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Rebeldes declaram cessar-fogo para conter crise humanitária em Mianmar
Insurgentes rhohingya declararam cessar-fogo unilateral de um mês, a partir de domingo (10), para que grupos de ajuda consigam amenizar a crise humanitária que se instalou no noroeste de Mianmar. Desde de o dia 25 de agosto, quando 150 rebeldes do grupo Exército de Salvação Arakan Rohingya atacaram 30 postos policiais e uma base do Exército e militares lançaram uma contraofensiva, cerca de 300 mil rhohingyas fugiram para Bangladesh e 30 mil civis não muçulmanos foram deslocados dentro de Mianmar. A maior parte daqueles que buscam refúgio pertencem à minoria rohingya, de religião muçulmana. Com maioria budista, Mianmar é marcado pela influência de monges radicais que denunciam os muçulmanos como uma ameaça. Em comunicado, os rebeldes disseram encorajar "fortemente todos os atores humanitários a retomar a assistência às vítimas, independentemente de origem étnica ou religiosa, durante o período de cessar-fogo". O governo local havia restringido o acesso de grupos humanitários, acusados pelo governo de Mianmar de alimentar insurgentes. "A ONU (Organização das Nações Unidas) e as ONGs não foram bem-vindas em Rakhine. Eles não são capazes de operar e garantir a segurança de seus funcionários e voluntários", disse Joy Singhal, da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Em entrevistas realizadas em Bangladesh pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), rohingyas contaram que casas queimadas, estupros, torturas, assassinatos, detenções ilegais e desaparições forçadas são práticas recorrentes. Só nas últimas duas semanas, milhares de moradias foram queimadas em dezenas de aldeias, o que forçou a fuga da população. Por outro lado, o comando militar birmanês culpa os rebeldes por terem incendiado as casas e nega haver opressão contra a minoria. Segundo dados oficiais de Mianmar, mais de 430 pessoas morreram até o momento, incluindo 370 "terroristas" rohingyas –como foram chamados pelo governo. PERSEGUIDOS Os rohingyas são uma minoria de fé muçulmana que se concentra no Estado de Rakhine, no noroeste de Mianmar. Já foram considerados pela ONU como a "minoria mais perseguida do mundo". De maioria budista, Mianmar é marcado pela influência de monges radicais que denunciam rohingyas como ameaça. Muitos birmaneses alegam que eles são uma etnia implantada durante a colonização britânica, que trouxe milhares de trabalhadores muçulmanos de Bangladesh. Uma lei de 1982 retirou a cidadania do rohingyas. Como apátridas, eles não têm acesso a serviços básicos, como educação e saúde, e são proibidos de votar. Em Rakhine, a lei os proíbe de ter mais que dois filhos e os obriga a fazer trabalhos forçados. Desde o aumento da violência no Estado de Rakhine, em outubro de 2016, Aung San Suu Kyi tem sido criticada pela comunidade internacional por não denunciar a perseguição aos rohingya. No ano passado, vários laureados com o Nobel -Malala Yousafzai, Desmond Tutu e 11 outros- assinaram carta aberta "alertando para um potencial genocídio". Em entrevista à BBC em abril deste ano, Suu Kyi afirmou que o termo "limpeza étnica" era "muito forte" para descrever a situação. Em outras ocasiões, repetiu o argumento da junta de que os rohingya estariam vivendo ilegalmente em Mianmar.
mundo
Rebeldes declaram cessar-fogo para conter crise humanitária em MianmarInsurgentes rhohingya declararam cessar-fogo unilateral de um mês, a partir de domingo (10), para que grupos de ajuda consigam amenizar a crise humanitária que se instalou no noroeste de Mianmar. Desde de o dia 25 de agosto, quando 150 rebeldes do grupo Exército de Salvação Arakan Rohingya atacaram 30 postos policiais e uma base do Exército e militares lançaram uma contraofensiva, cerca de 300 mil rhohingyas fugiram para Bangladesh e 30 mil civis não muçulmanos foram deslocados dentro de Mianmar. A maior parte daqueles que buscam refúgio pertencem à minoria rohingya, de religião muçulmana. Com maioria budista, Mianmar é marcado pela influência de monges radicais que denunciam os muçulmanos como uma ameaça. Em comunicado, os rebeldes disseram encorajar "fortemente todos os atores humanitários a retomar a assistência às vítimas, independentemente de origem étnica ou religiosa, durante o período de cessar-fogo". O governo local havia restringido o acesso de grupos humanitários, acusados pelo governo de Mianmar de alimentar insurgentes. "A ONU (Organização das Nações Unidas) e as ONGs não foram bem-vindas em Rakhine. Eles não são capazes de operar e garantir a segurança de seus funcionários e voluntários", disse Joy Singhal, da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Em entrevistas realizadas em Bangladesh pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), rohingyas contaram que casas queimadas, estupros, torturas, assassinatos, detenções ilegais e desaparições forçadas são práticas recorrentes. Só nas últimas duas semanas, milhares de moradias foram queimadas em dezenas de aldeias, o que forçou a fuga da população. Por outro lado, o comando militar birmanês culpa os rebeldes por terem incendiado as casas e nega haver opressão contra a minoria. Segundo dados oficiais de Mianmar, mais de 430 pessoas morreram até o momento, incluindo 370 "terroristas" rohingyas –como foram chamados pelo governo. PERSEGUIDOS Os rohingyas são uma minoria de fé muçulmana que se concentra no Estado de Rakhine, no noroeste de Mianmar. Já foram considerados pela ONU como a "minoria mais perseguida do mundo". De maioria budista, Mianmar é marcado pela influência de monges radicais que denunciam rohingyas como ameaça. Muitos birmaneses alegam que eles são uma etnia implantada durante a colonização britânica, que trouxe milhares de trabalhadores muçulmanos de Bangladesh. Uma lei de 1982 retirou a cidadania do rohingyas. Como apátridas, eles não têm acesso a serviços básicos, como educação e saúde, e são proibidos de votar. Em Rakhine, a lei os proíbe de ter mais que dois filhos e os obriga a fazer trabalhos forçados. Desde o aumento da violência no Estado de Rakhine, em outubro de 2016, Aung San Suu Kyi tem sido criticada pela comunidade internacional por não denunciar a perseguição aos rohingya. No ano passado, vários laureados com o Nobel -Malala Yousafzai, Desmond Tutu e 11 outros- assinaram carta aberta "alertando para um potencial genocídio". Em entrevista à BBC em abril deste ano, Suu Kyi afirmou que o termo "limpeza étnica" era "muito forte" para descrever a situação. Em outras ocasiões, repetiu o argumento da junta de que os rohingya estariam vivendo ilegalmente em Mianmar.
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Um mês após início de aulas, faltam kits escolares no interior de SP
Passado um mês do início das aulas, alunos da rede estadual da região de Ribeirão Preto ainda não receberam o kit escolar. A informação foi confirmada por professores, representantes das subsedes da Apeoesp (sindicato dos professores), pais e estudantes. O problema atinge crianças de 65 municípios dos sindicatos ligados a Ribeirão, Araraquara, Jaboticabal, Bebedouro e Fernandópolis, segundo a Apeoesp. Além de lápis e caderno, os kits contêm materiais que variam conforme o ciclo, como tinta guache, tesoura, giz de cera e kit de geometria. Em Ribeirão, apenas parte dos alunos do ensino médio recebeu o material, segundo Mauro Inácio, coordenador regional do sindicato. Avó de uma aluna da escola Guimarães Júnior, no centro, Ana Dirce Masson, 55, disse que comprou materiais para a neta, de 12 anos, para evitar que ela tenha prejuízos na aprendizagem. "A única informação que recebemos da escola é que o material chegaria depois do Carnaval", disse. Estudantes das escolas Otoniel Mota e Fábio Barreto também confirmaram à reportagem o atraso na entrega do material. Já na escola Paulo Gomes Romeo, onde o ano letivo começou sem funcionários, conforme revelado pela Folha em fevereiro, pais afirmam que foram orientados a comprar o material porque não havia previsão da entrega do kit escolar. Até esta terça (3), o problema persistia, de acordo com professores. "Os alunos estão improvisando. Quem tem condições, compra. Quem não tem, usa do ano passado ou fica sem", disse Fábio Sardinha, que leciona em duas escolas estaduais de Ribeirão. Sem condições financeiras para comprar cadernos, lápis e canetas para as duas filhas, a dona de casa Sandra Célia Bezerra, 45, de Araraquara, disse que conta com doações dos vizinhos. As meninas estudam na escola Maria Isabel Rodrigues Orso, que fica no bairro Adalberto Roxo. "O pior é que não dão nem previsão de quando vão entregar o material", afirmou. Professoras das escolas João Domingos Madeira e Carlos Barozzi, em Bebedouro e Fernandópolis, respectivamente, também confirmaram a falta dos kits. Para o sociólogo João Clemente de Souza Neto, especialista em pedagogia social da Universidade Mackenzie, a educação vive um momento "caótico" no Estado. Para ele, a situação desmotiva docentes e alunos, afetando o processo de aprendizagem. "Essa desvalorização da educação produz outras coisas, como a violência no âmbito escolar", afirmou. OUTRO LADO Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação do Estado informou que, das escolas mencionadas na reportagem, foram entregues os kits para a Guimarães Júnior, Otoniel Mota, Fábio Barreto e Maria Isabel Rodrigues Orso. Para a demais escolas, prevê que a distribuição seja feita até esta sexta (6). A pasta não explicou os motivos do atraso da entrega do material e não confirmou, mas também não negou, a falta de kits para alunos das 65 cidades da região. Veja íntegra da nota da secretaria: Sobre a reportagem veiculada na Folha Ribeirão e na Folha online, a Secretaria da Educação do Estado informa que dos municípios com falha de abastecimento, listados pela Apeoesp e informados pela reportagem, quatro não constam como cidades do Estado de São Paulo. O restante integra Diretorias de Ensino em que já consta a distribuição do KIT escolar como realizada. Fernandópolis e Jaboticabal recebem o material amanhã. A reportagem também não informou que todos os alunos receberam material didático, composto por apostilas de todas as disciplinas e que norteiam as atividades pedagógicas e o processo de aprendizado. Vale acrescentar que por impedimento judicial o cronograma de entrega previsto para estas regiões não foi cumprido. O abastecimento foi garantido após rearranjo com fornecedores feito pela Secretaria.
educacao
Um mês após início de aulas, faltam kits escolares no interior de SPPassado um mês do início das aulas, alunos da rede estadual da região de Ribeirão Preto ainda não receberam o kit escolar. A informação foi confirmada por professores, representantes das subsedes da Apeoesp (sindicato dos professores), pais e estudantes. O problema atinge crianças de 65 municípios dos sindicatos ligados a Ribeirão, Araraquara, Jaboticabal, Bebedouro e Fernandópolis, segundo a Apeoesp. Além de lápis e caderno, os kits contêm materiais que variam conforme o ciclo, como tinta guache, tesoura, giz de cera e kit de geometria. Em Ribeirão, apenas parte dos alunos do ensino médio recebeu o material, segundo Mauro Inácio, coordenador regional do sindicato. Avó de uma aluna da escola Guimarães Júnior, no centro, Ana Dirce Masson, 55, disse que comprou materiais para a neta, de 12 anos, para evitar que ela tenha prejuízos na aprendizagem. "A única informação que recebemos da escola é que o material chegaria depois do Carnaval", disse. Estudantes das escolas Otoniel Mota e Fábio Barreto também confirmaram à reportagem o atraso na entrega do material. Já na escola Paulo Gomes Romeo, onde o ano letivo começou sem funcionários, conforme revelado pela Folha em fevereiro, pais afirmam que foram orientados a comprar o material porque não havia previsão da entrega do kit escolar. Até esta terça (3), o problema persistia, de acordo com professores. "Os alunos estão improvisando. Quem tem condições, compra. Quem não tem, usa do ano passado ou fica sem", disse Fábio Sardinha, que leciona em duas escolas estaduais de Ribeirão. Sem condições financeiras para comprar cadernos, lápis e canetas para as duas filhas, a dona de casa Sandra Célia Bezerra, 45, de Araraquara, disse que conta com doações dos vizinhos. As meninas estudam na escola Maria Isabel Rodrigues Orso, que fica no bairro Adalberto Roxo. "O pior é que não dão nem previsão de quando vão entregar o material", afirmou. Professoras das escolas João Domingos Madeira e Carlos Barozzi, em Bebedouro e Fernandópolis, respectivamente, também confirmaram a falta dos kits. Para o sociólogo João Clemente de Souza Neto, especialista em pedagogia social da Universidade Mackenzie, a educação vive um momento "caótico" no Estado. Para ele, a situação desmotiva docentes e alunos, afetando o processo de aprendizagem. "Essa desvalorização da educação produz outras coisas, como a violência no âmbito escolar", afirmou. OUTRO LADO Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação do Estado informou que, das escolas mencionadas na reportagem, foram entregues os kits para a Guimarães Júnior, Otoniel Mota, Fábio Barreto e Maria Isabel Rodrigues Orso. Para a demais escolas, prevê que a distribuição seja feita até esta sexta (6). A pasta não explicou os motivos do atraso da entrega do material e não confirmou, mas também não negou, a falta de kits para alunos das 65 cidades da região. Veja íntegra da nota da secretaria: Sobre a reportagem veiculada na Folha Ribeirão e na Folha online, a Secretaria da Educação do Estado informa que dos municípios com falha de abastecimento, listados pela Apeoesp e informados pela reportagem, quatro não constam como cidades do Estado de São Paulo. O restante integra Diretorias de Ensino em que já consta a distribuição do KIT escolar como realizada. Fernandópolis e Jaboticabal recebem o material amanhã. A reportagem também não informou que todos os alunos receberam material didático, composto por apostilas de todas as disciplinas e que norteiam as atividades pedagógicas e o processo de aprendizado. Vale acrescentar que por impedimento judicial o cronograma de entrega previsto para estas regiões não foi cumprido. O abastecimento foi garantido após rearranjo com fornecedores feito pela Secretaria.
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Estádio do Palmeiras receberá três shows internacionais no 2º semestre
Nesta quinta-feira (14), o Palmeiras confirmou que receberá três apresentações internacionais no segundo semestre. Depois de Paul McCartney e Roberto Carlos, o Allianz Parque será palco dos shows do cantor britânico Rod Stewart, da cantora americana Katy Perry e da banda britânica Muse entre os meses de setembro e outubro. No dia 19 de setembro, Rod Stewart se apresentará no anfiteatro do estádio. No dia 25 do mesmo mês, Katy Perry fará o show de sua turnê "The Prismatic World Tour". A cantora norte-americana se apresentará no gramado do Allianz Parque, e os ingressos já estão sendo vendidos na bilheteria da arena. No dia 24 de outubro, a banda de rock Muse receberá seus fãs no estádio do Palmeiras.
esporte
Estádio do Palmeiras receberá três shows internacionais no 2º semestreNesta quinta-feira (14), o Palmeiras confirmou que receberá três apresentações internacionais no segundo semestre. Depois de Paul McCartney e Roberto Carlos, o Allianz Parque será palco dos shows do cantor britânico Rod Stewart, da cantora americana Katy Perry e da banda britânica Muse entre os meses de setembro e outubro. No dia 19 de setembro, Rod Stewart se apresentará no anfiteatro do estádio. No dia 25 do mesmo mês, Katy Perry fará o show de sua turnê "The Prismatic World Tour". A cantora norte-americana se apresentará no gramado do Allianz Parque, e os ingressos já estão sendo vendidos na bilheteria da arena. No dia 24 de outubro, a banda de rock Muse receberá seus fãs no estádio do Palmeiras.
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Viajar de táxi era conviver com Donald Trump sem sofrer consequências
O serviço Uber foi legalizado em Portugal. Os motoristas de táxi não gostaram. Prometeram violência ("Porrada não vai faltar!", anunciaram os beneméritos) e alguns cogitam subir os preços em dias feriados. Sobre a violência, nada de novo: antes da legalização, porrada não faltava. De tal forma que houve espancamentos por engano: o cidadão passava no aeroporto para pegar um amigo e deixava a dentadura como lembrança. Sobre os preços, será realmente inteligente apimentar a tarifa dos táxis quando a palavra do momento deveria ser "competição"? Até porque os táxis têm uma vantagem competitiva: os respectivos motoristas. Sei do que falo. Por razões sociológicas, experimentei o Uber. Difícil não ficar impressionado com as qualidades técnicas do serviço: rapidez no atendimento, higiene do automóvel, preços que deixam qualquer cliente a salivar por mais. Pena que os motoristas do Uber acrescentem pouco à viagem. Uma pessoa faz um comentário –sobre o tempo, sobre o trânsito, sobre a política e seu bestiário– e eles, com uma educação de mordomos ingleses, apenas sorriem ou respondem com monossílabos de psicanalista. Podemos continuar a picar o bicho, esperando que ele entre na arena com as narinas fumegantes, mas o bicho não se perturba. Então nós, frustrados e entristecidos, fechamos os olhos e lembramos com saudade de todos os motoristas de táxi que passaram pela nossa vida. Para começar, os motoristas de táxi com quem convivi eram os mais puros representantes do pessimismo lusitano. As coisas, para eles, não estavam boas nem más; estavam péssimas. E quando havia um elogio meu à cidade, ao trânsito, à vida, eles reagiam como se alguém tivesse insultado suas mães. Em anos e anos de circulação, só uma vez encontrei um otimista. Ou, pelo menos, alguém que não rebentou com meu otimismo. "Está um belo dia, não acha?", perguntei eu, olhando para o céu radioso de Lisboa. "Já vi melhor", respondeu ele, angustiado por não conseguir desmentir o óbvio. "Já vi melhor" representa essa feroz resistência às alegrias do presente –e uma nostalgia melancólica, quase patológica, pelo passado. A filosofia do "já vi melhor" acontece nas pequenas coisas ("antigamente, havia mais respeito") ou nas grandes ("o que era preciso era um Salazar em cada esquina"). Mas os motoristas de táxi que eu conheci não são apenas reacionários genuínos. Alguns vão mais longe e são autênticas preciosidades para um cientista político. Foi nos táxis que aprendi como funciona a mentalidade revolucionária. Políticos incompetentes? Corrupção no governo? Crise no país? "Era tudo encostadinho na parede" –outra expressão que relembro com carinho. A solução para os problemas sociais –e todos eles tinham a solução– passava por dizimar um número indeterminado de pessoas. Depois da chacina, era só fazer repousar sobre a pátria uma espécie de lei marcial eterna e tudo encaixava por milagre. O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, não passa de um amador. Naturalmente, nem todos os motoristas que encontrei sonhavam com a carreira de Pol Pot. Havia os confessionais (que partilhavam desgostos amorosos), os poetas incompreendidos (que me liam os seus sonetos) e até os sábios do cosmos (recordo um que passou a viagem inteira a convencer-me de que os alienígenas éramos nós). Sem falar dos pequenos Sades (que relatavam aventuras escabrosas com donzelas ocasionais) ou amantes da eugenia (que dissertavam abundantemente sobre as diferentes raças). Viajar de táxi era como conviver com Donald Trump durante alguns minutos sem sofrer as consequências. Quando o automóvel chegava ao destino, o passageiro sentia que pagava dobrado: pela viagem e pela experiência única de ter visitado um universo paralelo. Minha pergunta é saber qual o destino desse universo. Que tipo de literatura oral não iremos perder com o Uber? E não será possível arranjar um compromisso? O Uber veio para ficar –e triunfar. Mas há clientes que sentem falta da velha adrenalina: no fundo, são como fãs de cinema de horror condenados a assistir novelas. Para esses, o Uber deveria contratar os motoristas de táxi que promete jogar no desemprego. Para que eles ensinassem aos novos motoristas alguns repertórios clássicos –"já vi melhor", "era um Salazar em cada esquina", "tudo encostadinho na parede" etc. Há gostos para tudo –e os gostos, até para evitar porrada, não se discutem.
colunas
Viajar de táxi era conviver com Donald Trump sem sofrer consequênciasO serviço Uber foi legalizado em Portugal. Os motoristas de táxi não gostaram. Prometeram violência ("Porrada não vai faltar!", anunciaram os beneméritos) e alguns cogitam subir os preços em dias feriados. Sobre a violência, nada de novo: antes da legalização, porrada não faltava. De tal forma que houve espancamentos por engano: o cidadão passava no aeroporto para pegar um amigo e deixava a dentadura como lembrança. Sobre os preços, será realmente inteligente apimentar a tarifa dos táxis quando a palavra do momento deveria ser "competição"? Até porque os táxis têm uma vantagem competitiva: os respectivos motoristas. Sei do que falo. Por razões sociológicas, experimentei o Uber. Difícil não ficar impressionado com as qualidades técnicas do serviço: rapidez no atendimento, higiene do automóvel, preços que deixam qualquer cliente a salivar por mais. Pena que os motoristas do Uber acrescentem pouco à viagem. Uma pessoa faz um comentário –sobre o tempo, sobre o trânsito, sobre a política e seu bestiário– e eles, com uma educação de mordomos ingleses, apenas sorriem ou respondem com monossílabos de psicanalista. Podemos continuar a picar o bicho, esperando que ele entre na arena com as narinas fumegantes, mas o bicho não se perturba. Então nós, frustrados e entristecidos, fechamos os olhos e lembramos com saudade de todos os motoristas de táxi que passaram pela nossa vida. Para começar, os motoristas de táxi com quem convivi eram os mais puros representantes do pessimismo lusitano. As coisas, para eles, não estavam boas nem más; estavam péssimas. E quando havia um elogio meu à cidade, ao trânsito, à vida, eles reagiam como se alguém tivesse insultado suas mães. Em anos e anos de circulação, só uma vez encontrei um otimista. Ou, pelo menos, alguém que não rebentou com meu otimismo. "Está um belo dia, não acha?", perguntei eu, olhando para o céu radioso de Lisboa. "Já vi melhor", respondeu ele, angustiado por não conseguir desmentir o óbvio. "Já vi melhor" representa essa feroz resistência às alegrias do presente –e uma nostalgia melancólica, quase patológica, pelo passado. A filosofia do "já vi melhor" acontece nas pequenas coisas ("antigamente, havia mais respeito") ou nas grandes ("o que era preciso era um Salazar em cada esquina"). Mas os motoristas de táxi que eu conheci não são apenas reacionários genuínos. Alguns vão mais longe e são autênticas preciosidades para um cientista político. Foi nos táxis que aprendi como funciona a mentalidade revolucionária. Políticos incompetentes? Corrupção no governo? Crise no país? "Era tudo encostadinho na parede" –outra expressão que relembro com carinho. A solução para os problemas sociais –e todos eles tinham a solução– passava por dizimar um número indeterminado de pessoas. Depois da chacina, era só fazer repousar sobre a pátria uma espécie de lei marcial eterna e tudo encaixava por milagre. O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, não passa de um amador. Naturalmente, nem todos os motoristas que encontrei sonhavam com a carreira de Pol Pot. Havia os confessionais (que partilhavam desgostos amorosos), os poetas incompreendidos (que me liam os seus sonetos) e até os sábios do cosmos (recordo um que passou a viagem inteira a convencer-me de que os alienígenas éramos nós). Sem falar dos pequenos Sades (que relatavam aventuras escabrosas com donzelas ocasionais) ou amantes da eugenia (que dissertavam abundantemente sobre as diferentes raças). Viajar de táxi era como conviver com Donald Trump durante alguns minutos sem sofrer as consequências. Quando o automóvel chegava ao destino, o passageiro sentia que pagava dobrado: pela viagem e pela experiência única de ter visitado um universo paralelo. Minha pergunta é saber qual o destino desse universo. Que tipo de literatura oral não iremos perder com o Uber? E não será possível arranjar um compromisso? O Uber veio para ficar –e triunfar. Mas há clientes que sentem falta da velha adrenalina: no fundo, são como fãs de cinema de horror condenados a assistir novelas. Para esses, o Uber deveria contratar os motoristas de táxi que promete jogar no desemprego. Para que eles ensinassem aos novos motoristas alguns repertórios clássicos –"já vi melhor", "era um Salazar em cada esquina", "tudo encostadinho na parede" etc. Há gostos para tudo –e os gostos, até para evitar porrada, não se discutem.
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Mulher que atropelou e matou dois em SP paga fiança e deixa delegacia
A motorista Juliana Cristina da Silva, 28, que atropelou e matou dois trabalhadores na madrugada do último domingo (18), pagou R$ 15,8 mil de fiança nesta terça (20) e deixou o 89º DP (Portal do Morumbi), onde estava detida. Além da fiança de 20 salários mínimos, até o fim do processo, ela vai ter que comparecer a cada dois meses ao fórum da Barra Funda, zona oeste, não poderá sair de casa entre 22h e 6h, precisará comunicar um juiz se for deixar a capital paulista por mais de 30 dias e segue com a carteira de motorista apreendida. A decisão de liberar Silva para responder em liberdade foi tomada pelo juiz Paulo de Abreu Lorenzino, do Departamento de Inquéritos Policiais, nesta segunda-feira (19) durante audiência de custódia. De acordo com o boletim de ocorrência, Silva estava alcoolizada no momento em que invadiu, com um Vectra, uma área em que trabalhadores pintavam a sinalização da avenida Luiz Dumont Villares. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a motorista fugiu do local do acidente sem prestar socorro a duas vítimas que foram atropeladas. José Hailton de Andrade, 53, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Raimundo Barbosa dos Santos, 38, foi levado para a Santa Casa, onde morreu por volta das 4h. Ambos eram do Piauí. Inicialmente, o delegado do caso havia informado que Silva responderia processo por duplo homicídio culposo, quando não há intenção de matar. No entanto, o secretário de segurança pública, Alexandre de Moraes, disse, em coletiva nesta segunda-feira (19), que a administradora irá responder por homicídio doloso, quando há a intenção de matar. "A partir do momento que dirige de forma embriagada, acabou assumindo o risco [de matar, por isso responderá por dolo eventual]", afirmou. ATROPELAMENTO Após o atropelamento, a motorista foi seguida por testemunhas e presa pela PM a três quilômetros do local. Ela foi submetida ao teste do bafômetro, e os policiais constataram que apresentava 0,85 mg de álcool por litro de ar expirado. A Lei Seca considera crime quantidade superior a 0,34 mm/l. A motorista foi autuada em flagrante por dirigir alcoolizada e está detida no 89º DP (Portal do Morumbi). Os homens eram funcionários da Sinalta Propista, empresa terceirizada contratada pela prefeitura. Além das duas vítimas, outros três funcionários trabalhavam pintando o asfalto naquela região na madrugada deste domingo (18). Segundo Elizabeth Cannizzaro, sócia da empresa, o coordenador do trabalho da equipe que estava lá relatou que a motorista dirigia em alta velocidade. A empresa tem cerca de 200 funcionários, de acordo com Cannizzaro, e presta serviços para a prefeitura, o governo do Estado de São Paulo e outras empresas privadas. "Por causa de uma inconsequente, perdemos dois amigos, pais de família, homens honrados", lamentou Cannizzaro. A mãe de Juliana, Silvania de Abreu e Silva, não quis falar. Uma advogada foi à delegacia para representar a condutora, mas a família desistiu de contratá-la. OUTRO CASO Em junho deste ano, o gari Alceu Ferraz, 61, morreu após ser atropelado na avenida São João, na região central de São Paulo. Um colega dele também foi atingido e ficou ferido. A motorista, a estudante de arquitetura Hivena Queiroz Del Pintor Vieira, 24, disse à polícia que saiu de uma festa em Higienópolis e, no centro, foi abordada por três homens numa tentativa de assalto. Na fuga, ela relatou que teria atingindo algo que poderia ter sido o gari. O advogado da jovem afirmou que, na madrugada do acidente, sua cliente ligou para o 190 e foi orientada a registrar um boletim de ocorrência de tentativa de assalto no 8º DP (Brás). Entretanto, o local informado teria sido a praça João Mendes (região central), e não a avenida São João, como registrado em câmeras de segurança. "Ela não conhece muito bem a cidade. Por isso se equivocou", afirmou o defensor à época. Ela foi indiciada sob suspeita de homicídio culposo (sem intenção) e liberada em seguida.
cotidiano
Mulher que atropelou e matou dois em SP paga fiança e deixa delegaciaA motorista Juliana Cristina da Silva, 28, que atropelou e matou dois trabalhadores na madrugada do último domingo (18), pagou R$ 15,8 mil de fiança nesta terça (20) e deixou o 89º DP (Portal do Morumbi), onde estava detida. Além da fiança de 20 salários mínimos, até o fim do processo, ela vai ter que comparecer a cada dois meses ao fórum da Barra Funda, zona oeste, não poderá sair de casa entre 22h e 6h, precisará comunicar um juiz se for deixar a capital paulista por mais de 30 dias e segue com a carteira de motorista apreendida. A decisão de liberar Silva para responder em liberdade foi tomada pelo juiz Paulo de Abreu Lorenzino, do Departamento de Inquéritos Policiais, nesta segunda-feira (19) durante audiência de custódia. De acordo com o boletim de ocorrência, Silva estava alcoolizada no momento em que invadiu, com um Vectra, uma área em que trabalhadores pintavam a sinalização da avenida Luiz Dumont Villares. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a motorista fugiu do local do acidente sem prestar socorro a duas vítimas que foram atropeladas. José Hailton de Andrade, 53, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Raimundo Barbosa dos Santos, 38, foi levado para a Santa Casa, onde morreu por volta das 4h. Ambos eram do Piauí. Inicialmente, o delegado do caso havia informado que Silva responderia processo por duplo homicídio culposo, quando não há intenção de matar. No entanto, o secretário de segurança pública, Alexandre de Moraes, disse, em coletiva nesta segunda-feira (19), que a administradora irá responder por homicídio doloso, quando há a intenção de matar. "A partir do momento que dirige de forma embriagada, acabou assumindo o risco [de matar, por isso responderá por dolo eventual]", afirmou. ATROPELAMENTO Após o atropelamento, a motorista foi seguida por testemunhas e presa pela PM a três quilômetros do local. Ela foi submetida ao teste do bafômetro, e os policiais constataram que apresentava 0,85 mg de álcool por litro de ar expirado. A Lei Seca considera crime quantidade superior a 0,34 mm/l. A motorista foi autuada em flagrante por dirigir alcoolizada e está detida no 89º DP (Portal do Morumbi). Os homens eram funcionários da Sinalta Propista, empresa terceirizada contratada pela prefeitura. Além das duas vítimas, outros três funcionários trabalhavam pintando o asfalto naquela região na madrugada deste domingo (18). Segundo Elizabeth Cannizzaro, sócia da empresa, o coordenador do trabalho da equipe que estava lá relatou que a motorista dirigia em alta velocidade. A empresa tem cerca de 200 funcionários, de acordo com Cannizzaro, e presta serviços para a prefeitura, o governo do Estado de São Paulo e outras empresas privadas. "Por causa de uma inconsequente, perdemos dois amigos, pais de família, homens honrados", lamentou Cannizzaro. A mãe de Juliana, Silvania de Abreu e Silva, não quis falar. Uma advogada foi à delegacia para representar a condutora, mas a família desistiu de contratá-la. OUTRO CASO Em junho deste ano, o gari Alceu Ferraz, 61, morreu após ser atropelado na avenida São João, na região central de São Paulo. Um colega dele também foi atingido e ficou ferido. A motorista, a estudante de arquitetura Hivena Queiroz Del Pintor Vieira, 24, disse à polícia que saiu de uma festa em Higienópolis e, no centro, foi abordada por três homens numa tentativa de assalto. Na fuga, ela relatou que teria atingindo algo que poderia ter sido o gari. O advogado da jovem afirmou que, na madrugada do acidente, sua cliente ligou para o 190 e foi orientada a registrar um boletim de ocorrência de tentativa de assalto no 8º DP (Brás). Entretanto, o local informado teria sido a praça João Mendes (região central), e não a avenida São João, como registrado em câmeras de segurança. "Ela não conhece muito bem a cidade. Por isso se equivocou", afirmou o defensor à época. Ela foi indiciada sob suspeita de homicídio culposo (sem intenção) e liberada em seguida.
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Desembargador elogia artigo de ministro sobre prescrição de crimes
Aplaudo o ministro do Supremo Luiz Edson Fachin pelo lúcido e corajoso artigo "Prescrição criminal e impunidade" (Tendências/Debates, 11/10). O nobre juiz certamente enfrentará a sanha dos defensores da bandidagem, mas terá o apoio das pessoas de bem deste país. Rogério Medeiros Garcia de Lima, desembargador (Belo Horizonte, MG) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Desembargador elogia artigo de ministro sobre prescrição de crimesAplaudo o ministro do Supremo Luiz Edson Fachin pelo lúcido e corajoso artigo "Prescrição criminal e impunidade" (Tendências/Debates, 11/10). O nobre juiz certamente enfrentará a sanha dos defensores da bandidagem, mas terá o apoio das pessoas de bem deste país. Rogério Medeiros Garcia de Lima, desembargador (Belo Horizonte, MG) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leia trecho de "Corações Cicatrizados", do autor romeno Max Blecher
SOBRE O TEXTO Como o personagem deste romance, o autor romeno Max Blecher sofreu de uma enfermidade, a tuberculose vertebral, que limitaria muito sua vida. Isso porém não o impediu de colaborar com o grupo surrealista de André Breton e de produzir uma obra consistente, em prosa e poesia, antes de sua precoce morte, aos 28 anos. "Corações Cicatrizados" sai pela editora Carambaia no fim deste mês. Emanuel subiu a escadaria escura. Havia no ar um cheiro de produtos farmacêuticos e de borracha queimada. No fim do corredor estreito, reconheceu a porta branca que lhe fora indicada. Entrou sem bater. O aposento em que se viu parecia ainda mais velho e mais embolorado que o corredor. A luz entrava pela única janela, espalhando uma claridade azul e hesitante por sobre a bagunça da salinha, com revistas desarrumadas por toda parte, cobrindo a mesa de mármore e as solenes cadeiras, envoltas em capas brancas como se envergassem confortáveis trajes de viagem, antes da mudança. Mais que sentar, Emanuel se deixou cair na poltrona. Observou, surpreso, sombras que percorriam a sala e logo descobriu que a janela do fundo era, na verdade, um aquário em que flutuavam lentos peixes negros, gordos e de olhos esbugalhados. Por alguns segundos permaneceu de olhos bem abertos, acompanhando seu preguiçoso deslizar, quase esquecendo o motivo pelo qual viera. Na verdade, para que viera até ali? Aha!, lembrou e tossiu de leve para anunciar sua presença, mas ninguém respondeu. Suas têmporas ainda latejavam, mais por ter corrido do consultório do doutor Bertrand até ali do que por qualquer emoção genuína. Naquela sala velha e séria ele se sentiu um pouco mais calmo. Uma porta se abriu e uma mulher cruzou a salinha a passos rápidos, sumindo pela porta que dava para o corredor. Emanuel se arrependeu por não tê-la abordado para pedir que anunciasse sua presença. Os peixes continuavam deslizando tristes debaixo da luz mortiça. Havia na sala tanto silêncio, tanta escuridão e tanta solidão, que, se aquela situação tivesse durado uma eternidade, Emanuel não teria tido mais nada a dizer. Pelo contrário, ele a teria aceitado com resignação, permanecendo assim ainda muito tempo do lado de cá da verdade brutal que, talvez, ele haveria de descobrir dentro de poucos minutos. Do lado de trás de uma porta, alguém deu uma tossidela como resposta atrasada à sua tosse de poucos instantes antes. Apareceu na soleira uma criatura diminuta, escurecida, como um animal assustado saindo da toca. – O senhor foi enviado pelo doutor Bertrand? Bom! Já sei, ele me telefonou... dores violentas no lombo, não é isso?... Uma radiografia da coluna vertebral. O homúnculo esfregava nervoso as mãos, como se quisesse se livrar dos restos de terra que tinham ficado presos aos dedos enquanto cavara seu buraco. Tinha olhinhos de toupeira, tumefatos, brilhando como ouro à luz tênue. – Logo veremos o que é... Por favor, me siga. Emanuel o seguiu, atravessou o corredor e se viu diante de uma sala absolutamente escura. Dali vinha aquele cheiro pesado de borracha queimada. Acendeu-se uma lâmpada fraca que revelou uma sala cheia de aparelhagem médica com estruturas niqueladas de canos e barras de circo. Havia tantos cabos elétricos por toda parte que Emanuel ficou perplexo na soleira, com medo de entrar e tocar em algo que desencadeasse uma formidável corrente cheia de raios e faíscas. – Por favor!... por favor... – disse-lhe o médico quase pegando-o pela mão. – O senhor pode se despir aqui... E o médico lhe apontou um baú de parafusos, uma máquina enigmática que às vezes servia, pelo visto, como sofá. Emanuel, pela primeira vez na vida, cometeu o gesto, tão simples e tão íntimo, de tirar as roupas numa circunstância tão solene. O médico continuou fumando, jogando indolente as cinzas no assoalho, no assoalho daquela terrível sala científica em que cada centímetro quadrado parecia estar carregado de mistérios e eletricidade. – Tire só a camisa... Emanuel estava pronto. Começou a tremer. – Está com frio? – perguntou o médico. – Só vai durar um minutinho. O contato gélido e cortante com a mesa de lata sobre a qual se deitara o permeou com um calafrio ainda mais intenso. – E agora, atenção... quando eu disser, segure a respiração... quero que a radiografia saia bem. O médico abriu e fechou uma caixa metálica. A lâmpada apagou. Um tinido produziu um clique preciso. Uma alavanca caiu categórica, com um corte linear na escuridão. A corrente elétrica começou a vibrar, surda como um animal irritado. Tudo se desenrolava metálica e precisamente, como naqueles jogos em que uma bola niquelada exige nossa atenção, caindo com exatidão de compartimento em compartimento... – Agora! – disse o médico. Emanuel segurou a respiração. O coração se pôs a bater forte, como se ressoasse na placa sobre a qual estava deitado. Toda a escuridão retumbava em seus ouvidos. Escutou-se mais um sussurro, que se intensificou e que se estendeu depois, bruscamente, como um carvão atirado na água. – Já pode respirar – disse de novo o médico. Fez-se de novo luz. Emanuel teve de repente um instante de extrema lucidez. Para que estava ali deitado em cima da mesa? Para quê? Teve absoluta convicção de estar muito doente. Tudo ao seu redor o indicava de maneira evidente. O que significavam todos aqueles aparelhos? Certamente não eram feitos para gente sadia. E já que ele se encontrava ali, em meio a eles, encurralado por eles... O médico retirou a chapa da mesa de lata. – Por favor não se vista ainda... deixe-me ver se ficou boa... permaneça assim... deitado. O médico pegou o paletó de Emanuel e o colocou sobre o peito, dobrando-o com ternura; só sua mãe, durante a infância, cobria-o assim com o cobertor antes de dormir. O que haveria de dizer o doutor? O que revelaria a chapa? A pavorosa chapa... MAX BLECHER (1909-38) escritor romeno, autor de "Acontecimentos na Irrealidade Imediata" (Cosac Naify). FERNANDO KLABIN, tradutor, é formado em ciência política na Universidade de Bucareste e desenvolve mestrado sobre a obra de Max Blecher na USP. MÁRIO DE ALENCAR, 37, é artista plástico.
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Leia trecho de "Corações Cicatrizados", do autor romeno Max BlecherSOBRE O TEXTO Como o personagem deste romance, o autor romeno Max Blecher sofreu de uma enfermidade, a tuberculose vertebral, que limitaria muito sua vida. Isso porém não o impediu de colaborar com o grupo surrealista de André Breton e de produzir uma obra consistente, em prosa e poesia, antes de sua precoce morte, aos 28 anos. "Corações Cicatrizados" sai pela editora Carambaia no fim deste mês. Emanuel subiu a escadaria escura. Havia no ar um cheiro de produtos farmacêuticos e de borracha queimada. No fim do corredor estreito, reconheceu a porta branca que lhe fora indicada. Entrou sem bater. O aposento em que se viu parecia ainda mais velho e mais embolorado que o corredor. A luz entrava pela única janela, espalhando uma claridade azul e hesitante por sobre a bagunça da salinha, com revistas desarrumadas por toda parte, cobrindo a mesa de mármore e as solenes cadeiras, envoltas em capas brancas como se envergassem confortáveis trajes de viagem, antes da mudança. Mais que sentar, Emanuel se deixou cair na poltrona. Observou, surpreso, sombras que percorriam a sala e logo descobriu que a janela do fundo era, na verdade, um aquário em que flutuavam lentos peixes negros, gordos e de olhos esbugalhados. Por alguns segundos permaneceu de olhos bem abertos, acompanhando seu preguiçoso deslizar, quase esquecendo o motivo pelo qual viera. Na verdade, para que viera até ali? Aha!, lembrou e tossiu de leve para anunciar sua presença, mas ninguém respondeu. Suas têmporas ainda latejavam, mais por ter corrido do consultório do doutor Bertrand até ali do que por qualquer emoção genuína. Naquela sala velha e séria ele se sentiu um pouco mais calmo. Uma porta se abriu e uma mulher cruzou a salinha a passos rápidos, sumindo pela porta que dava para o corredor. Emanuel se arrependeu por não tê-la abordado para pedir que anunciasse sua presença. Os peixes continuavam deslizando tristes debaixo da luz mortiça. Havia na sala tanto silêncio, tanta escuridão e tanta solidão, que, se aquela situação tivesse durado uma eternidade, Emanuel não teria tido mais nada a dizer. Pelo contrário, ele a teria aceitado com resignação, permanecendo assim ainda muito tempo do lado de cá da verdade brutal que, talvez, ele haveria de descobrir dentro de poucos minutos. Do lado de trás de uma porta, alguém deu uma tossidela como resposta atrasada à sua tosse de poucos instantes antes. Apareceu na soleira uma criatura diminuta, escurecida, como um animal assustado saindo da toca. – O senhor foi enviado pelo doutor Bertrand? Bom! Já sei, ele me telefonou... dores violentas no lombo, não é isso?... Uma radiografia da coluna vertebral. O homúnculo esfregava nervoso as mãos, como se quisesse se livrar dos restos de terra que tinham ficado presos aos dedos enquanto cavara seu buraco. Tinha olhinhos de toupeira, tumefatos, brilhando como ouro à luz tênue. – Logo veremos o que é... Por favor, me siga. Emanuel o seguiu, atravessou o corredor e se viu diante de uma sala absolutamente escura. Dali vinha aquele cheiro pesado de borracha queimada. Acendeu-se uma lâmpada fraca que revelou uma sala cheia de aparelhagem médica com estruturas niqueladas de canos e barras de circo. Havia tantos cabos elétricos por toda parte que Emanuel ficou perplexo na soleira, com medo de entrar e tocar em algo que desencadeasse uma formidável corrente cheia de raios e faíscas. – Por favor!... por favor... – disse-lhe o médico quase pegando-o pela mão. – O senhor pode se despir aqui... E o médico lhe apontou um baú de parafusos, uma máquina enigmática que às vezes servia, pelo visto, como sofá. Emanuel, pela primeira vez na vida, cometeu o gesto, tão simples e tão íntimo, de tirar as roupas numa circunstância tão solene. O médico continuou fumando, jogando indolente as cinzas no assoalho, no assoalho daquela terrível sala científica em que cada centímetro quadrado parecia estar carregado de mistérios e eletricidade. – Tire só a camisa... Emanuel estava pronto. Começou a tremer. – Está com frio? – perguntou o médico. – Só vai durar um minutinho. O contato gélido e cortante com a mesa de lata sobre a qual se deitara o permeou com um calafrio ainda mais intenso. – E agora, atenção... quando eu disser, segure a respiração... quero que a radiografia saia bem. O médico abriu e fechou uma caixa metálica. A lâmpada apagou. Um tinido produziu um clique preciso. Uma alavanca caiu categórica, com um corte linear na escuridão. A corrente elétrica começou a vibrar, surda como um animal irritado. Tudo se desenrolava metálica e precisamente, como naqueles jogos em que uma bola niquelada exige nossa atenção, caindo com exatidão de compartimento em compartimento... – Agora! – disse o médico. Emanuel segurou a respiração. O coração se pôs a bater forte, como se ressoasse na placa sobre a qual estava deitado. Toda a escuridão retumbava em seus ouvidos. Escutou-se mais um sussurro, que se intensificou e que se estendeu depois, bruscamente, como um carvão atirado na água. – Já pode respirar – disse de novo o médico. Fez-se de novo luz. Emanuel teve de repente um instante de extrema lucidez. Para que estava ali deitado em cima da mesa? Para quê? Teve absoluta convicção de estar muito doente. Tudo ao seu redor o indicava de maneira evidente. O que significavam todos aqueles aparelhos? Certamente não eram feitos para gente sadia. E já que ele se encontrava ali, em meio a eles, encurralado por eles... O médico retirou a chapa da mesa de lata. – Por favor não se vista ainda... deixe-me ver se ficou boa... permaneça assim... deitado. O médico pegou o paletó de Emanuel e o colocou sobre o peito, dobrando-o com ternura; só sua mãe, durante a infância, cobria-o assim com o cobertor antes de dormir. O que haveria de dizer o doutor? O que revelaria a chapa? A pavorosa chapa... MAX BLECHER (1909-38) escritor romeno, autor de "Acontecimentos na Irrealidade Imediata" (Cosac Naify). FERNANDO KLABIN, tradutor, é formado em ciência política na Universidade de Bucareste e desenvolve mestrado sobre a obra de Max Blecher na USP. MÁRIO DE ALENCAR, 37, é artista plástico.
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O eSocial e a vagabundagem
Pela enésima vez, vou citar Paulo Freire neste espaço: "A leitura do mundo precede a leitura da palavra". Bem, num país cada vez mais ignorante, talvez convenha lembrar que o advogado Paulo Freire foi um dos maiores educadores do século 20. Autor de vastíssima e importante obra sobre pedagogia, laureado mundo afora por um sem-número de universidades, o grande Mestre pernambucano foi banido do país pela mil vezes maldita ditadura militar. Posto isso, quero trocar duas palavras sobre a leitura de determinados fatos da nossa triste realidade. Quando a operadora de telefonia, internet, TV a cabo etc. diz que vai mandar um técnico e que o cliente, quando muito, pode escolher um período do dia, ou seja, não pode determinar o horário dessa "visita", qual é a leitura que se faz disso? Que somos todos vagabundos, que não temos o que fazer, que temos de ficar à mercê da agenda do técnico etc. Em outras palavras, pagamos pelo serviço e somos transformados em escravos da operadora. E o poder público? Como age nisso? Não age. Certamente não age porque não sabe ler a realidade, ou, no conceito de Paulo Freire, não sabe fazer a leitura desse mundo. Não custa lembrar que certo ex-ministro da Justiça teve problema com uma operadora de celular e resolveu telefonar para a central de atendimento. Muitos minutos e muita humilhação depois, o ex-ministro "descobriu" que a coisa é como é e resolveu tomar algumas providências (que até hoje são letra morta). Como se vê, o ex-ministro nem podia fazer a leitura dessa realidade porque a desconhecia, embora fosse de domínio público. Há um bom tempo, num debate eleitoral, Boris Casoy perguntou aos candidatos o preço do pãozinho. Ninguém sabia... O que diria disso Paulo Freire? Como aplicar o conceito dele em casos bizarros como esses? Como é que alguém vai fazer uma boa leitura do mundo se nem conhece esse mundo? Pois chegamos ao eSocial, o genial programa criado pelo governo para o cadastramento dos empregados domésticos. Posto no ar poucos dias antes do vencimento da primeira guia de arrecadação sob a nova legislação, o site não funciona. Milhares de pessoas perderam horas e horas diante do computador para tentar fazer o bendito cadastro e gerar a não menos bendita guia. Dia após dia, autoridades fiscais, do alto da sua sensibilidade e também do alto do seu conhecimento de mundo, insistiam em dizer que o prazo não seria prorrogado. Usuários contumazes de óleo de peroba da mais alta qualidade, alguns tiveram a suprema sensibilidade de dizer que, ainda que o sistema se estabilizasse só na quarta ou na quinta-feira, não haveria adiamento (que acabou acontecendo aos 49 do segundo tempo –alguém se rendeu à realidade real!!!). Que leitura se faz da leitura de mundo dessas criaturas? Moleza: esses lígneos senhores (também) acham que somos vagabundos, que não temos nada para fazer etc. Se as "otoridades" pensassem de outra maneira, saberiam que as estradas, os hospitais, os transportes, as ruas, as calçadas, as escolas, as polícias etc. que nos dão fazem do nosso dia a dia um inacreditável inferno e entenderiam de imediato que essa tortura já basta. A cegueira é tanta que eles não enxergam o desgaste que o ridículo episódio lhes causa. A leitura de mundo deles é outra. Somos mesmo vagabundos, incuráveis vagabundos. É isso.
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O eSocial e a vagabundagemPela enésima vez, vou citar Paulo Freire neste espaço: "A leitura do mundo precede a leitura da palavra". Bem, num país cada vez mais ignorante, talvez convenha lembrar que o advogado Paulo Freire foi um dos maiores educadores do século 20. Autor de vastíssima e importante obra sobre pedagogia, laureado mundo afora por um sem-número de universidades, o grande Mestre pernambucano foi banido do país pela mil vezes maldita ditadura militar. Posto isso, quero trocar duas palavras sobre a leitura de determinados fatos da nossa triste realidade. Quando a operadora de telefonia, internet, TV a cabo etc. diz que vai mandar um técnico e que o cliente, quando muito, pode escolher um período do dia, ou seja, não pode determinar o horário dessa "visita", qual é a leitura que se faz disso? Que somos todos vagabundos, que não temos o que fazer, que temos de ficar à mercê da agenda do técnico etc. Em outras palavras, pagamos pelo serviço e somos transformados em escravos da operadora. E o poder público? Como age nisso? Não age. Certamente não age porque não sabe ler a realidade, ou, no conceito de Paulo Freire, não sabe fazer a leitura desse mundo. Não custa lembrar que certo ex-ministro da Justiça teve problema com uma operadora de celular e resolveu telefonar para a central de atendimento. Muitos minutos e muita humilhação depois, o ex-ministro "descobriu" que a coisa é como é e resolveu tomar algumas providências (que até hoje são letra morta). Como se vê, o ex-ministro nem podia fazer a leitura dessa realidade porque a desconhecia, embora fosse de domínio público. Há um bom tempo, num debate eleitoral, Boris Casoy perguntou aos candidatos o preço do pãozinho. Ninguém sabia... O que diria disso Paulo Freire? Como aplicar o conceito dele em casos bizarros como esses? Como é que alguém vai fazer uma boa leitura do mundo se nem conhece esse mundo? Pois chegamos ao eSocial, o genial programa criado pelo governo para o cadastramento dos empregados domésticos. Posto no ar poucos dias antes do vencimento da primeira guia de arrecadação sob a nova legislação, o site não funciona. Milhares de pessoas perderam horas e horas diante do computador para tentar fazer o bendito cadastro e gerar a não menos bendita guia. Dia após dia, autoridades fiscais, do alto da sua sensibilidade e também do alto do seu conhecimento de mundo, insistiam em dizer que o prazo não seria prorrogado. Usuários contumazes de óleo de peroba da mais alta qualidade, alguns tiveram a suprema sensibilidade de dizer que, ainda que o sistema se estabilizasse só na quarta ou na quinta-feira, não haveria adiamento (que acabou acontecendo aos 49 do segundo tempo –alguém se rendeu à realidade real!!!). Que leitura se faz da leitura de mundo dessas criaturas? Moleza: esses lígneos senhores (também) acham que somos vagabundos, que não temos nada para fazer etc. Se as "otoridades" pensassem de outra maneira, saberiam que as estradas, os hospitais, os transportes, as ruas, as calçadas, as escolas, as polícias etc. que nos dão fazem do nosso dia a dia um inacreditável inferno e entenderiam de imediato que essa tortura já basta. A cegueira é tanta que eles não enxergam o desgaste que o ridículo episódio lhes causa. A leitura de mundo deles é outra. Somos mesmo vagabundos, incuráveis vagabundos. É isso.
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Sogra de chefão da F-1 é libertada na Grande SP após 9 dias de sequestro
A polícia de São Paulo libertou no início da noite deste domingo (31) a sogra de Bernie Ecclestone, o inglês todo-poderoso da F-1, que estava sequestrada havia nove dias. O resgate não foi pago. Aparecida Schunck, 67, era mantida em um imóvel em Cotia, na Grande SP. Dois homens foram presos no local, e um terceiro integrante, que seria o chefe do grupo, ainda está sendo procurado. Os criminosos pediam resgate de R$ 120 milhões, que precisariam ser entregues em quatro pacotes de dinheiro vivo –o primeiro pedido teria sido acima desse valor. Mãe da brasileira Fabiana Flosi, 38, casada com Ecclestone, 85, Aparecida foi sequestrada na noite de 22 de julho, em Interlagos, na zona sul. Os sequestradores tocaram a campainha da casa se passando por entregadores de móveis. Como a família aguardava uma entrega, a própria Aparecida abriu a porta de casa, quando foi rendida. Eles fugiram em dois carros: o Fiesta da sequestrada e um segundo carro, que acabou sendo decisivo para a localização dos criminosos. Segundo um integrante da investigação, apenas com base nos números finais da placa do carro, a polícia passou a fazer uma busca por exclusão. Checaram o cadastro de veículos e imagens de câmeras de rua até identificar a possível rota naquele dia –a cidade de Cotia. Enquanto isso, os bandidos mantinham contato com a família apenas por e-mail. A primeira mensagem teria sido um texto longo e bem escrito, mas, com o passar dos dias, os criminosos passaram a mandar textos curtos e até com xingamentos à polícia. A polícia descobriu o local do cativeiro no final da semana passada, quando passou a monitorar o local, até a ação por volta das 18h40 deste domingo. Aparecida foi encontrada em bom estado de saúde –ela não estava amarrada. "Peço para os bandidos não sequestrarem ninguém em São Paulo porque eles serão presos", disse ela, em rápida declaração ao chegar à Polícia Civil, em São Paulo. Durante todo o período do sequestro, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) recebia relatórios diários com informações sobre o andamento das investigações. Nos últimos anos, segundo estatísticas da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o número de casos de sequestro tem caído. De 2012, quando houve 43 crimes desse tipo, até 2015, quando a pasta registrou 33 sequestros, a redução foi de 23%. Na noite deste domingo, a delegada Elisabete Sato, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), criticou veículos de imprensa que divulgaram o sequestro antes de sua conclusão. "Isso atrapalhou sobremaneira as investigações." A Folha acompanhou o desenrolar desse sequestro desde o início, mas nada divulgou em respeito às normas do "Manual da Redação". O jornal pode decidir omitir uma informação se ela colocar em risco a segurança pública, uma pessoa ou uma empresa. A divulgação é feita somente com a autorização dos familiares das vítimas ou após a conclusão do caso. Fabiana e Ecclestone moram em Londres. Os dois se conheceram em 2009, quando ela trabalhava na organização do GP do Brasil. Um ano depois, Ecclestone se separou de maneira ruidosa da ex-mulher, a ex-modelo croata Slavica Radic, com quem viveu por 25 anos. Ele teve que pagar R$ 1,7 bilhão a ela. Pouco depois da separação, Fabiana deixou o Brasil e, em 2012, casou-se com Ecclestone em uma cerimônia em Gstaad, na Suíça. Aparecida Palmeira deixou a sede do DHPP por volta da 0h30 desta segunda-feira (8) no carro da família, junto com a filha, Fabiana Flosi, sem falar com a imprensa. O carro foi escoltado por dois veículos com policiais. Os dois presos Victor Oliveira Amorim, 19, procurado por furto e David Vicente de Azevedo, 23, foram levados para o IML (Instituto Médico Legal) para exame de corpo delito durante a madrugada e, depois, eles foram conduzidos a carceragem do 2º DP em Bom Retiro. Azevedo estava com a perna quebrada e, segundo a polícia, em decorrência de um tombo de moto dias antes. SEQUESTROS EM SÃO PAULO Nos últimos anos, segundo estatísticas da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o número de casos de sequestro tem caído. De 2012, quando houve 43 crimes desse tipo, até 2015, quando a pasta registrou 33 sequestros, a redução foi de 23%. No primeiro semestre deste ano, a tendência de queda na prática desses crimes parece estar mantida. Foram 14 casos até o fim de junho de 2016 –número inferior aos 17 sequestros registrados no primeiro semestre de 2015. Sequestro e cárcere privado - Por Estado, em 2013 Sequestro e cárcere privado - Total, por ano Colaboraram LEANDRO MACHADO, RODRIGO RUSSO e SIDNEY GONÇALVES DO CARMO
cotidiano
Sogra de chefão da F-1 é libertada na Grande SP após 9 dias de sequestroA polícia de São Paulo libertou no início da noite deste domingo (31) a sogra de Bernie Ecclestone, o inglês todo-poderoso da F-1, que estava sequestrada havia nove dias. O resgate não foi pago. Aparecida Schunck, 67, era mantida em um imóvel em Cotia, na Grande SP. Dois homens foram presos no local, e um terceiro integrante, que seria o chefe do grupo, ainda está sendo procurado. Os criminosos pediam resgate de R$ 120 milhões, que precisariam ser entregues em quatro pacotes de dinheiro vivo –o primeiro pedido teria sido acima desse valor. Mãe da brasileira Fabiana Flosi, 38, casada com Ecclestone, 85, Aparecida foi sequestrada na noite de 22 de julho, em Interlagos, na zona sul. Os sequestradores tocaram a campainha da casa se passando por entregadores de móveis. Como a família aguardava uma entrega, a própria Aparecida abriu a porta de casa, quando foi rendida. Eles fugiram em dois carros: o Fiesta da sequestrada e um segundo carro, que acabou sendo decisivo para a localização dos criminosos. Segundo um integrante da investigação, apenas com base nos números finais da placa do carro, a polícia passou a fazer uma busca por exclusão. Checaram o cadastro de veículos e imagens de câmeras de rua até identificar a possível rota naquele dia –a cidade de Cotia. Enquanto isso, os bandidos mantinham contato com a família apenas por e-mail. A primeira mensagem teria sido um texto longo e bem escrito, mas, com o passar dos dias, os criminosos passaram a mandar textos curtos e até com xingamentos à polícia. A polícia descobriu o local do cativeiro no final da semana passada, quando passou a monitorar o local, até a ação por volta das 18h40 deste domingo. Aparecida foi encontrada em bom estado de saúde –ela não estava amarrada. "Peço para os bandidos não sequestrarem ninguém em São Paulo porque eles serão presos", disse ela, em rápida declaração ao chegar à Polícia Civil, em São Paulo. Durante todo o período do sequestro, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) recebia relatórios diários com informações sobre o andamento das investigações. Nos últimos anos, segundo estatísticas da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o número de casos de sequestro tem caído. De 2012, quando houve 43 crimes desse tipo, até 2015, quando a pasta registrou 33 sequestros, a redução foi de 23%. Na noite deste domingo, a delegada Elisabete Sato, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), criticou veículos de imprensa que divulgaram o sequestro antes de sua conclusão. "Isso atrapalhou sobremaneira as investigações." A Folha acompanhou o desenrolar desse sequestro desde o início, mas nada divulgou em respeito às normas do "Manual da Redação". O jornal pode decidir omitir uma informação se ela colocar em risco a segurança pública, uma pessoa ou uma empresa. A divulgação é feita somente com a autorização dos familiares das vítimas ou após a conclusão do caso. Fabiana e Ecclestone moram em Londres. Os dois se conheceram em 2009, quando ela trabalhava na organização do GP do Brasil. Um ano depois, Ecclestone se separou de maneira ruidosa da ex-mulher, a ex-modelo croata Slavica Radic, com quem viveu por 25 anos. Ele teve que pagar R$ 1,7 bilhão a ela. Pouco depois da separação, Fabiana deixou o Brasil e, em 2012, casou-se com Ecclestone em uma cerimônia em Gstaad, na Suíça. Aparecida Palmeira deixou a sede do DHPP por volta da 0h30 desta segunda-feira (8) no carro da família, junto com a filha, Fabiana Flosi, sem falar com a imprensa. O carro foi escoltado por dois veículos com policiais. Os dois presos Victor Oliveira Amorim, 19, procurado por furto e David Vicente de Azevedo, 23, foram levados para o IML (Instituto Médico Legal) para exame de corpo delito durante a madrugada e, depois, eles foram conduzidos a carceragem do 2º DP em Bom Retiro. Azevedo estava com a perna quebrada e, segundo a polícia, em decorrência de um tombo de moto dias antes. SEQUESTROS EM SÃO PAULO Nos últimos anos, segundo estatísticas da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o número de casos de sequestro tem caído. De 2012, quando houve 43 crimes desse tipo, até 2015, quando a pasta registrou 33 sequestros, a redução foi de 23%. No primeiro semestre deste ano, a tendência de queda na prática desses crimes parece estar mantida. Foram 14 casos até o fim de junho de 2016 –número inferior aos 17 sequestros registrados no primeiro semestre de 2015. Sequestro e cárcere privado - Por Estado, em 2013 Sequestro e cárcere privado - Total, por ano Colaboraram LEANDRO MACHADO, RODRIGO RUSSO e SIDNEY GONÇALVES DO CARMO
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Financiamento das medidas para limitar o aquecimento global divide conferência do clima
A Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-21) começou em Paris com promessas dos líderes mundiais sobre a redução dos gases que provocam o efeito estufa. Mas ainda há muitas divergências sobre como dividir os custos para limitar o aquecimento global, neste século, a 2º C em relação à temperatura média no período anterior à Revolução Industrial. Os desafios são enormes. Cientistas e ambientalistas alertam para as consequências catastróficas se nada for feito. Segundo um perito da Greenpeace em políticas climáticas, "vivemos num novo mundo em que todos os países têm de fazer o máximo para limitar as emissões de gases que provocam o efeito estufa, mas também é necessária uma decisão sobre o objetivo a longo prazo de eliminar o carvão, o petróleo e o gás para que, em 2050, 100% da energia produzida seja de fontes renováveis. Há 50% de hipóteses de alcançarmos isso".
