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Anistia lança alerta contra retrocessos aos direitos humanos no Congresso
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A Anistia Internacional lança nesta segunda-feira (31) uma nova campanha para lutar contra diversos projetos em tramitação no Congresso que podem, na visão da entidade, promover um retrocesso no campo dos direitos humanos. Entre as medidas alvo da iniciativa estão propostas relativas à idade penal, ao aborto, à educação sexual, ao porte de armas e aos direitos de índios e quilombolas. "A atual crise política é como uma cortina de fumaça que oculta uma agenda de retrocessos legislativos em curso no Congresso", diz Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil. "Várias emendas, se aprovadas, colocam em risco as vidas e direitos de milhões de pessoas - especialmente aquelas que já sofrem discriminação." O lançamento da iniciativa ocorrerá às 10h em frente ao Congresso Nacional, com ativistas que usarão máscaras. Será divulgada na ocasião uma petição on-line para apoiadores. Um dos itens da pauta da Anistia é combater projetos que reduzam a maioridade penal no Brasil. Aprovada pela Câmara há dois anos, tramita no Senado uma proposta de emenda constitucional que reduz para de 18 para 16 anos a idade nos casos de crime hediondo, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. Para Werneck, a medida coloca crianças e adolescentes em situação de "vulnerabilidade extrema". Em sua avaliação, elas "diferem do adulto em seu desenvolvimento físico e psicológico e este fato fundamental deve estar sempre à frente e no centro de qualquer processo de justiça a que sejam submetidas." Em relação ao aborto, a preocupação da Anistia é com projetos que restringem a possibilidade de acesso ao procedimento, chegando a vetar totalmente a prática, hoje liberada em casos de estupro e risco de vida para a mãe. Outros projetos na mira da entidade são os que vetam a abordagem de educação sexual no ensino básico, inclusive de questões relativas a identidade de gênero e orientação sexual. Proposições que pedem o fim do Estatuto do Desarmamento são outra preocupação. Para Werneck, seria uma "irresponsabilidade". A revogação, porém, também tem apoio de setores também fora do Congresso. Entre eles, está o MBL (Movimento Brasil Livre), que incluiu a pauta em protesto no início do ano. Manifestações políticas em geral são, aliás, outro item da campanha da Anistia Internacional. O maior receio é em relação a mudanças propostas na legislação antiterrorismo, com definições "excessivamente vagas e genéricas", na visão da entidade, "que podem ser interpretadas para processar de forma arbitrária qualquer um que expresse suas opiniões em público ou que se manifeste pacificamente nas ruas". Por fim, a organização pretende barrar projetos que tornem mais difícil a demarcação de terras indígenas e quilombolas.
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cotidiano
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Anistia lança alerta contra retrocessos aos direitos humanos no CongressoA Anistia Internacional lança nesta segunda-feira (31) uma nova campanha para lutar contra diversos projetos em tramitação no Congresso que podem, na visão da entidade, promover um retrocesso no campo dos direitos humanos. Entre as medidas alvo da iniciativa estão propostas relativas à idade penal, ao aborto, à educação sexual, ao porte de armas e aos direitos de índios e quilombolas. "A atual crise política é como uma cortina de fumaça que oculta uma agenda de retrocessos legislativos em curso no Congresso", diz Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil. "Várias emendas, se aprovadas, colocam em risco as vidas e direitos de milhões de pessoas - especialmente aquelas que já sofrem discriminação." O lançamento da iniciativa ocorrerá às 10h em frente ao Congresso Nacional, com ativistas que usarão máscaras. Será divulgada na ocasião uma petição on-line para apoiadores. Um dos itens da pauta da Anistia é combater projetos que reduzam a maioridade penal no Brasil. Aprovada pela Câmara há dois anos, tramita no Senado uma proposta de emenda constitucional que reduz para de 18 para 16 anos a idade nos casos de crime hediondo, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. Para Werneck, a medida coloca crianças e adolescentes em situação de "vulnerabilidade extrema". Em sua avaliação, elas "diferem do adulto em seu desenvolvimento físico e psicológico e este fato fundamental deve estar sempre à frente e no centro de qualquer processo de justiça a que sejam submetidas." Em relação ao aborto, a preocupação da Anistia é com projetos que restringem a possibilidade de acesso ao procedimento, chegando a vetar totalmente a prática, hoje liberada em casos de estupro e risco de vida para a mãe. Outros projetos na mira da entidade são os que vetam a abordagem de educação sexual no ensino básico, inclusive de questões relativas a identidade de gênero e orientação sexual. Proposições que pedem o fim do Estatuto do Desarmamento são outra preocupação. Para Werneck, seria uma "irresponsabilidade". A revogação, porém, também tem apoio de setores também fora do Congresso. Entre eles, está o MBL (Movimento Brasil Livre), que incluiu a pauta em protesto no início do ano. Manifestações políticas em geral são, aliás, outro item da campanha da Anistia Internacional. O maior receio é em relação a mudanças propostas na legislação antiterrorismo, com definições "excessivamente vagas e genéricas", na visão da entidade, "que podem ser interpretadas para processar de forma arbitrária qualquer um que expresse suas opiniões em público ou que se manifeste pacificamente nas ruas". Por fim, a organização pretende barrar projetos que tornem mais difícil a demarcação de terras indígenas e quilombolas.
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Astrologia
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Realismo, inconformidade, ansiedade: desejos por novos futuros. Lua crescente em Câncer: 14/7 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) A dispersão dá o tom deste domingo. Melhor do que ficar combatendo a onda, flua com ela: viaje, ande por aí, olhando e descobrindo novidades na paisagem. Um papo leve vai bem, já algo mais pesado, deixe para outro dia. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Se você tem desejo de algo, pense com cuidado se o dinheiro não vai faltar depois. O astral de hoje inspira caprichos de momento, prazeres efêmeros que depois tiram o sono. Descompasso entre mente e sentimento desanda caso de amor. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) A Lua em seu signo atrai contradições, ansiedades e hesitações. Do outro lado, a certeza de que algo terminou com alguém, de fria acolhida. É caso de decidir: você aceita o encargo de uma relação com regras, ou prefere seguir só? CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Dia do Sol, que transita o audaz Áries, ainda iluminando suas ambições –e com o lembrete de que sem coragem e sem ânimo nada irá se realizar. Lua e Saturno traem desânimo, que você precisa combater com mais fé em si mesmo. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Vênus e Marte em sintonia completa anunciam um domingo sensual, de brindes e alegrias, atrações e encantos. Atente para que as emoções sigam no mesmo compasso. Mesmo se seu amor tem limites, você pode saboreá-lo. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Lua e Vênus em sintonia passageira trazem aragens amorosas, empatia com sedução, comunicação fluente –e protegem seus relacionamentos familiares! Conforme a noite chegar, as preocupações vêm de mansinho. Drible com arte de qualidade! LIBRA (23 set. a 22 out.) Papos ótimos sobre viagens e notícia de alguém que está viajando –isso até dá vontade de sair por aí! Até o meio da tarde, tudo flui bem para você, no amor e nas amizades. Depois, recolha-se, cuide da saúde, descanse. Afaste medos. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Questionamentos bem feitos são atraentes, e você tem o pique para ir fundo neles. Saúde, vida e seus ciclos são temas que mexem com você. Evite ficar sozinho, saia com os amigos e procure espantar medos e cismas, que não ajudam em nada. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Clima astral bom para você se relacionar com as pessoas. Com boa percepção, você enxerga as limitações dos outros, mas nem por isso vai sair por aí dando conselho e bronca em quem não pediu. No amor, sorria e não afaste seu querido. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Aposte mais no lado superficial das coisas, da vida e dos acontecimentos, todo mundo quer hoje saber dos porquês, mas ninguém quer se aprofundar em nada. Se for difícil, melhor seguir só do que se entediar. Clima pouco afetivo à noite. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Domingo bom para borboletear por aí, sem grandes expectativas que é para não se frustrar. Moderação em tudo, até nas criticas! O astral favorece os papos, a literatura, o cinema e as paqueras. Mas nada sério. Noite boa para paparicar os filhos. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Duas vontades se opõem hoje –as obrigações sociais e familiares de um lado, e a preguicinha de não fazer nada, ficar ao léu, dar asas à curiosidade passageira e sem consequências. Se puder, atenda as duas e se sentirá incrível!
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ilustrada
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AstrologiaRealismo, inconformidade, ansiedade: desejos por novos futuros. Lua crescente em Câncer: 14/7 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) A dispersão dá o tom deste domingo. Melhor do que ficar combatendo a onda, flua com ela: viaje, ande por aí, olhando e descobrindo novidades na paisagem. Um papo leve vai bem, já algo mais pesado, deixe para outro dia. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Se você tem desejo de algo, pense com cuidado se o dinheiro não vai faltar depois. O astral de hoje inspira caprichos de momento, prazeres efêmeros que depois tiram o sono. Descompasso entre mente e sentimento desanda caso de amor. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) A Lua em seu signo atrai contradições, ansiedades e hesitações. Do outro lado, a certeza de que algo terminou com alguém, de fria acolhida. É caso de decidir: você aceita o encargo de uma relação com regras, ou prefere seguir só? CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Dia do Sol, que transita o audaz Áries, ainda iluminando suas ambições –e com o lembrete de que sem coragem e sem ânimo nada irá se realizar. Lua e Saturno traem desânimo, que você precisa combater com mais fé em si mesmo. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Vênus e Marte em sintonia completa anunciam um domingo sensual, de brindes e alegrias, atrações e encantos. Atente para que as emoções sigam no mesmo compasso. Mesmo se seu amor tem limites, você pode saboreá-lo. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Lua e Vênus em sintonia passageira trazem aragens amorosas, empatia com sedução, comunicação fluente –e protegem seus relacionamentos familiares! Conforme a noite chegar, as preocupações vêm de mansinho. Drible com arte de qualidade! LIBRA (23 set. a 22 out.) Papos ótimos sobre viagens e notícia de alguém que está viajando –isso até dá vontade de sair por aí! Até o meio da tarde, tudo flui bem para você, no amor e nas amizades. Depois, recolha-se, cuide da saúde, descanse. Afaste medos. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Questionamentos bem feitos são atraentes, e você tem o pique para ir fundo neles. Saúde, vida e seus ciclos são temas que mexem com você. Evite ficar sozinho, saia com os amigos e procure espantar medos e cismas, que não ajudam em nada. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Clima astral bom para você se relacionar com as pessoas. Com boa percepção, você enxerga as limitações dos outros, mas nem por isso vai sair por aí dando conselho e bronca em quem não pediu. No amor, sorria e não afaste seu querido. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Aposte mais no lado superficial das coisas, da vida e dos acontecimentos, todo mundo quer hoje saber dos porquês, mas ninguém quer se aprofundar em nada. Se for difícil, melhor seguir só do que se entediar. Clima pouco afetivo à noite. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Domingo bom para borboletear por aí, sem grandes expectativas que é para não se frustrar. Moderação em tudo, até nas criticas! O astral favorece os papos, a literatura, o cinema e as paqueras. Mas nada sério. Noite boa para paparicar os filhos. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Duas vontades se opõem hoje –as obrigações sociais e familiares de um lado, e a preguicinha de não fazer nada, ficar ao léu, dar asas à curiosidade passageira e sem consequências. Se puder, atenda as duas e se sentirá incrível!
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Fósseis reforçam a identidade de "hobbits" da vida real
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As dúvidas que ainda pairavam sobre a identidade dos misteriosos "hobbits" da Indonésia devem ser dissipadas, ao que tudo indica. Novas descobertas na mesma ilha onde esses hominídeos diminutos foram achados originalmente revelaram seus prováveis ancestrais, os quais já eram pequeninos há 700 mil anos. Medindo apenas 1,1 metro, os chamados Homo floresiensis (nome derivado da ilha de Flores, seu local de origem) causam dores de cabeça nos especialistas em evolução humana desde 2004, quando sua existência foi revelada ao público pela primeira vez nas páginas da "Nature", uma das mais importantes revistas científicas do mundo. Ocorre que nenhum dos outros membros da linhagem humana jamais teve tamanho tão modesto, e o cérebro dos espécimes de Flores, equivalente ao de um chimpanzé, também é surpreendentemente pequeno (a pequenez, obviamente, foi o que levou os cientistas a comparar os exemplares com os hobbits do romance "O Senhor dos Anéis"). Os dados aparentemente malucos levaram alguns especialistas a argumentar que a equipe australiano-indonésia responsável por desencavar os primeiros H. floresiensis na caverna de Liang Bua tinha errado feio: os hobbits não passariam de Homo sapiens com algum problema severo de desenvolvimento, talvez de origem genética. O fato de que todos os indivíduos da suposta nova espécie achados até hoje vinham de uma única caverna ajudou a sustentar tal hipótese até hoje, já que as características peculiares poderiam ser consideradas anomalias ligadas a um único grupo familiar, por exemplo. Mas os descobridores dos hobbits argumentavam que a morfologia do crânio e dos demais ossos do H. floresiensis tinha traços primitivos que não tinham nada a ver com patologias modernas – e tudo a ver com o Homo erectus, hominídeo que já andava pelo Sudeste Asiático há cerca de 1,5 milhão de anos. Para eles, portanto, o cenário mais provável era o seguinte: ao se espalhar pela atual Indonésia, alguns grupos de H. erectus teriam ficado isolados em Flores. A partir daí, desencadeou-se um processo conhecido como nanismo de ilhas, no qual a relativa falta de recursos e território em áreas insulares leva a seleção natural a favorecer versões miniaturizadas de uma espécie. Parece coisa de ficção científica, mas é algo tão comum que aconteceu de forma independente diversas vezes: as ilhas do Mediterrâneo abrigavam elefantes anões (alguns medindo apenas 1,5 m) na pré-história, e a própria Flores foi lar de parentes extintos do elefante chamados Stegodon, que também eram versões "pocket" de seus ancestrais. A CÉU ABERTO A importância da nova pesquisa, também publicada na "Nature", vem justamente do fato de que os novos fósseis foram achados a 74 km de Liang Bua, num sítio arqueológico a céu aberto conhecido como Mata Menge. A equipe liderada por Gerrit van den Bergh, da Universidade de Wollongong (Austrália), também teve a sorte de datar com relativa precisão os restos (um fragmento de mandíbula e alguns dentes), porque eles estavam recobertos por uma camada de material vulcânico, cujas propriedades radioativas permitem uma boa estimativa de idade. Os fósseis foram analisados pelo antropólogo japonês Yousuke Kaifu, do Museu Nacional de Natureza e Ciência de Tóquio. "Fiquei tão surpreso com o tamanho minúsculo da mandíbula e dos dentes que cheguei a achar que eram de uma criança", contou Kaifu. No entanto, imagens de tomografia computadorizada do osso mostraram que ele tinha características típicas de indivíduos adultos. O exame detalhado da morfologia dos fragmentos revelou grandes semelhanças com os da caverna de Liang Bua (embora os de Mata Menge sejam entre 20% e 30% menores, na verdade). E, como os restos da gruta foram todos datados entre 200 mil e 50 mil anos atrás – contando aí tanto artefatos quanto ossos –, a equipe postula que os habitantes de Mata Menge são os prováveis ancestrais dos hobbits que foram encontrados primeiro. "Isso finalmente encerra o debate sobre a validade do H. floresiensis como espécie separada", diz Aida Gómez-Robles, da Universidade George Washington (EUA), que comentou o novo estudo a pedido da "Nature". Como há artefatos de pedra em Flores com idade estimada em 1 milhão de anos, os autores da pesquisa argumentam que isso reforça a hipótese de que os H. erectus aportaram por lá mais ou menos nessa época e, em algumas centenas de milhares de anos, deram origem aos hobbits.
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ciencia
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Fósseis reforçam a identidade de "hobbits" da vida realAs dúvidas que ainda pairavam sobre a identidade dos misteriosos "hobbits" da Indonésia devem ser dissipadas, ao que tudo indica. Novas descobertas na mesma ilha onde esses hominídeos diminutos foram achados originalmente revelaram seus prováveis ancestrais, os quais já eram pequeninos há 700 mil anos. Medindo apenas 1,1 metro, os chamados Homo floresiensis (nome derivado da ilha de Flores, seu local de origem) causam dores de cabeça nos especialistas em evolução humana desde 2004, quando sua existência foi revelada ao público pela primeira vez nas páginas da "Nature", uma das mais importantes revistas científicas do mundo. Ocorre que nenhum dos outros membros da linhagem humana jamais teve tamanho tão modesto, e o cérebro dos espécimes de Flores, equivalente ao de um chimpanzé, também é surpreendentemente pequeno (a pequenez, obviamente, foi o que levou os cientistas a comparar os exemplares com os hobbits do romance "O Senhor dos Anéis"). Os dados aparentemente malucos levaram alguns especialistas a argumentar que a equipe australiano-indonésia responsável por desencavar os primeiros H. floresiensis na caverna de Liang Bua tinha errado feio: os hobbits não passariam de Homo sapiens com algum problema severo de desenvolvimento, talvez de origem genética. O fato de que todos os indivíduos da suposta nova espécie achados até hoje vinham de uma única caverna ajudou a sustentar tal hipótese até hoje, já que as características peculiares poderiam ser consideradas anomalias ligadas a um único grupo familiar, por exemplo. Mas os descobridores dos hobbits argumentavam que a morfologia do crânio e dos demais ossos do H. floresiensis tinha traços primitivos que não tinham nada a ver com patologias modernas – e tudo a ver com o Homo erectus, hominídeo que já andava pelo Sudeste Asiático há cerca de 1,5 milhão de anos. Para eles, portanto, o cenário mais provável era o seguinte: ao se espalhar pela atual Indonésia, alguns grupos de H. erectus teriam ficado isolados em Flores. A partir daí, desencadeou-se um processo conhecido como nanismo de ilhas, no qual a relativa falta de recursos e território em áreas insulares leva a seleção natural a favorecer versões miniaturizadas de uma espécie. Parece coisa de ficção científica, mas é algo tão comum que aconteceu de forma independente diversas vezes: as ilhas do Mediterrâneo abrigavam elefantes anões (alguns medindo apenas 1,5 m) na pré-história, e a própria Flores foi lar de parentes extintos do elefante chamados Stegodon, que também eram versões "pocket" de seus ancestrais. A CÉU ABERTO A importância da nova pesquisa, também publicada na "Nature", vem justamente do fato de que os novos fósseis foram achados a 74 km de Liang Bua, num sítio arqueológico a céu aberto conhecido como Mata Menge. A equipe liderada por Gerrit van den Bergh, da Universidade de Wollongong (Austrália), também teve a sorte de datar com relativa precisão os restos (um fragmento de mandíbula e alguns dentes), porque eles estavam recobertos por uma camada de material vulcânico, cujas propriedades radioativas permitem uma boa estimativa de idade. Os fósseis foram analisados pelo antropólogo japonês Yousuke Kaifu, do Museu Nacional de Natureza e Ciência de Tóquio. "Fiquei tão surpreso com o tamanho minúsculo da mandíbula e dos dentes que cheguei a achar que eram de uma criança", contou Kaifu. No entanto, imagens de tomografia computadorizada do osso mostraram que ele tinha características típicas de indivíduos adultos. O exame detalhado da morfologia dos fragmentos revelou grandes semelhanças com os da caverna de Liang Bua (embora os de Mata Menge sejam entre 20% e 30% menores, na verdade). E, como os restos da gruta foram todos datados entre 200 mil e 50 mil anos atrás – contando aí tanto artefatos quanto ossos –, a equipe postula que os habitantes de Mata Menge são os prováveis ancestrais dos hobbits que foram encontrados primeiro. "Isso finalmente encerra o debate sobre a validade do H. floresiensis como espécie separada", diz Aida Gómez-Robles, da Universidade George Washington (EUA), que comentou o novo estudo a pedido da "Nature". Como há artefatos de pedra em Flores com idade estimada em 1 milhão de anos, os autores da pesquisa argumentam que isso reforça a hipótese de que os H. erectus aportaram por lá mais ou menos nessa época e, em algumas centenas de milhares de anos, deram origem aos hobbits.
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Campanhas recorrem à 'neuropolítica' para tentar ler mentes dos eleitores
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No saguão de um edifício de escritórios na Cidade do México, as pessoas que corriam de um lado para outro paravam brevemente para contemplar o painel digital que mostrava propaganda de campanha para um candidato ao Congresso, em junho. Provavelmente não sabiam que o painel também as estava lendo. Dentro do painel, uma câmera capturava suas expressões faciais e as analisava por meio de um algoritmo que permite distinguir entre reações emocionais como felicidade, surpresa, raiva, repulsa e tristeza. Com todo esse feedback fornecido de maneira involuntária, os dirigentes de campanhas políticas estão buscando dados sobre os eleitores e percepções que os ajudem a conquistar vitórias. Agora, em cada vez mais lugares, essas técnicas incluem o contencioso campo do neuromarketing —ou, no caso, neuropolítica. Tecnologias como decodificação facial, feedback biológico e captura de imagens cerebrais há muito são usadas por empresas na esperança de conquistar avanços no marketing e no desenvolvimento de produtos. Mas seu uso por partidos políticos e governos é um fenômeno em ascensão, e evoca cenários futuristas como os do filme "Minority Report - A Nova Lei", no qual painéis eletrônicos fantasmagoricamente bem informados leem os olhares dos transeuntes e os chamam pelo nome. A prática está sob ataque, especialmente por parte de estudiosos que acusam os profissionais do neuromarketing de promover uma pseudociência. Mas o ceticismo não dissuadiu muitos partidos políticos, em diferentes áreas do planeta, de empregar a técnica. As campanhas eleitorais de candidatos a presidente e primeiro-ministro em pelo menos três continentes recorreram a consultores científicos para ler os cérebros, rostos e corpos dos eleitores, com o objetivo de desenvolver maior ressonância eleitoral junto ao eleitorado. No México, a campanha do presidente Enrique Peña Nieto e de seu Partido Revolucionário Institucional (PRI) empregou ferramentas para medir as ondas cerebrais dos eleitores, suas reações cutâneas, batimento cardíaco e expressões faciais na corrida presidencial de 2012. Mais recentemente, o partido vem usando decodificação facial para ajudar a selecionar os melhores candidatos, diz um consultor. Alguns dirigentes da instituição chegam a falar abertamente do uso de técnicas neuropolíticas, e não só para campanhas eleitorais, mas também ao governar. "No meu governo, utilizamos diversas ferramentas de pesquisa e estudos de opinião a fim de avaliar a eficácia de nossos programas governamentais, comunicação e mensagens", diz Francisco Olvera Ruiz, governador do Estado de Hidalgo, no México, e membro do PRI. "A pesquisa neurocientífica", acrescentou, "é especialmente valiosa porque nos permitiu descobrir com mais precisão e objetividade o que as pessoas pensam, percebem e sentem". Na Polônia, a primeira-ministra Ewa Kopacz e seu partido, o Plataforma Cívica, trabalharam com apoio estreito de uma companhia de neuromarketing para as eleições legislativas do mês passado (e perderam ), e na Colômbia a equipe que dirigiu a campanha de reeleição do presidente Juan Manuel Santos em 2014 usou a mesma consultoria de neuropolítica que assessorou o partido situacionista mexicano (ele venceu ). Na Turquia, o premiê Ahmed Davutoglu e seu partido Justiça e Desenvolvimento (AK) contrataram uma empresa de neuromarketing turca para a eleição de junho de 2015, de acordo com o fundador e presidente-executivo da empresa. Usando uma combinação de técnicas —como rastreamento de ondas cerebrais, leitura de olhos e faces, registro de reações cutâneas e batimentos cardíacos, em voluntários nos seus laboratórios de Istambul—, a empresa disse ter alertado Davutoglu de que ele não estava conquistando o envolvimento emocional dos eleitores com seus discursos. O partido sofreu um sério revés na eleição de junho, mas venceu as eleições deste mês. Consultores de neuromarketing dizem estar conduzindo pesquisas como estas em mais de uma dúzia de países, entre os quais Argentina, Brasil, Costa Rica, El Salvador, Espanha, Rússia e, em muito menor extensão, os EUA. Uma empresa de neuromarketing diz ter trabalhado para um comitê de campanha presidencial de Hillary Clinton para ajudá-la a melhorar seu direcionamento e suas mensagens. Questionado a respeito, Joel Benenson, o estrategista-chefe da campanha de Hillary, recusou-se a discutir o assunto, dizendo que não falaria sobre "que metodologias usamos ou não usamos". John Weaver, que já trabalhou em diversas campanhas presidenciais republicanas, entre as quais a de John McCain (2008), e hoje é estrategista chefe na pré-campanha de John Kasich pela indicação presidencial do Partido Republicano, disse que usou ferramentas neurocientíficas no passado, mas que a adoção dessas técnicas nos EUA era "muito limitada". BENEFÍCIOS E PROBLEMAS Os neuroconsultores e alguns de seus clientes na política argumentam que os benefícios são evidentes: grupos de foco e pesquisas podem ter baixa confiabilidade porque os eleitores muitas vezes não sabem, não são capazes de articular ou relutam em dizer como realmente se sentem sobre um candidato. Ondas cerebrais, expressões faciais e neurobiologia, em contraste, traem os sentimentos e opiniões de um eleitor, e isso as torna melhores como ferramentas para a previsão do comportamento nas urnas, argumentam os proponentes. Mas alguns neurocientistas criticam severamente as empresas do ramo por prometerem resultados excessivos. Argumentam que, só porque um candidato ou discurso causa atividade em determinada região cerebral, isso não significa que os pesquisadores possam estar certos do que os eleitores estão pensando. "Em geral, creio que as companhias que vendem ferramentas de pesquisa baseadas na neurociência estão tirando vantagem da tendência natural das pessoas a acreditar que mensurações de atividade cerebral são de alguma maneira mais 'reais' que mensurações de comportamento", disse Russell Poldrack, professor de psicologia na Universidade Stanford. Diversos consultores políticos norte-americanos disseram que a neuropolítica pode ganhar espaço na eleição presidencial de 2016. David Plouffe, que dirigiu campanhas eleitorais do presidente Barack Obama, disse que as ferramentas "seriam terreno novo para as campanhas políticas". Ele acrescentou que "a riqueza desses dados, comparados aos hoje recolhidos para teste de anúncios e avaliação de discursos e debates —por meio dos bons e velhos 'dial tests' [os tradicionais testes em que os espectadores registram sua reação movendo um botão circular], acompanhados por métodos qualitativos primitivos— é difícil de compreender. Eles abordam mais a questão da emoção, intensidade, e oferecem compreensão mais complexa de como as pessoas reagem". Mas "os horrendos placares de 'dial tests' que são exibidos no pé da tela durante debates presidenciais", ele disse, em referência a testes nos quais as reações de eleitores são mostradas em tempo real nas telas de TV, "agora talvez sejam substituídos pela única coisa pior: medições de suor, movimentos oculares e batimentos cardíacos em segmentos-chave do eleitorado". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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mundo
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Campanhas recorrem à 'neuropolítica' para tentar ler mentes dos eleitoresNo saguão de um edifício de escritórios na Cidade do México, as pessoas que corriam de um lado para outro paravam brevemente para contemplar o painel digital que mostrava propaganda de campanha para um candidato ao Congresso, em junho. Provavelmente não sabiam que o painel também as estava lendo. Dentro do painel, uma câmera capturava suas expressões faciais e as analisava por meio de um algoritmo que permite distinguir entre reações emocionais como felicidade, surpresa, raiva, repulsa e tristeza. Com todo esse feedback fornecido de maneira involuntária, os dirigentes de campanhas políticas estão buscando dados sobre os eleitores e percepções que os ajudem a conquistar vitórias. Agora, em cada vez mais lugares, essas técnicas incluem o contencioso campo do neuromarketing —ou, no caso, neuropolítica. Tecnologias como decodificação facial, feedback biológico e captura de imagens cerebrais há muito são usadas por empresas na esperança de conquistar avanços no marketing e no desenvolvimento de produtos. Mas seu uso por partidos políticos e governos é um fenômeno em ascensão, e evoca cenários futuristas como os do filme "Minority Report - A Nova Lei", no qual painéis eletrônicos fantasmagoricamente bem informados leem os olhares dos transeuntes e os chamam pelo nome. A prática está sob ataque, especialmente por parte de estudiosos que acusam os profissionais do neuromarketing de promover uma pseudociência. Mas o ceticismo não dissuadiu muitos partidos políticos, em diferentes áreas do planeta, de empregar a técnica. As campanhas eleitorais de candidatos a presidente e primeiro-ministro em pelo menos três continentes recorreram a consultores científicos para ler os cérebros, rostos e corpos dos eleitores, com o objetivo de desenvolver maior ressonância eleitoral junto ao eleitorado. No México, a campanha do presidente Enrique Peña Nieto e de seu Partido Revolucionário Institucional (PRI) empregou ferramentas para medir as ondas cerebrais dos eleitores, suas reações cutâneas, batimento cardíaco e expressões faciais na corrida presidencial de 2012. Mais recentemente, o partido vem usando decodificação facial para ajudar a selecionar os melhores candidatos, diz um consultor. Alguns dirigentes da instituição chegam a falar abertamente do uso de técnicas neuropolíticas, e não só para campanhas eleitorais, mas também ao governar. "No meu governo, utilizamos diversas ferramentas de pesquisa e estudos de opinião a fim de avaliar a eficácia de nossos programas governamentais, comunicação e mensagens", diz Francisco Olvera Ruiz, governador do Estado de Hidalgo, no México, e membro do PRI. "A pesquisa neurocientífica", acrescentou, "é especialmente valiosa porque nos permitiu descobrir com mais precisão e objetividade o que as pessoas pensam, percebem e sentem". Na Polônia, a primeira-ministra Ewa Kopacz e seu partido, o Plataforma Cívica, trabalharam com apoio estreito de uma companhia de neuromarketing para as eleições legislativas do mês passado (e perderam ), e na Colômbia a equipe que dirigiu a campanha de reeleição do presidente Juan Manuel Santos em 2014 usou a mesma consultoria de neuropolítica que assessorou o partido situacionista mexicano (ele venceu ). Na Turquia, o premiê Ahmed Davutoglu e seu partido Justiça e Desenvolvimento (AK) contrataram uma empresa de neuromarketing turca para a eleição de junho de 2015, de acordo com o fundador e presidente-executivo da empresa. Usando uma combinação de técnicas —como rastreamento de ondas cerebrais, leitura de olhos e faces, registro de reações cutâneas e batimentos cardíacos, em voluntários nos seus laboratórios de Istambul—, a empresa disse ter alertado Davutoglu de que ele não estava conquistando o envolvimento emocional dos eleitores com seus discursos. O partido sofreu um sério revés na eleição de junho, mas venceu as eleições deste mês. Consultores de neuromarketing dizem estar conduzindo pesquisas como estas em mais de uma dúzia de países, entre os quais Argentina, Brasil, Costa Rica, El Salvador, Espanha, Rússia e, em muito menor extensão, os EUA. Uma empresa de neuromarketing diz ter trabalhado para um comitê de campanha presidencial de Hillary Clinton para ajudá-la a melhorar seu direcionamento e suas mensagens. Questionado a respeito, Joel Benenson, o estrategista-chefe da campanha de Hillary, recusou-se a discutir o assunto, dizendo que não falaria sobre "que metodologias usamos ou não usamos". John Weaver, que já trabalhou em diversas campanhas presidenciais republicanas, entre as quais a de John McCain (2008), e hoje é estrategista chefe na pré-campanha de John Kasich pela indicação presidencial do Partido Republicano, disse que usou ferramentas neurocientíficas no passado, mas que a adoção dessas técnicas nos EUA era "muito limitada". BENEFÍCIOS E PROBLEMAS Os neuroconsultores e alguns de seus clientes na política argumentam que os benefícios são evidentes: grupos de foco e pesquisas podem ter baixa confiabilidade porque os eleitores muitas vezes não sabem, não são capazes de articular ou relutam em dizer como realmente se sentem sobre um candidato. Ondas cerebrais, expressões faciais e neurobiologia, em contraste, traem os sentimentos e opiniões de um eleitor, e isso as torna melhores como ferramentas para a previsão do comportamento nas urnas, argumentam os proponentes. Mas alguns neurocientistas criticam severamente as empresas do ramo por prometerem resultados excessivos. Argumentam que, só porque um candidato ou discurso causa atividade em determinada região cerebral, isso não significa que os pesquisadores possam estar certos do que os eleitores estão pensando. "Em geral, creio que as companhias que vendem ferramentas de pesquisa baseadas na neurociência estão tirando vantagem da tendência natural das pessoas a acreditar que mensurações de atividade cerebral são de alguma maneira mais 'reais' que mensurações de comportamento", disse Russell Poldrack, professor de psicologia na Universidade Stanford. Diversos consultores políticos norte-americanos disseram que a neuropolítica pode ganhar espaço na eleição presidencial de 2016. David Plouffe, que dirigiu campanhas eleitorais do presidente Barack Obama, disse que as ferramentas "seriam terreno novo para as campanhas políticas". Ele acrescentou que "a riqueza desses dados, comparados aos hoje recolhidos para teste de anúncios e avaliação de discursos e debates —por meio dos bons e velhos 'dial tests' [os tradicionais testes em que os espectadores registram sua reação movendo um botão circular], acompanhados por métodos qualitativos primitivos— é difícil de compreender. Eles abordam mais a questão da emoção, intensidade, e oferecem compreensão mais complexa de como as pessoas reagem". Mas "os horrendos placares de 'dial tests' que são exibidos no pé da tela durante debates presidenciais", ele disse, em referência a testes nos quais as reações de eleitores são mostradas em tempo real nas telas de TV, "agora talvez sejam substituídos pela única coisa pior: medições de suor, movimentos oculares e batimentos cardíacos em segmentos-chave do eleitorado". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Cardozo encontra Alckmin e diz estar perto de consenso sobre maioridade
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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta terça-feira (9) que o governo tem interesse em "aprofundar o diálogo" com setores do PSDB em busca de alternativas contrárias à redução da maioridade penal. Após encontro com o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), o ministro afirmou que irá se reunir com o senador José Serra (PSDB) nesta quarta-feira (10), que defende um aumento no tempo da internação de três para dez anos. E sinalizou que pode haver um acordo sobre a questão. "Se houver entendimento, por que não somarmos as nossas forças? Não seria talvez uma maneira equivocada retardar esse procedimento com um novo projeto?", questionou, em relação à proposta. "Se não houver entendimento o governo poderá encaminhar o seu projeto. Mas acho que poderá haver a tendência de estarmos juntos apresentando eventuais ajustes", completou. O encontro com Alckmin ocorreu após orientação da presidente Dilma Rousseff, como forma de tentar barrar a ofensiva do presidente de Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na semana passada, o peemedebista prometeu colocar em votação no plenário, ainda neste mês, a proposta de emenda à Constituição que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal. Após o encontro com Alckmin, Cardozo disse que "está próximo de chegar a um consenso" quanto a uma alternativa "que atenda a vários segmentos do Congresso". E reafirmou a posição do governo, contrária à redução. "Entendemos que a proposta é inconstitucional porque fere cláusula pétrea e além disso trará um gravíssimo problema à segurança pública brasileira. O Brasil discute hoje o inverso [de outros países]." ACORDO Mais cedo, Alckmin e o senador Aécio Neves, nomes tucanos mais cotados para disputar a Presidência, fecharam acordo para que o partido defenda conjuntamente bandeiras dos dois na discussão da redução da maioridade penal. O PSDB deve definir apoio à proposta de Aécio de triplicar a punição para adultos que aliciam adolescentes para cometerem crimes e defesa à proposta de Alckmin do aumento do tempo máximo de internação de menores infratores –passaria de três para oito anos. O partido também defenderá a proposta do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de crime hediondo. A proposta de aumento do tempo de internação de menores infratores também tem apoio do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), o que mostra um consenso entre membros de alguns dos dois partidos. "O ideal é você tratar o infrator que cometeu algo grave, tratar de forma grave, mas não no sistema carcerário. Deve-se dar tratamento mais duro, mas num ambiente apropriado para recuperação e ressocialização", argumentou Haddad, que participou de um seminário sobre administração pública em Brasília.
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cotidiano
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Cardozo encontra Alckmin e diz estar perto de consenso sobre maioridadeO ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta terça-feira (9) que o governo tem interesse em "aprofundar o diálogo" com setores do PSDB em busca de alternativas contrárias à redução da maioridade penal. Após encontro com o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), o ministro afirmou que irá se reunir com o senador José Serra (PSDB) nesta quarta-feira (10), que defende um aumento no tempo da internação de três para dez anos. E sinalizou que pode haver um acordo sobre a questão. "Se houver entendimento, por que não somarmos as nossas forças? Não seria talvez uma maneira equivocada retardar esse procedimento com um novo projeto?", questionou, em relação à proposta. "Se não houver entendimento o governo poderá encaminhar o seu projeto. Mas acho que poderá haver a tendência de estarmos juntos apresentando eventuais ajustes", completou. O encontro com Alckmin ocorreu após orientação da presidente Dilma Rousseff, como forma de tentar barrar a ofensiva do presidente de Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na semana passada, o peemedebista prometeu colocar em votação no plenário, ainda neste mês, a proposta de emenda à Constituição que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal. Após o encontro com Alckmin, Cardozo disse que "está próximo de chegar a um consenso" quanto a uma alternativa "que atenda a vários segmentos do Congresso". E reafirmou a posição do governo, contrária à redução. "Entendemos que a proposta é inconstitucional porque fere cláusula pétrea e além disso trará um gravíssimo problema à segurança pública brasileira. O Brasil discute hoje o inverso [de outros países]." ACORDO Mais cedo, Alckmin e o senador Aécio Neves, nomes tucanos mais cotados para disputar a Presidência, fecharam acordo para que o partido defenda conjuntamente bandeiras dos dois na discussão da redução da maioridade penal. O PSDB deve definir apoio à proposta de Aécio de triplicar a punição para adultos que aliciam adolescentes para cometerem crimes e defesa à proposta de Alckmin do aumento do tempo máximo de internação de menores infratores –passaria de três para oito anos. O partido também defenderá a proposta do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de crime hediondo. A proposta de aumento do tempo de internação de menores infratores também tem apoio do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), o que mostra um consenso entre membros de alguns dos dois partidos. "O ideal é você tratar o infrator que cometeu algo grave, tratar de forma grave, mas não no sistema carcerário. Deve-se dar tratamento mais duro, mas num ambiente apropriado para recuperação e ressocialização", argumentou Haddad, que participou de um seminário sobre administração pública em Brasília.
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Venezuelanos inundam cidade em Roraima para comprar comida
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A cidade de Pacaraima, na divisa de Roraima com a Venezuela, agora é definida por moradores como "uma pequena 25 de Março", em alusão à rua famosa pelo comércio popular em São Paulo. Há cerca de dois meses, o local está repleto de venezuelanos que, em meio à crise de abastecimento no país, viajam centenas de quilômetros atrás de comida. Crise na Venezuela - Devido a controle cambial do chavismo, país tem três cotações de moeda estrangeira Pelas ruas, pessoas se sentam sobre pilhas de arroz, açúcar, trigo e óleo. São os fardos que levam para casa, em viagens que chegam a durar dois dias. "Eu venho porque lá não tem", diz Andrea Lamboz, 39, que andou 12 horas de ônibus até a cidade. "Lá [na Venezuela], a gente precisa chegar na fila à tarde para comprar no dia seguinte. E corre o risco de dar de cara com a prateleira vazia." A maioria vem de ônibus, e cruza a divisa a pé —não é preciso autorização para ir às cidades fronteiriças. Os dois países são ligados por uma rodovia, que tem algumas barreiras policiais com poucos fiscais. Os venezuelanos carregam pochetes, mochilas ou malas cheias de dinheiro. Alguns levam uma calculadora amarrada ao pescoço. No Brasil, um bolívar equivale a menos de um centavo de real. Para comprar um fardo de arroz, são necessários milhares deles —daí o grande volume de cédulas. As malas, antes abarrotadas de dinheiro, voltam com comida. Nas lojas, os bolívares são guardados em sacos. LUXO "É um luxo estar aqui, porque nem todos podem", diz a venezuelana Ingrid López, 53, que viajou cerca de mil quilômetros. Ela gastou R$ 600 em comida para quatro famílias. Foram quase 200 mil bolívares, ou seis salários mínimos no país. Mas suficientes só para um mês. "O que se come na minha cidade é manga, porque é o que tem nas árvores. Sopa de manga, cozido... A minha cozinha virou um laboratório", conta ela, que é comerciante. Muitos economizam durante meses para a viagem. Para a maioria, transportar o alimento custa mais do que a passagem: o agente de trânsito Robert Gil, 27, pagou 3.300 bolívares pela viagem de 10h até Pacaraima, mas gastaria 7.000 para levar o saco de comida no porta-malas. O fluxo de venezuelanos em Pacaraima é semelhante ao que havia na Colômbia, para onde iam milhares deles em busca de itens básicos. A fronteira foi fechada em agosto por ordem do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sob a justificativa de combater o contrabando. Nas duas ocasiões em que foi reaberta —no dia 10 e nos dias 16 e 17 deste mês– passaram, respectivamente, 35 mil e mais de 100 mil pessoas Dois meses atrás, segundo os venezuelanos ouvidos pela Folha, o governo passou a autorizar a entrada de comida comprada no Brasil. Assim começou a peregrinação a Pacaraima. O movimento reativou o comércio da cidade de 12 mil habitantes: muitas lojas foram abertas às pressas, com pouco além de uma mesa, um bloco de notas fiscais e uma máquina de contar cédulas. Os mantimentos ficam empilhados em meio à lajota, ou na fachada. Até butiques e farmácias aderiram à venda, e ficam abertas inclusive aos finais de semana. "Isso aqui é como um garimpo", diz um comerciante. "Todo mundo quer vir para aproveitar o momento." Todos os comerciantes em Pacaraima recebem em bolívares –os preços são fixados já na moeda estrangeira, para facilitar a venda. Como não há casas de câmbio na cidade, a cotação é a paralela. A conversão do dinheiro por reais é feita por "trocaderos", cambistas informais que atuam na fronteira. A maioria dos lojistas troca o dinheiro no mesmo dia –como o câmbio é flutuante, eles temem que a moeda perca valor da noite para o dia. Muitos se preocupam com o impacto para a cidade: há mais lixo nas ruas, relatos de pequenos furtos e alta no preço dos alimentos. "Eu não estou feliz por estar vendendo mais, porque tudo aumentou. O preço, o desgaste, a preocupação", diz Leidimar Torquato, 39, sócia de um pequeno mercado. Ela chega a baixar as portas em determinados momentos, para conter o movimento. As filas se estendem na calçada, e as prateleiras, algumas vezes, nem sequer são abastecidas: as pessoas pegam os produtos direto das caixas, no chão. Desde janeiro, 25 mil venezuelanos pediram autorização de entrada à PF em Pacaraima, sem contar os que vão apenas à cidade fronteiriça e não precisam de documento. O movimento é mais que o dobro do ano passado. O grande temor dos venezuelanos, agora, é que Maduro venha a fechar também a fronteira com o Brasil. * CÂMBIO TRIPLO DIPRO (FIXO) US$ 1 = 10 bolívares Taxa subsidiada destinada à importação de itens básicos, como alimentos e remédios. Na prática, porém, beneficia apenas empresários ligados ao governo DICOM (FLUTUANTE) US$ 1 = 642 bolívares Usada para importações não vitais (como eletrônicos), exportações e viagens subsidiadas ao exterior às quais têm direito, em tese, todos os venezuelanos. Também é usada em casas de câmbio, mas de forma restrita devido à burocracia PARALELO (FLUTUANTE) US$ 1 = 1.005 bolívares Cotação ilegal, mas a mais usada entre particulares. Diante da dificuldade de acesso a taxas preferenciais, empresários também recorrem a este câmbio para importar, o que inflaciona preços
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mundo
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Venezuelanos inundam cidade em Roraima para comprar comidaA cidade de Pacaraima, na divisa de Roraima com a Venezuela, agora é definida por moradores como "uma pequena 25 de Março", em alusão à rua famosa pelo comércio popular em São Paulo. Há cerca de dois meses, o local está repleto de venezuelanos que, em meio à crise de abastecimento no país, viajam centenas de quilômetros atrás de comida. Crise na Venezuela - Devido a controle cambial do chavismo, país tem três cotações de moeda estrangeira Pelas ruas, pessoas se sentam sobre pilhas de arroz, açúcar, trigo e óleo. São os fardos que levam para casa, em viagens que chegam a durar dois dias. "Eu venho porque lá não tem", diz Andrea Lamboz, 39, que andou 12 horas de ônibus até a cidade. "Lá [na Venezuela], a gente precisa chegar na fila à tarde para comprar no dia seguinte. E corre o risco de dar de cara com a prateleira vazia." A maioria vem de ônibus, e cruza a divisa a pé —não é preciso autorização para ir às cidades fronteiriças. Os dois países são ligados por uma rodovia, que tem algumas barreiras policiais com poucos fiscais. Os venezuelanos carregam pochetes, mochilas ou malas cheias de dinheiro. Alguns levam uma calculadora amarrada ao pescoço. No Brasil, um bolívar equivale a menos de um centavo de real. Para comprar um fardo de arroz, são necessários milhares deles —daí o grande volume de cédulas. As malas, antes abarrotadas de dinheiro, voltam com comida. Nas lojas, os bolívares são guardados em sacos. LUXO "É um luxo estar aqui, porque nem todos podem", diz a venezuelana Ingrid López, 53, que viajou cerca de mil quilômetros. Ela gastou R$ 600 em comida para quatro famílias. Foram quase 200 mil bolívares, ou seis salários mínimos no país. Mas suficientes só para um mês. "O que se come na minha cidade é manga, porque é o que tem nas árvores. Sopa de manga, cozido... A minha cozinha virou um laboratório", conta ela, que é comerciante. Muitos economizam durante meses para a viagem. Para a maioria, transportar o alimento custa mais do que a passagem: o agente de trânsito Robert Gil, 27, pagou 3.300 bolívares pela viagem de 10h até Pacaraima, mas gastaria 7.000 para levar o saco de comida no porta-malas. O fluxo de venezuelanos em Pacaraima é semelhante ao que havia na Colômbia, para onde iam milhares deles em busca de itens básicos. A fronteira foi fechada em agosto por ordem do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sob a justificativa de combater o contrabando. Nas duas ocasiões em que foi reaberta —no dia 10 e nos dias 16 e 17 deste mês– passaram, respectivamente, 35 mil e mais de 100 mil pessoas Dois meses atrás, segundo os venezuelanos ouvidos pela Folha, o governo passou a autorizar a entrada de comida comprada no Brasil. Assim começou a peregrinação a Pacaraima. O movimento reativou o comércio da cidade de 12 mil habitantes: muitas lojas foram abertas às pressas, com pouco além de uma mesa, um bloco de notas fiscais e uma máquina de contar cédulas. Os mantimentos ficam empilhados em meio à lajota, ou na fachada. Até butiques e farmácias aderiram à venda, e ficam abertas inclusive aos finais de semana. "Isso aqui é como um garimpo", diz um comerciante. "Todo mundo quer vir para aproveitar o momento." Todos os comerciantes em Pacaraima recebem em bolívares –os preços são fixados já na moeda estrangeira, para facilitar a venda. Como não há casas de câmbio na cidade, a cotação é a paralela. A conversão do dinheiro por reais é feita por "trocaderos", cambistas informais que atuam na fronteira. A maioria dos lojistas troca o dinheiro no mesmo dia –como o câmbio é flutuante, eles temem que a moeda perca valor da noite para o dia. Muitos se preocupam com o impacto para a cidade: há mais lixo nas ruas, relatos de pequenos furtos e alta no preço dos alimentos. "Eu não estou feliz por estar vendendo mais, porque tudo aumentou. O preço, o desgaste, a preocupação", diz Leidimar Torquato, 39, sócia de um pequeno mercado. Ela chega a baixar as portas em determinados momentos, para conter o movimento. As filas se estendem na calçada, e as prateleiras, algumas vezes, nem sequer são abastecidas: as pessoas pegam os produtos direto das caixas, no chão. Desde janeiro, 25 mil venezuelanos pediram autorização de entrada à PF em Pacaraima, sem contar os que vão apenas à cidade fronteiriça e não precisam de documento. O movimento é mais que o dobro do ano passado. O grande temor dos venezuelanos, agora, é que Maduro venha a fechar também a fronteira com o Brasil. * CÂMBIO TRIPLO DIPRO (FIXO) US$ 1 = 10 bolívares Taxa subsidiada destinada à importação de itens básicos, como alimentos e remédios. Na prática, porém, beneficia apenas empresários ligados ao governo DICOM (FLUTUANTE) US$ 1 = 642 bolívares Usada para importações não vitais (como eletrônicos), exportações e viagens subsidiadas ao exterior às quais têm direito, em tese, todos os venezuelanos. Também é usada em casas de câmbio, mas de forma restrita devido à burocracia PARALELO (FLUTUANTE) US$ 1 = 1.005 bolívares Cotação ilegal, mas a mais usada entre particulares. Diante da dificuldade de acesso a taxas preferenciais, empresários também recorrem a este câmbio para importar, o que inflaciona preços
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Morador constrói ponte por menos de 2% do valor projetado pela prefeitura
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A ponte tem apenas 25 metros de extensão, mas a obra erguida por moradores de uma cidade do interior do Rio de Janeiro passou por cima de enormes problemas de dinheiro, ineficiência e até de corrupção que assolam o Brasil. A história ocorreu em Barra Mansa, a cerca de 130 km do Rio de Janeiro. Lá há dois bairros de casas simples, muitas com tijolos expostos: Nova Esperança e São Luiz. Os bairros são separados por um riacho de vegetação densa, que complicava a vida dos moradores. A questão, dizem, é que apenas um dos bairros conta com um posto de saúde. E apenas na outra margem há um ponto do ônibus que vai para o centro comercial da cidade. Para acessar esses serviços, os moradores tinham que contornar o riacho por cerca de 2 km. Instalaram passagens de madeira, mas toda chuva mais forte carregava as estruturas improvisadas rio abaixo. Pediram uma ponte à prefeitura, mas a resposta foi que não havia recursos em razão da crise econômica. Cansadas de esperar por duas décadas, duas donas de casa que moram em lados diferentes do rio –Manoelina dos Santos, 72, e Juracy da Conceição, 65, tiveram uma ideia: e se os moradores fizessem a ponte? "Se dependêssemos do poder público, iríamos esperar mais 10 anos" diz o comerciante Adalto José Soares, de 52 anos, filho de Manoelina. "Aí tomamos essa atitude, arrecadamos dinheiro com os moradores e fizemos", afirma, em conversa com a BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC. Resultado: uma ponte 54 vezes mais barata do que o valor estimado pela prefeitura, e com recursos levantados em apenas um mês –uma lição em um país cujo poder público parece em decomposição. 'VARIAÇÃO DE QUALIDADE' Milton Avelino, presidente da associação de moradores do Nova Esperança, explica a diferença nos orçamentos da ponte. "Pela prefeitura o valor era R$ 270 mil, nós fizemos com R$ 5.000." E qual é o motivo da disparidade? A Superintendência de Obras e Serviços de Barra Mansa diz que há uma "variação de qualidade nos projetos". "Como foi feita sem aval da prefeitura, não há como garantir que houve um projeto com cálculo estrutural eficiente, prevendo, por exemplo, variações no nível do rio", afirmou a pasta. O comerciante Soares lembra, porém, que, em abril deste ano, parte de uma ciclovia recém-inaugurada pelo poder público desabou no Rio de Janeiro, em acidente numa obra de R$ 12,6 milhões e que matou duas pessoas. "Não fizeram essa ciclovia bonita no Rio com engenharia e morreram duas pessoas?", questiona. "Nós fizemos uma boa fundação, ainda que a mão de Deus seja pesada e nada pode garantir que uma chuva forte não possa levar (a ponte)." A construção tem três pilares de cimento, sobre os quais há duas vigas que sustentam o piso de chapas de 1,1 metro de largura, corrimões e ligações metálicas. "A ponte tem capacidade para suportar até três toneladas em movimento", estima Antônio Carlos Moura, um morador da região de 56 anos que trabalha com portões elétricos e estruturas metálicas. Ele atuou na obra, ao lado de pedreiros, eletricistas, soldadores e pintores. Trabalharam apenas aos sábados e domingos, e terminaram tudo em quatro finais de semana. SUSPEITAS DE CORRUPÇÃO Moradores suspeitam que a diferença de custos possa ter sido uma tentativa de inflar o orçamento da obra para desviar dinheiro, como ocorria na Petrobras e outras estatais, segundo investigações da Operação Lava Jato. "Acredito que o poder público fosse fazer uma obra superfaturada em uma comunidade que luta com dificuldades, um município pobre de um país quebrado", comenta Moura. O prefeito de Barra Mansa, Jonas Marins (PC do B), foi afastado do cargo pela Justiça neste mês, acusado de irregularidades em gastos na saúde, o que ele nega. O prefeito interino, Jorge Costa (PRB), disse que a diferença nos orçamentos da ponte "é muito estranha", mas disse não ser possível afirmar se houve ou não corrupção. "Senti-me envergonhado por minha cidade não ter construído a ponte", afirmou Costa, que disse ter ido pedir desculpas pessoalmente aos moradores. Nos bairros agora conectados pela obra, alguns já sonham com a possibilidade de o caso ser um grão de areia que ajude a mudar as coisas no Brasil. "Quem sabe se no futuro, quando as comunidades conseguirem fazer suas pontes, estradas, viadutos e hospitais, não iremos mais ouvir falar de políticos corruptos nem de corrupção", diz o morador Moura.
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cotidiano
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Morador constrói ponte por menos de 2% do valor projetado pela prefeituraA ponte tem apenas 25 metros de extensão, mas a obra erguida por moradores de uma cidade do interior do Rio de Janeiro passou por cima de enormes problemas de dinheiro, ineficiência e até de corrupção que assolam o Brasil. A história ocorreu em Barra Mansa, a cerca de 130 km do Rio de Janeiro. Lá há dois bairros de casas simples, muitas com tijolos expostos: Nova Esperança e São Luiz. Os bairros são separados por um riacho de vegetação densa, que complicava a vida dos moradores. A questão, dizem, é que apenas um dos bairros conta com um posto de saúde. E apenas na outra margem há um ponto do ônibus que vai para o centro comercial da cidade. Para acessar esses serviços, os moradores tinham que contornar o riacho por cerca de 2 km. Instalaram passagens de madeira, mas toda chuva mais forte carregava as estruturas improvisadas rio abaixo. Pediram uma ponte à prefeitura, mas a resposta foi que não havia recursos em razão da crise econômica. Cansadas de esperar por duas décadas, duas donas de casa que moram em lados diferentes do rio –Manoelina dos Santos, 72, e Juracy da Conceição, 65, tiveram uma ideia: e se os moradores fizessem a ponte? "Se dependêssemos do poder público, iríamos esperar mais 10 anos" diz o comerciante Adalto José Soares, de 52 anos, filho de Manoelina. "Aí tomamos essa atitude, arrecadamos dinheiro com os moradores e fizemos", afirma, em conversa com a BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC. Resultado: uma ponte 54 vezes mais barata do que o valor estimado pela prefeitura, e com recursos levantados em apenas um mês –uma lição em um país cujo poder público parece em decomposição. 'VARIAÇÃO DE QUALIDADE' Milton Avelino, presidente da associação de moradores do Nova Esperança, explica a diferença nos orçamentos da ponte. "Pela prefeitura o valor era R$ 270 mil, nós fizemos com R$ 5.000." E qual é o motivo da disparidade? A Superintendência de Obras e Serviços de Barra Mansa diz que há uma "variação de qualidade nos projetos". "Como foi feita sem aval da prefeitura, não há como garantir que houve um projeto com cálculo estrutural eficiente, prevendo, por exemplo, variações no nível do rio", afirmou a pasta. O comerciante Soares lembra, porém, que, em abril deste ano, parte de uma ciclovia recém-inaugurada pelo poder público desabou no Rio de Janeiro, em acidente numa obra de R$ 12,6 milhões e que matou duas pessoas. "Não fizeram essa ciclovia bonita no Rio com engenharia e morreram duas pessoas?", questiona. "Nós fizemos uma boa fundação, ainda que a mão de Deus seja pesada e nada pode garantir que uma chuva forte não possa levar (a ponte)." A construção tem três pilares de cimento, sobre os quais há duas vigas que sustentam o piso de chapas de 1,1 metro de largura, corrimões e ligações metálicas. "A ponte tem capacidade para suportar até três toneladas em movimento", estima Antônio Carlos Moura, um morador da região de 56 anos que trabalha com portões elétricos e estruturas metálicas. Ele atuou na obra, ao lado de pedreiros, eletricistas, soldadores e pintores. Trabalharam apenas aos sábados e domingos, e terminaram tudo em quatro finais de semana. SUSPEITAS DE CORRUPÇÃO Moradores suspeitam que a diferença de custos possa ter sido uma tentativa de inflar o orçamento da obra para desviar dinheiro, como ocorria na Petrobras e outras estatais, segundo investigações da Operação Lava Jato. "Acredito que o poder público fosse fazer uma obra superfaturada em uma comunidade que luta com dificuldades, um município pobre de um país quebrado", comenta Moura. O prefeito de Barra Mansa, Jonas Marins (PC do B), foi afastado do cargo pela Justiça neste mês, acusado de irregularidades em gastos na saúde, o que ele nega. O prefeito interino, Jorge Costa (PRB), disse que a diferença nos orçamentos da ponte "é muito estranha", mas disse não ser possível afirmar se houve ou não corrupção. "Senti-me envergonhado por minha cidade não ter construído a ponte", afirmou Costa, que disse ter ido pedir desculpas pessoalmente aos moradores. Nos bairros agora conectados pela obra, alguns já sonham com a possibilidade de o caso ser um grão de areia que ajude a mudar as coisas no Brasil. "Quem sabe se no futuro, quando as comunidades conseguirem fazer suas pontes, estradas, viadutos e hospitais, não iremos mais ouvir falar de políticos corruptos nem de corrupção", diz o morador Moura.
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Base curricular mira o século 21, mas formação do professor segue no 19
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A Base Nacional Curricular Comum (BNCC) proposta pelo governo federal inova ao introduzir diretrizes voltadas para o ensino investigativo, focado na resolução de problemas. O que permanece não resolvido na equação é que, enquanto a base mira o século 21, os professores têm uma formação nos moldes do século 19. Essa é a opinião das especialistas em educação que participaram da primeira mesa de debate do 2º Fórum de Inovação Educativa, promovido pela Folha em parceria com a Fundação Telefônica Vivo e com o apoio do movimento Todos pela Educação, nesta quarta-feira (24). "A educação tem avanços, mas coleciona fracassos. A escola brasileira não ensina a pensar cientificamente", disse Claudia Costin, colunista da Folha e ex-secretária de Educação do Rio de Janeiro. "O mundo está mudando: as demandas que exigem elaboração são mais cobradas do que atividades que exigem a repetição", continuou. Para Guiomar Namo de Mello, diretora da Escola Brasileira de Professores, os docentes trazem na bagagem uma formação antiga, que deixa o desenvolvimento pessoal a desejar. "O problema é como ensinar o professor a ensinar o que está escrito na base nacional. É preciso que ele aprenda nas mesmas condições que ensina", afirmou. A educadora lembrou que a base curricular prevê uma progressão contínua e articulada de conteúdos, mas, ao mesmo tempo, há falta de diálogo entre os profissionais da pedagogia e das licenciaturas que permita transformar o professor em um instrumento de capacitação. Mello lembrou que as universidades também precisariam se adaptar ao novo modelo, já que são as responsáveis pela formação dos docentes. "São questões complicadas, porque as universidades federais são autônomas. Além disso, as que mais formam professores são as particulares", disse Teresa Pontual, diretora de Currículos e Educação Integral do Ministério da Educação (MEC). Pontual afirmou que a base nacional em si já é um avanço, por trazer os conteúdos que os alunos devem aprender. "Mas a gente não consegue garantir que os professores saibam os conteúdos que precisam ensinar". Sobre as competências socioemocionais previstas na base, houve um consenso de que uma disciplina apenas com este foco seria pouco eficiente. Para Costin, o impacto maior é quando o professor ajuda a desenvolver essas competências. Mello concordou: "Ninguém dá aula de solidariedade e resiliência. A questão é fazer que os conteúdos ancorem isso na realidade".
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Base curricular mira o século 21, mas formação do professor segue no 19A Base Nacional Curricular Comum (BNCC) proposta pelo governo federal inova ao introduzir diretrizes voltadas para o ensino investigativo, focado na resolução de problemas. O que permanece não resolvido na equação é que, enquanto a base mira o século 21, os professores têm uma formação nos moldes do século 19. Essa é a opinião das especialistas em educação que participaram da primeira mesa de debate do 2º Fórum de Inovação Educativa, promovido pela Folha em parceria com a Fundação Telefônica Vivo e com o apoio do movimento Todos pela Educação, nesta quarta-feira (24). "A educação tem avanços, mas coleciona fracassos. A escola brasileira não ensina a pensar cientificamente", disse Claudia Costin, colunista da Folha e ex-secretária de Educação do Rio de Janeiro. "O mundo está mudando: as demandas que exigem elaboração são mais cobradas do que atividades que exigem a repetição", continuou. Para Guiomar Namo de Mello, diretora da Escola Brasileira de Professores, os docentes trazem na bagagem uma formação antiga, que deixa o desenvolvimento pessoal a desejar. "O problema é como ensinar o professor a ensinar o que está escrito na base nacional. É preciso que ele aprenda nas mesmas condições que ensina", afirmou. A educadora lembrou que a base curricular prevê uma progressão contínua e articulada de conteúdos, mas, ao mesmo tempo, há falta de diálogo entre os profissionais da pedagogia e das licenciaturas que permita transformar o professor em um instrumento de capacitação. Mello lembrou que as universidades também precisariam se adaptar ao novo modelo, já que são as responsáveis pela formação dos docentes. "São questões complicadas, porque as universidades federais são autônomas. Além disso, as que mais formam professores são as particulares", disse Teresa Pontual, diretora de Currículos e Educação Integral do Ministério da Educação (MEC). Pontual afirmou que a base nacional em si já é um avanço, por trazer os conteúdos que os alunos devem aprender. "Mas a gente não consegue garantir que os professores saibam os conteúdos que precisam ensinar". Sobre as competências socioemocionais previstas na base, houve um consenso de que uma disciplina apenas com este foco seria pouco eficiente. Para Costin, o impacto maior é quando o professor ajuda a desenvolver essas competências. Mello concordou: "Ninguém dá aula de solidariedade e resiliência. A questão é fazer que os conteúdos ancorem isso na realidade".
