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Democracia turca agoniza entre golpe e contragolpe
Na Turquia a democracia já é uma fábula. O presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, aplicou um contragolpe dizimando o Judiciário, imobilizando o sistema educacional e expurgando as forças de segurança pública. O islã político liberal pode ter falhado no país. Não por ser islã, mas pelas conotações autoritárias de um governo que parece ter abandonado as regras democráticas. De forma geral, os partidos políticos islamistas ainda não conseguiram provar que é possível conviver com o contraditório, até porque a essência da política serve para construir pontes entre os diferentes e não para impor uma visão autocrática sobre os demais. No Egito, a Irmandade Muçulmana cometeu erros crassos. Na Tunísia, o Partido Ennahda teve um péssimo começo e depois se ajustou. Na Turquia, o AKP, de Erdogan, que havia começado bem, implodiu todo seu capital político, ético e moral. Via de regra, partidos políticos de corte religioso fracassaram praticamente em todos os cantos do mundo. Raros (ou inéditos) são os casos de partidos assentados sobre premissas fundamentalistas que tenham logrado consolidar um crível Estado de direito. No fundo, a malfadada tentativa de golpe está sendo utilizada para Erdogan eliminar de cena inimigos, adversários e hipotéticos futuros oponentes. Pairaram no ar novas teorias conspiratórias na fase do contragolpe. Entre as confabulações, ganha tração a ideia de o golpe ter sido orquestrado entre atores internos em associação com países da região. O expurgo posto em marcha pelo governo e as consequências políticas internas e externas ainda precisam ser matizadas com precisão. Um frágil cenário sugere que Ancara irá reavaliar as dimensões de suas alianças com os EUA e com a Arábia Saudita. Da mesma forma, ganha força a tese de a diplomacia turca mudar a abordagem estratégica em relação à Rússia, ao Irã e ao fronte sírio. As agências estatais de notícias da Rússia e do Irã indicam que Erdogan foi informado da tentativa do golpe, previamente, por Moscou. Parece, ainda, que a operação contava com a anuência de alguns países árabes que não desejavam uma mudança na atitude turca em sua política regional antes das eleições americanas, em novembro. A motivação do golpe supostamente agradaria a atores internos e externos. Isto é, seria a solução para se livrar do despotismo de Erdogan e, de quebra, impedir sua intenção de dar uma reviravolta em sua política externa em relação à Síria e à política de "fronteiras abertas" aos grupos terroristas Estado Islâmico e Jabhat Al-Nusra. Ninguém em Ancara ou na região desmentiu essa concertação. Se é verdade ou não, isso será esclarecido pelos próximos passos da diplomacia turca. É observar o fôlego dos grupos terroristas em campo e a política de fronteira da Turquia. Se isso de fato ocorrer, a guerra na Síria poderá estar perto do fim. Saudosista do poder do Império Otomano, daqui para frente Erdogan tende a adotar um personalismo composto por traços imperialistas do xá da Pérsia, Reza Pahlevi, e pelo totalitarismo soviético de Joseph Stálin. Nisso tudo, a democracia turca, no leito de morte, será, convenientemente, sacrificada.
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Democracia turca agoniza entre golpe e contragolpeNa Turquia a democracia já é uma fábula. O presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, aplicou um contragolpe dizimando o Judiciário, imobilizando o sistema educacional e expurgando as forças de segurança pública. O islã político liberal pode ter falhado no país. Não por ser islã, mas pelas conotações autoritárias de um governo que parece ter abandonado as regras democráticas. De forma geral, os partidos políticos islamistas ainda não conseguiram provar que é possível conviver com o contraditório, até porque a essência da política serve para construir pontes entre os diferentes e não para impor uma visão autocrática sobre os demais. No Egito, a Irmandade Muçulmana cometeu erros crassos. Na Tunísia, o Partido Ennahda teve um péssimo começo e depois se ajustou. Na Turquia, o AKP, de Erdogan, que havia começado bem, implodiu todo seu capital político, ético e moral. Via de regra, partidos políticos de corte religioso fracassaram praticamente em todos os cantos do mundo. Raros (ou inéditos) são os casos de partidos assentados sobre premissas fundamentalistas que tenham logrado consolidar um crível Estado de direito. No fundo, a malfadada tentativa de golpe está sendo utilizada para Erdogan eliminar de cena inimigos, adversários e hipotéticos futuros oponentes. Pairaram no ar novas teorias conspiratórias na fase do contragolpe. Entre as confabulações, ganha tração a ideia de o golpe ter sido orquestrado entre atores internos em associação com países da região. O expurgo posto em marcha pelo governo e as consequências políticas internas e externas ainda precisam ser matizadas com precisão. Um frágil cenário sugere que Ancara irá reavaliar as dimensões de suas alianças com os EUA e com a Arábia Saudita. Da mesma forma, ganha força a tese de a diplomacia turca mudar a abordagem estratégica em relação à Rússia, ao Irã e ao fronte sírio. As agências estatais de notícias da Rússia e do Irã indicam que Erdogan foi informado da tentativa do golpe, previamente, por Moscou. Parece, ainda, que a operação contava com a anuência de alguns países árabes que não desejavam uma mudança na atitude turca em sua política regional antes das eleições americanas, em novembro. A motivação do golpe supostamente agradaria a atores internos e externos. Isto é, seria a solução para se livrar do despotismo de Erdogan e, de quebra, impedir sua intenção de dar uma reviravolta em sua política externa em relação à Síria e à política de "fronteiras abertas" aos grupos terroristas Estado Islâmico e Jabhat Al-Nusra. Ninguém em Ancara ou na região desmentiu essa concertação. Se é verdade ou não, isso será esclarecido pelos próximos passos da diplomacia turca. É observar o fôlego dos grupos terroristas em campo e a política de fronteira da Turquia. Se isso de fato ocorrer, a guerra na Síria poderá estar perto do fim. Saudosista do poder do Império Otomano, daqui para frente Erdogan tende a adotar um personalismo composto por traços imperialistas do xá da Pérsia, Reza Pahlevi, e pelo totalitarismo soviético de Joseph Stálin. Nisso tudo, a democracia turca, no leito de morte, será, convenientemente, sacrificada.
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STF proíbe municípios de cobrarem taxa de combate a incêndios
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quarta-feira (24), proibir os municípios de cobrarem taxa de incêndio. A decisão tem repercussão geral, ou seja, deverá ser seguida por todas as prefeituras. A taxa é paga por contribuintes que utilizam edificações para exercer atividades de comércio, indústria e prestação de serviços, e varia de acordo com o grau de risco de incêndio na edificação. De acordo com o ministro Marco Aurélio Mello, relator do caso, os contribuintes poderão inclusive pedir à Justiça ressarcimento por valores pagos nos últimos cinco anos. A decisão foi tomada a partir de um recurso da cidade de São Paulo contra a decisão de um tribunal estadual, que havia decidido pelo fim da cobrança da taxa. A avaliação dos ministros que votaram contra a taxa –o placar foi 6 a 4– é de que as cidades não podem cobrar por um serviço de segurança pública, que é de responsabilidade dos Estados. Além de Mello, votaram contra a taxa os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Edson Fachin. A favor da cobrança, se posicionaram os ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Luis Fux e Dias Toffoli.
cotidiano
STF proíbe municípios de cobrarem taxa de combate a incêndiosO STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quarta-feira (24), proibir os municípios de cobrarem taxa de incêndio. A decisão tem repercussão geral, ou seja, deverá ser seguida por todas as prefeituras. A taxa é paga por contribuintes que utilizam edificações para exercer atividades de comércio, indústria e prestação de serviços, e varia de acordo com o grau de risco de incêndio na edificação. De acordo com o ministro Marco Aurélio Mello, relator do caso, os contribuintes poderão inclusive pedir à Justiça ressarcimento por valores pagos nos últimos cinco anos. A decisão foi tomada a partir de um recurso da cidade de São Paulo contra a decisão de um tribunal estadual, que havia decidido pelo fim da cobrança da taxa. A avaliação dos ministros que votaram contra a taxa –o placar foi 6 a 4– é de que as cidades não podem cobrar por um serviço de segurança pública, que é de responsabilidade dos Estados. Além de Mello, votaram contra a taxa os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Edson Fachin. A favor da cobrança, se posicionaram os ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Luis Fux e Dias Toffoli.
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Greve de motoristas de ônibus continua em Sorocaba, em SP
Sem acordo, motoristas e cobradores de ônibus de Sorocaba (99 km de São Paulo) continuam a greve iniciada no dia 22 de junho. O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou, na sexta-feira (07), a operação de 70% da frota nos horários de maior movimento e 50% nos demais horários. Também devem permanecer ligados os equipamentos de monitoramento GPS e câmeras dos ônibus. O sindicato dos trabalhadores afirma que a decisão da justiça está sendo cumprida. A greve foi suspensa duas vezes pela categoria para negociação. A Justiça atendeu parte das reivindicações, entre elas, reajuste salarial de 4% a partir de maio. Os trabalhadores pedem outros benefícios, como aumento do valor do vale-refeição e ampliação da Participação nos Lucros e Resultados. Segundo o sindicato, a greve pode durar até o julgamento do dissídio coletivo pela Justiça, marcado para o dia 9 de agosto. Cerca de 120 mil pessoas utilizam o transporte coletivo nas zonas sul e norte da cidade.
cotidiano
Greve de motoristas de ônibus continua em Sorocaba, em SPSem acordo, motoristas e cobradores de ônibus de Sorocaba (99 km de São Paulo) continuam a greve iniciada no dia 22 de junho. O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou, na sexta-feira (07), a operação de 70% da frota nos horários de maior movimento e 50% nos demais horários. Também devem permanecer ligados os equipamentos de monitoramento GPS e câmeras dos ônibus. O sindicato dos trabalhadores afirma que a decisão da justiça está sendo cumprida. A greve foi suspensa duas vezes pela categoria para negociação. A Justiça atendeu parte das reivindicações, entre elas, reajuste salarial de 4% a partir de maio. Os trabalhadores pedem outros benefícios, como aumento do valor do vale-refeição e ampliação da Participação nos Lucros e Resultados. Segundo o sindicato, a greve pode durar até o julgamento do dissídio coletivo pela Justiça, marcado para o dia 9 de agosto. Cerca de 120 mil pessoas utilizam o transporte coletivo nas zonas sul e norte da cidade.
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Após derrota na ONU, Israel convoca embaixador americano
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, convocou neste domingo (25) o embaixador americano em Tel Aviv, Daniel Shapiro, para tratar da abstenção inédita dos Estados Unidos em votação do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) que contrariou Israel. A convocação do embaixador é vista como uma espécie de reprimenda nas relações diplomáticas entre países. Aprovada por unanimidade na sexta (23), uma nova resolução do conselho condenou os assentamentos israelenses em territórios palestinos, afirmou que eles não têm validade legal e exigiu que Israel ponha fim à construção de novas colônias. Foi a primeira vez em quase oito anos que o órgão das Nações Unidas se manifestou sobre as questões Israel-Palestina. A abstenção dos EUA, aliados históricos de Israel, possibilitou o resultado da votação. Por serem um dos cinco membros permanentes do conselho –juntamente com China, Rússia, Reino Unido e França–, os americanos têm poder de veto. Também foram convocados por Netanyahu os representantes de 10 dos 14 países que votaram a favor da resolução e mantêm embaixadas em Israel: Reino Unido, China, Rússia, França, Egito, Japão, Uruguai, Espanha, Ucrânia e Nova Zelândia. Não é usual a convocação no dia de Natal. Além de criticar a resolução e prometer reavaliar as relações de Israel com a ONU, Netanyahu acusou a administração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de articular o resultado da votação da sexta. "De acordo com a nossa informação, não temos dúvida de que o governo Obama iniciou, apoiou, coordenou a redação e demandou que fosse aprovada", disse o primeiro-ministro israelense sobre a resolução. A Casa Branca tem negado as acusações. De acordo com um oficial do governo israelense, Netanyahu ordenou que ministros se abstenham de viajar ou encontrar-se com autoridades de outros países do Conselho de Segurança. A nova postura será adotada até a posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
mundo
Após derrota na ONU, Israel convoca embaixador americanoO primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, convocou neste domingo (25) o embaixador americano em Tel Aviv, Daniel Shapiro, para tratar da abstenção inédita dos Estados Unidos em votação do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) que contrariou Israel. A convocação do embaixador é vista como uma espécie de reprimenda nas relações diplomáticas entre países. Aprovada por unanimidade na sexta (23), uma nova resolução do conselho condenou os assentamentos israelenses em territórios palestinos, afirmou que eles não têm validade legal e exigiu que Israel ponha fim à construção de novas colônias. Foi a primeira vez em quase oito anos que o órgão das Nações Unidas se manifestou sobre as questões Israel-Palestina. A abstenção dos EUA, aliados históricos de Israel, possibilitou o resultado da votação. Por serem um dos cinco membros permanentes do conselho –juntamente com China, Rússia, Reino Unido e França–, os americanos têm poder de veto. Também foram convocados por Netanyahu os representantes de 10 dos 14 países que votaram a favor da resolução e mantêm embaixadas em Israel: Reino Unido, China, Rússia, França, Egito, Japão, Uruguai, Espanha, Ucrânia e Nova Zelândia. Não é usual a convocação no dia de Natal. Além de criticar a resolução e prometer reavaliar as relações de Israel com a ONU, Netanyahu acusou a administração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de articular o resultado da votação da sexta. "De acordo com a nossa informação, não temos dúvida de que o governo Obama iniciou, apoiou, coordenou a redação e demandou que fosse aprovada", disse o primeiro-ministro israelense sobre a resolução. A Casa Branca tem negado as acusações. De acordo com um oficial do governo israelense, Netanyahu ordenou que ministros se abstenham de viajar ou encontrar-se com autoridades de outros países do Conselho de Segurança. A nova postura será adotada até a posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
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Intenção de nomear Lula ministro para interferir na Justiça é cristalina, diz leitor
Leitores comentam a nomeação do ex-presidente Lula, investigado pela operação Lava Jato, como ministro da Casa Civil. * Com Dilma dizendo de viva voz para Lula usar termo de posse em caso de necessidade, fica cristalina a intenção dela de nomear Lula ministro para interferir no curso da Justiça. E agora, Supremo Tribunal Federal, como ficamos? Ronaldo Gomes Ferraz (Rio de Janeiro, RJ) * Motivo de imensa vergonha –para quem a tem– é o despautério de um governo que coloca um ex-presidente, alvo de investigações, em um "superministério". Em países sérios, se uma pessoa é alvo de suspeitas fundadas e está sob investigação, afasta-se ou é afastada do governo. Quem é alvo de investigação não vai para o governo. No Brasil, ocorre o contrário. A nomeação provoca ainda uma espécie de saia justa no STF: se Lula escapou do juiz Sergio Moro para ser julgado pelo Supremo, isso significa que a suprema corte seria mais indulgente, menos dura com ele? Christina Pinheiro (São Paulo, SP) * A nomeação de Lula como ministro não é admissão de culpa, como a imprensa tenta impor em suas análises enviesadas e desesperadas. É a garantia de uma investigação justa e imparcial no STF, além do circo midiático e de vazamentos seletivos que virou a Operação Lava Jato e o Ministério Público paulista. O STF não pode ser acusado de proteger petistas depois do julgamento do mensalão. Além do mais, seria a chance de o governo recuperar apoio popular e no Congresso para aprovar as reformas necessárias para que o país saia da crise. Afinal não é isso o que todos desejam? Suely Rezende Penha, professora (Campinas, SP) * A nomeação de Lula para integrar um ministério no governo Dilma desafia, de forma prepotente e temerária, os sentimentos de perplexidade da sociedade brasileira, que transpiram abundantemente por vários canais de comunicação. As garantias da constitucionalidade e do Estado democrático de Direito podem ser transformados nisso, mas, decididamente, não são isso. Marcelo Gomes Jorge Feres (Rio de Janeiro, RJ) * Era só o que faltava para esculhambar a economia do país de vez, dadas as ideias de Lula para a área. Agora é terra arrasada de fim de governo desesperado. Rafael Alberti Cesa (Caxias do Sul, RS) * Espero que as minhas idas às manifestações na avenida Paulista, especialmente à do domingo passado (13), não tenham sido em vão. Os pedidos das ruas focavam o combate à corrupção, o impedimento de Dilma e a prisão de Lula. Que essa manobra do governo federal para blindar Lula e manter a sua base aliada no Congresso não tenha efeito. Luiz Alberto M. C. Barros (Guaratinguetá, SP) PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Intenção de nomear Lula ministro para interferir na Justiça é cristalina, diz leitorLeitores comentam a nomeação do ex-presidente Lula, investigado pela operação Lava Jato, como ministro da Casa Civil. * Com Dilma dizendo de viva voz para Lula usar termo de posse em caso de necessidade, fica cristalina a intenção dela de nomear Lula ministro para interferir no curso da Justiça. E agora, Supremo Tribunal Federal, como ficamos? Ronaldo Gomes Ferraz (Rio de Janeiro, RJ) * Motivo de imensa vergonha –para quem a tem– é o despautério de um governo que coloca um ex-presidente, alvo de investigações, em um "superministério". Em países sérios, se uma pessoa é alvo de suspeitas fundadas e está sob investigação, afasta-se ou é afastada do governo. Quem é alvo de investigação não vai para o governo. No Brasil, ocorre o contrário. A nomeação provoca ainda uma espécie de saia justa no STF: se Lula escapou do juiz Sergio Moro para ser julgado pelo Supremo, isso significa que a suprema corte seria mais indulgente, menos dura com ele? Christina Pinheiro (São Paulo, SP) * A nomeação de Lula como ministro não é admissão de culpa, como a imprensa tenta impor em suas análises enviesadas e desesperadas. É a garantia de uma investigação justa e imparcial no STF, além do circo midiático e de vazamentos seletivos que virou a Operação Lava Jato e o Ministério Público paulista. O STF não pode ser acusado de proteger petistas depois do julgamento do mensalão. Além do mais, seria a chance de o governo recuperar apoio popular e no Congresso para aprovar as reformas necessárias para que o país saia da crise. Afinal não é isso o que todos desejam? Suely Rezende Penha, professora (Campinas, SP) * A nomeação de Lula para integrar um ministério no governo Dilma desafia, de forma prepotente e temerária, os sentimentos de perplexidade da sociedade brasileira, que transpiram abundantemente por vários canais de comunicação. As garantias da constitucionalidade e do Estado democrático de Direito podem ser transformados nisso, mas, decididamente, não são isso. Marcelo Gomes Jorge Feres (Rio de Janeiro, RJ) * Era só o que faltava para esculhambar a economia do país de vez, dadas as ideias de Lula para a área. Agora é terra arrasada de fim de governo desesperado. Rafael Alberti Cesa (Caxias do Sul, RS) * Espero que as minhas idas às manifestações na avenida Paulista, especialmente à do domingo passado (13), não tenham sido em vão. Os pedidos das ruas focavam o combate à corrupção, o impedimento de Dilma e a prisão de Lula. Que essa manobra do governo federal para blindar Lula e manter a sua base aliada no Congresso não tenha efeito. Luiz Alberto M. C. Barros (Guaratinguetá, SP) PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Posseiro teme voltar a local da chacina no Mato Grosso
O local da chacina, em disputa entre posseiros e grileiros, é separada da agrovila pelo igarapé Pardo. Em dias secos, como o que a Folha esteve, é possível cruzá-lo a pé com a água na cintura. Mas basta uma chuva mais forte para deixá-lo intransponível. No dia seguinte à visita da reportagem, uma tempestade derrubou árvores sobre a estrada de 10 km entre a vila e o rio, que os posseiros percorrem em motos remendadas. Os peritos da Polícia Civil, de barco, levaram 3h para alcançar o mesmo ponto onde a Folha precisou de 1h. O rio que demarca o conflito também salvou vidas. Moradores relatam que, por causa do nível alto do Pardo, 11 posseiros desistiram de atravessá-lo. Segundo os moradores, os assassinos não pouparam ninguém que encontraram na área disputada. Nenhum morador permaneceu no palco da chacina. Nos locais onde foram achados os corpos, roupas ensanguentadas ainda exalavam forte cheiro. Um dos que escaparam foi o posseiro Abenis Pedro de Luna, 59. Com 101 hectares na área em disputa, ele costuma passar a maior parte do tempo ali, mas no dia do massacre estava na terra de um amigo. "Agradeço muito o Tonho aqui, porque senão hoje eu estava frito", diz Luna, que desde outubro de 2014 passou a morar na agrovila, depois que encapuzados incendiaram todos os barracos da linha (estrada) 15, que atravessa a área em litígio. Foi ao longo da via que ocorreram os assassinatos. Luna é um dos mais antigos de Taquaruçu do Norte. Chegou em 2011, depois de trabalhar anos em serrarias, o que lhe decepou um dedo e o impede de fechar uma das mãos. Filho de agricultores, separado e pai, disse que essa é a sua primeira terra, onde planta em cerca de 3 hectares –o restante é floresta. Um dos poucos posseiros ainda no local, disse que não sabe o que fará. "Quem vai lá agora? Eu não tenho coragem."
poder
Posseiro teme voltar a local da chacina no Mato GrossoO local da chacina, em disputa entre posseiros e grileiros, é separada da agrovila pelo igarapé Pardo. Em dias secos, como o que a Folha esteve, é possível cruzá-lo a pé com a água na cintura. Mas basta uma chuva mais forte para deixá-lo intransponível. No dia seguinte à visita da reportagem, uma tempestade derrubou árvores sobre a estrada de 10 km entre a vila e o rio, que os posseiros percorrem em motos remendadas. Os peritos da Polícia Civil, de barco, levaram 3h para alcançar o mesmo ponto onde a Folha precisou de 1h. O rio que demarca o conflito também salvou vidas. Moradores relatam que, por causa do nível alto do Pardo, 11 posseiros desistiram de atravessá-lo. Segundo os moradores, os assassinos não pouparam ninguém que encontraram na área disputada. Nenhum morador permaneceu no palco da chacina. Nos locais onde foram achados os corpos, roupas ensanguentadas ainda exalavam forte cheiro. Um dos que escaparam foi o posseiro Abenis Pedro de Luna, 59. Com 101 hectares na área em disputa, ele costuma passar a maior parte do tempo ali, mas no dia do massacre estava na terra de um amigo. "Agradeço muito o Tonho aqui, porque senão hoje eu estava frito", diz Luna, que desde outubro de 2014 passou a morar na agrovila, depois que encapuzados incendiaram todos os barracos da linha (estrada) 15, que atravessa a área em litígio. Foi ao longo da via que ocorreram os assassinatos. Luna é um dos mais antigos de Taquaruçu do Norte. Chegou em 2011, depois de trabalhar anos em serrarias, o que lhe decepou um dedo e o impede de fechar uma das mãos. Filho de agricultores, separado e pai, disse que essa é a sua primeira terra, onde planta em cerca de 3 hectares –o restante é floresta. Um dos poucos posseiros ainda no local, disse que não sabe o que fará. "Quem vai lá agora? Eu não tenho coragem."
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Correspondente veterano da CBS morre em acidente de carro em NY
O jornalista americano Bob Simon, correspondente veterano da emissora CBS e integrante da equipe do programa "60 Minutes" desde 1996, morreu na noite desta quarta-feira (11) após se envolver em um acidente de carro em Nova York. Bob, 73, estava em um táxi que se chocou com um Mercedes na West Side Highway, em Manhattan. Segundo a imprensa local, bombeiros tiveram de cortar o teto do carro para retirar o jornalista e o motorista do veículo. Simon foi levado ao hospital St. Luke's-Roosevelt, onde sua morte oi confirmada. O taxista, segundo a polícia, teria sofrido um ataque cardíaco pouco antes do acidente. Não há informações sobre seu estado de saúde. Já o motorista do Mercedes saiu ileso da batida. O premiado jornalista, ganhador de 27 Emmys, cobriu em suas cinco décadas de carreira os principais conflitos internacionais ocorridos desde os anos 1960 até hoje. Simon começou na "CBS News", em 1967, como repórter na cidade de Nova York. Dez anos depois, foi enviado ao escritório da emissora em Tel Aviv (Israel) e, posteriormente, a Washington, como correspondente no Departamento de Estado. Uma das principais coberturas que fez foi em Saigon (atualmente Ho Chi Minh) durante a Guerra do Vietnã, que lhe rendeu o prêmio Overseas Press Club Award para a melhor reportagem sobre o final do conflito. Simon também cobriu a violência na Irlanda do Norte, e suas reportagens o levaram a lugares como Portugal, Chipre, Golfo Pérsico, Iugoslávia, Somália e Haiti. Seu último trabalho para o "60 Minutes" foi uma entrevista exibida no fim de semana passado com Ava Duvernay, a diretora do filme "Selma", indicada ao Oscar.
ilustrada
Correspondente veterano da CBS morre em acidente de carro em NYO jornalista americano Bob Simon, correspondente veterano da emissora CBS e integrante da equipe do programa "60 Minutes" desde 1996, morreu na noite desta quarta-feira (11) após se envolver em um acidente de carro em Nova York. Bob, 73, estava em um táxi que se chocou com um Mercedes na West Side Highway, em Manhattan. Segundo a imprensa local, bombeiros tiveram de cortar o teto do carro para retirar o jornalista e o motorista do veículo. Simon foi levado ao hospital St. Luke's-Roosevelt, onde sua morte oi confirmada. O taxista, segundo a polícia, teria sofrido um ataque cardíaco pouco antes do acidente. Não há informações sobre seu estado de saúde. Já o motorista do Mercedes saiu ileso da batida. O premiado jornalista, ganhador de 27 Emmys, cobriu em suas cinco décadas de carreira os principais conflitos internacionais ocorridos desde os anos 1960 até hoje. Simon começou na "CBS News", em 1967, como repórter na cidade de Nova York. Dez anos depois, foi enviado ao escritório da emissora em Tel Aviv (Israel) e, posteriormente, a Washington, como correspondente no Departamento de Estado. Uma das principais coberturas que fez foi em Saigon (atualmente Ho Chi Minh) durante a Guerra do Vietnã, que lhe rendeu o prêmio Overseas Press Club Award para a melhor reportagem sobre o final do conflito. Simon também cobriu a violência na Irlanda do Norte, e suas reportagens o levaram a lugares como Portugal, Chipre, Golfo Pérsico, Iugoslávia, Somália e Haiti. Seu último trabalho para o "60 Minutes" foi uma entrevista exibida no fim de semana passado com Ava Duvernay, a diretora do filme "Selma", indicada ao Oscar.
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'Se queremos 'Fora, Temer', como vamos eleger alguém dele em São Paulo?', diz Lula
THAIS ARBEX DE SÃO PAULO Na tentativa de alavancar a campanha à reeleição do prefeito Fernando Haddad (PT), estagnado nas pesquisas eleitorais, o PT decidiu nacionalizar a disputa municipal, relacionando os adversários do petista pela Prefeitura de São Paulo ao presidente Michel Temer (PMDB). Nesta sexta-feira (9), durante ato na Quadra dos Bancários, no centro da cidade, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o porta-voz da nova estratégia contra Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB) e João Doria (PSDB). "A Marta, o Doria e o Russomanno representam exatamente aquela maioria no Senado que votou pelo impeachment da companheira Dilma. Se a gente está na rua fazendo passeata e gritando "Fora, Temer", a gente não pode colocar alguém dele para ser prefeito aqui na cidade de São Paulo. Não é possível", disse Lula. No mesmo dia em que o Datafolha mostrou que Haddad com 9% das intenções de votos, mantendo o empate técnico com Luiza Erundina, com 7%, o ex-presidente afirmou que a deputada federal do PSOL e o prefeito são "as únicas candidaturas em São Paulo que não têm nada a ver com o golpe dado na Dilma". Embora a principal preocupação do PT seja a de desidratar a campanha de Marta Suplicy, que tem absorvido o voto da periferia, tradicionalmente petista, Lula usou parte de seu discurso para atacar o candidato do PSDB, João Doria, ironizando o patrimônio do tucano. "Imagina o povo que foi induzido pela imprensa a não gostar de mim porque a minha mulher comprou um cisne para o meu filho e vai votar no Doria que mora numa casa que vale 10 milhões de cisnes. E que aparece nos debates da televisão sem gravata, como se fosse uma pessoa humilde do povo. Só aquele casaco dele daria para comprar os dois cisnes da Marisa e os dois barquinhos que ela tem", disse o ex-presidente, lembrando do barco que sua mulher, Marisa Letícia, comprou para usar no sítio em Atibaia, que segundo as investigações da operação Lava Jato pertence a Lula. Lula fez ainda uma cobrança pública a Haddad, pedindo que o prefeito se licencie do cargo para se dedicar à campanha eleitoral. "Estou enchendo o saco do Haddad: peça licença da Prefeitura e comece às 6h da manhã", disse. "Quem sabe o que fez nessa cidade é ele, então ele tem a obrigação política de tentar mostrar ao povo que se ele não voltar, o povo vai perder tudo o que foi feito nesta cidade." O ex-presidente lembrou ainda que o candidato petista não pode ser substituído nas ruas para pedir votos. "Portanto, querido companheiro Haddad, não tem jeito: se o Corinthians quiser marcar um gol, tem ser com um jogador do Corinthians e não do Palmeiras. Só tem uma pessoa capaz de convencer esse povo a te reeleger prefeito de São Paulo: é você", disse Lula. Haddad usou seu discurso para criticar a proposta do governo Temer de incluir na reforma trabalhista a possibilidade de contratação por produtividade ou por horas trabalhadas. Com adesivo "Fora, Temer/ Fica, Haddad" colado no paletó, o prefeito afirmou que o governo Temer "mais do que trair a presidente Dilma, está traindo os compromissos com a classe trabalhadora". "A todo momento é um susto nos jornais, a cada dia é uma notícia diferente e pior do que a do dia anterior. O que significa dizer que o que está em jogo em São Paulo é a manutenção do projeto que a gente representa, que efetivamente mudou a vida das pessoas", afirmou Haddad. O presidente do PT, Rui Falcão, também usou sua fala para afirmar que "os problemas nacionais também passam pela eleição de São Paulo". "Os candidatos que estão momentaneamente aparecendo na frente nas pesquisas querem reduzir os direitos dos trabalhadores", disse.
poder
'Se queremos 'Fora, Temer', como vamos eleger alguém dele em São Paulo?', diz LulaTHAIS ARBEX DE SÃO PAULO Na tentativa de alavancar a campanha à reeleição do prefeito Fernando Haddad (PT), estagnado nas pesquisas eleitorais, o PT decidiu nacionalizar a disputa municipal, relacionando os adversários do petista pela Prefeitura de São Paulo ao presidente Michel Temer (PMDB). Nesta sexta-feira (9), durante ato na Quadra dos Bancários, no centro da cidade, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o porta-voz da nova estratégia contra Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB) e João Doria (PSDB). "A Marta, o Doria e o Russomanno representam exatamente aquela maioria no Senado que votou pelo impeachment da companheira Dilma. Se a gente está na rua fazendo passeata e gritando "Fora, Temer", a gente não pode colocar alguém dele para ser prefeito aqui na cidade de São Paulo. Não é possível", disse Lula. No mesmo dia em que o Datafolha mostrou que Haddad com 9% das intenções de votos, mantendo o empate técnico com Luiza Erundina, com 7%, o ex-presidente afirmou que a deputada federal do PSOL e o prefeito são "as únicas candidaturas em São Paulo que não têm nada a ver com o golpe dado na Dilma". Embora a principal preocupação do PT seja a de desidratar a campanha de Marta Suplicy, que tem absorvido o voto da periferia, tradicionalmente petista, Lula usou parte de seu discurso para atacar o candidato do PSDB, João Doria, ironizando o patrimônio do tucano. "Imagina o povo que foi induzido pela imprensa a não gostar de mim porque a minha mulher comprou um cisne para o meu filho e vai votar no Doria que mora numa casa que vale 10 milhões de cisnes. E que aparece nos debates da televisão sem gravata, como se fosse uma pessoa humilde do povo. Só aquele casaco dele daria para comprar os dois cisnes da Marisa e os dois barquinhos que ela tem", disse o ex-presidente, lembrando do barco que sua mulher, Marisa Letícia, comprou para usar no sítio em Atibaia, que segundo as investigações da operação Lava Jato pertence a Lula. Lula fez ainda uma cobrança pública a Haddad, pedindo que o prefeito se licencie do cargo para se dedicar à campanha eleitoral. "Estou enchendo o saco do Haddad: peça licença da Prefeitura e comece às 6h da manhã", disse. "Quem sabe o que fez nessa cidade é ele, então ele tem a obrigação política de tentar mostrar ao povo que se ele não voltar, o povo vai perder tudo o que foi feito nesta cidade." O ex-presidente lembrou ainda que o candidato petista não pode ser substituído nas ruas para pedir votos. "Portanto, querido companheiro Haddad, não tem jeito: se o Corinthians quiser marcar um gol, tem ser com um jogador do Corinthians e não do Palmeiras. Só tem uma pessoa capaz de convencer esse povo a te reeleger prefeito de São Paulo: é você", disse Lula. Haddad usou seu discurso para criticar a proposta do governo Temer de incluir na reforma trabalhista a possibilidade de contratação por produtividade ou por horas trabalhadas. Com adesivo "Fora, Temer/ Fica, Haddad" colado no paletó, o prefeito afirmou que o governo Temer "mais do que trair a presidente Dilma, está traindo os compromissos com a classe trabalhadora". "A todo momento é um susto nos jornais, a cada dia é uma notícia diferente e pior do que a do dia anterior. O que significa dizer que o que está em jogo em São Paulo é a manutenção do projeto que a gente representa, que efetivamente mudou a vida das pessoas", afirmou Haddad. O presidente do PT, Rui Falcão, também usou sua fala para afirmar que "os problemas nacionais também passam pela eleição de São Paulo". "Os candidatos que estão momentaneamente aparecendo na frente nas pesquisas querem reduzir os direitos dos trabalhadores", disse.
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Após derrota, Muricy reconhece que time ainda não fez um bom jogo no ano
Com o olhar voltado para o chão, a voz rouca e respostas curtas, o técnico Muricy Ramalho não encontrou justificativas para a derrota do São Paulo por 3 a 0 para o Palmeiras, na casa rival. O treinador limitou-se a dizer que o time "não está jogando bem" e está devendo "resultados" na temporada. Muricy revelou que já teve até uma conversa dura com o elenco. "A verdade é que o time tem de dar resultado e não está dando. Já tive essa conversa mais dura com o elenco, como tem de ser, mas não adiantou", disse o treinador. Questionado se falta os jogadores ficarem mais indignados após apresentações ruins, o treinador concordou com o jornalista. Só não concordou com a pergunta de se "é hora de chutar a porta". "A gente tem ficar mais bravo depois de jogos assim. É claro que os jogadores não ficaram satisfeitos, todos são profissionais. Não tem isso de chutar a porta. Não vai adiantar muita coisa." Veja vídeo 'FORA MURICY' Alguns torcedores do São Paulo que foram ao estádio palmeirense chegaram a pedir a saída do treinador. Muricy encarou o protesto com naturalidade. "O time não está dando resultado", justificou. "Não tenho nada a reclamar. Não é nada injusto. É até uma [manifestação] sincera", minimizou. "A verdade é que não podemos jogar assim. Não fizemos uma boa partida na temporada. Contra o San Lorenzo [na quarta, dia 18] não jogamos bem, mas brigamos até o final. É muito pouco para um time desse tamanho", disse Muricy.
esporte
Após derrota, Muricy reconhece que time ainda não fez um bom jogo no anoCom o olhar voltado para o chão, a voz rouca e respostas curtas, o técnico Muricy Ramalho não encontrou justificativas para a derrota do São Paulo por 3 a 0 para o Palmeiras, na casa rival. O treinador limitou-se a dizer que o time "não está jogando bem" e está devendo "resultados" na temporada. Muricy revelou que já teve até uma conversa dura com o elenco. "A verdade é que o time tem de dar resultado e não está dando. Já tive essa conversa mais dura com o elenco, como tem de ser, mas não adiantou", disse o treinador. Questionado se falta os jogadores ficarem mais indignados após apresentações ruins, o treinador concordou com o jornalista. Só não concordou com a pergunta de se "é hora de chutar a porta". "A gente tem ficar mais bravo depois de jogos assim. É claro que os jogadores não ficaram satisfeitos, todos são profissionais. Não tem isso de chutar a porta. Não vai adiantar muita coisa." Veja vídeo 'FORA MURICY' Alguns torcedores do São Paulo que foram ao estádio palmeirense chegaram a pedir a saída do treinador. Muricy encarou o protesto com naturalidade. "O time não está dando resultado", justificou. "Não tenho nada a reclamar. Não é nada injusto. É até uma [manifestação] sincera", minimizou. "A verdade é que não podemos jogar assim. Não fizemos uma boa partida na temporada. Contra o San Lorenzo [na quarta, dia 18] não jogamos bem, mas brigamos até o final. É muito pouco para um time desse tamanho", disse Muricy.
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Fluxo de crianças desacompanhadas na fronteira dos EUA aumenta 49%
O número de crianças desacompanhadas que cruzaram a fronteira sul dos Estados Unidos aumentou 49% no ano fiscal de 2016 em relação ao período anterior, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (17) por Jeh Johnson, secretário de Segurança Interna. De acordo com os números divulgados, entre outubro de 2015 e setembro de 2016, foram interceptadas na fronteira 59.692 crianças sem a companhia de adultos, contra 39.970 menores no ano fiscal 2014-2015. Já o número total de pessoas detidas na fronteira chegou a 408.870, um aumento de 23% em relação às 331.333 pessoas detidas no ano fiscal anterior. Este número "representa um aumento sobre o ano fiscal 2015, mas é inferior aos anos fiscais de 2014 e 2013, e uma fração do número de detenções observada de forma rotineira dos anos 1980 até 2008", afirmou Johnson em uma nota oficial. O funcionário lembrou que, "em 2014, os detidos centro-americanos na fronteira sul foram pela primeira vez mais numerosos que os detidos mexicanos. Em 2016, isso voltou a acontecer". Este aumento no número de pessoas, especialmente centro-americanos, que buscam entrar clandestinamente nos Estados Unidos, ocorre apesar do esforço feito por Washington e por seus aliados na América Central de conter este fluxo humano. Um dos fatores mais relevantes para a migração de centro-americanos é a violência urbana persistente na região.
mundo
Fluxo de crianças desacompanhadas na fronteira dos EUA aumenta 49%O número de crianças desacompanhadas que cruzaram a fronteira sul dos Estados Unidos aumentou 49% no ano fiscal de 2016 em relação ao período anterior, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (17) por Jeh Johnson, secretário de Segurança Interna. De acordo com os números divulgados, entre outubro de 2015 e setembro de 2016, foram interceptadas na fronteira 59.692 crianças sem a companhia de adultos, contra 39.970 menores no ano fiscal 2014-2015. Já o número total de pessoas detidas na fronteira chegou a 408.870, um aumento de 23% em relação às 331.333 pessoas detidas no ano fiscal anterior. Este número "representa um aumento sobre o ano fiscal 2015, mas é inferior aos anos fiscais de 2014 e 2013, e uma fração do número de detenções observada de forma rotineira dos anos 1980 até 2008", afirmou Johnson em uma nota oficial. O funcionário lembrou que, "em 2014, os detidos centro-americanos na fronteira sul foram pela primeira vez mais numerosos que os detidos mexicanos. Em 2016, isso voltou a acontecer". Este aumento no número de pessoas, especialmente centro-americanos, que buscam entrar clandestinamente nos Estados Unidos, ocorre apesar do esforço feito por Washington e por seus aliados na América Central de conter este fluxo humano. Um dos fatores mais relevantes para a migração de centro-americanos é a violência urbana persistente na região.
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Presidente do Bragantino é baleado em tentativa de assalto em São Paulo
O empresário e presidente do clube de futebol Bragantino, Marco Antônio Nassif Abi Chedid, 59, conhecido como Marquinho Chedid, foi baleado no pescoço em uma tentativa de assalto nesta quinta-feira (15). O incidente ocorreu na avenida Doutor Arnaldo, no bairro Sumaré, zona oeste de São Paulo. Ele está internado, mas não corre risco de morte. Segundo a Polícia Civil, Chedid voltava de um shopping com a namorada em um Audi R8. Ele diminuiu a velocidade por causa do trânsito, quando um homem de moto encostou ao lado do carro, quebrou o vidro do motorista e anunciou o assalto. A namorada do empresário, uma contadora de 42 anos, não ficou ferida. Ela disse em depoimento à polícia que ele se assustou, se jogando para o lado dela. De acordo com a testemunha, Chedid chutou a porta quando o criminoso atirou. O bandido fugiu sem levar nada. Após o disparo, a contadora desceu do veículo e pediu ajuda para um motorista do Uber, que levou Chedid até o hospital Samaritano. Ele passou por cirurgia para controlar o sangramento e está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). De acordo com o filho do empresário, Luiz Arthur Abi Chedid, 35, o pai está consciente. "O médico disse que por pouco não pegou uma veia fatal. Foi um milagre. A família está muito abalada", disse. A bala ainda está alojada no pescoço, e os médicos avaliam o quadro do paciente para poder retirá-la. Segundo o boletim de ocorrência, a namorada do empresário disse à polícia que ele sofria ameaça de morte. O filho disse que vai esperar as investigações para comentar o crime. Chedid foi vereador em Campinas por oito anos e cumpriu dois mandatos de deputado federal.
cotidiano
Presidente do Bragantino é baleado em tentativa de assalto em São PauloO empresário e presidente do clube de futebol Bragantino, Marco Antônio Nassif Abi Chedid, 59, conhecido como Marquinho Chedid, foi baleado no pescoço em uma tentativa de assalto nesta quinta-feira (15). O incidente ocorreu na avenida Doutor Arnaldo, no bairro Sumaré, zona oeste de São Paulo. Ele está internado, mas não corre risco de morte. Segundo a Polícia Civil, Chedid voltava de um shopping com a namorada em um Audi R8. Ele diminuiu a velocidade por causa do trânsito, quando um homem de moto encostou ao lado do carro, quebrou o vidro do motorista e anunciou o assalto. A namorada do empresário, uma contadora de 42 anos, não ficou ferida. Ela disse em depoimento à polícia que ele se assustou, se jogando para o lado dela. De acordo com a testemunha, Chedid chutou a porta quando o criminoso atirou. O bandido fugiu sem levar nada. Após o disparo, a contadora desceu do veículo e pediu ajuda para um motorista do Uber, que levou Chedid até o hospital Samaritano. Ele passou por cirurgia para controlar o sangramento e está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). De acordo com o filho do empresário, Luiz Arthur Abi Chedid, 35, o pai está consciente. "O médico disse que por pouco não pegou uma veia fatal. Foi um milagre. A família está muito abalada", disse. A bala ainda está alojada no pescoço, e os médicos avaliam o quadro do paciente para poder retirá-la. Segundo o boletim de ocorrência, a namorada do empresário disse à polícia que ele sofria ameaça de morte. O filho disse que vai esperar as investigações para comentar o crime. Chedid foi vereador em Campinas por oito anos e cumpriu dois mandatos de deputado federal.
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Percussionista Naná Vasconcelos é internado em UTI no Recife
O músico Naná Vasconcelos, 71, foi transferido neste sábado (5) na UTI do hospital Unimed III, no Recife. Ele estava na unidade médica desde segunda-feira (29), depois de ter passado mal em um show com o violoncelista Lui Coimbra em Salvador no domingo (28), informou o jornal "Diário de Pernambuco". No sábado, teve complicações e teve de ser realocado na unidade de tratamento intensivo, confirmou o hospital à Folha. Há meses o percussionista trata um câncer de pulmão, descoberto em agosto do ano passado. Apesar de doente, Naná participou da abertura do Carnaval de Recife deste ano com seus 400 batuqueiros. O também músico e amigo de Naná Zé da Flauta confirmou a internação em um post no Facebook neste domingo (6). "Nosso querido Naná está na UTI. Peço a todos um pensamento positivo. Estamos com vc Naná!", escreveu ele. Naná tinha dois shows marcados em São Paulo em março, no sábado (12) e domingo (13), com o grupo Barbatuques. A reportagem não conseguiu entrar em contato com a assessoria do Sesc Vila Mariana, onde aconteceriam as apresentações.
ilustrada
Percussionista Naná Vasconcelos é internado em UTI no RecifeO músico Naná Vasconcelos, 71, foi transferido neste sábado (5) na UTI do hospital Unimed III, no Recife. Ele estava na unidade médica desde segunda-feira (29), depois de ter passado mal em um show com o violoncelista Lui Coimbra em Salvador no domingo (28), informou o jornal "Diário de Pernambuco". No sábado, teve complicações e teve de ser realocado na unidade de tratamento intensivo, confirmou o hospital à Folha. Há meses o percussionista trata um câncer de pulmão, descoberto em agosto do ano passado. Apesar de doente, Naná participou da abertura do Carnaval de Recife deste ano com seus 400 batuqueiros. O também músico e amigo de Naná Zé da Flauta confirmou a internação em um post no Facebook neste domingo (6). "Nosso querido Naná está na UTI. Peço a todos um pensamento positivo. Estamos com vc Naná!", escreveu ele. Naná tinha dois shows marcados em São Paulo em março, no sábado (12) e domingo (13), com o grupo Barbatuques. A reportagem não conseguiu entrar em contato com a assessoria do Sesc Vila Mariana, onde aconteceriam as apresentações.
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Com gol aos 52 minutos do 2º tempo, Atlético-PR empata com o Sport
Com um gol aos 52 min do segundo tempo, o Atlético-PR empatou com o Sport, em duelo por uma vaga no G-4 do Campeonato Brasileiro. A partida, que aconteceu na manhã deste domingo (9), em uma Arena da Baixada lotada, terminou em 1 a 1. A primeira etapa foi dominada pelo Sport. O único gol da equipe saiu ainda aos 15 min, com Marlone. Ele recebeu a bola de Diego Souza e bateu no canto esquerdo do goleiro Weverton. Depois dos primeiros 45 minutos, os donos da casa voltaram em ritmo diferente. Apesar da dificuldade na finalização, foram pelo menos quatro boas chances, e os destaques foram de Walter e de Danilo Fernandes. O Atlético-PR teve maior posse de bola no segundo tempo, e o empate chegou nos acréscimos. Aos 52 min, no último lance, o zagueiro Vilches, de cabeça, deixou tudo igual na Arena da Baixada. Com o resultado, as duas equipes se mantêm na mesma posição da última rodada. O Atlético-PR, com 29 pontos, segue na quinta colocação. Já o Sport, com 30, está na quarta. As equipes ainda aguardam resultados das partidas de Palmeiras (28 pontos), São Paulo (27) e Grêmio (27), que também jogam neste domingo. Na próxima rodada, o Atlético-PR encontra o Flamengo, na quarta-feira (12). Já o Sport joga contra o Corinthians, no mesmo dia.
esporte
Com gol aos 52 minutos do 2º tempo, Atlético-PR empata com o SportCom um gol aos 52 min do segundo tempo, o Atlético-PR empatou com o Sport, em duelo por uma vaga no G-4 do Campeonato Brasileiro. A partida, que aconteceu na manhã deste domingo (9), em uma Arena da Baixada lotada, terminou em 1 a 1. A primeira etapa foi dominada pelo Sport. O único gol da equipe saiu ainda aos 15 min, com Marlone. Ele recebeu a bola de Diego Souza e bateu no canto esquerdo do goleiro Weverton. Depois dos primeiros 45 minutos, os donos da casa voltaram em ritmo diferente. Apesar da dificuldade na finalização, foram pelo menos quatro boas chances, e os destaques foram de Walter e de Danilo Fernandes. O Atlético-PR teve maior posse de bola no segundo tempo, e o empate chegou nos acréscimos. Aos 52 min, no último lance, o zagueiro Vilches, de cabeça, deixou tudo igual na Arena da Baixada. Com o resultado, as duas equipes se mantêm na mesma posição da última rodada. O Atlético-PR, com 29 pontos, segue na quinta colocação. Já o Sport, com 30, está na quarta. As equipes ainda aguardam resultados das partidas de Palmeiras (28 pontos), São Paulo (27) e Grêmio (27), que também jogam neste domingo. Na próxima rodada, o Atlético-PR encontra o Flamengo, na quarta-feira (12). Já o Sport joga contra o Corinthians, no mesmo dia.
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Filha de Trump causa polêmica ao ocupar lugar do pai em reunião no G20
A filha do presidente Donald Trump conseguiu se colocar, novamente, no centro de uma polêmica. Ivanka Trump, que também é assessora do pai na Casa Branca, sentou-se no lugar do presidente dos EUA durante a reunião de chefes de Estado e de governo do G20, em Hamburgo, neste sábado (8). Ivanka se sentou na cadeira do pai, ao lado do presidente chinês, Xi Jinping, e da primeira-ministra britânica, Theresa May, após Trump deixar a sessão de trabalho, cujo tema era parcerias sobre migração e saúde na África. O movimento causou estranhamento porque, neste tipo de situação, quem assume o lugar do presidente é geralmente um secretário (cargo ministerial) ou um alto funcionário do governo. Fotos de Ivanka sentada no lugar reservado para os chefes de Estado, feitas por pessoas presentes na reunião -que era fechada à imprensa- circularam nas redes sociais e geraram críticas. Segundo a Casa Branca, Ivanka substituiu o pai porque a área -desenvolvimento na África- é de seu interesse, já que pode ter relação com sua agenda de promoção do empreendedorismo entre as mulheres. À rede americana CBS a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, disse que Ivanka poderia estar ali. "Ela tem certos temas sobre os quais se concentra. E, quando essas coisas surgem, então é onde ela está", disse Haley. Ivanka já estava no noticiário após o Banco Mundial anunciar, neste sábado, o lançamento de um programa público-privado de crédito destinando mais de US$ 1 bilhão a empresárias de países em desenvolvimento -um projeto iniciado por ela. Trump afirmou logo depois que os EUA contribuirão com US$ 50 milhões para o fundo. Mas essa não foi a única vez que a Ivanka participou de reuniões de alto nível na cúpula do G20. Na noite de quinta (6), ela e o marido, Jared Kushner, outro assessor do Trump, juntaram-se ao presidente em uma reunião bilateral com a chanceler alemã, Angela Merkel. Kushner também participou na reunião bilateral de Trump com o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, na sexta. O papel de Ivanka no governo Trump sempre foi alvo de questionamentos. No início da gestão do pai, ela passou o controle de sua marca de roupas e acessórios para sua principal diretora, Abigail Klem, mas continuou tendo poder sobre a empresa. Mas, quando ela ainda estava à frente do seu negócio, participou de reuniões de alto nível, quando seu pai já estava eleito -como com o premiê do Japão, Shinzo Abe, em novembro. Só no fim de março é que seu papel na Casa Branca foi finalmente definido. Ela, que já havia ganho uma sala na Casa Branca junto à equipe de conselheiros políticos do pai e acesso a informações confidenciais, tornou-se então, oficialmente, uma funcionária do governo -sem receber salário.
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Filha de Trump causa polêmica ao ocupar lugar do pai em reunião no G20A filha do presidente Donald Trump conseguiu se colocar, novamente, no centro de uma polêmica. Ivanka Trump, que também é assessora do pai na Casa Branca, sentou-se no lugar do presidente dos EUA durante a reunião de chefes de Estado e de governo do G20, em Hamburgo, neste sábado (8). Ivanka se sentou na cadeira do pai, ao lado do presidente chinês, Xi Jinping, e da primeira-ministra britânica, Theresa May, após Trump deixar a sessão de trabalho, cujo tema era parcerias sobre migração e saúde na África. O movimento causou estranhamento porque, neste tipo de situação, quem assume o lugar do presidente é geralmente um secretário (cargo ministerial) ou um alto funcionário do governo. Fotos de Ivanka sentada no lugar reservado para os chefes de Estado, feitas por pessoas presentes na reunião -que era fechada à imprensa- circularam nas redes sociais e geraram críticas. Segundo a Casa Branca, Ivanka substituiu o pai porque a área -desenvolvimento na África- é de seu interesse, já que pode ter relação com sua agenda de promoção do empreendedorismo entre as mulheres. À rede americana CBS a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, disse que Ivanka poderia estar ali. "Ela tem certos temas sobre os quais se concentra. E, quando essas coisas surgem, então é onde ela está", disse Haley. Ivanka já estava no noticiário após o Banco Mundial anunciar, neste sábado, o lançamento de um programa público-privado de crédito destinando mais de US$ 1 bilhão a empresárias de países em desenvolvimento -um projeto iniciado por ela. Trump afirmou logo depois que os EUA contribuirão com US$ 50 milhões para o fundo. Mas essa não foi a única vez que a Ivanka participou de reuniões de alto nível na cúpula do G20. Na noite de quinta (6), ela e o marido, Jared Kushner, outro assessor do Trump, juntaram-se ao presidente em uma reunião bilateral com a chanceler alemã, Angela Merkel. Kushner também participou na reunião bilateral de Trump com o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, na sexta. O papel de Ivanka no governo Trump sempre foi alvo de questionamentos. No início da gestão do pai, ela passou o controle de sua marca de roupas e acessórios para sua principal diretora, Abigail Klem, mas continuou tendo poder sobre a empresa. Mas, quando ela ainda estava à frente do seu negócio, participou de reuniões de alto nível, quando seu pai já estava eleito -como com o premiê do Japão, Shinzo Abe, em novembro. Só no fim de março é que seu papel na Casa Branca foi finalmente definido. Ela, que já havia ganho uma sala na Casa Branca junto à equipe de conselheiros políticos do pai e acesso a informações confidenciais, tornou-se então, oficialmente, uma funcionária do governo -sem receber salário.
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Ex-boia-fria fundou rede de cachaçarias com lojas em 12 Estados
Dos 10 aos 17 anos, Delfino Golfeto, 64, trabalhou como boia-fria em culturas como café, amendoim e algodão. Muito antes do advento do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), atuava sem proteções para os olhos, canelas e pés. "Havia muitos acidentes. Eu mesmo cortei a perna duas vezes com podão [foice usada pelos trabalhadores boias-frias]", disse. No começo dos anos 1970, chegou a cortar cana durante seis horas seguidas, até atingir a média de colheita da época, de 5 toneladas da matéria-prima base para a produção de etanol e açúcar. "Nos anos 70, não havia a epidemia de cortadores de cana como anos depois. O corpo ficava moído", conta ele na unidade de Moema (zona sul de São Paulo) da cachaçaria Água Doce. A rede de lojas montada por ele tem 97 estabelecimentos em 12 Estados brasileiros —95 franqueados e 2 lojas próprias. O faturamento supera R$ 100 milhões. Outras quatro devem ser abertas nos próximos meses. Além da bebida que dá nome à rede, as lojas servem comida brasileira. Nos canaviais de cidades como Oriente, Quatá e Maracaí (no interior do Estado de São Paulo), onde se aproximou do mundo das usinas, Golfeto já não era boia-fria, mas gerente de lavoura. Naquela região, cortava cana para ensinar o ofício aos jovens trabalhadores rurais que começavam a chegar em peso do Nordeste. Natural de Adamantina (SP), Golfeto usou essa experiência nos canaviais para mais do que apenas garantir sua renda nos primeiros anos de trabalho. Montou pequenos engenhos de aguardente, onde precisou botar a mão no facão mais uma vez. "Não tinha jeito. Como era um negócio pequeno, tinha de participar de todos os processos, inclusive cortando cana novamente. E esse mundo da cachaça era muito marginalizado", diz ele. A primeira unidade da rede foi aberta na garagem de sua casa, em Tupã, também no interior de São Paulo. Hoje, as 97 unidades abertas geram cerca de 5.000 empregos (diretos e indiretos). O mercado nacional tem hoje, segundo ele, cerca de 5.000 rótulos de cachaça, mas apenas 900 operando regularmente. Após ter mais de 400 tipos à venda na rede de cachaçarias que fundou, reduziu o volume para as atuais cem, por motivos logísticos e financeiros —"o metro quadrado está muito caro". "Tomamos a decisão de trabalhar com as cem melhores marcas." Apesar do nome, a venda de cachaças corresponde a apenas 4% da receita do grupo de unidades. O carro-chefe da rede é a cozinha brasileira, com 60% do faturamento.
mercado
Ex-boia-fria fundou rede de cachaçarias com lojas em 12 EstadosDos 10 aos 17 anos, Delfino Golfeto, 64, trabalhou como boia-fria em culturas como café, amendoim e algodão. Muito antes do advento do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), atuava sem proteções para os olhos, canelas e pés. "Havia muitos acidentes. Eu mesmo cortei a perna duas vezes com podão [foice usada pelos trabalhadores boias-frias]", disse. No começo dos anos 1970, chegou a cortar cana durante seis horas seguidas, até atingir a média de colheita da época, de 5 toneladas da matéria-prima base para a produção de etanol e açúcar. "Nos anos 70, não havia a epidemia de cortadores de cana como anos depois. O corpo ficava moído", conta ele na unidade de Moema (zona sul de São Paulo) da cachaçaria Água Doce. A rede de lojas montada por ele tem 97 estabelecimentos em 12 Estados brasileiros —95 franqueados e 2 lojas próprias. O faturamento supera R$ 100 milhões. Outras quatro devem ser abertas nos próximos meses. Além da bebida que dá nome à rede, as lojas servem comida brasileira. Nos canaviais de cidades como Oriente, Quatá e Maracaí (no interior do Estado de São Paulo), onde se aproximou do mundo das usinas, Golfeto já não era boia-fria, mas gerente de lavoura. Naquela região, cortava cana para ensinar o ofício aos jovens trabalhadores rurais que começavam a chegar em peso do Nordeste. Natural de Adamantina (SP), Golfeto usou essa experiência nos canaviais para mais do que apenas garantir sua renda nos primeiros anos de trabalho. Montou pequenos engenhos de aguardente, onde precisou botar a mão no facão mais uma vez. "Não tinha jeito. Como era um negócio pequeno, tinha de participar de todos os processos, inclusive cortando cana novamente. E esse mundo da cachaça era muito marginalizado", diz ele. A primeira unidade da rede foi aberta na garagem de sua casa, em Tupã, também no interior de São Paulo. Hoje, as 97 unidades abertas geram cerca de 5.000 empregos (diretos e indiretos). O mercado nacional tem hoje, segundo ele, cerca de 5.000 rótulos de cachaça, mas apenas 900 operando regularmente. Após ter mais de 400 tipos à venda na rede de cachaçarias que fundou, reduziu o volume para as atuais cem, por motivos logísticos e financeiros —"o metro quadrado está muito caro". "Tomamos a decisão de trabalhar com as cem melhores marcas." Apesar do nome, a venda de cachaças corresponde a apenas 4% da receita do grupo de unidades. O carro-chefe da rede é a cozinha brasileira, com 60% do faturamento.
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Comida de rua, patinação no gelo e muita cultura agitam a festa natalina em Paris
LUCAS NEVES DE SÃO PAULO Uma viagem a Paris na época do Natal não é digna desse nome se não incluir o programa mais kitsch da temporada: uma incursão pelo marché de Noël da avenida Champs Elysées, uma feirinha hippie ubergentrificada que até 8/1 cobre cerca de 2 km do templo do consumo na capital francesa. Além de quinquilharias para decoração e suvenirs trash, os 250 microchalés enfileirados dos dois lados da via vendem iguarias detestadas por nutricionistas: crepes, tartiflettes (trombada fatal de batata, bacon e queijo, ou a melhor coisa desde o bolovo), gauffres (versão local do waffle), pães com linguiça, bombons... Não se engane. Faz frio pacas, os quitutes são caros (e quase nunca fazem jus à reputação francesa no ramo), e sai turista pelo ladrão. É mico para colocar à prova qualquer espírito natalino. Se o seu espírito estiver em outra (ou se a orgia gastronômica despertar uma "culpa fitness"), refugie-se ali perto, no Grand Palais. Construído para sediar a Exposição Universal de 1900, o colosso de aço, pedra e vidro acolhe de 14/12 a 2/1 uma pista de patinação no gelo de 2.700 m², a maior indoor do mundo. O mesmo endereço acena com boas pedidas também para os ratos de museu. Em uma de suas galerias, acontece até 15/1 uma exposição sobre o cartunista belga Hergé (1907-83), criador de "Tintin". Noutra, a fina flor da arte mexicana do século 20 pode ser apreciada até 23/1. Mas se a ideia é trocar o circuito turístico por uma rota apinhada de espécimes nativos (seres levando baguete debaixo de um braço, garrafa de Bordeaux sob a outra asa), basta se dirigir à estação Jaurès do metrô. De um lado, despontará o Brooklyn dos hipsters parisienses, um sem-fim de bistrôs, bares, restaurantes étnicos e lojas cool margeando o outrora bucólico canal Saint-Martin. Na direção oposta, a bacia de La Villette e suas simpáticas peniches (barcos de carga transformados em bares e teatros flutuantes) apontam para o canal Ourcq, que corta ao meio o parque La Villette. Nele, há museu de ciência, cinema 3D num domo geodésico, teatro, galeria de arte, sala de concertos e museu da música (com exposição sobre Beethoven até janeiro), três casas de shows, e por aí vai. É a ilustração viva do protagonismo da arte na sociedade francesa. * QUEM LEVA STB stb.com.br Tel. 3038-1551 A partir de US$ 1.631. Inclui oito noites em apto. duplo com café da manhã em Londres e Paris. VENICE TURISMO veniceturismo.com.br Tel. 3087-4747 A partir de € 625. Inclui quatro noites em apto. duplo com café da manhã e city tour. TERESA PEREZ TOURS teresaperez.com.br Tel. 3799-4000 A partir de € 1.524. Inclui quatro noites em apto. duplo com café da manhã.
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Comida de rua, patinação no gelo e muita cultura agitam a festa natalina em ParisLUCAS NEVES DE SÃO PAULO Uma viagem a Paris na época do Natal não é digna desse nome se não incluir o programa mais kitsch da temporada: uma incursão pelo marché de Noël da avenida Champs Elysées, uma feirinha hippie ubergentrificada que até 8/1 cobre cerca de 2 km do templo do consumo na capital francesa. Além de quinquilharias para decoração e suvenirs trash, os 250 microchalés enfileirados dos dois lados da via vendem iguarias detestadas por nutricionistas: crepes, tartiflettes (trombada fatal de batata, bacon e queijo, ou a melhor coisa desde o bolovo), gauffres (versão local do waffle), pães com linguiça, bombons... Não se engane. Faz frio pacas, os quitutes são caros (e quase nunca fazem jus à reputação francesa no ramo), e sai turista pelo ladrão. É mico para colocar à prova qualquer espírito natalino. Se o seu espírito estiver em outra (ou se a orgia gastronômica despertar uma "culpa fitness"), refugie-se ali perto, no Grand Palais. Construído para sediar a Exposição Universal de 1900, o colosso de aço, pedra e vidro acolhe de 14/12 a 2/1 uma pista de patinação no gelo de 2.700 m², a maior indoor do mundo. O mesmo endereço acena com boas pedidas também para os ratos de museu. Em uma de suas galerias, acontece até 15/1 uma exposição sobre o cartunista belga Hergé (1907-83), criador de "Tintin". Noutra, a fina flor da arte mexicana do século 20 pode ser apreciada até 23/1. Mas se a ideia é trocar o circuito turístico por uma rota apinhada de espécimes nativos (seres levando baguete debaixo de um braço, garrafa de Bordeaux sob a outra asa), basta se dirigir à estação Jaurès do metrô. De um lado, despontará o Brooklyn dos hipsters parisienses, um sem-fim de bistrôs, bares, restaurantes étnicos e lojas cool margeando o outrora bucólico canal Saint-Martin. Na direção oposta, a bacia de La Villette e suas simpáticas peniches (barcos de carga transformados em bares e teatros flutuantes) apontam para o canal Ourcq, que corta ao meio o parque La Villette. Nele, há museu de ciência, cinema 3D num domo geodésico, teatro, galeria de arte, sala de concertos e museu da música (com exposição sobre Beethoven até janeiro), três casas de shows, e por aí vai. É a ilustração viva do protagonismo da arte na sociedade francesa. * QUEM LEVA STB stb.com.br Tel. 3038-1551 A partir de US$ 1.631. Inclui oito noites em apto. duplo com café da manhã em Londres e Paris. VENICE TURISMO veniceturismo.com.br Tel. 3087-4747 A partir de € 625. Inclui quatro noites em apto. duplo com café da manhã e city tour. TERESA PEREZ TOURS teresaperez.com.br Tel. 3799-4000 A partir de € 1.524. Inclui quatro noites em apto. duplo com café da manhã.
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Capital do Canadá é cidade mais popular em rede social de infidelidade
Um em cada cinco habitantes de Ottawa, a capital do Canadá, disse ter se inscrito no site para adultérios Ashley Madison, fazendo de uma das capitais mais frias do mundo uma das mais quentes para relações extraconjugais -e também uma das mais vulneráveis para brechas de privacidade após hackers terem marcado o site como alvo. Piratas virtuais ameaçaram, na segunda-feira (20), vazar informações sobre cartões de crédito, fotos nuas, fantasias sexuais e nomes reais de 37 milhões de clientes do Ashley Madison no mundo todo. A mantenedora canadense do site, a Avid Life Media, disse que tinha tornado o site seguro e estava trabalhando com a polícia e a Justiça canadense para rastrear as pessoas responsáveis pelo ataque. Na terça-feira (21), a rede social de infidelidade anunciou ter suspendido a taxa de US$ 19 (cerca de R$ 60) para usuários que quisessem deletar suas contas após o ataque dos hackers. Há 189.810 usuários do Ashley Madison em Ottawa, uma cidade com população de aproximadamente 883 mil pessoas. É a capital número 1 para "namoradores" no Canadá e potencialmente a com maior número de clientes per capita do mundo, de acordo com dados anteriormente publicados pela empresa sediada em Toronto. Segundo a polícia e fontes de agências de inteligência, o ataque hacker ao Ashley Madison pode ter sido um trabalho interno, e a Avid Life também disse que está convencida de que os piratas virtuais estiveram conectados anteriormente à companhia. Assim, os hackers podem ter motivação ideológica e não comercial. Eles se referiram aos clientes do site como "traidores desprezíveis que não merecem nenhuma discrição" e podem não estar interessados em chantageá-los, ao contrário do que aconteceria no caso do envolvimento de uma organização criminosa.
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Capital do Canadá é cidade mais popular em rede social de infidelidadeUm em cada cinco habitantes de Ottawa, a capital do Canadá, disse ter se inscrito no site para adultérios Ashley Madison, fazendo de uma das capitais mais frias do mundo uma das mais quentes para relações extraconjugais -e também uma das mais vulneráveis para brechas de privacidade após hackers terem marcado o site como alvo. Piratas virtuais ameaçaram, na segunda-feira (20), vazar informações sobre cartões de crédito, fotos nuas, fantasias sexuais e nomes reais de 37 milhões de clientes do Ashley Madison no mundo todo. A mantenedora canadense do site, a Avid Life Media, disse que tinha tornado o site seguro e estava trabalhando com a polícia e a Justiça canadense para rastrear as pessoas responsáveis pelo ataque. Na terça-feira (21), a rede social de infidelidade anunciou ter suspendido a taxa de US$ 19 (cerca de R$ 60) para usuários que quisessem deletar suas contas após o ataque dos hackers. Há 189.810 usuários do Ashley Madison em Ottawa, uma cidade com população de aproximadamente 883 mil pessoas. É a capital número 1 para "namoradores" no Canadá e potencialmente a com maior número de clientes per capita do mundo, de acordo com dados anteriormente publicados pela empresa sediada em Toronto. Segundo a polícia e fontes de agências de inteligência, o ataque hacker ao Ashley Madison pode ter sido um trabalho interno, e a Avid Life também disse que está convencida de que os piratas virtuais estiveram conectados anteriormente à companhia. Assim, os hackers podem ter motivação ideológica e não comercial. Eles se referiram aos clientes do site como "traidores desprezíveis que não merecem nenhuma discrição" e podem não estar interessados em chantageá-los, ao contrário do que aconteceria no caso do envolvimento de uma organização criminosa.
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Avião de busca encontra destroços de aeronave que sumiu na Indonésia
Um avião de busca avistou os destroços de um avião de passageiros indonésio que desapareceu com 54 pessoas a bordo, informaram na noite deste domingo (manhã de segunda na Indonésia) funcionários das equipes de resgate. Inicialmente, não foi dada nenhuma informação sobre a possibilidade de haver sobreviventes do voo da companhia Trigana Air. Autoridades disseram que os destroços foram vistos a cerca de 12 quilômetros de Oksibil, onde o avião deveria pousar. O voo partiu do aeroporto de Sentani, em Jayapura, capital da província de Papua, com destino a Oksibil, ao sul. Henry Bambang Soelistyo, chefe da Agência Nacional de Busca e Salvamento, disse que equipes de salvamento estavam se preparando para tentar chegar ao local do acidente por via aérea e por terra. O diretor de Operações Aéreas da Trigana, Beni Sumaryanto, afirmou que, 30 minutos depois de saber que a aeronave havia desaparecido, a companhia enviou outro avião para vasculhar a mesma rota. Ele disse, porém, na noite de domingo (no horário local), que, devido ao mau tempo, nada havia sido encontrado. O avião que caiu, um ATR 42-300, de fabricação franco-italiana, levava 49 passageiros e cinco tripulantes. A Trigana foi colocada na lista negra de companhias da União Europeia desde 2007, pelo número de incidentes registrados. As aeronaves da empresa estão proibidas de passar pelo espaço aéreo europeu devido a preocupações sobre padrões de segurança. A empresa teve 14 sérios incidentes desde que começou a operar, em 1991.
