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Phelps vence prova e se frustra, mas assegura vaga nos Jogos Olímpicos do Rio
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DE SÃO PAULO O nadador Michael Phelps, 30, maior medalhista olímpico da história, assegurou classificação para sua quinta Olimpíada e vira à Rio-2016. Na noite desta quarta-feira (29), ele venceu a prova dos 200 m borboleta na seletiva dos Estados Unidos, que está sendo disputada em Omaha, no Estado de Nebraska. Phelps triunfou em 1min54s84, tempo bem inferior ao seu recorde mundial, que é 1min51s51. Ele saiu visivelmente frustrado da piscina, até porque sua marca é apenas a sexta melhor do ano. O segundo colocado, Tom Shields, também garantiu vaga para disputar os Jogos do Rio. Phelps detém 22 medalhas olímpicas, das quais 18 de ouro, e chegou a se aposentar depois de disputar os Jogos de Londres, em 2012. Dois anos depois, porém, ele voltou a nadar. Ele ainda tentará vaga nos 200 m medley e 100 m borboleta. O nadador estava inscrito para nadar os 100 m livre e os 200 m livre, mas abdicou delas. A seletiva norte-americana de natação será realizada até o próximo domingo (3).
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esporte
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Phelps vence prova e se frustra, mas assegura vaga nos Jogos Olímpicos do Rio
DE SÃO PAULO O nadador Michael Phelps, 30, maior medalhista olímpico da história, assegurou classificação para sua quinta Olimpíada e vira à Rio-2016. Na noite desta quarta-feira (29), ele venceu a prova dos 200 m borboleta na seletiva dos Estados Unidos, que está sendo disputada em Omaha, no Estado de Nebraska. Phelps triunfou em 1min54s84, tempo bem inferior ao seu recorde mundial, que é 1min51s51. Ele saiu visivelmente frustrado da piscina, até porque sua marca é apenas a sexta melhor do ano. O segundo colocado, Tom Shields, também garantiu vaga para disputar os Jogos do Rio. Phelps detém 22 medalhas olímpicas, das quais 18 de ouro, e chegou a se aposentar depois de disputar os Jogos de Londres, em 2012. Dois anos depois, porém, ele voltou a nadar. Ele ainda tentará vaga nos 200 m medley e 100 m borboleta. O nadador estava inscrito para nadar os 100 m livre e os 200 m livre, mas abdicou delas. A seletiva norte-americana de natação será realizada até o próximo domingo (3).
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Ministros e parlamentares aliados gravam vídeos para defender Temer
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Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo) e o senador Romero Jucá (PMDB-RR) gravaram vídeos na madrugada desta quinta-feira (18) em defesa do presidente Temer. Os aliados do presidente saem em ajuda do peemedebista após gravação feita por um dos donos do grupo J&F, proprietário do frigorífico JBS, mostrar o presidente falando sobre a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em um dos vídeos, o senador Romero Jucá pede que as delações e gravações sejam tornadas públicas "imediatamente". Temer do empresário Joesley Batista, da JBS, que ele estava dando a Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, um dos operadores da Operação Lava Jato, uma mesada na prisão para que ficassem em silêncio. Romero Jucá: Romero Jucá Eliseu Padilha Eliseu Padilha Antônio Imbassahy Antonio Imbassahy Moreira Franco Moreira Franco
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colunas
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Ministros e parlamentares aliados gravam vídeos para defender TemerOs ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo) e o senador Romero Jucá (PMDB-RR) gravaram vídeos na madrugada desta quinta-feira (18) em defesa do presidente Temer. Os aliados do presidente saem em ajuda do peemedebista após gravação feita por um dos donos do grupo J&F, proprietário do frigorífico JBS, mostrar o presidente falando sobre a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em um dos vídeos, o senador Romero Jucá pede que as delações e gravações sejam tornadas públicas "imediatamente". Temer do empresário Joesley Batista, da JBS, que ele estava dando a Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, um dos operadores da Operação Lava Jato, uma mesada na prisão para que ficassem em silêncio. Romero Jucá: Romero Jucá Eliseu Padilha Eliseu Padilha Antônio Imbassahy Antonio Imbassahy Moreira Franco Moreira Franco
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Uma Venezuela na Europa
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Querido leitor: você deseja tomar o poder e implementar uma política radical que o povo, em circunstâncias normais, jamais aceitaria? Fácil: aprenda com os grandes exemplos históricos e encontre "inimigos" expiatórios. Para ficarmos nos casos mais extremos, Lênin e Hitler não converteram os respectivos países à revolução pelo "mérito" das suas "propostas". Antes disso foi preciso criar entre os russos e os alemães a sombra de um inimigo imaginário, capaz de justificar as ações mais extremas. Lênin fez isso com a velha ordem czarista; e o seu sucessor, Stálin, apenas alargou o cardápio para incluir classes profissionais inteiras, tidas por "inimigas do povo". O campesinato russo (os "kulaks") foi o exemplo mais trágico da paranoia persecutória de Stálin. Hitler agiu de igual forma com os judeus, a quem atribuiu todas as responsabilidades do mundo (um clássico). A própria derrota na Primeira Guerra Mundial tinha dedo judaico. O vexame do Tratado de Versalhes também. É por isso que não compro a versão açucarada sobre a crise na Grécia. Segundo os relatos preguiçosos que leio por aí, o Syriza venceu as eleições com duas promessas meritórias: manter a Grécia na zona do euro (uma exigência da maioria do povo) e acabar com a austeridade dos últimos cinco anos. Qualquer criança com um mínimo de instrução seria capaz de entender a natureza contraditória e até mentirosa dessas duas promessas. Continuar no euro sem austeridade significava, muito simplesmente, que alguém teria que pagar as contas dos gregos. E esse "alguém" seria o resto da Europa, a começar por países como Portugal ou Irlanda, que também comeram o pão que o diabo amassou. Por outras palavras: os gregos, vergonhosamente iludidos, elegeram um partido que prometia o paraíso com o dinheiro dos outros. Sem surpresa, a Europa disse não a tamanha generosidade. E foi pedindo, ao longo de meses de pura farsa grega –repito, a Europa foi pedindo–, que o governo de Atenas (composto pela extrema-esquerda mas também pela extrema-direita neonazista: convém não esquecer) apresentasse propostas credíveis para cortar gastos e fazer reformas. Só haveria ajuda financeira se, do lado grego, houvesse responsabilidade orçamental. As propostas de Atenas, de um amadorismo confrangedor, nunca convenceram. E, em gesto melodramático, o governo de Alexis Tsipras abandonou as negociações para anunciar um referendo. O povo será convidado a responder se aceita (ou não) o chicote da austeridade europeia (cortes em aposentadorias, subida de impostos etc.). O filme não precisa de grandes comentários, exceto para dizer duas coisas. A primeira é que, ao contrário do que se pensa (e escreve), o Syriza nunca esteve interessado em "negociar" coisa nenhuma. O Syriza fingiu negociar. Mesmo a promessa de que o país continuaria na zona do euro foi uma concessão tática para ganhar votos e tomar o poder. Ficar no euro não fazia parte da DNA original do Syriza. A segunda é que o Syriza acredita que, perante a recusa da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional em continuar a emprestar dinheiro sem contrapartidas sérias, estão encontrados finalmente os seus "inimigos do povo", a quem irão atribuir todas as culpas pelo fracasso das "negociações". Identificados os inimigos, o Syriza imagina que poderá finalmente –e legitimamente!– transformar a Grécia numa espécie de Venezuela em pleno Egeu, cometendo o tipo de loucuras –nacionalizações, controle de preços etc. etc.– que fizeram moda em Caracas. Com os resultados conhecidos. Fatalmente, o Syriza esquece-se do passado e do futuro. No passado, existiu um povo inteiro a quem foi prometida a manutenção do país na zona do euro. Se isso não acontecer, e os gregos regressarem ao velho dracma (com uma desvalorização de 50% face ao euro, digamos), o caos social irá paralisar o país. Por mais "inimigos externos" que se inventem, a realidade é sempre mais forte que a fantasia. Mas esse caos é a parte menor do problema. A parte maior é que, suspeita minha, o Exército não ficará de braços cruzados, assistindo à festa da arquibancada. No momento em que escrevo, ainda ninguém sabe com rigor como irá terminar o filme grego. Mas se o país sair do euro e começar a ser governado por princípios bolivarianos, duvido que a Grécia sobreviva como democracia na Europa.
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colunas
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Uma Venezuela na EuropaQuerido leitor: você deseja tomar o poder e implementar uma política radical que o povo, em circunstâncias normais, jamais aceitaria? Fácil: aprenda com os grandes exemplos históricos e encontre "inimigos" expiatórios. Para ficarmos nos casos mais extremos, Lênin e Hitler não converteram os respectivos países à revolução pelo "mérito" das suas "propostas". Antes disso foi preciso criar entre os russos e os alemães a sombra de um inimigo imaginário, capaz de justificar as ações mais extremas. Lênin fez isso com a velha ordem czarista; e o seu sucessor, Stálin, apenas alargou o cardápio para incluir classes profissionais inteiras, tidas por "inimigas do povo". O campesinato russo (os "kulaks") foi o exemplo mais trágico da paranoia persecutória de Stálin. Hitler agiu de igual forma com os judeus, a quem atribuiu todas as responsabilidades do mundo (um clássico). A própria derrota na Primeira Guerra Mundial tinha dedo judaico. O vexame do Tratado de Versalhes também. É por isso que não compro a versão açucarada sobre a crise na Grécia. Segundo os relatos preguiçosos que leio por aí, o Syriza venceu as eleições com duas promessas meritórias: manter a Grécia na zona do euro (uma exigência da maioria do povo) e acabar com a austeridade dos últimos cinco anos. Qualquer criança com um mínimo de instrução seria capaz de entender a natureza contraditória e até mentirosa dessas duas promessas. Continuar no euro sem austeridade significava, muito simplesmente, que alguém teria que pagar as contas dos gregos. E esse "alguém" seria o resto da Europa, a começar por países como Portugal ou Irlanda, que também comeram o pão que o diabo amassou. Por outras palavras: os gregos, vergonhosamente iludidos, elegeram um partido que prometia o paraíso com o dinheiro dos outros. Sem surpresa, a Europa disse não a tamanha generosidade. E foi pedindo, ao longo de meses de pura farsa grega –repito, a Europa foi pedindo–, que o governo de Atenas (composto pela extrema-esquerda mas também pela extrema-direita neonazista: convém não esquecer) apresentasse propostas credíveis para cortar gastos e fazer reformas. Só haveria ajuda financeira se, do lado grego, houvesse responsabilidade orçamental. As propostas de Atenas, de um amadorismo confrangedor, nunca convenceram. E, em gesto melodramático, o governo de Alexis Tsipras abandonou as negociações para anunciar um referendo. O povo será convidado a responder se aceita (ou não) o chicote da austeridade europeia (cortes em aposentadorias, subida de impostos etc.). O filme não precisa de grandes comentários, exceto para dizer duas coisas. A primeira é que, ao contrário do que se pensa (e escreve), o Syriza nunca esteve interessado em "negociar" coisa nenhuma. O Syriza fingiu negociar. Mesmo a promessa de que o país continuaria na zona do euro foi uma concessão tática para ganhar votos e tomar o poder. Ficar no euro não fazia parte da DNA original do Syriza. A segunda é que o Syriza acredita que, perante a recusa da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional em continuar a emprestar dinheiro sem contrapartidas sérias, estão encontrados finalmente os seus "inimigos do povo", a quem irão atribuir todas as culpas pelo fracasso das "negociações". Identificados os inimigos, o Syriza imagina que poderá finalmente –e legitimamente!– transformar a Grécia numa espécie de Venezuela em pleno Egeu, cometendo o tipo de loucuras –nacionalizações, controle de preços etc. etc.– que fizeram moda em Caracas. Com os resultados conhecidos. Fatalmente, o Syriza esquece-se do passado e do futuro. No passado, existiu um povo inteiro a quem foi prometida a manutenção do país na zona do euro. Se isso não acontecer, e os gregos regressarem ao velho dracma (com uma desvalorização de 50% face ao euro, digamos), o caos social irá paralisar o país. Por mais "inimigos externos" que se inventem, a realidade é sempre mais forte que a fantasia. Mas esse caos é a parte menor do problema. A parte maior é que, suspeita minha, o Exército não ficará de braços cruzados, assistindo à festa da arquibancada. No momento em que escrevo, ainda ninguém sabe com rigor como irá terminar o filme grego. Mas se o país sair do euro e começar a ser governado por princípios bolivarianos, duvido que a Grécia sobreviva como democracia na Europa.
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Doria prevê fundo para usar dinheiro das privatizações em novas obras
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O plano de desestatização do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), prevê que o dinheiro arrecadado deverá obrigatoriamente ser utilizado em novas obras. De acordo com o projeto, a ser enviado em março para a Câmara Municipal, os recursos obtidos com as concessões e privatizações não serão alocados no caixa comum da prefeitura para evitar que sejam utilizados no custeio da máquina –como salários, aquisição de bens de consumo e manutenção de equipamentos públicos. O dinheiro irá para um fundo de investimentos, a ser instituído com o objetivo de viabilizar projetos nas cinco áreas consideradas pelo prefeito como estratégicas: saúde, educação, mobilidade urbana, moradia e segurança. Doria quer, com isso, ao final do processo, poder dizer exatamente o que foi feito com a verba arrecadada. Algo na linha "tínhamos um estádio do Pacaembu, agora temos X creches e X hospitais". PRIVATIZAÇÕES DE DORIA - Principais áreas que o prefeito vai repassar a empresas AUTORIZAÇÃO GENÉRICA O plano de desestatização do prefeito listou 55 tópicos, entre os quais o autódromo de Interlagos, o estádio do Pacaembu e o Anhembi, mas é improvável que todos estejam descritos no texto a ser enviado à Câmara em março. A equipe de Doria estuda a possibilidade de mandar um documento que cite três ou quatro projetos, mas contenha uma autorização genérica para outras privatizações, que poderiam ser feitas posteriormente a partir de um simples decreto do prefeito. Consultado pela Folha, o advogado Luiz Eduardo Serra Netto, especialista em direito administrativo, considera essa hipótese irregular. "O decreto não pode inovar, mas apenas detalhar uma lei." Segundo o advogado, cada ativo a ser desestatizado precisa de uma autorização específica da Câmara, ainda que por meio de um único projeto de lei. "Mas o bem precisa estar citado nominalmente", afirma Netto. O advogado Igor Tamasauskas discorda. "Nada impede a Câmara de autorizar o plano genericamente, cabendo ao prefeito explicitar em decreto os bens. É assim no plano federal", afirma. A outra hipótese considerada pela gestão Doria é enviar os pedidos por meio de vários projetos, em lotes com quatro ou cinco ativos, conforme a necessidade. Destes 55 tópicos listados pela prefeitura como "desestatizáveis", há 12 considerados prioritários em razão do interesse que desperta no mercado e do bom potencial financeiro para a prefeitura. Três são chamados internamente de "joias da coroa": o Bilhete Único, os terminais de ônibus e o serviço funerário. Ao repassar a gestão do Bilhete Único para a iniciativa privada, a prefeitura avalia que conseguirá economizar R$ 456 milhões no gerenciamento anual do serviço. A expectativa é a de que bancos ou empresas do mercado financeiro passem a administrar o bilhete, dando-lhe outras funções, como cartão de débito e vale-refeição. O cartão magnético dos transportes é usado atualmente por 5,6 milhões de passageiros, mas há 15 milhões de bilhetes em circulação. Ou seja, trata-se de uma base enorme de clientes, sendo que muitos deles não estão hoje no sistema bancário. Doria ainda pretende repassar para a iniciativa privada a gestão dos 29 terminais urbanos da cidade –neste caso, há lei aprovada, de 2015. As empresas interessadas poderão aumentar a área de construção de cada um deles em até quatro vezes, sendo que os novos pisos passariam a ser explorados como shoppings, escritórios comerciais, hotéis e residências. O serviço funerário também é considerado um ativo da prefeitura. São 22 cemitérios, um crematório, 18 lojas (venda de caixões) e cinco centros distributivos. Em São Paulo, há cerca de 400 óbitos por dia, sendo que, em média, 180 funerais acabam realizados em outras cidades em razão de deficiências do serviço estatal. "São Paulo vai deixar de gastar dinheiro com o que pode ser feito pela iniciativa privada e se dedicar a tarefas mais importantes, como a saúde e a educação", defende o vereador Police Neto (PSD).
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cotidiano
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Doria prevê fundo para usar dinheiro das privatizações em novas obrasO plano de desestatização do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), prevê que o dinheiro arrecadado deverá obrigatoriamente ser utilizado em novas obras. De acordo com o projeto, a ser enviado em março para a Câmara Municipal, os recursos obtidos com as concessões e privatizações não serão alocados no caixa comum da prefeitura para evitar que sejam utilizados no custeio da máquina –como salários, aquisição de bens de consumo e manutenção de equipamentos públicos. O dinheiro irá para um fundo de investimentos, a ser instituído com o objetivo de viabilizar projetos nas cinco áreas consideradas pelo prefeito como estratégicas: saúde, educação, mobilidade urbana, moradia e segurança. Doria quer, com isso, ao final do processo, poder dizer exatamente o que foi feito com a verba arrecadada. Algo na linha "tínhamos um estádio do Pacaembu, agora temos X creches e X hospitais". PRIVATIZAÇÕES DE DORIA - Principais áreas que o prefeito vai repassar a empresas AUTORIZAÇÃO GENÉRICA O plano de desestatização do prefeito listou 55 tópicos, entre os quais o autódromo de Interlagos, o estádio do Pacaembu e o Anhembi, mas é improvável que todos estejam descritos no texto a ser enviado à Câmara em março. A equipe de Doria estuda a possibilidade de mandar um documento que cite três ou quatro projetos, mas contenha uma autorização genérica para outras privatizações, que poderiam ser feitas posteriormente a partir de um simples decreto do prefeito. Consultado pela Folha, o advogado Luiz Eduardo Serra Netto, especialista em direito administrativo, considera essa hipótese irregular. "O decreto não pode inovar, mas apenas detalhar uma lei." Segundo o advogado, cada ativo a ser desestatizado precisa de uma autorização específica da Câmara, ainda que por meio de um único projeto de lei. "Mas o bem precisa estar citado nominalmente", afirma Netto. O advogado Igor Tamasauskas discorda. "Nada impede a Câmara de autorizar o plano genericamente, cabendo ao prefeito explicitar em decreto os bens. É assim no plano federal", afirma. A outra hipótese considerada pela gestão Doria é enviar os pedidos por meio de vários projetos, em lotes com quatro ou cinco ativos, conforme a necessidade. Destes 55 tópicos listados pela prefeitura como "desestatizáveis", há 12 considerados prioritários em razão do interesse que desperta no mercado e do bom potencial financeiro para a prefeitura. Três são chamados internamente de "joias da coroa": o Bilhete Único, os terminais de ônibus e o serviço funerário. Ao repassar a gestão do Bilhete Único para a iniciativa privada, a prefeitura avalia que conseguirá economizar R$ 456 milhões no gerenciamento anual do serviço. A expectativa é a de que bancos ou empresas do mercado financeiro passem a administrar o bilhete, dando-lhe outras funções, como cartão de débito e vale-refeição. O cartão magnético dos transportes é usado atualmente por 5,6 milhões de passageiros, mas há 15 milhões de bilhetes em circulação. Ou seja, trata-se de uma base enorme de clientes, sendo que muitos deles não estão hoje no sistema bancário. Doria ainda pretende repassar para a iniciativa privada a gestão dos 29 terminais urbanos da cidade –neste caso, há lei aprovada, de 2015. As empresas interessadas poderão aumentar a área de construção de cada um deles em até quatro vezes, sendo que os novos pisos passariam a ser explorados como shoppings, escritórios comerciais, hotéis e residências. O serviço funerário também é considerado um ativo da prefeitura. São 22 cemitérios, um crematório, 18 lojas (venda de caixões) e cinco centros distributivos. Em São Paulo, há cerca de 400 óbitos por dia, sendo que, em média, 180 funerais acabam realizados em outras cidades em razão de deficiências do serviço estatal. "São Paulo vai deixar de gastar dinheiro com o que pode ser feito pela iniciativa privada e se dedicar a tarefas mais importantes, como a saúde e a educação", defende o vereador Police Neto (PSD).
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Trump promete a empresários reduzir impostos e regulações
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O presidente americano, Donald Trump, recebeu na manhã desta segunda-feira 12 empresários na Casa Branca e prometeu cortes de impostos e a redução de até 75% das regulações. "Acreditamos que podemos reduzir as normas em 75%, quem sabe mais", afirmou, assegurando, sem dar detalhes sobre seus projetos, que a segurança dos trabalhadores e a proteção do meio ambiente serão garantidas. "Vamos baixar os impostos maciçamente, tanto para a classe média como para as companhias", afirmou, ressaltando sua vontade de "fazer os empregos voltarem" aos Estados Unidos e favorecer a produção em território americano. Segundo o mandatário, os impostos sobre a classe média serão reduzidos dos atuais 35% para algo "entre 15% e 25%". Trump também pediu que os empresários mantenham suas operações em território americano: "Tudo o que vocês têm que fazer é ficar. Não saiam. Não demitam seus empregados nos EUA". Entre os dirigentes e empresas presentes na Casa Branca estavam Mark Fields (Ford), Marillyn Hewson (Lockheed Martin), Alex Gorsky (Johnson & Johnson), Michael Dell (Dell), Elon Musk (SpaceX) e Kevin Plank (Under Armour). No passado, o escolhido por Trump para ocupar o cargo de secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, prometeu realizar os maiores cortes de impostos desde a administração Ronald Reagan.
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mundo
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Trump promete a empresários reduzir impostos e regulaçõesO presidente americano, Donald Trump, recebeu na manhã desta segunda-feira 12 empresários na Casa Branca e prometeu cortes de impostos e a redução de até 75% das regulações. "Acreditamos que podemos reduzir as normas em 75%, quem sabe mais", afirmou, assegurando, sem dar detalhes sobre seus projetos, que a segurança dos trabalhadores e a proteção do meio ambiente serão garantidas. "Vamos baixar os impostos maciçamente, tanto para a classe média como para as companhias", afirmou, ressaltando sua vontade de "fazer os empregos voltarem" aos Estados Unidos e favorecer a produção em território americano. Segundo o mandatário, os impostos sobre a classe média serão reduzidos dos atuais 35% para algo "entre 15% e 25%". Trump também pediu que os empresários mantenham suas operações em território americano: "Tudo o que vocês têm que fazer é ficar. Não saiam. Não demitam seus empregados nos EUA". Entre os dirigentes e empresas presentes na Casa Branca estavam Mark Fields (Ford), Marillyn Hewson (Lockheed Martin), Alex Gorsky (Johnson & Johnson), Michael Dell (Dell), Elon Musk (SpaceX) e Kevin Plank (Under Armour). No passado, o escolhido por Trump para ocupar o cargo de secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, prometeu realizar os maiores cortes de impostos desde a administração Ronald Reagan.
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Protesto em Chicago pede saída de prefeito por morte de jovem negro
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Centenas de pessoas se manifestaram nesta sexta-feira pelas ruas de Chicago, nos Estados Unidos, para exigir a renúncia do prefeito da cidade, a quem acusam de ter acobertado um policial branco que no ano passado matou um jovem negro com 16 tiros. Segundo o jornal "Chicago Tribune", centenas de pessoas marcharam pelo centro da cidade americana gritando palavras de ordem contra o prefeito, o democrata Rahm Emanuel, líder muito próximo do presidente Barack Obama, e a procuradora do estado de Illinois, Anita Álvarez. A manifestação aconteceu algumas horas depois que o agente Jason Van Dyke, 37, acusado atirar 16 vezes contra o jovem negro Laquan McDonald, morto aos 17, se apresentou nos tribunais para uma audiência do julgamento que determinará se é culpado ou não de assassinato em primeiro grau. Policial mata jovem negro em Chicago O protesto começou às 15h16 locais (19h16 de Brasília), de maneira simbólica para representar os 16 tiros que McDonald recebeu, com um minuto de silêncio e depois prosseguiu pelas ruas de Chicago, acompanhado por dezenas de policiais em bicicletas. Na frente da manifestação havia um cartaz com os dizeres: "Departamento de Justiça, investigue (o prefeito) Rahm sob juramento". O caso veio à tona por causa da divulgação de um vídeo em novembro, no qual McDonald, é visto correndo, aparentemente fugindo de um grupo de policiais, quando recebe o primeiro disparo. O jovem, que portava uma faca, foi alvejado 16 vezes por Van Dyke. No momento da morte, os agendes atendiam reclamações de que alguém estaria roubando aparelhos de som de carros na região. A autópsia concluiu que o jovem levou ao menos dois tiros pelas costas. Uma droga alucinógena, PCP, foi encontrada em seu organismo. É a primeira vez em 30 anos que um policial de Chicago é acusado de assassinato em primeiro grau por morte durante ação em serviço, segundo o jornal "Chicago Tribune". Desde novembro, foram realizados vários protestos em Chicago relacionados ao caso, inclusive durante a Black Friday. O caso é um dos poucos nos EUA em que um agente branco é levado a julgamento pela morte de um negro. Diversos protestos da comunidade negra surgiram em 2014, como em Ferguson, devido à falta de indiciamento dos policiais envolvidos.
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mundo
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Protesto em Chicago pede saída de prefeito por morte de jovem negroCentenas de pessoas se manifestaram nesta sexta-feira pelas ruas de Chicago, nos Estados Unidos, para exigir a renúncia do prefeito da cidade, a quem acusam de ter acobertado um policial branco que no ano passado matou um jovem negro com 16 tiros. Segundo o jornal "Chicago Tribune", centenas de pessoas marcharam pelo centro da cidade americana gritando palavras de ordem contra o prefeito, o democrata Rahm Emanuel, líder muito próximo do presidente Barack Obama, e a procuradora do estado de Illinois, Anita Álvarez. A manifestação aconteceu algumas horas depois que o agente Jason Van Dyke, 37, acusado atirar 16 vezes contra o jovem negro Laquan McDonald, morto aos 17, se apresentou nos tribunais para uma audiência do julgamento que determinará se é culpado ou não de assassinato em primeiro grau. Policial mata jovem negro em Chicago O protesto começou às 15h16 locais (19h16 de Brasília), de maneira simbólica para representar os 16 tiros que McDonald recebeu, com um minuto de silêncio e depois prosseguiu pelas ruas de Chicago, acompanhado por dezenas de policiais em bicicletas. Na frente da manifestação havia um cartaz com os dizeres: "Departamento de Justiça, investigue (o prefeito) Rahm sob juramento". O caso veio à tona por causa da divulgação de um vídeo em novembro, no qual McDonald, é visto correndo, aparentemente fugindo de um grupo de policiais, quando recebe o primeiro disparo. O jovem, que portava uma faca, foi alvejado 16 vezes por Van Dyke. No momento da morte, os agendes atendiam reclamações de que alguém estaria roubando aparelhos de som de carros na região. A autópsia concluiu que o jovem levou ao menos dois tiros pelas costas. Uma droga alucinógena, PCP, foi encontrada em seu organismo. É a primeira vez em 30 anos que um policial de Chicago é acusado de assassinato em primeiro grau por morte durante ação em serviço, segundo o jornal "Chicago Tribune". Desde novembro, foram realizados vários protestos em Chicago relacionados ao caso, inclusive durante a Black Friday. O caso é um dos poucos nos EUA em que um agente branco é levado a julgamento pela morte de um negro. Diversos protestos da comunidade negra surgiram em 2014, como em Ferguson, devido à falta de indiciamento dos policiais envolvidos.
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Kiev e rebeldes concordam em retirar armas pesadas da linha de frente
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Kiev e os separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia concordaram em começar a retirada de armas pesadas da linha de frente, em cumprimento ao cessar-fogo assinado em 12 de fevereiro em Minsk, anunciou um responsável militar ucraniano. "Um acordo foi assinado para retirar as armas pesadas de toda a linha de frente", declarou o general Olexandre Rozmaznin. Os rebeldes pró-russos confirmaram, através de sua própria agência de notícias, parte no dito acordo. Rozmaznin disse que, no entanto, é cedo demais para dizer quando se iniciará a operação –apesar de meios de comunicação ucranianos terem dito que começará neste domingo (22). Segundo o acordo de cessar-fogo em Minsk, que teve mediação da Alemanha e da França, a retirada de armas pesadas deveria ter começado na terça-feira e ser concluída em 3 de março. Mas, até agora, a trégua tem sido repetidamente violada. Os rebeldes, em particular, a ignoraram e lançaram uma ofensiva para tomar a estratégica cidade oriental de Debaltseve. No entanto, neste sábado (21), ambas as partes pareciam dar sinais de querer respeitar o cessar-fogo ao fazer uma troca de prisioneiros. Os rebeldes entregaram 138 soldados ucranianos em troca de 52 combatentes separatistas na linha de frente de Jolobok.
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mundo
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Kiev e rebeldes concordam em retirar armas pesadas da linha de frenteKiev e os separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia concordaram em começar a retirada de armas pesadas da linha de frente, em cumprimento ao cessar-fogo assinado em 12 de fevereiro em Minsk, anunciou um responsável militar ucraniano. "Um acordo foi assinado para retirar as armas pesadas de toda a linha de frente", declarou o general Olexandre Rozmaznin. Os rebeldes pró-russos confirmaram, através de sua própria agência de notícias, parte no dito acordo. Rozmaznin disse que, no entanto, é cedo demais para dizer quando se iniciará a operação –apesar de meios de comunicação ucranianos terem dito que começará neste domingo (22). Segundo o acordo de cessar-fogo em Minsk, que teve mediação da Alemanha e da França, a retirada de armas pesadas deveria ter começado na terça-feira e ser concluída em 3 de março. Mas, até agora, a trégua tem sido repetidamente violada. Os rebeldes, em particular, a ignoraram e lançaram uma ofensiva para tomar a estratégica cidade oriental de Debaltseve. No entanto, neste sábado (21), ambas as partes pareciam dar sinais de querer respeitar o cessar-fogo ao fazer uma troca de prisioneiros. Os rebeldes entregaram 138 soldados ucranianos em troca de 52 combatentes separatistas na linha de frente de Jolobok.
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Defesa de Cunha pede afastamento de relator de processo de cassação
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A defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu nesta terça-feira (24) o afastamento do deputado federal Fausto Pinato (PRB-SP) da relatoria do processo de cassação do mandato do peemedebista na no Conselho de Ética da Casa Legislativa. Em sessão para leitura do parecer preliminar, o advogado Marcelo Nobre criticou o relator por ter antecipado o seu voto e o acusou de não ter levado em consideração os argumentos da defesa em sua posição sobre a cassação do peemedebista. Segundo o advogado, há precedentes no Conselho de Ética para o afastamento do relator no caso da antecipação do voto. Na semana retrasada, o relator afirmou que havia "indícios fortes" pela admissibilidade do processo contra Cunha. De acordo com Nobre, em 2009, na análise da cassação do mandato do deputado federal Edmar Moreira (sem partido -MG), o relator Sérgio Moraes (PTB- RS) foi afastado da relatoria por ter antecipado o mérito de sua manifestação. "Nós invocamos a suspensão do relator para que, da mesma forma que esse conselho já decidiu no caso do Edmar Moreira, possa ser retirado por conta da antecipação publica que fez, baseado apenas na acusação, e seja nomeado um novo relator ", afirmou. Em sua defesa, o relator disse que a acusação não se assemelha ao episódio de 2009, uma vez que o relator à época antecipou o mérito de sua manifestação. Segundo ele, o argumento da defesa de Eduardo Cunha é "absurda". "Não houve qualquer açodamento à defesa e não há previsão de defesa preliminar na fase de admissibilidade do processo de cassação. Não se pode falar em cerceamento de defesa e não reconheço o pedido de afastamento", lembrou. O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), ressaltou que o afastamento é uma decisão pessoal do relator e que, portanto, rejeitou o pedido da defesa do peemedebista.
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poder
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Defesa de Cunha pede afastamento de relator de processo de cassaçãoA defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu nesta terça-feira (24) o afastamento do deputado federal Fausto Pinato (PRB-SP) da relatoria do processo de cassação do mandato do peemedebista na no Conselho de Ética da Casa Legislativa. Em sessão para leitura do parecer preliminar, o advogado Marcelo Nobre criticou o relator por ter antecipado o seu voto e o acusou de não ter levado em consideração os argumentos da defesa em sua posição sobre a cassação do peemedebista. Segundo o advogado, há precedentes no Conselho de Ética para o afastamento do relator no caso da antecipação do voto. Na semana retrasada, o relator afirmou que havia "indícios fortes" pela admissibilidade do processo contra Cunha. De acordo com Nobre, em 2009, na análise da cassação do mandato do deputado federal Edmar Moreira (sem partido -MG), o relator Sérgio Moraes (PTB- RS) foi afastado da relatoria por ter antecipado o mérito de sua manifestação. "Nós invocamos a suspensão do relator para que, da mesma forma que esse conselho já decidiu no caso do Edmar Moreira, possa ser retirado por conta da antecipação publica que fez, baseado apenas na acusação, e seja nomeado um novo relator ", afirmou. Em sua defesa, o relator disse que a acusação não se assemelha ao episódio de 2009, uma vez que o relator à época antecipou o mérito de sua manifestação. Segundo ele, o argumento da defesa de Eduardo Cunha é "absurda". "Não houve qualquer açodamento à defesa e não há previsão de defesa preliminar na fase de admissibilidade do processo de cassação. Não se pode falar em cerceamento de defesa e não reconheço o pedido de afastamento", lembrou. O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), ressaltou que o afastamento é uma decisão pessoal do relator e que, portanto, rejeitou o pedido da defesa do peemedebista.
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Globo veta 'ousadias' em próxima novela das 21h, de Benedito Ruy Barbosa
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Assustada com a queda de audiência na faixa das 21h, a Globo quer retomar produções mais "tradicionais". Por essa razão Luiz Fernando Carvalho, diretor de "Velho Chico", próxima trama do horário, foi orientado a não ousar tanto esteticamente como em produções como "Hoje É Dia de Maria" e "Meu Pedacinho de Chão". A ideia é que a novela se aproxime de "O Rei do Gado", que fez grande sucesso no "Vale a Pena Ver de Novo". Os números de "O Rei do Gado", aliás, foram a grande razão para Benedito Ruy Barbosa furar a fila das 21h e ser escalado. A ideia é resgatar folhetins sem grandes "invencionices", que falem para todos os espectadores. BEIRA RIO Ainda sobre "Velho Chico", a Globo procura locações na Bahia e em Pernambuco, às margens do Rio São Francisco, em cidades como Bom Jesus da Lapa, Juazeiro e Petrolina. BEIJINHO, BEIJINHO Fabiana Karla foi escalada para interpretar Dona Cacilda na nova versão da "Escolinha do Professor Raimundo" que vai ao ar pelo Canal Viva. No original, a personagem era vivida por Claudia Jimenez. RUMO E por falar em Claudia, ela retornará à TV em "Haja Coração", remake de "Sassaricando". Na trama, fará par com Marcelo Médici. AGENDA A décima segunda temporada de "Grey's Anatomy" chega ao Brasil no dia 16 de novembro, às 21h30, pelo Canal Sony. DOSE DUPLA A Globo deve levar ao ar duas novelas das 23h no ano que vem. Uma antes dos Jogos Olímpicos, escrita por Márcia Prattes, e outra depois, com texto de Manuela Dias.
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Globo veta 'ousadias' em próxima novela das 21h, de Benedito Ruy BarbosaAssustada com a queda de audiência na faixa das 21h, a Globo quer retomar produções mais "tradicionais". Por essa razão Luiz Fernando Carvalho, diretor de "Velho Chico", próxima trama do horário, foi orientado a não ousar tanto esteticamente como em produções como "Hoje É Dia de Maria" e "Meu Pedacinho de Chão". A ideia é que a novela se aproxime de "O Rei do Gado", que fez grande sucesso no "Vale a Pena Ver de Novo". Os números de "O Rei do Gado", aliás, foram a grande razão para Benedito Ruy Barbosa furar a fila das 21h e ser escalado. A ideia é resgatar folhetins sem grandes "invencionices", que falem para todos os espectadores. BEIRA RIO Ainda sobre "Velho Chico", a Globo procura locações na Bahia e em Pernambuco, às margens do Rio São Francisco, em cidades como Bom Jesus da Lapa, Juazeiro e Petrolina. BEIJINHO, BEIJINHO Fabiana Karla foi escalada para interpretar Dona Cacilda na nova versão da "Escolinha do Professor Raimundo" que vai ao ar pelo Canal Viva. No original, a personagem era vivida por Claudia Jimenez. RUMO E por falar em Claudia, ela retornará à TV em "Haja Coração", remake de "Sassaricando". Na trama, fará par com Marcelo Médici. AGENDA A décima segunda temporada de "Grey's Anatomy" chega ao Brasil no dia 16 de novembro, às 21h30, pelo Canal Sony. DOSE DUPLA A Globo deve levar ao ar duas novelas das 23h no ano que vem. Uma antes dos Jogos Olímpicos, escrita por Márcia Prattes, e outra depois, com texto de Manuela Dias.
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Como a saída do Reino Unido interfere na economia; veja gráficos
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Os britânicos decidem no próximo dia 23 se o Reino Unido permanecerá ou não na União Europeia. Além dos efeitos políticos, analistas alertam para os impactos econômicos que a saída do bloco europeu pode ter para o país. Confira abaixo como a saída do Reino Unido da União Europeia pode interferir na economia. O QUE SIGNIFICA 'BREXIT'? Brexit é a abreviação das palavras em inglês Britain (Reino Unido) e exit (saída). É usada para se referir à saída do Reino Unido da União Europeia. O QUE ESTÁ EM DISCUSSÃO? No dia 23, o Reino Unido vota em plebiscito se permanece ou não na União Europeia. Raio-x do Reino Unido QUAL SERÁ A PERGUNTA DO REFERENDO? Uma cédula eleitoral trará a seguinte pergunta: "O Reino Unido deve permanecer como membro da União Europeia ou deixar a União Europeia?" As duas respostas possíveis são "permanecer" e "sair". Se o "sim" vencer, o premiê britânico, David Cameron, poderia ser pressionado a implementar a vontade popular. Os parlamentares poderiam, em tese, impedir a saída do país do bloco, mas estariam sujeitos à rejeição eleitoral. QUEM PODERÁ VOTAR? Cidadãos de Reino Unido, Irlanda e da Commonwealth (associação voluntária de 53 países independentes e soberanos) com mais de 18 anos e que morem no Reino Unido. Britânicos fora do país que tenham estado no registro eleitoral no Reino Unido nos últimos 15 anos também. Membros do Parlamento e cidadãos da Commonwealth em Gibraltar (território britânico) também poderão votar. Cerca de 50 milhões de pessoas estão aptas a votar -o voto não é obrigatório. Plebiscito Reino Unido - UE - Confira evolução das pesquisas de intenção de voto O QUE DIZEM OS DEFENSORES DA PERMANÊNCIA? Para eles, o país perde economicamente, seja via comércio exterior (exigência de novas tarifas e regulações e acordos comerciais), seja via perda de empregos. O QUE AFIRMA QUEM PREGA A SAÍDA DA UE? Dizem que, no longo prazo, o país se beneficiará de estabelecer livremente a sua agenda econômica e política, além de poder adotar políticas mais duras de imigração. QUEM DEFENDE A SAÍDA E A PERMANÊNCIA O QUE ACONTECE SE O REINO UNIDO DEIXAR O BLOCO? As dúvidas começam aí. Nenhum país deixou a UE nos moldes atuais. Uma das hipóteses, considerada otimista, é que o Reino Unido continuaria a seguir as regulações da UE, mas eliminaria, por exemplo, a livre movimentação da população comunitária. Para a maioria dos analistas, o cenário da economia britânica ficará pior caso deixe a UE. Brexit - Impacto no mercado britânico QUAL SERIA O IMPACTO ESTIMADO? De acordo com o secretário do Tesouro britânico, George Osborne, a saída do país do bloco europeu poderia significar rombo de 30 bilhões de libras nas contas públicas e exigir cortes de gastos e elevação de impostos. Análise do Tesouro indica que os prejuízos seriam "permanentes" e levariam a uma queda de 6% do PIB (Produto Interno Bruto) até 2030. Osborne também advertiu que um Brexit poderia levar a economia a uma recessão e aumentar o número de desempregados em 500 mil, o que significaria impacto de 1,6 ponto percentual na taxa de desemprego (atualmente em 5%). Taxa de desemprego - No Reino Unido, em % HÁ COMO MEDIR O IMPACTO COMERCIAL? A saída do Reino Unido poderia dificultar a movimentação de dinheiro, pessoas e produtos. Os defensores de que o país deixe o bloco, porém, dizem que a saída facilitaria ao Reino Unido negociar acordos comerciais melhores. Empresas de pequeno e médio portes avaliam ainda que a saída significaria menos regulação. Importações e exportações - Em bilhões de libras A consultoria britânica Global Counsel afirmou que o país se tornaria um parceiro comercial menos atraente em nível mundial e perderia poder globalmente. Balança comercial do Reino Unido - Nas transações de bens com países da União Europeia, em milhões de libras O bilionário americano Bill Gates afirmou nesta sexta-feira que, se o Reino Unido deixar o bloco europeu, se tornará "um lugar significativamente menos atraente para se fazer negócios. De acordo com dados de 2015, as importações do Reino Unido de países que não pertencem ao bloco europeu responderam por 15% de tudo o que a UE importou e por 12,8% do que a UE exportou. Importações e exportações - Em % Já diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, afirmou que o Reino Unido vai enfrentar riscos econômicos maiores de decidir deixar a União Europeia do que se permanecer no bloco. POR QUE AS BOLSAS GLOBAIS ESTÃO CAINDO? Um dos motivos é a incerteza. Pesquisas mostram que o referendo será parelho, o que dificulta planejar os investimentos. Brexit - Impacto no exterior Brexit - Moedas E O BRASIL? O Reino Unido é o 15º destino das exportações brasileiros e o 14º país de origem das importações brasileiras. COMÉRCIO COM BRASIL - O REINO UNIDO PODERIA SEGUIR O EXEMPLO SUÍÇO? A Suíça costuma ser citada como modelo para o Reino Unido. O país, que não é membro da UE, firmou acordos comerciais que permitem que seus produtos circulem livremente. No entanto, a Suíça não conseguiu chegar a um acordo parecido para sua indústria de serviços financeiros. Com agências
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Como a saída do Reino Unido interfere na economia; veja gráficosOs britânicos decidem no próximo dia 23 se o Reino Unido permanecerá ou não na União Europeia. Além dos efeitos políticos, analistas alertam para os impactos econômicos que a saída do bloco europeu pode ter para o país. Confira abaixo como a saída do Reino Unido da União Europeia pode interferir na economia. O QUE SIGNIFICA 'BREXIT'? Brexit é a abreviação das palavras em inglês Britain (Reino Unido) e exit (saída). É usada para se referir à saída do Reino Unido da União Europeia. O QUE ESTÁ EM DISCUSSÃO? No dia 23, o Reino Unido vota em plebiscito se permanece ou não na União Europeia. Raio-x do Reino Unido QUAL SERÁ A PERGUNTA DO REFERENDO? Uma cédula eleitoral trará a seguinte pergunta: "O Reino Unido deve permanecer como membro da União Europeia ou deixar a União Europeia?" As duas respostas possíveis são "permanecer" e "sair". Se o "sim" vencer, o premiê britânico, David Cameron, poderia ser pressionado a implementar a vontade popular. Os parlamentares poderiam, em tese, impedir a saída do país do bloco, mas estariam sujeitos à rejeição eleitoral. QUEM PODERÁ VOTAR? Cidadãos de Reino Unido, Irlanda e da Commonwealth (associação voluntária de 53 países independentes e soberanos) com mais de 18 anos e que morem no Reino Unido. Britânicos fora do país que tenham estado no registro eleitoral no Reino Unido nos últimos 15 anos também. Membros do Parlamento e cidadãos da Commonwealth em Gibraltar (território britânico) também poderão votar. Cerca de 50 milhões de pessoas estão aptas a votar -o voto não é obrigatório. Plebiscito Reino Unido - UE - Confira evolução das pesquisas de intenção de voto O QUE DIZEM OS DEFENSORES DA PERMANÊNCIA? Para eles, o país perde economicamente, seja via comércio exterior (exigência de novas tarifas e regulações e acordos comerciais), seja via perda de empregos. O QUE AFIRMA QUEM PREGA A SAÍDA DA UE? Dizem que, no longo prazo, o país se beneficiará de estabelecer livremente a sua agenda econômica e política, além de poder adotar políticas mais duras de imigração. QUEM DEFENDE A SAÍDA E A PERMANÊNCIA O QUE ACONTECE SE O REINO UNIDO DEIXAR O BLOCO? As dúvidas começam aí. Nenhum país deixou a UE nos moldes atuais. Uma das hipóteses, considerada otimista, é que o Reino Unido continuaria a seguir as regulações da UE, mas eliminaria, por exemplo, a livre movimentação da população comunitária. Para a maioria dos analistas, o cenário da economia britânica ficará pior caso deixe a UE. Brexit - Impacto no mercado britânico QUAL SERIA O IMPACTO ESTIMADO? De acordo com o secretário do Tesouro britânico, George Osborne, a saída do país do bloco europeu poderia significar rombo de 30 bilhões de libras nas contas públicas e exigir cortes de gastos e elevação de impostos. Análise do Tesouro indica que os prejuízos seriam "permanentes" e levariam a uma queda de 6% do PIB (Produto Interno Bruto) até 2030. Osborne também advertiu que um Brexit poderia levar a economia a uma recessão e aumentar o número de desempregados em 500 mil, o que significaria impacto de 1,6 ponto percentual na taxa de desemprego (atualmente em 5%). Taxa de desemprego - No Reino Unido, em % HÁ COMO MEDIR O IMPACTO COMERCIAL? A saída do Reino Unido poderia dificultar a movimentação de dinheiro, pessoas e produtos. Os defensores de que o país deixe o bloco, porém, dizem que a saída facilitaria ao Reino Unido negociar acordos comerciais melhores. Empresas de pequeno e médio portes avaliam ainda que a saída significaria menos regulação. Importações e exportações - Em bilhões de libras A consultoria britânica Global Counsel afirmou que o país se tornaria um parceiro comercial menos atraente em nível mundial e perderia poder globalmente. Balança comercial do Reino Unido - Nas transações de bens com países da União Europeia, em milhões de libras O bilionário americano Bill Gates afirmou nesta sexta-feira que, se o Reino Unido deixar o bloco europeu, se tornará "um lugar significativamente menos atraente para se fazer negócios. De acordo com dados de 2015, as importações do Reino Unido de países que não pertencem ao bloco europeu responderam por 15% de tudo o que a UE importou e por 12,8% do que a UE exportou. Importações e exportações - Em % Já diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, afirmou que o Reino Unido vai enfrentar riscos econômicos maiores de decidir deixar a União Europeia do que se permanecer no bloco. POR QUE AS BOLSAS GLOBAIS ESTÃO CAINDO? Um dos motivos é a incerteza. Pesquisas mostram que o referendo será parelho, o que dificulta planejar os investimentos. Brexit - Impacto no exterior Brexit - Moedas E O BRASIL? O Reino Unido é o 15º destino das exportações brasileiros e o 14º país de origem das importações brasileiras. COMÉRCIO COM BRASIL - O REINO UNIDO PODERIA SEGUIR O EXEMPLO SUÍÇO? A Suíça costuma ser citada como modelo para o Reino Unido. O país, que não é membro da UE, firmou acordos comerciais que permitem que seus produtos circulem livremente. No entanto, a Suíça não conseguiu chegar a um acordo parecido para sua indústria de serviços financeiros. Com agências
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Histórias fantásticas e outras seis indicações culturais
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LIVROS | HISTÓRIAS FANTÁSTICAS Foi um desafio a escrever histórias de fantasmas, proposto em 1816 por Lorde Byron ao grupo de amigos que com ele veraneava no lago Genebra, a motivação da inglesa Mary Shelley (1797-1851) para criar "Frankenstein" (1). Publicada em 1818, a história desse "Prometeu moderno" acabou fazendo de sua autora uma pioneira do gênero de ficção científica e agora sai no Brasil em nova tradução, pela Penguin Companhia. Lançado em 1897, outro clássico multiplicado em adaptações variadas, "Drácula" (2), do irlandês Bram Stoker (1847-1912), também ganha nova tradução e roupagem de luxo, em edição comentada, pela Zahar. Se Mary Shelley e Bram Stoker gravaram seus nomes entre um público amplo por essas únicas obras, o norte-americano H.P. Lovecraft (1890-1937) foi autor de muitos títulos de culto –póstumo, somente. Suas coletâneas fantásticas, nas quais cunhou uma mitologia própria, vêm ganhando, desde o ano passado, edições revistas pela Iluminuras –o volume mais recente é "Dagon" (3), com textos escritos entre 1917 e 1931. (1) trad. Christian Schwartz | R$ 34,90 (424 págs.); R$ 23,90 (e-book) (2) trad., apresentação e notas Alexandre Barbosa de Souza | R$ 64,90 (468 págs.); R$ 24,90 (e-book) (3) trad. Celso M. Paciornik | R$ 45 (192 págs.) * EXPOSIÇÃO | ÍCARO LIRA O artista (Fortaleza, 1986), sob curadoria de Marta Ramos-Yzquierdo, mostra em "Campo Geral" o resultado de sua pesquisa sobre as migrações do Ceará para outras partes do país, ocasionadas pela seca no Estado. Central Galeria de Arte | tel. (11) 2645-4480 | de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 17h | grátis | até 12/12 LIVRO | FELIPE FORTUNA O diplomata e poeta lança na próxima semana "Taturana", volume já disponível para venda em que estão reunidos seus poemas visuais, como "Faixa de Pedestre" (abaixo). Edições Pinakotheke | R$ 42 (116 págs.) Carpe Diem Restaurante - Brasília | (61) 3325-5301 | qui. (17), às 19h * FEIRA | PUBLICAÇÕES INDEPENDENTES A quarta edição da feira do Sesc Pompeia recebe o nome de Avessa e reúne produções coletivas de diferentes linguagens das artes visuais do Brasil, Argentina, Venezuela, México e Colômbia. Ao mesmo tempo que os 55 grupos expõem e vendem seus trabalhos, serão ministrados minicursos, workshops e um encontro de desenho. Sesc Pompeia | tel. (11) 3871-7700 | sáb. (12) e dom. (13), a partir das 14h | grátis * DANÇA | DAMAS EM TRÂNSITO E OS BUCANEIROS A reencenação do espetáculo "Ponto de Fuga" na casa do pintor Gaetano Miani (1920-2009), desenhada por Paulo Mendes da Rocha, marca o início das comemorações de dez anos da companhia de Alex Ratton. Ao longo do próximo ano serão encenadas outras quatro coreografias do grupo. Instituto Miani | tel. (11) 99202-1031 | sex., às 20h30; sáb. e dom., às 19h30 | grátis | até 20/12 * LIVRO | CHANTAL MOUFFE Professora de ciências políticas na Universidade de Westminster, em Londres, a filósofa pós-marxista trata em "Sobre o Político" da democracia sem a polarização esquerda-direita. Ela sublinha a importância das paixões e do coletivo para a vida democrática. trad. Fernando Santos | WMF Martins Fontes | R$ 34,90 (160 págs.) * EXPOSIÇÃO | CLOVIS A mostra que leva o nome do artista Clovis Aparecido dos Santos (Avaré, 1960) traz 35 de suas obras, entre esculturas, desenhos e pinturas. Contemporâneo de Bispo do Rosário na Colônia Juliano Moreira, ele coleta na rua parte dos materiais para seus trabalhos. Galeria Estação | tel. (11) 3813-7253 | de seg. a sex., das 11h às 19h; sáb., das 11h às 15h | grátis | até 15/12
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Histórias fantásticas e outras seis indicações culturaisLIVROS | HISTÓRIAS FANTÁSTICAS Foi um desafio a escrever histórias de fantasmas, proposto em 1816 por Lorde Byron ao grupo de amigos que com ele veraneava no lago Genebra, a motivação da inglesa Mary Shelley (1797-1851) para criar "Frankenstein" (1). Publicada em 1818, a história desse "Prometeu moderno" acabou fazendo de sua autora uma pioneira do gênero de ficção científica e agora sai no Brasil em nova tradução, pela Penguin Companhia. Lançado em 1897, outro clássico multiplicado em adaptações variadas, "Drácula" (2), do irlandês Bram Stoker (1847-1912), também ganha nova tradução e roupagem de luxo, em edição comentada, pela Zahar. Se Mary Shelley e Bram Stoker gravaram seus nomes entre um público amplo por essas únicas obras, o norte-americano H.P. Lovecraft (1890-1937) foi autor de muitos títulos de culto –póstumo, somente. Suas coletâneas fantásticas, nas quais cunhou uma mitologia própria, vêm ganhando, desde o ano passado, edições revistas pela Iluminuras –o volume mais recente é "Dagon" (3), com textos escritos entre 1917 e 1931. (1) trad. Christian Schwartz | R$ 34,90 (424 págs.); R$ 23,90 (e-book) (2) trad., apresentação e notas Alexandre Barbosa de Souza | R$ 64,90 (468 págs.); R$ 24,90 (e-book) (3) trad. Celso M. Paciornik | R$ 45 (192 págs.) * EXPOSIÇÃO | ÍCARO LIRA O artista (Fortaleza, 1986), sob curadoria de Marta Ramos-Yzquierdo, mostra em "Campo Geral" o resultado de sua pesquisa sobre as migrações do Ceará para outras partes do país, ocasionadas pela seca no Estado. Central Galeria de Arte | tel. (11) 2645-4480 | de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 17h | grátis | até 12/12 LIVRO | FELIPE FORTUNA O diplomata e poeta lança na próxima semana "Taturana", volume já disponível para venda em que estão reunidos seus poemas visuais, como "Faixa de Pedestre" (abaixo). Edições Pinakotheke | R$ 42 (116 págs.) Carpe Diem Restaurante - Brasília | (61) 3325-5301 | qui. (17), às 19h * FEIRA | PUBLICAÇÕES INDEPENDENTES A quarta edição da feira do Sesc Pompeia recebe o nome de Avessa e reúne produções coletivas de diferentes linguagens das artes visuais do Brasil, Argentina, Venezuela, México e Colômbia. Ao mesmo tempo que os 55 grupos expõem e vendem seus trabalhos, serão ministrados minicursos, workshops e um encontro de desenho. Sesc Pompeia | tel. (11) 3871-7700 | sáb. (12) e dom. (13), a partir das 14h | grátis * DANÇA | DAMAS EM TRÂNSITO E OS BUCANEIROS A reencenação do espetáculo "Ponto de Fuga" na casa do pintor Gaetano Miani (1920-2009), desenhada por Paulo Mendes da Rocha, marca o início das comemorações de dez anos da companhia de Alex Ratton. Ao longo do próximo ano serão encenadas outras quatro coreografias do grupo. Instituto Miani | tel. (11) 99202-1031 | sex., às 20h30; sáb. e dom., às 19h30 | grátis | até 20/12 * LIVRO | CHANTAL MOUFFE Professora de ciências políticas na Universidade de Westminster, em Londres, a filósofa pós-marxista trata em "Sobre o Político" da democracia sem a polarização esquerda-direita. Ela sublinha a importância das paixões e do coletivo para a vida democrática. trad. Fernando Santos | WMF Martins Fontes | R$ 34,90 (160 págs.) * EXPOSIÇÃO | CLOVIS A mostra que leva o nome do artista Clovis Aparecido dos Santos (Avaré, 1960) traz 35 de suas obras, entre esculturas, desenhos e pinturas. Contemporâneo de Bispo do Rosário na Colônia Juliano Moreira, ele coleta na rua parte dos materiais para seus trabalhos. Galeria Estação | tel. (11) 3813-7253 | de seg. a sex., das 11h às 19h; sáb., das 11h às 15h | grátis | até 15/12
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A corrupção venceu a verdade, diz irmão de Cid Gomes
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Pouco depois de ver o irmão ser demitido por ter chamado os deputados de achacadores, Ivo Gomes, secretário das Cidades do Ceará e irmão de Cid Gomes, resolveu atacar a presidente Dilma. "Pronto, galera do impeachment. Não precisa mais pedi-lo. Dilma prostra-se. Quem manda no Brasil é o PMDB. A corrupção venceu a verdade", postou em sua página nas redes sociais. Usando a hastag #cidmerepresenta, Ivo, irmão de Cid e Ciro Gomes, publicou ainda vídeo do discurso do agora ex-ministro da Educação na Câmara dos Deputados, quando instou os deputados da base aliada a "largar o osso". Também do Pros, Ivo já havia criticado os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e do Senado, o também peemedebista Renan Calheiros, ao chamá-los de "picaretas contumazes" quando seus nomes apareceram na lista dos políticos sob investigação na Lava Jato. Antes mesmo de o irmão deixar a Educação, o ex-ministro Ciro Gomes (Pros) afirmou que falar a verdade no Brasil "custa muito caro". "Falar a verdade neste país, especialmente nestes tempos, custa muito caro. Mas acho que esse preço tem que ser pago porque quem faz história não são os pilantras que dominam a cena nacional, e sim os homens que não se abatem diante dos constrangimentos", afirmou em entrevista ao blog do Eliomar, no jornal "O Povo". Ciro afirmou ainda que "qualquer governo que não queira cair tem que prestar atenção com muita humildade no recado das ruas". "O que é preciso entender é que jamais se viu multidões desse tamanho se movimentarem se não houver uma razão real. E essas razões reais o governo precisa ter a sensibilidade, a modéstia, a humildade e a competência para entender", disse. O governador Camilo Santana, do PT, não se pronunciou sobre as críticas que seu secretário fez a presidente. O petista, inclusive, lamentou a saída de Cid Gomes do governo Dilma. "Perde o Ceará, perde o Brasil e, principalmente, perde a educação brasileira", disse Camilo, durante visita a Quixeramobim. Antes, na cidade de Tauá, o petista afirmou que o discurso de de seu antecessor "foi um momento histórico".
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A corrupção venceu a verdade, diz irmão de Cid GomesPouco depois de ver o irmão ser demitido por ter chamado os deputados de achacadores, Ivo Gomes, secretário das Cidades do Ceará e irmão de Cid Gomes, resolveu atacar a presidente Dilma. "Pronto, galera do impeachment. Não precisa mais pedi-lo. Dilma prostra-se. Quem manda no Brasil é o PMDB. A corrupção venceu a verdade", postou em sua página nas redes sociais. Usando a hastag #cidmerepresenta, Ivo, irmão de Cid e Ciro Gomes, publicou ainda vídeo do discurso do agora ex-ministro da Educação na Câmara dos Deputados, quando instou os deputados da base aliada a "largar o osso". Também do Pros, Ivo já havia criticado os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e do Senado, o também peemedebista Renan Calheiros, ao chamá-los de "picaretas contumazes" quando seus nomes apareceram na lista dos políticos sob investigação na Lava Jato. Antes mesmo de o irmão deixar a Educação, o ex-ministro Ciro Gomes (Pros) afirmou que falar a verdade no Brasil "custa muito caro". "Falar a verdade neste país, especialmente nestes tempos, custa muito caro. Mas acho que esse preço tem que ser pago porque quem faz história não são os pilantras que dominam a cena nacional, e sim os homens que não se abatem diante dos constrangimentos", afirmou em entrevista ao blog do Eliomar, no jornal "O Povo". Ciro afirmou ainda que "qualquer governo que não queira cair tem que prestar atenção com muita humildade no recado das ruas". "O que é preciso entender é que jamais se viu multidões desse tamanho se movimentarem se não houver uma razão real. E essas razões reais o governo precisa ter a sensibilidade, a modéstia, a humildade e a competência para entender", disse. O governador Camilo Santana, do PT, não se pronunciou sobre as críticas que seu secretário fez a presidente. O petista, inclusive, lamentou a saída de Cid Gomes do governo Dilma. "Perde o Ceará, perde o Brasil e, principalmente, perde a educação brasileira", disse Camilo, durante visita a Quixeramobim. Antes, na cidade de Tauá, o petista afirmou que o discurso de de seu antecessor "foi um momento histórico".
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Luiza e nós
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A sociedade está acordando para essa chaga de "bater em mulher" e as mulheres estão assumindo situações que prefeririam nunca ter vivido. Não é fácil se expor. Principalmente, quando a falta de respeito, a agressão e o espancamento já não acontecem pela primeira vez. Geralmente, ao chegar à delegacia e, no caso de pessoas conhecidas, a mulher já passou pela humilhação e pela dor, algumas ou muitas vezes. Não sei qual é o "trigger point", o gatilho, que a faz sair de casa e ter a coragem de denunciar. Certamente, o medo. Algo de dentro sinaliza que não tem mais conserto e a esperança se vai, a apreensão, a questão do exemplo para os filhos, a percepção de que a autoestima é corroída a cada episódio e... BASTA! Frequentemente, as semanas ou dias à espera de a crise melhorar e a protelação da partida são determinantes para novas agressões e até uma fatalidade. O que passa na cabeça das que ficam, que ainda se agarram à ilusão, ao "ruim com ele, pior sem ele", das que temem pela sobrevivência financeira, ou pelos filhos? Ou daquelas que pesam tudo e optam por pagar o preço do conforto e segurança material? Por que engolir o respeito próprio, inventar histórias de "resgate da relação" e criar o autoengano do amor? Temor de enfrentar a sociedade, a família, as dificuldades reais de sobreviver ou perder status, o receio de não ficar com os filhos pelo poder do outro, de decepcionar amigos e não ser acolhida, da humilhação por ter permitido chegar ao ponto que chegou... Não há o que não sirva para protelar o ato de coragem. Apesar dessa triste condição em que tantas mulheres ainda se submetem, o que importa é que "bater em mulher" não é mais um tema banalizado. Suscita indignação e repúdio! Desde a vitória de milhares de mulheres que se engajaram, denunciaram e redigiram a hoje consagrada Lei Maria da Penha, acabou-se aquela conversa antiga: "em briga de marido e mulher ninguém mete a colher". Bateu em Luíza, bateu em todas nós. Não importa se foi ou não agressiva; se ambos tinham interesses na manutenção da relação; se acreditavam nesse amor; se como seres humanos não foram capazes de se apartar quando a incompatibilidade de gênios apontava um caminho perigoso... A sociedade e a lei não estão mais interessadas. Não podemos tolerar a violência. Defendo a aprovação no Senado do projeto que confere a delegados e delegadas poder para assumir medidas protetivas, desde que em ato contínuo encaminhem para juiz e autor da agressão suas decisões — essa inclusão agilizará e ampliará o atendimento e afastamento do agressor de perto da vítima. Salvaremos vidas. É o que mais importa.
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Luiza e nósA sociedade está acordando para essa chaga de "bater em mulher" e as mulheres estão assumindo situações que prefeririam nunca ter vivido. Não é fácil se expor. Principalmente, quando a falta de respeito, a agressão e o espancamento já não acontecem pela primeira vez. Geralmente, ao chegar à delegacia e, no caso de pessoas conhecidas, a mulher já passou pela humilhação e pela dor, algumas ou muitas vezes. Não sei qual é o "trigger point", o gatilho, que a faz sair de casa e ter a coragem de denunciar. Certamente, o medo. Algo de dentro sinaliza que não tem mais conserto e a esperança se vai, a apreensão, a questão do exemplo para os filhos, a percepção de que a autoestima é corroída a cada episódio e... BASTA! Frequentemente, as semanas ou dias à espera de a crise melhorar e a protelação da partida são determinantes para novas agressões e até uma fatalidade. O que passa na cabeça das que ficam, que ainda se agarram à ilusão, ao "ruim com ele, pior sem ele", das que temem pela sobrevivência financeira, ou pelos filhos? Ou daquelas que pesam tudo e optam por pagar o preço do conforto e segurança material? Por que engolir o respeito próprio, inventar histórias de "resgate da relação" e criar o autoengano do amor? Temor de enfrentar a sociedade, a família, as dificuldades reais de sobreviver ou perder status, o receio de não ficar com os filhos pelo poder do outro, de decepcionar amigos e não ser acolhida, da humilhação por ter permitido chegar ao ponto que chegou... Não há o que não sirva para protelar o ato de coragem. Apesar dessa triste condição em que tantas mulheres ainda se submetem, o que importa é que "bater em mulher" não é mais um tema banalizado. Suscita indignação e repúdio! Desde a vitória de milhares de mulheres que se engajaram, denunciaram e redigiram a hoje consagrada Lei Maria da Penha, acabou-se aquela conversa antiga: "em briga de marido e mulher ninguém mete a colher". Bateu em Luíza, bateu em todas nós. Não importa se foi ou não agressiva; se ambos tinham interesses na manutenção da relação; se acreditavam nesse amor; se como seres humanos não foram capazes de se apartar quando a incompatibilidade de gênios apontava um caminho perigoso... A sociedade e a lei não estão mais interessadas. Não podemos tolerar a violência. Defendo a aprovação no Senado do projeto que confere a delegados e delegadas poder para assumir medidas protetivas, desde que em ato contínuo encaminhem para juiz e autor da agressão suas decisões — essa inclusão agilizará e ampliará o atendimento e afastamento do agressor de perto da vítima. Salvaremos vidas. É o que mais importa.
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Entre ex-workaholic e futuro dândi, Zeca Baleiro faz show em São Paulo
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Zeca Baleiro produz gente nova na MPB, resgata estrelas veteranas para novos projetos, escreve, tem uma produtora de shows e um selo de discos, lança música e audiovisual para público infantil, e, ainda por cima, grava seus discos e divulga esses trabalhos em shows. É o que faz neste sábado (22), no Tom Brasil, em São Paulo. Zeca acaba de lançar "Era Domingo", seu primeiro álbum de estúdio desde "O Disco do Ano", de 2012. São 11 faixas de uma sonoridade bem pop, com ecos de Beatles e as letras argutas que cria desde "Por Onde Andará Stephen Fry?", sua estreia em 1997. Ele concorda que o novo álbum é pop. "Beatles é vocabulário básico para o pop", diz, mas ressalta que não orientou os produtores do disco para um determinado caminho. Sim, produtores. Zeca espalhou as canções para 13 produtores. Gosta muito do resultado, mas não recomenda a ninguém a experiência. "Parece que você está tirando um trabalho das costas, mas de repente você está gerenciando um monte de malucos, gente que fica te ligando a respeito de um determinando timbre. Então você vira meio um supervisor de produção." No show em São Paulo ele mostrará boa parte de "Era Domingo" e sucessos da carreira. Zeca aceita a fama de workaholic, mas diz que está tentando mudar. Quer trabalhar menos e "flanar pela cidade, feito Baudelaire". A seguir, trechos da entrevista com o cantor. * Folha - Quatro anos de intervalo entre seus dois últimos discos não é muito tempo? Zeca Baleiro - Acho que não se deve apressar as coisas. A menos que você tenha de cumprir um contrato com gravadora, um relação desagradável que você tenha que encerrar. Essa coisa de ser obrigado a compor, embora eu não acredite em inspiração, é roubada. Não que você tenha que ficar à mercê de uma coisa divina, criação é trabalho, literalmente, trabalho braçal. Eu prefiro juntar uma safra digna de canções até pensar "isto aqui merece um disco". Ou então eu não faço. A não ser que seja um projeto especial. Aquilo que eu fiz cantando músicas do Zé Ramalho [o álbum de regravações "Chão de Giz"] foi um troço de encomenda, um convite bacana que recebi da Monique Gardenberg. Quando percebeu que tinha material para um novo disco? Eu vi que essas canções eram de uma mesmo época, tinham o mesmo acento. Só uma é mais antiga. "Pequena Canção" tem mais de dez anos, é uma música doce e achei que o disco precisava de uma doçura qualquer. As outras são canções de um período de três anos, que eu resolvi juntar e achei que era a hora. Os antigos fãs vão encontrar novidades? Estava fazendo uma pesquisa, vendo meus vídeos no YouTube, e uma menina comentava assim "Puxa, como faço para sanar o efeito retardado de só ter conhecido o Zeca em 2016?". Uns caras ironizam, troçam dela e tal, mas hoje as informações estão muito pulverizadas. Tem gente que me acompanha desde o começo da carreira, tem gente que conheceu a partir do quinto disco, teve gente que largou no meio do caminho, casou, teve filho, se mudou para fazer mestrado, enfim, as contingências da vida, e tem gente que está descobrindo agora, quando estou entrando numa fase madura. Apesar de tantos projetos, seus discos autorais são gerados sem pressa. Eu sou do tipo que gosta de dar um tempo para o disco ter a sua história. Mesmo num tempo de menos impacto de um álbum, ainda acredito nisso. O último boletim da Som Livre dizia que o "Era Domingo" tinha vendido 7.000 discos. Pô, 7.000 nos tempos de hoje é como se fosse 25 mil há dois ou três anos. Eles estão felizes, amarradões. A gente que tem uma frustração pela coisa da venda. Você está contratado pela Som Livre? Começou só com o licenciamento dos meus discos, que continuo produzindo. Os dois últimos seguiram um contrato de exclusividade, que termina no fim do ano. Lá na Som Livre tem uma turma bem jovial, que vai a festival de música no mundo todo, acompanha e está ligado na cena. Infelizmente, acho que eles não têm muito mais o que fazer por esse tipo de música que eu faço, que eles chamam de MPB ou adulto contemporâneo, esses rótulos todos. Tudo que eles podem fazer são coisa em que a gente não cabe mais. Programa de auditório? Não dá mais. Você foi um dos primeiros cantores empreendedores, que foi atrás de seu mercado por conta própria, numa época em que as gravadoras começavam a perder força. Não foi assim uma visão, nada de epifania. Uma explicação que eu já tentei achar, que por enquanto é a que me serve, é que a minha geração demorou muito para gravar, diferente da geração do rock, que gravava com 20 anos, e da geração de Chico e Caetano. Minha geração foi trintona, eu gravei meu primeiro disco aos 31 anos, Chico César também demorou. Lenine, então, se você não considerar um primeiro lá atrás, gravou quase quarentão. Quer dizer, uma geração que esperou muito tempo, trabalhando, produzindo. Quando chegou aos meios de produção, teve isso nas mãos, quis fazer. Essa é a explicação que eu tenho, a priori. A ideia de ter um selo era antiga? Bom, tanta coisa precisando acontecer, eu fui lá e fiz um selo. Veio o disco póstumo do Sérgio Sampaio, a parceria com a Hilda Hilst, foram surgindo os projetos. Foi uma prova cabal de loucura, porque fazer um selo em 2005, já na era do MP3 e do download, fazer um selo de discos físicos era um suicídio. Fiz por paixão. Sempre tem aqueles arautos da catástrofe, diziam que eu estava louco, me mandavam investir em imóveis no interior. Não, para mim isso era reinvestir na carreira, estou produzindo. Desde o começo eu tinha essa vontade de produzir gente, ficar nos bastidores. Vale a pena? Pô, quando eu me vi produzindo Odair José, aquilo para mim era um sonho. Era um ídolo de infância. Como a Vanusa. Era uma realização juvenil. Mas, como business, esquece. Agora que encontramos uns parceiros bacanas, egressos do grande mercado, que fundaram uma distribuidora chamada Canal 3, eles estão desovando nossos estoques. Eles trabalham com nicho, que é uma coisa nova no Brasil. As gravadoras aqui comeram muita mosca, trabalhando com o grande artista do mainstream, quando há dez anos o nicho já estava se configurando. Fora alguns que perceberam isso, como a Tratore e a Biscoito Fino. Mas eu faço mesmo por paixão. Agora estou produzindo o Edy Star, uma lenda do glam rock brasileiro. Ficou um tempão sem gravar, aí nos aproximamos, juntei a banda e vamos lá. Com tantos projetos, você é um cara metódico? Eu poderia me definir como um caótico organizado. Primeiro eu remexo tudo, e depois eu preciso de uma certa ordem. Foi juntando anotações, no celular e no caderninho, que eu não largo nunca, gosto de escrever à mão, acho importante para o pensamento fluir, mas aí eu tenho que recolher isso tudo. Esse rótulo de workaholic, bem, eu tive uma vaidade em relação a isso, mas depois comecei a achar besta. Uma coisa pela qual não quero ser lembrado é que fui um workaholic. Fui, mas agora começo a desejar entrar em um outro ritmo. Se pudesse, eu queria ser dândi. O cara que flana, um Baudelaire que flana pelas ruas, fazer bastante música, fazer bastante sexo, tomar sorvete, tomar conhaque. Mas continua gostando desse trabalho todo, não? Acho que eu sou muito "entediável". Há projetos que no meio do caminho você percebe que são roubadas. Às vezes a proposta é sedutora, mas aí você descobre que está trabalhando muito mais, ganhando menos e sem tirar prazer daquilo. Você tem que capitalizar de algum modo. Se você não tiver prazer, um retorno realmente significativo do ponto de vista artístico nem dinheiro, aí você tem de repensar. A ponto de desanimar? Não. A gente é apaixonado por música, então, mesmo nesses tempos bicudos, fazer o disco do Edy Star é bacana, um acontecimento. Pode ser que os jornais hoje não noticiem com a devida pompa, mas, para a minha perspectiva histórica, é um acontecimento e eu ajudei a fazer. Isso me dá alegria e esperança de continuar fazendo. Por que você delegou cada faixa de "Era Domingo" a um produtor diferente? Depois do "O Disco do Ano", estava muito ocupado com a minha faceta de produtor. O disco da Vanusa demorou muito tempo, fiz um EP de música africana com a Zizi Possi, muitas coisas. Para o meu disco, tive essa ideia de chamar vários produtores, um para cada música. Parece que você está tirando um trabalho das costas, mas de repente você está gerenciando uma dúzia de malucos, gente que fica te ligando a respeito de um determinando timbre. Então você vira meio um supervisor de produção. Então eu chamei uma pessoa para me ajudar, o Sergio Fouad, que criou uma interlocução que rendeu um resultado satisfatório. Mas é uma coisa que eu não aconselho ninguém a fazer. Concorda que o disco é mais pop que o anterior, tem mais guitarras? A música que abre, "Era Domingo", eu mostrei ao Tuco Marcondes [guitarrista que trabalha há muitos anos com Zeca]. Estava crua, só voz e violão. Ele é um beatlemaníaco, estivemos em Liverpool e ele passou o dia no museu dos Beatles. E Beatles é vocabulário básico para a música pop. Mesmo o Radiohead, se você tirar aquela casca tecnológica que tem ali, as canções têm muito de Beatles. Aí essa música ficou com uma slide guitar bem George Harrison, e a estrutura dela também é Beatles, bateria sequinha tipo Ringo Starr. Mas eu não brifei os produtores, cada um foi na sua. Como será o repertório do show no Tom Brasil? Cantará os sucessos? Durante o ano a gente já fica fazendo shows que a gente chama de genéricos. Meu técnico de som diz que é "setlist", mas sim o "dezessetelist", com as 17 mais famosas da carreira, as que ficaram, né? É divertido, quando você toca numa praça em Cuiabá ou no interior de Minas, qualquer lugar que seja, é lindo. Mas só isso é ruim, você envelhece seu trabalho e o prazer se dilui um pouco. Mas você tem que tocar música nova, para se sentir instigado. Quando eu lanço um disco, eu proponho muita coisa nova no show. Mas, com o tempo, você vai viajando e vai se surpreendendo. Aquela música que você apostava muito nos shows não funciona e uma outra que você não dava a mínima sai todo mundo cantando. E eu posso mudar tudo na hora, a banda já é vacinada nisso. Tenho uma espinha dorsal, mas mudo muito. Posso cantar Marina, Belchior. Não tem como não tocar hit. Mostrar só coisas novas vai deixando o clima com o público meio pesado, acho que só Bob Dylan aguenta isso, tocar coisas pouco conhecidas e só no final mandar ver "Like a Rolling Stone" e num arranjo completamente diferente. ZECA BALEIRO QUANDO sábado (22). ás 22h ONDE Tom Brasil, r. Bragança Paulista, 1.281, tel. (11) 4003-1212 QUANTO de R$ 90 a R$ 200
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ilustrada
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Entre ex-workaholic e futuro dândi, Zeca Baleiro faz show em São PauloZeca Baleiro produz gente nova na MPB, resgata estrelas veteranas para novos projetos, escreve, tem uma produtora de shows e um selo de discos, lança música e audiovisual para público infantil, e, ainda por cima, grava seus discos e divulga esses trabalhos em shows. É o que faz neste sábado (22), no Tom Brasil, em São Paulo. Zeca acaba de lançar "Era Domingo", seu primeiro álbum de estúdio desde "O Disco do Ano", de 2012. São 11 faixas de uma sonoridade bem pop, com ecos de Beatles e as letras argutas que cria desde "Por Onde Andará Stephen Fry?", sua estreia em 1997. Ele concorda que o novo álbum é pop. "Beatles é vocabulário básico para o pop", diz, mas ressalta que não orientou os produtores do disco para um determinado caminho. Sim, produtores. Zeca espalhou as canções para 13 produtores. Gosta muito do resultado, mas não recomenda a ninguém a experiência. "Parece que você está tirando um trabalho das costas, mas de repente você está gerenciando um monte de malucos, gente que fica te ligando a respeito de um determinando timbre. Então você vira meio um supervisor de produção." No show em São Paulo ele mostrará boa parte de "Era Domingo" e sucessos da carreira. Zeca aceita a fama de workaholic, mas diz que está tentando mudar. Quer trabalhar menos e "flanar pela cidade, feito Baudelaire". A seguir, trechos da entrevista com o cantor. * Folha - Quatro anos de intervalo entre seus dois últimos discos não é muito tempo? Zeca Baleiro - Acho que não se deve apressar as coisas. A menos que você tenha de cumprir um contrato com gravadora, um relação desagradável que você tenha que encerrar. Essa coisa de ser obrigado a compor, embora eu não acredite em inspiração, é roubada. Não que você tenha que ficar à mercê de uma coisa divina, criação é trabalho, literalmente, trabalho braçal. Eu prefiro juntar uma safra digna de canções até pensar "isto aqui merece um disco". Ou então eu não faço. A não ser que seja um projeto especial. Aquilo que eu fiz cantando músicas do Zé Ramalho [o álbum de regravações "Chão de Giz"] foi um troço de encomenda, um convite bacana que recebi da Monique Gardenberg. Quando percebeu que tinha material para um novo disco? Eu vi que essas canções eram de uma mesmo época, tinham o mesmo acento. Só uma é mais antiga. "Pequena Canção" tem mais de dez anos, é uma música doce e achei que o disco precisava de uma doçura qualquer. As outras são canções de um período de três anos, que eu resolvi juntar e achei que era a hora. Os antigos fãs vão encontrar novidades? Estava fazendo uma pesquisa, vendo meus vídeos no YouTube, e uma menina comentava assim "Puxa, como faço para sanar o efeito retardado de só ter conhecido o Zeca em 2016?". Uns caras ironizam, troçam dela e tal, mas hoje as informações estão muito pulverizadas. Tem gente que me acompanha desde o começo da carreira, tem gente que conheceu a partir do quinto disco, teve gente que largou no meio do caminho, casou, teve filho, se mudou para fazer mestrado, enfim, as contingências da vida, e tem gente que está descobrindo agora, quando estou entrando numa fase madura. Apesar de tantos projetos, seus discos autorais são gerados sem pressa. Eu sou do tipo que gosta de dar um tempo para o disco ter a sua história. Mesmo num tempo de menos impacto de um álbum, ainda acredito nisso. O último boletim da Som Livre dizia que o "Era Domingo" tinha vendido 7.000 discos. Pô, 7.000 nos tempos de hoje é como se fosse 25 mil há dois ou três anos. Eles estão felizes, amarradões. A gente que tem uma frustração pela coisa da venda. Você está contratado pela Som Livre? Começou só com o licenciamento dos meus discos, que continuo produzindo. Os dois últimos seguiram um contrato de exclusividade, que termina no fim do ano. Lá na Som Livre tem uma turma bem jovial, que vai a festival de música no mundo todo, acompanha e está ligado na cena. Infelizmente, acho que eles não têm muito mais o que fazer por esse tipo de música que eu faço, que eles chamam de MPB ou adulto contemporâneo, esses rótulos todos. Tudo que eles podem fazer são coisa em que a gente não cabe mais. Programa de auditório? Não dá mais. Você foi um dos primeiros cantores empreendedores, que foi atrás de seu mercado por conta própria, numa época em que as gravadoras começavam a perder força. Não foi assim uma visão, nada de epifania. Uma explicação que eu já tentei achar, que por enquanto é a que me serve, é que a minha geração demorou muito para gravar, diferente da geração do rock, que gravava com 20 anos, e da geração de Chico e Caetano. Minha geração foi trintona, eu gravei meu primeiro disco aos 31 anos, Chico César também demorou. Lenine, então, se você não considerar um primeiro lá atrás, gravou quase quarentão. Quer dizer, uma geração que esperou muito tempo, trabalhando, produzindo. Quando chegou aos meios de produção, teve isso nas mãos, quis fazer. Essa é a explicação que eu tenho, a priori. A ideia de ter um selo era antiga? Bom, tanta coisa precisando acontecer, eu fui lá e fiz um selo. Veio o disco póstumo do Sérgio Sampaio, a parceria com a Hilda Hilst, foram surgindo os projetos. Foi uma prova cabal de loucura, porque fazer um selo em 2005, já na era do MP3 e do download, fazer um selo de discos físicos era um suicídio. Fiz por paixão. Sempre tem aqueles arautos da catástrofe, diziam que eu estava louco, me mandavam investir em imóveis no interior. Não, para mim isso era reinvestir na carreira, estou produzindo. Desde o começo eu tinha essa vontade de produzir gente, ficar nos bastidores. Vale a pena? Pô, quando eu me vi produzindo Odair José, aquilo para mim era um sonho. Era um ídolo de infância. Como a Vanusa. Era uma realização juvenil. Mas, como business, esquece. Agora que encontramos uns parceiros bacanas, egressos do grande mercado, que fundaram uma distribuidora chamada Canal 3, eles estão desovando nossos estoques. Eles trabalham com nicho, que é uma coisa nova no Brasil. As gravadoras aqui comeram muita mosca, trabalhando com o grande artista do mainstream, quando há dez anos o nicho já estava se configurando. Fora alguns que perceberam isso, como a Tratore e a Biscoito Fino. Mas eu faço mesmo por paixão. Agora estou produzindo o Edy Star, uma lenda do glam rock brasileiro. Ficou um tempão sem gravar, aí nos aproximamos, juntei a banda e vamos lá. Com tantos projetos, você é um cara metódico? Eu poderia me definir como um caótico organizado. Primeiro eu remexo tudo, e depois eu preciso de uma certa ordem. Foi juntando anotações, no celular e no caderninho, que eu não largo nunca, gosto de escrever à mão, acho importante para o pensamento fluir, mas aí eu tenho que recolher isso tudo. Esse rótulo de workaholic, bem, eu tive uma vaidade em relação a isso, mas depois comecei a achar besta. Uma coisa pela qual não quero ser lembrado é que fui um workaholic. Fui, mas agora começo a desejar entrar em um outro ritmo. Se pudesse, eu queria ser dândi. O cara que flana, um Baudelaire que flana pelas ruas, fazer bastante música, fazer bastante sexo, tomar sorvete, tomar conhaque. Mas continua gostando desse trabalho todo, não? Acho que eu sou muito "entediável". Há projetos que no meio do caminho você percebe que são roubadas. Às vezes a proposta é sedutora, mas aí você descobre que está trabalhando muito mais, ganhando menos e sem tirar prazer daquilo. Você tem que capitalizar de algum modo. Se você não tiver prazer, um retorno realmente significativo do ponto de vista artístico nem dinheiro, aí você tem de repensar. A ponto de desanimar? Não. A gente é apaixonado por música, então, mesmo nesses tempos bicudos, fazer o disco do Edy Star é bacana, um acontecimento. Pode ser que os jornais hoje não noticiem com a devida pompa, mas, para a minha perspectiva histórica, é um acontecimento e eu ajudei a fazer. Isso me dá alegria e esperança de continuar fazendo. Por que você delegou cada faixa de "Era Domingo" a um produtor diferente? Depois do "O Disco do Ano", estava muito ocupado com a minha faceta de produtor. O disco da Vanusa demorou muito tempo, fiz um EP de música africana com a Zizi Possi, muitas coisas. Para o meu disco, tive essa ideia de chamar vários produtores, um para cada música. Parece que você está tirando um trabalho das costas, mas de repente você está gerenciando uma dúzia de malucos, gente que fica te ligando a respeito de um determinando timbre. Então você vira meio um supervisor de produção. Então eu chamei uma pessoa para me ajudar, o Sergio Fouad, que criou uma interlocução que rendeu um resultado satisfatório. Mas é uma coisa que eu não aconselho ninguém a fazer. Concorda que o disco é mais pop que o anterior, tem mais guitarras? A música que abre, "Era Domingo", eu mostrei ao Tuco Marcondes [guitarrista que trabalha há muitos anos com Zeca]. Estava crua, só voz e violão. Ele é um beatlemaníaco, estivemos em Liverpool e ele passou o dia no museu dos Beatles. E Beatles é vocabulário básico para a música pop. Mesmo o Radiohead, se você tirar aquela casca tecnológica que tem ali, as canções têm muito de Beatles. Aí essa música ficou com uma slide guitar bem George Harrison, e a estrutura dela também é Beatles, bateria sequinha tipo Ringo Starr. Mas eu não brifei os produtores, cada um foi na sua. Como será o repertório do show no Tom Brasil? Cantará os sucessos? Durante o ano a gente já fica fazendo shows que a gente chama de genéricos. Meu técnico de som diz que é "setlist", mas sim o "dezessetelist", com as 17 mais famosas da carreira, as que ficaram, né? É divertido, quando você toca numa praça em Cuiabá ou no interior de Minas, qualquer lugar que seja, é lindo. Mas só isso é ruim, você envelhece seu trabalho e o prazer se dilui um pouco. Mas você tem que tocar música nova, para se sentir instigado. Quando eu lanço um disco, eu proponho muita coisa nova no show. Mas, com o tempo, você vai viajando e vai se surpreendendo. Aquela música que você apostava muito nos shows não funciona e uma outra que você não dava a mínima sai todo mundo cantando. E eu posso mudar tudo na hora, a banda já é vacinada nisso. Tenho uma espinha dorsal, mas mudo muito. Posso cantar Marina, Belchior. Não tem como não tocar hit. Mostrar só coisas novas vai deixando o clima com o público meio pesado, acho que só Bob Dylan aguenta isso, tocar coisas pouco conhecidas e só no final mandar ver "Like a Rolling Stone" e num arranjo completamente diferente. ZECA BALEIRO QUANDO sábado (22). ás 22h ONDE Tom Brasil, r. Bragança Paulista, 1.281, tel. (11) 4003-1212 QUANTO de R$ 90 a R$ 200
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Rivalidade 'coxinhas vs. mortadelas' chega à conferência na ONU, em NY
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Ao ouvir "impeachment now!" (impeachment agora), Renan Santos se assustou. "Por pouco pensei: o que eu tô fazendo aqui?" Tinha entendido "impeachment no!" (impeachment não), um grito de guerra que dificilmente sairia dali. Santos e Kim Kataguiri, líderes do Movimento Brasil Livre, estão num protesto com cerca de 25 pessoas a favor da destituição de Dilma Rousseff, que falaria em poucos minutos, a 500 metros dali, em conferência na ONU. A rivalidade entre "coxinhas e mortadelas" se repetiu nos arredores do Acordo de Paris, evento que reuniu chefes de Estado do mundo inteiro nesta sexta (22), para discutir a mudança climática. Outro grupo, desta vez contra a remoção da presidente, vai ao mesmo lugar. Ao marcharem em silêncio na direção dos anti-Dilma, com flores e de branco, ouvem berros de "mortadela!" e "ladrão!" dos vizinhos. Ficam separados por um cercado, sob vigilância da Polícia de Nova York. Uma criança com camisa do Brasil mostra o dedo do meio, enquanto um homem recebe a manifestação pró-Dilma aos gritos de "banda podre". Do outro lado, uma manifestante sopra beijos provocativos para a turma rival. Com duas crianças e dois buquês de rosas vermelhas em mãos, a dona de casa Danuza Freire, 34, diz que lhe ofereceram um pedaço de mortadela –iguaria associada a quem acredita que Dilma é vítima de um golpe. "A gente chegou numa boa, trouxe flores para dar a eles, não veio para brigar", afirma. A publicitária Maria Luiza Rogers, 47, da "República de Curitiba", narra uma versão menos paz e amor. "Estava vindo pra cá, e um deles me chamou de vaca. Sou uma senhora de quase 50 anos!" Ao perceber que a repórter (apoliticamente) veste um casaco vermelho, Regina Bin (que preferiu não divulgar idade ou ocupação) a cobre com uma bandeira do Brasil. "É petista!", diz sobre a cor atribuída ao partido. O time anti-Dilma canta o hino do Brasil e pede fotos com Kim e Renan, do MBL. A dupla viajou na tarde de quinta (21) a Nova York, "com dinheiro de doadores", segundo Renan. Que doadores? "Um monte. Sei lá. O Mário." Que Mário? "Um comerciante de Vinhedo." Além de protestar contra a presidente do Brasil, eles contam que falarão com a mídia internacional ("Washington Post" e "New York Times") e encontrarão dois deputados da oposição, pagos pela Câmara para acompanhar a visita de Dilma. Para Renan, a mandatária faz "bravataria pura" ao tentar "impor a narrativa do que está acontecendo de verdade" (de que ela estaria sofrendo um golpe de Estado). Dilma se vale do "mesmo argumento do [Jair] Bolsonaro", diz, em referência ao discurso do deputado do PSC-RJ ao votar no impeachment, domingo (17), citando o coronel da ditadura Carlos Alberto Brilhante Ustra. "Ele disse que o Ustra não sabia da tortura. Bom, ela era chefe da Petrobras, claro que sabia [das corrupções internas]. É a mesma coisa." Segundo Kim, o MBL quer fazer um "contraponto à narrativa" presidencial, de que o governo é alvo de uma "conspiração de elites". Para ele, Dilma não deveria aproveitar sua posição de "chefe de Estado" e usar "dinheiro público" para tentar garantir sua sobrevivência política. O discurso da mandatária ainda não tinha acontecido –ela falou por oito minutos e citou o "grave momento" pelo qual o país passa, sem contudo mencionar a palavra "golpe". Questionado sobre os deputados oposicionistas em missão oficial custeada pela Câmara, diz que desconhece o caso. "Ih, agora você me pegou."
