráfica. 'Bananas de Pijama' QUANDO a partir de 28 de março ONDE na TV Cultura HORÁRIOS de segunda a sexta-feira, às 8h45 e às 13h45. sábados, às 10h45; domingos, às 13h30 'Moranguinho: Aventuras em Tutti Frutti' QUANDO a partir de 28 de março ONDE na TV Cultura HORÁRIOS de segunda a sexta-feira, às 11h10 e às 16h10; aos sábados, ao meio-dia; aos domingos, às 14h
folhinha
'Bananas de Pijamas' volta à TV em animação computadorizadaNesta segunda-feira (28), na TV Cultura, volta à televisão dois personagens que fizeram o maior sucesso nos anos 1990: os Bananas de Pijamas. Produzido com técnicas de animação computadorizada, o programa retoma os personagens B1 e B2, que protagonizam histórias e canções inéditas. Eles têm a companhia de antigos amigos, como o Rato de Boné e os ursos Amy, Lulu e Morgan. Novos personagens também passam a fazer parte da turma, como Topsy, a canguru bochechuda; Charlie, o macaco criativo; e Bernardo, o cão velho e sábio. A cada episódio, os irmãos precisam resolver um problema fazendo uso de pensamentos positivos, confiança, bom humor, generosidade e otimismo. Mas, enquanto tentam encontrar uma solução para o contratempo inicial, os dois acabam se envolvendo em mais confusão, até que seus amigos –ou a boa e velha sorte– os ajudam a encontrar um final feliz. MORANGUINHO Outra personagem bem conhecida que volta às telas é a Moranguinho. Em 39 episódios de 22 minutos cada, as crianças passeiam pela Cidade Tutti Frutti, um mundo em miniatura escondido em uma plantação de morangos, onde Moranguinho vive com suas amigas frutinhas em meio a várias brincadeiras e desafios. Sempre encorajando suas amigas, Moranguinho transmite valores como a tolerância e o respeito. Além disso, o programa apresenta uma evolução em relação à sua versão anterior, passando a enfatizar a importância das frutas, legumes e da alimentação saudável. Assim como Bananas de Pijamas, a nova versão foi feita em computação gráfica. 'Bananas de Pijama' QUANDO a partir de 28 de março ONDE na TV Cultura HORÁRIOS de segunda a sexta-feira, às 8h45 e às 13h45. sábados, às 10h45; domingos, às 13h30 'Moranguinho: Aventuras em Tutti Frutti' QUANDO a partir de 28 de março ONDE na TV Cultura HORÁRIOS de segunda a sexta-feira, às 11h10 e às 16h10; aos sábados, ao meio-dia; aos domingos, às 14h
27
Não tinha criança carente na plateia, diz Regina Casé sobre brinquedos
A chapa esquentou para Regina Casé, 61. A produção do "Esquenta!", programa que apresenta na Rede Globo, foi acusada de pedir de volta brinquedos entregues a crianças na atração.Tudo "bobajada da internet", diz Casé ao "F5".No domingo (9), a coluna "Zapping", publicada no jornal "Agora", do Grupo Folha, e reproduzida no site "F5", disse que a produção havia cedido brinquedos a crianças para depois tomá-los, solicitando que elas os colocassem de volta em um baú após o término das gravações. Leia mais aqui
tv
Não tinha criança carente na plateia, diz Regina Casé sobre brinquedosA chapa esquentou para Regina Casé, 61. A produção do "Esquenta!", programa que apresenta na Rede Globo, foi acusada de pedir de volta brinquedos entregues a crianças na atração.Tudo "bobajada da internet", diz Casé ao "F5".No domingo (9), a coluna "Zapping", publicada no jornal "Agora", do Grupo Folha, e reproduzida no site "F5", disse que a produção havia cedido brinquedos a crianças para depois tomá-los, solicitando que elas os colocassem de volta em um baú após o término das gravações. Leia mais aqui
12
Em 'High Hitler', jornalista alemão afirma que Hitler usava drogas
OK, o trocadilho no título da edição brasileira parece infame, mas é bom. "High Hitler", em inglês ("Hitler chapado", ou drogado), se pronuncia de modo parecido com "Heil, Hitler", em alemão ("Salve, Hitler"). Não é o título original, mas foi o título de matéria do britânico "The Guardian" sobre o livro. Há dois tópicos básicos, disse o autor, o jornalista e romancista alemão Norman Ohler, 47, à Folha. O uso de drogas pelo líder nazista Adolf Hitler e seus capangas e o uso de drogas pelas forças armadas alemãs, a Wehrmacht. "Surpreendentes" é o adjetivo que ele usou para definir as descobertas. Também se poderia dizer "polêmicas". Ohler foi atrás de um tema pouco conhecido, apesar de dezenas de anos de pesquisas e milhares de livros sobre o nazismo. Um amigo DJ lhe contou que Hitler e seus íntimos usavam drogas. Ele, que usou as substâncias no passado, foi atrás e levantou fatos novos. Diz que derivados do ópio foram "cruciais" para o sucesso das primeiras campanhas e das invasões da Polônia e da França. "Faziam os soldados terem menos medo, e precisarem menos de sono." Além de mais corajosos, podiam marchar e combater de dia e noite, ao contrário dos inimigos. Para o escritor, as drogas foram principalmente importantes na primeira semana de campanhas, quando uma combinação de ataques esmagou tudo pela frente. E o corpo humano não aguentaria um prolongado uso de drogas. Como diz no livro sobre a invasão da Polônia, que abriu a guerra em 1º de setembro de 1939; as drogas levavam "os homens dos tanques a não pensar muito sobre o que estavam procurando naquele país estranho, deixando-os fazer seu trabalho –mesmo que a tarefa fosse matar pessoas." "O Pervitin era legal nos anos 1930 por todo o Reich alemão e, mais tarde, nos países ocupados, tornando-se uma 'droga popular' disponível em qualquer farmácia; só a partir de 1939 passou a ser vendida mediante receita e finalmente, em 1941, ficou sujeita às determinações da Lei do Ópio do Reich alemão", diz o autor. Detalhe: o componente ativo, a metanfetamina, hoje é ilegal ou rigorosamente regulamentado em todo o mundo. É claro que a droga não foi o único fator. Ohler comenta que tanques franceses e britânicos tinham blindagens mais espessas. Mas eram uma minoria dos tanques em 1940; e a ausência de rádios sem dúvida foi mais importante. MÉDICO O outro tópico trata da elite do partido nazista. O médico Theodor Morell ingressou no grupo e após "se registrar como membro do partido, o consultório de Morell logo passou a funcionar melhor do que nunca". Virou médico pessoal de Hitler, a quem dosaria com coquetéis de drogas. Isso influenciou a guerra? Ohler afirma que sim, mas historiadores críticos do seu livro, como o britânico Richard Evans, consideram a obra mais romance do que história. Para Evans, "a habilidade de Ohler como romancista torna seu livro muito mais legível do que essas pesquisas acadêmicas, mas é à custa da verdade e precisão, e esse é um preço muito alto para pagar em uma área sensível". * HIGH HITLER AUTOR Norman Ohler TRADUÇÃO Silvia Bittencourt EDITORA Planeta (selo Crítica) QUANTO R$ 45,50 (384 págs.)