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Financiamento das medidas para limitar o aquecimento global divide conferência do climaA Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-21) começou em Paris com promessas dos líderes mundiais sobre a redução dos gases que provocam o efeito estufa. Mas ainda há muitas divergências sobre como dividir os custos para limitar o aquecimento global, neste século, a 2º C em relação à temperatura média no período anterior à Revolução Industrial. Os desafios são enormes. Cientistas e ambientalistas alertam para as consequências catastróficas se nada for feito. Segundo um perito da Greenpeace em políticas climáticas, "vivemos num novo mundo em que todos os países têm de fazer o máximo para limitar as emissões de gases que provocam o efeito estufa, mas também é necessária uma decisão sobre o objetivo a longo prazo de eliminar o carvão, o petróleo e o gás para que, em 2050, 100% da energia produzida seja de fontes renováveis. Há 50% de hipóteses de alcançarmos isso".
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Ataque em hospital de Nova York deixa feridos e ao menos um morto
Um ataque deixou seis pessoas feridas e uma morta no hospital libanês Mount Hope, no Bronx, ao norte da ilha de Manhattan, nesta sexta-feira (30). De acordo com a polícia, o atirador era médico e um ex-funcionário da instituição, identificado como Henry Bello. Ele carregava um rifle e teria se suicidado após o ataque. Cinco pessoas estão em estado grave. Segundo um funcionário do Corpo de Bombeiros, pelo menos três das vítimas são médicos que trabalham no estabelecimento. Segundo o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, os feridos graves estão "lutando por suas vidas". Numa transmissão de rádio, a polícia descreveu o autor dos disparos como um homem alto e magro, que vestia camisa azul e uma bata branca de laboratório. O incidente ocorreu por volta das 15h (horário local, 16h em Brasília) e os tiros teriam sido disparados nos 16º e 17º andares do hospital. Uma mulher que estava no hospital para fazer exames de rotina descreveu as cenas de pânico. "Escutamos que havia alguém fazendo disparos. Houve pânico, todo mundo tinha muito medo", explicou a jovem, que se identificou como Maya. Pelo Twitter, a polícia de Nova York pediu que a área do Bronx Lebanon Hospital fosse evitada. Imagens de televisão mostram o hospital cercado por viaturas da polícia. O FBI anunciou que, até o momento, não vê ligação do caso com o terrorismo. O hospital tem 120 anos, cerca de mil leitos e é um dos mais movimentados da cidade de Nova York.
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Ataque em hospital de Nova York deixa feridos e ao menos um mortoUm ataque deixou seis pessoas feridas e uma morta no hospital libanês Mount Hope, no Bronx, ao norte da ilha de Manhattan, nesta sexta-feira (30). De acordo com a polícia, o atirador era médico e um ex-funcionário da instituição, identificado como Henry Bello. Ele carregava um rifle e teria se suicidado após o ataque. Cinco pessoas estão em estado grave. Segundo um funcionário do Corpo de Bombeiros, pelo menos três das vítimas são médicos que trabalham no estabelecimento. Segundo o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, os feridos graves estão "lutando por suas vidas". Numa transmissão de rádio, a polícia descreveu o autor dos disparos como um homem alto e magro, que vestia camisa azul e uma bata branca de laboratório. O incidente ocorreu por volta das 15h (horário local, 16h em Brasília) e os tiros teriam sido disparados nos 16º e 17º andares do hospital. Uma mulher que estava no hospital para fazer exames de rotina descreveu as cenas de pânico. "Escutamos que havia alguém fazendo disparos. Houve pânico, todo mundo tinha muito medo", explicou a jovem, que se identificou como Maya. Pelo Twitter, a polícia de Nova York pediu que a área do Bronx Lebanon Hospital fosse evitada. Imagens de televisão mostram o hospital cercado por viaturas da polícia. O FBI anunciou que, até o momento, não vê ligação do caso com o terrorismo. O hospital tem 120 anos, cerca de mil leitos e é um dos mais movimentados da cidade de Nova York.
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Veja quem se dá bem com aposentadoria por idade
Embora ajude a antecipar a aposentadoria integral em alguns casos, a fórmula 85/95 nem sempre é a mais vantajosa para o trabalhador. Donas de casa e autônomos, por exemplo, podem ter mais vantagem na aposentadoria por idade. Esse tipo de benefício é bom para quem começou a contribuir mais tarde, ficou longos períodos sem pagar o INSS ou trabalhou muito tempo na informalidade. Para ter direito a esse benefício, é preciso ter, no mínimo, 60 anos de idade, para mulheres, e 65 anos, para homens. Quem escolhe se aposentar por idade recebe 70% do valor da média salarial mais 1% para cada ano de contribuição. São exigidos, no mínimo, 15 anos. Quanto mais tempo de contribuição, maior será o benefício que o segurado vai receber. Por isso, quem já atingiu a idade mínima e está próximo de completar 30 ou 35 anos de contribuição não precisa esperar para conseguir o benefício integral pelo 85/95. <div>Pedidos de aposentadoria por tempo de contribuição</div> - Em mil Uma mulher de 60 anos e 25 de contribuição vai receber 95% da sua média salarial se escolher a aposentadoria por idade. Ou seja, se sua média de salários for de R$ 2.500, ela vai receber R$ 2.375. A diferença no benefício é de R$ 125. "Ela terá que esperar cinco anos para poder usar o fator 85/95. Não vale a pena, pois a diferença não é tão grande e ela ficará mais todo esse tempo sem receber a aposentadoria e contribuindo ao INSS", explica o advogado Luiz Felipe Veríssimo, do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários). Um homem de 65 anos e 30 anos de contribuição já pode garantir o benefício integral com a aposentadoria por idade. A partir dos 34 anos de contribuição, ele consegue, inclusive, aumentar o valor que receberá, pois o fator previdenciário é maior do que 1. INSS DEVE DAR O MELHOR BENEFÍCIO Na hora de pedir a aposentadoria,o segurado deve ficar atento para saber se seus direitos são respeitados. "É obrigação do INSS conceder o benefício que for mais vantajoso para o trabalhador", explica o advogado Luiz Veríssimo. O instituto irá analisar se o segurado cumpre as exigências para cada tipo de aposentadoria, seja por idade ou por tempo de contribuição, e irá conceder a melhor. aposentadoria AUMENTO DA MÉDIA DE IDADE Os trabalhadores aposentados pela nova fórmula 85/95 têm idade média quatro anos maior que a dos que pediram o benefício com o fator previdenciário. De julho a dezembro de 2015, a idade média dos homens que garantiram o benefício integral com o 85/95 é de 60 anos, ante 56 anos dos que tiveram o cálculo com o fator. As informações foram levantadas pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a pedido do "Agora". Os dados revelam que o 85/95 foi aplicado em 46% das 89.210 aposentadorias por tempo de contribuição concedidas até dezembro. A fórmula entrou em vigor em 18 de junho, mas o cálculo do instituto foi feito a partir de julho. <div>Pedidos de aposentadoria por tempo de contribuição</div> - Em mil
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Veja quem se dá bem com aposentadoria por idadeEmbora ajude a antecipar a aposentadoria integral em alguns casos, a fórmula 85/95 nem sempre é a mais vantajosa para o trabalhador. Donas de casa e autônomos, por exemplo, podem ter mais vantagem na aposentadoria por idade. Esse tipo de benefício é bom para quem começou a contribuir mais tarde, ficou longos períodos sem pagar o INSS ou trabalhou muito tempo na informalidade. Para ter direito a esse benefício, é preciso ter, no mínimo, 60 anos de idade, para mulheres, e 65 anos, para homens. Quem escolhe se aposentar por idade recebe 70% do valor da média salarial mais 1% para cada ano de contribuição. São exigidos, no mínimo, 15 anos. Quanto mais tempo de contribuição, maior será o benefício que o segurado vai receber. Por isso, quem já atingiu a idade mínima e está próximo de completar 30 ou 35 anos de contribuição não precisa esperar para conseguir o benefício integral pelo 85/95. <div>Pedidos de aposentadoria por tempo de contribuição</div> - Em mil Uma mulher de 60 anos e 25 de contribuição vai receber 95% da sua média salarial se escolher a aposentadoria por idade. Ou seja, se sua média de salários for de R$ 2.500, ela vai receber R$ 2.375. A diferença no benefício é de R$ 125. "Ela terá que esperar cinco anos para poder usar o fator 85/95. Não vale a pena, pois a diferença não é tão grande e ela ficará mais todo esse tempo sem receber a aposentadoria e contribuindo ao INSS", explica o advogado Luiz Felipe Veríssimo, do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários). Um homem de 65 anos e 30 anos de contribuição já pode garantir o benefício integral com a aposentadoria por idade. A partir dos 34 anos de contribuição, ele consegue, inclusive, aumentar o valor que receberá, pois o fator previdenciário é maior do que 1. INSS DEVE DAR O MELHOR BENEFÍCIO Na hora de pedir a aposentadoria,o segurado deve ficar atento para saber se seus direitos são respeitados. "É obrigação do INSS conceder o benefício que for mais vantajoso para o trabalhador", explica o advogado Luiz Veríssimo. O instituto irá analisar se o segurado cumpre as exigências para cada tipo de aposentadoria, seja por idade ou por tempo de contribuição, e irá conceder a melhor. aposentadoria AUMENTO DA MÉDIA DE IDADE Os trabalhadores aposentados pela nova fórmula 85/95 têm idade média quatro anos maior que a dos que pediram o benefício com o fator previdenciário. De julho a dezembro de 2015, a idade média dos homens que garantiram o benefício integral com o 85/95 é de 60 anos, ante 56 anos dos que tiveram o cálculo com o fator. As informações foram levantadas pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a pedido do "Agora". Os dados revelam que o 85/95 foi aplicado em 46% das 89.210 aposentadorias por tempo de contribuição concedidas até dezembro. A fórmula entrou em vigor em 18 de junho, mas o cálculo do instituto foi feito a partir de julho. <div>Pedidos de aposentadoria por tempo de contribuição</div> - Em mil
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Bruno Soares avança de fase na chave de duplas mistas na Austrália
O brasileiro Bruno Soares está na semifinal da chave de duplas mistas do Aberto da Austrália. Ao lado da indiana Sania Mirza, ele derrotou o dueto formado por Casey Dellacqua e John Peers, ambos da Austrália, por 2 sets a 0, com duplo 6/2, em 53 minutos de partida. Os dois tenistas ainda aguardam os adversários da próxima fase. A francesa Kristina Mladenovic e o canadense Daniel Nestor enfrentam Cara Black, do Zimbábue, e Juan Sebastian Cabal, da Colômbia. A dupla Soares/Mirza é cabeça de chave número 1 do torneio.
esporte
Bruno Soares avança de fase na chave de duplas mistas na AustráliaO brasileiro Bruno Soares está na semifinal da chave de duplas mistas do Aberto da Austrália. Ao lado da indiana Sania Mirza, ele derrotou o dueto formado por Casey Dellacqua e John Peers, ambos da Austrália, por 2 sets a 0, com duplo 6/2, em 53 minutos de partida. Os dois tenistas ainda aguardam os adversários da próxima fase. A francesa Kristina Mladenovic e o canadense Daniel Nestor enfrentam Cara Black, do Zimbábue, e Juan Sebastian Cabal, da Colômbia. A dupla Soares/Mirza é cabeça de chave número 1 do torneio.
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Sem delação, Cabral pode pegar mais de 44 anos de prisão, acredita defesa
Os advogados de Sérgio Cabral calculam que, caso não vingue acordo de delação premiada dele com a Justiça, o ex-governador do Rio poderá ser condenado a mais de 44 anos de prisão. Leia a coluna completa aqui.
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Sem delação, Cabral pode pegar mais de 44 anos de prisão, acredita defesaOs advogados de Sérgio Cabral calculam que, caso não vingue acordo de delação premiada dele com a Justiça, o ex-governador do Rio poderá ser condenado a mais de 44 anos de prisão. Leia a coluna completa aqui.
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Sócio-torcedor compra a maioria dos ingressos do Palmeiras no Pacaembu
O Palmeiras terá que sediar seus jogos contra Red Bull Brasil nesta quinta-feira (24) e contra o Rio Claro (31) na próxima semana no Pacaembu, já que seu estádio, o Allianz Parque, receberá shows das bandas Maroon 5 (dias 17 e 19 de março) e Iron Maiden (26). Mesmo com a mudança de endereço, os sócios-torcedores do clube seguem sendo maioria no estádio. Dos 11 mil ingressos vendidos até esta terça-feira (22), quando foi divulgada a última parcial do clube, 80% foram adquiridos por membros do programa Avanti do Palmeiras. Historicamente, desde a inauguração do Allianz Parque, os sócios-torcedores palmeirenses têm encarado com naturalidade a eventual mudança de endereço por conta de shows e outros eventos. Em 2015, o time fez duas partidas pelo Brasileiro no Pacaembu. Na vitória por 3 a 2 diante do Grêmio, 61% do público foi formado por sócios-torcedores, ao passo que na derrota de 2 a 0 para o Sport, chegou a 62%. Em 2016, diante do São Bento (2 a 2), a porcentagem foi ainda maior: 66%. Entre outros fatores, essa assiduidade dos sócios-torcedores se explica pelo interesse em acumular pontos no programa, o chamado "rating", adquirindo assim vantagens, sendo a principal delas a prioridade na compra de ingressos. Em 2016, o rating ganhou importância com a participação do time na Libertadores, o que tem gerado um aumento de interessados em bilhetes. Em 2015, a média de sócios-torcedores em jogos do Palmeiras como mandante foi de aproximadamente 65%. Os números são da FutebolCard, empresa que controla o Avanti e a gestão de venda de ingressos de jogos do clube.
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Sócio-torcedor compra a maioria dos ingressos do Palmeiras no PacaembuO Palmeiras terá que sediar seus jogos contra Red Bull Brasil nesta quinta-feira (24) e contra o Rio Claro (31) na próxima semana no Pacaembu, já que seu estádio, o Allianz Parque, receberá shows das bandas Maroon 5 (dias 17 e 19 de março) e Iron Maiden (26). Mesmo com a mudança de endereço, os sócios-torcedores do clube seguem sendo maioria no estádio. Dos 11 mil ingressos vendidos até esta terça-feira (22), quando foi divulgada a última parcial do clube, 80% foram adquiridos por membros do programa Avanti do Palmeiras. Historicamente, desde a inauguração do Allianz Parque, os sócios-torcedores palmeirenses têm encarado com naturalidade a eventual mudança de endereço por conta de shows e outros eventos. Em 2015, o time fez duas partidas pelo Brasileiro no Pacaembu. Na vitória por 3 a 2 diante do Grêmio, 61% do público foi formado por sócios-torcedores, ao passo que na derrota de 2 a 0 para o Sport, chegou a 62%. Em 2016, diante do São Bento (2 a 2), a porcentagem foi ainda maior: 66%. Entre outros fatores, essa assiduidade dos sócios-torcedores se explica pelo interesse em acumular pontos no programa, o chamado "rating", adquirindo assim vantagens, sendo a principal delas a prioridade na compra de ingressos. Em 2016, o rating ganhou importância com a participação do time na Libertadores, o que tem gerado um aumento de interessados em bilhetes. Em 2015, a média de sócios-torcedores em jogos do Palmeiras como mandante foi de aproximadamente 65%. Os números são da FutebolCard, empresa que controla o Avanti e a gestão de venda de ingressos de jogos do clube.
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Rio 2016 Organization Says R$ 200 Million Is Necessary to Avoid Deficit
CAMILA MATTOSO SPECIAL ENVOY TO RIO On Thursday, August 18, the Rio 2016 Olympic Committee admitted that it will need public funds to prevent the event from having losses. In a press conference, the agency's communication director, Mario Andrada, said that the funds will be used in the Paralympic Games. There was an injunction in force that ruled against the Olympic Games' organizers receiving any type of government funds before the total revenues and expenses are made transparent. The decision was revoked on Wednesday, August 17. "The accounts of the Rio 2016 Olympics are public. In the end, the Rio Olympic Games will have cost half of the London Olympics. We are showing that it is possible to do it," said Andrada. Andrada also said that if the event ended today, the amount necessary to avoid a deficit would be approximately R$ 200 million (US$ 62.5 million). Before the beginning of the event, the interim administration of Michel Temer announced that it would help with a collaboration of R$ 270 million (US$ 84.3 million) to the Olympic Games. The way that the money would be transferred, however, was not announced. The Olympic Committee repeated several times that it took pride in the fact that it did not need government funds. Despite that, the International Olympic Committee (IOC) demanded the Brazilian government to give guarantees that it would cover possible deficits of the Organizing Committee. The Olympic Act law authorized the federal government to cover the deficit – which was revoked last year. Rio de Janeiro's local and state governments also gave the same guarantee. On Thursday, Andrada said that "it would have been better to produce the Paralympic Games without public funds, but we are not transferring funds from other areas." Translated by THOMAS MUELLO Read the article in the original language +Latest news in English *Spectators Make a Joke Out of Protest Ban at Olympics *American Website Exposes Gay Athletes at Olympics and Receives Media Backlash *Highway Patrolman Assigned to Olympics Is Shot in Rio
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Rio 2016 Organization Says R$ 200 Million Is Necessary to Avoid Deficit CAMILA MATTOSO SPECIAL ENVOY TO RIO On Thursday, August 18, the Rio 2016 Olympic Committee admitted that it will need public funds to prevent the event from having losses. In a press conference, the agency's communication director, Mario Andrada, said that the funds will be used in the Paralympic Games. There was an injunction in force that ruled against the Olympic Games' organizers receiving any type of government funds before the total revenues and expenses are made transparent. The decision was revoked on Wednesday, August 17. "The accounts of the Rio 2016 Olympics are public. In the end, the Rio Olympic Games will have cost half of the London Olympics. We are showing that it is possible to do it," said Andrada. Andrada also said that if the event ended today, the amount necessary to avoid a deficit would be approximately R$ 200 million (US$ 62.5 million). Before the beginning of the event, the interim administration of Michel Temer announced that it would help with a collaboration of R$ 270 million (US$ 84.3 million) to the Olympic Games. The way that the money would be transferred, however, was not announced. The Olympic Committee repeated several times that it took pride in the fact that it did not need government funds. Despite that, the International Olympic Committee (IOC) demanded the Brazilian government to give guarantees that it would cover possible deficits of the Organizing Committee. The Olympic Act law authorized the federal government to cover the deficit – which was revoked last year. Rio de Janeiro's local and state governments also gave the same guarantee. On Thursday, Andrada said that "it would have been better to produce the Paralympic Games without public funds, but we are not transferring funds from other areas." Translated by THOMAS MUELLO Read the article in the original language +Latest news in English *Spectators Make a Joke Out of Protest Ban at Olympics *American Website Exposes Gay Athletes at Olympics and Receives Media Backlash *Highway Patrolman Assigned to Olympics Is Shot in Rio
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Palmeiras apresenta o meia Robinho, ex-Coritiba, 16º reforço para 2015
O contrato do meia Robinho com o Palmeiras, enfim, foi assinado - tem quatro anos de duração. Após a resolução de um conflito entre investidores e o Coritiba, ex-clube do jogador, o Palmeiras fez sua 16ª apresentação de reforço nesta temporada. E ele chegou garantindo que 2015 não terá o mesmo sofrimento do ano que passou. "Não é possível que esse ano seja pior que o ano passado. Isso já é o começo... Tenho certeza que esse ano vai ser diferente, vamos buscar títulos, vamos buscar a Libertadores", comentou o novo número 27 do time, que recebeu o uniforme das mãos do presidente Paulo Nobre após o tradicional pedido para que honre muito a camisa. "Quando eu comecei a ver o elenco, vi que ia brigar por títulos. Contratou o Gabriel, o Zé... Tem o Valdivia, o Prass... Vi que contrataram jogadores novos que estão crescendo, como o Vitor Hugo, o Andrei, João Paulo, Lucas. Falei: ah, tenho que ir para lá também", contou o armador, que treina no clube desde a semana passada e deve ser testado no amistoso contra o Red Bull, domingo (25), no Allianz Parque. Segundo Robinho, o ídolo palmeirense Alex, com quem jogou no Coritiba nos últimos anos, foi uma das pessoas consultadas antes do acordo ser sacramentado. "Eu conversei muito com o Alex e com o Keirrison, e o Palmeiras é o Palmeiras. Todo jogador sonha em jogar em grandes clubes. Na hora fiquei empolgado para vir. O Alex falou que era um ótimo clube, falou que eu ia me dar bem pelo estilo de jogo. O Deivid (auxiliar técnico do Coritiba) sempre falava do Oswaldo, que é um grande treinador e que eu tinha que trabalhar com ele para evoluir, porque ele gosta muito de posse de bola", diz o reforço, que se apresentou como um cérebro. "Não faço muito gol, vocês vão ver durante o ano, mas eu sou um cara que dá muita assistência. Posso ser considerado um cérebro, um organizador", afirmou. Editoria de Arte/Folhapress
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Palmeiras apresenta o meia Robinho, ex-Coritiba, 16º reforço para 2015O contrato do meia Robinho com o Palmeiras, enfim, foi assinado - tem quatro anos de duração. Após a resolução de um conflito entre investidores e o Coritiba, ex-clube do jogador, o Palmeiras fez sua 16ª apresentação de reforço nesta temporada. E ele chegou garantindo que 2015 não terá o mesmo sofrimento do ano que passou. "Não é possível que esse ano seja pior que o ano passado. Isso já é o começo... Tenho certeza que esse ano vai ser diferente, vamos buscar títulos, vamos buscar a Libertadores", comentou o novo número 27 do time, que recebeu o uniforme das mãos do presidente Paulo Nobre após o tradicional pedido para que honre muito a camisa. "Quando eu comecei a ver o elenco, vi que ia brigar por títulos. Contratou o Gabriel, o Zé... Tem o Valdivia, o Prass... Vi que contrataram jogadores novos que estão crescendo, como o Vitor Hugo, o Andrei, João Paulo, Lucas. Falei: ah, tenho que ir para lá também", contou o armador, que treina no clube desde a semana passada e deve ser testado no amistoso contra o Red Bull, domingo (25), no Allianz Parque. Segundo Robinho, o ídolo palmeirense Alex, com quem jogou no Coritiba nos últimos anos, foi uma das pessoas consultadas antes do acordo ser sacramentado. "Eu conversei muito com o Alex e com o Keirrison, e o Palmeiras é o Palmeiras. Todo jogador sonha em jogar em grandes clubes. Na hora fiquei empolgado para vir. O Alex falou que era um ótimo clube, falou que eu ia me dar bem pelo estilo de jogo. O Deivid (auxiliar técnico do Coritiba) sempre falava do Oswaldo, que é um grande treinador e que eu tinha que trabalhar com ele para evoluir, porque ele gosta muito de posse de bola", diz o reforço, que se apresentou como um cérebro. "Não faço muito gol, vocês vão ver durante o ano, mas eu sou um cara que dá muita assistência. Posso ser considerado um cérebro, um organizador", afirmou. Editoria de Arte/Folhapress
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Veja os lançamentos da área jurídica em destaque nesta semana
A Folha seleciona semanalmente sugestões de livros jurídicos. Confira os destaques: * CONTROLE JUDICIAL DE UMA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA COMPLEXA Autor: Eduardo Jordão Editora: Malheiros/ (11) 3078-7205 Quanto: R$ 150 (693 págs.) Com o subtítulo "a experiência estrangeira na adaptação da intensidade do controle", a obra busca identificar o grau de intervenção judicial na administração, a partir da análise séria e cuidadosa da prática de quatro países (França, Itália, Estados Unidos e Canadá). LIBERDADE DE IMPRENSA E A MEDIAÇÃO ESTATAL Autor: Marcos Duque Gadelho Junior Editora: Atlas/ (11) 5080-0770 Quanto: R$ 71 (288 págs.) O autor analisa os contornos da proteção jurídica à liberdade de informação jornalística. Propõe uma concepção atual de censura em regimes democráticos. Recorre à análise comparada (decisões judiciais nos EUA), bem como à doutrina e à jurisprudência nacional. RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PAIS PELOS ATOS ILÍCITOS DOS FILHOS CAPAZES Autor: Gustavo Henrique de Oliveira Editora: Juruá/ (41) 4009-3900 Quanto: R$ 69,90 (248 págs.) O autor constrói o fundamento da responsabilização civil com base em uma análise das mudanças no sistema jurídico, bem como da persistência da condição de dependência econômica de filhos. OS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS E O PROCESSO CIVIL Autor: Luis Fernando Guerrero Editora: Atlas/ (11) 5080-0770 Quanto: R$ 65 (216 págs.) O trabalho sustenta que a sistemática do processo civil e do conceito de ação devam incorporar os mecanismos alternativos para solução de controvérsias. O autor investiga a natureza jurídica de tais métodos e apresenta uma visão crítica interessante sobre o tema.
cotidiano
Veja os lançamentos da área jurídica em destaque nesta semanaA Folha seleciona semanalmente sugestões de livros jurídicos. Confira os destaques: * CONTROLE JUDICIAL DE UMA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA COMPLEXA Autor: Eduardo Jordão Editora: Malheiros/ (11) 3078-7205 Quanto: R$ 150 (693 págs.) Com o subtítulo "a experiência estrangeira na adaptação da intensidade do controle", a obra busca identificar o grau de intervenção judicial na administração, a partir da análise séria e cuidadosa da prática de quatro países (França, Itália, Estados Unidos e Canadá). LIBERDADE DE IMPRENSA E A MEDIAÇÃO ESTATAL Autor: Marcos Duque Gadelho Junior Editora: Atlas/ (11) 5080-0770 Quanto: R$ 71 (288 págs.) O autor analisa os contornos da proteção jurídica à liberdade de informação jornalística. Propõe uma concepção atual de censura em regimes democráticos. Recorre à análise comparada (decisões judiciais nos EUA), bem como à doutrina e à jurisprudência nacional. RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PAIS PELOS ATOS ILÍCITOS DOS FILHOS CAPAZES Autor: Gustavo Henrique de Oliveira Editora: Juruá/ (41) 4009-3900 Quanto: R$ 69,90 (248 págs.) O autor constrói o fundamento da responsabilização civil com base em uma análise das mudanças no sistema jurídico, bem como da persistência da condição de dependência econômica de filhos. OS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS E O PROCESSO CIVIL Autor: Luis Fernando Guerrero Editora: Atlas/ (11) 5080-0770 Quanto: R$ 65 (216 págs.) O trabalho sustenta que a sistemática do processo civil e do conceito de ação devam incorporar os mecanismos alternativos para solução de controvérsias. O autor investiga a natureza jurídica de tais métodos e apresenta uma visão crítica interessante sobre o tema.
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Desemprego nacional sobe para 9% no trimestre terminado em outubro
A taxa de desemprego no Brasil foi de 9% entre agosto e outubro do ano passado, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua divulgados nesta sexta-feira (15) pelo IBGE. Trata-se do décimo aumento consecutivo e a pior taxa da série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2012. O resultado veio em linha com o centro das estimativas de economistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg, que viam o desemprego a 9%. No mesmo período de 2014, a taxa de desemprego estava 6,6%, bem abaixo da atual. Já nos três meses encerrados em julho do ano passado, a taxa era de 8,6%, de acordo com os números da pesquisa. Taxa de desocupação - Por trimestre móvel, em % Com a economia em recessão, o aumento da busca por postos de trabalho tem sido um dos combustíveis da piora da taxa de desemprego. O mercado de trabalho não gera vagas para absorver esse contingente. A força de trabalho (que inclui pessoas empregadas ou procurando emprego) cresceu em 2,2 milhões de pessoas de agosto a outubro, frente ao mesmo período de 2014, alta de 2,2%. O motivo foi a maior procura por vagas. A fila do desemprego conta agora, desta forma, com 9,1 milhões de pessoas. Houve um aumento expressivo de 38,3% na comparação a mesmo período de 2014 e de 5,3% em relação ao três meses que terminaram em julho. Foram assim 2,5 milhões a mais de pessoas procurando emprego no trimestre, frente ao mesmo período de 2014. É a maior variação da série histórica da pesquisa. Ao mesmo tempo, o número de empregados (ocupados) recuou em 258 mil pessoas no trimestre fechado em outubro, na comparação com o mesmo período de 2014. Trata-se de uma queda de de 0,3%, considerada estabilidade pelo IBGE. A taxa de desemprego só não foi ainda pior porque muitos dos trabalhadores que têm perdido emprego com carteira estão se reinserindo no mercado em trabalhos autônomos, chamados de conta própria. Segundo os dados da pesquisa, 1,2 milhão de trabalhadores perderam o emprego com carteira assinada no trimestre móvel findo em outubro, frente ao mesmo período de 2014. Trata-se de uma queda de 3,2%. Simultaneamente, o número de pessoas dedicadas ao trabalho por conta própria —que não possui empregado ou auxiliar remunerado— teve um incremento de 4,2% sobre o período de agosto a outubro de 2014, 913 mil a mais. SETORES O pior resultado veio da indústria, um dos setores mais afetados pela crise na economia. Houve queda de 5,6% no pessoal ocupado no setor, frente ao mesmo período de 2014. São 751 mil pessoas a menos empregadas. Nessa mesma base de comparação, encolheram os empregos na agricultura (-1,6%) e num abrangente grupo de serviços (-4%) que inclui informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias. Rendimento médio real, em R$ Além do aumento do desemprego, houve queda no rendimento dos trabalhadores. A renda foi de R$ 1.895 no trimestre móvel terminado em outubro, uma queda de 1% frente ao mesmo período de 2014. Quando comparado ao rendimento do trimestre encerrado em julho do ano passado, o rendimento apresentou uma queda de 0,7%, segundo os dados da pesquisa, que visita residência nas quatro regiões do país. A Pnad Contínua é a pesquisa mais abrangente de emprego do IBGE. Ela vai substituir a PME (Pesquisa Mensal de Emprego), que tem sua última coleta prevista para fevereiro, com divulgação dos dados em março. A Pnad Contínua visita cerca de 211 mil domicílios no país ao longo do trimestre, com aproximadamente 2 mil entrevistadores envolvidos todos os meses.
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Desemprego nacional sobe para 9% no trimestre terminado em outubroA taxa de desemprego no Brasil foi de 9% entre agosto e outubro do ano passado, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua divulgados nesta sexta-feira (15) pelo IBGE. Trata-se do décimo aumento consecutivo e a pior taxa da série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2012. O resultado veio em linha com o centro das estimativas de economistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg, que viam o desemprego a 9%. No mesmo período de 2014, a taxa de desemprego estava 6,6%, bem abaixo da atual. Já nos três meses encerrados em julho do ano passado, a taxa era de 8,6%, de acordo com os números da pesquisa. Taxa de desocupação - Por trimestre móvel, em % Com a economia em recessão, o aumento da busca por postos de trabalho tem sido um dos combustíveis da piora da taxa de desemprego. O mercado de trabalho não gera vagas para absorver esse contingente. A força de trabalho (que inclui pessoas empregadas ou procurando emprego) cresceu em 2,2 milhões de pessoas de agosto a outubro, frente ao mesmo período de 2014, alta de 2,2%. O motivo foi a maior procura por vagas. A fila do desemprego conta agora, desta forma, com 9,1 milhões de pessoas. Houve um aumento expressivo de 38,3% na comparação a mesmo período de 2014 e de 5,3% em relação ao três meses que terminaram em julho. Foram assim 2,5 milhões a mais de pessoas procurando emprego no trimestre, frente ao mesmo período de 2014. É a maior variação da série histórica da pesquisa. Ao mesmo tempo, o número de empregados (ocupados) recuou em 258 mil pessoas no trimestre fechado em outubro, na comparação com o mesmo período de 2014. Trata-se de uma queda de de 0,3%, considerada estabilidade pelo IBGE. A taxa de desemprego só não foi ainda pior porque muitos dos trabalhadores que têm perdido emprego com carteira estão se reinserindo no mercado em trabalhos autônomos, chamados de conta própria. Segundo os dados da pesquisa, 1,2 milhão de trabalhadores perderam o emprego com carteira assinada no trimestre móvel findo em outubro, frente ao mesmo período de 2014. Trata-se de uma queda de 3,2%. Simultaneamente, o número de pessoas dedicadas ao trabalho por conta própria —que não possui empregado ou auxiliar remunerado— teve um incremento de 4,2% sobre o período de agosto a outubro de 2014, 913 mil a mais. SETORES O pior resultado veio da indústria, um dos setores mais afetados pela crise na economia. Houve queda de 5,6% no pessoal ocupado no setor, frente ao mesmo período de 2014. São 751 mil pessoas a menos empregadas. Nessa mesma base de comparação, encolheram os empregos na agricultura (-1,6%) e num abrangente grupo de serviços (-4%) que inclui informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias. Rendimento médio real, em R$ Além do aumento do desemprego, houve queda no rendimento dos trabalhadores. A renda foi de R$ 1.895 no trimestre móvel terminado em outubro, uma queda de 1% frente ao mesmo período de 2014. Quando comparado ao rendimento do trimestre encerrado em julho do ano passado, o rendimento apresentou uma queda de 0,7%, segundo os dados da pesquisa, que visita residência nas quatro regiões do país. A Pnad Contínua é a pesquisa mais abrangente de emprego do IBGE. Ela vai substituir a PME (Pesquisa Mensal de Emprego), que tem sua última coleta prevista para fevereiro, com divulgação dos dados em março. A Pnad Contínua visita cerca de 211 mil domicílios no país ao longo do trimestre, com aproximadamente 2 mil entrevistadores envolvidos todos os meses.
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De que adianta votar?
Votar está se tornando inútil como instrumento para determinar que políticas o grupo eleito deverá seguir. É triste, mas abundam exemplos. O do Brasil é particularmente escandaloso: Dilma Rousseff nem esperou iniciar o segundo mandato para praticar cenas explícitas de estelionato eleitoral. Pior ainda é o caso da Grécia, em que o desacato ao eleitor foi imposto de fora para dentro. Recordemos: o Syriza (Coligação de Esquerda Radical) foi eleito com base em uma campanha clara contra o "austericídio" imposto ao país pela chamada "troika" (União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu). O que o eleitorado grego aprovou os interventores externos desaprovaram: sob ameaça de sufocar de uma vez o país já esfrangalhado, exigiram que Alexis Tsipras, o novo primeiro-ministro, pedisse água, na forma de uma prorrogação do esquema de resgate, exatamente aquele que o eleitorado rejeitara. Ante a fuga de depósitos que ameaçava afundar o sistema bancário grego e, consequentemente, gerar uma depressão apocalíptica, Tsipras cedeu. Cedeu menos do que parece pela leitura dos jornais e pelas críticas da própria esquerda do Syriza ao acordo, mas cedeu. O que é ainda mais cruel nessa história é que acabou passando a impressão de que a esquerda vitoriosa é a responsável pela crise grega, uma grossa inverdade. Seus líderes, antes mesmo de constituírem uma aliança em 2004, sempre criticaram os governos dos partidos conservador e socialista. Foram esses partidos, com sua irresponsabilidade, política de compadrio, corrupção e relaxamento na cobrança de impostos dos mais ricos, que levaram a Grécia à beira do abismo, o que se tornou evidente quando estourou a crise de 2008. Foram esses mesmos partidos que, em seguida, empurraram o país para o abismo definitivo, ao aceitarem o "austericídio", que provocou uma contração de 25% da economia grega em cinco anos. Na carta às "instituições" (nome agora dado à odiada "troika"), o Syriza tratou superficialmente das medidas prometidas na campanha para amenizar a catástrofe social. E assim mesmo com a garantia de que "a luta contra a crise humanitária não terá efeitos negativos no plano fiscal". Ou seja, garante o sacrossanto superávit primário (receitas menos despesas, excluídos juros da dívida), faltando apenas pôr os números exatos que ele terá. Mas, na carta, há um dado que até o conservador jornal alemão "Die Zeit" considera esperançoso: "O novo governo quer reconstruir o que foi minado na base: um Estado que funcione realmente". Ou seja, um Estado que de fato cobre impostos, que modernize o fisco e que, conforme prometido, transforme "a luta contra a corrupção em prioridade nacional". Reconstruir o Estado é a única maneira de a Grécia de fato se reerguer, o que deveria ser recebido com entusiasmo pela Europa, em vez das críticas que se seguiram. Depois se queixam de que os eleitores estão dando as costas aos partidos tradicionais.
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De que adianta votar?Votar está se tornando inútil como instrumento para determinar que políticas o grupo eleito deverá seguir. É triste, mas abundam exemplos. O do Brasil é particularmente escandaloso: Dilma Rousseff nem esperou iniciar o segundo mandato para praticar cenas explícitas de estelionato eleitoral. Pior ainda é o caso da Grécia, em que o desacato ao eleitor foi imposto de fora para dentro. Recordemos: o Syriza (Coligação de Esquerda Radical) foi eleito com base em uma campanha clara contra o "austericídio" imposto ao país pela chamada "troika" (União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu). O que o eleitorado grego aprovou os interventores externos desaprovaram: sob ameaça de sufocar de uma vez o país já esfrangalhado, exigiram que Alexis Tsipras, o novo primeiro-ministro, pedisse água, na forma de uma prorrogação do esquema de resgate, exatamente aquele que o eleitorado rejeitara. Ante a fuga de depósitos que ameaçava afundar o sistema bancário grego e, consequentemente, gerar uma depressão apocalíptica, Tsipras cedeu. Cedeu menos do que parece pela leitura dos jornais e pelas críticas da própria esquerda do Syriza ao acordo, mas cedeu. O que é ainda mais cruel nessa história é que acabou passando a impressão de que a esquerda vitoriosa é a responsável pela crise grega, uma grossa inverdade. Seus líderes, antes mesmo de constituírem uma aliança em 2004, sempre criticaram os governos dos partidos conservador e socialista. Foram esses partidos, com sua irresponsabilidade, política de compadrio, corrupção e relaxamento na cobrança de impostos dos mais ricos, que levaram a Grécia à beira do abismo, o que se tornou evidente quando estourou a crise de 2008. Foram esses mesmos partidos que, em seguida, empurraram o país para o abismo definitivo, ao aceitarem o "austericídio", que provocou uma contração de 25% da economia grega em cinco anos. Na carta às "instituições" (nome agora dado à odiada "troika"), o Syriza tratou superficialmente das medidas prometidas na campanha para amenizar a catástrofe social. E assim mesmo com a garantia de que "a luta contra a crise humanitária não terá efeitos negativos no plano fiscal". Ou seja, garante o sacrossanto superávit primário (receitas menos despesas, excluídos juros da dívida), faltando apenas pôr os números exatos que ele terá. Mas, na carta, há um dado que até o conservador jornal alemão "Die Zeit" considera esperançoso: "O novo governo quer reconstruir o que foi minado na base: um Estado que funcione realmente". Ou seja, um Estado que de fato cobre impostos, que modernize o fisco e que, conforme prometido, transforme "a luta contra a corrupção em prioridade nacional". Reconstruir o Estado é a única maneira de a Grécia de fato se reerguer, o que deveria ser recebido com entusiasmo pela Europa, em vez das críticas que se seguiram. Depois se queixam de que os eleitores estão dando as costas aos partidos tradicionais.
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EUA e aliados realizam 25 ataques aéreos contra EI no Iraque e na Síria
Uma coalizão liderada pelos Estados Unidos bombardeou militantes do Estado Islâmico nesta sexta-feira (11), com 22 ataques aéreos no Iraque e três na Síria, de acordo com um comunicado divulgado neste sábado (12). No Iraque, os ataques aéreos perto de Tuz, Kirkuk, Ramadi, Mosul e outros locais atingiram unidades táticas e posições de combate, bem como destruíram veículos, prédios e armas pertencentes ao grupo militante, disse o comunicado da Força-Tarefa Combinada Conjunta. Na Síria, dois ataques aéreos alvejaram pontos de coleta de óleo cru do Estado Islâmico perto de Abu Kamal, enquanto um ataque atingiu um veículo Estado Islâmico perto de Al Hasakah, disse o comunicado.
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EUA e aliados realizam 25 ataques aéreos contra EI no Iraque e na SíriaUma coalizão liderada pelos Estados Unidos bombardeou militantes do Estado Islâmico nesta sexta-feira (11), com 22 ataques aéreos no Iraque e três na Síria, de acordo com um comunicado divulgado neste sábado (12). No Iraque, os ataques aéreos perto de Tuz, Kirkuk, Ramadi, Mosul e outros locais atingiram unidades táticas e posições de combate, bem como destruíram veículos, prédios e armas pertencentes ao grupo militante, disse o comunicado da Força-Tarefa Combinada Conjunta. Na Síria, dois ataques aéreos alvejaram pontos de coleta de óleo cru do Estado Islâmico perto de Abu Kamal, enquanto um ataque atingiu um veículo Estado Islâmico perto de Al Hasakah, disse o comunicado.
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Especialistas defendem atuação feminina na política para anular machismo
A participação das mulheres na política e nos movimentos sociais é fundamental para combater o machismo e a cultura do estupro no Brasil, defendem neste vídeo a cientista social e militante feminista Cris Lustosa e o professor de ciências sociais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Paulo Niccoli Ramirez. Cris, que criou o projeto Desabafa dentro do movimento Mulheres de Impacto, e Ramirez, que estuda a violência na sociedade brasileira, discutiram sobre o preconceito que atribui à mulher a culpa pelo estupro, sobre o fato de que 60% dos estupros são cometidos por pessoas conhecidas e sobre a importância do debate e da educação para prevenir a violência e dar igualdade de poder às mulheres.
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Especialistas defendem atuação feminina na política para anular machismoA participação das mulheres na política e nos movimentos sociais é fundamental para combater o machismo e a cultura do estupro no Brasil, defendem neste vídeo a cientista social e militante feminista Cris Lustosa e o professor de ciências sociais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Paulo Niccoli Ramirez. Cris, que criou o projeto Desabafa dentro do movimento Mulheres de Impacto, e Ramirez, que estuda a violência na sociedade brasileira, discutiram sobre o preconceito que atribui à mulher a culpa pelo estupro, sobre o fato de que 60% dos estupros são cometidos por pessoas conhecidas e sobre a importância do debate e da educação para prevenir a violência e dar igualdade de poder às mulheres.
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BC europeu mantém juros e define que compra de ativos continua até março
O BCE (Banco Central Europeu) manteve nesta quinta-feira (8) sua política monetária e deixou as taxas de juros em patamares mínimos históricos. A autoridade monetária também prometeu continuar com as compras mensais de ativos de € 80 bilhões até março, pelo menos. Ao manter a taxa de depósito em território negativo e imprimir dinheiro a um ritmo recorde, o BCE espera reanimar a inflação e o crescimento em uma região afetada por quase uma década de problemas e crises econômicas. Mas suas medidas não testadas e, muitas vezes, não convencionais e controversas ainda são consideradas insuficientes, então a expectativa é de que o BCE forneça ainda mais estímulo antes do final do ano, já que os governos têm fracassado há anos em fazer sua parte para impulsionar o crescimento. O BCE manteve a taxa de depósito em -0,4%, cobrando dos bancos o dinheiro no overnight, e deixou a taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, em 0%. Também manteve março como data final para suas compras de ativos com a ressalva de que o esquema pode ser prorrogado se a inflação não estiver se recuperando. Repetindo sua orientação futura usual, o BCE acrescentou que os juros permanecerão no nível atual ou mais baixo por um período prolongado, postura que pretende assegurar aos investidores que qualquer reversão nos juros está a muitos anos de distância.
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BC europeu mantém juros e define que compra de ativos continua até marçoO BCE (Banco Central Europeu) manteve nesta quinta-feira (8) sua política monetária e deixou as taxas de juros em patamares mínimos históricos. A autoridade monetária também prometeu continuar com as compras mensais de ativos de € 80 bilhões até março, pelo menos. Ao manter a taxa de depósito em território negativo e imprimir dinheiro a um ritmo recorde, o BCE espera reanimar a inflação e o crescimento em uma região afetada por quase uma década de problemas e crises econômicas. Mas suas medidas não testadas e, muitas vezes, não convencionais e controversas ainda são consideradas insuficientes, então a expectativa é de que o BCE forneça ainda mais estímulo antes do final do ano, já que os governos têm fracassado há anos em fazer sua parte para impulsionar o crescimento. O BCE manteve a taxa de depósito em -0,4%, cobrando dos bancos o dinheiro no overnight, e deixou a taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, em 0%. Também manteve março como data final para suas compras de ativos com a ressalva de que o esquema pode ser prorrogado se a inflação não estiver se recuperando. Repetindo sua orientação futura usual, o BCE acrescentou que os juros permanecerão no nível atual ou mais baixo por um período prolongado, postura que pretende assegurar aos investidores que qualquer reversão nos juros está a muitos anos de distância.
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Brasileiro 'Boi Neon' ganha prêmio especial em mostra paralela de Veneza
O filme brasileiro "Boi Neon", de Gabriel Mascaro, ganhou o prêmio especial do júri na mostra Horizontes, sessão competitiva paralela do Festival de Cinema de Veneza. A menção é a segunda mais importante desta sessão, na qual o vencedor foi "Free In Deed", de Jake Mahaffy. "É muito difícil estar aqui. Sei que toda a equipe está feliz e que todos fizeram parte disso", afirmou Mascaro, ao receber o prêmio. "Boi Neon" traz Juliano Cazarré no papel de um vaqueiro do interior do sertão que nutre o desejo de ser costureiro. Maeve Jinkings e Vinicius de Oliveira também estão no elenco. Em entrevista à Folha, Mascaro afirmou que buscou retratar o Nordeste para além dos clichês que costumam acompanhar narrativas sobre a região. "Eu não buscava o Brasil das tradições, mas o que mudou economicamente e modificou as relações humanas", comentou o diretor pernambucano. "Não queria o Nordeste do cinema novo, aquele da fome, da miséria." Outro filme nacional, "Mate-me Por Favor", de Anita Rocha da Silveira, também concorria nesta mostra, mas não levou prêmios, tampouco o curta brasileiro ""Tarântula", de Aly Muritiba e Marja Calafanje.
ilustrada
Brasileiro 'Boi Neon' ganha prêmio especial em mostra paralela de VenezaO filme brasileiro "Boi Neon", de Gabriel Mascaro, ganhou o prêmio especial do júri na mostra Horizontes, sessão competitiva paralela do Festival de Cinema de Veneza. A menção é a segunda mais importante desta sessão, na qual o vencedor foi "Free In Deed", de Jake Mahaffy. "É muito difícil estar aqui. Sei que toda a equipe está feliz e que todos fizeram parte disso", afirmou Mascaro, ao receber o prêmio. "Boi Neon" traz Juliano Cazarré no papel de um vaqueiro do interior do sertão que nutre o desejo de ser costureiro. Maeve Jinkings e Vinicius de Oliveira também estão no elenco. Em entrevista à Folha, Mascaro afirmou que buscou retratar o Nordeste para além dos clichês que costumam acompanhar narrativas sobre a região. "Eu não buscava o Brasil das tradições, mas o que mudou economicamente e modificou as relações humanas", comentou o diretor pernambucano. "Não queria o Nordeste do cinema novo, aquele da fome, da miséria." Outro filme nacional, "Mate-me Por Favor", de Anita Rocha da Silveira, também concorria nesta mostra, mas não levou prêmios, tampouco o curta brasileiro ""Tarântula", de Aly Muritiba e Marja Calafanje.
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Usiminas dá aval a socorro de R$ 1 bilhão para evitar recuperação judicial
O conselho de administração da Usiminas aprovou nesta quinta-feira (12) a recomendação de um aumento de capital de R$ 1 bilhão para evitar a recuperação judicial da siderúrgica mineira. O aumento de capital é aberto a todos os sócios, mas a Nippon Steel se comprometeu a injetar os recursos se os demais não quiserem. A proposta será votada na próxima assembleia de acionistas, em data a ser definida, em razão da exigência dos japoneses para o investimento. Eles querem que os bancos credores congelem a dívida de curto prazo da empresa por 90 dias e renegociem os débitos de longo prazo. A Usiminas não tem caixa para pagar as dívidas. Só neste mês vencem R$ 455 milhões. No ano, será R$ 1,5 bilhão. A dívida bruta total é de R$ 7,9 bilhões, concentrada no Banco do Brasil, no BNDES e no japonês JBIC. Segundo a Folha apurou, os bancos já estavam dispostos a conceder mais prazo se houvesse um aumento de capital, mas pediam que os sócios injetassem R$ 4 bilhões. As negociações entre empresa e os bancos vão continuar. Para aprovar o aumento de capital, os conselheiros ignoraram o acordo de acionistas, que prevê que os principais sócios –Nippon e Ternium– precisam de consenso antes de qualquer votação, o que não ocorreu. As duas empresas brigam há anos pelo comando da companhia. A proposta dos japoneses foi aprovada por 7 votos a 3, com apoio da Nippon e dos minoritários. Os conselheiros decidiram ignorar o acordo de acionistas em razão da crítica situação da empresa. A Ternium votou contra a proposta, porque preferia que os sócios injetassem R$ 500 milhões e o restante viesse do caixa da subsidiária Mineração Usiminas (Musa). A Musa possui R$ 1,3 bilhão em caixa. A Usiminas detém 70% da empresa, mas os sócios japoneses da Sumitomo não liberaram o dinheiro. A Sumitomo informou ao mercado que só vai avaliar a ajuda após a injeção de capital da Nippon. Os dois grupos japoneses são próximos. Segundo a Folha apurou, a Ternium não pretende recorrer da decisão do conselho, apesar do rompimento do acordo de acionistas. Os ítalo-argentinos vão defender sua proposta na assembleia de acionistas. Eles argumentam que haverá forte diluição dos minoritários. As ações da Usiminas estão dividas entre Nippon (29,45%), Ternium (27,66%), Previdência Usiminas (6,75%) e o mercado (36,14%). Executivos ligados à Ternium e à Nippon negam que o aumento de capital altere o acordo de acionistas, que concede poderes iguais às duas empresas, mas a situação é nebulosa. LIMINAR A CSN, que também é sócia da Usiminas, pediu liminar para impedir a aprovação do investimento pelo conselho, mas não conseguiu. A siderúrgica não vota nas assembleias da Usiminas por determinação do Cade, que regula a concorrência e vê conflito de interesses. A CSN deve pedir ao órgão que abra uma exceção na próxima assembleia de acionistas, por causa da diluição dos minoritários, mas a chance de vitória é pequena.
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Usiminas dá aval a socorro de R$ 1 bilhão para evitar recuperação judicialO conselho de administração da Usiminas aprovou nesta quinta-feira (12) a recomendação de um aumento de capital de R$ 1 bilhão para evitar a recuperação judicial da siderúrgica mineira. O aumento de capital é aberto a todos os sócios, mas a Nippon Steel se comprometeu a injetar os recursos se os demais não quiserem. A proposta será votada na próxima assembleia de acionistas, em data a ser definida, em razão da exigência dos japoneses para o investimento. Eles querem que os bancos credores congelem a dívida de curto prazo da empresa por 90 dias e renegociem os débitos de longo prazo. A Usiminas não tem caixa para pagar as dívidas. Só neste mês vencem R$ 455 milhões. No ano, será R$ 1,5 bilhão. A dívida bruta total é de R$ 7,9 bilhões, concentrada no Banco do Brasil, no BNDES e no japonês JBIC. Segundo a Folha apurou, os bancos já estavam dispostos a conceder mais prazo se houvesse um aumento de capital, mas pediam que os sócios injetassem R$ 4 bilhões. As negociações entre empresa e os bancos vão continuar. Para aprovar o aumento de capital, os conselheiros ignoraram o acordo de acionistas, que prevê que os principais sócios –Nippon e Ternium– precisam de consenso antes de qualquer votação, o que não ocorreu. As duas empresas brigam há anos pelo comando da companhia. A proposta dos japoneses foi aprovada por 7 votos a 3, com apoio da Nippon e dos minoritários. Os conselheiros decidiram ignorar o acordo de acionistas em razão da crítica situação da empresa. A Ternium votou contra a proposta, porque preferia que os sócios injetassem R$ 500 milhões e o restante viesse do caixa da subsidiária Mineração Usiminas (Musa). A Musa possui R$ 1,3 bilhão em caixa. A Usiminas detém 70% da empresa, mas os sócios japoneses da Sumitomo não liberaram o dinheiro. A Sumitomo informou ao mercado que só vai avaliar a ajuda após a injeção de capital da Nippon. Os dois grupos japoneses são próximos. Segundo a Folha apurou, a Ternium não pretende recorrer da decisão do conselho, apesar do rompimento do acordo de acionistas. Os ítalo-argentinos vão defender sua proposta na assembleia de acionistas. Eles argumentam que haverá forte diluição dos minoritários. As ações da Usiminas estão dividas entre Nippon (29,45%), Ternium (27,66%), Previdência Usiminas (6,75%) e o mercado (36,14%). Executivos ligados à Ternium e à Nippon negam que o aumento de capital altere o acordo de acionistas, que concede poderes iguais às duas empresas, mas a situação é nebulosa. LIMINAR A CSN, que também é sócia da Usiminas, pediu liminar para impedir a aprovação do investimento pelo conselho, mas não conseguiu. A siderúrgica não vota nas assembleias da Usiminas por determinação do Cade, que regula a concorrência e vê conflito de interesses. A CSN deve pedir ao órgão que abra uma exceção na próxima assembleia de acionistas, por causa da diluição dos minoritários, mas a chance de vitória é pequena.
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PF faz ações de busca e apreensão contra ex-mulher de Sérgio Cabral
A Polícia Federal cumpriu nesta segunda-feira (8) mandado de busca e apreensão em duas casas de Susana Neves, ex-mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. A suspeita é de ocultação de patrimônio em sítio em Araras (RJ) e São João del Rei (MG). O Ministério Público Federal afirma ter recebido informações de que entre janeiro e fevereiro os imóveis tenham recebido contêineres repletos de obras de arte. Cabral está preso desde novembro em decorrência da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio. Entre os objetos apreendidos está uma camisa do Santos emoldurada e autografada por Pelé. Relógio, móveis e quadros também foram levados por agentes para a Justiça Federal. A Procuradoria suspeita ainda que Neves, prima do senador Aécio Neves (PSDB-MG), tenha recebido R$ 1,2 milhão da empreiteira FW Engenharia, como forma de ocultar suposta propina para o ex-governador. O repasse ocorreu, segundo o MPF, por meio de transferência da empresa Survey Mar e Serviços para a Araras Empreendimentos, de Susana. Metade do que a Survey recebeu da FW entre 2011 e 2013 foi repassado à empresa de consultoria da ex-mulher de Cabral. O nome da ex-mulher de Cabral já havia sido identificado em bilhetes apreendidos na casa de Luiz Carlos Bezerra, apontado como operador financeiro do esquema. O ex-governador é acusado de cobrar 5% de propina por cada contrato de obra no Estado durante a sua gestão (2007-2014). Procurada, a defesa de Susana Neves não se manifestou até a publicação desta reportagem.
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PF faz ações de busca e apreensão contra ex-mulher de Sérgio CabralA Polícia Federal cumpriu nesta segunda-feira (8) mandado de busca e apreensão em duas casas de Susana Neves, ex-mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. A suspeita é de ocultação de patrimônio em sítio em Araras (RJ) e São João del Rei (MG). O Ministério Público Federal afirma ter recebido informações de que entre janeiro e fevereiro os imóveis tenham recebido contêineres repletos de obras de arte. Cabral está preso desde novembro em decorrência da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio. Entre os objetos apreendidos está uma camisa do Santos emoldurada e autografada por Pelé. Relógio, móveis e quadros também foram levados por agentes para a Justiça Federal. A Procuradoria suspeita ainda que Neves, prima do senador Aécio Neves (PSDB-MG), tenha recebido R$ 1,2 milhão da empreiteira FW Engenharia, como forma de ocultar suposta propina para o ex-governador. O repasse ocorreu, segundo o MPF, por meio de transferência da empresa Survey Mar e Serviços para a Araras Empreendimentos, de Susana. Metade do que a Survey recebeu da FW entre 2011 e 2013 foi repassado à empresa de consultoria da ex-mulher de Cabral. O nome da ex-mulher de Cabral já havia sido identificado em bilhetes apreendidos na casa de Luiz Carlos Bezerra, apontado como operador financeiro do esquema. O ex-governador é acusado de cobrar 5% de propina por cada contrato de obra no Estado durante a sua gestão (2007-2014). Procurada, a defesa de Susana Neves não se manifestou até a publicação desta reportagem.
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Governo pagou parcela mínima à ONU antes do discurso de Dilma
Para evitar um constrangimento à presidente Dilma Rousseff, o governo brasileiro quitou uma parcela de US$ 32,1 milhões de sua dívida à ONU na véspera da visita de Dilma a Nova York, onde ela discursou na Assembleia-Geral do órgão, em setembro. A quantia, paga poucos dias antes da viagem presidencial, foi a mínima possível para evitar o risco de o país perder o direito ao voto na Assembleia-Geral. Não seria a primeira vez. O endividamento já levou o Brasil a perder o voto na AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), na Unido (Organização da ONU para o Desenvolvimento Industrial), na CTBTO (Comissão do Tratado de Proibição dos Testes Nucleares) e no TPI (Tribunal Penal Internacional). Neste último, o país teve um constrangimento adicional em dezembro, ao ter que retirar seu candidato a juiz na corte, Leonardo Brant, devido a uma dívida de € 16,6 milhões (R$ 70,4 milhões). Para o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), que fez o requerimento ao governo da relação de dívidas, o país contrai novos débitos com organismos internacionais, apesar da "posição vexatória". "O Brasil continua a aderir a tratados e fazer compromissos que não tem como arcar, como aconteceu com o banco dos Brics, cuja adesão foi aprovada no Congresso em maio deste ano e prevê o aporte de US$ 18 bilhões –dinheiro que ninguém sabe de onde virá", afirmou. O TOP FIVE DAS DÍVIDAS BRASILEIRAS - Maiores débitos com organismos internacionais, em R$ milhões*
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Governo pagou parcela mínima à ONU antes do discurso de DilmaPara evitar um constrangimento à presidente Dilma Rousseff, o governo brasileiro quitou uma parcela de US$ 32,1 milhões de sua dívida à ONU na véspera da visita de Dilma a Nova York, onde ela discursou na Assembleia-Geral do órgão, em setembro. A quantia, paga poucos dias antes da viagem presidencial, foi a mínima possível para evitar o risco de o país perder o direito ao voto na Assembleia-Geral. Não seria a primeira vez. O endividamento já levou o Brasil a perder o voto na AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), na Unido (Organização da ONU para o Desenvolvimento Industrial), na CTBTO (Comissão do Tratado de Proibição dos Testes Nucleares) e no TPI (Tribunal Penal Internacional). Neste último, o país teve um constrangimento adicional em dezembro, ao ter que retirar seu candidato a juiz na corte, Leonardo Brant, devido a uma dívida de € 16,6 milhões (R$ 70,4 milhões). Para o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), que fez o requerimento ao governo da relação de dívidas, o país contrai novos débitos com organismos internacionais, apesar da "posição vexatória". "O Brasil continua a aderir a tratados e fazer compromissos que não tem como arcar, como aconteceu com o banco dos Brics, cuja adesão foi aprovada no Congresso em maio deste ano e prevê o aporte de US$ 18 bilhões –dinheiro que ninguém sabe de onde virá", afirmou. O TOP FIVE DAS DÍVIDAS BRASILEIRAS - Maiores débitos com organismos internacionais, em R$ milhões*
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Rendimento de aposentadoria por doenças graves é isento do IR
Os rendimentos de aposentadoria e reforma recebidos por portadores de diversas moléstias profissionais são isentos do IR. A isenção inclui complemento recebido de entidade privada. A isenção vale a partir do mês da concessão da pensão, aposentadoria ou reforma, se a doença for preexistente ou a aposentadoria ou reforma for por ela motivada; do mês da emissão do laudo pericial que reconhecer a doença, se contraída após a aposentadoria, reforma ou concessão da pensão; e da data em que a doença for contraída, quando identificada no laudo pericial emitido posteriormente à concessão da pensão, aposentadoria ou reforma. Todo o valor recebido é isento. Também são isentos os rendimentos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os recebidos por portadores de moléstia profissional. O valor recebido é informado na linha 07 da ficha Rendimentos isentos e não tributáveis. As doenças que dão isenção são estas: Aids, alienação mental, cardiopatia grave, cegueira, contaminação por radiação, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), doença de Parkinson, esclerose múltipla, espondiloartrose anquilosante, fibrose cística (mucoviscidose), hanseníase, hepatopatia grave, nefropatia grave, neoplasia maligna, tuberculose ativa e paralisia irreversível e incapacitante. Se o contribuinte tiver outras fontes de renda (salário, aluguel etc.), elas deverão ser tributadas. Para isso, devem ser informadas nas fichas referentes a rendimentos recebidos de PJ ou recebidos de PF/exterior, conforme o caso. - 185 - Paguei clínica dentária. Uso o CNPJ ou o CPF? (A.G.). Depende se você contratou a clínica ou o dentista. Verifique isso no recibo ou na nota fiscal. Na ficha Pagamentos efetuados, use código 11 ou 21. Informe nome/razão social, CPF/CNPJ e o valor pago. 186 - Minha mãe recebeu R$ 80 mil. Paguei R$ 95 mil de despesas de cirurgia, médicos e hospital para ela. Ela pode ser minha dependente? Posso deduzir esse gasto? (J.P.S.C.). Não, pois ela recebeu mais de R$ 22.499,13. Você não não pode informar essa despesa. 187 - Minha filha é dependente, com invalidez e recebe benefício do INSS. Tenho de informar esse valor? (E.S.V.). Sim. Informe na linha 07 da ficha Rendimentos isentos e não tributáveis o nome e o CPF dela, a fonte pagadora e o valor recebido no ano. 188 - Em novembro de 2015, vendi casa por R$ 70 mil e paguei R$ 4.758 de IR sobre ganho de capital. Em fevereiro de 2016, comprei apartamento por R$ 180 mil. Como faço para recuperar o valor? (A.C.J.V.). Retifique o cálculo do GCap2015 e informe que usou o valor da venda para comprar outro imóvel em 180 dias. Faça um pedido eletrônico de restituição (Per/Dcomp) pelo programa no site da Receita. 189 - Em 2014, paguei GPS referente a atrasados de 1981 a 1984 para completar tempo de aposentadoria. Posso retificar o IR de 2015 para informar esses valores? (M.C.R.C.). Sim, desde que tenha usado o modelo completo. Deduza apenas as contribuições, sem os acréscimos. 190 - Eu e minha mulher declaramos em separado. Ela fez cirurgia. A nota foi emitida em meu nome, com o CPF dela. Como declaramos? (L.R.L.). Informe a despesa na ficha Pagamentos efetuados (código 21) da declaração dela.