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Avião de busca encontra destroços de aeronave que sumiu na IndonésiaUm avião de busca avistou os destroços de um avião de passageiros indonésio que desapareceu com 54 pessoas a bordo, informaram na noite deste domingo (manhã de segunda na Indonésia) funcionários das equipes de resgate. Inicialmente, não foi dada nenhuma informação sobre a possibilidade de haver sobreviventes do voo da companhia Trigana Air. Autoridades disseram que os destroços foram vistos a cerca de 12 quilômetros de Oksibil, onde o avião deveria pousar. O voo partiu do aeroporto de Sentani, em Jayapura, capital da província de Papua, com destino a Oksibil, ao sul. Henry Bambang Soelistyo, chefe da Agência Nacional de Busca e Salvamento, disse que equipes de salvamento estavam se preparando para tentar chegar ao local do acidente por via aérea e por terra. O diretor de Operações Aéreas da Trigana, Beni Sumaryanto, afirmou que, 30 minutos depois de saber que a aeronave havia desaparecido, a companhia enviou outro avião para vasculhar a mesma rota. Ele disse, porém, na noite de domingo (no horário local), que, devido ao mau tempo, nada havia sido encontrado. O avião que caiu, um ATR 42-300, de fabricação franco-italiana, levava 49 passageiros e cinco tripulantes. A Trigana foi colocada na lista negra de companhias da União Europeia desde 2007, pelo número de incidentes registrados. As aeronaves da empresa estão proibidas de passar pelo espaço aéreo europeu devido a preocupações sobre padrões de segurança. A empresa teve 14 sérios incidentes desde que começou a operar, em 1991.
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Fluminense bate o Vasco e mantém rival na lanterna; Flamengo perde
O Fluminense venceu o Vasco por 1 a 0 neste domingo (1º), afastou qualquer risco de rebaixamento e manteve o arquirrival na lanterna do campeonato, seriamente ameaçado de descenso. Gerson marcou o único gol do jogo, já nos acréscimos do primeiro tempo, ao completar cruzamento de Gustavo Scarpa, que desceu em velocidade pelo lado esquerdo. Na etapa final, o Vasco teve duas chances, mas não conseguiu empatar. Primeiro, Wellington Silva salvou em cima da linha. Na sequência, Riascos acertou a trave. O Vasco ainda perdeu uma invencibilidade de nove jogos no Brasileiro -quatro vitórias e cinco empates. Com o resultado, o time tem 30 pontos, na última colocação, a cinco pontos do primeiro time fora da zona de rebaixamento, o Avaí. Na próxima rodada o Vasco pega o Palmeiras, em São Paulo. O Fluminense está em 12º lugar, com 43 pontos. GUERRERO EXPULSO Em Porto Alegre, o Grêmio derrotou o Flamengo por 2 a 0 em sua arena, se manteve em terceiro lugar no campeonato e aprofundou a crise no rival carioca. Com a vitória, o Grêmio foi a 59 pontos e ficou a apenas três do Atlético-MG, o vice-líder, que foi derrotado pelo Corinthians por 3 a 0 em Belo Horizonte neste domingo. O Flamengo caiu da 10ª para a 11ª posição, com 44 pontos, e praticamente deu adeus à possibilidade de ficar entre os quatro primeiros que vão à Libertadores -o quarto colocado é o Santos, com 53. O atacante Guerrero foi expulso por reclamação após fazer uma falta em Moisés.
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Fluminense bate o Vasco e mantém rival na lanterna; Flamengo perdeO Fluminense venceu o Vasco por 1 a 0 neste domingo (1º), afastou qualquer risco de rebaixamento e manteve o arquirrival na lanterna do campeonato, seriamente ameaçado de descenso. Gerson marcou o único gol do jogo, já nos acréscimos do primeiro tempo, ao completar cruzamento de Gustavo Scarpa, que desceu em velocidade pelo lado esquerdo. Na etapa final, o Vasco teve duas chances, mas não conseguiu empatar. Primeiro, Wellington Silva salvou em cima da linha. Na sequência, Riascos acertou a trave. O Vasco ainda perdeu uma invencibilidade de nove jogos no Brasileiro -quatro vitórias e cinco empates. Com o resultado, o time tem 30 pontos, na última colocação, a cinco pontos do primeiro time fora da zona de rebaixamento, o Avaí. Na próxima rodada o Vasco pega o Palmeiras, em São Paulo. O Fluminense está em 12º lugar, com 43 pontos. GUERRERO EXPULSO Em Porto Alegre, o Grêmio derrotou o Flamengo por 2 a 0 em sua arena, se manteve em terceiro lugar no campeonato e aprofundou a crise no rival carioca. Com a vitória, o Grêmio foi a 59 pontos e ficou a apenas três do Atlético-MG, o vice-líder, que foi derrotado pelo Corinthians por 3 a 0 em Belo Horizonte neste domingo. O Flamengo caiu da 10ª para a 11ª posição, com 44 pontos, e praticamente deu adeus à possibilidade de ficar entre os quatro primeiros que vão à Libertadores -o quarto colocado é o Santos, com 53. O atacante Guerrero foi expulso por reclamação após fazer uma falta em Moisés.
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Pesquisa vê relação entre '13 Reasons Why' e maior interesse por suicídio
Um estudo divulgado nesta última segunda-feira (31) em uma revista de medicina nos Estados Unidos afirma haver uma relação entre uma série de TV e o aumento do interesse por informações sobre como cometer suicídio. A equipe do médico e pesquisador John W. Ayers buscou avaliar no Google Trends o impacto causado por "13 Reasons Why", uma série de ficção centrada na descrição detalhada de uma adolescente sobre os motivos que a levaram a se matar. Em cada um dos 13 episódios, Hannah Baker (Katherine Langford) grava uma fita para as pessoas que ela considera responsáveis pelo seu ato. O desfecho (desculpe o spoiler) é exibido em detalhes no último capítulo. Baseado no best-seller de Jay Asher, publicado em 2006, "13 Reasons Why" foi muito questionada desde o lançamento. A Netflix teve o cuidado de incluir um aviso na tela, antes de três capítulos mais fortes, alertando que há cenas que o espectador pode considerar perturbadoras e "não adequadas para públicos mais jovens" por conterem "representações de violência e suicídio". A pesquisa, disponível na mais recente edição da "JAMA Internal Medicine", publicação da American Medical Association, foi realizada ao longo de apenas 19 dias, entre 31 de março, quando a Netflix colocou a série em seu catálogo, e 18 de abril. O curto trabalho de campo se explica pelo fato de que em 19 de abril foi tornado público o suposto suicídio do jogador de futebol americano Aaron Hernandez –e as pesquisas na internet sobre suicídio ganharam outro motivo forte. No período estudado, a busca em pesquisas com a frase "como se suicidar" aumentou 26%. Por outro lado, pesquisas relacionadas a "prevenção do suicídio" cresceram 23%. E a busca pelo número de telefone de apoio subiu 21%. Ayers enxerga um "efeito deletério" na série e recomenda que a Netflix remova as cenas que mostrem suicídio ou inclua, em todo episódio, o número de telefone de um equivalente brasileiro do Centro de Valorização da Vida. Em texto enviado à CNN, a Netflix não demonstrou abalo: "Nós sempre acreditamos que esta série aumentaria a discussão em torno deste assunto difícil". No documentário "13 Reasons Why: Tentando Entender os Porquês", disponível no serviço, o criador do programa, Brian Yorkey, diz: "Nos esforçamos para não ser gratuito, mas queríamos que fosse doloroso assistir porque queríamos deixar muito claro que não há nada, de forma alguma, que valha a pena no suicídio". A ideia de que o suicídio possa ocorrer por "imitação" é um tema que remonta, pelo menos, ao século 18. Atribui-se ao romance "Os Sofrimentos do Jovem Werther", de Goethe, publicado em 1774, uma onda de suicídios na Europa. Além de psiquiatras, o assunto também anima debates entre sociólogos desde o fim do século 19, quando Gabriel Tarde (1843-1904) e Émile Durkheim (1858-1917), na França, travaram uma importante polêmica a respeito. É também um assunto que assombra o jornalismo desde sempre. No estudo "Morreu na Contramão - O Suicídio como Notícia" (Zahar, 2007), Arthur Dapieve observa: "A imprensa pouco aborda a questão e, quando o faz, quase sempre obscurece o acontecimento individual atrás de uma cortina de eufemismos". Firme em sua disposição de encarar este tabu de frente, a Netflix já anunciou uma segunda temporada de "13 Reasons Why" para 2018. Trailer da série '13 Reasons Why' Trailer da série '13 Reasons Why'
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Pesquisa vê relação entre '13 Reasons Why' e maior interesse por suicídioUm estudo divulgado nesta última segunda-feira (31) em uma revista de medicina nos Estados Unidos afirma haver uma relação entre uma série de TV e o aumento do interesse por informações sobre como cometer suicídio. A equipe do médico e pesquisador John W. Ayers buscou avaliar no Google Trends o impacto causado por "13 Reasons Why", uma série de ficção centrada na descrição detalhada de uma adolescente sobre os motivos que a levaram a se matar. Em cada um dos 13 episódios, Hannah Baker (Katherine Langford) grava uma fita para as pessoas que ela considera responsáveis pelo seu ato. O desfecho (desculpe o spoiler) é exibido em detalhes no último capítulo. Baseado no best-seller de Jay Asher, publicado em 2006, "13 Reasons Why" foi muito questionada desde o lançamento. A Netflix teve o cuidado de incluir um aviso na tela, antes de três capítulos mais fortes, alertando que há cenas que o espectador pode considerar perturbadoras e "não adequadas para públicos mais jovens" por conterem "representações de violência e suicídio". A pesquisa, disponível na mais recente edição da "JAMA Internal Medicine", publicação da American Medical Association, foi realizada ao longo de apenas 19 dias, entre 31 de março, quando a Netflix colocou a série em seu catálogo, e 18 de abril. O curto trabalho de campo se explica pelo fato de que em 19 de abril foi tornado público o suposto suicídio do jogador de futebol americano Aaron Hernandez –e as pesquisas na internet sobre suicídio ganharam outro motivo forte. No período estudado, a busca em pesquisas com a frase "como se suicidar" aumentou 26%. Por outro lado, pesquisas relacionadas a "prevenção do suicídio" cresceram 23%. E a busca pelo número de telefone de apoio subiu 21%. Ayers enxerga um "efeito deletério" na série e recomenda que a Netflix remova as cenas que mostrem suicídio ou inclua, em todo episódio, o número de telefone de um equivalente brasileiro do Centro de Valorização da Vida. Em texto enviado à CNN, a Netflix não demonstrou abalo: "Nós sempre acreditamos que esta série aumentaria a discussão em torno deste assunto difícil". No documentário "13 Reasons Why: Tentando Entender os Porquês", disponível no serviço, o criador do programa, Brian Yorkey, diz: "Nos esforçamos para não ser gratuito, mas queríamos que fosse doloroso assistir porque queríamos deixar muito claro que não há nada, de forma alguma, que valha a pena no suicídio". A ideia de que o suicídio possa ocorrer por "imitação" é um tema que remonta, pelo menos, ao século 18. Atribui-se ao romance "Os Sofrimentos do Jovem Werther", de Goethe, publicado em 1774, uma onda de suicídios na Europa. Além de psiquiatras, o assunto também anima debates entre sociólogos desde o fim do século 19, quando Gabriel Tarde (1843-1904) e Émile Durkheim (1858-1917), na França, travaram uma importante polêmica a respeito. É também um assunto que assombra o jornalismo desde sempre. No estudo "Morreu na Contramão - O Suicídio como Notícia" (Zahar, 2007), Arthur Dapieve observa: "A imprensa pouco aborda a questão e, quando o faz, quase sempre obscurece o acontecimento individual atrás de uma cortina de eufemismos". Firme em sua disposição de encarar este tabu de frente, a Netflix já anunciou uma segunda temporada de "13 Reasons Why" para 2018. Trailer da série '13 Reasons Why' Trailer da série '13 Reasons Why'
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Teto dos gastos é boa ideia, apesar de previsões de dano a programas sociais
Este ano o deficit do governo será 10% do PIB. Ou controla-se o gasto. Ou impostos sobem. Ou ambos. As alternativas são calote e inflação. Parte da estratégia do governo é limitar o gasto público por lei. A Proposta de Emenda Constitucional 241, PEC do teto dos gastos, restringe o aumento do gasto primário –aquele que não conta os juros– à inflação do ano anterior. É uma camisa de força. No passado recente caímos, de novo, no canto da sereia do moto-contínuo. "Se gastar, o crescimento virá". Veio, mas foi o espetáculo do desemprego. Agora precisamos nos amarrar no mastro. Que Dilma e seu grupo afundaram o barco poucos discordam. Mas como poucas pessoas conseguiram fazer tanto dano? E as travas institucionais? E as restrições informais, como a competição política e o mercado financeiro? A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) foi insuficiente. Enquanto a sereia cantava, a LRF virava uma chacota ciclista. O mercado financeiro identificou a chacota no começo de 2013. Levou dois anos para disciplinar o governo. As agências de risco tirariam o grau de investimento somente em setembro de 2015. Credores e agências de risco nem sempre têm apetite para punir devedores oportunistas. O cidadão tem dificuldade de punir as malandragens contábeis do governo. O tema pedaladas é intrincado até para especialistas. O eleitor reelegeu Dilma, premiando a chacota. Depois que o estelionato eleitoral se materializou em recessão e desemprego, as pesquisas de opinião e o ronco da rua puniram Dilma. Não o eleitor. Por isso a PEC é uma boa ideia. Diferentemente da LRF, ela força o governante a enfrentar a restrição orçamentária por lei. Não é de graça, claro. No mundo ideal haveria flexibilidade total para fazer política fiscal anticíclica. Seria lindo ouvir o canto da sereia sem atar os braços. A PEC não é panaceia. Reformar a Previdência é ainda mais importante. Por sinal, a reforma previdenciária tornará mais crível o teto. Há o temor de que a PEC provoque cortes na área social. A sereia virou Cassandra. Mas estou otimista. Devem-se preservar os programas sociais para não castigar quem mais precisa. Há muito gasto ineficiente e injusto para cortar antes. Exemplos: subsidiar campeões nacionais; recurso para empreiteira fazer estrada com os camaradas do MPLA em Angola; desonerações atabalhoadas para o setor industrial; salários elevados para servidores públicos. Enrolada na bandeira, a sereia dizia que os gastos "adensariam" as cadeias produtivas, criando e mantendo empregos de qualidade. A ideologia misturou-se ao oportunismo para fomentar uma atividade econômica danosa: extração de rendas criadas pelo governo. A sereia é amiga do rentista. Os rentistas seguramente tentarão manter seus subsídios a todo custo. Mas quem teria coragem de cortar o Bolsa Família ou o SUS? Os programas sociais são intocáveis por razões eleitorais. Ao contrário das filigranas inexpugnáveis da lei fiscal, o eleitor identificará facilmente os cortes na área social e punirá o governante. Para isso a disciplina funciona. A PEC explicitará a carestia. O instinto de sobrevivência dos políticos evitará cortes substanciais nas áreas sociais. Perderão os verdadeiros rentistas. Mas e os outros "rentistas", os que "vivem" dos juros altos que o governo paga? Mais da metade do deficit é juros. A PEC exclui os juros. Próximo artigo.
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Teto dos gastos é boa ideia, apesar de previsões de dano a programas sociaisEste ano o deficit do governo será 10% do PIB. Ou controla-se o gasto. Ou impostos sobem. Ou ambos. As alternativas são calote e inflação. Parte da estratégia do governo é limitar o gasto público por lei. A Proposta de Emenda Constitucional 241, PEC do teto dos gastos, restringe o aumento do gasto primário –aquele que não conta os juros– à inflação do ano anterior. É uma camisa de força. No passado recente caímos, de novo, no canto da sereia do moto-contínuo. "Se gastar, o crescimento virá". Veio, mas foi o espetáculo do desemprego. Agora precisamos nos amarrar no mastro. Que Dilma e seu grupo afundaram o barco poucos discordam. Mas como poucas pessoas conseguiram fazer tanto dano? E as travas institucionais? E as restrições informais, como a competição política e o mercado financeiro? A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) foi insuficiente. Enquanto a sereia cantava, a LRF virava uma chacota ciclista. O mercado financeiro identificou a chacota no começo de 2013. Levou dois anos para disciplinar o governo. As agências de risco tirariam o grau de investimento somente em setembro de 2015. Credores e agências de risco nem sempre têm apetite para punir devedores oportunistas. O cidadão tem dificuldade de punir as malandragens contábeis do governo. O tema pedaladas é intrincado até para especialistas. O eleitor reelegeu Dilma, premiando a chacota. Depois que o estelionato eleitoral se materializou em recessão e desemprego, as pesquisas de opinião e o ronco da rua puniram Dilma. Não o eleitor. Por isso a PEC é uma boa ideia. Diferentemente da LRF, ela força o governante a enfrentar a restrição orçamentária por lei. Não é de graça, claro. No mundo ideal haveria flexibilidade total para fazer política fiscal anticíclica. Seria lindo ouvir o canto da sereia sem atar os braços. A PEC não é panaceia. Reformar a Previdência é ainda mais importante. Por sinal, a reforma previdenciária tornará mais crível o teto. Há o temor de que a PEC provoque cortes na área social. A sereia virou Cassandra. Mas estou otimista. Devem-se preservar os programas sociais para não castigar quem mais precisa. Há muito gasto ineficiente e injusto para cortar antes. Exemplos: subsidiar campeões nacionais; recurso para empreiteira fazer estrada com os camaradas do MPLA em Angola; desonerações atabalhoadas para o setor industrial; salários elevados para servidores públicos. Enrolada na bandeira, a sereia dizia que os gastos "adensariam" as cadeias produtivas, criando e mantendo empregos de qualidade. A ideologia misturou-se ao oportunismo para fomentar uma atividade econômica danosa: extração de rendas criadas pelo governo. A sereia é amiga do rentista. Os rentistas seguramente tentarão manter seus subsídios a todo custo. Mas quem teria coragem de cortar o Bolsa Família ou o SUS? Os programas sociais são intocáveis por razões eleitorais. Ao contrário das filigranas inexpugnáveis da lei fiscal, o eleitor identificará facilmente os cortes na área social e punirá o governante. Para isso a disciplina funciona. A PEC explicitará a carestia. O instinto de sobrevivência dos políticos evitará cortes substanciais nas áreas sociais. Perderão os verdadeiros rentistas. Mas e os outros "rentistas", os que "vivem" dos juros altos que o governo paga? Mais da metade do deficit é juros. A PEC exclui os juros. Próximo artigo.
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Crianças indígenas morrem mais de gripe e desnutrição
A pequena Ingrid, filha do cacique da etnia mayoruna Antônio Flores, líder de uma aldeia com seu sobrenome no Vale do Javari (AM), teve apenas quatro dias de vida. Na manhã do último domingo de março, dia 29, após o velório com parentes que vieram de aldeias a muitas horas de viagem pelo rio Solimões, o corpo do bebê foi enterrado em Atalaia do Norte (AM). A laje do túmulo foi improvisada com tijolos retirados do muro do cemitério. A Folha presenciou a cena quando o cacique, falando em sua língua e traduzido por um primo, interpelou o enfermeiro no velório. Para Flores, a culpa pela morte foi o excesso de soro dado à criança no hospital de Tabatinga (AM). A causa oficial da morte foi infecção generalizada decorrente de problemas na gravidez. A perda que atingiu a família se repetiu tragicamente em todo o território nacional entre 2000 e 2012. Dados do Ministério da Saúde obtidos pela Folha com a Lei de Acesso à Informação revelam que gripe e fome mataram 1.156 crianças indígenas de até um ano de idade no país, do total de 7.149 mortes no período. Combinadas, as duas causas responderam por 16% de todos os óbitos, quase um quinto. As mortes por gripe representaram 13% do total, mais do que o dobro da média nacional para infecções respiratórias no período 2000-2011 na população brasileira de zero a cinco anos. Entre os guaranis-caiuás, no Mato Grosso do Sul, 40 morreram de desnutrição, respondendo por 17% de todos as mortes do gênero entre os bebês indígenas no país, embora a etnia corresponda a 5% da população de índios brasileira. Outras 107 crianças xavantes morreram de gripe, ou quase 12% do total nacional. SEM CAUSA Crianças ianomâmis foram as que mais morreram, proporcionalmente e em termos absolutos, com 1.217 óbitos no período, ou 17% do total nacional, embora a etnia represente 2,5% dos índios no país. Os números indicam a persistência de alto número de mortes entre os ianomâmis. A taxa de mortalidade infantil saltou de 76 em 2000 para 150 em 2005, oscilou para 146 em 2011 e chegou a 133 em 2012. A taxa de mortalidade infantil entre os índios em 2012, de 38 mortes para mil nascidos vivos, foi mais do que o dobro da taxa nacional observada nesse mesmo ano (15). O levantamento expõe ainda a ausência de explicação para 1.001 mortes no período, cuja causa foi "mal definida ou desconhecida". Em 242 casos, o campo destinado à anotação da causa ficou vazio. Além da fome, os pequenos guaranis-caiuás sofrem com a gripe. Setenta e três perderam a vida por causa da doença, o que correspondeu a quase 8% dos óbitos do gênero no país entre os índios. Em Japorã (MS), onde vivem 5,2 mil guaranis-caiuás, o prefeito Vanderlei Bispo (PT) estimou que dez bebês indígenas morreram de desnutrição entre 2013 e 2015. "O atendimento de saúde não evolui. A estrutura é um paquiderme", disse o prefeito. A prefeitura mantém com recursos próprios um centro de recuperação de índios desnutridos. O Ministério da Saúde colabora com transporte dos doentes e dois profissionais de saúde. Segundo Bispo, a situação seria pior se três médicos cubanos do programa Mais Médicos não tivessem passado a atender os indígenas. OUTRO LADO O secretário especial de saúde indígena do Ministério da Saúde, Antônio Alves, disse que o órgão intensificou o trabalho de ampliação da cobertura vacinal na população indígena para reduzir as mortes por gripe e pneumonia. Alves disse que a desnutrição é um problema grave e o órgão tem enfrentado isso com uso de "equipes de vigilância nutricional-alimentar" que identificam as crianças de baixo peso e alertam outros setores do governo para que forneçam cestas básicas. Segundo Alves, no ano passado a campanha de vacinação atingiu 91,6% dos índios, índice superior à média nacional. Mas ele reconheceu que a vacinação não é suficiente para conter as mortes. Para o secretário do ministério, não é adequado comparar a taxa de mortalidade infantil nas aldeias indígenas com a do resto do país. "Não dá para comparar alguém que mora na cidade, com acesso a água e condições ambientais totalmente diferentes", afirmou Alves. "A realidade é outra."
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Crianças indígenas morrem mais de gripe e desnutriçãoA pequena Ingrid, filha do cacique da etnia mayoruna Antônio Flores, líder de uma aldeia com seu sobrenome no Vale do Javari (AM), teve apenas quatro dias de vida. Na manhã do último domingo de março, dia 29, após o velório com parentes que vieram de aldeias a muitas horas de viagem pelo rio Solimões, o corpo do bebê foi enterrado em Atalaia do Norte (AM). A laje do túmulo foi improvisada com tijolos retirados do muro do cemitério. A Folha presenciou a cena quando o cacique, falando em sua língua e traduzido por um primo, interpelou o enfermeiro no velório. Para Flores, a culpa pela morte foi o excesso de soro dado à criança no hospital de Tabatinga (AM). A causa oficial da morte foi infecção generalizada decorrente de problemas na gravidez. A perda que atingiu a família se repetiu tragicamente em todo o território nacional entre 2000 e 2012. Dados do Ministério da Saúde obtidos pela Folha com a Lei de Acesso à Informação revelam que gripe e fome mataram 1.156 crianças indígenas de até um ano de idade no país, do total de 7.149 mortes no período. Combinadas, as duas causas responderam por 16% de todos os óbitos, quase um quinto. As mortes por gripe representaram 13% do total, mais do que o dobro da média nacional para infecções respiratórias no período 2000-2011 na população brasileira de zero a cinco anos. Entre os guaranis-caiuás, no Mato Grosso do Sul, 40 morreram de desnutrição, respondendo por 17% de todos as mortes do gênero entre os bebês indígenas no país, embora a etnia corresponda a 5% da população de índios brasileira. Outras 107 crianças xavantes morreram de gripe, ou quase 12% do total nacional. SEM CAUSA Crianças ianomâmis foram as que mais morreram, proporcionalmente e em termos absolutos, com 1.217 óbitos no período, ou 17% do total nacional, embora a etnia represente 2,5% dos índios no país. Os números indicam a persistência de alto número de mortes entre os ianomâmis. A taxa de mortalidade infantil saltou de 76 em 2000 para 150 em 2005, oscilou para 146 em 2011 e chegou a 133 em 2012. A taxa de mortalidade infantil entre os índios em 2012, de 38 mortes para mil nascidos vivos, foi mais do que o dobro da taxa nacional observada nesse mesmo ano (15). O levantamento expõe ainda a ausência de explicação para 1.001 mortes no período, cuja causa foi "mal definida ou desconhecida". Em 242 casos, o campo destinado à anotação da causa ficou vazio. Além da fome, os pequenos guaranis-caiuás sofrem com a gripe. Setenta e três perderam a vida por causa da doença, o que correspondeu a quase 8% dos óbitos do gênero no país entre os índios. Em Japorã (MS), onde vivem 5,2 mil guaranis-caiuás, o prefeito Vanderlei Bispo (PT) estimou que dez bebês indígenas morreram de desnutrição entre 2013 e 2015. "O atendimento de saúde não evolui. A estrutura é um paquiderme", disse o prefeito. A prefeitura mantém com recursos próprios um centro de recuperação de índios desnutridos. O Ministério da Saúde colabora com transporte dos doentes e dois profissionais de saúde. Segundo Bispo, a situação seria pior se três médicos cubanos do programa Mais Médicos não tivessem passado a atender os indígenas. OUTRO LADO O secretário especial de saúde indígena do Ministério da Saúde, Antônio Alves, disse que o órgão intensificou o trabalho de ampliação da cobertura vacinal na população indígena para reduzir as mortes por gripe e pneumonia. Alves disse que a desnutrição é um problema grave e o órgão tem enfrentado isso com uso de "equipes de vigilância nutricional-alimentar" que identificam as crianças de baixo peso e alertam outros setores do governo para que forneçam cestas básicas. Segundo Alves, no ano passado a campanha de vacinação atingiu 91,6% dos índios, índice superior à média nacional. Mas ele reconheceu que a vacinação não é suficiente para conter as mortes. Para o secretário do ministério, não é adequado comparar a taxa de mortalidade infantil nas aldeias indígenas com a do resto do país. "Não dá para comparar alguém que mora na cidade, com acesso a água e condições ambientais totalmente diferentes", afirmou Alves. "A realidade é outra."
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Fuvest divulga nota de corte para segunda fase do vestibular; confira
A Fuvest, responsável pelo processo seletivo da USP (Universidade de São Paulo) e da Santa Casa, divulgou nesta segunda-feira (14) a nota de corte do vestibular para a segunda fase do processo seletivo. Confira aqui a nota. Serão convocados, segundo a instituição, 25.967 candidatos para a segunda fase. A lista com os nomes dos selecionados, que seria divulgada no dia 21 de dezembro, foi antecipada para a próxima sexta (18). As provas da segunda fase serão em 10, 11 e 12 de janeiro. Dos 142.721 candidatos esperados para o exame da primeira fase, 13.922 não comparecem –9,8% de abstenção, índice inferior ao registrado no ano passado (10,2%). Estão em disputa neste ano 9.568 vagas na USP e na Santa Casa. Outras 1.489 (13,4%) serão, pela primeira vez, selecionadas pelo Sisu (sistema federal), por meio do Enem. A adesão à seleção federal ficou a critério de cada unidade. Entre as cinco maiores notas de corte estão os cursos de: medicina com 73, seguido de medicina no campus de Ribeirão Preto (72), engenharia aeronáutica - São Carlos (67), psicologia (62) e audiovisual, relações internacionais, engenharia civil - São Carlos, engenharia na Cidade Universitária engenharia- São Carlos todas com 60. Medicina no campus de Ribeirão Preto é o curso mais disputado na Fuvest deste ano –são 71,9 candidatos por vaga. Em segundo lugar está psicologia, com 59,8, seguido do curso de medicina em São Paulo (58,8). As provas de habilidades específicas (arquitetura, artes cênicas, audiovisual e design) serão realizadas a partir de 13 de janeiro de 2016. PRIMEIRA FASE A prova da primeira fase da Fuvest aconteceu no dia 29 de novembro com questões de múltipla escolha, que englobavam biologia, física, geografia, história, inglês, matemática, português e química. Sem surpresas, nem pegadinhas e nem questões anuladas. Do ponto de vista do conteúdo, a prova foi bastante tradicional. Teve imagens, charges, gráficos e questões interdisciplinares inteligentes. A dificuldade extra estava nos textos das questões, que estavam um pouco mais longos do que o esperado. A análise é de três professores especialistas no exame, que participaram do TV Folha. Veja o vídeo
educacao
Fuvest divulga nota de corte para segunda fase do vestibular; confiraA Fuvest, responsável pelo processo seletivo da USP (Universidade de São Paulo) e da Santa Casa, divulgou nesta segunda-feira (14) a nota de corte do vestibular para a segunda fase do processo seletivo. Confira aqui a nota. Serão convocados, segundo a instituição, 25.967 candidatos para a segunda fase. A lista com os nomes dos selecionados, que seria divulgada no dia 21 de dezembro, foi antecipada para a próxima sexta (18). As provas da segunda fase serão em 10, 11 e 12 de janeiro. Dos 142.721 candidatos esperados para o exame da primeira fase, 13.922 não comparecem –9,8% de abstenção, índice inferior ao registrado no ano passado (10,2%). Estão em disputa neste ano 9.568 vagas na USP e na Santa Casa. Outras 1.489 (13,4%) serão, pela primeira vez, selecionadas pelo Sisu (sistema federal), por meio do Enem. A adesão à seleção federal ficou a critério de cada unidade. Entre as cinco maiores notas de corte estão os cursos de: medicina com 73, seguido de medicina no campus de Ribeirão Preto (72), engenharia aeronáutica - São Carlos (67), psicologia (62) e audiovisual, relações internacionais, engenharia civil - São Carlos, engenharia na Cidade Universitária engenharia- São Carlos todas com 60. Medicina no campus de Ribeirão Preto é o curso mais disputado na Fuvest deste ano –são 71,9 candidatos por vaga. Em segundo lugar está psicologia, com 59,8, seguido do curso de medicina em São Paulo (58,8). As provas de habilidades específicas (arquitetura, artes cênicas, audiovisual e design) serão realizadas a partir de 13 de janeiro de 2016. PRIMEIRA FASE A prova da primeira fase da Fuvest aconteceu no dia 29 de novembro com questões de múltipla escolha, que englobavam biologia, física, geografia, história, inglês, matemática, português e química. Sem surpresas, nem pegadinhas e nem questões anuladas. Do ponto de vista do conteúdo, a prova foi bastante tradicional. Teve imagens, charges, gráficos e questões interdisciplinares inteligentes. A dificuldade extra estava nos textos das questões, que estavam um pouco mais longos do que o esperado. A análise é de três professores especialistas no exame, que participaram do TV Folha. Veja o vídeo
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'Há alguns que quando calados são uns poetas', diz Figo sobre Maradona
Criticado por Maradona, o ex-jogador português Luis Figo deu sua resposta por meio de seu perfil nas redes sociais. O argentino acusou-o de não ter palavra em declarações ao jornal argentino "Olé". "Como jogador, Diego Armando Maradona foi brilhante e essa é a memória que quero guardar dele. Lamento o seu trajeto após se ter retirado dos relvados e no que se transformou um dos maiores jogadores de todos os tempos", iniciou Figo. "Há alguns que quando estão calados são uns poetas e outros que só estão conscientes quando estão a dormir", concluiu. Em entrevista ao "Olé", Maradona disse ter perdido o respeito pelo português. "Antes respeitava-o, mas me dei conta de que tem menos palavra que Bernardo, amigo de Zorro", finalizou. Nas histórias de Zorro, Bernardo era um personagem mudo que se fingia de surdo para atuar como agente duplo. O ex-jogador português chegou a ser candidato à presidência da Fifa, mas desistiu no caminho. Maradona declarou que tem grandes chances de concorrer à vice-presidente da Fifa ao lado do príncipe jordaniano Ali bin Al-Hussein nas novas eleições após a renúncia de Blatter.
esporte
'Há alguns que quando calados são uns poetas', diz Figo sobre MaradonaCriticado por Maradona, o ex-jogador português Luis Figo deu sua resposta por meio de seu perfil nas redes sociais. O argentino acusou-o de não ter palavra em declarações ao jornal argentino "Olé". "Como jogador, Diego Armando Maradona foi brilhante e essa é a memória que quero guardar dele. Lamento o seu trajeto após se ter retirado dos relvados e no que se transformou um dos maiores jogadores de todos os tempos", iniciou Figo. "Há alguns que quando estão calados são uns poetas e outros que só estão conscientes quando estão a dormir", concluiu. Em entrevista ao "Olé", Maradona disse ter perdido o respeito pelo português. "Antes respeitava-o, mas me dei conta de que tem menos palavra que Bernardo, amigo de Zorro", finalizou. Nas histórias de Zorro, Bernardo era um personagem mudo que se fingia de surdo para atuar como agente duplo. O ex-jogador português chegou a ser candidato à presidência da Fifa, mas desistiu no caminho. Maradona declarou que tem grandes chances de concorrer à vice-presidente da Fifa ao lado do príncipe jordaniano Ali bin Al-Hussein nas novas eleições após a renúncia de Blatter.
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China reduz o consumo de carvão mineral sem frear a economia
Um protagonista começa a despontar para a conferência do clima de dezembro em Paris: China. O maior poluidor do mundo deu uma freada que ninguém antecipou no consumo de carvão do ano passado, de 2,9%, embora seja essa sua principal fonte de energia. A informação foi destacada em Berlim por Li Shuo, do Greenpeace China, na periferia doDiálogo de Pertersberg, uma iniciativa do governo alemão. "Foi uma guinada drástica, uma rápida mudança na situação da energia doméstica", disse o dirigente da ONG na tarde desta segunda-feira (18), enquanto ministros de 35 países debatiam os rumos da mudança climática. Carvão mineral é a pior forma de combustível que existe, do ponto de vista da mudança do clima. Emite grandes quantidades de CO2 (principal gás do efeito estufa) para gerar eletricidade, e a China vinha queimando quantidades crescentes para sustentar as invejáveis taxas de expansão do PIB. É verdade que a locomotiva chinesa desacelerou em 2014, para 7,4%. Mas não só o consumo de carvão não acompanhou essa taxa como ainda houve redução. Trata-se da perseguida desvinculação ("decoupling", em inglês) entre desenvolvimento e carbonização, Santo Graal da economia verde. CONTRIBUIÇÃO PLANETÁRIA A China responde por 50% da poluição mundial com gases do efeito estufa produzidos na queima de carvão. A reviravolta no consumo certamente contribuiu para a estagnação das emissões do setor de energia em 2014, anunciada pela Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) em março. Pela primeira vez em 40 anos, o corte na poluição de carbono não resultou de desaceleração da economia mundial. No entanto, seis meses atrás a IEA ainda previa aumento do uso de carvão mineral na China. Nos primeiros quatro meses de 2014, a tendência se manteve. Em comparação com o período janeiro-abril de 2013, o consumo desse combustível fóssil recuou 7,7%, o que levou a uma redução de emissões de CO2 de 5,2%, segundo análise do serviço Greenpeace/Energydesk (bit.ly/1FgbMfg). A diminuição obtida equivale a quatro meses de emissões de um país industrializado como o Reino Unido. O governo chinês ordenou o fechamento de mais mil minas de carvão, mas o ganho presente parece ter decorrido da desaceleração da indústria, sobretudo na construção civil, e do aumento da participação no PIB do setor de serviços (comércio, bancos etc.), que polui menos. VIDA OU MORTE Não é só para beneficiar o clima planetário que o governo chinês está dando essa guinada. A queima de combustíveis fósseis, carvão mineral à frente, também representa a maior fonte de poluição do ar nas cidades da China, responsável por até 500 mil mortes prematuras por ano e um fator de inquietação social no país. A cúpula chinesa também se mostra interessada em aparecer como parceira responsável nas negociações internacionais sobre mudança do clima. Acredita-se que apresente já em junho -antes do que se espera do Brasil- seu compromisso de redução de gases do efeito estufa. Seria um detalhamento do que já anunciara com os EUA em novembro: o pico de suas emissões de carbono acontecerá antes de 2030. Uma maneira de fazê-lo consistiria em enunciar uma meta de redução da intensidade de carbono de sua economia mais ambiciosa do que a já adotada (até 45% antes de 2020). Conter o consumo de carvão é a melhor maneira de fazê-lo. Afinal, a China –que ainda tem centenas de milhões na pobreza– já alcançou o mesmo nível de emissões per capita da União Europeia, uma das regiões mais ricas do mundo. Um sinal evidente de que a eficiência energética de seu crescimento vertiginoso se acha num patamar insustentável. O jornalista MARCELO LEITE viajou a Berlim a convite do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha
mundo
China reduz o consumo de carvão mineral sem frear a economiaUm protagonista começa a despontar para a conferência do clima de dezembro em Paris: China. O maior poluidor do mundo deu uma freada que ninguém antecipou no consumo de carvão do ano passado, de 2,9%, embora seja essa sua principal fonte de energia. A informação foi destacada em Berlim por Li Shuo, do Greenpeace China, na periferia doDiálogo de Pertersberg, uma iniciativa do governo alemão. "Foi uma guinada drástica, uma rápida mudança na situação da energia doméstica", disse o dirigente da ONG na tarde desta segunda-feira (18), enquanto ministros de 35 países debatiam os rumos da mudança climática. Carvão mineral é a pior forma de combustível que existe, do ponto de vista da mudança do clima. Emite grandes quantidades de CO2 (principal gás do efeito estufa) para gerar eletricidade, e a China vinha queimando quantidades crescentes para sustentar as invejáveis taxas de expansão do PIB. É verdade que a locomotiva chinesa desacelerou em 2014, para 7,4%. Mas não só o consumo de carvão não acompanhou essa taxa como ainda houve redução. Trata-se da perseguida desvinculação ("decoupling", em inglês) entre desenvolvimento e carbonização, Santo Graal da economia verde. CONTRIBUIÇÃO PLANETÁRIA A China responde por 50% da poluição mundial com gases do efeito estufa produzidos na queima de carvão. A reviravolta no consumo certamente contribuiu para a estagnação das emissões do setor de energia em 2014, anunciada pela Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) em março. Pela primeira vez em 40 anos, o corte na poluição de carbono não resultou de desaceleração da economia mundial. No entanto, seis meses atrás a IEA ainda previa aumento do uso de carvão mineral na China. Nos primeiros quatro meses de 2014, a tendência se manteve. Em comparação com o período janeiro-abril de 2013, o consumo desse combustível fóssil recuou 7,7%, o que levou a uma redução de emissões de CO2 de 5,2%, segundo análise do serviço Greenpeace/Energydesk (bit.ly/1FgbMfg). A diminuição obtida equivale a quatro meses de emissões de um país industrializado como o Reino Unido. O governo chinês ordenou o fechamento de mais mil minas de carvão, mas o ganho presente parece ter decorrido da desaceleração da indústria, sobretudo na construção civil, e do aumento da participação no PIB do setor de serviços (comércio, bancos etc.), que polui menos. VIDA OU MORTE Não é só para beneficiar o clima planetário que o governo chinês está dando essa guinada. A queima de combustíveis fósseis, carvão mineral à frente, também representa a maior fonte de poluição do ar nas cidades da China, responsável por até 500 mil mortes prematuras por ano e um fator de inquietação social no país. A cúpula chinesa também se mostra interessada em aparecer como parceira responsável nas negociações internacionais sobre mudança do clima. Acredita-se que apresente já em junho -antes do que se espera do Brasil- seu compromisso de redução de gases do efeito estufa. Seria um detalhamento do que já anunciara com os EUA em novembro: o pico de suas emissões de carbono acontecerá antes de 2030. Uma maneira de fazê-lo consistiria em enunciar uma meta de redução da intensidade de carbono de sua economia mais ambiciosa do que a já adotada (até 45% antes de 2020). Conter o consumo de carvão é a melhor maneira de fazê-lo. Afinal, a China –que ainda tem centenas de milhões na pobreza– já alcançou o mesmo nível de emissões per capita da União Europeia, uma das regiões mais ricas do mundo. Um sinal evidente de que a eficiência energética de seu crescimento vertiginoso se acha num patamar insustentável. O jornalista MARCELO LEITE viajou a Berlim a convite do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha
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Programas de gestão escolar precisam ser testados, dizem especialistas
Medir o real impacto das práticas de gestão escolar é essencial para a escolha das ações que trazem os melhores resultados na aprendizagem do estudante. As evidências também auxiliam no ajuste de condutas para potencializá-las. Essa é a conclusão de especialistas que participaram de um debate sobre os dados gerados após a implantação do projeto Jovem de Futuro, mantido pelo Instituto Unibanco e por secretarias estaduais de educação. O debate faz parte do seminário internacional Gestão Escolar, promovido pelo Instituto Unibanco e pela Folha, com apoio do Insper, nesta quinta-feira (15) no Teatro Cetip, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. O projeto Jovem de Futuro, que já foi levado para 400 escolas de dez Estados do país nos últimos oito anos, inclui a formação de técnicos de secretarias, lideranças regionais, supervisores e gestores escolares para as diferentes dimensões da gestão educacional. Os resultados foram analisados por Ricardo Paes de Barros, economista do Instituto Ayrton Senna, em apresentação durante o evento. Após a realização de 141 experimentos de comparação entre escolas que receberam ou não o projeto, o desempenho dos alunos das escolas participantes no fim do ensino médio foi aproximadamente cinco pontos maior que a média nacional para proficiência em matemática na escala do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica). O aluno deveria aprender durante os três anos do ensino médio, na escala do Saeb, aproximadamente 40 pontos, mas aprende em média cerca de 16 pontos, segundo o economista. De acordo com Barros, o ganho que esses jovens tiveram em aprendizado é o equivalente ao que um aluno aprende em quase um ano de ensino médio. "Os resultados evidenciam o impacto positivo que o Jovem de Futuro teve nessas escolas", diz o economista. Para Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco, que também participou da apresentação, o monitoramento das práticas de gestão mostra o que funciona e o que precisa ser mudado, além de gerar ações novas mais eficientes. "As boas práticas de gestão se traduzem em uma escola de melhor qualidade", afirma. "Para conhecermos as melhores ações, no entanto, devemos submetê-las ao teste e saber se fazem sentido". "As evidências mostram os caminhos para viabilizar as soluções que precisamos e ajudam a garantir o sucesso do aluno na aprendizagem", concluiu Henriques.
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Programas de gestão escolar precisam ser testados, dizem especialistasMedir o real impacto das práticas de gestão escolar é essencial para a escolha das ações que trazem os melhores resultados na aprendizagem do estudante. As evidências também auxiliam no ajuste de condutas para potencializá-las. Essa é a conclusão de especialistas que participaram de um debate sobre os dados gerados após a implantação do projeto Jovem de Futuro, mantido pelo Instituto Unibanco e por secretarias estaduais de educação. O debate faz parte do seminário internacional Gestão Escolar, promovido pelo Instituto Unibanco e pela Folha, com apoio do Insper, nesta quinta-feira (15) no Teatro Cetip, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. O projeto Jovem de Futuro, que já foi levado para 400 escolas de dez Estados do país nos últimos oito anos, inclui a formação de técnicos de secretarias, lideranças regionais, supervisores e gestores escolares para as diferentes dimensões da gestão educacional. Os resultados foram analisados por Ricardo Paes de Barros, economista do Instituto Ayrton Senna, em apresentação durante o evento. Após a realização de 141 experimentos de comparação entre escolas que receberam ou não o projeto, o desempenho dos alunos das escolas participantes no fim do ensino médio foi aproximadamente cinco pontos maior que a média nacional para proficiência em matemática na escala do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica). O aluno deveria aprender durante os três anos do ensino médio, na escala do Saeb, aproximadamente 40 pontos, mas aprende em média cerca de 16 pontos, segundo o economista. De acordo com Barros, o ganho que esses jovens tiveram em aprendizado é o equivalente ao que um aluno aprende em quase um ano de ensino médio. "Os resultados evidenciam o impacto positivo que o Jovem de Futuro teve nessas escolas", diz o economista. Para Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco, que também participou da apresentação, o monitoramento das práticas de gestão mostra o que funciona e o que precisa ser mudado, além de gerar ações novas mais eficientes. "As boas práticas de gestão se traduzem em uma escola de melhor qualidade", afirma. "Para conhecermos as melhores ações, no entanto, devemos submetê-las ao teste e saber se fazem sentido". "As evidências mostram os caminhos para viabilizar as soluções que precisamos e ajudam a garantir o sucesso do aluno na aprendizagem", concluiu Henriques.
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Deputado pede abertura de CPI para investigar institutos de pesquisas
Na retomada dos trabalhos do Congresso, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) protocolou nesta segunda (2) pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara para investigar a divulgação de pesquisas eleitorais e seu reflexo nas urnas. O congressista pede que sejam avaliados cenários a partir de 2000 para examinar as discrepâncias, contradições, distorções, erros e falhas verificados. A solicitação, que depende de 171 assinaturas para prosseguir, ainda será analisada pelo comando da Casa. Os técnicos da Câmara não souberam informar quantos parlamentares assinaram o requerimento. Como foi uma das primeiras matérias apresentadas, deve ter preferência na pauta da Casa. Segundo Barros, a CPI deverá aprofundar investigações sobre a qualidade e confiabilidade da metodologia de amostragem, da coleta dos dados e da análise e avaliação dos resultados para verificar se houve manipulação dos resultados das intenções de votos pesquisadas. "Também se deverá investigar se há vínculo de qualquer natureza entre os institutos de pesquisa e os veículos de comunicação, e entre estes, individualmente, com candidatos, partidos ou coligações, que produzam resultados díspares em relação às urnas, favorecendo ou prejudicando este ou aquele candidato", afirmou o deputado. Barros citou problemas em levantamentos divulgados por institutos em Estados como Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. "Para se ter uma ideia, no Rio Grande do Sul, o candidato do PMDB [em 2014], José Ivo Sartori, aparecia em terceiro lugar, com 23% das intenções de voto. Após a votação em 1º turno, Sartori ficou em primeiro lugar, com 40,4% dos votos", disse. 'EQUÍVOCO' Para o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, é um equívoco frequente comparar pesquisas feitas dias antes com o resultado das urnas. "O processo eleitoral está cada vez mais dinâmico, muda rapidamente. A eleição presidencial foi um exemplo disso. Houve um fenômeno que começou nas últimas semanas e se manteve até os últimos dias, de ascensão do Aécio Neves (PSDB) e queda da Marina Silva (PSB)", explicou Paulino. A diretora do Ibope, Márcia Cavallari, acrescenta que "falta clareza sobre o papel das pesquisas". "A pesquisa monitora tendências, movimentos. A função não é prever, acertar resultados na vírgula", diz ela. Cavallari afirma ainda que a legislação impõe bastante transparência ao trabalho dos institutos. Não é a primeira vez que um político questiona a conveniência da divulgação de pesquisas. Em 2012, por exemplo, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) apresentou projeto com a intenção de proibir a veiculação de pesquisas nos últimos 15 dias antes de eleições. "Por trás desses movimentos há sempre uma tentativa de constranger institutos e evitar a divulgação de pesquisas. Há sempre um candidato ou um partido descontente com os resultados", avalia Paulino. O diretor-geral do Datafolha ressalta, no entanto, que embora questionem a divulgação dos levantamentos, políticos recorrem frequentemente a eles. "Os políticos entendem muito bem de pesquisas, tanto que recorrem a elas com frequência. Alguns contratam mais de um instituto para trabalhar com os dados. Os políticos gostam tanto que querem as pesquisas só para eles", afirma Paulino.
poder
Deputado pede abertura de CPI para investigar institutos de pesquisasNa retomada dos trabalhos do Congresso, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) protocolou nesta segunda (2) pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara para investigar a divulgação de pesquisas eleitorais e seu reflexo nas urnas. O congressista pede que sejam avaliados cenários a partir de 2000 para examinar as discrepâncias, contradições, distorções, erros e falhas verificados. A solicitação, que depende de 171 assinaturas para prosseguir, ainda será analisada pelo comando da Casa. Os técnicos da Câmara não souberam informar quantos parlamentares assinaram o requerimento. Como foi uma das primeiras matérias apresentadas, deve ter preferência na pauta da Casa. Segundo Barros, a CPI deverá aprofundar investigações sobre a qualidade e confiabilidade da metodologia de amostragem, da coleta dos dados e da análise e avaliação dos resultados para verificar se houve manipulação dos resultados das intenções de votos pesquisadas. "Também se deverá investigar se há vínculo de qualquer natureza entre os institutos de pesquisa e os veículos de comunicação, e entre estes, individualmente, com candidatos, partidos ou coligações, que produzam resultados díspares em relação às urnas, favorecendo ou prejudicando este ou aquele candidato", afirmou o deputado. Barros citou problemas em levantamentos divulgados por institutos em Estados como Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. "Para se ter uma ideia, no Rio Grande do Sul, o candidato do PMDB [em 2014], José Ivo Sartori, aparecia em terceiro lugar, com 23% das intenções de voto. Após a votação em 1º turno, Sartori ficou em primeiro lugar, com 40,4% dos votos", disse. 'EQUÍVOCO' Para o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, é um equívoco frequente comparar pesquisas feitas dias antes com o resultado das urnas. "O processo eleitoral está cada vez mais dinâmico, muda rapidamente. A eleição presidencial foi um exemplo disso. Houve um fenômeno que começou nas últimas semanas e se manteve até os últimos dias, de ascensão do Aécio Neves (PSDB) e queda da Marina Silva (PSB)", explicou Paulino. A diretora do Ibope, Márcia Cavallari, acrescenta que "falta clareza sobre o papel das pesquisas". "A pesquisa monitora tendências, movimentos. A função não é prever, acertar resultados na vírgula", diz ela. Cavallari afirma ainda que a legislação impõe bastante transparência ao trabalho dos institutos. Não é a primeira vez que um político questiona a conveniência da divulgação de pesquisas. Em 2012, por exemplo, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) apresentou projeto com a intenção de proibir a veiculação de pesquisas nos últimos 15 dias antes de eleições. "Por trás desses movimentos há sempre uma tentativa de constranger institutos e evitar a divulgação de pesquisas. Há sempre um candidato ou um partido descontente com os resultados", avalia Paulino. O diretor-geral do Datafolha ressalta, no entanto, que embora questionem a divulgação dos levantamentos, políticos recorrem frequentemente a eles. "Os políticos entendem muito bem de pesquisas, tanto que recorrem a elas com frequência. Alguns contratam mais de um instituto para trabalhar com os dados. Os políticos gostam tanto que querem as pesquisas só para eles", afirma Paulino.
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Justiça autoriza cortes de salários de professores grevistas em São Paulo
Uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu ao governo de São Paulo o direito de suspender o pagamento dos salários dos professores da rede estadual que estão em greve há cerca de dois meses. O despacho, assinado nesta quarta-feira (20) pelo presidente da corte, ministro Francisco Falcão, derruba uma liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo. Atendendo a um pleito do sindicato da categoria, o TJ-SP havia determinado que os trabalhadores deveriam continuar recebendo os vencimentos mesmo durante a paralisação. O governo estadual recorreu ao STJ, com argumento de que a liminar representou gastos de aproximadamente R$ 42,5 milhões só no mês de março. Segundo o Executivo paulista, na ocasião, saíram dos cofres públicos R$ 18,9 milhões para a contratação de professores substitutos, com objetivo de evitar a interrupção das aulas, e mais R$ 23,7 milhões em salários aos trabalhadores em greve. DECISÃO O ministro Francisco Falcão acolheu a solicitação do governo do Estado. Em sua decisão, ele ressaltou as tentativas frustradas de negociação entre trabalhadores e Executivo para pôr o fim à paralisação. "Parecem bem demonstrados os danos aos cofres públicos decorrentes da necessária contratação de professores temporários(...), em busca da manutenção do serviço público de educação, cuja fundamentalidade é reconhecida pela Carta Constitucional de 1998", diz o texto do despacho. O sindicato dos professores ainda pode recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar reverter a determinação do STJ.
cotidiano
Justiça autoriza cortes de salários de professores grevistas em São PauloUma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu ao governo de São Paulo o direito de suspender o pagamento dos salários dos professores da rede estadual que estão em greve há cerca de dois meses. O despacho, assinado nesta quarta-feira (20) pelo presidente da corte, ministro Francisco Falcão, derruba uma liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo. Atendendo a um pleito do sindicato da categoria, o TJ-SP havia determinado que os trabalhadores deveriam continuar recebendo os vencimentos mesmo durante a paralisação. O governo estadual recorreu ao STJ, com argumento de que a liminar representou gastos de aproximadamente R$ 42,5 milhões só no mês de março. Segundo o Executivo paulista, na ocasião, saíram dos cofres públicos R$ 18,9 milhões para a contratação de professores substitutos, com objetivo de evitar a interrupção das aulas, e mais R$ 23,7 milhões em salários aos trabalhadores em greve. DECISÃO O ministro Francisco Falcão acolheu a solicitação do governo do Estado. Em sua decisão, ele ressaltou as tentativas frustradas de negociação entre trabalhadores e Executivo para pôr o fim à paralisação. "Parecem bem demonstrados os danos aos cofres públicos decorrentes da necessária contratação de professores temporários(...), em busca da manutenção do serviço público de educação, cuja fundamentalidade é reconhecida pela Carta Constitucional de 1998", diz o texto do despacho. O sindicato dos professores ainda pode recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar reverter a determinação do STJ.
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Painel: Sob Cunha, Câmara pode votar PEC da Bengala, que adia renovação no STF
E essa agora? Às voltas com vários focos de crise, Dilma Rousseff pode enfrentar novo revés nesta semana. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), submeterá ao colégio de líderes a inclusão na pauta de votações de terça-feira no plenário da ... Leia post completo no blog
poder
Painel: Sob Cunha, Câmara pode votar PEC da Bengala, que adia renovação no STFE essa agora? Às voltas com vários focos de crise, Dilma Rousseff pode enfrentar novo revés nesta semana. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), submeterá ao colégio de líderes a inclusão na pauta de votações de terça-feira no plenário da ... Leia post completo no blog
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Rapper Don L inicia trilogia reversa inspirado em Karim Aïnouz
Desde que lançou a mixtape "Caro Vapor/Vida e Veneno de Don L" e se mudou de Fortaleza para São Paulo, em 2013, o rapper Don L, 36, passou a observar a realidade e a usar um verbo para descrever a sensação que tinha no processo. "O bagulho 'aïnouziou'", diz o cearense batizado Gabriel Linhares Rocha, um dos fundadores do grupo Costa a Costa. A palavra, explica ele, resume a falta de pertencimento pleno e toma como base o sobrenome de Karim Aïnouz, seu conterrâneo e diretor de "Praia do Futuro", "Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo" e "O Céu de Suely". "Os filmes dele têm essa coisa de uma busca, de nunca se sentir completo. De sentir-se estrangeiro no lugar para onde você vai e depois no lugar de onde veio", afirma Don L. "Isso é bem 2017. Estamos em uma situação sinistra sem saber o que vai acontecer. Meu novo trabalho fala dessa sensação", diz o MC sobre seu disco mais recente. Nas nove faixas de "Roteiro pra Aïnouz, Vol. 3", lançado com recursos próprios no fim de junho em serviços de música na internet, o rapper vai da desilusão a novas ilusões em rimas sobre a artificialidade potencializada pela busca de retorno imediato; critica o contexto da produção de música (e de rap) no Brasil, que, avalia ele, muitas vezes se baseia em fórmulas sem inventividade; e traz uma lufada de esperança calejada. "A arte tem o privilégio de fazer as pessoas sentirem antes mesmo de entenderem, então acho que é meio estúpido pensar só a curto prazo e não arriscar mais coisas." Com produção de Don L e Deryck Cabrera e participação de Leo Justi, Thiago França, Fernando Catatau, Nego Gallo, Terra Preta e Lay, "RPA, Vol. 3" é o primeiro disco, mas último episódio, de uma trilogia autobiográfica que será contada do fim (São Paulo) para o começo (Fortaleza). Sem previsão de lançamento, os outros discos tratarão da chegada de Don L à capital paulista e de sua saída do Ceará. Ouça no deezer * ROTEIRO PRA AÏNOUZ, VOL. 3 AUTOR: Don L GRAVADORA: independente ONDE: Spotify e Youtube
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Rapper Don L inicia trilogia reversa inspirado em Karim AïnouzDesde que lançou a mixtape "Caro Vapor/Vida e Veneno de Don L" e se mudou de Fortaleza para São Paulo, em 2013, o rapper Don L, 36, passou a observar a realidade e a usar um verbo para descrever a sensação que tinha no processo. "O bagulho 'aïnouziou'", diz o cearense batizado Gabriel Linhares Rocha, um dos fundadores do grupo Costa a Costa. A palavra, explica ele, resume a falta de pertencimento pleno e toma como base o sobrenome de Karim Aïnouz, seu conterrâneo e diretor de "Praia do Futuro", "Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo" e "O Céu de Suely". "Os filmes dele têm essa coisa de uma busca, de nunca se sentir completo. De sentir-se estrangeiro no lugar para onde você vai e depois no lugar de onde veio", afirma Don L. "Isso é bem 2017. Estamos em uma situação sinistra sem saber o que vai acontecer. Meu novo trabalho fala dessa sensação", diz o MC sobre seu disco mais recente. Nas nove faixas de "Roteiro pra Aïnouz, Vol. 3", lançado com recursos próprios no fim de junho em serviços de música na internet, o rapper vai da desilusão a novas ilusões em rimas sobre a artificialidade potencializada pela busca de retorno imediato; critica o contexto da produção de música (e de rap) no Brasil, que, avalia ele, muitas vezes se baseia em fórmulas sem inventividade; e traz uma lufada de esperança calejada. "A arte tem o privilégio de fazer as pessoas sentirem antes mesmo de entenderem, então acho que é meio estúpido pensar só a curto prazo e não arriscar mais coisas." Com produção de Don L e Deryck Cabrera e participação de Leo Justi, Thiago França, Fernando Catatau, Nego Gallo, Terra Preta e Lay, "RPA, Vol. 3" é o primeiro disco, mas último episódio, de uma trilogia autobiográfica que será contada do fim (São Paulo) para o começo (Fortaleza). Sem previsão de lançamento, os outros discos tratarão da chegada de Don L à capital paulista e de sua saída do Ceará. Ouça no deezer * ROTEIRO PRA AÏNOUZ, VOL. 3 AUTOR: Don L GRAVADORA: independente ONDE: Spotify e Youtube
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Objetos pessoais ajudam a identificar os mortos na fronteira com os EUA
Uma meia de bebê de listras laranjas, uma oração escrita à mão em um papel amassado e uma mecha de cabelo: estas são pistas valiosíssimas para identificar as centenas de corpos de migrantes que pereceram tentando atravessar a fronteira entre o México e os Estados Unidos. Enquanto os políticos discutem a melhor maneira de abordar o problema da imigração ilegal, tema dominante nessa campanha presidencial, Robin Reineke, uma antropóloga de 34 anos, junta as peças do custo humano causado do êxodo da América Central e do México para os Estados Unidos. Os objetos encontrados no brutal deserto de Sonora do Arizona podem ser anódinos, mas Reineke se dedica a cada um deles para identificar os migrantes que os usavam. "O que eu tenho visto na última década é uma catástrofe humana", disse Reineke à AFP na ONG Colibrí, que ela dirige, situada no centro de medicina legal do condado de Pima. "Em média 175 restos mortais são recuperados no deserto todo ano, isso equivale a um acidente aéreo em um só ano no sul do Arizona por 10, 15 anos", comparou. O número de mortos cresceu significativamente a partir do ano 2000, quando o governo americano reforçou a segurança na fronteira após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. O número de agentes fronteiriços aumentou e foram construídas grades divisórias. Essas medidas obrigaram os migrantes desesperados, que fogem da violência e da pobreza em seus países, a buscar rotas alternativas, remotas e perigosas, onde muitas vezes se perdem e morrem desidratados ou, no inverno, de hipotermia. "É uma morte muito dolorosa, horrível e solitária", expressou Reineke. "E é muito duro saber que há gente passando por isso a meia hora de carro da minha casa", acrescentou. O número de mortos dispara nos meses de verão, quando a temperatura pode chegar a 50 graus no deserto, segundo Gregory Hess, encarregado do necrotério de Pima. "Agora estamos com 900 corpos sem identificação", disse Hess. A maioria foi recuperada depois de 2000, informou. QUEBRA-CABEÇA Os objetos pessoais que são encontrados perto dos cadáveres —fotos de bebês, recibos de banco, carteiras despedaçadas ou um número de telefone— são colocados em sacos plásticos e etiquetadas como pertencentes a "John Doe" ou "Jane Doe", nomes que se dão nos Estados Unidos aos 'joões Ninguém', pessoas não identificadas. Os pacotes, armazenados em armários laranja, ainda preservam o odor característico do corpo em decomposição ou nas palavras de Reineke, "o cheiro da morte". Com essas provas começa o sombrio trabalho de armar o quebra-cabeça da identidade do homem, da mulher e da criança. Um terço, uma fivela de cinto ou a foto de uma criança podem coincidir com os relatos de pessoas desaparecidas na América Central e no México e que são enviados a esse centro. "É importante analisar esses objetos já que é como se os mortos estivessem falando com os vivos. Mostram que essas pessoas não representavam uma ameaça, e, sim, pessoas que muito preocupadas com sua família, que vieram para cá trabalhar, para fugir da violência", ressaltou. Das vítimas, 75% são homens. O restante, mulheres e algumas poucas crianças. Reineke senta-se e lembra de "Aristeo e suas fotos ao lado de um bolo de casamento" ou de "Ricardo com as fotos de sua filha ao lado da árvore de natal". "Falamos com mães que nos dizem que seus filhos ligaram para dizer "estou cruzando (a fronteira) hoje. Estou usando isso, te amo e se não te vir de novo quero que saiba que estou pensando em você'", disse. O caso que mais lhe comoveu foi o de um adolescente, que não tinha mais do que 16 anos, e foi encontrado com uma flor de papel laranja ao lado. "Era tão jovem e saudável. Sua autópsia apontou que ele tinha o estômago cheio de cactus espinhosos e só de pensar no que ele deve ter passado no deserto me faz muito mal", expressou. Muitos migrantes caminham de dois a cinco dias no deserto e depois morrem pelo cansaço, pelo forte calor ou pelo frio do deserto. Embora seu trabalho possa ser esgotante do ponto de vista emocional, Reineke acredita que a ajuda dada às famílias que querem chorar seus mortos é uma grande motivação para ela e sua equipe. "Considero o luto como um direito humano", afirmou a antropóloga que critica a proposta do republicano Donald Trump de construir um muro na fronteira e deportar os migrantes em situação irregular. "É mais doloroso ouvir as palavras de Donald Trump sobre imigrantes do que ver os mortos no deserto", desabafou.
mundo
Objetos pessoais ajudam a identificar os mortos na fronteira com os EUAUma meia de bebê de listras laranjas, uma oração escrita à mão em um papel amassado e uma mecha de cabelo: estas são pistas valiosíssimas para identificar as centenas de corpos de migrantes que pereceram tentando atravessar a fronteira entre o México e os Estados Unidos. Enquanto os políticos discutem a melhor maneira de abordar o problema da imigração ilegal, tema dominante nessa campanha presidencial, Robin Reineke, uma antropóloga de 34 anos, junta as peças do custo humano causado do êxodo da América Central e do México para os Estados Unidos. Os objetos encontrados no brutal deserto de Sonora do Arizona podem ser anódinos, mas Reineke se dedica a cada um deles para identificar os migrantes que os usavam. "O que eu tenho visto na última década é uma catástrofe humana", disse Reineke à AFP na ONG Colibrí, que ela dirige, situada no centro de medicina legal do condado de Pima. "Em média 175 restos mortais são recuperados no deserto todo ano, isso equivale a um acidente aéreo em um só ano no sul do Arizona por 10, 15 anos", comparou. O número de mortos cresceu significativamente a partir do ano 2000, quando o governo americano reforçou a segurança na fronteira após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. O número de agentes fronteiriços aumentou e foram construídas grades divisórias. Essas medidas obrigaram os migrantes desesperados, que fogem da violência e da pobreza em seus países, a buscar rotas alternativas, remotas e perigosas, onde muitas vezes se perdem e morrem desidratados ou, no inverno, de hipotermia. "É uma morte muito dolorosa, horrível e solitária", expressou Reineke. "E é muito duro saber que há gente passando por isso a meia hora de carro da minha casa", acrescentou. O número de mortos dispara nos meses de verão, quando a temperatura pode chegar a 50 graus no deserto, segundo Gregory Hess, encarregado do necrotério de Pima. "Agora estamos com 900 corpos sem identificação", disse Hess. A maioria foi recuperada depois de 2000, informou. QUEBRA-CABEÇA Os objetos pessoais que são encontrados perto dos cadáveres —fotos de bebês, recibos de banco, carteiras despedaçadas ou um número de telefone— são colocados em sacos plásticos e etiquetadas como pertencentes a "John Doe" ou "Jane Doe", nomes que se dão nos Estados Unidos aos 'joões Ninguém', pessoas não identificadas. Os pacotes, armazenados em armários laranja, ainda preservam o odor característico do corpo em decomposição ou nas palavras de Reineke, "o cheiro da morte". Com essas provas começa o sombrio trabalho de armar o quebra-cabeça da identidade do homem, da mulher e da criança. Um terço, uma fivela de cinto ou a foto de uma criança podem coincidir com os relatos de pessoas desaparecidas na América Central e no México e que são enviados a esse centro. "É importante analisar esses objetos já que é como se os mortos estivessem falando com os vivos. Mostram que essas pessoas não representavam uma ameaça, e, sim, pessoas que muito preocupadas com sua família, que vieram para cá trabalhar, para fugir da violência", ressaltou. Das vítimas, 75% são homens. O restante, mulheres e algumas poucas crianças. Reineke senta-se e lembra de "Aristeo e suas fotos ao lado de um bolo de casamento" ou de "Ricardo com as fotos de sua filha ao lado da árvore de natal". "Falamos com mães que nos dizem que seus filhos ligaram para dizer "estou cruzando (a fronteira) hoje. Estou usando isso, te amo e se não te vir de novo quero que saiba que estou pensando em você'", disse. O caso que mais lhe comoveu foi o de um adolescente, que não tinha mais do que 16 anos, e foi encontrado com uma flor de papel laranja ao lado. "Era tão jovem e saudável. Sua autópsia apontou que ele tinha o estômago cheio de cactus espinhosos e só de pensar no que ele deve ter passado no deserto me faz muito mal", expressou. Muitos migrantes caminham de dois a cinco dias no deserto e depois morrem pelo cansaço, pelo forte calor ou pelo frio do deserto. Embora seu trabalho possa ser esgotante do ponto de vista emocional, Reineke acredita que a ajuda dada às famílias que querem chorar seus mortos é uma grande motivação para ela e sua equipe. "Considero o luto como um direito humano", afirmou a antropóloga que critica a proposta do republicano Donald Trump de construir um muro na fronteira e deportar os migrantes em situação irregular. "É mais doloroso ouvir as palavras de Donald Trump sobre imigrantes do que ver os mortos no deserto", desabafou.