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poder
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Rivalidade 'coxinhas vs. mortadelas' chega à conferência na ONU, em NYAo ouvir "impeachment now!" (impeachment agora), Renan Santos se assustou. "Por pouco pensei: o que eu tô fazendo aqui?" Tinha entendido "impeachment no!" (impeachment não), um grito de guerra que dificilmente sairia dali. Santos e Kim Kataguiri, líderes do Movimento Brasil Livre, estão num protesto com cerca de 25 pessoas a favor da destituição de Dilma Rousseff, que falaria em poucos minutos, a 500 metros dali, em conferência na ONU. A rivalidade entre "coxinhas e mortadelas" se repetiu nos arredores do Acordo de Paris, evento que reuniu chefes de Estado do mundo inteiro nesta sexta (22), para discutir a mudança climática. Outro grupo, desta vez contra a remoção da presidente, vai ao mesmo lugar. Ao marcharem em silêncio na direção dos anti-Dilma, com flores e de branco, ouvem berros de "mortadela!" e "ladrão!" dos vizinhos. Ficam separados por um cercado, sob vigilância da Polícia de Nova York. Uma criança com camisa do Brasil mostra o dedo do meio, enquanto um homem recebe a manifestação pró-Dilma aos gritos de "banda podre". Do outro lado, uma manifestante sopra beijos provocativos para a turma rival. Com duas crianças e dois buquês de rosas vermelhas em mãos, a dona de casa Danuza Freire, 34, diz que lhe ofereceram um pedaço de mortadela –iguaria associada a quem acredita que Dilma é vítima de um golpe. "A gente chegou numa boa, trouxe flores para dar a eles, não veio para brigar", afirma. A publicitária Maria Luiza Rogers, 47, da "República de Curitiba", narra uma versão menos paz e amor. "Estava vindo pra cá, e um deles me chamou de vaca. Sou uma senhora de quase 50 anos!" Ao perceber que a repórter (apoliticamente) veste um casaco vermelho, Regina Bin (que preferiu não divulgar idade ou ocupação) a cobre com uma bandeira do Brasil. "É petista!", diz sobre a cor atribuída ao partido. O time anti-Dilma canta o hino do Brasil e pede fotos com Kim e Renan, do MBL. A dupla viajou na tarde de quinta (21) a Nova York, "com dinheiro de doadores", segundo Renan. Que doadores? "Um monte. Sei lá. O Mário." Que Mário? "Um comerciante de Vinhedo." Além de protestar contra a presidente do Brasil, eles contam que falarão com a mídia internacional ("Washington Post" e "New York Times") e encontrarão dois deputados da oposição, pagos pela Câmara para acompanhar a visita de Dilma. Para Renan, a mandatária faz "bravataria pura" ao tentar "impor a narrativa do que está acontecendo de verdade" (de que ela estaria sofrendo um golpe de Estado). Dilma se vale do "mesmo argumento do [Jair] Bolsonaro", diz, em referência ao discurso do deputado do PSC-RJ ao votar no impeachment, domingo (17), citando o coronel da ditadura Carlos Alberto Brilhante Ustra. "Ele disse que o Ustra não sabia da tortura. Bom, ela era chefe da Petrobras, claro que sabia [das corrupções internas]. É a mesma coisa." Segundo Kim, o MBL quer fazer um "contraponto à narrativa" presidencial, de que o governo é alvo de uma "conspiração de elites". Para ele, Dilma não deveria aproveitar sua posição de "chefe de Estado" e usar "dinheiro público" para tentar garantir sua sobrevivência política. O discurso da mandatária ainda não tinha acontecido –ela falou por oito minutos e citou o "grave momento" pelo qual o país passa, sem contudo mencionar a palavra "golpe". Questionado sobre os deputados oposicionistas em missão oficial custeada pela Câmara, diz que desconhece o caso. "Ih, agora você me pegou."
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Ambrose Bierce mostra os limites do cinismo como forma de pensamento
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Existem livros que li na adolescência e que nunca mais voltei a provar. Falta de tempo, com certeza. Excesso de medo, definitivamente. Haverá coisa mais triste do que reler um livro relevante que se revela, afinal, absolutamente irrelevante? É como descobrir, muitos anos depois, que uma namorada de boa memória foi infiel o tempo todo. Não mata. Mói. Exatamente como Ambrose Bierce (1842-1913), velha paixão: reler o seu "Dicionário do Diabo" ainda provoca um sorriso aqui e ali. Mas como foi possível ter elevado este livro a bíblia cínica dos verdes anos? Falo em cinismo e falo bem. Hoje, farejando o bicho, vejo que o melhor de Bierce está na elegância irônica, não no cinismo mecânico. Exemplo: como resistir à definição de "Macaco" ("Um animal arbóreo que se sente em casa em árvores genealógicas")? Pena que o resto seja um deserto árido e, como todos os desertos, repetitivo. Avanço pelas páginas e, a certa altura, eu próprio já antecipo as definições. O amor é uma ilusão. A amizade é uma traição. O egoísmo é uma virtude. A orfandade é um benção. A democracia é uma piada. E etc. etc. –até ao abismo do tédio. O problema, note-se, não está no amoralismo de Bierce. Está na previsibilidade. Uma previsibilidade que, ironicamente, converte o amoralismo numa forma postiça de moralismo. Um cândido do avesso não deixa de ser um cândido. A presunção de que vivemos "no pior dos mundos" é tão ridícula como a crença de que vivemos "no melhor dos mundos". Ambrose Bierce é um moralista vulgar como qualquer moralista vulgar. E com uma séria desvantagem: ao contrário da sua "nêmesis", ele nem sequer tem a consolação de um dogma que esteja a salvo do dilúvio. Para repetir uma conhecida objeção aos limites do relativismo, se nada realmente interessa, rapidamente concluímos que o "Dicionário" é redundante. Bem escrito, sim, mas redundante. Ler Ambrose Bierce, para além da curiosidade arqueológica, é uma lição sobre a falácia do cinismo como sistema. Ele é um recurso literário valioso quando usado com parcimônia e critério. Mas deixá-lo à solta como um potro selvagem, atropelando tudo que existe apenas porque existe, é uma forma de suicídio intelectual. Evelyn Waugh, um falso cínico, dizia que ainda existem causas pelas quais vale a pena lutar contra. Mas como o próprio Waugh sabia e brilhantemente demonstrava, até para lutar contra é preciso lutar a favor.
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Ambrose Bierce mostra os limites do cinismo como forma de pensamentoExistem livros que li na adolescência e que nunca mais voltei a provar. Falta de tempo, com certeza. Excesso de medo, definitivamente. Haverá coisa mais triste do que reler um livro relevante que se revela, afinal, absolutamente irrelevante? É como descobrir, muitos anos depois, que uma namorada de boa memória foi infiel o tempo todo. Não mata. Mói. Exatamente como Ambrose Bierce (1842-1913), velha paixão: reler o seu "Dicionário do Diabo" ainda provoca um sorriso aqui e ali. Mas como foi possível ter elevado este livro a bíblia cínica dos verdes anos? Falo em cinismo e falo bem. Hoje, farejando o bicho, vejo que o melhor de Bierce está na elegância irônica, não no cinismo mecânico. Exemplo: como resistir à definição de "Macaco" ("Um animal arbóreo que se sente em casa em árvores genealógicas")? Pena que o resto seja um deserto árido e, como todos os desertos, repetitivo. Avanço pelas páginas e, a certa altura, eu próprio já antecipo as definições. O amor é uma ilusão. A amizade é uma traição. O egoísmo é uma virtude. A orfandade é um benção. A democracia é uma piada. E etc. etc. –até ao abismo do tédio. O problema, note-se, não está no amoralismo de Bierce. Está na previsibilidade. Uma previsibilidade que, ironicamente, converte o amoralismo numa forma postiça de moralismo. Um cândido do avesso não deixa de ser um cândido. A presunção de que vivemos "no pior dos mundos" é tão ridícula como a crença de que vivemos "no melhor dos mundos". Ambrose Bierce é um moralista vulgar como qualquer moralista vulgar. E com uma séria desvantagem: ao contrário da sua "nêmesis", ele nem sequer tem a consolação de um dogma que esteja a salvo do dilúvio. Para repetir uma conhecida objeção aos limites do relativismo, se nada realmente interessa, rapidamente concluímos que o "Dicionário" é redundante. Bem escrito, sim, mas redundante. Ler Ambrose Bierce, para além da curiosidade arqueológica, é uma lição sobre a falácia do cinismo como sistema. Ele é um recurso literário valioso quando usado com parcimônia e critério. Mas deixá-lo à solta como um potro selvagem, atropelando tudo que existe apenas porque existe, é uma forma de suicídio intelectual. Evelyn Waugh, um falso cínico, dizia que ainda existem causas pelas quais vale a pena lutar contra. Mas como o próprio Waugh sabia e brilhantemente demonstrava, até para lutar contra é preciso lutar a favor.
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'Nada restou da Dilma da campanha', diz criador de 'Dilma Bolada'
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Criador do perfil "Dilma Bolada", o publicitário Jeferson Monteiro, 25, diz que não sente "raiva" da presidente Dilma Rousseff, mas "mágoa", e que não pode "continuar fingindo que tá tudo bem". Ele anunciou nesta quarta-feira (30) que está deixando de apoiar a petista, satirizada nas páginas criadas pelo jovem em redes sociais. Jeferson também afirma que não restou nada "daquela Dilma da campanha" e que ela "traiu" seus eleitores. Em seu perfil pessoal no Facebook, ao anunciar o rompimento, o publicitário escreveu que para Dilma "só importa o apoio do PMDB e de parte do empresariado para que ela se mantenha lá onde está. Trocou o governo pelo cargo. Não é o governo que eu e mais de 54 milhões de brasileiros elegemos". Por telefone, Jeferson falou à coluna. * Folha - Por que tomou a decisão de romper com a presidente? Jeferson Monteiro - Não foi do dia para a noite. Foi ao longo deste ano, com tudo que vinha acontecendo, da forma como vinha sendo conduzida a política econômica, quase paradoxal com o que fora dito na campanha, e a forma como as decisões eram tomadas. Parecia que era tudo escondido, tudo de bastidores, você não sai para a rua, você fica o tempo todo querendo evitar as pessoas que te elegeram. Isso era muito ruim. Houve uma gota d'água? Não. Até o último momento, a gente esperava uma virada, que eu espero que até mais à frente o jogo vire. Aí acho que foi acumulando. Não falo em propriamente uma guinada dela à esquerda. Mas nos anseios do povo brasileiro. A gente tem todo dia menino pobre preto morrendo em favela. Temos que repensar o nosso modelo todo de país. Na questão indígena, não foi feito nada por causa dos vários tipos de lobby que existem. Eu esperava que no segundo mandato esses temas poderiam dar uma sinalização clara que de que havia alguma coisa daquela Dilma da campanha. Mas hoje não há nada dela. Quando vocês se viram pela última vez? A penúltima vez que nós estivemos juntos foi aqui no Rio, na inauguração de um porto. E ela me disse: "Conto com a sua ajuda". Respondi: "A senhora pode contar, a senhora sabe que pode contar". Mas eu não sabia que a situação chegaria a esse ponto. A última vez foi no dia que ela estava com a [Cristina] Kirchner [presidente da Argentina] em Brasília. A gente [Jeferson e Dilma] ia ter uma reunião, mas ela tinha um encontro bilateral com a Kirchner, então nem deu tempo de falarmos direito. Voltei para o Rio porque tinha um compromisso no dia seguinte. Desde então, houve um afastamento meu. Eu não procurei mais, não procurei mais assessoria do governo. Antes eu dava pitacos sobre algumas coisas. Fui ficando desestimulado. O sentimento não é de raiva, é de mágoa. Sobre o que era sua reunião com Dilma? Era uma conversa que a gente teria sobre conjuntura, de levar algumas coisas... Eu mandava mensagens para ela, escrevia. E ela de fato lia. Depois me dava um "feedback" sobre as coisas que eu pensava, o que eu ouvia das pessoas. Houve alguma reação ou algum contato do governo após seu anúncio? Não houve reação. E acredito que não haverá também. [O anúncio] Não foi programado. Não imaginava que um post pessoal do Facebook tomasse essa proporção. A reforma ministerial pesou na sua decisão? Sim, o fato de o PMDB tomar o governo, de o governo ser dado ao PMDB. Ela demitiu o [Arhur] Chioro [ministro da Saúde], o [Renato] Janine [ministro da Educação]. Está acabando, pelo que li até agora, com as secretarias de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Mulheres. São coisas que eram marcas do governo do PT, e não sei a que ponto chegou. A troca do Janine pelo Mercadante é um sinal de que não há comprometimento com relação ao próprio slogan do governo ["Brasil, pátria educadora"]. A gente não conseguirá nunca fazer grandes alterações sem educação. Eu não vejo o [Aloizio] Mercadante como uma pessoa competente para assumir o ministério nem qualquer tipo de cargo no governo. O que você quis dizer, na postagem, com o verso "Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão"? De certa forma, você dar o governo para o PMDB é trair todos os progressistas que votaram nela. Sou contra impeachment e qualquer tentativa de tirá-la do poder. Ela é a presidente em quem eu votei. É uma democracia e ela vai ficar até 2018. O certo é ela ficar no poder sim. Torço para que ela ache um caminho nesse ninho de cobras. O perfil continua existindo? No Twitter não vou abandoná-lo. Mas não sei se muda de alguma forma. Não sei se mantém o nome. No Facebook não sei que fim vai levar. Não sei se vou manter, mas postando outras coisas... No Instagram também não sei. Os perfis perderam seguidores com a queda de popularidade de Dilma? Não. O Facebook estava estabilizado, até porque dei uma diminuída no ritmo de publicações na página. Estava postando muito menos do que antes, sem hashtags. Postava mais notícias, links, fotos. Mudou o tom dos comentários dos seguidores? Tinha muito comentário contra, mas a maioria continuava a favor. Aparecia muita gente chateada. Mas ainda há um número de apoiadores muito grande. Seu contrato com a Pepper [agência de comunicação que presta serviços para o PT] interferiu de alguma forma? Meu contrato com a Pepper vai até o fim do ano que vem. E não tem nada a ver a Dilma Bolada. É pura especulação [a informação de que seria pago pelo pelo PT ou pelo governo]. Lá faço análise e monitoramento de redes. E não tenho entre os clientes nada de governo nem de PT. Este ano chegou a ter uma conversa de eu ir trabalhar para o governo, mas eu achei melhor não. Seu rompimento com a presidente foi relacionado, nas redes sociais, ao término do contrato da Pepper com o PT. Não tem nada a ver com o rompimento da Pepper. Como fica sua relação com Dilma? Ela sempre me tratou muito bem. É uma mulher íntegra. Eu torço, e muito, para que eu esteja errado. Para que de fato o governo de alguma forma dê certo. No entanto, não é nisso que eu acredito hoje. Deveria haver um pouco mais de humildade. Não é feio reconhecer erros. E aí junta uma oposição cínica. Eu retirar o apoio não significa eu torcer pela oposição. Eu torço pelo país. Eu acredito que ela é honesta e honrada, mas não posso continuar fingindo que tá tudo bem, tudo ótimo.
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'Nada restou da Dilma da campanha', diz criador de 'Dilma Bolada'Criador do perfil "Dilma Bolada", o publicitário Jeferson Monteiro, 25, diz que não sente "raiva" da presidente Dilma Rousseff, mas "mágoa", e que não pode "continuar fingindo que tá tudo bem". Ele anunciou nesta quarta-feira (30) que está deixando de apoiar a petista, satirizada nas páginas criadas pelo jovem em redes sociais. Jeferson também afirma que não restou nada "daquela Dilma da campanha" e que ela "traiu" seus eleitores. Em seu perfil pessoal no Facebook, ao anunciar o rompimento, o publicitário escreveu que para Dilma "só importa o apoio do PMDB e de parte do empresariado para que ela se mantenha lá onde está. Trocou o governo pelo cargo. Não é o governo que eu e mais de 54 milhões de brasileiros elegemos". Por telefone, Jeferson falou à coluna. * Folha - Por que tomou a decisão de romper com a presidente? Jeferson Monteiro - Não foi do dia para a noite. Foi ao longo deste ano, com tudo que vinha acontecendo, da forma como vinha sendo conduzida a política econômica, quase paradoxal com o que fora dito na campanha, e a forma como as decisões eram tomadas. Parecia que era tudo escondido, tudo de bastidores, você não sai para a rua, você fica o tempo todo querendo evitar as pessoas que te elegeram. Isso era muito ruim. Houve uma gota d'água? Não. Até o último momento, a gente esperava uma virada, que eu espero que até mais à frente o jogo vire. Aí acho que foi acumulando. Não falo em propriamente uma guinada dela à esquerda. Mas nos anseios do povo brasileiro. A gente tem todo dia menino pobre preto morrendo em favela. Temos que repensar o nosso modelo todo de país. Na questão indígena, não foi feito nada por causa dos vários tipos de lobby que existem. Eu esperava que no segundo mandato esses temas poderiam dar uma sinalização clara que de que havia alguma coisa daquela Dilma da campanha. Mas hoje não há nada dela. Quando vocês se viram pela última vez? A penúltima vez que nós estivemos juntos foi aqui no Rio, na inauguração de um porto. E ela me disse: "Conto com a sua ajuda". Respondi: "A senhora pode contar, a senhora sabe que pode contar". Mas eu não sabia que a situação chegaria a esse ponto. A última vez foi no dia que ela estava com a [Cristina] Kirchner [presidente da Argentina] em Brasília. A gente [Jeferson e Dilma] ia ter uma reunião, mas ela tinha um encontro bilateral com a Kirchner, então nem deu tempo de falarmos direito. Voltei para o Rio porque tinha um compromisso no dia seguinte. Desde então, houve um afastamento meu. Eu não procurei mais, não procurei mais assessoria do governo. Antes eu dava pitacos sobre algumas coisas. Fui ficando desestimulado. O sentimento não é de raiva, é de mágoa. Sobre o que era sua reunião com Dilma? Era uma conversa que a gente teria sobre conjuntura, de levar algumas coisas... Eu mandava mensagens para ela, escrevia. E ela de fato lia. Depois me dava um "feedback" sobre as coisas que eu pensava, o que eu ouvia das pessoas. Houve alguma reação ou algum contato do governo após seu anúncio? Não houve reação. E acredito que não haverá também. [O anúncio] Não foi programado. Não imaginava que um post pessoal do Facebook tomasse essa proporção. A reforma ministerial pesou na sua decisão? Sim, o fato de o PMDB tomar o governo, de o governo ser dado ao PMDB. Ela demitiu o [Arhur] Chioro [ministro da Saúde], o [Renato] Janine [ministro da Educação]. Está acabando, pelo que li até agora, com as secretarias de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Mulheres. São coisas que eram marcas do governo do PT, e não sei a que ponto chegou. A troca do Janine pelo Mercadante é um sinal de que não há comprometimento com relação ao próprio slogan do governo ["Brasil, pátria educadora"]. A gente não conseguirá nunca fazer grandes alterações sem educação. Eu não vejo o [Aloizio] Mercadante como uma pessoa competente para assumir o ministério nem qualquer tipo de cargo no governo. O que você quis dizer, na postagem, com o verso "Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão"? De certa forma, você dar o governo para o PMDB é trair todos os progressistas que votaram nela. Sou contra impeachment e qualquer tentativa de tirá-la do poder. Ela é a presidente em quem eu votei. É uma democracia e ela vai ficar até 2018. O certo é ela ficar no poder sim. Torço para que ela ache um caminho nesse ninho de cobras. O perfil continua existindo? No Twitter não vou abandoná-lo. Mas não sei se muda de alguma forma. Não sei se mantém o nome. No Facebook não sei que fim vai levar. Não sei se vou manter, mas postando outras coisas... No Instagram também não sei. Os perfis perderam seguidores com a queda de popularidade de Dilma? Não. O Facebook estava estabilizado, até porque dei uma diminuída no ritmo de publicações na página. Estava postando muito menos do que antes, sem hashtags. Postava mais notícias, links, fotos. Mudou o tom dos comentários dos seguidores? Tinha muito comentário contra, mas a maioria continuava a favor. Aparecia muita gente chateada. Mas ainda há um número de apoiadores muito grande. Seu contrato com a Pepper [agência de comunicação que presta serviços para o PT] interferiu de alguma forma? Meu contrato com a Pepper vai até o fim do ano que vem. E não tem nada a ver a Dilma Bolada. É pura especulação [a informação de que seria pago pelo pelo PT ou pelo governo]. Lá faço análise e monitoramento de redes. E não tenho entre os clientes nada de governo nem de PT. Este ano chegou a ter uma conversa de eu ir trabalhar para o governo, mas eu achei melhor não. Seu rompimento com a presidente foi relacionado, nas redes sociais, ao término do contrato da Pepper com o PT. Não tem nada a ver com o rompimento da Pepper. Como fica sua relação com Dilma? Ela sempre me tratou muito bem. É uma mulher íntegra. Eu torço, e muito, para que eu esteja errado. Para que de fato o governo de alguma forma dê certo. No entanto, não é nisso que eu acredito hoje. Deveria haver um pouco mais de humildade. Não é feio reconhecer erros. E aí junta uma oposição cínica. Eu retirar o apoio não significa eu torcer pela oposição. Eu torço pelo país. Eu acredito que ela é honesta e honrada, mas não posso continuar fingindo que tá tudo bem, tudo ótimo.
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ONGs vão à Justiça contra nomeações de kirchneristas em órgão de controle
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Duas organizações não governamentais recorreram à Justiça contra a nomeação de dois políticos aliados de Cristina Kirchner para o principal órgão de controle da Argentina. As denúncias foram apresentadas pelas ONGs Cidadãos Livres e Fundação para a Paz e a Mudança Climática e citam a presidente Cristina, o presidente da Câmara, Julián Dominguez, os dois nomeados e deputados governistas que votaram pela nomeação dos dois funcionários, na tarde desta quarta (4). Nas representações judiciais, as ONGs falam em abuso de poder e violação dos direitos do funcionalismo público. A segunda entidade incluiu na acusação a presidente Kirchner e os políticos aliados por fraude contra a administração pública. A Cidadãos Livres é dirigida pelo advogado José Magioncalda, que participou de um ato político do partido opositor União Cívica Radical nas eleições primárias deste ano. Já a Fundação para a Paz é encabeçada por Fernando Miguez, que publicou recentemente um vídeo na internet com o discurso do parlamentar da União Cívica Radical Rodrigo de Loredo. O governo está sendo criticado por nomear, a pouco mais de 30 dias do fim do mandato de Cristina, dois novos integrantes para a Auditoria-Geral da Nação, principal órgão de controle da política argentina. Os dois nomeados são políticos ligados à presidente: Julián Alvarez, militante do agrupamento La Cámpora e candidato derrotado da Frente para a Vitória em Lanús, e Juan Ignacio Furlón, que renunciou ao cargo de presidente do Banco Nación horas antes de ser nomeado auditor. A sanção dos seus nomes e as posses aconteceram nesta quarta (4), na Câmara dos Deputados, sob gritos de protesto de deputados da oposição.
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mundo
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ONGs vão à Justiça contra nomeações de kirchneristas em órgão de controleDuas organizações não governamentais recorreram à Justiça contra a nomeação de dois políticos aliados de Cristina Kirchner para o principal órgão de controle da Argentina. As denúncias foram apresentadas pelas ONGs Cidadãos Livres e Fundação para a Paz e a Mudança Climática e citam a presidente Cristina, o presidente da Câmara, Julián Dominguez, os dois nomeados e deputados governistas que votaram pela nomeação dos dois funcionários, na tarde desta quarta (4). Nas representações judiciais, as ONGs falam em abuso de poder e violação dos direitos do funcionalismo público. A segunda entidade incluiu na acusação a presidente Kirchner e os políticos aliados por fraude contra a administração pública. A Cidadãos Livres é dirigida pelo advogado José Magioncalda, que participou de um ato político do partido opositor União Cívica Radical nas eleições primárias deste ano. Já a Fundação para a Paz é encabeçada por Fernando Miguez, que publicou recentemente um vídeo na internet com o discurso do parlamentar da União Cívica Radical Rodrigo de Loredo. O governo está sendo criticado por nomear, a pouco mais de 30 dias do fim do mandato de Cristina, dois novos integrantes para a Auditoria-Geral da Nação, principal órgão de controle da política argentina. Os dois nomeados são políticos ligados à presidente: Julián Alvarez, militante do agrupamento La Cámpora e candidato derrotado da Frente para a Vitória em Lanús, e Juan Ignacio Furlón, que renunciou ao cargo de presidente do Banco Nación horas antes de ser nomeado auditor. A sanção dos seus nomes e as posses aconteceram nesta quarta (4), na Câmara dos Deputados, sob gritos de protesto de deputados da oposição.
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Onda de abertura de museus e galerias põe Lisboa no mapa da especulação
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No último andar de uma torre envidraçada, o Tejo a deslizar lá fora num azul cobalto àquela altura da tarde, uma galerista e um colecionador jogam pingue-pongue. O cenário da partida, momentos antes de um banquete numa capital portuguesa lúdica e quase pós-crise, é a sede da EDP, uma das maiores empresas de Portugal, que financiou a construção do espalhafatoso Maat, o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia ali perto, e também a ArcoLisboa, uma feira de arte criada para aquecer um mercado que muitos já dizem estar em ebulição. Não espanta que o antes tímido cenário artístico português, azeitado agora pelo bom entrosamento entre instituições públicas e privadas, tenha vontade de se esbaldar enquanto a brisa sopra a favor de galerias e museus que abrem aos montes nas ruelas de prédios azulejados daqui. "Lisboa é um porto seguro quando há insegurança no resto da Europa", diz Pedro Gadanho, diretor do Maat, em sua sala à beira do rio. "É a última capital europeia a ser descoberta e que ainda tem espaço para onde crescer." Enquanto ele fala, transatlânticos apinhados de turistas deslizam diante da janela, adentrando uma Lisboa repaginada, que tem como mais novo cartão-postal as curvas exageradas do museu inaugurado no ano passado. Desenhado pela britânica Amanda Levete em forma de onda ou avalanche esbranquiçada, o Maat se tornou uma aposta da cidade, que acredita poder atingir com ele um "miniefeito Bilbao", nas palavras de Gadanho. "Tive a sorte de sair daqui quando toda a gente estava deprimida", conta o português que passou os últimos quatro anos à frente do departamento de arquitetura do MoMA, em Nova York. "Quando voltei, senti que a cidade estava em transformação, e que esse museu podia fazer parte dessa transformação." 'LISBOOM' Outros, mais diretos, chamam essa metamorfose de "Lisboom". E, ao contrário das ruínas pós-industriais da cidade espanhola tornadas hype pelo Guggenheim de Frank Gehry, a capital portuguesa não depende só de um museu. Além do Maat, o Pritzker brasileiro Paulo Mendes da Rocha construiu o novo Museu Nacional dos Coches do outro lado da via que margeia o Tejo, e a dupla Aires Mateus, destaque da última Bienal de Arquitetura de Veneza, criou a gigantesca sede da EDP, blocos brancos vazados que filtram a luz fulgurante do rio. "Esse modelo começou em Bilbao, mas continua a ter importância", diz Sara Antónia Matos, à frente dos centros culturais ligados à prefeitura lisboeta, um deles desenhado pelo também ganhador do Pritzker Álvaro Siza, um dos maiores arquitetos do país. "Sabemos que a arquitetura tem essa influência, e a nossa está a ganhar relevo." Mesmo estruturas antigas, como a Cordoaria Nacional, uma fábrica de cordas do século 18, estão no olho do furacão. Durante a ArcoLisboa, feira que encerrou sua segunda edição na semana passada, o lugar se transforma numa plataforma de negócios, com galerias, em grande parte portuguesas e brasileiras, vendendo obras de artistas ainda estreantes em Portugal. "É um mercado pequeno, mas com muito potencial", diz Jaqueline Martins, dona da galeria paulistana que leva seu nome e integrante do comitê de seleção do evento comercial. "Tem uma vibe boa, mas com um pouco de exagero." De fato, a feira é um fenômeno só na superfície, já que o mercado local não sustenta toda a oferta. Mas a crise tende a ser superada com a migração em massa de endinheirados que estabelecem em Portugal uma base de operações para toda a Europa, entre eles galeristas que levam artistas para criar em Lisboa e depois vendem suas obras em Madri, Roma e outras capitais do continente. O italiano Matteo Consonni, por exemplo, abandonou a poderosa Franco Noero, galeria de Turim onde fez carreira, para abrir a Madragoa, minúscula –e charmosa– casa coberta de azulejos azuis e brancos no Bairro Alto. "Queríamos uma cidade com custos baixos", diz ele. "O mercado é mais lento, mas Lisboa é uma base perfeita." Ou bucólica. Os espanhóis da Maisterravalbuena abriram uma filial da galeria de Madri num beco cheio de marcenarias e oficinas mecânicas em Alvalade, distrito industrial agora invadido por espaços comerciais, residências artísticas e centros culturais. ERA DA ILUSÃO "É impossível sobreviver só com o mercado nacional, mas todo mundo está vindo morar em Lisboa", diz Nuno Centeno, da Murias Centeno, uma das maiores galerias da cidade. "Não é o fim da crise. É o início de uma nova era, que sabemos que pode ser também o início de uma ilusão." O lado B do "Lisboom", aliás, já dá as caras e preocupa os que veem uma capital antes pacata e melancólica se tornar uma "bolha que pode arrebentar", nas palavras da galerista portuguesa Vera Cortês, ou num playground vazio. "Sou muito crítico em relação a isso", diz Hugo Dinis, diretor do Museu Ateliê Júlio Pomar, uma instituição pública da cidade. "É muito estranha essa transformação. Lisboa de repente é um novo destino, mas não podemos virar uma Disney, ou uma Veneza." José Mário Brandão, um dos donos da galeria Graça Brandão, no entanto, vê os dois lados do fenômeno. "Não é nenhum paraíso, mas há uma sensação de segurança. Estão a abrir galerias, mas ainda não há mercado em Lisboa. Devemos ultrapassar a crise. Vejo que há luz no fim do túnel." O jornalista viajou a convite da ArcoLisboa.
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ilustrada
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Onda de abertura de museus e galerias põe Lisboa no mapa da especulaçãoNo último andar de uma torre envidraçada, o Tejo a deslizar lá fora num azul cobalto àquela altura da tarde, uma galerista e um colecionador jogam pingue-pongue. O cenário da partida, momentos antes de um banquete numa capital portuguesa lúdica e quase pós-crise, é a sede da EDP, uma das maiores empresas de Portugal, que financiou a construção do espalhafatoso Maat, o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia ali perto, e também a ArcoLisboa, uma feira de arte criada para aquecer um mercado que muitos já dizem estar em ebulição. Não espanta que o antes tímido cenário artístico português, azeitado agora pelo bom entrosamento entre instituições públicas e privadas, tenha vontade de se esbaldar enquanto a brisa sopra a favor de galerias e museus que abrem aos montes nas ruelas de prédios azulejados daqui. "Lisboa é um porto seguro quando há insegurança no resto da Europa", diz Pedro Gadanho, diretor do Maat, em sua sala à beira do rio. "É a última capital europeia a ser descoberta e que ainda tem espaço para onde crescer." Enquanto ele fala, transatlânticos apinhados de turistas deslizam diante da janela, adentrando uma Lisboa repaginada, que tem como mais novo cartão-postal as curvas exageradas do museu inaugurado no ano passado. Desenhado pela britânica Amanda Levete em forma de onda ou avalanche esbranquiçada, o Maat se tornou uma aposta da cidade, que acredita poder atingir com ele um "miniefeito Bilbao", nas palavras de Gadanho. "Tive a sorte de sair daqui quando toda a gente estava deprimida", conta o português que passou os últimos quatro anos à frente do departamento de arquitetura do MoMA, em Nova York. "Quando voltei, senti que a cidade estava em transformação, e que esse museu podia fazer parte dessa transformação." 'LISBOOM' Outros, mais diretos, chamam essa metamorfose de "Lisboom". E, ao contrário das ruínas pós-industriais da cidade espanhola tornadas hype pelo Guggenheim de Frank Gehry, a capital portuguesa não depende só de um museu. Além do Maat, o Pritzker brasileiro Paulo Mendes da Rocha construiu o novo Museu Nacional dos Coches do outro lado da via que margeia o Tejo, e a dupla Aires Mateus, destaque da última Bienal de Arquitetura de Veneza, criou a gigantesca sede da EDP, blocos brancos vazados que filtram a luz fulgurante do rio. "Esse modelo começou em Bilbao, mas continua a ter importância", diz Sara Antónia Matos, à frente dos centros culturais ligados à prefeitura lisboeta, um deles desenhado pelo também ganhador do Pritzker Álvaro Siza, um dos maiores arquitetos do país. "Sabemos que a arquitetura tem essa influência, e a nossa está a ganhar relevo." Mesmo estruturas antigas, como a Cordoaria Nacional, uma fábrica de cordas do século 18, estão no olho do furacão. Durante a ArcoLisboa, feira que encerrou sua segunda edição na semana passada, o lugar se transforma numa plataforma de negócios, com galerias, em grande parte portuguesas e brasileiras, vendendo obras de artistas ainda estreantes em Portugal. "É um mercado pequeno, mas com muito potencial", diz Jaqueline Martins, dona da galeria paulistana que leva seu nome e integrante do comitê de seleção do evento comercial. "Tem uma vibe boa, mas com um pouco de exagero." De fato, a feira é um fenômeno só na superfície, já que o mercado local não sustenta toda a oferta. Mas a crise tende a ser superada com a migração em massa de endinheirados que estabelecem em Portugal uma base de operações para toda a Europa, entre eles galeristas que levam artistas para criar em Lisboa e depois vendem suas obras em Madri, Roma e outras capitais do continente. O italiano Matteo Consonni, por exemplo, abandonou a poderosa Franco Noero, galeria de Turim onde fez carreira, para abrir a Madragoa, minúscula –e charmosa– casa coberta de azulejos azuis e brancos no Bairro Alto. "Queríamos uma cidade com custos baixos", diz ele. "O mercado é mais lento, mas Lisboa é uma base perfeita." Ou bucólica. Os espanhóis da Maisterravalbuena abriram uma filial da galeria de Madri num beco cheio de marcenarias e oficinas mecânicas em Alvalade, distrito industrial agora invadido por espaços comerciais, residências artísticas e centros culturais. ERA DA ILUSÃO "É impossível sobreviver só com o mercado nacional, mas todo mundo está vindo morar em Lisboa", diz Nuno Centeno, da Murias Centeno, uma das maiores galerias da cidade. "Não é o fim da crise. É o início de uma nova era, que sabemos que pode ser também o início de uma ilusão." O lado B do "Lisboom", aliás, já dá as caras e preocupa os que veem uma capital antes pacata e melancólica se tornar uma "bolha que pode arrebentar", nas palavras da galerista portuguesa Vera Cortês, ou num playground vazio. "Sou muito crítico em relação a isso", diz Hugo Dinis, diretor do Museu Ateliê Júlio Pomar, uma instituição pública da cidade. "É muito estranha essa transformação. Lisboa de repente é um novo destino, mas não podemos virar uma Disney, ou uma Veneza." José Mário Brandão, um dos donos da galeria Graça Brandão, no entanto, vê os dois lados do fenômeno. "Não é nenhum paraíso, mas há uma sensação de segurança. Estão a abrir galerias, mas ainda não há mercado em Lisboa. Devemos ultrapassar a crise. Vejo que há luz no fim do túnel." O jornalista viajou a convite da ArcoLisboa.
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Accor quer aumentar em mais de 60% a sua rede no Brasil
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A rede AccorHotels pretende aumentar em mais de 60% nos próximos quatro anos o seu número de hotéis no Brasil, em um dos planos de expansão mais arrojados de uma empresa no país neste momento de recessão econômica. Olivier Hick, vice-presidente do grupo francês, afirmou que a empresa pretende ter 400 hotéis em 163 cidades brasileiras até 2020. Atualmente, ela tem 244 hotéis em cem localidades, suficiente para torná-la a maior operadora de hotéis no Brasil. Apesar de a recessão profunda vivida pelo Brasil ter abatido os gastos dos consumidores, a desvalorização do real em relação ao dólar tem levado muitos brasileiros a optarem por fazer turismo no país, em vez de viajarem para o exterior. O câmbio também tem atraído turistas estrangeiros. "Os brasileiros têm viajado pelo país, em lugar de irem para a Europa e para os EUA", disse Hick. "Nos últimos dois anos, o real recuou cerca de 30% em relação ao dólar, para R$ 3,25. Esse movimento tem beneficiado as lojas de alto padrão, à medida que os mais ricos vêm reduzindo suas viagens para Miami. Hick afirmou também que os Jogos Olímpicos, que começam no Rio nesta semana, devem aumentar a visibilidade do Rio como destino turístico, apesar de todos os problemas afetando o evento. O plano ambicioso da AccorHotels acontece em um momento em que muitas empresas no Brasil vivem dificuldades para continuar operando. As estimativas apontam que a maior economia da América Latina deve encolher mais de 3% neste, depois da retração de 3,8% do PIB no ano passado. A inflação ronda os 9% ao ano, e a taxa de desemprego supera 11%. A crise política do país tem levado muitas multinacionais estrangeiras a suspender seus investimentos, esperando o resultado da votação do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. A AccorHotels não está imune a esses problemas no Brasil –o país, ao lado da França, representou um dos piores desempenho do grupo no primeiro semestre. Mas Hicks afirma que vê a crise mais como "uma oportunidade do que uma ameaça". A recessão, afirma, tem facilitado a compra de hotéis independentes em dificuldades financeiras. "O Brasil tem todos os ingredientes para se recuperar –é só algo que faz parte do ciclo econômico." Hicks afirma ainda que, estruturalmente, o mercado brasileiro representa uma das maiores oportunidades para o grupo em todo o mundo. Enquanto na Ásia 80% dos negócios da Accor vêm do turismo, e apenas 20%, de clientes corporativos, no Brasil acontece o contrário. Em São Paulo, até 85% dos hóspedes são de turistas a negócios. O plano da rede, no entanto, é aumentar as unidades com perfil mais voltado para as famílias. Ela pretende que 40% da sua oferta no Brasil até 2020 seja voltada para o turismo de lazer.
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mercado
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Accor quer aumentar em mais de 60% a sua rede no BrasilA rede AccorHotels pretende aumentar em mais de 60% nos próximos quatro anos o seu número de hotéis no Brasil, em um dos planos de expansão mais arrojados de uma empresa no país neste momento de recessão econômica. Olivier Hick, vice-presidente do grupo francês, afirmou que a empresa pretende ter 400 hotéis em 163 cidades brasileiras até 2020. Atualmente, ela tem 244 hotéis em cem localidades, suficiente para torná-la a maior operadora de hotéis no Brasil. Apesar de a recessão profunda vivida pelo Brasil ter abatido os gastos dos consumidores, a desvalorização do real em relação ao dólar tem levado muitos brasileiros a optarem por fazer turismo no país, em vez de viajarem para o exterior. O câmbio também tem atraído turistas estrangeiros. "Os brasileiros têm viajado pelo país, em lugar de irem para a Europa e para os EUA", disse Hick. "Nos últimos dois anos, o real recuou cerca de 30% em relação ao dólar, para R$ 3,25. Esse movimento tem beneficiado as lojas de alto padrão, à medida que os mais ricos vêm reduzindo suas viagens para Miami. Hick afirmou também que os Jogos Olímpicos, que começam no Rio nesta semana, devem aumentar a visibilidade do Rio como destino turístico, apesar de todos os problemas afetando o evento. O plano ambicioso da AccorHotels acontece em um momento em que muitas empresas no Brasil vivem dificuldades para continuar operando. As estimativas apontam que a maior economia da América Latina deve encolher mais de 3% neste, depois da retração de 3,8% do PIB no ano passado. A inflação ronda os 9% ao ano, e a taxa de desemprego supera 11%. A crise política do país tem levado muitas multinacionais estrangeiras a suspender seus investimentos, esperando o resultado da votação do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. A AccorHotels não está imune a esses problemas no Brasil –o país, ao lado da França, representou um dos piores desempenho do grupo no primeiro semestre. Mas Hicks afirma que vê a crise mais como "uma oportunidade do que uma ameaça". A recessão, afirma, tem facilitado a compra de hotéis independentes em dificuldades financeiras. "O Brasil tem todos os ingredientes para se recuperar –é só algo que faz parte do ciclo econômico." Hicks afirma ainda que, estruturalmente, o mercado brasileiro representa uma das maiores oportunidades para o grupo em todo o mundo. Enquanto na Ásia 80% dos negócios da Accor vêm do turismo, e apenas 20%, de clientes corporativos, no Brasil acontece o contrário. Em São Paulo, até 85% dos hóspedes são de turistas a negócios. O plano da rede, no entanto, é aumentar as unidades com perfil mais voltado para as famílias. Ela pretende que 40% da sua oferta no Brasil até 2020 seja voltada para o turismo de lazer.
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Cai a última bandeira
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Dado o descalabro econômico, era questão de tempo: no ano passado, pela primeira vez desde 1992, observou-se ao mesmo tempo uma queda na renda e um aumento de sua desigualdade entre os brasileiros. Além disso, encerra-se um período de 13 anos ininterruptos de melhoria na equidade social. Se o PT, desde o escândalo do mensalão, já não podia mais se arvorar em defensor da ética na política, agora precisará começar a arriar a última bandeira que lhe restava. Não é mistério que o papel preponderante para a redução da desigualdade na última década foi a forte criação de empregos, favorecida pela incomum conjunção de fatores positivos, tanto domésticos quanto internacionais. A equidade melhorou na medida em que os salários na base da pirâmide social cresceram mais que os outros. De 2003 a 2014, a renda dos 10% mais pobres aumentou 130% acima da inflação, contra apenas 30% na camada superior. Outros fatores foram importantes. O alargamento da cobertura da Previdência, o contínuo crescimento do salário mínimo e os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, ajudaram a espalhar renda em regiões de menor dinamismo econômico e reduziram a pobreza extrema. Desde 2015, todos esses vetores ficaram nulos ou mudaram de sentido –e justamente no mercado de trabalho, o mais relevante de todos, aparece inédita deterioração. Fecharam-se, nesse período, 1,8 milhão de vagas formais. A taxa de desocupação, medida pela Pnad contínua, atingiu 9,5% no trimestre encerrado em janeiro deste ano. Já são 9,6 milhões de desempregados. Ao contrário do que a militância petista gosta de tentar fazer crer, o governo só pode culpar a si mesmo. O diagnóstico é claro: de força motriz para a melhoria das condições sociais, a gestão da política econômica perdeu o rumo e se transformou em obstáculo. Acumularam-se desequilíbrios a partir de 2008, inicialmente pela insistência em expandir os gastos e o crédito público, depois pela recusa em mudar de direção enquanto havia tempo para isso. Resultaram daí o colapso das finanças públicas e a pior recessão das últimas décadas, uma tragédia que supera as piores previsões e os maiores alertas –que não faltaram. Não há como cuidar da igualdade de oportunidades, do acesso a bens públicos para todos e da redução da desigualdade com as finanças do Estado em frangalhos. Não haverá avanços sustentáveis em equidade social sem uma economia sadia e sem crescimento. Não haverá expansão do PIB sem políticas responsáveis, que cuidem do equilíbrio nas contas públicas e reduzam a inflação. Que ao menos a situação atual sirva para atestar que o populismo econômico prejudica sobretudo os mais pobres. [email protected]
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opiniao
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Cai a última bandeiraDado o descalabro econômico, era questão de tempo: no ano passado, pela primeira vez desde 1992, observou-se ao mesmo tempo uma queda na renda e um aumento de sua desigualdade entre os brasileiros. Além disso, encerra-se um período de 13 anos ininterruptos de melhoria na equidade social. Se o PT, desde o escândalo do mensalão, já não podia mais se arvorar em defensor da ética na política, agora precisará começar a arriar a última bandeira que lhe restava. Não é mistério que o papel preponderante para a redução da desigualdade na última década foi a forte criação de empregos, favorecida pela incomum conjunção de fatores positivos, tanto domésticos quanto internacionais. A equidade melhorou na medida em que os salários na base da pirâmide social cresceram mais que os outros. De 2003 a 2014, a renda dos 10% mais pobres aumentou 130% acima da inflação, contra apenas 30% na camada superior. Outros fatores foram importantes. O alargamento da cobertura da Previdência, o contínuo crescimento do salário mínimo e os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, ajudaram a espalhar renda em regiões de menor dinamismo econômico e reduziram a pobreza extrema. Desde 2015, todos esses vetores ficaram nulos ou mudaram de sentido –e justamente no mercado de trabalho, o mais relevante de todos, aparece inédita deterioração. Fecharam-se, nesse período, 1,8 milhão de vagas formais. A taxa de desocupação, medida pela Pnad contínua, atingiu 9,5% no trimestre encerrado em janeiro deste ano. Já são 9,6 milhões de desempregados. Ao contrário do que a militância petista gosta de tentar fazer crer, o governo só pode culpar a si mesmo. O diagnóstico é claro: de força motriz para a melhoria das condições sociais, a gestão da política econômica perdeu o rumo e se transformou em obstáculo. Acumularam-se desequilíbrios a partir de 2008, inicialmente pela insistência em expandir os gastos e o crédito público, depois pela recusa em mudar de direção enquanto havia tempo para isso. Resultaram daí o colapso das finanças públicas e a pior recessão das últimas décadas, uma tragédia que supera as piores previsões e os maiores alertas –que não faltaram. Não há como cuidar da igualdade de oportunidades, do acesso a bens públicos para todos e da redução da desigualdade com as finanças do Estado em frangalhos. Não haverá avanços sustentáveis em equidade social sem uma economia sadia e sem crescimento. Não haverá expansão do PIB sem políticas responsáveis, que cuidem do equilíbrio nas contas públicas e reduzam a inflação. Que ao menos a situação atual sirva para atestar que o populismo econômico prejudica sobretudo os mais pobres. [email protected]
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Dunga convoca zagueiro do Atlético-MG para o lugar de David Luiz
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O técnico Dunga convocou neste sábado (14) o zagueiro Jemerson, do Atlético-MG, para o lugar de David Luiz, expulso contra a Argentina na sexta (13) e que está suspenso para enfrentar o Peru, nesta terça (17), em Salvador. É a primeira vez que Jemerson, destaque atleticano no Campeonato Brasileiro, é chamado para a seleção. A convocação está autorizada pelo regulamento da eliminatória da Copa. As seleções precisam passar a lista dos atletas relacionados 24 horas antes de cada partida. Dunga achou justa a expulsão de David Luiz por causa de uma entrada violenta. "Cheguei atrasado no lance", argumentou o zagueiro. Gil, do Corinthians, será o titular contra os peruanos. A entrada do jogador reforça o pensamento do técnico Dunga de utilizar o entrosamento de atletas nos clubes para suprir o pouco tempo de treinamento que tem tido antes dos jogos da eliminatória. Em Buenos Aires, o treinador sacou Oscar, do Chelsea, titular com ele sempre que esteve saudável, e colocou Lucas Lima, do Santos, para fazer parceria com Ricardo Oliveira, artilheiro do Brasileiro com 20 gols muito pelos passes que recebe de Lucas Lima. Apesar de Oscar ser parceiro de Willian, outro titular do Brasil, no clube inglês, Dunga apostou numa dupla em melhor fase, já que Oscar passa por irregularidade na Inglaterra. "No segundo tempo [contra a Argentina], a entrada do Renato Augusto [foi] porque está acostumado a jogar ao lado de Elias no esquema que usamos naquele momento, o 4-1-4-1 [após o empate]", admitiu o treinador da seleção brasileira. A lista de convocados para as partidas de novembro da eliminatória tem quatro jogadores do Corinthians (Cássio, Gil, Elias e Renato Augusto), time que está prestes a ganhar o Campeonato Brasileiro, e dois santistas, (Lucas Limas e Ricardo Oliveira), que defendem o time com maior crescimento técnico desde o meio da atual temporada. DESEMPENHO A melhora do time no segundo tempo, com Neymar mais solto depois da entrada de Douglas Costa na vaga de Ricardo Oliveira, não significa que Dunga vai mexer nessa posição para enfrentar os peruanos, na Fonte Nova. O time treinado pelo ex-palmeirense Ricardo Gareca deve vir fechado para encarar a seleção, avaliam membros da comissão técnica. E, neste tipo de partida, Dunga prefere um homem de referência dentro da área, já que o time vai precisar tomar a iniciativa, e não usar tanto os contra-ataques. EM BUENOS AIRES Neste sábado, os jogadores que atuaram mais de 45 minutos no empate contra a Argentina realizaram apenas um trabalho regenerativo no hotel em que a delegação está hospedada em Buenos Aires. O restante do grupo foi até o centro de treinamento do Boca Juniors e fez um trabalho técnico comandado por Dunga. A saída de Buenos Aires será às 16h de Brasília deste sábado com destino a Salvador.
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esporte
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Dunga convoca zagueiro do Atlético-MG para o lugar de David LuizO técnico Dunga convocou neste sábado (14) o zagueiro Jemerson, do Atlético-MG, para o lugar de David Luiz, expulso contra a Argentina na sexta (13) e que está suspenso para enfrentar o Peru, nesta terça (17), em Salvador. É a primeira vez que Jemerson, destaque atleticano no Campeonato Brasileiro, é chamado para a seleção. A convocação está autorizada pelo regulamento da eliminatória da Copa. As seleções precisam passar a lista dos atletas relacionados 24 horas antes de cada partida. Dunga achou justa a expulsão de David Luiz por causa de uma entrada violenta. "Cheguei atrasado no lance", argumentou o zagueiro. Gil, do Corinthians, será o titular contra os peruanos. A entrada do jogador reforça o pensamento do técnico Dunga de utilizar o entrosamento de atletas nos clubes para suprir o pouco tempo de treinamento que tem tido antes dos jogos da eliminatória. Em Buenos Aires, o treinador sacou Oscar, do Chelsea, titular com ele sempre que esteve saudável, e colocou Lucas Lima, do Santos, para fazer parceria com Ricardo Oliveira, artilheiro do Brasileiro com 20 gols muito pelos passes que recebe de Lucas Lima. Apesar de Oscar ser parceiro de Willian, outro titular do Brasil, no clube inglês, Dunga apostou numa dupla em melhor fase, já que Oscar passa por irregularidade na Inglaterra. "No segundo tempo [contra a Argentina], a entrada do Renato Augusto [foi] porque está acostumado a jogar ao lado de Elias no esquema que usamos naquele momento, o 4-1-4-1 [após o empate]", admitiu o treinador da seleção brasileira. A lista de convocados para as partidas de novembro da eliminatória tem quatro jogadores do Corinthians (Cássio, Gil, Elias e Renato Augusto), time que está prestes a ganhar o Campeonato Brasileiro, e dois santistas, (Lucas Limas e Ricardo Oliveira), que defendem o time com maior crescimento técnico desde o meio da atual temporada. DESEMPENHO A melhora do time no segundo tempo, com Neymar mais solto depois da entrada de Douglas Costa na vaga de Ricardo Oliveira, não significa que Dunga vai mexer nessa posição para enfrentar os peruanos, na Fonte Nova. O time treinado pelo ex-palmeirense Ricardo Gareca deve vir fechado para encarar a seleção, avaliam membros da comissão técnica. E, neste tipo de partida, Dunga prefere um homem de referência dentro da área, já que o time vai precisar tomar a iniciativa, e não usar tanto os contra-ataques. EM BUENOS AIRES Neste sábado, os jogadores que atuaram mais de 45 minutos no empate contra a Argentina realizaram apenas um trabalho regenerativo no hotel em que a delegação está hospedada em Buenos Aires. O restante do grupo foi até o centro de treinamento do Boca Juniors e fez um trabalho técnico comandado por Dunga. A saída de Buenos Aires será às 16h de Brasília deste sábado com destino a Salvador.
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PM parece gostar da desordem, diz leitor sobre reação a manifestações
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Muito bom o texto "Os mascarados estão soltos", de Elio Gaspari, mas o fato de estarem soltos não tem um dedo de ineficiência da "inteligência" da PM de São Paulo? Seria muito difícil elaborar um plano para desmontá-los de vez? O que parece é que a PM gosta do clima. Deixa desordenar pra depois entrar com seu habitual arsenal de perversidades. Infelizmente, a população da cidade gosta dessa ação, uma vez que detesta qualquer tipo de multidão, com exceção daquela que pede o impeachment. ANÍSIO FRANCO CÂMARA (São Paulo, SP) * Os arruaceiros e vândalos black "brutos" com certeza são "acionados" por alguém que tem muito interesse em esvaziar os movimentos populares contra atitudes abusivas do poder público. No caso, vale a pergunta: quem? Os donos das empresas de ônibus que fazem o transporte público, o PCC, o governo estadual, a prefeitura? Quem quer que seja, a Polícia Civil possui logística para identificá-los. Por que isso até agora não foi feito? MARLEY MARIA TUSI RODRIGUES (São Paulo, SP) * As imagens de "manifestantes" lançando bombas incendiárias são chocantes. Esses elementos estão sempre e unicamente nas manifestações do Movimento Passe Livre (MPL). É evidente que fazem parte da "tropa de elite" do grupo. Existem "black blocs" e vândalos em outros movimentos? A resposta é não. É hora da Policia Militar e da Justiça encararem os "manifestantes" do MPL pelo que são: um bando de vândalos cujo único objetivo é provocar o caos e a destruição. M. CRISTINA ROCHA AZEVEDO (Florianópolis, SC) * Muito cômoda a reportagem "["Atuação da PM em protesto em SP só teve elogio, diz secretário de Alckmin"]":(folha.com/no1728968. A reportagem se restringiu a reproduzir o discurso oficial do secretário da Segurança Pública sem questionar como pode ser considerada digna de elogios uma situação de violência gerada pela PM. A justificativa segue a linha de que, para evitar violência e impedimentos à população, a própria PM se vê no dever de ser violenta e impedir a população com suas bombas de gás. HALOA REUBEN (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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PM parece gostar da desordem, diz leitor sobre reação a manifestaçõesMuito bom o texto "Os mascarados estão soltos", de Elio Gaspari, mas o fato de estarem soltos não tem um dedo de ineficiência da "inteligência" da PM de São Paulo? Seria muito difícil elaborar um plano para desmontá-los de vez? O que parece é que a PM gosta do clima. Deixa desordenar pra depois entrar com seu habitual arsenal de perversidades. Infelizmente, a população da cidade gosta dessa ação, uma vez que detesta qualquer tipo de multidão, com exceção daquela que pede o impeachment. ANÍSIO FRANCO CÂMARA (São Paulo, SP) * Os arruaceiros e vândalos black "brutos" com certeza são "acionados" por alguém que tem muito interesse em esvaziar os movimentos populares contra atitudes abusivas do poder público. No caso, vale a pergunta: quem? Os donos das empresas de ônibus que fazem o transporte público, o PCC, o governo estadual, a prefeitura? Quem quer que seja, a Polícia Civil possui logística para identificá-los. Por que isso até agora não foi feito? MARLEY MARIA TUSI RODRIGUES (São Paulo, SP) * As imagens de "manifestantes" lançando bombas incendiárias são chocantes. Esses elementos estão sempre e unicamente nas manifestações do Movimento Passe Livre (MPL). É evidente que fazem parte da "tropa de elite" do grupo. Existem "black blocs" e vândalos em outros movimentos? A resposta é não. É hora da Policia Militar e da Justiça encararem os "manifestantes" do MPL pelo que são: um bando de vândalos cujo único objetivo é provocar o caos e a destruição. M. CRISTINA ROCHA AZEVEDO (Florianópolis, SC) * Muito cômoda a reportagem "["Atuação da PM em protesto em SP só teve elogio, diz secretário de Alckmin"]":(folha.com/no1728968. A reportagem se restringiu a reproduzir o discurso oficial do secretário da Segurança Pública sem questionar como pode ser considerada digna de elogios uma situação de violência gerada pela PM. A justificativa segue a linha de que, para evitar violência e impedimentos à população, a própria PM se vê no dever de ser violenta e impedir a população com suas bombas de gás. HALOA REUBEN (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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JBS entregará 20 volumes com detalhes de delação
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A defesa dos delatores da JBS vai entregar, em setembro, à Procuradoria-Geral da República cerca de 20 novos anexos que complementarão o acordo de colaboração premiada assinado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista e diretores do grupo. Os anexos são detalhamentos das histórias de corrupção contadas pelos executivos da empresa, que foram divididas em 14 temas. Em cada tema há vários investigados. Os cerca de 20 novos anexos serão juntados a outros 44 que foram entregues aos procuradores no início do acordo de delação. Joesley Batista ficará responsável pela metade das cerca de duas dezenas de novos anexos. Ele promete relatar, entre outras coisas, o caminho da propina que diz ter pago a cada um dos 1.829 políticos de 28 partidos cujos nomes aparecem na lista da JBS recebendo mais de R$ 600 milhões de forma ilícita. O empresário vai relatar o motivo das doações ilegais, como elas teriam sido pagas e as contrapartidas em relação a esses pagamentos. Nos últimos dias, segundo fontes ouvidas pela Folha, o empresário diz que se lembrou de pelo menos um prefeito que recebeu dinheiro ilegal e que não estava no rol de delatados. O irmão mais velho de Joesley, Wesley Batista, pretende fazer um relato sobre o suposto suborno de pelo menos 200 funcionários do Ministério da Agricultura que fiscalizavam as empresas do grupo. A JBS está fazendo um pente-fino em seus departamentos para colher histórias e provas de pagamentos ilegais a funcionários. Segundo a Folha apurou, Wesley vai falar que essa não era uma prática exclusiva da JBS, mas sim um caso de corrupção sistêmica. Segundo ele, todas as empresas do setor tinham que pagar os fiscais. O presidente da holding J&F, que controla a JBS e outras empresas do grupo, disse que a cúpula do Ministério da Agricultura era alertada sobre os esquemas de corrupção na pasta, mas o problema nunca foi resolvido. A primeira leva de 44 anexos foi produzida pelos dois donos da JBS e cinco executivos da companhia. Já os 20 novos termos da delação estão sendo preparados por quatro delatores. Além dos irmãos Batista, participam da elaboração o diretor de relações institucionais da J&F, Ricardo Saud, e o diretor jurídico do grupo, Francisco de Assis. Cada um deles prepara quatro anexos. Francisco de Assis vai relatar casos envolvendo o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, o empresário Victor Sandri, que fazia a intermediação da empresa com o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, e sobre a empresa offshore Blessed, que fica na Suíça. Segundo fontes ouvidas pela Folha, Assis vai fazer novos anexos sobre Cunha e Funaro para se adiantar a uma possível delações dos dois. O acordo de delação premiada dos executivos da JBS foi formalizado no dia 3 de maio e prevê que novos anexos sejam entregues num prazo de 120 dias a partir da assinatura. A colaboração foi homologada pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), em 11 de maio. A ideia de Joesley era se antecipar ao prazo final e entregar os cerca de 20 novos anexos ainda no mês de agosto, mas, diante do volume de informações coletadas pelos colaboradores, a data foi prorrogada para setembro. OUTRO LADO A J&F disse, em nota, que os colaboradores apresentaram informações e documentos à Procuradoria-Geral da República e continuam à disposição para cooperar com a Justiça. "Vale destacar que os colaboradores ainda podem apresentar documentos e explicar fatos no prazo de 120 dias previsto no acordo." O advogado de Guido Mantega, Fábio Tofic Simantob, diz que as menções a seu cliente na delação da JBS são mentirosas.
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JBS entregará 20 volumes com detalhes de delaçãoA defesa dos delatores da JBS vai entregar, em setembro, à Procuradoria-Geral da República cerca de 20 novos anexos que complementarão o acordo de colaboração premiada assinado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista e diretores do grupo. Os anexos são detalhamentos das histórias de corrupção contadas pelos executivos da empresa, que foram divididas em 14 temas. Em cada tema há vários investigados. Os cerca de 20 novos anexos serão juntados a outros 44 que foram entregues aos procuradores no início do acordo de delação. Joesley Batista ficará responsável pela metade das cerca de duas dezenas de novos anexos. Ele promete relatar, entre outras coisas, o caminho da propina que diz ter pago a cada um dos 1.829 políticos de 28 partidos cujos nomes aparecem na lista da JBS recebendo mais de R$ 600 milhões de forma ilícita. O empresário vai relatar o motivo das doações ilegais, como elas teriam sido pagas e as contrapartidas em relação a esses pagamentos. Nos últimos dias, segundo fontes ouvidas pela Folha, o empresário diz que se lembrou de pelo menos um prefeito que recebeu dinheiro ilegal e que não estava no rol de delatados. O irmão mais velho de Joesley, Wesley Batista, pretende fazer um relato sobre o suposto suborno de pelo menos 200 funcionários do Ministério da Agricultura que fiscalizavam as empresas do grupo. A JBS está fazendo um pente-fino em seus departamentos para colher histórias e provas de pagamentos ilegais a funcionários. Segundo a Folha apurou, Wesley vai falar que essa não era uma prática exclusiva da JBS, mas sim um caso de corrupção sistêmica. Segundo ele, todas as empresas do setor tinham que pagar os fiscais. O presidente da holding J&F, que controla a JBS e outras empresas do grupo, disse que a cúpula do Ministério da Agricultura era alertada sobre os esquemas de corrupção na pasta, mas o problema nunca foi resolvido. A primeira leva de 44 anexos foi produzida pelos dois donos da JBS e cinco executivos da companhia. Já os 20 novos termos da delação estão sendo preparados por quatro delatores. Além dos irmãos Batista, participam da elaboração o diretor de relações institucionais da J&F, Ricardo Saud, e o diretor jurídico do grupo, Francisco de Assis. Cada um deles prepara quatro anexos. Francisco de Assis vai relatar casos envolvendo o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, o empresário Victor Sandri, que fazia a intermediação da empresa com o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, e sobre a empresa offshore Blessed, que fica na Suíça. Segundo fontes ouvidas pela Folha, Assis vai fazer novos anexos sobre Cunha e Funaro para se adiantar a uma possível delações dos dois. O acordo de delação premiada dos executivos da JBS foi formalizado no dia 3 de maio e prevê que novos anexos sejam entregues num prazo de 120 dias a partir da assinatura. A colaboração foi homologada pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), em 11 de maio. A ideia de Joesley era se antecipar ao prazo final e entregar os cerca de 20 novos anexos ainda no mês de agosto, mas, diante do volume de informações coletadas pelos colaboradores, a data foi prorrogada para setembro. OUTRO LADO A J&F disse, em nota, que os colaboradores apresentaram informações e documentos à Procuradoria-Geral da República e continuam à disposição para cooperar com a Justiça. "Vale destacar que os colaboradores ainda podem apresentar documentos e explicar fatos no prazo de 120 dias previsto no acordo." O advogado de Guido Mantega, Fábio Tofic Simantob, diz que as menções a seu cliente na delação da JBS são mentirosas.
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Alvo da PF, Fernando Pimentel perde apoio de antigos aliados em MG
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Investigado pela Polícia Federal, alvo de processo de cassação no TRE e com dificuldade para pagar os servidores, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), começa a perder o apoio de antigos aliados. Esses problemas foram somados a uma decisão do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Herman Benjamin revelada nesta quarta-feira (9). Ele deu aval para que o governador seja interrogado e indiciado pela PF. Partido do vice-governador Antônio Andrade e maior bancada da Assembleia Legislativa mineira, o PMDB começou a se queixar publicamente da gestão Pimentel. Já o sindicato dos professores, filiado à CUT e próximo ao petista, passou a ameaçar paralisações após Pimentel enviar projeto diferente do acordado com a categoria em 2015 e divulgado como compromisso de gestão. A categoria afirma que irá paralisar entre os dias 15 e 17 de março e, no dia 16, decidirá se inicia um calendário de greve. Outras categorias, como a Polícia Militar, também passaram a protestar contra o governo petista. Isso ocorre em um ano cujo deficit do Estado é previsto em R$ 8,9 bilhões, o que levou ao congelamento de R$ 2 bilhões do orçamento. A exemplo do que acontece com o governo federal, o PMDB se queixa de que Pimentel não dialoga com os aliados e não dá espaço para o partido atuar. Em fevereiro, o vice-presidente Michel Temer ouviu ataques do partido contra o PT. Devido às insatisfações, um dos deputados da sigla protocolou pedido para deixar a vice-liderança do governo no Legislativo. Procurado, o secretário de Governo, Odair Cunha, responsável pela articulação política, não respondeu ao pedido de entrevista. Os problemas de Pimentel vão além da perda de apoiadores. No primeiro trimestre, o governador perdeu três batalhas na Justiça. Em todos os casos, negou veementemente qualquer irregularidade.
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Alvo da PF, Fernando Pimentel perde apoio de antigos aliados em MGInvestigado pela Polícia Federal, alvo de processo de cassação no TRE e com dificuldade para pagar os servidores, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), começa a perder o apoio de antigos aliados. Esses problemas foram somados a uma decisão do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Herman Benjamin revelada nesta quarta-feira (9). Ele deu aval para que o governador seja interrogado e indiciado pela PF. Partido do vice-governador Antônio Andrade e maior bancada da Assembleia Legislativa mineira, o PMDB começou a se queixar publicamente da gestão Pimentel. Já o sindicato dos professores, filiado à CUT e próximo ao petista, passou a ameaçar paralisações após Pimentel enviar projeto diferente do acordado com a categoria em 2015 e divulgado como compromisso de gestão. A categoria afirma que irá paralisar entre os dias 15 e 17 de março e, no dia 16, decidirá se inicia um calendário de greve. Outras categorias, como a Polícia Militar, também passaram a protestar contra o governo petista. Isso ocorre em um ano cujo deficit do Estado é previsto em R$ 8,9 bilhões, o que levou ao congelamento de R$ 2 bilhões do orçamento. A exemplo do que acontece com o governo federal, o PMDB se queixa de que Pimentel não dialoga com os aliados e não dá espaço para o partido atuar. Em fevereiro, o vice-presidente Michel Temer ouviu ataques do partido contra o PT. Devido às insatisfações, um dos deputados da sigla protocolou pedido para deixar a vice-liderança do governo no Legislativo. Procurado, o secretário de Governo, Odair Cunha, responsável pela articulação política, não respondeu ao pedido de entrevista. Os problemas de Pimentel vão além da perda de apoiadores. No primeiro trimestre, o governador perdeu três batalhas na Justiça. Em todos os casos, negou veementemente qualquer irregularidade.