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Rendimento de aposentadoria por doenças graves é isento do IROs rendimentos de aposentadoria e reforma recebidos por portadores de diversas moléstias profissionais são isentos do IR. A isenção inclui complemento recebido de entidade privada. A isenção vale a partir do mês da concessão da pensão, aposentadoria ou reforma, se a doença for preexistente ou a aposentadoria ou reforma for por ela motivada; do mês da emissão do laudo pericial que reconhecer a doença, se contraída após a aposentadoria, reforma ou concessão da pensão; e da data em que a doença for contraída, quando identificada no laudo pericial emitido posteriormente à concessão da pensão, aposentadoria ou reforma. Todo o valor recebido é isento. Também são isentos os rendimentos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os recebidos por portadores de moléstia profissional. O valor recebido é informado na linha 07 da ficha Rendimentos isentos e não tributáveis. As doenças que dão isenção são estas: Aids, alienação mental, cardiopatia grave, cegueira, contaminação por radiação, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), doença de Parkinson, esclerose múltipla, espondiloartrose anquilosante, fibrose cística (mucoviscidose), hanseníase, hepatopatia grave, nefropatia grave, neoplasia maligna, tuberculose ativa e paralisia irreversível e incapacitante. Se o contribuinte tiver outras fontes de renda (salário, aluguel etc.), elas deverão ser tributadas. Para isso, devem ser informadas nas fichas referentes a rendimentos recebidos de PJ ou recebidos de PF/exterior, conforme o caso. - 185 - Paguei clínica dentária. Uso o CNPJ ou o CPF? (A.G.). Depende se você contratou a clínica ou o dentista. Verifique isso no recibo ou na nota fiscal. Na ficha Pagamentos efetuados, use código 11 ou 21. Informe nome/razão social, CPF/CNPJ e o valor pago. 186 - Minha mãe recebeu R$ 80 mil. Paguei R$ 95 mil de despesas de cirurgia, médicos e hospital para ela. Ela pode ser minha dependente? Posso deduzir esse gasto? (J.P.S.C.). Não, pois ela recebeu mais de R$ 22.499,13. Você não não pode informar essa despesa. 187 - Minha filha é dependente, com invalidez e recebe benefício do INSS. Tenho de informar esse valor? (E.S.V.). Sim. Informe na linha 07 da ficha Rendimentos isentos e não tributáveis o nome e o CPF dela, a fonte pagadora e o valor recebido no ano. 188 - Em novembro de 2015, vendi casa por R$ 70 mil e paguei R$ 4.758 de IR sobre ganho de capital. Em fevereiro de 2016, comprei apartamento por R$ 180 mil. Como faço para recuperar o valor? (A.C.J.V.). Retifique o cálculo do GCap2015 e informe que usou o valor da venda para comprar outro imóvel em 180 dias. Faça um pedido eletrônico de restituição (Per/Dcomp) pelo programa no site da Receita. 189 - Em 2014, paguei GPS referente a atrasados de 1981 a 1984 para completar tempo de aposentadoria. Posso retificar o IR de 2015 para informar esses valores? (M.C.R.C.). Sim, desde que tenha usado o modelo completo. Deduza apenas as contribuições, sem os acréscimos. 190 - Eu e minha mulher declaramos em separado. Ela fez cirurgia. A nota foi emitida em meu nome, com o CPF dela. Como declaramos? (L.R.L.). Informe a despesa na ficha Pagamentos efetuados (código 21) da declaração dela.
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Falha em equipamento causa atrasos e lotação na linha 2-verde do metrô
Os usuários da linha 2-verde do metrô de São Paulo sofreram nesta quarta-feira (17) com atrasos e lotações nas plataformas por causa de uma falha em um equipamento de via próximo à estação Tamanduateí. O Metrô informou que o problema foi registrado às 6h30, mas que às 10h05 a falha já havia sido corrigida –mais de três horas e meia circulando com velocidade reduzida e maior tempo de parada. A normalização da linha, no entanto, deve levar ainda algumas horas. A falha no equipamento fez com que os trens da linha 2-verde circulassem em uma única via entre as estações Vila Prudente e Alto do Ipiranga –passava apenas um trem por vez em cada sentido. Para evitar tumulto nas plataformas, o Metrô restringiu os acessos nas catracas das estações Vila Prudente e Paraíso e, também, acionou o Paese (plano de emergência). Segundo a SPTrans (empresa de transporte municipal em São Paulo), 12 ônibus foram enviados para atender aos usuários entre as estações Vila Prudente e Alto do Ipiranga. A empresa informou ainda que a solicitação ocorrer às 9h25 e que às 10h20 o Metrô havia suspendido a utilização dos ônibus. As demais linhas do Metrô –linha 3-vermelha, linha 1-azul, linha 5-lilás, linha 4-amarela– funcionam normalmente.
cotidiano
Falha em equipamento causa atrasos e lotação na linha 2-verde do metrôOs usuários da linha 2-verde do metrô de São Paulo sofreram nesta quarta-feira (17) com atrasos e lotações nas plataformas por causa de uma falha em um equipamento de via próximo à estação Tamanduateí. O Metrô informou que o problema foi registrado às 6h30, mas que às 10h05 a falha já havia sido corrigida –mais de três horas e meia circulando com velocidade reduzida e maior tempo de parada. A normalização da linha, no entanto, deve levar ainda algumas horas. A falha no equipamento fez com que os trens da linha 2-verde circulassem em uma única via entre as estações Vila Prudente e Alto do Ipiranga –passava apenas um trem por vez em cada sentido. Para evitar tumulto nas plataformas, o Metrô restringiu os acessos nas catracas das estações Vila Prudente e Paraíso e, também, acionou o Paese (plano de emergência). Segundo a SPTrans (empresa de transporte municipal em São Paulo), 12 ônibus foram enviados para atender aos usuários entre as estações Vila Prudente e Alto do Ipiranga. A empresa informou ainda que a solicitação ocorrer às 9h25 e que às 10h20 o Metrô havia suspendido a utilização dos ônibus. As demais linhas do Metrô –linha 3-vermelha, linha 1-azul, linha 5-lilás, linha 4-amarela– funcionam normalmente.
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Com verba reduzida, festival de teatro Satyrianas investe em peças de rua
Mais pobre e mais pop. O festival Satyrianas ocupa até domingo (22) a praça Roosevelt, no centro de São Paulo, e seus arredores pela 16ª vez –agora com orçamento menor. A programação em espaços fechados foi afetada, dizem os curadores. Eles afirmam que dispuseram de menos recursos para reservar horários em salas da região, mas que o fôlego da festa será mantido nas apresentações de rua. Ainda segundo a organização, o festival conta com R$ 50 mil da prefeitura, mesmo valor do ano passado. A redução de caixa, dizem, foi causada pelo corte integral dos R$ 90 mil que eram destinados pelo Estado, valor de 2014. "Trezentos espetáculos ficaram de fora; mas a programação de rua aumentou; há muita intervenção e performance. Vai ser uma Satyrianas da praça mesmo", diz Rodolfo García Vázquez, organizador da festa e diretor da companhia Os Satyros. Como a adesão de artistas é espontânea e sem cachê (ganha-se basicamente com a bilheteria), o número de atrações não sofreu corte tão significativo. Foram divulgadas para esta edição cerca de 500 atrações nos quatro dias de festival, contra as 600 que fecharam a grade de 2014. Além de leituras e de espetáculos teatrais, entram no balaio batalhas de MCs, sessões de samba com a escola Vai-Vai e gastronomia. Na programação ao ar livre, um destaque é "Arranha Céu", da Cia. Base, com bailarinos suspensos por cordas. O espetáculo será apresentado nesta sexta (20), e no sábado (21), às 17h30, em frente a SP Escola de Teatro. Alguns módulos do evento expandiram até, segundo a organização, e este é o caso do conjunto de peças que vêm de fora do Estado de São Paulo. Pelo perfil "vale tudo", o Satyrianas acabou se tornando similar ao Fringe, mostra paralela do Festival de Curitiba, espécie de vitrine para quem quer ficar mais conhecido. Minas Gerais, nesta edição, tem três representações em destaque, entre elas "Leve Cicatriz", peça cuja sinopse tem traços feministas. A obra de Léo Kildare Louback tem sessão marcada para sábado (21), às 17h, nos Parlapatões. Do Rio vem "Sofia "" 35", direção do piauiense Weslley Fontenele com texto e interpretação de Cleilson Queiroz, sobre uma travesti nordestina, humilhada em ruas, hospitais e igrejas, apesar do Oscar que mantém na estante. De São Paulo, é bom ficar ligado no espetáculo "Monólogos de um Reacionário", texto de Marcio Aquiles e direção de Maurício Paroni de Castro, com atuação de Luisa Renaux e Marcelo Coelho, colunista da Folha. Sessão no domingo (22), às 16h30. Além do orçamento menor, os Satyrianas têm este ano mais uma restrição. Por pressão dos moradores da região, a programação ao ar livre terá de ser interrompida às 22h. No ano passado o limite era 23h, diz Rodolfo. SATYRIANAS QUANDO ininterruptamente, até as 23h59 de dom. (22) ONDE diversos locais; programação em satyrianas.com.br QUANTO (pague quanto puder)
ilustrada
Com verba reduzida, festival de teatro Satyrianas investe em peças de ruaMais pobre e mais pop. O festival Satyrianas ocupa até domingo (22) a praça Roosevelt, no centro de São Paulo, e seus arredores pela 16ª vez –agora com orçamento menor. A programação em espaços fechados foi afetada, dizem os curadores. Eles afirmam que dispuseram de menos recursos para reservar horários em salas da região, mas que o fôlego da festa será mantido nas apresentações de rua. Ainda segundo a organização, o festival conta com R$ 50 mil da prefeitura, mesmo valor do ano passado. A redução de caixa, dizem, foi causada pelo corte integral dos R$ 90 mil que eram destinados pelo Estado, valor de 2014. "Trezentos espetáculos ficaram de fora; mas a programação de rua aumentou; há muita intervenção e performance. Vai ser uma Satyrianas da praça mesmo", diz Rodolfo García Vázquez, organizador da festa e diretor da companhia Os Satyros. Como a adesão de artistas é espontânea e sem cachê (ganha-se basicamente com a bilheteria), o número de atrações não sofreu corte tão significativo. Foram divulgadas para esta edição cerca de 500 atrações nos quatro dias de festival, contra as 600 que fecharam a grade de 2014. Além de leituras e de espetáculos teatrais, entram no balaio batalhas de MCs, sessões de samba com a escola Vai-Vai e gastronomia. Na programação ao ar livre, um destaque é "Arranha Céu", da Cia. Base, com bailarinos suspensos por cordas. O espetáculo será apresentado nesta sexta (20), e no sábado (21), às 17h30, em frente a SP Escola de Teatro. Alguns módulos do evento expandiram até, segundo a organização, e este é o caso do conjunto de peças que vêm de fora do Estado de São Paulo. Pelo perfil "vale tudo", o Satyrianas acabou se tornando similar ao Fringe, mostra paralela do Festival de Curitiba, espécie de vitrine para quem quer ficar mais conhecido. Minas Gerais, nesta edição, tem três representações em destaque, entre elas "Leve Cicatriz", peça cuja sinopse tem traços feministas. A obra de Léo Kildare Louback tem sessão marcada para sábado (21), às 17h, nos Parlapatões. Do Rio vem "Sofia "" 35", direção do piauiense Weslley Fontenele com texto e interpretação de Cleilson Queiroz, sobre uma travesti nordestina, humilhada em ruas, hospitais e igrejas, apesar do Oscar que mantém na estante. De São Paulo, é bom ficar ligado no espetáculo "Monólogos de um Reacionário", texto de Marcio Aquiles e direção de Maurício Paroni de Castro, com atuação de Luisa Renaux e Marcelo Coelho, colunista da Folha. Sessão no domingo (22), às 16h30. Além do orçamento menor, os Satyrianas têm este ano mais uma restrição. Por pressão dos moradores da região, a programação ao ar livre terá de ser interrompida às 22h. No ano passado o limite era 23h, diz Rodolfo. SATYRIANAS QUANDO ininterruptamente, até as 23h59 de dom. (22) ONDE diversos locais; programação em satyrianas.com.br QUANTO (pague quanto puder)
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Festival de Teatro de Curitiba tem maratona com íntegra de 'Ilíada'
Ao meio-dia deste sábado (2), vai ser dada a largada: a atriz Claudete Pereira Jorge sobe ao palco do teatro do Memorial de Curitiba e abre a maratona de solos "Mostra Ilíadahomero", na programação desta 25ª edição do Festival de Teatro. Nada tímido, o projeto apresenta a íntegra da "Ilíada", poema épico de Homero, com seus 15.693 versos. Os 24 cantos da obra descrevem um período de 50 dias no último dos dez anos da Guerra de Tróia. A primeira parte da mostra prossegue até meia-noite, ininterruptamente, com trocas de atores de hora em hora. A encenação é retomada ao meio-dia do domingo (3), para continuar por mais 12 horas seguidas. No elenco, estão 24 atores de Curitiba, entre eles Guta Stresser (canto 9). A direção é do curitibano Octavio Camargo, que começou a idealizar esse projeto homérico em 1999. A tradução para o português é uma espécie de relíquia, assinada pelo maranhense Manoel Odorico Mendes (1799-1864). MOSTRA ILÍADAHOMERO ONDE Memorial de Curitiba; r. Dr. Claudino dos Santos, 79, Curitiba, tel. (41) 3321-3313 QUANDO sáb. (dia 2) e dom. (dia 3) do meio-dia à meia-noite QUANTO R$ 30 CLASSIFICAÇÃO 16 anos
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Festival de Teatro de Curitiba tem maratona com íntegra de 'Ilíada'Ao meio-dia deste sábado (2), vai ser dada a largada: a atriz Claudete Pereira Jorge sobe ao palco do teatro do Memorial de Curitiba e abre a maratona de solos "Mostra Ilíadahomero", na programação desta 25ª edição do Festival de Teatro. Nada tímido, o projeto apresenta a íntegra da "Ilíada", poema épico de Homero, com seus 15.693 versos. Os 24 cantos da obra descrevem um período de 50 dias no último dos dez anos da Guerra de Tróia. A primeira parte da mostra prossegue até meia-noite, ininterruptamente, com trocas de atores de hora em hora. A encenação é retomada ao meio-dia do domingo (3), para continuar por mais 12 horas seguidas. No elenco, estão 24 atores de Curitiba, entre eles Guta Stresser (canto 9). A direção é do curitibano Octavio Camargo, que começou a idealizar esse projeto homérico em 1999. A tradução para o português é uma espécie de relíquia, assinada pelo maranhense Manoel Odorico Mendes (1799-1864). MOSTRA ILÍADAHOMERO ONDE Memorial de Curitiba; r. Dr. Claudino dos Santos, 79, Curitiba, tel. (41) 3321-3313 QUANDO sáb. (dia 2) e dom. (dia 3) do meio-dia à meia-noite QUANTO R$ 30 CLASSIFICAÇÃO 16 anos
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Fachin se diz impedido, e STF fica sem quorum para julgar plano econômico
Mais novo integrante do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Luiz Edson Fachin informou que não vai participar do julgamento dos planos econômicos, um dos principais casos em discussão no tribunal e com impacto potencial bilionário para os bancos brasileiros. A decisão criou um impasse no tribunal. Com a ausência do ministro não haverá quorum para uma definição sobre a ação, que exige no mínimo oito ministros para ser apreciada. Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia já tinham se declarados impedidos para tratar do processo. O STF precisará resolver o impasse porque a composição do plenário, no que diz respeito aos ministros impedidos, pode levar 13 anos para ser alterada. Dentre os ministros impedidos de participar do julgamento, Fux será o primeiro a deixar o tribunal pelo critério de idade, pois a aposentadoria compulsória só ocorre aos 75 anos. Ele deixará o STF em 2028. Cármen Lúcia sairá em 2029. Barroso e Fachin, somente em 2033. Nos próximos dias, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, deve se reunir com os relatores do caso para buscar uma solução. Não há mais previsão no regimento do STF para a convocação de um ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para atuar nesse tipo de situação. Segundo dados do STF, cerca de 973 mil processos em todo o país aguardam uma definição do tribunal sobre o tema. Em ofício enviado ao presidente do STF, Fachin se declarou "suspeito" —condição em que pode se duvidar da imparcialidade do juiz para analisar um caso. O ministro disse que, como advogado, atuou em favor de "inúmeros poupadores" perante o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o próprio STF. Segundo Fachin, "a imparcialidade do juiz" é um pilar fundamental do Estado democrático de Direito, pois interfere no sistema de direitos e garantias fundamentais". Para o ministro, um "observador sensato" não o consideraria um magistrado imparcial neste caso. "Não me parece razoável que venha a participar do julgamento de uma causa cuja solução, num ou noutro sentido, pode significar reflexo econômico a interesses de partes que se assentam em teses favoráveis ou contrárias àquelas que defendi em juízo, as quais podem, ainda que mediatamente, implicar em eventuais honorários de sucesso decorrentes das causas múltiplas que defendi", escreveu o ministro O julgamento do processo no Supremo foi suspenso no ano passado e coloca em questão eventuais perdas de poupadores com a edição de planos econômicos editados no final dos anos 1980 e início dos anos 1990 para debelar a inflação. O STF vai definir se investidores com recursos na caderneta de poupança na implantação dos planos econômicos dos anos 1980 e 1990 têm direito a ressarcimento dos bancos por eventuais perdas. A discussão sobre os planos foi suspensa em 2014. O STF atendeu a pedido do Ministério Público Federal para revisar os ganhos que os bancos tiveram com a edição dos planos. O MPF estimou esse número em R$ 441 bilhões, dado contestado pelo Banco Central e União. Para o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, os ganhos dos bancos com a execução dos planos não passaram de R$ 26 bilhões.
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Fachin se diz impedido, e STF fica sem quorum para julgar plano econômicoMais novo integrante do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Luiz Edson Fachin informou que não vai participar do julgamento dos planos econômicos, um dos principais casos em discussão no tribunal e com impacto potencial bilionário para os bancos brasileiros. A decisão criou um impasse no tribunal. Com a ausência do ministro não haverá quorum para uma definição sobre a ação, que exige no mínimo oito ministros para ser apreciada. Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia já tinham se declarados impedidos para tratar do processo. O STF precisará resolver o impasse porque a composição do plenário, no que diz respeito aos ministros impedidos, pode levar 13 anos para ser alterada. Dentre os ministros impedidos de participar do julgamento, Fux será o primeiro a deixar o tribunal pelo critério de idade, pois a aposentadoria compulsória só ocorre aos 75 anos. Ele deixará o STF em 2028. Cármen Lúcia sairá em 2029. Barroso e Fachin, somente em 2033. Nos próximos dias, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, deve se reunir com os relatores do caso para buscar uma solução. Não há mais previsão no regimento do STF para a convocação de um ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para atuar nesse tipo de situação. Segundo dados do STF, cerca de 973 mil processos em todo o país aguardam uma definição do tribunal sobre o tema. Em ofício enviado ao presidente do STF, Fachin se declarou "suspeito" —condição em que pode se duvidar da imparcialidade do juiz para analisar um caso. O ministro disse que, como advogado, atuou em favor de "inúmeros poupadores" perante o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o próprio STF. Segundo Fachin, "a imparcialidade do juiz" é um pilar fundamental do Estado democrático de Direito, pois interfere no sistema de direitos e garantias fundamentais". Para o ministro, um "observador sensato" não o consideraria um magistrado imparcial neste caso. "Não me parece razoável que venha a participar do julgamento de uma causa cuja solução, num ou noutro sentido, pode significar reflexo econômico a interesses de partes que se assentam em teses favoráveis ou contrárias àquelas que defendi em juízo, as quais podem, ainda que mediatamente, implicar em eventuais honorários de sucesso decorrentes das causas múltiplas que defendi", escreveu o ministro O julgamento do processo no Supremo foi suspenso no ano passado e coloca em questão eventuais perdas de poupadores com a edição de planos econômicos editados no final dos anos 1980 e início dos anos 1990 para debelar a inflação. O STF vai definir se investidores com recursos na caderneta de poupança na implantação dos planos econômicos dos anos 1980 e 1990 têm direito a ressarcimento dos bancos por eventuais perdas. A discussão sobre os planos foi suspensa em 2014. O STF atendeu a pedido do Ministério Público Federal para revisar os ganhos que os bancos tiveram com a edição dos planos. O MPF estimou esse número em R$ 441 bilhões, dado contestado pelo Banco Central e União. Para o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, os ganhos dos bancos com a execução dos planos não passaram de R$ 26 bilhões.
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Europa pode ter surto de vírus da zika nos próximos meses, diz OMS
A OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou para um possível surto do vírus da zika na Europa, à medida que o clima esquenta no continente nos próximos meses, durante o fim da primavera e o início do verão. Na primeira avaliação da ameaça da zika à região, o escritório europeu da OMS classificou o risco em todo o continente entre baixo e moderado. No entanto, em áreas onde já há circulação do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus, o risco fica entre moderado e alto. "A probabilidade de transmissão local do vírus da zika, se não forem tomadas medidas para atenuar a ameaça, é moderada em 18 países europeus e alta em áreas geográficas limitadas: Ilha da Madeira [em Portugal], e na costa nordeste do Mar Negro", declarou o órgão, em comunicado, nesta quarta (18). Entre esses 18 países com risco moderado de surto –o que se deve à presença do mosquito Aedes albopictus, transmissor secundário da doença–, França, Itália e Malta são os mais propensos. Em 36 países, o risco é baixo, muito baixo ou inexistente, afirmou a OMS. ATENÇÃO EM ÁREAS DE RISCO Segundo Zsuzsanna Jakab, diretora regional da OMS para a Europa, o órgão deseja, com esta avaliação de risco, preparar os trabalhos em cada país europeu com base em seu nível de risco. "Pedimos particularmente aos países com alto risco que reforcem suas capacidades nacionais e priorizem as atividades que podem prevenir um grande surto da zika", disse Jakab. Entre as recomendações aos países com maior propensão ao vírus estão a capacitação de profissionais de saúde para detectar precocemente a transmissão; estimular a população a reduzir focos do mosquito; e garantir proteção a pessoas em situação de risco, sobretudo grávidas. Ainda de acordo com a OMS, 79% dos países cobertos pelo braço europeu do órgão teriam boa ou muito boa capacidade de reagir bem e rapidamente a uma possível propagação do vírus. Um grande surto do vírus da zika atingiu diversos países da América Latina, em especial o Brasil, gerando alarme global. O vírus tem sido relacionado a milhares de casos de malformação fetal em bebês de mulheres que foram infectadas enquanto grávidas. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
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Europa pode ter surto de vírus da zika nos próximos meses, diz OMSA OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou para um possível surto do vírus da zika na Europa, à medida que o clima esquenta no continente nos próximos meses, durante o fim da primavera e o início do verão. Na primeira avaliação da ameaça da zika à região, o escritório europeu da OMS classificou o risco em todo o continente entre baixo e moderado. No entanto, em áreas onde já há circulação do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus, o risco fica entre moderado e alto. "A probabilidade de transmissão local do vírus da zika, se não forem tomadas medidas para atenuar a ameaça, é moderada em 18 países europeus e alta em áreas geográficas limitadas: Ilha da Madeira [em Portugal], e na costa nordeste do Mar Negro", declarou o órgão, em comunicado, nesta quarta (18). Entre esses 18 países com risco moderado de surto –o que se deve à presença do mosquito Aedes albopictus, transmissor secundário da doença–, França, Itália e Malta são os mais propensos. Em 36 países, o risco é baixo, muito baixo ou inexistente, afirmou a OMS. ATENÇÃO EM ÁREAS DE RISCO Segundo Zsuzsanna Jakab, diretora regional da OMS para a Europa, o órgão deseja, com esta avaliação de risco, preparar os trabalhos em cada país europeu com base em seu nível de risco. "Pedimos particularmente aos países com alto risco que reforcem suas capacidades nacionais e priorizem as atividades que podem prevenir um grande surto da zika", disse Jakab. Entre as recomendações aos países com maior propensão ao vírus estão a capacitação de profissionais de saúde para detectar precocemente a transmissão; estimular a população a reduzir focos do mosquito; e garantir proteção a pessoas em situação de risco, sobretudo grávidas. Ainda de acordo com a OMS, 79% dos países cobertos pelo braço europeu do órgão teriam boa ou muito boa capacidade de reagir bem e rapidamente a uma possível propagação do vírus. Um grande surto do vírus da zika atingiu diversos países da América Latina, em especial o Brasil, gerando alarme global. O vírus tem sido relacionado a milhares de casos de malformação fetal em bebês de mulheres que foram infectadas enquanto grávidas. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
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Universitários se reúnem em evento de empreendedorismo social no Ceará
Universitários de todo o país vão se encontrar em Fortaleza (CE) para compartilhar seus projetos sociais colocados na prática entre 2015 e 2016 no Campeonato Nacional Enactus, nesta quinta (7) e sexta-feira (8). Diante de uma banca de executivos e acadêmicos, eles apresentarão suas iniciativas, que são baseadas em três pilares voltados a empoderar e solucionar problemas específicos da sociedade: social, econômico e ambiental. A universidade vencedora representará o Brasil no campeonato mundial do setor, este ano, em Toronto, no Canadá. O evento também receberá o I Simpósio Nacional de Empreendedorismo Social Enactus Brasil, que discutirá temas como mobilização social, políticas públicas e educação, responsabilidade socioambiental e a presença da universidade na comunidade na qual está inserida. Campeonato Nacional Enactus - Centro de Eventos do Ceará - avenida Washington Soares, 999, Edson Queiroz, Fortaleza, CE. Qui. (7) e sex. (8): das 9h às 18h30. GRÁTIS
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Universitários se reúnem em evento de empreendedorismo social no CearáUniversitários de todo o país vão se encontrar em Fortaleza (CE) para compartilhar seus projetos sociais colocados na prática entre 2015 e 2016 no Campeonato Nacional Enactus, nesta quinta (7) e sexta-feira (8). Diante de uma banca de executivos e acadêmicos, eles apresentarão suas iniciativas, que são baseadas em três pilares voltados a empoderar e solucionar problemas específicos da sociedade: social, econômico e ambiental. A universidade vencedora representará o Brasil no campeonato mundial do setor, este ano, em Toronto, no Canadá. O evento também receberá o I Simpósio Nacional de Empreendedorismo Social Enactus Brasil, que discutirá temas como mobilização social, políticas públicas e educação, responsabilidade socioambiental e a presença da universidade na comunidade na qual está inserida. Campeonato Nacional Enactus - Centro de Eventos do Ceará - avenida Washington Soares, 999, Edson Queiroz, Fortaleza, CE. Qui. (7) e sex. (8): das 9h às 18h30. GRÁTIS
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'Brexit' elevou venda de jornais no Reino Unido em junho
Fleet Street pode ter ficado dividida quanto ao "brexit", mas há uma coisa sobre a qual todos os jornais parecem estar de acordo: ele foi bom para os negócios. De acordo com o Audit Bureau of Circulation (ABC, escritório de auditoria de circulação), organismo independente que verifica dados de vendas de jornais, o "Times" registrou um aumento de 15% nas vendas em junho, em comparação com o mesmo período do ano passado. "The Guardian" aumentou a média das suas vendas diárias em 3,6%, em junho, em relação a maio. No outro extremo do mercado, "The Sun" aumentou 2,6% no mês. Em todos os títulos houve sinais incentivadores de que o drama político que se desenrolou após a votação do Reino Unido a favor da saída da União Europeia levou a um aumento nas vendas. "The Daily Mirror", que apoiou a campanha pela permanência na UE, foi o único título nacional diário a registrar queda —suas vendas caíram 1,02% em junho, em comparação com maio. Mas os números são bem-vindos pelos donos de jornais do Reino Unido, a quem as notícias mensais da ABC normalmente proporcionam uma leitura desagradável. "Os consumidores se voltam para marcas de confiança —essencialmente a BBC e os jornais opinativos— em tempos de crise ou quando se deseja um comentário mais profundo", disse Douglas McCabe, analista da Enders. "Podemos pensar nas redes sociais e nos debates na TV como os meios de comunicação importantes para o plebiscito, mas, em muitos aspectos, esse foi um acontecimento de jornal." Nos últimos 10 anos, as vendas de jornais caíram de 13 milhões por dia para pouco mais de 7 milhões. O desempenho em junho apenas reduziu essa tendência de longo prazo: 2,7 milhões de exemplares extras foram vendidos no mês passado, em comparação com maio, mas, em relação com esse período do ano passado, as vendas totais de todos os títulos caíram 2%. Nos últimos meses os jornais foram atingidos por uma queda acentuada na receita de publicidade impressa, na medida em que público e anunciantes migram para atores on-line como Facebook e Google. Os números mais recentes da ABC confirmam que os sites de jornais britânicos continuam a crescer a taxas impressionantes —o Mail Online, o maior site de notícias em idioma inglês do mundo, quebrou a barreira dos 15 milhões. Mas as receitas digitais não conseguiram preencher a lacuna deixada pela receita dos impressos. E, para além das cifras de manchete da ABC, subsistem temas desafiadores para os proprietários. Por exemplo, embora a circulação do "Times" em junho tenha aumentado de 371.263 para 433.213 em comparação com o mesmo período do ano passado, vendeu 51 mil cópias mais como parte de contratos de venda massiva com terceiros para distribuir o jornal gratuitamente. De modo semelhante, o "Sun" distribuiu cerca de 100 mil exemplares mais da mesma forma, e as vendas do jornal caíram, na verdade, em 580 mil de um ano para outro. Um porta-voz do "Trinity Mirror" disse: "Para compreender corretamente os movimentos naturais em circulação impressa, é necessário examinar separadamente algumas das atividades utilizadas em todo o mercado, por exemplo, exemplares gratuitos e amplas promoções. Dentro desse contexto os números do 'Mirror' estão alinhados com o resto do mercado e são melhores do que em algumas partes dele". Tradução de DENISE MOTA
mundo
'Brexit' elevou venda de jornais no Reino Unido em junhoFleet Street pode ter ficado dividida quanto ao "brexit", mas há uma coisa sobre a qual todos os jornais parecem estar de acordo: ele foi bom para os negócios. De acordo com o Audit Bureau of Circulation (ABC, escritório de auditoria de circulação), organismo independente que verifica dados de vendas de jornais, o "Times" registrou um aumento de 15% nas vendas em junho, em comparação com o mesmo período do ano passado. "The Guardian" aumentou a média das suas vendas diárias em 3,6%, em junho, em relação a maio. No outro extremo do mercado, "The Sun" aumentou 2,6% no mês. Em todos os títulos houve sinais incentivadores de que o drama político que se desenrolou após a votação do Reino Unido a favor da saída da União Europeia levou a um aumento nas vendas. "The Daily Mirror", que apoiou a campanha pela permanência na UE, foi o único título nacional diário a registrar queda —suas vendas caíram 1,02% em junho, em comparação com maio. Mas os números são bem-vindos pelos donos de jornais do Reino Unido, a quem as notícias mensais da ABC normalmente proporcionam uma leitura desagradável. "Os consumidores se voltam para marcas de confiança —essencialmente a BBC e os jornais opinativos— em tempos de crise ou quando se deseja um comentário mais profundo", disse Douglas McCabe, analista da Enders. "Podemos pensar nas redes sociais e nos debates na TV como os meios de comunicação importantes para o plebiscito, mas, em muitos aspectos, esse foi um acontecimento de jornal." Nos últimos 10 anos, as vendas de jornais caíram de 13 milhões por dia para pouco mais de 7 milhões. O desempenho em junho apenas reduziu essa tendência de longo prazo: 2,7 milhões de exemplares extras foram vendidos no mês passado, em comparação com maio, mas, em relação com esse período do ano passado, as vendas totais de todos os títulos caíram 2%. Nos últimos meses os jornais foram atingidos por uma queda acentuada na receita de publicidade impressa, na medida em que público e anunciantes migram para atores on-line como Facebook e Google. Os números mais recentes da ABC confirmam que os sites de jornais britânicos continuam a crescer a taxas impressionantes —o Mail Online, o maior site de notícias em idioma inglês do mundo, quebrou a barreira dos 15 milhões. Mas as receitas digitais não conseguiram preencher a lacuna deixada pela receita dos impressos. E, para além das cifras de manchete da ABC, subsistem temas desafiadores para os proprietários. Por exemplo, embora a circulação do "Times" em junho tenha aumentado de 371.263 para 433.213 em comparação com o mesmo período do ano passado, vendeu 51 mil cópias mais como parte de contratos de venda massiva com terceiros para distribuir o jornal gratuitamente. De modo semelhante, o "Sun" distribuiu cerca de 100 mil exemplares mais da mesma forma, e as vendas do jornal caíram, na verdade, em 580 mil de um ano para outro. Um porta-voz do "Trinity Mirror" disse: "Para compreender corretamente os movimentos naturais em circulação impressa, é necessário examinar separadamente algumas das atividades utilizadas em todo o mercado, por exemplo, exemplares gratuitos e amplas promoções. Dentro desse contexto os números do 'Mirror' estão alinhados com o resto do mercado e são melhores do que em algumas partes dele". Tradução de DENISE MOTA
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Agência de risco rebaixa nota da União Europeia após saída do Reino Unido
A agência de classificação de riscos Standard & Poor's cortou o rating da União Europeia (UE) nesta quinta-feira, citando preocupações sobre a unidade do bloco após a decisão britânica de deixá-lo, mas uma autoridade da UE disse que o impacto seria mínimo. A S&P cortou a nota de crédito para "AA", ante "AA+", dizendo em comunicado que tinha "reavaliado sua opinião de coesão dentro da UE" e que o bloco pode ter menos flexibilidade orçamentária após a saída britânica. "Projeção de receita, planejamento de capital de longo prazo e ajustes a colchões financeiros essenciais da UE estarão sujeitos a maiores incertezas", informou a agência em comunicado. A S&P informou que a perspectiva para a nota de crédito, no entanto, era estável. Uma autoridade da UE envolvida na política econômica do bloco disse que o rebaixamento de apenas uma agência não deve afetar o bloco porque os investidores levam em consideração a média de todos os ratings, o que significa, na prática, que a UE continua com classificação alta. A autoridade disse que Bruxelas não tinha indicação de que outros rebaixamentos poderiam acontecer.
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Agência de risco rebaixa nota da União Europeia após saída do Reino UnidoA agência de classificação de riscos Standard & Poor's cortou o rating da União Europeia (UE) nesta quinta-feira, citando preocupações sobre a unidade do bloco após a decisão britânica de deixá-lo, mas uma autoridade da UE disse que o impacto seria mínimo. A S&P cortou a nota de crédito para "AA", ante "AA+", dizendo em comunicado que tinha "reavaliado sua opinião de coesão dentro da UE" e que o bloco pode ter menos flexibilidade orçamentária após a saída britânica. "Projeção de receita, planejamento de capital de longo prazo e ajustes a colchões financeiros essenciais da UE estarão sujeitos a maiores incertezas", informou a agência em comunicado. A S&P informou que a perspectiva para a nota de crédito, no entanto, era estável. Uma autoridade da UE envolvida na política econômica do bloco disse que o rebaixamento de apenas uma agência não deve afetar o bloco porque os investidores levam em consideração a média de todos os ratings, o que significa, na prática, que a UE continua com classificação alta. A autoridade disse que Bruxelas não tinha indicação de que outros rebaixamentos poderiam acontecer.
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Vizinho do Canecão
RIO DE JANEIRO - Em 2010, quando a Justiça encerrou um litígio de décadas, fechando o Canecão e o devolvendo à Universidade Federal do Rio de Janeiro, proprietária do terreno, a pergunta era: o que a UFRJ quer fazer ali para lutar tanto por aquele espaço? E a resposta foi que, por melhores as intenções da universidade, esta não tinha nada para botar no lugar. Conheci bem o Canecão. Como seu vizinho em outro endereço ilustre, o Solar da Fossa, em 1967, segui sua construção desde os primeiros tijolos —alguns dos quais desviei para improvisar uma estante, juntamente com duas ripas compridas de madeira que haviam sobrado de sua obra. O Canecão era, então, apenas uma cervejaria gigante, daí o nome, animada por uma orquestra da casa, a Banda do Canecão, que tocava para dançar. Comportava 2.000 pessoas, com o que esvaziou de um jato as pequenas boates do Leme e do Lido, ali do lado. Ao contrário destas, ele era barato, acessível e dispensava o terno e o uísque. Sua encarnação como casa de shows só começou em 1969, quando Maysa apresentou-se durante meses. Dali, firmou-se como um palco nobre a preços populares. Tom, Vinicius, Toquinho e Miúcha, juntos, ficaram em cartaz no Canecão por 1977 inteiro, acredita? E, como eles, todos os grandes nomes sustentaram longas temporadas em suas instalações. Longas; depois, curtas e, por fim, shows de uma noite só, com o artista tendo de pagar para se apresentar, como passou a ser. Mas era melhor do que tê-lo fechado. Agora, parece, o Canecão tem reais chances de reabrir. Um acordo com a UFRJ pode resultar num prédio comercial a ser explorado por uma empresa, sobrando espaço para as atividades da universidade e trazendo de volta a casa de espetáculos. Se isso acontecer, prometo devolver os tijolos e ripas que lhe tomei emprestado há 50 anos.
colunas
Vizinho do CanecãoRIO DE JANEIRO - Em 2010, quando a Justiça encerrou um litígio de décadas, fechando o Canecão e o devolvendo à Universidade Federal do Rio de Janeiro, proprietária do terreno, a pergunta era: o que a UFRJ quer fazer ali para lutar tanto por aquele espaço? E a resposta foi que, por melhores as intenções da universidade, esta não tinha nada para botar no lugar. Conheci bem o Canecão. Como seu vizinho em outro endereço ilustre, o Solar da Fossa, em 1967, segui sua construção desde os primeiros tijolos —alguns dos quais desviei para improvisar uma estante, juntamente com duas ripas compridas de madeira que haviam sobrado de sua obra. O Canecão era, então, apenas uma cervejaria gigante, daí o nome, animada por uma orquestra da casa, a Banda do Canecão, que tocava para dançar. Comportava 2.000 pessoas, com o que esvaziou de um jato as pequenas boates do Leme e do Lido, ali do lado. Ao contrário destas, ele era barato, acessível e dispensava o terno e o uísque. Sua encarnação como casa de shows só começou em 1969, quando Maysa apresentou-se durante meses. Dali, firmou-se como um palco nobre a preços populares. Tom, Vinicius, Toquinho e Miúcha, juntos, ficaram em cartaz no Canecão por 1977 inteiro, acredita? E, como eles, todos os grandes nomes sustentaram longas temporadas em suas instalações. Longas; depois, curtas e, por fim, shows de uma noite só, com o artista tendo de pagar para se apresentar, como passou a ser. Mas era melhor do que tê-lo fechado. Agora, parece, o Canecão tem reais chances de reabrir. Um acordo com a UFRJ pode resultar num prédio comercial a ser explorado por uma empresa, sobrando espaço para as atividades da universidade e trazendo de volta a casa de espetáculos. Se isso acontecer, prometo devolver os tijolos e ripas que lhe tomei emprestado há 50 anos.
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Em momento de intransigência, seria aventura novo processo constituinte
Reza a lenda que o Barão de Rothschild dava o seguinte conselho aos investidores: quando houver sangue nas ruas, compre tudo. Como o oportunismo aflora em tempo de crise, para aqueles que não querem ver sangue nas ruas talvez o melhor conselho seja abraçar a Constituição. Embora estejamos todos angustiados para encontrar um caminho rápido para sair da crise em que nossas elites políticas e econômicas nos meteram, convocar uma assembleia constituinte não me parece o mais prudente. E isso por diversos motivos. Em primeiro lugar porque nossa crise não é do regime, como aconteceu no final do período militar, mas de lideranças. E sem lideranças políticas capazes de negociar um novo projeto de país e arquitetar as instituições responsáveis por levá-lo a cabo, dificilmente conseguiremos elaborar uma Constituição melhor do que a que hoje temos. Com a desmoralização de nossa classe política e seus partidos, uma eventual eleição para uma assembleia constituinte seria muito provavelmente dominada por lideranças religiosas, celebridades, populistas ou mesmo pelo crime organizado. A escassez de recursos e de autoridade política favoreceria tanto aqueles que contam com fontes difusas de financiamento de campanhas como as igrejas e o crime organizado, quanto aqueles que já são conhecidos da população pelas suas ideias simplistas ou seu status mediático. O resultado provavelmente seria uma Constituição moralmente conservadora, politicamente excludente e economicamente indulgente. Num momento de forte intransigência, em que os diversos segmentos da sociedade negam aos demais igual respeito e consideração, seria uma aventura abrir um novo processo constituinte. Embora nossa Constituição não seja um primor, ela tem inúmeras virtudes, entre elas uma enorme capacidade de adaptação. Nesses quase trinta anos fomos capazes de aprender muito em matéria constitucional. Maiorias consistentes promoveram mais de 90 alterações no texto, reformulando por completo nosso sistema econômico, reformando a administração e mesmo a previdência, tudo dentro de um clima de plena normalidade democrática e sob o constante escrutínio do Supremo. Se hoje podemos livremente nos mobilizar contra o governo; se a Justiça pode levar a cabo, com autonomia, processos inimagináveis no passado; se a imprensa pode investigar e promover um livre debate de ideais; é porque a Constituição contribuiu para a consolidação de ambiente democrático, que não podemos colocar em risco. Não será simples superar nossa crise política. Será preciso arte e fortuna. O primeiro passo é insistir nas reformas incrementais voltadas a racionalizar nosso sistema representativo. Já aprovamos a Lei da Ficha Limpa e eliminamos as doações empresariais. Resta agora proibir as coligações e criar uma cláusula de barreira, reduzindo os incentivos para a proliferação de partidos parasitas. Os novos e bem-intencionados partidos precisam criar convergências e abandonar o sectarismo militante se quiserem fazer parte da política. Por fim, há que se lutar contra o voto em lista fechada, que estabelece um biombo entre o eleito e o cidadão, retirando desse a soberania do voto. Não podemos nos deixar seduzir pela tentação de trocar velhos vícios por novos erros. A hora é de lutar pela democracia nos marcos da Constituição.
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Em momento de intransigência, seria aventura novo processo constituinteReza a lenda que o Barão de Rothschild dava o seguinte conselho aos investidores: quando houver sangue nas ruas, compre tudo. Como o oportunismo aflora em tempo de crise, para aqueles que não querem ver sangue nas ruas talvez o melhor conselho seja abraçar a Constituição. Embora estejamos todos angustiados para encontrar um caminho rápido para sair da crise em que nossas elites políticas e econômicas nos meteram, convocar uma assembleia constituinte não me parece o mais prudente. E isso por diversos motivos. Em primeiro lugar porque nossa crise não é do regime, como aconteceu no final do período militar, mas de lideranças. E sem lideranças políticas capazes de negociar um novo projeto de país e arquitetar as instituições responsáveis por levá-lo a cabo, dificilmente conseguiremos elaborar uma Constituição melhor do que a que hoje temos. Com a desmoralização de nossa classe política e seus partidos, uma eventual eleição para uma assembleia constituinte seria muito provavelmente dominada por lideranças religiosas, celebridades, populistas ou mesmo pelo crime organizado. A escassez de recursos e de autoridade política favoreceria tanto aqueles que contam com fontes difusas de financiamento de campanhas como as igrejas e o crime organizado, quanto aqueles que já são conhecidos da população pelas suas ideias simplistas ou seu status mediático. O resultado provavelmente seria uma Constituição moralmente conservadora, politicamente excludente e economicamente indulgente. Num momento de forte intransigência, em que os diversos segmentos da sociedade negam aos demais igual respeito e consideração, seria uma aventura abrir um novo processo constituinte. Embora nossa Constituição não seja um primor, ela tem inúmeras virtudes, entre elas uma enorme capacidade de adaptação. Nesses quase trinta anos fomos capazes de aprender muito em matéria constitucional. Maiorias consistentes promoveram mais de 90 alterações no texto, reformulando por completo nosso sistema econômico, reformando a administração e mesmo a previdência, tudo dentro de um clima de plena normalidade democrática e sob o constante escrutínio do Supremo. Se hoje podemos livremente nos mobilizar contra o governo; se a Justiça pode levar a cabo, com autonomia, processos inimagináveis no passado; se a imprensa pode investigar e promover um livre debate de ideais; é porque a Constituição contribuiu para a consolidação de ambiente democrático, que não podemos colocar em risco. Não será simples superar nossa crise política. Será preciso arte e fortuna. O primeiro passo é insistir nas reformas incrementais voltadas a racionalizar nosso sistema representativo. Já aprovamos a Lei da Ficha Limpa e eliminamos as doações empresariais. Resta agora proibir as coligações e criar uma cláusula de barreira, reduzindo os incentivos para a proliferação de partidos parasitas. Os novos e bem-intencionados partidos precisam criar convergências e abandonar o sectarismo militante se quiserem fazer parte da política. Por fim, há que se lutar contra o voto em lista fechada, que estabelece um biombo entre o eleito e o cidadão, retirando desse a soberania do voto. Não podemos nos deixar seduzir pela tentação de trocar velhos vícios por novos erros. A hora é de lutar pela democracia nos marcos da Constituição.
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Deputados dizem ser contra afastar Eduardo Cunha da presidência
A maioria dos deputados que lideram as bancadas de seus partidos na Câmara declara ser contra o afastamento do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mesmo se o Supremo Tribunal Federal abrir um processo contra ele por causa da suspeita de que recebeu propina do esquema de corrupção descoberto na Petrobras. Os líderes também dizem não ver motivo para que outros colegas investigados pela Operação Lava Jato respondam a processo de cassação no Conselho de Ética. A Folha ouviu na semana que passou 20 dos 22 líderes das maiores bancadas da Câmara. Desde que o lobista Julio Camargo afirmou que pagou US$ 5 milhões em propina a Cunha, alguns parlamentares têm pedido seu afastamento do comando da Casa. Mas a posição manifestada pelos líderes partidários mostra que ele mantém sólido apoio entre seus pares –mesmo após as declarações da advogada Beatriz Catta Preta, que representava Julio Camargo e acusou aliados de Cunha na CPI da Petrobras de tentar intimidá-la. Embora a enquete tenha sido feita antes da veiculação da entrevista da advogada ao "Jornal Nacional", da TV Globo, a Folha apurou que a posição dos parlamentares em relação a Eduardo Cunha não sofreu alteração significativa. Líderes de dez bancadas, que somam 294 deputados (57% do plenário), são contra o afastamento de Cunha mesmo que ele seja denunciado pela Procuradoria-Geral da República e o Supremo abra um processo contra ele, transformando-o em réu. "Não tem sentença ainda. Pode não dar em nada, e aí como faz?", diz Sibá Machado (AC), líder da bancada do PT, partido hoje em pé de guerra com Cunha. "Entendo que o presidente Eduardo Cunha deve exercer plenamente suas atribuições constitucionais e ter garantido seu direito à ampla defesa", reforça Rogério Rosso (PSD-DF). Apenas o nanico PSOL e o PPS defendem o afastamento. "Vou questionar na reunião de líderes a situação do presidente em relação às denúncias gravíssimas que surgiram", diz Chico Alencar (PSOL-RJ). Com o fim do recesso de julho, o Congresso volta ao trabalho nesta semana. Além de Cunha, 21 deputados são alvo de investigação por suspeita de envolvimento com a corrupção na Petrobras. A maior parte dos caciques partidários da Câmara diz não ver razão para que eles respondam a processo de cassação caso sejam denunciados pelo Ministério Público e processados no Supremo. "Denúncia não significa condenação não só para o parlamentar, mas como para qualquer cidadão. Caso contrário, você está antecipando o julgamento e tirando um mandato decidido pelo voto popular", diz o deputado André Moura (SE), líder do PSC e um dos aliados de Cunha. IMPEACHMENT A enquete mostra também que a maior parte dos líderes partidários da Câmara diz não ver motivo para que Cunha dê prosseguimento a um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o que, nos bastidores, o peemedebista ameaça fazer. "Não existe comprovação de cometimento de nenhum crime no exercício do mandato", afirma o líder da bancada do PMDB, o partido de Cunha, Leonardo Picciani (RJ). Ao todo, 11 líderes de bancadas que somam 298 deputados (58% do total) dizem ser contra a abertura do processo de impedimento da petista. "Não pode comprometer o país, o povo brasileiro, a economia do país, o capital estrangeiro investido aqui, falando uma coisa sem propriedade e sem embasamento jurídico nenhum", diz Celso Russomanno (PRB-SP), que comanda um bloco de 38 deputados formado pelo PRB com outros partidos nanicos. "O Brasil não é uma republiqueta que qualquer um desrespeita as bases democráticas", diz o líder do governo, José Guimarães (PT-CE). De todos os partidos ouvidos, só o oposicionista DEM diz já ver elementos suficientes. "São muitos fortes as comprovações de que ela afrontou a Constituição e as finanças públicas", afirma Mendonça Filho (DEM-PE). Termômetro parlamentar
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Deputados dizem ser contra afastar Eduardo Cunha da presidênciaA maioria dos deputados que lideram as bancadas de seus partidos na Câmara declara ser contra o afastamento do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mesmo se o Supremo Tribunal Federal abrir um processo contra ele por causa da suspeita de que recebeu propina do esquema de corrupção descoberto na Petrobras. Os líderes também dizem não ver motivo para que outros colegas investigados pela Operação Lava Jato respondam a processo de cassação no Conselho de Ética. A Folha ouviu na semana que passou 20 dos 22 líderes das maiores bancadas da Câmara. Desde que o lobista Julio Camargo afirmou que pagou US$ 5 milhões em propina a Cunha, alguns parlamentares têm pedido seu afastamento do comando da Casa. Mas a posição manifestada pelos líderes partidários mostra que ele mantém sólido apoio entre seus pares –mesmo após as declarações da advogada Beatriz Catta Preta, que representava Julio Camargo e acusou aliados de Cunha na CPI da Petrobras de tentar intimidá-la. Embora a enquete tenha sido feita antes da veiculação da entrevista da advogada ao "Jornal Nacional", da TV Globo, a Folha apurou que a posição dos parlamentares em relação a Eduardo Cunha não sofreu alteração significativa. Líderes de dez bancadas, que somam 294 deputados (57% do plenário), são contra o afastamento de Cunha mesmo que ele seja denunciado pela Procuradoria-Geral da República e o Supremo abra um processo contra ele, transformando-o em réu. "Não tem sentença ainda. Pode não dar em nada, e aí como faz?", diz Sibá Machado (AC), líder da bancada do PT, partido hoje em pé de guerra com Cunha. "Entendo que o presidente Eduardo Cunha deve exercer plenamente suas atribuições constitucionais e ter garantido seu direito à ampla defesa", reforça Rogério Rosso (PSD-DF). Apenas o nanico PSOL e o PPS defendem o afastamento. "Vou questionar na reunião de líderes a situação do presidente em relação às denúncias gravíssimas que surgiram", diz Chico Alencar (PSOL-RJ). Com o fim do recesso de julho, o Congresso volta ao trabalho nesta semana. Além de Cunha, 21 deputados são alvo de investigação por suspeita de envolvimento com a corrupção na Petrobras. A maior parte dos caciques partidários da Câmara diz não ver razão para que eles respondam a processo de cassação caso sejam denunciados pelo Ministério Público e processados no Supremo. "Denúncia não significa condenação não só para o parlamentar, mas como para qualquer cidadão. Caso contrário, você está antecipando o julgamento e tirando um mandato decidido pelo voto popular", diz o deputado André Moura (SE), líder do PSC e um dos aliados de Cunha. IMPEACHMENT A enquete mostra também que a maior parte dos líderes partidários da Câmara diz não ver motivo para que Cunha dê prosseguimento a um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o que, nos bastidores, o peemedebista ameaça fazer. "Não existe comprovação de cometimento de nenhum crime no exercício do mandato", afirma o líder da bancada do PMDB, o partido de Cunha, Leonardo Picciani (RJ). Ao todo, 11 líderes de bancadas que somam 298 deputados (58% do total) dizem ser contra a abertura do processo de impedimento da petista. "Não pode comprometer o país, o povo brasileiro, a economia do país, o capital estrangeiro investido aqui, falando uma coisa sem propriedade e sem embasamento jurídico nenhum", diz Celso Russomanno (PRB-SP), que comanda um bloco de 38 deputados formado pelo PRB com outros partidos nanicos. "O Brasil não é uma republiqueta que qualquer um desrespeita as bases democráticas", diz o líder do governo, José Guimarães (PT-CE). De todos os partidos ouvidos, só o oposicionista DEM diz já ver elementos suficientes. "São muitos fortes as comprovações de que ela afrontou a Constituição e as finanças públicas", afirma Mendonça Filho (DEM-PE). Termômetro parlamentar
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Plantar florestas para colher água
O documentário "O Sal da Terra", sobre Sebastião Salgado, é um merecido sucesso de crítica e de público. Mas entre tantas belíssimas obras suas, o principal legado que Salgado decidiu deixar ao país tem ficado esquecido na ampla cobertura sobre o lançamento do filme dirigido por Win Wenders e Juliano Salgado (filho do fotógrafo). Quem precisa de água fresca tem que ter florestas, o que o artista brasileiro ensina com a experiência da recuperação da fazenda de sua infância. Essa mensagem simples é ainda mais importante diante da coincidência do lançamento do filme numa época em que vários Estados do Brasil vivem falta sistêmica de água. Salgado não inventou a receita: apenas lembra o que o Brasil já soube no tempo do Império, mas esqueceu. Em meados do século 19, quando Dom Pedro 2º era imperador do Brasil, o Rio, então capital do país, viveu uma "crise hídrica". O governo logo associou o problema ao desflorestamento das áreas de mananciais em torno da cidade por fazendas de café, ou como chamamos hoje, o "agronegócio". Por isso, decidiu-se recuperar a floresta na área da Tijuca com o plantio de árvores nativas. Em cerca de 15 anos foram plantadas 100 mil mudas (10% do que Salgado e sua mulher Lélia plantaram em sua fazenda). A água voltou a correr para as torneiras dos cariocas e nasceu ali a maior floresta urbana do mundo, um ponto turístico que garante a perpetuidade do adjetivo "maravilhosa" à antiga capital. É incrível que tendo esse exemplo embaixo do nariz do país por mais de 100 anos, ele possa ter sido esquecido pelos brasileiros. Ou nem todos: Lélia Salgado lembrava, e quando viu que a terra da infância do marido havia secado, que a cachoeira onde ele brincava com as irmãs não existia mais, propôs que plantassem novamente a floresta. Como conta o filme, das 400 espécies normais de uma mata atlântica, eles inicialmente dispunham de cem. As árvores levam cerca de 20 anos para atingir o tamanho necessário para a floresta funcionar plenamente como fábrica e armazém de água. Mas esse momento ainda nem chegou e já há cerca de cem olhos d'água brotando de novo. Até um lago ressurgiu naturalmente. Em uma entrevista que me concedeu, Salgado narrou emocionado que um funcionário da fazenda viu o exato momento em que um jacaré todo sujo de terra, com jeito de quem caminhara por muito tempo, apareceu e mergulhou na água fresca do lago. O regime de chuvas já está voltando ao normal na terra do fotógrafo convertido em criador de florestas. Exatamente como aconteceu na Tijuca 150 anos atrás. O Sudeste brasileiro já vive o mês de abril do terceiro ano de estresse hídrico. Nem os Estados e nem os municípios que sofrem a falta de água iniciaram projetos importantes de reflorestamento em seus mananciais. Ao contrário, em São Paulo existem até propostas de reduzir parques para construir prédios populares (onde vai faltar água). Em vez das grandes e caras obras de reversão de bacias, que fazem alegria de grandes empreiteiras, mas exportam o problema da falta de água para regiões distantes, o replantio de florestas é uma forma barata e eficiente de fazer os reservatórios subirem de novo. Basta seguir o ensinamento do Imperador, renovado por Sebastião Salgado: é preciso plantar florestas para colher água.
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Plantar florestas para colher águaO documentário "O Sal da Terra", sobre Sebastião Salgado, é um merecido sucesso de crítica e de público. Mas entre tantas belíssimas obras suas, o principal legado que Salgado decidiu deixar ao país tem ficado esquecido na ampla cobertura sobre o lançamento do filme dirigido por Win Wenders e Juliano Salgado (filho do fotógrafo). Quem precisa de água fresca tem que ter florestas, o que o artista brasileiro ensina com a experiência da recuperação da fazenda de sua infância. Essa mensagem simples é ainda mais importante diante da coincidência do lançamento do filme numa época em que vários Estados do Brasil vivem falta sistêmica de água. Salgado não inventou a receita: apenas lembra o que o Brasil já soube no tempo do Império, mas esqueceu. Em meados do século 19, quando Dom Pedro 2º era imperador do Brasil, o Rio, então capital do país, viveu uma "crise hídrica". O governo logo associou o problema ao desflorestamento das áreas de mananciais em torno da cidade por fazendas de café, ou como chamamos hoje, o "agronegócio". Por isso, decidiu-se recuperar a floresta na área da Tijuca com o plantio de árvores nativas. Em cerca de 15 anos foram plantadas 100 mil mudas (10% do que Salgado e sua mulher Lélia plantaram em sua fazenda). A água voltou a correr para as torneiras dos cariocas e nasceu ali a maior floresta urbana do mundo, um ponto turístico que garante a perpetuidade do adjetivo "maravilhosa" à antiga capital. É incrível que tendo esse exemplo embaixo do nariz do país por mais de 100 anos, ele possa ter sido esquecido pelos brasileiros. Ou nem todos: Lélia Salgado lembrava, e quando viu que a terra da infância do marido havia secado, que a cachoeira onde ele brincava com as irmãs não existia mais, propôs que plantassem novamente a floresta. Como conta o filme, das 400 espécies normais de uma mata atlântica, eles inicialmente dispunham de cem. As árvores levam cerca de 20 anos para atingir o tamanho necessário para a floresta funcionar plenamente como fábrica e armazém de água. Mas esse momento ainda nem chegou e já há cerca de cem olhos d'água brotando de novo. Até um lago ressurgiu naturalmente. Em uma entrevista que me concedeu, Salgado narrou emocionado que um funcionário da fazenda viu o exato momento em que um jacaré todo sujo de terra, com jeito de quem caminhara por muito tempo, apareceu e mergulhou na água fresca do lago. O regime de chuvas já está voltando ao normal na terra do fotógrafo convertido em criador de florestas. Exatamente como aconteceu na Tijuca 150 anos atrás. O Sudeste brasileiro já vive o mês de abril do terceiro ano de estresse hídrico. Nem os Estados e nem os municípios que sofrem a falta de água iniciaram projetos importantes de reflorestamento em seus mananciais. Ao contrário, em São Paulo existem até propostas de reduzir parques para construir prédios populares (onde vai faltar água). Em vez das grandes e caras obras de reversão de bacias, que fazem alegria de grandes empreiteiras, mas exportam o problema da falta de água para regiões distantes, o replantio de florestas é uma forma barata e eficiente de fazer os reservatórios subirem de novo. Basta seguir o ensinamento do Imperador, renovado por Sebastião Salgado: é preciso plantar florestas para colher água.
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Frederico Vasconcelos: Justiça de qualidade ou robotizada?
Edison Barroso: "É engano supor que um bom juiz é aquele que, de qualquer forma, dê conta do acervo". Sob o título "Justiça de qualidade e/ou de produção?", o artigo a seguir é de autoria de Edison Vicentini Barroso, desembargador do Tribunal ... Leia post completo no blog
poder
Frederico Vasconcelos: Justiça de qualidade ou robotizada?Edison Barroso: "É engano supor que um bom juiz é aquele que, de qualquer forma, dê conta do acervo". Sob o título "Justiça de qualidade e/ou de produção?", o artigo a seguir é de autoria de Edison Vicentini Barroso, desembargador do Tribunal ... Leia post completo no blog
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Erramos: Painel: Ministério Público reage a tese de que tenta criminalizar doações legais
Diferentemente do que informou a seção "Contraponto", da coluna "Painel: Ministério Público reage a tese de que tenta criminalizar doações legais", publicada na versão impressa e no site da Folha (Painel - 22/03/15 - 02h00), Nilson Leitão (PSDB) é deputado pelo Mato Grosso, e não pelo Mato Grosso do Sul.
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Erramos: Painel: Ministério Público reage a tese de que tenta criminalizar doações legaisDiferentemente do que informou a seção "Contraponto", da coluna "Painel: Ministério Público reage a tese de que tenta criminalizar doações legais", publicada na versão impressa e no site da Folha (Painel - 22/03/15 - 02h00), Nilson Leitão (PSDB) é deputado pelo Mato Grosso, e não pelo Mato Grosso do Sul.
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Real Madrid oficializa contratação de volante Lucas Silva, ex-Cruzeiro
Nesta sexta-feira (23), o Real Madrid anunciou oficialmente a contratação do volante Lucas Silva, 21, que estava no Cruzeiro. O contrato do jogador com o clube espanhol vai até 30 de junho de 2020. Após passar por exames médicos, o jogador será apresentado na segunda-feira (26) no estádio Santiago Bernabéu. O Real Madrid não divulgou os valores da negociação. Segundo a imprensa espanhola, o clube teria investido entre 13 e 14 milhões de euros (entre R$ 37,6 e 40,5 milhões) na contratação do jogador. Bicampeão brasileiro com o Cruzeiro, Lucas Silva disputou mais de 90 partidas pelo clube e marcou quatro gols. Editoria de Arte/Folhapress
esporte
Real Madrid oficializa contratação de volante Lucas Silva, ex-CruzeiroNesta sexta-feira (23), o Real Madrid anunciou oficialmente a contratação do volante Lucas Silva, 21, que estava no Cruzeiro. O contrato do jogador com o clube espanhol vai até 30 de junho de 2020. Após passar por exames médicos, o jogador será apresentado na segunda-feira (26) no estádio Santiago Bernabéu. O Real Madrid não divulgou os valores da negociação. Segundo a imprensa espanhola, o clube teria investido entre 13 e 14 milhões de euros (entre R$ 37,6 e 40,5 milhões) na contratação do jogador. Bicampeão brasileiro com o Cruzeiro, Lucas Silva disputou mais de 90 partidas pelo clube e marcou quatro gols. Editoria de Arte/Folhapress
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Companhia aérea lança serviço de check-in com uso de selfie
A Gol Linhas Aéreas inaugurou nesta terça-feira (13) o seu serviço de check-in com o uso de uma selfie. A tecnologia funciona por meio de um sistema de reconhecimento facial, em que o passageiro cadastra uma fotografia dele próprio no aplicativo da companhia, e visa agilizar o embarque. Depois de realizado o cadastro, o aplicativo –que ficará disponível para iPhone e Android– vai permitir a geração de um cartão de embarque quando o passageiro apontar a câmera do celular para si mesmo, como se fizesse uma fotografia selfie. De acordo com a empresa, não será necessário incluir nenhum outro dado adicional, como documentos ou localizador, para o passageiro gerar seu cartão de embarque. O serviço já passou por fase de teste no último mês e agora entra em vigor para todos os clientes da companhia. O método servirá para voos nacionais e internacionais.