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Clarice Falcão canta Destiny's Child em clipe feminista; assista
Clarice Falcão apresentou nesta sexta-feira (13) seu novo videoclipe, um cover de "Survivor", da Destiny's Child, grupo que lançou a musa pop Beyoncé. O vídeo tem mensagem feminista. Nele, Clarice e outras mulheres de diferentes raças e biotipos aparecem se rabiscando com batom vermelho sem respeitar padrões, em uma representação do empoderamento feminino. A mãe e a irmã da cantora, Adriana e Isabel Falcão, participam do clipe. No final, uma mensagem diz: "É preciso ter coragem para ser mulher nesse mundo. Para viver como uma. Para escrever sobre elas", frase que apresenta a ONG Think Olga. Toda a arrecadação com a venda da música no iTunes será revertida para para a organização, que luta pelo direito das mulheres. Lançada em 2001, "Survivor" é a segunda faixa do álbum homônimo da Destiny's Child e rendeu um Grammy à banda. A letra fala sobre independência feminina. Clarice, que também é integrante do grupo de humor Porta dos Fundos, se tornou queridinha da internet com seu disco de estreia, "Monomania", de 2013. Ela agora finaliza o segundo álbum, com previsão de lançamento para março de 2016.
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Clarice Falcão canta Destiny's Child em clipe feminista; assistaClarice Falcão apresentou nesta sexta-feira (13) seu novo videoclipe, um cover de "Survivor", da Destiny's Child, grupo que lançou a musa pop Beyoncé. O vídeo tem mensagem feminista. Nele, Clarice e outras mulheres de diferentes raças e biotipos aparecem se rabiscando com batom vermelho sem respeitar padrões, em uma representação do empoderamento feminino. A mãe e a irmã da cantora, Adriana e Isabel Falcão, participam do clipe. No final, uma mensagem diz: "É preciso ter coragem para ser mulher nesse mundo. Para viver como uma. Para escrever sobre elas", frase que apresenta a ONG Think Olga. Toda a arrecadação com a venda da música no iTunes será revertida para para a organização, que luta pelo direito das mulheres. Lançada em 2001, "Survivor" é a segunda faixa do álbum homônimo da Destiny's Child e rendeu um Grammy à banda. A letra fala sobre independência feminina. Clarice, que também é integrante do grupo de humor Porta dos Fundos, se tornou queridinha da internet com seu disco de estreia, "Monomania", de 2013. Ela agora finaliza o segundo álbum, com previsão de lançamento para março de 2016.
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Após apogeu e queda, Cuba vivencia nova experiência em Olimpíada
A pequena ilha de Cuba se transformou em destaque internacional no mundo dos esportes na década de 70, mas nos últimos tempos recuou, pressionada por dificuldades econômicas. Agora inicia uma nova etapa na Olimpíada do Rio. Essa possibilidade é fruto da reviravolta nas relações com os Estados Unidos, de Barak Obama, que resultou em dezembro de 2014 nos primeiros passos do caminho para o fim do embargo econômico, comercial e financeiro à ilha, impasse imposto pelos norte-americanos nas últimas cinco décadas. Obama disse que vai normalizar as relações entre os dois países, alterando uma política que falhou por décadas. O líder cubano Raul Castro chegou a dizer que o bloqueio provoca enormes prejuízos humanos e econômicos a Cuba. Portanto, a simples redução das medidas restritivas é um bom sinal. Nesse clima de embates, a revolução, que colocou Fidel Castro no poder em 1959, transformou a estrutura política, social e econômica de Cuba. Alguns anos depois passou a dispensar atenção especial à área de esportes, baniu o profissionalismo e adotou o lema "El Deporte Derecho del Pueblo". Ao mesmo tempo começou a escalada de vitórias. O sucesso foi tamanho que não havia disputa esportiva internacional na qual a delegação cubana não aparecesse como protagonista. No mesmo período, Cuba era uma das cartas no baralho da Guerra Fria, confronto dos Estados Unidos e de seus aliados com o bloco liderado pela então União Soviética, que dava amplo respaldo aos cubanos. Nesse jogo, Cuba acabou envolvida pela dependência de subsídios dos aliados, especialmente dos soviéticos e depois dos venezuelanos. A URSS desmoronou em 1990 e a Venezuela há tempos enfrenta uma terrível crise, agravada a cada ano. A nova realidade dos parceiros atingiu Cuba, que teve de reduzir fortemente os investimentos em geral e abalou o esporte de alto nível, que passou a sofrer também com a fuga de atletas nas viagens ao exterior. Nos últimos anos, os reflexos são notórios até mesmo na redução do número de integrantes das delegações olímpicas e nos pódios conquistados pelos atletas do país. Na última Olimpíada, em Londres-12, encerrou a competição com apenas 14 (5 de ouro) medalhas. A campanha mais expressiva aconteceu em Barcelona-92, com 31 medalhas (14 de ouro). Conforme já foi mostrado neste espaço, em 2012, a delegação cubana levou para Londres o menor contingente de atletas (111) desde os Jogos de 1964, o primeiro ciclo pós-revolução, quando 27 representantes estiveram em Tóquio. No Brasil a delegação conta com 122 atletas, 87 homens e 25 mulheres. Ainda é prematuro falar sobre um novo salto nos esportes. Porém, como sempre mostraram muita resistência e determinação, os cubanos talvez estejam prontos para decolar novamente.
colunas
Após apogeu e queda, Cuba vivencia nova experiência em OlimpíadaA pequena ilha de Cuba se transformou em destaque internacional no mundo dos esportes na década de 70, mas nos últimos tempos recuou, pressionada por dificuldades econômicas. Agora inicia uma nova etapa na Olimpíada do Rio. Essa possibilidade é fruto da reviravolta nas relações com os Estados Unidos, de Barak Obama, que resultou em dezembro de 2014 nos primeiros passos do caminho para o fim do embargo econômico, comercial e financeiro à ilha, impasse imposto pelos norte-americanos nas últimas cinco décadas. Obama disse que vai normalizar as relações entre os dois países, alterando uma política que falhou por décadas. O líder cubano Raul Castro chegou a dizer que o bloqueio provoca enormes prejuízos humanos e econômicos a Cuba. Portanto, a simples redução das medidas restritivas é um bom sinal. Nesse clima de embates, a revolução, que colocou Fidel Castro no poder em 1959, transformou a estrutura política, social e econômica de Cuba. Alguns anos depois passou a dispensar atenção especial à área de esportes, baniu o profissionalismo e adotou o lema "El Deporte Derecho del Pueblo". Ao mesmo tempo começou a escalada de vitórias. O sucesso foi tamanho que não havia disputa esportiva internacional na qual a delegação cubana não aparecesse como protagonista. No mesmo período, Cuba era uma das cartas no baralho da Guerra Fria, confronto dos Estados Unidos e de seus aliados com o bloco liderado pela então União Soviética, que dava amplo respaldo aos cubanos. Nesse jogo, Cuba acabou envolvida pela dependência de subsídios dos aliados, especialmente dos soviéticos e depois dos venezuelanos. A URSS desmoronou em 1990 e a Venezuela há tempos enfrenta uma terrível crise, agravada a cada ano. A nova realidade dos parceiros atingiu Cuba, que teve de reduzir fortemente os investimentos em geral e abalou o esporte de alto nível, que passou a sofrer também com a fuga de atletas nas viagens ao exterior. Nos últimos anos, os reflexos são notórios até mesmo na redução do número de integrantes das delegações olímpicas e nos pódios conquistados pelos atletas do país. Na última Olimpíada, em Londres-12, encerrou a competição com apenas 14 (5 de ouro) medalhas. A campanha mais expressiva aconteceu em Barcelona-92, com 31 medalhas (14 de ouro). Conforme já foi mostrado neste espaço, em 2012, a delegação cubana levou para Londres o menor contingente de atletas (111) desde os Jogos de 1964, o primeiro ciclo pós-revolução, quando 27 representantes estiveram em Tóquio. No Brasil a delegação conta com 122 atletas, 87 homens e 25 mulheres. Ainda é prematuro falar sobre um novo salto nos esportes. Porém, como sempre mostraram muita resistência e determinação, os cubanos talvez estejam prontos para decolar novamente.
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A priorização de torneios no Brasil tem ficado ao sabor das circunstâncias
O Brasileiro é o campeonato mais importante do Brasil, certo? Errado, a julgar pelas escolhas do Grêmio, a Copa do Brasil é mais. Mas a Libertadores é o torneio mais importante do continente, certo? Sim, embora não devesse ser do jeito que é disputado. Os clubes brasileiros são ruins quando o tema é planejar. Fossem melhores e talvez o Grêmio estivesse mais perto do que está do Corinthians no Brasileiro -e não fadado a mais um ano de jejum, em vias de completar 22 anos na fila. O clube tricolor gaúcho fez uma porção de escolhas erradas nesta temporada, embora possa terminá-la como campeão não só da Copa do Brasil como da Libertadores, e no Mundial da Fifa, nos Emirados Árabes, em dezembro. Só que a primeira prioridade gremista neste ano foi o Gauchinho e nem à decisão chegou. Depois escolheu lutar por sua sexta Copa do Brasil e andou escalando times reservas no Brasileiro para perder nove pontos com eles e ficar a oito, talvez 11, do Corinthians. É fato que o líder faz uma campanha fora da curva, basta dizer que o Grêmio tem 38 pontos, só dois a mais que o Palmeiras campeão no primeiro turno de 2016. É compreensível que o Grêmio, agora, eleja as copas como mais importantes, mas errou ao não olhar como deveria para o campeonato que exige regularidade para ser conquistado. Porque está na hora de os clubes aprenderem a distinguir o maior do menor. Não que seja fácil. Pense em você na Presidência da República. É unânime que o problema número 1 no Brasil, há mais de 500 anos, é o educacional. Deveria ser a prioridade de qualquer governante. Mas, e a saúde pública em estado caótico, a insegurança pública apavorante, a corrupção? Estivesse a questão educacional resolvida e o resto não estaria como está. Mas está. O que fazer? Antes que você diga que não cabe comparar as prioridades de governo com as de clubes de futebol, deixe que eu mesmo diga: é claro que não! Apenas se quer mostrar como priorizar é difícil e que quando se tem tantas prioridades é comum não ter nenhuma. O Grêmio priorizou o Gauchinho, a Libertadores, a Copa do Brasil e deixou o Brasileirão. O "inho" e o "ão" já eram e nada impede que as copas, em mata-mata, também escapem ainda antes da final. E então? Então o Imortal se dará conta que quem tem uma competição garantida de maio a dezembro não pode jamais deixá-la de lado. Sem se falar que além da glória conferida pela Libertadores pouca coisa mais se extrai dela. Quem acompanha a coluna sabe que aqui até já se propôs ao Corinthians não disputá-la no ano seguinte a tê-la conquistado, para ir além das críticas e dar o exemplo já sem cara de desculpa por não vencê-la. Sim, é querer demais. Uma coisa parece certa: se o Brasileiro deixar de ser o sonho dos clubes, se a mediocridade prevalecer a ponto de só enxergá-lo como classificatório para a Libertadores, apenas aprofundaremos nosso papel secundário no mundo da bola. Aproveitemos o potencial continental do Brasil, capaz de ser suficiente se bem planejado, e perguntemos aos americanos: a NBA quer cruzar com outras ligas? Ou ela se basta?
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A priorização de torneios no Brasil tem ficado ao sabor das circunstânciasO Brasileiro é o campeonato mais importante do Brasil, certo? Errado, a julgar pelas escolhas do Grêmio, a Copa do Brasil é mais. Mas a Libertadores é o torneio mais importante do continente, certo? Sim, embora não devesse ser do jeito que é disputado. Os clubes brasileiros são ruins quando o tema é planejar. Fossem melhores e talvez o Grêmio estivesse mais perto do que está do Corinthians no Brasileiro -e não fadado a mais um ano de jejum, em vias de completar 22 anos na fila. O clube tricolor gaúcho fez uma porção de escolhas erradas nesta temporada, embora possa terminá-la como campeão não só da Copa do Brasil como da Libertadores, e no Mundial da Fifa, nos Emirados Árabes, em dezembro. Só que a primeira prioridade gremista neste ano foi o Gauchinho e nem à decisão chegou. Depois escolheu lutar por sua sexta Copa do Brasil e andou escalando times reservas no Brasileiro para perder nove pontos com eles e ficar a oito, talvez 11, do Corinthians. É fato que o líder faz uma campanha fora da curva, basta dizer que o Grêmio tem 38 pontos, só dois a mais que o Palmeiras campeão no primeiro turno de 2016. É compreensível que o Grêmio, agora, eleja as copas como mais importantes, mas errou ao não olhar como deveria para o campeonato que exige regularidade para ser conquistado. Porque está na hora de os clubes aprenderem a distinguir o maior do menor. Não que seja fácil. Pense em você na Presidência da República. É unânime que o problema número 1 no Brasil, há mais de 500 anos, é o educacional. Deveria ser a prioridade de qualquer governante. Mas, e a saúde pública em estado caótico, a insegurança pública apavorante, a corrupção? Estivesse a questão educacional resolvida e o resto não estaria como está. Mas está. O que fazer? Antes que você diga que não cabe comparar as prioridades de governo com as de clubes de futebol, deixe que eu mesmo diga: é claro que não! Apenas se quer mostrar como priorizar é difícil e que quando se tem tantas prioridades é comum não ter nenhuma. O Grêmio priorizou o Gauchinho, a Libertadores, a Copa do Brasil e deixou o Brasileirão. O "inho" e o "ão" já eram e nada impede que as copas, em mata-mata, também escapem ainda antes da final. E então? Então o Imortal se dará conta que quem tem uma competição garantida de maio a dezembro não pode jamais deixá-la de lado. Sem se falar que além da glória conferida pela Libertadores pouca coisa mais se extrai dela. Quem acompanha a coluna sabe que aqui até já se propôs ao Corinthians não disputá-la no ano seguinte a tê-la conquistado, para ir além das críticas e dar o exemplo já sem cara de desculpa por não vencê-la. Sim, é querer demais. Uma coisa parece certa: se o Brasileiro deixar de ser o sonho dos clubes, se a mediocridade prevalecer a ponto de só enxergá-lo como classificatório para a Libertadores, apenas aprofundaremos nosso papel secundário no mundo da bola. Aproveitemos o potencial continental do Brasil, capaz de ser suficiente se bem planejado, e perguntemos aos americanos: a NBA quer cruzar com outras ligas? Ou ela se basta?
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Em livro, blogueira conta aspectos negligenciados sobre o diabetes
Aos 15 anos, Marina de Barros Collaço, 31, era uma adolescente saudável. Ela praticava seis horas de judô por dia e vinha perdendo peso, sentindo cansaço e muita vontade de fazer xixi. Os sintomas pareciam justificáveis pelo excesso de atividade física e não a preocupavam. O pano caiu quando Marina passou mal na escola e foi imediatamente internada por três dias. Ela teve uma cetoacidose (aumento descontrolado no nível de glicose do sangue) severa que resultou em um coma diabético. Até então, Marina não sabia que era diabética, e tinha uma vaga ideia sobre a doença. O médico que a acompanha estima que ela tenha ficado dois anos com a doença antes do diagnóstico. "Existem dois tipos de diabetes, mas no fim são todos do tipo ruim", diz Marina, que há dois anos mantém o blog "Diabética tipo ruim", onde reflete sobre o "lado b" da doença, e acaba de lançar um livro com o mesmo título. "Gosto de escrever sobre os aspectos negligenciados e que causam constrangimento. Falo da impotência sexual comum em diabéticos, de candidíase [corrimentos vaginais causados por fungos], de chefes que nos acham folgados quando precisamos faltar no trabalho por conta de uma hiperglicemia [pico de açúcar no sangue], do sentimento de impotência que às vezes temos por conta das limitações, da falta de paciência para cumprir um monte de regras", diz ela, que sofre de diabetes do tipo 1, que leva a uma deficiência completa na produção de insulina. Para Marina, existe uma tendência de levar a diabetes como um problema menor do que ele de fato é. "Como hoje em dia os tratamentos são eficientes, as pessoas acham que é tranquilo ter diabetes. Mesmo muitos diabéticos insistem que levam uma vida completamente normal, mas normal para mim é sair de casa sem ter que calcular quanto tempo vou passar fora ou se estou levando insumos o suficiente para a minha bomba de insulina", diz. "De açucarado basta meu sangue, não quero fazer um retrato cor de rosa da doença". No Brasil, mais de 16 milhões de adultos (8,1% da população nessa faixa etária) sofrem de diabetes e a doença mata 72 mil pessoas por ano, segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado este ano. Marina acredita que diabéticos tentam passar uma visão amenizada da doença para evitar estigmas. "Minha vida é funcional, mas é cheia de pequenas limitações. Eu preciso faltar o trabalho uma vez no mês para buscar meus remédios na Secretaria de Saúde, por exemplo, e pelo menos uma vez no mês é possível que eu tenha uma hiperglicemia que me deixe com muita dor de cabeça. Nem sempre consigo 'agendar' essa crise para um fim de semana, e chefes não costumam ser compreensivos", explica. Outro percalço comum é a falta de medicamentos na rede pública. Agora mesmo, Marina está há quatro meses sem receber insulina. "E a gente agradece quando o que falta é a insulina, que custa R$ 150 por mês. Pior é quando falta cateter para a bomba, que custa R$ 700", diz ela. Marina, que era publicitária em uma agência, hoje trabalha de casa, fazendo ensaios fotográficos e usando o blog para vender artigos para diabéticos como camisetas, adesivos para enfeitar a bomba de insulina, porta-pílulas e bolsas térmicas para guardar os remédios. "O aspecto mais difícil da diabetes é o psicológico. Aceitar que temos uma limitação para a vida toda é difícil para todo mundo. Para mim, escrever sobre o assunto e abraçar a diabetes como parte da minha personalidade foi a forma de aceitar a doença", diz. DIABÉTICA TIPO RUIM AUTORA Marina de Barros Collaço EDITORA Book Express PREÇO R$ 45 (62 págs.)
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Em livro, blogueira conta aspectos negligenciados sobre o diabetesAos 15 anos, Marina de Barros Collaço, 31, era uma adolescente saudável. Ela praticava seis horas de judô por dia e vinha perdendo peso, sentindo cansaço e muita vontade de fazer xixi. Os sintomas pareciam justificáveis pelo excesso de atividade física e não a preocupavam. O pano caiu quando Marina passou mal na escola e foi imediatamente internada por três dias. Ela teve uma cetoacidose (aumento descontrolado no nível de glicose do sangue) severa que resultou em um coma diabético. Até então, Marina não sabia que era diabética, e tinha uma vaga ideia sobre a doença. O médico que a acompanha estima que ela tenha ficado dois anos com a doença antes do diagnóstico. "Existem dois tipos de diabetes, mas no fim são todos do tipo ruim", diz Marina, que há dois anos mantém o blog "Diabética tipo ruim", onde reflete sobre o "lado b" da doença, e acaba de lançar um livro com o mesmo título. "Gosto de escrever sobre os aspectos negligenciados e que causam constrangimento. Falo da impotência sexual comum em diabéticos, de candidíase [corrimentos vaginais causados por fungos], de chefes que nos acham folgados quando precisamos faltar no trabalho por conta de uma hiperglicemia [pico de açúcar no sangue], do sentimento de impotência que às vezes temos por conta das limitações, da falta de paciência para cumprir um monte de regras", diz ela, que sofre de diabetes do tipo 1, que leva a uma deficiência completa na produção de insulina. Para Marina, existe uma tendência de levar a diabetes como um problema menor do que ele de fato é. "Como hoje em dia os tratamentos são eficientes, as pessoas acham que é tranquilo ter diabetes. Mesmo muitos diabéticos insistem que levam uma vida completamente normal, mas normal para mim é sair de casa sem ter que calcular quanto tempo vou passar fora ou se estou levando insumos o suficiente para a minha bomba de insulina", diz. "De açucarado basta meu sangue, não quero fazer um retrato cor de rosa da doença". No Brasil, mais de 16 milhões de adultos (8,1% da população nessa faixa etária) sofrem de diabetes e a doença mata 72 mil pessoas por ano, segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado este ano. Marina acredita que diabéticos tentam passar uma visão amenizada da doença para evitar estigmas. "Minha vida é funcional, mas é cheia de pequenas limitações. Eu preciso faltar o trabalho uma vez no mês para buscar meus remédios na Secretaria de Saúde, por exemplo, e pelo menos uma vez no mês é possível que eu tenha uma hiperglicemia que me deixe com muita dor de cabeça. Nem sempre consigo 'agendar' essa crise para um fim de semana, e chefes não costumam ser compreensivos", explica. Outro percalço comum é a falta de medicamentos na rede pública. Agora mesmo, Marina está há quatro meses sem receber insulina. "E a gente agradece quando o que falta é a insulina, que custa R$ 150 por mês. Pior é quando falta cateter para a bomba, que custa R$ 700", diz ela. Marina, que era publicitária em uma agência, hoje trabalha de casa, fazendo ensaios fotográficos e usando o blog para vender artigos para diabéticos como camisetas, adesivos para enfeitar a bomba de insulina, porta-pílulas e bolsas térmicas para guardar os remédios. "O aspecto mais difícil da diabetes é o psicológico. Aceitar que temos uma limitação para a vida toda é difícil para todo mundo. Para mim, escrever sobre o assunto e abraçar a diabetes como parte da minha personalidade foi a forma de aceitar a doença", diz. DIABÉTICA TIPO RUIM AUTORA Marina de Barros Collaço EDITORA Book Express PREÇO R$ 45 (62 págs.)
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Governo corta cargos comissionados e confirma aumento para servidores
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciou nesta quinta-feira (29) que o governo encerrou seu programa de redução de cargos comissionados, cortando 4.689 cargos e funções gratificadas, o que vai gerar economia de R$ 240 milhões por ano. Mas Oliveira confirmou que vai publicar nesta sexta-feira (30) ato garantindo aumento para todas as categorias de servidores públicos federais do executivo que tiveram negociações salariais concluídas neste ano e ainda não foram aprovadas no Congresso. Questionado, o ministro não detalhou valores e quantidade de servidores que serão beneficiados com os reajustes, o que deverá ser feito após a publicação da medida. Também não confirmou se haverá uma medida provisória, alegando que o ato depende de decisão presidência. No início da noite, no entanto, o Planejamento divulgou em nota que o governo publicará uma medida provisória com reajustes para oito categorias: auditoria-fiscal da Receita Federal; auditoria-fiscal do Trabalho; perito médico previdenciário; carreira de infraestrutura; diplomata; oficial de chancelaria; assistente de chancelaria; e policial civil dos ex-territórios. O impacto estimado para 2017 desses reajustes é de R$ 3,8 bilhões. O impacto acumulado dos reajuste para o período de 2016-2019 é de R$ 11,2 bilhões. Segundo o ministro, os recursos para pagar os reajustes dos servidores já estavam previstos no orçamento deste ano e no do ano que vem. Ambos são orçamentos com deficit primário, ou seja, excluída a despesa com a dívida pública, o governo vai gastar mais do que arrecada. Alguns projetos de reajuste de servidores estavam no Congresso Nacional e outros nem sequer tinham sido enviados. Segundo Dyogo Oliveira, isso ocorreu porque o governo vinha mantendo prudência em relação aos gastos para saber se teria recursos para cumprir a meta fiscal do ano. O ministro defendeu os aumentos para servidores dizendo que, ao contrário dos governos estaduais, que aumentaram em meio ponto percentual do PIB sua despesas com salários de servidor, o governo federal reduziu em meio ponto percentual essa mesma conta, passando de 4,6% para 4,1% do PIB. Segundo ele, o aumento médio dos servidores foi em torno de 5% ao ano com nível de inflação bem superior a isso. "É indevido comparar com os Estados, que foram bastante mais generosos. Os reajustes já estavam previstos, não comprometem o cumprimento das metas. Não adianta querer ajustar o que já está ajustado", disse sobre os aumentos. Outra medida que o governo tomará até o fim do ano é a liberação de cerca de R$ 3,7 bilhões em emendas parlamentares. De acordo com o ministro, a previsão do ano era pagar até R$ 4,7 bilhões, mas não será possível porque parte dos projetos para os quais os valores das emendas foram destinados estão com o andamento mais lento que o previsto. CORTES Foram cortados 3.087 cargos de comissão de livre nomeação e outras 1.602 funções gratificadas, que só podiam ser dadas a concursados. Também foram transformadas em funções somente para servidores outros 7,3 mil cargos comissionados. De acordo com Dyogo, alguns ministérios terão até o meio do ano para fazer a redução definitiva dos cargos. Segundo ele, não está nos planos do governo em 2017 fazer novas reduções nesses cargos, já que o governo federal chegou ao nível de cargos que tinha em 2003, ou seja, 17,6 mil pessoas. Dyogo Oliveira também comentou decreto que regulamentou a Lei de Estatais que criou regras para contratação de diretores para essas empresas, como a que vai exigir 10 anos de experiência no setor para que uma pessoa seja contratada para a diretoria de uma empresa pública. Para o próximo ano, segundo ele, o ministério vai trabalhar num programa para melhoria dos serviços públicos com melhoras na gestão de pessoal e redução de custos de serviços e aumento da qualidade do atendimento aos usuários. "A sociedade brasileira reclama por qualidade no serviço publico. Isso está claro. Tivemos ampliação no serviço público nos últimos anos. Esse serviços estão hoje disponíveis, mas eles custam caro e a qualidade não é desejada pelo cidadão", afirmou o ministro. Perguntado se se sentia confortável para implementar medidas já que está como interino desde a saída do ex-ministro da pasta, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) em maio deste ano, Oliveira afirmou que essa é uma decisão do presidente e que se sente confortável. "Eu não sou interino. Sou servidor de carreira. O meu trabalho sempre continua. Tenho tido apoio extraordinário do presidente. Mas é uma decisão exclusiva dele e não me cabe tecer comentário sobre isso", afirmou Oliveira.
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Governo corta cargos comissionados e confirma aumento para servidoresO ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciou nesta quinta-feira (29) que o governo encerrou seu programa de redução de cargos comissionados, cortando 4.689 cargos e funções gratificadas, o que vai gerar economia de R$ 240 milhões por ano. Mas Oliveira confirmou que vai publicar nesta sexta-feira (30) ato garantindo aumento para todas as categorias de servidores públicos federais do executivo que tiveram negociações salariais concluídas neste ano e ainda não foram aprovadas no Congresso. Questionado, o ministro não detalhou valores e quantidade de servidores que serão beneficiados com os reajustes, o que deverá ser feito após a publicação da medida. Também não confirmou se haverá uma medida provisória, alegando que o ato depende de decisão presidência. No início da noite, no entanto, o Planejamento divulgou em nota que o governo publicará uma medida provisória com reajustes para oito categorias: auditoria-fiscal da Receita Federal; auditoria-fiscal do Trabalho; perito médico previdenciário; carreira de infraestrutura; diplomata; oficial de chancelaria; assistente de chancelaria; e policial civil dos ex-territórios. O impacto estimado para 2017 desses reajustes é de R$ 3,8 bilhões. O impacto acumulado dos reajuste para o período de 2016-2019 é de R$ 11,2 bilhões. Segundo o ministro, os recursos para pagar os reajustes dos servidores já estavam previstos no orçamento deste ano e no do ano que vem. Ambos são orçamentos com deficit primário, ou seja, excluída a despesa com a dívida pública, o governo vai gastar mais do que arrecada. Alguns projetos de reajuste de servidores estavam no Congresso Nacional e outros nem sequer tinham sido enviados. Segundo Dyogo Oliveira, isso ocorreu porque o governo vinha mantendo prudência em relação aos gastos para saber se teria recursos para cumprir a meta fiscal do ano. O ministro defendeu os aumentos para servidores dizendo que, ao contrário dos governos estaduais, que aumentaram em meio ponto percentual do PIB sua despesas com salários de servidor, o governo federal reduziu em meio ponto percentual essa mesma conta, passando de 4,6% para 4,1% do PIB. Segundo ele, o aumento médio dos servidores foi em torno de 5% ao ano com nível de inflação bem superior a isso. "É indevido comparar com os Estados, que foram bastante mais generosos. Os reajustes já estavam previstos, não comprometem o cumprimento das metas. Não adianta querer ajustar o que já está ajustado", disse sobre os aumentos. Outra medida que o governo tomará até o fim do ano é a liberação de cerca de R$ 3,7 bilhões em emendas parlamentares. De acordo com o ministro, a previsão do ano era pagar até R$ 4,7 bilhões, mas não será possível porque parte dos projetos para os quais os valores das emendas foram destinados estão com o andamento mais lento que o previsto. CORTES Foram cortados 3.087 cargos de comissão de livre nomeação e outras 1.602 funções gratificadas, que só podiam ser dadas a concursados. Também foram transformadas em funções somente para servidores outros 7,3 mil cargos comissionados. De acordo com Dyogo, alguns ministérios terão até o meio do ano para fazer a redução definitiva dos cargos. Segundo ele, não está nos planos do governo em 2017 fazer novas reduções nesses cargos, já que o governo federal chegou ao nível de cargos que tinha em 2003, ou seja, 17,6 mil pessoas. Dyogo Oliveira também comentou decreto que regulamentou a Lei de Estatais que criou regras para contratação de diretores para essas empresas, como a que vai exigir 10 anos de experiência no setor para que uma pessoa seja contratada para a diretoria de uma empresa pública. Para o próximo ano, segundo ele, o ministério vai trabalhar num programa para melhoria dos serviços públicos com melhoras na gestão de pessoal e redução de custos de serviços e aumento da qualidade do atendimento aos usuários. "A sociedade brasileira reclama por qualidade no serviço publico. Isso está claro. Tivemos ampliação no serviço público nos últimos anos. Esse serviços estão hoje disponíveis, mas eles custam caro e a qualidade não é desejada pelo cidadão", afirmou o ministro. Perguntado se se sentia confortável para implementar medidas já que está como interino desde a saída do ex-ministro da pasta, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) em maio deste ano, Oliveira afirmou que essa é uma decisão do presidente e que se sente confortável. "Eu não sou interino. Sou servidor de carreira. O meu trabalho sempre continua. Tenho tido apoio extraordinário do presidente. Mas é uma decisão exclusiva dele e não me cabe tecer comentário sobre isso", afirmou Oliveira.
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Personificação sonora é a força de orquestra alemã
Richard Strauss (1864-1949) amadureceu as sutilezas na caracterização das personagens de suas óperas –um exemplo é "Elektra" (1909), programada pelo Theatro Municipal para o próximo mês– em poemas sinfônicos como "Don Quixote" (1897). Com regência de seu titular, Kent Nagano, a Orquestra Filarmônica de Hamburgo abriu com a obra o concerto, na Sala São Paulo, de segunda (26), parte da ótima temporada internacional Cultura Artística neste ano. Na esteira do que ocorre nas óperas maduras de Richard Wagner (1813-83), Strauss concebe "motivos condutores" que, ao mesmo tempo, individualizam e acompanham as transformações de seus personagens. No poema sinfônico, entretanto, não há texto nem teatro; as personagens são apenas as figuras sonoras, as notas de uma sinfonia que tenta em si abarcar a literatura. Por isso, conhecer o célebre romance de Miguel de Cervantes (1547-1616) pode adicionar sentidos à composição que, aqui, narra apenas as aventuras de um violoncelo solista, uma viola, um bombardino, um oboé, e as inúmeras combinações instrumentais de um obsessivo motivo cromático interrompido por um salto de sexta. A perfeição dessas combinações, ressaltada por Gautier Capuçon no cello e por Naomi Seiler (violista da orquestra) foi o ponto alto da regência de Nagano, que já havia feito na capital paulista um concerto memorável com a Sinfônica de Montreal em 2013. SONORIDADE O fato de a Filarmônica de Hamburgo ser também uma orquestra de ópera fortalece os elos de caracterização e condução da narrativa. A sonoridade, por outro lado, pareceu às vezes um pouco abafada, como se faltasse brilho às cordas. A segunda parte foi dedicada à "Sinfonia n. 1" de Johannes Brahms (1833-1897), um ilustre nativo da cidade de Hamburgo, cinco anos mais jovem do que a própria orquestra. A "Primeira Sinfonia" é uma obra longa, complexa e muito conhecida. Nagano fez o que fazem alguns dos melhores regentes: ressaltou as linhas internas (tão trabalhadas pelo compositor), o contraponto inversível, a cor das violas na textura e, principalmente, a conexão entre motivos ao longo dos movimentos –como os ecos da introdução do início no coral do finale. Mas, mais uma vez, a sonoridade não chegava ao público com a espessura esperada. Seria falta de passagem de som no local? Teriam estranhado a sala? O fato é que a projeção sonora tem os seus segredos, e são eles que tornam a experiência de ouvir a música ao vivo –ainda hoje– única e insubstituível. Orquestra Filarmônica de Hamburgo
ilustrada
Personificação sonora é a força de orquestra alemãRichard Strauss (1864-1949) amadureceu as sutilezas na caracterização das personagens de suas óperas –um exemplo é "Elektra" (1909), programada pelo Theatro Municipal para o próximo mês– em poemas sinfônicos como "Don Quixote" (1897). Com regência de seu titular, Kent Nagano, a Orquestra Filarmônica de Hamburgo abriu com a obra o concerto, na Sala São Paulo, de segunda (26), parte da ótima temporada internacional Cultura Artística neste ano. Na esteira do que ocorre nas óperas maduras de Richard Wagner (1813-83), Strauss concebe "motivos condutores" que, ao mesmo tempo, individualizam e acompanham as transformações de seus personagens. No poema sinfônico, entretanto, não há texto nem teatro; as personagens são apenas as figuras sonoras, as notas de uma sinfonia que tenta em si abarcar a literatura. Por isso, conhecer o célebre romance de Miguel de Cervantes (1547-1616) pode adicionar sentidos à composição que, aqui, narra apenas as aventuras de um violoncelo solista, uma viola, um bombardino, um oboé, e as inúmeras combinações instrumentais de um obsessivo motivo cromático interrompido por um salto de sexta. A perfeição dessas combinações, ressaltada por Gautier Capuçon no cello e por Naomi Seiler (violista da orquestra) foi o ponto alto da regência de Nagano, que já havia feito na capital paulista um concerto memorável com a Sinfônica de Montreal em 2013. SONORIDADE O fato de a Filarmônica de Hamburgo ser também uma orquestra de ópera fortalece os elos de caracterização e condução da narrativa. A sonoridade, por outro lado, pareceu às vezes um pouco abafada, como se faltasse brilho às cordas. A segunda parte foi dedicada à "Sinfonia n. 1" de Johannes Brahms (1833-1897), um ilustre nativo da cidade de Hamburgo, cinco anos mais jovem do que a própria orquestra. A "Primeira Sinfonia" é uma obra longa, complexa e muito conhecida. Nagano fez o que fazem alguns dos melhores regentes: ressaltou as linhas internas (tão trabalhadas pelo compositor), o contraponto inversível, a cor das violas na textura e, principalmente, a conexão entre motivos ao longo dos movimentos –como os ecos da introdução do início no coral do finale. Mas, mais uma vez, a sonoridade não chegava ao público com a espessura esperada. Seria falta de passagem de som no local? Teriam estranhado a sala? O fato é que a projeção sonora tem os seus segredos, e são eles que tornam a experiência de ouvir a música ao vivo –ainda hoje– única e insubstituível. Orquestra Filarmônica de Hamburgo
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Filme na TV: 'Escritores da Liberdade' agrada apesar de seu tema desgastado
Desde "Sementes da Violência" (1955), de Richard Brooks, a história é recorrente: um colégio ou ao menos uma classe de alunos pobres, quase todos negros, e indisciplinados por não acreditarem em outro conhecimento senão aquele dos guetos. Em "Escritores da Liberdade" ("Freedom Writers", 2007, 16 anos, TC Touch, 23h45) será a vez da professora Erin Gruwell duelar com seus alunos, e depois cativá-los, para ensiná-los o melhor da literatura. Ela verá que o mais complicado será enfrentar um sistema educacional que começa por desacreditar dos próprios estudantes. Mas enfrentará, claro. Gruwell existe de fato e, o melhor, é interpretada por Hilary Swank. É uma história que se repete a mais de 50 anos: mostra que algo não funciona no sistema e que Gruwell planta no deserto. Ainda assim, é simpático este filme de Richard LaGravenese.
ilustrada
Filme na TV: 'Escritores da Liberdade' agrada apesar de seu tema desgastadoDesde "Sementes da Violência" (1955), de Richard Brooks, a história é recorrente: um colégio ou ao menos uma classe de alunos pobres, quase todos negros, e indisciplinados por não acreditarem em outro conhecimento senão aquele dos guetos. Em "Escritores da Liberdade" ("Freedom Writers", 2007, 16 anos, TC Touch, 23h45) será a vez da professora Erin Gruwell duelar com seus alunos, e depois cativá-los, para ensiná-los o melhor da literatura. Ela verá que o mais complicado será enfrentar um sistema educacional que começa por desacreditar dos próprios estudantes. Mas enfrentará, claro. Gruwell existe de fato e, o melhor, é interpretada por Hilary Swank. É uma história que se repete a mais de 50 anos: mostra que algo não funciona no sistema e que Gruwell planta no deserto. Ainda assim, é simpático este filme de Richard LaGravenese.
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Cadê o respeito?
A ideia da coluna desta semana era contar como funciona a estrutura da Rio-2016, comitê organizador da cidade-sede da Olimpíada. Estive recentemente na sede da organização do evento. Não foi a primeira vez, mas nessa ocasião tive informações das quais nem sempre nos damos conta quando falamos sobre o assunto. É comum a gente fazer uma confusão enorme sobre quem é responsável pelo que, de onde vem e para onde vai o dinheiro, principalmente na hora das críticas. É importante entendermos onde entram as responsabilidades do Comitê Olímpico Internacional, do Comitê Olímpico do Brasil, dos governos municipal, estadual e federal e o papel que cabe ao comitê organizador dos Jogos Olímpicos. Infelizmente, é impressionante como nossos governantes têm a capacidade de atropelar a notícia, com seus atos destrambelhados, inconsequentes e interesseiros. Nos últimos dias tivemos dois exemplos de como algumas figuras públicas parecem estar desconectadas da realidade e da opinião pública. Começo pelo episódio mais recente. A sanção da lei que isenta estrangeiros de vistos no período da Olimpíada. A lei deve contemplar países com baixo risco de periculosidade. Me perguntei se é muito difícil para nossa digníssima presidente enxergar que é uma das medidas mais estúpidas no momento. Depois dos atentados em Paris, o Exército defendeu o veto a essa medida. Não adiantou. A senhora Dilma Rousseff deve achar que entende mais de segurança do que uma das instituições que cuida do tema no país. A Olimpíada é o evento esportivo mais visto no mundo. Só a cerimônia de abertura deverá ser acompanhada por cinco bilhões de pessoas, maior audiência da história dos Jogos. Todo mundo estará ligado ao que acontece aqui. Haverá aglomerações de pessoas simultaneamente em várias arenas e pontos da cidade. Um prato cheio para lunáticos. Faz sentido relaxar qualquer norma de segurança daqui pra frente? O outro episódio lamentável foi a convenção do PMDB, no Rio, que virou uma sessão de desagravo ao pré-candidato à prefeitura da cidade, Pedro Paulo Carvalho. Todo mundo já sabe que Pedro Paulo tem contra ele três boletins de ocorrência por agredir sua ex-mulher. Em um deles, ela foi agarrada pelo pescoço, jogada contra o chão e a parede e atingida por chutes. "Quem não tem uma briga, um descontrole, quem não exagera numa discussão?", foi a sua patética defesa. Já é um absurdo que Pedro Paulo se mantenha no cargo de secretário-executivo da prefeitura. Mas ver todas as lideranças políticas do Rio aplaudindo um homem que bate em mulher é imoral. Eu me senti agredida ao ver o prefeito Eduardo Paes de mão dadas e punhos erguidos com um agressor. Os dois ali, zombando do eleitorado, mostrando que não têm o menor respeito e compromisso com ninguém a não ser eles mesmos. Não tenho a menor dúvida de que a Olimpíada do Rio será um sucesso. Torço por isso. Mas, de um lado, uma presidente que coloca em risco a segurança das pessoas. A troco de mais visitantes? Eles virão. Do outro, um prefeito que vai surfar a onda do sucesso da Olimpíada e usar tudo que está sendo feito para eleger seu sucessor, um homem que em nada representa os pilares do espírito olímpico, que são respeito, amizade e excelência.
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Cadê o respeito?A ideia da coluna desta semana era contar como funciona a estrutura da Rio-2016, comitê organizador da cidade-sede da Olimpíada. Estive recentemente na sede da organização do evento. Não foi a primeira vez, mas nessa ocasião tive informações das quais nem sempre nos damos conta quando falamos sobre o assunto. É comum a gente fazer uma confusão enorme sobre quem é responsável pelo que, de onde vem e para onde vai o dinheiro, principalmente na hora das críticas. É importante entendermos onde entram as responsabilidades do Comitê Olímpico Internacional, do Comitê Olímpico do Brasil, dos governos municipal, estadual e federal e o papel que cabe ao comitê organizador dos Jogos Olímpicos. Infelizmente, é impressionante como nossos governantes têm a capacidade de atropelar a notícia, com seus atos destrambelhados, inconsequentes e interesseiros. Nos últimos dias tivemos dois exemplos de como algumas figuras públicas parecem estar desconectadas da realidade e da opinião pública. Começo pelo episódio mais recente. A sanção da lei que isenta estrangeiros de vistos no período da Olimpíada. A lei deve contemplar países com baixo risco de periculosidade. Me perguntei se é muito difícil para nossa digníssima presidente enxergar que é uma das medidas mais estúpidas no momento. Depois dos atentados em Paris, o Exército defendeu o veto a essa medida. Não adiantou. A senhora Dilma Rousseff deve achar que entende mais de segurança do que uma das instituições que cuida do tema no país. A Olimpíada é o evento esportivo mais visto no mundo. Só a cerimônia de abertura deverá ser acompanhada por cinco bilhões de pessoas, maior audiência da história dos Jogos. Todo mundo estará ligado ao que acontece aqui. Haverá aglomerações de pessoas simultaneamente em várias arenas e pontos da cidade. Um prato cheio para lunáticos. Faz sentido relaxar qualquer norma de segurança daqui pra frente? O outro episódio lamentável foi a convenção do PMDB, no Rio, que virou uma sessão de desagravo ao pré-candidato à prefeitura da cidade, Pedro Paulo Carvalho. Todo mundo já sabe que Pedro Paulo tem contra ele três boletins de ocorrência por agredir sua ex-mulher. Em um deles, ela foi agarrada pelo pescoço, jogada contra o chão e a parede e atingida por chutes. "Quem não tem uma briga, um descontrole, quem não exagera numa discussão?", foi a sua patética defesa. Já é um absurdo que Pedro Paulo se mantenha no cargo de secretário-executivo da prefeitura. Mas ver todas as lideranças políticas do Rio aplaudindo um homem que bate em mulher é imoral. Eu me senti agredida ao ver o prefeito Eduardo Paes de mão dadas e punhos erguidos com um agressor. Os dois ali, zombando do eleitorado, mostrando que não têm o menor respeito e compromisso com ninguém a não ser eles mesmos. Não tenho a menor dúvida de que a Olimpíada do Rio será um sucesso. Torço por isso. Mas, de um lado, uma presidente que coloca em risco a segurança das pessoas. A troco de mais visitantes? Eles virão. Do outro, um prefeito que vai surfar a onda do sucesso da Olimpíada e usar tudo que está sendo feito para eleger seu sucessor, um homem que em nada representa os pilares do espírito olímpico, que são respeito, amizade e excelência.
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João Doria Jr.: Antes que seja tarde
O Brasil que foi às ruas em 15 de março para protestar contra Dilma Rousseff, a corrupção e o PT é bem diferente daquele que se mobilizou em 16 de abril de 1984, quando mais de um milhão e meio de pessoas se juntaram, no Anhangabaú, em São Paulo, na esteira do movimento em prol das Diretas-Já. Naquele ciclo, a luta cívica tinha como alvo a defesa das liberdades e a escolha, pelo povo, do seu mandatário. Hoje, esses direitos se consagram na nossa Constituição. Também difere do país que, em 20 de junho de 2013, registrou mais de 1,5 milhão de pessoas nas ruas, protestando contra as taxas dos transportes públicos e serviços precários nas áreas de saúde, educação e segurança, entre outros temas. Se alguma semelhança com o passado pode ser enxergada, é com o memorável movimento "Fora, Collor", que culminou com o impeachment de Fernando Collor em 29 de setembro de 1992. Como naqueles idos, o clamor recente dos 2 milhões de brasileiros que acorreram às ruas pede o afastamento da primeira mandatária. Ocorre que não há, até o momento, arcabouço técnico-jurídico suficiente para respaldar um pedido de impeachment da chefe da nação, apesar de pareceres de eminentes juristas acatando essa tese. Essa, porém, é uma discussão para o direito. O fato é que o Brasil pós 15 de março abriu um novo marco em sua vida institucional. A partir da constatação de que sua democracia participativa ganha solidez com a entrada em cena de um cidadão com apurada conscientização política e sob a crença de que as mobilizações, ao contrário do passado, incorporam-se definitivamente à paisagem urbana. É interessante observar que tais avanços ocorrem quando a vida político-institucional passa a ser banhada por um gigantesco lamaçal, no momento em que o país vivencia os mais escandalosos eventos da contemporaneidade. Quais as razões para essa aparente dicotomia, com a sociedade, de um lado, e a esfera política, do outro? Vejamos. Lula assumiu, em 2003, como o salvador da pátria. Ancorou seu governo em ampla plataforma social, abrindo canais da articulação política, atendendo às demandas dos partidos da base, no balcão de apoios e recompensas, usando o instinto político para administrar conflitos com os outros Poderes. A crise do sistema financeiro internacional, em 2008, levara o mundo a desempregar milhões de trabalhadores, mas o Brasil, vencendo as intempéries, gerava 12 milhões de empregos formais. Com o título de sétima economia, renda per capita triplicada e desigualdade caindo, a quarta democracia mais populosa do mundo, depois da Índia, EUA e Indonésia, parecia uma ilha de segurança no oceano borrascoso. Mas a esperança de longa jornada desenvolvimentista arrefeceu na era Dilma, arrastada pelo modo de governar petista, ancorado no populismo, aparelhamento do Estado, desorganização das contas públicas, improvisação nas frentes de obras, entre outros, e a par do discurso separatista, "nós e eles". A política econômica do lulopetismo se exauriu. Confirmando-se a projeção que se faz para este ano (de -0,5% de queda do PIB, podendo chegar a -3%), viveremos a maior retração em 25 anos. É o sinal da falência total do modelo. A presidente da República se isolou da esfera política, administrando o país sem ouvir a sociedade. A Petrobras, rebaixada no grau de investimento no mês passado, deixou de ser símbolo de orgulho. A corrupção, como metástase, propaga-se e a sociedade clama por uma cirurgia rápida. Antes que seja tarde. JOÃO DORIA JR., 57, empresário e jornalista, é fundador e presidente do Lide - Grupo de Líderes Empresariais * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
João Doria Jr.: Antes que seja tardeO Brasil que foi às ruas em 15 de março para protestar contra Dilma Rousseff, a corrupção e o PT é bem diferente daquele que se mobilizou em 16 de abril de 1984, quando mais de um milhão e meio de pessoas se juntaram, no Anhangabaú, em São Paulo, na esteira do movimento em prol das Diretas-Já. Naquele ciclo, a luta cívica tinha como alvo a defesa das liberdades e a escolha, pelo povo, do seu mandatário. Hoje, esses direitos se consagram na nossa Constituição. Também difere do país que, em 20 de junho de 2013, registrou mais de 1,5 milhão de pessoas nas ruas, protestando contra as taxas dos transportes públicos e serviços precários nas áreas de saúde, educação e segurança, entre outros temas. Se alguma semelhança com o passado pode ser enxergada, é com o memorável movimento "Fora, Collor", que culminou com o impeachment de Fernando Collor em 29 de setembro de 1992. Como naqueles idos, o clamor recente dos 2 milhões de brasileiros que acorreram às ruas pede o afastamento da primeira mandatária. Ocorre que não há, até o momento, arcabouço técnico-jurídico suficiente para respaldar um pedido de impeachment da chefe da nação, apesar de pareceres de eminentes juristas acatando essa tese. Essa, porém, é uma discussão para o direito. O fato é que o Brasil pós 15 de março abriu um novo marco em sua vida institucional. A partir da constatação de que sua democracia participativa ganha solidez com a entrada em cena de um cidadão com apurada conscientização política e sob a crença de que as mobilizações, ao contrário do passado, incorporam-se definitivamente à paisagem urbana. É interessante observar que tais avanços ocorrem quando a vida político-institucional passa a ser banhada por um gigantesco lamaçal, no momento em que o país vivencia os mais escandalosos eventos da contemporaneidade. Quais as razões para essa aparente dicotomia, com a sociedade, de um lado, e a esfera política, do outro? Vejamos. Lula assumiu, em 2003, como o salvador da pátria. Ancorou seu governo em ampla plataforma social, abrindo canais da articulação política, atendendo às demandas dos partidos da base, no balcão de apoios e recompensas, usando o instinto político para administrar conflitos com os outros Poderes. A crise do sistema financeiro internacional, em 2008, levara o mundo a desempregar milhões de trabalhadores, mas o Brasil, vencendo as intempéries, gerava 12 milhões de empregos formais. Com o título de sétima economia, renda per capita triplicada e desigualdade caindo, a quarta democracia mais populosa do mundo, depois da Índia, EUA e Indonésia, parecia uma ilha de segurança no oceano borrascoso. Mas a esperança de longa jornada desenvolvimentista arrefeceu na era Dilma, arrastada pelo modo de governar petista, ancorado no populismo, aparelhamento do Estado, desorganização das contas públicas, improvisação nas frentes de obras, entre outros, e a par do discurso separatista, "nós e eles". A política econômica do lulopetismo se exauriu. Confirmando-se a projeção que se faz para este ano (de -0,5% de queda do PIB, podendo chegar a -3%), viveremos a maior retração em 25 anos. É o sinal da falência total do modelo. A presidente da República se isolou da esfera política, administrando o país sem ouvir a sociedade. A Petrobras, rebaixada no grau de investimento no mês passado, deixou de ser símbolo de orgulho. A corrupção, como metástase, propaga-se e a sociedade clama por uma cirurgia rápida. Antes que seja tarde. JOÃO DORIA JR., 57, empresário e jornalista, é fundador e presidente do Lide - Grupo de Líderes Empresariais * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Bike Sampa é eleito o melhor sistema de empréstimo de bicicletas em SP
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Em 2009, o Itaú almejou uma iniciativa para mudar as cidades. Após pesquisar opções, o banco apostou na bicicleta. O Bike Sampa chegou a São Paulo em 2012, cinco meses após a estreia do gêmeo Bike Rio. Três anos depois, as bicicletas laranjas se espalham por 255 pontos e foram escolhidas o melhor sistema de empréstimo de bicicletas por 21% dos entrevistados pelo Datafolha. O índice sobe para 25% na classe A. A maioria, porém, respondeu Itaú, e não Bike Sampa, o nome oficial. "As bicicletas têm tom laranja muito evidente, o que gera associação quase automática", analisa Claudio Santana, professor do ESPM Media Lab. Além das ruas, o Bike Sampa estreita a relação com os clientes em um espaço nobre: o celular. As bicicletas são liberadas em um aplicativo instalado nos smartphones dos usuários. Infográfico/Arte Folha "Ao baixar o app, a pessoa informa seu número de celular ao banco. Isso inicia uma relação e aumenta a presença digital", ressalta Santana. "Não é um patrocínio, mas uma causa", diz Luciana de Nicola, superintendente de Relações Governamentais do Itaú e responsável por gerenciar o programa, hoje em sete capitais e duas cidades no exterior. O serviço é operado em parceria com a empresa Serttel, que fornece a tecnologia, e com a prefeitura, que fixa critérios e localização de estações. Estudos do banco sobre demanda por bicicletas e circulação de ciclistas embasaram a opção de concentrá-las no centro expandido. Na pesquisa do Datafolha, o serviço foi mais lembrado na região central (31%) e na leste (26%), onde cresceu em 2014. Porém, ainda atende menos de um terço da cidade. Isso talvez explique o alto desconhecimento: 60% não souberam citar um sistema. Segundo Luciana, a abrangência atual focada no centro expandido se deve à maior demanda por deslocamentos curtos nas áreas centrais, onde há mais pontos de interesse e estrutura de transporte. "Na periferia, há muitas bicicletas e a demanda é por estacionamento e manutenção. Estudamos como oferecer isso." Antes, porém, o Itaú precisa vencer uma concorrência aberta pela prefeitura para definir quem cuidará do sistema. O convênio inicial, de três anos, expirou em maio. O novo edital prevê a instalação de, no mínimo, 400 novas estações até 2018. O resultado está agendado para junho. "O sistema poderia ter metas mais ousadas", avalia André Pasqualin, cicloativista. Em Paris, o Vélib já instalou 1.800 estações desde 2007. Nova York quer dobrar a rede até o fim de 2017, com 375 novos pontos. O banco não revela a proposta, mas comemora os resultados obtidos. "Nosso principal objetivo é contribuir com a mudança", diz Luciana. Serviço: Empréstimo de bicicletas por meio de um aplicativo de smartphone O que oferece: Primeiro sistema de empréstimo de bicicletas a ter larga escala em SP Criação: Lançado em 2012 em São Paulo (no Rio, começou em 2011) Contato: bikesampa.com.br e tel. 4003-6055 Mapa/Folha
saopaulo
Bike Sampa é eleito o melhor sistema de empréstimo de bicicletas em SPRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Em 2009, o Itaú almejou uma iniciativa para mudar as cidades. Após pesquisar opções, o banco apostou na bicicleta. O Bike Sampa chegou a São Paulo em 2012, cinco meses após a estreia do gêmeo Bike Rio. Três anos depois, as bicicletas laranjas se espalham por 255 pontos e foram escolhidas o melhor sistema de empréstimo de bicicletas por 21% dos entrevistados pelo Datafolha. O índice sobe para 25% na classe A. A maioria, porém, respondeu Itaú, e não Bike Sampa, o nome oficial. "As bicicletas têm tom laranja muito evidente, o que gera associação quase automática", analisa Claudio Santana, professor do ESPM Media Lab. Além das ruas, o Bike Sampa estreita a relação com os clientes em um espaço nobre: o celular. As bicicletas são liberadas em um aplicativo instalado nos smartphones dos usuários. Infográfico/Arte Folha "Ao baixar o app, a pessoa informa seu número de celular ao banco. Isso inicia uma relação e aumenta a presença digital", ressalta Santana. "Não é um patrocínio, mas uma causa", diz Luciana de Nicola, superintendente de Relações Governamentais do Itaú e responsável por gerenciar o programa, hoje em sete capitais e duas cidades no exterior. O serviço é operado em parceria com a empresa Serttel, que fornece a tecnologia, e com a prefeitura, que fixa critérios e localização de estações. Estudos do banco sobre demanda por bicicletas e circulação de ciclistas embasaram a opção de concentrá-las no centro expandido. Na pesquisa do Datafolha, o serviço foi mais lembrado na região central (31%) e na leste (26%), onde cresceu em 2014. Porém, ainda atende menos de um terço da cidade. Isso talvez explique o alto desconhecimento: 60% não souberam citar um sistema. Segundo Luciana, a abrangência atual focada no centro expandido se deve à maior demanda por deslocamentos curtos nas áreas centrais, onde há mais pontos de interesse e estrutura de transporte. "Na periferia, há muitas bicicletas e a demanda é por estacionamento e manutenção. Estudamos como oferecer isso." Antes, porém, o Itaú precisa vencer uma concorrência aberta pela prefeitura para definir quem cuidará do sistema. O convênio inicial, de três anos, expirou em maio. O novo edital prevê a instalação de, no mínimo, 400 novas estações até 2018. O resultado está agendado para junho. "O sistema poderia ter metas mais ousadas", avalia André Pasqualin, cicloativista. Em Paris, o Vélib já instalou 1.800 estações desde 2007. Nova York quer dobrar a rede até o fim de 2017, com 375 novos pontos. O banco não revela a proposta, mas comemora os resultados obtidos. "Nosso principal objetivo é contribuir com a mudança", diz Luciana. Serviço: Empréstimo de bicicletas por meio de um aplicativo de smartphone O que oferece: Primeiro sistema de empréstimo de bicicletas a ter larga escala em SP Criação: Lançado em 2012 em São Paulo (no Rio, começou em 2011) Contato: bikesampa.com.br e tel. 4003-6055 Mapa/Folha
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Palmeiras passará a vender meia-entrada na internet
Na mira do Procon, como outros clubes de São Paulo, o Palmeiras decidiu que passará a vender na internet ingressos com valor de meia-entrada, a partir do jogo contra o Flamengo, no domingo (16), às 11h, no Allianz Parque. O clube abriu a venda de ingressos nesta segunda (10). Os torcedores que adquirirem as entradas com o benefício pela internet deverão retirá-las nas bilheterias do estádio, apresentando os documentos que garantem o desconto. O Palmeiras recomenda que isso seja feito com antecedência, para evitar filas. Na semana passada, a Folha mostrou que Palmeiras, Corinthians e São Paulo vendiam só ingressos com valor integral pela internet, contrariando o estabelecido em lei. O Palmeiras alegou que havia identificado "uma máfia de meia-entrada comprada pela internet" e que "a Polícia Militar não permite controle de meia-entrada na catraca". Por isso, optou por restringir o benefício à venda em bilheterias. Para o jogo contra o Atlético-PR, no último dia 2, no entanto, todos os 38.974 ingressos disponibilizados foram vendidos pela internet –as bilheterias nem chegaram a abrir. Os sócios do Palmeiras têm até as 18h desta terça (11) para comprar com exclusividade. Depois disso, a venda será aberta para o público em geral.
esporte
Palmeiras passará a vender meia-entrada na internetNa mira do Procon, como outros clubes de São Paulo, o Palmeiras decidiu que passará a vender na internet ingressos com valor de meia-entrada, a partir do jogo contra o Flamengo, no domingo (16), às 11h, no Allianz Parque. O clube abriu a venda de ingressos nesta segunda (10). Os torcedores que adquirirem as entradas com o benefício pela internet deverão retirá-las nas bilheterias do estádio, apresentando os documentos que garantem o desconto. O Palmeiras recomenda que isso seja feito com antecedência, para evitar filas. Na semana passada, a Folha mostrou que Palmeiras, Corinthians e São Paulo vendiam só ingressos com valor integral pela internet, contrariando o estabelecido em lei. O Palmeiras alegou que havia identificado "uma máfia de meia-entrada comprada pela internet" e que "a Polícia Militar não permite controle de meia-entrada na catraca". Por isso, optou por restringir o benefício à venda em bilheterias. Para o jogo contra o Atlético-PR, no último dia 2, no entanto, todos os 38.974 ingressos disponibilizados foram vendidos pela internet –as bilheterias nem chegaram a abrir. Os sócios do Palmeiras têm até as 18h desta terça (11) para comprar com exclusividade. Depois disso, a venda será aberta para o público em geral.
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Perspectiva de acordo com Farc põe Colômbia em ritmo de campanha
A perspectiva de um acordo entre o governo e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), a princípio estipulado para o próximo dia 23 de março, colocou a Colômbia em ritmo de campanha eleitoral. Desde a semana passada, quando o Senado aprovou que o acordo será validado por meio de um plebiscito, governo e oposição já começaram a reunir os argumentos em favor do "sim" e do "não". A votação terá lugar de dois a três meses após a assinatura do documento. Para ser aprovado, o "sim" ao acordo deve obter 13% do eleitorado, ou seja, o voto de 4,4 milhões de colombianos. "O lado do 'não' irá apoiar-se no fato de que a participação política de ex-guerrilheiros e os indultos a crimes menos graves, pontos já acertados no tratado, não têm boa aceitação para muitos colombianos", diz à Folha o analista Mauricio Vargas. Os principais oposicionistas das negociações são os congressistas aliados ao ex-presidente e atual senador Álvaro Uribe, do Centro Democrático. "Já o lado do 'sim' vai acenar com conceitos mais binários e sem aprofundar muito o debate. O governo vai dizer que o 'sim' é a paz, e o 'não' é a guerra", completa. Segundo determinação do Senado, o governo não poderá usar verba pública na campanha. Santos conta, então, com uma aliança entre partidos, organizações sociais e uma fundação formada por empresários alinhados ao governo e com estrategistas de sua campanha presidencial de 2014, que trabalharão por conta própria pelo "sim". Ambas as propostas terão tempo igual de exposição na televisão. "Vai ser importante saber como se comporta a guerrilha durante a campanha. Se houver episódios de violência, ou se surgirem evidências de que continuaram traficando depois de assinado o tratado, isso irá certamente influenciar o resultado", diz Vargas. Outro tema com o qual os colombianos estão preocupados, como refletem as pesquisas, é se o processo de paz representará algum tipo de aumento de impostos. Por isso, o Senado determinou que a votação só poderá ocorrer caso o governo exponha a íntegra dos pontos acordados com as Farc e quais os seus planos de investimento para o período chamado de "pós-conflito". Santos tem pressa em resolver o acordo de paz ainda no primeiro semestre de 2016, para que dê frutos no máximo no princípio de 2017 —seu mandato se encerra em 2018, e não há possibilidade de nova reeleição. "É improvável que ele chegue a seu último ano com a mesma força política e aprovação popular que tem hoje, portanto quer resolver o mais rápido possível", diz Vargas. A popularidade do presidente subiu quase nove pontos nos últimos meses, com a possibilidade cada vez mais concreta de assinatura do acordo. Segundo o instituto Gallup, está agora em 52%. OUTROS PONTOS Até março, porém, ambas as partes terão ainda de acertar o último ponto do acordo, que está em aberto, e que diz respeito a como será feito o desarmamento. O governo pede a entrega total das armas da guerrilha, enquanto esta pede um desarmamento parcial do Exército, a desmobilização dos paramilitares e a definição de territórios onde os ex-guerrilheiros possam instalar. Apesar de o governo considerar esse ponto menos complicado de desenrolar do que o da reparação às vítimas, firmado na semana passada, e o da justiça transitória, também já definido, setores da própria guerrilha vêm sinalizando que as dificuldades são grandes. Os guerrilheiros temem, por exemplo, ficar desarmados diante dos paramilitares armados, o que representaria vulnerabilidade diante de tentativas de vingança. Os paramilitares foram uma opção que ganhou força nos anos 90, com apoio de Uribe, no combate à guerrilha. Prova de que este último ponto ainda renderá ampla discussão e pode travar o acordo é a declaração dada por um dos negociadores das Farc, Jesús Santrich, que afirmou em entrevista à uma rádio local que o prazo de 23 de março dificilmente será respeitado. Parte das Farc também não está de acordo com o plebiscito, e pede uma Assembleia Constituinte para definir as mudanças na Carta que permitam a instalação de uma Justiça provisória. Santos já descartou essa possibilidade
mundo
Perspectiva de acordo com Farc põe Colômbia em ritmo de campanhaA perspectiva de um acordo entre o governo e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), a princípio estipulado para o próximo dia 23 de março, colocou a Colômbia em ritmo de campanha eleitoral. Desde a semana passada, quando o Senado aprovou que o acordo será validado por meio de um plebiscito, governo e oposição já começaram a reunir os argumentos em favor do "sim" e do "não". A votação terá lugar de dois a três meses após a assinatura do documento. Para ser aprovado, o "sim" ao acordo deve obter 13% do eleitorado, ou seja, o voto de 4,4 milhões de colombianos. "O lado do 'não' irá apoiar-se no fato de que a participação política de ex-guerrilheiros e os indultos a crimes menos graves, pontos já acertados no tratado, não têm boa aceitação para muitos colombianos", diz à Folha o analista Mauricio Vargas. Os principais oposicionistas das negociações são os congressistas aliados ao ex-presidente e atual senador Álvaro Uribe, do Centro Democrático. "Já o lado do 'sim' vai acenar com conceitos mais binários e sem aprofundar muito o debate. O governo vai dizer que o 'sim' é a paz, e o 'não' é a guerra", completa. Segundo determinação do Senado, o governo não poderá usar verba pública na campanha. Santos conta, então, com uma aliança entre partidos, organizações sociais e uma fundação formada por empresários alinhados ao governo e com estrategistas de sua campanha presidencial de 2014, que trabalharão por conta própria pelo "sim". Ambas as propostas terão tempo igual de exposição na televisão. "Vai ser importante saber como se comporta a guerrilha durante a campanha. Se houver episódios de violência, ou se surgirem evidências de que continuaram traficando depois de assinado o tratado, isso irá certamente influenciar o resultado", diz Vargas. Outro tema com o qual os colombianos estão preocupados, como refletem as pesquisas, é se o processo de paz representará algum tipo de aumento de impostos. Por isso, o Senado determinou que a votação só poderá ocorrer caso o governo exponha a íntegra dos pontos acordados com as Farc e quais os seus planos de investimento para o período chamado de "pós-conflito". Santos tem pressa em resolver o acordo de paz ainda no primeiro semestre de 2016, para que dê frutos no máximo no princípio de 2017 —seu mandato se encerra em 2018, e não há possibilidade de nova reeleição. "É improvável que ele chegue a seu último ano com a mesma força política e aprovação popular que tem hoje, portanto quer resolver o mais rápido possível", diz Vargas. A popularidade do presidente subiu quase nove pontos nos últimos meses, com a possibilidade cada vez mais concreta de assinatura do acordo. Segundo o instituto Gallup, está agora em 52%. OUTROS PONTOS Até março, porém, ambas as partes terão ainda de acertar o último ponto do acordo, que está em aberto, e que diz respeito a como será feito o desarmamento. O governo pede a entrega total das armas da guerrilha, enquanto esta pede um desarmamento parcial do Exército, a desmobilização dos paramilitares e a definição de territórios onde os ex-guerrilheiros possam instalar. Apesar de o governo considerar esse ponto menos complicado de desenrolar do que o da reparação às vítimas, firmado na semana passada, e o da justiça transitória, também já definido, setores da própria guerrilha vêm sinalizando que as dificuldades são grandes. Os guerrilheiros temem, por exemplo, ficar desarmados diante dos paramilitares armados, o que representaria vulnerabilidade diante de tentativas de vingança. Os paramilitares foram uma opção que ganhou força nos anos 90, com apoio de Uribe, no combate à guerrilha. Prova de que este último ponto ainda renderá ampla discussão e pode travar o acordo é a declaração dada por um dos negociadores das Farc, Jesús Santrich, que afirmou em entrevista à uma rádio local que o prazo de 23 de março dificilmente será respeitado. Parte das Farc também não está de acordo com o plebiscito, e pede uma Assembleia Constituinte para definir as mudanças na Carta que permitam a instalação de uma Justiça provisória. Santos já descartou essa possibilidade
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Talisca é liberado de hospital e viaja com seleção olímpica para o Maranhão
O meia Anderson Talisca foi examinado em hospital de Vitória, e liberado por um neurologista para viajar com a delegação da seleção brasileira olímpica (sub-23) para São Luis, no Maranhão, onde domingo (29) acontece amistoso contra o México sub-23. Ele recebeu uma pancada na cabeça, cortando a boca e sofrendo sangramento no nariz, ao marcar o quarto gol da vitória do Brasil olímpico sobre o Paraguai sub-23, nesta sexta (27), em Cariacica-ES. O jogador do Benfica deixou o estádio Kleber Andrade de ambulância. Ele fez uma tomografia, onde não foi observado fratura ou lesão. Talisca seria titular contra os mexicanos, mas ainda ficará em observação pelo departamento médico da seleção neste sábado (28).
esporte
Talisca é liberado de hospital e viaja com seleção olímpica para o MaranhãoO meia Anderson Talisca foi examinado em hospital de Vitória, e liberado por um neurologista para viajar com a delegação da seleção brasileira olímpica (sub-23) para São Luis, no Maranhão, onde domingo (29) acontece amistoso contra o México sub-23. Ele recebeu uma pancada na cabeça, cortando a boca e sofrendo sangramento no nariz, ao marcar o quarto gol da vitória do Brasil olímpico sobre o Paraguai sub-23, nesta sexta (27), em Cariacica-ES. O jogador do Benfica deixou o estádio Kleber Andrade de ambulância. Ele fez uma tomografia, onde não foi observado fratura ou lesão. Talisca seria titular contra os mexicanos, mas ainda ficará em observação pelo departamento médico da seleção neste sábado (28).