ilustrada
Em 'High Hitler', jornalista alemão afirma que Hitler usava drogasOK, o trocadilho no título da edição brasileira parece infame, mas é bom. "High Hitler", em inglês ("Hitler chapado", ou drogado), se pronuncia de modo parecido com "Heil, Hitler", em alemão ("Salve, Hitler"). Não é o título original, mas foi o título de matéria do britânico "The Guardian" sobre o livro. Há dois tópicos básicos, disse o autor, o jornalista e romancista alemão Norman Ohler, 47, à Folha. O uso de drogas pelo líder nazista Adolf Hitler e seus capangas e o uso de drogas pelas forças armadas alemãs, a Wehrmacht. "Surpreendentes" é o adjetivo que ele usou para definir as descobertas. Também se poderia dizer "polêmicas". Ohler foi atrás de um tema pouco conhecido, apesar de dezenas de anos de pesquisas e milhares de livros sobre o nazismo. Um amigo DJ lhe contou que Hitler e seus íntimos usavam drogas. Ele, que usou as substâncias no passado, foi atrás e levantou fatos novos. Diz que derivados do ópio foram "cruciais" para o sucesso das primeiras campanhas e das invasões da Polônia e da França. "Faziam os soldados terem menos medo, e precisarem menos de sono." Além de mais corajosos, podiam marchar e combater de dia e noite, ao contrário dos inimigos. Para o escritor, as drogas foram principalmente importantes na primeira semana de campanhas, quando uma combinação de ataques esmagou tudo pela frente. E o corpo humano não aguentaria um prolongado uso de drogas. Como diz no livro sobre a invasão da Polônia, que abriu a guerra em 1º de setembro de 1939; as drogas levavam "os homens dos tanques a não pensar muito sobre o que estavam procurando naquele país estranho, deixando-os fazer seu trabalho –mesmo que a tarefa fosse matar pessoas." "O Pervitin era legal nos anos 1930 por todo o Reich alemão e, mais tarde, nos países ocupados, tornando-se uma 'droga popular' disponível em qualquer farmácia; só a partir de 1939 passou a ser vendida mediante receita e finalmente, em 1941, ficou sujeita às determinações da Lei do Ópio do Reich alemão", diz o autor. Detalhe: o componente ativo, a metanfetamina, hoje é ilegal ou rigorosamente regulamentado em todo o mundo. É claro que a droga não foi o único fator. Ohler comenta que tanques franceses e britânicos tinham blindagens mais espessas. Mas eram uma minoria dos tanques em 1940; e a ausência de rádios sem dúvida foi mais importante. MÉDICO O outro tópico trata da elite do partido nazista. O médico Theodor Morell ingressou no grupo e após "se registrar como membro do partido, o consultório de Morell logo passou a funcionar melhor do que nunca". Virou médico pessoal de Hitler, a quem dosaria com coquetéis de drogas. Isso influenciou a guerra? Ohler afirma que sim, mas historiadores críticos do seu livro, como o britânico Richard Evans, consideram a obra mais romance do que história. Para Evans, "a habilidade de Ohler como romancista torna seu livro muito mais legível do que essas pesquisas acadêmicas, mas é à custa da verdade e precisão, e esse é um preço muito alto para pagar em uma área sensível". * HIGH HITLER AUTOR Norman Ohler TRADUÇÃO Silvia Bittencourt EDITORA Planeta (selo Crítica) QUANTO R$ 45,50 (384 págs.)
1
Justiça do Rio decretou 76 prisões preventivas durante Olimpíada
GABRIEL VASCONCELOS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO Em 15 dias de Olimpíada, os sete Juizados Especiais do Torcedor e Grandes Eventos espalhados pelo Rio registraram 397 ocorrências, envolvendo 508 pessoas, segundo levantamento da Justiça do Rio. O Tribunal de Justiça decretou 76 prisões preventivas durante os Jogos. Os detidos foram, em sua maioria, cambistas e desviantes de ingresso. No topo das estatísticas, a venda ilegal de ingressos contabiliza 182 casos, a maioria no Parque Olímpico da Barra (111). Vendidos acima do preço da tabela, parte dos bilhetes era desviada por pessoas que tinham algum acesso à organização dos Jogos (38 ocorrências) e entregue para empresas ou cambistas comuns, que faziam a venda direta. O caso mais significativo é o da empresa THG Sports, que vendia ilegalmente ingressos destinados a comitês de oito países por até US$ 8.000 (cerca de R$ 25 mil). Um dos desviantes era o presidente do Comitê Olímpico Irlandês, Patrick Hickey, 71. Ele está preso há mais de uma semana na penitenciária de Bangu 10. Também chamou atenção uma rede de cambismo envolvendo 35 pessoas, que ainda está sendo investigada. "O restante é o que chamo de formiguinhas, muita gente que agia individualmente", disse o juiz Marcello Rubioli, um dos coordenadores dos juizados. Como exemplo, ele conta que deu ordem de prisão a um norueguês fantasiado de viking que tentava vender 30 ingressos dentro do Parque Olímpico da Barra e levava R$ 5.000 em espécie. Indiciado, o homem pagou R$ 8.000 e foi liberado. Segundo Rubioli, as multas aplicadas ficaram entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. A arrecadação superou os R$ 200 mil e o valor foi repassado a instituições de caridade na forma de benfeitorias ou produtos de primeira necessidade. "Fizemos isso para os envolvidos não se sentirem extorquidos, para que não pensem que se trata de uma estratégia de arrecadação", disse. Questionado sobre os valores, o juiz explicou que o critério das decisões foi a repercussão das ocorrências, que influi no caráter exemplificativo da pena. Por isso, o nadador americano James Feigen teve de pagar R$ 35 mil pelo crime de comunicação falsa, no caso do suposto assalto aos quatro atletas dos EUA. O valor foi considerado baixo pelo Ministério Público do Rio, que recorreu e conseguiu liminar anulando a multa. Além do cambismo, destacaram-se 18 casos de desacato e 13 ocorrências de falsificação, geralmente envolvendo credenciais. Quase todos os casos de desrespeito aconteceram com policiais da Força Nacional. Mas, pelo menos uma vez, envolveu um funcionário da Rio-2016, quando um turista australiano cuspiu no rosto de um voluntário e foi preso. Em outra situação, o pai de um competidor australiano não aceitou a revista e jogou a bolsa em um agente da Força, sendo detido. O homem foi condenado a pagar multa de R$ 7.500 e acabou tendo o passaporte recolhido quando tentava sair do país pelo Recife. Na