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As previsões e os fatos
BRASÍLIA - "Rombo nas contas do governo é o maior em 20 anos". "Utilização de capacidade da indústria cai à mínima histórica". "Pela primeira vez em 12 anos, shoppings fecham mais lojas do que abrem. "Varejo tem queda no Natal". "Mercado reduz projeção do PIB". "Desemprego deve subir ainda mais em 2017". Todas as manchetes acima foram recolhidas no noticiário on-line desta segunda (26). Elas ilustram o desânimo da economia brasileira na reta final do ano, em que os fatos insistem em contrariar as previsões oficiais. No início de 2016, era comum ouvir que o impeachment resultaria na retomada imediata do crescimento. Em março, o empresário Flávio Rocha, da Riachuelo, dizia que a volta dos investimentos seria "instantânea". Em setembro, o ministro Eliseu Padilha se gabava: "A esperança está se convertendo em confiança". Os dois parecem ter confundido desejo com realidade. Os investimentos sofreram um tombo de 3,1% no terceiro trimestre, segundo o IBGE, e a confiança da indústria acaba de registrar o menor índice em seis meses, de acordo com a FGV. As previsões róseas se baseavam na crença de que bastava trocar de presidente para tirar a economia do atoleiro. Com lama pelas canelas, os mais otimistas deveriam dar uma olhada no exemplo da Argentina. Quando Michel Temer nomeou sua equipe econômica, os entusiastas da "fada da confiança" festejaram semelhanças com o time ultraliberal de Mauricio Macri. Nesta segunda, o presidente argentino demitiu o ministro da Fazenda. Se é possível fazer alguma previsão para o início de 2017, é de que a pressão sobre Henrique Meirelles vai aumentar. * É incrível que Fernando Haddad se recuse a comentar a pesquisa Datafolha que expressa a opinião dos paulistanos sobre seu governo. Se as derrotas servem para ensinar alguma coisa, parece que o prefeito se recusa a aprender.
colunas
As previsões e os fatosBRASÍLIA - "Rombo nas contas do governo é o maior em 20 anos". "Utilização de capacidade da indústria cai à mínima histórica". "Pela primeira vez em 12 anos, shoppings fecham mais lojas do que abrem. "Varejo tem queda no Natal". "Mercado reduz projeção do PIB". "Desemprego deve subir ainda mais em 2017". Todas as manchetes acima foram recolhidas no noticiário on-line desta segunda (26). Elas ilustram o desânimo da economia brasileira na reta final do ano, em que os fatos insistem em contrariar as previsões oficiais. No início de 2016, era comum ouvir que o impeachment resultaria na retomada imediata do crescimento. Em março, o empresário Flávio Rocha, da Riachuelo, dizia que a volta dos investimentos seria "instantânea". Em setembro, o ministro Eliseu Padilha se gabava: "A esperança está se convertendo em confiança". Os dois parecem ter confundido desejo com realidade. Os investimentos sofreram um tombo de 3,1% no terceiro trimestre, segundo o IBGE, e a confiança da indústria acaba de registrar o menor índice em seis meses, de acordo com a FGV. As previsões róseas se baseavam na crença de que bastava trocar de presidente para tirar a economia do atoleiro. Com lama pelas canelas, os mais otimistas deveriam dar uma olhada no exemplo da Argentina. Quando Michel Temer nomeou sua equipe econômica, os entusiastas da "fada da confiança" festejaram semelhanças com o time ultraliberal de Mauricio Macri. Nesta segunda, o presidente argentino demitiu o ministro da Fazenda. Se é possível fazer alguma previsão para o início de 2017, é de que a pressão sobre Henrique Meirelles vai aumentar. * É incrível que Fernando Haddad se recuse a comentar a pesquisa Datafolha que expressa a opinião dos paulistanos sobre seu governo. Se as derrotas servem para ensinar alguma coisa, parece que o prefeito se recusa a aprender.
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No Golden State, Varejão deve ganhar R$ 10 milhões a mais na temporada
O ala-pivô Anderson Varejão, 33, confirmou na noite de domingo (21) que vai jogar o restante da temporada da NBA pelo Golden State Warriors. A mudança é positiva tanto dentro de quadra, já que vai atuar pelo melhor time do campeonato, quanto fora dela. Com a transação, Varejão deve embolsar R$ 10 milhões a mais nesta temporada. O brasileiro que foi negociado pelo Cleveland Cavaliers com o Portland Trail Blazers e dispensado logo em seguida pela franquia de Oregon receberia US$ 9,6 milhões (R$ 39 milhões) do time de Ohio nesta temporada. Os Cavaliers já pagaram US$ 6,4 milhões (R$ 26 milhões) desse montante, enquanto os outros US$ 3,2 milhões (R$ 13 milhões) serão arcados pelos Blazers. A equipe de Portland tem obrigação de pagar o restante do antigo contrato do jogador até o fim desta temporada. Varejão ainda vai ganhar mais US$ 1,1 milhão (R$ 4,4 milhões) referente a uma cláusula no contrato que prevê um bônus caso o atleta seja envolvido em uma troca. E por ter assinado um contrato com os Warriors, o brasileiro ainda deve receber um salário de US$ 1,5 milhão (R$ 6 milhões), o valor mínimo para um veterano de mais de dez anos na NBA. Sendo assim, Varejão deve receber US$ 12,2 milhões (R$ 49 milhões) nesta temporada. O jogador, que assinou com os Warriors até o fim desta temporada, se juntará ao grupo na noite desta segunda-feira (22), em Atlanta, onde o time joga contra os Hawks, às 22h (de Brasília, com SporTV). Sua estreia ainda não tem data definida. "Queria ir para um time com chances de brigar por título. Mas também queria jogar. Fiquei muito feliz de ver o interesse de vários times. Agradeço aos Warriors pela oportunidade que está me dando", disse Varejão. "Golden State é uma franquia vitoriosa, atual campeã e que está fazendo uma temporada muito boa. Vai ser uma experiência única. Estarei ao lado de vários jogadores de muito talento, que são decisivos, como Curry e Klay Thompson, que jogam com muita alegria, Dreymond Green, Iguodala... Acho que será divertido", afirmou. Em 54 jogos, os Warriors têm apenas cinco derrotas. É o melhor time da NBA. A única equipe que se aproxima de uma campanha tão boa como essa é o San Antonio Spurs, que tem 47 vitórias e nove derrotas. Nos Warriors, Varejão vai encontrar outro brasileiro, o ala-armador Leandrinho. "Vai ser muito bom voltar a jogar ao lado dele. Ele estava empolgado, ficou feliz e eu estou animado. Nos conhecemos há bastante tempo de seleção brasileira, vamos estar juntos e, com certeza, ele vai me ajudar muito nessa minha adaptação na Califórnia", afirmou o ala-pivô. Varejão chega para suprir a ausência do reserva Festus Ezeli, que vai ficar fora por pelo menos seis semanas por causa de uma lesão no joelho. O brasileiro não deve ser titular nos Warriors, que têm jogadores como Draymond Green e Andrew Bogut para a posição. Mesmo assim, deve ter mais chances em quadra do que estava tendo nos Cavaliers.
esporte
No Golden State, Varejão deve ganhar R$ 10 milhões a mais na temporadaO ala-pivô Anderson Varejão, 33, confirmou na noite de domingo (21) que vai jogar o restante da temporada da NBA pelo Golden State Warriors. A mudança é positiva tanto dentro de quadra, já que vai atuar pelo melhor time do campeonato, quanto fora dela. Com a transação, Varejão deve embolsar R$ 10 milhões a mais nesta temporada. O brasileiro que foi negociado pelo Cleveland Cavaliers com o Portland Trail Blazers e dispensado logo em seguida pela franquia de Oregon receberia US$ 9,6 milhões (R$ 39 milhões) do time de Ohio nesta temporada. Os Cavaliers já pagaram US$ 6,4 milhões (R$ 26 milhões) desse montante, enquanto os outros US$ 3,2 milhões (R$ 13 milhões) serão arcados pelos Blazers. A equipe de Portland tem obrigação de pagar o restante do antigo contrato do jogador até o fim desta temporada. Varejão ainda vai ganhar mais US$ 1,1 milhão (R$ 4,4 milhões) referente a uma cláusula no contrato que prevê um bônus caso o atleta seja envolvido em uma troca. E por ter assinado um contrato com os Warriors, o brasileiro ainda deve receber um salário de US$ 1,5 milhão (R$ 6 milhões), o valor mínimo para um veterano de mais de dez anos na NBA. Sendo assim, Varejão deve receber US$ 12,2 milhões (R$ 49 milhões) nesta temporada. O jogador, que assinou com os Warriors até o fim desta temporada, se juntará ao grupo na noite desta segunda-feira (22), em Atlanta, onde o time joga contra os Hawks, às 22h (de Brasília, com SporTV). Sua estreia ainda não tem data definida. "Queria ir para um time com chances de brigar por título. Mas também queria jogar. Fiquei muito feliz de ver o interesse de vários times. Agradeço aos Warriors pela oportunidade que está me dando", disse Varejão. "Golden State é uma franquia vitoriosa, atual campeã e que está fazendo uma temporada muito boa. Vai ser uma experiência única. Estarei ao lado de vários jogadores de muito talento, que são decisivos, como Curry e Klay Thompson, que jogam com muita alegria, Dreymond Green, Iguodala... Acho que será divertido", afirmou. Em 54 jogos, os Warriors têm apenas cinco derrotas. É o melhor time da NBA. A única equipe que se aproxima de uma campanha tão boa como essa é o San Antonio Spurs, que tem 47 vitórias e nove derrotas. Nos Warriors, Varejão vai encontrar outro brasileiro, o ala-armador Leandrinho. "Vai ser muito bom voltar a jogar ao lado dele. Ele estava empolgado, ficou feliz e eu estou animado. Nos conhecemos há bastante tempo de seleção brasileira, vamos estar juntos e, com certeza, ele vai me ajudar muito nessa minha adaptação na Califórnia", afirmou o ala-pivô. Varejão chega para suprir a ausência do reserva Festus Ezeli, que vai ficar fora por pelo menos seis semanas por causa de uma lesão no joelho. O brasileiro não deve ser titular nos Warriors, que têm jogadores como Draymond Green e Andrew Bogut para a posição. Mesmo assim, deve ter mais chances em quadra do que estava tendo nos Cavaliers.
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McLaren apresenta nova pintura para o restante da temporada da F-1
A McLaren revelou nesta quarta-feira (6) a nova pintura de seu carro para o restante da temporada da Fórmula 1. A nova coloração possui mais detalhes em vermelho e utiliza um tom de cinza mais escuro que a anterior. Ela foi alterada para reduzir os reflexos provocados pela pintura cromada adotada até então. "A cor foi otimizada para o brilho do sol e holofotes usados nas provas noturnas", segundo descrição do site oficial da escuderia britânica. A nova pintura do MP4-30, o carro utilizado pelos pilotos Fernando Alonso e Jenson Button, estreia no GP da Espanha, neste domingo (10).
esporte
McLaren apresenta nova pintura para o restante da temporada da F-1A McLaren revelou nesta quarta-feira (6) a nova pintura de seu carro para o restante da temporada da Fórmula 1. A nova coloração possui mais detalhes em vermelho e utiliza um tom de cinza mais escuro que a anterior. Ela foi alterada para reduzir os reflexos provocados pela pintura cromada adotada até então. "A cor foi otimizada para o brilho do sol e holofotes usados nas provas noturnas", segundo descrição do site oficial da escuderia britânica. A nova pintura do MP4-30, o carro utilizado pelos pilotos Fernando Alonso e Jenson Button, estreia no GP da Espanha, neste domingo (10).
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Produtor de Bowie e Gaga vê racismo em premiações musicais e diz temer Trump
O americano Nile Rodgers foi um dos nomes mais importantes da música disco nos anos 1970 e 1980, mas ficou mais conhecido por seu trabalho fora do palco, produzindo álbuns de lendas do pop e do rock como David Bowie e Madonna. Mais recentemente, tocou com Lady Gaga e ganhou um Grammy pelo hit "Get Lucky", que compôs com a dupla francesa Daft Punk. * Rodgers interrompe a gravação de seu novo disco para falar por telefone com o repórter Bruno Fávero sobre sua carreira, Donald Trump e o racismo na indústria musical. Neste ano, ele será uma das atrações do palco Sunset do Rock in Rio, onde toca com sua banda Chic no dia 17 de setembro. * A entrevista à coluna foi concedida poucos dias depois de a cantora britânica Adele levar o Grammy de melhor disco do ano por "25", superando o aclamado "Lemonade", de Beyoncé, e suscitando debates sobre um suposto viés racista das premiações. * "A indústria musical é tão racista quanto os Estados Unidos são, é um reflexo do país", afirma Rodgers. "Eu sou um multimilionário e, quando dirijo na rua e vejo um policial, fico preocupado. É parte do nosso sistema, viemos aqui como escravos, não em navios românticos." * Ele próprio já esteve no centro de uma discussão sobre racismo na música. Isso porque nunca havia sido nomeado para o Hall da Fama do Rock'n Roll, apesar de ter produzido discos icônicos e feito muito sucesso com a Chic, que tem hits como "Good Times" e "Le Freak". Em dezembro, Rodgers entrou na lista, mas sua banda teve o nome recusado –pela 11ª vez. * Sem disfarçar a decepção pelas rejeições, ele acredita que o resultado foi, sim, influenciado por preconceito contra a música disco e, em parte, pela questão racial. "Acho que nessas organizações [como o Grammy e o Hall da Fama] as pessoas se baseiam na própria visão de mundo. E, na maioria das vezes, as pessoas que votam veem o mundo de uma perspectiva branca." * Rodgers também critica o governo Trump, do qual diz "ter medo", e afirma "nunca ter visto o país do jeito que está". Fundador do projeto We Are Family, que organiza palestras nos EUA com "jovens líderes" de todo o mundo, ele conta que cinco de seus convidados não conseguiram vistos para ir ao país por conta das restrições à imigração impostas pelo novo presidente. * Apesar da oposição a Trump, Rodgers e outros artistas enviaram uma carta ao novo presidente logo após as eleições, dando parabéns a ele pelo resultado e pedindo uma reforma nas leis americanas de direitos autorais. Ele reage com aparente irritação quando o episódio é mencionado, mas justifica: "Se você vai ter uma luta, precisa começar sabendo contra quem vai lutar". * David Bowie Dos tantos nomes com quem já trabalhou, diz que tocar com Bowie "foi um dos momentos mais divertidos" da sua vida e "olhando para trás, também o mais histórico". Entre outros trabalhos, Rodgers produziu o disco "Let's Dance" (1983), até hoje um dos mais vendidos do britânico. * No ano seguinte, fez "Like a Virgin" com Madonna, primeiro trabalho da artista a atingir o topo das paradas. Conta que após duas semanas trabalhando com a cantora, percebeu que um dia ela seria "a maior estrela do mundo". * Lady Gaga "Ela era determinada, trabalhava muito. Só as pessoas que trabalham como ela atingem esse nível. Pessoas como Madonna e Lady Gaga, que fazem tudo para ser 'performers'. Basta ver o Super Bowl deste ano, por exemplo [em que Lady Gaga se apresentou]: é uma apresentação de dez minutos, mas que envolve um nível de preparação inimaginável." * Apesar de falar com animação sobre parcerias passadas, a conversa sempre volta para os trabalhos recentes. O atual é com o cantor pop Adam Lambert. "Vários projetos começam assim do nada. Estou tocando em casa ou no estúdio e um amigo me liga querendo fazer algo. Foi assim com Bowie, com o Daft Punk e agora com Lambert. Minha vida é bem ok", diz. * Fã de música brasileira, Nile conta que "cresceu ouvindo Tom Jobim", bossa nova e samba. Também tocou com "vários artistas" daqui, entre eles Caetano Veloso. A experiência de que mais gostou, porém, foi um show com o Jota Quest no ano passado no Brazilian Day de Nova York. "Foi meu trabalho mais recente [com brasileiros] e nos divertimos muito", diz. "Havia tipo um milhão de pessoas na plateia. Foi inacreditável".
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Produtor de Bowie e Gaga vê racismo em premiações musicais e diz temer TrumpO americano Nile Rodgers foi um dos nomes mais importantes da música disco nos anos 1970 e 1980, mas ficou mais conhecido por seu trabalho fora do palco, produzindo álbuns de lendas do pop e do rock como David Bowie e Madonna. Mais recentemente, tocou com Lady Gaga e ganhou um Grammy pelo hit "Get Lucky", que compôs com a dupla francesa Daft Punk. * Rodgers interrompe a gravação de seu novo disco para falar por telefone com o repórter Bruno Fávero sobre sua carreira, Donald Trump e o racismo na indústria musical. Neste ano, ele será uma das atrações do palco Sunset do Rock in Rio, onde toca com sua banda Chic no dia 17 de setembro. * A entrevista à coluna foi concedida poucos dias depois de a cantora britânica Adele levar o Grammy de melhor disco do ano por "25", superando o aclamado "Lemonade", de Beyoncé, e suscitando debates sobre um suposto viés racista das premiações. * "A indústria musical é tão racista quanto os Estados Unidos são, é um reflexo do país", afirma Rodgers. "Eu sou um multimilionário e, quando dirijo na rua e vejo um policial, fico preocupado. É parte do nosso sistema, viemos aqui como escravos, não em navios românticos." * Ele próprio já esteve no centro de uma discussão sobre racismo na música. Isso porque nunca havia sido nomeado para o Hall da Fama do Rock'n Roll, apesar de ter produzido discos icônicos e feito muito sucesso com a Chic, que tem hits como "Good Times" e "Le Freak". Em dezembro, Rodgers entrou na lista, mas sua banda teve o nome recusado –pela 11ª vez. * Sem disfarçar a decepção pelas rejeições, ele acredita que o resultado foi, sim, influenciado por preconceito contra a música disco e, em parte, pela questão racial. "Acho que nessas organizações [como o Grammy e o Hall da Fama] as pessoas se baseiam na própria visão de mundo. E, na maioria das vezes, as pessoas que votam veem o mundo de uma perspectiva branca." * Rodgers também critica o governo Trump, do qual diz "ter medo", e afirma "nunca ter visto o país do jeito que está". Fundador do projeto We Are Family, que organiza palestras nos EUA com "jovens líderes" de todo o mundo, ele conta que cinco de seus convidados não conseguiram vistos para ir ao país por conta das restrições à imigração impostas pelo novo presidente. * Apesar da oposição a Trump, Rodgers e outros artistas enviaram uma carta ao novo presidente logo após as eleições, dando parabéns a ele pelo resultado e pedindo uma reforma nas leis americanas de direitos autorais. Ele reage com aparente irritação quando o episódio é mencionado, mas justifica: "Se você vai ter uma luta, precisa começar sabendo contra quem vai lutar". * David Bowie Dos tantos nomes com quem já trabalhou, diz que tocar com Bowie "foi um dos momentos mais divertidos" da sua vida e "olhando para trás, também o mais histórico". Entre outros trabalhos, Rodgers produziu o disco "Let's Dance" (1983), até hoje um dos mais vendidos do britânico. * No ano seguinte, fez "Like a Virgin" com Madonna, primeiro trabalho da artista a atingir o topo das paradas. Conta que após duas semanas trabalhando com a cantora, percebeu que um dia ela seria "a maior estrela do mundo". * Lady Gaga "Ela era determinada, trabalhava muito. Só as pessoas que trabalham como ela atingem esse nível. Pessoas como Madonna e Lady Gaga, que fazem tudo para ser 'performers'. Basta ver o Super Bowl deste ano, por exemplo [em que Lady Gaga se apresentou]: é uma apresentação de dez minutos, mas que envolve um nível de preparação inimaginável." * Apesar de falar com animação sobre parcerias passadas, a conversa sempre volta para os trabalhos recentes. O atual é com o cantor pop Adam Lambert. "Vários projetos começam assim do nada. Estou tocando em casa ou no estúdio e um amigo me liga querendo fazer algo. Foi assim com Bowie, com o Daft Punk e agora com Lambert. Minha vida é bem ok", diz. * Fã de música brasileira, Nile conta que "cresceu ouvindo Tom Jobim", bossa nova e samba. Também tocou com "vários artistas" daqui, entre eles Caetano Veloso. A experiência de que mais gostou, porém, foi um show com o Jota Quest no ano passado no Brazilian Day de Nova York. "Foi meu trabalho mais recente [com brasileiros] e nos divertimos muito", diz. "Havia tipo um milhão de pessoas na plateia. Foi inacreditável".
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Multibilionário Buffett compra grupo alemão de itens para motociclistas
Warren Buffett está acrescentando equipamento de motociclismo à carteira cada vez maior de negócios de seu grupo Berkshire Hathaway, e espera que isso "abra as portas" a novas aquisições na Europa. A Berkshire Hathaway assinou sexta-feira acordo para adquirir a Devlet Louis Motorradvertriebs, cadeia de varejo de roupas e acessórios para motociclismo sediada em Hamburgo, por pouco mais de 400 milhões de euros, depois de anos de buscas, em geral infrutíferas, por empresas a adquirir fora dos Estados Unidos. "Nada como uma aquisição para atrair as atenção das pessoas", disse Buffett. "É algo menor do que o que normalmente fazemos, mas serve para abrir as portas. Gosto do fato de que tenhamos decifrado o código na Alemanha". A Louis se enquadra ao padrão típico das aquisições da Berkshire Hathaway, já que se trata de uma empresa familiar cuja proprietária rejeitou a ideia de vender o grupo a um rival ou a um grupo de capital privado. A companhia se manterá como subsidiária autônoma da Berkshire Hathaway, sob o comando de Ted Wechsler, um dos executivos de investimento de Buffett. Muitas empresas familiares norte-americanas consideram a Berkshire Hathaway como potencial compradora, mas Buffett se preocupa com o fato de que ela seja menos conhecida fora do país, o que limita a oportunidade de expandir uma companhia que cresceu a ponto de se tornar a terceira maior dos Estados Unidos. Ute Louis, que herdou a cadeia de varejo de seu marido, morto em 2012, contatou a Berkshire Hathaway por meio de uma rede de intermediários. Zypora Kupferberg, sua consultora financeira, já havia trabalhado anteriormente com Jim Zipursky, um consultor baseado em Omaha cujo pai, Morley, conhece Buffett há décadas. A Louis conta com 71 lojas na Alemanha e Áustria, e também vende pelo reembolso postal e por um site de comércio eletrônico dirigido à comunidade dos motociclistas. A receita bruta do grupo é de 270 milhões de euros ano, e as lojas empregam 1,6 mil pessoas. A Berkshire Hathaway conta com reservas de US$ 56 bilhões para aquisições, mas precisa encontrar alvos maiores se deseja que as aquisições façam diferença em seu desempenho. O grupo celebrará 50 anos sob o controle de Buffett este ano, e o debate sobre a possível necessidade de dividi-lo vem se tornando mais ruidoso. Buffett planeja uma defesa robusta dos valores duradouros da empresa em sua carta anual aos acionistas, que deve sair dia 28 de fevereiro. Ele disse ao "Financial Times" na sexta-feira que a Europa é uma localização natural para o que define como "caça ao elefante" - a busca de grandes aquisições - e acrescentou que os atuais problemas econômicos do continente não o dissuadiriam. "A Europa tem centenas de milhões de habitantes, rendas elevadas, pessoas produtivas, e por isso é um lugar ótimo em que operar", ele disse. "Os Estados Unidos são meu primeiro amor, mas vejo possibilidades excelentes para nós na Europa". Os Estados Unidos respondem por 85% da receita da Berkshire Hathaway, de acordo com o mais recente relatório anual da companhia. Sua maior aquisição internacional havia sido uma participação acionária controladora de US$ 4 bilhões na Iscar Metalworking, de Israel, em 2006. Em, 2013, uma subsidiária da Berkshire Hathaway pagou US$ 1,1 bilhão por duas divisões da IMI, cotadas na bolsa de Londres. A aquisição da Louis é notável por conta do papel desempenhado por Wechsler, que, em companhia de Todd Combs, vem assumindo papel mais importante na Berkshire Hathaway. Os dois receberam porções da carteira de investimentos da empresa para administrar, e também estão ajudando Buffett em suas transações. Combs teve papel importante na recente aquisição da Duracell junto à Procter & Gamble. Tradução de PAULO MIGLIACCI
mercado
Multibilionário Buffett compra grupo alemão de itens para motociclistasWarren Buffett está acrescentando equipamento de motociclismo à carteira cada vez maior de negócios de seu grupo Berkshire Hathaway, e espera que isso "abra as portas" a novas aquisições na Europa. A Berkshire Hathaway assinou sexta-feira acordo para adquirir a Devlet Louis Motorradvertriebs, cadeia de varejo de roupas e acessórios para motociclismo sediada em Hamburgo, por pouco mais de 400 milhões de euros, depois de anos de buscas, em geral infrutíferas, por empresas a adquirir fora dos Estados Unidos. "Nada como uma aquisição para atrair as atenção das pessoas", disse Buffett. "É algo menor do que o que normalmente fazemos, mas serve para abrir as portas. Gosto do fato de que tenhamos decifrado o código na Alemanha". A Louis se enquadra ao padrão típico das aquisições da Berkshire Hathaway, já que se trata de uma empresa familiar cuja proprietária rejeitou a ideia de vender o grupo a um rival ou a um grupo de capital privado. A companhia se manterá como subsidiária autônoma da Berkshire Hathaway, sob o comando de Ted Wechsler, um dos executivos de investimento de Buffett. Muitas empresas familiares norte-americanas consideram a Berkshire Hathaway como potencial compradora, mas Buffett se preocupa com o fato de que ela seja menos conhecida fora do país, o que limita a oportunidade de expandir uma companhia que cresceu a ponto de se tornar a terceira maior dos Estados Unidos. Ute Louis, que herdou a cadeia de varejo de seu marido, morto em 2012, contatou a Berkshire Hathaway por meio de uma rede de intermediários. Zypora Kupferberg, sua consultora financeira, já havia trabalhado anteriormente com Jim Zipursky, um consultor baseado em Omaha cujo pai, Morley, conhece Buffett há décadas. A Louis conta com 71 lojas na Alemanha e Áustria, e também vende pelo reembolso postal e por um site de comércio eletrônico dirigido à comunidade dos motociclistas. A receita bruta do grupo é de 270 milhões de euros ano, e as lojas empregam 1,6 mil pessoas. A Berkshire Hathaway conta com reservas de US$ 56 bilhões para aquisições, mas precisa encontrar alvos maiores se deseja que as aquisições façam diferença em seu desempenho. O grupo celebrará 50 anos sob o controle de Buffett este ano, e o debate sobre a possível necessidade de dividi-lo vem se tornando mais ruidoso. Buffett planeja uma defesa robusta dos valores duradouros da empresa em sua carta anual aos acionistas, que deve sair dia 28 de fevereiro. Ele disse ao "Financial Times" na sexta-feira que a Europa é uma localização natural para o que define como "caça ao elefante" - a busca de grandes aquisições - e acrescentou que os atuais problemas econômicos do continente não o dissuadiriam. "A Europa tem centenas de milhões de habitantes, rendas elevadas, pessoas produtivas, e por isso é um lugar ótimo em que operar", ele disse. "Os Estados Unidos são meu primeiro amor, mas vejo possibilidades excelentes para nós na Europa". Os Estados Unidos respondem por 85% da receita da Berkshire Hathaway, de acordo com o mais recente relatório anual da companhia. Sua maior aquisição internacional havia sido uma participação acionária controladora de US$ 4 bilhões na Iscar Metalworking, de Israel, em 2006. Em, 2013, uma subsidiária da Berkshire Hathaway pagou US$ 1,1 bilhão por duas divisões da IMI, cotadas na bolsa de Londres. A aquisição da Louis é notável por conta do papel desempenhado por Wechsler, que, em companhia de Todd Combs, vem assumindo papel mais importante na Berkshire Hathaway. Os dois receberam porções da carteira de investimentos da empresa para administrar, e também estão ajudando Buffett em suas transações. Combs teve papel importante na recente aquisição da Duracell junto à Procter & Gamble. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Bellucci vence e vai à semifinal do ATP de Quito
O brasileiro Thomaz Bellucci está na semifinal do ATP 250 de Quito. Nesta sexta-feira (6), o tenista venceu o espanhol Albert Montañes por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 7/6 (8-6), em uma hora e 36 minutos. "Joguei bem hoje. Consegui manter uma regularidade melhor do que nos jogos anteriores. Acabei jogando um game ruim no segundo set que ele me quebrou, mas no geral foi um bom jogo. Estou feliz com essa primeira semi do ano", disse Bellucci. Na briga por uma vaga na final, o número um do país e 72º do mundo vai encarar o dominicano Victor Estrella Burgos, 73º do ranking da ATP, que bateu o eslovaco Martin Klizan, por duplo 6/2. "Vou tentar me impor com o saque igual eu fiz contra o Montañes e manter a consistência também", acrescentou. Com a vaga na semifinal, Bellucci somou 90 pontos e deverá figurar no top 60 do ranking mundial na próxima atualização –segunda-feira.
esporte
Bellucci vence e vai à semifinal do ATP de QuitoO brasileiro Thomaz Bellucci está na semifinal do ATP 250 de Quito. Nesta sexta-feira (6), o tenista venceu o espanhol Albert Montañes por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 7/6 (8-6), em uma hora e 36 minutos. "Joguei bem hoje. Consegui manter uma regularidade melhor do que nos jogos anteriores. Acabei jogando um game ruim no segundo set que ele me quebrou, mas no geral foi um bom jogo. Estou feliz com essa primeira semi do ano", disse Bellucci. Na briga por uma vaga na final, o número um do país e 72º do mundo vai encarar o dominicano Victor Estrella Burgos, 73º do ranking da ATP, que bateu o eslovaco Martin Klizan, por duplo 6/2. "Vou tentar me impor com o saque igual eu fiz contra o Montañes e manter a consistência também", acrescentou. Com a vaga na semifinal, Bellucci somou 90 pontos e deverá figurar no top 60 do ranking mundial na próxima atualização –segunda-feira.
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STF decide hoje se ex-diretor da Petrobras fica solto ou retorna à prisão
Uma turma de quatro ministros do Supremo Tribunal Federal julga nesta terça-feira (10) se mantém o ex-diretor da Petrobras Renato Duque livre ou se ele volta à carceragem da Polícia Federal de Curitiba, onde estão detidos os investigados pela Operação Lava Jato. Duque foi solto em 3 de dezembro em caráter liminar (provisório) por decisão do ministro Teori Zavascki, após ficar detido por 19 dias. A sessão do Supremo desta terça é considerada por vários advogados de empreiteiras como um teste sobre as relações do Supremo com o juiz federal Sergio Moro. Se o Supremo endossar a decisão de Teori e mantiver Duque livre, segundo esses advogados, é sinal de que não apoiam as decisões de Moro. Se optarem por mandar Duque de volta à prisão, o juiz sai ainda mais fortalecido. Além de Teori, a turma que julgará Duque é integrada por Celso de Mello, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia. A liberdade do executivo foi a única vitória robusta que os advogados que atuam na Lava Jato obtiveram até agora. Ao decidir que Duque deveria ser solto, Teori disse que ter conta ilegal no exterior não era motivo que justificasse a prisão do executivo. Um dos delatores da Lava Jato, o ex-gerente Pedro Barusco, disse que Duque recebeu entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões em propina em contas na Suíça e entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões no Brasil. O advogado de Duque, Renato de Moraes, refuta que seu cliente tenha recebido suborno e diz que a decisão de Teori foi exclusivamente técnica e deve ser mantida. "Não acredito que o Supremo vá romper a sua tradição de não se vergar às pressões externas", afirma.
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STF decide hoje se ex-diretor da Petrobras fica solto ou retorna à prisãoUma turma de quatro ministros do Supremo Tribunal Federal julga nesta terça-feira (10) se mantém o ex-diretor da Petrobras Renato Duque livre ou se ele volta à carceragem da Polícia Federal de Curitiba, onde estão detidos os investigados pela Operação Lava Jato. Duque foi solto em 3 de dezembro em caráter liminar (provisório) por decisão do ministro Teori Zavascki, após ficar detido por 19 dias. A sessão do Supremo desta terça é considerada por vários advogados de empreiteiras como um teste sobre as relações do Supremo com o juiz federal Sergio Moro. Se o Supremo endossar a decisão de Teori e mantiver Duque livre, segundo esses advogados, é sinal de que não apoiam as decisões de Moro. Se optarem por mandar Duque de volta à prisão, o juiz sai ainda mais fortalecido. Além de Teori, a turma que julgará Duque é integrada por Celso de Mello, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia. A liberdade do executivo foi a única vitória robusta que os advogados que atuam na Lava Jato obtiveram até agora. Ao decidir que Duque deveria ser solto, Teori disse que ter conta ilegal no exterior não era motivo que justificasse a prisão do executivo. Um dos delatores da Lava Jato, o ex-gerente Pedro Barusco, disse que Duque recebeu entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões em propina em contas na Suíça e entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões no Brasil. O advogado de Duque, Renato de Moraes, refuta que seu cliente tenha recebido suborno e diz que a decisão de Teori foi exclusivamente técnica e deve ser mantida. "Não acredito que o Supremo vá romper a sua tradição de não se vergar às pressões externas", afirma.
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Anatomia de um erro
HOUVE UM erro na cirurgia do quadril de Pelé. Sem entrar em questões técnicas que não cabem neste espaço, e independentemente da versão do operado, também não habilitado para explicá-lo, os fatos são os seguintes: 1. Pelé foi operado no Hospital Albert Einstein em novembro de 2012 pelo ortopedista Roberto Dantas, indicado por sua (de Pelé) filha, a fisioterapeuta Flávia Kurtz; 2. Pelé nem sempre seguiu à risca o tratamento fisioterapêutico para a completa recuperação, ao exagerar nos exercícios, muitas vezes sozinho, para apressar o fim das dores. Era para fazer um movimento dez vezes Fazia o dobro, vendo um jogo de futebol na televisão; 3. As dores não cessaram e Pelé mandou as radiografias pós-operatórias para o médico grego John Xethalis, em Nova York, com quem trabalhou no Cosmos quando lá jogou, entre 1975 e 1977; 4. Xethalis acusou um erro na prótese, milimetricamente menor do que deveria ser. Recomendou-se a Pelé procurar o doutor Mark Philippon, considerado o Pelé do quadril nos Estados Unidos, cirurgião especializado em medicina esportiva, que trabalha em Vail, Colorado, famosa estação de esqui e, por motivos óbvios, repleta de acidentes. 5. Philippon concordou com o diagnóstico de Xethalis e Pelé, que continuava com dores e com dificuldades ao caminhar, resolveu operar-se novamente para corrigir o problema; 6. Quem o operou no Brasil também propôs que ele ouvisse uma terceira opinião nos Estados Unidos, coisa que fez, quando foram confirmados os dois diagnósticos. Errar erramos todos. Nós, jornalistas, apesar de nem todos o fazerem, temos sempre a oportunidade de corrigir o erro factual e, eventualmente, consertar o prejuízo causado a terceiros. Erros médicos são incomparavelmente mais graves, embora o jornalismo seja também tristemente célebre por assassinar reputações. São raríssimos, porém, os casos de reconhecimento de erros médicos e dependem de avaliações dos conselhos de medicina, nem sempre isentos, porque corporativistas. O termo máfia de branco não surgiu à toa. Daí responsabilizar o hospital por um erro médico vai distância. Quem operou Pelé no Einstein, por exemplo, não é da equipe do hospital, que apenas cedeu seu espaço e equipamentos a um médico, registre-se, devidamente credenciado pela instituição. Ao responder tão singelamente na entrevista que deu à Folha a razão de ter ido para os Estados Unidos para nova operação, até entrando em detalhes sobre o número de pinos para fixação da prótese, certamente não era intenção de Pelé atrapalhar a vida de ninguém, embora tenha sido perceptível, digamos, o desabafo de quem sofreu por mais de três anos entre uma cirurgia e outra, a segunda em dezembro de 2015. Em resumo, por magoado que esteja por todo sofrimento que passou e que só agora encontra seu termo, Pelé não pretendeu afetar a reputação de quem o operou em São Paulo que, por sinal, é tido como ótimo ortopedista –e não reconhece equívoco algum. Tudo que Pelé diz repercute mundialmente. Não seria agora que aconteceria diferente e teria repercutido menos com a simples admissão do erro.
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Anatomia de um erroHOUVE UM erro na cirurgia do quadril de Pelé. Sem entrar em questões técnicas que não cabem neste espaço, e independentemente da versão do operado, também não habilitado para explicá-lo, os fatos são os seguintes: 1. Pelé foi operado no Hospital Albert Einstein em novembro de 2012 pelo ortopedista Roberto Dantas, indicado por sua (de Pelé) filha, a fisioterapeuta Flávia Kurtz; 2. Pelé nem sempre seguiu à risca o tratamento fisioterapêutico para a completa recuperação, ao exagerar nos exercícios, muitas vezes sozinho, para apressar o fim das dores. Era para fazer um movimento dez vezes Fazia o dobro, vendo um jogo de futebol na televisão; 3. As dores não cessaram e Pelé mandou as radiografias pós-operatórias para o médico grego John Xethalis, em Nova York, com quem trabalhou no Cosmos quando lá jogou, entre 1975 e 1977; 4. Xethalis acusou um erro na prótese, milimetricamente menor do que deveria ser. Recomendou-se a Pelé procurar o doutor Mark Philippon, considerado o Pelé do quadril nos Estados Unidos, cirurgião especializado em medicina esportiva, que trabalha em Vail, Colorado, famosa estação de esqui e, por motivos óbvios, repleta de acidentes. 5. Philippon concordou com o diagnóstico de Xethalis e Pelé, que continuava com dores e com dificuldades ao caminhar, resolveu operar-se novamente para corrigir o problema; 6. Quem o operou no Brasil também propôs que ele ouvisse uma terceira opinião nos Estados Unidos, coisa que fez, quando foram confirmados os dois diagnósticos. Errar erramos todos. Nós, jornalistas, apesar de nem todos o fazerem, temos sempre a oportunidade de corrigir o erro factual e, eventualmente, consertar o prejuízo causado a terceiros. Erros médicos são incomparavelmente mais graves, embora o jornalismo seja também tristemente célebre por assassinar reputações. São raríssimos, porém, os casos de reconhecimento de erros médicos e dependem de avaliações dos conselhos de medicina, nem sempre isentos, porque corporativistas. O termo máfia de branco não surgiu à toa. Daí responsabilizar o hospital por um erro médico vai distância. Quem operou Pelé no Einstein, por exemplo, não é da equipe do hospital, que apenas cedeu seu espaço e equipamentos a um médico, registre-se, devidamente credenciado pela instituição. Ao responder tão singelamente na entrevista que deu à Folha a razão de ter ido para os Estados Unidos para nova operação, até entrando em detalhes sobre o número de pinos para fixação da prótese, certamente não era intenção de Pelé atrapalhar a vida de ninguém, embora tenha sido perceptível, digamos, o desabafo de quem sofreu por mais de três anos entre uma cirurgia e outra, a segunda em dezembro de 2015. Em resumo, por magoado que esteja por todo sofrimento que passou e que só agora encontra seu termo, Pelé não pretendeu afetar a reputação de quem o operou em São Paulo que, por sinal, é tido como ótimo ortopedista –e não reconhece equívoco algum. Tudo que Pelé diz repercute mundialmente. Não seria agora que aconteceria diferente e teria repercutido menos com a simples admissão do erro.
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O negócio das CPIs
BRASÍLIA - A entrevista de Joesley Batista não se limitou às acusações contra Michel Temer e seu grupo, que o empresário definiu como "a quadrilha mais perigosa do Brasil". Ele também deu uma aula sobre o financiamento ilegal de campanhas e a máquina de fazer negócios nas CPIs. As comissões parlamentares de inquérito sempre foram um circo, mas já ajudaram a combater a corrupção. Recentemente, reduziram-se a fábricas de novos escândalos. Em outubro, o ex-senador Gim Argello foi condenado a 19 anos de prisão por cobrar propina de empreiteiras em duas CPIs sobre a Petrobras. Segundo Joesley, a engrenagem se profissionalizou em 2015, quando Eduardo Cunha assumiu a presidência da Câmara. "Aí virou CPI para cá, achaque para lá. Tinha de tudo", contou à revista "Época". O delator ilustrou a história com um relato em primeira pessoa. Ele disse que Cunha o ameaçou com a abertura de uma comissão para investigar empréstimos à JBS. "É o seguinte: você me dá R$ 5 milhões que eu acabo com a CPI", propôs o ex-deputado, de acordo com Joesley. O empresário disse que recusou o acordo, mas Cunha não deu o braço a torcer. "Seu concorrente me paga R$ 5 milhões para abrir essa CPI", teria respondido o peemedebista. Joesley é um criminoso e não deveria estar solto, mas sua delação pode ajudar a desmontar uma máquina de chantagem parlamentar. Só na gestão Cunha, cinco CPIs mereciam ser revisitadas: da Petrobras, do Carf, do BNDES, dos fundos de pensão e até do DPVAT, o seguro dos automóveis. Um deputado que integrou a comissão do Carf garante que a investigação encontrará muitos Argellos. Ele diz que os procuradores poderão pedir adicional de insalubridade. * Temer agora quer que Joesley o indenize por danos morais. Faltou explicar como o presidente espera receber o pagamento: por via bancária ou em espécie, na mala de um aliado?
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O negócio das CPIsBRASÍLIA - A entrevista de Joesley Batista não se limitou às acusações contra Michel Temer e seu grupo, que o empresário definiu como "a quadrilha mais perigosa do Brasil". Ele também deu uma aula sobre o financiamento ilegal de campanhas e a máquina de fazer negócios nas CPIs. As comissões parlamentares de inquérito sempre foram um circo, mas já ajudaram a combater a corrupção. Recentemente, reduziram-se a fábricas de novos escândalos. Em outubro, o ex-senador Gim Argello foi condenado a 19 anos de prisão por cobrar propina de empreiteiras em duas CPIs sobre a Petrobras. Segundo Joesley, a engrenagem se profissionalizou em 2015, quando Eduardo Cunha assumiu a presidência da Câmara. "Aí virou CPI para cá, achaque para lá. Tinha de tudo", contou à revista "Época". O delator ilustrou a história com um relato em primeira pessoa. Ele disse que Cunha o ameaçou com a abertura de uma comissão para investigar empréstimos à JBS. "É o seguinte: você me dá R$ 5 milhões que eu acabo com a CPI", propôs o ex-deputado, de acordo com Joesley. O empresário disse que recusou o acordo, mas Cunha não deu o braço a torcer. "Seu concorrente me paga R$ 5 milhões para abrir essa CPI", teria respondido o peemedebista. Joesley é um criminoso e não deveria estar solto, mas sua delação pode ajudar a desmontar uma máquina de chantagem parlamentar. Só na gestão Cunha, cinco CPIs mereciam ser revisitadas: da Petrobras, do Carf, do BNDES, dos fundos de pensão e até do DPVAT, o seguro dos automóveis. Um deputado que integrou a comissão do Carf garante que a investigação encontrará muitos Argellos. Ele diz que os procuradores poderão pedir adicional de insalubridade. * Temer agora quer que Joesley o indenize por danos morais. Faltou explicar como o presidente espera receber o pagamento: por via bancária ou em espécie, na mala de um aliado?
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Economia só volta a crescer no 1º trimestre de 2017, diz Fazenda
A economia só deve voltar a crescer no primeiro trimestre de 2017, afirmou nesta quarta-feira (30) o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk, ao comentar a queda de 0,8% do PIB (Produto Interno Bruto) entre julho e setembro deste ano. "Na nossa melhor projeção, a economia vai começar a reagir no primeiro trimestre de 2017, ou seja, não vai haver crescimento no quarto trimestre de 2016", afirmou o secretário. Ele afirmou que a divulgação do IBGE "surpreendeu positivamente" o mercado. "O consenso dos analistas era de que o PIB do terceiro trimestre cairia 0,9%. Como [a queda] foi de 0,8%, foi melhor, ou menos pior, do que o esperado. Surpreendeu positivamente". Kanczuk declarou ainda que o Ministério da Fazenda "é sensível aos números da economia", mas que dar estímulo fiscal para as empresas não é o caminho mais indicado. "Temos trabalho em várias reformas microeconômicas para aumentar ganhos de produtividade. A leitura da Fazenda é que não é solução para a economia dar estímulos fiscais, porque essa é a razão para estarmos na crise que estamos agora". O elevado endividamento das empresas, que se refletiu na queda dos investimentos, foi o grande responsável pela queda na atividade econômica, de acordo com ele, e decorreu de condições anteriores ao estabelecimento da nova agenda econômica do governo. PIB por setores "A taxa de investimentos está baixa, mas houve um problema fiscal, a queda de confiança no passado, o que puxou os investimentos para baixo", disse. De acordo com ele, essa situação foi revertida com o ajuste fiscal proposto pelo governo, o que devolveu confiança ao mercado. "Essa confiança vai fazer o investimento voltar, e com o investimento voltando, a economia volta", declarou. O secretário lembrou que as projeções para 2016 e 2017 não foram alteradas —ou seja, uma previsão de retração de 3,5% para 2016 e crescimento de 1% para 2017. "Esse [crescimento de 1% em 2017] é o melhor número que a gente tem, com os nossos modelos. Eu considero que 1% é extremamente próximo de 0,98%", afirmou Kanczuk, ao explicar por que a pasta não reduziu sua projeção para o crescimento do PIB do ano que vem para 0,98%, como fizeram os analistas entrevistados pelo Boletim Focus, do Banco Central. O secretário não deu projeção para a redução de receitas esperadas para o ano que vem com a previsão de um PIB menor. "Para projetar a receita não basta PIB, tem que olhar massa salarial, câmbio, inflação, deflator do PIB e juros. Essa conta está sendo feita e vamos divulgar o número que obtivermos no momento adequado", disse. - O PIB, Produto Interno Bruto, é um dos principais indicadores de uma economia. Ele revela o valor adicionado à economia em um determinado período. O PIB pode ser calculado pela ótica da oferta e pela ótica da demanda. Os métodos devem apresentar o mesmo resultado. Desde o último trimestre de 2014, o IBGE passou a aplicar diretrizes da ONU que alteraram parcialmente os cálculos para o PIB. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento, prospecção e avaliação de recursos minerais (mesmo que não sejam encontradas, por exemplo, jazidas de minério ou petróleo) e aquisição de softwares passaram a ser contabilizados no PIB. Antes, eram encarados como despesas intermediárias e descontadas do cálculo. Pela nova metodologia, os gastos governamentais com a compra de equipamentos militares também passam a ser considerados como investimento, por exemplo. Entenda o que é o PIB
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Economia só volta a crescer no 1º trimestre de 2017, diz FazendaA economia só deve voltar a crescer no primeiro trimestre de 2017, afirmou nesta quarta-feira (30) o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk, ao comentar a queda de 0,8% do PIB (Produto Interno Bruto) entre julho e setembro deste ano. "Na nossa melhor projeção, a economia vai começar a reagir no primeiro trimestre de 2017, ou seja, não vai haver crescimento no quarto trimestre de 2016", afirmou o secretário. Ele afirmou que a divulgação do IBGE "surpreendeu positivamente" o mercado. "O consenso dos analistas era de que o PIB do terceiro trimestre cairia 0,9%. Como [a queda] foi de 0,8%, foi melhor, ou menos pior, do que o esperado. Surpreendeu positivamente". Kanczuk declarou ainda que o Ministério da Fazenda "é sensível aos números da economia", mas que dar estímulo fiscal para as empresas não é o caminho mais indicado. "Temos trabalho em várias reformas microeconômicas para aumentar ganhos de produtividade. A leitura da Fazenda é que não é solução para a economia dar estímulos fiscais, porque essa é a razão para estarmos na crise que estamos agora". O elevado endividamento das empresas, que se refletiu na queda dos investimentos, foi o grande responsável pela queda na atividade econômica, de acordo com ele, e decorreu de condições anteriores ao estabelecimento da nova agenda econômica do governo. PIB por setores "A taxa de investimentos está baixa, mas houve um problema fiscal, a queda de confiança no passado, o que puxou os investimentos para baixo", disse. De acordo com ele, essa situação foi revertida com o ajuste fiscal proposto pelo governo, o que devolveu confiança ao mercado. "Essa confiança vai fazer o investimento voltar, e com o investimento voltando, a economia volta", declarou. O secretário lembrou que as projeções para 2016 e 2017 não foram alteradas —ou seja, uma previsão de retração de 3,5% para 2016 e crescimento de 1% para 2017. "Esse [crescimento de 1% em 2017] é o melhor número que a gente tem, com os nossos modelos. Eu considero que 1% é extremamente próximo de 0,98%", afirmou Kanczuk, ao explicar por que a pasta não reduziu sua projeção para o crescimento do PIB do ano que vem para 0,98%, como fizeram os analistas entrevistados pelo Boletim Focus, do Banco Central. O secretário não deu projeção para a redução de receitas esperadas para o ano que vem com a previsão de um PIB menor. "Para projetar a receita não basta PIB, tem que olhar massa salarial, câmbio, inflação, deflator do PIB e juros. Essa conta está sendo feita e vamos divulgar o número que obtivermos no momento adequado", disse. - O PIB, Produto Interno Bruto, é um dos principais indicadores de uma economia. Ele revela o valor adicionado à economia em um determinado período. O PIB pode ser calculado pela ótica da oferta e pela ótica da demanda. Os métodos devem apresentar o mesmo resultado. Desde o último trimestre de 2014, o IBGE passou a aplicar diretrizes da ONU que alteraram parcialmente os cálculos para o PIB. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento, prospecção e avaliação de recursos minerais (mesmo que não sejam encontradas, por exemplo, jazidas de minério ou petróleo) e aquisição de softwares passaram a ser contabilizados no PIB. Antes, eram encarados como despesas intermediárias e descontadas do cálculo. Pela nova metodologia, os gastos governamentais com a compra de equipamentos militares também passam a ser considerados como investimento, por exemplo. Entenda o que é o PIB
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Guarda-chuva e pau de selfie são itens proibidos no Lolla; veja outros
Embora não chova mais em Interlagos, o mau tempo desta manhã de domingo (29), fez com que o preço das capas de chuva vendidas na porta do Lollapalooza dobrasse: se ontem custavam R$ 5, agora estão por R$ 10. É que quem quiser se precaver contra uma possível volta da chuva —e esquecer sua capa em casa— não terá muita opção, já que os guarda-chuvas estão entre os itens proibidos pela organização do evento. Além dele, também podem ser descartados na entrada do evento (que terá revista corporal), objetos como câmeras fotográficas profissionais ou com lente destacável, cartazes de papelão grosso ou fixados a madeira e canudos rígidos, objetos de vidro, garrafas, bebidas, capacetes, cadeiras ou bancos. Também estão proibidos objetos pontiagudos, cortantes ou perfurantes, fogos de artifício, substâncias inflamáveis ou corrosivas e, claro, armas de fogo ou brancas. Entre os animais, apenas cães-guia identificados poderão entrar. Curiosamente, um item da moda também não deve ser visto no Lolla: o pau de selfie não será permitido. No entanto, o público que quiser fazer suas selfies pode contar com o "totem" de quatro metros de altura, instalado próximo ao palco Axe, onde é possível subir para fotografar-se.
ilustrada
Guarda-chuva e pau de selfie são itens proibidos no Lolla; veja outrosEmbora não chova mais em Interlagos, o mau tempo desta manhã de domingo (29), fez com que o preço das capas de chuva vendidas na porta do Lollapalooza dobrasse: se ontem custavam R$ 5, agora estão por R$ 10. É que quem quiser se precaver contra uma possível volta da chuva —e esquecer sua capa em casa— não terá muita opção, já que os guarda-chuvas estão entre os itens proibidos pela organização do evento. Além dele, também podem ser descartados na entrada do evento (que terá revista corporal), objetos como câmeras fotográficas profissionais ou com lente destacável, cartazes de papelão grosso ou fixados a madeira e canudos rígidos, objetos de vidro, garrafas, bebidas, capacetes, cadeiras ou bancos. Também estão proibidos objetos pontiagudos, cortantes ou perfurantes, fogos de artifício, substâncias inflamáveis ou corrosivas e, claro, armas de fogo ou brancas. Entre os animais, apenas cães-guia identificados poderão entrar. Curiosamente, um item da moda também não deve ser visto no Lolla: o pau de selfie não será permitido. No entanto, o público que quiser fazer suas selfies pode contar com o "totem" de quatro metros de altura, instalado próximo ao palco Axe, onde é possível subir para fotografar-se.
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Para Temer, nova denúncia será de 'uma inépcia grande'
Em uma escalada contra Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer disse que não está preocupado com uma nova denúncia contra ele e disse que ela será "de uma inépcia grande". A crítica foi feita durante viagem do peemedebista à China, em entrevista concedida à TV Bandeirantes. No dia anterior, o presidente havia afirmado a assessores e aliados que o procurador-geral da República está agindo de forma afoita. "Eu tenho a mais absoluta convicção de que se vier, será uma singeleza e, para não dizer, de uma inépcia grande. Eu não tenho nenhuma preocupação", disse. Ele disse que o assunto será tratado por seu advogado, Antonio Mariz de Oliveira, e enfatizou que está "muito bem despreocupado em qualquer hipótese de denúncia". "Não tenho nenhuma preocupação e estou preocupado em levar o Brasil adiante, que é o que estamos fazendo", afirmou. A expectativa é de que a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresente a nova acusação nesta semana, o que chegou a levar o presidente a considerar um retorno antecipado ao Brasil. Ele foi convencido, contudo, a permanecer na China, até o final do encontro dos BRICS, para evitar uma repercussão negativa, passando a mensagem pública de que estaria apreensivo. "Eu cogitei, mais ou menos, quem sabe, eu saio na segunda-feira à noite, que será período da manhã no Brasil, chego mais ou menos às 11 horas e poderei acompanhar a votação [da meta fiscal]. Mas simplesmente isso, nada decidido ainda, nada decidido", afirmou. Na entrevista, o peemedebista disse ainda que a relação comercial entre Brasil e China é "muito sólida" e afirmou que se considera amigo do presidente chinês Xi Jinping. "Vou ser um pouco ousado, mas praticamente amizade. Você sabe que é a quinta vez que eu me encontro com ele. E nós nos encontraremos pela sexta vez", disse.
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Para Temer, nova denúncia será de 'uma inépcia grande'Em uma escalada contra Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer disse que não está preocupado com uma nova denúncia contra ele e disse que ela será "de uma inépcia grande". A crítica foi feita durante viagem do peemedebista à China, em entrevista concedida à TV Bandeirantes. No dia anterior, o presidente havia afirmado a assessores e aliados que o procurador-geral da República está agindo de forma afoita. "Eu tenho a mais absoluta convicção de que se vier, será uma singeleza e, para não dizer, de uma inépcia grande. Eu não tenho nenhuma preocupação", disse. Ele disse que o assunto será tratado por seu advogado, Antonio Mariz de Oliveira, e enfatizou que está "muito bem despreocupado em qualquer hipótese de denúncia". "Não tenho nenhuma preocupação e estou preocupado em levar o Brasil adiante, que é o que estamos fazendo", afirmou. A expectativa é de que a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresente a nova acusação nesta semana, o que chegou a levar o presidente a considerar um retorno antecipado ao Brasil. Ele foi convencido, contudo, a permanecer na China, até o final do encontro dos BRICS, para evitar uma repercussão negativa, passando a mensagem pública de que estaria apreensivo. "Eu cogitei, mais ou menos, quem sabe, eu saio na segunda-feira à noite, que será período da manhã no Brasil, chego mais ou menos às 11 horas e poderei acompanhar a votação [da meta fiscal]. Mas simplesmente isso, nada decidido ainda, nada decidido", afirmou. Na entrevista, o peemedebista disse ainda que a relação comercial entre Brasil e China é "muito sólida" e afirmou que se considera amigo do presidente chinês Xi Jinping. "Vou ser um pouco ousado, mas praticamente amizade. Você sabe que é a quinta vez que eu me encontro com ele. E nós nos encontraremos pela sexta vez", disse.
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Famílias criam galinhas e vendem ovo caipira a 50 metros da Vila Olímpica
Vila de pescadores ITALO NOGUEIRA DO RIO Cinquenta passos separam o som das folhagens e cacarejo das galinhas do barulho dos carros e ônibus da avenida Salvador Allende, em frente à Vila Olímpica. Da calçada em frente ao condomínio dos atletas, é possível ver dezenas placas brilhando de novas indicando a direção das arenas dos Jogos Olímpicos do Rio. A única que destoa é uma placa de madeira velha, já úmida e mofada, presa num portão em nível abaixo da calçada recém inaugurada, com o anúncio "Ovos Caipira [sic]. 10,00 dz [dúzia]", que fica na entrada de uma vila de pescadores às margens da lagoa de Jacarepaguá. Do portão do galinheiro, a cerca de 50 metros da Vila Olímpica, é possível ver as bandeiras das delegações da Romênia, Bahamas, Honduras, Seychelles e Suíça. Do outro extremo do quintal, está à vista a cobertura do Estádio de Esportes Aquáticos. As 14 casas da pequena colônia não são percebidas pela "família olímpica", acomodada nos 31 edifícios da Vila Olímpica e que passa por ali em ônibus, correndo e até em treinos de bicicleta. Uma sequência de árvores esconde uma roça em meio ao burburinho dos Jogos. "A gente está melhor aqui. Ali eles têm violência e os problemas da cidade", disse Rogério Ramos, 46, que mora no local há 29 anos. Oito famílias vivem nas casas alinhadas com a margem da lagoa. As demais construções eram usadas como base para pescadores que trabalhavam antes da poluição completa das águas. AREIA BRANCA "Isso aqui era tudo areia branca. Na lagoa tinha robalo, tainha e até camarão pitu. Era uma delícia", disse Tânia Costa, de 56 anos, 20 deles vividos na pequena vila. A área dos Jogos era um pântano quando os pescadores se instalaram, há cerca de 50 anos. A partir da década de 1970, foram construídos o Riocentro —centro de convenções usado na Olimpíada— e centenas de condomínios. O mais recente, usado para abrigar os atletas. Os condomínios, no entanto, chegaram antes do sistema de esgoto. A poluição praticamente acabou com a vida na lagoa de Jacarepaguá. De acordo com a Cedae, até 2007, ano dos Jogos Pan-Americanos, nenhum esgoto era tratado na região da lagoa. Agora, cerca de 20% dos moradores ainda não estão ligados à rede coletora. "Nunca poluímos a lagoa. Temos uma fossa e a cada seis meses vem um caminhão levar tudo. Quem polui são eles lá", disse Costa, apontando para os condomínios na outra margem. Com a morte da lagoa e o fim da pesca na região, alguns passaram a se deslocar para outros rios para trabalhar. Outros, iniciaram a criação de galinhas ali mesmo. Ao longo de todo esse tempo, a colônia se manteve praticamente da mesma forma. As casas atuais foram erguidas com ajuda de uma ONG na década de 1990. "Ninguém invadiu isso aqui por causa da gente. Se não fôssemos nós, isso aqui já era um favela", disse Sebastião Falque, 59. A colônia fica próxima à Vila Autódromo, favela vizinha ao Parque Olímpico do Barra de onde foram removidas cerca de 500 famílias -apenas 20 ficaram, com casas novas. Tânia Costa afirma que eles devem ser o próximo alvo das remoções. "Já recebemos notificações. Isso aqui deve virar um parque para eles ali", diz ela, referindo-se aos futuros moradores da Ilha Pura. ADAPTAÇÃO OLÍMPICA A chegada da Olimpíada foi observada à distância. Num primeiro momento, sequer sabiam que os 31 prédios que eram construídos ali seriam destinados aos Jogos. O movimento de operários despertou o interesse de Costa, que viu ali mais uma oportunidade de renda. Cadeiras e mesas de plásticos, uma mesa de sinuca, um caça-níquel e caixas de som passaram a dividir o espaço do quintal com as galinhas, gatos e cachorros. "Comecei a ir no canteiro e chamar o pessoal para vir comer aqui. Montei esse restaurante que funcionou bem por dois anos. Muitos eram do Nordeste e diziam: 'Ah, isso é igual à minha terra", disse. Costa conta que nenhum membro da "família olímpica" se arriscou a entrar pelo portão onde se anuncia a venda de ovos caipiras. Mas ela aguarda com carinho atletas e demais credenciados. "Quero que eles venham e tragam seus dólares!", disse ela, para em seguida dar comida às galinhas.
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Famílias criam galinhas e vendem ovo caipira a 50 metros da Vila Olímpica Vila de pescadores ITALO NOGUEIRA DO RIO Cinquenta passos separam o som das folhagens e cacarejo das galinhas do barulho dos carros e ônibus da avenida Salvador Allende, em frente à Vila Olímpica. Da calçada em frente ao condomínio dos atletas, é possível ver dezenas placas brilhando de novas indicando a direção das arenas dos Jogos Olímpicos do Rio. A única que destoa é uma placa de madeira velha, já úmida e mofada, presa num portão em nível abaixo da calçada recém inaugurada, com o anúncio "Ovos Caipira [sic]. 10,00 dz [dúzia]", que fica na entrada de uma vila de pescadores às margens da lagoa de Jacarepaguá. Do portão do galinheiro, a cerca de 50 metros da Vila Olímpica, é possível ver as bandeiras das delegações da Romênia, Bahamas, Honduras, Seychelles e Suíça. Do outro extremo do quintal, está à vista a cobertura do Estádio de Esportes Aquáticos. As 14 casas da pequena colônia não são percebidas pela "família olímpica", acomodada nos 31 edifícios da Vila Olímpica e que passa por ali em ônibus, correndo e até em treinos de bicicleta. Uma sequência de árvores esconde uma roça em meio ao burburinho dos Jogos. "A gente está melhor aqui. Ali eles têm violência e os problemas da cidade", disse Rogério Ramos, 46, que mora no local há 29 anos. Oito famílias vivem nas casas alinhadas com a margem da lagoa. As demais construções eram usadas como base para pescadores que trabalhavam antes da poluição completa das águas. AREIA BRANCA "Isso aqui era tudo areia branca. Na lagoa tinha robalo, tainha e até camarão pitu. Era uma delícia", disse Tânia Costa, de 56 anos, 20 deles vividos na pequena vila. A área dos Jogos era um pântano quando os pescadores se instalaram, há cerca de 50 anos. A partir da década de 1970, foram construídos o Riocentro —centro de convenções usado na Olimpíada— e centenas de condomínios. O mais recente, usado para abrigar os atletas. Os condomínios, no entanto, chegaram antes do sistema de esgoto. A poluição praticamente acabou com a vida na lagoa de Jacarepaguá. De acordo com a Cedae, até 2007, ano dos Jogos Pan-Americanos, nenhum esgoto era tratado na região da lagoa. Agora, cerca de 20% dos moradores ainda não estão ligados à rede coletora. "Nunca poluímos a lagoa. Temos uma fossa e a cada seis meses vem um caminhão levar tudo. Quem polui são eles lá", disse Costa, apontando para os condomínios na outra margem. Com a morte da lagoa e o fim da pesca na região, alguns passaram a se deslocar para outros rios para trabalhar. Outros, iniciaram a criação de galinhas ali mesmo. Ao longo de todo esse tempo, a colônia se manteve praticamente da mesma forma. As casas atuais foram erguidas com ajuda de uma ONG na década de 1990. "Ninguém invadiu isso aqui por causa da gente. Se não fôssemos nós, isso aqui já era um favela", disse Sebastião Falque, 59. A colônia fica próxima à Vila Autódromo, favela vizinha ao Parque Olímpico do Barra de onde foram removidas cerca de 500 famílias -apenas 20 ficaram, com casas novas. Tânia Costa afirma que eles devem ser o próximo alvo das remoções. "Já recebemos notificações. Isso aqui deve virar um parque para eles ali", diz ela, referindo-se aos futuros moradores da Ilha Pura. ADAPTAÇÃO OLÍMPICA A chegada da Olimpíada foi observada à distância. Num primeiro momento, sequer sabiam que os 31 prédios que eram construídos ali seriam destinados aos Jogos. O movimento de operários despertou o interesse de Costa, que viu ali mais uma oportunidade de renda. Cadeiras e mesas de plásticos, uma mesa de sinuca, um caça-níquel e caixas de som passaram a dividir o espaço do quintal com as galinhas, gatos e cachorros. "Comecei a ir no canteiro e chamar o pessoal para vir comer aqui. Montei esse restaurante que funcionou bem por dois anos. Muitos eram do Nordeste e diziam: 'Ah, isso é igual à minha terra", disse. Costa conta que nenhum membro da "família olímpica" se arriscou a entrar pelo portão onde se anuncia a venda de ovos caipiras. Mas ela aguarda com carinho atletas e demais credenciados. "Quero que eles venham e tragam seus dólares!", disse ela, para em seguida dar comida às galinhas.
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Crianças ficam carecas para ajudar luta contra câncer infantil no Canadá
Você teria coragem de raspar o cabelo? E se isso ajudasse crianças com câncer? O projeto "Balding for Dollars" (algo como "calvície por dólares", em tradução livre) propôs que crianças ficassem carecas ou cortassem parte do cabelo para chamar a atenção para a luta contra o câncer infantil. O encontro, que aconteceu no último sábado (23) na cidade canadense de Vancouver, tinha como objetivo arrecadar dinheiro para ajudar nas pesquisas sobre a doença desenvolvidas em um hospital infantil vinculado à Universidade British Columbia, no Canadá. No total, 80 participantes rasparam suas cabeças. CASO BRASILEIRO No Brasil, uma campanha parecida aconteceu no Graac (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer). Mas, nesse caso, foram personagens infantis que perderam seus cabelos para apoiar crianças com câncer. O resultado da campanha pode ser visto no site carequinhas.com.br.
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Crianças ficam carecas para ajudar luta contra câncer infantil no CanadáVocê teria coragem de raspar o cabelo? E se isso ajudasse crianças com câncer? O projeto "Balding for Dollars" (algo como "calvície por dólares", em tradução livre) propôs que crianças ficassem carecas ou cortassem parte do cabelo para chamar a atenção para a luta contra o câncer infantil. O encontro, que aconteceu no último sábado (23) na cidade canadense de Vancouver, tinha como objetivo arrecadar dinheiro para ajudar nas pesquisas sobre a doença desenvolvidas em um hospital infantil vinculado à Universidade British Columbia, no Canadá. No total, 80 participantes rasparam suas cabeças. CASO BRASILEIRO No Brasil, uma campanha parecida aconteceu no Graac (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer). Mas, nesse caso, foram personagens infantis que perderam seus cabelos para apoiar crianças com câncer. O resultado da campanha pode ser visto no site carequinhas.com.br.
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Platini lamenta ser 'colocado no mesmo saco' que outros acusados
Suspenso das atividades do futebol por 90 dias pelo Comitê de Ética da Fifa, o francês Michel Platini afirmou estar bastante chateado com a decisão porque a punição o faz ser relacionado a dirigentes com práticas corruptas. O ex-jogador foi suspenso por 90 dias, assim como o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o secretário-geral da organização, Jérôme Valcke, que já estava afastado do cargo. A suspensão foi tomada em razão da abertura de uma investigação criminal contra Blatter por parte do Ministério Público da Suíça por supostas irregularidades num contrato de direitos de transmissão na América Central e em um pagamento de 2 milhões de francos (R$ 8,3 milhões) a Michel Platini. "Me suspenderam por três meses, mas o que mais me chateia é que me coloquem no mesmo saco que os demais. Acho vergonhoso que eu seja arrastado pela lama", disse Platini em entrevista publicada nesta segunda-feira (19) pelo jornal francês "Le Monde". "Era uma coisa de homem para homem. Ele [Blatter] se tornaria presidente da Fifa, e eu confiava nele. E depois me inteirei que no direito suíço, um contrato oral vale como um contrato escrito", comentou sobre o valor recebido por ele da Fifa em 2011 por supostos trabalhos realizados para Blatter entre 1998 e 2002 e dos quais admitiu não haver documentação escrita. De acordou com o mandatário da Uefa, em 1998, em Cingapura, Blatter lhe propôs que fosse seu "conselheiro de futebol" à frente de a Fifa e lhe perguntou quanto queria receber. O francês revelou que respondeu que 1 milhão, mas sem esclarecer em que moeda. "Quando disse a Blatter '1 milhão do que você quiser' era como dizer 'me pague o que quiser'", declarou Platini, que acrescentou que depois o dirigente suíço lhe explicou que esse valor em francos suíços triplicaria o salário, por isso lhe pediu para diminuir. Blatter então propôs, segundo Platini, pagar 300 mil francos suíços [R$ 1,23 milhão] por ano e mais adiante liquidar o restante do valor devido. "Só que esse 'mais adiante nunca chegou'", revelou o francês, que garantiu ser alguém que não se importa com dinheiro. Presidente da Uefa desde 2007 e vice-presidente da Fifa desder então, Platini argumentou que em troca dos 300 mil francos suíços se encarregou de reformar o calendário mundial de competições, trabalhou em um dispositivo para apoiar as federações mais pobres e acompanhou Blatter em muitas viagens. "Trabalhei muito, e há muitas pessoas que podem testemunhar", assegurou. O ex-atleta revelou que não descarta que Blatter tenha vazado a informação sobre o pagamento a fim de lhe prejudicar. Apesar disso, ele se coloca como ""o único que pode fazer com que a Fifa volte a ser a casa do futebol". Oito dias após a decisão do Comitê de Ética da Fifa, a FA (Federação Inglesa de Futebol) anunciou que suspendeu seu apoio à candidatura de Michel Platini à presidência da Fifa "até o final dos processos judiciais" em curso.
esporte
Platini lamenta ser 'colocado no mesmo saco' que outros acusadosSuspenso das atividades do futebol por 90 dias pelo Comitê de Ética da Fifa, o francês Michel Platini afirmou estar bastante chateado com a decisão porque a punição o faz ser relacionado a dirigentes com práticas corruptas. O ex-jogador foi suspenso por 90 dias, assim como o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o secretário-geral da organização, Jérôme Valcke, que já estava afastado do cargo. A suspensão foi tomada em razão da abertura de uma investigação criminal contra Blatter por parte do Ministério Público da Suíça por supostas irregularidades num contrato de direitos de transmissão na América Central e em um pagamento de 2 milhões de francos (R$ 8,3 milhões) a Michel Platini. "Me suspenderam por três meses, mas o que mais me chateia é que me coloquem no mesmo saco que os demais. Acho vergonhoso que eu seja arrastado pela lama", disse Platini em entrevista publicada nesta segunda-feira (19) pelo jornal francês "Le Monde". "Era uma coisa de homem para homem. Ele [Blatter] se tornaria presidente da Fifa, e eu confiava nele. E depois me inteirei que no direito suíço, um contrato oral vale como um contrato escrito", comentou sobre o valor recebido por ele da Fifa em 2011 por supostos trabalhos realizados para Blatter entre 1998 e 2002 e dos quais admitiu não haver documentação escrita. De acordou com o mandatário da Uefa, em 1998, em Cingapura, Blatter lhe propôs que fosse seu "conselheiro de futebol" à frente de a Fifa e lhe perguntou quanto queria receber. O francês revelou que respondeu que 1 milhão, mas sem esclarecer em que moeda. "Quando disse a Blatter '1 milhão do que você quiser' era como dizer 'me pague o que quiser'", declarou Platini, que acrescentou que depois o dirigente suíço lhe explicou que esse valor em francos suíços triplicaria o salário, por isso lhe pediu para diminuir. Blatter então propôs, segundo Platini, pagar 300 mil francos suíços [R$ 1,23 milhão] por ano e mais adiante liquidar o restante do valor devido. "Só que esse 'mais adiante nunca chegou'", revelou o francês, que garantiu ser alguém que não se importa com dinheiro. Presidente da Uefa desde 2007 e vice-presidente da Fifa desder então, Platini argumentou que em troca dos 300 mil francos suíços se encarregou de reformar o calendário mundial de competições, trabalhou em um dispositivo para apoiar as federações mais pobres e acompanhou Blatter em muitas viagens. "Trabalhei muito, e há muitas pessoas que podem testemunhar", assegurou. O ex-atleta revelou que não descarta que Blatter tenha vazado a informação sobre o pagamento a fim de lhe prejudicar. Apesar disso, ele se coloca como ""o único que pode fazer com que a Fifa volte a ser a casa do futebol". Oito dias após a decisão do Comitê de Ética da Fifa, a FA (Federação Inglesa de Futebol) anunciou que suspendeu seu apoio à candidatura de Michel Platini à presidência da Fifa "até o final dos processos judiciais" em curso.