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Tipo de câncer do ator Edson Celulari tem boas chances de cura
O câncer que o ator Edson Celulari anunciou ter, o chamado linfoma não Hodgkin, tem chances de recuperação maiores que 50% mesmo em casos agressivos, segundo novas diretrizes para o tratamento da doença, publicadas em junho pelo Instituto Nacional do Câncer dos EUA. Relativamente raro, esse tipo de linfoma deve acometer cerca de 10 mil brasileiros em 2016, segundo projeção do Inca (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), ligado ao Ministério da Saúde. O mais comum, o câncer de pele (não melanoma) deve afetar 176 mil no país no mesmo período. O número de mortes em 2013 decorrentes de linfoma não Hodgkin ficou na casa dos 4.000 no Brasil, o que equivale a cerca de 40% dos novos afetados. Nos EUA, esse índice fica na casa de 28%. Esse é ainda o décimo tipo de câncer com maior incidência no mundo, segundo a Agência Internacional Para Pesquisa Sobre Câncer, atrás de tumores como o de pulmão, mama, cólon e próstata. Linfoma - entenda a doença O que chamamos de linfoma não Hodgkin, na verdade, é uma categoria que abrange mais de 40 subtipos. Metade deles são considerados indolentes. A outra, agressivos. Em comum, todos acometem células de defesa, responsáveis pela proteção contra infecções e até mesmo pelo combate contra outros cânceres. Os primeiros sinais geralmente são inchaços nas regiões da axila, virilha e pescoço. Antes de Celulari, que apresentou a doença aos 58 anos, outras personalidades também tiveram diagnóstico de linfoma não Hodgkin. A presidente afastada Dilma Rousseff, foi diagnosticada em 2009, aos 62 anos; o ex-presidente e atual senador paraguaio Fernando Lugo, em 2010, aos 59 anos; o ator Reynaldo Gianecchini, em 2011, aos 39; e o governador licenciado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, aos 61, neste ano. Apesar das idades citadas, essa é uma doença mais comum em quem tem mais 65 anos. Em todos os subtipos, há alterações genéticas em linfócitos, que passam a se proliferar desordenadamente. Dependendo de onde e como essas alterações ocorrem, no entanto, os tratamentos podem tomar rumos bastante distintos. Há, inclusive, a chance de ser feita apenas uma "espera cautelosa" no caso de cânceres que levam até 20 anos para se desenvolver, explica o médico oncologista Jacques Tabacof, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e do Centro Paulista de Oncologia. Já alguns tipos de linfoma relacionados a infecções bacterianas crônicas podem ser tratados apenas com antibióticos. Esses parecem não ser o caso de Celulari, que já iniciou tratamento e apareceu careca em fotografias nas redes sociais. TRATAMENTO Para classificar o tumor e direcionar o paciente para o tratamento mais efetivo, os médicos se baseiam na biópsia do linfonodo, analisada por um patologista, que classifica o tumor de acordo com o tamanho, formato e outras particularidades das células. Quando há uma mistura de células características de tipos diferentes da doença (indolente e agressiva), a chance de o linfoma não Hodgkin reincidir no futuro é maior. Entre os 40 subtipos da doença, os mais comuns são os linfomas difusos de células B grandes e os foliculares. Esse primeiro é um dos mais graves e costuma ser tratado com químio e rituximabe, um medicamento anti-CD20 (com anticorpos que combatem os linfócitos B que têm em sua superfície a molécula CD20). Esses remédios poupam o paciente da toxicidade da químio ao tentar atacar somente os linfócitos potencialmente problemáticos. Já os linfomas do tipo foliculares são um dos chamados linfomas indolentes e às vezes sequer precisam de tratamento, explica o hematologista Vanderson Rocha, professor da USP e médico do Hospital Sírio-Libanês. Há ainda a opção de fazer uma combinação de radioterapia com imunoterapia – anticorpos carregando átomos radioativos e que se ligam a moléculas como o CD20, podem fazer o serviço, explica o hematologista Guilherme Fleury Perini, do Hospital Israelita Albert Einstein. Linfomas agressivos ou reincidentes por vezes precisam de transplantes de medula. "Quem recorre a um banco de doação de medula óssea tem 60% de chance de encontrar um doador compatível", afirma Celso Massumoto, onco-hematologista do Hospital Nove de Julho. Para os outros 40%, a solução é o chamado transplante de haploidênticos, feito com doadores parcialmente compatíveis. Nesses casos, o paciente recebe altas doses de ciclofosfamida, que reduz a reação à medula do doador parcialmente compatível. Além disso, o paciente recebe, previamente, baixas doses de quimioterapia e de radioterapia corporal total, e medicamentos imunossupressores. No caso de Gianecchini, o subtipo da doença era o linfoma não Hodgkin de células T e ele foi submetido a um autotransplante de medula óssea. Esse tratamento é feito depois da químio inicial para evitar uma recaída já que o câncer, no caso dele, tinha um chance alta de retornar. - TRATAMENTO De acordo com o tipo do linfoma, podem ser escolhidos diferentes combinações das seguintes condutas Watchful waiting (espera cuidadosa) No caso de um câncer de crescimento lento, sem sintomas, às vezes só observar basta. Ao menor sinal de mudança da maré, outras providências são tomadas Radioterapia Pode ser usada uma fonte radioativa para atacar os tumores, principalmente em estágio inicial, que geralmente tem boa resposta Quimioterapia Drogas (quimioterápicos) podem ser dados aos pacientes, elas geralmente agridem as células cancerosas –que estão se dividindo–, e provocam efeitos colaterais como queda de cabelo Imunoterapia/terapia-alvo Algumas drogas, de natureza proteica, podem ajudar o próprio sistema imunológico a dar cabo do tumor, como anticorpos artificiais 10 MIL BRASILEIROS devem ser diagnosticados com linfoma em 2016. 4,1 mil é o número estimados de mortes ao ano. 50% de sucesso ou mais, é a esperança de cura de um linfoma não hodgkin mais agressivo Fonte: Inca, National Cancer Institute (EUA) O futuro do combate ao câncer
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Tipo de câncer do ator Edson Celulari tem boas chances de curaO câncer que o ator Edson Celulari anunciou ter, o chamado linfoma não Hodgkin, tem chances de recuperação maiores que 50% mesmo em casos agressivos, segundo novas diretrizes para o tratamento da doença, publicadas em junho pelo Instituto Nacional do Câncer dos EUA. Relativamente raro, esse tipo de linfoma deve acometer cerca de 10 mil brasileiros em 2016, segundo projeção do Inca (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), ligado ao Ministério da Saúde. O mais comum, o câncer de pele (não melanoma) deve afetar 176 mil no país no mesmo período. O número de mortes em 2013 decorrentes de linfoma não Hodgkin ficou na casa dos 4.000 no Brasil, o que equivale a cerca de 40% dos novos afetados. Nos EUA, esse índice fica na casa de 28%. Esse é ainda o décimo tipo de câncer com maior incidência no mundo, segundo a Agência Internacional Para Pesquisa Sobre Câncer, atrás de tumores como o de pulmão, mama, cólon e próstata. Linfoma - entenda a doença O que chamamos de linfoma não Hodgkin, na verdade, é uma categoria que abrange mais de 40 subtipos. Metade deles são considerados indolentes. A outra, agressivos. Em comum, todos acometem células de defesa, responsáveis pela proteção contra infecções e até mesmo pelo combate contra outros cânceres. Os primeiros sinais geralmente são inchaços nas regiões da axila, virilha e pescoço. Antes de Celulari, que apresentou a doença aos 58 anos, outras personalidades também tiveram diagnóstico de linfoma não Hodgkin. A presidente afastada Dilma Rousseff, foi diagnosticada em 2009, aos 62 anos; o ex-presidente e atual senador paraguaio Fernando Lugo, em 2010, aos 59 anos; o ator Reynaldo Gianecchini, em 2011, aos 39; e o governador licenciado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, aos 61, neste ano. Apesar das idades citadas, essa é uma doença mais comum em quem tem mais 65 anos. Em todos os subtipos, há alterações genéticas em linfócitos, que passam a se proliferar desordenadamente. Dependendo de onde e como essas alterações ocorrem, no entanto, os tratamentos podem tomar rumos bastante distintos. Há, inclusive, a chance de ser feita apenas uma "espera cautelosa" no caso de cânceres que levam até 20 anos para se desenvolver, explica o médico oncologista Jacques Tabacof, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e do Centro Paulista de Oncologia. Já alguns tipos de linfoma relacionados a infecções bacterianas crônicas podem ser tratados apenas com antibióticos. Esses parecem não ser o caso de Celulari, que já iniciou tratamento e apareceu careca em fotografias nas redes sociais. TRATAMENTO Para classificar o tumor e direcionar o paciente para o tratamento mais efetivo, os médicos se baseiam na biópsia do linfonodo, analisada por um patologista, que classifica o tumor de acordo com o tamanho, formato e outras particularidades das células. Quando há uma mistura de células características de tipos diferentes da doença (indolente e agressiva), a chance de o linfoma não Hodgkin reincidir no futuro é maior. Entre os 40 subtipos da doença, os mais comuns são os linfomas difusos de células B grandes e os foliculares. Esse primeiro é um dos mais graves e costuma ser tratado com químio e rituximabe, um medicamento anti-CD20 (com anticorpos que combatem os linfócitos B que têm em sua superfície a molécula CD20). Esses remédios poupam o paciente da toxicidade da químio ao tentar atacar somente os linfócitos potencialmente problemáticos. Já os linfomas do tipo foliculares são um dos chamados linfomas indolentes e às vezes sequer precisam de tratamento, explica o hematologista Vanderson Rocha, professor da USP e médico do Hospital Sírio-Libanês. Há ainda a opção de fazer uma combinação de radioterapia com imunoterapia – anticorpos carregando átomos radioativos e que se ligam a moléculas como o CD20, podem fazer o serviço, explica o hematologista Guilherme Fleury Perini, do Hospital Israelita Albert Einstein. Linfomas agressivos ou reincidentes por vezes precisam de transplantes de medula. "Quem recorre a um banco de doação de medula óssea tem 60% de chance de encontrar um doador compatível", afirma Celso Massumoto, onco-hematologista do Hospital Nove de Julho. Para os outros 40%, a solução é o chamado transplante de haploidênticos, feito com doadores parcialmente compatíveis. Nesses casos, o paciente recebe altas doses de ciclofosfamida, que reduz a reação à medula do doador parcialmente compatível. Além disso, o paciente recebe, previamente, baixas doses de quimioterapia e de radioterapia corporal total, e medicamentos imunossupressores. No caso de Gianecchini, o subtipo da doença era o linfoma não Hodgkin de células T e ele foi submetido a um autotransplante de medula óssea. Esse tratamento é feito depois da químio inicial para evitar uma recaída já que o câncer, no caso dele, tinha um chance alta de retornar. - TRATAMENTO De acordo com o tipo do linfoma, podem ser escolhidos diferentes combinações das seguintes condutas Watchful waiting (espera cuidadosa) No caso de um câncer de crescimento lento, sem sintomas, às vezes só observar basta. Ao menor sinal de mudança da maré, outras providências são tomadas Radioterapia Pode ser usada uma fonte radioativa para atacar os tumores, principalmente em estágio inicial, que geralmente tem boa resposta Quimioterapia Drogas (quimioterápicos) podem ser dados aos pacientes, elas geralmente agridem as células cancerosas –que estão se dividindo–, e provocam efeitos colaterais como queda de cabelo Imunoterapia/terapia-alvo Algumas drogas, de natureza proteica, podem ajudar o próprio sistema imunológico a dar cabo do tumor, como anticorpos artificiais 10 MIL BRASILEIROS devem ser diagnosticados com linfoma em 2016. 4,1 mil é o número estimados de mortes ao ano. 50% de sucesso ou mais, é a esperança de cura de um linfoma não hodgkin mais agressivo Fonte: Inca, National Cancer Institute (EUA) O futuro do combate ao câncer
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Operação da PF mira 4 maiores fundos de pensão do Brasil e bloqueia R$ 8 bi
Investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal aponta supostos prejuízos nos quatro maiores fundos de pensão de estatais do país. A principal suspeita é que os fundos de pensão adquiriram cotas em oito fundos de investimento por valores "superfaturados". Os principais alvos da Operação Greenfield, deflagrada nesta segunda-feira (5), foram Funcef (dos funcionários da Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) Postalis (Correios). A PF cumpriu 5 de 7 prisões temporárias solicitadas: as do ex-presidente da Funcef Guilherme Lacerda e dos ex-diretores Carlos Augusto Borges, Demósthenes Marques e Maurício Marcellini Pereira, além da do ex-gerente da Petros Humberto Pires Grault. Segundo o Ministério Público, não foram localizados Carlos Alberto Caser, ex-presidente da Funcef, e Fábio Maimoni Gonçalves, ex-coordenador de negócios do Fundo. Além disso, houve 28 depoimentos sob condução coercitiva e o bloqueio judicial de até R$ 8 bilhões, valor que corresponde ao suposto prejuízo em dez casos analisados. Foram realizadas buscas em empresas que receberam recursos dos fundos, como a Eldorado Celulose, do grupo J&F, que administra a JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Wesley depôs, mas seu irmão não foi levado à PF porque está fora do país. O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e o ex-presidente da Previ Sérgio Rosa foram levados para depor. Pinheiro foi preso novamente nesta segunda em outro caso, na Operação Lava Jato em Curitiba, por ordem do juiz Sergio Moro. O nome da Operação Greenfield é uma referência ao jargão usado no mundo dos negócios para definir investimentos em fase inicial. A investigação detectou que os fundos de pensão "pagavam pelas cotas do FIP mais do que elas de fato valem, sofrendo, assim, um prejuízo 'de partida', independentemente do próprio sucesso que venha a empresa a ter no futuro". FIPs são Fundos de Investimentos em Participações lançados por empresas para captar recursos com a venda das cotas e, assim, bancar investimentos. Foram utilizados com a promessa de impulsionar negócios em diversos setores, de usinas termelétricas a casas populares. Segundo a PF, em 8 de 10 casos analisados foram feitos investimentos de forma temerária ou fraudulenta. O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF, escreveu que as aquisições das cotas dos FIPs foram precedidas por avaliações econômico-financeiras "irreais e tecnicamente irregulares, tendo como objetivo real superestimar o valor dos ativos da empresa". Os envolvidos poderão responder por gestão temerária ou fraudulenta e outros crimes contra o sistema financeiro. Ao todo, são investigadas 78 pessoas. Para um grupo de 40 que inclui os donos da J&F e vários ex-dirigentes dos fundos, o juiz determinou a suspensão de qualquer atividade no mercado financeiro e nas empresas que dirigem. A operação teve como foco 38 empresas, segundo a PF, entre elas as construtoras Engevix, OAS e WTorre, a IBG Eletrônica (nova Gradiente), a Sete Brasil, a GruPar (aeroporto de Guarulhos), o Santander, o Bradesco, a Invepar, um braço da OAS, e a empresa de auditoria e consultoria Deloitte Touche Tohmatsu. Os quatro fundos acumulam rombo de R$ 50 bilhões nos últimos anos por causa de problemas que vão além das supostas fraudes detectadas. RAIO-X DOS FUNDOS DE PENSÃO - Polícia Federal investiga supostos desvios em?quatro das maiores instituições do Brasil OUTRO LADO Os fundos de pensão da Postalis (Correios), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Funcef (Caixa) afirmaram que estão à disposição das autoridades e colaborando com as investigações. As instituições não se pronunciaram sobre a prisão de ao menos cinco executivos e ex-executivos presos durante a operação. A Petros comunicou que está colaborando com as investigações e que a busca e apreensão limitou-se a investimentos decididos até 2011. Já a Funcef disse que "possui rigorosos padrões éticos em todos os investimentos e na relação com seus participantes e assistidos e reafirma que está, como sempre esteve, à disposição das autoridades". Vai na mesma linha do Postalis, que afirmou ter "todo o interesse" em que os fatos sejam esclarecidos. A Previ afirmou que "possui um modelo de governança maduro e transparente" e que a CPI dos Fundos de Pensão, concluída recentemente na Câmara dos Deputados, não constatou nenhuma irregularidade na instituição. Para o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, que autorizou a deflagração da Operação Greenfield, as empresas pagavam pelas cotas de participação nas empresas mais do que elas de fato valiam. Assim, sofreriam um prejuízo "de partida", independente de o investimento ser bem-sucedido no futuro. Em nota, a J&F afirmou que os investimentos feitos por Petros e Funcef na Eldorado, citados pelo Ministério Público, foram de R$ 550 milhões no ano de 2009. O valor da participação dos fundos no negócio chegou a R$ 3 bilhões em dezembro do ano passado, data do último laudo independente sobre o tema, afirmou a companhia. Joesley e Wesley Batista, donos da J&F, foram alvos de busca e apreensão e condução coercitiva –Wesley depôs pela manhã, mas o irmão está em viagem aos EUA. A empresa e os executivos disseram que estão à disposição das autoridades. Na mesma decisão, o juiz Vallisney determinou, como medidas alternativas à prisão preventiva, que um grupo de 40 investigados fosse suspenso de atividades nos mercados financeiro e de capitais, além da proibição de exercer função de direção em empresa ou grupo empresarial. Entre os suspensos estão executivos e ex-executivos dos fundos Funcef, Postalis, além das companhias OAS, Engevix, Deloitte, Gradiente, Sete Brasil e Grupo WTorre. Em nota, o Grupo WTorre, disse não ter relação direta com os fundos citados e que está à disposição das autoridades. A empresa de auditoria Deloitte disse que está colaborando, "fornecendo informações em relação a trabalhos realizados a cliente". A construtura Engevix também afirmou estar colaborando. Gradiente, Sete Brasil e OAS, cujo ex-presidente Léo Pinheiro foi preso nesta segunda, não comentaram. p(star). * MANDADOS Ao todo, foram emitidos 127 mandados judiciais pela 10ª Vara Federal de Brasília, sendo 7 de prisão temporária, 106 de busca e apreensão e 34 de condução coercitiva. A operação ocorre nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Amazonas, além do Distrito Federal. * SÃO PAULO * RIO DE JANEIRO * ESPÍRITO SANTO * BAHIA * PARANÁ * RIO GRANDE DO SUL * SANTA CATARINA * AMAZONAS Leia mais na análise de Natuza Nery, editora do Painel.
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Operação da PF mira 4 maiores fundos de pensão do Brasil e bloqueia R$ 8 biInvestigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal aponta supostos prejuízos nos quatro maiores fundos de pensão de estatais do país. A principal suspeita é que os fundos de pensão adquiriram cotas em oito fundos de investimento por valores "superfaturados". Os principais alvos da Operação Greenfield, deflagrada nesta segunda-feira (5), foram Funcef (dos funcionários da Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) Postalis (Correios). A PF cumpriu 5 de 7 prisões temporárias solicitadas: as do ex-presidente da Funcef Guilherme Lacerda e dos ex-diretores Carlos Augusto Borges, Demósthenes Marques e Maurício Marcellini Pereira, além da do ex-gerente da Petros Humberto Pires Grault. Segundo o Ministério Público, não foram localizados Carlos Alberto Caser, ex-presidente da Funcef, e Fábio Maimoni Gonçalves, ex-coordenador de negócios do Fundo. Além disso, houve 28 depoimentos sob condução coercitiva e o bloqueio judicial de até R$ 8 bilhões, valor que corresponde ao suposto prejuízo em dez casos analisados. Foram realizadas buscas em empresas que receberam recursos dos fundos, como a Eldorado Celulose, do grupo J&F, que administra a JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Wesley depôs, mas seu irmão não foi levado à PF porque está fora do país. O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e o ex-presidente da Previ Sérgio Rosa foram levados para depor. Pinheiro foi preso novamente nesta segunda em outro caso, na Operação Lava Jato em Curitiba, por ordem do juiz Sergio Moro. O nome da Operação Greenfield é uma referência ao jargão usado no mundo dos negócios para definir investimentos em fase inicial. A investigação detectou que os fundos de pensão "pagavam pelas cotas do FIP mais do que elas de fato valem, sofrendo, assim, um prejuízo 'de partida', independentemente do próprio sucesso que venha a empresa a ter no futuro". FIPs são Fundos de Investimentos em Participações lançados por empresas para captar recursos com a venda das cotas e, assim, bancar investimentos. Foram utilizados com a promessa de impulsionar negócios em diversos setores, de usinas termelétricas a casas populares. Segundo a PF, em 8 de 10 casos analisados foram feitos investimentos de forma temerária ou fraudulenta. O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF, escreveu que as aquisições das cotas dos FIPs foram precedidas por avaliações econômico-financeiras "irreais e tecnicamente irregulares, tendo como objetivo real superestimar o valor dos ativos da empresa". Os envolvidos poderão responder por gestão temerária ou fraudulenta e outros crimes contra o sistema financeiro. Ao todo, são investigadas 78 pessoas. Para um grupo de 40 que inclui os donos da J&F e vários ex-dirigentes dos fundos, o juiz determinou a suspensão de qualquer atividade no mercado financeiro e nas empresas que dirigem. A operação teve como foco 38 empresas, segundo a PF, entre elas as construtoras Engevix, OAS e WTorre, a IBG Eletrônica (nova Gradiente), a Sete Brasil, a GruPar (aeroporto de Guarulhos), o Santander, o Bradesco, a Invepar, um braço da OAS, e a empresa de auditoria e consultoria Deloitte Touche Tohmatsu. Os quatro fundos acumulam rombo de R$ 50 bilhões nos últimos anos por causa de problemas que vão além das supostas fraudes detectadas. RAIO-X DOS FUNDOS DE PENSÃO - Polícia Federal investiga supostos desvios em?quatro das maiores instituições do Brasil OUTRO LADO Os fundos de pensão da Postalis (Correios), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Funcef (Caixa) afirmaram que estão à disposição das autoridades e colaborando com as investigações. As instituições não se pronunciaram sobre a prisão de ao menos cinco executivos e ex-executivos presos durante a operação. A Petros comunicou que está colaborando com as investigações e que a busca e apreensão limitou-se a investimentos decididos até 2011. Já a Funcef disse que "possui rigorosos padrões éticos em todos os investimentos e na relação com seus participantes e assistidos e reafirma que está, como sempre esteve, à disposição das autoridades". Vai na mesma linha do Postalis, que afirmou ter "todo o interesse" em que os fatos sejam esclarecidos. A Previ afirmou que "possui um modelo de governança maduro e transparente" e que a CPI dos Fundos de Pensão, concluída recentemente na Câmara dos Deputados, não constatou nenhuma irregularidade na instituição. Para o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, que autorizou a deflagração da Operação Greenfield, as empresas pagavam pelas cotas de participação nas empresas mais do que elas de fato valiam. Assim, sofreriam um prejuízo "de partida", independente de o investimento ser bem-sucedido no futuro. Em nota, a J&F afirmou que os investimentos feitos por Petros e Funcef na Eldorado, citados pelo Ministério Público, foram de R$ 550 milhões no ano de 2009. O valor da participação dos fundos no negócio chegou a R$ 3 bilhões em dezembro do ano passado, data do último laudo independente sobre o tema, afirmou a companhia. Joesley e Wesley Batista, donos da J&F, foram alvos de busca e apreensão e condução coercitiva –Wesley depôs pela manhã, mas o irmão está em viagem aos EUA. A empresa e os executivos disseram que estão à disposição das autoridades. Na mesma decisão, o juiz Vallisney determinou, como medidas alternativas à prisão preventiva, que um grupo de 40 investigados fosse suspenso de atividades nos mercados financeiro e de capitais, além da proibição de exercer função de direção em empresa ou grupo empresarial. Entre os suspensos estão executivos e ex-executivos dos fundos Funcef, Postalis, além das companhias OAS, Engevix, Deloitte, Gradiente, Sete Brasil e Grupo WTorre. Em nota, o Grupo WTorre, disse não ter relação direta com os fundos citados e que está à disposição das autoridades. A empresa de auditoria Deloitte disse que está colaborando, "fornecendo informações em relação a trabalhos realizados a cliente". A construtura Engevix também afirmou estar colaborando. Gradiente, Sete Brasil e OAS, cujo ex-presidente Léo Pinheiro foi preso nesta segunda, não comentaram. p(star). * MANDADOS Ao todo, foram emitidos 127 mandados judiciais pela 10ª Vara Federal de Brasília, sendo 7 de prisão temporária, 106 de busca e apreensão e 34 de condução coercitiva. A operação ocorre nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Amazonas, além do Distrito Federal. * SÃO PAULO * RIO DE JANEIRO * ESPÍRITO SANTO * BAHIA * PARANÁ * RIO GRANDE DO SUL * SANTA CATARINA * AMAZONAS Leia mais na análise de Natuza Nery, editora do Painel.
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Dois jovens e seus destinos
Eles cresceram nos Estados Unidos dos anos 1960 e 1970, em meio a manifestações e radicalização da política norte-americana. Todos os dois expressavam o desejo da chamada "juventude de 68" de construir uma sociedade marcada pela solidariedade com os mais vulneráveis, assim como por uma liberdade real que não fosse destruída pela desigualdade e pela precariedade econômica, ou seja, por uma liberdade que não fosse submetida aos ditames da concentração de riquezas. Por isso, todos os dois entraram na política institucional. Mas as semelhanças terminam aqui. De certa forma, a história dos dois e de seus desencontros é a história dos caminhos e descaminhos de uma geração que, em algum momento, acreditou em sua própria força de transformação. Um dos nossos personagens chama-se Hillary Clinton. Todos nós a conhecemos: a eterna candidata a presidente dos EUA desde o aparecimento de seu marido em cena. Sua figura da mulher emancipada, capaz e inteligente é conhecida de todos. Como também é conhecido seu alinhamento incondicional à lógica militarista da política norte-americana, ao "patriot act" editado por seu marido, que abriu as portas para os EUA tornarem-se um país em estado de exceção permanente, às exigências de um política econômica submetida aos ditames do sistema financeiro e responsável por aumentar brutalmente a desigualdade e fazer dos EUA um país ao mesmo tempo de opulência e com transportes públicos miseráveis, universidades públicas pagas e sistema público de saúde mínimo. Hillary Clinton é, como Obama, a melhor representação da lógica "sangue novo nas velhas engrenagens". Mais que isso, ela representa muito bem o que aconteceu com uma parte da chamada "juventude de 68", sua forma peculiar de apoiar as políticas mais reacionárias, mas usando discursos mais edificantes e libertários, sempre com a desculpa da "lógica do possível". Sendo que, se há algo que resume a ideia de uma política verdadeira, não é a adaptação ao possível, mas a capacidade de transformar os impossíveis em possíveis. Tudo parecia jogado, mas eis que aparece nosso segundo personagem, Bernie Sanders, alguém que, segundo os manuais, simplesmente não deveria mais existir. Pois como é possível que em 2016 exista, no coração da pátria do neoliberalismo, alguém que fala em luta contra o sistema financeiro, em fortalecimento do Estado como agente de justiça social, em mais impostos para os ricos e mais serviços para os pobres e em fim do militarismo? Ou seja, alguém que é como um fantasma que ronda a política norte-americana, o fantasma de uma conta a ser acertada com a parcela da "geração de 68" que não capitulou. Segundo os manuais, alguém que não tem medo de se chamar "socialista" só poderia ser politicamente irrelevante. Bem, o resto da história estamos vendo agora. Apesar de todas as dificuldades de uma campanha pobre e soberanamente ignorada pelo aparato midiático, Sanders tem resultados absolutamente surpreendentes. Ou seja, uma parcela incrivelmente significativa da população norte-americana vota em alguém que se diz socialista e que, no Brasil, estaria claramente à esquerda de todos os atores políticos. A pergunta interessante é: por que essa parcela da população foi simplesmente escondida, por que suas opiniões e perspectivas não aparecem na imprensa, a não ser sob a forma de caricatura grotesca? Será que realmente sabemos que tipo de país são os EUA? Sanders ganha de forma absolutamente significativa nos estratos mais jovens, o que diz muito. Na verdade, ele representa um reconhecimento entre os jovens que anos atrás ocuparam as ruas dos EUA nos movimentos "Occupy" e os já não tão jovens que sempre foram fiéis ao que as lutas de 68 representaram. Essa sobreposição entre dois tempos é a forma de emergência que explode a linearidade do tempo para insistir como promessa que se repete de forma insistente. Só o que se repete é real, dizia Lacan. Hoje, Sanders representa o que há de real na política norte-americana, aquilo que é não contado e esquecido pela situação atual, mas que explode periodicamente mostrando o desejo inquebrantável por outra situação. Ele lembra aos que capitularam que eles, de fato e sem maiores rodeios, capitularam, tal como os jovens faziam em 68.
colunas
Dois jovens e seus destinosEles cresceram nos Estados Unidos dos anos 1960 e 1970, em meio a manifestações e radicalização da política norte-americana. Todos os dois expressavam o desejo da chamada "juventude de 68" de construir uma sociedade marcada pela solidariedade com os mais vulneráveis, assim como por uma liberdade real que não fosse destruída pela desigualdade e pela precariedade econômica, ou seja, por uma liberdade que não fosse submetida aos ditames da concentração de riquezas. Por isso, todos os dois entraram na política institucional. Mas as semelhanças terminam aqui. De certa forma, a história dos dois e de seus desencontros é a história dos caminhos e descaminhos de uma geração que, em algum momento, acreditou em sua própria força de transformação. Um dos nossos personagens chama-se Hillary Clinton. Todos nós a conhecemos: a eterna candidata a presidente dos EUA desde o aparecimento de seu marido em cena. Sua figura da mulher emancipada, capaz e inteligente é conhecida de todos. Como também é conhecido seu alinhamento incondicional à lógica militarista da política norte-americana, ao "patriot act" editado por seu marido, que abriu as portas para os EUA tornarem-se um país em estado de exceção permanente, às exigências de um política econômica submetida aos ditames do sistema financeiro e responsável por aumentar brutalmente a desigualdade e fazer dos EUA um país ao mesmo tempo de opulência e com transportes públicos miseráveis, universidades públicas pagas e sistema público de saúde mínimo. Hillary Clinton é, como Obama, a melhor representação da lógica "sangue novo nas velhas engrenagens". Mais que isso, ela representa muito bem o que aconteceu com uma parte da chamada "juventude de 68", sua forma peculiar de apoiar as políticas mais reacionárias, mas usando discursos mais edificantes e libertários, sempre com a desculpa da "lógica do possível". Sendo que, se há algo que resume a ideia de uma política verdadeira, não é a adaptação ao possível, mas a capacidade de transformar os impossíveis em possíveis. Tudo parecia jogado, mas eis que aparece nosso segundo personagem, Bernie Sanders, alguém que, segundo os manuais, simplesmente não deveria mais existir. Pois como é possível que em 2016 exista, no coração da pátria do neoliberalismo, alguém que fala em luta contra o sistema financeiro, em fortalecimento do Estado como agente de justiça social, em mais impostos para os ricos e mais serviços para os pobres e em fim do militarismo? Ou seja, alguém que é como um fantasma que ronda a política norte-americana, o fantasma de uma conta a ser acertada com a parcela da "geração de 68" que não capitulou. Segundo os manuais, alguém que não tem medo de se chamar "socialista" só poderia ser politicamente irrelevante. Bem, o resto da história estamos vendo agora. Apesar de todas as dificuldades de uma campanha pobre e soberanamente ignorada pelo aparato midiático, Sanders tem resultados absolutamente surpreendentes. Ou seja, uma parcela incrivelmente significativa da população norte-americana vota em alguém que se diz socialista e que, no Brasil, estaria claramente à esquerda de todos os atores políticos. A pergunta interessante é: por que essa parcela da população foi simplesmente escondida, por que suas opiniões e perspectivas não aparecem na imprensa, a não ser sob a forma de caricatura grotesca? Será que realmente sabemos que tipo de país são os EUA? Sanders ganha de forma absolutamente significativa nos estratos mais jovens, o que diz muito. Na verdade, ele representa um reconhecimento entre os jovens que anos atrás ocuparam as ruas dos EUA nos movimentos "Occupy" e os já não tão jovens que sempre foram fiéis ao que as lutas de 68 representaram. Essa sobreposição entre dois tempos é a forma de emergência que explode a linearidade do tempo para insistir como promessa que se repete de forma insistente. Só o que se repete é real, dizia Lacan. Hoje, Sanders representa o que há de real na política norte-americana, aquilo que é não contado e esquecido pela situação atual, mas que explode periodicamente mostrando o desejo inquebrantável por outra situação. Ele lembra aos que capitularam que eles, de fato e sem maiores rodeios, capitularam, tal como os jovens faziam em 68.
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Israel aumenta pena a atiradores de pedras para 20 anos de prisão
O Parlamento de Israel endureceu as penas para pessoas que atirarem pedras contra veículos e rodovias, aumentando o tempo de detenção para até 20 anos. Palestinos classificaram a medida como racista e excessiva. O Knesset (Parlamento) aprovou nesta segunda-feira (20), por 69 votos a 17, uma emenda ao Código Penal que estabelece a condenação a até 20 anos de prisão para atiradores de pedra, sem ser necessário comprovar a sua intenção em provocar danos. Confrontos entre palestinos e as forças de segurança Israelense frequentemente se tornam violentos. Para os palestinos, atirar pedras é um símbolo de resistência desde o levante popular conhecido como Intifada, ocorrido entre o final dos anos 1980 e o início dos anos 1990. "Hoje, a Justiça foi feita (...) Termina hoje a tolerância a terroristas. Atiradores de pedras são terroristas e somente uma pena adequada pode servir como uma punição justa e para dissuadi-los", afirmou a ministra da Justiça, Ayelet Shaked, membro do partido ultranacionalista Casa Judaica. Assim como outras leis aprovadas pelo Knesset, a nova medida é aplicável somente dentro dos limites do território de Israel e não afeta os procedimentos legais na Cisjordânia. Na maior parte deste território, ocupado por Israel desde 1967, palestinos estão sujeitos à lei militar israelense. A proposta surgiu após uma série de protestos de palestinos na cidade de Jerusalém em 2014. Seus defensores argumentam que a legislação atual limita o poder da polícia e do sistema de Justiça em punir as pessoas que atiram pedras, por ser necessário comprovar sua intenção de provocar danos. Qadura Fares, ativista que advoga por palestinos detidos em prisões israelenses, disse à agência de notícias Reuters que a nova media é "racista". "Esta lei é detestável e contradiz o princípio mais básico de que a pena corresponda à ofensa", afirmou. Atualmente, aplica-se uma pena de até três meses para pessoas que atirarem pedras sem provocar grandes danos. Segundo o Knesset, anualmente Israel abre cerca de mil acusações contra atiradores de pedras.
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Israel aumenta pena a atiradores de pedras para 20 anos de prisãoO Parlamento de Israel endureceu as penas para pessoas que atirarem pedras contra veículos e rodovias, aumentando o tempo de detenção para até 20 anos. Palestinos classificaram a medida como racista e excessiva. O Knesset (Parlamento) aprovou nesta segunda-feira (20), por 69 votos a 17, uma emenda ao Código Penal que estabelece a condenação a até 20 anos de prisão para atiradores de pedra, sem ser necessário comprovar a sua intenção em provocar danos. Confrontos entre palestinos e as forças de segurança Israelense frequentemente se tornam violentos. Para os palestinos, atirar pedras é um símbolo de resistência desde o levante popular conhecido como Intifada, ocorrido entre o final dos anos 1980 e o início dos anos 1990. "Hoje, a Justiça foi feita (...) Termina hoje a tolerância a terroristas. Atiradores de pedras são terroristas e somente uma pena adequada pode servir como uma punição justa e para dissuadi-los", afirmou a ministra da Justiça, Ayelet Shaked, membro do partido ultranacionalista Casa Judaica. Assim como outras leis aprovadas pelo Knesset, a nova medida é aplicável somente dentro dos limites do território de Israel e não afeta os procedimentos legais na Cisjordânia. Na maior parte deste território, ocupado por Israel desde 1967, palestinos estão sujeitos à lei militar israelense. A proposta surgiu após uma série de protestos de palestinos na cidade de Jerusalém em 2014. Seus defensores argumentam que a legislação atual limita o poder da polícia e do sistema de Justiça em punir as pessoas que atiram pedras, por ser necessário comprovar sua intenção de provocar danos. Qadura Fares, ativista que advoga por palestinos detidos em prisões israelenses, disse à agência de notícias Reuters que a nova media é "racista". "Esta lei é detestável e contradiz o princípio mais básico de que a pena corresponda à ofensa", afirmou. Atualmente, aplica-se uma pena de até três meses para pessoas que atirarem pedras sem provocar grandes danos. Segundo o Knesset, anualmente Israel abre cerca de mil acusações contra atiradores de pedras.
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Rebeldes impedem saída de civis da cidade de Aleppo, no norte da Síria
Apenas alguns moradores de Aleppo puderam deixar os bairros da cidade síria no norte do país antes que grupos rebeldes os impedissem de utilizar os corredores habilitados pelo governo e pela Rússia, informou uma ONG nesta sexta (29). Com a abertura desses corredores, o governo tenta esvaziar os bairros, onde vivem 250 mil pessoas, para retomar com maior facilidade a área, nas mãos dos rebeldes desde 2012, e recuperar o controle total da segunda maior cidade do país. O enviado da ONU (Organização das Nações Unidas) para a Síria sugeriu à Rússia que deixe os corredores humanitários de Aleppo nas mãos da organização. Desde que o governo do presidente russo, Vladimir Putin, aliado do regime sírio, anunciou na quinta-feira (28) a abertura dessas vias, "uma dúzia de pessoas conseguiram sair por meio de um dos corredores", disse o diretor do OSDH (Observatório Sírio de Direitos Humanos), Rami Abdel Rahman. "Mas os grupos rebeldes reforçaram as medidas de controle em relação aos corredores, impedindo que os habitantes se aproximassem." Os habitantes dos bairros rebeldes de Aleppo se esconderam dentro de suas casas nesta sexta-feira, aterrorizados pela ideia de utilizar "os corredores da morte" abertos pelo regime para evacuar as áreas sitiadas da cidade. A ONG explicou que os corredores estão fechados pelo lado rebelde, mas abertos do outro lado, ou seja, nas áreas controladas pelo regime. Ainda segundo o diretor da ONG, os russos e o Exército sírio continuaram a bombardear bairros rebeldes nesta sexta-feira. A antiga capital econômica da Síria está dividida desde 2012 entre bairros controlados pelo regime, no oeste, e pelos rebeldes, nas zonas a leste. As tropas do presidente da Síria, Bashar al-Assad, tentam há meses reconquistar o setor rebelde, cercado desde 17 de julho, com o lançamento de barris de explosivos e bombardeios que também contaram com a participação da força aérea russa. O ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, anunciou na quinta-feira que serão abertos quatro corredores humanitários na cidade para os civis e para aqueles "combatentes que quiserem depor as armas". Vários homens entrevistados pela agência de notícias AFP disseram temer que o regime os prendesse depois que saíssem dos bairros rebeldes. Segundo os analistas, a perda de Aleppo pode significar o início do fim da rebelião e representar um ponto de virada determinante na guerra síria, que já deixou mais de 280 mil mortos em cinco anos.
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Rebeldes impedem saída de civis da cidade de Aleppo, no norte da SíriaApenas alguns moradores de Aleppo puderam deixar os bairros da cidade síria no norte do país antes que grupos rebeldes os impedissem de utilizar os corredores habilitados pelo governo e pela Rússia, informou uma ONG nesta sexta (29). Com a abertura desses corredores, o governo tenta esvaziar os bairros, onde vivem 250 mil pessoas, para retomar com maior facilidade a área, nas mãos dos rebeldes desde 2012, e recuperar o controle total da segunda maior cidade do país. O enviado da ONU (Organização das Nações Unidas) para a Síria sugeriu à Rússia que deixe os corredores humanitários de Aleppo nas mãos da organização. Desde que o governo do presidente russo, Vladimir Putin, aliado do regime sírio, anunciou na quinta-feira (28) a abertura dessas vias, "uma dúzia de pessoas conseguiram sair por meio de um dos corredores", disse o diretor do OSDH (Observatório Sírio de Direitos Humanos), Rami Abdel Rahman. "Mas os grupos rebeldes reforçaram as medidas de controle em relação aos corredores, impedindo que os habitantes se aproximassem." Os habitantes dos bairros rebeldes de Aleppo se esconderam dentro de suas casas nesta sexta-feira, aterrorizados pela ideia de utilizar "os corredores da morte" abertos pelo regime para evacuar as áreas sitiadas da cidade. A ONG explicou que os corredores estão fechados pelo lado rebelde, mas abertos do outro lado, ou seja, nas áreas controladas pelo regime. Ainda segundo o diretor da ONG, os russos e o Exército sírio continuaram a bombardear bairros rebeldes nesta sexta-feira. A antiga capital econômica da Síria está dividida desde 2012 entre bairros controlados pelo regime, no oeste, e pelos rebeldes, nas zonas a leste. As tropas do presidente da Síria, Bashar al-Assad, tentam há meses reconquistar o setor rebelde, cercado desde 17 de julho, com o lançamento de barris de explosivos e bombardeios que também contaram com a participação da força aérea russa. O ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, anunciou na quinta-feira que serão abertos quatro corredores humanitários na cidade para os civis e para aqueles "combatentes que quiserem depor as armas". Vários homens entrevistados pela agência de notícias AFP disseram temer que o regime os prendesse depois que saíssem dos bairros rebeldes. Segundo os analistas, a perda de Aleppo pode significar o início do fim da rebelião e representar um ponto de virada determinante na guerra síria, que já deixou mais de 280 mil mortos em cinco anos.
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Merkel e Hollande culpam Assad por ataque dos EUA contra base na Síria
Governos europeus apoiaram nesta sexta-feira (7) o bombardeio americano a uma base aérea síria como retaliação ao uso de armas químicas contra civis. O presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, divulgaram pela manhã um comunicado conjunto responsabilizando o regime de Bashar al-Assad pela crise. "Assad tem total responsabilidade por esses acontecimentos. Seu uso contínuo de armas químicas e seus crimes em massa não podem permanecer sem punição." O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Sigmar Gabriel, afirmou que o bombardeio é "compreensível" devido ao fracasso das Nações Unidas em tomar medidas efetivas após o suposto ataque químico. "Foi quase insuportável ver o Conselho de Segurança da ONU não ser capaz de reagir com clareza e sem ambiguidades ao uso bárbaro de armas químicas contra pessoas inocentes", disse, durante uma viagem ao Mali. A França e a Alemanha foram alertadas sobre o ataque americano na véspera da ação, afirmou o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Marc Ayrault, que descreveu o bombardeio como um "aviso a um regime criminoso". Ambos os países europeus afirmaram que vão manter seus esforços nas Nações Unidas para impôr sanções ao uso de armas químicas e para avançar com a transição política na Síria. O secretário de Defesa do Reino Unido, Michael Fallon, disse também na sexta que o governo britânico apoia o ataque americano, mas não planeja suas próprias ações militares contra a Síria. "Nosso Parlamento considerou isso em 2013 e o rejeitou", disse, referindo-se a uma consulta fracassada sobre essa opção militar. Onde foi o ataque Diversos outros aliados americanos se pronunciaram a favor do bombardeio, incluindo Austrália, Israel, Arábia Saudita e Japão, enquanto Irã e Rússia –aliados da Síria– o condenaram. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que o ataque americano foi um desenvolvimento "positivo", mas pediu pela escalada. "É o suficiente? Não acho que seja o suficiente. Está na hora de tomar passos sérios para a proteção da população inocente na Síria", disse. O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, pediu a saída imediata de Assad. "Se ele não quiser ir embora, se não houver um governo de transição e se ele continuar a cometer crimes contra a humanidade, os passos necessários para retirá-lo devem ser tomados." BRUTALIDADE O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo às partes envolvidas para que evitem "quaisquer atos que possam aumentar o sofrimento do povo sírio". Como outros líderes ocidentais, a liderança da União Europeia também apoiou o bombardeio americano. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que os ataques demonstraram a convicção do Ocidente em reagir a ataques químicos. "A União Europeia vai trabalhar com os EUA para encerrar a brutalidade na Síria", afirmou. O conselho determina a política do bloco. O líder da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse "compreender" o ataque americano, pois "o uso dessas armas deve ter resposta". "Há uma clara distinção entre ataques aéreos em alvos militares e o uso de armas químicas contra civis." A Comissão Europeia é o braço Executivo da União Europeia.
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Merkel e Hollande culpam Assad por ataque dos EUA contra base na SíriaGovernos europeus apoiaram nesta sexta-feira (7) o bombardeio americano a uma base aérea síria como retaliação ao uso de armas químicas contra civis. O presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, divulgaram pela manhã um comunicado conjunto responsabilizando o regime de Bashar al-Assad pela crise. "Assad tem total responsabilidade por esses acontecimentos. Seu uso contínuo de armas químicas e seus crimes em massa não podem permanecer sem punição." O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Sigmar Gabriel, afirmou que o bombardeio é "compreensível" devido ao fracasso das Nações Unidas em tomar medidas efetivas após o suposto ataque químico. "Foi quase insuportável ver o Conselho de Segurança da ONU não ser capaz de reagir com clareza e sem ambiguidades ao uso bárbaro de armas químicas contra pessoas inocentes", disse, durante uma viagem ao Mali. A França e a Alemanha foram alertadas sobre o ataque americano na véspera da ação, afirmou o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Marc Ayrault, que descreveu o bombardeio como um "aviso a um regime criminoso". Ambos os países europeus afirmaram que vão manter seus esforços nas Nações Unidas para impôr sanções ao uso de armas químicas e para avançar com a transição política na Síria. O secretário de Defesa do Reino Unido, Michael Fallon, disse também na sexta que o governo britânico apoia o ataque americano, mas não planeja suas próprias ações militares contra a Síria. "Nosso Parlamento considerou isso em 2013 e o rejeitou", disse, referindo-se a uma consulta fracassada sobre essa opção militar. Onde foi o ataque Diversos outros aliados americanos se pronunciaram a favor do bombardeio, incluindo Austrália, Israel, Arábia Saudita e Japão, enquanto Irã e Rússia –aliados da Síria– o condenaram. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que o ataque americano foi um desenvolvimento "positivo", mas pediu pela escalada. "É o suficiente? Não acho que seja o suficiente. Está na hora de tomar passos sérios para a proteção da população inocente na Síria", disse. O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, pediu a saída imediata de Assad. "Se ele não quiser ir embora, se não houver um governo de transição e se ele continuar a cometer crimes contra a humanidade, os passos necessários para retirá-lo devem ser tomados." BRUTALIDADE O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo às partes envolvidas para que evitem "quaisquer atos que possam aumentar o sofrimento do povo sírio". Como outros líderes ocidentais, a liderança da União Europeia também apoiou o bombardeio americano. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que os ataques demonstraram a convicção do Ocidente em reagir a ataques químicos. "A União Europeia vai trabalhar com os EUA para encerrar a brutalidade na Síria", afirmou. O conselho determina a política do bloco. O líder da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse "compreender" o ataque americano, pois "o uso dessas armas deve ter resposta". "Há uma clara distinção entre ataques aéreos em alvos militares e o uso de armas químicas contra civis." A Comissão Europeia é o braço Executivo da União Europeia.
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Palocci foi protagonista durante os governos do PT
Desde 1988, quando foi eleito vereador em Ribeirão Preto –onde nasceu e se formou como médico–, Antonio Palocci, 56, construiu uma trajetória sempre ligada ao PT, que ele ajudou a fundar em 1980. Nesta quarta-feira (6), ele afirmou ao juiz Sergio Moro que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalizou um "pacto de sangue" no qual a Odebrecht se comprometeu a pagar R$ 300 milhões em propinas ao PT entre o final do governo Lula e os primeiros anos do governo Dilma, segundo seus advogados. Palocci ganhou destaque no partido em 1992, quando foi eleito prefeito de Ribeirão Preto. Em 1998, tornou-se deputado federal por São Paulo. Em 2002, foi alçado ao protagonismo no partido ao coordenar o programa de governo da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. Coordenou a "Carta ao Povo Brasileiro", com sinalização pró-mercado do PT. Com a vitória, foi nomeado ministro da Fazenda, ocupando função de estabelecer diálogo com o empresariado, que, temeroso diante da possibilidade de radicalização, foi tranquilizado pela postura moderada de Palocci na economia. Palocci foi acusado, em 2006, de se encontrar com empresários para fazer lobby numa casa do Lago Sul, zona nobre de Brasília, alugada por seus assessores mais próximos. Ele sempre negou ter participado desses encontros. Mas o caseiro Francenildo dos Santos Costa, que cuidava do imóvel, disse ter visto o ministro em eventos no local. Logo após o depoimento, o blog da revista "Época" publicou reportagem que mostrava um extrato da conta do caseiro na Caixa Econômica Federal, que apontava R$ 35 mil em depósitos em seu favor. Francenildo ganhava pouco mais de R$ 500 de salário. Os parlamentares da base do governo Lula acusaram o caseiro de ter recebido dinheiro da oposição para depor contra Palocci. Não demorou para que se percebesse que na divulgação do extrato da conta do caseiro havia uma ilegalidade: a quebra de sigilo bancário sem autorização judicial. Palocci foi chamado a explicar a ilegalidade, mas nunca deu uma resposta satisfatória para o caso e perdeu o cargo de ministro. Em 2011, também ocupou cargo no governo Dilma Rousseff, mas não durou seis meses como ministro da Casa Civil. Ele pediu afastamento após a Folha revelar que ele havia multiplicado o patrimônio por 20 com sua empresa de consultoria.
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Palocci foi protagonista durante os governos do PTDesde 1988, quando foi eleito vereador em Ribeirão Preto –onde nasceu e se formou como médico–, Antonio Palocci, 56, construiu uma trajetória sempre ligada ao PT, que ele ajudou a fundar em 1980. Nesta quarta-feira (6), ele afirmou ao juiz Sergio Moro que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalizou um "pacto de sangue" no qual a Odebrecht se comprometeu a pagar R$ 300 milhões em propinas ao PT entre o final do governo Lula e os primeiros anos do governo Dilma, segundo seus advogados. Palocci ganhou destaque no partido em 1992, quando foi eleito prefeito de Ribeirão Preto. Em 1998, tornou-se deputado federal por São Paulo. Em 2002, foi alçado ao protagonismo no partido ao coordenar o programa de governo da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. Coordenou a "Carta ao Povo Brasileiro", com sinalização pró-mercado do PT. Com a vitória, foi nomeado ministro da Fazenda, ocupando função de estabelecer diálogo com o empresariado, que, temeroso diante da possibilidade de radicalização, foi tranquilizado pela postura moderada de Palocci na economia. Palocci foi acusado, em 2006, de se encontrar com empresários para fazer lobby numa casa do Lago Sul, zona nobre de Brasília, alugada por seus assessores mais próximos. Ele sempre negou ter participado desses encontros. Mas o caseiro Francenildo dos Santos Costa, que cuidava do imóvel, disse ter visto o ministro em eventos no local. Logo após o depoimento, o blog da revista "Época" publicou reportagem que mostrava um extrato da conta do caseiro na Caixa Econômica Federal, que apontava R$ 35 mil em depósitos em seu favor. Francenildo ganhava pouco mais de R$ 500 de salário. Os parlamentares da base do governo Lula acusaram o caseiro de ter recebido dinheiro da oposição para depor contra Palocci. Não demorou para que se percebesse que na divulgação do extrato da conta do caseiro havia uma ilegalidade: a quebra de sigilo bancário sem autorização judicial. Palocci foi chamado a explicar a ilegalidade, mas nunca deu uma resposta satisfatória para o caso e perdeu o cargo de ministro. Em 2011, também ocupou cargo no governo Dilma Rousseff, mas não durou seis meses como ministro da Casa Civil. Ele pediu afastamento após a Folha revelar que ele havia multiplicado o patrimônio por 20 com sua empresa de consultoria.
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Terrorismo e violência esquentam primeiro debate eleitoral nos EUA
No que vem sendo chamado de "Superbowl dos debates", com expectativa de audiência similar à do maior evento esportivo dos EUA, a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump terão seu primeiro cara a cara nesta segunda (26). E num momento em que o país está à flor da pele, após atentados a bomba, ataques em shoppings (um deles com cinco vítimas) e protestos contra a morte de dois negros pela polícia —tudo no espaço de uma semana. Para especialistas consultados pela Folha, terrorismo, violência policial e insegurança como um todo serão tópicos quentes no confronto —90 minutos sem intervalos e com três grandes temas ("A Direção da América", "Conquistando Prosperidade" e "Protegendo a América"). Trump conta com isso. O presidenciável que usa termos como "desastre" e "show de horrores" para definir o país sob comando do democrata Barack Obama se autointitula "candidato da lei e da ordem" e deve explorar o medo de inimigos dos EUA. Um monstro que precisa debelar, contudo, é o que vive dentro de si, afirma o comentarista conservador Ben Shapiro. Hillary conta com isso. Sua estratégia é atiçar o "instinto selvagem" do adversário, que diz ser genioso demais para ser comandante-em-chefe dos EUA. Com sua campanha sob nova direção, o republicano vem se distanciando de polêmicas desde meados de agosto. "Mas, como uma criatura acorrentada numa masmorra, a agressão dele está à espreita", afirma Shapiro. Entre eles está a tentativa de enterrar uma polêmica que ele próprio alimentava desde 2011: a de que Obama, filho de queniano com americana, não nasceu nos EUA. Trump declarou na semana passada que sim, o presidente é seu conterrâneo, "ponto final". Mas a celeuma continua acesa e pode ser explorada pela oponente, que a definiu como um ataque preconceituoso ao primeiro negro na Casa Branca. Os quatro anos de Hillary como secretária de Estado (2009-13) poderão munir o republicano. No período, ela usou servidor privado para mandar e receber e-mails oficiais, e desafetos questionam se ela foi imprudente ou tinha algo a esconder. Relações escusas entre doadores da Fundação Clinton e o Departamento de Estado também poderão vir à baila. Há décadas na arena política, a democrata torce para que o rival calouro cometa uma gafe em rede nacional. Para Brian Gaines, da Universidade de Illinois, os candidatos terão ainda o desafio de provar que seus planos são factíveis —como o de Trump de fazer o México pagar por um muro ou o "programa econômico vago" de Hillary. Trump estrategicamente evita "palavras difíceis", o que lhe ajuda a se conectar com o americano médio. Seu vocabulário, segundo estudo recente, se iguala ao de uma criança de 12 anos. E o ex-apresentador do reality "O Aprendiz" tem tino para o espetáculo. Trump disse que chamaria Gennifer Flowers, amante nos anos 1970 do ex-presidente Bill Clinton, marido da rival, para o evento. Ela topou, mas a campanha republicana esclareceu: o convite não era oficial. - Prepare-se para o debate Horário 21h (22h em Brasília) Moderador Lester Holt, âncora da NBC Como assistir Todas as grandes redes americanas exibirão o evento; no Brasil, os canais Band News (107 Sky/79 NET), CNN (110 Sky/200 NET) e Bloomberg (109 Sky/201 NET) irão transmitir ao vivo Local Universidade de Hofstra (Hempstead, Nova York), sede pela 3ª vez consecutiva de um debate presidencial Armas contra Hillary - Uso de e-mail privado quando era secretária de Estado (2009-2013) - Saúde, após pneumonia que tentou esconder - Acusações de tráfico de influência envolvendo a Fundação Clinton Armas contra Trump - Inexperiência política - Caráter genioso o desqualificaria para ser comandante-em-chefe das Forças Armadas do país - Recusa em divulgar sua declaração do Imposto de Renda Próximos debates 9 de outubro - Universidade Washington (St. Louis, Missouri), mediado por Anderson Cooper (CNN) e Martha Raddatz (ABC) 19 de outubro - Universidade de Las Vegas (Las Vegas, Nevada), mediado por Chris Wallace (Fox News)
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Terrorismo e violência esquentam primeiro debate eleitoral nos EUANo que vem sendo chamado de "Superbowl dos debates", com expectativa de audiência similar à do maior evento esportivo dos EUA, a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump terão seu primeiro cara a cara nesta segunda (26). E num momento em que o país está à flor da pele, após atentados a bomba, ataques em shoppings (um deles com cinco vítimas) e protestos contra a morte de dois negros pela polícia —tudo no espaço de uma semana. Para especialistas consultados pela Folha, terrorismo, violência policial e insegurança como um todo serão tópicos quentes no confronto —90 minutos sem intervalos e com três grandes temas ("A Direção da América", "Conquistando Prosperidade" e "Protegendo a América"). Trump conta com isso. O presidenciável que usa termos como "desastre" e "show de horrores" para definir o país sob comando do democrata Barack Obama se autointitula "candidato da lei e da ordem" e deve explorar o medo de inimigos dos EUA. Um monstro que precisa debelar, contudo, é o que vive dentro de si, afirma o comentarista conservador Ben Shapiro. Hillary conta com isso. Sua estratégia é atiçar o "instinto selvagem" do adversário, que diz ser genioso demais para ser comandante-em-chefe dos EUA. Com sua campanha sob nova direção, o republicano vem se distanciando de polêmicas desde meados de agosto. "Mas, como uma criatura acorrentada numa masmorra, a agressão dele está à espreita", afirma Shapiro. Entre eles está a tentativa de enterrar uma polêmica que ele próprio alimentava desde 2011: a de que Obama, filho de queniano com americana, não nasceu nos EUA. Trump declarou na semana passada que sim, o presidente é seu conterrâneo, "ponto final". Mas a celeuma continua acesa e pode ser explorada pela oponente, que a definiu como um ataque preconceituoso ao primeiro negro na Casa Branca. Os quatro anos de Hillary como secretária de Estado (2009-13) poderão munir o republicano. No período, ela usou servidor privado para mandar e receber e-mails oficiais, e desafetos questionam se ela foi imprudente ou tinha algo a esconder. Relações escusas entre doadores da Fundação Clinton e o Departamento de Estado também poderão vir à baila. Há décadas na arena política, a democrata torce para que o rival calouro cometa uma gafe em rede nacional. Para Brian Gaines, da Universidade de Illinois, os candidatos terão ainda o desafio de provar que seus planos são factíveis —como o de Trump de fazer o México pagar por um muro ou o "programa econômico vago" de Hillary. Trump estrategicamente evita "palavras difíceis", o que lhe ajuda a se conectar com o americano médio. Seu vocabulário, segundo estudo recente, se iguala ao de uma criança de 12 anos. E o ex-apresentador do reality "O Aprendiz" tem tino para o espetáculo. Trump disse que chamaria Gennifer Flowers, amante nos anos 1970 do ex-presidente Bill Clinton, marido da rival, para o evento. Ela topou, mas a campanha republicana esclareceu: o convite não era oficial. - Prepare-se para o debate Horário 21h (22h em Brasília) Moderador Lester Holt, âncora da NBC Como assistir Todas as grandes redes americanas exibirão o evento; no Brasil, os canais Band News (107 Sky/79 NET), CNN (110 Sky/200 NET) e Bloomberg (109 Sky/201 NET) irão transmitir ao vivo Local Universidade de Hofstra (Hempstead, Nova York), sede pela 3ª vez consecutiva de um debate presidencial Armas contra Hillary - Uso de e-mail privado quando era secretária de Estado (2009-2013) - Saúde, após pneumonia que tentou esconder - Acusações de tráfico de influência envolvendo a Fundação Clinton Armas contra Trump - Inexperiência política - Caráter genioso o desqualificaria para ser comandante-em-chefe das Forças Armadas do país - Recusa em divulgar sua declaração do Imposto de Renda Próximos debates 9 de outubro - Universidade Washington (St. Louis, Missouri), mediado por Anderson Cooper (CNN) e Martha Raddatz (ABC) 19 de outubro - Universidade de Las Vegas (Las Vegas, Nevada), mediado por Chris Wallace (Fox News)
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Na maratona aquática, Ana Marcela tenta 1ª medalha da natação na Rio-2016
MARIANA LAJOLO ENVIADA ESPECIAL AO RIO Ana Marcela Cunha queria sentir a dor de nadar 25 km. Parecia quase uma penitência. Depois de perder por apenas uma posição a chance de se classificar para os Jogos de Londres-2012, ela se jogou no mar de Xangai, na China. Depois 5 horas, 29 minutos e 22 segundos, saía da água com a medalha de ouro no Mundial e a certeza de que a história seria diferente na Olimpíada seguinte. A nadadora brasileira chega nesta segunda (15), às 9h, à praia de Copacabana com um status completamente diferente. A atleta que bateu na trave em 2011 e nem foi aos Jogos hoje é favorita à medalha de ouro. Ana Marcela, 24, acumulou nos últimos anos uma prata e um bronze nos 10 km em Mundiais. Essa é a distância nadada nas Olimpíadas. Em 2014, traçou como meta se tornar a primeira atleta a conquistar medalha em todas as oito etapas do Circuito da Copa do Mundo de maratonas aquáticas. Conseguiu e foi eleita a melhor nadadora da sua modalidade pela Fina (Federação Internacional de Natação). Em 2015, a atleta conquistou 11 pódios internacionais consecutivos, carimbou a vaga para a Rio-2016 e ainda ganhou a única medalha de ouro para o Brasil no Mundial de Kazan, na prova dos 25 km. Foi eleita a melhor atleta do ano pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil). Ana Marcela terá a missão de buscar a primeira medalha para a natação brasileira nos Jogos do Rio. Na piscina, que ela também frequenta, o país não atingiu nenhum pódio. O número de finais aumentou: oito contra seis de Londres. Na última Olimpíada, Thiago Pereira havia conquistado uma prata nos 400 m medley, e Cesar Cielo, um bronze na final dos 50 m livre. Nunca uma mulher do país ganhou medalha em Jogos Olímpicos nadando. Ela terá a companhia de Poliana Okimoto, 33, outra nadadora que tem sido destaque das maratonas aquáticas do Brasil, que foi campeã mundial dos 10 km em Barcelona-2013. Em Londres, Poliana deixou a prova passando mal por causa de hipotermia. A temperatura da água em Copacabana pode ser um fator positivo para as brasileiras. O mar pode chegar nesta segunda a até 23,4º C. Atletas da Europa costumam preferir temperaturas mais baixas. Por questões de segurança para os atletas, não podem ser disputadas provas quando a temperatura é menos do que 16º C ou maior do que que 31º C. Já houve casos de morte de atletas que nadavam em águas muito frias. As ondas também ajudam Ana Marcela, que gosta de mar agitado e já disputou diversas provas no Rio de Janeiro. Antes de chegar à sede da Olimpíada, os brasileiros fizeram um treinamento de altitude de 2 a 23 de julho, em La Loma, no México. Nadar em lugares altos ajuda a aumentar a oxigenação do sangue. Brasileiros classificados para a Olimpíada + ERRAMOS: O conteúdo desta página foi alterado para refletir o abaixo
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Na maratona aquática, Ana Marcela tenta 1ª medalha da natação na Rio-2016 MARIANA LAJOLO ENVIADA ESPECIAL AO RIO Ana Marcela Cunha queria sentir a dor de nadar 25 km. Parecia quase uma penitência. Depois de perder por apenas uma posição a chance de se classificar para os Jogos de Londres-2012, ela se jogou no mar de Xangai, na China. Depois 5 horas, 29 minutos e 22 segundos, saía da água com a medalha de ouro no Mundial e a certeza de que a história seria diferente na Olimpíada seguinte. A nadadora brasileira chega nesta segunda (15), às 9h, à praia de Copacabana com um status completamente diferente. A atleta que bateu na trave em 2011 e nem foi aos Jogos hoje é favorita à medalha de ouro. Ana Marcela, 24, acumulou nos últimos anos uma prata e um bronze nos 10 km em Mundiais. Essa é a distância nadada nas Olimpíadas. Em 2014, traçou como meta se tornar a primeira atleta a conquistar medalha em todas as oito etapas do Circuito da Copa do Mundo de maratonas aquáticas. Conseguiu e foi eleita a melhor nadadora da sua modalidade pela Fina (Federação Internacional de Natação). Em 2015, a atleta conquistou 11 pódios internacionais consecutivos, carimbou a vaga para a Rio-2016 e ainda ganhou a única medalha de ouro para o Brasil no Mundial de Kazan, na prova dos 25 km. Foi eleita a melhor atleta do ano pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil). Ana Marcela terá a missão de buscar a primeira medalha para a natação brasileira nos Jogos do Rio. Na piscina, que ela também frequenta, o país não atingiu nenhum pódio. O número de finais aumentou: oito contra seis de Londres. Na última Olimpíada, Thiago Pereira havia conquistado uma prata nos 400 m medley, e Cesar Cielo, um bronze na final dos 50 m livre. Nunca uma mulher do país ganhou medalha em Jogos Olímpicos nadando. Ela terá a companhia de Poliana Okimoto, 33, outra nadadora que tem sido destaque das maratonas aquáticas do Brasil, que foi campeã mundial dos 10 km em Barcelona-2013. Em Londres, Poliana deixou a prova passando mal por causa de hipotermia. A temperatura da água em Copacabana pode ser um fator positivo para as brasileiras. O mar pode chegar nesta segunda a até 23,4º C. Atletas da Europa costumam preferir temperaturas mais baixas. Por questões de segurança para os atletas, não podem ser disputadas provas quando a temperatura é menos do que 16º C ou maior do que que 31º C. Já houve casos de morte de atletas que nadavam em águas muito frias. As ondas também ajudam Ana Marcela, que gosta de mar agitado e já disputou diversas provas no Rio de Janeiro. Antes de chegar à sede da Olimpíada, os brasileiros fizeram um treinamento de altitude de 2 a 23 de julho, em La Loma, no México. Nadar em lugares altos ajuda a aumentar a oxigenação do sangue. Brasileiros classificados para a Olimpíada + ERRAMOS: O conteúdo desta página foi alterado para refletir o abaixo
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Homem que dormia na rua é achado morto após madrugada gelada em SP
Um homem que dormia em frente à estação Belém do metrô, na zona leste de São Paulo, foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira (10) após a madrugada mais fria do ano. De acordo com padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, o homem, de 55 anos, estava sobre um pedaço de papelão, usando uma coberta fina. A cidade de São Paulo registrou a madrugada mais fria de 2016 e também a com menor temperatura de junho desde 1994, afirmou o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A temperatura mínima da madrugada foi de 5,5°C no Mirante de Santana, na zona norte da capital paulista. O caso foi registrado no 81º DP, em Belém, e o corpo do homem foi levado para o IML (Instituto Médico Legal). Somente após a necropsia a causa da morte poderá ser confirmada. Padre Júlio não descarta que ele tenha morrido de frio e cobra da prefeitura a abertura de vagas emergenciais na região. AVISO De acordo com padre Júlio, ele foi avisado por moradores de rua sobre a morte. "É um local que tem grande pressão por vagas, com muitos irmãos de rua, mas nenhuma vaga emergencial foi aberta aqui", diz. De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, 1.000 vagas em centros de acolhida foram abertas pelo Plano de Contingência para Baixas Temperaturas, iniciado em 16 de maio. Além destas, há outras cerca de dez mil fixas. A pasta afirma que o homem não tinha nenhuma passagem por centros de acolhida e que a abordagem dos moradores de rua é feita diariamente em todas as regiões da cidade, inclusive nos arredores do metrô Belém. O plano entra em operação sempre que a temperatura atingir um patamar igual ou inferior a 13º C ou sensação térmica equivalente. Há ainda a possibilidade de abertura de alojamentos de emergência se as vagas ofertadas forem insuficientes, o que não aconteceu até o presente momento.
cotidiano
Homem que dormia na rua é achado morto após madrugada gelada em SPUm homem que dormia em frente à estação Belém do metrô, na zona leste de São Paulo, foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira (10) após a madrugada mais fria do ano. De acordo com padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, o homem, de 55 anos, estava sobre um pedaço de papelão, usando uma coberta fina. A cidade de São Paulo registrou a madrugada mais fria de 2016 e também a com menor temperatura de junho desde 1994, afirmou o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A temperatura mínima da madrugada foi de 5,5°C no Mirante de Santana, na zona norte da capital paulista. O caso foi registrado no 81º DP, em Belém, e o corpo do homem foi levado para o IML (Instituto Médico Legal). Somente após a necropsia a causa da morte poderá ser confirmada. Padre Júlio não descarta que ele tenha morrido de frio e cobra da prefeitura a abertura de vagas emergenciais na região. AVISO De acordo com padre Júlio, ele foi avisado por moradores de rua sobre a morte. "É um local que tem grande pressão por vagas, com muitos irmãos de rua, mas nenhuma vaga emergencial foi aberta aqui", diz. De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, 1.000 vagas em centros de acolhida foram abertas pelo Plano de Contingência para Baixas Temperaturas, iniciado em 16 de maio. Além destas, há outras cerca de dez mil fixas. A pasta afirma que o homem não tinha nenhuma passagem por centros de acolhida e que a abordagem dos moradores de rua é feita diariamente em todas as regiões da cidade, inclusive nos arredores do metrô Belém. O plano entra em operação sempre que a temperatura atingir um patamar igual ou inferior a 13º C ou sensação térmica equivalente. Há ainda a possibilidade de abertura de alojamentos de emergência se as vagas ofertadas forem insuficientes, o que não aconteceu até o presente momento.