avaliação do desembargador Mauro Martins, responsável pelo funcionamento dos juizados, as ações passaram "um sentimento de segurança para quem ia aos estádios e mesmo para atletas e funcionários". "Em dado momento, tivemos claro que o público sabia da existência dos juizados, para recorrer ou fazer denúncias", afirmou. Segundo Martins, o que mais causou espécie foram os casos de assédio sexual dentro de instalações olímpicas, envolvendo atletas e funcionários. "Ali era o último lugar onde poderíamos esperar esse tipo de coisa. Na verdade, isso denuncia o tipo de expectativa de alguns atletas com relação ao Brasil", disse. Logo na primeira semana dos Jogos, os boxeadores Joas Junius, 22, da Namíbia, e Hassan Saada, 22, do Marrocos, foram denunciados pelo crime de estupro após assediarem camareiras da Vila dos Atletas. Os dois respondem em liberdade e não podem deixar o país porque tiveram seus passaportes apreendidos. Segundo o juiz Rubioli, na maior parte das ocorrências envolvendo estrangeiros eles aceitavam a pena, mas tentavam deixar o país sem cumpri-la. Por isso, a apreensão de passaportes aconteceu algumas vezes, para além do caso dos nadadores americanos. "Nós recolhíamos o passaporte e dávamos uma cópia autenticada do documento. Ninguém ficava totalmente sem documentação", disse. A maior operação envolvendo postos remotos do Judiciário na história do país atuou nos dois aeroportos e em cada uma das áreas olímpicas (Barra, Deodoro, Engenhão, Maracanã e Copacabana). Para os Jogos Paraolímpicos, que têm menos competições, dois postos serão mantidos na Barra e no Engenhão. INGRESSOS FALSOS Bilhetes falsificados também foram um problema. Segundo Rafael Estrela, juiz que atuou no Maracanã, as ocorrências são de difícil resolução devido a natureza virtual da maioria das negociações. "A qualidade dos ingressos é realmente impressionante e ainda estamos investigando com a ajuda da polícia e fazendo varreduras na internet", afirmou. Voluntários disseram à Folha que alguns dos bilhetes foram fabricados com papel diferente e não contavam com as marcas especiais no verso, visíveis apenas com luz especial. Uma das vítimas foi a estudante Mariana Castro, 17, que veio com a mãe de Ribeirão Preto (SP) para assistir à final do futebol masculino entre Brasil e Alemanha. Elas compraram dois bilhetes falsos por R$ 1.200 em um grupo de vendas do Facebook e receberam a encomenda no hotel Fasano, em Ipanema. Ao tentarem entrar, foram barradas e policiais militares arrancaram o código de barras das entradas, para inutilizá-las. O vendedor, de nome Thales Bartoli, sumiu da rede social. Já Aldenir Oliveira veio de Macapá e pagou R$ 2.000 em três entradas e não conseguiu entrar. Ele comprou direto com um cambista, em Copacabana.
esporte
Justiça do Rio decretou 76 prisões preventivas durante Olimpíada GABRIEL VASCONCELOS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO Em 15 dias de Olimpíada, os sete Juizados Especiais do Torcedor e Grandes Eventos espalhados pelo Rio registraram 397 ocorrências, envolvendo 508 pessoas, segundo levantamento da Justiça do Rio. O Tribunal de Justiça decretou 76 prisões preventivas durante os Jogos. Os detidos foram, em sua maioria, cambistas e desviantes de ingresso. No topo das estatísticas, a venda ilegal de ingressos contabiliza 182 casos, a maioria no Parque Olímpico da Barra (111). Vendidos acima do preço da tabela, parte dos bilhetes era desviada por pessoas que tinham algum acesso à organização dos Jogos (38 ocorrências) e entregue para empresas ou cambistas comuns, que faziam a venda direta. O caso mais significativo é o da empresa THG Sports, que vendia ilegalmente ingressos destinados a comitês de oito países por até US$ 8.000 (cerca de R$ 25 mil). Um dos desviantes era o presidente do Comitê Olímpico Irlandês, Patrick Hickey, 71. Ele está preso há mais de uma semana na penitenciária de Bangu 10. Também chamou atenção uma rede de cambismo envolvendo 35 pessoas, que ainda está sendo investigada. "O restante é o que chamo de formiguinhas, muita gente que agia individualmente", disse o juiz Marcello Rubioli, um dos coordenadores dos juizados. Como exemplo, ele conta que deu ordem de prisão a um norueguês fantasiado de viking que tentava vender 30 ingressos dentro do Parque Olímpico da Barra e levava R$ 5.000 em espécie. Indiciado, o homem pagou R$ 8.000 e foi liberado. Segundo Rubioli, as multas aplicadas ficaram entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. A arrecadação superou os R$ 200 mil e o valor foi repassado a instituições de caridade na forma de benfeitorias ou produtos de primeira necessidade. "Fizemos isso para os envolvidos não se sentirem extorquidos, para que não pensem que se trata de uma estratégia de arrecadação", disse. Questionado sobre os valores, o juiz explicou que o critério das decisões foi a repercussão das ocorrências, que influi no caráter exemplificativo da pena. Por isso, o nadador americano James Feigen teve de pagar R$ 35 mil pelo crime de comunicação falsa, no caso do suposto assalto aos quatro atletas dos EUA. O valor foi considerado baixo pelo Ministério Público do Rio, que recorreu e conseguiu liminar anulando a multa. Além do cambismo, destacaram-se 18 casos de desacato e 13 ocorrências de falsificação, geralmente envolvendo credenciais. Quase todos os casos de desrespeito aconteceram com policiais da Força Nacional. Mas, pelo menos uma vez, envolveu um funcionário da Rio-2016, quando um turista australiano cuspiu no rosto de um voluntário e foi preso. Em outra situação, o pai de um competidor australiano não aceitou a revista e jogou a bolsa em um agente da Força, sendo detido. O homem foi condenado a pagar multa de R$ 7.500 e acabou tendo o passaporte recolhido quando tentava sair do país pelo Recife. Na avaliação do desembargador Mauro Martins, responsável pelo funcionamento dos juizados, as ações passaram "um sentimento de segurança para quem ia aos estádios e mesmo para atletas e funcionários". "Em dado momento, tivemos claro que o público sabia da existência dos juizados, para recorrer ou fazer denúncias", afirmou. Segundo Martins, o que mais causou espécie foram os casos de assédio sexual dentro de instalações