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Como criar um ignorante
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A verdade é que Donald Trump nada sabe; ele é mais ignorante sobre políticas públicas do que você poderia imaginar, mesmo que você leve em conta o fato de que ele é mais ignorante do que é possível imaginar. Mas sua ignorância não é assim tão única: de muitas maneiras, ele está simplesmente trabalhando aos tropeços para canalizar besteiras amplamente populares em seu partido, e em certa medida nas classes falastronas de uma maneira mais ampla. Na semana passada, o virtual candidato à presidência do Partido Republicano —difícil acreditar, mas é isso— por fim revelou seu plano para recuperar a grandeza dos Estados Unidos: envolve administrar o país como alguém administraria um cassino a caminho de falir. Trump afirmou que ele seria capaz de "chegar a um acordo" com os credores para reduzir a carga de dívida, se suas promessas absurdas de crescimento não funcionarem. A reação de todo mundo que sabe alguma coisa sobre finanças ou Economia foi uma mistura de horror estupefato e de estupefação horrorizada. Ninguém sugere jogar casualmente no lixo a cuidadosamente cultivada reputação dos Estados Unidos como o mais escrupuloso devedor do planeta, uma reputação que remonta aos dias de Alexander Hamilton. A solução de Trump entre outras coisas privaria a economia mundial de seu mais importante ativo de segurança: os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, em um momento em que ativos seguros já estão bastante escassos. É claro que podemos estar certos de que Trump nada sabe sobre isso, e ninguém em seu círculo de assessores vai informá-lo a respeito. Mas antes que simplesmente o ridicularizemos —ou, na verdade, enquanto o ridicularizamos—, cabe perguntar de onde realmente vêm as suas más ideias. Primeiro, é óbvio que Trump acredita que os Estados Unidos poderiam facilmente se ver diante de uma crise de dívida. Mas por quê? Afinal, os investidores, que estão dispostos a emprestar dinheiro aos Estados Unidos por juros incrivelmente baixos, evidentemente não estão preocupados com a nossa dívida. E há bons motivos para sua calma: os pagamentos de juros do governo federal respondem por apenas 1,3% do PIB (Produto Interno Bruto), ou 6% dos desembolsos totais do governo. Esses números significam tanto que a carga da dívida é bastante pequena e que mesmo repudiá-la integralmente teria efeito menor sobre o fluxo de caixa governamental. Assim, porque é que Trump está falando sobre esse assunto? Bem, uma possível resposta é que muitas pessoas supostamente sérias vêm insistindo sobre a ameaça que a dívida federal representa há anos. Por exemplo, Paul Ryan, o presidente da Câmara dos Deputados, alertou repetidamente sobre uma "crise iminente da dívida". Na verdade, até não muito tempo atrás, toda a elite de Washington parecia estar sofrendo do Mal de Bowler-Simpson, e não se cansava de repetir que a dívida é a maior ameaça que o país enfrenta. Boa parte dessa histeria quanto à dívida na verdade era um esforço para nos intimidar a um corte nos gastos com a previdência e o programa federal de saúde Medicare, o que explica por que tantas pessoas que se declaravam parte da linha dura fiscal também estavam ansiosas por cortar os impostos dos ricos. Mas Trump aparentemente não foi informado sobre essa farsa específica, e leva a sério a falsa ameaça da dívida. Ainda assim, mesmo que não compreenda corretamente a situação fiscal, como pode imaginar que seria aceitável para os Estados Unidos dar o calote em suas dívidas? Uma resposta é que ele está extrapolando com base em sua carreira pessoal nos negócios, na qual se saiu muito bem ao acumular grandes dívidas e depois abandoná-las. Mas é igualmente verdade que boa parte do Partido Republicano compartilha de sua leviandade quanto a um calote. Lembre-se de que a ala legislativa do partido tentou deliberadamente extrair concessões do presidente Obama usando a ameaça de um calote gratuito, por meio da recusa em elevar o limite máximo da dívida federal. E diversos legisladores republicanos defenderam essa estratégia de extorsão argumentando que um calote não seria tão ruim, e que mesmo com seu acesso a fundos bloqueado o governo dos Estados Unidos poderia "priorizar" pagamentos, e as perturbações financeiras causadas não seriam grande coisa. Dado esse histórico, não é difícil compreender por que o candidato Trump acredita que não pagar dívidas faça completo sentido. O fato mais importante a perceber, portanto, é que quando Trump fala asneiras ele usualmente está só oferecendo uma versão bombástica de uma posição generalizada em seu partido. Na verdade, é notável o número de absurdos proferidos por Trump que já haviam sido defendidos anteriormente por Mitt Romney em 2012, de sua afirmação de que o desemprego é muito maior que os números oficiais à sua afirmação de que pode trazer prosperidade ao país iniciando uma guerra comercial com a China. Nada disso deveria ser tomado como desculpa para Trump. Ele é realmente mal informado, a um ponto assustador; pior, não parece saber disso. O ponto, na verdade, é que sua desavisada falta de conhecimento em geral deriva da atitude desinformada do partido que ele agora lidera. Oh, e vale registrar: as coisas não são iguais do outro lado da divisa partidária. Você pode não gostar de Hillary Clinton, pode discordar seriamente de suas propostas políticas, mas a candidata e as pessoas que a cercam conhecem os fatos. Ninguém tem monopólio sobre a sabedoria, mas na atual eleição um dos partidos parece ter dominado o mercado da ignorância bruta. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Como criar um ignoranteA verdade é que Donald Trump nada sabe; ele é mais ignorante sobre políticas públicas do que você poderia imaginar, mesmo que você leve em conta o fato de que ele é mais ignorante do que é possível imaginar. Mas sua ignorância não é assim tão única: de muitas maneiras, ele está simplesmente trabalhando aos tropeços para canalizar besteiras amplamente populares em seu partido, e em certa medida nas classes falastronas de uma maneira mais ampla. Na semana passada, o virtual candidato à presidência do Partido Republicano —difícil acreditar, mas é isso— por fim revelou seu plano para recuperar a grandeza dos Estados Unidos: envolve administrar o país como alguém administraria um cassino a caminho de falir. Trump afirmou que ele seria capaz de "chegar a um acordo" com os credores para reduzir a carga de dívida, se suas promessas absurdas de crescimento não funcionarem. A reação de todo mundo que sabe alguma coisa sobre finanças ou Economia foi uma mistura de horror estupefato e de estupefação horrorizada. Ninguém sugere jogar casualmente no lixo a cuidadosamente cultivada reputação dos Estados Unidos como o mais escrupuloso devedor do planeta, uma reputação que remonta aos dias de Alexander Hamilton. A solução de Trump entre outras coisas privaria a economia mundial de seu mais importante ativo de segurança: os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, em um momento em que ativos seguros já estão bastante escassos. É claro que podemos estar certos de que Trump nada sabe sobre isso, e ninguém em seu círculo de assessores vai informá-lo a respeito. Mas antes que simplesmente o ridicularizemos —ou, na verdade, enquanto o ridicularizamos—, cabe perguntar de onde realmente vêm as suas más ideias. Primeiro, é óbvio que Trump acredita que os Estados Unidos poderiam facilmente se ver diante de uma crise de dívida. Mas por quê? Afinal, os investidores, que estão dispostos a emprestar dinheiro aos Estados Unidos por juros incrivelmente baixos, evidentemente não estão preocupados com a nossa dívida. E há bons motivos para sua calma: os pagamentos de juros do governo federal respondem por apenas 1,3% do PIB (Produto Interno Bruto), ou 6% dos desembolsos totais do governo. Esses números significam tanto que a carga da dívida é bastante pequena e que mesmo repudiá-la integralmente teria efeito menor sobre o fluxo de caixa governamental. Assim, porque é que Trump está falando sobre esse assunto? Bem, uma possível resposta é que muitas pessoas supostamente sérias vêm insistindo sobre a ameaça que a dívida federal representa há anos. Por exemplo, Paul Ryan, o presidente da Câmara dos Deputados, alertou repetidamente sobre uma "crise iminente da dívida". Na verdade, até não muito tempo atrás, toda a elite de Washington parecia estar sofrendo do Mal de Bowler-Simpson, e não se cansava de repetir que a dívida é a maior ameaça que o país enfrenta. Boa parte dessa histeria quanto à dívida na verdade era um esforço para nos intimidar a um corte nos gastos com a previdência e o programa federal de saúde Medicare, o que explica por que tantas pessoas que se declaravam parte da linha dura fiscal também estavam ansiosas por cortar os impostos dos ricos. Mas Trump aparentemente não foi informado sobre essa farsa específica, e leva a sério a falsa ameaça da dívida. Ainda assim, mesmo que não compreenda corretamente a situação fiscal, como pode imaginar que seria aceitável para os Estados Unidos dar o calote em suas dívidas? Uma resposta é que ele está extrapolando com base em sua carreira pessoal nos negócios, na qual se saiu muito bem ao acumular grandes dívidas e depois abandoná-las. Mas é igualmente verdade que boa parte do Partido Republicano compartilha de sua leviandade quanto a um calote. Lembre-se de que a ala legislativa do partido tentou deliberadamente extrair concessões do presidente Obama usando a ameaça de um calote gratuito, por meio da recusa em elevar o limite máximo da dívida federal. E diversos legisladores republicanos defenderam essa estratégia de extorsão argumentando que um calote não seria tão ruim, e que mesmo com seu acesso a fundos bloqueado o governo dos Estados Unidos poderia "priorizar" pagamentos, e as perturbações financeiras causadas não seriam grande coisa. Dado esse histórico, não é difícil compreender por que o candidato Trump acredita que não pagar dívidas faça completo sentido. O fato mais importante a perceber, portanto, é que quando Trump fala asneiras ele usualmente está só oferecendo uma versão bombástica de uma posição generalizada em seu partido. Na verdade, é notável o número de absurdos proferidos por Trump que já haviam sido defendidos anteriormente por Mitt Romney em 2012, de sua afirmação de que o desemprego é muito maior que os números oficiais à sua afirmação de que pode trazer prosperidade ao país iniciando uma guerra comercial com a China. Nada disso deveria ser tomado como desculpa para Trump. Ele é realmente mal informado, a um ponto assustador; pior, não parece saber disso. O ponto, na verdade, é que sua desavisada falta de conhecimento em geral deriva da atitude desinformada do partido que ele agora lidera. Oh, e vale registrar: as coisas não são iguais do outro lado da divisa partidária. Você pode não gostar de Hillary Clinton, pode discordar seriamente de suas propostas políticas, mas a candidata e as pessoas que a cercam conhecem os fatos. Ninguém tem monopólio sobre a sabedoria, mas na atual eleição um dos partidos parece ter dominado o mercado da ignorância bruta. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Número recorde de migrantes chegou à Europa em outubro, diz ONU
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Um número recorde de migrantes e refugiados chegou à Europa no mês de outubro, divulgou nesta segunda (2) o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Segundo o órgão, 218.394 pessoas chegaram ao continente no período. "Foi o maior número de todos os meses já contabilizados e quase o total de todo o ano de 2014", disse Adrian Edwards, porta-voz da Acnur. Nas últimas semanas, notícias sobre mortes em travessias pelo mar até a Europa se tornaram quase diárias. CRISE EM LESBOS O prefeito da ilha grega de Lesbos, Spyros Galinos, disse a uma rádio nesta segunda (2) que não há mais espaço para enterrar as vítimas desses naufrágios. Segundo ele, há pelo menos 50 corpos no necrotério da ilha que ainda aguardam destinação, devido à superlotação dos cemitérios De acordo com Galinos, a prefeitura agora realiza negociações para adquirir um terreno vizinho ao cemitério local, de modo que possa expandir sua capacidade. Migrantes que chegaram à Europa pelo Mediterrâneo - Comparativo mensal 2014-2015 Migrantes que chegaram à Europa pelo Mediterrâneo - Comparativo ano a ano Somente no domingo (1º), ao menos 19 pessoas morreram após três diferentes incidentes com barcos superlotados que tentavam chegar à Europa. Nesta segunda (2), motoristas de ambulâncias realizaram um protesto em Lesbos denunciando que apenas três veículos de resgate estão em operação na ilha, apesar do crescente fluxo de refugiados. Migrantes que chegaram à Europa pelo Mediterrâneo - Principais nacionalidades, em % Costas Filis, líder de uma associação de trabalhadores, disse que cinco ambulâncias estavam paradas, para receber reparos, e que cortes de funcionários fizeram com que as equipes restantes tenham que fazer jornadas de até 16 horas por dia. A guarda costeira da Grécia divulgou ter encontrado 1.431 pessoas em 39 operações de busca no mar Egeu entre sexta (30) e a manhã desta segunda (2). Os migrantes estavam em embarcações perto das ilhas gregas de Lesbos, Samos, Rodes, Farmakonisi, Calímnos e Simi.
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Número recorde de migrantes chegou à Europa em outubro, diz ONUUm número recorde de migrantes e refugiados chegou à Europa no mês de outubro, divulgou nesta segunda (2) o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Segundo o órgão, 218.394 pessoas chegaram ao continente no período. "Foi o maior número de todos os meses já contabilizados e quase o total de todo o ano de 2014", disse Adrian Edwards, porta-voz da Acnur. Nas últimas semanas, notícias sobre mortes em travessias pelo mar até a Europa se tornaram quase diárias. CRISE EM LESBOS O prefeito da ilha grega de Lesbos, Spyros Galinos, disse a uma rádio nesta segunda (2) que não há mais espaço para enterrar as vítimas desses naufrágios. Segundo ele, há pelo menos 50 corpos no necrotério da ilha que ainda aguardam destinação, devido à superlotação dos cemitérios De acordo com Galinos, a prefeitura agora realiza negociações para adquirir um terreno vizinho ao cemitério local, de modo que possa expandir sua capacidade. Migrantes que chegaram à Europa pelo Mediterrâneo - Comparativo mensal 2014-2015 Migrantes que chegaram à Europa pelo Mediterrâneo - Comparativo ano a ano Somente no domingo (1º), ao menos 19 pessoas morreram após três diferentes incidentes com barcos superlotados que tentavam chegar à Europa. Nesta segunda (2), motoristas de ambulâncias realizaram um protesto em Lesbos denunciando que apenas três veículos de resgate estão em operação na ilha, apesar do crescente fluxo de refugiados. Migrantes que chegaram à Europa pelo Mediterrâneo - Principais nacionalidades, em % Costas Filis, líder de uma associação de trabalhadores, disse que cinco ambulâncias estavam paradas, para receber reparos, e que cortes de funcionários fizeram com que as equipes restantes tenham que fazer jornadas de até 16 horas por dia. A guarda costeira da Grécia divulgou ter encontrado 1.431 pessoas em 39 operações de busca no mar Egeu entre sexta (30) e a manhã desta segunda (2). Os migrantes estavam em embarcações perto das ilhas gregas de Lesbos, Samos, Rodes, Farmakonisi, Calímnos e Simi.
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Presidente do Bradesco era informado sobre ações ilícitas no Carf, diz PF
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A Polícia Federal afirma, no relatório de indiciamento contra executivos do Bradesco realizado na terça (31), que o presidente do banco, Luiz Trabuco, era informado por seus subordinados das ações ilícitas realizadas no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). O Carf é um órgão de recursos contra autuações da Receita Federal. Casos de corrupção nele são investigados pela Operação Zelotes, da qual o indiciamento foi um desdobramento. Segundo a PF, a organização criminosa integrada pelo ex-conselheiro do Carf Jorge Victor Rodrigues, o auditor aposentado Jeferson Salazar e os funcionários da Receita Federal Eduardo Cerqueira Leite e Lutero Fernandes se juntou aos empresários do ramo de consultoria e advogados Mario Pagnozzi Junior e José Tamazato para negociar com o Bradesco a contratação para atuar em um processo do banco no Carf, que envolvia cobrança de R$ 2,7 bilhões. Por meio de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, a PF obteve detalhes das conversas do grupo já denunciado sob acusação de corrupção no Carf com intermediários do banco Bradesco. O indiciamento de Trabuco e de mais nove pessoas se baseia principalmente nessas interceptações, apesar de não terem sido grampeados os executivos do Bradesco. Também não há indicações de repasses financeiros do Bradesco ao grupo ou a funcionários do Carf. Nas interceptações, a PF detectou que Eduardo Leite esteve em uma reunião no Bradesco em 9 de outubro de 2014 e, segundo o relatório, Trabuco participou rapidamente do encontro. "Salazar chega a dizer a Jorge Victor que Eduardo foi bem em suas colocações na reunião lá com o 'Bra' (Bradesco), que estavam todos, os vices e o presidente do Bradesco, o 'Trabu' (Trabuco), esteve presente, cumprimentou a todos e saiu, e que o Eduardo acha que 'vai dar samba'", descreve o relatório da PF. Em uma das conversas interceptadas, Mario Pagnozzi afirma a Eduardo Leite que esteve em uma reunião no Bradesco e encontrou Trabuco. Segundo Mario, Trabuco o cumprimentou e agradeceu o empenho em "ajudar" o banco. "Mario disse que em princípio ficou um pouco confuso, mas de uma coisa ele tinha certeza, de que os vice-presidentes que estariam negociando com o grupo do Mario Pagnozzi estariam reportando todas as tratativas para o presidente Trabuco", escreveu o delegado da PF Marlon Cajado, em seu relatório. E complementa: "Aliás, isso já tinha ficado constatado na esclarecedora ligação acima detalhada (...), em que Angelotti [executivo do Bradesco] teria perguntado ao Mário se eles poderiam fazer uma explanação na nova solução ofertada para Trabuco". Em depoimento à Polícia Federal, Angelotti confirmou que Eduardo Leite esteve na reunião em outubro e também em mais uma, no mês de novembro. Afirmou, porém, que Trabuco não participou dos encontros. A PF relatou ainda que esteve no Bradesco para tentar acompanhar a entrada de Mario, Tamazato e Eduardo Leite na reunião de outubro de 2014 mas foi "convidada a se retirar do recinto" No fim, porém, não foi fechado contrato entre o grupo e o Bradesco, que acabou perdendo o processo no Carf. Também não há interceptações telefônicas dos executivos do banco que foram indiciados: além de Trabuco, Domingos Abreu e Luiz Angelotti, todos três por corrupção ativa. Em meio às negociações entre o grupo e o Bradesco, a PF aponta ainda que houve ações junto ao Carf para adiar o julgamento do processo do banco, que inicialmente tiveram êxito. Depois, porém, o Bradesco foi derrotado. OUTRO LADO Em comunicado na terça (31), o Bradesco informou que foi pego de surpresa pelo indiciamento e que seu presidente não participou de reuniões com os demais acusados. "A companhia informa que jamais prometeu, ofereceu ou deu vantagem indevida a quaisquer pessoas, inclusive a funcionários públicos, para encaminhamento de assuntos fiscais ou de qualquer outra natureza". Segundo o comunicado, os dois diretores ouvidos pela PF em São Paulo "esclareceram que foram procurados por escritório de assessoria tributária que se ofereceu para advogar uma questão fiscal junto ao Carf", mas que desses contatos nunca se efetivou qualquer contratação ou pagamento. A defesa de Eduardo Leite informa que ele nunca "vendeu soluções" ou serviços ao Bradesco ou qualquer outro ente privado e que vai aguardar o posicionamento do Ministério Público Federal sobre o indiciamento. Em depoimento à PF, Lutero confirmou reunião para saber se o embasamento jurídico do banco "era bom". Jorge Victor Rodrigues disse que jamais tentou cooptar conselheiros do Carf ou ofereceu possibilidades ao Bradesco. À PF, Jeferson Salazar, Mario Pagnozzi e Tamazato exerceram o direito de ficarem calados e não prestaram depoimento.
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Presidente do Bradesco era informado sobre ações ilícitas no Carf, diz PFA Polícia Federal afirma, no relatório de indiciamento contra executivos do Bradesco realizado na terça (31), que o presidente do banco, Luiz Trabuco, era informado por seus subordinados das ações ilícitas realizadas no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). O Carf é um órgão de recursos contra autuações da Receita Federal. Casos de corrupção nele são investigados pela Operação Zelotes, da qual o indiciamento foi um desdobramento. Segundo a PF, a organização criminosa integrada pelo ex-conselheiro do Carf Jorge Victor Rodrigues, o auditor aposentado Jeferson Salazar e os funcionários da Receita Federal Eduardo Cerqueira Leite e Lutero Fernandes se juntou aos empresários do ramo de consultoria e advogados Mario Pagnozzi Junior e José Tamazato para negociar com o Bradesco a contratação para atuar em um processo do banco no Carf, que envolvia cobrança de R$ 2,7 bilhões. Por meio de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, a PF obteve detalhes das conversas do grupo já denunciado sob acusação de corrupção no Carf com intermediários do banco Bradesco. O indiciamento de Trabuco e de mais nove pessoas se baseia principalmente nessas interceptações, apesar de não terem sido grampeados os executivos do Bradesco. Também não há indicações de repasses financeiros do Bradesco ao grupo ou a funcionários do Carf. Nas interceptações, a PF detectou que Eduardo Leite esteve em uma reunião no Bradesco em 9 de outubro de 2014 e, segundo o relatório, Trabuco participou rapidamente do encontro. "Salazar chega a dizer a Jorge Victor que Eduardo foi bem em suas colocações na reunião lá com o 'Bra' (Bradesco), que estavam todos, os vices e o presidente do Bradesco, o 'Trabu' (Trabuco), esteve presente, cumprimentou a todos e saiu, e que o Eduardo acha que 'vai dar samba'", descreve o relatório da PF. Em uma das conversas interceptadas, Mario Pagnozzi afirma a Eduardo Leite que esteve em uma reunião no Bradesco e encontrou Trabuco. Segundo Mario, Trabuco o cumprimentou e agradeceu o empenho em "ajudar" o banco. "Mario disse que em princípio ficou um pouco confuso, mas de uma coisa ele tinha certeza, de que os vice-presidentes que estariam negociando com o grupo do Mario Pagnozzi estariam reportando todas as tratativas para o presidente Trabuco", escreveu o delegado da PF Marlon Cajado, em seu relatório. E complementa: "Aliás, isso já tinha ficado constatado na esclarecedora ligação acima detalhada (...), em que Angelotti [executivo do Bradesco] teria perguntado ao Mário se eles poderiam fazer uma explanação na nova solução ofertada para Trabuco". Em depoimento à Polícia Federal, Angelotti confirmou que Eduardo Leite esteve na reunião em outubro e também em mais uma, no mês de novembro. Afirmou, porém, que Trabuco não participou dos encontros. A PF relatou ainda que esteve no Bradesco para tentar acompanhar a entrada de Mario, Tamazato e Eduardo Leite na reunião de outubro de 2014 mas foi "convidada a se retirar do recinto" No fim, porém, não foi fechado contrato entre o grupo e o Bradesco, que acabou perdendo o processo no Carf. Também não há interceptações telefônicas dos executivos do banco que foram indiciados: além de Trabuco, Domingos Abreu e Luiz Angelotti, todos três por corrupção ativa. Em meio às negociações entre o grupo e o Bradesco, a PF aponta ainda que houve ações junto ao Carf para adiar o julgamento do processo do banco, que inicialmente tiveram êxito. Depois, porém, o Bradesco foi derrotado. OUTRO LADO Em comunicado na terça (31), o Bradesco informou que foi pego de surpresa pelo indiciamento e que seu presidente não participou de reuniões com os demais acusados. "A companhia informa que jamais prometeu, ofereceu ou deu vantagem indevida a quaisquer pessoas, inclusive a funcionários públicos, para encaminhamento de assuntos fiscais ou de qualquer outra natureza". Segundo o comunicado, os dois diretores ouvidos pela PF em São Paulo "esclareceram que foram procurados por escritório de assessoria tributária que se ofereceu para advogar uma questão fiscal junto ao Carf", mas que desses contatos nunca se efetivou qualquer contratação ou pagamento. A defesa de Eduardo Leite informa que ele nunca "vendeu soluções" ou serviços ao Bradesco ou qualquer outro ente privado e que vai aguardar o posicionamento do Ministério Público Federal sobre o indiciamento. Em depoimento à PF, Lutero confirmou reunião para saber se o embasamento jurídico do banco "era bom". Jorge Victor Rodrigues disse que jamais tentou cooptar conselheiros do Carf ou ofereceu possibilidades ao Bradesco. À PF, Jeferson Salazar, Mario Pagnozzi e Tamazato exerceram o direito de ficarem calados e não prestaram depoimento.
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A reforma trabalhista vai contribuir para a recuperação da economia? SIM
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BONS AVANÇOS PARA O PAÍS A reforma trabalhista aprovada pelo Senado representa bons avanços para o país. Ninguém nega a necessidade de políticas de proteção ao emprego. São importantes para proteger o trabalhador de ações arbitrárias do empregador, corrigir distorções geradas por informações imperfeitas sobre condições do trabalho e promover relações estáveis e duradouras capazes de estimular o investimento da firma no capital humano. No entanto, o demônio mora nos detalhes. Se mal desenhada, a regulação acarretará consequências não desejadas. Pode restringir o processo de criação e destruição de empregos e limitar a capacidade das firmas de explorar novas tecnologias e mercados; reduzir a capacidade de se realocar o trabalho naqueles setores ou atividades em que seu uso seria mais produtivo; induzir o surgimento de parcelas de trabalhadores não protegidos (setor informal); e criar estrutura de incentivos que permitam comportamentos oportunistas. O dilema está em encontrar a combinação ideal entre a proteção ao trabalhador e o crescimento da produtividade. O desenho correto das regras e a estrutura de incentivos subjacentes são cruciais para o seu bom resultado. A regulação do trabalho no Brasil há muito tem dado mostras de seus limites. Não foi capaz de estender a sua proteção ao conjunto dos trabalhadores brasileiros. Mesmo entre a parcela protegida surgiram alguns incentivos perversos que provocam, por exemplo, a alta rotatividade do emprego. Criou-se uma estrutura institucional de alto custo de transação e de incertezas. A reforma aprovada adapta a nossa regulação aos novos tempos, ao mesmo tempo em que reduz suas consequências não intencionais negativas. Primeiro, ela abre a possibilidade de gerar ganhos mútuos entre as partes ao ampliar e garantir o espaço de negociação dentro de alguns parâmetros estabelecidos -prevalência do negociado sobre o legislado e do acordo coletivo sobre a convenção coletiva. Segundo, reduz o custo de transação. Medidas como homologação facultativa da rescisão, extinção do contrato por comum acordo, conciliação extrajudicial e arbitragem para trabalhadores com salários acima de duas vezes o piso do INSS são exemplos disso. Ademais, estabelece regras para minimizar o excessivo número de processos na Justiça do Trabalho, cuja gratuidade dos encargos é concedida apenas aos mais pobres. Terceiro, a reforma dá maior margem de manobra para as partes se adaptarem a situações inesperadas de choques negativos, uma vez que permite ajustes de horas trabalhadas e benefícios (jornada de tempo parcial, banco de horas e compensação de jornada). Quarto, diminui as incertezas jurídicas ao estabelecer a lei como fator preponderante na interpretação e aplicação dos direitos e definir a terceirização em qualquer atividade, a não integração de prêmios à remuneração e a responsabilidade da empresa sucessora. Por fim, estende a proteção às novas relações de trabalho e organização produtiva. Prova disso é a regulamentação do trabalho à distância, do trabalho intermitente e da terceirização de qualquer atividade. ANDRÉ PORTELA, doutor em economia pela Universidade Cornell (EUA), é professor de microeconometria da Fundação Getulio Vargas PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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opiniao
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A reforma trabalhista vai contribuir para a recuperação da economia? SIMBONS AVANÇOS PARA O PAÍS A reforma trabalhista aprovada pelo Senado representa bons avanços para o país. Ninguém nega a necessidade de políticas de proteção ao emprego. São importantes para proteger o trabalhador de ações arbitrárias do empregador, corrigir distorções geradas por informações imperfeitas sobre condições do trabalho e promover relações estáveis e duradouras capazes de estimular o investimento da firma no capital humano. No entanto, o demônio mora nos detalhes. Se mal desenhada, a regulação acarretará consequências não desejadas. Pode restringir o processo de criação e destruição de empregos e limitar a capacidade das firmas de explorar novas tecnologias e mercados; reduzir a capacidade de se realocar o trabalho naqueles setores ou atividades em que seu uso seria mais produtivo; induzir o surgimento de parcelas de trabalhadores não protegidos (setor informal); e criar estrutura de incentivos que permitam comportamentos oportunistas. O dilema está em encontrar a combinação ideal entre a proteção ao trabalhador e o crescimento da produtividade. O desenho correto das regras e a estrutura de incentivos subjacentes são cruciais para o seu bom resultado. A regulação do trabalho no Brasil há muito tem dado mostras de seus limites. Não foi capaz de estender a sua proteção ao conjunto dos trabalhadores brasileiros. Mesmo entre a parcela protegida surgiram alguns incentivos perversos que provocam, por exemplo, a alta rotatividade do emprego. Criou-se uma estrutura institucional de alto custo de transação e de incertezas. A reforma aprovada adapta a nossa regulação aos novos tempos, ao mesmo tempo em que reduz suas consequências não intencionais negativas. Primeiro, ela abre a possibilidade de gerar ganhos mútuos entre as partes ao ampliar e garantir o espaço de negociação dentro de alguns parâmetros estabelecidos -prevalência do negociado sobre o legislado e do acordo coletivo sobre a convenção coletiva. Segundo, reduz o custo de transação. Medidas como homologação facultativa da rescisão, extinção do contrato por comum acordo, conciliação extrajudicial e arbitragem para trabalhadores com salários acima de duas vezes o piso do INSS são exemplos disso. Ademais, estabelece regras para minimizar o excessivo número de processos na Justiça do Trabalho, cuja gratuidade dos encargos é concedida apenas aos mais pobres. Terceiro, a reforma dá maior margem de manobra para as partes se adaptarem a situações inesperadas de choques negativos, uma vez que permite ajustes de horas trabalhadas e benefícios (jornada de tempo parcial, banco de horas e compensação de jornada). Quarto, diminui as incertezas jurídicas ao estabelecer a lei como fator preponderante na interpretação e aplicação dos direitos e definir a terceirização em qualquer atividade, a não integração de prêmios à remuneração e a responsabilidade da empresa sucessora. Por fim, estende a proteção às novas relações de trabalho e organização produtiva. Prova disso é a regulamentação do trabalho à distância, do trabalho intermitente e da terceirização de qualquer atividade. ANDRÉ PORTELA, doutor em economia pela Universidade Cornell (EUA), é professor de microeconometria da Fundação Getulio Vargas PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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China in Town: Sobre a China nos livros
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A avó tinha os pés enfaixados ("lírios dourados de 8 cm") e foi concubina de um general chinês por volta de 1920. A mãe se juntou aos comunistas logo nos primeiros anos do novo governo. E ela, a autora chinesa Jung ... Leia post completo no blog
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mundo
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China in Town: Sobre a China nos livrosA avó tinha os pés enfaixados ("lírios dourados de 8 cm") e foi concubina de um general chinês por volta de 1920. A mãe se juntou aos comunistas logo nos primeiros anos do novo governo. E ela, a autora chinesa Jung ... Leia post completo no blog
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Dorival defende reservas e diz que Santos pagou preço em reta final
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O Santos perdeu por 1 a 0 para o Vasco neste domingo (29) e não tem mais chances de chegar ao G4 do Brasileiro. Nos últimos dois jogos, em que sofreu duas derrotas, o Santos entrou em campo com jogadores reservas. Segundo o técnico Dorival Júnior, nas duas partidas os suplentes atuaram bem e ele não se arrepende de nenhuma escalação. "Saí daqui satisfeito porque a equipe foi montada as pressas e respondendo à altura. Jogamos bem contra Coritiba e Vasco. Isso que queríamos", disse o comandante alvinegro. Questionado a respeito de priorizar a Copa do Brasil ao Campeonato Brasileiro, o treinador disse que o Santos pagou um preço por chegar até o fim das duas competições com chances de alcançar seus objetivos. "Eu te pergunto. Você tomaria qual atitude com uma decisão na quarta e com um campo desses?", disse, se referindo ao gramado pesado após as fortes chuvas que caíram no Rio. "Estamos em definição de dois campeonatos e estamos pagando um preço alto por isso. Tivemos que abrir mão do Brasileiro em determinado momento", explicou. A decisão da Copa do Brasil será na quarta-feira (2), às 22 horas, no Allianz Parque, contra o Palmeiras. Na primeira, venceu por 1 a 0.
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esporte
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Dorival defende reservas e diz que Santos pagou preço em reta finalO Santos perdeu por 1 a 0 para o Vasco neste domingo (29) e não tem mais chances de chegar ao G4 do Brasileiro. Nos últimos dois jogos, em que sofreu duas derrotas, o Santos entrou em campo com jogadores reservas. Segundo o técnico Dorival Júnior, nas duas partidas os suplentes atuaram bem e ele não se arrepende de nenhuma escalação. "Saí daqui satisfeito porque a equipe foi montada as pressas e respondendo à altura. Jogamos bem contra Coritiba e Vasco. Isso que queríamos", disse o comandante alvinegro. Questionado a respeito de priorizar a Copa do Brasil ao Campeonato Brasileiro, o treinador disse que o Santos pagou um preço por chegar até o fim das duas competições com chances de alcançar seus objetivos. "Eu te pergunto. Você tomaria qual atitude com uma decisão na quarta e com um campo desses?", disse, se referindo ao gramado pesado após as fortes chuvas que caíram no Rio. "Estamos em definição de dois campeonatos e estamos pagando um preço alto por isso. Tivemos que abrir mão do Brasileiro em determinado momento", explicou. A decisão da Copa do Brasil será na quarta-feira (2), às 22 horas, no Allianz Parque, contra o Palmeiras. Na primeira, venceu por 1 a 0.
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Jornalista aponta paralelo entre Estado Islâmico e nazistas
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"Há fortes paralelos entre o Estado Islâmico e os nazistas." Essa é a avaliação do jornalista britânico Patrick Cockburn, correspondente do jornal "The Independent" para o Oriente Médio e autor do recém-lançado livro "The Jihadis Return ""Isis and the New Sunni Uprising" (O retorno dos jihadistas "" Estado Islâmico e a nova revolta sunita, sem edição brasileira). Em entrevista à Folha, concedida por Skype, Cockburn afirmou que os jihadistas adotam "comportamento extremamente sectário contra diversos grupos étnicos e religiosos e que sua resposta àqueles que se opõem é assassiná-los, como faziam os antissemitas na Alemanha". Além disso, o jornalista crê que, como ocorria entre os nazistas, o EI adota práticas sociais patriarcais, "tratando mulheres quase como gado, como meras posses". A comparação é encerrada com um prognóstico dos conflitos no Iraque e na Síria: "Creio que, assim como ocorreu na Alemanha nos anos 1930, o Estado Islâmico está criando muitos inimigos. Não significa, contudo, que não esteja sendo bem-sucedido no momento. No longo prazo, acho que serão derrotados. Mas só no longo prazo". Cockburn tem oferecido análises acuradas do crescimento do grupo jihadista. Ao fim de 2013, quando poucas vozes citavam preocupação com o avanço do EI, o jornalista nomeou o então desconhecido Abu Bakr al-Baghdadi –chefe da organização"" como o líder mais influente do Oriente Médio no ano. "Havia dois fatores muito claros em marcha na segunda metade de 2013. O primeiro foram as diversas campanhas bem-sucedidas dos jihadistas para atacar prisões iraquianas em que combatentes mais experientes estavam detidos. O segundo, mais geral, é que a comunidade sunita do país tinha se tornado mais alienada da vida nacional. Eles estavam migrando de protestos pacíficos para resistência armada, e o EI se beneficiava disso", comenta. No prefácio de seu novo livro, finalizado em julho em Bagdá, outra observação se mostraria depois acertada: Cockburn disse que parecia "improvável que populações não muçulmanas, inclusive muitas do Ocidente, mantenham-se intocadas" pelos conflitos no Iraque e na Síria. Um mês depois, o EI divulgou vídeo com a decapitação do fotojornalista americano James Foley, a primeira de uma série de execuções de cidadãos ocidentais mantidos como reféns pelo grupo. Para o britânico, que trabalha com Oriente Médio desde 1979, as potências do Ocidente têm grande responsabilidade pela atual situação. "Ao invadirem o Iraque em 2003, e principalmente depois, ao permitirem a continuidade da guerra civil na Síria [iniciada em 2011], criaram as condições para que os jihadistas pudessem crescer. Acho que o EI é em grande parte fruto dessa guerra."
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mundo
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Jornalista aponta paralelo entre Estado Islâmico e nazistas"Há fortes paralelos entre o Estado Islâmico e os nazistas." Essa é a avaliação do jornalista britânico Patrick Cockburn, correspondente do jornal "The Independent" para o Oriente Médio e autor do recém-lançado livro "The Jihadis Return ""Isis and the New Sunni Uprising" (O retorno dos jihadistas "" Estado Islâmico e a nova revolta sunita, sem edição brasileira). Em entrevista à Folha, concedida por Skype, Cockburn afirmou que os jihadistas adotam "comportamento extremamente sectário contra diversos grupos étnicos e religiosos e que sua resposta àqueles que se opõem é assassiná-los, como faziam os antissemitas na Alemanha". Além disso, o jornalista crê que, como ocorria entre os nazistas, o EI adota práticas sociais patriarcais, "tratando mulheres quase como gado, como meras posses". A comparação é encerrada com um prognóstico dos conflitos no Iraque e na Síria: "Creio que, assim como ocorreu na Alemanha nos anos 1930, o Estado Islâmico está criando muitos inimigos. Não significa, contudo, que não esteja sendo bem-sucedido no momento. No longo prazo, acho que serão derrotados. Mas só no longo prazo". Cockburn tem oferecido análises acuradas do crescimento do grupo jihadista. Ao fim de 2013, quando poucas vozes citavam preocupação com o avanço do EI, o jornalista nomeou o então desconhecido Abu Bakr al-Baghdadi –chefe da organização"" como o líder mais influente do Oriente Médio no ano. "Havia dois fatores muito claros em marcha na segunda metade de 2013. O primeiro foram as diversas campanhas bem-sucedidas dos jihadistas para atacar prisões iraquianas em que combatentes mais experientes estavam detidos. O segundo, mais geral, é que a comunidade sunita do país tinha se tornado mais alienada da vida nacional. Eles estavam migrando de protestos pacíficos para resistência armada, e o EI se beneficiava disso", comenta. No prefácio de seu novo livro, finalizado em julho em Bagdá, outra observação se mostraria depois acertada: Cockburn disse que parecia "improvável que populações não muçulmanas, inclusive muitas do Ocidente, mantenham-se intocadas" pelos conflitos no Iraque e na Síria. Um mês depois, o EI divulgou vídeo com a decapitação do fotojornalista americano James Foley, a primeira de uma série de execuções de cidadãos ocidentais mantidos como reféns pelo grupo. Para o britânico, que trabalha com Oriente Médio desde 1979, as potências do Ocidente têm grande responsabilidade pela atual situação. "Ao invadirem o Iraque em 2003, e principalmente depois, ao permitirem a continuidade da guerra civil na Síria [iniciada em 2011], criaram as condições para que os jihadistas pudessem crescer. Acho que o EI é em grande parte fruto dessa guerra."
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Cientistas criam baratas ciborgues guiadas por controle remoto
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Uma equipe formada por engenheiros e entomólogos da Universidade Texas A&M tenta acoplar pequenos dispositivos eletrônicos a baratas gigantes da América Central. O objetivo é que os insetos possam ser guiados com um controle remoto para acessar áreas de difícil acesso após desastres naturais. Os pesquisadores foram inspirados pelo acidente nuclear provocado por um terremoto seguido de um tsunami em Fukushima, no Japão, em 2011. Na ocasião, vistorias nas instalações nucleares afetadas não podiam ser feitas por humanos. De acordo com eles, os animais não sentem dor e participam do experimento uma única vez. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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bbc
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Cientistas criam baratas ciborgues guiadas por controle remotoUma equipe formada por engenheiros e entomólogos da Universidade Texas A&M tenta acoplar pequenos dispositivos eletrônicos a baratas gigantes da América Central. O objetivo é que os insetos possam ser guiados com um controle remoto para acessar áreas de difícil acesso após desastres naturais. Os pesquisadores foram inspirados pelo acidente nuclear provocado por um terremoto seguido de um tsunami em Fukushima, no Japão, em 2011. Na ocasião, vistorias nas instalações nucleares afetadas não podiam ser feitas por humanos. De acordo com eles, os animais não sentem dor e participam do experimento uma única vez. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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Fuvest divulga a terceira lista; matrícula começa na quarta-feira
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A Fuvest divulgou nesta segunda-feira (9) a terceira chamada da Fuvest. A lista tem 634 nomes, sendo 537 novos e 97 remanejados. Confira a lista dos aprovados Os candidatos das duas primeiras chamadas, que fizeram matrícula não presencial, deverão efetuar matrícula presencial nos dias 11 e 12 deste mês (quarta e quinta-feira) juntamente com os convocados da terceira lista. Em eventual impedimento, o candidato poderá escolher um procurador que deverá comprovar a sua condição de representante do candidato e entregar os documentos exigidos pela universidade no Serviço de Graduação da unidade que oferece o curso para o qual foi convocado. A ausência nessa etapa elimina o estudante do processo. Para matricula, a USP exige a apresentação dos seguintes documentos: original e cópia do certificado de conclusão do ensino médio e respectivo histórico escolar; original e cópia do documento de identidade e uma foto 3X4 datada, com menos de um ano. Para matrícula no curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, o estudante convocado deverá apresentar ainda duas cópias autenticadas de documento que comprove a conclusão do ensino médio, com o respectivo histórico escolar; documento de identidade; CPF e duas fotos 3X4 recentes. A quarta chamada acontecerá no dia 18 de fevereiro e a matrícula presencial dos convocados deverá ser realizada no dia 20.
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educacao
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Fuvest divulga a terceira lista; matrícula começa na quarta-feiraA Fuvest divulgou nesta segunda-feira (9) a terceira chamada da Fuvest. A lista tem 634 nomes, sendo 537 novos e 97 remanejados. Confira a lista dos aprovados Os candidatos das duas primeiras chamadas, que fizeram matrícula não presencial, deverão efetuar matrícula presencial nos dias 11 e 12 deste mês (quarta e quinta-feira) juntamente com os convocados da terceira lista. Em eventual impedimento, o candidato poderá escolher um procurador que deverá comprovar a sua condição de representante do candidato e entregar os documentos exigidos pela universidade no Serviço de Graduação da unidade que oferece o curso para o qual foi convocado. A ausência nessa etapa elimina o estudante do processo. Para matricula, a USP exige a apresentação dos seguintes documentos: original e cópia do certificado de conclusão do ensino médio e respectivo histórico escolar; original e cópia do documento de identidade e uma foto 3X4 datada, com menos de um ano. Para matrícula no curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, o estudante convocado deverá apresentar ainda duas cópias autenticadas de documento que comprove a conclusão do ensino médio, com o respectivo histórico escolar; documento de identidade; CPF e duas fotos 3X4 recentes. A quarta chamada acontecerá no dia 18 de fevereiro e a matrícula presencial dos convocados deverá ser realizada no dia 20.
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Apesar de atuações, 'Intocáveis' não oferece nada além do filme
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Já que o tema é superação, se superarmos o blá-blá-blá da autoestima, até que sobram instantes prazerosos no roteiro de "Intocáveis", filme de Olivier Nakache e Éric Toledano adaptado para o palco, com direção de Iacov Hillel. A peça sobre a amizade entre um homem tetraplégico e bilionário e o auxiliar de enfermagem que cuida dele, ex-detento negro, está em cartaz no Teatro Renaissance. Mantém-se a premissa educativa (e comercial) da troca de conhecimento entre dois protagonistas, cujas qualidades e falhas são mais complementares do que conflitantes. O auxiliar não tem erudição. O paciente é culto, mas vive cercado pelo tédio. Juntos, eles vão viver um momento de vitalidade e frescor. Fórmula conhecida, a comédia redime-nos do peso da vida e, de quebra, desloca aferições morais comuns, sobre a maconha (eles usam), pequenos crimes (o auxiliar comete), sobre piadas politicamente incorretas e a maneira de tratar deficientes. A adaptação de Hillel se apoia em uma atuação exagerada de Aílton Graça, que procura trazer os traços de seu personagem para um estado anímico escancarado, às vezes aos berros –às vezes engraçado, é verdade. Marcello Airoldi está mais comedido e preciso, faz um tetraplégico cheio de dignidade. As atuações salvam a montagem, mas é bem chato que se faça uma leitura no teatro tão similar à do filme, espécie de decalque, ainda que um pouco abrasileirado (leia-se debochado). Se escolhemos ver uma versão, é para ter um novo olhar. Além de não apresentá-lo, a direção não nos oferece o básico, que seria uma cenografia decente. Opta por projeções em cortinas brancas. A pobreza com que esse recurso é utilizado torna evidente: houve economia, mas não criatividade. A cena em que o tetraplégico voa de parapente, momento marcante do filme, infelizmente também foi cortada. Afinal, como produzir tal façanha no teatro? Essa é uma questão de típica da área, faz vibrar estalos capazes de tornar o palco tão potente. Cabe perguntar-se aqui, com alguma crueldade, se é melhor ver o filme e deixar a peça de lado. Com certeza será mais barato. INTOCÁVEIS QUANDO: SEX., ÀS 21H30; SÁB., 21H; DOM., 19H30; ATÉ 30/8 ONDE: HOTEL RENAISSANCE, AL. SANTOS, 2.233, TEL. (11) 3069-2286 QUANTO: DE R$ 80 A R$ 100 CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS
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ilustrada
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Apesar de atuações, 'Intocáveis' não oferece nada além do filmeJá que o tema é superação, se superarmos o blá-blá-blá da autoestima, até que sobram instantes prazerosos no roteiro de "Intocáveis", filme de Olivier Nakache e Éric Toledano adaptado para o palco, com direção de Iacov Hillel. A peça sobre a amizade entre um homem tetraplégico e bilionário e o auxiliar de enfermagem que cuida dele, ex-detento negro, está em cartaz no Teatro Renaissance. Mantém-se a premissa educativa (e comercial) da troca de conhecimento entre dois protagonistas, cujas qualidades e falhas são mais complementares do que conflitantes. O auxiliar não tem erudição. O paciente é culto, mas vive cercado pelo tédio. Juntos, eles vão viver um momento de vitalidade e frescor. Fórmula conhecida, a comédia redime-nos do peso da vida e, de quebra, desloca aferições morais comuns, sobre a maconha (eles usam), pequenos crimes (o auxiliar comete), sobre piadas politicamente incorretas e a maneira de tratar deficientes. A adaptação de Hillel se apoia em uma atuação exagerada de Aílton Graça, que procura trazer os traços de seu personagem para um estado anímico escancarado, às vezes aos berros –às vezes engraçado, é verdade. Marcello Airoldi está mais comedido e preciso, faz um tetraplégico cheio de dignidade. As atuações salvam a montagem, mas é bem chato que se faça uma leitura no teatro tão similar à do filme, espécie de decalque, ainda que um pouco abrasileirado (leia-se debochado). Se escolhemos ver uma versão, é para ter um novo olhar. Além de não apresentá-lo, a direção não nos oferece o básico, que seria uma cenografia decente. Opta por projeções em cortinas brancas. A pobreza com que esse recurso é utilizado torna evidente: houve economia, mas não criatividade. A cena em que o tetraplégico voa de parapente, momento marcante do filme, infelizmente também foi cortada. Afinal, como produzir tal façanha no teatro? Essa é uma questão de típica da área, faz vibrar estalos capazes de tornar o palco tão potente. Cabe perguntar-se aqui, com alguma crueldade, se é melhor ver o filme e deixar a peça de lado. Com certeza será mais barato. INTOCÁVEIS QUANDO: SEX., ÀS 21H30; SÁB., 21H; DOM., 19H30; ATÉ 30/8 ONDE: HOTEL RENAISSANCE, AL. SANTOS, 2.233, TEL. (11) 3069-2286 QUANTO: DE R$ 80 A R$ 100 CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS
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Portas de emergência são abertas em avião da Gol sem ar condicionado
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Um problema no ar condicionado de uma aeronave da Gol provocou o cancelamento de um voo. Isso ocorreu após passageiros protestarem e abrirem as portas de emergência do avião para amenizar o calor. A confusão ocorreu na manhã deste domingo (18), no aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, quando o avião se preparava para decolar. O voo 2047, da Gol, deveria seguir para o aeroporto internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Entretanto, a espera a bordo se transformou em motivo de discussão entre passageiros e a tripulação por causa da alta temperatura registrada dentro do avião. Os passageiros esperavam que o ar condicionado fosse ligado assim que a aeronave começasse a taxiar pela pista, o que não aconteceu. As portas foram fechadas, a aeronave iniciou seu trajeto rumo ao ponto de decolagem e a refrigeração permaneceu desligada. "Todas as portas fechadas e (o avião) já taxiando. Aí que o pessoal começou a gritar, começou o desespero. Uma senhora realmente desmaiou, outra foi levada lá pra frente, [estavam] jogando água no rosto dela", disse um passageiro em depoimento à TV Globo. No auge da tensão dentro da aeronave, o comandante sinalizou que não haveria o que fazer naquela situação. Pelo sistema de som, ele deu o aviso: "Quero propor aos senhores o seguinte, se tiver algum passageiro que tá muito incomodado, eu peço para retornar a aeronave para posição. A gente desembarca todo mundo e cancelamos o voo." O comunicado do comandante, após quase uma hora de espera, causou indignação entre os passageiros. A aeronave deveria ter decolado às 11h52, em um dia de sol forte onde a sensação térmica atingiu a marca de 45º C no Rio de Janeiro. Enquanto o avião taxiava pela pista, houve a decisão entre os passageiros de recorrer a uma medida extrema por causa do calor e as portas de emergência foram abertas. Em nota, a Gol informou que o voo foi cancelado devido a um defeito apresentado na unidade auxiliar de fornecimento de energia, chamada APU, que, entre outras funções, mantém em funcionamento o sistema de ar condicionado. De acordo com a companhia aérea, os passageiros foram reacomodados em outra aeronave que decolou às 14h02 em direção ao aeroporto de Guarulhos.
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cotidiano
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Portas de emergência são abertas em avião da Gol sem ar condicionadoUm problema no ar condicionado de uma aeronave da Gol provocou o cancelamento de um voo. Isso ocorreu após passageiros protestarem e abrirem as portas de emergência do avião para amenizar o calor. A confusão ocorreu na manhã deste domingo (18), no aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, quando o avião se preparava para decolar. O voo 2047, da Gol, deveria seguir para o aeroporto internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Entretanto, a espera a bordo se transformou em motivo de discussão entre passageiros e a tripulação por causa da alta temperatura registrada dentro do avião. Os passageiros esperavam que o ar condicionado fosse ligado assim que a aeronave começasse a taxiar pela pista, o que não aconteceu. As portas foram fechadas, a aeronave iniciou seu trajeto rumo ao ponto de decolagem e a refrigeração permaneceu desligada. "Todas as portas fechadas e (o avião) já taxiando. Aí que o pessoal começou a gritar, começou o desespero. Uma senhora realmente desmaiou, outra foi levada lá pra frente, [estavam] jogando água no rosto dela", disse um passageiro em depoimento à TV Globo. No auge da tensão dentro da aeronave, o comandante sinalizou que não haveria o que fazer naquela situação. Pelo sistema de som, ele deu o aviso: "Quero propor aos senhores o seguinte, se tiver algum passageiro que tá muito incomodado, eu peço para retornar a aeronave para posição. A gente desembarca todo mundo e cancelamos o voo." O comunicado do comandante, após quase uma hora de espera, causou indignação entre os passageiros. A aeronave deveria ter decolado às 11h52, em um dia de sol forte onde a sensação térmica atingiu a marca de 45º C no Rio de Janeiro. Enquanto o avião taxiava pela pista, houve a decisão entre os passageiros de recorrer a uma medida extrema por causa do calor e as portas de emergência foram abertas. Em nota, a Gol informou que o voo foi cancelado devido a um defeito apresentado na unidade auxiliar de fornecimento de energia, chamada APU, que, entre outras funções, mantém em funcionamento o sistema de ar condicionado. De acordo com a companhia aérea, os passageiros foram reacomodados em outra aeronave que decolou às 14h02 em direção ao aeroporto de Guarulhos.
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PT deveria ter se aproximado mais da esquerda da América Latina, diz Lula
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou na tarde desta segunda-feira (5) a relação do Brasil com outros países da América Latina que, na visão do presidente, não foi suficientemente fortalecida nas gestões petistas. "Nós não utilizamos bem a nossa passagem pelo governo para transformar o sucesso que fizemos aqui no Brasil em sucesso de política internacional", disse, em palestra do vice-presidente boliviano Álvaro García Linera em São Paulo. "O PT deve essa à América do Sul", acrescentou. De acordo com o ex-presidente, suas idas aos países vizinhos eram mais frequentes antes de se eleger. "Quando a gente não estava no governo, quando a gente era oposição, viajamos mais, organizando reuniões com a esquerda da América Latina", lamentou. SETORES CONSERVADORES Para Lula, há um avanço dos setores conservadores no Brasil e em outros países da América Latina. "Há mais agressividade, há mais determinação de tentar fazer com que esse ciclo progressista deixe de existir", afirmou, citando a última eleição presidencial, na qual a presidente Dilma Rousseff foi reeleita em disputa acirrada. "No Chile, a Michelle Bachelet está passando por momentos difíceis. Vocês sabem quantas agressões a companheira Cristina [Kirchner] sofreu na Argentina", disse. Lula também afirma que há uma tentativa de criminalizar os setores de esquerda em vários países do mundo. ENFRAQUECIMENTO Para o petista, os movimentos sociais se enfraquecem toda vez que chegam ao poder. "É histórico", disse. Isso acontece, segundo Lula, pois as lideranças desses grupos passam a ocupar cargos do Estado ou do governo. O ex-presidente defendeu que líderes das esquerdas não busquem candidaturas ou nomeações. "Não perca noção de grandeza. Ser sindicalista do seu sindicato é dez vezes mais importante do que você ser deputada", afirma ter dito a uma conhecida. No início do ano, o petista queixava-se dos filiados que estavam "preocupados em se manter nos cargos". No aniversário de 35 anos do PT, Lula disse que a sigla estava "cada vez mais deixando de ser um partido de base para se transformar num partido de gabinete".
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poder
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PT deveria ter se aproximado mais da esquerda da América Latina, diz LulaO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou na tarde desta segunda-feira (5) a relação do Brasil com outros países da América Latina que, na visão do presidente, não foi suficientemente fortalecida nas gestões petistas. "Nós não utilizamos bem a nossa passagem pelo governo para transformar o sucesso que fizemos aqui no Brasil em sucesso de política internacional", disse, em palestra do vice-presidente boliviano Álvaro García Linera em São Paulo. "O PT deve essa à América do Sul", acrescentou. De acordo com o ex-presidente, suas idas aos países vizinhos eram mais frequentes antes de se eleger. "Quando a gente não estava no governo, quando a gente era oposição, viajamos mais, organizando reuniões com a esquerda da América Latina", lamentou. SETORES CONSERVADORES Para Lula, há um avanço dos setores conservadores no Brasil e em outros países da América Latina. "Há mais agressividade, há mais determinação de tentar fazer com que esse ciclo progressista deixe de existir", afirmou, citando a última eleição presidencial, na qual a presidente Dilma Rousseff foi reeleita em disputa acirrada. "No Chile, a Michelle Bachelet está passando por momentos difíceis. Vocês sabem quantas agressões a companheira Cristina [Kirchner] sofreu na Argentina", disse. Lula também afirma que há uma tentativa de criminalizar os setores de esquerda em vários países do mundo. ENFRAQUECIMENTO Para o petista, os movimentos sociais se enfraquecem toda vez que chegam ao poder. "É histórico", disse. Isso acontece, segundo Lula, pois as lideranças desses grupos passam a ocupar cargos do Estado ou do governo. O ex-presidente defendeu que líderes das esquerdas não busquem candidaturas ou nomeações. "Não perca noção de grandeza. Ser sindicalista do seu sindicato é dez vezes mais importante do que você ser deputada", afirma ter dito a uma conhecida. No início do ano, o petista queixava-se dos filiados que estavam "preocupados em se manter nos cargos". No aniversário de 35 anos do PT, Lula disse que a sigla estava "cada vez mais deixando de ser um partido de base para se transformar num partido de gabinete".
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Polícia faz duas prisões 'significativas' ligadas a ataque em Londres
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A polícia britânica anunciou na sexta-feira (24) mais duas detenções relacionadas ao atentado de quarta-feira em Londres, ao mesmo tempo em que informações sobre o terrorista eram escavadas. O número de detidos em Londres e Birmingham, na região central da Inglaterra, chegou a dez pessoas, mas uma delas foi libertada após o pagamento da fiança. As detenções de sexta-feira foram descritas pela polícia como "importantes". Três carros foram apreendidos. A operação envolveu, até a tarde de sexta, buscas em 16 propriedades, a apreensão de 2.700 itens e o contato com 3.500 testemunhas. As autoridades revelaram, também, que o terrorista Khalid Masood, 52, se chamava Adrian Russell Ajao ao nascer em Kent, no sudeste britânico. Ele adotou outros nomes, como Adrian Palms. Com as informações disponíveis, passaram a circular detalhes do passado do autor do ataque, incluindo uma fotografia sua durante a escola. O gerente do hotel onde o terrorista se hospedou na noite anterior afirmou que ele estava "rindo e fazendo piadas". Ele teria mencionado, segundo a imprensa local, um pai doente e seus "filhos maravilhosos". Seu quarto foi vasculhado pela polícia. O jornal britânico "Guardian" averiguou que o terrorista estava online no aplicativo de mensagens Whatsapp instantes antes de atropelar dezenas de pedestres na ponte de Westminster. Seu veículo se chocou contra as grades de um dos prédios do Parlamento britânico e ele esfaqueou um policial, sendo em seguida morto por tiros. Um dos focos das investigações será determinar se ele agiu sozinho e se estava ligado a alguma organização terrorista. A facção terrorista Estado Islâmico reivindicou o atentado, mas não há provas de seu envolvimento real. HISTÓRICO Masood nasceu em Kent e, recentemente, morava na região de Birmingham. Mas, com um estilo de vida nômade, ele morou em outras regiões, como Crawley, Rye e também no leste de Londres. Ele se apresentava como professor de inglês, com experiência na Arábia Saudita, e segundo relatos da imprensa britânica tinha três filhos. Ele havia se casado em 2004 com Farzana Malik. O terrorista foi descrito como "calmo" e "reservado" por conhecidos. As autoridades britânicas enxergam, porém, pouca calma em seu histórico. Ele foi condenado em diversas ocasiões e chegou a ser detido. Ele esteve preso por dois anos após cortar o rosto de outro homem em julho de 2000 após uma discussão "com tons raciais", segundo uma reportagem publicada à época. Masood deixou um corte de oito centímetros. Sua condenação mais recente foi em 2003 por esfaquear um homem no nariz em Eastborne, na região sul. A premiê britânica, Theresa May, afirmou que Masood foi investigado há alguns anos pelo MI5 —o serviço secreto— mas ele nunca foi condenado por terrorismo. May estava no Parlamento no momento do ataque. Imagens divulgadas na sexta-feira mostram a primeira-ministra sendo escoltada às pressas a um veículo. O número de oficiais armados em Londres foi dobrado após o ataque, segundo a polícia. Os turnos foram ampliados de 8 a 12 horas, e folgas foram canceladas. O contingente foi ampliado no restante do país em um terço. O reforço deve ser mantido nos próximos dias para impedir novos ataques terroristas e também agressões a muçulmanos, motivadas pela religião de Masood.
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mundo
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Polícia faz duas prisões 'significativas' ligadas a ataque em LondresA polícia britânica anunciou na sexta-feira (24) mais duas detenções relacionadas ao atentado de quarta-feira em Londres, ao mesmo tempo em que informações sobre o terrorista eram escavadas. O número de detidos em Londres e Birmingham, na região central da Inglaterra, chegou a dez pessoas, mas uma delas foi libertada após o pagamento da fiança. As detenções de sexta-feira foram descritas pela polícia como "importantes". Três carros foram apreendidos. A operação envolveu, até a tarde de sexta, buscas em 16 propriedades, a apreensão de 2.700 itens e o contato com 3.500 testemunhas. As autoridades revelaram, também, que o terrorista Khalid Masood, 52, se chamava Adrian Russell Ajao ao nascer em Kent, no sudeste britânico. Ele adotou outros nomes, como Adrian Palms. Com as informações disponíveis, passaram a circular detalhes do passado do autor do ataque, incluindo uma fotografia sua durante a escola. O gerente do hotel onde o terrorista se hospedou na noite anterior afirmou que ele estava "rindo e fazendo piadas". Ele teria mencionado, segundo a imprensa local, um pai doente e seus "filhos maravilhosos". Seu quarto foi vasculhado pela polícia. O jornal britânico "Guardian" averiguou que o terrorista estava online no aplicativo de mensagens Whatsapp instantes antes de atropelar dezenas de pedestres na ponte de Westminster. Seu veículo se chocou contra as grades de um dos prédios do Parlamento britânico e ele esfaqueou um policial, sendo em seguida morto por tiros. Um dos focos das investigações será determinar se ele agiu sozinho e se estava ligado a alguma organização terrorista. A facção terrorista Estado Islâmico reivindicou o atentado, mas não há provas de seu envolvimento real. HISTÓRICO Masood nasceu em Kent e, recentemente, morava na região de Birmingham. Mas, com um estilo de vida nômade, ele morou em outras regiões, como Crawley, Rye e também no leste de Londres. Ele se apresentava como professor de inglês, com experiência na Arábia Saudita, e segundo relatos da imprensa britânica tinha três filhos. Ele havia se casado em 2004 com Farzana Malik. O terrorista foi descrito como "calmo" e "reservado" por conhecidos. As autoridades britânicas enxergam, porém, pouca calma em seu histórico. Ele foi condenado em diversas ocasiões e chegou a ser detido. Ele esteve preso por dois anos após cortar o rosto de outro homem em julho de 2000 após uma discussão "com tons raciais", segundo uma reportagem publicada à época. Masood deixou um corte de oito centímetros. Sua condenação mais recente foi em 2003 por esfaquear um homem no nariz em Eastborne, na região sul. A premiê britânica, Theresa May, afirmou que Masood foi investigado há alguns anos pelo MI5 —o serviço secreto— mas ele nunca foi condenado por terrorismo. May estava no Parlamento no momento do ataque. Imagens divulgadas na sexta-feira mostram a primeira-ministra sendo escoltada às pressas a um veículo. O número de oficiais armados em Londres foi dobrado após o ataque, segundo a polícia. Os turnos foram ampliados de 8 a 12 horas, e folgas foram canceladas. O contingente foi ampliado no restante do país em um terço. O reforço deve ser mantido nos próximos dias para impedir novos ataques terroristas e também agressões a muçulmanos, motivadas pela religião de Masood.
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Obra-prima de Brasília, Palácio Itamaraty completa 50 anos
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A rainha Elizabeth, a primeira-ministra da Índia, Indira Gandhi, e o príncipe (futuro imperador do Japão) Akihito já eram recebidos no novíssimo Palácio Itamaraty com o Eixo Monumental de Brasília ainda semideserto. Protocolo e segurança não faltaram desde a abertura da nova sede da diplomacia brasileira, há 50 anos, em 14 de março de 1967. Desafia todos os clichês sobre a arquitetura de Oscar Niemeyer e as obras públicas no Brasil. É funcional, majestosa e evitou desperdícios ou reformas por falta de planejamento. Ali, o mestre carioca encontrou um raro cliente público exigente, que sabia o que queria e que fiscalizava o que era erguido. Inicialmente, seria uma singela caixa de vidro, como os palácios do Alvorada e do Planalto. O diplomata Wladimir Murtinho, chefe da comissão de transferência do Ministério das Relações Exteriores para Brasília, exigia uma construção mais segura. Assim nasceu o jardim aquático de Burle Marx, que protege o prédio, solução típica em castelos medievais. Como contornar o pesadelo do protocolo das recepções, quando uma comitiva enorme se perde em filas nos elevadores e alguma autoridade é deixada para trás? Já na quarta reunião da comissão de trabalho, em setembro de 1959, pede-se uma escadaria monumental. Ela surge como caracol flutuante, com degraus largos, que leva do térreo ao terceiro andar, com longos descansos entre um e outro, já que muitos dignatários não são exatamente jovens serelepes. Com 72 mil m2 de área construída, o Itamaraty é maior que os palácios do Planalto, da Alvorada, do Jaburu e o edifício do Supremo Tribunal Federal juntos. Os diplomatas bateram o pé para não ganhar um ministério igual aos demais da Esplanada, não exatamente graciosos. "Com diversas funções cerimoniais de Estado, de posse do presidente a recepções a chefes de Estado visitando o país, nasceu como palácio, mais funcional que megalômano", relata o conselheiro Heitor Granafei, organizador das comemorações do cinquentenário do local. NEGOCIAÇÃO Nos primeiros prédios de Brasília, a pressa superava o cuidado. O próprio Niemeyer relatou à Folha, em entrevista em 2011, um ano antes de morrer, que vários prédios públicos foram desenhados "sem sabermos exatamente quantas salas e gabinetes abrigariam". "No Itamaraty, o arquiteto precisava negociar sua experimentação com uma comissão de altíssimo nível. Foi uma obra singular, no planejamento e na execução", afirma o professor Eduardo Rossetti, da UnB, que faz um doutorado sobre o palácio. Wladimir Murtinho, muito próximo dos melhores designers do Rio, que fariam o mobiliário sob encomenda, instalou-se em uma sala no Ministério da Saúde, com vista para o canteiro das obras. O chefe do setor de Patrimônio da pasta era o arquiteto Olavo Redig de Campos. Filho de diplomata e formado em Roma, já tinha projetado a celebrada residência da família Moreira Salles, no Rio de Janeiro, hoje sede do instituto homônimo, e era muito respeitado pelo mestre carioca. O coordenador-geral da obra foi o rigoroso e detalhista arquiteto Milton Ramos. Recém-formado, chegou à nova capital ainda em obras em 1959, levado por uma construtora. Produziu enormes protótipos dos arcos para ver a espessura e os efeitos da luz nas formas. Testou a composição do concreto com areia para criar o efeito final dos arcos -muito mais delicado, por exemplo, que o concreto aparente comum ao brutalismo nos anos 1960 e 1970. Por razões acústicas, Ramos ainda desenvolveu painéis forrados de algodão e juta nas paredes, para evitar o eco comum a espaços gigantes com poucos móveis. Tapetes também criam espaços mais íntimos na amplidão do lugar, mais útil para a diplomacia. A arte e o mobiliário foram encomendados a Athos Bulcão, Alfredo Volpi, Sergio Camargo, Maria Martins, Portinari, Burle Marx, Bruno Giorgi, Joaquim Tenreiro e Sergio Rodrigues. Para celebrar o aniversário do prédio, o ministério anunciou o restauro de um mural de Volpi e uma iniciativa com estudantes de restauro de móveis para recuperar o mobiliário original.
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Obra-prima de Brasília, Palácio Itamaraty completa 50 anosA rainha Elizabeth, a primeira-ministra da Índia, Indira Gandhi, e o príncipe (futuro imperador do Japão) Akihito já eram recebidos no novíssimo Palácio Itamaraty com o Eixo Monumental de Brasília ainda semideserto. Protocolo e segurança não faltaram desde a abertura da nova sede da diplomacia brasileira, há 50 anos, em 14 de março de 1967. Desafia todos os clichês sobre a arquitetura de Oscar Niemeyer e as obras públicas no Brasil. É funcional, majestosa e evitou desperdícios ou reformas por falta de planejamento. Ali, o mestre carioca encontrou um raro cliente público exigente, que sabia o que queria e que fiscalizava o que era erguido. Inicialmente, seria uma singela caixa de vidro, como os palácios do Alvorada e do Planalto. O diplomata Wladimir Murtinho, chefe da comissão de transferência do Ministério das Relações Exteriores para Brasília, exigia uma construção mais segura. Assim nasceu o jardim aquático de Burle Marx, que protege o prédio, solução típica em castelos medievais. Como contornar o pesadelo do protocolo das recepções, quando uma comitiva enorme se perde em filas nos elevadores e alguma autoridade é deixada para trás? Já na quarta reunião da comissão de trabalho, em setembro de 1959, pede-se uma escadaria monumental. Ela surge como caracol flutuante, com degraus largos, que leva do térreo ao terceiro andar, com longos descansos entre um e outro, já que muitos dignatários não são exatamente jovens serelepes. Com 72 mil m2 de área construída, o Itamaraty é maior que os palácios do Planalto, da Alvorada, do Jaburu e o edifício do Supremo Tribunal Federal juntos. Os diplomatas bateram o pé para não ganhar um ministério igual aos demais da Esplanada, não exatamente graciosos. "Com diversas funções cerimoniais de Estado, de posse do presidente a recepções a chefes de Estado visitando o país, nasceu como palácio, mais funcional que megalômano", relata o conselheiro Heitor Granafei, organizador das comemorações do cinquentenário do local. NEGOCIAÇÃO Nos primeiros prédios de Brasília, a pressa superava o cuidado. O próprio Niemeyer relatou à Folha, em entrevista em 2011, um ano antes de morrer, que vários prédios públicos foram desenhados "sem sabermos exatamente quantas salas e gabinetes abrigariam". "No Itamaraty, o arquiteto precisava negociar sua experimentação com uma comissão de altíssimo nível. Foi uma obra singular, no planejamento e na execução", afirma o professor Eduardo Rossetti, da UnB, que faz um doutorado sobre o palácio. Wladimir Murtinho, muito próximo dos melhores designers do Rio, que fariam o mobiliário sob encomenda, instalou-se em uma sala no Ministério da Saúde, com vista para o canteiro das obras. O chefe do setor de Patrimônio da pasta era o arquiteto Olavo Redig de Campos. Filho de diplomata e formado em Roma, já tinha projetado a celebrada residência da família Moreira Salles, no Rio de Janeiro, hoje sede do instituto homônimo, e era muito respeitado pelo mestre carioca. O coordenador-geral da obra foi o rigoroso e detalhista arquiteto Milton Ramos. Recém-formado, chegou à nova capital ainda em obras em 1959, levado por uma construtora. Produziu enormes protótipos dos arcos para ver a espessura e os efeitos da luz nas formas. Testou a composição do concreto com areia para criar o efeito final dos arcos -muito mais delicado, por exemplo, que o concreto aparente comum ao brutalismo nos anos 1960 e 1970. Por razões acústicas, Ramos ainda desenvolveu painéis forrados de algodão e juta nas paredes, para evitar o eco comum a espaços gigantes com poucos móveis. Tapetes também criam espaços mais íntimos na amplidão do lugar, mais útil para a diplomacia. A arte e o mobiliário foram encomendados a Athos Bulcão, Alfredo Volpi, Sergio Camargo, Maria Martins, Portinari, Burle Marx, Bruno Giorgi, Joaquim Tenreiro e Sergio Rodrigues. Para celebrar o aniversário do prédio, o ministério anunciou o restauro de um mural de Volpi e uma iniciativa com estudantes de restauro de móveis para recuperar o mobiliário original.
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Em nova série, Drew Barrymore vive corretora zumbi
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Se Drew Barrymore pudesse comer alguém, comeria Cate Blanchett. A informação poderia soar fortuita, caso não se referisse a uma atriz que estreia, em 3 de fevereiro, na carreira de zumbi. Barrymore ("Grey Gardens") é a protagonista de "Santa Clarita Diet", uma das apostas do Netflix para este semestre. São dez episódios de comédia macabra, em que ela atua ao lado de Timothy Olyphant ("Justified"). A série conta a história de Sheila, uma corretora de imóveis no subúrbio de Santa Clarita, próximo a Los Angeles, que de repente adquire a estranha mania de devorar carne humana. Ela precisa conciliar a monstruosidade com o cotidiano. A transformação faz com que ela passe a aproveitar mais a vida –com alguma ironia, pois está morta. Sheila compra um carro vistoso, exige mais sexo e assume a liderança de seu relacionamento, aconselhando as vizinhas a fazerem o mesmo. A série tem um sabor óbvio, mas Barrymore reluta em usar a palavra. "Sheila come pessoas, então é difícil dizer que seja feminista", diz em Berlim, para onde viajou a fim de promover a série. "Mas há uma mensagem de empoderamento, uma inversão de papéis em que ela é mais o marido", afirma. O empoderamento, conta, veio em bom momento. Barrymore divorciou-se em 2016 de Will Kopelman. "Estava em um momento difícil da minha vida quando comecei a gravação. Não sei se é uma mensagem feminista, mas eu estava mais feliz depois da série." PARCERIA A transformação de Sheila em um zumbi é, de uma maneira inquietante, tratada na série sem muito furor. O casal continua lidando com os afazeres domésticos e compromissos sociais, equilibrando a carniça com reuniões na escola da filha. Não é uma série sobre canibalismo, mas sobre relacionamentos. Entre mortos e feridos, o casal se esforça para satisfazer um ao outro e manter sua família unida. "Gosto do fato de que eles formem um time", diz. É metafórico. Eles fazem o que é preciso para isso funcionar." Timothy Olyphant, que faz o marido, conta não ter se concentrado na mensagem feminista da série. O assunto importante é, para ele, a crise da meia-idade. "Sheila se sente mais ela mesmo do que antes. Isso é assustador e todo mundo passa por isso", diz o ator. Barrymore não pôde comer Cate Blanchett ("ela riria se eu contasse isso para ela"). A atriz precisou, no lugar disso, deleitar-se com a falsa carne humana preparada pela produção da série. "Tinha consistência estranha e cheirava mal, mas fui adiante", diz. A dieta reduziu seu peso de 65 kg a 56 kg. O jornalista viajou a convite da Netflix.