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Empresário no centro da 'Lava Jato' espanhola vai fazer delação premiada
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Calado por oito anos, sem declarações à imprensa, o empresário Francisco Correa afirmou na sexta-feira (30) que irá colaborar com a Justiça espanhola no julgamento do chamado caso Gürtel. A surpresa pode prejudicar o PP (Partido Popular), cujo envolvimento em tramas de corrupção tem recentemente carcomido sua popularidade. O caso Gürtel é um dos maiores escândalos de corrupção da história moderna da Espanha. Correa é um de seus personagens principais, e a ação foi batizada com seu nome -"Gürtel" é o alemão para o espanhol "Correa". As acusações envolvem o financiamento ilegal da sigla. Membros do Partido Popular são, ademais, suspeitos de ter cobrado comissões da rede em troca de contratos públicos, em um cenário semelhante ao investigado pela Operação Lava Jato. O julgamento começa na próxima terça-feira (4) e deve se alongar durante meses. As investigações foram iniciadas em novembro de 2007. Correa, apontado como chefe da rede de corrupção investigada no caso Gürtel, irá "contar tudo o que sabe", segundo o jornal "El País", sem importar-se com quem possa envolver no caso. "Nenhum político fez nada por mim durante esses anos", Correa afirmou ao diário. Seu "tudo" pode ser bastante daninho, vindo de um empresário com relações estreitas com membros do PP. Dos quase 40 suspeitos no caso Gürtel, três foram tesoureiros do PP, e um foi ministro da Saúde. Todos negam participação na trama. Correa ofereceu à Justiça que tome 2,2 milhões de euros de suas contas na Suíça e restitua às vítimas do esquema de corrupção, incluindo a prefeitura de Madri. As contas estão, porém, impedidas pelas autoridades suíças. Correa tem, segundo a mídia local, cerca de 20 milhões de euros bloqueados no país. A promotoria pede que ele seja condenado a 110 anos de prisão. Ele será réu em diversos outros julgamentos, durante os próximos anos. Pelas regras, a colaboração com a Justiça em casos de corrupção pode reduzir a sua pena em até dois terços. A entrega do dinheiro na Suíça também pode reduzir a pena. A devolução precisa ocorrer antes do depoimento. Segundo o "El País", Correa decidiu colaborar com a Justiça após a morte de sua mãe. Ele é o tutor de seu irmão, deficiente. "Quero que tudo isso termine o quanto antes [...] para ir com meu irmão ao exterior e começar uma nova vida", ele afirmou. IMPASSE POLÍTICO O caso Gürtel está relacionado a outro escândalo de corrupção espanhol, conhecido como caso Bárcenas, sobrenome de um ex-tesoureiro do PP. O caso Bárcenas diz respeito à caixa dois do partido, e também causou grave dano à sua imagem. A notícia da colaboração de Correa e do início do julgamento do caso Gürtel, na semana que vem, foi porém eclipsada por uma série de outras crises na Espanha, razão pela qual pode ter impacto limitado na sociedade. Espanhóis foram às urnas em dezembro e em junho, mas nenhum partido conseguiu o número necessário de deputados nem foi capaz de entrar em acordo. O país tem hoje um governo em exercício e não pode, por exemplo, aprovar o orçamento de 2017. Se não houver um pacto em breve, o país terá que realizar as terceiras eleições no período de um ano, em dezembro, com um alto custo político a todas as siglas. Ademais, o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), uma das principais forças políticas da Espanha, está enfrentando nesta semana sua mais séria crise interna da história recente. Mais de metade de sua direção renunciou, na tentativa de forçar o secretário-geral, Pedro Sánchez, a deixar o cargo. Sánchez, no entanto, insiste em convocar um congresso durante este ano e pedir que os militantes decidam a liderança do partido. "A atenção não está focada na corrupção, agora", afirma à Folha Marta Romero, do think tank espanhol Fundación Alternativas. "Os casos de corrupção se tornam secundários para o eleitor, diante do impasse político e da crise do PSOE."
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Empresário no centro da 'Lava Jato' espanhola vai fazer delação premiadaCalado por oito anos, sem declarações à imprensa, o empresário Francisco Correa afirmou na sexta-feira (30) que irá colaborar com a Justiça espanhola no julgamento do chamado caso Gürtel. A surpresa pode prejudicar o PP (Partido Popular), cujo envolvimento em tramas de corrupção tem recentemente carcomido sua popularidade. O caso Gürtel é um dos maiores escândalos de corrupção da história moderna da Espanha. Correa é um de seus personagens principais, e a ação foi batizada com seu nome -"Gürtel" é o alemão para o espanhol "Correa". As acusações envolvem o financiamento ilegal da sigla. Membros do Partido Popular são, ademais, suspeitos de ter cobrado comissões da rede em troca de contratos públicos, em um cenário semelhante ao investigado pela Operação Lava Jato. O julgamento começa na próxima terça-feira (4) e deve se alongar durante meses. As investigações foram iniciadas em novembro de 2007. Correa, apontado como chefe da rede de corrupção investigada no caso Gürtel, irá "contar tudo o que sabe", segundo o jornal "El País", sem importar-se com quem possa envolver no caso. "Nenhum político fez nada por mim durante esses anos", Correa afirmou ao diário. Seu "tudo" pode ser bastante daninho, vindo de um empresário com relações estreitas com membros do PP. Dos quase 40 suspeitos no caso Gürtel, três foram tesoureiros do PP, e um foi ministro da Saúde. Todos negam participação na trama. Correa ofereceu à Justiça que tome 2,2 milhões de euros de suas contas na Suíça e restitua às vítimas do esquema de corrupção, incluindo a prefeitura de Madri. As contas estão, porém, impedidas pelas autoridades suíças. Correa tem, segundo a mídia local, cerca de 20 milhões de euros bloqueados no país. A promotoria pede que ele seja condenado a 110 anos de prisão. Ele será réu em diversos outros julgamentos, durante os próximos anos. Pelas regras, a colaboração com a Justiça em casos de corrupção pode reduzir a sua pena em até dois terços. A entrega do dinheiro na Suíça também pode reduzir a pena. A devolução precisa ocorrer antes do depoimento. Segundo o "El País", Correa decidiu colaborar com a Justiça após a morte de sua mãe. Ele é o tutor de seu irmão, deficiente. "Quero que tudo isso termine o quanto antes [...] para ir com meu irmão ao exterior e começar uma nova vida", ele afirmou. IMPASSE POLÍTICO O caso Gürtel está relacionado a outro escândalo de corrupção espanhol, conhecido como caso Bárcenas, sobrenome de um ex-tesoureiro do PP. O caso Bárcenas diz respeito à caixa dois do partido, e também causou grave dano à sua imagem. A notícia da colaboração de Correa e do início do julgamento do caso Gürtel, na semana que vem, foi porém eclipsada por uma série de outras crises na Espanha, razão pela qual pode ter impacto limitado na sociedade. Espanhóis foram às urnas em dezembro e em junho, mas nenhum partido conseguiu o número necessário de deputados nem foi capaz de entrar em acordo. O país tem hoje um governo em exercício e não pode, por exemplo, aprovar o orçamento de 2017. Se não houver um pacto em breve, o país terá que realizar as terceiras eleições no período de um ano, em dezembro, com um alto custo político a todas as siglas. Ademais, o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), uma das principais forças políticas da Espanha, está enfrentando nesta semana sua mais séria crise interna da história recente. Mais de metade de sua direção renunciou, na tentativa de forçar o secretário-geral, Pedro Sánchez, a deixar o cargo. Sánchez, no entanto, insiste em convocar um congresso durante este ano e pedir que os militantes decidam a liderança do partido. "A atenção não está focada na corrupção, agora", afirma à Folha Marta Romero, do think tank espanhol Fundación Alternativas. "Os casos de corrupção se tornam secundários para o eleitor, diante do impasse político e da crise do PSOE."
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Estado Islâmico confirma morte de seu número 2, segundo gravação
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A milícia radical Estado Islâmico (EI) confirmou nesta terça-feira (13) que um de seus principais líderes, Haji Mutazz, foi morto num ataque aéreo, segundo um serviço de monitoramento. Mutazz também é conhecido como Abu Muslim al-Turkmani, Abu Mutaz al-Qurashi e Fadhil Ahmad al-Hayali e é descrito como o número 2 da facção. O serviço de monitoramento de jihadismo Site diz que, em uma gravação, um dos integrantes do EI afirma que "os EUA se regozijam com a morte de Abu Mutaz al-Qurashi e consideram isso uma grande vitória". A citação é do jornal inglês "The Mirror". A Casa Branca havia afirmado em 21 de agosto que Mutazz havia sido morto naquele mês no ataque de um drone (aeronave não tripulada) em Mossul, no norte do Iraque. Sua morte já havia sido anunciada também em dezembro de 2014. Mutazz era responsável pelas atividades do Estado Islâmico no Iraque, com participação estratégica na tomada de Mossul, em junho de 2014, uma das conquistas mais emblemáticas dessa milícia radical. Anteriormente um coronel durante o regime do ex-ditador Saddam Hussein e um membro da Al Qaeda no Iraque, ele também coordenava o transporte de armas, explosivos, veículos e pessoas entre a Síria e o Iraque. Acredita-se que o militante era braço-direito do auto-declarado califa Abu Bakr al-Baghdadi. A estrutura de poder do EI, porém, não é clara para seus inimigos.
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Estado Islâmico confirma morte de seu número 2, segundo gravaçãoA milícia radical Estado Islâmico (EI) confirmou nesta terça-feira (13) que um de seus principais líderes, Haji Mutazz, foi morto num ataque aéreo, segundo um serviço de monitoramento. Mutazz também é conhecido como Abu Muslim al-Turkmani, Abu Mutaz al-Qurashi e Fadhil Ahmad al-Hayali e é descrito como o número 2 da facção. O serviço de monitoramento de jihadismo Site diz que, em uma gravação, um dos integrantes do EI afirma que "os EUA se regozijam com a morte de Abu Mutaz al-Qurashi e consideram isso uma grande vitória". A citação é do jornal inglês "The Mirror". A Casa Branca havia afirmado em 21 de agosto que Mutazz havia sido morto naquele mês no ataque de um drone (aeronave não tripulada) em Mossul, no norte do Iraque. Sua morte já havia sido anunciada também em dezembro de 2014. Mutazz era responsável pelas atividades do Estado Islâmico no Iraque, com participação estratégica na tomada de Mossul, em junho de 2014, uma das conquistas mais emblemáticas dessa milícia radical. Anteriormente um coronel durante o regime do ex-ditador Saddam Hussein e um membro da Al Qaeda no Iraque, ele também coordenava o transporte de armas, explosivos, veículos e pessoas entre a Síria e o Iraque. Acredita-se que o militante era braço-direito do auto-declarado califa Abu Bakr al-Baghdadi. A estrutura de poder do EI, porém, não é clara para seus inimigos.
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Dilma diz estar 'tranquila' com China e minimiza previsão negativa do FMI
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A presidente Dilma Rousseff afirmou estar "tranquila" com a situação da Bolsa da China e minimizou a previsão do FMI (Fundo Monetário internacional) de maior retração da economia brasileira neste ano. Dilma se encontrou reservadamente com o presidente chinês, Xi Jinping, nesta quinta-feira (9) na cidade russa de Ufá durante a cúpula dos Brics, formado por Brasil, Rússia, China, India e África do Sul. Ambos se reuniram um dia depois de um dia tenso em Bolsas da China na quarta (9), com desvalorização nos preços e suspensão de negócios de mais da metade de papéis de empresas negociadas em Xangai e Shenzen. Em entrevista aos jornalistas brasileiros, Dilma disse que o cenário não preocupa o Brasil. "Estou bastante tranquila. A gente sabe como funciona o mercado financeiro. Hoje [quinta], a Bolsa abriu e houve uma recuperação bastante significativa. Eu vi como se vê Bolsa: ela vai e volta. Tinha tido um pico muito grande e agora teve uma queda, e agora uma recuperação. Agora vamos esperar que a recuperação seja sistemática e contínua", disse. Ela ressaltou que o presidente chinês se mostrou seguro sobre a turbulência. "Eu achei o presidente nesta questão bastante tranquilo e não mostrava nenhuma grande preocupação a esse respeito, com clareza a respeito de que o mercado ia recuperar, de que a China tem suficiente recursos para segurar isso", afirmou. Questionada sobre a nova previsão do FMI e dos números de desemprego divulgados nesta quinta (9), Dilma afirmou que o país vive um momento "extremamente duro", mas repetiu o discurso de que há forte influência do cenário internacional no contexto negativo da economia brasileira. "O mundo está passando por um processo bastante complicado. O FMI está reduzindo todas as estatísticas para baixo, em qualquer lugar do mundo", disse. A expectativa do Fundo é que a economia brasileira encolha 1,5% neste ano -a previsão anterior era de -1%. O mercado brasileiro já prevê retração de 2% no PIB em 2015. Já a taxa de desemprego subiu para 8,1% no trimestre encerrado em maio, maior patamar em três anos. "Nós sairemos rapidamente desta crise. A gente acha que o Brasil tem estruturalmente fundamentos para se recuperar rápido", afirmou Dilma. Após pergunta sobre possível "mea-culpa" sobre a situação econômica do país, ela respondeu: "É uma visão um tanto religiosa essa do mea-culpa. A questão não é essa. O Brasil está enfrentando um momento extremamente adverso em termos de situação internacional. Não estamos com o vento a favor". DIVERGÊNCIAS COM LEVY A presidente voltou a negar divergências com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Você acredita em jornal?", respondeu aos jornalistas, após ser questionada sobre o tema. "Vocês [jornalistas] são interessantes, criam um problema que não existe e querem que eu fale sobre ele? Porque isso é mentira, essa é uma prova. Isso não é verdade, pergunte para ele [Levy] se é verdade, ele foi comigo para os EUA doente, afirmou a presidente. Joaquim Levy tem recebido pouca atenção da presidente. Recentemente, um funcionário notou que nem os incontáveis e-mails diários ela anda respondendo. Nas reuniões internas de governo, o ministro da Fazenda passou a ser constantemente questionado pelos colegas e pela própria chefe. A discordância aumentou à medida que a crise econômica acelerou a queda na popularidade de Dilma Rousseff.
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Dilma diz estar 'tranquila' com China e minimiza previsão negativa do FMIA presidente Dilma Rousseff afirmou estar "tranquila" com a situação da Bolsa da China e minimizou a previsão do FMI (Fundo Monetário internacional) de maior retração da economia brasileira neste ano. Dilma se encontrou reservadamente com o presidente chinês, Xi Jinping, nesta quinta-feira (9) na cidade russa de Ufá durante a cúpula dos Brics, formado por Brasil, Rússia, China, India e África do Sul. Ambos se reuniram um dia depois de um dia tenso em Bolsas da China na quarta (9), com desvalorização nos preços e suspensão de negócios de mais da metade de papéis de empresas negociadas em Xangai e Shenzen. Em entrevista aos jornalistas brasileiros, Dilma disse que o cenário não preocupa o Brasil. "Estou bastante tranquila. A gente sabe como funciona o mercado financeiro. Hoje [quinta], a Bolsa abriu e houve uma recuperação bastante significativa. Eu vi como se vê Bolsa: ela vai e volta. Tinha tido um pico muito grande e agora teve uma queda, e agora uma recuperação. Agora vamos esperar que a recuperação seja sistemática e contínua", disse. Ela ressaltou que o presidente chinês se mostrou seguro sobre a turbulência. "Eu achei o presidente nesta questão bastante tranquilo e não mostrava nenhuma grande preocupação a esse respeito, com clareza a respeito de que o mercado ia recuperar, de que a China tem suficiente recursos para segurar isso", afirmou. Questionada sobre a nova previsão do FMI e dos números de desemprego divulgados nesta quinta (9), Dilma afirmou que o país vive um momento "extremamente duro", mas repetiu o discurso de que há forte influência do cenário internacional no contexto negativo da economia brasileira. "O mundo está passando por um processo bastante complicado. O FMI está reduzindo todas as estatísticas para baixo, em qualquer lugar do mundo", disse. A expectativa do Fundo é que a economia brasileira encolha 1,5% neste ano -a previsão anterior era de -1%. O mercado brasileiro já prevê retração de 2% no PIB em 2015. Já a taxa de desemprego subiu para 8,1% no trimestre encerrado em maio, maior patamar em três anos. "Nós sairemos rapidamente desta crise. A gente acha que o Brasil tem estruturalmente fundamentos para se recuperar rápido", afirmou Dilma. Após pergunta sobre possível "mea-culpa" sobre a situação econômica do país, ela respondeu: "É uma visão um tanto religiosa essa do mea-culpa. A questão não é essa. O Brasil está enfrentando um momento extremamente adverso em termos de situação internacional. Não estamos com o vento a favor". DIVERGÊNCIAS COM LEVY A presidente voltou a negar divergências com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Você acredita em jornal?", respondeu aos jornalistas, após ser questionada sobre o tema. "Vocês [jornalistas] são interessantes, criam um problema que não existe e querem que eu fale sobre ele? Porque isso é mentira, essa é uma prova. Isso não é verdade, pergunte para ele [Levy] se é verdade, ele foi comigo para os EUA doente, afirmou a presidente. Joaquim Levy tem recebido pouca atenção da presidente. Recentemente, um funcionário notou que nem os incontáveis e-mails diários ela anda respondendo. Nas reuniões internas de governo, o ministro da Fazenda passou a ser constantemente questionado pelos colegas e pela própria chefe. A discordância aumentou à medida que a crise econômica acelerou a queda na popularidade de Dilma Rousseff.
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"Pancada de Janot" é balde de água fria nas articulações de Lula
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O procurador-geral Rodrigo Janot enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um pedido de abertura de inquérito para investigar a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União) por suspeita de obstrução nas investigações da Lava Jato. Para Fábio Zanini, editor de "Poder" da Folha, o pedido é um balde de água fria na candidatura de Lula em 2018. O ex-presidente estava articulando com as centrais sindicais e movimentos de esquerda uma oposição ferrenha a Temer –o que perde força com a "pancada de Janot", avalia o editor. Flávio Ferreira, repórter de "Poder", destaca que além do desgaste na imagem, uma eventual condenação também barraria a candidatura de Lula.
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"Pancada de Janot" é balde de água fria nas articulações de LulaO procurador-geral Rodrigo Janot enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um pedido de abertura de inquérito para investigar a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União) por suspeita de obstrução nas investigações da Lava Jato. Para Fábio Zanini, editor de "Poder" da Folha, o pedido é um balde de água fria na candidatura de Lula em 2018. O ex-presidente estava articulando com as centrais sindicais e movimentos de esquerda uma oposição ferrenha a Temer –o que perde força com a "pancada de Janot", avalia o editor. Flávio Ferreira, repórter de "Poder", destaca que além do desgaste na imagem, uma eventual condenação também barraria a candidatura de Lula.
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Estatal do combustível nuclear cobra do governo investimentos
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A sede das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende (RJ), guarda há dois anos 69 elementos combustíveis fabricados para abastecer a usina de Angra 3. São grandes estruturas metálicas com 236 varetas recheadas com pastilhas de urânio cada uma e que são usadas para gerar energia em um reator. O estoque representa 30% da necessidade para colocar Angra 3 em operação, mas a produção foi suspensa diante das incertezas com relação à conclusão da obra, paralisada após a descoberta do pagamento de propinas a executivos da estatal Eletronuclear. Ainda assim, a estatal criada para produzir combustível nuclear no Brasil tenta convencer o governo a aprovar um investimento de US$ 600 milhões na ampliação de sua capacidade. Os recursos seriam destinados à segunda fase do processo de enriquecimento de urânio no país, para conseguir abastecer completamente as duas primeiras usinas já em operação (Angra 1 e 2) e a terceira, com as obras paradas. Nessa etapa da fabricação do combustível, o urânio é colocado em centrífugas para ampliar a concentração de partículas com maior poder energético. Urânio: mineração e energia Dono da sexta maior reserva mundial do mineral, o Brasil começou a enriquecer urânio em 2006, a partir de tecnologia desenvolvida pela Marinha, tornando-se o oitavo país a dominar essa etapa. Atualmente, com 60% da primeira fase já em operação, a capacidade da INB supre 16% da demanda nacional por urânio enriquecido. O restante é enviado ao exterior para enriquecimento –depois de enriquecido, o urânio é transformado em pastilhas para a fabricação dos elementos combustíveis. A ideia é que os últimos 4 de 10 conjuntos de centrífugas da primeira fase sejam instalados até 2019, sete anos depois da previsão original. Com isso, a empresa conseguirá atender 100% da necessidade de Angra 1, a menor das usinas. A segunda fase prevê a instalação de 11 novos conjuntos de centrífugas, suficientes para abastecer também as duas outras usinas de Angra. A INB defende o investimento alegando que as novas instalações gerariam uma economia de divisas de US$ 51 milhões por ano, com o fim do pagamento pelo serviço de enriquecimento no exterior. "O tempo de retorno do investimento será da ordem de 12 anos, o que é aceitável para um empreendimento industrial desse porte." Se aprovado, o projeto só começaria a ser posto em prática a partir de 2019. Mas a INB quer começar em 2017 o processo de licenciamento ambiental e na Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), o órgão regulador do setor. OFERTA DE ENERGIA - Matriz energética do Brasil em 2015 INCERTEZAS O problema é que não há, hoje, certeza sobre quando –e se– a usina de Angra 3 sairá do papel. Em entrevista recente, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr, disse que não conta mais com a usina antes de 2021. As obras foram suspensas em 2015 por divergências com as construtoras contratadas, a maior parte delas investigadas pela Operação Lava Jato. Não há no governo, neste momento, uma estratégia para retomar as obras. Enquanto isso, o plano de construir mais usinas nucleares no país foi novamente engavetado. O Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) diz que a energia nuclear é uma das "várias formas" de atender a necessidade futura de energia do país, mas que investimentos no setor ainda estão sendo analisados do ponto de vista do retorno. ANGRA EM NÚMEROS -
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Estatal do combustível nuclear cobra do governo investimentosA sede das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende (RJ), guarda há dois anos 69 elementos combustíveis fabricados para abastecer a usina de Angra 3. São grandes estruturas metálicas com 236 varetas recheadas com pastilhas de urânio cada uma e que são usadas para gerar energia em um reator. O estoque representa 30% da necessidade para colocar Angra 3 em operação, mas a produção foi suspensa diante das incertezas com relação à conclusão da obra, paralisada após a descoberta do pagamento de propinas a executivos da estatal Eletronuclear. Ainda assim, a estatal criada para produzir combustível nuclear no Brasil tenta convencer o governo a aprovar um investimento de US$ 600 milhões na ampliação de sua capacidade. Os recursos seriam destinados à segunda fase do processo de enriquecimento de urânio no país, para conseguir abastecer completamente as duas primeiras usinas já em operação (Angra 1 e 2) e a terceira, com as obras paradas. Nessa etapa da fabricação do combustível, o urânio é colocado em centrífugas para ampliar a concentração de partículas com maior poder energético. Urânio: mineração e energia Dono da sexta maior reserva mundial do mineral, o Brasil começou a enriquecer urânio em 2006, a partir de tecnologia desenvolvida pela Marinha, tornando-se o oitavo país a dominar essa etapa. Atualmente, com 60% da primeira fase já em operação, a capacidade da INB supre 16% da demanda nacional por urânio enriquecido. O restante é enviado ao exterior para enriquecimento –depois de enriquecido, o urânio é transformado em pastilhas para a fabricação dos elementos combustíveis. A ideia é que os últimos 4 de 10 conjuntos de centrífugas da primeira fase sejam instalados até 2019, sete anos depois da previsão original. Com isso, a empresa conseguirá atender 100% da necessidade de Angra 1, a menor das usinas. A segunda fase prevê a instalação de 11 novos conjuntos de centrífugas, suficientes para abastecer também as duas outras usinas de Angra. A INB defende o investimento alegando que as novas instalações gerariam uma economia de divisas de US$ 51 milhões por ano, com o fim do pagamento pelo serviço de enriquecimento no exterior. "O tempo de retorno do investimento será da ordem de 12 anos, o que é aceitável para um empreendimento industrial desse porte." Se aprovado, o projeto só começaria a ser posto em prática a partir de 2019. Mas a INB quer começar em 2017 o processo de licenciamento ambiental e na Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), o órgão regulador do setor. OFERTA DE ENERGIA - Matriz energética do Brasil em 2015 INCERTEZAS O problema é que não há, hoje, certeza sobre quando –e se– a usina de Angra 3 sairá do papel. Em entrevista recente, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr, disse que não conta mais com a usina antes de 2021. As obras foram suspensas em 2015 por divergências com as construtoras contratadas, a maior parte delas investigadas pela Operação Lava Jato. Não há no governo, neste momento, uma estratégia para retomar as obras. Enquanto isso, o plano de construir mais usinas nucleares no país foi novamente engavetado. O Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) diz que a energia nuclear é uma das "várias formas" de atender a necessidade futura de energia do país, mas que investimentos no setor ainda estão sendo analisados do ponto de vista do retorno. ANGRA EM NÚMEROS -
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Maior cineasta polonês e vencedor do Oscar, Andrzej Wajda morre aos 90
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Maior cineasta polonês, Andrzej Wajda, que construiu sua carreira sob a repressão de um governo comunista, atraindo um público que desejava a liberdade, morreu neste domingo (9) em Varsóvia. Ele era reconhecido no mundo todo e venceu um Oscar pelo conjunto de sua obra. Wajda havia sido internado na noite deste domingo, de acordo com o diretor Jacek Bromski, e teve insuficiência pulmonar. Apesar da saúde frágil, Wajda trabalhou até o fim da vida. Seu último filme, "Afterimage" (2016), era a biografia de um artista de vanguarda e havia sido escolhido há pouco como representante oficial da Polônia na corrida pelo próximo Oscar de filme estrangeiro. A comissão polonesa do Oscar chamou o filme -baseado na vida do artista polonês Wladyslaw Strzeminski, perseguido pelo regime de Stálin por se recusar a seguir a doutrina comunista- de "uma história universal e tocante sobre a destruição de um indivíduo por um sistema totalitário", tema que Wajda tocou ao longo de sua carreira. O filme também foi visto como outra declaração política velada do diretor: sobre a liberdade artística hoje, num tempo em que o governo conservador da Polônia interfere na arte e na imprensa. Wajda recebeu um Oscar honorário pelo conjunto da obra em 2000. Ele foi citado como "um homem cujos filmes deram a plateias ao redor do mundo uma visão artística da história, da democracia e da liberdade e que, assim, tornou-se ele mesmo um símbolo de coragem e esperança para milhões de pessoas na Europa do pós-Guerra". O diretor adentrou o terreno controlado por censores da era comunista em "O Homem de Mármore" (1977), em que olhava para as raízes do descontentamento de trabalhadores na Polônia dos anos 1950; e "O Homem de Ferro" (1981), sobre a ascensão do movimento sindicalista Solidariedade, que levou à queda do comunismo na Polônia. O filme apresenta o líder do Solidariedade, Lech Walesa, que depois se tornou presidente da Polônia. O longa ganhou a Palma de Ouro em Cannes em 1981 e foi uma das quatro produções de Wajda a serem indicadas a um Oscar de filme em língua estrangeira, apesar de líderes comunistas da Polônia tentarem tentado, sem sucesso, tirar o filme da disputa ao Oscar. Na corte marcial polonesa no início dos anos 1980, "Homem de Ferro" foi banido e exibido apenas em sessões privadas em igrejas. Wajda disse certa vez que "meus filmes poloneses sempre foram a imagem de um destino do qual eu mesmo havia participado". "Perdemos alguém que era maior que a vida", disse o ator e diretor teatral Jan Englert. "Ele era não apenas um grande artista, mas, ao mesmo tempo, uma grande autoridade." O ator Daniel Olbrychski, que atuou em 13 filmes de Wajda, como "Terra Prometida" (1975) e "As Senhoritas de Wilko" (1979), disse que nunca conhecera outro diretor que soubesse trabalhar tão bem com atores. "Sentíamos o amor de nosso público através dele. Mas, quando ele franzia um pouco, eu sabia que eu tinha que tentar e fazer melhor." Ao todo, Wajda fez mais de 40 filmes. Entre os indicados ao Oscar, estão "Terra Prometida" (1975) -sobre ideais perdidos na ânsia de enriquecer- e "As Senhoritas de Wilko" (1979), retrato da perda do amor, assim como "Katyn" (2007). Wajda disse que "Katyn", no qual ele se voltou para o massacre de 1940 na floresta de Katyn, em que cerca de 22 mil oficiais poloneses foram mortos pela polícia secreta soviética, era seu filme mais pessoal. Seu pai, um capitão da infantaria, estava entre as vítimas. O diretor também percebeu que ele nunca poderia ter tocado nesse momento doloroso da história polonesa antes do colapso do regime comunista em 1989, já que Moscou se recusava a admitir responsabilidade e o assunto era um tabu. "Nunca achei que eu viveria para ver a Polônia como um país livre", Wajda disse em 2007. "Achei que morreria naquele sistema." ARTES Wajda nasceu em 6 de março de 1926 em Suwalki, no nordeste polonês. Em 1946, entrou na Academia de Belas Artes de Cracóvia, mas deixou a instituição depois de três anos e ingressou na então recém-aberta escola de cinema de Lodz -onde estudaram os diretores Roman Polanski e Krzysztof Kieslowski. Wajda também trabalhou na Alemanha e na França. "Generation", sua estreia, em 1955, "Kanal" (1957), e "Cinzas e Diamantes" (1958), bebiam na experiência de sua geração em sobreviver à brutal ocupação nazista durante a Segunda Guerra e à consequente dominação soviética. Wajda nunca ingressou no partido comunista, mas o fato de ter trabalhado fora do país o protegeu da repressão. "Durante toda a minha vida eu estava determinada a manter um tipo de independência", ele disse. Com a intensificação do conflito entre a oposição democrática e o regime comunista no fim dos anos 1970, o diretor escreveu em defesa dos dissidentes e, depois, em apoio ao Solidariedade. Na década de 1980, ele assinou petições insistindo em eleições diretas e em conversas entre as autoridades comunistas e o Solidariedade. Nas primeiras eleições diretas na Polônia, em 1989, Wajda foi eleito ao Senado, onde atuou por dois anos. Sua carreira cinematográfica, no entanto, arrefeceu no início dos anos 1990, quando filmes hollywoodianos ganharam importância no país e os subsídios do Estado caíram. Dois filmes retratando o passado da Segunda Guerra -"Korczak", sobre um professor judeu que tenta proteger órfãos judeus no gueto de Varsóvia e morre nos campos de concentração nazista, e "Semana Santa", que retrata como a Polônia lidou com a revolta do gueto de Varsóvia em 1943- receberam pouca atenção. Wajda pensou em desistir, mas retornou em 1998 com o hit "Pan Tadeusz", baseado num poema épico polonês do século 19 sobre amor e intriga na nobreza. Nove anos depois, "Katyn" se tornou uma catarse nacional, quebrando o silêncio sobre uma tragédia que afetou milhares de famílias na Polônia. Ele tomou como tema a história nacional na cinebiografia "Walesa" (2013), retrato do vencedor do Nobel e fundador da união de livre comércio que foi fundamental para acabar com o domínio comunista na Polônia. Wajda também recebeu prêmios pelo conjunto da obra nos festivais de Veneza, em 1998, e Berlim, em 2006. Além de cineasta, ele também trabalhou como diretor teatral e dizia que "o caráter transitório e efêmero do teatro" o atraía muito. Wajda deixa sua quarta mulher, a atriz e cenógrafa Krystyna Zachwatowicz, e sua filha, Karolina. * Ele também é um dos homenageados da 40ª edição da Mostra de Cinema de São Paulo, que começa no dia 20 de outubro. Serão exibidos 17 longas do polonês.
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Maior cineasta polonês e vencedor do Oscar, Andrzej Wajda morre aos 90Maior cineasta polonês, Andrzej Wajda, que construiu sua carreira sob a repressão de um governo comunista, atraindo um público que desejava a liberdade, morreu neste domingo (9) em Varsóvia. Ele era reconhecido no mundo todo e venceu um Oscar pelo conjunto de sua obra. Wajda havia sido internado na noite deste domingo, de acordo com o diretor Jacek Bromski, e teve insuficiência pulmonar. Apesar da saúde frágil, Wajda trabalhou até o fim da vida. Seu último filme, "Afterimage" (2016), era a biografia de um artista de vanguarda e havia sido escolhido há pouco como representante oficial da Polônia na corrida pelo próximo Oscar de filme estrangeiro. A comissão polonesa do Oscar chamou o filme -baseado na vida do artista polonês Wladyslaw Strzeminski, perseguido pelo regime de Stálin por se recusar a seguir a doutrina comunista- de "uma história universal e tocante sobre a destruição de um indivíduo por um sistema totalitário", tema que Wajda tocou ao longo de sua carreira. O filme também foi visto como outra declaração política velada do diretor: sobre a liberdade artística hoje, num tempo em que o governo conservador da Polônia interfere na arte e na imprensa. Wajda recebeu um Oscar honorário pelo conjunto da obra em 2000. Ele foi citado como "um homem cujos filmes deram a plateias ao redor do mundo uma visão artística da história, da democracia e da liberdade e que, assim, tornou-se ele mesmo um símbolo de coragem e esperança para milhões de pessoas na Europa do pós-Guerra". O diretor adentrou o terreno controlado por censores da era comunista em "O Homem de Mármore" (1977), em que olhava para as raízes do descontentamento de trabalhadores na Polônia dos anos 1950; e "O Homem de Ferro" (1981), sobre a ascensão do movimento sindicalista Solidariedade, que levou à queda do comunismo na Polônia. O filme apresenta o líder do Solidariedade, Lech Walesa, que depois se tornou presidente da Polônia. O longa ganhou a Palma de Ouro em Cannes em 1981 e foi uma das quatro produções de Wajda a serem indicadas a um Oscar de filme em língua estrangeira, apesar de líderes comunistas da Polônia tentarem tentado, sem sucesso, tirar o filme da disputa ao Oscar. Na corte marcial polonesa no início dos anos 1980, "Homem de Ferro" foi banido e exibido apenas em sessões privadas em igrejas. Wajda disse certa vez que "meus filmes poloneses sempre foram a imagem de um destino do qual eu mesmo havia participado". "Perdemos alguém que era maior que a vida", disse o ator e diretor teatral Jan Englert. "Ele era não apenas um grande artista, mas, ao mesmo tempo, uma grande autoridade." O ator Daniel Olbrychski, que atuou em 13 filmes de Wajda, como "Terra Prometida" (1975) e "As Senhoritas de Wilko" (1979), disse que nunca conhecera outro diretor que soubesse trabalhar tão bem com atores. "Sentíamos o amor de nosso público através dele. Mas, quando ele franzia um pouco, eu sabia que eu tinha que tentar e fazer melhor." Ao todo, Wajda fez mais de 40 filmes. Entre os indicados ao Oscar, estão "Terra Prometida" (1975) -sobre ideais perdidos na ânsia de enriquecer- e "As Senhoritas de Wilko" (1979), retrato da perda do amor, assim como "Katyn" (2007). Wajda disse que "Katyn", no qual ele se voltou para o massacre de 1940 na floresta de Katyn, em que cerca de 22 mil oficiais poloneses foram mortos pela polícia secreta soviética, era seu filme mais pessoal. Seu pai, um capitão da infantaria, estava entre as vítimas. O diretor também percebeu que ele nunca poderia ter tocado nesse momento doloroso da história polonesa antes do colapso do regime comunista em 1989, já que Moscou se recusava a admitir responsabilidade e o assunto era um tabu. "Nunca achei que eu viveria para ver a Polônia como um país livre", Wajda disse em 2007. "Achei que morreria naquele sistema." ARTES Wajda nasceu em 6 de março de 1926 em Suwalki, no nordeste polonês. Em 1946, entrou na Academia de Belas Artes de Cracóvia, mas deixou a instituição depois de três anos e ingressou na então recém-aberta escola de cinema de Lodz -onde estudaram os diretores Roman Polanski e Krzysztof Kieslowski. Wajda também trabalhou na Alemanha e na França. "Generation", sua estreia, em 1955, "Kanal" (1957), e "Cinzas e Diamantes" (1958), bebiam na experiência de sua geração em sobreviver à brutal ocupação nazista durante a Segunda Guerra e à consequente dominação soviética. Wajda nunca ingressou no partido comunista, mas o fato de ter trabalhado fora do país o protegeu da repressão. "Durante toda a minha vida eu estava determinada a manter um tipo de independência", ele disse. Com a intensificação do conflito entre a oposição democrática e o regime comunista no fim dos anos 1970, o diretor escreveu em defesa dos dissidentes e, depois, em apoio ao Solidariedade. Na década de 1980, ele assinou petições insistindo em eleições diretas e em conversas entre as autoridades comunistas e o Solidariedade. Nas primeiras eleições diretas na Polônia, em 1989, Wajda foi eleito ao Senado, onde atuou por dois anos. Sua carreira cinematográfica, no entanto, arrefeceu no início dos anos 1990, quando filmes hollywoodianos ganharam importância no país e os subsídios do Estado caíram. Dois filmes retratando o passado da Segunda Guerra -"Korczak", sobre um professor judeu que tenta proteger órfãos judeus no gueto de Varsóvia e morre nos campos de concentração nazista, e "Semana Santa", que retrata como a Polônia lidou com a revolta do gueto de Varsóvia em 1943- receberam pouca atenção. Wajda pensou em desistir, mas retornou em 1998 com o hit "Pan Tadeusz", baseado num poema épico polonês do século 19 sobre amor e intriga na nobreza. Nove anos depois, "Katyn" se tornou uma catarse nacional, quebrando o silêncio sobre uma tragédia que afetou milhares de famílias na Polônia. Ele tomou como tema a história nacional na cinebiografia "Walesa" (2013), retrato do vencedor do Nobel e fundador da união de livre comércio que foi fundamental para acabar com o domínio comunista na Polônia. Wajda também recebeu prêmios pelo conjunto da obra nos festivais de Veneza, em 1998, e Berlim, em 2006. Além de cineasta, ele também trabalhou como diretor teatral e dizia que "o caráter transitório e efêmero do teatro" o atraía muito. Wajda deixa sua quarta mulher, a atriz e cenógrafa Krystyna Zachwatowicz, e sua filha, Karolina. * Ele também é um dos homenageados da 40ª edição da Mostra de Cinema de São Paulo, que começa no dia 20 de outubro. Serão exibidos 17 longas do polonês.
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Criador da Virada Cultural, José Mauro Gnaspini tocará cultura na Olimpíada
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Há mais de uma década, o advogado e produtor cultural paulistano José Mauro Gnaspini, 42, começou a tocar um projeto que marcaria São Paulo: a Virada Cultural. Iniciada em 2005, na gestão do então prefeito José Serra (PSDB), o evento organizado pela Secretaria Municipal de Cultura, na qual Gnaspini trabalhou até este ano, propunha-se a fazer uma programação cultural ininterrupta durante 24 horas em vários pontos da capital paulista. A ideia vingou, e a Virada agora se prepara para sua 12ª edição, nos dias 21 e 22 de maio, pela primeira vez sem o responsável pela sua criação. É que Gnaspini decidiu se envolver com um projeto ainda maior: vai coordenar as ações culturais públicas no Rio de Janeiro durante Olimpíada e Paralimpíada de 2016. "A Virada sempre teve como foco o paulistano; quero fazer com que a Olimpíada se concentre no carioca", diz ele à Folha. Gnaspini ocupa hoje o cargo de assessor na diretoria de serviços da APO (Autoridade Pública Olímpica), instituição formada em 2011 e que une os poderes públicos federal, estadual e municipal. Na prática, o paulistano atua como coordenador da área cultural, junto a uma equipe de quatro pessoas para levar às ruas e prédios públicos do Rio uma espécie de "Virada Olímpica". "Claro que não vai ser igual à de São Paulo, até porque não é um dia só. Mas eu sou um cara da madrugada, então já estou pensando em ter programação mais tarde", diz ele. "Acabou o show principal, mais careta, eu quero que o cara tenha para onde ir." Os eventos promovidos pela APO serão paralelos aos do Rio 2016, subordinado à organização da Olimpíada e que conta com seu próprio programa de cultura, o Celebra. É um pré-requisito, segundo a Carta Olímpica, que o comitê organizador promova atividades culturais durante o período de atividade da Vila Olímpica, a partir do fim de julho. As atividades públicas coordenadas pela APO, segundo Gnaspini, devem incluir apresentações de folclore brasileiro e também pontos de gastronomia inspirados no "Chefs na Rua" da Virada Cultural, iniciativa introduzida na festa em 2012. Como no evento paulistano, Gnaspini prevê que a programação seja pulverizada por diversos pontos do Rio de Janeiro, sem megashows. O objetivo, diz ele, é, "de mil em mil [pessoas], juntar 1 milhão". "Acho que a minha experiência com a ocupação do espaço público foi decisiva [para me chamarem]", afirma. O desafio logístico dessa vez, claro, será evitar que as atrações entrem em conflito tanto com os eventos do Celebra como com as competições. "A Virada era complexa, mas aqui o desafio será maior. Vai ter que ter um diálogo, porque muitas coisas na cidade terão que ser fechadas, muitas rotas alteradas por causa das competições", diz. Apesar de estar baseado em terras cariocas desde o começo do ano, ele garante que não estará totalmente ausente da festa paulistana de 2016. Gnaspini deve participar da comissão curadora, mais voltada à parte artística e menos à organizacional. "Quando a gente começou a Virada, a cidade era muito fechada, era preciso coordenar, regulamentar, fazer as autoridades trabalharem juntas", afirma. "Agora que o evento está consolidado, esse meu papel executivo já não é mais tão necessário." Mesmo assim, diz que em 2017 deve estar de volta à capital paulista: "Minha identificação com São Paulo é muito forte, tenho muita saudade".
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Criador da Virada Cultural, José Mauro Gnaspini tocará cultura na OlimpíadaHá mais de uma década, o advogado e produtor cultural paulistano José Mauro Gnaspini, 42, começou a tocar um projeto que marcaria São Paulo: a Virada Cultural. Iniciada em 2005, na gestão do então prefeito José Serra (PSDB), o evento organizado pela Secretaria Municipal de Cultura, na qual Gnaspini trabalhou até este ano, propunha-se a fazer uma programação cultural ininterrupta durante 24 horas em vários pontos da capital paulista. A ideia vingou, e a Virada agora se prepara para sua 12ª edição, nos dias 21 e 22 de maio, pela primeira vez sem o responsável pela sua criação. É que Gnaspini decidiu se envolver com um projeto ainda maior: vai coordenar as ações culturais públicas no Rio de Janeiro durante Olimpíada e Paralimpíada de 2016. "A Virada sempre teve como foco o paulistano; quero fazer com que a Olimpíada se concentre no carioca", diz ele à Folha. Gnaspini ocupa hoje o cargo de assessor na diretoria de serviços da APO (Autoridade Pública Olímpica), instituição formada em 2011 e que une os poderes públicos federal, estadual e municipal. Na prática, o paulistano atua como coordenador da área cultural, junto a uma equipe de quatro pessoas para levar às ruas e prédios públicos do Rio uma espécie de "Virada Olímpica". "Claro que não vai ser igual à de São Paulo, até porque não é um dia só. Mas eu sou um cara da madrugada, então já estou pensando em ter programação mais tarde", diz ele. "Acabou o show principal, mais careta, eu quero que o cara tenha para onde ir." Os eventos promovidos pela APO serão paralelos aos do Rio 2016, subordinado à organização da Olimpíada e que conta com seu próprio programa de cultura, o Celebra. É um pré-requisito, segundo a Carta Olímpica, que o comitê organizador promova atividades culturais durante o período de atividade da Vila Olímpica, a partir do fim de julho. As atividades públicas coordenadas pela APO, segundo Gnaspini, devem incluir apresentações de folclore brasileiro e também pontos de gastronomia inspirados no "Chefs na Rua" da Virada Cultural, iniciativa introduzida na festa em 2012. Como no evento paulistano, Gnaspini prevê que a programação seja pulverizada por diversos pontos do Rio de Janeiro, sem megashows. O objetivo, diz ele, é, "de mil em mil [pessoas], juntar 1 milhão". "Acho que a minha experiência com a ocupação do espaço público foi decisiva [para me chamarem]", afirma. O desafio logístico dessa vez, claro, será evitar que as atrações entrem em conflito tanto com os eventos do Celebra como com as competições. "A Virada era complexa, mas aqui o desafio será maior. Vai ter que ter um diálogo, porque muitas coisas na cidade terão que ser fechadas, muitas rotas alteradas por causa das competições", diz. Apesar de estar baseado em terras cariocas desde o começo do ano, ele garante que não estará totalmente ausente da festa paulistana de 2016. Gnaspini deve participar da comissão curadora, mais voltada à parte artística e menos à organizacional. "Quando a gente começou a Virada, a cidade era muito fechada, era preciso coordenar, regulamentar, fazer as autoridades trabalharem juntas", afirma. "Agora que o evento está consolidado, esse meu papel executivo já não é mais tão necessário." Mesmo assim, diz que em 2017 deve estar de volta à capital paulista: "Minha identificação com São Paulo é muito forte, tenho muita saudade".
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Justiça quebra sigilo de Capez e de dois integrantes do governo Alckmin
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O Tribunal de Justiça de São Paulo decretou, a pedido do Ministério Público, a quebra do sigilo bancário e fiscal do presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), e de dois integrantes do governo Geraldo Alckmin (PSDB), investigados por supostas fraudes na merenda. A decisão, do desembargador Sérgio Rui da Fonseca, também autorizou que a Procuradoria-Geral de Justiça abra investigação contra o presidente do Poder Legislativo, que tem foro privilegiado, e os demais investigados. A assessoria jurídica de Capez afirmou que, antes de a Procuradoria-Geral ter pedido a quebra de seu sigilo, ele já havia disponibilizado seus dados à investigação. No centro da apuração está um contrato da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) com a Secretaria da Educação do Estado, no valor de R$ 8,5 milhões, para fornecimento de suco de laranja. Ex-dirigentes da Coaf já admitiram ter pagado propina. Os dois integrantes da gestão Alckmin que tiveram quebra de sigilo decretada são Luiz Roberto dos Santos, o Moita, ex-chefe de gabinete da Casa Civil, e Fernando Padula, ex-chefe de gabinete da Secretaria da Educação. Moita foi flagrado em um grampo da polícia, nas investigações da Operação Alba Branca, orientando membros da Coaf sobre como aumentar seus ganhos no contrato com o governo. Nesse grampo, ele disse ter tratado do tema com Padula. Filiado ao PSDB, Moita era braço direito do chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, e foi afastado um dia antes de a Alba Branca ser deflagrada, em 19 de janeiro. Aparecido disse ter pedido à Corregedoria que investigue Moita. Já Padula foi afastado do cargo na Educação no final de janeiro pelo novo secretário, José Renato Nalini. Ele foi chefe de gabinete durante várias gestões na secretaria e é considerado homem de confiança do governo tucano. Moita e Padula seguem em outras funções no governo. Também foi decretada a quebra de sigilo de dois ex-assessores que trabalharam no gabinete de Capez e que, segundo as apurações, tiveram contato com um lobista da Coaf. São eles Jéter Rodrigues e Merivaldo dos Santos. A Justiça autorizou que os computadores do gabinete usados pelos ex-assessores sejam inspecionados. Um terceiro assessor, que ainda trabalha com Capez, também é investigado: Luiz Carlos Gutierrez, o Licá, cujo nome foi mencionado por membros da cooperativa. As quebras de sigilo –12, no total– alcançam também o ex-presidente da Coaf, Cássio Chebabi, o lobista Marcel Ferreira Julio, a própria cooperativa e empresas ligadas a ela. OUTRO LADO Capez disse que nunca teve relações com a Coaf. "Não interferi em favor da Coaf na Secretaria da Educação. Não recebi nenhum centavo." Em sua primeira entrevista após ter sido citado, o deputado disse que não responde pelos atos de seus assessores. Sua defesa informou que, na segunda (15), antes da decisão judicial, Capez entregou extratos bancários e declarações de imposto de renda. Moita e seu advogado não foram localizados. Padula negou anteriormente qualquer envolvimento com fraudes. Jéter Rodrigues, ex-assessor de Capez, disse que a quebra de seu sigilo é "positiva" porque vai comprovar que ele nunca recebeu dinheiro. Ralph Tórtima Filho, advogado de Chebabi, ex-presidente da Coaf, disse que a quebra de sigilo demonstrará que seu cliente nunca se apropriou pessoalmente dos recursos. Os demais não foram localizados. Desvios da merenda escolar
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Justiça quebra sigilo de Capez e de dois integrantes do governo AlckminO Tribunal de Justiça de São Paulo decretou, a pedido do Ministério Público, a quebra do sigilo bancário e fiscal do presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), e de dois integrantes do governo Geraldo Alckmin (PSDB), investigados por supostas fraudes na merenda. A decisão, do desembargador Sérgio Rui da Fonseca, também autorizou que a Procuradoria-Geral de Justiça abra investigação contra o presidente do Poder Legislativo, que tem foro privilegiado, e os demais investigados. A assessoria jurídica de Capez afirmou que, antes de a Procuradoria-Geral ter pedido a quebra de seu sigilo, ele já havia disponibilizado seus dados à investigação. No centro da apuração está um contrato da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) com a Secretaria da Educação do Estado, no valor de R$ 8,5 milhões, para fornecimento de suco de laranja. Ex-dirigentes da Coaf já admitiram ter pagado propina. Os dois integrantes da gestão Alckmin que tiveram quebra de sigilo decretada são Luiz Roberto dos Santos, o Moita, ex-chefe de gabinete da Casa Civil, e Fernando Padula, ex-chefe de gabinete da Secretaria da Educação. Moita foi flagrado em um grampo da polícia, nas investigações da Operação Alba Branca, orientando membros da Coaf sobre como aumentar seus ganhos no contrato com o governo. Nesse grampo, ele disse ter tratado do tema com Padula. Filiado ao PSDB, Moita era braço direito do chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, e foi afastado um dia antes de a Alba Branca ser deflagrada, em 19 de janeiro. Aparecido disse ter pedido à Corregedoria que investigue Moita. Já Padula foi afastado do cargo na Educação no final de janeiro pelo novo secretário, José Renato Nalini. Ele foi chefe de gabinete durante várias gestões na secretaria e é considerado homem de confiança do governo tucano. Moita e Padula seguem em outras funções no governo. Também foi decretada a quebra de sigilo de dois ex-assessores que trabalharam no gabinete de Capez e que, segundo as apurações, tiveram contato com um lobista da Coaf. São eles Jéter Rodrigues e Merivaldo dos Santos. A Justiça autorizou que os computadores do gabinete usados pelos ex-assessores sejam inspecionados. Um terceiro assessor, que ainda trabalha com Capez, também é investigado: Luiz Carlos Gutierrez, o Licá, cujo nome foi mencionado por membros da cooperativa. As quebras de sigilo –12, no total– alcançam também o ex-presidente da Coaf, Cássio Chebabi, o lobista Marcel Ferreira Julio, a própria cooperativa e empresas ligadas a ela. OUTRO LADO Capez disse que nunca teve relações com a Coaf. "Não interferi em favor da Coaf na Secretaria da Educação. Não recebi nenhum centavo." Em sua primeira entrevista após ter sido citado, o deputado disse que não responde pelos atos de seus assessores. Sua defesa informou que, na segunda (15), antes da decisão judicial, Capez entregou extratos bancários e declarações de imposto de renda. Moita e seu advogado não foram localizados. Padula negou anteriormente qualquer envolvimento com fraudes. Jéter Rodrigues, ex-assessor de Capez, disse que a quebra de seu sigilo é "positiva" porque vai comprovar que ele nunca recebeu dinheiro. Ralph Tórtima Filho, advogado de Chebabi, ex-presidente da Coaf, disse que a quebra de sigilo demonstrará que seu cliente nunca se apropriou pessoalmente dos recursos. Os demais não foram localizados. Desvios da merenda escolar
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Me sinto perdida, nunca enterrei ninguém, diz mãe de garoto morto
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A família de Waldik Gabriel Silva Chagas, 11, chegou por volta das 2h desta segunda-feira (27) ao IML (Instituto Médico Legal) para fazer os procedimentos de liberação do corpo do garoto. Ele foi morto por um Guarda Civil Metropolitano, na noite do último sábado. Acompanhada do marido e de dois filhos, a ajudante de cozinha Orlanda Correia Silva, 47, disse que precisou recorrer a amigos que perderam parentes para entender como funciona todo o processo de sepultamento. "Me sinto perdida, nunca enterrei ninguém, nunca fui ao velório de familiares", disse Orlanda, emocionada, no estacionamento do IML, no bairro Artur Alvim, na zona leste de São Paulo. Após meia hora no local, a ajudante de cozinha saiu em busca de uma agência funerária da prefeitura com atendimento 24 horas. O velório e o sepultamento do menino serão pagos por um amigo da família, que não tem condições de arcar com os custos. O único pedido da mãe foi o de tentar estender ao máximo o tempo de velório de Waldik. Enquanto esperavam a chegada do amigo, mãe e filha mostravam para a reportagem da Folha as fotos do menino. "Meu bebê, ajudei a cuidar dele", disse a irmã Aline Lima, 27, segurando as lágrimas. Outro irmão do garoto, que não quis ser identificado por medo, quase não conseguia falar do irmão sem chorar. Por volta das 6h, a família ainda esperava no IML a chegada do carro funerário para levar o corpo do menino ao cemitério. O início do velório de Waldik está programado para às 9h45 desta segunda e o do enterro às 16h, ambos no cemitério Vila Formosa. MENINO WALDIK O menino nasceu em Brumado, na Bahia, cidade natal da mãe, que mora há 27 anos em São Paulo. Quando estava grávida, ela voltou para a Bahia e, quando Waldik tinha oito meses, ela retornou a São Paulo. Waldik era um dos nove filhos de Orlanda. Todos moram na Cohab Barro Branco 2, em Cidade Tiradentes, próximo do local onde ele foi baleado. Segundo a mãe, o garoto não era bom aluno. Mas estava matriculado no quinto ano. "Era rebelde, mas muito carinhoso". A mãe e a irmã de Waldik, Aline Lima, 27, não sabem dizer com quem ele estava no Chevette quando foi baleado. "Os vizinhos disseram que a GCM (Guarda Civil Metropolitana) deu quatro tiros, não tinha razão para fazer isso", disse Aline. "Era uma criança de 12 anos. Por que não atiraram para o alto, no pneu?", questiona o pai, Waldik Chagas, 37, que é motorista. Não há marcas de tiro no carro além daquele que perfurou o vidro e atingiu Waldik. Depois de ser baleado, o menino foi levado ao Hospital Tiradentes. Mas já chegou morto, com um tiro na nuca. No hospital, a irmã Aline foi abordada pelos guardas municipais. "Só queriam saber onde estavam os outros (do carro). Estavam mais preocupados com eles mesmos, nem perguntaram do meu irmão ", disse ela. A mãe foi levada na madrugada de domingo ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). "Ficaram me perguntando se ele era criminoso, com quem andava. Ele nem aguentaria segurar uma arma", disse a mãe, ao mostrar a foto do filho no celular. Região onde garoto foi morto
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cotidiano
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Me sinto perdida, nunca enterrei ninguém, diz mãe de garoto mortoA família de Waldik Gabriel Silva Chagas, 11, chegou por volta das 2h desta segunda-feira (27) ao IML (Instituto Médico Legal) para fazer os procedimentos de liberação do corpo do garoto. Ele foi morto por um Guarda Civil Metropolitano, na noite do último sábado. Acompanhada do marido e de dois filhos, a ajudante de cozinha Orlanda Correia Silva, 47, disse que precisou recorrer a amigos que perderam parentes para entender como funciona todo o processo de sepultamento. "Me sinto perdida, nunca enterrei ninguém, nunca fui ao velório de familiares", disse Orlanda, emocionada, no estacionamento do IML, no bairro Artur Alvim, na zona leste de São Paulo. Após meia hora no local, a ajudante de cozinha saiu em busca de uma agência funerária da prefeitura com atendimento 24 horas. O velório e o sepultamento do menino serão pagos por um amigo da família, que não tem condições de arcar com os custos. O único pedido da mãe foi o de tentar estender ao máximo o tempo de velório de Waldik. Enquanto esperavam a chegada do amigo, mãe e filha mostravam para a reportagem da Folha as fotos do menino. "Meu bebê, ajudei a cuidar dele", disse a irmã Aline Lima, 27, segurando as lágrimas. Outro irmão do garoto, que não quis ser identificado por medo, quase não conseguia falar do irmão sem chorar. Por volta das 6h, a família ainda esperava no IML a chegada do carro funerário para levar o corpo do menino ao cemitério. O início do velório de Waldik está programado para às 9h45 desta segunda e o do enterro às 16h, ambos no cemitério Vila Formosa. MENINO WALDIK O menino nasceu em Brumado, na Bahia, cidade natal da mãe, que mora há 27 anos em São Paulo. Quando estava grávida, ela voltou para a Bahia e, quando Waldik tinha oito meses, ela retornou a São Paulo. Waldik era um dos nove filhos de Orlanda. Todos moram na Cohab Barro Branco 2, em Cidade Tiradentes, próximo do local onde ele foi baleado. Segundo a mãe, o garoto não era bom aluno. Mas estava matriculado no quinto ano. "Era rebelde, mas muito carinhoso". A mãe e a irmã de Waldik, Aline Lima, 27, não sabem dizer com quem ele estava no Chevette quando foi baleado. "Os vizinhos disseram que a GCM (Guarda Civil Metropolitana) deu quatro tiros, não tinha razão para fazer isso", disse Aline. "Era uma criança de 12 anos. Por que não atiraram para o alto, no pneu?", questiona o pai, Waldik Chagas, 37, que é motorista. Não há marcas de tiro no carro além daquele que perfurou o vidro e atingiu Waldik. Depois de ser baleado, o menino foi levado ao Hospital Tiradentes. Mas já chegou morto, com um tiro na nuca. No hospital, a irmã Aline foi abordada pelos guardas municipais. "Só queriam saber onde estavam os outros (do carro). Estavam mais preocupados com eles mesmos, nem perguntaram do meu irmão ", disse ela. A mãe foi levada na madrugada de domingo ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). "Ficaram me perguntando se ele era criminoso, com quem andava. Ele nem aguentaria segurar uma arma", disse a mãe, ao mostrar a foto do filho no celular. Região onde garoto foi morto
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Conhecido por 'escrachos', grupo de jovens elege Temer como novo alvo
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Desde que o impeachment da presidente Dilma Rousseff foi aprovado na Câmara, o vice Michel Temer tem sido seguido por um grupo onde quer que esteja. Ele é o mais novo alvo do Levante Popular da Juventude, movimento que tem se notabilizado pelo uso da tática do "escracho". Tanto a residência oficial do vice em Brasília quanto sua casa em São Paulo já tiveram as ruas da frente pintadas com a expressão "QG do golpe". Na semana passada, um jovem usou uma máscara de Temer e uma cauda de rato enquanto se contorcia dentro de uma ratoeira gigante. Na ocasião, a imprensa registrou 40 manifestantes tumultuando a frente da casa do vice, que fica em uma praça geralmente tranquila em um bairro nobre de São Paulo. O grupo já mirou políticos com pautas conservadoras, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em quem arremessaram dólares falsos, e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), atingido no rosto por um punhado de purpurina roxa. Outro alvo é a Rede Globo, que, para eles, "continua com a mesma linha editorial" da época da ditadura. Hoje empregados contra políticos, os "escrachos" são inspirados em atos que expunham ex-torturadores de regimes ditatoriais da América Latina –tipicamente diante de toda a vizinhança. O Levante já "escrachou" agentes da ditadura brasileira, como coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do órgão de repressão DOI-Codi, morto em 2015 e homenageado por Bolsonaro em voto pró-impeachment na Câmara. Defensor do que caracteriza como "ações lúdicas", o grupo se diz contra violência de direita ou de esquerda. Surgido em 2006 no Rio Grande do Sul para mobilizar jovens do campo e da cidade, o Levante integra a Frente Brasil Popular –reunião de mais de 60 entidades dos movimentos sindical e social, além dos partidos PT, PC do B e PDT—, responsável pelos recentes atos pró-Dilma em todo o Brasil. Demais instituições da Frente dão apoio financeiro ao grupo de jovens, que não especifica valores recebidos ou doadores. Ainda sem sede, o movimento pede para usar salas de universidades ou outros espaços, e diz juntar dinheiro com vendas (livros, rifas e bingos) e financiamento coletivo na internet. Todas as decisões importantes são tomadas em conjunto por cerca de 50 pessoas da coordenação nacional –o topo da hierarquia. Abaixo estão as coordenações estaduais –o Levante diz estar presente em todos os Estados exceto Roraima e Acre— e as "células" no campo e nas periferias de centros urbanos. MÍSTICA Um elemento presente tanto nas reuniões como nos grandes encontros do grupo –são esperados 7.000 jovens em acampamento marcado para setembro em Minas Gerais– é a "mística", um conjunto de práticas importada do MST e dos movimentos do campo. Há de leitura de poemas à luz de velas até peças e musicais encenados pelos militantes. As práticas acontecem no começo, meio ou fim de todas as reuniões. "É para alimentar a chama interior de cada militante, é nossa forma de nos fortalecer", explica a gaúcha Mariana Fontoura, que foi uma das coordenadoras estaduais.
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Conhecido por 'escrachos', grupo de jovens elege Temer como novo alvoDesde que o impeachment da presidente Dilma Rousseff foi aprovado na Câmara, o vice Michel Temer tem sido seguido por um grupo onde quer que esteja. Ele é o mais novo alvo do Levante Popular da Juventude, movimento que tem se notabilizado pelo uso da tática do "escracho". Tanto a residência oficial do vice em Brasília quanto sua casa em São Paulo já tiveram as ruas da frente pintadas com a expressão "QG do golpe". Na semana passada, um jovem usou uma máscara de Temer e uma cauda de rato enquanto se contorcia dentro de uma ratoeira gigante. Na ocasião, a imprensa registrou 40 manifestantes tumultuando a frente da casa do vice, que fica em uma praça geralmente tranquila em um bairro nobre de São Paulo. O grupo já mirou políticos com pautas conservadoras, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em quem arremessaram dólares falsos, e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), atingido no rosto por um punhado de purpurina roxa. Outro alvo é a Rede Globo, que, para eles, "continua com a mesma linha editorial" da época da ditadura. Hoje empregados contra políticos, os "escrachos" são inspirados em atos que expunham ex-torturadores de regimes ditatoriais da América Latina –tipicamente diante de toda a vizinhança. O Levante já "escrachou" agentes da ditadura brasileira, como coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do órgão de repressão DOI-Codi, morto em 2015 e homenageado por Bolsonaro em voto pró-impeachment na Câmara. Defensor do que caracteriza como "ações lúdicas", o grupo se diz contra violência de direita ou de esquerda. Surgido em 2006 no Rio Grande do Sul para mobilizar jovens do campo e da cidade, o Levante integra a Frente Brasil Popular –reunião de mais de 60 entidades dos movimentos sindical e social, além dos partidos PT, PC do B e PDT—, responsável pelos recentes atos pró-Dilma em todo o Brasil. Demais instituições da Frente dão apoio financeiro ao grupo de jovens, que não especifica valores recebidos ou doadores. Ainda sem sede, o movimento pede para usar salas de universidades ou outros espaços, e diz juntar dinheiro com vendas (livros, rifas e bingos) e financiamento coletivo na internet. Todas as decisões importantes são tomadas em conjunto por cerca de 50 pessoas da coordenação nacional –o topo da hierarquia. Abaixo estão as coordenações estaduais –o Levante diz estar presente em todos os Estados exceto Roraima e Acre— e as "células" no campo e nas periferias de centros urbanos. MÍSTICA Um elemento presente tanto nas reuniões como nos grandes encontros do grupo –são esperados 7.000 jovens em acampamento marcado para setembro em Minas Gerais– é a "mística", um conjunto de práticas importada do MST e dos movimentos do campo. Há de leitura de poemas à luz de velas até peças e musicais encenados pelos militantes. As práticas acontecem no começo, meio ou fim de todas as reuniões. "É para alimentar a chama interior de cada militante, é nossa forma de nos fortalecer", explica a gaúcha Mariana Fontoura, que foi uma das coordenadoras estaduais.
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Na contramão
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Nenhuma surpresa em que um chefiado por Eduardo Cunha proponha no seu relatório parlamentar o impeachment da presidente da República. Em certos tipos de organização, a desobediência causa represálias duras: a lei interna está acima da lei convencional. Não por outro motivo, de início Cunha rebateu com uma recusa seca a ordem do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, para que instale na Câmara uma comissão de impeachment também do vice Michel Temer. Mas será uma anormalidade pessoal se Cunha, à margem da promessa, não estiver maquinando uma operação típica: criar a comissão sobre Temer com ares de quem o faz à revelia. E o faz não por temor ao risco que o ministro lhe apontou na terça (5). Há melhor motivo. Na contramão das interpretações unânimes, a esperteza de Cunha por certo percebeu que a comissão anti-Temer, além de não atrapalhar o impeachment da presidente, pode resultar no presente definitivo para suas ambições. Se Dilma cai, uns poucos empurrões bastam para fazer Temer acompanhá-la. O vice assinou, no exercício da Presidência, quatro créditos suplementares nas mesmas condições dos utilizados para a acusação a Dilma. E se os dois são afastados, a faixa presidencial tem destinação definida: ornamentará a "barriga de prosperidade" que Eduardo Cunha já ostenta, com a dupla autorização brasileira e suíça. Na reação automática, Eduardo Cunha prometeu um recurso ao Supremo contra a ordem do ministro Marco Aurélio. Bem, há recursos e recursos. Ainda assim, o assunto voltaria ao tribunal e a eventual derrubada da ordem salvaria Temer, ao menos nesse caso. O que também pode se dar, em princípio, por convocação dos colegas para o tema pelo próprio ministro Marco Aurélio, que não se presume tenha adotado visão mais do que jurídica, em sua decisão. Mas pode não haver recurso, nem a ida ou derrubada do assunto aos colegas de Marco Aurélio. Por falar nisso, há no Supremo um pedido do procurador-geral da República para destituição do presidente da Câmara, lembra-se? O Supremo não disse sim nem não. O que é um modo de dizer não. Ou sim para a presidência de quem o procurador-geral chamou de delinquente. Ou mais. É DO JOGO Cada jornal e cada TV tem a sua contagem dos contrários e dos favoráveis ao impeachment, na comissão da Câmara, segunda (11). Mais do que esse desmentido mútuo, uma velha prática de congressistas desacredita todas as previsões numéricas feitas de público por políticos: é próprio dessas previsões esconder o jogo, ou auxiliariam o adversário. Se os políticos da Câmara não souberem nem desse truque, não há mais nada a fazer. Os indícios confiáveis são outros, mas no noticiário não se encontra nem sequer uma referência a algum deles. Desfrute-se o suspense. Que vai durar muito ainda, caso o relatório contra Dilma seja aprovado agora. Na ida, depois, para votação do plenário, a divisão de forças é outra, sem relação com a atual na comissão do impeachment. Se aprovado outra vez, virá o processo no Senado. Sobre o qual Renan Calheiros discorda dos calendários encontráveis nos jornais. Prevê que se estenderia até lá para o final do ano. SILÊNCIO Na visita ao Brasil, o presidente Xi Jinping informou o governo brasileiro de que a China tem US$ 52 bilhões para projetos e aplicações no Brasil. Até hoje nada se ouviu do Brasil para propor aos chineses.
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Na contramãoNenhuma surpresa em que um chefiado por Eduardo Cunha proponha no seu relatório parlamentar o impeachment da presidente da República. Em certos tipos de organização, a desobediência causa represálias duras: a lei interna está acima da lei convencional. Não por outro motivo, de início Cunha rebateu com uma recusa seca a ordem do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, para que instale na Câmara uma comissão de impeachment também do vice Michel Temer. Mas será uma anormalidade pessoal se Cunha, à margem da promessa, não estiver maquinando uma operação típica: criar a comissão sobre Temer com ares de quem o faz à revelia. E o faz não por temor ao risco que o ministro lhe apontou na terça (5). Há melhor motivo. Na contramão das interpretações unânimes, a esperteza de Cunha por certo percebeu que a comissão anti-Temer, além de não atrapalhar o impeachment da presidente, pode resultar no presente definitivo para suas ambições. Se Dilma cai, uns poucos empurrões bastam para fazer Temer acompanhá-la. O vice assinou, no exercício da Presidência, quatro créditos suplementares nas mesmas condições dos utilizados para a acusação a Dilma. E se os dois são afastados, a faixa presidencial tem destinação definida: ornamentará a "barriga de prosperidade" que Eduardo Cunha já ostenta, com a dupla autorização brasileira e suíça. Na reação automática, Eduardo Cunha prometeu um recurso ao Supremo contra a ordem do ministro Marco Aurélio. Bem, há recursos e recursos. Ainda assim, o assunto voltaria ao tribunal e a eventual derrubada da ordem salvaria Temer, ao menos nesse caso. O que também pode se dar, em princípio, por convocação dos colegas para o tema pelo próprio ministro Marco Aurélio, que não se presume tenha adotado visão mais do que jurídica, em sua decisão. Mas pode não haver recurso, nem a ida ou derrubada do assunto aos colegas de Marco Aurélio. Por falar nisso, há no Supremo um pedido do procurador-geral da República para destituição do presidente da Câmara, lembra-se? O Supremo não disse sim nem não. O que é um modo de dizer não. Ou sim para a presidência de quem o procurador-geral chamou de delinquente. Ou mais. É DO JOGO Cada jornal e cada TV tem a sua contagem dos contrários e dos favoráveis ao impeachment, na comissão da Câmara, segunda (11). Mais do que esse desmentido mútuo, uma velha prática de congressistas desacredita todas as previsões numéricas feitas de público por políticos: é próprio dessas previsões esconder o jogo, ou auxiliariam o adversário. Se os políticos da Câmara não souberem nem desse truque, não há mais nada a fazer. Os indícios confiáveis são outros, mas no noticiário não se encontra nem sequer uma referência a algum deles. Desfrute-se o suspense. Que vai durar muito ainda, caso o relatório contra Dilma seja aprovado agora. Na ida, depois, para votação do plenário, a divisão de forças é outra, sem relação com a atual na comissão do impeachment. Se aprovado outra vez, virá o processo no Senado. Sobre o qual Renan Calheiros discorda dos calendários encontráveis nos jornais. Prevê que se estenderia até lá para o final do ano. SILÊNCIO Na visita ao Brasil, o presidente Xi Jinping informou o governo brasileiro de que a China tem US$ 52 bilhões para projetos e aplicações no Brasil. Até hoje nada se ouviu do Brasil para propor aos chineses.
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Bons e maus amigos, conhecer e saber proteger as amizades de riscos
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Uma conhecida pediu minha opinião a respeito de um fato ocorrido com a neta, de 14 anos, e da interferência que ela teve com os pais da garota na ocasião. Vou compartilhar com você, caro leitor, pois nos permite uma boa conversa a respeito da amizade. A jovem havia sido convidada para uma festa de 15 anos e os pais não autorizaram sua ida por um bom motivo: conheciam o grupo e tinham certeza de que iria rolar bebida alcoólica no evento. Mesmo seguros de que dificilmente a filha cairia na tentação de beber, acharam mais seguro poupá-la desse risco. A garota, que costuma ter bons argumentos para conseguir o que quer, insistiu bastante com os pais, em vão. Como ela também aceita a decisão deles, mesmo passando um período emburrada, decidiu recorrer à avó, com quem tem, regularmente, bons diálogos e relacionamento estreito. Para a avó, ela disse que o principal motivo que tinha para insistir na ida à festa era proteger uma amiga, que já vinha tomando bebida alcoólica sempre que conseguia, e que dissera a ela que não via a hora de chegar a festa para que bebesse até dar "PT" (perda total, gíria que os jovens usam para nomear o estado extremamente alcoolizado). E pediu à avó que conversasse com seus pais, mas que não contasse o motivo de ela querer tanto ir à festa, porque não queria que eles soubessem que sua amiga bebia. Depois de hesitar e pensar bastante, a avó considerou louvável a intenção da garota e foi conversar com os pais dela. Cumpriu o que prometera à neta e não contou o real motivo da insistência, mas conseguiu convencê-los a darem sua permissão. Minha conhecida disse que não conseguiu dormir até o dia seguinte à festa, porque pensou que talvez a neta a tivesse enganado. Mesmo conhecendo-a de perto, sabe muito bem o que é ser adolescente, pois é professora de ensino médio e relaciona-se regularmente com eles. A história terminou bem: a neta não bebeu nada e contou que fez de tudo para distrair a amiga, que, mesmo tendo bebido um pouco, não ficou alterada. Amizade é isso também: conhecer os amigos e saber protegê-los dos riscos que eles correm sem avaliar suas consequências. Muitos pais de adolescentes acreditam que há boas e más companhias para seus filhos e fazem intervenções indevidas e –pior– ineficazes, quando proíbem os filhos de algumas amizades. É melhor orientá-los, ouvi-los, dialogar com eles a respeito dos motivos que têm para considerar essas companhias não muito boas. Só ouvindo os filhos é que os pais saberão mais a respeito deles e das razões que os levaram a se aproximar dessas pessoas. Afinal, alguma identificação, interesse, ligação, admiração, afeto etc. há, e é preciso procurar saber quais são. Os pais precisam saber que, nos tempos atuais, em que é difícil saber o que é, verdadeiramente, a amizade, é preciso ensinar aos filhos a importância desse tipo de relação amorosa em suas/nossas vidas e as virtudes e atitudes necessárias para que esse vínculo seja mantido. Ser amigo é cuidar do outro, querer o seu bem –sentimento que em geral é recíproco– e que quase sempre resulta em ações e reações, por mais alto que seja o custo pessoal delas. Um dia, caro leitor, seu filho pode proteger e/ou ser protegido por um amigo, como o foi a amiga da neta de minha conhecida.
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Bons e maus amigos, conhecer e saber proteger as amizades de riscosUma conhecida pediu minha opinião a respeito de um fato ocorrido com a neta, de 14 anos, e da interferência que ela teve com os pais da garota na ocasião. Vou compartilhar com você, caro leitor, pois nos permite uma boa conversa a respeito da amizade. A jovem havia sido convidada para uma festa de 15 anos e os pais não autorizaram sua ida por um bom motivo: conheciam o grupo e tinham certeza de que iria rolar bebida alcoólica no evento. Mesmo seguros de que dificilmente a filha cairia na tentação de beber, acharam mais seguro poupá-la desse risco. A garota, que costuma ter bons argumentos para conseguir o que quer, insistiu bastante com os pais, em vão. Como ela também aceita a decisão deles, mesmo passando um período emburrada, decidiu recorrer à avó, com quem tem, regularmente, bons diálogos e relacionamento estreito. Para a avó, ela disse que o principal motivo que tinha para insistir na ida à festa era proteger uma amiga, que já vinha tomando bebida alcoólica sempre que conseguia, e que dissera a ela que não via a hora de chegar a festa para que bebesse até dar "PT" (perda total, gíria que os jovens usam para nomear o estado extremamente alcoolizado). E pediu à avó que conversasse com seus pais, mas que não contasse o motivo de ela querer tanto ir à festa, porque não queria que eles soubessem que sua amiga bebia. Depois de hesitar e pensar bastante, a avó considerou louvável a intenção da garota e foi conversar com os pais dela. Cumpriu o que prometera à neta e não contou o real motivo da insistência, mas conseguiu convencê-los a darem sua permissão. Minha conhecida disse que não conseguiu dormir até o dia seguinte à festa, porque pensou que talvez a neta a tivesse enganado. Mesmo conhecendo-a de perto, sabe muito bem o que é ser adolescente, pois é professora de ensino médio e relaciona-se regularmente com eles. A história terminou bem: a neta não bebeu nada e contou que fez de tudo para distrair a amiga, que, mesmo tendo bebido um pouco, não ficou alterada. Amizade é isso também: conhecer os amigos e saber protegê-los dos riscos que eles correm sem avaliar suas consequências. Muitos pais de adolescentes acreditam que há boas e más companhias para seus filhos e fazem intervenções indevidas e –pior– ineficazes, quando proíbem os filhos de algumas amizades. É melhor orientá-los, ouvi-los, dialogar com eles a respeito dos motivos que têm para considerar essas companhias não muito boas. Só ouvindo os filhos é que os pais saberão mais a respeito deles e das razões que os levaram a se aproximar dessas pessoas. Afinal, alguma identificação, interesse, ligação, admiração, afeto etc. há, e é preciso procurar saber quais são. Os pais precisam saber que, nos tempos atuais, em que é difícil saber o que é, verdadeiramente, a amizade, é preciso ensinar aos filhos a importância desse tipo de relação amorosa em suas/nossas vidas e as virtudes e atitudes necessárias para que esse vínculo seja mantido. Ser amigo é cuidar do outro, querer o seu bem –sentimento que em geral é recíproco– e que quase sempre resulta em ações e reações, por mais alto que seja o custo pessoal delas. Um dia, caro leitor, seu filho pode proteger e/ou ser protegido por um amigo, como o foi a amiga da neta de minha conhecida.