olímpicas, envolvendo atletas e funcionários. "Ali era o último lugar onde poderíamos esperar esse tipo de coisa. Na verdade, isso denuncia o tipo de expectativa de alguns atletas com relação ao Brasil", disse. Logo na primeira semana dos Jogos, os boxeadores Joas Junius, 22, da Namíbia, e Hassan Saada, 22, do Marrocos, foram denunciados pelo crime de estupro após assediarem camareiras da Vila dos Atletas. Os dois respondem em liberdade e não podem deixar o país porque tiveram seus passaportes apreendidos. Segundo o juiz Rubioli, na maior parte das ocorrências envolvendo estrangeiros eles aceitavam a pena, mas tentavam deixar o país sem cumpri-la. Por isso, a apreensão de passaportes aconteceu algumas vezes, para além do caso dos nadadores americanos. "Nós recolhíamos o passaporte e dávamos uma cópia autenticada do documento. Ninguém ficava totalmente sem documentação", disse. A maior operação envolvendo postos remotos do Judiciário na história do país atuou nos dois aeroportos e em cada uma das áreas olímpicas (Barra, Deodoro, Engenhão, Maracanã e Copacabana). Para os Jogos Paraolímpicos, que têm menos competições, dois postos serão mantidos na Barra e no Engenhão. INGRESSOS FALSOS Bilhetes falsificados também foram um problema. Segundo Rafael Estrela, juiz que atuou no Maracanã, as ocorrências são de difícil resolução devido a natureza virtual da maioria das negociações. "A qualidade dos ingressos é realmente impressionante e ainda estamos investigando com a ajuda da polícia e fazendo varreduras na internet", afirmou. Voluntários disseram à Folha que alguns dos bilhetes foram fabricados com papel diferente e não contavam com as marcas especiais no verso, visíveis apenas com luz especial. Uma das vítimas foi a estudante Mariana Castro, 17, que veio com a mãe de Ribeirão Preto (SP) para assistir à final do futebol masculino entre Brasil e Alemanha. Elas compraram dois bilhetes falsos por R$ 1.200 em um grupo de vendas do Facebook e receberam a encomenda no hotel Fasano, em Ipanema. Ao tentarem entrar, foram barradas e policiais militares arrancaram o código de barras das entradas, para inutilizá-las. O vendedor, de nome Thales Bartoli, sumiu da rede social. Já Aldenir Oliveira veio de Macapá e pagou R$ 2.000 em três entradas e não conseguiu entrar. Ele comprou direto com um cambista, em Copacabana.
4
Presidente da Câmara quer votar até março punição mais grave a menores
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quarta-feira (25) que vai levar para votação em plenário no mês de março as mudanças no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) propostas pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Ambos se reuniram nesta quarta, em Brasília. Cunha declarou que as propostas são "muito boas" e "podem ser agilizadas". "Vamos levar pro plenário no mês de março ainda", disse o presidente da Câmara. Pelo projeto, que já tramita na Casa, a pena para adolescentes reincidentes em crimes graves, como homicídio e latrocínio, aumenta de três para oito anos. Além disso, o adolescente que atingir os 18 anos pode ser transferido do convívio com os demais adolescentes na Fundação Casa para uma ala especial de penitenciárias, que seria destinada só a jovens entre 18 e 21 anos. O projeto cria o chamado Regime Especial de Atendimento. A internação de até oito anos será determinada por um juiz, após avaliação técnica multiprofissional, observado o contraditório e a ampla defesa. São exigidos três critérios para a aplicação dessa pena ao menor: se o ato infracional for equivalente aos crimes hediondos; se o jovem iniciar o cumprimento da medida de internação com mais de 18 anos, ou completar essa idade durante o seu cumprimento. Atualmente, a internação máxima prevista pelo estatuto é de três anos, mas uma pessoa pode ficar internada até os 20 anos e 11 meses, se ela for pega na véspera de completar 18 anos. "Tudo o que não estabelece limites deseduca, a impunidade estimula o delito", afirmou Alckmin. Alckmin também apresentou duas novas propostas, que devem ser ainda transformadas em projetos de lei: tornar mais graves os ataques a caixas eletrônicos, que hoje são considerados furto qualificado, e os crimes contra agentes do Estado, como policiais, bombeiros e guardas municipais. Uma quarta proposta, que já foi discutida por integrantes do governo de São Paulo com o STF (Supremo Tribunal Federal), é implantar mudanças no Código de Processo Penal para delegar aos Estados poderes de legislar sobre a fase pré-processual, do inquérito policial. A ideia do presidente da Câmara é fazer uma reunião com os governadores dos Estados daqui a duas semanas, na instalação de uma comissão especial de discussão do pacto federativo, e pedir a eles o apoio às propostas do governador de São Paulo, o que fortaleceria politicamente os projetos. As propostas que ainda não são projeto de lei serão apresentadas como iniciativas de líderes partidários. "Vamos apresentar os textos como iniciativa de parlamentares, dos líderes que concordarem em subscrevê-los, e vamos dar urgência para levar pro plenário rapidamente", afirmou Eduardo Cunha. EXPLOSIVOS O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Morais, também esteve em Brasília, nesta quarta-feira, para pedir apoio ao governo federal para combater explosões de caixas eletrônicos. Morais apresentou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, um projeto de lei propondo o endurecimento da pena para quem pratica o crime em questão. "Hoje, furto com explosivo tem uma pena que é metade do roubo qualificado. Nossa proposta é que se crie furto qualificado pela uso de explosivo com pena idêntica à do roubo qualificado, que é de 5 a 12 anos", explicou o secretário. Na reunião, ele também pleiteou a Cardozo uma medida que proíba a comercialização de bananas de dinamites. O ministro disse que levará as propostas à reunião que fará nesta quinta-feira com outros secretários de segurança de diversos Estados. Segundo Cardozo, havendo concordância, esse e outros projetos relativos à área de segurança dos Estados serão encaminhados à Câmara dos Deputado para serem pautados na próxima semana. "Já falei com o presidente (da Câmara), Eduardo Cunha (PMDB-RJ)", adiantou o ministro.
