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Com relatos de nordestinos em SP, peça propõe imersão em caldeirão de histórias
Em "Ao Pé do Ouvido", a plateia vê uma experiência interessante: atores ouvem, em fones de ouvido, depoimentos de nordestinos que migraram para São Paulo. Simultaneamente, eles transmitem, com a própria voz, o conteúdo retido. A formulação do espetáculo torna imediata a questão: por que não apresentar os próprios depoimentos em vez de representações? O que há por trás desta estrutura que parece ocultar um conteúdo para revelar outro? O desvio, no trabalho do Núcleo Experimental de Teatro, em cartaz no Sesc Pinheiros, torna-se a própria essência da trama. Não só propõe observar vozes como memórias conjugadas, mas nos faz submergir em uma espécie de caldeirão da história, uma sopa de letras na qual as palavras se formam e se desfazem. A proposição borra ainda a ideia de memórias como algo que nos pertença; elas nos atravessam e, mais do que isso, redefinem-se em cruzamentos múltiplos. Na peça, o homem se afasta da vocação de guardar suas lembranças, como fazem as gavetas; somos mais como estradas e artérias, a natureza é a de transportar. Neste sentido, há também, em "Ao Pé do Ouvido", uma ação performática que aproxima metaforicamente o indivíduo, agente propulsor da história, e o ator, em seu ofício de ressignificar a realidade, transformando-a. A opção de usar depoimentos de nordestinos não é demagógica. Nas viagens rumo ao polo econômico do país, podemos identificar a transformação de deslocamentos com potência. São Paulo torna-se um nódulo na história, onde as noções de nomadismo se estilhaçam por todas as direções. As menções a situações condicionadas pela pobreza não pesam sobre o espetáculo. Ao lado da figura da mulher que enfrentou obstáculos para estudar, apresentam-se a de um médico e a de uma atriz, ambos de classe média. Cada ator representa apenas um depoente, facilitando a identificação dos sujeitos pela plateia, mas restringindo a própria proposta de recriar, no palco, a multiplicidade de cruzamentos de memórias nômades. A inserção de música instrumental melancólica direciona o espectador a um olhar nostálgico. As notas não permitem que o passado se distancie, resgatam sentimentos e subjetividades. Mais uma restrição pouco interessante. AO PÉ DO OUVIDO QUANDO: QUI. A SÁB., ÀS 20H30; ATÉ 17/10 ONDE: SESC PINHEIROS, R. PAES LEME, 195, TEL. (11) 3095-9400 QUANTO: R$ 7,50 A R$ 25 CLASSIFICAÇÃO: R$ 7,50 A R$ 25
ilustrada
Com relatos de nordestinos em SP, peça propõe imersão em caldeirão de históriasEm "Ao Pé do Ouvido", a plateia vê uma experiência interessante: atores ouvem, em fones de ouvido, depoimentos de nordestinos que migraram para São Paulo. Simultaneamente, eles transmitem, com a própria voz, o conteúdo retido. A formulação do espetáculo torna imediata a questão: por que não apresentar os próprios depoimentos em vez de representações? O que há por trás desta estrutura que parece ocultar um conteúdo para revelar outro? O desvio, no trabalho do Núcleo Experimental de Teatro, em cartaz no Sesc Pinheiros, torna-se a própria essência da trama. Não só propõe observar vozes como memórias conjugadas, mas nos faz submergir em uma espécie de caldeirão da história, uma sopa de letras na qual as palavras se formam e se desfazem. A proposição borra ainda a ideia de memórias como algo que nos pertença; elas nos atravessam e, mais do que isso, redefinem-se em cruzamentos múltiplos. Na peça, o homem se afasta da vocação de guardar suas lembranças, como fazem as gavetas; somos mais como estradas e artérias, a natureza é a de transportar. Neste sentido, há também, em "Ao Pé do Ouvido", uma ação performática que aproxima metaforicamente o indivíduo, agente propulsor da história, e o ator, em seu ofício de ressignificar a realidade, transformando-a. A opção de usar depoimentos de nordestinos não é demagógica. Nas viagens rumo ao polo econômico do país, podemos identificar a transformação de deslocamentos com potência. São Paulo torna-se um nódulo na história, onde as noções de nomadismo se estilhaçam por todas as direções. As menções a situações condicionadas pela pobreza não pesam sobre o espetáculo. Ao lado da figura da mulher que enfrentou obstáculos para estudar, apresentam-se a de um médico e a de uma atriz, ambos de classe média. Cada ator representa apenas um depoente, facilitando a identificação dos sujeitos pela plateia, mas restringindo a própria proposta de recriar, no palco, a multiplicidade de cruzamentos de memórias nômades. A inserção de música instrumental melancólica direciona o espectador a um olhar nostálgico. As notas não permitem que o passado se distancie, resgatam sentimentos e subjetividades. Mais uma restrição pouco interessante. AO PÉ DO OUVIDO QUANDO: QUI. A SÁB., ÀS 20H30; ATÉ 17/10 ONDE: SESC PINHEIROS, R. PAES LEME, 195, TEL. (11) 3095-9400 QUANTO: R$ 7,50 A R$ 25 CLASSIFICAÇÃO: R$ 7,50 A R$ 25
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Consumo de aço sobe 2,3%, mas setor deverá revisar projeções
O consumo aparente (produção interna mais importações) de aço no Brasil aumentou 2,3% nos cinco primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2016, segundo o Instituto Aço Brasil. Foram consumidas 7,6 milhões de toneladas até maio. A melhora é mais um reflexo da base ruim de comparação e menos de uma retomada da economia, diz Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo da entidade. "O crescimento ainda é muito marginal. O uso da capacidade [produtiva] está em 63%, sendo que, pelas características dos nossos equipamentos, deveria estar acima de 80%", afirma. "Provavelmente vamos fazer uma revisão para baixo [das projeções do setor para este ano] daqui a 10 a 15 dias." A estimativa atual do Aço Brasil é que o consumo aparente cresça 2,9% em 2017, em relação ao ano passado. A indústria reivindica medidas que tenham efeito a curto prazo, sobretudo nas vendas externas, diz Lopes. Entre elas, estão mudanças nas regras de conteúdo local e o aumento da alíquota do Reintegra (regime que compensa exportadores). Siderurgia brasileira - Produção e consumo aparente de aço no Brasil, em milhões de toneladas Leia a coluna completa aqui.
colunas
Consumo de aço sobe 2,3%, mas setor deverá revisar projeçõesO consumo aparente (produção interna mais importações) de aço no Brasil aumentou 2,3% nos cinco primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2016, segundo o Instituto Aço Brasil. Foram consumidas 7,6 milhões de toneladas até maio. A melhora é mais um reflexo da base ruim de comparação e menos de uma retomada da economia, diz Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo da entidade. "O crescimento ainda é muito marginal. O uso da capacidade [produtiva] está em 63%, sendo que, pelas características dos nossos equipamentos, deveria estar acima de 80%", afirma. "Provavelmente vamos fazer uma revisão para baixo [das projeções do setor para este ano] daqui a 10 a 15 dias." A estimativa atual do Aço Brasil é que o consumo aparente cresça 2,9% em 2017, em relação ao ano passado. A indústria reivindica medidas que tenham efeito a curto prazo, sobretudo nas vendas externas, diz Lopes. Entre elas, estão mudanças nas regras de conteúdo local e o aumento da alíquota do Reintegra (regime que compensa exportadores). Siderurgia brasileira - Produção e consumo aparente de aço no Brasil, em milhões de toneladas Leia a coluna completa aqui.
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Lula encontra cúpula do PMDB no Senado em meio a crise de articulação
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou um encontro em Brasília com a cúpula do PMDB no Senado em um esforço para reforçar as pontes com a sigla, que deflagrou novos movimentos de insatisfação com o governo Dilma Rousseff. A conversa do petista com os senadores do PMDB estava prevista para esta quarta-feira, mas foi adiada e ocorrerá na quinta-feira (26) às 8h30, na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A reunião também deve ter a participação dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), e do ex-senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Até o fim de 2014, a bancada do PMDB no Senado e o próprio Renan eram considerados peças fundamentais para o governo Dilma no Congresso diante da rebelião que a sigla liderou na Câmara. Os senadores, no entanto, foram os principais críticos à articulação política do Palácio do Planalto em jantar na segunda-feira (23) na residência oficial do vice-presidente Michel Temer. Diante do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), Renan reclamou do tratamento dado pelo governo ao PMDB e disse que seu partido só é convocado quando o Planalto precisa de seus votos. No dia seguinte, afirmou em entrevistas que a coalizão de Dilma com seu partido está "capenga". À noite, Lula se reúne com senadores do PT no apartamento de Jorge Viana (PT-AC) para discutir o engajamento do partido na votação de medidas de ajuste econômico do governo.
poder
Lula encontra cúpula do PMDB no Senado em meio a crise de articulaçãoO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou um encontro em Brasília com a cúpula do PMDB no Senado em um esforço para reforçar as pontes com a sigla, que deflagrou novos movimentos de insatisfação com o governo Dilma Rousseff. A conversa do petista com os senadores do PMDB estava prevista para esta quarta-feira, mas foi adiada e ocorrerá na quinta-feira (26) às 8h30, na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A reunião também deve ter a participação dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), e do ex-senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Até o fim de 2014, a bancada do PMDB no Senado e o próprio Renan eram considerados peças fundamentais para o governo Dilma no Congresso diante da rebelião que a sigla liderou na Câmara. Os senadores, no entanto, foram os principais críticos à articulação política do Palácio do Planalto em jantar na segunda-feira (23) na residência oficial do vice-presidente Michel Temer. Diante do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), Renan reclamou do tratamento dado pelo governo ao PMDB e disse que seu partido só é convocado quando o Planalto precisa de seus votos. No dia seguinte, afirmou em entrevistas que a coalizão de Dilma com seu partido está "capenga". À noite, Lula se reúne com senadores do PT no apartamento de Jorge Viana (PT-AC) para discutir o engajamento do partido na votação de medidas de ajuste econômico do governo.