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Com 350 quartos, maior casa da Grã-Bretanha é colocada à venda
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Com estimados 350 quartos —o número exato ainda é um mistério— a maior casa privada da Grã-Bretanha está à venda por 8 milhões de libras (R$ 38 milhões). A mansão Wentworth Woodhouse foi construída no século 18 e tem 11,5 mil metros quadrados de área construída. Só de corredores, são cerca de oito quilômetros. Localizado ao norte de Rotherham, no norte da Inglaterra, o imóvel tem duas vezes o tamanho do Palácio de Buckingham, residência oficial da rainha Elizabeth 2ª, e é 150 vezes maior do que uma casa média no Reino Unido. A mansão, que mistura dois tipos de estilos arquitetônicos, o barroco e o palladiano, já pertenceu a um aristocrata que inspirou o personagem Mr. Darcy da famosa escritora britânica Jane Austen. Segundo a imobiliária Savills, responsável pela venda, a propriedade é tão grande que não se sabe ao certo o número de quartos. Estima-se que a Wentworth Woodhouse tenha cerca de 350 dormitórios. A casa está sendo vendida após a morte de seu antigo proprietário, o arquiteto Clifford Newbold. Em entrevista ao jornal britânico Metro, Crispin Holborow, diretor da imobiliária Savills, disse que "nunca vendeu um imóvel tão grande". "Não acho que exista casa maior do que essa", disse ele ao diário. "Não é possível entrar em cada quarto —são muitos, mas depois de alguns você pensa que já viu o bastante", acrescentou. VALOR Apesar do tamanho, o imóvel foi colocado à venda por 8 milhões de libras ou R$ 38 milhões, valor considerado baixo para os padrões britânicos. Para se ter uma ideia, com esse montante, é possível comprar apenas um apartamento de um quarto próximo ao Hyde Park, uma das regiões mais caras de Londres. Já se quisesse investir no Brasil, o comprador poderia adquirir 70 apartamentos de 60 metros quadrados em São Paulo, de acordo com o Índice FipeZap. No entanto, segundo o anúncio, o futuro morador da Wentworth Woodhouse terá de gastar milhões de libras para restaurar uma grande parte da casa que permanece inabitada. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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bbc
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Com 350 quartos, maior casa da Grã-Bretanha é colocada à vendaCom estimados 350 quartos —o número exato ainda é um mistério— a maior casa privada da Grã-Bretanha está à venda por 8 milhões de libras (R$ 38 milhões). A mansão Wentworth Woodhouse foi construída no século 18 e tem 11,5 mil metros quadrados de área construída. Só de corredores, são cerca de oito quilômetros. Localizado ao norte de Rotherham, no norte da Inglaterra, o imóvel tem duas vezes o tamanho do Palácio de Buckingham, residência oficial da rainha Elizabeth 2ª, e é 150 vezes maior do que uma casa média no Reino Unido. A mansão, que mistura dois tipos de estilos arquitetônicos, o barroco e o palladiano, já pertenceu a um aristocrata que inspirou o personagem Mr. Darcy da famosa escritora britânica Jane Austen. Segundo a imobiliária Savills, responsável pela venda, a propriedade é tão grande que não se sabe ao certo o número de quartos. Estima-se que a Wentworth Woodhouse tenha cerca de 350 dormitórios. A casa está sendo vendida após a morte de seu antigo proprietário, o arquiteto Clifford Newbold. Em entrevista ao jornal britânico Metro, Crispin Holborow, diretor da imobiliária Savills, disse que "nunca vendeu um imóvel tão grande". "Não acho que exista casa maior do que essa", disse ele ao diário. "Não é possível entrar em cada quarto —são muitos, mas depois de alguns você pensa que já viu o bastante", acrescentou. VALOR Apesar do tamanho, o imóvel foi colocado à venda por 8 milhões de libras ou R$ 38 milhões, valor considerado baixo para os padrões britânicos. Para se ter uma ideia, com esse montante, é possível comprar apenas um apartamento de um quarto próximo ao Hyde Park, uma das regiões mais caras de Londres. Já se quisesse investir no Brasil, o comprador poderia adquirir 70 apartamentos de 60 metros quadrados em São Paulo, de acordo com o Índice FipeZap. No entanto, segundo o anúncio, o futuro morador da Wentworth Woodhouse terá de gastar milhões de libras para restaurar uma grande parte da casa que permanece inabitada. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Crise no Hospital SP expõe situação de maus-tratos de doentes e profissionais
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Um dos maiores hospitais públicos do Brasil ameaça fechar as portas e o governo de Michel Temer parecer fingir que nada está acontecendo. Desde o início do mês, o Hospital São Paulo suspendeu cirurgias e passou a atender só casos de urgência e emergência. Mais de 14 mil pessoas ficaram sem atendimento no pronto-socorro e outras 461, sem internação. Pacientes se amontoam nos corredores e esperam dias por atendimento. Alguns, que aguardavam por cirurgia eletiva, estão sendo dispensados. Dona Teresa, por exemplo, está com o joelho quebrado. Ficou 37 dias internada esperando a cirurgia que não aconteceu. Saiu de lá com gesso, na cadeira de rodas, sem prazo para voltar. Famílias estão tirando dinheiro do próprio bolso para comprar remédios (antibióticos, por exemplo) para os parentes internados. Estão faltando materiais básicos, como gaze, esparadrapo, seringas e fraldas para os pacientes. Esse caos tem sido mostrado pelas TVs quase que diariamente. Nesta quarta (19), o superintendente da instituição, José Roberto Ferraro, disse em entrevista coletiva que o hospital federal deve fechar as portas se o governo Temer não aumentar os repasses. A crise não ameaça só a assistência. O ensino e a pesquisa também estão sob risco. O Hospital São Paulo tem o maior programa de residência médica e multiprofissional do país. Há hoje 730 pesquisas clínicas em andamento, como as sobre o vírus da zika, de infecções por fungos de difícil tratamento, doenças metabólicas infantis, hepatite, câncer, transplantes de órgãos, entre outras. Esse tipo de conhecimento, como bem pontuou Soraya Smaili, reitora da Unifesp, não pode ser desperdiçado. Se as pesquisas forem interrompidos, vão precisar de décadas para serem recuperadas. Mas como a situação chegou a esse ponto? Como o hospital acumulou uma dívida de R$ 160 milhões? Ferraro diz que de 2010 a 2016, a inflação e os dissídios salariais acumulados, representaram quase 60% de aumento nos gastos sobre a tabela de procedimentos e do contrato com o SUS. Isso acabou gerando um aumento obrigatório de 60% nos gastos, e um deficit mensal de até R$ 3 milhões. Esses deficits foram se acumulando, a instituição buscou empréstimos bancários, gerando uma dívida que hoje está em torno de R$ 149 milhões, além de R$ 11 milhões. Além da inflação da saúde, que costuma ser quase o dobro da inflação oficial, ou seja, muito superior aos reajustes da tabela SUS, o hospital registrou aumento da demanda de pacientes que antes tinham planos de saúde e agora estão batendo na porta do SUS. A crise atinge também outros hospitais federais. O Ministério da Saúde diz que está estudando a situação e eventuais soluções. Quase um mês se passou desde que o caos no Hospital São Paulo eclodiu. Nesse período, a diretoria da instituição já se reuniu com o ministério três vezes, sem sucesso. Não há mais tempo. O joelho da dona Teresa não pode mais esperar. Se há dúvidas em relação à gestão dos recursos e dos gastos do hospital, que seja feita uma rigorosa apuração como a que ocorreu na Santa Casa de São Paulo. O que não pode continuar é essa situação de maus-tratos com os pacientes e com os profissionais da saúde que trabalham no Hospital São Paulo. Médicos e pessoal da enfermagem estão no limite da exaustão e sofrendo até violência física por parte de familiares dos doentes, inconformados com a situação. Os alvos dessa inconformidade deveriam ser outros. As delações da Operação Lava Jato dão o caminho das pedras.
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Crise no Hospital SP expõe situação de maus-tratos de doentes e profissionaisUm dos maiores hospitais públicos do Brasil ameaça fechar as portas e o governo de Michel Temer parecer fingir que nada está acontecendo. Desde o início do mês, o Hospital São Paulo suspendeu cirurgias e passou a atender só casos de urgência e emergência. Mais de 14 mil pessoas ficaram sem atendimento no pronto-socorro e outras 461, sem internação. Pacientes se amontoam nos corredores e esperam dias por atendimento. Alguns, que aguardavam por cirurgia eletiva, estão sendo dispensados. Dona Teresa, por exemplo, está com o joelho quebrado. Ficou 37 dias internada esperando a cirurgia que não aconteceu. Saiu de lá com gesso, na cadeira de rodas, sem prazo para voltar. Famílias estão tirando dinheiro do próprio bolso para comprar remédios (antibióticos, por exemplo) para os parentes internados. Estão faltando materiais básicos, como gaze, esparadrapo, seringas e fraldas para os pacientes. Esse caos tem sido mostrado pelas TVs quase que diariamente. Nesta quarta (19), o superintendente da instituição, José Roberto Ferraro, disse em entrevista coletiva que o hospital federal deve fechar as portas se o governo Temer não aumentar os repasses. A crise não ameaça só a assistência. O ensino e a pesquisa também estão sob risco. O Hospital São Paulo tem o maior programa de residência médica e multiprofissional do país. Há hoje 730 pesquisas clínicas em andamento, como as sobre o vírus da zika, de infecções por fungos de difícil tratamento, doenças metabólicas infantis, hepatite, câncer, transplantes de órgãos, entre outras. Esse tipo de conhecimento, como bem pontuou Soraya Smaili, reitora da Unifesp, não pode ser desperdiçado. Se as pesquisas forem interrompidos, vão precisar de décadas para serem recuperadas. Mas como a situação chegou a esse ponto? Como o hospital acumulou uma dívida de R$ 160 milhões? Ferraro diz que de 2010 a 2016, a inflação e os dissídios salariais acumulados, representaram quase 60% de aumento nos gastos sobre a tabela de procedimentos e do contrato com o SUS. Isso acabou gerando um aumento obrigatório de 60% nos gastos, e um deficit mensal de até R$ 3 milhões. Esses deficits foram se acumulando, a instituição buscou empréstimos bancários, gerando uma dívida que hoje está em torno de R$ 149 milhões, além de R$ 11 milhões. Além da inflação da saúde, que costuma ser quase o dobro da inflação oficial, ou seja, muito superior aos reajustes da tabela SUS, o hospital registrou aumento da demanda de pacientes que antes tinham planos de saúde e agora estão batendo na porta do SUS. A crise atinge também outros hospitais federais. O Ministério da Saúde diz que está estudando a situação e eventuais soluções. Quase um mês se passou desde que o caos no Hospital São Paulo eclodiu. Nesse período, a diretoria da instituição já se reuniu com o ministério três vezes, sem sucesso. Não há mais tempo. O joelho da dona Teresa não pode mais esperar. Se há dúvidas em relação à gestão dos recursos e dos gastos do hospital, que seja feita uma rigorosa apuração como a que ocorreu na Santa Casa de São Paulo. O que não pode continuar é essa situação de maus-tratos com os pacientes e com os profissionais da saúde que trabalham no Hospital São Paulo. Médicos e pessoal da enfermagem estão no limite da exaustão e sofrendo até violência física por parte de familiares dos doentes, inconformados com a situação. Os alvos dessa inconformidade deveriam ser outros. As delações da Operação Lava Jato dão o caminho das pedras.
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Favorito, Boris Johnson desiste de disputar posto de premiê britânico
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Uma traição na cúpula do Partido Conservador embaralhou o processo de sucessão do primeiro-ministro britânico, David Cameron, ao levar à desistência do então favorito ao posto, o ex-prefeito de Londres, Boris Johnson, nesta quinta-feira (30). O nome de Johnson, líder da campanha pelo "Brexit" (a saída do Reino Unido da União Europeia), tinha ganhado impulso após o resultado do plebiscito do último dia 23 e era esperado que ele confirmasse que concorreria à liderança dos conservadores -e, consequentemente, ao posto de premiê- na manhã desta quinta. Ao invés disso, ele usou a coletiva de imprensa convocada para a divulgação da candidatura para anunciar sua desistência, causando surpresa. Segundo ele, o próximo líder conservador deverá unificar o partido e garantir a importância do Reino Unido no mundo. "Após consultar meus colegas e diante das circunstâncias no Parlamento, concluí que essa pessoa não pode ser eu", afirmou. A decisão, contudo, veio após o secretário de Justiça Michael Gove, que era cotado para coordenar a campanha de Johnson, não só deixar de apoiá-lo como ele próprio se lançar como candidato. "Boris é uma pessoa maravilhosa e impressionante, mas eu cheguei à conclusão, nos últimos dias, de que ele não é capaz de construir aquela equipe e aquela unidade [que os conservadores precisam]", afirmou Gove. Em maio, Gove havia dito que não gostaria de disputar a liderança do partido e que havia outras pessoas "mais bem preparadas" do que ele. A relação já havia azedado entre os dois na quarta (29), após o vazamento de um e-mail da mulher de Gove, Sarah Vine, no qual ela o orientava a buscar garantias específicas sobre seu futuro num gabinete de Johnson antes de confirmar seu apoio ao ex-prefeito de Londres. Ao anunciar a desistência, Johnson fez referência à frase de Brutus no clássico "Júlio César" de Shakespeare -que versa sobre poder e traição-, dizendo que agora é hora não de lutar contra a maré da história, mas "aproveitar a maré e navegar em direção à fortuna". O deputado conservador Nigel Evans, no entanto, traçou, à BBC, um paralelo mais contemporâneo para o caso de Johnson e Gove: "Isso faz [a série sobre intriga política] 'House of Cards' parecer [o infantil] 'Teletubbies'". DISPUTA Sem Johnson, há agora cinco candidatos disputando a liderança dos conservadores. Os favoritos são a secretária do Interior, Theresa May, 59, e Gove, 48. Além deles estão concorrendo o secretário do Trabalho e da Previdência, Stephen Crabb, 43, o ex-secretário de Defesa Liam Fox, 54, e a secretária de Energia e Mudanças Climáticas, Andrea Leadsom, 53. Os parlamentares conservadores vão definir dois finalistas. Por fim, será o voto dos mais de 100 mil integrantes do partido que escolherá o próximo líder da sigla, a ser anunciado em 9 de setembro. O vencedor assumirá o posto de primeiro-ministro e tocará o processo de saída britânica da União Europeia -que pode durar dois anos.
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mundo
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Favorito, Boris Johnson desiste de disputar posto de premiê britânicoUma traição na cúpula do Partido Conservador embaralhou o processo de sucessão do primeiro-ministro britânico, David Cameron, ao levar à desistência do então favorito ao posto, o ex-prefeito de Londres, Boris Johnson, nesta quinta-feira (30). O nome de Johnson, líder da campanha pelo "Brexit" (a saída do Reino Unido da União Europeia), tinha ganhado impulso após o resultado do plebiscito do último dia 23 e era esperado que ele confirmasse que concorreria à liderança dos conservadores -e, consequentemente, ao posto de premiê- na manhã desta quinta. Ao invés disso, ele usou a coletiva de imprensa convocada para a divulgação da candidatura para anunciar sua desistência, causando surpresa. Segundo ele, o próximo líder conservador deverá unificar o partido e garantir a importância do Reino Unido no mundo. "Após consultar meus colegas e diante das circunstâncias no Parlamento, concluí que essa pessoa não pode ser eu", afirmou. A decisão, contudo, veio após o secretário de Justiça Michael Gove, que era cotado para coordenar a campanha de Johnson, não só deixar de apoiá-lo como ele próprio se lançar como candidato. "Boris é uma pessoa maravilhosa e impressionante, mas eu cheguei à conclusão, nos últimos dias, de que ele não é capaz de construir aquela equipe e aquela unidade [que os conservadores precisam]", afirmou Gove. Em maio, Gove havia dito que não gostaria de disputar a liderança do partido e que havia outras pessoas "mais bem preparadas" do que ele. A relação já havia azedado entre os dois na quarta (29), após o vazamento de um e-mail da mulher de Gove, Sarah Vine, no qual ela o orientava a buscar garantias específicas sobre seu futuro num gabinete de Johnson antes de confirmar seu apoio ao ex-prefeito de Londres. Ao anunciar a desistência, Johnson fez referência à frase de Brutus no clássico "Júlio César" de Shakespeare -que versa sobre poder e traição-, dizendo que agora é hora não de lutar contra a maré da história, mas "aproveitar a maré e navegar em direção à fortuna". O deputado conservador Nigel Evans, no entanto, traçou, à BBC, um paralelo mais contemporâneo para o caso de Johnson e Gove: "Isso faz [a série sobre intriga política] 'House of Cards' parecer [o infantil] 'Teletubbies'". DISPUTA Sem Johnson, há agora cinco candidatos disputando a liderança dos conservadores. Os favoritos são a secretária do Interior, Theresa May, 59, e Gove, 48. Além deles estão concorrendo o secretário do Trabalho e da Previdência, Stephen Crabb, 43, o ex-secretário de Defesa Liam Fox, 54, e a secretária de Energia e Mudanças Climáticas, Andrea Leadsom, 53. Os parlamentares conservadores vão definir dois finalistas. Por fim, será o voto dos mais de 100 mil integrantes do partido que escolherá o próximo líder da sigla, a ser anunciado em 9 de setembro. O vencedor assumirá o posto de primeiro-ministro e tocará o processo de saída britânica da União Europeia -que pode durar dois anos.
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Com apartamentos de R$ 16 milhões, condomínio é alvo de disputa judicial
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Apartamentos de luxo avaliados em R$ 16 milhões no bairro Cidade Jardim (zona oeste de São Paulo) prestes a serem ocupados por moradores estão no meio de uma disputa judicial. De um lado, a construtora, de outro, a associação de moradores do bairro com algumas das mansões mais caras da cidade. A novela se arrasta desde 2012. Em um dos capítulos mais recentes, peritos do Ministério Público concluíram que o empreendimento Residência Cidade Jardim –torre de 19 andares com apartamentos de 714 m² a 1.815 m², com 4 ou 5 suítes– não poderia ser construído na rua Armando Petrella, considerada uma área estritamente residencial. Nessas zonas, segundo a legislação, podem ser erguidas apenas casas unifamiliares. Entre os donos dos apartamentos –todos vendidos– há um dono de banco, empreiteiros e um empresário da moda, que já até receberam as chaves. A JHSF, responsável pela obra, diz que o imóvel só foi lançado após ser aprovado pela prefeitura, na gestão Gilberto Kassab (PSD), e que respeitou as regras de zoneamento. Uma liminar embargando a obra, que já está na fase de acabamento, foi concedida no último 2 de junho pela juíza Juliana Morais Bicudo, da 1ª Vara da Fazenda Pública. A construtora, porém, recorreu no mesmo mês. O desembargador Ponte Neto, do Tribunal de Justiça, derrubou a decisão no dia 28 de junho até que a ação seja julgada por um colegiado. A advogada da associação de moradores do bairro, Viviane Siqueira Rodrigues, afirmou que a entidade quer que o imóvel seja demolido. A construtora defende que o terreno faz parte da área da Operação Urbana Água Espraiada, o que permitiria construções até quatro vezes maiores do que o terreno. O promotor de Habitação e Urbanismo, César Ricardo Martins, foi quem pediu o embargo após novos questionamentos da associação. Segundo ele, técnicos do Caex (corpo técnico do Ministério Público) concluíram que parte do terreno não está incluída na operação urbana, uma lei de 2001. Ela foi feita para reurbanizar a região do entorno da avenida Jornalista Roberto Marinho e prevê que construtoras possam fazer prédios altos desde que paguem uma contrapartida à cidade. Em 2012, um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) mediado pela própria Promotoria liberou a obra, junto de outros cinco empreendimentos da JHSF. No entanto, o atual promotor diz que o certo era que fosse feito um TAC para cada obra. Em nota, a construtora diz que as leis foram respeitadas e que obteve todas as licenças. "O habite-se, último documento exigido para que moradores possam ocupar o imóvel, foi emitido", afirma. Residência Cidade Jardim
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cotidiano
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Com apartamentos de R$ 16 milhões, condomínio é alvo de disputa judicialApartamentos de luxo avaliados em R$ 16 milhões no bairro Cidade Jardim (zona oeste de São Paulo) prestes a serem ocupados por moradores estão no meio de uma disputa judicial. De um lado, a construtora, de outro, a associação de moradores do bairro com algumas das mansões mais caras da cidade. A novela se arrasta desde 2012. Em um dos capítulos mais recentes, peritos do Ministério Público concluíram que o empreendimento Residência Cidade Jardim –torre de 19 andares com apartamentos de 714 m² a 1.815 m², com 4 ou 5 suítes– não poderia ser construído na rua Armando Petrella, considerada uma área estritamente residencial. Nessas zonas, segundo a legislação, podem ser erguidas apenas casas unifamiliares. Entre os donos dos apartamentos –todos vendidos– há um dono de banco, empreiteiros e um empresário da moda, que já até receberam as chaves. A JHSF, responsável pela obra, diz que o imóvel só foi lançado após ser aprovado pela prefeitura, na gestão Gilberto Kassab (PSD), e que respeitou as regras de zoneamento. Uma liminar embargando a obra, que já está na fase de acabamento, foi concedida no último 2 de junho pela juíza Juliana Morais Bicudo, da 1ª Vara da Fazenda Pública. A construtora, porém, recorreu no mesmo mês. O desembargador Ponte Neto, do Tribunal de Justiça, derrubou a decisão no dia 28 de junho até que a ação seja julgada por um colegiado. A advogada da associação de moradores do bairro, Viviane Siqueira Rodrigues, afirmou que a entidade quer que o imóvel seja demolido. A construtora defende que o terreno faz parte da área da Operação Urbana Água Espraiada, o que permitiria construções até quatro vezes maiores do que o terreno. O promotor de Habitação e Urbanismo, César Ricardo Martins, foi quem pediu o embargo após novos questionamentos da associação. Segundo ele, técnicos do Caex (corpo técnico do Ministério Público) concluíram que parte do terreno não está incluída na operação urbana, uma lei de 2001. Ela foi feita para reurbanizar a região do entorno da avenida Jornalista Roberto Marinho e prevê que construtoras possam fazer prédios altos desde que paguem uma contrapartida à cidade. Em 2012, um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) mediado pela própria Promotoria liberou a obra, junto de outros cinco empreendimentos da JHSF. No entanto, o atual promotor diz que o certo era que fosse feito um TAC para cada obra. Em nota, a construtora diz que as leis foram respeitadas e que obteve todas as licenças. "O habite-se, último documento exigido para que moradores possam ocupar o imóvel, foi emitido", afirma. Residência Cidade Jardim
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Medo de perder mercado fez Petrobras agir e reduzir preço da gasolina
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Motivada por preços mais baixos no exterior, a queda no consumo de combustíveis no Brasil e a maior concorrência com importadoras, a Petrobras anunciou nesta sexta (14) redução do preço da gasolina e do diesel no país. A estatal informou que a partir da 0h deste sábado (15) o preço da gasolina cobrado das distribuidoras sofrerá corte de 3,2% e o do diesel terá uma redução de 2,7%. A redução para o consumidor final dependerá dos preços cobrados por distribuidoras e postos de combustíveis, que podem não repassar integralmente a tarifa mais barata, mas pode chegar a 1,4%, segundo cálculo da Petrobras. O reajuste faz parte da nova política de preços de combustíveis da Petrobras. A companhia criou um comitê em sua diretoria para avaliar, mensalmente, a situação dos combustíveis no mercado internacional e rever seus preços. Esta foi a primeira vez em que eles foram reduzidos pela empresa estatal desde 2009. A ideia é que a empresa persiga a paridade de preços praticados no exterior, além de garantir para si uma margem que cubra os riscos da operação, custos de transporte, taxas e variação cambial. Não é de hoje que a empresa diz perseguir a paridade internacional. Questões circunstanciais e de ingerência política, no entanto, impediam que o preço no Brasil acompanhasse o do exterior em administrações passadas. Na gestão dos ex-presidentes da estatal José Sérgio Gabrielli e Graça Foster, em função do petróleo valorizado, a empresa sofreu perdas bilionárias por comprar gasolina mais cara no exterior e vendê-la mais barata no Brasil. Na gestão de Aldemir Bendine, a situação mudou. Houve forte queda no preço do barril de petróleo, que não foi repassada dentro do Brasil porque a empresa precisava de dinheiro para cobrir prejuízos acumulados no passado. Nesse meio tempo, importadoras e grandes consumidores passaram a comprar gasolina mais barata no exterior, o que reduziu a fatia de mercado da estatal no país. Além disso, o setor de combustíveis no Brasil registra redução de vendas em função da crise econômica. No primeiro semestre, a Petrobras teve perda de 7% no volume de venda de derivados no país. Enquanto isso, de março a setembro deste ano, houve crescimento médio mensal de importação por terceiros de 11% no diesel e 28% na gasolina. A perda de participação de mercado foi um dos motivos apresentados para a revisão de sua política de preços. Na bomba O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que a nova política não teve interferência do governo de Michel Temer. Segundo ele, nem o Conselho de Administração, tampouco o acionista controlador, foram consultados antes da divulgação. "Apenas comunicamos que chegamos a uma nova política. Não falamos se haveria queda ou alta", afirmou. Além do aspecto de mercado, a Petrobras espera que o novo modelo poderá tornar mais atrativa a fatia que a empresa pretende vender na BR Distribuidora, empresa de postos de gasolina da estatal. A Petrobras quer vender 51% do capital votante da BR, em movimento que faz parte da estratégia de venda de ativos com o objetivo de gerar caixa e reduzir dívidas. A diretoria informou que já enviou ao menos 90 prospectos com informações da venda a possíveis interessados. O mercado viu com bons olhos a mudança nos preços e as ações da estatal se valorizaram mais de 3% na sexta-feira. Para o analista independente Pedro Galdi, a nova política "demonstra uma gestão mais profissional". Segundo o diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Adriano Pires, afirmou que o preço no país ainda é mais alto do que no exterior. A gasolina estaria 12% mais cara e o diesel, 22%.
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Medo de perder mercado fez Petrobras agir e reduzir preço da gasolinaMotivada por preços mais baixos no exterior, a queda no consumo de combustíveis no Brasil e a maior concorrência com importadoras, a Petrobras anunciou nesta sexta (14) redução do preço da gasolina e do diesel no país. A estatal informou que a partir da 0h deste sábado (15) o preço da gasolina cobrado das distribuidoras sofrerá corte de 3,2% e o do diesel terá uma redução de 2,7%. A redução para o consumidor final dependerá dos preços cobrados por distribuidoras e postos de combustíveis, que podem não repassar integralmente a tarifa mais barata, mas pode chegar a 1,4%, segundo cálculo da Petrobras. O reajuste faz parte da nova política de preços de combustíveis da Petrobras. A companhia criou um comitê em sua diretoria para avaliar, mensalmente, a situação dos combustíveis no mercado internacional e rever seus preços. Esta foi a primeira vez em que eles foram reduzidos pela empresa estatal desde 2009. A ideia é que a empresa persiga a paridade de preços praticados no exterior, além de garantir para si uma margem que cubra os riscos da operação, custos de transporte, taxas e variação cambial. Não é de hoje que a empresa diz perseguir a paridade internacional. Questões circunstanciais e de ingerência política, no entanto, impediam que o preço no Brasil acompanhasse o do exterior em administrações passadas. Na gestão dos ex-presidentes da estatal José Sérgio Gabrielli e Graça Foster, em função do petróleo valorizado, a empresa sofreu perdas bilionárias por comprar gasolina mais cara no exterior e vendê-la mais barata no Brasil. Na gestão de Aldemir Bendine, a situação mudou. Houve forte queda no preço do barril de petróleo, que não foi repassada dentro do Brasil porque a empresa precisava de dinheiro para cobrir prejuízos acumulados no passado. Nesse meio tempo, importadoras e grandes consumidores passaram a comprar gasolina mais barata no exterior, o que reduziu a fatia de mercado da estatal no país. Além disso, o setor de combustíveis no Brasil registra redução de vendas em função da crise econômica. No primeiro semestre, a Petrobras teve perda de 7% no volume de venda de derivados no país. Enquanto isso, de março a setembro deste ano, houve crescimento médio mensal de importação por terceiros de 11% no diesel e 28% na gasolina. A perda de participação de mercado foi um dos motivos apresentados para a revisão de sua política de preços. Na bomba O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que a nova política não teve interferência do governo de Michel Temer. Segundo ele, nem o Conselho de Administração, tampouco o acionista controlador, foram consultados antes da divulgação. "Apenas comunicamos que chegamos a uma nova política. Não falamos se haveria queda ou alta", afirmou. Além do aspecto de mercado, a Petrobras espera que o novo modelo poderá tornar mais atrativa a fatia que a empresa pretende vender na BR Distribuidora, empresa de postos de gasolina da estatal. A Petrobras quer vender 51% do capital votante da BR, em movimento que faz parte da estratégia de venda de ativos com o objetivo de gerar caixa e reduzir dívidas. A diretoria informou que já enviou ao menos 90 prospectos com informações da venda a possíveis interessados. O mercado viu com bons olhos a mudança nos preços e as ações da estatal se valorizaram mais de 3% na sexta-feira. Para o analista independente Pedro Galdi, a nova política "demonstra uma gestão mais profissional". Segundo o diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Adriano Pires, afirmou que o preço no país ainda é mais alto do que no exterior. A gasolina estaria 12% mais cara e o diesel, 22%.
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Ao anunciar afastamento de Vaccari, PT diz que prisão é 'desnecessária'
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Em nota em que anuncia o afastamento de João Vaccari Neto da tesouraria do PT, a cúpula do partido saiu em defesa do petista e classificou nesta quarta-feira (14) a prisão do tesoureiro como "desnecessária" e "injustificada". Como antecipou a Folha, a direção do PT emitiu uma nota em que anunciou o pedido de afastamento de Vaccari do cargo. Dessa forma, exime-se do ônus de sua saída, adiada desde que a Justiça aceitou denúncia e o petista virou réu por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. O tesoureiro foi preso na manhã desta quarta em mais um desdobramento da Operação Lava Jato. No texto divulgado no site do partido, o PT afirma que a prisão de Vaccari é "injustificada visto que, desde o início das investigações, ele sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento que lhe fosse solicitado." O partido diz que "reafirma" a "confiança na inocência de Vaccari" não só por sua conduta à frente da Secretaria de Finanças do partido mas também pelo princípio de que "todos são inocentes até prova em contrário." Ainda segundo a nota, os advogados de Vaccari apresentaram um pedido de habeas corpus "para que sua liberdade ocorra no prazo mais curto possível." O PT informou que expressa sua solidariedade ao tesoureiro e sua família e diz que o partido confia "que a verdade prevalecerá no final." A sigla pretende indicar um substituto para Vaccari até sexta-feira (17). Ainda não tem, porém, nome para assumir a função. A tendência Mensagem ao Partido vai apresentar na reunião do Diretório Nacional do PT, na sexta-feira (17), em São Paulo, um pedido para o afastamento do cargo de direção partidária daqueles petistas que aparecem na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O único nessa situação é o senador Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado, e integrante da Comissão Executiva do partido. Confira a seguir a íntegra da nota: O Partido dos Trabalhadores manifesta-se a respeito da desnecessária detenção, na data de hoje, do Secretário de Finanças e Planejamento, João Vaccari Neto, nos seguintes termos: 1 - A detenção de João Vaccari Neto é injustificada visto que, desde o início das investigações, ele sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento que lhe fosse solicitado. Convocado, prestou depoimento na Delegacia da Polícia Federal de São Paulo, em 5 de fevereiro desse ano. Além disso, na CPI da Petrobras, respondeu a todas as questões formuladas pelos parlamentares. 2 - Reafirmamos nossa confiança na inocência de João Vaccari Neto, não só pela sua conduta à frente da Secretaria Nacional de Finanças e Planejamento, mas também porque, sob a égide do Estado Democrático de Direito, prevalece o princípio fundamental de que todos são inocentes até prova em contrário. 3 - Os advogados que cuidam da defesa de João Vaccari Neto estão apresentando um pedido de habeas corpus para que sua liberdade ocorra no prazo mais curto possível. 4 - Informamos ainda que, por questões de ordem práticas e legais, João Vaccari Neto solicitou seu afastamento da Secretaria de Finanças e Planejamento do PT. 5 - O Partido dos Trabalhadores expressa sua solidariedade a João Vaccari Neto e sua família, confiando que a verdade prevalecerá no final. Rui Falcão Presidente Nacional do PT
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Ao anunciar afastamento de Vaccari, PT diz que prisão é 'desnecessária'Em nota em que anuncia o afastamento de João Vaccari Neto da tesouraria do PT, a cúpula do partido saiu em defesa do petista e classificou nesta quarta-feira (14) a prisão do tesoureiro como "desnecessária" e "injustificada". Como antecipou a Folha, a direção do PT emitiu uma nota em que anunciou o pedido de afastamento de Vaccari do cargo. Dessa forma, exime-se do ônus de sua saída, adiada desde que a Justiça aceitou denúncia e o petista virou réu por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. O tesoureiro foi preso na manhã desta quarta em mais um desdobramento da Operação Lava Jato. No texto divulgado no site do partido, o PT afirma que a prisão de Vaccari é "injustificada visto que, desde o início das investigações, ele sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento que lhe fosse solicitado." O partido diz que "reafirma" a "confiança na inocência de Vaccari" não só por sua conduta à frente da Secretaria de Finanças do partido mas também pelo princípio de que "todos são inocentes até prova em contrário." Ainda segundo a nota, os advogados de Vaccari apresentaram um pedido de habeas corpus "para que sua liberdade ocorra no prazo mais curto possível." O PT informou que expressa sua solidariedade ao tesoureiro e sua família e diz que o partido confia "que a verdade prevalecerá no final." A sigla pretende indicar um substituto para Vaccari até sexta-feira (17). Ainda não tem, porém, nome para assumir a função. A tendência Mensagem ao Partido vai apresentar na reunião do Diretório Nacional do PT, na sexta-feira (17), em São Paulo, um pedido para o afastamento do cargo de direção partidária daqueles petistas que aparecem na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O único nessa situação é o senador Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado, e integrante da Comissão Executiva do partido. Confira a seguir a íntegra da nota: O Partido dos Trabalhadores manifesta-se a respeito da desnecessária detenção, na data de hoje, do Secretário de Finanças e Planejamento, João Vaccari Neto, nos seguintes termos: 1 - A detenção de João Vaccari Neto é injustificada visto que, desde o início das investigações, ele sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento que lhe fosse solicitado. Convocado, prestou depoimento na Delegacia da Polícia Federal de São Paulo, em 5 de fevereiro desse ano. Além disso, na CPI da Petrobras, respondeu a todas as questões formuladas pelos parlamentares. 2 - Reafirmamos nossa confiança na inocência de João Vaccari Neto, não só pela sua conduta à frente da Secretaria Nacional de Finanças e Planejamento, mas também porque, sob a égide do Estado Democrático de Direito, prevalece o princípio fundamental de que todos são inocentes até prova em contrário. 3 - Os advogados que cuidam da defesa de João Vaccari Neto estão apresentando um pedido de habeas corpus para que sua liberdade ocorra no prazo mais curto possível. 4 - Informamos ainda que, por questões de ordem práticas e legais, João Vaccari Neto solicitou seu afastamento da Secretaria de Finanças e Planejamento do PT. 5 - O Partido dos Trabalhadores expressa sua solidariedade a João Vaccari Neto e sua família, confiando que a verdade prevalecerá no final. Rui Falcão Presidente Nacional do PT
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MPF entra com ação contra irmão de senador do PMDB Romero Jucá
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A Procuradoria da República do Distrito Federal entrou com uma ação de improbidade administrativa contra quatro ex-integrantes da Companha Nacional da Abastecimento (Conab). Eles são acusados de usar recursos do Programa de Garantia de Preços Mínimos para quitar uma dívida de R$ 8,2 milhões com uma empresa privada, a Renascença Armazéns Gerais. Foram denunciados Oscar Jucá Neto, ex-diretor financeiro da estatal e irmão do senador Romero Jucá (PMDB-RR); e Germana Dantas Bandeira, gerente de Controle Financeiro e Operações Governamentais. Também viraram réus os procuradores da Conab Rômulo Sulz Gonsalves Júnior e Rubem Santos Assis, além do dono da Renascença. O débito, de acordo com o Ministério Público, deveria ter sido pago sob o carimbo de Cumprimento de Sentença Judicial Transitada em Julgado. Conab e Renascença travaram uma batalha judicial iniciada em 1993, após rompimento do contrato de prestação de serviço. A empresa fora contratada pela Cibrazem (estatal já extinta) para estocar itens alimentícios. A Renascença conseguiu na Justiça o direito de receber, por meio da Conab, parte do valor previsto no acordo e que não havia sido pago. O Ministério Público identificou que, além de usar dinheiro de um programa do governo para honrar com a dívida, a Conab desembolsou R$ 750 mil referentes a uma multa ainda em discussão. "Foi Oscar, enquanto Diretor Financeiro da Conab, quem efetuou o pagamento nestes moldes ilícitos, valendo-se, para tanto, da ausência do presidente da companhia àquela data, para então ter plena liberdade de agir em benefício da Renascença e em prejuízo do erário", diz o texto da ação. Os procuradores da República Frederico Paiva e Mirella Aguiar, responsáveis pela denúncia, têm indícios de que a Renascença mantinha laranjas em seus registros societários. Oscar Jucá Neto informou que não comentará a denúncia. Procurada no final da tarde, a Conab informou, por meio da assessoria de imprensa, que só terá condições de se pronunciar na quarta-feira. A Folha não conseguiu localizar os responsáveis pela Renascença, assim como Germana, Rômulo Sulz Gonsalves Júnior e Rubem Santos Assis.
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MPF entra com ação contra irmão de senador do PMDB Romero JucáA Procuradoria da República do Distrito Federal entrou com uma ação de improbidade administrativa contra quatro ex-integrantes da Companha Nacional da Abastecimento (Conab). Eles são acusados de usar recursos do Programa de Garantia de Preços Mínimos para quitar uma dívida de R$ 8,2 milhões com uma empresa privada, a Renascença Armazéns Gerais. Foram denunciados Oscar Jucá Neto, ex-diretor financeiro da estatal e irmão do senador Romero Jucá (PMDB-RR); e Germana Dantas Bandeira, gerente de Controle Financeiro e Operações Governamentais. Também viraram réus os procuradores da Conab Rômulo Sulz Gonsalves Júnior e Rubem Santos Assis, além do dono da Renascença. O débito, de acordo com o Ministério Público, deveria ter sido pago sob o carimbo de Cumprimento de Sentença Judicial Transitada em Julgado. Conab e Renascença travaram uma batalha judicial iniciada em 1993, após rompimento do contrato de prestação de serviço. A empresa fora contratada pela Cibrazem (estatal já extinta) para estocar itens alimentícios. A Renascença conseguiu na Justiça o direito de receber, por meio da Conab, parte do valor previsto no acordo e que não havia sido pago. O Ministério Público identificou que, além de usar dinheiro de um programa do governo para honrar com a dívida, a Conab desembolsou R$ 750 mil referentes a uma multa ainda em discussão. "Foi Oscar, enquanto Diretor Financeiro da Conab, quem efetuou o pagamento nestes moldes ilícitos, valendo-se, para tanto, da ausência do presidente da companhia àquela data, para então ter plena liberdade de agir em benefício da Renascença e em prejuízo do erário", diz o texto da ação. Os procuradores da República Frederico Paiva e Mirella Aguiar, responsáveis pela denúncia, têm indícios de que a Renascença mantinha laranjas em seus registros societários. Oscar Jucá Neto informou que não comentará a denúncia. Procurada no final da tarde, a Conab informou, por meio da assessoria de imprensa, que só terá condições de se pronunciar na quarta-feira. A Folha não conseguiu localizar os responsáveis pela Renascença, assim como Germana, Rômulo Sulz Gonsalves Júnior e Rubem Santos Assis.
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Criança em performance com nudez provoca mostras de ódio e amor à arte
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A releitura dos "Bichos", esculturas de Lygia Clark, em performance do bailarino Wagner Schwartz, virou um bicho de sete cabeças nesta sexta (29). Foi o quarto evento artístico a gerar protestos conservadores, sequência iniciada com o cancelamento, em 10/9, da exposição "Queermuseu", em Porto Alegre. A confusão em torno de "La Bête", a performance, começou com a publicação de um vídeo na internet: a imagem mostra o intérprete e coreógrafo nu, deitado. Uma criança vai até ele e toca em seu pé e em seu tornozelo. Foi o suficiente para despertar manifestações contra o suposto incentivo à pedofilia. Uma petição on-line reunia, até a conclusão desta edição, mais de 81 mil assinaturas pelo fechamento do MAM. Ações similares aconteceram no caso da mostra "Queermuseu" e da peça "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu", que teve sessão no Sesc Jundiaí cancelada por liminar porque mostrava uma versão transexual de Cristo. A defesa entrou em campo. Após o ataque ao MAM, grupos e instituições culturais e políticas expressaram-se a favor do museu. Masp, Sesc e Videobrasil, entre outros, assinaram carta pública em apoio à liberdade de expressão. Paço das Artes e Masp postaram nota no Facebook. O secretário municipal da Cultura de João Doria (PSDB), André Sturm, também publicou vídeo em defesa da liberdade artística. Ele, bem como o Ministério da Cultura e a Secretaria do Estado da Cultura, apontaram em suas manifestações sobre o caso cuidados que atos de expressão artística devem ter com crianças. PAIS E FILHOS Não havia classificação indicativa relativa à performance naquela terça, apenas um aviso a respeito da nudez. Segundo advogados e membros do Judiciário ouvidos pela Folha, a ausência de classificação infringe o Estatuto da Criança e do Adolescente. Mas o problema está longe da incitação à pedofilia - para eles, a publicação do vídeo é o que mais pode configurar risco à criança. Na própria sexta, o Ministério Público de São Paulo abriu investigação, para ordenar que sites como o YouTube e o Facebook retirassem do ar, em até dez dias úteis, imagens da performance -inclusive as notícias que reproduzam cenas que revelem a identidade da criança. Para Dinovan Oliveira, membro da Comissão de Direito às Artes da OAB-SP, associar obras com nudez à pedofilia e erotização é histeria. "A liberdade de expressão artística é um valor fundamental, que deve ser defendida. Não consigo enxergar responsabilidade do MAM, que cumpriu sua obrigação ao orientar os visitantes sobre a existência de um nu." Antonio Carlos Malheiros, 66, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, considera que houve desrespeito ao ECA. Mas "levar a discussão para um âmbito de pedofilia passa da medida." O principal erro apontado pelos profissionais é a ausência de classificação em local visível. Segundo o Ministério da Justiça, exposições devem ser autoclassificadas, seguindo guia que a pasta fornece. O documento aponta a possibilidade de classificação etária livre em obras com nudez: "Nem sempre a ocorrência de cenas que remetem a sexo ou nudez são prejudiciais ao desenvolvimento psicológico da criança". Mesmo com a classificação, a decisão de liberar a criança é prerrogativa dos pais. No MAM, a criança estava acompanhada da mãe. "O que se espera é que eles saibam tomar conta dos filhos, como fariam com relação à TV. Não podemos admitir um Estado invasivo", diz Malheiros. Segundo o magistrado, uma mãe pode ser punida. "Um magistrado mais rigoroso poderia suspender temporariamente o poder familiar", diz. "Essa sequência de campanhas contra peças, exposições, quadros e, agora, uma performance, eu vejo como censura. Mas é preciso ter uma proporcionalidade quando tratamos de menores." Para ele, a divulgação do vídeo pode colocar a criança "em situação humilhante" -e gerar processo. "Não sabemos o que isso pode causar na cabecinha da criança". Oswaldo Peregrina Rodrigues, 53, professor de direito civil na PUC-SP, lembra que "os pais são os detentores do poder familiar". São eles que devem avaliar. Isso não significa que possam agir em prejuízo da criança, diz. "O princípio geral é o do melhor interesse da criança e do adolescente." ISTO É UM BICHO Na verdade, a obra é uma réplica feita de papel de um dos "Bichos" de Lygia Clark (1920-1988). "La Bête", a performance de Wagner Schwartz, evoca essas peças manipuláveis que a artista concretista realizava com metal articulado por dobradiças. O título em francês significa isso mesmo, "o bicho". No Festival de Curitiba, onde esta imagem foi feita em 2016, o público colocou o bailarino de pé e empurrou-o, além de usar os movimentos simples de articulações, que remetem às dobradiças de Clark. "Essa questão da participação lida de forma muito delicada dentro da própria institucionalização, porque no 'Bicho' original a gente não pode mexer" disse à Folha Luiz Camillo Osorio, curador da mostra "Brasil por Multiplicação", antes de sua inauguração na terça (26), quando "La Bête" foi encenada. "Você não vai manusear um 'Bicho' que custa milhões de euros, mas o corpo dele é o corpo dele. O limite é o limite do corpo dele." POLÍTICOS QUEREM EXPANDIR REGRAS O secretário municipal de Cultura, André Sturm, condenou os ataques sofridos pelos funcionários do MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo) e afirmou que é preciso haver um debate sobre a classificação indicativa. "Os museus têm o direito de fazer todo tipo de exposições, e as pessoas também têm o direito de protestar, mas não podem impedir que as mostras aconteçam", diz. A opinião de Sturm destoa da do prefeito, João Doria, que em vídeo se posicionou contra mostras como a do MAM e a "Queermuseu", realizada e suspensa em Porto Alegre, dizendo que "tudo tem limite". "Ele fez uma manifestação pessoal, e eu respeito", disse o secretário. "Mas, em meses de gestão, ele nunca me fez qualquer tipo de exigência sobre a programação cultural." O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, defendeu a expansão da classificação indicativa para as exposições. "Deve ser feita por meio de projeto de lei e posterior regulamentação pelo Ministério da Justiça", disse ele à reportagem. "O conteúdo é apresentado previamente e enquadrado em uma das faixas previamente determinadas." REPERCUSSÃO Ouvidos pela Folha, artistas e especialistas divergem sobre a performance e eventual promoção da pedofilia. "A generalização entre o contato com um artista nu e a facilitação a um eventual futuro caso de pedofilia não é garantida", afirma a psicóloga e consultora em educação Rosely Sayão. "O maior problema não está no fato, mas na repercussão dele. A menina e a mãe têm sido expostas, não vão sair imunes." O crítico literário Rodrigo Gurgel diz que não levaria uma criança a um trabalho artístico com nudez ao vivo. "Crianças são ingênuas, e esse tipo de performance mostra a nudez como natural. Será que são maduras para entender que aquilo é só performance e que não corresponde ao comportamento que alguém teria, por exemplo, na rua?", ele questiona. O psicanalista Christian Dunker discorda. "Pelo que vi, a criança não estava coagida, mas curiosa. E a nudez não era erótica." Ele também não crê que, uma vez exposta a uma performance como aquela, a criança possa confundir o papel da nudez num eventual caso de abuso sexual. "Quando se pega a imagem e se faz dela sagrada, um fetiche, se está dizendo à criança que sobre isso não se fala, que quando isso acontecer ela não deve dividir com outros." Para a advogada Eloisa Samy, militante pelos direitos humanos, "quem errou foi o museu" e "não bastava sinalizar". "Em uma mostra, quando um homem nu permite ser tocado, a intenção é que toquem nele. Qual é a lição que se está passando às crianças?" A atriz e diretora Mika Lins diz que manifestações contra o MAM são um "retrocesso". "Eu não exporia minha filha aos cinco anos a tocar no corpo nu de um estranho, numa exposição ou não, mas isso é outra questão. É prejudicial censurar um museu." Para o dramaturgo Aimar Labaki, a acusação de pedofilia é uma desculpa. "A ideia [de quem protesta] é cortar dinheiro público para a cultura". (GUILHERME GENESTRETI, GUSTAVO FIORATTI, ISABELLA MENON, MARIA LUÍSA BARSANELLI, MAURÍCIO MEIRELES, RAFAEL GREGORIO)
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ilustrada
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Criança em performance com nudez provoca mostras de ódio e amor à arteA releitura dos "Bichos", esculturas de Lygia Clark, em performance do bailarino Wagner Schwartz, virou um bicho de sete cabeças nesta sexta (29). Foi o quarto evento artístico a gerar protestos conservadores, sequência iniciada com o cancelamento, em 10/9, da exposição "Queermuseu", em Porto Alegre. A confusão em torno de "La Bête", a performance, começou com a publicação de um vídeo na internet: a imagem mostra o intérprete e coreógrafo nu, deitado. Uma criança vai até ele e toca em seu pé e em seu tornozelo. Foi o suficiente para despertar manifestações contra o suposto incentivo à pedofilia. Uma petição on-line reunia, até a conclusão desta edição, mais de 81 mil assinaturas pelo fechamento do MAM. Ações similares aconteceram no caso da mostra "Queermuseu" e da peça "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu", que teve sessão no Sesc Jundiaí cancelada por liminar porque mostrava uma versão transexual de Cristo. A defesa entrou em campo. Após o ataque ao MAM, grupos e instituições culturais e políticas expressaram-se a favor do museu. Masp, Sesc e Videobrasil, entre outros, assinaram carta pública em apoio à liberdade de expressão. Paço das Artes e Masp postaram nota no Facebook. O secretário municipal da Cultura de João Doria (PSDB), André Sturm, também publicou vídeo em defesa da liberdade artística. Ele, bem como o Ministério da Cultura e a Secretaria do Estado da Cultura, apontaram em suas manifestações sobre o caso cuidados que atos de expressão artística devem ter com crianças. PAIS E FILHOS Não havia classificação indicativa relativa à performance naquela terça, apenas um aviso a respeito da nudez. Segundo advogados e membros do Judiciário ouvidos pela Folha, a ausência de classificação infringe o Estatuto da Criança e do Adolescente. Mas o problema está longe da incitação à pedofilia - para eles, a publicação do vídeo é o que mais pode configurar risco à criança. Na própria sexta, o Ministério Público de São Paulo abriu investigação, para ordenar que sites como o YouTube e o Facebook retirassem do ar, em até dez dias úteis, imagens da performance -inclusive as notícias que reproduzam cenas que revelem a identidade da criança. Para Dinovan Oliveira, membro da Comissão de Direito às Artes da OAB-SP, associar obras com nudez à pedofilia e erotização é histeria. "A liberdade de expressão artística é um valor fundamental, que deve ser defendida. Não consigo enxergar responsabilidade do MAM, que cumpriu sua obrigação ao orientar os visitantes sobre a existência de um nu." Antonio Carlos Malheiros, 66, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, considera que houve desrespeito ao ECA. Mas "levar a discussão para um âmbito de pedofilia passa da medida." O principal erro apontado pelos profissionais é a ausência de classificação em local visível. Segundo o Ministério da Justiça, exposições devem ser autoclassificadas, seguindo guia que a pasta fornece. O documento aponta a possibilidade de classificação etária livre em obras com nudez: "Nem sempre a ocorrência de cenas que remetem a sexo ou nudez são prejudiciais ao desenvolvimento psicológico da criança". Mesmo com a classificação, a decisão de liberar a criança é prerrogativa dos pais. No MAM, a criança estava acompanhada da mãe. "O que se espera é que eles saibam tomar conta dos filhos, como fariam com relação à TV. Não podemos admitir um Estado invasivo", diz Malheiros. Segundo o magistrado, uma mãe pode ser punida. "Um magistrado mais rigoroso poderia suspender temporariamente o poder familiar", diz. "Essa sequência de campanhas contra peças, exposições, quadros e, agora, uma performance, eu vejo como censura. Mas é preciso ter uma proporcionalidade quando tratamos de menores." Para ele, a divulgação do vídeo pode colocar a criança "em situação humilhante" -e gerar processo. "Não sabemos o que isso pode causar na cabecinha da criança". Oswaldo Peregrina Rodrigues, 53, professor de direito civil na PUC-SP, lembra que "os pais são os detentores do poder familiar". São eles que devem avaliar. Isso não significa que possam agir em prejuízo da criança, diz. "O princípio geral é o do melhor interesse da criança e do adolescente." ISTO É UM BICHO Na verdade, a obra é uma réplica feita de papel de um dos "Bichos" de Lygia Clark (1920-1988). "La Bête", a performance de Wagner Schwartz, evoca essas peças manipuláveis que a artista concretista realizava com metal articulado por dobradiças. O título em francês significa isso mesmo, "o bicho". No Festival de Curitiba, onde esta imagem foi feita em 2016, o público colocou o bailarino de pé e empurrou-o, além de usar os movimentos simples de articulações, que remetem às dobradiças de Clark. "Essa questão da participação lida de forma muito delicada dentro da própria institucionalização, porque no 'Bicho' original a gente não pode mexer" disse à Folha Luiz Camillo Osorio, curador da mostra "Brasil por Multiplicação", antes de sua inauguração na terça (26), quando "La Bête" foi encenada. "Você não vai manusear um 'Bicho' que custa milhões de euros, mas o corpo dele é o corpo dele. O limite é o limite do corpo dele." POLÍTICOS QUEREM EXPANDIR REGRAS O secretário municipal de Cultura, André Sturm, condenou os ataques sofridos pelos funcionários do MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo) e afirmou que é preciso haver um debate sobre a classificação indicativa. "Os museus têm o direito de fazer todo tipo de exposições, e as pessoas também têm o direito de protestar, mas não podem impedir que as mostras aconteçam", diz. A opinião de Sturm destoa da do prefeito, João Doria, que em vídeo se posicionou contra mostras como a do MAM e a "Queermuseu", realizada e suspensa em Porto Alegre, dizendo que "tudo tem limite". "Ele fez uma manifestação pessoal, e eu respeito", disse o secretário. "Mas, em meses de gestão, ele nunca me fez qualquer tipo de exigência sobre a programação cultural." O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, defendeu a expansão da classificação indicativa para as exposições. "Deve ser feita por meio de projeto de lei e posterior regulamentação pelo Ministério da Justiça", disse ele à reportagem. "O conteúdo é apresentado previamente e enquadrado em uma das faixas previamente determinadas." REPERCUSSÃO Ouvidos pela Folha, artistas e especialistas divergem sobre a performance e eventual promoção da pedofilia. "A generalização entre o contato com um artista nu e a facilitação a um eventual futuro caso de pedofilia não é garantida", afirma a psicóloga e consultora em educação Rosely Sayão. "O maior problema não está no fato, mas na repercussão dele. A menina e a mãe têm sido expostas, não vão sair imunes." O crítico literário Rodrigo Gurgel diz que não levaria uma criança a um trabalho artístico com nudez ao vivo. "Crianças são ingênuas, e esse tipo de performance mostra a nudez como natural. Será que são maduras para entender que aquilo é só performance e que não corresponde ao comportamento que alguém teria, por exemplo, na rua?", ele questiona. O psicanalista Christian Dunker discorda. "Pelo que vi, a criança não estava coagida, mas curiosa. E a nudez não era erótica." Ele também não crê que, uma vez exposta a uma performance como aquela, a criança possa confundir o papel da nudez num eventual caso de abuso sexual. "Quando se pega a imagem e se faz dela sagrada, um fetiche, se está dizendo à criança que sobre isso não se fala, que quando isso acontecer ela não deve dividir com outros." Para a advogada Eloisa Samy, militante pelos direitos humanos, "quem errou foi o museu" e "não bastava sinalizar". "Em uma mostra, quando um homem nu permite ser tocado, a intenção é que toquem nele. Qual é a lição que se está passando às crianças?" A atriz e diretora Mika Lins diz que manifestações contra o MAM são um "retrocesso". "Eu não exporia minha filha aos cinco anos a tocar no corpo nu de um estranho, numa exposição ou não, mas isso é outra questão. É prejudicial censurar um museu." Para o dramaturgo Aimar Labaki, a acusação de pedofilia é uma desculpa. "A ideia [de quem protesta] é cortar dinheiro público para a cultura". (GUILHERME GENESTRETI, GUSTAVO FIORATTI, ISABELLA MENON, MARIA LUÍSA BARSANELLI, MAURÍCIO MEIRELES, RAFAEL GREGORIO)
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Flamengo vence, encosta na ponta e coloca pressão no Palmeiras
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O Flamengo venceu o Vitória por 2 a 1 neste sábado (10), de virada, no Barradão, e se aproximou do Palmeiras na ponta do Campeonato Brasileiro. Com a vitória, a equipe carioca chegou aos 46 pontos –a mesma pontuação do time palmeirense, que leva vantagem no saldo de gols (19 contra 8). O clube alviverde, entretanto, tem um jogo a menos. O Palmeiras enfrenta o Grêmio, fora de casa, às 18h30 deste domingo (11). Depois, a equipe treinada pelo técnico Cuca enfrenta justamente o Flamengo, na quarta (14), no Allianz Parque. Neste sábado, o Vitória abriu o placar aos 21 minutos de partida, com Zé Eduardo. O Flamengo chegou ao empate ainda no final da primeira etapa, aos 43 minutos, com Fernandinho. A virada aconteceu no segundo tempo, com Gabriel. A situação do Flamengo ficou mais fácil na partida aos 27 minutos, quando Diego Renan foi expulso. Com um jogador a mais, o time carioca só administrou o resultado para chegar à quarta vitória consecutiva na competição.
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Flamengo vence, encosta na ponta e coloca pressão no PalmeirasO Flamengo venceu o Vitória por 2 a 1 neste sábado (10), de virada, no Barradão, e se aproximou do Palmeiras na ponta do Campeonato Brasileiro. Com a vitória, a equipe carioca chegou aos 46 pontos –a mesma pontuação do time palmeirense, que leva vantagem no saldo de gols (19 contra 8). O clube alviverde, entretanto, tem um jogo a menos. O Palmeiras enfrenta o Grêmio, fora de casa, às 18h30 deste domingo (11). Depois, a equipe treinada pelo técnico Cuca enfrenta justamente o Flamengo, na quarta (14), no Allianz Parque. Neste sábado, o Vitória abriu o placar aos 21 minutos de partida, com Zé Eduardo. O Flamengo chegou ao empate ainda no final da primeira etapa, aos 43 minutos, com Fernandinho. A virada aconteceu no segundo tempo, com Gabriel. A situação do Flamengo ficou mais fácil na partida aos 27 minutos, quando Diego Renan foi expulso. Com um jogador a mais, o time carioca só administrou o resultado para chegar à quarta vitória consecutiva na competição.
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Bombardeios à Síria deixam dezenas de mortos na região de Aleppo
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Bombas voltaram a cair nesta sexta-feira (23) sobre os bairros rebeldes de Aleppo, na Síria, onde intensos ataques aéreos do regime sírio e seu aliado russo causaram mortes de destruição como prelúdio de uma ampla operação terrestre. Até o momento, pelo menos 70 pessoas morreram e 40 prédios foram destruídos pelo bombardeio, segundo informações da Defesa Civil local. Vídeos feitos por cinegrafistas amadores nesta sexta mostram um bebê sendo resgatado dos escombros de um prédio em Aleppo, após bombardeio. Não há informações sobre o estado de saúde da criança. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ao menos 27 pessoas, ao menos três das quais crianças, morreram nesses bombardeios, mas o balanço pode ser ainda maior porque muitas pessoas se encontram sob os escombros. A onda de ataques contra a parte da cidade onde vivem 250 mil habitantes acontece quando os chefes da diplomacia russa e americana devem se reunir em Nova York para abordar o restabelecimento de uma trégua no país, depois da que foi interrompida na segunda. Bombardeios acontecem de forma incessante. Prédios foram totalmente destruídos e não há como socorrer os habitantes, mesmo que equipes de resgates insistam em fazê-lo desesperadamente, usando as próprias mãos para socorrer os soterrados. Dois centros dos chamados "capacetes brancos" (os voluntários da oposição síria) foram alcançados pelos bombardeios e um deles ficou totalmente destruído. ALEPPO Dividida desde 2012 entre um setor pró-governamental e outro nas mãos dos insurgentes, Aleppo é um alvo estratégico neste conflito que já deixou mais de 300 mil mortos em cinco anos e meio de guerra. O exército de Bashar al-Assad, que cerca a parte rebelde de Aleppo há dois meses, quer se apoderar da totalidade da antiga capital econômica da Síria. Na quinta-feira foi anunciado o início de uma ofensiva terrestre contra o setor insurgente. O exército pediu aos habitantes que se afastem das posições rebeldes e assegurou aos civis que se quiserem abandonar essas zonas na direção do setor pró-governamental não serão detidos. "Começamos as operações de reconhecimento e os bombardeios aéreos e de artilharia", informou uma fonte militar de alto escalão. "Podem durar horas ou dias antes se iniciarmos a operação terrestre, cujo desenvolvimento dependerá do resultado dos ataques e da situação em terra", acrescentou. Outra fonte militar em Damasco destacou que "o objetivo da operação é estender as zonas de controle do exército". "O número de combatentes (do regime) permite começar uma operação terrestre porque chegaram muitos reforços a Aleppo", disse ainda. "O que está acontecendo é que Aleppo está sendo atacada e todas as partes retomaram as armas", declarou na véspera, em Nova York, o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura. TRÉGUA Os chanceleres russo, Serguei Lavrov, e americano, John Kerry, se reúnem nesta sexta em Nova York para debater o restabelecimento de uma trégua. A reunião de emergência realizada na quinta pelo Grupo Internacional de Apoio à Síria terminou sem um acordo para restabelecer o cessar-fogo. Em um apelo sem precedentes, a ONU solicitou ao presidente sírio, Bashar al-Assad, que permita distribuir os alimentos bloqueados na fronteira turco-síria, ressaltando que alguns perderão a validade na próxima segunda-feira. Apesar da violência, a ONU enviou um comboio humanitário a uma zona rebelde cercada na periferia de Damasco. A ONU anunciou que pretende utilizar uma rota alternativa para enviar ajuda aos bairros rebeldes. As Nações Unidas realizaram este envio dois dias depois do bombardeio contra um comboio humanitário que matou vinte pessoas. O Pentágono responsabilizou a Rússia por este ataque, embora o chefe do Estado-Maior inter-exércitos dos Estados Unidos, Joseph Dunford, não tenha informado se as bombas eram provenientes de um avião do regime sírio ou de seu aliado russo.
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Bombardeios à Síria deixam dezenas de mortos na região de AleppoBombas voltaram a cair nesta sexta-feira (23) sobre os bairros rebeldes de Aleppo, na Síria, onde intensos ataques aéreos do regime sírio e seu aliado russo causaram mortes de destruição como prelúdio de uma ampla operação terrestre. Até o momento, pelo menos 70 pessoas morreram e 40 prédios foram destruídos pelo bombardeio, segundo informações da Defesa Civil local. Vídeos feitos por cinegrafistas amadores nesta sexta mostram um bebê sendo resgatado dos escombros de um prédio em Aleppo, após bombardeio. Não há informações sobre o estado de saúde da criança. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ao menos 27 pessoas, ao menos três das quais crianças, morreram nesses bombardeios, mas o balanço pode ser ainda maior porque muitas pessoas se encontram sob os escombros. A onda de ataques contra a parte da cidade onde vivem 250 mil habitantes acontece quando os chefes da diplomacia russa e americana devem se reunir em Nova York para abordar o restabelecimento de uma trégua no país, depois da que foi interrompida na segunda. Bombardeios acontecem de forma incessante. Prédios foram totalmente destruídos e não há como socorrer os habitantes, mesmo que equipes de resgates insistam em fazê-lo desesperadamente, usando as próprias mãos para socorrer os soterrados. Dois centros dos chamados "capacetes brancos" (os voluntários da oposição síria) foram alcançados pelos bombardeios e um deles ficou totalmente destruído. ALEPPO Dividida desde 2012 entre um setor pró-governamental e outro nas mãos dos insurgentes, Aleppo é um alvo estratégico neste conflito que já deixou mais de 300 mil mortos em cinco anos e meio de guerra. O exército de Bashar al-Assad, que cerca a parte rebelde de Aleppo há dois meses, quer se apoderar da totalidade da antiga capital econômica da Síria. Na quinta-feira foi anunciado o início de uma ofensiva terrestre contra o setor insurgente. O exército pediu aos habitantes que se afastem das posições rebeldes e assegurou aos civis que se quiserem abandonar essas zonas na direção do setor pró-governamental não serão detidos. "Começamos as operações de reconhecimento e os bombardeios aéreos e de artilharia", informou uma fonte militar de alto escalão. "Podem durar horas ou dias antes se iniciarmos a operação terrestre, cujo desenvolvimento dependerá do resultado dos ataques e da situação em terra", acrescentou. Outra fonte militar em Damasco destacou que "o objetivo da operação é estender as zonas de controle do exército". "O número de combatentes (do regime) permite começar uma operação terrestre porque chegaram muitos reforços a Aleppo", disse ainda. "O que está acontecendo é que Aleppo está sendo atacada e todas as partes retomaram as armas", declarou na véspera, em Nova York, o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura. TRÉGUA Os chanceleres russo, Serguei Lavrov, e americano, John Kerry, se reúnem nesta sexta em Nova York para debater o restabelecimento de uma trégua. A reunião de emergência realizada na quinta pelo Grupo Internacional de Apoio à Síria terminou sem um acordo para restabelecer o cessar-fogo. Em um apelo sem precedentes, a ONU solicitou ao presidente sírio, Bashar al-Assad, que permita distribuir os alimentos bloqueados na fronteira turco-síria, ressaltando que alguns perderão a validade na próxima segunda-feira. Apesar da violência, a ONU enviou um comboio humanitário a uma zona rebelde cercada na periferia de Damasco. A ONU anunciou que pretende utilizar uma rota alternativa para enviar ajuda aos bairros rebeldes. As Nações Unidas realizaram este envio dois dias depois do bombardeio contra um comboio humanitário que matou vinte pessoas. O Pentágono responsabilizou a Rússia por este ataque, embora o chefe do Estado-Maior inter-exércitos dos Estados Unidos, Joseph Dunford, não tenha informado se as bombas eram provenientes de um avião do regime sírio ou de seu aliado russo.
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Entenda o escândalo de doping que pode tirar o atletismo russo da Rio-16
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O escândalo estatal de doping na Rússia abalou o esporte mundial nesta segunda-feira (9) e promete repercutir nas próximas semanas. O caso pode se tornar o maior desde a criação da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), em 1999. Nesta terça-feira, as primeiras consequências foram sentidas. A Wada descredenciou o laboratório de Moscou, acusado de ter acobertado testes positivos. Ele não pode, até reaver a certificação, conduzir testes antidoping. Além disso, o COI (Comitê Olímpico Internacional) afirmou que pedirá à Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) abrir processo disciplinar para punir, até mesmo com cassação da medalha olímpica, atletas russas implicadas no caso. Confira abaixo algumas perguntas e respostas para entender o caso: PERGUNTAS E RESPOSTAS Como a investigação começou? A Wada (Agência Mundial Antidoping) decidiu criar uma comissão independente para investigar as irregularidades denunciadas no documentário "Top Secret Doping: How Russia makes its Winners" ("Doping Secreto: Como a Rússia faz seus Vencedores"), levado ao ar pelo canal alemão ARD em dezembro de 2014. Richard Pound, ex-presidente da Wada e ex-vice do COI (Comitê Olímpico Internacional), foi escolhido para chefiá-la. Outros componentes da comissão são Günter Younger e Richard McLaren. Os três coordenaram um estafe investigativo, cujos trabalhos tiveram início no final do último ano. Sobre o que falava o documentário? A produção se baseou em depoimentos de um ex-funcionário da agência antidoping da Rússia e de sua mulher, Yulia Stepanova, uma corredora de 800 m de nível internacional. Ambos contaram que o sucesso de seu país no atletismo só era possível devido a uma rede que incentivava a dopagem em larga escala. Yulia gravou diversas conversas e vídeos com outras atletas que confessaram ou indicaram terem se valido de substâncias ilícitas para obter resultados. Tudo serviu como evidência para a investigação, que posteriormente também entrevistou alguns dos acusados. Como a comissão independente procedeu? O grupo, que se reportava à Wada, entrevistou autoridades, técnicos e atletas russas, visitou laboratórios do país e obteve dados de exames antidoping. Por fim, concebeu o relatório de 323 páginas que foi apresentado em Genebra, na Suíça, nesta segunda-feira (9). A investigação durou cerca de 12 meses. O que diz o relatório? O documento recomenda a expulsão do atletismo russo de todos os eventos internacionais, inclusive dos Jogos do Rio-2016, até que se regularize o controle antidoping. Também afirmou que 1.417 amostras foram destruídas pelo laboratório de Moscou com anuência do diretor do local, Grigory Rodchenko. Mais: o laboratório de Sochi, palco dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, teve presença constante de agentes do serviço secreto FSB (órgão que sucedeu a KGB), que teriam intimidado o estafe. Além disso, a agência antidoping russa (Rusada, na sigla em inglês) foi conivente com ilicitudes. Além disso, Pound indicou que "seria inconcebível" o ministro do Esporte do país, Vitaly Mutko, não ter ciência dos acontecimentos. Há atletas envolvidos? Sim. Até agora, cinco nomes foram divulgados, todos de mulheres: Mariya Savinova, ouro nos 800 m nos Jogos de Londres-2012, Ekaterina Poistogova, bronze na mesma prova, Anastasiya Bazdyreva, Kristina Ugarova e Tatyana Myazina. Além delas, cinco técnicos estão implicados. A comissão independente alerta que mais competidores estão envolvidos. Medalhas conquistadas pela Rússia Quais as consequências até agora? Nesta terça (10), o laboratório de Moscou foi descredenciado pela Wada como apto a processar análises de acordo com o padrão internacional. A Interpol disse que vai coordenar uma ação global contra corrupção e doping. O presidente da Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) deu até o final de semana para a Federação de Atletismo da Rússia responder às acusações. A Iaaf terá uma reunião de conselho no final do mês, em Monte Carlo, onde deve deliberar sobre uma sanção aos russos. O COI pediu à Iaaf abrir processo disciplinar que pode resultar na cassação das medalhas olímpicas das atletas implicadas no processo.
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Entenda o escândalo de doping que pode tirar o atletismo russo da Rio-16O escândalo estatal de doping na Rússia abalou o esporte mundial nesta segunda-feira (9) e promete repercutir nas próximas semanas. O caso pode se tornar o maior desde a criação da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), em 1999. Nesta terça-feira, as primeiras consequências foram sentidas. A Wada descredenciou o laboratório de Moscou, acusado de ter acobertado testes positivos. Ele não pode, até reaver a certificação, conduzir testes antidoping. Além disso, o COI (Comitê Olímpico Internacional) afirmou que pedirá à Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) abrir processo disciplinar para punir, até mesmo com cassação da medalha olímpica, atletas russas implicadas no caso. Confira abaixo algumas perguntas e respostas para entender o caso: PERGUNTAS E RESPOSTAS Como a investigação começou? A Wada (Agência Mundial Antidoping) decidiu criar uma comissão independente para investigar as irregularidades denunciadas no documentário "Top Secret Doping: How Russia makes its Winners" ("Doping Secreto: Como a Rússia faz seus Vencedores"), levado ao ar pelo canal alemão ARD em dezembro de 2014. Richard Pound, ex-presidente da Wada e ex-vice do COI (Comitê Olímpico Internacional), foi escolhido para chefiá-la. Outros componentes da comissão são Günter Younger e Richard McLaren. Os três coordenaram um estafe investigativo, cujos trabalhos tiveram início no final do último ano. Sobre o que falava o documentário? A produção se baseou em depoimentos de um ex-funcionário da agência antidoping da Rússia e de sua mulher, Yulia Stepanova, uma corredora de 800 m de nível internacional. Ambos contaram que o sucesso de seu país no atletismo só era possível devido a uma rede que incentivava a dopagem em larga escala. Yulia gravou diversas conversas e vídeos com outras atletas que confessaram ou indicaram terem se valido de substâncias ilícitas para obter resultados. Tudo serviu como evidência para a investigação, que posteriormente também entrevistou alguns dos acusados. Como a comissão independente procedeu? O grupo, que se reportava à Wada, entrevistou autoridades, técnicos e atletas russas, visitou laboratórios do país e obteve dados de exames antidoping. Por fim, concebeu o relatório de 323 páginas que foi apresentado em Genebra, na Suíça, nesta segunda-feira (9). A investigação durou cerca de 12 meses. O que diz o relatório? O documento recomenda a expulsão do atletismo russo de todos os eventos internacionais, inclusive dos Jogos do Rio-2016, até que se regularize o controle antidoping. Também afirmou que 1.417 amostras foram destruídas pelo laboratório de Moscou com anuência do diretor do local, Grigory Rodchenko. Mais: o laboratório de Sochi, palco dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, teve presença constante de agentes do serviço secreto FSB (órgão que sucedeu a KGB), que teriam intimidado o estafe. Além disso, a agência antidoping russa (Rusada, na sigla em inglês) foi conivente com ilicitudes. Além disso, Pound indicou que "seria inconcebível" o ministro do Esporte do país, Vitaly Mutko, não ter ciência dos acontecimentos. Há atletas envolvidos? Sim. Até agora, cinco nomes foram divulgados, todos de mulheres: Mariya Savinova, ouro nos 800 m nos Jogos de Londres-2012, Ekaterina Poistogova, bronze na mesma prova, Anastasiya Bazdyreva, Kristina Ugarova e Tatyana Myazina. Além delas, cinco técnicos estão implicados. A comissão independente alerta que mais competidores estão envolvidos. Medalhas conquistadas pela Rússia Quais as consequências até agora? Nesta terça (10), o laboratório de Moscou foi descredenciado pela Wada como apto a processar análises de acordo com o padrão internacional. A Interpol disse que vai coordenar uma ação global contra corrupção e doping. O presidente da Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) deu até o final de semana para a Federação de Atletismo da Rússia responder às acusações. A Iaaf terá uma reunião de conselho no final do mês, em Monte Carlo, onde deve deliberar sobre uma sanção aos russos. O COI pediu à Iaaf abrir processo disciplinar que pode resultar na cassação das medalhas olímpicas das atletas implicadas no processo.
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Lula pede que dirigentes petistas 'levantem a cabeça'
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Em meio à crise que traga o Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclamou dirigentes petistas a "levantarem a cabeça" e "irem à luta" na criação de uma estratégia para reduzir os danos causados à imagem do partido. "O PT não pode ficar acuado diante dessa agressividade odiosa", disse o ex-presidente, segundo relatos de alguns dos presentes. Com o aval de Lula e do presidente nacional do PT, Rui Falcão, os dirigentes estaduais petistas aprovaram um manifesto no qual defendem que é hora de a legenda "sair da defensiva", "assumir responsabilidades" e "corrigir erros". Entre as medidas, Lula pediu o aprofundamento das relações do PT com os movimentos sociais via CUT (Central Única dos Trabalhadores), apoiando as manifestações organizadas pelas centrais e ampliando as alianças petistas. Falcão afirmou que o PT já pediu à presidente Dilma Rousseff (PT) que volte a receber lideranças dos movimentos sociais e recrie as chamadas conferências nacionais, promovidas durante os dois mandatos de Lula. Outra defesa de Falcão foi o fim das doações empresariais para o partido. A proposta foi debatida no encontro desta segunda mas só será discutida formalmente na reunião do diretório nacional do PT, nos dias 16 e 17 de abril. O manifesto reconhece ainda que o partido cometeu erros e deve retomar os valores que pautaram sua criação em 1980. "A fim de que retome sua radicalidade política, seu caráter plural e não dogmático", diz o texto. Um dos temas caros ao PT, a corrupção está no documento baseada na tese "nós contra eles", utilizada na campanha à reeleição de Dilma. Para os petistas, "querem fazer do PT bode expiatório da corrupção nacional e de dificuldades passageiras da economia." As lideranças do partido comparam os ataques sofridos pela sigla em meio às investigações do esquema de corrupção na Petrobras ao sequestro do empresário Abílio Diniz, em 1989, que, segundo eles, foi "imputado ao PT". Para Falcão, a sigla é alvo de uma campanha de "cerco" e "aniquilamento". "Faço um chamamento a nós sairmos da defensiva, enfrentarmos de cabeça erguida àqueles que nos atacam, porque é impensável que a gente possa ser acusado de corrupção", disse o presidente do PT em entrevista à imprensa após a reunião. Os petistas ainda defendem dez bandeiras tradicionais da esquerda para reaproximar o partido e, consequentemente, o governo Dilma da base social do partido. As principais propostas são: a orientação da bancada do PT no Congresso a aprovar proposta de taxação das grandes fortunas, que sofre resistência de setores do governo federal, a aprovação das reformas política e tributária, a aplicação dos direitos trabalhistas, na contramão do ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, entre outras. Fazendo coro ao discurso mais otimista de Lula, o texto afirma: "A hora não é de recuo, é de avançar com coragem e determinação". Nos bastidores, porém, aliados do ex-presidente afirmam que ele vê o cenário de uma perspectiva mais desanimadora. Avalia que o governo está paralisado e que Dilma precisa retomar as concessões e as obras pelo país, além de resolver a crise política com o pacto definitivo com o PMDB. VACCARI Réu por suspeitas de receber propina no esquema da Petrobras, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, não compareceu à reunião. Foi a primeira vez este ano que ele se ausentou de um encontro da executiva nacional do partido, instância da qual faz parte. Petistas afirmam que Vaccari temia alguma manifestação pela sua saída. Segundo a Folha apurou, Lula defende o afastamento imediato de Vaccari e tem dito a aliados que, se permanecer no cargo, o tesoureiro não consegue nem se defender nem ajudar o partido. Após uma reunião com Lula pela manhã, o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) defendeu que o partido afaste Vaccari do cargo preventivamente caso ele não o faça de maneira voluntária. O presidente do PT, no entanto, ponderou que só pode deliberar sobre o que chega oficialmente ao partido e que, até agora, Tarso Genro não fez qualquer encaminhamento formal sobre o caso de Vaccari.
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Lula pede que dirigentes petistas 'levantem a cabeça'Em meio à crise que traga o Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclamou dirigentes petistas a "levantarem a cabeça" e "irem à luta" na criação de uma estratégia para reduzir os danos causados à imagem do partido. "O PT não pode ficar acuado diante dessa agressividade odiosa", disse o ex-presidente, segundo relatos de alguns dos presentes. Com o aval de Lula e do presidente nacional do PT, Rui Falcão, os dirigentes estaduais petistas aprovaram um manifesto no qual defendem que é hora de a legenda "sair da defensiva", "assumir responsabilidades" e "corrigir erros". Entre as medidas, Lula pediu o aprofundamento das relações do PT com os movimentos sociais via CUT (Central Única dos Trabalhadores), apoiando as manifestações organizadas pelas centrais e ampliando as alianças petistas. Falcão afirmou que o PT já pediu à presidente Dilma Rousseff (PT) que volte a receber lideranças dos movimentos sociais e recrie as chamadas conferências nacionais, promovidas durante os dois mandatos de Lula. Outra defesa de Falcão foi o fim das doações empresariais para o partido. A proposta foi debatida no encontro desta segunda mas só será discutida formalmente na reunião do diretório nacional do PT, nos dias 16 e 17 de abril. O manifesto reconhece ainda que o partido cometeu erros e deve retomar os valores que pautaram sua criação em 1980. "A fim de que retome sua radicalidade política, seu caráter plural e não dogmático", diz o texto. Um dos temas caros ao PT, a corrupção está no documento baseada na tese "nós contra eles", utilizada na campanha à reeleição de Dilma. Para os petistas, "querem fazer do PT bode expiatório da corrupção nacional e de dificuldades passageiras da economia." As lideranças do partido comparam os ataques sofridos pela sigla em meio às investigações do esquema de corrupção na Petrobras ao sequestro do empresário Abílio Diniz, em 1989, que, segundo eles, foi "imputado ao PT". Para Falcão, a sigla é alvo de uma campanha de "cerco" e "aniquilamento". "Faço um chamamento a nós sairmos da defensiva, enfrentarmos de cabeça erguida àqueles que nos atacam, porque é impensável que a gente possa ser acusado de corrupção", disse o presidente do PT em entrevista à imprensa após a reunião. Os petistas ainda defendem dez bandeiras tradicionais da esquerda para reaproximar o partido e, consequentemente, o governo Dilma da base social do partido. As principais propostas são: a orientação da bancada do PT no Congresso a aprovar proposta de taxação das grandes fortunas, que sofre resistência de setores do governo federal, a aprovação das reformas política e tributária, a aplicação dos direitos trabalhistas, na contramão do ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, entre outras. Fazendo coro ao discurso mais otimista de Lula, o texto afirma: "A hora não é de recuo, é de avançar com coragem e determinação". Nos bastidores, porém, aliados do ex-presidente afirmam que ele vê o cenário de uma perspectiva mais desanimadora. Avalia que o governo está paralisado e que Dilma precisa retomar as concessões e as obras pelo país, além de resolver a crise política com o pacto definitivo com o PMDB. VACCARI Réu por suspeitas de receber propina no esquema da Petrobras, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, não compareceu à reunião. Foi a primeira vez este ano que ele se ausentou de um encontro da executiva nacional do partido, instância da qual faz parte. Petistas afirmam que Vaccari temia alguma manifestação pela sua saída. Segundo a Folha apurou, Lula defende o afastamento imediato de Vaccari e tem dito a aliados que, se permanecer no cargo, o tesoureiro não consegue nem se defender nem ajudar o partido. Após uma reunião com Lula pela manhã, o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) defendeu que o partido afaste Vaccari do cargo preventivamente caso ele não o faça de maneira voluntária. O presidente do PT, no entanto, ponderou que só pode deliberar sobre o que chega oficialmente ao partido e que, até agora, Tarso Genro não fez qualquer encaminhamento formal sobre o caso de Vaccari.