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Pela primeira vez desde 2003, Marta fica fora da lista de melhor do mundo
Eleita cinco vezes a melhor jogadora do mundo (2006, 2007, 2008, 2009 e 2010), a atacante brasileira Marta, 29, ficou fora da lista das jogadoras que vão concorrer ao prêmio de melhor do mundo. A lista com as dez candidatas foi divulgada pela Fifa nesta segunda-feira (19). Capitãs e técnicos femininos poderão votar a partir do próximo dia 26 e terão até 20 de novembro para escolher as três finalistas. A vencedora do prêmio será conhecida no dia 11 de janeiro. É a primeira vez que Marta fica fora da lista desde 2003, quando foi indicada pela primeira vez e ficou na décima colocação. No ano passado, a atacante ficou em segundo lugar com 14,16% dos votos –foi superada pela meio-campista alemã Nadine Kessler, que teve17,52.%. Ela ainda coleciona outras três segundas colocações e dois terceiros lugares. Neste ano, Marta, que atua pelo FC Rosengard, da Suécia, participou da campanha da seleção brasileira na Copa do Mundo do Canadá. O Brasil foi eliminado nas oitavas de final e a atacante marcou apenas um gol na competição —de pênalti na vitória sobre a Coreia do Sul. As dez escolhidas pela Fifa para concorrer ao prêmio de melhor jogadora do mundo foram Nadine Angerer (Alemanha), Ramona Bachmann (Suíça), Kadeisha Buchanan (Canadá), Amandine Henry (França), Engúnie Le Sommer (França), Carli Lloyd (EUA), Aya Miyama (Japão), Megan Rapinoe (EUA), Celia Sasic (Alemanha) e Hope Solo (EUA). A Fifa divulgou também a lista dos técnicos de futebol feminino que concorrem ao prêmio: Calle Barrling (Suécia sub-19), Colin Bell (Frankfurt-ALE), Farid Bensiti (PSG-FRA), Jill Ellis (seleção dos EUA), Laura Harvey (Seattle Reign-EUA), John Herman (Canadá), Gerard Prêcheur (Lyon-FRA), Mark Sampson (Inglaterra), Norio Sasaki (Japão) e Thomar Worle (Bayern de Munique-ALE).
esporte
Pela primeira vez desde 2003, Marta fica fora da lista de melhor do mundoEleita cinco vezes a melhor jogadora do mundo (2006, 2007, 2008, 2009 e 2010), a atacante brasileira Marta, 29, ficou fora da lista das jogadoras que vão concorrer ao prêmio de melhor do mundo. A lista com as dez candidatas foi divulgada pela Fifa nesta segunda-feira (19). Capitãs e técnicos femininos poderão votar a partir do próximo dia 26 e terão até 20 de novembro para escolher as três finalistas. A vencedora do prêmio será conhecida no dia 11 de janeiro. É a primeira vez que Marta fica fora da lista desde 2003, quando foi indicada pela primeira vez e ficou na décima colocação. No ano passado, a atacante ficou em segundo lugar com 14,16% dos votos –foi superada pela meio-campista alemã Nadine Kessler, que teve17,52.%. Ela ainda coleciona outras três segundas colocações e dois terceiros lugares. Neste ano, Marta, que atua pelo FC Rosengard, da Suécia, participou da campanha da seleção brasileira na Copa do Mundo do Canadá. O Brasil foi eliminado nas oitavas de final e a atacante marcou apenas um gol na competição —de pênalti na vitória sobre a Coreia do Sul. As dez escolhidas pela Fifa para concorrer ao prêmio de melhor jogadora do mundo foram Nadine Angerer (Alemanha), Ramona Bachmann (Suíça), Kadeisha Buchanan (Canadá), Amandine Henry (França), Engúnie Le Sommer (França), Carli Lloyd (EUA), Aya Miyama (Japão), Megan Rapinoe (EUA), Celia Sasic (Alemanha) e Hope Solo (EUA). A Fifa divulgou também a lista dos técnicos de futebol feminino que concorrem ao prêmio: Calle Barrling (Suécia sub-19), Colin Bell (Frankfurt-ALE), Farid Bensiti (PSG-FRA), Jill Ellis (seleção dos EUA), Laura Harvey (Seattle Reign-EUA), John Herman (Canadá), Gerard Prêcheur (Lyon-FRA), Mark Sampson (Inglaterra), Norio Sasaki (Japão) e Thomar Worle (Bayern de Munique-ALE).
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Livro relata luta de pesquisadores para mudar leis que travam ciência no país
RESUMO Livro faz balanço das iniciativas de cientistas para mudar leis federais que atrapalham a pesquisa no Brasil. Apesar do sucesso em alguns casos, a maior parte das alterações obtidas ainda não está em vigor, por falta de regulamentação. O cenário piora com a ausência, no mundo político, de porta-vozes dos interesses acadêmicos. * Um parceiro fundamental no desenvolvimento da ciência no Brasil está fora dos institutos de pesquisas e dos laboratórios de universidades, em um lugar do qual acadêmicos costumavam passar longe: o Congresso Nacional. Quem faz pesquisa no país é obrigado a seguir uma série de leis. Não raro, elas são criadas por legisladores que não sabem como funciona a atividade acadêmica e podem travar o andamento dos estudos. Além disso, há poucos cientistas atuando como porta-vozes na política nacional. Algumas dessas leis problemáticas foram alteradas por causa da pressão dos próprios pesquisadores. Em um movimento pouco comum, a categoria buscou conversar com senadores, deputados e até com a Presidência. Nem todas as sugestões, porém, têm sido ouvidas. Mais ainda: parte da legislação modificada para atender a necessidades da academia segue sem regulamentação. Ou seja: na prática, as alterações não estão em vigor. A incursão dos pesquisadores no Congresso é documentada em "A Ciência e o Poder Legislativo no Brasil - Relatos e Experiências" [SBPC, 197 págs., acesso gratuito em portal.sbpcnet.org.br], organizado por Helena Nader, biomédica e ex-presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), com a colaboração das colegas Beatriz Bulhões Mossri e Fabíola de Oliveira. Nader, figura assídua nos corredores de Brasília durante seu período à frente da entidade (2011-2017), diz ter virado fiscal do governo. Em entrevistas, fala mais sobre os entraves legais à pesquisa do que sobre a prática científica em si. A obra trata de leis alteradas na última década —normas que dizem respeito a temas como conservação das florestas, pesquisas em biodiversidade e operação da atividade científica em si (dispostas no chamado Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação). Mais do que uma análise burocrática ou um reles compilado das cartas enviadas por entidades acadêmicas a políticos, o volume é uma defesa do método científico. Para entender a importância do pedido por normas mais racionais, basta lembrar o caso da Lei de Licitações, modificada há pouco tempo. Antes, as regras para construir um prédio ou um satélite eram idênticas —essas duas empreitadas só deixaram de ser tratadas da mesma maneira com o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, que foi aprovado em 2016 e modificou nove leis vigentes. IMBRÓGLIO Entre as mudanças, o marco criou uma exceção para as normas das licitações. A intenção era permitir "a aquisição ou contratação de produtos para pesquisa e desenvolvimento". Trocando em miúdos: uma universidade poderia realizar uma obra de acordo com o que fosse mais adequado para a atividade científica, sem necessidade de escolher o que fosse mais barato (como seria na licitação para construir um prédio). Poderia, mas ainda não pode. Essa mudança depende das regras que serão fixadas quando sair a regulamentação do marco legal, ainda sem data para ser publicada. Com a nova lei, pesquisadores que trabalham em regime de dedicação exclusiva a universidades podem reservar até oito horas por semana para a ciência desenvolvida na iniciativa privada. Era uma demanda antiga apontada por pesquisadores como necessária para estimular a inovação no Brasil —em países avançados, ela está fortemente ancorada na ponte entre academia e empresas. As mudanças para atender os cientistas mexeram também na lei que trata da situação jurídica de estrangeiros no país, de 1980, passando a permitir vistos temporários para a categoria "pesquisadores" -incluindo ainda bolsistas vinculados a projetos acadêmicos. Em tempos de internacionalização da ciência, de projetos acadêmicos globais e de sistemas de avaliação de universidades que dão pontos a instituições com alunos e docentes de fora, facilitar a vinda de estrangeiros é medida óbvia. O livro sai em um momento importante para a ciência nacional. Pesquisadores têm se esforçado para serem notados pelos governantes, a fim de obter mais recursos e conseguir a flexibilização das normas que regulam seu trabalho. A própria ciência está na berlinda: hoje, o orçamento federal para o setor corresponde a 50% do de 2014 —isso sem considerar a inflação no período. Some-se ainda o fato de que os cientistas têm pouca representação em Brasília. O antigo Ministério da Ciência —hoje da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações— já foi comandado pelo físico Sergio Rezende (2005-2010), um dos cientistas mais produtivos do país, e pelo matemático Marco Antonio Raupp (2012-2014), ex-presidente da SBPC. Hoje, é capitaneado por Gilberto Kassab (PSD). Não existe uma bancada de cientistas no Congresso para defender, por exemplo, que pesquisadores possam usar recursos públicos destinados a equipamentos de ciência na contratação de técnicos de laboratório (a chamada "mudança de rubrica" nos projetos de pesquisa). CÓDIGO FLORESTAL Há, no entanto, quem defenda no Congresso a palavra da Bíblia, a agropecuária e o direito ao uso de armas. Causas científicas muitas vezes ficam no campo oposto ao dessas bancadas. Exemplo disso é o embate, contado no livro, na elaboração do novo Código Florestal, implementado por medida provisória em 2012. A elaboração da norma, que modifica leis de 1934 sobre as florestas, ocorreu em meio à polarização entre ambientalistas (que pretendiam, por exemplo, ampliar a proteção às nascentes de rios) e ruralistas (que buscavam regras mais flexíveis para facilitar a agropecuária). Os acadêmicos, que estavam com o primeiro grupo, foram acusados pelo relator na Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (então no PC do B-SP, hoje no PSB), de serem financiados por ONGs como o Greenpeace. "Sem acordo entre as partes, perdem todos, especialmente o Brasil", escrevem no livro cientistas da USP, da Unicamp, da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) e do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). Os acadêmicos obtiveram um triunfo na inclusão de mangues como áreas de preservação permanente. Os mangues são hoje considerados pela ciência como um dos biomas mais ricos e diversos do mundo -daí a importância de sua preservação. Perderam a briga, contudo, na definição da área de proteção nos leitos dos rios. "Um assunto muito importante, em especial para o Pantanal e a Amazônia, que irão perder a proteção de milhares de quilômetros quadrados de suas florestas de várzea", escrevem. DESMATAMENTO Recentemente, ambientalistas atribuíram às mudanças no Código Florestal a nova expansão do desmatamento na Amazônia -alta de 29% em 2016, com perda de 7.989 km2. Isso equivale a mais de cinco vezes a área da cidade de São Paulo. Os pesquisadores também foram derrotados quando tentaram restringir o uso de espécies exóticas para recomposição de áreas de proteção permanente. Eles pleiteavam que o expediente fosse temporário. A lei aprovada, entretanto, determina que é possível recuperar áreas com espécies que não sejam da região degradada -por tempo indeterminado, o que pode significar ainda mais dano ambiental. Os cientistas tampouco foram ouvidos no debate sobre a Lei de Biodiversidade, aprovada em 2015 e regulamentada no ano seguinte -uma das últimas canetadas de Dilma Rousseff (PT). O texto trocou a necessidade de autorização prévia para pesquisa com biodiversidade por um cadastro no Ministério do Meio Ambiente, que, de acordo com o livro, ainda não está funcionando plenamente. Agora, o cientista que deseja estudar o mundo natural brasileiro precisa definir previamente nesse cadastro as finalidades do trabalho, como se pudesse prever os rumos de uma pesquisa básica. "A Ciência e o Poder Legislativo no Brasil" não é para qualquer leitor. Há trechos técnicos e repetitivos capazes de atravancar a leitura até dos familiarizados com o assunto, o que escancara a dificuldade de os cientistas se comunicarem com leigos. Não terá sido à toa que, na semana de lançamento da obra, em julho, chegou-se a cogitar a fundação de um partido de cientistas. O Brasil está entre os piores do mundo em ensino de ciências, de acordo com o exame internacional Pisa (63º lugar de 70 países avaliados). Nesse cenário inóspito, é cada vez mais necessário falar sobre a pesquisa, justificá-la e priorizá-la. SABINE RIGHETTI, 36, é jornalista, consultora na área de avaliação de educação e pesquisadora de política científica associada à Unicamp.
ilustrissima
Livro relata luta de pesquisadores para mudar leis que travam ciência no paísRESUMO Livro faz balanço das iniciativas de cientistas para mudar leis federais que atrapalham a pesquisa no Brasil. Apesar do sucesso em alguns casos, a maior parte das alterações obtidas ainda não está em vigor, por falta de regulamentação. O cenário piora com a ausência, no mundo político, de porta-vozes dos interesses acadêmicos. * Um parceiro fundamental no desenvolvimento da ciência no Brasil está fora dos institutos de pesquisas e dos laboratórios de universidades, em um lugar do qual acadêmicos costumavam passar longe: o Congresso Nacional. Quem faz pesquisa no país é obrigado a seguir uma série de leis. Não raro, elas são criadas por legisladores que não sabem como funciona a atividade acadêmica e podem travar o andamento dos estudos. Além disso, há poucos cientistas atuando como porta-vozes na política nacional. Algumas dessas leis problemáticas foram alteradas por causa da pressão dos próprios pesquisadores. Em um movimento pouco comum, a categoria buscou conversar com senadores, deputados e até com a Presidência. Nem todas as sugestões, porém, têm sido ouvidas. Mais ainda: parte da legislação modificada para atender a necessidades da academia segue sem regulamentação. Ou seja: na prática, as alterações não estão em vigor. A incursão dos pesquisadores no Congresso é documentada em "A Ciência e o Poder Legislativo no Brasil - Relatos e Experiências" [SBPC, 197 págs., acesso gratuito em portal.sbpcnet.org.br], organizado por Helena Nader, biomédica e ex-presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), com a colaboração das colegas Beatriz Bulhões Mossri e Fabíola de Oliveira. Nader, figura assídua nos corredores de Brasília durante seu período à frente da entidade (2011-2017), diz ter virado fiscal do governo. Em entrevistas, fala mais sobre os entraves legais à pesquisa do que sobre a prática científica em si. A obra trata de leis alteradas na última década —normas que dizem respeito a temas como conservação das florestas, pesquisas em biodiversidade e operação da atividade científica em si (dispostas no chamado Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação). Mais do que uma análise burocrática ou um reles compilado das cartas enviadas por entidades acadêmicas a políticos, o volume é uma defesa do método científico. Para entender a importância do pedido por normas mais racionais, basta lembrar o caso da Lei de Licitações, modificada há pouco tempo. Antes, as regras para construir um prédio ou um satélite eram idênticas —essas duas empreitadas só deixaram de ser tratadas da mesma maneira com o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, que foi aprovado em 2016 e modificou nove leis vigentes. IMBRÓGLIO Entre as mudanças, o marco criou uma exceção para as normas das licitações. A intenção era permitir "a aquisição ou contratação de produtos para pesquisa e desenvolvimento". Trocando em miúdos: uma universidade poderia realizar uma obra de acordo com o que fosse mais adequado para a atividade científica, sem necessidade de escolher o que fosse mais barato (como seria na licitação para construir um prédio). Poderia, mas ainda não pode. Essa mudança depende das regras que serão fixadas quando sair a regulamentação do marco legal, ainda sem data para ser publicada. Com a nova lei, pesquisadores que trabalham em regime de dedicação exclusiva a universidades podem reservar até oito horas por semana para a ciência desenvolvida na iniciativa privada. Era uma demanda antiga apontada por pesquisadores como necessária para estimular a inovação no Brasil —em países avançados, ela está fortemente ancorada na ponte entre academia e empresas. As mudanças para atender os cientistas mexeram também na lei que trata da situação jurídica de estrangeiros no país, de 1980, passando a permitir vistos temporários para a categoria "pesquisadores" -incluindo ainda bolsistas vinculados a projetos acadêmicos. Em tempos de internacionalização da ciência, de projetos acadêmicos globais e de sistemas de avaliação de universidades que dão pontos a instituições com alunos e docentes de fora, facilitar a vinda de estrangeiros é medida óbvia. O livro sai em um momento importante para a ciência nacional. Pesquisadores têm se esforçado para serem notados pelos governantes, a fim de obter mais recursos e conseguir a flexibilização das normas que regulam seu trabalho. A própria ciência está na berlinda: hoje, o orçamento federal para o setor corresponde a 50% do de 2014 —isso sem considerar a inflação no período. Some-se ainda o fato de que os cientistas têm pouca representação em Brasília. O antigo Ministério da Ciência —hoje da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações— já foi comandado pelo físico Sergio Rezende (2005-2010), um dos cientistas mais produtivos do país, e pelo matemático Marco Antonio Raupp (2012-2014), ex-presidente da SBPC. Hoje, é capitaneado por Gilberto Kassab (PSD). Não existe uma bancada de cientistas no Congresso para defender, por exemplo, que pesquisadores possam usar recursos públicos destinados a equipamentos de ciência na contratação de técnicos de laboratório (a chamada "mudança de rubrica" nos projetos de pesquisa). CÓDIGO FLORESTAL Há, no entanto, quem defenda no Congresso a palavra da Bíblia, a agropecuária e o direito ao uso de armas. Causas científicas muitas vezes ficam no campo oposto ao dessas bancadas. Exemplo disso é o embate, contado no livro, na elaboração do novo Código Florestal, implementado por medida provisória em 2012. A elaboração da norma, que modifica leis de 1934 sobre as florestas, ocorreu em meio à polarização entre ambientalistas (que pretendiam, por exemplo, ampliar a proteção às nascentes de rios) e ruralistas (que buscavam regras mais flexíveis para facilitar a agropecuária). Os acadêmicos, que estavam com o primeiro grupo, foram acusados pelo relator na Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (então no PC do B-SP, hoje no PSB), de serem financiados por ONGs como o Greenpeace. "Sem acordo entre as partes, perdem todos, especialmente o Brasil", escrevem no livro cientistas da USP, da Unicamp, da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) e do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). Os acadêmicos obtiveram um triunfo na inclusão de mangues como áreas de preservação permanente. Os mangues são hoje considerados pela ciência como um dos biomas mais ricos e diversos do mundo -daí a importância de sua preservação. Perderam a briga, contudo, na definição da área de proteção nos leitos dos rios. "Um assunto muito importante, em especial para o Pantanal e a Amazônia, que irão perder a proteção de milhares de quilômetros quadrados de suas florestas de várzea", escrevem. DESMATAMENTO Recentemente, ambientalistas atribuíram às mudanças no Código Florestal a nova expansão do desmatamento na Amazônia -alta de 29% em 2016, com perda de 7.989 km2. Isso equivale a mais de cinco vezes a área da cidade de São Paulo. Os pesquisadores também foram derrotados quando tentaram restringir o uso de espécies exóticas para recomposição de áreas de proteção permanente. Eles pleiteavam que o expediente fosse temporário. A lei aprovada, entretanto, determina que é possível recuperar áreas com espécies que não sejam da região degradada -por tempo indeterminado, o que pode significar ainda mais dano ambiental. Os cientistas tampouco foram ouvidos no debate sobre a Lei de Biodiversidade, aprovada em 2015 e regulamentada no ano seguinte -uma das últimas canetadas de Dilma Rousseff (PT). O texto trocou a necessidade de autorização prévia para pesquisa com biodiversidade por um cadastro no Ministério do Meio Ambiente, que, de acordo com o livro, ainda não está funcionando plenamente. Agora, o cientista que deseja estudar o mundo natural brasileiro precisa definir previamente nesse cadastro as finalidades do trabalho, como se pudesse prever os rumos de uma pesquisa básica. "A Ciência e o Poder Legislativo no Brasil" não é para qualquer leitor. Há trechos técnicos e repetitivos capazes de atravancar a leitura até dos familiarizados com o assunto, o que escancara a dificuldade de os cientistas se comunicarem com leigos. Não terá sido à toa que, na semana de lançamento da obra, em julho, chegou-se a cogitar a fundação de um partido de cientistas. O Brasil está entre os piores do mundo em ensino de ciências, de acordo com o exame internacional Pisa (63º lugar de 70 países avaliados). Nesse cenário inóspito, é cada vez mais necessário falar sobre a pesquisa, justificá-la e priorizá-la. SABINE RIGHETTI, 36, é jornalista, consultora na área de avaliação de educação e pesquisadora de política científica associada à Unicamp.
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Planalto mobiliza 5 ministros para tentar conter adesão de siglas a Cunha
O governo mobilizou nesta quarta-feira (28) cinco ministros para tentar forçar partidos sob ameaça de rebelião a votar no petista Arlindo Chinaglia (SP) na eleição de domingo (1) para a presidência da Câmara dos Deputados. O almoço a portas fechadas teve o objetivo de barrar a adesão de PP, PR e PRB à candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) visto como adversário dentro da base aliada. O encontro desta quarta foi a mais clara mobilização feita pelo governo federal em prol de Chinaglia. Segundo participantes, houve manifestação aos dirigentes dos três partidos que tendem a aderir a Cunha de que o governo irá retaliá-los caso o PT sofra uma derrota no domingo. PP, PR e PRB têm 91 dos 513 deputados eleitos e comandam, respectivamente, os ministérios da Integração Nacional, com Gilberto Occhi, Transportes, com Antonio Carlos Rodrigues, e Esporte, com George Hilton. Os dois primeiros ministros foram ao almoço, assim como dirigentes dos partidos. Os governistas deixaram claro que a fidelidade a Chinaglia, além de afastar retaliações, levaria PP, PR e PRB a escolherem, no caso de vitória do petista, um nome para ocupar a primeira vice-presidência da Câmara, segundo principal cargo da Casa. O posto estava reservado ao PSD de Gilberto Kassab (Cidades), outro presente ao almoço, mas haverá negociações para realocação. Além da presidência, serão definidos no domingo os outros 10 cargos da cúpula da Câmara. Além de Rodrigues, Occhi e Kassab, foram ao almoço Pepe Vargas (Relações Institucionais) e Ricardo Berzoini (Comunicações). Rodrigues e Occhi usaram carros oficiais. Os ministros negaram na saída que o governo esteja interferindo na disputa. "Não é o governo que está aqui. Somos lideranças políticas, queremos o melhor para o país, queremos estabilidade política", afirmou Vargas. "Quem é da base de apoio ao governo deve manter a solidez dessa base. A única razão de não termos um candidato único da base é que algumas pessoas trabalham pela desagregação", disse Berzoini, ex-presidente do PT, sem citar Cunha. 'DESESPERO' O peemedebista ironizou o encontro: "Que desespero". O almoço ocorreu um dia depois de PP e PR manifestarem a aliados de Cunha a disposição de apoiá-lo. O PRB já aderiu oficialmente ao peemedebista, mas é pressionado a recuar. A eleição de domingo é secreta, o que propiciará traições de lado a lado. Cunha tem o apoio oficial até agora do PMDB, PTB, SD, DEM, PRB e PSC. Chinaglia conta com PT, PSD, PROS, PCdoB e, provavelmente, PDT. A candidatura de Júlio Delgado (PSB-MG) está sob ameaça, já que partidos do bloco que o apoia (PSB, PSDB, PPS e PV) também ameaçam aderir a Cunha. O maior deles, o PSDB, tem reafirmado lealdade, mas parte dos tucanos faz campanha nos bastidores para Cunha.
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Planalto mobiliza 5 ministros para tentar conter adesão de siglas a CunhaO governo mobilizou nesta quarta-feira (28) cinco ministros para tentar forçar partidos sob ameaça de rebelião a votar no petista Arlindo Chinaglia (SP) na eleição de domingo (1) para a presidência da Câmara dos Deputados. O almoço a portas fechadas teve o objetivo de barrar a adesão de PP, PR e PRB à candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) visto como adversário dentro da base aliada. O encontro desta quarta foi a mais clara mobilização feita pelo governo federal em prol de Chinaglia. Segundo participantes, houve manifestação aos dirigentes dos três partidos que tendem a aderir a Cunha de que o governo irá retaliá-los caso o PT sofra uma derrota no domingo. PP, PR e PRB têm 91 dos 513 deputados eleitos e comandam, respectivamente, os ministérios da Integração Nacional, com Gilberto Occhi, Transportes, com Antonio Carlos Rodrigues, e Esporte, com George Hilton. Os dois primeiros ministros foram ao almoço, assim como dirigentes dos partidos. Os governistas deixaram claro que a fidelidade a Chinaglia, além de afastar retaliações, levaria PP, PR e PRB a escolherem, no caso de vitória do petista, um nome para ocupar a primeira vice-presidência da Câmara, segundo principal cargo da Casa. O posto estava reservado ao PSD de Gilberto Kassab (Cidades), outro presente ao almoço, mas haverá negociações para realocação. Além da presidência, serão definidos no domingo os outros 10 cargos da cúpula da Câmara. Além de Rodrigues, Occhi e Kassab, foram ao almoço Pepe Vargas (Relações Institucionais) e Ricardo Berzoini (Comunicações). Rodrigues e Occhi usaram carros oficiais. Os ministros negaram na saída que o governo esteja interferindo na disputa. "Não é o governo que está aqui. Somos lideranças políticas, queremos o melhor para o país, queremos estabilidade política", afirmou Vargas. "Quem é da base de apoio ao governo deve manter a solidez dessa base. A única razão de não termos um candidato único da base é que algumas pessoas trabalham pela desagregação", disse Berzoini, ex-presidente do PT, sem citar Cunha. 'DESESPERO' O peemedebista ironizou o encontro: "Que desespero". O almoço ocorreu um dia depois de PP e PR manifestarem a aliados de Cunha a disposição de apoiá-lo. O PRB já aderiu oficialmente ao peemedebista, mas é pressionado a recuar. A eleição de domingo é secreta, o que propiciará traições de lado a lado. Cunha tem o apoio oficial até agora do PMDB, PTB, SD, DEM, PRB e PSC. Chinaglia conta com PT, PSD, PROS, PCdoB e, provavelmente, PDT. A candidatura de Júlio Delgado (PSB-MG) está sob ameaça, já que partidos do bloco que o apoia (PSB, PSDB, PPS e PV) também ameaçam aderir a Cunha. O maior deles, o PSDB, tem reafirmado lealdade, mas parte dos tucanos faz campanha nos bastidores para Cunha.
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Outros dois deputados são ouvidos pela PF nos inquéritos da Lava Jato
A Polícia Federal ouviu nesta quarta-feira (8) os deputados Jerônimo Goergen e Renato Molling, ambos do PP do Rio Grande do Sul, investigados no STF (Supremo Tribunal Federal) num dos inquéritos da Operação Lava Jato. O depoimento dos dois ainda não havia sido requisitado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Mas, devido à investigação, os próprios deputados tomaram a iniciativa e marcaram depoimentos. Aos investigadores, Goergen disse que era opositor do grupo de deputados do PP que teriam recebido recursos do esquema através do doleiro Alberto Youssef, por isso, não faria sentido dizer que ele também teria se beneficiado. O deputado ainda disse que há 20 dias entregou seus sigilos bancário e fiscal à Polícia e espera que os investigadores comprovem que ele não participou do esquema. Molling, por sua vez, divulgou nota dizendo que foi ouvido e que colocou todos os seus sigilos à disposição das autoridades. OITIVAS Na semana passada a Polícia ouviu outros dois investigados nos inquéritos da Lava Jato: os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Humberto Costa (PT-PE), ambos negaram participação no esquema. Ao todo, o ministro do Teori Zavascki deferiu 22 pedidos feitos por Janot para realizar oitivas de investigados.
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Outros dois deputados são ouvidos pela PF nos inquéritos da Lava JatoA Polícia Federal ouviu nesta quarta-feira (8) os deputados Jerônimo Goergen e Renato Molling, ambos do PP do Rio Grande do Sul, investigados no STF (Supremo Tribunal Federal) num dos inquéritos da Operação Lava Jato. O depoimento dos dois ainda não havia sido requisitado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Mas, devido à investigação, os próprios deputados tomaram a iniciativa e marcaram depoimentos. Aos investigadores, Goergen disse que era opositor do grupo de deputados do PP que teriam recebido recursos do esquema através do doleiro Alberto Youssef, por isso, não faria sentido dizer que ele também teria se beneficiado. O deputado ainda disse que há 20 dias entregou seus sigilos bancário e fiscal à Polícia e espera que os investigadores comprovem que ele não participou do esquema. Molling, por sua vez, divulgou nota dizendo que foi ouvido e que colocou todos os seus sigilos à disposição das autoridades. OITIVAS Na semana passada a Polícia ouviu outros dois investigados nos inquéritos da Lava Jato: os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Humberto Costa (PT-PE), ambos negaram participação no esquema. Ao todo, o ministro do Teori Zavascki deferiu 22 pedidos feitos por Janot para realizar oitivas de investigados.
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Na Justiça, bicampeões mundiais pelo Santos recebem R$ 390 mil da Umbro
Campeões mundiais pelo Santos em 1962 e 1963, os ex-jogadores Lima, Pepe, Dorval, Gylmar (que morreu em 2013), Mengálvio e Coutinho receberam da Umbro cerca de R$ 65 mil cada um em acordo após batalha judicial movida pelo uso indevido de suas imagens. Em valores brutos, os ex-atletas ganharam quase R$ 500 mil, mas descontados os impostos e as custas do processo, ficaram com R$ 390 mil ao todo. Segundo o advogado Miguel Rollo, que os representou no processo, os valores já foram depositados em suas respectivas contas bancárias. Em 2003, a empresa inglesa usou a imagem do time do Santos em um kit para comemorar 40 anos do bicampeonato mundial, mas sem a devida autorização dos ex-atletas. Desde então, os ex-jogadores cobravam uma indenização da Umbro, que aconteceu após acordo entre as partes. Apelidado de "curinga da Vila" em seus tempos de jogador, por sua versatilidade, Lima, 73, confirmou que recebeu os valores. "Recebi e já estou fazendo bom uso. Brincadeira, o dinheiro está guardadinho. A lei existe para ser cumprida. Não custa nada comunicar, já que usaram nossa imagem para divulgar a marca deles. Poderiam ter chamado para conversar, explicar o projeto, deixar tudo claro. Não pode fazer como fizeram, sem nos avisar", explicou. Como trabalhava no Santos e o time era patrocinado pela Umbro à época, Zito, que morreu em junho deste ano, decidiu não participar da ação. Os campeões santistas foram auxiliados pela Associação dos Campeões Mundiais de Futebol do Brasil, presidida pelo filho do goleiro Gylmar, o advogado Marcelo Neves. Procurada pela Folha, a Umbro confirmou o acordo. "A marca inglesa Umbro reconhece que houve um litígio com ex-jogadores do Santos Futebol Clube, e informa que recentemente, após diversas negociações, chegou-se a um acordo onde ficou respeitado os interesses de ambas as partes. Esta iniciativa traduz o respeito da empresa e o reconhecimento da importância que estes jogadores tiveram na história do clube e do futebol brasileiro", disse a empresa via assessoria de imprensa. Colaborou RAFAEL VALENTE
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Na Justiça, bicampeões mundiais pelo Santos recebem R$ 390 mil da UmbroCampeões mundiais pelo Santos em 1962 e 1963, os ex-jogadores Lima, Pepe, Dorval, Gylmar (que morreu em 2013), Mengálvio e Coutinho receberam da Umbro cerca de R$ 65 mil cada um em acordo após batalha judicial movida pelo uso indevido de suas imagens. Em valores brutos, os ex-atletas ganharam quase R$ 500 mil, mas descontados os impostos e as custas do processo, ficaram com R$ 390 mil ao todo. Segundo o advogado Miguel Rollo, que os representou no processo, os valores já foram depositados em suas respectivas contas bancárias. Em 2003, a empresa inglesa usou a imagem do time do Santos em um kit para comemorar 40 anos do bicampeonato mundial, mas sem a devida autorização dos ex-atletas. Desde então, os ex-jogadores cobravam uma indenização da Umbro, que aconteceu após acordo entre as partes. Apelidado de "curinga da Vila" em seus tempos de jogador, por sua versatilidade, Lima, 73, confirmou que recebeu os valores. "Recebi e já estou fazendo bom uso. Brincadeira, o dinheiro está guardadinho. A lei existe para ser cumprida. Não custa nada comunicar, já que usaram nossa imagem para divulgar a marca deles. Poderiam ter chamado para conversar, explicar o projeto, deixar tudo claro. Não pode fazer como fizeram, sem nos avisar", explicou. Como trabalhava no Santos e o time era patrocinado pela Umbro à época, Zito, que morreu em junho deste ano, decidiu não participar da ação. Os campeões santistas foram auxiliados pela Associação dos Campeões Mundiais de Futebol do Brasil, presidida pelo filho do goleiro Gylmar, o advogado Marcelo Neves. Procurada pela Folha, a Umbro confirmou o acordo. "A marca inglesa Umbro reconhece que houve um litígio com ex-jogadores do Santos Futebol Clube, e informa que recentemente, após diversas negociações, chegou-se a um acordo onde ficou respeitado os interesses de ambas as partes. Esta iniciativa traduz o respeito da empresa e o reconhecimento da importância que estes jogadores tiveram na história do clube e do futebol brasileiro", disse a empresa via assessoria de imprensa. Colaborou RAFAEL VALENTE
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Com pouco assédio, Neymar se apresenta à seleção em Porto Alegre
Com a presença de poucos fãs, o atacante Neymar se apresentou à seleção brasileira no fim da manhã desta segunda-feira (28), na região da Bela Vista, em Porto Alegre, palco do duelo contra o Equador, marcado para quinta-feira (31), às 21h45, na Arena do Grêmio, pelas eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo. Ele se apresentou na companhia do lateral direito Daniel Alves e o zagueiro Thiago Silva. Pouco antes do trio do Paris Saint-Germain, chegaram o goleiro Alison e o meio-campista Renato Augusto. O primeiro passou a noite com a família em Novo Hamburgo, enquanto Renato estava no Rio desde a semana passada, onde fez treinos para se readaptar ao fuso horário no Fluminense. Os primeiros jogadores que chegaram em Porto Alegre foram Cássio, Fagner, Miranda, Rodrigo Caio e Luan. Eles se apresentaram no domingo juntamente com a comissão técnica. A seleção brasileira faz seu primeiro treino nesta segunda-feira, às 15h30, no CT do Grêmio. A atividade deverá contar com 18 jogadores. O meio-campista Giuliano e o atacante Taison se apresentam no final da tarde e não vão participar da atividade. A equipe de Tite só estará completa na terça-feira (29), quando está prevista a chegada do volante Casemiro e do lateral esquerdo Marcelo, do Real Madrid, e do atacante Firmino, do Liverpool. Já classificada para a Copa do Mundo, a seleção brasileira lidera as eliminatórias sul-americanas com 33 pontos. O Equador é o sexto colocado com 20 pontos -dois a menos do que a Argentina, quinta colocada, que hoje disputaria a repescagem para o Mundial.
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Com pouco assédio, Neymar se apresenta à seleção em Porto AlegreCom a presença de poucos fãs, o atacante Neymar se apresentou à seleção brasileira no fim da manhã desta segunda-feira (28), na região da Bela Vista, em Porto Alegre, palco do duelo contra o Equador, marcado para quinta-feira (31), às 21h45, na Arena do Grêmio, pelas eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo. Ele se apresentou na companhia do lateral direito Daniel Alves e o zagueiro Thiago Silva. Pouco antes do trio do Paris Saint-Germain, chegaram o goleiro Alison e o meio-campista Renato Augusto. O primeiro passou a noite com a família em Novo Hamburgo, enquanto Renato estava no Rio desde a semana passada, onde fez treinos para se readaptar ao fuso horário no Fluminense. Os primeiros jogadores que chegaram em Porto Alegre foram Cássio, Fagner, Miranda, Rodrigo Caio e Luan. Eles se apresentaram no domingo juntamente com a comissão técnica. A seleção brasileira faz seu primeiro treino nesta segunda-feira, às 15h30, no CT do Grêmio. A atividade deverá contar com 18 jogadores. O meio-campista Giuliano e o atacante Taison se apresentam no final da tarde e não vão participar da atividade. A equipe de Tite só estará completa na terça-feira (29), quando está prevista a chegada do volante Casemiro e do lateral esquerdo Marcelo, do Real Madrid, e do atacante Firmino, do Liverpool. Já classificada para a Copa do Mundo, a seleção brasileira lidera as eliminatórias sul-americanas com 33 pontos. O Equador é o sexto colocado com 20 pontos -dois a menos do que a Argentina, quinta colocada, que hoje disputaria a repescagem para o Mundial.
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Neurologista e escritor Oliver Sacks está com câncer em estágio terminal
O neurologista e escritor inglês Oliver Sacks, 81, está com câncer e em estágio terminal, como ele mesmo escreveu em um texto para o jornal "The New York Times". Ele havia sofrido um câncer ocular, cujas chances de agravamento eram de 2%. O câncer, segundo relata, já ocupa um terço de seu fígado. O autor é famoso por ter escrito livros de não ficção como "Tempo de Despertar" e "O Homem que Confundiu sua Mulher com um Chapéu". No primeiro, Sacks conta como conseguiu despertar pacientes que tinham encefalite letárgica, doença que os deixavam perdidos em labirintos mentais. Já em "O Homem que Confundiu sua Mulher com um Chapéu", Sacks relata distúrbios causados, por exemplo, por falta e excesso da atividade cerebral, incluindo o caso de um homem com agnosia visual, que dá título à obra. O neurologista, que é professor da Universidade de Nova York, afirma ter poucos meses de vida.
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Neurologista e escritor Oliver Sacks está com câncer em estágio terminalO neurologista e escritor inglês Oliver Sacks, 81, está com câncer e em estágio terminal, como ele mesmo escreveu em um texto para o jornal "The New York Times". Ele havia sofrido um câncer ocular, cujas chances de agravamento eram de 2%. O câncer, segundo relata, já ocupa um terço de seu fígado. O autor é famoso por ter escrito livros de não ficção como "Tempo de Despertar" e "O Homem que Confundiu sua Mulher com um Chapéu". No primeiro, Sacks conta como conseguiu despertar pacientes que tinham encefalite letárgica, doença que os deixavam perdidos em labirintos mentais. Já em "O Homem que Confundiu sua Mulher com um Chapéu", Sacks relata distúrbios causados, por exemplo, por falta e excesso da atividade cerebral, incluindo o caso de um homem com agnosia visual, que dá título à obra. O neurologista, que é professor da Universidade de Nova York, afirma ter poucos meses de vida.
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Caixa será a mais beneficiada com liberação de crédito imobiliário
A Caixa será a instituição mais beneficiada pela liberação do compulsório e pela otimização do uso dos recursos da poupança para financiar a casa própria. O banco estatal, que tem 70% do crédito imobiliário no país, havia praticamente esgotado o dinheiro da poupança e precisava emitir LCI (Letra de Crédito Imobiliário) para suprir 40% de sua necessidade de captação. A expectativa é que as medidas tragam mais R$ 7 bilhões à Caixa. A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) reivindicava a liberação do compulsório e o melhor aproveitamento da poupança para evitar o colapso do mercado imobiliário. Somada aos R$ 5 bilhões de recursos liberados pelo FGTS para o programa Pró-Cotista, a previsão é que o setor obtenha perto de R$ 30 milhões adicionais para financiar a casa própria neste ano. O montante servirá para tapar parte das perdas de R$ 50 bilhões previstas para a poupança em 2015. "Vai ajudar o mercado imobiliário como um todo, não apenas a Caixa e os bancos que estão sem folga para usar os recursos da poupança", afirmou Ronaldo Cury, diretor de habitação do Sinduscon-SP.
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Caixa será a mais beneficiada com liberação de crédito imobiliárioA Caixa será a instituição mais beneficiada pela liberação do compulsório e pela otimização do uso dos recursos da poupança para financiar a casa própria. O banco estatal, que tem 70% do crédito imobiliário no país, havia praticamente esgotado o dinheiro da poupança e precisava emitir LCI (Letra de Crédito Imobiliário) para suprir 40% de sua necessidade de captação. A expectativa é que as medidas tragam mais R$ 7 bilhões à Caixa. A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) reivindicava a liberação do compulsório e o melhor aproveitamento da poupança para evitar o colapso do mercado imobiliário. Somada aos R$ 5 bilhões de recursos liberados pelo FGTS para o programa Pró-Cotista, a previsão é que o setor obtenha perto de R$ 30 milhões adicionais para financiar a casa própria neste ano. O montante servirá para tapar parte das perdas de R$ 50 bilhões previstas para a poupança em 2015. "Vai ajudar o mercado imobiliário como um todo, não apenas a Caixa e os bancos que estão sem folga para usar os recursos da poupança", afirmou Ronaldo Cury, diretor de habitação do Sinduscon-SP.
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Elon é perseguido pelos meandros da loucura
Não há nada muito animador em "Elon Não Acredita na Morte", primeiro longa do diretor mineiro Ricardo Alves Jr. (dos elogiados curtas "Permanências" e "Tremor"). Elon (Rômulo Braga) procura sua esposa Madalena (Clara Choveaux). Ela não está no trabalho, onde ele sempre a encontra. Não está em lugar algum. Elon entra em parafuso. Mas não desiste, pois não acredita que ela tenha morrido. Como os curtas do diretor, celebrados sabe-se lá por que, este longa chama a atenção para uma espécie de novo academicismo, muito presente em festivais mundo afora e muito perseguido por jovens diretores brasileiros: o tal do cinema de fluxo. Ou seja, não há muita preocupação com o que a câmera enquadra, mas é importante que ela persiga o protagonista pelos meandros de sua própria loucura, a ponto de perdermos a relação entre ele e o mundo palpável. São apenas 75 minutos, mas o tom escuro que predomina nas cenas e a monotonia de todo o relato, em grande parte causada por um desempenho mumificado de Rômulo Braga, fazem parecer que dura bem mais. ABISMO O personagem é uma lástima andante, conforme vemos por sua relação com tudo ao redor. Mas o ator parece não dar conta dessa antipatia, talvez por culpa da direção, talvez por uma inadequação entre ele e o personagem. A construção em abismo na cena em que ele é demitido é um raro momento em que Alves Jr. abandona o fluxo para pensar numa composição do quadro. Mas o quadro não ajuda. Retoma a ambientação fria e batida da empresa que oprime seus empregados: aspecto decadentista, cor desbotada, impressão geral de um lugar de outro tempo. * Elon Não Acredita na Morte DIREÇÃO Ricardo Alves Jr. ELENCO Rômulo Braga, Clara Choveaux, Lourenço Mutarelli PRODUÇÃO Brasil, 2016, 18 anos QUANDO estreia nesta quinta (27)
ilustrada
Elon é perseguido pelos meandros da loucuraNão há nada muito animador em "Elon Não Acredita na Morte", primeiro longa do diretor mineiro Ricardo Alves Jr. (dos elogiados curtas "Permanências" e "Tremor"). Elon (Rômulo Braga) procura sua esposa Madalena (Clara Choveaux). Ela não está no trabalho, onde ele sempre a encontra. Não está em lugar algum. Elon entra em parafuso. Mas não desiste, pois não acredita que ela tenha morrido. Como os curtas do diretor, celebrados sabe-se lá por que, este longa chama a atenção para uma espécie de novo academicismo, muito presente em festivais mundo afora e muito perseguido por jovens diretores brasileiros: o tal do cinema de fluxo. Ou seja, não há muita preocupação com o que a câmera enquadra, mas é importante que ela persiga o protagonista pelos meandros de sua própria loucura, a ponto de perdermos a relação entre ele e o mundo palpável. São apenas 75 minutos, mas o tom escuro que predomina nas cenas e a monotonia de todo o relato, em grande parte causada por um desempenho mumificado de Rômulo Braga, fazem parecer que dura bem mais. ABISMO O personagem é uma lástima andante, conforme vemos por sua relação com tudo ao redor. Mas o ator parece não dar conta dessa antipatia, talvez por culpa da direção, talvez por uma inadequação entre ele e o personagem. A construção em abismo na cena em que ele é demitido é um raro momento em que Alves Jr. abandona o fluxo para pensar numa composição do quadro. Mas o quadro não ajuda. Retoma a ambientação fria e batida da empresa que oprime seus empregados: aspecto decadentista, cor desbotada, impressão geral de um lugar de outro tempo. * Elon Não Acredita na Morte DIREÇÃO Ricardo Alves Jr. ELENCO Rômulo Braga, Clara Choveaux, Lourenço Mutarelli PRODUÇÃO Brasil, 2016, 18 anos QUANDO estreia nesta quinta (27)
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Brasil atendeu a um pedido do Irã ao se abster em voto na ONU
O governo brasileiro atendeu a um pedido de Teerã ao se abster em votação no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra sobre a situação no Irã, em março deste ano. É o que revelam telegramas trocados dias antes da votação entre a embaixada do Brasil em Teerã, a sede da chancelaria, em Brasília, e a missão do Brasil junto à ONU em Genebra obtidos pela ONG Conectas por meio da Lei de Acesso à Informação. Em telegrama de 12 de março à sede do ministério, em Brasília, o embaixador do Brasil no Irã, Santiago Mourão, diz que, em encontro no dia anterior, o presidente do Conselho de Direitos Humanos do Irã, Mohammad-Javad Larijani, "solicitou que fosse considerada pelo Brasil a possibilidade de, ao menos, votar abstenção no projeto que será apresentado em Genebra". "[Ele] afirmou que a eventual mudança de posição do Brasil teria significativo reflexo no tratamento futuro do tema dos direitos humanos em geral, dada a importância e influência do Brasil nos organismos internacionais de defesa e promoção dos direitos humanos", relata o embaixador na mensagem. A resolução de 27 de março não só expressou "séria preocupação" com violações de direitos humanos apontadas pelo relator especial da ONU para o Irã, Ahmed Shaheed, como prorrogou seu mandato por mais um ano. Segundo o embaixador Mourão, Larijani assegurou um aumento da cooperação com os organismos internacionais e antecipou que seriam convidados ao país os relatores da ONU "para direitos aos alimentos e à saúde" -ponto usado pelo Brasil depois em sua justificativa. Em telegrama enviado a Brasília em 16 de março pela embaixadora junto à ONU em Genebra, Regina Dunlop, a diplomata encaminha o texto da resolução que será votado -e que, segundo ela, "tem teor idêntico ao da última resolução sobre o assunto (...) acrescido de pequenas atualizações"- e pede "instruções" a Brasília. O Brasil havia apoiado este texto anterior, de março de 2014. Em nota, o Itamaraty justificou a abstenção em março passado afirmando que "o compromisso renovado do Irã com o sistema de direitos humanos deve ser reconhecido". O governo brasileiro destacou se preocupar com o "aumento no número de execuções no Irã, seguindo a aplicação da pena de morte", mas disse esperar "ver ainda mais cooperação do governo iraniano" com resoluções e iniciativas do Conselho de Direitos Humanos. MUDANÇA A abstenção marcou uma mudança na posição que vinha sendo adotada pelo Brasil desde o início do governo Dilma Rousseff, em 2011. No fim do governo Lula, quando já tinha sido eleita, Dilma chegou a criticar em entrevista ao "The Washington Post" a abstenção do Brasil, um mês antes, sobre uma resolução da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, que pediu o fim do apedrejamento no Irã e o condenou como forma de punição. Nas três votações das quais havia participado em Genebra desde então (2011, 2013 e 2014), o Brasil apoiou resoluções que ressaltavam a preocupação com violações de direitos humanos no Irã. Um dos quatro telegramas aos quais a reportagem teve acesso encaminha a Brasília um relatório do governo iraniano sobre os avanços apontados por Teerã no respeito aos direitos humanos no país. Para o iraniano-americano Mani Mostofi, diretor da ONG Impact-Iran, no entanto, o documento aponta como progressos passos controversos, como a criação do novo código penal islâmico, de 2013, que segue considerando como crimes, por exemplo, "atos homossexuais". "Se o governo brasileiro tivesse lido os relatórios de Shaheed, veria que eles mostram uma falta de progresso no Irã, que a situação segue num nível crítico e que é preciso a atenção internacional", diz Mostofi. Para Camila Asano, coordenadora de política externa da Conectas, o mais grave da mudança do Brasil é que os telegramas mostram que ela foi feita com base em "promessas" de Teerã, como o convite a relatores da ONU para que visitem o país. "Se você vai fazer uma mudança de voto significativa como essa, ela precisa ser feita em cima de uma análise muito cautelosa de que a situação de direitos humanos teve uma melhoria, e não em cima de uma promessa", diz. "E o que estava em jogo era a renovação do mandato do relator. Quando o Brasil se abstém, ele manda uma mensagem de que não apoia a manutenção dele", pontua Asano. "Se outros países-membros tivessem votado da mesma forma que o Brasil, talvez esse relator não existisse mais." Os quatro telegramas fazem parte de um conjunto de oito mensagens trocadas sobre o tema entre os três postos brasileiros. Os outros quatro não foram repassados pela Lei de Acesso por terem sido classificados como "reservados". A ONG entrou com dois recursos junto ao Itamaraty e um junto à CGU (Controladoria Geral da União), mas teve o acesso negado. A Conectas promete agora recorrer à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, órgão colegiado composto por dez ministérios. "Queremos entender o que mais orienta o Brasil com relação a esse voto", disse Asano. SÍRIA Na mesma sessão em que se absteve sobre o Irã, em março, o Brasil também se absteve ante uma resolução sobre violações na Síria. No início deste mês, contudo, o país votou a favor de um novo texto sobre o tema em Genebra. Segundo o Itamaraty, a mudança no voto foi justificada porque a resolução de julho "apresenta maior equilíbrio em comparação à resolução adotada na última sessão". O novo texto não deixa a condenação limitada a grupos específicos, mas a estende a quem cometer violações no conflito sírio. A mudança na posição brasileira gerou críticas e levou o chanceler Mauro Vieira até a Comissão de Relações Exteriores do Senado para dar explicações sobre as abstenções nas resoluções sobre o Irã e a Síria. Na próxima terça (14), a Comissão de Relações Exteriores da Câmara fará uma audiência pública para debater o tema, com representantes do Itamaraty, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência e da Conectas.
mundo
Brasil atendeu a um pedido do Irã ao se abster em voto na ONUO governo brasileiro atendeu a um pedido de Teerã ao se abster em votação no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra sobre a situação no Irã, em março deste ano. É o que revelam telegramas trocados dias antes da votação entre a embaixada do Brasil em Teerã, a sede da chancelaria, em Brasília, e a missão do Brasil junto à ONU em Genebra obtidos pela ONG Conectas por meio da Lei de Acesso à Informação. Em telegrama de 12 de março à sede do ministério, em Brasília, o embaixador do Brasil no Irã, Santiago Mourão, diz que, em encontro no dia anterior, o presidente do Conselho de Direitos Humanos do Irã, Mohammad-Javad Larijani, "solicitou que fosse considerada pelo Brasil a possibilidade de, ao menos, votar abstenção no projeto que será apresentado em Genebra". "[Ele] afirmou que a eventual mudança de posição do Brasil teria significativo reflexo no tratamento futuro do tema dos direitos humanos em geral, dada a importância e influência do Brasil nos organismos internacionais de defesa e promoção dos direitos humanos", relata o embaixador na mensagem. A resolução de 27 de março não só expressou "séria preocupação" com violações de direitos humanos apontadas pelo relator especial da ONU para o Irã, Ahmed Shaheed, como prorrogou seu mandato por mais um ano. Segundo o embaixador Mourão, Larijani assegurou um aumento da cooperação com os organismos internacionais e antecipou que seriam convidados ao país os relatores da ONU "para direitos aos alimentos e à saúde" -ponto usado pelo Brasil depois em sua justificativa. Em telegrama enviado a Brasília em 16 de março pela embaixadora junto à ONU em Genebra, Regina Dunlop, a diplomata encaminha o texto da resolução que será votado -e que, segundo ela, "tem teor idêntico ao da última resolução sobre o assunto (...) acrescido de pequenas atualizações"- e pede "instruções" a Brasília. O Brasil havia apoiado este texto anterior, de março de 2014. Em nota, o Itamaraty justificou a abstenção em março passado afirmando que "o compromisso renovado do Irã com o sistema de direitos humanos deve ser reconhecido". O governo brasileiro destacou se preocupar com o "aumento no número de execuções no Irã, seguindo a aplicação da pena de morte", mas disse esperar "ver ainda mais cooperação do governo iraniano" com resoluções e iniciativas do Conselho de Direitos Humanos. MUDANÇA A abstenção marcou uma mudança na posição que vinha sendo adotada pelo Brasil desde o início do governo Dilma Rousseff, em 2011. No fim do governo Lula, quando já tinha sido eleita, Dilma chegou a criticar em entrevista ao "The Washington Post" a abstenção do Brasil, um mês antes, sobre uma resolução da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, que pediu o fim do apedrejamento no Irã e o condenou como forma de punição. Nas três votações das quais havia participado em Genebra desde então (2011, 2013 e 2014), o Brasil apoiou resoluções que ressaltavam a preocupação com violações de direitos humanos no Irã. Um dos quatro telegramas aos quais a reportagem teve acesso encaminha a Brasília um relatório do governo iraniano sobre os avanços apontados por Teerã no respeito aos direitos humanos no país. Para o iraniano-americano Mani Mostofi, diretor da ONG Impact-Iran, no entanto, o documento aponta como progressos passos controversos, como a criação do novo código penal islâmico, de 2013, que segue considerando como crimes, por exemplo, "atos homossexuais". "Se o governo brasileiro tivesse lido os relatórios de Shaheed, veria que eles mostram uma falta de progresso no Irã, que a situação segue num nível crítico e que é preciso a atenção internacional", diz Mostofi. Para Camila Asano, coordenadora de política externa da Conectas, o mais grave da mudança do Brasil é que os telegramas mostram que ela foi feita com base em "promessas" de Teerã, como o convite a relatores da ONU para que visitem o país. "Se você vai fazer uma mudança de voto significativa como essa, ela precisa ser feita em cima de uma análise muito cautelosa de que a situação de direitos humanos teve uma melhoria, e não em cima de uma promessa", diz. "E o que estava em jogo era a renovação do mandato do relator. Quando o Brasil se abstém, ele manda uma mensagem de que não apoia a manutenção dele", pontua Asano. "Se outros países-membros tivessem votado da mesma forma que o Brasil, talvez esse relator não existisse mais." Os quatro telegramas fazem parte de um conjunto de oito mensagens trocadas sobre o tema entre os três postos brasileiros. Os outros quatro não foram repassados pela Lei de Acesso por terem sido classificados como "reservados". A ONG entrou com dois recursos junto ao Itamaraty e um junto à CGU (Controladoria Geral da União), mas teve o acesso negado. A Conectas promete agora recorrer à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, órgão colegiado composto por dez ministérios. "Queremos entender o que mais orienta o Brasil com relação a esse voto", disse Asano. SÍRIA Na mesma sessão em que se absteve sobre o Irã, em março, o Brasil também se absteve ante uma resolução sobre violações na Síria. No início deste mês, contudo, o país votou a favor de um novo texto sobre o tema em Genebra. Segundo o Itamaraty, a mudança no voto foi justificada porque a resolução de julho "apresenta maior equilíbrio em comparação à resolução adotada na última sessão". O novo texto não deixa a condenação limitada a grupos específicos, mas a estende a quem cometer violações no conflito sírio. A mudança na posição brasileira gerou críticas e levou o chanceler Mauro Vieira até a Comissão de Relações Exteriores do Senado para dar explicações sobre as abstenções nas resoluções sobre o Irã e a Síria. Na próxima terça (14), a Comissão de Relações Exteriores da Câmara fará uma audiência pública para debater o tema, com representantes do Itamaraty, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência e da Conectas.
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Medo do desconhecido faz UE entrar na campanha do plebiscito
O medo de que a Grécia veja obrigada a abandonar o euro, o que jogaria a Europa em território desconhecido, levou lideranças europeias a entrar de peito aberto na campanha para o plebiscito de domingo, 5, em que os gregos decidirão se aceitam o pacote proposto pelos credores. "Um voto 'não' significaria que a Grécia está dizendo não à Europa", decretou, por exemplo, Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, o braço executivo do conglomerado europeu. Por que a Europa teme a saída da Grécia, se representa só 2% da economia europeia? Primeiro, porque seria entrar "em território desconhecido", como disse ao "Financial Times" o analista Huw Pill, da Goldman Sachs. Segundo: as consequências político-institucionais de levar a Grécia à quebra seriam potencialmente tão dramáticas quanto as econômicas. Diz, por exemplo, Dimitar Bechev, pesquisador visitante do Instituto Europeu da London School of Economics: "A saída da Grécia provaria que a integração europeia é reversível e não conduz à convergência em prosperidade e padrões de governança". FRONTEIRA SENSÍVEL Emenda Thanos Dokos, da Fundação Helênica para Política Europeia e Externa: "A Grécia tem uma das fronteiras externas mais sensíveis da UE, no contexto da imigração [a outra grande tragédia contemporânea para a Europa]. O gerenciamento da fronteira estaria além da capacidade de um país em bancarrota". Por isso, a liderança europeia pede o voto "sim" ao pacote por ela apresentado aos gregos, que impõe austeridade adicional em troca de socorro financeiro, sem o qual os bancos gregos quebram. O eleitorado terá que decidir, no domingo, se dói mais a navegação por território desconhecido ou a austeridade, cujos resultados, estes sim, são conhecidos. A OCDE, o clubão dos países mais industrializados, em seu relatório de meio de ano, informa que o PIB grego em 2014 (sem austeridade adicional) só crescerá 0,1% (detalhe: a avaliadora de risco S&P prevê queda de 3%); que a dívida pública ficará em 185% do PIB (estava, no fim de 2014, em 175%); e que o desemprego continuará na escandalosa casa dos 25% (mais exatamente 25,7%). É com base nesses números que o premiê Alexis Tsipras pede o "não", com o que aprofunda o confronto com os europeus. Mas ele também não sabe se, caso sua posição seja aprovada pelo eleitorado, os números não se tornarão ainda mais tenebrosos. Chegou-se, pois, a uma situação na qual não haverá ganhadores claros, vença o "sim" ou o "não".
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Medo do desconhecido faz UE entrar na campanha do plebiscitoO medo de que a Grécia veja obrigada a abandonar o euro, o que jogaria a Europa em território desconhecido, levou lideranças europeias a entrar de peito aberto na campanha para o plebiscito de domingo, 5, em que os gregos decidirão se aceitam o pacote proposto pelos credores. "Um voto 'não' significaria que a Grécia está dizendo não à Europa", decretou, por exemplo, Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, o braço executivo do conglomerado europeu. Por que a Europa teme a saída da Grécia, se representa só 2% da economia europeia? Primeiro, porque seria entrar "em território desconhecido", como disse ao "Financial Times" o analista Huw Pill, da Goldman Sachs. Segundo: as consequências político-institucionais de levar a Grécia à quebra seriam potencialmente tão dramáticas quanto as econômicas. Diz, por exemplo, Dimitar Bechev, pesquisador visitante do Instituto Europeu da London School of Economics: "A saída da Grécia provaria que a integração europeia é reversível e não conduz à convergência em prosperidade e padrões de governança". FRONTEIRA SENSÍVEL Emenda Thanos Dokos, da Fundação Helênica para Política Europeia e Externa: "A Grécia tem uma das fronteiras externas mais sensíveis da UE, no contexto da imigração [a outra grande tragédia contemporânea para a Europa]. O gerenciamento da fronteira estaria além da capacidade de um país em bancarrota". Por isso, a liderança europeia pede o voto "sim" ao pacote por ela apresentado aos gregos, que impõe austeridade adicional em troca de socorro financeiro, sem o qual os bancos gregos quebram. O eleitorado terá que decidir, no domingo, se dói mais a navegação por território desconhecido ou a austeridade, cujos resultados, estes sim, são conhecidos. A OCDE, o clubão dos países mais industrializados, em seu relatório de meio de ano, informa que o PIB grego em 2014 (sem austeridade adicional) só crescerá 0,1% (detalhe: a avaliadora de risco S&P prevê queda de 3%); que a dívida pública ficará em 185% do PIB (estava, no fim de 2014, em 175%); e que o desemprego continuará na escandalosa casa dos 25% (mais exatamente 25,7%). É com base nesses números que o premiê Alexis Tsipras pede o "não", com o que aprofunda o confronto com os europeus. Mas ele também não sabe se, caso sua posição seja aprovada pelo eleitorado, os números não se tornarão ainda mais tenebrosos. Chegou-se, pois, a uma situação na qual não haverá ganhadores claros, vença o "sim" ou o "não".
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Centurión marca no fim e garante vitória do São Paulo sobre o Cruzeiro
Após virar titular do São Paulo graças ao desfalque de Michel Bastos, que está com dengue, o argentino Centurión fez o gol decisivo na vitória são-paulina sobre o Cruzeiro por 1 a 0 na noite desta quarta-feira (6), no Morumbi, pelo jogo de ida das oitavas de final da Libertadores. Com boas jogadas pelo lado direito do ataque do São Paulo, Centurión foi o grande destaque do time paulista no confronto e anotou o gol da vitória aos 37min do segundo tempo, quando recebeu cruzamento do lateral Bruno e, de cabeça, selou o placar. Agora, no jogo de volta, que acontece na próxima quarta-feira (13), em Belo Horizonte, o time do Morumbi poderá jogar por qualquer empate para conseguir a classificação à próxima fase do torneio sul-americano. Já o Cruzeiro precisará vencer por dois gols de diferença para avançar de etapa. Se os mineiros vencerem por 1 a 0, a decisão será nos pênaltis. Veja vídeo Pelo lado direito, o São Paulo criou as melhores jogadas no campo de ataque no primeiro tempo. Com Centurión atuando aberto por aquele setor, além das descidas do lateral Bruno, o time do Morumbi quase abriu o placar em jogadas que tiveram origem por ali. Aos 5min, após cruzamento do camisa 22 são-paulino, o argentino cabeceou a bola no canto esquerdo e exigiu boa defesa do goleiro Fábio. Depois, já aos 35min, após novo lançamento da direita, Alexandre Pato cabeceou no alto e o arqueiro do Cruzeiro fez outra excelente defesa. Porém, mesmo com mais posse de bola e maior presença ofensiva, a equipe paulista trocava passes de forma muito lenta, o que facilitava a marcação do Cruzeiro, que jogou recuado e pouco ameaçou o goleiro Rogério Ceni antes do intervalo. Com dificuldades de entrar na defesa cruzeirense em tabelas pelo chão, o time do Morumbi novamente ameaçou o goleiro adversário somente em jogadas de bola aérea no segundo tempo. Aos 11min, após cobrança de escanteio, Rafael Tolói desviou de cabeça no primeiro lance para Pato que, mesmo sozinho na pequena área, chutou por cima do gol. A bola ainda desviou no travessão antes de sair pela linha de fundo. Dez minutos mais tarde, Pato cruzou no alto para Centurión, que cabeceou forte e exigiu outra importante defesa de Fábio. Com o decorrer do tempo, o São Paulo se lançou ao campo de ataque, principalmente depois da entrada de Boschilia no lugar de Wesley, mas deixou espaços para o Cruzeiro contra-atacar. No entanto, em nova jogada pelo lado direito, os são-paulinos conseguiram chegar ao gol da vitória. Aos 37min, após cruzamento do lateral Bruno, Centurión deu um peixinho e cabeceou a bola no canto para selar o placar antes do apito final.
esporte
Centurión marca no fim e garante vitória do São Paulo sobre o CruzeiroApós virar titular do São Paulo graças ao desfalque de Michel Bastos, que está com dengue, o argentino Centurión fez o gol decisivo na vitória são-paulina sobre o Cruzeiro por 1 a 0 na noite desta quarta-feira (6), no Morumbi, pelo jogo de ida das oitavas de final da Libertadores. Com boas jogadas pelo lado direito do ataque do São Paulo, Centurión foi o grande destaque do time paulista no confronto e anotou o gol da vitória aos 37min do segundo tempo, quando recebeu cruzamento do lateral Bruno e, de cabeça, selou o placar. Agora, no jogo de volta, que acontece na próxima quarta-feira (13), em Belo Horizonte, o time do Morumbi poderá jogar por qualquer empate para conseguir a classificação à próxima fase do torneio sul-americano. Já o Cruzeiro precisará vencer por dois gols de diferença para avançar de etapa. Se os mineiros vencerem por 1 a 0, a decisão será nos pênaltis. Veja vídeo Pelo lado direito, o São Paulo criou as melhores jogadas no campo de ataque no primeiro tempo. Com Centurión atuando aberto por aquele setor, além das descidas do lateral Bruno, o time do Morumbi quase abriu o placar em jogadas que tiveram origem por ali. Aos 5min, após cruzamento do camisa 22 são-paulino, o argentino cabeceou a bola no canto esquerdo e exigiu boa defesa do goleiro Fábio. Depois, já aos 35min, após novo lançamento da direita, Alexandre Pato cabeceou no alto e o arqueiro do Cruzeiro fez outra excelente defesa. Porém, mesmo com mais posse de bola e maior presença ofensiva, a equipe paulista trocava passes de forma muito lenta, o que facilitava a marcação do Cruzeiro, que jogou recuado e pouco ameaçou o goleiro Rogério Ceni antes do intervalo. Com dificuldades de entrar na defesa cruzeirense em tabelas pelo chão, o time do Morumbi novamente ameaçou o goleiro adversário somente em jogadas de bola aérea no segundo tempo. Aos 11min, após cobrança de escanteio, Rafael Tolói desviou de cabeça no primeiro lance para Pato que, mesmo sozinho na pequena área, chutou por cima do gol. A bola ainda desviou no travessão antes de sair pela linha de fundo. Dez minutos mais tarde, Pato cruzou no alto para Centurión, que cabeceou forte e exigiu outra importante defesa de Fábio. Com o decorrer do tempo, o São Paulo se lançou ao campo de ataque, principalmente depois da entrada de Boschilia no lugar de Wesley, mas deixou espaços para o Cruzeiro contra-atacar. No entanto, em nova jogada pelo lado direito, os são-paulinos conseguiram chegar ao gol da vitória. Aos 37min, após cruzamento do lateral Bruno, Centurión deu um peixinho e cabeceou a bola no canto para selar o placar antes do apito final.