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ilustrada
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Em nova série, Drew Barrymore vive corretora zumbiSe Drew Barrymore pudesse comer alguém, comeria Cate Blanchett. A informação poderia soar fortuita, caso não se referisse a uma atriz que estreia, em 3 de fevereiro, na carreira de zumbi. Barrymore ("Grey Gardens") é a protagonista de "Santa Clarita Diet", uma das apostas do Netflix para este semestre. São dez episódios de comédia macabra, em que ela atua ao lado de Timothy Olyphant ("Justified"). A série conta a história de Sheila, uma corretora de imóveis no subúrbio de Santa Clarita, próximo a Los Angeles, que de repente adquire a estranha mania de devorar carne humana. Ela precisa conciliar a monstruosidade com o cotidiano. A transformação faz com que ela passe a aproveitar mais a vida –com alguma ironia, pois está morta. Sheila compra um carro vistoso, exige mais sexo e assume a liderança de seu relacionamento, aconselhando as vizinhas a fazerem o mesmo. A série tem um sabor óbvio, mas Barrymore reluta em usar a palavra. "Sheila come pessoas, então é difícil dizer que seja feminista", diz em Berlim, para onde viajou a fim de promover a série. "Mas há uma mensagem de empoderamento, uma inversão de papéis em que ela é mais o marido", afirma. O empoderamento, conta, veio em bom momento. Barrymore divorciou-se em 2016 de Will Kopelman. "Estava em um momento difícil da minha vida quando comecei a gravação. Não sei se é uma mensagem feminista, mas eu estava mais feliz depois da série." PARCERIA A transformação de Sheila em um zumbi é, de uma maneira inquietante, tratada na série sem muito furor. O casal continua lidando com os afazeres domésticos e compromissos sociais, equilibrando a carniça com reuniões na escola da filha. Não é uma série sobre canibalismo, mas sobre relacionamentos. Entre mortos e feridos, o casal se esforça para satisfazer um ao outro e manter sua família unida. "Gosto do fato de que eles formem um time", diz. É metafórico. Eles fazem o que é preciso para isso funcionar." Timothy Olyphant, que faz o marido, conta não ter se concentrado na mensagem feminista da série. O assunto importante é, para ele, a crise da meia-idade. "Sheila se sente mais ela mesmo do que antes. Isso é assustador e todo mundo passa por isso", diz o ator. Barrymore não pôde comer Cate Blanchett ("ela riria se eu contasse isso para ela"). A atriz precisou, no lugar disso, deleitar-se com a falsa carne humana preparada pela produção da série. "Tinha consistência estranha e cheirava mal, mas fui adiante", diz. A dieta reduziu seu peso de 65 kg a 56 kg. O jornalista viajou a convite da Netflix.
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Será ridículo se a Catalunha não permanecer na Espanha, diz Trump
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O presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu nesta terça-feira (26) que a Catalunha permaneça unida à Espanha ao se pronunciar sobre o plebiscito de independência da região, programado para o próximo domingo (1º). A declaração é feita após encontro na Casa Branca com o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, cujo governo tenta impedir a votação, considerada inconstitucional por violar o princípio de indivisibilidade do país. "Eu aposto que, se houver números e apurações precisas, você descobrirá que eles [os catalães] amam seu país, amam a Espanha e não desejariam deixá-la. Por esse motivo, sou favorável à Espanha unida", disse Trump. "Eu realmente penso que o povo da Catalunha ficará na Espanha. Acho que será ridículo não ficar, se você pensa sobre ficar em um país verdadeiramente grande, bonito e muito histórico." Rajoy disse que um plebiscito não poderá ocorrer porque não existem organizadores. "Quero que isso seja resolvido o mais rápido possível e que cheguemos a um novo patamar em que prevaleçam a lei, o diálogo e o senso comum." Nesta terça, a Espanha anunciou que a polícia controlará seções eleitorais para frustrar o plebiscito. Um dia antes, a Procuradoria disse que os organizadores serão acusados de desacato, prevaricação e apropriação indébita. O representante espanhol na Catalunha, Enric Millo, disse que não haverá um plebiscito efetivo devido à dissolução da comissão eleitoral, o que impediu os separatistas de ter acesso à lista de eleitores e do material de votação. A medida é parte das ações do governo espanhol para evitar a votação. Anteriormente, Madri aumentou o controle sobre os fundos públicos na Catalunha e prendeu autoridades da região que faziam campanha pela consulta. Isso levou a uma série de protestos de catalães, assim como acusações de líderes locais de que o governo central estaria retomando a repressão feita ao separatismo durante a ditadura de Francisco Franco (1936-1975). Se acontecer a votação, a expectativa é que haja vitória do "sim", visto que os favoráveis à independência devem comparecer às urnas com mais peso do que os eleitores partidários da permanência na Espanha. VENEZUELA Rajoy e Trump também debateram a crise na Venezuela. O americano pediu à União Europeia que aplique sanções contra o regime de Nicolás Maduro —proposta defendida pelo espanhol, mas ainda não votada pelo bloco. "Tenho esperança de que nossos amigos na UE sigam em breve EUA, Canadá e muitas nações latino-americanas nas sanções", disse, embora, entre os latinos, só o México tenha anunciado punições contra os chavistas. No fim de semana, a Casa Branca manteve a pressão sobre a ditadura venezuelana ao incluir membros do regime entre as pessoas impedidas de entrar nos EUA na nova edição do decreto anti-imigração de Trump. Maduro respondeu nesta terça, ao pedir aos militares que preparem os fuzis. "Fomos ameaçados descaradamente pelo império mais criminoso que já existiu e temos a obrigação de nos preparar para garantir a paz", disse.
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mundo
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Será ridículo se a Catalunha não permanecer na Espanha, diz TrumpO presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu nesta terça-feira (26) que a Catalunha permaneça unida à Espanha ao se pronunciar sobre o plebiscito de independência da região, programado para o próximo domingo (1º). A declaração é feita após encontro na Casa Branca com o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, cujo governo tenta impedir a votação, considerada inconstitucional por violar o princípio de indivisibilidade do país. "Eu aposto que, se houver números e apurações precisas, você descobrirá que eles [os catalães] amam seu país, amam a Espanha e não desejariam deixá-la. Por esse motivo, sou favorável à Espanha unida", disse Trump. "Eu realmente penso que o povo da Catalunha ficará na Espanha. Acho que será ridículo não ficar, se você pensa sobre ficar em um país verdadeiramente grande, bonito e muito histórico." Rajoy disse que um plebiscito não poderá ocorrer porque não existem organizadores. "Quero que isso seja resolvido o mais rápido possível e que cheguemos a um novo patamar em que prevaleçam a lei, o diálogo e o senso comum." Nesta terça, a Espanha anunciou que a polícia controlará seções eleitorais para frustrar o plebiscito. Um dia antes, a Procuradoria disse que os organizadores serão acusados de desacato, prevaricação e apropriação indébita. O representante espanhol na Catalunha, Enric Millo, disse que não haverá um plebiscito efetivo devido à dissolução da comissão eleitoral, o que impediu os separatistas de ter acesso à lista de eleitores e do material de votação. A medida é parte das ações do governo espanhol para evitar a votação. Anteriormente, Madri aumentou o controle sobre os fundos públicos na Catalunha e prendeu autoridades da região que faziam campanha pela consulta. Isso levou a uma série de protestos de catalães, assim como acusações de líderes locais de que o governo central estaria retomando a repressão feita ao separatismo durante a ditadura de Francisco Franco (1936-1975). Se acontecer a votação, a expectativa é que haja vitória do "sim", visto que os favoráveis à independência devem comparecer às urnas com mais peso do que os eleitores partidários da permanência na Espanha. VENEZUELA Rajoy e Trump também debateram a crise na Venezuela. O americano pediu à União Europeia que aplique sanções contra o regime de Nicolás Maduro —proposta defendida pelo espanhol, mas ainda não votada pelo bloco. "Tenho esperança de que nossos amigos na UE sigam em breve EUA, Canadá e muitas nações latino-americanas nas sanções", disse, embora, entre os latinos, só o México tenha anunciado punições contra os chavistas. No fim de semana, a Casa Branca manteve a pressão sobre a ditadura venezuelana ao incluir membros do regime entre as pessoas impedidas de entrar nos EUA na nova edição do decreto anti-imigração de Trump. Maduro respondeu nesta terça, ao pedir aos militares que preparem os fuzis. "Fomos ameaçados descaradamente pelo império mais criminoso que já existiu e temos a obrigação de nos preparar para garantir a paz", disse.
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Dólar sobe e fecha acima de R$ 4 com crise global e preocupações políticas
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O dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, ampliou a alta em relação ao real na última meia hora de negociações nesta segunda-feira (28) e fechou acima de R$ 4 após duas quedas consecutivas. O movimento, segundo analistas, refletiu comentários da agência de risco Fitch Ratings sobre a nota de crédito do Brasil. A moeda já vinha subindo desde a abertura, na esteira de preocupações com a crise global geradas por sinais de desaquecimento da China e pela perspectiva de aumento de juros nos Estados Unidos ainda neste ano. Assim, entre as 24 principais moedas emergentes, 17 se desvalorizaram em relação ao dólar —o real foi a segunda divisa que mais perdeu, atrás apenas do rand sul-africano. O dia do mercado O diretor-executivo da Fitch, Rafael Guedes, sinalizou que o Brasil deve ter sua nota de crédito cortada em breve, mas ressaltou que historicamente as decisões de rebaixamento tomadas pela agência são de apenas um degrau. Com isso, o país manteria o selo de bom pagador, uma vez que sua nota atual na Fitch é "BBB" —dois níveis acima do grau especulativo. O dólar comercial subiu 3,37%, para R$ 4,109 na venda. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro e que fecha mais cedo (por volta de 14h30 de Brasília), avançou 1,71%, para R$ 4,0299 na venda. Para Lauro Vilares, analista da Guide Investimentos, mesmo que a crise política pela qual o país passa já tivesse alimentado perspectivas de corte da nota de crédito brasileira em algum momento, a sinalização da Fitch ampliou o sentimento de aversão ao risco entre os investidores. "Uma coisa é ter perspectiva de que vai cair [a nota soberana do país], outra é ter uma sinalização da própria Fitch que isso vai ocorrer em breve", afirmou Vilares. No início do mês, outra agência, a Standard & Poor's, cortou o rating brasileiro. Segundo Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, o cenário interno segue sendo o principal fator de pressão ao dólar. "Há um ambiente de desconfiança em relação à política econômica. O mercado não confia na capacidade de o governo controlar suas contas. Isso tem influenciado o forte aumento do prêmio de risco de investir no Brasil", disse. O CDS (espécie de seguro contra calote) para títulos da dívida brasileira de cinco anos fechou esta sessão em 539,4 pontos, alta de 7,88%. No início do ano, estava em torno de 200 pontos. O mercado de juros futuros também respondeu com alta ao clima de maior aversão ao risco e cautela com o cenário político no Brasil. O contrato de DI para janeiro de 2016 fechou o dia prevendo taxa de 14,910%, ante 14,630% na sessão anterior. Já o DI para janeiro de 2021 subiu de 15,730% para 16,420%. Os aumentos do dólar e dos juros dificultam a situação de empresas que precisam de financiamento ou estão endividadas em dólar. A preocupação é que, com taxas cada vez mais altas, o crédito "trave", provocando um efeito dominó. O dólar e a economia As intervenções recentes do Banco Central no câmbio e a atuação simultânea do Tesouro comprando e vendendo títulos públicos atenuam a volatilidade dos mercados, segundo Rosa, mas não invertem sua tendência de alta. "Usar ou não as reservas internacionais, nesse caso, dá no mesmo", afirmou. O Banco Central deu continuidade nesta sessão aos leilões diários para estender os vencimentos de contratos de swaps cambiais que estão previstos para o próximo mês. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 440,1 milhões. Não foram anunciados leilões extras, como na semana passada. "A reforma ministerial pode devolver um pouco de governabilidade à presidente Dilma Rousseff e acalmar um pouco o mercado. É preciso que sejam mantidos os vetos presidenciais a projetos aprovados pelo Congresso para barrar a entrada em vigor de medidas que elevariam os gastos federais", completou Vilares. A avaliação é a mesma de André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, que acredita que a deterioração do cenário interno somada à cautela com a crise global —especialmente a desaceleração da China e a perspectiva de aumento de juros nos Estados Unidos— pode gerar novos "ataques especulativos" no câmbio, como na semana passada, quando o dólar se aproximou de R$ 4,25. AÇÕES EM QUEDA Os principais índices de ações do mundo caíram nesta segunda-feira, diante de preocupações com a crise global após dados mostrarem queda de 8,8% no lucro das empresas chinesas em agosto. No Brasil, o Ibovespa perdeu 1,95%, para 43.956 pontos. É a menor pontuação desde 7 de abril de 2009, quando estava em 43.824 pontos. Foi a sétima baixa consecutiva do índice. O volume financeiro foi de R$ 5,445 bilhões. As Bolsas em Nova York cederam entre 1,9% e 3%, enquanto na Europa as baixas foram de mais de 2%. A queda nos preços das commodities empurrou ações de grandes produtores de matérias-primas para baixo. As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, tiveram desvalorização de 5,57%, para R$ 6,44 cada uma —menor valor desde 1º de julho de 2003, quando valiam R$ 6,42. Já as ordinárias, com direito a voto, cederam 5,07%, a R$ 7,67. É o menor valor desde 7 de agosto de 2003, quando valiam R$ 7,50 cada uma. As ações preferenciais da Vale tiveram forte baixa de 7,37%, para R$ 13,19 cada uma. Foi a sexta queda consecutiva desses papéis. As ordinárias perderam 7,47%, a R$ 16,59. A China é o principal destino das exportações da mineradora brasileira, por isso preocupações sobre o crescimento do país tendem a pressionar as cotações dos papéis da Vale. O setor bancário, segmento com maior peso dentro do Ibovespa, também fechou no vermelho. O Bradesco teve desvalorização de 2,49% e o Banco do Brasil mostrou queda ainda mais expressiva, de 4,98%. Já o Itaú ficou praticamente estável, com leve queda de 0,08%.
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mercado
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Dólar sobe e fecha acima de R$ 4 com crise global e preocupações políticasO dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, ampliou a alta em relação ao real na última meia hora de negociações nesta segunda-feira (28) e fechou acima de R$ 4 após duas quedas consecutivas. O movimento, segundo analistas, refletiu comentários da agência de risco Fitch Ratings sobre a nota de crédito do Brasil. A moeda já vinha subindo desde a abertura, na esteira de preocupações com a crise global geradas por sinais de desaquecimento da China e pela perspectiva de aumento de juros nos Estados Unidos ainda neste ano. Assim, entre as 24 principais moedas emergentes, 17 se desvalorizaram em relação ao dólar —o real foi a segunda divisa que mais perdeu, atrás apenas do rand sul-africano. O dia do mercado O diretor-executivo da Fitch, Rafael Guedes, sinalizou que o Brasil deve ter sua nota de crédito cortada em breve, mas ressaltou que historicamente as decisões de rebaixamento tomadas pela agência são de apenas um degrau. Com isso, o país manteria o selo de bom pagador, uma vez que sua nota atual na Fitch é "BBB" —dois níveis acima do grau especulativo. O dólar comercial subiu 3,37%, para R$ 4,109 na venda. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro e que fecha mais cedo (por volta de 14h30 de Brasília), avançou 1,71%, para R$ 4,0299 na venda. Para Lauro Vilares, analista da Guide Investimentos, mesmo que a crise política pela qual o país passa já tivesse alimentado perspectivas de corte da nota de crédito brasileira em algum momento, a sinalização da Fitch ampliou o sentimento de aversão ao risco entre os investidores. "Uma coisa é ter perspectiva de que vai cair [a nota soberana do país], outra é ter uma sinalização da própria Fitch que isso vai ocorrer em breve", afirmou Vilares. No início do mês, outra agência, a Standard & Poor's, cortou o rating brasileiro. Segundo Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, o cenário interno segue sendo o principal fator de pressão ao dólar. "Há um ambiente de desconfiança em relação à política econômica. O mercado não confia na capacidade de o governo controlar suas contas. Isso tem influenciado o forte aumento do prêmio de risco de investir no Brasil", disse. O CDS (espécie de seguro contra calote) para títulos da dívida brasileira de cinco anos fechou esta sessão em 539,4 pontos, alta de 7,88%. No início do ano, estava em torno de 200 pontos. O mercado de juros futuros também respondeu com alta ao clima de maior aversão ao risco e cautela com o cenário político no Brasil. O contrato de DI para janeiro de 2016 fechou o dia prevendo taxa de 14,910%, ante 14,630% na sessão anterior. Já o DI para janeiro de 2021 subiu de 15,730% para 16,420%. Os aumentos do dólar e dos juros dificultam a situação de empresas que precisam de financiamento ou estão endividadas em dólar. A preocupação é que, com taxas cada vez mais altas, o crédito "trave", provocando um efeito dominó. O dólar e a economia As intervenções recentes do Banco Central no câmbio e a atuação simultânea do Tesouro comprando e vendendo títulos públicos atenuam a volatilidade dos mercados, segundo Rosa, mas não invertem sua tendência de alta. "Usar ou não as reservas internacionais, nesse caso, dá no mesmo", afirmou. O Banco Central deu continuidade nesta sessão aos leilões diários para estender os vencimentos de contratos de swaps cambiais que estão previstos para o próximo mês. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 440,1 milhões. Não foram anunciados leilões extras, como na semana passada. "A reforma ministerial pode devolver um pouco de governabilidade à presidente Dilma Rousseff e acalmar um pouco o mercado. É preciso que sejam mantidos os vetos presidenciais a projetos aprovados pelo Congresso para barrar a entrada em vigor de medidas que elevariam os gastos federais", completou Vilares. A avaliação é a mesma de André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, que acredita que a deterioração do cenário interno somada à cautela com a crise global —especialmente a desaceleração da China e a perspectiva de aumento de juros nos Estados Unidos— pode gerar novos "ataques especulativos" no câmbio, como na semana passada, quando o dólar se aproximou de R$ 4,25. AÇÕES EM QUEDA Os principais índices de ações do mundo caíram nesta segunda-feira, diante de preocupações com a crise global após dados mostrarem queda de 8,8% no lucro das empresas chinesas em agosto. No Brasil, o Ibovespa perdeu 1,95%, para 43.956 pontos. É a menor pontuação desde 7 de abril de 2009, quando estava em 43.824 pontos. Foi a sétima baixa consecutiva do índice. O volume financeiro foi de R$ 5,445 bilhões. As Bolsas em Nova York cederam entre 1,9% e 3%, enquanto na Europa as baixas foram de mais de 2%. A queda nos preços das commodities empurrou ações de grandes produtores de matérias-primas para baixo. As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, tiveram desvalorização de 5,57%, para R$ 6,44 cada uma —menor valor desde 1º de julho de 2003, quando valiam R$ 6,42. Já as ordinárias, com direito a voto, cederam 5,07%, a R$ 7,67. É o menor valor desde 7 de agosto de 2003, quando valiam R$ 7,50 cada uma. As ações preferenciais da Vale tiveram forte baixa de 7,37%, para R$ 13,19 cada uma. Foi a sexta queda consecutiva desses papéis. As ordinárias perderam 7,47%, a R$ 16,59. A China é o principal destino das exportações da mineradora brasileira, por isso preocupações sobre o crescimento do país tendem a pressionar as cotações dos papéis da Vale. O setor bancário, segmento com maior peso dentro do Ibovespa, também fechou no vermelho. O Bradesco teve desvalorização de 2,49% e o Banco do Brasil mostrou queda ainda mais expressiva, de 4,98%. Já o Itaú ficou praticamente estável, com leve queda de 0,08%.
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Após ocupação da Casa das Rosas, jovens seguem com manifestação
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Cerca de 50 jovens aprendizes das Fábricas de Cultura ocuparam, por volta das 20h deste sábado (16), a Casa das Rosas, na avenida Paulista. O protesto foi contra o Instituto Poiesis, organização social que mantém contrato com a Secretaria de Cultura do Estado e faz a gestão de oficinas, Fábricas de Cultura, Casa das Rosas e Casa Guilherme de Almeida. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria da Cultura, os manifestantes desocuparam o local por volta das 23h e continuaram com uma manifestação em frente ao imóvel. Uma participante do protesto, que não quis se identificar, afirmou que a polícia —que cercava o local desde às 21h— deu o ultimato, às 22h30, para que os aprendizes deixassem o espaço, o que foi feito. Os jovens protestam contra demissões de educadores, cortes de verbas e de atividades. Também protestam contra prisões realizadas pela PM nas Fábricas de Cultura de Brasilândia, na zona norte, e do Capão Redondo, na zona sul. De acordo com eles, o instituto está tratando uma manifestação cultural "como um caso de polícia". Neste sábado (16) pela manhã, aprendizes que ocupavam a Fábrica de Cultura do Capão Redondo foram detidos pela PM. De acordo com os manifestantes, o mesmo ocorreu no dia 2/7. Eles afirmam que a polícia invadiu a ocupação da Fábrica de Cultura da Brasilândia e despejou os ocupantes sem autorização judicial. Alegam, ainda, que 22 aprendizes foram presos e passaram "mais de um dia encarcerados na 72ª DP". Na terça (12), manifestantes já haviam realizado um protesto em frente à Casa das Rosas contra a repressão policial e cortes. OUTRO LADO A assessoria de imprensa da Secretaria da Cultura diz que a desocupação da Fábrica de Cultura da Brasilândia "foi promovida por via administrativa, de acordo com o parecer da Procuradoria Geral do Estado, em torno do direito de autotutela, que pode ser consultado no artigo 1.210, § 1º, do Código Civil". Ainda de acordo com a assessoria, "todos os menores foram liberados no mesmo dia da desocupação". Sobre a ocupação na Fábrica de Cultura do Capão Redondo, afirma que "todos os menores de idade que estavam na ocupação do Capão Redondo prestaram seus depoimentos na delegacia e foram liberados até às 10h". "A decisão da 9º Vara da Fazenda Pública foi pela reintegração de posse imediata da Fábrica de Cultura Capão Redondo, por considerar que 'a permanecer a ocupação, cerca de 1.300 outros jovens ficarão impedidos de frequentar regularmente o local, o que compromete diretamente o direito à educação, atingindo toda a coletividade'", diz o comunicado. A assessoria também afirmou que as Fábricas operam de acordo com a grade de programação pré-estabelecida, mantendo as atividades de formação e difusão cultural programadas, como cursos, oficinas e apresentações. "Reiteramos que todas as demandas dos aprendizes, mesmo as que só surgiram durante a ocupação, estão sendo analisadas e continuarão sendo debatidas pela Poiesis junto à comissão que será formada. Os objetivos da Organização Social e da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo são assegurar atendimento de qualidade aos usuários do programa, sem redução no número de vagas oferecidas", afirma o comunicado.
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ilustrada
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Após ocupação da Casa das Rosas, jovens seguem com manifestaçãoCerca de 50 jovens aprendizes das Fábricas de Cultura ocuparam, por volta das 20h deste sábado (16), a Casa das Rosas, na avenida Paulista. O protesto foi contra o Instituto Poiesis, organização social que mantém contrato com a Secretaria de Cultura do Estado e faz a gestão de oficinas, Fábricas de Cultura, Casa das Rosas e Casa Guilherme de Almeida. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria da Cultura, os manifestantes desocuparam o local por volta das 23h e continuaram com uma manifestação em frente ao imóvel. Uma participante do protesto, que não quis se identificar, afirmou que a polícia —que cercava o local desde às 21h— deu o ultimato, às 22h30, para que os aprendizes deixassem o espaço, o que foi feito. Os jovens protestam contra demissões de educadores, cortes de verbas e de atividades. Também protestam contra prisões realizadas pela PM nas Fábricas de Cultura de Brasilândia, na zona norte, e do Capão Redondo, na zona sul. De acordo com eles, o instituto está tratando uma manifestação cultural "como um caso de polícia". Neste sábado (16) pela manhã, aprendizes que ocupavam a Fábrica de Cultura do Capão Redondo foram detidos pela PM. De acordo com os manifestantes, o mesmo ocorreu no dia 2/7. Eles afirmam que a polícia invadiu a ocupação da Fábrica de Cultura da Brasilândia e despejou os ocupantes sem autorização judicial. Alegam, ainda, que 22 aprendizes foram presos e passaram "mais de um dia encarcerados na 72ª DP". Na terça (12), manifestantes já haviam realizado um protesto em frente à Casa das Rosas contra a repressão policial e cortes. OUTRO LADO A assessoria de imprensa da Secretaria da Cultura diz que a desocupação da Fábrica de Cultura da Brasilândia "foi promovida por via administrativa, de acordo com o parecer da Procuradoria Geral do Estado, em torno do direito de autotutela, que pode ser consultado no artigo 1.210, § 1º, do Código Civil". Ainda de acordo com a assessoria, "todos os menores foram liberados no mesmo dia da desocupação". Sobre a ocupação na Fábrica de Cultura do Capão Redondo, afirma que "todos os menores de idade que estavam na ocupação do Capão Redondo prestaram seus depoimentos na delegacia e foram liberados até às 10h". "A decisão da 9º Vara da Fazenda Pública foi pela reintegração de posse imediata da Fábrica de Cultura Capão Redondo, por considerar que 'a permanecer a ocupação, cerca de 1.300 outros jovens ficarão impedidos de frequentar regularmente o local, o que compromete diretamente o direito à educação, atingindo toda a coletividade'", diz o comunicado. A assessoria também afirmou que as Fábricas operam de acordo com a grade de programação pré-estabelecida, mantendo as atividades de formação e difusão cultural programadas, como cursos, oficinas e apresentações. "Reiteramos que todas as demandas dos aprendizes, mesmo as que só surgiram durante a ocupação, estão sendo analisadas e continuarão sendo debatidas pela Poiesis junto à comissão que será formada. Os objetivos da Organização Social e da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo são assegurar atendimento de qualidade aos usuários do programa, sem redução no número de vagas oferecidas", afirma o comunicado.
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Pré-candidato à Prefeitura de Ribeirão Preto é preso em convenção
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O pré-candidato à Prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) Fernando Chiarelli (PT do B) foi preso na manhã desta terça-feira (2) antes do início da convenção de seu partido. Ex-vereador e ex-deputado federal, Chiarelli foi detido pela PF (Polícia Federal) por ter sido condenado por crime eleitoral na eleição de 2012, quando já havia tentado ser prefeito de Ribeirão Preto. A pena é de um ano e oito meses, no regime semiaberto. Segundo a decisão da Justiça Eleitoral, na última eleição municipal Chiarelli ofendeu a então candidata Dárcy Vera (PSD), que foi reeleita, ao chama-la de "desonesta" durante o horário eleitoral gratuito. Ele foi detido ainda do lado externo da Câmara de Ribeirão, onde ocorreu a convenção de seu partido. Em frente ao prédio, disse à imprensa que é inocente, que já sabia da expedição do mandado de prisão e que sua defesa recorrerá da decisão judicial. Em abril, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) já havia negado recurso de Chiarelli. "Acabo de ser preso por ter feito uma simples manifestação de que a desonestidade impera nesta cidade", disse ele, que afirmou que a candidatura será mantida. Depois, entrou num carro da PF e foi levado para passar por exames, antes de ser encaminhado a uma prisão. O diretório estadual do PT do B informou na tarde desta terça-feira que Chiarelli continuará como candidato do partido, situação que só será modificada caso fique provado que ele é culpado. ADVERSÁRIOS O embate entre Dárcy e Chiarelli é antigo. Em 1995, ele teve o mandato de vereador cassado por quebra de decoro parlamentar e a hoje prefeita, que era suplente da coligação, assumiu o mandato. Após a última eleição, a Justiça chegou a cassar o mandato de Dárcy –decisão depois anulada pelo TRE– por abuso de poder político (uso de servidores comissionados na campanha eleitoral), em ação do Ministério Público com base em denúncia de Chiarelli. O caso foi revelado pela Folha. A reportagem procurou a prefeita de Ribeirão Preto, mas sua assessoria informou que ela não comentaria a prisão de Chiarelli pois ela ocorreu cumprindo uma decisão judicial.
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Pré-candidato à Prefeitura de Ribeirão Preto é preso em convençãoO pré-candidato à Prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) Fernando Chiarelli (PT do B) foi preso na manhã desta terça-feira (2) antes do início da convenção de seu partido. Ex-vereador e ex-deputado federal, Chiarelli foi detido pela PF (Polícia Federal) por ter sido condenado por crime eleitoral na eleição de 2012, quando já havia tentado ser prefeito de Ribeirão Preto. A pena é de um ano e oito meses, no regime semiaberto. Segundo a decisão da Justiça Eleitoral, na última eleição municipal Chiarelli ofendeu a então candidata Dárcy Vera (PSD), que foi reeleita, ao chama-la de "desonesta" durante o horário eleitoral gratuito. Ele foi detido ainda do lado externo da Câmara de Ribeirão, onde ocorreu a convenção de seu partido. Em frente ao prédio, disse à imprensa que é inocente, que já sabia da expedição do mandado de prisão e que sua defesa recorrerá da decisão judicial. Em abril, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) já havia negado recurso de Chiarelli. "Acabo de ser preso por ter feito uma simples manifestação de que a desonestidade impera nesta cidade", disse ele, que afirmou que a candidatura será mantida. Depois, entrou num carro da PF e foi levado para passar por exames, antes de ser encaminhado a uma prisão. O diretório estadual do PT do B informou na tarde desta terça-feira que Chiarelli continuará como candidato do partido, situação que só será modificada caso fique provado que ele é culpado. ADVERSÁRIOS O embate entre Dárcy e Chiarelli é antigo. Em 1995, ele teve o mandato de vereador cassado por quebra de decoro parlamentar e a hoje prefeita, que era suplente da coligação, assumiu o mandato. Após a última eleição, a Justiça chegou a cassar o mandato de Dárcy –decisão depois anulada pelo TRE– por abuso de poder político (uso de servidores comissionados na campanha eleitoral), em ação do Ministério Público com base em denúncia de Chiarelli. O caso foi revelado pela Folha. A reportagem procurou a prefeita de Ribeirão Preto, mas sua assessoria informou que ela não comentaria a prisão de Chiarelli pois ela ocorreu cumprindo uma decisão judicial.
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Veja os lançamentos de livros em destaque nessa semana
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O Cifras & Letras seleciona semanalmente lançamentos mais recentes na área de negócios e economia. Confira abaixo os destaques desta semana: NACIONAIS A Europa Alemã - De Maquiavel a Merkievel AUTOR Ulrich Bech EDITORA Paz & Terra QUANTO R$ 32 (128 págs.) O sociólogo analisa o papel de liderança na Europa que a Alemanha assumiu, especialmente a partir da crise de 2008. Afirma ser necessário um novo contrato social europeu que garanta mais liberdade, segurança social e democracia. Presente e Futuro do Desenvolvimento Brasileiro AUTORES André Calixtre, André Biancarelli e Marcos Antonio Cintra (org.) EDITORA Ipea QUANTO R$ 45 (652 págs.; e-book gratuito em www.ipea.gov.br) Tem 16 artigos sobre economia brasileira. Traz temas como conceito de desenvolvimentismo e atuação estatal desde 1995. Reinventando o Capitalismo de Estado AUTORES Sergio Lazzarini e Algo Musacchio EDITORA Portifolio Penguin QUANTO R$ 49,90 (408 págs.) Discute a existência de novas formas dos gerenciamento de governos na economia, a partir de sua atuação ao lado do setor privado. Entre os exemplos brasileiros estudados na obra estão o BNDES, a Petrobras e a Vale. Tesouro Direto e Outros Investimentos Financeiros AUTOR Roberto G. Ferreira EDITORA Atlas QUANTO R$ 65 (232 págs.) Mostra como calcular a rentabilidade líquida de diferentes investimentos de renda fixa –como títulos do Tesouro, poupança e CDBs–, descontando taxas e tributos. Ensina a usar ferramentas como planilhas de Excel e calculadoras científicas. INTERNACIONAIS Act Like A Leader, Think Like a Leader AUTORA Herminia Ibarra EDITORA Harvard Business Review Press QUANTO A partir de US$ 16,50 na Amazon (200 págs.) A professora da escola de negócios Insead mostra como ser um líder melhor a partir de mudanças que tornam o trabalho mais produtivo, e as relações, mais diversificadas. Mad Men and Bad Men AUTOR Sam Delaney EDITORA Faber & Faber QUANTO A partir de US$ 9,50 na Amazon (320 págs.) Mostra 40 anos de relações entre políticos e marqueteiros na Inglaterra. Destaca campanhas, como a que elegeu Margaret Thatcher em 1979 com o slogan "Labor isn't working" (O trabalho não está funcionando, em referência aos trabalhistas).
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mercado
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Veja os lançamentos de livros em destaque nessa semanaO Cifras & Letras seleciona semanalmente lançamentos mais recentes na área de negócios e economia. Confira abaixo os destaques desta semana: NACIONAIS A Europa Alemã - De Maquiavel a Merkievel AUTOR Ulrich Bech EDITORA Paz & Terra QUANTO R$ 32 (128 págs.) O sociólogo analisa o papel de liderança na Europa que a Alemanha assumiu, especialmente a partir da crise de 2008. Afirma ser necessário um novo contrato social europeu que garanta mais liberdade, segurança social e democracia. Presente e Futuro do Desenvolvimento Brasileiro AUTORES André Calixtre, André Biancarelli e Marcos Antonio Cintra (org.) EDITORA Ipea QUANTO R$ 45 (652 págs.; e-book gratuito em www.ipea.gov.br) Tem 16 artigos sobre economia brasileira. Traz temas como conceito de desenvolvimentismo e atuação estatal desde 1995. Reinventando o Capitalismo de Estado AUTORES Sergio Lazzarini e Algo Musacchio EDITORA Portifolio Penguin QUANTO R$ 49,90 (408 págs.) Discute a existência de novas formas dos gerenciamento de governos na economia, a partir de sua atuação ao lado do setor privado. Entre os exemplos brasileiros estudados na obra estão o BNDES, a Petrobras e a Vale. Tesouro Direto e Outros Investimentos Financeiros AUTOR Roberto G. Ferreira EDITORA Atlas QUANTO R$ 65 (232 págs.) Mostra como calcular a rentabilidade líquida de diferentes investimentos de renda fixa –como títulos do Tesouro, poupança e CDBs–, descontando taxas e tributos. Ensina a usar ferramentas como planilhas de Excel e calculadoras científicas. INTERNACIONAIS Act Like A Leader, Think Like a Leader AUTORA Herminia Ibarra EDITORA Harvard Business Review Press QUANTO A partir de US$ 16,50 na Amazon (200 págs.) A professora da escola de negócios Insead mostra como ser um líder melhor a partir de mudanças que tornam o trabalho mais produtivo, e as relações, mais diversificadas. Mad Men and Bad Men AUTOR Sam Delaney EDITORA Faber & Faber QUANTO A partir de US$ 9,50 na Amazon (320 págs.) Mostra 40 anos de relações entre políticos e marqueteiros na Inglaterra. Destaca campanhas, como a que elegeu Margaret Thatcher em 1979 com o slogan "Labor isn't working" (O trabalho não está funcionando, em referência aos trabalhistas).
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Falta de gestão do médico gera preço alto em hospital, dizem palestrantes
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Os altos custos dos hospitais particulares se devem à falta de visão gestora do médico e à fragmentação do sistema de saúde. Essa é a conclusão a que chegaram os palestrantes da sexta mesa do 3º Fórum a Saúde do Brasil, que aconteceu na manhã desta quarta (15)."O profissional não tem estímulo para fazer uma medicina que gerencia custos," disse Claudio Lottenberg, presidente do Hospital Albert Einstein, no seminário promovido pela Folha em parceria com Interfarma e Unimed. "O médico deixou de ser reconhecido como líder e não é remunerado por um serviço bem feito."Leia a reportagem
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Falta de gestão do médico gera preço alto em hospital, dizem palestrantesOs altos custos dos hospitais particulares se devem à falta de visão gestora do médico e à fragmentação do sistema de saúde. Essa é a conclusão a que chegaram os palestrantes da sexta mesa do 3º Fórum a Saúde do Brasil, que aconteceu na manhã desta quarta (15)."O profissional não tem estímulo para fazer uma medicina que gerencia custos," disse Claudio Lottenberg, presidente do Hospital Albert Einstein, no seminário promovido pela Folha em parceria com Interfarma e Unimed. "O médico deixou de ser reconhecido como líder e não é remunerado por um serviço bem feito."Leia a reportagem
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Nero na CBF
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Nenhum perfil de Marco Polo Del Nero, que hoje assume formalmente a presidência da Casa Bandida do Futebol, estaria completo sem a informação definidora de seu estilo: pôs detetive atrás da namorada. Importa pouco quantas namoradas teve ou terá. Importa saber a que ponto pode chegar. Espionará, ou espionou, ou espiona, também seus adversários? Conheci Nero quando ele advogava para Eduardo Farah, então presidente da FPF, nos anos 90. Ambos foram mal sucedidos em tentar que me retratasse do que havia escrito sobre o cartola. Achei-o subserviente e sem brilho. Hoje percebo que a subserviência era apenas método para apunhalar o chefe cuja maleta carregava no fórum em que nos encontramos. Farah dizia que reinava absoluto na federação porque seus dois vice-presidentes, Nero e Reinaldo Carneiro Bastos, viviam como gato e rato, embora sem se desgrudar, em permanente vigilância. Eles dividiam e Farah reinava, segundo o próprio, sabe-se lá se com razão ou não, porque há controvérsias sobre as relações de Nero, o novo imperador, e Carneiro, agora no comando da FPF. Posto que, ainda como Farah contava, deveria ter ocupado já em 2003, quando Nero os surpreendeu rompendo o acordo que o trio fizera para que o mais moço, e não o mais velho como diz o estatuto da FPF, assumisse o cargo. Na manhã do dia em que Farah anunciou sua renúncia, Nero avisou que sua família, num jantar na noite anterior, ao ser comunicada do acerto, não havia concordado em vê-lo passado para trás e exigira, sempre segundo o traído Farah, "que honrasse as calças". Dito e feito. O resto é sabido. Nero se aproximou de Ricardo Teixeira de quem Farah era desafeto e construiu a ponte para chegar ao trono, gozando das benesses generosamente concedidas pelos amigos de Teixeira, como mais uma formidável reportagem de Sérgio Rangel revela em detalhes. Aí, como diz o poeta, fez-se do amigo próximo, distante, e à medida que a distância aumentou, prevaleceu o provérbio lusitano: brigam as comadres, desdobrem-se as verdades. Nero assume a CBF com um gol contra semelhante à gota d'água que obrigou Teixeira a se escafeder do país: o perfil feito pela "Vejinha" que o deixou nu como o da revista "piauí" sobre o ex-presidente, devidamente enfraquecido pelas reportagens que valeram o Prêmio Esso aos seus autores desta Folha. O ex-genro de João Havelange, ao chegar ao topo, era um ilustre desconhecido, caído de paraquedas na capitania hereditária que infelicita nosso futebol. Nero, não. Tem uma extensa folha de desserviços prestados ao futebol paulista, um dos coveiros da rica história escrita pelos clubes do interior. Além da parceria com José Maria Marin, cujo resultado mais eloquente obteve no Mineirão, graças aos alemães. Se não bastasse, como Marin, Nero carrega o passado de extrema direita, membro do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) nos tempos de estudante durante a ditadura. 8 a 1!
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colunas
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Nero na CBFNenhum perfil de Marco Polo Del Nero, que hoje assume formalmente a presidência da Casa Bandida do Futebol, estaria completo sem a informação definidora de seu estilo: pôs detetive atrás da namorada. Importa pouco quantas namoradas teve ou terá. Importa saber a que ponto pode chegar. Espionará, ou espionou, ou espiona, também seus adversários? Conheci Nero quando ele advogava para Eduardo Farah, então presidente da FPF, nos anos 90. Ambos foram mal sucedidos em tentar que me retratasse do que havia escrito sobre o cartola. Achei-o subserviente e sem brilho. Hoje percebo que a subserviência era apenas método para apunhalar o chefe cuja maleta carregava no fórum em que nos encontramos. Farah dizia que reinava absoluto na federação porque seus dois vice-presidentes, Nero e Reinaldo Carneiro Bastos, viviam como gato e rato, embora sem se desgrudar, em permanente vigilância. Eles dividiam e Farah reinava, segundo o próprio, sabe-se lá se com razão ou não, porque há controvérsias sobre as relações de Nero, o novo imperador, e Carneiro, agora no comando da FPF. Posto que, ainda como Farah contava, deveria ter ocupado já em 2003, quando Nero os surpreendeu rompendo o acordo que o trio fizera para que o mais moço, e não o mais velho como diz o estatuto da FPF, assumisse o cargo. Na manhã do dia em que Farah anunciou sua renúncia, Nero avisou que sua família, num jantar na noite anterior, ao ser comunicada do acerto, não havia concordado em vê-lo passado para trás e exigira, sempre segundo o traído Farah, "que honrasse as calças". Dito e feito. O resto é sabido. Nero se aproximou de Ricardo Teixeira de quem Farah era desafeto e construiu a ponte para chegar ao trono, gozando das benesses generosamente concedidas pelos amigos de Teixeira, como mais uma formidável reportagem de Sérgio Rangel revela em detalhes. Aí, como diz o poeta, fez-se do amigo próximo, distante, e à medida que a distância aumentou, prevaleceu o provérbio lusitano: brigam as comadres, desdobrem-se as verdades. Nero assume a CBF com um gol contra semelhante à gota d'água que obrigou Teixeira a se escafeder do país: o perfil feito pela "Vejinha" que o deixou nu como o da revista "piauí" sobre o ex-presidente, devidamente enfraquecido pelas reportagens que valeram o Prêmio Esso aos seus autores desta Folha. O ex-genro de João Havelange, ao chegar ao topo, era um ilustre desconhecido, caído de paraquedas na capitania hereditária que infelicita nosso futebol. Nero, não. Tem uma extensa folha de desserviços prestados ao futebol paulista, um dos coveiros da rica história escrita pelos clubes do interior. Além da parceria com José Maria Marin, cujo resultado mais eloquente obteve no Mineirão, graças aos alemães. Se não bastasse, como Marin, Nero carrega o passado de extrema direita, membro do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) nos tempos de estudante durante a ditadura. 8 a 1!
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Sem dinheiro, prefeito 'contrata' carneiros para roçar mato alto
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O prefeito Oswaldo Alfredo Pinto (PMDB), de Irapuã, cidade com pouco mais de 7.200 habitantes no interior de São Paulo, encontrou um jeito mais econômico de roçar o mato que cresce nos terrenos públicos da cidade: "contratou" dez carneiros. Nesta época do ano, com o período mais chuvoso, o mato cresce mais rápido. E, no lugar da roçadeira, a prefeitura aproveitou o apetite dos carneiros. A população da pequena cidade, agora, convive com os animais passeando pelas ruas. Segundo a prefeitura, a cidade enfrenta problemas financeiros, com uma dívida de quase R$ 300 mil, e precisou apelar para os animais porque não pode contratar mais funcionários agora. "Eu nunca fiquei devendo e agora estou com este problema. Mas eu crio carneiros faz tempo, essa história é antiga. Com eles limpando eu não preciso usar roçadeira", disse o prefeito, que é padre e está no seu segundo mandato. Os animais já trabalharam nas praças da cidade e até em um posto de saúde, onde, segundo a prefeitura, três carneiros conseguiram, em uma semana, abaixar o matagal que estava na altura da janela do prédio. "Eu crio carneiros há 15 anos e tive a ideia de fazer isso. Arrematei todos eles nos leilões beneficentes que têm aqui e coloquei eles para comer o mato alto dos pastos", disse o prefeito. Segundo ele, um carneiro consegue fazer o trabalho de três homens. "É uma força de expressão falar isso, mas eles fazem direitinho mesmo". Alguns moradores acharam a medida curiosa. Outros questionam a falta de recursos da cidade e se dizem envergonhados. "Uma cidade com um Orçamento de R$ 22 milhões não tem dinheiro para fazer manutenções?", questionou um morador, que preferiu não se identificar.
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cotidiano
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Sem dinheiro, prefeito 'contrata' carneiros para roçar mato altoO prefeito Oswaldo Alfredo Pinto (PMDB), de Irapuã, cidade com pouco mais de 7.200 habitantes no interior de São Paulo, encontrou um jeito mais econômico de roçar o mato que cresce nos terrenos públicos da cidade: "contratou" dez carneiros. Nesta época do ano, com o período mais chuvoso, o mato cresce mais rápido. E, no lugar da roçadeira, a prefeitura aproveitou o apetite dos carneiros. A população da pequena cidade, agora, convive com os animais passeando pelas ruas. Segundo a prefeitura, a cidade enfrenta problemas financeiros, com uma dívida de quase R$ 300 mil, e precisou apelar para os animais porque não pode contratar mais funcionários agora. "Eu nunca fiquei devendo e agora estou com este problema. Mas eu crio carneiros faz tempo, essa história é antiga. Com eles limpando eu não preciso usar roçadeira", disse o prefeito, que é padre e está no seu segundo mandato. Os animais já trabalharam nas praças da cidade e até em um posto de saúde, onde, segundo a prefeitura, três carneiros conseguiram, em uma semana, abaixar o matagal que estava na altura da janela do prédio. "Eu crio carneiros há 15 anos e tive a ideia de fazer isso. Arrematei todos eles nos leilões beneficentes que têm aqui e coloquei eles para comer o mato alto dos pastos", disse o prefeito. Segundo ele, um carneiro consegue fazer o trabalho de três homens. "É uma força de expressão falar isso, mas eles fazem direitinho mesmo". Alguns moradores acharam a medida curiosa. Outros questionam a falta de recursos da cidade e se dizem envergonhados. "Uma cidade com um Orçamento de R$ 22 milhões não tem dinheiro para fazer manutenções?", questionou um morador, que preferiu não se identificar.
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Chikungunya e artrite
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Há uma década, poucos já tinham ouvido falar da chikungunya. Este patógeno tornou-se mais conhecido a partir do seu hospedeiro, que também carrega o vírus da zika, da febre amarela e da dengue. A chikungunya, entretanto, está longe de ser o primo pobre, a mais inofensiva dentre as doenças transmitidas pelo vetor Aedes aegypti. Inicialmente identificada em regiões tropicais da Ásia e África, hoje também pode ser encontrada no continente americano. Esse vírus causa febre, dor nas articulações e manchas na pele durante sua fase aguda. Os sintomas tendem a desaparecer em duas a três semanas. Essas manifestações clínicas são um grande diferencial da infecção por chikungunya em relação à dengue, que muitas vezes ocorre sem sintomas. Enquanto era pouco conhecida e estudada, a chikungunya tinha fama de ser inofensiva. Somente com a disseminação mundial desse vírus é que se descobriu que, em um número expressivo de pacientes, os sintomas persistiam por meses, quando não por anos, após a fase aguda. Nesses casos, os pacientes costumam ter recaídas e desenvolvem uma forma crônica de artrite que se assemelha àquelas de natureza autoimune, como é o caso da artrite reumatoide. Esse conhecimento fez com que a classe médica deixasse de enxergar a chikungunya como benigna. Despertou ainda a necessidade de desenvolvermos tratamentos para atender esses portadores de atrite. Hoje existem modelos experimentais de infecção pelo vírus da chikungunya que permitem observar as artrites características da forma crônica da doença. Esses modelos experimentais assemelham-se bastante às formas da doença no homem, tornando possível o isolamento do vírus e comprovando sua localização preferencial nas articulações, embora não de forma exclusiva. Em 2014, a cidade de Feira de Santana, localizado a 100 km de Salvador, registrou 1.400 casos de chikungunya. Em 2015, a doença teve mais de 4.000 registros, embora estimativas indiquem que esse número possa ser, de fato, três ou quatro vezes maior. No Brasil, já são 12 Estados com casos autóctones (contraídos no próprio local) de chikungunya, com mais de 20 mil notificações. A chikungunya costuma tornar-se uma doença crônica em um elevado percentual de doentes, com 50% a 60% dos casos persistindo com artrite durante meses. Na região de Feira de Santana, os pacientes queixam-se de dores intensas nos pés, nos tornozelos, nas mãos e nos punhos. Esses sintomas dificultam as atividades rotineiras, como dirigir um carro, digitar em um computador ou celular. Em conjunto, formam um forte indicativo da instalação da artrite pós-infecção aguda por chikungunya. O mecanismo de aparecimento e persistência da artrite em pacientes infectados não está bem determinado. Não sabemos ainda se a artrite crônica ocorre pela presença do vírus na articulação ou pela indução de uma resposta do sistema imune à presença do vírus. Estudos para ajudar a responder a essas dúvidas foram iniciados pelo centro de pesquisas clínicas do Hospital da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), em colaboração com pesquisadores internacionais. As informações que serão obtidas a partir dessas pesquisas podem trazer novos conhecimentos e recursos de tratamento para os portadores de artrite crônica, além de limitar o aparecimento da deficiência física associada à fase aguda da infecção por chikungunya. MORTON SCHEINBERG, doutor pela Universidade de Boston e professor livre-docente de imunologia da USP, é pesquisador em doenças do aparelho locomotor e clínico e reumatologista do Hospital Israelita Albert Einstein RIVALDO VENÂNCIO DA CUNHA é professor titular de ciências parasitárias da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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opiniao
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Chikungunya e artriteHá uma década, poucos já tinham ouvido falar da chikungunya. Este patógeno tornou-se mais conhecido a partir do seu hospedeiro, que também carrega o vírus da zika, da febre amarela e da dengue. A chikungunya, entretanto, está longe de ser o primo pobre, a mais inofensiva dentre as doenças transmitidas pelo vetor Aedes aegypti. Inicialmente identificada em regiões tropicais da Ásia e África, hoje também pode ser encontrada no continente americano. Esse vírus causa febre, dor nas articulações e manchas na pele durante sua fase aguda. Os sintomas tendem a desaparecer em duas a três semanas. Essas manifestações clínicas são um grande diferencial da infecção por chikungunya em relação à dengue, que muitas vezes ocorre sem sintomas. Enquanto era pouco conhecida e estudada, a chikungunya tinha fama de ser inofensiva. Somente com a disseminação mundial desse vírus é que se descobriu que, em um número expressivo de pacientes, os sintomas persistiam por meses, quando não por anos, após a fase aguda. Nesses casos, os pacientes costumam ter recaídas e desenvolvem uma forma crônica de artrite que se assemelha àquelas de natureza autoimune, como é o caso da artrite reumatoide. Esse conhecimento fez com que a classe médica deixasse de enxergar a chikungunya como benigna. Despertou ainda a necessidade de desenvolvermos tratamentos para atender esses portadores de atrite. Hoje existem modelos experimentais de infecção pelo vírus da chikungunya que permitem observar as artrites características da forma crônica da doença. Esses modelos experimentais assemelham-se bastante às formas da doença no homem, tornando possível o isolamento do vírus e comprovando sua localização preferencial nas articulações, embora não de forma exclusiva. Em 2014, a cidade de Feira de Santana, localizado a 100 km de Salvador, registrou 1.400 casos de chikungunya. Em 2015, a doença teve mais de 4.000 registros, embora estimativas indiquem que esse número possa ser, de fato, três ou quatro vezes maior. No Brasil, já são 12 Estados com casos autóctones (contraídos no próprio local) de chikungunya, com mais de 20 mil notificações. A chikungunya costuma tornar-se uma doença crônica em um elevado percentual de doentes, com 50% a 60% dos casos persistindo com artrite durante meses. Na região de Feira de Santana, os pacientes queixam-se de dores intensas nos pés, nos tornozelos, nas mãos e nos punhos. Esses sintomas dificultam as atividades rotineiras, como dirigir um carro, digitar em um computador ou celular. Em conjunto, formam um forte indicativo da instalação da artrite pós-infecção aguda por chikungunya. O mecanismo de aparecimento e persistência da artrite em pacientes infectados não está bem determinado. Não sabemos ainda se a artrite crônica ocorre pela presença do vírus na articulação ou pela indução de uma resposta do sistema imune à presença do vírus. Estudos para ajudar a responder a essas dúvidas foram iniciados pelo centro de pesquisas clínicas do Hospital da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), em colaboração com pesquisadores internacionais. As informações que serão obtidas a partir dessas pesquisas podem trazer novos conhecimentos e recursos de tratamento para os portadores de artrite crônica, além de limitar o aparecimento da deficiência física associada à fase aguda da infecção por chikungunya. MORTON SCHEINBERG, doutor pela Universidade de Boston e professor livre-docente de imunologia da USP, é pesquisador em doenças do aparelho locomotor e clínico e reumatologista do Hospital Israelita Albert Einstein RIVALDO VENÂNCIO DA CUNHA é professor titular de ciências parasitárias da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Empresas presididas por mulheres têm mais mulheres na diretoria, diz estudo
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Ter uma mulher no comando torna mais provável que uma empresa conte com mais mulheres no conselho e na diretoria, de acordo com uma nova pesquisa. A companhia de recrutamento executivo Spencer Stuart, que compila um relatório anual no qual revisa a governança das maiores empresas britânicas de capital aberto, constatou que há número significativamente maior de mulheres nos conselhos ou diretorias executivas de empresas nas quais uma mulher seja presidente-executiva ou presidente do conselho. A proporção de mulheres servindo nos conselhos das 150 maiores companhias britânicas de capital aberto chegou a 29,9%, ante 17,5% em 2011. Dos seis conselhos presididos por mulheres, em empresas como a Shire, Land Securities e St. James Place, pouco menos de 40% dos postos são detidos por mulheres. Em empresas nas quais mulheres ocupam o comando executivo, 35,4% dos postos de diretoria executiva são ocupados por mulheres. Em 2016, 30% dos postos de conselho nas empresas pesquisadas eram ocupados por mulheres, mas apenas 8% dos postos de diretoria executiva, Os dados sustentam a preocupação persistente de que a indicação de mais mulheres para conselhos não parece influenciar muito o desequilíbrio entre os sexos, no que tange aos postos executivos de primeiro escalão. Will Dawkins, que comanda a divisão de conselhos da Spencer Stuart, disse que os presidentes-executivos precisam estar "verdadeiramente engajados" quanto à questão. "As práticas de trabalho estão sendo transformadas, mas ainda resta muito a avançar", disse Dawkins. Na semana passada, a organização Women on Boards UK anunciou como meta que um terço dos conselhos das 350 maiores empresas britânicas de capital aberto sejam formados por mulheres até 2020, e uma meta de um terço dos postos de diretoria executiva de empresas que constam do índice FTSE 100, para o mesmo período. Em 2011, a Revisão Davies estabeleceu uma meta de 25% de participação feminina nos conselhos das empresas do FTSE 1000 até 2015. De acordo com a Spencer Stuart, 62 empresas haviam atingido essa meta, até 2016. ESTRANGEIROS As pesquisas da empresa também constataram que um terço dos membros de conselhos e diretores executivos das 150 maiores empresas de capital aberto do Reino Unido eram estrangeiros, ante 27% em 2006. Três quartos dos conselhos contam com pelo menos um integrante estrangeiro, e o mesmo se aplica a 43% das diretorias executivas. "Isso reflete o fato de que a maioria das empresas no topo do FTSE tem presença verdadeiramente mundial, e os conselhos há muito compreendem a importância de ter membros com conhecimento e experiência em mercados estratégicos", afirma o relatório de pesquisa. Um quarto dos presidentes-executivos nesse grupo de empresas são estrangeiros, e o mesmo se aplica a 17% dos presidentes de conselho. Quinze empresas têm estrangeiros tanto como presidente-executivo quanto como presidente de conselho. Dawkins disse que era improvável que a saída britânica da União Europeia reduzisse o escopo internacional das 150 maiores empresas britânicas de capital aberto, e com ele a necessidade de especialistas estrangeiros como parte das diretorias e conselhos nacionais. Apenas 23 dos diretores e conselheiros das 150 empresas pesquisadas são negros, asiáticos ou representantes de outras minorias étnicas, o que responde por 1,6% do total de diretores e conselheiros. Outros 50 diretores e conselheiros são membros de minorias étnicas mas não cidadãos britânicos. A questão de uma representação étnica mais ampla passou a receber maior atenção com a publicação do relatório de Sir John Parker sobre diversidade nos conselhos, este mês. Apenas nove negros detém postos de presidência executiva ou do conselho entre as empresas do FTSE 100, e mais de metade delas não contam com nenhum diretor ou conselheiro minoritário. O fim dos Jogos Vorazes: candidatos excessivamente competitivos serão rejeitados Dois dos principais líderes empresariais britânicos disseram que comportamento do tipo "Jogos Vorazes" não deve ser tolerado da parte dos aspirantes a postos de presidência executiva. Philip Hampton, presidente da companhia farmacêutica GSK, disse que os filmes distópicos da série "Jogos Vorazes", voltados ao público adolescente —nos quais participantes matam os adversários derrotados em competições—, se tornaram um modelo infeliz para o planejamento de sucessões no comando de empresas. Mas bons conselhos não deveriam tolerar "mau comportamento" da parte de candidatos à sucessão, disse Hampton. Enquanto isso, David Roberts, presidente do conselho da sociedade de crédito imobiliário Nationwide, disse que "uma parte essencial [do processo de sucessão] é a compreensão muito clara, da parte de todos o envolvidos, de que qualquer forma de comportamento destrutivo ou excessivamente competitivo será garantia de desqualificação". Os comentários deles surgiram como parte de um debate sobre como planejar para o caso de demissões inesperadas nos altos escalões executivos. A troca de opiniões online, organizada pela FT City Network, estava relacionada à incerteza surgida recentemente quanto à permanência de Mark Carney como presidente do Banco da Inglaterra. Diversos líderes empresariais afirmaram que o planejamento de sucessões deveria ser levado mais a sério, e alguns afirmaram que o risco de comportamento agressivo e competitivo da parte dos candidatos a uma promoção poderia valer a pena. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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mercado
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Empresas presididas por mulheres têm mais mulheres na diretoria, diz estudoTer uma mulher no comando torna mais provável que uma empresa conte com mais mulheres no conselho e na diretoria, de acordo com uma nova pesquisa. A companhia de recrutamento executivo Spencer Stuart, que compila um relatório anual no qual revisa a governança das maiores empresas britânicas de capital aberto, constatou que há número significativamente maior de mulheres nos conselhos ou diretorias executivas de empresas nas quais uma mulher seja presidente-executiva ou presidente do conselho. A proporção de mulheres servindo nos conselhos das 150 maiores companhias britânicas de capital aberto chegou a 29,9%, ante 17,5% em 2011. Dos seis conselhos presididos por mulheres, em empresas como a Shire, Land Securities e St. James Place, pouco menos de 40% dos postos são detidos por mulheres. Em empresas nas quais mulheres ocupam o comando executivo, 35,4% dos postos de diretoria executiva são ocupados por mulheres. Em 2016, 30% dos postos de conselho nas empresas pesquisadas eram ocupados por mulheres, mas apenas 8% dos postos de diretoria executiva, Os dados sustentam a preocupação persistente de que a indicação de mais mulheres para conselhos não parece influenciar muito o desequilíbrio entre os sexos, no que tange aos postos executivos de primeiro escalão. Will Dawkins, que comanda a divisão de conselhos da Spencer Stuart, disse que os presidentes-executivos precisam estar "verdadeiramente engajados" quanto à questão. "As práticas de trabalho estão sendo transformadas, mas ainda resta muito a avançar", disse Dawkins. Na semana passada, a organização Women on Boards UK anunciou como meta que um terço dos conselhos das 350 maiores empresas britânicas de capital aberto sejam formados por mulheres até 2020, e uma meta de um terço dos postos de diretoria executiva de empresas que constam do índice FTSE 100, para o mesmo período. Em 2011, a Revisão Davies estabeleceu uma meta de 25% de participação feminina nos conselhos das empresas do FTSE 1000 até 2015. De acordo com a Spencer Stuart, 62 empresas haviam atingido essa meta, até 2016. ESTRANGEIROS As pesquisas da empresa também constataram que um terço dos membros de conselhos e diretores executivos das 150 maiores empresas de capital aberto do Reino Unido eram estrangeiros, ante 27% em 2006. Três quartos dos conselhos contam com pelo menos um integrante estrangeiro, e o mesmo se aplica a 43% das diretorias executivas. "Isso reflete o fato de que a maioria das empresas no topo do FTSE tem presença verdadeiramente mundial, e os conselhos há muito compreendem a importância de ter membros com conhecimento e experiência em mercados estratégicos", afirma o relatório de pesquisa. Um quarto dos presidentes-executivos nesse grupo de empresas são estrangeiros, e o mesmo se aplica a 17% dos presidentes de conselho. Quinze empresas têm estrangeiros tanto como presidente-executivo quanto como presidente de conselho. Dawkins disse que era improvável que a saída britânica da União Europeia reduzisse o escopo internacional das 150 maiores empresas britânicas de capital aberto, e com ele a necessidade de especialistas estrangeiros como parte das diretorias e conselhos nacionais. Apenas 23 dos diretores e conselheiros das 150 empresas pesquisadas são negros, asiáticos ou representantes de outras minorias étnicas, o que responde por 1,6% do total de diretores e conselheiros. Outros 50 diretores e conselheiros são membros de minorias étnicas mas não cidadãos britânicos. A questão de uma representação étnica mais ampla passou a receber maior atenção com a publicação do relatório de Sir John Parker sobre diversidade nos conselhos, este mês. Apenas nove negros detém postos de presidência executiva ou do conselho entre as empresas do FTSE 100, e mais de metade delas não contam com nenhum diretor ou conselheiro minoritário. O fim dos Jogos Vorazes: candidatos excessivamente competitivos serão rejeitados Dois dos principais líderes empresariais britânicos disseram que comportamento do tipo "Jogos Vorazes" não deve ser tolerado da parte dos aspirantes a postos de presidência executiva. Philip Hampton, presidente da companhia farmacêutica GSK, disse que os filmes distópicos da série "Jogos Vorazes", voltados ao público adolescente —nos quais participantes matam os adversários derrotados em competições—, se tornaram um modelo infeliz para o planejamento de sucessões no comando de empresas. Mas bons conselhos não deveriam tolerar "mau comportamento" da parte de candidatos à sucessão, disse Hampton. Enquanto isso, David Roberts, presidente do conselho da sociedade de crédito imobiliário Nationwide, disse que "uma parte essencial [do processo de sucessão] é a compreensão muito clara, da parte de todos o envolvidos, de que qualquer forma de comportamento destrutivo ou excessivamente competitivo será garantia de desqualificação". Os comentários deles surgiram como parte de um debate sobre como planejar para o caso de demissões inesperadas nos altos escalões executivos. A troca de opiniões online, organizada pela FT City Network, estava relacionada à incerteza surgida recentemente quanto à permanência de Mark Carney como presidente do Banco da Inglaterra. Diversos líderes empresariais afirmaram que o planejamento de sucessões deveria ser levado mais a sério, e alguns afirmaram que o risco de comportamento agressivo e competitivo da parte dos candidatos a uma promoção poderia valer a pena. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Eppur si muove
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O cinismo, a corrupção, o escárnio e as iniquidades não subjugarão a lei: "o crime não vencerá a Justiça". Esse o resumo do voto proferido pela ministra Cármen Lúcia, da bancada do Supremo, por ocasião da prisão do senador Delcídio do Amaral. Já o senador Jader Barbalho, do outro lado da Praça dos Três Poderes, bradou que ceder ao voto aberto seria passar um "atestado de minoridade política" aos membros do parlamento, pois a publicidade lhes restringiria a independência! Como se uma vez conferido o mandato ao parlamentar esse lhe pertencesse, como coisa privada, para seu proveito. Não devendo, portanto, satisfação a ninguém. Nem mesmo aos cidadãos. Esses discursos retoricamente carregados constituem uma representação viva de um confronto cada vez mais agudo entre duas concepções concorrentes em torno da natureza das instituições políticas brasileiras. De um lado, persiste uma visão patrimonialista, que entende as instituições como uma esfera de poder, dotada de vastos recursos, a ser capturada e ordenhada em benefício dos governantes de ocasião e daqueles que os apoiaram no processo de competição política. De outro lado, se fortalece uma perspectiva mais republicana, que toma as instituições como uma construção voltada a solucionar os principais problemas de coordenação de interesses conflitantes dentro de uma sociedade pluralista. Para essa concepção, as instituições não devem apenas ser inclusivas, para responder aos interesses dos diversos setores da sociedade, mas também imparciais e rigorosas no respeito e na aplicação da lei. Esse confronto não é novo, e por mais que tenha cores partidárias aparentes, é mais profundo. Por muito tempo, no entanto, a vitória de uma visão patrimonialista das instituições brasileiras não sofreu sérios desafios. Antes o contrário. Foi fortalecida pelo atendimento dos interesses corporativistas, dentro e fora do Estado. Esse patrimonialismo institucional também contribuiu, em muito, para fomentar um capitalismo preguiçoso e pouco competitivo, cultivado à base de privilégios, exonerações fiscais, juros subsidiados ou simplesmente contratos fraudulentos. Não é por outro motivo que nos tornamos uma das sociedades mais desiguais do planeta. Nossas instituições foram projetadas para isso. Também não é por acidente da natureza que as leis aqui sempre foram mais dóceis com as elites e mais arbitrárias com os mais pobres. O que parece novo, no entanto, é que a visão republicana, tal como enfatizada pela ministra Cármen Lúcia, vem angariando adeptos dentro das instituições de aplicação da lei. Embora seja chocante testemunhar um diálogo como o do senador Delcídio do Amaral, com suas insinuações que atentam contra a integridade do Estado de Direito, bem como seja desalentador tomar conhecimento dos canais que irrigam com recursos públicos as burras de empresários, até ontem tão distintos, é extremamente encorajador verificar a consistência com que certos setores das instituições de aplicação da lei têm enfrentado bem a tempestade. Com a trapalhada do senador Delcídio, o Supremo foi obrigado a entrar de forma mais contundente na disputa sobre a natureza que queremos conferir às nossas instituições. Mesmo para os mais céticos é necessário, "entretanto", como diria Galileu, aceitar que os corpos estão se "movendo".
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colunas
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Eppur si muoveO cinismo, a corrupção, o escárnio e as iniquidades não subjugarão a lei: "o crime não vencerá a Justiça". Esse o resumo do voto proferido pela ministra Cármen Lúcia, da bancada do Supremo, por ocasião da prisão do senador Delcídio do Amaral. Já o senador Jader Barbalho, do outro lado da Praça dos Três Poderes, bradou que ceder ao voto aberto seria passar um "atestado de minoridade política" aos membros do parlamento, pois a publicidade lhes restringiria a independência! Como se uma vez conferido o mandato ao parlamentar esse lhe pertencesse, como coisa privada, para seu proveito. Não devendo, portanto, satisfação a ninguém. Nem mesmo aos cidadãos. Esses discursos retoricamente carregados constituem uma representação viva de um confronto cada vez mais agudo entre duas concepções concorrentes em torno da natureza das instituições políticas brasileiras. De um lado, persiste uma visão patrimonialista, que entende as instituições como uma esfera de poder, dotada de vastos recursos, a ser capturada e ordenhada em benefício dos governantes de ocasião e daqueles que os apoiaram no processo de competição política. De outro lado, se fortalece uma perspectiva mais republicana, que toma as instituições como uma construção voltada a solucionar os principais problemas de coordenação de interesses conflitantes dentro de uma sociedade pluralista. Para essa concepção, as instituições não devem apenas ser inclusivas, para responder aos interesses dos diversos setores da sociedade, mas também imparciais e rigorosas no respeito e na aplicação da lei. Esse confronto não é novo, e por mais que tenha cores partidárias aparentes, é mais profundo. Por muito tempo, no entanto, a vitória de uma visão patrimonialista das instituições brasileiras não sofreu sérios desafios. Antes o contrário. Foi fortalecida pelo atendimento dos interesses corporativistas, dentro e fora do Estado. Esse patrimonialismo institucional também contribuiu, em muito, para fomentar um capitalismo preguiçoso e pouco competitivo, cultivado à base de privilégios, exonerações fiscais, juros subsidiados ou simplesmente contratos fraudulentos. Não é por outro motivo que nos tornamos uma das sociedades mais desiguais do planeta. Nossas instituições foram projetadas para isso. Também não é por acidente da natureza que as leis aqui sempre foram mais dóceis com as elites e mais arbitrárias com os mais pobres. O que parece novo, no entanto, é que a visão republicana, tal como enfatizada pela ministra Cármen Lúcia, vem angariando adeptos dentro das instituições de aplicação da lei. Embora seja chocante testemunhar um diálogo como o do senador Delcídio do Amaral, com suas insinuações que atentam contra a integridade do Estado de Direito, bem como seja desalentador tomar conhecimento dos canais que irrigam com recursos públicos as burras de empresários, até ontem tão distintos, é extremamente encorajador verificar a consistência com que certos setores das instituições de aplicação da lei têm enfrentado bem a tempestade. Com a trapalhada do senador Delcídio, o Supremo foi obrigado a entrar de forma mais contundente na disputa sobre a natureza que queremos conferir às nossas instituições. Mesmo para os mais céticos é necessário, "entretanto", como diria Galileu, aceitar que os corpos estão se "movendo".