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Caixa vai vender R$ 5,9 bilhões em crédito podre, diz agência
A Caixa Econômica Federal está perto de concluir a venda de duas carteiras de crédito podres a investidores, como são chamadas as dívidas em cobrança judicial e de difícil recuperação, disseram duas fontes a par do assunto à Reuters. Até R$ 5,9 bilhões de empréstimos em atraso para pessoas físicas e para pequenas empresas poderiam ser vendidos a fundos de investimento especializados em lidar com ativos problemáticos, disseram as fontes. As vendas separadas poderiam ser concluídas nas duas primeiras semanas de julho, disse a primeira fonte, que pediu anonimato, porque as transações estão em andamento. Esse tipo de acordo permite que os bancos excluam carteiras de crédito inadimplentes do balanço, abrindo espaço para financiar mais empréstimos e cumprir com exigências regulatórias de capital. A Caixa procurou cinco fundos de dívida e alguns deles já apresentaram ofertas, disse uma das fontes, incluindo Paschoalotto Serviços Financeiros, Graça Participações, Grupo Recovery do Brasil e RCB Investimentos. Segundo recentes dados do Banco Central, o índice de inadimplência atingiu em maio o maior nível em quase dois anos. O índice de inadimplência acima de 90 dias da Caixa bateu 2,86 por cento no primeiro trimestre, ante 2,63% um ano antes, o pior resultado em seis anos. A Caixa e os fundos não quiseram comentar. Os investidores no segmento calculam que os bancos terão cerca de R$ 23 bilhões de empréstimos podres neste ano, ante R$ 18 bilhões em 2014. Um número crescente de falências de empresas poderiam acelerar o mercado de dívida vencida, disseram executivos do setor à Reuters. A Caixa tem aprendido a excluir empréstimos inadimplentes do seu balanço, uma prática comum entre os bancos privados.
mercado
Caixa vai vender R$ 5,9 bilhões em crédito podre, diz agênciaA Caixa Econômica Federal está perto de concluir a venda de duas carteiras de crédito podres a investidores, como são chamadas as dívidas em cobrança judicial e de difícil recuperação, disseram duas fontes a par do assunto à Reuters. Até R$ 5,9 bilhões de empréstimos em atraso para pessoas físicas e para pequenas empresas poderiam ser vendidos a fundos de investimento especializados em lidar com ativos problemáticos, disseram as fontes. As vendas separadas poderiam ser concluídas nas duas primeiras semanas de julho, disse a primeira fonte, que pediu anonimato, porque as transações estão em andamento. Esse tipo de acordo permite que os bancos excluam carteiras de crédito inadimplentes do balanço, abrindo espaço para financiar mais empréstimos e cumprir com exigências regulatórias de capital. A Caixa procurou cinco fundos de dívida e alguns deles já apresentaram ofertas, disse uma das fontes, incluindo Paschoalotto Serviços Financeiros, Graça Participações, Grupo Recovery do Brasil e RCB Investimentos. Segundo recentes dados do Banco Central, o índice de inadimplência atingiu em maio o maior nível em quase dois anos. O índice de inadimplência acima de 90 dias da Caixa bateu 2,86 por cento no primeiro trimestre, ante 2,63% um ano antes, o pior resultado em seis anos. A Caixa e os fundos não quiseram comentar. Os investidores no segmento calculam que os bancos terão cerca de R$ 23 bilhões de empréstimos podres neste ano, ante R$ 18 bilhões em 2014. Um número crescente de falências de empresas poderiam acelerar o mercado de dívida vencida, disseram executivos do setor à Reuters. A Caixa tem aprendido a excluir empréstimos inadimplentes do seu balanço, uma prática comum entre os bancos privados.
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Chuvas! Chegou o Bilhete Úmido!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Manchete do "Piauí Herald": "Conselho de Ética promete julgar Cunha quando Keith Richards se aposentar". Ou seja, NEVER! Rarará! Piadas Prontas! Direto do DF: "Onze portugueses são presos por vender canetas e perfumes falsificados". Como é o nome do delegado que prendeu os 11 portugueses? Doutor LISBOA! Rarará! E diz que o Rubinho ligou para o DiCaprio para cumprimentá-lo pelo Oscar por sua atuação em "Titanic"! Rarará! Atenção! O Sudeste virou Chuveste! E já começaram as Olimpíadas! Rio 2016: "Moradores praticam canoagem e stand-up paddle na enchente". E a Barra já tá pronta pra natação: em vez de rua, tem raia! Rarará! E o Santos Dumont operava por instrumentos. Pandeiro, reco-reco e cuíca! Rarará! E aqui em São Paulo temos um novo transporte público: enxurrada. "Fui pra casa na enxurrada das 18h30!" Você sobe num saco de lixo e deixa a enxurrada te levar! De graça! Bilhete Úmido! Rarará! E esta: "Ministro da Justiça pede demissão e vai para AGU". Onde fica AGU, gente? No agu do mundo! Rarará! Ministro da Dilma parece motel, alta rotatividade. Parece time de futebol, quando você decora o time, já mudou tudo! Diz que ele pediu demissão porque não aguentava as pressões do Lula: "Demite o japa da Federal! Demite o japa da Federal!". Rarará! E o novo ministro é Wellington César! WC! Rarará! E é baiano! Um ministro sem estresse! "Ministro Wellington, temos que prender três empresários e seis políticos". "Caaaalma, sem estresse, meu rei". Rarará! É mole? É mole, mas sobe! O Brasil é Lúdico! Olha este cartaz colado num poste: "Pai Mundinho! Desbloqueio o perfil do Facebook da pessoa amada em 3 dias. Ligue já". Ferrou de vez. A gente já não tem privacidade e o Pai Mundinho vai acabar com o que restava. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje, só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno
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Chuvas! Chegou o Bilhete Úmido!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Manchete do "Piauí Herald": "Conselho de Ética promete julgar Cunha quando Keith Richards se aposentar". Ou seja, NEVER! Rarará! Piadas Prontas! Direto do DF: "Onze portugueses são presos por vender canetas e perfumes falsificados". Como é o nome do delegado que prendeu os 11 portugueses? Doutor LISBOA! Rarará! E diz que o Rubinho ligou para o DiCaprio para cumprimentá-lo pelo Oscar por sua atuação em "Titanic"! Rarará! Atenção! O Sudeste virou Chuveste! E já começaram as Olimpíadas! Rio 2016: "Moradores praticam canoagem e stand-up paddle na enchente". E a Barra já tá pronta pra natação: em vez de rua, tem raia! Rarará! E o Santos Dumont operava por instrumentos. Pandeiro, reco-reco e cuíca! Rarará! E aqui em São Paulo temos um novo transporte público: enxurrada. "Fui pra casa na enxurrada das 18h30!" Você sobe num saco de lixo e deixa a enxurrada te levar! De graça! Bilhete Úmido! Rarará! E esta: "Ministro da Justiça pede demissão e vai para AGU". Onde fica AGU, gente? No agu do mundo! Rarará! Ministro da Dilma parece motel, alta rotatividade. Parece time de futebol, quando você decora o time, já mudou tudo! Diz que ele pediu demissão porque não aguentava as pressões do Lula: "Demite o japa da Federal! Demite o japa da Federal!". Rarará! E o novo ministro é Wellington César! WC! Rarará! E é baiano! Um ministro sem estresse! "Ministro Wellington, temos que prender três empresários e seis políticos". "Caaaalma, sem estresse, meu rei". Rarará! É mole? É mole, mas sobe! O Brasil é Lúdico! Olha este cartaz colado num poste: "Pai Mundinho! Desbloqueio o perfil do Facebook da pessoa amada em 3 dias. Ligue já". Ferrou de vez. A gente já não tem privacidade e o Pai Mundinho vai acabar com o que restava. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje, só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno
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Fala sexista de Trump provoca onda republicana de repúdio; até vice critica
As declarações sexistas do candidato Donald Trump na gravação revelada na sexta (7) causaram uma onda de repúdio dentro do próprio Partido Republicano, incluindo até o vice da chapa, Mike Pence, o que deixa o bilionário ainda mais enfraquecido na disputa à Casa Branca. Em um canal oficial, Pence disse que, "como marido e pai", sentia-se "ofendido pelas palavras e ações descritas por Donald Trump". O vice, que também é governador de Indiana, afirmou: "Não aceito suas declarações e não posso defendê-las". Apesar disso, Pence não deu a entender que vai retirar o apoio a Trump, ainda que já haja um movimento de vários republicanos para o bilionário sair da corrida e ceder a candidatura ao vice. Entre os que pediram a desistência de Trump neste sábado (8) há ao menos sete senadores e seis deputados, além de John McCain, que perdeu para Barack Obama em 2008, Mitt Romney, derrotado por Obama em 2012, Carly Fiorina e John Kasich, ambos derrotados pelo bilionário nas prévias republicanas deste ano. O presidente do Partido Republicano, Reince Priebus, afirmou que o comportamento era inaceitável. Paul Ryan, presidente da Câmara e um dos republicanos que mais resistiram a endossar a candidatura de Trump, se disse "enojado" e cancelou o primeiro ato em dupla que faria com o candidato, neste sábado (8), em Wisconsin. No lugar de Trump falaria Pence, mas o vice desistiu da ideia. Não há precedente nos EUA de um partido grande substituir seu candidato a esta altura da disputa, e não está claro se haveria alguma brecha na legislação eleitoral para forçar Trump a sair. A disputa nas urnas inclusive já começou em Estados que permitem a chamada votação antecipada.