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Responsável por prata no Rio, tiro deu primeiras medalhas ao Brasil em 1920
DE SÃO PAULO Nos Jogos do Rio, a primeira medalha brasileira foi conquistada pelo paulista Felipe Wu, 24, no tiro esportivo, modalidade que no passado já foi precursora das vitórias olímpicas do país. Em 1920, na Antuérpia (Bélgica), o Brasil arrematou suas três primeiras medalhas olímpicas com os atletas do tiro esportivo. O maior destaque foi o tenente Guilherme Paraense (1886-1968), atleta do Fluminense, que venceu a prova de pistola de tiro rápido 25 m e conseguiu o primeiro ouro brasileiro. As outras duas medalhas foram a prata, com Afrânio da Costa, na prova dos 50 m de pistola livre; e o bronze, na pistola 50 m por equipes. O tiro esportivo esteve presente nos Jogos desde a primeira edição, em Atenas, em 1896, e misturou-se desde sua origem com a prática militar. As linhas de tiro utilizadas de combates serviram como modelos para as primeiras competições, moldando as posições dos atiradores: deitado, ajoelhado e em pé. Assim como Paraense, Wu é faz parte do grupo de atletas militares. Barão Pierre de Coubertin (1863-1937), idealizador dos Jogos Olímpicos da era moderna, era atleta de tiro. Por isso, até hoje, a primeira medalha do evento é concedida ao tiro esportivo. No Rio, a norte-americana Virginia Thrasher, 19, da carabina de 10 m, foi quem recebeu a primeira medalha de ouro, neste sábado (6). Apenas em 1968, na Cidade do México, as mulheres foram autorizadas a participarem da modalidade, e em Los Angeles, em 1984, surgiram as primeiras provas exclusivamente femininas. Atualmente, há três categorias do tiro esportivo na Olimpíada: carabina, pistola e tiro ao prato, distribuídas em 15 provas (nove masculinas e seis femininas) que se diferenciam entre si pelos tipos de equipamento (rifle, pistola ou carabina), pela distância e tipo dos alvos e pela posição dos corpos. No caso de Wu, ele utiliza uma pistola de ar com peso de 1,4 quilo e atira em um alvo de 17 cm x 17 cm de uma distância de 10 metros. O tiro tem que ser feito sem apoio do braço, o que demanda esforço dos ombros –nas últimas semanas, Wu vinha se queixando de dores na região. A parte nuclear do alvo tem o diâmetro de 11,5 mm e, caso atingida, concede dez pontos ao atirador. Quanto mais longe do centro do alvo o tiro acertar, menos pontos o atleta recebe. De sua posição, o atirador só consegue enxergar um quadrado branco com um círculo preto no meio. Cada prova tem uma fase de qualificação, em que os atletas fazem de 40 a 120 disparos. Na fase final, são de 20 a 45, com exceção da pistola para a prova de 25 m, que pode precisar de um número maior de tiros para definir o vencedor. A Federação Internacional de Tiro Esportivo determina que competições internacionais devem ter um sistema completamente computadorizado de detecção do ponto que o tiro atingiu o alvo, fazendo com que, assim, não exista nenhum projétil material saído de uma pistola de ar como a que Wu utiliza. O Brasil enviou nove representantes do tiro esportivo ao Rio: Cassio Rippel (carabina deitado 50m, carabina de ar 10m e carabina três posições), Daniela Carraro (skeet), Emerson Duarte (pistola tiro rápido 25m), Felipe Wu (pistola de ar 10m e pistola 50m), Janice Teixeira (fossa olímpica), Julio Almeida (pistola de ar 10m e pistola 50m) Renato Portella (skeet), Roberto Schmits (fossa olímpica) e Rosane Budag (carabina de ar e carabina três posições). Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
esporte
Responsável por prata no Rio, tiro deu primeiras medalhas ao Brasil em 1920 DE SÃO PAULO Nos Jogos do Rio, a primeira medalha brasileira foi conquistada pelo paulista Felipe Wu, 24, no tiro esportivo, modalidade que no passado já foi precursora das vitórias olímpicas do país. Em 1920, na Antuérpia (Bélgica), o Brasil arrematou suas três primeiras medalhas olímpicas com os atletas do tiro esportivo. O maior destaque foi o tenente Guilherme Paraense (1886-1968), atleta do Fluminense, que venceu a prova de pistola de tiro rápido 25 m e conseguiu o primeiro ouro brasileiro. As outras duas medalhas foram a prata, com Afrânio da Costa, na prova dos 50 m de pistola livre; e o bronze, na pistola 50 m por equipes. O tiro esportivo esteve presente nos Jogos desde a primeira edição, em Atenas, em 1896, e misturou-se desde sua origem com a prática militar. As linhas de tiro utilizadas de combates serviram como modelos para as primeiras competições, moldando as posições dos atiradores: deitado, ajoelhado e em pé. Assim como Paraense, Wu é faz parte do grupo de atletas militares. Barão Pierre de Coubertin (1863-1937), idealizador dos Jogos Olímpicos da era moderna, era atleta de tiro. Por isso, até hoje, a primeira medalha do evento é concedida ao tiro esportivo. No Rio, a norte-americana Virginia Thrasher, 19, da carabina de 10 m, foi quem recebeu a primeira medalha de ouro, neste sábado (6). Apenas em 1968, na Cidade do México, as mulheres foram autorizadas a participarem da modalidade, e em Los Angeles, em 1984, surgiram as primeiras provas exclusivamente femininas. Atualmente, há três categorias do tiro esportivo na Olimpíada: carabina, pistola e tiro ao prato, distribuídas em 15 provas (nove masculinas e seis femininas) que se diferenciam entre si pelos tipos de equipamento (rifle, pistola ou carabina), pela distância e tipo dos alvos e pela posição dos corpos. No caso de Wu, ele utiliza uma pistola de ar com peso de 1,4 quilo e atira em um alvo de 17 cm x 17 cm de uma distância de 10 metros. O tiro tem que ser feito sem apoio do braço, o que demanda esforço dos ombros –nas últimas semanas, Wu vinha se queixando de dores na região. A parte nuclear do alvo tem o diâmetro de 11,5 mm e, caso atingida, concede dez pontos ao atirador. Quanto mais longe do centro do alvo o tiro acertar, menos pontos o atleta recebe. De sua posição, o atirador só consegue enxergar um quadrado branco com um círculo preto no meio. Cada prova tem uma fase de qualificação, em que os atletas fazem de 40 a 120 disparos. Na fase final, são de 20 a 45, com exceção da pistola para a prova de 25 m, que pode precisar de um número maior de tiros para definir o vencedor. A Federação Internacional de Tiro Esportivo determina que competições internacionais devem ter um sistema completamente computadorizado de detecção do ponto que o tiro atingiu o alvo, fazendo com que, assim, não exista nenhum projétil material saído de uma pistola de ar como a que Wu utiliza. O Brasil enviou nove representantes do tiro esportivo ao Rio: Cassio Rippel (carabina deitado 50m, carabina de ar 10m e carabina três posições), Daniela Carraro (skeet), Emerson Duarte (pistola tiro rápido 25m), Felipe Wu (pistola de ar 10m e pistola 50m), Janice Teixeira (fossa olímpica), Julio Almeida (pistola de ar 10m e pistola 50m) Renato Portella (skeet), Roberto Schmits (fossa olímpica) e Rosane Budag (carabina de ar e carabina três posições). Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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Dólar sobe a R$ 3,30 e Bolsa cai 1,38% com volta dos temores sobre o Brexit
A aversão global ao risco voltou aos mercados nesta terça-feira (5). O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) alertou que as ameaças à estabilidade financeira do Reino Unido surgidas com o Brexit começaram a se materializar, reacendendo os temores de uma desaceleração da economia global. A saída do Reino Unido da União Europeia provocou uma fuga de recursos para ativos considerados mais seguros, como o ouro e títulos de dívida soberanos. Três fundos imobiliários britânicos suspenderam os resgates de cotas por falta de dinheiro para pagar os investidores, por causa da grande demanda por retirada. Como consequência, as Bolsas e o petróleo recuaram. O dólar voltou a se valorizar globalmente, e a libra chegou a atingir o menor patamar em 31 anos durante o pregão. Para piorar o humor dos investidores, os bancos italianos voltaram a demonstrar sinais de fragilidade. No Brasil, o dólar avançou para a casa dos R$ 3,30, influenciado, além do cenário externo negativo, por mais uma ação do Banco Central no câmbio. O Ibovespa caiu 1,38%, e os juros futuros e do CDS (credit default swap) brasileiro, indicador de percepção de risco, subiram. CÂMBIO E JUROS O dólar à vista encerrou a sessão em alta de 1,63%, a R$ 3,3014, enquanto o dólar comercial terminou com ganho de 1,10%, a R$ 3,3010. O Banco Central leiloou, pela terceira sessão seguida, 10.000 contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares pela autoridade monetária, totalizando US$ 500 milhões. Com isso, a posição vendida do BC (estoque de swap cambial tradicional, que correspondem à venda futura da moeda) caiu para US$ 60,635 bilhões. Na manhã desta terça-feira, em sabatina na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, os quatro indicados a compor a diretoria do BC afirmaram ser contrários a um sistema cambial totalmente livre de intervenções. Reinaldo Le Grazie, indicado para a Diretoria de Política Monetária da instituição, afirmou que a volatilidade no câmbio nos últimos tempos tem sido maior do que a média. "O câmbio flutuante é a melhor maneira de a gente equilibrar o cenário como um todo. Livre flutuação lato sensu não é o padrão no mundo. O Brasil não deve ter uma livre flutuação total. A flutuação é com intervenções pontuais, quando distorções aparecerem", afirmou Le Grazie. Para analistas, o discurso dos diretores foi coerente com o que já foi dito pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, de que manterá o câmbio flutuante, ao mesmo tempo em que procurará reduzir o estoque de swaps cambiais. Ítalo Santos, especialista em câmbio da corretora Icap, destaca que o real não ficou entre as maiores desvalorizações nesta terça-feira, apesar do mau humor externo e da ação do BC. "A volatilidade do dólar para baixo é muito maior do que a do dólar para cima", afirma. "Há a perspectiva de entrada de um fluxo grande de dólares no país, e para os investidores é melhor ficar vendido do que comprado em dólar, por causa do alto custo de carregamento", explica. Segundo o especialista, investidores aguardam a conclusão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em agosto, para trazer mais recursos para o Brasil, caso se confirme o impedimento. No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subiu de 13,880% para 13,910%, enquanto o contrato de DI para janeiro de 2021 avançou de 12,120% para 12,250%. O CDS brasileiro, espécie de seguro contra calote, tinha alta de 2,29%, aos 320,225 pontos. BOLSA O Ibovespa terminou a sessão em queda de 1,38%, aos 51.842,27 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,3 bilhões. As ações da Petrobras recuaram 5,87%, a R$ 9,29 (PN), e 5,65%, a R$ 11,34 (ON), reagindo à queda de cerca de 4% dos preços do petróleo no mercado internacional. Os papéis da Vale perderam 4,51%, a R$ 12,90 (PNA), e 5,36%, a R$ 16,06 (ON), influenciados pelo recuo do minério de ferro na China. Entre as siderúrgicas, CSN ON caiu 7,41%; Gerdau PN, -4,76%; e Usiminas PNA, -4,24%. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN fechou em queda de 0,71%; Bradesco PN, -0,03%; Banco do Brasil ON, -0,75%; Santander unit, -3,11%; e BM&FBovespa ON, -1,94%. EXTERIOR Em relatório de estabilidade financeira divulgado nesta terça-feira, o Banco da Inglaterra afirmou que "há evidências de que alguns riscos começaram a se manifestar". "A atual perspectiva para a estabilidade financeira do Reino Unido é desafiante", afirma o Comitê de Política Financeira do banco central inglês. O documento é o primeiro divulgado após o plebiscito de 23 de junho, no qual os britânicos votaram a favor da saída da União Europeia. Uma dessa evidências vem de três fundos imobiliários do Reino Unido, que congelaram cerca de 9,1 bilhões de libras (US$ 12 bilhões) em ativos depois que o Brexit desencadeou uma onda de resgates. M&G Investments, Aviva Investors e Standard Life Investments interromperam as retiradas porque falta de dinheiro disponível para pagar os investidores. Para minimizar os riscos, o BC inglês decidiu reduzir o compulsório (montante de capital em reserva) dos bancos, de modo a liberar 150 bilhões de libras ( (US$ 197,24 bilhões) para empréstimos. Na Europa, a Bolsa de Londres foi a única a fechar em alta (+0,35%), reagindo ao aumento do capital dos bancos para empréstimos. Mesmo assim, a leitura do mercado é de que essa medida é insuficiente para minimizar os efeitos negativos do Brexit. A Bolsa de Paris perdeu 1,69%; Frankfurt, -1,82%; Madri, -2,28%; e Milão, -1,45%. Os bancos italianos são outro motivo de preocupação, porque possuem um alto número de empréstimos considerados ruins. Nos EUA, os mercados voltaram a funcionar depois do feriado do Dia da Independência na véspera. Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones perdeu 0,61%; o S&P 500, -0,68%; e o Nasdaq, -0,82%. Na Ásia, as bolsas chinesas fecharam em alta, diante de sinais de que a atividade no setor de serviços está acelerando no país. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve valorização de 0,08%, enquanto o índice de Xangai subiu 0,62%. Já no restante do continente os mercados recuaram. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,67%.
mercado
Dólar sobe a R$ 3,30 e Bolsa cai 1,38% com volta dos temores sobre o BrexitA aversão global ao risco voltou aos mercados nesta terça-feira (5). O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) alertou que as ameaças à estabilidade financeira do Reino Unido surgidas com o Brexit começaram a se materializar, reacendendo os temores de uma desaceleração da economia global. A saída do Reino Unido da União Europeia provocou uma fuga de recursos para ativos considerados mais seguros, como o ouro e títulos de dívida soberanos. Três fundos imobiliários britânicos suspenderam os resgates de cotas por falta de dinheiro para pagar os investidores, por causa da grande demanda por retirada. Como consequência, as Bolsas e o petróleo recuaram. O dólar voltou a se valorizar globalmente, e a libra chegou a atingir o menor patamar em 31 anos durante o pregão. Para piorar o humor dos investidores, os bancos italianos voltaram a demonstrar sinais de fragilidade. No Brasil, o dólar avançou para a casa dos R$ 3,30, influenciado, além do cenário externo negativo, por mais uma ação do Banco Central no câmbio. O Ibovespa caiu 1,38%, e os juros futuros e do CDS (credit default swap) brasileiro, indicador de percepção de risco, subiram. CÂMBIO E JUROS O dólar à vista encerrou a sessão em alta de 1,63%, a R$ 3,3014, enquanto o dólar comercial terminou com ganho de 1,10%, a R$ 3,3010. O Banco Central leiloou, pela terceira sessão seguida, 10.000 contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares pela autoridade monetária, totalizando US$ 500 milhões. Com isso, a posição vendida do BC (estoque de swap cambial tradicional, que correspondem à venda futura da moeda) caiu para US$ 60,635 bilhões. Na manhã desta terça-feira, em sabatina na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, os quatro indicados a compor a diretoria do BC afirmaram ser contrários a um sistema cambial totalmente livre de intervenções. Reinaldo Le Grazie, indicado para a Diretoria de Política Monetária da instituição, afirmou que a volatilidade no câmbio nos últimos tempos tem sido maior do que a média. "O câmbio flutuante é a melhor maneira de a gente equilibrar o cenário como um todo. Livre flutuação lato sensu não é o padrão no mundo. O Brasil não deve ter uma livre flutuação total. A flutuação é com intervenções pontuais, quando distorções aparecerem", afirmou Le Grazie. Para analistas, o discurso dos diretores foi coerente com o que já foi dito pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, de que manterá o câmbio flutuante, ao mesmo tempo em que procurará reduzir o estoque de swaps cambiais. Ítalo Santos, especialista em câmbio da corretora Icap, destaca que o real não ficou entre as maiores desvalorizações nesta terça-feira, apesar do mau humor externo e da ação do BC. "A volatilidade do dólar para baixo é muito maior do que a do dólar para cima", afirma. "Há a perspectiva de entrada de um fluxo grande de dólares no país, e para os investidores é melhor ficar vendido do que comprado em dólar, por causa do alto custo de carregamento", explica. Segundo o especialista, investidores aguardam a conclusão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em agosto, para trazer mais recursos para o Brasil, caso se confirme o impedimento. No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subiu de 13,880% para 13,910%, enquanto o contrato de DI para janeiro de 2021 avançou de 12,120% para 12,250%. O CDS brasileiro, espécie de seguro contra calote, tinha alta de 2,29%, aos 320,225 pontos. BOLSA O Ibovespa terminou a sessão em queda de 1,38%, aos 51.842,27 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,3 bilhões. As ações da Petrobras recuaram 5,87%, a R$ 9,29 (PN), e 5,65%, a R$ 11,34 (ON), reagindo à queda de cerca de 4% dos preços do petróleo no mercado internacional. Os papéis da Vale perderam 4,51%, a R$ 12,90 (PNA), e 5,36%, a R$ 16,06 (ON), influenciados pelo recuo do minério de ferro na China. Entre as siderúrgicas, CSN ON caiu 7,41%; Gerdau PN, -4,76%; e Usiminas PNA, -4,24%. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN fechou em queda de 0,71%; Bradesco PN, -0,03%; Banco do Brasil ON, -0,75%; Santander unit, -3,11%; e BM&FBovespa ON, -1,94%. EXTERIOR Em relatório de estabilidade financeira divulgado nesta terça-feira, o Banco da Inglaterra afirmou que "há evidências de que alguns riscos começaram a se manifestar". "A atual perspectiva para a estabilidade financeira do Reino Unido é desafiante", afirma o Comitê de Política Financeira do banco central inglês. O documento é o primeiro divulgado após o plebiscito de 23 de junho, no qual os britânicos votaram a favor da saída da União Europeia. Uma dessa evidências vem de três fundos imobiliários do Reino Unido, que congelaram cerca de 9,1 bilhões de libras (US$ 12 bilhões) em ativos depois que o Brexit desencadeou uma onda de resgates. M&G Investments, Aviva Investors e Standard Life Investments interromperam as retiradas porque falta de dinheiro disponível para pagar os investidores. Para minimizar os riscos, o BC inglês decidiu reduzir o compulsório (montante de capital em reserva) dos bancos, de modo a liberar 150 bilhões de libras ( (US$ 197,24 bilhões) para empréstimos. Na Europa, a Bolsa de Londres foi a única a fechar em alta (+0,35%), reagindo ao aumento do capital dos bancos para empréstimos. Mesmo assim, a leitura do mercado é de que essa medida é insuficiente para minimizar os efeitos negativos do Brexit. A Bolsa de Paris perdeu 1,69%; Frankfurt, -1,82%; Madri, -2,28%; e Milão, -1,45%. Os bancos italianos são outro motivo de preocupação, porque possuem um alto número de empréstimos considerados ruins. Nos EUA, os mercados voltaram a funcionar depois do feriado do Dia da Independência na véspera. Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones perdeu 0,61%; o S&P 500, -0,68%; e o Nasdaq, -0,82%. Na Ásia, as bolsas chinesas fecharam em alta, diante de sinais de que a atividade no setor de serviços está acelerando no país. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve valorização de 0,08%, enquanto o índice de Xangai subiu 0,62%. Já no restante do continente os mercados recuaram. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,67%.
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Vice assume lugar de prefeita foragida em cidade do Maranhão
A vice-prefeita de Bom Jardim (a 275 km de São Luís, no Maranhão), Malrinete Gralhada (PMDB), assumiu o comando da prefeitura nesta sexta-feira (29) no Fórum da cidade. Ela foi empossada pelo juiz Cristovão Sousa Barros, da 2ª Vara Criminal. A posse deveria ter ocorrido na Câmara de Vereadores, mas um desencontro com o presidente da Casa impediu que isso ocorresse. A cidade estava sem comando desde que a prefeita Lidiane Leite da Silva (PP), de 25 anos, fugiu após ter a prisão decretada pela Justiça por causa da operação Éden, da Polícia Federal. Na quinta-feira (27), a Justiça determinou que a vice assumisse o cargo imediatamente. Suspeita de desviar recursos de escolas municipais, Lidiane está foragida desde o dia 20 de agosto. Ela ficou conhecida por publicar nas redes sociais fotos em que aparece ostentando luxo. A "Operação Éden" apura fraudes em licitações, desvio de dinheiro e transferências bancárias irregulares. O advogado Carlos Sérgio de Carvalho Barros disse à Folha que a prefeita pretende se entregar e está em situação de "absoluto sofrimento". Enquanto ainda estava no cargo, Lidiane gostava de compartilhar "selfies" nas redes sociais segurando taças de champanhe ou fazendo poses com amigas e com um personal trainer. Também comentava sobre suas compras. "Devia era comprar um carro mais luxuoso porque graças a Deus o dinheiro está sobrando", escreveu. Além da Polícia Federal, o Ministério Público do Maranhão e a Polícia Civil também participam das investigações. Os ex-secretários municipais Antônio Cesarino e Beto Rocha foram presos.
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Vice assume lugar de prefeita foragida em cidade do MaranhãoA vice-prefeita de Bom Jardim (a 275 km de São Luís, no Maranhão), Malrinete Gralhada (PMDB), assumiu o comando da prefeitura nesta sexta-feira (29) no Fórum da cidade. Ela foi empossada pelo juiz Cristovão Sousa Barros, da 2ª Vara Criminal. A posse deveria ter ocorrido na Câmara de Vereadores, mas um desencontro com o presidente da Casa impediu que isso ocorresse. A cidade estava sem comando desde que a prefeita Lidiane Leite da Silva (PP), de 25 anos, fugiu após ter a prisão decretada pela Justiça por causa da operação Éden, da Polícia Federal. Na quinta-feira (27), a Justiça determinou que a vice assumisse o cargo imediatamente. Suspeita de desviar recursos de escolas municipais, Lidiane está foragida desde o dia 20 de agosto. Ela ficou conhecida por publicar nas redes sociais fotos em que aparece ostentando luxo. A "Operação Éden" apura fraudes em licitações, desvio de dinheiro e transferências bancárias irregulares. O advogado Carlos Sérgio de Carvalho Barros disse à Folha que a prefeita pretende se entregar e está em situação de "absoluto sofrimento". Enquanto ainda estava no cargo, Lidiane gostava de compartilhar "selfies" nas redes sociais segurando taças de champanhe ou fazendo poses com amigas e com um personal trainer. Também comentava sobre suas compras. "Devia era comprar um carro mais luxuoso porque graças a Deus o dinheiro está sobrando", escreveu. Além da Polícia Federal, o Ministério Público do Maranhão e a Polícia Civil também participam das investigações. Os ex-secretários municipais Antônio Cesarino e Beto Rocha foram presos.
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Confira cinco dicas para aproveitar SP durante a semana
RAFAEL GREGORIO DE SÃO PAULO Rafael Gregorio, editor-assistente da Sãopaulo, dá dicas de comes e artes pela capital paulista. Confira: Juquery no Masp + Mirante Nove de Julho Para refletir sobre os limites entre arte e terapia, abstração e desatino, e prestigiar mais uma etapa da reconfiguração do icônico museu paulistano. Com tempo —e grana—, tome algo no café do hypado Mirante Nove de Julho. Masp - av. Paulista, 1.578, Bela Vista, tel. 3149-5959. Ter., qua. e sex. a dom.: 10h às 17h30. Qui.: 10h às 19h30. Até 11/10. Livre. Ingr.: R$ 25 (qui., a partir das 17h, e ter.: grátis). Mirante Nove de Julho - Baixo do Viaduto Bernadinho Tranquezi. R. Carlos Comenale, s/nº, atrás do vão livre do Masp, Bela Vista, região central, tel. 3111-6342. 350 pessoas. Ter. a dom.: 10h às 22h. Livre. * Arnaldo Baptista Um dos mais expressivos artistas brasileiros. Músico, capitaneou a antropofagia dos Mutantes e fundou as bases do rock psicodélico no país. Pintor, exibiu flertes com o abstracionismo em duas mostras. Soa como criança feliz ao piano nessa retrospectiva emocionante. Sesc Belenzinho - teatro. R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, tel. 2076-9700. Sex. (2) e sáb. (3): 21h. 12 anos. Ingr.: R$ 9 a R$ 30. * Puxadinho da Praça De nomes consagrados a iniciantes, não há expoente da cena autoral na cidade que escape a esse palco. Diminuto e efervescente, ilustra com rigor a missão e o sentido do underground. Carne Doce e Luziluzia se apresentam no sábado (3). Espaço Cultural Puxadinho da Praça - sala de show. R. Belmiro Braga, 216, Pinheiros, região oeste, tel. 2337-9901. 240 pessoas. Sáb. (3): 24h às 5h. 18 anos. Ingr.: R$ 25. * La Central Meio restaurante, meio bar, ambienta de encontros românticos a DRs, de jantares entre amigos a almoços rápidos. A cozinha, com pratos para dividir ou apreciar solo, interpreta com estilo as raízes latinas, e o bar acerta das releituras às invenções. Edificio Copan - av. Ipiranga, 200, República, região central, tel. 3214-5360. Seg. a sex.: 12h às 15h30 e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 24h. Dom.: 12h às 18h. Menu-executivo: R$ 39 e R$ 48 (almoço de seg. a sex., exceto feriados). * Z Deli Um hambúrguer de pé-direito alto acompanhado de bacon ou mesmo tutano de boi (!), uma porção, como a de fartos pedaços de frango fritos com maionese da casa e um dos drinques com Jack Daniel's e Coca-Cola: combinação à prova de dias tristes. R. Francisco Leitão, 16, Pinheiros, região oeste, tel. 2305-2200. 35 lugares. Seg. a qui. e dom.: 12h às 24h. Sex. e sáb.: 12h à 1h.
saopaulo
Confira cinco dicas para aproveitar SP durante a semanaRAFAEL GREGORIO DE SÃO PAULO Rafael Gregorio, editor-assistente da Sãopaulo, dá dicas de comes e artes pela capital paulista. Confira: Juquery no Masp + Mirante Nove de Julho Para refletir sobre os limites entre arte e terapia, abstração e desatino, e prestigiar mais uma etapa da reconfiguração do icônico museu paulistano. Com tempo —e grana—, tome algo no café do hypado Mirante Nove de Julho. Masp - av. Paulista, 1.578, Bela Vista, tel. 3149-5959. Ter., qua. e sex. a dom.: 10h às 17h30. Qui.: 10h às 19h30. Até 11/10. Livre. Ingr.: R$ 25 (qui., a partir das 17h, e ter.: grátis). Mirante Nove de Julho - Baixo do Viaduto Bernadinho Tranquezi. R. Carlos Comenale, s/nº, atrás do vão livre do Masp, Bela Vista, região central, tel. 3111-6342. 350 pessoas. Ter. a dom.: 10h às 22h. Livre. * Arnaldo Baptista Um dos mais expressivos artistas brasileiros. Músico, capitaneou a antropofagia dos Mutantes e fundou as bases do rock psicodélico no país. Pintor, exibiu flertes com o abstracionismo em duas mostras. Soa como criança feliz ao piano nessa retrospectiva emocionante. Sesc Belenzinho - teatro. R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, tel. 2076-9700. Sex. (2) e sáb. (3): 21h. 12 anos. Ingr.: R$ 9 a R$ 30. * Puxadinho da Praça De nomes consagrados a iniciantes, não há expoente da cena autoral na cidade que escape a esse palco. Diminuto e efervescente, ilustra com rigor a missão e o sentido do underground. Carne Doce e Luziluzia se apresentam no sábado (3). Espaço Cultural Puxadinho da Praça - sala de show. R. Belmiro Braga, 216, Pinheiros, região oeste, tel. 2337-9901. 240 pessoas. Sáb. (3): 24h às 5h. 18 anos. Ingr.: R$ 25. * La Central Meio restaurante, meio bar, ambienta de encontros românticos a DRs, de jantares entre amigos a almoços rápidos. A cozinha, com pratos para dividir ou apreciar solo, interpreta com estilo as raízes latinas, e o bar acerta das releituras às invenções. Edificio Copan - av. Ipiranga, 200, República, região central, tel. 3214-5360. Seg. a sex.: 12h às 15h30 e 19h às 24h. Sáb.: 12h às 24h. Dom.: 12h às 18h. Menu-executivo: R$ 39 e R$ 48 (almoço de seg. a sex., exceto feriados). * Z Deli Um hambúrguer de pé-direito alto acompanhado de bacon ou mesmo tutano de boi (!), uma porção, como a de fartos pedaços de frango fritos com maionese da casa e um dos drinques com Jack Daniel's e Coca-Cola: combinação à prova de dias tristes. R. Francisco Leitão, 16, Pinheiros, região oeste, tel. 2305-2200. 35 lugares. Seg. a qui. e dom.: 12h às 24h. Sex. e sáb.: 12h à 1h.
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Novo prefeito de Londres, Khan toma posse e fala em esperança para todos
O novo prefeito de Londres, Sadiq Khan, do Partido Trabalhista, tomou posse oficialmente neste sábado (7) na catedral de Southwark, perto da London Bridge, na região central da capital inglesa. Primeiro muçulmano à frente de uma grande capital no Ocidente, ele agradeceu o voto de esperança e a favor da unidade, após uma campanha na qual foi acusado de afinidade com os radicais islâmicos. Ao prestar juramento durante a posse, Khan, de 45 anos, prometeu representar "todas as comunidades" e "permitir que todos os londrinos possam se beneficiar das oportunidades que nossa cidade me ofereceu", disse. filho de um motorista de ônibus paquistanês, o novo prefeito superou com 57% dos votos seu principal rival, o conservador multimilionário Zac Goldsmith, de 41. Ele foi aplaudido de pé ao ser oficializado no cargo de administrador da cidade de 8,2 milhões de pessoas - incluindo um milhão de muçulmanos. O resultado das eleições locais na Inglaterra, no País de Gales e na Escócia promoveu uma redistribuição de forças políticas no Reino Unido. Ao mesmo tempo que aumentou a força do SNP (Partido Nacional Escocês) e abriu espaço para os extremistas de direita Ukip (Partido pela Independência do Reino Unido) em Gales, deixou desapontados muitos membros do Partido Trabalhista, em especial na Escócia. ESPERANÇA E MEDO "Esta eleição não careceu de polêmicas, e estou orgulhoso de ver como Londres elegeu hoje a esperança sobre o medo, a unidade sobre a divisão", declarou Khan após o anúncio dos resultados, nO City Hall, a prefeitura da capital. "O medo não nos dá mais segurança, nos torna mais fracos", acrescentou. Khan foi duramente atacado durante a campanha pelo campo conservador, incluindo o primeiro-ministro, David Cameron, que o acusaram inclusive ante o Parlamento de vínculos com os extremistas, o que ele sempre negou. a estratégia conservadora, entretanto, se revelou improdutiva. "Isso demonstra uma absoluta falta de compreensão da mistura de religiões que existe em Londres", opinou Andrew Boff, um responsável conservador, que criticou esta "campanha chocante". COSMOPOLITANISMO Khan, deputado de Tooting, um bairro popular do sul de Londres, sucede o excêntrico conservador Boris Johnson, que acredita-se que queira chegar a Downing Street. Ex-ministro, ex-advogado e pai de duas meninas, Khan prometeu responder aos problemas mais graves da capital, cuja população aumentou em 900.000 habitantes em oito anos, alcançando 8,6 milhões. Entre estes problemas figuram os aluguéis inacessíveis, os transportes saturados e a poluição. Sua eleição, segundo o especialista Tony Travers, da London School of Economics (LSE), é um "sinal notável do cosmopolitismo" de Londres, "cidade mundial" onde 30% da população não é branca. A vitória histórica de Sadiq Khan "ilustra a face tolerante de Londres", afirma o jornal "Financial Times". "Londres elegeu um prefeito muçulmano, o que é uma vitória notável sobre as tensões raciais e religiosas que afundam na instabilidade as demais capitais europeias", destaca. COMEMORAÇÃO Em Tooting, o anúncio de sua vitória provocou reações entusiasmadas. Em um dos restaurantes favoritos de Khan, o Lahore Karahi, em seu bairro de Tooting, a alegria era evidente. "Estamos tão felizes e orgulhosos", disse Malik Ahmed, um trabalhador, para quem Khan "é um homem muito bom e ajudou muita gente". "Se você tem um problema só precisa enviar um e-mail a ele", acrescentou. No exterior, a notícia de sua eleição ocupava a primeira página dos jornais paquistaneses. Vários prefeitos de grandes cidades felicitaram Khan, e expressaram o desejo de trabalhar com ele.
mundo
Novo prefeito de Londres, Khan toma posse e fala em esperança para todosO novo prefeito de Londres, Sadiq Khan, do Partido Trabalhista, tomou posse oficialmente neste sábado (7) na catedral de Southwark, perto da London Bridge, na região central da capital inglesa. Primeiro muçulmano à frente de uma grande capital no Ocidente, ele agradeceu o voto de esperança e a favor da unidade, após uma campanha na qual foi acusado de afinidade com os radicais islâmicos. Ao prestar juramento durante a posse, Khan, de 45 anos, prometeu representar "todas as comunidades" e "permitir que todos os londrinos possam se beneficiar das oportunidades que nossa cidade me ofereceu", disse. filho de um motorista de ônibus paquistanês, o novo prefeito superou com 57% dos votos seu principal rival, o conservador multimilionário Zac Goldsmith, de 41. Ele foi aplaudido de pé ao ser oficializado no cargo de administrador da cidade de 8,2 milhões de pessoas - incluindo um milhão de muçulmanos. O resultado das eleições locais na Inglaterra, no País de Gales e na Escócia promoveu uma redistribuição de forças políticas no Reino Unido. Ao mesmo tempo que aumentou a força do SNP (Partido Nacional Escocês) e abriu espaço para os extremistas de direita Ukip (Partido pela Independência do Reino Unido) em Gales, deixou desapontados muitos membros do Partido Trabalhista, em especial na Escócia. ESPERANÇA E MEDO "Esta eleição não careceu de polêmicas, e estou orgulhoso de ver como Londres elegeu hoje a esperança sobre o medo, a unidade sobre a divisão", declarou Khan após o anúncio dos resultados, nO City Hall, a prefeitura da capital. "O medo não nos dá mais segurança, nos torna mais fracos", acrescentou. Khan foi duramente atacado durante a campanha pelo campo conservador, incluindo o primeiro-ministro, David Cameron, que o acusaram inclusive ante o Parlamento de vínculos com os extremistas, o que ele sempre negou. a estratégia conservadora, entretanto, se revelou improdutiva. "Isso demonstra uma absoluta falta de compreensão da mistura de religiões que existe em Londres", opinou Andrew Boff, um responsável conservador, que criticou esta "campanha chocante". COSMOPOLITANISMO Khan, deputado de Tooting, um bairro popular do sul de Londres, sucede o excêntrico conservador Boris Johnson, que acredita-se que queira chegar a Downing Street. Ex-ministro, ex-advogado e pai de duas meninas, Khan prometeu responder aos problemas mais graves da capital, cuja população aumentou em 900.000 habitantes em oito anos, alcançando 8,6 milhões. Entre estes problemas figuram os aluguéis inacessíveis, os transportes saturados e a poluição. Sua eleição, segundo o especialista Tony Travers, da London School of Economics (LSE), é um "sinal notável do cosmopolitismo" de Londres, "cidade mundial" onde 30% da população não é branca. A vitória histórica de Sadiq Khan "ilustra a face tolerante de Londres", afirma o jornal "Financial Times". "Londres elegeu um prefeito muçulmano, o que é uma vitória notável sobre as tensões raciais e religiosas que afundam na instabilidade as demais capitais europeias", destaca. COMEMORAÇÃO Em Tooting, o anúncio de sua vitória provocou reações entusiasmadas. Em um dos restaurantes favoritos de Khan, o Lahore Karahi, em seu bairro de Tooting, a alegria era evidente. "Estamos tão felizes e orgulhosos", disse Malik Ahmed, um trabalhador, para quem Khan "é um homem muito bom e ajudou muita gente". "Se você tem um problema só precisa enviar um e-mail a ele", acrescentou. No exterior, a notícia de sua eleição ocupava a primeira página dos jornais paquistaneses. Vários prefeitos de grandes cidades felicitaram Khan, e expressaram o desejo de trabalhar com ele.
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A polícia está só, diz secretário de Segurança do Rio sobre contrabando
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse que a polícia "está só" no combate ao contrabando e defendeu maior integração com órgãos fiscalizadores para ações mais efetivas. Ele participou do segundo dia do "Fórum o Contrabando do Brasil" que é promovido pela Folha nesta quinta-feira (19). Para o secretário, a população convive pacificamente com o contrabando e isso acontece, em parte, por causa da legislação brasileira. Veja o vídeo "A polícia está só. Tem que haver ação efetiva", disse. "Nós já fechamos camelódromos, mas eles voltam a funcionar no outro dia", completou. " Os órgãos que compõem o conselho de segurança pública não aparecem quando o problema efetivamente acontece", disse Beltrame. Segundo ele, há necessidade de união de forças. "A polícia entra [em combate mais efetivo contra o contrabando] se os outros órgãos entrarem juntos", afirma.
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A polícia está só, diz secretário de Segurança do Rio sobre contrabandoO secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse que a polícia "está só" no combate ao contrabando e defendeu maior integração com órgãos fiscalizadores para ações mais efetivas. Ele participou do segundo dia do "Fórum o Contrabando do Brasil" que é promovido pela Folha nesta quinta-feira (19). Para o secretário, a população convive pacificamente com o contrabando e isso acontece, em parte, por causa da legislação brasileira. Veja o vídeo "A polícia está só. Tem que haver ação efetiva", disse. "Nós já fechamos camelódromos, mas eles voltam a funcionar no outro dia", completou. " Os órgãos que compõem o conselho de segurança pública não aparecem quando o problema efetivamente acontece", disse Beltrame. Segundo ele, há necessidade de união de forças. "A polícia entra [em combate mais efetivo contra o contrabando] se os outros órgãos entrarem juntos", afirma.
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Tentando sair da crise, São Paulo acerta contratação de três reforços
Sem vencer há três jogos e alvo de críticas pelo futebol apresentado, o São Paulo tratou de reforçar o seu elenco e acertou a contratação de três jogadores nesta quarta-feira: o meia-atacante Jonatan Gómez, 27, do Indepediente Santa Fe (COL), do zagueiro Robert Arboleda, 25, do Universidad Católica (EQU), e do meio-campista brasileiro Petros, 28, ex-Corinthians e que estava no Betis (ESP). Dos três jogadores, apenas o argentino Jonatan Gómez foi anunciado oficialmente pelo clube do Morumbi. Ele assinou contrato nesta quarta-feira. "Queria contar a felicidade, estou contente de chegar em um clube grande do Brasil como o São Paulo. É muito importante para mim", disse o meia ao site oficial do clube O jogador chega para brigar pela posição com o peruano Cueva, que após um início de ano empolgante, caiu de rendimento. O camisa 10 são-paulino a queda aconteceu após o jogador sofrer uma lesão muscular em jogo pela seleção do seu país, no final de março. Depois de ficar 19 dias afastado dos gramados, o meia-atacante não fez gol e nem deu assistência. Antes da lesão, foram sete gols e quatro assistências em 11 jogos. Já Robert Arboleda chega para ajudar ajeitar o setor mais criticado do elenco são-paulino no ano: a defesa. Desde a chegada de Rogério Ceni, o clube não contratou reforços zagueiros. Pior, viu a saída de Lyanco, negociado com o Torino, e Breno, emprestado ao Vasco. O clube também está perto de perder Maicon, que negocia sua saída para o Galatasaray –não foi relacionado para o jogo desta quarta contra o Atlético-PR–, e Lucão, que não vestirá mais a camisa do time. Outro que pode sair do sistema defensivo é o zagueiro Lugano, que possui contrato até o dia 30 de junho. Ele ganhou uma chance com Ceni e será titular nesta quarta-feira. O São Paulo ainda não confirma a contratação de Arboleda, mas o jogador e seu próprio clube já anunciaram a transferência. Já Petros era um desejo antigo do São Paulo e agora a negociação foi concretizada. Ele pode atuar como segundo volante e até como um meia mais avançado. Com Petros, Cícero deve perder espaço no elenco. A equipe do Morumbi deve confirmar a contratação do jogador nos próximos dias.
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Tentando sair da crise, São Paulo acerta contratação de três reforçosSem vencer há três jogos e alvo de críticas pelo futebol apresentado, o São Paulo tratou de reforçar o seu elenco e acertou a contratação de três jogadores nesta quarta-feira: o meia-atacante Jonatan Gómez, 27, do Indepediente Santa Fe (COL), do zagueiro Robert Arboleda, 25, do Universidad Católica (EQU), e do meio-campista brasileiro Petros, 28, ex-Corinthians e que estava no Betis (ESP). Dos três jogadores, apenas o argentino Jonatan Gómez foi anunciado oficialmente pelo clube do Morumbi. Ele assinou contrato nesta quarta-feira. "Queria contar a felicidade, estou contente de chegar em um clube grande do Brasil como o São Paulo. É muito importante para mim", disse o meia ao site oficial do clube O jogador chega para brigar pela posição com o peruano Cueva, que após um início de ano empolgante, caiu de rendimento. O camisa 10 são-paulino a queda aconteceu após o jogador sofrer uma lesão muscular em jogo pela seleção do seu país, no final de março. Depois de ficar 19 dias afastado dos gramados, o meia-atacante não fez gol e nem deu assistência. Antes da lesão, foram sete gols e quatro assistências em 11 jogos. Já Robert Arboleda chega para ajudar ajeitar o setor mais criticado do elenco são-paulino no ano: a defesa. Desde a chegada de Rogério Ceni, o clube não contratou reforços zagueiros. Pior, viu a saída de Lyanco, negociado com o Torino, e Breno, emprestado ao Vasco. O clube também está perto de perder Maicon, que negocia sua saída para o Galatasaray –não foi relacionado para o jogo desta quarta contra o Atlético-PR–, e Lucão, que não vestirá mais a camisa do time. Outro que pode sair do sistema defensivo é o zagueiro Lugano, que possui contrato até o dia 30 de junho. Ele ganhou uma chance com Ceni e será titular nesta quarta-feira. O São Paulo ainda não confirma a contratação de Arboleda, mas o jogador e seu próprio clube já anunciaram a transferência. Já Petros era um desejo antigo do São Paulo e agora a negociação foi concretizada. Ele pode atuar como segundo volante e até como um meia mais avançado. Com Petros, Cícero deve perder espaço no elenco. A equipe do Morumbi deve confirmar a contratação do jogador nos próximos dias.
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Crítica: Deslizes não tiram mérito da mostra da Coleção Brasiliana
É impossível não desvincular o caráter ufanista da mostra da Coleção Brasiliana Itaú, que começa com a informação colonialista de que o Brasil "foi descoberto por um navegador a serviço da coroa portuguesa" e termina com um módulo intitulado "O Brasil dos Brasileiros". Até mesmo na Wikipédia, "descoberto" é um termo apontado como "eurocêntrico", que ignora os povos indígenas que habitavam o continente. Já a indicação, a partir de livros de artistas produzidos entre os anos 1920 e 1940, como ocorre no último módulo, de que esse seja o Brasil dos brasileiros, soa um tanto imprecisa. Esses deslizes, contudo, não tiram o mérito da exposição que reúne mais de mil documentos e imagens de um período do Brasil rico em iconografia, mas pouco explorado em instituições e publicações. Nesse sentido, é preciso lembrar da mostra "O Brasil dos Viajantes", organizada por Ana Belluzzo, no Masp, em 1994, e transformada em livro, em 1995. Desde então, não se viu uma reunião à altura do que o Itaú Cultural apresenta agora. Ajuda muito na apresentação desse conteúdo impressionante a cenografia asséptica de Daniela Thomas e Felipe Tassara, que não compete com os trabalhos selecionados. Dividida em nove módulos, a mostra apresenta "O Mapa do Almirante", de 1522, que desenha apenas parte da costa ainda chamada como Terra Nova, e ganha valor especialmente com pinturas, desenhos e aquarelas dos artistas viajantes. O módulo dois, por exemplo, é dedicado ao Brasil Holandês, período de ocupação que tem em seu auge a passagem de Maurício de Nassau por Pernambuco, de 1637 a 1644. A mostra segue relacionando a história do país à passagem de cientistas, botânicos e artistas que se inspiraram no Brasil e criaram não só testemunhos realistas do que viram como alguns delírios para entreter as elites estrangeiras. Afinal, até hoje o Brasil não é bem dos brasileiros. COLEÇÃO BRASILIANA ITAÚ QUANDO de ter. a sex., das 9h às 20h; sáb. e dom., das 11h às 20h ONDE Itaú Cultural, av. Paulista, 149, tel. (11) 2168-1776 QUANTO grátis AVALIAÇÃO bom
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Crítica: Deslizes não tiram mérito da mostra da Coleção BrasilianaÉ impossível não desvincular o caráter ufanista da mostra da Coleção Brasiliana Itaú, que começa com a informação colonialista de que o Brasil "foi descoberto por um navegador a serviço da coroa portuguesa" e termina com um módulo intitulado "O Brasil dos Brasileiros". Até mesmo na Wikipédia, "descoberto" é um termo apontado como "eurocêntrico", que ignora os povos indígenas que habitavam o continente. Já a indicação, a partir de livros de artistas produzidos entre os anos 1920 e 1940, como ocorre no último módulo, de que esse seja o Brasil dos brasileiros, soa um tanto imprecisa. Esses deslizes, contudo, não tiram o mérito da exposição que reúne mais de mil documentos e imagens de um período do Brasil rico em iconografia, mas pouco explorado em instituições e publicações. Nesse sentido, é preciso lembrar da mostra "O Brasil dos Viajantes", organizada por Ana Belluzzo, no Masp, em 1994, e transformada em livro, em 1995. Desde então, não se viu uma reunião à altura do que o Itaú Cultural apresenta agora. Ajuda muito na apresentação desse conteúdo impressionante a cenografia asséptica de Daniela Thomas e Felipe Tassara, que não compete com os trabalhos selecionados. Dividida em nove módulos, a mostra apresenta "O Mapa do Almirante", de 1522, que desenha apenas parte da costa ainda chamada como Terra Nova, e ganha valor especialmente com pinturas, desenhos e aquarelas dos artistas viajantes. O módulo dois, por exemplo, é dedicado ao Brasil Holandês, período de ocupação que tem em seu auge a passagem de Maurício de Nassau por Pernambuco, de 1637 a 1644. A mostra segue relacionando a história do país à passagem de cientistas, botânicos e artistas que se inspiraram no Brasil e criaram não só testemunhos realistas do que viram como alguns delírios para entreter as elites estrangeiras. Afinal, até hoje o Brasil não é bem dos brasileiros. COLEÇÃO BRASILIANA ITAÚ QUANDO de ter. a sex., das 9h às 20h; sáb. e dom., das 11h às 20h ONDE Itaú Cultural, av. Paulista, 149, tel. (11) 2168-1776 QUANTO grátis AVALIAÇÃO bom
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Americano assiste à cobertura de eleições em mesmo ritmo que vê séries
O telespectador americano assiste à cobertura eleitoral sem parar, como faz com as séries, em "binge" (farra), noticiou o "Wall Street Journal" . O fenômeno derrubou a audiência do horário nobre da TV aberta, até mesmo o futebol americano —e deslocou o dia de séries como "Westworld", da HBO.
colunas
Americano assiste à cobertura de eleições em mesmo ritmo que vê sériesO telespectador americano assiste à cobertura eleitoral sem parar, como faz com as séries, em "binge" (farra), noticiou o "Wall Street Journal" . O fenômeno derrubou a audiência do horário nobre da TV aberta, até mesmo o futebol americano —e deslocou o dia de séries como "Westworld", da HBO.
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Sonho suspenso
No auge da popularidade do lulismo, a qual possibilitou a eleição de Dilma Rousseff em 2010, publiquei ensaio na revista "Piauí" em que sugeria a ideia de que um sonho rooseveltiano havia tomado conta do Brasil. Em resumo, tratava-se da possibilidade de integrar, em curto espaço de tempo, as grandes maiorias a padrões civilizados de vida material, com aumento substantivo da igualdade. Passados quase cinco anos daquele momento otimista, sou obrigado a reconhecer que o desejo não se cumpriu. Uma pequena, porém reveladora, notícia da semana passada pode ser tomada como índice disso. "O trabalho doméstico vinha caindo com a maior formação dos jovens brasileiros. No último ano, porém, temos percebido aumento nesse grupamento, talvez por falta de oportunidade", declarou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azevedo (site da revista "Exame"). Nos três primeiro meses de 2015, cerca de 90 mil pessoas engrossaram o exército dos que se dedicam a tal atividade. Em outras palavras, o nítido declínio na oferta de mão de obra doméstica, ocasionado pela abertura de possibilidades de empregos melhores, e mesmo pela opção de fazer faculdade, começa a ser revertido. O processo de mudança lenta que o lulismo abriu entre 2004 e 2010 não se acelerou o suficiente de maneira a tornar residual a modalidade de serviço que é considerada um castigo pelas camadas populares. É verdade que, em 2010, o Brasil era, segundo a Organização Internacional do Trabalho, o país com maior número de empregados domésticos do mundo, na casa dos 7 milhões. Ou seja, para absorver tal contingente em outras atividades teria sido necessário que o primeiro mandato de Dilma aumentasse de maneira expressiva a geração de vagas nos setores mais modernos e de maior remuneração. Para sorte da minha interpretação à época, aceitei a sugestão do jornalista Mario Sergio Conti de encerrar o texto esperançoso com a ideia de que o ritmo da redução da pobreza e da desigualdade, deflagrada pelo lulismo, seria determinada pela luta de classes. Dito e feito. Com apoio passivo da classe trabalhadora organizada, Dilma tentou efetivar o anseio rooseveltiano por meio de uma política desenvolvimentista em 2011/12. Mas foi derrotada pela reunificação da burguesia em torno do rentismo, que é avesso de qualquer coisa que cheire a igualdade. O lulismo não se revelou, até aqui, capaz de ultrapassar a exploração de brechas existentes na armação neoliberal. Em condições mundiais favoráveis, usou, com inegável habilidade, os espaços de não confronto para melhorar a vida dos pobres, o que confirma a minha tese principal. Porém o salto a um país realmente de classe média parece que ficará para outra quadra, com outra correlação de forças.
colunas
Sonho suspensoNo auge da popularidade do lulismo, a qual possibilitou a eleição de Dilma Rousseff em 2010, publiquei ensaio na revista "Piauí" em que sugeria a ideia de que um sonho rooseveltiano havia tomado conta do Brasil. Em resumo, tratava-se da possibilidade de integrar, em curto espaço de tempo, as grandes maiorias a padrões civilizados de vida material, com aumento substantivo da igualdade. Passados quase cinco anos daquele momento otimista, sou obrigado a reconhecer que o desejo não se cumpriu. Uma pequena, porém reveladora, notícia da semana passada pode ser tomada como índice disso. "O trabalho doméstico vinha caindo com a maior formação dos jovens brasileiros. No último ano, porém, temos percebido aumento nesse grupamento, talvez por falta de oportunidade", declarou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azevedo (site da revista "Exame"). Nos três primeiro meses de 2015, cerca de 90 mil pessoas engrossaram o exército dos que se dedicam a tal atividade. Em outras palavras, o nítido declínio na oferta de mão de obra doméstica, ocasionado pela abertura de possibilidades de empregos melhores, e mesmo pela opção de fazer faculdade, começa a ser revertido. O processo de mudança lenta que o lulismo abriu entre 2004 e 2010 não se acelerou o suficiente de maneira a tornar residual a modalidade de serviço que é considerada um castigo pelas camadas populares. É verdade que, em 2010, o Brasil era, segundo a Organização Internacional do Trabalho, o país com maior número de empregados domésticos do mundo, na casa dos 7 milhões. Ou seja, para absorver tal contingente em outras atividades teria sido necessário que o primeiro mandato de Dilma aumentasse de maneira expressiva a geração de vagas nos setores mais modernos e de maior remuneração. Para sorte da minha interpretação à época, aceitei a sugestão do jornalista Mario Sergio Conti de encerrar o texto esperançoso com a ideia de que o ritmo da redução da pobreza e da desigualdade, deflagrada pelo lulismo, seria determinada pela luta de classes. Dito e feito. Com apoio passivo da classe trabalhadora organizada, Dilma tentou efetivar o anseio rooseveltiano por meio de uma política desenvolvimentista em 2011/12. Mas foi derrotada pela reunificação da burguesia em torno do rentismo, que é avesso de qualquer coisa que cheire a igualdade. O lulismo não se revelou, até aqui, capaz de ultrapassar a exploração de brechas existentes na armação neoliberal. Em condições mundiais favoráveis, usou, com inegável habilidade, os espaços de não confronto para melhorar a vida dos pobres, o que confirma a minha tese principal. Porém o salto a um país realmente de classe média parece que ficará para outra quadra, com outra correlação de forças.
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A firmeza da presidenta
Em primeiro lugar, para acalmar os furiosos, explico que acho presidente mais elegante que presidenta, mas que o tratamento no feminino está registrado em todos os dicionários ainda antes de Dilma Rousseff nascer, razão pela qual, aqui, o termo foi usado pela primeira vez quando Patrícia Amorim foi eleita no Flamengo. Não significa, portanto, nenhum alinhamento automático a quem quer que seja, a não ser ao atendimento da legítima preferência de quem foi democraticamente eleita e reeleita. Dito isso, vamos ao que importa. A presidenta cujo governo tem levado justas bordoadas de todos os lados, à esquerda e à direita, agiu de maneira impecável em relação à medida provisória do esporte. Se há uma falha na MP está em não ter obrigado os clubes que aderirem a se transformar em sociedades empresariais. De resto, não há nenhuma intervenção indevida do Estado no esporte, apenas há os cuidados obrigatórios do credor a quem lhe deve, há décadas, quase R$ 4 bilhões. Quer pagar no generoso prazo de 20 anos com uma série de incentivos para saldar a dívida? Pois que se sujeite às condições do credor. O resto é choro de mau pagador. Estive com a presidenta na terça seguinte ao primeiro panelaço, ato odiento de quem não quer ouvir. Suspeitei que o encontro agendado na semana anterior nem aconteceria, porque na manhã daquele dia Dilma Rousseff fora hostilizada em São Paulo. Mas não só o encontro foi mantido como estendeu-se por mais tempo do que o previsto, curiosamente por exatos 90 minutos. Em seu gabinete no Palácio do Planalto, estavam também o ministro Thomas Traumann e o ex-deputado Edinho Silva, competente articulador da MP. Ela queria ouvir alguém, como este que vos escreve, sem nenhum interesse específico na medida, a não ser aquilo que considera melhor para o país. Surpreendi-me com sua serenidade e firmeza num dia tão turbulento. Ela disse e repetiu, ao anotar diversas ponderações, que seu compromisso com o Bom Senso F.C. seria mantido e que resolveria as naturais resistências do Ministério da Fazenda. Já escrevi aqui e repito que o artigo 217 da Constituição, que trata da autonomia das entidades esportivas, analisado pelo STF, foi objeto de uma decisão unânime da mais alta corte do Brasil, seguindo o relatório do então ministro Cezar Peluso, no sentido de que autonomia não significa soberania, argumento dos que defendem a terra de ninguém em que se transformou nosso futebol. Saí otimista do encontro, convencido de que o governo estava prestes a fazer um golaço. A última quinta confirmou a sensação. O que não significa a resolução de todos os problemas nem que se deva baixar a guarda, ao contrário, porque será dura a batalha no Congresso Nacional para evitar que o texto seja estuprado como foram a Lei Pelé e, em certa medida, o Estatuto do Torcedor. Por enquanto, está 7 a 2. Ou a 6?
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A firmeza da presidentaEm primeiro lugar, para acalmar os furiosos, explico que acho presidente mais elegante que presidenta, mas que o tratamento no feminino está registrado em todos os dicionários ainda antes de Dilma Rousseff nascer, razão pela qual, aqui, o termo foi usado pela primeira vez quando Patrícia Amorim foi eleita no Flamengo. Não significa, portanto, nenhum alinhamento automático a quem quer que seja, a não ser ao atendimento da legítima preferência de quem foi democraticamente eleita e reeleita. Dito isso, vamos ao que importa. A presidenta cujo governo tem levado justas bordoadas de todos os lados, à esquerda e à direita, agiu de maneira impecável em relação à medida provisória do esporte. Se há uma falha na MP está em não ter obrigado os clubes que aderirem a se transformar em sociedades empresariais. De resto, não há nenhuma intervenção indevida do Estado no esporte, apenas há os cuidados obrigatórios do credor a quem lhe deve, há décadas, quase R$ 4 bilhões. Quer pagar no generoso prazo de 20 anos com uma série de incentivos para saldar a dívida? Pois que se sujeite às condições do credor. O resto é choro de mau pagador. Estive com a presidenta na terça seguinte ao primeiro panelaço, ato odiento de quem não quer ouvir. Suspeitei que o encontro agendado na semana anterior nem aconteceria, porque na manhã daquele dia Dilma Rousseff fora hostilizada em São Paulo. Mas não só o encontro foi mantido como estendeu-se por mais tempo do que o previsto, curiosamente por exatos 90 minutos. Em seu gabinete no Palácio do Planalto, estavam também o ministro Thomas Traumann e o ex-deputado Edinho Silva, competente articulador da MP. Ela queria ouvir alguém, como este que vos escreve, sem nenhum interesse específico na medida, a não ser aquilo que considera melhor para o país. Surpreendi-me com sua serenidade e firmeza num dia tão turbulento. Ela disse e repetiu, ao anotar diversas ponderações, que seu compromisso com o Bom Senso F.C. seria mantido e que resolveria as naturais resistências do Ministério da Fazenda. Já escrevi aqui e repito que o artigo 217 da Constituição, que trata da autonomia das entidades esportivas, analisado pelo STF, foi objeto de uma decisão unânime da mais alta corte do Brasil, seguindo o relatório do então ministro Cezar Peluso, no sentido de que autonomia não significa soberania, argumento dos que defendem a terra de ninguém em que se transformou nosso futebol. Saí otimista do encontro, convencido de que o governo estava prestes a fazer um golaço. A última quinta confirmou a sensação. O que não significa a resolução de todos os problemas nem que se deva baixar a guarda, ao contrário, porque será dura a batalha no Congresso Nacional para evitar que o texto seja estuprado como foram a Lei Pelé e, em certa medida, o Estatuto do Torcedor. Por enquanto, está 7 a 2. Ou a 6?
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Biografia 'des-soleniza' escritor João Ubaldo e o próprio gênero
UBALDO: FICÇÃO, CONFISSÃO, DISFARCE E RETRATO (muito bom) AUTOR:Juva Batella QUANTO: R$ 68 (420 págs.) EDITORA: Vieira & Lent Para escrever essa biografia literária sobre seu tio, João Ubaldo Ribeiro (1941-2014), Juva Batella recorre a uma estratégia socrática, colocando dois personagens em diálogo, sentados a uma mesa de bar. Um deles está escrevendo uma tese sobre a obra de Ubaldo, procurando encontrar nela algum elemento coesivo, já que seus livros são tão distintos um do outro. Para isso, pensa em um narrador errante, uma espécie de voz que "se cola" àquilo que narra e que viajaria de livro em livro. A existência desse narrador se torna melhor ainda porque é ele que atua na própria biografia, se constituindo a partir de flutuações, perguntas e respostas, interlocutor misterioso e atmosfera de bate-papo. Aquilo que poderia ser exposto de forma estritamente acadêmica se estabelece como processo de descoberta e vamos acompanhando, um a um, todos os livros, e, indiretamente, conhecendo sua pessoa. Talvez seja a melhor forma de entrar em contato com um escritor: a partir de seus personagens e de uma análise dialógica com seus livros, o que, no caso de João Ubaldo, é inseparável de suas opiniões sobre o país e os brasileiros. Se a obra de um escritor se constitui em progresso faz todo o sentido que sua biografia siga este caminho e permita que os leitores o conheçam por meio da construção e não do produto consumado. E assim como Ubaldo queria "des-solenizar o Brasil", também este livro "des-soleniza" o biografado e o gênero. Vamos descobrindo a amizade entre o autor e Glauber Rocha, traduções que fez de suas obras para o inglês, processos que antecederam a escrita de seus livros, a infância no Sergipe, a convivência com coronéis e a biblioteca do pai. Do primeiro romance, "Setembro Não Tem Sentido", escrito aos 21 anos, até o último, "O Albatroz Azul" (2009), o livro destrincha processos de criação e analisa as obras e como o narrador aparece em cada uma. Cada capítulo tem uma ilustração de Chica Batella, filha de Ubaldo, que criou uma marca alegórica de sua personalidade: um par de chinelos de dedo. Talvez, diferentemente desse narrador, o autor fosse mesmo um sedentário, que queria ficar em casa de chinelos. Ou, como declarou, ser um faroleiro "numa ilha deserta e bem longe em que eu ficasse sozinho com três cachorrinhas rottweiller Lala Lelé e Lili e a lancha só aparecesse de quarenta em quarenta dias para levar os suprimentos".
ilustrada
Biografia 'des-soleniza' escritor João Ubaldo e o próprio gêneroUBALDO: FICÇÃO, CONFISSÃO, DISFARCE E RETRATO (muito bom) AUTOR:Juva Batella QUANTO: R$ 68 (420 págs.) EDITORA: Vieira & Lent Para escrever essa biografia literária sobre seu tio, João Ubaldo Ribeiro (1941-2014), Juva Batella recorre a uma estratégia socrática, colocando dois personagens em diálogo, sentados a uma mesa de bar. Um deles está escrevendo uma tese sobre a obra de Ubaldo, procurando encontrar nela algum elemento coesivo, já que seus livros são tão distintos um do outro. Para isso, pensa em um narrador errante, uma espécie de voz que "se cola" àquilo que narra e que viajaria de livro em livro. A existência desse narrador se torna melhor ainda porque é ele que atua na própria biografia, se constituindo a partir de flutuações, perguntas e respostas, interlocutor misterioso e atmosfera de bate-papo. Aquilo que poderia ser exposto de forma estritamente acadêmica se estabelece como processo de descoberta e vamos acompanhando, um a um, todos os livros, e, indiretamente, conhecendo sua pessoa. Talvez seja a melhor forma de entrar em contato com um escritor: a partir de seus personagens e de uma análise dialógica com seus livros, o que, no caso de João Ubaldo, é inseparável de suas opiniões sobre o país e os brasileiros. Se a obra de um escritor se constitui em progresso faz todo o sentido que sua biografia siga este caminho e permita que os leitores o conheçam por meio da construção e não do produto consumado. E assim como Ubaldo queria "des-solenizar o Brasil", também este livro "des-soleniza" o biografado e o gênero. Vamos descobrindo a amizade entre o autor e Glauber Rocha, traduções que fez de suas obras para o inglês, processos que antecederam a escrita de seus livros, a infância no Sergipe, a convivência com coronéis e a biblioteca do pai. Do primeiro romance, "Setembro Não Tem Sentido", escrito aos 21 anos, até o último, "O Albatroz Azul" (2009), o livro destrincha processos de criação e analisa as obras e como o narrador aparece em cada uma. Cada capítulo tem uma ilustração de Chica Batella, filha de Ubaldo, que criou uma marca alegórica de sua personalidade: um par de chinelos de dedo. Talvez, diferentemente desse narrador, o autor fosse mesmo um sedentário, que queria ficar em casa de chinelos. Ou, como declarou, ser um faroleiro "numa ilha deserta e bem longe em que eu ficasse sozinho com três cachorrinhas rottweiller Lala Lelé e Lili e a lancha só aparecesse de quarenta em quarenta dias para levar os suprimentos".
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Estilo de Gorsuch ecoa o de juiz que deverá substituir na Suprema Corte
Um ano atrás, o juiz Neil M. Gorsuch estava esquiando quando seu celular tocou. Disseram-lhe que o juiz Antonin Scalia tinha morrido. "Perdi o pouco fôlego que ainda me restava", contou Gorsuch em discurso, dois meses mais tarde. "E não me envergonho de dizer que desci a montanha sem enxergar nada por causa das lágrimas." Suprema corte EUA Ao indicar Gorsuch para a Suprema Corte, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escolheu um juiz que não apenas admira o juiz cujo lugar pode tomar mas também se assemelha a ele, sob muitos aspectos. Gorsuch compartilha a filosofia jurídica de Scalia, seu dom de escrever de modo instigante e seu amor pela vida ao ar livre. Mesmo assim, a escolha dele por Trump causou surpresa, vinda de alguém que em sua campanha se descreve como outsider em Washington. Gorsuch possui raízes profundas na capital e no establishment que Trump tanto criticou. Sua mãe foi funcionária de alto escalão na administração Ronald Reagan (1981–1989). Gorsuch passou parte de sua infância em Washington e praticou direito na cidade por uma década, em uma respeitada firma de advocacia e no Departamento de Justiça. E, como todos os juízes atuais do Supremo, diplomou-se em algumas das universidades mais tradicionais do país, tendo feito faculdade em Columbia e cursado direito em Harvard. Com 49 anos de idade, Gorsuch –indicado para a 10º Tribunal de Recursos, em Denver, pelo presidente George W. Bush–, Gorsuch é "originalista" –ou seja, procura interpretar a Constituição como ela foi entendida por aqueles que a redigiram e adotaram. Esse enfoque o conduz a resultados geralmente, mas nem sempre, conservadores. "Cabe a nós interpretar a Constituição", ele escreveu no ano passado em um documento de concordância com um veredicto. "E a Constituição não é uma mancha de tinta na qual as partes em litígio possam projetar seus sonhos e esperanças." Ele nunca escreveu extensamente sobre vários pontos que são importantes para muitos conservadores, incluindo o controle de armas e os direitos dos gays, mas assumiu posições fortes em favor da liberdade religiosa, o que lhe valeu a admiração da direita. Em dois processos de grande destaque, ambos os quais chegaram à Suprema Corte, Gorsuch se alinhou com empregadores que, por motivos religiosos, não queriam oferecer a suas funcionárias alguns tipos de cobertura médica de anticoncepcionais. Ele votou em favor da Hobby Lobby Stores, empresa familiar que fez objeções a dispositivos da lei de reforma da saúde promulgada por Obama exigindo que muitos empregadores oferecessem cobertura gratuita de métodos contraceptivos. E discordou de uma decisão de não voltar a ouvir uma sentença que obrigava a ordem de religiosas Irmãzinhas dos Pobres de cumprir um aspecto das normas. O Supremo decidiu em favor da Hobby Lobby em 2014 e em 2016 revogou a decisão relativa à ordem religiosa. Como Scalia, Gorsuch tem uma visão ampla da Quarta Emenda constitucional, que proíbe o governo de fazer revistas e apreensões não justificadas. Gorsuch nunca hesitou em assumir posições que, para alguns críticos, têm viés partidário. Ele criticou liberais por irem aos tribunais em vez de ao Legislativo para alcançar suas metas políticas. E pediu que o poder dos reguladores federais seja limitado. Nan Aron, presidente da organização liberal Aliança pela Justiça, disse que a postura de Gorsuch sobre a regulamentação federal é "altamente problemática" e "ainda mais radical que a de Scalia". Perfil Juízes EUA "Desobrigar os tribunais de deferir o parecer de agências governamentais quando uma lei aprovada pelo Congresso é ambígua", ela disse, "vai fazer com que seja muito mais difícil para as agências federais lidarem com muitas questões cruciais, incluindo direitos trabalhistas, proteções do consumidor, proteções financeiras e leis ambientais." Em um artigo publicado na publicação "National Review" em 2005, escrito antes de ele tornar-se juiz, Gorsuch criticou liberais por preferem o litígio ao processo político. Ele escreveu: "Os liberais americanos ficaram 'viciados' nos tribunais, dependendo de juízes e advogados em vez de líderes eleitos e da urna, usando-os como sua maneira principal de implementar sua pauta social em relação a tudo, desde o casamento gay até o suicídio assistido e o uso de 'vouchers' para o estudo em escolas privadas. Essa dependência exagerada dos tribunais como o lugar para se debater políticas sociais é prejudicial ao país e ao Judiciário." Se a indicação de Gorsuch ao Supremo for confirmada pelo Senado, a corte vai voltar a viver uma dinâmica que já lhe é familiar, com o juiz Anthony M. Kennedy, conservador moderado, tendo o voto de desempate em muitos processos muito disputados. Neil Gorsuch nasceu em Denver mas se mudou para Washington na adolescência quando sua mãe, Anne Gorsuch, entrou para a administração do presidente Ronald Reagan, tornando-se a primeira mulher a dirigir a Agência de Proteção Ambiental (EPA). Conhecida depois de seu casamento como Anne Burford, ela se demitiu após 22 meses, criticada pelo Congresso. Depois de cursar direito, Gorsuch estudou na Universidade Oxford, na Inglaterra, obtendo um doutorado em filosofia jurídica. Durante um ano ele foi assistente do juiz David B. Sentelle, membro conservador do Tribunal de Recursos do Distrito de Columbia. Em seguida, foi assistente judicial do juiz Byron R. White, então membro aposentado da Suprema Corte. Como é a praxe da corte, White dividia seu assistente com um juiz ativo da Corte, Kennedy. Em seguida, Gorsuch praticou direito por uma década na firma de advocacia Kellogg, Huber, Hansen, Todd, Evans & Figel, em Washington, antes de trabalhar no Departamento de Justiça entre 2005 e 2006. Ele é autor do livro "The Future of Assisted Suicide and Euthanasia" (O Futuro do Suicídio assistido e da Eutanásia, em português), publicado em 2006 pela editora da Universidade Princeton. O livro argumenta que as leis que proíbem o suicídio assistido e a eutanásia devem ser conservadas. Em um artigo de 2002 refletindo sobre a morte de White, Gorsuch criticou o modo como o Senado sabatina juízes. "Alguns dos indicados judiciais mais respeitáveis recebem tratamento impróprio", ele disse, mencionando dois candidatos ao tribunal de recursos de Washington que "eram amplamente vistos como alguns dos melhores advogados de sua geração". Um deles era John G. Roberts Jr., que se tornaria presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos. O outro era o juiz Merrick B. Garland, cuja indicação ao tribunal de recursos foi confirmada em 1997 após uma demora longa, mas cuja indicação para ocupar a vaga deixada pela morte de Scalia no ano passado foi bloqueada pela bancada republicana no Senado. Tradução de CLARA ALLAIN
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Estilo de Gorsuch ecoa o de juiz que deverá substituir na Suprema CorteUm ano atrás, o juiz Neil M. Gorsuch estava esquiando quando seu celular tocou. Disseram-lhe que o juiz Antonin Scalia tinha morrido. "Perdi o pouco fôlego que ainda me restava", contou Gorsuch em discurso, dois meses mais tarde. "E não me envergonho de dizer que desci a montanha sem enxergar nada por causa das lágrimas." Suprema corte EUA Ao indicar Gorsuch para a Suprema Corte, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escolheu um juiz que não apenas admira o juiz cujo lugar pode tomar mas também se assemelha a ele, sob muitos aspectos. Gorsuch compartilha a filosofia jurídica de Scalia, seu dom de escrever de modo instigante e seu amor pela vida ao ar livre. Mesmo assim, a escolha dele por Trump causou surpresa, vinda de alguém que em sua campanha se descreve como outsider em Washington. Gorsuch possui raízes profundas na capital e no establishment que Trump tanto criticou. Sua mãe foi funcionária de alto escalão na administração Ronald Reagan (1981–1989). Gorsuch passou parte de sua infância em Washington e praticou direito na cidade por uma década, em uma respeitada firma de advocacia e no Departamento de Justiça. E, como todos os juízes atuais do Supremo, diplomou-se em algumas das universidades mais tradicionais do país, tendo feito faculdade em Columbia e cursado direito em Harvard. Com 49 anos de idade, Gorsuch –indicado para a 10º Tribunal de Recursos, em Denver, pelo presidente George W. Bush–, Gorsuch é "originalista" –ou seja, procura interpretar a Constituição como ela foi entendida por aqueles que a redigiram e adotaram. Esse enfoque o conduz a resultados geralmente, mas nem sempre, conservadores. "Cabe a nós interpretar a Constituição", ele escreveu no ano passado em um documento de concordância com um veredicto. "E a Constituição não é uma mancha de tinta na qual as partes em litígio possam projetar seus sonhos e esperanças." Ele nunca escreveu extensamente sobre vários pontos que são importantes para muitos conservadores, incluindo o controle de armas e os direitos dos gays, mas assumiu posições fortes em favor da liberdade religiosa, o que lhe valeu a admiração da direita. Em dois processos de grande destaque, ambos os quais chegaram à Suprema Corte, Gorsuch se alinhou com empregadores que, por motivos religiosos, não queriam oferecer a suas funcionárias alguns tipos de cobertura médica de anticoncepcionais. Ele votou em favor da Hobby Lobby Stores, empresa familiar que fez objeções a dispositivos da lei de reforma da saúde promulgada por Obama exigindo que muitos empregadores oferecessem cobertura gratuita de métodos contraceptivos. E discordou de uma decisão de não voltar a ouvir uma sentença que obrigava a ordem de religiosas Irmãzinhas dos Pobres de cumprir um aspecto das normas. O Supremo decidiu em favor da Hobby Lobby em 2014 e em 2016 revogou a decisão relativa à ordem religiosa. Como Scalia, Gorsuch tem uma visão ampla da Quarta Emenda constitucional, que proíbe o governo de fazer revistas e apreensões não justificadas. Gorsuch nunca hesitou em assumir posições que, para alguns críticos, têm viés partidário. Ele criticou liberais por irem aos tribunais em vez de ao Legislativo para alcançar suas metas políticas. E pediu que o poder dos reguladores federais seja limitado. Nan Aron, presidente da organização liberal Aliança pela Justiça, disse que a postura de Gorsuch sobre a regulamentação federal é "altamente problemática" e "ainda mais radical que a de Scalia". Perfil Juízes EUA "Desobrigar os tribunais de deferir o parecer de agências governamentais quando uma lei aprovada pelo Congresso é ambígua", ela disse, "vai fazer com que seja muito mais difícil para as agências federais lidarem com muitas questões cruciais, incluindo direitos trabalhistas, proteções do consumidor, proteções financeiras e leis ambientais." Em um artigo publicado na publicação "National Review" em 2005, escrito antes de ele tornar-se juiz, Gorsuch criticou liberais por preferem o litígio ao processo político. Ele escreveu: "Os liberais americanos ficaram 'viciados' nos tribunais, dependendo de juízes e advogados em vez de líderes eleitos e da urna, usando-os como sua maneira principal de implementar sua pauta social em relação a tudo, desde o casamento gay até o suicídio assistido e o uso de 'vouchers' para o estudo em escolas privadas. Essa dependência exagerada dos tribunais como o lugar para se debater políticas sociais é prejudicial ao país e ao Judiciário." Se a indicação de Gorsuch ao Supremo for confirmada pelo Senado, a corte vai voltar a viver uma dinâmica que já lhe é familiar, com o juiz Anthony M. Kennedy, conservador moderado, tendo o voto de desempate em muitos processos muito disputados. Neil Gorsuch nasceu em Denver mas se mudou para Washington na adolescência quando sua mãe, Anne Gorsuch, entrou para a administração do presidente Ronald Reagan, tornando-se a primeira mulher a dirigir a Agência de Proteção Ambiental (EPA). Conhecida depois de seu casamento como Anne Burford, ela se demitiu após 22 meses, criticada pelo Congresso. Depois de cursar direito, Gorsuch estudou na Universidade Oxford, na Inglaterra, obtendo um doutorado em filosofia jurídica. Durante um ano ele foi assistente do juiz David B. Sentelle, membro conservador do Tribunal de Recursos do Distrito de Columbia. Em seguida, foi assistente judicial do juiz Byron R. White, então membro aposentado da Suprema Corte. Como é a praxe da corte, White dividia seu assistente com um juiz ativo da Corte, Kennedy. Em seguida, Gorsuch praticou direito por uma década na firma de advocacia Kellogg, Huber, Hansen, Todd, Evans & Figel, em Washington, antes de trabalhar no Departamento de Justiça entre 2005 e 2006. Ele é autor do livro "The Future of Assisted Suicide and Euthanasia" (O Futuro do Suicídio assistido e da Eutanásia, em português), publicado em 2006 pela editora da Universidade Princeton. O livro argumenta que as leis que proíbem o suicídio assistido e a eutanásia devem ser conservadas. Em um artigo de 2002 refletindo sobre a morte de White, Gorsuch criticou o modo como o Senado sabatina juízes. "Alguns dos indicados judiciais mais respeitáveis recebem tratamento impróprio", ele disse, mencionando dois candidatos ao tribunal de recursos de Washington que "eram amplamente vistos como alguns dos melhores advogados de sua geração". Um deles era John G. Roberts Jr., que se tornaria presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos. O outro era o juiz Merrick B. Garland, cuja indicação ao tribunal de recursos foi confirmada em 1997 após uma demora longa, mas cuja indicação para ocupar a vaga deixada pela morte de Scalia no ano passado foi bloqueada pela bancada republicana no Senado. Tradução de CLARA ALLAIN
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Vítimas só querem ser ouvidas, diz produtora de especial sobre Bill Cosby
Na segunda-feira (14), o comediante americano Bill Cosby defendeu-se das acusações de estupro ao acusar de oportunismo cinco mulheres entre suas cerca de 60 supostas vítimas em um processo por difamação. Duas delas, Louisa Moritz e Joan Tarshis, contaram suas histórias no especial "Cosby: As Mulheres Falam", exibido ontem pelo canal A&E. "Esses foram os 5 minutos mais longos que eu já vivi. Me senti envergonhada, tinha pena de mim mesma", declarou Louisa, que diz ter sido estuprada em 1971. Ao longo de uma hora, o documentário acompanha o relato de seu abuso, ouvindo também outras seis supostas vítimas: Joan Tarshis, Charlotte Fox, Carla Ferrigno, Beverly Johnson, Kristina Ruehli e Heidi Thomas. Para a produtora-executiva do telefilme, Jeanmarie Condon, é impossível acusá-las de oportunismo frente à dificuldade com que contaram suas histórias. "Nós não vimos nenhuma contradição entre elas. Todas os relatos são corroborados. Nosso objetivo foi deixá-las falar para que o espectador fizesse seu julgamento", diz. "Ao mesmo tempo, não é nosso dever julgar as pessoas que não acreditam. Todos têm o direito de olhar as evidencias e chegar às próprias conclusões." A série de sete entrevistas contextualiza a popularidade do comediante nos Estados Unidos durante as décadas de 1960, 1970 e 1980, quando a emissora NBC exibiu o programa "The Cosby Show". "Eu cresci assistindo a 'The Cosby Show', e não queria acreditar nas acusações", conta o vice-presidente de programação da A&E, Brad Abramson. "Então ouvimos as histórias uma a uma, e o poder do especial de juntar todas elas e pintar um único quadro, mostrando um padrão, tornou difícil não me convencer, mesmo tentando manter a objetividade e imparcialidade." Acreditando ou não nos relatos das vítimas, Jeanmarie salienta a objetividade como o valor mais caro à produção do especial. "Tínhamos a carreira do Bill Cosby e a vida dessas mulheres em jogo. Foi preciso ouvir com cuidado o que ambos os lados tinham a dizer, apurando bem antes de levar o material ao ar." Como o caso de Louisa, muitos das denúncias de estupro contra Cosby não podem ser levadas à Justiça por já terem prescrito o prazo limite de seus Estados. Segundo os produtores do documentário, o desejo das vítimas é que outras mulheres não fiquem em silêncio por décadas como elas fizeram. "Algumas das entrevistadas tentam reverter a prescrição em seus Estados para denunciarem Cosby, mas, para a maioria, o importante mesmo é ser ouvida", afirma a produtora-executiva Melia Patria. "Muitas são casadas, têm filhos, algumas até são avós. Elas não desejam validação, mas ser ouvidas." "Cosby: As Mulheres Falam" será reprisado pelo canal A&E em 2 de fevereiro, às 20h, e 3 de fevereiro, às 3h e 13h.
ilustrada
Vítimas só querem ser ouvidas, diz produtora de especial sobre Bill CosbyNa segunda-feira (14), o comediante americano Bill Cosby defendeu-se das acusações de estupro ao acusar de oportunismo cinco mulheres entre suas cerca de 60 supostas vítimas em um processo por difamação. Duas delas, Louisa Moritz e Joan Tarshis, contaram suas histórias no especial "Cosby: As Mulheres Falam", exibido ontem pelo canal A&E. "Esses foram os 5 minutos mais longos que eu já vivi. Me senti envergonhada, tinha pena de mim mesma", declarou Louisa, que diz ter sido estuprada em 1971. Ao longo de uma hora, o documentário acompanha o relato de seu abuso, ouvindo também outras seis supostas vítimas: Joan Tarshis, Charlotte Fox, Carla Ferrigno, Beverly Johnson, Kristina Ruehli e Heidi Thomas. Para a produtora-executiva do telefilme, Jeanmarie Condon, é impossível acusá-las de oportunismo frente à dificuldade com que contaram suas histórias. "Nós não vimos nenhuma contradição entre elas. Todas os relatos são corroborados. Nosso objetivo foi deixá-las falar para que o espectador fizesse seu julgamento", diz. "Ao mesmo tempo, não é nosso dever julgar as pessoas que não acreditam. Todos têm o direito de olhar as evidencias e chegar às próprias conclusões." A série de sete entrevistas contextualiza a popularidade do comediante nos Estados Unidos durante as décadas de 1960, 1970 e 1980, quando a emissora NBC exibiu o programa "The Cosby Show". "Eu cresci assistindo a 'The Cosby Show', e não queria acreditar nas acusações", conta o vice-presidente de programação da A&E, Brad Abramson. "Então ouvimos as histórias uma a uma, e o poder do especial de juntar todas elas e pintar um único quadro, mostrando um padrão, tornou difícil não me convencer, mesmo tentando manter a objetividade e imparcialidade." Acreditando ou não nos relatos das vítimas, Jeanmarie salienta a objetividade como o valor mais caro à produção do especial. "Tínhamos a carreira do Bill Cosby e a vida dessas mulheres em jogo. Foi preciso ouvir com cuidado o que ambos os lados tinham a dizer, apurando bem antes de levar o material ao ar." Como o caso de Louisa, muitos das denúncias de estupro contra Cosby não podem ser levadas à Justiça por já terem prescrito o prazo limite de seus Estados. Segundo os produtores do documentário, o desejo das vítimas é que outras mulheres não fiquem em silêncio por décadas como elas fizeram. "Algumas das entrevistadas tentam reverter a prescrição em seus Estados para denunciarem Cosby, mas, para a maioria, o importante mesmo é ser ouvida", afirma a produtora-executiva Melia Patria. "Muitas são casadas, têm filhos, algumas até são avós. Elas não desejam validação, mas ser ouvidas." "Cosby: As Mulheres Falam" será reprisado pelo canal A&E em 2 de fevereiro, às 20h, e 3 de fevereiro, às 3h e 13h.