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Por um Mundial seguro
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A ameaça de algumas equipes de boicotar o GP da Austrália não se concretizou por algumas razões. A mais importante delas, porque nunca existiu. A "notícia" foi veiculada por uma revista esportiva alemã que costuma carregar nas tintas e, na era da internet, reproduzida mundo afora sem nenhuma checagem. O suposto motivo seria uma suposta revolta das equipes com a real falta de informações da FIA sobre o real acidente de Alonso. Meias-verdades, muitas vezes, são suficientes para vender –até porque podem ser mais atraentes do que verdades inteiras. O fato de a cascata ter sido "comprada" por tanta gente, porém, merece pensata: sua origem se deve ao ambiente deste início de temporada. Na semana passada, o estúpido acidente de Bianchi fez cinco meses. O francês segue em coma. Em entrevista à "Gazzetta dello Sport", seu pai disse que os médicos lhe dão poucas indicações e que "pode ser que ele acorde, pode ser que não". A FIA prometeu muito e fez pouco. Perdoem-me os que creem no poder sobrenatural das hashtags, mas pintar #forçajules em carros e capacetes não vai prevenir casos parecidos. Antes tivesse ficado só nisso. A ausência mais comentada é outra. A F-1 tirou Alonso de circulação. Vento forte continua sendo a versão oficial da McLaren. Metade do paddock acredita, metade duvida. E a FIA? Nada. Somem um caso e outro, e o resultado é um ambiente... esquisito. Houve tempos em que isso era normal na F-1. Mortes em acidentes aconteciam com frequência, o medo estava sempre à espreita. Veio então um período de relativa tranquilidade, encerrado em Imola-94. A F-1 voltou a ter horror de si própria. Seguiu-se novo período sem sustos, até que episódios externos marcaram o GP da Itália de 2001. Foi o grid mais soturno em que já pisei. Cinco dias antes, aviões derrubaram as Torres Gêmeas. Na véspera, Zanardi se arrebentou no muro de Lausitzring correndo pela Indy. Lembro de Schumacher caminhando até o fundo do grid e conversando com os pilotos, pedindo uma largada sem exageros. Tudo o que a F-1 não precisava naquele momento era produzir uma nova tragédia. É esta a sensação agora. Que seja um Mundial competitivo, bonito, emocionante. Mas, antes de tudo, que seja seguro. A FIA precisa fazer sua parte. E mostrar que está fazendo. SAUBER Ciente do risco que corro de que tudo tenha mudado até este jornal chegar às suas mãos, sou capaz de apostar que Ecclestone bancará a escolha de Sauber por Nasr e Ericsson. O inglês não gosta quando poderes externos se intrometem na sua F-1. Mas, nos bastidores, a equipe suíça levará uma descompostura de perder o rumo. Porque outra coisa que ele detesta é palavra desonrada.
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Por um Mundial seguroA ameaça de algumas equipes de boicotar o GP da Austrália não se concretizou por algumas razões. A mais importante delas, porque nunca existiu. A "notícia" foi veiculada por uma revista esportiva alemã que costuma carregar nas tintas e, na era da internet, reproduzida mundo afora sem nenhuma checagem. O suposto motivo seria uma suposta revolta das equipes com a real falta de informações da FIA sobre o real acidente de Alonso. Meias-verdades, muitas vezes, são suficientes para vender –até porque podem ser mais atraentes do que verdades inteiras. O fato de a cascata ter sido "comprada" por tanta gente, porém, merece pensata: sua origem se deve ao ambiente deste início de temporada. Na semana passada, o estúpido acidente de Bianchi fez cinco meses. O francês segue em coma. Em entrevista à "Gazzetta dello Sport", seu pai disse que os médicos lhe dão poucas indicações e que "pode ser que ele acorde, pode ser que não". A FIA prometeu muito e fez pouco. Perdoem-me os que creem no poder sobrenatural das hashtags, mas pintar #forçajules em carros e capacetes não vai prevenir casos parecidos. Antes tivesse ficado só nisso. A ausência mais comentada é outra. A F-1 tirou Alonso de circulação. Vento forte continua sendo a versão oficial da McLaren. Metade do paddock acredita, metade duvida. E a FIA? Nada. Somem um caso e outro, e o resultado é um ambiente... esquisito. Houve tempos em que isso era normal na F-1. Mortes em acidentes aconteciam com frequência, o medo estava sempre à espreita. Veio então um período de relativa tranquilidade, encerrado em Imola-94. A F-1 voltou a ter horror de si própria. Seguiu-se novo período sem sustos, até que episódios externos marcaram o GP da Itália de 2001. Foi o grid mais soturno em que já pisei. Cinco dias antes, aviões derrubaram as Torres Gêmeas. Na véspera, Zanardi se arrebentou no muro de Lausitzring correndo pela Indy. Lembro de Schumacher caminhando até o fundo do grid e conversando com os pilotos, pedindo uma largada sem exageros. Tudo o que a F-1 não precisava naquele momento era produzir uma nova tragédia. É esta a sensação agora. Que seja um Mundial competitivo, bonito, emocionante. Mas, antes de tudo, que seja seguro. A FIA precisa fazer sua parte. E mostrar que está fazendo. SAUBER Ciente do risco que corro de que tudo tenha mudado até este jornal chegar às suas mãos, sou capaz de apostar que Ecclestone bancará a escolha de Sauber por Nasr e Ericsson. O inglês não gosta quando poderes externos se intrometem na sua F-1. Mas, nos bastidores, a equipe suíça levará uma descompostura de perder o rumo. Porque outra coisa que ele detesta é palavra desonrada.
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Pedreiros e cia. rebatem críticas e contestam a pecha de 'enrolados'
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GABRIELA TERENZI DE SÃO PAULO Quem nunca teve problemas durante uma reforma que atire o primeiro tijolo. Mesmo que pequeno, há sempre um perrengue quando o assunto é prestação de serviço. Trabalhos malfeitos, cobranças abusivas e obras incompletas foram as queixas mais comuns relacionadas a serviços de construção –pedreiros, eletricistas, pintores, encanadores, empreiteiros etc– registradas no Procon-SP nos últimos dois anos. É possível contornar esse tipo de situação? A seguir, profissionais respondem às questões que mais intrigam os seus clientes. * Por que essa turma da mão de obra falta tanto? "Nunca falto. No máximo, duas vezes num mês", afirma o pintor Gilmar dos Santos, 35. "Porém, tenho colegas que, por qualquer coisa, deixam de ir. Tive um que a gente buscava em casa e, mesmo assim, tinha dia em que ele não aparecia." Apesar de reconhecer que o problema existe, é difícil um prestador de serviços admitir ser ele próprio um gazeteiro. O fato de essa mão de obra pegar várias obras ao mesmo tempo é um dos motivos para as ausências. O empreiteiro José Carlos Alves, 45, por exemplo, toca hoje três reformas. Quando uma está para acabar, já vai agendando novos clientes. Ele justifica: "Não é que a gente prefira pegar vários serviços ao mesmo tempo. É que com só uma obra você não sobrevive". O trabalho pesado é outra hipótese para as faltas. "Muita gente não aguenta. Esses meninos paulistas, então, não querem saber de nada. Por isso, 90% de São Paulo foi feita por nordestinos", brinca o piauiense Antônio Clarindo (o último à dir.), 44, que faz serviços gerais com o paulistano Rodrigo Ramos, 24. "Não é o caso dele, porque é filho de nordestino", acrescenta Antônio rapidamente. JC Alves Empreiteira, tel.: (11) 99270-4872 * O que explica os casos em que o funcionário recebe o dinheiro, começa o trabalho, mas, a certa altura, desaparece? "As pessoas desistem quando pegam serviço por um valor que não cobre os custos do serviço. Quando percebem que o dinheiro vai acabar e a obra não está pronta, deixam como está", explica José Alves, 44, empreiteiro há 20 anos e que diz nunca ter largado uma obra. Para ele, que vive no Jd. Boa Vista (zona oeste), o problema é fruto da má-formação da mão de obra que está no mercado. Há também casos de má-fé, quando o funcionário recebe pagamento adiantado e não volta. Para evitá-los, José recomenda aos clientes que deixem uma parcela a ser paga na entrega do serviço. Ele ressalta, porém, que muitas obras ficam inacabadas por falta de pagamento dos clientes -ele calcula lidar com inadimplência em metade das obras. "Nesta crise, está pior. A gente tem que escolher com quem trabalhar. Se há um estranhamento no começo, não faço o serviço. Dou um orçamento bem acima do estimado para que aquela pessoa não me contrate." José Alves, tel. (11) 95241-7607 * A qualidade técnica dos serviços tem caído? "Hoje, mão de obra dá muita dor de cabeça, e a execução do serviço não é perfeita", critica Astrogildo Alves, 65. Dono de uma empreiteira que chegou a empregar 95 funcionários, ele está há 49 anos no ramo. "Quando eu era criança, o mestre de obras, era um cara que conhecia tudo. A maioria era italiano ou espanhol e muito rígido. Hoje, não tem quem restaure prédios antigos lindos feitos por eles. Todo mundo quer ser 'gatinho', trabalhar por conta própria. E tem clientes que pegam qualquer um para os serviços." Empreiteira Alves Empal, tel. (11) 4201-1042 * Quem mexe com reformas costuma pegar várias obras ao mesmo tempo. Como vocês conciliam os trabalhos? "O cara pega uma obra aqui e outra ali. Se um proprietário pressiona, ele vai para a dele, deixando o outro serviço mais de lado", exemplifica Marcos Silvestre, 43, empreiteiro que atua em Guarulhos. "Se o dono é bonzinho, não parecer ter pressa, o cara toca a obra devagarzinho." A "puxação" de orelha parece ser ainda o método mais eficaz para apressar a obra, mais do que o valor do serviço, garante Marcos. M.J.S, tel. (11) 98321-3607 * Por que o orçamento sempre aumenta no final? "Obra tem muito imprevisto, principalmente em imóveis antigos. Quando negociei a reforma da casa do Gilberto, na Vila Romana, por exemplo, achei que a tubulação seria de ferro e precisaria ser trocada para PVC. Porém, poderia ser de cobre, em que eu confio. É lógico que, vendo coberto, não dá pra garantir. Só quando abrir a parede vou ter certeza", explica Eronizio da Costa, 59, com experiência que vai de canalização de rio no interior a reformas de mansão no Morumbi. "E tem os adicionais. Se me pedem uma porta e o orçamento foi feito sem ela, a pessoa não pode dizer: 'Negociei um valor, agora é outro'. Lógico! Tem requadração, nivelamento, aprumo." Costa, tel. (11) 98265-4957 * O que faz com que o prazo previsto seja esticado? "São os imprevistos", resume José Carlos Flório, 55, que trabalha como marido de aluguel há quatro anos. "Um portão que peguei para fazer, por exemplo, estimei o prazo em cinco dias. Só que a chuva atrapalhou. Depois, a tinta nova começou a descascar porque a antiga não era boa. Tive que arrancar tudo, fazer tratamento de zarcão e nova pintura. Também sugeri à dona o polimento das pontas de lança. Isso esticou o prazo. Eu fazia um pouco, atendia outros serviços, intercalava." "Mas se você ver esse portão Passei por lá hoje e pensei: 'Como tá bonito!'", orgulha-se José Carlos. JC Serviços Gerais, tel. (11) 98022-9377
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saopaulo
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Pedreiros e cia. rebatem críticas e contestam a pecha de 'enrolados'GABRIELA TERENZI DE SÃO PAULO Quem nunca teve problemas durante uma reforma que atire o primeiro tijolo. Mesmo que pequeno, há sempre um perrengue quando o assunto é prestação de serviço. Trabalhos malfeitos, cobranças abusivas e obras incompletas foram as queixas mais comuns relacionadas a serviços de construção –pedreiros, eletricistas, pintores, encanadores, empreiteiros etc– registradas no Procon-SP nos últimos dois anos. É possível contornar esse tipo de situação? A seguir, profissionais respondem às questões que mais intrigam os seus clientes. * Por que essa turma da mão de obra falta tanto? "Nunca falto. No máximo, duas vezes num mês", afirma o pintor Gilmar dos Santos, 35. "Porém, tenho colegas que, por qualquer coisa, deixam de ir. Tive um que a gente buscava em casa e, mesmo assim, tinha dia em que ele não aparecia." Apesar de reconhecer que o problema existe, é difícil um prestador de serviços admitir ser ele próprio um gazeteiro. O fato de essa mão de obra pegar várias obras ao mesmo tempo é um dos motivos para as ausências. O empreiteiro José Carlos Alves, 45, por exemplo, toca hoje três reformas. Quando uma está para acabar, já vai agendando novos clientes. Ele justifica: "Não é que a gente prefira pegar vários serviços ao mesmo tempo. É que com só uma obra você não sobrevive". O trabalho pesado é outra hipótese para as faltas. "Muita gente não aguenta. Esses meninos paulistas, então, não querem saber de nada. Por isso, 90% de São Paulo foi feita por nordestinos", brinca o piauiense Antônio Clarindo (o último à dir.), 44, que faz serviços gerais com o paulistano Rodrigo Ramos, 24. "Não é o caso dele, porque é filho de nordestino", acrescenta Antônio rapidamente. JC Alves Empreiteira, tel.: (11) 99270-4872 * O que explica os casos em que o funcionário recebe o dinheiro, começa o trabalho, mas, a certa altura, desaparece? "As pessoas desistem quando pegam serviço por um valor que não cobre os custos do serviço. Quando percebem que o dinheiro vai acabar e a obra não está pronta, deixam como está", explica José Alves, 44, empreiteiro há 20 anos e que diz nunca ter largado uma obra. Para ele, que vive no Jd. Boa Vista (zona oeste), o problema é fruto da má-formação da mão de obra que está no mercado. Há também casos de má-fé, quando o funcionário recebe pagamento adiantado e não volta. Para evitá-los, José recomenda aos clientes que deixem uma parcela a ser paga na entrega do serviço. Ele ressalta, porém, que muitas obras ficam inacabadas por falta de pagamento dos clientes -ele calcula lidar com inadimplência em metade das obras. "Nesta crise, está pior. A gente tem que escolher com quem trabalhar. Se há um estranhamento no começo, não faço o serviço. Dou um orçamento bem acima do estimado para que aquela pessoa não me contrate." José Alves, tel. (11) 95241-7607 * A qualidade técnica dos serviços tem caído? "Hoje, mão de obra dá muita dor de cabeça, e a execução do serviço não é perfeita", critica Astrogildo Alves, 65. Dono de uma empreiteira que chegou a empregar 95 funcionários, ele está há 49 anos no ramo. "Quando eu era criança, o mestre de obras, era um cara que conhecia tudo. A maioria era italiano ou espanhol e muito rígido. Hoje, não tem quem restaure prédios antigos lindos feitos por eles. Todo mundo quer ser 'gatinho', trabalhar por conta própria. E tem clientes que pegam qualquer um para os serviços." Empreiteira Alves Empal, tel. (11) 4201-1042 * Quem mexe com reformas costuma pegar várias obras ao mesmo tempo. Como vocês conciliam os trabalhos? "O cara pega uma obra aqui e outra ali. Se um proprietário pressiona, ele vai para a dele, deixando o outro serviço mais de lado", exemplifica Marcos Silvestre, 43, empreiteiro que atua em Guarulhos. "Se o dono é bonzinho, não parecer ter pressa, o cara toca a obra devagarzinho." A "puxação" de orelha parece ser ainda o método mais eficaz para apressar a obra, mais do que o valor do serviço, garante Marcos. M.J.S, tel. (11) 98321-3607 * Por que o orçamento sempre aumenta no final? "Obra tem muito imprevisto, principalmente em imóveis antigos. Quando negociei a reforma da casa do Gilberto, na Vila Romana, por exemplo, achei que a tubulação seria de ferro e precisaria ser trocada para PVC. Porém, poderia ser de cobre, em que eu confio. É lógico que, vendo coberto, não dá pra garantir. Só quando abrir a parede vou ter certeza", explica Eronizio da Costa, 59, com experiência que vai de canalização de rio no interior a reformas de mansão no Morumbi. "E tem os adicionais. Se me pedem uma porta e o orçamento foi feito sem ela, a pessoa não pode dizer: 'Negociei um valor, agora é outro'. Lógico! Tem requadração, nivelamento, aprumo." Costa, tel. (11) 98265-4957 * O que faz com que o prazo previsto seja esticado? "São os imprevistos", resume José Carlos Flório, 55, que trabalha como marido de aluguel há quatro anos. "Um portão que peguei para fazer, por exemplo, estimei o prazo em cinco dias. Só que a chuva atrapalhou. Depois, a tinta nova começou a descascar porque a antiga não era boa. Tive que arrancar tudo, fazer tratamento de zarcão e nova pintura. Também sugeri à dona o polimento das pontas de lança. Isso esticou o prazo. Eu fazia um pouco, atendia outros serviços, intercalava." "Mas se você ver esse portão Passei por lá hoje e pensei: 'Como tá bonito!'", orgulha-se José Carlos. JC Serviços Gerais, tel. (11) 98022-9377
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O roubo foi maior, presidente
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BRASÍLIA - O inquérito do "quadrilhão" do PMDB implode o discurso de que Michel Temer seria vítima de perseguição da Procuradoria. Agora é a Polícia Federal, e não mais o Ministério Público, quem sustenta que o presidente está no topo de uma organização criminosa. O relatório da PF faz um raio-x na atuação do chamado PMDB da Câmara. São quase 500 páginas de uma longa crônica de assaltos aos cofres públicos. O documento descreve falcatruas milionárias na Petrobras, na Caixa Econômica, em Furnas, no Ministério da Agricultura, na Secretaria de Aviação Civil e no Congresso. De acordo com a investigação, o esquema operava em diversas modalidades: do pedágio em obras à venda de medidas provisórias, da fraude em licitações à cobrança de propina para liberar empréstimos. Sua aposta mais lucrativa foi a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara, em 2015. Com um investimento de R$ 30 milhões, repassados pela JBS, o grupo teria subornado dezenas de parlamentares para conquistar a cadeira. Nela, ampliou o poder de chantagem e multiplicou o faturamento dos negócios. A PF afirma que o "quadrilhão" reunia seis amigos de longa data. A Lava Jato já prendeu metade do time: Cunha, Henrique Alves e Geddel Vieira Lima, o homem de R$ 51 milhões. Os outros três estão no Palácio do Planalto: Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, todos protegidos pelo foro privilegiado. Nesta terça, o presidente ensaiou fazer um pronunciamento para rebater as conclusões do relatório. Assessores conseguiram demovê-lo da ideia. Sem a opção de atacar Janot, ele teria que criar outra teoria conspiratória envolvendo a Polícia Federal, que é subordinada a seu governo. Por fim, Temer divulgou uma nota em que protesta contra "toda forma de injustiça", chama os delatores de "bandidos" e afirma que "facínoras roubam do país a verdade". Se o roubo se limitasse a isso, o país ainda estaria no lucro.
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O roubo foi maior, presidenteBRASÍLIA - O inquérito do "quadrilhão" do PMDB implode o discurso de que Michel Temer seria vítima de perseguição da Procuradoria. Agora é a Polícia Federal, e não mais o Ministério Público, quem sustenta que o presidente está no topo de uma organização criminosa. O relatório da PF faz um raio-x na atuação do chamado PMDB da Câmara. São quase 500 páginas de uma longa crônica de assaltos aos cofres públicos. O documento descreve falcatruas milionárias na Petrobras, na Caixa Econômica, em Furnas, no Ministério da Agricultura, na Secretaria de Aviação Civil e no Congresso. De acordo com a investigação, o esquema operava em diversas modalidades: do pedágio em obras à venda de medidas provisórias, da fraude em licitações à cobrança de propina para liberar empréstimos. Sua aposta mais lucrativa foi a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara, em 2015. Com um investimento de R$ 30 milhões, repassados pela JBS, o grupo teria subornado dezenas de parlamentares para conquistar a cadeira. Nela, ampliou o poder de chantagem e multiplicou o faturamento dos negócios. A PF afirma que o "quadrilhão" reunia seis amigos de longa data. A Lava Jato já prendeu metade do time: Cunha, Henrique Alves e Geddel Vieira Lima, o homem de R$ 51 milhões. Os outros três estão no Palácio do Planalto: Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, todos protegidos pelo foro privilegiado. Nesta terça, o presidente ensaiou fazer um pronunciamento para rebater as conclusões do relatório. Assessores conseguiram demovê-lo da ideia. Sem a opção de atacar Janot, ele teria que criar outra teoria conspiratória envolvendo a Polícia Federal, que é subordinada a seu governo. Por fim, Temer divulgou uma nota em que protesta contra "toda forma de injustiça", chama os delatores de "bandidos" e afirma que "facínoras roubam do país a verdade". Se o roubo se limitasse a isso, o país ainda estaria no lucro.
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Caixa-preta de avião militar russo que caiu no mar Negro é recuperada
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A principal caixa-preta do avião militar russo que caiu no domingo (25) no mar Negro com 92 pessoas a bordo foi encontrada, anunciou o Ministério da Defesa russo. "A principal caixa preta foi encontrada a 1,6 km da costa, a uma profundidade de 17 metros", afirmou o ministério. O equipamento será transportado para a região de Moscou para ser analisado por especialistas. O ministério também apontou que foram encontradas até o momento 12 vítimas e 156 fragmentos de corpos desde o início da operação de busca. A aeronave, um Tupolev 154 no qual viajavam 84 passageiros e 8 tripulantes, desapareceu dos radares cerca de 20 minutos após decolar do distrito de Adler, próxima ao balneário de Sochi, no sul do país. O avião fazia uma viagem de rotina à base aérea russa em Hmeimim, na Síria, vizinha da cidade costeira de Latakia. Ele transportava militares russos e 68 membros da Alexandrov Ensemble, banda militar que iria participar das celebrações de fim de ano na base russa. Nove jornalistas também estavam no voo. Segundo relatos, as condições de voo eram favoráveis no momento do acidente. Conforme informações do Ministério da Defesa, a aeronave acumulava 6.689 horas de voo em 33 anos. O governo russo disse que não considera, apesar de não descartar, que um ataque terrorista tenha provocado a queda de um avião. O ministro dos Transportes da Rússia, Maxim Sokolov, afirmou nesta segunda-feira (26), na TV, que uma falha técnica ou erro do piloto, e não terrorismo, tenha sido a provável causa do acidente aéreo. Vários Tupolev-154 sofreram acidentes nos últimos anos. Em 2010, uma aeronave deste modelo com 96 pessoas a bordo, entre elas o presidente polonês Lech Kaczynski e altos funcionários, caiu quando tentava aterrissar próximo de Smolensk, no oeste da Rússia. Todos os ocupantes morreram. Um ano antes da queda do avião com o presidente polonês, outro acidente grave com uma aeronave do mesmo modelo, ocorrido em 10 de julho, que seguia do Irã para Armênia, caiu e deixou 168 mortos. Em 2006, três anos antes, um Tupolev russo da Pulkovo Airlines, com 170 pessoas a bordo, caiu a 45 km de Donetsk, na Ucrânia, quando seguia para São Petersburgo.
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Caixa-preta de avião militar russo que caiu no mar Negro é recuperadaA principal caixa-preta do avião militar russo que caiu no domingo (25) no mar Negro com 92 pessoas a bordo foi encontrada, anunciou o Ministério da Defesa russo. "A principal caixa preta foi encontrada a 1,6 km da costa, a uma profundidade de 17 metros", afirmou o ministério. O equipamento será transportado para a região de Moscou para ser analisado por especialistas. O ministério também apontou que foram encontradas até o momento 12 vítimas e 156 fragmentos de corpos desde o início da operação de busca. A aeronave, um Tupolev 154 no qual viajavam 84 passageiros e 8 tripulantes, desapareceu dos radares cerca de 20 minutos após decolar do distrito de Adler, próxima ao balneário de Sochi, no sul do país. O avião fazia uma viagem de rotina à base aérea russa em Hmeimim, na Síria, vizinha da cidade costeira de Latakia. Ele transportava militares russos e 68 membros da Alexandrov Ensemble, banda militar que iria participar das celebrações de fim de ano na base russa. Nove jornalistas também estavam no voo. Segundo relatos, as condições de voo eram favoráveis no momento do acidente. Conforme informações do Ministério da Defesa, a aeronave acumulava 6.689 horas de voo em 33 anos. O governo russo disse que não considera, apesar de não descartar, que um ataque terrorista tenha provocado a queda de um avião. O ministro dos Transportes da Rússia, Maxim Sokolov, afirmou nesta segunda-feira (26), na TV, que uma falha técnica ou erro do piloto, e não terrorismo, tenha sido a provável causa do acidente aéreo. Vários Tupolev-154 sofreram acidentes nos últimos anos. Em 2010, uma aeronave deste modelo com 96 pessoas a bordo, entre elas o presidente polonês Lech Kaczynski e altos funcionários, caiu quando tentava aterrissar próximo de Smolensk, no oeste da Rússia. Todos os ocupantes morreram. Um ano antes da queda do avião com o presidente polonês, outro acidente grave com uma aeronave do mesmo modelo, ocorrido em 10 de julho, que seguia do Irã para Armênia, caiu e deixou 168 mortos. Em 2006, três anos antes, um Tupolev russo da Pulkovo Airlines, com 170 pessoas a bordo, caiu a 45 km de Donetsk, na Ucrânia, quando seguia para São Petersburgo.
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Alerj aprova três medidas de Pezão, mas rejeita limite a bilhete único
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Em um dia mais calmo de votações, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nesta quarta (7) três projetos do pacote de austeridade do governo do Estado e rejeitou o quarto, que limitaria os subsídios com o bilhete único do transporte público. Apesar de convocação para protesto de servidores em frente à assembleia, não houve confusão. Na terça (6), confrontos entre manifestantes e a polícia transformaram o centro do Rio em uma zona de guerra. Na manhã desta quarta, os líderes das bancadas decidiram retirar da pauta o projeto que limitaria em R$ 150 por mês o subsídio do bilhete único. O presidente da casa, Jorge Picciani (PMDB), alegou que o ganho seria pequeno diante do desgaste provocado. Com a medida, o estado esperava economizar R$ 28 milhões por ano. PRINCIPAIS PROJETOS - NA PAUTA DA ALERJ Em compensação, os deputados decidiram retomar um projeto antigo que permite ao Estado aumentar a tarifa do bilhete único sem necessariamente aumentar a tarifa de cada meio de transporte. O texto será discutido nesta quinta (8) pelas lideranças antes de ir a votação. Os deputados aprovaram ainda o projeto que reduz de 40 para 15 salários mínimos o piso para o pagamento de dívidas do estado com precatórios, a extinção do subsídio à tarifa aquaviária para as ilhas de Paquetá e Grande e a proibição de anistia a devedores fiscais por 10 anos. Segundo o governo, a primeira medida garante um alívio de R$ 72 milhões no fluxo de caixa e a segunda, uma economia de R$ 1,7 milhão por ano. Nesta quinta, será votado um dos principais projetos do pacote, o aumento da alíquota de ICMS para cigarros, bebidas, combustíveis e energia elétrica, com ganho de receita estimado em R$ 1,4 bilhão por ano. PROPOSTAS REJEITADAS - PELA ALERJ
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Alerj aprova três medidas de Pezão, mas rejeita limite a bilhete únicoEm um dia mais calmo de votações, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nesta quarta (7) três projetos do pacote de austeridade do governo do Estado e rejeitou o quarto, que limitaria os subsídios com o bilhete único do transporte público. Apesar de convocação para protesto de servidores em frente à assembleia, não houve confusão. Na terça (6), confrontos entre manifestantes e a polícia transformaram o centro do Rio em uma zona de guerra. Na manhã desta quarta, os líderes das bancadas decidiram retirar da pauta o projeto que limitaria em R$ 150 por mês o subsídio do bilhete único. O presidente da casa, Jorge Picciani (PMDB), alegou que o ganho seria pequeno diante do desgaste provocado. Com a medida, o estado esperava economizar R$ 28 milhões por ano. PRINCIPAIS PROJETOS - NA PAUTA DA ALERJ Em compensação, os deputados decidiram retomar um projeto antigo que permite ao Estado aumentar a tarifa do bilhete único sem necessariamente aumentar a tarifa de cada meio de transporte. O texto será discutido nesta quinta (8) pelas lideranças antes de ir a votação. Os deputados aprovaram ainda o projeto que reduz de 40 para 15 salários mínimos o piso para o pagamento de dívidas do estado com precatórios, a extinção do subsídio à tarifa aquaviária para as ilhas de Paquetá e Grande e a proibição de anistia a devedores fiscais por 10 anos. Segundo o governo, a primeira medida garante um alívio de R$ 72 milhões no fluxo de caixa e a segunda, uma economia de R$ 1,7 milhão por ano. Nesta quinta, será votado um dos principais projetos do pacote, o aumento da alíquota de ICMS para cigarros, bebidas, combustíveis e energia elétrica, com ganho de receita estimado em R$ 1,4 bilhão por ano. PROPOSTAS REJEITADAS - PELA ALERJ
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Maioria das vítimas de queda de avião russo voltava das férias no Egito
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A maioria dos 217 passageiros que estava no avião da companhia russa Metrojet que caiu neste sábado (31) na Península do Sinai, no Egito, voltava de dias de férias nos resorts da cidade turística de Sharm al-Sheikh. No hotel destinado para parentes e amigos das vítimas em São Petersburgo, os entes queridos contavam as histórias de luas-de-mel e de descansos sonhados nas praias do mar Vermelho das pessoas que estavam a bordo da aeronave. Nos últimos dias, a garçonete Viktoria Sevryukova, 24, publicou diversas fotos nas redes sociais da viagem a Sharm al-Sheikh. Hoje, diversos amigos republicaram uma das imagens com mensagens de luto e incredulidade. Ao jornal britânico "The Observer", uma das amigas da passageira, Yevgenia Beryozina, disse que sentia um vazio ao perdê-la. "Era minha melhor amiga. Ela esperou tanto por essa viagem e agora se foi." Entrevistada pela agência Associated Press, Yulia Zaitseva esperava informações sobre sua amiga, Elena Rodina, 33, e o marido, Alexqander Krotov. Os dois se casaram recentemente e passaram a lua-de-mel na cidade egípcia. Zaitseva disse que a amiga queria muito ir ao país africano, apesar da instabilidade política. "Era uma excelente amiga, pronta a dar tudo a qualquer pessoa. Perder uma amiga assim é como ter tido sua mão cortada." Nayell, um homem de meia-idade que estava no hotel, disse que sua mulher pediu para ficar mais uns dias em Sharm al-Skeikh, enquanto o resto da família havia voltado durante a semana. Ela estava no avião que caiu no Egito. "Às seis horas da manhã ela me mandou uma mensagem em que disse: 'Estou embarcando. Que Deus esteja comigo.' E foi isso", afirmou à agência de notícias Reuters. Em entrevista à rede de televisão britânica BBC, Nina, uma idosa que também deu apenas seu nome de batismo, dava uma amostra de DNA para identificar seu filho, Alexei, e a noiva dele, Natasha, que passavam férias no Egito. ASSISTÊNCIA Além de psicólogos e funcionários da Metrojet, os parentes e amigos dos passageiros e tripulantes eram assistidos por um padre da Igreja Ortodoxa. Em homenagem às vítimas, o presidente Vladimir Putin decretou um dia de luto oficial. Dirigentes de diversos países enviaram condolências às famílias e ao governo russo, dentre eles o secretário de Estado americano, John Kerry. As autoridades egípcias ainda investigam o que pode ter provocado a queda do Airbus A321. As caixas-pretas já estão sendo analisadas por técnicos locais e representantes da Rússia e do fabricante da aeronave. Tanto o Egito quanto a Rússia, porém, descartam que o avião tenha sido abatido. Mais cedo, a célula egípcia do Estado Islâmico na Península do Sinai havia afirmado que tinha disparado um míssil contra o Airbus A321. As autoridades e analistas militares e de aviação consideram pouco provável que esta vertente da milícia radical tenha poder de fogo para abater um avião em altitude de cruzeiro. Antes da queda, ele estava a 30 mil pés (9.144 metros).
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Maioria das vítimas de queda de avião russo voltava das férias no EgitoA maioria dos 217 passageiros que estava no avião da companhia russa Metrojet que caiu neste sábado (31) na Península do Sinai, no Egito, voltava de dias de férias nos resorts da cidade turística de Sharm al-Sheikh. No hotel destinado para parentes e amigos das vítimas em São Petersburgo, os entes queridos contavam as histórias de luas-de-mel e de descansos sonhados nas praias do mar Vermelho das pessoas que estavam a bordo da aeronave. Nos últimos dias, a garçonete Viktoria Sevryukova, 24, publicou diversas fotos nas redes sociais da viagem a Sharm al-Sheikh. Hoje, diversos amigos republicaram uma das imagens com mensagens de luto e incredulidade. Ao jornal britânico "The Observer", uma das amigas da passageira, Yevgenia Beryozina, disse que sentia um vazio ao perdê-la. "Era minha melhor amiga. Ela esperou tanto por essa viagem e agora se foi." Entrevistada pela agência Associated Press, Yulia Zaitseva esperava informações sobre sua amiga, Elena Rodina, 33, e o marido, Alexqander Krotov. Os dois se casaram recentemente e passaram a lua-de-mel na cidade egípcia. Zaitseva disse que a amiga queria muito ir ao país africano, apesar da instabilidade política. "Era uma excelente amiga, pronta a dar tudo a qualquer pessoa. Perder uma amiga assim é como ter tido sua mão cortada." Nayell, um homem de meia-idade que estava no hotel, disse que sua mulher pediu para ficar mais uns dias em Sharm al-Skeikh, enquanto o resto da família havia voltado durante a semana. Ela estava no avião que caiu no Egito. "Às seis horas da manhã ela me mandou uma mensagem em que disse: 'Estou embarcando. Que Deus esteja comigo.' E foi isso", afirmou à agência de notícias Reuters. Em entrevista à rede de televisão britânica BBC, Nina, uma idosa que também deu apenas seu nome de batismo, dava uma amostra de DNA para identificar seu filho, Alexei, e a noiva dele, Natasha, que passavam férias no Egito. ASSISTÊNCIA Além de psicólogos e funcionários da Metrojet, os parentes e amigos dos passageiros e tripulantes eram assistidos por um padre da Igreja Ortodoxa. Em homenagem às vítimas, o presidente Vladimir Putin decretou um dia de luto oficial. Dirigentes de diversos países enviaram condolências às famílias e ao governo russo, dentre eles o secretário de Estado americano, John Kerry. As autoridades egípcias ainda investigam o que pode ter provocado a queda do Airbus A321. As caixas-pretas já estão sendo analisadas por técnicos locais e representantes da Rússia e do fabricante da aeronave. Tanto o Egito quanto a Rússia, porém, descartam que o avião tenha sido abatido. Mais cedo, a célula egípcia do Estado Islâmico na Península do Sinai havia afirmado que tinha disparado um míssil contra o Airbus A321. As autoridades e analistas militares e de aviação consideram pouco provável que esta vertente da milícia radical tenha poder de fogo para abater um avião em altitude de cruzeiro. Antes da queda, ele estava a 30 mil pés (9.144 metros).
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Corrupção rege trama da nova série brasileira da Netflix com Selton Mello
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A Netflix anunciou que a nova série brasileira "O Mecanismo" começou a ser gravada neste fim de semana no Brasil. Criada por José Padilha, de "Narcos", e Elena Soarez, a nova série, que é inspirada na atual situação política do país, tem uma trama centrada em investigações sobre alegações de corrupção em empresas de petróleo e construtoras estatais e privadas no Brasil. O elenco conta com Selton Mello, que será um delegado aposentado da polícia federal, e Carol Abras, que interpreta uma agente federal. Produzida pela Zazen Produções, a série será filmada em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e tem estreia prevista para 2018.
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ilustrada
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Corrupção rege trama da nova série brasileira da Netflix com Selton MelloA Netflix anunciou que a nova série brasileira "O Mecanismo" começou a ser gravada neste fim de semana no Brasil. Criada por José Padilha, de "Narcos", e Elena Soarez, a nova série, que é inspirada na atual situação política do país, tem uma trama centrada em investigações sobre alegações de corrupção em empresas de petróleo e construtoras estatais e privadas no Brasil. O elenco conta com Selton Mello, que será um delegado aposentado da polícia federal, e Carol Abras, que interpreta uma agente federal. Produzida pela Zazen Produções, a série será filmada em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e tem estreia prevista para 2018.
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Nobel a Bob Dylan: esnobismo nórdico ou injustiça artística?
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Estou mergulhado há dois anos na redação de um novo romance. Mesmo quando um escritor já pratica seu ofício há muito tempo, escrever um novo romance é sempre um exercício árduo e extenuante –e acredito que seja assim para quase todos os escritores que respeitam a si e a seus leitores. Eu precisei de quatro anos para concluir "Hereges" e cinco para pôr o ponto final em "O Homem que Amava os Cachorros". Por que é tão difícil escrever um romance? Por que o escritor, ainda mais o escritor profissional, sente que nunca disse o que pretendia dizer da melhor maneira em que é capaz de dizê-lo, e retorna várias vezes sobre o que escreveu, transpira, duvida, receia? Hemingway confessou certa vez que tinha escrito o final de "Adeus às Armas" quase 40 vezes. Quando lhe perguntaram qual tinha sido o problema, ele deu uma resposta tão simples quanto terrível e reveladora: o problema era a ordem das palavras. Porque, na realidade, tudo se resume a isto: a colocar uma palavra atrás de outra para conseguir expressar algo que tenha um sentido e consegui-lo do modo mais belo e claro possível. O difícil é consegui-lo. Milan Kundera, por sua vez, falou de uma característica peculiar da arte do romance: é que o autor que começa a escrever esse livro é diferente do que terminou de escrevê-lo. Por duas razões: o processo de escrever um romance, de tirar tantas coisas de dentro de si para falar dos mistérios da condição humana, muda você, quer você queira, quer não. E a outra razão é ainda mais dramática: para escrever um romance você pode precisar de dois, três, cinco anos, às vezes mais. O tempo transcorrido faz com que você não seja mais o mesmo entre um momento e outro. É a lei da vida. Gabriel García Márquez contou várias vezes o que precisou fazer para escrever "Cem Anos de Solidão". O romancista renunciou a todos seus trabalhos de sobrevivência, encerrou-se com seus cafés e seus cigarros para escrever e confiou que poderia acontecer alguma coisa com seu livro, pois, do contrário, sua família estaria do outro lado da beira da falência. E assim escreveu durante anos. Parece evidente que o ofício literário requer essa dose de masoquismo, de autoimolação, um processo com dor ao longo do qual o artista tem que combater todos os demônios que sejamos capazes de imaginar. Eu me refiro aos verdadeiros escritores, àqueles que fazem de sua arte um instrumento para penetrar "a alma das coisas", como pedia Flaubert. Mas esse verdadeiro escritor assume os riscos e se empenha em sua tarefa. Por quê? Porque não pode deixar de fazê-lo. Estou convencido de que nunca serei um escritor com as qualidades de Hemingway, Kundera, García Márquez ou Flaubert. Mas, se aprendi alguma coisa em meus quase 40 anos lutando com a escrita, é que escrever literatura é um ofício tremendamente difícil, às vezes lacerante, repleto de incertezas e geralmente, depois de tanto esforço, premiado com a indiferença. Porque apenas um bom livro entre muitos bons livros consegue chegar a se converter em referência, em sucesso comercial (que está mais ao alcance de alguns maus livros). Os poetas, esses seres empenhados em nos fazer descobrir que a vida pode ser expressa com outras palavras, dedicam-se à sua obra sabendo, de modo geral, que não receberão recompensas por seu trabalho. A poesia nunca vendeu bem e, embora em determinadas épocas e conjunturas históricas os poetas tenham gozado de grande prestígio social e cultural, seu empenho raramente alcança ressonância maior. Mas os poetas existem, sonham, burilam os idiomas, iluminam a mente. Porque são poetas e não podem evitá-lo. E os dramaturgos? Como no caso da poesia, a experiência pessoal não me acompanha em minha opinião, mas o fato de mover personagens diante dos olhos de outros e contar por meio das palavras deles algo tão difícil de armar como um verdadeiro drama implica, sem dúvida, um esforço criativo maiúsculo. Direi apenas que vi com surpresa como se concedeu a recompensa literária que se supõe ser a mais importante do mundo a um escritor de letras de canções. Um dos maiores e mais influentes. Um poeta da canção. Claro, o grande Bob Dylan. O Prêmio Nobel de Literatura. Esnobismo nórdico ou injustiça artística? Não sei, mas acho que não teria ocorrido a ninguém entregar um Prêmio Grammy a um poeta, um romancista ou um dramaturgo, graças à musicalidade de seus textos. Alejo Carpentier e Carlos Fuentes morreram sem o Nobel de Literatura. Milan Kundera e Philip Roth esperam pelos deles... Mais do que nunca, a resposta da Academia Sueca está boiando no ar.
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Nobel a Bob Dylan: esnobismo nórdico ou injustiça artística?Estou mergulhado há dois anos na redação de um novo romance. Mesmo quando um escritor já pratica seu ofício há muito tempo, escrever um novo romance é sempre um exercício árduo e extenuante –e acredito que seja assim para quase todos os escritores que respeitam a si e a seus leitores. Eu precisei de quatro anos para concluir "Hereges" e cinco para pôr o ponto final em "O Homem que Amava os Cachorros". Por que é tão difícil escrever um romance? Por que o escritor, ainda mais o escritor profissional, sente que nunca disse o que pretendia dizer da melhor maneira em que é capaz de dizê-lo, e retorna várias vezes sobre o que escreveu, transpira, duvida, receia? Hemingway confessou certa vez que tinha escrito o final de "Adeus às Armas" quase 40 vezes. Quando lhe perguntaram qual tinha sido o problema, ele deu uma resposta tão simples quanto terrível e reveladora: o problema era a ordem das palavras. Porque, na realidade, tudo se resume a isto: a colocar uma palavra atrás de outra para conseguir expressar algo que tenha um sentido e consegui-lo do modo mais belo e claro possível. O difícil é consegui-lo. Milan Kundera, por sua vez, falou de uma característica peculiar da arte do romance: é que o autor que começa a escrever esse livro é diferente do que terminou de escrevê-lo. Por duas razões: o processo de escrever um romance, de tirar tantas coisas de dentro de si para falar dos mistérios da condição humana, muda você, quer você queira, quer não. E a outra razão é ainda mais dramática: para escrever um romance você pode precisar de dois, três, cinco anos, às vezes mais. O tempo transcorrido faz com que você não seja mais o mesmo entre um momento e outro. É a lei da vida. Gabriel García Márquez contou várias vezes o que precisou fazer para escrever "Cem Anos de Solidão". O romancista renunciou a todos seus trabalhos de sobrevivência, encerrou-se com seus cafés e seus cigarros para escrever e confiou que poderia acontecer alguma coisa com seu livro, pois, do contrário, sua família estaria do outro lado da beira da falência. E assim escreveu durante anos. Parece evidente que o ofício literário requer essa dose de masoquismo, de autoimolação, um processo com dor ao longo do qual o artista tem que combater todos os demônios que sejamos capazes de imaginar. Eu me refiro aos verdadeiros escritores, àqueles que fazem de sua arte um instrumento para penetrar "a alma das coisas", como pedia Flaubert. Mas esse verdadeiro escritor assume os riscos e se empenha em sua tarefa. Por quê? Porque não pode deixar de fazê-lo. Estou convencido de que nunca serei um escritor com as qualidades de Hemingway, Kundera, García Márquez ou Flaubert. Mas, se aprendi alguma coisa em meus quase 40 anos lutando com a escrita, é que escrever literatura é um ofício tremendamente difícil, às vezes lacerante, repleto de incertezas e geralmente, depois de tanto esforço, premiado com a indiferença. Porque apenas um bom livro entre muitos bons livros consegue chegar a se converter em referência, em sucesso comercial (que está mais ao alcance de alguns maus livros). Os poetas, esses seres empenhados em nos fazer descobrir que a vida pode ser expressa com outras palavras, dedicam-se à sua obra sabendo, de modo geral, que não receberão recompensas por seu trabalho. A poesia nunca vendeu bem e, embora em determinadas épocas e conjunturas históricas os poetas tenham gozado de grande prestígio social e cultural, seu empenho raramente alcança ressonância maior. Mas os poetas existem, sonham, burilam os idiomas, iluminam a mente. Porque são poetas e não podem evitá-lo. E os dramaturgos? Como no caso da poesia, a experiência pessoal não me acompanha em minha opinião, mas o fato de mover personagens diante dos olhos de outros e contar por meio das palavras deles algo tão difícil de armar como um verdadeiro drama implica, sem dúvida, um esforço criativo maiúsculo. Direi apenas que vi com surpresa como se concedeu a recompensa literária que se supõe ser a mais importante do mundo a um escritor de letras de canções. Um dos maiores e mais influentes. Um poeta da canção. Claro, o grande Bob Dylan. O Prêmio Nobel de Literatura. Esnobismo nórdico ou injustiça artística? Não sei, mas acho que não teria ocorrido a ninguém entregar um Prêmio Grammy a um poeta, um romancista ou um dramaturgo, graças à musicalidade de seus textos. Alejo Carpentier e Carlos Fuentes morreram sem o Nobel de Literatura. Milan Kundera e Philip Roth esperam pelos deles... Mais do que nunca, a resposta da Academia Sueca está boiando no ar.
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Polícia reprime estudantes em protesto por referendo contra Maduro
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Policiais e estudantes venezuelanos entraram em confronto nesta segunda-feira (24) durante um protesto em uma universidade em Caracas para exigir a realização de um referendo para destituir o presidente Nicolás Maduro. Segundo a mídia local, ao menos dois estudantes ficaram feridos após a polícia usar bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para impedir que a manifestação saísse do campus da Universidade Central da Venezuela em direção a uma praça. Protestos estudantis também foram registrados em outras partes do país nesta segunda. Líderes opositores convocaram manifestações para quarta-feira (24) contra a decisão da Justiça venezuelana de suspender o processo de coleta de assinaturas para a realização de uma consulta pública sobre a destituição de Maduro. Tuíte Neste domingo (24), a Assembleia Nacional, controlada por adversários do chavismo, aprovou uma resolução para denunciar a suspensão do "referendo revogatório", mecanismo previsto na Constituição para consultar a população sobre a destituição de governantes. A oposição considera que a decisão da Justiça foi um "golpe de Estado", pois teria rompido mecanismos constitucionais em prol da manutenção no poder de Maduro, que enfrenta baixos níveis de popularidade e uma grave crise econômica. Os opositores querem que a consulta pública seja realizada antes de 10 de janeiro, para que seja convocada uma nova eleição caso Maduro seja derrotado. Se for realizada depois dessa data, assumiria o lugar do líder chavista o vice-presidente da Venezuela. A Justiça suspendeu temporariamente o processo para a realização do referendo revogatório alegando ter encontrado fraudes na primeira etapa de coleta de assinaturas de eleitores favoráveis à consulta. A ONG Human Rights Watch lançou um relatório nesta segunda em que expõe o resultado de uma investigação sobre a crise humanitária na Venezuela, marcada pela falta generalizada de remédios, insumos médicos e alimentos.
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mundo
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Polícia reprime estudantes em protesto por referendo contra MaduroPoliciais e estudantes venezuelanos entraram em confronto nesta segunda-feira (24) durante um protesto em uma universidade em Caracas para exigir a realização de um referendo para destituir o presidente Nicolás Maduro. Segundo a mídia local, ao menos dois estudantes ficaram feridos após a polícia usar bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para impedir que a manifestação saísse do campus da Universidade Central da Venezuela em direção a uma praça. Protestos estudantis também foram registrados em outras partes do país nesta segunda. Líderes opositores convocaram manifestações para quarta-feira (24) contra a decisão da Justiça venezuelana de suspender o processo de coleta de assinaturas para a realização de uma consulta pública sobre a destituição de Maduro. Tuíte Neste domingo (24), a Assembleia Nacional, controlada por adversários do chavismo, aprovou uma resolução para denunciar a suspensão do "referendo revogatório", mecanismo previsto na Constituição para consultar a população sobre a destituição de governantes. A oposição considera que a decisão da Justiça foi um "golpe de Estado", pois teria rompido mecanismos constitucionais em prol da manutenção no poder de Maduro, que enfrenta baixos níveis de popularidade e uma grave crise econômica. Os opositores querem que a consulta pública seja realizada antes de 10 de janeiro, para que seja convocada uma nova eleição caso Maduro seja derrotado. Se for realizada depois dessa data, assumiria o lugar do líder chavista o vice-presidente da Venezuela. A Justiça suspendeu temporariamente o processo para a realização do referendo revogatório alegando ter encontrado fraudes na primeira etapa de coleta de assinaturas de eleitores favoráveis à consulta. A ONG Human Rights Watch lançou um relatório nesta segunda em que expõe o resultado de uma investigação sobre a crise humanitária na Venezuela, marcada pela falta generalizada de remédios, insumos médicos e alimentos.
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Raúl Castro critica EUA, mas poupa Obama e diz que Cuba quer dialogar
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O ditador de Cuba, Raúl Castro, reafirmou neste sábado (11) que seu governo está disposto a continuar o processo de aproximação com os EUA, iniciado com o anúncio da retomada de relações entre os dois países em dezembro. "Reitero ao presidente Obama nossa disposição ao diálogo e à convivência civilizada entre ambos Estados, dentro de nossas profundas diferenças", disse durante a cúpula das Américas, no Panamá. Apesar disso, Castro voltou a reclamar do embargo à ilha e fez diversas críticas à atuação dos EUA no país ao longo da história. Durante seu longo discurso, no qual o presidente dos EUA Barack Obama passou mascando chiclete –ele parou de fumar e frequentemente recorre a chiclete de nicotina–, o ditador percorreu a história cubana desde os tempos da ocupação norte-americana, no século 19 e listou várias ingerências dos EUA em Cuba, entre elas a criação da prisão de Guantánamo, "usurpando nosso território". "A luta do povo cubano não começou com o embargo", declarou. Castro ainda falou sobre a Venezuela. Ele defendeu a gestão de Nicolás Maduro contra as "tentativas de desestabilização", repudiou as sanções americanas contra autoridades venezuelanas e afirmou que o país não é ameaça à segurança nacional de nenhum país nem dos Estados unidos. Foi aplaudido. AFAGO Mas, após enfileirar várias críticas contra os americanos, o líder cubano poupou Obama: "Peço desculpas ao presidente Obama porque ele não tem culpa de nada disso. Os dez presidentes americanos que vieram antes têm dívida conosco, apenas Obama que não", afirmou. "Ele é um homem honesto e isso se deve a sua origem humilde" continuou, logo antes de agradecer "os esforços de Obama para que o Congresso americano retire o o embargo a Cuba". Por fim, Castro pediu que os EUA retirem Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo. "Acho é um passo positivo que se decida rapidamente sobre a presença de Cuba na lista de terrorismo, na qual jamais deveria estar", afirmou Castro. DISCURSO DE OBAMA Em seu discurso mais cedo neste sábado (11) Obama discursou saudou a aproximação dos EUA com Cuba, assegurando que as mudanças abrem uma "nova era no hemisfério". "Nunca antes as relações com a América Latina" foram tão boas, disse durante o evento. O líder americano também afirmou que os EUA não estão presos ao passado quando a questão são as relações com Cuba. Segundo ele, os EUA procuram uma nova relação com a ilha que não fique limitada a argumentos ideológicos. Em seu pronunciamento, o líder americano afirmou que a Guerra Fria acabou e que não está interessado nas batalhas iniciadas antes de seu nascimento. "A Guerra Fria já acabou faz tempo, não quero continuar uma luta que começou antes de eu nascer", disse. Obama e Raúl Castro devem ter reunião bilateral neste sábado (11), considerada histórica. Será o primeiro evento formal entre líderes dos países desde 1961.
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Raúl Castro critica EUA, mas poupa Obama e diz que Cuba quer dialogarO ditador de Cuba, Raúl Castro, reafirmou neste sábado (11) que seu governo está disposto a continuar o processo de aproximação com os EUA, iniciado com o anúncio da retomada de relações entre os dois países em dezembro. "Reitero ao presidente Obama nossa disposição ao diálogo e à convivência civilizada entre ambos Estados, dentro de nossas profundas diferenças", disse durante a cúpula das Américas, no Panamá. Apesar disso, Castro voltou a reclamar do embargo à ilha e fez diversas críticas à atuação dos EUA no país ao longo da história. Durante seu longo discurso, no qual o presidente dos EUA Barack Obama passou mascando chiclete –ele parou de fumar e frequentemente recorre a chiclete de nicotina–, o ditador percorreu a história cubana desde os tempos da ocupação norte-americana, no século 19 e listou várias ingerências dos EUA em Cuba, entre elas a criação da prisão de Guantánamo, "usurpando nosso território". "A luta do povo cubano não começou com o embargo", declarou. Castro ainda falou sobre a Venezuela. Ele defendeu a gestão de Nicolás Maduro contra as "tentativas de desestabilização", repudiou as sanções americanas contra autoridades venezuelanas e afirmou que o país não é ameaça à segurança nacional de nenhum país nem dos Estados unidos. Foi aplaudido. AFAGO Mas, após enfileirar várias críticas contra os americanos, o líder cubano poupou Obama: "Peço desculpas ao presidente Obama porque ele não tem culpa de nada disso. Os dez presidentes americanos que vieram antes têm dívida conosco, apenas Obama que não", afirmou. "Ele é um homem honesto e isso se deve a sua origem humilde" continuou, logo antes de agradecer "os esforços de Obama para que o Congresso americano retire o o embargo a Cuba". Por fim, Castro pediu que os EUA retirem Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo. "Acho é um passo positivo que se decida rapidamente sobre a presença de Cuba na lista de terrorismo, na qual jamais deveria estar", afirmou Castro. DISCURSO DE OBAMA Em seu discurso mais cedo neste sábado (11) Obama discursou saudou a aproximação dos EUA com Cuba, assegurando que as mudanças abrem uma "nova era no hemisfério". "Nunca antes as relações com a América Latina" foram tão boas, disse durante o evento. O líder americano também afirmou que os EUA não estão presos ao passado quando a questão são as relações com Cuba. Segundo ele, os EUA procuram uma nova relação com a ilha que não fique limitada a argumentos ideológicos. Em seu pronunciamento, o líder americano afirmou que a Guerra Fria acabou e que não está interessado nas batalhas iniciadas antes de seu nascimento. "A Guerra Fria já acabou faz tempo, não quero continuar uma luta que começou antes de eu nascer", disse. Obama e Raúl Castro devem ter reunião bilateral neste sábado (11), considerada histórica. Será o primeiro evento formal entre líderes dos países desde 1961.
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Atriz de 'Mulher Maravilha' compartilha primeiro pôster do filme
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A estrela de "Mulher Maravilha", Gal Gadot, compartilhou o primeiro pôster do filme nesta sexta-feira (22), antes da divulgação para os fãs na Convenção Comic-Con, em San Diego, nos Estados Unidos. A imagem mostra as feições de perfil da super-heroína amazona com seu famoso traje vermelho, azul e dourado, segurando uma espada contra um céu azul e rosa, e acima as palavras: "Power. Grace. Wisdom. Wonder." ("Poder. Graça. Sabedoria. Maravilha."). "É um sonho que virou realidade! Feliz por finalmente compartilhar isso com todos vocês", escreveu a atriz e modelo israelense em um post no Twitter com a imagem. Muitos dos frequentadores da convenção veem o painel de "Mulher Maravilha", que acontecerá neste sábado (23), como o grande evento da Comic-Con. Espera-se a divulgação do primeiro trailer completo do filme da DC antes de seu lançamento no próximo verão.
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ilustrada
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Atriz de 'Mulher Maravilha' compartilha primeiro pôster do filmeA estrela de "Mulher Maravilha", Gal Gadot, compartilhou o primeiro pôster do filme nesta sexta-feira (22), antes da divulgação para os fãs na Convenção Comic-Con, em San Diego, nos Estados Unidos. A imagem mostra as feições de perfil da super-heroína amazona com seu famoso traje vermelho, azul e dourado, segurando uma espada contra um céu azul e rosa, e acima as palavras: "Power. Grace. Wisdom. Wonder." ("Poder. Graça. Sabedoria. Maravilha."). "É um sonho que virou realidade! Feliz por finalmente compartilhar isso com todos vocês", escreveu a atriz e modelo israelense em um post no Twitter com a imagem. Muitos dos frequentadores da convenção veem o painel de "Mulher Maravilha", que acontecerá neste sábado (23), como o grande evento da Comic-Con. Espera-se a divulgação do primeiro trailer completo do filme da DC antes de seu lançamento no próximo verão.
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ESPN negocia direitos do Chinês, mas esbarra em desorganização e dólar alto
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Devido ao poder de atração que tem exercido sobre os jogadores brasileiros nos últimos anos, mais recentemente sobre os corintianos, o Campeonato Chinês tem ganhado evidência no noticiário nacional. Atenta a esse movimento, a ESPN tem negociado há mais de uma temporada os direitos de transmissão do torneio. A emissora tem se notabilizado pela exibição de torneios fora do eixo tradicional, como o Ucraniano, o Russo e o Mexicano. No entanto, a ESPN esbarra em obstáculos que têm tornado o desfecho positivo cada vez mais improvável. "O Campeonato Chinês ainda é mal organizado para distribuição internacional. Fomos atrás dos direitos no ano passado, quando a primeira leva de brasileiros foi para lá, como o Ricardo Goulart, entre outros. E eles não conseguiram responder para a gente questões como distribuição, escolha de jogos", diz Carlos Eduardo Maluf, diretor de aquisições da ESPN. "Nós perguntamos para quem está oferecendo os direitos para a ESPN: os gráficos na transmissão internacional estarão em chinês ou inglês? Não sabem responder. Ainda não conseguimos saber o horários dos jogos, por exemplo." "No caso do Campeonato Inglês, eles mandam o sinal para a BT Tower e então vai para o mundo todo, 200 países. No caso do Chinês, até onde sei, não há muitos estrangeiros, então estava valendo a pena somente para nós do Brasil. Então, ficava muito caro mandar um duplo salto de satélite só para o Brasil", explica Maluf, esclarecendo que nos torneios mais badalados o valor do satélite é dividido pelas emissoras dos países que recebem os saltos. "Estamos sempre abertos a novos campeonatos. Mas no atual momento de pressão econômica, com operadoras diminuindo assinantes, temos que dar tiros certeiros. Temos interesse? Temos. Está em andamento? Inicial, estamos pedindo mais informações", completa. Em outubro de 2015, a empresa China Sports Media adquiriu os direitos de transmissão do Chinês por US$ 1,26 bilhão (cerca de R$ 4,8 bilhões) pelos próximos cinco anos. Por enquanto, o retorno desse valor deve ter origem no mercado interno, formado pela maior população do mundo (cerca de 1,3 bilhão de pessoas) e um presidente, Xi Jinping, que gosta do esporte e tem investido em programas de popularização da modalidade. "Não estou fazendo uma avaliação pejorativa, negativa. Vejo que eles estão descobrindo o mercado. Não diria que são amadores, mas que estão se profissionalizando. Além disso, às vezes o potencial lá dentro é tão grande, com mais de 1,3 bilhão de pessoas, que a transmissão para o exterior não é tão relevante no momento", analisa Maluf, que revela que os direitos de transmissão do Inglês foram vendidos pela duração de seis anos somente para Estados Unidos e China –"eles assistem futebol, então." "Se fosse um momento anterior, quando o dólar estava bom e nós adquirimos o Ucraniano, o Grego, a gente comprava e depois via o que fazer. A gente não faz isso [agora]. Estamos dando tiros grandes, com Inglês, Espanhol, Alemão, Francês, Italiano, Holandês, e não renovamos com os menores. Mas estamos abertos a novidades, como a MLS [dos Estados Unidos], o Mexicano e a Copa da Argentina, que estamos transmitindo", completa. Em relação ao possível apelo do Chinês, que agora contará com brasileiros que fizeram boas temporadas no Brasil, Maluf vê um interesse passageiro. "Estava discutindo isso ontem aqui. Na minha opinião pessoal, existe uma modinha. Mais curiosidade que apelo. O Ucraniano dava número [de audiência], tinha o Shakhtar Donetsk com bastante brasileiros... E hoje ninguém mais fala. Temos que seguir vendo", conclui. Apuração da Folha apontou que, no Brasil, a ESPN não enfrenta concorrência de outras emissoras pelos direitos do torneio asiático. Mercado da bola
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esporte
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ESPN negocia direitos do Chinês, mas esbarra em desorganização e dólar altoDevido ao poder de atração que tem exercido sobre os jogadores brasileiros nos últimos anos, mais recentemente sobre os corintianos, o Campeonato Chinês tem ganhado evidência no noticiário nacional. Atenta a esse movimento, a ESPN tem negociado há mais de uma temporada os direitos de transmissão do torneio. A emissora tem se notabilizado pela exibição de torneios fora do eixo tradicional, como o Ucraniano, o Russo e o Mexicano. No entanto, a ESPN esbarra em obstáculos que têm tornado o desfecho positivo cada vez mais improvável. "O Campeonato Chinês ainda é mal organizado para distribuição internacional. Fomos atrás dos direitos no ano passado, quando a primeira leva de brasileiros foi para lá, como o Ricardo Goulart, entre outros. E eles não conseguiram responder para a gente questões como distribuição, escolha de jogos", diz Carlos Eduardo Maluf, diretor de aquisições da ESPN. "Nós perguntamos para quem está oferecendo os direitos para a ESPN: os gráficos na transmissão internacional estarão em chinês ou inglês? Não sabem responder. Ainda não conseguimos saber o horários dos jogos, por exemplo." "No caso do Campeonato Inglês, eles mandam o sinal para a BT Tower e então vai para o mundo todo, 200 países. No caso do Chinês, até onde sei, não há muitos estrangeiros, então estava valendo a pena somente para nós do Brasil. Então, ficava muito caro mandar um duplo salto de satélite só para o Brasil", explica Maluf, esclarecendo que nos torneios mais badalados o valor do satélite é dividido pelas emissoras dos países que recebem os saltos. "Estamos sempre abertos a novos campeonatos. Mas no atual momento de pressão econômica, com operadoras diminuindo assinantes, temos que dar tiros certeiros. Temos interesse? Temos. Está em andamento? Inicial, estamos pedindo mais informações", completa. Em outubro de 2015, a empresa China Sports Media adquiriu os direitos de transmissão do Chinês por US$ 1,26 bilhão (cerca de R$ 4,8 bilhões) pelos próximos cinco anos. Por enquanto, o retorno desse valor deve ter origem no mercado interno, formado pela maior população do mundo (cerca de 1,3 bilhão de pessoas) e um presidente, Xi Jinping, que gosta do esporte e tem investido em programas de popularização da modalidade. "Não estou fazendo uma avaliação pejorativa, negativa. Vejo que eles estão descobrindo o mercado. Não diria que são amadores, mas que estão se profissionalizando. Além disso, às vezes o potencial lá dentro é tão grande, com mais de 1,3 bilhão de pessoas, que a transmissão para o exterior não é tão relevante no momento", analisa Maluf, que revela que os direitos de transmissão do Inglês foram vendidos pela duração de seis anos somente para Estados Unidos e China –"eles assistem futebol, então." "Se fosse um momento anterior, quando o dólar estava bom e nós adquirimos o Ucraniano, o Grego, a gente comprava e depois via o que fazer. A gente não faz isso [agora]. Estamos dando tiros grandes, com Inglês, Espanhol, Alemão, Francês, Italiano, Holandês, e não renovamos com os menores. Mas estamos abertos a novidades, como a MLS [dos Estados Unidos], o Mexicano e a Copa da Argentina, que estamos transmitindo", completa. Em relação ao possível apelo do Chinês, que agora contará com brasileiros que fizeram boas temporadas no Brasil, Maluf vê um interesse passageiro. "Estava discutindo isso ontem aqui. Na minha opinião pessoal, existe uma modinha. Mais curiosidade que apelo. O Ucraniano dava número [de audiência], tinha o Shakhtar Donetsk com bastante brasileiros... E hoje ninguém mais fala. Temos que seguir vendo", conclui. Apuração da Folha apontou que, no Brasil, a ESPN não enfrenta concorrência de outras emissoras pelos direitos do torneio asiático. Mercado da bola
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Para Planalto, rejeição das contas da presidente pelo TCU foi indevida
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O governo federal avaliou nesta quarta-feira (7) como indevida a rejeição pelo TCU (Tribunal de Contas da União) das contas do governo da presidente Dilma Rousseff relativas a 2014. Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que os órgãos técnicos e jurídicos do governo federal têm "plena convicção" de que não existem motivos legais para a decisão. "Além disso, entendem ser indevida a pretensão de penalização de ações administrativas que visaram a manutenção de programas sociais fundamentais para o povo brasileiro, tais como Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida", disse a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Na avaliação do governo federal, é ainda incorreto considerar como ilícitas iniciativas administrativas realizadas "em consonância com o que era julgado à época adequado pelo TCU". "Os órgãos técnicos e jurídicos do executivo continuarão a debater, com absoluta transparência, as questões tratadas no parecer prévio do Tribunal de Contas, para demonstração da absoluta legalidade das contas apresentadas", defendeu. A petista foi a primeira presidente da República a ter suas contas de gestão reprovadas pelo TCU. A corte considerou por unanimidade que ela descumpriu no ano passado a Constituição Federal e as leis que regem os gastos públicos, o que impede a aprovação da prestação de contas de 2014. O governo federal já esperava que as contas fossem reprovadas. A nota com a posição do palácio do Planalto, inclusive, foi enviada à imprensa minutos depois da decisão do TCU. Questionamentos do TCU
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Para Planalto, rejeição das contas da presidente pelo TCU foi indevidaO governo federal avaliou nesta quarta-feira (7) como indevida a rejeição pelo TCU (Tribunal de Contas da União) das contas do governo da presidente Dilma Rousseff relativas a 2014. Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que os órgãos técnicos e jurídicos do governo federal têm "plena convicção" de que não existem motivos legais para a decisão. "Além disso, entendem ser indevida a pretensão de penalização de ações administrativas que visaram a manutenção de programas sociais fundamentais para o povo brasileiro, tais como Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida", disse a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Na avaliação do governo federal, é ainda incorreto considerar como ilícitas iniciativas administrativas realizadas "em consonância com o que era julgado à época adequado pelo TCU". "Os órgãos técnicos e jurídicos do executivo continuarão a debater, com absoluta transparência, as questões tratadas no parecer prévio do Tribunal de Contas, para demonstração da absoluta legalidade das contas apresentadas", defendeu. A petista foi a primeira presidente da República a ter suas contas de gestão reprovadas pelo TCU. A corte considerou por unanimidade que ela descumpriu no ano passado a Constituição Federal e as leis que regem os gastos públicos, o que impede a aprovação da prestação de contas de 2014. O governo federal já esperava que as contas fossem reprovadas. A nota com a posição do palácio do Planalto, inclusive, foi enviada à imprensa minutos depois da decisão do TCU. Questionamentos do TCU
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Ranking dos carros mais vendidos é dominado por modelos compactos
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EDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA As férias frearam a recuperação do setor automotivo. A avaliação é da Fenabrave (federação que representa as distribuidoras de veículos). A entidade divulgou nesta terça (1º) os números de venda do setor em julho. Foram licenciados 178,8 mil veículos no último mês, uma queda de 5,2% na comparação com junho. Em relação a julho de 2016, houve alta de 1,9%. Os dados incluem carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. O acumulado do ano registra um aumento de 3,8% nos emplacamentos sobre os sete primeiros meses de 2016. "As expectativas da Fenabrave para o segundo semestre se mantêm positivas, baseadas na maior oferta de crédito e na melhora dos índices de confiança", disse, por meio de nota, Alarico Assumpção Júnior, presidente da entidade que representa as distribuidoras de veículos. O Chevrolet Onix continua no topo do ranking entre os carros de passeio, seguido por Hyundai HB20, Ford Ka e Renault Sandero. Entre os 10 mais comercializados, sete são compactos, com preços a partir R$ 40 mil. Os dados de produção serão divulgados na próxima semana, pela Anfavea (associação nacional das montadoras).