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Coleção de ensaios de Umberto Eco se mantém relevante
"A Definição da Arte", último lançamento no Brasil de Umberto Eco (1932-2016), é surpreendente. A publicação poderia parecer uma boa oportunidade editorial, dado o falecimento do autor. Na Itália, lançou-se "Pepe Satàn Aleppe" apenas uma semana após seu óbito e as vendas foram espetaculares. Ademais, o livro reúne ensaios escritos entre 1955 e 1963, constituindo uma autêntica arqueologia do autor de best-sellers acadêmicos –"Obra aberta" (1962); "Apocalípticos e Integrados" (1964)– e ficcionais –"O Nome da Rosa" (1980); "O Pêndulo de Foucault" (1988). Este livro seria destinado exclusivamente ao estudioso de Eco? Eis a surpresa: "A Definição da Arte" proporciona uma reflexão relevante para o cenário contemporâneo. Embora os artigos coligidos sejam de recorte acadêmico, é possível consultá-los como se fossem peças de um quebra-cabeça ficcional. Os ensaios elegem um rival poderoso, abraçam um mestre e sua teoria e, sobretudo, propõem uma experiência de pensamento que segue plenamente atual. O adversário emoldura o volume, pois é nomeado no primeiro ensaio, "A estética da formatividade e o conceito de interpretação" (1955), e retomado no último artigo, "Um balanço metodológico" (1963). A fundação de uma nova estética demandava o tradicional parricídio. Era preciso superar o idealismo das concepções de Benedetto Croce. No texto inicial se reconhece: "Um discurso sobre problemas estéticos não pode deixar de tomar como ponto de partida aquela que foi a experiência crociana". No escrito posterior, o tom se torna mais belicoso: "Formei-me culturalmente no pós-guerra, num período, portanto, em que muitos jovens intelectuais italianos estavam reagindo contra a 'ditadura' cultural crociana". Na "Nota introdutória", Eco atou as pontas de sua formação, encarecendo o nome de seu professor: "Não por acaso que o volume começa com um exame da estética de Luigi Pareyson: na realidade todos os estudos deste volume recebem a influência do clima de pesquisa em que cresceram, na Escola de Estética de Turim". Pareyson foi professor tanto de Umberto Eco quanto de Gianni Vattimo, e desenvolveu uma abordagem que estimulou a superação do idealismo crociano: a estética da formatividade. Eco começou sua jornada radicalizando os passos do mestre. A estética desenvolvida por Pareyson afastou-se do privilégio concedido à obra de arte, vista como uma forma "acabada". Pelo contrário, ele se concentrou no exame do ato de formar, destacando a centralidade da noção de "forma formante", isto é, da ação criadora que ocorre tanto na produção como na recepção. Esse ponto foi decisivo, pois Eco esticou a corda ao máximo, propondo um conceito chave para o entendimento da arte contemporânea. Recorde-se o ensaio "O problema da obra aberta" (1958), no qual se definiu a ideia: "Obras que se apresentam ao fruidor não completamente produzidas ou acabadas". Vale dizer, os papéis tradicionais de escritor e de artista são substituídos pelas funções de coautor e de "fruidor" participante. Imagine-se um encontro-explosão: o teórico italiano, em diálogo com Hélio Oiticica e Lygia Clark, dedicaria um estudo aos parangolés e aos bichos! Essa reunião fictícia esclarece a experiência de pensamento que segue atual, mesmo urgente: uma abertura à arte do aqui e agora. Recusá-la significa ignorar que "fatos tecnológicos novos modificam radicalmente a imagem do homem". Umberto Eco ensinou a manter os olhos livres e bem abertos para o contemporâneo. Aceitemos o desafio. A DEFINIÇÃO DA ARTE AUTOR: Umberto Eco EDITORA: Record QUANTO: R$ 39,90 (280 págs.) JOÃO CEZAR DE CASTRO ROCHA é professor de literatura comparada da UERJ
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Coleção de ensaios de Umberto Eco se mantém relevante"A Definição da Arte", último lançamento no Brasil de Umberto Eco (1932-2016), é surpreendente. A publicação poderia parecer uma boa oportunidade editorial, dado o falecimento do autor. Na Itália, lançou-se "Pepe Satàn Aleppe" apenas uma semana após seu óbito e as vendas foram espetaculares. Ademais, o livro reúne ensaios escritos entre 1955 e 1963, constituindo uma autêntica arqueologia do autor de best-sellers acadêmicos –"Obra aberta" (1962); "Apocalípticos e Integrados" (1964)– e ficcionais –"O Nome da Rosa" (1980); "O Pêndulo de Foucault" (1988). Este livro seria destinado exclusivamente ao estudioso de Eco? Eis a surpresa: "A Definição da Arte" proporciona uma reflexão relevante para o cenário contemporâneo. Embora os artigos coligidos sejam de recorte acadêmico, é possível consultá-los como se fossem peças de um quebra-cabeça ficcional. Os ensaios elegem um rival poderoso, abraçam um mestre e sua teoria e, sobretudo, propõem uma experiência de pensamento que segue plenamente atual. O adversário emoldura o volume, pois é nomeado no primeiro ensaio, "A estética da formatividade e o conceito de interpretação" (1955), e retomado no último artigo, "Um balanço metodológico" (1963). A fundação de uma nova estética demandava o tradicional parricídio. Era preciso superar o idealismo das concepções de Benedetto Croce. No texto inicial se reconhece: "Um discurso sobre problemas estéticos não pode deixar de tomar como ponto de partida aquela que foi a experiência crociana". No escrito posterior, o tom se torna mais belicoso: "Formei-me culturalmente no pós-guerra, num período, portanto, em que muitos jovens intelectuais italianos estavam reagindo contra a 'ditadura' cultural crociana". Na "Nota introdutória", Eco atou as pontas de sua formação, encarecendo o nome de seu professor: "Não por acaso que o volume começa com um exame da estética de Luigi Pareyson: na realidade todos os estudos deste volume recebem a influência do clima de pesquisa em que cresceram, na Escola de Estética de Turim". Pareyson foi professor tanto de Umberto Eco quanto de Gianni Vattimo, e desenvolveu uma abordagem que estimulou a superação do idealismo crociano: a estética da formatividade. Eco começou sua jornada radicalizando os passos do mestre. A estética desenvolvida por Pareyson afastou-se do privilégio concedido à obra de arte, vista como uma forma "acabada". Pelo contrário, ele se concentrou no exame do ato de formar, destacando a centralidade da noção de "forma formante", isto é, da ação criadora que ocorre tanto na produção como na recepção. Esse ponto foi decisivo, pois Eco esticou a corda ao máximo, propondo um conceito chave para o entendimento da arte contemporânea. Recorde-se o ensaio "O problema da obra aberta" (1958), no qual se definiu a ideia: "Obras que se apresentam ao fruidor não completamente produzidas ou acabadas". Vale dizer, os papéis tradicionais de escritor e de artista são substituídos pelas funções de coautor e de "fruidor" participante. Imagine-se um encontro-explosão: o teórico italiano, em diálogo com Hélio Oiticica e Lygia Clark, dedicaria um estudo aos parangolés e aos bichos! Essa reunião fictícia esclarece a experiência de pensamento que segue atual, mesmo urgente: uma abertura à arte do aqui e agora. Recusá-la significa ignorar que "fatos tecnológicos novos modificam radicalmente a imagem do homem". Umberto Eco ensinou a manter os olhos livres e bem abertos para o contemporâneo. Aceitemos o desafio. A DEFINIÇÃO DA ARTE AUTOR: Umberto Eco EDITORA: Record QUANTO: R$ 39,90 (280 págs.) JOÃO CEZAR DE CASTRO ROCHA é professor de literatura comparada da UERJ
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PVC: Erros de arbitragem favorecem Corinthians, mas não há complô
Não há evidências de complô para que algum time ganhe o Campeonato Brasileiro. A opinião é do colunista da Folha PVC ao comentar recentes polêmicas envolvendo a arbitragem em jogos do Corinthians –que disparou na liderança da competição. "Acho que o Corinthians tem sido favorecido, mas são coisas diferentes: uma é o favorecimento que existe neste campeonato. Outra coisa é você pensar que existe um complô para fazer o Corinthians ser campeão", diz o colunista no vídeo acima. "Existem sim erros de arbitragem". completa. A recente reclamação sobre os equívocos de arbitragem também envolve partidas do Atlético-MG, vice-líder da competição. "Os erros de arbitragem já favoreceram vários clubes", afirma PVC, que defende maior investimentos em tecnologia e mais transparência sobre os equívocos ocorridos nas partidas. "Uma coletiva de imprensa na segunda-feira, por exemplo, com o debate sobre os principais lances polêmicos do domingo, traria clareza à discussão e reduziria a sensação de que há um complô para algum time vencer", afirma. Já o colunista Marcel Rizzo, que participou do debate acima, lembra que muitos cartolas aproveitam os erros de arbitragem para justificar problemas em seus clubes. Desde que as queixas aumentaram, na 17ª rodada, o Corinthians conquistou 15 pontos, enquanto o seu principal concorrente na luta pelo título ganhou apenas 6. Com isso, a equipe paulista tem 49 pontos, contra 42. A primeira grande reclamação de erro da arbitragem a favor do Corinthians neste Brasileiro aconteceu no início de agosto, quando a equipe empatou com o São Paulo por 1 a 1. Os jogadores são-paulinos reclamaram de um toque de mão do lateral esquerdo Uendel dentro da área já no final da partida.
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PVC: Erros de arbitragem favorecem Corinthians, mas não há complôNão há evidências de complô para que algum time ganhe o Campeonato Brasileiro. A opinião é do colunista da Folha PVC ao comentar recentes polêmicas envolvendo a arbitragem em jogos do Corinthians –que disparou na liderança da competição. "Acho que o Corinthians tem sido favorecido, mas são coisas diferentes: uma é o favorecimento que existe neste campeonato. Outra coisa é você pensar que existe um complô para fazer o Corinthians ser campeão", diz o colunista no vídeo acima. "Existem sim erros de arbitragem". completa. A recente reclamação sobre os equívocos de arbitragem também envolve partidas do Atlético-MG, vice-líder da competição. "Os erros de arbitragem já favoreceram vários clubes", afirma PVC, que defende maior investimentos em tecnologia e mais transparência sobre os equívocos ocorridos nas partidas. "Uma coletiva de imprensa na segunda-feira, por exemplo, com o debate sobre os principais lances polêmicos do domingo, traria clareza à discussão e reduziria a sensação de que há um complô para algum time vencer", afirma. Já o colunista Marcel Rizzo, que participou do debate acima, lembra que muitos cartolas aproveitam os erros de arbitragem para justificar problemas em seus clubes. Desde que as queixas aumentaram, na 17ª rodada, o Corinthians conquistou 15 pontos, enquanto o seu principal concorrente na luta pelo título ganhou apenas 6. Com isso, a equipe paulista tem 49 pontos, contra 42. A primeira grande reclamação de erro da arbitragem a favor do Corinthians neste Brasileiro aconteceu no início de agosto, quando a equipe empatou com o São Paulo por 1 a 1. Os jogadores são-paulinos reclamaram de um toque de mão do lateral esquerdo Uendel dentro da área já no final da partida.
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SP vai avaliar se delegacia que apura menos precisa de mais recurso
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, afirmou nesta sexta-feira (27) que vai verificar a necessidade de enviar mais recursos para as delegacias que apresentam baixo índice de investigação de roubos. A declaração foi dada após uma reportagem da Folha revelar que, nas dez delegacias que mais registraram roubos na capital paulista em 2014, apenas 3% dos casos foram investigados. Os dados foram obtidos pelo instituto Sou da Paz por meio da Lei de Acesso à Informação. "Vamos verificar nas delegacias específicas, onde há índices abaixo da média, se há necessidade de implementação maior de recursos", disse o secretário, durante evento de entrega de um helicóptero na cidade de São José dos Campos. Moraes não deu detalhes sobre o tipo de recurso nem respondeu qual seria o índice ideal de abertura de inquéritos. O secretário também foi questionado se o baixo índice de investigação não desestimularia as vítimas a registrar uma ocorrência, mas não respondeu. Ele ressaltou que nem todos os boletins de ocorrência devem virar inquéritos e citou como exemplo o roubo de vários celulares pelo mesmo criminoso. "Não há necessidade de se burocratizar abrindo um inquérito para cada caso específico de roubo ou furto, o que não significa que não haja investigação", afirmou. CRISE HÍDRICA Durante o evento, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não quis comentar o assunto. Questionado sobre outra reportagem da Folha, que apontou uma queda de 53,1% no lucro da Sabesp em meio à crise hídrica do ano passado, Alckmin disse que considera a redução "normal" e que não acredita que possa afetar projetos futuros ou em andamento. "A Sabesp é uma empresa capitalizada e tem alto nível de investimento. A queda é natural, é óbvio, a Sabesp vende água, teve menos água, então o resultado financeiro é menor. Mas isso não vai afetar os projetos da empresa, não vai agravar a crise hídrica", afirmou.
cotidiano
SP vai avaliar se delegacia que apura menos precisa de mais recursoO secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, afirmou nesta sexta-feira (27) que vai verificar a necessidade de enviar mais recursos para as delegacias que apresentam baixo índice de investigação de roubos. A declaração foi dada após uma reportagem da Folha revelar que, nas dez delegacias que mais registraram roubos na capital paulista em 2014, apenas 3% dos casos foram investigados. Os dados foram obtidos pelo instituto Sou da Paz por meio da Lei de Acesso à Informação. "Vamos verificar nas delegacias específicas, onde há índices abaixo da média, se há necessidade de implementação maior de recursos", disse o secretário, durante evento de entrega de um helicóptero na cidade de São José dos Campos. Moraes não deu detalhes sobre o tipo de recurso nem respondeu qual seria o índice ideal de abertura de inquéritos. O secretário também foi questionado se o baixo índice de investigação não desestimularia as vítimas a registrar uma ocorrência, mas não respondeu. Ele ressaltou que nem todos os boletins de ocorrência devem virar inquéritos e citou como exemplo o roubo de vários celulares pelo mesmo criminoso. "Não há necessidade de se burocratizar abrindo um inquérito para cada caso específico de roubo ou furto, o que não significa que não haja investigação", afirmou. CRISE HÍDRICA Durante o evento, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não quis comentar o assunto. Questionado sobre outra reportagem da Folha, que apontou uma queda de 53,1% no lucro da Sabesp em meio à crise hídrica do ano passado, Alckmin disse que considera a redução "normal" e que não acredita que possa afetar projetos futuros ou em andamento. "A Sabesp é uma empresa capitalizada e tem alto nível de investimento. A queda é natural, é óbvio, a Sabesp vende água, teve menos água, então o resultado financeiro é menor. Mas isso não vai afetar os projetos da empresa, não vai agravar a crise hídrica", afirmou.
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Governo procura senadores para defender indicação de Fachin ao STF
Em meio ao desgaste com seus próprios aliados no Senado, o Palácio do Planalto tem intensificado o contato com senadores para defender a indicação do professor de direito Luiz Edson Fachin para ocupar uma vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). O jurista do Paraná será sabatino na próxima semana pelos senadores na Comissão de Constituição e Justiça, principal colegiado da casa. Se aprovado, terá ainda que passar por votação secreta de seu nome pelo plenário. O governo teme que o clima político contamine a discussão sobre a escolha do advogado pela presidente Dilma Rousseff para o Supremo. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e aliados já colocaram em dúvida a aprovação do nome do jurista. Dilma teria escalado Cardozo para fazer a articulação a favor de Fachin. Desde que teve seu nome apontado para a 11ª vaga do tribunal, o advogado também teve que apresentar explicações sobre o fato de aparecer em um vídeo de 2010 em que pede voto para a petista. Senadores da oposição afirmam que o vídeo coloca a indicação sob suspeita, pois, como ministro, ele terá que julgar casos envolvendo integrantes do governo no STF. A Folha mostrou ainda que Fachin atuou ou ainda atua como advogado em 57 processos abertos desde 2013 no Tribunal de Justiça do Paraná, onde sua mulher, Rosana Amara Girardi Fachin, é desembargadora desde 1999. Ele também realizou evento pago de direito com patrocínio de empresas estatais como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a usina hidrelétrica Itaipu e a Sanepar, companhia de saneamento do Paraná. SEM PREOCUPAÇÃO Após evento no STJ (Superior Tribunal de Justiça), Cardozo negou que exista uma preocupação com uma eventual retaliação de aliados na votação de Fachin, mas reconheceu o empenho para garantir a aprovação do nome. O ministro não deu detalhes sobre os contatos com políticos nem respondeu se já conversou com Renan sobre o caso, mas disse que o Senado terá autonomia para tomar a decisão. "Nós temos dialogado com vários senadores para prestar os esclarecimentos e as informações necessárias e para transmitir a percepção de que vários juristas e ministros do Supremo aplaudem a indicação de Fachin. Isso está sendo transmitido aos senadores que, evidentemente, decidirão com autonomia a partir das informações que estarão colocadas à disposição", disse. "O Senado nunca colocou questões do mundo da política como forma de desqualificar ou não permitir a nomeação de uma pessoa que tem envergadura para o cargo", completou. Cardozo disse que não há episódios que coloquem a indicação de Fachin em risco. "O professor Fachin tem conduta ilibada e irretocável. Não tem nenhum fato que pudesse dizer que ele tenha praticado conduta indevida. Nós temos tido em torno do professor Fachin, vários apoios de juristas de diferentes concepções jurídicas e políticas", disse.
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Governo procura senadores para defender indicação de Fachin ao STFEm meio ao desgaste com seus próprios aliados no Senado, o Palácio do Planalto tem intensificado o contato com senadores para defender a indicação do professor de direito Luiz Edson Fachin para ocupar uma vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). O jurista do Paraná será sabatino na próxima semana pelos senadores na Comissão de Constituição e Justiça, principal colegiado da casa. Se aprovado, terá ainda que passar por votação secreta de seu nome pelo plenário. O governo teme que o clima político contamine a discussão sobre a escolha do advogado pela presidente Dilma Rousseff para o Supremo. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e aliados já colocaram em dúvida a aprovação do nome do jurista. Dilma teria escalado Cardozo para fazer a articulação a favor de Fachin. Desde que teve seu nome apontado para a 11ª vaga do tribunal, o advogado também teve que apresentar explicações sobre o fato de aparecer em um vídeo de 2010 em que pede voto para a petista. Senadores da oposição afirmam que o vídeo coloca a indicação sob suspeita, pois, como ministro, ele terá que julgar casos envolvendo integrantes do governo no STF. A Folha mostrou ainda que Fachin atuou ou ainda atua como advogado em 57 processos abertos desde 2013 no Tribunal de Justiça do Paraná, onde sua mulher, Rosana Amara Girardi Fachin, é desembargadora desde 1999. Ele também realizou evento pago de direito com patrocínio de empresas estatais como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a usina hidrelétrica Itaipu e a Sanepar, companhia de saneamento do Paraná. SEM PREOCUPAÇÃO Após evento no STJ (Superior Tribunal de Justiça), Cardozo negou que exista uma preocupação com uma eventual retaliação de aliados na votação de Fachin, mas reconheceu o empenho para garantir a aprovação do nome. O ministro não deu detalhes sobre os contatos com políticos nem respondeu se já conversou com Renan sobre o caso, mas disse que o Senado terá autonomia para tomar a decisão. "Nós temos dialogado com vários senadores para prestar os esclarecimentos e as informações necessárias e para transmitir a percepção de que vários juristas e ministros do Supremo aplaudem a indicação de Fachin. Isso está sendo transmitido aos senadores que, evidentemente, decidirão com autonomia a partir das informações que estarão colocadas à disposição", disse. "O Senado nunca colocou questões do mundo da política como forma de desqualificar ou não permitir a nomeação de uma pessoa que tem envergadura para o cargo", completou. Cardozo disse que não há episódios que coloquem a indicação de Fachin em risco. "O professor Fachin tem conduta ilibada e irretocável. Não tem nenhum fato que pudesse dizer que ele tenha praticado conduta indevida. Nós temos tido em torno do professor Fachin, vários apoios de juristas de diferentes concepções jurídicas e políticas", disse.
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Cuba mandará norte-americanos à praia durante visita de Obama
Os norte-americanos que viajarem a Cuba no final deste mês serão retirados de seus quartos de hotel a fim de abrir espaço para a comitiva do presidente Barack Obama e enviados a um lugar que a lei dos Estados Unidos efetivamente os proíbe de visitar: a praia. Obama fará sua histórica viagem à ilha caribenha governada pelos comunistas nos dias 21 e 22 de março, com centenas de pessoas em sua comitiva, para coroar 15 meses de aquecimento nas relações entre os dois países depois de mais de meio século de animosidade e guerra fria. Cuba já está passando por um boom de turismo e março é tradicionalmente o mês em que o país recebe mais visitantes. A viagem de Obama pressionará ainda mais os hotéis, que estão praticamente lotados durante a alta temporada. Os grandes hotéis de Havana estão sendo esvaziados, de acordo com o diretor de uma agência de viagens norte-americana que pediu que seu nome não fosse revelado por medo de que isso possa prejudicar futuras relações de negócios. "Acabo de ser informado que o Capri, o Panorama, o Nacional, metade do Parque Central e potencialmente outros hotéis foram instruídos a enviar todos os seus hóspedes a Varadero dos dias 19 a 23 de março", ele escreveu em mensagem de e-mail. A cidade turística de Varadero, a uma hora de carro a leste de Havana, é o destino turístico mais procurado de Cuba, com praias de areias brancas, águas reluzentes e grande número de hotéis. Mas a praia é um destino proibido para os visitantes norte-americanos, porque as restrições dos Estados Unidos quanto a viagens à ilha proíbem expressamente o turismo em Cuba. Os norte-americanos estão limitados a viagens autorizadas para fins educacionais e de intercâmbio cultural. Isso significa que a maioria dos visitantes norte-americanos fica concentrada em Havana, onde há muitos locais e atividades de cultura, mas a costa é rochosa e os quartos de hotel, escassos. "O governo cubano está esvaziando os hotéis de Havana e enviando os grupos de visitantes norte-americanos à praia de Varadero para um final de semana prolongado", disse Collin Laverty, presidente da Cuban Educational Travel, que organiza grupos de visitantes norte-americanos para visitas a locais autorizados. "Será difícil evitar o turismo, por alguns dias, já que os visitantes norte-americanos estarão cercados de areias brancas, águas azul turquesa e bares e restaurantes com serviço de bufê", ele acrescentou. "Mas nos esforçaremos." Não havia agências de viagens cubanas disponíveis para comentar de imediato. Depois do degelo no relacionamento entre os dois países anunciado por Obama e pelo presidente cubano Raúl Castro em dezembro de 2014, as visitas de norte-americanos a Cuba subiram 77% no ano passado, para 161 mil. Cuba antecipa alta semelhante este ano. O democrata Obama aliviou as restrições de viagem ao país antes proibido, e removeu algumas barreiras ao comércio entre as duas nações. Mas só o Congresso, hoje sob controle dos republicanos, tem o poder de suspender o embargo norte-americano e a consequente proibição ao turismo, em vigor desde o começo dos anos 60. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Cuba mandará norte-americanos à praia durante visita de ObamaOs norte-americanos que viajarem a Cuba no final deste mês serão retirados de seus quartos de hotel a fim de abrir espaço para a comitiva do presidente Barack Obama e enviados a um lugar que a lei dos Estados Unidos efetivamente os proíbe de visitar: a praia. Obama fará sua histórica viagem à ilha caribenha governada pelos comunistas nos dias 21 e 22 de março, com centenas de pessoas em sua comitiva, para coroar 15 meses de aquecimento nas relações entre os dois países depois de mais de meio século de animosidade e guerra fria. Cuba já está passando por um boom de turismo e março é tradicionalmente o mês em que o país recebe mais visitantes. A viagem de Obama pressionará ainda mais os hotéis, que estão praticamente lotados durante a alta temporada. Os grandes hotéis de Havana estão sendo esvaziados, de acordo com o diretor de uma agência de viagens norte-americana que pediu que seu nome não fosse revelado por medo de que isso possa prejudicar futuras relações de negócios. "Acabo de ser informado que o Capri, o Panorama, o Nacional, metade do Parque Central e potencialmente outros hotéis foram instruídos a enviar todos os seus hóspedes a Varadero dos dias 19 a 23 de março", ele escreveu em mensagem de e-mail. A cidade turística de Varadero, a uma hora de carro a leste de Havana, é o destino turístico mais procurado de Cuba, com praias de areias brancas, águas reluzentes e grande número de hotéis. Mas a praia é um destino proibido para os visitantes norte-americanos, porque as restrições dos Estados Unidos quanto a viagens à ilha proíbem expressamente o turismo em Cuba. Os norte-americanos estão limitados a viagens autorizadas para fins educacionais e de intercâmbio cultural. Isso significa que a maioria dos visitantes norte-americanos fica concentrada em Havana, onde há muitos locais e atividades de cultura, mas a costa é rochosa e os quartos de hotel, escassos. "O governo cubano está esvaziando os hotéis de Havana e enviando os grupos de visitantes norte-americanos à praia de Varadero para um final de semana prolongado", disse Collin Laverty, presidente da Cuban Educational Travel, que organiza grupos de visitantes norte-americanos para visitas a locais autorizados. "Será difícil evitar o turismo, por alguns dias, já que os visitantes norte-americanos estarão cercados de areias brancas, águas azul turquesa e bares e restaurantes com serviço de bufê", ele acrescentou. "Mas nos esforçaremos." Não havia agências de viagens cubanas disponíveis para comentar de imediato. Depois do degelo no relacionamento entre os dois países anunciado por Obama e pelo presidente cubano Raúl Castro em dezembro de 2014, as visitas de norte-americanos a Cuba subiram 77% no ano passado, para 161 mil. Cuba antecipa alta semelhante este ano. O democrata Obama aliviou as restrições de viagem ao país antes proibido, e removeu algumas barreiras ao comércio entre as duas nações. Mas só o Congresso, hoje sob controle dos republicanos, tem o poder de suspender o embargo norte-americano e a consequente proibição ao turismo, em vigor desde o começo dos anos 60. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Federer derrota Djokovic e conquista sétimo título em Dubai
No duelo entre os dois melhores tenistas do ranking, o suíço Roger Federer derrotou Novak Djokovic, o número um do mundo, na final do Torneio de Dubai. A partida deste sábado (28) terminou em 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 7/5. Depois de salvar dois break points, Federer quebrou o serviço de Djokovic no primeiro set e saiu na frente. No segundo, Djokovic teve a chance de fazer 6/6 caso quebrasse o serviço do adversário, mas Federer se salvou e seguiu para fechar o placar em 7/5. O suíço se tornou o quarto do mundo a ter marcado nove mil aces na carreira. Federer chegou à 20ª vitória contra 17 de Djokovic. Com 37 partidas entre os dois, este é o segundo maior confronto masculino na era aberta do tênis. Só fica atrás da disputa entre Djokovic e Rafael Nadal, que se repetiu 42 vezes. Este é o sétimo título de Federer em Dubai. O suíço já havia vencido em 2003, 2004, 2005, 2007, 2012 e 2014.
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Federer derrota Djokovic e conquista sétimo título em DubaiNo duelo entre os dois melhores tenistas do ranking, o suíço Roger Federer derrotou Novak Djokovic, o número um do mundo, na final do Torneio de Dubai. A partida deste sábado (28) terminou em 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 7/5. Depois de salvar dois break points, Federer quebrou o serviço de Djokovic no primeiro set e saiu na frente. No segundo, Djokovic teve a chance de fazer 6/6 caso quebrasse o serviço do adversário, mas Federer se salvou e seguiu para fechar o placar em 7/5. O suíço se tornou o quarto do mundo a ter marcado nove mil aces na carreira. Federer chegou à 20ª vitória contra 17 de Djokovic. Com 37 partidas entre os dois, este é o segundo maior confronto masculino na era aberta do tênis. Só fica atrás da disputa entre Djokovic e Rafael Nadal, que se repetiu 42 vezes. Este é o sétimo título de Federer em Dubai. O suíço já havia vencido em 2003, 2004, 2005, 2007, 2012 e 2014.
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Semana em SP tem Festa das Cerejeiras, início da Achiropita e rock bebê
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Veja abaixo sugestões de programas na cidade de São Paulo para curtir a semana que vai de domingo (30) a sábado (5). DOMINGO | SEGUNDA | TERÇA | QUARTA | QUINTA | SEXTA | SÁBADO * DOMINGO (30) Dia de rock bebê | A banda Fera Neném mostra seu primeiro álbum. Voltado às crianças, o quarteto formado por Gustavo Cabelo, Lia Biserra, Pedro Gongom e Peri Pane se define como um grupo de "Baby Rock, quase punk, mais precisamente panqueca". O trabalho traz canções como "Monstro Banguela". Sesc Belenzinho. R. Padre Adelino, 1.000, Quarta Parada, tel. 2076-9700. Dom.: 12h. Ingr.: R$ 6 a R$ 20. * SEGUNDA (31) Samba de mestres | Três sambistas da velha guarda paulistana, Zé Maria (Unidos do Peruche), Marco Antonio (Nenê de Vila Matilde) e Ideval Anselmo (Camisa Verde e Branco), fazem show em homenagem ao músico Talismã, cujos enredos marcaram os carnavais dos anos 1960 e 1970 na cidade. Uma de suas composições, "Meu Sexto Sentido", foi gravada por Beth Carvalho. Sesc Carmo. R. do Carmo, 147, centro, tel. 3111-7000. Seg. (31): 19h. Ingr.: R$ 6 a R$ 20. * TERÇA (1º) Jovens clássicos | Formada por 80 jovens músicos vindos de 26 países, a Orquestra das Américas tocará peças dos compositores Stravinsky, Copland, Piazzolla e De Falla na Sala São Paulo. A regência é do mexicano Carlos Miguel Prieto. O concerto terá também a violonista americana Nadja Salerno-Sonnenberg. Sala São Paulo. Pça. Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, tel. 3256-0223. Ter. (1º) e qua (2).: 21h. Ingr.: R$ 50 a R$ 500. * QUARTA (2) Rodo cotidiano | No monólogo "Enquanto Ela Dormia", a professora Dora presencia uma cena de abuso sexual em um ônibus e começa a lembrar de outras situações de violências contra mulheres que presenciou, além de recordar situações que viveu e costuma esconder. Centro Cultural Fiesp - mezanino. Av. Paulista, 1.313, Bela Vista, tel. 3146-7439. Qua. a sáb.: 20h30. Dom.: 19h30. Grátis. * QUINTA (3) Guerra pela Terra | Chega aos cinemas "Planeta dos Macacos - A Guerra", terceiro filme da série que resgata a saga que foi sucesso de bilheteria há 40 anos. Nos títulos anteriores, os primatas se tornaram seres inteligentes enquanto a humanidade era dizimada por um vírus. Os confrontos entre as duas espécies foram se intensificando e, no episódio que estreia nesta quinta, dirigido por Matt Reeves, tem início uma guerra de grandes proporções para definir qual dos lados terá o controle da Terra. Veja salas e horários em guia.folha.com.br * SEXTA (4) Flores do leste | A Festa das Cerejeiras celebra a cultura japonesa e a chegada das flores cor-de-rosa às árvores do parque do Carmo. Haverá apresentações e comidas típicas. Parque do Carmo. Av. Afonso de Sampaio e Sousa, 951. Jd. Nossa Senhora do Carmo, tel. 2746-5001. Sex. (4): 12h às 17h. Sáb.(3) e dom.(4): 9h às 17h. Grátis. * SÁBADO (5) Bixiga em festa | Neste dia, serão servidas as primeiras massas da 91ª Festa de Nossa Senhora Achiropita. O cardápio traz ainda fogaças, antepastos e pimentão recheado. Paróquia Nsa. Sra. Achiropita. R. 13 de Maio, 478. Tel. 3106-7235. Sáb. 17h às 24h. Dom.: 17h30 às 23h30. Até 3/9.
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Semana em SP tem Festa das Cerejeiras, início da Achiropita e rock bebêRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Veja abaixo sugestões de programas na cidade de São Paulo para curtir a semana que vai de domingo (30) a sábado (5). DOMINGO | SEGUNDA | TERÇA | QUARTA | QUINTA | SEXTA | SÁBADO * DOMINGO (30) Dia de rock bebê | A banda Fera Neném mostra seu primeiro álbum. Voltado às crianças, o quarteto formado por Gustavo Cabelo, Lia Biserra, Pedro Gongom e Peri Pane se define como um grupo de "Baby Rock, quase punk, mais precisamente panqueca". O trabalho traz canções como "Monstro Banguela". Sesc Belenzinho. R. Padre Adelino, 1.000, Quarta Parada, tel. 2076-9700. Dom.: 12h. Ingr.: R$ 6 a R$ 20. * SEGUNDA (31) Samba de mestres | Três sambistas da velha guarda paulistana, Zé Maria (Unidos do Peruche), Marco Antonio (Nenê de Vila Matilde) e Ideval Anselmo (Camisa Verde e Branco), fazem show em homenagem ao músico Talismã, cujos enredos marcaram os carnavais dos anos 1960 e 1970 na cidade. Uma de suas composições, "Meu Sexto Sentido", foi gravada por Beth Carvalho. Sesc Carmo. R. do Carmo, 147, centro, tel. 3111-7000. Seg. (31): 19h. Ingr.: R$ 6 a R$ 20. * TERÇA (1º) Jovens clássicos | Formada por 80 jovens músicos vindos de 26 países, a Orquestra das Américas tocará peças dos compositores Stravinsky, Copland, Piazzolla e De Falla na Sala São Paulo. A regência é do mexicano Carlos Miguel Prieto. O concerto terá também a violonista americana Nadja Salerno-Sonnenberg. Sala São Paulo. Pça. Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, tel. 3256-0223. Ter. (1º) e qua (2).: 21h. Ingr.: R$ 50 a R$ 500. * QUARTA (2) Rodo cotidiano | No monólogo "Enquanto Ela Dormia", a professora Dora presencia uma cena de abuso sexual em um ônibus e começa a lembrar de outras situações de violências contra mulheres que presenciou, além de recordar situações que viveu e costuma esconder. Centro Cultural Fiesp - mezanino. Av. Paulista, 1.313, Bela Vista, tel. 3146-7439. Qua. a sáb.: 20h30. Dom.: 19h30. Grátis. * QUINTA (3) Guerra pela Terra | Chega aos cinemas "Planeta dos Macacos - A Guerra", terceiro filme da série que resgata a saga que foi sucesso de bilheteria há 40 anos. Nos títulos anteriores, os primatas se tornaram seres inteligentes enquanto a humanidade era dizimada por um vírus. Os confrontos entre as duas espécies foram se intensificando e, no episódio que estreia nesta quinta, dirigido por Matt Reeves, tem início uma guerra de grandes proporções para definir qual dos lados terá o controle da Terra. Veja salas e horários em guia.folha.com.br * SEXTA (4) Flores do leste | A Festa das Cerejeiras celebra a cultura japonesa e a chegada das flores cor-de-rosa às árvores do parque do Carmo. Haverá apresentações e comidas típicas. Parque do Carmo. Av. Afonso de Sampaio e Sousa, 951. Jd. Nossa Senhora do Carmo, tel. 2746-5001. Sex. (4): 12h às 17h. Sáb.(3) e dom.(4): 9h às 17h. Grátis. * SÁBADO (5) Bixiga em festa | Neste dia, serão servidas as primeiras massas da 91ª Festa de Nossa Senhora Achiropita. O cardápio traz ainda fogaças, antepastos e pimentão recheado. Paróquia Nsa. Sra. Achiropita. R. 13 de Maio, 478. Tel. 3106-7235. Sáb. 17h às 24h. Dom.: 17h30 às 23h30. Até 3/9.
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Rio começa a votar teto de gastos nesta quinta
A Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) agendou para esta quinta (29) duas sessões extraordinárias para inciar as discussões sobre o projeto de estabelece um teto para os gastos públicos nos próximos anos, considerado pelo governo Luiz Fernando Pezão o último passo para aderir ao regime de recuperação fiscal dos Estados. As sessões foram agendadas para as 9h30 e 14h e o objetivo é que o texto seja votado ainda na quinta, para evitar convocações extraordinárias durante o recesso parlamentar. A inclusão da matéria em sessão extraordinária foi aprovada pelos líderes dos partidos. Nesta quarta (28), o governo ainda negociava pontos do texto, em uma tentativa de aumentar o valor inicial para o cálculo do teto, que vigorará no período em que o Rio estiver sob o regime de recuperação fiscal. A segunda versão do projeto, negociada com o Judiciário estadual na sexta (23) e apresentada à Alerj na terça (27), estabelece como ponto de partida para o cálculo do teto a despesa de 2015, mas ao invés de corrigir apenas pela inflação daquele ano (10,67%). Sobre esse valor, será calculado o teto para 2018. E, para os anos seguintes, haverá correção pela inflação ou pelo crescimento da receita do ano anterior, o que for menor. A versão original, rejeitada pelos deputados em maio, usava como ponto de partida a despesa de 2016, já impactada pelos efeitos da crise. A apresentação de uma nova proposta, porém, depende ainda de aprovação do Ministério da Fazenda, que impôs o teto de gastos como condição para socorrer o Estado. O regime de recuperação fiscal garante ao Rio a suspensão do pagamento de dívidas da União e a autorização para um empréstimo de R$ 3,5 bilhões usando como garantia as ações da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto).
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Rio começa a votar teto de gastos nesta quintaA Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) agendou para esta quinta (29) duas sessões extraordinárias para inciar as discussões sobre o projeto de estabelece um teto para os gastos públicos nos próximos anos, considerado pelo governo Luiz Fernando Pezão o último passo para aderir ao regime de recuperação fiscal dos Estados. As sessões foram agendadas para as 9h30 e 14h e o objetivo é que o texto seja votado ainda na quinta, para evitar convocações extraordinárias durante o recesso parlamentar. A inclusão da matéria em sessão extraordinária foi aprovada pelos líderes dos partidos. Nesta quarta (28), o governo ainda negociava pontos do texto, em uma tentativa de aumentar o valor inicial para o cálculo do teto, que vigorará no período em que o Rio estiver sob o regime de recuperação fiscal. A segunda versão do projeto, negociada com o Judiciário estadual na sexta (23) e apresentada à Alerj na terça (27), estabelece como ponto de partida para o cálculo do teto a despesa de 2015, mas ao invés de corrigir apenas pela inflação daquele ano (10,67%). Sobre esse valor, será calculado o teto para 2018. E, para os anos seguintes, haverá correção pela inflação ou pelo crescimento da receita do ano anterior, o que for menor. A versão original, rejeitada pelos deputados em maio, usava como ponto de partida a despesa de 2016, já impactada pelos efeitos da crise. A apresentação de uma nova proposta, porém, depende ainda de aprovação do Ministério da Fazenda, que impôs o teto de gastos como condição para socorrer o Estado. O regime de recuperação fiscal garante ao Rio a suspensão do pagamento de dívidas da União e a autorização para um empréstimo de R$ 3,5 bilhões usando como garantia as ações da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto).
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Mulher e cunhada encomendaram morte de coronel no DF, diz polícia
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu na tarde deste sábado (16) a mulher e a cunhada do tenente-coronel do Exército Sérgio Cerqueira, suspeitas de terem encomendado o assassinato do militar. A motivação do crime seria uma pensão de cerca de R$ 10 mil. O oficial do Exército e a mulher dele estavam em processo de separação e, neste caso, a mulher, Cristiana Maria Pereira Osório Cerqueira, receberia uma pensão de cerca de R$ 2.000. Insatisfeita, queria garantir o recebimento integral do dinheiro. Então, segundo a investigação policial, planejou a morte do oficial. Sempre de acordo com a polícia, ela e a irmã, Cláudia Maria Pereira Osório, contrataram quatro homens para forjarem uma situação de latrocínio. Os criminosos sequestraram e mataram o coronel com um tiro na cabeça na noite de sexta-feira (15). De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal, a cunhada e os quatro matadores de aluguel confessaram a participação no crime. As duas vão responder por homicídio qualificado e podem pegar uma pena de até 30 anos cada uma. A Folha não conseguiu falar com os advogados de defesa das duas suspeitas.
cotidiano
Mulher e cunhada encomendaram morte de coronel no DF, diz políciaA Polícia Civil do Distrito Federal prendeu na tarde deste sábado (16) a mulher e a cunhada do tenente-coronel do Exército Sérgio Cerqueira, suspeitas de terem encomendado o assassinato do militar. A motivação do crime seria uma pensão de cerca de R$ 10 mil. O oficial do Exército e a mulher dele estavam em processo de separação e, neste caso, a mulher, Cristiana Maria Pereira Osório Cerqueira, receberia uma pensão de cerca de R$ 2.000. Insatisfeita, queria garantir o recebimento integral do dinheiro. Então, segundo a investigação policial, planejou a morte do oficial. Sempre de acordo com a polícia, ela e a irmã, Cláudia Maria Pereira Osório, contrataram quatro homens para forjarem uma situação de latrocínio. Os criminosos sequestraram e mataram o coronel com um tiro na cabeça na noite de sexta-feira (15). De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal, a cunhada e os quatro matadores de aluguel confessaram a participação no crime. As duas vão responder por homicídio qualificado e podem pegar uma pena de até 30 anos cada uma. A Folha não conseguiu falar com os advogados de defesa das duas suspeitas.
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Sistema Cantareira registra ainda menos chuva nesse início de 2015
Se a crise no Cantareira já era a pior da sua história, 2015 tem enterrado a expectativa de sobrevida ao principal reservatório da Grande SP. A primeira metade de janeiro trouxe cenário ainda mais pessimista do que era projetado por especialistas e governo: a quantidade de chuva nas represas e a vazão dos rios que poderiam socorrê-lo ficaram muito abaixo da média histórica, enquanto as temperaturas estão elevadas, um incentivo para maior consumo. A situação, por enquanto, confirma um ano de deserto em São Paulo, metáfora usada pelo novo presidente da Sabesp, Jerson Kelman, para falar do agravamento da crise. Nesta semana, ele já passou a admitir a possibilidade de um rodízio –abastecimento alternado entre regiões. O começo de janeiro, historicamente, é quando as represas enchem. O Cantareira chegou a ter seu nível elevado de 75% para 94% nos primeiros 15 dias de 2011. Neste ano, porém, caiu de 7,2% para 6,2%. A quantidade de chuva no Cantareira nesta primeira metade de janeiro é a menor nesse mesmo período em pelo menos 12 anos. Os 60 mm até agora são só 22% do esperado para este mês inteiro. Mesmo na capital, a precipitação está 28% abaixo da média. No final do ano passado, previsões climáticas diziam que este verão teria um padrão habitual de chuvas. "Mas não é isso que está acontecendo. Desde a primeira semana do ano, os meteorologistas rebaixaram a expectativa de chuvas", afirmou Bianca Lobo, meteorologista da Climatempo. Ela explica que uma incomum coincidência de fenômenos climáticos fez com que, pelo segundo ano consecutivo, tenhamos um janeiro com poucas chuvas. "Um sistema de alta pressão está atuando sobre o Sudeste, impedindo a chegada de frentes frias, que trazem acumulados significativos de chuva para o Estado. Sem essas frentes frias, temos só as pancadas de chuva no fim de tarde, que trazem transtornos, mas não ajudam no abastecimento", disse. Para que o Cantareira feche o mês na média, teria que chover mais que o triplo do que vem chovendo em 2015. Outro ponto é que não só a chuva, mas a entrada de água no Cantareira está pior. O ritmo histórico com que os rios costumam desaguar nessas represas em janeiro é de 62,8 metros cúbicos por segundo. Em 2014, ele foi o mais baixo da história do reservatório, com 14,3 m³/s. Neste começo de 2015, a vazão está ainda menor: 9,2 m³/s. Esse ritmo é inferior ao que a Sabesp vem tirando de água do sistema. Na prática, enquanto isso continuar, o nível do Cantareira cairá. Assim, a segunda etapa do volume morto –porção de água abaixo dos tubos de captação que precisa ser bombeada– poderia acabar em pouco mais de três meses. Para completar o cenário, os dias estão mais quentes. A média das temperaturas máximas nos primeiros 15 dias é de 32,5ºC –0,5ºC mais que no mesmo período de 2014, que ficou marcado como o mês mais quente de São Paulo. Com calor, o consumo de água costuma disparar.
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Sistema Cantareira registra ainda menos chuva nesse início de 2015Se a crise no Cantareira já era a pior da sua história, 2015 tem enterrado a expectativa de sobrevida ao principal reservatório da Grande SP. A primeira metade de janeiro trouxe cenário ainda mais pessimista do que era projetado por especialistas e governo: a quantidade de chuva nas represas e a vazão dos rios que poderiam socorrê-lo ficaram muito abaixo da média histórica, enquanto as temperaturas estão elevadas, um incentivo para maior consumo. A situação, por enquanto, confirma um ano de deserto em São Paulo, metáfora usada pelo novo presidente da Sabesp, Jerson Kelman, para falar do agravamento da crise. Nesta semana, ele já passou a admitir a possibilidade de um rodízio –abastecimento alternado entre regiões. O começo de janeiro, historicamente, é quando as represas enchem. O Cantareira chegou a ter seu nível elevado de 75% para 94% nos primeiros 15 dias de 2011. Neste ano, porém, caiu de 7,2% para 6,2%. A quantidade de chuva no Cantareira nesta primeira metade de janeiro é a menor nesse mesmo período em pelo menos 12 anos. Os 60 mm até agora são só 22% do esperado para este mês inteiro. Mesmo na capital, a precipitação está 28% abaixo da média. No final do ano passado, previsões climáticas diziam que este verão teria um padrão habitual de chuvas. "Mas não é isso que está acontecendo. Desde a primeira semana do ano, os meteorologistas rebaixaram a expectativa de chuvas", afirmou Bianca Lobo, meteorologista da Climatempo. Ela explica que uma incomum coincidência de fenômenos climáticos fez com que, pelo segundo ano consecutivo, tenhamos um janeiro com poucas chuvas. "Um sistema de alta pressão está atuando sobre o Sudeste, impedindo a chegada de frentes frias, que trazem acumulados significativos de chuva para o Estado. Sem essas frentes frias, temos só as pancadas de chuva no fim de tarde, que trazem transtornos, mas não ajudam no abastecimento", disse. Para que o Cantareira feche o mês na média, teria que chover mais que o triplo do que vem chovendo em 2015. Outro ponto é que não só a chuva, mas a entrada de água no Cantareira está pior. O ritmo histórico com que os rios costumam desaguar nessas represas em janeiro é de 62,8 metros cúbicos por segundo. Em 2014, ele foi o mais baixo da história do reservatório, com 14,3 m³/s. Neste começo de 2015, a vazão está ainda menor: 9,2 m³/s. Esse ritmo é inferior ao que a Sabesp vem tirando de água do sistema. Na prática, enquanto isso continuar, o nível do Cantareira cairá. Assim, a segunda etapa do volume morto –porção de água abaixo dos tubos de captação que precisa ser bombeada– poderia acabar em pouco mais de três meses. Para completar o cenário, os dias estão mais quentes. A média das temperaturas máximas nos primeiros 15 dias é de 32,5ºC –0,5ºC mais que no mesmo período de 2014, que ficou marcado como o mês mais quente de São Paulo. Com calor, o consumo de água costuma disparar.
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Multas de agentes da CET e PMs crescem mais que as de radar
O número de multas aplicadas por agentes de trânsito da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e por policiais militares disparou nos primeiros seis meses deste ano na cidade de São Paulo. Os PMs multaram 35% a mais no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2014. No caso dos marronzinhos, a alta foi de 28%. Nos dois casos, trata-se de crescimento superior ao das multas aplicadas por radares –que subiram 18% neste ano. Esses dados foram obtidos pela reportagem por meio da Lei de Acesso à Informação. No total, foram 581 mil multas de policiais militares e 956 mil de marronzinhos no primeiro semestre deste ano. A CET, ligada à gestão Fernando Haddad (PT), justifica a alta das multas ao aperto da fiscalização no trânsito, principalmente sobre as infrações cometidas contra pedestres. A empresa disse ainda que ampliou sua atuação para regiões fora do centro. O sindicato que representa os marronzinhos diz já ter ouvido relatos de funcionários que se dizem pressionados a autuar mais motoristas e a guinchar mais carros. Segundo a CET, "não há orientação nem procedimento que indique" metas para elaboração de multas. No total, mais de 6 milhões de multas foram aplicadas no primeiro semestre de 2015 na capital paulista. Em 2014 inteiro, foram 10,6 milhões. Os radares ainda são responsáveis por mais de 70% das multas -foram 4,28 milhões entre janeiro e junho. Segundo a CET, a quantidade de aparelhos quase dobrou em um ano. Em agosto de 2014 eram 488 locais fiscalizados por radar, hoje são 818. De acordo com a companhia, 1.854 agentes da CET e 690 agentes habilitados da SPTrans, Guarda Civil metropolitana e PM fazem a fiscalização do trânsito. ARRECADAÇÃO Pela legislação, os recursos obtidos com as infrações de trânsito precisam ser investidos em ações de educação de trânsito, engenharia e melhorias na sinalização. Segundo a CET, foram arrecadados R$ 500 milhões nos primeiros sete meses do ano. No ano passado inteiro foram R$ 852 milhões. A CET não detalhou, porém, como esse dinheiro obtido com a arrecadação das multas foi aplicado na cidade.
cotidiano
Multas de agentes da CET e PMs crescem mais que as de radarO número de multas aplicadas por agentes de trânsito da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e por policiais militares disparou nos primeiros seis meses deste ano na cidade de São Paulo. Os PMs multaram 35% a mais no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2014. No caso dos marronzinhos, a alta foi de 28%. Nos dois casos, trata-se de crescimento superior ao das multas aplicadas por radares –que subiram 18% neste ano. Esses dados foram obtidos pela reportagem por meio da Lei de Acesso à Informação. No total, foram 581 mil multas de policiais militares e 956 mil de marronzinhos no primeiro semestre deste ano. A CET, ligada à gestão Fernando Haddad (PT), justifica a alta das multas ao aperto da fiscalização no trânsito, principalmente sobre as infrações cometidas contra pedestres. A empresa disse ainda que ampliou sua atuação para regiões fora do centro. O sindicato que representa os marronzinhos diz já ter ouvido relatos de funcionários que se dizem pressionados a autuar mais motoristas e a guinchar mais carros. Segundo a CET, "não há orientação nem procedimento que indique" metas para elaboração de multas. No total, mais de 6 milhões de multas foram aplicadas no primeiro semestre de 2015 na capital paulista. Em 2014 inteiro, foram 10,6 milhões. Os radares ainda são responsáveis por mais de 70% das multas -foram 4,28 milhões entre janeiro e junho. Segundo a CET, a quantidade de aparelhos quase dobrou em um ano. Em agosto de 2014 eram 488 locais fiscalizados por radar, hoje são 818. De acordo com a companhia, 1.854 agentes da CET e 690 agentes habilitados da SPTrans, Guarda Civil metropolitana e PM fazem a fiscalização do trânsito. ARRECADAÇÃO Pela legislação, os recursos obtidos com as infrações de trânsito precisam ser investidos em ações de educação de trânsito, engenharia e melhorias na sinalização. Segundo a CET, foram arrecadados R$ 500 milhões nos primeiros sete meses do ano. No ano passado inteiro foram R$ 852 milhões. A CET não detalhou, porém, como esse dinheiro obtido com a arrecadação das multas foi aplicado na cidade.
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Veja 20 lojas de roupas que estão com preços menores este mês
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Veja 20 lojas de roupas que estão com preços menores este mêsTATIANA BABADOBULOS DE SÃO PAULO Em janeiro, lojas de diversos segmentos na cidade abaixam os preços. Confira as dicas de roupas e aproveite! ROUPAS BROOKSFIELD JR. Calça jeans masculina infantil De R$ 224 por R$ 89 Shopping Anália Franco. Av. Regente Feijó, 1.739, tel. 2672-5025 COSTUME Saia de piquet de R$ 279 por R$ 167,40 Saia de sarja com desfiado na barra De R$ 209 por R$ 146,30 Shopping Iguatemi. Av. Brig. Faria Lima, 2.232, 3º piso, Jardim Paulistano, tel. 3032-2197 COTTON ON Legging feminina nos tamanhos XS e L De R$ 89,90 por R$ 40 Shopping Anália Franco. Av. Regente Feijó, 1.739,Vila Regente Feijó, tel. 2643-4181 ELLUS A partir da segunda peça, tem 20%. Até 2/2 Bolsa de ráfia. De R$ 298 por R$ 238,40 Shopping Anália Franco. Av. Regente Feijó, 1.739, Vila Regente Feijó, tel. 2643-4090 FRUIT DE LA PASSION Camisola da linha Condessa de renda guipure De R$ 386 por R$ 231 Al. Lorena, 1.774, Jardins, tel. 3064-3334 GAP Bermuda masculina De R$ 149,90 por R$ 89,90 Calça jeans masculina De R$ 199,90 por R$ 129,90 MorumbiShopping. Av. Roque Petroni Júnior, 1.089, Jd. das Acácias, tel. 30382588 INTIMISSIMI Body feminino (preto e pink) De R$ 129 por R$ 90,30 Shopping Vila Olímpia. R. Olimpíadas, 360, Vila Olímpia, tel. 3045-0533 LACOSTE Calça jeans feminina De R$ 399 por R$ 199 ParkShoppingSãoCaetano - al. Terracota, 545, São Caetano do Sul, tel. 4233-8608 LOLITTA Saia De R$ 1.195 por R$ 836,50 Vestido De R$ 3.120 por R$ 2.184 R. Peixoto Gomide, 1.801, casa 5, Jardim Paulista, tel. 3061-2471 MARIA FILÓ Blusa estampada De R$ 329 por R$ 159 Shopping Vila Olímpia. R. Olimpíadas, 360, Vila Olímpia, tel. 3047-6540 MIXED A marca está com descontos progressivos. A partir da segunda peça tem 20%. Até 20/1 Casaco Rosied de R$ 1.090 por R$ 872 R. Escobar Ortiz, 508, Vila Nova Conceição, tel. 3849-3189 MOB Vestido de malha De R$ 235 por R$ 179 Shopping Vila Olímpia. R. Olimpíadas, 360, Vila Olímpia, tel. 3047-6480 PINK & CO. Calça feminina De R$ 199,90 por R$ 99,90 Shopping Anália Franco. Av. Regente Feijó, 1.739, Vila Regente Feijó, tel. 26744649 PRACTORY Calça feminina De R$ 339 por R$ 69 Shopping Anália Franco. Av. Regente Feijó, 1.739, Vila Regente Feijó, tel. 2643-4003 RECCO LINGERIE Pijama longo infantil De R$ 91,80 por R$ 34,90 ParkShoppingSãoCaetano - al. Terracota, 545, São Caetano do Sul, tel. 4003-4174 RICHARDS Para os homens, jaqueta Sands De R$ 570 por R$ 289 R. Oscar Freire, 1.129, Cerqueira César, tel. 3062-6784 RUBINELLA Vestido De R$ 518 por R$ 155,40 ParkShoppingSãoCaetano - al. Terracota, 545, São Caetano do Sul, tel. 4233-8301 TNG Camisa social masculina De R$ 119 por R$ 69,90 ParkShoppingSãoCaetano - al. Terracota, 545, São Caetano do Sul, tel. 4224-5556 TVZ Túnica De R$ 359,90 por R$ 179,95 Shopping Vila Olímpia. R. Olimpíadas, 360, Vila Olímpia, tel. 3047-6096 VALISERE Camisola de swan, renda e tule De R$ 699,90 por R$ 349,90 R. Oscar Freire, 849, Cerqueira César, tel. 3063-1693
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Selfie e Elvis podem virar emojis; veja os mais usados em diferentes países
Uma mão tirando uma selfie e um homem dançando com roupas dos anos 1950 podem estar no seu celular em um futuro próximo. O consórcio Unicode, que cria padrões para caracteres que serão exibidos em diferentes aparelhos e plataformas, recomendou que 38 novas figuras sejam incluídas na lista de emojis registrados. Entre eles estão a imagem de um bacon, uma carinha de Pinóquio e um símbolo de acordo. A organização considerou as sugestões mais populares de internautas para "preencher lacunas no conjunto de emojis que já existem". Depois disso, empresas como Apple, Microsoft e Google –que não podem inventar emojis arbitrariamente– poderão interpretar cada um deles à sua maneira. O problema é que muitas vezes essas interpretações acabam criando controvérsias entre os usuários. Recentemente a empresa propôs mudanças em alguns ícones que estavam gerando confusões. Sabe aquela "carinha amarela" derrubando uma lágrima que você usa para dizer que está triste ou doente? Na verdade ela foi criada para falar que você está com sono. O relatório sugere que se retire essa "bolha que sai do nariz", porque ela foi criada especificamente para a cultura japonesa dos animes e mangás, em que a gota tem esse significado. RANKING Em abril, o SwiftKey, aplicativo de teclado para Android e iPhone, analisou mais de 1 bilhão de emojis enviados no mundo e fez um ranking de como diferentes nacionalidades usam os caracteres. Os brasileiros foram campeões nas figuras religiosas. Usamos ícones parecidos com aquelas "mãos rezando" o dobro de vezes do que outros latino-americanos. Os emojis de corações ficaram com os francófonos –única língua em que a "carinha feliz" não é a mais utilizada– e as imagens de plantas, com os árabes. Já a Austrália é descrita na pesquisa como "a terra dos vícios e indulgências", liderando nos ícones de álcool e drogas.
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Selfie e Elvis podem virar emojis; veja os mais usados em diferentes paísesUma mão tirando uma selfie e um homem dançando com roupas dos anos 1950 podem estar no seu celular em um futuro próximo. O consórcio Unicode, que cria padrões para caracteres que serão exibidos em diferentes aparelhos e plataformas, recomendou que 38 novas figuras sejam incluídas na lista de emojis registrados. Entre eles estão a imagem de um bacon, uma carinha de Pinóquio e um símbolo de acordo. A organização considerou as sugestões mais populares de internautas para "preencher lacunas no conjunto de emojis que já existem". Depois disso, empresas como Apple, Microsoft e Google –que não podem inventar emojis arbitrariamente– poderão interpretar cada um deles à sua maneira. O problema é que muitas vezes essas interpretações acabam criando controvérsias entre os usuários. Recentemente a empresa propôs mudanças em alguns ícones que estavam gerando confusões. Sabe aquela "carinha amarela" derrubando uma lágrima que você usa para dizer que está triste ou doente? Na verdade ela foi criada para falar que você está com sono. O relatório sugere que se retire essa "bolha que sai do nariz", porque ela foi criada especificamente para a cultura japonesa dos animes e mangás, em que a gota tem esse significado. RANKING Em abril, o SwiftKey, aplicativo de teclado para Android e iPhone, analisou mais de 1 bilhão de emojis enviados no mundo e fez um ranking de como diferentes nacionalidades usam os caracteres. Os brasileiros foram campeões nas figuras religiosas. Usamos ícones parecidos com aquelas "mãos rezando" o dobro de vezes do que outros latino-americanos. Os emojis de corações ficaram com os francófonos –única língua em que a "carinha feliz" não é a mais utilizada– e as imagens de plantas, com os árabes. Já a Austrália é descrita na pesquisa como "a terra dos vícios e indulgências", liderando nos ícones de álcool e drogas.
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Governo irá conceder aeroportos à iniciativa privada, diz Barbosa
O ministro Nelson Barbosa (Desenvolvimento) afirmou nesta segunda-feira (23) que o governo vai conceder à iniciativa privada os aeroportos de Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS). "O ministro Eliseu Padilha [Aviação Civil] está trabalhando na nova rodada de concessão de aeroportos. O somatório, a própria presidente já colocou, inclui o aeroporto de Salvador [BA], de Florianópolis [SC] e o aeroporto de Porto Alegre [RS]", afirmou. Existe também, disse Barbosa, a ideia de conceder outro terminal, que ele não nomeou. "Há outro pedido de manifestação de interesse que nós vamos apresentar formalmente ao setor privado nos próximos dias." Ele não deu outros detalhes dessas concessões futuras. ORÇAMENTO Barbosa afirmou que decidiu adiar uma viagem à Coréia para poder analisar o Orçamento, aprovado na semana passada pelo Congresso, e determinar o corte de recursos necessários para atingir a meta fiscal. Ele não afirmou quando esse contingenciamento de recursos será definido, nem sua dimensão. "Devemos receber o Orçamento nesta semana. Depois disso, o prazo legal nós temos 15 dias úteis para sancionar o Orçamento, analisar todas essas emendas. Depois desses 15 [dias], uma vez sancionado o Orçamento, temos 30 dias corridos para publicar o primeiro decreto de programação orçamentária. Esses são os prazos legais. Nós planejamos soltar essa programação orçamentária o mais rápido possível, mas não há uma data preestabelecida sobre isso", afirmou. "Eu não vou mais à reunião na Coréia para ficar no Brasil e até trabalhar mais na questão orçamentária." Dilma vai avaliar pessoalmente o que deve ser cortado, disse a ministra Kátia Abreu (Agricultura), que falou com Barbosa em entrevista coletiva após reunião da coordenação política.
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Governo irá conceder aeroportos à iniciativa privada, diz BarbosaO ministro Nelson Barbosa (Desenvolvimento) afirmou nesta segunda-feira (23) que o governo vai conceder à iniciativa privada os aeroportos de Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS). "O ministro Eliseu Padilha [Aviação Civil] está trabalhando na nova rodada de concessão de aeroportos. O somatório, a própria presidente já colocou, inclui o aeroporto de Salvador [BA], de Florianópolis [SC] e o aeroporto de Porto Alegre [RS]", afirmou. Existe também, disse Barbosa, a ideia de conceder outro terminal, que ele não nomeou. "Há outro pedido de manifestação de interesse que nós vamos apresentar formalmente ao setor privado nos próximos dias." Ele não deu outros detalhes dessas concessões futuras. ORÇAMENTO Barbosa afirmou que decidiu adiar uma viagem à Coréia para poder analisar o Orçamento, aprovado na semana passada pelo Congresso, e determinar o corte de recursos necessários para atingir a meta fiscal. Ele não afirmou quando esse contingenciamento de recursos será definido, nem sua dimensão. "Devemos receber o Orçamento nesta semana. Depois disso, o prazo legal nós temos 15 dias úteis para sancionar o Orçamento, analisar todas essas emendas. Depois desses 15 [dias], uma vez sancionado o Orçamento, temos 30 dias corridos para publicar o primeiro decreto de programação orçamentária. Esses são os prazos legais. Nós planejamos soltar essa programação orçamentária o mais rápido possível, mas não há uma data preestabelecida sobre isso", afirmou. "Eu não vou mais à reunião na Coréia para ficar no Brasil e até trabalhar mais na questão orçamentária." Dilma vai avaliar pessoalmente o que deve ser cortado, disse a ministra Kátia Abreu (Agricultura), que falou com Barbosa em entrevista coletiva após reunião da coordenação política.
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Kaziranga: o parque que atira em pessoas para proteger rinocerontes
Guardas de uma área de proteção na Índia defendem a vida selvagem disparando tiros fatais contra caçadores suspeitos, o tipo de medida que enseja uma questão: teria a guerra contra a caça ilegal ido longe demais? O parque nacional de Kaziranga tem um histórico de sucesso em conservação. Há um século, o número de rinocerontes de um chifre não passava de cinco na região do Assan, no extremo leste do país. Agora existem mais de 2.400 –dois terços da população do animal no mundo inteiro. Mas a maneira como o parque protege seus animais é bastante controversa. Seus seguranças têm poderes de atirar e matar normalmente garantidos apenas a forças policiais. O resultado é a morte, em média, de duas pessoas por mês –mais de 20 por ano. Em 2015, mais suspeitos foram mortos por guardas do parque do que o total de rinocerontes abatidos por caçadores. MERCADO LUCRATIVO Um chifre de rinoceronte custa caro no Vietnam ou na China, onde são vendidos como a cura milagrosa a diversos males, do câncer à disfunção erétil. Vendedores de rua cobram o equivalente a até R$ 14 mil por 100 gramas de chifre –o que torna o produto mais caro que ouro. Os rinocerontes da Índia têm chifres menores que os africanos, mas aparentemente são vendidos como mais potentes. Eu perguntei a dois guardas de Kaziranga quais procedimentos eles devem adotar caso encontrem caçadores no parque. "A instrução é: sempre que você vir caçadores, use suas armas para caçá-los", explica um deles sem hesitação. "Você atira neles?", questionei. "Sim, a ordem é matá-los. Sempre que forem vistos caçadores ou qualquer pessoa durante a noite, a ordem é atirar neles." O guarda conta que atirou em pessoas duas vezes nos quatro anos em que tem essa função no parque, mas nunca matou ninguém. Mas ele sabe que, se tivesse matado, a chance de sofrer punições seria baixa. O governo deu aos guardas de Kaziranga poderes que lhes permitem proteção contra ações judiciais em caso de mortes. Críticos dizem que, com isso, os guardas estariam sendo instruídos a realizar "execuções extrajudiciais". Mas conseguir dados sobre o número de pessoas mortas ali é difícil. "Nós não guardamos todos os registros", diz um oficial sênior do Departamento de Florestas da Índia, que controla os parques nacionais. O diretor do parque de Kaziranga, Satyendra Singh, recebeu a reportagem num imponente prédio colonial onde funciona a sede do parque. Singh fala das dificuldades de controlar caçadores, explicando que as gangues de caça ilegal costumam recrutar pessoas da região para ajudá-las a entrar no parque. Os atiradores, no entanto, vêm de outros Estados do país. "Primeiro fazemos a abordagem: 'quem são vocês'?", diz Singh, sobre as regras de aproximação entre guardas e caçadores. "Mas se eles decidirem disparar, nós temos que matá-los. A prioridade é tentar prendê-los, para que possamos obter informações sobre as gangues." Ele revela que 50 caçadores foram mortos nos últimos três anos. DUAS VACAS Para Singh, o número de moradores locais recrutados pelo mercado de chifres de rinoceronte cresceu –mais de 300 locais estariam envolvidos na prática, estima. Já para os moradores, grupos tribais que vivem na floresta há séculos, o aumento da taxa de homicídios se tornou um grande problema. Eles dizem que o número de inocentes assassinados está crescendo. Em uma dessas vilas às margens do parque vive Kachu Kealing e sua esposa. O filho deles, Goanburah, foi baleado por guardas florestais em dezembro de 2013. Goanburah procurava as duas vacas da família. Seu pai acredita que elas entraram na área do parque e que seu filho –que tinha distúrbios graves de aprendizagem– também entrou para buscá-las. Esse é um erro comum, já que não há cercas demarcando o perímetro da reserva. As autoridades do parque, por sua vez, dizem que os guardas dispararam contra Goanburah porque ele não respondeu à abordagem. Kachu Kealing acha que não pode fazer nada sobre o caso, especialmente por causa da proteção que os guardas têm contra processos judiciais. "Eu não entrei na Justiça. Sou um homem pobre, não poderia pagar por isso." Os esforços de preservação focam em algumas espécies consideradas emblemáticas na Índia. Rinocerontes e tigres se tornaram símbolos nacionais. Além disso, Kaziranga atrai por ano mais de 170 mil visitantes que contribuem com a economia local. Em 2013, quando o número de rinocerontes mortos por caçadores mais do que dobrou, somando 27, políticos locais pediram ação. O antigo diretor do parque, MK Yadava, detalhou num relatório sua estratégia para combater a caça em Kaziranga. Ninguém sem autorização poderia entrar, disse. E qualquer um descoberto na área do parque deveria "obedecer ou ser morto". Ele recomendou que "matar os indesejados" deveria ser o princípio orientador dos guardas. Yadava ainda explicou sua crença de que crimes ambientais, incluindo a caça ilegal, são mais graves que assassinato: "Eles corroem silenciosamente a raiz da existência de todas as civilizações da Terra". De 2013 a 2014, o número de mortes de supostos caçadores ilegais subiu de cinco para 22. Em 2015, 23 pessoas perderam a vida, contra 17 rinocerontes no mesmo período. Em julho do ano passado, Akash Orang, de 7 anos, ia para casa pelo principal caminho de sua vila, que contorna o parque. Sua voz vacila quando se lembra do que aconteceu. "Estava voltando das compras. Os guardas florestais estavam gritando 'Rinocerontes! Rinocerontes!'". Ele fez uma pausa. "De repente, eles atiraram em mim." O tirou atingiu sua panturrilha direita. Akash ficou internado por cinco meses e foi submetido a várias cirurgias. Hoje ele mal consegue andar. Seu irmão mais velho tem que carregá-lo até a venda local. Seu pai, Dilip Orang, diz que Akash está diferente. "Ele era alegre, mas não é mais. Ele acorda à noite com dor e chora, pedindo a atenção da mãe". O parque admite que cometeu um erro terrível. Pagou pelas despesas médicas e deu à família cerca de 200 mil rúpias (R$ 9,2 mil) em compensação. Isso não é muito se considerada a gravidade de suas lesões, diz o pai, preocupado que seu filho não consiga ganhar a vida sozinho no futuro. O caso de Akash comoveu os moradores do vilarejo, transformando-se no estopim da grande inquietação diante do número crescente de mortes. Centenas protestaram na sede do parque. MORTES NÃO INVESTIGADAS O ativista de direitos humanos Pranab Doley, membro de uma tribo local, mostra uma sacola cheia de papel. Ele fez vários pedidos a partir da Lei de Acesso à Informação da Índia. As respostas mostram que os casos não foram acompanhados como deveriam. De nove supostos caçadores que foram mortos, seis não foram identificados. "Não há coisas como o inquérito policial, relatórios forenses e pós-morte", diz Doley. O parque diz que não é responsável por investigar os assassinatos e que as ações tomadas estão de acordo com a lei. Nos últimos três anos, apenas duas pessoas foram processadas por caça ilegal. O parque justifica que o número de mortes é alto porque gangues de caçadores fortemente armadas iniciam tiroteios contra os guardas. Entretanto, as estatísticas indicam que esses confrontos começam mais de um lado: nos últimos 20 anos, apenas um guarda foi morto, contra 106 pessoas mortas por eles. "Esse tipo de impunidade é perigosa", diz Doley. "Está criando uma tensão entre o parque e as pessoas que vivem no seu entorno." Uma tensão que é intensificada pelo fato de as tribos locais afirmarem que estão sendo extintas, da mesma forma que os animais que o parque tenta proteger. A causa dessas tribos foi abraçada pela organização Survival International, de Londres. Ela argumenta que os direitos das pessoas ao redor do parque estão sendo sacrificados em nome da proteção da vida selvagem. "O parque está sendo dirigido com extrema brutalidade", diz a diretora Sophie Grig. "Não há júri, não há juiz, não há interrogatório. E o mais terrível é que há planos de se lançar essa política do tiro em toda a Índia." Ela ainda afirma que ONGs como o World Wildlife Fund (WWF) fecharam os olhos para as atitudes do parque. "O WWF se descreve como um parceiro próximo do departamento de floresta de Assam", diz Grig. "Eles têm disponibilizado equipamentos e recursos para o grupo. A Survival tem repetidamente pedido para que eles se pronunciem contra as execuções extrajudiciais, mas eles não fizeram nada." OMISSÃO DE ENTIDADES? De acordo com o site da WWF India, a ONG financiou o treinamento dos guardas de Kaziranga e forneceu equipamentos, incluindo óculos de visão noturna, para reforçar o combate à caça ilegal. "Ninguém está confortável com a morte de pessoas", disse Dipankar Ghose, que gerencia o programa de conservação da WWF na Índia. "O que é preciso é a proteção do solo. A caça ilegal tem que parar." A maior parte do financiamento da WWF vem de doações individuais. Então como os doadores se sentiriam diante do envolvimento do parque em supostas mortes, mutilações e tortura? Ghose não responde diretamente à pergunta. "Como eu disse, estamos trabalhando nesta questão. Queremos que tudo seja reduzido –não queremos que a caça ilegal aconteça, e a ideia é reduzir isso envolvendo todos os nossos parceiros. Não apenas as autoridades de Kaziranga, mas também a polícia e a comunidade local." E há vários conservacionistas que aceitam que, em certas circunstâncias, deve haver uma resposta dura contra os caçadores. "Nenhum parque existiria na Índia sem as operações contra a caça ilegal", diz o naturalista e escritor Valmik Thapar. "Alguns fazem bem o trabalho. Outros falham terrivelmente... e eles não têm nenhum tigre. Então existem algumas reservas de tigres da Índia que na verdade não têm nenhum tigre porque todos foram caçados." "Em alguns casos especiais, você pode usar a arma contra a arma, mas em outros lugares da Índia você precisa usar a inteligência da comunidade, porque as pessoas são os olhos e ouvidos da floresta", completa. TORTURA Três meses depois que o menino Akash levou o tiro, moradores protestaram novamente na sede do parque, desta vez contra acusações de tortura de um morador. Mono Bora estava sentado num café na beira da estrada quando foi abordado por guardas florestais. Ele diz que levou vários socos no rosto e foi levado para a sede do parque. Uma vez dentro da unidade, o interrogatório se tornou mais violento. "Eles me deram choques elétricos aqui nos meus joelhos, aqui nos meus cotovelos. E aqui na minha virilha também", disse Bora, descrevendo como foi amarrado e esticado em varas de bambu. "Eles continuaram me batendo", disse. A experiência durou três horas até finalmente os envolvidos se convencerem de que tinham capturado o homem errado. O parque Kaziranga confirmou que Mono Bora foi interrogado, mas categoricamente nega qualquer violência contra ele, acrescentando "nunca usar choque elétrico durante um interrogatório". Biren Kotch, líder do vilarejo onde vive Bora, foi quem o resgatou da sede o parque. Ele não acredita em seu envolvimento com a caça ilegal. "Como eles podem justificar a tortura?" DESPEJO DE COMUNIDADES Mas não são apenas as ações contra a caça ilegal que ameaçam as comunidades locais. Animais selvagens, como tigres e rinocerontes, precisam de muito espaço. Para acomodá-los, a Índia está planejando a expansão dos parques nacionais, o que envolve a realocação de 900 vilarejos –mais de 200 mil pessoas terão que deixar suas casas. Kaziranga dobrará de tamanho. Recentemente, a polícia estadual despejou dois vilarejos em meio a confrontos com moradores, que atiraram pedras e atearam fogo contra ela. Duas pessoas –um pai de dois filhos e uma jovem estudante– morreram. Escavadores ajudados por elefantes, disponibilizados pelo parque, trabalharam na remoção das casas. "Essa é a política e a filosofia deles –retirar pessoas daqui e criar uma floresta intocada", critica o ativista Pranab Doley. Para ele, o conflito pode minar a cultura dos povos tribais e frustrar os esforços para proteger os animais. "Sem as pessoas tomando conta da floresta, nenhum departamento florestal será capaz de proteger Kaziranga."