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Governo quer testar contratos mais curtos em leilões de energia, diz estatal
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O governo pretende reduzir a duração dos contratos de até 30 anos oferecidos atualmente a investidores em leilões públicos para contratar novas usinas de geração de energia no Brasil, mas esse movimento deverá ser realizado de forma gradual e cuidadosa, disse o presidente da estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Luiz Barroso. Os contratos de venda de energia nos certames são fechados com distribuidoras, que atendem à demanda dos consumidores finais, e os geradores costumam utilizar os recebíveis desses acordos como garantia para a captação de financiamentos para as usinas junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Mas o governo entende que contratos muito longos acabam por transferir riscos para o consumidor e que o modelo de financiamento da expansão da indústria de energia não pode mais ser baseado apenas no BNDES. "Gostaríamos de, no longo prazo, praticar contratos de menor prazo para a energia nova, exatamente como fazem todos os países da América Latina. No Chile, Peru, Colômbia, México, onde os contratos de energia são de 10 a 15 anos no máximo...o mercado se beneficia de sofisticadas práticas de financiamento público e privado, local e internacional", disse Barroso, em nota. Ele ressaltou, no entanto, que o movimento não acontecerá "de um dia para o outro" e que a ideia é realizar essa transição com prudência. "Mesmo durante a transição seria possível ir ajustando os prazos dos contratos...o que será buscado é ajustar a velocidade de ajuste observando as características da oferta de capital [incluindo financiamento] e a maturidade do mercado no Brasil", complementou o presidente da EPE. Segundo ele, é importante avaliar a velocidade das mudanças porque, no limite, a redução nos prazos dos contratos pode fazer com que as empresas busquem retornos em prazo mais curto e assim gerar uma elevação nos preços da eletricidade nos certames. Barroso ponderou que o atual modelo de leilões e financiamento pelo BNDES pode gerar preços não necessariamente realistas, dados os subsídios nos empréstimos e riscos não considerados nos contratos. "O mecanismo de contratação atual transfere muitos riscos do gerador ao consumidor e uma discussão interessante é até que ponto os baixos preços conseguidos são realistas e sustentáveis", apontou. Segundo ele, é possível "um novo equilíbrio" para ter "preços realistas", o que poderia passar inclusive por novas formas de gestão de risco pelos investidores, como a negociação de eletricidade em bolsas. "Mas esse movimento precisa ser feito com cuidado, pois uma maior exposição do gerador ao mercado exige como contrapartida que esse mercado seja maduro, líquido e crível, caso contrário estamos criando riscos à toa", ressaltou. ENERGIA E CAPACIDADE O governo tem promovido discussões sobre diversas propostas de reforma nas regras do setor elétrico, o que inclui a separação da contratação de novas usinas (capacidade, ou lastro) da comercialização de energia elétrica dos empreendimentos. Atualmente, os leilões do governo para assegurar a construção de novas usinas contratam capacidade e energia como um produto único. A energia é negociada com as distribuidoras em contratos de 30 anos para hidrelétricas e 20 anos para outras fontes, como parques eólicos e usinas solares. Com as mudanças, o governo faria um leilão para contratar nova capacidade, e os geradores contratados receberiam uma receita fixa pelo produto lastro ofertado. Mas o mesmo leilão também poderá oferecer às usinas a possibilidade de vender energia para as distribuidoras, como acontece atualmente, disse Barroso. "Não elimina o mecanismo de leilões atuais. Então podemos ter, sim, a contratação de contratação de contratos de energia através de leilões...Junto com o lastro, o gerador irá comercializar também contratos, tal como hoje, sendo que a comercialização deste produto ocorrerá separada do lastro", explicou.
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mercado
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Governo quer testar contratos mais curtos em leilões de energia, diz estatalO governo pretende reduzir a duração dos contratos de até 30 anos oferecidos atualmente a investidores em leilões públicos para contratar novas usinas de geração de energia no Brasil, mas esse movimento deverá ser realizado de forma gradual e cuidadosa, disse o presidente da estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Luiz Barroso. Os contratos de venda de energia nos certames são fechados com distribuidoras, que atendem à demanda dos consumidores finais, e os geradores costumam utilizar os recebíveis desses acordos como garantia para a captação de financiamentos para as usinas junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Mas o governo entende que contratos muito longos acabam por transferir riscos para o consumidor e que o modelo de financiamento da expansão da indústria de energia não pode mais ser baseado apenas no BNDES. "Gostaríamos de, no longo prazo, praticar contratos de menor prazo para a energia nova, exatamente como fazem todos os países da América Latina. No Chile, Peru, Colômbia, México, onde os contratos de energia são de 10 a 15 anos no máximo...o mercado se beneficia de sofisticadas práticas de financiamento público e privado, local e internacional", disse Barroso, em nota. Ele ressaltou, no entanto, que o movimento não acontecerá "de um dia para o outro" e que a ideia é realizar essa transição com prudência. "Mesmo durante a transição seria possível ir ajustando os prazos dos contratos...o que será buscado é ajustar a velocidade de ajuste observando as características da oferta de capital [incluindo financiamento] e a maturidade do mercado no Brasil", complementou o presidente da EPE. Segundo ele, é importante avaliar a velocidade das mudanças porque, no limite, a redução nos prazos dos contratos pode fazer com que as empresas busquem retornos em prazo mais curto e assim gerar uma elevação nos preços da eletricidade nos certames. Barroso ponderou que o atual modelo de leilões e financiamento pelo BNDES pode gerar preços não necessariamente realistas, dados os subsídios nos empréstimos e riscos não considerados nos contratos. "O mecanismo de contratação atual transfere muitos riscos do gerador ao consumidor e uma discussão interessante é até que ponto os baixos preços conseguidos são realistas e sustentáveis", apontou. Segundo ele, é possível "um novo equilíbrio" para ter "preços realistas", o que poderia passar inclusive por novas formas de gestão de risco pelos investidores, como a negociação de eletricidade em bolsas. "Mas esse movimento precisa ser feito com cuidado, pois uma maior exposição do gerador ao mercado exige como contrapartida que esse mercado seja maduro, líquido e crível, caso contrário estamos criando riscos à toa", ressaltou. ENERGIA E CAPACIDADE O governo tem promovido discussões sobre diversas propostas de reforma nas regras do setor elétrico, o que inclui a separação da contratação de novas usinas (capacidade, ou lastro) da comercialização de energia elétrica dos empreendimentos. Atualmente, os leilões do governo para assegurar a construção de novas usinas contratam capacidade e energia como um produto único. A energia é negociada com as distribuidoras em contratos de 30 anos para hidrelétricas e 20 anos para outras fontes, como parques eólicos e usinas solares. Com as mudanças, o governo faria um leilão para contratar nova capacidade, e os geradores contratados receberiam uma receita fixa pelo produto lastro ofertado. Mas o mesmo leilão também poderá oferecer às usinas a possibilidade de vender energia para as distribuidoras, como acontece atualmente, disse Barroso. "Não elimina o mecanismo de leilões atuais. Então podemos ter, sim, a contratação de contratação de contratos de energia através de leilões...Junto com o lastro, o gerador irá comercializar também contratos, tal como hoje, sendo que a comercialização deste produto ocorrerá separada do lastro", explicou.
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Para ex-presidente, arena ainda não foi um bom negócio para o Palmeiras
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O ex-presidente do Palmeiras Mustafá Contursi disse que a construção do Allianz Parque por enquanto não foi um bom negócio. "A melhora das rendas justificam? Eu acho que não. Não temos os recursos que se prometeram. Se houve investimentos, o Palmeiras também entregou centenas de milhões de reais em propriedades", disse ele ao programa "Aqui com Benja!" (Fox Sports), que vai ao ar neste sábado (22). Leia a coluna completa aqui.
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colunas
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Para ex-presidente, arena ainda não foi um bom negócio para o PalmeirasO ex-presidente do Palmeiras Mustafá Contursi disse que a construção do Allianz Parque por enquanto não foi um bom negócio. "A melhora das rendas justificam? Eu acho que não. Não temos os recursos que se prometeram. Se houve investimentos, o Palmeiras também entregou centenas de milhões de reais em propriedades", disse ele ao programa "Aqui com Benja!" (Fox Sports), que vai ao ar neste sábado (22). Leia a coluna completa aqui.
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Incêndio atinge dezenas de barracos em favela na zona norte de SP
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Um incêndio atingiu na noite deste domingo (1º) dezenas de barracos na favela Capadócia, na região da Brasilândia, zona norte de São Paulo. Segundo informações dos Bombeiros, o fogo começou por volta das 22h50 e atingiu uma área de 1.500 m2 do terreno invadido. Ao menos 12 equipes foram enviadas ao local para combater as chamas. Ainda de acordo com a corporação, não houve feridos e não há informações sobre as causas do incêndio. As casas de madeira aglomeradas, as instalações elétricas irregulares e o tempo frio da última madrugada são alguns dos fatores que podem ter contribuído para o incêndio no local. De acordo com a Defesa Civil do Estado, cerca de 60 barracos foram destruídos e 300 pessoas estão desabrigadas. Os moradores estão sendo cadastrados pelo órgão, que deve encaminhar os nomes à subprefeitura da região. Por volta das 6h, uma equipe dos bombeiros permaneciam no local fazendo o trabalho de rescaldo para evitar o surgimento de novos focos de fogo.
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cotidiano
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Incêndio atinge dezenas de barracos em favela na zona norte de SPUm incêndio atingiu na noite deste domingo (1º) dezenas de barracos na favela Capadócia, na região da Brasilândia, zona norte de São Paulo. Segundo informações dos Bombeiros, o fogo começou por volta das 22h50 e atingiu uma área de 1.500 m2 do terreno invadido. Ao menos 12 equipes foram enviadas ao local para combater as chamas. Ainda de acordo com a corporação, não houve feridos e não há informações sobre as causas do incêndio. As casas de madeira aglomeradas, as instalações elétricas irregulares e o tempo frio da última madrugada são alguns dos fatores que podem ter contribuído para o incêndio no local. De acordo com a Defesa Civil do Estado, cerca de 60 barracos foram destruídos e 300 pessoas estão desabrigadas. Os moradores estão sendo cadastrados pelo órgão, que deve encaminhar os nomes à subprefeitura da região. Por volta das 6h, uma equipe dos bombeiros permaneciam no local fazendo o trabalho de rescaldo para evitar o surgimento de novos focos de fogo.
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Neymar discute à beira do campo após conquista da medalha de ouro
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PEDRO IVO ALMEIDA DO UOL O atacante Neymar se envolveu em uma discussão na noite do sábado (20), ainda no Estádio do Maracanã, após a conquista da medalha de ouro no torneio masculino de futebol dos Jogos Olímpicos de 2016. A cena foi registrada em vídeos amadores e ganhou as redes sociais durante o fim de semana. Na gravação, porém, é impossível identificar com quem o jogador discute, ou mesmo o motivo do desentendimento. Veja vídeo No início da filmagem, torcedores à beira do gramado do Maracanã cantam repetidamente o nome do jogador, que caminha cercado por cinegrafistas e fotógrafos. No entanto, o camisa 10 rapidamente caminha em direção à filmagem, gesticulando e discutindo com um interlocutor. Pelas primeiras imagens, não é possível reconhecer a voz de quem discute com Neymar. Em determinado momento, porém, o jogador diz que o interlocutor "tem que respeitar, aqui é Brasil". Neymar deixa a cena em um primeiro momento, mas depois retorna, aponta novamente para o interlocutor e dá um tapa em uma cobertura plástica. Os presentes pedem "calma" ao jogador. Segundo fontes ouvidas pela reportagem do UOL Esporte, Neymar se revoltou porque havia sido xingado por torcedores posicionados do lado oposto ao banco de reservas. O grupo pedia raça do jogador do torcedor durante a partida, e continuou a fazer piadas mesmo após a medalha de ouro. Neymar procurou o grupo após o jogo para tirar satisfações.
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esporte
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Neymar discute à beira do campo após conquista da medalha de ouro
PEDRO IVO ALMEIDA DO UOL O atacante Neymar se envolveu em uma discussão na noite do sábado (20), ainda no Estádio do Maracanã, após a conquista da medalha de ouro no torneio masculino de futebol dos Jogos Olímpicos de 2016. A cena foi registrada em vídeos amadores e ganhou as redes sociais durante o fim de semana. Na gravação, porém, é impossível identificar com quem o jogador discute, ou mesmo o motivo do desentendimento. Veja vídeo No início da filmagem, torcedores à beira do gramado do Maracanã cantam repetidamente o nome do jogador, que caminha cercado por cinegrafistas e fotógrafos. No entanto, o camisa 10 rapidamente caminha em direção à filmagem, gesticulando e discutindo com um interlocutor. Pelas primeiras imagens, não é possível reconhecer a voz de quem discute com Neymar. Em determinado momento, porém, o jogador diz que o interlocutor "tem que respeitar, aqui é Brasil". Neymar deixa a cena em um primeiro momento, mas depois retorna, aponta novamente para o interlocutor e dá um tapa em uma cobertura plástica. Os presentes pedem "calma" ao jogador. Segundo fontes ouvidas pela reportagem do UOL Esporte, Neymar se revoltou porque havia sido xingado por torcedores posicionados do lado oposto ao banco de reservas. O grupo pedia raça do jogador do torcedor durante a partida, e continuou a fazer piadas mesmo após a medalha de ouro. Neymar procurou o grupo após o jogo para tirar satisfações.
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Morre mulher que estava em carro que caiu em córrego na Grande São Paulo
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Morreu na madrugada desta quinta-feira (18) a mulher que estava em um carro que foi arrastado pela enxurrada em Ferraz de Vasconcelos (Grande SP). O nome dela não foi divulgado pela Polícia Civil. A mulher estava dentro de um veículo na rua Guaianases, tomada pela enxurrada, e foi arrastado para dentro de um córrego, na tarde de quarta (17). Moradores usaram uma retroescavadeira de uma obra próxima para tentar tirar o carro da água. A vítima ficou por mais tempo presa debaixo do veículo, que foi levado por quase 500 m antes de o socorro chegar. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ela sofreu uma parada cardiorrespiratória, foi socorrida em estado grave e levada para o pronto-socorro do Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos, onde morreu. Um homem e uma criança, que também estavam dentro do carro, ficaram feridos e foram levados para o mesmo hospital, mas o estado de saúde deles não foi divulgado. TRÂNSITO RECORDE O temporal na tarde desta quarta provocou recorde de lentidão deste ano em São Paulo: 263 km registrados às 18h30 pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Três córregos transbordaram, um em Itaquera (zona leste) e os demais no Ipiranga e Cidade Ademar (ambos na zona sul). A estação Ferraz de Vasconcelos, da linha 11-coral da CPTM, ficou alagada com o temporal e a circulação de trens foi interrompida entre as estações Guaianases e Poá. Na linha 10-turquesa, a CPTM teve que pedir ajuda de ônibus por causa de um alagamento que interrompeu a circulação entre as estações Mauá e Ribeirão Pires. A situação nas linhas foi normalizada às 19h22, de acordo com a CPTM.
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Morre mulher que estava em carro que caiu em córrego na Grande São PauloMorreu na madrugada desta quinta-feira (18) a mulher que estava em um carro que foi arrastado pela enxurrada em Ferraz de Vasconcelos (Grande SP). O nome dela não foi divulgado pela Polícia Civil. A mulher estava dentro de um veículo na rua Guaianases, tomada pela enxurrada, e foi arrastado para dentro de um córrego, na tarde de quarta (17). Moradores usaram uma retroescavadeira de uma obra próxima para tentar tirar o carro da água. A vítima ficou por mais tempo presa debaixo do veículo, que foi levado por quase 500 m antes de o socorro chegar. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ela sofreu uma parada cardiorrespiratória, foi socorrida em estado grave e levada para o pronto-socorro do Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos, onde morreu. Um homem e uma criança, que também estavam dentro do carro, ficaram feridos e foram levados para o mesmo hospital, mas o estado de saúde deles não foi divulgado. TRÂNSITO RECORDE O temporal na tarde desta quarta provocou recorde de lentidão deste ano em São Paulo: 263 km registrados às 18h30 pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Três córregos transbordaram, um em Itaquera (zona leste) e os demais no Ipiranga e Cidade Ademar (ambos na zona sul). A estação Ferraz de Vasconcelos, da linha 11-coral da CPTM, ficou alagada com o temporal e a circulação de trens foi interrompida entre as estações Guaianases e Poá. Na linha 10-turquesa, a CPTM teve que pedir ajuda de ônibus por causa de um alagamento que interrompeu a circulação entre as estações Mauá e Ribeirão Pires. A situação nas linhas foi normalizada às 19h22, de acordo com a CPTM.
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Resgatado o último corpo de vítima de chuvas em SP; mortos chegam a 25
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Os bombeiros resgataram na madrugada desta segunda-feira (14) a última vítima soterrada após as chuvas que atingiram o Estado de São Paulo, entre a noite de quinta (10) e a madrugada de sexta-feira (11). No total, 25 pessoas morreram e 19 ficaram feridas. Severina Lima, 72, foi localizada em um terreno na rua Primavera, no Parque Náutico, em Mairiporã (Grande São Paulo), por volta das 3h. Ao longo de domingo (13), em Mairiporã, os bombeiros resgataram os corpos de quatro vítimas de um soterramento. Entre as vítimas encontradas no domingo estão a bebê Ana Laura, 10 meses, e Lara, 12 anos, soterradas. O corpo da mãe, Fabiana Costa, 31, já havia sido achado. O pai das crianças e o irmão mais velho estão salvos e têm ferimentos leves. Todos viviam na rua Primavera, no Parque Náutico, assim como a família do mecânico Diego Pelegrino, 31. "Estou conformado, não tem o que fazer. Não adianta se desesperar e fazer loucura", disse Pelegrino, que teve irmã e mais três sobrinhos mortos na tragédia. O motorista Elias Ferreira, 50 anos, que perdeu o filho no desabamento, estava muito abalado. "Ele morava com a mãe, que também morreu. Eu o vi há dez dias. Não estou acreditando no que aconteceu", conta ele. Os moradores de Mairiporã temem novos desabamentos se chover com força novamente. Muitas das casas tiveram a estrutura abalada. Maria de Lourdes da Silva, 36 anos, que estava em casa durante o temporal da última quinta, descreveu o que viu como um filme de horror. "Na hora da chuva, fez um estrondo enorme, como se fosse um trovão sem fim. Eu senti o chão tremer. Abri a porta de casa e estava tudo alagado, as árvores estavam caindo e escutava gente gritando por socorro", lembra ela. Em Franco da Rocha, também na Grande SP, uma pessoa havia sido morta arrastada pela enxurrada. Além de Mairiporã e Franco da Rocha, a chuva fez vítimas fatais nas cidades de Cajamar, Guarulhos e Itapevi, na região metropolitana, e em Itatiba, no interior. Segundo a Defesa Civil, 4.064 pessoas estão desabrigadas em todo o Estado por conta da tempestade. As chuvas devem dar uma trégua nesta segunda, mas voltarão na terça. segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Como acontecem os deslizamentos ESTADO Segundo os últimos dados disponível da Defesa Civil estadual, 2.965 pessoas estão desabrigadas ou desalojadas (na casa de familiares e amigos). Todos esses casos foram registrados em nove cidades: Atibaia, Cabreúva, Caieiras, Cajamar, Franco da Rocha, Francisco Morato, Mairiporã, São Roque e Santa Isabel. Neste sábado (12), a presidente Dilma Rousseff sobrevoou áreas atingidas pelas cheias. Após ver os estragos, ela anunciou a liberação de recursos para prefeituras. "A partir do reconhecimento do estado de emergência, liberamos um cartão para o prefeito fazer os pagamentos menores, mediante comprovação." Entre as cidades visitadas pela petista estava Francisco Morato. Lá, moradores relatam que se sentem inseguros depois do temporal e planejam se mudar. A tragédia vista do alto Nível de chuva por cidade - das 16h do dia 10 às 16h do dia 11 de março
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Resgatado o último corpo de vítima de chuvas em SP; mortos chegam a 25Os bombeiros resgataram na madrugada desta segunda-feira (14) a última vítima soterrada após as chuvas que atingiram o Estado de São Paulo, entre a noite de quinta (10) e a madrugada de sexta-feira (11). No total, 25 pessoas morreram e 19 ficaram feridas. Severina Lima, 72, foi localizada em um terreno na rua Primavera, no Parque Náutico, em Mairiporã (Grande São Paulo), por volta das 3h. Ao longo de domingo (13), em Mairiporã, os bombeiros resgataram os corpos de quatro vítimas de um soterramento. Entre as vítimas encontradas no domingo estão a bebê Ana Laura, 10 meses, e Lara, 12 anos, soterradas. O corpo da mãe, Fabiana Costa, 31, já havia sido achado. O pai das crianças e o irmão mais velho estão salvos e têm ferimentos leves. Todos viviam na rua Primavera, no Parque Náutico, assim como a família do mecânico Diego Pelegrino, 31. "Estou conformado, não tem o que fazer. Não adianta se desesperar e fazer loucura", disse Pelegrino, que teve irmã e mais três sobrinhos mortos na tragédia. O motorista Elias Ferreira, 50 anos, que perdeu o filho no desabamento, estava muito abalado. "Ele morava com a mãe, que também morreu. Eu o vi há dez dias. Não estou acreditando no que aconteceu", conta ele. Os moradores de Mairiporã temem novos desabamentos se chover com força novamente. Muitas das casas tiveram a estrutura abalada. Maria de Lourdes da Silva, 36 anos, que estava em casa durante o temporal da última quinta, descreveu o que viu como um filme de horror. "Na hora da chuva, fez um estrondo enorme, como se fosse um trovão sem fim. Eu senti o chão tremer. Abri a porta de casa e estava tudo alagado, as árvores estavam caindo e escutava gente gritando por socorro", lembra ela. Em Franco da Rocha, também na Grande SP, uma pessoa havia sido morta arrastada pela enxurrada. Além de Mairiporã e Franco da Rocha, a chuva fez vítimas fatais nas cidades de Cajamar, Guarulhos e Itapevi, na região metropolitana, e em Itatiba, no interior. Segundo a Defesa Civil, 4.064 pessoas estão desabrigadas em todo o Estado por conta da tempestade. As chuvas devem dar uma trégua nesta segunda, mas voltarão na terça. segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Como acontecem os deslizamentos ESTADO Segundo os últimos dados disponível da Defesa Civil estadual, 2.965 pessoas estão desabrigadas ou desalojadas (na casa de familiares e amigos). Todos esses casos foram registrados em nove cidades: Atibaia, Cabreúva, Caieiras, Cajamar, Franco da Rocha, Francisco Morato, Mairiporã, São Roque e Santa Isabel. Neste sábado (12), a presidente Dilma Rousseff sobrevoou áreas atingidas pelas cheias. Após ver os estragos, ela anunciou a liberação de recursos para prefeituras. "A partir do reconhecimento do estado de emergência, liberamos um cartão para o prefeito fazer os pagamentos menores, mediante comprovação." Entre as cidades visitadas pela petista estava Francisco Morato. Lá, moradores relatam que se sentem inseguros depois do temporal e planejam se mudar. A tragédia vista do alto Nível de chuva por cidade - das 16h do dia 10 às 16h do dia 11 de março
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Até tu, Petrobras?
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No país da piada pronta, perde-se o amigo, jamais a anedota. Como revelado pelo repórter Rodrigo Mattos em seu blog no UOL, do Grupo Folha, em outubro a Petrobras rompeu o contrato de patrocínio da Copa do Brasil. A estatal não disse estar cansada dos escândalos da CBF, ao contrário do apurado pelo calejado jornalista, premiado com o Prêmio Esso de 2012, nesta Folha. Em dezembro tinha sido a vez de a Gillette cortar relações com a CBF e agora a Sadia deixou de patrociná-la, por saber que a destruição de uma marca é bem mais rápida que a construção. Também a Sadia, da BRF Brasil, cujo presidente do Conselho Administrativo é o empresário Abílio Diniz, não diz que os escândalos a afastaram da CBF, mas o motivo do rompimento foi exatamente este. A Fifa se mexe e a CBF imagina a solução na figura bizarra do coronel Nunes. Tanto não é que a entidade teve de recuar rapidinho e engolir a Primeira Liga, tal o respaldo dado ao seu torneio pela opinião pública e pela mídia. Se a saída da Petrobras parece o roto abandonando o esfarrapado, aí a piada pronta, leve-se em conta o esforço dos novos gestores para limpar a sujeira instalada em suas entranhas, ao contrário do que ocorre na Casa Bandida onde não há remendo que a remedeie. Nova eleição, sob novas regras, sem as cláusulas de barreira que impedem candidaturas de pessoas de bem à presidência, é a saída. Até acontecer, sentiremos o odor podre de um cadáver insepulto que insiste em sobreviver. PAULISTINHA 2016 Começou ontem o campeonato estadual da FPF, outra sobrevivência, mais perfumada é verdade, para nos distrair até que a Libertadores, a Copa do Brasil e o Brasileirão ocupem as atenções. É sabido que o Paulistinha não significa muito para quem o vence e acarreta crises para quem o perde. Um olhar nacional permite dar mais atenção às Copas do Nordeste e da Primeira Liga –aquela que a CBF jamais esquecerá, como o primeiro sutiã. Rubinho, o presidente da federação carioca, teve de enfiar o rabinho entre as pernas e submergir, hospitalizado, diante da força da dupla Fla-Flu. Por aqui, em São Paulo, reina a paz, a dos cemitérios, com os quatro grandes ainda subservientes e calados por um dinheiro garantido, embora menor do possível sob um novo calendário que atendesse ao tamanho de suas torcidas. Hoje jogam Palmeiras, em Ribeirão Preto, contra o campeão da última Série D, o Botafogo, e o Corinthians, em casa, contra o XV de Piracicaba. Devem encontrar dificuldades porque os times do interior começaram a se preparar ainda em dezembro e o preparo físico pode fazer diferença. Além do mais, nem Palmeiras nem Corinthians estão prontos, com vantagem para o Alviverde, embora com jogo mais difícil, pois apenas se reforçou e não se desmontou, como o Alvinegro. Desmonte que, diga-se, foi saudado pelo ex-presidente corintiano, Andrés Sanchez, com agradecimentos à China por ter levado quatro campeões brasileiros. E tome Lava Jato em Itaquera, cada vez mais perto de abrir a caixa preta da Arena Corinthians. O preço da subserviência é a eterna mediocridade e falta de transparência.
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Até tu, Petrobras?No país da piada pronta, perde-se o amigo, jamais a anedota. Como revelado pelo repórter Rodrigo Mattos em seu blog no UOL, do Grupo Folha, em outubro a Petrobras rompeu o contrato de patrocínio da Copa do Brasil. A estatal não disse estar cansada dos escândalos da CBF, ao contrário do apurado pelo calejado jornalista, premiado com o Prêmio Esso de 2012, nesta Folha. Em dezembro tinha sido a vez de a Gillette cortar relações com a CBF e agora a Sadia deixou de patrociná-la, por saber que a destruição de uma marca é bem mais rápida que a construção. Também a Sadia, da BRF Brasil, cujo presidente do Conselho Administrativo é o empresário Abílio Diniz, não diz que os escândalos a afastaram da CBF, mas o motivo do rompimento foi exatamente este. A Fifa se mexe e a CBF imagina a solução na figura bizarra do coronel Nunes. Tanto não é que a entidade teve de recuar rapidinho e engolir a Primeira Liga, tal o respaldo dado ao seu torneio pela opinião pública e pela mídia. Se a saída da Petrobras parece o roto abandonando o esfarrapado, aí a piada pronta, leve-se em conta o esforço dos novos gestores para limpar a sujeira instalada em suas entranhas, ao contrário do que ocorre na Casa Bandida onde não há remendo que a remedeie. Nova eleição, sob novas regras, sem as cláusulas de barreira que impedem candidaturas de pessoas de bem à presidência, é a saída. Até acontecer, sentiremos o odor podre de um cadáver insepulto que insiste em sobreviver. PAULISTINHA 2016 Começou ontem o campeonato estadual da FPF, outra sobrevivência, mais perfumada é verdade, para nos distrair até que a Libertadores, a Copa do Brasil e o Brasileirão ocupem as atenções. É sabido que o Paulistinha não significa muito para quem o vence e acarreta crises para quem o perde. Um olhar nacional permite dar mais atenção às Copas do Nordeste e da Primeira Liga –aquela que a CBF jamais esquecerá, como o primeiro sutiã. Rubinho, o presidente da federação carioca, teve de enfiar o rabinho entre as pernas e submergir, hospitalizado, diante da força da dupla Fla-Flu. Por aqui, em São Paulo, reina a paz, a dos cemitérios, com os quatro grandes ainda subservientes e calados por um dinheiro garantido, embora menor do possível sob um novo calendário que atendesse ao tamanho de suas torcidas. Hoje jogam Palmeiras, em Ribeirão Preto, contra o campeão da última Série D, o Botafogo, e o Corinthians, em casa, contra o XV de Piracicaba. Devem encontrar dificuldades porque os times do interior começaram a se preparar ainda em dezembro e o preparo físico pode fazer diferença. Além do mais, nem Palmeiras nem Corinthians estão prontos, com vantagem para o Alviverde, embora com jogo mais difícil, pois apenas se reforçou e não se desmontou, como o Alvinegro. Desmonte que, diga-se, foi saudado pelo ex-presidente corintiano, Andrés Sanchez, com agradecimentos à China por ter levado quatro campeões brasileiros. E tome Lava Jato em Itaquera, cada vez mais perto de abrir a caixa preta da Arena Corinthians. O preço da subserviência é a eterna mediocridade e falta de transparência.
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Após exames, Neymar é liberado e confirmado para duelo contra a Colômbia
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SÉRGIO RANGEL DE SÃO PAULO O atacante Neymar está confirmado pelo técnico Rogério Micale para o jogo da seleção brasileira contra a Colômbia, marcado para este sábado (13), às 22h, no Itaquerão, pelas quartas de final da Rio-2016. O jogador foi confirmado na partida após realizar exames no hotel onde a equipe brasileira está concentrada. Ele virou dúvida para a partida após sofrer uma entorse leve tornozelo direito na vitória sobre a Dinamarca, na quarta-feira (10), em Salvador. Na sexta, o atacante ainda caminhava com dificuldade. O atacante do Barcelona é o principal trunfo da seleção na disputa pela inédita medalha de ouro, embora não tenha sido ainda protagonista da equipe no torneio. Neymar vai enfrentar um adversário que o tirou da Copa do Brasil e da Copa América do Chile, em 2015. No Mundial-14, ele fraturou uma das vértebras nas quartas de final após receber uma joelhada do lateral colombiano Zuñiga e ficou de fora do restante da competição. Depois dali, a seleção só perdeu no torneio (Alemanha, por 7 a 1; e Holanda, por 3 a 0). No ano passado, Neymar brigou com os colombianos no final da partida após a derrota da seleção em Santiago e foi punido por quatro partidas.
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esporte
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Após exames, Neymar é liberado e confirmado para duelo contra a Colômbia
SÉRGIO RANGEL DE SÃO PAULO O atacante Neymar está confirmado pelo técnico Rogério Micale para o jogo da seleção brasileira contra a Colômbia, marcado para este sábado (13), às 22h, no Itaquerão, pelas quartas de final da Rio-2016. O jogador foi confirmado na partida após realizar exames no hotel onde a equipe brasileira está concentrada. Ele virou dúvida para a partida após sofrer uma entorse leve tornozelo direito na vitória sobre a Dinamarca, na quarta-feira (10), em Salvador. Na sexta, o atacante ainda caminhava com dificuldade. O atacante do Barcelona é o principal trunfo da seleção na disputa pela inédita medalha de ouro, embora não tenha sido ainda protagonista da equipe no torneio. Neymar vai enfrentar um adversário que o tirou da Copa do Brasil e da Copa América do Chile, em 2015. No Mundial-14, ele fraturou uma das vértebras nas quartas de final após receber uma joelhada do lateral colombiano Zuñiga e ficou de fora do restante da competição. Depois dali, a seleção só perdeu no torneio (Alemanha, por 7 a 1; e Holanda, por 3 a 0). No ano passado, Neymar brigou com os colombianos no final da partida após a derrota da seleção em Santiago e foi punido por quatro partidas.
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Alemanha estreia com vitória nas eliminatórias; Inglaterra vence
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Atual campeã mundial, a Alemanha começou a campanha para a manutenção do título com vitória. Mesmo jogando fora, não teve dificuldades para vencer a Noruega na tarde deste domingo (4), 3 a 0. Essa foi a primeira partida das duas seleções, que disputam as eliminatórias europeias para a Copa do Mundo de 2018 no grupo C. Thomas Müller apareceu bem na partida. Ele encerrou jejum de sete jogos sem marcar pela seleção com dois gols, o primeiro e o último da equipe. O atacante do Bayern de Munique também deu a assistência que levou ao segundo gol da Alemanha, marcado por Joshua Kimmich, o primeiro dele pelo time nacional. Os alemães dominaram o jogo do começo ao fim. Tiveram 67% da posse de bola. A seleção norueguesa não conseguiu dar sequer um chute em direção ao gol. INGLATERRA O técnico Sam Allardyce pode agradecer ao meia Adam Lallana pela estreia com o pé direito à frente da seleção da Inglaterra. O gol de Lallana, aos 50 do segundo tempo, deu à seleção inglesa a vitória sobre a Eslováquia. O jogo do Grupo F foi o primeiro das seleções nas eliminatórias. A Inglaterra tinha um jogador a mais desde o começo do segundo tempo, quando o eslovaco Martin Skrtel recebeu o segundo cartão amarelo. O gol da vitória foi o primeiro de Lallana em 27 jogos com a camisa da Inglaterra. "Eu me forcei a marcar gols, e sabia que era apenas uma questão de tempo", afirmou o meia. Para Allardyce, o jogo caminhava para o final com um gosto de frustração. "Foi bastante estressante no final, porque um jogo com o cenário de 10 jogadores significa que você tem que ganhar", afirmou o técnico. "Foi difícil de derrotá-los, mas nós conseguimos o que merecíamos", completou. A Inglaterra conseguiu oferecer perigo à Eslováquia pela primeira vez aos 20 minutos do segundo tempo, com um chute rasteiro do capitão Wayne Rooney. "Nós não entramos em pânico. Acho que isso foi o mais importante", disse Rooney. "Permanecemos com o nosso plano, nos adaptamos e tentamos nos infiltrar nas áreas certas, mas sem dar muitas chances a eles". Os ingleses lideram o Grupo F das eliminatórias. Em segundo, está a Eslovênia, que empatou em 2 a 2 com a Lituânia, terceira colocada. Escócia e Malta jogam no final do dia.
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Alemanha estreia com vitória nas eliminatórias; Inglaterra venceAtual campeã mundial, a Alemanha começou a campanha para a manutenção do título com vitória. Mesmo jogando fora, não teve dificuldades para vencer a Noruega na tarde deste domingo (4), 3 a 0. Essa foi a primeira partida das duas seleções, que disputam as eliminatórias europeias para a Copa do Mundo de 2018 no grupo C. Thomas Müller apareceu bem na partida. Ele encerrou jejum de sete jogos sem marcar pela seleção com dois gols, o primeiro e o último da equipe. O atacante do Bayern de Munique também deu a assistência que levou ao segundo gol da Alemanha, marcado por Joshua Kimmich, o primeiro dele pelo time nacional. Os alemães dominaram o jogo do começo ao fim. Tiveram 67% da posse de bola. A seleção norueguesa não conseguiu dar sequer um chute em direção ao gol. INGLATERRA O técnico Sam Allardyce pode agradecer ao meia Adam Lallana pela estreia com o pé direito à frente da seleção da Inglaterra. O gol de Lallana, aos 50 do segundo tempo, deu à seleção inglesa a vitória sobre a Eslováquia. O jogo do Grupo F foi o primeiro das seleções nas eliminatórias. A Inglaterra tinha um jogador a mais desde o começo do segundo tempo, quando o eslovaco Martin Skrtel recebeu o segundo cartão amarelo. O gol da vitória foi o primeiro de Lallana em 27 jogos com a camisa da Inglaterra. "Eu me forcei a marcar gols, e sabia que era apenas uma questão de tempo", afirmou o meia. Para Allardyce, o jogo caminhava para o final com um gosto de frustração. "Foi bastante estressante no final, porque um jogo com o cenário de 10 jogadores significa que você tem que ganhar", afirmou o técnico. "Foi difícil de derrotá-los, mas nós conseguimos o que merecíamos", completou. A Inglaterra conseguiu oferecer perigo à Eslováquia pela primeira vez aos 20 minutos do segundo tempo, com um chute rasteiro do capitão Wayne Rooney. "Nós não entramos em pânico. Acho que isso foi o mais importante", disse Rooney. "Permanecemos com o nosso plano, nos adaptamos e tentamos nos infiltrar nas áreas certas, mas sem dar muitas chances a eles". Os ingleses lideram o Grupo F das eliminatórias. Em segundo, está a Eslovênia, que empatou em 2 a 2 com a Lituânia, terceira colocada. Escócia e Malta jogam no final do dia.
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Para evitar inadimplência, Dilma veta alta do limite do crédito consignado
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A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta sexta-feira (22) lei que garante crédito de até R$ 30 bilhões ao BNDES. Ela vetou, no entanto, o aumento do limite de crédito consignado, e o fim do sigilo a qualquer operação do BNDES. Inicialmente, a lei previa ampliação do crédito de forma que o teto de cada pagamento mensal subisse de 30% para 40% da renda do trabalhador. No caso dos empréstimos com desconto em folha de pagamento, a presidente argumentou que "sem a introdução de contrapartidas que ampliassem a proteção ao tomador do empréstimo, a medida proposta poderia acarretar um comprometimento da renda das famílias para além do desejável e de maneira incompatível com os princípios da atividade econômica". "A proposta levaria, ainda, à elevação do endividamento e poderia resultar na ampliação da inadimplência, prejudicando as próprias famílias e dificultando o esforço atual de controle da inflação", segundo publicado no "Diário Oficial" da União. VETO A SIGILO DE EMPRÉSTIMOS DO BNDES A presidente também vetou artigo da lei dizendo que não poderia "ser alegado sigilo ou definidas como secretas as operações de apoio financeiro do BNDES, ou de suas subsidiárias, qualquer que seja o beneficiário ou interessado, direta ou indiretamente, incluindo nações estrangeiras." No entendimento de Dilma, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) "já divulga em transparência ativa diversas informações a respeito de suas operações, tais como clientes, projetos e, no caso de operações internas, os valores contratados em cada empréstimo". "A divulgação ampla e irrestrita das demais informações das operações de apoio financeiro do BNDES feriria sigilos bancários e empresarias e prejudicaria a competitividade das empresas brasileiras no mercado global de bens e serviços", complementou. Também foram vetados outros três artigos, um deles que autorizaria o BNDES a refinanciar dívidas de mutuários com renda anual acima de R$ 2,4 milhões no segmento de transporte rodoviário de carga, sem subvenção de juros pela União. Segundo texto no Diário Oficial, "o dispositivo ampliaria consideravelmente o escopo de refinanciamento ao incluir empresas de todos os portes, o que traria impactos financeiros negativos" para o banco de fomento.
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Para evitar inadimplência, Dilma veta alta do limite do crédito consignadoA presidente Dilma Rousseff sancionou nesta sexta-feira (22) lei que garante crédito de até R$ 30 bilhões ao BNDES. Ela vetou, no entanto, o aumento do limite de crédito consignado, e o fim do sigilo a qualquer operação do BNDES. Inicialmente, a lei previa ampliação do crédito de forma que o teto de cada pagamento mensal subisse de 30% para 40% da renda do trabalhador. No caso dos empréstimos com desconto em folha de pagamento, a presidente argumentou que "sem a introdução de contrapartidas que ampliassem a proteção ao tomador do empréstimo, a medida proposta poderia acarretar um comprometimento da renda das famílias para além do desejável e de maneira incompatível com os princípios da atividade econômica". "A proposta levaria, ainda, à elevação do endividamento e poderia resultar na ampliação da inadimplência, prejudicando as próprias famílias e dificultando o esforço atual de controle da inflação", segundo publicado no "Diário Oficial" da União. VETO A SIGILO DE EMPRÉSTIMOS DO BNDES A presidente também vetou artigo da lei dizendo que não poderia "ser alegado sigilo ou definidas como secretas as operações de apoio financeiro do BNDES, ou de suas subsidiárias, qualquer que seja o beneficiário ou interessado, direta ou indiretamente, incluindo nações estrangeiras." No entendimento de Dilma, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) "já divulga em transparência ativa diversas informações a respeito de suas operações, tais como clientes, projetos e, no caso de operações internas, os valores contratados em cada empréstimo". "A divulgação ampla e irrestrita das demais informações das operações de apoio financeiro do BNDES feriria sigilos bancários e empresarias e prejudicaria a competitividade das empresas brasileiras no mercado global de bens e serviços", complementou. Também foram vetados outros três artigos, um deles que autorizaria o BNDES a refinanciar dívidas de mutuários com renda anual acima de R$ 2,4 milhões no segmento de transporte rodoviário de carga, sem subvenção de juros pela União. Segundo texto no Diário Oficial, "o dispositivo ampliaria consideravelmente o escopo de refinanciamento ao incluir empresas de todos os portes, o que traria impactos financeiros negativos" para o banco de fomento.
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Ministério Público investiga marca que contratou youtuber de 11 anos
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O Ministério Público de São Paulo começou a apurar a ação publicitária da Mattel que usou uma youtuber de 11 anos para divulgar a linha de bonecas Monster High. A iniciativa da marca foi denunciada pelo Instituto Alana, que combate propaganda para crianças. No canal de vídeos, com 2 milhões de inscritos, uma promoção dava brinquedos e levava as vencedoras para um evento na empresa. VÍDEO NOVO A Promotoria da Infância e da Juventude levou em conta a proteção a menores e as leis do consumidor para instaurar o inquérito civil e investigar se houve prática de publicidade abusiva. A Mattel não comenta o assunto. GUERRA AO PIXO O novo secretário estadual de Cultura, José Luiz Penna (PV), diz que considera "precipitada" a atitude da gestão João Doria (PSDB) de apagar pichações e grafites na cidade. "A gente precisa ter muita cautela com essas atividades, é preciso entendê-las. O mundo está querendo estudar o pixo, então é porque alguma coisa tem. Achei que [a prefeitura] correu mais que a bola", afirma ele, que tomou posse na quinta (6). TEMPO AO TEMPO Nomeado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), Penna diz que não tem candidato para presidente em 2018. "Ainda é muito cedo. Você sabe o que vai sair da Lava Jato?" FALE COM ELA Janaina Paschoal já deu duas entrevistas para os jornalistas Darlene Dalto e Alexandre Nobeschi, que querem fazer um livro sobre o impeachment a partir de depoimentos dela. A advogada e professora, autora da ação que derrubou Dilma Rousseff, não vai assinar a obra, que deve sair até agosto. "Vou lançar, em 2018 ou 2019, meu próprio livro, em que quero fazer uma descrição jurídica e incluir documentos, e-mails e trechos de delações", diz ela. VADE RETRO O elenco e a direção de "Vade Retro" se reuniram na quinta (6) para lançar a nova série da TV Globo. Os atores Tony Ramos, Maria Casadevall, Monica Iozzi e Juliano Cazarré estiveram no evento, no Drosophyla Bar, na Consolação. A autora Fernanda Young, o diretor Mauro Mendonça Filho e as atrizes Cecília Homem de Mello e Maria Luisa Mendonça também passaram por lá. PALCO PAULISTA Paulo Betti fará temporada de dois meses em São Paulo da peça "Autobiografia Autorizada" a partir de 11 de agosto, no Teatro Vivo. No ar até junho na novela da Globo "Rock Story", o ator está conciliando as gravações com sessões do espetáculo. A GENI E Betti, que participou de uma das reuniões convocadas na Globo após a acusação de assédio sexual contra o ator José Mayer, diz que o tema é grave e precisa ser discutido, mas pede cautela. "Sou amigo do Zé, um ator maravilhoso. Respeito muito o movimento das moças e defendo o debate, mas não me sinto confortável para tacar pedras em quem está sendo apedrejado." SOCIEDADE ARTÍSTICA Lilian e Margareth Gonçalves, filhas de Nelson Gonçalves (1919-1998), estão criando uma espécie de clube para ajudar a financiar as comemorações dos cem anos de nascimento do cantor. Quem quiser participar da ação Amigos de Nelson Gonçalves terá que dar R$ 1.000 "para os trabalhos iniciais do centenário". Em troca ganhará vantagens como credenciais de acesso aos eventos e CD. NOVOS LÍDERES O novo presidente do Instituto de Formação de Líderes (IFL) de São Paulo, Miguel Lemos, tomou posse na segunda (3) com a nova diretoria da entidade. O dono da Riachuelo, Flávio Rocha, esteve na cerimônia, no Museu da Casa Brasileira. CURTO-CIRCUITO Luisa Micheletti faz sessão de autógrafos do livro "Nem Sofá Nem Culpa", neste sábado (8), às 17h, na Conceição Discos. O Circuito Casa da Mulher, ônibus do Instituto Arte de Viver Bem, estará neste sábado no parque Ibirapuera, com informações sobre saúde. O conselheiro Arnaldo Hossepian, do Conselho Nacional de Justiça, fala neste sábado sobre judicialização da saúde no Brasil, na Conference at Harvard & MIT. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO
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Ministério Público investiga marca que contratou youtuber de 11 anosO Ministério Público de São Paulo começou a apurar a ação publicitária da Mattel que usou uma youtuber de 11 anos para divulgar a linha de bonecas Monster High. A iniciativa da marca foi denunciada pelo Instituto Alana, que combate propaganda para crianças. No canal de vídeos, com 2 milhões de inscritos, uma promoção dava brinquedos e levava as vencedoras para um evento na empresa. VÍDEO NOVO A Promotoria da Infância e da Juventude levou em conta a proteção a menores e as leis do consumidor para instaurar o inquérito civil e investigar se houve prática de publicidade abusiva. A Mattel não comenta o assunto. GUERRA AO PIXO O novo secretário estadual de Cultura, José Luiz Penna (PV), diz que considera "precipitada" a atitude da gestão João Doria (PSDB) de apagar pichações e grafites na cidade. "A gente precisa ter muita cautela com essas atividades, é preciso entendê-las. O mundo está querendo estudar o pixo, então é porque alguma coisa tem. Achei que [a prefeitura] correu mais que a bola", afirma ele, que tomou posse na quinta (6). TEMPO AO TEMPO Nomeado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), Penna diz que não tem candidato para presidente em 2018. "Ainda é muito cedo. Você sabe o que vai sair da Lava Jato?" FALE COM ELA Janaina Paschoal já deu duas entrevistas para os jornalistas Darlene Dalto e Alexandre Nobeschi, que querem fazer um livro sobre o impeachment a partir de depoimentos dela. A advogada e professora, autora da ação que derrubou Dilma Rousseff, não vai assinar a obra, que deve sair até agosto. "Vou lançar, em 2018 ou 2019, meu próprio livro, em que quero fazer uma descrição jurídica e incluir documentos, e-mails e trechos de delações", diz ela. VADE RETRO O elenco e a direção de "Vade Retro" se reuniram na quinta (6) para lançar a nova série da TV Globo. Os atores Tony Ramos, Maria Casadevall, Monica Iozzi e Juliano Cazarré estiveram no evento, no Drosophyla Bar, na Consolação. A autora Fernanda Young, o diretor Mauro Mendonça Filho e as atrizes Cecília Homem de Mello e Maria Luisa Mendonça também passaram por lá. PALCO PAULISTA Paulo Betti fará temporada de dois meses em São Paulo da peça "Autobiografia Autorizada" a partir de 11 de agosto, no Teatro Vivo. No ar até junho na novela da Globo "Rock Story", o ator está conciliando as gravações com sessões do espetáculo. A GENI E Betti, que participou de uma das reuniões convocadas na Globo após a acusação de assédio sexual contra o ator José Mayer, diz que o tema é grave e precisa ser discutido, mas pede cautela. "Sou amigo do Zé, um ator maravilhoso. Respeito muito o movimento das moças e defendo o debate, mas não me sinto confortável para tacar pedras em quem está sendo apedrejado." SOCIEDADE ARTÍSTICA Lilian e Margareth Gonçalves, filhas de Nelson Gonçalves (1919-1998), estão criando uma espécie de clube para ajudar a financiar as comemorações dos cem anos de nascimento do cantor. Quem quiser participar da ação Amigos de Nelson Gonçalves terá que dar R$ 1.000 "para os trabalhos iniciais do centenário". Em troca ganhará vantagens como credenciais de acesso aos eventos e CD. NOVOS LÍDERES O novo presidente do Instituto de Formação de Líderes (IFL) de São Paulo, Miguel Lemos, tomou posse na segunda (3) com a nova diretoria da entidade. O dono da Riachuelo, Flávio Rocha, esteve na cerimônia, no Museu da Casa Brasileira. CURTO-CIRCUITO Luisa Micheletti faz sessão de autógrafos do livro "Nem Sofá Nem Culpa", neste sábado (8), às 17h, na Conceição Discos. O Circuito Casa da Mulher, ônibus do Instituto Arte de Viver Bem, estará neste sábado no parque Ibirapuera, com informações sobre saúde. O conselheiro Arnaldo Hossepian, do Conselho Nacional de Justiça, fala neste sábado sobre judicialização da saúde no Brasil, na Conference at Harvard & MIT. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO
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Juros e multas impõem programas como Refis, dizem analistas
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Multas e juros transformam as dívidas das empresas brasileiras em bolas de neve e as tornam praticamente impagáveis sem a ajuda de programas de refinanciamento de dívidas como o novo Refis proposto pelo governo federal, avaliam tributaristas ouvidos pela Folha. Cálculo feito pelo escritório Mattos Filho, a pedido da reportagem, demonstra o peso desses encargos. Em cinco anos, a dívida de um contribuinte que deixar de pagar R$ 100 mil à Receita Federal pode alcançar R$ 278 mil —e 64% do valor é equivalente a multas e juros. Em dez anos, esse porcentual atinge 70%. A conta considera uma multa de 75%, aplicada pela Receita nos autos de infração. Se o órgão identificar a intenção de sonegar, a penalidade é agravada e chega a 150%. Roberto Quiroga, sócio do Mattos Filho, calcula que pessoas físicas e jurídicas devem hoje cerca de R$ 3 trilhões para a Receita Federal –R$ 1,8 trilhão inscrito na dívida ativa, R$ 700 bilhões em discussão no Carf e outros R$ 500 bilhões na Justiça. O montante é quase metade do PIB. "O valor devido sobe muito e se torna praticamente impagável." Para recuperar uma pequena parcela desse total e tentar fechar o rombo nas contas públicas, o governo federal lançou mais um programa de refinanciamento de dívidas, que ganhou o nome Repert (Programa Especial de Regularização Tributária). PRAZO PARA ADESÃO O prazo para aderir ao programa acabava no dia 31, mas deve ser adiado para o fim de outubro. Podem entrar pessoas físicas e jurídicas com dívidas, incluindo previdenciárias, vencidas até 31 de abril, desde que desistam de contestação judicial da cobrança. Na medida provisória editada com as regras do programa, há várias maneiras de fazer o parcelamento, mas o governo tenta conseguir que o contribuinte pague pelo menos 20% do tributo à vista para elevar a arrecadação imediata. O desconto nos juros varia de 50% a 90%, e o da multa fica entre 25% e 50%. Proposta em discussão no Congresso melhora as condições para os devedores, com descontos de multas e juros que podem chegar a 99%, o que gerou muita reclamação. Além de poder reduzir significativamente a arrecadação do governo, empresas ligadas aos próprios deputados e senadores devem acabar sendo beneficiadas. Na avaliação da Receita Federal, a adoção de sucessivos programas de refinanciamento acaba incentivando as empresas que foram autuadas a não pagar o que devem na expectativa de um novo Refis. "Isso é uma falácia. As empresas não pagam porque a multa é fora da realidade. O Refis equilibra um pouco o jogo", afirma Luiz Roberto Peroba, sócio do escritório Pinheiro Neto. Ele diz que as multas aplicadas para tributos em atraso variam de 20% a 40% nos países ricos. Para Quiroga, do Mattos Filho, um modo de desincentivar as empresas a aguardar o próximo parcelamento seria lançar um Refis com condições atrativas junto com uma lei complementar que proibisse programas semelhantes por dez anos. "Teria que ser pegar ou largar, mas, para funcionar, os descontos teriam que ser expressivos." O histórico dos programas aponta, no entanto, que, entre pegar e largar, as empresas beneficiadas acabam quase sempre largando. Dados da Receita mostram que 39% dos valores do Refis da Crise, de 2009, foram excluídos do programa. Em meio a programas sucessivos, o governo deixa de arrecadar R$ 18,6 bilhões ao ano. Com o Refis lançado neste ano, a equipe econômica previa arrecadar R$ 13,3 bilhões. Com as mudanças feitas no Congresso, a IFI (Instituição Fiscal Independente) do Senado espera arrecadação de apenas R$ 4,8 bilhões. Raul Velloso, especialista em finanças públicas, diz que o programa pode ser necessário em períodos recessivos. Mas ele afirma que "é preciso contornar a visão de urgência de governos sendo o menos permissivo possível". * Quem pode aderir? Pessoas físicas ou jurídicas que tenham desistido previamente de processos judiciais sobre esses débitos Quem participou de programas anteriores pode aderir? Sim. Existe também a opção de migrar os débitos incluídos em programas anteriores para o novo Vale a pena esperar o Congresso aprovar mudanças no programa, que o tornem mais favorável aos contribuintes? Não. É praxe novos programas oferecerem a opção de os contribuintes migrarem para as novas regras Quais são as vantagens, além do parcelamento das dívidas? Reduções de multa e juros e obter a certidão negativa de débito, que é exigida de empresas que querem participar de licitações ou tomar empréstimos em bancos públicos Quais as obrigações de quem entra no Refis? Pagar o parcelamento sem atrasos e manter em dia suas obrigações com o FGTS Quais dívidas podem ser regularizadas? As vencidas até 31 de abril de 2017, incluindo todos os tributos administrados pela Receita, federais e da Previdência Quais não podem? As vencidas após 31 de abril de 2017 e débitos fiscais com os governos estaduais e municipais O que fazer se houver divergência com a Receita no cálculo da dívida ou dos créditos que podem ser compensados? A Receita cobra a diferença para que o processo do Refis seja homologado. Se o contribuinte não pagar o ajuste, é excluído do parcelamento, e a Receita reaplica as multas e juros. Aí a única opção é entrar na Justiça O que acontece com quem deixar de pagar as parcelas? É excluído do parcelamento e juros e multa voltam a ser aplicados Se a MP caducar, o que acontece com as empresas que já aderiram? Nada. Como as empresas aderiram durante a vigência da MP, que tem força de lei, as regras continuam valendo
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Juros e multas impõem programas como Refis, dizem analistasMultas e juros transformam as dívidas das empresas brasileiras em bolas de neve e as tornam praticamente impagáveis sem a ajuda de programas de refinanciamento de dívidas como o novo Refis proposto pelo governo federal, avaliam tributaristas ouvidos pela Folha. Cálculo feito pelo escritório Mattos Filho, a pedido da reportagem, demonstra o peso desses encargos. Em cinco anos, a dívida de um contribuinte que deixar de pagar R$ 100 mil à Receita Federal pode alcançar R$ 278 mil —e 64% do valor é equivalente a multas e juros. Em dez anos, esse porcentual atinge 70%. A conta considera uma multa de 75%, aplicada pela Receita nos autos de infração. Se o órgão identificar a intenção de sonegar, a penalidade é agravada e chega a 150%. Roberto Quiroga, sócio do Mattos Filho, calcula que pessoas físicas e jurídicas devem hoje cerca de R$ 3 trilhões para a Receita Federal –R$ 1,8 trilhão inscrito na dívida ativa, R$ 700 bilhões em discussão no Carf e outros R$ 500 bilhões na Justiça. O montante é quase metade do PIB. "O valor devido sobe muito e se torna praticamente impagável." Para recuperar uma pequena parcela desse total e tentar fechar o rombo nas contas públicas, o governo federal lançou mais um programa de refinanciamento de dívidas, que ganhou o nome Repert (Programa Especial de Regularização Tributária). PRAZO PARA ADESÃO O prazo para aderir ao programa acabava no dia 31, mas deve ser adiado para o fim de outubro. Podem entrar pessoas físicas e jurídicas com dívidas, incluindo previdenciárias, vencidas até 31 de abril, desde que desistam de contestação judicial da cobrança. Na medida provisória editada com as regras do programa, há várias maneiras de fazer o parcelamento, mas o governo tenta conseguir que o contribuinte pague pelo menos 20% do tributo à vista para elevar a arrecadação imediata. O desconto nos juros varia de 50% a 90%, e o da multa fica entre 25% e 50%. Proposta em discussão no Congresso melhora as condições para os devedores, com descontos de multas e juros que podem chegar a 99%, o que gerou muita reclamação. Além de poder reduzir significativamente a arrecadação do governo, empresas ligadas aos próprios deputados e senadores devem acabar sendo beneficiadas. Na avaliação da Receita Federal, a adoção de sucessivos programas de refinanciamento acaba incentivando as empresas que foram autuadas a não pagar o que devem na expectativa de um novo Refis. "Isso é uma falácia. As empresas não pagam porque a multa é fora da realidade. O Refis equilibra um pouco o jogo", afirma Luiz Roberto Peroba, sócio do escritório Pinheiro Neto. Ele diz que as multas aplicadas para tributos em atraso variam de 20% a 40% nos países ricos. Para Quiroga, do Mattos Filho, um modo de desincentivar as empresas a aguardar o próximo parcelamento seria lançar um Refis com condições atrativas junto com uma lei complementar que proibisse programas semelhantes por dez anos. "Teria que ser pegar ou largar, mas, para funcionar, os descontos teriam que ser expressivos." O histórico dos programas aponta, no entanto, que, entre pegar e largar, as empresas beneficiadas acabam quase sempre largando. Dados da Receita mostram que 39% dos valores do Refis da Crise, de 2009, foram excluídos do programa. Em meio a programas sucessivos, o governo deixa de arrecadar R$ 18,6 bilhões ao ano. Com o Refis lançado neste ano, a equipe econômica previa arrecadar R$ 13,3 bilhões. Com as mudanças feitas no Congresso, a IFI (Instituição Fiscal Independente) do Senado espera arrecadação de apenas R$ 4,8 bilhões. Raul Velloso, especialista em finanças públicas, diz que o programa pode ser necessário em períodos recessivos. Mas ele afirma que "é preciso contornar a visão de urgência de governos sendo o menos permissivo possível". * Quem pode aderir? Pessoas físicas ou jurídicas que tenham desistido previamente de processos judiciais sobre esses débitos Quem participou de programas anteriores pode aderir? Sim. Existe também a opção de migrar os débitos incluídos em programas anteriores para o novo Vale a pena esperar o Congresso aprovar mudanças no programa, que o tornem mais favorável aos contribuintes? Não. É praxe novos programas oferecerem a opção de os contribuintes migrarem para as novas regras Quais são as vantagens, além do parcelamento das dívidas? Reduções de multa e juros e obter a certidão negativa de débito, que é exigida de empresas que querem participar de licitações ou tomar empréstimos em bancos públicos Quais as obrigações de quem entra no Refis? Pagar o parcelamento sem atrasos e manter em dia suas obrigações com o FGTS Quais dívidas podem ser regularizadas? As vencidas até 31 de abril de 2017, incluindo todos os tributos administrados pela Receita, federais e da Previdência Quais não podem? As vencidas após 31 de abril de 2017 e débitos fiscais com os governos estaduais e municipais O que fazer se houver divergência com a Receita no cálculo da dívida ou dos créditos que podem ser compensados? A Receita cobra a diferença para que o processo do Refis seja homologado. Se o contribuinte não pagar o ajuste, é excluído do parcelamento, e a Receita reaplica as multas e juros. Aí a única opção é entrar na Justiça O que acontece com quem deixar de pagar as parcelas? É excluído do parcelamento e juros e multa voltam a ser aplicados Se a MP caducar, o que acontece com as empresas que já aderiram? Nada. Como as empresas aderiram durante a vigência da MP, que tem força de lei, as regras continuam valendo
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Manifestantes me intimidaram na Paulista, diz jornalista
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Escalada para a cobertura do protesto contra o governo de Michel Temer neste domingo (12), eu percorria a avenida Paulista entre os manifestantes quando, às 16h50, encontrei um grupo de cinco jovens mascarados na esquina da alameda Casa Branca. Observei que eles se cumprimentavam, como se tivessem acabado de chegar. Decidi fotografá-los para levar ao leitor a informação de que havia pessoas escondendo os rostos entre os manifestantes. Ao perceber que estavam sendo fotografados, eles vieram na minha direção. Achei melhor me distanciar. Atravessei a rua e enxerguei uma fila de policiais metros adiante. Não troquei uma palavra com a polícia. Não pedi auxílio. Os mascarados se aproximaram, me disseram que eram menores de idade e que por este motivo eu não poderia fotografá-los. Falaram em "direitos de imagem". Disseram que haveria problemas se a foto fosse publicada. Eu ergui os braços e disse a eles que sou jornalista e estava me sentindo intimidada. Na frente dos policiais, eles responderam que não estavam fazendo nada contra mim. A polícia nada fez por mim. Quem intercedeu foi uma manifestante, pedindo que descobrissem os rostos. Continuei perto dos policiais, sem pedir ajuda. Fiquei ali parada, mas calculando que a partir daquele momento eu não estaria mais segura se continuasse no protesto. Mais de 20 minutos depois da fotografia, avistei uma confusão de policiais, jornalistas, advogados e manifestantes descendo a alameda Casa Branca. Corri para entender o que estava acontecendo e reconheci uma das garotas sendo levada por uma viatura na alameda Santos. Por volta das 17h30, outras duas jovens que faziam parte do grupo deram entrevistas a jornalistas que estavam no local afirmando que eu havia provocado as prisões. Uma delas reconhece em vídeo que carregava na mochila o soco-inglês encontrado pelos policiais na revista. Diz que é para "autodefesa".
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poder
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Manifestantes me intimidaram na Paulista, diz jornalistaEscalada para a cobertura do protesto contra o governo de Michel Temer neste domingo (12), eu percorria a avenida Paulista entre os manifestantes quando, às 16h50, encontrei um grupo de cinco jovens mascarados na esquina da alameda Casa Branca. Observei que eles se cumprimentavam, como se tivessem acabado de chegar. Decidi fotografá-los para levar ao leitor a informação de que havia pessoas escondendo os rostos entre os manifestantes. Ao perceber que estavam sendo fotografados, eles vieram na minha direção. Achei melhor me distanciar. Atravessei a rua e enxerguei uma fila de policiais metros adiante. Não troquei uma palavra com a polícia. Não pedi auxílio. Os mascarados se aproximaram, me disseram que eram menores de idade e que por este motivo eu não poderia fotografá-los. Falaram em "direitos de imagem". Disseram que haveria problemas se a foto fosse publicada. Eu ergui os braços e disse a eles que sou jornalista e estava me sentindo intimidada. Na frente dos policiais, eles responderam que não estavam fazendo nada contra mim. A polícia nada fez por mim. Quem intercedeu foi uma manifestante, pedindo que descobrissem os rostos. Continuei perto dos policiais, sem pedir ajuda. Fiquei ali parada, mas calculando que a partir daquele momento eu não estaria mais segura se continuasse no protesto. Mais de 20 minutos depois da fotografia, avistei uma confusão de policiais, jornalistas, advogados e manifestantes descendo a alameda Casa Branca. Corri para entender o que estava acontecendo e reconheci uma das garotas sendo levada por uma viatura na alameda Santos. Por volta das 17h30, outras duas jovens que faziam parte do grupo deram entrevistas a jornalistas que estavam no local afirmando que eu havia provocado as prisões. Uma delas reconhece em vídeo que carregava na mochila o soco-inglês encontrado pelos policiais na revista. Diz que é para "autodefesa".
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Frederico Vasconcelos: Audiência de Custódia pode evitar novos "Amarildos", diz ministro
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Sob o título "Audiência de Custódia à Cidadania. Um sistema penal em busca de eficiência e legitimidade", o artigo a seguir é de autoria de José Barroso Filho, ministro do Superior Tribunal Militar. Entre outros cargos, o autor foi juiz ... Leia post completo no blog
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poder
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Frederico Vasconcelos: Audiência de Custódia pode evitar novos "Amarildos", diz ministroSob o título "Audiência de Custódia à Cidadania. Um sistema penal em busca de eficiência e legitimidade", o artigo a seguir é de autoria de José Barroso Filho, ministro do Superior Tribunal Militar. Entre outros cargos, o autor foi juiz ... Leia post completo no blog
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Como encarar uma avalanche de notícias?
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Não faltou notícia importante na semana que passou. A reforma trabalhista foi aprovada. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado a nove anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara rejeitou a denúncia contra o presidente Michel Temer acusado de corrupção passiva. A nova procuradora-geral da República foi nomeada. Notícias tão impactantes em sequência dominaram as edições digitais dos jornais todos os dias e lançaram o desafio de criatividade nas edições impressas com especial interesse e relevância. Ao longo da semana, um quê de redundância entre as versões digitais e impressas foi percebido por leitores das diversas plataformas, sinalizando que o desafio não foi superado. Na quarta, 12, por exemplo, todos os jornais reservaram suas manchetes para a reforma trabalhista. O enunciado da Folha foi seco, sem qualquer tentativa de interpretação ou desdobramento: "Senado aprova reforma trabalhista". O texto da capa afirmava que reforma trabalhista é "defendida por empresários e contestada por partidos de esquerda e sindicatos dos trabalhadores". As páginas internas faziam referência apenas a sindicatos. Faltou informar a opinião dos principais interessados e afetados. E havia ferramenta para tal. Pesquisa Datafolha mostrara que a maioria dos brasileiros rejeitava a reforma trabalhista. A maior parte dizia acreditar que a reforma beneficia mais empresários do que trabalhadores. Quadro publicado na edição confirmava essa percepção ao apontar em 15 pontos da reforma duas possíveis desvantagens para empresários e 13 possíveis desvantagens para trabalhadores. O ponto a que pretendo chegar é que a cobertura de decisões do Executivo, do Legislativo e do Judiciário parece sempre empacotada nos gabinetes dos respectivos Poderes. A vida dos interessados diretos é em geral subestimada. Foram poucas as reportagens com casos concretos sobre as mudanças que a reforma provocará, tanto para trabalhadores quanto para empresas. No registro da condenação de Lula, a cobertura da Folha foi mais contida do que a dos concorrentes, abdicando do tom histórico que o momento exigia. O jornal manteve sua preocupação com o outro lado, ofereceu análises variadas, mas não teve reportagem ou edição que se destacasse. Em meio a tanta notícia, faltou o que surpreendesse e mostrasse a Folha como imprescindível. Entre a inovação e a desfiguração A Folha já circulou perfumada, pintada de azul, com capa em inglês, com anúncios que percorrem páginas. Não é de hoje que a criatividade dos publicitários, de um lado, e a busca por anúncios do departamento comercial, de outro, interferem no formato da Folha (e de outros jornais). Com frequência, as iniciativas desagradam aos leitores. Nesta semana, o primeiro caderno do jornal circulou alguns centímetros mais largo para abrigar anúncio da Gol. Leitores reclamaram de dificuldade no manuseio. O diretor-executivo comercial do Grupo Folha, Marcelo Benez, explicou que "a ação publicitária inédita proporcionou ao leitor um volume de conteúdo editorial maior e mais extenso do que em edições tradicionais, quando é normal que anúncios e matérias convivam". A Gol foi anunciante exclusivo do primeiro caderno. Ao criar coluna extra para a publicidade, as páginas ficaram livres para o noticiário. Em maio, ação comercial da Samsung fez intervenções sobre fotos. Um leitor disse ter se sentido "enganado". Outro questionou se as reportagens eram "patrocinadas". A dúvida é alerta do risco que o jornal não pode correr, o de ultrapassar o limite entre comercial e editorial. Para o editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, é "compreensível" o estranhamento. "Consideramos, no entanto, que tais iniciativas mostram a vitalidade da edição impressa do jornal. Como diz o Projeto Editorial, acreditamos que uma publicidade livre e diversificada é essencial para manter a independência do jornalismo aqui praticado." O jornal inovar também em publicidade é revigorante para o meio, é claro. Ao mexer nas próprias características, entretanto, corre o risco de perder identificação com o leitor.
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colunas
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Como encarar uma avalanche de notícias?Não faltou notícia importante na semana que passou. A reforma trabalhista foi aprovada. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado a nove anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara rejeitou a denúncia contra o presidente Michel Temer acusado de corrupção passiva. A nova procuradora-geral da República foi nomeada. Notícias tão impactantes em sequência dominaram as edições digitais dos jornais todos os dias e lançaram o desafio de criatividade nas edições impressas com especial interesse e relevância. Ao longo da semana, um quê de redundância entre as versões digitais e impressas foi percebido por leitores das diversas plataformas, sinalizando que o desafio não foi superado. Na quarta, 12, por exemplo, todos os jornais reservaram suas manchetes para a reforma trabalhista. O enunciado da Folha foi seco, sem qualquer tentativa de interpretação ou desdobramento: "Senado aprova reforma trabalhista". O texto da capa afirmava que reforma trabalhista é "defendida por empresários e contestada por partidos de esquerda e sindicatos dos trabalhadores". As páginas internas faziam referência apenas a sindicatos. Faltou informar a opinião dos principais interessados e afetados. E havia ferramenta para tal. Pesquisa Datafolha mostrara que a maioria dos brasileiros rejeitava a reforma trabalhista. A maior parte dizia acreditar que a reforma beneficia mais empresários do que trabalhadores. Quadro publicado na edição confirmava essa percepção ao apontar em 15 pontos da reforma duas possíveis desvantagens para empresários e 13 possíveis desvantagens para trabalhadores. O ponto a que pretendo chegar é que a cobertura de decisões do Executivo, do Legislativo e do Judiciário parece sempre empacotada nos gabinetes dos respectivos Poderes. A vida dos interessados diretos é em geral subestimada. Foram poucas as reportagens com casos concretos sobre as mudanças que a reforma provocará, tanto para trabalhadores quanto para empresas. No registro da condenação de Lula, a cobertura da Folha foi mais contida do que a dos concorrentes, abdicando do tom histórico que o momento exigia. O jornal manteve sua preocupação com o outro lado, ofereceu análises variadas, mas não teve reportagem ou edição que se destacasse. Em meio a tanta notícia, faltou o que surpreendesse e mostrasse a Folha como imprescindível. Entre a inovação e a desfiguração A Folha já circulou perfumada, pintada de azul, com capa em inglês, com anúncios que percorrem páginas. Não é de hoje que a criatividade dos publicitários, de um lado, e a busca por anúncios do departamento comercial, de outro, interferem no formato da Folha (e de outros jornais). Com frequência, as iniciativas desagradam aos leitores. Nesta semana, o primeiro caderno do jornal circulou alguns centímetros mais largo para abrigar anúncio da Gol. Leitores reclamaram de dificuldade no manuseio. O diretor-executivo comercial do Grupo Folha, Marcelo Benez, explicou que "a ação publicitária inédita proporcionou ao leitor um volume de conteúdo editorial maior e mais extenso do que em edições tradicionais, quando é normal que anúncios e matérias convivam". A Gol foi anunciante exclusivo do primeiro caderno. Ao criar coluna extra para a publicidade, as páginas ficaram livres para o noticiário. Em maio, ação comercial da Samsung fez intervenções sobre fotos. Um leitor disse ter se sentido "enganado". Outro questionou se as reportagens eram "patrocinadas". A dúvida é alerta do risco que o jornal não pode correr, o de ultrapassar o limite entre comercial e editorial. Para o editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, é "compreensível" o estranhamento. "Consideramos, no entanto, que tais iniciativas mostram a vitalidade da edição impressa do jornal. Como diz o Projeto Editorial, acreditamos que uma publicidade livre e diversificada é essencial para manter a independência do jornalismo aqui praticado." O jornal inovar também em publicidade é revigorante para o meio, é claro. Ao mexer nas próprias características, entretanto, corre o risco de perder identificação com o leitor.
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Docerias apostam em carrinhos e fazem até bolos com flores para agradar convidados
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LUIZA WOLF COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Docerias paulistanas oferecem, além de bolos (entre eles, o "naked cake") docinhos charmosos que podem ser até saboreados na pista de dança —caso do picolé de bem-casado, dos Sorvetes Rochinha, e dos discos de chocolate da Sucrier. Os bolos de casamento também podem ter seu charme especial: na Homemade Cakes, por exemplo, eles vêm adornados por flores de açúcar que parecem de verdade. - ALESSANDRA TONISI Do ateliê da cake designer saem bolos decorados e personalizados -o quilo do bolo com pasta americana parte de R$ 208. Há mais de 200 tipos de docinhos, como bem casados, concha de damasco com amêndoas, rosa de coco com abacaxi e a taça com mousse de maracujá e raspas de chocolate. Pede 15 dias de antecedência. alessandratonisi.com.br. Al. dos Maracatins, 1.217, cj. 804, Indianópolis, região sul, tel. 4508-3606. Ter. a dom.: 11h às 19h. CC: V, M, AE, E. Atendimento somente com hora marcada. * CAROL MELO DOCES A chef pâtissière oferece opções variadas de docinhos por a partir de R$ 2,90 cada. Há bolos de pasta americana, bolo espatulado ou "naked cakes", bolo espatulado. Os mais pedidos pelas noivas é o bolo de pasta americana de cascata de flores e os bolos com cores metalizadas. Com um andar, o valor parte de R$ 120 o quilo (com cobertura simples). carolmelo.com.br. R. Pero Leão, 81, Pinheiros, região oeste, tel. 4563-4440. Ter. a sex.: 10h às 18h. Sáb.: 9h às 12h. Atendimento somente com hora marcada. * CHIANTI CHOCOMMELIER Oferece o "wine wedding", serviço em que os convidados podem fazer a degustação de chocolates belgas harmonizados com vinho. Um exemplo é a combinação do português Quinta do Noval com os bombons acastanhados, como o Vero Pistachio. Cada bombom parte de R$ 5. R. Mateus Grou, 40, Pinheiros, região oeste, tel. 2338-4000. Seg. a sex.: 11h às 19h. Sáb.: 12h30 às 20h. Dom.: 13h às 18h. CC: todos. * CONCEIÇÃO BEM-CASADOS A confeiteira prepara o docinho há mais de 50 anos. O cento custa a partir de R$ 380 com fita de cetim e papel crepom nacional, mas há outros tipos de decoração. O ideal é encomendar os doces com três meses de antecedência. Av. Sabiá, 202, Indianópolis, região sul, tel. 5053-5757. Seg. a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 14h. Estac. (grátis). Atendimento somente com hora marcada. * DANIELLE ANDRADE SWEET CAKE A especialidade do ateliê é a bala de coco recheada. São diversos sabores, como bicho de pé, brigadeiro, nozes e Nutella e o quilo, que rende cerca de 120 unidades, custa a partir de R$ 120. O pedido mínimo é de dez unidades de cada sabor. Produz também bolos e doces diversos -o quilo do bolo tradicional parte de R$ 115. danielleandrade.com.br. R. Min. Godói, 524, Perdizes, região oeste, tel. 3675-5079. Seg.: 8h às 16h. Ter. a sex.: 8h às 17h. Sáb.: 8h às 12h. Atendimento somente com hora marcada. * DONA DOCEIRA As criações da artesã Adriana Lira são produzidas à mão e com frutas orgânicas. Os limõezinhos recheados custam R$ 4. Aposta ainda em suspiros em formato de rosa que partem de R$ 4 cada. donadoceira.com.br. R. Tabapuã, 838, Itaim Bibi, tel. 2157-6114. Seg. a sex.: 11h às 19h. Sáb.: 11h às 17h. CC: V, M, AE, E. * EMÍLIA BEM-CASADOS A versão tradicional do docinho, recheada com doce de leite custa R$ 2,45 cada. As variações de chocolate belga, Nutella, nozes, damasco, ovos, pistache e outras partem de R$ 3,45. emiliabemcasados.com.br. R. Br. de Sta. Marta, 500, Vila Santa Catarina, região sul, tel. 5562-8889. Seg. a sex.: 19h às 18h. Sáb.: 10h às 16h. CC: V, M, AE, E, D. Estac. (grátis). Atendimento somente com hora marcada. * FAIRE LA BOMBE É especializada em éclairs -ou bombas. Há as clássicas, como a de brigadeiro, e outras especiais, caso da de blueberry. Os preços variam de R$ 5 a R$ 12 cada. Há também bombas salgadas (de R$ 8,90 a R$ 15,90). labombe.com.br. R. dos Pinheiros, 223, Pinheiros, tel. 2628-7667. Seg.: 12h às 20h. Ter. a dom.: 9h às 20h. CC: V, M, AE, E, D. * FLEUR DE SUCRE Prepara docinhos e bolos decorados, como o de paçoca com recheio de doce de leite e o de chocolate crocante belga. Bolo de três andares com decoração simples parte de R$ 1.400. fleurdesucre.com.br. R. da Mata, 191, Itaim Bibi, tel. 3078-3082. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 9h às 18h. CC: todos. * GELATO BOUTIQUE Serve sorvetes na festa em um carrinho estilo retrô que tem capacidade para três sabores (para até 400 pessoas) ou seis sabores (para 1.000 convidados). O preço parte de cerca de R$ 2.800. gelatoboutique.com.br. R. Pamplona, 1.023, Jardim Paulista, tel. 3541-1532. Seg.: 11h às 20h. Ter. a qui.: 10h às 21h. Sex.: 10h às 22h. Sáb. e dom.: 11h às 22h. CC: V, M, AE, E, D. * GENOVEVA DOCES A doceria tem criações como a cocadinha de forno (R$ 3 a unidade) e a caixinha de brigadeiro crocante (R$ 3,20 cada unidade). Tem espaço exclusivo para as noivas degustarem as opções. genovevadoces.com.br. Al. Itu, 1.306, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3062-0775. Seg. a sex.: 10h às 18h. CC: V, M, E. Estac. (grátis). Atendimento somente com hora marcada. * HOMEMADE CAKES A especialidade da doceira Rossana Schrappe são flores de açúcar, ricas em detalhes e que parecem reais. Os bolos de casamento são decorados com as flores e podem ficar bastante coloridos. Preços sob consulta. homemadecakes.com.br. R. Con. Eugênio Leite, 188, Pinheiros, região oeste, tel. 3969-2023. Seg. a sex.: 9h às 17h30. Atendimento somente com hora marcada. * JELLY BREAD Amanda Lopes é a chef responsável pelos docinhos na padaria e confeitaria. Brigadeiros meio amargoe ao leite saem por R$ 4,90 a unidade. Os macarons custam R$ 5 cada um. jellybread.com.br. Av. Roque Petroni Jr., 1.089, piso térreo, Jardim das Acácias, região sul, tel. 5181-3325. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. CC: todos. * LE DÉLICE DOCES ESPECIAIS Em Moema, a loja de Andrea Gatti tem doces finos são produzidos artesanalmente. Entre os mais de cinquenta tipos, uns dos mais pedidos são o canapé de macaron, que custa R$ 5 a unidade, e a tacinha branca belga de capim santo, que sai por R$ 3,80 cada. ledelice.com.br. Av. Agami, 236, Moema, região sul, tel. 2892-4767. Seg. a sáb.: 10h às 18h. CC: V, M, E. * LE MALU O ateliê das irmãs Helena, Manuela e Maria Luiza faz bolos de pasta americana e a versão "naked cake" que custam a partir de R$ 150 e R$ 130, o quilo, respectivamente. Há ainda docinhos, pães de mel e minibolos para lembrancinha. Os docinhos saem na faixa de R$ 3,50 a unidade. lemalu.com.br. R. Canário, 796, Moema, região sul, tel. 5044-9444. Seg. a sex.: 10h às 18h. Sáb.: 10h às 14h. CC: V, M, AE, E, D. * LU BONOMETTI BISCOTTI & DOLCEZZE Prepara biscoitos e doces finos. Os cookies saem por R$ 135 o quilo na loja (dependendo da quantidade pedida, oferece desconto). Já os minibolos custam a partir de R$ 9,50 a unidade e são boas opções para presentear os padrinhos. lubonometti.com.br. Al. Joaquim Eugênio de Lima, 1.728, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3384-5818. Seg. a sáb.: 10h às 18h30. CC: V, M. Estac. R$ 6. * MARA MELLO A pâtisserie inaugurada em 2007 tem bolos, doces e macarons para casamentos. O quilo do bolo, com duas bases de pão de ló intercaladas com musses de diversos sabores, parte de R$ 87. Pede pelo menos três meses de antecedência. maramello.com.br. R. Maria Rosa, 49, Itaim Bibi, região oeste, tel. 3071-3770. Seg. a sex.: 10h às 17h. Atendimento somente com hora marcada. * MANÔ ANDRADE DOCES Prepara os tradicionais bolos de andares com pasta americana e "naked cakes". O de chocolate com brigadeiro branco e o de baunilha com nozes, por exemplo, custam a partir de R$ 120 o quilo. Entre os docinhos, tem o de churros (R$ 3,20 a unidade) e o de damasco caramelado e a bala de coco com brigadeiro (R$ 3,60 cada). Encomendas para casamentos podem ser feitas com até um mês de antecedência. manoandradedoces.com.br. R. Antônio Bicudo, 106, Pinheiros, região oeste, tel. 3062-0562. Seg. a sex.: 10h às 18h. Sáb.: 10h às 13h. Atendimento somente com hora marcada. * MÉLIE ARTISAN DOUCES Do ateliê das confeiteiras Marília Lefosse e Aline Bacchieri saem docinhos com acabamento delicado, caso da torre trufada de maracujá e do macarron (a partir de R$ 4,50 a unidade). Em novo endereço, há, além do ateliê, um café onde os clientes podem provar os doces. R. Francisco Leitão, 77, Pinheiros, região oeste, tel. 2628-2898. Seg. a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 12h. CC: V, M. Atendimento somente com hora marcada. * PAULA & GABI SWEET DESIGN As clientes podem fazer a degustação no ateliê. Docinhos saem por a partir de R$ 3,50 cada. Os preços dos bolos de casamento, decorados com pasta americana, são sob consulta. paulaegabi.com.br. R. D. Armando Lombardi, 449, Jardim Guedala, região oeste, tel. 3742-2570. Seg. a sex.: 9h30 às 18h30. CC: V, M, AE. Estac. (grátis). * PATI PIVA Bolos de casamento, bem-casados, docinhos especiais e chocolates personalizados estão entre as especialidades da casa. Todos os bolos possuem três recheios. Os preços são sob consulta. Os docinhos, em geral, variam de R$ 3 a R$ 6,50. patipiva.com.br. R. Itapacurai, 36, Paraíso do Morumbi, região oeste, tel. 3758-1174. Seg. a sex.: 9h às 17h. Estac. (grátis). Atendimento somente com hora marcada. * SORVETES ROCHINHA A marca tem carrinhos de picolés para serem servidos em casamentos. O pacote mínimo para casamentos com o picolé bem-casado tem três caixas com 28 unidades cada e sai por R$ 554 (aos sábados). sorvetesrochinha.com.br. R. Alvarenga Peixoto, 219, Vila Anastácio, região oeste, tel. 3644-6152. Seg. a sex.: 8h às 18h. Sáb.: 8h às 15h. CC: V, M, AE, E, D, H. Estac. (grátis). w * SUCRIER O sucrier, um sanduíche de biscoitos de amêndoa com recheios como o de limão-siciliano, canela ou framboesa, coberto de chocolate custa R$ 4 no tamanho míni. Há 26 de sabores de trufas, a exemplo de brownie e lavanda (R$ 3,80 cada). O "naked cake" sai por a partir de R$ 135 o quilo. sucrier.com.br. R. Galeno de Revoredo, 100, Itaim Bibi, região sul, tel. 2892-0929. Seg.: 10h às 18h. Ter. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 11h às 18h. CC: V, M, AE, E, D. * TCHOCOLATH É especializada em pão de mel. Há o tradicional (R$ 5,50 cada) e os recheados de brigadeiro, doce de leite, damasco e outros sabores (R$ 7,25). Aceita encomendas dos doces com as iniciais dos noivos no topo —neste caso, os valores mudam para R$ 6 (tradicional) e R$ 7,95 (recheado). tchocolath.com.br. R. Antônio Afonso, 19, Vila Nova Conceição, região sul, tel. 3842-5623. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 17h30. CC: V, M, AE, D. Atendimento somente com hora marcada. * VILA CHOCOLAT Tem chocolates finos para casamentos. São mais de 40 tipos de guloseimas personalizadas produzidas com chocolate belga. Há trufas em sabores como a de amarena e a de limão com pistache (R$ 5,50 a unidade). vilachocolat.com.br. R. Cunha Gago, 836, Pinheiros, região oeste, tel. 3596-2515. Seg. a sex.: 9h às 18h. CC: V, M, AE, E, D. Atendimento somente com hora marcada.