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sobretudo
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Ranking dos carros mais vendidos é dominado por modelos compactos
EDUARDO SODRÉ COLUNISTA DA FOLHA As férias frearam a recuperação do setor automotivo. A avaliação é da Fenabrave (federação que representa as distribuidoras de veículos). A entidade divulgou nesta terça (1º) os números de venda do setor em julho. Foram licenciados 178,8 mil veículos no último mês, uma queda de 5,2% na comparação com junho. Em relação a julho de 2016, houve alta de 1,9%. Os dados incluem carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. O acumulado do ano registra um aumento de 3,8% nos emplacamentos sobre os sete primeiros meses de 2016. "As expectativas da Fenabrave para o segundo semestre se mantêm positivas, baseadas na maior oferta de crédito e na melhora dos índices de confiança", disse, por meio de nota, Alarico Assumpção Júnior, presidente da entidade que representa as distribuidoras de veículos. O Chevrolet Onix continua no topo do ranking entre os carros de passeio, seguido por Hyundai HB20, Ford Ka e Renault Sandero. Entre os 10 mais comercializados, sete são compactos, com preços a partir R$ 40 mil. Os dados de produção serão divulgados na próxima semana, pela Anfavea (associação nacional das montadoras).
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Refugiados em Budapeste e Viena vivem duas realidades
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Na estação central de Budapeste, dois professores seguram apreensivos e ansiosos o bilhete na amontoada fila de espera do trem que os levaria à Áustria, de onde pretendiam ir para a Alemanha. Um deles, o sírio Samir Kali, 37, que dava aulas de matemática em seu país, reage irritado quando a reportagem pergunta se estava feliz com a possibilidade de chegar ao território alemão: "Não estou feliz não, porque por mim teria ficado em Damasco, que era a melhor cidade do mundo antes da guerra." À sua frente, na mesma fila, estava Habib Zai, 34, que deixou a província de Kunar, no leste do Afeganistão, ameaçado de morte pelo grupo radical Taleban se não parasse de dar aulas de inglês. "O Afeganistão é lindo. Você precisa conhecer", disse. Um pouco mais cedo, na austríaca Viena, o menino sírio Wesam, 14, já respondia com um "danke" –"obrigado" em alemão– ao receber comida e roupas para o frio. Foi puxado pelo pai rapidamente assim que chegou o trem que os levaria a Salzburgo, na fronteira com a tão esperada Alemanha. Outros sírios usavam a rede de internet "free4refugee" ("grátis para refugiados") da estação para se comunicar com parentes no país de origem -ou, como no caso do sírio Amer Misto, 34, localizar em Viena a mulher e o filho que se perderam dele na travessia da fronteira entre os países na noite de sexta (4). A reportagem da Folha visitou no domingo (6) as duas capitais, separadas uma da outra por 215 km. Na húngara, o caos de semana passada já estava sob controle, apesar da aglomeração à espera dos trens, ainda mais depois que o governo austríaco indicou a retomada das fronteiras gradualmente. À beira do trilho, dois papéis estavam colados num mural. Um deles, desenhado à mão, explicava a rota para chegar à Áustria. Do lado de fora, crianças escreviam cartazes para se despedir de voluntários húngaros que ajudaram a conter a confusão em Budapeste diante da falta de ajuda do governo local, que adotou política contrária à permanência de refugiados e até ofereceu ônibus para cruzarem a fronteira. Enquanto isso, na estação Westbahnhof (Viena), refugiados e passageiros regulares dos trens se sentavam lado a lado no saguão principal -por causa dos "novos" visitantes, a cobrança de € 0,50 (R$ 2,15) pelo uso do banheiro foi suspensa para todos. Alguns dos refugiados, principalmente crianças, foram convidados pelos austríacos a almoçar em redes de fast food na estação. Em Budapeste, um trem partiu às 17h10 (12h10, horário de Brasília) levando para a Áustria os professores Habib Zai e Samir Kali. Zai chegou à Hungria na quarta-feira (2). Não sabia informar de quem recebeu o bilhete para sair de Budapeste. "Não sei quem pagou, só me entregaram." A expectativa de todos de chegar à Alemanha se mistura à incerteza de como será o futuro no país. Além de professores, não é raro encontrar entre os refugiados pessoas com qualificação profissional elevada, como um engenheiro elétrico que deixou tudo para trás por causa do conflito na Síria (ele que não quis dar entrevista). O governo alemão estima que deve receber 800 mil pedidos de asilo neste ano, à frente de qualquer outro país europeu. Cada processo, em tese, é analisado individualmente e pode levar meses. Segundo dados da ONU, pelo menos 340 mil pessoas cruzaram o Mediterrâneo em direção à Europa neste ano, sendo que ao menos 2.500 teriam morrido na travessia. O cenário já é considerado o maior fluxo de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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mundo
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Refugiados em Budapeste e Viena vivem duas realidadesNa estação central de Budapeste, dois professores seguram apreensivos e ansiosos o bilhete na amontoada fila de espera do trem que os levaria à Áustria, de onde pretendiam ir para a Alemanha. Um deles, o sírio Samir Kali, 37, que dava aulas de matemática em seu país, reage irritado quando a reportagem pergunta se estava feliz com a possibilidade de chegar ao território alemão: "Não estou feliz não, porque por mim teria ficado em Damasco, que era a melhor cidade do mundo antes da guerra." À sua frente, na mesma fila, estava Habib Zai, 34, que deixou a província de Kunar, no leste do Afeganistão, ameaçado de morte pelo grupo radical Taleban se não parasse de dar aulas de inglês. "O Afeganistão é lindo. Você precisa conhecer", disse. Um pouco mais cedo, na austríaca Viena, o menino sírio Wesam, 14, já respondia com um "danke" –"obrigado" em alemão– ao receber comida e roupas para o frio. Foi puxado pelo pai rapidamente assim que chegou o trem que os levaria a Salzburgo, na fronteira com a tão esperada Alemanha. Outros sírios usavam a rede de internet "free4refugee" ("grátis para refugiados") da estação para se comunicar com parentes no país de origem -ou, como no caso do sírio Amer Misto, 34, localizar em Viena a mulher e o filho que se perderam dele na travessia da fronteira entre os países na noite de sexta (4). A reportagem da Folha visitou no domingo (6) as duas capitais, separadas uma da outra por 215 km. Na húngara, o caos de semana passada já estava sob controle, apesar da aglomeração à espera dos trens, ainda mais depois que o governo austríaco indicou a retomada das fronteiras gradualmente. À beira do trilho, dois papéis estavam colados num mural. Um deles, desenhado à mão, explicava a rota para chegar à Áustria. Do lado de fora, crianças escreviam cartazes para se despedir de voluntários húngaros que ajudaram a conter a confusão em Budapeste diante da falta de ajuda do governo local, que adotou política contrária à permanência de refugiados e até ofereceu ônibus para cruzarem a fronteira. Enquanto isso, na estação Westbahnhof (Viena), refugiados e passageiros regulares dos trens se sentavam lado a lado no saguão principal -por causa dos "novos" visitantes, a cobrança de € 0,50 (R$ 2,15) pelo uso do banheiro foi suspensa para todos. Alguns dos refugiados, principalmente crianças, foram convidados pelos austríacos a almoçar em redes de fast food na estação. Em Budapeste, um trem partiu às 17h10 (12h10, horário de Brasília) levando para a Áustria os professores Habib Zai e Samir Kali. Zai chegou à Hungria na quarta-feira (2). Não sabia informar de quem recebeu o bilhete para sair de Budapeste. "Não sei quem pagou, só me entregaram." A expectativa de todos de chegar à Alemanha se mistura à incerteza de como será o futuro no país. Além de professores, não é raro encontrar entre os refugiados pessoas com qualificação profissional elevada, como um engenheiro elétrico que deixou tudo para trás por causa do conflito na Síria (ele que não quis dar entrevista). O governo alemão estima que deve receber 800 mil pedidos de asilo neste ano, à frente de qualquer outro país europeu. Cada processo, em tese, é analisado individualmente e pode levar meses. Segundo dados da ONU, pelo menos 340 mil pessoas cruzaram o Mediterrâneo em direção à Europa neste ano, sendo que ao menos 2.500 teriam morrido na travessia. O cenário já é considerado o maior fluxo de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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Daniel Dias busca 'top 4' da história paraolímpica nos Jogos
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DE SÃO PAULO O nadador Daniel Dias, 28, é o destaque de um primeiro dia de competições nos Jogos do Rio que promete inúmeras medalhas para o Brasil. O paulista, detentor de 15 medalhas em Paraolimpíadas (dez ouros), nada as eliminatórias dos 200 m livre da classe S5 pela manhã (11h31) e a provável final da prova à noite (19h59), no Estádio Aquático, dentro do Parque Olímpico da Barra da Tijuca. Ele é o atual bicampeão paraolímpico da distância. Seria o início perfeito para seus ambiciosos objetivos para o evento. Dias deve cair na água para até nove provas, entre compromissos individuais e em revezamentos. Se obtiver sucesso na empreitada, pulará para 24 pódios e ficará no top 4 dos maiores medalhistas da natação paraolímpica. A mais laureada é a norte-americana Trischa Zorn (55), e atrás dela vêm a francesa Béatrice Hess e a alemã Claudia Hengst, ambas empatadas com 25. Todas já se aposentaram da natação. "Já são duas Paraolimpíadas, mas acredito que aqui vai ser diferente de todas", afirmou o nadador, que teve má formação congênita. Dias teve um início tardio na natação, aos 16 anos, depois de assistir aos Jogos Paraolímpicos de Atenas-2004 e se encantar com os feitos de Clodoaldo Silva, grande nome do país naquela edição. Apenas quatro anos foram suficientes para que ele brilhasse em Pequim-2008 e, depois, em Londres-2012. Até hoje ele treina em uma piscina pequena em Bragança Paulista, a 83 km de São Paulo. Isso nunca foi um impeditivo para que sobressaísse em nível internacional. Em 2009, 2012 e 2016 ele ganhou o Prêmio Laureus, o mais relevante do esporte, como melhor atleta com deficiência do mundo. OUTROS ESPORTES Além da natação, o Brasil tentará medalhas em outros esportes de peso: atletismo e judô. Na pista, a primeira láurea nacional pode sair às 10h, com Odair Santos, que disputa os 5.000 m da classe T11 no Engenhão. Outro destaque da delegação, o velocista Alan Fonteles corre as eliminatórias dos 100 m rasos da classe T44 a partir das 17h45. No tatame, Karla Cardoso, duas vezes medalhista de prata (Atenas e Pequim), tenta novo pódio. Competindo na categoria até 48 kg, ela estreia contra a ucraniana Iuliia Halinska na Arena Carioca 3.
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esporte
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Daniel Dias busca 'top 4' da história paraolímpica nos Jogos
DE SÃO PAULO O nadador Daniel Dias, 28, é o destaque de um primeiro dia de competições nos Jogos do Rio que promete inúmeras medalhas para o Brasil. O paulista, detentor de 15 medalhas em Paraolimpíadas (dez ouros), nada as eliminatórias dos 200 m livre da classe S5 pela manhã (11h31) e a provável final da prova à noite (19h59), no Estádio Aquático, dentro do Parque Olímpico da Barra da Tijuca. Ele é o atual bicampeão paraolímpico da distância. Seria o início perfeito para seus ambiciosos objetivos para o evento. Dias deve cair na água para até nove provas, entre compromissos individuais e em revezamentos. Se obtiver sucesso na empreitada, pulará para 24 pódios e ficará no top 4 dos maiores medalhistas da natação paraolímpica. A mais laureada é a norte-americana Trischa Zorn (55), e atrás dela vêm a francesa Béatrice Hess e a alemã Claudia Hengst, ambas empatadas com 25. Todas já se aposentaram da natação. "Já são duas Paraolimpíadas, mas acredito que aqui vai ser diferente de todas", afirmou o nadador, que teve má formação congênita. Dias teve um início tardio na natação, aos 16 anos, depois de assistir aos Jogos Paraolímpicos de Atenas-2004 e se encantar com os feitos de Clodoaldo Silva, grande nome do país naquela edição. Apenas quatro anos foram suficientes para que ele brilhasse em Pequim-2008 e, depois, em Londres-2012. Até hoje ele treina em uma piscina pequena em Bragança Paulista, a 83 km de São Paulo. Isso nunca foi um impeditivo para que sobressaísse em nível internacional. Em 2009, 2012 e 2016 ele ganhou o Prêmio Laureus, o mais relevante do esporte, como melhor atleta com deficiência do mundo. OUTROS ESPORTES Além da natação, o Brasil tentará medalhas em outros esportes de peso: atletismo e judô. Na pista, a primeira láurea nacional pode sair às 10h, com Odair Santos, que disputa os 5.000 m da classe T11 no Engenhão. Outro destaque da delegação, o velocista Alan Fonteles corre as eliminatórias dos 100 m rasos da classe T44 a partir das 17h45. No tatame, Karla Cardoso, duas vezes medalhista de prata (Atenas e Pequim), tenta novo pódio. Competindo na categoria até 48 kg, ela estreia contra a ucraniana Iuliia Halinska na Arena Carioca 3.
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Máquinas e construção civil já ameaçam demitir 630 mil
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Setores que terão elevação de tributo com a nova alíquota do programa de desoneração da folha de pagamento ameaçaram com uma avalanche de demissões nesta quarta-feira (17). Apenas dois segmentos –máquinas e equipamentos e construção civil– projetaram o corte de 630 mil trabalhadores por causa da medida e da recessão da economia. Até o fechamento desta edição, a medida estava em votação no Congresso. A redução dos benefícios gerados pela desoneração da folha de pagamentos é um dos principais pilares do ajuste fiscal promovido pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda). Os fabricantes de máquinas e equipamentos estimaram que vão demitir 150 mil pessoas no segundo semestre do ano. O número representa 43% da força de trabalho do setor, que chega a 350 mil pessoas. Também é muito elevado em comparação com as 35 mil vagas fechadas pelo setor no último um ano e meio. "É um descalabro. Estão matando e enterrando a indústria nacional", disse Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq, entidade que reúne os fabricantes de máquinas. Ele afirmou que o grande volume de demissões se justifica porque muitas empresas devem fechar as portas. O setor de máquinas, que foi incluído nas desonerações em 2012, paga hoje 1% do seu faturamento para a Previdência Social. Agora o governo está propondo elevar a alíquota para 2,5%. Segundo Pastoriza, o aumento anula os benefícios que o setor recebeu. Ele calcula que, em média, a desoneração da folha de pagamentos represente um aumento de 2,5% na margem de lucro das empresas. Antes da medida, o setor pagava o equivalente a 20% da folha de pagamento para o INSS. Na construção civil, a previsão é demitir 480 mil pessoas neste ano, o que significa 14% dos 3,3 milhões de empregos gerados pelo setor. Se a projeção se confirmar, o setor terá fechado 750 mil vagas em dois anos. RECLAMAÇÃO "Esse problema está sendo provado pela crise econômica, mas a redução da desoneração da folha agrava a situação", diz José Romeu Ferraz Neto, presidente do Sinduscon-SP. Os empresários reclamaram duramente de um acordo entre os partidos da base aliada, que beneficiaria quatro setores: comunicação (que inclui empresas jornalísticas), transportes, call center e cesta básica. Pela negociação, esses setores teriam um aumento menor das alíquotas. "É um absurdo poupar esses setores, porque eles não sofrem com concorrência externa. Foram agregados à desoneração da folha por conveniência política", diz Pastoriza, da Abimaq. Para Ferraz Neto, do Sinduscon, "não dá para entender a lógica de escolha desses setores". Levy se manifestou contrário ao acordo selado no Congresso e disse que nenhum setor deveria ser poupado (leia abaixo).
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mercado
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Máquinas e construção civil já ameaçam demitir 630 milSetores que terão elevação de tributo com a nova alíquota do programa de desoneração da folha de pagamento ameaçaram com uma avalanche de demissões nesta quarta-feira (17). Apenas dois segmentos –máquinas e equipamentos e construção civil– projetaram o corte de 630 mil trabalhadores por causa da medida e da recessão da economia. Até o fechamento desta edição, a medida estava em votação no Congresso. A redução dos benefícios gerados pela desoneração da folha de pagamentos é um dos principais pilares do ajuste fiscal promovido pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda). Os fabricantes de máquinas e equipamentos estimaram que vão demitir 150 mil pessoas no segundo semestre do ano. O número representa 43% da força de trabalho do setor, que chega a 350 mil pessoas. Também é muito elevado em comparação com as 35 mil vagas fechadas pelo setor no último um ano e meio. "É um descalabro. Estão matando e enterrando a indústria nacional", disse Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq, entidade que reúne os fabricantes de máquinas. Ele afirmou que o grande volume de demissões se justifica porque muitas empresas devem fechar as portas. O setor de máquinas, que foi incluído nas desonerações em 2012, paga hoje 1% do seu faturamento para a Previdência Social. Agora o governo está propondo elevar a alíquota para 2,5%. Segundo Pastoriza, o aumento anula os benefícios que o setor recebeu. Ele calcula que, em média, a desoneração da folha de pagamentos represente um aumento de 2,5% na margem de lucro das empresas. Antes da medida, o setor pagava o equivalente a 20% da folha de pagamento para o INSS. Na construção civil, a previsão é demitir 480 mil pessoas neste ano, o que significa 14% dos 3,3 milhões de empregos gerados pelo setor. Se a projeção se confirmar, o setor terá fechado 750 mil vagas em dois anos. RECLAMAÇÃO "Esse problema está sendo provado pela crise econômica, mas a redução da desoneração da folha agrava a situação", diz José Romeu Ferraz Neto, presidente do Sinduscon-SP. Os empresários reclamaram duramente de um acordo entre os partidos da base aliada, que beneficiaria quatro setores: comunicação (que inclui empresas jornalísticas), transportes, call center e cesta básica. Pela negociação, esses setores teriam um aumento menor das alíquotas. "É um absurdo poupar esses setores, porque eles não sofrem com concorrência externa. Foram agregados à desoneração da folha por conveniência política", diz Pastoriza, da Abimaq. Para Ferraz Neto, do Sinduscon, "não dá para entender a lógica de escolha desses setores". Levy se manifestou contrário ao acordo selado no Congresso e disse que nenhum setor deveria ser poupado (leia abaixo).
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Crise econômica estimula sites de comparação de preços
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A crise está alimentando os sites de comparação de preços. Além de gerar cliques para aqueles que já eram referência, fez surgir novas opções para economizar na escolha do melhor plano de celular e TV paga, nas compras de supermercados, seguros e até de moedas estrangeiras. Até hoje, a comparação de preços sempre funcionou entre os estabelecimentos com lojas virtuais. Os softwares dos comparadores captam automaticamente os preços em vários sites e os organizam em uma única tela. Desde o fim do ano passado, alguns sites passaram a trazer para a internet comparações de preços de lojas que não existem on-line. A PagPouco, por exemplo, cataloga preços manualmente em supermercados das cidades de São Paulo e Santos. O serviço funciona desde novembro. No site, é possível comparar quanto custa cada produto nos supermercados em que a empresa atua, com a data da última atualização. Centavo por centavo - Comparadores de preços ajudam a economizar A Agrid desenvolve plataformas para que possam ser comparados preços de serviços que, em geral, só são informados após telefonema ou visita ao fornecedor. Para o mercado de casamentos, é possível encontrar guias de fornecedores produzidos pela empresa nos sites Casando Sem Grana e Le Jour. "No mercado de eventos, o fornecedor só dá o preço se você for lá. E ele vê a marca de seu carro, de seu relógio, e escolhe o preço em cima disso", diz Nicholas Kneip, fundador da Agrid. Quem busca a alternativa mais barata para um plano pós-pago para celular com, ao menos, 50 minutos para ligações e 1 giga de internet acha opções que variam entre R$ 69,90 e R$ 124,90. A cotação foi feita pela Folha a partir do site Melhor Plano, lançado há cerca de um mês. Foram considerados os preços de planos mais baratos de cada uma das operadoras que cumprissem os requisitos desejados. Existem alternativas para economizar até na compra de dólar e de outras moedas estrangeiras. Fundado por Stéfano Assis, o MelhorCambio recebe 550 mil acessos por mês. Na sexta-feira (6), às 18h45, o comparador virtual indicava corretoras vendendo um dólar com valores entre R$ 3,65 e R$ 3,74 na cidade de São Paulo, com IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e taxas inclusos. CENÁRIO Pesquisa realizada com 30 mil consumidores pelo site de comparação Zoom mostra que o fator preço ganhou mais importância na hora de definir uma compra. Em 2013, 19% dos entrevistados disseram ser influenciados pelo menor preço. Neste ano, esse percentual subiu para 36%, o que seria reflexo da crise econômica. Porém, o preço ainda não é fator decisivo na compra on-line. A experiência continua sendo decisiva. Quem teve sucesso nas compras costuma manter o hábito. Em 2013, essa relação influenciava 31% dos entrevistados. Hoje, 39%.
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mercado
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Crise econômica estimula sites de comparação de preçosA crise está alimentando os sites de comparação de preços. Além de gerar cliques para aqueles que já eram referência, fez surgir novas opções para economizar na escolha do melhor plano de celular e TV paga, nas compras de supermercados, seguros e até de moedas estrangeiras. Até hoje, a comparação de preços sempre funcionou entre os estabelecimentos com lojas virtuais. Os softwares dos comparadores captam automaticamente os preços em vários sites e os organizam em uma única tela. Desde o fim do ano passado, alguns sites passaram a trazer para a internet comparações de preços de lojas que não existem on-line. A PagPouco, por exemplo, cataloga preços manualmente em supermercados das cidades de São Paulo e Santos. O serviço funciona desde novembro. No site, é possível comparar quanto custa cada produto nos supermercados em que a empresa atua, com a data da última atualização. Centavo por centavo - Comparadores de preços ajudam a economizar A Agrid desenvolve plataformas para que possam ser comparados preços de serviços que, em geral, só são informados após telefonema ou visita ao fornecedor. Para o mercado de casamentos, é possível encontrar guias de fornecedores produzidos pela empresa nos sites Casando Sem Grana e Le Jour. "No mercado de eventos, o fornecedor só dá o preço se você for lá. E ele vê a marca de seu carro, de seu relógio, e escolhe o preço em cima disso", diz Nicholas Kneip, fundador da Agrid. Quem busca a alternativa mais barata para um plano pós-pago para celular com, ao menos, 50 minutos para ligações e 1 giga de internet acha opções que variam entre R$ 69,90 e R$ 124,90. A cotação foi feita pela Folha a partir do site Melhor Plano, lançado há cerca de um mês. Foram considerados os preços de planos mais baratos de cada uma das operadoras que cumprissem os requisitos desejados. Existem alternativas para economizar até na compra de dólar e de outras moedas estrangeiras. Fundado por Stéfano Assis, o MelhorCambio recebe 550 mil acessos por mês. Na sexta-feira (6), às 18h45, o comparador virtual indicava corretoras vendendo um dólar com valores entre R$ 3,65 e R$ 3,74 na cidade de São Paulo, com IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e taxas inclusos. CENÁRIO Pesquisa realizada com 30 mil consumidores pelo site de comparação Zoom mostra que o fator preço ganhou mais importância na hora de definir uma compra. Em 2013, 19% dos entrevistados disseram ser influenciados pelo menor preço. Neste ano, esse percentual subiu para 36%, o que seria reflexo da crise econômica. Porém, o preço ainda não é fator decisivo na compra on-line. A experiência continua sendo decisiva. Quem teve sucesso nas compras costuma manter o hábito. Em 2013, essa relação influenciava 31% dos entrevistados. Hoje, 39%.
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Aviso de Recebimento é nefasto para SP
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Sofremos recentemente uma grande frustração na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Após debates, pleitos, audiências públicas e mobilizações no decorrer de mais de um ano, acreditávamos que havia chegado o dia em que o PL 874/16 seria votado, mas houve um adiamento. Ele anula a lei nº 15.659/15, que obriga o Aviso de Recebimento (AR) nos comunicados que os credores enviam aos consumidores em situação de inadimplência, antes que estes sejam incluídos em listas de devedores. A revogação da lei é demanda da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), que congrega mais de 400 entidades e 200 mil empresários. Somos contra o AR porque prejudica consumidores, famílias, empresas e as próprias associações comerciais, além de ser sete vezes mais caro do que a carta simples. Se o AR não é adotado por nenhum outro Estado, por que precisa ser em São Paulo? Em primeiro lugar, ao contrário do que afirmam entusiastas do modelo atual, o PL 874, de autoria do governador Geraldo Alckmin, está totalmente alinhado com o Código de Defesa do Consumidor, que prevê somente comunicação por escrito ao consumidor, antes da inscrição da dívida em cadastro. O PL traz a facilidade da consulta gratuita, pela internet, da situação de cada consumidor. Já a lei do AR dificulta a vida de todos. Retrógrada, vai na contramão de uma época em que se resolve tudo pela internet. A carta simples funciona bem há mais de 30 anos, chegando ao destinatário de forma rápida, barata e eficiente. Todas as cobranças -água, luz, telefone- são entregues assim. Segundo os Correios, o índice de entrega da correspondência simples é de 97%, enquanto o do AR é de 60%. São vários os fatores que fazem do AR um instrumento ineficaz. Os carteiros, por exemplo, trabalham em horário comercial, quando os potenciais destinatários também estão em horário de trabalho e, assim, ficam impossibilitados de assinar o aviso. Além disso, nem todos os municípios do Estado são atendidos com serviço de AR. Assim, os consumidores desses locais não sabem que estão negativados. A dívida, portanto, vai para protesto, obrigando o cidadão a arcar com as custas do cartório, além do pagamento da dívida. Outro agravante: nos 50% de municípios paulistas sem cartório, os consumidores se veem obrigados a se deslocar para outra cidade. Já existe jurisprudência contrária ao AR. O STJ, por exemplo, em sua súmula nº 404, diz que ele é dispensável "na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome". De setembro de 2015, quando a obrigatoriedade do AR entrou em vigor, até março deste ano, 6,7 milhões de CPFs foram protestados. Considerando-se esse total, a R$ 1.500 de dívida média e pagamento de uma taxa em torno de 10%, chega-se a um custo total de R$ 1 bilhão, caso todas as pessoas protestadas queiram limpar o nome no cartório. Acreditamos que a Alesp, representante legítima do povo paulista, não irá nos decepcionar e cumprirá o compromisso assumido conosco. As empresas e os consumidores não podem mais esperar. ALENCAR BURTI é presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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opiniao
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Aviso de Recebimento é nefasto para SPSofremos recentemente uma grande frustração na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Após debates, pleitos, audiências públicas e mobilizações no decorrer de mais de um ano, acreditávamos que havia chegado o dia em que o PL 874/16 seria votado, mas houve um adiamento. Ele anula a lei nº 15.659/15, que obriga o Aviso de Recebimento (AR) nos comunicados que os credores enviam aos consumidores em situação de inadimplência, antes que estes sejam incluídos em listas de devedores. A revogação da lei é demanda da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), que congrega mais de 400 entidades e 200 mil empresários. Somos contra o AR porque prejudica consumidores, famílias, empresas e as próprias associações comerciais, além de ser sete vezes mais caro do que a carta simples. Se o AR não é adotado por nenhum outro Estado, por que precisa ser em São Paulo? Em primeiro lugar, ao contrário do que afirmam entusiastas do modelo atual, o PL 874, de autoria do governador Geraldo Alckmin, está totalmente alinhado com o Código de Defesa do Consumidor, que prevê somente comunicação por escrito ao consumidor, antes da inscrição da dívida em cadastro. O PL traz a facilidade da consulta gratuita, pela internet, da situação de cada consumidor. Já a lei do AR dificulta a vida de todos. Retrógrada, vai na contramão de uma época em que se resolve tudo pela internet. A carta simples funciona bem há mais de 30 anos, chegando ao destinatário de forma rápida, barata e eficiente. Todas as cobranças -água, luz, telefone- são entregues assim. Segundo os Correios, o índice de entrega da correspondência simples é de 97%, enquanto o do AR é de 60%. São vários os fatores que fazem do AR um instrumento ineficaz. Os carteiros, por exemplo, trabalham em horário comercial, quando os potenciais destinatários também estão em horário de trabalho e, assim, ficam impossibilitados de assinar o aviso. Além disso, nem todos os municípios do Estado são atendidos com serviço de AR. Assim, os consumidores desses locais não sabem que estão negativados. A dívida, portanto, vai para protesto, obrigando o cidadão a arcar com as custas do cartório, além do pagamento da dívida. Outro agravante: nos 50% de municípios paulistas sem cartório, os consumidores se veem obrigados a se deslocar para outra cidade. Já existe jurisprudência contrária ao AR. O STJ, por exemplo, em sua súmula nº 404, diz que ele é dispensável "na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome". De setembro de 2015, quando a obrigatoriedade do AR entrou em vigor, até março deste ano, 6,7 milhões de CPFs foram protestados. Considerando-se esse total, a R$ 1.500 de dívida média e pagamento de uma taxa em torno de 10%, chega-se a um custo total de R$ 1 bilhão, caso todas as pessoas protestadas queiram limpar o nome no cartório. Acreditamos que a Alesp, representante legítima do povo paulista, não irá nos decepcionar e cumprirá o compromisso assumido conosco. As empresas e os consumidores não podem mais esperar. ALENCAR BURTI é presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Câmera flagra mulher que abandonou bebê no centro de SP; assista
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A Polícia Civil começou a analisar nesta segunda-feira (5) imagens que mostram uma mulher abandonando um bebê no centro de São Paulo no domingo (4). A suspeita foi flagrada por câmeras de segurança de um prédio. O recém-nascido foi deixado em uma sacola de pano, embaixo de uma árvore, diante de um edifício da rua Piauí, em Higienópolis, bairro de classe média alta da região central de São Paulo. Quem tiver informações que possam ajudar a identificar a mulher que aparece no vídeo deve ligar para a Polícia Civil: 3256-4148. A sacola foi encontrada a poucos metros da praça Vilaboim por um morador, que, curioso ergueu o saco para sentir seu peso e ouviu o gemido ao depositá-lo novamente no chão. Ao abrir o pano, encontrou o bebê –uma menina branca, que aparentava poucos dias de vida– com roupas de recém-nascido. Por volta das 19h, ele acionou a Polícia Militar, que encontrou a criança já agasalhada com um pequeno cobertor, no colo do homem que a resgatou, cercada por mais dez moradores. "Ela estava quietinha. E é muito linda", conta o soldado Gustavo Quirino, 25, que atendeu à ocorrência. "Foi complicado... Tenho um filho recém-nascido e fiquei triste. A gente não consegue entender a cabeça de quem faz uma coisa dessas", disse. A criança foi levada para a a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde foi examinada pelo setor de pediatria, que estimou sua idade em três dias. Após a internação, foram feitos exames clínicos, que não apontaram sinais de maus-tratos nem problemas aparentes de saúde. Segundo o hospital, a bebê foi alimentada com leite industrializado para recém-nascidos e passa bem. O caso está sendo investigado no 78º DP (Jardins).
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cotidiano
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Câmera flagra mulher que abandonou bebê no centro de SP; assistaA Polícia Civil começou a analisar nesta segunda-feira (5) imagens que mostram uma mulher abandonando um bebê no centro de São Paulo no domingo (4). A suspeita foi flagrada por câmeras de segurança de um prédio. O recém-nascido foi deixado em uma sacola de pano, embaixo de uma árvore, diante de um edifício da rua Piauí, em Higienópolis, bairro de classe média alta da região central de São Paulo. Quem tiver informações que possam ajudar a identificar a mulher que aparece no vídeo deve ligar para a Polícia Civil: 3256-4148. A sacola foi encontrada a poucos metros da praça Vilaboim por um morador, que, curioso ergueu o saco para sentir seu peso e ouviu o gemido ao depositá-lo novamente no chão. Ao abrir o pano, encontrou o bebê –uma menina branca, que aparentava poucos dias de vida– com roupas de recém-nascido. Por volta das 19h, ele acionou a Polícia Militar, que encontrou a criança já agasalhada com um pequeno cobertor, no colo do homem que a resgatou, cercada por mais dez moradores. "Ela estava quietinha. E é muito linda", conta o soldado Gustavo Quirino, 25, que atendeu à ocorrência. "Foi complicado... Tenho um filho recém-nascido e fiquei triste. A gente não consegue entender a cabeça de quem faz uma coisa dessas", disse. A criança foi levada para a a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde foi examinada pelo setor de pediatria, que estimou sua idade em três dias. Após a internação, foram feitos exames clínicos, que não apontaram sinais de maus-tratos nem problemas aparentes de saúde. Segundo o hospital, a bebê foi alimentada com leite industrializado para recém-nascidos e passa bem. O caso está sendo investigado no 78º DP (Jardins).
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Coiote flagrado pela Folha se passou por PF e teve caso analisado por Moro
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Responsável por intermediar a arriscada travessia de barco de dezenas de imigrantes ilegais brasileiros aos EUA via Bahamas, o coiote Alexandre Soares da Silva já foi detido e condenado por se passar por policial federal. A denúncia contra ele foi aceita em 2014 pelo até então pouco conhecido juiz federal Sergio Moro, de Curitiba. No último domingo (8), a Folha revelou que Silva havia agenciado, no dia anterior, a viagem de seis imigrantes brasileiros de Nassau, a capital das Bahamas, até Miami, em percurso de 13 horas que envolveu uma troca de barco em alto mar. À reportagem, que se identificou como interessado em cruzar para os EUA, Silva disse que a viagem custaria US$ 12 mil (R$ 38,6 mil), com o pagamento adiantado de metade do valor. A conversa ocorreu no dia 6 de janeiro, véspera do embarque do grupo. Para alguém que oferece um serviço caro e cheio de riscos, o currículo de Silva inspira pouca confiança, com passagens pela polícia no Brasil e nos EUA. Em 27 julho de 2013, ele foi preso em Campina Grande do Sul (PR), na região metropolitana de Curitiba, durante uma viagem de ônibus interestadual. De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista do ônibus prestou queixa de que Silva havia mostrado um distintivo falso da PF para não pagar passagem e para comer de graça durante a parada num posto de gasolina da rodovia Régis Bittencourt (BR-116). Depois de encontrar outros documentos falsificados, os policiais deram voz de prisão a Silva, levado à carceragem da Polícia Federal em Curitiba —à época, ainda não ocupada pelos presos da Operação Lava Jato. No processo, não consta a informação de quanto tempo Silva passou ali. Ao aceitar a denúncia contra Silva por estelionato, em dezembro de 2014, Moro escreveu que o réu "viajou de graça, buscou obter refeição gratuita e perturbou os passageiros do ônibus". O juiz, ainda em sua fase pré-Lava Jato, registrou também que, ao ser abordado pela PRF, Silva se defendeu "dizendo aos policiais, in verbis, 'eu sou da casa!'". Em agosto de 2015, a juíza federal substituta Gabriela Hardt condenou Silva a comparecer a cada dois meses à Comarca de Marataízes (ES), onde mora, e a pagar a quantia de R$ 4.000 no prazo de um ano. Em 18 de agosto do ano passado, ele foi ao cartório da cidade para dizer que havia desrespeitado o prazo por ter perdido o boleto. Foi emitido um novo documento bancário, mas, até agora, ele não pagou a multa, segundo o acompanhamento processual do caso. Nos Estados Unidos, Silva foi condenado por roubo pela Justiça da Flórida, em 1991. Em conversa com a reportagem, ele mesmo contou que passou dez meses em uma cadeia do Estado americano. Por não estar envolvido no caso dos 12 brasileiros desaparecidos enquanto tentavam chegar aos EUA via Bahamas, ele ficou fora do radar da Operação Piratas do Caribe, da Polícia Federal. Na sexta-feira (13), policiais prenderam três supostos coiotes que atuariam na rota das Bahamas e cumpriram cinco mandados de busca e apreensão. A operação ocorreu em Rondônia, Minas Gerais e Santa Catarina. A reportagem da Folha deixou recados para Silva no número de telefone usado por ele nas Bahamas, mas não houve resposta. No processo, não consta o nome do advogado de defesa dele.
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Coiote flagrado pela Folha se passou por PF e teve caso analisado por MoroResponsável por intermediar a arriscada travessia de barco de dezenas de imigrantes ilegais brasileiros aos EUA via Bahamas, o coiote Alexandre Soares da Silva já foi detido e condenado por se passar por policial federal. A denúncia contra ele foi aceita em 2014 pelo até então pouco conhecido juiz federal Sergio Moro, de Curitiba. No último domingo (8), a Folha revelou que Silva havia agenciado, no dia anterior, a viagem de seis imigrantes brasileiros de Nassau, a capital das Bahamas, até Miami, em percurso de 13 horas que envolveu uma troca de barco em alto mar. À reportagem, que se identificou como interessado em cruzar para os EUA, Silva disse que a viagem custaria US$ 12 mil (R$ 38,6 mil), com o pagamento adiantado de metade do valor. A conversa ocorreu no dia 6 de janeiro, véspera do embarque do grupo. Para alguém que oferece um serviço caro e cheio de riscos, o currículo de Silva inspira pouca confiança, com passagens pela polícia no Brasil e nos EUA. Em 27 julho de 2013, ele foi preso em Campina Grande do Sul (PR), na região metropolitana de Curitiba, durante uma viagem de ônibus interestadual. De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista do ônibus prestou queixa de que Silva havia mostrado um distintivo falso da PF para não pagar passagem e para comer de graça durante a parada num posto de gasolina da rodovia Régis Bittencourt (BR-116). Depois de encontrar outros documentos falsificados, os policiais deram voz de prisão a Silva, levado à carceragem da Polícia Federal em Curitiba —à época, ainda não ocupada pelos presos da Operação Lava Jato. No processo, não consta a informação de quanto tempo Silva passou ali. Ao aceitar a denúncia contra Silva por estelionato, em dezembro de 2014, Moro escreveu que o réu "viajou de graça, buscou obter refeição gratuita e perturbou os passageiros do ônibus". O juiz, ainda em sua fase pré-Lava Jato, registrou também que, ao ser abordado pela PRF, Silva se defendeu "dizendo aos policiais, in verbis, 'eu sou da casa!'". Em agosto de 2015, a juíza federal substituta Gabriela Hardt condenou Silva a comparecer a cada dois meses à Comarca de Marataízes (ES), onde mora, e a pagar a quantia de R$ 4.000 no prazo de um ano. Em 18 de agosto do ano passado, ele foi ao cartório da cidade para dizer que havia desrespeitado o prazo por ter perdido o boleto. Foi emitido um novo documento bancário, mas, até agora, ele não pagou a multa, segundo o acompanhamento processual do caso. Nos Estados Unidos, Silva foi condenado por roubo pela Justiça da Flórida, em 1991. Em conversa com a reportagem, ele mesmo contou que passou dez meses em uma cadeia do Estado americano. Por não estar envolvido no caso dos 12 brasileiros desaparecidos enquanto tentavam chegar aos EUA via Bahamas, ele ficou fora do radar da Operação Piratas do Caribe, da Polícia Federal. Na sexta-feira (13), policiais prenderam três supostos coiotes que atuariam na rota das Bahamas e cumpriram cinco mandados de busca e apreensão. A operação ocorreu em Rondônia, Minas Gerais e Santa Catarina. A reportagem da Folha deixou recados para Silva no número de telefone usado por ele nas Bahamas, mas não houve resposta. No processo, não consta o nome do advogado de defesa dele.
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Confira a agenda desta semana
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SEGUNDA, 6 - TERÇA, 7 - QUARTA, 8 - QUINTA, 9 - SEXTA, 10 - SÁBADO, 11 - DOMINGO, 12
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poder
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Confira a agenda desta semanaSEGUNDA, 6 - TERÇA, 7 - QUARTA, 8 - QUINTA, 9 - SEXTA, 10 - SÁBADO, 11 - DOMINGO, 12
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Agência dos EUA divulga relatório sobre situação dos negócios de Trump
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O Escritório de Ética Governamental dos EUA divulgou nesta sexta-feira (16) um relatório que detalha os negócios do presidente americano, Donald Trump, deixados em um fundo de investimento quando ele tomou posse no cargo. O documento de 98 páginas foi entregue voluntariamente por Trump ao órgão e descreve a situação de seu império financeiro de janeiro de 2016 até agora. O relatório mostra os ativos, as dívidas e as transações feitas por Trump, mas não fornece uma imagem exata do seu patrimônio líquido. Ele também não revela quanto Trump pagou em impostos no ano passado ou sua dívida comercial total. Fornece, no entanto, uma imagem instantânea de sua gama de investimentos. O relatório mostra, por exemplo, que Trump renunciou a mais de 500 cargos, muitos deles um dia antes da sua inauguração como presidente. O presidente listou ainda ao menos US$ 315 milhões em dívidas, aproximadamente o mesmo valor que ele havia declarado em um documento no ano passado. O documento do Escritório de Ética Governamental adquire importância na medida em que o atual presidente não seguiu a longa tradição de divulgar seu imposto de renda, muito mais detalhados do que declarações como a entregue por Trump agora.
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Agência dos EUA divulga relatório sobre situação dos negócios de TrumpO Escritório de Ética Governamental dos EUA divulgou nesta sexta-feira (16) um relatório que detalha os negócios do presidente americano, Donald Trump, deixados em um fundo de investimento quando ele tomou posse no cargo. O documento de 98 páginas foi entregue voluntariamente por Trump ao órgão e descreve a situação de seu império financeiro de janeiro de 2016 até agora. O relatório mostra os ativos, as dívidas e as transações feitas por Trump, mas não fornece uma imagem exata do seu patrimônio líquido. Ele também não revela quanto Trump pagou em impostos no ano passado ou sua dívida comercial total. Fornece, no entanto, uma imagem instantânea de sua gama de investimentos. O relatório mostra, por exemplo, que Trump renunciou a mais de 500 cargos, muitos deles um dia antes da sua inauguração como presidente. O presidente listou ainda ao menos US$ 315 milhões em dívidas, aproximadamente o mesmo valor que ele havia declarado em um documento no ano passado. O documento do Escritório de Ética Governamental adquire importância na medida em que o atual presidente não seguiu a longa tradição de divulgar seu imposto de renda, muito mais detalhados do que declarações como a entregue por Trump agora.
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Acidente entre ônibus e caminhão deixa 20 mortos e 11 feridos no Paraná
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Um acidente envolvendo um caminhão e um ônibus deixou 20 pessoas mortas nesta segunda-feira (31) em uma rodovia entre os municípios de Cafezal do Sul e Iporã (a 610 km de Curitiba), no noroeste do Paraná. Os bombeiros informaram que 19 pessoas morreram carbonizadas e uma mulher foi resgatada, mas não resistiu e teve parada cardiorrespiratória. Outras 11 pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para o Hospital Cemil, em Umuarama (a 562 km de Curitiba). Entre os feridos estão Bruno Teixeira, motorista do ônibus, e os passageiros Rosilene Geraldo Dos Santos, Antonio Garcia De Matos, Rosa Aparecida Arques, Itamar M. De Matos, José Maria De Freitas Soares, Maria Maura Barbosa Arques, Laudecir De Paula Lopes, Laila Mauro Dos Santos, Claudete Brasileiro e Robervani Lourenço. O acidente aconteceu por volta das 6h desta segunda na rodovia PR-323, na altura do km 300, próximo a Cafezal do Sul. Os bombeiros informaram que foram acionados por volta das 6h20 para realizar o resgate das vítimas e controlar o incêndio. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, o ônibus da Secretaria Municipal de Saúde de Altônia trafegava em direção à cidade de Umuarama quando bateu de frente com uma caminhão. Após a batida, o ônibus foi arrastado pelo caminhão e pegou fogo. A Secretaria Municipal de Saúde de Altônia informou que o ônibus deixou a cidade por volta das 5h30 desta segunda. Segundo a secretaria, o coletivo levava pacientes, com seus acompanhantes, que realizariam cirurgia de cataratas em Umuarama. A pasta disse ainda que o secretário da saúde, Edson dos Santos Souza, está no local do acidente, mas não soube informar o número de exato de passageiros. O motorista do caminhão, que retornava de uma entrega de leite no município de Cruzeiro do Oeste (Paraná), morreu no acidente. Os corpos foram encaminhados para o IML (Instituto Médico Legal) de Umuarama. Equipes do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), dos bombeiros e dos municípios vizinhos ajudaram no resgaste das vítimas. O prefeito de Altônia, Amarildo Ribeiro Novato (PDT), decretou luto oficial de três na cidade. Veja a lista das pessoas mortas no acidente: - Alcides Rosa - Alzira Domingues Boiani Clementino - Antonio Camilo Trentin - Antônio Itikawa - Aparecida de Alexandre Silva - Audina Carraro - Arlindo Carraro - Cezina Lorenconi Rossi - Ernesto Pingoello - Florinda Ramos dos Santos - Creuza Gilio Soares - Maria Fernandes de Paula - Norival Rosa - Virgílina Tenório Martins - Iolanda Clementino - Geni dos Santos - Elza Alencar Bezerra - Maurício Alencar Bezerra - Amabile da Silva Lima - Sérgio Scravanato (motorista do caminhão) Acidente no Paraná
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Acidente entre ônibus e caminhão deixa 20 mortos e 11 feridos no ParanáUm acidente envolvendo um caminhão e um ônibus deixou 20 pessoas mortas nesta segunda-feira (31) em uma rodovia entre os municípios de Cafezal do Sul e Iporã (a 610 km de Curitiba), no noroeste do Paraná. Os bombeiros informaram que 19 pessoas morreram carbonizadas e uma mulher foi resgatada, mas não resistiu e teve parada cardiorrespiratória. Outras 11 pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para o Hospital Cemil, em Umuarama (a 562 km de Curitiba). Entre os feridos estão Bruno Teixeira, motorista do ônibus, e os passageiros Rosilene Geraldo Dos Santos, Antonio Garcia De Matos, Rosa Aparecida Arques, Itamar M. De Matos, José Maria De Freitas Soares, Maria Maura Barbosa Arques, Laudecir De Paula Lopes, Laila Mauro Dos Santos, Claudete Brasileiro e Robervani Lourenço. O acidente aconteceu por volta das 6h desta segunda na rodovia PR-323, na altura do km 300, próximo a Cafezal do Sul. Os bombeiros informaram que foram acionados por volta das 6h20 para realizar o resgate das vítimas e controlar o incêndio. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, o ônibus da Secretaria Municipal de Saúde de Altônia trafegava em direção à cidade de Umuarama quando bateu de frente com uma caminhão. Após a batida, o ônibus foi arrastado pelo caminhão e pegou fogo. A Secretaria Municipal de Saúde de Altônia informou que o ônibus deixou a cidade por volta das 5h30 desta segunda. Segundo a secretaria, o coletivo levava pacientes, com seus acompanhantes, que realizariam cirurgia de cataratas em Umuarama. A pasta disse ainda que o secretário da saúde, Edson dos Santos Souza, está no local do acidente, mas não soube informar o número de exato de passageiros. O motorista do caminhão, que retornava de uma entrega de leite no município de Cruzeiro do Oeste (Paraná), morreu no acidente. Os corpos foram encaminhados para o IML (Instituto Médico Legal) de Umuarama. Equipes do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), dos bombeiros e dos municípios vizinhos ajudaram no resgaste das vítimas. O prefeito de Altônia, Amarildo Ribeiro Novato (PDT), decretou luto oficial de três na cidade. Veja a lista das pessoas mortas no acidente: - Alcides Rosa - Alzira Domingues Boiani Clementino - Antonio Camilo Trentin - Antônio Itikawa - Aparecida de Alexandre Silva - Audina Carraro - Arlindo Carraro - Cezina Lorenconi Rossi - Ernesto Pingoello - Florinda Ramos dos Santos - Creuza Gilio Soares - Maria Fernandes de Paula - Norival Rosa - Virgílina Tenório Martins - Iolanda Clementino - Geni dos Santos - Elza Alencar Bezerra - Maurício Alencar Bezerra - Amabile da Silva Lima - Sérgio Scravanato (motorista do caminhão) Acidente no Paraná
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Especialistas divergem sobre futuro do preço do petróleo; veja opiniões
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O desempenho horrível do petróleo no começo do novo ano continuou nesta terça-feira (12), com o petróleo cru padrão Brent e o West Texas Intermediate (WTI), referencial do mercado dos Estados Unidos, flertando com a cotação de US$ 30 por barril. Preocupações com a economia da China, cujo crescimento puxou a disparada na demanda pelo petróleo mundial nos 10 últimos anos, somadas à produção ainda robusta nos Estados Unidos e a um salto na produção dos integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) levou os preços a cotações que não eram vistas há uma década. Mas para onde eles irão, daqui? Veja as opiniões de dois especialistas: * "Seria necessária uma série incomum de perturbações na oferta para mudar o rumo do comportamento dos preços. Em curto prazo, a perspectiva do mercado de petróleo é bastante sombria. Depois de um ano no qual os estoques cresceram em ritmo provável de 1,4 milhão de barris ao dia, as reservas continuam a crescer já que a demanda permanece lenta diante de um cenário de crescimento mais lento que o antecipado para a economia mundial, e de uma desaceleração na demanda chinesa por derivados de petróleo". "Na ponta da oferta, nos países que não são parte da Opep e respondem pela maior parte do aumento na oferta de 2010 para cá, a produção continua robusta. Ela continua a crescer no Canadá e Brasil e mal declinou nos Estados Unidos. Entre os países da Opep, a Arábia Saudita decidiu escorar sua fatia de mercado, em longo prazo, apesar do crescimento da concorrência, com a disparada na produção iraquiana e o Irã a ponto de reingressar nos mercados, já que as sanções contra o país devem ser suspensas a qualquer momento, agora". "Já que os estoques mundiais de petróleo cru e derivados continuam a crescer, o setor de energia parece estar esgotando o espaço disponível para armazenagem, o que provavelmente enfraquecerá ainda mais os preços do petróleo, que podem cair até a marca dos US$ 20". "Não significa que o mercado mundial de petróleo não venha um dia a encontrar um novo ponto de equilíbrio, mas quando isso acontecer as condições parecerão dramaticamente diferentes das atuais. Os altos preços no início do século 21 estimularam a exploração em areias oleaginosas, em águas profundas e nas rochas de xisto betuminoso. Cada uma dessas bases de recursos provou ser incrivelmente extensa, e novas tecnologias para reduzir os custos de serviços geraram um período de grande deflação de custos que não deve desaparecer tão cedo". "Do lado da demanda, a intensidade de uso da energia mundial, em geral, e a do petróleo em particular, está rapidamente declinando como proporção do Produto Interno Bruto (PIB). O petróleo rapidamente está perdendo seu monopólio como combustível de transporte, em um mundo mais sensível à ecologia. A despeito de um planeta repleto de recursos petroleiros, e a custo mais baixo, o valor do produto para um petroestado agora parece maior quando extraído do que quando deixado no subsolo. Uma parte chave desse novo balanço deriva da dinâmica das novas fontes de petróleo e gás natural no xisto betuminoso". Ed Morse, diretor de pesquisa mundial de commodities do Citigroup - "O mercado não está operando com base em fundamento algum, e por isso não existe um piso sólido para a queda, em curto prazo. O petróleo pode cair para até US$ 10 por barril. Isso seria suficientemente absurdo para todos". "Mas existe uma reserva muito baixa de capacidade excedente sustentável - da ordem de 1% - e um nível elevado de interrupções inesperadas de suprimento, entre as quais a Líbia é a peça mais importante. Mas o mercado parece mais preocupado com o retorno dessa oferta, e por isso o ágio geopolítico sobre os preços está perto do zero. Antecipamos que a velocidade e a dimensão do retorno desse petróleo que ficou fora do mercado sejam decepcionantes". "A Arábia Saudita poderia reequilibrar o mercado instantaneamente, mas não deseja fazê-lo sem uma coalizão entre produtores da Opep e de fora da Opep. Na ausência disso, o suprimento de fora da Opep terá de reequilibrar sozinho o mercado, que antecipamos venha a cair em mais de um milhão de barris diários em 2016, com a maior fatia cabendo ao petróleo de xisto betuminoso dos Estados Unidos. A produção de petróleo cru dos Estados Unidos já caiu em 500 mil barris ao dia ante seu pico de abril de 2015 e deve ajudar a reequilibrar o mercado até abril, e depois gerar um deficit significativo na segunda metade do ano". "Mas a dramática redução na produção convencional de petróleo nos países de fora da Opep significará que serão necessários muitos anos para que ela seja reativada. Será uma contração maior que de que costume, e resultará em um boom igualmente maior quando o legado dos US$ 300 bilhões em cortes de investimentos vier a se fazer sentir plenamente, em 2017 e depois". "A velocidade da queda de produção nos Estados Unidos poderia surpreender a todos, da mesma forma que a demora para que a produção do petróleo de xisto betuminoso norte-americano volte a atingir seu pico anterior de produção. Produzir petróleo de xisto betuminoso não é a mesma coisa que acender ou apagar a luz. Também acreditamos que a relativa falta de produção extra de petróleo fora da Opep virá a ser uma surpresa. Na frente geopolítica, o mercado não acredita, no momento, que a oferta possa cair tanto quanto subir, e seria apanhado de surpresa por qualquer interrupção significativa no suprimento". "Um ano atrás, as expectativas quanto à demanda chinesa por petróleo eram muito pessimistas, com a maioria das estimativas prevendo uma desaceleração acentuada em 2015, para um crescimento de demanda de cerca de 2%. O crescimento real da demanda chinesa foi de 6%. Antecipamos que o crescimento da demanda chinesa volte a superar a expectativa este ano". Paul Horsnell, diretor de pesquisa de commodities no banco Standard Chartered Tradução de PAULO MIGLIACCI
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mercado
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Especialistas divergem sobre futuro do preço do petróleo; veja opiniõesO desempenho horrível do petróleo no começo do novo ano continuou nesta terça-feira (12), com o petróleo cru padrão Brent e o West Texas Intermediate (WTI), referencial do mercado dos Estados Unidos, flertando com a cotação de US$ 30 por barril. Preocupações com a economia da China, cujo crescimento puxou a disparada na demanda pelo petróleo mundial nos 10 últimos anos, somadas à produção ainda robusta nos Estados Unidos e a um salto na produção dos integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) levou os preços a cotações que não eram vistas há uma década. Mas para onde eles irão, daqui? Veja as opiniões de dois especialistas: * "Seria necessária uma série incomum de perturbações na oferta para mudar o rumo do comportamento dos preços. Em curto prazo, a perspectiva do mercado de petróleo é bastante sombria. Depois de um ano no qual os estoques cresceram em ritmo provável de 1,4 milhão de barris ao dia, as reservas continuam a crescer já que a demanda permanece lenta diante de um cenário de crescimento mais lento que o antecipado para a economia mundial, e de uma desaceleração na demanda chinesa por derivados de petróleo". "Na ponta da oferta, nos países que não são parte da Opep e respondem pela maior parte do aumento na oferta de 2010 para cá, a produção continua robusta. Ela continua a crescer no Canadá e Brasil e mal declinou nos Estados Unidos. Entre os países da Opep, a Arábia Saudita decidiu escorar sua fatia de mercado, em longo prazo, apesar do crescimento da concorrência, com a disparada na produção iraquiana e o Irã a ponto de reingressar nos mercados, já que as sanções contra o país devem ser suspensas a qualquer momento, agora". "Já que os estoques mundiais de petróleo cru e derivados continuam a crescer, o setor de energia parece estar esgotando o espaço disponível para armazenagem, o que provavelmente enfraquecerá ainda mais os preços do petróleo, que podem cair até a marca dos US$ 20". "Não significa que o mercado mundial de petróleo não venha um dia a encontrar um novo ponto de equilíbrio, mas quando isso acontecer as condições parecerão dramaticamente diferentes das atuais. Os altos preços no início do século 21 estimularam a exploração em areias oleaginosas, em águas profundas e nas rochas de xisto betuminoso. Cada uma dessas bases de recursos provou ser incrivelmente extensa, e novas tecnologias para reduzir os custos de serviços geraram um período de grande deflação de custos que não deve desaparecer tão cedo". "Do lado da demanda, a intensidade de uso da energia mundial, em geral, e a do petróleo em particular, está rapidamente declinando como proporção do Produto Interno Bruto (PIB). O petróleo rapidamente está perdendo seu monopólio como combustível de transporte, em um mundo mais sensível à ecologia. A despeito de um planeta repleto de recursos petroleiros, e a custo mais baixo, o valor do produto para um petroestado agora parece maior quando extraído do que quando deixado no subsolo. Uma parte chave desse novo balanço deriva da dinâmica das novas fontes de petróleo e gás natural no xisto betuminoso". Ed Morse, diretor de pesquisa mundial de commodities do Citigroup - "O mercado não está operando com base em fundamento algum, e por isso não existe um piso sólido para a queda, em curto prazo. O petróleo pode cair para até US$ 10 por barril. Isso seria suficientemente absurdo para todos". "Mas existe uma reserva muito baixa de capacidade excedente sustentável - da ordem de 1% - e um nível elevado de interrupções inesperadas de suprimento, entre as quais a Líbia é a peça mais importante. Mas o mercado parece mais preocupado com o retorno dessa oferta, e por isso o ágio geopolítico sobre os preços está perto do zero. Antecipamos que a velocidade e a dimensão do retorno desse petróleo que ficou fora do mercado sejam decepcionantes". "A Arábia Saudita poderia reequilibrar o mercado instantaneamente, mas não deseja fazê-lo sem uma coalizão entre produtores da Opep e de fora da Opep. Na ausência disso, o suprimento de fora da Opep terá de reequilibrar sozinho o mercado, que antecipamos venha a cair em mais de um milhão de barris diários em 2016, com a maior fatia cabendo ao petróleo de xisto betuminoso dos Estados Unidos. A produção de petróleo cru dos Estados Unidos já caiu em 500 mil barris ao dia ante seu pico de abril de 2015 e deve ajudar a reequilibrar o mercado até abril, e depois gerar um deficit significativo na segunda metade do ano". "Mas a dramática redução na produção convencional de petróleo nos países de fora da Opep significará que serão necessários muitos anos para que ela seja reativada. Será uma contração maior que de que costume, e resultará em um boom igualmente maior quando o legado dos US$ 300 bilhões em cortes de investimentos vier a se fazer sentir plenamente, em 2017 e depois". "A velocidade da queda de produção nos Estados Unidos poderia surpreender a todos, da mesma forma que a demora para que a produção do petróleo de xisto betuminoso norte-americano volte a atingir seu pico anterior de produção. Produzir petróleo de xisto betuminoso não é a mesma coisa que acender ou apagar a luz. Também acreditamos que a relativa falta de produção extra de petróleo fora da Opep virá a ser uma surpresa. Na frente geopolítica, o mercado não acredita, no momento, que a oferta possa cair tanto quanto subir, e seria apanhado de surpresa por qualquer interrupção significativa no suprimento". "Um ano atrás, as expectativas quanto à demanda chinesa por petróleo eram muito pessimistas, com a maioria das estimativas prevendo uma desaceleração acentuada em 2015, para um crescimento de demanda de cerca de 2%. O crescimento real da demanda chinesa foi de 6%. Antecipamos que o crescimento da demanda chinesa volte a superar a expectativa este ano". Paul Horsnell, diretor de pesquisa de commodities no banco Standard Chartered Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Suécia e Dinamarca vão se enfrentar pela repescagem da Eurocopa-2016
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A Uefa realizou neste domingo (18) o sorteio dos jogos da repescagem das eliminatórias para a Eurocopa-2016. O encontro dos vizinhos nórdicos Suécia e Dinamarca é o grande destaque. Ucrânia x Eslovênia, Bósnia e Herzegovina x Irlanda e Noruega x Hungria são os outros três jogos. As partidas de ida acontecem entre os dias 12 e 14 de novembro, enquanto os da volta, entre 15 e 17 do mesmo mês. Cabeças-de-chave no sorteio, Suécia, Bósnia, Ucrânia e Hungria decidirão em casa as últimas quatro vagas para a Euro-2016, que será disputada entre os dias 10 de junho e 10 de julho de 2016, na França. Suécia, do atacante Zlatan Ibrahimovic, e Dinamarca já se enfrentaram 104 vezes, com vantagem para os suecos, que venceram 45 vezes, contra 40 do rival. OS JÁ CLASSIFICADOS PARA A EUROCOPA República Tcheca, Islândia, Turquia, Bélgica, País de Gales, Espanha, Eslováquia, Alemanha, Polônia, Inglaterra, Suíça, Irlanda do Norte, Romênia, Áustria, Rússia, Itália, Croácia, Portugal, Albânia e França.
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esporte
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Suécia e Dinamarca vão se enfrentar pela repescagem da Eurocopa-2016A Uefa realizou neste domingo (18) o sorteio dos jogos da repescagem das eliminatórias para a Eurocopa-2016. O encontro dos vizinhos nórdicos Suécia e Dinamarca é o grande destaque. Ucrânia x Eslovênia, Bósnia e Herzegovina x Irlanda e Noruega x Hungria são os outros três jogos. As partidas de ida acontecem entre os dias 12 e 14 de novembro, enquanto os da volta, entre 15 e 17 do mesmo mês. Cabeças-de-chave no sorteio, Suécia, Bósnia, Ucrânia e Hungria decidirão em casa as últimas quatro vagas para a Euro-2016, que será disputada entre os dias 10 de junho e 10 de julho de 2016, na França. Suécia, do atacante Zlatan Ibrahimovic, e Dinamarca já se enfrentaram 104 vezes, com vantagem para os suecos, que venceram 45 vezes, contra 40 do rival. OS JÁ CLASSIFICADOS PARA A EUROCOPA República Tcheca, Islândia, Turquia, Bélgica, País de Gales, Espanha, Eslováquia, Alemanha, Polônia, Inglaterra, Suíça, Irlanda do Norte, Romênia, Áustria, Rússia, Itália, Croácia, Portugal, Albânia e França.
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Temer escolhe Rose de Freitas como líder no Congresso
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Com o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente interino, Michel Temer, escolheu a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) para a liderança do governo no Congresso. O governo pretende anunciar a escolha nesta terça-feira (21). O nome da vice-líder da bancada peemedebista tem o apoio da bancada do PMDB e conta com a simpatia de líderes da base aliada de partidos como PSDB e DEM, que foram consultados e sinalizaram aprovação à indicação. Segundo assessores e auxiliares presidenciais, pesou na escolha o "perfil combativo" da senadora, apelidada no Palácio do Planalto de o "Geddel de saias", uma referência ao estilo direto e incisivo do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). Em conversas reservadas, o presidente interino tem reclamado que os lideres da base aliada não têm feito uma defesa enfática do Palácio do Planalto e das medidas econômicas apresentadas pelo governo federal. Na semana passada, em jantar no Palácio do Jaburu, o peemedebista cobrou da base aliada um "discurso mais sólido" e de "maior combatividade". Ele concordou em dar orientações à equipe de ministros para que eles municiem os líderes com informações e dados governamentais. Além de Rose, o Palácio do Planalto chegou a cogitar o nome da senadora Simone Tebet (PMDB-MS), mas acabou desistindo devido à resistência interna de integrantes do próprio partido. Aliada do presidente do Senado Federal, Rose foi presidente da CMO (Comissão Mista de Orçamento) no ano passado e conduziu a aprovação, antes do final do ano, do Orçamento de 2016, o que foi visto como uma vitória do governo da presidente afastada Dilma Rousseff. Ela também encaminhou a análise que a comissão fez sobre as contas presidenciais de 2014, que foram reprovadas com ressalvas pelo TCU (Tribunal da Contas da União). A senadora sofreu um AVC no início de maio e, mesmo ainda debilitada, fez questão de participar da sessão plenária que analisou a admissibilidade do impeachment da petista. A peemedebista votou pelo afastamento temporário da presidente. Sua atitude de participar da sessão foi elogiada pelo presidente interino.
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Temer escolhe Rose de Freitas como líder no CongressoCom o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente interino, Michel Temer, escolheu a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) para a liderança do governo no Congresso. O governo pretende anunciar a escolha nesta terça-feira (21). O nome da vice-líder da bancada peemedebista tem o apoio da bancada do PMDB e conta com a simpatia de líderes da base aliada de partidos como PSDB e DEM, que foram consultados e sinalizaram aprovação à indicação. Segundo assessores e auxiliares presidenciais, pesou na escolha o "perfil combativo" da senadora, apelidada no Palácio do Planalto de o "Geddel de saias", uma referência ao estilo direto e incisivo do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). Em conversas reservadas, o presidente interino tem reclamado que os lideres da base aliada não têm feito uma defesa enfática do Palácio do Planalto e das medidas econômicas apresentadas pelo governo federal. Na semana passada, em jantar no Palácio do Jaburu, o peemedebista cobrou da base aliada um "discurso mais sólido" e de "maior combatividade". Ele concordou em dar orientações à equipe de ministros para que eles municiem os líderes com informações e dados governamentais. Além de Rose, o Palácio do Planalto chegou a cogitar o nome da senadora Simone Tebet (PMDB-MS), mas acabou desistindo devido à resistência interna de integrantes do próprio partido. Aliada do presidente do Senado Federal, Rose foi presidente da CMO (Comissão Mista de Orçamento) no ano passado e conduziu a aprovação, antes do final do ano, do Orçamento de 2016, o que foi visto como uma vitória do governo da presidente afastada Dilma Rousseff. Ela também encaminhou a análise que a comissão fez sobre as contas presidenciais de 2014, que foram reprovadas com ressalvas pelo TCU (Tribunal da Contas da União). A senadora sofreu um AVC no início de maio e, mesmo ainda debilitada, fez questão de participar da sessão plenária que analisou a admissibilidade do impeachment da petista. A peemedebista votou pelo afastamento temporário da presidente. Sua atitude de participar da sessão foi elogiada pelo presidente interino.