mundo
Fala sexista de Trump provoca onda republicana de repúdio; até vice criticaAs declarações sexistas do candidato Donald Trump na gravação revelada na sexta (7) causaram uma onda de repúdio dentro do próprio Partido Republicano, incluindo até o vice da chapa, Mike Pence, o que deixa o bilionário ainda mais enfraquecido na disputa à Casa Branca. Em um canal oficial, Pence disse que, "como marido e pai", sentia-se "ofendido pelas palavras e ações descritas por Donald Trump". O vice, que também é governador de Indiana, afirmou: "Não aceito suas declarações e não posso defendê-las". Apesar disso, Pence não deu a entender que vai retirar o apoio a Trump, ainda que já haja um movimento de vários republicanos para o bilionário sair da corrida e ceder a candidatura ao vice. Entre os que pediram a desistência de Trump neste sábado (8) há ao menos sete senadores e seis deputados, além de John McCain, que perdeu para Barack Obama em 2008, Mitt Romney, derrotado por Obama em 2012, Carly Fiorina e John Kasich, ambos derrotados pelo bilionário nas prévias republicanas deste ano. O presidente do Partido Republicano, Reince Priebus, afirmou que o comportamento era inaceitável. Paul Ryan, presidente da Câmara e um dos republicanos que mais resistiram a endossar a candidatura de Trump, se disse "enojado" e cancelou o primeiro ato em dupla que faria com o candidato, neste sábado (8), em Wisconsin. No lugar de Trump falaria Pence, mas o vice desistiu da ideia. Não há precedente nos EUA de um partido grande substituir seu candidato a esta altura da disputa, e não está claro se haveria alguma brecha na legislação eleitoral para forçar Trump a sair. A disputa nas urnas inclusive já começou em Estados que permitem a chamada votação antecipada.
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Thiago Ribeiro vai para o Atlético-MG por empréstimo
O Santos liberou o atacante Thiago Ribeiro, 29, para assinar contrato com o Atlético-MG por empréstimo. O atleta deverá se apresentar na terça-feira (7) em Belo Horizonte. Pelo acordo entre os clubes, a equipe mineira não precisará pagar nada para o Santos, mas ficará responsável pelo pagamento dos salários do atacante, que tem contrato com o Santos até o fim de 2017. Editoria de Arte/Folhapress
esporte
Thiago Ribeiro vai para o Atlético-MG por empréstimoO Santos liberou o atacante Thiago Ribeiro, 29, para assinar contrato com o Atlético-MG por empréstimo. O atleta deverá se apresentar na terça-feira (7) em Belo Horizonte. Pelo acordo entre os clubes, a equipe mineira não precisará pagar nada para o Santos, mas ficará responsável pelo pagamento dos salários do atacante, que tem contrato com o Santos até o fim de 2017. Editoria de Arte/Folhapress
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Portuguesa enfrenta Tombense de olho no Rio para evitar rebaixamento
Neste domingo (18), às 16h, a Portuguesa enfrenta o Tombense fora de casa. Uma derrota lusitana significa a queda do time para a Série D, quarta e última divisão do Campeonato Brasileiro. Esse seria o quarto rebaixamento do clube paulistano em três anos. Em 2013, caiu da Série A para a Série B do Brasileiro. Em 2014, foi para a Série C. E, no ano passado, veio o rebaixamento para a Série A2 do Campeonato Paulista. Mesmo que vençam, os lusitanos dependem também de um revés do Macaé, que recebe o Botafogo-SP no mesmo horário. A equipe fluminense é a oitava na tabela, fora da zona de rebaixamento e imediatamente à frente da Portuguesa, com um ponto a mais. Nesta quinta-feira (15), o presidente do clube, José Luiz Ferreira de Almeida, disse estar otimista com as chances de permanência. Independentemente do resultado, no entanto, ele afirmou que este domingo não será um dia de festa. "Nem que ganhem de 20 a 0". O dirigente ainda eximiu os jogadores de qualquer culpa quanto à crise que atinge o clube. "É um time formado há dois meses. Se tem alguém que não tem culpa, são os jogadores", afirmou. Os jogos de Portuguesa e Macaé devem ser complicados. Os adversários das duas equipes, respectivamente Tombense e Botafogo-SP, estarão em campo para algo além de cumprir tabela. O Tombense está na sexta posição, com 26 pontos, e tem chances de ir à próxima fase caso vença. Já o Botafogo-SP é o terceiro colocado, com 30 pontos. Um empate garantiria sua classificação. Uma vitória, no entanto, poderia levar o time ao segundo lugar e trazer um caminho teoricamente mais fácil na segunda fase. CRISE O atual presidente da Portuguesa assumiu o time em abril deste ano. Na época, com o clube já endividado, precisou aliviar uma folha salarial de aproximadamente R$ 150 mil. Para isso, ele promoveu uma reformulação na equipe. Dispensou a maioria dos jogadores e contratou outros 20. Conseguiu cortar o gasto pela metade, mas o elenco perdeu qualidade. Na parte financeira, a crise na Portuguesa começou com uma ação judicial em 2002, do ex-jogador Tiago Moraes Barcellos. Ele cobrava cerca de R$ 5 milhões. Após acordo, a Portuguesa quitou só metade do valor -e o jogador procurou a justiça. O processo cita também outros sete atletas que passaram pelo clube, dívidas com a prefeitura e referentes ao IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) nos anos de 2005, 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016. Os débitos do clube são de aproximadamente R$ 250 milhões e, por decisão judicial, foi lançado no fim de agosto deste ano um edital para o leilão de parte do Canindé para quitar parte deles. O pregão aconteceria a partir do dia 7 de novembro. Na quinta (15), o presidente do time afirmou que tentará impedir a venda da propriedade e citou negociações com investidores como alternativa. Mesmo que caia para a Série D, o dirigente diz acreditar que esse não seria o fim da Portuguesa. Ele não estaria no comando do clube nessa situação, uma vez que tem mandato até a primeira quinzena de dezembro e já afirmou que não pretende tentar a reeleição. INSTABILIDADE NA PORTUGUESA ENTRE 2014 E 2016 3 presidentes - Ilídio Lico - jan.14 a mar.15 - Jorge Manuel M. Gonçalves - abr.15 a mar.16 - José Luiz F. de Almeida - desde abr.16 * 14 treinadores 2014 Guto Ferreira, Argel Fucks, Marcelo Veiga, Gerson Sodré, Silas, Benazzi e Zé Augusto 2015 Ailton Silva, Antonio Lopes dos Santos e Estevam Soares 2016 Estevam Soares, Ricardinho, Anderson Beraldo, Jorginho e Márcio Ribeiro * Crise técnica Desde o início de 2014, quase 160 jogadores atuaram pelo clube Crise financeira Avaliado em R$ 154 milhões o estádio do Canindé vai leilão em novembro. A dívida do clube já é de quase R$ 200 milhões, mas ainda pode crescer
esporte
Portuguesa enfrenta Tombense de olho no Rio para evitar rebaixamentoNeste domingo (18), às 16h, a Portuguesa enfrenta o Tombense fora de casa. Uma derrota lusitana significa a queda do time para a Série D, quarta e última divisão do Campeonato Brasileiro. Esse seria o quarto rebaixamento do clube paulistano em três anos. Em 2013, caiu da Série A para a Série B do Brasileiro. Em 2014, foi para a Série C. E, no ano passado, veio o rebaixamento para a Série A2 do Campeonato Paulista. Mesmo que vençam, os lusitanos dependem também de um revés do Macaé, que recebe o Botafogo-SP no mesmo horário. A equipe fluminense é a oitava na tabela, fora da zona de rebaixamento e imediatamente à frente da Portuguesa, com um ponto a mais. Nesta quinta-feira (15), o presidente do clube, José Luiz Ferreira de Almeida, disse estar otimista com as chances de permanência. Independentemente do resultado, no entanto, ele afirmou que este domingo não será um dia de festa. "Nem que ganhem de 20 a 0". O dirigente ainda eximiu os jogadores de qualquer culpa quanto à crise que atinge o clube. "É um time formado há dois meses. Se tem alguém que não tem culpa, são os jogadores", afirmou. Os jogos de Portuguesa e Macaé devem ser complicados. Os adversários das duas equipes, respectivamente Tombense e Botafogo-SP, estarão em campo para algo além de cumprir tabela. O Tombense está na sexta posição, com 26 pontos, e tem chances de ir à próxima fase caso vença. Já o Botafogo-SP é o terceiro colocado, com 30 pontos. Um empate garantiria sua classificação. Uma vitória, no entanto, poderia levar o time ao segundo lugar e trazer