cotidiano
Presidente da Câmara quer votar até março punição mais grave a menoresO presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quarta-feira (25) que vai levar para votação em plenário no mês de março as mudanças no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) propostas pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Ambos se reuniram nesta quarta, em Brasília. Cunha declarou que as propostas são "muito boas" e "podem ser agilizadas". "Vamos levar pro plenário no mês de março ainda", disse o presidente da Câmara. Pelo projeto, que já tramita na Casa, a pena para adolescentes reincidentes em crimes graves, como homicídio e latrocínio, aumenta de três para oito anos. Além disso, o adolescente que atingir os 18 anos pode ser transferido do convívio com os demais adolescentes na Fundação Casa para uma ala especial de penitenciárias, que seria destinada só a jovens entre 18 e 21 anos. O projeto cria o chamado Regime Especial de Atendimento. A internação de até oito anos será determinada por um juiz, após avaliação técnica multiprofissional, observado o contraditório e a ampla defesa. São exigidos três critérios para a aplicação dessa pena ao menor: se o ato infracional for equivalente aos crimes hediondos; se o jovem iniciar o cumprimento da medida de internação com mais de 18 anos, ou completar essa idade durante o seu cumprimento. Atualmente, a internação máxima prevista pelo estatuto é de três anos, mas uma pessoa pode ficar internada até os 20 anos e 11 meses, se ela for pega na véspera de completar 18 anos. "Tudo o que não estabelece limites deseduca, a impunidade estimula o delito", afirmou Alckmin. Alckmin também apresentou duas novas propostas, que devem ser ainda transformadas em projetos de lei: tornar mais graves os ataques a caixas eletrônicos, que hoje são considerados furto qualificado, e os crimes contra agentes do Estado, como policiais, bombeiros e guardas municipais. Uma quarta proposta, que já foi discutida por integrantes do governo de São Paulo com o STF (Supremo Tribunal Federal), é implantar mudanças no Código de Processo Penal para delegar aos Estados poderes de legislar sobre a fase pré-processual, do inquérito policial. A ideia do presidente da Câmara é fazer uma reunião com os governadores dos Estados daqui a duas semanas, na instalação de uma comissão especial de discussão do pacto federativo, e pedir a eles o apoio às propostas do governador de São Paulo, o que fortaleceria politicamente os projetos. As propostas que ainda não são projeto de lei serão apresentadas como iniciativas de líderes partidários. "Vamos apresentar os textos como iniciativa de parlamentares, dos líderes que concordarem em subscrevê-los, e vamos dar urgência para levar pro plenário rapidamente", afirmou Eduardo Cunha. EXPLOSIVOS O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Morais, também esteve em Brasília, nesta quarta-feira, para pedir apoio ao governo federal para combater explosões de caixas eletrônicos. Morais apresentou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, um projeto de lei propondo o endurecimento da pena para quem pratica o crime em questão. "Hoje, furto com explosivo tem uma pena que é metade do roubo qualificado. Nossa proposta é que se crie furto qualificado pela uso de explosivo com pena idêntica à do roubo qualificado, que é de 5 a 12 anos", explicou o secretário. Na reunião, ele também pleiteou a Cardozo uma medida que proíba a comercialização de bananas de dinamites. O ministro disse que levará as propostas à reunião que fará nesta quinta-feira com outros secretários de segurança de diversos Estados. Segundo Cardozo, havendo concordância, esse e outros projetos relativos à área de segurança dos Estados serão encaminhados à Câmara dos Deputado para serem pautados na próxima semana. "Já falei com o presidente (da Câmara), Eduardo Cunha (PMDB-RJ)", adiantou o ministro.
6
Especialista ensina segredos para fazer boas fotos com celular
Como usar o celular para aprimorar sua capacidade de fazer fotografias criativas? Para o fotógrafo profissional, escritor e palestrante Grant Scott, a câmera do smartphone pode ser uma ferramenta para aprimorar a fotografia e atentar a fatores como luz, textura, forma, composição e justaposição - os elementos básicos da criatividade visual. Leia também: 'Tiririca presidente'? Veja como a internet enganou você em 2015 Para Scott, como cada um tem sua ideia e definição de "boa" fotografia, é mais importante se divertir fazendo os registros do que se preocupar com as fotos antes mesmo de registrá-las. "Tirar fotos apenas para ver como as coisas aparecem nas imagens pode ser uma experiência liberadora e a maneira perfeita de começar sua experimentação fotográfica", diz o fotógrafo. Sem preocupação com a mecânica da fotografia, afirma ele, é possível ficar livre para capturar imagens com foco apenas na estética. "Isso nos torna mais conscientes sobre nosso ambiente e sobre os elementos básicos que constituem uma fotografia bem-sucedida." Para produzir "rascunhos fotográficos", como define Scott, o caminho é se divertir, assumir riscos e experimentar, sendo mais intuitivo e menos cerebral. "A experimentação está na base da fotografia, mas nunca foi tão fácil e barata como hoje", diz. Leia também: Dez maneiras para melhorar o sinal de wifi em sua casa Uma boa maneira de começar a busca por "rascunhos" é dar uma volta em sua vizinhança com o telefone na mão e a câmera pronta para fotografar. "Caminhe devagar e com atenção a qualquer coisa que atraia sua atenção. Pode ser uma placa, uma sombra, um velho portão, algo jogado fora, uma pessoa esperando o ônibus, alguma pichação, qualquer coisa que passaria despercebida em um dia comum." "Quando ver algo, faça uma foto e siga adiante. Não se preocupe com a imagem. Não julgue seus méritos nem a delete logo depois do registro", sugere Scott. Ao final da caminhada, diz o fotógrafo, revise as imagens que criou. Se um padrão ou um tema aparecer, decida quais são as melhores imagens e tente entender por que chamaram sua atenção. Ao continuar saindo para caminhadas dessa maneira, avalia o fotógrafo, você irá rapidamente desenvolver sua linguagem visual e um conjunto de fotos bem-sucedidas que refletirão seu olhar sobre o mundo. "Se você não gosta da ideia de caminhar em busca de 'rascunhos', use a mesma abordagem com um hobby ou uma pessoa amada. Comece a documentar esse objeto ou pessoa de diferentes ângulos e direções." E à medida que sua confiança e conhecimento crescerem, diz Scott, você pode se interessar em compartilhar suas imagens na internet. Essa é uma boa maneira, avalia o fotografo, de verificar se suas imagens caem no gosto de uma audiência mais ampla, interessada no tema da foto ou em sua abordagem estética. "E também pode ser o início de uma relação mais séria com a fotografia, e a partir daí as pessoas podem começar a vê-lo como um fotógrafo."