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Docerias apostam em carrinhos e fazem até bolos com flores para agradar convidadosLUIZA WOLF COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Docerias paulistanas oferecem, além de bolos (entre eles, o "naked cake") docinhos charmosos que podem ser até saboreados na pista de dança —caso do picolé de bem-casado, dos Sorvetes Rochinha, e dos discos de chocolate da Sucrier. Os bolos de casamento também podem ter seu charme especial: na Homemade Cakes, por exemplo, eles vêm adornados por flores de açúcar que parecem de verdade. - ALESSANDRA TONISI Do ateliê da cake designer saem bolos decorados e personalizados -o quilo do bolo com pasta americana parte de R$ 208. Há mais de 200 tipos de docinhos, como bem casados, concha de damasco com amêndoas, rosa de coco com abacaxi e a taça com mousse de maracujá e raspas de chocolate. Pede 15 dias de antecedência. alessandratonisi.com.br. Al. dos Maracatins, 1.217, cj. 804, Indianópolis, região sul, tel. 4508-3606. Ter. a dom.: 11h às 19h. CC: V, M, AE, E. Atendimento somente com hora marcada. * CAROL MELO DOCES A chef pâtissière oferece opções variadas de docinhos por a partir de R$ 2,90 cada. Há bolos de pasta americana, bolo espatulado ou "naked cakes", bolo espatulado. Os mais pedidos pelas noivas é o bolo de pasta americana de cascata de flores e os bolos com cores metalizadas. Com um andar, o valor parte de R$ 120 o quilo (com cobertura simples). carolmelo.com.br. R. Pero Leão, 81, Pinheiros, região oeste, tel. 4563-4440. Ter. a sex.: 10h às 18h. Sáb.: 9h às 12h. Atendimento somente com hora marcada. * CHIANTI CHOCOMMELIER Oferece o "wine wedding", serviço em que os convidados podem fazer a degustação de chocolates belgas harmonizados com vinho. Um exemplo é a combinação do português Quinta do Noval com os bombons acastanhados, como o Vero Pistachio. Cada bombom parte de R$ 5. R. Mateus Grou, 40, Pinheiros, região oeste, tel. 2338-4000. Seg. a sex.: 11h às 19h. Sáb.: 12h30 às 20h. Dom.: 13h às 18h. CC: todos. * CONCEIÇÃO BEM-CASADOS A confeiteira prepara o docinho há mais de 50 anos. O cento custa a partir de R$ 380 com fita de cetim e papel crepom nacional, mas há outros tipos de decoração. O ideal é encomendar os doces com três meses de antecedência. Av. Sabiá, 202, Indianópolis, região sul, tel. 5053-5757. Seg. a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 14h. Estac. (grátis). Atendimento somente com hora marcada. * DANIELLE ANDRADE SWEET CAKE A especialidade do ateliê é a bala de coco recheada. São diversos sabores, como bicho de pé, brigadeiro, nozes e Nutella e o quilo, que rende cerca de 120 unidades, custa a partir de R$ 120. O pedido mínimo é de dez unidades de cada sabor. Produz também bolos e doces diversos -o quilo do bolo tradicional parte de R$ 115. danielleandrade.com.br. R. Min. Godói, 524, Perdizes, região oeste, tel. 3675-5079. Seg.: 8h às 16h. Ter. a sex.: 8h às 17h. Sáb.: 8h às 12h. Atendimento somente com hora marcada. * DONA DOCEIRA As criações da artesã Adriana Lira são produzidas à mão e com frutas orgânicas. Os limõezinhos recheados custam R$ 4. Aposta ainda em suspiros em formato de rosa que partem de R$ 4 cada. donadoceira.com.br. R. Tabapuã, 838, Itaim Bibi, tel. 2157-6114. Seg. a sex.: 11h às 19h. Sáb.: 11h às 17h. CC: V, M, AE, E. * EMÍLIA BEM-CASADOS A versão tradicional do docinho, recheada com doce de leite custa R$ 2,45 cada. As variações de chocolate belga, Nutella, nozes, damasco, ovos, pistache e outras partem de R$ 3,45. emiliabemcasados.com.br. R. Br. de Sta. Marta, 500, Vila Santa Catarina, região sul, tel. 5562-8889. Seg. a sex.: 19h às 18h. Sáb.: 10h às 16h. CC: V, M, AE, E, D. Estac. (grátis). Atendimento somente com hora marcada. * FAIRE LA BOMBE É especializada em éclairs -ou bombas. Há as clássicas, como a de brigadeiro, e outras especiais, caso da de blueberry. Os preços variam de R$ 5 a R$ 12 cada. Há também bombas salgadas (de R$ 8,90 a R$ 15,90). labombe.com.br. R. dos Pinheiros, 223, Pinheiros, tel. 2628-7667. Seg.: 12h às 20h. Ter. a dom.: 9h às 20h. CC: V, M, AE, E, D. * FLEUR DE SUCRE Prepara docinhos e bolos decorados, como o de paçoca com recheio de doce de leite e o de chocolate crocante belga. Bolo de três andares com decoração simples parte de R$ 1.400. fleurdesucre.com.br. R. da Mata, 191, Itaim Bibi, tel. 3078-3082. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 9h às 18h. CC: todos. * GELATO BOUTIQUE Serve sorvetes na festa em um carrinho estilo retrô que tem capacidade para três sabores (para até 400 pessoas) ou seis sabores (para 1.000 convidados). O preço parte de cerca de R$ 2.800. gelatoboutique.com.br. R. Pamplona, 1.023, Jardim Paulista, tel. 3541-1532. Seg.: 11h às 20h. Ter. a qui.: 10h às 21h. Sex.: 10h às 22h. Sáb. e dom.: 11h às 22h. CC: V, M, AE, E, D. * GENOVEVA DOCES A doceria tem criações como a cocadinha de forno (R$ 3 a unidade) e a caixinha de brigadeiro crocante (R$ 3,20 cada unidade). Tem espaço exclusivo para as noivas degustarem as opções. genovevadoces.com.br. Al. Itu, 1.306, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3062-0775. Seg. a sex.: 10h às 18h. CC: V, M, E. Estac. (grátis). Atendimento somente com hora marcada. * HOMEMADE CAKES A especialidade da doceira Rossana Schrappe são flores de açúcar, ricas em detalhes e que parecem reais. Os bolos de casamento são decorados com as flores e podem ficar bastante coloridos. Preços sob consulta. homemadecakes.com.br. R. Con. Eugênio Leite, 188, Pinheiros, região oeste, tel. 3969-2023. Seg. a sex.: 9h às 17h30. Atendimento somente com hora marcada. * JELLY BREAD Amanda Lopes é a chef responsável pelos docinhos na padaria e confeitaria. Brigadeiros meio amargoe ao leite saem por R$ 4,90 a unidade. Os macarons custam R$ 5 cada um. jellybread.com.br. Av. Roque Petroni Jr., 1.089, piso térreo, Jardim das Acácias, região sul, tel. 5181-3325. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. CC: todos. * LE DÉLICE DOCES ESPECIAIS Em Moema, a loja de Andrea Gatti tem doces finos são produzidos artesanalmente. Entre os mais de cinquenta tipos, uns dos mais pedidos são o canapé de macaron, que custa R$ 5 a unidade, e a tacinha branca belga de capim santo, que sai por R$ 3,80 cada. ledelice.com.br. Av. Agami, 236, Moema, região sul, tel. 2892-4767. Seg. a sáb.: 10h às 18h. CC: V, M, E. * LE MALU O ateliê das irmãs Helena, Manuela e Maria Luiza faz bolos de pasta americana e a versão "naked cake" que custam a partir de R$ 150 e R$ 130, o quilo, respectivamente. Há ainda docinhos, pães de mel e minibolos para lembrancinha. Os docinhos saem na faixa de R$ 3,50 a unidade. lemalu.com.br. R. Canário, 796, Moema, região sul, tel. 5044-9444. Seg. a sex.: 10h às 18h. Sáb.: 10h às 14h. CC: V, M, AE, E, D. * LU BONOMETTI BISCOTTI & DOLCEZZE Prepara biscoitos e doces finos. Os cookies saem por R$ 135 o quilo na loja (dependendo da quantidade pedida, oferece desconto). Já os minibolos custam a partir de R$ 9,50 a unidade e são boas opções para presentear os padrinhos. lubonometti.com.br. Al. Joaquim Eugênio de Lima, 1.728, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3384-5818. Seg. a sáb.: 10h às 18h30. CC: V, M. Estac. R$ 6. * MARA MELLO A pâtisserie inaugurada em 2007 tem bolos, doces e macarons para casamentos. O quilo do bolo, com duas bases de pão de ló intercaladas com musses de diversos sabores, parte de R$ 87. Pede pelo menos três meses de antecedência. maramello.com.br. R. Maria Rosa, 49, Itaim Bibi, região oeste, tel. 3071-3770. Seg. a sex.: 10h às 17h. Atendimento somente com hora marcada. * MANÔ ANDRADE DOCES Prepara os tradicionais bolos de andares com pasta americana e "naked cakes". O de chocolate com brigadeiro branco e o de baunilha com nozes, por exemplo, custam a partir de R$ 120 o quilo. Entre os docinhos, tem o de churros (R$ 3,20 a unidade) e o de damasco caramelado e a bala de coco com brigadeiro (R$ 3,60 cada). Encomendas para casamentos podem ser feitas com até um mês de antecedência. manoandradedoces.com.br. R. Antônio Bicudo, 106, Pinheiros, região oeste, tel. 3062-0562. Seg. a sex.: 10h às 18h. Sáb.: 10h às 13h. Atendimento somente com hora marcada. * MÉLIE ARTISAN DOUCES Do ateliê das confeiteiras Marília Lefosse e Aline Bacchieri saem docinhos com acabamento delicado, caso da torre trufada de maracujá e do macarron (a partir de R$ 4,50 a unidade). Em novo endereço, há, além do ateliê, um café onde os clientes podem provar os doces. R. Francisco Leitão, 77, Pinheiros, região oeste, tel. 2628-2898. Seg. a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 12h. CC: V, M. Atendimento somente com hora marcada. * PAULA & GABI SWEET DESIGN As clientes podem fazer a degustação no ateliê. Docinhos saem por a partir de R$ 3,50 cada. Os preços dos bolos de casamento, decorados com pasta americana, são sob consulta. paulaegabi.com.br. R. D. Armando Lombardi, 449, Jardim Guedala, região oeste, tel. 3742-2570. Seg. a sex.: 9h30 às 18h30. CC: V, M, AE. Estac. (grátis). * PATI PIVA Bolos de casamento, bem-casados, docinhos especiais e chocolates personalizados estão entre as especialidades da casa. Todos os bolos possuem três recheios. Os preços são sob consulta. Os docinhos, em geral, variam de R$ 3 a R$ 6,50. patipiva.com.br. R. Itapacurai, 36, Paraíso do Morumbi, região oeste, tel. 3758-1174. Seg. a sex.: 9h às 17h. Estac. (grátis). Atendimento somente com hora marcada. * SORVETES ROCHINHA A marca tem carrinhos de picolés para serem servidos em casamentos. O pacote mínimo para casamentos com o picolé bem-casado tem três caixas com 28 unidades cada e sai por R$ 554 (aos sábados). sorvetesrochinha.com.br. R. Alvarenga Peixoto, 219, Vila Anastácio, região oeste, tel. 3644-6152. Seg. a sex.: 8h às 18h. Sáb.: 8h às 15h. CC: V, M, AE, E, D, H. Estac. (grátis). w * SUCRIER O sucrier, um sanduíche de biscoitos de amêndoa com recheios como o de limão-siciliano, canela ou framboesa, coberto de chocolate custa R$ 4 no tamanho míni. Há 26 de sabores de trufas, a exemplo de brownie e lavanda (R$ 3,80 cada). O "naked cake" sai por a partir de R$ 135 o quilo. sucrier.com.br. R. Galeno de Revoredo, 100, Itaim Bibi, região sul, tel. 2892-0929. Seg.: 10h às 18h. Ter. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 11h às 18h. CC: V, M, AE, E, D. * TCHOCOLATH É especializada em pão de mel. Há o tradicional (R$ 5,50 cada) e os recheados de brigadeiro, doce de leite, damasco e outros sabores (R$ 7,25). Aceita encomendas dos doces com as iniciais dos noivos no topo —neste caso, os valores mudam para R$ 6 (tradicional) e R$ 7,95 (recheado). tchocolath.com.br. R. Antônio Afonso, 19, Vila Nova Conceição, região sul, tel. 3842-5623. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 17h30. CC: V, M, AE, D. Atendimento somente com hora marcada. * VILA CHOCOLAT Tem chocolates finos para casamentos. São mais de 40 tipos de guloseimas personalizadas produzidas com chocolate belga. Há trufas em sabores como a de amarena e a de limão com pistache (R$ 5,50 a unidade). vilachocolat.com.br. R. Cunha Gago, 836, Pinheiros, região oeste, tel. 3596-2515. Seg. a sex.: 9h às 18h. CC: V, M, AE, E, D. Atendimento somente com hora marcada.
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Eficaz como peça publicitária, 'O Candidato Honesto' é nulo
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De imediato, e por razões óbvias, o protagonista de "O Candidato Honesto" (2014, TC Pipoca, 18h, 12 anos) é alguém de origem pobre, depois sindicalista e, enfim, alguém corrupto. Trata-se de uma caricatura do ex-presidente Lula. Talvez não seja coincidência seu lançamento às vésperas da eleição de 2014. Visto por esse ângulo, o filme foi uma peça publicitária eficaz e um dos grandes sucessos do cinema brasileiro. Mas por outro ângulo seria ele visível? Como a maior parte do nosso cinema de grande público, é nulo. Longe dessa tristeza, a TV Brasil abre um ciclo de filmes asiáticos, com "A Esposa Solitária" (1964, às 23h, 16 anos), que representou a Índia no Festival de Berlim de 1965. Saiu de lá com o prêmio de melhor direção. Nada a estranhar: Satyajit Ray é um dos grandes do cinema moderno. Praticamente desconhecido no Brasil: também não é de estranhar.
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ilustrada
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Eficaz como peça publicitária, 'O Candidato Honesto' é nuloDe imediato, e por razões óbvias, o protagonista de "O Candidato Honesto" (2014, TC Pipoca, 18h, 12 anos) é alguém de origem pobre, depois sindicalista e, enfim, alguém corrupto. Trata-se de uma caricatura do ex-presidente Lula. Talvez não seja coincidência seu lançamento às vésperas da eleição de 2014. Visto por esse ângulo, o filme foi uma peça publicitária eficaz e um dos grandes sucessos do cinema brasileiro. Mas por outro ângulo seria ele visível? Como a maior parte do nosso cinema de grande público, é nulo. Longe dessa tristeza, a TV Brasil abre um ciclo de filmes asiáticos, com "A Esposa Solitária" (1964, às 23h, 16 anos), que representou a Índia no Festival de Berlim de 1965. Saiu de lá com o prêmio de melhor direção. Nada a estranhar: Satyajit Ray é um dos grandes do cinema moderno. Praticamente desconhecido no Brasil: também não é de estranhar.
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Bairro Meireles, em Fortaleza, é tendência de hospedagem para 2016
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O bairro Meireles, em Fortaleza (CE), deve ser uma das tendências para hospedagem em 2016, segundo um levantamento do site de aluguel de imóveis por temporada Airbnb. A plataforma analisou os padrões de viagens de mais de 40 milhões de usuários que alugaram imóveis anunciados em 2015 para descobrir quais bairros ganharam mais popularidade. O topo do ranking, que reuniu 16 localidades ao redor do mundo, foi dominado por bairros asiáticos –os três primeiros ficam, respectivamente, em Osaka (Japão), Bancoc (Tailândia) e Kuala Lumpur (Malásia). A lista tem ainda bairros europeus, em cidades como Atenas, Sevilha e Hamburgo, e três nos Estados Unidos. Segundo o Airbnb, os locais da lista estão em algumas das cidades onde as reservas crescem mais rapidamente –caso de Cidade do México, Budapeste e Buenos Aires. Única brasileira, a região do Meireles ficou em nono lugar. O bairro, polo hoteleiro da capital cearense, está à beira-mar –ainda que a orla nem sempre esteja própria para banho. A proximidade com o centro e o Mercado Central também funcionam como atrativos. Segundo o Airbnb, a maioria dos hóspedes prefere ficar fora de bairros centrais tradicionais –por isso, vizinhanças famosas não estão na lista. Veja abaixo o ranking completo. *
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turismo
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Bairro Meireles, em Fortaleza, é tendência de hospedagem para 2016O bairro Meireles, em Fortaleza (CE), deve ser uma das tendências para hospedagem em 2016, segundo um levantamento do site de aluguel de imóveis por temporada Airbnb. A plataforma analisou os padrões de viagens de mais de 40 milhões de usuários que alugaram imóveis anunciados em 2015 para descobrir quais bairros ganharam mais popularidade. O topo do ranking, que reuniu 16 localidades ao redor do mundo, foi dominado por bairros asiáticos –os três primeiros ficam, respectivamente, em Osaka (Japão), Bancoc (Tailândia) e Kuala Lumpur (Malásia). A lista tem ainda bairros europeus, em cidades como Atenas, Sevilha e Hamburgo, e três nos Estados Unidos. Segundo o Airbnb, os locais da lista estão em algumas das cidades onde as reservas crescem mais rapidamente –caso de Cidade do México, Budapeste e Buenos Aires. Única brasileira, a região do Meireles ficou em nono lugar. O bairro, polo hoteleiro da capital cearense, está à beira-mar –ainda que a orla nem sempre esteja própria para banho. A proximidade com o centro e o Mercado Central também funcionam como atrativos. Segundo o Airbnb, a maioria dos hóspedes prefere ficar fora de bairros centrais tradicionais –por isso, vizinhanças famosas não estão na lista. Veja abaixo o ranking completo. *
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Odebrecht compra R$ 800 mil de incentivos ao Itaquerão
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Em um aceno para o mercado, a Odebrecht comprou R$ 800 mil em Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs) que a Prefeitura de São Paulo concedeu ao Itaquerão. A compra de certidões foi feita no orçamento de duas obras que possuem a participação da empresa. O consórcio responsável pela Linha 6 Laranja do Metrô de São Paulo, com a Odebrecht Infraestrutura como uma das integrantes, adquiriu R$ 513 mil em CIDs. Já a obra da Ponte Itapaiúna, realizada apenas pela Odebrecht Infraestrutura, comprou outros R$ 285 mil. As compras não significam muito se comparadas ao total de certificados que a empresa e o Corinthians receberam da prefeitura: R$ 415 milhões. Elas são, no entanto, um aceno ao mercado de que os CIDs têm validade. Isso porque o fato de o Ministério Público ter entrado com uma ação contestando a validade dos CIDs gerou insegurança nas grandes empresas, potenciais compradoras dos certificados. O Corinthians chegou até a emitir nota oficial pedindo que a prefeitura comprasse os incentivos fiscais. Os CIDs servem para o pagamento de impostos municipais, como IPTU, e foram oferecidos à obra do Itaquerão para viabilizar financeiramente a obra.
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esporte
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Odebrecht compra R$ 800 mil de incentivos ao ItaquerãoEm um aceno para o mercado, a Odebrecht comprou R$ 800 mil em Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs) que a Prefeitura de São Paulo concedeu ao Itaquerão. A compra de certidões foi feita no orçamento de duas obras que possuem a participação da empresa. O consórcio responsável pela Linha 6 Laranja do Metrô de São Paulo, com a Odebrecht Infraestrutura como uma das integrantes, adquiriu R$ 513 mil em CIDs. Já a obra da Ponte Itapaiúna, realizada apenas pela Odebrecht Infraestrutura, comprou outros R$ 285 mil. As compras não significam muito se comparadas ao total de certificados que a empresa e o Corinthians receberam da prefeitura: R$ 415 milhões. Elas são, no entanto, um aceno ao mercado de que os CIDs têm validade. Isso porque o fato de o Ministério Público ter entrado com uma ação contestando a validade dos CIDs gerou insegurança nas grandes empresas, potenciais compradoras dos certificados. O Corinthians chegou até a emitir nota oficial pedindo que a prefeitura comprasse os incentivos fiscais. Os CIDs servem para o pagamento de impostos municipais, como IPTU, e foram oferecidos à obra do Itaquerão para viabilizar financeiramente a obra.
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Tite fecha treino da seleção brasileira para esconder equipe titular
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O técnico Tite permitiu que a imprensa assistisse apenas ao aquecimento dos jogadores da seleção brasileira durante o treino desta terça-feira (30) no estádio Casablanca, da equipe equatoriana LDU. O treinador fez questão de explicar que o procedimento foi tomado em caráter de exceção, para esconder o time titular de seu adversário de estreia. Entre outras coisas, ele usaria a atividade para decidir quem será o titular na briga por uma posição à frente do esquema 4-1-4-1: Gabriel Jesus ou Gabriel Barbosa. A decisão de fechar o treino, incomum nos trabalhos de Tite, foi tomada horas antes do treino pelo técnico e sua comissão. Diferentemente do treino desta segunda (29), quando teve que poupar jogadores que atuaram no final de semana no Brasileiro, casos de Jesus, Lucas Lima e Rafael Carioca, Tite teve à disposição todos os 23 convocados. O zagueiro Marquinhos, do PSG, chegou a Quito nesta terça e participou da atividade. Nos 15 minutos a que a imprensa teve acesso, os jogadores fizeram uma roda de "bobinho" e se alongaram com a ajuda do preparador físico Fábio Mahseredjian. Na segunda, Tite já colocou em prática seu esquema tático. A atividade do dia que durou mais tempo consistiu no confronto entre duas equipes de cinco jogadores, além de um goleiro. Um time composto por Daniel Alves, Geromel, Gil, Marcelo e um atleta sub-20 tentava se defender de um ataque composto por outro jogador sub-20, Renato Augusto, Paulinho, Neymar, Gabriel Barbosa e Taison. Estruturado com uma linha de quatro e Gabriel centralizado, o ataque ouviu Tite vibrar com triangulações de Neymar e Taison pelas pontas e infiltrações de Paulinho e Renato Augusto. Frases clássicas do técnico, como "abaixa o centro de gravidade", foram ouvidas -"defender abaixando a bunda", nas palavras do treinador. Nesta quarta-feira (31), a seleção brasileira fará um treino de reconhecimento do gramado do estádio olímpico Atahualpa, às 18h (horário de Brasília). Brasil e Equador se enfrentarão nesta quinta (1º), pela sétima rodada das eliminatórias para a Copa de 2018. O time da casa está na segunda colocação, com 13 pontos, enquanto o Brasil ocupa a sexta posição, com nove.
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esporte
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Tite fecha treino da seleção brasileira para esconder equipe titularO técnico Tite permitiu que a imprensa assistisse apenas ao aquecimento dos jogadores da seleção brasileira durante o treino desta terça-feira (30) no estádio Casablanca, da equipe equatoriana LDU. O treinador fez questão de explicar que o procedimento foi tomado em caráter de exceção, para esconder o time titular de seu adversário de estreia. Entre outras coisas, ele usaria a atividade para decidir quem será o titular na briga por uma posição à frente do esquema 4-1-4-1: Gabriel Jesus ou Gabriel Barbosa. A decisão de fechar o treino, incomum nos trabalhos de Tite, foi tomada horas antes do treino pelo técnico e sua comissão. Diferentemente do treino desta segunda (29), quando teve que poupar jogadores que atuaram no final de semana no Brasileiro, casos de Jesus, Lucas Lima e Rafael Carioca, Tite teve à disposição todos os 23 convocados. O zagueiro Marquinhos, do PSG, chegou a Quito nesta terça e participou da atividade. Nos 15 minutos a que a imprensa teve acesso, os jogadores fizeram uma roda de "bobinho" e se alongaram com a ajuda do preparador físico Fábio Mahseredjian. Na segunda, Tite já colocou em prática seu esquema tático. A atividade do dia que durou mais tempo consistiu no confronto entre duas equipes de cinco jogadores, além de um goleiro. Um time composto por Daniel Alves, Geromel, Gil, Marcelo e um atleta sub-20 tentava se defender de um ataque composto por outro jogador sub-20, Renato Augusto, Paulinho, Neymar, Gabriel Barbosa e Taison. Estruturado com uma linha de quatro e Gabriel centralizado, o ataque ouviu Tite vibrar com triangulações de Neymar e Taison pelas pontas e infiltrações de Paulinho e Renato Augusto. Frases clássicas do técnico, como "abaixa o centro de gravidade", foram ouvidas -"defender abaixando a bunda", nas palavras do treinador. Nesta quarta-feira (31), a seleção brasileira fará um treino de reconhecimento do gramado do estádio olímpico Atahualpa, às 18h (horário de Brasília). Brasil e Equador se enfrentarão nesta quinta (1º), pela sétima rodada das eliminatórias para a Copa de 2018. O time da casa está na segunda colocação, com 13 pontos, enquanto o Brasil ocupa a sexta posição, com nove.
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STF anula provas de processo contra ex-senador Demóstenes Torres
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A segunda turma do STF (Supremo Tribunal Federal), em decisão unânime, nesta terça (25), considerou nulas todas as provas do processo que o ex-senador Demóstenes Torres responde por corrupção e advocacia administrativa. Ele teve o mandato cassado em 2012, quando veio a público o material contido nas operações Monte Carlo e Vegas. Ambas revelavam uma ligação próxima do então parlamentar com o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Os ministros entenderam que a Justiça Federal de Goiás, onde tramita a ação, deveria ter remetido o inquérito ao Supremo, assim que foram identificadas as primeiras conversas entre Cachoeira e o político. Na ocasião, como ocupava uma cadeira no Senado, Demóstenes tinha foro privilegiado e, por isso, só poderia ser investigado com autorização do STF. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Goiás argumentavam à época que o ex-senador não era o objeto do inquérito, mas, sim Carlinhos Cachoeira. Os investigadores consideravam os contatos entre o contraventor e Demóstenes como "encontros fortuitos", ou seja, não seria alvo da apuração. Todos os integrantes da segunda turna —Dias Toffoli, relator do caso, Celso de Mello, Teori Zavascki, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski— votaram pela anulação das provas. Agora, o Ministério Público terá de reanalisar a denúncia que apresentou e decidir se prosseguirá com a ação, mesmo sem as interceptações telefônicas e outros elementos classificados como ilegais pelo Supremo. Demóstenes é acusado de usar o mandato para atender aos interesses de Cachoeira. "(Trata-se de) caso clássico de usurpação de competência. É muito lamentável que esses episódios ocorram. Não é a primeira vez em que há uma relação de dominialidade entre um processo e uma pessoa", afirmou Teori. Ainda cabem os embargos de declaração. O recurso é usado para questionar pontos considerados obscuros, contraditórios, omissos ou duvidosos da sentença, mas dificilmente altera a decisão. Advogado do ex-parlamentar, Antonio Carlos de Almeida Castro, adiantou à Folha que, com o veredicto do STF, Demóstenes deve tentar recuperar seu mandato no Senado, embora a cassação seja um processo político, que independe do entendimento do Judiciário.
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poder
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STF anula provas de processo contra ex-senador Demóstenes TorresA segunda turma do STF (Supremo Tribunal Federal), em decisão unânime, nesta terça (25), considerou nulas todas as provas do processo que o ex-senador Demóstenes Torres responde por corrupção e advocacia administrativa. Ele teve o mandato cassado em 2012, quando veio a público o material contido nas operações Monte Carlo e Vegas. Ambas revelavam uma ligação próxima do então parlamentar com o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Os ministros entenderam que a Justiça Federal de Goiás, onde tramita a ação, deveria ter remetido o inquérito ao Supremo, assim que foram identificadas as primeiras conversas entre Cachoeira e o político. Na ocasião, como ocupava uma cadeira no Senado, Demóstenes tinha foro privilegiado e, por isso, só poderia ser investigado com autorização do STF. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Goiás argumentavam à época que o ex-senador não era o objeto do inquérito, mas, sim Carlinhos Cachoeira. Os investigadores consideravam os contatos entre o contraventor e Demóstenes como "encontros fortuitos", ou seja, não seria alvo da apuração. Todos os integrantes da segunda turna —Dias Toffoli, relator do caso, Celso de Mello, Teori Zavascki, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski— votaram pela anulação das provas. Agora, o Ministério Público terá de reanalisar a denúncia que apresentou e decidir se prosseguirá com a ação, mesmo sem as interceptações telefônicas e outros elementos classificados como ilegais pelo Supremo. Demóstenes é acusado de usar o mandato para atender aos interesses de Cachoeira. "(Trata-se de) caso clássico de usurpação de competência. É muito lamentável que esses episódios ocorram. Não é a primeira vez em que há uma relação de dominialidade entre um processo e uma pessoa", afirmou Teori. Ainda cabem os embargos de declaração. O recurso é usado para questionar pontos considerados obscuros, contraditórios, omissos ou duvidosos da sentença, mas dificilmente altera a decisão. Advogado do ex-parlamentar, Antonio Carlos de Almeida Castro, adiantou à Folha que, com o veredicto do STF, Demóstenes deve tentar recuperar seu mandato no Senado, embora a cassação seja um processo político, que independe do entendimento do Judiciário.
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Governo ainda tenta articular acordo para votação de desoneração da folha
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O governo ainda tenta fechar um acordo nesta quarta-feira (10) em torno do projeto que revê a política de desoneração da folha de pagamento para viabilizar uma votação na semana que vem. Segundo o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), os entraves com a equipe econômica podem ser superados. "A gente conversou, vai continuar conversando e temos o sentimento de que podemos fechar hoje [quarta-feira] ainda o acordo para iniciarmos à noite a discussão em uma sessão extraordinária, quem sabe até já a votação", disse Padilha ao deixar o gabinete da presidência da Câmara dos Deputados. No entanto, o vice-presidente Michel Temer, responsável pela articulação política do governo, já descartou que a votação da matéria possa acontecer ainda nesta quarta. O adiamento foi selado em um encontro pela manhã no Palácio do Jaburu entre Temer, os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), e Joaquim Levy (Fazenda), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o relator do projeto, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ). Segundo a Folha apurou, um dos principais entraves era que o governo está atrasando o pagamento de recursos previstos em emendas a deputados (os chamados restos a pagar). Outro motivo que inviabilizaria a votação é a demora do governo em liberar cargos para a base aliada. Além disso, Picciani não conseguiu concluir seu relatório sobre o projeto. A proposta original do governo reduziria a renúncia fiscal com a desoneração de R$ 25 bilhões para R$ 12 bilhões ao ano. Para este ano, a economia estimada era de R$ 5,35 bilhões se a taxação maior entrasse em vigor em junho. O acordo em torno da proposta depende ainda de uma sinalização positiva do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que é contra o escalonamento de tributação para alguns setores, como o de transportes. Com o adiamento da votação da desoneração da folha de pagamento, a Câmara deverá votar as matérias restantes da reforma política, que incluem pontos como a unificação das eleições, o período dos mandatos e o voto facultativo.
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Governo ainda tenta articular acordo para votação de desoneração da folhaO governo ainda tenta fechar um acordo nesta quarta-feira (10) em torno do projeto que revê a política de desoneração da folha de pagamento para viabilizar uma votação na semana que vem. Segundo o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), os entraves com a equipe econômica podem ser superados. "A gente conversou, vai continuar conversando e temos o sentimento de que podemos fechar hoje [quarta-feira] ainda o acordo para iniciarmos à noite a discussão em uma sessão extraordinária, quem sabe até já a votação", disse Padilha ao deixar o gabinete da presidência da Câmara dos Deputados. No entanto, o vice-presidente Michel Temer, responsável pela articulação política do governo, já descartou que a votação da matéria possa acontecer ainda nesta quarta. O adiamento foi selado em um encontro pela manhã no Palácio do Jaburu entre Temer, os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), e Joaquim Levy (Fazenda), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o relator do projeto, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ). Segundo a Folha apurou, um dos principais entraves era que o governo está atrasando o pagamento de recursos previstos em emendas a deputados (os chamados restos a pagar). Outro motivo que inviabilizaria a votação é a demora do governo em liberar cargos para a base aliada. Além disso, Picciani não conseguiu concluir seu relatório sobre o projeto. A proposta original do governo reduziria a renúncia fiscal com a desoneração de R$ 25 bilhões para R$ 12 bilhões ao ano. Para este ano, a economia estimada era de R$ 5,35 bilhões se a taxação maior entrasse em vigor em junho. O acordo em torno da proposta depende ainda de uma sinalização positiva do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que é contra o escalonamento de tributação para alguns setores, como o de transportes. Com o adiamento da votação da desoneração da folha de pagamento, a Câmara deverá votar as matérias restantes da reforma política, que incluem pontos como a unificação das eleições, o período dos mandatos e o voto facultativo.
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Após decisão na Câmara, PSDB define nomes para comissão no Senado
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A bancada do PSDB no Senado já definiu seus nomes para integrar a comissão do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Como titulares, o partido pretende indicar o líder, Cássio Cunha Lima (PB), e os senadores Aloysio Nunes Ferreira (SP) e Antonio Anastasia (MG). Na suplência, Tasso Jereissati (CE), Paulo Bauer (SC) e Ricardo Ferraço (ES). Os nomes devem ser indicados até quarta-feira (20), data prevista para instalação da comissão. A partir daí, esse colegiado terá dez dias para emitir e votar um parecer a favor ou contra a admissibilidade do processo de impeachment. A previsão da secretaria-geral da Mesa do Senado é que essa etapa termine até 5 de maio. Depois de 48 horas de sua votação na comissão, o parecer é lido em plenário e segue para apreciação dos 81 senadores. É preciso maioria simples (41 senadores, se os 81 estiverem na sessão) para a aprovação do afastamento de Dilma e a abertura do processo que julgará a presidente. A data prevista para essa votação em plenário é 10 ou 11 de maio, mas peemedebistas aliados do vice-presidente Michel Temer trabalham para antecipá-la. O senador Antonio Anastasia, aliado do senador Aécio Neves (MG), é o preferido do PSDB para presidir a comissão especial –a indicação, porém, ainda deve ser negociada com outros partidos. O PMDB discute com os tucanos e outras legendas o nome do relator, podendo ser da própria bancada peemedebista ou de outra legenda, se houver acordo. A senadora Ana Amélia (PP-RS) é cotada pelo bom trânsito que tem nas bancadas.
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Após decisão na Câmara, PSDB define nomes para comissão no SenadoA bancada do PSDB no Senado já definiu seus nomes para integrar a comissão do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Como titulares, o partido pretende indicar o líder, Cássio Cunha Lima (PB), e os senadores Aloysio Nunes Ferreira (SP) e Antonio Anastasia (MG). Na suplência, Tasso Jereissati (CE), Paulo Bauer (SC) e Ricardo Ferraço (ES). Os nomes devem ser indicados até quarta-feira (20), data prevista para instalação da comissão. A partir daí, esse colegiado terá dez dias para emitir e votar um parecer a favor ou contra a admissibilidade do processo de impeachment. A previsão da secretaria-geral da Mesa do Senado é que essa etapa termine até 5 de maio. Depois de 48 horas de sua votação na comissão, o parecer é lido em plenário e segue para apreciação dos 81 senadores. É preciso maioria simples (41 senadores, se os 81 estiverem na sessão) para a aprovação do afastamento de Dilma e a abertura do processo que julgará a presidente. A data prevista para essa votação em plenário é 10 ou 11 de maio, mas peemedebistas aliados do vice-presidente Michel Temer trabalham para antecipá-la. O senador Antonio Anastasia, aliado do senador Aécio Neves (MG), é o preferido do PSDB para presidir a comissão especial –a indicação, porém, ainda deve ser negociada com outros partidos. O PMDB discute com os tucanos e outras legendas o nome do relator, podendo ser da própria bancada peemedebista ou de outra legenda, se houver acordo. A senadora Ana Amélia (PP-RS) é cotada pelo bom trânsito que tem nas bancadas.
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Escassez de imóveis para locação sufoca startups na capital da Suécia
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Tyler Faux, 24, achava que encontrar lugar para morar em Nova York era difícil. Mas quando se mudou de lá para Estocolmo a fim de trabalhar para uma startup, teve uma surpresa nada agradável. Diante das complexas regras suecas para a locação de apartamentos e de uma lista de espera de uma década para obter uma casa do governo, Faux, formado em ciência da computação em Harvard, fracassou em diversos esforços para encontrar onde morar, não importava o quanto estava disposto a pagar. Os problemas de moradia de Faux estão se tornando queixa comum em Estocolmo e em outros polos da tecnologia ao redor do mundo. A capital sueca emergiu como um dos mais atraentes centros tecnológicos da Europa, atraindo milhares de desenvolvedores para companhias como o Spotify, o popular serviço de música em formato "streaming" criado lá. A cidade também se tornou um exemplo dos problemas que surgem quando um boom da tecnologia tromba de frente com normas de planejamento urbano que não são alteradas há décadas. Os controles de valor de aluguel e outras restrições ao mercado imobiliário que a Suécia tem em vigor desde os anos 1960 tornam quase impossível aos proprietários alugar apartamentos para trabalhadores estrangeiros. E a demora em erguer novos projetos significa que a expectativa é de que só 10 mil casas novas sejam construídas ao ano pelos próximos 15 anos. Em contraste, cerca de 40 mil pessoas, suecas e de fora do país, estão se mudando para a cidade a cada ano para trabalhar nas empresas de tecnologia, grupos financeiros e outras companhias, de acordo com o governo municipal de Estocolmo. "O sistema está quebrado", disse Billy McCormac, norte-americano que se mudou para a Suécia nos anos 1990 e defensor de uma reforma nas leis de habitação, como presidente da Federação Imobiliária Sueca. "Não se pode construir um polo tecnológico se as pessoas não tiverem onde morar." A falta de moradias é assunto regular de conversa em um espaço compartilhado de trabalho de Estocolmo. No quinto andar de um moderno edifício no bairro comercial da cidade, os engenheiros que dividem aquele espaço, chamado SUP46, se queixavam de que não conseguiam encontrar onde morar. "Alugar alguma coisa é quase impossível", disse Fritjof Andersson, 33, durante uma pausa para o café. Andersson criou sua primeira empresa de tecnologia mais de uma década atrás, mas agora não consegue bancar a vinda de desenvolvedores estrangeiros à capital sueca a fim de expandir sua equipe. "Não temos a musculatura financeira necessária para ajudá-los a encontrar um apartamento", disse ele, acrescentando que isso o forçou, recentemente, a buscar novo pessoal de software apenas entre as pessoas que já viviam em Estocolmo. Muita gente na cidade gosta do influxo de novos trabalhadores. Mas os críticos dizem que os recém-chegados, que em muitos casos têm salários muito maiores que os dos cidadãos locais, não deveriam ter prioridade diante de pessoas que vivem há décadas no mesmo bairro. "Um aumento de aluguéis forçará as pessoas a sair de suas casas", afirmou Marie Linder, presidente da Federação Sueca de Inquilinos. "As pessoas terão de deixar seus apartamentos, e para onde irão?" Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Escassez de imóveis para locação sufoca startups na capital da SuéciaTyler Faux, 24, achava que encontrar lugar para morar em Nova York era difícil. Mas quando se mudou de lá para Estocolmo a fim de trabalhar para uma startup, teve uma surpresa nada agradável. Diante das complexas regras suecas para a locação de apartamentos e de uma lista de espera de uma década para obter uma casa do governo, Faux, formado em ciência da computação em Harvard, fracassou em diversos esforços para encontrar onde morar, não importava o quanto estava disposto a pagar. Os problemas de moradia de Faux estão se tornando queixa comum em Estocolmo e em outros polos da tecnologia ao redor do mundo. A capital sueca emergiu como um dos mais atraentes centros tecnológicos da Europa, atraindo milhares de desenvolvedores para companhias como o Spotify, o popular serviço de música em formato "streaming" criado lá. A cidade também se tornou um exemplo dos problemas que surgem quando um boom da tecnologia tromba de frente com normas de planejamento urbano que não são alteradas há décadas. Os controles de valor de aluguel e outras restrições ao mercado imobiliário que a Suécia tem em vigor desde os anos 1960 tornam quase impossível aos proprietários alugar apartamentos para trabalhadores estrangeiros. E a demora em erguer novos projetos significa que a expectativa é de que só 10 mil casas novas sejam construídas ao ano pelos próximos 15 anos. Em contraste, cerca de 40 mil pessoas, suecas e de fora do país, estão se mudando para a cidade a cada ano para trabalhar nas empresas de tecnologia, grupos financeiros e outras companhias, de acordo com o governo municipal de Estocolmo. "O sistema está quebrado", disse Billy McCormac, norte-americano que se mudou para a Suécia nos anos 1990 e defensor de uma reforma nas leis de habitação, como presidente da Federação Imobiliária Sueca. "Não se pode construir um polo tecnológico se as pessoas não tiverem onde morar." A falta de moradias é assunto regular de conversa em um espaço compartilhado de trabalho de Estocolmo. No quinto andar de um moderno edifício no bairro comercial da cidade, os engenheiros que dividem aquele espaço, chamado SUP46, se queixavam de que não conseguiam encontrar onde morar. "Alugar alguma coisa é quase impossível", disse Fritjof Andersson, 33, durante uma pausa para o café. Andersson criou sua primeira empresa de tecnologia mais de uma década atrás, mas agora não consegue bancar a vinda de desenvolvedores estrangeiros à capital sueca a fim de expandir sua equipe. "Não temos a musculatura financeira necessária para ajudá-los a encontrar um apartamento", disse ele, acrescentando que isso o forçou, recentemente, a buscar novo pessoal de software apenas entre as pessoas que já viviam em Estocolmo. Muita gente na cidade gosta do influxo de novos trabalhadores. Mas os críticos dizem que os recém-chegados, que em muitos casos têm salários muito maiores que os dos cidadãos locais, não deveriam ter prioridade diante de pessoas que vivem há décadas no mesmo bairro. "Um aumento de aluguéis forçará as pessoas a sair de suas casas", afirmou Marie Linder, presidente da Federação Sueca de Inquilinos. "As pessoas terão de deixar seus apartamentos, e para onde irão?" Tradução de PAULO MIGLIACCI
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No final das contas, o desemprego
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Todos já perceberam que estamos vivendo um período de incertezas tanto na economia como na política. Para a classe trabalhadora, o pior dos mundos acontece na situação em que emprego e renda caem, e a inflação segue em alta. É justamente a esse cenário que estamos assistindo hoje no país. As previsões, caso nada seja feito para alterar esse quadro adverso, levam a crer que o desemprego deve continuar crescendo, chegando à casa de dois dígitos. É importante ressaltar que, apenas de janeiro a junho de 2015, segundo dados do Ministério do Trabalho, 345.417 trabalhadores já perderam o emprego, a maior parte deles trabalhadores da indústria. Vale destacar, ainda, que é justamente na indústria que são gerados empregos que exigem qualificação e que melhor remuneram. O desemprego não é só um problema de estatística, mas de sofrimento físico e psicológico. Ele também é fator de aumento da desagregação familiar e da violência. Não é de se estranhar que, ante uma economia desfavorável para os trabalhadores, e também para o setor produtivo, com um desempenho industrial exíguo, com o recuo da produção e a ameaça de um colapso, os empresários, ao perceberem que a situação não é transitória, tenham optado pelo caminho mais curto: demitir trabalhadores. A equivocada política econômica adotada pelo governo, com juros em patamares proibitivos, inflação crescente, uma insuportável carga tributária, desindustrialização e a falta de uma política industrial voltada para o fortalecimento do setor, entre outras demandas, segue trazendo consequências desastrosas e preocupantes para a sobrevivência das empresas e para a manutenção dos empregos por elas gerados. Avaliamos que o custo social e econômico do uso da taxa básica de juros, a Selic, que hoje está em 14,25%, no controle da inflação tem se revelado ineficiente e muito caro para o país. Infelizmente, os dados da economia são pouco animadores. A postura conservadora, por parte do governo, vem minando as esperanças de sua recuperação ainda para este ano. Esse rentismo, para o qual o governo federal se curva, suga os recursos do país. Este cenário tenebroso, somado ao ajuste fiscal –sobre o qual, na forma proposta, nos posicionamos contrariamente–, leva-nos a refletir sob a perspectiva de que a recessão econômica será longa, mas que, de alguma forma, irá terminar. Para isso, o protagonismo do movimento sindical, pautado na unidade de ação das centrais sindicais e nos setores produtivos, deverá ser o de apontar caminhos e amenizar, de forma lúcida e pragmática, este período de depressão econômica. Temos agora de propor a retomada do caminho do desenvolvimento e do crescimento econômico. Para que a turbulência econômica e política pela qual o país atravessa tenha um fim, faz-se necessário que exista um diálogo entre o governo, o movimento sindical, empresários e trabalhadores. As decisões visando o desenvolvimento do setor industrial e da classe trabalhadora têm de ser tomadas em consenso, de forma abrangente e eficaz. Ao mesmo tempo em que temos como prioridades garantir os empregos –vale ressaltar que apoiamos o conceito do Programa de Proteção ao Emprego (PPE)– e lutar contra as constantes tentativas de retirada de direitos dos trabalhadores, acreditamos ser este o momento propício para ampliar a qualificação profissional. Isso significa que queremos estabelecer uma política que tenha como objetivo o crescimento sustentado, o pleno emprego e uma distribuição mais justa da renda produzida pelo trabalho. MIGUEL TORRES, 56, é presidente da Força Sindical * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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opiniao
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No final das contas, o desempregoTodos já perceberam que estamos vivendo um período de incertezas tanto na economia como na política. Para a classe trabalhadora, o pior dos mundos acontece na situação em que emprego e renda caem, e a inflação segue em alta. É justamente a esse cenário que estamos assistindo hoje no país. As previsões, caso nada seja feito para alterar esse quadro adverso, levam a crer que o desemprego deve continuar crescendo, chegando à casa de dois dígitos. É importante ressaltar que, apenas de janeiro a junho de 2015, segundo dados do Ministério do Trabalho, 345.417 trabalhadores já perderam o emprego, a maior parte deles trabalhadores da indústria. Vale destacar, ainda, que é justamente na indústria que são gerados empregos que exigem qualificação e que melhor remuneram. O desemprego não é só um problema de estatística, mas de sofrimento físico e psicológico. Ele também é fator de aumento da desagregação familiar e da violência. Não é de se estranhar que, ante uma economia desfavorável para os trabalhadores, e também para o setor produtivo, com um desempenho industrial exíguo, com o recuo da produção e a ameaça de um colapso, os empresários, ao perceberem que a situação não é transitória, tenham optado pelo caminho mais curto: demitir trabalhadores. A equivocada política econômica adotada pelo governo, com juros em patamares proibitivos, inflação crescente, uma insuportável carga tributária, desindustrialização e a falta de uma política industrial voltada para o fortalecimento do setor, entre outras demandas, segue trazendo consequências desastrosas e preocupantes para a sobrevivência das empresas e para a manutenção dos empregos por elas gerados. Avaliamos que o custo social e econômico do uso da taxa básica de juros, a Selic, que hoje está em 14,25%, no controle da inflação tem se revelado ineficiente e muito caro para o país. Infelizmente, os dados da economia são pouco animadores. A postura conservadora, por parte do governo, vem minando as esperanças de sua recuperação ainda para este ano. Esse rentismo, para o qual o governo federal se curva, suga os recursos do país. Este cenário tenebroso, somado ao ajuste fiscal –sobre o qual, na forma proposta, nos posicionamos contrariamente–, leva-nos a refletir sob a perspectiva de que a recessão econômica será longa, mas que, de alguma forma, irá terminar. Para isso, o protagonismo do movimento sindical, pautado na unidade de ação das centrais sindicais e nos setores produtivos, deverá ser o de apontar caminhos e amenizar, de forma lúcida e pragmática, este período de depressão econômica. Temos agora de propor a retomada do caminho do desenvolvimento e do crescimento econômico. Para que a turbulência econômica e política pela qual o país atravessa tenha um fim, faz-se necessário que exista um diálogo entre o governo, o movimento sindical, empresários e trabalhadores. As decisões visando o desenvolvimento do setor industrial e da classe trabalhadora têm de ser tomadas em consenso, de forma abrangente e eficaz. Ao mesmo tempo em que temos como prioridades garantir os empregos –vale ressaltar que apoiamos o conceito do Programa de Proteção ao Emprego (PPE)– e lutar contra as constantes tentativas de retirada de direitos dos trabalhadores, acreditamos ser este o momento propício para ampliar a qualificação profissional. Isso significa que queremos estabelecer uma política que tenha como objetivo o crescimento sustentado, o pleno emprego e uma distribuição mais justa da renda produzida pelo trabalho. MIGUEL TORRES, 56, é presidente da Força Sindical * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Fotógrafo faz imagens do sul de Minas Gerais e organiza exposições
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O fotógrafo mineiro William Barbosa, 35, fez imagens do sul de seu Estado, Minas Gerais, durante viagens realizadas com amigos de seu fotoclube. Ele conta que o grupo se reúne, normalmente nos finais de semana para visitar cidades e fotografar de forma mais tranquila, sem prazos e cobranças. Além disso, os fotógrafos costumam imprimir as imagens e realizar uma exposição para a comunidade. "Visitamos as cidades para captar causos e olhares únicos. Depois disso, fazemos exposições nas localidades para mostrar o trabalho às pessoas." Confira as fotos: Veja outras edições do Álbum de Viagem: Marrocos, por Gabriela Batista Fernando de Noronha e Galápagos, por Fernando Chiriboga Índia, por Inácio Rozeira Ilha Formentera, por Cassiana Der Haroutiounian "Chuva fora do lugar", por Davilym Dourado Paraná, por Gabriel Cabral Flórida, por Frâncio de Holanda Salvador, por Moacyr Lopes Junior Uruguai, por Keiny Andrade Nova York, por Danilo Verpa Nordeste, por Araquém Alcântara Andes, por Gustavo Epifanio Belém, por Francisco Cepeda Cotidiano baiano, por Akira Cravo Caça aos rinocerontes, por Érico Hiller Nordeste, por Ricardo Borges Paris, por Antonello Veneri Animais selvagens, por Mario Haberfeld Nova York, por Daniel Marenco Califórnia, por Edilson Dantas
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turismo
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Fotógrafo faz imagens do sul de Minas Gerais e organiza exposiçõesO fotógrafo mineiro William Barbosa, 35, fez imagens do sul de seu Estado, Minas Gerais, durante viagens realizadas com amigos de seu fotoclube. Ele conta que o grupo se reúne, normalmente nos finais de semana para visitar cidades e fotografar de forma mais tranquila, sem prazos e cobranças. Além disso, os fotógrafos costumam imprimir as imagens e realizar uma exposição para a comunidade. "Visitamos as cidades para captar causos e olhares únicos. Depois disso, fazemos exposições nas localidades para mostrar o trabalho às pessoas." Confira as fotos: Veja outras edições do Álbum de Viagem: Marrocos, por Gabriela Batista Fernando de Noronha e Galápagos, por Fernando Chiriboga Índia, por Inácio Rozeira Ilha Formentera, por Cassiana Der Haroutiounian "Chuva fora do lugar", por Davilym Dourado Paraná, por Gabriel Cabral Flórida, por Frâncio de Holanda Salvador, por Moacyr Lopes Junior Uruguai, por Keiny Andrade Nova York, por Danilo Verpa Nordeste, por Araquém Alcântara Andes, por Gustavo Epifanio Belém, por Francisco Cepeda Cotidiano baiano, por Akira Cravo Caça aos rinocerontes, por Érico Hiller Nordeste, por Ricardo Borges Paris, por Antonello Veneri Animais selvagens, por Mario Haberfeld Nova York, por Daniel Marenco Califórnia, por Edilson Dantas
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Ensaio mostra porque o jeans nunca saiu (e nem sairá) de moda
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Da clássica calça, o jeans se espalhou e dominou o resto do guarda-roupa. Sozinho ou com joias e bolsa, ele mostra por que nunca vai sair de moda. Beleza: Agnes Mamede (capa management). Modelo: Vanessa Moreira (Way Model). Tratamento: RG IMagem Photodesign. Assistentes de Foto: Otavio Guarino e Vitor Jardim.
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serafina
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Ensaio mostra porque o jeans nunca saiu (e nem sairá) de modaDa clássica calça, o jeans se espalhou e dominou o resto do guarda-roupa. Sozinho ou com joias e bolsa, ele mostra por que nunca vai sair de moda. Beleza: Agnes Mamede (capa management). Modelo: Vanessa Moreira (Way Model). Tratamento: RG IMagem Photodesign. Assistentes de Foto: Otavio Guarino e Vitor Jardim.
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Itália suspende, pela segunda vez, extradição de Henrique Pizzolato
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A Itália suspendeu, novamente, a extradição de Henrique Pizzolato para o Brasil, após o Conselho de Estado acatar um recurso impetrado nesta sexta-feira (12) pelo advogado do petista. A informação foi confirmada por fontes diplomáticas e pela Interpol italiana. É a segunda vez que uma instância administrativa —teoricamente sem poder para reverter a extradição decidida pela mais alta corte do país e pelo Ministério da Justiça— impede a devolução de Pizzolato sob alegação de revisar os procedimentos formais da decisão da extradição. A decisão tem caráter provisório, segundo a informação recebida pela embaixada brasileira em Roma. O fundamento para a suspensão da liminar foi a "irreversibilidade do dano" a Pizzolato, caso ele fosse extraditado antes da análise do recurso, conforme apurou a Folha. Em maio, a defesa de Pizzolato obteve uma liminar no Tribunal Administrativo Regional do Lácio até o julgamento do recurso que alegava cerceamento de defesa. No dia 3, a corte administrativa recusou a argumentação de Pizzolato, e o governo do primeiro-ministro Matteo Renzi informou às autoridades brasileiras que o petista poderia ser levado ao Brasil já no dia 15. O Conselho de Estado, que barrou a extradição, é um colegiado formado por parlamentares e juristas e é a última instância da Justiça administrativa da Itália. O Ministério da Justiça do Brasil já foi notificado. O ministro da pasta, José Eduardo Cardozo, divulgou um vídeo dizendo que o governo brasileiro "respeita as autoridades italianas". "Nós, em conjunto com o Ministério Público, faremos o possível para que as decisões da Justiça Brasileira sejam cumpridas. Por isso, esperaremos a decisão final e estaremos prontos para tomar as medidas necessárias à extradição", concluiu. O ministério não informou, porém, quais providências irá tomar a partir de agora. SURPRESA A notícia da suspensão da extradição causou surpresa e revolta entre diplomatas brasileiros em Roma que haviam discutido os detalhes da extradição do petista com autoridades dos ministérios do Interior e da Justiça italianos. Pedindo para ter a identidade preservada, um deles afirmou que o governo Matteo Renzi havia emitido sinais de que não haveria entraves no Conselho de Estado, a instância administrativa que julga a legalidade dos atos de governo. Ocorreu o contrário: por volta das 19h (14h em Brasília), um magistrado do Conselho de Estado suspendeu a extradição. Uma equipe de policiais federais —um delegado e três agentes— já estava no aeroporto de Brasília para embarcar para a Itália, quando foram informados de que a operação para repatriar o condenado fora abortada. O ex-diretor do Banco do Brasil foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no julgamento do mensalão por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, mas fugiu para a Itália antes de ser preso. A Corte de Cassação (instância mais alta do Judiciário italiano) e o Ministério da Justiça do país já haviam decidido pela devolução do petista ao Brasil. A defesa tentava agora questionar formalidades da decisão do ministério para tentar barrar a extradição. O advogado João Francisco Haas, sogro do ex-diretor do BB, disse que o objetivo é esgotar todos os recursos possíveis para evitar a vinda dele ao Brasil porque a condenação no julgamento do mensalão, segundo a família, é "injusta". Giuseppe Alvenzo, advogado do governo italiano, havia dito que o recurso ao Conselho de Estado tinha poucas chances de ser aceito porque a sentença do Tribunal Administrativo reforçou que a instância administrativa não poderia mudar uma decisão da Corte de Cassação e que não houve erros formais no rito do Ministério da Justiça. FUGA Para evitar ser preso no Brasil, Pizzolato fugiu para a Itália em novembro de 2013, onde entrou com o passaporte de um irmão morto. Ele foi localizado e preso no início de fevereiro de 2014 em uma operação da Interpol em Maranello, norte da Itália. No fim de abril deste ano, teve sua extradição autorizada pelo governo italiano. O ex-diretor do Banco do Brasil, porém, entrou com um recurso administrativo para tentar anular a decisão, alegando cerceamento de defesa. Na Itália, diferente do Brasil, qualquer cidadão pode recorrer contra uma decisão de governo em nível administrativo. Foi o que fez Pizzolato para tentar barrar a extradição. No recurso, a defesa questionou aspectos formais do rito de extradição e voltou a alegar que os presídios brasileiros não ofereceriam garantia dos direitos fundamentais do condenado. Mas os juízes que julgaram o recurso no tribunal administrativo não encontraram "anormalidade" ou "erro" nos termos do decreto que decidiu pela extradição. TROCO Esta será a primeira vez que a Itália extradita um cidadão nacional para o Brasil. A decisão do governo italiano pôs fim a uma intensa especulação de que a Itália poderia dar o "troco" pelo caso do ex-terrorista Cesare Battisti, cuja extradição foi negada pelo governo Lula em 2010, e encerra também uma novela com quase vinte meses de duração. Com reportagem de BRASÍLIA
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Itália suspende, pela segunda vez, extradição de Henrique PizzolatoA Itália suspendeu, novamente, a extradição de Henrique Pizzolato para o Brasil, após o Conselho de Estado acatar um recurso impetrado nesta sexta-feira (12) pelo advogado do petista. A informação foi confirmada por fontes diplomáticas e pela Interpol italiana. É a segunda vez que uma instância administrativa —teoricamente sem poder para reverter a extradição decidida pela mais alta corte do país e pelo Ministério da Justiça— impede a devolução de Pizzolato sob alegação de revisar os procedimentos formais da decisão da extradição. A decisão tem caráter provisório, segundo a informação recebida pela embaixada brasileira em Roma. O fundamento para a suspensão da liminar foi a "irreversibilidade do dano" a Pizzolato, caso ele fosse extraditado antes da análise do recurso, conforme apurou a Folha. Em maio, a defesa de Pizzolato obteve uma liminar no Tribunal Administrativo Regional do Lácio até o julgamento do recurso que alegava cerceamento de defesa. No dia 3, a corte administrativa recusou a argumentação de Pizzolato, e o governo do primeiro-ministro Matteo Renzi informou às autoridades brasileiras que o petista poderia ser levado ao Brasil já no dia 15. O Conselho de Estado, que barrou a extradição, é um colegiado formado por parlamentares e juristas e é a última instância da Justiça administrativa da Itália. O Ministério da Justiça do Brasil já foi notificado. O ministro da pasta, José Eduardo Cardozo, divulgou um vídeo dizendo que o governo brasileiro "respeita as autoridades italianas". "Nós, em conjunto com o Ministério Público, faremos o possível para que as decisões da Justiça Brasileira sejam cumpridas. Por isso, esperaremos a decisão final e estaremos prontos para tomar as medidas necessárias à extradição", concluiu. O ministério não informou, porém, quais providências irá tomar a partir de agora. SURPRESA A notícia da suspensão da extradição causou surpresa e revolta entre diplomatas brasileiros em Roma que haviam discutido os detalhes da extradição do petista com autoridades dos ministérios do Interior e da Justiça italianos. Pedindo para ter a identidade preservada, um deles afirmou que o governo Matteo Renzi havia emitido sinais de que não haveria entraves no Conselho de Estado, a instância administrativa que julga a legalidade dos atos de governo. Ocorreu o contrário: por volta das 19h (14h em Brasília), um magistrado do Conselho de Estado suspendeu a extradição. Uma equipe de policiais federais —um delegado e três agentes— já estava no aeroporto de Brasília para embarcar para a Itália, quando foram informados de que a operação para repatriar o condenado fora abortada. O ex-diretor do Banco do Brasil foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no julgamento do mensalão por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, mas fugiu para a Itália antes de ser preso. A Corte de Cassação (instância mais alta do Judiciário italiano) e o Ministério da Justiça do país já haviam decidido pela devolução do petista ao Brasil. A defesa tentava agora questionar formalidades da decisão do ministério para tentar barrar a extradição. O advogado João Francisco Haas, sogro do ex-diretor do BB, disse que o objetivo é esgotar todos os recursos possíveis para evitar a vinda dele ao Brasil porque a condenação no julgamento do mensalão, segundo a família, é "injusta". Giuseppe Alvenzo, advogado do governo italiano, havia dito que o recurso ao Conselho de Estado tinha poucas chances de ser aceito porque a sentença do Tribunal Administrativo reforçou que a instância administrativa não poderia mudar uma decisão da Corte de Cassação e que não houve erros formais no rito do Ministério da Justiça. FUGA Para evitar ser preso no Brasil, Pizzolato fugiu para a Itália em novembro de 2013, onde entrou com o passaporte de um irmão morto. Ele foi localizado e preso no início de fevereiro de 2014 em uma operação da Interpol em Maranello, norte da Itália. No fim de abril deste ano, teve sua extradição autorizada pelo governo italiano. O ex-diretor do Banco do Brasil, porém, entrou com um recurso administrativo para tentar anular a decisão, alegando cerceamento de defesa. Na Itália, diferente do Brasil, qualquer cidadão pode recorrer contra uma decisão de governo em nível administrativo. Foi o que fez Pizzolato para tentar barrar a extradição. No recurso, a defesa questionou aspectos formais do rito de extradição e voltou a alegar que os presídios brasileiros não ofereceriam garantia dos direitos fundamentais do condenado. Mas os juízes que julgaram o recurso no tribunal administrativo não encontraram "anormalidade" ou "erro" nos termos do decreto que decidiu pela extradição. TROCO Esta será a primeira vez que a Itália extradita um cidadão nacional para o Brasil. A decisão do governo italiano pôs fim a uma intensa especulação de que a Itália poderia dar o "troco" pelo caso do ex-terrorista Cesare Battisti, cuja extradição foi negada pelo governo Lula em 2010, e encerra também uma novela com quase vinte meses de duração. Com reportagem de BRASÍLIA
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Delator diz que propina ao TCE do Rio foi discutida em jantar com Pezão
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O ex-presidente do Tribunal de Contas do Rio Jonas Lopes disse em acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal que a distribuição de propinas ao órgão, que cobrava percentual para não se opor a irregularidades em obras no Estado, foi discutida em jantar na casa do atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB). O jantar teria ocorrido em 2013, quando Pezão ocupava o posto de vice-governador e também secretário de Obras de Sérgio Cabral. Segundo consta no termo de delação, ao qual a Folha teve acesso, o esquema que vigorou no Tribunal de Contas do Rio nunca teve Pezão como beneficiário direto de recursos ilícitos, mas ele estaria ciente do que ocorria em pelo menos duas ramificações do esquema. O primeiro seria da cobrança de percentual de 1% de propina sobre o valor de obras no Estado acima de R$ 5 milhões, entre elas a reforma do Maracanã, o Arco Metropolitano e o PAC das Favelas, projetos nos quais houve, inclusive, o emprego de recursos federais. De acordo com Lopes, o jantar ocorreu no início de 2013. Foi convocado após desentendimentos sobre o pagamento de propinas em contratos da secretaria de Obras. A irregularidade nos pagamentos, que deveriam ser feitos em quatro parcelas a cada 30 dias após a primeira fatura da empresa, começou a gerar cobrança "insuportável" dos outros conselheiros, afirmou o delator. Os desentendimentos se acirraram quando começaram a circular boatos de que Hudson Braga, à época na secretaria de obras e apontado como operador do esquema, cobrava 2% em nome dos conselheiros do TCE. Braga também teria deixado de repassar valores de certos contratos, alegando que as empresas responsáveis pelas obras eram "estrangeiras", ou seja, não participavam do esquema. O jantar teria sido marcado para aparar as arestas. Braga diz ter convidado o atual presidente do TCE, Aloysio Neves, preso na última quarta (29) pela Operação Quinto do Ouro. Além de Pezão e Braga, estavam presentes o ex-secretário de governo de Sérgio Cabral, Wilson Carlos, também preso. A esposa de Pezão, Maria Lúcia, teria aparecido para cumprimentar os convidados mas não participou do jantar. O delator diz se recordar que a comida foi servida por um restaurante e que havia um garçom uniformizado. Pezão teria servido vinho português Barca Velha. Segundo a delação, "iniciou-se uma discussão bem áspera entre o colaborador e Hudson Braga, que o colaborador chegou a apontar o dedo para Hudson, acusando-o de estar cobrando vantagens indevidas em nome do TCERJ e não estar repassando ao órgão de controle". Neste momento, disse Lopes, Pezão e Wilson Carlos intervieram e este último se comprometeu a começar a acompanhar, ele próprio, as entregas. "Pezão acompanhou toda a reunião e dela participou ativamente, inclusive intervindo para acalmar as discussões iniciais", diz o texto da delação. Cinco dos seis conselheiros do TCE na ativa foram presos preventivamente no âmbito da operação "Quinto do Ouro", deflagrada na última quarta-feira (29). O ex-presidente do TCE e delator Jonas Lopes está fora do país com autorização da Justiça. De acordo com a PGR, as investigações chegaram a um montante de R$ 1,2 milhão que teria sido desviado pelo grupo do tribunal. Os conselheiros são: Aloysio Neves, atual presidente do TCE, que cumpre prisão domiciliar por problemas de saúde; Domingos Brasão, José Gomes Graciosa, Marco Antônio Alencar eJosé Nolasco. Um ex-conselheiro, Aluísio Gama, também foi preso. Uma única conselheira, Mariana Montebello Willeman, não estaria envolvida no esquema, segundo o delator. QUENTINHAS Pezão é citado como pessoa ciente do esquema uma segunda vez, em 2016, quando já ocupava o cargo de governador do Rio. O caso relatado foi o do desvio de recursos para o pagamento de quentinhas aos presídios do Estado. Na ocasião, Estado e TCE firmaram convênio para a utilização de fundo de reserva do tribunal para pagar fornecedores de alimentação dentro dos presídios que estavam com pagamento atrasado. Segundo Jonas Lopes, Pezão teria dado a sua "aquiescência" para que parte do dinheiro desviado fosse recolhido e distribuído pelo seu subsecretário de Comunicação Social e marido de sua sobrinha, Marcelo Santos Amorim, conhecido como Marcelinho, que teria ficado com 1% dos valores que passaram pela sua mão. Também nesse caso, o governador não é citado como beneficiário dos recursos, mas ressalta que ele era conhecedor do que ocorria. Em grave crise fiscal, o governo recorreu em 2016 ao TCE para utilizar um fundo de reserva do tribunal, composto por sobras orçamentárias, que somava na ocasião R$ 160 milhões em caixa. O TCE teria concordado em pagar a fatura, mas cobrou percentual de 15% a ser distribuído aos seus cinco conselheiros. Para usar o dinheiro, seria preciso aprovar uma lei na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), algo que, segundo o delator, teve a ajuda do presidente da casa, Jorge Picciani (PMDB), que teria inclusive apontado dois donos de empresas de alimentação que poderiam organizar a distribuição de dinheiro. Picciani nega as acusações. O delator diz que o representante do governo responsável por organizar os repasses ilegais seria o secretário de Governo de Pezão, Henrique Affonso Monnerat. Monnerat teve seu escritório no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio, alvo de busca e apreensão na última quarta. Teria sido ele quem teria indicado que 1% dos valores seria repassado ao subsecretário Marcelo Santos Amorim, marido da sobrinha de Pezão. Inicialmente, o governador teria proibido Marcelinho de participar do esquema, mas depois teria dado sua benção, segundo o termo de delação. "Que Monnerat, então, teria conversado com o governador Pezão que teria dado a aquiescência do governador na participação de Marcelinho no esquema. Que, em seguida o colaborador informou a Marcelinho que poderia dar seguimento às tratativas dos pagamentos. Que soube que Marcelinho, ao passar a atuar no recolhimento dos valores oriundos do acerto em nome do TCE, acabou se creditando da quantia correspondente a 1% das faturas que já haviam sido pagos pelo fundo do TCE", afirma o delator em depoimento ao MPF. Jonas Lopes diz ainda que, quando soube da ocorrência dos desvios, ainda em 2016, o ex-governador Sérgio Cabral o chamou para reunião em seu escritório no Leblon e indicou uma terceira pessoa para tambem receber repasses. OUTRO LADO Procurado, o governador do Rio disse por meio de nota que "desconhece o teor das investigações e não vai comentar trechos selecionados de supostas delações vazadas para a imprensa". Em discurso na tribuna da Alerj, na última quinta-feira (30), Picciani negou envolvimento no esquema. A Folha não localizou as defesas dos cinco conselheiros do TCE presos. Também não conseguiu contato com a assessoria dos secretário Marcelo Santos Amorin e Henrique Affonso Monnerat.
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Delator diz que propina ao TCE do Rio foi discutida em jantar com PezãoO ex-presidente do Tribunal de Contas do Rio Jonas Lopes disse em acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal que a distribuição de propinas ao órgão, que cobrava percentual para não se opor a irregularidades em obras no Estado, foi discutida em jantar na casa do atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB). O jantar teria ocorrido em 2013, quando Pezão ocupava o posto de vice-governador e também secretário de Obras de Sérgio Cabral. Segundo consta no termo de delação, ao qual a Folha teve acesso, o esquema que vigorou no Tribunal de Contas do Rio nunca teve Pezão como beneficiário direto de recursos ilícitos, mas ele estaria ciente do que ocorria em pelo menos duas ramificações do esquema. O primeiro seria da cobrança de percentual de 1% de propina sobre o valor de obras no Estado acima de R$ 5 milhões, entre elas a reforma do Maracanã, o Arco Metropolitano e o PAC das Favelas, projetos nos quais houve, inclusive, o emprego de recursos federais. De acordo com Lopes, o jantar ocorreu no início de 2013. Foi convocado após desentendimentos sobre o pagamento de propinas em contratos da secretaria de Obras. A irregularidade nos pagamentos, que deveriam ser feitos em quatro parcelas a cada 30 dias após a primeira fatura da empresa, começou a gerar cobrança "insuportável" dos outros conselheiros, afirmou o delator. Os desentendimentos se acirraram quando começaram a circular boatos de que Hudson Braga, à época na secretaria de obras e apontado como operador do esquema, cobrava 2% em nome dos conselheiros do TCE. Braga também teria deixado de repassar valores de certos contratos, alegando que as empresas responsáveis pelas obras eram "estrangeiras", ou seja, não participavam do esquema. O jantar teria sido marcado para aparar as arestas. Braga diz ter convidado o atual presidente do TCE, Aloysio Neves, preso na última quarta (29) pela Operação Quinto do Ouro. Além de Pezão e Braga, estavam presentes o ex-secretário de governo de Sérgio Cabral, Wilson Carlos, também preso. A esposa de Pezão, Maria Lúcia, teria aparecido para cumprimentar os convidados mas não participou do jantar. O delator diz se recordar que a comida foi servida por um restaurante e que havia um garçom uniformizado. Pezão teria servido vinho português Barca Velha. Segundo a delação, "iniciou-se uma discussão bem áspera entre o colaborador e Hudson Braga, que o colaborador chegou a apontar o dedo para Hudson, acusando-o de estar cobrando vantagens indevidas em nome do TCERJ e não estar repassando ao órgão de controle". Neste momento, disse Lopes, Pezão e Wilson Carlos intervieram e este último se comprometeu a começar a acompanhar, ele próprio, as entregas. "Pezão acompanhou toda a reunião e dela participou ativamente, inclusive intervindo para acalmar as discussões iniciais", diz o texto da delação. Cinco dos seis conselheiros do TCE na ativa foram presos preventivamente no âmbito da operação "Quinto do Ouro", deflagrada na última quarta-feira (29). O ex-presidente do TCE e delator Jonas Lopes está fora do país com autorização da Justiça. De acordo com a PGR, as investigações chegaram a um montante de R$ 1,2 milhão que teria sido desviado pelo grupo do tribunal. Os conselheiros são: Aloysio Neves, atual presidente do TCE, que cumpre prisão domiciliar por problemas de saúde; Domingos Brasão, José Gomes Graciosa, Marco Antônio Alencar eJosé Nolasco. Um ex-conselheiro, Aluísio Gama, também foi preso. Uma única conselheira, Mariana Montebello Willeman, não estaria envolvida no esquema, segundo o delator. QUENTINHAS Pezão é citado como pessoa ciente do esquema uma segunda vez, em 2016, quando já ocupava o cargo de governador do Rio. O caso relatado foi o do desvio de recursos para o pagamento de quentinhas aos presídios do Estado. Na ocasião, Estado e TCE firmaram convênio para a utilização de fundo de reserva do tribunal para pagar fornecedores de alimentação dentro dos presídios que estavam com pagamento atrasado. Segundo Jonas Lopes, Pezão teria dado a sua "aquiescência" para que parte do dinheiro desviado fosse recolhido e distribuído pelo seu subsecretário de Comunicação Social e marido de sua sobrinha, Marcelo Santos Amorim, conhecido como Marcelinho, que teria ficado com 1% dos valores que passaram pela sua mão. Também nesse caso, o governador não é citado como beneficiário dos recursos, mas ressalta que ele era conhecedor do que ocorria. Em grave crise fiscal, o governo recorreu em 2016 ao TCE para utilizar um fundo de reserva do tribunal, composto por sobras orçamentárias, que somava na ocasião R$ 160 milhões em caixa. O TCE teria concordado em pagar a fatura, mas cobrou percentual de 15% a ser distribuído aos seus cinco conselheiros. Para usar o dinheiro, seria preciso aprovar uma lei na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), algo que, segundo o delator, teve a ajuda do presidente da casa, Jorge Picciani (PMDB), que teria inclusive apontado dois donos de empresas de alimentação que poderiam organizar a distribuição de dinheiro. Picciani nega as acusações. O delator diz que o representante do governo responsável por organizar os repasses ilegais seria o secretário de Governo de Pezão, Henrique Affonso Monnerat. Monnerat teve seu escritório no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio, alvo de busca e apreensão na última quarta. Teria sido ele quem teria indicado que 1% dos valores seria repassado ao subsecretário Marcelo Santos Amorim, marido da sobrinha de Pezão. Inicialmente, o governador teria proibido Marcelinho de participar do esquema, mas depois teria dado sua benção, segundo o termo de delação. "Que Monnerat, então, teria conversado com o governador Pezão que teria dado a aquiescência do governador na participação de Marcelinho no esquema. Que, em seguida o colaborador informou a Marcelinho que poderia dar seguimento às tratativas dos pagamentos. Que soube que Marcelinho, ao passar a atuar no recolhimento dos valores oriundos do acerto em nome do TCE, acabou se creditando da quantia correspondente a 1% das faturas que já haviam sido pagos pelo fundo do TCE", afirma o delator em depoimento ao MPF. Jonas Lopes diz ainda que, quando soube da ocorrência dos desvios, ainda em 2016, o ex-governador Sérgio Cabral o chamou para reunião em seu escritório no Leblon e indicou uma terceira pessoa para tambem receber repasses. OUTRO LADO Procurado, o governador do Rio disse por meio de nota que "desconhece o teor das investigações e não vai comentar trechos selecionados de supostas delações vazadas para a imprensa". Em discurso na tribuna da Alerj, na última quinta-feira (30), Picciani negou envolvimento no esquema. A Folha não localizou as defesas dos cinco conselheiros do TCE presos. Também não conseguiu contato com a assessoria dos secretário Marcelo Santos Amorin e Henrique Affonso Monnerat.