um caminho teoricamente mais fácil na segunda fase. CRISE O atual presidente da Portuguesa assumiu o time em abril deste ano. Na época, com o clube já endividado, precisou aliviar uma folha salarial de aproximadamente R$ 150 mil. Para isso, ele promoveu uma reformulação na equipe. Dispensou a maioria dos jogadores e contratou outros 20. Conseguiu cortar o gasto pela metade, mas o elenco perdeu qualidade. Na parte financeira, a crise na Portuguesa começou com uma ação judicial em 2002, do ex-jogador Tiago Moraes Barcellos. Ele cobrava cerca de R$ 5 milhões. Após acordo, a Portuguesa quitou só metade do valor -e o jogador procurou a justiça. O processo cita também outros sete atletas que passaram pelo clube, dívidas com a prefeitura e referentes ao IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) nos anos de 2005, 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016. Os débitos do clube são de aproximadamente R$ 250 milhões e, por decisão judicial, foi lançado no fim de agosto deste ano um edital para o leilão de parte do Canindé para quitar parte deles. O pregão aconteceria a partir do dia 7 de novembro. Na quinta (15), o presidente do time afirmou que tentará impedir a venda da propriedade e citou negociações com investidores como alternativa. Mesmo que caia para a Série D, o dirigente diz acreditar que esse não seria o fim da Portuguesa. Ele não estaria no comando do clube nessa situação, uma vez que tem mandato até a primeira quinzena de dezembro e já afirmou que não pretende tentar a reeleição. INSTABILIDADE NA PORTUGUESA ENTRE 2014 E 2016 3 presidentes - Ilídio Lico - jan.14 a mar.15 - Jorge Manuel M. Gonçalves - abr.15 a mar.16 - José Luiz F. de Almeida - desde abr.16 * 14 treinadores 2014 Guto Ferreira, Argel Fucks, Marcelo Veiga, Gerson Sodré, Silas, Benazzi e Zé Augusto 2015 Ailton Silva, Antonio Lopes dos Santos e Estevam Soares 2016 Estevam Soares, Ricardinho, Anderson Beraldo, Jorginho e Márcio Ribeiro * Crise técnica Desde o início de 2014, quase 160 jogadores atuaram pelo clube Crise financeira Avaliado em R$ 154 milhões o estádio do Canindé vai leilão em novembro. A dívida do clube já é de quase R$ 200 milhões, mas ainda pode crescer
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Quem foge do Carnaval busca viagens com silêncio ou compras; veja pacotes
Nem toda viagem de Carnaval precisa envolver purpurina, marchinhas ou trio elétrico. Há quem aproveite o feriado prolongado para ir a um lugar de que gosta ou quem queira mesmo fugir do agito e buscar tranquilidade. Para a editora Mariana Padoan, 32, os dois fatores pesaram na decisão de passar o feriado em 2016 num retiro no templo budista Taikanji, em Bragança Paulista (a 85 km de SP). A ideia inicial era passar o Réveillon longe das festas. Acabou não dando certo, mas ela resolveu fazer o retiro no Carnaval. "Já fazia alguns anos que eu pesquisava sobre isso, mas as datas nunca batiam, pois muitos retiros são de dez dias, e eu não tinha essa disponibilidade", conta. Com o feriado longo, teve tempo. E gostou da experiência nada carnavalesca, sem falar uma palavra. "O templo oferece tudo o que eu queria: silêncio, contato com a natureza, convivência com pessoas que buscavam aproximadamente a mesma coisa que eu, práticas de meditação (que já tentava fazer sozinha, sem muito sucesso), trabalhos comunitários, aulas de ioga, alimentação saudável etc." Há também alternativas que ficam no meio-termo entre a esbórnia e o silêncio. Carla Pavone, 27, costuma acampar na praia de Itamambuca, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. "Eu e o meu namorado somos biólogos e gostamos de estar no meio do mato ou o mais próximo possível disso. Então, enquanto tem uma turma que corre atrás de bloquinhos, festas e gente, nós somos da turma que vai pro lado contrário", diz Carla. O roteiro costuma envolver um lugar tranquilo, com paisagens conservadas. "Em Itamambuca, curtimos subir o rio e ficar de olho nos bichos que aparecem à noite. E o camping fica bem tranquilo, mesmo nesses dias", conta. Carla conta que gosta de pular Carnaval também, mas que qualquer folga maior é uma oportunidade para conhecer lugares bonitos, independente da data festiva. "Sempre compensa", diz. Agências de turismo também pensam em quem prefere sombra e água fresca no Carnaval. Luciana Fioroni, gerente de vendas da CVC, recomenda cidades de praia como Natal, Maceió e Aracaju, ou destinos no Sul do país. "Foz do Iguaçu e a Serra Gaúcha, em que você pode ir com a família e fazer compras, também são dois dos destinos mais procurados." André Alves, da Decolar.com, diz que no Carnaval há demanda para destinos internacionais. "Com a queda do dólar, aumentou a procura para Estados Unidos e América Latina. A pessoa sai um pouco do circuito", afirma. Os pacotes internacionais mais procurados neste ano na empresa foram para Orlando, Nova York, Buenos Aires e Lisboa. * R$ 1.168,30 Com aéreo, pacote de cinco noites em Gramado, na Serra Gaúcha. Valor por pessoa, com café da manhã e passeios inclusos na região. Sem taxas. Na Flyword: flyworld.com.br R$ 1.595 Visita de quatro noites a Foz do Iguaçu (PR), com aéreo. Valor conta com café da manhã, mas não com passeios na região. Saída em 24/2. Na Submarino: submarinoviagens.com.br R$ 1.738 Valor por casal para cinco noites na pousada Quatro Estações, em Santo Antônio do Pinhal (SP). Hospedagem não aceita crianças. Pacote conta com café da manhã, mas não prevê transporte até o local. Reservas: pousada4estacoesdepinhal.com.br R$ 1.750 Roteiro pela Serra da Bocaina, na divisa entre SP e RJ. Inclui hospedagem em barracas e em quartos coletivos, pensão completa e transporte rodoviário a partir de SP. Passeio tem 53 km de caminhada. Por pessoa. Na Pisa Trekking: pisa.tur.br R$ 2.272 Pacote de quatro noites em São Paulo, no Renaissance. Para quem não quer curtir o Carnaval, há bônus de R$ 100 para ser usado no hotel e 20% de desconto no spa. Reservas: renaissance.com.br/saobr R$ 2.313 Cinco noites em Brotas (SP), com rafting e trilha inclusos no pacote. Hospedagem é na pousada Frangipani, com cachoeira exclusiva para hóspedes. Na EcoAção: ecoacao.com.br US$ 737 (R$ 2.365) Com aéreo, seis noites na Argentina: três em Buenos Aires e três em Bariloche. Hospedagem acontece em albergue. Inclui city tour e show de tango. Por pessoa. Na CI: ci.com.br € 805 (R$ 2.768) Sete noites em Cascais (Portugal), com café da manhã. Valor por casal, sem aéreo nem passeios na cidade. Reservas: farol.com.pt R$ 2.956 Valor por pessoa para sete noites na Chapada Diamantina (BA). Roteiro inclui visitas a atrativos naturais da região, como o Poço Encantado e a cachoeira da Fumacinha. Sem aéreo. Na Venturas: venturas.com.br R$ 2.990 Três noites no Ecopark Jungle Lodge, no Amazonas. Inclui passeio no Encontro das Águas, observação de jacarés, pescaria e passeio na floresta. Sem aéreo, por pessoa. Na Gold Trip: goldtrip.com.br R$ 4.666,90 Pacote de cinco noites no Beach Park, em Fortaleza (CE), com aéreo. Roteiro inclui visita às praias das Fontes, Morro Branco e Canoa Quebrada. Por pessoa. Reservas: beachpark.com.br US$ 1.479 (R$ 4.747) Sem aéreo, seis noites no Peru com visita às cidades de Lima e Cusco. Inclui passeio em Machu Picchu com guia que fala espanhol. Por pessoa. Na Kangaroo Tours: kangaroo.com.br R$ 6.372 Quatro noites no Anavilhanas Jungle Lodge, no Amazonas. Inclui pensão completa, passeios pela mata, pesca de piranhas e visita a botos cor-de-rosa. Por pessoa, sem aéreo. Reservas: anavilhanaslodge.com US$ 2.600 (R$ 8.344) Por pessoa, quatro noites em Chiloé, no Chile. Valor inclui hospedagem em sistema all inclusive e duas excursões pela região. Sem aéreo. Reservas: tierrahotels.com R$ 8.760 Valor por casal para quatro noites no Botanique Hotel & Spa, em Campos do Jordão (SP). Inclui café da manhã e bebidas não alcoólicas no valor. Sem transporte até a cidade. Reservas: botanique.com.br US$ 3.090 (R$ 9.917) Com aéreo incluso, passeio de oito noites pela Islândia. Inclui visita a três cidades, vulcões, gêiser e outros atrativos naturais do país. Por pessoa, com saída em 23/2. Na Adventure Club: adventureclub.com.br US$ 3.860 (R$ 12.388) Roteiro de 13 dias pela Tailândia, com um dia em Abu Dhabi. Pacote prevê visitas a Bacoc e a Phuket, com city tour, visitas a templos e passeio de barco. Sem aéreo, por pessoa. Na You With Us: youwithus.com.br