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Companhia aérea lança serviço de check-in com uso de selfieA Gol Linhas Aéreas inaugurou nesta terça-feira (13) o seu serviço de check-in com o uso de uma selfie. A tecnologia funciona por meio de um sistema de reconhecimento facial, em que o passageiro cadastra uma fotografia dele próprio no aplicativo da companhia, e visa agilizar o embarque. Depois de realizado o cadastro, o aplicativo –que ficará disponível para iPhone e Android– vai permitir a geração de um cartão de embarque quando o passageiro apontar a câmera do celular para si mesmo, como se fizesse uma fotografia selfie. De acordo com a empresa, não será necessário incluir nenhum outro dado adicional, como documentos ou localizador, para o passageiro gerar seu cartão de embarque. O serviço já passou por fase de teste no último mês e agora entra em vigor para todos os clientes da companhia. O método servirá para voos nacionais e internacionais.
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Após anúncio de passeio em volta da Lua, turismo espacial ganha fôlego
O surpreendente anúncio da empresa SpaceX de que realizará um voo tripulado e privado até a Lua expandiu o alcance do turismo espacial. Mas não mudou –ainda– o fato de que é algo para poucos e bilionários clientes. Até hoje, o número total de turistas espaciais podem ser contados nos dedos da mão: sete. Em todos os casos, eles pagaram entre US$ 20 milhões e US$ 40 milhões por uma carona numa nave russa Soyuz e uma estadia de cerca de dez dias a bordo da Estação Espacial Internacional. O primeiro foi o americano Dennis Tito, em 2001. Mas desde 2009 ninguém mais que não seja astronauta profissional foi ao espaço. Em 2015, a cantora britânica Sarah Brightman fechou contrato para ir à ISS, mas acabou desistindo meses depois. Com a possibilidade de um voo lunar, certamente os magnatas com aspirações espaciais devem se sentir mais encorajados em abrir o bolso. Com efeito, a SpaceX anunciou que tem múltiplos potenciais clientes interessados num voo do tipo. O nomes não foram anunciados (pendem por testes físicos e de saúde antes de iniciar o treinamento para a missão), assim como o preço das passagens. Ainda assim, no anúncio na iniciativa, Elon Musk, dono e projetista-chefe da SpaceX, deu uma pista, ao dizer que espera realizar pelo menos um desses voos por ano e aumentar o faturamento da companhia em cerca de 10%. Em 2016, a SpaceX faturou US$ 1,8 bilhão. Supõe-se que o voo lunar vá custar a cada um dos dois tripulantes-turistas cerca de US$ 90 milhões. FAZENDO HISTÓRIA Ir à Lua, ainda que só de passagem, como no caso do perfil de voo anunciado pela SpaceX, não é um feito trivial. Tanto que ninguém esteve por aquelas bandas desde que a Apollo 17 partiu do solo lunar, em 1972. Após muito ensaiar, finalmente a Nasa também tem uma missão do tipo em andamento. Seu foguete SLS, com a cápsula Orion, deveriam fazer missão similar à da SpaceX, com astronautas, em 2021. Mas a um custo de desenvolvimento de US$ 30 bilhões –muito mais do que a empresa de Musk gastou para desenvolver seu foguete Falcon Heavy e a cápsula Dragon. Essa última, por sinal, foi também bancada pela Nasa, no programa de envio comercial de astronautas à ISS, que deve ter seu primeiro voo tripulado no ano que vem. Mas a um custo de US$ 2,6 bilhões. DERRUBANDO PREÇOS Mesmo com toda ousadia do mundo, a indústria do turismo espacial tende a morrer se não atingir um objetivo essencial: redução de custos. As principais companhias a desenvolver o setor sabem disso. Daí um esforço inicial de oferecer voos suborbitais –a nave sobe ao espaço e desce em seguida, num trajeto parabólico. Trata-se de um perfil de voo bem mais simples, que poderia dar a milhares de pessoas o gostinho de ir ao espaço pelo preço de um carro de luxo –US$ 250 mil. Estão nessa as empresas Virgin Galactic, de Richard Branson (dono do conglomerado Virgin), e a Blue Origin, de Jezz Bezos (dono da Amazon). Contudo, o mercado se desenvolveu mais lentamente do que o previsto. Fundada em 2004, a Virgin esperava iniciar voos comerciais em 2009. Estamos em 2017, e nada. Para piorar, um acidente ocasionou a perda de uma nave e a morte de um piloto, em 2014, colocando em xeque a viabilidade do negócio. A Blue Origin entrou no jogo mais tarde, mas pode chegar em primeiro lugar. Seu foguete já realizou seis voos, todos sem tripulação, mas espera iniciar teste com pilotos neste ano. Voos comerciais, a partir do próximo. A chave para o sucesso, em todos esses casos, é a capacidade de recuperar e reutilizar os foguetes após o uso. Caso essas iniciativas sejam bem-sucedidas, pode-se esperar uma significativa redução nos preços. Projetando para o futuro, Elon Musk apresentou no ano passado o que seria o objetivo maior da SpaceX: promover a colonização de Marte. E disse quanto uma passagem para o planeta vermelho teria de custar para viabilizar o plano. De início, US$ 200 mil. Compare com os US$ 90 milhões para dar uma voltinha ao redor da Lua em 2018 e entenda a distância entre onde o turismo espacial está e o que ele ambiciona chegar. Em quanto tempo? Musk sugere uma década ou duas. Aí tem o copo meio cheio e o meio vazio. O dono da SpaceX (e da Tesla) sempre faz previsões excessivamente otimistas de quando seus projetos vão decolar. Por outro lado, tudo que ele se propôs a fazer até agora acabou acontecendo. Se a escrita será mantida ou não, só o tempo dirá.
ciencia
Após anúncio de passeio em volta da Lua, turismo espacial ganha fôlegoO surpreendente anúncio da empresa SpaceX de que realizará um voo tripulado e privado até a Lua expandiu o alcance do turismo espacial. Mas não mudou –ainda– o fato de que é algo para poucos e bilionários clientes. Até hoje, o número total de turistas espaciais podem ser contados nos dedos da mão: sete. Em todos os casos, eles pagaram entre US$ 20 milhões e US$ 40 milhões por uma carona numa nave russa Soyuz e uma estadia de cerca de dez dias a bordo da Estação Espacial Internacional. O primeiro foi o americano Dennis Tito, em 2001. Mas desde 2009 ninguém mais que não seja astronauta profissional foi ao espaço. Em 2015, a cantora britânica Sarah Brightman fechou contrato para ir à ISS, mas acabou desistindo meses depois. Com a possibilidade de um voo lunar, certamente os magnatas com aspirações espaciais devem se sentir mais encorajados em abrir o bolso. Com efeito, a SpaceX anunciou que tem múltiplos potenciais clientes interessados num voo do tipo. O nomes não foram anunciados (pendem por testes físicos e de saúde antes de iniciar o treinamento para a missão), assim como o preço das passagens. Ainda assim, no anúncio na iniciativa, Elon Musk, dono e projetista-chefe da SpaceX, deu uma pista, ao dizer que espera realizar pelo menos um desses voos por ano e aumentar o faturamento da companhia em cerca de 10%. Em 2016, a SpaceX faturou US$ 1,8 bilhão. Supõe-se que o voo lunar vá custar a cada um dos dois tripulantes-turistas cerca de US$ 90 milhões. FAZENDO HISTÓRIA Ir à Lua, ainda que só de passagem, como no caso do perfil de voo anunciado pela SpaceX, não é um feito trivial. Tanto que ninguém esteve por aquelas bandas desde que a Apollo 17 partiu do solo lunar, em 1972. Após muito ensaiar, finalmente a Nasa também tem uma missão do tipo em andamento. Seu foguete SLS, com a cápsula Orion, deveriam fazer missão similar à da SpaceX, com astronautas, em 2021. Mas a um custo de desenvolvimento de US$ 30 bilhões –muito mais do que a empresa de Musk gastou para desenvolver seu foguete Falcon Heavy e a cápsula Dragon. Essa última, por sinal, foi também bancada pela Nasa, no programa de envio comercial de astronautas à ISS, que deve ter seu primeiro voo tripulado no ano que vem. Mas a um custo de US$ 2,6 bilhões. DERRUBANDO PREÇOS Mesmo com toda ousadia do mundo, a indústria do turismo espacial tende a morrer se não atingir um objetivo essencial: redução de custos. As principais companhias a desenvolver o setor sabem disso. Daí um esforço inicial de oferecer voos suborbitais –a nave sobe ao espaço e desce em seguida, num trajeto parabólico. Trata-se de um perfil de voo bem mais simples, que poderia dar a milhares de pessoas o gostinho de ir ao espaço pelo preço de um carro de luxo –US$ 250 mil. Estão nessa as empresas Virgin Galactic, de Richard Branson (dono do conglomerado Virgin), e a Blue Origin, de Jezz Bezos (dono da Amazon). Contudo, o mercado se desenvolveu mais lentamente do que o previsto. Fundada em 2004, a Virgin esperava iniciar voos comerciais em 2009. Estamos em 2017, e nada. Para piorar, um acidente ocasionou a perda de uma nave e a morte de um piloto, em 2014, colocando em xeque a viabilidade do negócio. A Blue Origin entrou no jogo mais tarde, mas pode chegar em primeiro lugar. Seu foguete já realizou seis voos, todos sem tripulação, mas espera iniciar teste com pilotos neste ano. Voos comerciais, a partir do próximo. A chave para o sucesso, em todos esses casos, é a capacidade de recuperar e reutilizar os foguetes após o uso. Caso essas iniciativas sejam bem-sucedidas, pode-se esperar uma significativa redução nos preços. Projetando para o futuro, Elon Musk apresentou no ano passado o que seria o objetivo maior da SpaceX: promover a colonização de Marte. E disse quanto uma passagem para o planeta vermelho teria de custar para viabilizar o plano. De início, US$ 200 mil. Compare com os US$ 90 milhões para dar uma voltinha ao redor da Lua em 2018 e entenda a distância entre onde o turismo espacial está e o que ele ambiciona chegar. Em quanto tempo? Musk sugere uma década ou duas. Aí tem o copo meio cheio e o meio vazio. O dono da SpaceX (e da Tesla) sempre faz previsões excessivamente otimistas de quando seus projetos vão decolar. Por outro lado, tudo que ele se propôs a fazer até agora acabou acontecendo. Se a escrita será mantida ou não, só o tempo dirá.
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Título do NBB motiva flamenguistas para a Olimpíada
MARCEL MERGUIZO ENVIADO ESPECIAL AO RIO O Flamengo é o primeiro clube campeão no Parque Olímpico da Barra da Tijuca. No sábado (11), a equipe rubro-negra conquistou seu quinto título do NBB, o quarto consecutivo, na Arena Carioca 2. Se contabilizado o Nacional de 2008, o clube é hexacampeão brasileiro. Na decisão, o time carioca venceu o Bauru por 100 a 66 no ginásio que será utilizado nos Jogos do Rio como palco do judô e da luta olímpica. Ao lado, está a Arena Carioca 1, sede do basquete em agosto. E onde esperam estar Marquinhos e Rafael Luz, respectivamente, ala-pivô e armador do Flamengo que foram convocados nesta sexta (10) para a seleção brasileira. Do lado paulista, também disputaram a final e foram chamados o ala Alex Garcia e o pivô Rafael Hettsheimeir. "Recebi a notícia da convocação no treino, e foi difícil controlar a ansiedade para a final. Agora já posso comemorar as duas conquistas", disse Marquinhos, que briga por uma das vagas de titular no time de Ruben Magnano. "Quero terminar o último jogo da Olimpíada como hoje, comemorando, sabendo que fizemos o melhor possível em quadra. Sei que a massa [torcida do Flamengo] vai lotar a outra arena também. Quero sair de lá com uma medalha", afirmou o ala-pivô. Neste sábado, 7.331 torcedores estiveram na arena que tem capacidade para 10 mil. Enquanto Marquinhos, 32, foi aos Jogos de Londres-2012 e agora comemorava seu quarto título pelo Flamengo, Rafael Luz, 24, debutava em conquistas, o que espera fazer na Olimpíada também. "Muita gente está falando que eu corro por fora, mas não acredito nisso. Vou para a seleção com confiança total", disse o armador que disputa vaga com Marcelinho Huertas, Raulzinho e Larry Taylor -dos 14 convocados, dois ainda serão cortados. "Nem eu nem o Larry vamos brigar menos porque tem o Raulzinho e o Huertas. Fui bem no Pan [Toronto-2015] e o Magnano também confia em mim", disse Luz. Quem não foi chamado pelo técnico argentino, mas foi destaque da final do NBB foi o ala Marcelinho Machado. Cestinha da decisão com 32 pontos, aos 41 anos ele que "Estava na expectativa da convocação". "Mas a chance era 50% a 50%. Não estou, como posso dizer, tão triste. Vou dar a minha força total à seleção, e agora vou atrás de ingressos", disse Machado.
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Título do NBB motiva flamenguistas para a Olimpíada MARCEL MERGUIZO ENVIADO ESPECIAL AO RIO O Flamengo é o primeiro clube campeão no Parque Olímpico da Barra da Tijuca. No sábado (11), a equipe rubro-negra conquistou seu quinto título do NBB, o quarto consecutivo, na Arena Carioca 2. Se contabilizado o Nacional de 2008, o clube é hexacampeão brasileiro. Na decisão, o time carioca venceu o Bauru por 100 a 66 no ginásio que será utilizado nos Jogos do Rio como palco do judô e da luta olímpica. Ao lado, está a Arena Carioca 1, sede do basquete em agosto. E onde esperam estar Marquinhos e Rafael Luz, respectivamente, ala-pivô e armador do Flamengo que foram convocados nesta sexta (10) para a seleção brasileira. Do lado paulista, também disputaram a final e foram chamados o ala Alex Garcia e o pivô Rafael Hettsheimeir. "Recebi a notícia da convocação no treino, e foi difícil controlar a ansiedade para a final. Agora já posso comemorar as duas conquistas", disse Marquinhos, que briga por uma das vagas de titular no time de Ruben Magnano. "Quero terminar o último jogo da Olimpíada como hoje, comemorando, sabendo que fizemos o melhor possível em quadra. Sei que a massa [torcida do Flamengo] vai lotar a outra arena também. Quero sair de lá com uma medalha", afirmou o ala-pivô. Neste sábado, 7.331 torcedores estiveram na arena que tem capacidade para 10 mil. Enquanto Marquinhos, 32, foi aos Jogos de Londres-2012 e agora comemorava seu quarto título pelo Flamengo, Rafael Luz, 24, debutava em conquistas, o que espera fazer na Olimpíada também. "Muita gente está falando que eu corro por fora, mas não acredito nisso. Vou para a seleção com confiança total", disse o armador que disputa vaga com Marcelinho Huertas, Raulzinho e Larry Taylor -dos 14 convocados, dois ainda serão cortados. "Nem eu nem o Larry vamos brigar menos porque tem o Raulzinho e o Huertas. Fui bem no Pan [Toronto-2015] e o Magnano também confia em mim", disse Luz. Quem não foi chamado pelo técnico argentino, mas foi destaque da final do NBB foi o ala Marcelinho Machado. Cestinha da decisão com 32 pontos, aos 41 anos ele que "Estava na expectativa da convocação". "Mas a chance era 50% a 50%. Não estou, como posso dizer, tão triste. Vou dar a minha força total à seleção, e agora vou atrás de ingressos", disse Machado.
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Construtoras afirmam que ajuste fiscal elevou demissões do setor
Empresários da construção civil contestam o governo e atribuem o aumento de demissões no setor em fevereiro não só à Operação Lava Jato, mas também ao atraso nos pagamentos de obras federais e à desaceleração da economia brasileira. Os atrasos de pagamento a empresas da construção civil começaram em abril de 2014 e continuaram neste ano, motivados pelo ajuste fiscal promovido pelo governo Dilma para atingir a meta de superávit primário (economia para pagamento de juros) de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015. Em nota divulgada nesta quinta-feira (19), a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) afirma que "discorda das declarações dadas pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias, de que o deficit de emprego da construção civil foi influenciado apenas pela Operação Lava Jato", que atingiu as maiores empreiteiras do país. Segundo a entidade, a onda de demissão "não tem apenas uma variável", mas outras, entre elas o "momento econômico do país e também o atraso nos pagamentos das obras contratadas do Minha Casa, Minha Vida e do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)". "Estamos extremamente preocupados com o desemprego no setor. Sindicatos do Brasil inteiro estão nos atualizando sobre o quadro de demissões em seus Estados e demonstram apreensão em relação ao futuro das empresas", afirmou o presidente da CBIC, José Carlos Martins. Em fevereiro, a indústria da construção civil demitiu mais do que contratou 25,8 mil trabalhadores com carteira assinada, um dado negativo que, no mesmo mês do ano passado, havia sido positivo, com abertura de 25 mil vagas. O setor tem registrado mais demissões do que contratações desde outubro do ano passado. A diferença é que, em janeiro e fevereiro de 2014, houve mais contratações do que corte de vagas, enquanto neste ano a situação se inverteu. O ritmo de contratação na construção começou a cair a partir de abril do ano passado, quando o governo Dilma começou a atrasar seus pagamentos a empreiteiras que tocam obras do PAC e do Minha Casa, Minha Vida. Em 2014, os atrasos ocorreram porque a equipe do então ministro Guido Mantega (Fazenda) buscava fechar o ano com superavit nas contas públicas sem formalizar oficialmente um corte de despesas do governo federal, buscando evitar notícia negativa para a presidente num ano eleitoral. No final do ano, porém, o governo acabou fechando com deficit. Em 2015, os atrasos continuaram, agora porque o governo decidiu fazer um forte ajuste fiscal para reequilibrar as contas públicas e tentar resgatar a credibilidade junto ao mercado.
mercado
Construtoras afirmam que ajuste fiscal elevou demissões do setorEmpresários da construção civil contestam o governo e atribuem o aumento de demissões no setor em fevereiro não só à Operação Lava Jato, mas também ao atraso nos pagamentos de obras federais e à desaceleração da economia brasileira. Os atrasos de pagamento a empresas da construção civil começaram em abril de 2014 e continuaram neste ano, motivados pelo ajuste fiscal promovido pelo governo Dilma para atingir a meta de superávit primário (economia para pagamento de juros) de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015. Em nota divulgada nesta quinta-feira (19), a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) afirma que "discorda das declarações dadas pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias, de que o deficit de emprego da construção civil foi influenciado apenas pela Operação Lava Jato", que atingiu as maiores empreiteiras do país. Segundo a entidade, a onda de demissão "não tem apenas uma variável", mas outras, entre elas o "momento econômico do país e também o atraso nos pagamentos das obras contratadas do Minha Casa, Minha Vida e do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)". "Estamos extremamente preocupados com o desemprego no setor. Sindicatos do Brasil inteiro estão nos atualizando sobre o quadro de demissões em seus Estados e demonstram apreensão em relação ao futuro das empresas", afirmou o presidente da CBIC, José Carlos Martins. Em fevereiro, a indústria da construção civil demitiu mais do que contratou 25,8 mil trabalhadores com carteira assinada, um dado negativo que, no mesmo mês do ano passado, havia sido positivo, com abertura de 25 mil vagas. O setor tem registrado mais demissões do que contratações desde outubro do ano passado. A diferença é que, em janeiro e fevereiro de 2014, houve mais contratações do que corte de vagas, enquanto neste ano a situação se inverteu. O ritmo de contratação na construção começou a cair a partir de abril do ano passado, quando o governo Dilma começou a atrasar seus pagamentos a empreiteiras que tocam obras do PAC e do Minha Casa, Minha Vida. Em 2014, os atrasos ocorreram porque a equipe do então ministro Guido Mantega (Fazenda) buscava fechar o ano com superavit nas contas públicas sem formalizar oficialmente um corte de despesas do governo federal, buscando evitar notícia negativa para a presidente num ano eleitoral. No final do ano, porém, o governo acabou fechando com deficit. Em 2015, os atrasos continuaram, agora porque o governo decidiu fazer um forte ajuste fiscal para reequilibrar as contas públicas e tentar resgatar a credibilidade junto ao mercado.
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Amazon democratizou a cultura como nenhum governo o fez
Conheço pessoas que marcham contra o capitalismo mas não abrem mão dos seus frutos. Coisas como iPhone, café da Starbucks ou viagens de avião para lugares "intocados" pelo homem branco. Sem falar de assuntos mais sérios, como cirurgias que exigem material altamente sofisticado. Curioso: nunca escutei nenhum dos militantes a recusar as máquinas e a optar coerentemente pelo feiticeiro da tribo. Quando vejo certas passeatas contra a globalização e os manifestantes tirando "selfies" com orgulho, lembro-me sempre de uma observação de Paulo Francis sobre uma marcha contra a fome (acho) em que um dos participantes –um burguês qualquer de inclinações marxistas– tomava um sorvete durante o desfile. Eu tomo sorvetes e não vou ao desfile. Sou um vergonhoso pró-capitalista por um motivo tão básico que nem merece comentário: o capitalismo tornou a minha vida melhor. Há quem sinta inveja dos ricos. Eu sinto gratidão: compro a revista "Forbes" com regularidade e, folheando as suas páginas, murmuro um "obrigado" a cada retrato. Mas não é apenas gratidão. É admiração. Nunca seria um bom capitalista. Não tenho resistência para a vida miserável que os capitalistas levam –viagens de negócios, almoços de negócios, reuniões de negócios, infartes de negócios. Falei em "resistência" mas a palavra certa é preguiça: só de pensar em montar uma empresa sinto um cansaço tão extremo que preciso de uma sesta imediata e duas horas de spa. Por outras palavras: a energia de Jeff Bezos parece-me tão inatingível como a velocidade de Usain Bolt. E se falo de Bezos é porque ele se prepara para suplantar Bill Gates como o homem mais rico do mundo. Parabéns, rapaz. Muito obrigado, rapazes. Bill Gates permitiu-me bater essas linhas com rapidez, depois de consultar vários jornais do globo inteiro. Bezos teve uma influência mais subtil mas não menos revolucionária: ele poliu o selvagem que havia em mim. Consigo ver esse selvagem: tinha 13 ou 14 anos e os pais, com uma paciência infinita, desembarcavam em Londres com ele. Durante um ano, o selvagem tinha poupado todos os tostões para quatro dias de "flânerie" literária. Os pais tiravam-lhe a coleira, largavam-no em Charing Cross Road e ele desaparecia durante 24 horas. Quando regressava ao hotel, trazia às costas a Biblioteca de Alexandria, ou uma parte dela. Para quem vinha de um país pequeno, recém libertado de uma ditadura, aquilo era uma experiência espiritual, não apenas livresca. Às vezes, sinto saudades desses tempos de descoberta e apoplexia. Mas é nostalgia de ingrato. A Amazon, que conheci nos primeiros anos da idade adulta, não permitiu apenas acesso fácil ao melhor do pensamento e das artes. A Amazon arrasou com a própria noção de periferia: era possível estar na aldeia e ter acesso ao último livro de um autor relevante. Por último, e talvez mais importante, a Amazon deu-me poder: o poder que só o conhecimento permite.Por isso Jeff Bezos desperta a hostilidade de tantas "elites": elas podem falar de "democracia" como se fosse um tique nervoso; mas a Amazon democratizou realmente a cultura –a alta, a média, a baixa– de uma forma que nenhum governo –de direita, de esquerda, de centro– seria capaz de igualar. Hoje, é moeda corrente discutir o desaparecimento do "intelectual público". Existem várias explicações para esse eclipse –crescente especialização do saber; complexidade dos fenômenos sociais; segmentação dos interesses dos consumidores; etc. etc. Certo, tudo certo. Mas o "intelectual público" desapareceu quando ele deixou de ter acesso exclusivo à informação e ao conhecimento. Não admira que muitos deles manifestem tanto rancor contra o capitalismo, em geral, e contra o sr. Bezos, em particular. No fundo, no fundo, como é possível permitir ao povão o acesso direto à fonte sem "engenheiros de almas humanas"? Entendo o drama. E tenho solução para ele: tomar um bom sorvete que isso passa.
colunas
Amazon democratizou a cultura como nenhum governo o fezConheço pessoas que marcham contra o capitalismo mas não abrem mão dos seus frutos. Coisas como iPhone, café da Starbucks ou viagens de avião para lugares "intocados" pelo homem branco. Sem falar de assuntos mais sérios, como cirurgias que exigem material altamente sofisticado. Curioso: nunca escutei nenhum dos militantes a recusar as máquinas e a optar coerentemente pelo feiticeiro da tribo. Quando vejo certas passeatas contra a globalização e os manifestantes tirando "selfies" com orgulho, lembro-me sempre de uma observação de Paulo Francis sobre uma marcha contra a fome (acho) em que um dos participantes –um burguês qualquer de inclinações marxistas– tomava um sorvete durante o desfile. Eu tomo sorvetes e não vou ao desfile. Sou um vergonhoso pró-capitalista por um motivo tão básico que nem merece comentário: o capitalismo tornou a minha vida melhor. Há quem sinta inveja dos ricos. Eu sinto gratidão: compro a revista "Forbes" com regularidade e, folheando as suas páginas, murmuro um "obrigado" a cada retrato. Mas não é apenas gratidão. É admiração. Nunca seria um bom capitalista. Não tenho resistência para a vida miserável que os capitalistas levam –viagens de negócios, almoços de negócios, reuniões de negócios, infartes de negócios. Falei em "resistência" mas a palavra certa é preguiça: só de pensar em montar uma empresa sinto um cansaço tão extremo que preciso de uma sesta imediata e duas horas de spa. Por outras palavras: a energia de Jeff Bezos parece-me tão inatingível como a velocidade de Usain Bolt. E se falo de Bezos é porque ele se prepara para suplantar Bill Gates como o homem mais rico do mundo. Parabéns, rapaz. Muito obrigado, rapazes. Bill Gates permitiu-me bater essas linhas com rapidez, depois de consultar vários jornais do globo inteiro. Bezos teve uma influência mais subtil mas não menos revolucionária: ele poliu o selvagem que havia em mim. Consigo ver esse selvagem: tinha 13 ou 14 anos e os pais, com uma paciência infinita, desembarcavam em Londres com ele. Durante um ano, o selvagem tinha poupado todos os tostões para quatro dias de "flânerie" literária. Os pais tiravam-lhe a coleira, largavam-no em Charing Cross Road e ele desaparecia durante 24 horas. Quando regressava ao hotel, trazia às costas a Biblioteca de Alexandria, ou uma parte dela. Para quem vinha de um país pequeno, recém libertado de uma ditadura, aquilo era uma experiência espiritual, não apenas livresca. Às vezes, sinto saudades desses tempos de descoberta e apoplexia. Mas é nostalgia de ingrato. A Amazon, que conheci nos primeiros anos da idade adulta, não permitiu apenas acesso fácil ao melhor do pensamento e das artes. A Amazon arrasou com a própria noção de periferia: era possível estar na aldeia e ter acesso ao último livro de um autor relevante. Por último, e talvez mais importante, a Amazon deu-me poder: o poder que só o conhecimento permite.Por isso Jeff Bezos desperta a hostilidade de tantas "elites": elas podem falar de "democracia" como se fosse um tique nervoso; mas a Amazon democratizou realmente a cultura –a alta, a média, a baixa– de uma forma que nenhum governo –de direita, de esquerda, de centro– seria capaz de igualar. Hoje, é moeda corrente discutir o desaparecimento do "intelectual público". Existem várias explicações para esse eclipse –crescente especialização do saber; complexidade dos fenômenos sociais; segmentação dos interesses dos consumidores; etc. etc. Certo, tudo certo. Mas o "intelectual público" desapareceu quando ele deixou de ter acesso exclusivo à informação e ao conhecimento. Não admira que muitos deles manifestem tanto rancor contra o capitalismo, em geral, e contra o sr. Bezos, em particular. No fundo, no fundo, como é possível permitir ao povão o acesso direto à fonte sem "engenheiros de almas humanas"? Entendo o drama. E tenho solução para ele: tomar um bom sorvete que isso passa.
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Facebook começa a pagar por conteúdo jornalístico em vídeo
O Facebook começou a pagar a veículos de informação como "New York Times", "BuzzFeed", "Huffington Post" para que usem sua ferramenta Live, de vídeo ao vivo. O objetivo é ter conteúdo jornalístico de qualidade numa de suas apostas de 2016. Os contratos de "incentivo financeiro" foram confirmados por "NYT" e "BuzzFeed". Segundo esse último, o Facebook paga cerca de US$ 250 mil por 20 vídeos postados por mês, em contratos de duração trimestral. Para o jornalista especializado Peter Kafka, primeiro a informar a mudança, não são "grandes somas, mas é conceitualmente uma grande coisa para uma empresa que se negava a licenciar conteúdo ou pagar criadores: é a primeira vez que usa dinheiro". Foram fechados contratos com esportistas, atores e âncoras de TV. O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou, ao destacar o Live na apresentação dos resultados do primeiro trimestre: "Estamos no início de uma era de ouro do vídeo on-line". Argumentou ser efeito da transição técnica no compartilhamento. "No desktop era mais fácil digitar, então líamos mais texto. No aparelho móvel é mais fácil carregar vídeo, então vemos mais." A ideia é erguer em cinco anos um "ecossistema" em torno do Live e outros formatos novos de vídeo. Zuckerberg está envolvido diretamente: na quarta, conduziu uma conversa com astronautas da estação internacional. E o "BuzzFeed" já protagonizou uma vitória e uma derrota do Live. Em abril, a explosão de uma melancia passou de 10 milhões de espectadores, "pela primeira vez, um número comparável à televisão", festejou o site. post facebook buzzfeed melancia video da melancia Por outro lado, há três semanas, uma entrevista do "BuzzFeed" com Barack Obama foi transferida às pressas, por problema técnico após dois minutos, para o concorrente Google, do YouTube. Em revés mais significativo, outro concorrente, o Twitter, ficou com os direitos de dez jogos de futebol americano, após o fracasso das conversas do Facebook com a NFL. A derrota num contrato histórico por direitos esportivos é minimizada pelo Facebook, que comentou não ver seus usuários interessados em transmissões mais longas. Noutro projeto prioritário do Facebook, Instant Articles, pelo qual organizações jornalísticas são estimuladas a publicar diretamente na plataforma, para acesso rápido, os incentivos vêm crescendo, mas sem envolver dinheiro. Lançado há um ano e adotado por "NYT" e outros, vem dando mais amplitude tanto para publicidade como assinatura. Agora os veículos podem publicar vídeos publicitários e mais banners no final de cada post, além de links para assinar newsletters. TENDÊNCIA O analista Ken Doctor, do Nieman Journalism Lab, de Harvard, diz que a decisão do Facebook Live pode ser vista como o início de uma "tendência" e lembra que "existem precedentes, outras plataformas, porque elas querem mais conteúdo em vídeo, que é altamente monetizável". Os veículos já se adaptam. "Como Live e outros criaram um mercado, você vê 'NYT' e start-ups como Vox Media dizendo que se tornaram empresas de vídeo, por acreditar na combinação da venda direta própria com Facebook e provavelmente outros." Ele não vê o mesmo acontecendo com texto. Cita casos de pagamento por conteúdo escrito, como no acordo do Google com a Associated Press, mas de "pequena monta", porque falta de interesse das empresas de tecnologia.
mercado
Facebook começa a pagar por conteúdo jornalístico em vídeoO Facebook começou a pagar a veículos de informação como "New York Times", "BuzzFeed", "Huffington Post" para que usem sua ferramenta Live, de vídeo ao vivo. O objetivo é ter conteúdo jornalístico de qualidade numa de suas apostas de 2016. Os contratos de "incentivo financeiro" foram confirmados por "NYT" e "BuzzFeed". Segundo esse último, o Facebook paga cerca de US$ 250 mil por 20 vídeos postados por mês, em contratos de duração trimestral. Para o jornalista especializado Peter Kafka, primeiro a informar a mudança, não são "grandes somas, mas é conceitualmente uma grande coisa para uma empresa que se negava a licenciar conteúdo ou pagar criadores: é a primeira vez que usa dinheiro". Foram fechados contratos com esportistas, atores e âncoras de TV. O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou, ao destacar o Live na apresentação dos resultados do primeiro trimestre: "Estamos no início de uma era de ouro do vídeo on-line". Argumentou ser efeito da transição técnica no compartilhamento. "No desktop era mais fácil digitar, então líamos mais texto. No aparelho móvel é mais fácil carregar vídeo, então vemos mais." A ideia é erguer em cinco anos um "ecossistema" em torno do Live e outros formatos novos de vídeo. Zuckerberg está envolvido diretamente: na quarta, conduziu uma conversa com astronautas da estação internacional. E o "BuzzFeed" já protagonizou uma vitória e uma derrota do Live. Em abril, a explosão de uma melancia passou de 10 milhões de espectadores, "pela primeira vez, um número comparável à televisão", festejou o site. post facebook buzzfeed melancia video da melancia Por outro lado, há três semanas, uma entrevista do "BuzzFeed" com Barack Obama foi transferida às pressas, por problema técnico após dois minutos, para o concorrente Google, do YouTube. Em revés mais significativo, outro concorrente, o Twitter, ficou com os direitos de dez jogos de futebol americano, após o fracasso das conversas do Facebook com a NFL. A derrota num contrato histórico por direitos esportivos é minimizada pelo Facebook, que comentou não ver seus usuários interessados em transmissões mais longas. Noutro projeto prioritário do Facebook, Instant Articles, pelo qual organizações jornalísticas são estimuladas a publicar diretamente na plataforma, para acesso rápido, os incentivos vêm crescendo, mas sem envolver dinheiro. Lançado há um ano e adotado por "NYT" e outros, vem dando mais amplitude tanto para publicidade como assinatura. Agora os veículos podem publicar vídeos publicitários e mais banners no final de cada post, além de links para assinar newsletters. TENDÊNCIA O analista Ken Doctor, do Nieman Journalism Lab, de Harvard, diz que a decisão do Facebook Live pode ser vista como o início de uma "tendência" e lembra que "existem precedentes, outras plataformas, porque elas querem mais conteúdo em vídeo, que é altamente monetizável". Os veículos já se adaptam. "Como Live e outros criaram um mercado, você vê 'NYT' e start-ups como Vox Media dizendo que se tornaram empresas de vídeo, por acreditar na combinação da venda direta própria com Facebook e provavelmente outros." Ele não vê o mesmo acontecendo com texto. Cita casos de pagamento por conteúdo escrito, como no acordo do Google com a Associated Press, mas de "pequena monta", porque falta de interesse das empresas de tecnologia.
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Última doente infectada pelo vírus ebola tem alta na Libéria
O último paciente com o vírus ebola na Libéria recebeu alta nesta quinta (5). Com isso, o país do oeste africano, que registrou o maior número de mortes em razão da epidemia (4.117), não tem mais doente em tratamento. Se dentro de 42 dias (duas vezes o período máximo de incubação do ebola) não houver nenhum caso novo, a epidemia na Libéria terá oficialmente acabado. A professora Beatrice Yardolo, 58, foi liberada nesta quinta de um centro de tratamento administrado pelo governo chinês na capital, Monróvia. "Meu tratamento foi tão intensivo que hoje eu estou aqui, de pé, e sou muito grata", disse ela, em meio a comemorações. Três dos cinco filhos de Yardolo morreram da doença. Ela contraiu ebola ao cuidar da filha infectada e foi internada no dia 18 de fevereiro. Mas especialistas advertem que é cedo para comemorar. Segundo o Ministério da Saúde da Libéria, nenhum novo caso foi registrado nos últimos 13 dias. Mas 214 pessoas estão sendo monitoradas por causa de possível exposição ao vírus. "Isso não significa que o ebola acabou na Libéria", disse Tolbert Nyenswah, vice-ministro da Saúde do país. "Mas sabemos que 13 de nossos 15 condados passaram 42 dias sem casos." No restante da região, há outros sinais encorajadores de que a epidemia está aos poucos sendo controlada. Os vizinhos Serra Leoa e Guiné continuam registrando novos casos, mas o ritmo de infecção é 10% do que há seis meses. O ebola é transmitido por meio do contato com fluidos corporais (sangue, suor, fezes). Desde o início da epidemia, no ano passado, 23.983 pessoas foram contaminadas e 9.823 morreram. O maior número de casos ocorreu em Serra Leoa (11.497, com 3.565 mortes), Libéria (9.249 casos, 4.117 mortes) e Guiné (3.237 casos, sendo 2.141 mortes). ZERO "A próxima fase da luta contra o ebola, chegar a zero casos, é a parte mais difícil", disse à Folha Joanne Liu, presidente do Médicos Sem Fronteiras, organização que administra centros de tratamento. "Com a redução no número de casos, corremos o risco de perder o sentimento de urgência para desenvolver vacinas e remédios." Segundo Joanne, a comunidade internacional foi muito lenta em sua resposta à epidemia. "Se tivéssemos nos organizado melhor, poderíamos ter evitado a tragédia; foi um fracasso coletivo." A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, afirmou que os países afetados pelo ebola precisam de um Plano Marshall, referindo-se ao programa de reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial. Segundo o Banco Mundial, houve perda de US$ 1,6 bilhão no PIB de Libéria, Serra Leoa e Guiné por causa da epidemia. Doadores internacionais prometeram quase US$ 5 bilhões aos países afetados, mas muito pouco dessa promessa se concretizou. Também nesta quinta, a Organização Mundial da Saúde anunciou que o último estágio de testes de uma vacina experimental contra o ebola será iniciado neste sábado (7). Se for eficaz, será a primeira droga para prevenção. Com agências de notícias
mundo
Última doente infectada pelo vírus ebola tem alta na LibériaO último paciente com o vírus ebola na Libéria recebeu alta nesta quinta (5). Com isso, o país do oeste africano, que registrou o maior número de mortes em razão da epidemia (4.117), não tem mais doente em tratamento. Se dentro de 42 dias (duas vezes o período máximo de incubação do ebola) não houver nenhum caso novo, a epidemia na Libéria terá oficialmente acabado. A professora Beatrice Yardolo, 58, foi liberada nesta quinta de um centro de tratamento administrado pelo governo chinês na capital, Monróvia. "Meu tratamento foi tão intensivo que hoje eu estou aqui, de pé, e sou muito grata", disse ela, em meio a comemorações. Três dos cinco filhos de Yardolo morreram da doença. Ela contraiu ebola ao cuidar da filha infectada e foi internada no dia 18 de fevereiro. Mas especialistas advertem que é cedo para comemorar. Segundo o Ministério da Saúde da Libéria, nenhum novo caso foi registrado nos últimos 13 dias. Mas 214 pessoas estão sendo monitoradas por causa de possível exposição ao vírus. "Isso não significa que o ebola acabou na Libéria", disse Tolbert Nyenswah, vice-ministro da Saúde do país. "Mas sabemos que 13 de nossos 15 condados passaram 42 dias sem casos." No restante da região, há outros sinais encorajadores de que a epidemia está aos poucos sendo controlada. Os vizinhos Serra Leoa e Guiné continuam registrando novos casos, mas o ritmo de infecção é 10% do que há seis meses. O ebola é transmitido por meio do contato com fluidos corporais (sangue, suor, fezes). Desde o início da epidemia, no ano passado, 23.983 pessoas foram contaminadas e 9.823 morreram. O maior número de casos ocorreu em Serra Leoa (11.497, com 3.565 mortes), Libéria (9.249 casos, 4.117 mortes) e Guiné (3.237 casos, sendo 2.141 mortes). ZERO "A próxima fase da luta contra o ebola, chegar a zero casos, é a parte mais difícil", disse à Folha Joanne Liu, presidente do Médicos Sem Fronteiras, organização que administra centros de tratamento. "Com a redução no número de casos, corremos o risco de perder o sentimento de urgência para desenvolver vacinas e remédios." Segundo Joanne, a comunidade internacional foi muito lenta em sua resposta à epidemia. "Se tivéssemos nos organizado melhor, poderíamos ter evitado a tragédia; foi um fracasso coletivo." A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, afirmou que os países afetados pelo ebola precisam de um Plano Marshall, referindo-se ao programa de reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial. Segundo o Banco Mundial, houve perda de US$ 1,6 bilhão no PIB de Libéria, Serra Leoa e Guiné por causa da epidemia. Doadores internacionais prometeram quase US$ 5 bilhões aos países afetados, mas muito pouco dessa promessa se concretizou. Também nesta quinta, a Organização Mundial da Saúde anunciou que o último estágio de testes de uma vacina experimental contra o ebola será iniciado neste sábado (7). Se for eficaz, será a primeira droga para prevenção. Com agências de notícias
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Investir em bitcoin e outras moedas digitais requer cuidado e sangue-frio
Os sucessivos recordes da Bolsa brasileira neste ano têm disputado atenções com outro nome que vive aparecendo no noticiário, seja por sua expressiva valorização, pela forte volatilidade ou por escândalos envolvendo corretoras e outros participantes desse novo nicho: o bitcoin. No Brasil, casas de análise têm enviado a seus clientes relatórios em que destacam o potencial de ganho da mais popular moeda digital já criada. A euforia se baseia na valorização de 276% da divisa no ano. Como comparação, a Bolsa brasileira acumula alta de 25% no mesmo período. A Usiminas, ação com melhor desempenho dentro do Ibovespa —dos papéis mais negociados—, sobe 132%. Os números são de encher os olhos, mas comprar bitcoin e outras criptomoedas não é para qualquer um. Uma das razões é a forte oscilação que a moeda sofre. Quedas e altas diárias na casa dos dois dígitos não são raras. Essa volatilidade —em especial para baixo— pode ser um teste para quem tem aversão a perder dinheiro, mesmo que no curto prazo. "É para quem é ultra-agressivo em seus investimentos. Deve ser encarado como uma estratégia de diversificação extrema", afirma o planejador financeiro Janser Rojo, da associação Planejar. Antes de comprar bitcoin, diz, o investidor deveria percorrer um caminho de gradação de risco começando pela renda fixa, passando por fundos multimercados (que têm uma parte do dinheiro de aplicações conservadoras) e renda variável (como ações). O bitcoin viria ainda depois de derivativos (contratos que derivam de outro ativo, como ouro e boi) e aplicação em câmbio tradicional (aplicações em fundos que compram dólar ou euro), para Rojo. "Tem que ser uma aposta do investidor em uma tecnologia que ele acredita." Avaliação parecida tem Fernando Pavani, presidente da empresa de soluções cambiais BeeTech. "Não é recomendado que pessoas físicas apliquem mais de 5% do patrimônio nessas moedas digitais. Elas não são especialistas nisso, podem não ter aproveitado o melhor momento para entrar", diz. ESTRATÉGIAS Para começar a operar é preciso apresentar documento de identificação com foto, CPF e comprovante de residência para cadastro. Guto Schiavon, diretor de operações da Foxbit, explica que a empresa exige ainda comprovação de renda para transações acima de R$ 25 mil. Essas são algumas das estratégias das corretoras que intermedeiam as transações entre pessoas que querem comprar e vender bitcoins —semelhante às tradicionais— para tentar reduzir o risco de a moeda ser usada em atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro ou pagamentos relacionados a tráfico, uma das principais críticas às moedas digitais ao redor do mundo. As medidas replicam normas que o mercado financeiro é obrigado a seguir. Depois de aberta a conta na corretora, o mecanismo de compra e venda de bitcoins é parecido com o das operações no mercado de ações: o usuário define o valor que quer pagar ou receber pela moeda e espera uma contraparte aceitar a oferta. As empresas que fazem a intermediação das transações cobram uma taxa, que varia de 0,3% a 0,7% do valor da operação. O lucro com a venda de bitcoins acima de R$ 35 mil é tributado em 15% pela Receita Federal e precisa ser declarado no Imposto de Renda. DESREGULADO Além da forte oscilação, o bitcoin é considerado arriscado por não ser um ativo concreto e por não ter regulação própria. Nem o Banco Central nem a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) deram passos nessa direção. Na Câmara, um projeto de lei para colocar moedas digitais sob supervisão do Banco Central está sob análise de uma comissão especial desde 2015. A falta de proteção ao pequeno investidor é questionada por especialistas. "Não é regulado e não tem nenhuma instituição financeira grande ou FGC (Fundo Garantidor de Créditos) por trás. É de extremo risco", afirma João Paulo Oliveira, analista-chefe de moedas criptografadas da XP Investimentos. Maior corretora do país, a XP diz ainda estar começando a olhar para esse mercado. * Saiba o que são e como funcionam as criptomoedas Criptomoedas são moedas digitais inventadas por programadores. A mais famosa é o bitcoin. Depois surgiram altcoins (moedas alternativas). Cada uma é uma sequência única de letras e números que pode ser trocada na internet Ninguém. O controle está em vários servidores ao mesmo tempo. É um sistema descentralizado e público, por isso é extremamente seguro As moedas são emitidas a cada vez que um computador soluciona um problema matemático específico. Qualquer um pode participar e resolver os problemas São os computadores programados para resolver os problemas que geram moedas. "Mina" vem da analogia com o ouro São os donos dos computadores. Eles ganham dinheiro com a venda de moedas e por validar as transações Assim como uma carteira de dinheiro ou o extrato do banco, guardam o registro de quantas moedas a pessoa tem. Entradas e saídas de moedas da carteira são públicas Ocorrem quando alguém compra ou vende moedas. A operação modifica as informações das carteiras. A transação é validada com a tecnologia de "blockchain", que funciona como um livro-caixa escrito à caneta: não é possível apagar nada Saiba como funciona esse mercado e quais riscos de comprar moedas digitais Pessoas maiores de 18 anos com CPF Existem cerca de dez corretoras especializadas no Brasil. É preciso abrir uma conta com elas e, para isso, apresentar RG, CPF e comprovante de residência Para comprar, o investidor transfere reais para a corretora. Depois, a operação é semelhante à compra e venda de ações. A pessoa diz quantas moedas quer comprar e espera um vendedor Algumas corretoras pedem valor mínimo de R$ 50, o que dá comprar uma fração da moeda As corretoras cobram entre 0,3% e 0,7% sobre o valor da operação, de quem compra e de quem vende. Lucro acima de R$ 35 mil é tributado pela Receita em 15% Sim. O preço das criptomoedas oscila muito. Há ainda risco de a corretora ser invadida por hackers ou quebrar. O surgimento de outras moedas pode derrubar preços Ativos que podem ser usados para transações. São aceitos por um grupo amplo de pessoas e, quando é feita uma troca, estão disponíveis imediatamente (diferentemente do crédito) Tudo que constitui o patrimônio, fixo (imóveis, equipamentos) ou circulante (dinheiro) de uma pessoa ou empresa A variação brusca nos preços inviabiliza, em alguns casos, o uso de criptomoedas como uma moeda de troca. Por isso, existe um debate se as moedas digitais são efetivamente moedas (como dólar e real) ou apenas ativos de investimento arriscado Tecnologia inventada para criar um meio de troca digital confiável para criptomoedas. Garante que seja impossível falsificar ou modificar o registro de transações realizadas Foi criada em 2012. É formada por um conselho de oito diretores. Essas pessoas padronizam a criptografia de bitcoins, protegendo o sistema, mas não tomam decisões Elas são armazenadas em carteiras, que têm senhas gigantes e muito difíceis de memorizar A senha de acesso às criptomoedas fica guardada em um papel Desvantagem: Perder o papel, já que não há backup A senha fica off-line, em um pen drive, por exemplo, ou em dispositivo específico para criptomoedas Desvantagem: no Brasil, o dispositivo específico custa mais de R$ 500 Uma corretora administra as senhas e contas de seus usuários Desvantagem: A corretora pode sofrer um ataque, ou, se não for idônea, pode orquestrar um golpe A senha fica armazenada no smartphone ou no computador Desvantagem: os aparelhos podem ser invadidos, ou o usuário pode esquecer que tem bitcoins e formatar o HD O bitcoin foi criado por um grupo de programadores em 2008. A proposta era uma moeda de troca on-line que não sofresse com o "double spending" (gastar o mesmo dinheiro mais de uma vez) e garantisse anonimato e segurança nas transações. As altcoins, como o ethereum, vieram depois. Hoje, as criptomoedas são usadas como investimento, mas ainda servem para compra e venda no mercado paralelo. Por isso, enfrentam oposição de bancos e autoridades
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Investir em bitcoin e outras moedas digitais requer cuidado e sangue-frioOs sucessivos recordes da Bolsa brasileira neste ano têm disputado atenções com outro nome que vive aparecendo no noticiário, seja por sua expressiva valorização, pela forte volatilidade ou por escândalos envolvendo corretoras e outros participantes desse novo nicho: o bitcoin. No Brasil, casas de análise têm enviado a seus clientes relatórios em que destacam o potencial de ganho da mais popular moeda digital já criada. A euforia se baseia na valorização de 276% da divisa no ano. Como comparação, a Bolsa brasileira acumula alta de 25% no mesmo período. A Usiminas, ação com melhor desempenho dentro do Ibovespa —dos papéis mais negociados—, sobe 132%. Os números são de encher os olhos, mas comprar bitcoin e outras criptomoedas não é para qualquer um. Uma das razões é a forte oscilação que a moeda sofre. Quedas e altas diárias na casa dos dois dígitos não são raras. Essa volatilidade —em especial para baixo— pode ser um teste para quem tem aversão a perder dinheiro, mesmo que no curto prazo. "É para quem é ultra-agressivo em seus investimentos. Deve ser encarado como uma estratégia de diversificação extrema", afirma o planejador financeiro Janser Rojo, da associação Planejar. Antes de comprar bitcoin, diz, o investidor deveria percorrer um caminho de gradação de risco começando pela renda fixa, passando por fundos multimercados (que têm uma parte do dinheiro de aplicações conservadoras) e renda variável (como ações). O bitcoin viria ainda depois de derivativos (contratos que derivam de outro ativo, como ouro e boi) e aplicação em câmbio tradicional (aplicações em fundos que compram dólar ou euro), para Rojo. "Tem que ser uma aposta do investidor em uma tecnologia que ele acredita." Avaliação parecida tem Fernando Pavani, presidente da empresa de soluções cambiais BeeTech. "Não é recomendado que pessoas físicas apliquem mais de 5% do patrimônio nessas moedas digitais. Elas não são especialistas nisso, podem não ter aproveitado o melhor momento para entrar", diz. ESTRATÉGIAS Para começar a operar é preciso apresentar documento de identificação com foto, CPF e comprovante de residência para cadastro. Guto Schiavon, diretor de operações da Foxbit, explica que a empresa exige ainda comprovação de renda para transações acima de R$ 25 mil. Essas são algumas das estratégias das corretoras que intermedeiam as transações entre pessoas que querem comprar e vender bitcoins —semelhante às tradicionais— para tentar reduzir o risco de a moeda ser usada em atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro ou pagamentos relacionados a tráfico, uma das principais críticas às moedas digitais ao redor do mundo. As medidas replicam normas que o mercado financeiro é obrigado a seguir. Depois de aberta a conta na corretora, o mecanismo de compra e venda de bitcoins é parecido com o das operações no mercado de ações: o usuário define o valor que quer pagar ou receber pela moeda e espera uma contraparte aceitar a oferta. As empresas que fazem a intermediação das transações cobram uma taxa, que varia de 0,3% a 0,7% do valor da operação. O lucro com a venda de bitcoins acima de R$ 35 mil é tributado em 15% pela Receita Federal e precisa ser declarado no Imposto de Renda. DESREGULADO Além da forte oscilação, o bitcoin é considerado arriscado por não ser um ativo concreto e por não ter regulação própria. Nem o Banco Central nem a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) deram passos nessa direção. Na Câmara, um projeto de lei para colocar moedas digitais sob supervisão do Banco Central está sob análise de uma comissão especial desde 2015. A falta de proteção ao pequeno investidor é questionada por especialistas. "Não é regulado e não tem nenhuma instituição financeira grande ou FGC (Fundo Garantidor de Créditos) por trás. É de extremo risco", afirma João Paulo Oliveira, analista-chefe de moedas criptografadas da XP Investimentos. Maior corretora do país, a XP diz ainda estar começando a olhar para esse mercado. * Saiba o que são e como funcionam as criptomoedas Criptomoedas são moedas digitais inventadas por programadores. A mais famosa é o bitcoin. Depois surgiram altcoins (moedas alternativas). Cada uma é uma sequência única de letras e números que pode ser trocada na internet Ninguém. O controle está em vários servidores ao mesmo tempo. É um sistema descentralizado e público, por isso é extremamente seguro As moedas são emitidas a cada vez que um computador soluciona um problema matemático específico. Qualquer um pode participar e resolver os problemas São os computadores programados para resolver os problemas que geram moedas. "Mina" vem da analogia com o ouro São os donos dos computadores. Eles ganham dinheiro com a venda de moedas e por validar as transações Assim como uma carteira de dinheiro ou o extrato do banco, guardam o registro de quantas moedas a pessoa tem. Entradas e saídas de moedas da carteira são públicas Ocorrem quando alguém compra ou vende moedas. A operação modifica as informações das carteiras. A transação é validada com a tecnologia de "blockchain", que funciona como um livro-caixa escrito à caneta: não é possível apagar nada Saiba como funciona esse mercado e quais riscos de comprar moedas digitais Pessoas maiores de 18 anos com CPF Existem cerca de dez corretoras especializadas no Brasil. É preciso abrir uma conta com elas e, para isso, apresentar RG, CPF e comprovante de residência Para comprar, o investidor transfere reais para a corretora. Depois, a operação é semelhante à compra e venda de ações. A pessoa diz quantas moedas quer comprar e espera um vendedor Algumas corretoras pedem valor mínimo de R$ 50, o que dá comprar uma fração da moeda As corretoras cobram entre 0,3% e 0,7% sobre o valor da operação, de quem compra e de quem vende. Lucro acima de R$ 35 mil é tributado pela Receita em 15% Sim. O preço das criptomoedas oscila muito. Há ainda risco de a corretora ser invadida por hackers ou quebrar. O surgimento de outras moedas pode derrubar preços Ativos que podem ser usados para transações. São aceitos por um grupo amplo de pessoas e, quando é feita uma troca, estão disponíveis imediatamente (diferentemente do crédito) Tudo que constitui o patrimônio, fixo (imóveis, equipamentos) ou circulante (dinheiro) de uma pessoa ou empresa A variação brusca nos preços inviabiliza, em alguns casos, o uso de criptomoedas como uma moeda de troca. Por isso, existe um debate se as moedas digitais são efetivamente moedas (como dólar e real) ou apenas ativos de investimento arriscado Tecnologia inventada para criar um meio de troca digital confiável para criptomoedas. Garante que seja impossível falsificar ou modificar o registro de transações realizadas Foi criada em 2012. É formada por um conselho de oito diretores. Essas pessoas padronizam a criptografia de bitcoins, protegendo o sistema, mas não tomam decisões Elas são armazenadas em carteiras, que têm senhas gigantes e muito difíceis de memorizar A senha de acesso às criptomoedas fica guardada em um papel Desvantagem: Perder o papel, já que não há backup A senha fica off-line, em um pen drive, por exemplo, ou em dispositivo específico para criptomoedas Desvantagem: no Brasil, o dispositivo específico custa mais de R$ 500 Uma corretora administra as senhas e contas de seus usuários Desvantagem: A corretora pode sofrer um ataque, ou, se não for idônea, pode orquestrar um golpe A senha fica armazenada no smartphone ou no computador Desvantagem: os aparelhos podem ser invadidos, ou o usuário pode esquecer que tem bitcoins e formatar o HD O bitcoin foi criado por um grupo de programadores em 2008. A proposta era uma moeda de troca on-line que não sofresse com o "double spending" (gastar o mesmo dinheiro mais de uma vez) e garantisse anonimato e segurança nas transações. As altcoins, como o ethereum, vieram depois. Hoje, as criptomoedas são usadas como investimento, mas ainda servem para compra e venda no mercado paralelo. Por isso, enfrentam oposição de bancos e autoridades
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O ruim pode ficar pior
É do perfil de um engenheiro, mesmo que tenha se desligado das atividades típicas da profissão, procurar soluções concretas para os problemas com que se defronta. Eu me enquadro nesse feitio, ainda que o problema em pauta seja o da combalida economia brasileira. Mais grave: na atual conjuntura, a matriz dos impasses já se deslocou do campo propriamente econômico para a seara política. Não saberia dizer se a saída para a paralisia política em que mergulhamos será alcançada com a clara demonstração da gravidade das repercussões da recessão sobre a sociedade. Creio que sim e compete a todos nós mostrar os fatos como eles são para, dessa forma, motivar os segmentos políticos que nos representam a encontrar as soluções. É possível que estejamos a caminho de um segundo ano de regressão econômica tão grave quanto está sendo em 2015. Nessas condições, será inevitável o rebaixamento da condição de bom pagador do Brasil por todas as principais agências internacionais avaliadoras de risco de crédito. Como deve ser do conhecimento dos líderes políticos, os estragos da crise sobre a produção, o emprego, a renda e a riqueza privada já são significativos e não serão facilmente reparados. Pior ainda é que tais danos estão prestes a se repetir. Como as "gorduras" que parte das empresas e das famílias acumulou no passado já foram consumidas, não haverá reservas para compensar dificuldades de igual calibre em 2016. Levantamento da Serasa revela que em agosto metade das 8 milhões de empresas acompanhadas pela entidade se deparava com alguma inadimplência. No caso de pessoas físicas, 57 milhões tinham contas em atraso, quase 40% dos 140 milhões de brasileiros adultos. São sinais claros de que mais um ano de recessão abalará seriamente a situação financeira das empresas e famílias. Um desdobramento provável é que, diante de uma maior inadimplência, o crédito sofra interrupção ainda mais generalizada do que vem ocorrendo. Nessa hipótese, produção e emprego entrarão em queda livre. Se nada for feito, as condições já precárias das finanças públicas se tornarão dramáticas. Isso vale para todos os níveis de governo, em especial a Estados e municípios, que já começam a atrasar pagamentos a fornecedores e a fazer malabarismo para honrar a folha do funcionalismo, aprofundando a retração das economias locais. Devido à crise fiscal, os contribuintes estão sendo submetidos a uma enorme pressão dos governos na busca de aumentar a arrecadação a qualquer custo. Não tardará para que as empresas, forçadas a proteger minimamente seus balanços, repassem o aumento de custos tributários aos preços, engrossando o caldo da inflação. Os efeitos da fúria fiscal são conhecidos: o poder de compra da população cai e o Banco Central pode voltar a elevar os juros, reforçando o círculo vicioso da recessão. Já passa da hora um acordo político para estabilizar o quadro fiscal, desarmar as expectativas econômicas mais pessimistas e viabilizar as mudanças de que carece a economia para voltar a crescer. Propostas como o recente programa do PMDB intitulado "Uma Ponte para o Futuro" elevam o nível do debate, pois incorporam pontos de uma agenda difícil, mas necessária, que o governo e o Congresso evitam enfrentar. São pontos de partida para construir o consenso mínimo e aglutinar as forças interessadas na retomada do desenvolvimento. E ajudar a destravar o xadrez político para o país sair do imobilismo antes que o que já está ruim piore de vez.
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O ruim pode ficar piorÉ do perfil de um engenheiro, mesmo que tenha se desligado das atividades típicas da profissão, procurar soluções concretas para os problemas com que se defronta. Eu me enquadro nesse feitio, ainda que o problema em pauta seja o da combalida economia brasileira. Mais grave: na atual conjuntura, a matriz dos impasses já se deslocou do campo propriamente econômico para a seara política. Não saberia dizer se a saída para a paralisia política em que mergulhamos será alcançada com a clara demonstração da gravidade das repercussões da recessão sobre a sociedade. Creio que sim e compete a todos nós mostrar os fatos como eles são para, dessa forma, motivar os segmentos políticos que nos representam a encontrar as soluções. É possível que estejamos a caminho de um segundo ano de regressão econômica tão grave quanto está sendo em 2015. Nessas condições, será inevitável o rebaixamento da condição de bom pagador do Brasil por todas as principais agências internacionais avaliadoras de risco de crédito. Como deve ser do conhecimento dos líderes políticos, os estragos da crise sobre a produção, o emprego, a renda e a riqueza privada já são significativos e não serão facilmente reparados. Pior ainda é que tais danos estão prestes a se repetir. Como as "gorduras" que parte das empresas e das famílias acumulou no passado já foram consumidas, não haverá reservas para compensar dificuldades de igual calibre em 2016. Levantamento da Serasa revela que em agosto metade das 8 milhões de empresas acompanhadas pela entidade se deparava com alguma inadimplência. No caso de pessoas físicas, 57 milhões tinham contas em atraso, quase 40% dos 140 milhões de brasileiros adultos. São sinais claros de que mais um ano de recessão abalará seriamente a situação financeira das empresas e famílias. Um desdobramento provável é que, diante de uma maior inadimplência, o crédito sofra interrupção ainda mais generalizada do que vem ocorrendo. Nessa hipótese, produção e emprego entrarão em queda livre. Se nada for feito, as condições já precárias das finanças públicas se tornarão dramáticas. Isso vale para todos os níveis de governo, em especial a Estados e municípios, que já começam a atrasar pagamentos a fornecedores e a fazer malabarismo para honrar a folha do funcionalismo, aprofundando a retração das economias locais. Devido à crise fiscal, os contribuintes estão sendo submetidos a uma enorme pressão dos governos na busca de aumentar a arrecadação a qualquer custo. Não tardará para que as empresas, forçadas a proteger minimamente seus balanços, repassem o aumento de custos tributários aos preços, engrossando o caldo da inflação. Os efeitos da fúria fiscal são conhecidos: o poder de compra da população cai e o Banco Central pode voltar a elevar os juros, reforçando o círculo vicioso da recessão. Já passa da hora um acordo político para estabilizar o quadro fiscal, desarmar as expectativas econômicas mais pessimistas e viabilizar as mudanças de que carece a economia para voltar a crescer. Propostas como o recente programa do PMDB intitulado "Uma Ponte para o Futuro" elevam o nível do debate, pois incorporam pontos de uma agenda difícil, mas necessária, que o governo e o Congresso evitam enfrentar. São pontos de partida para construir o consenso mínimo e aglutinar as forças interessadas na retomada do desenvolvimento. E ajudar a destravar o xadrez político para o país sair do imobilismo antes que o que já está ruim piore de vez.