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Cenário de recuperação lenta está consolidado
Na segunda-feira passada (31), o Ibre apresentou o cenário macroeconômico para 2016 e 2017. Nenhuma grande novidade. O crescimento deste ano, após um terceiro trimestre pouco pior do que imaginávamos, foi revisto de -3,2% para -3,4%. Para 2017, mantivemos a previsão de leve crescimento de 0,6%. Consolida-se o cenário de recuperação lenta. Muito diferente das três últimas recuperações cíclicas, em 2000, 2004 e 2010, quando, após os difíceis anos de 1999, 2003 e 2009, a economia reagiu e cresceu, respectivamente, 4,3%, 5,7% e 7,5%. No Ibre, temos acompanhado diversos sinais qualitativos que sugerem que a retomada após a atual crise -que se iniciou no segundo trimestre de 2014 e, aparentemente, terminará no primeiro trimestre de 2017- será mais parecida com a crise da dívida externa dos anos 1980. Os indicadores de sondagem das empresas -indústria, comércio, serviços e construção civil- mostram recuperação concentrada na melhora do indicador de expectativa empresarial. No entanto, o indicador da situação atual dos negócios não tem acompanhado o avanço observado no indicador de expectativa. Adicionalmente, a melhora do indicador de expectativa tem sido fruto integralmente da queda de pessimismo entre os empresários, em direção a uma posição mais neutra. Diferentemente das três recuperações cíclicas mencionadas, o otimismo não tem aumentado. Mais de uma vez lembrei neste espaço que a experiência intervencionista de 2009 até 2014 (alguns sinais começaram já em 2006) teve diversas semelhanças com o período militar, especialmente a partir do governo Geisel (1974-79). O aprofundamento da crise a partir de 2015 -a queda do investimento que está na raiz dessa piora inicia-se no primeiro trimestre de 2014- ocorreu por exaustão de uma série de programas que tinham como premissa uma capacidade financeira ilimitada do Estado brasileiro: Tesouro, bancos públicos e empresas estatais. De forma parecida, o Segundo Programa Nacional de Desenvolvimento (PND) da era Geisel tinha como premissa capacidade ilimitada de captação de dívida externa. Ambos os ciclos se esgotaram quando a realidade refutou a premissa. Nos anos 1980, a crise veio quando acabou a capacidade de endividamento externo em razão, principalmente, da alteração da política monetária norte-americana. No atual ciclo, também há esgotamento financeiro: do Tesouro Nacional, que não consegue manter programas como o Minha Casa, Minha Vida; dos bancos públicos, que não conseguem manter eternamente linhas muito subsidiadas para que a Transpetro adquira navios a preços mais de duas vezes maiores do que os de mercado; ou das empresas estatais, como é o caso da Petrobras, que não consegue manter o ritmo de investimento, uma vez que sua dívida nos últimos sete anos foi multiplicada por cinco e sua produção de petróleo aumentou menos de 25%. Esse esgotamento explica a profunda queda do investimento. Na indústria automobilística, em outro exemplo, o investimento caiu simplesmente porque temos um parque produtivo capaz de produzir 5 milhões de unidades por ano, para um mercado que absorve metade disso, e não somos capazes de competir com os asiáticos no mercado internacional. A digestão das decisões equivocadas de investimento e das dívidas que foram constituídas, além da reconstrução da responsabilidade fiscal, que levará uma década, pelo menos, explica a natureza lenta desta recuperação. Não está e não será fácil.
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Cenário de recuperação lenta está consolidadoNa segunda-feira passada (31), o Ibre apresentou o cenário macroeconômico para 2016 e 2017. Nenhuma grande novidade. O crescimento deste ano, após um terceiro trimestre pouco pior do que imaginávamos, foi revisto de -3,2% para -3,4%. Para 2017, mantivemos a previsão de leve crescimento de 0,6%. Consolida-se o cenário de recuperação lenta. Muito diferente das três últimas recuperações cíclicas, em 2000, 2004 e 2010, quando, após os difíceis anos de 1999, 2003 e 2009, a economia reagiu e cresceu, respectivamente, 4,3%, 5,7% e 7,5%. No Ibre, temos acompanhado diversos sinais qualitativos que sugerem que a retomada após a atual crise -que se iniciou no segundo trimestre de 2014 e, aparentemente, terminará no primeiro trimestre de 2017- será mais parecida com a crise da dívida externa dos anos 1980. Os indicadores de sondagem das empresas -indústria, comércio, serviços e construção civil- mostram recuperação concentrada na melhora do indicador de expectativa empresarial. No entanto, o indicador da situação atual dos negócios não tem acompanhado o avanço observado no indicador de expectativa. Adicionalmente, a melhora do indicador de expectativa tem sido fruto integralmente da queda de pessimismo entre os empresários, em direção a uma posição mais neutra. Diferentemente das três recuperações cíclicas mencionadas, o otimismo não tem aumentado. Mais de uma vez lembrei neste espaço que a experiência intervencionista de 2009 até 2014 (alguns sinais começaram já em 2006) teve diversas semelhanças com o período militar, especialmente a partir do governo Geisel (1974-79). O aprofundamento da crise a partir de 2015 -a queda do investimento que está na raiz dessa piora inicia-se no primeiro trimestre de 2014- ocorreu por exaustão de uma série de programas que tinham como premissa uma capacidade financeira ilimitada do Estado brasileiro: Tesouro, bancos públicos e empresas estatais. De forma parecida, o Segundo Programa Nacional de Desenvolvimento (PND) da era Geisel tinha como premissa capacidade ilimitada de captação de dívida externa. Ambos os ciclos se esgotaram quando a realidade refutou a premissa. Nos anos 1980, a crise veio quando acabou a capacidade de endividamento externo em razão, principalmente, da alteração da política monetária norte-americana. No atual ciclo, também há esgotamento financeiro: do Tesouro Nacional, que não consegue manter programas como o Minha Casa, Minha Vida; dos bancos públicos, que não conseguem manter eternamente linhas muito subsidiadas para que a Transpetro adquira navios a preços mais de duas vezes maiores do que os de mercado; ou das empresas estatais, como é o caso da Petrobras, que não consegue manter o ritmo de investimento, uma vez que sua dívida nos últimos sete anos foi multiplicada por cinco e sua produção de petróleo aumentou menos de 25%. Esse esgotamento explica a profunda queda do investimento. Na indústria automobilística, em outro exemplo, o investimento caiu simplesmente porque temos um parque produtivo capaz de produzir 5 milhões de unidades por ano, para um mercado que absorve metade disso, e não somos capazes de competir com os asiáticos no mercado internacional. A digestão das decisões equivocadas de investimento e das dívidas que foram constituídas, além da reconstrução da responsabilidade fiscal, que levará uma década, pelo menos, explica a natureza lenta desta recuperação. Não está e não será fácil.
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Atirador mata ao menos quatro em fábrica no Kansas (EUA)
Ao menos quatro pessoas morreram e 14 ficaram feridas após um homem abrir fogo contra uma fábrica de cortadores de grama em Hesston, no Estado americano do Kansas, disse nesta quinta-feira (25) a polícia local. O xerife do condado de Harvey, T. Walton, disse que o atirador era empregado da fábrica e foi morto pelas autoridades. A imprensa local identificou o atirador como Cedric Ford, que trabalhava na empresa como pintor e publicou uma foto no Facebook com um fuzil de assalto. Segundo a mídia, Ford tinha antecedentes criminais, incluindo posse ilegal de armas, e havia chegado há pouco de Miami. Walton disse que as autoridades têm informação sobre "algumas coisas que teriam provocado a atitude deste indivíduo", mas não revelou nada sobre isto. O atirador disparou contra dois motoristas a partir do seu veículo, roubando um furgão de uma das vítimas antes de guiar até a fábrica para praticar o ataque. Testemunhas relataram que o agressor atirou, primeiro, em uma mulher no estacionamento da Excel Industries, antes de entrar na área de montagem da empresa e abrir fogo. O empregado Martin Espinoza afirmou à rede de TV local KSN que o suspeito apontou a arma em sua direção e apertou o gatilho, mas o revólver já estava descarregado. O homem, então, teria pegado outra arma e continuado a fazer disparos, mas Espinoza conseguiu fugir. Uma faculdade próxima da fábrica chegou a ser brevemente isolada pela polícia. O episódio no Kansas ocorre menos de uma semana depois de um motorista do serviço Uber abrir fogo por diversas vezes em Kalamazoo, no Estado de Michigan, deixando seis mortos e dois gravemente feridos.
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Atirador mata ao menos quatro em fábrica no Kansas (EUA)Ao menos quatro pessoas morreram e 14 ficaram feridas após um homem abrir fogo contra uma fábrica de cortadores de grama em Hesston, no Estado americano do Kansas, disse nesta quinta-feira (25) a polícia local. O xerife do condado de Harvey, T. Walton, disse que o atirador era empregado da fábrica e foi morto pelas autoridades. A imprensa local identificou o atirador como Cedric Ford, que trabalhava na empresa como pintor e publicou uma foto no Facebook com um fuzil de assalto. Segundo a mídia, Ford tinha antecedentes criminais, incluindo posse ilegal de armas, e havia chegado há pouco de Miami. Walton disse que as autoridades têm informação sobre "algumas coisas que teriam provocado a atitude deste indivíduo", mas não revelou nada sobre isto. O atirador disparou contra dois motoristas a partir do seu veículo, roubando um furgão de uma das vítimas antes de guiar até a fábrica para praticar o ataque. Testemunhas relataram que o agressor atirou, primeiro, em uma mulher no estacionamento da Excel Industries, antes de entrar na área de montagem da empresa e abrir fogo. O empregado Martin Espinoza afirmou à rede de TV local KSN que o suspeito apontou a arma em sua direção e apertou o gatilho, mas o revólver já estava descarregado. O homem, então, teria pegado outra arma e continuado a fazer disparos, mas Espinoza conseguiu fugir. Uma faculdade próxima da fábrica chegou a ser brevemente isolada pela polícia. O episódio no Kansas ocorre menos de uma semana depois de um motorista do serviço Uber abrir fogo por diversas vezes em Kalamazoo, no Estado de Michigan, deixando seis mortos e dois gravemente feridos.
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Partidos aliados de Temer registraram traições na reforma trabalhista
Praticamente todos os partidos da base de apoio a Michel Temer registraram traições na votação da reforma trabalhista, na noite desta quarta-feira (26). A começar do próprio PMDB de Michel Temer. Sete deputados votaram contra o projeto do Palácio do Planalto, entre eles o ex-ministro de Dilma Rousseff Celso Pansera (RJ). Proporcionalmente, as maiores infidelidades ocorreram nas bancadas do Solidariedade (8 votos a 5 contra o governo) e do PSB (16 votos contra e 14 a favor), partido que fechou questão contra as reformas de Temer. No PPS, que tem dois ministérios no governo Temer, a Defesa e a Cultura, 6 deputados votaram a favor da reforma e 3 contra, entre eles o líder da bancada, Arnaldo Jordy (PA). No PP do líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PB), 9 votos foram contra a reforma e 34, a favor. No PR, que controla o Ministério dos Transportes, houve 7 votos contra a reforma, entre eles Tiririca (SP). Os partidos mais fiéis da base foram o DEM, com nenhuma traição, e o PSDB, que deu 43 votos a favor da reforma e apenas um contra, o de Geovania de Sá (SC).
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Partidos aliados de Temer registraram traições na reforma trabalhistaPraticamente todos os partidos da base de apoio a Michel Temer registraram traições na votação da reforma trabalhista, na noite desta quarta-feira (26). A começar do próprio PMDB de Michel Temer. Sete deputados votaram contra o projeto do Palácio do Planalto, entre eles o ex-ministro de Dilma Rousseff Celso Pansera (RJ). Proporcionalmente, as maiores infidelidades ocorreram nas bancadas do Solidariedade (8 votos a 5 contra o governo) e do PSB (16 votos contra e 14 a favor), partido que fechou questão contra as reformas de Temer. No PPS, que tem dois ministérios no governo Temer, a Defesa e a Cultura, 6 deputados votaram a favor da reforma e 3 contra, entre eles o líder da bancada, Arnaldo Jordy (PA). No PP do líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PB), 9 votos foram contra a reforma e 34, a favor. No PR, que controla o Ministério dos Transportes, houve 7 votos contra a reforma, entre eles Tiririca (SP). Os partidos mais fiéis da base foram o DEM, com nenhuma traição, e o PSDB, que deu 43 votos a favor da reforma e apenas um contra, o de Geovania de Sá (SC).
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Ex-premiê socialista quer concorrer ao Parlamento pela sigla de Macron
Após a derrota de seu candidato ainda no primeiro turno das eleições presidenciais francesas, o Partido Socialista sofreu outro baque nesta terça-feira (8) com a deserção do ex-premiê Manuel Valls. Valls, que foi premiê de François Hollande de 2014 a 2016, anunciou querer concorrer às legislativas de junho representando outra sigla: o movimento República Em Frente!, do presidente eleito, Emmanuel Macron. - ELEIÇÃO > Ocorre em dois turnos (este ano, em 11 e 18 de junho), para um mandato de cinco anos > Cada deputado representa um dos 577 distritos eleitorais, divididos entre França continental e territórios ultramarinos 1º turno > O candidato é eleito se obtiver ao menos 50% dos votos, com comparecimento mínimo de 25% dos eleitores registrados em cada distrito > Se ninguém alcançar os 50%, vão para o 2º turno aqueles que conseguirem número de votos equivalente a 12,5% ou mais do total de eleitores registrados. Se essa condição tampouco for atingida, seguem na disputa apenas os dois candidatos mais bem votados 2º turno > Vence o candidato mais votado, sem exigência de porcentual mínimo - É a primeira deserção de peso em um partido que precisará se reinventar diante da impopularidade recorde de Hollande e da derrota de Benoît Hamon, que recebeu 6% dos votos no primeiro turno. "Esse Partido Socialista está morto. Ficou para trás", Valls disse em uma entrevista. Ele afirmou que a sigla de esquerda deve agora reavaliar seus rumos, mas, no ínterim, precisa garantir que Macron tenha a maioria necessária para governar. O diagnóstico foi repetido Didier Guillaume, líder dos socialistas no Senado, que afirmou também que "o Partido Socialista está morto". "Receber 5% ou 6% dos votos nas eleições presidenciais foi a certidão de óbito." Um porta-voz do movimento de Macron disse ainda não estar confirmado que o ex-premiê será um de seus 577 candidatos nas eleições legislativas. A lista será anunciada nesta quinta (11). "Tenho muito respeito por Valls, mas a nomeação não é algo automático", afirmou Christophe Castaner. Valls e Macron –que toma posse neste domingo (14)– têm visões semelhantes ao, por exemplo, defenderem políticas mais próximas do empresariado. Eles estiveram por trás das decisões do governo que afastaram de Hollande os eleitores tradicionais de esquerda, como as reformas na lei trabalhista. O apoio de Valls à República Em Frente! pode ser auspicioso, agora que Macron se prepara para as legislações legislativas de 11 e 18 de junho. O movimento centrista não tem hoje nenhum parlamentar e precisará, para governar, de uma maioria ou uma coalizão. Há, no entanto, reveses de se tornar um ímã de políticos socialistas. Caso atraia muitos deles, o presidente eleito reforçará a impressão entre seus detratores de que seu governo dará continuidade à gestão de Hollande. O mesmo vale para o apoio de conservadores. Algumas das principais figuras dos Republicanos já se aproximam de Macron, como o prefeito de Bordeaux, Alain Juppé. "Precisamos ajudar a França a ter sucesso", disse na terça, apoiando as reformas propostas pelo novo presidente. Macron foi eleito após convencer parte da população da necessidade de renovar a política e o sistema —o que será difícil fazer agregando figuras do governo. Uma de suas promessas é, portanto, que metade de seus candidatos às legislativas serão novatos na política. Como ele, aliás. Aos 39 anos, o mais jovem presidente eleito do país nunca havia participado antes de uma eleição. Valls disse, em seu anúncio, que pretende manter sua filiação ao Partido Socialista. "Sou um homem de esquerda e continuo sendo um socialista. Não vou renegar 30 anos de minha vida política." Mas o secretário do partido, Jean-Christophe Cambadélis, disse será "impossível" o ex-premiê seguir membro da sigla e ao mesmo tempo representar a República Em Frente! nas legislativas. Em círculos socialistas, a declaração de Valls foi interpretada e o fato de seu anúncio coincidir com o debate do partido em Paris para definir sua lista de candidatos e nova plataforma de campanha foram mal recebidos. Evocando personagens símbolo da traição, o porta-voz de Benoît Hamon disse esperar que "Brutus e Judas não peçam candidatura [pelo movimento de Macron]".
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Ex-premiê socialista quer concorrer ao Parlamento pela sigla de MacronApós a derrota de seu candidato ainda no primeiro turno das eleições presidenciais francesas, o Partido Socialista sofreu outro baque nesta terça-feira (8) com a deserção do ex-premiê Manuel Valls. Valls, que foi premiê de François Hollande de 2014 a 2016, anunciou querer concorrer às legislativas de junho representando outra sigla: o movimento República Em Frente!, do presidente eleito, Emmanuel Macron. - ELEIÇÃO > Ocorre em dois turnos (este ano, em 11 e 18 de junho), para um mandato de cinco anos > Cada deputado representa um dos 577 distritos eleitorais, divididos entre França continental e territórios ultramarinos 1º turno > O candidato é eleito se obtiver ao menos 50% dos votos, com comparecimento mínimo de 25% dos eleitores registrados em cada distrito > Se ninguém alcançar os 50%, vão para o 2º turno aqueles que conseguirem número de votos equivalente a 12,5% ou mais do total de eleitores registrados. Se essa condição tampouco for atingida, seguem na disputa apenas os dois candidatos mais bem votados 2º turno > Vence o candidato mais votado, sem exigência de porcentual mínimo - É a primeira deserção de peso em um partido que precisará se reinventar diante da impopularidade recorde de Hollande e da derrota de Benoît Hamon, que recebeu 6% dos votos no primeiro turno. "Esse Partido Socialista está morto. Ficou para trás", Valls disse em uma entrevista. Ele afirmou que a sigla de esquerda deve agora reavaliar seus rumos, mas, no ínterim, precisa garantir que Macron tenha a maioria necessária para governar. O diagnóstico foi repetido Didier Guillaume, líder dos socialistas no Senado, que afirmou também que "o Partido Socialista está morto". "Receber 5% ou 6% dos votos nas eleições presidenciais foi a certidão de óbito." Um porta-voz do movimento de Macron disse ainda não estar confirmado que o ex-premiê será um de seus 577 candidatos nas eleições legislativas. A lista será anunciada nesta quinta (11). "Tenho muito respeito por Valls, mas a nomeação não é algo automático", afirmou Christophe Castaner. Valls e Macron –que toma posse neste domingo (14)– têm visões semelhantes ao, por exemplo, defenderem políticas mais próximas do empresariado. Eles estiveram por trás das decisões do governo que afastaram de Hollande os eleitores tradicionais de esquerda, como as reformas na lei trabalhista. O apoio de Valls à República Em Frente! pode ser auspicioso, agora que Macron se prepara para as legislações legislativas de 11 e 18 de junho. O movimento centrista não tem hoje nenhum parlamentar e precisará, para governar, de uma maioria ou uma coalizão. Há, no entanto, reveses de se tornar um ímã de políticos socialistas. Caso atraia muitos deles, o presidente eleito reforçará a impressão entre seus detratores de que seu governo dará continuidade à gestão de Hollande. O mesmo vale para o apoio de conservadores. Algumas das principais figuras dos Republicanos já se aproximam de Macron, como o prefeito de Bordeaux, Alain Juppé. "Precisamos ajudar a França a ter sucesso", disse na terça, apoiando as reformas propostas pelo novo presidente. Macron foi eleito após convencer parte da população da necessidade de renovar a política e o sistema —o que será difícil fazer agregando figuras do governo. Uma de suas promessas é, portanto, que metade de seus candidatos às legislativas serão novatos na política. Como ele, aliás. Aos 39 anos, o mais jovem presidente eleito do país nunca havia participado antes de uma eleição. Valls disse, em seu anúncio, que pretende manter sua filiação ao Partido Socialista. "Sou um homem de esquerda e continuo sendo um socialista. Não vou renegar 30 anos de minha vida política." Mas o secretário do partido, Jean-Christophe Cambadélis, disse será "impossível" o ex-premiê seguir membro da sigla e ao mesmo tempo representar a República Em Frente! nas legislativas. Em círculos socialistas, a declaração de Valls foi interpretada e o fato de seu anúncio coincidir com o debate do partido em Paris para definir sua lista de candidatos e nova plataforma de campanha foram mal recebidos. Evocando personagens símbolo da traição, o porta-voz de Benoît Hamon disse esperar que "Brutus e Judas não peçam candidatura [pelo movimento de Macron]".
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Investigado por obstrução da Justiça, Trump diz ser alvo de 'caça às bruxas'
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu nesta quinta-feira (15) às notícias de que é investigado por suspeita de obstrução da Justiça, voltando a dizer que é alvo de uma "caça às bruxas". Na véspera, os jornais "Washington Post" e "New York Times" informaram que o conselheiro jurídico especial, Robert Mueller, está liderando um inquérito contra Trump, aberto alguns dias depois de o republicano demitir o então diretor do FBI, James Comey, em 9 de maio. A decisão de investigar a conduta de Trump representa um importante ponto de inflexão nas ações conduzidas até agora pelo FBI, focadas em descobrir evidências da tentativa de intromissão russa durante a eleição presidencial e das suspeitas de coordenação entre a campanha Trump e o Kremlin. "Eles inventaram uma história falsa sobre o conluio com a Rússia, não encontraram nenhuma prova, e agora falam em obstrução da Justiça sobre uma história falsa. Bacana", afirmou Trump em um canal oficial. "Vocês estão testemunhando a maior CAÇA ÀS BRUXAS da história política americana –liderada por pessoas muito más e contraditórias!" O presidente já usou o termo "caça às bruxas" anteriormente para se referir ao trabalho de investigadores, promotores e jornalistas que questionam medidas adotadas pelo governo. O republicano e seus subordinados negam ter agido em coordenação com Moscou para se beneficiar na eleição. Os serviços de inteligência dos Estados Unidos acusam o governo russo de ter orquestrado ciberataques contra o comitê de campanha do Partido Democrata e vazado e-mails para prejudicar a candidatura de Hillary Clinton. O Kremlin nega as acusações. Na quarta (14), o Senado americano aprovou sanções contra a Rússia pela intromissão nas eleições e pela intervenção em conflitos na Ucrânia e na Síria. O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que a Rússia está pronta pra estabelecer um "diálogo construtivo" com os Estados Unidos e que não vê o país como inimigo. INVESTIGAÇÃO De acordo com o "Washinton Post", Dan Coats, diretor de inteligência nacional, Mike Rogers, chefe da NSA (Agência de Segurança Nacional), e Richard Ledgett, ex-vice-diretor da NSA, aceitaram ser interrogados pelos subordinados de Mueller já nesta semana. Segundo a reportagem, que cita fontes anônimas, um dos pontos que estão sendo investigados são conversas que Trump teve com Coats e Rogers sobre a investigação da Rússia. Uma delas teria ocorrido no dia 22 de março, menos de uma semana após Coats ter sido confirmado pelo Senado como diretor de inteligência nacional. Coats disse a colegas que Trump perguntou a ele se poderia intervir junto a Comey para que o FBI parasse de investigar o ex-assessor de segurança Michael Flynn na questão da interferência russa nas eleições. Dias depois do encontro de 22 de março, prossegue o "Post", Trump telefonou separadamente para Coats e para Rogers para solicitar que ambos dessem declarações públicas negando a existência de qualquer evidência de coordenação entre sua campanha e o governo russo. Coats e Rogers recusaram-se a cumprir os pedidos do presidente, segundo as fontes ouvidas pelo "Post". A tese de que Trump agiu para obstruir a Justiça já havia ganhado força na semana passada, após Comey dizer em depoimento no Senado que acredita ter sido demitido por Trump para minar a investigação do FBI sobre a Rússia. Embora seja improvável que a investigação conduzida por Mueller leve o presidente a enfrentar alguma acusação criminal, a obstrução da Justiça pode constituir a base de um processo de impeachment. Qualquer passo desse tipo, porém, enfrentaria enorme obstáculo, uma vez que exigiria a aprovação da Câmara dos Deputados, controlada por republicanos. Trump emparedado
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Investigado por obstrução da Justiça, Trump diz ser alvo de 'caça às bruxas'O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu nesta quinta-feira (15) às notícias de que é investigado por suspeita de obstrução da Justiça, voltando a dizer que é alvo de uma "caça às bruxas". Na véspera, os jornais "Washington Post" e "New York Times" informaram que o conselheiro jurídico especial, Robert Mueller, está liderando um inquérito contra Trump, aberto alguns dias depois de o republicano demitir o então diretor do FBI, James Comey, em 9 de maio. A decisão de investigar a conduta de Trump representa um importante ponto de inflexão nas ações conduzidas até agora pelo FBI, focadas em descobrir evidências da tentativa de intromissão russa durante a eleição presidencial e das suspeitas de coordenação entre a campanha Trump e o Kremlin. "Eles inventaram uma história falsa sobre o conluio com a Rússia, não encontraram nenhuma prova, e agora falam em obstrução da Justiça sobre uma história falsa. Bacana", afirmou Trump em um canal oficial. "Vocês estão testemunhando a maior CAÇA ÀS BRUXAS da história política americana –liderada por pessoas muito más e contraditórias!" O presidente já usou o termo "caça às bruxas" anteriormente para se referir ao trabalho de investigadores, promotores e jornalistas que questionam medidas adotadas pelo governo. O republicano e seus subordinados negam ter agido em coordenação com Moscou para se beneficiar na eleição. Os serviços de inteligência dos Estados Unidos acusam o governo russo de ter orquestrado ciberataques contra o comitê de campanha do Partido Democrata e vazado e-mails para prejudicar a candidatura de Hillary Clinton. O Kremlin nega as acusações. Na quarta (14), o Senado americano aprovou sanções contra a Rússia pela intromissão nas eleições e pela intervenção em conflitos na Ucrânia e na Síria. O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que a Rússia está pronta pra estabelecer um "diálogo construtivo" com os Estados Unidos e que não vê o país como inimigo. INVESTIGAÇÃO De acordo com o "Washinton Post", Dan Coats, diretor de inteligência nacional, Mike Rogers, chefe da NSA (Agência de Segurança Nacional), e Richard Ledgett, ex-vice-diretor da NSA, aceitaram ser interrogados pelos subordinados de Mueller já nesta semana. Segundo a reportagem, que cita fontes anônimas, um dos pontos que estão sendo investigados são conversas que Trump teve com Coats e Rogers sobre a investigação da Rússia. Uma delas teria ocorrido no dia 22 de março, menos de uma semana após Coats ter sido confirmado pelo Senado como diretor de inteligência nacional. Coats disse a colegas que Trump perguntou a ele se poderia intervir junto a Comey para que o FBI parasse de investigar o ex-assessor de segurança Michael Flynn na questão da interferência russa nas eleições. Dias depois do encontro de 22 de março, prossegue o "Post", Trump telefonou separadamente para Coats e para Rogers para solicitar que ambos dessem declarações públicas negando a existência de qualquer evidência de coordenação entre sua campanha e o governo russo. Coats e Rogers recusaram-se a cumprir os pedidos do presidente, segundo as fontes ouvidas pelo "Post". A tese de que Trump agiu para obstruir a Justiça já havia ganhado força na semana passada, após Comey dizer em depoimento no Senado que acredita ter sido demitido por Trump para minar a investigação do FBI sobre a Rússia. Embora seja improvável que a investigação conduzida por Mueller leve o presidente a enfrentar alguma acusação criminal, a obstrução da Justiça pode constituir a base de um processo de impeachment. Qualquer passo desse tipo, porém, enfrentaria enorme obstáculo, uma vez que exigiria a aprovação da Câmara dos Deputados, controlada por republicanos. Trump emparedado
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Um processo todo peculiar
BRASÍLIA - O Tribunal Superior Eleitoral consultou o calendário e, surpresa, concluiu que o processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer não poderá mais ser julgado até o fim do ano. O anúncio sepulta oficialmente a possibilidade de novas eleições diretas para presidente. Quem conhece o pôquer brasiliense sabe que esta carta já estava fora do baralho. Mesmo assim, era mantida sobre a mesa para iludir os jogadores mais desavisados. No fim de 2014, o PSDB pediu ao TSE que anulasse os votos de Dilma Rousseff e entregasse a faixa a Aécio Neves. A ação dizia que a petista teve uma "pífia vitória nas urnas" e a acusava de crimes eleitorais. O processo foi arquivado em fevereiro de 2015. Oito meses depois, uma articulação liderada pelo ministro Gilmar Mendes permitiu a sua reabertura. A ação passou a ser um dos principais fatores de desestabilização do governo petista. A ameaça TSE aumentou a carga sobre Dilma ao apontar elos entre o petrolão e a campanha. Ao mesmo tempo, acelerou o processo de impeachment no Congresso. O PMDB percebeu que corria o risco de perder tudo se ficasse à espera do tribunal. Na tarde de 12 de maio, quando Michel Temer assumiu a Presidência, ficou claro que ninguém mais tinha interesse no processo judicial. Os tucanos, que pediam a cassação da chapa, indicaram três ministros do governo interino. Um Aécio sorridente prestigiou a posse do ex-vice. Poucas horas depois, Gilmar Mendes assumiu a presidência do TSE. A ação que poderia cassar o mandato de Temer passou a se arrastar como um zumbi, e o ministro se tornou presença assídua no Planalto. Nesta sexta (16), Gilmar foi questionado sobre o desfecho do processo. Um trecho de sua resposta merece lugar nos livros de história: "O futuro a Deus pertence. Vamos aguardar. Nem sei se haverá julgamento este ano. Nós não sabemos também se haverá condenação. Em suma, nós temos um processo todo peculiar".
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Um processo todo peculiarBRASÍLIA - O Tribunal Superior Eleitoral consultou o calendário e, surpresa, concluiu que o processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer não poderá mais ser julgado até o fim do ano. O anúncio sepulta oficialmente a possibilidade de novas eleições diretas para presidente. Quem conhece o pôquer brasiliense sabe que esta carta já estava fora do baralho. Mesmo assim, era mantida sobre a mesa para iludir os jogadores mais desavisados. No fim de 2014, o PSDB pediu ao TSE que anulasse os votos de Dilma Rousseff e entregasse a faixa a Aécio Neves. A ação dizia que a petista teve uma "pífia vitória nas urnas" e a acusava de crimes eleitorais. O processo foi arquivado em fevereiro de 2015. Oito meses depois, uma articulação liderada pelo ministro Gilmar Mendes permitiu a sua reabertura. A ação passou a ser um dos principais fatores de desestabilização do governo petista. A ameaça TSE aumentou a carga sobre Dilma ao apontar elos entre o petrolão e a campanha. Ao mesmo tempo, acelerou o processo de impeachment no Congresso. O PMDB percebeu que corria o risco de perder tudo se ficasse à espera do tribunal. Na tarde de 12 de maio, quando Michel Temer assumiu a Presidência, ficou claro que ninguém mais tinha interesse no processo judicial. Os tucanos, que pediam a cassação da chapa, indicaram três ministros do governo interino. Um Aécio sorridente prestigiou a posse do ex-vice. Poucas horas depois, Gilmar Mendes assumiu a presidência do TSE. A ação que poderia cassar o mandato de Temer passou a se arrastar como um zumbi, e o ministro se tornou presença assídua no Planalto. Nesta sexta (16), Gilmar foi questionado sobre o desfecho do processo. Um trecho de sua resposta merece lugar nos livros de história: "O futuro a Deus pertence. Vamos aguardar. Nem sei se haverá julgamento este ano. Nós não sabemos também se haverá condenação. Em suma, nós temos um processo todo peculiar".
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Quinta deve ser quente, com previsão de chuva, e tem última récita de ópera no Municipal
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 20 de outubro de 2016. Quinta-feira. Bom dia para você que está completamente zureta! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Telona | A 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo abre ao público para a exibição de 322 filmes em mais de 1.200 sessões. Veja aqui uma seleção temática de 40 longas-metragens que integram o festival. Ópera | A montagem da ópera "Elektra", de Richard Strauss, chega ao fim nesta quinta, quando é encenada a última apresentação, às 20h, no Theatro Municipal. Ingressos custam de R$ 25 a R$ 160. Veja mais informações aqui. Questão de reflexão | O ator Ney Piacentini interpreta o monólogo "Espelhos", que estreia nesta quinta na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Com direção de Vivien Buckup, o espetáculo faz um diálogo entre os contos "O Espelho", de Machado de Assis, e "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa. A peça foi premiada com o prêmio Zé Renato, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. A entrada é gratuita. Mistura | As bandas Los Nastys, do México, e Deerhoof, de São Francisco (EUA) agitam a comedoria do Sesc Pompeia com show marcado por garage rock, psicodelia, punk e indie rock. Ingressos custam de R$ 12 a R$ 40. Veja mais informações aqui. * PARA TER ASSUNTO Prisão | O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso pela Lava Jato em Brasília nesta quarta, 37 dias depois de ter o mandato cassado pela Câmara. A prisão foi ordenada pelo juiz federal Sergio Moro na segunda (17) a pedido do Ministério Público Federal na ação em que Cunha é réu sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Acordo | Para evitar o fechamento do Templo de Salomão, no Brás (centro), a Igreja Universal do Reino de Deus assinou um documento em que se compromete a doar à Prefeitura de São Paulo um terreno avaliado em R$ 38 milhões –que será destinado à construção de moradias populares. Doação | Assim que assumir a Prefeitura de São Paulo, João Doria (PSDB) terá uma espécie de bancada própria na Câmara Municipal da cidade. Dos 55 vereadores, nove deles foram eleitos com a ajuda de doação do próprio bolso do tucano. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | A CPI que investiga desvio de dinheiro na contratação de espetáculos pelo Theatro Municipal faz reunião extraordinária na Câmara Municipal de São Paulo para apreciação e votação do relatório final da comissão. O encontro tem início previsto para as 11h. Estado | A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo promove reunião da frente parlamentar em defesa dos institutos e fundações a partir das 10h. Confira a agenda completa da casa aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A quinta-feira (20) começará com tempo abafado em toda a Grande São Paulo. Os termômetros variam entre 20º C e 33º C. Há alta probabilidade de pancadas de chuva intensas entre o final da tarde e o início da noite, com a chegada da umidade da brisa marítima na capital. Zona sul | A av. Washington Luís, na zona sul, tem trecho de 100 metros interditado para o trânsito de veículos entre as ruas Lourical e Vieira de Moraes das 23h desta quinta até as 5h de sexta (21). Zona sul 2 | Bloqueada na segunda, a pista sentido bairro da av. Santo Amaro segue interditada entre a av. Roque Petroni Junior e a rua São Sebastião para a realização de obras da linha 5-lilás do metrô. O bloqueio tem duração prevista de 15 dias Zona leste | Duas faixas da av. Professor Luiz Ignácio de Anhaia Melo seguem interditadas entre as ruas Ibitirama e Oliveira Gouveia na pista sentido bairro pelo mesmo motivo. O bloqueio tem duração prevista de 18 meses.
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Quinta deve ser quente, com previsão de chuva, e tem última récita de ópera no MunicipalBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 20 de outubro de 2016. Quinta-feira. Bom dia para você que está completamente zureta! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Telona | A 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo abre ao público para a exibição de 322 filmes em mais de 1.200 sessões. Veja aqui uma seleção temática de 40 longas-metragens que integram o festival. Ópera | A montagem da ópera "Elektra", de Richard Strauss, chega ao fim nesta quinta, quando é encenada a última apresentação, às 20h, no Theatro Municipal. Ingressos custam de R$ 25 a R$ 160. Veja mais informações aqui. Questão de reflexão | O ator Ney Piacentini interpreta o monólogo "Espelhos", que estreia nesta quinta na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Com direção de Vivien Buckup, o espetáculo faz um diálogo entre os contos "O Espelho", de Machado de Assis, e "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa. A peça foi premiada com o prêmio Zé Renato, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. A entrada é gratuita. Mistura | As bandas Los Nastys, do México, e Deerhoof, de São Francisco (EUA) agitam a comedoria do Sesc Pompeia com show marcado por garage rock, psicodelia, punk e indie rock. Ingressos custam de R$ 12 a R$ 40. Veja mais informações aqui. * PARA TER ASSUNTO Prisão | O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso pela Lava Jato em Brasília nesta quarta, 37 dias depois de ter o mandato cassado pela Câmara. A prisão foi ordenada pelo juiz federal Sergio Moro na segunda (17) a pedido do Ministério Público Federal na ação em que Cunha é réu sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Acordo | Para evitar o fechamento do Templo de Salomão, no Brás (centro), a Igreja Universal do Reino de Deus assinou um documento em que se compromete a doar à Prefeitura de São Paulo um terreno avaliado em R$ 38 milhões –que será destinado à construção de moradias populares. Doação | Assim que assumir a Prefeitura de São Paulo, João Doria (PSDB) terá uma espécie de bancada própria na Câmara Municipal da cidade. Dos 55 vereadores, nove deles foram eleitos com a ajuda de doação do próprio bolso do tucano. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | A CPI que investiga desvio de dinheiro na contratação de espetáculos pelo Theatro Municipal faz reunião extraordinária na Câmara Municipal de São Paulo para apreciação e votação do relatório final da comissão. O encontro tem início previsto para as 11h. Estado | A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo promove reunião da frente parlamentar em defesa dos institutos e fundações a partir das 10h. Confira a agenda completa da casa aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A quinta-feira (20) começará com tempo abafado em toda a Grande São Paulo. Os termômetros variam entre 20º C e 33º C. Há alta probabilidade de pancadas de chuva intensas entre o final da tarde e o início da noite, com a chegada da umidade da brisa marítima na capital. Zona sul | A av. Washington Luís, na zona sul, tem trecho de 100 metros interditado para o trânsito de veículos entre as ruas Lourical e Vieira de Moraes das 23h desta quinta até as 5h de sexta (21). Zona sul 2 | Bloqueada na segunda, a pista sentido bairro da av. Santo Amaro segue interditada entre a av. Roque Petroni Junior e a rua São Sebastião para a realização de obras da linha 5-lilás do metrô. O bloqueio tem duração prevista de 15 dias Zona leste | Duas faixas da av. Professor Luiz Ignácio de Anhaia Melo seguem interditadas entre as ruas Ibitirama e Oliveira Gouveia na pista sentido bairro pelo mesmo motivo. O bloqueio tem duração prevista de 18 meses.
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Star Wars faz ações da Disney dispararem e inspira tema de avião
O segundo trailer de "Star Wars Episódio 7 - O Despertar da Força" divulgado nesta quinta-feira (16) fez as ações da Disney dispararem e incentivou ações de marketing em todo o mundo. Uma delas foi a da companhia aérea japonesa All Nippon Airways, que apresentou um Boeing caracterizado ao estilo droid R2-D2, personagem da franquia intergaláctica (veja imagens abaixo). Após a divulgação do trailer, as ações da Disney chegaram a subir 1%, para US$ 108,30 Na quarta-feira (15) elas valiam US$ 106,98. O trailer foi divulgado pelos estúdios Disney em um evento na Califórnia. O vídeo mostra o ator Harrison Ford, que recentemente sofreu um acidente de avião, como Han Solo, além de cenas de batalhas intergalácticas. J.J. Abrams, diretor do filme, disse que o longa não irá "agradar a todo mundo"
mercado
Star Wars faz ações da Disney dispararem e inspira tema de aviãoO segundo trailer de "Star Wars Episódio 7 - O Despertar da Força" divulgado nesta quinta-feira (16) fez as ações da Disney dispararem e incentivou ações de marketing em todo o mundo. Uma delas foi a da companhia aérea japonesa All Nippon Airways, que apresentou um Boeing caracterizado ao estilo droid R2-D2, personagem da franquia intergaláctica (veja imagens abaixo). Após a divulgação do trailer, as ações da Disney chegaram a subir 1%, para US$ 108,30 Na quarta-feira (15) elas valiam US$ 106,98. O trailer foi divulgado pelos estúdios Disney em um evento na Califórnia. O vídeo mostra o ator Harrison Ford, que recentemente sofreu um acidente de avião, como Han Solo, além de cenas de batalhas intergalácticas. J.J. Abrams, diretor do filme, disse que o longa não irá "agradar a todo mundo"
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Na prateleira da direita
Vários novos livros de temática liberal ou conservadora –de "direita", embora alguns autores não usem o termo– chegaram ao mercado nos últimos meses. Há tanto traduções quanto livros nacionais. "Um Capitalismo para o Povo" [trad. Augusto Pacheco Calil, Bei, 296 págs., R$ 90], do professor de empreendedorismo e finanças na Universidade de Chicago Luigi Zingales, é um interessante tratado contra o "capitalismo de compadres", que ameaça os EUA. O país estaria virando a Itália, de onde vem o autor e "onde a melhor forma de enriquecer é ter bons laços políticos e receber um contrato do governo". O governo americano tem se tornado maior e mais intervencionista, afirma, e governos grandes são como carniça: atraem os urubus. Em pouco tempo a regulamentação estará capturada por oligopólios, que utilizarão a força do Estado não para o interesse público, mas para impor barreiras à entrada a novos concorrentes. O passo seguinte é a acomodação: sem necessidade de oferecer bons produtos ou serviços, as empresas viram vacas leiteiras para uma elite com boas conexões políticas, às custas dos consumidores. As ideias de Zingales são bastante aplicáveis ao Brasil, onde boa parte do empresariado se dedica mais a fazer fila para ser atendido em Brasília do que a aprimorar sua produtividade. O dinheiro barato do BNDES, as barreiras à importação e benefícios fiscais duvidosos alimentam uma casta de privilegiados –e não há nada de esquerdismo nisso; como aponta o italiano, ser liberal significa defender o mercado, não as empresas. Uma ótima aplicação nacional às ideias do italiano pode ser encontrada em Sergio Lazzarini. Professor do Insper, ele escreveu primeiro "Capitalismo de Laços" (Campus, 2011) e agora tem publicado no país "Reinventando o Capitalismo de Estado" [trad. Afonso Celso C. Serra, Portfolio, 408 págs., R$ 49,90; e-book, R$ 34,90], escrito em parceria com Aldo Musacchio, de Harvard. Outras duas traduções importantes foram recém-publicadas pela editora Record, campeã em lançamentos de livros com perspectiva ideológica conservadora. Uma delas é a reedição de "Livre para Escolher" [trad Ligia Filgueiras, 476 págs., R$ 48]. Escrito por Milton Friedman (1912-2006), Nobel de Economia de 1976, e por sua mulher, Rose Friedman (1910-2009), professora de direito na Universidade de Chicago, o livro de 1979 faz uma crítica ao planejamento estatal centralizado. "Quando alguma coisa é de todo mundo, não é de ninguém", afirmam os autores. "É por isso que os edifícios na União Soviética, como as moradias populares nos EUA, parecem decrépitos um ano após a sua construção, por isso que as máquinas nas fábricas do governo quebram e estão em permanente necessidade de conserto." Já "Como Ser um Conservador" [trad. Bruno Garschagen, 294 págs., R$ 38], do filósofo britânico Roger Scruton, é menos preocupado com a economia. O autor apresenta até mesmo ressalvas ao livre mercado; o que o une aos liberais é a desconfiança quanto a líderes políticos que prometem que grande mudanças só dependem da boa vontade e, claro, da utilização do Estado. Isso, diz, dá no fim da liberdade e na morte, não em um paraíso na Terra –a coisa mais próxima dele, afirma, é a própria civilização ocidental, a ser protegida. O autor elenca argumentos da esquerda, cita autores –de Gilles Deleuze a Michel Foucault– e tenta rebatê-los. O filósofo é autor também de um livro chamado "Pensadores da Nova Esquerda", publicado no Brasil no ano passado pela É Realizações. Apesar de o título talvez enganar progressistas desavisados,nele Scruton ataca ideias de autores como Antonio Gramsci e Jürgen Habermas. A Record tem investido também em autores brasileiros à direita. Parece funcionar: segundo o editor Carlos Andreazza, nenhum vendeu menos de 10 mil exemplares, uma ótima marca para o mercado brasileiro. O maior sucesso da casa nessa linha, "O Mínimo que Você Precisa Saber para Não Ser um Idiota", de Olavo de Carvalho, já vendeu mais de 120 mil cópias, desde seu lançamento, em 2013. "Creio que estamos entre os pioneiros na identificação de que havia um nicho de público leitor que não encontrava representação intelectual no mercado editorial", diz Andreazza, 34, que se considera um "liberal com muito interesse no pensamento conservador". ESTRIDÊNCIA O nível dos autores brasileiros garimpados por Andreazza, porém, varia muito. Salvo raras exceções, os argumentos empregados são piores, e o tom, mais estridente do que o dos títulos estrangeiros. O discurso dos conservadores brasileiros é quase sempre mais panfletário e discute com uma ideia meio generalista, às vezes um tanto estereotipada, da esquerda. É o caso de "Por Trás da Máscara" [574 págs., R$60], de Flavio Morgenstern, e dos livros do economista Rodrigo Constantino, colunista do site da revista "Veja", conhecido pelo tom belicoso, repleto de exclamações e acusações de hipocrisia contra os adversários. "Muitos dos novos autores estão na internet, e ela favorece a estridência", diz Leandro Narloch, que publicou pela Leya a série "Guia Politicamente Incorreto". Os três best-sellers –sobre a história do Brasil, da América Latina e do mundo– somados já venderam impressionantes 700 mil cópias. O tom mais elevado, diz ele, é notável dos dois lados do espectro político. "Os blogueiros sabem que a audiência aumenta conforme a estridência", completa. Para o jornalista, esse incentivo à gritaria virtual faz mal à livre circulação de ideias. Pode ajudar a ganhar audiência imediata, mas talvez seja prejudicial, a longo prazo, à própria carreira do autor, que passa a escrever para o seu gueto. "Veja o caso do [colunista da Folha] Hélio Schwartsman, que é ótimo e ponderado. Ele não faz tanto sucesso na internet. E não tem nada a ver com ter posições em cima do muro. O Hélio já defendeu até a venda de órgãos. Mas o tom não é de ataque", diz Narloch. Questionado sobre o assunto, Constantino diz que identifica esse tom numa ala da direita emergente. "Isso é até natural, como uma panela de pressão que finalmente encontra espaço para estourar. Mas não me considero um deles", afirma. "Entendo que escrevo alguns artigos polêmicos, mas no Brasil falar em privatização já é algo radical. Radical é defender Cuba. Exagerado é defender o PT." Mesmo seus críticos ressaltam que Constantino teve grande papel de "catequização" liberal na internet –ele vem escrevendo na na rede há pelo menos dez anos, no início para um público bastante restrito, em um blog fora dos grandes portais. Além disso, talvez o próprio mercado brasileiro peça obras voltadas para não iniciados. "O mercado editorial brasileiro ficou cerca de 50 anos formado por uma hegemonia de esquerda, marxista, gramsciana, que não abria espaço ao contraditório", afirma Andreazza –vale dizer que o Grupo Editorial Record, com seu selo Civilização Brasileira, publica Karl Marx e Antonio Gramsci, entre vários outros autores de esquerda. Ele recorda que a Topbooks, que publicou a autobiografia de Roberto Campos, "A Lanterna na Popa" (1994), "foi por muito tempo a única editora brasileira a investir no pensamento liberal". "Agora isso mudou", diz, otimista. "Para nós, não há crise econômica." FUTURO Andreazza acredita que o mercado editorial tenderá a passar por uma consolidação da oferta de obras conservadoras. "Você percebe que meras coletâneas de artigos sem nenhum tipo de curadoria, por exemplo, já não são aceitas tão bem", afirma. "O leitor vai passar a pedir mais." Nesse sentido, especialmente interessantes são dois livros lançados no ano passado, "As Ideias Conservadoras" (Três Estrelas), de João Pereira Coutinho, e "Complacência" (Campus Elsevier), dos economistas Fabio Giambiagi e Alexandre Schwartsman (este, como Coutinho, colunista da Folha). O primeiro é muito influenciado pelo pensamento de Edmund Burke, filósofo irlandês do século 18 que o cientista político português estudou em seu doutorado. Já a obra dos economistas –tão densa quanto gostosa de ler e amplamente baseada em dados e projeções– é uma defesa de que o maior desafio do Brasil é aumentar a produtividade. É possível, na opinião de Leandro Narloch, que essa expansão das obras à direita nas livrarias perca ímpeto. "Talvez neste momento o pensamento à esquerda soe menos novo. O liberal, ao mostrar as coisas que o professor de história na escola não contou, conta com certa sensação de novidade, o que ajuda a vender", afirma. Já Andreazza frisa o aspecto geracional da onda. Durante a ditadura, ser de direita era quase obsceno, até pela sugestão de que se estaria endossando a violação das liberdades. Mas quem tem hoje 30 anos nasceu no Brasil que se redemocratizava e cresceu após a queda do Muro de Berlim –e sob a decepção das promessas não cumpridas da Constituição de 1988. A leva de livros à direita seria, então, sintoma tanto da desilusão com as possibilidades do Estado quanto da maior valorização de ideias como individualismo, eficiência ou empreendedorismo. RICARDO MIOTO é editor-adjunto de "Cotidiano"
ilustrissima
Na prateleira da direitaVários novos livros de temática liberal ou conservadora –de "direita", embora alguns autores não usem o termo– chegaram ao mercado nos últimos meses. Há tanto traduções quanto livros nacionais. "Um Capitalismo para o Povo" [trad. Augusto Pacheco Calil, Bei, 296 págs., R$ 90], do professor de empreendedorismo e finanças na Universidade de Chicago Luigi Zingales, é um interessante tratado contra o "capitalismo de compadres", que ameaça os EUA. O país estaria virando a Itália, de onde vem o autor e "onde a melhor forma de enriquecer é ter bons laços políticos e receber um contrato do governo". O governo americano tem se tornado maior e mais intervencionista, afirma, e governos grandes são como carniça: atraem os urubus. Em pouco tempo a regulamentação estará capturada por oligopólios, que utilizarão a força do Estado não para o interesse público, mas para impor barreiras à entrada a novos concorrentes. O passo seguinte é a acomodação: sem necessidade de oferecer bons produtos ou serviços, as empresas viram vacas leiteiras para uma elite com boas conexões políticas, às custas dos consumidores. As ideias de Zingales são bastante aplicáveis ao Brasil, onde boa parte do empresariado se dedica mais a fazer fila para ser atendido em Brasília do que a aprimorar sua produtividade. O dinheiro barato do BNDES, as barreiras à importação e benefícios fiscais duvidosos alimentam uma casta de privilegiados –e não há nada de esquerdismo nisso; como aponta o italiano, ser liberal significa defender o mercado, não as empresas. Uma ótima aplicação nacional às ideias do italiano pode ser encontrada em Sergio Lazzarini. Professor do Insper, ele escreveu primeiro "Capitalismo de Laços" (Campus, 2011) e agora tem publicado no país "Reinventando o Capitalismo de Estado" [trad. Afonso Celso C. Serra, Portfolio, 408 págs., R$ 49,90; e-book, R$ 34,90], escrito em parceria com Aldo Musacchio, de Harvard. Outras duas traduções importantes foram recém-publicadas pela editora Record, campeã em lançamentos de livros com perspectiva ideológica conservadora. Uma delas é a reedição de "Livre para Escolher" [trad Ligia Filgueiras, 476 págs., R$ 48]. Escrito por Milton Friedman (1912-2006), Nobel de Economia de 1976, e por sua mulher, Rose Friedman (1910-2009), professora de direito na Universidade de Chicago, o livro de 1979 faz uma crítica ao planejamento estatal centralizado. "Quando alguma coisa é de todo mundo, não é de ninguém", afirmam os autores. "É por isso que os edifícios na União Soviética, como as moradias populares nos EUA, parecem decrépitos um ano após a sua construção, por isso que as máquinas nas fábricas do governo quebram e estão em permanente necessidade de conserto." Já "Como Ser um Conservador" [trad. Bruno Garschagen, 294 págs., R$ 38], do filósofo britânico Roger Scruton, é menos preocupado com a economia. O autor apresenta até mesmo ressalvas ao livre mercado; o que o une aos liberais é a desconfiança quanto a líderes políticos que prometem que grande mudanças só dependem da boa vontade e, claro, da utilização do Estado. Isso, diz, dá no fim da liberdade e na morte, não em um paraíso na Terra –a coisa mais próxima dele, afirma, é a própria civilização ocidental, a ser protegida. O autor elenca argumentos da esquerda, cita autores –de Gilles Deleuze a Michel Foucault– e tenta rebatê-los. O filósofo é autor também de um livro chamado "Pensadores da Nova Esquerda", publicado no Brasil no ano passado pela É Realizações. Apesar de o título talvez enganar progressistas desavisados,nele Scruton ataca ideias de autores como Antonio Gramsci e Jürgen Habermas. A Record tem investido também em autores brasileiros à direita. Parece funcionar: segundo o editor Carlos Andreazza, nenhum vendeu menos de 10 mil exemplares, uma ótima marca para o mercado brasileiro. O maior sucesso da casa nessa linha, "O Mínimo que Você Precisa Saber para Não Ser um Idiota", de Olavo de Carvalho, já vendeu mais de 120 mil cópias, desde seu lançamento, em 2013. "Creio que estamos entre os pioneiros na identificação de que havia um nicho de público leitor que não encontrava representação intelectual no mercado editorial", diz Andreazza, 34, que se considera um "liberal com muito interesse no pensamento conservador". ESTRIDÊNCIA O nível dos autores brasileiros garimpados por Andreazza, porém, varia muito. Salvo raras exceções, os argumentos empregados são piores, e o tom, mais estridente do que o dos títulos estrangeiros. O discurso dos conservadores brasileiros é quase sempre mais panfletário e discute com uma ideia meio generalista, às vezes um tanto estereotipada, da esquerda. É o caso de "Por Trás da Máscara" [574 págs., R$60], de Flavio Morgenstern, e dos livros do economista Rodrigo Constantino, colunista do site da revista "Veja", conhecido pelo tom belicoso, repleto de exclamações e acusações de hipocrisia contra os adversários. "Muitos dos novos autores estão na internet, e ela favorece a estridência", diz Leandro Narloch, que publicou pela Leya a série "Guia Politicamente Incorreto". Os três best-sellers –sobre a história do Brasil, da América Latina e do mundo– somados já venderam impressionantes 700 mil cópias. O tom mais elevado, diz ele, é notável dos dois lados do espectro político. "Os blogueiros sabem que a audiência aumenta conforme a estridência", completa. Para o jornalista, esse incentivo à gritaria virtual faz mal à livre circulação de ideias. Pode ajudar a ganhar audiência imediata, mas talvez seja prejudicial, a longo prazo, à própria carreira do autor, que passa a escrever para o seu gueto. "Veja o caso do [colunista da Folha] Hélio Schwartsman, que é ótimo e ponderado. Ele não faz tanto sucesso na internet. E não tem nada a ver com ter posições em cima do muro. O Hélio já defendeu até a venda de órgãos. Mas o tom não é de ataque", diz Narloch. Questionado sobre o assunto, Constantino diz que identifica esse tom numa ala da direita emergente. "Isso é até natural, como uma panela de pressão que finalmente encontra espaço para estourar. Mas não me considero um deles", afirma. "Entendo que escrevo alguns artigos polêmicos, mas no Brasil falar em privatização já é algo radical. Radical é defender Cuba. Exagerado é defender o PT." Mesmo seus críticos ressaltam que Constantino teve grande papel de "catequização" liberal na internet –ele vem escrevendo na na rede há pelo menos dez anos, no início para um público bastante restrito, em um blog fora dos grandes portais. Além disso, talvez o próprio mercado brasileiro peça obras voltadas para não iniciados. "O mercado editorial brasileiro ficou cerca de 50 anos formado por uma hegemonia de esquerda, marxista, gramsciana, que não abria espaço ao contraditório", afirma Andreazza –vale dizer que o Grupo Editorial Record, com seu selo Civilização Brasileira, publica Karl Marx e Antonio Gramsci, entre vários outros autores de esquerda. Ele recorda que a Topbooks, que publicou a autobiografia de Roberto Campos, "A Lanterna na Popa" (1994), "foi por muito tempo a única editora brasileira a investir no pensamento liberal". "Agora isso mudou", diz, otimista. "Para nós, não há crise econômica." FUTURO Andreazza acredita que o mercado editorial tenderá a passar por uma consolidação da oferta de obras conservadoras. "Você percebe que meras coletâneas de artigos sem nenhum tipo de curadoria, por exemplo, já não são aceitas tão bem", afirma. "O leitor vai passar a pedir mais." Nesse sentido, especialmente interessantes são dois livros lançados no ano passado, "As Ideias Conservadoras" (Três Estrelas), de João Pereira Coutinho, e "Complacência" (Campus Elsevier), dos economistas Fabio Giambiagi e Alexandre Schwartsman (este, como Coutinho, colunista da Folha). O primeiro é muito influenciado pelo pensamento de Edmund Burke, filósofo irlandês do século 18 que o cientista político português estudou em seu doutorado. Já a obra dos economistas –tão densa quanto gostosa de ler e amplamente baseada em dados e projeções– é uma defesa de que o maior desafio do Brasil é aumentar a produtividade. É possível, na opinião de Leandro Narloch, que essa expansão das obras à direita nas livrarias perca ímpeto. "Talvez neste momento o pensamento à esquerda soe menos novo. O liberal, ao mostrar as coisas que o professor de história na escola não contou, conta com certa sensação de novidade, o que ajuda a vender", afirma. Já Andreazza frisa o aspecto geracional da onda. Durante a ditadura, ser de direita era quase obsceno, até pela sugestão de que se estaria endossando a violação das liberdades. Mas quem tem hoje 30 anos nasceu no Brasil que se redemocratizava e cresceu após a queda do Muro de Berlim –e sob a decepção das promessas não cumpridas da Constituição de 1988. A leva de livros à direita seria, então, sintoma tanto da desilusão com as possibilidades do Estado quanto da maior valorização de ideias como individualismo, eficiência ou empreendedorismo. RICARDO MIOTO é editor-adjunto de "Cotidiano"
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Crítica: Ciclo completo das 'Bachianas Brasileiras' mostra evolução da OSB
Villa-Lobos (1887-1959) escreveu as nove "Bachianas Brasileiras" entre 1930 e 1945. Elas sucedem os "Choros" e antecedem a fase das últimas sinfonias. Nelas há um esforço para conquistar - ou inventar - elos improváveis entre Bach (1685-1750) e Brasil, respectivamente o tempo e o espaço, as coordenadas para o artesanato maduro do compositor carioca. Raramente as "Bachianas" são programadas como ciclo completo. Dirigidas por Roberto Minczuk, foram apresentadas em dois dias na monumental Cidade das Artes, localizada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, pela Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). O concerto de sábado (7) começou com a "Bachianas n.1" para 8 violoncelos. É obra difícil, que exige a preparação minuciosa da música de câmara e, ademais, a homogeneidade perfeita dos naipes orquestrais. As escalas agudas no final da "Embolada" e da "Fuga" saíram um pouco tímidas, mas a acústica da Grande Sala da Praça das Artes ainda não utiliza todos os recursos previstos no projeto original, o que dissipa, de algum modo, boa parte da projeção das cordas. Ainda com os cellos ao fundo, seguiu-se a interpretação delicada da soprano Rosana Lamosa para a célebre n.5, antes que a OSB surgisse em sua formação completa para as "Bachianas" n.8 e n.4. A "Oitava" corre o risco de soar pesada por causa da instrumentação, e a "Quarta", para funcionar bem, depende de uma escolha sutil dos tempos para os quatro movimentos. Em ambas Minczuk manteve controle total diante das complexas relações entre andamento, equalização, polifonia, dinâmica e corpo sonoro. Foram notáveis, especialmente, a "Tocata" da n.8 e o "Coral" da n.4. De sábado para domingo (8) a orquestra parece ter evoluído. Foi uma boa "Bachianas n.2" e uma ótima n.3 - cujo caráter enigmático e especulativo foi ressaltado pela marcante interpretação do pianista Jean-Louis Steuerman. Solada com musicalidade e virtuosismo pelo flautista Tiago Meira e pelo fagotista Felipe Destéfano, a "Bachianas n.6" foi uma elaborada pausa camerística antes das duas obras derradeiras. Se na fuga em onze tempos da n.9 pode ter faltado presença dos cellos, na fuga da n.7 não faltou nada: a OSB antecipou o futuro, tocou do jeito como pretende ser. No final, todos estavam felizes e emocionados. Villa-Lobos dividiu ele mesmo a própria obra em categorias idiossincráticas, inserindo as "Bachianas" entre as obras com "influência folclórica transfigurada, permeada com a atmosfera musical de Bach". Ele nos oferece nove chances para descobrir o Bach que pode haver no Brasil, mas também as possibilidades de levar o Brasil a Bach; concentradas em dois dias, essas chances só aumentam. OSB - INTEGRAL DAS BACHIANAS BRASILEIRAS AVALIAÇÃO muito bom O crítico viajou ao Rio de Janeiro a convite da Fundação OSB
ilustrada
Crítica: Ciclo completo das 'Bachianas Brasileiras' mostra evolução da OSBVilla-Lobos (1887-1959) escreveu as nove "Bachianas Brasileiras" entre 1930 e 1945. Elas sucedem os "Choros" e antecedem a fase das últimas sinfonias. Nelas há um esforço para conquistar - ou inventar - elos improváveis entre Bach (1685-1750) e Brasil, respectivamente o tempo e o espaço, as coordenadas para o artesanato maduro do compositor carioca. Raramente as "Bachianas" são programadas como ciclo completo. Dirigidas por Roberto Minczuk, foram apresentadas em dois dias na monumental Cidade das Artes, localizada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, pela Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). O concerto de sábado (7) começou com a "Bachianas n.1" para 8 violoncelos. É obra difícil, que exige a preparação minuciosa da música de câmara e, ademais, a homogeneidade perfeita dos naipes orquestrais. As escalas agudas no final da "Embolada" e da "Fuga" saíram um pouco tímidas, mas a acústica da Grande Sala da Praça das Artes ainda não utiliza todos os recursos previstos no projeto original, o que dissipa, de algum modo, boa parte da projeção das cordas. Ainda com os cellos ao fundo, seguiu-se a interpretação delicada da soprano Rosana Lamosa para a célebre n.5, antes que a OSB surgisse em sua formação completa para as "Bachianas" n.8 e n.4. A "Oitava" corre o risco de soar pesada por causa da instrumentação, e a "Quarta", para funcionar bem, depende de uma escolha sutil dos tempos para os quatro movimentos. Em ambas Minczuk manteve controle total diante das complexas relações entre andamento, equalização, polifonia, dinâmica e corpo sonoro. Foram notáveis, especialmente, a "Tocata" da n.8 e o "Coral" da n.4. De sábado para domingo (8) a orquestra parece ter evoluído. Foi uma boa "Bachianas n.2" e uma ótima n.3 - cujo caráter enigmático e especulativo foi ressaltado pela marcante interpretação do pianista Jean-Louis Steuerman. Solada com musicalidade e virtuosismo pelo flautista Tiago Meira e pelo fagotista Felipe Destéfano, a "Bachianas n.6" foi uma elaborada pausa camerística antes das duas obras derradeiras. Se na fuga em onze tempos da n.9 pode ter faltado presença dos cellos, na fuga da n.7 não faltou nada: a OSB antecipou o futuro, tocou do jeito como pretende ser. No final, todos estavam felizes e emocionados. Villa-Lobos dividiu ele mesmo a própria obra em categorias idiossincráticas, inserindo as "Bachianas" entre as obras com "influência folclórica transfigurada, permeada com a atmosfera musical de Bach". Ele nos oferece nove chances para descobrir o Bach que pode haver no Brasil, mas também as possibilidades de levar o Brasil a Bach; concentradas em dois dias, essas chances só aumentam. OSB - INTEGRAL DAS BACHIANAS BRASILEIRAS AVALIAÇÃO muito bom O crítico viajou ao Rio de Janeiro a convite da Fundação OSB
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Família real britânica fala sobre depressão em vídeo
O príncipe William, sua mulher, Kate, e seu irmão, Harry, gravaram um vídeo em que falam abertamente sobre suas questões emocionais. O vídeo de seis minutos faz parte de uma campanha mais ampla em defesa da saúde mental chamada "Heads Together", ou "cabeças unidas". No filmete, publicado em um canal oficial, os três contaram suas histórias pessoais em um tom informal. A campanha visa quebrar estigmas sobre saúde mental e incentivar as pessoas a falar abertamente sobre isso. família real Nas imagens gravadas no Palácio de Kensington, o trio discute as dificuldades de se tornarem novos pais, de lidar com traumas no trabalho, com as pressões da vida moderna e com a morte da princesa Diana, em um acidente de carro em Paris, em 1997. "Quando você tem filhos, coloca suas emoções e sua própria vida em perspectiva e tem sido muito interessante entender por que algumas coisa me afetam por que outras me afetam", diz William. Segundo na linha sucessória britânica, William fala sobre os impactos causados por casos que acompanhou quando trabalhava numa ambulância aérea das Forças Armadas como piloto. Ele e Kate também falaram da paternidade. "Você nunca tem ideia do que está fazendo, não importa quantos livros leia, nada pode prepará-lo para isso", disse Kate. Os três discutiram aspectos da vida moderna, como o prejuízo causado pelas mídias sociais onde, diz Harry, "é sempre vendido como se a vida de todo mundo fosse perfeita". Em outro momento, Harry e William falam sobre a perda da mãe. "Nós ficamos mais próximos devido às circunstâncias, mas nunca, durante todos esses anos, conversamos o suficiente sobre nossa mãe", diz William. Harry acrescenta, logo depois, "nunca o suficiente". "Eu sempre pensei, qual o sentido de remexer o passado?", diz Harry. "De trazer à tona algo que só vai deixar você triste, não vai mudar o que aconteceu, não vai trazê-la de volta? Quando você começa a pensar assim, isso pode ser prejudicial". Harry também abordou esse tema em uma entrevista publicada nesta semana pelo jornal "The Telegraph", dizendo que viveu dois anos de "caos total" após a morte da mãe. Na entrevista, o príncipe disse que "blindou todas as suas emoções" por quase duas décadas, apesar de seu irmão mais velho ter tentado convencê-lo a buscar ajuda.
mundo
Família real britânica fala sobre depressão em vídeoO príncipe William, sua mulher, Kate, e seu irmão, Harry, gravaram um vídeo em que falam abertamente sobre suas questões emocionais. O vídeo de seis minutos faz parte de uma campanha mais ampla em defesa da saúde mental chamada "Heads Together", ou "cabeças unidas". No filmete, publicado em um canal oficial, os três contaram suas histórias pessoais em um tom informal. A campanha visa quebrar estigmas sobre saúde mental e incentivar as pessoas a falar abertamente sobre isso. família real Nas imagens gravadas no Palácio de Kensington, o trio discute as dificuldades de se tornarem novos pais, de lidar com traumas no trabalho, com as pressões da vida moderna e com a morte da princesa Diana, em um acidente de carro em Paris, em 1997. "Quando você tem filhos, coloca suas emoções e sua própria vida em perspectiva e tem sido muito interessante entender por que algumas coisa me afetam por que outras me afetam", diz William. Segundo na linha sucessória britânica, William fala sobre os impactos causados por casos que acompanhou quando trabalhava numa ambulância aérea das Forças Armadas como piloto. Ele e Kate também falaram da paternidade. "Você nunca tem ideia do que está fazendo, não importa quantos livros leia, nada pode prepará-lo para isso", disse Kate. Os três discutiram aspectos da vida moderna, como o prejuízo causado pelas mídias sociais onde, diz Harry, "é sempre vendido como se a vida de todo mundo fosse perfeita". Em outro momento, Harry e William falam sobre a perda da mãe. "Nós ficamos mais próximos devido às circunstâncias, mas nunca, durante todos esses anos, conversamos o suficiente sobre nossa mãe", diz William. Harry acrescenta, logo depois, "nunca o suficiente". "Eu sempre pensei, qual o sentido de remexer o passado?", diz Harry. "De trazer à tona algo que só vai deixar você triste, não vai mudar o que aconteceu, não vai trazê-la de volta? Quando você começa a pensar assim, isso pode ser prejudicial". Harry também abordou esse tema em uma entrevista publicada nesta semana pelo jornal "The Telegraph", dizendo que viveu dois anos de "caos total" após a morte da mãe. Na entrevista, o príncipe disse que "blindou todas as suas emoções" por quase duas décadas, apesar de seu irmão mais velho ter tentado convencê-lo a buscar ajuda.