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Quem foge do Carnaval busca viagens com silêncio ou compras; veja pacotesNem toda viagem de Carnaval precisa envolver purpurina, marchinhas ou trio elétrico. Há quem aproveite o feriado prolongado para ir a um lugar de que gosta ou quem queira mesmo fugir do agito e buscar tranquilidade. Para a editora Mariana Padoan, 32, os dois fatores pesaram na decisão de passar o feriado em 2016 num retiro no templo budista Taikanji, em Bragança Paulista (a 85 km de SP). A ideia inicial era passar o Réveillon longe das festas. Acabou não dando certo, mas ela resolveu fazer o retiro no Carnaval. "Já fazia alguns anos que eu pesquisava sobre isso, mas as datas nunca batiam, pois muitos retiros são de dez dias, e eu não tinha essa disponibilidade", conta. Com o feriado longo, teve tempo. E gostou da experiência nada carnavalesca, sem falar uma palavra. "O templo oferece tudo o que eu queria: silêncio, contato com a natureza, convivência com pessoas que buscavam aproximadamente a mesma coisa que eu, práticas de meditação (que já tentava fazer sozinha, sem muito sucesso), trabalhos comunitários, aulas de ioga, alimentação saudável etc." Há também alternativas que ficam no meio-termo entre a esbórnia e o silêncio. Carla Pavone, 27, costuma acampar na praia de Itamambuca, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. "Eu e o meu namorado somos biólogos e gostamos de estar no meio do mato ou o mais próximo possível disso. Então, enquanto tem uma turma que corre atrás de bloquinhos, festas e gente, nós somos da turma que vai pro lado contrário", diz Carla. O roteiro costuma envolver um lugar tranquilo, com paisagens conservadas. "Em Itamambuca, curtimos subir o rio e ficar de olho nos bichos que aparecem à noite. E o camping fica bem tranquilo, mesmo nesses dias", conta. Carla conta que gosta de pular Carnaval também, mas que qualquer folga maior é uma oportunidade para conhecer lugares bonitos, independente da data festiva. "Sempre compensa", diz. Agências de turismo também pensam em quem prefere sombra e água fresca no Carnaval. Luciana Fioroni, gerente de vendas da CVC, recomenda cidades de praia como Natal, Maceió e Aracaju, ou destinos no Sul do país. "Foz do Iguaçu e a Serra Gaúcha, em que você pode ir com a família e fazer compras, também são dois dos destinos mais procurados." André Alves, da Decolar.com, diz que no Carnaval há demanda para destinos internacionais. "Com a queda do dólar, aumentou a procura para Estados Unidos e América Latina. A pessoa sai um pouco do circuito", afirma. Os pacotes internacionais mais procurados neste ano na empresa foram para Orlando, Nova York, Buenos Aires e Lisboa. * R$ 1.168,30 Com aéreo, pacote de cinco noites em Gramado, na Serra Gaúcha. Valor por pessoa, com café da manhã e passeios inclusos na região. Sem taxas. Na Flyword: flyworld.com.br R$ 1.595 Visita de quatro noites a Foz do Iguaçu (PR), com aéreo. Valor conta com café da manhã, mas não com passeios na região. Saída em 24/2. Na Submarino: submarinoviagens.com.br R$ 1.738 Valor por casal para cinco noites na pousada Quatro Estações, em Santo Antônio do Pinhal (SP). Hospedagem não aceita crianças. Pacote conta com café da manhã, mas não prevê transporte até o local. Reservas: pousada4estacoesdepinhal.com.br R$ 1.750 Roteiro pela Serra da Bocaina, na divisa entre SP e RJ. Inclui hospedagem em barracas e em quartos coletivos, pensão completa e transporte rodoviário a partir de SP. Passeio tem 53 km de caminhada. Por pessoa. Na Pisa Trekking: pisa.tur.br R$ 2.272 Pacote de quatro noites em São Paulo, no Renaissance. Para quem não quer curtir o Carnaval, há bônus de R$ 100 para ser usado no hotel e 20% de desconto no spa. Reservas: renaissance.com.br/saobr R$ 2.313 Cinco noites em Brotas (SP), com rafting e trilha inclusos no pacote. Hospedagem é na pousada Frangipani, com cachoeira exclusiva para hóspedes. Na EcoAção: ecoacao.com.br US$ 737 (R$ 2.365) Com aéreo, seis noites na Argentina: três em Buenos Aires e três em Bariloche. Hospedagem acontece em albergue. Inclui city tour e show de tango. Por pessoa. Na CI: ci.com.br € 805 (R$ 2.768) Sete noites em Cascais (Portugal), com café da manhã. Valor por casal, sem aéreo nem passeios na cidade. Reservas: farol.com.pt R$ 2.956 Valor por pessoa para sete noites na Chapada Diamantina (BA). Roteiro inclui visitas a atrativos naturais da região, como o Poço Encantado e a cachoeira da Fumacinha. Sem aéreo. Na Venturas: venturas.com.br R$ 2.990 Três noites no Ecopark Jungle Lodge, no Amazonas. Inclui passeio no Encontro das Águas, observação de jacarés, pescaria e passeio na floresta. Sem aéreo, por pessoa. Na Gold Trip: goldtrip.com.br R$ 4.666,90 Pacote de cinco noites no Beach Park, em Fortaleza (CE), com aéreo. Roteiro inclui visita às praias das Fontes, Morro Branco e Canoa Quebrada. Por pessoa. Reservas: beachpark.com.br US$ 1.479 (R$ 4.747) Sem aéreo, seis noites no Peru com visita às cidades de Lima e Cusco. Inclui passeio em Machu Picchu com guia que fala espanhol. Por pessoa. Na Kangaroo Tours: kangaroo.com.br R$ 6.372 Quatro noites no Anavilhanas Jungle Lodge, no Amazonas. Inclui pensão completa, passeios pela mata, pesca de piranhas e visita a botos cor-de-rosa. Por pessoa, sem aéreo. Reservas: anavilhanaslodge.com US$ 2.600 (R$ 8.344) Por pessoa, quatro noites em Chiloé, no Chile. Valor inclui hospedagem em sistema all inclusive e duas excursões pela região. Sem aéreo. Reservas: tierrahotels.com R$ 8.760 Valor por casal para quatro noites no Botanique Hotel & Spa, em Campos do Jordão (SP). Inclui café da manhã e bebidas não alcoólicas no valor. Sem transporte até a cidade. Reservas: botanique.com.br US$ 3.090 (R$ 9.917) Com aéreo incluso, passeio de oito noites pela Islândia. Inclui visita a três cidades, vulcões, gêiser e outros atrativos naturais do país. Por pessoa, com saída em 23/2. Na Adventure Club: adventureclub.com.br US$ 3.860 (R$ 12.388) Roteiro de 13 dias pela Tailândia, com um dia em Abu Dhabi. Pacote prevê visitas a Bacoc e a Phuket, com city tour, visitas a templos e passeio de barco. Sem aéreo, por pessoa. Na You With Us: youwithus.com.br
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Homônimos de Dilma disputam eleições e ouvem piadas durante campanha
LUCAS VETTORAZZO DO RIO Dilma tentará se eleger neste ano. Naturalmente, não a Dilma Rousseff, presidente que sofreu impeachment mês passado. Ela até poderia, se quisesse, tentar a uma vaga de vereador, já que quando sofreu o impeachment, em 31 de agosto, teve os direitos políticos preservados há dias dois do fim do prazo de inscrição para as eleições proporcionais. Na ausência da Dilma mais conhecida do país nas urnas, caberá a pelo menos 45 candidatos com o mesmo nome da ex-presidente tentar um cargo nas disputas do próximo domingo (2). A conta considera apenas o nome de urna– aquele que acompanha a foto do candidato. Considerado candidatos com nome de batismo Dilma, mas que não necessariamente usarão o nome nas urnas, o número chega a 105 pessoas, segundo dados do Repositório de Dados Eleitorais, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Os homônimos nas urnas não são exclusivos do PT. Há candidatos no aliado PCdoB, mas também nos rivais PMDB, PSDB, DEM e PSD. Além do nome, os postulantes têm em comum o hábito de ouvir piadas nas ruas. "Atrapalha um pouco na rua [ter o mesmo nome da ex-presidente]. No corpo a corpo o povo diz: 'Tinha que ser Dilma' ou 'sai uma Dilma e entra outra'. A maioria não gosta, mas não tenho vergonha do nome nem da história da presidente. O que fizeram com ela foi uma injustiça, além de machismo", diz a candidata a vereadora Dilma do Brasil, 65, do PC do B de Campinas (SP). Funcionária da Unicamp, ela tentará pela segunda vez a uma cadeira no parlamento municipal. Dilma milita nas causas da mulher, dos negros e minorias. Da primeira vez que concorreu, em 2012, queria sair com o nome de urna de Dilma do Forró, como é conhecida na cidade. Foi por orientação do partido que mudou para Dilma do