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Gol lança serviço que permite fazer check-in de voos pelo Twitter
O "Turismo" prepara uma seleção de dicas, novidades e eventos do setor toda semana. A coluna "Sobrevoo" também responde a perguntas dos leitores e publica fotos de viagem. Para colaborar, envie e-mail para [email protected]. * GOL LANÇA SERVIÇO QUE PERMITE FAZER CHECK-IN DE VOOS PELO TWITTER A Gol lançou nesta semana um serviço que permite fazer o check-in de voos (nacionais ou internacionais) pelo Twitter. Segundo a empresa, que tem 514 mil seguidores na rede social, o cliente deverá tuitar usando #GOLcheckin para receber orientações por mensagem privada, seguindo o passo a passo semelhante ao do web check-in. O cartão de embarque será enviado pelo celular via QR Code. * NOVO MAPA RELACIONA ATRAÇÕES SUSTENTÁVEIS DO LITORAL NORTE DE SP O Observatório Litoral Sustentável, criado pela ONG Instituto Pólis, colocou no ar um mapa virtual com 87 atrações do litoral norte de São Paulo que respeitam o meio ambiente e valorizam as culturas e riquezas tradicionais da região. São mirantes, passeios de barco, reservas indígenas, ruínas históricas, eventos e trilhas na mata espalhados por São Sebastião, Ilhabela, Ubatuba e Caraguatatuba. O mapa pode ser acessado no site bit.ly/1ZCNvHD. * TÓQUIO INAUGURA MUSEU DEDICADO AO CÃOZINHO SNOOPY E SUA TURMA Abriu as portas no final do mês passado na capital japonesa o Snoopy Museum (snoopymuseum.tokyo), com curadoria do museu Charles M. Schulz, de Santa Rosa, Califórnia (EUA). O espaço, no bairro de Ropongi, terá exposições renovadas a cada seis meses; a de inauguração "My Favorite Peanuts", traz 60 tirinhas originais selecionadas pela mulher de Schulz, criador do personagem. No museu também há a Brown's Store, lojinha de suvenires, e o Blanket, café que faz referência ao cobertor do personagem Linus. * VEM PRA RUA No último domingo (8) a Prefeitura de Paris estreou a iniciativa de fechar a Champs Elysées aos carros; a medida será adotada todo 1º domingo do mês * AGENDA 25 maio Primeiro dia da terceira edição do Fidifest, festival de dança em Santos; a programação vai até o dia 29 31 maio Último dia do mês dos museus de Miami, com descontos e promoções para conhecer 27 espaços da cidade (miamimuseum month.com) 5 junho Entre os dias 3 e 5, a pousada dos Anjos (pousadadosanjos.com.br), em Cunha (SP), fará uma oficina de joias; hóspedes ganharão anéis de prata ou com pedras brasileiras * PRESTE ATENÇÃO! R$ 1 É quanto vai custar a diária no próximo domingo (15) em mais de 30 albergues filiados à rede Hostelling International no Brasil, sempre em quartos compartilhados 3 VEZES É a frequência semanal do novo voo da Royal Air Maroc no Brasil; a empresa, que já opera a rota São Paulo-Casablanca, iniciou na semana passada voos entre a cidade marroquina e o Rio. Em maio, as passagens aéreas custam a partir de R$ 2.674 Está pensando em viajar e tem dúvidas? Mande suas perguntas para [email protected]. Envie também fotos de suas viagens; as melhores serão publicadas.
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Gol lança serviço que permite fazer check-in de voos pelo TwitterO "Turismo" prepara uma seleção de dicas, novidades e eventos do setor toda semana. A coluna "Sobrevoo" também responde a perguntas dos leitores e publica fotos de viagem. Para colaborar, envie e-mail para [email protected]. * GOL LANÇA SERVIÇO QUE PERMITE FAZER CHECK-IN DE VOOS PELO TWITTER A Gol lançou nesta semana um serviço que permite fazer o check-in de voos (nacionais ou internacionais) pelo Twitter. Segundo a empresa, que tem 514 mil seguidores na rede social, o cliente deverá tuitar usando #GOLcheckin para receber orientações por mensagem privada, seguindo o passo a passo semelhante ao do web check-in. O cartão de embarque será enviado pelo celular via QR Code. * NOVO MAPA RELACIONA ATRAÇÕES SUSTENTÁVEIS DO LITORAL NORTE DE SP O Observatório Litoral Sustentável, criado pela ONG Instituto Pólis, colocou no ar um mapa virtual com 87 atrações do litoral norte de São Paulo que respeitam o meio ambiente e valorizam as culturas e riquezas tradicionais da região. São mirantes, passeios de barco, reservas indígenas, ruínas históricas, eventos e trilhas na mata espalhados por São Sebastião, Ilhabela, Ubatuba e Caraguatatuba. O mapa pode ser acessado no site bit.ly/1ZCNvHD. * TÓQUIO INAUGURA MUSEU DEDICADO AO CÃOZINHO SNOOPY E SUA TURMA Abriu as portas no final do mês passado na capital japonesa o Snoopy Museum (snoopymuseum.tokyo), com curadoria do museu Charles M. Schulz, de Santa Rosa, Califórnia (EUA). O espaço, no bairro de Ropongi, terá exposições renovadas a cada seis meses; a de inauguração "My Favorite Peanuts", traz 60 tirinhas originais selecionadas pela mulher de Schulz, criador do personagem. No museu também há a Brown's Store, lojinha de suvenires, e o Blanket, café que faz referência ao cobertor do personagem Linus. * VEM PRA RUA No último domingo (8) a Prefeitura de Paris estreou a iniciativa de fechar a Champs Elysées aos carros; a medida será adotada todo 1º domingo do mês * AGENDA 25 maio Primeiro dia da terceira edição do Fidifest, festival de dança em Santos; a programação vai até o dia 29 31 maio Último dia do mês dos museus de Miami, com descontos e promoções para conhecer 27 espaços da cidade (miamimuseum month.com) 5 junho Entre os dias 3 e 5, a pousada dos Anjos (pousadadosanjos.com.br), em Cunha (SP), fará uma oficina de joias; hóspedes ganharão anéis de prata ou com pedras brasileiras * PRESTE ATENÇÃO! R$ 1 É quanto vai custar a diária no próximo domingo (15) em mais de 30 albergues filiados à rede Hostelling International no Brasil, sempre em quartos compartilhados 3 VEZES É a frequência semanal do novo voo da Royal Air Maroc no Brasil; a empresa, que já opera a rota São Paulo-Casablanca, iniciou na semana passada voos entre a cidade marroquina e o Rio. Em maio, as passagens aéreas custam a partir de R$ 2.674 Está pensando em viajar e tem dúvidas? Mande suas perguntas para [email protected]. Envie também fotos de suas viagens; as melhores serão publicadas.
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Havana, formosa em sua decrepitude
Pessoas de todas as partes do mundo chegam todos os dias a Havana com a intenção, entre outras possíveis, de penetrar em um parque temático do urbanismo eclético, que, como vantagem adicional, possui o ingrediente de ser habitado por pessoas reais, com vidas reais. A capital cubana, que nasceu e cresceu graças à geografia –a bênção de uma baía protetora diante da corrente e do golfo do México–, foi até o século 18 uma cidade mais marinheira e militar que civil ou religiosa. Seu primeiro grande crescimento urbano se deu no século 19, quando, ainda colônia espanhola, a ilha desfrutou de um crescimento econômico impressionante. Palácios burgueses, teatros, avenidas e praças cresceram então, extrapolando o velho recinto murado, e converteram Havana numa cidade esplendorosa. Já no século 20, os momentos de prosperidade econômica contribuíram para lhe dar sua fisionomia definitiva, num processo de expansão urbana que deu origem aos novos bairros aristocráticos e de classe média em que hoje vive a maior parte da população havanesa. Os paulatinos movimentos expansivos da cidade foram deixando para trás, como obstáculos do passado, os lugares que iam perdendo a preferência dos cidadãos mais influentes. Mas sua permanência urbana tornou-se necessária para abrigar a grande massa proletária, os migrantes nacionais e estrangeiros que ocuparam essas áreas que ficaram desfavorecidas e entre as quais se encontrava, justamente, a zona mais histórica da cidade, a chamada Havana Velha. As décadas do período revolucionário iniciado em 1959 que sacudiram a sociedade cubana até suas bases mudaram muito pouco essa estrutura física que a cidade tinha alcançado. Pelo contrário –entre carências econômicas e o descaso governamental e privado, a cidade de Havana não apenas ficou parada no tempo e no espaço como foi caindo nesse marasmo de abandono em que se encontrava na década de 1990, quando chegou a grande crise econômica do momento pós-soviético e, como ele, a impossibilidade de melhorar o estado construtivo de uma cidade envelhecida que foi se povoando de ruínas, desastres urbanísticos e ruas esburacadas. Em parte graças a esse abandono, a Havana Velha, diferentemente de outros bairros históricos, conservou sua cara antiga e, devido ao empenho do Escritório do Historiador da Cidade, iniciou um quarto de século atrás um processo de recuperação que, apesar de parcial, conseguiu resgatar o encanto de uma parte da cidade colonial e preservar suas construções mais históricas e simbólicas, conferindo-lhes, além disso, utilidade e visibilidade. Hoje a Havana colonial é uma importante atração turística internacional. Mas o resto da cidade, excetuando obras e zonas muito pontuais, não teve a mesma sorte. A prolongada falta de investimentos em sua melhoria cobrou e está cobrando o preço de uma deterioração crescente que se torna especialmente dramática em um país cujo déficit habitacional é um de seus males sociais crônicos. O panorama urbano de Havana se complicou, além disso, devido a uma política muito vulnerável de organização urbanística que permitiu a deformação profunda do caráter de certas áreas da capital cubana e o surgimento de modificações estruturais e decorativas que fizeram do tradicional espírito eclético da cidade (dona, segundo o escritor Alejo Carpentier, "do estilo das coisas que não têm estilo") um emaranhado de possibilidades em que o feio e o improvisado ergueram seu império. Assim, hoje Havana, ou grande parte de Havana, é uma cidade ameaçada pelas ruínas. Com ruas estragadas, rede de esgotos obsoleta e muitas, muitas construções em mau estado ou em condições de "estática milagrosa" (porque só não caíram por milagre), a cidade clama por uma inversão grande que a salve e, sobretudo, permita uma vida familiar mais digna para centenas de milhares de pessoas. Somam-se a essas circunstâncias existentes na Havana "visível" as que se vivem na Havana "invisível", aquela que foi tomando conta da periferia urbana onde nasceram diversos assentamentos emergentes, muitos deles sem rede de água ou esgotos, formada por construções erguidas com qualquer material que possa servir de paredes e telhado. Esses bairros, onde vivem sobretudo pessoas vindas da parte oriental da ilha (os chamados "palestinos"), imagino que não devem figurar em nenhum plano urbanístico, razão pela qual não devem receber inversões –apesar de que ali também vivem cubanos e cubanas, velhos e crianças. Mas acontece que no calor do boom de Cuba, e em especial de Havana como destino turístico, e sob o efeito do novo estado das relações entre a ilha e os Estados Unidos, Havana parece estar no centro de interesse de muitos investidores. Esses investidores potenciais sabem que a capital cubana é uma cidade atraente, histórica, singular (esse parque temático que mencionei antes), mas onde praticamente tudo está por fazer. Porque Havana precisa de uma renovação de sua infraestrutura; a cidade clama por hotéis e outros alojamentos; ela precisa de uma remodelação de seu litoral, ainda mais quando o porto comercial foi transferido para Mariel e a baía de Havana ficará como raia turística e esportiva. Como Havana vai assimilar esse vendaval tão necessário, eu diria até inevitável, que assoma no horizonte? Que política econômica e urbanística aplicar: a tradicional, caracterizada pelo controle e os freios, ou a da abertura... e do descontrole? A ruína ou o aço e o vidro? Algum meio termo? Os dilemas são dramáticos, e os urbanistas e arquitetos cubanos têm consciência disso. Havana não pode continuar em seu estado atual, porque sua doença é demasiado grave. Se bem que, como diz o refrão cubano, às vezes "o remédio é pior que o mal". Só que, para salvar a cidade, é preciso salvar primeiro o bem-estar de seus habitantes, e entre uma e outra exigência pode estar a alternativa do diabo... e o fim dessa Havana, formosa em sua decrepitude, que ainda hoje podemos ver... sofrer.
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Havana, formosa em sua decrepitudePessoas de todas as partes do mundo chegam todos os dias a Havana com a intenção, entre outras possíveis, de penetrar em um parque temático do urbanismo eclético, que, como vantagem adicional, possui o ingrediente de ser habitado por pessoas reais, com vidas reais. A capital cubana, que nasceu e cresceu graças à geografia –a bênção de uma baía protetora diante da corrente e do golfo do México–, foi até o século 18 uma cidade mais marinheira e militar que civil ou religiosa. Seu primeiro grande crescimento urbano se deu no século 19, quando, ainda colônia espanhola, a ilha desfrutou de um crescimento econômico impressionante. Palácios burgueses, teatros, avenidas e praças cresceram então, extrapolando o velho recinto murado, e converteram Havana numa cidade esplendorosa. Já no século 20, os momentos de prosperidade econômica contribuíram para lhe dar sua fisionomia definitiva, num processo de expansão urbana que deu origem aos novos bairros aristocráticos e de classe média em que hoje vive a maior parte da população havanesa. Os paulatinos movimentos expansivos da cidade foram deixando para trás, como obstáculos do passado, os lugares que iam perdendo a preferência dos cidadãos mais influentes. Mas sua permanência urbana tornou-se necessária para abrigar a grande massa proletária, os migrantes nacionais e estrangeiros que ocuparam essas áreas que ficaram desfavorecidas e entre as quais se encontrava, justamente, a zona mais histórica da cidade, a chamada Havana Velha. As décadas do período revolucionário iniciado em 1959 que sacudiram a sociedade cubana até suas bases mudaram muito pouco essa estrutura física que a cidade tinha alcançado. Pelo contrário –entre carências econômicas e o descaso governamental e privado, a cidade de Havana não apenas ficou parada no tempo e no espaço como foi caindo nesse marasmo de abandono em que se encontrava na década de 1990, quando chegou a grande crise econômica do momento pós-soviético e, como ele, a impossibilidade de melhorar o estado construtivo de uma cidade envelhecida que foi se povoando de ruínas, desastres urbanísticos e ruas esburacadas. Em parte graças a esse abandono, a Havana Velha, diferentemente de outros bairros históricos, conservou sua cara antiga e, devido ao empenho do Escritório do Historiador da Cidade, iniciou um quarto de século atrás um processo de recuperação que, apesar de parcial, conseguiu resgatar o encanto de uma parte da cidade colonial e preservar suas construções mais históricas e simbólicas, conferindo-lhes, além disso, utilidade e visibilidade. Hoje a Havana colonial é uma importante atração turística internacional. Mas o resto da cidade, excetuando obras e zonas muito pontuais, não teve a mesma sorte. A prolongada falta de investimentos em sua melhoria cobrou e está cobrando o preço de uma deterioração crescente que se torna especialmente dramática em um país cujo déficit habitacional é um de seus males sociais crônicos. O panorama urbano de Havana se complicou, além disso, devido a uma política muito vulnerável de organização urbanística que permitiu a deformação profunda do caráter de certas áreas da capital cubana e o surgimento de modificações estruturais e decorativas que fizeram do tradicional espírito eclético da cidade (dona, segundo o escritor Alejo Carpentier, "do estilo das coisas que não têm estilo") um emaranhado de possibilidades em que o feio e o improvisado ergueram seu império. Assim, hoje Havana, ou grande parte de Havana, é uma cidade ameaçada pelas ruínas. Com ruas estragadas, rede de esgotos obsoleta e muitas, muitas construções em mau estado ou em condições de "estática milagrosa" (porque só não caíram por milagre), a cidade clama por uma inversão grande que a salve e, sobretudo, permita uma vida familiar mais digna para centenas de milhares de pessoas. Somam-se a essas circunstâncias existentes na Havana "visível" as que se vivem na Havana "invisível", aquela que foi tomando conta da periferia urbana onde nasceram diversos assentamentos emergentes, muitos deles sem rede de água ou esgotos, formada por construções erguidas com qualquer material que possa servir de paredes e telhado. Esses bairros, onde vivem sobretudo pessoas vindas da parte oriental da ilha (os chamados "palestinos"), imagino que não devem figurar em nenhum plano urbanístico, razão pela qual não devem receber inversões –apesar de que ali também vivem cubanos e cubanas, velhos e crianças. Mas acontece que no calor do boom de Cuba, e em especial de Havana como destino turístico, e sob o efeito do novo estado das relações entre a ilha e os Estados Unidos, Havana parece estar no centro de interesse de muitos investidores. Esses investidores potenciais sabem que a capital cubana é uma cidade atraente, histórica, singular (esse parque temático que mencionei antes), mas onde praticamente tudo está por fazer. Porque Havana precisa de uma renovação de sua infraestrutura; a cidade clama por hotéis e outros alojamentos; ela precisa de uma remodelação de seu litoral, ainda mais quando o porto comercial foi transferido para Mariel e a baía de Havana ficará como raia turística e esportiva. Como Havana vai assimilar esse vendaval tão necessário, eu diria até inevitável, que assoma no horizonte? Que política econômica e urbanística aplicar: a tradicional, caracterizada pelo controle e os freios, ou a da abertura... e do descontrole? A ruína ou o aço e o vidro? Algum meio termo? Os dilemas são dramáticos, e os urbanistas e arquitetos cubanos têm consciência disso. Havana não pode continuar em seu estado atual, porque sua doença é demasiado grave. Se bem que, como diz o refrão cubano, às vezes "o remédio é pior que o mal". Só que, para salvar a cidade, é preciso salvar primeiro o bem-estar de seus habitantes, e entre uma e outra exigência pode estar a alternativa do diabo... e o fim dessa Havana, formosa em sua decrepitude, que ainda hoje podemos ver... sofrer.
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Para driblar greve, professor da USP faz prova e aula pela internet
Professores de unidades da USP com prédios ocupados por alunos grevistas têm apelado para atividades on-line para evitar a perda do semestre e atender quem não aderiu à paralisação. Trabalhos, provas e até aulas completas já foram realizadas pela internet nas últimas semanas. Diante das ocupações e da paralisação de servidores, estudantes também têm enfrentado dificuldades para renovação de estágios e para aprovação de intercâmbios. Os prédios da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e da ECA (Escola de Comunicação e Artes) estão tomados há mais de um mês por alunos –que alegam seguir decisão de assembleia estudantil. Os grupos grevistas exigem, entre outras coisas, implementação do sistema de cotas sociais e raciais, além de apoiarem a paralisação dos professores e servidores técnico-administrativos da USP, decretada pelos respectivos sindicatos no mês passado. A universidade tem iniciativas para incluir alunos da rede pública, mas houve queda recente dessas matrículas. O professor Helmut Galle já deu quatro aulas on-line para driblar os piquetes. Por e-mail, encaminhou apresentações e arquivos de áudio da disciplina classicismo alemão. O trabalho para avaliação teve de ser entregue por e-mail na quarta passada (15). Uma aluna do 5º ano de letras, que pediu anonimato por medo de represália, diz que teve dificuldades. "Na aula, ele dá explicações mais completas. Preferia as reposições." Os colegas de classe do aluno Marcus Repa, 26, tiveram que fazer prova on-line de ciência política –algo inédito, diz, em outras greves. O professor Brasílio Sallum deixou no Moodle (ambiente virtual de apoio) duas perguntas. Os estudantes tiveram 2h10 para fazer. "Foi um método interessante para caso de greve", disse Repa. "Evita conflito com movimento estudantil, que tem legitimidade para suas ações." A prática dividiu alunos. "A minha internet caiu duas vezes, tive ataques de pânico", diz Daniela Uehara, 22. BLOQUEIOS Além das atividades on-line, a ocupação já levou professores de USP, Unicamp e Unesp a organizarem aulas em locais secretos, provocando conflitos com grevistas, conforme noticiado pelo jornal "O Estado de S. Paulo". O diretor da FFLCH, Sergio Adorno, diz que a greve atual rompeu uma tradição de manter acesso ao prédio administrativo –algo que preservava atividades como a pós-graduação. "[Há um] apelo cada vez mais frequente à violência, como as ocupações e bloqueios de prédios." Na ECA, os estudantes fizeram a ocupação do prédio da administração central e piquetes na porta das salas de aula para evitar atividades. Somente a apresentação de trabalhos de conclusão de cursos está sendo liberada. Alguns professores sugeriram a prova on-line, mas os alunos recusaram. Em relações públicas e turismo, a data de entrega dos trabalhos pela internet foi mantida. A aluna de turismo Tainá Santos, 19, diz que precisou entregar trabalho por e-mail, e professores ainda pediram que trabalhos fossem deixados em seus armários. "Sou a favor da greve, mas é melhor que o professor tenha forma de avaliar. Tem disciplinas no próximo semestre que dependem deste ano." O estudante de jornalismo Vitor Matioli, 22, que participa dos piquetes, condena a atitude dos professores. "Temos reivindicações de melhoria para a universidade, os alunos pedem reposições." "Esse tipo de atitude fere uma certa ética com os colegas que estão efetivamente empenhados contra o desmonte da universidade", diz o professor Ciro Correia, ex-presidente da Adusp (associação dos docentes). TRANSTORNOS Estudantes da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e da ECA (Escola de Comunicação e Artes) têm enfrentado dificuldades burocráticas com a interrupção dos serviços administrativos, causada pelas ocupações. Sem documentos ou validações da USP, estágios e intercâmbios ficam comprometidos. A aluna de letras Gabriela Passos, 20, precisa de uma assinatura da USP para renovar o contrato de estágio, que vence no dia 6. "Mandei e-mail para a reitoria, Pró-Reitoria de Graduação, direção da FFLCH", diz ela, que teme perder o emprego. "O RH da empresa não aceita outra coisa." Na USP desde 2013, passou por três greves. Ela conta que nos anos anteriores os serviços da administração não haviam sido interrompidos. As ocupações nos prédios da FFLCH e ECA são comandadas por estudantes. Servidores administrativos estão em greve, mas, como a adesão é variável, os serviços acabavam não sendo totalmente prejudicados. A aluna Camille Lohmeyer, 20, também de letras, teve de adiar para 2017 os planos de fazer intercâmbio na Itália. Ela não conseguiu um documento de equivalência curricular. "Sem ele, não consigo a carta de aceitação da universidade e, sem ela, não consigo o visto", afirma. Lohmeyer tentou resolver o problema com a CCINT (Comissão de Cooperação Internacional) da FFLCH. "Eles disseram que, como eu vou por conta própria, só a seção de alunos [secretaria de atendimento] pode me dar o papel. Mas o prédio está ocupado", completa. Segundo o professor Vladimir Safatle, presidente da CCINT, as atividades da comissão estão ocorrendo apesar da greve, fora dos prédios ocupados. "Nós fizemos uma reunião com todos os estudantes internacionais no começo da greve, e falamos com os professores, que estão cientes do caráter excepcional destes alunos", diz. De acordo com ele, a disciplina dedicada aos internacionais continua sendo ministrada, também fora das dependências da FFLCH, e no caso da aluna chinesa, o que ocorreu foi uma falha de comunicação. "O que ela precisava era a carta de aceite do professor responsável pelo chinês para a renovação", afirma. "Nem sempre é fácil encontrar o professor no primeiro momento durante greve, mas o prazo de umes não é um absurdo para a resolução de um trâmite burocrático, não só na USP, mas no mundo todo." O professor afirma, no entanto, que há preocupação com relação às greves longas. "Ainda não perdemos nenhum convênio, mas estamos em uma situação de tensão com a greve." ESTRANGEIROS Alunos da USP de outros países também têm tido problemas. No Brasil há dez meses, a chinesa Elisa Chen, 21, precisava de uma assinatura da universidade para a renovação de seu visto. "Depois de um mês, consegui falar com um professor e peguei a assinatura dele", diz. "Não é a mesma coisa, mas disseram na Polícia Federal que vão aceitar." Para Maria Cristina Mungioli, presidente da Comissão de Relações Internacionais da ECA, a situação pode afetar a vinda de alunos estrangeiros no segundo semestre. "Algumas universidades ligaram perguntando", diz. "Ainda não sabemos sobre cancelamentos, mas muitas pessoas reavaliam quando a instituição está em greve." Mesmo com problemas para revalidar créditos de um intercâmbio feito em 2015, a estudante de artes cênicas A.R., 21, que pediu para não ser identificada, apoia a greve. "Vou ter que refazer as matérias que já cursei, porque todos os meus documentos estão dentro do prédio ocupado", diz. "A greve coloca debates que, infelizmente, não têm espaço no dia a dia da faculdade, como o de cotas." Além da exigência de cotas, os estudantes reivindicam ampliação das bolsas de permanência estudantil, vagas na moradia universitária e contratações de professores, entre outras pautas. raio-x da usp
educacao
Para driblar greve, professor da USP faz prova e aula pela internetProfessores de unidades da USP com prédios ocupados por alunos grevistas têm apelado para atividades on-line para evitar a perda do semestre e atender quem não aderiu à paralisação. Trabalhos, provas e até aulas completas já foram realizadas pela internet nas últimas semanas. Diante das ocupações e da paralisação de servidores, estudantes também têm enfrentado dificuldades para renovação de estágios e para aprovação de intercâmbios. Os prédios da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e da ECA (Escola de Comunicação e Artes) estão tomados há mais de um mês por alunos –que alegam seguir decisão de assembleia estudantil. Os grupos grevistas exigem, entre outras coisas, implementação do sistema de cotas sociais e raciais, além de apoiarem a paralisação dos professores e servidores técnico-administrativos da USP, decretada pelos respectivos sindicatos no mês passado. A universidade tem iniciativas para incluir alunos da rede pública, mas houve queda recente dessas matrículas. O professor Helmut Galle já deu quatro aulas on-line para driblar os piquetes. Por e-mail, encaminhou apresentações e arquivos de áudio da disciplina classicismo alemão. O trabalho para avaliação teve de ser entregue por e-mail na quarta passada (15). Uma aluna do 5º ano de letras, que pediu anonimato por medo de represália, diz que teve dificuldades. "Na aula, ele dá explicações mais completas. Preferia as reposições." Os colegas de classe do aluno Marcus Repa, 26, tiveram que fazer prova on-line de ciência política –algo inédito, diz, em outras greves. O professor Brasílio Sallum deixou no Moodle (ambiente virtual de apoio) duas perguntas. Os estudantes tiveram 2h10 para fazer. "Foi um método interessante para caso de greve", disse Repa. "Evita conflito com movimento estudantil, que tem legitimidade para suas ações." A prática dividiu alunos. "A minha internet caiu duas vezes, tive ataques de pânico", diz Daniela Uehara, 22. BLOQUEIOS Além das atividades on-line, a ocupação já levou professores de USP, Unicamp e Unesp a organizarem aulas em locais secretos, provocando conflitos com grevistas, conforme noticiado pelo jornal "O Estado de S. Paulo". O diretor da FFLCH, Sergio Adorno, diz que a greve atual rompeu uma tradição de manter acesso ao prédio administrativo –algo que preservava atividades como a pós-graduação. "[Há um] apelo cada vez mais frequente à violência, como as ocupações e bloqueios de prédios." Na ECA, os estudantes fizeram a ocupação do prédio da administração central e piquetes na porta das salas de aula para evitar atividades. Somente a apresentação de trabalhos de conclusão de cursos está sendo liberada. Alguns professores sugeriram a prova on-line, mas os alunos recusaram. Em relações públicas e turismo, a data de entrega dos trabalhos pela internet foi mantida. A aluna de turismo Tainá Santos, 19, diz que precisou entregar trabalho por e-mail, e professores ainda pediram que trabalhos fossem deixados em seus armários. "Sou a favor da greve, mas é melhor que o professor tenha forma de avaliar. Tem disciplinas no próximo semestre que dependem deste ano." O estudante de jornalismo Vitor Matioli, 22, que participa dos piquetes, condena a atitude dos professores. "Temos reivindicações de melhoria para a universidade, os alunos pedem reposições." "Esse tipo de atitude fere uma certa ética com os colegas que estão efetivamente empenhados contra o desmonte da universidade", diz o professor Ciro Correia, ex-presidente da Adusp (associação dos docentes). TRANSTORNOS Estudantes da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e da ECA (Escola de Comunicação e Artes) têm enfrentado dificuldades burocráticas com a interrupção dos serviços administrativos, causada pelas ocupações. Sem documentos ou validações da USP, estágios e intercâmbios ficam comprometidos. A aluna de letras Gabriela Passos, 20, precisa de uma assinatura da USP para renovar o contrato de estágio, que vence no dia 6. "Mandei e-mail para a reitoria, Pró-Reitoria de Graduação, direção da FFLCH", diz ela, que teme perder o emprego. "O RH da empresa não aceita outra coisa." Na USP desde 2013, passou por três greves. Ela conta que nos anos anteriores os serviços da administração não haviam sido interrompidos. As ocupações nos prédios da FFLCH e ECA são comandadas por estudantes. Servidores administrativos estão em greve, mas, como a adesão é variável, os serviços acabavam não sendo totalmente prejudicados. A aluna Camille Lohmeyer, 20, também de letras, teve de adiar para 2017 os planos de fazer intercâmbio na Itália. Ela não conseguiu um documento de equivalência curricular. "Sem ele, não consigo a carta de aceitação da universidade e, sem ela, não consigo o visto", afirma. Lohmeyer tentou resolver o problema com a CCINT (Comissão de Cooperação Internacional) da FFLCH. "Eles disseram que, como eu vou por conta própria, só a seção de alunos [secretaria de atendimento] pode me dar o papel. Mas o prédio está ocupado", completa. Segundo o professor Vladimir Safatle, presidente da CCINT, as atividades da comissão estão ocorrendo apesar da greve, fora dos prédios ocupados. "Nós fizemos uma reunião com todos os estudantes internacionais no começo da greve, e falamos com os professores, que estão cientes do caráter excepcional destes alunos", diz. De acordo com ele, a disciplina dedicada aos internacionais continua sendo ministrada, também fora das dependências da FFLCH, e no caso da aluna chinesa, o que ocorreu foi uma falha de comunicação. "O que ela precisava era a carta de aceite do professor responsável pelo chinês para a renovação", afirma. "Nem sempre é fácil encontrar o professor no primeiro momento durante greve, mas o prazo de umes não é um absurdo para a resolução de um trâmite burocrático, não só na USP, mas no mundo todo." O professor afirma, no entanto, que há preocupação com relação às greves longas. "Ainda não perdemos nenhum convênio, mas estamos em uma situação de tensão com a greve." ESTRANGEIROS Alunos da USP de outros países também têm tido problemas. No Brasil há dez meses, a chinesa Elisa Chen, 21, precisava de uma assinatura da universidade para a renovação de seu visto. "Depois de um mês, consegui falar com um professor e peguei a assinatura dele", diz. "Não é a mesma coisa, mas disseram na Polícia Federal que vão aceitar." Para Maria Cristina Mungioli, presidente da Comissão de Relações Internacionais da ECA, a situação pode afetar a vinda de alunos estrangeiros no segundo semestre. "Algumas universidades ligaram perguntando", diz. "Ainda não sabemos sobre cancelamentos, mas muitas pessoas reavaliam quando a instituição está em greve." Mesmo com problemas para revalidar créditos de um intercâmbio feito em 2015, a estudante de artes cênicas A.R., 21, que pediu para não ser identificada, apoia a greve. "Vou ter que refazer as matérias que já cursei, porque todos os meus documentos estão dentro do prédio ocupado", diz. "A greve coloca debates que, infelizmente, não têm espaço no dia a dia da faculdade, como o de cotas." Além da exigência de cotas, os estudantes reivindicam ampliação das bolsas de permanência estudantil, vagas na moradia universitária e contratações de professores, entre outras pautas. raio-x da usp
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Texto do Senado sobre abuso de autoridade ignora sugestões da PGR
A proposta de abuso de autoridade que deve ser votada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado na próxima quarta-feira (5) deixará de fora sugestões feitas pela Procuradoria-Geral da República. Entre elas, a penalização de quem "constranger preso com intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual" ou usar o cargo para dar a chamada "carteirada". Relator da proposta, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) se nega a acatar esse e outros pontos baseado em dois argumentos. O peemedebista reclama que os procuradores foram chamados à discussão durante a elaboração do parecer, mas somente agora enviaram recomendações –o procurador-geral, Rodrigo Janot, entregou na última terça (28) um projeto elaborado a partir do relatório de Requião. O relator também acusa a PGR de querer afrouxar a proposta para proteger o Judiciário. Segundo o procurador Helio Telho, do Ministério Público Federal de Goiás, que ajudou na elaboração do projeto do MP, há no relatório de Requião vários artigos que criminalizam a hermenêutica (penalização por interpretação divergente de uma lei ou fato). Esse é o principal ponto alvo de críticas por parte do Judiciário. O relator diz ter alterado um trecho que trata disso, o artigo primeiro, após ouvir o juiz Sérgio Moro no Senado em dezembro do ano passado. Porém, conforme Telho, artigos que tratam da tipificação também abordam essa punição. "Criminalizar a hermenêutica é inconstitucional", argumenta o procurador. "Além disso, fechamos a descrição dos crimes. No projeto, o relator coloca tipos penais muito abertos, subjetivos, o que cria ainda mais insegurança jurídica." O MP tinha ainda outras sugestões que acabaram não contempladas na proposta enviada ao Congresso. Queria, por exemplo, incluir como um tipo criminal o abuso de prerrogativas parlamentares ou de contingenciamento de emendas e orçamento para forçar apoio político. Segundo Telho, isso poderia ser interpretado como uma "afronta" ao Legislativo. SENADO O MP também questiona a tipificação, pretendida por Requião, de criminalizar o ato de "decretar prisão preventiva, busca e apreensão de menor ou outra medida de privação da liberdade, em manifesta desconformidade com as hipóteses legais". Para o procurador Helio Telho, esse é um caso claro de tentativa de tolher o Judiciário. "É o típico artigo encomendado para evitar novas prisões em grandes operações. Tem endereço certo e é a Lava Jato. O juiz pensa: vou mandar prender e se, depois, o STF diz que não era pra mandar prender, eu vou responder por abuso de autoridade", afirmou. Apesar das divergências, a maior parte dos projetos é semelhante, contando com alguns ajustes de redação e das penas. "Tentamos estabelecer uma proporcionalidade entre os crimes mais graves e dar coerência jurídica à gradação de penas, para compatibilizá-las com penas já previstas no Código Penal", afirmou Telho.
poder
Texto do Senado sobre abuso de autoridade ignora sugestões da PGRA proposta de abuso de autoridade que deve ser votada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado na próxima quarta-feira (5) deixará de fora sugestões feitas pela Procuradoria-Geral da República. Entre elas, a penalização de quem "constranger preso com intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual" ou usar o cargo para dar a chamada "carteirada". Relator da proposta, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) se nega a acatar esse e outros pontos baseado em dois argumentos. O peemedebista reclama que os procuradores foram chamados à discussão durante a elaboração do parecer, mas somente agora enviaram recomendações –o procurador-geral, Rodrigo Janot, entregou na última terça (28) um projeto elaborado a partir do relatório de Requião. O relator também acusa a PGR de querer afrouxar a proposta para proteger o Judiciário. Segundo o procurador Helio Telho, do Ministério Público Federal de Goiás, que ajudou na elaboração do projeto do MP, há no relatório de Requião vários artigos que criminalizam a hermenêutica (penalização por interpretação divergente de uma lei ou fato). Esse é o principal ponto alvo de críticas por parte do Judiciário. O relator diz ter alterado um trecho que trata disso, o artigo primeiro, após ouvir o juiz Sérgio Moro no Senado em dezembro do ano passado. Porém, conforme Telho, artigos que tratam da tipificação também abordam essa punição. "Criminalizar a hermenêutica é inconstitucional", argumenta o procurador. "Além disso, fechamos a descrição dos crimes. No projeto, o relator coloca tipos penais muito abertos, subjetivos, o que cria ainda mais insegurança jurídica." O MP tinha ainda outras sugestões que acabaram não contempladas na proposta enviada ao Congresso. Queria, por exemplo, incluir como um tipo criminal o abuso de prerrogativas parlamentares ou de contingenciamento de emendas e orçamento para forçar apoio político. Segundo Telho, isso poderia ser interpretado como uma "afronta" ao Legislativo. SENADO O MP também questiona a tipificação, pretendida por Requião, de criminalizar o ato de "decretar prisão preventiva, busca e apreensão de menor ou outra medida de privação da liberdade, em manifesta desconformidade com as hipóteses legais". Para o procurador Helio Telho, esse é um caso claro de tentativa de tolher o Judiciário. "É o típico artigo encomendado para evitar novas prisões em grandes operações. Tem endereço certo e é a Lava Jato. O juiz pensa: vou mandar prender e se, depois, o STF diz que não era pra mandar prender, eu vou responder por abuso de autoridade", afirmou. Apesar das divergências, a maior parte dos projetos é semelhante, contando com alguns ajustes de redação e das penas. "Tentamos estabelecer uma proporcionalidade entre os crimes mais graves e dar coerência jurídica à gradação de penas, para compatibilizá-las com penas já previstas no Código Penal", afirmou Telho.
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'Tenho 101% de certeza de que é honesto', diz Maluf sobre Temer
Na tentativa de barrar nova denúncia contra ele, o presidente Michel Temer iniciou uma aproximação com o ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf, um dos principais nomes do PP na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). "Eu tenho 101% de certeza de que ele é honesto. Ele é correto, decente e honesto", disse Maluf sobre o presidente. Na terça-feira (26), o peemedebista recebeu o deputado federal no gabinete presidencial, em audiência particular, e, no dia seguinte, o convidou para um almoço no Palácio do Planalto com integrantes da base aliada. O afago ao ex-prefeito deve-se à avaliação do Palácio do Planalto de que ele é um dos parlamentares com mais influência na bancada do partido, que detém cinco titulares na comissão parlamentar. Em maio, Maluf foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a sete anos e nove meses pelo crime de lavagem de dinheiro. Ele recorreu da decisão. Procurado pela Folha, o ex-prefeito não quis relatar sobre o que conversou com o presidente, mas disse ter uma "amizade atávica" com o peemedebista. 'TRANQUILIDADE OLÍMPICA' Segundo ele, o presidente está em uma "tranquilidade olímpica" e o que o move na vida pública é o "espírito levantino de fazer o bem ao próximo". Na avaliação de Maluf, a denúncia por obstrução judicial e organização criminosa é "vazia" e não se pode no país "trocar de presidente a cada seis meses". Além do deputado, Temer tem recebido outros integrantes da CCJ. Na terça-feira (26), ele se reuniu com Gorete Pereira (PR-CE), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e Bilac Pinto (PR-MG). A ideia é que a romaria continue até a votação final em plenário e se estenda aos parlamentares indecisos. A meta do presidente é conseguir pelo menos 43 votos contra a denúncia na CCJ, número maior que o alcançado no último relatório.
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'Tenho 101% de certeza de que é honesto', diz Maluf sobre TemerNa tentativa de barrar nova denúncia contra ele, o presidente Michel Temer iniciou uma aproximação com o ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf, um dos principais nomes do PP na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). "Eu tenho 101% de certeza de que ele é honesto. Ele é correto, decente e honesto", disse Maluf sobre o presidente. Na terça-feira (26), o peemedebista recebeu o deputado federal no gabinete presidencial, em audiência particular, e, no dia seguinte, o convidou para um almoço no Palácio do Planalto com integrantes da base aliada. O afago ao ex-prefeito deve-se à avaliação do Palácio do Planalto de que ele é um dos parlamentares com mais influência na bancada do partido, que detém cinco titulares na comissão parlamentar. Em maio, Maluf foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a sete anos e nove meses pelo crime de lavagem de dinheiro. Ele recorreu da decisão. Procurado pela Folha, o ex-prefeito não quis relatar sobre o que conversou com o presidente, mas disse ter uma "amizade atávica" com o peemedebista. 'TRANQUILIDADE OLÍMPICA' Segundo ele, o presidente está em uma "tranquilidade olímpica" e o que o move na vida pública é o "espírito levantino de fazer o bem ao próximo". Na avaliação de Maluf, a denúncia por obstrução judicial e organização criminosa é "vazia" e não se pode no país "trocar de presidente a cada seis meses". Além do deputado, Temer tem recebido outros integrantes da CCJ. Na terça-feira (26), ele se reuniu com Gorete Pereira (PR-CE), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e Bilac Pinto (PR-MG). A ideia é que a romaria continue até a votação final em plenário e se estenda aos parlamentares indecisos. A meta do presidente é conseguir pelo menos 43 votos contra a denúncia na CCJ, número maior que o alcançado no último relatório.
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Rezar
Inspirado por Abilio Diniz e pelo meu personal trainer, que é presbiteriano, comecei a rezar todas as manhãs. Leio os jornais e depois rezo. No início, foi como começar a correr e fazer exercícios, uma decisão intelectual, um gesto de disciplina, que você faz por obrigação e pouco prazer. Mas, aos poucos, aquilo foi virando um oásis neste momento atribulado que, como qualquer empresário brasileiro, eu vivo. Esta é uma crise braba, em que você tem que fazer sacrifícios para salvar o todo e vencer a crise. Um momento duro, de decisões duras, mas decisões necessárias e inadiáveis. Neste momento, é preciso pedir a sabedoria que o jovem Salomão pediu a Deus. A sabedoria que David, o estadista, pediu tanto a Deus. Só mesmo Deus vai nos dar, por meio de seu Espírito Santo, as virtudes que não temos. No meu caso, por exemplo: paciência, sabedoria, parcimônia. David diz nos seus lindos Salmos que o Senhor salva o homem e a besta. Tem uma besta no homem. E, se deixar a besta solta numa crise como essa, a besta desembesta. Não rezo para ser santo. Rezo para ser homem, para ser humano. No sentido divino desta palavra: ser um líder humano, um profissional humano, um marido humano, um pai humano. Humano como Francisco, o papa, que ao escolher seu nome já apontou o caminho. Que em dois anos tirou a Igreja Católica do intramuros do Vaticano e a trouxe de volta para os homens e as mulheres do mundo todo e de todas as fés. Minha amiga Arianna Huffington, uma das empresárias e mulheres mais interessantes destes tempos modernos, me ensinou a prestar mais atenção em meditação em seu novo livro, "A Terceira Métrica", publicado no Brasil pela editora Sextante. Nos Estados Unidos, só se fala em "mindfulness", em meditação. Até no Massachusetts Institute of Technology, o famoso MIT, Meca mundial da tecnologia, se fala disso. Roberto Zeballos, que é um dos médicos mais modernos do Brasil, fala muito em meditação. Rezar é meditar. E fortalece muito o empresário. É bom para quem tem fé, é bom para quem quer ter fé, é bom para quem quer ter paz, é bom para quem quer ter foco e discernimento. Não importa se você vai rezar para Jesus, Adonai, Alá, meditar sobre o que disse o Buda, rezar para Xangô e Iansã ou conversar com o vento. Quando você reza ou medita, você foca, concentra, reúne forças, toma o controle da sua vida. Você toma o controle da besta, como a inveja, a usura, o olho gordo, a pequenez, o medo e os instintos animais que existem em cada um de nós. Sem a oração e a meditação a gente desembesta a fumar, a beber, a tomar Rivotril. Desembesta a sofrer e a passar as noites acordado. Desembesta a pensar com o fígado em vez de pensar com a cabeça, com o coração e com a alma. A besta é uma má pessoa e um péssimo empresário. Rezar é o meu antídoto contra ela. Hoje é 22 de dezembro. A oração torna todo dia o dia 25 de dezembro. Por meio da oração nasce a cada dia um menino Jesus em nós. Rezar é um Natal na alma. Acreditar em Deus é bom inclusive porque evita que a gente se ache Deus. E evita que a gente seja movida pela besta que está no homem. É por isso que, a cada manhã e a cada noite, eu rezo. Não para ser santo, como disse, mas para não ser besta. Para ser homem. Feliz Natal e feliz 2016 a todos.
colunas
RezarInspirado por Abilio Diniz e pelo meu personal trainer, que é presbiteriano, comecei a rezar todas as manhãs. Leio os jornais e depois rezo. No início, foi como começar a correr e fazer exercícios, uma decisão intelectual, um gesto de disciplina, que você faz por obrigação e pouco prazer. Mas, aos poucos, aquilo foi virando um oásis neste momento atribulado que, como qualquer empresário brasileiro, eu vivo. Esta é uma crise braba, em que você tem que fazer sacrifícios para salvar o todo e vencer a crise. Um momento duro, de decisões duras, mas decisões necessárias e inadiáveis. Neste momento, é preciso pedir a sabedoria que o jovem Salomão pediu a Deus. A sabedoria que David, o estadista, pediu tanto a Deus. Só mesmo Deus vai nos dar, por meio de seu Espírito Santo, as virtudes que não temos. No meu caso, por exemplo: paciência, sabedoria, parcimônia. David diz nos seus lindos Salmos que o Senhor salva o homem e a besta. Tem uma besta no homem. E, se deixar a besta solta numa crise como essa, a besta desembesta. Não rezo para ser santo. Rezo para ser homem, para ser humano. No sentido divino desta palavra: ser um líder humano, um profissional humano, um marido humano, um pai humano. Humano como Francisco, o papa, que ao escolher seu nome já apontou o caminho. Que em dois anos tirou a Igreja Católica do intramuros do Vaticano e a trouxe de volta para os homens e as mulheres do mundo todo e de todas as fés. Minha amiga Arianna Huffington, uma das empresárias e mulheres mais interessantes destes tempos modernos, me ensinou a prestar mais atenção em meditação em seu novo livro, "A Terceira Métrica", publicado no Brasil pela editora Sextante. Nos Estados Unidos, só se fala em "mindfulness", em meditação. Até no Massachusetts Institute of Technology, o famoso MIT, Meca mundial da tecnologia, se fala disso. Roberto Zeballos, que é um dos médicos mais modernos do Brasil, fala muito em meditação. Rezar é meditar. E fortalece muito o empresário. É bom para quem tem fé, é bom para quem quer ter fé, é bom para quem quer ter paz, é bom para quem quer ter foco e discernimento. Não importa se você vai rezar para Jesus, Adonai, Alá, meditar sobre o que disse o Buda, rezar para Xangô e Iansã ou conversar com o vento. Quando você reza ou medita, você foca, concentra, reúne forças, toma o controle da sua vida. Você toma o controle da besta, como a inveja, a usura, o olho gordo, a pequenez, o medo e os instintos animais que existem em cada um de nós. Sem a oração e a meditação a gente desembesta a fumar, a beber, a tomar Rivotril. Desembesta a sofrer e a passar as noites acordado. Desembesta a pensar com o fígado em vez de pensar com a cabeça, com o coração e com a alma. A besta é uma má pessoa e um péssimo empresário. Rezar é o meu antídoto contra ela. Hoje é 22 de dezembro. A oração torna todo dia o dia 25 de dezembro. Por meio da oração nasce a cada dia um menino Jesus em nós. Rezar é um Natal na alma. Acreditar em Deus é bom inclusive porque evita que a gente se ache Deus. E evita que a gente seja movida pela besta que está no homem. É por isso que, a cada manhã e a cada noite, eu rezo. Não para ser santo, como disse, mas para não ser besta. Para ser homem. Feliz Natal e feliz 2016 a todos.
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Atiradores matam dois e ferem oito em restaurante na Suécia
A polícia sueca informou que duas pessoas morreram e oito ficaram feridas após dois atiradores realizarem um ataque em um restaurante da cidade de Gotemburgo, a segunda maior do país, na noite de quarta-feira (18). Segundo uma testemunha, os homens entraram no restaurante e começaram a atirar com armas automáticas contra clientes e funcionários. "Eu não consegui entender o que estava acontecendo. Então eu vi meu amigo sangrando. Tentei conter o sangramento com as mãos o quanto pude", disse a testemunha, que não se identificou, a uma rede de TV local A porta-voz da polícia, Ulla Brehm, disse não haver "absolutamente nada" que indique que se trata de um ataque terrorista. Segundo ela, o restaurante Var Krog och Bar, aberto em 1995, fica numa região de Gotemburgo onde há histórico de violência de gangues. Uma investigação já foi instaurada, e, apesar de considerar prematura qualquer especulação, Brehm diz haver indícios de que foi uma ação ligada às gangues.
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Atiradores matam dois e ferem oito em restaurante na SuéciaA polícia sueca informou que duas pessoas morreram e oito ficaram feridas após dois atiradores realizarem um ataque em um restaurante da cidade de Gotemburgo, a segunda maior do país, na noite de quarta-feira (18). Segundo uma testemunha, os homens entraram no restaurante e começaram a atirar com armas automáticas contra clientes e funcionários. "Eu não consegui entender o que estava acontecendo. Então eu vi meu amigo sangrando. Tentei conter o sangramento com as mãos o quanto pude", disse a testemunha, que não se identificou, a uma rede de TV local A porta-voz da polícia, Ulla Brehm, disse não haver "absolutamente nada" que indique que se trata de um ataque terrorista. Segundo ela, o restaurante Var Krog och Bar, aberto em 1995, fica numa região de Gotemburgo onde há histórico de violência de gangues. Uma investigação já foi instaurada, e, apesar de considerar prematura qualquer especulação, Brehm diz haver indícios de que foi uma ação ligada às gangues.
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Folha publica obra do filósofo Voltaire sobre tolerância
A Folha lança neste domingo (31) o "Tratado sobre a Tolerância", no qual o filósofo iluminista francês Voltaire (1694-1778) critica os fanatismos religiosos e defende o respeito às crenças dos outros: "A tolerância jamais suscitou uma guerra civil, enquanto a intolerância cobriu a terra de chacinas". O livro foi escrito em 1762, sob o impacto da execução de Jean Calas, um protestante acusado de ter assassinado um de seus filhos para evitar que ele se convertesse à religião católica. Voltaire se empenha em provar que o jovem cometera suicídio e obriga a Justiça a reabilitar o condenado, ainda que postumamente. Em sua obra –terceiro volume da coleção Folha Grandes Nomes do Pensamento, o francês observa que "temos religião de sobra para odiar e perseguir, e pouca para amar e socorrer". Ora, é fácil perceber que atacar alguém por pensar de forma diferente, além de atentar contra o direito natural, apenas divide e debilita uma sociedade. Ao longo do livro, Voltaire recorre à história para demonstrar que os povos antigos eram mais tolerantes. MÁRTIRES Observa que as violências cometidas contra os cristãos no Império Romano decorriam na maior parte das vezes da atitude intolerante dos próprios mártires –que rasgavam editos dos imperadores, recusavam-se a pagar impostos e profanavam templos de outras religiões. Na realidade, ensina Voltaire, as maiores atrocidades foram praticadas pelos cristãos: "Digo-o com horror, mas com verdade: nós, cristãos, é que fomos perseguidores, carrascos, assassinos! E de quem? De nossos irmãos. Nós é que destruímos cidades, com o crucifixo ou a Bíblia na mão, e não cessamos de derramar sangue e de acender fogueiras, desde os tempos de Constantino". Daí a importância da filosofia, diz ele: é a razão que nos leva a compreender que todos os homens são irmãos e, com isso, desarma as mãos que as superstições ensanguentaram.
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Folha publica obra do filósofo Voltaire sobre tolerânciaA Folha lança neste domingo (31) o "Tratado sobre a Tolerância", no qual o filósofo iluminista francês Voltaire (1694-1778) critica os fanatismos religiosos e defende o respeito às crenças dos outros: "A tolerância jamais suscitou uma guerra civil, enquanto a intolerância cobriu a terra de chacinas". O livro foi escrito em 1762, sob o impacto da execução de Jean Calas, um protestante acusado de ter assassinado um de seus filhos para evitar que ele se convertesse à religião católica. Voltaire se empenha em provar que o jovem cometera suicídio e obriga a Justiça a reabilitar o condenado, ainda que postumamente. Em sua obra –terceiro volume da coleção Folha Grandes Nomes do Pensamento, o francês observa que "temos religião de sobra para odiar e perseguir, e pouca para amar e socorrer". Ora, é fácil perceber que atacar alguém por pensar de forma diferente, além de atentar contra o direito natural, apenas divide e debilita uma sociedade. Ao longo do livro, Voltaire recorre à história para demonstrar que os povos antigos eram mais tolerantes. MÁRTIRES Observa que as violências cometidas contra os cristãos no Império Romano decorriam na maior parte das vezes da atitude intolerante dos próprios mártires –que rasgavam editos dos imperadores, recusavam-se a pagar impostos e profanavam templos de outras religiões. Na realidade, ensina Voltaire, as maiores atrocidades foram praticadas pelos cristãos: "Digo-o com horror, mas com verdade: nós, cristãos, é que fomos perseguidores, carrascos, assassinos! E de quem? De nossos irmãos. Nós é que destruímos cidades, com o crucifixo ou a Bíblia na mão, e não cessamos de derramar sangue e de acender fogueiras, desde os tempos de Constantino". Daí a importância da filosofia, diz ele: é a razão que nos leva a compreender que todos os homens são irmãos e, com isso, desarma as mãos que as superstições ensanguentaram.
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Na Opep, Brasil se posiciona contra cortes de produção de petróleo
O governo brasileiro foi contra um corte de produção de petróleo, para impulsionar os preços globais do combustível. A posição foi tomada durante uma reunião com membros e não membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) no fim de semana O secretário de Petróleo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, que representou o país no encontro, disse que o Brasil é uma economia de mercado livre, e que não vê como um corte da oferta poderia resolver o problema dos preços baixos do petróleo. Ele lembrou que a Petrobras é uma empresa de capital aberto. "Se os preços caem muito, as empresas têm que dar um jeito de cortar custos, serem mais competitivas, no limite fechar um campo, é assim que funciona... Eles ficaram em um primeiro momento frustrados, mas depois entenderam, elogiaram a transparência [do Brasil]", disse Félix. A Opep fechou acordo em setembro para reduzir sua produção de petróleo para uma faixa entre 32,5 milhões e 33 milhões de barris por dia, com o objetivo de incentivar os preços globais, no primeiro acerto do gênero desde 2008. O cartel formado por 14 participantes também busca apoio em outros países para evitar que alguns produtores tomem mercado daqueles que reduzirem a produção. Além do Brasil, os países não membros da Opep que participaram da reunião do sábado (29), que ocorreu em Viena, foram Rússia, México, Azerbaijão, Cazaquistão e Oman. Segundo Félix, alguns deles ainda vão estudar uma possível participação no acordo, como a Rússia e o México. Uma nova reunião da Opep com outros países deverá ocorrer em 25 de novembro, disse Félix, também em Viena, antes da reunião oficial do cartel no dia 30. Para o secretário de Petróleo, o convite foi um "reconhecimento de que o Brasil é um ator cada vez mais importante no mercado mundial de petróleo". PRODUÇÃO A produção de petróleo no Brasil subiu pelo quinto mês consecutivo em agosto, renovando um recorde mensal de extração pela terceira vez seguida, a 2,609 milhões de barris por dia, volume superior a muitos países da Opep. "Esse ano teve um crescimento muito expressivo e a produção brasileira já foi muito representativa em nível mundial", disse Félix, que sugeriu à Opep que faça reuniões em outros países e ofereceu o Brasil para ser sede de um possível encontro. No caso da Petrobras, a produção deverá cair no ano que vem ante 2016, informou a diretora de Exploração e Produção da estatal, Solange Guedes, em teleconferência em setembro, citando alguns atrasos de plataformas.
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Na Opep, Brasil se posiciona contra cortes de produção de petróleoO governo brasileiro foi contra um corte de produção de petróleo, para impulsionar os preços globais do combustível. A posição foi tomada durante uma reunião com membros e não membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) no fim de semana O secretário de Petróleo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, que representou o país no encontro, disse que o Brasil é uma economia de mercado livre, e que não vê como um corte da oferta poderia resolver o problema dos preços baixos do petróleo. Ele lembrou que a Petrobras é uma empresa de capital aberto. "Se os preços caem muito, as empresas têm que dar um jeito de cortar custos, serem mais competitivas, no limite fechar um campo, é assim que funciona... Eles ficaram em um primeiro momento frustrados, mas depois entenderam, elogiaram a transparência [do Brasil]", disse Félix. A Opep fechou acordo em setembro para reduzir sua produção de petróleo para uma faixa entre 32,5 milhões e 33 milhões de barris por dia, com o objetivo de incentivar os preços globais, no primeiro acerto do gênero desde 2008. O cartel formado por 14 participantes também busca apoio em outros países para evitar que alguns produtores tomem mercado daqueles que reduzirem a produção. Além do Brasil, os países não membros da Opep que participaram da reunião do sábado (29), que ocorreu em Viena, foram Rússia, México, Azerbaijão, Cazaquistão e Oman. Segundo Félix, alguns deles ainda vão estudar uma possível participação no acordo, como a Rússia e o México. Uma nova reunião da Opep com outros países deverá ocorrer em 25 de novembro, disse Félix, também em Viena, antes da reunião oficial do cartel no dia 30. Para o secretário de Petróleo, o convite foi um "reconhecimento de que o Brasil é um ator cada vez mais importante no mercado mundial de petróleo". PRODUÇÃO A produção de petróleo no Brasil subiu pelo quinto mês consecutivo em agosto, renovando um recorde mensal de extração pela terceira vez seguida, a 2,609 milhões de barris por dia, volume superior a muitos países da Opep. "Esse ano teve um crescimento muito expressivo e a produção brasileira já foi muito representativa em nível mundial", disse Félix, que sugeriu à Opep que faça reuniões em outros países e ofereceu o Brasil para ser sede de um possível encontro. No caso da Petrobras, a produção deverá cair no ano que vem ante 2016, informou a diretora de Exploração e Produção da estatal, Solange Guedes, em teleconferência em setembro, citando alguns atrasos de plataformas.
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Residências oficiais da Casa Civil e da Fazenda serão colocadas à venda
Na tentativa de melhorar as contas do governo, em grave situação de deficit fiscal, o Ministério do Planejamento listou as residências oficiais dos ministros da Casa Civil e da Fazenda entre os imóveis da União que serão colocados à venda com financiamento da Caixa Econômica Federal. Localizadas no Lago Sul, área nobre de Brasília, as casas atualmente não são ocupadas pelos dois homens de confiança da presidente Dilma Rousseff: os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Fazenda). Ambos alegam que preferiram morar em imóveis menores e assim o fizeram. A informação foi publicada no site do jornal "O Globo" neste sábado (16). Segundo Guilherme Estrada Rodrigues, secretário nacional do Patrimônio da União, órgão que administra os bens de domínio do governo federal, nesta terça-feira (19) será publicada uma portaria no Diário Oficial da União autorizando a alienação de 239 imóveis, entre eles as residências oficiais dos ministros, com intermediação da Caixa. O banco será também responsável por estimar o preço dos imóveis, mas ainda não apresentou esses dados. Dessa forma, a compra poderá ser feita por pessoa física ou jurídica utilizando as linhas de crédito disponíveis na Caixa. Segundo o secretário, isso vai facilitar as transações visto que, no ano passado, o governo lançou licitação para alienação de 20 imóveis e não obteve sucesso. Esses, inclusive, estarão na lista que será publicada nesta terça. Sobre as residências oficiais, o secretário diz que "são casas que os novos ministros escolheram não ocupar e optaram pela alienação". A assessoria de Jaques Wagner, porém, afirmou à Folha que ele sequer foi consultado sobre a venda da casa mas que "não caberia uma consulta" ao ministro, já que o Ministério do Planejamento é o responsável por tratar dos imóveis do governo e "cabe a ele" decidir o que fazer. A expectativa da União é arrecadar cerca de R$ 1,5 bilhão com a alienação dos imóveis este ano. A lista que será publicada nesta terça é apenas o primeiro lote dos bens e, a cada dois meses, outros devem ficar à disposição para a compra. Quando era ministra da Casa Civil durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma morou na casa no lago, assim como seu antecessor José Dirceu e seus sucessores Erenice Guerra e Antonio Palocci. Último a ocupar o gabinete de ministro-chefe da Casa Civil antes de Wagner, Aloizio Mercadante também preferiu morar em um apartamento em vez de usar a residência oficial. A residência oficial chegou a ser oferecida ao ex-ministro da Educação Cid Gomes, mas ele não chegou a morar no local devido à realização de reformas. VENDA Segundo técnicos da Secretaria do Patrimônio da União, quando o imóvel não está em uso, como era o caso das residências oficiais dos ministros da Casa Civil e Fazenda, é feito uma vistoria, calcula-se o preço de mercado e, em seguida, coloca-o à venda. A partir desta terça, o comprador interessado pelos imóveis vai até a Caixa –o banco também procurará compradores em potencial– e ali será organizado o processo de venda, com formação dos lotes. Pelo contrato com o governo, a Caixa vai receber 3,5% do valor de venda do imóvel.