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Promotoria denuncia 11 por suspeita de crimes contra Fundação Butantan
O Ministério Público de São Paulo denunciou 11 pessoas vinculadas à Fundação Butantan (que administra as finanças do Instituto Butantan) sob suspeita de terem cometido uma série de furtos entre os anos de 2005 e 2008. No total, foram constatados 340 furtos totalizando R$ 33,5 milhões. Após a atualização monetária e outras incidências, o valor pode superar os R$ 100 milhões. Os denunciados são um gerente administrativo, que comandaria o esquema com a ajuda de uma coordenadora administrativa, um auxiliar de escritório, um técnico de frota e outros particulares aliciados por eles, disse à Folha o promotor de justiça Nathan Glina, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Segundo a Folha apurou, o ex-gerente administrativo é Adalberto da Silva Bezerra, demitido em 2009 após a constatação das irregularidades. Por ter grande confiança da presidência da Fundação Butantan, à época exercida por Isaías Raw, o gerente administrativo teria acesso às senhas de contas bancárias da Fundação e às transações da entidade, que não requeriam nenhum tipo de autorização especial. Após a suspeita dos desvios ser constatada, Isaías Raw foi afastado do comando da Fundação em 2009. Pesquisadores do Butantan afirmam, sob sigilo, que a gestão de Raw era "caseira" e que Bezerra possuía carta branca para as finanças. Não há indícios, no entanto, que Raw tenha se beneficiado. Segundo o promotor, houve até uma sofisticação do esquema: de posse de dados e de documentos falsificados, os denunciados teriam aberto uma conta bancária em nome de uma empresa existente, sem conhecimento de seus sócios, e usado essa conta para receber dinheiro da Fundação e repassá-lo para os integrantes do grupo. Depois desse "upgrade" logístico, foram subtraídos de R$ 24 milhões, diz Glina. Caso condenado, a pena máxima possível para Bezerra, antes de qualquer tipo de recurso, adiamento ou benefício, seria de 340 anos. Ele pode se beneficiar do que no meio jurídico é conhecido como "continuidade delitiva" –quando a sequência de crimes é composta por delitos com o mesmo modus operandi. Ainda deve demorar, no entanto, para que haja alguma conclusão. Segundo Glina, as decisões judiciais desse tipo costumam demorar anos para saírem, ainda mais em casos com muitos réus. A notícia da denúncia de Bezerra e ex-colegas soma-se a uma série de outras envolvendo o Butantan. No dia 10 de fevereiro, a Folha revelou que supostas irregularidades estavam sendo investigadas na Fundação Butantan a pedido do governo estadual. A investigação se concentra em contratos anteriores ao ano de 2015. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) também está analisando as contas do instituto e, segundo o próprio Butantan, houve um sumiço de R$ 8 milhões durante a gestão de Jorge Kalil, entre 2011 e 2015. Kalil negou o sumiço e disse que se trata de uma questão de contabilidade e aferição e que toda a documentação está sendo levantada para o TCE. Sob protesto da comunidade científica, ele foi exonerado e será substiuído por Dimas Tadeu Covas. Em nota, o Butantan diz que ajudou nas investigações do Ministério Público. "À época, tanto a presidência quanto a superintendência da Fundação Butantan foram afastadas e substituídas." Isaías Raw e Adalberto da Silva Bezerra não foram encontrados para comentar as denúncias. TURBILHÃO A denúncia de Bezerra e outros ex-colegas soma-se a uma série de outras notícias de impacto para o Butantan. No dia 10 de fevereiro, a Folha revelou que supostas irregularidades estavam sendo investigadas no Butantan a pedido do governo estadual. A investigação se concentra em contratos anteriores ao ano de 2015. Além das investigações em curso, o instituto passa por mudanças de comando. No início deste mês, André Franco Montoro Filho deixou o cargo de diretor da Fundação Butantan. Em uma carta lida por Montoro Filho, ele cita "impropriedades" ocorridas na gestão do seu antecessor. Na prática, é a fundação que administra o instituto, a quem cabe produzir vacinas e desenvolver pesquisas. As críticas de Montoro Filho eram direcionadas a Jorge Kalil, ex-diretor do Instituto Butantan, que, durante um período, acumulou funções no Instituto e na Fundação. Após o desgaste sofrido pelo Butantan, nesta segunda (20), o governo Alckmin decidiu afastar Jorge Kalil, que dirigia o instituto desde 2011 e será remanejado para outra função, na qual continuará as pesquisas para desenvolvimento de vacinas. Entre as práticas irregulares às quais se referia Montoro Filho, está, como revelou a Folha, a primeira fábrica de derivados de sangue do país, que, após nove anos e R$ 239 milhões gastos, continua fechada. A planta não tem previsão de abertura. Segundo o Instituto Butantan, as atividades da fábrica dependem da disponibilização de plasma pela União. Sem isso, o funcionamento fica impossibilitado. O órgão administrativo do Butantan, que comercializa os produtos produzidos, tem um orçamento anual na casa de R$ 1,2 bilhão. Contudo, segundo apurou a Folha, o afastamento de Kalil também poderia estar relacionado com uma antiga mágoa envolvendo ele e o secretário da Saúde do Estado de São Paulo, David Uip. Segundo médicos ouvidos pela reportagem, a mágoa teria surgido quando Uip era subordinado de Kalil no Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas. O secretário da Saúde teria se ressentido de falta de apoio, por parte de Kalil, para permanecer na entidade. Uip também teria se irritado por Kalil não respeitar a hierarquia. O ex-diretor do Instituto Butantan, subordinado ao secretário da Saúde de São Paulo, ligava diretamente para o governador Geraldo Alckmin e para ministros para tratar de assuntos relacionados ao instituto. À Folha, Uip negou que a exoneração teve motivos pessoais. Kalil diz que a auditoria, realizada em 2015, teve todas as suspeitas de irregularidades respondidas antes mesmo de elas virem a público. O novo diretor do Instituto Butantan será o médico hematologista Dimas Tadeu Covas, que até então estava à frente da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto. Procurado pela reportagem, o Instituto Butantan afirma que auxiliou e continua ajudando o Ministério Público nas investigações de possíveis irregularidades. "A nova gestão do Instituto e a própria Secretaria continuarão auxiliando nas investigações, tanto de problemas ocorridos no passado quanto dos de agora, em que uma auditoria encomendada pelo governo do Estado encontrou uma série de irregularidades de gestão na fundação e no instituto, ocorridas entre 2011 e 2015, na gestão de Jorge Kalil, e em que o TCE apontou o sumiço de R$ 8 milhões do Butantan em bens materiais", diz, em nota, o instituto.
ciencia
Promotoria denuncia 11 por suspeita de crimes contra Fundação ButantanO Ministério Público de São Paulo denunciou 11 pessoas vinculadas à Fundação Butantan (que administra as finanças do Instituto Butantan) sob suspeita de terem cometido uma série de furtos entre os anos de 2005 e 2008. No total, foram constatados 340 furtos totalizando R$ 33,5 milhões. Após a atualização monetária e outras incidências, o valor pode superar os R$ 100 milhões. Os denunciados são um gerente administrativo, que comandaria o esquema com a ajuda de uma coordenadora administrativa, um auxiliar de escritório, um técnico de frota e outros particulares aliciados por eles, disse à Folha o promotor de justiça Nathan Glina, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Segundo a Folha apurou, o ex-gerente administrativo é Adalberto da Silva Bezerra, demitido em 2009 após a constatação das irregularidades. Por ter grande confiança da presidência da Fundação Butantan, à época exercida por Isaías Raw, o gerente administrativo teria acesso às senhas de contas bancárias da Fundação e às transações da entidade, que não requeriam nenhum tipo de autorização especial. Após a suspeita dos desvios ser constatada, Isaías Raw foi afastado do comando da Fundação em 2009. Pesquisadores do Butantan afirmam, sob sigilo, que a gestão de Raw era "caseira" e que Bezerra possuía carta branca para as finanças. Não há indícios, no entanto, que Raw tenha se beneficiado. Segundo o promotor, houve até uma sofisticação do esquema: de posse de dados e de documentos falsificados, os denunciados teriam aberto uma conta bancária em nome de uma empresa existente, sem conhecimento de seus sócios, e usado essa conta para receber dinheiro da Fundação e repassá-lo para os integrantes do grupo. Depois desse "upgrade" logístico, foram subtraídos de R$ 24 milhões, diz Glina. Caso condenado, a pena máxima possível para Bezerra, antes de qualquer tipo de recurso, adiamento ou benefício, seria de 340 anos. Ele pode se beneficiar do que no meio jurídico é conhecido como "continuidade delitiva" –quando a sequência de crimes é composta por delitos com o mesmo modus operandi. Ainda deve demorar, no entanto, para que haja alguma conclusão. Segundo Glina, as decisões judiciais desse tipo costumam demorar anos para saírem, ainda mais em casos com muitos réus. A notícia da denúncia de Bezerra e ex-colegas soma-se a uma série de outras envolvendo o Butantan. No dia 10 de fevereiro, a Folha revelou que supostas irregularidades estavam sendo investigadas na Fundação Butantan a pedido do governo estadual. A investigação se concentra em contratos anteriores ao ano de 2015. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) também está analisando as contas do instituto e, segundo o próprio Butantan, houve um sumiço de R$ 8 milhões durante a gestão de Jorge Kalil, entre 2011 e 2015. Kalil negou o sumiço e disse que se trata de uma questão de contabilidade e aferição e que toda a documentação está sendo levantada para o TCE. Sob protesto da comunidade científica, ele foi exonerado e será substiuído por Dimas Tadeu Covas. Em nota, o Butantan diz que ajudou nas investigações do Ministério Público. "À época, tanto a presidência quanto a superintendência da Fundação Butantan foram afastadas e substituídas." Isaías Raw e Adalberto da Silva Bezerra não foram encontrados para comentar as denúncias. TURBILHÃO A denúncia de Bezerra e outros ex-colegas soma-se a uma série de outras notícias de impacto para o Butantan. No dia 10 de fevereiro, a Folha revelou que supostas irregularidades estavam sendo investigadas no Butantan a pedido do governo estadual. A investigação se concentra em contratos anteriores ao ano de 2015. Além das investigações em curso, o instituto passa por mudanças de comando. No início deste mês, André Franco Montoro Filho deixou o cargo de diretor da Fundação Butantan. Em uma carta lida por Montoro Filho, ele cita "impropriedades" ocorridas na gestão do seu antecessor. Na prática, é a fundação que administra o instituto, a quem cabe produzir vacinas e desenvolver pesquisas. As críticas de Montoro Filho eram direcionadas a Jorge Kalil, ex-diretor do Instituto Butantan, que, durante um período, acumulou funções no Instituto e na Fundação. Após o desgaste sofrido pelo Butantan, nesta segunda (20), o governo Alckmin decidiu afastar Jorge Kalil, que dirigia o instituto desde 2011 e será remanejado para outra função, na qual continuará as pesquisas para desenvolvimento de vacinas. Entre as práticas irregulares às quais se referia Montoro Filho, está, como revelou a Folha, a primeira fábrica de derivados de sangue do país, que, após nove anos e R$ 239 milhões gastos, continua fechada. A planta não tem previsão de abertura. Segundo o Instituto Butantan, as atividades da fábrica dependem da disponibilização de plasma pela União. Sem isso, o funcionamento fica impossibilitado. O órgão administrativo do Butantan, que comercializa os produtos produzidos, tem um orçamento anual na casa de R$ 1,2 bilhão. Contudo, segundo apurou a Folha, o afastamento de Kalil também poderia estar relacionado com uma antiga mágoa envolvendo ele e o secretário da Saúde do Estado de São Paulo, David Uip. Segundo médicos ouvidos pela reportagem, a mágoa teria surgido quando Uip era subordinado de Kalil no Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas. O secretário da Saúde teria se ressentido de falta de apoio, por parte de Kalil, para permanecer na entidade. Uip também teria se irritado por Kalil não respeitar a hierarquia. O ex-diretor do Instituto Butantan, subordinado ao secretário da Saúde de São Paulo, ligava diretamente para o governador Geraldo Alckmin e para ministros para tratar de assuntos relacionados ao instituto. À Folha, Uip negou que a exoneração teve motivos pessoais. Kalil diz que a auditoria, realizada em 2015, teve todas as suspeitas de irregularidades respondidas antes mesmo de elas virem a público. O novo diretor do Instituto Butantan será o médico hematologista Dimas Tadeu Covas, que até então estava à frente da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto. Procurado pela reportagem, o Instituto Butantan afirma que auxiliou e continua ajudando o Ministério Público nas investigações de possíveis irregularidades. "A nova gestão do Instituto e a própria Secretaria continuarão auxiliando nas investigações, tanto de problemas ocorridos no passado quanto dos de agora, em que uma auditoria encomendada pelo governo do Estado encontrou uma série de irregularidades de gestão na fundação e no instituto, ocorridas entre 2011 e 2015, na gestão de Jorge Kalil, e em que o TCE apontou o sumiço de R$ 8 milhões do Butantan em bens materiais", diz, em nota, o instituto.
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Frente fria provoca chuva e queda de temperatura nos últimos dias do verão
Após mais uma semana de temperaturas elevadas, São Paulo deve ter chuva e queda de temperatura no último final de semana do verão. O fim da estação mais quente do ano acontece às 7h29 da próxima segunda-feira (20), com a chegada do outono. A frente fria que já atuava na região Sul do país se aproxima do Estado e deve provocar aumento de nebulosidade já na tarde desta sexta-feira (17). As precipitações mais fortes estarão concentradas nos vales do Paranapanema e do Ribeira e no litoral sul. Apesar disso, as temperaturas ainda deverão ser elevadas na maior parte do Estado, podendo ficar perto dos 30°C na capital paulista. As quedas mais acentuadas acontecerão entre a noite de sexta e o sábado (18), quando os termômetros marcarão entre 18°C e 23°C. Para o domingo (19), o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) aponta tempo nublado e novas pancadas de chuva. Já as temperaturas não devem ultrapassar os 21°C na cidade de São Paulo. Na região de serra, os termômetros podem marcar índices próximos dos 10°C. A nebulosidade começa a diminuir apenas na segunda (20), embora ainda sejam esperadas chuvas no nordeste e no leste do Estado.
cotidiano
Frente fria provoca chuva e queda de temperatura nos últimos dias do verãoApós mais uma semana de temperaturas elevadas, São Paulo deve ter chuva e queda de temperatura no último final de semana do verão. O fim da estação mais quente do ano acontece às 7h29 da próxima segunda-feira (20), com a chegada do outono. A frente fria que já atuava na região Sul do país se aproxima do Estado e deve provocar aumento de nebulosidade já na tarde desta sexta-feira (17). As precipitações mais fortes estarão concentradas nos vales do Paranapanema e do Ribeira e no litoral sul. Apesar disso, as temperaturas ainda deverão ser elevadas na maior parte do Estado, podendo ficar perto dos 30°C na capital paulista. As quedas mais acentuadas acontecerão entre a noite de sexta e o sábado (18), quando os termômetros marcarão entre 18°C e 23°C. Para o domingo (19), o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) aponta tempo nublado e novas pancadas de chuva. Já as temperaturas não devem ultrapassar os 21°C na cidade de São Paulo. Na região de serra, os termômetros podem marcar índices próximos dos 10°C. A nebulosidade começa a diminuir apenas na segunda (20), embora ainda sejam esperadas chuvas no nordeste e no leste do Estado.
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Temer leva Brasil ao caos financeiro
Nos últimos dias, a área econômica do governo de Michel Temer (PMDB) anunciou a intenção de alterar a meta fiscal para algo em torno de R$ 159 bilhões. O rombo previsto originalmente para este ano era de R$ 139 bilhões. Mesmo com o acréscimo, a meta dificilmente será atingida. A política econômica recessiva de Temer, com juros altos e a paralisação dos investimentos, neutraliza o consumo das famílias e gera baixa substancial na arrecadação. O cenário é catastrófico. O atual deficit não foi gerado pela preocupação de aumentar investimentos e manter empregos. Os investimentos atingem o menor patamar desde 2009. Tampouco é resultado do incremento dos gastos com transferência para as famílias mais pobres em programas como o Bolsa Família. Na verdade, a política fiscal restritiva do governo Temer tem demonstrado ser ineficaz para a retomada do crescimento. Alimenta, na verdade, um círculo vicioso: a redução dos gastos públicos acarreta a queda da demanda, do investimento e da renda, ocasionando uma menor arrecadação tributária e, portanto, menos investimentos públicos. O "caos" fiscal e orçamentário atinge toda a máquina pública. São muitos os exemplos de que a situação se agrava dia a dia: a interrupção na emissão de passaportes, os cortes no pagamento das bolsas de estudo de milhares de alunos e nos benefícios do Bolsa Família. Nada resiste à desordem desse governo. Em agosto, severas restrições orçamentárias paralisaram os principais programas e ações rotineiras dos ministérios. Até agora, são 12 os órgãos que estão com um comprometimento de empenho superior a 70% de sua dotação autorizada. Na prática, é a paralisia total da administração pública federal. Em 2017, Marinha, Exército e Aeronáutica tiveram recursos contingenciados em 40%. Segundo comando das Forças Armadas, o dinheiro nos cofres só será suficiente para cobrir os gastos até setembro. Isso significa a interrupção de projetos estratégicos para a garantia da soberania nacional e também das ações de vigilância nas fronteiras, prejudicando, por exemplo, o combate ao narcotráfico. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vital para a infraestrutura do país, teve bloqueados 50% dos seus recursos. Valores orçados para 2017 já eram menores do que a média dos últimos anos. Esperava-se que disponibilizas se verbas para atender emergencialmente os ministérios paralisados ou que se encontram à beira do colapso, mas ele tomou direção contrária e fez novo contingenciamento, agora de R$ 7,5 bilhões. Assim, o total de recursos orçamentários bloqueados em 2017 já chega a R$ 45 bilhões, reflexo da inabilidade da gestão Temer. O governo tem quatro Refis tramitando no Congresso. Se as medidas de renegociação da dívida, por um lado, geram um incremento da receita não prevista na LOA (Lei Orçamentária Anual), por outro podem gerar uma renúncia fiscal significativa, considerando o conjunto da dívida tributária a ser renegociada. Mais uma vez ganham os grandes empresários o perdão de dívidas milionárias. Na busca desorientada do Planalto para aumentar receitas, o trabalhador paga a conta. O aumento da alíquota do imposto PIS/Cofins dos combustíveis atinge diretamente a população. Mesmo sabendo da total falência de alguns ministérios e da ausência de novas receitas, o governo liberou em julho R$ 4 bilhões em emendas parlamentares. Segundo a imprensa, buscou com esses recursos garantir os votos necessários para impedir o prosseguimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer. O preço para "não cair" é muito alto e não pode ser pago com o desmonte do Estado brasileiro. PARTICIPAÇÃO CARLOS ZARATTINI é deputado federal e líder do PT na Câmara dos Deputados. Foi vereador e deputado estadual de São Paulo pelo mesmo partido PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Temer leva Brasil ao caos financeiroNos últimos dias, a área econômica do governo de Michel Temer (PMDB) anunciou a intenção de alterar a meta fiscal para algo em torno de R$ 159 bilhões. O rombo previsto originalmente para este ano era de R$ 139 bilhões. Mesmo com o acréscimo, a meta dificilmente será atingida. A política econômica recessiva de Temer, com juros altos e a paralisação dos investimentos, neutraliza o consumo das famílias e gera baixa substancial na arrecadação. O cenário é catastrófico. O atual deficit não foi gerado pela preocupação de aumentar investimentos e manter empregos. Os investimentos atingem o menor patamar desde 2009. Tampouco é resultado do incremento dos gastos com transferência para as famílias mais pobres em programas como o Bolsa Família. Na verdade, a política fiscal restritiva do governo Temer tem demonstrado ser ineficaz para a retomada do crescimento. Alimenta, na verdade, um círculo vicioso: a redução dos gastos públicos acarreta a queda da demanda, do investimento e da renda, ocasionando uma menor arrecadação tributária e, portanto, menos investimentos públicos. O "caos" fiscal e orçamentário atinge toda a máquina pública. São muitos os exemplos de que a situação se agrava dia a dia: a interrupção na emissão de passaportes, os cortes no pagamento das bolsas de estudo de milhares de alunos e nos benefícios do Bolsa Família. Nada resiste à desordem desse governo. Em agosto, severas restrições orçamentárias paralisaram os principais programas e ações rotineiras dos ministérios. Até agora, são 12 os órgãos que estão com um comprometimento de empenho superior a 70% de sua dotação autorizada. Na prática, é a paralisia total da administração pública federal. Em 2017, Marinha, Exército e Aeronáutica tiveram recursos contingenciados em 40%. Segundo comando das Forças Armadas, o dinheiro nos cofres só será suficiente para cobrir os gastos até setembro. Isso significa a interrupção de projetos estratégicos para a garantia da soberania nacional e também das ações de vigilância nas fronteiras, prejudicando, por exemplo, o combate ao narcotráfico. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vital para a infraestrutura do país, teve bloqueados 50% dos seus recursos. Valores orçados para 2017 já eram menores do que a média dos últimos anos. Esperava-se que disponibilizas se verbas para atender emergencialmente os ministérios paralisados ou que se encontram à beira do colapso, mas ele tomou direção contrária e fez novo contingenciamento, agora de R$ 7,5 bilhões. Assim, o total de recursos orçamentários bloqueados em 2017 já chega a R$ 45 bilhões, reflexo da inabilidade da gestão Temer. O governo tem quatro Refis tramitando no Congresso. Se as medidas de renegociação da dívida, por um lado, geram um incremento da receita não prevista na LOA (Lei Orçamentária Anual), por outro podem gerar uma renúncia fiscal significativa, considerando o conjunto da dívida tributária a ser renegociada. Mais uma vez ganham os grandes empresários o perdão de dívidas milionárias. Na busca desorientada do Planalto para aumentar receitas, o trabalhador paga a conta. O aumento da alíquota do imposto PIS/Cofins dos combustíveis atinge diretamente a população. Mesmo sabendo da total falência de alguns ministérios e da ausência de novas receitas, o governo liberou em julho R$ 4 bilhões em emendas parlamentares. Segundo a imprensa, buscou com esses recursos garantir os votos necessários para impedir o prosseguimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer. O preço para "não cair" é muito alto e não pode ser pago com o desmonte do Estado brasileiro. PARTICIPAÇÃO CARLOS ZARATTINI é deputado federal e líder do PT na Câmara dos Deputados. Foi vereador e deputado estadual de São Paulo pelo mesmo partido PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Petrobras rola dívida de R$ 6 bilhões com Banco do Brasil
A Petrobras anunciou nesta quinta (1) uma operação de rolagem de dívida com o Banco do Brasil no valor total de R$ 7 bilhões, com o objetivo de alongar o prazo de vencimento dos seus empréstimos. Na operação, a petroleira tomou um empréstimo de R$ 7 bilhões, com vencimento em 2022. Desse montante, R$ 6 bilhões foram usados para pagar dívida também com o BB, mas com vencimento em 2019. Segundo a estatal, a operação faz parte de uma estratégia para melhorar o perfil de seu endividamento, que concentra grande volume de vencimentos no final desta década. Em maio, por exemplo, a companhia anunciou a emissão de US$ 4 bilhões em títulos de longo prazo no mercado internacional para pagar de forma antecipada dívidas que venceriam em 2018. A estatal não informou as condições de juros do novo financiamento com o Banco do Brasil. "A Petrobras continuará avaliando novas oportunidades de financiamento de acordo com a sua estratégia de gerenciamento de passivos, que visa à melhora do perfil de amortização e à redução do custo da dívida", disse a empresa, em nota oficial.
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Petrobras rola dívida de R$ 6 bilhões com Banco do BrasilA Petrobras anunciou nesta quinta (1) uma operação de rolagem de dívida com o Banco do Brasil no valor total de R$ 7 bilhões, com o objetivo de alongar o prazo de vencimento dos seus empréstimos. Na operação, a petroleira tomou um empréstimo de R$ 7 bilhões, com vencimento em 2022. Desse montante, R$ 6 bilhões foram usados para pagar dívida também com o BB, mas com vencimento em 2019. Segundo a estatal, a operação faz parte de uma estratégia para melhorar o perfil de seu endividamento, que concentra grande volume de vencimentos no final desta década. Em maio, por exemplo, a companhia anunciou a emissão de US$ 4 bilhões em títulos de longo prazo no mercado internacional para pagar de forma antecipada dívidas que venceriam em 2018. A estatal não informou as condições de juros do novo financiamento com o Banco do Brasil. "A Petrobras continuará avaliando novas oportunidades de financiamento de acordo com a sua estratégia de gerenciamento de passivos, que visa à melhora do perfil de amortização e à redução do custo da dívida", disse a empresa, em nota oficial.
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Frigorífico JBS compra por US$ 1,5 bi unidade da Marfrig na Europa
A empresa de alimentos Marfrig informou neste domingo que fechou contrato com a JBS, maior produtora de carnes do mundo, para a venda da Moy Park, unidade de frango e alimentos processados na Europa, por aproximadamente US$ 1,5 bilhão. Segundo fato relevante divulgado pela empresa, serão pagos à vista US$ 1,19 bilhão à Marfrig. Pelo acordo, a JBS também assumirá a dívida líquida da Moy Park, de 200 milhões de libras. Com isso, a Marfrig perde uma fonte relevante de receita líquida. No primeiro trimestre deste ano, a receita líquida da Moy Park atingiu R$ 1,543 bilhão, ou 26% do total da Marfrig. Esta não é a primeira vez que a JBS assume parte importante da concorrente. Em 2013, a empresa controlada pela família Batista concordou em comprar a unidade de processados Seara, então a principal marca da Marfrig, em um movimento que aumentou de forma considerável a participação de mercado da empresa. Ambas estão, ao lado do frigorífico Independência —adquirido pelo JBS em 2013 —, entre as grandes companhias do setor alimentício que receberam financiamento do governo para se tornar "campeões nacionais". O argumento do governo é de que a concentração do mercado contribui para a queda da informalidade e para o aumento da competitividade internacionalmente. VENDA ESTÁ SUJEITA A APROVAÇÃO A venda da Moy Park está sujeita à aprovação por órgãos de defesa da competição da União Europeia. De acordo com o comunicado, o fechamento da operação está previsto para ocorrer entre o terceiro e o quarto trimestre deste ano. Segundo a Marfrig, a operação permite à empresa focar em áreas prioritárias como a exportação de carne bovina a partir do Brasil para a Ásia e para os Estados Unidos, cuja abertura é esperada para breve. O negócio segue a estratégia da JBS de crescer em alimentos processados. Além disso, dará à empresa uma maior atuação na Europa. "Essa operação representa um passo importante na estratégia da JBS de crescimento em produtos preparados e de conveniência com valor agregado. Além disso, essa transação é um importante passo na diversificação geográfica da companhia, com a ampliação das operações na Europa de forma relevante", disse a JBS em fato relevante divulgado neste domingo. A Moy Park é uma das principais empresas de alimentos prontos da Europa, com unidades de processamento de aves na Inglaterra e na Irlanda do Norte. Também possui plantas na França e Holanda.
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Frigorífico JBS compra por US$ 1,5 bi unidade da Marfrig na EuropaA empresa de alimentos Marfrig informou neste domingo que fechou contrato com a JBS, maior produtora de carnes do mundo, para a venda da Moy Park, unidade de frango e alimentos processados na Europa, por aproximadamente US$ 1,5 bilhão. Segundo fato relevante divulgado pela empresa, serão pagos à vista US$ 1,19 bilhão à Marfrig. Pelo acordo, a JBS também assumirá a dívida líquida da Moy Park, de 200 milhões de libras. Com isso, a Marfrig perde uma fonte relevante de receita líquida. No primeiro trimestre deste ano, a receita líquida da Moy Park atingiu R$ 1,543 bilhão, ou 26% do total da Marfrig. Esta não é a primeira vez que a JBS assume parte importante da concorrente. Em 2013, a empresa controlada pela família Batista concordou em comprar a unidade de processados Seara, então a principal marca da Marfrig, em um movimento que aumentou de forma considerável a participação de mercado da empresa. Ambas estão, ao lado do frigorífico Independência —adquirido pelo JBS em 2013 —, entre as grandes companhias do setor alimentício que receberam financiamento do governo para se tornar "campeões nacionais". O argumento do governo é de que a concentração do mercado contribui para a queda da informalidade e para o aumento da competitividade internacionalmente. VENDA ESTÁ SUJEITA A APROVAÇÃO A venda da Moy Park está sujeita à aprovação por órgãos de defesa da competição da União Europeia. De acordo com o comunicado, o fechamento da operação está previsto para ocorrer entre o terceiro e o quarto trimestre deste ano. Segundo a Marfrig, a operação permite à empresa focar em áreas prioritárias como a exportação de carne bovina a partir do Brasil para a Ásia e para os Estados Unidos, cuja abertura é esperada para breve. O negócio segue a estratégia da JBS de crescer em alimentos processados. Além disso, dará à empresa uma maior atuação na Europa. "Essa operação representa um passo importante na estratégia da JBS de crescimento em produtos preparados e de conveniência com valor agregado. Além disso, essa transação é um importante passo na diversificação geográfica da companhia, com a ampliação das operações na Europa de forma relevante", disse a JBS em fato relevante divulgado neste domingo. A Moy Park é uma das principais empresas de alimentos prontos da Europa, com unidades de processamento de aves na Inglaterra e na Irlanda do Norte. Também possui plantas na França e Holanda.
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História do samba e música sertaneja são contadas em livros
COWBOYS DO ASFALTO A recente discussão quanto à real extensão de nossas diferenças culturais, encetada a propósito da grande repercussão midiática da morte do cantor Cristiano Araújo, dá belo ensejo à apreciação deste rigoroso trabalho acadêmico do historiador carioca Gustavo Alonso, vazado em linguagem e estruturação fluentes e objetivas. Qualificar as discussões é tudo o que falta no insípido universo opiniático das redes sociais. A obra preludia-se pela consideração quanto à diferença de repercussão entre duas outras mortes, diferentemente significativas para o mundo sertanejo, ambas em 1998: o compositor João Pacífico e o cantor Leandro. Segue-se o delicioso relato pessoal e intelectual quanto às motivações da pesquisa. Se o percurso começa por historicizar as denominações "caipira" e "sertanejo", encarando de frente a questão da demarcação de territórios, o autor logo centrará sua perspectiva analítica na valorização das fronteiras entre nossos diferentes e misturados países musicais. (ROBERTO ALVES) AUTOR: Gustavo Alonso EDITORA: Civilização Brasileira QUANTO: R$ 65 (560 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo * O SAMBA AGORA VAI... Esta importante, embora discutível, obra de referência para os estudos de história —tanto da música popular brasileira como da crítica em torno dela—, escrita pelo pesquisador José Ramos Tinhorão e originalmente publicada em 1969, volta agora "revista e ampliada". O subtítulo já explicita a onipresente tese: as constantes investidas, ao longo do século 20, para apresentar e divulgar nossa música nos Estados Unidos (a trajetória de Carmen Miranda nos anos 1940, a "constrangedora" apresentação da bossa nova em 1962) e Europa não passaram de "sucessão de equívocos", a marcar a progressiva "descaracterização" de sua brasilidade frente a um mercado centrado apenas na obtenção de lucros. O cerrado historicismo de Tinhorão não abre espaço para outras possíveis leituras dos fenômenos culturais que aborda e a apressada tentativa, no último capítulo, de nela incluir as atuais viagens de bandas nacionais underground peca pelo absoluto desconhecimento quanto à dinâmica cultural específica do rock. (ROBERTO ALVES) AUTOR: José Ramos Tinhorão EDITORA: 34 QUANTO: R$ 39 (216 págs.) AVALIAÇÃO: bom
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História do samba e música sertaneja são contadas em livrosCOWBOYS DO ASFALTO A recente discussão quanto à real extensão de nossas diferenças culturais, encetada a propósito da grande repercussão midiática da morte do cantor Cristiano Araújo, dá belo ensejo à apreciação deste rigoroso trabalho acadêmico do historiador carioca Gustavo Alonso, vazado em linguagem e estruturação fluentes e objetivas. Qualificar as discussões é tudo o que falta no insípido universo opiniático das redes sociais. A obra preludia-se pela consideração quanto à diferença de repercussão entre duas outras mortes, diferentemente significativas para o mundo sertanejo, ambas em 1998: o compositor João Pacífico e o cantor Leandro. Segue-se o delicioso relato pessoal e intelectual quanto às motivações da pesquisa. Se o percurso começa por historicizar as denominações "caipira" e "sertanejo", encarando de frente a questão da demarcação de territórios, o autor logo centrará sua perspectiva analítica na valorização das fronteiras entre nossos diferentes e misturados países musicais. (ROBERTO ALVES) AUTOR: Gustavo Alonso EDITORA: Civilização Brasileira QUANTO: R$ 65 (560 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo * O SAMBA AGORA VAI... Esta importante, embora discutível, obra de referência para os estudos de história —tanto da música popular brasileira como da crítica em torno dela—, escrita pelo pesquisador José Ramos Tinhorão e originalmente publicada em 1969, volta agora "revista e ampliada". O subtítulo já explicita a onipresente tese: as constantes investidas, ao longo do século 20, para apresentar e divulgar nossa música nos Estados Unidos (a trajetória de Carmen Miranda nos anos 1940, a "constrangedora" apresentação da bossa nova em 1962) e Europa não passaram de "sucessão de equívocos", a marcar a progressiva "descaracterização" de sua brasilidade frente a um mercado centrado apenas na obtenção de lucros. O cerrado historicismo de Tinhorão não abre espaço para outras possíveis leituras dos fenômenos culturais que aborda e a apressada tentativa, no último capítulo, de nela incluir as atuais viagens de bandas nacionais underground peca pelo absoluto desconhecimento quanto à dinâmica cultural específica do rock. (ROBERTO ALVES) AUTOR: José Ramos Tinhorão EDITORA: 34 QUANTO: R$ 39 (216 págs.) AVALIAÇÃO: bom
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Arrefecimento de economia chinesa traz estabilidade global, diz Lagarde
A diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, disse neste domingo (22) em Pequim que o arrefecimento do crescimento da China contribui para a estabilidade econômica e financeira global e para a sustentabilidade ambiental. Lagarde, que visita China após passar pela Índia, fez estas declarações durante sua intervenção no Fórum de Desenvolvimento da China, uma reunião em que economistas, líderes políticos e empresários analisam o futuro da segunda economia mundial. "À medida que a China navega na 'nova normalidade' de sua economia, também contribui para o bem comum global: à estabilidade econômica e financeira, à sustentabilidade ambiental e a uma aproximação multilateral igual aos urgentes desafios globais que enfrentamos", disse a diretora-gerente do FMI. Ela voltou a pedir, como já fez na última sexta-feira (20) em discurso em Xangai, que o governo chinês siga adiante com suas reformas estruturais. "Estas reformas levarão a um crescimento mais lento, mais seguro e mais sustentável. Isto é bom para a China e bom para o mundo. Seus destinos estão entrelaçados", insistiu a diretora do FMI. No entanto, Lagarde também aplaudiu os "impressionantes esforços" que Pequim está efetuando com sua campanha anticorrupção (uma das maiores apostas do presidente da China, Xi Jinping, em seus dois anos no cargo), ao combater poluição e ao aumentar sua participação nos diálogos multilaterais. "A China sabe que ninguém pode triunfar sozinho", ao acrescentar que o país asiático está unido ao resto do mundo pela necessidade de reformas estruturais, que considera necessárias para sustentar a recuperação econômica global. A economia chinesa cresceu 7,4% ano passado, três décimos a menos que em 2013 e o mais baixo desde 1990. Para este ano, o governo chinês rebaixou sua meta de crescimento para 7%, embora instituições como o FMI prevejam uma expansão abaixo desse número. A instituição liderada por Lagarde prevê crescimento chinês de 6,8% em 2015 e 6,3% em 2016. Em contraste com esta tendência, o FMI recentemente revisou para cima suas previsões de crescimento da Índia até 7,2% para o ano fiscal de 2015 e 7,5% para 2016. Se confirmadas, fariam o país superar a China na liderança dos países emergentes. Foi exatamente na Índia que Lagarde começou sua viagem às duas potências emergentes asiáticas. Ela se reuniu com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi; o ministro das Finanças, Arun Jaitley; e o presidente do Banco de Índia, Raghuram Racha. Em sua agenda na China estão programados encontros com o governador do banco central chinês, Zhou Xiaochuan, e o ministro das Finanças, Lou Jiwei, antes de voltar na segunda-feira para Washington.
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Arrefecimento de economia chinesa traz estabilidade global, diz LagardeA diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, disse neste domingo (22) em Pequim que o arrefecimento do crescimento da China contribui para a estabilidade econômica e financeira global e para a sustentabilidade ambiental. Lagarde, que visita China após passar pela Índia, fez estas declarações durante sua intervenção no Fórum de Desenvolvimento da China, uma reunião em que economistas, líderes políticos e empresários analisam o futuro da segunda economia mundial. "À medida que a China navega na 'nova normalidade' de sua economia, também contribui para o bem comum global: à estabilidade econômica e financeira, à sustentabilidade ambiental e a uma aproximação multilateral igual aos urgentes desafios globais que enfrentamos", disse a diretora-gerente do FMI. Ela voltou a pedir, como já fez na última sexta-feira (20) em discurso em Xangai, que o governo chinês siga adiante com suas reformas estruturais. "Estas reformas levarão a um crescimento mais lento, mais seguro e mais sustentável. Isto é bom para a China e bom para o mundo. Seus destinos estão entrelaçados", insistiu a diretora do FMI. No entanto, Lagarde também aplaudiu os "impressionantes esforços" que Pequim está efetuando com sua campanha anticorrupção (uma das maiores apostas do presidente da China, Xi Jinping, em seus dois anos no cargo), ao combater poluição e ao aumentar sua participação nos diálogos multilaterais. "A China sabe que ninguém pode triunfar sozinho", ao acrescentar que o país asiático está unido ao resto do mundo pela necessidade de reformas estruturais, que considera necessárias para sustentar a recuperação econômica global. A economia chinesa cresceu 7,4% ano passado, três décimos a menos que em 2013 e o mais baixo desde 1990. Para este ano, o governo chinês rebaixou sua meta de crescimento para 7%, embora instituições como o FMI prevejam uma expansão abaixo desse número. A instituição liderada por Lagarde prevê crescimento chinês de 6,8% em 2015 e 6,3% em 2016. Em contraste com esta tendência, o FMI recentemente revisou para cima suas previsões de crescimento da Índia até 7,2% para o ano fiscal de 2015 e 7,5% para 2016. Se confirmadas, fariam o país superar a China na liderança dos países emergentes. Foi exatamente na Índia que Lagarde começou sua viagem às duas potências emergentes asiáticas. Ela se reuniu com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi; o ministro das Finanças, Arun Jaitley; e o presidente do Banco de Índia, Raghuram Racha. Em sua agenda na China estão programados encontros com o governador do banco central chinês, Zhou Xiaochuan, e o ministro das Finanças, Lou Jiwei, antes de voltar na segunda-feira para Washington.
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Greve dos motoristas de ônibus continua em Sorocaba (SP)
Os motoristas e cobradores de ônibus de Sorocaba (99 km de São Paulo) não entraram em acordo com as empresas e continuam em greve, nesta quarta-feira (28). Os trabalhadores estão em greve desde o dia 22 por aumento salarial. A STU e a Consor ofereceram os mesmos 4% apenas nos salários, que foram rejeitados. Na tarde desta quarta, a categoria participa de nova audiência de conciliação com as empresas de ônibus e a Urbes (Trânsito e Transporte). O sindicato informou que continuará a cumprir a liminar determinada pelo TRT (Tribunal de Justiça do Trabalho) com 70% da frota de ônibus de cada empresa nos horários de pico e 50% nos demais horários. O transporte especial funciona normalmente. A Urbes disse que entrará com petição no TRT para informar que o sindicato não está cumprindo a determinação de frota mínima. A pena por não cumprir a decisão da Justiça é de multa diária de R$ 120 mil.
cotidiano
Greve dos motoristas de ônibus continua em Sorocaba (SP)Os motoristas e cobradores de ônibus de Sorocaba (99 km de São Paulo) não entraram em acordo com as empresas e continuam em greve, nesta quarta-feira (28). Os trabalhadores estão em greve desde o dia 22 por aumento salarial. A STU e a Consor ofereceram os mesmos 4% apenas nos salários, que foram rejeitados. Na tarde desta quarta, a categoria participa de nova audiência de conciliação com as empresas de ônibus e a Urbes (Trânsito e Transporte). O sindicato informou que continuará a cumprir a liminar determinada pelo TRT (Tribunal de Justiça do Trabalho) com 70% da frota de ônibus de cada empresa nos horários de pico e 50% nos demais horários. O transporte especial funciona normalmente. A Urbes disse que entrará com petição no TRT para informar que o sindicato não está cumprindo a determinação de frota mínima. A pena por não cumprir a decisão da Justiça é de multa diária de R$ 120 mil.
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Chuva eleva nível de rios de Campinas; restrição de captação é descartada
As chuvas que atingiram a região de Campinas no final de semana aumentaram a vazão dos rios e impediram a restrição na captação para abastecimento público nesta segunda-feira (26). Na semana passada, a ANA (Agência Nacional de Águas) e o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) anunciaram regras para limitar a captação. Caso atinjam o "nível de restrição", os rios terão a captação reduzida em 20% para consumo humano e 30% para uso das indústrias e agricultura. No caso, por exemplo, da bacia do Baixo Atibaia, o "nível de restrição" se dá quando o volume for menor do que 3.500 litros por segundo. Nesta segunda, porém, foram 7.670 litros por segundo. No Baixo Atibaia, está localizada a captação de água para abastecimento de Campinas, terceira cidade do Estado, com 1,154 milhão de habitantes. A Sanasa (empresa de água e esgoto) tem autorização para captar, no máximo, 4.100 litros por segundo. Com a restrição, cairia para 3.280. A direção da empresa informou, porém, que consegue manter o abastecimento para a população captando até 2.500 litros por segundo, desde que haja economia. A medição acontece em outras quatro bacias ao longo dos rios Jaguari, Atibaia e Camanducaia, na região das bacias dos rios PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí): Alto Atibaia, Camanducaia, Jaguari e Montante Cantareira. Ao todo, são 42 municípios, sendo quatro no Estado de Minas Gerais. A próxima medição será feita na quinta-feira (29). De acordo com o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp, a chuva acumulada nas últimas 72 horas na região de Campinas foi de 47,4 milímetros. Só nas últimas 24 horas (até as 8h desta segunda), choveu 17,7 milímetros na região.
cotidiano
Chuva eleva nível de rios de Campinas; restrição de captação é descartadaAs chuvas que atingiram a região de Campinas no final de semana aumentaram a vazão dos rios e impediram a restrição na captação para abastecimento público nesta segunda-feira (26). Na semana passada, a ANA (Agência Nacional de Águas) e o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) anunciaram regras para limitar a captação. Caso atinjam o "nível de restrição", os rios terão a captação reduzida em 20% para consumo humano e 30% para uso das indústrias e agricultura. No caso, por exemplo, da bacia do Baixo Atibaia, o "nível de restrição" se dá quando o volume for menor do que 3.500 litros por segundo. Nesta segunda, porém, foram 7.670 litros por segundo. No Baixo Atibaia, está localizada a captação de água para abastecimento de Campinas, terceira cidade do Estado, com 1,154 milhão de habitantes. A Sanasa (empresa de água e esgoto) tem autorização para captar, no máximo, 4.100 litros por segundo. Com a restrição, cairia para 3.280. A direção da empresa informou, porém, que consegue manter o abastecimento para a população captando até 2.500 litros por segundo, desde que haja economia. A medição acontece em outras quatro bacias ao longo dos rios Jaguari, Atibaia e Camanducaia, na região das bacias dos rios PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí): Alto Atibaia, Camanducaia, Jaguari e Montante Cantareira. Ao todo, são 42 municípios, sendo quatro no Estado de Minas Gerais. A próxima medição será feita na quinta-feira (29). De acordo com o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp, a chuva acumulada nas últimas 72 horas na região de Campinas foi de 47,4 milímetros. Só nas últimas 24 horas (até as 8h desta segunda), choveu 17,7 milímetros na região.
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O Alcorão e o cheiro de maconha na capital dos Estados Unidos
O que diriam os patriarcas que fundaram os EUA sobre o plano de Donald Trump de barrar a entrada de muçulmanos no país? Entre os mais de 37 milhões de livros da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, um deles poderia servir neste momento ao histriônico bilionário como lembrete do espírito de liberdade religiosa que está nos alicerces do país que ele quer presidir. Trata-se de uma cópia do Alcorão, o livro sagrado do islã, que pertencia a Thomas Jefferson. Principal autor da Declaração de Independência (1776) e terceiro presidente dos EUA (1801-09), Jefferson foi um dos mais influentes "founding fathers" (pais fundadores), como são conhecidos os patriarcas na nação. Em 1765, quando era um estudante de direito, comprou uma tradução para o inglês do Alcorão que faria parte de sua biblioteca de mais de 10 mil livros e de sua crença radical na liberdade religiosa. CONTRA A CORRENTE A relação do terceiro presidente americano com o texto sagrado do islã é contada em "Thomas Jefferson's Qur'an" (o Alcorão de Thomas Jefferson), livro fascinante da historiadora Denise Spellberg. Era uma época em que a maioria dos americanos já via com desconfiança os muçulmanos, um sentimento importado da Europa, e na qual até a minoria católica tinha poucas defesas legais no ambiente dominado pelos protestantes. Inspirado pelo filósofo inglês John Locke, pai do liberalismo moderno, Jefferson buscou conhecimento sobre o islamismo para solidificar suas ideias sobre a tolerância religiosa, mesmo sem jamais ter encontrado um muçulmano. Em seu livro, Spellberg destaca que a extraordinária qualidade visionária de Jefferson e de outros "pais fundadores" foi defender os direitos de um muçulmano "imaginado e futuro", algo que consideravam crucial para promover a universalidade dos direitos americanos. A campanha de Jefferson o levaria a redigir o Estatuto de Liberdade Religiosa da Virgínia, em 1876, que antecipou a separação entre Estado e igreja incluída na Primeira Emenda da Constituição. Sua importância na história americana é celebrada em Washington pelo imponente Memorial a Jefferson, um edifício arredondado de arquitetura neoclássica às margens do rio Potomac. REALITY SHOW Corte para 2015. Dono de uma fortuna declarada de US$ 9 bilhões (cerca de R$ 35,4 bilhões) e com a experiência televisiva acumulada como apresentador de reality show, Donald Trump nada na corrente do medo anti-islâmico para liderar com folga a disputa entre os pré-candidatos republicanos à Casa Branca. Visto inicialmente como uma curiosidade passageira, começa a ser levado a sério. Em seus comícios, Trump gaba-se sem parar dos bilhões que fez com seus cassinos e empreendimentos imobiliários, com frases de efeito que parecem tiradas de seu antigo programa na TV, "O Aprendiz". Mas um pouco de conhecimento da história do país não faria mal. "Ninguém espera que Donald Trump ou qualquer outro candidato se torne um novo Thomas Jefferson. Mas precisamos exigir desses aspirantes à Presidência um nível mínimo de conhecimento geral. Não é pedir demais", escreveu o cientista político Louis René Beres, da universidade Purdue. LIBERAL Qualquer previsão é prematura. Ainda falta quase um ano para a próxima eleição presidencial, e as primárias dos partidos ainda nem começaram. Mas é curioso observar que, enquanto a escalada xenófoba de Trump tenta atrair a porção mais conservadora do eleitorado, a sede do governo federal onde ele quer se instalar é um bastião de liberalismo. Aqui, o bilionário jamais venceria. A capital costuma ocupar o primeiro lugar no ranking das cidades mais liberais dos EUA e também em categorias específicas, como a mais amigável a gays. Em fevereiro, tornou-se um dos cinco lugares dos EUA onde o consumo de maconha é legal. Desde então, a fumaça dos baseados é o aroma predominante nas ruas da capital: segundo uma pesquisa do "Washington Post", 57% dos residentes sentem o cheiro pelo menos uma vez por mês. E 45% dizem não ligar. MARCELO NINIO, 49, é correspondente da Folha em Washington.
ilustrissima
O Alcorão e o cheiro de maconha na capital dos Estados UnidosO que diriam os patriarcas que fundaram os EUA sobre o plano de Donald Trump de barrar a entrada de muçulmanos no país? Entre os mais de 37 milhões de livros da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, um deles poderia servir neste momento ao histriônico bilionário como lembrete do espírito de liberdade religiosa que está nos alicerces do país que ele quer presidir. Trata-se de uma cópia do Alcorão, o livro sagrado do islã, que pertencia a Thomas Jefferson. Principal autor da Declaração de Independência (1776) e terceiro presidente dos EUA (1801-09), Jefferson foi um dos mais influentes "founding fathers" (pais fundadores), como são conhecidos os patriarcas na nação. Em 1765, quando era um estudante de direito, comprou uma tradução para o inglês do Alcorão que faria parte de sua biblioteca de mais de 10 mil livros e de sua crença radical na liberdade religiosa. CONTRA A CORRENTE A relação do terceiro presidente americano com o texto sagrado do islã é contada em "Thomas Jefferson's Qur'an" (o Alcorão de Thomas Jefferson), livro fascinante da historiadora Denise Spellberg. Era uma época em que a maioria dos americanos já via com desconfiança os muçulmanos, um sentimento importado da Europa, e na qual até a minoria católica tinha poucas defesas legais no ambiente dominado pelos protestantes. Inspirado pelo filósofo inglês John Locke, pai do liberalismo moderno, Jefferson buscou conhecimento sobre o islamismo para solidificar suas ideias sobre a tolerância religiosa, mesmo sem jamais ter encontrado um muçulmano. Em seu livro, Spellberg destaca que a extraordinária qualidade visionária de Jefferson e de outros "pais fundadores" foi defender os direitos de um muçulmano "imaginado e futuro", algo que consideravam crucial para promover a universalidade dos direitos americanos. A campanha de Jefferson o levaria a redigir o Estatuto de Liberdade Religiosa da Virgínia, em 1876, que antecipou a separação entre Estado e igreja incluída na Primeira Emenda da Constituição. Sua importância na história americana é celebrada em Washington pelo imponente Memorial a Jefferson, um edifício arredondado de arquitetura neoclássica às margens do rio Potomac. REALITY SHOW Corte para 2015. Dono de uma fortuna declarada de US$ 9 bilhões (cerca de R$ 35,4 bilhões) e com a experiência televisiva acumulada como apresentador de reality show, Donald Trump nada na corrente do medo anti-islâmico para liderar com folga a disputa entre os pré-candidatos republicanos à Casa Branca. Visto inicialmente como uma curiosidade passageira, começa a ser levado a sério. Em seus comícios, Trump gaba-se sem parar dos bilhões que fez com seus cassinos e empreendimentos imobiliários, com frases de efeito que parecem tiradas de seu antigo programa na TV, "O Aprendiz". Mas um pouco de conhecimento da história do país não faria mal. "Ninguém espera que Donald Trump ou qualquer outro candidato se torne um novo Thomas Jefferson. Mas precisamos exigir desses aspirantes à Presidência um nível mínimo de conhecimento geral. Não é pedir demais", escreveu o cientista político Louis René Beres, da universidade Purdue. LIBERAL Qualquer previsão é prematura. Ainda falta quase um ano para a próxima eleição presidencial, e as primárias dos partidos ainda nem começaram. Mas é curioso observar que, enquanto a escalada xenófoba de Trump tenta atrair a porção mais conservadora do eleitorado, a sede do governo federal onde ele quer se instalar é um bastião de liberalismo. Aqui, o bilionário jamais venceria. A capital costuma ocupar o primeiro lugar no ranking das cidades mais liberais dos EUA e também em categorias específicas, como a mais amigável a gays. Em fevereiro, tornou-se um dos cinco lugares dos EUA onde o consumo de maconha é legal. Desde então, a fumaça dos baseados é o aroma predominante nas ruas da capital: segundo uma pesquisa do "Washington Post", 57% dos residentes sentem o cheiro pelo menos uma vez por mês. E 45% dizem não ligar. MARCELO NINIO, 49, é correspondente da Folha em Washington.
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Bichos que falam
Infográfico interativo, explica como alguns animais fazem para se comunicar
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Bichos que falamInfográfico interativo, explica como alguns animais fazem para se comunicar
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Defensoria Pública vai apurar corte em programa de leite da gestão Alckmin
A Defensoria Pública de São Paulo vai apurar o corte no programa Viva Leite feito pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). O anúncio foi feito nesta segunda (6), depois que a Folha revelou, no sábado (4), uma mudança restritiva nos critérios de concessão do benefício a crianças carentes. Antes, o Viva Leite atendia crianças de seis meses a seis anos e 11 meses de idade. Mas desde o dia 1º, passou a atender apenas as de um ano a cinco anos e 11 meses. O programa garante 15 litros de leite por mês aos beneficiados e atende à população mais carente do Estado. De acordo com a Defensoria, foi aberta uma investigação para levantar dados do programa e, assim, verificar a necessidade de adoção de medidas judiciais ou acordos. Ainda segundo a Defensoria, o cidadão que se sentir prejudicado pode recorrer à instituição para medidas emergenciais. De um total de 353 mil crianças beneficiadas no programa, 37 mil foram excluídas com as novas regras. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social sofreu um congelamento de 10% da verba neste ano, mas o secretário Floriano Pesaro negou relação com o corte. Segundo ele, a decisão foi técnica e legal. De acordo com a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), o consumo de leite na faixa etária dos seis anos é tão importante quanto nas outras. "[Possivelmente] o governo precisou fazer o corte e optou pela maior faixa etária", afirma o pediatra Tadeu Fernandes, presidente do departamento de pediatria ambulatorial da entidade. "Mas essas crianças são carentes, a desnutrição está presente, e o leite é uma fonte de vitaminas e, principalmente, de cálcio e proteínas. Ele ajuda no crescimento, na formação óssea e no desenvolvimento cognitivo." De acordo com o médico, a criança com mais de cinco anos precisa tomar dois copos (de 200 ml cada um) por dia de leite. Para crianças menores de cinco, o ideal são três copos. Já as pequenas, abaixo de dois anos, precisam ingerir quatro copos de leite diariamente. Para Fernandes, o leite entregue pelo programa é importante para complementar a alimentação fornecida nas creches e escolas. OUTRO LADO O secretário de Desenvolvimento Social afirmou à reportagem que a decisão de reduzir a faixa etária dos beneficiários do projeto Viva Leite foi "técnica" e se fundamenta no PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), pelo qual as crianças de seis anos matriculadas já recebem alimentação suplementar nas escolas. O secretário afirmou ainda que o corte do leite para bebês de até um ano visa incentivar o aleitamento materno. As mães deverão se cadastrar nos Crass (centros de referência em assistência social) dos municípios, e os casos serão analisados. Pesaro disse ainda que, com a exclusão das crianças de seis anos, será possível atender 100% das crianças na faixa de um ano a cinco anos e 11 meses.
cotidiano
Defensoria Pública vai apurar corte em programa de leite da gestão AlckminA Defensoria Pública de São Paulo vai apurar o corte no programa Viva Leite feito pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). O anúncio foi feito nesta segunda (6), depois que a Folha revelou, no sábado (4), uma mudança restritiva nos critérios de concessão do benefício a crianças carentes. Antes, o Viva Leite atendia crianças de seis meses a seis anos e 11 meses de idade. Mas desde o dia 1º, passou a atender apenas as de um ano a cinco anos e 11 meses. O programa garante 15 litros de leite por mês aos beneficiados e atende à população mais carente do Estado. De acordo com a Defensoria, foi aberta uma investigação para levantar dados do programa e, assim, verificar a necessidade de adoção de medidas judiciais ou acordos. Ainda segundo a Defensoria, o cidadão que se sentir prejudicado pode recorrer à instituição para medidas emergenciais. De um total de 353 mil crianças beneficiadas no programa, 37 mil foram excluídas com as novas regras. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social sofreu um congelamento de 10% da verba neste ano, mas o secretário Floriano Pesaro negou relação com o corte. Segundo ele, a decisão foi técnica e legal. De acordo com a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), o consumo de leite na faixa etária dos seis anos é tão importante quanto nas outras. "[Possivelmente] o governo precisou fazer o corte e optou pela maior faixa etária", afirma o pediatra Tadeu Fernandes, presidente do departamento de pediatria ambulatorial da entidade. "Mas essas crianças são carentes, a desnutrição está presente, e o leite é uma fonte de vitaminas e, principalmente, de cálcio e proteínas. Ele ajuda no crescimento, na formação óssea e no desenvolvimento cognitivo." De acordo com o médico, a criança com mais de cinco anos precisa tomar dois copos (de 200 ml cada um) por dia de leite. Para crianças menores de cinco, o ideal são três copos. Já as pequenas, abaixo de dois anos, precisam ingerir quatro copos de leite diariamente. Para Fernandes, o leite entregue pelo programa é importante para complementar a alimentação fornecida nas creches e escolas. OUTRO LADO O secretário de Desenvolvimento Social afirmou à reportagem que a decisão de reduzir a faixa etária dos beneficiários do projeto Viva Leite foi "técnica" e se fundamenta no PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), pelo qual as crianças de seis anos matriculadas já recebem alimentação suplementar nas escolas. O secretário afirmou ainda que o corte do leite para bebês de até um ano visa incentivar o aleitamento materno. As mães deverão se cadastrar nos Crass (centros de referência em assistência social) dos municípios, e os casos serão analisados. Pesaro disse ainda que, com a exclusão das crianças de seis anos, será possível atender 100% das crianças na faixa de um ano a cinco anos e 11 meses.
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Alguns filmes pedem a sala de cinema
RESUMO Com tempos mortos, planos longos, quadros abertos e roteiro vago, "Beduíno", de Júlio Bressane, e "Na Vertical", de Alain Guiraudie, vão na contramão da aceleração da montagem e da eficiência narrativa de produções comerciais. Sua proposta estética incomum parece feita para ser vista somente nas salas de cinema. Veja mais filmes que seguem na mesma linha. Mesmo quem não adere às profecias e lamentos sobre a morte daquela que o crítico e teórico Ricciotto Canudo (1877-1923) um dia afirmou ser a sétima arte reconhece: a sala de cinema, hoje, não passa de uma dentre muitas possibilidades para quem quer ver filmes. Ela concorre com televisão, computador, tablet, celular e telas móveis instaladas nos mais variados lugares, de ônibus, aviões e automóveis a salas de espera e outros espaços, individuais ou coletivos, como elenca o teórico Jacques Aumont no provocativo ensaio "Que Reste-t-il du Cinéma?" (o que resta do cinema?; Vrin). Na França, na Itália, nos EUA, no Canadá, no Brasil e em outras partes do mundo, estudiosos e críticos vêm ecoando a questão. Quais seriam os espaços para o exercício da cinefilia hoje? O que se perde com o abandono da experiência compartilhada na sala escura, em que a película translúcida desfila diante do facho de luz do projetor, lançando a imagem na tela branca a uma cadência de 24 quadros por segundo? Como as tecnologias digitais de gravação e exibição transformam as texturas da imagem e determinam rupturas estéticas? Ainda se pode falar em cinema quando um filme (ou trechos dele) é mostrado em museus ou galerias de arte? Nos últimos anos, cineastas premiados por importantes festivais vêm acrescentando camadas a esse debate ao fazer escolhas estéticas que tornam quase imperativa a exibição na sala escura. Opções pela longa duração e por uma sensação difusa de morosidade, assim como a predileção por enquadramentos abertos e filmagens em situações de pouca luz, vão no contrafluxo do cinema mais comercial, em que o ritmo da montagem é cada vez mais acelerado e a mise-en-scène privilegia planos médios e aproximados, facilitando a visão em telas menores. DEVAGAR E SEMPRE Algumas figuras de proa dessa contratendência são o malaio Tsai Ming Liang , o tailandês Apichatpong Weerasethakul , os chineses Wang Bing e Xu Xin e o turco Nuri Bilge Ceylan –ainda que construam filmografias absolutamente singulares e não possam ser enquadrados como representantes de um movimento estético homogêneo. No que diz respeito à longa duração dos filmes e dos planos que os compõem, é improvável que haja radicalidade maior hoje que a do filipino Lav Diaz , autor de filmes de até dez horas. Depois de receber prêmios em Berlim e Veneza, o cineasta passou a ser distribuído mundo afora, e seu "A Mulher que se Foi" (2016), de quatro horas, entrou em cartaz por aqui. Alguns planos de Diaz chegam a 15 ou 20 minutos, algo que seria impossível em película –em 35mm, a duração máxima de um rolo é de 11 minutos. Além de possibilitar fisicamente tomadas muito mais longas, a tecnologia digital, sensivelmente menos custosa, viabiliza gravações prolongadas e filmes imensos de orçamento enxuto. No ramo do audiovisual que está mais preocupado com eficiência e produtividade, as possibilidades oferecidas pelo digital se traduzem em multiplicação de câmeras e em aceleração da montagem, como se vê, por exemplo, na figura do "time-lapse" –pense na frenética abertura da primeira temporada da série "House of Cards". Sem ultrapassar as convenções de uma sessão normal, com cerca de 1h30 cada uma, dois filmes recentes oferecem ao espectador experiências pouco comuns, tanto na duração de seus planos quanto nas escolhas de encenação, e fazem todo o sentido na sala escura. SEM EXPLICAÇÃO Um é "Beduíno" (2016), do carioca Júlio Bressane, expoente do cinema marginal sempre distante de pressões pelo avanço da narrativa e pela funcionalidade do roteiro. Nele, o valor de cada plano é explorado ao máximo, as tensões e as belezas internas são tamanhas que quase prescindem de montagem. O longa, que leva à cena um casal peculiar, encadeia divagações. Em diferentes momentos, mulher e homem são vistos a caminhar pelo parque Penhasco Dois Irmãos, no Rio de Janeiro. A estrada que corta a vegetação funciona menos como locação para ações dos personagens do que como linha sinuosa que enseja planos construídos geometricamente, indicando a tensão entre desejos que apontam para direções variadas. No início, enquanto ela avança morro acima, da esquerda para a direita, ele faz o trajeto inverso; no final, os dois caminham juntos. Se se tratasse de uma história de amor, haveria elementos para sugerir uma reconciliação. O desejo de mise-en-scène, porém, parece superar toda e qualquer expectativa narrativa. Cores, atmosferas e linhas de força prevalecem sobre tentativas de explicação e intriga. Será esse o sentido do pêndulo de Foucault, que a certa altura vemos oscilar no Museu de Artes e Ofícios, em Paris? Em sequências que flutuam entre o sonho, a memória e a reencenação, ganham nova vida, por obra da tecnologia digital, imagens filmadas em película por Bressane em seu exílio londrino e provenientes de filmes como "Memórias de um Estrangulador de Loiras" (1971) e "A Fada do Oriente" (idem). A calça vermelha de veludo cristal que o ator Fernando Eiras veste na sequência final de "Beduíno" remete ao figurino com que Guará Rodrigues era visto atacando jovens em "Memórias", que ressurge numa sequência não sonorizada (e de potência espantosa) do novo longa. ODE AO POVO Outro filme afeito a desvios e devaneios, particularmente propenso à fruição em sala, é "Na Vertical" (2016), sétimo longa-metragem do francês Alain Guiraudie, incensado e polêmico autor de thrillers sexuais. Quando o filme estreou, em maio de 2016, no Festival de Cannes, o movimento Nuit Debout (noite em claro) contava quase dois meses. Desde o final de março, na Place de la République de Paris e em outros locais públicos da França, milhares de pessoas passavam as noites em pé, em debates, assembleias e manifestações artísticas que contestavam as mudanças na legislação trabalhista então na pauta do governo. Nada mais natural, portanto, que o título –em francês, "Rester Vertical", literalmente "permanecer na vertical"– tenha sido interpretado alegoricamente como uma ode ao povo que não se dobra à cartilha europeia de austeridade. A expressão também dá margem a uma interpretação mais lúbrica, e o erotismo está presente em cada plano de "Na Vertical", envolvendo inclusive a paisagem. Afinal, corpos e membros se erguem em sinal de coragem e de desejo e, eretos, afirmam sua existência e sua resistência. O filme é conduzido por Léo (Damien Bonnard), um cineasta em crise criativa que vaga pelo interior da França sem conseguir avançar na escrita de um roteiro. Suas errâncias levam o espectador a uma série de personagens opacos, de Yoan (Basile Meilleurat), garoto avistado na beira da estrada, a quem o protagonista retornará de maneira obstinada, a Marie (India Hair), uma pastora de ovelhas que vive com o pai e os dois filhos numa zona deserta. Não fica claro se o que ele procura nesses encontros é matéria para seu roteiro, sexo ou contato, de todo modo instâncias indiscerníveis aos olhos do público. Haveria uma busca maior no percurso desse homem perdido? Talvez a curiosidade assustadora de deparar-se com um lobo. Quando conhece Marie, Léo diz a ela, sem grande convicção, que está interessado nos animais, que se proliferam na região, ameaçando rebanhos e irritando pastores. "Interessado como?", pergunta-lhe a pastora. "Sou como todo mundo. Os lobos me fascinam e me dão medo. Gostaria de vê-los." 1.001 HISTÓRIAS As imagens filmadas de dentro do Peugeot envelhecido que Léo dirige, em meio à paisagem desértica da Lozère, no sul francês, sugerem uma proximidade com o cinema de Abbas Kiarostami (1940-2016). Como o iraniano, Guiraudie constrói um roteiro afeito a ramificações, em que cada encontro apresenta ao espectador um universo, em estrutura que lembra as narrativas embutidas do Oriente Médio. Em "Na Vertical", cada interação funciona também como uma preparação para o grande momento, no centro da alcateia, combinação de curiosidade e assombro, desejo e medo. Guiraudie diz que se deixou surpreender pelo roteiro, avançando ele próprio sem conhecer o ponto de chegada e sem esmiuçar a personalidade do protagonista, pouco transparente até o final. Ponto pacífico entre os críticos é o caráter flou do script, algo confuso e incoerente. Nada mais propício para que o espectador, durante a sessão, reflita sobre sua própria condição, sobre os tempos mortos e as ineficiências do roteiro, sobre a narrativa que não avança. Cenas contemplativas alternam-se com momentos de suspense, tensão e choque, em planos construídos como "tableaux" pictóricos –a referência mais explícita é à "Origem do Mundo" (1866), de Gustave Courbet. Alguns deles, mais prolongados, desprovidos de drama, podem ser encarados como convites à distração. É aí que a sensação de duração sobrevém, apesar de o filme não ser propriamente longo. DURAÇÃO SUBJETIVA A partir de qual duração deve-se dizer que um plano, uma sequência ou um filme é longo? É difícil determinar para além da sensação subjetiva do espectador que se entedia ou adormece, incitado por uma cena de luz rarefeita e sem diálogo –ou sem qualquer som. O que resta ao cinema quando as imagens em movimento ocupam múltiplas plataformas? Por um lado, a tela grande. É nela que fazem sentido os planos abertos sobre a imensidão da desértica paisagem da Lozère, em que rebanhos de carneiros formam desenhos nas pastagens, ressaltando a pequenez dos pastores. Por outro, a obscuridade, que oferece as condições ideais para assistir a sequências de iluminação fraca ou misteriosa, insuportáveis em monitores sujeitos a reflexos. Pode-se argumentar, com razão, que isso se resolve com um bom home theater. O que as plataformas domésticas não oferecem, então? Só a sala de cinema, em sessões coletivas, é capaz de controlar o tempo do espectador, que não tem como pausar, acelerar ou repetir o fluxo do filme. Imobilizado na poltrona, imerso na penumbra, ele pouco pode fazer enquanto vê o filme –não responde a e-mails, constrange-se em checar o celular. E nada melhor do que a sensação difusa de lentidão e ineficiência narrativa para perceber como se opera, ali, a gestão do tempo. LÚCIA MONTEIRO, 39, é doutora em cinema pela Sorbonne Nouvelle - Paris 3 e pela USP, onde desenvolve pesquisa sobre cinemas nacionais periféricos.
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Alguns filmes pedem a sala de cinemaRESUMO Com tempos mortos, planos longos, quadros abertos e roteiro vago, "Beduíno", de Júlio Bressane, e "Na Vertical", de Alain Guiraudie, vão na contramão da aceleração da montagem e da eficiência narrativa de produções comerciais. Sua proposta estética incomum parece feita para ser vista somente nas salas de cinema. Veja mais filmes que seguem na mesma linha. Mesmo quem não adere às profecias e lamentos sobre a morte daquela que o crítico e teórico Ricciotto Canudo (1877-1923) um dia afirmou ser a sétima arte reconhece: a sala de cinema, hoje, não passa de uma dentre muitas possibilidades para quem quer ver filmes. Ela concorre com televisão, computador, tablet, celular e telas móveis instaladas nos mais variados lugares, de ônibus, aviões e automóveis a salas de espera e outros espaços, individuais ou coletivos, como elenca o teórico Jacques Aumont no provocativo ensaio "Que Reste-t-il du Cinéma?" (o que resta do cinema?; Vrin). Na França, na Itália, nos EUA, no Canadá, no Brasil e em outras partes do mundo, estudiosos e críticos vêm ecoando a questão. Quais seriam os espaços para o exercício da cinefilia hoje? O que se perde com o abandono da experiência compartilhada na sala escura, em que a película translúcida desfila diante do facho de luz do projetor, lançando a imagem na tela branca a uma cadência de 24 quadros por segundo? Como as tecnologias digitais de gravação e exibição transformam as texturas da imagem e determinam rupturas estéticas? Ainda se pode falar em cinema quando um filme (ou trechos dele) é mostrado em museus ou galerias de arte? Nos últimos anos, cineastas premiados por importantes festivais vêm acrescentando camadas a esse debate ao fazer escolhas estéticas que tornam quase imperativa a exibição na sala escura. Opções pela longa duração e por uma sensação difusa de morosidade, assim como a predileção por enquadramentos abertos e filmagens em situações de pouca luz, vão no contrafluxo do cinema mais comercial, em que o ritmo da montagem é cada vez mais acelerado e a mise-en-scène privilegia planos médios e aproximados, facilitando a visão em telas menores. DEVAGAR E SEMPRE Algumas figuras de proa dessa contratendência são o malaio Tsai Ming Liang , o tailandês Apichatpong Weerasethakul , os chineses Wang Bing e Xu Xin e o turco Nuri Bilge Ceylan –ainda que construam filmografias absolutamente singulares e não possam ser enquadrados como representantes de um movimento estético homogêneo. No que diz respeito à longa duração dos filmes e dos planos que os compõem, é improvável que haja radicalidade maior hoje que a do filipino Lav Diaz , autor de filmes de até dez horas. Depois de receber prêmios em Berlim e Veneza, o cineasta passou a ser distribuído mundo afora, e seu "A Mulher que se Foi" (2016), de quatro horas, entrou em cartaz por aqui. Alguns planos de Diaz chegam a 15 ou 20 minutos, algo que seria impossível em película –em 35mm, a duração máxima de um rolo é de 11 minutos. Além de possibilitar fisicamente tomadas muito mais longas, a tecnologia digital, sensivelmente menos custosa, viabiliza gravações prolongadas e filmes imensos de orçamento enxuto. No ramo do audiovisual que está mais preocupado com eficiência e produtividade, as possibilidades oferecidas pelo digital se traduzem em multiplicação de câmeras e em aceleração da montagem, como se vê, por exemplo, na figura do "time-lapse" –pense na frenética abertura da primeira temporada da série "House of Cards". Sem ultrapassar as convenções de uma sessão normal, com cerca de 1h30 cada uma, dois filmes recentes oferecem ao espectador experiências pouco comuns, tanto na duração de seus planos quanto nas escolhas de encenação, e fazem todo o sentido na sala escura. SEM EXPLICAÇÃO Um é "Beduíno" (2016), do carioca Júlio Bressane, expoente do cinema marginal sempre distante de pressões pelo avanço da narrativa e pela funcionalidade do roteiro. Nele, o valor de cada plano é explorado ao máximo, as tensões e as belezas internas são tamanhas que quase prescindem de montagem. O longa, que leva à cena um casal peculiar, encadeia divagações. Em diferentes momentos, mulher e homem são vistos a caminhar pelo parque Penhasco Dois Irmãos, no Rio de Janeiro. A estrada que corta a vegetação funciona menos como locação para ações dos personagens do que como linha sinuosa que enseja planos construídos geometricamente, indicando a tensão entre desejos que apontam para direções variadas. No início, enquanto ela avança morro acima, da esquerda para a direita, ele faz o trajeto inverso; no final, os dois caminham juntos. Se se tratasse de uma história de amor, haveria elementos para sugerir uma reconciliação. O desejo de mise-en-scène, porém, parece superar toda e qualquer expectativa narrativa. Cores, atmosferas e linhas de força prevalecem sobre tentativas de explicação e intriga. Será esse o sentido do pêndulo de Foucault, que a certa altura vemos oscilar no Museu de Artes e Ofícios, em Paris? Em sequências que flutuam entre o sonho, a memória e a reencenação, ganham nova vida, por obra da tecnologia digital, imagens filmadas em película por Bressane em seu exílio londrino e provenientes de filmes como "Memórias de um Estrangulador de Loiras" (1971) e "A Fada do Oriente" (idem). A calça vermelha de veludo cristal que o ator Fernando Eiras veste na sequência final de "Beduíno" remete ao figurino com que Guará Rodrigues era visto atacando jovens em "Memórias", que ressurge numa sequência não sonorizada (e de potência espantosa) do novo longa. ODE AO POVO Outro filme afeito a desvios e devaneios, particularmente propenso à fruição em sala, é "Na Vertical" (2016), sétimo longa-metragem do francês Alain Guiraudie, incensado e polêmico autor de thrillers sexuais. Quando o filme estreou, em maio de 2016, no Festival de Cannes, o movimento Nuit Debout (noite em claro) contava quase dois meses. Desde o final de março, na Place de la République de Paris e em outros locais públicos da França, milhares de pessoas passavam as noites em pé, em debates, assembleias e manifestações artísticas que contestavam as mudanças na legislação trabalhista então na pauta do governo. Nada mais natural, portanto, que o título –em francês, "Rester Vertical", literalmente "permanecer na vertical"– tenha sido interpretado alegoricamente como uma ode ao povo que não se dobra à cartilha europeia de austeridade. A expressão também dá margem a uma interpretação mais lúbrica, e o erotismo está presente em cada plano de "Na Vertical", envolvendo inclusive a paisagem. Afinal, corpos e membros se erguem em sinal de coragem e de desejo e, eretos, afirmam sua existência e sua resistência. O filme é conduzido por Léo (Damien Bonnard), um cineasta em crise criativa que vaga pelo interior da França sem conseguir avançar na escrita de um roteiro. Suas errâncias levam o espectador a uma série de personagens opacos, de Yoan (Basile Meilleurat), garoto avistado na beira da estrada, a quem o protagonista retornará de maneira obstinada, a Marie (India Hair), uma pastora de ovelhas que vive com o pai e os dois filhos numa zona deserta. Não fica claro se o que ele procura nesses encontros é matéria para seu roteiro, sexo ou contato, de todo modo instâncias indiscerníveis aos olhos do público. Haveria uma busca maior no percurso desse homem perdido? Talvez a curiosidade assustadora de deparar-se com um lobo. Quando conhece Marie, Léo diz a ela, sem grande convicção, que está interessado nos animais, que se proliferam na região, ameaçando rebanhos e irritando pastores. "Interessado como?", pergunta-lhe a pastora. "Sou como todo mundo. Os lobos me fascinam e me dão medo. Gostaria de vê-los." 1.001 HISTÓRIAS As imagens filmadas de dentro do Peugeot envelhecido que Léo dirige, em meio à paisagem desértica da Lozère, no sul francês, sugerem uma proximidade com o cinema de Abbas Kiarostami (1940-2016). Como o iraniano, Guiraudie constrói um roteiro afeito a ramificações, em que cada encontro apresenta ao espectador um universo, em estrutura que lembra as narrativas embutidas do Oriente Médio. Em "Na Vertical", cada interação funciona também como uma preparação para o grande momento, no centro da alcateia, combinação de curiosidade e assombro, desejo e medo. Guiraudie diz que se deixou surpreender pelo roteiro, avançando ele próprio sem conhecer o ponto de chegada e sem esmiuçar a personalidade do protagonista, pouco transparente até o final. Ponto pacífico entre os críticos é o caráter flou do script, algo confuso e incoerente. Nada mais propício para que o espectador, durante a sessão, reflita sobre sua própria condição, sobre os tempos mortos e as ineficiências do roteiro, sobre a narrativa que não avança. Cenas contemplativas alternam-se com momentos de suspense, tensão e choque, em planos construídos como "tableaux" pictóricos –a referência mais explícita é à "Origem do Mundo" (1866), de Gustave Courbet. Alguns deles, mais prolongados, desprovidos de drama, podem ser encarados como convites à distração. É aí que a sensação de duração sobrevém, apesar de o filme não ser propriamente longo. DURAÇÃO SUBJETIVA A partir de qual duração deve-se dizer que um plano, uma sequência ou um filme é longo? É difícil determinar para além da sensação subjetiva do espectador que se entedia ou adormece, incitado por uma cena de luz rarefeita e sem diálogo –ou sem qualquer som. O que resta ao cinema quando as imagens em movimento ocupam múltiplas plataformas? Por um lado, a tela grande. É nela que fazem sentido os planos abertos sobre a imensidão da desértica paisagem da Lozère, em que rebanhos de carneiros formam desenhos nas pastagens, ressaltando a pequenez dos pastores. Por outro, a obscuridade, que oferece as condições ideais para assistir a sequências de iluminação fraca ou misteriosa, insuportáveis em monitores sujeitos a reflexos. Pode-se argumentar, com razão, que isso se resolve com um bom home theater. O que as plataformas domésticas não oferecem, então? Só a sala de cinema, em sessões coletivas, é capaz de controlar o tempo do espectador, que não tem como pausar, acelerar ou repetir o fluxo do filme. Imobilizado na poltrona, imerso na penumbra, ele pouco pode fazer enquanto vê o filme –não responde a e-mails, constrange-se em checar o celular. E nada melhor do que a sensação difusa de lentidão e ineficiência narrativa para perceber como se opera, ali, a gestão do tempo. LÚCIA MONTEIRO, 39, é doutora em cinema pela Sorbonne Nouvelle - Paris 3 e pela USP, onde desenvolve pesquisa sobre cinemas nacionais periféricos.