Brasil. Agora, após o desgaste da ex-mandatária do país e seu consequente processo de impeachment, o partido a orientou, sem sucesso, que voltasse a usar o nome antigo. Dilma do Brasil chegou a participar, em Brasília, de evento contra o impeachment em 2015 que teve a presença de sua xará mais famosa. Não tiveram, contudo, oportunidade de serem apresentadas. Ao que parece, candidatas chamadas Dilma têm alguma afinidade com a luta das mulheres. Dilma Cavalcante, 55, do PMDB de Belém (PA), tentará também pela segunda vez se eleger vereadora na capital paraense. Sua vida política é apoiada em 15 anos de militância no PMDB Mulheres de Belém, algo que lhe trouxe sentimentos confusos em relação ao impeachment. Ao mesmo tempo em que era simpática à ex-presidente, seu partido atuou pela sua queda. Ela chegou a ir na posse de Dilma, em 2014, início do segundo mandato. Como militante dos direitos da mulheres, conta que ficou triste quando viu a primeira mulher presidente do Brasil ter seu mandato encerrado antes do fim. "Apesar de eu ser do PMDB, o fato de ela ser mulher me deixa triste. Acho que poderiam esperar o mandato terminar", disse ela. Sobre como "uma Dilma do PMDB" é tratada nas ruas, ela brinca. "'Mais uma Dilma?', costumam dizer". "Não me abalo". De acordo com o IBGE, há no Brasil 40.632 Dilmas no país. O auge de nascimentos ocorreu na década de 1960, com 10.880 registros. Nos anos 2000, o nome perdeu popularidade, com o registro de apenas 422 nascimento. Na briga das urnas, o estado com mais Dilmas é Minas Gerais, governado atualmente pelo PT, que encerrou em 2014 hegemonia de três mandatos do rival PSDB. É em Minas, por exemplo, que a Dilma do Salão, do PSDB, tentará ser vereadora de Vespasiano, assim como Dilma Costureira, do PC do B de Almenara. A Dilma da Aviação, do PV, concorre à vice prefeitura de São Sebastião do Paraíso, ao lado do candidato Walkinho. Em Porto Ferreira (SP), a Dilma da Avon, 61, tenta sair vencedora na campanha para a Câmara de Vereadores pelo PSD, partido do ministro de Ciência e Tecnologia Gilberto Kassab. Ele foi ministro das Cidades no governo da petista, mas os parlamentares da legenda votaram pelo impeachment da ex-presidente. Ao contrário das outras duas Dilmas ouvidas pela reportagem, a vendedora de cosméticos não tem qualquer simpatia pela ex-presidente. Na primeira vez que Rousseff, se candidatou, Dilma da Avon foi de José Serra (PSDB). Na segunda, votou primeiro em Marina Silva (Rede) e depois Aécio Neves (PSDB) no segundo turno. Não se arrepende. A candidata disse não saber dizer se a ex-presidente de fato cometeu crime de responsabilidade, mas defendeu a necessidade de seu afastamento. "A vida do brasileiro piorou muito desde que ela entrou. Só aqui em Porto Ferreira houve aumento terrível do desemprego". Dilma da Avon é duplamente conhecida na cidade: há seis anos vende produtos da marca de cosméticos, mas antes disso, de 1999 a 2006, trabalhou na funerária local. Ela conta que recebe o carinho dos eleitores, mas também ouve piadas. "As pessoas costumam dizer na rua: 'tiraram você de lá e agora você quer voltar?'. Eu rio e respondo que eu sou a Dilma do bem, que vai lutar pelo povo", diz ela.
poder
Homônimos de Dilma disputam eleições e ouvem piadas durante campanhaLUCAS VETTORAZZO DO RIO Dilma tentará se eleger neste ano. Naturalmente, não a Dilma Rousseff, presidente que sofreu impeachment mês passado. Ela até poderia, se quisesse, tentar a uma vaga de vereador, já que quando sofreu o impeachment, em 31 de agosto, teve os direitos políticos preservados há dias dois do fim do prazo de inscrição para as eleições proporcionais. Na ausência da Dilma mais conhecida do país nas urnas, caberá a pelo menos 45 candidatos com o mesmo nome da ex-presidente tentar um cargo nas disputas do próximo domingo (2). A conta considera apenas o nome de urna– aquele que acompanha a foto do candidato. Considerado candidatos com nome de batismo Dilma, mas que não necessariamente usarão o nome nas urnas, o número chega a 105 pessoas, segundo dados do Repositório de Dados Eleitorais, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Os homônimos nas urnas não são exclusivos do PT. Há candidatos no aliado PCdoB, mas também nos rivais PMDB, PSDB, DEM e PSD. Além do nome, os postulantes têm em comum o hábito de ouvir piadas nas ruas. "Atrapalha um pouco na rua [ter o mesmo nome da ex-presidente]. No corpo a corpo o povo diz: 'Tinha que ser Dilma' ou 'sai uma Dilma e entra outra'. A maioria não gosta, mas não tenho vergonha do nome nem da história da presidente. O que fizeram com ela foi uma injustiça, além de machismo", diz a candidata a vereadora Dilma do Brasil, 65, do PC do B de Campinas (SP). Funcionária da Unicamp, ela tentará pela segunda vez a uma cadeira no parlamento municipal. Dilma milita nas causas da mulher, dos negros e minorias. Da primeira vez que concorreu, em 2012, queria sair com o nome de urna de Dilma do Forró, como é conhecida na cidade. Foi por orientação do partido que mudou para Dilma do Brasil. Agora, após o desgaste da ex-mandatária do país e seu consequente processo de impeachment, o partido a orientou, sem sucesso, que voltasse a usar o nome antigo. Dilma do Brasil chegou a participar, em Brasília, de evento contra o impeachment em 2015 que teve a presença de sua xará mais famosa. Não tiveram, contudo, oportunidade de serem apresentadas. Ao que parece, candidatas chamadas Dilma têm alguma afinidade com a luta das mulheres. Dilma Cavalcante, 55, do PMDB de Belém (PA), tentará também pela segunda vez se eleger vereadora na capital paraense. Sua vida política é apoiada em 15 anos de militância no PMDB Mulheres de Belém, algo que lhe trouxe sentimentos confusos em relação ao impeachment. Ao mesmo tempo em que era simpática à ex-presidente, seu partido atuou pela sua queda. Ela chegou a ir na posse de Dilma, em 2014, início do segundo mandato. Como militante dos direitos da mulheres, conta que ficou triste quando viu a primeira mulher presidente do Brasil ter seu mandato encerrado antes do fim. "Apesar de eu ser do PMDB, o fato de ela ser mulher me deixa triste. Acho que poderiam esperar o mandato terminar", disse ela. Sobre como "uma Dilma do PMDB" é tratada nas ruas, ela brinca. "'Mais uma Dilma?', costumam dizer". "Não me abalo". De acordo com o IBGE, há no Brasil 40.632 Dilmas no país. O auge de nascimentos ocorreu na década de 1960, com 10.880 registros. Nos anos 2000, o nome perdeu popularidade, com o registro de apenas 422 nascimento. Na briga das urnas, o estado com mais Dilmas é Minas Gerais, governado atualmente pelo PT, que encerrou em 2014 hegemonia de três mandatos do rival PSDB. É em Minas, por exemplo, que a Dilma do Salão, do PSDB, tentará ser vereadora de Vespasiano, assim como Dilma Costureira, do PC do B de Almenara. A Dilma da Aviação, do PV, concorre à vice prefeitura de São Sebastião do Paraíso, ao lado do candidato Walkinho. Em Porto Ferreira (SP), a Dilma da Avon, 61, tenta sair vencedora na campanha para a Câmara de Vereadores pelo PSD, partido do ministro de Ciência e Tecnologia Gilberto Kassab. Ele foi ministro das Cidades no governo da petista, mas os parlamentares da legenda votaram pelo impeachment da ex-presidente. Ao contrário das outras duas Dilmas ouvidas pela reportagem, a vendedora de cosméticos não tem qualquer simpatia pela ex-presidente. Na primeira vez que Rousseff, se candidatou, Dilma da Avon foi de José Serra (PSDB). Na segunda, votou primeiro em Marina Silva (Rede) e depois Aécio Neves (PSDB) no segundo turno. Não se arrepende. A candidata disse não saber dizer se a ex-presidente de fato cometeu crime de responsabilidade, mas defendeu a necessidade de seu afastamento. "A vida do brasileiro piorou muito desde que ela entrou. Só aqui em Porto Ferreira houve aumento terrível do desemprego". Dilma da Avon é duplamente conhecida na cidade: há seis anos vende produtos da marca de cosméticos, mas antes disso, de 1999 a 2006, trabalhou na funerária local. Ela conta que recebe o carinho dos eleitores, mas também ouve piadas. "As pessoas costumam dizer na rua: 'tiraram você de lá e agora você quer voltar?'. Eu rio e respondo que eu sou a Dilma do bem, que vai lutar pelo povo", diz ela.