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Kaziranga: o parque que atira em pessoas para proteger rinocerontesGuardas de uma área de proteção na Índia defendem a vida selvagem disparando tiros fatais contra caçadores suspeitos, o tipo de medida que enseja uma questão: teria a guerra contra a caça ilegal ido longe demais? O parque nacional de Kaziranga tem um histórico de sucesso em conservação. Há um século, o número de rinocerontes de um chifre não passava de cinco na região do Assan, no extremo leste do país. Agora existem mais de 2.400 –dois terços da população do animal no mundo inteiro. Mas a maneira como o parque protege seus animais é bastante controversa. Seus seguranças têm poderes de atirar e matar normalmente garantidos apenas a forças policiais. O resultado é a morte, em média, de duas pessoas por mês –mais de 20 por ano. Em 2015, mais suspeitos foram mortos por guardas do parque do que o total de rinocerontes abatidos por caçadores. MERCADO LUCRATIVO Um chifre de rinoceronte custa caro no Vietnam ou na China, onde são vendidos como a cura milagrosa a diversos males, do câncer à disfunção erétil. Vendedores de rua cobram o equivalente a até R$ 14 mil por 100 gramas de chifre –o que torna o produto mais caro que ouro. Os rinocerontes da Índia têm chifres menores que os africanos, mas aparentemente são vendidos como mais potentes. Eu perguntei a dois guardas de Kaziranga quais procedimentos eles devem adotar caso encontrem caçadores no parque. "A instrução é: sempre que você vir caçadores, use suas armas para caçá-los", explica um deles sem hesitação. "Você atira neles?", questionei. "Sim, a ordem é matá-los. Sempre que forem vistos caçadores ou qualquer pessoa durante a noite, a ordem é atirar neles." O guarda conta que atirou em pessoas duas vezes nos quatro anos em que tem essa função no parque, mas nunca matou ninguém. Mas ele sabe que, se tivesse matado, a chance de sofrer punições seria baixa. O governo deu aos guardas de Kaziranga poderes que lhes permitem proteção contra ações judiciais em caso de mortes. Críticos dizem que, com isso, os guardas estariam sendo instruídos a realizar "execuções extrajudiciais". Mas conseguir dados sobre o número de pessoas mortas ali é difícil. "Nós não guardamos todos os registros", diz um oficial sênior do Departamento de Florestas da Índia, que controla os parques nacionais. O diretor do parque de Kaziranga, Satyendra Singh, recebeu a reportagem num imponente prédio colonial onde funciona a sede do parque. Singh fala das dificuldades de controlar caçadores, explicando que as gangues de caça ilegal costumam recrutar pessoas da região para ajudá-las a entrar no parque. Os atiradores, no entanto, vêm de outros Estados do país. "Primeiro fazemos a abordagem: 'quem são vocês'?", diz Singh, sobre as regras de aproximação entre guardas e caçadores. "Mas se eles decidirem disparar, nós temos que matá-los. A prioridade é tentar prendê-los, para que possamos obter informações sobre as gangues." Ele revela que 50 caçadores foram mortos nos últimos três anos. DUAS VACAS Para Singh, o número de moradores locais recrutados pelo mercado de chifres de rinoceronte cresceu –mais de 300 locais estariam envolvidos na prática, estima. Já para os moradores, grupos tribais que vivem na floresta há séculos, o aumento da taxa de homicídios se tornou um grande problema. Eles dizem que o número de inocentes assassinados está crescendo. Em uma dessas vilas às margens do parque vive Kachu Kealing e sua esposa. O filho deles, Goanburah, foi baleado por guardas florestais em dezembro de 2013. Goanburah procurava as duas vacas da família. Seu pai acredita que elas entraram na área do parque e que seu filho –que tinha distúrbios graves de aprendizagem– também entrou para buscá-las. Esse é um erro comum, já que não há cercas demarcando o perímetro da reserva. As autoridades do parque, por sua vez, dizem que os guardas dispararam contra Goanburah porque ele não respondeu à abordagem. Kachu Kealing acha que não pode fazer nada sobre o caso, especialmente por causa da proteção que os guardas têm contra processos judiciais. "Eu não entrei na Justiça. Sou um homem pobre, não poderia pagar por isso." Os esforços de preservação focam em algumas espécies consideradas emblemáticas na Índia. Rinocerontes e tigres se tornaram símbolos nacionais. Além disso, Kaziranga atrai por ano mais de 170 mil visitantes que contribuem com a economia local. Em 2013, quando o número de rinocerontes mortos por caçadores mais do que dobrou, somando 27, políticos locais pediram ação. O antigo diretor do parque, MK Yadava, detalhou num relatório sua estratégia para combater a caça em Kaziranga. Ninguém sem autorização poderia entrar, disse. E qualquer um descoberto na área do parque deveria "obedecer ou ser morto". Ele recomendou que "matar os indesejados" deveria ser o princípio orientador dos guardas. Yadava ainda explicou sua crença de que crimes ambientais, incluindo a caça ilegal, são mais graves que assassinato: "Eles corroem silenciosamente a raiz da existência de todas as civilizações da Terra". De 2013 a 2014, o número de mortes de supostos caçadores ilegais subiu de cinco para 22. Em 2015, 23 pessoas perderam a vida, contra 17 rinocerontes no mesmo período. Em julho do ano passado, Akash Orang, de 7 anos, ia para casa pelo principal caminho de sua vila, que contorna o parque. Sua voz vacila quando se lembra do que aconteceu. "Estava voltando das compras. Os guardas florestais estavam gritando 'Rinocerontes! Rinocerontes!'". Ele fez uma pausa. "De repente, eles atiraram em mim." O tirou atingiu sua panturrilha direita. Akash ficou internado por cinco meses e foi submetido a várias cirurgias. Hoje ele mal consegue andar. Seu irmão mais velho tem que carregá-lo até a venda local. Seu pai, Dilip Orang, diz que Akash está diferente. "Ele era alegre, mas não é mais. Ele acorda à noite com dor e chora, pedindo a atenção da mãe". O parque admite que cometeu um erro terrível. Pagou pelas despesas médicas e deu à família cerca de 200 mil rúpias (R$ 9,2 mil) em compensação. Isso não é muito se considerada a gravidade de suas lesões, diz o pai, preocupado que seu filho não consiga ganhar a vida sozinho no futuro. O caso de Akash comoveu os moradores do vilarejo, transformando-se no estopim da grande inquietação diante do número crescente de mortes. Centenas protestaram na sede do parque. MORTES NÃO INVESTIGADAS O ativista de direitos humanos Pranab Doley, membro de uma tribo local, mostra uma sacola cheia de papel. Ele fez vários pedidos a partir da Lei de Acesso à Informação da Índia. As respostas mostram que os casos não foram acompanhados como deveriam. De nove supostos caçadores que foram mortos, seis não foram identificados. "Não há coisas como o inquérito policial, relatórios forenses e pós-morte", diz Doley. O parque diz que não é responsável por investigar os assassinatos e que as ações tomadas estão de acordo com a lei. Nos últimos três anos, apenas duas pessoas foram processadas por caça ilegal. O parque justifica que o número de mortes é alto porque gangues de caçadores fortemente armadas iniciam tiroteios contra os guardas. Entretanto, as estatísticas indicam que esses confrontos começam mais de um lado: nos últimos 20 anos, apenas um guarda foi morto, contra 106 pessoas mortas por eles. "Esse tipo de impunidade é perigosa", diz Doley. "Está criando uma tensão entre o parque e as pessoas que vivem no seu entorno." Uma tensão que é intensificada pelo fato de as tribos locais afirmarem que estão sendo extintas, da mesma forma que os animais que o parque tenta proteger. A causa dessas tribos foi abraçada pela organização Survival International, de Londres. Ela argumenta que os direitos das pessoas ao redor do parque estão sendo sacrificados em nome da proteção da vida selvagem. "O parque está sendo dirigido com extrema brutalidade", diz a diretora Sophie Grig. "Não há júri, não há juiz, não há interrogatório. E o mais terrível é que há planos de se lançar essa política do tiro em toda a Índia." Ela ainda afirma que ONGs como o World Wildlife Fund (WWF) fecharam os olhos para as atitudes do parque. "O WWF se descreve como um parceiro próximo do departamento de floresta de Assam", diz Grig. "Eles têm disponibilizado equipamentos e recursos para o grupo. A Survival tem repetidamente pedido para que eles se pronunciem contra as execuções extrajudiciais, mas eles não fizeram nada." OMISSÃO DE ENTIDADES? De acordo com o site da WWF India, a ONG financiou o treinamento dos guardas de Kaziranga e forneceu equipamentos, incluindo óculos de visão noturna, para reforçar o combate à caça ilegal. "Ninguém está confortável com a morte de pessoas", disse Dipankar Ghose, que gerencia o programa de conservação da WWF na Índia. "O que é preciso é a proteção do solo. A caça ilegal tem que parar." A maior parte do financiamento da WWF vem de doações individuais. Então como os doadores se sentiriam diante do envolvimento do parque em supostas mortes, mutilações e tortura? Ghose não responde diretamente à pergunta. "Como eu disse, estamos trabalhando nesta questão. Queremos que tudo seja reduzido –não queremos que a caça ilegal aconteça, e a ideia é reduzir isso envolvendo todos os nossos parceiros. Não apenas as autoridades de Kaziranga, mas também a polícia e a comunidade local." E há vários conservacionistas que aceitam que, em certas circunstâncias, deve haver uma resposta dura contra os caçadores. "Nenhum parque existiria na Índia sem as operações contra a caça ilegal", diz o naturalista e escritor Valmik Thapar. "Alguns fazem bem o trabalho. Outros falham terrivelmente... e eles não têm nenhum tigre. Então existem algumas reservas de tigres da Índia que na verdade não têm nenhum tigre porque todos foram caçados." "Em alguns casos especiais, você pode usar a arma contra a arma, mas em outros lugares da Índia você precisa usar a inteligência da comunidade, porque as pessoas são os olhos e ouvidos da floresta", completa. TORTURA Três meses depois que o menino Akash levou o tiro, moradores protestaram novamente na sede do parque, desta vez contra acusações de tortura de um morador. Mono Bora estava sentado num café na beira da estrada quando foi abordado por guardas florestais. Ele diz que levou vários socos no rosto e foi levado para a sede do parque. Uma vez dentro da unidade, o interrogatório se tornou mais violento. "Eles me deram choques elétricos aqui nos meus joelhos, aqui nos meus cotovelos. E aqui na minha virilha também", disse Bora, descrevendo como foi amarrado e esticado em varas de bambu. "Eles continuaram me batendo", disse. A experiência durou três horas até finalmente os envolvidos se convencerem de que tinham capturado o homem errado. O parque Kaziranga confirmou que Mono Bora foi interrogado, mas categoricamente nega qualquer violência contra ele, acrescentando "nunca usar choque elétrico durante um interrogatório". Biren Kotch, líder do vilarejo onde vive Bora, foi quem o resgatou da sede o parque. Ele não acredita em seu envolvimento com a caça ilegal. "Como eles podem justificar a tortura?" DESPEJO DE COMUNIDADES Mas não são apenas as ações contra a caça ilegal que ameaçam as comunidades locais. Animais selvagens, como tigres e rinocerontes, precisam de muito espaço. Para acomodá-los, a Índia está planejando a expansão dos parques nacionais, o que envolve a realocação de 900 vilarejos –mais de 200 mil pessoas terão que deixar suas casas. Kaziranga dobrará de tamanho. Recentemente, a polícia estadual despejou dois vilarejos em meio a confrontos com moradores, que atiraram pedras e atearam fogo contra ela. Duas pessoas –um pai de dois filhos e uma jovem estudante– morreram. Escavadores ajudados por elefantes, disponibilizados pelo parque, trabalharam na remoção das casas. "Essa é a política e a filosofia deles –retirar pessoas daqui e criar uma floresta intocada", critica o ativista Pranab Doley. Para ele, o conflito pode minar a cultura dos povos tribais e frustrar os esforços para proteger os animais. "Sem as pessoas tomando conta da floresta, nenhum departamento florestal será capaz de proteger Kaziranga."
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Dilma critica ministros do Supremo que disseram não haver golpe
A presidente Dilma Rousseff rebateu nesta sexta-feira (22), em Nova York (EUA), as críticas feitas por ministros do Supremo Tribunal Federal ao uso do termo "golpe" para definir o processo de impeachment contra ela. Sem citar nomes, Dilma reprovou os ministros que se manifestaram sobre o tema depois da votação da Câmara que deu aval ao impeachment –Celso de Mello, Gilmar Mendes e José Antônio Dias Toffoli. Para a presidente, eles não deveriam emitir opinião, pois terão de se manifestar em provável recurso ao STF feito pelo governo. Questionada pela Folha ao fim de uma entrevista coletiva na residência do embaixador do Brasil na ONU, Antonio Patriota, sobre o tema, ela respondeu que "não é a opinião do Supremo". "É a opinião de três ministros. São apenas três ministros, e são ministros que não deveriam dar opinião porque vão me julgar", disse. Na última quarta (20), Celso de Mello, ministro decano da Corte, disse que caracterizar o impeachment como golpe era um "gravíssimo equívoco", uma vez que o processo era constitucional. Mendes e Toffoli fizeram declarações de teor parecido. Dilma defendeu a aplicação da cláusula democrática do Mercosul ao Brasil, em reação ao que chamou de "golpe em curso" no país. Ela não questionou a legitimidade de convocação de eleições presidenciais antecipadas, uma saída já proposta por nomes do governo, mas ressaltou que no momento pretende se concentrar em sua defesa. Dilma veio a Nova York para participar da cerimônia de assinatura do Acordo de Paris de Mudanças Climáticas, e a expectativa era de que usasse o seu discurso na Assembleia Geral daa Nações Unidas para denunciar que o processo de impeachment contra ela é golpe. Mas a presidente só se referiu à crise política brevemente no fim do pronunciamento, sem mencionar a palavra golpe. Questionada se a cláusula democrática do Mercosul deveria ser aplicada ao Brasil e em que momento, ela foi enfática. "Neste. Eu vou dizer o seguinte: está em curso no Brasil um golpe. Então eu gostaria que o Mercosul e a Unasul olhassem esse processo. A cláusula democrática implica uma avaliação da questão", afirmou. Ela não quis dizer, porém, se o Brasil deveria ser suspenso, limitando-se a comentar que a questão deve ser objeto de "análise" do bloco. A cláusula foi aplicada em 2012, quando o Mercosul suspendeu o Paraguai em retaliação ao processo que levou à destituição do então presidente Fernando Lugo, que para muitos foi vítima de um golpe. O país foi reintegrado ao bloco no ano seguinte. Dilma também falou sobre a hipótese de que seu mandato seja encurtado e haja eleições presidenciais ainda neste ano, como defende uma ala dentro do governo e no PT. "Não sou contra eleições de maneira alguma. Mas uma coisa é eleição direta com voto secreto das pessoas e o povo brasileiro participando. Agora, tem que ser me dado o direito de me defender. Eu não sou uma pessoa apegada a cargo. Não acuso ninguém que propõe eleição direta de golpista. Isso é outra discussão. Eu quero defender o meu mandato. Devo isso aos meus 54 milhões de eleitores", disse a presidente. Dilma voltou a atacar os articuladores do processo de impeachment, sugerindo que eles não tem legitimidade por serem alvos de investigações e tentarem derrubá-la por meio de "uma eleição indireta travestida de impeachment". A presidente persistiu na narrativa de que há uma tentativa de ruptura democrática a fórceps, alertando que ela ameaça os direitos de todos. "Me dizer que não é golpe é tampar [sic] o sol com a peneira. Sou uma pessoa vítima, sou uma pessoa injustiçada, e isso é grave porque sou presidente da República. Se a lei nem para mim vale, quanto mais para a população do nosso país mais pobre", afirmou. A entrevista já havia sido dada por encerrada por Dilma, quando Dilma respondeu a uma pergunta sobre como sua família estava enfrentando a crise, e ela não escondeu o abatimento. "Acredito que ela está sofrendo muito. Imagina como estaria a sua família, sofrendo. Não posso falar porque dói, dói muito", disse. Dilma concedeu a entrevista na residência do ex-chanceler Antonio Patriota, atual representante do Brasil na ONU, onde ficou hospedada. Na porta, dois grupos protestavam, um contra, outro a favor do impeachment. A presidente deve retornar ao Brasil na manhã deste sábado (23).
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Dilma critica ministros do Supremo que disseram não haver golpeA presidente Dilma Rousseff rebateu nesta sexta-feira (22), em Nova York (EUA), as críticas feitas por ministros do Supremo Tribunal Federal ao uso do termo "golpe" para definir o processo de impeachment contra ela. Sem citar nomes, Dilma reprovou os ministros que se manifestaram sobre o tema depois da votação da Câmara que deu aval ao impeachment –Celso de Mello, Gilmar Mendes e José Antônio Dias Toffoli. Para a presidente, eles não deveriam emitir opinião, pois terão de se manifestar em provável recurso ao STF feito pelo governo. Questionada pela Folha ao fim de uma entrevista coletiva na residência do embaixador do Brasil na ONU, Antonio Patriota, sobre o tema, ela respondeu que "não é a opinião do Supremo". "É a opinião de três ministros. São apenas três ministros, e são ministros que não deveriam dar opinião porque vão me julgar", disse. Na última quarta (20), Celso de Mello, ministro decano da Corte, disse que caracterizar o impeachment como golpe era um "gravíssimo equívoco", uma vez que o processo era constitucional. Mendes e Toffoli fizeram declarações de teor parecido. Dilma defendeu a aplicação da cláusula democrática do Mercosul ao Brasil, em reação ao que chamou de "golpe em curso" no país. Ela não questionou a legitimidade de convocação de eleições presidenciais antecipadas, uma saída já proposta por nomes do governo, mas ressaltou que no momento pretende se concentrar em sua defesa. Dilma veio a Nova York para participar da cerimônia de assinatura do Acordo de Paris de Mudanças Climáticas, e a expectativa era de que usasse o seu discurso na Assembleia Geral daa Nações Unidas para denunciar que o processo de impeachment contra ela é golpe. Mas a presidente só se referiu à crise política brevemente no fim do pronunciamento, sem mencionar a palavra golpe. Questionada se a cláusula democrática do Mercosul deveria ser aplicada ao Brasil e em que momento, ela foi enfática. "Neste. Eu vou dizer o seguinte: está em curso no Brasil um golpe. Então eu gostaria que o Mercosul e a Unasul olhassem esse processo. A cláusula democrática implica uma avaliação da questão", afirmou. Ela não quis dizer, porém, se o Brasil deveria ser suspenso, limitando-se a comentar que a questão deve ser objeto de "análise" do bloco. A cláusula foi aplicada em 2012, quando o Mercosul suspendeu o Paraguai em retaliação ao processo que levou à destituição do então presidente Fernando Lugo, que para muitos foi vítima de um golpe. O país foi reintegrado ao bloco no ano seguinte. Dilma também falou sobre a hipótese de que seu mandato seja encurtado e haja eleições presidenciais ainda neste ano, como defende uma ala dentro do governo e no PT. "Não sou contra eleições de maneira alguma. Mas uma coisa é eleição direta com voto secreto das pessoas e o povo brasileiro participando. Agora, tem que ser me dado o direito de me defender. Eu não sou uma pessoa apegada a cargo. Não acuso ninguém que propõe eleição direta de golpista. Isso é outra discussão. Eu quero defender o meu mandato. Devo isso aos meus 54 milhões de eleitores", disse a presidente. Dilma voltou a atacar os articuladores do processo de impeachment, sugerindo que eles não tem legitimidade por serem alvos de investigações e tentarem derrubá-la por meio de "uma eleição indireta travestida de impeachment". A presidente persistiu na narrativa de que há uma tentativa de ruptura democrática a fórceps, alertando que ela ameaça os direitos de todos. "Me dizer que não é golpe é tampar [sic] o sol com a peneira. Sou uma pessoa vítima, sou uma pessoa injustiçada, e isso é grave porque sou presidente da República. Se a lei nem para mim vale, quanto mais para a população do nosso país mais pobre", afirmou. A entrevista já havia sido dada por encerrada por Dilma, quando Dilma respondeu a uma pergunta sobre como sua família estava enfrentando a crise, e ela não escondeu o abatimento. "Acredito que ela está sofrendo muito. Imagina como estaria a sua família, sofrendo. Não posso falar porque dói, dói muito", disse. Dilma concedeu a entrevista na residência do ex-chanceler Antonio Patriota, atual representante do Brasil na ONU, onde ficou hospedada. Na porta, dois grupos protestavam, um contra, outro a favor do impeachment. A presidente deve retornar ao Brasil na manhã deste sábado (23).
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Surpresa da disputa eleitoral da Holanda é a esquerda, não a direita
As pesquisas de boca de urna, confirmadas por um terço dos votos apurados, mostraram que o desencanto dos eleitores holandeses virou à esquerda, em vez da ultra-direita, ao contrário do que indicavam as pesquisas do início do ano. Os dois partidos que formam a atual coalizão governista eram os que mais perderiam cadeiras, segundo as pesquisas e o início da apuração: aproximadamente 39, praticamente a metade das 79 que haviam conquistado na eleição anterior. Ainda assim, como ironizou o jornal "Volkskrant", o partido do primeiro-ministro Mark Rutte, o liberal de direita Partido da Liberdade e a Democracia, pode festejar a derrota como se fosse uma vitória. O problema de Rutte, assim como dos demais partidos civilizados da Holanda, era evitar que o primeiro lugar ficasse com o PVV (Partido da Liberdade), do xenófobo, islamófobo e anti-europeu Geert Wilders. Conseguiu: com 32 assentos (em 150), Rutte ficou em primeiro lugar, mas, para formar governo, terá que conseguir o apoio de mais três partidos, em vez de compor-se apenas com o Partido do Trabalho (a social-democracia holandesa). Foi este partido o grande derrotado do pleito, com apenas nove cadeiras, em vez das 38 obtidas em 2012 (já havia perdido três desde então, devido a cisões). Confirma-se, assim, o forte declínio da social-democracia europeia. A extrema-direita de Wilders melhorou seu desempenho (de 15 para 19 cadeiras), mas muito aquém do que a mídia internacional imaginava, ante um suposto auge do populismo de direita e da frustração com a União Europeia. O que o pleito mostrou foi, ao contrário, uma reafirmação do velho sentimento pró-Europa da maioria do Holanda, afinal um dos seis países fundadores, há 60 anos, da então Comunidade Econômica Europeia. Os partidos contrários à participação da Holanda (além do de Wilders, também o Partido Socialista) ficarão com apenas 33 cadeiras, pouco mais de 20% do total, quando as pesquisas no início do ano davam só a Wilders algo em torno de 25% dos votos. O retrocesso dos dois partidos governistas beneficiou claramente o GroenLinks (VerdeEsquerda), que quase multiplicaria por quatro o número de cadeiras, passando a 15. Seu líder, Jesse Klaver, de apenas 30 anos, já havia sido a sensação midiática da campanha, ofuscando de certa forma Geert Wilders. Se a eleição holandesa era tida como uma eventual catapulta para o populismo de direita, após a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, não funcionou como tal. Mas não significa necessariamente que populismos idênticos serão igualmente derrotados nos pleitos seguintes (França, em abril, Alemanha, no segundo semestre, e Itália, ou no fim do ano ou em 2018). Circunstâncias locais acabam tendo forte influência, capaz de superar um momento em que a direita de fato está avançando. O resultado holandês, de resto, confirma o desencanto com os partidos tradicionais, a ponto de o mais votado (o do premiê Rutte) ter obtido a menor porcentagem de votos desde 1956, há mais de meio século, portanto. Como esse desencanto está presente em quase toda a Europa, é difícil antever para que lado se voltará o voto em cada país.
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Surpresa da disputa eleitoral da Holanda é a esquerda, não a direitaAs pesquisas de boca de urna, confirmadas por um terço dos votos apurados, mostraram que o desencanto dos eleitores holandeses virou à esquerda, em vez da ultra-direita, ao contrário do que indicavam as pesquisas do início do ano. Os dois partidos que formam a atual coalizão governista eram os que mais perderiam cadeiras, segundo as pesquisas e o início da apuração: aproximadamente 39, praticamente a metade das 79 que haviam conquistado na eleição anterior. Ainda assim, como ironizou o jornal "Volkskrant", o partido do primeiro-ministro Mark Rutte, o liberal de direita Partido da Liberdade e a Democracia, pode festejar a derrota como se fosse uma vitória. O problema de Rutte, assim como dos demais partidos civilizados da Holanda, era evitar que o primeiro lugar ficasse com o PVV (Partido da Liberdade), do xenófobo, islamófobo e anti-europeu Geert Wilders. Conseguiu: com 32 assentos (em 150), Rutte ficou em primeiro lugar, mas, para formar governo, terá que conseguir o apoio de mais três partidos, em vez de compor-se apenas com o Partido do Trabalho (a social-democracia holandesa). Foi este partido o grande derrotado do pleito, com apenas nove cadeiras, em vez das 38 obtidas em 2012 (já havia perdido três desde então, devido a cisões). Confirma-se, assim, o forte declínio da social-democracia europeia. A extrema-direita de Wilders melhorou seu desempenho (de 15 para 19 cadeiras), mas muito aquém do que a mídia internacional imaginava, ante um suposto auge do populismo de direita e da frustração com a União Europeia. O que o pleito mostrou foi, ao contrário, uma reafirmação do velho sentimento pró-Europa da maioria do Holanda, afinal um dos seis países fundadores, há 60 anos, da então Comunidade Econômica Europeia. Os partidos contrários à participação da Holanda (além do de Wilders, também o Partido Socialista) ficarão com apenas 33 cadeiras, pouco mais de 20% do total, quando as pesquisas no início do ano davam só a Wilders algo em torno de 25% dos votos. O retrocesso dos dois partidos governistas beneficiou claramente o GroenLinks (VerdeEsquerda), que quase multiplicaria por quatro o número de cadeiras, passando a 15. Seu líder, Jesse Klaver, de apenas 30 anos, já havia sido a sensação midiática da campanha, ofuscando de certa forma Geert Wilders. Se a eleição holandesa era tida como uma eventual catapulta para o populismo de direita, após a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, não funcionou como tal. Mas não significa necessariamente que populismos idênticos serão igualmente derrotados nos pleitos seguintes (França, em abril, Alemanha, no segundo semestre, e Itália, ou no fim do ano ou em 2018). Circunstâncias locais acabam tendo forte influência, capaz de superar um momento em que a direita de fato está avançando. O resultado holandês, de resto, confirma o desencanto com os partidos tradicionais, a ponto de o mais votado (o do premiê Rutte) ter obtido a menor porcentagem de votos desde 1956, há mais de meio século, portanto. Como esse desencanto está presente em quase toda a Europa, é difícil antever para que lado se voltará o voto em cada país.
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Volume morto do sistema Cantareira faz um ano e vira 'reserva fixa'
No início de 2014, às vésperas de uma estiagem recorde, a população da Grande SP foi apresentada a um novo termo: volume morto. A expressão usada para designar a porção de água que fica nas partes mais baixas das represas logo tomou as rodas de conversas. O tal volume morto, ou a oficial "reserva técnica", acabou sendo a aposta do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e da Sabesp para abastecer 8 milhões de pessoas a partir de maio daquele ano –às vésperas do período eleitoral. A ideia era, a partir de obras urgentes de R$ 80 milhões, usá-lo apenas durante quatro meses, até que viessem as chuvas de outubro. Mas as chuvas não vieram, e o volume morto faz um ano, sem que o governo do Estado saiba quando poderá abrir mão de uma medida que deveria ser apenas emergencial. Neste sábado (16), o manancial registrou queda após três dias seguidos de estabilidade. Agora, opera com 15,2% de sua capacidade. A última vez em que o Cantareira tinha registrado queda havia sido no último domingo (10). Para voltar a operar no volume útil (acima do nível original de captação), precisa atingir 22,7% –o problema é que a estiagem que vai até outubro já começou. arte A CRISE Em janeiro de 2014, com o maior reservatório da região metropolitana perdendo cada vez mais água, as projeções apontavam que, sem chuvas, o Cantareira poderia chegar a seu nível zero em junho. "Nessa hora, em várias conversas, surgiu a ideia de usar a reserva técnica. Era algo desconhecido para nós, a gente não faz esse tipo de operação", diz Marco Antônio Barros, superintendente da região metropolitana da Sabesp. A estatal então foi alertada sobre uma experiência no Ceará que, desde os anos 90, usava bombas flutuantes para captar água abaixo do nível útil de seus reservatórios. Para adaptar a experiência cearense à seca paulista, a Sabesp calculou que teriam que bombear 180 bilhões de litros de água. Essa era a porção necessária para abastecer São Paulo até outubro, mês que marca o início da temporada chuvosa e quando a Sabesp esperava que as chuvas elevariam o nível da represa. Quando a obra foi anunciada, o temor de alguns era que a água do fundo das represas contivesse mais detritos e contaminantes e, por isso, sua qualidade seria pior. Segundo o professor de hidrologia da Universidade Federal do RS e diretor da Rhama Consultoria, Carlos Tucci, o receio sobre a qualidade da água ocorre sempre quando se fala em explorar o volume morto de qualquer represa. No caso do Cantareira, porém, as condições são diferentes. "O Cantareira é uma área protegida, então a contaminação por ocupação irregular é pequena", afirma Tucci. Outro receio era o de que se poderia esgotar de forma quase que irreversível a represa. Em novembro do ano passado, com o Cantareira próximo a um colapso, a Sabesp teve que explorar uma segunda cota do volume morto. O aumento do nível dos reservatórios é o que espera Sidney Trindade, 50, dono de uma pousada e de uma marina no município de Bragança Paulista, às margens da represa. Com a seca, ele viu seus lucros caírem 70%. "Lucro, não estou tendo nenhum. Estou esperando chover."
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Volume morto do sistema Cantareira faz um ano e vira 'reserva fixa'No início de 2014, às vésperas de uma estiagem recorde, a população da Grande SP foi apresentada a um novo termo: volume morto. A expressão usada para designar a porção de água que fica nas partes mais baixas das represas logo tomou as rodas de conversas. O tal volume morto, ou a oficial "reserva técnica", acabou sendo a aposta do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e da Sabesp para abastecer 8 milhões de pessoas a partir de maio daquele ano –às vésperas do período eleitoral. A ideia era, a partir de obras urgentes de R$ 80 milhões, usá-lo apenas durante quatro meses, até que viessem as chuvas de outubro. Mas as chuvas não vieram, e o volume morto faz um ano, sem que o governo do Estado saiba quando poderá abrir mão de uma medida que deveria ser apenas emergencial. Neste sábado (16), o manancial registrou queda após três dias seguidos de estabilidade. Agora, opera com 15,2% de sua capacidade. A última vez em que o Cantareira tinha registrado queda havia sido no último domingo (10). Para voltar a operar no volume útil (acima do nível original de captação), precisa atingir 22,7% –o problema é que a estiagem que vai até outubro já começou. arte A CRISE Em janeiro de 2014, com o maior reservatório da região metropolitana perdendo cada vez mais água, as projeções apontavam que, sem chuvas, o Cantareira poderia chegar a seu nível zero em junho. "Nessa hora, em várias conversas, surgiu a ideia de usar a reserva técnica. Era algo desconhecido para nós, a gente não faz esse tipo de operação", diz Marco Antônio Barros, superintendente da região metropolitana da Sabesp. A estatal então foi alertada sobre uma experiência no Ceará que, desde os anos 90, usava bombas flutuantes para captar água abaixo do nível útil de seus reservatórios. Para adaptar a experiência cearense à seca paulista, a Sabesp calculou que teriam que bombear 180 bilhões de litros de água. Essa era a porção necessária para abastecer São Paulo até outubro, mês que marca o início da temporada chuvosa e quando a Sabesp esperava que as chuvas elevariam o nível da represa. Quando a obra foi anunciada, o temor de alguns era que a água do fundo das represas contivesse mais detritos e contaminantes e, por isso, sua qualidade seria pior. Segundo o professor de hidrologia da Universidade Federal do RS e diretor da Rhama Consultoria, Carlos Tucci, o receio sobre a qualidade da água ocorre sempre quando se fala em explorar o volume morto de qualquer represa. No caso do Cantareira, porém, as condições são diferentes. "O Cantareira é uma área protegida, então a contaminação por ocupação irregular é pequena", afirma Tucci. Outro receio era o de que se poderia esgotar de forma quase que irreversível a represa. Em novembro do ano passado, com o Cantareira próximo a um colapso, a Sabesp teve que explorar uma segunda cota do volume morto. O aumento do nível dos reservatórios é o que espera Sidney Trindade, 50, dono de uma pousada e de uma marina no município de Bragança Paulista, às margens da represa. Com a seca, ele viu seus lucros caírem 70%. "Lucro, não estou tendo nenhum. Estou esperando chover."
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Ataque atribuído aos EUA mata ao menos 22 em hospital no Afeganistão
Um ataque aéreo a um hospital gerido pela organização Médicos sem Fronteiras (MSF) na cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão, deixou pelo menos 22 mortos, segundo relato da organização. Os mortos seriam 12 funcionários e sete pacientes, três dos quais crianças. O porta-voz das forças dos EUA em território afegão, coronel Brian Tribus, confirmou que houve bombardeio americano na região e disse que ele pode ter causado "danos colaterais" numa instalação médica nas proximidades. Segundo o porta-voz, o caso estava sob investigação. Na noite de sábado (3), o presidente Barack Obama disse ter pedido ao Departamento de Defesa que o informe sobre toda a investigação e que só se pronunciaria após o resultado. Ele prestou condolências às famílias das vítimas. Ao menos 37 pessoas ficaram feridas no bombardeio, e muitos dos pacientes e funcionários do hospital -ao todo, havia mais de cem pessoas no prédio- ainda estavam desaparecidos até a noite de sábado (horário afegão), segundo a MSF. Assista A Médicos sem Fronteiras afirmou ainda que o ataque ao hospital continuou por quase uma hora depois de autoridades militares americanas e afegãs terem sido informadas do erro. "Estamos profundamente chocados", disse o diretor de operações da organização, Bart Janssens. O hospital atingido era o único capacitado para tratar de ferimentos graves n a região, de acordo com a MSF. ATAQUE 'CRIMINOSO' O chefe de direitos humanos da ONU, Zeid Ra'ad al-Hussein, chamou o ataque de "trágico, indesculpável e possivelmente até criminoso". O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu uma investigação imparcial, para que os responsáveis sejam punidos. Desde a semana passada, Kunduz, cidade estratégica na região norte afegã, é cenário de confrontos entre a milícia radical islâmica Taleban, o governo do Afeganistão e as forças que o apoiam. Na segunda (28), o Taleban tomou a cidade, sua conquista mais importante desde que o grupo foi removido do poder pela invasão dos EUA, em 2001. Na quarta (30), tropas afegãs declararam ter retomado Kunduz em contra-ataque com apoio aéreo dos EUA, mas os confrontos seguiram. coordenação COORDENAÇÃO O secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, disse que a investigação para esclarecer o motivo do bombardeio está sendo realizada em coordenação com o governo local. O presidente afegão, Ashraf Ghani, manifestou "profunda tristeza" com as mortes e disse que o chefe das forças dos EUA e da Otan no país, John Campbell, expressou suas condolências. O governo do Afeganistão culpou o Taleban pelas mortes, alegando que integrantes da milícia se esconderam no hospital da MSF durante confronto com tropas afegãs. "Foi terrível ver a perda de vidas de médicos do MSF, mas infelizmente os terroristas decidiram se esconder no hospital", afirmou o porta-voz do Ministério do Interior afegão, Seddiq Seddiqi. Um morador de Kunduz, que se apresentou apenas como Khodaidad, confirmou à Reuters que membros do Taleban estavam usando hospitais da área para se esconder durante confrontos."Ouvi sons de artilharia pesada, explosões e barulho de aviões por toda a noite", descreveu Onde fica Kunduz COBRANDO EXPLICAÇÕES Em um comunicado, a Médicos sem Fronteiras afirmou que o mais provável é que o hospital tenha sido bombardeado por forças lideradas pelos EUA. "Todas as indicações no momento apontam para o bombardeio ter sido realizado por forças da Coalizão Internacional", disse a organização. "A MSF demanda por uma explicação total e transparente da coalizão sobre suas atividades em Kunduz na manhã deste sábado."
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Ataque atribuído aos EUA mata ao menos 22 em hospital no AfeganistãoUm ataque aéreo a um hospital gerido pela organização Médicos sem Fronteiras (MSF) na cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão, deixou pelo menos 22 mortos, segundo relato da organização. Os mortos seriam 12 funcionários e sete pacientes, três dos quais crianças. O porta-voz das forças dos EUA em território afegão, coronel Brian Tribus, confirmou que houve bombardeio americano na região e disse que ele pode ter causado "danos colaterais" numa instalação médica nas proximidades. Segundo o porta-voz, o caso estava sob investigação. Na noite de sábado (3), o presidente Barack Obama disse ter pedido ao Departamento de Defesa que o informe sobre toda a investigação e que só se pronunciaria após o resultado. Ele prestou condolências às famílias das vítimas. Ao menos 37 pessoas ficaram feridas no bombardeio, e muitos dos pacientes e funcionários do hospital -ao todo, havia mais de cem pessoas no prédio- ainda estavam desaparecidos até a noite de sábado (horário afegão), segundo a MSF. Assista A Médicos sem Fronteiras afirmou ainda que o ataque ao hospital continuou por quase uma hora depois de autoridades militares americanas e afegãs terem sido informadas do erro. "Estamos profundamente chocados", disse o diretor de operações da organização, Bart Janssens. O hospital atingido era o único capacitado para tratar de ferimentos graves n a região, de acordo com a MSF. ATAQUE 'CRIMINOSO' O chefe de direitos humanos da ONU, Zeid Ra'ad al-Hussein, chamou o ataque de "trágico, indesculpável e possivelmente até criminoso". O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu uma investigação imparcial, para que os responsáveis sejam punidos. Desde a semana passada, Kunduz, cidade estratégica na região norte afegã, é cenário de confrontos entre a milícia radical islâmica Taleban, o governo do Afeganistão e as forças que o apoiam. Na segunda (28), o Taleban tomou a cidade, sua conquista mais importante desde que o grupo foi removido do poder pela invasão dos EUA, em 2001. Na quarta (30), tropas afegãs declararam ter retomado Kunduz em contra-ataque com apoio aéreo dos EUA, mas os confrontos seguiram. coordenação COORDENAÇÃO O secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, disse que a investigação para esclarecer o motivo do bombardeio está sendo realizada em coordenação com o governo local. O presidente afegão, Ashraf Ghani, manifestou "profunda tristeza" com as mortes e disse que o chefe das forças dos EUA e da Otan no país, John Campbell, expressou suas condolências. O governo do Afeganistão culpou o Taleban pelas mortes, alegando que integrantes da milícia se esconderam no hospital da MSF durante confronto com tropas afegãs. "Foi terrível ver a perda de vidas de médicos do MSF, mas infelizmente os terroristas decidiram se esconder no hospital", afirmou o porta-voz do Ministério do Interior afegão, Seddiq Seddiqi. Um morador de Kunduz, que se apresentou apenas como Khodaidad, confirmou à Reuters que membros do Taleban estavam usando hospitais da área para se esconder durante confrontos."Ouvi sons de artilharia pesada, explosões e barulho de aviões por toda a noite", descreveu Onde fica Kunduz COBRANDO EXPLICAÇÕES Em um comunicado, a Médicos sem Fronteiras afirmou que o mais provável é que o hospital tenha sido bombardeado por forças lideradas pelos EUA. "Todas as indicações no momento apontam para o bombardeio ter sido realizado por forças da Coalizão Internacional", disse a organização. "A MSF demanda por uma explicação total e transparente da coalizão sobre suas atividades em Kunduz na manhã deste sábado."
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Novos inquéritos contra Cunha apuram uso do mandato para crimes
Os dois novos inquéritos abertos pelo STF (Supremo Tribunal Federal), em segredo de Justiça, contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, investigam o uso de seu mandato para práticas criminosas. Em um deles, a linha de investigação é o uso do mandato de Cunha e de deputados próximos para pressionar o grupo Schahin e favorecer o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro. No outro, o foco é a atuação de Cunha pela aprovação de medidas provisórias no Congresso Nacional em favorecimento a aliados, como o banqueiro André Esteves, ex-presidente do BTG Pactual, e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Os objetos de ambos inquéritos são os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já havia escrito no pedido de afastamento de Cunha, protocolado junto ao Supremo, que o peemedebista tem praticado "desvio de finalidade" no seu mandato parlamentar. Na peça, Janot lista diversas medidas provisórias suspeitas de terem sido manipuladas por Cunha para favorecimento indevido a Léo Pinheiro, de quem o deputado era próximo. Os indícios apontados são mensagens encontradas no celular do empreiteiro. Uma delas é a MP 584/2012, que concedia isenção às empresas vinculadas às Olimpíadas de 2016. "No mesmo dia, Cunha perguntou se na Medida Provisória 584/2012 há emendas da OAS e da prefeitura e que estaria vendo com Dornelles, referindo-se ao deputado Francisco Dornelles. Alguns dias depois, Cunha cobrou o pagamento de valores, que, pelo teor das conversas anteriores, era em duas partes: R$ 1.500.000,00 e R$ 400.000", escreveu Janot. Já em relação à Schahin, a suspeita é que requerimentos na Câmara de convocação de diretores do grupo foram usados para pressioná-los por causa de uma disputa comercial com Funaro. Neste caso, além de Cunha, outros deputados aliados dele também devem ser investigados. Há requerimentos contra a Schahin assinados por vários parlamentares próximos a Cunha, como os hoje ex-deputados Nelson Bornier (PMDB-RJ) e Alexandre Santos (PMDB-RJ). Dois empresários do grupo, os irmãos Milton e Salim Schahin, até disseram em depoimentos que foram ameaçados de morte por Funaro. OUTRO LADO Cunha, por meio de sua assessoria, nega as acusações do uso do mandato para práticas criminosas. Ele também tem dito que não responde por requerimentos apresentados por outros deputados. A Folha não localizou a defesa de Léo Pinheiro. A defesa de André Esteves afirma que "não há nenhuma irregularidade" da parte dele e que vai aguardar o andamento das investigações. Funaro, em documento enviado ao Supremo por seu advogado, chamou de "absurda" a acusação de ameaça de morte, disse que "jamais" teria influência para fazer Cunha agir em seu favor e sustentou que o grupo Schahin merecia ser investigado justamente por estar envolvido em irregularidades comprovadas na Operação Lava Jato. Procurada nesta sexta-feira (29), a assessoria do governador interino do Rio, Francisco Dornelles, informou que ele não vai comentar.
poder
Novos inquéritos contra Cunha apuram uso do mandato para crimesOs dois novos inquéritos abertos pelo STF (Supremo Tribunal Federal), em segredo de Justiça, contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, investigam o uso de seu mandato para práticas criminosas. Em um deles, a linha de investigação é o uso do mandato de Cunha e de deputados próximos para pressionar o grupo Schahin e favorecer o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro. No outro, o foco é a atuação de Cunha pela aprovação de medidas provisórias no Congresso Nacional em favorecimento a aliados, como o banqueiro André Esteves, ex-presidente do BTG Pactual, e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Os objetos de ambos inquéritos são os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já havia escrito no pedido de afastamento de Cunha, protocolado junto ao Supremo, que o peemedebista tem praticado "desvio de finalidade" no seu mandato parlamentar. Na peça, Janot lista diversas medidas provisórias suspeitas de terem sido manipuladas por Cunha para favorecimento indevido a Léo Pinheiro, de quem o deputado era próximo. Os indícios apontados são mensagens encontradas no celular do empreiteiro. Uma delas é a MP 584/2012, que concedia isenção às empresas vinculadas às Olimpíadas de 2016. "No mesmo dia, Cunha perguntou se na Medida Provisória 584/2012 há emendas da OAS e da prefeitura e que estaria vendo com Dornelles, referindo-se ao deputado Francisco Dornelles. Alguns dias depois, Cunha cobrou o pagamento de valores, que, pelo teor das conversas anteriores, era em duas partes: R$ 1.500.000,00 e R$ 400.000", escreveu Janot. Já em relação à Schahin, a suspeita é que requerimentos na Câmara de convocação de diretores do grupo foram usados para pressioná-los por causa de uma disputa comercial com Funaro. Neste caso, além de Cunha, outros deputados aliados dele também devem ser investigados. Há requerimentos contra a Schahin assinados por vários parlamentares próximos a Cunha, como os hoje ex-deputados Nelson Bornier (PMDB-RJ) e Alexandre Santos (PMDB-RJ). Dois empresários do grupo, os irmãos Milton e Salim Schahin, até disseram em depoimentos que foram ameaçados de morte por Funaro. OUTRO LADO Cunha, por meio de sua assessoria, nega as acusações do uso do mandato para práticas criminosas. Ele também tem dito que não responde por requerimentos apresentados por outros deputados. A Folha não localizou a defesa de Léo Pinheiro. A defesa de André Esteves afirma que "não há nenhuma irregularidade" da parte dele e que vai aguardar o andamento das investigações. Funaro, em documento enviado ao Supremo por seu advogado, chamou de "absurda" a acusação de ameaça de morte, disse que "jamais" teria influência para fazer Cunha agir em seu favor e sustentou que o grupo Schahin merecia ser investigado justamente por estar envolvido em irregularidades comprovadas na Operação Lava Jato. Procurada nesta sexta-feira (29), a assessoria do governador interino do Rio, Francisco Dornelles, informou que ele não vai comentar.
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Regra de três
Embora a uma distância segura das situações calamitosas vividas em outros Estados, o governo de São Paulo está longe de superar o impacto da recessão econômica sobre suas finanças. Seus balanços mais recentes dão conta de que a arrecadação de impostos voltou a despencar em 2016, quando somou R$ 146,6 bilhões. Após três anos consecutivos de queda —reflexo da derrocada da produção industrial e do consumo das famílias—, a perda para a receita anual, em valores corrigidos, ronda os R$ 25 bilhões. Em um revés financeiro dessa dimensão, as vítimas mais imediatas são os investimentos, despesas não obrigatórias que podem incluir de obras de transporte urbano à construção de hospitais e escolas. Conforme a Secretaria da Fazenda, o Estado investiu R$ 8,2 bilhões no ano passado (R$ 15,3 bilhões se somadas as empresas estatais que dispõem de recursos próprios), o menor montante desta década. A administração de Geraldo Alckmin (PSDB) pode encontrar algum conforto na comparação de tais cifras com a ruína de governos como os de Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que precisam mendigar socorro federal para conseguir pagar suas dívidas e os salários do funcionalismo. Mas é fato que o grupo tucano, há espantosos 22 anos no comando da máquina estadual, enfrenta restrições orçamentárias até então tidas como superadas. Se o partido pode gabar-se de manter as contas em relativa ordem, os progressos das políticas públicas, hoje já menos vistosos, demandarão mais eficiência e inovação. O exemplo mais flagrante se dá na educação, de desempenho cronicamente insatisfatório. Nesta semana, divulgou-se que o Saresp, exame anual do rendimento escolar na rede paulista, mostrou mais uma vez resultados bem abaixo dos desejados, conforme parâmetros adotados pelo próprio governo. Com ligeira melhora nas notas de português e alguma piora em matemática, as provas evidenciam a estagnação do aprendizado em um patamar inaceitável para a unidade mais rica da Federação —onde praticamente metade dos estudantes do último ano do ensino público médio não domina o uso da prosaica regra de três. O cálculo de proporção direta, aliás, não se aplica à relação entre verba disponível e qualidade da educação. As despesas no setor elevaram-se em São Paulo e no país ao longo dos anos de bonança econômica, sem melhora correspondente do nível de ensino. Agora, a falta de dinheiro só torna mais explícita a escassez de ideias. [email protected]
opiniao
Regra de trêsEmbora a uma distância segura das situações calamitosas vividas em outros Estados, o governo de São Paulo está longe de superar o impacto da recessão econômica sobre suas finanças. Seus balanços mais recentes dão conta de que a arrecadação de impostos voltou a despencar em 2016, quando somou R$ 146,6 bilhões. Após três anos consecutivos de queda —reflexo da derrocada da produção industrial e do consumo das famílias—, a perda para a receita anual, em valores corrigidos, ronda os R$ 25 bilhões. Em um revés financeiro dessa dimensão, as vítimas mais imediatas são os investimentos, despesas não obrigatórias que podem incluir de obras de transporte urbano à construção de hospitais e escolas. Conforme a Secretaria da Fazenda, o Estado investiu R$ 8,2 bilhões no ano passado (R$ 15,3 bilhões se somadas as empresas estatais que dispõem de recursos próprios), o menor montante desta década. A administração de Geraldo Alckmin (PSDB) pode encontrar algum conforto na comparação de tais cifras com a ruína de governos como os de Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que precisam mendigar socorro federal para conseguir pagar suas dívidas e os salários do funcionalismo. Mas é fato que o grupo tucano, há espantosos 22 anos no comando da máquina estadual, enfrenta restrições orçamentárias até então tidas como superadas. Se o partido pode gabar-se de manter as contas em relativa ordem, os progressos das políticas públicas, hoje já menos vistosos, demandarão mais eficiência e inovação. O exemplo mais flagrante se dá na educação, de desempenho cronicamente insatisfatório. Nesta semana, divulgou-se que o Saresp, exame anual do rendimento escolar na rede paulista, mostrou mais uma vez resultados bem abaixo dos desejados, conforme parâmetros adotados pelo próprio governo. Com ligeira melhora nas notas de português e alguma piora em matemática, as provas evidenciam a estagnação do aprendizado em um patamar inaceitável para a unidade mais rica da Federação —onde praticamente metade dos estudantes do último ano do ensino público médio não domina o uso da prosaica regra de três. O cálculo de proporção direta, aliás, não se aplica à relação entre verba disponível e qualidade da educação. As despesas no setor elevaram-se em São Paulo e no país ao longo dos anos de bonança econômica, sem melhora correspondente do nível de ensino. Agora, a falta de dinheiro só torna mais explícita a escassez de ideias. [email protected]
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Morre alemão ferido em explosão em prédio na zona sul no Rio
O alemão Markus Müller, 51, morreu na madrugada desta quinta-feira (28) após ficar quase dez dias internado. Ele teve 50% do corpo queimado depois de uma explosão no apartamento onde morava, em São Conrado, na zona sul do Rio, no dia 18 de maio. Segundo a GloboNews, ele estava internado em estado grave no Hospital Pedro 2º, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Além das queimaduras, o alemão tinha cortes nos braços, peito tórax e nádegas. Ele estava internado no Centro de Tratamento de Queimados do hospital. Outras três pessoas ficaram feridas, mas receberam alta no mesmo dia. A explosão foi causada pela má instalação da tubulação de gás com o fogão, segundo conclusão preliminar da perícia criminal. A peça que deveria vedar o gás usado no fogão não foi rosqueada com a pressão adequada, o que provocou o vazamento. "A conclusão da perícia é de que o ocorrido foi um acidente. Foram constatados também azulejos sobre azulejos; essas reformas atuais acarretam isso, pois aumentam a profundidade da peça que recebe a recepção e impedem a fixação total do rabicho, que é a peça", disse o diretor do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, Sérgio William. Também foi constatado que não há indício da presença de nenhuma outra pessoa no apartamento em que ocorreu o acidente. A polícia chegou a considerar a possibilidade do alemão ter sido vítima de uma tentativa de assalto por conta de alguns ferimentos encontrados em seu corpo. A estrutura do prédio não foi comprometida, mas os apartamentos, áreas comuns e rede de serviços terão de passar por reparos. Além do apartamento do alemão, outros oito apartamentos ficaram completamente destruídos. O prédio tem 19 andares e 72 apartamentos.
cotidiano
Morre alemão ferido em explosão em prédio na zona sul no RioO alemão Markus Müller, 51, morreu na madrugada desta quinta-feira (28) após ficar quase dez dias internado. Ele teve 50% do corpo queimado depois de uma explosão no apartamento onde morava, em São Conrado, na zona sul do Rio, no dia 18 de maio. Segundo a GloboNews, ele estava internado em estado grave no Hospital Pedro 2º, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Além das queimaduras, o alemão tinha cortes nos braços, peito tórax e nádegas. Ele estava internado no Centro de Tratamento de Queimados do hospital. Outras três pessoas ficaram feridas, mas receberam alta no mesmo dia. A explosão foi causada pela má instalação da tubulação de gás com o fogão, segundo conclusão preliminar da perícia criminal. A peça que deveria vedar o gás usado no fogão não foi rosqueada com a pressão adequada, o que provocou o vazamento. "A conclusão da perícia é de que o ocorrido foi um acidente. Foram constatados também azulejos sobre azulejos; essas reformas atuais acarretam isso, pois aumentam a profundidade da peça que recebe a recepção e impedem a fixação total do rabicho, que é a peça", disse o diretor do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, Sérgio William. Também foi constatado que não há indício da presença de nenhuma outra pessoa no apartamento em que ocorreu o acidente. A polícia chegou a considerar a possibilidade do alemão ter sido vítima de uma tentativa de assalto por conta de alguns ferimentos encontrados em seu corpo. A estrutura do prédio não foi comprometida, mas os apartamentos, áreas comuns e rede de serviços terão de passar por reparos. Além do apartamento do alemão, outros oito apartamentos ficaram completamente destruídos. O prédio tem 19 andares e 72 apartamentos.
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Estados Unidos aceleram plantio, e Brasil pode ser afetado
Os produtores dos Estados Unidos imprimiram um ritmo muito forte no plantio de grãos nos últimos dias. Semearam 15,2 milhões de hectares em apenas uma semana, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (15) pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Uma boa notícia para os produtores americanos, que iniciaram a safra 2017/18 com condições climáticas piores do que as de 2016/17. Mas essa rápida recuperação de plantio pode ser uma má notícia para os produtores brasileiros. O plantio atrasado nos Estados Unidos poderia gerar quebra de produtividade, caso não fosse feito em tempo ideal. Com uma nova "safra cheia" nas lavouras norte-americanas, após produção recorde na América do Sul, os preços poderão ficar ainda mais depreciados. Daniele Siqueira, analista da AgRural, aponta que os percentuais de plantio de soja e de milho deste ano agora se equiparam aos da média dos últimos cinco anos. Ela destaca que é cedo para avaliações de safra, mas essa concentração de plantio em um período muito curto acaba sendo um perigo. Um eventual problema na fase de enchimento de grãos —julho e agosto— vai trazer efeitos muito mais complexos do que se o plantio tivesse sido feito em um período mais prolongado. Siqueira afirma que os norte-americanos conseguiram semear 6,2 milhões de hectares de soja na semana passada. Com isso, já plantaram 11,6 milhões de hectares dos 36,2 milhões que serão destinados à oleaginosa. Já o plantio de milho avançou 8,7 milhões de hectares na semana passada, somando 26 milhões dos 36,4 milhões que serão semeados. A soja voltou a subir nesta segunda-feira, mas a influência sobre os preços veio de fora das lavouras. A queda do dólar e a alta do petróleo puxaram os preços do contrato de julho para US$ 9,70 por bushel (27,2 quilos). Siqueira diz que "o produtor brasileiro tem de ficar atento às mudanças de preços em Chicago para efetuar seus negócios". CARNES As boas exportações de carnes da primeira semana deste mês não se repetiram na segunda. As receitas médias da segunda semana recuaram para US$ 52,3 milhões por dia útil, 18% menos do que na anterior. AINDA MELHOR Mesmo com essa queda, o valor financeiro deste mês será superior ao de abril, devido ao menor número de dias úteis no mês passado. VALOR Se a exportação de carnes mantiver o mesmo ritmo, as vendas externas desses produtos vão render US$ 1,32 bilhão, ante US$ 1,1 bilhão no mês passado. FRANGO CAI MAIS O principal recuo na segunda semana, em relação à primeira, ocorre no setor de avicultura, que teve queda de 18% no volume exportado. RECUPERAÇÃO A exportação de carne bovina, a que mais tinha caído na primeira semana, foi a que mais se recuperou na segunda. A alta foi de 7%, quando comparados os dados médios das duas semanas. CARNE FRACA A operação da Polícia Federal custou pelo menos R$ 40 milhões para os frigoríficos instalados em São Paulo, segundo o IEA (Instituto de Economia Agrícola), órgão da Secretaria de Agricultura do Estado. COMPARAÇÕES Os dados se referem ao mês de março e tomam como base a perda de ritmo do saldo das exportações daquele mês, em relação ao do comportamento do primeiro bimestre do ano. DE OLHO NO PREÇO Açúcar (cent. de dólar*) Café (cent. de dólar*) Milho (US$ por bushel) Trigo (US$ por bushel)
colunas
Estados Unidos aceleram plantio, e Brasil pode ser afetadoOs produtores dos Estados Unidos imprimiram um ritmo muito forte no plantio de grãos nos últimos dias. Semearam 15,2 milhões de hectares em apenas uma semana, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (15) pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Uma boa notícia para os produtores americanos, que iniciaram a safra 2017/18 com condições climáticas piores do que as de 2016/17. Mas essa rápida recuperação de plantio pode ser uma má notícia para os produtores brasileiros. O plantio atrasado nos Estados Unidos poderia gerar quebra de produtividade, caso não fosse feito em tempo ideal. Com uma nova "safra cheia" nas lavouras norte-americanas, após produção recorde na América do Sul, os preços poderão ficar ainda mais depreciados. Daniele Siqueira, analista da AgRural, aponta que os percentuais de plantio de soja e de milho deste ano agora se equiparam aos da média dos últimos cinco anos. Ela destaca que é cedo para avaliações de safra, mas essa concentração de plantio em um período muito curto acaba sendo um perigo. Um eventual problema na fase de enchimento de grãos —julho e agosto— vai trazer efeitos muito mais complexos do que se o plantio tivesse sido feito em um período mais prolongado. Siqueira afirma que os norte-americanos conseguiram semear 6,2 milhões de hectares de soja na semana passada. Com isso, já plantaram 11,6 milhões de hectares dos 36,2 milhões que serão destinados à oleaginosa. Já o plantio de milho avançou 8,7 milhões de hectares na semana passada, somando 26 milhões dos 36,4 milhões que serão semeados. A soja voltou a subir nesta segunda-feira, mas a influência sobre os preços veio de fora das lavouras. A queda do dólar e a alta do petróleo puxaram os preços do contrato de julho para US$ 9,70 por bushel (27,2 quilos). Siqueira diz que "o produtor brasileiro tem de ficar atento às mudanças de preços em Chicago para efetuar seus negócios". CARNES As boas exportações de carnes da primeira semana deste mês não se repetiram na segunda. As receitas médias da segunda semana recuaram para US$ 52,3 milhões por dia útil, 18% menos do que na anterior. AINDA MELHOR Mesmo com essa queda, o valor financeiro deste mês será superior ao de abril, devido ao menor número de dias úteis no mês passado. VALOR Se a exportação de carnes mantiver o mesmo ritmo, as vendas externas desses produtos vão render US$ 1,32 bilhão, ante US$ 1,1 bilhão no mês passado. FRANGO CAI MAIS O principal recuo na segunda semana, em relação à primeira, ocorre no setor de avicultura, que teve queda de 18% no volume exportado. RECUPERAÇÃO A exportação de carne bovina, a que mais tinha caído na primeira semana, foi a que mais se recuperou na segunda. A alta foi de 7%, quando comparados os dados médios das duas semanas. CARNE FRACA A operação da Polícia Federal custou pelo menos R$ 40 milhões para os frigoríficos instalados em São Paulo, segundo o IEA (Instituto de Economia Agrícola), órgão da Secretaria de Agricultura do Estado. COMPARAÇÕES Os dados se referem ao mês de março e tomam como base a perda de ritmo do saldo das exportações daquele mês, em relação ao do comportamento do primeiro bimestre do ano. DE OLHO NO PREÇO Açúcar (cent. de dólar*) Café (cent. de dólar*) Milho (US$ por bushel) Trigo (US$ por bushel)
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Tribunal manda desligar aparelhos de bebê britânico com doença terminal
O presidente dos EUA, Donald Trump, e o Vaticano declararam apoio a Charlie Gard, um bebê britânico de 11 meses que, por ordem da Justiça britânica, deve ter os equipamentos que o mantêm vivo desligados apesar de seus pais serem contra. Em um canal oficial, o papa Francisco escreveu que "defender a vida humana, sobretudo quando ferida por doença, é um dever de amor que Deus confia a todos". O Hospital Menino Jesus, que pertence ao Vaticano, contatou o Grande Hospital Infantil de Ormond Street, onde o bebê está internado em Londres, para saber se Charlie pode ser transferido para Roma. Trump, por sua vez, declarou que os EUA "ficarão muito felizes em ajudar o pequeno #CharlieGard", como "nossos amigos no Reino Unido e o papa". Não está claro, porém, como o governo americano poderia ajudar neste caso. "Sabemos que é um caso desesperado e que não há terapias eficazes", disse à agência italiana Ansa Mariella Enoc, presidente do hospital do Vaticano. "Estamos junto dos pais em orações e, se for seu desejo, dispostos a receber seu filho durante o tempo que lhe resta de vida." Charlie, nascido em 4 de agosto, tem uma condição genética rara ligada ao esgotamento do DNA mitocondrial e um consequente dano que atinge seu cérebro e seus músculos, tornando-o incapaz de mover braços e pernas, de comer e mesmo de respirar por conta própria. À revelia dos pais, tribunais britânicos decidiram que o menino deve ter permissão para morrer depois de uma batalha jurídica em que médicos afirmaram que a criança não tem possibilidade de sobreviver. A família afirma haver um tratamento experimental nos EUA que eles ainda não tentaram. O caso foi levado ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, que se recusou a acatá-lo na semana passada, mantendo decisões anteriores de que é do interesse do bebê desligar os aparelhos. Os pais de Charlie, Chris Gard e Connie Yates, manifestaram desespero por não poderem decidir sobre a vida de seu filho. Eles apareceram em um vídeo no final da semana passada, dizendo que o bebê teria os aparelhos vitais desligados na sexta (30). "Ele lutaria até o fim, mas não podemos mais lutar por ele", diz Gard. "Não podemos nem sequer levar nosso filho para morrer em casa." Os pais haviam dito que o hospital não queria lhes dar tempo para a despedida, mas depois afirmaram que a retirada foi adiada na sexta. Contatada, a direção do hospital disse que não comentaria detalhes específicos do caso. Um porta-voz da Fundação Grande Hospital Infantil de Ormond Street confirmou que a instituição e os pais de Charlie estão "fazendo planos para cuidar dele e lhes dar mais tempo juntos como uma família" e pediu privacidade para o hospital e a família, "neste momento perturbador". O porta-voz do Vaticano Greg Burke, que retuitou os comentários do papa com o hashtag #CharlieGard, disse em um comunicado que Francisco havia pedido que os pais de Charlie sejam autorizados a cuidar dele até sua morte. "O Santo Padre acompanha com afeto e emoção o caso do pequeno Charlie Gard e declara sua proximidade de seus pais", disse o comunicado, segundo a Rádio Vaticano. "O papa reza por eles, esperando que seu desejo de acompanhar e cuidar do filho até o fim não seja ignorado."