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Dados das redes se tornam aliados dos publicitários
JULLIANE SILVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Se a publicidade já foi baseada na persuasão, hoje ela deve ser precisa e relevante. Para entender o que vai motivar uma compra, o publicitário conta com o Big Data, conjunto enorme de dados não estruturados -encontrados em redes sociais, em fotos e vídeos e no comportamento do consumidor até concluir a compra on-line. "Ao estudar essas informações, você cria arquétipos, entende se o cliente é conservador ou agressivo, por exemplo, e pode fazer uma comunicação personalizada até no tom de voz", diz Rodrigo Turra, diretor da agência de marketing digital iProspect. A ação publicitária pode vir em aplicativo, site, e-book ou posts de redes sociais. "Quando sabemos exatamente quem é o cliente e o que ele quer, podemos trazer uma ideia criativa que não é uma peça publicitária. Pode ser evento ou uma boa oferta", diz Paulo Cunha, coordenador do curso de publicidade e propaganda da ESPM. Esse universo digital molda o novo profissional e amplia as possibilidades de trabalho. A publicitária Fernanda Snel, 26, entrou na faculdade pensando em criação e hoje é coordenadora de SEO, área que envolve otimização de conteúdo digital. "Sempre tive interesse em pesquisa e nos resultados de uma campanha. O trabalho de SEO envolve tudo isso", diz. Mas compreender a miscelânea de dados e traduzi-la em comunicação é só uma parte da formação de um bom publicitário "As competências básicas não mudaram. É preciso ser muito criativo, ampliar as visões de mundo e conhecer outras culturas", diz Cunha.
sobretudo
Dados das redes se tornam aliados dos publicitários JULLIANE SILVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Se a publicidade já foi baseada na persuasão, hoje ela deve ser precisa e relevante. Para entender o que vai motivar uma compra, o publicitário conta com o Big Data, conjunto enorme de dados não estruturados -encontrados em redes sociais, em fotos e vídeos e no comportamento do consumidor até concluir a compra on-line. "Ao estudar essas informações, você cria arquétipos, entende se o cliente é conservador ou agressivo, por exemplo, e pode fazer uma comunicação personalizada até no tom de voz", diz Rodrigo Turra, diretor da agência de marketing digital iProspect. A ação publicitária pode vir em aplicativo, site, e-book ou posts de redes sociais. "Quando sabemos exatamente quem é o cliente e o que ele quer, podemos trazer uma ideia criativa que não é uma peça publicitária. Pode ser evento ou uma boa oferta", diz Paulo Cunha, coordenador do curso de publicidade e propaganda da ESPM. Esse universo digital molda o novo profissional e amplia as possibilidades de trabalho. A publicitária Fernanda Snel, 26, entrou na faculdade pensando em criação e hoje é coordenadora de SEO, área que envolve otimização de conteúdo digital. "Sempre tive interesse em pesquisa e nos resultados de uma campanha. O trabalho de SEO envolve tudo isso", diz. Mas compreender a miscelânea de dados e traduzi-la em comunicação é só uma parte da formação de um bom publicitário "As competências básicas não mudaram. É preciso ser muito criativo, ampliar as visões de mundo e conhecer outras culturas", diz Cunha.
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Desafios para o SUS
Toda sociedade luta pela conquista de direitos e garantias fundamentais. Dentre eles, a saúde é um dos mais lembrados. No Brasil, o benefício é garantido pelo SUS (Sistema Único de Saúde), que completa 27 anos. O direito à saúde foi reconhecido tardiamente no país, mas, de maneira generosa, garante acesso às ações e aos serviços para a sua promoção de maneira universal, integral e igualitária. A partir da Constituição de 1988, o Brasil passou a ver a saúde de modo integral, unindo prevenção e cura, e incluiu a todos, deixando de ser um serviço apenas para o trabalhador contribuinte do regime geral da Previdência Social. Ao longo desses anos, o número de atendidos pela saúde pública no Brasil saltou de 50 milhões para 200 milhões de pessoas. O SUS tornou-se a maior política de justiça social do país, sem nunca retroceder. Todos os governantes respeitaram a Constituição e contaram com dirigentes que promoveram consideráveis avanços no sistema. O SUS foi uma conquista realizada por muitos cérebros e corações. Há no país milhares de pessoas que mensalmente discutem e fiscalizam a saúde em seus conselhos, numa verdadeira democracia participativa. São profissionais, especialistas, pesquisadores e acadêmicos que todos os dias lutam pelo sonho de ter no país uma saúde de qualidade. Atualmente, União, Estados e municípios investem cerca de R$ 214 bilhões anuais em saúde pública. Sabemos que ainda é insuficiente, dado os altos custos em razão do avanço tecnológico da medicina. Tal situação exige do Estado racionalidade em sua incorporação, pautando-se pelo custo-benefício e evidências científicas. Com todas as dificuldades, temos saúde no Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), nas UPAs (Unidade de Pronto Atendimento), nos hospitais, nos centros de atenção e controle de câncer, nas unidades básicas, nos laboratórios, na vacinação, na fiscalização e controle de transporte de mercadorias perigosas, nas ações dos 300 mil agentes de saúde e endemias e em muitos outros espaços e formas. Isso é a força viva da sociedade na garantia da implementação e do aperfeiçoamento constante do SUS, ouvindo os seus integrantes institucionais, os municípios e os Estados, o setor privado, o Legislativo e agora o Judiciário, que tem sido chamado diariamente a mediar questões individuais de saúde. Para avançarmos ainda mais, são temas que importam considerar: financiamento adequado, atenção básica de qualidade e em todos os municípios do país, gestão regionalizada e eficiente, relações público e privada em ambiente de segurança jurídica e sanitária. O aperfeiçoamento da rede pública ainda esbarra na necessidade de formação de profissionais de saúde para o modelo SUS e no debate sobre a judicialização que precisa ser enfrentado. Houve um crescimento constante dos gastos do Ministério da Saúde com ações judiciais para atender pedidos por cirurgia, equipamentos e medicamentos, inclusive para a compra de produtos sem registro na Anvisa ou eficácia comprovada. Os valores saltaram 500% nos últimos quatro anos e, em 2015, devem ultrapassar R$ 1 bilhão. Meu compromisso no Ministério da Saúde é atuar com maior destaque nesses pontos, sem desconsiderar os demais, e trabalhar para dar continuidade a tudo o que vem sendo desenvolvido nesses 27 anos. Precisamos subir, junto com a sociedade, os degraus da consolidação do SUS para a garantia de um país mais justo. A saúde nos pertence e dela não vamos nos separar. MARCELO CASTRO, 65 anos, é ministro da Saúde * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Desafios para o SUSToda sociedade luta pela conquista de direitos e garantias fundamentais. Dentre eles, a saúde é um dos mais lembrados. No Brasil, o benefício é garantido pelo SUS (Sistema Único de Saúde), que completa 27 anos. O direito à saúde foi reconhecido tardiamente no país, mas, de maneira generosa, garante acesso às ações e aos serviços para a sua promoção de maneira universal, integral e igualitária. A partir da Constituição de 1988, o Brasil passou a ver a saúde de modo integral, unindo prevenção e cura, e incluiu a todos, deixando de ser um serviço apenas para o trabalhador contribuinte do regime geral da Previdência Social. Ao longo desses anos, o número de atendidos pela saúde pública no Brasil saltou de 50 milhões para 200 milhões de pessoas. O SUS tornou-se a maior política de justiça social do país, sem nunca retroceder. Todos os governantes respeitaram a Constituição e contaram com dirigentes que promoveram consideráveis avanços no sistema. O SUS foi uma conquista realizada por muitos cérebros e corações. Há no país milhares de pessoas que mensalmente discutem e fiscalizam a saúde em seus conselhos, numa verdadeira democracia participativa. São profissionais, especialistas, pesquisadores e acadêmicos que todos os dias lutam pelo sonho de ter no país uma saúde de qualidade. Atualmente, União, Estados e municípios investem cerca de R$ 214 bilhões anuais em saúde pública. Sabemos que ainda é insuficiente, dado os altos custos em razão do avanço tecnológico da medicina. Tal situação exige do Estado racionalidade em sua incorporação, pautando-se pelo custo-benefício e evidências científicas. Com todas as dificuldades, temos saúde no Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), nas UPAs (Unidade de Pronto Atendimento), nos hospitais, nos centros de atenção e controle de câncer, nas unidades básicas, nos laboratórios, na vacinação, na fiscalização e controle de transporte de mercadorias perigosas, nas ações dos 300 mil agentes de saúde e endemias e em muitos outros espaços e formas. Isso é a força viva da sociedade na garantia da implementação e do aperfeiçoamento constante do SUS, ouvindo os seus integrantes institucionais, os municípios e os Estados, o setor privado, o Legislativo e agora o Judiciário, que tem sido chamado diariamente a mediar questões individuais de saúde. Para avançarmos ainda mais, são temas que importam considerar: financiamento adequado, atenção básica de qualidade e em todos os municípios do país, gestão regionalizada e eficiente, relações público e privada em ambiente de segurança jurídica e sanitária. O aperfeiçoamento da rede pública ainda esbarra na necessidade de formação de profissionais de saúde para o modelo SUS e no debate sobre a judicialização que precisa ser enfrentado. Houve um crescimento constante dos gastos do Ministério da Saúde com ações judiciais para atender pedidos por cirurgia, equipamentos e medicamentos, inclusive para a compra de produtos sem registro na Anvisa ou eficácia comprovada. Os valores saltaram 500% nos últimos quatro anos e, em 2015, devem ultrapassar R$ 1 bilhão. Meu compromisso no Ministério da Saúde é atuar com maior destaque nesses pontos, sem desconsiderar os demais, e trabalhar para dar continuidade a tudo o que vem sendo desenvolvido nesses 27 anos. Precisamos subir, junto com a sociedade, os degraus da consolidação do SUS para a garantia de um país mais justo. A saúde nos pertence e dela não vamos nos separar. MARCELO CASTRO, 65 anos, é ministro da Saúde * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Companhia cria 5.000 voos adicionais para viagens durante o verão no Brasil
A Gol anunciou nesta segunda-feira (7) que criará 5.000 voos adicionais no Brasil durante a temporada de verão, entre o fim deste ano e o início de 2017. Os trechos serão operados em 63 destinos, sendo 52 nacionais e 11 internacionais, na América do Sul e no Caribe. No Brasil, além dos voos extras, foram criadas 58 novas rotas –todas ligando cidades como Campinas (SP), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS) a capitais do Nordeste, que recebem a maior quantidade de visitantes brasileiros durante essa época do ano, todo em busca das praias da região. Para o mercado internacional, a companhia criou novas rotas para Santiago, no Chile, partindo do Rio de Janeiro e de Florianópolis. Montevidéu, no Uruguai, ganhou voos partindo de Salvador. MENOS TURISTAS O anúncio da Gol acontece após um mês que um relatório semestral da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) revelou que as empresas aéreas nacionais venderam no primeiro semestre deste ano 4,7 milhões de assentos aéreos a menos que no mesmo período de 2015, caindo de 26,5 milhões para 21,8 milhões. As novas rotas da companhia representam 840 mil assentos adicionais. Embora as vendas tenham caído, o preço médio dos bilhetes vendidos no semestre foi de R$ 322,44, valor superior aos R$ 321,66 dos primeiros seis meses de 2015 (já considerada a inflação), quando as passagens atingiram seu menor nível desde 2002 para o semestre.
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Companhia cria 5.000 voos adicionais para viagens durante o verão no BrasilA Gol anunciou nesta segunda-feira (7) que criará 5.000 voos adicionais no Brasil durante a temporada de verão, entre o fim deste ano e o início de 2017. Os trechos serão operados em 63 destinos, sendo 52 nacionais e 11 internacionais, na América do Sul e no Caribe. No Brasil, além dos voos extras, foram criadas 58 novas rotas –todas ligando cidades como Campinas (SP), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS) a capitais do Nordeste, que recebem a maior quantidade de visitantes brasileiros durante essa época do ano, todo em busca das praias da região. Para o mercado internacional, a companhia criou novas rotas para Santiago, no Chile, partindo do Rio de Janeiro e de Florianópolis. Montevidéu, no Uruguai, ganhou voos partindo de Salvador. MENOS TURISTAS O anúncio da Gol acontece após um mês que um relatório semestral da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) revelou que as empresas aéreas nacionais venderam no primeiro semestre deste ano 4,7 milhões de assentos aéreos a menos que no mesmo período de 2015, caindo de 26,5 milhões para 21,8 milhões. As novas rotas da companhia representam 840 mil assentos adicionais. Embora as vendas tenham caído, o preço médio dos bilhetes vendidos no semestre foi de R$ 322,44, valor superior aos R$ 321,66 dos primeiros seis meses de 2015 (já considerada a inflação), quando as passagens atingiram seu menor nível desde 2002 para o semestre.
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Previsto para Copa, monotrilho de SP não abrirá nem na Olimpíada
Incentivada pela promessa de inauguração do monotrilho da linha 17-ouro e do fluxo de turistas atraídos pela Copa do Mundo, a empresária Marlene Aranha abriu em 2013 um restaurante ao lado da futura estação Congonhas, na zona sul de São Paulo. Hoje, em vez de "ouro" nos negócios, convive com a ferrugem que tomou conta das armações expostas sobre vigas e no chão dos canteiros de obras. De tanto atraso, a "linha da Copa" não ficará pronta nem mesmo até a Olimpíada de 2016, no Rio. "Pensei que meu movimento aumentaria, mas as obras diminuíram os clientes em mais de 10%. A maioria das pessoas não passa aqui por medo. A região ficou isolada, sem segurança", diz. O empreendimento a cargo do Metrô é agora previsto para 2017 pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) –que também já fez a revisão do cronograma de outras linhas. Veja fotos Em seu primeiro trecho, de 7,7 km e 8 estações, ligará a estação de trem do Morumbi ao aeroporto de Congonhas. A estimativa é que transporte 420 mil usuários por dia. A obra completa, com 17,7 km, deve custar R$ 5,1 bilhões. Na linha 17, a aparente deterioração de materiais pendurados ou deixados no chão desperta a atenção de vizinhos –que se queixam ainda da falta de equipes na obra. "Além de tirar a visão da loja, fecharam a rua. Ninguém mais nos encontra. O pior é eles fazerem isso e só dois ou três 'gatos pingados' trabalham. Nada da obra sair do lugar", diz Rildo Oliveira Jorge, 32, que trabalha em um comércio de locação de veículos. A Folha percorreu toda a extensão da linha em dias úteis nas últimas semanas, fora do horário de almoço. No trajeto, encontrou poucos funcionários. As exceções foram na futura estação vereador José Diniz (onde havia dezenas) e no pátio de manobras do Campo Belo -onde foi agendada uma entrevista com Walter Castro, diretor de engenharia do Metrô. Castro afirma que a sensação de que a obra está quase parada não reflete a realidade –diz haver 1.300 funcionários atuando diariamente. Ele ressalta que há obras paralelas na região. "Estamos fazendo uma canalização naquela região de Congonhas. Ali tem um histórico de alagamentos e não podemos fazer uma estação em cima de um lugar nessas condições." O Metrô afirma que esses sinais de ferrugem não representam riscos à estrutura. Para a doutora em engenharia de estruturas pela USP Karen Niccoli Ramirez, como parece ser superficial, e não estrutural, esse problema poderá ser revertido com limpeza. A corrosão, porém, dá a sensação de que se está numa obra velha, e não nova, que ainda será inaugurada. "Vejo ferrugem desde que começou a chover", diz Ademir da Costa, 33, piloto comercial, que passa pela obra diariamente há cinco anos, mas diz não ver evolução significativa. "Até a Copa tinha muita gente trabalhando, depois sumiram. No último ano, só tiraram entulho de uma viga que tinha caído", afirma. O diretor do Metrô diz que um dos principais motivos de atraso na linha 17 foi a demora para a liberação da licença ambiental. Também cita entraves nas desapropriações e nos tipos de solo da região. Segundo Castro, 20% dos trilhos ainda não foram colocados por causa da suspensão, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, desde 2014, do içamento de vigas –devido à morte de um operário. "Recentemente, eles liberaram a instalação dos trilhos retos. Mas ainda pedem exigências para as curvas de raios menores", afirmou.
cotidiano
Previsto para Copa, monotrilho de SP não abrirá nem na OlimpíadaIncentivada pela promessa de inauguração do monotrilho da linha 17-ouro e do fluxo de turistas atraídos pela Copa do Mundo, a empresária Marlene Aranha abriu em 2013 um restaurante ao lado da futura estação Congonhas, na zona sul de São Paulo. Hoje, em vez de "ouro" nos negócios, convive com a ferrugem que tomou conta das armações expostas sobre vigas e no chão dos canteiros de obras. De tanto atraso, a "linha da Copa" não ficará pronta nem mesmo até a Olimpíada de 2016, no Rio. "Pensei que meu movimento aumentaria, mas as obras diminuíram os clientes em mais de 10%. A maioria das pessoas não passa aqui por medo. A região ficou isolada, sem segurança", diz. O empreendimento a cargo do Metrô é agora previsto para 2017 pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) –que também já fez a revisão do cronograma de outras linhas. Veja fotos Em seu primeiro trecho, de 7,7 km e 8 estações, ligará a estação de trem do Morumbi ao aeroporto de Congonhas. A estimativa é que transporte 420 mil usuários por dia. A obra completa, com 17,7 km, deve custar R$ 5,1 bilhões. Na linha 17, a aparente deterioração de materiais pendurados ou deixados no chão desperta a atenção de vizinhos –que se queixam ainda da falta de equipes na obra. "Além de tirar a visão da loja, fecharam a rua. Ninguém mais nos encontra. O pior é eles fazerem isso e só dois ou três 'gatos pingados' trabalham. Nada da obra sair do lugar", diz Rildo Oliveira Jorge, 32, que trabalha em um comércio de locação de veículos. A Folha percorreu toda a extensão da linha em dias úteis nas últimas semanas, fora do horário de almoço. No trajeto, encontrou poucos funcionários. As exceções foram na futura estação vereador José Diniz (onde havia dezenas) e no pátio de manobras do Campo Belo -onde foi agendada uma entrevista com Walter Castro, diretor de engenharia do Metrô. Castro afirma que a sensação de que a obra está quase parada não reflete a realidade –diz haver 1.300 funcionários atuando diariamente. Ele ressalta que há obras paralelas na região. "Estamos fazendo uma canalização naquela região de Congonhas. Ali tem um histórico de alagamentos e não podemos fazer uma estação em cima de um lugar nessas condições." O Metrô afirma que esses sinais de ferrugem não representam riscos à estrutura. Para a doutora em engenharia de estruturas pela USP Karen Niccoli Ramirez, como parece ser superficial, e não estrutural, esse problema poderá ser revertido com limpeza. A corrosão, porém, dá a sensação de que se está numa obra velha, e não nova, que ainda será inaugurada. "Vejo ferrugem desde que começou a chover", diz Ademir da Costa, 33, piloto comercial, que passa pela obra diariamente há cinco anos, mas diz não ver evolução significativa. "Até a Copa tinha muita gente trabalhando, depois sumiram. No último ano, só tiraram entulho de uma viga que tinha caído", afirma. O diretor do Metrô diz que um dos principais motivos de atraso na linha 17 foi a demora para a liberação da licença ambiental. Também cita entraves nas desapropriações e nos tipos de solo da região. Segundo Castro, 20% dos trilhos ainda não foram colocados por causa da suspensão, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, desde 2014, do içamento de vigas –devido à morte de um operário. "Recentemente, eles liberaram a instalação dos trilhos retos. Mas ainda pedem exigências para as curvas de raios menores", afirmou.
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Governo e peritos do INSS fecham acordo por fim de greve
Após 165 dias de paralisação, governo e médicos peritos do INSS chegaram a um acordo sobre o reajuste salarial e a reposição do trabalho. O instituto estima que 1,3 milhão de perícias deixaram de ser realizadas no período. Porém, a ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos) chegou a calcular que 2,2 milhões de atendimentos não haviam sido feitos durante a greve. Em nota, o Ministério do Planejamento informou que os servidores se comprometeram a atender todas as perícias médicas pendentes e a fazer a reposição das horas em até seis meses. Em contrapartida, o governo fará a devolução dos valores descontados dos servidores. A categoria terá um reajuste salarial de 27,9%, em quatro parcelas pagas até 2019. Agora o atendimento deve ser normalizado em todo o país. Segundo a presidente do INSS, Elisete Berchiol, o próprio instituto entrará em contato com os segurados para remarcar as perícias. O diretor sindical da associação, Luiz Argolo, considerou o acordo benéfico e afirmou que a reposição deve começar na segunda-feira.
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Governo e peritos do INSS fecham acordo por fim de greveApós 165 dias de paralisação, governo e médicos peritos do INSS chegaram a um acordo sobre o reajuste salarial e a reposição do trabalho. O instituto estima que 1,3 milhão de perícias deixaram de ser realizadas no período. Porém, a ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos) chegou a calcular que 2,2 milhões de atendimentos não haviam sido feitos durante a greve. Em nota, o Ministério do Planejamento informou que os servidores se comprometeram a atender todas as perícias médicas pendentes e a fazer a reposição das horas em até seis meses. Em contrapartida, o governo fará a devolução dos valores descontados dos servidores. A categoria terá um reajuste salarial de 27,9%, em quatro parcelas pagas até 2019. Agora o atendimento deve ser normalizado em todo o país. Segundo a presidente do INSS, Elisete Berchiol, o próprio instituto entrará em contato com os segurados para remarcar as perícias. O diretor sindical da associação, Luiz Argolo, considerou o acordo benéfico e afirmou que a reposição deve começar na segunda-feira.
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Ueba! Dia do Inimigo Secreto!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Piadas Prontas! Olha o pato! "Contas da campanha de Skaf não registram doação da Odebrecht". Quak! Quak! E o pato? O pato se matou de desgosto. Com uma agulha! O pato se desinflou! E o Skaf escafedeu-se! Rarará! "Lula é denunciado pela terceira vez e pede música no 'Fantástico'". Qual? "MORO num País Tropical". Aliás, o Lula tá parecendo um emoji vermelho de raiva! Rarará! E o amigo secreto? O Temer não tem amigo secreto, tem amigo sujêra. Amigo delatado. E o Lula não tem amigo secreto, tem amigo bomba: BUMlai! Rarará! E já imaginou o Marcelo Odebrecht, ops, o Magrelo Odebrecht: "Meu amigo secreto é...". Some todo mundo! Êxodo! Grandes Migrações! Os inimigos secretos! Rarará! E já imaginou o amigo secreto no Congresso: "Meu amigo secreto tem seis mandatos, 16 processos por corrupção e ainda não foi preso". "Eu." "Sou eu." "EU!" Trezentos gritos de "sou eu". Um outro deputado pegou o papelzinho e gritou: "Meu amigo secreto tem 16 processos, 49 emisssoras de rádio e 56 filiadas da Globo". "Sou eu!". "EU!". Quatrocentos gritos de "sou eu"! Rarará! E o chargista Amarildo mostra outro amigo secreto no Congresso: "O meu amigo secreto é totalmente honesto e...". "Peraí! Peraí! Podia entrar gente de fora?". Rarará! E essa: "Malafaia levado em condução coercitiva pela PF em operação contra fraude". Sujô pro Malafaia! O Malafaia foi ARROLADO! Rarará! O paladino da família e da moral era paladino da picaretagem! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! E atenção! O chargista Iotti revela que a delação da Odebrecht é o Fim do Mundo para os ricos e que a PEC 55 é o Fim do Mundo para os pobres. Ou seja, é o Fim do Mundo! Chegou o Fim do Mundo! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
colunas
Ueba! Dia do Inimigo Secreto!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Piadas Prontas! Olha o pato! "Contas da campanha de Skaf não registram doação da Odebrecht". Quak! Quak! E o pato? O pato se matou de desgosto. Com uma agulha! O pato se desinflou! E o Skaf escafedeu-se! Rarará! "Lula é denunciado pela terceira vez e pede música no 'Fantástico'". Qual? "MORO num País Tropical". Aliás, o Lula tá parecendo um emoji vermelho de raiva! Rarará! E o amigo secreto? O Temer não tem amigo secreto, tem amigo sujêra. Amigo delatado. E o Lula não tem amigo secreto, tem amigo bomba: BUMlai! Rarará! E já imaginou o Marcelo Odebrecht, ops, o Magrelo Odebrecht: "Meu amigo secreto é...". Some todo mundo! Êxodo! Grandes Migrações! Os inimigos secretos! Rarará! E já imaginou o amigo secreto no Congresso: "Meu amigo secreto tem seis mandatos, 16 processos por corrupção e ainda não foi preso". "Eu." "Sou eu." "EU!" Trezentos gritos de "sou eu". Um outro deputado pegou o papelzinho e gritou: "Meu amigo secreto tem 16 processos, 49 emisssoras de rádio e 56 filiadas da Globo". "Sou eu!". "EU!". Quatrocentos gritos de "sou eu"! Rarará! E o chargista Amarildo mostra outro amigo secreto no Congresso: "O meu amigo secreto é totalmente honesto e...". "Peraí! Peraí! Podia entrar gente de fora?". Rarará! E essa: "Malafaia levado em condução coercitiva pela PF em operação contra fraude". Sujô pro Malafaia! O Malafaia foi ARROLADO! Rarará! O paladino da família e da moral era paladino da picaretagem! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! E atenção! O chargista Iotti revela que a delação da Odebrecht é o Fim do Mundo para os ricos e que a PEC 55 é o Fim do Mundo para os pobres. Ou seja, é o Fim do Mundo! Chegou o Fim do Mundo! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Alalaô: PM usa bombas de gás para dispersar multidão das ruas da Vila Madalena
ARTUR RODRIGUES DE SÃO PAULO O carnaval na Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, terminou com bombas de gás atiradas pela Polícia Militar após  algumas pessoas terem jogado garrafas. A confusão começou à 0h45 quando a equipe de... Leia post completo no blog
cotidiano
Alalaô: PM usa bombas de gás para dispersar multidão das ruas da Vila MadalenaARTUR RODRIGUES DE SÃO PAULO O carnaval na Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, terminou com bombas de gás atiradas pela Polícia Militar após  algumas pessoas terem jogado garrafas. A confusão começou à 0h45 quando a equipe de... Leia post completo no blog
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Empresário confirma ter pago propina para obter contratos na Petrobras
O empresário Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, sócio da Setal Construções e da PEM Engenharia, confirmou nesta segunda-feira (2) em depoimento prestado ao juiz federal Sergio Moro que pagou propina a dois ex-diretores da Petrobras, Paulo Roberto Costa e Renato Duque, para obter contratos na companhia. O depoimento foi gravado em vídeo e anexado aos autos da Operação Lava Jato na manhã desta terça-feira (3). "Eles me pediram, no caso do Paulo Roberto, 1%, e no caso do Renato Duque, 2%. Sobre o valor do contrato", segundo Mendonça Neto. Veja vídeo Indagado pelo Ministério Público Federal se pagou as comissões, Mendonça Neto confirmou o que havia narrado em depoimento prestado dentro do acordo de delação premiada fechada no ano passado com a força-tarefa da Lava Jato. Ele disse que teve "dois contratos obtidos" com o pagamento de "comissões". "No meu caso particular, pelo lado do Paulo Roberto, fui procurado pelo ex-deputado José Janene [PP-PR] que nos pressionou muito para que houvesse um pagamento de comissão em nome da diretoria do Paulo Roberto. E pelo lado da diretoria do Renato Duque, os nossos contratos aconteceram no ano de 2007 e eu fui procurado e discuti essas questões com o próprio Duque e com Pedro Barusco, que era gerente de engenharia da Petrobras", disse Mendonça Neto ao juiz Moro. Perguntado se os mesmos pagamentos eram feitos por outras empresas que tinham contratos com a Petrobras, o empresário disse acreditar que sim. "Sim, acredito que sim. Pelo menos eram os comentários", afirmou Mendonça Neto. PRESSÕES O empresário afirmou que sofreu de José Janene, deputado federal pelo PP do Paraná e morto em 2010, muitas "pressões" para fazer os pagamentos. "A cobrança era muito grande. Nós, em determinada época, por falta de condições financeiras, chegamos a atrasar um pouco [a propina], e a cobrança era efetiva, eu diria. A diretoria da Petrobras tem um peso muito importante na operação da companhia, de modo que a posição de um diretor é absolutamente crucial para o andamento de uma companhia dentro das obras da Petrobras. E eles utilizavam esse tipo de argumentação para discutir a questão das comissões quanto também do pagamento", disse. O Ministério Público quis sazer que medidas um diretor da Petrobras poderia tomar para retaliar um empresário que descumprisse o pagamento das propinas. "Ele [diretor] pode prejudicar desde não convidar [para uma licitação], retirar, com algum argumento, do processo licitatório, pode atrapalhar e muito o andamento dos contratos [...]. Ajudar, é difícil. Muitas vezes pedíamos a ajuda dos diretores com relação a problemas que aconteciam nas obras, mas ele não tinham poder de ajudar. Mas de atrapalhar, eles sempre tinham um poder importante. De modo que era muito mais no sentido de atrapalhar do que ajudar. Eu diria que seria inimaginável não contribuir ou não fazer com o que se comprometeu a contribuir." Mendonça afirmou ainda que Janene dizia ter indicado Paulo Roberto Costa à diretoria da Petrobras e que ele estava no alto escalão da empresa para "cooperar". "[Janene] dizia que tinha alguns poderes para ajudar e muito para atrapalhar [as empresas juntos à Petrobras]", afirmou. Veja vídeo CLUBE Mendonça Neto confirmou também a existência de um "clube" de empresas que operava em sistema de cartel para fraudar licitações na Petrobras. Ele disse que o grupo tomou força entre 2003 e 2004. "[O grupo] passou a ter uma eficácia maior a partir do instante em que passou a ser combinado com os diretores da Petrobras. A partir dessa oportunidade, os convites eram mais dirigidos a essas companhias e então esse acordo passou a ter maior efetividade. Eram o Paulo Roberto da Costa e Renato Duque", afirmou o delator. O empresário reiterou como as empreiteiras se organizavam em cartel, no chamado "clube", para arrematar obras na estatal, com a anuência de parte da diretoria. Veja vídeo "As outras empresas cumpriram com a obrigação de oferecer preços maiores(...) Havia uma combinação com a Petrobras que as empresas convidadas para determinado certame fossem as empresas que faziam parte desse grupo." Os advogados dos executivos da empreiteira Camargo Corrêa acusados no processo, Eduardo Leite e Dalton Avancini, questionaram Mendonça Neto se ele havia visto os empresários participarem de reuniões do "clube" de empresas para acertar a divisão de obras. O delator respondeu não ter visto pessoalmente, mas que foi informado sobre a participação dos executivos da Camargo por meio de um diretor da Toyo Setal que ia às reuniões do clube e funcionava como seu representante nas discussões. PREÇOS SUPERIORES Sobre a sistemática do repasse da propina, Mendonça Neto repetiu que Paulo Roberto Costa recebia por meio do doleiro Alberto Youssef, que gerava notas fiscais por serviços não prestados de suas empresas, e que Renato Duque recebia por meio do pagamento de empresas indicadas por ele ou Pedro Barusco, que era seu subordinado. Ele disse ainda que, em dado momento, as integrantes do cartel começaram a não ter mais tanto sucesso junto à estatal. "A Petrobras passou a chamar outras empresas, de fora do clube." O delator contou que soube, durante as licitações da Comperj, que os preços apresentados pelas empresas do clube estavam superiores aos praticados no mercado, o que gerou reclamações da estatal. "Naquele instante a Petrobras mandou um recado às empresas de que não aceitaria aquelas condições de preço, e acabou trazendo outras empresas pra dentro do certame, inviabilizando assim a continuidade de atuação do clube", exemplificou Mendonça Neto. Veja vídeo
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Empresário confirma ter pago propina para obter contratos na PetrobrasO empresário Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, sócio da Setal Construções e da PEM Engenharia, confirmou nesta segunda-feira (2) em depoimento prestado ao juiz federal Sergio Moro que pagou propina a dois ex-diretores da Petrobras, Paulo Roberto Costa e Renato Duque, para obter contratos na companhia. O depoimento foi gravado em vídeo e anexado aos autos da Operação Lava Jato na manhã desta terça-feira (3). "Eles me pediram, no caso do Paulo Roberto, 1%, e no caso do Renato Duque, 2%. Sobre o valor do contrato", segundo Mendonça Neto. Veja vídeo Indagado pelo Ministério Público Federal se pagou as comissões, Mendonça Neto confirmou o que havia narrado em depoimento prestado dentro do acordo de delação premiada fechada no ano passado com a força-tarefa da Lava Jato. Ele disse que teve "dois contratos obtidos" com o pagamento de "comissões". "No meu caso particular, pelo lado do Paulo Roberto, fui procurado pelo ex-deputado José Janene [PP-PR] que nos pressionou muito para que houvesse um pagamento de comissão em nome da diretoria do Paulo Roberto. E pelo lado da diretoria do Renato Duque, os nossos contratos aconteceram no ano de 2007 e eu fui procurado e discuti essas questões com o próprio Duque e com Pedro Barusco, que era gerente de engenharia da Petrobras", disse Mendonça Neto ao juiz Moro. Perguntado se os mesmos pagamentos eram feitos por outras empresas que tinham contratos com a Petrobras, o empresário disse acreditar que sim. "Sim, acredito que sim. Pelo menos eram os comentários", afirmou Mendonça Neto. PRESSÕES O empresário afirmou que sofreu de José Janene, deputado federal pelo PP do Paraná e morto em 2010, muitas "pressões" para fazer os pagamentos. "A cobrança era muito grande. Nós, em determinada época, por falta de condições financeiras, chegamos a atrasar um pouco [a propina], e a cobrança era efetiva, eu diria. A diretoria da Petrobras tem um peso muito importante na operação da companhia, de modo que a posição de um diretor é absolutamente crucial para o andamento de uma companhia dentro das obras da Petrobras. E eles utilizavam esse tipo de argumentação para discutir a questão das comissões quanto também do pagamento", disse. O Ministério Público quis sazer que medidas um diretor da Petrobras poderia tomar para retaliar um empresário que descumprisse o pagamento das propinas. "Ele [diretor] pode prejudicar desde não convidar [para uma licitação], retirar, com algum argumento, do processo licitatório, pode atrapalhar e muito o andamento dos contratos [...]. Ajudar, é difícil. Muitas vezes pedíamos a ajuda dos diretores com relação a problemas que aconteciam nas obras, mas ele não tinham poder de ajudar. Mas de atrapalhar, eles sempre tinham um poder importante. De modo que era muito mais no sentido de atrapalhar do que ajudar. Eu diria que seria inimaginável não contribuir ou não fazer com o que se comprometeu a contribuir." Mendonça afirmou ainda que Janene dizia ter indicado Paulo Roberto Costa à diretoria da Petrobras e que ele estava no alto escalão da empresa para "cooperar". "[Janene] dizia que tinha alguns poderes para ajudar e muito para atrapalhar [as empresas juntos à Petrobras]", afirmou. Veja vídeo CLUBE Mendonça Neto confirmou também a existência de um "clube" de empresas que operava em sistema de cartel para fraudar licitações na Petrobras. Ele disse que o grupo tomou força entre 2003 e 2004. "[O grupo] passou a ter uma eficácia maior a partir do instante em que passou a ser combinado com os diretores da Petrobras. A partir dessa oportunidade, os convites eram mais dirigidos a essas companhias e então esse acordo passou a ter maior efetividade. Eram o Paulo Roberto da Costa e Renato Duque", afirmou o delator. O empresário reiterou como as empreiteiras se organizavam em cartel, no chamado "clube", para arrematar obras na estatal, com a anuência de parte da diretoria. Veja vídeo "As outras empresas cumpriram com a obrigação de oferecer preços maiores(...) Havia uma combinação com a Petrobras que as empresas convidadas para determinado certame fossem as empresas que faziam parte desse grupo." Os advogados dos executivos da empreiteira Camargo Corrêa acusados no processo, Eduardo Leite e Dalton Avancini, questionaram Mendonça Neto se ele havia visto os empresários participarem de reuniões do "clube" de empresas para acertar a divisão de obras. O delator respondeu não ter visto pessoalmente, mas que foi informado sobre a participação dos executivos da Camargo por meio de um diretor da Toyo Setal que ia às reuniões do clube e funcionava como seu representante nas discussões. PREÇOS SUPERIORES Sobre a sistemática do repasse da propina, Mendonça Neto repetiu que Paulo Roberto Costa recebia por meio do doleiro Alberto Youssef, que gerava notas fiscais por serviços não prestados de suas empresas, e que Renato Duque recebia por meio do pagamento de empresas indicadas por ele ou Pedro Barusco, que era seu subordinado. Ele disse ainda que, em dado momento, as integrantes do cartel começaram a não ter mais tanto sucesso junto à estatal. "A Petrobras passou a chamar outras empresas, de fora do clube." O delator contou que soube, durante as licitações da Comperj, que os preços apresentados pelas empresas do clube estavam superiores aos praticados no mercado, o que gerou reclamações da estatal. "Naquele instante a Petrobras mandou um recado às empresas de que não aceitaria aquelas condições de preço, e acabou trazendo outras empresas pra dentro do certame, inviabilizando assim a continuidade de atuação do clube", exemplificou Mendonça Neto. Veja vídeo
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Protesto anti-Temer chega ao fim com início da chuva e menos manifestantes
No menor protesto das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo contra o presidente Michel Temer desde a conclusão do impeachment, 20 mil manifestantes foram neste domingo (18) à av. Paulista, em São Paulo, de acordo com as estimativas da organização do ato. Os manifestantes dividiram espaço com ciclistas e pessoas que queriam aproveitar a via fechada até a metade da tarde. O ato, previsto para começar às 14h, começou contar com a presença de mais pessoas só depois das 15h e foi chegou ao fim por volta das 18h20, com início de chuva e já com poucos manifestantes. A queda do número de pessoas em relação aos atos anteriores não surpreendeu a organização, que optou por fazer manifestações frequentes ao invés de convocar grandes atos em datas mais espaçadas. Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares e da Frente Brasil Popular, acredita que a estratégia inversa, adotada em atos anti-Dilma, levaria a protestos maiores. "O importante é que estamos mantendo uma manifestação permanente", disse. Ele acredita que os protestos voltarão a crescer quando a reforma da Previdência e a implantação de um teto de gastos passarem a ser discutidas no Congresso. Bonfim atribui a menor presença de manifestantes a vários fatores: a alta frequência dos atos, o envolvimento dos grupos de esquerda com as eleições municipais e com a paralisação marcada para o dia 22, e ao fato de que "felizmente, a violência da polícia diminuiu nos últimos atos". Ele afirma que a violência policial deixa muitas pessoas indignadas e que isso acaba aumentando a quantidade de pessoas que vai aos protestos. O ato do dia 11 deste mês, que marchou ate o parque Ibirapuera e teve três detidos, tinha, segundo os organizadores, 50 mil pessoas. A PM não fez estimativa de público na ocasião. Já o ato do dia 4, que marchou da av. Paulista até o Largo da Batata, tinha 100 mil manifestantes, de acordo com as frentes que convocaram a manifestação. A PM divulgou no dia seguinte estimativa de 30 mil pessoas. O protesto correu pacificamente até o fim, mas, na hora da dispersão, houve corre-corre e ação da polícia, que lançou bombas de gás e usou jatos d'água para afastar os manifestantes. O protesto deste domingo é o primeiro ato pós-impeachment que foi organizando pelas frentes que apoiaram Dilma, mas que não contou com a presença de nenhum político próximo à ex-presidente. Segundo Bonfim, o ato do último domingo foi criticado por alguns militantes porque foi dado espaço para os candidatos à prefeitura de São Paulo Fernando Haddad (PT), atual prefeito, e Luiza Erundina, deputada federal pelo PSOL. Ambos aproveitaram para vincular adversários da disputa eleitoral ao impeachment de Dilma e ao governo Temer. "Algumas pessoas falaram que quase foi um comício", explicou. Neste domingo, a intenção é fazer "mais uma intervenção cultural com falas dos líderes das entidades". Ao todo, seis bandas tocarão no protesto. A primeira foi o conjunto Mustache e os Apaches. TUMULTO Perto das 16h30, houve tumulto e curto confronto entre manifestantes e a PM. A confusão começou quando policiais tentaram apreender bebidas de uma ambulante, que estava vendendo cerveja e água. A mulher resistiu e os policiais borrifaram spray de pimenta da cara dela, que estava sozinha no ato. A ação deixou os manifestantes revoltados e o tumulto começou. Policiais militares bateram com cassetete em manifestantes e fotógrafos da imprensa. Foi lançado também gás lacrimogêneo. O ex-senador Eduardo Suplicy entrou no meio da confusão e tentou apartar os policiais dos manifestantes. Raimundo Bonfim socorreu a ambulante do tumulto. Ela tentou duas vezes voltar para o bolo da confusão para brigar com os policiais, mas foi impedida por Bonfim. O tumulto começou atrás do caminhão de som e, depois de iniciado, vários manifestantes jogaram latinhas de alumínio em direção aos policiais. Depois de várias tentativas, a organização do protesto conseguiu formar um cordão de isolamento ao redor dos policiais, que estavam em menos de dez, e eles contornaram o caminhão até a frente do protesto, onde havia mais alguns PMs. Depois de alguns minutos, os dois grupos se acalmaram e o protesto continuou normalmente.
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Protesto anti-Temer chega ao fim com início da chuva e menos manifestantesNo menor protesto das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo contra o presidente Michel Temer desde a conclusão do impeachment, 20 mil manifestantes foram neste domingo (18) à av. Paulista, em São Paulo, de acordo com as estimativas da organização do ato. Os manifestantes dividiram espaço com ciclistas e pessoas que queriam aproveitar a via fechada até a metade da tarde. O ato, previsto para começar às 14h, começou contar com a presença de mais pessoas só depois das 15h e foi chegou ao fim por volta das 18h20, com início de chuva e já com poucos manifestantes. A queda do número de pessoas em relação aos atos anteriores não surpreendeu a organização, que optou por fazer manifestações frequentes ao invés de convocar grandes atos em datas mais espaçadas. Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares e da Frente Brasil Popular, acredita que a estratégia inversa, adotada em atos anti-Dilma, levaria a protestos maiores. "O importante é que estamos mantendo uma manifestação permanente", disse. Ele acredita que os protestos voltarão a crescer quando a reforma da Previdência e a implantação de um teto de gastos passarem a ser discutidas no Congresso. Bonfim atribui a menor presença de manifestantes a vários fatores: a alta frequência dos atos, o envolvimento dos grupos de esquerda com as eleições municipais e com a paralisação marcada para o dia 22, e ao fato de que "felizmente, a violência da polícia diminuiu nos últimos atos". Ele afirma que a violência policial deixa muitas pessoas indignadas e que isso acaba aumentando a quantidade de pessoas que vai aos protestos. O ato do dia 11 deste mês, que marchou ate o parque Ibirapuera e teve três detidos, tinha, segundo os organizadores, 50 mil pessoas. A PM não fez estimativa de público na ocasião. Já o ato do dia 4, que marchou da av. Paulista até o Largo da Batata, tinha 100 mil manifestantes, de acordo com as frentes que convocaram a manifestação. A PM divulgou no dia seguinte estimativa de 30 mil pessoas. O protesto correu pacificamente até o fim, mas, na hora da dispersão, houve corre-corre e ação da polícia, que lançou bombas de gás e usou jatos d'água para afastar os manifestantes. O protesto deste domingo é o primeiro ato pós-impeachment que foi organizando pelas frentes que apoiaram Dilma, mas que não contou com a presença de nenhum político próximo à ex-presidente. Segundo Bonfim, o ato do último domingo foi criticado por alguns militantes porque foi dado espaço para os candidatos à prefeitura de São Paulo Fernando Haddad (PT), atual prefeito, e Luiza Erundina, deputada federal pelo PSOL. Ambos aproveitaram para vincular adversários da disputa eleitoral ao impeachment de Dilma e ao governo Temer. "Algumas pessoas falaram que quase foi um comício", explicou. Neste domingo, a intenção é fazer "mais uma intervenção cultural com falas dos líderes das entidades". Ao todo, seis bandas tocarão no protesto. A primeira foi o conjunto Mustache e os Apaches. TUMULTO Perto das 16h30, houve tumulto e curto confronto entre manifestantes e a PM. A confusão começou quando policiais tentaram apreender bebidas de uma ambulante, que estava vendendo cerveja e água. A mulher resistiu e os policiais borrifaram spray de pimenta da cara dela, que estava sozinha no ato. A ação deixou os manifestantes revoltados e o tumulto começou. Policiais militares bateram com cassetete em manifestantes e fotógrafos da imprensa. Foi lançado também gás lacrimogêneo. O ex-senador Eduardo Suplicy entrou no meio da confusão e tentou apartar os policiais dos manifestantes. Raimundo Bonfim socorreu a ambulante do tumulto. Ela tentou duas vezes voltar para o bolo da confusão para brigar com os policiais, mas foi impedida por Bonfim. O tumulto começou atrás do caminhão de som e, depois de iniciado, vários manifestantes jogaram latinhas de alumínio em direção aos policiais. Depois de várias tentativas, a organização do protesto conseguiu formar um cordão de isolamento ao redor dos policiais, que estavam em menos de dez, e eles contornaram o caminhão até a frente do protesto, onde havia mais alguns PMs. Depois de alguns minutos, os dois grupos se acalmaram e o protesto continuou normalmente.
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Com mercado desaquecido, 'inflação de aluguéis' se descola da realidade
Se o seu contrato do aluguel está vencendo e você tem a intenção de permanecer no imóvel, é possível que já esteja preocupado com as condições da renovação. O proprietário vai alterar o preço? Como conduzir essa negociação? O que devo levar em consideração na hora de conversar? É normal, nesse contexto, que o locatário procure saber como anda o IGP-M, índice que serve como base para reajuste de contratos diversos, entre eles os de imóveis. Atualmente, porém, é preciso refletir se esse índice traduz o que realmente ocorre no mercado. Nos últimos anos, a construção civil passou por um momento de grande expansão e, com isso, o preço dos imóveis disparou. Ao mesmo tempo, também cresceu expressivamente a quantidade de imóveis novos no mercado. Em 2013, por exemplo, a venda de imóveis residenciais novos subiu 23% apenas em São Paulo, de acordo com dados do Secovi (Sindicato da Habitação Paulista). O mercado teve seu boom, mas deu sinais de desaceleração já em 2014. A oferta ficou grande demais para uma demanda que já não era tão ampla, e o agravamento da crise econômica também contribuiu para a piora de resultados no setor. Ruim para as construtoras e os donos de imóveis, bom para quem tem interesse em alugar ou renovar um contrato. Dê uma volta em sua vizinhança e conte quantas placas de "vende-se" e "aluga-se" você encontra pelo caminho. Isso não acontece só com casas e apartamentos, mas também com pontos comerciais. Por isso, se o locatário encontrar dificuldades na negociação, não terá muito trabalho em achar outro imóvel por condições mais favoráveis. Se o quadro fosse o oposto, a lógica se inverteria, mas o princípio da negociação seria o mesmo. Em um cenário em que a oferta é menor que a demanda, o morador pode acabar sendo despejado se não concordar com o aumento do aluguel, já que fica mais fácil encontrar um novo inquilino. No fim das contas, independentemente de o IGP-M se ajustar para cima ou para baixo, o índice está longe de mostrar o que acontece no mercado. Ele pode, de certa forma, ter alguma relação com o preço de atacado, mas acaba sem peso algum na negociação direta com o proprietário. Para quem está com o contrato perto do vencimento, é bom pesquisar os preços e avaliar se existem imóveis mais baratos e em melhores condições. Ainda que exista interesse em permanecer no mesmo lugar, a pesquisa ajuda a fundamentar sua argumentação na hora de negociar os valores.
colunas
Com mercado desaquecido, 'inflação de aluguéis' se descola da realidadeSe o seu contrato do aluguel está vencendo e você tem a intenção de permanecer no imóvel, é possível que já esteja preocupado com as condições da renovação. O proprietário vai alterar o preço? Como conduzir essa negociação? O que devo levar em consideração na hora de conversar? É normal, nesse contexto, que o locatário procure saber como anda o IGP-M, índice que serve como base para reajuste de contratos diversos, entre eles os de imóveis. Atualmente, porém, é preciso refletir se esse índice traduz o que realmente ocorre no mercado. Nos últimos anos, a construção civil passou por um momento de grande expansão e, com isso, o preço dos imóveis disparou. Ao mesmo tempo, também cresceu expressivamente a quantidade de imóveis novos no mercado. Em 2013, por exemplo, a venda de imóveis residenciais novos subiu 23% apenas em São Paulo, de acordo com dados do Secovi (Sindicato da Habitação Paulista). O mercado teve seu boom, mas deu sinais de desaceleração já em 2014. A oferta ficou grande demais para uma demanda que já não era tão ampla, e o agravamento da crise econômica também contribuiu para a piora de resultados no setor. Ruim para as construtoras e os donos de imóveis, bom para quem tem interesse em alugar ou renovar um contrato. Dê uma volta em sua vizinhança e conte quantas placas de "vende-se" e "aluga-se" você encontra pelo caminho. Isso não acontece só com casas e apartamentos, mas também com pontos comerciais. Por isso, se o locatário encontrar dificuldades na negociação, não terá muito trabalho em achar outro imóvel por condições mais favoráveis. Se o quadro fosse o oposto, a lógica se inverteria, mas o princípio da negociação seria o mesmo. Em um cenário em que a oferta é menor que a demanda, o morador pode acabar sendo despejado se não concordar com o aumento do aluguel, já que fica mais fácil encontrar um novo inquilino. No fim das contas, independentemente de o IGP-M se ajustar para cima ou para baixo, o índice está longe de mostrar o que acontece no mercado. Ele pode, de certa forma, ter alguma relação com o preço de atacado, mas acaba sem peso algum na negociação direta com o proprietário. Para quem está com o contrato perto do vencimento, é bom pesquisar os preços e avaliar se existem imóveis mais baratos e em melhores condições. Ainda que exista interesse em permanecer no mesmo lugar, a pesquisa ajuda a fundamentar sua argumentação na hora de negociar os valores.
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Secretária de Doria, Soninha quer camping para morador de rua em SP
Futura secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Soninha Francine (PPS), 49, defende a criação de campings para moradores de rua –são quase 16 mil, segundo censo de 2015–, de lugares seguros para o uso de crack e, em um "mundo dos sonhos", que o princípio ativo da maconha fosse ministrado controladamente em usuários, como política de redução de danos. Tudo isso numa gestão tucana, de João Doria. Mas ela diz ainda não ter consultado o futuro prefeito. Em entrevista nesta quinta (10), após ter sido apresentada como parte da equipe de Doria, afirmou que não acabará com o programa Braços Abertos, de Haddad (PT), que preconiza a redução do uso de crack por meio da oferta de emprego e moradia, mas condicionará a participação de usuários ao tratamento –principal proposta do Estado, por meio do programa Recomeço. * Qual será o futuro do programa Braços Abertos? Desocupação e despejo não estão no horizonte. Mas temos que ter condicionalidades. Não pode ser tão flexível assim. Condicionar a remuneração à participação de oficinas, consultas, medicação, por exemplo. E podemos dar um voucher, e não dinheiro, que dê direito a almoço num restaurante, roupa nova, ingresso no cinema, viagem. Isso não desestimulará os beneficiários, que têm autonomia para decidir o que fazer com o dinheiro? Podem ter autonomia para fazer o que quiserem com o dinheiro, mas a condicionalidade tem que ser revista. Se concluirmos, a partir de muita análise e reflexão, que o dinheiro é importante no tratamento, então poderemos mantê-lo. É possível acabar com a cracolândia? Acho que sim. Mas com medidas ousadas. Não vou dizer que vou conseguir fazer isso, mas se pudesse, faria: lugares seguros para o uso. Isso está sendo testado em alguns lugares do mundo. Exige um "rigor flexível" e resiliência. Não faço ideia se a gente tem condição de experimentar isso em São Paulo. Mas teria resistência. Vai desagradar quem achar que isso pode ser uma violação do direito da pessoa de querer ficar onde quiser; outros vão dizer que não dá para a prefeitura pagar um lugar limpinho, gastar dinheiro público para o cara poder usar o crack. E tem o tráfico, ainda por cima. Se acabar o fluxo, acaba com a feira de pedra, e os vendedores não vão gostar disso. No mundo dos sonhos de Soninha Francine, a gente iria sintetizar o princípio ativo da maconha para ministrá-lo de maneira controlada. Existem estudos demonstrando que surte efeito para o auxílio da abstinência. A prefeitura deveria permitir que seja feito um estudo. Não quero desrespeitar a lei, quero uma interpretação compreensiva dela. Quem seria contra usar morfina no tratamento de câncer? Não sei o que o prefeito [eleito] pensa disso, sei que o Ronaldo Laranjeira, que é o principal mentor do Recomeço, abomina. Esse embate meu com ele é antigo. Defendo a legalização da maconha, ele acha absurdo. Essa postura dele, super rígida, inflexível e intolerante, gera impressões erradas a respeito do Recomeço. Dá a impressão que o Recomeço é só trancafiar dependente e pronto e o programa é muito mais que isso –tem oficinas, avaliações médicas e sociais e a internação compulsória é rara. O Doria concordaria com isso? Eu acho que ele concordaria desde que estivesse vinculado a um tratamento de saúde. Ele mais ou menos já deu a entender que a gente pode até estudar o que já foi feito em outros lugares do mundo na direção de um lugar seguro para o uso, desde que isso esteja combinado com uma porta de entrada para um atendimento em saúde. Secretários de Doria Os hotéis do Braços Abertos serão mantidos? O objetivo tem que ser vaga em hotel social para todos, inclusive usuários de álcool, cocaína. Continuaria abrindo hotéis, mas não só para usuários de crack. São Paulo precisa de muito mais hotéis sociais, não necessariamente vinculados ao trabalho –ao tratamento, sim. É um modelo melhor que albergue. Pretende substituir albergues por hotéis? Com que recursos? Gradativamente, sim. O albergue é um equipamento de emergência. Sem parceria, é difícil. Mas a possibilidade de parcerias é muito palpável. Como a GCM (Guarda Civil Metropolitana) deve tratar moradores de rua? Pode retirar seus pertences? A GCM nunca parou de tirar pertences de moradores de rua. Os moradores têm que ter onde guardar as coisas, como armários. E a guarda não pode tirar o que pertence a uma pessoa. O que se pode alegar é que a pessoa não pode ter um sofá, um fogão, na rua. E a prefeitura poderia recolher os cobertores, lavar e devolvê-los no dia seguinte. Barracas em praças serão admitidas? No inverno, como fica? Todas as pessoas têm o direito à praça. E não é lugar para se viver. Temos que oferecer uma alternativa melhor. A barraca é muito interessante como alternativa, não é à toa que faz tanto sucesso. Por que não admitir um acampamento decente, como se fosse um camping, com chuveiro, regras, espaço de convivência. Não são refugiados? Se oferecermos um acampamento decente para refugiados, contemplaremos duas necessidades básicas: privacidade e convivência. O albergue não tem uma coisa nem outra. Em um camping, você pode ter uma área de convivência, área de refeições, área de preparo para refeições, um lugar para ficar tocando um violão. Onde seriam esses campings? Embaixo de viadutos, por exemplo. É melhorar o que já tem. Temos de chegar lá e dizer: "vamos arrumar isso aqui direito?" Vamos separar lugar de comer, do lugar de ir ao banheiro, do lugar de dormir? Só de organizar o que já existe... Esse não é o objetivo. O objetivo é criar acampamentos [com mais estrutura, em outros lugares]. Mas é uma providência imediata e urgente. Em outros países, você tem mais ou menos isso, só que são trailers. Acho bastante razoável que você ofereça barracas de camping. Um dos desafios é respeitar a necessidade de privacidade e a necessidade totalmente humana de convivência das pessoas. Mas como colocar banheiro embaixo de viadutos? Banheiro químico é muito ruim, né? Dependendo do lugar, pode ser de alvenaria. Debaixo de um viaduto você pode construir banheiros de alvenaria, um tanque. Ou banheiros em ônibus, van. Você tem terrenos vagos, que estão aguardando investimento, terreno que é usado como estacionamento. A população não vai reclamar da ampliação de barracas? Temos que oferecer diferentes portas de entrada para dar total autonomia, independência e condições humanas para os moradores de rua. Teremos desde acampamento de refugiados –como emergência– até uma residência assistida. E o albergue, mas não como solução ideal. Temos de melhorá-los imediatamente: ter regras que não sejam tão rigorosas, sem horário rígido, por exemplo. E tem que ter canil. O Doria sabe da ideia do camping? Não parece ser algo com o qual ele concordaria. Olha, também me passa pela cabeça. Ele encaminhou para falar comigo alguém com muito conhecimento nessa área e exigência altíssima com o que se propõe a fazer. Ela achou interessante a ideia do acampamento. Com o Doria ainda não conversei. Mas não vamos admitir uma zona, sujeira. Tipo, não dá para comer na barraca. Como é ter sido eleita vereadora pelo PT, em 2004, e agora integrar uma gestão do PSDB? Eu aprendi a odiar menos o PSDB. Eu me recusava a admitir que qualquer coisa feita pelo PSDB era boa e condenava privatização. Dizia: "nós estamos alienando ativos por um valor muito abaixo do mercado para o setor privado, que vai explorar nossas riquezas". E com o tempo, essa minha aversão ao PSDB deixou de existir. Continuo discordando de algumas visões, de algumas pessoas dentro do partido, óbvio, naturalmente. Mas não tenho mais aversão. Um dos motivos foi ter participado de uma bancada na Câmara Municipal [quando era do PT] que atuava convictamente no "quanto pior, melhor". A gente combinava as mentiras que ia contar a respeito dos projetos do prefeito [na época, José Serra, do PSDB], que a bancada avaliava no mérito como bons. A bancada decidia votar contra, obstruir, soltar uma nota oficial descendo o pau no projeto. Eu nunca esperava isso da minha bancada. A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social vai abrigar outras, como a de Política para as Mulheres? Ainda não sei como vai ser. Eu quero tudo para mim, pode me mandar que eu quero. Mas pode ser que mulheres, LGBT, idosos, imigrantes fiquem sob a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania. Mas vou trabalhar muito com esses assuntos também.
cotidiano
Secretária de Doria, Soninha quer camping para morador de rua em SPFutura secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Soninha Francine (PPS), 49, defende a criação de campings para moradores de rua –são quase 16 mil, segundo censo de 2015–, de lugares seguros para o uso de crack e, em um "mundo dos sonhos", que o princípio ativo da maconha fosse ministrado controladamente em usuários, como política de redução de danos. Tudo isso numa gestão tucana, de João Doria. Mas ela diz ainda não ter consultado o futuro prefeito. Em entrevista nesta quinta (10), após ter sido apresentada como parte da equipe de Doria, afirmou que não acabará com o programa Braços Abertos, de Haddad (PT), que preconiza a redução do uso de crack por meio da oferta de emprego e moradia, mas condicionará a participação de usuários ao tratamento –principal proposta do Estado, por meio do programa Recomeço. * Qual será o futuro do programa Braços Abertos? Desocupação e despejo não estão no horizonte. Mas temos que ter condicionalidades. Não pode ser tão flexível assim. Condicionar a remuneração à participação de oficinas, consultas, medicação, por exemplo. E podemos dar um voucher, e não dinheiro, que dê direito a almoço num restaurante, roupa nova, ingresso no cinema, viagem. Isso não desestimulará os beneficiários, que têm autonomia para decidir o que fazer com o dinheiro? Podem ter autonomia para fazer o que quiserem com o dinheiro, mas a condicionalidade tem que ser revista. Se concluirmos, a partir de muita análise e reflexão, que o dinheiro é importante no tratamento, então poderemos mantê-lo. É possível acabar com a cracolândia? Acho que sim. Mas com medidas ousadas. Não vou dizer que vou conseguir fazer isso, mas se pudesse, faria: lugares seguros para o uso. Isso está sendo testado em alguns lugares do mundo. Exige um "rigor flexível" e resiliência. Não faço ideia se a gente tem condição de experimentar isso em São Paulo. Mas teria resistência. Vai desagradar quem achar que isso pode ser uma violação do direito da pessoa de querer ficar onde quiser; outros vão dizer que não dá para a prefeitura pagar um lugar limpinho, gastar dinheiro público para o cara poder usar o crack. E tem o tráfico, ainda por cima. Se acabar o fluxo, acaba com a feira de pedra, e os vendedores não vão gostar disso. No mundo dos sonhos de Soninha Francine, a gente iria sintetizar o princípio ativo da maconha para ministrá-lo de maneira controlada. Existem estudos demonstrando que surte efeito para o auxílio da abstinência. A prefeitura deveria permitir que seja feito um estudo. Não quero desrespeitar a lei, quero uma interpretação compreensiva dela. Quem seria contra usar morfina no tratamento de câncer? Não sei o que o prefeito [eleito] pensa disso, sei que o Ronaldo Laranjeira, que é o principal mentor do Recomeço, abomina. Esse embate meu com ele é antigo. Defendo a legalização da maconha, ele acha absurdo. Essa postura dele, super rígida, inflexível e intolerante, gera impressões erradas a respeito do Recomeço. Dá a impressão que o Recomeço é só trancafiar dependente e pronto e o programa é muito mais que isso –tem oficinas, avaliações médicas e sociais e a internação compulsória é rara. O Doria concordaria com isso? Eu acho que ele concordaria desde que estivesse vinculado a um tratamento de saúde. Ele mais ou menos já deu a entender que a gente pode até estudar o que já foi feito em outros lugares do mundo na direção de um lugar seguro para o uso, desde que isso esteja combinado com uma porta de entrada para um atendimento em saúde. Secretários de Doria Os hotéis do Braços Abertos serão mantidos? O objetivo tem que ser vaga em hotel social para todos, inclusive usuários de álcool, cocaína. Continuaria abrindo hotéis, mas não só para usuários de crack. São Paulo precisa de muito mais hotéis sociais, não necessariamente vinculados ao trabalho –ao tratamento, sim. É um modelo melhor que albergue. Pretende substituir albergues por hotéis? Com que recursos? Gradativamente, sim. O albergue é um equipamento de emergência. Sem parceria, é difícil. Mas a possibilidade de parcerias é muito palpável. Como a GCM (Guarda Civil Metropolitana) deve tratar moradores de rua? Pode retirar seus pertences? A GCM nunca parou de tirar pertences de moradores de rua. Os moradores têm que ter onde guardar as coisas, como armários. E a guarda não pode tirar o que pertence a uma pessoa. O que se pode alegar é que a pessoa não pode ter um sofá, um fogão, na rua. E a prefeitura poderia recolher os cobertores, lavar e devolvê-los no dia seguinte. Barracas em praças serão admitidas? No inverno, como fica? Todas as pessoas têm o direito à praça. E não é lugar para se viver. Temos que oferecer uma alternativa melhor. A barraca é muito interessante como alternativa, não é à toa que faz tanto sucesso. Por que não admitir um acampamento decente, como se fosse um camping, com chuveiro, regras, espaço de convivência. Não são refugiados? Se oferecermos um acampamento decente para refugiados, contemplaremos duas necessidades básicas: privacidade e convivência. O albergue não tem uma coisa nem outra. Em um camping, você pode ter uma área de convivência, área de refeições, área de preparo para refeições, um lugar para ficar tocando um violão. Onde seriam esses campings? Embaixo de viadutos, por exemplo. É melhorar o que já tem. Temos de chegar lá e dizer: "vamos arrumar isso aqui direito?" Vamos separar lugar de comer, do lugar de ir ao banheiro, do lugar de dormir? Só de organizar o que já existe... Esse não é o objetivo. O objetivo é criar acampamentos [com mais estrutura, em outros lugares]. Mas é uma providência imediata e urgente. Em outros países, você tem mais ou menos isso, só que são trailers. Acho bastante razoável que você ofereça barracas de camping. Um dos desafios é respeitar a necessidade de privacidade e a necessidade totalmente humana de convivência das pessoas. Mas como colocar banheiro embaixo de viadutos? Banheiro químico é muito ruim, né? Dependendo do lugar, pode ser de alvenaria. Debaixo de um viaduto você pode construir banheiros de alvenaria, um tanque. Ou banheiros em ônibus, van. Você tem terrenos vagos, que estão aguardando investimento, terreno que é usado como estacionamento. A população não vai reclamar da ampliação de barracas? Temos que oferecer diferentes portas de entrada para dar total autonomia, independência e condições humanas para os moradores de rua. Teremos desde acampamento de refugiados –como emergência– até uma residência assistida. E o albergue, mas não como solução ideal. Temos de melhorá-los imediatamente: ter regras que não sejam tão rigorosas, sem horário rígido, por exemplo. E tem que ter canil. O Doria sabe da ideia do camping? Não parece ser algo com o qual ele concordaria. Olha, também me passa pela cabeça. Ele encaminhou para falar comigo alguém com muito conhecimento nessa área e exigência altíssima com o que se propõe a fazer. Ela achou interessante a ideia do acampamento. Com o Doria ainda não conversei. Mas não vamos admitir uma zona, sujeira. Tipo, não dá para comer na barraca. Como é ter sido eleita vereadora pelo PT, em 2004, e agora integrar uma gestão do PSDB? Eu aprendi a odiar menos o PSDB. Eu me recusava a admitir que qualquer coisa feita pelo PSDB era boa e condenava privatização. Dizia: "nós estamos alienando ativos por um valor muito abaixo do mercado para o setor privado, que vai explorar nossas riquezas". E com o tempo, essa minha aversão ao PSDB deixou de existir. Continuo discordando de algumas visões, de algumas pessoas dentro do partido, óbvio, naturalmente. Mas não tenho mais aversão. Um dos motivos foi ter participado de uma bancada na Câmara Municipal [quando era do PT] que atuava convictamente no "quanto pior, melhor". A gente combinava as mentiras que ia contar a respeito dos projetos do prefeito [na época, José Serra, do PSDB], que a bancada avaliava no mérito como bons. A bancada decidia votar contra, obstruir, soltar uma nota oficial descendo o pau no projeto. Eu nunca esperava isso da minha bancada. A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social vai abrigar outras, como a de Política para as Mulheres? Ainda não sei como vai ser. Eu quero tudo para mim, pode me mandar que eu quero. Mas pode ser que mulheres, LGBT, idosos, imigrantes fiquem sob a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania. Mas vou trabalhar muito com esses assuntos também.