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Residências oficiais da Casa Civil e da Fazenda serão colocadas à vendaNa tentativa de melhorar as contas do governo, em grave situação de deficit fiscal, o Ministério do Planejamento listou as residências oficiais dos ministros da Casa Civil e da Fazenda entre os imóveis da União que serão colocados à venda com financiamento da Caixa Econômica Federal. Localizadas no Lago Sul, área nobre de Brasília, as casas atualmente não são ocupadas pelos dois homens de confiança da presidente Dilma Rousseff: os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Fazenda). Ambos alegam que preferiram morar em imóveis menores e assim o fizeram. A informação foi publicada no site do jornal "O Globo" neste sábado (16). Segundo Guilherme Estrada Rodrigues, secretário nacional do Patrimônio da União, órgão que administra os bens de domínio do governo federal, nesta terça-feira (19) será publicada uma portaria no Diário Oficial da União autorizando a alienação de 239 imóveis, entre eles as residências oficiais dos ministros, com intermediação da Caixa. O banco será também responsável por estimar o preço dos imóveis, mas ainda não apresentou esses dados. Dessa forma, a compra poderá ser feita por pessoa física ou jurídica utilizando as linhas de crédito disponíveis na Caixa. Segundo o secretário, isso vai facilitar as transações visto que, no ano passado, o governo lançou licitação para alienação de 20 imóveis e não obteve sucesso. Esses, inclusive, estarão na lista que será publicada nesta terça. Sobre as residências oficiais, o secretário diz que "são casas que os novos ministros escolheram não ocupar e optaram pela alienação". A assessoria de Jaques Wagner, porém, afirmou à Folha que ele sequer foi consultado sobre a venda da casa mas que "não caberia uma consulta" ao ministro, já que o Ministério do Planejamento é o responsável por tratar dos imóveis do governo e "cabe a ele" decidir o que fazer. A expectativa da União é arrecadar cerca de R$ 1,5 bilhão com a alienação dos imóveis este ano. A lista que será publicada nesta terça é apenas o primeiro lote dos bens e, a cada dois meses, outros devem ficar à disposição para a compra. Quando era ministra da Casa Civil durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma morou na casa no lago, assim como seu antecessor José Dirceu e seus sucessores Erenice Guerra e Antonio Palocci. Último a ocupar o gabinete de ministro-chefe da Casa Civil antes de Wagner, Aloizio Mercadante também preferiu morar em um apartamento em vez de usar a residência oficial. A residência oficial chegou a ser oferecida ao ex-ministro da Educação Cid Gomes, mas ele não chegou a morar no local devido à realização de reformas. VENDA Segundo técnicos da Secretaria do Patrimônio da União, quando o imóvel não está em uso, como era o caso das residências oficiais dos ministros da Casa Civil e Fazenda, é feito uma vistoria, calcula-se o preço de mercado e, em seguida, coloca-o à venda. A partir desta terça, o comprador interessado pelos imóveis vai até a Caixa –o banco também procurará compradores em potencial– e ali será organizado o processo de venda, com formação dos lotes. Pelo contrato com o governo, a Caixa vai receber 3,5% do valor de venda do imóvel.
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Fuja da folia: Banda Francisco, el Hombre faz show no Sesc Santana
A banda Francisco, el Hombre, formada por brasileiros e mexicanos, faz show nesta terça, no Sesc Santana (av. Luiz Dumont Villares, 579, tel. 11- 2971-8700), a partir das 18h. Radicada em Barão Geraldo (Campinas), a banda de cinco integrantes apresentará canções de seu álbum de estreia, "soltasbruxa", com sonoridades tradicionais e regionais latino-americanas, cantadas em espanhol com sotaque brasileiro e português com sotaque espanhol. Ingressos de R$ 7,50 a R$ 25 na bilheteria do Sesc ou em sescsp.org.br. MAIS MÚSICA A banda austríaca Belphegor, de metal, celebra seus mais de 20 anos de carreira e promove o álbum "Conjuring the Dead", lançado em 2014, às 20h30, no Manifesto Bar, no Itaim Bibi. Ingresso a R$ 240 em clubedoingresso.com ENIGMA Quem quem fugir do Carnaval pode desvendar enigmas, descobrir pistas e tentar escapar em até 60 minutos das salas temáticas do The Escape Game, na Vila Mariana (r. Flávio de Melo, 273/285, tel. 11-3135-5007, das 13h às 22h). Há quatro salas temáticas disponíveis: Drácula, Roubo a Banco, Agente Secreto e Máquina do Tempo. Preços começam em R$ 316 para quatro jogadores (até oito podem jogar, mas o valor aumenta). Reservas pelo site theescapegame.com.br.
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Fuja da folia: Banda Francisco, el Hombre faz show no Sesc SantanaA banda Francisco, el Hombre, formada por brasileiros e mexicanos, faz show nesta terça, no Sesc Santana (av. Luiz Dumont Villares, 579, tel. 11- 2971-8700), a partir das 18h. Radicada em Barão Geraldo (Campinas), a banda de cinco integrantes apresentará canções de seu álbum de estreia, "soltasbruxa", com sonoridades tradicionais e regionais latino-americanas, cantadas em espanhol com sotaque brasileiro e português com sotaque espanhol. Ingressos de R$ 7,50 a R$ 25 na bilheteria do Sesc ou em sescsp.org.br. MAIS MÚSICA A banda austríaca Belphegor, de metal, celebra seus mais de 20 anos de carreira e promove o álbum "Conjuring the Dead", lançado em 2014, às 20h30, no Manifesto Bar, no Itaim Bibi. Ingresso a R$ 240 em clubedoingresso.com ENIGMA Quem quem fugir do Carnaval pode desvendar enigmas, descobrir pistas e tentar escapar em até 60 minutos das salas temáticas do The Escape Game, na Vila Mariana (r. Flávio de Melo, 273/285, tel. 11-3135-5007, das 13h às 22h). Há quatro salas temáticas disponíveis: Drácula, Roubo a Banco, Agente Secreto e Máquina do Tempo. Preços começam em R$ 316 para quatro jogadores (até oito podem jogar, mas o valor aumenta). Reservas pelo site theescapegame.com.br.
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Câmara aprova redução da idade mínima para deputado e governador
Na retomada da votação de pontos da reforma política, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (11), com ampla maioria, a redução da idade mínima para quem quiser se candidatar a deputado federal, estadual ou distrital de 21 anos para 18 anos. A Casa também estabeleceu em 29 anos a idade mínima para candidatos a governador, vice-governador e senador. Atualmente, o limite mínimo é de 30 anos para os dois primeiros casos e de 35 para o último. Os deputados mantiveram a idade mínima, já prevista na Constituição, de 21 anos para candidatos a prefeito, vice-prefeito e juiz de paz e de 18 anos para quem quiser ser vereador. Também não foi alterada a idade mínima para assumir a Presidência da República, que é de 35 anos. A Câmara também aprovou a mudança de data para posse de presidente da República e governadores. Atualmente, as posses acontecem em 1º de janeiro do ano seguinte a eleição. A emenda altera a posse presidencial para o dia 5 de janeiro, e a de governadores, para o dia 4. Entre o primeiro dia do ano e o início do mandato presidencial, o texto estabelece que o comando do país seja exercido de acordo com a ordem de sucessão prevista pela Constituição, sendo o presidente da Câmara, em primeiro lugar, seguido pelo presidente do Senado e pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. No entanto, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que acha que seria mais coerente que o presidente do STF assuma o comando do país para evitar que os deputados sejam acusados de estarem legislando em causa própria. Na semana que vem, os deputados analisarão a mudança de data de posse para prefeitos e vice-prefeitos. BANCADA JOVEM As alterações na idade mínima foram patrocinadas pela bancada jovem da Câmara, que acompanhou a votação de cima da Mesa Diretora da Casa. Os deputados favoráveis as mudanças argumentaram que é preciso incentivar uma maior participação da juventude brasileira na política. "Essa é a oportunidade do governante de entrar na política. A população que deve decidir se ele está pronto ou não", defendeu o deputado Caio Nárcio (PSDB-MG), de 28 anos. Já para o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), o jovem com 18 anos ainda é muito novo para assumir um mandato parlamentar. "Com 18 anos, ele tem que estar estudando. Lugar de criança é na escola. Aos 21 anos, como é agora, muitos já se formaram", afirmou. OUTRAS MUDANÇAS Nesta quarta (10), os deputados aprovaram emenda à Constituição que estabelece o mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos a partir de 2022. A proposta, que cria um confuso esquema de mandatos distintos nos próximos anos, eleva de 8 para 9 anos o mandato dos senadores eleitos em 2018 e reduz de 8 para 5 o mandato dos senadores eleitos em 2022. A Câmara ainda manteve a obrigatoriedade do voto nas eleições. E para evitar uma nova derrota na Câmara, o Palácio do Planalto conseguiu articular o adiamento da votação do projeto que revê a política de desoneração da folha de pagamento.
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Câmara aprova redução da idade mínima para deputado e governadorNa retomada da votação de pontos da reforma política, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (11), com ampla maioria, a redução da idade mínima para quem quiser se candidatar a deputado federal, estadual ou distrital de 21 anos para 18 anos. A Casa também estabeleceu em 29 anos a idade mínima para candidatos a governador, vice-governador e senador. Atualmente, o limite mínimo é de 30 anos para os dois primeiros casos e de 35 para o último. Os deputados mantiveram a idade mínima, já prevista na Constituição, de 21 anos para candidatos a prefeito, vice-prefeito e juiz de paz e de 18 anos para quem quiser ser vereador. Também não foi alterada a idade mínima para assumir a Presidência da República, que é de 35 anos. A Câmara também aprovou a mudança de data para posse de presidente da República e governadores. Atualmente, as posses acontecem em 1º de janeiro do ano seguinte a eleição. A emenda altera a posse presidencial para o dia 5 de janeiro, e a de governadores, para o dia 4. Entre o primeiro dia do ano e o início do mandato presidencial, o texto estabelece que o comando do país seja exercido de acordo com a ordem de sucessão prevista pela Constituição, sendo o presidente da Câmara, em primeiro lugar, seguido pelo presidente do Senado e pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. No entanto, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que acha que seria mais coerente que o presidente do STF assuma o comando do país para evitar que os deputados sejam acusados de estarem legislando em causa própria. Na semana que vem, os deputados analisarão a mudança de data de posse para prefeitos e vice-prefeitos. BANCADA JOVEM As alterações na idade mínima foram patrocinadas pela bancada jovem da Câmara, que acompanhou a votação de cima da Mesa Diretora da Casa. Os deputados favoráveis as mudanças argumentaram que é preciso incentivar uma maior participação da juventude brasileira na política. "Essa é a oportunidade do governante de entrar na política. A população que deve decidir se ele está pronto ou não", defendeu o deputado Caio Nárcio (PSDB-MG), de 28 anos. Já para o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), o jovem com 18 anos ainda é muito novo para assumir um mandato parlamentar. "Com 18 anos, ele tem que estar estudando. Lugar de criança é na escola. Aos 21 anos, como é agora, muitos já se formaram", afirmou. OUTRAS MUDANÇAS Nesta quarta (10), os deputados aprovaram emenda à Constituição que estabelece o mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos a partir de 2022. A proposta, que cria um confuso esquema de mandatos distintos nos próximos anos, eleva de 8 para 9 anos o mandato dos senadores eleitos em 2018 e reduz de 8 para 5 o mandato dos senadores eleitos em 2022. A Câmara ainda manteve a obrigatoriedade do voto nas eleições. E para evitar uma nova derrota na Câmara, o Palácio do Planalto conseguiu articular o adiamento da votação do projeto que revê a política de desoneração da folha de pagamento.
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Com inflação alta, Venezuela vai imprimir notas de valores maiores
O Banco Central da Venezuela anunciou neste domingo (4) que introduzirá, de maneira progressiva, seis novas notas e três moedas para facilitar os pagamentos em dinheiro no país, que sofre com uma inflação na casa dos três dígitos. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou na última sexta-feira (2) que as primeiras notas que devem entrar em circulação serão de 500 bolívares e 5.000 bolívares —essa última 50 vezes maior que a nota mais alta em circulação hoje, a de 100 bolívares. O BC venezuelano informou também que, a partir de 15 de dezembro, serão introduzidos paulatinamente as notas de 1.000, 2.000, e 20 mil bolívares, e moedas de 10, 50 e 100 bolívares, que conviverão com as notas e moedas atuais. "A ampliação do espectro monetário tornará mais eficiente o sistema de pagamentos, facilitará as transações comerciais e minimizará os custos de produção, reposição e traslado de dinheiro em espécie, o que se traduzirá em benefícios para os bancos, o comércio e a população em geral", disse o BC em um comunicado. O banco central venezuelano não publicou dados de inflação ou recessão de todo o ano de 2016, mas organismos como o FMI (Fundo Monetário Internacional) calcula que os preços aumentaram pelo menos 500%. O bilhete de maior denominação, o de 20 mil bolívares, equivale a cerca de US$ 30, pelo cálculo feito com o maior dos três câmbios oficiais, de 664 bolívares por dólar. No paralelo, no entanto, será de apenas US$ 4,5 dólares.
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Com inflação alta, Venezuela vai imprimir notas de valores maioresO Banco Central da Venezuela anunciou neste domingo (4) que introduzirá, de maneira progressiva, seis novas notas e três moedas para facilitar os pagamentos em dinheiro no país, que sofre com uma inflação na casa dos três dígitos. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou na última sexta-feira (2) que as primeiras notas que devem entrar em circulação serão de 500 bolívares e 5.000 bolívares —essa última 50 vezes maior que a nota mais alta em circulação hoje, a de 100 bolívares. O BC venezuelano informou também que, a partir de 15 de dezembro, serão introduzidos paulatinamente as notas de 1.000, 2.000, e 20 mil bolívares, e moedas de 10, 50 e 100 bolívares, que conviverão com as notas e moedas atuais. "A ampliação do espectro monetário tornará mais eficiente o sistema de pagamentos, facilitará as transações comerciais e minimizará os custos de produção, reposição e traslado de dinheiro em espécie, o que se traduzirá em benefícios para os bancos, o comércio e a população em geral", disse o BC em um comunicado. O banco central venezuelano não publicou dados de inflação ou recessão de todo o ano de 2016, mas organismos como o FMI (Fundo Monetário Internacional) calcula que os preços aumentaram pelo menos 500%. O bilhete de maior denominação, o de 20 mil bolívares, equivale a cerca de US$ 30, pelo cálculo feito com o maior dos três câmbios oficiais, de 664 bolívares por dólar. No paralelo, no entanto, será de apenas US$ 4,5 dólares.
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SOS Mata Atlântica faz 30 anos e quer engajar contra desmatamento
Colocar a Mata Atlântica no vocabulário comum, na Constituição, nos mapas, nas leis municipais e sob monitoramento sistemático e transparente. Todas essas ações importantes tiveram a participação fundamental da SOS Mata Atlântica, fundação que completou 30 anos na última quarta-feira (21). De abrangência global, a defesa desse bioma com seus rios e áreas verdes tem bases na política municipal, que renova seus quadros em poucos dias. A Mata Atlântica toma a costa do país e atinge também áreas da Argentina e do Paraguai. Originalmente abrangia 1.309.736 km² no território brasileiro —o país tem 8.516.000 km². Restam 8,5 % de remanescentes florestais acima de 100 hectares. Somados os fragmentos de floresta nativa acima de 3 hectares, existem atualmente 12,5% do território original. A Mata Atlântica é um dos 34 pontos críticos mundiais para conservação da biodiversidade e parte de sua área é considerada reserva da biosfera pela Unesco. Em números, os programas de restauração florestal da SOS plantaram nos seus 30 anos de atuação 36 milhões de mudas de espécies nativas, com a recuperação de 21 mil hectares, ou 210 km², o que equivale à área da cidade de Recife (PE). A Fundação apoia 500 reservas particulares e 38 unidades de conservação, que atuam na proteção de 2 milhões de hectares em zonas marinhas e costeiras, e mobiliza mais de 4,5 mil voluntários em suas ações. Segundo a diretora-executiva da SOS, Marcia Hirota, o grande desafio da Fundação continua a ser engajar a população no combate ao desmatamento, à contaminação de rios e à poluição de mananciais, para recuperar o bioma brasileiro que abrange 17 Estados, 3.429 cidades e abriga mais de 72% da população total do país. "É preciso fazer com que os moradores criem elos com parques e áreas verdes e entendam que saúde pública depende da qualidade da água e da proteção das florestas", diz a diretora. Essa apropriação dos espaços públicos pode conduzir a um engajamento maior dos cidadãos. Com isso, criar pressão para que vereadores e prefeitos façam os Planos Municipais da Mata Atlântica, regularizando a ocupação e a criação de zonas de proteção ambiental. Segundo Hirota, dos 3.429 municípios que integram o grupo, apenas 300 têm ou estão fazendo esses planos. A mobilização contra o desmatamento vem sendo feita pelo SOS também junto aos secretários de meio ambiente estaduais. Em maio de 2016, os representantes de 17 Estados assinaram um acordo coletivo de compromisso denominado "Nova História para a Mata Atlântica" com a meta de ampliação da cobertura vegetal nativa e busca do desmatamento ilegal zero no bioma até 2018. A SOS Mata Atlântica surgiu em 1986 da mobilização de ambientalistas, empresários e cientistas contra a especulação imobiliária e contra um projeto de usina nuclear na Jureia, litoral sul de São Paulo, e dalí em diante ampliou sua atuação para o país todo, em várias frentes. "A SOS popularizou a Mata Atlântica. Antes disso não se tinha noção do que o termo representava. Naquela época, a sociedade estava se reorganizando e existiam ONGs de militantes e voluntários. A SOS foi a primeira a ter profissionais, técnicos capacitados para projetos ambientais", conta Hirota. Uma das primeiras pautas da SOS foi incluir a Mata Atlântica como Patrimônio Nacional na Constituição de 1988. Em 1990, foi feito o primeiro grande mapeamento da região, uma parceria com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Foram localizados os municípios inseridos no bioma e apontadas as áreas mais devastadas. Com dados coletados nos cinco anos anteriores (entre 1985 e 1990) e nas condições de observação, pesquisa e tabulação da época, o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica apontou o tamanho de destruição: havia apenas 8,8 % da floresta original. "Tínhamos a impressão que o desmatamento tinha sido contínuo, desde o descobrimento, com a extração do Pau-brasil, as culturas de cana e café, e a expansão das cidades. Mas descobrimos que o desmatamento é mais recente, e portanto foi muito mais rápido", conta Hirota. O trabalho começou no papel e eram identificados lotes acima de 40 hectares. Com o desenvolvimento das tecnologias de mapeamento e processamento de informações do Atlas, foi possível apontar grandes desmatadores e cobrar políticas de defesa. Atualmente, o monitoramento é muito mais preciso, detalhado, e sua atualização, mais rápida. Hoje são individuadas áreas acima de 3 hectares. Todo o mapeamento é aberto ao público, com acesso nos portais da SOS Mata Atlântica e do Inpe (Instituo Nacional de Pesquisas Especiais). Segundo a Fundação, o desmatamento continua. Através dos levantamentos do SOS é possível saber, por exemplo, que restam hoje somente 3% das florestas paranaenses que abrigam a Araucaria angustifolia, espécie ameaçada de extinção conhecida também como pinheiro brasileiro, e que o Estado do Paraná devastou 17,7 km² de suas florestas entre 2014 e 2015. O relatório de 2016 apontou também que Minas Gerais desmatou 77,02 km² de vegetação nativa no memso período, 37% a mais do que no período anterior. Do total, 2,58 km² foram apenas na área urbana da cidade de Mariana, decorrentes do rompimento da barragem em novembro do ano passado, o maior desastre ambiental já ocorrido na Mata Atlântica. Além de colocar a Mata Atlântica na Constituição de 1988, outra vitória importante foi a mobilização pela Lei da Mata Atlântica, promulgada em 2006, que impõe aos municípios inseridos nela a obrigação de elaboração e o respeito dos já citados Planos Municipais da Mata Atlântica. Na opinião de Malu Ribeiro, coordenadora da Rede de Águas da SOS, água e floresta têm de entrar na agenda política de forma clara. "Para ter qualidade e quantidade de água, tem de ter mata ciliar, resguardo dos cursos dágua em parques", diz. "É comum que os candidatos ofereçam postos de saúde, mas não relacionam falta de saúde com a existência de água poluída na região", lembra. "Muitos vereadores e prefeitos não reconhecem as faixas de proteção permanente, a legislação florestal e as áreas de resguardo das várzeas e dos rios. Há um hábito de desproteger esses rios e corregos. E se estiverem poluídos, tampá-los", diz. Proteger mananciais não é fácil. Existe disputa pela terra nos centros urbanos. "A população que ocupa essas áreas fica extremanente suscetível às enchentes, com riscos extremos. Não se pode deixar que legisladores e prefeitos permitam moradias nessas áreas" diz Malu. Além dos planos específicos da Mata Atlântica, há os planos de saneamento básico. "Nos próximos quatro anos, precisamos aumentar o volume de coleta e tratamento de esgoto nos municípios e fazer conexões entre os rios urbanos e áreas verdes, para estabelecer parques lineares de lazer da população", diz. "A meta de universalização do saneamento era 2018 e já foi empurrada para 2020 no Estado de São Paulo e para 2032 em outros Estados. Não podemos deixar que as próximas gestões empurrem mais adiante ainda essa meta", afirma.
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SOS Mata Atlântica faz 30 anos e quer engajar contra desmatamentoColocar a Mata Atlântica no vocabulário comum, na Constituição, nos mapas, nas leis municipais e sob monitoramento sistemático e transparente. Todas essas ações importantes tiveram a participação fundamental da SOS Mata Atlântica, fundação que completou 30 anos na última quarta-feira (21). De abrangência global, a defesa desse bioma com seus rios e áreas verdes tem bases na política municipal, que renova seus quadros em poucos dias. A Mata Atlântica toma a costa do país e atinge também áreas da Argentina e do Paraguai. Originalmente abrangia 1.309.736 km² no território brasileiro —o país tem 8.516.000 km². Restam 8,5 % de remanescentes florestais acima de 100 hectares. Somados os fragmentos de floresta nativa acima de 3 hectares, existem atualmente 12,5% do território original. A Mata Atlântica é um dos 34 pontos críticos mundiais para conservação da biodiversidade e parte de sua área é considerada reserva da biosfera pela Unesco. Em números, os programas de restauração florestal da SOS plantaram nos seus 30 anos de atuação 36 milhões de mudas de espécies nativas, com a recuperação de 21 mil hectares, ou 210 km², o que equivale à área da cidade de Recife (PE). A Fundação apoia 500 reservas particulares e 38 unidades de conservação, que atuam na proteção de 2 milhões de hectares em zonas marinhas e costeiras, e mobiliza mais de 4,5 mil voluntários em suas ações. Segundo a diretora-executiva da SOS, Marcia Hirota, o grande desafio da Fundação continua a ser engajar a população no combate ao desmatamento, à contaminação de rios e à poluição de mananciais, para recuperar o bioma brasileiro que abrange 17 Estados, 3.429 cidades e abriga mais de 72% da população total do país. "É preciso fazer com que os moradores criem elos com parques e áreas verdes e entendam que saúde pública depende da qualidade da água e da proteção das florestas", diz a diretora. Essa apropriação dos espaços públicos pode conduzir a um engajamento maior dos cidadãos. Com isso, criar pressão para que vereadores e prefeitos façam os Planos Municipais da Mata Atlântica, regularizando a ocupação e a criação de zonas de proteção ambiental. Segundo Hirota, dos 3.429 municípios que integram o grupo, apenas 300 têm ou estão fazendo esses planos. A mobilização contra o desmatamento vem sendo feita pelo SOS também junto aos secretários de meio ambiente estaduais. Em maio de 2016, os representantes de 17 Estados assinaram um acordo coletivo de compromisso denominado "Nova História para a Mata Atlântica" com a meta de ampliação da cobertura vegetal nativa e busca do desmatamento ilegal zero no bioma até 2018. A SOS Mata Atlântica surgiu em 1986 da mobilização de ambientalistas, empresários e cientistas contra a especulação imobiliária e contra um projeto de usina nuclear na Jureia, litoral sul de São Paulo, e dalí em diante ampliou sua atuação para o país todo, em várias frentes. "A SOS popularizou a Mata Atlântica. Antes disso não se tinha noção do que o termo representava. Naquela época, a sociedade estava se reorganizando e existiam ONGs de militantes e voluntários. A SOS foi a primeira a ter profissionais, técnicos capacitados para projetos ambientais", conta Hirota. Uma das primeiras pautas da SOS foi incluir a Mata Atlântica como Patrimônio Nacional na Constituição de 1988. Em 1990, foi feito o primeiro grande mapeamento da região, uma parceria com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Foram localizados os municípios inseridos no bioma e apontadas as áreas mais devastadas. Com dados coletados nos cinco anos anteriores (entre 1985 e 1990) e nas condições de observação, pesquisa e tabulação da época, o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica apontou o tamanho de destruição: havia apenas 8,8 % da floresta original. "Tínhamos a impressão que o desmatamento tinha sido contínuo, desde o descobrimento, com a extração do Pau-brasil, as culturas de cana e café, e a expansão das cidades. Mas descobrimos que o desmatamento é mais recente, e portanto foi muito mais rápido", conta Hirota. O trabalho começou no papel e eram identificados lotes acima de 40 hectares. Com o desenvolvimento das tecnologias de mapeamento e processamento de informações do Atlas, foi possível apontar grandes desmatadores e cobrar políticas de defesa. Atualmente, o monitoramento é muito mais preciso, detalhado, e sua atualização, mais rápida. Hoje são individuadas áreas acima de 3 hectares. Todo o mapeamento é aberto ao público, com acesso nos portais da SOS Mata Atlântica e do Inpe (Instituo Nacional de Pesquisas Especiais). Segundo a Fundação, o desmatamento continua. Através dos levantamentos do SOS é possível saber, por exemplo, que restam hoje somente 3% das florestas paranaenses que abrigam a Araucaria angustifolia, espécie ameaçada de extinção conhecida também como pinheiro brasileiro, e que o Estado do Paraná devastou 17,7 km² de suas florestas entre 2014 e 2015. O relatório de 2016 apontou também que Minas Gerais desmatou 77,02 km² de vegetação nativa no memso período, 37% a mais do que no período anterior. Do total, 2,58 km² foram apenas na área urbana da cidade de Mariana, decorrentes do rompimento da barragem em novembro do ano passado, o maior desastre ambiental já ocorrido na Mata Atlântica. Além de colocar a Mata Atlântica na Constituição de 1988, outra vitória importante foi a mobilização pela Lei da Mata Atlântica, promulgada em 2006, que impõe aos municípios inseridos nela a obrigação de elaboração e o respeito dos já citados Planos Municipais da Mata Atlântica. Na opinião de Malu Ribeiro, coordenadora da Rede de Águas da SOS, água e floresta têm de entrar na agenda política de forma clara. "Para ter qualidade e quantidade de água, tem de ter mata ciliar, resguardo dos cursos dágua em parques", diz. "É comum que os candidatos ofereçam postos de saúde, mas não relacionam falta de saúde com a existência de água poluída na região", lembra. "Muitos vereadores e prefeitos não reconhecem as faixas de proteção permanente, a legislação florestal e as áreas de resguardo das várzeas e dos rios. Há um hábito de desproteger esses rios e corregos. E se estiverem poluídos, tampá-los", diz. Proteger mananciais não é fácil. Existe disputa pela terra nos centros urbanos. "A população que ocupa essas áreas fica extremanente suscetível às enchentes, com riscos extremos. Não se pode deixar que legisladores e prefeitos permitam moradias nessas áreas" diz Malu. Além dos planos específicos da Mata Atlântica, há os planos de saneamento básico. "Nos próximos quatro anos, precisamos aumentar o volume de coleta e tratamento de esgoto nos municípios e fazer conexões entre os rios urbanos e áreas verdes, para estabelecer parques lineares de lazer da população", diz. "A meta de universalização do saneamento era 2018 e já foi empurrada para 2020 no Estado de São Paulo e para 2032 em outros Estados. Não podemos deixar que as próximas gestões empurrem mais adiante ainda essa meta", afirma.
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Painel: Dilma decide manter presidentes de Banco do Brasil, Caixa e BNDES
Como está fica Dilma Rousseff decidiu ontem manter, por ora, as cúpulas dos três principais bancos públicos federais. Com isso, Luciano Coutinho continua à frente do BNDES, Aldemir Bendine fica na presidência do Banco do Brasil e Jorge Hereda permanece ... Leia post completo no blog
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Painel: Dilma decide manter presidentes de Banco do Brasil, Caixa e BNDESComo está fica Dilma Rousseff decidiu ontem manter, por ora, as cúpulas dos três principais bancos públicos federais. Com isso, Luciano Coutinho continua à frente do BNDES, Aldemir Bendine fica na presidência do Banco do Brasil e Jorge Hereda permanece ... Leia post completo no blog
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Famílias de Odebrecht e empreiteiros passarão por revista íntima na cadeia
A transferência dos executivos e empreiteiros presos na Lava Jato para o Complexo Médico-Penal do Paraná deve causar desconforto às famílias, que estão entre as mais ricas do país. Elas agora terão que passar por revista íntima para visitar os parentes detidos, o que não ocorria na superintendência da Polícia Federal. TOGA FAMILIAR Marcelo Odebrecht tem recebido, entre outras, a visita da mulher, Isabela, e da irmã, Mônica Odebrecht, que é também advogada da empreiteira e pode ir mais vezes à prisão. LUZ DO SOL Apesar do desconforto, a mudança foi bem recebida por advogados e réus. De acordo com relatos de outros detentos que já foram transferidos, no complexo eles têm mais espaço nas celas, que abrigam só dois detentos cada uma, e mais tempo para o banho de sol. A família também pode fazer visitas mais demoradas. A BOLA DA VEZ A transferência acendeu a luz amarela para outras bancas de advocacia. Sempre que as celas da superintendência da Polícia Federal em Curitiba são esvaziadas, novas operações de busca, apreensão e detenção são realizadas. PORCA MODELO Adotada pela modelo Ellen Milgrau, 22, a porca Bacon tem hábitos luxuosos para um bicho da espécie. Com 601 seguidores no Instagram, a pet toma banho de banheira, acompanha a dona em restaurantes e em viagens à praia e faz natação três vezes por semana. * "Quero que ela dê uma emagrecida e gaste energia, porque tem muita. Dá trabalho", diz Ellen, que cuida ainda de um gato e de um cachorro em sua casa, na Vila Prudente. A modelo resolveu ter um bicho diferente há um ano, quando voltou a morar em SP depois de passar quase toda a carreira na Europa. "Quis preta porque porquinhos rosinhas e fofinhos não têm nada a ver comigo." MENSAGEM DIRETA Um aplicativo para celular e computador que a Secretaria Nacional de Juventude lança hoje faz parte de uma iniciativa do governo federal para incentivar a participação popular no meio digital. A nova plataforma, chamada Dialoga Brasil, vai incluir um site e a realização de bate-papos com ministros. MENSAGEM 2 A apresentação do aplicativo, que vai receber sugestões para a Conferência Nacional de Juventude, terá a presença de Jeferson Monteiro, criador do perfil Dilma Bolada. JUNTANDO FORÇAS Cerca de cem donos de imóveis tombados de SP estão criando uma associação. Querem incentivos para a preservação, como isenção de impostos e unificação de cadastro em órgãos de patrimônio. "Só faltam umas burocracias, mas já estamos atuando", diz a advogada Célia Marcondes. ROLÊ ANOS 80 O fotógrafo Renato dos Anjos recebeu convidados na exposição "Anjos 80", na Galeria Nikon. Koji Maeda, presidente da Nikon no Brasil, o empresário Filinto Moraes e a designer Dora Levy foram à mostra, na terça (21). Os fotógrafos Claudio Freitas e Alexandre Belém também passaram por lá. EU VOLTEI Após três meses afastado por causa de um grave acidente de carro que levou à amputação de uma perna, o presidente da OAB-SP, Marcos da Costa, voltou na passada ao trabalho decidido a disputar a reeleição. A entrada dele na disputa era dúvida entre os adversários porque dependia de sua recuperação. O pleito será em novembro. Costa está dando expediente em cadeira de rodas, acompanhado de enfermeiro. ANDRÓGINA A modelo gaúcha Daiane Conterato vai estrear na televisão. Ela fará uma participação especial na segunda temporada de "PSI" (HBO), criada e dirigida pelo psicanalista e colunista da Folha Contardo Calligaris. "Quando recebi o convite do Contardo pensei em recusar a proposta por ser algo totalmente novo para mim, mas percebi que poderia ser a oportunidade da minha vida", diz Daiane, que fará parte da trama que envolve hermafroditismo. PRÓXIMO PASSO Vilão em "Babilônia", o ator André Bankoff já tem planos para depois da novela das oito da Globo. Ele fará a peça "A Reação", da dramaturga Lucy Prebble, sobre o efeito de antidepressivos. Com direção de Clara Carvalho, o espetáculo estreia em outubro em São Paulo, como parte da programação do projeto Vivo EnCena. HISTÓRIA DE NEGÓCIOS José Olympio Pereira, presidente do Credit Suisse no Brasil, foi ao lançamento do livro "Abilio - Determinado, Ambicioso, Polêmico", sobre o empresário Abilio Diniz. A autora Cristiane Correa distribuiu autógrafos no evento, na terça (21), na Livraria da Vila do shopping JK Iguatemi. * CURTO-CIRCUITO Mano Brown apresenta o show "Boogie Naipe" no Sesc Pinheiros. Hoje e amanhã, às 21h. 10 anos. José Trajano lança "Tijucamérica", hoje, às 19h, na Livraria da Vila da Fradique. Cris Rosenbaum abre hoje, às 14h, a mostra "Objetos de Objetos", em Pinheiros. Com peças do "Quinquilharia", do "Caldeirão do Huck". A festa de música brasileira Eu Vou Chamar o Síndico tem edição hoje, às 23h30, no Club Yacht. 18 anos. A banda Garotas Suecas faz show hoje no Puxadinho da Praça, às 23h. 18 anos. Atores do filme "Adeus à Linguagem", de Jean-Luc Godard, participam de pré-estreia do longa, hoje, às 21h, no Reserva Cultural. A artista plástica mineira Niura Bellavinha lança hoje o livro "Em Torno da Luz", às 19h, na Livraria Travessa de Ipanema, no Rio. O Instituto Alana iniciou a Jornada 25 Anos do ECA, para debater o estatuto. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Famílias de Odebrecht e empreiteiros passarão por revista íntima na cadeiaA transferência dos executivos e empreiteiros presos na Lava Jato para o Complexo Médico-Penal do Paraná deve causar desconforto às famílias, que estão entre as mais ricas do país. Elas agora terão que passar por revista íntima para visitar os parentes detidos, o que não ocorria na superintendência da Polícia Federal. TOGA FAMILIAR Marcelo Odebrecht tem recebido, entre outras, a visita da mulher, Isabela, e da irmã, Mônica Odebrecht, que é também advogada da empreiteira e pode ir mais vezes à prisão. LUZ DO SOL Apesar do desconforto, a mudança foi bem recebida por advogados e réus. De acordo com relatos de outros detentos que já foram transferidos, no complexo eles têm mais espaço nas celas, que abrigam só dois detentos cada uma, e mais tempo para o banho de sol. A família também pode fazer visitas mais demoradas. A BOLA DA VEZ A transferência acendeu a luz amarela para outras bancas de advocacia. Sempre que as celas da superintendência da Polícia Federal em Curitiba são esvaziadas, novas operações de busca, apreensão e detenção são realizadas. PORCA MODELO Adotada pela modelo Ellen Milgrau, 22, a porca Bacon tem hábitos luxuosos para um bicho da espécie. Com 601 seguidores no Instagram, a pet toma banho de banheira, acompanha a dona em restaurantes e em viagens à praia e faz natação três vezes por semana. * "Quero que ela dê uma emagrecida e gaste energia, porque tem muita. Dá trabalho", diz Ellen, que cuida ainda de um gato e de um cachorro em sua casa, na Vila Prudente. A modelo resolveu ter um bicho diferente há um ano, quando voltou a morar em SP depois de passar quase toda a carreira na Europa. "Quis preta porque porquinhos rosinhas e fofinhos não têm nada a ver comigo." MENSAGEM DIRETA Um aplicativo para celular e computador que a Secretaria Nacional de Juventude lança hoje faz parte de uma iniciativa do governo federal para incentivar a participação popular no meio digital. A nova plataforma, chamada Dialoga Brasil, vai incluir um site e a realização de bate-papos com ministros. MENSAGEM 2 A apresentação do aplicativo, que vai receber sugestões para a Conferência Nacional de Juventude, terá a presença de Jeferson Monteiro, criador do perfil Dilma Bolada. JUNTANDO FORÇAS Cerca de cem donos de imóveis tombados de SP estão criando uma associação. Querem incentivos para a preservação, como isenção de impostos e unificação de cadastro em órgãos de patrimônio. "Só faltam umas burocracias, mas já estamos atuando", diz a advogada Célia Marcondes. ROLÊ ANOS 80 O fotógrafo Renato dos Anjos recebeu convidados na exposição "Anjos 80", na Galeria Nikon. Koji Maeda, presidente da Nikon no Brasil, o empresário Filinto Moraes e a designer Dora Levy foram à mostra, na terça (21). Os fotógrafos Claudio Freitas e Alexandre Belém também passaram por lá. EU VOLTEI Após três meses afastado por causa de um grave acidente de carro que levou à amputação de uma perna, o presidente da OAB-SP, Marcos da Costa, voltou na passada ao trabalho decidido a disputar a reeleição. A entrada dele na disputa era dúvida entre os adversários porque dependia de sua recuperação. O pleito será em novembro. Costa está dando expediente em cadeira de rodas, acompanhado de enfermeiro. ANDRÓGINA A modelo gaúcha Daiane Conterato vai estrear na televisão. Ela fará uma participação especial na segunda temporada de "PSI" (HBO), criada e dirigida pelo psicanalista e colunista da Folha Contardo Calligaris. "Quando recebi o convite do Contardo pensei em recusar a proposta por ser algo totalmente novo para mim, mas percebi que poderia ser a oportunidade da minha vida", diz Daiane, que fará parte da trama que envolve hermafroditismo. PRÓXIMO PASSO Vilão em "Babilônia", o ator André Bankoff já tem planos para depois da novela das oito da Globo. Ele fará a peça "A Reação", da dramaturga Lucy Prebble, sobre o efeito de antidepressivos. Com direção de Clara Carvalho, o espetáculo estreia em outubro em São Paulo, como parte da programação do projeto Vivo EnCena. HISTÓRIA DE NEGÓCIOS José Olympio Pereira, presidente do Credit Suisse no Brasil, foi ao lançamento do livro "Abilio - Determinado, Ambicioso, Polêmico", sobre o empresário Abilio Diniz. A autora Cristiane Correa distribuiu autógrafos no evento, na terça (21), na Livraria da Vila do shopping JK Iguatemi. * CURTO-CIRCUITO Mano Brown apresenta o show "Boogie Naipe" no Sesc Pinheiros. Hoje e amanhã, às 21h. 10 anos. José Trajano lança "Tijucamérica", hoje, às 19h, na Livraria da Vila da Fradique. Cris Rosenbaum abre hoje, às 14h, a mostra "Objetos de Objetos", em Pinheiros. Com peças do "Quinquilharia", do "Caldeirão do Huck". A festa de música brasileira Eu Vou Chamar o Síndico tem edição hoje, às 23h30, no Club Yacht. 18 anos. A banda Garotas Suecas faz show hoje no Puxadinho da Praça, às 23h. 18 anos. Atores do filme "Adeus à Linguagem", de Jean-Luc Godard, participam de pré-estreia do longa, hoje, às 21h, no Reserva Cultural. A artista plástica mineira Niura Bellavinha lança hoje o livro "Em Torno da Luz", às 19h, na Livraria Travessa de Ipanema, no Rio. O Instituto Alana iniciou a Jornada 25 Anos do ECA, para debater o estatuto. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Com cidades em alerta, crianças se refrescam em Portugal e Espanha
Crianças correram para as fontes, praias e rios de Portugal e da Espanha nesta segunda (29). Com temperaturas acima de 40ºC, os dois países declararam estado de alerta em algumas cidades da região sul, como Córdoba. Autoridades portuguesas também recomendaram que a população ficasse longe do Sol entre 11h e 17h, e alertaram para um risco maior de incêndios em florestas. Uma massa de ar quente formada na África atingiu a Europa nos últimos dias e fez os termômetros subirem. A previsão é de que a temperatura diminua nesta terça (30), quando a onda de calor se mover para o norte do continente. Enquanto isso não acontece, veja acima como as crianças estão espantando o calor em cidades espanholas como Madri, Sevilha e Barcelona e em praias próximas a Lisboa.
folhinha
Com cidades em alerta, crianças se refrescam em Portugal e EspanhaCrianças correram para as fontes, praias e rios de Portugal e da Espanha nesta segunda (29). Com temperaturas acima de 40ºC, os dois países declararam estado de alerta em algumas cidades da região sul, como Córdoba. Autoridades portuguesas também recomendaram que a população ficasse longe do Sol entre 11h e 17h, e alertaram para um risco maior de incêndios em florestas. Uma massa de ar quente formada na África atingiu a Europa nos últimos dias e fez os termômetros subirem. A previsão é de que a temperatura diminua nesta terça (30), quando a onda de calor se mover para o norte do continente. Enquanto isso não acontece, veja acima como as crianças estão espantando o calor em cidades espanholas como Madri, Sevilha e Barcelona e em praias próximas a Lisboa.
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Petrobras pagava o dobro do valor de custo, diz TCU
Superfaturamentos sistêmicos que podem chegar à metade daquilo que a Petrobras, a maior empresa do país, gastava com suas bilionárias obras e aquisições. É o que apontam os primeiros indícios de investigações inéditas em andamento para analisar mais de R$ 30 bilhões em contratos da estatal nos últimos anos com as empresas envolvidas na Operação Lava Jato. A primeira mostra dos absurdos valores que a estatal pagava a essas empresas causou choque entre ministros e auditores do TCU (Tribunal de Contas da União). O normal era desembolsar mais que o dobro do que custava. Em alguns casos, chegou a pagar 13.834% a mais. A análise foi feita em parte de um contrato de R$ 3,8 bilhões da estatal com um consórcio formado pelas empresas Camargo Corrêa e Cnec para a construção de uma das plantas da refinaria Abreu e Lima (PE). QUANTO CUSTA, QUANTO COBRO Quando fazia auditorias para apontar os preços elevados da Petrobras —o que vem ocorrendo desde 2007— o TCU usava como parâmetro preços de referência do mercado. No caso dessa obra, o TCU já havia apontado indícios de preços elevados e sugeriu ao Congresso Nacional suspender a obra em 2010. O então presidente Lula vetou a medida e a obra seguiu. Em obras muito específicas, vários itens do contrato não têm preços de referência. Com a Lava Jato, o juiz Sérgio Moro permitiu que o tribunal tivesse acesso às notas fiscais do consórcio. Para esses itens onde não há referência, o TCU comparou o que a Petrobras pagou com o valor da nota fiscal do consórcio. Itens É aí que as distorções são gigantescas. Uma tubulação pela qual a Petrobras pagou R$ 24,3 mil foi comprada por R$ 4,3 mil. Em 190 itens analisados, 185 tinham preços de nota inferiores ao que a Petrobras pagava. Auditores desconfiam que o cartel que atuava na empresa sabia que o tribunal não tinha como comparar os preços desses itens. Nos artigos em que era possível comparar preços, os custos reais da empresa são 6% inferiores às tabelas de preço. Nos que não se podia comparar, a média chegou a 114% a mais. Em alguns casos, contudo, as distorções apontam para indícios de crime. Ao licitar a obra, em 2010, a Petrobras aceitou pagar por um Compressor a Diesel (250 PCM) R$ 9.684 mensais. As notas do consórcio, contudo, apontam despesas de apenas R$ 70 por mês nesse equipamento. A diferença é tanta que levantou suspeitas de que esse pagamento era apenas uma forma de lavar dinheiro. Serviços contratados OUTRO LADO A Petrobras informou que não comentará esta decisão do TCU (Tribunal de Contas da União). O consórcio das empresas Camargo Correia e Cnec informou que o contrato "foi firmado pela modalidade de contratação 'empreitada por preço global' e não 'empreitada por preço unitário'. Dessa forma, a análise deve considerar o preço global dos serviços e fornecimentos prestados e não itens isolados". O consórcio informa que ainda não tem conhecimento de todos os dados e não pode se manifestar no processo do TCU para "apresentar os esclarecimentos necessários" e que vai colaborar para o esclarecimento dos fatos. Ainda segundo a nota, a obra foi auditada durante seu andamento pela Petrobras e pelo TCU. "É fundamental considerar nesta análise o atraso no fornecimento de projetos finais e alterações de escopo, ambos de responsabilidade da contratante e que impactaram preços e prazos". Por enquanto, os auditores do TCU só conseguiram comparar preços de pouco mais de 35% do que a Petrobras pagou nesse contrato, cerca de R$ 1,5 bilhão. E já abriram processo para cobrar desvios de R$ 673 milhões.
poder
Petrobras pagava o dobro do valor de custo, diz TCUSuperfaturamentos sistêmicos que podem chegar à metade daquilo que a Petrobras, a maior empresa do país, gastava com suas bilionárias obras e aquisições. É o que apontam os primeiros indícios de investigações inéditas em andamento para analisar mais de R$ 30 bilhões em contratos da estatal nos últimos anos com as empresas envolvidas na Operação Lava Jato. A primeira mostra dos absurdos valores que a estatal pagava a essas empresas causou choque entre ministros e auditores do TCU (Tribunal de Contas da União). O normal era desembolsar mais que o dobro do que custava. Em alguns casos, chegou a pagar 13.834% a mais. A análise foi feita em parte de um contrato de R$ 3,8 bilhões da estatal com um consórcio formado pelas empresas Camargo Corrêa e Cnec para a construção de uma das plantas da refinaria Abreu e Lima (PE). QUANTO CUSTA, QUANTO COBRO Quando fazia auditorias para apontar os preços elevados da Petrobras —o que vem ocorrendo desde 2007— o TCU usava como parâmetro preços de referência do mercado. No caso dessa obra, o TCU já havia apontado indícios de preços elevados e sugeriu ao Congresso Nacional suspender a obra em 2010. O então presidente Lula vetou a medida e a obra seguiu. Em obras muito específicas, vários itens do contrato não têm preços de referência. Com a Lava Jato, o juiz Sérgio Moro permitiu que o tribunal tivesse acesso às notas fiscais do consórcio. Para esses itens onde não há referência, o TCU comparou o que a Petrobras pagou com o valor da nota fiscal do consórcio. Itens É aí que as distorções são gigantescas. Uma tubulação pela qual a Petrobras pagou R$ 24,3 mil foi comprada por R$ 4,3 mil. Em 190 itens analisados, 185 tinham preços de nota inferiores ao que a Petrobras pagava. Auditores desconfiam que o cartel que atuava na empresa sabia que o tribunal não tinha como comparar os preços desses itens. Nos artigos em que era possível comparar preços, os custos reais da empresa são 6% inferiores às tabelas de preço. Nos que não se podia comparar, a média chegou a 114% a mais. Em alguns casos, contudo, as distorções apontam para indícios de crime. Ao licitar a obra, em 2010, a Petrobras aceitou pagar por um Compressor a Diesel (250 PCM) R$ 9.684 mensais. As notas do consórcio, contudo, apontam despesas de apenas R$ 70 por mês nesse equipamento. A diferença é tanta que levantou suspeitas de que esse pagamento era apenas uma forma de lavar dinheiro. Serviços contratados OUTRO LADO A Petrobras informou que não comentará esta decisão do TCU (Tribunal de Contas da União). O consórcio das empresas Camargo Correia e Cnec informou que o contrato "foi firmado pela modalidade de contratação 'empreitada por preço global' e não 'empreitada por preço unitário'. Dessa forma, a análise deve considerar o preço global dos serviços e fornecimentos prestados e não itens isolados". O consórcio informa que ainda não tem conhecimento de todos os dados e não pode se manifestar no processo do TCU para "apresentar os esclarecimentos necessários" e que vai colaborar para o esclarecimento dos fatos. Ainda segundo a nota, a obra foi auditada durante seu andamento pela Petrobras e pelo TCU. "É fundamental considerar nesta análise o atraso no fornecimento de projetos finais e alterações de escopo, ambos de responsabilidade da contratante e que impactaram preços e prazos". Por enquanto, os auditores do TCU só conseguiram comparar preços de pouco mais de 35% do que a Petrobras pagou nesse contrato, cerca de R$ 1,5 bilhão. E já abriram processo para cobrar desvios de R$ 673 milhões.
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Paulo Miklos faz show de estreia de seu disco de 'brasilidades'
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Enquanto preparava seu novo "A Gente Mora no Agora", Paulo Miklos, 58, viveu muitos agoras simultâneos. É que o processo de composição do álbum lançado na última sexta (11) envolveu trocas de mensagens por WhatsApp, onde muito acontece ao mesmo tempo. "Se não tivesse escutado os áudios que me mandavam, não teria disco", brinca o ex-Titãs sobre o zap-zap com Arnaldo Antunes, Céu, Emicida, Erasmo Carlos, Guilherme Arantes, Mallu Magalhães e outros nomes que participaram do álbum, compondo ou cantando. Segundo Miklos, a premissa foi fazer uma sonoridade brasileira."Queria isso em cada molécula do trabalho", conta. "A gente Mora..." é o terceiro CD solo do músico e ator, mas que ele considera o primeiro de sua "carreira individual" –quando lançou "Paulo Miklos" (1994) e "Vou Ser Feliz e Já Volto" (2001), o roqueiro seguia no Titãs, grupo do qual saiu em 2016. Na próxima quinta (17), o paulistano se apresenta na Casa Natura. "O show é outro capítulo do disco. Dá nervosismo, ansiedade. Com o Titãs também dava", diz Miklos, que estará no palco com uma nova banda —um "quarteto fantástico" que tocará os arranjos do álbum, marcados por elementos do frevo ao samba. E aos fãs fervorosos de Titãs, ele afirma: "Esse show também é para eles!" Casa Natura Musical. R. Artur de Azevedo, 2.134, Pinheiros, tel. 4003-6860. Qui. (17): 21h30. Ingr.: R$ 35 a R$ 100 em casanaturamusical.com.br
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Paulo Miklos faz show de estreia de seu disco de 'brasilidades'BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Enquanto preparava seu novo "A Gente Mora no Agora", Paulo Miklos, 58, viveu muitos agoras simultâneos. É que o processo de composição do álbum lançado na última sexta (11) envolveu trocas de mensagens por WhatsApp, onde muito acontece ao mesmo tempo. "Se não tivesse escutado os áudios que me mandavam, não teria disco", brinca o ex-Titãs sobre o zap-zap com Arnaldo Antunes, Céu, Emicida, Erasmo Carlos, Guilherme Arantes, Mallu Magalhães e outros nomes que participaram do álbum, compondo ou cantando. Segundo Miklos, a premissa foi fazer uma sonoridade brasileira."Queria isso em cada molécula do trabalho", conta. "A gente Mora..." é o terceiro CD solo do músico e ator, mas que ele considera o primeiro de sua "carreira individual" –quando lançou "Paulo Miklos" (1994) e "Vou Ser Feliz e Já Volto" (2001), o roqueiro seguia no Titãs, grupo do qual saiu em 2016. Na próxima quinta (17), o paulistano se apresenta na Casa Natura. "O show é outro capítulo do disco. Dá nervosismo, ansiedade. Com o Titãs também dava", diz Miklos, que estará no palco com uma nova banda —um "quarteto fantástico" que tocará os arranjos do álbum, marcados por elementos do frevo ao samba. E aos fãs fervorosos de Titãs, ele afirma: "Esse show também é para eles!" Casa Natura Musical. R. Artur de Azevedo, 2.134, Pinheiros, tel. 4003-6860. Qui. (17): 21h30. Ingr.: R$ 35 a R$ 100 em casanaturamusical.com.br
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'Não vejo prejuízo ao trabalhador', diz Temer sobre lei de terceirização
Uma nova legislação para criar proteções a funcionários terceirizados só deve ser elaborada se ficarem demonstrados prejuízos aos trabalhadores, segundo o presidente Michel Temer. Em entrevista à Folha, nesta sexta (7), ele anunciou que não pretende editar medida com mais garantias para quem for contratado para prestar serviços terceirizados. "Não vejo nenhum prejuízo ao trabalhador. Se isso for apontado, eu tenho a reforma trabalhista para introduzir algum preceito ou outra fórmula qualquer." Temer afirmou ainda que não será necessário aumentar a carga tributária até o fim de seu mandato. "Vai depender muito do andar da economia. Se pudermos evitar, vamos evitar", disse. O presidente também disse que a trajetória de queda dos índices de preços este ano devem levar à redução da meta de inflação do país. "Hoje, [a inflação] está em 4,56%. Até o fim do ano, isso talvez vá a menos de 4%. Nós estaremos habilitados a mudar a meta." * Folha - O governo desistiu de um projeto de proteção a trabalhadores terceirizados? Temer - [A lei] é de uma singeleza extraordinária. Ele trata do trabalho temporário, e depois, em dois artigos, da terceirização, salvaguardando todos os direitos. Não vejo nenhum prejuízo ao trabalhador. Se me for apontado prejuízo, eu tenho a reforma trabalhista para introduzir algum preceito ou outra fórmula qualquer. Havia uma preocupação da equipe econômica com uma onda de "pejotização". Se houver algum perigo disso, nós vamos tomar uma providência. Não vejo reclamações, movimento nenhum... Por exemplo, lá há regras que dizem o seguinte: quem é contratado de uma empresa de prestação de serviços, se trabalhou na empresa, não pode ser contratado em seguida. Tem todas as proteções da própria lei. O governo vai aumentar impostos até o fim do seu mandato? Por enquanto, não pensamos nisso. Se você perguntar: "Não vai haver aumento de imposto?", aí eu não sei dizer. Vai depender muito do andar da economia. Se nós pudermos evitar impostos, vamos evitar. É uma escolha: entregar um déficit maior para não aumentar a carga tributária... É exatamente isso. Na medida que você revela para o ano um déficit real, você talvez não precise aumentar impostos. O governo pretende baixar a meta de inflação do ano que vem? É provável, porque hoje está em 4,56%. Até o fim do ano, isso talvez vá a menos de 4%. Talvez. Nós estaremos habilitados a mudar o centro da meta. Para quanto? Aí, eu não sei. Preciso falar com a área econômica direitinho. Certamente será menos que 4,5%. Na semana passada, a Câmara aprovou um projeto que pode limitar o funcionamento de serviços como o Uber no Brasil. O sr. vai vetar os dispositivos aprovados na Câmara, se também passarem pelo Senado? Depois que passar pelo Senado, eu vou examinar. É possível que o Senado faça modificações, não sei. O sr. tem alguma opinião sobre o assunto? Eu espero, quando chegar às minhas mãos... Eu estou disposto a examinar com muito cuidado, vou verificar. Ainda não tenho nenhuma opinião sobre isso. O governo precisou bloquear R$ 42 bilhões do orçamento este ano para fechar as contas e anunciou um aumento do déficit previsto para 2018, de R$ 129 bilhões. O que deu errado? O que deu errado foi o seguinte: ao longo do tempo, imaginava-se que a arrecadação crescesse substancialmente. Como a arrecadação não aumentou demais, nós estamos sendo previdentes. Nós não estamos fazendo nada que possa enganar o contribuinte, enganar o povo, nós estamos dando a realidade. Essa previsão não assusta o mercado? Não. O mercado está muito confiante. Eu tenho feito muitas palestras pra investidores. Evidentemente que eles estão ansiosos pelo término do episódio das reformas, mas em todos eles eu vejo uma esperança extraordinária. As coisas estão começando a retomar.
mercado
'Não vejo prejuízo ao trabalhador', diz Temer sobre lei de terceirizaçãoUma nova legislação para criar proteções a funcionários terceirizados só deve ser elaborada se ficarem demonstrados prejuízos aos trabalhadores, segundo o presidente Michel Temer. Em entrevista à Folha, nesta sexta (7), ele anunciou que não pretende editar medida com mais garantias para quem for contratado para prestar serviços terceirizados. "Não vejo nenhum prejuízo ao trabalhador. Se isso for apontado, eu tenho a reforma trabalhista para introduzir algum preceito ou outra fórmula qualquer." Temer afirmou ainda que não será necessário aumentar a carga tributária até o fim de seu mandato. "Vai depender muito do andar da economia. Se pudermos evitar, vamos evitar", disse. O presidente também disse que a trajetória de queda dos índices de preços este ano devem levar à redução da meta de inflação do país. "Hoje, [a inflação] está em 4,56%. Até o fim do ano, isso talvez vá a menos de 4%. Nós estaremos habilitados a mudar a meta." * Folha - O governo desistiu de um projeto de proteção a trabalhadores terceirizados? Temer - [A lei] é de uma singeleza extraordinária. Ele trata do trabalho temporário, e depois, em dois artigos, da terceirização, salvaguardando todos os direitos. Não vejo nenhum prejuízo ao trabalhador. Se me for apontado prejuízo, eu tenho a reforma trabalhista para introduzir algum preceito ou outra fórmula qualquer. Havia uma preocupação da equipe econômica com uma onda de "pejotização". Se houver algum perigo disso, nós vamos tomar uma providência. Não vejo reclamações, movimento nenhum... Por exemplo, lá há regras que dizem o seguinte: quem é contratado de uma empresa de prestação de serviços, se trabalhou na empresa, não pode ser contratado em seguida. Tem todas as proteções da própria lei. O governo vai aumentar impostos até o fim do seu mandato? Por enquanto, não pensamos nisso. Se você perguntar: "Não vai haver aumento de imposto?", aí eu não sei dizer. Vai depender muito do andar da economia. Se nós pudermos evitar impostos, vamos evitar. É uma escolha: entregar um déficit maior para não aumentar a carga tributária... É exatamente isso. Na medida que você revela para o ano um déficit real, você talvez não precise aumentar impostos. O governo pretende baixar a meta de inflação do ano que vem? É provável, porque hoje está em 4,56%. Até o fim do ano, isso talvez vá a menos de 4%. Talvez. Nós estaremos habilitados a mudar o centro da meta. Para quanto? Aí, eu não sei. Preciso falar com a área econômica direitinho. Certamente será menos que 4,5%. Na semana passada, a Câmara aprovou um projeto que pode limitar o funcionamento de serviços como o Uber no Brasil. O sr. vai vetar os dispositivos aprovados na Câmara, se também passarem pelo Senado? Depois que passar pelo Senado, eu vou examinar. É possível que o Senado faça modificações, não sei. O sr. tem alguma opinião sobre o assunto? Eu espero, quando chegar às minhas mãos... Eu estou disposto a examinar com muito cuidado, vou verificar. Ainda não tenho nenhuma opinião sobre isso. O governo precisou bloquear R$ 42 bilhões do orçamento este ano para fechar as contas e anunciou um aumento do déficit previsto para 2018, de R$ 129 bilhões. O que deu errado? O que deu errado foi o seguinte: ao longo do tempo, imaginava-se que a arrecadação crescesse substancialmente. Como a arrecadação não aumentou demais, nós estamos sendo previdentes. Nós não estamos fazendo nada que possa enganar o contribuinte, enganar o povo, nós estamos dando a realidade. Essa previsão não assusta o mercado? Não. O mercado está muito confiante. Eu tenho feito muitas palestras pra investidores. Evidentemente que eles estão ansiosos pelo término do episódio das reformas, mas em todos eles eu vejo uma esperança extraordinária. As coisas estão começando a retomar.