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Tecnologia e inovação para gerar impacto social: os desafios do Brasil
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Kawoana Vianna, hoje com 24 anos e cursando medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, desenvolveu –quando ainda estava no ensino médio– um tecido de nanopartículas para evitar amputação em diabéticos. Juliana Hock, 23, e cursando engenharia de materiais na Unisinos, desenvolveu, também no ensino médio, um método 40% mais barato para produzir ácido lactobiônico, principal componente de líquidos de conservação de órgãos para transplantes. Luiz Fernando da Silva Borges, 19, estudante do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, desenvolve atualmente uma interface cérebro-computador para comunicação com pessoas em estado vegetativo e coma. Esses três jovens brasileiros –que praticam ciência, tecnologia e inovação voltadas a gerar impacto social– integram, infelizmente, um restrito grupo de jovens pesquisadores. Para se ter uma ideia, dados da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) apontam que o Brasil possui cerca de 700 pesquisadores para cada milhão de habitantes. Se comparado a países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, que possuem cerca de 4.000, ou Dinamarca e Israel, que contam com respectivamente, mais de 7.000 e 8.000 pesquisadores por milhão de habitantes, temos a noção exata do quão pouco investimos na tríade inovação, tecnologia e impacto social. Quando a análise recai sobre pedidos de patentes internacionais, de 157 solicitações, em 1999, o Brasil passou a 547 registros em 2015. De outro lado, Coreia do Sul e China, países com uma situação semelhante à do Brasil no final século XX, avançaram para mais de 14.000 e 29.000 pedidos de patentes internacionais, respectivamente. Os Estados Unidos, líder mundial no mercado de patentes, emitiu 57.385 pedidos em 2015. E por que esses dados são relevantes? Antes de responder diretamente à questão, cabe lembrar que os desafios globais –acesso a água, desigualdade social, destinação adequada do lixo, exploração espacial, explosão demográfica, geração de energia, inclusão digital, manutenção dos biomas e biodiversidade, mudanças climáticas, produção de alimentos, saúde de qualidade, entre outros– requerem soluções globais, viáveis e escaláveis. Neste sentido, o desenvolvimento de inovações de base tecnológica, produzidas por pesquisadores e empreendedores de impacto social, representa um fator relevante para enfrentarmos estes desafios. São soluções que além de agregarem conhecimento científico, podem ser replicadas. Na prática, têm potencial para chegar em diferentes lugares. Para que o Brasil possa contribuir mais para a cadeia de impacto social no mundo, o país precisará formar jovens empreendedores inovadores, além, claro, de fortalecer o ecossistema de ciência, tecnologia e impacto social. Hoje, o desenvolvimento do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) esbarra em três problemas fundamentais: déficit de recursos humanos qualificados, especialmente nas áreas de ciências básicas; baixa inserção científica e tecnológica no cenário internacional; e limitações nas relações universidade-governo-indústria, ou seja, atores da tríplice hélice. O problema é agravado pelo cenário de investimento em pesquisa e desenvolvimento no Brasil, que é da ordem de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto a média dos países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é de 2,4%; Israel e Coreia investem mais de 4% do PIB. Esse cenário levou o Brasil para a 69ª posição no Global Innovation Index 2017, dentre 127 países analisados. Por outro lado, as dificuldades indicam oportunidades. Sim. Há boas notícias! Existe um número crescente de centros de excelência, institutos de pesquisa de ponta e universidades de referência. Inúmeras incubadoras, aceleradoras e parques tecnológicos estão fortalecendo iniciativas e parcerias universidade-empresa. Nos últimos anos, diversos jovens brasileiros têm sido destaques internacionais em olimpíadas de química, matemática e física. O programa Ciência sem Fronteiras enviou mais de 100 mil estudantes e pesquisadores ao exterior. É importante considerar, ainda, o desenvolvimento de movimentos estudantis organizados e capital social pró-empreendedorismo e educação, que são bases para a inovação, como Aiesec, Brasil Júnior, Brasa, Cientista Beta, Enactus, Iniciativa Emerge e Rede CsF. É imperativo fomentar e fortalecer a inovação tecnológica no Brasil. Há uma emergente comunidade de jovens inovadores desenvolvendo pesquisas e tecnologias com alto potencial de impacto, que por sua vez serão cruciais para enfrentar os desafios globais. Deve ser parte da missão do país identificar, apoiar e conectar esses jovens inovadores, além de reduzir lacunas de apoio às pesquisas e tecnologias para que cheguem ao mercado e à sociedade. GUILHERME ROSSO, bacharel em ciências e tecnologia pela UFRN e mestre em modelagem de sistemas complexos pela USP, é cofundador da Rede CsF Alumni e presidente da EMERGE
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empreendedorsocial
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Tecnologia e inovação para gerar impacto social: os desafios do BrasilKawoana Vianna, hoje com 24 anos e cursando medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, desenvolveu –quando ainda estava no ensino médio– um tecido de nanopartículas para evitar amputação em diabéticos. Juliana Hock, 23, e cursando engenharia de materiais na Unisinos, desenvolveu, também no ensino médio, um método 40% mais barato para produzir ácido lactobiônico, principal componente de líquidos de conservação de órgãos para transplantes. Luiz Fernando da Silva Borges, 19, estudante do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, desenvolve atualmente uma interface cérebro-computador para comunicação com pessoas em estado vegetativo e coma. Esses três jovens brasileiros –que praticam ciência, tecnologia e inovação voltadas a gerar impacto social– integram, infelizmente, um restrito grupo de jovens pesquisadores. Para se ter uma ideia, dados da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) apontam que o Brasil possui cerca de 700 pesquisadores para cada milhão de habitantes. Se comparado a países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, que possuem cerca de 4.000, ou Dinamarca e Israel, que contam com respectivamente, mais de 7.000 e 8.000 pesquisadores por milhão de habitantes, temos a noção exata do quão pouco investimos na tríade inovação, tecnologia e impacto social. Quando a análise recai sobre pedidos de patentes internacionais, de 157 solicitações, em 1999, o Brasil passou a 547 registros em 2015. De outro lado, Coreia do Sul e China, países com uma situação semelhante à do Brasil no final século XX, avançaram para mais de 14.000 e 29.000 pedidos de patentes internacionais, respectivamente. Os Estados Unidos, líder mundial no mercado de patentes, emitiu 57.385 pedidos em 2015. E por que esses dados são relevantes? Antes de responder diretamente à questão, cabe lembrar que os desafios globais –acesso a água, desigualdade social, destinação adequada do lixo, exploração espacial, explosão demográfica, geração de energia, inclusão digital, manutenção dos biomas e biodiversidade, mudanças climáticas, produção de alimentos, saúde de qualidade, entre outros– requerem soluções globais, viáveis e escaláveis. Neste sentido, o desenvolvimento de inovações de base tecnológica, produzidas por pesquisadores e empreendedores de impacto social, representa um fator relevante para enfrentarmos estes desafios. São soluções que além de agregarem conhecimento científico, podem ser replicadas. Na prática, têm potencial para chegar em diferentes lugares. Para que o Brasil possa contribuir mais para a cadeia de impacto social no mundo, o país precisará formar jovens empreendedores inovadores, além, claro, de fortalecer o ecossistema de ciência, tecnologia e impacto social. Hoje, o desenvolvimento do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) esbarra em três problemas fundamentais: déficit de recursos humanos qualificados, especialmente nas áreas de ciências básicas; baixa inserção científica e tecnológica no cenário internacional; e limitações nas relações universidade-governo-indústria, ou seja, atores da tríplice hélice. O problema é agravado pelo cenário de investimento em pesquisa e desenvolvimento no Brasil, que é da ordem de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto a média dos países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é de 2,4%; Israel e Coreia investem mais de 4% do PIB. Esse cenário levou o Brasil para a 69ª posição no Global Innovation Index 2017, dentre 127 países analisados. Por outro lado, as dificuldades indicam oportunidades. Sim. Há boas notícias! Existe um número crescente de centros de excelência, institutos de pesquisa de ponta e universidades de referência. Inúmeras incubadoras, aceleradoras e parques tecnológicos estão fortalecendo iniciativas e parcerias universidade-empresa. Nos últimos anos, diversos jovens brasileiros têm sido destaques internacionais em olimpíadas de química, matemática e física. O programa Ciência sem Fronteiras enviou mais de 100 mil estudantes e pesquisadores ao exterior. É importante considerar, ainda, o desenvolvimento de movimentos estudantis organizados e capital social pró-empreendedorismo e educação, que são bases para a inovação, como Aiesec, Brasil Júnior, Brasa, Cientista Beta, Enactus, Iniciativa Emerge e Rede CsF. É imperativo fomentar e fortalecer a inovação tecnológica no Brasil. Há uma emergente comunidade de jovens inovadores desenvolvendo pesquisas e tecnologias com alto potencial de impacto, que por sua vez serão cruciais para enfrentar os desafios globais. Deve ser parte da missão do país identificar, apoiar e conectar esses jovens inovadores, além de reduzir lacunas de apoio às pesquisas e tecnologias para que cheguem ao mercado e à sociedade. GUILHERME ROSSO, bacharel em ciências e tecnologia pela UFRN e mestre em modelagem de sistemas complexos pela USP, é cofundador da Rede CsF Alumni e presidente da EMERGE
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Ao anunciar desfiliação do PDT, Cristovam é elogiado por colegas
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O senador Cristovam Buarque (DF) anunciou aos seus colegas de Senado nesta quarta-feira (17) a sua desfiliação do PDT e ida para o PPS. Após finalizar seu discurso no plenário da Casa, o senador foi elogiado e exaltado por quase três horas. Mais de 30 parlamentares se revezaram nos microfones lembrando momentos de trabalho compartilhados com Cristovam. Até então único representante do PPS na Casa, o senador José Medeiros (MT) presidia a sessão no momento em que Cristovam fez o anúncio. "O que Vossa Excelência neste instante busca é o exercício pleno de seu mandato, que é, na verdade, a busca da consolidação das suas ideias. O PPS e as oposições ganham, e ganham muito, Vossa Excelência nesse grupamento de homens de bem, certamente terá um papel absolutamente destacado para nos orientar e ajudar a construir, não uma vitória, mas um novo caminho. Um caminho que resgate a vida pública", afirmou o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Ex-correligionário, o senador Telmário Mota (PDT-RR) chegou a lacrimejar enquanto se pronunciava e fez um apelo ao presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP) para que indique Cristovam para concorrer à Presidência da República em 2018. "Eu sou o único que estou chorando aqui, os outros estão só aplaudindo. Então, eu quero aproveitar a presença do presidente do PPS, dizer que ele não proíba, que Vossa Excelência coloque o seu nome na disputa para a presidência porque está preparado e pode ter essa oportunidade. [...] O PDT hoje está de luto pela sua saída", disse. Apesar do apelo, tanto Cristovam quanto Freire dizem que uma eventual candidatura não entrou na negociação para que o senador se filiasse à legenda. Aos 71 anos, o senador resolveu deixar o PDT após ter se irritado com a permanência do partido na base de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff e também com o passe livre dado pelo presidente do partido, Carlos Lupi, ao ex-ministro Ciro Gomes seja o candidato à Presidência em 2018 pela legenda –espécie de plano B para o PT, caso o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva não possa se candidatar ou os petistas não encontrem um nome para disputar o Planalto. "Quando o PDT me abrigou, era de oposição. O presidente Carlos Lupi era um opositor radical, eu diria. Acontece que, terminada a eleição em que disputei pela oposição, o presidente Lupi conseguiu trazer o PDT para dentro do governo. Carlos Lupi virou ministro. Eu fui contra, manifestei que aquilo era um gesto que traria dificuldade para o Brasil, porque o Brasil precisava de uma formulação alternativa transformadora, e, dentro do governo, nós ficaríamos amarrados", disse. INDEPENDÊNCIA O PDT perdeu ainda outro senador nesta quarta. Reguffe (DF) anunciou em discurso no plenário que deixará a sigla e não se filiará a nenhum partido por, pelo menos, um ano. O objetivo do parlamentar é manter uma posição de independência. Por também discordar das posições adotadas pelo PDT, Reguffe informou sua decisão a Lupi na tarde desta quarta. "Respeito a decisão do partido de apoiar o governo. É uma decisão democrática, que deve ser respeitada, mas não é o que eu penso hoje que é melhor para o país. E, como eu faço política por acreditar em um ideal, não atrás de cargos e de benesses, mas atrás do que eu acredito que é melhor para o coletivo do país, me desfiliei do PDT", afirmou. Tanto Cristovam quanto Reguffe permaneceram no PDT por 11 anos. Com a saída dos dois senadores, o partido passa a ter quatro representantes no Senado.
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poder
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Ao anunciar desfiliação do PDT, Cristovam é elogiado por colegasO senador Cristovam Buarque (DF) anunciou aos seus colegas de Senado nesta quarta-feira (17) a sua desfiliação do PDT e ida para o PPS. Após finalizar seu discurso no plenário da Casa, o senador foi elogiado e exaltado por quase três horas. Mais de 30 parlamentares se revezaram nos microfones lembrando momentos de trabalho compartilhados com Cristovam. Até então único representante do PPS na Casa, o senador José Medeiros (MT) presidia a sessão no momento em que Cristovam fez o anúncio. "O que Vossa Excelência neste instante busca é o exercício pleno de seu mandato, que é, na verdade, a busca da consolidação das suas ideias. O PPS e as oposições ganham, e ganham muito, Vossa Excelência nesse grupamento de homens de bem, certamente terá um papel absolutamente destacado para nos orientar e ajudar a construir, não uma vitória, mas um novo caminho. Um caminho que resgate a vida pública", afirmou o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Ex-correligionário, o senador Telmário Mota (PDT-RR) chegou a lacrimejar enquanto se pronunciava e fez um apelo ao presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP) para que indique Cristovam para concorrer à Presidência da República em 2018. "Eu sou o único que estou chorando aqui, os outros estão só aplaudindo. Então, eu quero aproveitar a presença do presidente do PPS, dizer que ele não proíba, que Vossa Excelência coloque o seu nome na disputa para a presidência porque está preparado e pode ter essa oportunidade. [...] O PDT hoje está de luto pela sua saída", disse. Apesar do apelo, tanto Cristovam quanto Freire dizem que uma eventual candidatura não entrou na negociação para que o senador se filiasse à legenda. Aos 71 anos, o senador resolveu deixar o PDT após ter se irritado com a permanência do partido na base de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff e também com o passe livre dado pelo presidente do partido, Carlos Lupi, ao ex-ministro Ciro Gomes seja o candidato à Presidência em 2018 pela legenda –espécie de plano B para o PT, caso o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva não possa se candidatar ou os petistas não encontrem um nome para disputar o Planalto. "Quando o PDT me abrigou, era de oposição. O presidente Carlos Lupi era um opositor radical, eu diria. Acontece que, terminada a eleição em que disputei pela oposição, o presidente Lupi conseguiu trazer o PDT para dentro do governo. Carlos Lupi virou ministro. Eu fui contra, manifestei que aquilo era um gesto que traria dificuldade para o Brasil, porque o Brasil precisava de uma formulação alternativa transformadora, e, dentro do governo, nós ficaríamos amarrados", disse. INDEPENDÊNCIA O PDT perdeu ainda outro senador nesta quarta. Reguffe (DF) anunciou em discurso no plenário que deixará a sigla e não se filiará a nenhum partido por, pelo menos, um ano. O objetivo do parlamentar é manter uma posição de independência. Por também discordar das posições adotadas pelo PDT, Reguffe informou sua decisão a Lupi na tarde desta quarta. "Respeito a decisão do partido de apoiar o governo. É uma decisão democrática, que deve ser respeitada, mas não é o que eu penso hoje que é melhor para o país. E, como eu faço política por acreditar em um ideal, não atrás de cargos e de benesses, mas atrás do que eu acredito que é melhor para o coletivo do país, me desfiliei do PDT", afirmou. Tanto Cristovam quanto Reguffe permaneceram no PDT por 11 anos. Com a saída dos dois senadores, o partido passa a ter quatro representantes no Senado.
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Supersimples
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No Senado, sou relatora do projeto de lei 125/2015 que reorganiza e simplifica o regime tributário do Simples Nacional. No Brasil, cerca de 95% do universo empresarial são micro e pequenas empresas (MPEs) que representam 94% dos postos de trabalho gerados e são fonte de arrecadação para todos os entes federados. Com o novo Supersimples, temos a chance ímpar de dar uma resposta efetiva, rápida e sem comprometer a arrecadação de Estados e de municípios, que se beneficiarão de ganhos tributários. Exige-se, porém, um esforço da União –que sofrerá um impacto tributário, a princípio negativo–, mas que será mais que recompensado com a diminuição de inadimplências e com o aumento de emprego. Para milhares de brasileiros, será a oportunidade de um recomeço. O quadro atual de retração econômica, inflação e desemprego crescente atinge a todos. Contribuir para reverter essa situação, cooperando para a recuperação desses inúmeros empregadores por meio de reformulação incentivadora é um dos principais objetivos dessa revisão. São muitas as vantagens do projeto: evitamos o medo de crescer (ampliando o limite de enquadramento de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões e permitindo uma transição mais suave para o lucro presumido); facilitamos a baixa do registro dos microempreendedores individuais (MEIs) quando identificada a ocorrência de fraude feita por terceiros. Ampliamos o prazo de parcelamento dos débitos de 60 para 120 meses, com redução de multas e juros de pelo menos 90% para o MEI e de pelo menos 50% para as MPEs. Melhoramos a redação do texto sobre o registro do empreendedor rural no MEI para garantir ao agricultor sua condição de segurado especial da Previdência Social. Essa nova proposta permite que microcervejarias, vinícolas familiares, destilarias e produtores de licores possam aderir ao Supersimples. Apoiamos, assim, negócios familiares, que giram a economia de vários pequenos municípios brasileiros. Ademais, criamos as Empresas Simples de Crédito para facilitar o acesso ao crédito pelas MPEs. Respaldamos, também, o estímulo e a proteção dos "investidores-anjo": que não serão considerados sócios, não terão qualquer direito de gerência e não responderão por qualquer dívida da empresa. Pesquisa do Sebrae aponta que, de 2,8 milhões de empresas, mais de 87% consideram a proposta satisfatória. A votação deverá ocorrer na próxima terça (14). Aguardaremos as contribuições dos governadores, confiantes na sensibilidade de todos para com a exagerada carga tributária atual, que sacrifica o individual, o pequeno e o médio empresários, bem como na necessidade de geração de empregos e na retomada do crescimento.
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colunas
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SupersimplesNo Senado, sou relatora do projeto de lei 125/2015 que reorganiza e simplifica o regime tributário do Simples Nacional. No Brasil, cerca de 95% do universo empresarial são micro e pequenas empresas (MPEs) que representam 94% dos postos de trabalho gerados e são fonte de arrecadação para todos os entes federados. Com o novo Supersimples, temos a chance ímpar de dar uma resposta efetiva, rápida e sem comprometer a arrecadação de Estados e de municípios, que se beneficiarão de ganhos tributários. Exige-se, porém, um esforço da União –que sofrerá um impacto tributário, a princípio negativo–, mas que será mais que recompensado com a diminuição de inadimplências e com o aumento de emprego. Para milhares de brasileiros, será a oportunidade de um recomeço. O quadro atual de retração econômica, inflação e desemprego crescente atinge a todos. Contribuir para reverter essa situação, cooperando para a recuperação desses inúmeros empregadores por meio de reformulação incentivadora é um dos principais objetivos dessa revisão. São muitas as vantagens do projeto: evitamos o medo de crescer (ampliando o limite de enquadramento de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões e permitindo uma transição mais suave para o lucro presumido); facilitamos a baixa do registro dos microempreendedores individuais (MEIs) quando identificada a ocorrência de fraude feita por terceiros. Ampliamos o prazo de parcelamento dos débitos de 60 para 120 meses, com redução de multas e juros de pelo menos 90% para o MEI e de pelo menos 50% para as MPEs. Melhoramos a redação do texto sobre o registro do empreendedor rural no MEI para garantir ao agricultor sua condição de segurado especial da Previdência Social. Essa nova proposta permite que microcervejarias, vinícolas familiares, destilarias e produtores de licores possam aderir ao Supersimples. Apoiamos, assim, negócios familiares, que giram a economia de vários pequenos municípios brasileiros. Ademais, criamos as Empresas Simples de Crédito para facilitar o acesso ao crédito pelas MPEs. Respaldamos, também, o estímulo e a proteção dos "investidores-anjo": que não serão considerados sócios, não terão qualquer direito de gerência e não responderão por qualquer dívida da empresa. Pesquisa do Sebrae aponta que, de 2,8 milhões de empresas, mais de 87% consideram a proposta satisfatória. A votação deverá ocorrer na próxima terça (14). Aguardaremos as contribuições dos governadores, confiantes na sensibilidade de todos para com a exagerada carga tributária atual, que sacrifica o individual, o pequeno e o médio empresários, bem como na necessidade de geração de empregos e na retomada do crescimento.
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Pintura 'espontânea' de muro de Doria teve ajuda de funcionária da prefeitura
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Comemorada por João Doria (PSDB) como uma atitude "espontânea", a pintura da parede de sua residência logo após ter sido pichada por manifestantes contou com a participação de uma funcionária da Prefeitura de São Paulo. Naquele sábado (15), Doria gravou vídeo no qual agradeceu as "mais de 20 pessoas [que] vieram aqui espontaneamente e fizeram isso". Paloma Oliva, 22, supervisora de Esporte e Lazer da prefeitura regional de Pinheiros, aparece no vídeo com a mão na massa. Ela é integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo que mandou mais representantes para a ação, e também participa da equipe de comunicação do prefeito regional, Paulo Mathias. "Como eu faço parte de vários grupos de política, como MBL e Mises Brasil, em um deles apareceu a ideia de pintar o muro e eu pensei 'vamos lá'. Ele [Paulo Mathias] viu o vídeo depois. Ele havia comentado em um dos grupos de internet 'picharam a casa do Doria e estou aqui em uma coletiva de imprensa', mas isso foi muito à parte da prefeitura", disse Paloma à Folha. "Minha relação com o Paulo é muito aqui dentro [da prefeitura regional]. Fui, saiu o vídeo, ele viu e me mandou uma brincadeira: 'Olha a Palominha, nossa nova estrela'. Ele elogiou, achou muito bacana. Ele adora saber que os funcionários dele são engajados politicamente", afirmou. Já o prefeito regional disse ter ficado feliz com a atitude da funcionária. "A Paloma é uma de minhas melhores funcionárias, muito dedicada. Fui pego de surpresa com a atitude dela e dos vários jovens e membros do MBL. Fiquei muito feliz com o gesto cívico e a parabenizei por ele." Conhecido como discípulo de Doria por seguir fielmente a cartilha política do prefeito, o prefeito regional se envolveu em polêmica relacionada a seus funcionários no início do ano. Em vídeo divulgado nas redes sociais, ele dizia que os funcionários passariam a noite no trabalho, já que o transporte público não funcionaria em dia de greve. "Me expressei mal. Esse episódio já foi superado. Expliquei que foram eles que pediram, algo totalmente espontâneo", disse.
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cotidiano
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Pintura 'espontânea' de muro de Doria teve ajuda de funcionária da prefeituraComemorada por João Doria (PSDB) como uma atitude "espontânea", a pintura da parede de sua residência logo após ter sido pichada por manifestantes contou com a participação de uma funcionária da Prefeitura de São Paulo. Naquele sábado (15), Doria gravou vídeo no qual agradeceu as "mais de 20 pessoas [que] vieram aqui espontaneamente e fizeram isso". Paloma Oliva, 22, supervisora de Esporte e Lazer da prefeitura regional de Pinheiros, aparece no vídeo com a mão na massa. Ela é integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo que mandou mais representantes para a ação, e também participa da equipe de comunicação do prefeito regional, Paulo Mathias. "Como eu faço parte de vários grupos de política, como MBL e Mises Brasil, em um deles apareceu a ideia de pintar o muro e eu pensei 'vamos lá'. Ele [Paulo Mathias] viu o vídeo depois. Ele havia comentado em um dos grupos de internet 'picharam a casa do Doria e estou aqui em uma coletiva de imprensa', mas isso foi muito à parte da prefeitura", disse Paloma à Folha. "Minha relação com o Paulo é muito aqui dentro [da prefeitura regional]. Fui, saiu o vídeo, ele viu e me mandou uma brincadeira: 'Olha a Palominha, nossa nova estrela'. Ele elogiou, achou muito bacana. Ele adora saber que os funcionários dele são engajados politicamente", afirmou. Já o prefeito regional disse ter ficado feliz com a atitude da funcionária. "A Paloma é uma de minhas melhores funcionárias, muito dedicada. Fui pego de surpresa com a atitude dela e dos vários jovens e membros do MBL. Fiquei muito feliz com o gesto cívico e a parabenizei por ele." Conhecido como discípulo de Doria por seguir fielmente a cartilha política do prefeito, o prefeito regional se envolveu em polêmica relacionada a seus funcionários no início do ano. Em vídeo divulgado nas redes sociais, ele dizia que os funcionários passariam a noite no trabalho, já que o transporte público não funcionaria em dia de greve. "Me expressei mal. Esse episódio já foi superado. Expliquei que foram eles que pediram, algo totalmente espontâneo", disse.
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Primeiro museu dedicado a Shakespeare é recriado em ambiente virtual
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Em comemoração do quarto centenário de William Shakespeare, em 2016, a Universidade do Texas recriou em um ambiente virtual o primeiro museu dedicado ao dramaturgo. A Galeria Shakespeare foi inaugurada pelo editor John Boydell em 1789, em Londres, e fechada em 1805. Segundo o jornal americano "The New York Times", suas telas representando cenas do dramaturgo eram uma sensação, atraindo multidões. Para alguns acadêmicos, a galeria contribuiu para cimentar Shakespeare como ícone britânico. "Era o equivalente da era georgiana a assistir a uma 'maratona' de Shakespeare", explicou ao "Times" a professora de inglês Janine Barches, à frente do projeto de recriação digital. O projeto começou quando Janine Barches trabalhava com o resgate de uma exposição do pintor Joshua Reynolds visitada por Jane Austen em 1813, uma iniciativa chamada "What Jane Saw" ("o que Jane viu"). Ela percebeu, então, que o prédio sobre o qual pesquisava também recebeu a Galeria Shakespeare. Inaugurado na quarta-feira (16), o ambiente digital recupera as três salas do edifício original, com suas paredes azuis e cenas famosas das peças do Bardo. Com um clique, a reprodução das telas nas paredes são ampliadas e mostram ficha técnica com autor, preço de venda e o trecho de Shakespeare no qual se baseia a obra. RELEVÂNCIA HISTÓRICA Além de contribuir para o mito do homem, a galeria de Boydell ajudou a construir a cultura moderna dos museus no século 18, com seu apelo democrático à classe média carente de expressões artísticas. "Hoje em dia, museus vivem ou morrem de acordo com suas habilidades de engajar o público", afirmou Rosie Dias, historiadora da arte da Universidade de Warwick. "Isso é algo que podemos conectar a Boydell." A galeria fazia parte do esforço de Boydell de promover a arte britânica a consumidores de classe média. Seu sustento enquanto empreendimento comercial vinha das gravuras feitas por Boydell e vendidas como suvenir na loja da galeria. Enquanto alguns acadêmicos criticam o oportunismo do empreendedor em tentar lucrar com as gravuras no estabelecimento artístico, outros o defendem em nome da "promoção da essência cultural britânica" feita por ele. "Era um projeto muito nacionalista. Ele dizia que, ao comprar uma gravura ou uma edição das peças de Shakespeare, você demonstrava seu patriotismo", argumenta Thora Brylowe, professora-assistente de inglês na Universidade do Colorado. A Galeria Shakespeare fechou as portas em 1805, afundada em dívidas após o mercado de arte quebrar com as guerras napoleônicas. Seu acervo foi sorteado em loteria, mais tarde revendido a preços reduzidos pelo vencedor.
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ilustrada
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Primeiro museu dedicado a Shakespeare é recriado em ambiente virtualEm comemoração do quarto centenário de William Shakespeare, em 2016, a Universidade do Texas recriou em um ambiente virtual o primeiro museu dedicado ao dramaturgo. A Galeria Shakespeare foi inaugurada pelo editor John Boydell em 1789, em Londres, e fechada em 1805. Segundo o jornal americano "The New York Times", suas telas representando cenas do dramaturgo eram uma sensação, atraindo multidões. Para alguns acadêmicos, a galeria contribuiu para cimentar Shakespeare como ícone britânico. "Era o equivalente da era georgiana a assistir a uma 'maratona' de Shakespeare", explicou ao "Times" a professora de inglês Janine Barches, à frente do projeto de recriação digital. O projeto começou quando Janine Barches trabalhava com o resgate de uma exposição do pintor Joshua Reynolds visitada por Jane Austen em 1813, uma iniciativa chamada "What Jane Saw" ("o que Jane viu"). Ela percebeu, então, que o prédio sobre o qual pesquisava também recebeu a Galeria Shakespeare. Inaugurado na quarta-feira (16), o ambiente digital recupera as três salas do edifício original, com suas paredes azuis e cenas famosas das peças do Bardo. Com um clique, a reprodução das telas nas paredes são ampliadas e mostram ficha técnica com autor, preço de venda e o trecho de Shakespeare no qual se baseia a obra. RELEVÂNCIA HISTÓRICA Além de contribuir para o mito do homem, a galeria de Boydell ajudou a construir a cultura moderna dos museus no século 18, com seu apelo democrático à classe média carente de expressões artísticas. "Hoje em dia, museus vivem ou morrem de acordo com suas habilidades de engajar o público", afirmou Rosie Dias, historiadora da arte da Universidade de Warwick. "Isso é algo que podemos conectar a Boydell." A galeria fazia parte do esforço de Boydell de promover a arte britânica a consumidores de classe média. Seu sustento enquanto empreendimento comercial vinha das gravuras feitas por Boydell e vendidas como suvenir na loja da galeria. Enquanto alguns acadêmicos criticam o oportunismo do empreendedor em tentar lucrar com as gravuras no estabelecimento artístico, outros o defendem em nome da "promoção da essência cultural britânica" feita por ele. "Era um projeto muito nacionalista. Ele dizia que, ao comprar uma gravura ou uma edição das peças de Shakespeare, você demonstrava seu patriotismo", argumenta Thora Brylowe, professora-assistente de inglês na Universidade do Colorado. A Galeria Shakespeare fechou as portas em 1805, afundada em dívidas após o mercado de arte quebrar com as guerras napoleônicas. Seu acervo foi sorteado em loteria, mais tarde revendido a preços reduzidos pelo vencedor.
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Petrobras e SBM querem fugir da palavra propina, diz ex-diretor da empresa holandesa
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Ex-diretor da SBM Offshore, o britânico Jonathan David Taylor, 45, recebeu a reportagem da Folha no último sábado (11) em uma cidade do Reino Unido, a uma hora de Londres. Por razões de segurança, pediu para não identificar a região. Ele atuou na área jurídica de vendas e marketing da empresa entre 2003 e 2012. Britânico, Taylor falou pela primeira vez a um veículo do Brasil. Ao quebrar o silêncio, ele detalhou parte do que entregou às autoridades brasileiras, incluindo extratos dos pagamentos a offshores do lobista Julio Faerman, intermediário das propinas na Petrobras. Ele afirma que SBM e Petrobras combinaram versões para acobertar as apurações e não prejudicar os negócios. O ex-funcionário diz ter visitado o Brasil pelo menos sete vezes para discutir questões jurídicas dos contratos com a Petrobras. Avisa que está disposto a ajudar a CPI no Congresso. * Por que o sr. deixou a SBM? Eu era baseado em Mônaco e deixei a SBM em junho de 2012 quando vi as tentativas de acobertamento das investigações, lideradas pelo então chefe de compliance [fiscalização interna], Sietze Hepkema. Minha família vivia na fronteira com a França, com três filhos, uma vida ótima, e tudo isso foi quebrado exclusivamente por causa desse acobertamento. Como o sr. descobriu esse esquema de propina? Um advogado externo, representante de um dos clientes, nos informou sobre algumas atividades de um agente chamado Hanny Tagher, também ex-diretor da SBM e que atuava em todos os países para a empresa, com exceção do Brasil. Eles tiveram acesso a emails de ex-empregados relacionados a Tagher e propina. Isso foi em janeiro de 2012. A partir daquele momento, muita informação veio a mim sobre o modelo de negócio das últimas duas décadas. Basicamente, evidência de empresas de gás subornando indivíduos para ganhar licitações. No Brasil, a empresa nacional [Petrobras] havia montado esquema de propina por meio do Julio Faerman, desde os anos 90. O sr. é mesmo o responsável pela publicação do material vazado na Wikipedia? Eu não posso comentar sobre quem publicou isso, porque pelo menos 20 pessoas tiveram acesso à versão original, entre elas executivos da empresa. Isso foi publicado em outubro de 2013, e saiu na imprensa holandesa em fevereiro do ano passado. O que posso dizer é que estou certo de que a SBM nunca teria discutido publicamente o pagamento de propina na Petrobras se esse artigo no Wikipedia não tivesse sido publicado. Se não fosse o artigo, o caso do Brasil ficaria intocável. O sr. já se encontrou com Faerman? Várias vezes. Julio Faerman não era um agente independente. Ninguém da Petrobras falava com a SBM sem ele. Era altamente íntimo do esquema no Brasil, e atuava com seu filho Marcello e o sócio Luiz Eduardo Barbosa. O sr. visitava o Brasil pela SBM? Visitei acho que umas sete vezes. Eu era o advogado responsável por negociar os termos de condições operacionais dos contratos. Estive em Macaé, Rio de Janeiro, Santos, entre outras cidades. O sr. colaborou com autoridades brasileiras? Sim, três membros da CGU vieram inclusive até aqui falar comigo. Eu disse tudo que eu sabia. Além disso, tinha entregue [por email, no dia 27 de agosto] vários emails, e muita informação. Eu os contatei, porque vi na imprensa brasileira que a CGU não se referia a mim pelo nome e que as autoridades holandesas não estavam colaborando. À CGU, o sr. confirmou a versão de propina na Petrobras? Sim. Me lembro exatamente: era a sexta-feira [3 de outubro] antes do primeiro turno. Vieram três pessoas: os senhores Hamilton Cruz, Ricardo Wágner e um outro. O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco afirma que a SBM deu US$ 300 mil para a campanha de Dilma Rousseff em 2010 a pedido do PT. O sr. confirma? É muito provável. Como disse, só descobri as coisas depois, e não sei quem recebeu o quê, nós sabemos que a Petrobras foi corrompida, e temos evidência. Mas creio que você pode estar absolutamente correto. CGU, SBM e Petrobras admitiram irregularidades somente a partir de 12 de novembro. Na sua opinião, houve demora? A única conclusão que posso tirar disso é que essas partes queriam proteger o Partido dos Trabalhadores e a presidente Dilma Rousseff ao atrasar o anúncio dessas investigações para evitar um negativo impacto nas eleições. E para a SBM era importante ter uma sobrevida com os contratos no Brasil. Há uma CPI instalada no Congresso brasileiro. O sr. aceitaria colaborar? Claro. Tive contato com os procuradores brasileiros faz nove meses, mas ainda não conseguiram autorização formal do governo britânico para me ouvir no Reino Unido. Estão esperando, me disseram. Provavelmente, se tudo isso tivesse sido descoberto mais cedo, Dilma Roussef não seria presidente. Que tipo de documentos o sr. tem e entregou? Tenho, por exemplo, uma gravação de Hanny Tagher de uma reunião em de 27 de março de 2012. Quando perguntado por Bruno Chabas [presidente-executivo] sobre Julio Faerman, Tagher explica quem é e o que fazia, que era crucial. Disse que, dos pagamentos feitos pela SBM para como comissões, um 1% ficava com o Faerman, e a outra parte, 2%, iria para a Petrobras. E eu perguntei então para ele, na gravação: "Petrobras?". Ele responde "Sim". Há contratos? O que estou mostrando são documentos originais. Há, por exemplo, um adendo de 2007 a um contrato com o Faerman, assinado por ele e pelo Tagher. No último parágrafo da primeira página tem a anotação "1% Faercom [empresa do lobista], 2% outside". Isso foi escrito pelo Tagher, é a letra dele, confirmando num documento de 2007 o que disse na gravação de 2012. O seria "outside" nesse caso? Isso é "Petrobras". Há também um email de 19 de outubro de 2005 do Faerman reclamando de atrasos das "comissões" para o Tagher. Diz que isso pode trazer "mais problemas". O que esses problemas poderiam ser se, em tese, ele era um agente fazendo um legitimo trabalho? É claro o que isso significava. Isso foi acobertado internamente. Há também contas do Faerman no Brasil pagas pela SBM, mostrando que isso era algo controlado pela empresa, implementado por ela. E quais os indícios do interesse da SBM em acobertar? Eu não especulo, dou evidências. Em 26 de março de 2013, a SBM anunciou um contrato de US$ 3,5 bilhões com a Petrobras. Dois dias depois, divulgou nota sobre suas investigações internas de pagamentos impróprios, citando um país de fora da África, sem mencionar o Brasil. No comunicado, disse que não havia provas conclusivas. Essa era a chave do acordo com a Petrobras: 'você, Petrobras, em silêncio, nós continuamos a fazer negócio, e vamos nos manter calados.' Afinal, 60% dos negócios da SBM vinham da Petrobras. Pode-se dizer que Petrobras e SBM combinaram versões? Claro, eles nunca quiseram mostrar tudo. Petrobras teve 30 dias [de auditoria interna] para fazer o que a SBM levava dois anos. Estão querendo fugir da palavra propina. Qual sua intenção ao colaborar com investigações? Eu quero demonstrar que a SBM sabia o que estava fazendo ao pagar propina para a Petrobras via Julio Faerman. A SBM o acusa de ser chantagista. Eu nunca extorqui a empresa. Eles receberam uma carta dos meus advogados buscando uma compensação de 3,5 milhões de euros porque tive danos na carreira, tive de abrir mão do meu posto, porque foi construída uma demissão. E eles consideram essa carta uma extorsão. Essencialmente, estão focados em me desacreditar. Todos da SBM sabiam do esquema? Isso era do alto nível. Todo negócio feito pela empresa foi por meio pagamento de propinas. Isso era absolutamente normal. É como escovar os dentes de manhã: se você não lembra de escová-los, não é algo normal de ocorrer. Há duas novas investigações contra a SBM em outros países, como resultado de informações que eu dei. O sr. colaborou com a investigação na Holanda? Pessoalmente estive em 14 de abril e 27 de junho do ano passado. Em abril, uma investigadora e o investigador Peter van Leusden me disseram pessoalmente: "a SBM não havia dito nada sobre Brasil". Eu dei informações, como e-mails confidenciais, com nomes de funcionários da Petrobras. Em junho, disseram que a investigação independente foi capaz de confirmar quem tinha recebido de Julio Faerman. Como o sr. vê o acordo para a SBM pagar US$ 240 milhões em troca de encerrar o caso? É exemplo claro de conluio. A procuradoria, mesmo ciente do que havia descoberto, permitiu que a SBM continuasse pelo mundo e no Brasil. Veja quão bizarro é isso. Os procuradores divulgaram um release em 12 de novembro, mas eu fui avisado em junho. O que aconteceu nesse período? As eleições presidenciais no Brasil.
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poder
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Petrobras e SBM querem fugir da palavra propina, diz ex-diretor da empresa holandesaEx-diretor da SBM Offshore, o britânico Jonathan David Taylor, 45, recebeu a reportagem da Folha no último sábado (11) em uma cidade do Reino Unido, a uma hora de Londres. Por razões de segurança, pediu para não identificar a região. Ele atuou na área jurídica de vendas e marketing da empresa entre 2003 e 2012. Britânico, Taylor falou pela primeira vez a um veículo do Brasil. Ao quebrar o silêncio, ele detalhou parte do que entregou às autoridades brasileiras, incluindo extratos dos pagamentos a offshores do lobista Julio Faerman, intermediário das propinas na Petrobras. Ele afirma que SBM e Petrobras combinaram versões para acobertar as apurações e não prejudicar os negócios. O ex-funcionário diz ter visitado o Brasil pelo menos sete vezes para discutir questões jurídicas dos contratos com a Petrobras. Avisa que está disposto a ajudar a CPI no Congresso. * Por que o sr. deixou a SBM? Eu era baseado em Mônaco e deixei a SBM em junho de 2012 quando vi as tentativas de acobertamento das investigações, lideradas pelo então chefe de compliance [fiscalização interna], Sietze Hepkema. Minha família vivia na fronteira com a França, com três filhos, uma vida ótima, e tudo isso foi quebrado exclusivamente por causa desse acobertamento. Como o sr. descobriu esse esquema de propina? Um advogado externo, representante de um dos clientes, nos informou sobre algumas atividades de um agente chamado Hanny Tagher, também ex-diretor da SBM e que atuava em todos os países para a empresa, com exceção do Brasil. Eles tiveram acesso a emails de ex-empregados relacionados a Tagher e propina. Isso foi em janeiro de 2012. A partir daquele momento, muita informação veio a mim sobre o modelo de negócio das últimas duas décadas. Basicamente, evidência de empresas de gás subornando indivíduos para ganhar licitações. No Brasil, a empresa nacional [Petrobras] havia montado esquema de propina por meio do Julio Faerman, desde os anos 90. O sr. é mesmo o responsável pela publicação do material vazado na Wikipedia? Eu não posso comentar sobre quem publicou isso, porque pelo menos 20 pessoas tiveram acesso à versão original, entre elas executivos da empresa. Isso foi publicado em outubro de 2013, e saiu na imprensa holandesa em fevereiro do ano passado. O que posso dizer é que estou certo de que a SBM nunca teria discutido publicamente o pagamento de propina na Petrobras se esse artigo no Wikipedia não tivesse sido publicado. Se não fosse o artigo, o caso do Brasil ficaria intocável. O sr. já se encontrou com Faerman? Várias vezes. Julio Faerman não era um agente independente. Ninguém da Petrobras falava com a SBM sem ele. Era altamente íntimo do esquema no Brasil, e atuava com seu filho Marcello e o sócio Luiz Eduardo Barbosa. O sr. visitava o Brasil pela SBM? Visitei acho que umas sete vezes. Eu era o advogado responsável por negociar os termos de condições operacionais dos contratos. Estive em Macaé, Rio de Janeiro, Santos, entre outras cidades. O sr. colaborou com autoridades brasileiras? Sim, três membros da CGU vieram inclusive até aqui falar comigo. Eu disse tudo que eu sabia. Além disso, tinha entregue [por email, no dia 27 de agosto] vários emails, e muita informação. Eu os contatei, porque vi na imprensa brasileira que a CGU não se referia a mim pelo nome e que as autoridades holandesas não estavam colaborando. À CGU, o sr. confirmou a versão de propina na Petrobras? Sim. Me lembro exatamente: era a sexta-feira [3 de outubro] antes do primeiro turno. Vieram três pessoas: os senhores Hamilton Cruz, Ricardo Wágner e um outro. O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco afirma que a SBM deu US$ 300 mil para a campanha de Dilma Rousseff em 2010 a pedido do PT. O sr. confirma? É muito provável. Como disse, só descobri as coisas depois, e não sei quem recebeu o quê, nós sabemos que a Petrobras foi corrompida, e temos evidência. Mas creio que você pode estar absolutamente correto. CGU, SBM e Petrobras admitiram irregularidades somente a partir de 12 de novembro. Na sua opinião, houve demora? A única conclusão que posso tirar disso é que essas partes queriam proteger o Partido dos Trabalhadores e a presidente Dilma Rousseff ao atrasar o anúncio dessas investigações para evitar um negativo impacto nas eleições. E para a SBM era importante ter uma sobrevida com os contratos no Brasil. Há uma CPI instalada no Congresso brasileiro. O sr. aceitaria colaborar? Claro. Tive contato com os procuradores brasileiros faz nove meses, mas ainda não conseguiram autorização formal do governo britânico para me ouvir no Reino Unido. Estão esperando, me disseram. Provavelmente, se tudo isso tivesse sido descoberto mais cedo, Dilma Roussef não seria presidente. Que tipo de documentos o sr. tem e entregou? Tenho, por exemplo, uma gravação de Hanny Tagher de uma reunião em de 27 de março de 2012. Quando perguntado por Bruno Chabas [presidente-executivo] sobre Julio Faerman, Tagher explica quem é e o que fazia, que era crucial. Disse que, dos pagamentos feitos pela SBM para como comissões, um 1% ficava com o Faerman, e a outra parte, 2%, iria para a Petrobras. E eu perguntei então para ele, na gravação: "Petrobras?". Ele responde "Sim". Há contratos? O que estou mostrando são documentos originais. Há, por exemplo, um adendo de 2007 a um contrato com o Faerman, assinado por ele e pelo Tagher. No último parágrafo da primeira página tem a anotação "1% Faercom [empresa do lobista], 2% outside". Isso foi escrito pelo Tagher, é a letra dele, confirmando num documento de 2007 o que disse na gravação de 2012. O seria "outside" nesse caso? Isso é "Petrobras". Há também um email de 19 de outubro de 2005 do Faerman reclamando de atrasos das "comissões" para o Tagher. Diz que isso pode trazer "mais problemas". O que esses problemas poderiam ser se, em tese, ele era um agente fazendo um legitimo trabalho? É claro o que isso significava. Isso foi acobertado internamente. Há também contas do Faerman no Brasil pagas pela SBM, mostrando que isso era algo controlado pela empresa, implementado por ela. E quais os indícios do interesse da SBM em acobertar? Eu não especulo, dou evidências. Em 26 de março de 2013, a SBM anunciou um contrato de US$ 3,5 bilhões com a Petrobras. Dois dias depois, divulgou nota sobre suas investigações internas de pagamentos impróprios, citando um país de fora da África, sem mencionar o Brasil. No comunicado, disse que não havia provas conclusivas. Essa era a chave do acordo com a Petrobras: 'você, Petrobras, em silêncio, nós continuamos a fazer negócio, e vamos nos manter calados.' Afinal, 60% dos negócios da SBM vinham da Petrobras. Pode-se dizer que Petrobras e SBM combinaram versões? Claro, eles nunca quiseram mostrar tudo. Petrobras teve 30 dias [de auditoria interna] para fazer o que a SBM levava dois anos. Estão querendo fugir da palavra propina. Qual sua intenção ao colaborar com investigações? Eu quero demonstrar que a SBM sabia o que estava fazendo ao pagar propina para a Petrobras via Julio Faerman. A SBM o acusa de ser chantagista. Eu nunca extorqui a empresa. Eles receberam uma carta dos meus advogados buscando uma compensação de 3,5 milhões de euros porque tive danos na carreira, tive de abrir mão do meu posto, porque foi construída uma demissão. E eles consideram essa carta uma extorsão. Essencialmente, estão focados em me desacreditar. Todos da SBM sabiam do esquema? Isso era do alto nível. Todo negócio feito pela empresa foi por meio pagamento de propinas. Isso era absolutamente normal. É como escovar os dentes de manhã: se você não lembra de escová-los, não é algo normal de ocorrer. Há duas novas investigações contra a SBM em outros países, como resultado de informações que eu dei. O sr. colaborou com a investigação na Holanda? Pessoalmente estive em 14 de abril e 27 de junho do ano passado. Em abril, uma investigadora e o investigador Peter van Leusden me disseram pessoalmente: "a SBM não havia dito nada sobre Brasil". Eu dei informações, como e-mails confidenciais, com nomes de funcionários da Petrobras. Em junho, disseram que a investigação independente foi capaz de confirmar quem tinha recebido de Julio Faerman. Como o sr. vê o acordo para a SBM pagar US$ 240 milhões em troca de encerrar o caso? É exemplo claro de conluio. A procuradoria, mesmo ciente do que havia descoberto, permitiu que a SBM continuasse pelo mundo e no Brasil. Veja quão bizarro é isso. Os procuradores divulgaram um release em 12 de novembro, mas eu fui avisado em junho. O que aconteceu nesse período? As eleições presidenciais no Brasil.
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'Pokémon Go' chega ao Brasil após um mês; jogadores vão à caça na Paulista
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Febre em várias partes do mundo há um mês, o game "Pokémon Go" chegou oficialmente ao Brasil nesta quarta-feira (3). No jogo, disponível nas lojas virtuais da Apple e do Android, usuários têm de caçar personagens no mundo real, usando a câmera do celular.Nas primeiras horas após o lançamento do jogo no Brasil, era fácil ver na principal avenida de São Paulo pessoas andando com o celular nas mãos esperando que o aparelho vibrasse para indicar que ali havia uma criatura (quiçá rivalizando com aqueles que esperavam um Uber ou mandavam um WhatsApp).Leia mais
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'Pokémon Go' chega ao Brasil após um mês; jogadores vão à caça na PaulistaFebre em várias partes do mundo há um mês, o game "Pokémon Go" chegou oficialmente ao Brasil nesta quarta-feira (3). No jogo, disponível nas lojas virtuais da Apple e do Android, usuários têm de caçar personagens no mundo real, usando a câmera do celular.Nas primeiras horas após o lançamento do jogo no Brasil, era fácil ver na principal avenida de São Paulo pessoas andando com o celular nas mãos esperando que o aparelho vibrasse para indicar que ali havia uma criatura (quiçá rivalizando com aqueles que esperavam um Uber ou mandavam um WhatsApp).Leia mais
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Primeiro-ministro da Austrália será submetido a voto de confiança
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O Partido Liberal da Austrália submeterá na próxima terça-feira (10) a voto de confiança seu principal líder, o primeiro-ministro Tony Abbott. Caso não consiga apoio suficiente, o atual chefe de governo terá que renunciar e será substituído. A proposta foi apresentada nesta sexta (6) pelo deputado Luke Simpkins, alegando que os eleitores questionam a liderança de Abbott. Ele citou como exemplo da desconexão do primeiro-ministro com os cidadãos a concessão do título de cavaleiro ao príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth 2ª. Nos últimos dias, aumentaram os rumores no Parlamento australiano, na capital Camberra, de que o chefe de governo seria substituído. Dentre os favoritos para assumir em seu lugar, está o ministro das Comunicações, Malcom Turnbull. Em entrevista coletiva, Tony Abbott disse que se unirá com a chanceler australiana, Julie Bishop, para unir forças e entrar com recurso para que o voto de confiança seja recusado, como uma forma de manter a estabilidade do país. "Não somos o Partido Trabalhista e não vamos repetir o caos e a instabilidade dos anos trabalhistas", disse o primeiro-ministro, em referência aos adversários políticos. Em 2010, o chefe de governo trabalhista Kevin Rudd perdeu o cargo e a liderança após uma moção de repúdio do seu próprio partido. Em seu lugar, foi eleita Julia Guillard, que foi retirada do comando após nova votação comandada por Rudd em 2013. Além da concessão do título ao príncipe Philip, a derrota eleitoral no Estado de Queensland levaram ao aumento da rejeição de Abbott que, segundo as últimas pesquisas, chega a 67%.
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mundo
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Primeiro-ministro da Austrália será submetido a voto de confiançaO Partido Liberal da Austrália submeterá na próxima terça-feira (10) a voto de confiança seu principal líder, o primeiro-ministro Tony Abbott. Caso não consiga apoio suficiente, o atual chefe de governo terá que renunciar e será substituído. A proposta foi apresentada nesta sexta (6) pelo deputado Luke Simpkins, alegando que os eleitores questionam a liderança de Abbott. Ele citou como exemplo da desconexão do primeiro-ministro com os cidadãos a concessão do título de cavaleiro ao príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth 2ª. Nos últimos dias, aumentaram os rumores no Parlamento australiano, na capital Camberra, de que o chefe de governo seria substituído. Dentre os favoritos para assumir em seu lugar, está o ministro das Comunicações, Malcom Turnbull. Em entrevista coletiva, Tony Abbott disse que se unirá com a chanceler australiana, Julie Bishop, para unir forças e entrar com recurso para que o voto de confiança seja recusado, como uma forma de manter a estabilidade do país. "Não somos o Partido Trabalhista e não vamos repetir o caos e a instabilidade dos anos trabalhistas", disse o primeiro-ministro, em referência aos adversários políticos. Em 2010, o chefe de governo trabalhista Kevin Rudd perdeu o cargo e a liderança após uma moção de repúdio do seu próprio partido. Em seu lugar, foi eleita Julia Guillard, que foi retirada do comando após nova votação comandada por Rudd em 2013. Além da concessão do título ao príncipe Philip, a derrota eleitoral no Estado de Queensland levaram ao aumento da rejeição de Abbott que, segundo as últimas pesquisas, chega a 67%.
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Organizando a oferta para exportar
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Uma das falácias mais repetidas no Brasil é a excessiva dependência de commodities, cujos preços estariam vivendo um novo ciclo de baixa que prejudicaria toda a economia. Ocorre que a conta do bem-estar não pode ser feita apenas pelo lado dos "preços". Primeiro, porque quedas de preços em dólares podem ser neutralizadas por desvalorizações cambiais, como a que ocorreu com o real desde 2012. Podem também ser impactadas pelas relações de troca entre produtos e insumos. Neste momento, por exemplo, a abrupta alta do preço do milho no Brasil, puxada pela forte demanda mundial e pela desvalorização cambial, está afetando a produção e a exportação de aves e suínos. Além disso, a receita das exportações não é dada apenas pela variação dos preços, mas também pelas quantidades exportadas. No caso do agronegócio brasileiro, os preços em dólares caíram 30% desde o último pico de preços, em 2011, mas os volumes exportados cresceram 40%. Nessa história, os agentes gastam muita energia tentando entender e se aproveitar da ciclotimia dos preços. Mas os preços são variáveis aleatórias, cujo papel é, portanto, continuar variando aleatoriamente. Gastam, também, bastante tempo falando da demanda potencial, que nas commodities tende a continuar crescendo de forma acelerada, acompanhando o aumento da população e da renda per capita. No meu entendimento, o grande desafio não está na demanda ou nos preços, mas sim na organização estratégica da oferta, na forma como o país e suas empresas se inserem competitivamente no mundo globalizado. Um dos maiores desafios é retomar as negociações que garantam acesso a mercados. Na parte das barreiras tarifárias, há 15 anos não negociamos nenhum acordo comercial de relevância. Enquanto isso, EUA, Europa, países da costa pacífica das Américas e os grandes players da Ásia e da Oceania multiplicaram seus acordos, criando condições preferenciais de acesso que já estão nos deslocando de mercados importantes. O Ministério da Agricultura tem provocado o governo para avançar nessa agenda, mas ainda falta senso de urgência e maior coordenação intraministerial. Mas o pior são as barreiras não tarifárias –técnicas, sanitárias, burocráticas e outras–, que dificultam ou literalmente impedem o comércio de alimentos de maior valor adicionado, como no caso das proteínas animais. Por exemplo, Índia, Indonésia, Nigéria, Etiópia e Sudão somam quase 2 bilhões de habitantes, que consomem menos de 5 kg de frango por habitante/ano, ante 45 kg no Brasil. A demanda potencial é realmente extraordinária, mas todos os cinco países encontram-se literalmente fechados para o Brasil. Na Ásia-Pacífico, hoje a região mais dinâmica do planeta, os países que obtiveram melhores resultados em acesso aos mercados são a Austrália e a Nova Zelândia, após desenvolverem estruturas sofisticadas de representação e negociação. Governo, empresas e associações que agregam as cadeias produtivas de ponta a ponta atuam de forma coordenada, oferecendo produtos com marcas e selos que já conquistaram um espaço diferenciado na preferência dos consumidores. Ciclos periódicos de preços baixos não são problema quando o país se organiza para acessar os consumidores e ofertar de forma diferenciada. No agronegócio a demanda potencial é imensa, quase infinita. O potencial que o Brasil tem de gerar oferta está entre os maiores do planeta. O desafio está na capacidade de se organizar direito para ligar uma coisa à outra.
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colunas
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Organizando a oferta para exportarUma das falácias mais repetidas no Brasil é a excessiva dependência de commodities, cujos preços estariam vivendo um novo ciclo de baixa que prejudicaria toda a economia. Ocorre que a conta do bem-estar não pode ser feita apenas pelo lado dos "preços". Primeiro, porque quedas de preços em dólares podem ser neutralizadas por desvalorizações cambiais, como a que ocorreu com o real desde 2012. Podem também ser impactadas pelas relações de troca entre produtos e insumos. Neste momento, por exemplo, a abrupta alta do preço do milho no Brasil, puxada pela forte demanda mundial e pela desvalorização cambial, está afetando a produção e a exportação de aves e suínos. Além disso, a receita das exportações não é dada apenas pela variação dos preços, mas também pelas quantidades exportadas. No caso do agronegócio brasileiro, os preços em dólares caíram 30% desde o último pico de preços, em 2011, mas os volumes exportados cresceram 40%. Nessa história, os agentes gastam muita energia tentando entender e se aproveitar da ciclotimia dos preços. Mas os preços são variáveis aleatórias, cujo papel é, portanto, continuar variando aleatoriamente. Gastam, também, bastante tempo falando da demanda potencial, que nas commodities tende a continuar crescendo de forma acelerada, acompanhando o aumento da população e da renda per capita. No meu entendimento, o grande desafio não está na demanda ou nos preços, mas sim na organização estratégica da oferta, na forma como o país e suas empresas se inserem competitivamente no mundo globalizado. Um dos maiores desafios é retomar as negociações que garantam acesso a mercados. Na parte das barreiras tarifárias, há 15 anos não negociamos nenhum acordo comercial de relevância. Enquanto isso, EUA, Europa, países da costa pacífica das Américas e os grandes players da Ásia e da Oceania multiplicaram seus acordos, criando condições preferenciais de acesso que já estão nos deslocando de mercados importantes. O Ministério da Agricultura tem provocado o governo para avançar nessa agenda, mas ainda falta senso de urgência e maior coordenação intraministerial. Mas o pior são as barreiras não tarifárias –técnicas, sanitárias, burocráticas e outras–, que dificultam ou literalmente impedem o comércio de alimentos de maior valor adicionado, como no caso das proteínas animais. Por exemplo, Índia, Indonésia, Nigéria, Etiópia e Sudão somam quase 2 bilhões de habitantes, que consomem menos de 5 kg de frango por habitante/ano, ante 45 kg no Brasil. A demanda potencial é realmente extraordinária, mas todos os cinco países encontram-se literalmente fechados para o Brasil. Na Ásia-Pacífico, hoje a região mais dinâmica do planeta, os países que obtiveram melhores resultados em acesso aos mercados são a Austrália e a Nova Zelândia, após desenvolverem estruturas sofisticadas de representação e negociação. Governo, empresas e associações que agregam as cadeias produtivas de ponta a ponta atuam de forma coordenada, oferecendo produtos com marcas e selos que já conquistaram um espaço diferenciado na preferência dos consumidores. Ciclos periódicos de preços baixos não são problema quando o país se organiza para acessar os consumidores e ofertar de forma diferenciada. No agronegócio a demanda potencial é imensa, quase infinita. O potencial que o Brasil tem de gerar oferta está entre os maiores do planeta. O desafio está na capacidade de se organizar direito para ligar uma coisa à outra.
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Expulsar diplomatas era a resposta possível de Putin aos EUA
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Longe de ser uma resposta à altura do estrago potencial aos interesses do setor energético russo na Europa, a retaliação de Moscou contra as novas sanções americanas inaugura um novo capítulo na disputa política entre o governo de Vladimir Putin e o Ocidente. Do ponto de vista econômico, havia pouco ou nada que a Rússia pudesse fazer. O trabalho aqui ficará para a União Europeia, incomodada por ver empresas de seus países sob ameaça de sanções por terem negócios com gigantes russos de gás e petróleo, que são vitais para a segurança energética do continente. A limitação ao número de pessoal a serviço do Departamento de Estado na Rússia se insere em outra disputa. Desde o fim da Guerra Fria, os EUA incentivaram com financiamento e apoio ONGs e entidades na Rússia e em países da antiga esfera de influência soviética. Embora neguem, os americanos estiveram ativamente envolvidos nas "revoluções coloridas" que derrubaram regimes pró-Moscou nos anos 2000 em países como a Geórgia e a Ucrânia —neste último, houve uma contrarrevolução, cuja deposição em 2014 levou à guerra civil que segue congelada no país. Na Rússia, leis progressivamente mais duras limitaram o trabalho das ONGs estrangeiras. Para a oposição a Putin, isso foi apenas autoritarismo, até porque nunca houve influência real delas na política russa, e em média elas tratavam de temas espinhosos para o Kremlin, como direitos humanos ou liberdade de expressão. Um analista russo que trabalha para uma das entidades remanescentes contou recentemente à Folha que recebe visitas periódicas de oficiais de forças de segurança. Com a redução de pessoal americano a menos da metade da força de trabalho atual, empatando com o número a serviço do Kremlin nos EUA, Putin deu a resposta possível às sanções. De quebra, obrigará uma reorganização que efetivamente limitará as capacidades operacionais americanas no seu país, já que não será possível dispensar apenas os trabalhadores russos na Embaixada e consulados —exceto que diplomatas comecem a dirigir seus carros e trabalhem como recepcionistas. O objetivo, além da esgrima política, é reduzir a atividade de espiões, que tradicionalmente operam sob o manto da diplomacia no mundo todo.
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mundo
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Expulsar diplomatas era a resposta possível de Putin aos EUALonge de ser uma resposta à altura do estrago potencial aos interesses do setor energético russo na Europa, a retaliação de Moscou contra as novas sanções americanas inaugura um novo capítulo na disputa política entre o governo de Vladimir Putin e o Ocidente. Do ponto de vista econômico, havia pouco ou nada que a Rússia pudesse fazer. O trabalho aqui ficará para a União Europeia, incomodada por ver empresas de seus países sob ameaça de sanções por terem negócios com gigantes russos de gás e petróleo, que são vitais para a segurança energética do continente. A limitação ao número de pessoal a serviço do Departamento de Estado na Rússia se insere em outra disputa. Desde o fim da Guerra Fria, os EUA incentivaram com financiamento e apoio ONGs e entidades na Rússia e em países da antiga esfera de influência soviética. Embora neguem, os americanos estiveram ativamente envolvidos nas "revoluções coloridas" que derrubaram regimes pró-Moscou nos anos 2000 em países como a Geórgia e a Ucrânia —neste último, houve uma contrarrevolução, cuja deposição em 2014 levou à guerra civil que segue congelada no país. Na Rússia, leis progressivamente mais duras limitaram o trabalho das ONGs estrangeiras. Para a oposição a Putin, isso foi apenas autoritarismo, até porque nunca houve influência real delas na política russa, e em média elas tratavam de temas espinhosos para o Kremlin, como direitos humanos ou liberdade de expressão. Um analista russo que trabalha para uma das entidades remanescentes contou recentemente à Folha que recebe visitas periódicas de oficiais de forças de segurança. Com a redução de pessoal americano a menos da metade da força de trabalho atual, empatando com o número a serviço do Kremlin nos EUA, Putin deu a resposta possível às sanções. De quebra, obrigará uma reorganização que efetivamente limitará as capacidades operacionais americanas no seu país, já que não será possível dispensar apenas os trabalhadores russos na Embaixada e consulados —exceto que diplomatas comecem a dirigir seus carros e trabalhem como recepcionistas. O objetivo, além da esgrima política, é reduzir a atividade de espiões, que tradicionalmente operam sob o manto da diplomacia no mundo todo.
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Dólar alto leva natação do país a cortar idas aos EUA
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A alta do dólar, associada à crise econômica no país, obrigou a natação brasileira a rever seu planejamento internacional. De início, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) planejava fazer diversos treinamentos no exterior, sobretudo nos EUA. A entidade enviaria atletas às cinco etapas do circuito norte-americano neste primeiro semestre. Nas mesmas incursões, planejava reunir atletas para o revezamento 4 x 100 m livre (considerado com potencial de pódio nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016) para atividades específicas e para reforçar o espírito de grupo. Entre os nadadores que formariam essa equipe, estariam o recordista mundial da prova, Cesar Cielo, o recordista mundial júnior, Matheus Santana, e atletas baseados nos EUA, como Bruno Fratus. As ações serviriam para incrementar a preparação para o Pan de Toronto, no mês de julho, e o Mundial de Kazan, na Rússia, em agosto. Nesta sexta (17), houve o anúncio dos convocados para os dois eventos. À exceção de Cielo, que abdicou do Pan, o Brasil irá com força máxima às duas competições. Em Kazan, por exemplo, os 12 melhores revezamentos já podem garantir vaga nos Jogos de 2016 –a CBDA quer assegurar, sobretudo, vaga nos 4 x 100 m livre masculino. Os treinamentos nos EUA também seriam relevantes, na avaliação da entidade, para manter movimento de ascensão da natação brasileira. No Mundial de Barcelona-2013, o país obteve dez medalhas –nas piscinas e na maratona aquática. No Mundial em piscina curta (25 m) de Doha, em dezembro passado, foi ao pódio dez vezes e liderou o quadro geral. "É ruim [o corte das viagens], mas nós podemos trazer os atletas brasileiros que treinam nos EUA para virem aqui", afirma o coordenador técnico, Ricardo de Moura. "Ninguém esperava tanta subida do dólar", diz. Nesta sexta (17), a moeda fechou cotado a R$ 3,04. Alberto Pinto, técnico-chefe da seleção masculina, que responde à Moura, é um pouco mais otimista. Ele não crê que o cancelamento da série de treinamentos no exterior vá atrapalhar a preparação. Os dois dirigentes ainda negociam ao menos uma incursão aos EUA: levar as seleções à etapa de Charlotte, entre 14 e 17 de maio, seguidas de treinos na Universidade de Auburn. A CBDA deve receber R$ 3,9 milhões da Lei Piva em 2015 e também tem patrocínio dos Correios e do Bradesco.
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esporte
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Dólar alto leva natação do país a cortar idas aos EUAA alta do dólar, associada à crise econômica no país, obrigou a natação brasileira a rever seu planejamento internacional. De início, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) planejava fazer diversos treinamentos no exterior, sobretudo nos EUA. A entidade enviaria atletas às cinco etapas do circuito norte-americano neste primeiro semestre. Nas mesmas incursões, planejava reunir atletas para o revezamento 4 x 100 m livre (considerado com potencial de pódio nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016) para atividades específicas e para reforçar o espírito de grupo. Entre os nadadores que formariam essa equipe, estariam o recordista mundial da prova, Cesar Cielo, o recordista mundial júnior, Matheus Santana, e atletas baseados nos EUA, como Bruno Fratus. As ações serviriam para incrementar a preparação para o Pan de Toronto, no mês de julho, e o Mundial de Kazan, na Rússia, em agosto. Nesta sexta (17), houve o anúncio dos convocados para os dois eventos. À exceção de Cielo, que abdicou do Pan, o Brasil irá com força máxima às duas competições. Em Kazan, por exemplo, os 12 melhores revezamentos já podem garantir vaga nos Jogos de 2016 –a CBDA quer assegurar, sobretudo, vaga nos 4 x 100 m livre masculino. Os treinamentos nos EUA também seriam relevantes, na avaliação da entidade, para manter movimento de ascensão da natação brasileira. No Mundial de Barcelona-2013, o país obteve dez medalhas –nas piscinas e na maratona aquática. No Mundial em piscina curta (25 m) de Doha, em dezembro passado, foi ao pódio dez vezes e liderou o quadro geral. "É ruim [o corte das viagens], mas nós podemos trazer os atletas brasileiros que treinam nos EUA para virem aqui", afirma o coordenador técnico, Ricardo de Moura. "Ninguém esperava tanta subida do dólar", diz. Nesta sexta (17), a moeda fechou cotado a R$ 3,04. Alberto Pinto, técnico-chefe da seleção masculina, que responde à Moura, é um pouco mais otimista. Ele não crê que o cancelamento da série de treinamentos no exterior vá atrapalhar a preparação. Os dois dirigentes ainda negociam ao menos uma incursão aos EUA: levar as seleções à etapa de Charlotte, entre 14 e 17 de maio, seguidas de treinos na Universidade de Auburn. A CBDA deve receber R$ 3,9 milhões da Lei Piva em 2015 e também tem patrocínio dos Correios e do Bradesco.
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Teliana sobe 49 posições e atinge o melhor ranking da carreira
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Campeã do WTA de Bogotá no último domingo (19), a tenista brasileira Teliana Pereira subiu 49 posições e atingiu o melhor ranking de sua carreira. De acordo com o ranking divulgado nesta segunda-feira (20), a pernambucana é a 81º colocada com 705 pontos. Até então, a melhor posição da tenista foi o 87º lugar em outubro de 2013. A melhor colocação de uma tenista brasileira no ranking da WTA foi Andrea Vieira em 1989, quando ocupou a 76ª posição. Teliana fez história no último domingo, quando venceu o Torneio de Bogotá. O resultado é o melhor da carreira da tenista, que já havia chegado outras duas vezes em semifinais de torneios do mesmo porte –em 2013 também em Bogotá e em 2014 no Rio. Foi o primeiro título conquistado pelo país de nível WTA desde 1988, quando Niege Dias foi campeã em Barcelona, na Espanha. TELIANA Natural de Águas Belas (PE), Teliana mudou-se com a família para o Paraná ainda criança. Ela iniciou sua carreira profissional em 2005 e, em 2007, conquistou a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio, ao lado de Joana Cortez, nas duplas. Em 2013, ela se tornou a primeira brasileira a alcançar a semifinal de um WTA desde 1989. Ainda naquele ano, se tornou no top 100 na WTA (seu melhor ranking foi a 87ª colocação). Em 2014, Teliana conseguiu disputar pela primeira vez na carreira a chave principal de todos os Grand Slams e chegou a ganhar uma rodada em Roland Garros, na França.