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Juiz pede para abrir mão de reajuste enquanto crise perdurar
"Para pagar mais a uns, cortam na carne de outros." A frase é de Luiz Guilherme Marques, 61, juiz há 29 anos que pediu ao TJ de Minas para abrir mão do reajuste salarial enquanto o país permanecer em crise econômica. "Por isso, fui criticado por magistrados do país, sem uma voz sequer na categoria que me defendesse", disse. Ele conta não se conformar quando vê notícias sobre o governo querer parcelar reajustes de aposentados e pensionistas. Por isso, pediu para não receber o seu. Marques diz, porém, não ser contra o reajuste, "pois o trabalho de juiz é digno e importante". "Mas no momento isso significaria o empobrecimento de outras pessoas." Após aprovação na última semana, os salários dos magistrados devem subir 16,38% por serem vinculados aos dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que passarão a ganhar R$ 39,3 mil. Em Minas, o rendimento médio é de até R$ 33.689,15. Marques recebe mais que isso. O rendimento mensal dele, de R$ 41 mil líquidos, é superior inclusive ao dos ministros. De acordo com o juiz, isso ocorre devido a gratificações e aos 29 anos de serviços prestados. "E não há irregularidade", garante. Apesar do pedido de Marques, o Tribunal de Justiça de Minas indeferiu sua solicitação sob a alegação de que salário é "irrenunciável". Titular da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG), Marques atribui à sua formação familiar a decisão. O pai, Antonio de Arruda Marques, foi juiz da Justiça Militar Federal, mas teve de se aposentar em 1969 por força do AI-5 –um dos decretos mais autoritários da ditadura (1964-85). Como o pai passou a ganhar dois terços do seu salário, a família –com outros quatro filhos– passou dificuldades. A situação piorou com a morte dele, em 1970. "Comecei a trabalhar aos 17 anos e meus irmãos também precisaram ajudar de alguma forma." Na internet, as críticas a ele foram pesadas. "Fui chamado de exibicionista, vaidoso, hipócrita e traidor. Mas o que fiz não foi nada demais." "Não tenho vaidade, como me acusaram na internet. É que talvez quem não passou por isso não vai conseguir entender o motivo de eu ter tomado essa decisão de não querer receber o aumento." "Esse dinheiro do reajuste não fará falta para mim, mas pode diminuir um pouco, por exemplo, o incêndio, como uma gota d'água."
mercado
Juiz pede para abrir mão de reajuste enquanto crise perdurar"Para pagar mais a uns, cortam na carne de outros." A frase é de Luiz Guilherme Marques, 61, juiz há 29 anos que pediu ao TJ de Minas para abrir mão do reajuste salarial enquanto o país permanecer em crise econômica. "Por isso, fui criticado por magistrados do país, sem uma voz sequer na categoria que me defendesse", disse. Ele conta não se conformar quando vê notícias sobre o governo querer parcelar reajustes de aposentados e pensionistas. Por isso, pediu para não receber o seu. Marques diz, porém, não ser contra o reajuste, "pois o trabalho de juiz é digno e importante". "Mas no momento isso significaria o empobrecimento de outras pessoas." Após aprovação na última semana, os salários dos magistrados devem subir 16,38% por serem vinculados aos dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que passarão a ganhar R$ 39,3 mil. Em Minas, o rendimento médio é de até R$ 33.689,15. Marques recebe mais que isso. O rendimento mensal dele, de R$ 41 mil líquidos, é superior inclusive ao dos ministros. De acordo com o juiz, isso ocorre devido a gratificações e aos 29 anos de serviços prestados. "E não há irregularidade", garante. Apesar do pedido de Marques, o Tribunal de Justiça de Minas indeferiu sua solicitação sob a alegação de que salário é "irrenunciável". Titular da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG), Marques atribui à sua formação familiar a decisão. O pai, Antonio de Arruda Marques, foi juiz da Justiça Militar Federal, mas teve de se aposentar em 1969 por força do AI-5 –um dos decretos mais autoritários da ditadura (1964-85). Como o pai passou a ganhar dois terços do seu salário, a família –com outros quatro filhos– passou dificuldades. A situação piorou com a morte dele, em 1970. "Comecei a trabalhar aos 17 anos e meus irmãos também precisaram ajudar de alguma forma." Na internet, as críticas a ele foram pesadas. "Fui chamado de exibicionista, vaidoso, hipócrita e traidor. Mas o que fiz não foi nada demais." "Não tenho vaidade, como me acusaram na internet. É que talvez quem não passou por isso não vai conseguir entender o motivo de eu ter tomado essa decisão de não querer receber o aumento." "Esse dinheiro do reajuste não fará falta para mim, mas pode diminuir um pouco, por exemplo, o incêndio, como uma gota d'água."
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Faroeste
Especialistas apontam três causas para a redução expressiva de homicídios no Estado de São Paulo desde 2001 (a taxa de 32,55 por 100 mil habitantes caiu para 10,06 em 2014): melhoria das políticas de segurança pública, desarmamento da população e uma suposta mudança de atitude do PCC, que teria estancado a guerra entre grupos rivais e implementado modelo menos violento de tráfico com a retirada de armas das "bocas de fumo". A Secretaria da Segurança Pública refuta a tese do autocontrole da facção criminosa e ressalta as próprias virtudes, que existem, mas não são tão admiráveis assim -pela letalidade extrema das ações policiais. A controvérsia, dada a impossibilidade estatística de comprovação, é insuperável. E o alto índice de encarceramento em São Paulo é fator que não pode ser esquecido. Muito embora o referendo de 2005 tenha legitimado o comércio de armas e munição no país, com amplo apoio do eleitorado (63,94%), a política de entrega voluntária, punição dura do porte ilegal e rigor para concessão de licenças é caminho eficaz. O mapa da violência no Brasil aponta queda do número de homicídios entre 2003 (ano do Estatuto do Desarmamento) e 2007: a taxa de 28,9 por 100 mil habitantes caiu para 25,2. Depois, volta o recrudescimento, apesar da tendência de diminuição mantida em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Mas qual seria o impacto do afrouxamento da lei, acalentado pela indústria de armamento e conduzido pela bancada da bala, infiltrada nos diversos partidos? Suavizar exigências burocráticas? Seremos surpreendidos -numa conjuntura de desgoverno- com nova lei, aprovada de repente, revertendo esse esforço de pacificação? Circula na internet manifesto a favor do acesso às armas por advogados. Haveria situação de "desigualdade", pois juízes e promotores têm o direito de se armarem. A suposta paridade de armas (literalmente) deveria se dar pelo desarmamento: Justiça não é faroeste. O que causa espanto é a possibilidade, em vigor, de juízes e promotores adquirirem armas pela profissão que exercem (assim como auditores fiscais e analistas tributários), ainda que, eventualmente, não tenham aptidão psicológica. Mesmo quando o funcionário (juiz, promotor ou fiscal) é ameaçado, a medida não se justifica. O Estado deve protegê-lo. Entregar arma para quem se sente vulnerável amplia situações de risco. A frase de Adam Smith ainda merece lembrança: "Gente do mesmo ofício raramente se encontra, mesmo que só seja por passatempo, sem que a conversa acabe em conspiração contra o público". Há espaço para restringir mais o uso de armas, inclusive por agentes de segurança. As figuras do caçador, colecionador e atirador não fazem falta. Segundo "The New York Times", nos EUA, paraíso das armas, o número de mortos desde 2011 é superior ao das vítimas das guerras da Coreia, Vietnã, Afeganistão e Iraque reunidas. São 351 ataques com múltiplas vítimas (mass shootings) só em 2015. No Brasil, foram, em média, 143 homicídios por dia em 2014. Sem contar os da PM. Aqui, até armas apreendidas estão ao alcance de atiradores: furtaram sorrateiramente mais de 200 do fórum criminal da Barra Funda; domingo, assaltaram o de São Miguel Paulista. [email protected]