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Enquanto na China a economia avança, no Brasil tropeça
A participação da China no PIB mundial saltou de 2,4% em 1982 para 13% em 2014. A do Brasil aumentou ligeiramente, de 1,9% para 2,8%. A China investe 13% do PIB em projetos de infraestrutura. Os investimentos brasileiros nesse setor, nas décadas de 1990 e 2000, estiveram próximos de 2% do PIB. A participação chinesa nas exportações mundiais multiplicou-se de 1,2% em 1982 para 13,8% em 2015. A do Brasil estagnou ao redor de 1,2%. A China avançou nas exportações de maior valor adicionado. As corporações transnacionais articularam parte da produção nos países vizinhos –Vietnã, Filipinas, Malásia, Mianmar– e reforçaram as cadeias regionais de suprimento de componentes, máquinas e elaboração de produtos finais na China. Essa "fábrica asiática" já produz quase metade dos bens industrializados do mundo. O Brasil ampliou as exportações de commodities e aprofundou a especialização regressiva de sua estrutura produtiva. Esses fatos explicitam as limitações do processo de desenvolvimento e da inserção internacional da economia brasileira nos últimos 30 anos. Persistiram –quaisquer que fossem os governos no poder– enormes deficiências no planejamento estatal, falta de coordenação entre as políticas macroeconômicas e de desenvolvimento, fragilidades intrínsecas ao regime macroeconômico e dificuldades em articular os interesses dos diversos órgãos públicos, atores e classes sociais. Enfim, obstáculos renitentes e de distintas ordens que dificultaram a execução dos projetos de investimentos. Discussões recentes, inclusive nesta "Ilustríssima", têm priorizado os desequilíbrios financeiros do setor público e apresentado como mecanismo de ajuste a contenção dos gastos sociais. É verdade que a construção de um Estado de bem-estar social –delineado na Constituição de 1988– cria pressões sobre o gasto público para enfrentar as enormes carências e a extrema desigualdade de renda ainda presentes na sociedade brasileira. Estudos a partir das declarações de Imposto de Renda indicam que a queda da desigualdade na última década ficou restrita à base da pirâmide, com a fatia dos mais pobres ocupando o espaço dos estratos intermediários. A fatia da renda dos mais ricos e, sobretudo a renda da propriedade, cresceu antes da crise de 2008 e resistiu à queda no período posterior, ao mesmo tempo em que o estoque de riqueza seguiu aumentando acima da produção. Outro resultado interessante é que os muito ricos pagam menos impostos, proporcionalmente à sua renda, do que os segmentos sociais intermediários. Nesse contexto, é crucial equacionar os desequilíbrios financeiros do setor público sem abortar o incipiente Estado de bem-estar social. Há certa margem, ainda que estreita, via eliminação de ineficiências e distorções do gasto, inclusive do social. Porém será necessário reorientar a ação redistributiva do gasto para uma tributação mais progressiva. Trata-se de redistribuir a carga tributária entre os estratos sociais, ampliando a incidência sobre a renda dos mais ricos e o patrimônio –reduzindo, simultaneamente, os tributos sobre a produção, os lucros das empresas e a folha salarial com ganhos de competitividade no setor produtivo. Os indivíduos muito ricos podem contribuir mais para um "ajuste solidário" compatível com o aperfeiçoamento do Estado social e a viabilização de uma sociedade menos desigual. O que é tão ou mais importante é que o ajuste fiscal, via equacionamento do deficit primário, por si só, não removerá os obstáculos ao desenvolvimento ou modificará a inserção internacional do país. Parece haver uma redução do espírito empreendedor do empresariado brasileiro e o predomínio de um comportamento rentista e defensivo. Em junho de 2016, as despesas com juros do Estado brasileiro, acumuladas em 12 meses, somaram R$ 449 bilhões ou 7,5% do PIB. As receitas financeiras das corporações tendem a ultrapassar as operacionais. Ademais, empresas de diversos setores industriais optaram por investir em modernização, com pouca expansão de capacidade e diversificação produtiva. Predominou o aumento das importações –sobretudo da "fábrica asiática"– e a perda de densidade das cadeias produtivas, que se intensificou após a crise de 2008, quando se acirrou a concorrência nos mercados de bens manufaturados. MUDANÇA ESTATAL Observa-se ainda uma mudança na estrutura empresarial brasileira comprometida com a expansão e o desenvolvimento do setor industrial. As estatais, no período desenvolvimentista, investiam na frente da demanda, sobretudo em infraestrutura, e criavam um horizonte de rentabilidade para o setor privado. Essa articulação foi desmantelada nas últimas décadas, perdendo-se um instrumento de coordenação dos investimentos. Restaram fundamentalmente a Petrobras, a Eletrobras, a Infraero e poucas empresas estaduais distribuidoras de energia elétrica. Novas estatais foram criadas, como a Telebras, para universalizar o acesso à internet, ou a Amazul, para gerir o programa nuclear e a construção de submarinos –projetos embrionários ou abortados, incapazes de recolocar o país na rota do desenvolvimento. Por sua vez, grande parte das multinacionais que lideram as cadeias globais de valor está instalada no Brasil. Elas possuem como estratégia predominante o suprimento do mercado interno, a partir de suas plantas espalhadas pela Ásia, Europa ou América do Norte. Em conjunturas de taxas de câmbio favoráveis, ampliam as exportações das plataformas brasileiras, sem promover mudanças na inserção do país nas redes globais de produção. O comportamento do sistema financeiro doméstico persiste, por um lado, altamente especulativo, operando agressivamente em ações e derivativos com ampla participação de investidores estrangeiros; e, por outro, profundamente rentista e defensivo, apoiando-se em títulos de dívida e operações de crédito de elevada rentabilidade. A despeito de importantes inovações –letra financeira e debênture de infraestrutura–, o financiamento do investimento persiste caro, escasso e com prazo relativamente curto. A aplicação alternativa em títulos públicos faz com que os investidores e as instituições financeiras exijam remunerações muito altas para a concessão de empréstimos. Todavia, o investimento é um fenômeno financeiro. Hyman P. Minsky, no livro "Estabilizando uma Economia Instável" (1986), afirmava: "A decisão de adquirir ativos de capital é, basicamente, a decisão de ampliar o passivo (endividamento)". Como, então, financiar o crescimento e o desenvolvimento econômico com restrições de crédito de longo prazo às empresas e famílias? As instituições financeiras oficiais, a despeito de relevantes, parecem insuficientes para enfrentar os desafios. Não por acaso, impôs-se a capitalização do Tesouro ao BNDES de R$ 512,7 bilhões, entre 2008 e 2014; e ao Banco do Brasil e à Caixa, de R$ 49,3 bilhões. Tal movimento permitiu a montagem de complexas engenharias patrimoniais. Esses arranjos envolveram as instituições financeiras federais (BNDES, Banco do Brasil, Caixa), as estatais (Petrobras, Eletrobras, Infraero), os fundos de pensão (Previ, Petros, Funcef) e as empresas e os bancos privados. O Tesouro, em boa medida, se endividou para contornar as limitações do mercado privado e viabilizar a alocação dos recursos em taxas e prazos mais adequados ao financiamento dos projetos prioritários. Foram iniciativas importantes, algumas de elevado ônus e suscetíveis a relações conflituosas (quiçá perniciosas) entre empreiteiras, estatais e partidos políticos e incapazes de promover mudanças estruturais nos mercados financeiros. Não se equacionou, portanto, o padrão de financiamento do investimento. Enfim, as empresas de capital nacional –na maioria, atrasadas tecnologicamente e constrangidas financeiramente– terão capacidade de enfrentar os desafios internos e externos? No âmbito internacional, serão capazes de fazer face à concorrência chinesa nos projetos do Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics com o objetivo de financiar a infraestrutura nas economias emergentes? Como enfrentar a quarta revolução tecnológica –automação, robótica, inteligência artificial, nanotecnologia, neurociência, novas formas de energia e novos materiais– e a tendência ao encurtamento das cadeias produtivas, com a verticalização da produção de alta tecnologia? Como avançar na modernização da infraestrutura doméstica? Desde "O Modelo Político Brasileiro" (Fernando Henrique Cardoso, 1971) e "A Revolução Burguesa no Brasil" (Florestan Fernandes, 1975), sabe-se que o capitalismo periférico, "dependente e associado" é "capenga", em países sem "vocação para potência" (José Luís Fiori, "O Poder Americano", 2004). Neste momento, o capitalismo brasileiro expõe suas fragilidades: desarticulação entre Estado, empresas nacionais e transacionais, limitações dos financiamentos de longo prazo, dificuldades de introdução endógena de progresso técnico, atraso institucional. Esse capitalismo precisa ser repensado e reorganizado, o que requer ousadia e visão estratégica. Para Fernando Novais ("Aproximações", 2005), "a História viva é sempre a concretização de uma das possibilidades abertas pelos movimentos das estruturas". Por um lado, a crise econômica e as lutas políticas e sociais permitem a seleção de alternativas pelos grupos, classes e indivíduos com maiores recursos de poder, os quais buscam, em geral, preservar o "status quo", em seu renitente "suave fracasso", que predomina desde a crise de 1982. Por outro, impulsionam o surgimento de novos modelos de organização e de gestão da produção, da moeda e do crédito, a introdução de inovações institucionais e tecnológicas, o reposicionamento geopolítico. Os limites e potencialidades do capitalismo brasileiro precisam ser debatidos com urgência pelos diversos segmentos sociais: governos, sindicatos patronais e trabalhistas, partidos políticos, intelectuais, jornalistas e sociedade civil. MARCOS ANTONIO MACEDO CINTRA, 54, é economista, pesquisador do Ipea e membro do conselho editorial da revista "Novos Estudos", do Cebrap. RODRIGO ORAIR, 36, é economista e pesquisador do Ipea. Nota: As visões expressas pelos autores não refletem necessariamente as posições do Ipea ou as do governo brasileiro.
ilustrissima
Enquanto na China a economia avança, no Brasil tropeçaA participação da China no PIB mundial saltou de 2,4% em 1982 para 13% em 2014. A do Brasil aumentou ligeiramente, de 1,9% para 2,8%. A China investe 13% do PIB em projetos de infraestrutura. Os investimentos brasileiros nesse setor, nas décadas de 1990 e 2000, estiveram próximos de 2% do PIB. A participação chinesa nas exportações mundiais multiplicou-se de 1,2% em 1982 para 13,8% em 2015. A do Brasil estagnou ao redor de 1,2%. A China avançou nas exportações de maior valor adicionado. As corporações transnacionais articularam parte da produção nos países vizinhos –Vietnã, Filipinas, Malásia, Mianmar– e reforçaram as cadeias regionais de suprimento de componentes, máquinas e elaboração de produtos finais na China. Essa "fábrica asiática" já produz quase metade dos bens industrializados do mundo. O Brasil ampliou as exportações de commodities e aprofundou a especialização regressiva de sua estrutura produtiva. Esses fatos explicitam as limitações do processo de desenvolvimento e da inserção internacional da economia brasileira nos últimos 30 anos. Persistiram –quaisquer que fossem os governos no poder– enormes deficiências no planejamento estatal, falta de coordenação entre as políticas macroeconômicas e de desenvolvimento, fragilidades intrínsecas ao regime macroeconômico e dificuldades em articular os interesses dos diversos órgãos públicos, atores e classes sociais. Enfim, obstáculos renitentes e de distintas ordens que dificultaram a execução dos projetos de investimentos. Discussões recentes, inclusive nesta "Ilustríssima", têm priorizado os desequilíbrios financeiros do setor público e apresentado como mecanismo de ajuste a contenção dos gastos sociais. É verdade que a construção de um Estado de bem-estar social –delineado na Constituição de 1988– cria pressões sobre o gasto público para enfrentar as enormes carências e a extrema desigualdade de renda ainda presentes na sociedade brasileira. Estudos a partir das declarações de Imposto de Renda indicam que a queda da desigualdade na última década ficou restrita à base da pirâmide, com a fatia dos mais pobres ocupando o espaço dos estratos intermediários. A fatia da renda dos mais ricos e, sobretudo a renda da propriedade, cresceu antes da crise de 2008 e resistiu à queda no período posterior, ao mesmo tempo em que o estoque de riqueza seguiu aumentando acima da produção. Outro resultado interessante é que os muito ricos pagam menos impostos, proporcionalmente à sua renda, do que os segmentos sociais intermediários. Nesse contexto, é crucial equacionar os desequilíbrios financeiros do setor público sem abortar o incipiente Estado de bem-estar social. Há certa margem, ainda que estreita, via eliminação de ineficiências e distorções do gasto, inclusive do social. Porém será necessário reorientar a ação redistributiva do gasto para uma tributação mais progressiva. Trata-se de redistribuir a carga tributária entre os estratos sociais, ampliando a incidência sobre a renda dos mais ricos e o patrimônio –reduzindo, simultaneamente, os tributos sobre a produção, os lucros das empresas e a folha salarial com ganhos de competitividade no setor produtivo. Os indivíduos muito ricos podem contribuir mais para um "ajuste solidário" compatível com o aperfeiçoamento do Estado social e a viabilização de uma sociedade menos desigual. O que é tão ou mais importante é que o ajuste fiscal, via equacionamento do deficit primário, por si só, não removerá os obstáculos ao desenvolvimento ou modificará a inserção internacional do país. Parece haver uma redução do espírito empreendedor do empresariado brasileiro e o predomínio de um comportamento rentista e defensivo. Em junho de 2016, as despesas com juros do Estado brasileiro, acumuladas em 12 meses, somaram R$ 449 bilhões ou 7,5% do PIB. As receitas financeiras das corporações tendem a ultrapassar as operacionais. Ademais, empresas de diversos setores industriais optaram por investir em modernização, com pouca expansão de capacidade e diversificação produtiva. Predominou o aumento das importações –sobretudo da "fábrica asiática"– e a perda de densidade das cadeias produtivas, que se intensificou após a crise de 2008, quando se acirrou a concorrência nos mercados de bens manufaturados. MUDANÇA ESTATAL Observa-se ainda uma mudança na estrutura empresarial brasileira comprometida com a expansão e o desenvolvimento do setor industrial. As estatais, no período desenvolvimentista, investiam na frente da demanda, sobretudo em infraestrutura, e criavam um horizonte de rentabilidade para o setor privado. Essa articulação foi desmantelada nas últimas décadas, perdendo-se um instrumento de coordenação dos investimentos. Restaram fundamentalmente a Petrobras, a Eletrobras, a Infraero e poucas empresas estaduais distribuidoras de energia elétrica. Novas estatais foram criadas, como a Telebras, para universalizar o acesso à internet, ou a Amazul, para gerir o programa nuclear e a construção de submarinos –projetos embrionários ou abortados, incapazes de recolocar o país na rota do desenvolvimento. Por sua vez, grande parte das multinacionais que lideram as cadeias globais de valor está instalada no Brasil. Elas possuem como estratégia predominante o suprimento do mercado interno, a partir de suas plantas espalhadas pela Ásia, Europa ou América do Norte. Em conjunturas de taxas de câmbio favoráveis, ampliam as exportações das plataformas brasileiras, sem promover mudanças na inserção do país nas redes globais de produção. O comportamento do sistema financeiro doméstico persiste, por um lado, altamente especulativo, operando agressivamente em ações e derivativos com ampla participação de investidores estrangeiros; e, por outro, profundamente rentista e defensivo, apoiando-se em títulos de dívida e operações de crédito de elevada rentabilidade. A despeito de importantes inovações –letra financeira e debênture de infraestrutura–, o financiamento do investimento persiste caro, escasso e com prazo relativamente curto. A aplicação alternativa em títulos públicos faz com que os investidores e as instituições financeiras exijam remunerações muito altas para a concessão de empréstimos. Todavia, o investimento é um fenômeno financeiro. Hyman P. Minsky, no livro "Estabilizando uma Economia Instável" (1986), afirmava: "A decisão de adquirir ativos de capital é, basicamente, a decisão de ampliar o passivo (endividamento)". Como, então, financiar o crescimento e o desenvolvimento econômico com restrições de crédito de longo prazo às empresas e famílias? As instituições financeiras oficiais, a despeito de relevantes, parecem insuficientes para enfrentar os desafios. Não por acaso, impôs-se a capitalização do Tesouro ao BNDES de R$ 512,7 bilhões, entre 2008 e 2014; e ao Banco do Brasil e à Caixa, de R$ 49,3 bilhões. Tal movimento permitiu a montagem de complexas engenharias patrimoniais. Esses arranjos envolveram as instituições financeiras federais (BNDES, Banco do Brasil, Caixa), as estatais (Petrobras, Eletrobras, Infraero), os fundos de pensão (Previ, Petros, Funcef) e as empresas e os bancos privados. O Tesouro, em boa medida, se endividou para contornar as limitações do mercado privado e viabilizar a alocação dos recursos em taxas e prazos mais adequados ao financiamento dos projetos prioritários. Foram iniciativas importantes, algumas de elevado ônus e suscetíveis a relações conflituosas (quiçá perniciosas) entre empreiteiras, estatais e partidos políticos e incapazes de promover mudanças estruturais nos mercados financeiros. Não se equacionou, portanto, o padrão de financiamento do investimento. Enfim, as empresas de capital nacional –na maioria, atrasadas tecnologicamente e constrangidas financeiramente– terão capacidade de enfrentar os desafios internos e externos? No âmbito internacional, serão capazes de fazer face à concorrência chinesa nos projetos do Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics com o objetivo de financiar a infraestrutura nas economias emergentes? Como enfrentar a quarta revolução tecnológica –automação, robótica, inteligência artificial, nanotecnologia, neurociência, novas formas de energia e novos materiais– e a tendência ao encurtamento das cadeias produtivas, com a verticalização da produção de alta tecnologia? Como avançar na modernização da infraestrutura doméstica? Desde "O Modelo Político Brasileiro" (Fernando Henrique Cardoso, 1971) e "A Revolução Burguesa no Brasil" (Florestan Fernandes, 1975), sabe-se que o capitalismo periférico, "dependente e associado" é "capenga", em países sem "vocação para potência" (José Luís Fiori, "O Poder Americano", 2004). Neste momento, o capitalismo brasileiro expõe suas fragilidades: desarticulação entre Estado, empresas nacionais e transacionais, limitações dos financiamentos de longo prazo, dificuldades de introdução endógena de progresso técnico, atraso institucional. Esse capitalismo precisa ser repensado e reorganizado, o que requer ousadia e visão estratégica. Para Fernando Novais ("Aproximações", 2005), "a História viva é sempre a concretização de uma das possibilidades abertas pelos movimentos das estruturas". Por um lado, a crise econômica e as lutas políticas e sociais permitem a seleção de alternativas pelos grupos, classes e indivíduos com maiores recursos de poder, os quais buscam, em geral, preservar o "status quo", em seu renitente "suave fracasso", que predomina desde a crise de 1982. Por outro, impulsionam o surgimento de novos modelos de organização e de gestão da produção, da moeda e do crédito, a introdução de inovações institucionais e tecnológicas, o reposicionamento geopolítico. Os limites e potencialidades do capitalismo brasileiro precisam ser debatidos com urgência pelos diversos segmentos sociais: governos, sindicatos patronais e trabalhistas, partidos políticos, intelectuais, jornalistas e sociedade civil. MARCOS ANTONIO MACEDO CINTRA, 54, é economista, pesquisador do Ipea e membro do conselho editorial da revista "Novos Estudos", do Cebrap. RODRIGO ORAIR, 36, é economista e pesquisador do Ipea. Nota: As visões expressas pelos autores não refletem necessariamente as posições do Ipea ou as do governo brasileiro.
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Parlamentares apontam falhas de inteligência contra ataques na França
Parlamentares europeus afirmaram, nesta terça-feira (5), que uma investigação encontrou falhas de inteligência no período que antecedeu os ataques extremistas que mataram mais de 140 pessoas em Paris, em 2015, e cobraram a criação de uma agência de contraterrorismo semelhante à americana. O parlamentar conservador Georges Fenech, que chefiou a comissão de investigação, disse que todos os agressores envolvidos na violência do ano passado eram antigos conhecidos das autoridades. Alguns já tinham condenações ou estavam sob vigilância da Justiça. Segundo Fenech, as autoridades de inteligência questionadas na investigação reconheceram falhas. O parlamentar recomendou a criação de uma agência nacional de contraterrorismo nos moldes da que foi criada pelos Estados Unidos após os ataques de 11 de setembro de 2001. Atualmente, os serviços de informação e inteligência franceses estão espalhados por seis entidades, sob a autoridade do ministério do Interior, da Defensa e da Economia, e com a participação de policiais especializados, militares e agentes alfandegários. A comissão também recomendou uma melhor cooperação de inteligência entre os países europeus. "A Europa não está preparada para combater o terrorismo", disse o parlamentar socialista Sebastien Pietrasanta. Em 2015, a capital francesa viveu mais de um grave episódio de terrorismo. O pior deles foi em novembro do ano passado, quando 130 pessoas foram mortas em ataques coordenados em uma casa de show, restaurantes e um estádio. Antes disso, em janeiro, atiradores atacaram o jornal satírico "Charlie Hebdo", e um atirador matou quatro pessoas em um mercado kosher no leste de Paris. O relatório parlamentar está baseado em entrevistas conduzidas durante seus meses com quase 200 pessoas e visitas à Turquia, à Grécia, à Bélgica e à agência policial europeia. Os parlamentares criticaram, ainda, as medidas adotadas após os ataques, consideradas inefetivas pela comissão, e acusaram autoridades belgas de lentidão na tentativa de deter Salah Abdeslam, apontado como envolvido nos ataques a Paris e, meses depois, a Bruxelas.
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Parlamentares apontam falhas de inteligência contra ataques na FrançaParlamentares europeus afirmaram, nesta terça-feira (5), que uma investigação encontrou falhas de inteligência no período que antecedeu os ataques extremistas que mataram mais de 140 pessoas em Paris, em 2015, e cobraram a criação de uma agência de contraterrorismo semelhante à americana. O parlamentar conservador Georges Fenech, que chefiou a comissão de investigação, disse que todos os agressores envolvidos na violência do ano passado eram antigos conhecidos das autoridades. Alguns já tinham condenações ou estavam sob vigilância da Justiça. Segundo Fenech, as autoridades de inteligência questionadas na investigação reconheceram falhas. O parlamentar recomendou a criação de uma agência nacional de contraterrorismo nos moldes da que foi criada pelos Estados Unidos após os ataques de 11 de setembro de 2001. Atualmente, os serviços de informação e inteligência franceses estão espalhados por seis entidades, sob a autoridade do ministério do Interior, da Defensa e da Economia, e com a participação de policiais especializados, militares e agentes alfandegários. A comissão também recomendou uma melhor cooperação de inteligência entre os países europeus. "A Europa não está preparada para combater o terrorismo", disse o parlamentar socialista Sebastien Pietrasanta. Em 2015, a capital francesa viveu mais de um grave episódio de terrorismo. O pior deles foi em novembro do ano passado, quando 130 pessoas foram mortas em ataques coordenados em uma casa de show, restaurantes e um estádio. Antes disso, em janeiro, atiradores atacaram o jornal satírico "Charlie Hebdo", e um atirador matou quatro pessoas em um mercado kosher no leste de Paris. O relatório parlamentar está baseado em entrevistas conduzidas durante seus meses com quase 200 pessoas e visitas à Turquia, à Grécia, à Bélgica e à agência policial europeia. Os parlamentares criticaram, ainda, as medidas adotadas após os ataques, consideradas inefetivas pela comissão, e acusaram autoridades belgas de lentidão na tentativa de deter Salah Abdeslam, apontado como envolvido nos ataques a Paris e, meses depois, a Bruxelas.
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Filha de ex-ditador Fujimori sai na frente para 2º turno no Peru
A filha do ex-ditador Alberto Fujimori, Keiko, saiu na frente no primeiro turno das eleições peruanas, neste domingo (10). Segundo os primeiros dados oficiais, divulgados pelo Jurado Nacional de Elecciones (o TSE local), com base na apuração de 40,3% dos votos, Keiko teve 39,18% e deve enfrentar, no segundo turno, o economista Pedro Pablo Kuczynski, com 24,25%. Em terceiro, está a esquerdista Verónika Mendoza, com 16,57%. O resultado final só será conhecido nesta segunda (11). De todo modo, ficou praticamente definido que haverá segundo turno, em 5 de junho. "Agradeço a todos os peruanos que votaram em mim pedindo mudança. Nosso país precisa pisar de novo no acelerador do crescimento. Também precisamos garantir mais segurança, para que o que ocorreu ontem não se repita", disse Keiko, em seu discurso de agradecimento, referindo-se a um ataque do Sendero Luminoso a um grupo de oficiais do Exército que causou dez mortes no interior do país. Do lado de fora do hotel Meliá, onde Keiko esperava os resultados, uma pequena multidão já se acumulava desde o fim da votação, às 16h (18h de Brasília). Os apoiadores usavam faixas com o nome e a foto de Keiko e empunhavam bandeiras de cor laranja —símbolo do fujimorismo. O irmão de Keiko, Kenji, foi o deputado mais votado e deve liderar o Congresso peruano. "O modelo econômico que nós defendemos permitiu que o país fosse para frente, já o modelo que veio a seguir nos levou à quebra e ao aumento da pobreza", disse Kenji aos jornalistas. Questionado sobre a possibilidade de que Keiko possa indultar o pai caso seja eleita, Kenji disse apenas que "esse assunto depende da Justiça". Um pouco antes, PPK (como é conhecido Pedro Pablo Kuczynski) também agradeceu seu eleitorado e disse que governará um país de "jovens cronológicos e jovens de espírito", uma resposta aos críticos que apontam para o fato de o candidato ter 77 anos. NINHO FUJIMORISTA A reportagem da Folha percorreu pela manhã algumas partes do distrito de San Juan de Lurigancho, um dos mais populosos e humildes (1 milhão de habitantes) da região metropolitana de Lima. "Voto em Keiko porque é mentira que a violência acabou. Só terminou nos bairros ricos, aqui tem muito delinquente e estão recrutando nossos filhos para o narcotráfico", diz Blanca Martínez, 62. Segurança foi o tema mais levantado por moradores que justificaram o voto em Keiko. Na pista de skate improvisada entre dois terrenos abandonados e uma praça, Julián Cáceres, 18, diz que não tem idade para lembrar-se dos piores anos da atuação do Sendero Luminoso —guerrilha que, em enfrentamentos com o Exército, causou mais de 70 mil mortos no país. "Mas a gente vive ouvindo como era e de quem perdeu parente. Ninguém quer ser caçado em suas casas ou obedecer toques de recolher." Declarado como vencida por Alberto Fujimori nos anos 90, com a ajuda das Guardas Rurais —milícias formadas por cidadãos—, o Sendero Luminoso continua atuando em menor escala, e voltado ao tráfico de drogas. Após o ataque de sábado (9), o presidente Ollanta Humala disse que o Sendero "já não representa ameaça ao Estado, mas precisa continuar a ser combatido porque segue levando o luto a famílias peruanas". Dos candidatos em competição, Keiko é a que defende mais linha-dura para enfrentar o crime organizado. Entre suas propostas, está a de colocar o Exército na patrulha de cidades e bairros considerados mais perigosos. FERIADO NORMAL Os bairros de classe média e alta viveram a eleição como um feriado normal. A manhã de sol encheu parques e, logo, restaurantes em Miraflores. Poucos usavam camisetas ou bottons dos candidatos. "Gosto da Verónika e é bom que gente jovem como ela apareça, mas vou votar em PPK porque Verónika seria arrasada por Keiko no segundo turno, e não queremos o fujimorismo de volta", diz a professora Nila Longhini, que também participou da marcha anti-fujimori da última terça (5).
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Filha de ex-ditador Fujimori sai na frente para 2º turno no PeruA filha do ex-ditador Alberto Fujimori, Keiko, saiu na frente no primeiro turno das eleições peruanas, neste domingo (10). Segundo os primeiros dados oficiais, divulgados pelo Jurado Nacional de Elecciones (o TSE local), com base na apuração de 40,3% dos votos, Keiko teve 39,18% e deve enfrentar, no segundo turno, o economista Pedro Pablo Kuczynski, com 24,25%. Em terceiro, está a esquerdista Verónika Mendoza, com 16,57%. O resultado final só será conhecido nesta segunda (11). De todo modo, ficou praticamente definido que haverá segundo turno, em 5 de junho. "Agradeço a todos os peruanos que votaram em mim pedindo mudança. Nosso país precisa pisar de novo no acelerador do crescimento. Também precisamos garantir mais segurança, para que o que ocorreu ontem não se repita", disse Keiko, em seu discurso de agradecimento, referindo-se a um ataque do Sendero Luminoso a um grupo de oficiais do Exército que causou dez mortes no interior do país. Do lado de fora do hotel Meliá, onde Keiko esperava os resultados, uma pequena multidão já se acumulava desde o fim da votação, às 16h (18h de Brasília). Os apoiadores usavam faixas com o nome e a foto de Keiko e empunhavam bandeiras de cor laranja —símbolo do fujimorismo. O irmão de Keiko, Kenji, foi o deputado mais votado e deve liderar o Congresso peruano. "O modelo econômico que nós defendemos permitiu que o país fosse para frente, já o modelo que veio a seguir nos levou à quebra e ao aumento da pobreza", disse Kenji aos jornalistas. Questionado sobre a possibilidade de que Keiko possa indultar o pai caso seja eleita, Kenji disse apenas que "esse assunto depende da Justiça". Um pouco antes, PPK (como é conhecido Pedro Pablo Kuczynski) também agradeceu seu eleitorado e disse que governará um país de "jovens cronológicos e jovens de espírito", uma resposta aos críticos que apontam para o fato de o candidato ter 77 anos. NINHO FUJIMORISTA A reportagem da Folha percorreu pela manhã algumas partes do distrito de San Juan de Lurigancho, um dos mais populosos e humildes (1 milhão de habitantes) da região metropolitana de Lima. "Voto em Keiko porque é mentira que a violência acabou. Só terminou nos bairros ricos, aqui tem muito delinquente e estão recrutando nossos filhos para o narcotráfico", diz Blanca Martínez, 62. Segurança foi o tema mais levantado por moradores que justificaram o voto em Keiko. Na pista de skate improvisada entre dois terrenos abandonados e uma praça, Julián Cáceres, 18, diz que não tem idade para lembrar-se dos piores anos da atuação do Sendero Luminoso —guerrilha que, em enfrentamentos com o Exército, causou mais de 70 mil mortos no país. "Mas a gente vive ouvindo como era e de quem perdeu parente. Ninguém quer ser caçado em suas casas ou obedecer toques de recolher." Declarado como vencida por Alberto Fujimori nos anos 90, com a ajuda das Guardas Rurais —milícias formadas por cidadãos—, o Sendero Luminoso continua atuando em menor escala, e voltado ao tráfico de drogas. Após o ataque de sábado (9), o presidente Ollanta Humala disse que o Sendero "já não representa ameaça ao Estado, mas precisa continuar a ser combatido porque segue levando o luto a famílias peruanas". Dos candidatos em competição, Keiko é a que defende mais linha-dura para enfrentar o crime organizado. Entre suas propostas, está a de colocar o Exército na patrulha de cidades e bairros considerados mais perigosos. FERIADO NORMAL Os bairros de classe média e alta viveram a eleição como um feriado normal. A manhã de sol encheu parques e, logo, restaurantes em Miraflores. Poucos usavam camisetas ou bottons dos candidatos. "Gosto da Verónika e é bom que gente jovem como ela apareça, mas vou votar em PPK porque Verónika seria arrasada por Keiko no segundo turno, e não queremos o fujimorismo de volta", diz a professora Nila Longhini, que também participou da marcha anti-fujimori da última terça (5).
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Clubes e CBF lamentam morte de Carlos Alberto Silva; veja repercussão
Os clubes pelos quais Carlos Alberto Silva passou prestaram homenagens ao ex-treinador, morto nesta sexta-feira (20) aos 77 anos. A causa da morte não foi divulgada. Através de suas redes sociais, o Corinthians recordou as duas vezes que ele dirigiu o clube —1991 e 1995 — e desejou força à família. Quem também lamentou a morte do mineiro de Belo Horizonte em seu site oficial foi o Porto, de Portugal. Entre 1991 e 1993, ele foi bicampeão nacional com a equipe portuguesa. Campeão Brasileiro de 1978 com o Guarani, Carlos Alberto Silva recebeu o carinho do clube campinense. Em uma postagem no Instagram, o alviverde decretou luto e promoveu a hashtag #campeõesnuncamorrem. Já a Confederação Brasileira de Futebol, através do presidente Marco Polo Del Nero, exaltou as conquistas do ex-treinador no comando da seleção, a qual foi o comandante entre 1997 e 1998. "Pela Seleção Brasileira, foi campeão do Pan-Americano (1987), da Taça Stanley Rous (1987), do Torneio Bicentenário de Independência da Austrália (1988) e do Torneio Pré-Olímpico de 1987, que classificou o Brasil para as Olimpíadas de Seul de 1988, onde ficou com a medalha de prata", escreveu no site oficial. Guarani CARREIRA Natural de Belo Horizonte, Carlos Alberto se formou em educação física e ganhou notoriedade no mundo da bola logo em seu primeiro trabalho, quando conduziu o Guarani ao seu primeiro e único título brasileiro da história. A conquista aconteceu em 1978, quando os campineiros bateram o Palmeiras na grande decisão. Depois de alcançar tal feito, chamou atenção de grandes clubes brasileiros e logo foi contratado pelo São Paulo, onde acumulou dois títulos em duas passagens. Na primeira experiência, entre 1980 e 1981, foi campeão paulista no primeiro ano. Depois, comandou o clube paulista entre 1989 e 1990, também levantando uma taça do campeonato estadual. Além do São Paulo, também acumulou passagens por Atlético-MG, onde foi campeão mineiro, Santa Cruz, campeão pernambucano, Sport, Cruzeiro, Corinthians, Palmeiras, Goiás, América-MG e Santos. Carlos Alberto também brilhou no exterior. Ele foi bicampeão português com o Porto, em 1992 e 1993, e também conquistou o campeonato japonês com o Yomiuri Kawasaki, em 1991. Entre 1987 e 1988, ainda teve a oportunidade de comandar a seleção brasileira. À frente do Brasil, foi campeão dos Jogos Pan-Americanos de 1987 e ainda conquistou a medalha de prata um ano depois na Olimpíada de Seul, quando acabou derrotado pela União Soviética por 2 a 1 na prorrogação.
esporte
Clubes e CBF lamentam morte de Carlos Alberto Silva; veja repercussãoOs clubes pelos quais Carlos Alberto Silva passou prestaram homenagens ao ex-treinador, morto nesta sexta-feira (20) aos 77 anos. A causa da morte não foi divulgada. Através de suas redes sociais, o Corinthians recordou as duas vezes que ele dirigiu o clube —1991 e 1995 — e desejou força à família. Quem também lamentou a morte do mineiro de Belo Horizonte em seu site oficial foi o Porto, de Portugal. Entre 1991 e 1993, ele foi bicampeão nacional com a equipe portuguesa. Campeão Brasileiro de 1978 com o Guarani, Carlos Alberto Silva recebeu o carinho do clube campinense. Em uma postagem no Instagram, o alviverde decretou luto e promoveu a hashtag #campeõesnuncamorrem. Já a Confederação Brasileira de Futebol, através do presidente Marco Polo Del Nero, exaltou as conquistas do ex-treinador no comando da seleção, a qual foi o comandante entre 1997 e 1998. "Pela Seleção Brasileira, foi campeão do Pan-Americano (1987), da Taça Stanley Rous (1987), do Torneio Bicentenário de Independência da Austrália (1988) e do Torneio Pré-Olímpico de 1987, que classificou o Brasil para as Olimpíadas de Seul de 1988, onde ficou com a medalha de prata", escreveu no site oficial. Guarani CARREIRA Natural de Belo Horizonte, Carlos Alberto se formou em educação física e ganhou notoriedade no mundo da bola logo em seu primeiro trabalho, quando conduziu o Guarani ao seu primeiro e único título brasileiro da história. A conquista aconteceu em 1978, quando os campineiros bateram o Palmeiras na grande decisão. Depois de alcançar tal feito, chamou atenção de grandes clubes brasileiros e logo foi contratado pelo São Paulo, onde acumulou dois títulos em duas passagens. Na primeira experiência, entre 1980 e 1981, foi campeão paulista no primeiro ano. Depois, comandou o clube paulista entre 1989 e 1990, também levantando uma taça do campeonato estadual. Além do São Paulo, também acumulou passagens por Atlético-MG, onde foi campeão mineiro, Santa Cruz, campeão pernambucano, Sport, Cruzeiro, Corinthians, Palmeiras, Goiás, América-MG e Santos. Carlos Alberto também brilhou no exterior. Ele foi bicampeão português com o Porto, em 1992 e 1993, e também conquistou o campeonato japonês com o Yomiuri Kawasaki, em 1991. Entre 1987 e 1988, ainda teve a oportunidade de comandar a seleção brasileira. À frente do Brasil, foi campeão dos Jogos Pan-Americanos de 1987 e ainda conquistou a medalha de prata um ano depois na Olimpíada de Seul, quando acabou derrotado pela União Soviética por 2 a 1 na prorrogação.
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Motel! Temer privatiza o Jaburu!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! "Piauí Herald": "Temer privatiza o Jaburu para encontros noturnos". Motel Jaburu! Cartão fidelidade: Gilmar e Aécio. Almoço executivo: rabada. Rabada de brasileiro! Rarará! Futirinhas: "São Paulo assume relacionamento sério com a Série B". O Plano B é ir pra Série B! E atenção! O Vampirão vai pra China! De Sarcófago One! Aí o Maia vira presidente. O Nhonho do Chaves! E, para presidente da Câmara, um deputado chamado FUFUCA! OBA! Vamos fufucar! Rarará! E um amigo disse que fufuca em holandês é a "perseguida". Em português também! O Brasil se Fufuca! Rarará! Semana quente: Vampirão na China, Nhonho na Presidência e Fufuca na gente! E atenção! "Partidos tiram o P dos nomes pra 2018!". P de Propina! Querem apagar o P da Propina! O DEM vai mudar para Mude! Mude de deputados! Mude de país! Mude pra Venezuela! Rarará! Ou então muda para MUTE! Tecla mute, tira o som do partido. Rarará! O PTdoB vai se chamar Avante! Devia se chamar Amante. Brasileiro gosta de amante. Vou votar na amante! Ganhavam estourado! Rarará! E o PTN muda para Podemos! Com ph de pharmácia. Phodemos! Só vai ter fanho! E o PSL muda para LIVRES! Por enquanto! Livres Por Enquanto! Rarará! E um amigo meu do interior de São Paulo disse que o MDB devia se chamar mesmo Monte de Bosta! Rarará! O PT não vai mudar de nome porque não é mais partido, é esfacelado! Rarará! E o PSDB não vai mudar de nome porque não é partido, é rachado! E o PEN do Bolsonaro vai mudar para Patriota. Não pode mudar pra Idiota, muda pra Patriota! Rarará! Os Predestinados! Direto de Araraquara, o advogado: Gustavo Caropreso! Adorei! "Caro preso, aqui é o seu advogado Caropreso!". Rarará! E uma amiga minha estudante de russo: Natália Pinto Russo! E os colegas apelidaram de "genitais soviéticos". Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Motel! Temer privatiza o Jaburu!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! "Piauí Herald": "Temer privatiza o Jaburu para encontros noturnos". Motel Jaburu! Cartão fidelidade: Gilmar e Aécio. Almoço executivo: rabada. Rabada de brasileiro! Rarará! Futirinhas: "São Paulo assume relacionamento sério com a Série B". O Plano B é ir pra Série B! E atenção! O Vampirão vai pra China! De Sarcófago One! Aí o Maia vira presidente. O Nhonho do Chaves! E, para presidente da Câmara, um deputado chamado FUFUCA! OBA! Vamos fufucar! Rarará! E um amigo disse que fufuca em holandês é a "perseguida". Em português também! O Brasil se Fufuca! Rarará! Semana quente: Vampirão na China, Nhonho na Presidência e Fufuca na gente! E atenção! "Partidos tiram o P dos nomes pra 2018!". P de Propina! Querem apagar o P da Propina! O DEM vai mudar para Mude! Mude de deputados! Mude de país! Mude pra Venezuela! Rarará! Ou então muda para MUTE! Tecla mute, tira o som do partido. Rarará! O PTdoB vai se chamar Avante! Devia se chamar Amante. Brasileiro gosta de amante. Vou votar na amante! Ganhavam estourado! Rarará! E o PTN muda para Podemos! Com ph de pharmácia. Phodemos! Só vai ter fanho! E o PSL muda para LIVRES! Por enquanto! Livres Por Enquanto! Rarará! E um amigo meu do interior de São Paulo disse que o MDB devia se chamar mesmo Monte de Bosta! Rarará! O PT não vai mudar de nome porque não é mais partido, é esfacelado! Rarará! E o PSDB não vai mudar de nome porque não é partido, é rachado! E o PEN do Bolsonaro vai mudar para Patriota. Não pode mudar pra Idiota, muda pra Patriota! Rarará! Os Predestinados! Direto de Araraquara, o advogado: Gustavo Caropreso! Adorei! "Caro preso, aqui é o seu advogado Caropreso!". Rarará! E uma amiga minha estudante de russo: Natália Pinto Russo! E os colegas apelidaram de "genitais soviéticos". Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Dólar bate R$ 3,19 e Bolsa cai, apesar de queda do PIB menor que a esperada
O desempenho menos ruim que o esperado da economia brasileira no primeiro trimestre deste ano não foi suficiente para aliviar a pressão nos mercados de ações e de câmbio nesta sexta-feira (29). Os investidores seguem na defensiva, à espera de resultados efetivos das medidas de reequilíbrio das contas públicas no Brasil. Às 12h40 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,37% sobre o real, cotado em R$ 3,184 na venda. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a bater R$ 3,195. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançava 0,63%, também para R$ 3,184. Ambos estão em seu maior valor em dois meses. O PIB (Produto Interno Bruto), medida da produção de bens e serviços do país, caiu 0,2% no primeiro trimestre deste ano, frente aos últimos três meses de 2014, para R$ 1,408 trilhão. Foi o pior resultado desde o segundo trimestre do ano passado, quando o PIB recuou 1,4%. "Na nossa visão, apesar de melhor que o esperado, o PIB do Brasil continua revelando um quadro negativo da economia brasileira (queda nos investimentos e enfraquecimento do consumo)", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho. "Mantemos nossa previsão de contração de 1,5% do PIB neste ano e continuamos esperando mais enfraquecimento da economia brasileira no segundo trimestre." Nos Estados Unidos, o PIB caiu 0,7% entre janeiro e março –a primeira estimativa era de crescimento de 0,2%. Apesar mais fraco, o número ficou acima da expectativa do mercado financeiro, de queda de 1%. O mercado segue atento ao eventual início do aperto monetário na maior economia do mundo ainda em 2015, o que pode diminuir a atratividade de investimentos em outros mercados. As avaliações ouvidas pela Folha apontam que o Federal Reserve (banco central americano) deve começar a subir o juro básico daquele país em setembro ou dezembro. Uma alta do juro americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA -que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima. "Embora os indicadores tenham sido melhores, o mercado de câmbio segue na defensiva, à espera dos resultados do ajuste fiscal no Brasil. Hoje é dia de formação da ptax [taxa média do dólar calculada pelo Banco Central], o que sempre deixa o mercado mais estressado. Além disso, há dúvida quanto ao futuro das atuações do BC no câmbio", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. "O dólar deve se manter perto de R$ 3,20. É mais provável que continue nesse patamar do que voltar para R$ 3. Ainda há muita incerteza tanto no exterior como no Brasil, e o mercado sempre monta um cenário com base no caminho menos otimista. Lá na frente, é melhor ter uma surpresa positiva do que negativa", completou Galhardo. AÇÕES Na Bolsa, o principal índice de ações nacional, o Ibovespa, mostrava recuo de 0,85%, para 53.518 pontos, às 12h40. O volume financeiro girava em torno de R$ 2,3 bilhões. Os bancos, setor com maior peso dentro do Ibovespa, empurravam o índice para baixo. O Itaú recuava 1,10%, para R$ 34,81, enquanto o Bradesco cedia 1,44%, para R$ 28,57. Já o Banco do Brasil tinha baixa de 0,98%, para R$ 23,17. O movimento ocorre depois de medidas do CMN (Conselho Monetário Nacional), que elevou a alíquota do depósito compulsório que incide sobre depósitos a prazo de 20% para 25%, com remuneração integral pela taxa Selic. Com esta alteração, o BC estima recolher R$ 25 bilhões a mais do sistema bancário. Petrobras e Vale também operavam no vermelho, contribuindo para sustentar a queda da Bolsa. As ações preferenciais (sem direito a voto) dessas companhias tinham perdas de, respectivamente, 0,47% e 0,34%, às 12h40, para R$ 12,61 e R$ 17,14. Com Reuters
mercado
Dólar bate R$ 3,19 e Bolsa cai, apesar de queda do PIB menor que a esperadaO desempenho menos ruim que o esperado da economia brasileira no primeiro trimestre deste ano não foi suficiente para aliviar a pressão nos mercados de ações e de câmbio nesta sexta-feira (29). Os investidores seguem na defensiva, à espera de resultados efetivos das medidas de reequilíbrio das contas públicas no Brasil. Às 12h40 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,37% sobre o real, cotado em R$ 3,184 na venda. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a bater R$ 3,195. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançava 0,63%, também para R$ 3,184. Ambos estão em seu maior valor em dois meses. O PIB (Produto Interno Bruto), medida da produção de bens e serviços do país, caiu 0,2% no primeiro trimestre deste ano, frente aos últimos três meses de 2014, para R$ 1,408 trilhão. Foi o pior resultado desde o segundo trimestre do ano passado, quando o PIB recuou 1,4%. "Na nossa visão, apesar de melhor que o esperado, o PIB do Brasil continua revelando um quadro negativo da economia brasileira (queda nos investimentos e enfraquecimento do consumo)", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho. "Mantemos nossa previsão de contração de 1,5% do PIB neste ano e continuamos esperando mais enfraquecimento da economia brasileira no segundo trimestre." Nos Estados Unidos, o PIB caiu 0,7% entre janeiro e março –a primeira estimativa era de crescimento de 0,2%. Apesar mais fraco, o número ficou acima da expectativa do mercado financeiro, de queda de 1%. O mercado segue atento ao eventual início do aperto monetário na maior economia do mundo ainda em 2015, o que pode diminuir a atratividade de investimentos em outros mercados. As avaliações ouvidas pela Folha apontam que o Federal Reserve (banco central americano) deve começar a subir o juro básico daquele país em setembro ou dezembro. Uma alta do juro americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA -que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima. "Embora os indicadores tenham sido melhores, o mercado de câmbio segue na defensiva, à espera dos resultados do ajuste fiscal no Brasil. Hoje é dia de formação da ptax [taxa média do dólar calculada pelo Banco Central], o que sempre deixa o mercado mais estressado. Além disso, há dúvida quanto ao futuro das atuações do BC no câmbio", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. "O dólar deve se manter perto de R$ 3,20. É mais provável que continue nesse patamar do que voltar para R$ 3. Ainda há muita incerteza tanto no exterior como no Brasil, e o mercado sempre monta um cenário com base no caminho menos otimista. Lá na frente, é melhor ter uma surpresa positiva do que negativa", completou Galhardo. AÇÕES Na Bolsa, o principal índice de ações nacional, o Ibovespa, mostrava recuo de 0,85%, para 53.518 pontos, às 12h40. O volume financeiro girava em torno de R$ 2,3 bilhões. Os bancos, setor com maior peso dentro do Ibovespa, empurravam o índice para baixo. O Itaú recuava 1,10%, para R$ 34,81, enquanto o Bradesco cedia 1,44%, para R$ 28,57. Já o Banco do Brasil tinha baixa de 0,98%, para R$ 23,17. O movimento ocorre depois de medidas do CMN (Conselho Monetário Nacional), que elevou a alíquota do depósito compulsório que incide sobre depósitos a prazo de 20% para 25%, com remuneração integral pela taxa Selic. Com esta alteração, o BC estima recolher R$ 25 bilhões a mais do sistema bancário. Petrobras e Vale também operavam no vermelho, contribuindo para sustentar a queda da Bolsa. As ações preferenciais (sem direito a voto) dessas companhias tinham perdas de, respectivamente, 0,47% e 0,34%, às 12h40, para R$ 12,61 e R$ 17,14. Com Reuters
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Filho de coreanos será o 3º brasileiro no principal circuito de golfe dos EUA
Filho de coreanos, residente na Califórnia desde os 11 anos de idade, Lucas Yu Shin Lee surge como a maior esperança brasileira do golfe para a Olimpíada do Rio. A dez meses dos Jogos, com 28 anos e morando em Las Vegas, também nos EUA, o golfista nascido em São Paulo vai se tornar neste mês o terceiro brasileiro a disputar o PGA Tour (circuito profissional norte-americano). Lee ainda não sabe em qual torneio vai estrear na temporada 2015-2016, mas entende a importância de jogar ao lado dos melhores do mundo e o que isso pode significar rumo à Rio-2016. "Jogando bem no PGA, eu ganho pontos para poder jogar na Olimpíada", responde, por e-mail, em português. Atualmente 310º do ranking mundial, ele conquistou a vaga para jogar entre astros como o norte-americano Tiger Woods ao ficar entre os 25 melhores do circuito de acesso, que terminou em agosto. Das premiações de cerca de US$ 100 mil que recebia na divisão inferior, agora ele jogará por prêmios que podem chegar a US$ 1 milhão. Os outros dois brasileiros no PGA Tour foram o carioca Jaime Gonzalez, nos anos 1980, e o paulista Alexandre Rocha, em 2011 e 2012. "Não sinto muita pressão. Seria diferente se eu fosse o primeiro. Estou sim muito empolgado para representar meu país no maior tour de golfe do mundo", afirma. Para os Jogos do Rio, o Brasil tem garantidas uma vaga no masculino e uma no feminino, por ser país-sede. Lee está na atual lista dos 60 golfistas com lugar na Olimpíada por méritos próprios –há limite de atletas por país, o que abre vagas para golfistas até entre os 400 melhores do mundo. O gaúcho Adilson da Silva detém a última vaga na lista olímpica hoje. No feminino, a paranaense Mirian Nagl seria a representante brasileira. O golfe retorna aos Jogos após ser disputado pela última vez em St. Louis-1904. Lee começou a jogar golfe quando os pais se mudaram para os EUA. Jogou o circuito universitário pela UCLA (onde se graduou em história, em 2009) e sonha alto quando fala dos Jogos do Rio. "Certamente penso em ganhar uma medalha", afirma. VIAGENS AO BRASIL O campo de golfe da Barra da Tijuca ainda está em construção, mas Lee diz que gostaria de ter a chance de jogar nele antes da Olimpíada. Ao Rio ele foi apenas duas vezes. Ao Brasil volta sempre, duas vezes ao ano. "Falo em português com meus pais e com a família. Nunca deixei de pensar que sou brasileiro", diz o golfista (terceiro-sargento do Exército desde fevereiro) que, nesta semana, disputa os Jogos Mundiais Militares, na Coreia do Sul, terra dos pais. Lee é primo de Angela Park, a brasileira com melhores resultados na história do golfe mundial. Ela também foi ainda criança para a Califórnia e não fala português. Aos 19 anos, em 2007, Angela foi eleita a caloura do ano da liga profissional americana, chegou a ser 14ª do ranking mundial e conseguiu um vice-campeonato no Aberto dos EUA. Abandonou a carreira em 2010. Angela sonha em voltar a jogar devido à Olimpíada no Rio. O primo está bem mais perto de realizar esse desejo.
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Filho de coreanos será o 3º brasileiro no principal circuito de golfe dos EUAFilho de coreanos, residente na Califórnia desde os 11 anos de idade, Lucas Yu Shin Lee surge como a maior esperança brasileira do golfe para a Olimpíada do Rio. A dez meses dos Jogos, com 28 anos e morando em Las Vegas, também nos EUA, o golfista nascido em São Paulo vai se tornar neste mês o terceiro brasileiro a disputar o PGA Tour (circuito profissional norte-americano). Lee ainda não sabe em qual torneio vai estrear na temporada 2015-2016, mas entende a importância de jogar ao lado dos melhores do mundo e o que isso pode significar rumo à Rio-2016. "Jogando bem no PGA, eu ganho pontos para poder jogar na Olimpíada", responde, por e-mail, em português. Atualmente 310º do ranking mundial, ele conquistou a vaga para jogar entre astros como o norte-americano Tiger Woods ao ficar entre os 25 melhores do circuito de acesso, que terminou em agosto. Das premiações de cerca de US$ 100 mil que recebia na divisão inferior, agora ele jogará por prêmios que podem chegar a US$ 1 milhão. Os outros dois brasileiros no PGA Tour foram o carioca Jaime Gonzalez, nos anos 1980, e o paulista Alexandre Rocha, em 2011 e 2012. "Não sinto muita pressão. Seria diferente se eu fosse o primeiro. Estou sim muito empolgado para representar meu país no maior tour de golfe do mundo", afirma. Para os Jogos do Rio, o Brasil tem garantidas uma vaga no masculino e uma no feminino, por ser país-sede. Lee está na atual lista dos 60 golfistas com lugar na Olimpíada por méritos próprios –há limite de atletas por país, o que abre vagas para golfistas até entre os 400 melhores do mundo. O gaúcho Adilson da Silva detém a última vaga na lista olímpica hoje. No feminino, a paranaense Mirian Nagl seria a representante brasileira. O golfe retorna aos Jogos após ser disputado pela última vez em St. Louis-1904. Lee começou a jogar golfe quando os pais se mudaram para os EUA. Jogou o circuito universitário pela UCLA (onde se graduou em história, em 2009) e sonha alto quando fala dos Jogos do Rio. "Certamente penso em ganhar uma medalha", afirma. VIAGENS AO BRASIL O campo de golfe da Barra da Tijuca ainda está em construção, mas Lee diz que gostaria de ter a chance de jogar nele antes da Olimpíada. Ao Rio ele foi apenas duas vezes. Ao Brasil volta sempre, duas vezes ao ano. "Falo em português com meus pais e com a família. Nunca deixei de pensar que sou brasileiro", diz o golfista (terceiro-sargento do Exército desde fevereiro) que, nesta semana, disputa os Jogos Mundiais Militares, na Coreia do Sul, terra dos pais. Lee é primo de Angela Park, a brasileira com melhores resultados na história do golfe mundial. Ela também foi ainda criança para a Califórnia e não fala português. Aos 19 anos, em 2007, Angela foi eleita a caloura do ano da liga profissional americana, chegou a ser 14ª do ranking mundial e conseguiu um vice-campeonato no Aberto dos EUA. Abandonou a carreira em 2010. Angela sonha em voltar a jogar devido à Olimpíada no Rio. O primo está bem mais perto de realizar esse desejo.
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Antes de receber Corinthians, campo da Ponte tem sal grosso e alho
Para receber o Corinthians, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Moisés Lucarelli, estádio da Ponte Preta, teve uma preparação especial: sal grosso e alho para espantar o mau olhado. A "mistura" para afastar o azar foi espalhada pelos gols do estádio e também nas bandeirinhas de escanteio. Oficialmente, o time de Campinas trata a superstição como um mistério. De acordo com a assessoria de imprensa, essa não é a primeira vez que isso acontece. Há pelo menos três jogos, o Moisés Lucarelli tem recebido esse tratamento e ninguém admite a autoria. A superstição deu certo até os 39 min de partida. A Ponte Preta vencia a partida, mas Rodriguinho empatou o jogo e a sequência de quatro vitórias consecutivas dos pontepretanos foi quebrada. Palmeiras contra rebaixamento Em 2012, o então assessor de imprensa do Palmeiras foi flagrado jogando sal grosso nas traves da Arena Fonte Luminosa, em Araraquara, antes de jogo contra o Cruzeiro. A simpatia, no entanto, acabou não funcionando. O time alviverde acabou sendo rebaixado naquele ano.
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Antes de receber Corinthians, campo da Ponte tem sal grosso e alhoPara receber o Corinthians, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Moisés Lucarelli, estádio da Ponte Preta, teve uma preparação especial: sal grosso e alho para espantar o mau olhado. A "mistura" para afastar o azar foi espalhada pelos gols do estádio e também nas bandeirinhas de escanteio. Oficialmente, o time de Campinas trata a superstição como um mistério. De acordo com a assessoria de imprensa, essa não é a primeira vez que isso acontece. Há pelo menos três jogos, o Moisés Lucarelli tem recebido esse tratamento e ninguém admite a autoria. A superstição deu certo até os 39 min de partida. A Ponte Preta vencia a partida, mas Rodriguinho empatou o jogo e a sequência de quatro vitórias consecutivas dos pontepretanos foi quebrada. Palmeiras contra rebaixamento Em 2012, o então assessor de imprensa do Palmeiras foi flagrado jogando sal grosso nas traves da Arena Fonte Luminosa, em Araraquara, antes de jogo contra o Cruzeiro. A simpatia, no entanto, acabou não funcionando. O time alviverde acabou sendo rebaixado naquele ano.
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Presidenciável opositor é agredido em jogo do Equador pelas eliminatórias
O candidato opositor à Presidência do Equador Guillermo Lasso foi agredido nesta terça-feira (28) ao sair do Estádio Olímpico Atahualpa, em Quito, depois da derrota da seleção equatoriana de futebol para a Colômbia por 2x0 pelas eliminatórias da Copa-2018. Um grupo de pessoas atirou pedras, garrafas, cornetas e chutou o presidenciável e parte de sua comitiva, que incluía a mulher, María de Lourdes, o filho, Santiago, e o secretário-geral do partido opositor Creo, César Monge. "O episódio de ontem foi inusitado, impensável. O último reduto da união nacional é o apoio à tricolor e assim como todos os equatorianos fomos ao estádio e pudemos presenciar atos violentos", disse Lasso nesta quarta (29). A agressão foi gravada por Santiago, e publicada em uma rede social. "Foram realizados por um grupelho de mercenários, bandidos, estrangeiros trazidos com este propósito, preparados para atividades militares de violência urbana". Lasso Para Lasso, o escrache foi armado por militantes radicais da Alianza País, partido do presidente Rafael Correa e de Lenín Moreno, quem enfrentará no segundo turno das eleições presidenciais, no próximo domingo (2). O opositor não mencionou de que nacionalidade seriam os estrangeiros. O opositor considera que a Federação Equatoriana de Futebol foi cúmplice da agressão e apresentará uma queixa à Fifa pela confusão na saída do Atahualpa. Embora tenha isentado o governista de culpa, criticou-o por acirrar a divisão política. "O senhor atravessou a linha da política para o lado pessoal. O senhor enche a boca para falar povo, mas se hospeda em um hotel de US$ 2.000." Lenín Moreno condenou a agressão ao opositor, em uma rede social. "Nenhuma expressão de intolerância é aceitável, venha de onde vier. Nós condenamos os atos de violência na saída do estádio." O caso aumenta a tensão nos últimos dias de campanha. Na última pesquisa do instituto Cedatos, divulgada no dia 21, Moreno reverteu a desvantagem para Lasso e apareceu com 52,4% das intenções de voto, contra 47,6%. O opositor levava vantagem nos levantamentos desde o fim do primeiro turno, vencido por Moreno, com 39,21% dos votos, e no qual Lasso ficou em segundo, com 28,35%.
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Presidenciável opositor é agredido em jogo do Equador pelas eliminatóriasO candidato opositor à Presidência do Equador Guillermo Lasso foi agredido nesta terça-feira (28) ao sair do Estádio Olímpico Atahualpa, em Quito, depois da derrota da seleção equatoriana de futebol para a Colômbia por 2x0 pelas eliminatórias da Copa-2018. Um grupo de pessoas atirou pedras, garrafas, cornetas e chutou o presidenciável e parte de sua comitiva, que incluía a mulher, María de Lourdes, o filho, Santiago, e o secretário-geral do partido opositor Creo, César Monge. "O episódio de ontem foi inusitado, impensável. O último reduto da união nacional é o apoio à tricolor e assim como todos os equatorianos fomos ao estádio e pudemos presenciar atos violentos", disse Lasso nesta quarta (29). A agressão foi gravada por Santiago, e publicada em uma rede social. "Foram realizados por um grupelho de mercenários, bandidos, estrangeiros trazidos com este propósito, preparados para atividades militares de violência urbana". Lasso Para Lasso, o escrache foi armado por militantes radicais da Alianza País, partido do presidente Rafael Correa e de Lenín Moreno, quem enfrentará no segundo turno das eleições presidenciais, no próximo domingo (2). O opositor não mencionou de que nacionalidade seriam os estrangeiros. O opositor considera que a Federação Equatoriana de Futebol foi cúmplice da agressão e apresentará uma queixa à Fifa pela confusão na saída do Atahualpa. Embora tenha isentado o governista de culpa, criticou-o por acirrar a divisão política. "O senhor atravessou a linha da política para o lado pessoal. O senhor enche a boca para falar povo, mas se hospeda em um hotel de US$ 2.000." Lenín Moreno condenou a agressão ao opositor, em uma rede social. "Nenhuma expressão de intolerância é aceitável, venha de onde vier. Nós condenamos os atos de violência na saída do estádio." O caso aumenta a tensão nos últimos dias de campanha. Na última pesquisa do instituto Cedatos, divulgada no dia 21, Moreno reverteu a desvantagem para Lasso e apareceu com 52,4% das intenções de voto, contra 47,6%. O opositor levava vantagem nos levantamentos desde o fim do primeiro turno, vencido por Moreno, com 39,21% dos votos, e no qual Lasso ficou em segundo, com 28,35%.
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Marcelo Teixeira diz que pode fazer novo empréstimo ao Santos
Marcelo Teixeira, 50, que já foi credor de R$ 20 milhões no Santos, admite voltar a fazer empréstimos para o clube. Em entrevista à Folha, ele disse considerar a situação financeira na Vila Belmiro "muito perigosa". "Eu não gostaria. Mas se for preciso, coloco dinheiro no Santos", afirmou. Presidente entre 2000 e 2009, ele fez acordo com o então presidente Luis Alvaro (2010-2013) para receber o dinheiro de volta. A dívida está sendo paga em parcelas mensais. Teixeira admite ser o fiador da eleição de Modesto Roma Júnior, 62, à presidência do Santos, no final de 2014. O atual mandatário foi eleito por causa do apoio do grupo político do dirigente que comandou o clube por quase dez anos. A família dele é dona da Universidade Santa Cecília, na Baixada Santista. O ex-cartola nega já ter emprestado dinheiro ou ter sido avalista de operações bancárias para o Santos neste ano. Durante o mandato de Teixeira, Modesto foi funcionário do clube. A amizade das famílias é antiga. O pai de Marcelo, Milton Teixeira, foi amigo de Modesto Roma. Ambos diretores e presidentes entre os anos 60, 70 e 80. O Santos tem enfrentado dificuldade para pagar contas básicas. O gramado da Vila ficou dois meses sem manutenção no final de 2014. Faturas de floriculturas, empresas de terceirização, água e luz foram renegociadas. Por falta de pagamento de salários, seis atletas entraram na Justiça (Mena, Arouca, Matheus Índio, Leandro Damião, Renê Júnior e Felipe). Aranha teve o pedido indeferido. Os reforços para o time de 2015 têm sido os que aceitam receber baixos salários. O atacante Ricardo Oliveira assinou contrato por R$ 40 mil mensais. "Tomara que eu me surpreenda, mas não vejo como o Santos possa brigar por títulos por enquanto", concedeu Teixeira. "O Santos não tem crédito nenhum na praça. A situação é dificílima. Onde vão buscar recursos?", questiona. Acusado por adversários de também ter deixado o clube em situação difícil ao sair da presidência, em 2009, Teixeira diz que trabalhou para reduzir a dívida. Contesta também a informação publicada pela Folha neste domingo (18) de que o passivo do Santos ao final de 2009 era de R$ 222 milhões. "Eu reduzi o perfil da dívida, que ficou em R$ 70 milhões." Afastado dos holofotes desde que levantou da cadeira de presidente em 2009, apareceu pouco mesmo durante a campanha de Modesto. Jura que não vai ocupar nenhum cargo na administração. Mas não nega ser eminência parda. "Eu nunca vou deixar de ajudar o Santos. Essa é uma característica da minha família. Posso ajudar de várias formas, inclusive com a experiência", lembra. NEYMAR Para Marcelo Teixeira, o Santos entrou em uma espiral de crise financeira por causa de erros administrativos. Nenhum tão grande quanto a venda de Neymar. Ele lembra que Luis Alvaro (presidente entre 2010-2013) renegociou o contrato do atacante e reduziu o término do vínculo de fevereiro de 2015 para julho de 2014. "Por que fazer isso? O atleta já tinha uma multa alta (30 milhões de euros). O clube perdeu. Foi um erro", avalia. Em maio de 2013, Neymar foi para o Barcelona e o Santos recebeu 17 milhões de euros. Também obteve 7,9 milhões de euros pela preferência de compra de Giva, Victor Andrade e Gabriel, que estavam nas categorias de base. "O Santos depreciou seu patrimônio e perdeu o Paulo Henrique Ganso, que saiu barato [R$ 23,8 milhões]. Os reforços contratados foram ruins", reclama. "Houve aumento no número de funcionários do clube e com salários altos. Havia jogadores históricos trabalhando para revelar talentos. Gente como o Zito, Abel, Formiga... Nos últimos anos, atletas têm sido avaliados apenas por scouts e DVD."
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Marcelo Teixeira diz que pode fazer novo empréstimo ao SantosMarcelo Teixeira, 50, que já foi credor de R$ 20 milhões no Santos, admite voltar a fazer empréstimos para o clube. Em entrevista à Folha, ele disse considerar a situação financeira na Vila Belmiro "muito perigosa". "Eu não gostaria. Mas se for preciso, coloco dinheiro no Santos", afirmou. Presidente entre 2000 e 2009, ele fez acordo com o então presidente Luis Alvaro (2010-2013) para receber o dinheiro de volta. A dívida está sendo paga em parcelas mensais. Teixeira admite ser o fiador da eleição de Modesto Roma Júnior, 62, à presidência do Santos, no final de 2014. O atual mandatário foi eleito por causa do apoio do grupo político do dirigente que comandou o clube por quase dez anos. A família dele é dona da Universidade Santa Cecília, na Baixada Santista. O ex-cartola nega já ter emprestado dinheiro ou ter sido avalista de operações bancárias para o Santos neste ano. Durante o mandato de Teixeira, Modesto foi funcionário do clube. A amizade das famílias é antiga. O pai de Marcelo, Milton Teixeira, foi amigo de Modesto Roma. Ambos diretores e presidentes entre os anos 60, 70 e 80. O Santos tem enfrentado dificuldade para pagar contas básicas. O gramado da Vila ficou dois meses sem manutenção no final de 2014. Faturas de floriculturas, empresas de terceirização, água e luz foram renegociadas. Por falta de pagamento de salários, seis atletas entraram na Justiça (Mena, Arouca, Matheus Índio, Leandro Damião, Renê Júnior e Felipe). Aranha teve o pedido indeferido. Os reforços para o time de 2015 têm sido os que aceitam receber baixos salários. O atacante Ricardo Oliveira assinou contrato por R$ 40 mil mensais. "Tomara que eu me surpreenda, mas não vejo como o Santos possa brigar por títulos por enquanto", concedeu Teixeira. "O Santos não tem crédito nenhum na praça. A situação é dificílima. Onde vão buscar recursos?", questiona. Acusado por adversários de também ter deixado o clube em situação difícil ao sair da presidência, em 2009, Teixeira diz que trabalhou para reduzir a dívida. Contesta também a informação publicada pela Folha neste domingo (18) de que o passivo do Santos ao final de 2009 era de R$ 222 milhões. "Eu reduzi o perfil da dívida, que ficou em R$ 70 milhões." Afastado dos holofotes desde que levantou da cadeira de presidente em 2009, apareceu pouco mesmo durante a campanha de Modesto. Jura que não vai ocupar nenhum cargo na administração. Mas não nega ser eminência parda. "Eu nunca vou deixar de ajudar o Santos. Essa é uma característica da minha família. Posso ajudar de várias formas, inclusive com a experiência", lembra. NEYMAR Para Marcelo Teixeira, o Santos entrou em uma espiral de crise financeira por causa de erros administrativos. Nenhum tão grande quanto a venda de Neymar. Ele lembra que Luis Alvaro (presidente entre 2010-2013) renegociou o contrato do atacante e reduziu o término do vínculo de fevereiro de 2015 para julho de 2014. "Por que fazer isso? O atleta já tinha uma multa alta (30 milhões de euros). O clube perdeu. Foi um erro", avalia. Em maio de 2013, Neymar foi para o Barcelona e o Santos recebeu 17 milhões de euros. Também obteve 7,9 milhões de euros pela preferência de compra de Giva, Victor Andrade e Gabriel, que estavam nas categorias de base. "O Santos depreciou seu patrimônio e perdeu o Paulo Henrique Ganso, que saiu barato [R$ 23,8 milhões]. Os reforços contratados foram ruins", reclama. "Houve aumento no número de funcionários do clube e com salários altos. Havia jogadores históricos trabalhando para revelar talentos. Gente como o Zito, Abel, Formiga... Nos últimos anos, atletas têm sido avaliados apenas por scouts e DVD."
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O infernal estoque de pobres
Depois de pouco mais de 13 anos de governo do PT, o partido que sempre se considerou o paladino dos pobres, o Brasil conta com 73.327.179 pessoas pobres -o que dá cerca de 36% de sua população total. Não sou eu quem o diz, mas o sítio oficial do Ministério de Desenvolvimento Social de Dilma Rousseff, ao informar sobre o Cadastro Único para Programas Sociais, que "reúne informações socioeconômicas das famílias brasileiras de baixa renda -aquelas com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa". Famílias de baixa renda é um piedoso eufemismo para pobres ou, até, para miseráveis, conforme se pode ver quando se separam os cadastrados por faixa de rendimento: de R$ 0 até R$ 77 -38.919.660 pessoas; de R$ 77,01 até R$ 154 -14.852.534; de R$ 154,01 até meio salário mínimo -19.554.985. O total é um estoque infernal de miséria e pobreza. Pode até haver mais, porque o cadastro inclui 7,8 milhões de pessoas que ganham mais que meio salário mínimo. Mas não especifica quanto mais. O estoque existente em janeiro de 2015, a data mencionada no sítio do ministério, torna suspeita a propaganda petista segundo a qual 45 milhões de pessoas deixaram a pobreza nos anos Lula/Dilma. Se essa informação for verdadeira, ter-se-ia que o estoque de pobres quando Luiz Inácio Lula da Silva assumiu seria de quase 120 milhões (os 73 milhões que continuam de baixa renda em 2015 mais os 45 milhões que escaparam da pobreza). Daria, então, cerca de 60% da população brasileira atual, o que não parece plausível. Mas o ponto principal nem é esse. O que assusta nos números oficiais é que, se um partido que tinha como retórica permanente a defesa dos pobres lega 73 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza, o que acontecerá agora que o novo samba de uma nota só é o acerto das contas públicas? A austeridade, condição sine qua non para ajustar as contas, é, pelo menos nos primeiros momentos, inimiga do crescimento, que, por sua vez, é indispensável (mas não suficiente) para reduzir a pobreza. Basta ver o estrago social provocado, em vários países da Europa, por políticas semelhantes às que se anunciam no Brasil de Michel Temer. É verdade que os crentes nas virtudes celestiais dessas políticas dizem, sempre, que haverá um pote de ouro no fim do arco íris. Não é bem o que está acontecendo na Europa, mas só resta aguardar. Por enquanto, dá para desconfiar que tende a se perpetuar a incapacidade de o Brasil livrar-se do aleijão da pobreza. Frei Betto, amigo e confessor de Lula, desiludido com o governo do amigo, deu entrevista ao "Valor Econômico" em que aponta o que ocorreu nos governos petistas: "Investiu-se mais em facilitar à população acesso aos bens pessoais (celular, computador, carro, linha branca), quando se deveria priorizar o acesso aos bens sociais (educação, saúde, moradia, segurança, saneamento etc)". Dá para acreditar que o novo governo investirá em acesso da maioria aos bens sociais, tão reclamados nas manifestações de junho de 2013?
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O infernal estoque de pobresDepois de pouco mais de 13 anos de governo do PT, o partido que sempre se considerou o paladino dos pobres, o Brasil conta com 73.327.179 pessoas pobres -o que dá cerca de 36% de sua população total. Não sou eu quem o diz, mas o sítio oficial do Ministério de Desenvolvimento Social de Dilma Rousseff, ao informar sobre o Cadastro Único para Programas Sociais, que "reúne informações socioeconômicas das famílias brasileiras de baixa renda -aquelas com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa". Famílias de baixa renda é um piedoso eufemismo para pobres ou, até, para miseráveis, conforme se pode ver quando se separam os cadastrados por faixa de rendimento: de R$ 0 até R$ 77 -38.919.660 pessoas; de R$ 77,01 até R$ 154 -14.852.534; de R$ 154,01 até meio salário mínimo -19.554.985. O total é um estoque infernal de miséria e pobreza. Pode até haver mais, porque o cadastro inclui 7,8 milhões de pessoas que ganham mais que meio salário mínimo. Mas não especifica quanto mais. O estoque existente em janeiro de 2015, a data mencionada no sítio do ministério, torna suspeita a propaganda petista segundo a qual 45 milhões de pessoas deixaram a pobreza nos anos Lula/Dilma. Se essa informação for verdadeira, ter-se-ia que o estoque de pobres quando Luiz Inácio Lula da Silva assumiu seria de quase 120 milhões (os 73 milhões que continuam de baixa renda em 2015 mais os 45 milhões que escaparam da pobreza). Daria, então, cerca de 60% da população brasileira atual, o que não parece plausível. Mas o ponto principal nem é esse. O que assusta nos números oficiais é que, se um partido que tinha como retórica permanente a defesa dos pobres lega 73 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza, o que acontecerá agora que o novo samba de uma nota só é o acerto das contas públicas? A austeridade, condição sine qua non para ajustar as contas, é, pelo menos nos primeiros momentos, inimiga do crescimento, que, por sua vez, é indispensável (mas não suficiente) para reduzir a pobreza. Basta ver o estrago social provocado, em vários países da Europa, por políticas semelhantes às que se anunciam no Brasil de Michel Temer. É verdade que os crentes nas virtudes celestiais dessas políticas dizem, sempre, que haverá um pote de ouro no fim do arco íris. Não é bem o que está acontecendo na Europa, mas só resta aguardar. Por enquanto, dá para desconfiar que tende a se perpetuar a incapacidade de o Brasil livrar-se do aleijão da pobreza. Frei Betto, amigo e confessor de Lula, desiludido com o governo do amigo, deu entrevista ao "Valor Econômico" em que aponta o que ocorreu nos governos petistas: "Investiu-se mais em facilitar à população acesso aos bens pessoais (celular, computador, carro, linha branca), quando se deveria priorizar o acesso aos bens sociais (educação, saúde, moradia, segurança, saneamento etc)". Dá para acreditar que o novo governo investirá em acesso da maioria aos bens sociais, tão reclamados nas manifestações de junho de 2013?