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esporte
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Teliana sobe 49 posições e atinge o melhor ranking da carreiraCampeã do WTA de Bogotá no último domingo (19), a tenista brasileira Teliana Pereira subiu 49 posições e atingiu o melhor ranking de sua carreira. De acordo com o ranking divulgado nesta segunda-feira (20), a pernambucana é a 81º colocada com 705 pontos. Até então, a melhor posição da tenista foi o 87º lugar em outubro de 2013. A melhor colocação de uma tenista brasileira no ranking da WTA foi Andrea Vieira em 1989, quando ocupou a 76ª posição. Teliana fez história no último domingo, quando venceu o Torneio de Bogotá. O resultado é o melhor da carreira da tenista, que já havia chegado outras duas vezes em semifinais de torneios do mesmo porte –em 2013 também em Bogotá e em 2014 no Rio. Foi o primeiro título conquistado pelo país de nível WTA desde 1988, quando Niege Dias foi campeã em Barcelona, na Espanha. TELIANA Natural de Águas Belas (PE), Teliana mudou-se com a família para o Paraná ainda criança. Ela iniciou sua carreira profissional em 2005 e, em 2007, conquistou a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio, ao lado de Joana Cortez, nas duplas. Em 2013, ela se tornou a primeira brasileira a alcançar a semifinal de um WTA desde 1989. Ainda naquele ano, se tornou no top 100 na WTA (seu melhor ranking foi a 87ª colocação). Em 2014, Teliana conseguiu disputar pela primeira vez na carreira a chave principal de todos os Grand Slams e chegou a ganhar uma rodada em Roland Garros, na França.
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Lugares do que não tem lugar
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Um dos esquemas mais tradicionais de compreensão da arte parte do pressuposto de que o desenvolvimento formal de sua linguagem é expressão de uma forma de compensação social. Sem mais poder alimentar a ilusão de que seria o motor a impulsionar as transformações do mundo, a impulsionar as mudanças radicais em seus modos de apresentação, não teria restado à arte nada mais que duas saídas. A primeira seria voltar-se a si mesma, tomar a si próprio como seu objeto, criando com isso uma dinâmica autorreferencial que apenas denunciaria sua impotência efetiva em ser uma prática social com capacidade de transformação de outras esferas sociais de valores. Essa autorreferencialidade, ou seja, essa forma que a arte teria de, no fundo, falar de si mesma, de sua própria história, das questões internas à sua própria linguagem, seria para alguns um signo maior de sua perda de lugar. Não podendo de fato transformar o mundo, não restaria à arte outra coisa do que falar de si mesma, deixando com isso de ter qualquer função social realmente relevante. A dificuldade e estranhamento de sua linguagem seria, para os que esposam tal leitura, apenas marcas de sua irrelevância. A segunda saída consistiria em procurar desesperadamente uma função específica no interior do mundo social. O crítico de arte Pierre Restany afirmou décadas atrás que os artistas se transformariam em "engenheiros dos nossos lazeres". Essa era sua maneira de dizer que a arte não seria mais o domínio dos objetos e processos que resistem à função. Ela paulatinamente assumiria a condição de uma engenharia de lazeres para turistas e pessoas à procura de alguma forma de sessão de beleza terapêutica capaz de nos retirar, por um momento, do universo cinza da vida ordinária e de seu tempo morto. Assim, por exemplo, a partir principalmente dos anos 1970, os museus se transformaram em centros de entretenimento, onde contemplar uma obra de arte era uma atividade equivalente a ir ao restaurante, descobrir a mais nova sensação arquitetônica ou fazer compras em lojas que ofereciam design para classe média letrada. No fundo, os museus apareciam como os mais novos centros de lazer, impondo uma mutação na relação às obras de arte a partir da generalização da lógica desafetada do "acesso". Isso quando não eram simplesmente uma peça fundamental de processos de financeirização e de rentabilização, tendo em vista os mais novos colecionadores potenciais. Outra forma era tentar dar à arte alguma função explicita política fazendo dela o veículo de conteúdos de conscientização social ou de demandas de reconhecimento de grupos vulneráveis. Esta saída poderia parecer recuperar a esperança de uma arte que fosse enfim motor de transformação social. No entanto, esta submissão da arte a uma lógica de propaganda apenas reiterava uma ideia fundamental que sustenta nosso mundo. Pois se trata de respeitar o veredito das sociedades capitalistas segundo o qual o que é desprovido de função não pode existir, o que não tem necessidade deve ser eliminado, o que é incompreensível deve ser visto como servindo apenas à perpetuação de formas de dominação. Ou seja, essa saída parecia engajada mas era muito mais conservadora do que gostaria de imaginar. Nesse ponto, talvez seja útil lembrar que o destino da arte passa por nos mostrar como o que é desprovido de lugar, o que é desprovido de função pode expressar a insistência em um mundo outro, em uma forma outra de sensibilidade na qual a percepção das coisas não estará submetida à descrição unidimensional de sua função e lugar específicos. Talvez isso explique um pouco porque toda sociedade autoritária despreza seus artistas. É interessante como elas sempre usam um termo recorrente para expressar tal desprezo, a saber, parasitas, desocupados. Um termo que voltou ultimamente a ser ouvido entre nós por nossos artistas. Pois há de fato uma dimensão de liberdade da arte em relação ao que se reduz à mera ocupação, ao mero preenchimento da reprodução de lugares já determinados que é insuportável a uma subjetividade embrutecida pela limitação do seu horizonte de experiência à perpetuação do presente. Essa liberdade da arte sempre soou como uma afronta aos não querem outra coisa do que continuar a sustentar a reprodução de um mundo incapaz de produzir qualquer satisfação efetiva com sua existência.
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colunas
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Lugares do que não tem lugarUm dos esquemas mais tradicionais de compreensão da arte parte do pressuposto de que o desenvolvimento formal de sua linguagem é expressão de uma forma de compensação social. Sem mais poder alimentar a ilusão de que seria o motor a impulsionar as transformações do mundo, a impulsionar as mudanças radicais em seus modos de apresentação, não teria restado à arte nada mais que duas saídas. A primeira seria voltar-se a si mesma, tomar a si próprio como seu objeto, criando com isso uma dinâmica autorreferencial que apenas denunciaria sua impotência efetiva em ser uma prática social com capacidade de transformação de outras esferas sociais de valores. Essa autorreferencialidade, ou seja, essa forma que a arte teria de, no fundo, falar de si mesma, de sua própria história, das questões internas à sua própria linguagem, seria para alguns um signo maior de sua perda de lugar. Não podendo de fato transformar o mundo, não restaria à arte outra coisa do que falar de si mesma, deixando com isso de ter qualquer função social realmente relevante. A dificuldade e estranhamento de sua linguagem seria, para os que esposam tal leitura, apenas marcas de sua irrelevância. A segunda saída consistiria em procurar desesperadamente uma função específica no interior do mundo social. O crítico de arte Pierre Restany afirmou décadas atrás que os artistas se transformariam em "engenheiros dos nossos lazeres". Essa era sua maneira de dizer que a arte não seria mais o domínio dos objetos e processos que resistem à função. Ela paulatinamente assumiria a condição de uma engenharia de lazeres para turistas e pessoas à procura de alguma forma de sessão de beleza terapêutica capaz de nos retirar, por um momento, do universo cinza da vida ordinária e de seu tempo morto. Assim, por exemplo, a partir principalmente dos anos 1970, os museus se transformaram em centros de entretenimento, onde contemplar uma obra de arte era uma atividade equivalente a ir ao restaurante, descobrir a mais nova sensação arquitetônica ou fazer compras em lojas que ofereciam design para classe média letrada. No fundo, os museus apareciam como os mais novos centros de lazer, impondo uma mutação na relação às obras de arte a partir da generalização da lógica desafetada do "acesso". Isso quando não eram simplesmente uma peça fundamental de processos de financeirização e de rentabilização, tendo em vista os mais novos colecionadores potenciais. Outra forma era tentar dar à arte alguma função explicita política fazendo dela o veículo de conteúdos de conscientização social ou de demandas de reconhecimento de grupos vulneráveis. Esta saída poderia parecer recuperar a esperança de uma arte que fosse enfim motor de transformação social. No entanto, esta submissão da arte a uma lógica de propaganda apenas reiterava uma ideia fundamental que sustenta nosso mundo. Pois se trata de respeitar o veredito das sociedades capitalistas segundo o qual o que é desprovido de função não pode existir, o que não tem necessidade deve ser eliminado, o que é incompreensível deve ser visto como servindo apenas à perpetuação de formas de dominação. Ou seja, essa saída parecia engajada mas era muito mais conservadora do que gostaria de imaginar. Nesse ponto, talvez seja útil lembrar que o destino da arte passa por nos mostrar como o que é desprovido de lugar, o que é desprovido de função pode expressar a insistência em um mundo outro, em uma forma outra de sensibilidade na qual a percepção das coisas não estará submetida à descrição unidimensional de sua função e lugar específicos. Talvez isso explique um pouco porque toda sociedade autoritária despreza seus artistas. É interessante como elas sempre usam um termo recorrente para expressar tal desprezo, a saber, parasitas, desocupados. Um termo que voltou ultimamente a ser ouvido entre nós por nossos artistas. Pois há de fato uma dimensão de liberdade da arte em relação ao que se reduz à mera ocupação, ao mero preenchimento da reprodução de lugares já determinados que é insuportável a uma subjetividade embrutecida pela limitação do seu horizonte de experiência à perpetuação do presente. Essa liberdade da arte sempre soou como uma afronta aos não querem outra coisa do que continuar a sustentar a reprodução de um mundo incapaz de produzir qualquer satisfação efetiva com sua existência.
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Eduardo Paes joga fora oportunidade de contar história de Brasil e Austrália
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A gracinha de Eduardo Paes com a delegação australiana jogou fora uma oportunidade para que o prefeito do Rio compartilhasse com seus hóspedes um pedaço da história dos dois países. Entre 1788 e 1868, o governo inglês povoou a Austrália com 162 mil presos tirados das cadeias. Eram o refugo da Revolução Industrial. A maioria tinha cometidos furtos, e uma menina de 11 anos tomou sete anos porque roubou um queijo. Milhares desses degredados passaram pelo porto do Rio de Janeiro, a ferros, trancados nos porões dos navios. A primeira frota, com 736 prisioneiros, aportou no Rio em 1787 e, no ano seguinte, fundou a cidade de Sydney. Enquanto o Brasil importava escravos africanos, a Austrália transformou degredados em trabalhadores. Um ladrão de ovelhas virou latifundiário, outro virou juiz e um agitador político tornou-se líder sindical. Um estelionatário elegeu-se deputado. Estima-se que dois em cada dez australianos descendam desses pioneiros. Em 1787, um oficial reclamou da má qualidade da cachaça carioca. Talvez os atletas de 2016 possam reavaliar seu julgamento. TESTE DE BLOOMBERG O bilionário Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, flechou Donald Trump em seu discurso na Convenção do Partido Democrata: "Eu reconheço um vigarista quando o vejo". O teste de Bloomberg deveria ser incorporado por todos os eleitores de todos os países, em todas as eleições. BOLA DENTRO O predomínio de Henrique Meirelles no comando da economia foi uma decisão tomada há tempo por Temer. O Ministério do Planejamento duvidou que houvesse gasolina no tanque. Havia. Leia a coluna completa aqui.
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colunas
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Eduardo Paes joga fora oportunidade de contar história de Brasil e AustráliaA gracinha de Eduardo Paes com a delegação australiana jogou fora uma oportunidade para que o prefeito do Rio compartilhasse com seus hóspedes um pedaço da história dos dois países. Entre 1788 e 1868, o governo inglês povoou a Austrália com 162 mil presos tirados das cadeias. Eram o refugo da Revolução Industrial. A maioria tinha cometidos furtos, e uma menina de 11 anos tomou sete anos porque roubou um queijo. Milhares desses degredados passaram pelo porto do Rio de Janeiro, a ferros, trancados nos porões dos navios. A primeira frota, com 736 prisioneiros, aportou no Rio em 1787 e, no ano seguinte, fundou a cidade de Sydney. Enquanto o Brasil importava escravos africanos, a Austrália transformou degredados em trabalhadores. Um ladrão de ovelhas virou latifundiário, outro virou juiz e um agitador político tornou-se líder sindical. Um estelionatário elegeu-se deputado. Estima-se que dois em cada dez australianos descendam desses pioneiros. Em 1787, um oficial reclamou da má qualidade da cachaça carioca. Talvez os atletas de 2016 possam reavaliar seu julgamento. TESTE DE BLOOMBERG O bilionário Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, flechou Donald Trump em seu discurso na Convenção do Partido Democrata: "Eu reconheço um vigarista quando o vejo". O teste de Bloomberg deveria ser incorporado por todos os eleitores de todos os países, em todas as eleições. BOLA DENTRO O predomínio de Henrique Meirelles no comando da economia foi uma decisão tomada há tempo por Temer. O Ministério do Planejamento duvidou que houvesse gasolina no tanque. Havia. Leia a coluna completa aqui.
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Câmara aprova aumento de pena para receptação de mercadorias roubadas
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A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (16) o aumento de pena para o crime de receptação de mercadorias roubadas. De acordo com o projeto de lei, a pena passa a ser de 2 a 8 anos de prisão mais a aplicação de multa para os casos em que uma pessoa aceite, adquira ou transporte mercadoria sabendo que ela foi roubada ou furtada. O texto segue para análise do Senado. O projeto também aumenta a pena para a receptação qualificada, que é quando uma pessoa, no exercício da atividade comercial ou industrial, adquire, transporta ou aceita um produto que sabe ser fruto do crime. Neste caso, a punição passa a ser de 3 a 10 anos de prisão, além da aplicação de multa. Atualmente, o Código Penal determina a pena de 1 a 4 anos para o primeiro caso, e de 3 a 8 anos para a receptação qualificada. Durante a discussão da matéria, o deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG) afirmou que com as atuais punições, o crime de receptação compensa. "Com a pena atual, compensa fazer a receptação em vez de comprar o produto no mercado", disse. Já o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) criticou a mudança no Código Penal e afirmou que alterações pontuais como a discutida nesta quinta acabam por desfigurar a legislação, causando distorções. "Vamos desequilibrando esse sistema e promovendo injustiças. Por exemplo, a pena mínima para homicídio simples é seis anos, enquanto a pena mínima para falsificação de cosméticos é 10 anos. É razoável que seja mais grave falsificar um cosmético do que matar uma pessoa?", questionou. Já o deputado João Campos (PSDB-GO) ponderou que a proposta acaba deixando a pena para receptação maior do que a pena para quem de fato praticou o furto. ""A receptação vai ter uma pena mais gravosa que o furto, o que não me parece coerente. O furto simples tem pena de 1 a 4 anos, enquanto a receptação passará a ter pena de 2 a 8 anos, ou seja, o dobro do crime principal, que é o furto", disse.
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cotidiano
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Câmara aprova aumento de pena para receptação de mercadorias roubadasA Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (16) o aumento de pena para o crime de receptação de mercadorias roubadas. De acordo com o projeto de lei, a pena passa a ser de 2 a 8 anos de prisão mais a aplicação de multa para os casos em que uma pessoa aceite, adquira ou transporte mercadoria sabendo que ela foi roubada ou furtada. O texto segue para análise do Senado. O projeto também aumenta a pena para a receptação qualificada, que é quando uma pessoa, no exercício da atividade comercial ou industrial, adquire, transporta ou aceita um produto que sabe ser fruto do crime. Neste caso, a punição passa a ser de 3 a 10 anos de prisão, além da aplicação de multa. Atualmente, o Código Penal determina a pena de 1 a 4 anos para o primeiro caso, e de 3 a 8 anos para a receptação qualificada. Durante a discussão da matéria, o deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG) afirmou que com as atuais punições, o crime de receptação compensa. "Com a pena atual, compensa fazer a receptação em vez de comprar o produto no mercado", disse. Já o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) criticou a mudança no Código Penal e afirmou que alterações pontuais como a discutida nesta quinta acabam por desfigurar a legislação, causando distorções. "Vamos desequilibrando esse sistema e promovendo injustiças. Por exemplo, a pena mínima para homicídio simples é seis anos, enquanto a pena mínima para falsificação de cosméticos é 10 anos. É razoável que seja mais grave falsificar um cosmético do que matar uma pessoa?", questionou. Já o deputado João Campos (PSDB-GO) ponderou que a proposta acaba deixando a pena para receptação maior do que a pena para quem de fato praticou o furto. ""A receptação vai ter uma pena mais gravosa que o furto, o que não me parece coerente. O furto simples tem pena de 1 a 4 anos, enquanto a receptação passará a ter pena de 2 a 8 anos, ou seja, o dobro do crime principal, que é o furto", disse.
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Crise econômica na Venezuela leva temor a Cuba, seu aliado mais próximo
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A crise na Venezuela se estendeu a Cuba, seu aliado mais próximo, com a advertência de Havana sobre racionamento de energia e outras carências que alguns temem poder ser o sinal de um retorno à austeridade econômica que traumatizou a nação insular depois do colapso da União Soviética. Apenas um ano após a euforia que se seguiu ao restabelecimento das relações diplomáticas com os EUA, as esperanças de uma recuperação econômica em Cuba se desvaneceram e uma tendência de preocupação e frustração é evidente nas ruas da capital. "Justamente quando pensávamos que estávamos indo para a frente, tudo está indo embora de novo", diz a aposentada de Havana Miriam Calabasa. "Estou preocupada com que as pessoas vão decidir dizer:´Chega`. E aí?" Instalações do governo agora fecham cedo, e usam janelas abertas e ventiladores zumbindo, em vez de ar-condicionado. A já escassa iluminação pública foi ainda mais reduzida, e o trânsito em Havana e em outras cidades diminuiu visivelmente. "Nada vai ficar melhor no curto prazo; só pode piorar", se preocupa Ignacio Perez, mecânico. "As estradas não vão ser pavimentadas, nem as escolas, pintadas, nem o lixo, recolhido, nem o transporte público, melhorado, e assim por diante." O presidente Raúl Castro resumiu a dimensão do problema neste mês, ao dizer à Assembleia Nacional que "todos os gastos, menos os essenciais" devem ser interrompidos. Ele culpou os "limites que enfrentam alguns dos nossos principais parceiros comerciais, devido à queda nos preços do petróleo... e a uma certa retração no abastecimento de petróleo contratado com a Venezuela." O consumo de combustível foi reduzido em 28% entre agora e dezembro, o de eletricidade passou por um corte de dimensão similar, e as importações, 15%, ou US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 8,2 bilhões), em uma economia centralizada onde 17 centavos de cada dólar da produção econômica consistem de importações. Mas a escassez paralisante, a inflação galopante e uma economia que deve encolher 10% este ano forçaram o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a realizar cortes. De acordo com dados internos da companhia petrolífera estatal PDVSA, vistos pela Reuters, o fornecimento de petróleo para Cuba se reduziu um quinto em comparação com o ano passado. Há 15 anos a Venezuela fornece quantias não especificadas de dinheiro e cerca de 90 mil barris de petróleo por dia - metade das necessidades energéticas de Cuba. Havana, em troca, vendeu serviços médicos e de outros profissionais a Caracas. O auxílio venezuelano ajudou a tirar Cuba do buraco negro econômico depois do término dos subsídios soviéticos em 1991. "Nas condições atuais, o produto interno bruto (cubano) vai mergulhar em território negativo este ano e cair 2,9% em 2017", diz Pavel Vidal, ex-funcionário do banco central de Cuba que agora é professor da Pontifícia Universidade Javeriana de Cali, na Colômbia. "Se as relações com a Venezuela desmoronarem completamente, o PIB poderia cair 10%." Embora o auxílio venezuelano seja uma fração da ajuda soviética, a menção ao "período especial" que se seguiu à queda do Muro de Berlim provoca memórias traumáticas em Cuba. Muitos se lembram de períodos de escassez tão severos que comiam gatos de rua. Karina Marrón, vice-diretora do jornal oficial "Granma", advertiu este mês sobre a possibilidade de protestos de rua semelhantes aos de 1994. "Está se formando a tempestade perfeita... esse fenômeno do corte no combustível, do corte na energia", disse Marrón à União de Jornalistas Cubanos. "Este país não pode suportar outro 93, outro 94." As chamadas brigadas de resposta rápida, formadas na década de 1990 para reprimir a agitação social, estão de volta em estado de alerta, de acordo com um integrante da brigada que pediu para não ser identificado. ABERTURA DE MERCADO Para Castro, a desaceleração é um duro golpe para as limitadas reformas orientadas ao mercado, iniciadas sob sua liderança, especialmente a liberalização, planejada há muito tempo, do peso, o que requer um confortável colchão de reservas estrangeiras. Mas as empresas estrangeiras esperam que isso possa acelerar a abertura econômica. "Os problemas da Venezuela aumentam a chance de reformas cubanas. Este governo só age quando tem que agir", diz um investidor espanhol na ilha. Uma complicação reside na forma como o governo distribui recursos. Cuba depende intensamente dos turistas, que, em sua maioria, esperam hotéis com eletricidade e ar-condicionado. Enquanto isso, cerca de 500 mil pessoas, ou 10% da força de trabalho de Cuba, estão empregadas em restaurantes, pousadas e outras empresas privadas recentemente autorizadas, que precisam de energia para realizar seu negócio. Castro insiste que os usuários residenciais serão poupados de cortes de energia, por enquanto, enquanto Marino Murillo, que dirige a comissão de reformas do Partido Comunista, diz que setores de moeda forte, como o turismo e o níquel, seriam poupados. Outro problema é que outros países para onde Cuba exporta serviços médicos, como Argélia, Angola e Brasil, também devem reduzir gastos. Em 2014, os serviços médicos renderam a Cuba cerca de US$ 8 bilhões (cerca de R$ 26,2 bilhões), ou 40% das exportações. "Não podemos negar que haverá algum impacto, inclusive pior do que o atual, mas estamos preparados", disse Castro. Analistas sugerem que o aviso de Castro pode servir, em parte, para esvaziar expectativas após a flexibilização das sanções dos EUA. Certamente, um retorno total à austeridade do estilo do período especial parece improvável, já que Cuba tem fluxos de renda mais diversificados, de aumento das remessas, serviços médicos, turismo, em um setor privado nascente. No entanto, "a maioria [em Cuba] ainda é muito dependente dos salários estatais, que agora valem um terço do que valiam em 1989, em termos reais", disse o professor Vidal. "[Eles] estão em uma situação de extrema vulnerabilidade." Tradução de DENISE MOTA
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mundo
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Crise econômica na Venezuela leva temor a Cuba, seu aliado mais próximoA crise na Venezuela se estendeu a Cuba, seu aliado mais próximo, com a advertência de Havana sobre racionamento de energia e outras carências que alguns temem poder ser o sinal de um retorno à austeridade econômica que traumatizou a nação insular depois do colapso da União Soviética. Apenas um ano após a euforia que se seguiu ao restabelecimento das relações diplomáticas com os EUA, as esperanças de uma recuperação econômica em Cuba se desvaneceram e uma tendência de preocupação e frustração é evidente nas ruas da capital. "Justamente quando pensávamos que estávamos indo para a frente, tudo está indo embora de novo", diz a aposentada de Havana Miriam Calabasa. "Estou preocupada com que as pessoas vão decidir dizer:´Chega`. E aí?" Instalações do governo agora fecham cedo, e usam janelas abertas e ventiladores zumbindo, em vez de ar-condicionado. A já escassa iluminação pública foi ainda mais reduzida, e o trânsito em Havana e em outras cidades diminuiu visivelmente. "Nada vai ficar melhor no curto prazo; só pode piorar", se preocupa Ignacio Perez, mecânico. "As estradas não vão ser pavimentadas, nem as escolas, pintadas, nem o lixo, recolhido, nem o transporte público, melhorado, e assim por diante." O presidente Raúl Castro resumiu a dimensão do problema neste mês, ao dizer à Assembleia Nacional que "todos os gastos, menos os essenciais" devem ser interrompidos. Ele culpou os "limites que enfrentam alguns dos nossos principais parceiros comerciais, devido à queda nos preços do petróleo... e a uma certa retração no abastecimento de petróleo contratado com a Venezuela." O consumo de combustível foi reduzido em 28% entre agora e dezembro, o de eletricidade passou por um corte de dimensão similar, e as importações, 15%, ou US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 8,2 bilhões), em uma economia centralizada onde 17 centavos de cada dólar da produção econômica consistem de importações. Mas a escassez paralisante, a inflação galopante e uma economia que deve encolher 10% este ano forçaram o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a realizar cortes. De acordo com dados internos da companhia petrolífera estatal PDVSA, vistos pela Reuters, o fornecimento de petróleo para Cuba se reduziu um quinto em comparação com o ano passado. Há 15 anos a Venezuela fornece quantias não especificadas de dinheiro e cerca de 90 mil barris de petróleo por dia - metade das necessidades energéticas de Cuba. Havana, em troca, vendeu serviços médicos e de outros profissionais a Caracas. O auxílio venezuelano ajudou a tirar Cuba do buraco negro econômico depois do término dos subsídios soviéticos em 1991. "Nas condições atuais, o produto interno bruto (cubano) vai mergulhar em território negativo este ano e cair 2,9% em 2017", diz Pavel Vidal, ex-funcionário do banco central de Cuba que agora é professor da Pontifícia Universidade Javeriana de Cali, na Colômbia. "Se as relações com a Venezuela desmoronarem completamente, o PIB poderia cair 10%." Embora o auxílio venezuelano seja uma fração da ajuda soviética, a menção ao "período especial" que se seguiu à queda do Muro de Berlim provoca memórias traumáticas em Cuba. Muitos se lembram de períodos de escassez tão severos que comiam gatos de rua. Karina Marrón, vice-diretora do jornal oficial "Granma", advertiu este mês sobre a possibilidade de protestos de rua semelhantes aos de 1994. "Está se formando a tempestade perfeita... esse fenômeno do corte no combustível, do corte na energia", disse Marrón à União de Jornalistas Cubanos. "Este país não pode suportar outro 93, outro 94." As chamadas brigadas de resposta rápida, formadas na década de 1990 para reprimir a agitação social, estão de volta em estado de alerta, de acordo com um integrante da brigada que pediu para não ser identificado. ABERTURA DE MERCADO Para Castro, a desaceleração é um duro golpe para as limitadas reformas orientadas ao mercado, iniciadas sob sua liderança, especialmente a liberalização, planejada há muito tempo, do peso, o que requer um confortável colchão de reservas estrangeiras. Mas as empresas estrangeiras esperam que isso possa acelerar a abertura econômica. "Os problemas da Venezuela aumentam a chance de reformas cubanas. Este governo só age quando tem que agir", diz um investidor espanhol na ilha. Uma complicação reside na forma como o governo distribui recursos. Cuba depende intensamente dos turistas, que, em sua maioria, esperam hotéis com eletricidade e ar-condicionado. Enquanto isso, cerca de 500 mil pessoas, ou 10% da força de trabalho de Cuba, estão empregadas em restaurantes, pousadas e outras empresas privadas recentemente autorizadas, que precisam de energia para realizar seu negócio. Castro insiste que os usuários residenciais serão poupados de cortes de energia, por enquanto, enquanto Marino Murillo, que dirige a comissão de reformas do Partido Comunista, diz que setores de moeda forte, como o turismo e o níquel, seriam poupados. Outro problema é que outros países para onde Cuba exporta serviços médicos, como Argélia, Angola e Brasil, também devem reduzir gastos. Em 2014, os serviços médicos renderam a Cuba cerca de US$ 8 bilhões (cerca de R$ 26,2 bilhões), ou 40% das exportações. "Não podemos negar que haverá algum impacto, inclusive pior do que o atual, mas estamos preparados", disse Castro. Analistas sugerem que o aviso de Castro pode servir, em parte, para esvaziar expectativas após a flexibilização das sanções dos EUA. Certamente, um retorno total à austeridade do estilo do período especial parece improvável, já que Cuba tem fluxos de renda mais diversificados, de aumento das remessas, serviços médicos, turismo, em um setor privado nascente. No entanto, "a maioria [em Cuba] ainda é muito dependente dos salários estatais, que agora valem um terço do que valiam em 1989, em termos reais", disse o professor Vidal. "[Eles] estão em uma situação de extrema vulnerabilidade." Tradução de DENISE MOTA
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Embraer fecha trimestre com queda de US$ 500 milhões em pedidos de jatos
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A Embraer entregou 20 jatos comerciais e 12 executivos no primeiro trimestre do ano, com sua carteira firme de pedidos fechando março em US$ 20,4 bilhões, um recuo de US$ 500 milhões contra dezembro. Apesar do crescimento no número de aeronaves comerciais entregues –foram 14 no mesmo período de 2014– o segmento representa maior pressão nas margens da Embraer, na avaliação de analistas. Ao mesmo tempo, no segmento executivo houve queda ante os 20 jatos entregues de janeiro a março de 2014. As 20 aeronaves entregues no primeiro trimestre de 2015 na aviação comercial foram jatos E175, enquanto, na executiva, a companhia entregou 10 jatos leves e 2 jatos grandes. A concentração das entregas de jatos comerciais exclusivamente no E175 mostra uma deterioração significativa do mix de vendas nesse segmento, na visão de analistas do Itaú BBA, já que no primeiro trimestre de 2014 os E-Jets menores responderam por 64% das entregas nesse segmento. "Esse é o primeiro trimestre desde que a linha completa de E-Jets entrou em serviço (2006) que todas as entregas estão concentradas em um único modelo", afirmaram. O cenário tende a se repetir daqui em diante. Do total de 454 pedidos firmes a entregar no segmento comercial da Embraer, 177 correspondem aos jatos comerciais de menor porte E170 e E175 da primeira geração e 100 unidades ao E175 da segunda geração. Os analistas do Itaú BBA acrescentaram que as entregas, consideradas fracas, apontam para mais um trimestre ruim para a empresa, que também deve ser impactado pela deterioração no capital de giro. O governo federal liberou o pagamento de cerca de R$ 120 milhões à Embraer, parte de uma dívida total entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões com a fabricante, principalmente relacionada ao cargueiro KC-390, mas não deu data para que o restante da dívida seja quitado, a depender do ajuste fiscal.
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mercado
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Embraer fecha trimestre com queda de US$ 500 milhões em pedidos de jatosA Embraer entregou 20 jatos comerciais e 12 executivos no primeiro trimestre do ano, com sua carteira firme de pedidos fechando março em US$ 20,4 bilhões, um recuo de US$ 500 milhões contra dezembro. Apesar do crescimento no número de aeronaves comerciais entregues –foram 14 no mesmo período de 2014– o segmento representa maior pressão nas margens da Embraer, na avaliação de analistas. Ao mesmo tempo, no segmento executivo houve queda ante os 20 jatos entregues de janeiro a março de 2014. As 20 aeronaves entregues no primeiro trimestre de 2015 na aviação comercial foram jatos E175, enquanto, na executiva, a companhia entregou 10 jatos leves e 2 jatos grandes. A concentração das entregas de jatos comerciais exclusivamente no E175 mostra uma deterioração significativa do mix de vendas nesse segmento, na visão de analistas do Itaú BBA, já que no primeiro trimestre de 2014 os E-Jets menores responderam por 64% das entregas nesse segmento. "Esse é o primeiro trimestre desde que a linha completa de E-Jets entrou em serviço (2006) que todas as entregas estão concentradas em um único modelo", afirmaram. O cenário tende a se repetir daqui em diante. Do total de 454 pedidos firmes a entregar no segmento comercial da Embraer, 177 correspondem aos jatos comerciais de menor porte E170 e E175 da primeira geração e 100 unidades ao E175 da segunda geração. Os analistas do Itaú BBA acrescentaram que as entregas, consideradas fracas, apontam para mais um trimestre ruim para a empresa, que também deve ser impactado pela deterioração no capital de giro. O governo federal liberou o pagamento de cerca de R$ 120 milhões à Embraer, parte de uma dívida total entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões com a fabricante, principalmente relacionada ao cargueiro KC-390, mas não deu data para que o restante da dívida seja quitado, a depender do ajuste fiscal.
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Brasil encara a Croácia na repescagem para continuar na elite da Copa Davis
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A Croácia será a adversária do Brasil na repescagem do Grupo Mundial da Copa Davis. A definição aconteceu após sorteio realizado nesta terça-feira (21). Os jogos serão realizados entre os dias 18 e 20 de setembro, no Brasil -o local ainda não foi escolhido. A equipe brasileira precisa vencer a Croácia para se manter na elite do tênis. Em março, o país foi derrotado pela Argentina. No ano passado, o Brasil também disputou a repescagem do Grupo Mundial e saiu vitorioso do confronto contra a Espanha. A Croácia possui três tenistas no top 100 do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais): Marin Cilic, nono do mundo, Ivo Karlovic, 23°, e Borna Coric, 36º. Já o Brasil tem apenas Thomaz Bellucci, 41º colocado, e João Souza, o Feijão, 88º do mundo. Nas duplas, o Brasil tem uma das melhores parcerias do mundo formada por Marcelo Melo e Bruno Soares. O melhor croata é Ivan Dodig, parceiro de Melo. Brasil e Croácia já se enfrentaram pela Copa Davis em 2008, quando os croatas venceram por 4 a 1. BELLUCCI ESTREIA COM VITÓRIA O brasileiro Thomaz Bellucci estreou com vitória no ATP 250 de Bastad, na Suécia. Nesta terça-feira (21), o tenista venceu o convidado sueco Elias Ymer, 133º colocado no ranking da ATP, por 2 sets a 0, com parciais de 6/4 e 6/2, em uma hora e 15 minutos de partida. Na próxima rodada, Bellucci enfrentará o carioca Christian Lindell, 177º do mundo, que defende a Suécia. Lindell venceu na estreia o brasileiro João Souza, o Feijão.
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esporte
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Brasil encara a Croácia na repescagem para continuar na elite da Copa DavisA Croácia será a adversária do Brasil na repescagem do Grupo Mundial da Copa Davis. A definição aconteceu após sorteio realizado nesta terça-feira (21). Os jogos serão realizados entre os dias 18 e 20 de setembro, no Brasil -o local ainda não foi escolhido. A equipe brasileira precisa vencer a Croácia para se manter na elite do tênis. Em março, o país foi derrotado pela Argentina. No ano passado, o Brasil também disputou a repescagem do Grupo Mundial e saiu vitorioso do confronto contra a Espanha. A Croácia possui três tenistas no top 100 do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais): Marin Cilic, nono do mundo, Ivo Karlovic, 23°, e Borna Coric, 36º. Já o Brasil tem apenas Thomaz Bellucci, 41º colocado, e João Souza, o Feijão, 88º do mundo. Nas duplas, o Brasil tem uma das melhores parcerias do mundo formada por Marcelo Melo e Bruno Soares. O melhor croata é Ivan Dodig, parceiro de Melo. Brasil e Croácia já se enfrentaram pela Copa Davis em 2008, quando os croatas venceram por 4 a 1. BELLUCCI ESTREIA COM VITÓRIA O brasileiro Thomaz Bellucci estreou com vitória no ATP 250 de Bastad, na Suécia. Nesta terça-feira (21), o tenista venceu o convidado sueco Elias Ymer, 133º colocado no ranking da ATP, por 2 sets a 0, com parciais de 6/4 e 6/2, em uma hora e 15 minutos de partida. Na próxima rodada, Bellucci enfrentará o carioca Christian Lindell, 177º do mundo, que defende a Suécia. Lindell venceu na estreia o brasileiro João Souza, o Feijão.
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A blindagem da caixa preta do Carf
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Há anos parlamentares e curiosos fazem perguntas banais ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: qual a percentagem de contribuintes que se livram de pagar impostos recorrendo a ele contra autuações da Receita Federal? Qual a percentagem de contribuintes que recorreram contra autuações superiores a R$ 1 milhão e foram atendidos? Graças à Polícia Federal e ao Ministério Público já se sabe que há décadas funcionavam no Carf quadrilhas de conselheiros, auditores aposentados e escritórios de advocacia. A Operação Zelotes investiga a conduta de 21 conselheiros e a central de bocarras teve seu funcionamento suspenso. A má notícia é que as perguntas banais nunca foram respondidas. A boa é que o presidente do conselho, doutor Carlos Alberto Freitas Barreto, informou à Câmara dos Deputados que "em breve" poderá divulgá-las. Só não o faz logo porque surgiu um problema no serviço de armazenamento de dados do Serpro. Fica combinado assim, faltando definir o significado de "em breve". Apesar do silêncio, o Carf divulgou uma valiosa planilha. Ela mostra que, entre 2004 a 2014, chegaram ao Conselho 77 mil pleitos. Em metade deles, os contribuintes recorreram contra autuações com valores na faixa de R$ 10 mil a R$ 100 mil. Juntos deviam R$ 1,2 bilhão. Outros 19 mil pleitos (24,6%) envolviam autuações superiores a R$ 1 milhão. Totalizavam cerca de R$ 515 bilhões. Para se ter a ideia do tamanho desse ervanário, de janeiro a maio deste ano, a Viúva arrecadou R$ 510 bilhões. Recorrer ao Carf não é coisa para o andar de baixo. Mesmo empresas de porte médio pensam duas vezes antes de contratar advogados ou consultores especializados no assunto. Isso para não se falar nas contratações desvendadas pela Operação Zelotes. Na série agora divulgada, em nenhum ano o valor total dos recursos dos contribuintes milionários ficou abaixo de R$ 10 bilhões (2013 foi um ano gordo: R$ 129 bilhões). "Em breve", quando o Carf especificar os valores dos recursos atendidos, vai-se descobrir o tamanho e a qualidade de sua compreensão. Se os recursos aceitos pelo conselho contra atuações milionárias ficar acima de 50%, de duas uma: a Receita está autuando de forma leviana ou o Carf virou um ralo. Por enquanto, o Conselho está na posição de um hospital que não sabe informar as estatísticas de seu desempenho. A Polícia Federal e o Ministério Público meteram-se numa saia justa com o juiz Ricardo Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília. O doutor negou todos os pedidos de prisão, suspendeu escutas telefônicas e não autorizou operações policiais. Acusam-no de cultivar um "crônico e grave quadro de ineficiência". Blindar o Carf pode parecer uma boa ideia. Afinal, em 2009 a empreiteira Camargo Corrêa blindou-se contra a operação Castelo de Areia e as empreiteiras assistiram a um verdadeiro milagre. Os recursos judiciais, ratificados pelo próprio Supremo Tribunal Federal, limparam os acusados e condenaram os investigadores. Passou o tempo e veio a Lava Jato. - AULA DE CANA Conselho útil do advogado Marcelo Cerqueira para quem teme ir para a cadeia: "Não perca o sono na primeira noite, a fome na primeira semana ou a cabeça no primeiro mês". Cerqueira sabe do que fala. Como advogado, cuidou de muitos presos. Como militante político, pegou pelo menos duas canas. MADAME NATASHA Madame Natasha concedeu mais uma de suas bolsas de estudo ao novo diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde, doutor José Carlos de Souza Abrahão, pelo seguinte resumo de seus objetivos no cargo: "Temos que estimular campanhas pelo uso consciente do sistema de saúde brasileiro e do sistema de saúde suplementar. A sua preservação acontecerá por meio de um conjunto múltiplo de ações, como critérios no processo de incorporação tecnológica, desenvolvimento de protocolos clínicos, avaliação do custo-efetividade dos procedimentos, combate ao desperdício. Temos de rediscutir o modelo de remuneração entre operadoras e prestadoras, precisamos reduzir o custo setorial e a imprevisibilidade; e não podemos esquecer que a sociedade mundial e a brasileira conseguiram uma conquista, que é a maior sobrevida da nossa população". A senhora acha que, na melhor das hipóteses, ele não quis dizer nada. PARA CIMA O jornalista Ernesto Rodrigues concluiu seu documentário "O Sonho de Tipsi", com a história de Zilda Arns, a criadora da Pastoral da Criança, morta em 2010 durante o terremoto do Haiti. Numa época de decepções e más notícias, a lembrança da doutora Zilda é um hino à vida, ao altruísmo e à fé de uma grande mulher. - Os Alpes cariocas da doutora Lagarde Sempre que os sábios do Fundo Monetário Internacional opinam sobre a economia brasileira são ouvidos com reverência. Tudo bem, mas outro dia sua diretora-gerente, a elegantérrima Christine Lagarde, viajou no teleférico do morro do Alemão, no Rio de Janeiro, e disse o seguinte: "Estou me sentindo numa estação de esqui". Aquilo era algo "só visto nos Alpes". A doutora conhece as estações de esqui dos Alpes e os brasileiros conhecem o morro do Alemão. Para juntar as duas coisas, é necessário soltar algum parafuso da cabeça. Madame Lagarde estava diante de outra realidade, mais instrutiva, mas não a viu. O teleférico do Alemão tem 3,5 quilômetros de extensão e custou R$ 210 milhões, foi inaugurado por Lula em 2010 e pela doutora Dilma em julho de 2011. Em nenhuma das duas ocasiões estava operando para os moradores da região. Quando o serviço começou, era inacessível para quem devia chegar ao trabalho às oito da manhã. Um mês antes da visita da doutora aos Alpes cariocas, o serviço do teleférico fora suspenso por vinte dias. Ao ser restabelecido, a operação que começava às seis horas foi pedalada para as oito da manhã. Os repórteres Rodrigo Bertolucci e Luiz Gustavo Schmitt mostraram que o teleférico está numa vala da burocracia. O governo do Estado atrasou o pagamento de dois repasses mensais de R$ 3,2 milhões à empresa concessionária e, como o contrato está prestes a vencer, alguns funcionários foram desmobilizados. Um teleférico dos Alpes que começa a rodar às oito da manhã pode ser ótimo para quem vai esquiar, mas esqueceram de contar à doutora que essa é a hora em que a turma do Alemão precisa estar no trabalho. O governo do Rio diz que a partir de amanhã restabelece o horário antigo. Tomara que Madame Lagarde entenda de economia.
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A blindagem da caixa preta do CarfHá anos parlamentares e curiosos fazem perguntas banais ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: qual a percentagem de contribuintes que se livram de pagar impostos recorrendo a ele contra autuações da Receita Federal? Qual a percentagem de contribuintes que recorreram contra autuações superiores a R$ 1 milhão e foram atendidos? Graças à Polícia Federal e ao Ministério Público já se sabe que há décadas funcionavam no Carf quadrilhas de conselheiros, auditores aposentados e escritórios de advocacia. A Operação Zelotes investiga a conduta de 21 conselheiros e a central de bocarras teve seu funcionamento suspenso. A má notícia é que as perguntas banais nunca foram respondidas. A boa é que o presidente do conselho, doutor Carlos Alberto Freitas Barreto, informou à Câmara dos Deputados que "em breve" poderá divulgá-las. Só não o faz logo porque surgiu um problema no serviço de armazenamento de dados do Serpro. Fica combinado assim, faltando definir o significado de "em breve". Apesar do silêncio, o Carf divulgou uma valiosa planilha. Ela mostra que, entre 2004 a 2014, chegaram ao Conselho 77 mil pleitos. Em metade deles, os contribuintes recorreram contra autuações com valores na faixa de R$ 10 mil a R$ 100 mil. Juntos deviam R$ 1,2 bilhão. Outros 19 mil pleitos (24,6%) envolviam autuações superiores a R$ 1 milhão. Totalizavam cerca de R$ 515 bilhões. Para se ter a ideia do tamanho desse ervanário, de janeiro a maio deste ano, a Viúva arrecadou R$ 510 bilhões. Recorrer ao Carf não é coisa para o andar de baixo. Mesmo empresas de porte médio pensam duas vezes antes de contratar advogados ou consultores especializados no assunto. Isso para não se falar nas contratações desvendadas pela Operação Zelotes. Na série agora divulgada, em nenhum ano o valor total dos recursos dos contribuintes milionários ficou abaixo de R$ 10 bilhões (2013 foi um ano gordo: R$ 129 bilhões). "Em breve", quando o Carf especificar os valores dos recursos atendidos, vai-se descobrir o tamanho e a qualidade de sua compreensão. Se os recursos aceitos pelo conselho contra atuações milionárias ficar acima de 50%, de duas uma: a Receita está autuando de forma leviana ou o Carf virou um ralo. Por enquanto, o Conselho está na posição de um hospital que não sabe informar as estatísticas de seu desempenho. A Polícia Federal e o Ministério Público meteram-se numa saia justa com o juiz Ricardo Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília. O doutor negou todos os pedidos de prisão, suspendeu escutas telefônicas e não autorizou operações policiais. Acusam-no de cultivar um "crônico e grave quadro de ineficiência". Blindar o Carf pode parecer uma boa ideia. Afinal, em 2009 a empreiteira Camargo Corrêa blindou-se contra a operação Castelo de Areia e as empreiteiras assistiram a um verdadeiro milagre. Os recursos judiciais, ratificados pelo próprio Supremo Tribunal Federal, limparam os acusados e condenaram os investigadores. Passou o tempo e veio a Lava Jato. - AULA DE CANA Conselho útil do advogado Marcelo Cerqueira para quem teme ir para a cadeia: "Não perca o sono na primeira noite, a fome na primeira semana ou a cabeça no primeiro mês". Cerqueira sabe do que fala. Como advogado, cuidou de muitos presos. Como militante político, pegou pelo menos duas canas. MADAME NATASHA Madame Natasha concedeu mais uma de suas bolsas de estudo ao novo diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde, doutor José Carlos de Souza Abrahão, pelo seguinte resumo de seus objetivos no cargo: "Temos que estimular campanhas pelo uso consciente do sistema de saúde brasileiro e do sistema de saúde suplementar. A sua preservação acontecerá por meio de um conjunto múltiplo de ações, como critérios no processo de incorporação tecnológica, desenvolvimento de protocolos clínicos, avaliação do custo-efetividade dos procedimentos, combate ao desperdício. Temos de rediscutir o modelo de remuneração entre operadoras e prestadoras, precisamos reduzir o custo setorial e a imprevisibilidade; e não podemos esquecer que a sociedade mundial e a brasileira conseguiram uma conquista, que é a maior sobrevida da nossa população". A senhora acha que, na melhor das hipóteses, ele não quis dizer nada. PARA CIMA O jornalista Ernesto Rodrigues concluiu seu documentário "O Sonho de Tipsi", com a história de Zilda Arns, a criadora da Pastoral da Criança, morta em 2010 durante o terremoto do Haiti. Numa época de decepções e más notícias, a lembrança da doutora Zilda é um hino à vida, ao altruísmo e à fé de uma grande mulher. - Os Alpes cariocas da doutora Lagarde Sempre que os sábios do Fundo Monetário Internacional opinam sobre a economia brasileira são ouvidos com reverência. Tudo bem, mas outro dia sua diretora-gerente, a elegantérrima Christine Lagarde, viajou no teleférico do morro do Alemão, no Rio de Janeiro, e disse o seguinte: "Estou me sentindo numa estação de esqui". Aquilo era algo "só visto nos Alpes". A doutora conhece as estações de esqui dos Alpes e os brasileiros conhecem o morro do Alemão. Para juntar as duas coisas, é necessário soltar algum parafuso da cabeça. Madame Lagarde estava diante de outra realidade, mais instrutiva, mas não a viu. O teleférico do Alemão tem 3,5 quilômetros de extensão e custou R$ 210 milhões, foi inaugurado por Lula em 2010 e pela doutora Dilma em julho de 2011. Em nenhuma das duas ocasiões estava operando para os moradores da região. Quando o serviço começou, era inacessível para quem devia chegar ao trabalho às oito da manhã. Um mês antes da visita da doutora aos Alpes cariocas, o serviço do teleférico fora suspenso por vinte dias. Ao ser restabelecido, a operação que começava às seis horas foi pedalada para as oito da manhã. Os repórteres Rodrigo Bertolucci e Luiz Gustavo Schmitt mostraram que o teleférico está numa vala da burocracia. O governo do Estado atrasou o pagamento de dois repasses mensais de R$ 3,2 milhões à empresa concessionária e, como o contrato está prestes a vencer, alguns funcionários foram desmobilizados. Um teleférico dos Alpes que começa a rodar às oito da manhã pode ser ótimo para quem vai esquiar, mas esqueceram de contar à doutora que essa é a hora em que a turma do Alemão precisa estar no trabalho. O governo do Rio diz que a partir de amanhã restabelece o horário antigo. Tomara que Madame Lagarde entenda de economia.
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Ataque a Fallujah deixa 20 mil crianças sob ameaça, segundo a ONU
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A ONU alertou que ao menos 20 mil crianças estão bloqueadas na cidade de Fallujah, no Iraque, e sob a ameaça de serem recrutadas, enquanto as forças iraquianas apoiadas pelos Estados Unidos avançam com dificuldade contra extremistas do grupo Estado Islâmico (EI). O grupo extremista também está na defensiva na vizinha Síria, onde as forças curdas combatem o EI em duas frentes. No 10º dia da ofensiva que se anuncia difícil e longa, soldados e policiais iraquianos auxiliados por milicianos xiitas e membros de tribos tentam avançar para o centro de Fallujah depois de entrar na segunda-feira neste reduto jihadista, localizado 50 km a oeste de Bagdá. "Nossas forças tentam entrar no centro da cidade, mas há uma forte resistência" do EI, indicou o general Abdelwahab al-Saadi, comandante da operação militar, relatando combates nas ruas. BATALHA DURA Enquanto a ofensiva é apoiada pela coalizão internacional dirigida pelos Estados Unidos e preparada em coordenação com conselheiros militares americanos, o Pentágono disse que a batalha será "dura" e que os jihadistas tinham "a intenção de lutar". Submetida a um cerco quase hermético em Fallujah, o EI está condenado a lutar, uma vez que não tem a opção de fugir, ao contrário de batalhas anteriores, onde os jihadistas conseguiram sair das cidades ante a progressão das forças armadas. CRIANÇAS EM COMBATE Mas, sob o controle desta cidade da província de Al-Anbar desde janeiro de 2014, os extremistas fortaleceram suas defesas. "A cada vez que nossas forças tentam avançar, se deparam com sistemas de defesa implementados pelo Daesh", acrônimo em árabe do EI, indicou um coronel da polícia. Os comandantes iraquianos afirmam ter matado dezenas de membros do EI desde o início da ofensiva em 23 de maio, mas permanecem discretos sobre suas baixas. "Desde o início da ofensiva, recebemos 70 caixões de mártires", relatou um membro das forças de segurança no "Vale da paz" em Najaf, o maior cemitério do mundo. CERCO Autoridades da província de Basra confirmaram a morte de 26 milicianos pró-governo originários da região e um responsável confirmou 12 mortos originários de Najaf. Além disso, cerca de 100 combatentes foram hospitalizados desde segunda-feira. Não há informações sobre vítimas civis, mas cerca de 50 mil pessoas estão bloqueadas no centro de Fallujah. Entre eles, "o Unicef calcula que há pelo menos 20 mil crianças retidas na cidade", afirmou o representante no Iraque do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Peter Hawkins. Os poucos moradores que conseguiram escapar de Fallujah desde o início da ofensiva das forças governamentais afirmaram que a cidade sofre com falta de água potável e de alimentos. "As crianças correm o risco de um recrutamento forçado para os combates", disse Peter Hawkins. "Os menores recrutados são obrigados a portar armas para combater em uma guerra de adultos. Sua vida e seu futuro estão em perigo", completou Hawkins. CORREDORES O Unicef reiterou o apelo para a abertura de corredores seguros para que os civis possam sair da cidade. A ONU acusa o Estado Islâmico de utilizar os civis como escudos humanos na batalha contra as tropas iraquianas apoiadas pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos. SÍRIA Na Síria, a coalizão internacional ajuda especialmente as Forças Democráticas Sírias (FDS), formadas sobretudo por combatentes curdos. As FDS conduzem desde 24 de maio uma ofensiva para recuperar o terreno das mãos do EI no norte da província setentrional de Raqa, onde assumiu várias localidades. As forças curdas também abriram uma nova frente de combate contra os extremistas na província vizinha de Aleppo (norte), visando recuperar o controle da cidade de Manbij, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). "A luta é feroz", indicou um membro das FDS. Mas o EI ainda é combativo. Desta forma, continua com uma ofensiva na província de Aleppo para tomar duas cidades rebeldes, ameaçando dezenas de milhares de civis e deslocados.
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mundo
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Ataque a Fallujah deixa 20 mil crianças sob ameaça, segundo a ONUA ONU alertou que ao menos 20 mil crianças estão bloqueadas na cidade de Fallujah, no Iraque, e sob a ameaça de serem recrutadas, enquanto as forças iraquianas apoiadas pelos Estados Unidos avançam com dificuldade contra extremistas do grupo Estado Islâmico (EI). O grupo extremista também está na defensiva na vizinha Síria, onde as forças curdas combatem o EI em duas frentes. No 10º dia da ofensiva que se anuncia difícil e longa, soldados e policiais iraquianos auxiliados por milicianos xiitas e membros de tribos tentam avançar para o centro de Fallujah depois de entrar na segunda-feira neste reduto jihadista, localizado 50 km a oeste de Bagdá. "Nossas forças tentam entrar no centro da cidade, mas há uma forte resistência" do EI, indicou o general Abdelwahab al-Saadi, comandante da operação militar, relatando combates nas ruas. BATALHA DURA Enquanto a ofensiva é apoiada pela coalizão internacional dirigida pelos Estados Unidos e preparada em coordenação com conselheiros militares americanos, o Pentágono disse que a batalha será "dura" e que os jihadistas tinham "a intenção de lutar". Submetida a um cerco quase hermético em Fallujah, o EI está condenado a lutar, uma vez que não tem a opção de fugir, ao contrário de batalhas anteriores, onde os jihadistas conseguiram sair das cidades ante a progressão das forças armadas. CRIANÇAS EM COMBATE Mas, sob o controle desta cidade da província de Al-Anbar desde janeiro de 2014, os extremistas fortaleceram suas defesas. "A cada vez que nossas forças tentam avançar, se deparam com sistemas de defesa implementados pelo Daesh", acrônimo em árabe do EI, indicou um coronel da polícia. Os comandantes iraquianos afirmam ter matado dezenas de membros do EI desde o início da ofensiva em 23 de maio, mas permanecem discretos sobre suas baixas. "Desde o início da ofensiva, recebemos 70 caixões de mártires", relatou um membro das forças de segurança no "Vale da paz" em Najaf, o maior cemitério do mundo. CERCO Autoridades da província de Basra confirmaram a morte de 26 milicianos pró-governo originários da região e um responsável confirmou 12 mortos originários de Najaf. Além disso, cerca de 100 combatentes foram hospitalizados desde segunda-feira. Não há informações sobre vítimas civis, mas cerca de 50 mil pessoas estão bloqueadas no centro de Fallujah. Entre eles, "o Unicef calcula que há pelo menos 20 mil crianças retidas na cidade", afirmou o representante no Iraque do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Peter Hawkins. Os poucos moradores que conseguiram escapar de Fallujah desde o início da ofensiva das forças governamentais afirmaram que a cidade sofre com falta de água potável e de alimentos. "As crianças correm o risco de um recrutamento forçado para os combates", disse Peter Hawkins. "Os menores recrutados são obrigados a portar armas para combater em uma guerra de adultos. Sua vida e seu futuro estão em perigo", completou Hawkins. CORREDORES O Unicef reiterou o apelo para a abertura de corredores seguros para que os civis possam sair da cidade. A ONU acusa o Estado Islâmico de utilizar os civis como escudos humanos na batalha contra as tropas iraquianas apoiadas pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos. SÍRIA Na Síria, a coalizão internacional ajuda especialmente as Forças Democráticas Sírias (FDS), formadas sobretudo por combatentes curdos. As FDS conduzem desde 24 de maio uma ofensiva para recuperar o terreno das mãos do EI no norte da província setentrional de Raqa, onde assumiu várias localidades. As forças curdas também abriram uma nova frente de combate contra os extremistas na província vizinha de Aleppo (norte), visando recuperar o controle da cidade de Manbij, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). "A luta é feroz", indicou um membro das FDS. Mas o EI ainda é combativo. Desta forma, continua com uma ofensiva na província de Aleppo para tomar duas cidades rebeldes, ameaçando dezenas de milhares de civis e deslocados.
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Turismo no Alentejo encanta com vinhos, castelos e igreja de ossos
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É ermo o cenário no Alentejo, região ao centro-sul de Portugal, ligada à produção de vinho desde a ocupação romana (em 200 a.C.). Hoje, o lugar abriga mais de 250 produtores –70 mais organizados, com visitas para turistas e, em alguns casos, hotéis. Agosto, quando as vinhas estão carregadas, é o mês mais visado. Dá para acompanhar a vindima, como se chama a colheita, observar a pisa das uvas e até participar do processo. As principais cidades são Beja, Santarém e Évora. Declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco em 1986, esta é a mais populosa e serve de base aos turistas. Para chegar lá, normalmente se desembarca em Lisboa. A partir daí, ônibus, trem ou carro alugado, em uma viagem que começa com a travessia do rio Tejo pela bela ponte Vasco da Gama. No curso de 132 quilômetros de viagem, uma boa amostra do espírito alentejano, em que o ambiente urbano passa a dar lugar aos temas campestres. Na região portuguesa com mais incidência solar durante o ano –por isso, abrigo de casas de veraneio de muitos lisboetas–, ouve-se o badalo de sinos de igrejas contíguas a castelos medievais. A vegetação é rala e pontuada por oliveiras e árvores das quais se extrai a cortiça (o país é o maior produtor mundial). Cerca de 50 mil pessoas vivem na cidade, parte delas ligadas à Universidade de Évora. Brasileiros são o terceiro público visitante, e o vinho não é o único porquê. A cidade é tida como uma versão lusa de Stonehenge (monumento de pedra do Reino Unido), com ruínas e aquedutos milenares, além de muitos conventos e igrejas. A de São Francisco abriga a capela dos Ossos, construída com restos humanos no século 17 por monges que tomaram inspiração na transitoriedade da vida. É célebre a inscrição à entrada: "Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos". Nos arredores, no subdistrito de Reguengos de Monsaraz, há um sítio histórico onde fica um dos principais castelos que escudavam os lusitanos. De cima de suas torres, a vista alcança a fronteira com a Espanha. A cidade e seus arredores são fartos em opções para repousar, de hotéis (vale citar o M'ar de Ar Aqueduto ) a pousadinhas mais simples, passando por hospedagens em vinícolas. CASTAS ÚNICAS Nada no Alentejo chama mais a atenção do que a conexão com propriedades vinícolas (as quintas e as herdades). Alguns rótulos são conhecidos de brasileiros, como o Pêra-Manca –trazido nas caravelas de Pedro Álvares Cabral, foi usado para celebrar a primeira missa no Brasil, segundo a lenda tornada slogan pela Adega Cartuxa. Outros, como os do jovem produtor Tiago Cabaço, 40, dono de uma adega de arquitetura moderna, ganham espaço em um processo mais amplo: cada vez mais busca-se vinhos acessíveis, voltados não só a paladares iniciados. "Antigamente se valorizava o vinho que, como se diz, 'quase se come', de tão forte", diz Luis Duarte, 50, enólogo da Herdade dos Grous. "Hoje, a busca é pelo elegante." Países produtores miram mercados como o norte da África, a Oceania e o Brasil, onde a margem de crescimento é enorme –a título de comparação, os portugueses bebem 42 litros de vinho ao ano, contra menos de 1 litro dos brasileiros. Nesse contexto, dois fatores explicam o potencial do Alentejo, na avaliação da enóloga espanhola Susana Esteban, 46. Um é a diversidade climática: poucas distâncias separam microclimas distintos, de montanhas frias a planícies quentes. O outro é a pluralidade de castas. Um mesmo produtor cria várias espécies de uvas e delas obtém misturas diversas. "A mescla vem da própria vinha; isso faz com que a bebida seja única." Susana sabe disso por experiência própria. Procurou por anos um exemplar de uma casta de que ouvira falar para os vinhos que produz em escala artesanal (susanaesteban.com ). Foi encontrá-lo no Facebook: "Publiquei uma foto da planta e um conhecido disse que vira igual na quinta da avó. Era verdade". Veja opções de pacotes para conhecer vinícolas em Portugal. O jornalista viajou a convite da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana
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turismo
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Turismo no Alentejo encanta com vinhos, castelos e igreja de ossosÉ ermo o cenário no Alentejo, região ao centro-sul de Portugal, ligada à produção de vinho desde a ocupação romana (em 200 a.C.). Hoje, o lugar abriga mais de 250 produtores –70 mais organizados, com visitas para turistas e, em alguns casos, hotéis. Agosto, quando as vinhas estão carregadas, é o mês mais visado. Dá para acompanhar a vindima, como se chama a colheita, observar a pisa das uvas e até participar do processo. As principais cidades são Beja, Santarém e Évora. Declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco em 1986, esta é a mais populosa e serve de base aos turistas. Para chegar lá, normalmente se desembarca em Lisboa. A partir daí, ônibus, trem ou carro alugado, em uma viagem que começa com a travessia do rio Tejo pela bela ponte Vasco da Gama. No curso de 132 quilômetros de viagem, uma boa amostra do espírito alentejano, em que o ambiente urbano passa a dar lugar aos temas campestres. Na região portuguesa com mais incidência solar durante o ano –por isso, abrigo de casas de veraneio de muitos lisboetas–, ouve-se o badalo de sinos de igrejas contíguas a castelos medievais. A vegetação é rala e pontuada por oliveiras e árvores das quais se extrai a cortiça (o país é o maior produtor mundial). Cerca de 50 mil pessoas vivem na cidade, parte delas ligadas à Universidade de Évora. Brasileiros são o terceiro público visitante, e o vinho não é o único porquê. A cidade é tida como uma versão lusa de Stonehenge (monumento de pedra do Reino Unido), com ruínas e aquedutos milenares, além de muitos conventos e igrejas. A de São Francisco abriga a capela dos Ossos, construída com restos humanos no século 17 por monges que tomaram inspiração na transitoriedade da vida. É célebre a inscrição à entrada: "Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos". Nos arredores, no subdistrito de Reguengos de Monsaraz, há um sítio histórico onde fica um dos principais castelos que escudavam os lusitanos. De cima de suas torres, a vista alcança a fronteira com a Espanha. A cidade e seus arredores são fartos em opções para repousar, de hotéis (vale citar o M'ar de Ar Aqueduto ) a pousadinhas mais simples, passando por hospedagens em vinícolas. CASTAS ÚNICAS Nada no Alentejo chama mais a atenção do que a conexão com propriedades vinícolas (as quintas e as herdades). Alguns rótulos são conhecidos de brasileiros, como o Pêra-Manca –trazido nas caravelas de Pedro Álvares Cabral, foi usado para celebrar a primeira missa no Brasil, segundo a lenda tornada slogan pela Adega Cartuxa. Outros, como os do jovem produtor Tiago Cabaço, 40, dono de uma adega de arquitetura moderna, ganham espaço em um processo mais amplo: cada vez mais busca-se vinhos acessíveis, voltados não só a paladares iniciados. "Antigamente se valorizava o vinho que, como se diz, 'quase se come', de tão forte", diz Luis Duarte, 50, enólogo da Herdade dos Grous. "Hoje, a busca é pelo elegante." Países produtores miram mercados como o norte da África, a Oceania e o Brasil, onde a margem de crescimento é enorme –a título de comparação, os portugueses bebem 42 litros de vinho ao ano, contra menos de 1 litro dos brasileiros. Nesse contexto, dois fatores explicam o potencial do Alentejo, na avaliação da enóloga espanhola Susana Esteban, 46. Um é a diversidade climática: poucas distâncias separam microclimas distintos, de montanhas frias a planícies quentes. O outro é a pluralidade de castas. Um mesmo produtor cria várias espécies de uvas e delas obtém misturas diversas. "A mescla vem da própria vinha; isso faz com que a bebida seja única." Susana sabe disso por experiência própria. Procurou por anos um exemplar de uma casta de que ouvira falar para os vinhos que produz em escala artesanal (susanaesteban.com ). Foi encontrá-lo no Facebook: "Publiquei uma foto da planta e um conhecido disse que vira igual na quinta da avó. Era verdade". Veja opções de pacotes para conhecer vinícolas em Portugal. O jornalista viajou a convite da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana
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Mensagem de Robinho para Modesto detonou queda de Enderson Moreira
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A gota d'água para a demissão de Enderson Moreira no Santos aconteceu na manhã desta quinta-feira (5). Ele deu uma bronca no zagueiro Werley e o nível da cobrança foi considerado desnecessário pelos outros jogadores. A Folha apurou que após o treino, Robinho mandou mensagem para o presidente Modesto Roma Júnior alertando que "não dava mais" e que Enderson havia perdido o elenco de vez. Modesto foi imediatamente para o Centro de Treinamento para uma reunião com o treinador, André Zanotta (gerente de futebol) e Dagoberto Fernando dos Santos (CEO e homem forte do futebol na Vila Belmiro). Enderson foi comunicado de que não estava mais nos planos do clube. O presidente já estava irritado com declarações e atitudes de Enderson. Em entrevista ao jornal A Tribuna, de Santos, ele havia dito que alguns atletas "acham que são mais do que são" e que "potencial não entra em campo". As opiniões pegaram muito mal no comitê de gestão, que deseja ver os jogadores mais jovens sendo utilizados. Na partida do último domingo (1), contra o Linense, no Pacaembu, o técnico irritou conselheiros e integrantes do comitê ao manter os veteranos em campo durante o segundo tempo enquanto os garotos ficaram no banco de reservas. Uma das principais vítimas das críticas internas de Enderson era Gabriel. Internamente, ele dizia que o atacante, considerado as principais revelações das categorias de base, é "mascarado". Dirigentes funcionários do CT avisaram aos atletas que algo estava por acontecer. Quando a demissão foi confirmada, alguns deles soltaram gritos de comemoração.
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esporte
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Mensagem de Robinho para Modesto detonou queda de Enderson MoreiraA gota d'água para a demissão de Enderson Moreira no Santos aconteceu na manhã desta quinta-feira (5). Ele deu uma bronca no zagueiro Werley e o nível da cobrança foi considerado desnecessário pelos outros jogadores. A Folha apurou que após o treino, Robinho mandou mensagem para o presidente Modesto Roma Júnior alertando que "não dava mais" e que Enderson havia perdido o elenco de vez. Modesto foi imediatamente para o Centro de Treinamento para uma reunião com o treinador, André Zanotta (gerente de futebol) e Dagoberto Fernando dos Santos (CEO e homem forte do futebol na Vila Belmiro). Enderson foi comunicado de que não estava mais nos planos do clube. O presidente já estava irritado com declarações e atitudes de Enderson. Em entrevista ao jornal A Tribuna, de Santos, ele havia dito que alguns atletas "acham que são mais do que são" e que "potencial não entra em campo". As opiniões pegaram muito mal no comitê de gestão, que deseja ver os jogadores mais jovens sendo utilizados. Na partida do último domingo (1), contra o Linense, no Pacaembu, o técnico irritou conselheiros e integrantes do comitê ao manter os veteranos em campo durante o segundo tempo enquanto os garotos ficaram no banco de reservas. Uma das principais vítimas das críticas internas de Enderson era Gabriel. Internamente, ele dizia que o atacante, considerado as principais revelações das categorias de base, é "mascarado". Dirigentes funcionários do CT avisaram aos atletas que algo estava por acontecer. Quando a demissão foi confirmada, alguns deles soltaram gritos de comemoração.