bbc
Especialista ensina segredos para fazer boas fotos com celularComo usar o celular para aprimorar sua capacidade de fazer fotografias criativas? Para o fotógrafo profissional, escritor e palestrante Grant Scott, a câmera do smartphone pode ser uma ferramenta para aprimorar a fotografia e atentar a fatores como luz, textura, forma, composição e justaposição - os elementos básicos da criatividade visual. Leia também: 'Tiririca presidente'? Veja como a internet enganou você em 2015 Para Scott, como cada um tem sua ideia e definição de "boa" fotografia, é mais importante se divertir fazendo os registros do que se preocupar com as fotos antes mesmo de registrá-las. "Tirar fotos apenas para ver como as coisas aparecem nas imagens pode ser uma experiência liberadora e a maneira perfeita de começar sua experimentação fotográfica", diz o fotógrafo. Sem preocupação com a mecânica da fotografia, afirma ele, é possível ficar livre para capturar imagens com foco apenas na estética. "Isso nos torna mais conscientes sobre nosso ambiente e sobre os elementos básicos que constituem uma fotografia bem-sucedida." Para produzir "rascunhos fotográficos", como define Scott, o caminho é se divertir, assumir riscos e experimentar, sendo mais intuitivo e menos cerebral. "A experimentação está na base da fotografia, mas nunca foi tão fácil e barata como hoje", diz. Leia também: Dez maneiras para melhorar o sinal de wifi em sua casa Uma boa maneira de começar a busca por "rascunhos" é dar uma volta em sua vizinhança com o telefone na mão e a câmera pronta para fotografar. "Caminhe devagar e com atenção a qualquer coisa que atraia sua atenção. Pode ser uma placa, uma sombra, um velho portão, algo jogado fora, uma pessoa esperando o ônibus, alguma pichação, qualquer coisa que passaria despercebida em um dia comum." "Quando ver algo, faça uma foto e siga adiante. Não se preocupe com a imagem. Não julgue seus méritos nem a delete logo depois do registro", sugere Scott. Ao final da caminhada, diz o fotógrafo, revise as imagens que criou. Se um padrão ou um tema aparecer, decida quais são as melhores imagens e tente entender por que chamaram sua atenção. Ao continuar saindo para caminhadas dessa maneira, avalia o fotógrafo, você irá rapidamente desenvolver sua linguagem visual e um conjunto de fotos bem-sucedidas que refletirão seu olhar sobre o mundo. "Se você não gosta da ideia de caminhar em busca de 'rascunhos', use a mesma abordagem com um hobby ou uma pessoa amada. Comece a documentar esse objeto ou pessoa de diferentes ângulos e direções." E à medida que sua confiança e conhecimento crescerem, diz Scott, você pode se interessar em compartilhar suas imagens na internet. Essa é uma boa maneira, avalia o fotografo, de verificar se suas imagens caem no gosto de uma audiência mais ampla, interessada no tema da foto ou em sua abordagem estética. "E também pode ser o início de uma relação mais séria com a fotografia, e a partir daí as pessoas podem começar a vê-lo como um fotógrafo."
25
Perdão, leitores
RIO DE JANEIRO - Farto do dia a dia que rescende a dilmas e cunhas? Triste por ver o Brasil se dissolvendo na política, na economia, nos serviços, no ambiente e até no futebol? Se, nesta manhã de sábado, sua reação a tal horror for virar-se para o canto e passar o dia longe do jornal ou do computador, dê uma chance a si mesmo. Há sempre algo interessante no noticiário. Eis algumas manchetes dos últimos dias. Vídeo flagra urso coçando as costas em placa e viraliza nas redes sociais. Decoração de Natal em forma de pênis enfurece moradores de Nova York. Acusado de estupro é absolvido após alegar que penetrou acidentalmente. Pescador italiano fisga bagre de 2,6 m e 120 kg. Artista aspirou ar de Pequim e criou um tijolo de poluição. Homem morre após cair de escada rolante e acertar idoso. De calça rasgada, musa do malabarismo acerta flechada usando os pés. Sem querer, pombos denunciam plantação de maconha na Inglaterra. Serena Williams exibe coxas após ter pernas photoshopadas. Bebedeira vira combustível para hits sertanejos. Papai Noel tira foto especial para ajudar casal a superar luto. "Na hora fui fazer xixi", diz Renato Aragão sobre primeiro beijo de filha na TV. Grazi Massafera é eleita mulher do ano e revela que tem bumbum de pombo. Passageiro acorda, urina nos demais e volta a dormir em voo nos EUA. Idosa de 81 anos vence competição que mistura cerveja e corrida. Criança japonesa dá show de fofura ao cantar hino do Barcelona. Cantor veste 12 camadas de roupa para evitar excesso de bagagem e passa mal no avião. Paciente toca saxofone durante cirurgia no cérebro. Mulher beija camelo e marido pede divórcio. Rapper morde seio de segurança e acaba presa. STF dá palavra final a Senado sobre afastamento de Dilma. Epa! Perdão, leitores, mas, como se vê, é impossível fugir deles. Agora é Renan Calheiros quem escora Dilma.
colunas
Perdão, leitoresRIO DE JANEIRO - Farto do dia a dia que rescende a dilmas e cunhas? Triste por ver o Brasil se dissolvendo na política, na economia, nos serviços, no ambiente e até no futebol? Se, nesta manhã de sábado, sua reação a tal horror for virar-se para o canto e passar o dia longe do jornal ou do computador, dê uma chance a si mesmo. Há sempre algo interessante no noticiário. Eis algumas manchetes dos últimos dias. Vídeo flagra urso coçando as costas em placa e viraliza nas redes sociais. Decoração de Natal em forma de pênis enfurece moradores de Nova York. Acusado de estupro é absolvido após alegar que penetrou acidentalmente. Pescador italiano fisga bagre de 2,6 m e 120 kg. Artista aspirou ar de Pequim e criou um tijolo de poluição. Homem morre após cair de escada rolante e acertar idoso. De calça rasgada, musa do malabarismo acerta flechada usando os pés. Sem querer, pombos denunciam plantação de maconha na Inglaterra. Serena Williams exibe coxas após ter pernas photoshopadas. Bebedeira vira combustível para hits sertanejos. Papai Noel tira foto especial para ajudar casal a superar luto. "Na hora fui fazer xixi", diz Renato Aragão sobre primeiro beijo de filha na TV. Grazi Massafera é eleita mulher do ano e revela que tem bumbum de pombo. Passageiro acorda, urina nos demais e volta a dormir em voo nos EUA. Idosa de 81 anos vence competição que mistura cerveja e corrida. Criança japonesa dá show de fofura ao cantar hino do Barcelona. Cantor veste 12 camadas de roupa para evitar excesso de bagagem e passa mal no avião. Paciente toca saxofone durante cirurgia no cérebro. Mulher beija camelo e marido pede divórcio. Rapper morde seio de segurança e acaba presa. STF dá palavra final a Senado sobre afastamento de Dilma. Epa! Perdão, leitores, mas, como se vê, é impossível fugir deles. Agora é Renan Calheiros quem escora Dilma.