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Faturamento das micro e pequenas empresas de SP recua 10,2% em maio
A receita das micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo caiu 10,2% em maio, em relação ao mesmo mês de 2014, já descontada a inflação do período. Foi a quinta queda consecutiva no faturamento do setor, segundo o Sebrae-SP. No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, a baixa chega a 12,4%. Em maio, a maior retração foi observada no segmento industrial paulista: -17,4%. "A indústria vem caindo já há alguns meses, pois é quase sempre o primeiro setor a sofrer com o desaquecimento da demanda", diz Marcelo Moreira, do Sebrae-SP. No caso dos micro e pequenos industriais, a alta dependência em relação ao mercado interno é um agravante no cenário atual de instabilidade econômica. Diferentemente de grandes companhias, que podem recorrer às exportações em um momento de câmbio mais favorável –e com isso compensar parte das perdas no mercado doméstico–, a maioria das fábricas de menor porte vende apenas dentro do país, segundo Moreira. A pesquisa mostrou que, mesmo com a queda na receita, ainda não ocorreram demissões: houve alta de 1,2% no pessoal ocupado no acumulado de janeiro a maio. Por outro lado, a folha de pagamentos caiu 1,4% no período, o que pode indicar uma substituição de funcionários com salários mais altos. * Carro de luxo A demanda no segmento de turismo e lazer das locadoras de veículos caiu 10% no primeiro semestre deste ano, segundo a Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis). "A retração é resultado da situação econômica, da alta dos custos e da inflação, que tem pesado no bolso do consumidor", afirma o presidente do conselho da entidade, Paulo Nemer. "Assim como a viagem de lazer, o aluguel de carro é um luxo hoje", diz o executivo, que também é CEO da Rede Brasil de locadoras. No segmento de terceirização de frotas, que corresponde em média a 55% dos negócios das empresas, o desempenho é estável. "Governos e corporações estão aumentando a terceirização para colocar o capital em sua atividade fim." * Sacada para os arcos Mesmo com a crise e a dificuldade do consumidor em contrair crédito imobiliário, a Gafisa prevê manter no biênio 2015-2016 o mesmo volume de lançamentos no Rio dos últimos dois anos. A companhia estima entre três e seis novos projetos neste ano e no próximo, com foco no centro e na zona norte. O primeiro, um residencial na Lapa, deverá ser lançado em agosto e terá investimento de R$ 35 milhões, um dos menores do pacote, segundo Luiz Carlos Siciliano, diretor-executivo da Gafisa. "É uma área com demanda imobiliária reprimida, que passa por uma revitalização e tem poucos lançamentos." Outro projeto previsto é um centro comercial para atender o Alphaville Barra da Tijuca, do qual a Gafisa participou do desenvolvimento. Entre 2013 e 2014, foram apresentados quatro empreendimentos no Rio. "Se a economia permitir, devemos superar as vendas dos últimos dois anos." Para driblar o cenário desfavorável, a companhia propôs ações como financiamento direto, caso o comprador não consiga crédito, e o pagamento de parcelas em situação de desemprego. Raio-x da incorporadora R$ 532,1 milhões foram as vendas líquidas do grupo no 2º tri deste ano R$ 482 milhões foi o volume lançado pela companhia no período no país 16,5% foi o crescimento no volume de lançamentos no 1º tri de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado 8 foram os projetos no 2º tri de 2015, em cinco Estados * Embarque... As exportações brasileiras para o Iraque avançaram 37% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2014. O total movimentado chegou a US$ 330 milhões (R$ 1,030 bilhão). ...iraquiano Os produtos mais embarcados foram alimentos e máquinas pesadas. Em novembro, uma comitiva de empresários organizada pela Câmara de Comércio Brasil Iraque participará de uma feira de negócios em Bagdá. Mais... O Santana Parque Shopping, localizado na cidade de São Paulo, vai investir R$ 15 milhões neste ano para ampliação e melhorias. O aporte inclui um novo espaço de alimentação no complexo. ...lojas O shopping pertence ao grupo Aliansce e tem hoje 180 lojas. De janeiro a maio, houve crescimento de 9,3% no volume de vendas no local, segundo o centro de compras. * com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA
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Faturamento das micro e pequenas empresas de SP recua 10,2% em maioA receita das micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo caiu 10,2% em maio, em relação ao mesmo mês de 2014, já descontada a inflação do período. Foi a quinta queda consecutiva no faturamento do setor, segundo o Sebrae-SP. No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, a baixa chega a 12,4%. Em maio, a maior retração foi observada no segmento industrial paulista: -17,4%. "A indústria vem caindo já há alguns meses, pois é quase sempre o primeiro setor a sofrer com o desaquecimento da demanda", diz Marcelo Moreira, do Sebrae-SP. No caso dos micro e pequenos industriais, a alta dependência em relação ao mercado interno é um agravante no cenário atual de instabilidade econômica. Diferentemente de grandes companhias, que podem recorrer às exportações em um momento de câmbio mais favorável –e com isso compensar parte das perdas no mercado doméstico–, a maioria das fábricas de menor porte vende apenas dentro do país, segundo Moreira. A pesquisa mostrou que, mesmo com a queda na receita, ainda não ocorreram demissões: houve alta de 1,2% no pessoal ocupado no acumulado de janeiro a maio. Por outro lado, a folha de pagamentos caiu 1,4% no período, o que pode indicar uma substituição de funcionários com salários mais altos. * Carro de luxo A demanda no segmento de turismo e lazer das locadoras de veículos caiu 10% no primeiro semestre deste ano, segundo a Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis). "A retração é resultado da situação econômica, da alta dos custos e da inflação, que tem pesado no bolso do consumidor", afirma o presidente do conselho da entidade, Paulo Nemer. "Assim como a viagem de lazer, o aluguel de carro é um luxo hoje", diz o executivo, que também é CEO da Rede Brasil de locadoras. No segmento de terceirização de frotas, que corresponde em média a 55% dos negócios das empresas, o desempenho é estável. "Governos e corporações estão aumentando a terceirização para colocar o capital em sua atividade fim." * Sacada para os arcos Mesmo com a crise e a dificuldade do consumidor em contrair crédito imobiliário, a Gafisa prevê manter no biênio 2015-2016 o mesmo volume de lançamentos no Rio dos últimos dois anos. A companhia estima entre três e seis novos projetos neste ano e no próximo, com foco no centro e na zona norte. O primeiro, um residencial na Lapa, deverá ser lançado em agosto e terá investimento de R$ 35 milhões, um dos menores do pacote, segundo Luiz Carlos Siciliano, diretor-executivo da Gafisa. "É uma área com demanda imobiliária reprimida, que passa por uma revitalização e tem poucos lançamentos." Outro projeto previsto é um centro comercial para atender o Alphaville Barra da Tijuca, do qual a Gafisa participou do desenvolvimento. Entre 2013 e 2014, foram apresentados quatro empreendimentos no Rio. "Se a economia permitir, devemos superar as vendas dos últimos dois anos." Para driblar o cenário desfavorável, a companhia propôs ações como financiamento direto, caso o comprador não consiga crédito, e o pagamento de parcelas em situação de desemprego. Raio-x da incorporadora R$ 532,1 milhões foram as vendas líquidas do grupo no 2º tri deste ano R$ 482 milhões foi o volume lançado pela companhia no período no país 16,5% foi o crescimento no volume de lançamentos no 1º tri de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado 8 foram os projetos no 2º tri de 2015, em cinco Estados * Embarque... As exportações brasileiras para o Iraque avançaram 37% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2014. O total movimentado chegou a US$ 330 milhões (R$ 1,030 bilhão). ...iraquiano Os produtos mais embarcados foram alimentos e máquinas pesadas. Em novembro, uma comitiva de empresários organizada pela Câmara de Comércio Brasil Iraque participará de uma feira de negócios em Bagdá. Mais... O Santana Parque Shopping, localizado na cidade de São Paulo, vai investir R$ 15 milhões neste ano para ampliação e melhorias. O aporte inclui um novo espaço de alimentação no complexo. ...lojas O shopping pertence ao grupo Aliansce e tem hoje 180 lojas. De janeiro a maio, houve crescimento de 9,3% no volume de vendas no local, segundo o centro de compras. * com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA
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Ruth Rocha comemora 50 anos de carreira com festa que vai durar 3 anos
"Ih, nem lembro quando foi que publiquei meu primeiro texto", diz sorrindo a escritora Ruth Rocha. Nesta quarta (29), um evento marcou o início de uma série de homenagens aos 50 anos de carreira da escritora, que serão completados em 2017. A autora publicou sua primeira coluna, um texto sobre educação na revista "Cláudia", em 1967. No ano passado, a "Folhinha" publicou uma edição especial que comemorou os 45 anos de atividade da escritora. A diferença na conta acontece porque o caderno considerou como início da carreira de Ruth Rocha seu primeiro texto infantil publicado –e não um texto para adultos, como foi o caso da coluna na revista "Cláudia". A primeira história para crianças de Ruth Rocha foi o conto infantil "Romeu e Julieta", publicado na revista "Recreio" em 1969, sobre duas borboletas de cores diferentes que não podiam se misturar. A festa de 50 anos de carreira da autora vai durar três anos. O projeto "Ruth Rocha 50 anos: A Aventura de Ler" incluirá três peças, um documentário e uma exposição. "Como os diretores são todos amigos, as ideias foram surgindo naturalmente, e acabou virando um grande projeto", explica o idealizador da comemoração, Jô Santana. Mas por que três anos? "Não gosto de número par", responde Santana. Colaborou JÚLIA BARBON
folhinha
Ruth Rocha comemora 50 anos de carreira com festa que vai durar 3 anos"Ih, nem lembro quando foi que publiquei meu primeiro texto", diz sorrindo a escritora Ruth Rocha. Nesta quarta (29), um evento marcou o início de uma série de homenagens aos 50 anos de carreira da escritora, que serão completados em 2017. A autora publicou sua primeira coluna, um texto sobre educação na revista "Cláudia", em 1967. No ano passado, a "Folhinha" publicou uma edição especial que comemorou os 45 anos de atividade da escritora. A diferença na conta acontece porque o caderno considerou como início da carreira de Ruth Rocha seu primeiro texto infantil publicado –e não um texto para adultos, como foi o caso da coluna na revista "Cláudia". A primeira história para crianças de Ruth Rocha foi o conto infantil "Romeu e Julieta", publicado na revista "Recreio" em 1969, sobre duas borboletas de cores diferentes que não podiam se misturar. A festa de 50 anos de carreira da autora vai durar três anos. O projeto "Ruth Rocha 50 anos: A Aventura de Ler" incluirá três peças, um documentário e uma exposição. "Como os diretores são todos amigos, as ideias foram surgindo naturalmente, e acabou virando um grande projeto", explica o idealizador da comemoração, Jô Santana. Mas por que três anos? "Não gosto de número par", responde Santana. Colaborou JÚLIA BARBON
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As bases de Cunha
Hoje a atitude talvez não se repetisse. Àquela altura, porém, comandando a Câmara dos Deputados havia pouco mais de um mês, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se mostrava tão à vontade que, mesmo sem ter sido convocado, decidiu comparecer à CPI da Petrobras para prestar esclarecimentos sobre as suspeitas que se lançavam contra ele. Tudo não passava de opção política, sustentou o presidente da Câmara; seu nome fora incluído na lista de investigados no Supremo Tribunal Federal para "transferir a crise do outro lado da rua [Palácio do Planalto] para cá [Congresso]". O doleiro Alberto Youssef apontara Cunha como beneficiário de propina no esquema de corrupção da estatal, mas poucos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito julgaram oportuno dirigir ao peemedebista perguntas relacionadas com o escândalo. Em vez disso, congressistas encarregados de questionar o deputado fluminense aplaudiram o chefe ao final de sua defesa e se revezaram no microfone no intuito de parabenizá-lo –gesto compartilhado por membros tanto da oposição como da base aliada. Passados quase seis meses de sua eleição para a presidência da Câmara, Eduardo Cunha já não ostenta tantos asseclas dispostos a defendê-lo. Mais que isso, mesmo entre seus correligionários começa a ganhar corpo uma ideia que pareceria impensável semanas atrás: seu afastamento do cargo. Tendo obtido 267 votos (52% do total) na disputa interna e derrotado com folga Arlindo Chinaglia (PT-SP), o peemedebista logo foi visto como alguém capaz de incomodar o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e de fazer do Legislativo um Poder mais autônomo. Se dirigiu votações com mão pesada, se impôs sua vontade e sua pauta ao conjunto dos deputados, se trabalhou contra o ajuste de que o país precisa, se dobrou o regimento da Casa perante seus interesses, nada disso incomodou os oposicionistas e os descontentes –desde que, naturalmente, o Executivo sentisse duros golpes. Apesar de não ter perdido sua capacidade de fustigar o Planalto, o presidente da Câmara viu diminuir de forma significativa o apoio que recebe dos colegas em suas investidas. Quando anunciou que estava rompendo com o governo Dilma, por exemplo, ficou quase isolado. A mudança de clima coincide com a notícia de que o lobista Julio Camargo acusa Eduardo Cunha de ter recebido US$ 5 milhões em propina. Há, além disso, rumores de que a Procuradoria-Geral da República em breve apresentará denúncia contra o peemedebista. Dados esses fatos, seus aliados entraram em compasso de espera. Ainda que seja por puro instinto de autopreservação diante da opinião pública –e não pela adesão a princípios éticos e morais–, parecem ter percebido que o eventual recebimento de acusação formal por parte do STF, mesmo sem pressupor culpa, não pode passar sem consequências políticas. [email protected]
opiniao
As bases de CunhaHoje a atitude talvez não se repetisse. Àquela altura, porém, comandando a Câmara dos Deputados havia pouco mais de um mês, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se mostrava tão à vontade que, mesmo sem ter sido convocado, decidiu comparecer à CPI da Petrobras para prestar esclarecimentos sobre as suspeitas que se lançavam contra ele. Tudo não passava de opção política, sustentou o presidente da Câmara; seu nome fora incluído na lista de investigados no Supremo Tribunal Federal para "transferir a crise do outro lado da rua [Palácio do Planalto] para cá [Congresso]". O doleiro Alberto Youssef apontara Cunha como beneficiário de propina no esquema de corrupção da estatal, mas poucos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito julgaram oportuno dirigir ao peemedebista perguntas relacionadas com o escândalo. Em vez disso, congressistas encarregados de questionar o deputado fluminense aplaudiram o chefe ao final de sua defesa e se revezaram no microfone no intuito de parabenizá-lo –gesto compartilhado por membros tanto da oposição como da base aliada. Passados quase seis meses de sua eleição para a presidência da Câmara, Eduardo Cunha já não ostenta tantos asseclas dispostos a defendê-lo. Mais que isso, mesmo entre seus correligionários começa a ganhar corpo uma ideia que pareceria impensável semanas atrás: seu afastamento do cargo. Tendo obtido 267 votos (52% do total) na disputa interna e derrotado com folga Arlindo Chinaglia (PT-SP), o peemedebista logo foi visto como alguém capaz de incomodar o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e de fazer do Legislativo um Poder mais autônomo. Se dirigiu votações com mão pesada, se impôs sua vontade e sua pauta ao conjunto dos deputados, se trabalhou contra o ajuste de que o país precisa, se dobrou o regimento da Casa perante seus interesses, nada disso incomodou os oposicionistas e os descontentes –desde que, naturalmente, o Executivo sentisse duros golpes. Apesar de não ter perdido sua capacidade de fustigar o Planalto, o presidente da Câmara viu diminuir de forma significativa o apoio que recebe dos colegas em suas investidas. Quando anunciou que estava rompendo com o governo Dilma, por exemplo, ficou quase isolado. A mudança de clima coincide com a notícia de que o lobista Julio Camargo acusa Eduardo Cunha de ter recebido US$ 5 milhões em propina. Há, além disso, rumores de que a Procuradoria-Geral da República em breve apresentará denúncia contra o peemedebista. Dados esses fatos, seus aliados entraram em compasso de espera. Ainda que seja por puro instinto de autopreservação diante da opinião pública –e não pela adesão a princípios éticos e morais–, parecem ter percebido que o eventual recebimento de acusação formal por parte do STF, mesmo sem pressupor culpa, não pode passar sem consequências políticas. [email protected]
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Ministério Público investigará compra de caças suecos pelo governo brasileiro
O Ministério Público Federal abriu nesta quinta-feira um inquérito para investigar a compra de 36 caças suecos, modelo Gripen NG, pelo governo brasileiro. O contrato, assinado em outubro passado, foi fechado por US$ 5,4 bilhões (cerca de R$ 16,5 bilhões). O valor é US$ 900 milhões (R$ 2,7 bilhões) a mais do que o previsto na proposta do fabricante, apresentada no final de 2013. Caso sejam constatadas irregularidades, o Ministério Público poderá pedir o cancelamento do negócio. A apuração ficará a cargo do Núcleo de Combate à Corrupção da procuradoria, em Brasília. Apesar de o compromisso já ter sido firmado, os caças só serão entregues entre 2019 e 2024, prazo adiado um ano além do esperado inicialmente. O executivo Marcus Wallenberg, presidente do conselho de administração da empresa sueca Saab, fornecedora das aeronaves, se reuniu com a presidente Dilma Rousseff no dia 1º deste mês. Após o encontro no Palácio do Planalto, Wallenberg disse acreditar que a crise financeira e o ajuste fiscal promovido pelo governo não impedirão o Brasil de honrar com o contrato. Procurada por volta das 18h20m, a Aeronáutica ainda não respondeu aos questionamentos feitos pela Folha. A Aeronáutica, por meio da assessoria de imprensa, informou que não reconhece qualquer irregularidade na aquisição dos caças. Argumenta que o negócio foi fechado em coroas suecas e, em consequência da variação cambial, o valor final do acordo - US$ 5,4 bilhões em 2014 - hoje equivale a US$ 4,6 bilhões. A Aeronáutica lembra ainda que os novos caças serão usados por, no mínimo, 40 anos. Como já fizera anteriormente, destaca que deve-se levar em consideração que o Brasil solicitou alterações significativas nos requerimentos do projeto, na comparação com o pedido inicial, de 2009. Por fim, informa que ainda não foi notificada oficialmente pelo Ministério Público, mas que está à disposição das autoridades.
poder
Ministério Público investigará compra de caças suecos pelo governo brasileiroO Ministério Público Federal abriu nesta quinta-feira um inquérito para investigar a compra de 36 caças suecos, modelo Gripen NG, pelo governo brasileiro. O contrato, assinado em outubro passado, foi fechado por US$ 5,4 bilhões (cerca de R$ 16,5 bilhões). O valor é US$ 900 milhões (R$ 2,7 bilhões) a mais do que o previsto na proposta do fabricante, apresentada no final de 2013. Caso sejam constatadas irregularidades, o Ministério Público poderá pedir o cancelamento do negócio. A apuração ficará a cargo do Núcleo de Combate à Corrupção da procuradoria, em Brasília. Apesar de o compromisso já ter sido firmado, os caças só serão entregues entre 2019 e 2024, prazo adiado um ano além do esperado inicialmente. O executivo Marcus Wallenberg, presidente do conselho de administração da empresa sueca Saab, fornecedora das aeronaves, se reuniu com a presidente Dilma Rousseff no dia 1º deste mês. Após o encontro no Palácio do Planalto, Wallenberg disse acreditar que a crise financeira e o ajuste fiscal promovido pelo governo não impedirão o Brasil de honrar com o contrato. Procurada por volta das 18h20m, a Aeronáutica ainda não respondeu aos questionamentos feitos pela Folha. A Aeronáutica, por meio da assessoria de imprensa, informou que não reconhece qualquer irregularidade na aquisição dos caças. Argumenta que o negócio foi fechado em coroas suecas e, em consequência da variação cambial, o valor final do acordo - US$ 5,4 bilhões em 2014 - hoje equivale a US$ 4,6 bilhões. A Aeronáutica lembra ainda que os novos caças serão usados por, no mínimo, 40 anos. Como já fizera anteriormente, destaca que deve-se levar em consideração que o Brasil solicitou alterações significativas nos requerimentos do projeto, na comparação com o pedido inicial, de 2009. Por fim, informa que ainda não foi notificada oficialmente pelo Ministério Público, mas que está à disposição das autoridades.
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Frederico Vasconcelos: Prisão antes da certeza da culpa
Sob o título "Drama de magistrado", o artigo a seguir é de autoria de Walter de Almeida Guilherme, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo. Há pouco aposentado como desembargador do Tribunal de Justiça, por força de ... Leia post completo no blog
poder
Frederico Vasconcelos: Prisão antes da certeza da culpaSob o título "Drama de magistrado", o artigo a seguir é de autoria de Walter de Almeida Guilherme, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo. Há pouco aposentado como desembargador do Tribunal de Justiça, por força de ... Leia post completo no blog
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Seu imóvel e o leão
Comprou, vendeu, doou, alugou, reformou imóvel? A Receita precisa saber de tudo o que envolve transações imobiliárias. É bom conhecer as regras, algumas ajudam você a pagar menos imposto. Conversei com os especialistas da Dian & Pantaroto a respeito. COMPRA Informe o valor de compra corretamente. A partir dele será apurado o ganho de capital na venda do imóvel e, por tabela, o Imposto de Renda devido. Na compra à vista, informe na declaração de Bens e Direitos, situação em 31/12/2015, o valor de aquisição acrescido de gastos de cartório e registro de imóveis. Na compra com crédito imobiliário, relate na descrição do bem valor pago, juros e acréscimos. Na situação em 31/12/2015, reporte o total pago em 2015. VENDA Desconte do valor da venda a corretagem e despesas pagas para comercializar o imóvel. O lucro (ganho de capital) é a diferença entre o valor de venda e o de compra, acrescido de benfeitorias declaradas. O IR é 15%, exceto no caso de imóvel adquirido entre 1969 e 1988, sujeitos a redução na base de cálculo. Os adquiridos até 1969 são isentos. Use o programa da Receita para cálculos e emissão de guia. ISENÇÃO Há casos em que você, pessoa física residente no Brasil, fica livre do leão. O imposto sobre o ganho de capital não é cobrado: a) na venda, por valor igual ou inferior a R$ 440.000, do único imóvel, em área urbana ou rural, para uso residencial, industrial ou lazer. Condição: não ter efetuado, em cinco anos, outra alienação de imóvel a qualquer título, tributada ou não; b) se o produto da venda for aplicado para comprar outro imóvel, em 180 dias. Se aplicada só parte do valor da venda, incidirá imposto sobre o ganho proporcional ao montante não aplicado. Esse benefício pode ser usado uma vez a cada cinco anos. LOCAÇÃO Muitos brasileiros gostam de investir em imóveis e vivem da renda de aluguéis. Se eles são pagos por pessoas físicas ou fonte no exterior, o imposto é recolhido via carne-leão. Se recebido de pessoa jurídica, a fonte pagadora se responsabiliza pelo recolhimento do imposto. A alíquota é definida pela tabela progressiva vigente, e o pagamento, feito até o último dia útil do mês seguinte ao recebimento. Pode deduzir despesas? Sim, se pagas pelo locador. As mais comuns são despesas de condomínio, impostos, taxas e emolumentos e despesas pagas à administradora do imóvel. DOAÇÃO Planejamento sucessório em vida é uma estratégia a ser considerada. Ajuda a reduzir os bens que serão inventariados e, portanto, os custos dessa sucessão. Se você doou algum imóvel, saiba como doador e donatário devem declarar. Doador: na declaração de Bens e Direitos, informe na descrição do bem o nome e o CPF do beneficiário da doação. Se houver reserva de usufruto, o nome e o CPF do usufrutuário. Em situação de 31/12/2015, zere o valor. Donatário: na declaração de Bens e Direitos, informe na descrição do bem os dados do imóvel recebido em doação, o nome e o CPF do doador. No campo "Situação em 31/12/2015", declare o valor do imóvel. Para justificar financeiramente a compra, registre em Rendimentos Isentos e Não tributáveis o valor obtido em doação. Usufrutuário: aquele que se beneficia do uso ou renda proporcionada pelo imóvel. Na declaração de Bens e Direitos, informe na descrição do bem, o nome e o CPF do proprietário da nua-propriedade. Se o doador permaneceu com o usufruto, informe em novo item da declaração de Bens e Direitos, nome e CPF do beneficiário da doação. Em situação de 31/12/2015, registre R$ 1,00, salvo se atribuído outro valor no documento de transmissão. MANUTENÇÃO Não fez nada, só mantém a posse de imóvel declarado no ano anterior? Não cometa o erro de atualizar o valor do imóvel pelo valor de mercado. O que você pode e deve fazer é acrescentar o valor de benfeitorias, como construção, ampliação ou reforma. Mantenha os documentos para comprovação, se solicitados. Se você deixou de incluir alguma benfeitoria nos últimos cinco anos, pode fazer declaração retificadora. Dessa forma poderá reduzir o IR sobre ganho de capital quando vender o imóvel.
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Seu imóvel e o leãoComprou, vendeu, doou, alugou, reformou imóvel? A Receita precisa saber de tudo o que envolve transações imobiliárias. É bom conhecer as regras, algumas ajudam você a pagar menos imposto. Conversei com os especialistas da Dian & Pantaroto a respeito. COMPRA Informe o valor de compra corretamente. A partir dele será apurado o ganho de capital na venda do imóvel e, por tabela, o Imposto de Renda devido. Na compra à vista, informe na declaração de Bens e Direitos, situação em 31/12/2015, o valor de aquisição acrescido de gastos de cartório e registro de imóveis. Na compra com crédito imobiliário, relate na descrição do bem valor pago, juros e acréscimos. Na situação em 31/12/2015, reporte o total pago em 2015. VENDA Desconte do valor da venda a corretagem e despesas pagas para comercializar o imóvel. O lucro (ganho de capital) é a diferença entre o valor de venda e o de compra, acrescido de benfeitorias declaradas. O IR é 15%, exceto no caso de imóvel adquirido entre 1969 e 1988, sujeitos a redução na base de cálculo. Os adquiridos até 1969 são isentos. Use o programa da Receita para cálculos e emissão de guia. ISENÇÃO Há casos em que você, pessoa física residente no Brasil, fica livre do leão. O imposto sobre o ganho de capital não é cobrado: a) na venda, por valor igual ou inferior a R$ 440.000, do único imóvel, em área urbana ou rural, para uso residencial, industrial ou lazer. Condição: não ter efetuado, em cinco anos, outra alienação de imóvel a qualquer título, tributada ou não; b) se o produto da venda for aplicado para comprar outro imóvel, em 180 dias. Se aplicada só parte do valor da venda, incidirá imposto sobre o ganho proporcional ao montante não aplicado. Esse benefício pode ser usado uma vez a cada cinco anos. LOCAÇÃO Muitos brasileiros gostam de investir em imóveis e vivem da renda de aluguéis. Se eles são pagos por pessoas físicas ou fonte no exterior, o imposto é recolhido via carne-leão. Se recebido de pessoa jurídica, a fonte pagadora se responsabiliza pelo recolhimento do imposto. A alíquota é definida pela tabela progressiva vigente, e o pagamento, feito até o último dia útil do mês seguinte ao recebimento. Pode deduzir despesas? Sim, se pagas pelo locador. As mais comuns são despesas de condomínio, impostos, taxas e emolumentos e despesas pagas à administradora do imóvel. DOAÇÃO Planejamento sucessório em vida é uma estratégia a ser considerada. Ajuda a reduzir os bens que serão inventariados e, portanto, os custos dessa sucessão. Se você doou algum imóvel, saiba como doador e donatário devem declarar. Doador: na declaração de Bens e Direitos, informe na descrição do bem o nome e o CPF do beneficiário da doação. Se houver reserva de usufruto, o nome e o CPF do usufrutuário. Em situação de 31/12/2015, zere o valor. Donatário: na declaração de Bens e Direitos, informe na descrição do bem os dados do imóvel recebido em doação, o nome e o CPF do doador. No campo "Situação em 31/12/2015", declare o valor do imóvel. Para justificar financeiramente a compra, registre em Rendimentos Isentos e Não tributáveis o valor obtido em doação. Usufrutuário: aquele que se beneficia do uso ou renda proporcionada pelo imóvel. Na declaração de Bens e Direitos, informe na descrição do bem, o nome e o CPF do proprietário da nua-propriedade. Se o doador permaneceu com o usufruto, informe em novo item da declaração de Bens e Direitos, nome e CPF do beneficiário da doação. Em situação de 31/12/2015, registre R$ 1,00, salvo se atribuído outro valor no documento de transmissão. MANUTENÇÃO Não fez nada, só mantém a posse de imóvel declarado no ano anterior? Não cometa o erro de atualizar o valor do imóvel pelo valor de mercado. O que você pode e deve fazer é acrescentar o valor de benfeitorias, como construção, ampliação ou reforma. Mantenha os documentos para comprovação, se solicitados. Se você deixou de incluir alguma benfeitoria nos últimos cinco anos, pode fazer declaração retificadora. Dessa forma poderá reduzir o IR sobre ganho de capital quando vender o imóvel.
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Balada para Michael Corleone
ninguém escapa ao destino ninguém evita um ciclone e quem, em sã consciência resiste a um saxofone? há sortilégios no vento maldições que vêm de longe sinto um calafrio na espinha quando toca o telefone meu Deus, que vida de merda teve Michael Corleone seu rosto frio (Al Pacino) branco feito mascarpone é a muralha de um palácio vazio, onde nem o clone do que ele não pôde ser ou do que foi (esse monte de mentiras que, somadas são a verdade) se esconde- ria - não há nada por trás de Michael Corleone vamos compará-lo ao pai - Vito, vital, canelone disseminava chacinas com a exuberância de um conde amava a glutonaria era um grande cicerone sua morte entre os tomates é pura como a de um monge - o filho é estranho e mesquinho pobre Michael Corleone como foi mesmo que eu fiz pra acabar assim alone? às vezes acho que penso que sou Michael Corleone
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Balada para Michael Corleoneninguém escapa ao destino ninguém evita um ciclone e quem, em sã consciência resiste a um saxofone? há sortilégios no vento maldições que vêm de longe sinto um calafrio na espinha quando toca o telefone meu Deus, que vida de merda teve Michael Corleone seu rosto frio (Al Pacino) branco feito mascarpone é a muralha de um palácio vazio, onde nem o clone do que ele não pôde ser ou do que foi (esse monte de mentiras que, somadas são a verdade) se esconde- ria - não há nada por trás de Michael Corleone vamos compará-lo ao pai - Vito, vital, canelone disseminava chacinas com a exuberância de um conde amava a glutonaria era um grande cicerone sua morte entre os tomates é pura como a de um monge - o filho é estranho e mesquinho pobre Michael Corleone como foi mesmo que eu fiz pra acabar assim alone? às vezes acho que penso que sou Michael Corleone
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Faltava vontade política para implantar ciclovias, diz urbanista
Ex-coordenadora do Departamento de Planejamento Cicloviário da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), onde trabalhou durante 35 anos, Maria Ermelina Malatesta é favorável à implantação da ciclovia na avenida Paulista, aberta neste domingo (28). Para a especialista em mobilidade não motorizada pela FAU-USP, a via tem importância não só por haver demanda dos ciclistas no local, mas também por ser um modelo implantado em uma avenida emblemática. Ela conta que estudos sobre o assunto são feitos desde a década de 1980 em São Paulo, mas para que saiam do papel, as ciclovias precisam da vontade política dos gestores públicos. Leia abaixo trechos da entrevista à Folha. Folha - Qual sua opinião sobre a ciclovia da avenida Paulista? Maria Ermelina Malatesta - Apoio totalmente. Por vários motivos. Primeiro porque vai dar apoio a demanda que já existe na Paulista. A via tem demanda por um tipo de viagem que não é captada na metodologia de pesquisa do metrô. Está sendo propalado que ali não há demanda. Estou afirmando que tem, sim. Não é captado pela pesquisa Origem Destino do metrô, mas há viagem de integração, uso de bicicletas alugadas, entregas e mensageiros. Há também outras modos de mobilidade que circulam pelas calçadas como os skatistas, patinetes, até os cadeirantes. De repente todo mundo acha que andar de bicicleta é moda. Mas importância da ciclovia da Paulista não é só criar um espaço para a situação do ciclista, que existe demanda, mas é emblemático. Ela é um espaço público com grande significado para o Brasil, é um símbolo para o país todo. Como você vê as críticas à falta de estudos sobre as ciclovias? Não aguento ouvir isso, juro por Deus. Tem gente que nunca esteve nem aí para pedestre, agora lembraram deles e estão usando isso como desculpa. É uma lenda que se criou, não sei de onde partiu, dos palpiteiros de plantão. O planejamento cicloviário na CET é feito há mais de 30 anos, desde 1980. Escrevi um boletim técnico antes de sair da CET sobre todos esses estudos que foram feitos na cidade. E qual a conclusão? Os vários planos que foram feitos, não foram implantados porque não havia vontade política, não era o plano de governo como é o dessa administração. Na década de 1980, quando em Amsterdã estava 'bombando' a rede cicloviária, até por causa da crise do petróleo, aqui também tivemos os ecos dessa crise, mas acabou não se tornando uma prioridade. Agora a questão voltou, mas por outro motivo. A preocupação com a qualidade de vida urbana. Como vai ser a relação entre ciclistas e pedestres? As ilhas [no canteiro central] sempre existiram. A programação semafórica –quando as travessias ficavam nas esquinas– não dava tempo total de travessia. Os pedestres ficavam retidos no canteiro central. A CET deslocou as travessias, recuou, para poder acomodar os veículos que viram na avenida e deu tempo total de travessia. A Paulista tem tempo total de verde suficiente para o pedestre atravessar. Se por acaso acontecer de o volume de pedestres aumentar, se criar novos polos geradores, é muito fácil de a CET resolver. É só rever a programação semafórica. Outra coisa, as pistas para as bicicletas acompanham o sentido de tráfego. Não vai ter o perigo de alguém ficar impaciente e se arriscar. Para o lado que ele estiver olhando é de onde virá a bicicleta. O projeto está tecnicamente correto. CICLOVIA NA PAULISTA Inaugurada neste domingo (28) com 2,7 km, a ciclovia da avenida Paulista, na região central de São Paulo, se estende da praça Oswaldo Cruz (Paraíso) à Consolação. Com isso, a gestão Fernando Haddad (PT) atinge a marca de 334,9 km de vias exclusivas para bicicletas em toda a capital paulista. Na altura da rua Haddock Lobo, já no final da via, com o término do canteiro central, ela continua na faixa da esquerda até a rua da Consolação e segue à direita entre a Consolação e a avenida Angélica. Se os ciclistas comemoram porque vão trafegar com mais conforto e segurança pelo tapete vermelho, há temor de que falte espaço para acomodar os mais de 1,5 milhão de pedestres que circulam diariamente pela avenida. A questão divide a opinião de especialistas em engenharia de tráfego. Alguns afirmam que o desenho da pista causa risco de o pedestre ser "espremido" no canteiro central da Paulista se houver trânsito intenso de bicicletas. Outros dizem que a programação dos semáforos da avenida dá ao pedestre tempo suficiente para atravessar e o espaço das "ilhas" criadas no canteiro central será suficiente para acomodar a todos. A inauguração da ciclovia é vista também como um teste para o projeto de fechar a via para automóveis todos os domingos. O plano, ainda em estudo, seria transformar o principal cartão postal de São Paulo numa espécie de praça a céu aberto, onde usuários de bicicletas, skates, patins e pedestres iriam se misturar aos artistas de rua que se apresentam por ali.
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Faltava vontade política para implantar ciclovias, diz urbanistaEx-coordenadora do Departamento de Planejamento Cicloviário da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), onde trabalhou durante 35 anos, Maria Ermelina Malatesta é favorável à implantação da ciclovia na avenida Paulista, aberta neste domingo (28). Para a especialista em mobilidade não motorizada pela FAU-USP, a via tem importância não só por haver demanda dos ciclistas no local, mas também por ser um modelo implantado em uma avenida emblemática. Ela conta que estudos sobre o assunto são feitos desde a década de 1980 em São Paulo, mas para que saiam do papel, as ciclovias precisam da vontade política dos gestores públicos. Leia abaixo trechos da entrevista à Folha. Folha - Qual sua opinião sobre a ciclovia da avenida Paulista? Maria Ermelina Malatesta - Apoio totalmente. Por vários motivos. Primeiro porque vai dar apoio a demanda que já existe na Paulista. A via tem demanda por um tipo de viagem que não é captada na metodologia de pesquisa do metrô. Está sendo propalado que ali não há demanda. Estou afirmando que tem, sim. Não é captado pela pesquisa Origem Destino do metrô, mas há viagem de integração, uso de bicicletas alugadas, entregas e mensageiros. Há também outras modos de mobilidade que circulam pelas calçadas como os skatistas, patinetes, até os cadeirantes. De repente todo mundo acha que andar de bicicleta é moda. Mas importância da ciclovia da Paulista não é só criar um espaço para a situação do ciclista, que existe demanda, mas é emblemático. Ela é um espaço público com grande significado para o Brasil, é um símbolo para o país todo. Como você vê as críticas à falta de estudos sobre as ciclovias? Não aguento ouvir isso, juro por Deus. Tem gente que nunca esteve nem aí para pedestre, agora lembraram deles e estão usando isso como desculpa. É uma lenda que se criou, não sei de onde partiu, dos palpiteiros de plantão. O planejamento cicloviário na CET é feito há mais de 30 anos, desde 1980. Escrevi um boletim técnico antes de sair da CET sobre todos esses estudos que foram feitos na cidade. E qual a conclusão? Os vários planos que foram feitos, não foram implantados porque não havia vontade política, não era o plano de governo como é o dessa administração. Na década de 1980, quando em Amsterdã estava 'bombando' a rede cicloviária, até por causa da crise do petróleo, aqui também tivemos os ecos dessa crise, mas acabou não se tornando uma prioridade. Agora a questão voltou, mas por outro motivo. A preocupação com a qualidade de vida urbana. Como vai ser a relação entre ciclistas e pedestres? As ilhas [no canteiro central] sempre existiram. A programação semafórica –quando as travessias ficavam nas esquinas– não dava tempo total de travessia. Os pedestres ficavam retidos no canteiro central. A CET deslocou as travessias, recuou, para poder acomodar os veículos que viram na avenida e deu tempo total de travessia. A Paulista tem tempo total de verde suficiente para o pedestre atravessar. Se por acaso acontecer de o volume de pedestres aumentar, se criar novos polos geradores, é muito fácil de a CET resolver. É só rever a programação semafórica. Outra coisa, as pistas para as bicicletas acompanham o sentido de tráfego. Não vai ter o perigo de alguém ficar impaciente e se arriscar. Para o lado que ele estiver olhando é de onde virá a bicicleta. O projeto está tecnicamente correto. CICLOVIA NA PAULISTA Inaugurada neste domingo (28) com 2,7 km, a ciclovia da avenida Paulista, na região central de São Paulo, se estende da praça Oswaldo Cruz (Paraíso) à Consolação. Com isso, a gestão Fernando Haddad (PT) atinge a marca de 334,9 km de vias exclusivas para bicicletas em toda a capital paulista. Na altura da rua Haddock Lobo, já no final da via, com o término do canteiro central, ela continua na faixa da esquerda até a rua da Consolação e segue à direita entre a Consolação e a avenida Angélica. Se os ciclistas comemoram porque vão trafegar com mais conforto e segurança pelo tapete vermelho, há temor de que falte espaço para acomodar os mais de 1,5 milhão de pedestres que circulam diariamente pela avenida. A questão divide a opinião de especialistas em engenharia de tráfego. Alguns afirmam que o desenho da pista causa risco de o pedestre ser "espremido" no canteiro central da Paulista se houver trânsito intenso de bicicletas. Outros dizem que a programação dos semáforos da avenida dá ao pedestre tempo suficiente para atravessar e o espaço das "ilhas" criadas no canteiro central será suficiente para acomodar a todos. A inauguração da ciclovia é vista também como um teste para o projeto de fechar a via para automóveis todos os domingos. O plano, ainda em estudo, seria transformar o principal cartão postal de São Paulo numa espécie de praça a céu aberto, onde usuários de bicicletas, skates, patins e pedestres iriam se misturar aos artistas de rua que se apresentam por ali.
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Sartori quer reduzir valor de indenizações para aliviar crise do RS
O governo do Rio Grande do Sul pretende reduzir em 17,5% o valor de indenizações devidas pelo Estado para tentar aliviar a crise financeira local. Um projeto foi enviado à Assembleia nesta sexta-feira (4), em caráter de urgência, e não vai modificar os valores de pagamentos já confirmados. A votação deve ocorrer em até 30 dias. A proposta é reduzir o valor máximo dos chamados RPVs (requisições de pequeno valor), de 40 salários mínimos (R$ 31.520) para sete (R$ 5.516). Os RPVs são indenizações que o Estado foi condenado pela Justiça a pagar, normalmente em causas trabalhistas ou previdenciárias acionadas por servidores. Em 2013, o ex-governador Tarso Genro (PT) protocolou um projeto que reduzia os RPVs para dez salários mínimos, mas não conseguiu aprová-lo. Também foi encaminhado à Casa um projeto de aumento do limite do saque dos depósitos judicias, de 85% para 95%. O plano foi anunciado na segunda (31) pelo governador José Ivo Sartori (PMDB), que considera a medida paliativa. Um projeto de autoria do Judiciário, mas articulado por Sartori, reduz em 50% os juros dos valores sacados dos depósitos judiciais, colaborando com as finanças do Estado. O aumento do saque dos depósitos judicias injetará cerca de R$ 1 bilhão nos cofres gaúchos, mas o governo diz que o valor é insuficiente para pagar os salários dos servidores estaduais até o final do ano. Os funcionários públicos do Executivo receberam apenas R$ 600 do salário de agosto –o restante será pago até o final de setembro, em três parcelas. Nesta semana, professores, policias civis e funcionários da saúde fizeram uma greve geral. Os professores prorrogaram a greve até o dia 11, e as demais categorias decidirão na terça (8) se continuaram paralisadas. Policiais militares, proibidos por lei de fazer greve, foram impedidos por seus familiares de sair dos quartéis. CRISE Sartori encerrou uma semana difícil recebendo vaias durante seu discurso de abertura da 38º Expointer, tradicional feira de agronegócios do Estado, nesta sexta. Os funcionários públicos ficaram de costas para o governador enquanto ele falava. Na quinta (3), os professores estaduais protestaram em frente ao Palácio Piratini, sede do governo. Manifestantes pediam a retratação do líder de Sartori na Assembleia, deputado Álvaro Boessio, que chamou os servidores públicos de "vadios" em uma entrevista na segunda. Na quarta (2), os trabalhadores fizeram um "barulhaço" em frente ao palácio e uma advogada protocolou o primeiro pedido de impeachment de Sartori.
poder
Sartori quer reduzir valor de indenizações para aliviar crise do RSO governo do Rio Grande do Sul pretende reduzir em 17,5% o valor de indenizações devidas pelo Estado para tentar aliviar a crise financeira local. Um projeto foi enviado à Assembleia nesta sexta-feira (4), em caráter de urgência, e não vai modificar os valores de pagamentos já confirmados. A votação deve ocorrer em até 30 dias. A proposta é reduzir o valor máximo dos chamados RPVs (requisições de pequeno valor), de 40 salários mínimos (R$ 31.520) para sete (R$ 5.516). Os RPVs são indenizações que o Estado foi condenado pela Justiça a pagar, normalmente em causas trabalhistas ou previdenciárias acionadas por servidores. Em 2013, o ex-governador Tarso Genro (PT) protocolou um projeto que reduzia os RPVs para dez salários mínimos, mas não conseguiu aprová-lo. Também foi encaminhado à Casa um projeto de aumento do limite do saque dos depósitos judicias, de 85% para 95%. O plano foi anunciado na segunda (31) pelo governador José Ivo Sartori (PMDB), que considera a medida paliativa. Um projeto de autoria do Judiciário, mas articulado por Sartori, reduz em 50% os juros dos valores sacados dos depósitos judiciais, colaborando com as finanças do Estado. O aumento do saque dos depósitos judicias injetará cerca de R$ 1 bilhão nos cofres gaúchos, mas o governo diz que o valor é insuficiente para pagar os salários dos servidores estaduais até o final do ano. Os funcionários públicos do Executivo receberam apenas R$ 600 do salário de agosto –o restante será pago até o final de setembro, em três parcelas. Nesta semana, professores, policias civis e funcionários da saúde fizeram uma greve geral. Os professores prorrogaram a greve até o dia 11, e as demais categorias decidirão na terça (8) se continuaram paralisadas. Policiais militares, proibidos por lei de fazer greve, foram impedidos por seus familiares de sair dos quartéis. CRISE Sartori encerrou uma semana difícil recebendo vaias durante seu discurso de abertura da 38º Expointer, tradicional feira de agronegócios do Estado, nesta sexta. Os funcionários públicos ficaram de costas para o governador enquanto ele falava. Na quinta (3), os professores estaduais protestaram em frente ao Palácio Piratini, sede do governo. Manifestantes pediam a retratação do líder de Sartori na Assembleia, deputado Álvaro Boessio, que chamou os servidores públicos de "vadios" em uma entrevista na segunda. Na quarta (2), os trabalhadores fizeram um "barulhaço" em frente ao palácio e uma advogada protocolou o primeiro pedido de impeachment de Sartori.
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Janot pede que STF mantenha investigação de Aécio sobre Furnas
A Procuradoria-Geral da República enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) manifestações pedindo a manutenção de duas investigações contra o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG). O primeiro caso trata de suspeita de que o congressista recebeu propina de Furnas e outro quer avaliar a suspeita de maquiagem de dados do Banco Rural para esconder o mensalão mineiro. Os dois procedimentos estão sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes. Sobre o caso de Furnas, Mendes autorizou a abertura de inquérito, mas um dia depois suspendeu a coleta de provas e decidiu pedir que ao Ministério Público que reavaliasse o pedido diante das explicações apresentadas pela defesa de Aécio. Os advogados do parlamentar disseram ao STF que não há elementos novos sobre o episódio que justifiquem a abertura do inquérito. Na avaliação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, existem novos indícios que sustentam o pedido de investigação. Com o pedido da Procuradoria, o senador deve ser ouvido em até 90 dias. Segundo a Procuradoria, o pedido de inquérito teve como base a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), mas também contou com informações prestadas pelo doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros delatores da Lava Jato. A investigação apura crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Youssef relatou que ouviu dizer que Aécio recebia valores, por intermédio de sua irmã, da empresa Bauruense, contratada por Furnas. CRÍTICAS No parecer, Janot faz críticas ao pedido de reavaliação de abertura do inquérito feito por Mendes. "A conveniência de se dar prosseguimento ou não na investigação de autoridade com prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal, depois de formalmente instaurado o procedimento apuratório com autorização do STF, é ato privativo do Procurador-Geral da República, cabendo ao órgão judicial o controle da legalidade dos atos de colheita de elementos de prova, mas sem interferência na formação da opinio delicti", diz o parecer. "Ao assim agir, o Poder Judiciário estará despindo-se de sua necessária imparcialidade e usurpando uma atribuição própria do Ministério Público, sujeito processual a quem toca promover a ação penal", completou. Segundo Janot, "a suspensão do cumprimento das diligências já autorizadas equivale à suspensão do curso das investigações, afetando diretamente os trabalhos do órgão acusador, em incontornável violação ao princípio acusatório consagrado pela Constituição Federal de 1988". Quando reenviou o caso para a Procuradoria, Mendes afirmou ainda que os argumentos apresentados pelos advogados de Aécio poderiam ajudar a esclarecer Janot. "A petição [manifestação] do parlamentar pode demonstrar que a retomada das investigações [sobre Furnas] ocorreu sem que haja novas provas. Além disso, é possível que a manifestação satisfaça as diligências probatórias postuladas pelo procurador-geral da República, possibilitando a imediata formação de juízo acerca do destino da investigação", escreveu o ministro. Segundo a defesa do tucano, "o único elemento novo seria o depoimento de Delcídio do Amaral. Sustenta, no entanto, que as declarações do colaborador não forneceram nenhum acréscimo relevante ao conjunto probatório". Ao STF, a defesa do senador disse ainda "o Tribunal de Contas da União realizou auditoria nos contratos de terceirização da companhia, não tendo constatado indícios de desvio" e afirmou que tinha por função institucional manter contato com a diretoria de Furnas, sem que isso representasse conduta ilícita". "No que concerne à factoring ligada a sua irmã, esclarece que a empresa foi aberta em 1993 e encerrou suas atividades em 1999, e não em 2010, como afirmado na representação. Ou seja, a empresa nem sequer estaria em atividade na época dos fatos." O segundo procedimento envolvendo Aécio trata de um pedido para avaliar a suspeita de maquiagem de dados do Banco Rural para esconder o mensalão mineiro e também tem como alvos o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), além de Aécio. A linha de investigação também partiu da delação de Delcídio. Também depois de esclarecimentos apresentados pelos defensores do senador, Mendes devolveu o pedido para a Procuradoria reavaliar o caso, sendo que o inquérito ainda não chegou a ser aberto. OUTRO LADO Em nota enviada à Folha, a assessoria de Aécio afirmou que a "PGR reenviou ao STF pedido de desarquivamento de investigação anteriormente arquivada em março de 2015 pela própria procuradoria. Informamos que todos os esclarecimentos serão novamente prestados pelo senador Aécio Neves para que não paire dúvidas sobre a sua correta conduta". O texto afirmou ainda que o "pedido de reabertura de investigação arquivada só pode ser feita após apresentação de prova nova. O que não ocorreu". Segundo a assessoria", trata-se de antigas e falsas acusações feitas por adversários do senador na base do "ouvir dizer". "Com relação ao senador Aécio, ele [Youssef] afirmou que jamais o conheceu e que reproduzia informações que teria ouvido de uma terceira pessoa, já falecida. Justamente pela ausência de qualquer comprovação, o arquivamento foi solicitado pela PGR." O advogado de Youssef já declarou que seu cliente fez a citação por ter ouvido dizer de terceiros, não tendo indicado qualquer fato que pudesse justificar a suspeita. A assessoria de Aécio Neves tem reiterado que tem "convicção de que as investigações deixarão clara a falsidade das citações feitas". O tucano afirmou considerar "natural e necessário que as investigações sejam feitas, pois irão demonstrar, como já ocorreu outras vezes, a correção da sua conduta". "Quando uma delação é homologada no Supremo Tribunal Federal, como ocorreu com a delação do senado Delcídio do Amaral, é natural que seja feita a devida investigação sobre as declarações dadas. Por isso, na época, o senador defendeu publicamente que fossem abertas investigações sobre as citações feitas a seu nome", disse no texto enviado à imprensa. Aécio informou que as menções ao caso do Banco Rural são "improcedentes, caluniosas e sem qualquer tipo de comprovação na realidade". Eduardo Paes e Carlos Sampaio também negaram as declarações de Delcídio e envolvimento em irregularidades.
poder
Janot pede que STF mantenha investigação de Aécio sobre FurnasA Procuradoria-Geral da República enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) manifestações pedindo a manutenção de duas investigações contra o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG). O primeiro caso trata de suspeita de que o congressista recebeu propina de Furnas e outro quer avaliar a suspeita de maquiagem de dados do Banco Rural para esconder o mensalão mineiro. Os dois procedimentos estão sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes. Sobre o caso de Furnas, Mendes autorizou a abertura de inquérito, mas um dia depois suspendeu a coleta de provas e decidiu pedir que ao Ministério Público que reavaliasse o pedido diante das explicações apresentadas pela defesa de Aécio. Os advogados do parlamentar disseram ao STF que não há elementos novos sobre o episódio que justifiquem a abertura do inquérito. Na avaliação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, existem novos indícios que sustentam o pedido de investigação. Com o pedido da Procuradoria, o senador deve ser ouvido em até 90 dias. Segundo a Procuradoria, o pedido de inquérito teve como base a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), mas também contou com informações prestadas pelo doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros delatores da Lava Jato. A investigação apura crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Youssef relatou que ouviu dizer que Aécio recebia valores, por intermédio de sua irmã, da empresa Bauruense, contratada por Furnas. CRÍTICAS No parecer, Janot faz críticas ao pedido de reavaliação de abertura do inquérito feito por Mendes. "A conveniência de se dar prosseguimento ou não na investigação de autoridade com prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal, depois de formalmente instaurado o procedimento apuratório com autorização do STF, é ato privativo do Procurador-Geral da República, cabendo ao órgão judicial o controle da legalidade dos atos de colheita de elementos de prova, mas sem interferência na formação da opinio delicti", diz o parecer. "Ao assim agir, o Poder Judiciário estará despindo-se de sua necessária imparcialidade e usurpando uma atribuição própria do Ministério Público, sujeito processual a quem toca promover a ação penal", completou. Segundo Janot, "a suspensão do cumprimento das diligências já autorizadas equivale à suspensão do curso das investigações, afetando diretamente os trabalhos do órgão acusador, em incontornável violação ao princípio acusatório consagrado pela Constituição Federal de 1988". Quando reenviou o caso para a Procuradoria, Mendes afirmou ainda que os argumentos apresentados pelos advogados de Aécio poderiam ajudar a esclarecer Janot. "A petição [manifestação] do parlamentar pode demonstrar que a retomada das investigações [sobre Furnas] ocorreu sem que haja novas provas. Além disso, é possível que a manifestação satisfaça as diligências probatórias postuladas pelo procurador-geral da República, possibilitando a imediata formação de juízo acerca do destino da investigação", escreveu o ministro. Segundo a defesa do tucano, "o único elemento novo seria o depoimento de Delcídio do Amaral. Sustenta, no entanto, que as declarações do colaborador não forneceram nenhum acréscimo relevante ao conjunto probatório". Ao STF, a defesa do senador disse ainda "o Tribunal de Contas da União realizou auditoria nos contratos de terceirização da companhia, não tendo constatado indícios de desvio" e afirmou que tinha por função institucional manter contato com a diretoria de Furnas, sem que isso representasse conduta ilícita". "No que concerne à factoring ligada a sua irmã, esclarece que a empresa foi aberta em 1993 e encerrou suas atividades em 1999, e não em 2010, como afirmado na representação. Ou seja, a empresa nem sequer estaria em atividade na época dos fatos." O segundo procedimento envolvendo Aécio trata de um pedido para avaliar a suspeita de maquiagem de dados do Banco Rural para esconder o mensalão mineiro e também tem como alvos o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), além de Aécio. A linha de investigação também partiu da delação de Delcídio. Também depois de esclarecimentos apresentados pelos defensores do senador, Mendes devolveu o pedido para a Procuradoria reavaliar o caso, sendo que o inquérito ainda não chegou a ser aberto. OUTRO LADO Em nota enviada à Folha, a assessoria de Aécio afirmou que a "PGR reenviou ao STF pedido de desarquivamento de investigação anteriormente arquivada em março de 2015 pela própria procuradoria. Informamos que todos os esclarecimentos serão novamente prestados pelo senador Aécio Neves para que não paire dúvidas sobre a sua correta conduta". O texto afirmou ainda que o "pedido de reabertura de investigação arquivada só pode ser feita após apresentação de prova nova. O que não ocorreu". Segundo a assessoria", trata-se de antigas e falsas acusações feitas por adversários do senador na base do "ouvir dizer". "Com relação ao senador Aécio, ele [Youssef] afirmou que jamais o conheceu e que reproduzia informações que teria ouvido de uma terceira pessoa, já falecida. Justamente pela ausência de qualquer comprovação, o arquivamento foi solicitado pela PGR." O advogado de Youssef já declarou que seu cliente fez a citação por ter ouvido dizer de terceiros, não tendo indicado qualquer fato que pudesse justificar a suspeita. A assessoria de Aécio Neves tem reiterado que tem "convicção de que as investigações deixarão clara a falsidade das citações feitas". O tucano afirmou considerar "natural e necessário que as investigações sejam feitas, pois irão demonstrar, como já ocorreu outras vezes, a correção da sua conduta". "Quando uma delação é homologada no Supremo Tribunal Federal, como ocorreu com a delação do senado Delcídio do Amaral, é natural que seja feita a devida investigação sobre as declarações dadas. Por isso, na época, o senador defendeu publicamente que fossem abertas investigações sobre as citações feitas a seu nome", disse no texto enviado à imprensa. Aécio informou que as menções ao caso do Banco Rural são "improcedentes, caluniosas e sem qualquer tipo de comprovação na realidade". Eduardo Paes e Carlos Sampaio também negaram as declarações de Delcídio e envolvimento em irregularidades.
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Administrador cria negócio inovador para reformar habitação em favela
Aos sete anos, Fernando Assad, 32, via a mãe gerar o sustento para os dois da cozinha do apartamento na Alameda Barão de Limeira, centro de São Paulo. Ela preparava lanches para vender em prédios comerciais da vizinhança. Ex-secretária, Alcione Amiky, 64, virou sacoleira até começar a produzir uniformes numa pequena fábrica doméstica. "Precisava de dinheiro para sustentar meu filho e ficava de olho nas oportunidades", diz a microempresária de origem libanesa. Veja vídeo Foi com a mãe que o administrador de empresas, formado pela USP em 2009, aprendeu a enxergar potenciais negócios. Ainda na universidade, aos 21 anos, Assad fundou sua primeira empresa, uma consultoria para elaboração de projetos na área social. A colega Carolina Rolim viraria sua sócia durante uma "cervejada" da ECA (Escola de Comunicação e Artes). Ela o convidou para participar de um projeto da Fundação Avina, ONG suíça então dirigida no Brasil por Aerton Paiva, o grande mestre de Assad fora da universidade. "Com ele aprendi a inovar e a planejar nos negócios", diz o pupilo. INTERCÂMBIO NO NORTE Era a oportunidade para o universitário se mudar para o Amapá, mesmo tendo de trancar o curso por dois anos. No fim de 2004, Assad passou a gerenciar em campo um projeto de atendimento às comunidades quilombolas do Estado, patrocinado pela Avina e pelo Banco Mundial. Ficou no Norte até o fim de 2006. "Foi meu intercâmbio." Ali conheceu, literalmente, um outro país. "Não dá para ir para lá com o relógio da eficiência paulistana." O primeiro cliente e a empreitada de estreia definiram um conceito de trabalho para o jovem consultor. "Nunca fiz consultoria dentro do escritório. Sempre alguém da equipe ia aos lugares", explica Assad. E foi no Amapá que ele mergulhou na busca de soluções para problemas sociais, embrião de sua segunda empresa, o Programa Vivenda. Até chegar ao modelo de um negócio social na área de habitação popular, o administrador encontrou pelo caminho um segundo mestre. Desta vez, o aprendizado se deu no Vale do Jequitinhonha, em Minas, onde foi trabalhar com Tião Rocha, mentor do CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento) e vencedor do Prêmio Empreendedor Social de 2007. Com sua fala mansa, Assad conta que foi infectado pelo vírus "Tianus rochenses". "As MDIs (maneiras diferentes e inovadoras) de fazer negócio do Tião são inspiradoras." Sua consultoria Giral, já devidamente formalizada em 2007, foi contratada para elaborar o projeto Arassussa (Araçuaí Cidade Sustentável). Dois anos depois lá estava ele de novo trabalhando com Tião na urbanização da favela do Pantanal, na zona leste de São Paulo, a maior feita com dinheiro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). "A gente ficava tiãozando todo dia", brinca Assad. O projeto abriu para o então formando uma segunda oportunidade. Como era realizado para a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), Assad conheceu ali os dois outros fundadores do Vivenda, Igiano Lima e Marcelo Coelho, que atuavam no órgão e virariam seus sócios em 2013. De cada mestre, Assad foi pegando inspiração para o Vivenda. Do Amapá, aprendeu a ouvir as demandas da comunidade. Do Vale do Jequitinhonha, trouxe a ideia de kits de reformas. Identificou assim o nicho de oferecer pacotes de melhoria habitacional a baixo custo em favelas. "O Brasil tem um deficit de 6 milhões de moradias e um deficit qualitativo de 12 milhões que precisam de reformas", contabiliza Assad. CAUSA HABITACIONAL Seu interesse pela problemática habitacional é antigo, tanto que a mulher Maira Nunes, 32, brinca: "Eu tento me convencer de que acima da causa está só o casamento". O conceito de negócio social que ataca o problema habitacional por quatro frentes –crédito, assistência técnica, mão de obra e material– virou tema da dissertação de mestrado, sob orientação de Graziella Comini. "Fernando foi um aluno diferenciado do mestrado por ser mais prático e empreendedor", diz a professora, que coordena o Centro de Empreendedorismo Social da USP. "Ele também participou ativamente do desenho da disciplina de empreendedorismo social." Ativismo que levou Assad a fundar ainda na graduação o Alfa-USP, curso de alfabetização ministrado por universitários. A veia empreendedora se manifestou desde o ensino médio, no Colégio Rio Branco, bancado pelo pai, Gilberto Assad. "Reabri o grêmio", conta ele. Os armários instalados na sua administração permanecem até hoje nos corredores da tradicional escola particular, segundo ele. VEIA EMPREENDEDORA Assad revela no rosto moreno, nos cabelos negros e na barba cerrada traços da descendência sírio-libanesa. Seu bisavô nasceu em Homs, na Síria, e se casou no navio que o trouxe para o Brasil. "Ele era uma figura superempreendedora", diz o bisneto. O velho Assad construiu vários prédios na Vila Mariana, ganha-pão dos herdeiros até hoje. O ramo de construção está no sangue. Assad, o jovem empreendedor, só não gosta mesmo é de lidar com aspectos práticos, como cobrança de clientes. "Brinquei com meu pai que eu não administrava os imóveis da família, mas acabei tendo que fazer gestão de inadimplência no Vivenda." Assim como na fase de consultor, Assad agora também acompanha seu negócio in loco. Todos os dias, ele sai de sua casa, no Butantã, bairro de classe média alta na zona oeste, e se dirige para o Capão Redondo. O escritório do Vivenda é em meio ao Jardim Ibirapuera. Dali, ele observa os barracos, onde moram seus potenciais clientes. "Na favela, a casa é um show de horrores", diz ele, maestro de uma orquestra que tenta transformar cômodos insalubres. "O primeiro banheiro que reformamos virou ponto turístico", conta o empreendedor social que realiza obras financiadas por microcrédito, fornecido pelo Banco Pérola, ou com subsídios em parceria com o Instituto Azzi, que arca com 90% dos custos. Foi assim que a dona de casa Abigail Pellegrini, 46, moradora da favela da Erundina ganhou um banheiro novinho, pagando dez prestações de R$ 90. "O Fernando caiu do céu!", diz ela ao ver o sócio do Vivenda subir as escadas enferrujadas que levam ao barraco onde se destacam os ladrilhos brancos do cômodo recém-reformado. "É o lugar que as visitas mais visitam. Antes, eu morria de vergonha. Agora, deixo até a porta aberta", diz a cliente, escancarando o sorriso de quem anseia por uma nova reforma, desta vez em seu quarto mal ventilado.
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Administrador cria negócio inovador para reformar habitação em favelaAos sete anos, Fernando Assad, 32, via a mãe gerar o sustento para os dois da cozinha do apartamento na Alameda Barão de Limeira, centro de São Paulo. Ela preparava lanches para vender em prédios comerciais da vizinhança. Ex-secretária, Alcione Amiky, 64, virou sacoleira até começar a produzir uniformes numa pequena fábrica doméstica. "Precisava de dinheiro para sustentar meu filho e ficava de olho nas oportunidades", diz a microempresária de origem libanesa. Veja vídeo Foi com a mãe que o administrador de empresas, formado pela USP em 2009, aprendeu a enxergar potenciais negócios. Ainda na universidade, aos 21 anos, Assad fundou sua primeira empresa, uma consultoria para elaboração de projetos na área social. A colega Carolina Rolim viraria sua sócia durante uma "cervejada" da ECA (Escola de Comunicação e Artes). Ela o convidou para participar de um projeto da Fundação Avina, ONG suíça então dirigida no Brasil por Aerton Paiva, o grande mestre de Assad fora da universidade. "Com ele aprendi a inovar e a planejar nos negócios", diz o pupilo. INTERCÂMBIO NO NORTE Era a oportunidade para o universitário se mudar para o Amapá, mesmo tendo de trancar o curso por dois anos. No fim de 2004, Assad passou a gerenciar em campo um projeto de atendimento às comunidades quilombolas do Estado, patrocinado pela Avina e pelo Banco Mundial. Ficou no Norte até o fim de 2006. "Foi meu intercâmbio." Ali conheceu, literalmente, um outro país. "Não dá para ir para lá com o relógio da eficiência paulistana." O primeiro cliente e a empreitada de estreia definiram um conceito de trabalho para o jovem consultor. "Nunca fiz consultoria dentro do escritório. Sempre alguém da equipe ia aos lugares", explica Assad. E foi no Amapá que ele mergulhou na busca de soluções para problemas sociais, embrião de sua segunda empresa, o Programa Vivenda. Até chegar ao modelo de um negócio social na área de habitação popular, o administrador encontrou pelo caminho um segundo mestre. Desta vez, o aprendizado se deu no Vale do Jequitinhonha, em Minas, onde foi trabalhar com Tião Rocha, mentor do CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento) e vencedor do Prêmio Empreendedor Social de 2007. Com sua fala mansa, Assad conta que foi infectado pelo vírus "Tianus rochenses". "As MDIs (maneiras diferentes e inovadoras) de fazer negócio do Tião são inspiradoras." Sua consultoria Giral, já devidamente formalizada em 2007, foi contratada para elaborar o projeto Arassussa (Araçuaí Cidade Sustentável). Dois anos depois lá estava ele de novo trabalhando com Tião na urbanização da favela do Pantanal, na zona leste de São Paulo, a maior feita com dinheiro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). "A gente ficava tiãozando todo dia", brinca Assad. O projeto abriu para o então formando uma segunda oportunidade. Como era realizado para a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), Assad conheceu ali os dois outros fundadores do Vivenda, Igiano Lima e Marcelo Coelho, que atuavam no órgão e virariam seus sócios em 2013. De cada mestre, Assad foi pegando inspiração para o Vivenda. Do Amapá, aprendeu a ouvir as demandas da comunidade. Do Vale do Jequitinhonha, trouxe a ideia de kits de reformas. Identificou assim o nicho de oferecer pacotes de melhoria habitacional a baixo custo em favelas. "O Brasil tem um deficit de 6 milhões de moradias e um deficit qualitativo de 12 milhões que precisam de reformas", contabiliza Assad. CAUSA HABITACIONAL Seu interesse pela problemática habitacional é antigo, tanto que a mulher Maira Nunes, 32, brinca: "Eu tento me convencer de que acima da causa está só o casamento". O conceito de negócio social que ataca o problema habitacional por quatro frentes –crédito, assistência técnica, mão de obra e material– virou tema da dissertação de mestrado, sob orientação de Graziella Comini. "Fernando foi um aluno diferenciado do mestrado por ser mais prático e empreendedor", diz a professora, que coordena o Centro de Empreendedorismo Social da USP. "Ele também participou ativamente do desenho da disciplina de empreendedorismo social." Ativismo que levou Assad a fundar ainda na graduação o Alfa-USP, curso de alfabetização ministrado por universitários. A veia empreendedora se manifestou desde o ensino médio, no Colégio Rio Branco, bancado pelo pai, Gilberto Assad. "Reabri o grêmio", conta ele. Os armários instalados na sua administração permanecem até hoje nos corredores da tradicional escola particular, segundo ele. VEIA EMPREENDEDORA Assad revela no rosto moreno, nos cabelos negros e na barba cerrada traços da descendência sírio-libanesa. Seu bisavô nasceu em Homs, na Síria, e se casou no navio que o trouxe para o Brasil. "Ele era uma figura superempreendedora", diz o bisneto. O velho Assad construiu vários prédios na Vila Mariana, ganha-pão dos herdeiros até hoje. O ramo de construção está no sangue. Assad, o jovem empreendedor, só não gosta mesmo é de lidar com aspectos práticos, como cobrança de clientes. "Brinquei com meu pai que eu não administrava os imóveis da família, mas acabei tendo que fazer gestão de inadimplência no Vivenda." Assim como na fase de consultor, Assad agora também acompanha seu negócio in loco. Todos os dias, ele sai de sua casa, no Butantã, bairro de classe média alta na zona oeste, e se dirige para o Capão Redondo. O escritório do Vivenda é em meio ao Jardim Ibirapuera. Dali, ele observa os barracos, onde moram seus potenciais clientes. "Na favela, a casa é um show de horrores", diz ele, maestro de uma orquestra que tenta transformar cômodos insalubres. "O primeiro banheiro que reformamos virou ponto turístico", conta o empreendedor social que realiza obras financiadas por microcrédito, fornecido pelo Banco Pérola, ou com subsídios em parceria com o Instituto Azzi, que arca com 90% dos custos. Foi assim que a dona de casa Abigail Pellegrini, 46, moradora da favela da Erundina ganhou um banheiro novinho, pagando dez prestações de R$ 90. "O Fernando caiu do céu!", diz ela ao ver o sócio do Vivenda subir as escadas enferrujadas que levam ao barraco onde se destacam os ladrilhos brancos do cômodo recém-reformado. "É o lugar que as visitas mais visitam. Antes, eu morria de vergonha. Agora, deixo até a porta aberta", diz a cliente, escancarando o sorriso de quem anseia por uma nova reforma, desta vez em seu quarto mal ventilado.
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Em 2016, Turquia foi alvo de ataques que mataram pelo menos 286 pessoas
A Turquia foi alvo de uma série de atentados violentos ao longo de 2016. Os principais responsáveis foram membros de grupos radicais curdos e militantes do grupo terrorista Estado Islâmico. 10 de dezembro: Quarenta pessoas morreram, 36 delas policiais, e outras 150 ficaram feridas em um duplo atentado em Istambul, ao lado do estádio de futebol do clube Besikta, um dos mais populares da Turquia. O grupo radical curdo Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK) reivindicou a autoria do ataque. 24 de novembro: Pelo menos duas pessoas foram mortas e 33 ficaram feridas na explosão de um carro bomba perto da sede do governo regional de Adana, no sul da Turquia. 4 de novembro: Uma explosão matou ao menos oito pessoas e feriu outras 30 em Diyarbakir, a maior cidade da região de maioria curda na Turquia. O incidente ocorreu horas após a prisão de membros da agremiação política pró curda Partido Democrático dos Povos (HDP). 16 de outubro: um homem-bomba supostamente vinculado ao Estado Islâmico se suicidou e matou outros três policiais em uma explosão durante uma batida da polícia na cidade de Gaziantep, no sul do país. Um segundo homem-bomba explodiu-se mais tarde durante buscas em uma residência no distrito de Burak. 21 de agosto: A Turquia foi alvo do mais mortal atentado do ano em seu território, quando um adolescente – de entre 12 e 14 anos, segundo o presidente Recep Tayyip Erdogan – se explodiu na saída de um casamento curdo, deixando ao menos 54 mortos, dos quais 29 crianças, e dezenas de feridos. 17 e 18 de agosto: Três bombas foram detonadas em cidades no leste da Turquia, nas províncias de Elazig, Van e Bitlis, deixando ao menos 12 mortos e mais de 200 feridos. O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, atribuiu os ataques ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). 28 de junho: Três explosões atingiram o aeroporto Atatürk, o principal de Istambul. Segundo autoridades da Turquia, o ataque foi executado por três homens-bomba, deixando ao menos 45 mortos e quase 250 feridos. Horas após o atentado, o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, disse que evidências apontam para a participação do grupo extremista Estado Islâmico no ataque. Dezenas de pessoas foram presas. 7 de junho: Um carro estacionado no centro de Istambul foi detonado por controle remoto durante a passagem de um ônibus que transportava policiais. A explosão ocorreu durante a hora do rush no distrito de Beyazit, o principal bairro turístico da metrópole turca. O governador de Istambul, Vasip Sahin, afirmou que a explosão deixou pelo menos 11 mortos e 36 feridos. Um grupo ligado ao banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) assumiu autoria do ataque. 19 de março: Pelo menos cinco pessoas morreram e 36 ficaram feridas num atentado a bomba em Istambul, em uma movimentada zona de pedestres no centro da metrópole turca, próximo à praça Taksim. Entre os mortos encontra-se o autor da detonação. De acordo com o governo turco, o autor do ataque era ligado ao "Estado Islâmico". O grupo, porém, não assumiu autoria pelo ataque. 13 de março: Uma forte explosão abalou o centro da capital turca, Ancara, deixando ao menos 37 mortos e mais de 120 feridos. Fontes oficiais afirmam que a detonação partiu de um automóvel carregado de explosivos. Um dia depois do ataque, o governo turco respondeu com ataques aéreos a bases do banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no norte do Iraque. A autoria desse atentado foi reivindicada pelo grupo guerrilheiro Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK), uma dissidência mais radical do PKK. 17 de fevereiro: Ao menos 28 pessoas morreram e 61 ficaram feridas quando um carro-bomba foi jogado contra um comboio militar em Ancara. O ataque, tratado pelo governo turco como um ato de terrorismo, aconteceu na região central da capital, onde estão localizados o Parlamento e diversos prédios oficiais. O grupo TAK assumiu responsabilidade pelo atentado. O governo culpou o PKK. 12 de janeiro: Uma explosão causada por um homem-bomba no centro histórico de Istambul, matou 12 turistas alemães próximo à famosa Hagia Sophia. Na sequência do ataque, a polícia turca prendeu três cidadãos russos na cidade de Antália. Eles teriam ligações com o Estado Islâmico.
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Em 2016, Turquia foi alvo de ataques que mataram pelo menos 286 pessoasA Turquia foi alvo de uma série de atentados violentos ao longo de 2016. Os principais responsáveis foram membros de grupos radicais curdos e militantes do grupo terrorista Estado Islâmico. 10 de dezembro: Quarenta pessoas morreram, 36 delas policiais, e outras 150 ficaram feridas em um duplo atentado em Istambul, ao lado do estádio de futebol do clube Besikta, um dos mais populares da Turquia. O grupo radical curdo Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK) reivindicou a autoria do ataque. 24 de novembro: Pelo menos duas pessoas foram mortas e 33 ficaram feridas na explosão de um carro bomba perto da sede do governo regional de Adana, no sul da Turquia. 4 de novembro: Uma explosão matou ao menos oito pessoas e feriu outras 30 em Diyarbakir, a maior cidade da região de maioria curda na Turquia. O incidente ocorreu horas após a prisão de membros da agremiação política pró curda Partido Democrático dos Povos (HDP). 16 de outubro: um homem-bomba supostamente vinculado ao Estado Islâmico se suicidou e matou outros três policiais em uma explosão durante uma batida da polícia na cidade de Gaziantep, no sul do país. Um segundo homem-bomba explodiu-se mais tarde durante buscas em uma residência no distrito de Burak. 21 de agosto: A Turquia foi alvo do mais mortal atentado do ano em seu território, quando um adolescente – de entre 12 e 14 anos, segundo o presidente Recep Tayyip Erdogan – se explodiu na saída de um casamento curdo, deixando ao menos 54 mortos, dos quais 29 crianças, e dezenas de feridos. 17 e 18 de agosto: Três bombas foram detonadas em cidades no leste da Turquia, nas províncias de Elazig, Van e Bitlis, deixando ao menos 12 mortos e mais de 200 feridos. O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, atribuiu os ataques ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). 28 de junho: Três explosões atingiram o aeroporto Atatürk, o principal de Istambul. Segundo autoridades da Turquia, o ataque foi executado por três homens-bomba, deixando ao menos 45 mortos e quase 250 feridos. Horas após o atentado, o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, disse que evidências apontam para a participação do grupo extremista Estado Islâmico no ataque. Dezenas de pessoas foram presas. 7 de junho: Um carro estacionado no centro de Istambul foi detonado por controle remoto durante a passagem de um ônibus que transportava policiais. A explosão ocorreu durante a hora do rush no distrito de Beyazit, o principal bairro turístico da metrópole turca. O governador de Istambul, Vasip Sahin, afirmou que a explosão deixou pelo menos 11 mortos e 36 feridos. Um grupo ligado ao banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) assumiu autoria do ataque. 19 de março: Pelo menos cinco pessoas morreram e 36 ficaram feridas num atentado a bomba em Istambul, em uma movimentada zona de pedestres no centro da metrópole turca, próximo à praça Taksim. Entre os mortos encontra-se o autor da detonação. De acordo com o governo turco, o autor do ataque era ligado ao "Estado Islâmico". O grupo, porém, não assumiu autoria pelo ataque. 13 de março: Uma forte explosão abalou o centro da capital turca, Ancara, deixando ao menos 37 mortos e mais de 120 feridos. Fontes oficiais afirmam que a detonação partiu de um automóvel carregado de explosivos. Um dia depois do ataque, o governo turco respondeu com ataques aéreos a bases do banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no norte do Iraque. A autoria desse atentado foi reivindicada pelo grupo guerrilheiro Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK), uma dissidência mais radical do PKK. 17 de fevereiro: Ao menos 28 pessoas morreram e 61 ficaram feridas quando um carro-bomba foi jogado contra um comboio militar em Ancara. O ataque, tratado pelo governo turco como um ato de terrorismo, aconteceu na região central da capital, onde estão localizados o Parlamento e diversos prédios oficiais. O grupo TAK assumiu responsabilidade pelo atentado. O governo culpou o PKK. 12 de janeiro: Uma explosão causada por um homem-bomba no centro histórico de Istambul, matou 12 turistas alemães próximo à famosa Hagia Sophia. Na sequência do ataque, a polícia turca prendeu três cidadãos russos na cidade de Antália. Eles teriam ligações com o Estado Islâmico.
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