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Desemprego 'preocupa' mas situação 'vai melhorar', diz Dilma
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Diante da elevação da taxa de desemprego no país, que chegou a 7,5% neste mês segundo o IBGE, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (20) que o número "preocupa" mas disse ter "certeza" de que a situação "vai melhorar", apesar de não ter dado nenhum prazo para essa mudança de cenário. Segundo a presidente, o desemprego e a inflação são temas que a preocupam "todo santo dia" em meio à crise política e econômica que acomete o país. "Tem duas coisas que me preocupam todo santo dia. Uma é a elevação do desemprego, porque sei que isso provoca sofrimento nas famílias. Tudo o que eu faço é para impedir que isso ocorra [elevação da taxa de desemprego], [impedir] que nesse momento de dificuldade tenhamos essa consequência", disse. "A segunda questão com a qual me preocupo todo santo dia é a inflação. A resposta é sim, isso me preocupa sim, eu penso nisso e tenho certeza de que vai melhorar", completou a presidente após receber a chanceler alemã, Angela Merkel, no Palácio Itamaraty. Desemprego - Taxa de desocupação, em % De acordo com dados divulgados nesta quinta pelo IBGE, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país subiu acima das expectativas e foi a 7,5% em julho. Trata-se do sétimo avanço consecutivo e o maior patamar registrado desde março de 2010, que era de 7,6%. Para meses de julho, é a maior taxa desde 2009 (8%). EDUARDO CUNHA Dilma não quis comentar a denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, que será apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal) ainda nesta quinta pela Procuradoria-Geral da República. "A Presidência da República e o Executivo não fazem análise a respeito de investigações, de maneira alguma, nem de outros Poderes", declarou a presidente.
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mercado
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Desemprego 'preocupa' mas situação 'vai melhorar', diz DilmaDiante da elevação da taxa de desemprego no país, que chegou a 7,5% neste mês segundo o IBGE, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (20) que o número "preocupa" mas disse ter "certeza" de que a situação "vai melhorar", apesar de não ter dado nenhum prazo para essa mudança de cenário. Segundo a presidente, o desemprego e a inflação são temas que a preocupam "todo santo dia" em meio à crise política e econômica que acomete o país. "Tem duas coisas que me preocupam todo santo dia. Uma é a elevação do desemprego, porque sei que isso provoca sofrimento nas famílias. Tudo o que eu faço é para impedir que isso ocorra [elevação da taxa de desemprego], [impedir] que nesse momento de dificuldade tenhamos essa consequência", disse. "A segunda questão com a qual me preocupo todo santo dia é a inflação. A resposta é sim, isso me preocupa sim, eu penso nisso e tenho certeza de que vai melhorar", completou a presidente após receber a chanceler alemã, Angela Merkel, no Palácio Itamaraty. Desemprego - Taxa de desocupação, em % De acordo com dados divulgados nesta quinta pelo IBGE, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país subiu acima das expectativas e foi a 7,5% em julho. Trata-se do sétimo avanço consecutivo e o maior patamar registrado desde março de 2010, que era de 7,6%. Para meses de julho, é a maior taxa desde 2009 (8%). EDUARDO CUNHA Dilma não quis comentar a denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, que será apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal) ainda nesta quinta pela Procuradoria-Geral da República. "A Presidência da República e o Executivo não fazem análise a respeito de investigações, de maneira alguma, nem de outros Poderes", declarou a presidente.
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'Escorou no meu carro e tombou', diz testemunha-chave de acidente
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Uma testemunha-chave do acidente da noite de quarta-feira (8) na rodovia Mogi-Bertioga disse à Folha que o ônibus com estudantes tentou ultrapassá-lo antes de perder o controle, tombar, deslizar e bater em uma pedra. Gerente de um depósito de material de construção em Bertioga, Cezar Donizetti Vieira, 54, dirigia um Prisma branco, também rumo ao litoral, quando foi atingido pelo ônibus em uma curva. "Ele ficou tentando me ultrapassar, me jogando para fora da pista. Só que ali só cabe um, amigo." Ele diz não ter ouvido barulho de freio e não sabe palpitar se houve falha mecânica ou humana. Vieira só soube da extensão da tragédia na sede da Polícia Rodoviária de Bertioga, ao ouvir, pelo rádio da base, as equipes de socorro dizendo "mais um" [morto]. Horas depois, não conseguia ligar a TV para não ter que lidar com algo que viu tão de perto. A seguir, o depoimento dele à Folha, dado por telefone, nesta quinta (9). * Tinha ido para Araraquara resolver um problema familiar e estava voltando, com a minha mulher e minha irmã [para Bertioga]. Estava atrás do ônibus. Fiquei atrás dele para usar como ponto de referência por causa da cerração. Não dava para ver nada nessa hora na estrada. O ônibus estava andando bem, acima de 80 km/h, perto de 90 km/h. Dava para ver que o motorista conhecia bem, porque, quando chegava perto dos radares, freava. Aí chegou ao "tobogã" [trecho de subidas e descidas um pouco antes da serra] e ultrapassei ele. Quando acabou o "tobogã", começou o trecho de serra. E aí a neblina passou. Ficou limpinho. Era uma pista só para descer [a serra no sentido Bertioga]. Já na serra, eu tinha feito uma curva à esquerda, depois tinha uma pequena reta para pegar uma curva à direita. Nessa reta, eu vejo dois faróis grandes atrás de mim. Pensei: "Esse cara está andando bem". Até então, não tinha conseguido identificar que era o ônibus dos estudantes. SÓ CABE UM Quando chegou na curva, reduzi a velocidade e ele me empurrou para a direita, forçando, tentando ultrapassar, querendo ficar sozinho na curva. Só que ali só cabe um [automóvel], amigo. Ele foi me jogando para fora da pista, se escorou no meu carro, mas não tem acostamento do lado direito. É um pedacinho de pista e depois abismo. Minha mulher e minha irmã começaram a gritar. Vi ele me usando como apoio. Não só vi, como senti. Ele então ultrapassou, derrapou e começou a balançar de um lado para o outro, como se fosse uma bicicleta. Balançou para a direita, esquerda e depois tombou. Vi o ônibus deslizando e batendo. Não sabia na hora que tinha sido na pedra. Pensei que tivesse caído em um buraco, porque a parte de cima [do ônibus] sumiu. Não ouvi barulho... nem de freio nem de freio a motor. Só um arranhado de lataria [ônibus] no chão. Com a batida, começou a voar carenagem do ônibus. Uma veio em cima do meu carro e consegui desviar. Não sabia o que tinha acontecido com o ônibus. Agradeci a Deus na hora. Fui tentando parar o carro, mas não tinha onde parar. Pensei: "O que vou fazer agora?" Peguei meu celular, estava sem bateria. O da minha mulher, sem bateria. Na rodovia, ninguém parava. Liguei o pisca-alerta, desci, acenei, nada. Decidi ir à Polícia Rodoviária [alguns quilômetros abaixo]. Antes, encontrei um carro do DER [Departamento de Estradas de Rodagem]. Falei: "Amigo, tombou um ônibus, pede socorro". Na base da polícia, depois que o policial [que o atendeu] começou a acionar o socorro... foi aí que percebi a tragédia real. PROBLEMA Vendo o que aconteceu, não tinha como aquele ônibus estar naquela velocidade naquela curva –de ônibus, era descer e capotar. Ali é área para se andar a 50 km/h, e ele parecia estar a mais. A serra estava tranquila. Tão tranquila que, na descida para ir à Polícia Rodoviária, não encontrei ninguém. Algum problema tinha –e sério. Ou talvez o cara [motorista] estava louco mesmo, ou dormiu. Não sei. Sou motorista desde 1986, já dirigi caminhão, nunca me envolvi em acidentes em toda a minha vida. Eu consigo identificar o sinal de um carro que quer ultrapassagem. Depois que cheguei à base da polícia, levei minha mulher e minha irmã para casa e voltei. O policial disse que precisava de mim para relatar o que aconteceu. Fiquei lá das 23h às 6h50. 7h. Eu só ouvia no rádio da polícia "mais um" [morto], "mais um". Depois dormi dentro do carro. Estava muito frio, não tinha nada para comer, fiquei lá sozinho. Um amigo levou um lanche para mim, me abraçou –conheço muita gente. Hoje não consegui ver nada do acidente na TV. Não quero saber de nada. Só vinha na mente o que visualizei. Se mais cedo, pedissem para me relatar, só chorava. Agora [por volta das 18h] é que estou conseguindo. Meus sinceros sentimentos a todos os familiares das vítimas –confira o perfil das vítimas. .
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cotidiano
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'Escorou no meu carro e tombou', diz testemunha-chave de acidenteUma testemunha-chave do acidente da noite de quarta-feira (8) na rodovia Mogi-Bertioga disse à Folha que o ônibus com estudantes tentou ultrapassá-lo antes de perder o controle, tombar, deslizar e bater em uma pedra. Gerente de um depósito de material de construção em Bertioga, Cezar Donizetti Vieira, 54, dirigia um Prisma branco, também rumo ao litoral, quando foi atingido pelo ônibus em uma curva. "Ele ficou tentando me ultrapassar, me jogando para fora da pista. Só que ali só cabe um, amigo." Ele diz não ter ouvido barulho de freio e não sabe palpitar se houve falha mecânica ou humana. Vieira só soube da extensão da tragédia na sede da Polícia Rodoviária de Bertioga, ao ouvir, pelo rádio da base, as equipes de socorro dizendo "mais um" [morto]. Horas depois, não conseguia ligar a TV para não ter que lidar com algo que viu tão de perto. A seguir, o depoimento dele à Folha, dado por telefone, nesta quinta (9). * Tinha ido para Araraquara resolver um problema familiar e estava voltando, com a minha mulher e minha irmã [para Bertioga]. Estava atrás do ônibus. Fiquei atrás dele para usar como ponto de referência por causa da cerração. Não dava para ver nada nessa hora na estrada. O ônibus estava andando bem, acima de 80 km/h, perto de 90 km/h. Dava para ver que o motorista conhecia bem, porque, quando chegava perto dos radares, freava. Aí chegou ao "tobogã" [trecho de subidas e descidas um pouco antes da serra] e ultrapassei ele. Quando acabou o "tobogã", começou o trecho de serra. E aí a neblina passou. Ficou limpinho. Era uma pista só para descer [a serra no sentido Bertioga]. Já na serra, eu tinha feito uma curva à esquerda, depois tinha uma pequena reta para pegar uma curva à direita. Nessa reta, eu vejo dois faróis grandes atrás de mim. Pensei: "Esse cara está andando bem". Até então, não tinha conseguido identificar que era o ônibus dos estudantes. SÓ CABE UM Quando chegou na curva, reduzi a velocidade e ele me empurrou para a direita, forçando, tentando ultrapassar, querendo ficar sozinho na curva. Só que ali só cabe um [automóvel], amigo. Ele foi me jogando para fora da pista, se escorou no meu carro, mas não tem acostamento do lado direito. É um pedacinho de pista e depois abismo. Minha mulher e minha irmã começaram a gritar. Vi ele me usando como apoio. Não só vi, como senti. Ele então ultrapassou, derrapou e começou a balançar de um lado para o outro, como se fosse uma bicicleta. Balançou para a direita, esquerda e depois tombou. Vi o ônibus deslizando e batendo. Não sabia na hora que tinha sido na pedra. Pensei que tivesse caído em um buraco, porque a parte de cima [do ônibus] sumiu. Não ouvi barulho... nem de freio nem de freio a motor. Só um arranhado de lataria [ônibus] no chão. Com a batida, começou a voar carenagem do ônibus. Uma veio em cima do meu carro e consegui desviar. Não sabia o que tinha acontecido com o ônibus. Agradeci a Deus na hora. Fui tentando parar o carro, mas não tinha onde parar. Pensei: "O que vou fazer agora?" Peguei meu celular, estava sem bateria. O da minha mulher, sem bateria. Na rodovia, ninguém parava. Liguei o pisca-alerta, desci, acenei, nada. Decidi ir à Polícia Rodoviária [alguns quilômetros abaixo]. Antes, encontrei um carro do DER [Departamento de Estradas de Rodagem]. Falei: "Amigo, tombou um ônibus, pede socorro". Na base da polícia, depois que o policial [que o atendeu] começou a acionar o socorro... foi aí que percebi a tragédia real. PROBLEMA Vendo o que aconteceu, não tinha como aquele ônibus estar naquela velocidade naquela curva –de ônibus, era descer e capotar. Ali é área para se andar a 50 km/h, e ele parecia estar a mais. A serra estava tranquila. Tão tranquila que, na descida para ir à Polícia Rodoviária, não encontrei ninguém. Algum problema tinha –e sério. Ou talvez o cara [motorista] estava louco mesmo, ou dormiu. Não sei. Sou motorista desde 1986, já dirigi caminhão, nunca me envolvi em acidentes em toda a minha vida. Eu consigo identificar o sinal de um carro que quer ultrapassagem. Depois que cheguei à base da polícia, levei minha mulher e minha irmã para casa e voltei. O policial disse que precisava de mim para relatar o que aconteceu. Fiquei lá das 23h às 6h50. 7h. Eu só ouvia no rádio da polícia "mais um" [morto], "mais um". Depois dormi dentro do carro. Estava muito frio, não tinha nada para comer, fiquei lá sozinho. Um amigo levou um lanche para mim, me abraçou –conheço muita gente. Hoje não consegui ver nada do acidente na TV. Não quero saber de nada. Só vinha na mente o que visualizei. Se mais cedo, pedissem para me relatar, só chorava. Agora [por volta das 18h] é que estou conseguindo. Meus sinceros sentimentos a todos os familiares das vítimas –confira o perfil das vítimas. .
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Governos rejeitam auditoria da Samarco sobre tragédia em Mariana
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A União e os governos de Minas e Espírito Santo rejeitaram o modelo de auditoria para fiscalizar as ações de recuperação da área atingida pelo rompimento da barragem de Fundão, no ano passado, em Mariana (MG). A auditoria foi contratada pela fundação Renova, criada após a tragédia que matou 19 pessoas pela Samarco e suas controladoras, a Vale e a BHP. Os procedimentos apresentados pela auditoria, segundo o comitê formado pelos governos estaduais, não previam analisar se os programas de reparação vêm sendo feitos de maneira correta e com qualidade –restringiam-se a uma verificação contábil das medidas adotadas. Com a reprovação, a Renova pediu à empresa de auditoria que revise a proposta. A decisão do comitê foi tomada no último dia 20, numa reunião em Brasília, quando também foi determinado que o novo documento terá que ser apresentado até o fim da primeira semana de outubro. A auditoria independente é um dos compromissos assumidos pela Samarco no acordo assinado em março entre a mineradora, suas controladoras e os governos. Segundo o documento, essa auditoria seria uma medida de reforço à fiscalização governamental no cumprimento dos programas que as mineradoras planejaram para recuperar a área. Além de verificar se o dinheiro tem sido aplicado corretamente, a auditoria teria que fazer "o acompanhamento e a fiscalização da qualidade dos programas" e apontar "elementos de insuficiência" neles. No entanto, a auditoria apresentada pelas mineradoras descumpria essas cláusulas, segundo a diretora de Biodiversidade e Florestas do Ibama, Ana Alice de Marques. "Os procedimentos não atendiam ao que estava no acordo. Não adianta só acompanhar se o dinheiro está sendo colocado nos programas, se não se acompanha a qualidade deles", diz. "A auditoria tem que ver se a metodologia usada é a melhor e se o resultado está sendo alcançado." Procurada, a fundação Renova afirma que a empresa de auditoria contratada deixará "mais claro suas responsabilidades" no modelo. ACORDO O acordo feito entre as mineradoras prevê uma reparação no valor de R$ 4,4 bilhões até 2018 nos locais atingidos pelos 32 bilhões de litros de rejeito de minério. Nos anos seguintes, mais aportes continuariam a ser feitos. A fundação Renova foi criada para gerir os programas que serão tocados com esse dinheiro. Embora o acordo não esteja validado pela Justiça, as mineradoras dizem que seus termos continuam em vigência. Caso descumpra medidas previstas na cláusula, a Samarco e suas donas podem ser punidas com multas. No início de setembro, a empresa disse que já havia gastado R$ 655 milhões em recuperação ambiental e socioeconômica. O rompimento da barragem matou 19 pessoas há 11 meses e deixou um rastro de destruição até o litoral do ES. O Ministério Público Federal, que investiga o caso criminalmente, não ofereceu denúncia até o momento. Na semana passada, a Samarco obteve autorização do governo de MG para construir obras que alagarão um trecho de Bento Rodrigues, povoado destruído pelos rejeitos. A intenção é evitar que mais lama polua afluentes do rio Doce durante o período chuvoso. Em réplica, o Ministério Público de Minas Gerais entrou na Justiça com uma ação que questiona a necessidade de construção do dique. O Caminho da Lama REVISÃO Procurada, a fundação Renova, criada pela Samarco, afirma que o documento que apresenta a proposta de auditoria, chamado "procedimento operacional padrão", será revisado pela empresa contratada para "deixar mais claro suas responsabilidades". Segundo a fundação, a proposta apresentada não se restringe à auditoria contábil e contempla também os outros itens acordados, com "asseguração do cumprimento do escopo acordado e do atendimento aos critérios e indicadores definidos para avaliação das entregas acordadas". Em nota, o órgão afirma que "há uma questão de aprofundar o que se refere à responsabilidade técnica das obras executadas e à garantia da qualidade". "Essa garantia, por lei, é de responsabilidade do executante da obra, cabendo à auditoria assegurar que os procedimentos e controles de qualidade foram seguidos pela fundação e pelas empresas contratadas para execução dos programas", afirma. A Renova diz que irá apresentar a nova proposta dentro do prazo determinado pelo comitê dos governos –dez dias antes da próxima reunião, prevista para acontecer nos dias 17 e 18 de outubro, em Belo Horizonte. Sobre a construção do dique em Bento Rodrigues, a Samarco tem dito que haverá alagamento apenas de parte da área já impactada, não prejudicará estruturas históricas nem encobrirá as casas que ainda estão de pé. Em nota divulgada após receber a autorização, a empresa disse que a decisão "foi tomada após uma ampla e profunda discussão e análises técnicas. Outros locais foram descartados sobretudo pelo caráter emergencial".
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Governos rejeitam auditoria da Samarco sobre tragédia em MarianaA União e os governos de Minas e Espírito Santo rejeitaram o modelo de auditoria para fiscalizar as ações de recuperação da área atingida pelo rompimento da barragem de Fundão, no ano passado, em Mariana (MG). A auditoria foi contratada pela fundação Renova, criada após a tragédia que matou 19 pessoas pela Samarco e suas controladoras, a Vale e a BHP. Os procedimentos apresentados pela auditoria, segundo o comitê formado pelos governos estaduais, não previam analisar se os programas de reparação vêm sendo feitos de maneira correta e com qualidade –restringiam-se a uma verificação contábil das medidas adotadas. Com a reprovação, a Renova pediu à empresa de auditoria que revise a proposta. A decisão do comitê foi tomada no último dia 20, numa reunião em Brasília, quando também foi determinado que o novo documento terá que ser apresentado até o fim da primeira semana de outubro. A auditoria independente é um dos compromissos assumidos pela Samarco no acordo assinado em março entre a mineradora, suas controladoras e os governos. Segundo o documento, essa auditoria seria uma medida de reforço à fiscalização governamental no cumprimento dos programas que as mineradoras planejaram para recuperar a área. Além de verificar se o dinheiro tem sido aplicado corretamente, a auditoria teria que fazer "o acompanhamento e a fiscalização da qualidade dos programas" e apontar "elementos de insuficiência" neles. No entanto, a auditoria apresentada pelas mineradoras descumpria essas cláusulas, segundo a diretora de Biodiversidade e Florestas do Ibama, Ana Alice de Marques. "Os procedimentos não atendiam ao que estava no acordo. Não adianta só acompanhar se o dinheiro está sendo colocado nos programas, se não se acompanha a qualidade deles", diz. "A auditoria tem que ver se a metodologia usada é a melhor e se o resultado está sendo alcançado." Procurada, a fundação Renova afirma que a empresa de auditoria contratada deixará "mais claro suas responsabilidades" no modelo. ACORDO O acordo feito entre as mineradoras prevê uma reparação no valor de R$ 4,4 bilhões até 2018 nos locais atingidos pelos 32 bilhões de litros de rejeito de minério. Nos anos seguintes, mais aportes continuariam a ser feitos. A fundação Renova foi criada para gerir os programas que serão tocados com esse dinheiro. Embora o acordo não esteja validado pela Justiça, as mineradoras dizem que seus termos continuam em vigência. Caso descumpra medidas previstas na cláusula, a Samarco e suas donas podem ser punidas com multas. No início de setembro, a empresa disse que já havia gastado R$ 655 milhões em recuperação ambiental e socioeconômica. O rompimento da barragem matou 19 pessoas há 11 meses e deixou um rastro de destruição até o litoral do ES. O Ministério Público Federal, que investiga o caso criminalmente, não ofereceu denúncia até o momento. Na semana passada, a Samarco obteve autorização do governo de MG para construir obras que alagarão um trecho de Bento Rodrigues, povoado destruído pelos rejeitos. A intenção é evitar que mais lama polua afluentes do rio Doce durante o período chuvoso. Em réplica, o Ministério Público de Minas Gerais entrou na Justiça com uma ação que questiona a necessidade de construção do dique. O Caminho da Lama REVISÃO Procurada, a fundação Renova, criada pela Samarco, afirma que o documento que apresenta a proposta de auditoria, chamado "procedimento operacional padrão", será revisado pela empresa contratada para "deixar mais claro suas responsabilidades". Segundo a fundação, a proposta apresentada não se restringe à auditoria contábil e contempla também os outros itens acordados, com "asseguração do cumprimento do escopo acordado e do atendimento aos critérios e indicadores definidos para avaliação das entregas acordadas". Em nota, o órgão afirma que "há uma questão de aprofundar o que se refere à responsabilidade técnica das obras executadas e à garantia da qualidade". "Essa garantia, por lei, é de responsabilidade do executante da obra, cabendo à auditoria assegurar que os procedimentos e controles de qualidade foram seguidos pela fundação e pelas empresas contratadas para execução dos programas", afirma. A Renova diz que irá apresentar a nova proposta dentro do prazo determinado pelo comitê dos governos –dez dias antes da próxima reunião, prevista para acontecer nos dias 17 e 18 de outubro, em Belo Horizonte. Sobre a construção do dique em Bento Rodrigues, a Samarco tem dito que haverá alagamento apenas de parte da área já impactada, não prejudicará estruturas históricas nem encobrirá as casas que ainda estão de pé. Em nota divulgada após receber a autorização, a empresa disse que a decisão "foi tomada após uma ampla e profunda discussão e análises técnicas. Outros locais foram descartados sobretudo pelo caráter emergencial".
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Ateu, graças a deus
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A barbárie estampada na chacina parisiense suscita inúmeras questões. O ponto de partida: sob nenhum ponto de vista é possível justificar o ataque dos fanáticos contra a Redação do Charlie Hebdo. Agiram como facínoras, quaisquer que tenham sido suas motivações. Não merecem nenhum tipo de comiseração. Invocar atenuantes é renunciar aos (poucos) avanços que a civilização humana proporcionou até agora. "A religião é o ópio do povo", diz uma frase de velhos pensadores. Permanece verdadeira até hoje. Qual a diferença entre as Cruzadas, a Inquisição e o jihadismo atual? Nenhuma na essência. Tanto uns como outros usaram, e usam, a religião como justificativa para atrocidades desmedidas. Tanto uns como outros servem a interesses que não têm nada a ver com o progresso da civilização e a solidariedade humana. Todos glorificam o sofrimento como bênção maior, em nome de um além cheio de felicidade e redenção. Se você é pobre, está abençoado. Se você é rico, dê uns trocados no semáforo para conquistar o passaporte para o céu. Com base em conceitos simplórios como estes, milhões e milhões de homens e mulheres são amestrados para se conformar com a exploração, as injustiças e o sofrimento cotidiano. Sejam cristãos, islamitas ou evangélicos. Por trás dessa retórica, sempre haverá um califa, um Paul Marcinkus, um bispo evangélico, um papa pronto para amealhar os benefícios do rebanho obediente. A figura de deus, em minúscula mesmo, é recorrente em praticamente todas as religiões. Com nomes diferenciados, ajudou a massacrar islamitas, montar alianças com o nazismo e dar suporte a ditaduras mundo afora. Na outra ponta, serviu, e serve, de "salvo conduto" para desequilibrados assassinarem jornalistas, cartunistas ou inocentes anônimos numa lanchonete ou ponto de ônibus. Um minuto de racionalidade basta para destruir estes dogmas. A Igreja Católica combate a camisinha quando milhões de africanos morrem como insetos por causa da Aids. Muçulmanos fundamentalistas aceitam estupros como "adultério" e subjugam as mulheres como seres inferiores em nome de Maomé. Certo que, paradoxalmente, o obscurantismo religioso algumas vezes serviu de combustível para mudanças sociais. Khomeini, no Irã, é um exemplo, embora o resultado final não seja exatamente promissor. Já a primavera árabe atolou num inverno sem fim. Hosni Mubarak, ditador de papel passado, recentemente foi absolvido de todos os seus crimes contra o povo do Egito. Os milhões que se reuniram na praça Tahrir para denunciar o autoritarismo em manifestações memoráveis repentinamente viraram réus. Tão triste quanto isso é saber que a grande maioria deles conforma-se com o destino cruel. "É o desejo do profeta", em minúscula mesmo. A história registra à exaustão a aliança espúria entre religiosos e um sistema que privilegia desigualdade e opressão. O Estado Islâmico foi armado até os dentes por nações "democráticas". Bin Laden e sua seita de fanáticos receberam durante muito tempo o apoio da CIA. Hitler, Mussolini e sua gangue mereceram a complacência do Vaticano em momentos cruciais. Binyamin Netanyahu, o algoz dos palestinos e carrasco da Faixa de Gaza, posou de humanitário numa manifestação em Paris contra o "terror". Respeitar credos é uma coisa; nada contra a tolerância diante das crenças de cada um. Mas, sem tocar na ferida da idiotia religiosa como anteparo para interesses bem materiais, o drama de Charlie Hebdo será apenas a antessala de novos massacres abomináveis.
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Ateu, graças a deusA barbárie estampada na chacina parisiense suscita inúmeras questões. O ponto de partida: sob nenhum ponto de vista é possível justificar o ataque dos fanáticos contra a Redação do Charlie Hebdo. Agiram como facínoras, quaisquer que tenham sido suas motivações. Não merecem nenhum tipo de comiseração. Invocar atenuantes é renunciar aos (poucos) avanços que a civilização humana proporcionou até agora. "A religião é o ópio do povo", diz uma frase de velhos pensadores. Permanece verdadeira até hoje. Qual a diferença entre as Cruzadas, a Inquisição e o jihadismo atual? Nenhuma na essência. Tanto uns como outros usaram, e usam, a religião como justificativa para atrocidades desmedidas. Tanto uns como outros servem a interesses que não têm nada a ver com o progresso da civilização e a solidariedade humana. Todos glorificam o sofrimento como bênção maior, em nome de um além cheio de felicidade e redenção. Se você é pobre, está abençoado. Se você é rico, dê uns trocados no semáforo para conquistar o passaporte para o céu. Com base em conceitos simplórios como estes, milhões e milhões de homens e mulheres são amestrados para se conformar com a exploração, as injustiças e o sofrimento cotidiano. Sejam cristãos, islamitas ou evangélicos. Por trás dessa retórica, sempre haverá um califa, um Paul Marcinkus, um bispo evangélico, um papa pronto para amealhar os benefícios do rebanho obediente. A figura de deus, em minúscula mesmo, é recorrente em praticamente todas as religiões. Com nomes diferenciados, ajudou a massacrar islamitas, montar alianças com o nazismo e dar suporte a ditaduras mundo afora. Na outra ponta, serviu, e serve, de "salvo conduto" para desequilibrados assassinarem jornalistas, cartunistas ou inocentes anônimos numa lanchonete ou ponto de ônibus. Um minuto de racionalidade basta para destruir estes dogmas. A Igreja Católica combate a camisinha quando milhões de africanos morrem como insetos por causa da Aids. Muçulmanos fundamentalistas aceitam estupros como "adultério" e subjugam as mulheres como seres inferiores em nome de Maomé. Certo que, paradoxalmente, o obscurantismo religioso algumas vezes serviu de combustível para mudanças sociais. Khomeini, no Irã, é um exemplo, embora o resultado final não seja exatamente promissor. Já a primavera árabe atolou num inverno sem fim. Hosni Mubarak, ditador de papel passado, recentemente foi absolvido de todos os seus crimes contra o povo do Egito. Os milhões que se reuniram na praça Tahrir para denunciar o autoritarismo em manifestações memoráveis repentinamente viraram réus. Tão triste quanto isso é saber que a grande maioria deles conforma-se com o destino cruel. "É o desejo do profeta", em minúscula mesmo. A história registra à exaustão a aliança espúria entre religiosos e um sistema que privilegia desigualdade e opressão. O Estado Islâmico foi armado até os dentes por nações "democráticas". Bin Laden e sua seita de fanáticos receberam durante muito tempo o apoio da CIA. Hitler, Mussolini e sua gangue mereceram a complacência do Vaticano em momentos cruciais. Binyamin Netanyahu, o algoz dos palestinos e carrasco da Faixa de Gaza, posou de humanitário numa manifestação em Paris contra o "terror". Respeitar credos é uma coisa; nada contra a tolerância diante das crenças de cada um. Mas, sem tocar na ferida da idiotia religiosa como anteparo para interesses bem materiais, o drama de Charlie Hebdo será apenas a antessala de novos massacres abomináveis.
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Alemanha paga R$ 4 mi por obra de Ernst Kirchner tomada pelos nazistas
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Uma pintura de 1913 do expressionista Ernst Ludwig Kirchner que foi apreendida pelos nazistas por ser "arte degenerada" irá continuar em um museu da cidade de Ludwigshafen, já que o governo da Alemanha e outros pagaram 1,2 milhão de euros (R$ 4,05 milhões) à herdeira do proprietário original da obra. "O Julgamento de Paris", que mostra três mulheres nuas e um homem vestido posando no estúdio de Kirchner, foi tomado do colecionador de arte judeu Hans Hess durante a era nazista, mas está em exposição no Museu Wilhelm-Hack de Ludwigshafen desde 1979. A herdeira de Hess concordou em permitir que a pintura continue exposta no museu depois que vários doadores, incluindo os governos federal e estadual alemães e a Fundação Ernst von Siemens, arrecadaram dinheiro para compensá-la, informou o governo alemão nesta sexta-feira. O acordo respeitou a chamada Declaração de Washington de 1998, que trata da restituição de obras de arte confiscadas pelos nazistas antes e durante a Segunda Guerra Mundial. A secretária de Cultura alemã, Monika Gruetters, descreveu a aquisição como "um grande exemplo de um museu público à altura de suas responsabilidades por lidar com arte saqueada pelos nazistas". Gruetters disse que o acordo foi possibilitado pela generosidade da herdeira do proprietário original da pintura e da ajuda extraordinária de doadores públicos e particulares. Décadas depois da Segunda Guerra, museus alemães continuam a lidar com reivindicações de pessoas cujas obras de arte foram roubadas pelo regime nazista, embora hoje alguns museus estejam enfrentado ações civis por terem se recusado a devolver pinturas.
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Alemanha paga R$ 4 mi por obra de Ernst Kirchner tomada pelos nazistasUma pintura de 1913 do expressionista Ernst Ludwig Kirchner que foi apreendida pelos nazistas por ser "arte degenerada" irá continuar em um museu da cidade de Ludwigshafen, já que o governo da Alemanha e outros pagaram 1,2 milhão de euros (R$ 4,05 milhões) à herdeira do proprietário original da obra. "O Julgamento de Paris", que mostra três mulheres nuas e um homem vestido posando no estúdio de Kirchner, foi tomado do colecionador de arte judeu Hans Hess durante a era nazista, mas está em exposição no Museu Wilhelm-Hack de Ludwigshafen desde 1979. A herdeira de Hess concordou em permitir que a pintura continue exposta no museu depois que vários doadores, incluindo os governos federal e estadual alemães e a Fundação Ernst von Siemens, arrecadaram dinheiro para compensá-la, informou o governo alemão nesta sexta-feira. O acordo respeitou a chamada Declaração de Washington de 1998, que trata da restituição de obras de arte confiscadas pelos nazistas antes e durante a Segunda Guerra Mundial. A secretária de Cultura alemã, Monika Gruetters, descreveu a aquisição como "um grande exemplo de um museu público à altura de suas responsabilidades por lidar com arte saqueada pelos nazistas". Gruetters disse que o acordo foi possibilitado pela generosidade da herdeira do proprietário original da pintura e da ajuda extraordinária de doadores públicos e particulares. Décadas depois da Segunda Guerra, museus alemães continuam a lidar com reivindicações de pessoas cujas obras de arte foram roubadas pelo regime nazista, embora hoje alguns museus estejam enfrentado ações civis por terem se recusado a devolver pinturas.
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Papa admite risco de terroristas se infiltrarem entre refugiados
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O papa Francisco admitiu o risco de militantes entrarem na Europa em meio a uma enorme onda de refugiados que fogem da guerra na Síria, em entrevista, e disse que a crise de refugiados é apenas a "ponta do iceberg" de um sistema econômico global "injusto". Em entrevista à emissora católica portuguesa Rádio Renascença, divulgada nesta segunda-feira (14), o papa se referiu ao risco de que o Estado Islâmico, que já matou cristãos e outras minorias no Oriente Médio, possa lançar ataques na Europa. "É verdade, eu também quero reconhecer que hoje em dia as condições de segurança territoriais não são as mesmas que havia em outros períodos [de imigração em massa]", disse Francisco, na entrevista. "A verdade é que a apenas 400 quilômetros da Sicília há um grupo terrorista incrivelmente cruel. Portanto, há risco de infiltração, isso é verdade." Militantes do Estado Islâmico fizeram ameaças contra alvos católicos em Roma, os quais foram amplamente divulgados, e a segurança foi intensificada na Cidade do Vaticano e outros locais religiosos na Itália que atraem muitos peregrinos e turistas. O pontífice reiterou, também, seu pedido para que as paróquias de todo o mundo acolham uma família de refugiados e confirmou que duas famílias estão em vias de se mudar para o próprio Vaticano. Segundo o papa, elas podem ficar "tanto tempo quanto o Senhor quiser". "Essas pessoas pobres estão fugindo da guerra, a fome, mas essa é a ponta do iceberg porque por baixo está a causa. E a causa é um sistema socioeconômico ruim e injusto", disse ele na entrevista. Francisco expressou contentamento pelos países europeus que abriram suas portas para os refugiados e alertou os que não o fizeram: "No dia do Juízo Final, todos já sabemos pelo que seremos julgados".
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mundo
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Papa admite risco de terroristas se infiltrarem entre refugiadosO papa Francisco admitiu o risco de militantes entrarem na Europa em meio a uma enorme onda de refugiados que fogem da guerra na Síria, em entrevista, e disse que a crise de refugiados é apenas a "ponta do iceberg" de um sistema econômico global "injusto". Em entrevista à emissora católica portuguesa Rádio Renascença, divulgada nesta segunda-feira (14), o papa se referiu ao risco de que o Estado Islâmico, que já matou cristãos e outras minorias no Oriente Médio, possa lançar ataques na Europa. "É verdade, eu também quero reconhecer que hoje em dia as condições de segurança territoriais não são as mesmas que havia em outros períodos [de imigração em massa]", disse Francisco, na entrevista. "A verdade é que a apenas 400 quilômetros da Sicília há um grupo terrorista incrivelmente cruel. Portanto, há risco de infiltração, isso é verdade." Militantes do Estado Islâmico fizeram ameaças contra alvos católicos em Roma, os quais foram amplamente divulgados, e a segurança foi intensificada na Cidade do Vaticano e outros locais religiosos na Itália que atraem muitos peregrinos e turistas. O pontífice reiterou, também, seu pedido para que as paróquias de todo o mundo acolham uma família de refugiados e confirmou que duas famílias estão em vias de se mudar para o próprio Vaticano. Segundo o papa, elas podem ficar "tanto tempo quanto o Senhor quiser". "Essas pessoas pobres estão fugindo da guerra, a fome, mas essa é a ponta do iceberg porque por baixo está a causa. E a causa é um sistema socioeconômico ruim e injusto", disse ele na entrevista. Francisco expressou contentamento pelos países europeus que abriram suas portas para os refugiados e alertou os que não o fizeram: "No dia do Juízo Final, todos já sabemos pelo que seremos julgados".
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Frasqueira com documentos achada no lixo dá origem ao espetáculo 'Jacy'
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Ao sair da casa dos pais, em Natal, Henrique Fontes deparou-se numa tarde de 2010 com um objeto estranho jogado num entulho. "Parecia uma instalação de arte contemporânea", lembra-se o ator, diretor e dramaturgo. Era uma frasqueira repleta de objetos pessoais de uma senhora que morrera uma semana antes. Havia maquiagens, cartões de banco, cartas, fotografias e até sua dentadura. "Aquilo nos impactou muito", diz Fontes, integrante do grupo potiguar Carmin, que tirou dali o material de "Jacy", peça documental que a companhia encena a partir desta quinta (19) em São Paulo. Ficaram um ano com os objetos sem saber o que fazer deles. Foi o diretor Marcio Abreu, da Companhia Brasileira de Teatro, quem sugeriu que utilizassem o material em cena. Descobriram a história da mulher, que nasceu em 1920, formou-se em psicologia, apaixonou-se por um capitão americano nos anos 1940 e morou no Rio. "Ela queria ser muito livre", comenta Fontes. Jacy morreu sozinha em seu apartamento em Natal. Ao esvaziar o imóvel, jogou-se por engano a frasqueira no lixo. Para narrar sua história, o grupo teve o auxílio dos filósofos Iracema Macedo e Pablo Capistrano, que assinam a dramaturgia com Fontes. Este, além de dirigir, está em cena com a atriz Quitéria Kelly. Criaram uma trama costurada pela vida dessa mulher (documentos, por exemplo, são exibidos em vídeo) e por situações ficcionais, que suprem certas lacunas da história de Jacy –a única cujo prenome real é expresso; todos os outros são trocados. "A ficção não é usada como contraponto à história, mas para potencializá-la", afirma o diretor. Há cartas inventadas pelo grupo, mas inspiradas na trajetória de Jacy, que de certa forma representa da história de Natal. "Jacy" também discute a forma como a sociedade trata os idosos, tema sobre o qual o grupo já se debruçava quando encontrou a frasqueira. Em 2017, o Carmin completa dez anos e prepara um espetáculo inspirado em "A Invenção do Nordeste", do historiador Durval Muniz de Albuquerque Jr., que investiga o "mito" do nordestino, diz Fontes. Trata de atores nordestinos que, para viverem conterrâneos em uma série de TV, têm que, ironicamente, aprender a ser nordestinos. JACY QUANDO qui. a sáb., às 20h30; até 18/2 ONDE Sesc Pinheiros, r. Paes Leme, 195, tel. (11)3095-9400 QUANTO R$ 7,50 a R$ 25 CLASSIFICAÇÃO 12 anos
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Frasqueira com documentos achada no lixo dá origem ao espetáculo 'Jacy'Ao sair da casa dos pais, em Natal, Henrique Fontes deparou-se numa tarde de 2010 com um objeto estranho jogado num entulho. "Parecia uma instalação de arte contemporânea", lembra-se o ator, diretor e dramaturgo. Era uma frasqueira repleta de objetos pessoais de uma senhora que morrera uma semana antes. Havia maquiagens, cartões de banco, cartas, fotografias e até sua dentadura. "Aquilo nos impactou muito", diz Fontes, integrante do grupo potiguar Carmin, que tirou dali o material de "Jacy", peça documental que a companhia encena a partir desta quinta (19) em São Paulo. Ficaram um ano com os objetos sem saber o que fazer deles. Foi o diretor Marcio Abreu, da Companhia Brasileira de Teatro, quem sugeriu que utilizassem o material em cena. Descobriram a história da mulher, que nasceu em 1920, formou-se em psicologia, apaixonou-se por um capitão americano nos anos 1940 e morou no Rio. "Ela queria ser muito livre", comenta Fontes. Jacy morreu sozinha em seu apartamento em Natal. Ao esvaziar o imóvel, jogou-se por engano a frasqueira no lixo. Para narrar sua história, o grupo teve o auxílio dos filósofos Iracema Macedo e Pablo Capistrano, que assinam a dramaturgia com Fontes. Este, além de dirigir, está em cena com a atriz Quitéria Kelly. Criaram uma trama costurada pela vida dessa mulher (documentos, por exemplo, são exibidos em vídeo) e por situações ficcionais, que suprem certas lacunas da história de Jacy –a única cujo prenome real é expresso; todos os outros são trocados. "A ficção não é usada como contraponto à história, mas para potencializá-la", afirma o diretor. Há cartas inventadas pelo grupo, mas inspiradas na trajetória de Jacy, que de certa forma representa da história de Natal. "Jacy" também discute a forma como a sociedade trata os idosos, tema sobre o qual o grupo já se debruçava quando encontrou a frasqueira. Em 2017, o Carmin completa dez anos e prepara um espetáculo inspirado em "A Invenção do Nordeste", do historiador Durval Muniz de Albuquerque Jr., que investiga o "mito" do nordestino, diz Fontes. Trata de atores nordestinos que, para viverem conterrâneos em uma série de TV, têm que, ironicamente, aprender a ser nordestinos. JACY QUANDO qui. a sáb., às 20h30; até 18/2 ONDE Sesc Pinheiros, r. Paes Leme, 195, tel. (11)3095-9400 QUANTO R$ 7,50 a R$ 25 CLASSIFICAÇÃO 12 anos
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Quando eu vim para este mundo...
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Acontece com todo viajante. Você chega a um lugar que nunca havia visitado e se sente "em casa". De repente, alguma imagem, um som ou mesmo um rosto, algo bate como "bastante familiar". E você se sente conectado àquilo tudo. Como já pincelei aqui mesmo neste espaço várias vezes, não sou o que se pode chamar de "esotérico" –não acredito em regressões a vidas passadas, coisas assim. Mas uma coisa eu sei que existe, e que é fato, é ciência: nossa ancestralidade. E justamente porque viajo tanto, aqui e ali acho pontos de conexão com minha história pessoal que só posso atribuir à herança que carrego comigo. Julgando só pelos meus traços, quando viajo mundo afora não deixo dúvidas: "sou" indiano! Por exemplo, no meu recente retorno à Índia, mais de uma vez ouvi pessoas que me conheciam pela primeira vez se dirigindo a mim em"... hindi (e não em inglês, como seria natural fazer com um estrangeiro). Quando eu explicava que era brasileiro, vinha sempre aquela balançadinha de cabeça, e alguma saliva eu tinha que gastar para esclarecer "minhas origens". Para ilustrar situações como essa, costumo dizer que da Grécia ao Sri Lanka eu posso ser qualquer coisa –conforme o olhar de quem me observa. E sempre termino dizendo que é uma honra para mim ser de um país cuja própria identidade veio da mistura de povos. Da minha origem mesmo, essa "receita de Zeca", eu só sabia o que meus pais podiam contar: o lado da minha mãe tinha presença espanhola, marcada por um sobrenome que não chegou até mim, Lóes, mas que certamente estava no meu sangue; e, no lado paterno, como comprova meu passaporte, um "de Ávila" (antes do Camargo) remete à cidade com esse nome que fiz questão de visitar quando fui uma das primeiras vezes à Espanha, ainda nos anos 1980. Mas é claro que quando eu vim para este mundo, já nasci com uma enorme bagagem no meu DNA, impossível de ser apagada, e que deveria ser bem mais rica do que as histórias da minha família me indicavam. Foi por isso que fiquei tão feliz quando o site de viagens Momondo me convidou para fazer um teste (conduzido pela 23andMe) que checa todos os seus traços de ancestralidade. Fui inspirado por um vídeo que eles fizeram com várias pessoas que se submeteram à experiência –com resultados surpreendentes. Quis, então, saber o que meu passado genético tinha para me revelar. A primeira boa notícia, quando chegaram os resultados, era a de que as histórias de família não falham: quase 95% do meu DNA tem origem europeia. Porém –e eu adoro os poréns!–, dentro dessa porcentagem, só pouco mais de 50% é ibérico, ou seja, vem ali mesmo da Espanha. Há também traços de antepassados da Itália e da Europa do Sul em geral. Mas a grande novidade era a presença britânica (e provavelmente também irlandesa) nessa minha composição: 8%! As surpresas não pararam ali. O teste acusou quase 4% de origem asiática (Ásia do leste) e "americano nativo" (provavelmente indígena) no meu DNA. Incrível! E mais: como bom brasileiro, acabei confirmando que, sim, eu tenho uma presença africana na minha composição. Pouco mais de 1% (1,3%, na verdade) de genes da África subsaariana, que já me deixaram confortável para explicar a afinidade que tenho com essa parte do mundo. Não posso negar que esses resultados mexeram mesmo comigo. Já esperava a mistura –mas tão variada assim? Fiquei pensando se esse meu desejo de abraçar os quatro cantos do planeta não tem a ver um pouco com isso. E, ciente de que esse meu "mosaico de DNA" não é exclusividade minha, perguntei-me se esse não é um desejo maior do próprio ser humano. O que eu já achava só por intuição –que quando viajamos estamos na verdade procurando um pouco de nós em cada lugar que visitamos– agora estava atestado pela própria ciência. Esse meu (nosso) desejo de ir pelo mundo corre nas nossas veias. Não muito diferente de como as águas correm pelos nossos rios e oceanos. Tudo uma coisa só...
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colunas
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Quando eu vim para este mundo...Acontece com todo viajante. Você chega a um lugar que nunca havia visitado e se sente "em casa". De repente, alguma imagem, um som ou mesmo um rosto, algo bate como "bastante familiar". E você se sente conectado àquilo tudo. Como já pincelei aqui mesmo neste espaço várias vezes, não sou o que se pode chamar de "esotérico" –não acredito em regressões a vidas passadas, coisas assim. Mas uma coisa eu sei que existe, e que é fato, é ciência: nossa ancestralidade. E justamente porque viajo tanto, aqui e ali acho pontos de conexão com minha história pessoal que só posso atribuir à herança que carrego comigo. Julgando só pelos meus traços, quando viajo mundo afora não deixo dúvidas: "sou" indiano! Por exemplo, no meu recente retorno à Índia, mais de uma vez ouvi pessoas que me conheciam pela primeira vez se dirigindo a mim em"... hindi (e não em inglês, como seria natural fazer com um estrangeiro). Quando eu explicava que era brasileiro, vinha sempre aquela balançadinha de cabeça, e alguma saliva eu tinha que gastar para esclarecer "minhas origens". Para ilustrar situações como essa, costumo dizer que da Grécia ao Sri Lanka eu posso ser qualquer coisa –conforme o olhar de quem me observa. E sempre termino dizendo que é uma honra para mim ser de um país cuja própria identidade veio da mistura de povos. Da minha origem mesmo, essa "receita de Zeca", eu só sabia o que meus pais podiam contar: o lado da minha mãe tinha presença espanhola, marcada por um sobrenome que não chegou até mim, Lóes, mas que certamente estava no meu sangue; e, no lado paterno, como comprova meu passaporte, um "de Ávila" (antes do Camargo) remete à cidade com esse nome que fiz questão de visitar quando fui uma das primeiras vezes à Espanha, ainda nos anos 1980. Mas é claro que quando eu vim para este mundo, já nasci com uma enorme bagagem no meu DNA, impossível de ser apagada, e que deveria ser bem mais rica do que as histórias da minha família me indicavam. Foi por isso que fiquei tão feliz quando o site de viagens Momondo me convidou para fazer um teste (conduzido pela 23andMe) que checa todos os seus traços de ancestralidade. Fui inspirado por um vídeo que eles fizeram com várias pessoas que se submeteram à experiência –com resultados surpreendentes. Quis, então, saber o que meu passado genético tinha para me revelar. A primeira boa notícia, quando chegaram os resultados, era a de que as histórias de família não falham: quase 95% do meu DNA tem origem europeia. Porém –e eu adoro os poréns!–, dentro dessa porcentagem, só pouco mais de 50% é ibérico, ou seja, vem ali mesmo da Espanha. Há também traços de antepassados da Itália e da Europa do Sul em geral. Mas a grande novidade era a presença britânica (e provavelmente também irlandesa) nessa minha composição: 8%! As surpresas não pararam ali. O teste acusou quase 4% de origem asiática (Ásia do leste) e "americano nativo" (provavelmente indígena) no meu DNA. Incrível! E mais: como bom brasileiro, acabei confirmando que, sim, eu tenho uma presença africana na minha composição. Pouco mais de 1% (1,3%, na verdade) de genes da África subsaariana, que já me deixaram confortável para explicar a afinidade que tenho com essa parte do mundo. Não posso negar que esses resultados mexeram mesmo comigo. Já esperava a mistura –mas tão variada assim? Fiquei pensando se esse meu desejo de abraçar os quatro cantos do planeta não tem a ver um pouco com isso. E, ciente de que esse meu "mosaico de DNA" não é exclusividade minha, perguntei-me se esse não é um desejo maior do próprio ser humano. O que eu já achava só por intuição –que quando viajamos estamos na verdade procurando um pouco de nós em cada lugar que visitamos– agora estava atestado pela própria ciência. Esse meu (nosso) desejo de ir pelo mundo corre nas nossas veias. Não muito diferente de como as águas correm pelos nossos rios e oceanos. Tudo uma coisa só...
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Astrologia
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ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Amor em alta com a entrada de Vênus no seu complemento Libra. De resto é o trabalho e a rotina em todos os desafios que precisam de engenhosidade e, por que não, entusiasmo. Para você não ficar meio cri-cri. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Com sua regente Vênus em Libra, sua preocupação é com a estabilidade. O trabalho e a convivência com as pessoas na rotina precisam ser agradáveis. Em casa, suas emoções estão mais intensas e precisam se soltar. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Você deve ter boas ideias para resolver um trabalho em desenvolvimento, experimente para ver no que dá. Mas, quanto às aparentes boas propostas que surgirem a partir de hoje, é preciso esperar para ver se valem. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Momento de decisões práticas e renovadoras sobre dinheiro, trabalho e todo tipo de dinamização necessária ao bom desenvolvimento dos processos. Ainda assim, atenção redobrada aos detalhes de tudo. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Notícias sobre negócios em andamento, uma luz sobre dinheiro e até mesmo a retomada de propostas que estavam sem resposta. Você está com uma energia poderosa que precisa ser direcionada para resolver questões. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) O emocional pressiona para espanar a poeira e seguir em frente em alguma questão pessoal que está lhe incomodando, mas talvez você ainda hesite em se expressar. É preciso mesmo escolher bem as palavras. LIBRA (23 set. a 22 out.) Vênus em Libra a partir de hoje vibra no seu jeito de seduzir e amar e tem seu senso estético. Seus relacionamentos se renovam com isso. Ela chega para equilibrar a tendência introspectiva que está lhe dominando. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Movimentos perspicazes no trabalho, com a possibilidade de concluir processos ou de avançar mais um pouco no desenvolvimento de projetos. Parece que tem alguém para lhe abrir as portas ou pelo menos lhe orientar. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Você está mais exigente com seus resultados ou insatisfeito com o trabalho e algumas parcerias –e talvez a recíproca seja verdadeira. Mas você pode achar saídas inteligentes para melhorar o estado de tudo. Ânimo. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Um dia de cada vez continua sendo o passo seguro que dá resultados, conforme as peças vão se encaixando nesse quebra-cabeça. Vênus está chegando para enaltecer sua carreira com propostas e reconhecimento. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) No meio das incertezas surge alguém acenando com uma proposta interessante, valerá a pena? Parece que você vai ter que conversar melhor. Alternativas estão surgindo e precisam da sua visão apurada. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Momento de chegar a algum acordo sobre recursos no trabalho, ainda que provisório. Na vida privada, o entendimento é sobre os desejos dos envolvidos, que precisam se encontrar numa medida mais tranquila.
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ilustrada
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AstrologiaÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Amor em alta com a entrada de Vênus no seu complemento Libra. De resto é o trabalho e a rotina em todos os desafios que precisam de engenhosidade e, por que não, entusiasmo. Para você não ficar meio cri-cri. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Com sua regente Vênus em Libra, sua preocupação é com a estabilidade. O trabalho e a convivência com as pessoas na rotina precisam ser agradáveis. Em casa, suas emoções estão mais intensas e precisam se soltar. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Você deve ter boas ideias para resolver um trabalho em desenvolvimento, experimente para ver no que dá. Mas, quanto às aparentes boas propostas que surgirem a partir de hoje, é preciso esperar para ver se valem. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Momento de decisões práticas e renovadoras sobre dinheiro, trabalho e todo tipo de dinamização necessária ao bom desenvolvimento dos processos. Ainda assim, atenção redobrada aos detalhes de tudo. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Notícias sobre negócios em andamento, uma luz sobre dinheiro e até mesmo a retomada de propostas que estavam sem resposta. Você está com uma energia poderosa que precisa ser direcionada para resolver questões. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) O emocional pressiona para espanar a poeira e seguir em frente em alguma questão pessoal que está lhe incomodando, mas talvez você ainda hesite em se expressar. É preciso mesmo escolher bem as palavras. LIBRA (23 set. a 22 out.) Vênus em Libra a partir de hoje vibra no seu jeito de seduzir e amar e tem seu senso estético. Seus relacionamentos se renovam com isso. Ela chega para equilibrar a tendência introspectiva que está lhe dominando. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Movimentos perspicazes no trabalho, com a possibilidade de concluir processos ou de avançar mais um pouco no desenvolvimento de projetos. Parece que tem alguém para lhe abrir as portas ou pelo menos lhe orientar. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Você está mais exigente com seus resultados ou insatisfeito com o trabalho e algumas parcerias –e talvez a recíproca seja verdadeira. Mas você pode achar saídas inteligentes para melhorar o estado de tudo. Ânimo. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Um dia de cada vez continua sendo o passo seguro que dá resultados, conforme as peças vão se encaixando nesse quebra-cabeça. Vênus está chegando para enaltecer sua carreira com propostas e reconhecimento. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) No meio das incertezas surge alguém acenando com uma proposta interessante, valerá a pena? Parece que você vai ter que conversar melhor. Alternativas estão surgindo e precisam da sua visão apurada. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Momento de chegar a algum acordo sobre recursos no trabalho, ainda que provisório. Na vida privada, o entendimento é sobre os desejos dos envolvidos, que precisam se encontrar numa medida mais tranquila.
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CPI da Rouanet vai convidar Gilberto Gil, Marta, Juca e Calero para depor
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A CPI da Lei Rouanet aprovou convites para os ex-ministros da Cultura Gilberto Gil, Marta Suplicy e Juca Ferreira e o atual titular da pasta, Marcelo Calero, darem depoimento na Câmara dos Deputados. VENHAM TODOS 2 O empresário Fábio Porchat, pai do humorista e apresentador da Record, também poderá ser chamado para prestar esclarecimentos à CPI. O nome dele foi citado em julho na Operação Boca Livre, que investigou fraudes na Rouanet. Porchat nega qualquer irregularidade. COFRE ABERTO Os prefeitos que se preparam para ir a Brasília nesta quarta (5) vão pressionar o governo a pagar até o fim deste ano a parte que cabe aos municípios do total de recursos obtidos com a lei de repatriação. O prazo para interessados aderirem ao programa de regularização de ativos não declarados termina em 31 de outubro. COFRE 2 "Com a queda brutal de arrecadação, esse dinheiro vai ajudar muitos prefeitos a fecharem as contas do mandato e cumprirem a Lei de Responsabilidade Fiscal", diz o presidente da Associação Paulista de Municípios, Carlos Cruz. A entidade deve levar uma caravana de cem prefeitos do Estado. O grupo quer falar com as lideranças dos partidos no Congresso e tentar uma audiência no Palácio do Planalto. COFRE 3 Os municípios terão direito a uma fatia de 24,5% dos 15% que o governo vai reter a título de Imposto de Renda. Em nota, o Ministério da Fazenda afirma que os repasses devem ser feitos até o dia 10 de novembro. FUMAÇA LIVRE O prefeito Fernando Haddad (PT) vetou o projeto de lei que proibia fumar em lugares abertos, como parques, praças e outros locais ao ar livre. A justificativa é a de que a abrangência do projeto deixaria a população confusa e dificultaria a fiscalização. COLORIDO Romero Britto vai pintar um quadro com o rosto de João Doria (PSDB) para dar de presente ao prefeito eleito de São Paulo. O artista plástico é amigo do tucano e quer entregar o retrato na posse dele. Para Britto, que mora nos EUA, Doria é a "grande esperança que o cenário político brasileiro precisava". DETALHES O artista, que já fez uma tela retratando a família Doria, diz que o novo prefeito será "uma grande inspiração para os políticos desonestos do Brasil" e cita virtudes dele: "Honesto, trabalhador, detalhista com muita classe". REINÍCIO Celso Russomanno (PRB) e sua equipe voltam a trabalhar na semana que vem no "Patrulha do Consumidor". O quadro do deputado, derrotado na eleição para prefeito de São Paulo, é exibido em dois programas da Record, o "Hoje em Dia" e o "Cidade Alerta". DINHEIRO NA MÃO Quase um ano depois do incêndio no Museu da Língua Portuguesa, o governo do Estado recebeu nesta terça (4) R$ 29,9 milhões de indenização do seguro. Os danos foram avaliados em R$ 38 milhões, mas a outra parte do valor já tinha sido adiantada para a obra emergencial de estabilização da estação da Luz e para a elaboração dos projetos. Segundo a secretaria de Cultura, as obras começam assim que sair a aprovação pelos órgãos de patrimônio, o que só deve ocorrer em 2017. TERRA COM PALMEIRAS A atriz Fernanda Montenegro gravou o poema "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias, para o novo disco da cantora portuguesa Carminho, que é dedicado à obra de Tom Jobim. Os versos vão entrar na faixa "Sabiá", composta por Tom e Chico Buarque. - SAMBA DO AVIÃO Diogo Nogueira posa no Beco do Batman, na Vila Madalena, antes de ir para o Rio, onde canta na sexta (7) e sábado (8), no Vivo Rio; o sambista volta a SP semana que vem para show no dia 14, no Espaço das Américas - DIVA DO CINEMA A peça "Depois do Amor – Um Encontro com Marilyn Monroe", com Danielle Winits no papel da atriz americana, estreou na sexta (30) no Teatro Itália. O ator André Gonçalves, namorado de Danielle, estava na plateia do espetáculo, que tem ainda no elenco a atriz Maria Eduarda de Carvalho. Também compareceram à sessão o ator Blota Filho, o produtor Bira Saide e os empresários Filinto Moraes e Adriana Kroehne. - CURTO-CIRCUITO A AACD realiza nesta quarta (5) jantar beneficente pré-Teleton, no Fogo de Chão, nos Jardins. Reinaldo Lourenço abre loja nesta quarta (5) no JK Iguatemi e faz venda de lenços em prol dos pacientes do Itaci. Viviane Senna participa nesta semana de evento no Vaticano sobre esporte e fé. A ambientalista Céline Cousteau lança nesta quarta (5) coleção da Swarovski, no JK Iguatemi. Com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e DIEGO ZERBATO.
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CPI da Rouanet vai convidar Gilberto Gil, Marta, Juca e Calero para deporA CPI da Lei Rouanet aprovou convites para os ex-ministros da Cultura Gilberto Gil, Marta Suplicy e Juca Ferreira e o atual titular da pasta, Marcelo Calero, darem depoimento na Câmara dos Deputados. VENHAM TODOS 2 O empresário Fábio Porchat, pai do humorista e apresentador da Record, também poderá ser chamado para prestar esclarecimentos à CPI. O nome dele foi citado em julho na Operação Boca Livre, que investigou fraudes na Rouanet. Porchat nega qualquer irregularidade. COFRE ABERTO Os prefeitos que se preparam para ir a Brasília nesta quarta (5) vão pressionar o governo a pagar até o fim deste ano a parte que cabe aos municípios do total de recursos obtidos com a lei de repatriação. O prazo para interessados aderirem ao programa de regularização de ativos não declarados termina em 31 de outubro. COFRE 2 "Com a queda brutal de arrecadação, esse dinheiro vai ajudar muitos prefeitos a fecharem as contas do mandato e cumprirem a Lei de Responsabilidade Fiscal", diz o presidente da Associação Paulista de Municípios, Carlos Cruz. A entidade deve levar uma caravana de cem prefeitos do Estado. O grupo quer falar com as lideranças dos partidos no Congresso e tentar uma audiência no Palácio do Planalto. COFRE 3 Os municípios terão direito a uma fatia de 24,5% dos 15% que o governo vai reter a título de Imposto de Renda. Em nota, o Ministério da Fazenda afirma que os repasses devem ser feitos até o dia 10 de novembro. FUMAÇA LIVRE O prefeito Fernando Haddad (PT) vetou o projeto de lei que proibia fumar em lugares abertos, como parques, praças e outros locais ao ar livre. A justificativa é a de que a abrangência do projeto deixaria a população confusa e dificultaria a fiscalização. COLORIDO Romero Britto vai pintar um quadro com o rosto de João Doria (PSDB) para dar de presente ao prefeito eleito de São Paulo. O artista plástico é amigo do tucano e quer entregar o retrato na posse dele. Para Britto, que mora nos EUA, Doria é a "grande esperança que o cenário político brasileiro precisava". DETALHES O artista, que já fez uma tela retratando a família Doria, diz que o novo prefeito será "uma grande inspiração para os políticos desonestos do Brasil" e cita virtudes dele: "Honesto, trabalhador, detalhista com muita classe". REINÍCIO Celso Russomanno (PRB) e sua equipe voltam a trabalhar na semana que vem no "Patrulha do Consumidor". O quadro do deputado, derrotado na eleição para prefeito de São Paulo, é exibido em dois programas da Record, o "Hoje em Dia" e o "Cidade Alerta". DINHEIRO NA MÃO Quase um ano depois do incêndio no Museu da Língua Portuguesa, o governo do Estado recebeu nesta terça (4) R$ 29,9 milhões de indenização do seguro. Os danos foram avaliados em R$ 38 milhões, mas a outra parte do valor já tinha sido adiantada para a obra emergencial de estabilização da estação da Luz e para a elaboração dos projetos. Segundo a secretaria de Cultura, as obras começam assim que sair a aprovação pelos órgãos de patrimônio, o que só deve ocorrer em 2017. TERRA COM PALMEIRAS A atriz Fernanda Montenegro gravou o poema "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias, para o novo disco da cantora portuguesa Carminho, que é dedicado à obra de Tom Jobim. Os versos vão entrar na faixa "Sabiá", composta por Tom e Chico Buarque. - SAMBA DO AVIÃO Diogo Nogueira posa no Beco do Batman, na Vila Madalena, antes de ir para o Rio, onde canta na sexta (7) e sábado (8), no Vivo Rio; o sambista volta a SP semana que vem para show no dia 14, no Espaço das Américas - DIVA DO CINEMA A peça "Depois do Amor – Um Encontro com Marilyn Monroe", com Danielle Winits no papel da atriz americana, estreou na sexta (30) no Teatro Itália. O ator André Gonçalves, namorado de Danielle, estava na plateia do espetáculo, que tem ainda no elenco a atriz Maria Eduarda de Carvalho. Também compareceram à sessão o ator Blota Filho, o produtor Bira Saide e os empresários Filinto Moraes e Adriana Kroehne. - CURTO-CIRCUITO A AACD realiza nesta quarta (5) jantar beneficente pré-Teleton, no Fogo de Chão, nos Jardins. Reinaldo Lourenço abre loja nesta quarta (5) no JK Iguatemi e faz venda de lenços em prol dos pacientes do Itaci. Viviane Senna participa nesta semana de evento no Vaticano sobre esporte e fé. A ambientalista Céline Cousteau lança nesta quarta (5) coleção da Swarovski, no JK Iguatemi. Com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e DIEGO ZERBATO.
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Desastre sobrecarrega templo de cremação no Nepal
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Para Subarna Suresta, a morte é um ofício passado de pai para filho. Por 19 gerações, sua família tem sido responsável por rituais de cremação no templo de Pashupatinath, em Katmandu, que ficou sobrecarregado pelo terremoto que atingiu o Nepal. Nada apaga a dor de quem perdeu alguém no desastre, mas a religião hindu, praticada por 80% dos nepaleses, ajuda a aceitar o destino. Segundo ela, vida e morte são parte do mesmo conceito, a samsara (reencarnação). Mesmo para quem segue a religião e tem na morte um colega de trabalho ancestral, a tragédia que rachou o Nepal na última semana deixou uma marca profunda. Neste domingo (3), oito dias após o tremor, o total de mortos no terremoto superou 7.000, segundo as autoridades locais. Surestra trabalhou dia e noite para permitir que as vítimas do terremoto seguissem o caminho do renascimento. "Não é só um trabalho. É uma missão: dar condições para que os mortos sejam cremados de forma decente e cumpram o seu ciclo", diz. A dimensão do desastre impediu que essas condições fossem cumpridas individualmente. Não havia sacerdotes suficientes e começou a faltar sândalo, a madeira usada nas piras rituais. Para evitar que os corpos se acumulassem, os administradores do templo realizaram cremações coletivas. Em uma semana, mais de 500 corpos foram cremados em Pashupatinah. É 20 vezes mais que em tempos normais. Sentado num estrado de madeira no quartinho onde trabalha com vista para os ritos fúnebres, Suresta, 49, mantém-se sereno ao lembrar a tragédia. Para sua sorte, a morte ficou só no trabalho. Ele e a família escaparam ilesos, correndo para o quintal antes que a casa desabasse. GANGES Considerado um dos templos hindus mais sagrados do Nepal, com mais de 1.600 anos, o Pashupatinah fica nas duas margens do rio Bagmati, na periferia de Katmandu. Após a cremação, as cinzas são lançadas nas águas e levadas até o Ganges, o rio na Índia sagrado para os hindus. Segundo a crença local, quem morre no templo renasce como humano, mesmo se tiver cometido falhas que comprometeram o seu carma. Surestra conta que muitas famílias de vítimas do terremoto não tiveram condições de pagar as 8.000 rupias (R$ 236) pela cremação, e o templo abriu mão do dinheiro. Alguns nem sequer tinham família, como um faxineiro achado nas ruínas de um hotel. Ao lado da pira onde ele era cremado, foi pendurado um terno preto empoeirado, único pertence do morto encontrado nos escombros. No sistema de castas hindu, há ocupações hereditárias, o que explica a linhagem de cremadores Surestra. Mas a tradição familiar está em risco. O filho, de 20 anos, prefere trabalhar num cassino de Katmandu. "Isso não é bom para o carma", lamenta.
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mundo
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Desastre sobrecarrega templo de cremação no NepalPara Subarna Suresta, a morte é um ofício passado de pai para filho. Por 19 gerações, sua família tem sido responsável por rituais de cremação no templo de Pashupatinath, em Katmandu, que ficou sobrecarregado pelo terremoto que atingiu o Nepal. Nada apaga a dor de quem perdeu alguém no desastre, mas a religião hindu, praticada por 80% dos nepaleses, ajuda a aceitar o destino. Segundo ela, vida e morte são parte do mesmo conceito, a samsara (reencarnação). Mesmo para quem segue a religião e tem na morte um colega de trabalho ancestral, a tragédia que rachou o Nepal na última semana deixou uma marca profunda. Neste domingo (3), oito dias após o tremor, o total de mortos no terremoto superou 7.000, segundo as autoridades locais. Surestra trabalhou dia e noite para permitir que as vítimas do terremoto seguissem o caminho do renascimento. "Não é só um trabalho. É uma missão: dar condições para que os mortos sejam cremados de forma decente e cumpram o seu ciclo", diz. A dimensão do desastre impediu que essas condições fossem cumpridas individualmente. Não havia sacerdotes suficientes e começou a faltar sândalo, a madeira usada nas piras rituais. Para evitar que os corpos se acumulassem, os administradores do templo realizaram cremações coletivas. Em uma semana, mais de 500 corpos foram cremados em Pashupatinah. É 20 vezes mais que em tempos normais. Sentado num estrado de madeira no quartinho onde trabalha com vista para os ritos fúnebres, Suresta, 49, mantém-se sereno ao lembrar a tragédia. Para sua sorte, a morte ficou só no trabalho. Ele e a família escaparam ilesos, correndo para o quintal antes que a casa desabasse. GANGES Considerado um dos templos hindus mais sagrados do Nepal, com mais de 1.600 anos, o Pashupatinah fica nas duas margens do rio Bagmati, na periferia de Katmandu. Após a cremação, as cinzas são lançadas nas águas e levadas até o Ganges, o rio na Índia sagrado para os hindus. Segundo a crença local, quem morre no templo renasce como humano, mesmo se tiver cometido falhas que comprometeram o seu carma. Surestra conta que muitas famílias de vítimas do terremoto não tiveram condições de pagar as 8.000 rupias (R$ 236) pela cremação, e o templo abriu mão do dinheiro. Alguns nem sequer tinham família, como um faxineiro achado nas ruínas de um hotel. Ao lado da pira onde ele era cremado, foi pendurado um terno preto empoeirado, único pertence do morto encontrado nos escombros. No sistema de castas hindu, há ocupações hereditárias, o que explica a linhagem de cremadores Surestra. Mas a tradição familiar está em risco. O filho, de 20 anos, prefere trabalhar num cassino de Katmandu. "Isso não é bom para o carma", lamenta.
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Após imbróglio, presidente da Câmara irá assumir a Prefeitura de Ribeirão
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Após um imbróglio que durou 11 dias, a presidente da Câmara de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), Gláucia Berenice (PSDB), anunciou que vai assumir a prefeitura local até o final do mandato. A vereadora tucana, que há pouco mais de três meses nem fazia parte da mesa diretora da Câmara, herdou o cargo após a prisão da prefeita Dárcy Vera (PSD), que também foi afastada da função pública, e a renúncia do vice-prefeito, Marinho Sampaio (PMDB). Ela deve exercer o cargo a partir desta quarta-feira (14). Dárcy, que obteve nesta terça-feira (13) um habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça) para deixar a penitenciária feminina de Tremembé, foi presa na segunda fase da operação Sevandija, no último dia 2, sob a acusação de corrupção passiva, peculato e associação criminosa. Quatro dias depois, Marinho renunciou, sob a alegação de que, se decidisse assumir a prefeitura no último mês de governo, teria de assinar os balancetes do ano fiscal e do mandato e isso poderia comprometer seu nome e seu patrimônio. Ribeirão Preto vive uma severa crise financeira, que inclui atrasos nos salários dos servidores e em obras. O anúncio de que Gláucia vai comandar a prefeitura até o dia 31 foi feito na sessão da Câmara desta terça, mesmo dia em que Dárcy conseguiu habeas corpus, mas foi impedida de frequentar a prefeitura, conforme a decisão do ministro Sebastião Reis Júnior. Segundo a parlamentar, que também relutava em assumir, seu objetivo será buscar uma solução para o pagamento do 13º salário do funcionalismo. Ela é do mesmo partido do prefeito eleito, o tucano Duarte Nogueira. A operação Sevandija, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público paulista, apontou a existência de um esquema de corrupção sistêmica na Prefeitura de Ribeirão. A investigação apontou o pagamento ilegal de honorários à advogada Maria Zuely Alves Librandi, ex-defensora do Sindicato dos Servidores, a partir de documentos apresentados em delação premiada do ex-presidente do sindicato Wagner Rodrigues, que foi candidato à prefeitura pelo PC do B. A origem da suspeita está num acordo judicial firmado na década passada que resultou no parcelamento de R$ 800 milhões a serem pagos a servidores devido a perdas decorrentes do Plano Collor. Já foram pagos mais de R$ 300 milhões, além de R$ 45 milhões em honorários –que, para a Promotoria, são indevidos. Os honorários foram incluídos num aditivo do contrato, firmado em 2012 e que contou com fraudes em atas e assembleias do sindicato. Dárcy receberia, no total, R$ 7 milhões, segundo a Promotoria. A advogada da prefeita, Maria Cláudia Seixas, afirma que a prefeita é inocente e conseguirá provar isso.
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poder
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Após imbróglio, presidente da Câmara irá assumir a Prefeitura de RibeirãoApós um imbróglio que durou 11 dias, a presidente da Câmara de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), Gláucia Berenice (PSDB), anunciou que vai assumir a prefeitura local até o final do mandato. A vereadora tucana, que há pouco mais de três meses nem fazia parte da mesa diretora da Câmara, herdou o cargo após a prisão da prefeita Dárcy Vera (PSD), que também foi afastada da função pública, e a renúncia do vice-prefeito, Marinho Sampaio (PMDB). Ela deve exercer o cargo a partir desta quarta-feira (14). Dárcy, que obteve nesta terça-feira (13) um habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça) para deixar a penitenciária feminina de Tremembé, foi presa na segunda fase da operação Sevandija, no último dia 2, sob a acusação de corrupção passiva, peculato e associação criminosa. Quatro dias depois, Marinho renunciou, sob a alegação de que, se decidisse assumir a prefeitura no último mês de governo, teria de assinar os balancetes do ano fiscal e do mandato e isso poderia comprometer seu nome e seu patrimônio. Ribeirão Preto vive uma severa crise financeira, que inclui atrasos nos salários dos servidores e em obras. O anúncio de que Gláucia vai comandar a prefeitura até o dia 31 foi feito na sessão da Câmara desta terça, mesmo dia em que Dárcy conseguiu habeas corpus, mas foi impedida de frequentar a prefeitura, conforme a decisão do ministro Sebastião Reis Júnior. Segundo a parlamentar, que também relutava em assumir, seu objetivo será buscar uma solução para o pagamento do 13º salário do funcionalismo. Ela é do mesmo partido do prefeito eleito, o tucano Duarte Nogueira. A operação Sevandija, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público paulista, apontou a existência de um esquema de corrupção sistêmica na Prefeitura de Ribeirão. A investigação apontou o pagamento ilegal de honorários à advogada Maria Zuely Alves Librandi, ex-defensora do Sindicato dos Servidores, a partir de documentos apresentados em delação premiada do ex-presidente do sindicato Wagner Rodrigues, que foi candidato à prefeitura pelo PC do B. A origem da suspeita está num acordo judicial firmado na década passada que resultou no parcelamento de R$ 800 milhões a serem pagos a servidores devido a perdas decorrentes do Plano Collor. Já foram pagos mais de R$ 300 milhões, além de R$ 45 milhões em honorários –que, para a Promotoria, são indevidos. Os honorários foram incluídos num aditivo do contrato, firmado em 2012 e que contou com fraudes em atas e assembleias do sindicato. Dárcy receberia, no total, R$ 7 milhões, segundo a Promotoria. A advogada da prefeita, Maria Cláudia Seixas, afirma que a prefeita é inocente e conseguirá provar isso.