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'Revoltados, jovens deixarão presídio com fúria vingativa'
Contrário à redução da idade penal, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini, 69, afirma que "nem tudo o que o povo quer é o mais correto e ético". Ele defende mudanças no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e avalia que a juventude não vai se atemorizar com ameaças legais. O tema divide o Judiciário. Para o desembargador José Muiños Filho, do Rio, diz que "o medo das consequências" é essencial para coibir crimes. * Folha - A maioria da população apoia a redução da maioridade. É preciso responder a essa vontade popular? José Renato Nalini - A vontade popular tende a reclamar a redução da maioridade penal, assim como aceitaria a pena de morte e outros agravamentos de pena, tudo como forma de responder à sensação de impunidade. Ao atender à vontade da maioria, o Parlamento teria observado uma regra democrática. Democracia é o governo da maioria, no qual a minoria tem condição de se manifestar. Nada obstante, nem tudo o que o povo quer é o mais adequado, correto e ético. Seguramente, a discussão chegará ao Judiciário. Que outras medidas, que não a redução da maioridade, poderiam ser adotadas? Aumento dos efetivos policiais, intensificação da vigilância, criação de novos tipos penais (novos crimes), agravamento das penas para os crimes já existentes. Redução dos benefícios hoje assegurados ao encarcerado, como regime aberto ou semiaberto, progressão de regime, perdão judicial. O ECA ainda é um instrumento eficaz para reeducar e ressocializar o jovem infrator? O ECA precisa ser revisto e adaptado à realidade. Temos de pensar em reeducação e em ressocialização. Seria dinheiro e tempo perdido segregar o infrator se ele não tivesse condições de ser recuperado. Um bom começo seria ampliar o prazo de internação compulsória, caso o crime e circunstâncias, especiais, a arbítrio do juiz, justificassem tal extensão. Também é urgente cuidar do psicopata ou sociopata, que não pode permanecer sem custódia. Faz sentido o temor de quem é contrário à redução de que o peso da lei recaia sobre os jovens mais pobres? Faz sentido. Assim como o aparelhamento de facções criminosas para o recrutamento de crianças ainda mais novas, a fim de contornarem a lei. O subproduto nefasto será a revolta dos encarcerados mais jovens, considerando-se injustiçados e deixando o presídio com fúria vingativa. O que fazer com o adolescente que comete crimes bárbaros? Esse adolescente justificaria a extensão do período de internação num estabelecimento correcional como a Fundação Casa. Não se pode ignorar que há perfis psicopatas ou sociopatas, que não merecem o tratamento dispensado a outros jovens que não representem a mesma periculosidade. Um adolescente preso vai exigir atenção diferente do juiz? A Justiça é um serviço especializado em tratar desigualmente os desiguais. O jovem preso precisaria ter uma formação intensificada, vinculada a um efetivo reaproveitamento desse indivíduo para ser útil à sociedade. Pode haver reflexo imediato com punição aos jovens? Não se espere que os jovens recuem, se estiverem dispostos a perseverar na senda da delinquência. A juventude sem freios inibitórios, totalmente entregue ao seu próprio descontrole, não se atemoriza com ameaças legais. Sabe que sua vida está a prêmio, que seu futuro não é róseo, não elimina a hipótese de consentimento ao homicídio perpetrado pela polícia, uma espécie de opção pelo suicídio.
cotidiano
'Revoltados, jovens deixarão presídio com fúria vingativa'Contrário à redução da idade penal, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini, 69, afirma que "nem tudo o que o povo quer é o mais correto e ético". Ele defende mudanças no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e avalia que a juventude não vai se atemorizar com ameaças legais. O tema divide o Judiciário. Para o desembargador José Muiños Filho, do Rio, diz que "o medo das consequências" é essencial para coibir crimes. * Folha - A maioria da população apoia a redução da maioridade. É preciso responder a essa vontade popular? José Renato Nalini - A vontade popular tende a reclamar a redução da maioridade penal, assim como aceitaria a pena de morte e outros agravamentos de pena, tudo como forma de responder à sensação de impunidade. Ao atender à vontade da maioria, o Parlamento teria observado uma regra democrática. Democracia é o governo da maioria, no qual a minoria tem condição de se manifestar. Nada obstante, nem tudo o que o povo quer é o mais adequado, correto e ético. Seguramente, a discussão chegará ao Judiciário. Que outras medidas, que não a redução da maioridade, poderiam ser adotadas? Aumento dos efetivos policiais, intensificação da vigilância, criação de novos tipos penais (novos crimes), agravamento das penas para os crimes já existentes. Redução dos benefícios hoje assegurados ao encarcerado, como regime aberto ou semiaberto, progressão de regime, perdão judicial. O ECA ainda é um instrumento eficaz para reeducar e ressocializar o jovem infrator? O ECA precisa ser revisto e adaptado à realidade. Temos de pensar em reeducação e em ressocialização. Seria dinheiro e tempo perdido segregar o infrator se ele não tivesse condições de ser recuperado. Um bom começo seria ampliar o prazo de internação compulsória, caso o crime e circunstâncias, especiais, a arbítrio do juiz, justificassem tal extensão. Também é urgente cuidar do psicopata ou sociopata, que não pode permanecer sem custódia. Faz sentido o temor de quem é contrário à redução de que o peso da lei recaia sobre os jovens mais pobres? Faz sentido. Assim como o aparelhamento de facções criminosas para o recrutamento de crianças ainda mais novas, a fim de contornarem a lei. O subproduto nefasto será a revolta dos encarcerados mais jovens, considerando-se injustiçados e deixando o presídio com fúria vingativa. O que fazer com o adolescente que comete crimes bárbaros? Esse adolescente justificaria a extensão do período de internação num estabelecimento correcional como a Fundação Casa. Não se pode ignorar que há perfis psicopatas ou sociopatas, que não merecem o tratamento dispensado a outros jovens que não representem a mesma periculosidade. Um adolescente preso vai exigir atenção diferente do juiz? A Justiça é um serviço especializado em tratar desigualmente os desiguais. O jovem preso precisaria ter uma formação intensificada, vinculada a um efetivo reaproveitamento desse indivíduo para ser útil à sociedade. Pode haver reflexo imediato com punição aos jovens? Não se espere que os jovens recuem, se estiverem dispostos a perseverar na senda da delinquência. A juventude sem freios inibitórios, totalmente entregue ao seu próprio descontrole, não se atemoriza com ameaças legais. Sabe que sua vida está a prêmio, que seu futuro não é róseo, não elimina a hipótese de consentimento ao homicídio perpetrado pela polícia, uma espécie de opção pelo suicídio.
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Discreto e jovem, juiz de Operação Custo Brasil estuda corrupção da Itália
Na época em que o juiz federal Paulo Bueno de Azevedo recebeu a notícia de que seria responsável por um processo oriundo da Operação Lava Jato, no ano passado, ele estava terminando a leitura de "Irmãos Karamazov", obra do escritor russo Fiódor Dostoiévski. A trama do livro se desenvolve durante um processo criminal e é permeada pela dúvida de um erro judiciário, fantasma que assombra os magistrados. Ao refletir sobre o texto, Azevedo diz que "são magistrais os discursos da acusação e da defesa". Difícil saber se o juiz apenas analisava a obra de ficção ou já projetava os desafios que viriam pela frente. Aos 38 anos de idade, Azevedo é, desde o início do ano passado, juiz na 6ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo. Sob sua responsabilidade estão mais de duas centenas de processos por crimes financeiros dos mais complexos. Em setembro, graças à decisão do Supremo Tribunal Federal que determinou o fatiamento da Lava Jato, a investigação sobre irregularidades cometidas no Ministério do Planejamento veio parar na sua mesa. "Os presos da Lava Jato receberão de mim o mesmo respeito dos réus dos outros casos", disse na ocasião. Logo de cara, resolveu soltar o principal alvo da investigação, Alexandre Romano, o Chambinho, apontado como um dos operadores do caso. Houve quem denunciasse um cheiro de pizza no ar. Pois Chambinho, mesmo solto, contou ao juiz como funcionavam as negociações no Ministério do Planejamento e na quinta-feira (23) Azevedo mandou prender por tempo indeterminado 11 pessoas, entre elas o ex-ministro Paulo Bernardo (PT). A decisão foi considerada dura pelos advogados dos acusados. Como sua carreira no tribunal ainda é curta, até quinta-feira ninguém dos seus pares arriscava traçar seu perfil como julgador, se ele seria rígido contra os investigados ou seguiria uma linha mais garantista. A personalidade recatada não dava pistas. Os colegas de tribunal definem Azevedo ora com o adjetivo reservado, noutro momento o classificam como discreto. Ele próprio se diz tímido. As poucas frases contidas nesta reportagem são da única e breve entrevista que deu em toda a carreira. "Não sou de falar muito. Acho que essa pode ser a minha primeira e penúltima entrevista. A última será no final desse processo", brincou. ORIENTADORA NA USP Azevedo trabalhou durante sete anos na Advocacia-Geral da União defendendo o INSS em questões previdenciárias. Em 2008, passou no concurso da Justiça Federal. Assumiu uma vaga na Justiça Federal em Jaú, no interior de São Paulo, até ser transferido para a capital. A cadeira que hoje ocupa já foi do juiz Fausto De Sanctis, que guiou casos célebres, como a Operação Satiagraha, que colocou na cadeia o banqueiro Daniel Dantas, e a Operação Castelo de Areia, que prendeu diretores da Camargo Correa. Essas ações, porém, acabaram anuladas nos tribunais superiores com a alegação de que haveria irregularidades na investigação. Azevedo evita comparações. Diz apenas que vai se precaver de nulidades observando o amplo direito de defesa. Assim como Sergio Moro, Azevedo tem especial interesse pelo combate à corrupção na Itália. Na sua mesa repousa o livro do juiz italiano Giovanni Falcone, que combateu a máfia e acabou assassinado. Recentemente esteve em Palermo discutindo combate à corrupção e lavagem de dinheiro. Começou o doutorado em Direito Penal na USP, onde tem como orientadora a advogada Janaína Paschoal, autora do documento do pedido de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Azevedo diz que nunca teve militância partidária nem se envolveu com política. Para dar conta dos compromissos, diz levar uma vida regrada. "Procuro ter disciplina. Geralmente acordo cedo, entre seis e sete da manhã. Apesar que nesses últimos meses tenho acordado antes, lá pelas quatro", diz esboçando um sorriso. Engana-se quem acha que são os processos que o tiram da cama na madrugada. Há alguns meses sua filha de três anos ganhou a companhia de bebês trigêmeos.
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Discreto e jovem, juiz de Operação Custo Brasil estuda corrupção da ItáliaNa época em que o juiz federal Paulo Bueno de Azevedo recebeu a notícia de que seria responsável por um processo oriundo da Operação Lava Jato, no ano passado, ele estava terminando a leitura de "Irmãos Karamazov", obra do escritor russo Fiódor Dostoiévski. A trama do livro se desenvolve durante um processo criminal e é permeada pela dúvida de um erro judiciário, fantasma que assombra os magistrados. Ao refletir sobre o texto, Azevedo diz que "são magistrais os discursos da acusação e da defesa". Difícil saber se o juiz apenas analisava a obra de ficção ou já projetava os desafios que viriam pela frente. Aos 38 anos de idade, Azevedo é, desde o início do ano passado, juiz na 6ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo. Sob sua responsabilidade estão mais de duas centenas de processos por crimes financeiros dos mais complexos. Em setembro, graças à decisão do Supremo Tribunal Federal que determinou o fatiamento da Lava Jato, a investigação sobre irregularidades cometidas no Ministério do Planejamento veio parar na sua mesa. "Os presos da Lava Jato receberão de mim o mesmo respeito dos réus dos outros casos", disse na ocasião. Logo de cara, resolveu soltar o principal alvo da investigação, Alexandre Romano, o Chambinho, apontado como um dos operadores do caso. Houve quem denunciasse um cheiro de pizza no ar. Pois Chambinho, mesmo solto, contou ao juiz como funcionavam as negociações no Ministério do Planejamento e na quinta-feira (23) Azevedo mandou prender por tempo indeterminado 11 pessoas, entre elas o ex-ministro Paulo Bernardo (PT). A decisão foi considerada dura pelos advogados dos acusados. Como sua carreira no tribunal ainda é curta, até quinta-feira ninguém dos seus pares arriscava traçar seu perfil como julgador, se ele seria rígido contra os investigados ou seguiria uma linha mais garantista. A personalidade recatada não dava pistas. Os colegas de tribunal definem Azevedo ora com o adjetivo reservado, noutro momento o classificam como discreto. Ele próprio se diz tímido. As poucas frases contidas nesta reportagem são da única e breve entrevista que deu em toda a carreira. "Não sou de falar muito. Acho que essa pode ser a minha primeira e penúltima entrevista. A última será no final desse processo", brincou. ORIENTADORA NA USP Azevedo trabalhou durante sete anos na Advocacia-Geral da União defendendo o INSS em questões previdenciárias. Em 2008, passou no concurso da Justiça Federal. Assumiu uma vaga na Justiça Federal em Jaú, no interior de São Paulo, até ser transferido para a capital. A cadeira que hoje ocupa já foi do juiz Fausto De Sanctis, que guiou casos célebres, como a Operação Satiagraha, que colocou na cadeia o banqueiro Daniel Dantas, e a Operação Castelo de Areia, que prendeu diretores da Camargo Correa. Essas ações, porém, acabaram anuladas nos tribunais superiores com a alegação de que haveria irregularidades na investigação. Azevedo evita comparações. Diz apenas que vai se precaver de nulidades observando o amplo direito de defesa. Assim como Sergio Moro, Azevedo tem especial interesse pelo combate à corrupção na Itália. Na sua mesa repousa o livro do juiz italiano Giovanni Falcone, que combateu a máfia e acabou assassinado. Recentemente esteve em Palermo discutindo combate à corrupção e lavagem de dinheiro. Começou o doutorado em Direito Penal na USP, onde tem como orientadora a advogada Janaína Paschoal, autora do documento do pedido de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Azevedo diz que nunca teve militância partidária nem se envolveu com política. Para dar conta dos compromissos, diz levar uma vida regrada. "Procuro ter disciplina. Geralmente acordo cedo, entre seis e sete da manhã. Apesar que nesses últimos meses tenho acordado antes, lá pelas quatro", diz esboçando um sorriso. Engana-se quem acha que são os processos que o tiram da cama na madrugada. Há alguns meses sua filha de três anos ganhou a companhia de bebês trigêmeos.
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Para Temer, Brasil não quer ideologia na economia, mas resultados
Na tentativa de restabelecer a confiança na economia nacional e ganhar o respaldo do setor produtivo, o presidente interino, Michel Temer, avaliou nesta quarta-feira (8) que a sociedade brasileira quer resultados, não ideologias na área econômica. Em uma crítica indireta à administração anterior, defendeu que o país precisa ser "reinstitucionalizado", porque perdeu-se o respeito pelas instituições nacionais, o que gerou conflitos entre brasileiros. "O primeiro direito social é o emprego e ele só virá se houver a atuação da iniciativa privada. Confesso que essa coisa de ideologia hoje está fora de moda e o que as pessoas querem é resultado", disse. Em reunião com empresários industriais, agropecuários e varejistas, o presidente interino anunciou que enviará na semana que vem ao Congresso Nacional proposta que estabelece teto de gastos para a máquina pública. Ele enfatizou a importância da paridade entre arrecadação e gasto, fazendo o Brasil volte a "arrecadar um e gastar um". "A limitação de gastos que será revisada apenas em relação à inflação do ano anterior é o que nos permitirá gastar novamente um e arrecadar um", disse. Segundo ele, se por algum motivo não estiver mais na gestão federal e a equipe econômica for mantida, "o país já estará salvo". Ele lembrou que a administração peemedebista ainda é transitória, mas que tem trabalhado como se fosse definitiva, para evitar que o país pare. Ele lembrou que a consolidação de novos fundamentos para a economia brasileira não será feita "de hoje para amanhã"." Não estamos encontrando um país com harmonia social, mas um país com déficit extraordinário e com empresas públicas quebradas", criticou. Em referência a grupos de esquerda que têm protestado contra o governo interino, o peemedebista acusou "alguns movimentos" de desobedecerem a ordem jurídica e disse que tem sido vítima de "agressões" e "inverdades". "Enquanto protestam, nós passamos", disse. JUROS Em discurso antes do peemedebista, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias dos Estado de São Paulo), Paulo Skaf, defendeu que a carga tributária não seja elevada, que os gastos governamentais sejam reduzidos, que as taxas de juros sejam diminuídas e que a oferta de crédito ao setor produtivo seja ampliada. O secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), Moreira Franco, disse que a atual equipe econômica não quer resolver os problemas do país com "fantasia" e não defende o aumento da taxa de juros. "Não estamos querendo resolver esses problemas pela fantasia ou pelo discurso, mas por uma equipe econômica alinhada do ponto de vista de orientação econômica, sem divergência ideológica", disse, ressaltando que não se tinha uma equipe econômica semelhante desde a gestão do economista Delfim Netto, que chefiou o Ministério da Fazenda na ditadura militar. Segundo ele, o principal problema do país é uma "crise de confiança brutal" nas regras, procedimentos e contratos do país, causada pela crise política e pela indefinição institucional em relação ao processo de impeachment. "Nós temos de conviver com ela [indefinição sobre impeachment] e construir as bases de uma prática que demonstre transparência e rigidez", afirmou. Ao todo, participaram do encontro em torno de 200 representantes do mundo empresarial. Depois do encontro, o presidente interino convidou alguns dos presentes para um almoço no Palácio do Jaburu.
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Para Temer, Brasil não quer ideologia na economia, mas resultadosNa tentativa de restabelecer a confiança na economia nacional e ganhar o respaldo do setor produtivo, o presidente interino, Michel Temer, avaliou nesta quarta-feira (8) que a sociedade brasileira quer resultados, não ideologias na área econômica. Em uma crítica indireta à administração anterior, defendeu que o país precisa ser "reinstitucionalizado", porque perdeu-se o respeito pelas instituições nacionais, o que gerou conflitos entre brasileiros. "O primeiro direito social é o emprego e ele só virá se houver a atuação da iniciativa privada. Confesso que essa coisa de ideologia hoje está fora de moda e o que as pessoas querem é resultado", disse. Em reunião com empresários industriais, agropecuários e varejistas, o presidente interino anunciou que enviará na semana que vem ao Congresso Nacional proposta que estabelece teto de gastos para a máquina pública. Ele enfatizou a importância da paridade entre arrecadação e gasto, fazendo o Brasil volte a "arrecadar um e gastar um". "A limitação de gastos que será revisada apenas em relação à inflação do ano anterior é o que nos permitirá gastar novamente um e arrecadar um", disse. Segundo ele, se por algum motivo não estiver mais na gestão federal e a equipe econômica for mantida, "o país já estará salvo". Ele lembrou que a administração peemedebista ainda é transitória, mas que tem trabalhado como se fosse definitiva, para evitar que o país pare. Ele lembrou que a consolidação de novos fundamentos para a economia brasileira não será feita "de hoje para amanhã"." Não estamos encontrando um país com harmonia social, mas um país com déficit extraordinário e com empresas públicas quebradas", criticou. Em referência a grupos de esquerda que têm protestado contra o governo interino, o peemedebista acusou "alguns movimentos" de desobedecerem a ordem jurídica e disse que tem sido vítima de "agressões" e "inverdades". "Enquanto protestam, nós passamos", disse. JUROS Em discurso antes do peemedebista, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias dos Estado de São Paulo), Paulo Skaf, defendeu que a carga tributária não seja elevada, que os gastos governamentais sejam reduzidos, que as taxas de juros sejam diminuídas e que a oferta de crédito ao setor produtivo seja ampliada. O secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), Moreira Franco, disse que a atual equipe econômica não quer resolver os problemas do país com "fantasia" e não defende o aumento da taxa de juros. "Não estamos querendo resolver esses problemas pela fantasia ou pelo discurso, mas por uma equipe econômica alinhada do ponto de vista de orientação econômica, sem divergência ideológica", disse, ressaltando que não se tinha uma equipe econômica semelhante desde a gestão do economista Delfim Netto, que chefiou o Ministério da Fazenda na ditadura militar. Segundo ele, o principal problema do país é uma "crise de confiança brutal" nas regras, procedimentos e contratos do país, causada pela crise política e pela indefinição institucional em relação ao processo de impeachment. "Nós temos de conviver com ela [indefinição sobre impeachment] e construir as bases de uma prática que demonstre transparência e rigidez", afirmou. Ao todo, participaram do encontro em torno de 200 representantes do mundo empresarial. Depois do encontro, o presidente interino convidou alguns dos presentes para um almoço no Palácio do Jaburu.
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Atriz de 'Game of Thrones' diz que 6ª temporada será ainda mais chocante
Emilia Clarke –que vive a personagem Daenarys Targaryen em "Game of Thrones"– revelou que a sexta temporada do seriado deverá ser ainda mais chocante do que a quinta, exibida em 2015. Em entrevista ao jornal "LA Times", sobre sua indicação ao Emmy de melhor atriz coadjuvante em série dramática, Clarke falou que a nova safra de episódios promete surpreender os fãs. Em painel durante a última edição do festival Comic-Con, o elenco revelou que já havia recebido os roteiros da próxima temporada. "É uma cena chocante atrás da outra. Um momento épico atrás do outro. É mental, é épico", afirmou. "E definitivamente Dany [Daenarys] é parte disso." Sobre sua segunda indicação ao principal prêmio da TV americana, a atriz comentou que a notícia é sempre uma surpresa. "Todo ano você fica 'O quêê?!' e, ver o seu nome lá, é sempre o mesmo sentimento. É muita coisa para ficar animada", disse ela à revista "Variety". Neste ano, Clarke concorre à estatueta com a colega de "Game of Thrones" Lena Headey, que vive a personagem Cersei Lannister.
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Atriz de 'Game of Thrones' diz que 6ª temporada será ainda mais chocanteEmilia Clarke –que vive a personagem Daenarys Targaryen em "Game of Thrones"– revelou que a sexta temporada do seriado deverá ser ainda mais chocante do que a quinta, exibida em 2015. Em entrevista ao jornal "LA Times", sobre sua indicação ao Emmy de melhor atriz coadjuvante em série dramática, Clarke falou que a nova safra de episódios promete surpreender os fãs. Em painel durante a última edição do festival Comic-Con, o elenco revelou que já havia recebido os roteiros da próxima temporada. "É uma cena chocante atrás da outra. Um momento épico atrás do outro. É mental, é épico", afirmou. "E definitivamente Dany [Daenarys] é parte disso." Sobre sua segunda indicação ao principal prêmio da TV americana, a atriz comentou que a notícia é sempre uma surpresa. "Todo ano você fica 'O quêê?!' e, ver o seu nome lá, é sempre o mesmo sentimento. É muita coisa para ficar animada", disse ela à revista "Variety". Neste ano, Clarke concorre à estatueta com a colega de "Game of Thrones" Lena Headey, que vive a personagem Cersei Lannister.
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Governo já abriu mão de R$ 2,5 bilhões dos ajustes em benefícios
O governo já abriu mão de R$ 2,5 bilhões de seu ajuste fiscal para ter as medidas que alteram as regras de acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários aprovadas no Congresso. O cálculo é do Ministério do Trabalho. Segundo Márcio Borges, coordenador-geral do seguro-desemprego e abono salarial, R$ 2 bilhões deixarão de ser poupados só com os recuos nas novas regras do seguro-desemprego. A medida provisória enviada pela presidente Dilma determinava um mínimo de 18 meses consecutivos trabalhados nos últimos dois anos para se ter direito a uma primeira solicitação do seguro. Após negociações com congressistas e centrais sindicais, o governo topou reduzir essa carência para 12 meses. A economia anual da medida como foi proposta pelo Executivo seria de R$ 9 bilhões, e tiraria de 2,2 milhões de trabalhadores o direito de acessar o benefício. Com a mudança, a economia passa para R$ 7 milhões, excluindo 1,7 milhões de potenciais beneficiários. Outro recuo acatado pelo governo foi em relação ao seguro-defeso, benefício pago ao pescador artesanal durante período de proibição da pesca. A proposta original exigia que o pescador estivesse registrado há três anos, o que tiraria o benefício de 18% desses profissionais, uma economia de R$ 500 milhões. O relatório da medida provisória, que ainda está para ser votado, retoma a regra anterior de exigir um ano de registro. As mudanças no abono salarial só valerão a partir do próximo ano, por isso o governo ainda não tem calculado o novo impacto dessa medida. O governo exigiu inicialmente uma carência de seis meses para o trabalhador ter acesso ao benefício. Aceitou reduzir para três meses, mas este ainda é um ponto com forte divergência. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou nesta quinta-feira (23) que o governo aceita o que for "consensual" para ter essas matérias aprovadas. O governo contava com elas, tal como foram enviadas pela presidente Dilma, para poupar R$ 18 bilhões neste ano. TERCEIRIZAÇÃO Sobre o projeto de terceirização, aprovado pela Câmara, o ministro comentou que ela não é boa e que espera que o Senado corrija alguns pontos dos quais o governo discorda. Segundo Dias, o projeto pode estimular a precarização das relações de trabalho, como a quarteirização - quando uma empresa terceirizada emprega um funcionário de outra empresa terceirizada para atender uma demanda.
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Governo já abriu mão de R$ 2,5 bilhões dos ajustes em benefíciosO governo já abriu mão de R$ 2,5 bilhões de seu ajuste fiscal para ter as medidas que alteram as regras de acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários aprovadas no Congresso. O cálculo é do Ministério do Trabalho. Segundo Márcio Borges, coordenador-geral do seguro-desemprego e abono salarial, R$ 2 bilhões deixarão de ser poupados só com os recuos nas novas regras do seguro-desemprego. A medida provisória enviada pela presidente Dilma determinava um mínimo de 18 meses consecutivos trabalhados nos últimos dois anos para se ter direito a uma primeira solicitação do seguro. Após negociações com congressistas e centrais sindicais, o governo topou reduzir essa carência para 12 meses. A economia anual da medida como foi proposta pelo Executivo seria de R$ 9 bilhões, e tiraria de 2,2 milhões de trabalhadores o direito de acessar o benefício. Com a mudança, a economia passa para R$ 7 milhões, excluindo 1,7 milhões de potenciais beneficiários. Outro recuo acatado pelo governo foi em relação ao seguro-defeso, benefício pago ao pescador artesanal durante período de proibição da pesca. A proposta original exigia que o pescador estivesse registrado há três anos, o que tiraria o benefício de 18% desses profissionais, uma economia de R$ 500 milhões. O relatório da medida provisória, que ainda está para ser votado, retoma a regra anterior de exigir um ano de registro. As mudanças no abono salarial só valerão a partir do próximo ano, por isso o governo ainda não tem calculado o novo impacto dessa medida. O governo exigiu inicialmente uma carência de seis meses para o trabalhador ter acesso ao benefício. Aceitou reduzir para três meses, mas este ainda é um ponto com forte divergência. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou nesta quinta-feira (23) que o governo aceita o que for "consensual" para ter essas matérias aprovadas. O governo contava com elas, tal como foram enviadas pela presidente Dilma, para poupar R$ 18 bilhões neste ano. TERCEIRIZAÇÃO Sobre o projeto de terceirização, aprovado pela Câmara, o ministro comentou que ela não é boa e que espera que o Senado corrija alguns pontos dos quais o governo discorda. Segundo Dias, o projeto pode estimular a precarização das relações de trabalho, como a quarteirização - quando uma empresa terceirizada emprega um funcionário de outra empresa terceirizada para atender uma demanda.
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Mágico que ensinou elenco de 'Truque de Mestre 2' 'hipnotiza' jornalistas
Keith Barry, 39, está ali para impressionar. "Convidamos vocês a compartilhar o conteúdo desta entrevista nas mídias sociais", dizia nota da produção de "Truque de Mestre 2" (fotos de Mark Ruffalo e Daniel Radcliffe eram estritamente proibidas). "Mágico cerebral", o irlandês conta que já hipnotizou "guardas para escapar das multas" e a própria mulher para aliviar dores do parto. Ensinou truques para Woody Harrelson, que vive gêmeos hipnotizadores, e garante ter convencido Ruffalo a ver tudo verde (o ator não confirma). A pedido da Folha, Barry mostra do que é capaz. Pede que cada jornalista na sala escreva o nome, a data de nascimento e uma pergunta. Antes, veda os olhos com moedas e fita adesiva. Anna Virginia, 2 de janeiro de 1987, "vou ganhar um Pulitzer [maior prêmio de jornalismo do mundo]?", escrevo, antes de entregar o papelzinho. Barry não só acerta as perguntas como solta informações bem pessoais de cada um. O caçula da repórter coreana gosta da marca "x" de tênis. O mexicano que quer saber se será pai já tem dois filhotes (um par de cachorros). Eles assentem, embasbacados. Barry pergunta se alguém tem "irmã artista que trabalha com crianças. Chama Andrea". Intrigada, me apresento. Ele diz: "Para ganhar o prêmio, você terá de trabalhar bem mais". Saio convencida de que David Copperfield é meu Senhor. Depois reflito. No meu perfil do Facebook, há fotos de minha irmã artista, com pistas de que estagia em pré-escola. Como dizem por aí: não é feitiçaria, é tecnologia.
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Mágico que ensinou elenco de 'Truque de Mestre 2' 'hipnotiza' jornalistasKeith Barry, 39, está ali para impressionar. "Convidamos vocês a compartilhar o conteúdo desta entrevista nas mídias sociais", dizia nota da produção de "Truque de Mestre 2" (fotos de Mark Ruffalo e Daniel Radcliffe eram estritamente proibidas). "Mágico cerebral", o irlandês conta que já hipnotizou "guardas para escapar das multas" e a própria mulher para aliviar dores do parto. Ensinou truques para Woody Harrelson, que vive gêmeos hipnotizadores, e garante ter convencido Ruffalo a ver tudo verde (o ator não confirma). A pedido da Folha, Barry mostra do que é capaz. Pede que cada jornalista na sala escreva o nome, a data de nascimento e uma pergunta. Antes, veda os olhos com moedas e fita adesiva. Anna Virginia, 2 de janeiro de 1987, "vou ganhar um Pulitzer [maior prêmio de jornalismo do mundo]?", escrevo, antes de entregar o papelzinho. Barry não só acerta as perguntas como solta informações bem pessoais de cada um. O caçula da repórter coreana gosta da marca "x" de tênis. O mexicano que quer saber se será pai já tem dois filhotes (um par de cachorros). Eles assentem, embasbacados. Barry pergunta se alguém tem "irmã artista que trabalha com crianças. Chama Andrea". Intrigada, me apresento. Ele diz: "Para ganhar o prêmio, você terá de trabalhar bem mais". Saio convencida de que David Copperfield é meu Senhor. Depois reflito. No meu perfil do Facebook, há fotos de minha irmã artista, com pistas de que estagia em pré-escola. Como dizem por aí: não é feitiçaria, é tecnologia.
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Leitor comenta PIB rural baseado em pequena e média propriedade
Não se pode negar o lado brilhante do agronegócio nem seu lado nefasto, pelo êxodo rural de milhões de brasileiros, aumentando as favelas e a criminalidade nas periferias das grandes cidades, em detrimento da opção por um PIB rural com base na pequena e média propriedade, com mais equilíbrio e justiça social. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor comenta PIB rural baseado em pequena e média propriedadeNão se pode negar o lado brilhante do agronegócio nem seu lado nefasto, pelo êxodo rural de milhões de brasileiros, aumentando as favelas e a criminalidade nas periferias das grandes cidades, em detrimento da opção por um PIB rural com base na pequena e média propriedade, com mais equilíbrio e justiça social. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Governador petista de MG vira alvo de aliados e tucanos
Próximo de completar três meses de gestão, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), vê a lua de mel com aliados e a então relação cordial com o senador tucano Aécio Neves (PSDB) chegarem ao fim. Apesar de argumentar que o Estado enfrenta dificuldades econômicas e pedir "compreensão", o petista vem sendo cobrado por funcionários públicos e empresários que querem, respectivamente, os reajustes prometidos e as dívidas de obras pagas. Como ainda não conseguiu aprovar o Orçamento de 2015 no Legislativo, o governo teve de suspender obras e pagamentos. Donos de construtoras, por exemplo, cobram pela imprensa um débito de R$ 500 milhões. "Encontramos uma situação difícil do ponto de vista financeiro, orçamentário e também do ponto de vista de gestão. A gestão dos anos anteriores deixou muito a desejar", afirmou Pimentel. O fato de ele culpar a herança recebida das gestões anteriores levou Aécio, que governou Minas por oito anos e elegeu seu sucessor, Antonio Anastasia (PSDB), a deixar de lado a sua boa relação com o petista e reagir. Menina dos olhos do PSDB mineiro, o "choque de gestão", conjunto de medidas tomadas pelos governos tucanos para organizar as finanças e os programas do Estado, foi defendido por Aécio. "Chega a ser patético esse discurso. Eu desejo que o governador Pimentel comece a governar, está na hora de parar de choramingar. Setores do PT vêm com esse discurso de [que a] responsabilidade [é] sempre dos governos anteriores", afirmou o senador. "Minas Gerais foi um dos poucos Estados que passou para o sucessor o Estado cumprindo todos os seus compromissos", completou o tucano. Pimentel prometeu para os próximos dias um "balanço geral" da herança tucana, mas seu discurso não tem conseguido aplacar nem as críticas de aliados de primeira hora do PT, como o sindicato dos servidores da educação (Sind-UTE) e a CUT-MG. As duas entidades são presididas por Beatriz Cerqueira, que começou acusando o governo, nas redes sociais, de "loteamento" na educação, "como fazia o PSDB". A crítica já chegou às rádios, em forma de publicidade. Cerqueira diz que o PT pratica o "neocoronelismo" e que a gestão está "comprando a sua governabilidade". O sindicato dos servidores cobra o pagamento do piso nacional de salários e a recomposição da carreira. Assembleia e paralisação estão marcadas para o dia 31. Segundo o governo, não será possível pagar o piso nacional à categoria neste ano. Foi oferecido abono de R$ 160 a ser pago até abril de 2016. A classe médica também pressiona por reajuste e melhoria das condições de trabalho –Pimentel cancelou um aumento de 5% concedido pelo governo anterior e diz que vai negociar caso a caso.
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Governador petista de MG vira alvo de aliados e tucanosPróximo de completar três meses de gestão, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), vê a lua de mel com aliados e a então relação cordial com o senador tucano Aécio Neves (PSDB) chegarem ao fim. Apesar de argumentar que o Estado enfrenta dificuldades econômicas e pedir "compreensão", o petista vem sendo cobrado por funcionários públicos e empresários que querem, respectivamente, os reajustes prometidos e as dívidas de obras pagas. Como ainda não conseguiu aprovar o Orçamento de 2015 no Legislativo, o governo teve de suspender obras e pagamentos. Donos de construtoras, por exemplo, cobram pela imprensa um débito de R$ 500 milhões. "Encontramos uma situação difícil do ponto de vista financeiro, orçamentário e também do ponto de vista de gestão. A gestão dos anos anteriores deixou muito a desejar", afirmou Pimentel. O fato de ele culpar a herança recebida das gestões anteriores levou Aécio, que governou Minas por oito anos e elegeu seu sucessor, Antonio Anastasia (PSDB), a deixar de lado a sua boa relação com o petista e reagir. Menina dos olhos do PSDB mineiro, o "choque de gestão", conjunto de medidas tomadas pelos governos tucanos para organizar as finanças e os programas do Estado, foi defendido por Aécio. "Chega a ser patético esse discurso. Eu desejo que o governador Pimentel comece a governar, está na hora de parar de choramingar. Setores do PT vêm com esse discurso de [que a] responsabilidade [é] sempre dos governos anteriores", afirmou o senador. "Minas Gerais foi um dos poucos Estados que passou para o sucessor o Estado cumprindo todos os seus compromissos", completou o tucano. Pimentel prometeu para os próximos dias um "balanço geral" da herança tucana, mas seu discurso não tem conseguido aplacar nem as críticas de aliados de primeira hora do PT, como o sindicato dos servidores da educação (Sind-UTE) e a CUT-MG. As duas entidades são presididas por Beatriz Cerqueira, que começou acusando o governo, nas redes sociais, de "loteamento" na educação, "como fazia o PSDB". A crítica já chegou às rádios, em forma de publicidade. Cerqueira diz que o PT pratica o "neocoronelismo" e que a gestão está "comprando a sua governabilidade". O sindicato dos servidores cobra o pagamento do piso nacional de salários e a recomposição da carreira. Assembleia e paralisação estão marcadas para o dia 31. Segundo o governo, não será possível pagar o piso nacional à categoria neste ano. Foi oferecido abono de R$ 160 a ser pago até abril de 2016. A classe médica também pressiona por reajuste e melhoria das condições de trabalho –Pimentel cancelou um aumento de 5% concedido pelo governo anterior e diz que vai negociar caso a caso.
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Pai aos 40
Tenho amigos que sofrem com excesso de peso. E entram em dietas loucas para abaterem a carga. Disparate. Será que eles não sabem que a melhor forma de melhorar a figura é abraçar a paternidade? Fui pai há dois meses. Perdi cinco quilos. Inevitável: não é possível ser escravo de um pequeno e adorável tirano com 3,5 kg impunemente. O meu filho é o meu "personal trainer", 24 horas por dia, sete dias por semana. O treino começa logo de manhã. Manhã? Melhor escrever "madrugada". Ele chora. Ele mama. Ele acalma. E, depois desse processo, qualquer pai moderno encontra a primeira prova olímpica da sua vida: o lançamento de arroto. Desconhecia a modalidade, mas explico aos iniciados: consiste em colocar o bebê em posição vertical e esperar, com uma atenção psicótica, que ele simplesmente arrote depois do repasto. Confesso dificuldades no processo: entre vários ruídos guturais, como distinguir o som claro, vibrante, inconfundível de um arroto? Há discussões conjugais a respeito. "Ele já arrotou?", pergunta a mãe. "Não tenho a certeza", responde o pai. E ficamos os dois à espera de Godot. Quando ele milagrosamente aparece, há uma alegria lavada em lágrimas. Quem diria que o ser humano, no fundo, precisa de tão pouco para ser feliz? E quem fala em arroto, fala em dormir. Tradicionalmente, as pessoas religiosas rezam antes de fecharem os olhos. Com um bebê, é o inverso: primeiro ele fecha os olhos, e depois os pais rezam. Mas até na oração é preciso cuidado. "Para de respirar!", já escutei da mãe exausta. Eu me afasto do berço como uma bailarina do Bolshoi. Mas os imprevistos acontecem: um objeto que cai; um som vindo da rua; um osso do nosso corpo que estala. Ele acorda, e nós percebemos que o paraíso esteve quase, quase ao nosso alcance. Melhor mudar de cenário. Mas um bebê não muda apenas de cenário: ele precisa de uma comitiva para o efeito. Berço, banheira, roupa, comida, carrinho –nem a corte portuguesa, quando fugiu para o Rio de Janeiro em 1808 com medo dos franceses, conseguiria igualar a logística de um recém-nascido. E quando conseguimos enfiar tudo dentro do carro, prontos para partir, o pequeno rei adormece. Podemos falar a sério? Aconselho a experiência a amigos relutantes. E não apenas por motivos estéticos. Antes disso, temos os éticos: um bebê anula as nossas patéticas vaidades. Aliás, por falar em vaidade, ela é a primeira a ser jogada pela janela. No princípio, trocava de camisa umas três vezes ao dia. Não mais. Habituei-me às nódoas de leite e só mudo de traje quando a roupa virou farrapo. Tem as suas vantagens: na rua, já me deram esmola. Recusei sempre. "Fui pai em junho", respondo. Os beneméritos compreendem o fado. E depois existem interesses comuns que podemos partilhar. Ontem, eu e ele assistimos a um desfile da Victoria's Secret. Então reparei como ambos olhávamos para o mesmo adereço das modelos, ainda que a fixação mamária tivesse naturezas distintas: para ele, era alimento (literal); para mim, também (mas metafórico). O que me leva ao delicado tema da intimidade entre o casal. "Tudo como dantes?", perguntam os amigos ansiosos. "Melhor que nunca", respondo. No dia 12 de julho —oh Deus, lembro-me como se fosse hoje!— consegui dormir com a minha senhora quatro horas sem interrupções. Quando despertamos, embriagados de tanto prazer, a pergunta era inevitável: "Querida, foi tão bom pra você como foi para mim?". De resto, há um erro comum que os casais cometem quando chega um filho ao ninho conjugal: abandonar outros interesses. Jamais cedi à tentação. Cinéfilo desde sempre, continuo a consumir filmes com a mesma regularidade. A única diferença é que passei a prestar atenção a outros pormenores artísticos. Como os créditos iniciais (quando adormeço) e os créditos finais (quando desperto). Quem precisa de enredo, personagens, diálogos e outras minudências que existem lá pelo meio? E eis que a noite cai. E eis que se mudam fraldas. Nenhum drama: o momento só é problemático para quem gosta de pedir esparregado em restaurantes. Nunca foi o meu caso. Prefiro olhar para o pequeno homem que me olha fixamente. E que concede um sorriso só para aumentar o "síndrome de Estocolmo" de que sofro com prazer masoquista. Nesse momento eu entendo que mais perturbante do que ser pai aos 40 é descobrir o amor gay com a mesma idade.
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Pai aos 40Tenho amigos que sofrem com excesso de peso. E entram em dietas loucas para abaterem a carga. Disparate. Será que eles não sabem que a melhor forma de melhorar a figura é abraçar a paternidade? Fui pai há dois meses. Perdi cinco quilos. Inevitável: não é possível ser escravo de um pequeno e adorável tirano com 3,5 kg impunemente. O meu filho é o meu "personal trainer", 24 horas por dia, sete dias por semana. O treino começa logo de manhã. Manhã? Melhor escrever "madrugada". Ele chora. Ele mama. Ele acalma. E, depois desse processo, qualquer pai moderno encontra a primeira prova olímpica da sua vida: o lançamento de arroto. Desconhecia a modalidade, mas explico aos iniciados: consiste em colocar o bebê em posição vertical e esperar, com uma atenção psicótica, que ele simplesmente arrote depois do repasto. Confesso dificuldades no processo: entre vários ruídos guturais, como distinguir o som claro, vibrante, inconfundível de um arroto? Há discussões conjugais a respeito. "Ele já arrotou?", pergunta a mãe. "Não tenho a certeza", responde o pai. E ficamos os dois à espera de Godot. Quando ele milagrosamente aparece, há uma alegria lavada em lágrimas. Quem diria que o ser humano, no fundo, precisa de tão pouco para ser feliz? E quem fala em arroto, fala em dormir. Tradicionalmente, as pessoas religiosas rezam antes de fecharem os olhos. Com um bebê, é o inverso: primeiro ele fecha os olhos, e depois os pais rezam. Mas até na oração é preciso cuidado. "Para de respirar!", já escutei da mãe exausta. Eu me afasto do berço como uma bailarina do Bolshoi. Mas os imprevistos acontecem: um objeto que cai; um som vindo da rua; um osso do nosso corpo que estala. Ele acorda, e nós percebemos que o paraíso esteve quase, quase ao nosso alcance. Melhor mudar de cenário. Mas um bebê não muda apenas de cenário: ele precisa de uma comitiva para o efeito. Berço, banheira, roupa, comida, carrinho –nem a corte portuguesa, quando fugiu para o Rio de Janeiro em 1808 com medo dos franceses, conseguiria igualar a logística de um recém-nascido. E quando conseguimos enfiar tudo dentro do carro, prontos para partir, o pequeno rei adormece. Podemos falar a sério? Aconselho a experiência a amigos relutantes. E não apenas por motivos estéticos. Antes disso, temos os éticos: um bebê anula as nossas patéticas vaidades. Aliás, por falar em vaidade, ela é a primeira a ser jogada pela janela. No princípio, trocava de camisa umas três vezes ao dia. Não mais. Habituei-me às nódoas de leite e só mudo de traje quando a roupa virou farrapo. Tem as suas vantagens: na rua, já me deram esmola. Recusei sempre. "Fui pai em junho", respondo. Os beneméritos compreendem o fado. E depois existem interesses comuns que podemos partilhar. Ontem, eu e ele assistimos a um desfile da Victoria's Secret. Então reparei como ambos olhávamos para o mesmo adereço das modelos, ainda que a fixação mamária tivesse naturezas distintas: para ele, era alimento (literal); para mim, também (mas metafórico). O que me leva ao delicado tema da intimidade entre o casal. "Tudo como dantes?", perguntam os amigos ansiosos. "Melhor que nunca", respondo. No dia 12 de julho —oh Deus, lembro-me como se fosse hoje!— consegui dormir com a minha senhora quatro horas sem interrupções. Quando despertamos, embriagados de tanto prazer, a pergunta era inevitável: "Querida, foi tão bom pra você como foi para mim?". De resto, há um erro comum que os casais cometem quando chega um filho ao ninho conjugal: abandonar outros interesses. Jamais cedi à tentação. Cinéfilo desde sempre, continuo a consumir filmes com a mesma regularidade. A única diferença é que passei a prestar atenção a outros pormenores artísticos. Como os créditos iniciais (quando adormeço) e os créditos finais (quando desperto). Quem precisa de enredo, personagens, diálogos e outras minudências que existem lá pelo meio? E eis que a noite cai. E eis que se mudam fraldas. Nenhum drama: o momento só é problemático para quem gosta de pedir esparregado em restaurantes. Nunca foi o meu caso. Prefiro olhar para o pequeno homem que me olha fixamente. E que concede um sorriso só para aumentar o "síndrome de Estocolmo" de que sofro com prazer masoquista. Nesse momento eu entendo que mais perturbante do que ser pai aos 40 é descobrir o amor gay com a mesma idade.
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Estridente, trio de deputados assume linha de frente da defesa de Temer
Quarta-feira, 17 de maio, 19h30. Eclodia a mais grave crise do governo Michel Temer até o momento: o empresário Joesley Batista, do grupo J&F, havia gravado o presidente, segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Darcísio Perondi (PMDB-RS) estava no carro a caminho da Câmara. Carlos Marun (PMDB-MS) aguardava uma audiência na antessala do ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), no quarto andar do Palácio do Planalto. Um piso abaixo, Beto Mansur (PRB-SP) esperava o presidente na porta de seu gabinete com um pendrive na mão para apresentar sua expectativa de votos para a reforma da Previdência. Dois meses depois, o trio, que um ano antes havia trabalhado pelo impeachment de Dilma Rousseff, assumiu a defesa do presidente. "Estou sempre muito à disposição. Às vezes ele [Temer] liga, manda um WhatsApp. Tomo cuidado para não ser um pentelho", diz Mansur. No cardápio de frases pró-Temer, há pérolas como [a delação de Joesley] "vale tanto quanto uma nota de R$ 2,37" (de Marun), "Michel Temer é vítima de um conluio montado pelo satânico Janot" (de Perondi) e "Michel está com a faca nos dentes e vamos vencer" (de Mansur). A atuação do trio ficou mais evidente durante a tramitação da denúncia na CCJ, onde também se viu que nem todos os passos da tropa de Temer são coordenados. Pouco antes de começar a sessão, Perondi informou que o Planalto queria levar a votação em plenário para agosto. Marun negou com a a veemência que lhe é peculiar. No fim do dia, viu-se que Perondi estava certo. Nos bastidores, o trio às vezes é criticado por alguns aliados por falar demais. No entanto, é consenso entre os governistas que os três cumprem um papel que poucos estão dispostos a assumir: apoiar publicamente um governo que tem 7% de aprovação, segundo o Datafolha. "Meu objetivo é aprovar a [reforma da] Previdência, a lei trabalhista, a modernização do Estado. O Michel faz parte deste processo. Prefiro manter ele governando do que sair numa aventura", afirma Mansur. O deputado do PRB diz ter conhecido Temer no final da década de 1980, quando era vereador em Santos (SP) e Temer, secretário de Segurança Pública de SP. Já passou por seis partidos e foi prefeito de Santos, onde fica o porto sobre o qual o presidente historicamente tem influência. Ele admite ter ficado preocupado com a possibilidade de Temer não resistir à crise e chegou a procurar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em busca de uma solução para manter o aliado no cargo. "Preocupou todo mundo. Depois as coisas foram se acalmando. Conversei com Michel. Ele falou 'Beto, pode ficar tranquilo. Não tem absolutamente nada de errado'", lembra o deputado. No primeiro mandato, Marun tem histórico de brigar por causas polêmicas –é um dos mais aguerridos defensores do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba. Sempre estridente e brincalhão, ficou preocupado ao ver o estado de Temer após a bomba da JBS estourar. "Vi o presidente muito abalado, tanto que resolvi ficar em Brasília no fim de semana. Tivemos que fazer uma motivação forte. Recebi mensagens de apoio no celular e mostrei a ele", conta Marun. O trabalho motivacional não se limitou ao presidente. Todos os dias Marun manda mensagens defendendo o governo para cerca de 500 contatos de sua agenda. De longe, o defensor mais enfático é Perondi, que sabe que seu empenho o faz motivo de ironias de colegas. "O futuro é dos loucos do presente. A gente não vai trazer o futuro se não tiver gente determinada", diz Perondi, que repete à exaustão o discurso do "governo reformista" que tem um "time" (eles) e um "líder" (Temer). Nenhum dos três tem cargos no governo. Todos pretendem disputar a reeleição e argumentam que a defesa do governo e do presidente, mesmo com baixíssima popularidade, pode lhes garantir votos. Apostam que a manutenção de Temer levará à aprovação das reformas e que uma consequente melhora da economia os ajudaria nas urnas.
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Estridente, trio de deputados assume linha de frente da defesa de TemerQuarta-feira, 17 de maio, 19h30. Eclodia a mais grave crise do governo Michel Temer até o momento: o empresário Joesley Batista, do grupo J&F, havia gravado o presidente, segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Darcísio Perondi (PMDB-RS) estava no carro a caminho da Câmara. Carlos Marun (PMDB-MS) aguardava uma audiência na antessala do ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), no quarto andar do Palácio do Planalto. Um piso abaixo, Beto Mansur (PRB-SP) esperava o presidente na porta de seu gabinete com um pendrive na mão para apresentar sua expectativa de votos para a reforma da Previdência. Dois meses depois, o trio, que um ano antes havia trabalhado pelo impeachment de Dilma Rousseff, assumiu a defesa do presidente. "Estou sempre muito à disposição. Às vezes ele [Temer] liga, manda um WhatsApp. Tomo cuidado para não ser um pentelho", diz Mansur. No cardápio de frases pró-Temer, há pérolas como [a delação de Joesley] "vale tanto quanto uma nota de R$ 2,37" (de Marun), "Michel Temer é vítima de um conluio montado pelo satânico Janot" (de Perondi) e "Michel está com a faca nos dentes e vamos vencer" (de Mansur). A atuação do trio ficou mais evidente durante a tramitação da denúncia na CCJ, onde também se viu que nem todos os passos da tropa de Temer são coordenados. Pouco antes de começar a sessão, Perondi informou que o Planalto queria levar a votação em plenário para agosto. Marun negou com a a veemência que lhe é peculiar. No fim do dia, viu-se que Perondi estava certo. Nos bastidores, o trio às vezes é criticado por alguns aliados por falar demais. No entanto, é consenso entre os governistas que os três cumprem um papel que poucos estão dispostos a assumir: apoiar publicamente um governo que tem 7% de aprovação, segundo o Datafolha. "Meu objetivo é aprovar a [reforma da] Previdência, a lei trabalhista, a modernização do Estado. O Michel faz parte deste processo. Prefiro manter ele governando do que sair numa aventura", afirma Mansur. O deputado do PRB diz ter conhecido Temer no final da década de 1980, quando era vereador em Santos (SP) e Temer, secretário de Segurança Pública de SP. Já passou por seis partidos e foi prefeito de Santos, onde fica o porto sobre o qual o presidente historicamente tem influência. Ele admite ter ficado preocupado com a possibilidade de Temer não resistir à crise e chegou a procurar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em busca de uma solução para manter o aliado no cargo. "Preocupou todo mundo. Depois as coisas foram se acalmando. Conversei com Michel. Ele falou 'Beto, pode ficar tranquilo. Não tem absolutamente nada de errado'", lembra o deputado. No primeiro mandato, Marun tem histórico de brigar por causas polêmicas –é um dos mais aguerridos defensores do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba. Sempre estridente e brincalhão, ficou preocupado ao ver o estado de Temer após a bomba da JBS estourar. "Vi o presidente muito abalado, tanto que resolvi ficar em Brasília no fim de semana. Tivemos que fazer uma motivação forte. Recebi mensagens de apoio no celular e mostrei a ele", conta Marun. O trabalho motivacional não se limitou ao presidente. Todos os dias Marun manda mensagens defendendo o governo para cerca de 500 contatos de sua agenda. De longe, o defensor mais enfático é Perondi, que sabe que seu empenho o faz motivo de ironias de colegas. "O futuro é dos loucos do presente. A gente não vai trazer o futuro se não tiver gente determinada", diz Perondi, que repete à exaustão o discurso do "governo reformista" que tem um "time" (eles) e um "líder" (Temer). Nenhum dos três tem cargos no governo. Todos pretendem disputar a reeleição e argumentam que a defesa do governo e do presidente, mesmo com baixíssima popularidade, pode lhes garantir votos. Apostam que a manutenção de Temer levará à aprovação das reformas e que uma consequente melhora da economia os ajudaria nas urnas.
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Erramos: Estreia de 'Velozes e Furiosos 7' bate recorde de bilheteria no Brasil
Diferentemente do informado na reportagem "Estreia de 'Velozes e Furiosos 7' bate recorde de bilheteria no Brasil (Ilustrada - 06/04/2015 - 14h05), o filme arrecadou R$ 36,9 milhões no Brasil e, não US$ 36,9 milhões. Além disso, o filme arrecadou US$143,6 milhões apenas nos EUA no fim de semana de sua estreia – esse valor foi quatro vezes mais do que o então recordista, "Capitão América - O Soldado Invernal", que arrecadou US$ 95 milhões em sua estreia americana no mesmo fim de semana em 2014. Anteriormente, a comparação estava equivocada. O texto foi corrigido.
ilustrada
Erramos: Estreia de 'Velozes e Furiosos 7' bate recorde de bilheteria no BrasilDiferentemente do informado na reportagem "Estreia de 'Velozes e Furiosos 7' bate recorde de bilheteria no Brasil (Ilustrada - 06/04/2015 - 14h05), o filme arrecadou R$ 36,9 milhões no Brasil e, não US$ 36,9 milhões. Além disso, o filme arrecadou US$143,6 milhões apenas nos EUA no fim de semana de sua estreia – esse valor foi quatro vezes mais do que o então recordista, "Capitão América - O Soldado Invernal", que arrecadou US$ 95 milhões em sua estreia americana no mesmo fim de semana em 2014. Anteriormente, a comparação estava equivocada. O texto foi corrigido.
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Erramos: Companheiro de brasileiros no Anzhi é assassinado a tiros na Rússia
Diferentemente do informado na reportagem "Companheiro de brasileiros no Anzhi é assassinado a tiros na Rússia" (Esporte - 04/01/2015 - 14h06), o jogador brasileiro Hulk não atua no Anzhi e, sim, no Zenit, da Rússia. O texto foi corrigido.
esporte
Erramos: Companheiro de brasileiros no Anzhi é assassinado a tiros na RússiaDiferentemente do informado na reportagem "Companheiro de brasileiros no Anzhi é assassinado a tiros na Rússia" (Esporte - 04/01/2015 - 14h06), o jogador brasileiro Hulk não atua no Anzhi e, sim, no Zenit, da Rússia. O texto foi corrigido.
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Erramos: Ministério da Pesca quer isenção para produtores
Diferentemente do informado na coluna "Ministério da Pesca quer isenção para produtores", publicada na versão impressa e no site da Folha (Mercado Aberto - 21/05/2015 - 03h08), as Óticas Diniz contam com 9.300 funcionários, incluindo os empregados de unidades franqueadas, não 1.300, como foi divulgado na nota "Mira Paulista". O texto foi corrigido.
colunas
Erramos: Ministério da Pesca quer isenção para produtoresDiferentemente do informado na coluna "Ministério da Pesca quer isenção para produtores", publicada na versão impressa e no site da Folha (Mercado Aberto - 21/05/2015 - 03h08), as Óticas Diniz contam com 9.300 funcionários, incluindo os empregados de unidades franqueadas, não 1.300, como foi divulgado na nota "Mira Paulista". O texto foi corrigido.
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O alvo não é Berlim, é a liberdade
Se o de Berlim foi de fato um atentado terrorista, como estão dizendo as autoridades alemãs, dificilmente se encontraria outro local no mundo que contivesse tantos símbolos daquilo que realmente era o alvo: o modo de vida ocidental, o que inclui uma preciosidade inestimável, a liberdade. Para quem não conhece Berlim, examinemos um pouco o que há na Breitscheidplatz, o local onde se instala o mercadinho anual de Natal, e imediações: 1 - Há a Igreja Memorial do Imperador Guilherme, severamente danificado durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), mas mantida como ficou para ser uma espécie de relicário sobre os horrores da guerra. Ao atingir esse local, o que os terroristas estão querendo dizer é que há outra guerra em curso, desta vez movida por fanáticos religiosos contra tanto os vencedores como os perdedores da grande guerra. 2 - Há a Kurfürsterdamm, uma avenida comercial que era o epicentro do comércio chique enquanto Berlim estava dividida em duas. A Kudamm, como é comumente chamada, representava, naqueles tempos, o contraste entre a exuberância do capitalismo e a singeleza do comunismo, concentrada na Unter den Linden, a sua equivalente no lado oriental. Como se sabe, a Kudamm ganhou de goleada de sua rival oriental, ainda que, hoje, o charme esteja de novo concentrado no lado oriental, revigorado pela vitória do capitalismo. 3 - Há, nesta época do ano, o mercado de Natal, uma tradição que, na Alemanha, vem do século 15. É, pois, uma mescla de cristianismo com capitalismo, outra característica ocidental. 4 - Há, por fim, a liberdade de circulação, ditada pela importância da Kudamm e ruas próximas para a circulação em Berlim. Depois do atentado, fica fácil criticar a desproteção de um alvo potencial tão óbvio. Ainda mais depois que, em 2000, quatro jovens argelinos foram presos enquanto planejavam um atentado justamente contra um mercado de Natal em Estrasburgo (fronteiro franco-alemã). Em outro mercado natalino de Berlim, o da Gendarmenmarkt, até foram estabelecidas barreiras de proteção, mas, na Kudamm/Breitscheidplatz, não há como conciliar a liberdade de ir e vir, pressuposto da vida urbana, com barreiras que de fato pudessem impedir a movimentação de um caminhão/arma. Como disse à emissora Deutsche Welle o jornalista Rolf Tophoven, do IFTUS (sigla alemã para Instituto para a Prevenção de Crises), "o Estado não pode garantir 100% de segurança". De fato, depois dos ataques recentes em Ansbach e Würburg, o ministro do Interior, Thomas de Maiziere, já havia dito que uma sociedade aberta e livre tem que se acostumar a lidar com situações extremas —como a de Berlim na segunda-feira (19). Completa Tophoven: "Temos que nos acostumar com esse tipo de tragédias se queremos manter abertas nossas sociedades". O problema é que, à espreita em situações como as de Berlim, estão os que buscam restringir as liberdades. Marcus Pretzell, líder regional da AfD (Alternativa para a Alemanha), xenófobo e de extrema-direita, já jogou no colo da chanceler Angela Merkel as vítimas de Berlim. "São os mortos de Merkel", disparou. Não, não são. São os mortos da liberdade de um modo de vida para o qual não se encontrou ainda alternativa melhor. Se a AfD ganhar a eleição de setembro na Alemanha, os terroristas terão vencido a sua guerra.
colunas
O alvo não é Berlim, é a liberdadeSe o de Berlim foi de fato um atentado terrorista, como estão dizendo as autoridades alemãs, dificilmente se encontraria outro local no mundo que contivesse tantos símbolos daquilo que realmente era o alvo: o modo de vida ocidental, o que inclui uma preciosidade inestimável, a liberdade. Para quem não conhece Berlim, examinemos um pouco o que há na Breitscheidplatz, o local onde se instala o mercadinho anual de Natal, e imediações: 1 - Há a Igreja Memorial do Imperador Guilherme, severamente danificado durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), mas mantida como ficou para ser uma espécie de relicário sobre os horrores da guerra. Ao atingir esse local, o que os terroristas estão querendo dizer é que há outra guerra em curso, desta vez movida por fanáticos religiosos contra tanto os vencedores como os perdedores da grande guerra. 2 - Há a Kurfürsterdamm, uma avenida comercial que era o epicentro do comércio chique enquanto Berlim estava dividida em duas. A Kudamm, como é comumente chamada, representava, naqueles tempos, o contraste entre a exuberância do capitalismo e a singeleza do comunismo, concentrada na Unter den Linden, a sua equivalente no lado oriental. Como se sabe, a Kudamm ganhou de goleada de sua rival oriental, ainda que, hoje, o charme esteja de novo concentrado no lado oriental, revigorado pela vitória do capitalismo. 3 - Há, nesta época do ano, o mercado de Natal, uma tradição que, na Alemanha, vem do século 15. É, pois, uma mescla de cristianismo com capitalismo, outra característica ocidental. 4 - Há, por fim, a liberdade de circulação, ditada pela importância da Kudamm e ruas próximas para a circulação em Berlim. Depois do atentado, fica fácil criticar a desproteção de um alvo potencial tão óbvio. Ainda mais depois que, em 2000, quatro jovens argelinos foram presos enquanto planejavam um atentado justamente contra um mercado de Natal em Estrasburgo (fronteiro franco-alemã). Em outro mercado natalino de Berlim, o da Gendarmenmarkt, até foram estabelecidas barreiras de proteção, mas, na Kudamm/Breitscheidplatz, não há como conciliar a liberdade de ir e vir, pressuposto da vida urbana, com barreiras que de fato pudessem impedir a movimentação de um caminhão/arma. Como disse à emissora Deutsche Welle o jornalista Rolf Tophoven, do IFTUS (sigla alemã para Instituto para a Prevenção de Crises), "o Estado não pode garantir 100% de segurança". De fato, depois dos ataques recentes em Ansbach e Würburg, o ministro do Interior, Thomas de Maiziere, já havia dito que uma sociedade aberta e livre tem que se acostumar a lidar com situações extremas —como a de Berlim na segunda-feira (19). Completa Tophoven: "Temos que nos acostumar com esse tipo de tragédias se queremos manter abertas nossas sociedades". O problema é que, à espreita em situações como as de Berlim, estão os que buscam restringir as liberdades. Marcus Pretzell, líder regional da AfD (Alternativa para a Alemanha), xenófobo e de extrema-direita, já jogou no colo da chanceler Angela Merkel as vítimas de Berlim. "São os mortos de Merkel", disparou. Não, não são. São os mortos da liberdade de um modo de vida para o qual não se encontrou ainda alternativa melhor. Se a AfD ganhar a eleição de setembro na Alemanha, os terroristas terão vencido a sua guerra.