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Tribunal manda desligar aparelhos de bebê britânico com doença terminalO presidente dos EUA, Donald Trump, e o Vaticano declararam apoio a Charlie Gard, um bebê britânico de 11 meses que, por ordem da Justiça britânica, deve ter os equipamentos que o mantêm vivo desligados apesar de seus pais serem contra. Em um canal oficial, o papa Francisco escreveu que "defender a vida humana, sobretudo quando ferida por doença, é um dever de amor que Deus confia a todos". O Hospital Menino Jesus, que pertence ao Vaticano, contatou o Grande Hospital Infantil de Ormond Street, onde o bebê está internado em Londres, para saber se Charlie pode ser transferido para Roma. Trump, por sua vez, declarou que os EUA "ficarão muito felizes em ajudar o pequeno #CharlieGard", como "nossos amigos no Reino Unido e o papa". Não está claro, porém, como o governo americano poderia ajudar neste caso. "Sabemos que é um caso desesperado e que não há terapias eficazes", disse à agência italiana Ansa Mariella Enoc, presidente do hospital do Vaticano. "Estamos junto dos pais em orações e, se for seu desejo, dispostos a receber seu filho durante o tempo que lhe resta de vida." Charlie, nascido em 4 de agosto, tem uma condição genética rara ligada ao esgotamento do DNA mitocondrial e um consequente dano que atinge seu cérebro e seus músculos, tornando-o incapaz de mover braços e pernas, de comer e mesmo de respirar por conta própria. À revelia dos pais, tribunais britânicos decidiram que o menino deve ter permissão para morrer depois de uma batalha jurídica em que médicos afirmaram que a criança não tem possibilidade de sobreviver. A família afirma haver um tratamento experimental nos EUA que eles ainda não tentaram. O caso foi levado ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, que se recusou a acatá-lo na semana passada, mantendo decisões anteriores de que é do interesse do bebê desligar os aparelhos. Os pais de Charlie, Chris Gard e Connie Yates, manifestaram desespero por não poderem decidir sobre a vida de seu filho. Eles apareceram em um vídeo no final da semana passada, dizendo que o bebê teria os aparelhos vitais desligados na sexta (30). "Ele lutaria até o fim, mas não podemos mais lutar por ele", diz Gard. "Não podemos nem sequer levar nosso filho para morrer em casa." Os pais haviam dito que o hospital não queria lhes dar tempo para a despedida, mas depois afirmaram que a retirada foi adiada na sexta. Contatada, a direção do hospital disse que não comentaria detalhes específicos do caso. Um porta-voz da Fundação Grande Hospital Infantil de Ormond Street confirmou que a instituição e os pais de Charlie estão "fazendo planos para cuidar dele e lhes dar mais tempo juntos como uma família" e pediu privacidade para o hospital e a família, "neste momento perturbador". O porta-voz do Vaticano Greg Burke, que retuitou os comentários do papa com o hashtag #CharlieGard, disse em um comunicado que Francisco havia pedido que os pais de Charlie sejam autorizados a cuidar dele até sua morte. "O Santo Padre acompanha com afeto e emoção o caso do pequeno Charlie Gard e declara sua proximidade de seus pais", disse o comunicado, segundo a Rádio Vaticano. "O papa reza por eles, esperando que seu desejo de acompanhar e cuidar do filho até o fim não seja ignorado."
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Dengue e zika são "ameaça imediata" após terremoto no Equador, diz ONG
Doenças transmitidas por mosquitos, como os vírus da dengue e da zika, impõem uma "ameaça imediata" aos sobreviventes do devastador terremoto que atingiu o Equador no sábado (16), alertou a ONG Care. Esforços para ajudar as mais de 24 mil pessoas cujas casas estão destruídas ou danificadas foram prejudicados por forte chuva, e o acesso à água limpa é uma das maiores necessidades das vítimas, disse a entidade nesta quinta-feira (21). "Há muita água parada, o que aumenta consideravelmente o número de criadouros de mosquitos", afirmou por meio de um comunicado Lucy Harman, chefe da equipe de emergência da CARE no Equador. Como resultado, continua Harman, "há um risco maior de doenças transmitidas por mosquitos, como a zika e a dengue". Em janeiro, o Equador confirmou 22 casos do vírus da zika, que domina vários países da América Latina, com forte impacto no Brasil. O terremoto de sábado matou pelo menos 570 pessoas e espalhou destruição. O governo estima que a reconstrução das áreas atingidas custará US$ 3 bilhões, cerca de 3% do PIB do país. Stephen O'Brien, representante da ONU para assuntos humanitários, cobrou mais apoio aos sobreviventes do tremor. "Instalações e insumos médicos são necessitados com urgência pelos feridos, assim como comida, água limpa e saneamento básico", afirmou O'Brien na quarta (20), após dois dias de visita ao Equador.
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Dengue e zika são "ameaça imediata" após terremoto no Equador, diz ONGDoenças transmitidas por mosquitos, como os vírus da dengue e da zika, impõem uma "ameaça imediata" aos sobreviventes do devastador terremoto que atingiu o Equador no sábado (16), alertou a ONG Care. Esforços para ajudar as mais de 24 mil pessoas cujas casas estão destruídas ou danificadas foram prejudicados por forte chuva, e o acesso à água limpa é uma das maiores necessidades das vítimas, disse a entidade nesta quinta-feira (21). "Há muita água parada, o que aumenta consideravelmente o número de criadouros de mosquitos", afirmou por meio de um comunicado Lucy Harman, chefe da equipe de emergência da CARE no Equador. Como resultado, continua Harman, "há um risco maior de doenças transmitidas por mosquitos, como a zika e a dengue". Em janeiro, o Equador confirmou 22 casos do vírus da zika, que domina vários países da América Latina, com forte impacto no Brasil. O terremoto de sábado matou pelo menos 570 pessoas e espalhou destruição. O governo estima que a reconstrução das áreas atingidas custará US$ 3 bilhões, cerca de 3% do PIB do país. Stephen O'Brien, representante da ONU para assuntos humanitários, cobrou mais apoio aos sobreviventes do tremor. "Instalações e insumos médicos são necessitados com urgência pelos feridos, assim como comida, água limpa e saneamento básico", afirmou O'Brien na quarta (20), após dois dias de visita ao Equador.
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As duas fases dos planos de previdência
O nome do produto –planos de previdência complementar– é autoexplicativo. Foram criados a fim de permitir que possamos acumular recursos financeiros para, a partir de uma certa idade, termos uma renda para complementar o benefício social a que temos direito. O que pouca gente sabe é que o produto, vendido como se uma aplicação financeira fosse, tem características muito diferentes das de um investimento tradicional. Todo plano de previdência tem duas fases. Conhecemos um pouco acerca da primeira fase, mas pouco sabemos a respeito da segunda fase, que começa na data indicada na proposta de adesão. "Mas foi há 10, 15 anos... nem lembro que data eu coloquei... não tenho ideia do que acontece a partir dessa data..." Se foi essa sua reação, o assunto te interessa. PROPOSTA DE ADESÃO Talvez você já tenha esquecido ou nem reparou que no dia em que você fez o primeiro aporte de dinheiro em um plano de previdência privada você tomou algumas decisões. Escolheu ou definiu: - o tipo de plano: PGBL ou VGBL; - o regime de tributação: tabela progressiva ou tabela regressiva; - o tipo de fundo em que o dinheiro será aplicado; - a data de início da segunda fase do plano, a fase de benefício; - o tipo de benefício que deseja receber, entre os oferecidos pela seguradora; - os beneficiários do plano no caso de sua morte. PRIMEIRA FASE Essa fase (de diferimento) se assemelha bastante a uma aplicação financeira. O dinheiro é seu e você faz com ele o que quiser. Faz depósitos, mensais, esporádicos ou único, de acordo com sua disponibilidade de caixa. E pode resgatar parte ou todo o dinheiro acumulado se não tiver intenção de convertê-lo em renda futura. Durante essa fase você pode fazer um monte de coisas: alterar os beneficiários indicados na proposta original; alterar a data de início da fase de benefício; pode usar a portabilidade para transferir o seu pecúlio para outra seguradora, mudar o tipo de fundo de investimento, mudar o regime de tributação do tributável (tabela progressiva) para o definitivo (tabela regressiva). Só não pode mudar o tipo de plano. SUCESSÃO Você pode manter a fase de diferimento em aberto usando o produto como instrumento de sucessão, ou seja, deseja que o capital seja pago aos beneficiários indicados após sua morte. Nesse caso, fique atento para postergar a data de início da fase de benefício, evitando converter o pecúlio em renda. Quando a seguradora for informada da morte, o saldo será pago aos beneficiários conforme a proporção definida na proposta. Vale lembrar que não transita pelo inventário e é isento do ITCMD na maioria dos Estados do país. O Imposto de Renda será pago conforme o regime de tributação escolhido. Os beneficiários não devem fazer novos depósitos após a morte do participante. A seguradora pagará somente o saldo existente na data do falecimento. Novos depósitos serão devolvidos sem remuneração pois deveriam ter sido arrolados no inventário. Fique atento! SEGUNDA FASE Nessa fase, semelhante a uma apólice de seguro, o dinheiro é da seguradora. Ao término da fase de diferimento, o pecúlio é transferido para a seguradora, que assume a obrigação de pagar renda vitalícia ou por prazo determinado, reversível ou não a beneficiários, conforme definido na proposta. A previsão é que a seguradora envie carta, com antecedência mínima de 30 dias. Será sua última chance de contratar ou não o seguro de renda, alterar os beneficiários e escolher o tipo de renda. Para não correr o risco de um desencontro ou esquecimento, tome a iniciativa de postergá-la, conforme sua vontade. Se nenhuma instrução em contrário for dada, a seguradora executa a proposta, ou seja, você ou seus beneficiários passam a receber a renda contratada, e o capital acumulado não estará mais disponível para resgate. Não há espaço para alterações ou arrependimento.
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As duas fases dos planos de previdênciaO nome do produto –planos de previdência complementar– é autoexplicativo. Foram criados a fim de permitir que possamos acumular recursos financeiros para, a partir de uma certa idade, termos uma renda para complementar o benefício social a que temos direito. O que pouca gente sabe é que o produto, vendido como se uma aplicação financeira fosse, tem características muito diferentes das de um investimento tradicional. Todo plano de previdência tem duas fases. Conhecemos um pouco acerca da primeira fase, mas pouco sabemos a respeito da segunda fase, que começa na data indicada na proposta de adesão. "Mas foi há 10, 15 anos... nem lembro que data eu coloquei... não tenho ideia do que acontece a partir dessa data..." Se foi essa sua reação, o assunto te interessa. PROPOSTA DE ADESÃO Talvez você já tenha esquecido ou nem reparou que no dia em que você fez o primeiro aporte de dinheiro em um plano de previdência privada você tomou algumas decisões. Escolheu ou definiu: - o tipo de plano: PGBL ou VGBL; - o regime de tributação: tabela progressiva ou tabela regressiva; - o tipo de fundo em que o dinheiro será aplicado; - a data de início da segunda fase do plano, a fase de benefício; - o tipo de benefício que deseja receber, entre os oferecidos pela seguradora; - os beneficiários do plano no caso de sua morte. PRIMEIRA FASE Essa fase (de diferimento) se assemelha bastante a uma aplicação financeira. O dinheiro é seu e você faz com ele o que quiser. Faz depósitos, mensais, esporádicos ou único, de acordo com sua disponibilidade de caixa. E pode resgatar parte ou todo o dinheiro acumulado se não tiver intenção de convertê-lo em renda futura. Durante essa fase você pode fazer um monte de coisas: alterar os beneficiários indicados na proposta original; alterar a data de início da fase de benefício; pode usar a portabilidade para transferir o seu pecúlio para outra seguradora, mudar o tipo de fundo de investimento, mudar o regime de tributação do tributável (tabela progressiva) para o definitivo (tabela regressiva). Só não pode mudar o tipo de plano. SUCESSÃO Você pode manter a fase de diferimento em aberto usando o produto como instrumento de sucessão, ou seja, deseja que o capital seja pago aos beneficiários indicados após sua morte. Nesse caso, fique atento para postergar a data de início da fase de benefício, evitando converter o pecúlio em renda. Quando a seguradora for informada da morte, o saldo será pago aos beneficiários conforme a proporção definida na proposta. Vale lembrar que não transita pelo inventário e é isento do ITCMD na maioria dos Estados do país. O Imposto de Renda será pago conforme o regime de tributação escolhido. Os beneficiários não devem fazer novos depósitos após a morte do participante. A seguradora pagará somente o saldo existente na data do falecimento. Novos depósitos serão devolvidos sem remuneração pois deveriam ter sido arrolados no inventário. Fique atento! SEGUNDA FASE Nessa fase, semelhante a uma apólice de seguro, o dinheiro é da seguradora. Ao término da fase de diferimento, o pecúlio é transferido para a seguradora, que assume a obrigação de pagar renda vitalícia ou por prazo determinado, reversível ou não a beneficiários, conforme definido na proposta. A previsão é que a seguradora envie carta, com antecedência mínima de 30 dias. Será sua última chance de contratar ou não o seguro de renda, alterar os beneficiários e escolher o tipo de renda. Para não correr o risco de um desencontro ou esquecimento, tome a iniciativa de postergá-la, conforme sua vontade. Se nenhuma instrução em contrário for dada, a seguradora executa a proposta, ou seja, você ou seus beneficiários passam a receber a renda contratada, e o capital acumulado não estará mais disponível para resgate. Não há espaço para alterações ou arrependimento.
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Testemunha cita pai de Fábio Porchat em investigação de fraudes da Rouanet
Testemunha da Operação Boca Livre, Katia dos Santos Piauy, auxiliar administrativa e financeira do grupo Bellini Cultural em 2014, apontou fraudes praticadas pelo conglomerado investigado pelo desvio de R$ 180 milhões em projetos da Lei Rouanet. O depoimento foi dado à Polícia Federal em 30 de junho, dois dias após da deflagração da Operação Boca Livre. Nele, Piauy cita, entre as fraudes, a falsificação de recibos de doação de livros produzidos por meio de isenção fiscal. Para forjar os documentos, segundo ela, o grupo teria a ajuda da Academia Latino-Americana de Artes (ALA), dirigida pelo empresário Fábio Porchat, pai do humorista do Porta dos Fundos. Entre os conselheiros da associação está Antônio Carlos Bellini, presidente do grupo Bellini. As informações foram divulgadas nesta terça (12) pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Piauy, que fez três projetos culturais e captou R$ 647,6 mil, afirma no texto da PF que "tinha conhecimento que Bellini, por possuir muitos contatos no meio artístico e cultural, conseguiria tais comprovantes". Entre elas estaria a ALA, que "fornecia a Bellini essas declarações falsas de que teria recebido livros". Quanto aos livros que deveriam ser doados, Piauy disse que "tem conhecimento de que um grande número de exemplares encontravam-se abandonados na sede do escritório das empresas (Avenida Giovani Gronchi, Morumbi) e na Fazenda (São João da Boa Vista)". Ela relata, ainda, que a Bellini superfaturava valores de serviços gráficos de livros. De acordo com o depoimento, "o grupo Bellini se utilizava sempre da gráfica Mazer" e Felipe Vaz Amorim, filho de Antonio Carlos Bellini Amorim, presidente do Grupo Bellini Cultural, "não concordava com a utilização de outras gráficas ainda que com custos menores". À PF, Piauy afirmou ainda que, entre as supostas fraudes do grupo, estavam contrapartidas dadas às empresas patrocinadoras. Procurada pela reportagem, Piauy disse que não quer falar sobre o depoimento. A Folha também procurou um representante da Mazer, mas, por meio de sua assessoria, a gráfica alegou que não sabia do depoimento e, por isso, não tinha o que comentar. Fábio Porchat também foi procurado pela reportagem até o início desta noite. Atendeu à ligação em uma das vezes e afirmou que retornaria o contato em breve, o que não ocorreu. Seu filho também foi citado nas investigações da Boca Livre. Segundo o Ministério Público Federal, o escritório de advocacia Demarest usou recursos da Lei Rouanet na contratação do humorista para um show privado —algo vetado pela mecanismo de isenção fiscal— em comemoração aos 68 anos de fundação da sociedade jurídica. Para tanto, teria contratado o Grupo Bellini Cultural, que comandava o esquema segundo a Polícia Federal. Na ocasião, Fábio Porchat, filho, afirmou à Folha que é impossível saber a origem dos recursos de seus contratantes. O CASO Formado por 12 empresas, o grupo Bellini Cultural é acusado de operar um esquema de fraudes em leis de financiamento cultural investigado pelo Ministério Público Federal e pela PF. A Operação Boca Livre estima que a Bellini tenha desviado, desde 2001, R$ 180 milhões em esfera federal por meio de notas frias, superfaturamento, sonegação e contratação de serviços e produtos fictícios. Em vez de financiar os eventos discriminados nos projetos aprovados pelo Ministério da Cultura (MinC), os recursos acabaram bancando shows corporativos, como da banda Jota Quest, e até a festa de casamento de Felipe Amorim, em Jurerê. A força-tarefa foi deflagrada em 28 de junho, quando 14 suspeitos foram presos. Na sexta (8), contudo, Antonio Carlos Bellini e seus filhos, Felipe e Bruno Vaz Amorim, tiveram o pedido de habeas corpus atendido pela Justiça. Segundo decisão do desembargador Nino Toldo, a soltura dos três não prejudica as investigações, que acontecem desde 2014 "sem qualquer interferência durante dois anos". Além disso, os projetos vinculados aos Bellini no MinC, assim como suas contas bancárias que, ainda segundo o texto, não possuem saldo. Procurados na noite desta terça (12), os advogados que representam os suspeitos não atenderam às ligações da reportagem.
ilustrada
Testemunha cita pai de Fábio Porchat em investigação de fraudes da RouanetTestemunha da Operação Boca Livre, Katia dos Santos Piauy, auxiliar administrativa e financeira do grupo Bellini Cultural em 2014, apontou fraudes praticadas pelo conglomerado investigado pelo desvio de R$ 180 milhões em projetos da Lei Rouanet. O depoimento foi dado à Polícia Federal em 30 de junho, dois dias após da deflagração da Operação Boca Livre. Nele, Piauy cita, entre as fraudes, a falsificação de recibos de doação de livros produzidos por meio de isenção fiscal. Para forjar os documentos, segundo ela, o grupo teria a ajuda da Academia Latino-Americana de Artes (ALA), dirigida pelo empresário Fábio Porchat, pai do humorista do Porta dos Fundos. Entre os conselheiros da associação está Antônio Carlos Bellini, presidente do grupo Bellini. As informações foram divulgadas nesta terça (12) pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Piauy, que fez três projetos culturais e captou R$ 647,6 mil, afirma no texto da PF que "tinha conhecimento que Bellini, por possuir muitos contatos no meio artístico e cultural, conseguiria tais comprovantes". Entre elas estaria a ALA, que "fornecia a Bellini essas declarações falsas de que teria recebido livros". Quanto aos livros que deveriam ser doados, Piauy disse que "tem conhecimento de que um grande número de exemplares encontravam-se abandonados na sede do escritório das empresas (Avenida Giovani Gronchi, Morumbi) e na Fazenda (São João da Boa Vista)". Ela relata, ainda, que a Bellini superfaturava valores de serviços gráficos de livros. De acordo com o depoimento, "o grupo Bellini se utilizava sempre da gráfica Mazer" e Felipe Vaz Amorim, filho de Antonio Carlos Bellini Amorim, presidente do Grupo Bellini Cultural, "não concordava com a utilização de outras gráficas ainda que com custos menores". À PF, Piauy afirmou ainda que, entre as supostas fraudes do grupo, estavam contrapartidas dadas às empresas patrocinadoras. Procurada pela reportagem, Piauy disse que não quer falar sobre o depoimento. A Folha também procurou um representante da Mazer, mas, por meio de sua assessoria, a gráfica alegou que não sabia do depoimento e, por isso, não tinha o que comentar. Fábio Porchat também foi procurado pela reportagem até o início desta noite. Atendeu à ligação em uma das vezes e afirmou que retornaria o contato em breve, o que não ocorreu. Seu filho também foi citado nas investigações da Boca Livre. Segundo o Ministério Público Federal, o escritório de advocacia Demarest usou recursos da Lei Rouanet na contratação do humorista para um show privado —algo vetado pela mecanismo de isenção fiscal— em comemoração aos 68 anos de fundação da sociedade jurídica. Para tanto, teria contratado o Grupo Bellini Cultural, que comandava o esquema segundo a Polícia Federal. Na ocasião, Fábio Porchat, filho, afirmou à Folha que é impossível saber a origem dos recursos de seus contratantes. O CASO Formado por 12 empresas, o grupo Bellini Cultural é acusado de operar um esquema de fraudes em leis de financiamento cultural investigado pelo Ministério Público Federal e pela PF. A Operação Boca Livre estima que a Bellini tenha desviado, desde 2001, R$ 180 milhões em esfera federal por meio de notas frias, superfaturamento, sonegação e contratação de serviços e produtos fictícios. Em vez de financiar os eventos discriminados nos projetos aprovados pelo Ministério da Cultura (MinC), os recursos acabaram bancando shows corporativos, como da banda Jota Quest, e até a festa de casamento de Felipe Amorim, em Jurerê. A força-tarefa foi deflagrada em 28 de junho, quando 14 suspeitos foram presos. Na sexta (8), contudo, Antonio Carlos Bellini e seus filhos, Felipe e Bruno Vaz Amorim, tiveram o pedido de habeas corpus atendido pela Justiça. Segundo decisão do desembargador Nino Toldo, a soltura dos três não prejudica as investigações, que acontecem desde 2014 "sem qualquer interferência durante dois anos". Além disso, os projetos vinculados aos Bellini no MinC, assim como suas contas bancárias que, ainda segundo o texto, não possuem saldo. Procurados na noite desta terça (12), os advogados que representam os suspeitos não atenderam às ligações da reportagem.
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Corinthians ganha reforço de Edílson, mas perde Anderson Martins
O lateral direito Edílson, 28, foi a surpresa na apresentação do elenco do Corinthians para a temporada de 2015. O jogador, que disputou o último Campeonato Brasileiro da Série A pelo Botafogo, treinou sob o comando de Tite no CT do Parque Ecológico. Edílson ainda não assinou contrato, o que deve acontecer nos próximos dias. Ele treinou com os outros jogadores porque o acordo já está alinhavado há algumas semanas. O reforço deve disputar a posição com Fágner, que deve permanecer no Corinthians neste ano. O clube brasileiro está acertando com o Wolfsburg (ALE) a compra de 50% dos direitos sobre o lateral, mas isso ainda não foi fechado. A preocupação da comissão técnica passou a ser a zaga. O Al-Jaish, do Qatar, pediu o retorno do zagueiro Anderson Martins, que nem se apresentou no Corinthians. Com isso, Tite será obrigado a começar a temporada com Gil e Felipe como principais opções como zagueiros. A alternativa a eles seria Yago, que esteve emprestado ao Bragantino entre 2013 e 2014. A diretoria deve ir ao mercado para buscar pelo menos mais um jogador para a posição. No primeiro treino do ano, estiveram presentes os outros contratados pela equipe na temporada: o volante Cristian e o atacante colombiano Stiven Mendoza. Na madrugada desta quinta (8), a equipe embarca para Orlando, nos Estados Unidos, onde realiza pré-temporada e disputa torneio contra Bayer Leverkusen e Colonia, ambos da Alemanha.
esporte
Corinthians ganha reforço de Edílson, mas perde Anderson MartinsO lateral direito Edílson, 28, foi a surpresa na apresentação do elenco do Corinthians para a temporada de 2015. O jogador, que disputou o último Campeonato Brasileiro da Série A pelo Botafogo, treinou sob o comando de Tite no CT do Parque Ecológico. Edílson ainda não assinou contrato, o que deve acontecer nos próximos dias. Ele treinou com os outros jogadores porque o acordo já está alinhavado há algumas semanas. O reforço deve disputar a posição com Fágner, que deve permanecer no Corinthians neste ano. O clube brasileiro está acertando com o Wolfsburg (ALE) a compra de 50% dos direitos sobre o lateral, mas isso ainda não foi fechado. A preocupação da comissão técnica passou a ser a zaga. O Al-Jaish, do Qatar, pediu o retorno do zagueiro Anderson Martins, que nem se apresentou no Corinthians. Com isso, Tite será obrigado a começar a temporada com Gil e Felipe como principais opções como zagueiros. A alternativa a eles seria Yago, que esteve emprestado ao Bragantino entre 2013 e 2014. A diretoria deve ir ao mercado para buscar pelo menos mais um jogador para a posição. No primeiro treino do ano, estiveram presentes os outros contratados pela equipe na temporada: o volante Cristian e o atacante colombiano Stiven Mendoza. Na madrugada desta quinta (8), a equipe embarca para Orlando, nos Estados Unidos, onde realiza pré-temporada e disputa torneio contra Bayer Leverkusen e Colonia, ambos da Alemanha.
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Incertezas econômicas e políticas assombram líderes chineses
O dia começou de forma bastante corriqueira para um dirigente de um país às voltas com a desaceleração econômica. Em 24 de julho, Zhou Benshun participou de uma reunião para promover um plano de crescimento econômico do presidente Xi Jinping que consiste em construir uma "supercidade" ao redor de Pequim. No entanto, às 18h10, a carreira de Zhou havia terminado, e ele se viu na iminência de passar vários anos na prisão. O órgão de combate à corrupção do Partido Comunista havia anunciado uma investigação contra ele por "suspeita de graves violações da disciplina partidária e da lei". A repentina queda em desgraça de Zhou ilustra a incerteza que permeia a elite comunista num momento em que ela precisa lidar com dois acontecimentos preocupantes: uma desaceleração econômica que parece ser pior do que as autoridades anteviam e uma campanha oficial anticorrupção que continuou por mais tempo e que alcançou escalões mais elevados do que muitos esperavam. Os mercados ao redor do mundo estão sendo sacudidos pelos temores de que a China não consiga se manter como o poderoso motor do crescimento econômico global. Após o fechamento dos mercados chineses na terça (25), as autoridades de Pequim tomaram medidas para estabilizá-los, cortando as taxas de juros e reduzindo o volume financeiro que os bancos são obrigados a manter como reserva contra riscos. O homem no centro desta crise é Xi, que assumiu o comando do partido há quase três anos e vinha implementando uma pauta ambiciosa, mas repleta de desafios políticos. Agora, esses desafios parecem ter crescido, e há sinais de que Xi e seu estilo voluntarioso de liderança enfrentam resistências internas no partido. Xi se posicionou como o principal arquiteto da política econômica atual, expondo-se a ser responsabilizado se o crescimento continuar claudicante. Ao mesmo tempo, o presidente está ganhando inimigos por causa de uma campanha anticorrupção que já derrubou alguns dos homens mais poderosos do país e deixou no ostracismo mais de 100 mil funcionários públicos de escalões inferiores. Há rumores de que altos funcionários do partido estariam alarmados com a situação da economia, que no primeiro semestre de 2015 cresceu no ritmo mais lento em um quarto de século e agora parece estar cada vez mais descontrolada. Num sinal da sua ansiedade, a liderança promoveu a maior desvalorização da moeda chinesa em mais de duas décadas, levando os mercados globais a despencar. A reputação de Xi também foi abalada por causa da forte queda nas Bolsas, antes apresentadas pelo governo como uma boa opção de investimento para os cidadãos chineses. Veteranos do partido discretamente haviam aconselhado Xi a se focar no fortalecimento da economia, de acordo com um assessor do partido e do governo e com o editor de um órgão público de imprensa -ambos pediram anonimato. O apelo dos dirigentes foi visto como um sinal de insatisfação com a gestão econômica de Xi e como uma crítica à repressão a casos de corrupção nos altos escalões, que mancharam o legado desses dirigentes e atingiram protegidos seus. Recentemente, dois importantes veículos da mídia estatal publicaram editoriais incomuns, insinuando haver turbulência interna. O primeiro saiu em 10 de agosto no influente "Diário do Povo", alertando claramente os líderes aposentados a se manterem afastados da política. Sem identificar ninguém, o texto acusava "alguns quadros dirigentes" de representarem "um dilema para os novos líderes, deixando-os de mãos atadas para fazerem um trabalho ousado" e "abalando a coesão do partido e sua força de combate". Em 19 de agosto, um comentário no site da emissora estatal CCTV descreveu a feroz resistência contra as políticas de Xi e convocou seus simpatizantes a intensificarem os esforços para levá-las a cabo. Xi prometeu amplas reformas pró-mercado para favorecer o crescimento de longo prazo da economia chinesa. Isso incluía planos para enfraquecer os monopólios das estatais, reduzindo a importância econômica dos ineficientes investimentos promovidos pelo Estado, e uma liberalização dos mercados financeiros, para permitir que o yuan possa concorrer em pé de igualdade com o dólar. No entanto, houve pouco progresso rumo a essas metas, e, quando o crescimento começou a se desacelerar, o governo adotou medidas -incluindo a intervenção agressiva para sustentar o mercado acionário- que contrariam os apelos de Xi para que as forças de mercado desempenhem um "papel decisivo" na economia. Por trás dessa confusão há uma ansiedade enraizada no seio da liderança sobre uma possível instabilidade social caso a fase de supercrescimento chinês termine. O PIB da China cresceu mais de 26 vezes nos 37 anos desde que o país começou a abrir sua economia, fortalecendo o partido e tirando mais de 600 milhões de pessoas da pobreza. O assessor político do partido e do governo disse que os temores de que a desaceleração econômica leve a uma agitação social levaram o Politburo, em uma reunião de 30 de julho, a aprovar um conjunto de medidas para reforçar o crescimento. A campanha de Xi contra a corrupção goza de amplo apoio numa nação onde o fosso cada vez maior entre ricos e pobres é atribuído à capacidade de uma pequena minoria de prosperar por abusar de posições governamentais ou usar conexões políticas. Quando a economia hesita, porém, os riscos para Xi se multiplicam, disse um funcionário aposentado da instituição acadêmica do partido. "O principal é a economia. Se a economia continuar declinando, as pessoas vão ter cada vez mais acusações a fazer e haverá cada vez mais pressão sobre a liderança", disse essa fonte, que falou sob condição de anonimato. "E, neste momento, a economia de fato está em declínio." Colaboraram Keith Bradsher e Chris Buckley
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Incertezas econômicas e políticas assombram líderes chinesesO dia começou de forma bastante corriqueira para um dirigente de um país às voltas com a desaceleração econômica. Em 24 de julho, Zhou Benshun participou de uma reunião para promover um plano de crescimento econômico do presidente Xi Jinping que consiste em construir uma "supercidade" ao redor de Pequim. No entanto, às 18h10, a carreira de Zhou havia terminado, e ele se viu na iminência de passar vários anos na prisão. O órgão de combate à corrupção do Partido Comunista havia anunciado uma investigação contra ele por "suspeita de graves violações da disciplina partidária e da lei". A repentina queda em desgraça de Zhou ilustra a incerteza que permeia a elite comunista num momento em que ela precisa lidar com dois acontecimentos preocupantes: uma desaceleração econômica que parece ser pior do que as autoridades anteviam e uma campanha oficial anticorrupção que continuou por mais tempo e que alcançou escalões mais elevados do que muitos esperavam. Os mercados ao redor do mundo estão sendo sacudidos pelos temores de que a China não consiga se manter como o poderoso motor do crescimento econômico global. Após o fechamento dos mercados chineses na terça (25), as autoridades de Pequim tomaram medidas para estabilizá-los, cortando as taxas de juros e reduzindo o volume financeiro que os bancos são obrigados a manter como reserva contra riscos. O homem no centro desta crise é Xi, que assumiu o comando do partido há quase três anos e vinha implementando uma pauta ambiciosa, mas repleta de desafios políticos. Agora, esses desafios parecem ter crescido, e há sinais de que Xi e seu estilo voluntarioso de liderança enfrentam resistências internas no partido. Xi se posicionou como o principal arquiteto da política econômica atual, expondo-se a ser responsabilizado se o crescimento continuar claudicante. Ao mesmo tempo, o presidente está ganhando inimigos por causa de uma campanha anticorrupção que já derrubou alguns dos homens mais poderosos do país e deixou no ostracismo mais de 100 mil funcionários públicos de escalões inferiores. Há rumores de que altos funcionários do partido estariam alarmados com a situação da economia, que no primeiro semestre de 2015 cresceu no ritmo mais lento em um quarto de século e agora parece estar cada vez mais descontrolada. Num sinal da sua ansiedade, a liderança promoveu a maior desvalorização da moeda chinesa em mais de duas décadas, levando os mercados globais a despencar. A reputação de Xi também foi abalada por causa da forte queda nas Bolsas, antes apresentadas pelo governo como uma boa opção de investimento para os cidadãos chineses. Veteranos do partido discretamente haviam aconselhado Xi a se focar no fortalecimento da economia, de acordo com um assessor do partido e do governo e com o editor de um órgão público de imprensa -ambos pediram anonimato. O apelo dos dirigentes foi visto como um sinal de insatisfação com a gestão econômica de Xi e como uma crítica à repressão a casos de corrupção nos altos escalões, que mancharam o legado desses dirigentes e atingiram protegidos seus. Recentemente, dois importantes veículos da mídia estatal publicaram editoriais incomuns, insinuando haver turbulência interna. O primeiro saiu em 10 de agosto no influente "Diário do Povo", alertando claramente os líderes aposentados a se manterem afastados da política. Sem identificar ninguém, o texto acusava "alguns quadros dirigentes" de representarem "um dilema para os novos líderes, deixando-os de mãos atadas para fazerem um trabalho ousado" e "abalando a coesão do partido e sua força de combate". Em 19 de agosto, um comentário no site da emissora estatal CCTV descreveu a feroz resistência contra as políticas de Xi e convocou seus simpatizantes a intensificarem os esforços para levá-las a cabo. Xi prometeu amplas reformas pró-mercado para favorecer o crescimento de longo prazo da economia chinesa. Isso incluía planos para enfraquecer os monopólios das estatais, reduzindo a importância econômica dos ineficientes investimentos promovidos pelo Estado, e uma liberalização dos mercados financeiros, para permitir que o yuan possa concorrer em pé de igualdade com o dólar. No entanto, houve pouco progresso rumo a essas metas, e, quando o crescimento começou a se desacelerar, o governo adotou medidas -incluindo a intervenção agressiva para sustentar o mercado acionário- que contrariam os apelos de Xi para que as forças de mercado desempenhem um "papel decisivo" na economia. Por trás dessa confusão há uma ansiedade enraizada no seio da liderança sobre uma possível instabilidade social caso a fase de supercrescimento chinês termine. O PIB da China cresceu mais de 26 vezes nos 37 anos desde que o país começou a abrir sua economia, fortalecendo o partido e tirando mais de 600 milhões de pessoas da pobreza. O assessor político do partido e do governo disse que os temores de que a desaceleração econômica leve a uma agitação social levaram o Politburo, em uma reunião de 30 de julho, a aprovar um conjunto de medidas para reforçar o crescimento. A campanha de Xi contra a corrupção goza de amplo apoio numa nação onde o fosso cada vez maior entre ricos e pobres é atribuído à capacidade de uma pequena minoria de prosperar por abusar de posições governamentais ou usar conexões políticas. Quando a economia hesita, porém, os riscos para Xi se multiplicam, disse um funcionário aposentado da instituição acadêmica do partido. "O principal é a economia. Se a economia continuar declinando, as pessoas vão ter cada vez mais acusações a fazer e haverá cada vez mais pressão sobre a liderança", disse essa fonte, que falou sob condição de anonimato. "E, neste momento, a economia de fato está em declínio." Colaboraram Keith Bradsher e Chris Buckley
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Polícia belga realiza operações em bairro de origem de extremistas
Autoridades belgas realizaram uma série de buscas na região de Bruxelas na manhã desta quinta-feira (19). Houve operações em Jette, Uccle e Molenbeek –este último, um bairro periférico ligado a alguns dos suspeitos do massacre de Paris. Um oficial belga informou à agência Associated Press que houve nove operações no país, que resultaram na detenção de nove suspeitos. Houve buscas específicas por pessoas possivelmente conectadas a Bilal Hadfi, que morreu ao explodir uma bomba em Paris, na sexta-feira (13). Pouco após as buscas, a reportagem da Folha esteve em regiões como Molenbeek, centro da operação. Não havia qualquer sinal de distúrbio na praça central, onde prosseguia uma feira de frutas embaixo da garoa fina. O governo belga deve endurecer suas medidas de segurança, após ter sido estabelecido um vínculo entre diversos terroristas e este país. Charles Michel, o premiê da Bélgica, sugeriu que militantes retornando ao país sejam imediatamente enviados à prisão. Michel também disse que deve alocar 400 milhões de euros (R$ 1,6 bi) a mais para combater o extremismo. As medidas propostas pelo primeiro-ministro incluem também maior controle nas fronteiras e o desmantelamento de lugares de culto que funcionem às margens do governo. A Bélgica é o país europeu que mais possui extremistas islâmicos per capita que deixam o país para receber treinamento e lutar na Síria. COM AS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
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Polícia belga realiza operações em bairro de origem de extremistasAutoridades belgas realizaram uma série de buscas na região de Bruxelas na manhã desta quinta-feira (19). Houve operações em Jette, Uccle e Molenbeek –este último, um bairro periférico ligado a alguns dos suspeitos do massacre de Paris. Um oficial belga informou à agência Associated Press que houve nove operações no país, que resultaram na detenção de nove suspeitos. Houve buscas específicas por pessoas possivelmente conectadas a Bilal Hadfi, que morreu ao explodir uma bomba em Paris, na sexta-feira (13). Pouco após as buscas, a reportagem da Folha esteve em regiões como Molenbeek, centro da operação. Não havia qualquer sinal de distúrbio na praça central, onde prosseguia uma feira de frutas embaixo da garoa fina. O governo belga deve endurecer suas medidas de segurança, após ter sido estabelecido um vínculo entre diversos terroristas e este país. Charles Michel, o premiê da Bélgica, sugeriu que militantes retornando ao país sejam imediatamente enviados à prisão. Michel também disse que deve alocar 400 milhões de euros (R$ 1,6 bi) a mais para combater o extremismo. As medidas propostas pelo primeiro-ministro incluem também maior controle nas fronteiras e o desmantelamento de lugares de culto que funcionem às margens do governo. A Bélgica é o país europeu que mais possui extremistas islâmicos per capita que deixam o país para receber treinamento e lutar na Síria. COM AS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
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Como funcionam os clubes que produzem maconha legalmente no Uruguai?
O clube Tricoma, no centro de Montevidéu, capital do Uruguai, é um espaço de poucos metros quadrados no qual são produzidas e distribuídas legalmente até dez variedades diferentes de maconha. O que chama atenção logo na chegada ao pequeno galpão onde fica a base de operações é o cheiro, que impregna tudo. Os donos do clube são Pedro Bianchi e Federico Mello. É Bianchi que recebe a reportagem da BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, no portão do que parece uma casa de família. Nada indica que o local produz centenas de gramas de maconha por mês. O Tricoma funciona legalmente desde o ano passado. Foi o segundo clube autorizado a produzir maconha no Uruguai - hoje, dez já têm autorização para funcionar. Apesar de ser legalizado, Bianchi e outros sócios preferem que o local exato permaneça em segredo. "Por segurança e para não ter problemas com os vizinhos", afirmou. Estes "clubes canábicos" são uma das alternativas legais que existem atualmente no Uruguai para a compra da maconha. Nestes locais, entre 15 e 45 consumidores se associam para produzir e distribuir a maconha de forma coletiva. A regulamentação da lei de produção, distribuição e venda de maconha aprovada no fim de 2014 abriu o caminho para esta produção. Bianchi e Mello cultivavam de forma ilegal há anos. "Corríamos este risco porque queríamos saber o que estávamos fumando, ter o controle sobre o que introduzíamos em nosso corpo", disse Bianchi. O diretor de cultivo do clube Tricoma leva a reportagem da BBC Mundo para uma visita guiada às instalações. Bianchi explica o detalhe do ciclo de vida da planta e conta cada passo para conseguir os melhores "cogollos", a palavra usada no Uruguai para denominar as flores da planta da maconha que têm as substâncias canabinóides. O controle é cuidadoso para manter o produto o mais natural possível: o ciclo noturno das plantas é obedecido, com as luzes da sala de floração apagadas durante 12 horas e a porta da sala que permanece fechada. Bianchi abre um cadeado e mostra o tesouro mais valioso do clube: 99 plantas em flor, o máximo permitido pela lei uruguaia. Depois de examinar algumas flores, ele explica as características de cada variedade e as diferentes formas de cultivo. Como um produtor de vinhos, ele diferencia cada variedade pelo odor e aparência dos "cogollos". "Neste tipo de cultivo interno devemos simular à perfeição (as condições) do ar livre para fazer a produção render", disse. A LEI URUGUAIA Além deste tipo de clube, os uruguaios também podem conseguir maconha cultivando para consumo próprio e por meio do sistema de produção estatal, que vai comercializar o produto em farmácias até o fim de 2016. Aprovada durante o governo do ex-presidente José Mujica como uma aposta para combater o narcotráfico, esta lei colocou o Uruguai na vanguarda internacional e transformou-o no primeiro país do mundo a regulamentar o cultivo, distribuição e consumo. Segundo a lei cada clube pode ter entre 15 e 45 sócios. Além disso, a lei exige que sejam residentes no país. O máximo anual permitido é de 480 gramas para cada um dos sócios do clube. O Instituto de Regulamentação e Controle de Cannabis (IRCCA) é a organização responsável por conceder as certificações legais depois de analisar o plano de produção e visitar as instalações onde o clube funcionará. Até o momento dez clubes já estão regularizados. SÓCIOS Quando todos saem para o pátio da casa onde funciona o clube, música brasileira começa a tocar. A discrição é fundamental para o funcionamento do Tricoma e é melhor que os vizinhos não ouçam o que Bianchi e a reportagem da BBC estão conversando. O Tricoma conta com 22 sócios que sempre visitam a casa e, durante estas visitas, ajudam com os cuidados com as plantas, experimentam alguma variedade nova e compartilham sensações. Além disso levam cerca de 40 gramas de maconha por mês para consumo com fins recreativos. Como eles mesmos se definem, o Tricoma é um grupo de amigos e, graças à perseverança deles, é o segundo clube autorizado a produzir maconha no Uruguai. A idade média dos membros do clube é de cerca de 35 anos. O preço da matrícula no clube é de 6 mil pesos (pouco mais de R$ 680) e a mensalidade custa 2,8 mil pesos uruguaios (cerca de R$ 318). ENTREGAS PERSONALIZADAS Duas das características mais marcantes do Tricoma são pesquisa e rastreabilidade. Os cultivadores registram cuidadosamente cada passo durante o crescimento da planta para identificar as propriedades de cada uma. E, nas encomendas que eles montam todos os meses para entregar aos sócios, são incluídas etiquetas onde são especificadas as origem de cada "cogollo". Desta forma eles podem personalizar as entregas mensais a gosto do consumidor. "Cada nutriente importa, cada variação que você faz leva a um efeito e potência diferentes, um uso diferente", disse Bianchi. Mas a maconha produzida no clube também tem outros usos. "Fumar de forma recreativa é apenas a ponta do iceberg de todos os usos da maconha. Existem possibilidades de utilizar o cânhamo como fibra têxtil ou na fabricação de pomadas e óleos com fins medicinais", afirmou a secretária do clube, identificada apenas como Lucía. "Uma vez que entregamos a maconha, cada sócio decide como deve consumi-la. As possibilidades são muito amplas. Sabemos que há sócios que cozinham com ela e outros que usam com fins medicinais para eles mesmos ou algum familiar próximo", acrescentou. Os sócios do clube conseguiram realizar o primeiro sonho: fumar legalmente a maconha que eles mesmos cultivam. Agora eles se preparam para a próxima colheita e entre os próximos planos está a mudança para um lugar maior onde possam plantar mais e dar melhores condições para as plantas. Além disso, o clube quer abrir suas atividades para a comunidade organizando workshops e debates sobre como e para quê cultivar maconha.
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Como funcionam os clubes que produzem maconha legalmente no Uruguai?O clube Tricoma, no centro de Montevidéu, capital do Uruguai, é um espaço de poucos metros quadrados no qual são produzidas e distribuídas legalmente até dez variedades diferentes de maconha. O que chama atenção logo na chegada ao pequeno galpão onde fica a base de operações é o cheiro, que impregna tudo. Os donos do clube são Pedro Bianchi e Federico Mello. É Bianchi que recebe a reportagem da BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, no portão do que parece uma casa de família. Nada indica que o local produz centenas de gramas de maconha por mês. O Tricoma funciona legalmente desde o ano passado. Foi o segundo clube autorizado a produzir maconha no Uruguai - hoje, dez já têm autorização para funcionar. Apesar de ser legalizado, Bianchi e outros sócios preferem que o local exato permaneça em segredo. "Por segurança e para não ter problemas com os vizinhos", afirmou. Estes "clubes canábicos" são uma das alternativas legais que existem atualmente no Uruguai para a compra da maconha. Nestes locais, entre 15 e 45 consumidores se associam para produzir e distribuir a maconha de forma coletiva. A regulamentação da lei de produção, distribuição e venda de maconha aprovada no fim de 2014 abriu o caminho para esta produção. Bianchi e Mello cultivavam de forma ilegal há anos. "Corríamos este risco porque queríamos saber o que estávamos fumando, ter o controle sobre o que introduzíamos em nosso corpo", disse Bianchi. O diretor de cultivo do clube Tricoma leva a reportagem da BBC Mundo para uma visita guiada às instalações. Bianchi explica o detalhe do ciclo de vida da planta e conta cada passo para conseguir os melhores "cogollos", a palavra usada no Uruguai para denominar as flores da planta da maconha que têm as substâncias canabinóides. O controle é cuidadoso para manter o produto o mais natural possível: o ciclo noturno das plantas é obedecido, com as luzes da sala de floração apagadas durante 12 horas e a porta da sala que permanece fechada. Bianchi abre um cadeado e mostra o tesouro mais valioso do clube: 99 plantas em flor, o máximo permitido pela lei uruguaia. Depois de examinar algumas flores, ele explica as características de cada variedade e as diferentes formas de cultivo. Como um produtor de vinhos, ele diferencia cada variedade pelo odor e aparência dos "cogollos". "Neste tipo de cultivo interno devemos simular à perfeição (as condições) do ar livre para fazer a produção render", disse. A LEI URUGUAIA Além deste tipo de clube, os uruguaios também podem conseguir maconha cultivando para consumo próprio e por meio do sistema de produção estatal, que vai comercializar o produto em farmácias até o fim de 2016. Aprovada durante o governo do ex-presidente José Mujica como uma aposta para combater o narcotráfico, esta lei colocou o Uruguai na vanguarda internacional e transformou-o no primeiro país do mundo a regulamentar o cultivo, distribuição e consumo. Segundo a lei cada clube pode ter entre 15 e 45 sócios. Além disso, a lei exige que sejam residentes no país. O máximo anual permitido é de 480 gramas para cada um dos sócios do clube. O Instituto de Regulamentação e Controle de Cannabis (IRCCA) é a organização responsável por conceder as certificações legais depois de analisar o plano de produção e visitar as instalações onde o clube funcionará. Até o momento dez clubes já estão regularizados. SÓCIOS Quando todos saem para o pátio da casa onde funciona o clube, música brasileira começa a tocar. A discrição é fundamental para o funcionamento do Tricoma e é melhor que os vizinhos não ouçam o que Bianchi e a reportagem da BBC estão conversando. O Tricoma conta com 22 sócios que sempre visitam a casa e, durante estas visitas, ajudam com os cuidados com as plantas, experimentam alguma variedade nova e compartilham sensações. Além disso levam cerca de 40 gramas de maconha por mês para consumo com fins recreativos. Como eles mesmos se definem, o Tricoma é um grupo de amigos e, graças à perseverança deles, é o segundo clube autorizado a produzir maconha no Uruguai. A idade média dos membros do clube é de cerca de 35 anos. O preço da matrícula no clube é de 6 mil pesos (pouco mais de R$ 680) e a mensalidade custa 2,8 mil pesos uruguaios (cerca de R$ 318). ENTREGAS PERSONALIZADAS Duas das características mais marcantes do Tricoma são pesquisa e rastreabilidade. Os cultivadores registram cuidadosamente cada passo durante o crescimento da planta para identificar as propriedades de cada uma. E, nas encomendas que eles montam todos os meses para entregar aos sócios, são incluídas etiquetas onde são especificadas as origem de cada "cogollo". Desta forma eles podem personalizar as entregas mensais a gosto do consumidor. "Cada nutriente importa, cada variação que você faz leva a um efeito e potência diferentes, um uso diferente", disse Bianchi. Mas a maconha produzida no clube também tem outros usos. "Fumar de forma recreativa é apenas a ponta do iceberg de todos os usos da maconha. Existem possibilidades de utilizar o cânhamo como fibra têxtil ou na fabricação de pomadas e óleos com fins medicinais", afirmou a secretária do clube, identificada apenas como Lucía. "Uma vez que entregamos a maconha, cada sócio decide como deve consumi-la. As possibilidades são muito amplas. Sabemos que há sócios que cozinham com ela e outros que usam com fins medicinais para eles mesmos ou algum familiar próximo", acrescentou. Os sócios do clube conseguiram realizar o primeiro sonho: fumar legalmente a maconha que eles mesmos cultivam. Agora eles se preparam para a próxima colheita e entre os próximos planos está a mudança para um lugar maior onde possam plantar mais e dar melhores condições para as plantas. Além disso, o clube quer abrir suas atividades para a comunidade organizando workshops e debates sobre como e para quê cultivar maconha.
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Policial se encontrou com estudante antes de agredir dono de loja
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse nesta quinta-feira (25) que a Corregedoria da Polícia Civil conseguiu provas de que o investigador José Camilo Leonel, 51, e a estudante Iolanda Delce dos Santos, 29, se encontraram antes de o policial ser chamado por ela até uma loja de tapetes, onde ele agrediu, ameaçou e prendeu o proprietário. As agressões ocorreram no dia 21 de janeiro deste ano depois que o comerciante Navid Rasolifard, 47, não quis devolver os R$ 5.000 pagos pela estudante por um tapete que a moça comprou, mas se arrependeu do negócio. Segundo o proprietário, ele propôs dar um crédito no valor na compra, para aquisição de outro produto, mas Iolanda não aceitou. A moça foi sozinha até a tapeçaria e, depois de não conseguir o dinheiro de volta, chamou o investigador pelo celular. Leonel que estava com um carro da Polícia Civil e, após breve conversa com o proprietário, passou a agredi-lo. O investigador, que trabalha na corregedoria, chamou reforço para levar o comerciante. O caso do suposto abuso de autoridade por parte do investigador ganhou repercussão depois que o Fantástico, da Rede Globo, exibiu imagens da agressão. Foram socos, chutos, além de Leonel apontar sua arma no rosto do comerciante. Novas imagens obtidas pela polícia mostram que antes de o policial ir até a loja esteve reunido com a moça no restaurante. Segundo o secretário Moraes, o investigador poderá ser expulso da polícia. "Nós já temos provas robustas de que os dois não só se conheciam, como também se encontraram momentos antes de isso ocorrer. Nós temos provas que eles combinaram o ocorrido. Ou seja, isso vai, sem nenhuma dúvida, tipificar, no mínimo... além do abuso de autoridade, das agressões, vai tipificar advocacia administrativa por parte do investigador", disse. A advocacia administrativa é um crime praticado por funcionário público que usa o cargo para atender interesses particulares.
cotidiano
Policial se encontrou com estudante antes de agredir dono de lojaO secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse nesta quinta-feira (25) que a Corregedoria da Polícia Civil conseguiu provas de que o investigador José Camilo Leonel, 51, e a estudante Iolanda Delce dos Santos, 29, se encontraram antes de o policial ser chamado por ela até uma loja de tapetes, onde ele agrediu, ameaçou e prendeu o proprietário. As agressões ocorreram no dia 21 de janeiro deste ano depois que o comerciante Navid Rasolifard, 47, não quis devolver os R$ 5.000 pagos pela estudante por um tapete que a moça comprou, mas se arrependeu do negócio. Segundo o proprietário, ele propôs dar um crédito no valor na compra, para aquisição de outro produto, mas Iolanda não aceitou. A moça foi sozinha até a tapeçaria e, depois de não conseguir o dinheiro de volta, chamou o investigador pelo celular. Leonel que estava com um carro da Polícia Civil e, após breve conversa com o proprietário, passou a agredi-lo. O investigador, que trabalha na corregedoria, chamou reforço para levar o comerciante. O caso do suposto abuso de autoridade por parte do investigador ganhou repercussão depois que o Fantástico, da Rede Globo, exibiu imagens da agressão. Foram socos, chutos, além de Leonel apontar sua arma no rosto do comerciante. Novas imagens obtidas pela polícia mostram que antes de o policial ir até a loja esteve reunido com a moça no restaurante. Segundo o secretário Moraes, o investigador poderá ser expulso da polícia. "Nós já temos provas robustas de que os dois não só se conheciam, como também se encontraram momentos antes de isso ocorrer. Nós temos provas que eles combinaram o ocorrido. Ou seja, isso vai, sem nenhuma dúvida, tipificar, no mínimo... além do abuso de autoridade, das agressões, vai tipificar advocacia administrativa por parte do investigador", disse. A advocacia administrativa é um crime praticado por funcionário público que usa o cargo para atender interesses particulares.
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'Eu mesmo fui no Poupatempo', diz Rodrigo Faro sobre lei que o beneficiou
A Prefeitura de Barueri, cidade da Grande de São Paulo, atendeu a um pedido do apresentador Rodrigo Faro e fez um projeto de lei para vender um terreno público para o artista da TV Record. Em entrevista por telefone à Folha, Faro, que está em férias nos EUA, afirma que todo o trâmite de negociação do terreno foi feito dentro da lei. Ele diz também que nem sabia que o projeto que permite a venda da área para ele havia sido aprovado pela Câmara Municipal de Barueri. Faro declara ainda que ele pode nem mesmo fechar o negócio, dependendo de quanto a prefeitura cobrar pela área pública. * Folha - O sr. mesmo que fez à prefeitura o pedido de compra de uma área pública ao lado da sua casa? Rodrigo Faro - Fui estudar a Constituição e percebi que havia essa possibilidade de que qualquer pessoa entrasse com esse tipo de pedido na prefeitura. Fui lá no Poupatempo [de Barueri], eu mesmo, peguei fila e entrei com o processo. Tirei muitas fotos e dei vários autógrafos naquele dia, inclusive. Fiz o que qualquer pessoa faria. Não quis nunca me beneficiar do fato de eu ser um artista conhecido. O sr. está seguro de que não existe nenhuma ilegalidade neste processo? Fiz tudo dentro da lei. Como um artista, sei que todos ficam muito de olho, e não quero fazer nada fora da lei. Aquela área não é do condomínio. Faz mais de um ano que entrei com o pedido para poder comprá-la. Inclusive, você está me dando uma grande notícia, porque não sabia que a Câmara havia aprovado o projeto de lei. Quer dizer que é verdade. Que bom. Não que eu queira fazer nada muito grande lá. A compra da área pública está acertada então? Agora, haverá uma comissão que vai avaliar a área. Posso nem comprar o terreno, dependendo do valor que for pedido. Acho que ainda vai demorar um pouco. Entrei com o pedido em janeiro do ano passado. Tenho todo o processo, os protocolos, tudo documentado por fotos. Esse terreno ao lado de sua casa já é utilizado pelo sr.? Fiz também um pedido formal sobre isso há alguns anos. Gramei todo o terreno, fiz um parquinho e doei ao condomínio. Muitas crianças brincaram por lá. Mas agora o condomínio tem muitas outras áreas de lazer e aquela não é mais necessária.
cotidiano
'Eu mesmo fui no Poupatempo', diz Rodrigo Faro sobre lei que o beneficiouA Prefeitura de Barueri, cidade da Grande de São Paulo, atendeu a um pedido do apresentador Rodrigo Faro e fez um projeto de lei para vender um terreno público para o artista da TV Record. Em entrevista por telefone à Folha, Faro, que está em férias nos EUA, afirma que todo o trâmite de negociação do terreno foi feito dentro da lei. Ele diz também que nem sabia que o projeto que permite a venda da área para ele havia sido aprovado pela Câmara Municipal de Barueri. Faro declara ainda que ele pode nem mesmo fechar o negócio, dependendo de quanto a prefeitura cobrar pela área pública. * Folha - O sr. mesmo que fez à prefeitura o pedido de compra de uma área pública ao lado da sua casa? Rodrigo Faro - Fui estudar a Constituição e percebi que havia essa possibilidade de que qualquer pessoa entrasse com esse tipo de pedido na prefeitura. Fui lá no Poupatempo [de Barueri], eu mesmo, peguei fila e entrei com o processo. Tirei muitas fotos e dei vários autógrafos naquele dia, inclusive. Fiz o que qualquer pessoa faria. Não quis nunca me beneficiar do fato de eu ser um artista conhecido. O sr. está seguro de que não existe nenhuma ilegalidade neste processo? Fiz tudo dentro da lei. Como um artista, sei que todos ficam muito de olho, e não quero fazer nada fora da lei. Aquela área não é do condomínio. Faz mais de um ano que entrei com o pedido para poder comprá-la. Inclusive, você está me dando uma grande notícia, porque não sabia que a Câmara havia aprovado o projeto de lei. Quer dizer que é verdade. Que bom. Não que eu queira fazer nada muito grande lá. A compra da área pública está acertada então? Agora, haverá uma comissão que vai avaliar a área. Posso nem comprar o terreno, dependendo do valor que for pedido. Acho que ainda vai demorar um pouco. Entrei com o pedido em janeiro do ano passado. Tenho todo o processo, os protocolos, tudo documentado por fotos. Esse terreno ao lado de sua casa já é utilizado pelo sr.? Fiz também um pedido formal sobre isso há alguns anos. Gramei todo o terreno, fiz um parquinho e doei ao condomínio. Muitas crianças brincaram por lá. Mas agora o condomínio tem muitas outras áreas de lazer e aquela não é mais necessária.
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Veja as regras para troca do presente de Natal
Natal é tempo de presentear familiares e amigos, mas nem sempre é possível acertar na escolha. Pelo Código de Defesa do Consumidor, as lojas não são obrigadas a trocar o presente porque o cliente não gostou da cor, do modelo ou do tamanho. Apesar disso, em geral as lojas acabam trocando as mercadorias. A estratégia agrada o consumidor e pode ser uma boa oportunidade de conquistar um novo cliente. As regras variam por loja, mas é recomendável manter o presente intacto e cumprir o prazo estipulado. "A substituição só é obrigatória quando o produto tem defeito", explica Maria Inês Dolci, coordenadora de relações institucionais da Proteste (associação de defesa do consumidor). As condições e o prazo para a substituição devem estar por escrito. Em geral, essa informação vem na etiqueta ou na nota fiscal. Há lojas que fornecem um cartão de troca na embalagem. É a loja que estabelece o prazo, mas em geral é de 30 dias, segundo a supervisora do Procon Márcia Oliveira. Se a política de trocas da loja prever o direito de substituição e ela se recusar a fazê-lo, o cliente pode ir à Justiça por descumprir a oferta. A troca só é garantida quando a mercadoria tem defeito. Mesmo assim, o estabelecimento ou o fabricante tem 30 dias para tentar reparar o problema antes de fazer a substituição. "Se o prazo passar e nada tiver sido acordado, o consumidor pode, então, escolher entre a substituição do produto por outro em perfeitas condições de uso,a restituição imediata da quantia paga ou o abatimento proporcional do preço", ressalta a coordenadora-executiva do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Elici Bueno. PELA INTERNET O Código de Defesa do Consumidor garante o "direito de arrependimento" nas compras feitas pela internet. Com isso, o consumidor tem o prazo de sete dias, após a entrega, para a devolução. "O cliente tem direito ao cancelamento se não gostar do produto", afirma Márcia Oliveira, do Procon. Apesar disso, o direito é de cancelar a compra e pedir o dinheiro de volta, não de substituir o produto. * Saiba como pedir a troca do presente: PRODUTO SEM DEFEITO COMPRADO NA LOJA - Pelo Código de Defesa do Consumidor, não é em qualquer caso que o cliente pode exigir a troca de um produto - A loja não é obrigada a trocar mercadorias simplesmente porque o cliente não gostou do modelo ou da cor - Não há obrigatoriedade nem quando o tamanho não servir Política de trocas - Apesar disso, a maioria dos estabelecimentos faz a substituição para agradar e fidelizar o cliente - Especialmente em datas como Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais e Dia dos Namorados, a maioria das lojas se compromete a trocar Entre em contato com a loja O ideal é perguntar a política de trocas da loja antes de procurá-la Avisos Se a loja se comprometer a fazer as substituições, as informações devem estar detalhadas por escrito na etiqueta ou na nota fiscal Outras opções - Alguns estabelecimentos usam cartões de troca para serem colocados dentro do presente. Verifique se consta a data da compra e o prazo dado - Há lojas que adotam o vale-compra - Os comerciantes também podem colocar as informações na nota fiscal ou na etiqueta do produto Presente em perfeitas condições - O produto a ser trocado deve estar em perfeitas condições - O cliente deve levar o presente na embalagem e com a etiqueta - No caso de uma embalagem lacrada ser aberta, é recomendável apresentá-la com o produto - Algumas lojas exigem a nota fiscal para fazer a troca para comprovar a compra Prazo - Como a troca é facultativa para produtos sem defeito, é a loja que determina o prazo - Em geral, esse prazo é de 30 dias, mas é bom procurar a loja o mais rápido possível para evitar problemas - Quanto maior a demora, maior a dificuldade em fazer a troca - Conforme o tempo passa, o prazo pode expirar - Muitas vezes a mercadoria acaba, dificultando trocas apenas por cor e tamanho Setores - É preciso ficar atento no caso de eletrodomésticos e eletroeletrônicos - Em algumas redes, o produto só pode ser substituído por outro da mesma seção (não dá para trocar um multiprocessador por um DVD, por exemplo) COMPRA DE PRODUTO COM DEFEITO NA LOJA O Código de Defesa do Consumidor prevê a troca quando o produto apresenta algum defeito, desde que ele não seja consertado no prazo Nos primeiros 30 dias - O fornecedor tem 30 dias, a partir da reclamação de um item com falha, para resolver o defeito do produto antes da substituição - A regra vale para todo tipo de mercadoria - Não importa se é uma roupa descosturada, um sapato com a sola descolando ou um liquidificador que não funciona, por exemplo - O lojista ou a assistência técnica tem esse período para tentar solucionar a falha Depois de um mês Se o prazo passar e o problema não tiver sido resolvido, o consumidor tem três opções: - Pedir a substituição do produto por outro igual em perfeitas condições de uso - Solicitar a devolução imediata da quantia paga - Pedir o abatimento proporcional do preço para comprar outro produto diferente COMPRAS NA INTERNET Direito de desistir - Nas compras on-line, o cliente tem sete dias, contados a partir da entrega, para avaliar se quer mesmo o produto - Caso se arrependa da aquisição, pode desistir e pedir o dinheiro de volta sem arcar com nenhum custo - O cliente pode cancelar a compra, mas não substituir o produto, a menos que isso esteja explícito na política de trocas da empresa Falhas na entrega O consumidor que não teve o presente entregue na data esperada tem as seguintes opções: - Ele pode aceitar um novo prazo para a entrega, se for conveniente - Também pode pedir o dinheiro de volta à empresa Regras on-line - O produto deverá ser enviado à loja, com documentos que comprovem a data do recebimento da mercadoria - Também deve ser encaminhada uma carta escrita à mão, explicando o motivo da devolução Compras no cartão - Caso o valor ainda não tenha sido faturado no cartão de crédito, a compra pode ser apenas cancelada - Se já tiver sido cobrado, o consumidor deve exigir o estorno do valor - O prazo para a devolução do dinheiro varia conforme o prazo da fatura do cartão, mas em geral leva em torno de 30 dias Pagamentos feitos com dinheiro e boleto bancário - Devem ser devolvidos imediatamente Em todos os casos, é fundamental documentar tudo. Fontes: Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) e Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor)
mercado
Veja as regras para troca do presente de NatalNatal é tempo de presentear familiares e amigos, mas nem sempre é possível acertar na escolha. Pelo Código de Defesa do Consumidor, as lojas não são obrigadas a trocar o presente porque o cliente não gostou da cor, do modelo ou do tamanho. Apesar disso, em geral as lojas acabam trocando as mercadorias. A estratégia agrada o consumidor e pode ser uma boa oportunidade de conquistar um novo cliente. As regras variam por loja, mas é recomendável manter o presente intacto e cumprir o prazo estipulado. "A substituição só é obrigatória quando o produto tem defeito", explica Maria Inês Dolci, coordenadora de relações institucionais da Proteste (associação de defesa do consumidor). As condições e o prazo para a substituição devem estar por escrito. Em geral, essa informação vem na etiqueta ou na nota fiscal. Há lojas que fornecem um cartão de troca na embalagem. É a loja que estabelece o prazo, mas em geral é de 30 dias, segundo a supervisora do Procon Márcia Oliveira. Se a política de trocas da loja prever o direito de substituição e ela se recusar a fazê-lo, o cliente pode ir à Justiça por descumprir a oferta. A troca só é garantida quando a mercadoria tem defeito. Mesmo assim, o estabelecimento ou o fabricante tem 30 dias para tentar reparar o problema antes de fazer a substituição. "Se o prazo passar e nada tiver sido acordado, o consumidor pode, então, escolher entre a substituição do produto por outro em perfeitas condições de uso,a restituição imediata da quantia paga ou o abatimento proporcional do preço", ressalta a coordenadora-executiva do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Elici Bueno. PELA INTERNET O Código de Defesa do Consumidor garante o "direito de arrependimento" nas compras feitas pela internet. Com isso, o consumidor tem o prazo de sete dias, após a entrega, para a devolução. "O cliente tem direito ao cancelamento se não gostar do produto", afirma Márcia Oliveira, do Procon. Apesar disso, o direito é de cancelar a compra e pedir o dinheiro de volta, não de substituir o produto. * Saiba como pedir a troca do presente: PRODUTO SEM DEFEITO COMPRADO NA LOJA - Pelo Código de Defesa do Consumidor, não é em qualquer caso que o cliente pode exigir a troca de um produto - A loja não é obrigada a trocar mercadorias simplesmente porque o cliente não gostou do modelo ou da cor - Não há obrigatoriedade nem quando o tamanho não servir Política de trocas - Apesar disso, a maioria dos estabelecimentos faz a substituição para agradar e fidelizar o cliente - Especialmente em datas como Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais e Dia dos Namorados, a maioria das lojas se compromete a trocar Entre em contato com a loja O ideal é perguntar a política de trocas da loja antes de procurá-la Avisos Se a loja se comprometer a fazer as substituições, as informações devem estar detalhadas por escrito na etiqueta ou na nota fiscal Outras opções - Alguns estabelecimentos usam cartões de troca para serem colocados dentro do presente. Verifique se consta a data da compra e o prazo dado - Há lojas que adotam o vale-compra - Os comerciantes também podem colocar as informações na nota fiscal ou na etiqueta do produto Presente em perfeitas condições - O produto a ser trocado deve estar em perfeitas condições - O cliente deve levar o presente na embalagem e com a etiqueta - No caso de uma embalagem lacrada ser aberta, é recomendável apresentá-la com o produto - Algumas lojas exigem a nota fiscal para fazer a troca para comprovar a compra Prazo - Como a troca é facultativa para produtos sem defeito, é a loja que determina o prazo - Em geral, esse prazo é de 30 dias, mas é bom procurar a loja o mais rápido possível para evitar problemas - Quanto maior a demora, maior a dificuldade em fazer a troca - Conforme o tempo passa, o prazo pode expirar - Muitas vezes a mercadoria acaba, dificultando trocas apenas por cor e tamanho Setores - É preciso ficar atento no caso de eletrodomésticos e eletroeletrônicos - Em algumas redes, o produto só pode ser substituído por outro da mesma seção (não dá para trocar um multiprocessador por um DVD, por exemplo) COMPRA DE PRODUTO COM DEFEITO NA LOJA O Código de Defesa do Consumidor prevê a troca quando o produto apresenta algum defeito, desde que ele não seja consertado no prazo Nos primeiros 30 dias - O fornecedor tem 30 dias, a partir da reclamação de um item com falha, para resolver o defeito do produto antes da substituição - A regra vale para todo tipo de mercadoria - Não importa se é uma roupa descosturada, um sapato com a sola descolando ou um liquidificador que não funciona, por exemplo - O lojista ou a assistência técnica tem esse período para tentar solucionar a falha Depois de um mês Se o prazo passar e o problema não tiver sido resolvido, o consumidor tem três opções: - Pedir a substituição do produto por outro igual em perfeitas condições de uso - Solicitar a devolução imediata da quantia paga - Pedir o abatimento proporcional do preço para comprar outro produto diferente COMPRAS NA INTERNET Direito de desistir - Nas compras on-line, o cliente tem sete dias, contados a partir da entrega, para avaliar se quer mesmo o produto - Caso se arrependa da aquisição, pode desistir e pedir o dinheiro de volta sem arcar com nenhum custo - O cliente pode cancelar a compra, mas não substituir o produto, a menos que isso esteja explícito na política de trocas da empresa Falhas na entrega O consumidor que não teve o presente entregue na data esperada tem as seguintes opções: - Ele pode aceitar um novo prazo para a entrega, se for conveniente - Também pode pedir o dinheiro de volta à empresa Regras on-line - O produto deverá ser enviado à loja, com documentos que comprovem a data do recebimento da mercadoria - Também deve ser encaminhada uma carta escrita à mão, explicando o motivo da devolução Compras no cartão - Caso o valor ainda não tenha sido faturado no cartão de crédito, a compra pode ser apenas cancelada - Se já tiver sido cobrado, o consumidor deve exigir o estorno do valor - O prazo para a devolução do dinheiro varia conforme o prazo da fatura do cartão, mas em geral leva em torno de 30 dias Pagamentos feitos com dinheiro e boleto bancário - Devem ser devolvidos imediatamente Em todos os casos, é fundamental documentar tudo. Fontes: Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) e Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor)
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Policiais envolvidos em morte de criança cumprem medida cautelar
Os quatro policiais militares envolvidos na ocorrência que terminou com a morte do garoto Italo, 10, após suposto confronto armado em um carro furtado na Vila Andrade, zona sul de São Paulo, no último dia 2, terão a partir de agora que cumprir expediente administrativo diário na Corregedoria da Polícia Militar. A medida passou a valer nesta segunda (13). Os policiais se apresentarão de segunda a sexta-feira na sede do órgão, na Luz (região central), onde ficarão em uma sala fardados, mas desarmados e sem os celulares, das 9h às 18h, constantemente filmados. Oficialmente, a medida não é considerada um tipo de detenção. Oficiais da Corregedoria apontam que se trata apenas de uma medida cautelar para evitar vazamentos de informações e deixar os policiais de prontidão para prestarem novos esclarecimentos, inclusive da Polícia Civil. O advogado dos PMs, Marcos Manteiga, vê de forma diferente. Segundo ele, os policiais podem até mesmo ter suas conversas grampeadas por escutas. "Aos meus olhos, é um abuso de autoridade [do Comando da PM], uma prisão velada, uma forma de tortura", disse o advogado. Desde o ocorrido, os dois policiais da Rocam (tropa de motos) que afirmam terem atirado em direção ao carro já estavam longe das ruas. Na semana seguinte, os outros PMs, que ficaram com a criança sobrevivente, de 11 anos, também foram deslocados para a área administrativa. Os quatro, no entanto, seguiam na sede do batalhão responsável pela área, sem restrições para uso de celulares ou computadores, mas desarmados. A Polícia Civil aguarda o resultado de mais laudos feitos pela perícia, entre eles as balísticas nas armas dos PMs e do revólver calibre 38 apreendido como sendo de Italo, para decidir de que forma o outro menino será ouvido novamente. Só então a reconstituição do crime deverá ser feita, para avaliar se Italo teria condições de dirigir e atirar com a mão esquerda, mesmo sendo destro.
cotidiano
Policiais envolvidos em morte de criança cumprem medida cautelarOs quatro policiais militares envolvidos na ocorrência que terminou com a morte do garoto Italo, 10, após suposto confronto armado em um carro furtado na Vila Andrade, zona sul de São Paulo, no último dia 2, terão a partir de agora que cumprir expediente administrativo diário na Corregedoria da Polícia Militar. A medida passou a valer nesta segunda (13). Os policiais se apresentarão de segunda a sexta-feira na sede do órgão, na Luz (região central), onde ficarão em uma sala fardados, mas desarmados e sem os celulares, das 9h às 18h, constantemente filmados. Oficialmente, a medida não é considerada um tipo de detenção. Oficiais da Corregedoria apontam que se trata apenas de uma medida cautelar para evitar vazamentos de informações e deixar os policiais de prontidão para prestarem novos esclarecimentos, inclusive da Polícia Civil. O advogado dos PMs, Marcos Manteiga, vê de forma diferente. Segundo ele, os policiais podem até mesmo ter suas conversas grampeadas por escutas. "Aos meus olhos, é um abuso de autoridade [do Comando da PM], uma prisão velada, uma forma de tortura", disse o advogado. Desde o ocorrido, os dois policiais da Rocam (tropa de motos) que afirmam terem atirado em direção ao carro já estavam longe das ruas. Na semana seguinte, os outros PMs, que ficaram com a criança sobrevivente, de 11 anos, também foram deslocados para a área administrativa. Os quatro, no entanto, seguiam na sede do batalhão responsável pela área, sem restrições para uso de celulares ou computadores, mas desarmados. A Polícia Civil aguarda o resultado de mais laudos feitos pela perícia, entre eles as balísticas nas armas dos PMs e do revólver calibre 38 apreendido como sendo de Italo, para decidir de que forma o outro menino será ouvido novamente. Só então a reconstituição do crime deverá ser feita, para avaliar se Italo teria condições de dirigir e atirar com a mão esquerda, mesmo sendo destro.