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Aberta ao público, feira de Frankfurt é tomada por adeptos do cosplay
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No primeiro dia aberta ao público, a Feira de Livros de Frankfurt foi tomada neste sábado (17) por milhares de adeptos de um hobby curioso: o "cosplay" ou "costume play", que é a representação de personagens por seus fãs. Milhares de jovens e adultos circularam pelos pavilhões de feira, vestidos de elfos, fadas e cavaleiros. Eles traziam perucas, maquiagem e lentes de contato coloridas, carregavam lanças ou varinhas de condão e vestiam-se como os heróis de livros e filmes fantásticos ou histórias em quadrinhos. Os "cosplayers" lotaram sobretudo o térreo do pavilhão 3, voltado para a literatura infantojuvenil traduzida para o alemão. Lá amontoavam-se os fãs de literatura fantástica ou ficção científica, como "O Senhor dos Anéis" e "Guerra nas Estrelas". Este último até foi tema de um "poetry slam" —competição na qual os concorrentes leem seus poemas para o público. Em maior número, porém, estavam os personagens dos mangás, os quadrinhos japoneses, que por sua vez inspiraram os animês, os desenhos animados do país. Só na Alemanha, milhares de fãs estão reunidos em associações, que promovem encontros e competições em grandes eventos, como a Feira de Frankfurt neste fim de semana. As alemãs Charlotte, 24, e Lea, 23, vieram do Sul do país. Com suas fantasias, afirmaram, faziam uma homenagem aos "Pokemons", personagens de vídeos japoneses. Segundo elas, os "cosplayers" —muitos já na casa dos 30 anos— passam semanas ou meses fazendo suas fantasias. "Pega mal quem compra pronta." O mercado de quadrinhos japoneses cresceu na Alemanha, cerca de 60 por cento em cinco anos, e lideram as vendas no setor. Bem atrás estão os desenhistas alemães Flix e Ralf Koenig, os mais conhecidos do país. O maior sucesso hoje, entretanto, ficou por conta de dois franceses: o desenhista Didier Conrad e o autor Jean-Yves Ferri vieram à Feira lançar o 35° número da série Asterix, "Asterix entre os Pictos". No início da tarde de hoje, a fila de autógrafos dava voltas pelos estandes da editora alemã Egmont, uma das maiores para quadrinhos.
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Aberta ao público, feira de Frankfurt é tomada por adeptos do cosplayNo primeiro dia aberta ao público, a Feira de Livros de Frankfurt foi tomada neste sábado (17) por milhares de adeptos de um hobby curioso: o "cosplay" ou "costume play", que é a representação de personagens por seus fãs. Milhares de jovens e adultos circularam pelos pavilhões de feira, vestidos de elfos, fadas e cavaleiros. Eles traziam perucas, maquiagem e lentes de contato coloridas, carregavam lanças ou varinhas de condão e vestiam-se como os heróis de livros e filmes fantásticos ou histórias em quadrinhos. Os "cosplayers" lotaram sobretudo o térreo do pavilhão 3, voltado para a literatura infantojuvenil traduzida para o alemão. Lá amontoavam-se os fãs de literatura fantástica ou ficção científica, como "O Senhor dos Anéis" e "Guerra nas Estrelas". Este último até foi tema de um "poetry slam" —competição na qual os concorrentes leem seus poemas para o público. Em maior número, porém, estavam os personagens dos mangás, os quadrinhos japoneses, que por sua vez inspiraram os animês, os desenhos animados do país. Só na Alemanha, milhares de fãs estão reunidos em associações, que promovem encontros e competições em grandes eventos, como a Feira de Frankfurt neste fim de semana. As alemãs Charlotte, 24, e Lea, 23, vieram do Sul do país. Com suas fantasias, afirmaram, faziam uma homenagem aos "Pokemons", personagens de vídeos japoneses. Segundo elas, os "cosplayers" —muitos já na casa dos 30 anos— passam semanas ou meses fazendo suas fantasias. "Pega mal quem compra pronta." O mercado de quadrinhos japoneses cresceu na Alemanha, cerca de 60 por cento em cinco anos, e lideram as vendas no setor. Bem atrás estão os desenhistas alemães Flix e Ralf Koenig, os mais conhecidos do país. O maior sucesso hoje, entretanto, ficou por conta de dois franceses: o desenhista Didier Conrad e o autor Jean-Yves Ferri vieram à Feira lançar o 35° número da série Asterix, "Asterix entre os Pictos". No início da tarde de hoje, a fila de autógrafos dava voltas pelos estandes da editora alemã Egmont, uma das maiores para quadrinhos.
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Análise: Carro autônomo esbarra nas limitações do ser humano
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Todas as ferramentas que possibilitam a existência de carros autônomos já existem, e muitas estão presentes em modelos que estão nas ruas há tempos. Sensores de distância, navegação por GPS, acelerador eletrônico, radares que leem a estrada e identificadores de faixas e placas são alguns desses itens. Tudo disponível em veículos de diversas faixas de preços. Porém, automóveis que podem rodar sozinhos ainda esbarram nas limitações do ser humano. Carros autônomos serão feitos para pessoas que sabem dirigir, aptas a assumir o controle em caso de situações emergenciais. Veja imagens Por exemplo: em um dia de tempo ruim, um dos sensores acaba encoberto por alguma sujeira. É exagerado imaginar que cada um dos leitores digitais terá sistema autolimpante. Alguém terá de fazer o serviço. Se uma folha grudada no para-brisa pode impedir o funcionamento desse tipo de veículo, imagine o que pode ocorrer em caso de pane por falta de cuidados básicos. Da mesma forma que um avião, um automóvel capaz de circular sem a intervenção humana necessitará de manutenção preventiva constante. Ele não pode quebrar. Os freios precisam estar em perfeita ordem, os pneus devem manter a pressão recomendada e o sistema elétrico não pode apresentar nem sequer uma lâmpada queimada. Ou seja: proprietários terão de conhecer a fundo seus veículos, assim como pilotos dominam suas aeronaves. MAIOR CRITÉRIO No mundo real, muitos motoristas esquecem dos prazos de revisão e só lembram que o carro não tem poder de regenerar-se quando ocorre uma pane. Portanto, o treino para aprender a "guiar" um carro autônomo terá de ser bem mais criterioso do que o modelo atual de concessão de carteiras de habilitação. Diante de tantos fatores, automóveis que se locomovem sozinhos e buscam seus proprietários em um horário marcado são utópicos. Tal coisa deverá ocorrer, no máximo, em espaços compartilhados apenas pelos veículos, como garagens projetadas para esse fim. O motorista desembarca e o carro segue sozinho para a vaga. MOBILIDADE Entretanto, as questões tangíveis não suplantam as vantagens dos carros autônomos. Uma dessas é a possibilidade de pessoas com deficiência ganharem mais opções de mobilidade. Acidentes causados por falha humana também irão diminuir, pois os veículos anteciparão reações para evitar uma colisão. Outro ponto positivo: as tecnologias empregadas podem atuar separadamente em prol da segurança e da diminuição dos engarrafamentos. Como os carros "conversarão" entre si, dados sobre o trânsito estarão automaticamente atualizados, ajudando o GPS a encontrar o melhor caminho. Por consequência, haverá redução nas emissões de poluentes.
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mercado
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Análise: Carro autônomo esbarra nas limitações do ser humanoTodas as ferramentas que possibilitam a existência de carros autônomos já existem, e muitas estão presentes em modelos que estão nas ruas há tempos. Sensores de distância, navegação por GPS, acelerador eletrônico, radares que leem a estrada e identificadores de faixas e placas são alguns desses itens. Tudo disponível em veículos de diversas faixas de preços. Porém, automóveis que podem rodar sozinhos ainda esbarram nas limitações do ser humano. Carros autônomos serão feitos para pessoas que sabem dirigir, aptas a assumir o controle em caso de situações emergenciais. Veja imagens Por exemplo: em um dia de tempo ruim, um dos sensores acaba encoberto por alguma sujeira. É exagerado imaginar que cada um dos leitores digitais terá sistema autolimpante. Alguém terá de fazer o serviço. Se uma folha grudada no para-brisa pode impedir o funcionamento desse tipo de veículo, imagine o que pode ocorrer em caso de pane por falta de cuidados básicos. Da mesma forma que um avião, um automóvel capaz de circular sem a intervenção humana necessitará de manutenção preventiva constante. Ele não pode quebrar. Os freios precisam estar em perfeita ordem, os pneus devem manter a pressão recomendada e o sistema elétrico não pode apresentar nem sequer uma lâmpada queimada. Ou seja: proprietários terão de conhecer a fundo seus veículos, assim como pilotos dominam suas aeronaves. MAIOR CRITÉRIO No mundo real, muitos motoristas esquecem dos prazos de revisão e só lembram que o carro não tem poder de regenerar-se quando ocorre uma pane. Portanto, o treino para aprender a "guiar" um carro autônomo terá de ser bem mais criterioso do que o modelo atual de concessão de carteiras de habilitação. Diante de tantos fatores, automóveis que se locomovem sozinhos e buscam seus proprietários em um horário marcado são utópicos. Tal coisa deverá ocorrer, no máximo, em espaços compartilhados apenas pelos veículos, como garagens projetadas para esse fim. O motorista desembarca e o carro segue sozinho para a vaga. MOBILIDADE Entretanto, as questões tangíveis não suplantam as vantagens dos carros autônomos. Uma dessas é a possibilidade de pessoas com deficiência ganharem mais opções de mobilidade. Acidentes causados por falha humana também irão diminuir, pois os veículos anteciparão reações para evitar uma colisão. Outro ponto positivo: as tecnologias empregadas podem atuar separadamente em prol da segurança e da diminuição dos engarrafamentos. Como os carros "conversarão" entre si, dados sobre o trânsito estarão automaticamente atualizados, ajudando o GPS a encontrar o melhor caminho. Por consequência, haverá redução nas emissões de poluentes.
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Demora de Dilma em indicação no STF é 'abusiva' e 'nefasta', dizem ministros
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Os ministros mais antigos do STF (Supremo Tribunal Federal), Celso de Mello e Marco Aurélio Mello, criticaram nesta quinta-feira (26) a demora da presidente Dilma Rousseff em escolher um nome para ocupar 11ª vaga da corte, aberta desde julho passado com a aposentadoria de Joaquim Barbosa. De acordo com o Celso, "essa omissão (...) está se tornando irrazoável e até mesmo abusiva por parte da senhora presidente da República na indicação de um novo juiz para o Supremo". A declaração foi dada em meio ao julgamento de uma ação que discutia a venda casada de títulos de capitalização. Como os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes não estavam presentes, havendo somente oito na sessão, o placar acabou em 4 a 4. Ao perceber a situação, Marco Aurélio criticou a falta de um ministro e disse que a situação revela como é "nefasta" a não-indicação de um novo ministro por parte da presidente.
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Demora de Dilma em indicação no STF é 'abusiva' e 'nefasta', dizem ministrosOs ministros mais antigos do STF (Supremo Tribunal Federal), Celso de Mello e Marco Aurélio Mello, criticaram nesta quinta-feira (26) a demora da presidente Dilma Rousseff em escolher um nome para ocupar 11ª vaga da corte, aberta desde julho passado com a aposentadoria de Joaquim Barbosa. De acordo com o Celso, "essa omissão (...) está se tornando irrazoável e até mesmo abusiva por parte da senhora presidente da República na indicação de um novo juiz para o Supremo". A declaração foi dada em meio ao julgamento de uma ação que discutia a venda casada de títulos de capitalização. Como os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes não estavam presentes, havendo somente oito na sessão, o placar acabou em 4 a 4. Ao perceber a situação, Marco Aurélio criticou a falta de um ministro e disse que a situação revela como é "nefasta" a não-indicação de um novo ministro por parte da presidente.
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'Eu não quero ser obrigado a votar', afirma leitor
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REFORMA POLÍTICA Em 2018, seremos obrigados a reeleger os criminosos em razão do sistema proporcional. Eles terão foro privilegiado e continuarão soltos e roubando nosso dinheiro. Que vergonha! RUI VERSIANI (São Paulo, SP) * Esse explícito e acintoso ataque ao bolso do contribuinte remete a uma só ideia: não reeleja ninguém! LAFAYETTE PONDÉ FILHO (Salvador, BA) * Os mesmos que estão envolvidos na farra com o nosso dinheiro são os que podem criar e votar as leis ao seu bel-prazer, ou seja, a farra tem tudo para continuar eternamente na republiqueta dos bananas. E se engana quem pensa que eleição resolve. Você elege um e esse "um" traz outros que você não elegeu. Eu não quero ser obrigado a votar. MARCO ANTONIO (São Paulo, SP) * Esses políticos ainda não entenderam que estão no século 21. A cabeça deles (situação e oposição) é do século 20. Eles não acompanham as mudanças. É um total anacronismo. DENIS TAVARES (Brasília, DF) - PSDB Ou ninguém se entende no PSDB ou a estratégia é essa mesmo, confundir o eleitor. Assim, nas próximas eleições terão duas opções. Conforme o interesse, poderão dizer que apoiavam ou não o atual governo. NILSON TADEU MOLARO (Araraquara, SP) - LULA A milionária defesa de Lula, diante dos fatos desfavoráveis, resolveu abandonar o processo e partir para as redes sociais, com a velha ladainha de perseguição ao homem mais honesto do planeta. Uma empresa de relações públicas britânica foi contratada para divulgar essa tese no exterior. Como o que interessa juridicamente é o que consta dos autos, incluída a confissão do parceiro "Italiano", é dinheiro jogado fora. Mas desde quando dinheiro é problema para o cliente? HOMERO VIANNA JR. (Niterói, RJ) * Os advogados de Lula estão adotando um processo de mistificação para vender ao público do PT a ideia de que o ex-presidente está sendo vítima de perseguição política. O pior é que muita gente acredita nisso, mas não acredita nas provas. Por que o juiz Sergio Moro iria perseguir Lula? Os advogados de Lula não explicaram a motivação. MANOEL PASSOS (Brasília, DF) * Marketing vende sonhos sem precisar entregar absolutamente nada. CARLOS BRASIL (São Paulo, SP) - CORRUPÇÃO NO COB Nada como um dia depois do outro. Lembram-se dos abraços efusivos entre Lula, Cabral, Nuzman, Paes etc. quando o Rio foi anunciado como sede da Olimpíada? Fico imaginando onde será o novo encontro. OSMAR G. LOUREIRO (Cravinhos, SP) * O Brasil é um celeiro de corruptos. Pelo visto, não há um setor que se salve. PAULO ANTONIO DE FIGUEIREDO (Itaúna, MG) * Estranho um caderno sobre esportes dedicar três páginas a assuntos criminais e uma apenas ao interesse real dos leitores. A sanha acusatória e policialesca do jornal e das TVs entrou nesse espaço e indevidamente se intromete em assuntos que não são de sua alçada. Dignem-se a usar o espaço de esportes para esportes. MILTON DE VASCONCELOS (São Paulo, SP) - BOLSONARO Bolsonaro faz sua pregação à moda dos anos 1930. Hoje são gays, negros, artistas e defensores dos direitos humanos que o obrigam a lembrar que a vida real não é tal qual ele gostaria. O que ameaça seu pensamento é nada menos que a existência da alteridade. Em seu delírio aterrador, promete o porte de armas para todos, como se fosse a maneira mais eficaz de solucionar o mundo que não o representa. No século 20, isso culminou em genocídio. HAROLDO H. S. DE ARRUDA (São Paulo, SP) - RUTH ESCOBAR Se a portuguesa Carmen Miranda elevou o nome do Brasil às alturas no campo musical, Ruth Escobar, igualmente lusitana, é a nossa rainha do teatro e da resistência. Lembro que, nos anos de ditadura, eu estava vendo uma peça no seu teatro quando alguém interrompeu a encenação para dizer que haviam telefonado proferindo ameaças. Só vi um casal saindo de fininho. Eu, ainda estudante secundarista, permaneci até o fim. Daquela vez, não houve invasão. JAIME PEREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) - CIÊNCIA Reconheço a objetividade de Fernando Tadeu Moraes na reportagem "Descoberta de brasileiro rendeu Nobel de medicina a britânico", mas contesto o título da versão impressa: "Pesquisa brasileira, Nobel britânico". Minha pesquisa não se desenvolveu no Brasil, de cuja vida acadêmica fui excluído em 1964. Não reivindiquei o Prêmio Nobel, mas o reconhecimento pela comunidade científica de que minha descoberta original precedeu os trabalhos do professor Vane. Finalmente, o esquema com os três pesquisadores é simplista e conduz o leitor a conclusões apressadas. BORIS VARGAFTIG, cientista (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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'Eu não quero ser obrigado a votar', afirma leitorREFORMA POLÍTICA Em 2018, seremos obrigados a reeleger os criminosos em razão do sistema proporcional. Eles terão foro privilegiado e continuarão soltos e roubando nosso dinheiro. Que vergonha! RUI VERSIANI (São Paulo, SP) * Esse explícito e acintoso ataque ao bolso do contribuinte remete a uma só ideia: não reeleja ninguém! LAFAYETTE PONDÉ FILHO (Salvador, BA) * Os mesmos que estão envolvidos na farra com o nosso dinheiro são os que podem criar e votar as leis ao seu bel-prazer, ou seja, a farra tem tudo para continuar eternamente na republiqueta dos bananas. E se engana quem pensa que eleição resolve. Você elege um e esse "um" traz outros que você não elegeu. Eu não quero ser obrigado a votar. MARCO ANTONIO (São Paulo, SP) * Esses políticos ainda não entenderam que estão no século 21. A cabeça deles (situação e oposição) é do século 20. Eles não acompanham as mudanças. É um total anacronismo. DENIS TAVARES (Brasília, DF) - PSDB Ou ninguém se entende no PSDB ou a estratégia é essa mesmo, confundir o eleitor. Assim, nas próximas eleições terão duas opções. Conforme o interesse, poderão dizer que apoiavam ou não o atual governo. NILSON TADEU MOLARO (Araraquara, SP) - LULA A milionária defesa de Lula, diante dos fatos desfavoráveis, resolveu abandonar o processo e partir para as redes sociais, com a velha ladainha de perseguição ao homem mais honesto do planeta. Uma empresa de relações públicas britânica foi contratada para divulgar essa tese no exterior. Como o que interessa juridicamente é o que consta dos autos, incluída a confissão do parceiro "Italiano", é dinheiro jogado fora. Mas desde quando dinheiro é problema para o cliente? HOMERO VIANNA JR. (Niterói, RJ) * Os advogados de Lula estão adotando um processo de mistificação para vender ao público do PT a ideia de que o ex-presidente está sendo vítima de perseguição política. O pior é que muita gente acredita nisso, mas não acredita nas provas. Por que o juiz Sergio Moro iria perseguir Lula? Os advogados de Lula não explicaram a motivação. MANOEL PASSOS (Brasília, DF) * Marketing vende sonhos sem precisar entregar absolutamente nada. CARLOS BRASIL (São Paulo, SP) - CORRUPÇÃO NO COB Nada como um dia depois do outro. Lembram-se dos abraços efusivos entre Lula, Cabral, Nuzman, Paes etc. quando o Rio foi anunciado como sede da Olimpíada? Fico imaginando onde será o novo encontro. OSMAR G. LOUREIRO (Cravinhos, SP) * O Brasil é um celeiro de corruptos. Pelo visto, não há um setor que se salve. PAULO ANTONIO DE FIGUEIREDO (Itaúna, MG) * Estranho um caderno sobre esportes dedicar três páginas a assuntos criminais e uma apenas ao interesse real dos leitores. A sanha acusatória e policialesca do jornal e das TVs entrou nesse espaço e indevidamente se intromete em assuntos que não são de sua alçada. Dignem-se a usar o espaço de esportes para esportes. MILTON DE VASCONCELOS (São Paulo, SP) - BOLSONARO Bolsonaro faz sua pregação à moda dos anos 1930. Hoje são gays, negros, artistas e defensores dos direitos humanos que o obrigam a lembrar que a vida real não é tal qual ele gostaria. O que ameaça seu pensamento é nada menos que a existência da alteridade. Em seu delírio aterrador, promete o porte de armas para todos, como se fosse a maneira mais eficaz de solucionar o mundo que não o representa. No século 20, isso culminou em genocídio. HAROLDO H. S. DE ARRUDA (São Paulo, SP) - RUTH ESCOBAR Se a portuguesa Carmen Miranda elevou o nome do Brasil às alturas no campo musical, Ruth Escobar, igualmente lusitana, é a nossa rainha do teatro e da resistência. Lembro que, nos anos de ditadura, eu estava vendo uma peça no seu teatro quando alguém interrompeu a encenação para dizer que haviam telefonado proferindo ameaças. Só vi um casal saindo de fininho. Eu, ainda estudante secundarista, permaneci até o fim. Daquela vez, não houve invasão. JAIME PEREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) - CIÊNCIA Reconheço a objetividade de Fernando Tadeu Moraes na reportagem "Descoberta de brasileiro rendeu Nobel de medicina a britânico", mas contesto o título da versão impressa: "Pesquisa brasileira, Nobel britânico". Minha pesquisa não se desenvolveu no Brasil, de cuja vida acadêmica fui excluído em 1964. Não reivindiquei o Prêmio Nobel, mas o reconhecimento pela comunidade científica de que minha descoberta original precedeu os trabalhos do professor Vane. Finalmente, o esquema com os três pesquisadores é simplista e conduz o leitor a conclusões apressadas. BORIS VARGAFTIG, cientista (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Uma tragédia anunciada
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Tramita no Senado Federal o Projeto de Lei 200/2015 (PLS), que promete trazer menos burocracia às pesquisas clínicas no país. Recentemente, o PLS foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e, agora, segue em apreciação pela Comissão de Ciência e Tecnologia. O PLS, ao contrário do que possa parecer, não é um avanço para a sociedade brasileira, muito pelo contrário. A verdade é que a promessa de menos burocracia advogada pelo PLS (leia-se: tramitação com menos questionamentos) está baseada, entre outras coisas, em um perigoso caminho: a criação dos chamados Comitês de Ética Independentes. Hoje, a análise ética das pesquisas é realizada por um sistema integrado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) –comissão do Conselho Nacional de Saúde, sediada em Brasília– e por cerca de 700 Comitês de Ética em Pesquisa espalhados em variadas instituições no país. O PLS extingue esse sistema e, no seu lugar, propõe a criação de um novo, baseado em uma rede desintegrada de Comitês de Ética, sem qualquer vínculo institucional. Esses novos Comitês não serão independentes, como se imagina. É fácil prever que, com a aprovação do PLS, os laboratórios farmacêuticos poderão criar os seus próprios comitês ou, no mínimo, apoiarão financeiramente alguns deles, o que configura perigosíssimo conflito de interesse. Isso poderá levar a aprovação dos estudos da indústria farmacêutica sem maiores questionamentos éticos. Recentemente, a Índia passou por processo semelhante. O resultado foi desastroso. A Suprema Corte da Índia, após verificar centenas de mortes provocadas diretamente pelos medicamentos experimentais, decidiu cancelar as pesquisas clínicas no país até que houvesse a restituição de normas éticas rígidas e bem estruturadas. Aqueles que defendem a aprovação do PLS reclamam dos prazos de análise da Conep, afirmando, equivocadamente, que esses são maiores do que 12 meses. Isso aconteceu no passado, quando a Conep tinha número insuficiente de relatores e assessores para a análise dos protocolos. Mas essa não é a realidade atual. De 2013 para cá, a Conep dobrou o número de assessores técnicos e de relatores, e quadruplicou o número de pareceres emitidos mensalmente. No último trimestre, o tempo médio de tramitação na Conep foi de aproximadamente 50 dias, número este bem diferente do que vem sendo alardeado, nas últimas semanas, por alguns pesquisadores e pela indústria farmacêutica na mídia. Além do mais, uma nova Resolução do Conselho Nacional de Saúde, a ser publicada em breve, trará ainda mais agilidade às análises dos protocolos de pesquisa clínica no país. A promessa do PLS, de menor burocracia, significa, na verdade, fazer menos questionamentos éticos e aprovar, com mais facilidade, estudos que interessam à indústria farmacêutica, mas que poderão ser inseguros e trazer danos aos voluntários da pesquisa. Não se avança, legitimamente, afrouxando-se a análise ética e colocando-se os pacientes que participam de pesquisas em risco. Temos muito que aprender com a Índia. JOSÉ HUMBERTO TAVARES GUERREIRO FREGNANI, 42, médico, é pesquisador do Hospital de Câncer de Barretos e membro titular da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa PAULO HENRIQUE CONDEIXA FRANÇA, 45, é pesquisador da Universidade da Região de Joinville (Univille) e membro titular da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa JORGE ALVES DE ALMEIDA VENÂNCIO, 64, médico, é representante da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil no Conselho Nacional de Saúde e coordenador da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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opiniao
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Uma tragédia anunciadaTramita no Senado Federal o Projeto de Lei 200/2015 (PLS), que promete trazer menos burocracia às pesquisas clínicas no país. Recentemente, o PLS foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e, agora, segue em apreciação pela Comissão de Ciência e Tecnologia. O PLS, ao contrário do que possa parecer, não é um avanço para a sociedade brasileira, muito pelo contrário. A verdade é que a promessa de menos burocracia advogada pelo PLS (leia-se: tramitação com menos questionamentos) está baseada, entre outras coisas, em um perigoso caminho: a criação dos chamados Comitês de Ética Independentes. Hoje, a análise ética das pesquisas é realizada por um sistema integrado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) –comissão do Conselho Nacional de Saúde, sediada em Brasília– e por cerca de 700 Comitês de Ética em Pesquisa espalhados em variadas instituições no país. O PLS extingue esse sistema e, no seu lugar, propõe a criação de um novo, baseado em uma rede desintegrada de Comitês de Ética, sem qualquer vínculo institucional. Esses novos Comitês não serão independentes, como se imagina. É fácil prever que, com a aprovação do PLS, os laboratórios farmacêuticos poderão criar os seus próprios comitês ou, no mínimo, apoiarão financeiramente alguns deles, o que configura perigosíssimo conflito de interesse. Isso poderá levar a aprovação dos estudos da indústria farmacêutica sem maiores questionamentos éticos. Recentemente, a Índia passou por processo semelhante. O resultado foi desastroso. A Suprema Corte da Índia, após verificar centenas de mortes provocadas diretamente pelos medicamentos experimentais, decidiu cancelar as pesquisas clínicas no país até que houvesse a restituição de normas éticas rígidas e bem estruturadas. Aqueles que defendem a aprovação do PLS reclamam dos prazos de análise da Conep, afirmando, equivocadamente, que esses são maiores do que 12 meses. Isso aconteceu no passado, quando a Conep tinha número insuficiente de relatores e assessores para a análise dos protocolos. Mas essa não é a realidade atual. De 2013 para cá, a Conep dobrou o número de assessores técnicos e de relatores, e quadruplicou o número de pareceres emitidos mensalmente. No último trimestre, o tempo médio de tramitação na Conep foi de aproximadamente 50 dias, número este bem diferente do que vem sendo alardeado, nas últimas semanas, por alguns pesquisadores e pela indústria farmacêutica na mídia. Além do mais, uma nova Resolução do Conselho Nacional de Saúde, a ser publicada em breve, trará ainda mais agilidade às análises dos protocolos de pesquisa clínica no país. A promessa do PLS, de menor burocracia, significa, na verdade, fazer menos questionamentos éticos e aprovar, com mais facilidade, estudos que interessam à indústria farmacêutica, mas que poderão ser inseguros e trazer danos aos voluntários da pesquisa. Não se avança, legitimamente, afrouxando-se a análise ética e colocando-se os pacientes que participam de pesquisas em risco. Temos muito que aprender com a Índia. JOSÉ HUMBERTO TAVARES GUERREIRO FREGNANI, 42, médico, é pesquisador do Hospital de Câncer de Barretos e membro titular da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa PAULO HENRIQUE CONDEIXA FRANÇA, 45, é pesquisador da Universidade da Região de Joinville (Univille) e membro titular da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa JORGE ALVES DE ALMEIDA VENÂNCIO, 64, médico, é representante da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil no Conselho Nacional de Saúde e coordenador da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Atividade econômica do Brasil inicia 3º trimestre com queda, aponta BC
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A atividade econômica do Brasil iniciou o terceiro trimestre no vermelho, com leve queda de 0,09% em dados dessazonalizados, num resultado pior que o esperado e que ressalta as dificuldades para a retomada de uma recuperação consistente. O resultado do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) frustrou expectativa de elevação de 0,25% do índice no mês, segundo pesquisa Reuters. Divulgado nesta segunda-feira (19) pelo Banco Central, o IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos. No mês, o desempenho do índice foi negativamente afetado pelas vendas no varejo, que voltaram a cair em julho, com retração de 0,3% em relação a junho. Índice de atividade econômica - Série com ajuste sazonal. Comparação com o mês anterior, em % Apesar de o setor de serviços ter exibido um crescimento no volume de 0,7% e de a produção industrial também ter ficado no terreno positivo, surpreendendo com ligeira alta de 0,1%, o IBC-Br acabou fechando o mês em território negativo. "De um lado a gente começa o terceiro trimestre com sinalização fraca, mas em algum medida isso já era antecipado pelos dados da indústria e mesmo do varejo", afirmou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. "Mas o trimestre encerrado em julho contra o trimestre imediatamente anterior está apontando queda cada vez menor", acrescentou Perfeito, que enxerga aí um sinal do fim da desaceleração acentuada da economia. Ele estima que o PIB do terceiro trimestre sofrerá retração de 0,3%. REVISÕES Nesta segunda, o BC também revisou o resultado de junho para uma alta de 0,37%, contra aumento de 0,23% informado inicialmente. Em 12 meses até julho, o IBC-Br acumula um tombo de 5,61%, em dado dessazonalizado. A expectativa de economistas ouvidos semanalmente pelo BC na pesquisa Focus é de que a atividade medida pelo PIB vá fechar 2016 com retração de 3,15%. "O dado do IBC-Br corrobora nossa expectativa de um terceiro trimestre de atividade ainda em marcha ré, mas já melhor do que o segundo e com a fraca base de comparação do ano passado já exercendo alguma influência", destacou em nota o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves. Ele acrescentou ainda que qualquer sinal mais evidente de reversão da atual recessão só deve vir no último trimestre deste ano. No segundo trimestre, a recessão brasileira chegou ao seu ponto mais agudo, com recuo de 0,6% do PIB ante o período anterior, mas começou a dar alguns sinais de recuperação com desempenhos positivos da indústria e dos investimentos depois de vários meses no vermelho. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem dito que a expectativa do governo é de um crescimento do PIB no último trimestre deste ano.
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mercado
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Atividade econômica do Brasil inicia 3º trimestre com queda, aponta BCA atividade econômica do Brasil iniciou o terceiro trimestre no vermelho, com leve queda de 0,09% em dados dessazonalizados, num resultado pior que o esperado e que ressalta as dificuldades para a retomada de uma recuperação consistente. O resultado do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) frustrou expectativa de elevação de 0,25% do índice no mês, segundo pesquisa Reuters. Divulgado nesta segunda-feira (19) pelo Banco Central, o IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos. No mês, o desempenho do índice foi negativamente afetado pelas vendas no varejo, que voltaram a cair em julho, com retração de 0,3% em relação a junho. Índice de atividade econômica - Série com ajuste sazonal. Comparação com o mês anterior, em % Apesar de o setor de serviços ter exibido um crescimento no volume de 0,7% e de a produção industrial também ter ficado no terreno positivo, surpreendendo com ligeira alta de 0,1%, o IBC-Br acabou fechando o mês em território negativo. "De um lado a gente começa o terceiro trimestre com sinalização fraca, mas em algum medida isso já era antecipado pelos dados da indústria e mesmo do varejo", afirmou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. "Mas o trimestre encerrado em julho contra o trimestre imediatamente anterior está apontando queda cada vez menor", acrescentou Perfeito, que enxerga aí um sinal do fim da desaceleração acentuada da economia. Ele estima que o PIB do terceiro trimestre sofrerá retração de 0,3%. REVISÕES Nesta segunda, o BC também revisou o resultado de junho para uma alta de 0,37%, contra aumento de 0,23% informado inicialmente. Em 12 meses até julho, o IBC-Br acumula um tombo de 5,61%, em dado dessazonalizado. A expectativa de economistas ouvidos semanalmente pelo BC na pesquisa Focus é de que a atividade medida pelo PIB vá fechar 2016 com retração de 3,15%. "O dado do IBC-Br corrobora nossa expectativa de um terceiro trimestre de atividade ainda em marcha ré, mas já melhor do que o segundo e com a fraca base de comparação do ano passado já exercendo alguma influência", destacou em nota o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves. Ele acrescentou ainda que qualquer sinal mais evidente de reversão da atual recessão só deve vir no último trimestre deste ano. No segundo trimestre, a recessão brasileira chegou ao seu ponto mais agudo, com recuo de 0,6% do PIB ante o período anterior, mas começou a dar alguns sinais de recuperação com desempenhos positivos da indústria e dos investimentos depois de vários meses no vermelho. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem dito que a expectativa do governo é de um crescimento do PIB no último trimestre deste ano.
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Paraquedista é internado após queda durante salto de speed fly no Rio
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O paraquedista Leandro Leal Gomes, 36, foi resgatado na tarde desta quinta-feira (15) por bombeiros na mata próximo da Pedra Bonita, em São Conrado, na zona sul do Rio. Ele caiu após saltar com um speedfly, um parapente de alta velocidade. Por causa da dificuldade de acessar o local da queda, o resgate demorou cerca de três horas e foi feito de helicóptero. Segundo o Corpo de Bombeiros, Gomes foi internado no hospital Miguel Couto em estado grave. O paraquedista sofreu fraturas e escoriações. De acordo com boletim médico, o quadro do paciente é estável. Testemunhas relataram que, minutos antes do acidente, ele já teria tentado saltar sem sucesso. A Pedra Bonita tem 696 metros de altitude e é o ponto mais usado para saltos de asa-delta no Rio. Gomes não usou a pista de decolagem oficial. Em agosto de 2015, o paraquedista Tiago Amorim Cobra, 48, morreu em circunstâncias semelhantes ao tentar saltar de speed fly na mesma região.
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cotidiano
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Paraquedista é internado após queda durante salto de speed fly no RioO paraquedista Leandro Leal Gomes, 36, foi resgatado na tarde desta quinta-feira (15) por bombeiros na mata próximo da Pedra Bonita, em São Conrado, na zona sul do Rio. Ele caiu após saltar com um speedfly, um parapente de alta velocidade. Por causa da dificuldade de acessar o local da queda, o resgate demorou cerca de três horas e foi feito de helicóptero. Segundo o Corpo de Bombeiros, Gomes foi internado no hospital Miguel Couto em estado grave. O paraquedista sofreu fraturas e escoriações. De acordo com boletim médico, o quadro do paciente é estável. Testemunhas relataram que, minutos antes do acidente, ele já teria tentado saltar sem sucesso. A Pedra Bonita tem 696 metros de altitude e é o ponto mais usado para saltos de asa-delta no Rio. Gomes não usou a pista de decolagem oficial. Em agosto de 2015, o paraquedista Tiago Amorim Cobra, 48, morreu em circunstâncias semelhantes ao tentar saltar de speed fly na mesma região.
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Guia do eSocial que vence em janeiro será liberada na próxima segunda
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A Receita Federal informou nesta terça-feira (15) que o programa para os empregadores domésticos recolherem as contribuições previdenciárias e o FGTS de seus empregados estará disponível a partir da próxima segunda-feira (21). Segundo a Receita, se o empregador constatar erros de informação ou de cálculos para a geração do DAE (Documento de Arrecadação do eSocial), a orientação é reabrir a folha de pagamento, corrigir os valores e encerrá-la novamente para só então emitir o novo DAE. A simples reemissão do DAE não corrige o problema. Se os benefícios não forem recolhidos no prazo, o empregador paga multa de 0,33% ao dia, limitada a 20% do total. A segunda parcela do 13º deve ser paga até sexta-feira (18), se houver depósito bancário. O pagamento é feito normalmente até o dia 20, que será domingo. Quem pagar em dinheiro pode fazê-lo até sábado (dia 19). Sobre essa parcela incide a contribuição ao INSS e o FGTS. Esses encargos serão recolhidos no DAE de dezembro, que terá vencimento no dia 7 de janeiro de 2016. Gastos com empregados domésticos * Prepare o bolso para os próximos tributos: 30/11 - encargos referentes ao salário de outubro 7/12 - encargos sobre novembro mais FGTS sobre a primeira parcela do 13º 18/12 - INSS sobre 13º 7/1 - encargos sobre dezembro DIREITOS DOS DOMÉSTICOS - Veja tributos que serão recolhidos em guia única a partir de novembro
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mercado
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Guia do eSocial que vence em janeiro será liberada na próxima segundaA Receita Federal informou nesta terça-feira (15) que o programa para os empregadores domésticos recolherem as contribuições previdenciárias e o FGTS de seus empregados estará disponível a partir da próxima segunda-feira (21). Segundo a Receita, se o empregador constatar erros de informação ou de cálculos para a geração do DAE (Documento de Arrecadação do eSocial), a orientação é reabrir a folha de pagamento, corrigir os valores e encerrá-la novamente para só então emitir o novo DAE. A simples reemissão do DAE não corrige o problema. Se os benefícios não forem recolhidos no prazo, o empregador paga multa de 0,33% ao dia, limitada a 20% do total. A segunda parcela do 13º deve ser paga até sexta-feira (18), se houver depósito bancário. O pagamento é feito normalmente até o dia 20, que será domingo. Quem pagar em dinheiro pode fazê-lo até sábado (dia 19). Sobre essa parcela incide a contribuição ao INSS e o FGTS. Esses encargos serão recolhidos no DAE de dezembro, que terá vencimento no dia 7 de janeiro de 2016. Gastos com empregados domésticos * Prepare o bolso para os próximos tributos: 30/11 - encargos referentes ao salário de outubro 7/12 - encargos sobre novembro mais FGTS sobre a primeira parcela do 13º 18/12 - INSS sobre 13º 7/1 - encargos sobre dezembro DIREITOS DOS DOMÉSTICOS - Veja tributos que serão recolhidos em guia única a partir de novembro
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Mortes: Beleza lhe rendeu convite para ir a Hollywood
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Recém-casada, Lilia Bindoli Vicenzotto estava na beira de uma piscina em um hotel de Miami, quando foi surpreendida por um convite para trabalhar em Hollywood. A proposta não vinha de qualquer um, era um representante dos estúdios MGM. Foram muitos elogios a sua beleza e até alguns flashs de um fotógrafo, mas ela nem chegou a considerar a proposta. Seu marido não permitiria. O episódio, ocorrido na década de 1950, virou uma lembrança para Lilia, muitas vezes contada com orgulho. Filha única de um casal de hoteleiros, a jovem deixou a cidade de Santos com pouco mais de 20 anos, após se casar com o industrial Gustavo. Foram para a capital paulista. Dona de casa, ela se dedicava aos dois filhos, à natação, às costuras, ao piano. Adorava viajar. E oportunidades não faltaram. Foram três "voltas ao mundo" feitas ao lado do marido. Passou por Tailândia, Egito, Paris. "Literalmente, foram voltas ao mundo", diz a filha, Luciana. Tinha personalidade forte, mas não gostava de broncas, de exigências, preferia as conversas, tinha bom humor. Também era vaidosa e se orgulhava de manter a beleza da juventude até o final. Ao todo, foram 65 anos de união com Gustavo, até a morte dele, há dois anos. Já morando com a filha, adorava as reuniões de família que mantinha, principalmente, em datas comemorativas. Morreu no dia 21, aos 82 anos, em decorrência de um infarto. Deixa dois filhos, nora, o neto e várias amigas. A missa de 7º dia será às 11h desta segunda (30) na Paróquia São Paulo e São Pedro, no Morumbi, em São Paulo. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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cotidiano
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Mortes: Beleza lhe rendeu convite para ir a HollywoodRecém-casada, Lilia Bindoli Vicenzotto estava na beira de uma piscina em um hotel de Miami, quando foi surpreendida por um convite para trabalhar em Hollywood. A proposta não vinha de qualquer um, era um representante dos estúdios MGM. Foram muitos elogios a sua beleza e até alguns flashs de um fotógrafo, mas ela nem chegou a considerar a proposta. Seu marido não permitiria. O episódio, ocorrido na década de 1950, virou uma lembrança para Lilia, muitas vezes contada com orgulho. Filha única de um casal de hoteleiros, a jovem deixou a cidade de Santos com pouco mais de 20 anos, após se casar com o industrial Gustavo. Foram para a capital paulista. Dona de casa, ela se dedicava aos dois filhos, à natação, às costuras, ao piano. Adorava viajar. E oportunidades não faltaram. Foram três "voltas ao mundo" feitas ao lado do marido. Passou por Tailândia, Egito, Paris. "Literalmente, foram voltas ao mundo", diz a filha, Luciana. Tinha personalidade forte, mas não gostava de broncas, de exigências, preferia as conversas, tinha bom humor. Também era vaidosa e se orgulhava de manter a beleza da juventude até o final. Ao todo, foram 65 anos de união com Gustavo, até a morte dele, há dois anos. Já morando com a filha, adorava as reuniões de família que mantinha, principalmente, em datas comemorativas. Morreu no dia 21, aos 82 anos, em decorrência de um infarto. Deixa dois filhos, nora, o neto e várias amigas. A missa de 7º dia será às 11h desta segunda (30) na Paróquia São Paulo e São Pedro, no Morumbi, em São Paulo. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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Ueba! Terceirizaram o Ricardão!
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Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Moral da Reforma da Previdência: "Trabalharás e no Caneco Tomarás". Rarará! E o versículo da Bíblia: "E muito trabalharás, mas não se aposentarás. Temer, 20.17". Apóstolo que vai dar errado! Rarará! E "quando eu me aposentar" virou piada de stand-up. O comediante pega o microfone e fala: "quando eu me aposentar". Quáquáquá! Quáquáquá! E a terceirização? Terceirização é quando o trabalhador cai pra terceira divisão! Vamos terceirizar os deputados. Mas eles já são terceirizados! Você elege os deputados, mas eles prestam serviços pra terceiros: planos de saúde, empreiteiras etc! E aí o deputado chega em casa e já foi terceirizado: pega a mulher com outro na cama. Terceirização do Ricardão! Rarará. Já imaginou o deputado abrindo a porta do quarto: "Digníssima, o que é isso?" "Terceirizei. E gostei, Excelência". Rarará! E diz que o Maia parece o Quico do Chaves: gorducho, mimado e só faz cagada! Mas eu sempre achei o Mala com cara de bobo da classe! Aquele que os colegas estouram nhá benta na cara! Rarará! E esse telecatch Janot X Gilmar Mendes! O Janot tem cara de coroinha e o Gilmar de buldogue enfezado! E ele fala como velha sem dente comendo bolacha. Boca de bater bolacha! Boca de hipopótamo! Rarará! E o Janot diz que o Gilmar sofre de "disenteria verbal". Piriri de tucano! O Gilmar tá muito atacado! Tem que dar um tiro de calmante nele, aqueles que botam hipopótamo pra dormir em documentário da Nat Geo Wild! O Gilmar quer melar a Lava Jato, é isso! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! Demitido o superintendente do Ministério da Agricultura envolvido na Operação Carne Fraca: Júlio César Carneiro! O carneiro sabotava a vaca! Tá uma guerra da bicharada! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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colunas
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Ueba! Terceirizaram o Ricardão!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Moral da Reforma da Previdência: "Trabalharás e no Caneco Tomarás". Rarará! E o versículo da Bíblia: "E muito trabalharás, mas não se aposentarás. Temer, 20.17". Apóstolo que vai dar errado! Rarará! E "quando eu me aposentar" virou piada de stand-up. O comediante pega o microfone e fala: "quando eu me aposentar". Quáquáquá! Quáquáquá! E a terceirização? Terceirização é quando o trabalhador cai pra terceira divisão! Vamos terceirizar os deputados. Mas eles já são terceirizados! Você elege os deputados, mas eles prestam serviços pra terceiros: planos de saúde, empreiteiras etc! E aí o deputado chega em casa e já foi terceirizado: pega a mulher com outro na cama. Terceirização do Ricardão! Rarará. Já imaginou o deputado abrindo a porta do quarto: "Digníssima, o que é isso?" "Terceirizei. E gostei, Excelência". Rarará! E diz que o Maia parece o Quico do Chaves: gorducho, mimado e só faz cagada! Mas eu sempre achei o Mala com cara de bobo da classe! Aquele que os colegas estouram nhá benta na cara! Rarará! E esse telecatch Janot X Gilmar Mendes! O Janot tem cara de coroinha e o Gilmar de buldogue enfezado! E ele fala como velha sem dente comendo bolacha. Boca de bater bolacha! Boca de hipopótamo! Rarará! E o Janot diz que o Gilmar sofre de "disenteria verbal". Piriri de tucano! O Gilmar tá muito atacado! Tem que dar um tiro de calmante nele, aqueles que botam hipopótamo pra dormir em documentário da Nat Geo Wild! O Gilmar quer melar a Lava Jato, é isso! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! Demitido o superintendente do Ministério da Agricultura envolvido na Operação Carne Fraca: Júlio César Carneiro! O carneiro sabotava a vaca! Tá uma guerra da bicharada! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Receita do Pão de Açúcar cresce 9,5% no 1º tri puxada por 'atacarejo'
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O Grupo Pão de Açúcar informou nesta quinta-feira (13) que teve alta anual de 9,5% na receita líquida total da divisão alimentar no primeiro trimestre, ajustada pelo efeito calendário, para R$ 10,55 bilhões. A companhia, que é controlada pelo francês Casino, atribuiu o desempenho à recuperação da bandeira Extra Hiper e ao crescimento consistente da operação de atacarejo da bandeira Assaí - que representou 38,3% da receita líquida no primeiro trimestre. A receita líquida total do Assaí saltou 28,8% nos primeiros três meses do ano frente ao mesmo período de 2016, enquanto a do multivarejo - que contempla as bandeiras Extra e Pão de Açúcar - teve acréscimo de apenas 0,4%. Em relação às vendas no quesito mesmas lojas, o GPA reportou aumento de 5,6% no segmento alimentar no primeiro trimestre, com a bandeira Assaí apresentando elevação de 12,9%. A divisão multivarejo teve acréscimo de 2%. No caso do Assaí, o GPA disse que o resultado foi impulsionado pelo contínuo aumento de dois dígitos no fluxo de clientes, porém impactado pelo menor nível de inflação de alimentos. O grupo também destacou expressivo crescimento das duas lojas convertidas para a bandeira Assaí, com evolução das vendas acima de 2,5 vezes. "A companhia já iniciou trabalhos de conversão de outras cinco lojas que devem ser entregues no decorrer do segundo trimestre e começo do terceiro, com expectativa de atingir pelo menos 15 conversões até o final do ano", informou. No segmento multivarejo, a companhia destacou o crescimento já positivo de cerca de 2% na bandeira Extra e melhor tendência do fluxo de clientes. Na bandeira Extra Hiper, o GPA disse que as vendas no quesito mesmas lojas apresentaram desempenho acima do último trimestre de 2016, com crescimento de 5,4%, devido à "assertividade das estratégias comerciais, sem pressão adicional na margem bruta". Mais cedo, o Carrefour disse que as vendas de mesmas lojas no Brasil, excluindo combustível e efeito calendário, subiram 5,6% no primeiro trimestre de 2017 na base anual, totalizando € 3,66 bilhões (cerca de R$ 12,2 bilhões). PORTFÓLIO DE LOJAS O GPA disse que, no primeiro trimestre, focou na continuidade do plano de otimização do portfólio de lojas. Cinco lojas do Extra Hiper foram fechadas para conversão em Assaí. Também foram fechados 10 Minimercado Extra, 1 Pão de Açúcar, 1 Assaí, 1 posto de combustível e 3 drogarias. No período, houve a abertura de 1 Pão de Açúcar e 1 posto de combustível, além de 48 novas adesões do projeto Aliados, que já totaliza 150 parceiros. O varejista informou ainda que 8 lojas estão em construção –7 Assaí, sendo 5 conversões de Extra Hiper e 2 lojas novas, além de 1 unidade do Minuto Pão de Açúcar– e devem ser entregues ainda no segundo trimestre ou começo do terceiro trimestre. VIA VAREJO A controlada Via Varejo, colocada à venda pelo grupo no ano passado e classificada pelo GPA como operações descontinuadas, teve faturamento líquido de R$ 6 bilhões no primeiro trimestre, alta anual de 2,2%. No conceito mesmas lojas, a receita da Via Varejo nos três primeiros meses de 2017 subiu 2,5% sobre um ano antes, considerando a operação de lojas físicas. Nas operações de comércio eletrônico houve alta de 2%. "Finalizamos o trimestre com uma retomada importante no ritmo de vendas para ambos os negócios, onde percebemos o mês de março com um crescimento de vendas gradual e consistente ao longo do período, voltando a patamares superiores a duplo dígito e similares ao período pré-crise", disse a rede de móveis e eletroeletrônicos.
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mercado
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Receita do Pão de Açúcar cresce 9,5% no 1º tri puxada por 'atacarejo'O Grupo Pão de Açúcar informou nesta quinta-feira (13) que teve alta anual de 9,5% na receita líquida total da divisão alimentar no primeiro trimestre, ajustada pelo efeito calendário, para R$ 10,55 bilhões. A companhia, que é controlada pelo francês Casino, atribuiu o desempenho à recuperação da bandeira Extra Hiper e ao crescimento consistente da operação de atacarejo da bandeira Assaí - que representou 38,3% da receita líquida no primeiro trimestre. A receita líquida total do Assaí saltou 28,8% nos primeiros três meses do ano frente ao mesmo período de 2016, enquanto a do multivarejo - que contempla as bandeiras Extra e Pão de Açúcar - teve acréscimo de apenas 0,4%. Em relação às vendas no quesito mesmas lojas, o GPA reportou aumento de 5,6% no segmento alimentar no primeiro trimestre, com a bandeira Assaí apresentando elevação de 12,9%. A divisão multivarejo teve acréscimo de 2%. No caso do Assaí, o GPA disse que o resultado foi impulsionado pelo contínuo aumento de dois dígitos no fluxo de clientes, porém impactado pelo menor nível de inflação de alimentos. O grupo também destacou expressivo crescimento das duas lojas convertidas para a bandeira Assaí, com evolução das vendas acima de 2,5 vezes. "A companhia já iniciou trabalhos de conversão de outras cinco lojas que devem ser entregues no decorrer do segundo trimestre e começo do terceiro, com expectativa de atingir pelo menos 15 conversões até o final do ano", informou. No segmento multivarejo, a companhia destacou o crescimento já positivo de cerca de 2% na bandeira Extra e melhor tendência do fluxo de clientes. Na bandeira Extra Hiper, o GPA disse que as vendas no quesito mesmas lojas apresentaram desempenho acima do último trimestre de 2016, com crescimento de 5,4%, devido à "assertividade das estratégias comerciais, sem pressão adicional na margem bruta". Mais cedo, o Carrefour disse que as vendas de mesmas lojas no Brasil, excluindo combustível e efeito calendário, subiram 5,6% no primeiro trimestre de 2017 na base anual, totalizando € 3,66 bilhões (cerca de R$ 12,2 bilhões). PORTFÓLIO DE LOJAS O GPA disse que, no primeiro trimestre, focou na continuidade do plano de otimização do portfólio de lojas. Cinco lojas do Extra Hiper foram fechadas para conversão em Assaí. Também foram fechados 10 Minimercado Extra, 1 Pão de Açúcar, 1 Assaí, 1 posto de combustível e 3 drogarias. No período, houve a abertura de 1 Pão de Açúcar e 1 posto de combustível, além de 48 novas adesões do projeto Aliados, que já totaliza 150 parceiros. O varejista informou ainda que 8 lojas estão em construção –7 Assaí, sendo 5 conversões de Extra Hiper e 2 lojas novas, além de 1 unidade do Minuto Pão de Açúcar– e devem ser entregues ainda no segundo trimestre ou começo do terceiro trimestre. VIA VAREJO A controlada Via Varejo, colocada à venda pelo grupo no ano passado e classificada pelo GPA como operações descontinuadas, teve faturamento líquido de R$ 6 bilhões no primeiro trimestre, alta anual de 2,2%. No conceito mesmas lojas, a receita da Via Varejo nos três primeiros meses de 2017 subiu 2,5% sobre um ano antes, considerando a operação de lojas físicas. Nas operações de comércio eletrônico houve alta de 2%. "Finalizamos o trimestre com uma retomada importante no ritmo de vendas para ambos os negócios, onde percebemos o mês de março com um crescimento de vendas gradual e consistente ao longo do período, voltando a patamares superiores a duplo dígito e similares ao período pré-crise", disse a rede de móveis e eletroeletrônicos.
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O espanto de quem votou no PMDB
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RIO DE JANEIRO - O que mais espanta na revelação do tamanho da corrupção fluminense é a reação: um fim de mundo que surpreendeu a todos. A estupefação é de quem é confrontado com algo inconcebível, inacreditável, terrível. Há quem pense que, por paroxismo, tudo não passa de mais um bem bolado esquema de "fake news": ninguém está preso e mais ninguém irá preso. Mas a verdade que mais dói são os votos dados ao PMDB. Sérgio Cabral se transformou numa espécie de soba cleptomaníaco depois de ter sido eleito deputado estadual três vezes, senador da República e governador duas vezes. Sua reeleição ao cargo, em 2010, quando tinha 47 anos, deu-se em primeiro turno, com 66,08% dos votos válidos. Em toda sua trajetória política, contou com amplo apoio da sociedade, sobretudo da mídia. As coisas só mudaram com sua chegada triunfal a Bangu. Pezão, atual governador cujo mandato foi cassado pelo TRE, é cupincha de Cabral. Chegou ao cargo com 55,78% dos votos. Prefeito do Rio entre 2008 e 2016, Eduardo Paes foi considerado um novo Pereira Passos (como se a comparação fosse elogiosa). Mas isso antes de ter o nome incluído na lista de Janot e deixar como legado a ciclovia Tim Maia, que custou R$ 45 milhões e expõe a população ao risco. Coitado do Tim, que não votou nele. Eduardo Cunha, condenado a 15 anos de xilindró, começou a montar seu curral de influência no Rio. Assim como seu vizinho num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Jorge Picciani, acusado de organizar o esquema de propinas no TCE. Todos tiveram a confiança dos eleitores cariocas e fluminenses, hoje espantadíssimos com tantos escândalos. A revolta é quase geral. Não vale para a maioria dos deputados estaduais que aplaudiu Picciani na tribuna da Alerj, como se ele fosse um Cícero de papadas. Estes, ao menos, são coerentes em sua falta de espanto.
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O espanto de quem votou no PMDBRIO DE JANEIRO - O que mais espanta na revelação do tamanho da corrupção fluminense é a reação: um fim de mundo que surpreendeu a todos. A estupefação é de quem é confrontado com algo inconcebível, inacreditável, terrível. Há quem pense que, por paroxismo, tudo não passa de mais um bem bolado esquema de "fake news": ninguém está preso e mais ninguém irá preso. Mas a verdade que mais dói são os votos dados ao PMDB. Sérgio Cabral se transformou numa espécie de soba cleptomaníaco depois de ter sido eleito deputado estadual três vezes, senador da República e governador duas vezes. Sua reeleição ao cargo, em 2010, quando tinha 47 anos, deu-se em primeiro turno, com 66,08% dos votos válidos. Em toda sua trajetória política, contou com amplo apoio da sociedade, sobretudo da mídia. As coisas só mudaram com sua chegada triunfal a Bangu. Pezão, atual governador cujo mandato foi cassado pelo TRE, é cupincha de Cabral. Chegou ao cargo com 55,78% dos votos. Prefeito do Rio entre 2008 e 2016, Eduardo Paes foi considerado um novo Pereira Passos (como se a comparação fosse elogiosa). Mas isso antes de ter o nome incluído na lista de Janot e deixar como legado a ciclovia Tim Maia, que custou R$ 45 milhões e expõe a população ao risco. Coitado do Tim, que não votou nele. Eduardo Cunha, condenado a 15 anos de xilindró, começou a montar seu curral de influência no Rio. Assim como seu vizinho num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Jorge Picciani, acusado de organizar o esquema de propinas no TCE. Todos tiveram a confiança dos eleitores cariocas e fluminenses, hoje espantadíssimos com tantos escândalos. A revolta é quase geral. Não vale para a maioria dos deputados estaduais que aplaudiu Picciani na tribuna da Alerj, como se ele fosse um Cícero de papadas. Estes, ao menos, são coerentes em sua falta de espanto.
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Governo de SP quer dar tratamento diferente a quem paga imposto em dia
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O governo de São Paulo enviou à Assembleia Legislativa um projeto que prevê tratamento diferenciado para empresas com bom e mau histórico de pagamentos de impostos. Em modelo análogo ao feito por bancos ao analisar risco de crédito, empresas serão classificadas em letras que representam seu risco de não pagamento com o pagamento de ICMS (A+, A, B, C, D e E, sendo a última a de maior risco). Rogério Ceron, secretário-adjunto da secretária da Fazenda, diz que a medida busca aumentar o cumprimento de obrigações feitas de forma voluntária e reduzir a necessidade de punições. Também visa diminuir a quantidade de disputas judiciais envolvendo autos de infração de contribuintes que pagam impostos em dia. "É comum o contribuinte pagar todo o imposto devido, mas, por desconhecimento, deixar de cumprir uma obrigação acessória e, por isso, receber uma autuação milionária." A ideia é que, em casos como esse, o Fisco passe a orientar as empresas, em vez de puni-las. Além disso, empresas com melhores pontuações terão vantagens como não precisar de uma fiança bancária para uso de créditos de ICMS e mais facilidade para alterar endereço ou abrir novas unidades, por exemplo. Também poderão solicitar uma análise fiscal prévia do Fisco, com o objetivo de identificar se estão seguindo corretamente todas as suas obrigações, sem o risco de sofrerem sanções nesta avaliação. CONTROLE SOCIAL A nota das empresas depende da pontualidade no pagamento de impostos, de não ter inconsistências na declaração, e da compra de fornecedores que também sejam bons contribuintes. Ela deverá ser pública e disponível na internet, porém não os motivos que as fizeram perder pontos. Com isso, manter em dia o pagamento de impostos passa a ser um fator competitivo: "Na dúvida entre contratar com fornecedor regular com o fisco ou irregular, o contribuinte vai preferir o primeiro, o que é bom para a sociedade", diz Ceron.
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Governo de SP quer dar tratamento diferente a quem paga imposto em diaO governo de São Paulo enviou à Assembleia Legislativa um projeto que prevê tratamento diferenciado para empresas com bom e mau histórico de pagamentos de impostos. Em modelo análogo ao feito por bancos ao analisar risco de crédito, empresas serão classificadas em letras que representam seu risco de não pagamento com o pagamento de ICMS (A+, A, B, C, D e E, sendo a última a de maior risco). Rogério Ceron, secretário-adjunto da secretária da Fazenda, diz que a medida busca aumentar o cumprimento de obrigações feitas de forma voluntária e reduzir a necessidade de punições. Também visa diminuir a quantidade de disputas judiciais envolvendo autos de infração de contribuintes que pagam impostos em dia. "É comum o contribuinte pagar todo o imposto devido, mas, por desconhecimento, deixar de cumprir uma obrigação acessória e, por isso, receber uma autuação milionária." A ideia é que, em casos como esse, o Fisco passe a orientar as empresas, em vez de puni-las. Além disso, empresas com melhores pontuações terão vantagens como não precisar de uma fiança bancária para uso de créditos de ICMS e mais facilidade para alterar endereço ou abrir novas unidades, por exemplo. Também poderão solicitar uma análise fiscal prévia do Fisco, com o objetivo de identificar se estão seguindo corretamente todas as suas obrigações, sem o risco de sofrerem sanções nesta avaliação. CONTROLE SOCIAL A nota das empresas depende da pontualidade no pagamento de impostos, de não ter inconsistências na declaração, e da compra de fornecedores que também sejam bons contribuintes. Ela deverá ser pública e disponível na internet, porém não os motivos que as fizeram perder pontos. Com isso, manter em dia o pagamento de impostos passa a ser um fator competitivo: "Na dúvida entre contratar com fornecedor regular com o fisco ou irregular, o contribuinte vai preferir o primeiro, o que é bom para a sociedade", diz Ceron.
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Veja o cartum da série Ogro deste domingo
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RAFA CAMPOS, 46, é ilustrador e cartunista.
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ilustrissima
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Veja o cartum da série Ogro deste domingoRAFA CAMPOS, 46, é ilustrador e cartunista.
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Guerra de um homem só
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BRASÍLIA - A declaração de guerra de Eduardo Cunha lançou uma pergunta que pode definir o futuro do governo. Afinal, o PMDB vai abandonar a presidente Dilma Rousseff? É cedo para responder, mas os primeiros sinais não foram bons para o presidente da Câmara. Minutos depois de ele anunciar seu rompimento com o Planalto, o partido informou à praça que continua na base aliada. Em nota redigida por Michel Temer, a sigla classificou o rompante do deputado como a mera "expressão de uma posição pessoal". Uma decisão coletiva, esclareceu o vice, só poderia ser tomada "após consulta às instâncias decisórias do partido". Tido como aliado fiel de Cunha, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, também evitou endossar sua radicalização. Cauteloso, tratou a fala como "posição expressa de forma pessoal" e acrescentou que a bancada debaterá o tema em agosto, após o recesso parlamentar. O presidente do Senado, Renan Calheiros, foi mais um a deixar o deputado falando sozinho. Desmarcou uma entrevista e deixou o Congresso por uma porta lateral, em silêncio. O PMDB comanda nada menos que sete ministérios no governo: Minas e Energia, Agricultura, Turismo, Pesca, Portos, Aviação Civil e Assuntos Estratégicos. Além disso, controla centenas de cargos em estatais, autarquias e superintendências. Para se juntar à cruzada contra o Planalto, os peemedebistas teriam que abrir mão de todas as verbas e benesses. Seria uma guinada brusca para a sigla, escorada há mais de duas décadas na máquina federal. Alvejado pelo delator Julio Camargo, que o acusou de cobrar propina de US$ 5 milhões, Cunha também termina a semana abandonado pela oposição, que apoiou sua escalada como tática para desgastar o PT. Perito na arte de retaliar adversários, o presidente da Câmara conserva os poderes do cargo e ainda pode mobilizar sua tropa contra o governo. Até aqui, no entanto, parece ter iniciado uma guerra de um homem só.
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Guerra de um homem sóBRASÍLIA - A declaração de guerra de Eduardo Cunha lançou uma pergunta que pode definir o futuro do governo. Afinal, o PMDB vai abandonar a presidente Dilma Rousseff? É cedo para responder, mas os primeiros sinais não foram bons para o presidente da Câmara. Minutos depois de ele anunciar seu rompimento com o Planalto, o partido informou à praça que continua na base aliada. Em nota redigida por Michel Temer, a sigla classificou o rompante do deputado como a mera "expressão de uma posição pessoal". Uma decisão coletiva, esclareceu o vice, só poderia ser tomada "após consulta às instâncias decisórias do partido". Tido como aliado fiel de Cunha, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, também evitou endossar sua radicalização. Cauteloso, tratou a fala como "posição expressa de forma pessoal" e acrescentou que a bancada debaterá o tema em agosto, após o recesso parlamentar. O presidente do Senado, Renan Calheiros, foi mais um a deixar o deputado falando sozinho. Desmarcou uma entrevista e deixou o Congresso por uma porta lateral, em silêncio. O PMDB comanda nada menos que sete ministérios no governo: Minas e Energia, Agricultura, Turismo, Pesca, Portos, Aviação Civil e Assuntos Estratégicos. Além disso, controla centenas de cargos em estatais, autarquias e superintendências. Para se juntar à cruzada contra o Planalto, os peemedebistas teriam que abrir mão de todas as verbas e benesses. Seria uma guinada brusca para a sigla, escorada há mais de duas décadas na máquina federal. Alvejado pelo delator Julio Camargo, que o acusou de cobrar propina de US$ 5 milhões, Cunha também termina a semana abandonado pela oposição, que apoiou sua escalada como tática para desgastar o PT. Perito na arte de retaliar adversários, o presidente da Câmara conserva os poderes do cargo e ainda pode mobilizar sua tropa contra o governo. Até aqui, no entanto, parece ter iniciado uma guerra de um homem só.
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Parente indica que houve pressão do governo por cargo
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O presidente da Petrobras, Pedro Parente, indicou, em entrevista ao jornal britânico "Financial Times", que, depois que assumiu sua posição na empresa, o governo lhe pediu que fizesse uma indicação política. "Nós, é claro, de modo muito polido, recusamos", afirmou o executivo, que assumiu o comando da estatal em maio. À época, ele disse ter recebido "orientação clara" do presidente Michel Temer de que não haveria indicações políticas na petroleira –uma prática frequente nas últimas décadas. Questionada pela Folha sobre as declarações de Parente, a Petrobras não respondeu até a conclusão desta edição. Na entrevista publicada nesta sexta-feira (14) pelo "Financial Times", o executivo não deu detalhes nem sobre o cargo desejado pelo indicado nem quem teria sugerido a contratação pela Petrobras. Ele afirmou ainda não ter ilusões quanto à escala da tarefa, em termos de restaurar as finanças e a reputação combalidas da empresa. "Uma reputação pode ser perdida muito rápido, mas reconquistá-la demora demais." SUCESSO Parente não discorda das avaliações de que a Petrobras está na pior situação de seus 63 anos de história, Com US$ 124 bilhões em dívida bruta, mas afirma que seu acordo com Temer lhe confere boa chance de sucesso no plano de recuperação. "É uma oportunidade única", diz. Ele destaca ainda as reformas significativas de governança cujo objetivo é tornar a empresa mais independente, mas também aceita que ela tem responsabilidades sociais.
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Parente indica que houve pressão do governo por cargoO presidente da Petrobras, Pedro Parente, indicou, em entrevista ao jornal britânico "Financial Times", que, depois que assumiu sua posição na empresa, o governo lhe pediu que fizesse uma indicação política. "Nós, é claro, de modo muito polido, recusamos", afirmou o executivo, que assumiu o comando da estatal em maio. À época, ele disse ter recebido "orientação clara" do presidente Michel Temer de que não haveria indicações políticas na petroleira –uma prática frequente nas últimas décadas. Questionada pela Folha sobre as declarações de Parente, a Petrobras não respondeu até a conclusão desta edição. Na entrevista publicada nesta sexta-feira (14) pelo "Financial Times", o executivo não deu detalhes nem sobre o cargo desejado pelo indicado nem quem teria sugerido a contratação pela Petrobras. Ele afirmou ainda não ter ilusões quanto à escala da tarefa, em termos de restaurar as finanças e a reputação combalidas da empresa. "Uma reputação pode ser perdida muito rápido, mas reconquistá-la demora demais." SUCESSO Parente não discorda das avaliações de que a Petrobras está na pior situação de seus 63 anos de história, Com US$ 124 bilhões em dívida bruta, mas afirma que seu acordo com Temer lhe confere boa chance de sucesso no plano de recuperação. "É uma oportunidade única", diz. Ele destaca ainda as reformas significativas de governança cujo objetivo é tornar a empresa mais independente, mas também aceita que ela tem responsabilidades sociais.
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Policiais da Rota matam adolescente suspeito de tentar roubo na zona sul
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Policiais da Rota (tropa de elite da PM) mataram um adolescente suspeito de tentativa de roubo, na região do Jardim São Luís, zona sul de São Paulo, na noite de segunda-feira (25). O adolescente armado abordou um motociclista na avenida Guido Caloi, que reagiu e entrou em confronto com ele. Segundo a Polícia Militar, militares que passavam pela região tentaram intervir e foram recebidos a tiros. Os policiais, segundo a corporação, revidaram e mataram o adolescente. Os policiais e a vítima saíram ilesos da troca de tiros.
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Policiais da Rota matam adolescente suspeito de tentar roubo na zona sulPoliciais da Rota (tropa de elite da PM) mataram um adolescente suspeito de tentativa de roubo, na região do Jardim São Luís, zona sul de São Paulo, na noite de segunda-feira (25). O adolescente armado abordou um motociclista na avenida Guido Caloi, que reagiu e entrou em confronto com ele. Segundo a Polícia Militar, militares que passavam pela região tentaram intervir e foram recebidos a tiros. Os policiais, segundo a corporação, revidaram e mataram o adolescente. Os policiais e a vítima saíram ilesos da troca de tiros.
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