10
O que acontece agora? 4 pontos-chave para entender a polêmica Constituinte na Venezuela
A Venezuela entra nesta segunda-feira em uma nova fase política. A população que compareceu aos locais de votação no domingo elegeu uma Assembleia Constituinte com poderes ilimitados, duração desconhecida e com a missão de redigir uma nova Constituição e reformar o Estado. No domingo, foram eleitos 545 membros da Constituinte, que darão início a uma nova era no país após 18 anos da aprovação da atual Carta Magna venezuelana, promulgada em 1999, no primeiro ano de governo do então presidente Hugo Chávez. Desta vez, o governo enfrenta uma grave crise econômica e um conflito político que se traduziu em quatro meses de protestos, com quase 120 mortos e um enfrentamento direto com a oposição. A oposição, aliás, diz que 88% dos eleitores se abstiveram de ir às urnas no domingo, enquanto dados oficiais dizem que 41,5% compareceram à votação. A oposição, que vê a Constituinte como uma estratégia do governo para aumentar o poder e abafar vozes críticas, boicotou a eleição; para o governo, o processo é a chave para o diálogo e a paz. A nação petroleira entra um período de incertezas e a BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC, aponta quatro incógnitas sobre o momento político. QUANDO E ONDE SERÁ INSTALADA? Espera-se que a Assembleia Constituinte seja inaugurada em até três dias após a eleição, baseado em seu regulamento e em declarações do presidente Nicolás Maduro. Ela será instalada no Salão Oval do Palácio Legislativo, no mesmo edifício e em frente ao plenário da Assembleia Nacional (o Parlamento do país), composta em maioria por deputados da oposição. "Será uma disputa visual forte", comentou o analista americano especialista em Venezuela David Smilde, sobre um possível antagonismo entre as duas casas. Nos últimos dez meses, simpatizantes do governo invadiram por duas vezes o Palácio Legislativo em protestos contra a bancada opositora da Assembleia. "Será um sinal de dois governos", disse a BBC Mundo o deputado da oposição Richard Blanco sobre a duplicidade de instituições. Em março, o Tribunal Supremo de Justiça do país assumiu os poderes legislativos da Assembleia Nacional, o que foi considerado um golpe pela oposição. A atual Constituinte pode dissolver o Parlamento, mas também coabitar com ele. O Salão Oval tem um grande valor simbólico e artístico. Alguns o chamam de Capela Sistina da Venezuela. A cúpula de 26 metros de largura tem uma representação da Batalha de Carabobo, do pintor Martín Tovar y Tovar. A própria Ata da Independência está ali, guardada em um cofre que é aberto apenas uma vez por ano. QUANTO TEMPO IRÁ DURAR? Ainda não se sabe a duração da Constituinte, uma vez que ela própria irá definir seu prazo. O precedente mais próximo é a Constituinte de 1999. Na época, os 131 membros concluíram a nova Constituição em três meses e meio. Ela foi aprovada em seguida por um referendo. "Pelo que se tem dito, há a tese de que dure um ano", disse em uma entrevista recente à BBC Mundo Hermann Escarrá, um dos idealizadores do processo convocado pelo governo. "São hipóteses. Mas na realidade, isto será decidido pela Assembleia Constituinte", disse Escarrá, que lembrou que a Constituinte redigirá não apenas uma nova Carta Magna, mas "leis constitucionais", de cumprimento obrigatório. O QUE ELA FARÁ? A Constituinte tem poderes ilimitados e está acima de qualquer outra instituição estatal, incluindo o próprio presidente. Por isso, é importante saber quem a presidirá: seja a esposa de Maduro, Cilia Flores, ou Diosdado Cabello, que embora governista, possa querer impor sua visão à do chefe de Estado. O artigo 349 da atual Constituição estabelece que os poderes constituídos "não poderão de forma alguma impedir as decisões da Assembleia Nacional Constituinte" e que o presidente não poderá fazer objeção à nova Constituição. Maduro não considerou necessária uma consulta popular prévia para avaliar se os venezuelanos queriam uma Constituinte, como ocorreu em 1999. Mas propõe um referendo para aprovar a nova Carta Magna, o que, mais uma vez, está nas mãos da Constituinte. As funções já declaradas da Constituinte são reformar a justiça –para combater com mais força o "terrorismo", termo que o governo usa para classificar ações da oposição– e o sistema econômico, hoje completamente dependente do petróleo, uma fonte de receitas que já não gera as divisas de antes. Maduro e outros líderes governistas que estarão na Constituinte já anunciaram uma possível dissolução do Parlamento, controlado pela oposição, e a reforma do Ministério Público. O QUE FARÁ A OPOSIÇÃO? "Rua, rua e mais rua", disse à BBC Mundo neste domingo o deputado da oposição Richard Blanco. Os opositores continuarão exigindo a convocação de eleições diretas antecipadas e o fim do atual governo; eles acreditam que Maduro é responsável pela grave crise econômica e por transformar o sistema político do país em uma ditadura. A oposição não reconhece a Constituinte, nem participou da eleição no domingo. Mas agora precisa apaziguar suas próprias diferenças: a Mesa da Unidade Democrática (MUD), a coalizão de partidos da oposição, é composta de grupos com visões diferentes sofre como enfrentar o governo e a atual crise política. Na próxima semana, entre 7 e 9 de agosto, será aberto o prazo de inscrição para candidatos às eleições regionais, previstas para o dia 10 de dezembro. Haverá uma resposta uníssona ou fragmentada? Tentarão influenciar o processo de formulação ou mesmo o referendo da nova Constituição de alguma forma ou seguirão em desobediência civil e não reconhecendo os atuais poderes da Constituinte? Além da oposição, vários países, entre eles Brasil, Estados Unidos, México, Colômbia, Peru, Argentina, Chile e Panamá, disseram não reconhecer a Constituinte. Com isso, a oposição poderia proclamar suas próprias instituições, como ocorreu ao nomear magistrados do Tribunal Supremo de Justiça na última semana. Isto levaria a Venezuela a ter um Estado paralelo, o que aprofundaria ainda mais a divisão do país.