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Extinção do Ministério da Cultura é 'pura demagogia', afirma Dilma
Em uma provocação ao presidente interino Michel Temer, a presidente afastada Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (19) que a extinção do Ministério da Cultura é "pura demagogia" e ressaltou que as mulheres não querem ser tratadas como um "fetiche decorativo". Em bate-papo com seguidores nas redes sociais, a petista criticou a ausência de mulheres no primeiro escalão do governo peemedebista e disse que aquelas que recusaram convite para assumir a Secretaria Nacional de Cultura têm "consciência de gênero". Em dezembro, em carta-desabafo à presidente afastada, o peemedebista usou também o termo "decorativo" para definir seu espaço à época no governo federal. Ele disse que passou os primeiros quatro anos da administração petista como um "vice decorativo". "Eu acredito que as mulheres não querem ser tratadas como um fetiche decorativo. Ao contrário do que alguns pensam, as mulheres têm apurado senso crítico e, por isso, são muito sensíveis a todas as tentativas de uso indevido da sua condição feminina", disse. A petista lembrou que o MinC foi criado em 1985, com a redemocratização do país após a ditadura militar, e avaliou que "não é uma coincidência" que uma das primeiras medidas da gestão interina foi o rebaixamento da estrutura. "É como se eles quisessem voltar ao passado autoritário. Uma secretaria nacional de Cultura não tem a capacidade de atender às demandas e necessidades culturais da população. Não tem a estrutura necessária para atuar, levando em conta a amplitude, a complexidade e a diversidade cultural brasileira", disse. A presidente afastada avaliou ainda que o orçamento destinado ao Ministério da Cultura é "irrisório em termos absolutos" e que sua extinção não representa uma economia significativa para as contas públicas, o que torna a iniciativa "pura demagogia". "O golpe em marcha ameaça o próximo passo do processo para transformar a economia da música do Brasil no próximo setor a se tornar superavitário. Portanto, essa propalada economia com o corte do Ministério da Cultura é pura demagogia", disse. O corte do Ministério da Cultura e a ausência de mulheres no primeiro escalão têm sido criticados tanto por entidades da área como por movimentos de esquerda. Para arrefecer as críticas, o presidente interino decidiu indicar representantes do sexo feminino para o comando de secretarias e estatais, como direitos humanos e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Nesta quinta-feira (19), Temer também fez questão de receber a bancada feminina da Câmara dos Deputados.
ilustrada
Extinção do Ministério da Cultura é 'pura demagogia', afirma DilmaEm uma provocação ao presidente interino Michel Temer, a presidente afastada Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (19) que a extinção do Ministério da Cultura é "pura demagogia" e ressaltou que as mulheres não querem ser tratadas como um "fetiche decorativo". Em bate-papo com seguidores nas redes sociais, a petista criticou a ausência de mulheres no primeiro escalão do governo peemedebista e disse que aquelas que recusaram convite para assumir a Secretaria Nacional de Cultura têm "consciência de gênero". Em dezembro, em carta-desabafo à presidente afastada, o peemedebista usou também o termo "decorativo" para definir seu espaço à época no governo federal. Ele disse que passou os primeiros quatro anos da administração petista como um "vice decorativo". "Eu acredito que as mulheres não querem ser tratadas como um fetiche decorativo. Ao contrário do que alguns pensam, as mulheres têm apurado senso crítico e, por isso, são muito sensíveis a todas as tentativas de uso indevido da sua condição feminina", disse. A petista lembrou que o MinC foi criado em 1985, com a redemocratização do país após a ditadura militar, e avaliou que "não é uma coincidência" que uma das primeiras medidas da gestão interina foi o rebaixamento da estrutura. "É como se eles quisessem voltar ao passado autoritário. Uma secretaria nacional de Cultura não tem a capacidade de atender às demandas e necessidades culturais da população. Não tem a estrutura necessária para atuar, levando em conta a amplitude, a complexidade e a diversidade cultural brasileira", disse. A presidente afastada avaliou ainda que o orçamento destinado ao Ministério da Cultura é "irrisório em termos absolutos" e que sua extinção não representa uma economia significativa para as contas públicas, o que torna a iniciativa "pura demagogia". "O golpe em marcha ameaça o próximo passo do processo para transformar a economia da música do Brasil no próximo setor a se tornar superavitário. Portanto, essa propalada economia com o corte do Ministério da Cultura é pura demagogia", disse. O corte do Ministério da Cultura e a ausência de mulheres no primeiro escalão têm sido criticados tanto por entidades da área como por movimentos de esquerda. Para arrefecer as críticas, o presidente interino decidiu indicar representantes do sexo feminino para o comando de secretarias e estatais, como direitos humanos e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Nesta quinta-feira (19), Temer também fez questão de receber a bancada feminina da Câmara dos Deputados.
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Usuários protestam contra limite de dados de internet por operadoras
Por meio de páginas no Facebook e petições on-line, usuários de serviços de banda larga fixa têm protestado contra medidas de grandes operadoras do país de limitar o uso de dados de internet –e até de cortar a conexão caso os pacotes contratados sejam excedidos, prática já existente na internet móvel. Em três dias desde sua criação, no último sábado (9), a página no Facebook Movimento Internet Sem Limites, que advoga contra a medida, já obteve mais de 149 mil curtidas. Uma petição na plataforma Avaaz reúne mais de 278 mil assinaturas desde sua postagem em 22 de março. A mobilização começou em fevereiro, quando a Vivo anunciou que iria bloquear ou reduzir a conexão de novos clientes que ultrapassem o plano contratado –com limites mensais de consumo entre 10 Gbytes e 130 Gbytes. Assistir a um filme ou série no Netflix gasta cerca de 1 Gbyte de dados por hora, com definição de vídeo padrão, ou até 3 Gbytes por hora em alta definição. Os novos contratantes da Vivo têm condições "promocionais" até 31 de dezembro deste ano, quando passa a valer o bloqueio. Contratos assinados antes das mudanças não serão afetados. Qualquer alteração ou melhoria no pacote resulta em um novo contrato, portanto, elegível ao novo modelo de cobrança. Sites especializados informaram que a Oi começaria a reduzir a velocidade da conexão após o fim do pacote. A empresa nega e diz que "não pratica redução de velocidade ou interrupção da navegação após o fim da franquia". Já a Net afirma que sempre trabalhou com limite de consumo de dados, reduzindo a velocidade para a menor faixa disponível (1 Mbps) até o fim do mês, caso o plano seja ultrapassado. "A existência do limite da franquia de dados não é a questão, a Anatel já tem uma regulamentação para isso", diz Rafael Zanatta, pesquisador de telecomunicações do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). "O que nos assustou, e levamos isso para o Ministério da Justiça, é que as reduções são gritantes e feitas de forma sequenciada pelos principais players do mercado." O Idec pretende entrar com uma ação na Justiça nesta semana contra a limitação, alegando que ela fere o Código de Defesa do Consumidor –ao elevar o custo sem justificativa técnica– e o Marco Civil (segundo o qual a conexão só pode ser cortada se a conta não for paga). As operadoras não comentaram as acusações. A Anatel disse que não regulamenta o tema. "A prática do bloqueio de internet após o consumo da franquia não é determinada pela agência tampouco advém de sua regulamentação." Mas a agência estabeleceu que cabe às operadores comunicar sobre a proximidade do término da franquia e disponibilizar algum recurso que possibilite acompanhar o uso do serviço contratado.
tec
Usuários protestam contra limite de dados de internet por operadorasPor meio de páginas no Facebook e petições on-line, usuários de serviços de banda larga fixa têm protestado contra medidas de grandes operadoras do país de limitar o uso de dados de internet –e até de cortar a conexão caso os pacotes contratados sejam excedidos, prática já existente na internet móvel. Em três dias desde sua criação, no último sábado (9), a página no Facebook Movimento Internet Sem Limites, que advoga contra a medida, já obteve mais de 149 mil curtidas. Uma petição na plataforma Avaaz reúne mais de 278 mil assinaturas desde sua postagem em 22 de março. A mobilização começou em fevereiro, quando a Vivo anunciou que iria bloquear ou reduzir a conexão de novos clientes que ultrapassem o plano contratado –com limites mensais de consumo entre 10 Gbytes e 130 Gbytes. Assistir a um filme ou série no Netflix gasta cerca de 1 Gbyte de dados por hora, com definição de vídeo padrão, ou até 3 Gbytes por hora em alta definição. Os novos contratantes da Vivo têm condições "promocionais" até 31 de dezembro deste ano, quando passa a valer o bloqueio. Contratos assinados antes das mudanças não serão afetados. Qualquer alteração ou melhoria no pacote resulta em um novo contrato, portanto, elegível ao novo modelo de cobrança. Sites especializados informaram que a Oi começaria a reduzir a velocidade da conexão após o fim do pacote. A empresa nega e diz que "não pratica redução de velocidade ou interrupção da navegação após o fim da franquia". Já a Net afirma que sempre trabalhou com limite de consumo de dados, reduzindo a velocidade para a menor faixa disponível (1 Mbps) até o fim do mês, caso o plano seja ultrapassado. "A existência do limite da franquia de dados não é a questão, a Anatel já tem uma regulamentação para isso", diz Rafael Zanatta, pesquisador de telecomunicações do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). "O que nos assustou, e levamos isso para o Ministério da Justiça, é que as reduções são gritantes e feitas de forma sequenciada pelos principais players do mercado." O Idec pretende entrar com uma ação na Justiça nesta semana contra a limitação, alegando que ela fere o Código de Defesa do Consumidor –ao elevar o custo sem justificativa técnica– e o Marco Civil (segundo o qual a conexão só pode ser cortada se a conta não for paga). As operadoras não comentaram as acusações. A Anatel disse que não regulamenta o tema. "A prática do bloqueio de internet após o consumo da franquia não é determinada pela agência tampouco advém de sua regulamentação." Mas a agência estabeleceu que cabe às operadores comunicar sobre a proximidade do término da franquia e disponibilizar algum recurso que possibilite acompanhar o uso do serviço contratado.
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Ainda se protesta
A morte de Ricardo Silva Nascimento, ocorrida há pouco mais de uma semana no bairro de Pinheiros, em São Paulo, suscitou um sentimento de revolta e de mobilização cujo significado, nos dias que correm, ultrapassa o que faz crer o número, relativamente pequeno, dos que nele se envolveram. Não compõem grande massa popular, sem dúvida, os que compareceram à cerimônia religiosa, seguida de ato público, em memória do carroceiro —baleado por um policial militar, por volta das 18h de uma quarta-feira, 12 de julho. Teria ameaçado PMs com um pedaço de pau, em frente a um supermercado, em rua movimentada. Cidadãos que testemunharam a cena afirmam que o carroceiro parecia alcoolizado —condição que, conforme dizem, era corriqueira no seu caso. As autoridades ordenaram-lhe que se desfizesse da madeira que empunhava, sob pena de ser alvejado. Moradores da região asseguram que era baixa a periculosidade de Nascimento. Na dúvida, como parece ser a sinistra regra das forças de segurança no Brasil, a PM atirou. A ação terá sido "provavelmente desnecessária", diz o ouvidor da Polícia de São Paulo, após colher relatos dos que presenciaram o homicídio. Por ter ocorrido em local e horário de alta circulação, a tragédia encontrou testemunhas em maior número —e com mais disposição de contar o que viram, pode-se presumir, do que se esperaria em casos semelhantes a ocorrer na periferia da cidade. A reação chocada dos transeuntes fez com que os policiais improvisassem a remoção do cadáver, sem ação de pessoal especializado. Num contexto em que partidários da violência policial ainda parecem ativos, é com algum alívio que se registra a capacidade de alguns cidadãos de se organizarem em nome de valores como o respeito humano e a solidariedade com os mais fracos e desfavorecidos. Estes não se confundem com o sentimentalismo fácil que não raro se presta a explorações de má-fé. Importa zelar pela proporcionalidade no uso da força, pela avaliação equilibrada das necessidades repressivas do Estado e, nesse caso como em qualquer outro, por investigações isentas. Submetidos a uma rotina de estresse e de risco, mas também aos condicionamentos da truculência, os policiais militares não são, nem teriam por que ser, carrascos da população. Ei-la, entretanto, vitimada uma vez mais. [email protected]
opiniao
Ainda se protestaA morte de Ricardo Silva Nascimento, ocorrida há pouco mais de uma semana no bairro de Pinheiros, em São Paulo, suscitou um sentimento de revolta e de mobilização cujo significado, nos dias que correm, ultrapassa o que faz crer o número, relativamente pequeno, dos que nele se envolveram. Não compõem grande massa popular, sem dúvida, os que compareceram à cerimônia religiosa, seguida de ato público, em memória do carroceiro —baleado por um policial militar, por volta das 18h de uma quarta-feira, 12 de julho. Teria ameaçado PMs com um pedaço de pau, em frente a um supermercado, em rua movimentada. Cidadãos que testemunharam a cena afirmam que o carroceiro parecia alcoolizado —condição que, conforme dizem, era corriqueira no seu caso. As autoridades ordenaram-lhe que se desfizesse da madeira que empunhava, sob pena de ser alvejado. Moradores da região asseguram que era baixa a periculosidade de Nascimento. Na dúvida, como parece ser a sinistra regra das forças de segurança no Brasil, a PM atirou. A ação terá sido "provavelmente desnecessária", diz o ouvidor da Polícia de São Paulo, após colher relatos dos que presenciaram o homicídio. Por ter ocorrido em local e horário de alta circulação, a tragédia encontrou testemunhas em maior número —e com mais disposição de contar o que viram, pode-se presumir, do que se esperaria em casos semelhantes a ocorrer na periferia da cidade. A reação chocada dos transeuntes fez com que os policiais improvisassem a remoção do cadáver, sem ação de pessoal especializado. Num contexto em que partidários da violência policial ainda parecem ativos, é com algum alívio que se registra a capacidade de alguns cidadãos de se organizarem em nome de valores como o respeito humano e a solidariedade com os mais fracos e desfavorecidos. Estes não se confundem com o sentimentalismo fácil que não raro se presta a explorações de má-fé. Importa zelar pela proporcionalidade no uso da força, pela avaliação equilibrada das necessidades repressivas do Estado e, nesse caso como em qualquer outro, por investigações isentas. Submetidos a uma rotina de estresse e de risco, mas também aos condicionamentos da truculência, os policiais militares não são, nem teriam por que ser, carrascos da população. Ei-la, entretanto, vitimada uma vez mais. [email protected]
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Muita gente já não sabe versinhos de cantigas, lamenta educadora
"Há muito o que aprender sobre o Brasil nas cantigas infantis", disse a educadora Lydia Hortélio, uma das maiores especialistas na cultura do brincar, neste domingo (27), no Espaço Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Lydia se reuniu com 30 educadores e artistas na Oficina de Brinquedos Cantados e Brinquedos Ritmados, com assistência da coreógrafa e pesquisadora Andrea Jabor. O encontro, que integra a programação do 13º FIL (Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens), teve o objetivo de compartilhar cantigas de roda, versinhos e parlendas, além de histórias musicadas, e refletir sobre sua importância. "Muitas pessoas já não sabem versos", lamentou. "Deveria ser um exercício diário. Poderiam aproveitar o tempo parado no trânsito, por exemplo, para inventar versinhos." Para começar a oficina, todos deram as mãos e formaram uma grande roda para cantar versos. Primeiro, todos entoaram um refrão; depois, cada hora um se apresentou no centro da roda para declamar quatro frases, no ritmo da canção. Hortélio explicou que existem dois tipos principais de roda de versos: as líricas, mais românticas e com cantigas que falam sobre natureza, encantamento e amor, e as de desafio, chamadas de "despique", em que há uma provocação no limite do "xingamento", um "desaforo". Mas, claro, tudo em tom de brincadeira. Conheça abaixo alguns versos cantados na roda. E, mais abaixo, a brincadeira de roda (também chamada de "brinquedo") "Ana Maria". O 13º FIL (Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens) começou na quinta-feira (24) e vai até 4 de outubro no Rio de Janeiro. Além de vários espetáculos nacionais e internacionais, o evento traz oficinas, mesas redondas e palestras voltadas para todas as idades. * Refrão: "Tintiriri meu bem te vi Tatarará meu sabiá Quero ver, quero ver Quero ver moça rodar" Versos: "Não tenho medo de homem Nem do ronco que ele tem O besouro também ronca Vai-se ver, não é ninguém" "Eu sou bem pequenininha Do tamanho de um botão Mas carrego o meu amor Dentro do meu coração" "Morena dos olhos pretos Olhos pretos "matadô" Se eu morrer por esses dias Foi seus "zóio" que me mato" "Quando eu era pequenina Gostava de tudo brincar Mas agora que sou mocinha Meu brincar é namorar" "Se eu soubesse que tu vinhas Enchia a casa de cheiro Perfumava com alecrim E ´fulô´ de limoeiro" "Por detrás daquela serra Passa boi, passa boiada Só não passa a (nome de alguém da roda) Com a saia arriada" "Por detrás daquela serra Tem um pé de abricó Quem quiser casar comigo Vai pedir pra minha avó" "Lá no alto daquele morro Tem dois sacos de cimento Quando um roça com outro É sinal de casamento" * BRINCADEIRA DE RODA ANA MARIA Ana Maria Ficou de catapora Por 24 horas Vixe! Todos dão as mãos na roda, e cantam e pulam sem parar, no ritmo da canção. Quando o refrão termina ("Vixe!"), todos devem abrir um pouco as pernas e "congelar" naquela posição. Em seguida, recomeça a cantoria, e o brincante pula da posição em que está - com as pernas um pouco abertas. Ao ouvir "Vixe!", ele abre mais um pouco as pernas, "congelando" novamente. E assim por diante, cantando cada vez mais rápido, até ficar com as pernas bem abertas, tentando se equilibrar. Conheça mais brincadeiras cantadas no projeto Mapa do Brincar, da Folha. PARA CONFERIR 13º Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens QUANDO até 4/10 ONDE Rio de Janeiro, em nove teatros: Espaço Tom Jobim,Teatro Municipal Carlos Gomes, OI Futuro Flamengo, Teatro Municipal Maria Clara Machado, Espaço Cultural Municipal Sergio Porto, Casa Daros, Cinemaison Rio, Auditório da Fundação Planetário e Teatro do Colégio Pedro II - Realengo. Confira os endereços no site QUANTO de R$ 5 a R$ 20; oficinas grátis, com inscrição prévia
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Muita gente já não sabe versinhos de cantigas, lamenta educadora"Há muito o que aprender sobre o Brasil nas cantigas infantis", disse a educadora Lydia Hortélio, uma das maiores especialistas na cultura do brincar, neste domingo (27), no Espaço Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Lydia se reuniu com 30 educadores e artistas na Oficina de Brinquedos Cantados e Brinquedos Ritmados, com assistência da coreógrafa e pesquisadora Andrea Jabor. O encontro, que integra a programação do 13º FIL (Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens), teve o objetivo de compartilhar cantigas de roda, versinhos e parlendas, além de histórias musicadas, e refletir sobre sua importância. "Muitas pessoas já não sabem versos", lamentou. "Deveria ser um exercício diário. Poderiam aproveitar o tempo parado no trânsito, por exemplo, para inventar versinhos." Para começar a oficina, todos deram as mãos e formaram uma grande roda para cantar versos. Primeiro, todos entoaram um refrão; depois, cada hora um se apresentou no centro da roda para declamar quatro frases, no ritmo da canção. Hortélio explicou que existem dois tipos principais de roda de versos: as líricas, mais românticas e com cantigas que falam sobre natureza, encantamento e amor, e as de desafio, chamadas de "despique", em que há uma provocação no limite do "xingamento", um "desaforo". Mas, claro, tudo em tom de brincadeira. Conheça abaixo alguns versos cantados na roda. E, mais abaixo, a brincadeira de roda (também chamada de "brinquedo") "Ana Maria". O 13º FIL (Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens) começou na quinta-feira (24) e vai até 4 de outubro no Rio de Janeiro. Além de vários espetáculos nacionais e internacionais, o evento traz oficinas, mesas redondas e palestras voltadas para todas as idades. * Refrão: "Tintiriri meu bem te vi Tatarará meu sabiá Quero ver, quero ver Quero ver moça rodar" Versos: "Não tenho medo de homem Nem do ronco que ele tem O besouro também ronca Vai-se ver, não é ninguém" "Eu sou bem pequenininha Do tamanho de um botão Mas carrego o meu amor Dentro do meu coração" "Morena dos olhos pretos Olhos pretos "matadô" Se eu morrer por esses dias Foi seus "zóio" que me mato" "Quando eu era pequenina Gostava de tudo brincar Mas agora que sou mocinha Meu brincar é namorar" "Se eu soubesse que tu vinhas Enchia a casa de cheiro Perfumava com alecrim E ´fulô´ de limoeiro" "Por detrás daquela serra Passa boi, passa boiada Só não passa a (nome de alguém da roda) Com a saia arriada" "Por detrás daquela serra Tem um pé de abricó Quem quiser casar comigo Vai pedir pra minha avó" "Lá no alto daquele morro Tem dois sacos de cimento Quando um roça com outro É sinal de casamento" * BRINCADEIRA DE RODA ANA MARIA Ana Maria Ficou de catapora Por 24 horas Vixe! Todos dão as mãos na roda, e cantam e pulam sem parar, no ritmo da canção. Quando o refrão termina ("Vixe!"), todos devem abrir um pouco as pernas e "congelar" naquela posição. Em seguida, recomeça a cantoria, e o brincante pula da posição em que está - com as pernas um pouco abertas. Ao ouvir "Vixe!", ele abre mais um pouco as pernas, "congelando" novamente. E assim por diante, cantando cada vez mais rápido, até ficar com as pernas bem abertas, tentando se equilibrar. Conheça mais brincadeiras cantadas no projeto Mapa do Brincar, da Folha. PARA CONFERIR 13º Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens QUANDO até 4/10 ONDE Rio de Janeiro, em nove teatros: Espaço Tom Jobim,Teatro Municipal Carlos Gomes, OI Futuro Flamengo, Teatro Municipal Maria Clara Machado, Espaço Cultural Municipal Sergio Porto, Casa Daros, Cinemaison Rio, Auditório da Fundação Planetário e Teatro do Colégio Pedro II - Realengo. Confira os endereços no site QUANTO de R$ 5 a R$ 20; oficinas grátis, com inscrição prévia
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Seminários, alertas e repelentes viram trunfo contra o zika antes da Rio-2016
DE SÃO PAULO Preocupados com os crescente casos do vírus zika no Brasil, países da elite esportiva internacional têm apelado até a parceria com fornecedores de repelentes. É o caso de Austrália e Alemanha, que ficaram entre os dez primeiros colocados no quadro de medalhas nos Jogos de Londres, em 2012. À Folha, o comitê alemão afirmou que firmou acordo de cooperação com uma empresa local especializada em produtos de combate a insetos, que vai fornecer repelentes a atletas e oficiais que vierem ao Brasil para o evento. Outra medida adotada foi convidar especialistas do Instituto Alemão para Doenças Tropicais para dar seminário a oficiais do comitê olímpico em abril, quando ocorre reunião geral de toda a cúpula da delegação que vai ao Rio. Além disso, a entidade também distribuiu um alerta a todas as federações esportivas do país sobre procedimentos em relação ao zika. O comitê olímpico australiano adotará expediente semelhante. Ele anunciou nesta segunda (1º) que a Bushman vai prover mil tubos de repelente para sua delegação. A chefe de missão da equipe australiana, Kitty Chiller, disse que a parceria ajudará a afastar a possibilidade de se contrair doenças causadas por mosquitos. "Com as preocupações atuais sobre o zika, e também a outras doenças na América do Sul, a parceria será benéfica para os atletas." Além de receberem os repelentes, atletas e oficiais do país também foram instruídos a não abrirem janelas e a usarem telas anti-mosquito para usarem enquanto dormem na Vila Olímpica. Todos os competidores do país também serão vacinados contra a febre amarela, por precaução. O Comitê Olímpico do Canadá afirmou que repassará aos seus atletas recomendações gerais de sua autoridades de saúde: uso intenso de repelente e telas e vestuário que cubra pernas e braços. "A equipe médica do Time Canadá está monitorando todos os riscos de saúde dentro e nos arredores do Rio antes dos Jogos Olímpicos, e também tem tomado os passos necessários para assegurar que nossos atletas possam competir sem preocupação", disse o médico chefe do comitê, Robert McCormack, via assessoria de imprensa. O Comitê Olímpico do Japão contou que mantém contato estreito com a organização da Rio-2016 e trabalha para obter a melhor solução para sua equipe nacional. Nesta segunda, a Organização Mundial de Saúde o surto de zika uma emergência de saúde pública internacional e deve organizar ações internacionais de combate ao mosquito transmissor. Na sexta-feira (29), o COI (Comitê Olímpico Internacional) disse em nota às delegações que irão ao Rio que o evento estará seguro em relação ao vírus, que é transmitido pelo Aedes aegypti, mas fez um apelo aos visitantes a se protegerem enquanto estiverem na região. Vírus da zika
esporte
Seminários, alertas e repelentes viram trunfo contra o zika antes da Rio-2016 DE SÃO PAULO Preocupados com os crescente casos do vírus zika no Brasil, países da elite esportiva internacional têm apelado até a parceria com fornecedores de repelentes. É o caso de Austrália e Alemanha, que ficaram entre os dez primeiros colocados no quadro de medalhas nos Jogos de Londres, em 2012. À Folha, o comitê alemão afirmou que firmou acordo de cooperação com uma empresa local especializada em produtos de combate a insetos, que vai fornecer repelentes a atletas e oficiais que vierem ao Brasil para o evento. Outra medida adotada foi convidar especialistas do Instituto Alemão para Doenças Tropicais para dar seminário a oficiais do comitê olímpico em abril, quando ocorre reunião geral de toda a cúpula da delegação que vai ao Rio. Além disso, a entidade também distribuiu um alerta a todas as federações esportivas do país sobre procedimentos em relação ao zika. O comitê olímpico australiano adotará expediente semelhante. Ele anunciou nesta segunda (1º) que a Bushman vai prover mil tubos de repelente para sua delegação. A chefe de missão da equipe australiana, Kitty Chiller, disse que a parceria ajudará a afastar a possibilidade de se contrair doenças causadas por mosquitos. "Com as preocupações atuais sobre o zika, e também a outras doenças na América do Sul, a parceria será benéfica para os atletas." Além de receberem os repelentes, atletas e oficiais do país também foram instruídos a não abrirem janelas e a usarem telas anti-mosquito para usarem enquanto dormem na Vila Olímpica. Todos os competidores do país também serão vacinados contra a febre amarela, por precaução. O Comitê Olímpico do Canadá afirmou que repassará aos seus atletas recomendações gerais de sua autoridades de saúde: uso intenso de repelente e telas e vestuário que cubra pernas e braços. "A equipe médica do Time Canadá está monitorando todos os riscos de saúde dentro e nos arredores do Rio antes dos Jogos Olímpicos, e também tem tomado os passos necessários para assegurar que nossos atletas possam competir sem preocupação", disse o médico chefe do comitê, Robert McCormack, via assessoria de imprensa. O Comitê Olímpico do Japão contou que mantém contato estreito com a organização da Rio-2016 e trabalha para obter a melhor solução para sua equipe nacional. Nesta segunda, a Organização Mundial de Saúde o surto de zika uma emergência de saúde pública internacional e deve organizar ações internacionais de combate ao mosquito transmissor. Na sexta-feira (29), o COI (Comitê Olímpico Internacional) disse em nota às delegações que irão ao Rio que o evento estará seguro em relação ao vírus, que é transmitido pelo Aedes aegypti, mas fez um apelo aos visitantes a se protegerem enquanto estiverem na região. Vírus da zika
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Ocupação de escolas perde força, e alunos avaliam novo rumo
Uma semana após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) suspender a reorganização das escolas paulistas, estudantes que ocupam colégios ainda avaliam qual será o rumo do movimento, desidratado após a desocupação de parte das escolas. Mesmo com a suspensão do plano pela gestão tucana, que afirma querer "aprofundar o diálogo" em 2016, os alunos pedem o cancelamento do projeto e a punição de policiais que agrediram adolescentes em manifestações. O governo queria dividir unidades por ciclos únicos (como só ensino médio). Para isso, iria transferir 311 mil alunos e fechar 92 colégios. Em um mês de ocupações e protestos, os secundaristas barraram o projeto que seria implantado em 2016. Também derrubaram o secretário da Educação, Herman Voorwald. Ainda não há substituto. No último dia 4, quando Alckmin recuou, 196 escolas no Estado estavam ocupadas. Nesta sexta (11), eram 99. Na capital, alguns colégios centrais deixaram o movimento nos últimos dias, como o Caetano de Campos (Aclimação) e o Miss Browne (Perdizes). "Agora são novos métodos para novas metas. Se a reorganização voltar em 2016, nós podemos fazer novas ocupações e travamento [de ruas]", diz Antônio Assis, 15, da escola Fidelino Figueiredo, na Santa Cecília (centro). Nesta sexta, os alunos "colocavam a escola em ordem", para depois desocupá-la. Outros colégios continuam firmes e sem previsão de recuo, como o Fernão Dias Paes e o Alves Cruz, ambos em Pinheiros (zona oeste). Os alunos de cada escola decidem os rumos da ocupação. Durante a semana, há reuniões do "Comando", grupo com representantes das unidades. Essas reuniões são marcadas pelos alunos por meio de um grupo no WhatsApp. Cada escola envia dois representantes da ocupação a essas reuniões –nem sempre os mesmos. É esse "Comando" que decide, por exemplo, estratégias para o movimento, como o fechamento de ruas e grandes avenidas. Os alunos dizem que não há líderes e que as decisões são sempre tomadas em assembleias. A entrada na Fernão Dias Paes, por exemplo, foi deliberada dessa forma. REVOLTA E MANUAL As ocupações em escolas paulistas tiveram influência da "revolta dos pinguins, movimento de secundaristas chilenos que ocupou mais de 700 escolas em 2011. Os alunos de SP chegaram a usar o manual chileno "Como ocupar o seu colégio?". A primeira ocorreu no colégio estadual Diadema, na noite do dia 9 de novembro. Poucas horas depois, cerca de cem alunos entraram no Fernão, já no dia 10. "Um aluno teve a ideia. Todo mundo sentou e pensou nos riscos. Foi feita uma votação e resolvemos ocupar", diz Allekxander Buniak, 21, aluno do 2º ano do Fernão. Buniak conta ter servido dois anos no Exército. Ele diz que "nem gosta de política" –quer prestar direito e abrir um estúdio de tatuagem. Outros já são mais ligados à militância, como Heudes Oliveira, 18, também do Fernão. Ele atuou como porta-voz do Movimento Passe Livre em atos contra o aumento da tarifa. Os alunos se dizem autônomos e rechaçam a participação de partidos. Nos protestos, os gritos de ordem se restringem às reivindicações relacionadas à reorganização. Gritos de "fora Cunha", porém, foram ouvidos em um show em frente a uma escola ocupada no último domingo (6). Já o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) não é abordado pelos estudantes. "Nosso foco foi sempre a reorganização. Dilma, Temer, Aécio são todos iguais. Nem discutimos isso", diz Antônio Assis, 15.
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Ocupação de escolas perde força, e alunos avaliam novo rumoUma semana após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) suspender a reorganização das escolas paulistas, estudantes que ocupam colégios ainda avaliam qual será o rumo do movimento, desidratado após a desocupação de parte das escolas. Mesmo com a suspensão do plano pela gestão tucana, que afirma querer "aprofundar o diálogo" em 2016, os alunos pedem o cancelamento do projeto e a punição de policiais que agrediram adolescentes em manifestações. O governo queria dividir unidades por ciclos únicos (como só ensino médio). Para isso, iria transferir 311 mil alunos e fechar 92 colégios. Em um mês de ocupações e protestos, os secundaristas barraram o projeto que seria implantado em 2016. Também derrubaram o secretário da Educação, Herman Voorwald. Ainda não há substituto. No último dia 4, quando Alckmin recuou, 196 escolas no Estado estavam ocupadas. Nesta sexta (11), eram 99. Na capital, alguns colégios centrais deixaram o movimento nos últimos dias, como o Caetano de Campos (Aclimação) e o Miss Browne (Perdizes). "Agora são novos métodos para novas metas. Se a reorganização voltar em 2016, nós podemos fazer novas ocupações e travamento [de ruas]", diz Antônio Assis, 15, da escola Fidelino Figueiredo, na Santa Cecília (centro). Nesta sexta, os alunos "colocavam a escola em ordem", para depois desocupá-la. Outros colégios continuam firmes e sem previsão de recuo, como o Fernão Dias Paes e o Alves Cruz, ambos em Pinheiros (zona oeste). Os alunos de cada escola decidem os rumos da ocupação. Durante a semana, há reuniões do "Comando", grupo com representantes das unidades. Essas reuniões são marcadas pelos alunos por meio de um grupo no WhatsApp. Cada escola envia dois representantes da ocupação a essas reuniões –nem sempre os mesmos. É esse "Comando" que decide, por exemplo, estratégias para o movimento, como o fechamento de ruas e grandes avenidas. Os alunos dizem que não há líderes e que as decisões são sempre tomadas em assembleias. A entrada na Fernão Dias Paes, por exemplo, foi deliberada dessa forma. REVOLTA E MANUAL As ocupações em escolas paulistas tiveram influência da "revolta dos pinguins, movimento de secundaristas chilenos que ocupou mais de 700 escolas em 2011. Os alunos de SP chegaram a usar o manual chileno "Como ocupar o seu colégio?". A primeira ocorreu no colégio estadual Diadema, na noite do dia 9 de novembro. Poucas horas depois, cerca de cem alunos entraram no Fernão, já no dia 10. "Um aluno teve a ideia. Todo mundo sentou e pensou nos riscos. Foi feita uma votação e resolvemos ocupar", diz Allekxander Buniak, 21, aluno do 2º ano do Fernão. Buniak conta ter servido dois anos no Exército. Ele diz que "nem gosta de política" –quer prestar direito e abrir um estúdio de tatuagem. Outros já são mais ligados à militância, como Heudes Oliveira, 18, também do Fernão. Ele atuou como porta-voz do Movimento Passe Livre em atos contra o aumento da tarifa. Os alunos se dizem autônomos e rechaçam a participação de partidos. Nos protestos, os gritos de ordem se restringem às reivindicações relacionadas à reorganização. Gritos de "fora Cunha", porém, foram ouvidos em um show em frente a uma escola ocupada no último domingo (6). Já o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) não é abordado pelos estudantes. "Nosso foco foi sempre a reorganização. Dilma, Temer, Aécio são todos iguais. Nem discutimos isso", diz Antônio Assis, 15.
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Após acesso do Botafogo, 9 times brigam por 3 vagas na Série B
Com o acesso já conquistado pelo Botafogo para a elite do futebol brasileiro, nove times ainda brigam pelas três vagas restantes na Série A do Campeonato Brasileiro-2016. O Botafogo garantiu o acesso com a vitória sobre o Luverdense por 1 a 0, na terça-feira, em Lucas do Rio Verde (MT). Das nove equipes que ainda estão na luta pelo acesso, o América-MG é quem está mais próximo de subir. Com 63 pontos, o time mineiro precisa de mais um triunfo para garantir o acesso sem depender de outro resultado. O acesso pode ser garantido neste sábado (14), quando a equipe visita o Paraná. Além do América, outro time que está próximo de subir é o Vitória. Com 60 pontos e na terceira colocação, a equipe dirigida por Vagner Mancini necessita de duas vitórias nos últimos três jogos. A equipe recebe o Ceará e o Luverdense e visita o Santa Cruz na última rodada. O time pernambucano venceu o Oeste e pulou para o quarto lugar com 58 pontos. Para não depender de ninguém, o clube tricolor precisa vencer os três jogos restantes (Botafogo, Mogi Mirim e Vitória). Os outros clubes que ainda possuem chances de acesso são Sampaio Corrêa (5º colocado com 57 pontos), Náutico (6º colocado com 56 pontos), Bahia (7º colocado com 55 pontos), Bragantino (8º colocado com 54 pontos), Paysandu (9º colocado com 53 pontos) e o Luverdense (10º colocado com 51 pontos) —as chances de Paysandu e Luverdense são remotíssimas. REBAIXAMENTO A briga para escapar da degola envolve seis times (Macaé, Ceará, Oeste, Atlético-GO, Paraná e Criciúma) para uma vaga. ABC, Boa Esporte e Mogi Mirim já estão rebaixados. Dos seis times, a situação mais tranquila é do Criciúma, que só cai com uma combinação muito improvável de resultados. A equipe está na 12ª posição com 45 pontos, contra 39 do Macaé, primeiro time na zona de rebaixamento. O time carioca depende de suas próprias forças para escapar da degola. A equipe enfrentará Atlético-GO, Boa e Ceará. O Ceará, que ficou grande parte da competição na zona da degola, hoje é o 16º colocado com 41 pontos.
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Após acesso do Botafogo, 9 times brigam por 3 vagas na Série BCom o acesso já conquistado pelo Botafogo para a elite do futebol brasileiro, nove times ainda brigam pelas três vagas restantes na Série A do Campeonato Brasileiro-2016. O Botafogo garantiu o acesso com a vitória sobre o Luverdense por 1 a 0, na terça-feira, em Lucas do Rio Verde (MT). Das nove equipes que ainda estão na luta pelo acesso, o América-MG é quem está mais próximo de subir. Com 63 pontos, o time mineiro precisa de mais um triunfo para garantir o acesso sem depender de outro resultado. O acesso pode ser garantido neste sábado (14), quando a equipe visita o Paraná. Além do América, outro time que está próximo de subir é o Vitória. Com 60 pontos e na terceira colocação, a equipe dirigida por Vagner Mancini necessita de duas vitórias nos últimos três jogos. A equipe recebe o Ceará e o Luverdense e visita o Santa Cruz na última rodada. O time pernambucano venceu o Oeste e pulou para o quarto lugar com 58 pontos. Para não depender de ninguém, o clube tricolor precisa vencer os três jogos restantes (Botafogo, Mogi Mirim e Vitória). Os outros clubes que ainda possuem chances de acesso são Sampaio Corrêa (5º colocado com 57 pontos), Náutico (6º colocado com 56 pontos), Bahia (7º colocado com 55 pontos), Bragantino (8º colocado com 54 pontos), Paysandu (9º colocado com 53 pontos) e o Luverdense (10º colocado com 51 pontos) —as chances de Paysandu e Luverdense são remotíssimas. REBAIXAMENTO A briga para escapar da degola envolve seis times (Macaé, Ceará, Oeste, Atlético-GO, Paraná e Criciúma) para uma vaga. ABC, Boa Esporte e Mogi Mirim já estão rebaixados. Dos seis times, a situação mais tranquila é do Criciúma, que só cai com uma combinação muito improvável de resultados. A equipe está na 12ª posição com 45 pontos, contra 39 do Macaé, primeiro time na zona de rebaixamento. O time carioca depende de suas próprias forças para escapar da degola. A equipe enfrentará Atlético-GO, Boa e Ceará. O Ceará, que ficou grande parte da competição na zona da degola, hoje é o 16º colocado com 41 pontos.
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Procuradoria vai apurar elo entre tucano e propina na merenda
O procurador-geral de Justiça, Marcio Elias Rosa, criou uma força-tarefa do Ministério Público de São Paulo para apurar o envolvimento do presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), com uma organização criminosa que pagava propina em troca de contratos superfaturados para fornecer merenda escolar para 22 prefeituras do interior. Capez nega ter recebido suborno do grupo. O grupo da Procuradoria-Geral de Justiça é liderado pelo próprio Rosa, pelo subprocurador-geral Nilo Spínola Salgado Filho, pelo ex-corregedor da instituição Nelson Gonzaga, além de dois promotores que iniciaram, junto com a Polícia Civil, a investigação que resultou na deflagração da operação Alba Branca. Na última terça (19), seis dirigentes da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), com sede em Bebedouro (345 km de São Paulo) foram presos e a polícia vasculhou 24 endereços de suspeitos. Os seis presos começaram a colaborar com as autoridades. Segundo a polícia, a cooperativa pagava propina a funcionários de prefeituras e chefes políticos em troca de contratos de fornecimento de merenda escolar. O superfaturamento chegava a 30% dos contratos. Três dos presos –cujas identidades estão sob sigilo– relataram que o presidente da Assembleia recebia "comissão" pelos contratos de merenda escolar. Outros políticos citados são: os deputados federais Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB) e o deputado estadual Luiz Carlos Gondim (SD). Ex-chefe de gabinete do secretário da Casa Civil de Alckmin, Edson Aparecido apareceu em um grampo, pedindo dinheiro a integrantes do que a polícia acredita ser uma quadrilha. Luiz Roberto dos Santos, o "Moita", foi exonerado na véspera da operação. De acordo com a PGJ, a participação de Marcio Rosa se deve à prerrogativa de foro especial dos deputados estaduais. No caso dos deputados federais, a investigação cabe à Procuradoria-Geral da República. OUTRO LADO Na semana passada, Capez afirmou por meio de nota, repudiar "com veemência a ligação de seu nome ao escândalo Alba Branca". Ao negar a propina, o tucano classificou a fraude na merenda como "sórdida". A Casa Civil do governo Geraldo Alckmin afirmou que o ex-chefe de gabinete Luiz Roberto dos Santos, o "Moita", foi exonerado e passou a ser investigado pela corregedoria do Estado.As ações dele, diz o governo, não têm relação com atribuições da Casa Civil. Os deputados Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB) também negaram terem recebido suborno da cooperativa de Bebedouro. Luiz Carlos Gondim não foi localizado até a publicação desta reportagem.
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Procuradoria vai apurar elo entre tucano e propina na merendaO procurador-geral de Justiça, Marcio Elias Rosa, criou uma força-tarefa do Ministério Público de São Paulo para apurar o envolvimento do presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), com uma organização criminosa que pagava propina em troca de contratos superfaturados para fornecer merenda escolar para 22 prefeituras do interior. Capez nega ter recebido suborno do grupo. O grupo da Procuradoria-Geral de Justiça é liderado pelo próprio Rosa, pelo subprocurador-geral Nilo Spínola Salgado Filho, pelo ex-corregedor da instituição Nelson Gonzaga, além de dois promotores que iniciaram, junto com a Polícia Civil, a investigação que resultou na deflagração da operação Alba Branca. Na última terça (19), seis dirigentes da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), com sede em Bebedouro (345 km de São Paulo) foram presos e a polícia vasculhou 24 endereços de suspeitos. Os seis presos começaram a colaborar com as autoridades. Segundo a polícia, a cooperativa pagava propina a funcionários de prefeituras e chefes políticos em troca de contratos de fornecimento de merenda escolar. O superfaturamento chegava a 30% dos contratos. Três dos presos –cujas identidades estão sob sigilo– relataram que o presidente da Assembleia recebia "comissão" pelos contratos de merenda escolar. Outros políticos citados são: os deputados federais Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB) e o deputado estadual Luiz Carlos Gondim (SD). Ex-chefe de gabinete do secretário da Casa Civil de Alckmin, Edson Aparecido apareceu em um grampo, pedindo dinheiro a integrantes do que a polícia acredita ser uma quadrilha. Luiz Roberto dos Santos, o "Moita", foi exonerado na véspera da operação. De acordo com a PGJ, a participação de Marcio Rosa se deve à prerrogativa de foro especial dos deputados estaduais. No caso dos deputados federais, a investigação cabe à Procuradoria-Geral da República. OUTRO LADO Na semana passada, Capez afirmou por meio de nota, repudiar "com veemência a ligação de seu nome ao escândalo Alba Branca". Ao negar a propina, o tucano classificou a fraude na merenda como "sórdida". A Casa Civil do governo Geraldo Alckmin afirmou que o ex-chefe de gabinete Luiz Roberto dos Santos, o "Moita", foi exonerado e passou a ser investigado pela corregedoria do Estado.As ações dele, diz o governo, não têm relação com atribuições da Casa Civil. Os deputados Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB) também negaram terem recebido suborno da cooperativa de Bebedouro. Luiz Carlos Gondim não foi localizado até a publicação desta reportagem.
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A legião dos mortos
O irlandês James Joyce (1882-1941) ocupa lugar central na literatura do século 20 por "Ulisses" e "Finnegans Wake", em que a fulgurante invenção linguística (fluxos de consciência, neologismos) criou um idioma literário para devassar as paisagens interiores das personagens e conferir um sentido épico à vivência do homem comum. Entretanto, uma de suas obras-primas é um pequeno livro com linguagem seca e sem sobressaltos, publicado em 1914: "Dublinenses". São 15 contos ambientados em sua cidade natal, marcados por uma estagnação em que os pequenos êxtases ou efusões das personagens acontecem em breves lapsos de tempo, para logo se esvaírem na irrelevância. O clímax dessas narrativas de anticlímax é o último conto, "Os Mortos", que ganha agora edição bilíngue, em capa dura, com preciosas notas do tradutor Tomaz Tadeu. A ação se passa durante o tradicional baile pré-natalino promovido pelas tias solteironas do protagonista Gabriel Conroy. Durante o jantar, conversa-se um pouco de ópera, outro tanto de religião, com a questão nacional opondo os convivas ao europeizado Gabriel, que não fala gaélico (língua irlandesa) e escreve para um jornal que defende a união da Irlanda com a coroa inglesa. Isso não impede que —após declarar estar cheio do próprio país e censurar o desejo da mulher, Gretta, de excursionar pelo interior— Gabriel faça um discurso celebrando a "genuína, calorosa e cordial hospitalidade irlandesa". Tudo se encaminha para um desfecho harmônico, acolhedor como o espírito de Natal. Na volta para o hotel em que estão hospedados, porém, Gabriel sente um ardor renovado por Gretta, pergunta à mulher por que ela estivera melancólica naquela noite e esta responde que ouvira ali uma canção que a lembrava um antigo amor, do qual ele jamais suspeitara. As páginas finais são como o movimento derradeiro de uma sinfonia. Os fios se atam, a petulante aversão de Gabriel pela Irlanda se converte em sentimento de inadequação e vergonha, confluindo para desejos exumados de Gretta, sua nostalgia de um passado interiorano no qual o antigo amado morrera por ela. A alma de Gabriel, escreve Joyce, mergulha então na "região onde vagam as vastas legiões dos mortos", onde aquilo que é irreversível —o local de nascimento, os seres sepultos no passado— continua a determinar e assombrar o presente. OS MORTOS AUTOR: James Joyce TRADUTOR: Tomaz Tadeu EDITORA: Autêntica (2016, 144 págs., R$ 47) Conexões FILME OS VIVOS E OS MORTOS Lançado em 1987, último filme do diretor John Huston é adaptação do conto de Joyce com sua filha Anjelica Huston no papel de Gretta. DIREÇÃO: John Huston DISTRIBUIÇÃO: Cult Classic (1987, DVD R$ 12,90) LIVRO BREVE ROMANCE DE SONHO Na novela do austríaco (adaptada por Stanley Kubrick em "De Olhos Bem Fechados"), uma fantasia sexual da mulher deflagra delirante ciúme retrospectivo do marido. AUTOR: Arthur Schnitzler TRADUTOR: Sergio Tellaroli EDITORA: Companhia das Letras (2000, 128 págs., R$ 34) - Outras dicas para ficar em casa. FILME LOLITA DIRETOR: Adrian Lyne (Continental, 1997, R$ 39,90) Lançada em 1997, essa adaptação do romance homônimo de Nabokov sofreu bastante com as comparações com a versão de Stanley Kubrick (1962). Mais fiel ao texto, mais explícito (e menos sarcástico) do que Kubrick, Adrian Lyne acertou ao colocar o sempre perturbador Jeremy Irons no papel de Humbert Humbert -o professor de literatura que nutre uma paixão doentia pela ninfeta. * LIVRO O SÉCULO DE CAMUS AUTORA: Lucia Miguel Pereira (Graphia, 328 págs., R$ 62) Grande nome da crítica literária brasileira, morta precocemente em um acidente aéreo, Lucia Miguel Pereira (1901-1959) tem aqui reunidos seus artigos de jornal publicados entre 1947 e 1955. O título se refere ao papel do escritor como testemunha de seu tempo, a exemplo de Albert Camus (1913-1960) e dos demais autores abordados nos escritos -predominantemente franceses e de língua inglesa. * DISCO BERNSTEIN - SYMPHONY Nº 3 "KADDISH" AUTOR: Sinfônica de Baltimore; Marin Alsop, regente (Naxos, R$ 58,10, importado) Um dos maiores regentes de seu tempo, Leonard Bernstein (1918-1990) foi um compositor que fundiu referências do jazz e do judaísmo. Interpretada pela orquestra de Baltimore, a sinfonia "Kaddish" traz um narrador em embate com Deus e é regida por Marin Alsop, que foi aluna de Bernstein e leva sua autoridade para outras peças corais do disco -"Missa Brevis" e "The Lark" (estas, com a Osesp).
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A legião dos mortosO irlandês James Joyce (1882-1941) ocupa lugar central na literatura do século 20 por "Ulisses" e "Finnegans Wake", em que a fulgurante invenção linguística (fluxos de consciência, neologismos) criou um idioma literário para devassar as paisagens interiores das personagens e conferir um sentido épico à vivência do homem comum. Entretanto, uma de suas obras-primas é um pequeno livro com linguagem seca e sem sobressaltos, publicado em 1914: "Dublinenses". São 15 contos ambientados em sua cidade natal, marcados por uma estagnação em que os pequenos êxtases ou efusões das personagens acontecem em breves lapsos de tempo, para logo se esvaírem na irrelevância. O clímax dessas narrativas de anticlímax é o último conto, "Os Mortos", que ganha agora edição bilíngue, em capa dura, com preciosas notas do tradutor Tomaz Tadeu. A ação se passa durante o tradicional baile pré-natalino promovido pelas tias solteironas do protagonista Gabriel Conroy. Durante o jantar, conversa-se um pouco de ópera, outro tanto de religião, com a questão nacional opondo os convivas ao europeizado Gabriel, que não fala gaélico (língua irlandesa) e escreve para um jornal que defende a união da Irlanda com a coroa inglesa. Isso não impede que —após declarar estar cheio do próprio país e censurar o desejo da mulher, Gretta, de excursionar pelo interior— Gabriel faça um discurso celebrando a "genuína, calorosa e cordial hospitalidade irlandesa". Tudo se encaminha para um desfecho harmônico, acolhedor como o espírito de Natal. Na volta para o hotel em que estão hospedados, porém, Gabriel sente um ardor renovado por Gretta, pergunta à mulher por que ela estivera melancólica naquela noite e esta responde que ouvira ali uma canção que a lembrava um antigo amor, do qual ele jamais suspeitara. As páginas finais são como o movimento derradeiro de uma sinfonia. Os fios se atam, a petulante aversão de Gabriel pela Irlanda se converte em sentimento de inadequação e vergonha, confluindo para desejos exumados de Gretta, sua nostalgia de um passado interiorano no qual o antigo amado morrera por ela. A alma de Gabriel, escreve Joyce, mergulha então na "região onde vagam as vastas legiões dos mortos", onde aquilo que é irreversível —o local de nascimento, os seres sepultos no passado— continua a determinar e assombrar o presente. OS MORTOS AUTOR: James Joyce TRADUTOR: Tomaz Tadeu EDITORA: Autêntica (2016, 144 págs., R$ 47) Conexões FILME OS VIVOS E OS MORTOS Lançado em 1987, último filme do diretor John Huston é adaptação do conto de Joyce com sua filha Anjelica Huston no papel de Gretta. DIREÇÃO: John Huston DISTRIBUIÇÃO: Cult Classic (1987, DVD R$ 12,90) LIVRO BREVE ROMANCE DE SONHO Na novela do austríaco (adaptada por Stanley Kubrick em "De Olhos Bem Fechados"), uma fantasia sexual da mulher deflagra delirante ciúme retrospectivo do marido. AUTOR: Arthur Schnitzler TRADUTOR: Sergio Tellaroli EDITORA: Companhia das Letras (2000, 128 págs., R$ 34) - Outras dicas para ficar em casa. FILME LOLITA DIRETOR: Adrian Lyne (Continental, 1997, R$ 39,90) Lançada em 1997, essa adaptação do romance homônimo de Nabokov sofreu bastante com as comparações com a versão de Stanley Kubrick (1962). Mais fiel ao texto, mais explícito (e menos sarcástico) do que Kubrick, Adrian Lyne acertou ao colocar o sempre perturbador Jeremy Irons no papel de Humbert Humbert -o professor de literatura que nutre uma paixão doentia pela ninfeta. * LIVRO O SÉCULO DE CAMUS AUTORA: Lucia Miguel Pereira (Graphia, 328 págs., R$ 62) Grande nome da crítica literária brasileira, morta precocemente em um acidente aéreo, Lucia Miguel Pereira (1901-1959) tem aqui reunidos seus artigos de jornal publicados entre 1947 e 1955. O título se refere ao papel do escritor como testemunha de seu tempo, a exemplo de Albert Camus (1913-1960) e dos demais autores abordados nos escritos -predominantemente franceses e de língua inglesa. * DISCO BERNSTEIN - SYMPHONY Nº 3 "KADDISH" AUTOR: Sinfônica de Baltimore; Marin Alsop, regente (Naxos, R$ 58,10, importado) Um dos maiores regentes de seu tempo, Leonard Bernstein (1918-1990) foi um compositor que fundiu referências do jazz e do judaísmo. Interpretada pela orquestra de Baltimore, a sinfonia "Kaddish" traz um narrador em embate com Deus e é regida por Marin Alsop, que foi aluna de Bernstein e leva sua autoridade para outras peças corais do disco -"Missa Brevis" e "The Lark" (estas, com a Osesp).
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Dia de índio (ou de ruralista)
BRASÍLIA - A disputa pela terra terá um dia decisivo nesta quarta. O Supremo Tribunal Federal deve analisar três ações vitais para o futuro dos povos indígenas e quilombolas no Brasil. Eles tentam resistir ao avanço dos ruralistas, que contam com o apoio de Michel Temer. Em duas ações, o governo de Mato Grosso questiona a demarcação de áreas incluídas em reservas indígenas e no Parque Nacional do Xingu. Na terceira, o DEM pede a derrubada do decreto que permite a titulação de terras de descendentes de escravos. (Em outro surto antiabolicionista, o partido já tentou revogar as cotas para negros em universidades. Perdeu de 10 a 0 no Supremo.) Os fazendeiros querem que o tribunal reconheça a tese do "marco temporal". Por esta interpretação, os índios só poderiam reivindicar terras que já ocupavam em 5 de outubro de 1988, dia em que a Constituição foi promulgada. Seria um bom negócio para as tribos se a data escolhida fosse outra, como 22 de abril de 1500. O caso do Xingu, demarcado em 1961 pelo antropólogo Darcy Ribeiro, resume bem o que está em jogo. De acordo com a turma do agronegócio, o parque teria incluído terras que não eram habitadas por indígenas. A ação pede uma indenização financeira, mas embute o desejo de substituir a floresta por plantações de soja. A luta pela terra é desigual por natureza. Opõe setores organizados, com poder político e econômico, a comunidades que dependem da proteção do Estado para sobreviver. O desequilíbrio da balança se agravou com a aliança entre Temer e os ruralistas. Com Executivo e Legislativo do mesmo lado, a mediação do Judiciário ficou ainda mais importante. "Se o Supremo não atuar em defesa dos direitos dos povos indígenas e quilombolas, vamos assistir a um crescimento dos conflitos no campo", alerta o advogado Darci Frigo, presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos. A escalada da violência nos últimos meses sugere que ele tem razão.
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Dia de índio (ou de ruralista)BRASÍLIA - A disputa pela terra terá um dia decisivo nesta quarta. O Supremo Tribunal Federal deve analisar três ações vitais para o futuro dos povos indígenas e quilombolas no Brasil. Eles tentam resistir ao avanço dos ruralistas, que contam com o apoio de Michel Temer. Em duas ações, o governo de Mato Grosso questiona a demarcação de áreas incluídas em reservas indígenas e no Parque Nacional do Xingu. Na terceira, o DEM pede a derrubada do decreto que permite a titulação de terras de descendentes de escravos. (Em outro surto antiabolicionista, o partido já tentou revogar as cotas para negros em universidades. Perdeu de 10 a 0 no Supremo.) Os fazendeiros querem que o tribunal reconheça a tese do "marco temporal". Por esta interpretação, os índios só poderiam reivindicar terras que já ocupavam em 5 de outubro de 1988, dia em que a Constituição foi promulgada. Seria um bom negócio para as tribos se a data escolhida fosse outra, como 22 de abril de 1500. O caso do Xingu, demarcado em 1961 pelo antropólogo Darcy Ribeiro, resume bem o que está em jogo. De acordo com a turma do agronegócio, o parque teria incluído terras que não eram habitadas por indígenas. A ação pede uma indenização financeira, mas embute o desejo de substituir a floresta por plantações de soja. A luta pela terra é desigual por natureza. Opõe setores organizados, com poder político e econômico, a comunidades que dependem da proteção do Estado para sobreviver. O desequilíbrio da balança se agravou com a aliança entre Temer e os ruralistas. Com Executivo e Legislativo do mesmo lado, a mediação do Judiciário ficou ainda mais importante. "Se o Supremo não atuar em defesa dos direitos dos povos indígenas e quilombolas, vamos assistir a um crescimento dos conflitos no campo", alerta o advogado Darci Frigo, presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos. A escalada da violência nos últimos meses sugere que ele tem razão.
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Disco mais reflexivo da Trupe Chá de Boldo reflete presente da banda
NATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Até mais ou menos a metade de "Presente", terceiro e novo disco da Trupe Chá de Boldo, que é apresentado neste domingo (17), na Serralheria, há uma atmosfera tristonha, na direção contrária dos outros trabalhos —mais festivos— do grupo. "Não chamaria de melancólico. As primeiras músicas falam sobre a trajetória da Trupe. Refletem a gente pensando sobre o que faz. Talvez seja mais reflexivo que os outros e então soe um pouco melancólico", avalia Gustavo Galo, principal compositor da banda, formada por outros 12 músicos. A reflexão traduz o presente da equipe —e por isso o título— nas letras e no clima, indicação das mudanças pelas quais passou nos últimos tempos. Como a perda de um amigo querido, o músico Rayraí Galvão, integrante da Trupe desde 2011 e morto recentemente, a chegada das filhas de dois outros membros, e até questões estéticas ou a descoberta de novos compositores, como Negro Leo ( "Jovem Tirano Príncipe Besta"). O som que eles mostram no novo trabalho tem, novamente, referências de movimentos como a Tropicália e a Vanguarda Paulista. Para entender, ele convida o leitor a ouvir e tirar a própria conclusão. "Nascemos de uma mistura. Não tem como classificar um som feito por 13 pessoas. O mais rico é o que cada um traz para a banda", diz. Mas como você explicaria o seu som para um gringo? "Eu falaria para ele ouvir o som. Eu sei que você queria uma resposta mais clara, mas sou incapaz". E há muitos curiosos. Assim que o CD foi disponibilizado no site oficial, em fevereiro, foram contabilizados mil downloads em cerca de dois dias (você também pode baixar aqui), levando o site a sair do ar. Agora, tudo normal. A sonoridade diferente rendeu convite para trabalhar com Tom Zé no álbum mais recente do baiano, "Vira Lata na Via Láctea", e deu um empurrãozinho para que encarassem a realização do sucessor de "Nave Manha" (2012) e "Bárbaro" (2010). Galo fala que a procura por shows não mudou após a colaboração, mas, sim, a relação do conjunto —que estava há um tempo sem fazer shows e dedicada a projetos paralelos. RELACIONAMENTO SÉRIO "Fortaleceu muito a banda. Para a gente que cresceu ouvindo os discos dele, o convite de criar arranjos para o álbum foi um desafio muito grande. Muito por conta desse trabalho a gente logo decidiu fazer um disco para aproveitar o pique", conta. Manter o ânimo durante os quase dez anos de relacionamento, inclusive, não é fácil. É complicado conciliar o horário de todos para um ensaio e há momentos de discussão, por exemplo. Já aconteceu de um integrante sair para comprar cigarro ou uma cerveja no meio do show, porque não participava da música, voltar e encontrar a porta do espaço fechada. Mas ele garante que episódios como este geram mais risada do que briga. A melhor parte, segundo ele, é lidar com as diferenças. "Sempre acontece uma surpresa. Aumentou o número de cantores e compositores em 'Presente'. A gente nunca para de pesquisar, conversar, aprender um com o outro. É uma troca muito viva que não se esgota. Quando a gente faz um show, ou um disco, a gente sabe que quer fazer isso a vida inteira, entende?". Entendido. OUÇA "DIACHO", MÚSICA DO CD "PRESENTE" "Diacho" - Trupe Chá de Boldo Serralheria Espaço Cultural. R. Guaicurus, 857, Lapa, tel. 2593-3923. 180 pessoas. Dom. (17): 19h30. Couv. art.: R$ 25.
saopaulo
Disco mais reflexivo da Trupe Chá de Boldo reflete presente da bandaNATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Até mais ou menos a metade de "Presente", terceiro e novo disco da Trupe Chá de Boldo, que é apresentado neste domingo (17), na Serralheria, há uma atmosfera tristonha, na direção contrária dos outros trabalhos —mais festivos— do grupo. "Não chamaria de melancólico. As primeiras músicas falam sobre a trajetória da Trupe. Refletem a gente pensando sobre o que faz. Talvez seja mais reflexivo que os outros e então soe um pouco melancólico", avalia Gustavo Galo, principal compositor da banda, formada por outros 12 músicos. A reflexão traduz o presente da equipe —e por isso o título— nas letras e no clima, indicação das mudanças pelas quais passou nos últimos tempos. Como a perda de um amigo querido, o músico Rayraí Galvão, integrante da Trupe desde 2011 e morto recentemente, a chegada das filhas de dois outros membros, e até questões estéticas ou a descoberta de novos compositores, como Negro Leo ( "Jovem Tirano Príncipe Besta"). O som que eles mostram no novo trabalho tem, novamente, referências de movimentos como a Tropicália e a Vanguarda Paulista. Para entender, ele convida o leitor a ouvir e tirar a própria conclusão. "Nascemos de uma mistura. Não tem como classificar um som feito por 13 pessoas. O mais rico é o que cada um traz para a banda", diz. Mas como você explicaria o seu som para um gringo? "Eu falaria para ele ouvir o som. Eu sei que você queria uma resposta mais clara, mas sou incapaz". E há muitos curiosos. Assim que o CD foi disponibilizado no site oficial, em fevereiro, foram contabilizados mil downloads em cerca de dois dias (você também pode baixar aqui), levando o site a sair do ar. Agora, tudo normal. A sonoridade diferente rendeu convite para trabalhar com Tom Zé no álbum mais recente do baiano, "Vira Lata na Via Láctea", e deu um empurrãozinho para que encarassem a realização do sucessor de "Nave Manha" (2012) e "Bárbaro" (2010). Galo fala que a procura por shows não mudou após a colaboração, mas, sim, a relação do conjunto —que estava há um tempo sem fazer shows e dedicada a projetos paralelos. RELACIONAMENTO SÉRIO "Fortaleceu muito a banda. Para a gente que cresceu ouvindo os discos dele, o convite de criar arranjos para o álbum foi um desafio muito grande. Muito por conta desse trabalho a gente logo decidiu fazer um disco para aproveitar o pique", conta. Manter o ânimo durante os quase dez anos de relacionamento, inclusive, não é fácil. É complicado conciliar o horário de todos para um ensaio e há momentos de discussão, por exemplo. Já aconteceu de um integrante sair para comprar cigarro ou uma cerveja no meio do show, porque não participava da música, voltar e encontrar a porta do espaço fechada. Mas ele garante que episódios como este geram mais risada do que briga. A melhor parte, segundo ele, é lidar com as diferenças. "Sempre acontece uma surpresa. Aumentou o número de cantores e compositores em 'Presente'. A gente nunca para de pesquisar, conversar, aprender um com o outro. É uma troca muito viva que não se esgota. Quando a gente faz um show, ou um disco, a gente sabe que quer fazer isso a vida inteira, entende?". Entendido. OUÇA "DIACHO", MÚSICA DO CD "PRESENTE" "Diacho" - Trupe Chá de Boldo Serralheria Espaço Cultural. R. Guaicurus, 857, Lapa, tel. 2593-3923. 180 pessoas. Dom. (17): 19h30. Couv. art.: R$ 25.
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