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Rosana de Vasconcellos: Bola de Cristal
No dia 20 de janeiro, esta Folha trouxe a seguinte notícia: "Temporal provoca destruição e morte de 10 pessoas em São Paulo". Nada inusitado para quem está acostumado com as tempestades de verão típicas desta época do ano. O surpreendente nesse caso foi que o desastre relatado ocorreu há meio século e a informação constava da seção Há 50 anos, de "Cotidiano". Aldo Lucena nem era nascido quando, em janeiro de 1965, ocorreram as dez mortes e o rio Tamanduateí transbordou, alagando a região do Mercado Municipal, no centro. Mas em dezembro de 2014 o comerciante de 45 anos teve que se refugiar sobre o balcão de sua lanchonete enquanto presenciava as águas levarem geladeira, freezer e máquina de crepe, depois da forte chuva em Itaquera (zona leste) provocar o transbordamento de um córrego da região. Entre um evento e outro, muitas coisas mudaram nesses 50 anos. A população da cidade de São Paulo praticamente dobrou de tamanho, a impermeabilização do solo avançou, avenidas surgiram e várias siglas partidárias passaram pelo comando do município, incluindo o PSDB e o PT do prefeito Fernando Haddad. Os temporais de verão, porém, continuaram tão previsíveis quanto as inundações no centro de Itaquera, onde vários moradores e comerciantes, escolados após anos de prejuízos, decidiram tomar suas próprias precauções e instalaram comportas para tentar impedir o avanço das frequentes enxurradas –providência que se mostrou inútil no dia 10 de dezembro. Outras vítimas dos temporais neste escaldante verão paulistano foram as árvores. Centenas caíram, levando junto o que estivesse pela frente –especialmente os fios da rede elétrica. Além de provocar ao menos uma morte, a situação deixou vias interrompidas e bairros às escuras –em alguns casos, por dias. Essa situação também não é novidade para autoridades ou moradores. Tanto que, em 2003, a prefeitura encomendou ao IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) um software para cadastramento e monitoramento de árvores. Batizado de Sisgau (Sistema de Gerenciamento de Árvores Urbanas), o programa custou R$ 800 mil e está disponível desde 2007. Permite avaliar o risco de queda de uma árvore a partir de parâmetros como características da espécie, presença de pragas (como cupim), localização etc. De lá para cá, no entanto, só 48 mil das estimadas 650 mil árvores espalhadas por calçadas e canteiros de São Paulo foram cadastradas. É claro que sempre iremos conviver com o risco do imponderável, mas a tecnologia, o conhecimento e as experiências acumuladas deixam hoje pouco espaço para surpresas. Parece que não é bola de cristal o que está em falta. ROSANA DE VASCONCELLOS é redatora especial de "Cotidiano"
opiniao
Rosana de Vasconcellos: Bola de CristalNo dia 20 de janeiro, esta Folha trouxe a seguinte notícia: "Temporal provoca destruição e morte de 10 pessoas em São Paulo". Nada inusitado para quem está acostumado com as tempestades de verão típicas desta época do ano. O surpreendente nesse caso foi que o desastre relatado ocorreu há meio século e a informação constava da seção Há 50 anos, de "Cotidiano". Aldo Lucena nem era nascido quando, em janeiro de 1965, ocorreram as dez mortes e o rio Tamanduateí transbordou, alagando a região do Mercado Municipal, no centro. Mas em dezembro de 2014 o comerciante de 45 anos teve que se refugiar sobre o balcão de sua lanchonete enquanto presenciava as águas levarem geladeira, freezer e máquina de crepe, depois da forte chuva em Itaquera (zona leste) provocar o transbordamento de um córrego da região. Entre um evento e outro, muitas coisas mudaram nesses 50 anos. A população da cidade de São Paulo praticamente dobrou de tamanho, a impermeabilização do solo avançou, avenidas surgiram e várias siglas partidárias passaram pelo comando do município, incluindo o PSDB e o PT do prefeito Fernando Haddad. Os temporais de verão, porém, continuaram tão previsíveis quanto as inundações no centro de Itaquera, onde vários moradores e comerciantes, escolados após anos de prejuízos, decidiram tomar suas próprias precauções e instalaram comportas para tentar impedir o avanço das frequentes enxurradas –providência que se mostrou inútil no dia 10 de dezembro. Outras vítimas dos temporais neste escaldante verão paulistano foram as árvores. Centenas caíram, levando junto o que estivesse pela frente –especialmente os fios da rede elétrica. Além de provocar ao menos uma morte, a situação deixou vias interrompidas e bairros às escuras –em alguns casos, por dias. Essa situação também não é novidade para autoridades ou moradores. Tanto que, em 2003, a prefeitura encomendou ao IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) um software para cadastramento e monitoramento de árvores. Batizado de Sisgau (Sistema de Gerenciamento de Árvores Urbanas), o programa custou R$ 800 mil e está disponível desde 2007. Permite avaliar o risco de queda de uma árvore a partir de parâmetros como características da espécie, presença de pragas (como cupim), localização etc. De lá para cá, no entanto, só 48 mil das estimadas 650 mil árvores espalhadas por calçadas e canteiros de São Paulo foram cadastradas. É claro que sempre iremos conviver com o risco do imponderável, mas a tecnologia, o conhecimento e as experiências acumuladas deixam hoje pouco espaço para surpresas. Parece que não é bola de cristal o que está em falta. ROSANA DE VASCONCELLOS é redatora especial de "Cotidiano"
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Alvo de Doria, entrega de leite tem apelo de mães e opõe especialistas
O plano da gestão João Doria (PSDB) de reduzir a entrega leite para alunos da rede municipal de São Paulo já assusta famílias que precisam do alimento. Especialistas, entretanto, se dividem sobre a pertinência da política. Como a Folha revelou em janeiro, Doria quer limitar o acesso ao Leve Leite, criado em 1995. Hoje, todos os alunos de 0 a 14 anos têm direito ao benefício. A ideia mais forte, até agora, é restringir o benefício somente para crianças de até 6 anos. No ano passado, 921 mil alunos receberam o leite, ao custo de R$ 310 milhões. A estimativa é que este ano o custo seja de R$ 330 milhões. O principal motivo para o corte é financeiro. A prefeitura enfrenta restrições orçamentárias, agravadas com a decisão de congelar a tarifa de ônibus em R$ 3,80 neste ano –o que ampliará os repasses da prefeitura às viações a mais de R$ 3 bilhões. A prefeitura estuda enxugar gastos que consomem em torno de R$ 1,1 bilhão do orçamento da Educação –de um total de R$ 10,9 bilhões. Envolvem por exemplo, material escolar, uniforme e transporte. Só a folha de pagamento consome cerca de R$ 6,5 bilhões. Desempregada, Danuzia Costa, 37, não se vê sem esse leite. A filha, de 2 anos e 8 meses, estuda em uma creche da zona sul. "Tem tanta coisa para cortar, vão tirar logo o leite das crianças"? A comerciante Monica Candido, 35, conta que costuma usar o produto para fazer vitaminas, pão e bolo para a filha de 2 anos. "É a base da alimentação, não tem sentido cortar." O médico nutrólogo Edson Credidio defende que o leite é imprescindível para as crianças, sobretudo até 5 anos. "O leite possui o melhor cálcio disponível, proteína e uma série de vitaminas", diz ele, autor do livro "Leite, o Elixir da Vida". "Podem economizar agora, mas vão gastar mais tarde", completa, citando doenças em decorrência da falta de cálcio, como osteoporose. Professora de Enfermagem da Unifesp, Kelly Coca tem ressalvas sobre a distribuição para crianças de até 2 anos. "É um programa que vai contra o principal, que é incentivar a amamentação. Para os mais velhos, talvez investir em uma merenda balanceada e nutritiva seja mais efetivo", diz a professora. O médico Carlos Monteiro, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, ressalta que é importante a prefeitura ter em mãos estudos sobre o impacto do programa. Tanto do ponto de vista nutricional quanto de uma política de transferência de renda. "O leite tem nutrientes importantes, mas não há necessidade rigorosa de leite após dois anos. E, até dois anos, o recomendável é o aleitamento materno", explica. Monteiro lembra que, após os cinco anos, a necessidade depende do restante da alimentação. "Não faz sentido um programa universal, mas não sou a favor de reduzir orçamento social. Poderiam rever para atingir de melhor forma quem mais precisa." A gestão municipal não forneceu estudos sobre o impacto do programa. Priorizar famílias pobres também está em análise. Hoje, além de todos os alunos receberem, não é possível abrir mão do leite, caso a família não tenha necessidade. Muitos vendem o produto na internet, por valores entre R$ 11 a R$ 15. PRÓS CONTRAS 2 kg de leite são entregues a cada criança por mês 921 mil alunos receberam o benefício no ano passado R$ 310 mi foram gastos com o Leve Leite em 2016; a previsão para 2017 é de R$ 331 mi, se mantidas as regras atuais Doria
cotidiano
Alvo de Doria, entrega de leite tem apelo de mães e opõe especialistasO plano da gestão João Doria (PSDB) de reduzir a entrega leite para alunos da rede municipal de São Paulo já assusta famílias que precisam do alimento. Especialistas, entretanto, se dividem sobre a pertinência da política. Como a Folha revelou em janeiro, Doria quer limitar o acesso ao Leve Leite, criado em 1995. Hoje, todos os alunos de 0 a 14 anos têm direito ao benefício. A ideia mais forte, até agora, é restringir o benefício somente para crianças de até 6 anos. No ano passado, 921 mil alunos receberam o leite, ao custo de R$ 310 milhões. A estimativa é que este ano o custo seja de R$ 330 milhões. O principal motivo para o corte é financeiro. A prefeitura enfrenta restrições orçamentárias, agravadas com a decisão de congelar a tarifa de ônibus em R$ 3,80 neste ano –o que ampliará os repasses da prefeitura às viações a mais de R$ 3 bilhões. A prefeitura estuda enxugar gastos que consomem em torno de R$ 1,1 bilhão do orçamento da Educação –de um total de R$ 10,9 bilhões. Envolvem por exemplo, material escolar, uniforme e transporte. Só a folha de pagamento consome cerca de R$ 6,5 bilhões. Desempregada, Danuzia Costa, 37, não se vê sem esse leite. A filha, de 2 anos e 8 meses, estuda em uma creche da zona sul. "Tem tanta coisa para cortar, vão tirar logo o leite das crianças"? A comerciante Monica Candido, 35, conta que costuma usar o produto para fazer vitaminas, pão e bolo para a filha de 2 anos. "É a base da alimentação, não tem sentido cortar." O médico nutrólogo Edson Credidio defende que o leite é imprescindível para as crianças, sobretudo até 5 anos. "O leite possui o melhor cálcio disponível, proteína e uma série de vitaminas", diz ele, autor do livro "Leite, o Elixir da Vida". "Podem economizar agora, mas vão gastar mais tarde", completa, citando doenças em decorrência da falta de cálcio, como osteoporose. Professora de Enfermagem da Unifesp, Kelly Coca tem ressalvas sobre a distribuição para crianças de até 2 anos. "É um programa que vai contra o principal, que é incentivar a amamentação. Para os mais velhos, talvez investir em uma merenda balanceada e nutritiva seja mais efetivo", diz a professora. O médico Carlos Monteiro, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, ressalta que é importante a prefeitura ter em mãos estudos sobre o impacto do programa. Tanto do ponto de vista nutricional quanto de uma política de transferência de renda. "O leite tem nutrientes importantes, mas não há necessidade rigorosa de leite após dois anos. E, até dois anos, o recomendável é o aleitamento materno", explica. Monteiro lembra que, após os cinco anos, a necessidade depende do restante da alimentação. "Não faz sentido um programa universal, mas não sou a favor de reduzir orçamento social. Poderiam rever para atingir de melhor forma quem mais precisa." A gestão municipal não forneceu estudos sobre o impacto do programa. Priorizar famílias pobres também está em análise. Hoje, além de todos os alunos receberem, não é possível abrir mão do leite, caso a família não tenha necessidade. Muitos vendem o produto na internet, por valores entre R$ 11 a R$ 15. PRÓS CONTRAS 2 kg de leite são entregues a cada criança por mês 921 mil alunos receberam o benefício no ano passado R$ 310 mi foram gastos com o Leve Leite em 2016; a previsão para 2017 é de R$ 331 mi, se mantidas as regras atuais Doria
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Ainda frágil
A economia brasileira parece estar no caminho da estabilidade. Em termos menos polidos, parece próxima da estagnação, depois de regredir ao nível da produção e da renda de 2011. É um alívio, decerto, embora a situação permaneça frágil. No meio do caminho nebuloso da recuperação há riscos consideráveis, em especial na esfera política. Neste início de 2017 houve nova melhora de ânimos, tal como em meados de 2016. A esperança anterior, porém, logo se dissiparia devido à ausência de estímulos econômicos e à nova rodada de enfraquecimento do governo. O recesso político e judicial contribuiu para a distensão, provisória que seja. Em contraste com o final do ano passado, há agora fatores reais a contrabalançar a severidade da recessão. A inflação passou a baixar mais rapidamente, com o que se interrompeu a série de quase um ano e meio de queda do salário médio real. O Banco Central enfim deu início a uma redução relevante da taxa básica de juros. No segundo trimestre, os saques das contas inativas do FGTS devem dar algum impulso extra ao consumo. Os índices de confiança de empresários e consumidores voltaram a se elevar. Nas fábricas e no comércio, nota-se, no entanto, apenas a desaceleração da crise, com baixas cada vez menores de vendas e produção. Cai o número de falências e de pedidos de recuperação judicial, assim como melhoram os indicadores de inadimplência. Trata-se ainda de uma economia entorpecida, com esteios frágeis de recuperação, que no entanto inexistiam há alguns meses. A ameaçá-la há a tão alardeada possibilidade de que a torrente de delações derivadas da Operação Lava Jato paralise governo e Congresso. Mesmo que a atividade legislativa caminhe em meio a essa possível tempestade judicial, restam dúvidas quanto às chances de aprovação célere da crucial reforma da Previdência. Uma derrota do projeto do governo Michel Temer (PMDB) —ou a desfiguração do texto— não abalaria somente as perspectivas de contenção da dívida pública e a viabilidade do teto de gastos inscrito na Constituição. Seria elevada de modo crítico a descrença na capacidade do governo de implementar mudanças relevantes e controlar os efeitos secundários da derrota, que muito afetará os indicadores financeiros, em especial a taxa de juros. Parece bem possível e, mais que isso, muito esperado que este primeiro trimestre marque o começo do fim de uma recessão iniciada quase três anos atrás. Nos meses seguintes, saberemos se a política poderá comprometer a recuperação ainda no berço. [email protected]
opiniao
Ainda frágilA economia brasileira parece estar no caminho da estabilidade. Em termos menos polidos, parece próxima da estagnação, depois de regredir ao nível da produção e da renda de 2011. É um alívio, decerto, embora a situação permaneça frágil. No meio do caminho nebuloso da recuperação há riscos consideráveis, em especial na esfera política. Neste início de 2017 houve nova melhora de ânimos, tal como em meados de 2016. A esperança anterior, porém, logo se dissiparia devido à ausência de estímulos econômicos e à nova rodada de enfraquecimento do governo. O recesso político e judicial contribuiu para a distensão, provisória que seja. Em contraste com o final do ano passado, há agora fatores reais a contrabalançar a severidade da recessão. A inflação passou a baixar mais rapidamente, com o que se interrompeu a série de quase um ano e meio de queda do salário médio real. O Banco Central enfim deu início a uma redução relevante da taxa básica de juros. No segundo trimestre, os saques das contas inativas do FGTS devem dar algum impulso extra ao consumo. Os índices de confiança de empresários e consumidores voltaram a se elevar. Nas fábricas e no comércio, nota-se, no entanto, apenas a desaceleração da crise, com baixas cada vez menores de vendas e produção. Cai o número de falências e de pedidos de recuperação judicial, assim como melhoram os indicadores de inadimplência. Trata-se ainda de uma economia entorpecida, com esteios frágeis de recuperação, que no entanto inexistiam há alguns meses. A ameaçá-la há a tão alardeada possibilidade de que a torrente de delações derivadas da Operação Lava Jato paralise governo e Congresso. Mesmo que a atividade legislativa caminhe em meio a essa possível tempestade judicial, restam dúvidas quanto às chances de aprovação célere da crucial reforma da Previdência. Uma derrota do projeto do governo Michel Temer (PMDB) —ou a desfiguração do texto— não abalaria somente as perspectivas de contenção da dívida pública e a viabilidade do teto de gastos inscrito na Constituição. Seria elevada de modo crítico a descrença na capacidade do governo de implementar mudanças relevantes e controlar os efeitos secundários da derrota, que muito afetará os indicadores financeiros, em especial a taxa de juros. Parece bem possível e, mais que isso, muito esperado que este primeiro trimestre marque o começo do fim de uma recessão iniciada quase três anos atrás. Nos meses seguintes, saberemos se a política poderá comprometer a recuperação ainda no berço. [email protected]
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Gasto menor dos consumidores começa a frear avanço da inflação
A inflação ainda não deu sinais consistentes de desaceleração em resposta à crise, como prevê o Banco Central. Mas a menor demanda de consumidores começa a amainar o avanço de preços de alguns bens e serviços. Esses pequenos sinais foram percebidos em fevereiro nos preços de itens como alimentação fora de casa (restaurantes e lanchonetes), dentistas e médicos, passagens aéreas, produtos de limpeza, motéis e hotéis. "Talvez seja o primeiro mês em que podemos evidenciar esse comportamento. É um movimento inicial e que não é ainda generalizado, até porque o câmbio e impostos afetaram outros preços no período", disse Eulina Nunes dos Santos, técnica do IBGE. Mesmo as mensalidades dos chamados "cursos regulares" –desde as creches até a pós-gradução– sofreram influência de uma menor procura. Isso apesar do reajuste médio de 7,43% em fevereiro. "O reajuste ficou parecido com o dos anos anteriores, apesar de inflação de 2015 ter sido maior, de 10%. Isso mostra certa dificuldades nos repasses", diz Flávio Serrano, economista do banco Haitong. A maior cautela foi consequência da pressão dos pais dos estudantes por menores reajustes num momento de crise. Emprego e renda estão sendo afetados. Os pais têm, no limite, colocado os filhos nas escolas públicas. Outro exemplo contundente vem das passagens áreas, com deflação (queda de preços) de 15,83% em fevereiro. Diante da menor demanda por bilhetes, as companhias lançam promoções para ocupar os assentos. Nada disso significa, no entanto, alívio no custo de vida dos brasileiros. Em fevereiro, a inflação até desacelerou para 0,90%, com a menor alta dos alimentos. Esta foi, porém, a segunda taxa mais alta para o mês desde 2004. Além de intensa, a inflação no mês continuou espalhada. Dos preços pesquisados pelo IBGE, 77,5% tiveram aumento. O índice acumulado nos 12 meses permaneceu na simbólica casa dos dois dígitos, em 10,36% Segundo Cristiano Oliveira, economista do banco Fibra, a inflação vai "desaquecer" gradualmente nos próximos dois anos, na medida que o emprego e a renda dos trabalhadores pioraram com recessão econômica. "A crise afeta a inflação via mercado de trabalho. Por isso, não é uma transmissão rápida. Só que o desemprego deve chegar a 11,6% neste ano. Com isso, vamos ver preços de serviços desacelerando." Em março, os preços devem desacelerar mais rapidamente por um razão pontual: a mudança da bandeira tarifária da conta de luz de vermelha para amarela.
mercado
Gasto menor dos consumidores começa a frear avanço da inflaçãoA inflação ainda não deu sinais consistentes de desaceleração em resposta à crise, como prevê o Banco Central. Mas a menor demanda de consumidores começa a amainar o avanço de preços de alguns bens e serviços. Esses pequenos sinais foram percebidos em fevereiro nos preços de itens como alimentação fora de casa (restaurantes e lanchonetes), dentistas e médicos, passagens aéreas, produtos de limpeza, motéis e hotéis. "Talvez seja o primeiro mês em que podemos evidenciar esse comportamento. É um movimento inicial e que não é ainda generalizado, até porque o câmbio e impostos afetaram outros preços no período", disse Eulina Nunes dos Santos, técnica do IBGE. Mesmo as mensalidades dos chamados "cursos regulares" –desde as creches até a pós-gradução– sofreram influência de uma menor procura. Isso apesar do reajuste médio de 7,43% em fevereiro. "O reajuste ficou parecido com o dos anos anteriores, apesar de inflação de 2015 ter sido maior, de 10%. Isso mostra certa dificuldades nos repasses", diz Flávio Serrano, economista do banco Haitong. A maior cautela foi consequência da pressão dos pais dos estudantes por menores reajustes num momento de crise. Emprego e renda estão sendo afetados. Os pais têm, no limite, colocado os filhos nas escolas públicas. Outro exemplo contundente vem das passagens áreas, com deflação (queda de preços) de 15,83% em fevereiro. Diante da menor demanda por bilhetes, as companhias lançam promoções para ocupar os assentos. Nada disso significa, no entanto, alívio no custo de vida dos brasileiros. Em fevereiro, a inflação até desacelerou para 0,90%, com a menor alta dos alimentos. Esta foi, porém, a segunda taxa mais alta para o mês desde 2004. Além de intensa, a inflação no mês continuou espalhada. Dos preços pesquisados pelo IBGE, 77,5% tiveram aumento. O índice acumulado nos 12 meses permaneceu na simbólica casa dos dois dígitos, em 10,36% Segundo Cristiano Oliveira, economista do banco Fibra, a inflação vai "desaquecer" gradualmente nos próximos dois anos, na medida que o emprego e a renda dos trabalhadores pioraram com recessão econômica. "A crise afeta a inflação via mercado de trabalho. Por isso, não é uma transmissão rápida. Só que o desemprego deve chegar a 11,6% neste ano. Com isso, vamos ver preços de serviços desacelerando." Em março, os preços devem desacelerar mais rapidamente por um razão pontual: a mudança da bandeira tarifária da conta de luz de vermelha para amarela.
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Telefónica quer que cliente cobre de Google e Facebook por uso de dado
A espanhola Telefónica, a sexta maior operadora de telefonia do mundo, promete criar um aplicativo que vai dar poderes para o usuário ter a chance de cobrar de empresas como Google, Facebook e WhatsApp pelo uso de suas informações pessoais. O projeto apresentado pela companhia prevê que o cliente da Telefónica vai saber toda a informação pessoal que é compartilhada pela internet com as empresas de tecnologia. Ciente dessa informação, diz a empresa espanhola, o usuário pode escolher caminhos como encerrar o compartilhamento desses dados ou até exigir dinheiro em troca deles. A Telefónica promete colocar o aplicativo em prática a partir do ano que vem. "A única coisa que afirmamos é que vamos colocar na mão dos usuários o valor da sua vida digital, para que eles possam decidir o que fazer", disse José María Álvarez-Pallete, que assumiu a presidência da companhia em abril deste ano. Segundo o executivo, um modelo de cobrança poderia ser, por exemplo, com o Uber: o usuário receberia algum tipo de desconto em troca de ceder dados de localização. A companhia espanhola afirma que não haverá cobrança pelo seu novo serviço —a única vantagem, de acordo com ela, será o aumento da fidelização dos usuários. No entanto, é importante lembrar que as operadoras de telefonia têm um longo embate com as empresas que oferecem os serviços chamados de OTT ("Over the Top Content", jargão para empresas de tecnologia de serviços de áudio e vídeo pela internet). Serviços como o Netflix e o YouTube usam as redes das teles, que têm de bancar o custo da infraestrutura para que o consumidor tenha acesso a um serviço de boa qualidade —as operadoras gostariam de ser recompensadas por essas empresas.
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Telefónica quer que cliente cobre de Google e Facebook por uso de dadoA espanhola Telefónica, a sexta maior operadora de telefonia do mundo, promete criar um aplicativo que vai dar poderes para o usuário ter a chance de cobrar de empresas como Google, Facebook e WhatsApp pelo uso de suas informações pessoais. O projeto apresentado pela companhia prevê que o cliente da Telefónica vai saber toda a informação pessoal que é compartilhada pela internet com as empresas de tecnologia. Ciente dessa informação, diz a empresa espanhola, o usuário pode escolher caminhos como encerrar o compartilhamento desses dados ou até exigir dinheiro em troca deles. A Telefónica promete colocar o aplicativo em prática a partir do ano que vem. "A única coisa que afirmamos é que vamos colocar na mão dos usuários o valor da sua vida digital, para que eles possam decidir o que fazer", disse José María Álvarez-Pallete, que assumiu a presidência da companhia em abril deste ano. Segundo o executivo, um modelo de cobrança poderia ser, por exemplo, com o Uber: o usuário receberia algum tipo de desconto em troca de ceder dados de localização. A companhia espanhola afirma que não haverá cobrança pelo seu novo serviço —a única vantagem, de acordo com ela, será o aumento da fidelização dos usuários. No entanto, é importante lembrar que as operadoras de telefonia têm um longo embate com as empresas que oferecem os serviços chamados de OTT ("Over the Top Content", jargão para empresas de tecnologia de serviços de áudio e vídeo pela internet). Serviços como o Netflix e o YouTube usam as redes das teles, que têm de bancar o custo da infraestrutura para que o consumidor tenha acesso a um serviço de boa qualidade —as operadoras gostariam de ser recompensadas por essas empresas.
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Ranking pode ajudar eleitor a decidir voto
FERNANDO CANZIAN DE SÃO PAULO Na hora de votar neste domingo (2) seria bom ter em perspectiva que a grande maioria dos prefeitos escolhidos nas últimas votações têm falhado sistematicamente em entregar o básico aos eleitores de suas cidades. E que boa parte dos recursos disponíveis nos municípios têm sido canalizados para um crescente aumento dos gastos com funcionários, muitas vezes apadrinhados do governante eleito –e que farão parte da despesa permanente dessas cidades. É isso o que mostra o Ranking de Eficiência dos Municípios - Folha (REM-F), uma ferramenta on-line que permite consultar quais cidades entregam mais saúde, educação e saneamento usando menos recursos financeiros. O levantamento, que cobre 5.281 cidades (95% do total), mostra ainda quanto cada município gasta com sua Câmara de Vereadores, o grau de dependência por recursos externos (repassados a eles por Estados e União) e o aumento dos gastos com funcionários na última década. Segundo o REM-F, 3 em cada 4 municípios do Brasil (76%) não são eficientes no uso de recursos disponíveis para as áreas básicas de saúde, educação e saneamento, que deveriam ser a prioridade dos administradores. Ele mostra ainda que 70% das cidades brasileiras dependem hoje em mais de 80% de verbas que vêm de fontes externas à sua arrecadação, o que pode ser uma das razões para a falta de rigor no uso dos recursos. Em relação ao funcionalismo, na média, as prefeituras brasileiras aumentaram em 53% o total de funcionários nos últimos dez anos, enquanto o crescimento populacional nas cidades foi de apenas 12%. O levantamento mostra também que 1 em cada 5 municípios hoje descumprem a Lei de Responsabilidade Fiscal, que fixa um teto para a despesa com pessoal (que não deve ultrapassar 54% da receita). A lei também é sistematicamente ignorada em relação à publicação, em tempo real na internet, das contas de cada prefeitura. Para ajudar o eleitor, o REM-F traz ainda os partidos dos prefeitos eleitos nas últimas três eleições e o atual índice de eficiência de cada um dos municípios.
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Ranking pode ajudar eleitor a decidir votoFERNANDO CANZIAN DE SÃO PAULO Na hora de votar neste domingo (2) seria bom ter em perspectiva que a grande maioria dos prefeitos escolhidos nas últimas votações têm falhado sistematicamente em entregar o básico aos eleitores de suas cidades. E que boa parte dos recursos disponíveis nos municípios têm sido canalizados para um crescente aumento dos gastos com funcionários, muitas vezes apadrinhados do governante eleito –e que farão parte da despesa permanente dessas cidades. É isso o que mostra o Ranking de Eficiência dos Municípios - Folha (REM-F), uma ferramenta on-line que permite consultar quais cidades entregam mais saúde, educação e saneamento usando menos recursos financeiros. O levantamento, que cobre 5.281 cidades (95% do total), mostra ainda quanto cada município gasta com sua Câmara de Vereadores, o grau de dependência por recursos externos (repassados a eles por Estados e União) e o aumento dos gastos com funcionários na última década. Segundo o REM-F, 3 em cada 4 municípios do Brasil (76%) não são eficientes no uso de recursos disponíveis para as áreas básicas de saúde, educação e saneamento, que deveriam ser a prioridade dos administradores. Ele mostra ainda que 70% das cidades brasileiras dependem hoje em mais de 80% de verbas que vêm de fontes externas à sua arrecadação, o que pode ser uma das razões para a falta de rigor no uso dos recursos. Em relação ao funcionalismo, na média, as prefeituras brasileiras aumentaram em 53% o total de funcionários nos últimos dez anos, enquanto o crescimento populacional nas cidades foi de apenas 12%. O levantamento mostra também que 1 em cada 5 municípios hoje descumprem a Lei de Responsabilidade Fiscal, que fixa um teto para a despesa com pessoal (que não deve ultrapassar 54% da receita). A lei também é sistematicamente ignorada em relação à publicação, em tempo real na internet, das contas de cada prefeitura. Para ajudar o eleitor, o REM-F traz ainda os partidos dos prefeitos eleitos nas últimas três eleições e o atual índice de eficiência de cada um dos municípios.
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AC/DC anuncia turnê para 2016 e põe fim em rumores de aposentadoria
A banda australiana AC/DC, pioneira do hard rock, anunciou uma turnê com 30 apresentações nos Estados Unidos e na Europa em 2016, o que desmente rumores sobre uma aposentadoria aos 60 anos de seus principais integrantes. O grupo, cujo álbum, "Back in Black" (1980), é um dos mais vendidos da história da música, iniciará sua turnê em 2 de fevereiro em Tacoma, Washington (EUA). O périplo incluirá 20 apresentações nos Estados Unidos, que terminarão em 4 de abril com um show no Madison Square Garden, em Nova York. Em seguida, irão à Europa, onde começarão sua turnê em 7 de maio em Lisboa e terminarão em 12 de junho em uma casa com capacidade para 46 mil pessoas em Aarhus, Dinamarca. A nova turnê dá continuidade à intensa agenda de 2015, durante a qual a banda fez 53 shows em todo o mundo. O AC/DC, que também lançou um álbum no ano passado após seis anos sem novas produções, voltou aos palcos sem seu membro-fundador, Malcolm Young, que se aposentou devido à demência. A banda também rompeu relações com o baterista Phil Rudd, condenado na Nova Zelândia por ameaçar de morte seu ex-chefe de segurança. O vocalista do grupo, Brian Johnson, de 68 anos, disse em setembro que os integrantes do AC/DC estavam "constantemente surpresos e assombrados de como mantêm o sucesso". "Um bom jogador de futebol, um bom jogador de hóquei sobre o gelo não querem se aposentar, mas infelizmente às vezes há um momento em que é preciso fazê-lo", disse Johnson ao jornal "Morning Sun", de Michigan.
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AC/DC anuncia turnê para 2016 e põe fim em rumores de aposentadoriaA banda australiana AC/DC, pioneira do hard rock, anunciou uma turnê com 30 apresentações nos Estados Unidos e na Europa em 2016, o que desmente rumores sobre uma aposentadoria aos 60 anos de seus principais integrantes. O grupo, cujo álbum, "Back in Black" (1980), é um dos mais vendidos da história da música, iniciará sua turnê em 2 de fevereiro em Tacoma, Washington (EUA). O périplo incluirá 20 apresentações nos Estados Unidos, que terminarão em 4 de abril com um show no Madison Square Garden, em Nova York. Em seguida, irão à Europa, onde começarão sua turnê em 7 de maio em Lisboa e terminarão em 12 de junho em uma casa com capacidade para 46 mil pessoas em Aarhus, Dinamarca. A nova turnê dá continuidade à intensa agenda de 2015, durante a qual a banda fez 53 shows em todo o mundo. O AC/DC, que também lançou um álbum no ano passado após seis anos sem novas produções, voltou aos palcos sem seu membro-fundador, Malcolm Young, que se aposentou devido à demência. A banda também rompeu relações com o baterista Phil Rudd, condenado na Nova Zelândia por ameaçar de morte seu ex-chefe de segurança. O vocalista do grupo, Brian Johnson, de 68 anos, disse em setembro que os integrantes do AC/DC estavam "constantemente surpresos e assombrados de como mantêm o sucesso". "Um bom jogador de futebol, um bom jogador de hóquei sobre o gelo não querem se aposentar, mas infelizmente às vezes há um momento em que é preciso fazê-lo", disse Johnson ao jornal "Morning Sun", de Michigan.
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Tudo certo para Timão e Tricolor?
O Corinthians achou ótimo empate e poderia ter vencido. O São Paulo subiu como tinha de subir, mas... Clayson salvou de novo o líder Corinthians de derrota que parecia decretada, agora no Mineirão, como aconteceu contra o São Paulo, no Morumbi. Não teria sido justa a derrota, menos pelo futebol alvinegro, mais por um erro de arbitragem, ao anular gol legal de Balbuena. Ganhar dois pontos em seis disputados seria pouco não fossem ganhos fora de casa e em dois clássicos, contra o São Paulo e contra o Cruzeiro, ambos 1 a 1. Estar oito pontos à frente do vice-líder Santos é valioso porque significam duas rodadas descartáveis para quem tem 12 a disputar, na verdade dez, enquanto quem o persegue terá de disputá-las pontuando em todas. Tudo isso considerado é importante frisar: mais uma vez o Corinthians não jogou bem e não soube se aproveitar como deveria do desgaste cruzeirense devido à decisão da Copa do Brasil. Também não jogou nada bem o São Paulo mesmo em casa e com o incentivo de mais de 43 mil torcedores diante do fragílimo Sport. Achou um gol graças a dois erros bizarros da defesa pernambucana, tomou bola no travessão e ganhou por 1 a 0 porque, nos acréscimos, Sidão recebeu o espírito de quem o contratou, o ex-goleiro e técnico em preparação Rogério Ceni, e fez dois impressionantes milagres seguidos. Para quem acha que o Tricolor está progredindo o jogo só não aumentou a preocupação porque, melhor de tudo, o time saiu da zona do rebaixamento. E não pode relaxar porque o próximo adversário é o Galo, no Horto. Futebol tem suas curiosidades. O Corinthians ensaia ser campeão sem jogar bem. O São Paulo não escapará de cair se não melhorar. SANTOS, SEMPRE SANTOS A encharcada vitória santista sobre o favorito Palmeiras por 1 a 0 o mantém como mais próximo concorrente do Corinthians. Eis o Santos, no mínimo, habilitado a ser novamente vice-campeão brasileiro, numa temporada repleta de percalços, com elenco mais curto e menos talentoso que na temporada passada. Um Peixe que nada contra a corrente com campanha surpreendente, sem o brilho de 2016, mas competitivo a ponto de contrariar não apenas o velho DNA ofensivo, até mesmo do técnico Levir Culpi. Sem Renato e Lucas Lima, o time pôs por água abaixo a meta alviverde de fazer 18 pontos em seis jogos, incapaz de chegar ao nono ponto, também porque as duas vitórias anteriores, por magérrimas contagens mínimas, contra os anêmicos Coritiba e Fluminense, não autorizavam otimismo algum. Se o Santos surpreende, o Palmeiras decepciona. Se o investimento catariano ameaça fazer rapidamente do PSG uma potência mundial, o fruto de juros exorbitantes de sua patrocinadora alviverde, combinado com a falta de planejamento e de critérios, conduz ao naufrágio apesar do apoio da massa palmeirense. TRIST CATALUNYA Triste ver Camp Nou vazio na vitória do Barça sobre o Las Palmas, 3 a 0, com mais dois gols de Messi. Triste ver a incapacidade dos dois lados, governo espanhol e separatistas catalães, para resolver a questão secular. Ainda mais quando tudo indica que se o plebiscito acontecesse livremente, a maioria diria não à separação. O patriotismo é mesmo o último refúgio dos canalhas.
colunas
Tudo certo para Timão e Tricolor?O Corinthians achou ótimo empate e poderia ter vencido. O São Paulo subiu como tinha de subir, mas... Clayson salvou de novo o líder Corinthians de derrota que parecia decretada, agora no Mineirão, como aconteceu contra o São Paulo, no Morumbi. Não teria sido justa a derrota, menos pelo futebol alvinegro, mais por um erro de arbitragem, ao anular gol legal de Balbuena. Ganhar dois pontos em seis disputados seria pouco não fossem ganhos fora de casa e em dois clássicos, contra o São Paulo e contra o Cruzeiro, ambos 1 a 1. Estar oito pontos à frente do vice-líder Santos é valioso porque significam duas rodadas descartáveis para quem tem 12 a disputar, na verdade dez, enquanto quem o persegue terá de disputá-las pontuando em todas. Tudo isso considerado é importante frisar: mais uma vez o Corinthians não jogou bem e não soube se aproveitar como deveria do desgaste cruzeirense devido à decisão da Copa do Brasil. Também não jogou nada bem o São Paulo mesmo em casa e com o incentivo de mais de 43 mil torcedores diante do fragílimo Sport. Achou um gol graças a dois erros bizarros da defesa pernambucana, tomou bola no travessão e ganhou por 1 a 0 porque, nos acréscimos, Sidão recebeu o espírito de quem o contratou, o ex-goleiro e técnico em preparação Rogério Ceni, e fez dois impressionantes milagres seguidos. Para quem acha que o Tricolor está progredindo o jogo só não aumentou a preocupação porque, melhor de tudo, o time saiu da zona do rebaixamento. E não pode relaxar porque o próximo adversário é o Galo, no Horto. Futebol tem suas curiosidades. O Corinthians ensaia ser campeão sem jogar bem. O São Paulo não escapará de cair se não melhorar. SANTOS, SEMPRE SANTOS A encharcada vitória santista sobre o favorito Palmeiras por 1 a 0 o mantém como mais próximo concorrente do Corinthians. Eis o Santos, no mínimo, habilitado a ser novamente vice-campeão brasileiro, numa temporada repleta de percalços, com elenco mais curto e menos talentoso que na temporada passada. Um Peixe que nada contra a corrente com campanha surpreendente, sem o brilho de 2016, mas competitivo a ponto de contrariar não apenas o velho DNA ofensivo, até mesmo do técnico Levir Culpi. Sem Renato e Lucas Lima, o time pôs por água abaixo a meta alviverde de fazer 18 pontos em seis jogos, incapaz de chegar ao nono ponto, também porque as duas vitórias anteriores, por magérrimas contagens mínimas, contra os anêmicos Coritiba e Fluminense, não autorizavam otimismo algum. Se o Santos surpreende, o Palmeiras decepciona. Se o investimento catariano ameaça fazer rapidamente do PSG uma potência mundial, o fruto de juros exorbitantes de sua patrocinadora alviverde, combinado com a falta de planejamento e de critérios, conduz ao naufrágio apesar do apoio da massa palmeirense. TRIST CATALUNYA Triste ver Camp Nou vazio na vitória do Barça sobre o Las Palmas, 3 a 0, com mais dois gols de Messi. Triste ver a incapacidade dos dois lados, governo espanhol e separatistas catalães, para resolver a questão secular. Ainda mais quando tudo indica que se o plebiscito acontecesse livremente, a maioria diria não à separação. O patriotismo é mesmo o último refúgio dos canalhas.
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Cabo de eletricidade se rompe e mata quatro pessoas em São Gonçalo (RJ)
Quatro pessoas morreram na noite deste domingo (3) após o rompimento de um cabo elétrico de média tensão em São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Entre as vítimas está um bebê de nove meses e um jovem de 13 anos, segundo informou o Corpo de Bombeiros. Uma quinta pessoa, Maria Nazaré Oliveira, 60, foi encaminhada ao Hospital Azevedo Lima, em Niterói. Os bombeiros foram chamados ao local por volta das 19h e encontraram Rafael Alcântara Oliveira, 35, Adão Orlando Moreira, 82, e os dois menores de idade mortos. Perto deles, um fio de eletricidade da concessionária Ampla estava rompido e ainda soltava faíscas. A Ampla disse que "obteve a informação de que uma explosão provocada por terceiros próximo ao local teria causado o rompimento do cabo de média tensão". A empresa acrescentou que vai colaborar com as investigações e prestará assistência à família das vítimas.
cotidiano
Cabo de eletricidade se rompe e mata quatro pessoas em São Gonçalo (RJ)Quatro pessoas morreram na noite deste domingo (3) após o rompimento de um cabo elétrico de média tensão em São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Entre as vítimas está um bebê de nove meses e um jovem de 13 anos, segundo informou o Corpo de Bombeiros. Uma quinta pessoa, Maria Nazaré Oliveira, 60, foi encaminhada ao Hospital Azevedo Lima, em Niterói. Os bombeiros foram chamados ao local por volta das 19h e encontraram Rafael Alcântara Oliveira, 35, Adão Orlando Moreira, 82, e os dois menores de idade mortos. Perto deles, um fio de eletricidade da concessionária Ampla estava rompido e ainda soltava faíscas. A Ampla disse que "obteve a informação de que uma explosão provocada por terceiros próximo ao local teria causado o rompimento do cabo de média tensão". A empresa acrescentou que vai colaborar com as investigações e prestará assistência à família das vítimas.
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Tribunal rejeita recurso e mantém liberiano fora das eleições da Fifa
A Corte Arbitral do Esporte (CAS) anunciou nesta quinta-feira (31), por meio de comunicado, que rejeitou a apelação do liberiano Moussa Bility, contra a decisão de não aceitar sua candidatura à presidência da entidade. O presidente da federação da Libéria não teve participação no pleito aceita após a conclusão do relatório do teste de integridade do Comitê Eleitoral, a que todos os postulantes ao cargo foram submetidos, conforme a Fifa revelou em 12 de novembro. Sem fornecer mais detalhes, o comitê informou que o dirigente liberiano, que registrou sua candidatura, não teve o nome aprovado no controle de "integridade", uma espécie de pente-fino ético realizado em todos os postulantes ao cargo. O próprio CAS admitiu que realizou um procedimento acelerado, como prometido, para tomar decisão antes do fim deste ano. A resposta completa do recurso, com detalhamento das motivações, será publicado no "início de 2016". Com isso, estão confirmados no pleito de 26 de fevereiro, o secretário-geral da Uefa, Gianni Infantino, o presidente da Confederação Asiática de Futebol, Sheikh Salman bin Ebrahim Al Khalifa, o ex-dirigente da Fifa, Jérome Champagne, o vice-presidente da Fifa na Ásia, o príncipe Ali bin al-Hussein e o empresário sul-africano Tokyo Sexwale. O pleito foi convocado após a renúncia do ex-presidente Joseph Blatter, em junho. Assim como o francês Michel Platini, que pretendia se candidatar à presidência, o suíço foi banido do futebol por oito anos por suspeitas de corrupção no comando da entidade.
esporte
Tribunal rejeita recurso e mantém liberiano fora das eleições da FifaA Corte Arbitral do Esporte (CAS) anunciou nesta quinta-feira (31), por meio de comunicado, que rejeitou a apelação do liberiano Moussa Bility, contra a decisão de não aceitar sua candidatura à presidência da entidade. O presidente da federação da Libéria não teve participação no pleito aceita após a conclusão do relatório do teste de integridade do Comitê Eleitoral, a que todos os postulantes ao cargo foram submetidos, conforme a Fifa revelou em 12 de novembro. Sem fornecer mais detalhes, o comitê informou que o dirigente liberiano, que registrou sua candidatura, não teve o nome aprovado no controle de "integridade", uma espécie de pente-fino ético realizado em todos os postulantes ao cargo. O próprio CAS admitiu que realizou um procedimento acelerado, como prometido, para tomar decisão antes do fim deste ano. A resposta completa do recurso, com detalhamento das motivações, será publicado no "início de 2016". Com isso, estão confirmados no pleito de 26 de fevereiro, o secretário-geral da Uefa, Gianni Infantino, o presidente da Confederação Asiática de Futebol, Sheikh Salman bin Ebrahim Al Khalifa, o ex-dirigente da Fifa, Jérome Champagne, o vice-presidente da Fifa na Ásia, o príncipe Ali bin al-Hussein e o empresário sul-africano Tokyo Sexwale. O pleito foi convocado após a renúncia do ex-presidente Joseph Blatter, em junho. Assim como o francês Michel Platini, que pretendia se candidatar à presidência, o suíço foi banido do futebol por oito anos por suspeitas de corrupção no comando da entidade.
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Câmara dos Deputados é 'um varejão sem Procon', alfineta leitor
REFORMA POLÍTICA Colunistas da Folha têm elaborado teorias sobre as consequências da adoção do "distritão". Não há por que recorrer a hipóteses. O Brasil já elege quase por meio do sistema "distritão" senadores e governadores, que, por piores que sejam, são melhores que a Câmara dos Deputados, onde, contrariando Lavoisier, tudo se cria, tudo se destrói, nada se transforma. A cada votação, constatamos que a Câmara é um varejão sem Procon, onde se sucedem ignorância, venda de posições e traições. O Brasil está muito ruim e, sempre que mexem, piora. LUIZ GROFF (Curitiba, PR) - CORRUPÇÃO A corrupção, neste país, mostrou-se mais comum do que o adultério. E corrupção é uma traição cuja vítima é toda a nação, ou, nas palavras da presidente da mais alta corte do país, sua excelência, o povo brasileiro. ANDREA METNE ARNAUT (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Quero cumprimentar e elogiar o brilhante trabalho de Marcia Dessen, que ao longo do tempo vem contribuindo positivamente para a educação financeira em nosso país por meio de sua coluna. Desta vez, Marcia nos trouxe importantes e esclarecedoras orientações a respeito da doação de bens e do testamento. Parabéns à Folha e a essa brilhante colunista. VALDIR FERRAZ DE OLIVEIRA (Santana de Parnaíba, SP) * Dois artigos publicados nesta segunda (14) na Folha poderiam estar interligados por uma seta, tamanha é a relação entre eles: "A estabilidade das trevas", de Fabio Victor, e "Brasil, o ocaso de uma nação", de Miguel Srougi. MARIA EFIGÊNIA BITENCOURT TEOBALDO (Belo Horizonte, MG) * Sou fã da Folha e não consigo deixar de ser. Sei que a mídia é parcial e comprometida, mas é muito bom, diante do comportamento de outros veículos, ler o artigo de Mario Sergio Conti sobre Chomsky e o de Miguel Srougi, pedindo àqueles que estão "incluídos" que estendam suas asas sobre os desvalidos. Meus cumprimentos, mais uma vez, aos articulistas e ao veículo. Acho que a humanidade ainda pode ter alguma esperança! TANIA LIMA (São Paulo, SP) - SAÚDE PÚBLICA A reportagem "Contra perda de pacientes, clínicas criam rede popular" é um exemplo de como as políticas públicas podem distorcer o mercado. O mau serviço do SUS propiciou o surgimento dos abomináveis convênios, cada vez mais caros, além do encarecimento das consultas médicas, mas a crise tira as pessoas dos convênios e reduz a clientela das clínicas, fazendo com que o preço das consultas caia. É o capitalismo operando no seu melhor. Oxalá tivéssemos menos interferência do governo e melhores serviços públicos. RADOICO CÂMARA GUIMARÃES (São Paulo, SP) - MARIA DE LOURDES NUNES MATOS (Itajubá, MG) Leitores e leitoras da Folha nós já somos. Que tal agora criarmos clubes de leitura a partir das obras que comporão essa nova Coleção Folha? Temos muito ainda a aprender a partir do ponto de vista feminino sobre o mundo. Fica a dica! MARIA DE LOURDES NUNES MATOS (Itajubá, MG) - CREDIT SUISSE A reportagem "Neta de banqueiro suíço quer doar a Lula R$ 500 mil em itens de luxo" tem informações incorretas a respeito do Credit Suisse. O Credit Suisse foi fundado por Alfred Escher em 1856. Escher teve filhos que não deixaram herdeiros. O Credit Suisse reitera ainda que nunca foi gerido como uma família, mas sempre como uma corporação. EDGARD DIAS, responsável pela comunicação corporativa do Credit Suisse (São Paulo, SP) * RESPOSTA DA COLUNISTA ELIANE TRINDADE - A relação da família Luchsinger com o Credit Suisse é histórica. Já Roberta Luchsinger não tem parentesco com o fundador, Alfred Escher, mas com Peter Luchsinger, de família tradicional suíça, acionista do banco desde a fundação. É sobrinha de Roger Wright, que foi alto executivo do Credit Suisse no Brasil. - CRIMINALIDADE Pode até ser uma tendência nacional, como afirma o governo de São Paulo, mas que intranquiliza a todos, isso, sim, é verdade! Dissemos recentemente ao secretário da Segurança: enquanto o efetivo das polícias continuar diminuindo e os salários dos policiais permanecerem sem reposição, será impossível combater eficazmente a criminalidade. Urge que se faça alguma coisa, efetivamente, enquanto é tempo. JARIM LOPES ROSEIRA, presidente da seção de São Paulo da International Police Association (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Câmara dos Deputados é 'um varejão sem Procon', alfineta leitorREFORMA POLÍTICA Colunistas da Folha têm elaborado teorias sobre as consequências da adoção do "distritão". Não há por que recorrer a hipóteses. O Brasil já elege quase por meio do sistema "distritão" senadores e governadores, que, por piores que sejam, são melhores que a Câmara dos Deputados, onde, contrariando Lavoisier, tudo se cria, tudo se destrói, nada se transforma. A cada votação, constatamos que a Câmara é um varejão sem Procon, onde se sucedem ignorância, venda de posições e traições. O Brasil está muito ruim e, sempre que mexem, piora. LUIZ GROFF (Curitiba, PR) - CORRUPÇÃO A corrupção, neste país, mostrou-se mais comum do que o adultério. E corrupção é uma traição cuja vítima é toda a nação, ou, nas palavras da presidente da mais alta corte do país, sua excelência, o povo brasileiro. ANDREA METNE ARNAUT (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Quero cumprimentar e elogiar o brilhante trabalho de Marcia Dessen, que ao longo do tempo vem contribuindo positivamente para a educação financeira em nosso país por meio de sua coluna. Desta vez, Marcia nos trouxe importantes e esclarecedoras orientações a respeito da doação de bens e do testamento. Parabéns à Folha e a essa brilhante colunista. VALDIR FERRAZ DE OLIVEIRA (Santana de Parnaíba, SP) * Dois artigos publicados nesta segunda (14) na Folha poderiam estar interligados por uma seta, tamanha é a relação entre eles: "A estabilidade das trevas", de Fabio Victor, e "Brasil, o ocaso de uma nação", de Miguel Srougi. MARIA EFIGÊNIA BITENCOURT TEOBALDO (Belo Horizonte, MG) * Sou fã da Folha e não consigo deixar de ser. Sei que a mídia é parcial e comprometida, mas é muito bom, diante do comportamento de outros veículos, ler o artigo de Mario Sergio Conti sobre Chomsky e o de Miguel Srougi, pedindo àqueles que estão "incluídos" que estendam suas asas sobre os desvalidos. Meus cumprimentos, mais uma vez, aos articulistas e ao veículo. Acho que a humanidade ainda pode ter alguma esperança! TANIA LIMA (São Paulo, SP) - SAÚDE PÚBLICA A reportagem "Contra perda de pacientes, clínicas criam rede popular" é um exemplo de como as políticas públicas podem distorcer o mercado. O mau serviço do SUS propiciou o surgimento dos abomináveis convênios, cada vez mais caros, além do encarecimento das consultas médicas, mas a crise tira as pessoas dos convênios e reduz a clientela das clínicas, fazendo com que o preço das consultas caia. É o capitalismo operando no seu melhor. Oxalá tivéssemos menos interferência do governo e melhores serviços públicos. RADOICO CÂMARA GUIMARÃES (São Paulo, SP) - MARIA DE LOURDES NUNES MATOS (Itajubá, MG) Leitores e leitoras da Folha nós já somos. Que tal agora criarmos clubes de leitura a partir das obras que comporão essa nova Coleção Folha? Temos muito ainda a aprender a partir do ponto de vista feminino sobre o mundo. Fica a dica! MARIA DE LOURDES NUNES MATOS (Itajubá, MG) - CREDIT SUISSE A reportagem "Neta de banqueiro suíço quer doar a Lula R$ 500 mil em itens de luxo" tem informações incorretas a respeito do Credit Suisse. O Credit Suisse foi fundado por Alfred Escher em 1856. Escher teve filhos que não deixaram herdeiros. O Credit Suisse reitera ainda que nunca foi gerido como uma família, mas sempre como uma corporação. EDGARD DIAS, responsável pela comunicação corporativa do Credit Suisse (São Paulo, SP) * RESPOSTA DA COLUNISTA ELIANE TRINDADE - A relação da família Luchsinger com o Credit Suisse é histórica. Já Roberta Luchsinger não tem parentesco com o fundador, Alfred Escher, mas com Peter Luchsinger, de família tradicional suíça, acionista do banco desde a fundação. É sobrinha de Roger Wright, que foi alto executivo do Credit Suisse no Brasil. - CRIMINALIDADE Pode até ser uma tendência nacional, como afirma o governo de São Paulo, mas que intranquiliza a todos, isso, sim, é verdade! Dissemos recentemente ao secretário da Segurança: enquanto o efetivo das polícias continuar diminuindo e os salários dos policiais permanecerem sem reposição, será impossível combater eficazmente a criminalidade. Urge que se faça alguma coisa, efetivamente, enquanto é tempo. JARIM LOPES ROSEIRA, presidente da seção de São Paulo da International Police Association (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Painel FC: Com torcida única e mais assentos, Palmeiras calcula lucro extra de R$ 1,2 milhão
A decisão da FPF de realizar o clássico de domingo com torcida única significou ganho milionário ao Palmeiras. O clube calcula que, caso fosse permitido o acesso da torcida corintiana, o estádio perderia até 6.000 assentos, inutilizados pelo cordão de ... Leia post completo no blog
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Painel FC: Com torcida única e mais assentos, Palmeiras calcula lucro extra de R$ 1,2 milhãoA decisão da FPF de realizar o clássico de domingo com torcida única significou ganho milionário ao Palmeiras. O clube calcula que, caso fosse permitido o acesso da torcida corintiana, o estádio perderia até 6.000 assentos, inutilizados pelo cordão de ... Leia post completo no blog
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Vácuo de legitimidade
Quando a autoridade de um presidente se esvai de maneira vertiginosa, como nestes dias com Dilma Rousseff (PT), do espaço vazio emerge toda sorte de oportunismo. Em meio à confusão, torna-se mais difícil discutir serenamente soluções razoáveis e eficazes para a crise política galopante. Tal debate fica mais complicado quando alguns atores buscam atalhos para o desenlace, demonstrando pouco apreço pelos ritmos desenvolvidos na normalidade democrática. A causa principal dos problemas, é bom que se diga, se encontra no próprio Palácio do Planalto. Dilma segue alheia à deterioração da situação política e econômica e não se mostra disposta a reconhecer os inúmeros erros de seu primeiro mandato. Aos olhos de seus opositores e até de alguns aliados, perdeu a capacidade de comandar o país. A petista, naturalmente, discorda dessa avaliação. Aferrando-se à mitologia heroica que insiste em evocar para destacar sua resiliência, afirmou: "Ninguém vai tirar essa legitimidade que o voto me deu". No Brasil de hoje, continuou, preza-se o respeito à "eleição direta pelo voto popular". A hipótese da renúncia, deixa claro a presidente, não está nos seus planos. Não pretende deixar o Planalto nem se sente incapaz de recompor seu apoio político. A Constituição, de outro lado, permite o afastamento forçado, mas sabiamente não oferece facilidades para apear um presidente. Admite o impeachment, mas a dolorosa terapia pressupõe comprovação de crime de responsabilidade, uma perspectiva incerta. Mesmo que o Tribunal de Contas da União conclua pela rejeição das contas de Dilma, não será automático passar disso ao impedimento presidencial. O processo será longo, e antes político que jurídico. A própria oposição não se põe de acordo sobre essa via. No PSDB, por exemplo, dado que o impeachment levaria à posse do vice Michel Temer (PMDB), uma facção passou a patrocinar a hoje inoportuna ideia de nova eleição –na qual seu candidato derrotado, Aécio Neves, despontaria em vantagem. Para que a proposta seja levada a sério, é preciso antes que o Tribunal Superior Eleitoral encontre bons motivos para determinar a impugnação da chapa Dilma-Temer por delito no pleito de 2014. Embora esteja em curso investigação por abuso de poder econômico suscitada pelo PSDB, mesmo no caso de condenação o processo se prolongaria com recursos ao Supremo Tribunal Federal. Há visões divergentes entre tucanos sobre como abreviar o mandato de Dilma Rousseff, por certo. Fica evidente, porém, que uma ala barulhenta do partido pensa que pode subordinar os meios jurídicos a seus fins eleitorais, vergando as regras da democracia para encurtar o caminho até o poder. [email protected]
opiniao
Vácuo de legitimidadeQuando a autoridade de um presidente se esvai de maneira vertiginosa, como nestes dias com Dilma Rousseff (PT), do espaço vazio emerge toda sorte de oportunismo. Em meio à confusão, torna-se mais difícil discutir serenamente soluções razoáveis e eficazes para a crise política galopante. Tal debate fica mais complicado quando alguns atores buscam atalhos para o desenlace, demonstrando pouco apreço pelos ritmos desenvolvidos na normalidade democrática. A causa principal dos problemas, é bom que se diga, se encontra no próprio Palácio do Planalto. Dilma segue alheia à deterioração da situação política e econômica e não se mostra disposta a reconhecer os inúmeros erros de seu primeiro mandato. Aos olhos de seus opositores e até de alguns aliados, perdeu a capacidade de comandar o país. A petista, naturalmente, discorda dessa avaliação. Aferrando-se à mitologia heroica que insiste em evocar para destacar sua resiliência, afirmou: "Ninguém vai tirar essa legitimidade que o voto me deu". No Brasil de hoje, continuou, preza-se o respeito à "eleição direta pelo voto popular". A hipótese da renúncia, deixa claro a presidente, não está nos seus planos. Não pretende deixar o Planalto nem se sente incapaz de recompor seu apoio político. A Constituição, de outro lado, permite o afastamento forçado, mas sabiamente não oferece facilidades para apear um presidente. Admite o impeachment, mas a dolorosa terapia pressupõe comprovação de crime de responsabilidade, uma perspectiva incerta. Mesmo que o Tribunal de Contas da União conclua pela rejeição das contas de Dilma, não será automático passar disso ao impedimento presidencial. O processo será longo, e antes político que jurídico. A própria oposição não se põe de acordo sobre essa via. No PSDB, por exemplo, dado que o impeachment levaria à posse do vice Michel Temer (PMDB), uma facção passou a patrocinar a hoje inoportuna ideia de nova eleição –na qual seu candidato derrotado, Aécio Neves, despontaria em vantagem. Para que a proposta seja levada a sério, é preciso antes que o Tribunal Superior Eleitoral encontre bons motivos para determinar a impugnação da chapa Dilma-Temer por delito no pleito de 2014. Embora esteja em curso investigação por abuso de poder econômico suscitada pelo PSDB, mesmo no caso de condenação o processo se prolongaria com recursos ao Supremo Tribunal Federal. Há visões divergentes entre tucanos sobre como abreviar o mandato de Dilma Rousseff, por certo. Fica evidente, porém, que uma ala barulhenta do partido pensa que pode subordinar os meios jurídicos a seus fins eleitorais, vergando as regras da democracia para encurtar o caminho até o poder. [email protected]
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CPI aprova pela segunda vez quebra de sigilo da família de Youssef
A CPI da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (9), pela segunda vez, a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da ex-mulher e de duas filhas do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato. Na semana passada, o STF (Supremo Tribunal Federal) havia anulado as medidas contra os familiares após pedido da defesa do doleiro. Os advogados de Youssef afirmam que os membros da CPI estão agindo para intimidar seu cliente e a família dele, e vão recorrer novamente ao STF contra a quebra. O primeiro requerimento para derrubar os sigilos foi feito em junho pelo deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) —que vem sendo acusado pelo doleiro de envolvimento com pagamentos de propina na Petrobras. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello havia concedido uma liminar (decisão provisória) para suspender a quebra do sigilo da família de Youssef determinada pela CPI da Petrobras na Câmara. O entendimento do ministro era que a quebra dos sigilos determinada pela CPI não tinha fundamentação, já que não há indícios de que elas tenham relação com o esquema de corrupção. A determinação de Marco Aurélio travou a estratégia de aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pretendiam utilizar a quebra para pressionar o doleiro, que tem acusado o peemedebista de envolvimento com desvios e pagamentos de propina na estatal. Os requerimentos envolvendo a família de Youssef foram apresentados à CPI por Celso Pansera (PMDB-RJ). Os pedidos apenas se limitavam a comparar Youssef com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que usou familiares para movimentar recursos do esquema de corrupção, mas não apontaram evidências concretas de que a família do doleiro tenha feito o mesmo. REQUERIMENTOS Em sua delação premiada, o doleiro afirmou que Cunha se beneficiava do esquema de corrupção na Petrobras e que, por meio de aliados, apresentou requerimento para chantagear uma das empresas a retomar o pagamento de propina. A Folha mostrou que Cunha aparece como autor dos arquivos digitais de dois requerimentos da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) contra a empresa Mitsui, fornecedora da Petrobras. A decisão de Marco Aurélio foi enviada na última terça-feira (7) para a CPI. Ela se soma a outras derrotas da comissão no Supremo, como a negativa ao acesso à delação premiada do dono da UTC Ricardo Pessoa e a liminar concedida para o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco não comparecer às acareações na comissão. Colaboraram ESTELITA HASS CARAZZAI, de Curitiba, e FLÁVIO FERREIRA, de São Paulo
poder
CPI aprova pela segunda vez quebra de sigilo da família de YoussefA CPI da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (9), pela segunda vez, a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da ex-mulher e de duas filhas do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato. Na semana passada, o STF (Supremo Tribunal Federal) havia anulado as medidas contra os familiares após pedido da defesa do doleiro. Os advogados de Youssef afirmam que os membros da CPI estão agindo para intimidar seu cliente e a família dele, e vão recorrer novamente ao STF contra a quebra. O primeiro requerimento para derrubar os sigilos foi feito em junho pelo deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) —que vem sendo acusado pelo doleiro de envolvimento com pagamentos de propina na Petrobras. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello havia concedido uma liminar (decisão provisória) para suspender a quebra do sigilo da família de Youssef determinada pela CPI da Petrobras na Câmara. O entendimento do ministro era que a quebra dos sigilos determinada pela CPI não tinha fundamentação, já que não há indícios de que elas tenham relação com o esquema de corrupção. A determinação de Marco Aurélio travou a estratégia de aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pretendiam utilizar a quebra para pressionar o doleiro, que tem acusado o peemedebista de envolvimento com desvios e pagamentos de propina na estatal. Os requerimentos envolvendo a família de Youssef foram apresentados à CPI por Celso Pansera (PMDB-RJ). Os pedidos apenas se limitavam a comparar Youssef com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que usou familiares para movimentar recursos do esquema de corrupção, mas não apontaram evidências concretas de que a família do doleiro tenha feito o mesmo. REQUERIMENTOS Em sua delação premiada, o doleiro afirmou que Cunha se beneficiava do esquema de corrupção na Petrobras e que, por meio de aliados, apresentou requerimento para chantagear uma das empresas a retomar o pagamento de propina. A Folha mostrou que Cunha aparece como autor dos arquivos digitais de dois requerimentos da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) contra a empresa Mitsui, fornecedora da Petrobras. A decisão de Marco Aurélio foi enviada na última terça-feira (7) para a CPI. Ela se soma a outras derrotas da comissão no Supremo, como a negativa ao acesso à delação premiada do dono da UTC Ricardo Pessoa e a liminar concedida para o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco não comparecer às acareações na comissão. Colaboraram ESTELITA HASS CARAZZAI, de Curitiba, e FLÁVIO FERREIRA, de São Paulo
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