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Entenda o que muda com Trump para brasileiros obterem visto para os EUA
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Em meio às polêmicas medidas que o presidente Donald Trump têm tomado para controlar quem entra e quem sai dos Estados Unidos, a BBC Brasil quis saber quais dúvidas você tinha sobre como as mudanças em curso podem afetar turistas e imigrantes brasileiros. Depois de receber dezenas de perguntas e de colocar as melhores em votação, publicamos abaixo as respostas para as dez mais populares. Embora a gestão Trump não esteja agindo especificamente em relação aos brasileiros, muitas das decisões já tomadas e das iniciativas que estão sendo cogitadas nos afetarão. O governo americano disse categoricamente que os "Estados Unidos têm o sistema de imigração mais generoso do mundo" –afirmação contestada por escritórios de advocacia que prestam serviços de imigração em diversos países– e se concentra em endurecer as regras com o objetivo declarado de combater extremistas e fazer com quem vagas de trabalho sejam ocupadas por americanos. TRUMP MUDA VISTO PARA BRASILEIROS - Decisão saiu em decreto que restringe migração Confira: 1. Quais serão os critérios da gestão Trump para definir quem entra e quem fica nos EUA? A gestão Trump não alterou os critérios para brasileiros que querem visto. Cidadãos do Iraque, Síria, Irã, Líbia, Somália, Sudão ou Iêmen tiveram a entrada barrada por 120 dias (a partir de 27 de janeiro), mas essa ordem foi suspensa por um tribunal americano. O governo entrou com recurso para tentar restabelecer a proibição. Para os cidadãos de outros países, não houve mudanças nos requisitos para cada tipo de visto –mas foram alterados alguns procedimentos da etapa da entrevista (leia na pergunta 5). Além disso, existem indícios de que serão alterados os critérios para conseguir visto de trabalho H-1B com o objetivo de selecionar pessoas que receberão salários mais altos do que os exigidos atualmente (leia mais na pergunta 3). 2. Trump irá impor restrições a turistas brasileiros? Não há indícios de que isso irá ocorrer. De acordo com o Migration Policy, instituto independente que analisa migração de pessoas, nada foi falado em termos de restrições específicas para turistas. Segundo o advogado americano especialista em imigração Scott FitzGerald, ninguém fez referência a restrições adicionais para os brasileiros. O Brasil está entre os dez principais países que mais enviam turistas aos EUA –em 2016, mais de 840 mil brasileiros foram ao país–, segundo a embaixada dos EUA em Brasília. A embaixada informou que a grande maioria dos vistos solicitados por brasileiros é aprovada e que o número dos que estão ilegalmente nos Estados Unidos é "extremamente baixo" se comparado aos dos que entram legalmente. A taxa de recusa de vistos de visitante (categoria B) foi de 16,7% no ano fiscal de 2016 (entre 1º de outubro de 2015 e 30 de setembro de 2016) –um aumento de 5,36% em relação ao período anterior. Houve uma pequena mudança de procedimento que só afeta brasileiros e argentinos –adolescentes com 14 ou 15 anos e idosos 66 entre 79 anos passam a ser obrigados a fazer entrevista para tirar visto (leia mais na pergunta 5). 3. Como a gestão Trump afetará brasileiros que pretendem morar nos EUA? Fica mais fácil ou difícil residir no país? Tende a ficar mais difícil, especialmente para quem pretende trabalhar lá. De forma geral, o presidente americano tem defendido a visão de que vistos de trabalho (categoria H-1B) são emitidos em excesso, fazendo com que estrangeiros fiquem com muitas vagas nos EUA e que os salários caiam. De acordo com FitzGerald, isso não procede, já que existe um teto de 85 mil vistos H-1B emitidos anualmente, número determinado pelo Congresso americano. Já a demanda é quase o triplo –foram feitos 234 mil pedidos para esse tipo de visto no ano passado. Além disso, ele diz não ser possível que o trabalhador com o H-1B ajude a baixar o salário dos americanos pois, ao pedir esse visto, ele deve comprovar que receberá salário maior que o praticado no mercado americano em sua área. A gestão Trump cogita fazer alterações no H-1B, possivelmente diminuindo o número de concessões desse visto e aumentando o salário mínimo que o trabalhador terá que receber. O governo também estuda alterar as regras para quem cursa uma faculdade ou pós-graduação nos EUA e permanece no país para trabalhar (leia mais na pergunta 8). A advogada americana especialista em imigração Anastasia Tonello cita um rascunho de decreto vazado na semana passada pela imprensa americana. Se for assinada por Trump, a ordem vai dificultar a entrada de trabalhadores nos EUA. 4. Um turista com visto e reserva em hotel ainda pode ter a entrada barrada nos EUA? Sim, mas isso sempre foi uma possibilidade. O visto não garante a entrada, ele permite apenas que uma pessoa que não é cidadã americana viaje a um porto de entrada dos EUA –na maioria dos casos, um aeroporto. Lá, um oficial do órgão responsável pela alfândega e controle de fronteira nos EUA decidirá se ela pode entrar e por quanto tempo vai ficar. Ele tem a decisão final. De acordo com Liliane Costa, diretora executiva do Brace (Brazilian American Center), uma associação sem fins lucrativos que trabalha no acolhimento de imigrantes brasileiros nos EUA, se o agente tiver dúvida sobre os motivos da sua viagem e desconfiar de que você está mentindo, ele poderá barrar a sua entrada. "O visto não é um direito [de entrada], é uma possibilidade de você ser aceito", explica. 5. O que efetivamente mudaria nas exigências para conseguir um visto de turista nos EUA? Trump passou a exigir entrevista de pessoas de todo o mundo que eram antes isentas dessa etapa. Antes da mudança, quem pedia para renovar um visto até 48 meses depois do vencimento não precisava passar novamente por essa etapa. O tempo agora caiu para 12 meses. Além disso, brasileiros e argentinos entre 14 e 15 anos e entre 66 e 79 anos de idade eram isentos de entrevista, mesmo quando pediam o visto pela primeira vez. Agora, apenas menores de 14 anos e pessoas com mais de 79 anos estão liberados dessa etapa. As informações são da embaixada dos EUA. De acordo com FitzGerald, mais pessoas precisarão marcar entrevista –e conseguir o visto levará mais tempo. 6. Como as políticas de Trump podem alterar as parcerias de intercâmbio das universidades brasileiras com as americanas? Isso ainda é incerto. Vistos de intercâmbio (categoria J-1) estão sob escrutínio da gestão Trump, que já sinalizou que poderá fazer alterações nas regras de emissão, impactando os programas de intercâmbio. As mudanças, no entanto, impactarão intercambistas de qualquer país, não apenas os brasileiros. 7. Quero ir a um evento nos EUA no ano que vem. Terei mais chance de ter o visto de turista negado? A princípio, não. Tudo continua como antes da gestão Trump, com uma ressalva. Como o governo americano briga na Justiça para banir a entrada de iraquianos, sírios, iranianos, líbios, somalianos, sudaneses e iemenitas, quem for brasileiro, mas também possuir alguma dessas cidadanias, deve fazer o pedido de visto usando o passaporte do Brasil. É uma precaução caso o banimento volte a vigorar. Se a ordem voltar a valer, convém saber que o governo americano autorizou, após dias de indefinição, oficiais a processarem pedidos de visto de quem for de um dos sete países, desde que a pessoa em questão também tenha cidadania de um país permitido. 8. Estou me formando e pretendo tentar uma vaga nos EUA de forma legal. Isso será dificultado? Sim, tanto para quem está se formando no Brasil quanto para quem foi estudar nos EUA e pretende permanecer trabalhando lá depois de concluir os estudos. Pessoas que se encaixam no primeiro caso podem ser prejudicadas por eventuais alterações nas regras de emissão de vistos de trabalho (H-1B). A gestão Trump estuda reduzir o número de concessões desse visto e aumentar as exigências para que um trabalhador possa consegui-lo. Uma outra possível grande mudança afetará quem está se formando nos EUA e quer conseguir um emprego lá. Atualmente, pessoas com visto de estudante (F-1) recebem autorização para trabalhar por um ano depois de formados. Nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática, são quase três anos. Assim, os formandos tinham tempo para obter um visto de trabalho - como a cota de H-1B é preenchida por sorteio, são necessárias cerca de duas ou três tentativas até ter sucesso. A gestão Trump discute o fim dessa autorização de trabalho. De acordo com Tonello, as taxas de inscrição do H-1B são pagas pelo empregador, variam de acordo com o tamanho da empresa e costumam ficar próximas de US$ 3,7 mil (cerca de R$ 11,5 mil). Esses montantes são reembolsados caso o visto não seja concedido. Já os valores pagos aos advogados que cuidam do processo costumam variar entre US$ 2 mil (R$ 6,2 mil) e US$ 5 mil (R$ 15,6 mil). 9. Os cidadãos dos países membros da União Europeia passarão pelo mesmo grau de controle aduaneiro que os latino-americanos, asiáticos e africanos? Pode ser que não, dependendo do tipo de visto solicitado. Mas isso não se deve à gestão Trump. Para turistas: Os brasileiros que pretendem viajar aos EUA como turistas têm acesso facilitado ao país se forem também cidadãos de qualquer país da União Europeia, exceto Bulgária, Croácia, Chipre, Polônia e Romênia. Quem tiver passaporte de qualquer outro país membro da UE pode entrar como turista por meio do programa de isenção de visto. Outros 15 fazem parte do programa –o Chile é o único da América Latina– e seus cidadãos não precisam de visto para irem como turistas aos EUA. Para estudantes: Brasileiros que pretendem ir aos EUA para estudar também podem contar com alguma facilidade adicional se possuírem um passaporte da União Europeia, simplesmente por um fator numérico: a quantidade de gente que vai legalmente aos EUA, mas fica além do tempo permitido. De acordo com FitzGerald, pessoas de um país com altos índices de desrespeito à data de deixar os EUA têm mais chance de ter o visto negado. Um exemplo: quem tem passaporte da Bélgica (país com 0,56% de permanência ilegal entre 1º de outubro de 2014 e 30 de setembro de 2015) tem mais chance de conseguir visto que aquele com passaporte brasileiro (1,57% de permanência ilegal). Para trabalhadores: Para conseguir visto de trabalho, pode não haver tanta alteração. Cidadãos com mais de uma nacionalidade devem tentar ver em qual consulado podem entrar com o pedido e, se possível, escolher o mais rápido. 10. Como brasileiros pegos ilegalmente nos EUA podem conseguir vistos? Dificilmente conseguirão –é necessário esperar um período que pode chegar a dez anos. Pessoas que estão ilegalmente nos Estados Unidos dificilmente conseguem tirar um visto americano. Isso inclui as que entraram legalmente, mas ficaram além do tempo permitido, independentemente de serem pegas. Ao perder o prazo de deixar os EUA, a pessoa tem os vistos cancelados, mesmo aqueles que poderiam ser usados em mais de uma viagem. Quem fica de maneira ilegal por mais de 180 dias passa a ser considerado "inadmissível" e tem os pedidos de visto recusados dali em diante. Se ficar ilegalmente nos EUA por até um ano, terá a entrada negada por outros três; se a estadia irregular passar de 365 dias, a penalidade sobe para dez anos. E quem for deportado, em vez de sair por conta própria, pode ter a entrada banida pelo resto da vida. Apenas em alguns casos é possível pedir para ser poupado dessa punição –por exemplo, se a pessoa demonstrar que tem um parente próximo dentro dos EUA que enfrentará dificuldades extremas se sua entrada não for permitida.
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Entenda o que muda com Trump para brasileiros obterem visto para os EUAEm meio às polêmicas medidas que o presidente Donald Trump têm tomado para controlar quem entra e quem sai dos Estados Unidos, a BBC Brasil quis saber quais dúvidas você tinha sobre como as mudanças em curso podem afetar turistas e imigrantes brasileiros. Depois de receber dezenas de perguntas e de colocar as melhores em votação, publicamos abaixo as respostas para as dez mais populares. Embora a gestão Trump não esteja agindo especificamente em relação aos brasileiros, muitas das decisões já tomadas e das iniciativas que estão sendo cogitadas nos afetarão. O governo americano disse categoricamente que os "Estados Unidos têm o sistema de imigração mais generoso do mundo" –afirmação contestada por escritórios de advocacia que prestam serviços de imigração em diversos países– e se concentra em endurecer as regras com o objetivo declarado de combater extremistas e fazer com quem vagas de trabalho sejam ocupadas por americanos. TRUMP MUDA VISTO PARA BRASILEIROS - Decisão saiu em decreto que restringe migração Confira: 1. Quais serão os critérios da gestão Trump para definir quem entra e quem fica nos EUA? A gestão Trump não alterou os critérios para brasileiros que querem visto. Cidadãos do Iraque, Síria, Irã, Líbia, Somália, Sudão ou Iêmen tiveram a entrada barrada por 120 dias (a partir de 27 de janeiro), mas essa ordem foi suspensa por um tribunal americano. O governo entrou com recurso para tentar restabelecer a proibição. Para os cidadãos de outros países, não houve mudanças nos requisitos para cada tipo de visto –mas foram alterados alguns procedimentos da etapa da entrevista (leia na pergunta 5). Além disso, existem indícios de que serão alterados os critérios para conseguir visto de trabalho H-1B com o objetivo de selecionar pessoas que receberão salários mais altos do que os exigidos atualmente (leia mais na pergunta 3). 2. Trump irá impor restrições a turistas brasileiros? Não há indícios de que isso irá ocorrer. De acordo com o Migration Policy, instituto independente que analisa migração de pessoas, nada foi falado em termos de restrições específicas para turistas. Segundo o advogado americano especialista em imigração Scott FitzGerald, ninguém fez referência a restrições adicionais para os brasileiros. O Brasil está entre os dez principais países que mais enviam turistas aos EUA –em 2016, mais de 840 mil brasileiros foram ao país–, segundo a embaixada dos EUA em Brasília. A embaixada informou que a grande maioria dos vistos solicitados por brasileiros é aprovada e que o número dos que estão ilegalmente nos Estados Unidos é "extremamente baixo" se comparado aos dos que entram legalmente. A taxa de recusa de vistos de visitante (categoria B) foi de 16,7% no ano fiscal de 2016 (entre 1º de outubro de 2015 e 30 de setembro de 2016) –um aumento de 5,36% em relação ao período anterior. Houve uma pequena mudança de procedimento que só afeta brasileiros e argentinos –adolescentes com 14 ou 15 anos e idosos 66 entre 79 anos passam a ser obrigados a fazer entrevista para tirar visto (leia mais na pergunta 5). 3. Como a gestão Trump afetará brasileiros que pretendem morar nos EUA? Fica mais fácil ou difícil residir no país? Tende a ficar mais difícil, especialmente para quem pretende trabalhar lá. De forma geral, o presidente americano tem defendido a visão de que vistos de trabalho (categoria H-1B) são emitidos em excesso, fazendo com que estrangeiros fiquem com muitas vagas nos EUA e que os salários caiam. De acordo com FitzGerald, isso não procede, já que existe um teto de 85 mil vistos H-1B emitidos anualmente, número determinado pelo Congresso americano. Já a demanda é quase o triplo –foram feitos 234 mil pedidos para esse tipo de visto no ano passado. Além disso, ele diz não ser possível que o trabalhador com o H-1B ajude a baixar o salário dos americanos pois, ao pedir esse visto, ele deve comprovar que receberá salário maior que o praticado no mercado americano em sua área. A gestão Trump cogita fazer alterações no H-1B, possivelmente diminuindo o número de concessões desse visto e aumentando o salário mínimo que o trabalhador terá que receber. O governo também estuda alterar as regras para quem cursa uma faculdade ou pós-graduação nos EUA e permanece no país para trabalhar (leia mais na pergunta 8). A advogada americana especialista em imigração Anastasia Tonello cita um rascunho de decreto vazado na semana passada pela imprensa americana. Se for assinada por Trump, a ordem vai dificultar a entrada de trabalhadores nos EUA. 4. Um turista com visto e reserva em hotel ainda pode ter a entrada barrada nos EUA? Sim, mas isso sempre foi uma possibilidade. O visto não garante a entrada, ele permite apenas que uma pessoa que não é cidadã americana viaje a um porto de entrada dos EUA –na maioria dos casos, um aeroporto. Lá, um oficial do órgão responsável pela alfândega e controle de fronteira nos EUA decidirá se ela pode entrar e por quanto tempo vai ficar. Ele tem a decisão final. De acordo com Liliane Costa, diretora executiva do Brace (Brazilian American Center), uma associação sem fins lucrativos que trabalha no acolhimento de imigrantes brasileiros nos EUA, se o agente tiver dúvida sobre os motivos da sua viagem e desconfiar de que você está mentindo, ele poderá barrar a sua entrada. "O visto não é um direito [de entrada], é uma possibilidade de você ser aceito", explica. 5. O que efetivamente mudaria nas exigências para conseguir um visto de turista nos EUA? Trump passou a exigir entrevista de pessoas de todo o mundo que eram antes isentas dessa etapa. Antes da mudança, quem pedia para renovar um visto até 48 meses depois do vencimento não precisava passar novamente por essa etapa. O tempo agora caiu para 12 meses. Além disso, brasileiros e argentinos entre 14 e 15 anos e entre 66 e 79 anos de idade eram isentos de entrevista, mesmo quando pediam o visto pela primeira vez. Agora, apenas menores de 14 anos e pessoas com mais de 79 anos estão liberados dessa etapa. As informações são da embaixada dos EUA. De acordo com FitzGerald, mais pessoas precisarão marcar entrevista –e conseguir o visto levará mais tempo. 6. Como as políticas de Trump podem alterar as parcerias de intercâmbio das universidades brasileiras com as americanas? Isso ainda é incerto. Vistos de intercâmbio (categoria J-1) estão sob escrutínio da gestão Trump, que já sinalizou que poderá fazer alterações nas regras de emissão, impactando os programas de intercâmbio. As mudanças, no entanto, impactarão intercambistas de qualquer país, não apenas os brasileiros. 7. Quero ir a um evento nos EUA no ano que vem. Terei mais chance de ter o visto de turista negado? A princípio, não. Tudo continua como antes da gestão Trump, com uma ressalva. Como o governo americano briga na Justiça para banir a entrada de iraquianos, sírios, iranianos, líbios, somalianos, sudaneses e iemenitas, quem for brasileiro, mas também possuir alguma dessas cidadanias, deve fazer o pedido de visto usando o passaporte do Brasil. É uma precaução caso o banimento volte a vigorar. Se a ordem voltar a valer, convém saber que o governo americano autorizou, após dias de indefinição, oficiais a processarem pedidos de visto de quem for de um dos sete países, desde que a pessoa em questão também tenha cidadania de um país permitido. 8. Estou me formando e pretendo tentar uma vaga nos EUA de forma legal. Isso será dificultado? Sim, tanto para quem está se formando no Brasil quanto para quem foi estudar nos EUA e pretende permanecer trabalhando lá depois de concluir os estudos. Pessoas que se encaixam no primeiro caso podem ser prejudicadas por eventuais alterações nas regras de emissão de vistos de trabalho (H-1B). A gestão Trump estuda reduzir o número de concessões desse visto e aumentar as exigências para que um trabalhador possa consegui-lo. Uma outra possível grande mudança afetará quem está se formando nos EUA e quer conseguir um emprego lá. Atualmente, pessoas com visto de estudante (F-1) recebem autorização para trabalhar por um ano depois de formados. Nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática, são quase três anos. Assim, os formandos tinham tempo para obter um visto de trabalho - como a cota de H-1B é preenchida por sorteio, são necessárias cerca de duas ou três tentativas até ter sucesso. A gestão Trump discute o fim dessa autorização de trabalho. De acordo com Tonello, as taxas de inscrição do H-1B são pagas pelo empregador, variam de acordo com o tamanho da empresa e costumam ficar próximas de US$ 3,7 mil (cerca de R$ 11,5 mil). Esses montantes são reembolsados caso o visto não seja concedido. Já os valores pagos aos advogados que cuidam do processo costumam variar entre US$ 2 mil (R$ 6,2 mil) e US$ 5 mil (R$ 15,6 mil). 9. Os cidadãos dos países membros da União Europeia passarão pelo mesmo grau de controle aduaneiro que os latino-americanos, asiáticos e africanos? Pode ser que não, dependendo do tipo de visto solicitado. Mas isso não se deve à gestão Trump. Para turistas: Os brasileiros que pretendem viajar aos EUA como turistas têm acesso facilitado ao país se forem também cidadãos de qualquer país da União Europeia, exceto Bulgária, Croácia, Chipre, Polônia e Romênia. Quem tiver passaporte de qualquer outro país membro da UE pode entrar como turista por meio do programa de isenção de visto. Outros 15 fazem parte do programa –o Chile é o único da América Latina– e seus cidadãos não precisam de visto para irem como turistas aos EUA. Para estudantes: Brasileiros que pretendem ir aos EUA para estudar também podem contar com alguma facilidade adicional se possuírem um passaporte da União Europeia, simplesmente por um fator numérico: a quantidade de gente que vai legalmente aos EUA, mas fica além do tempo permitido. De acordo com FitzGerald, pessoas de um país com altos índices de desrespeito à data de deixar os EUA têm mais chance de ter o visto negado. Um exemplo: quem tem passaporte da Bélgica (país com 0,56% de permanência ilegal entre 1º de outubro de 2014 e 30 de setembro de 2015) tem mais chance de conseguir visto que aquele com passaporte brasileiro (1,57% de permanência ilegal). Para trabalhadores: Para conseguir visto de trabalho, pode não haver tanta alteração. Cidadãos com mais de uma nacionalidade devem tentar ver em qual consulado podem entrar com o pedido e, se possível, escolher o mais rápido. 10. Como brasileiros pegos ilegalmente nos EUA podem conseguir vistos? Dificilmente conseguirão –é necessário esperar um período que pode chegar a dez anos. Pessoas que estão ilegalmente nos Estados Unidos dificilmente conseguem tirar um visto americano. Isso inclui as que entraram legalmente, mas ficaram além do tempo permitido, independentemente de serem pegas. Ao perder o prazo de deixar os EUA, a pessoa tem os vistos cancelados, mesmo aqueles que poderiam ser usados em mais de uma viagem. Quem fica de maneira ilegal por mais de 180 dias passa a ser considerado "inadmissível" e tem os pedidos de visto recusados dali em diante. Se ficar ilegalmente nos EUA por até um ano, terá a entrada negada por outros três; se a estadia irregular passar de 365 dias, a penalidade sobe para dez anos. E quem for deportado, em vez de sair por conta própria, pode ter a entrada banida pelo resto da vida. Apenas em alguns casos é possível pedir para ser poupado dessa punição –por exemplo, se a pessoa demonstrar que tem um parente próximo dentro dos EUA que enfrentará dificuldades extremas se sua entrada não for permitida.
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Análise: Discurso para militância abatida deve acentuar divisão no país
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta que não vai abaixar a cabeça e que se sentiu um prisioneiro durante a ação da Polícia Federal. O petista disse ainda que o que aconteceu hoje precisava acontecer para que o PT pudesse levantar a cabeça. "O discurso teve endereço certo: a militância abatida do partido", diz Marco Antonio Carvalho Teixeira (FGV), doutor em ciência política pela PUC-SP e professor da FGV. Para ele, a condução coercitiva (quando o investigado é levado para depor e depois liberado) deu mais ímpeto para a argumentação do ex-presidente. "Temo que a consequência seja acentuar a divisão do pais", completa. "Lula pregou para convertidos", avalia o editor de "Poder", Fábio Zanini. "Ao se vitimizar, o ex-presidente tenta resgatar os pilares de seu governo, na tentativa de estancar a queda de sua popularidade". Principal alvo da nova fase da Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento por cerca de 3 horas à Polícia Federal, no aeroporto de Congonhas, nesta sexta (04). A Operação realizou mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva no prédio de Lula, no de seu filho Fábio Luíz Lula da Silva –também conhecido como Lulinha–, no Instituto Lula, na Odebrecht e na OAS. Há mandados para Atibaia e Guarujá, onde estão sítio e tríplex, respectivamente, além de Santo André e Manduri. O Ministério Público Federal afirmou em nota que o ex-presidente Lula foi "um dos principais beneficiários" de crimes cometidos no âmbito da Petrobras. A Procuradoria afirma que R$ 30,7 milhões, entre palestras e doações, foram disponibilizadas para instituições ligadas ao ex-presidente Lula pelas cinco maiores empreiteiras investigadas pela operação. Leia a reportagem
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Análise: Discurso para militância abatida deve acentuar divisão no paísO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta que não vai abaixar a cabeça e que se sentiu um prisioneiro durante a ação da Polícia Federal. O petista disse ainda que o que aconteceu hoje precisava acontecer para que o PT pudesse levantar a cabeça. "O discurso teve endereço certo: a militância abatida do partido", diz Marco Antonio Carvalho Teixeira (FGV), doutor em ciência política pela PUC-SP e professor da FGV. Para ele, a condução coercitiva (quando o investigado é levado para depor e depois liberado) deu mais ímpeto para a argumentação do ex-presidente. "Temo que a consequência seja acentuar a divisão do pais", completa. "Lula pregou para convertidos", avalia o editor de "Poder", Fábio Zanini. "Ao se vitimizar, o ex-presidente tenta resgatar os pilares de seu governo, na tentativa de estancar a queda de sua popularidade". Principal alvo da nova fase da Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento por cerca de 3 horas à Polícia Federal, no aeroporto de Congonhas, nesta sexta (04). A Operação realizou mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva no prédio de Lula, no de seu filho Fábio Luíz Lula da Silva –também conhecido como Lulinha–, no Instituto Lula, na Odebrecht e na OAS. Há mandados para Atibaia e Guarujá, onde estão sítio e tríplex, respectivamente, além de Santo André e Manduri. O Ministério Público Federal afirmou em nota que o ex-presidente Lula foi "um dos principais beneficiários" de crimes cometidos no âmbito da Petrobras. A Procuradoria afirma que R$ 30,7 milhões, entre palestras e doações, foram disponibilizadas para instituições ligadas ao ex-presidente Lula pelas cinco maiores empreiteiras investigadas pela operação. Leia a reportagem
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Mesmo com imagens eróticas mais cruas na internet, Facebook veta seios
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Na semana passada, fui suspenso por três dias do Facebook porque postei um nu de Gustave Courbet. Uma jovem, do umbigo para cima, braços levantados, apoia-se num galho florido. Minha punição se abateu por obra de algum robô puritano. A pose valoriza os seios. Depois dos três dias de castigo, pus, por troça, tarjas sobre os mamilos e postei de novo. O robô não se escandalizou e deixou passar. Decerto, ele não leu o livro clássico sobre o tema, "O Nu", de Sir Kenneth Clark. Nele há uma clara distinção: existe "naked" (traduzido como nudez) e "nude" (nu). O nu é artístico, a nudez é banal e, no pior dos casos, pornográfica. O livro lembra que no mais idealizado dos nus permanece sempre algo de erótico. Mas nega que isso funcione no sentido inverso: uma imagem apenas pornográfica não conteria o menor resíduo artístico. O nu é um gênero constante e antigo nas artes plásticas. A criação clássica, mediterrânea, fundou-se na beleza do corpo humano. No entanto, se a confortável e nítida distinção entre "arte" e "obscenidade" acomoda a moral, ela não satisfaz a verdade das coisas. Clark retoma a velha afirmação a respeito da dificuldade própria ao nu fotográfico: por causa de seu "realismo", ele resistiria à idealização. Isto revela apenas uma concepção estreita que confina a arte ao idealizado. O Facebook mistura arte e pornografia, e nisso está mais certo do que parece. Ao assinalar o conservadorismo de nosso tempo, mostra que sua irrealidade é esquizofrênica. Enquanto as imagens eróticas mais cruas estão disponíveis na internet, enquanto a pornografia continua sendo, e de longe, o tema mais buscado, seios não podem aparecer no Facebook. Artísticos ou não. Hoje, as artes exploram não apenas o nu, mas suas inflexões sexuais, abandonando o álibi da idealização. Por coincidência, visitei duas mostras em que o nu é o eixo. Estão em São Paulo, uma na Galeria Fortes D'Aloia & Gabriel, outra na Galeria Tato. Ambas expõem nus masculinos. Nos museus, o número de mulheres sem roupa é bem maior do que o de homens despidos, fato que os movimentos feministas vêm denunciando. Mas a virilidade exposta predominou ao menos em dois momentos cruciais: na Grécia antiga e no Renascimento florentino. A sensibilidade sobre o nu masculino mudou. Abandonou a beleza espiritual para se sexualizar. O Apolo do Belvedere ou o Davi de Michelangelo foram vinculados à cultura gay. Ou seja, inseriram-se num nicho de específico erotismo perturbado por preconceitos. As obras tornam-se, nessa perspectiva, bem mais pobres. As duas exposições em São Paulo vinculam-se à cultura gay, ou queer, se se quiser. São, no entanto, muito mais complexas do que isso. A Fortes propõe um paralelo entre Robert Mapplethorpe e Alair Gomes, até 7/10. Para o primeiro, os processos construtivos, seja na preparação em estúdio, seja na escolha cuidada dos enquadramentos, significam o domínio do fotógrafo sobre a imagem, e sua capacidade de impô-la, por desafio ou por cumplicidade. Há uma redução à vontade artística e à soberania do autor que está visível, por assim dizer, em cada obra. Alair Gomes situa-se, ao contrário, do lado de fora. Transforma o ato voyeur em arte elevada. Não "possui" as imagens, no sentido de que um espírito pode possuir um corpo, como em Mapplethorpe. Ele as contempla com uma comoção um pouco adoradora. Aqueles jovens das praias são deuses, investidos pela poesia, pela beleza e pela juventude. Estão no intangível mundo que lhes pertence e merecem devoção. Classicismo do desejo transfigurando-se em pura beleza. A galeria Tato expõe até 30/9 obras de Francisco Hurtz. O núcleo essencial de sua criação são desenhos firmes, despojados e nítidos, traçados pelo contorno. Os corpos tornam-se delicadas épuras, pequenas, situando-se entre o signo e a representação. Possuem algo do ideograma. Perfeitos como modelos para tatuagens, espalharam-se pelo Brasil e fora dele como marca orgulhosa de identidade sexual. É uma arte militante, provocadora, muito original e sugestiva. Num paradoxo, sugere alguma coisa de inocente. Não é plausível, hoje, reencontrar o olhar dos gregos e dos florentinos diante do nu viril e fazer predominar energia, força e beleza sobre as implicações eróticas. Nosso olhar sexualizou-se sem remédio. Graças a isso, a questão tornou-se outra. Mistura arte e ética: trata-se de proteger e estimular toda percepção que ultrapasse as reações de superfície, vencendo o obscurantismo boçal de suas eternas inimigas: as hostilidades morais e pudicas.
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Mesmo com imagens eróticas mais cruas na internet, Facebook veta seiosNa semana passada, fui suspenso por três dias do Facebook porque postei um nu de Gustave Courbet. Uma jovem, do umbigo para cima, braços levantados, apoia-se num galho florido. Minha punição se abateu por obra de algum robô puritano. A pose valoriza os seios. Depois dos três dias de castigo, pus, por troça, tarjas sobre os mamilos e postei de novo. O robô não se escandalizou e deixou passar. Decerto, ele não leu o livro clássico sobre o tema, "O Nu", de Sir Kenneth Clark. Nele há uma clara distinção: existe "naked" (traduzido como nudez) e "nude" (nu). O nu é artístico, a nudez é banal e, no pior dos casos, pornográfica. O livro lembra que no mais idealizado dos nus permanece sempre algo de erótico. Mas nega que isso funcione no sentido inverso: uma imagem apenas pornográfica não conteria o menor resíduo artístico. O nu é um gênero constante e antigo nas artes plásticas. A criação clássica, mediterrânea, fundou-se na beleza do corpo humano. No entanto, se a confortável e nítida distinção entre "arte" e "obscenidade" acomoda a moral, ela não satisfaz a verdade das coisas. Clark retoma a velha afirmação a respeito da dificuldade própria ao nu fotográfico: por causa de seu "realismo", ele resistiria à idealização. Isto revela apenas uma concepção estreita que confina a arte ao idealizado. O Facebook mistura arte e pornografia, e nisso está mais certo do que parece. Ao assinalar o conservadorismo de nosso tempo, mostra que sua irrealidade é esquizofrênica. Enquanto as imagens eróticas mais cruas estão disponíveis na internet, enquanto a pornografia continua sendo, e de longe, o tema mais buscado, seios não podem aparecer no Facebook. Artísticos ou não. Hoje, as artes exploram não apenas o nu, mas suas inflexões sexuais, abandonando o álibi da idealização. Por coincidência, visitei duas mostras em que o nu é o eixo. Estão em São Paulo, uma na Galeria Fortes D'Aloia & Gabriel, outra na Galeria Tato. Ambas expõem nus masculinos. Nos museus, o número de mulheres sem roupa é bem maior do que o de homens despidos, fato que os movimentos feministas vêm denunciando. Mas a virilidade exposta predominou ao menos em dois momentos cruciais: na Grécia antiga e no Renascimento florentino. A sensibilidade sobre o nu masculino mudou. Abandonou a beleza espiritual para se sexualizar. O Apolo do Belvedere ou o Davi de Michelangelo foram vinculados à cultura gay. Ou seja, inseriram-se num nicho de específico erotismo perturbado por preconceitos. As obras tornam-se, nessa perspectiva, bem mais pobres. As duas exposições em São Paulo vinculam-se à cultura gay, ou queer, se se quiser. São, no entanto, muito mais complexas do que isso. A Fortes propõe um paralelo entre Robert Mapplethorpe e Alair Gomes, até 7/10. Para o primeiro, os processos construtivos, seja na preparação em estúdio, seja na escolha cuidada dos enquadramentos, significam o domínio do fotógrafo sobre a imagem, e sua capacidade de impô-la, por desafio ou por cumplicidade. Há uma redução à vontade artística e à soberania do autor que está visível, por assim dizer, em cada obra. Alair Gomes situa-se, ao contrário, do lado de fora. Transforma o ato voyeur em arte elevada. Não "possui" as imagens, no sentido de que um espírito pode possuir um corpo, como em Mapplethorpe. Ele as contempla com uma comoção um pouco adoradora. Aqueles jovens das praias são deuses, investidos pela poesia, pela beleza e pela juventude. Estão no intangível mundo que lhes pertence e merecem devoção. Classicismo do desejo transfigurando-se em pura beleza. A galeria Tato expõe até 30/9 obras de Francisco Hurtz. O núcleo essencial de sua criação são desenhos firmes, despojados e nítidos, traçados pelo contorno. Os corpos tornam-se delicadas épuras, pequenas, situando-se entre o signo e a representação. Possuem algo do ideograma. Perfeitos como modelos para tatuagens, espalharam-se pelo Brasil e fora dele como marca orgulhosa de identidade sexual. É uma arte militante, provocadora, muito original e sugestiva. Num paradoxo, sugere alguma coisa de inocente. Não é plausível, hoje, reencontrar o olhar dos gregos e dos florentinos diante do nu viril e fazer predominar energia, força e beleza sobre as implicações eróticas. Nosso olhar sexualizou-se sem remédio. Graças a isso, a questão tornou-se outra. Mistura arte e ética: trata-se de proteger e estimular toda percepção que ultrapasse as reações de superfície, vencendo o obscurantismo boçal de suas eternas inimigas: as hostilidades morais e pudicas.
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Rio suspende 'varrição' e não garante baía da Guanabara sem detritos
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A pouco mais de um ano da Olimpíada, o governo do Rio decidiu suspender a estratégia delimpeza do espelho d'água da poluída baía da Guanabara. O local vai receber as competições de vela em 2016 e um evento-teste em agosto. A Secretaria Estadual do Ambiente suspendeu há 20 dias o serviço dos ecobarcos, que "varriam" o mar, e vai rever o projeto das ecobarreiras, que represavam os detritos nos rios. Além do replanejamento, fornecedores dizem que o governo atrasou o pagamento do serviço. A medida foi anunciada nesta terça (3), na semana seguinte à visita do COI (Comitê Olímpico Internacional), marcada pelo anúncio do governo de que não cumpriria a meta de tratar 80% do esgoto despejado na baía. Apontados desde o início da preparação para os Jogos como os principais meios para retirar o lixo da baía e evitar prejuízo às competições de vela, os ecobarcos e as ecobarreiras passaram a ser criticados pelo governo. "Do jeito que estão, os ecobarcos são para inglês ver. Qualquer gestor responsável, para evitar o uso ineficiente dos recursos públicos, faria um freio de arrumação", disse, em nota, o secretário do Ambiente, Antônio da Hora. A pasta afirmou que os ecobarcos não atingiram a meta do projeto, de recolher 45 toneladas de lixo por mês –o projeto tem "custo extremamente elevado e pouco eficiente". Contudo, de acordo com dados da própria secretaria, a meta foi atingida desde agosto, quando os dez ecobarcos passaram a operar –antes eram apenas três. Ao longo de 2014, eles retiraram 430 toneladas de lixo do espelho d'água da baía, ao custo de R$ 3,5 milhões. Integrantes da pasta afirmam que está sendo elaborado estudo para analisar o movimento de correntes e marés da baía para melhorar o desempenho dos ecobarcos. "Não há nenhuma inteligência orientando o trajeto dos barcos", disse Hora. Dono da empresa EcoBoat, que operava três embarcações, Lourenço Ravazzano diz que os ecobarcos operavam sem orientação. Apenas durante o evento-teste da Olimpíada, em agosto de 2014, o Estado utilizou um helicóptero para indicar locais de concentração de lixo. "Com a experiência, aprendemos quais eram os locais que acumulavam lixo. Mas não havia esse planejamento", disse Ravazzano. Contudo, o professor Paulo César Rossman, da Coppe/UFRJ, afirmou que capacitou técnicos da secretaria para utilizarem o Sisbahia (Sistema Base de Hidrodinâmica Ambiental) justamente para esse planejamento. O governo também decidiu mudar as ecobarreiras, que impediam que o lixo jogado nos rios desembocassem na baía. De janeiro a dezembro do ano passado, os obstáculos bloquearam 2.607 toneladas. O secretário disse, porém, que as atuais estruturas são frágeis, que se rompem facilmente. "O Estado está fechando um novo projeto de implantação e operação de ecobarreiras mais robustas." Ravazzano disse também que não recebe pelo serviço desde novembro. A limpeza da baía é financiada pelo Fecam (Fundo de Conservação do Meio Ambiente), cuja principal fonte são os royalties do petróleo, em queda desde o meio do ano passado. GOVERNO REVISA META Em fevereiro, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, admitiu que a promessa feita pelo ex-governador Sérgio Cabral de tratar 80% do esgoto lançado na baía de Guanabara até 2016 poderá não ser cumprida. Essa foi uma das promessas de Cabral, de quem Pezão foi vice durante seus quase oito anos de mandato, para a realização das Olimpíadas no Rio no ano que vem. A baía terá provas de vela durante os jogos e tem recebido críticas de atletas por conta da poluição de suas águas. Pezão já havia sinalizado que seria difícil cumprir a meta assumida por seu antecessor e padrinho político. O governador reafirmou a questão no mesmo dia em que teve uma reunião com o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), o alemão Thomas Bach, e com autoridades brasileiras. Segundo o governador, o COI não irá se opor à possibilidade de não cumprimento do acordo. "Vamos perseguir chegar aos 80%. Se não chegar para as Olimpíadas, vai ficar como legado. É claro que [o COI irá aceitar a situação] sim. A gente vai mostrar que a gente está fazendo diversos investimentos [também]", disse o governador. No início deste ano, o secretário estadual do Ambiente do Rio, André Corrêa, afirmou que não seria possível cumprir a meta. De acordo com ele, havia a previsão de obras para o segundo semestre de 2015 para a construção de estações de tratamento na Baixada Fluminense que iriam reduzir a quantidade de esgoto in natura despejado na baía. A declaração do secretário causou mal estar e uma série de versões desencontradas. Corrêa disse que não cumpriria a meta em 23 de janeiro. No dia 27 do mesmo mês, o comitê organizador da Olimpíada afirmou ter recebido do governo do Estado a garantia de que iria tratar 80% do esgoto despejado na baía. Dois dias depois, outro secretário do Estado, o da Casa-Civil, Leonardo Espínola, disse que a meta estava mantida.
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esporte
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Rio suspende 'varrição' e não garante baía da Guanabara sem detritosA pouco mais de um ano da Olimpíada, o governo do Rio decidiu suspender a estratégia delimpeza do espelho d'água da poluída baía da Guanabara. O local vai receber as competições de vela em 2016 e um evento-teste em agosto. A Secretaria Estadual do Ambiente suspendeu há 20 dias o serviço dos ecobarcos, que "varriam" o mar, e vai rever o projeto das ecobarreiras, que represavam os detritos nos rios. Além do replanejamento, fornecedores dizem que o governo atrasou o pagamento do serviço. A medida foi anunciada nesta terça (3), na semana seguinte à visita do COI (Comitê Olímpico Internacional), marcada pelo anúncio do governo de que não cumpriria a meta de tratar 80% do esgoto despejado na baía. Apontados desde o início da preparação para os Jogos como os principais meios para retirar o lixo da baía e evitar prejuízo às competições de vela, os ecobarcos e as ecobarreiras passaram a ser criticados pelo governo. "Do jeito que estão, os ecobarcos são para inglês ver. Qualquer gestor responsável, para evitar o uso ineficiente dos recursos públicos, faria um freio de arrumação", disse, em nota, o secretário do Ambiente, Antônio da Hora. A pasta afirmou que os ecobarcos não atingiram a meta do projeto, de recolher 45 toneladas de lixo por mês –o projeto tem "custo extremamente elevado e pouco eficiente". Contudo, de acordo com dados da própria secretaria, a meta foi atingida desde agosto, quando os dez ecobarcos passaram a operar –antes eram apenas três. Ao longo de 2014, eles retiraram 430 toneladas de lixo do espelho d'água da baía, ao custo de R$ 3,5 milhões. Integrantes da pasta afirmam que está sendo elaborado estudo para analisar o movimento de correntes e marés da baía para melhorar o desempenho dos ecobarcos. "Não há nenhuma inteligência orientando o trajeto dos barcos", disse Hora. Dono da empresa EcoBoat, que operava três embarcações, Lourenço Ravazzano diz que os ecobarcos operavam sem orientação. Apenas durante o evento-teste da Olimpíada, em agosto de 2014, o Estado utilizou um helicóptero para indicar locais de concentração de lixo. "Com a experiência, aprendemos quais eram os locais que acumulavam lixo. Mas não havia esse planejamento", disse Ravazzano. Contudo, o professor Paulo César Rossman, da Coppe/UFRJ, afirmou que capacitou técnicos da secretaria para utilizarem o Sisbahia (Sistema Base de Hidrodinâmica Ambiental) justamente para esse planejamento. O governo também decidiu mudar as ecobarreiras, que impediam que o lixo jogado nos rios desembocassem na baía. De janeiro a dezembro do ano passado, os obstáculos bloquearam 2.607 toneladas. O secretário disse, porém, que as atuais estruturas são frágeis, que se rompem facilmente. "O Estado está fechando um novo projeto de implantação e operação de ecobarreiras mais robustas." Ravazzano disse também que não recebe pelo serviço desde novembro. A limpeza da baía é financiada pelo Fecam (Fundo de Conservação do Meio Ambiente), cuja principal fonte são os royalties do petróleo, em queda desde o meio do ano passado. GOVERNO REVISA META Em fevereiro, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, admitiu que a promessa feita pelo ex-governador Sérgio Cabral de tratar 80% do esgoto lançado na baía de Guanabara até 2016 poderá não ser cumprida. Essa foi uma das promessas de Cabral, de quem Pezão foi vice durante seus quase oito anos de mandato, para a realização das Olimpíadas no Rio no ano que vem. A baía terá provas de vela durante os jogos e tem recebido críticas de atletas por conta da poluição de suas águas. Pezão já havia sinalizado que seria difícil cumprir a meta assumida por seu antecessor e padrinho político. O governador reafirmou a questão no mesmo dia em que teve uma reunião com o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), o alemão Thomas Bach, e com autoridades brasileiras. Segundo o governador, o COI não irá se opor à possibilidade de não cumprimento do acordo. "Vamos perseguir chegar aos 80%. Se não chegar para as Olimpíadas, vai ficar como legado. É claro que [o COI irá aceitar a situação] sim. A gente vai mostrar que a gente está fazendo diversos investimentos [também]", disse o governador. No início deste ano, o secretário estadual do Ambiente do Rio, André Corrêa, afirmou que não seria possível cumprir a meta. De acordo com ele, havia a previsão de obras para o segundo semestre de 2015 para a construção de estações de tratamento na Baixada Fluminense que iriam reduzir a quantidade de esgoto in natura despejado na baía. A declaração do secretário causou mal estar e uma série de versões desencontradas. Corrêa disse que não cumpriria a meta em 23 de janeiro. No dia 27 do mesmo mês, o comitê organizador da Olimpíada afirmou ter recebido do governo do Estado a garantia de que iria tratar 80% do esgoto despejado na baía. Dois dias depois, outro secretário do Estado, o da Casa-Civil, Leonardo Espínola, disse que a meta estava mantida.
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Mortes: Um sergipano ídolo do futebol pernambucano
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Henágio Figueiredo dos Santos não começou nem terminou sua carreira vestindo a camisa do Santa Cruz. Mas foi com o clube pernambucano e sua torcida que criou os laços mais fortes de sua carreira de jogador de futebol. Nascido em Aracaju (SE), chegou ao Santa Cruz, na capital pernambucana, com 18 anos, permanecendo apenas dois no clube. O pouco tempo, porém, foi suficiente para deixá-lo conhecido, principalmente após o trisupercampeonato do time. "Começou sozinho, buscando as oportunidades. O futebol era tudo pra ele. Acho que é por isso que jogava tão bem", diz a irmã Helenita. Foram vários clubes depois do Santa Cruz, tendo sido apontado como um possível substituto de Zico na época em que chegou ao Flamengo, nos anos de 1980. Henágio fez uma nova passagem pelo time do Santa Cruz no início da década de 1990, antes de se transferir para a Europa. Se aposentou pouco depois de voltar ao Brasil, período em que defendia o Vitória, da Bahia. Sempre descontraído e apaixonado por festas, acabou com a fama de boêmio. Com a aposentadoria, morou por um tempo em Aracaju, perto da família, mas não conseguiu ficar muito tempo longe do futebol. Nos últimos anos, voltou para Recife e para o time do Santa Cruz, onde treinava equipes de base. Morreu no dia 26, aos 52 anos, em decorrência de um infarto do miocárdio. Deixa dois filhos, um neto, cinco irmãos e vários sobrinhos. A missa de sétimo dia será às 19h deste domingo (1º) na paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, em Aracaju. [email protected] - VEJA AS MORTES E MISSAS DESTE DOMINGO 5º MÊS Deoberto Ferreira Bragança - Amanhã (2/11), às 7h, na igreja das Almas, r. Guaporé, 429, Armênia. 56º MÊS Fernando Cesar Novaes Galhano - Hoje (1º/11), às 18h30, na igreja Imaculado Coração de Maria (capela da PUC), r. Monte Alegre, 948, Perdizes. * CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ - SHLOSHIM Geni Regina Nachtajler Klerer - Hoje (1º/11), às 11h30, set. R, q. 397, sep. 78. * CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ - MATZEIVA Gladys Caraver Wjuniski - Amanhã (2/11), às 15h30, set. R, q. 400, sep. 76. Leon Izbicki - Hoje (1º/11), às 11h, set. R, q. 393, sep. 156. Sender Wjuniski - Amanhã (2/11), às 15h, set. R, q. 400, sep. 75. * CEMITÉRIO ISRAELITA DO EMBU - MATZEIVA Miriam Frenkiel - Hoje (1º/11), às 11h, set. B, q. 16, sep. 61.
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cotidiano
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Mortes: Um sergipano ídolo do futebol pernambucanoHenágio Figueiredo dos Santos não começou nem terminou sua carreira vestindo a camisa do Santa Cruz. Mas foi com o clube pernambucano e sua torcida que criou os laços mais fortes de sua carreira de jogador de futebol. Nascido em Aracaju (SE), chegou ao Santa Cruz, na capital pernambucana, com 18 anos, permanecendo apenas dois no clube. O pouco tempo, porém, foi suficiente para deixá-lo conhecido, principalmente após o trisupercampeonato do time. "Começou sozinho, buscando as oportunidades. O futebol era tudo pra ele. Acho que é por isso que jogava tão bem", diz a irmã Helenita. Foram vários clubes depois do Santa Cruz, tendo sido apontado como um possível substituto de Zico na época em que chegou ao Flamengo, nos anos de 1980. Henágio fez uma nova passagem pelo time do Santa Cruz no início da década de 1990, antes de se transferir para a Europa. Se aposentou pouco depois de voltar ao Brasil, período em que defendia o Vitória, da Bahia. Sempre descontraído e apaixonado por festas, acabou com a fama de boêmio. Com a aposentadoria, morou por um tempo em Aracaju, perto da família, mas não conseguiu ficar muito tempo longe do futebol. Nos últimos anos, voltou para Recife e para o time do Santa Cruz, onde treinava equipes de base. Morreu no dia 26, aos 52 anos, em decorrência de um infarto do miocárdio. Deixa dois filhos, um neto, cinco irmãos e vários sobrinhos. A missa de sétimo dia será às 19h deste domingo (1º) na paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, em Aracaju. [email protected] - VEJA AS MORTES E MISSAS DESTE DOMINGO 5º MÊS Deoberto Ferreira Bragança - Amanhã (2/11), às 7h, na igreja das Almas, r. Guaporé, 429, Armênia. 56º MÊS Fernando Cesar Novaes Galhano - Hoje (1º/11), às 18h30, na igreja Imaculado Coração de Maria (capela da PUC), r. Monte Alegre, 948, Perdizes. * CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ - SHLOSHIM Geni Regina Nachtajler Klerer - Hoje (1º/11), às 11h30, set. R, q. 397, sep. 78. * CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ - MATZEIVA Gladys Caraver Wjuniski - Amanhã (2/11), às 15h30, set. R, q. 400, sep. 76. Leon Izbicki - Hoje (1º/11), às 11h, set. R, q. 393, sep. 156. Sender Wjuniski - Amanhã (2/11), às 15h, set. R, q. 400, sep. 75. * CEMITÉRIO ISRAELITA DO EMBU - MATZEIVA Miriam Frenkiel - Hoje (1º/11), às 11h, set. B, q. 16, sep. 61.
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Para oposição nos EUA, volta do país a Cuba é 'presente' a ditadura castrista
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A histórica cerimônia de hasteamento da bandeira americana em Cuba mal havia terminado e a oposição republicana já disparava ataques à reaproximação entre os dois países. A reabertura oficial da embaixada dos EUA em Havana, nesta sexta (14), contou com a presença do secretário de Estado, John Kerry, na primeira visita de um chefe da diplomacia americana a Cuba em 60 anos. Em seu discurso, Kerry exaltou a coragem dos dois governos para deixarem de ser "prisioneiros do passado". A oposição viu o momento de forma bem diferente. Para o ex-governador da Flórida e pré-candidato presidencial pelo Partido Republicano Jeb Bush, a visita de Kerry a Havana foi "um presente de aniversário " para o ex-ditador Fidel Castro, que completou 89 anos na quinta (13). "Os EUA mudaram, mas Cuba não. Continua sendo uma ditadura inflexível, um exemplo trágico da insensatez do comunismo e uma afronta à consciência das nações livres do hemisfério ocidental", disse Bush em um comunicado. "A acomodação com o regime de Castro ocorre à custa da liberdade e da democracia que todos os cubanos merecem". Se for eleito presidente nas eleições do próximo ano, Bush promete "reverter a estratégia de acomodação e apaziguamento" com o regime cubano. Outro postulante à candidatura presidencial republicana, o senador Marco Rubio, foi na mesma linha de ataques à "capitulação" do presidente Barack Obama à ditadura cubana. "O presidente Obama recompensou o regime Castro por suas táticas repressivas e sua paciente e persistente oposição aos interesses americanos", disse Rubio em Nova York nesta sexta. "O acordo com Cuba ameaça a estatura moral da América no nosso hemisfério e ao redor do mundo, confere legitimidade a um país que patrocina o terrorismo e dá poder a um aliado da China e da Rússia que está a apenas 90 milhas [144,8 km] de nossa costa." Cuba DISSIDENTES Também houve críticas de membros do partido de Obama. O senador democrata Bob Menendez, filho de cubanos, considerou "vergonhoso" o fato de opositores do regime não terem sido convidados para a cerimônia desta sexta, que marcou a reabertura oficial da embaixada, fechada em 1961. O governo americano justificou a ausência dos dissidentes pela falta de espaço na representação diplomática e afirmou que Kerry se reuniria com eles após a cerimônia. "Uma bandeira que representa liberdade tremulará hoje em um país liderado por um regime repressivo que nega à sua população democracia e direitos humanos básicos", atacou Menendez, ecoando a frustração de muitos cubanos e descendentes de cubanos nos EUA que temem que a reaproximação com Washington torne mais difícil uma abertura política em Havana.
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mundo
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Para oposição nos EUA, volta do país a Cuba é 'presente' a ditadura castristaA histórica cerimônia de hasteamento da bandeira americana em Cuba mal havia terminado e a oposição republicana já disparava ataques à reaproximação entre os dois países. A reabertura oficial da embaixada dos EUA em Havana, nesta sexta (14), contou com a presença do secretário de Estado, John Kerry, na primeira visita de um chefe da diplomacia americana a Cuba em 60 anos. Em seu discurso, Kerry exaltou a coragem dos dois governos para deixarem de ser "prisioneiros do passado". A oposição viu o momento de forma bem diferente. Para o ex-governador da Flórida e pré-candidato presidencial pelo Partido Republicano Jeb Bush, a visita de Kerry a Havana foi "um presente de aniversário " para o ex-ditador Fidel Castro, que completou 89 anos na quinta (13). "Os EUA mudaram, mas Cuba não. Continua sendo uma ditadura inflexível, um exemplo trágico da insensatez do comunismo e uma afronta à consciência das nações livres do hemisfério ocidental", disse Bush em um comunicado. "A acomodação com o regime de Castro ocorre à custa da liberdade e da democracia que todos os cubanos merecem". Se for eleito presidente nas eleições do próximo ano, Bush promete "reverter a estratégia de acomodação e apaziguamento" com o regime cubano. Outro postulante à candidatura presidencial republicana, o senador Marco Rubio, foi na mesma linha de ataques à "capitulação" do presidente Barack Obama à ditadura cubana. "O presidente Obama recompensou o regime Castro por suas táticas repressivas e sua paciente e persistente oposição aos interesses americanos", disse Rubio em Nova York nesta sexta. "O acordo com Cuba ameaça a estatura moral da América no nosso hemisfério e ao redor do mundo, confere legitimidade a um país que patrocina o terrorismo e dá poder a um aliado da China e da Rússia que está a apenas 90 milhas [144,8 km] de nossa costa." Cuba DISSIDENTES Também houve críticas de membros do partido de Obama. O senador democrata Bob Menendez, filho de cubanos, considerou "vergonhoso" o fato de opositores do regime não terem sido convidados para a cerimônia desta sexta, que marcou a reabertura oficial da embaixada, fechada em 1961. O governo americano justificou a ausência dos dissidentes pela falta de espaço na representação diplomática e afirmou que Kerry se reuniria com eles após a cerimônia. "Uma bandeira que representa liberdade tremulará hoje em um país liderado por um regime repressivo que nega à sua população democracia e direitos humanos básicos", atacou Menendez, ecoando a frustração de muitos cubanos e descendentes de cubanos nos EUA que temem que a reaproximação com Washington torne mais difícil uma abertura política em Havana.
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Presidente do Peru é o primeiro da América Latina a se reunir com Trump
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No primeiro encontro de um presidente latino-americano com Donald Trump, o peruano Pedro Pablo Kuczynski disse ao americano nesta sexta-feira (24) que prefere "pontes a muros". Ele se referia ao muro que o governo dos Estados Unidos pretende construir na fronteira com o México. Kuczynski afirmou estar interessado na livre circulação legal de pessoas. Segundo ele, a conversa com Trump na Casa Branca foi "cordial e construtiva" e foram discutidos "temas de interesse comum, como comércio, imigração, problemas na América Latina e a possibilidade de uma relação muito boa com os EUA". Pouco antes do encontro, Trump havia dito que o "Peru tem sido um vizinho fantástico". Em declaração logo após a reunião, que durou cerca de dez minutos, o americano disse que a crise na Venezuela também foi discutida com Kuczynski. "Temos um problema com a Venezuela, que está indo muito mal." Segundo Kuczynski, eles discutiram rapidamente a questão envolvendo a extradição do ex-presidente peruano Alejandro Toledo, que se encontra nos EUA. Considerado foragido pela Justiça do Peru, ele é acusado de ter recebido US$ 20 milhões em propina da empreiteira brasileira Odebrecht. Kuczynski largou na frente em relação a seus colegas latino-americanos. Dias após tomar posse, em janeiro, o presidente dos EUA se reuniria com Enrique Peña Nieto, do México —eles já haviam se encontrado em agosto, quando Trump ainda era candidato. Peña Nieto, porém, cancelou a visita a Washington em meio à polêmica sobre o muro na fronteira. O argentino Mauricio Macri foi convidado por Trump para ir a Washington em maio. Há expectativa, ainda, que o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, também se encontre com o americano nos próximos meses. BRASIL Na última semana, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, negou que o Brasil estivesse sendo preterido diante dos outros países, cujos líderes conversaram com o presidente por telefone, enquanto Michel Temer teve como interlocutor o vice, Mike Pence. Segundo Spicer, Temer e Trump não se falaram depois da posse por questão de "agenda". A única conversa entre os dois foi em dezembro. Segundo a Folha apurou, o governo brasileiro estaria esperando até que o governo Trump esteja mais bem instalado para falar sobre eventuais encontros ou visitas. Há pouco mais de um mês no poder, ele ainda tem se voltado muito para temas internos e precisa completar sua equipe em diversos escalões. O ex-chanceler José Serra, no entanto, conversou com o secretário de Estado, Rex Tillerson, em reunião do G20, na semana passada, e ouviu um pedido para o Brasil coordenar esforços contra a crise na Venezuela. Para Matias Spektor, professor da FGV e colunista da Folha, ainda é cedo para fazer uma avaliação sobre uma possível preferência do governo Trump na região. "O Temer falou com o Trump, em seguida à eleição do Trump e foi um telefonema muito positivo, em que eles combinaram que as equipes se encontrariam em fevereiro para decidir uma agenda", lembra o professor. Com agências de notícias
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mundo
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Presidente do Peru é o primeiro da América Latina a se reunir com TrumpNo primeiro encontro de um presidente latino-americano com Donald Trump, o peruano Pedro Pablo Kuczynski disse ao americano nesta sexta-feira (24) que prefere "pontes a muros". Ele se referia ao muro que o governo dos Estados Unidos pretende construir na fronteira com o México. Kuczynski afirmou estar interessado na livre circulação legal de pessoas. Segundo ele, a conversa com Trump na Casa Branca foi "cordial e construtiva" e foram discutidos "temas de interesse comum, como comércio, imigração, problemas na América Latina e a possibilidade de uma relação muito boa com os EUA". Pouco antes do encontro, Trump havia dito que o "Peru tem sido um vizinho fantástico". Em declaração logo após a reunião, que durou cerca de dez minutos, o americano disse que a crise na Venezuela também foi discutida com Kuczynski. "Temos um problema com a Venezuela, que está indo muito mal." Segundo Kuczynski, eles discutiram rapidamente a questão envolvendo a extradição do ex-presidente peruano Alejandro Toledo, que se encontra nos EUA. Considerado foragido pela Justiça do Peru, ele é acusado de ter recebido US$ 20 milhões em propina da empreiteira brasileira Odebrecht. Kuczynski largou na frente em relação a seus colegas latino-americanos. Dias após tomar posse, em janeiro, o presidente dos EUA se reuniria com Enrique Peña Nieto, do México —eles já haviam se encontrado em agosto, quando Trump ainda era candidato. Peña Nieto, porém, cancelou a visita a Washington em meio à polêmica sobre o muro na fronteira. O argentino Mauricio Macri foi convidado por Trump para ir a Washington em maio. Há expectativa, ainda, que o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, também se encontre com o americano nos próximos meses. BRASIL Na última semana, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, negou que o Brasil estivesse sendo preterido diante dos outros países, cujos líderes conversaram com o presidente por telefone, enquanto Michel Temer teve como interlocutor o vice, Mike Pence. Segundo Spicer, Temer e Trump não se falaram depois da posse por questão de "agenda". A única conversa entre os dois foi em dezembro. Segundo a Folha apurou, o governo brasileiro estaria esperando até que o governo Trump esteja mais bem instalado para falar sobre eventuais encontros ou visitas. Há pouco mais de um mês no poder, ele ainda tem se voltado muito para temas internos e precisa completar sua equipe em diversos escalões. O ex-chanceler José Serra, no entanto, conversou com o secretário de Estado, Rex Tillerson, em reunião do G20, na semana passada, e ouviu um pedido para o Brasil coordenar esforços contra a crise na Venezuela. Para Matias Spektor, professor da FGV e colunista da Folha, ainda é cedo para fazer uma avaliação sobre uma possível preferência do governo Trump na região. "O Temer falou com o Trump, em seguida à eleição do Trump e foi um telefonema muito positivo, em que eles combinaram que as equipes se encontrariam em fevereiro para decidir uma agenda", lembra o professor. Com agências de notícias
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Paranoia com o estado do corpo só vai piorar com progresso da ciência
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Mark Zuckerberg, o rei do Facebook, pretende investir US$ 3 bilhões para curar todas as doenças existentes na Terra. Não sei como é possível levar a sério uma proclamação dessas: acreditar que as maleitas existentes desaparecem por obra e graça de US$ 3 bilhões só faz sentido na cabeça adolescente de um eterno adolescente como Zuckerberg. Mas entendo a ambição dele e a moda em que ele se inspirou. Semanas atrás, a revista "The Economist" dedicou amplo espaço ao assunto: e se, no futuro próximo, for possível prolongar a vida humana até aos 120 anos (mínimo)? E se novos tratamentos permitirem substituir órgãos finitos (coração, rins, fígado etc.) por novos exemplares a partir do nosso "armazém" genético? Enfim, e se a imortalidade estiver ao alcance do engenho humano? A "The Economist" concede o benefício da dúvida para todas as utopias da ciência e depois alerta para dois problemas, para além dos óbvios (demográficos, econômicos, ambientais etc.). Em primeiro lugar, só vale a pena viver mais quando se vive bem (os autores clássicos sabiam disso; será preciso lembrar o destino da Sibila de Cumas?). Por outro lado, os tratamentos anti-envelhecimento teriam que estar disponíveis para todas as bolsas. Caso contrário, haveria um fosso ainda mais intolerável do que aquele que separa pobres e ricos; seria o abismo entre seres mortais e imortais. Fatalmente, a revista esqueceu um efeito perverso mais imediato: se a morte por "causas naturais" se transformar em artigo raro, que espécie de conduta teria a humanidade para evitar todas as outras fatalidades (crimes, acidentes etc.) que poderiam acabar com uma vida teoricamente infindável? Hoje, a paranoia com o estado do corpo excede os limites da sanidade. Num mundo de seres (quase) imortais, imagino que essa paranoia hipocondríaca seria tão aguda que só o suicídio seria capaz de nos aliviar. * "Nasci adulta e morrerei criança" –assim falava a escritora lusa Agustina Bessa-Luís (que tem o seu "Breviário do Brasil" finalmente editado pela Tinta da China). Essa confissão, no melhor espírito Benjamin Button, começa a fazer sentido quando chego a meio da jornada (escrevo "meio da jornada" com a esperança razoável, ou talvez irrazoável, de ter mais 40 anos pela frente). Isso é visível nas pequenas rotinas: observo o meu filho (de 15 meses) e compreendo a beleza daquela vida. As dormidas. As comidas. E as tropelias que ele gosta de fazer nos entretantos. Então olho para mim e concluo que não é apenas ele que é parecido comigo (fisicamente). Eu também sou parecido com ele (espiritualmente). Deplorava um prato de sopa - e agora não consigo viver sem ela. Deplorava a perda de tempo com o sono - e agora não dispenso a minha sesta. E, em matéria de tropelias, o velho sentimento de culpa que sempre me acompanhava quando havia trabalho para fazer deu lugar a um ócio limpo, lúdico. Infantil. Mas não é apenas nas dormidas e comidas que me torno mais jovem à medida que envelheço. Ainda me lembro do meu horror ao sol. Adolescente pretensioso, repetia mentalmente as palavras de Paulo Francis ("Intelectual não vai à praia; intelectual bebe") e hibernava durante o Verão. Quando o Outono chegava, como agora chega ao hemisfério norte, saía da toca e, ao som de Tony Bennett ("Maybe September / I'll Love Again"), recebia as primeiras chuvas como certas tribos primitivas: grato e festivo. Só faltava dançar. Não mais. Essa alegria está reservada para a Primavera, que agora chega ao hemisfério sul; e atinge o seu apogeu quando há calor e areia e mar. Não sei que estranhos comportamentos me esperam no futuro. Mas se o leitor irónico está a pensar nas fraldas que as crianças também usam, só posso responder: não excluo nada até lá chegar. * Em inícios do século 20, Thomas Hardy (1840 - 1928) escreveu um dos seus poemas mais perturbantes. Intitula-se "God's Funeral" e, como o título indica, é uma marcha fúnebre sobre o enterro de Deus. Os homens, em perfeita evocação de Feuerbach, falam do "defunto" como uma projecção mental dos medos e frustrações da humanidade. Mas palpita ainda entre alguns dos presentes a nostalgia da crença - os dias que começavam com a oração dos simples e o sentimento de confiança que repousava sobre eles. No poema, Thomas Hardy junta-se melancolicamente ao cortejo. Não é possível defender o indefensável depois do triunfo do materialismo e do niilismo. Uma pergunta, porém, resiste ao enterro: se Deus está a sete palmos, que será dos homens que ficam cá em cima? Foram vários os teóricos políticos que se ocuparam questão. No século 18, Edmund Burke (1729 - 1797) já tinha alertado para as consequências da "descrença": os jacobinos atacavam o cristianismo mas os homens, "animais religiosos" por definição, rapidamente procurariam novos dogmas para preencher o vazio interior. A França do Terror e da Virtude, com o grotesco culto do Ser Supremo, foi a resposta sanguinária ao "enterro de Deus". De igual forma, Alexis de Tocqueville (1805 - 1959) regressaria ao cemitério no século seguinte: se a "era da igualdade" era imparável, a única forma de impedir que a igualdade degenerasse em tirania era aprender alguma coisa com a religiosidade dos americanos –essa espécie de fortaleza interior mas também comunitária que se opunha aos abusos do poder central. É nesta linhagem que se situa Raymond Aron (1905 - 1983). Sobretudo o Raymond Aron de "O Ópio dos Intelectuais", um clássico que a 3 Estrelas publicou. Uma digressão: lembro-me de ler algures que uma das primeiras medidas dos bolcheviques, depois da Revolução de 1917, foi substituir nas casas da plebe russa as figuras do Cristo Pantocrator por retratos de Karl Marx. A história talvez seja apócrifa e, aqui entre nós, convenientemente capilar: entre a barba de um e de outro, venha o camponês e escolha. Mas o episódio, real ou imaginário, capta o espírito da "religião secular" tal como Aron o apresenta: o "funeral de Deus" não deu lugar ao luto prolongado ou à euforia libertadora. "As necessidades do coração", para usar uma expressão do próprio Aron, rapidamente levaram os homens, e sobretudo os intelectuais, a procurarem os alicerces consoladores de uma nova religião. O comunismo (e o nazi-fascismo) cumpriu esse papel ao conceder um sentido e um fim para as almas perdidas da modernidade. O proletariado (ou a raça) seria o novo messias; a "sociedade sem classes" (ou um Reich de mil anos), um novo reino celestial; e os intelectuais, os mesmos que transportaram o caixão de Deus até à última morada, surgiam como os guardiões da nova "fé" –e como os "inquisidores" contra os novos "cismas" e os novos "hereges". Eu sempre soube que o comunismo, o fascismo ou o nazismo eram "heresias" contra a dignidade básica do ser humano. Depois de ler Raymond Aron, a palavra "heresia" ganhou contornos ainda mais precisos, mais literais –e mais letais.
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Paranoia com o estado do corpo só vai piorar com progresso da ciênciaMark Zuckerberg, o rei do Facebook, pretende investir US$ 3 bilhões para curar todas as doenças existentes na Terra. Não sei como é possível levar a sério uma proclamação dessas: acreditar que as maleitas existentes desaparecem por obra e graça de US$ 3 bilhões só faz sentido na cabeça adolescente de um eterno adolescente como Zuckerberg. Mas entendo a ambição dele e a moda em que ele se inspirou. Semanas atrás, a revista "The Economist" dedicou amplo espaço ao assunto: e se, no futuro próximo, for possível prolongar a vida humana até aos 120 anos (mínimo)? E se novos tratamentos permitirem substituir órgãos finitos (coração, rins, fígado etc.) por novos exemplares a partir do nosso "armazém" genético? Enfim, e se a imortalidade estiver ao alcance do engenho humano? A "The Economist" concede o benefício da dúvida para todas as utopias da ciência e depois alerta para dois problemas, para além dos óbvios (demográficos, econômicos, ambientais etc.). Em primeiro lugar, só vale a pena viver mais quando se vive bem (os autores clássicos sabiam disso; será preciso lembrar o destino da Sibila de Cumas?). Por outro lado, os tratamentos anti-envelhecimento teriam que estar disponíveis para todas as bolsas. Caso contrário, haveria um fosso ainda mais intolerável do que aquele que separa pobres e ricos; seria o abismo entre seres mortais e imortais. Fatalmente, a revista esqueceu um efeito perverso mais imediato: se a morte por "causas naturais" se transformar em artigo raro, que espécie de conduta teria a humanidade para evitar todas as outras fatalidades (crimes, acidentes etc.) que poderiam acabar com uma vida teoricamente infindável? Hoje, a paranoia com o estado do corpo excede os limites da sanidade. Num mundo de seres (quase) imortais, imagino que essa paranoia hipocondríaca seria tão aguda que só o suicídio seria capaz de nos aliviar. * "Nasci adulta e morrerei criança" –assim falava a escritora lusa Agustina Bessa-Luís (que tem o seu "Breviário do Brasil" finalmente editado pela Tinta da China). Essa confissão, no melhor espírito Benjamin Button, começa a fazer sentido quando chego a meio da jornada (escrevo "meio da jornada" com a esperança razoável, ou talvez irrazoável, de ter mais 40 anos pela frente). Isso é visível nas pequenas rotinas: observo o meu filho (de 15 meses) e compreendo a beleza daquela vida. As dormidas. As comidas. E as tropelias que ele gosta de fazer nos entretantos. Então olho para mim e concluo que não é apenas ele que é parecido comigo (fisicamente). Eu também sou parecido com ele (espiritualmente). Deplorava um prato de sopa - e agora não consigo viver sem ela. Deplorava a perda de tempo com o sono - e agora não dispenso a minha sesta. E, em matéria de tropelias, o velho sentimento de culpa que sempre me acompanhava quando havia trabalho para fazer deu lugar a um ócio limpo, lúdico. Infantil. Mas não é apenas nas dormidas e comidas que me torno mais jovem à medida que envelheço. Ainda me lembro do meu horror ao sol. Adolescente pretensioso, repetia mentalmente as palavras de Paulo Francis ("Intelectual não vai à praia; intelectual bebe") e hibernava durante o Verão. Quando o Outono chegava, como agora chega ao hemisfério norte, saía da toca e, ao som de Tony Bennett ("Maybe September / I'll Love Again"), recebia as primeiras chuvas como certas tribos primitivas: grato e festivo. Só faltava dançar. Não mais. Essa alegria está reservada para a Primavera, que agora chega ao hemisfério sul; e atinge o seu apogeu quando há calor e areia e mar. Não sei que estranhos comportamentos me esperam no futuro. Mas se o leitor irónico está a pensar nas fraldas que as crianças também usam, só posso responder: não excluo nada até lá chegar. * Em inícios do século 20, Thomas Hardy (1840 - 1928) escreveu um dos seus poemas mais perturbantes. Intitula-se "God's Funeral" e, como o título indica, é uma marcha fúnebre sobre o enterro de Deus. Os homens, em perfeita evocação de Feuerbach, falam do "defunto" como uma projecção mental dos medos e frustrações da humanidade. Mas palpita ainda entre alguns dos presentes a nostalgia da crença - os dias que começavam com a oração dos simples e o sentimento de confiança que repousava sobre eles. No poema, Thomas Hardy junta-se melancolicamente ao cortejo. Não é possível defender o indefensável depois do triunfo do materialismo e do niilismo. Uma pergunta, porém, resiste ao enterro: se Deus está a sete palmos, que será dos homens que ficam cá em cima? Foram vários os teóricos políticos que se ocuparam questão. No século 18, Edmund Burke (1729 - 1797) já tinha alertado para as consequências da "descrença": os jacobinos atacavam o cristianismo mas os homens, "animais religiosos" por definição, rapidamente procurariam novos dogmas para preencher o vazio interior. A França do Terror e da Virtude, com o grotesco culto do Ser Supremo, foi a resposta sanguinária ao "enterro de Deus". De igual forma, Alexis de Tocqueville (1805 - 1959) regressaria ao cemitério no século seguinte: se a "era da igualdade" era imparável, a única forma de impedir que a igualdade degenerasse em tirania era aprender alguma coisa com a religiosidade dos americanos –essa espécie de fortaleza interior mas também comunitária que se opunha aos abusos do poder central. É nesta linhagem que se situa Raymond Aron (1905 - 1983). Sobretudo o Raymond Aron de "O Ópio dos Intelectuais", um clássico que a 3 Estrelas publicou. Uma digressão: lembro-me de ler algures que uma das primeiras medidas dos bolcheviques, depois da Revolução de 1917, foi substituir nas casas da plebe russa as figuras do Cristo Pantocrator por retratos de Karl Marx. A história talvez seja apócrifa e, aqui entre nós, convenientemente capilar: entre a barba de um e de outro, venha o camponês e escolha. Mas o episódio, real ou imaginário, capta o espírito da "religião secular" tal como Aron o apresenta: o "funeral de Deus" não deu lugar ao luto prolongado ou à euforia libertadora. "As necessidades do coração", para usar uma expressão do próprio Aron, rapidamente levaram os homens, e sobretudo os intelectuais, a procurarem os alicerces consoladores de uma nova religião. O comunismo (e o nazi-fascismo) cumpriu esse papel ao conceder um sentido e um fim para as almas perdidas da modernidade. O proletariado (ou a raça) seria o novo messias; a "sociedade sem classes" (ou um Reich de mil anos), um novo reino celestial; e os intelectuais, os mesmos que transportaram o caixão de Deus até à última morada, surgiam como os guardiões da nova "fé" –e como os "inquisidores" contra os novos "cismas" e os novos "hereges". Eu sempre soube que o comunismo, o fascismo ou o nazismo eram "heresias" contra a dignidade básica do ser humano. Depois de ler Raymond Aron, a palavra "heresia" ganhou contornos ainda mais precisos, mais literais –e mais letais.
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CGU lança novos critérios para fiscalização de Estados e municípios
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A CGU (Controladoria-Geral da União) lançou nesta segunda-feira (10) um novo programa de fiscalização de Estados e municípios, que tem critérios baseados na vulnerabilidade, em vez de sorteio, e abrange as capitais e grandes cidades. Para esta primeira rodada, foram selecionados 45 municípios, incluindo as capitais João Pessoa (PB), Porto Velho (RO), Goiânia (GO) e Campo Grande (MS). Todas essas cidades receberam R$ 9,2 bilhões do governo federal entre janeiro de 2013 e junho deste ano. A nova metodologia leva em conta uma "matriz de vulnerabilidade" para definir os municípios prioritários alvos de fiscalização. Dentro os critérios estão o cumprimento da transparência, a quantidade de denúncias recebidas pela CGU, o volume de recursos transferido pelo governo federal e indicadores sociais. No novo programa, os Estados foram divididos em setores, sendo que o setor 1 são os municípios próximos às capitais. Todos os alvos dessa rodada de fiscalização se encontram neste setor. "O sorteio é 100% aleatório e não incluía grandes municípios e capitais. A matriz dá à fiscalização mais assertividade na escolha dos alvos", afirmou o ministro da CGU, Valdir Simão. Segundo ele, o sorteio ainda pode ser usado pelo órgão. Os relatórios dessa rodada de fiscalizações devem ser divulgados em dezembro.
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CGU lança novos critérios para fiscalização de Estados e municípiosA CGU (Controladoria-Geral da União) lançou nesta segunda-feira (10) um novo programa de fiscalização de Estados e municípios, que tem critérios baseados na vulnerabilidade, em vez de sorteio, e abrange as capitais e grandes cidades. Para esta primeira rodada, foram selecionados 45 municípios, incluindo as capitais João Pessoa (PB), Porto Velho (RO), Goiânia (GO) e Campo Grande (MS). Todas essas cidades receberam R$ 9,2 bilhões do governo federal entre janeiro de 2013 e junho deste ano. A nova metodologia leva em conta uma "matriz de vulnerabilidade" para definir os municípios prioritários alvos de fiscalização. Dentro os critérios estão o cumprimento da transparência, a quantidade de denúncias recebidas pela CGU, o volume de recursos transferido pelo governo federal e indicadores sociais. No novo programa, os Estados foram divididos em setores, sendo que o setor 1 são os municípios próximos às capitais. Todos os alvos dessa rodada de fiscalização se encontram neste setor. "O sorteio é 100% aleatório e não incluía grandes municípios e capitais. A matriz dá à fiscalização mais assertividade na escolha dos alvos", afirmou o ministro da CGU, Valdir Simão. Segundo ele, o sorteio ainda pode ser usado pelo órgão. Os relatórios dessa rodada de fiscalizações devem ser divulgados em dezembro.
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Petrobras terá 2 anos de aperto para voltar a crescer, diz presidente da estatal
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O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nesta terça (20) que a empresa terá dois anos de "aperto e austeridade", mas voltará a crescer depois. A afirmação foi feita durante apresentação do novo plano de negócios da companhia, que prevê redução de 25% no investimento e US$ 19,1 bilhões em perdas de ativos. "São dois anos para cuidar da saúde financeira e três anos depois para voltar a crescer", afirmou o executivo. Ele argumentou que a empresa precisa responder aos problemas gerados por altos investimentos em projetos que não dão retorno e por anos de represamento do preço da gasolina, fatores que levaram o endividamento da companhia a disparar. Parente afirmou que, após o período do plano, a Petrobras poderá voltar a investir em negócios dos quais está se desfazendo agora, como energias renováveis, operações no exterior, além de uma integração entre refinarias e petroquímica. No momento, os segmento de biocombustíveis e o de petroquímica entram na lista de venda de ativos. No exterior, a empresa já se desfez de operações na Argentina e no Chile. O objetivo principal é retomar as condições para ser grau de investimento, na avaliação de agências classificadoras de risco, até 2018. Na área de exploração e produção, até 2018 a empresa focará o desenvolvimento de projetos já iniciados, principalmente no pré-sal, para gerar receita com a produção de petróleo. A partir de 2018, passa a trabalhar em descobertas já feitas e ainda não desenvolvidas. A partir de 2020, focará na busca por novas fronteiras exploratórias. O plano prevê a entrada de 19 plataformas até 2021, das quais 11 já estão em construção. Para a elaboração do documento, a empresa considerou que o petróleo ficará entre US$ 48 por barril, em 2017, e US$ 71 por barril, em 2021. Já a cotação do dólar será de R$ 3,55 em 2017 e R$ 3,78 em 2021.
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mercado
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Petrobras terá 2 anos de aperto para voltar a crescer, diz presidente da estatalO presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nesta terça (20) que a empresa terá dois anos de "aperto e austeridade", mas voltará a crescer depois. A afirmação foi feita durante apresentação do novo plano de negócios da companhia, que prevê redução de 25% no investimento e US$ 19,1 bilhões em perdas de ativos. "São dois anos para cuidar da saúde financeira e três anos depois para voltar a crescer", afirmou o executivo. Ele argumentou que a empresa precisa responder aos problemas gerados por altos investimentos em projetos que não dão retorno e por anos de represamento do preço da gasolina, fatores que levaram o endividamento da companhia a disparar. Parente afirmou que, após o período do plano, a Petrobras poderá voltar a investir em negócios dos quais está se desfazendo agora, como energias renováveis, operações no exterior, além de uma integração entre refinarias e petroquímica. No momento, os segmento de biocombustíveis e o de petroquímica entram na lista de venda de ativos. No exterior, a empresa já se desfez de operações na Argentina e no Chile. O objetivo principal é retomar as condições para ser grau de investimento, na avaliação de agências classificadoras de risco, até 2018. Na área de exploração e produção, até 2018 a empresa focará o desenvolvimento de projetos já iniciados, principalmente no pré-sal, para gerar receita com a produção de petróleo. A partir de 2018, passa a trabalhar em descobertas já feitas e ainda não desenvolvidas. A partir de 2020, focará na busca por novas fronteiras exploratórias. O plano prevê a entrada de 19 plataformas até 2021, das quais 11 já estão em construção. Para a elaboração do documento, a empresa considerou que o petróleo ficará entre US$ 48 por barril, em 2017, e US$ 71 por barril, em 2021. Já a cotação do dólar será de R$ 3,55 em 2017 e R$ 3,78 em 2021.
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