mundo
O que acontece agora? 4 pontos-chave para entender a polêmica Constituinte na VenezuelaA Venezuela entra nesta segunda-feira em uma nova fase política. A população que compareceu aos locais de votação no domingo elegeu uma Assembleia Constituinte com poderes ilimitados, duração desconhecida e com a missão de redigir uma nova Constituição e reformar o Estado. No domingo, foram eleitos 545 membros da Constituinte, que darão início a uma nova era no país após 18 anos da aprovação da atual Carta Magna venezuelana, promulgada em 1999, no primeiro ano de governo do então presidente Hugo Chávez. Desta vez, o governo enfrenta uma grave crise econômica e um conflito político que se traduziu em quatro meses de protestos, com quase 120 mortos e um enfrentamento direto com a oposição. A oposição, aliás, diz que 88% dos eleitores se abstiveram de ir às urnas no domingo, enquanto dados oficiais dizem que 41,5% compareceram à votação. A oposição, que vê a Constituinte como uma estratégia do governo para aumentar o poder e abafar vozes críticas, boicotou a eleição; para o governo, o processo é a chave para o diálogo e a paz. A nação petroleira entra um período de incertezas e a BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC, aponta quatro incógnitas sobre o momento político. QUANDO E ONDE SERÁ INSTALADA? Espera-se que a Assembleia Constituinte seja inaugurada em até três dias após a eleição, baseado em seu regulamento e em declarações do presidente Nicolás Maduro. Ela será instalada no Salão Oval do Palácio Legislativo, no mesmo edifício e em frente ao plenário da Assembleia Nacional (o Parlamento do país), composta em maioria por deputados da oposição. "Será uma disputa visual forte", comentou o analista americano especialista em Venezuela David Smilde, sobre um possível antagonismo entre as duas casas. Nos últimos dez meses, simpatizantes do governo invadiram por duas vezes o Palácio Legislativo em protestos contra a bancada opositora da Assembleia. "Será um sinal de dois governos", disse a BBC Mundo o deputado da oposição Richard Blanco sobre a duplicidade de instituições. Em março, o Tribunal Supremo de Justiça do país assumiu os poderes legislativos da Assembleia Nacional, o que foi considerado um golpe pela oposição. A atual Constituinte pode dissolver o Parlamento, mas também coabitar com ele. O Salão Oval tem um grande valor simbólico e artístico. Alguns o chamam de Capela Sistina da Venezuela. A cúpula de 26 metros de largura tem uma representação da Batalha de Carabobo, do pintor Martín Tovar y Tovar. A própria Ata da Independência está ali, guardada em um cofre que é aberto apenas uma vez por ano. QUANTO TEMPO IRÁ DURAR? Ainda não se sabe a duração da Constituinte, uma vez que ela própria irá definir seu prazo. O precedente mais próximo é a Constituinte de 1999. Na época, os 131 membros concluíram a nova Constituição em três meses e meio. Ela foi aprovada em seguida por um referendo. "Pelo que se tem dito, há a tese de que dure um ano", disse em uma entrevista recente à BBC Mundo Hermann Escarrá, um dos idealizadores do processo convocado pelo governo. "São hipóteses. Mas na realidade, isto será decidido pela Assembleia Constituinte", disse Escarrá, que lembrou que a Constituinte redigirá não apenas uma nova Carta Magna, mas "leis constitucionais", de cumprimento obrigatório. O QUE ELA FARÁ? A Constituinte tem poderes ilimitados e está acima de qualquer outra instituição estatal, incluindo o próprio presidente. Por isso, é importante saber quem a presidirá: seja a esposa de Maduro, Cilia Flores, ou Diosdado Cabello, que embora governista, possa querer impor sua visão à do chefe de Estado. O artigo 349 da atual Constituição estabelece que os poderes constituídos "não poderão de forma alguma impedir as decisões da Assembleia Nacional Constituinte" e que o presidente não poderá fazer objeção à nova Constituição. Maduro não considerou necessária uma consulta popular prévia para avaliar se os venezuelanos queriam uma Constituinte, como ocorreu em 1999. Mas propõe um referendo para aprovar a nova Carta Magna, o que, mais uma vez, está nas mãos da Constituinte. As funções já declaradas da Constituinte são reformar a justiça –para combater com mais força o "terrorismo", termo que o governo usa para classificar ações da oposição– e o sistema econômico, hoje completamente dependente do petróleo, uma fonte de receitas que já não gera as divisas de antes. Maduro e outros líderes governistas que estarão na Constituinte já anunciaram uma possível dissolução do Parlamento, controlado pela oposição, e a reforma do Ministério Público. O QUE FARÁ A OPOSIÇÃO? "Rua, rua e mais rua", disse à BBC Mundo neste domingo o deputado da oposição Richard Blanco. Os opositores continuarão exigindo a convocação de eleições diretas antecipadas e o fim do atual governo; eles acreditam que Maduro é responsável pela grave crise econômica e por transformar o sistema político do país em uma ditadura. A oposição não reconhece a Constituinte, nem participou da eleição no domingo. Mas agora precisa apaziguar suas próprias diferenças: a Mesa da Unidade Democrática (MUD), a coalizão de partidos da oposição, é composta de grupos com visões diferentes sofre como enfrentar o governo e a atual crise política. Na próxima semana, entre 7 e 9 de agosto, será aberto o prazo de inscrição para candidatos às eleições regionais, previstas para o dia 10 de dezembro. Haverá uma resposta uníssona ou fragmentada? Tentarão influenciar o processo de formulação ou mesmo o referendo da nova Constituição de alguma forma ou seguirão em desobediência civil e não reconhecendo os atuais poderes da Constituinte? Além da oposição, vários países, entre eles Brasil, Estados Unidos, México, Colômbia, Peru, Argentina, Chile e Panamá, disseram não reconhecer a Constituinte. Com isso, a oposição poderia proclamar suas próprias instituições, como ocorreu ao nomear magistrados do Tribunal Supremo de Justiça na última semana. Isto levaria a Venezuela a ter um Estado paralelo, o que aprofundaria ainda mais a divisão do país.
3