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FaroesteEspecialistas apontam três causas para a redução expressiva de homicídios no Estado de São Paulo desde 2001 (a taxa de 32,55 por 100 mil habitantes caiu para 10,06 em 2014): melhoria das políticas de segurança pública, desarmamento da população e uma suposta mudança de atitude do PCC, que teria estancado a guerra entre grupos rivais e implementado modelo menos violento de tráfico com a retirada de armas das "bocas de fumo". A Secretaria da Segurança Pública refuta a tese do autocontrole da facção criminosa e ressalta as próprias virtudes, que existem, mas não são tão admiráveis assim -pela letalidade extrema das ações policiais. A controvérsia, dada a impossibilidade estatística de comprovação, é insuperável. E o alto índice de encarceramento em São Paulo é fator que não pode ser esquecido. Muito embora o referendo de 2005 tenha legitimado o comércio de armas e munição no país, com amplo apoio do eleitorado (63,94%), a política de entrega voluntária, punição dura do porte ilegal e rigor para concessão de licenças é caminho eficaz. O mapa da violência no Brasil aponta queda do número de homicídios entre 2003 (ano do Estatuto do Desarmamento) e 2007: a taxa de 28,9 por 100 mil habitantes caiu para 25,2. Depois, volta o recrudescimento, apesar da tendência de diminuição mantida em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Mas qual seria o impacto do afrouxamento da lei, acalentado pela indústria de armamento e conduzido pela bancada da bala, infiltrada nos diversos partidos? Suavizar exigências burocráticas? Seremos surpreendidos -numa conjuntura de desgoverno- com nova lei, aprovada de repente, revertendo esse esforço de pacificação? Circula na internet manifesto a favor do acesso às armas por advogados. Haveria situação de "desigualdade", pois juízes e promotores têm o direito de se armarem. A suposta paridade de armas (literalmente) deveria se dar pelo desarmamento: Justiça não é faroeste. O que causa espanto é a possibilidade, em vigor, de juízes e promotores adquirirem armas pela profissão que exercem (assim como auditores fiscais e analistas tributários), ainda que, eventualmente, não tenham aptidão psicológica. Mesmo quando o funcionário (juiz, promotor ou fiscal) é ameaçado, a medida não se justifica. O Estado deve protegê-lo. Entregar arma para quem se sente vulnerável amplia situações de risco. A frase de Adam Smith ainda merece lembrança: "Gente do mesmo ofício raramente se encontra, mesmo que só seja por passatempo, sem que a conversa acabe em conspiração contra o público". Há espaço para restringir mais o uso de armas, inclusive por agentes de segurança. As figuras do caçador, colecionador e atirador não fazem falta. Segundo "The New York Times", nos EUA, paraíso das armas, o número de mortos desde 2011 é superior ao das vítimas das guerras da Coreia, Vietnã, Afeganistão e Iraque reunidas. São 351 ataques com múltiplas vítimas (mass shootings) só em 2015. No Brasil, foram, em média, 143 homicídios por dia em 2014. Sem contar os da PM. Aqui, até armas apreendidas estão ao alcance de atiradores: furtaram sorrateiramente mais de 200 do fórum criminal da Barra Funda; domingo, assaltaram o de São Miguel Paulista. [email protected]
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Alemanha pré-histórica teve batalha com espadas à moda Game of Thrones
O rio que serpenteia pelo solo pantanoso do norte da Alemanha é conhecido hoje como Tollense, mas ninguém faz a menor ideia de qual era o seu nome 3.200 anos atrás, quando centenas de guerreiros e diversos cavalos foram massacrados a flechadas, golpes de espada e de machados nas suas margens. Trata-se de uma saga que os arqueólogos estão apenas começando a decifrar, mas as primeiras pistas indicam que a batalha no Tollense poderá levar a uma revisão profunda do que achávamos que sabíamos sobre complexidade social e guerra na Europa pré-histórica –sim, pré-histórica, já que os exércitos eram de culturas que não dominavam a escrita. O que aconteceu no vale do rio alemão, num ponto uns 120 km ao norte de Berlim, começou a vir à tona em 1996, quando um arqueólogo amador descobriu por acaso um osso do antebraço na encosta do rio –osso que, conforme se descobriu mais tarde, tinha como "enfeite" uma ponta de flecha de pedra. A partir de 2009, institutos de pesquisa da Alemanha começaram a escavar por lá a sério, trabalho que continuou até 2015, conforme relata reportagem no site da revista especializada "Science". O resultado desses anos de esforço foi desenterrar todo um campo de batalha que parece ter sido inventado por sujeitos como J.R.R. Tolkien (de "O Senhor dos Anéis") ou George R.R. Martin (de "Game of Thrones"). No mínimo 130 sujeitos com idade entre 20 e 30 anos (o número completo provavelmente é bem maior) foram jogados já mortos, ou então se afogaram, em trechos relativamente rasos do rio. Há indícios de que a matança aconteceu de uma vez só, talvez num único dia –como o fato de que mais de mil ossos, entre eles 20 crânios, foram achados num espaço de apenas 12 metros quadrados. O pedaço do rio de que estamos falando ficava num vale estreito e era atravessado por uma ponte, o que levou os arqueólogos a especular que o que estava em jogo era justamente a travessia nesse ponto estratégico –mais ou menos como a célebre batalha das Termópilas, entre gregos e persas, em 480 a.C. Além das mortes acusadas por pontas de flecha de bronze e pedra, os pesquisadores identificaram ainda golpes de lança, de porretes parecidos com tacos de beisebol e de machados de bronze (o uso do ferro ainda não se generalizara). As armas também foram achadas, assim como anéis e adornos de ouro que os guerreiros provavelmente usavam nos cabelos. No total, considerando as taxas usuais de baixas nesse tipo de conflito, 5.000 soldados ou mais podem ter participado da refrega. E daí? Daí que esse cenário não parece combinar nem um pouco com a aparente falta de organização política e militar que predominava na Europa dessa época. O equipamento dos homens lançados ao rio sugere a presença de uma classe guerreira "profissional" e bem treinada. De quebra, análises da composição química de seus dentes indicam que vários deles não eram nativos da região, mas vieram do sul da Europa. Daí a comparação com a guerra de Troia, que teria acontecido mais ou menos na mesma época e também teria reunido diversos grupos guerreiros numa única grande expedição. É possível até que os achados ajudem a entender como outros bandos de guerreiros da época contribuíram para o fim da Idade do Bronze ao atacar o Egito e outros impérios na mesma época. O Exército dos Mortos de Tollense mal começou a falar.
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Alemanha pré-histórica teve batalha com espadas à moda Game of ThronesO rio que serpenteia pelo solo pantanoso do norte da Alemanha é conhecido hoje como Tollense, mas ninguém faz a menor ideia de qual era o seu nome 3.200 anos atrás, quando centenas de guerreiros e diversos cavalos foram massacrados a flechadas, golpes de espada e de machados nas suas margens. Trata-se de uma saga que os arqueólogos estão apenas começando a decifrar, mas as primeiras pistas indicam que a batalha no Tollense poderá levar a uma revisão profunda do que achávamos que sabíamos sobre complexidade social e guerra na Europa pré-histórica –sim, pré-histórica, já que os exércitos eram de culturas que não dominavam a escrita. O que aconteceu no vale do rio alemão, num ponto uns 120 km ao norte de Berlim, começou a vir à tona em 1996, quando um arqueólogo amador descobriu por acaso um osso do antebraço na encosta do rio –osso que, conforme se descobriu mais tarde, tinha como "enfeite" uma ponta de flecha de pedra. A partir de 2009, institutos de pesquisa da Alemanha começaram a escavar por lá a sério, trabalho que continuou até 2015, conforme relata reportagem no site da revista especializada "Science". O resultado desses anos de esforço foi desenterrar todo um campo de batalha que parece ter sido inventado por sujeitos como J.R.R. Tolkien (de "O Senhor dos Anéis") ou George R.R. Martin (de "Game of Thrones"). No mínimo 130 sujeitos com idade entre 20 e 30 anos (o número completo provavelmente é bem maior) foram jogados já mortos, ou então se afogaram, em trechos relativamente rasos do rio. Há indícios de que a matança aconteceu de uma vez só, talvez num único dia –como o fato de que mais de mil ossos, entre eles 20 crânios, foram achados num espaço de apenas 12 metros quadrados. O pedaço do rio de que estamos falando ficava num vale estreito e era atravessado por uma ponte, o que levou os arqueólogos a especular que o que estava em jogo era justamente a travessia nesse ponto estratégico –mais ou menos como a célebre batalha das Termópilas, entre gregos e persas, em 480 a.C. Além das mortes acusadas por pontas de flecha de bronze e pedra, os pesquisadores identificaram ainda golpes de lança, de porretes parecidos com tacos de beisebol e de machados de bronze (o uso do ferro ainda não se generalizara). As armas também foram achadas, assim como anéis e adornos de ouro que os guerreiros provavelmente usavam nos cabelos. No total, considerando as taxas usuais de baixas nesse tipo de conflito, 5.000 soldados ou mais podem ter participado da refrega. E daí? Daí que esse cenário não parece combinar nem um pouco com a aparente falta de organização política e militar que predominava na Europa dessa época. O equipamento dos homens lançados ao rio sugere a presença de uma classe guerreira "profissional" e bem treinada. De quebra, análises da composição química de seus dentes indicam que vários deles não eram nativos da região, mas vieram do sul da Europa. Daí a comparação com a guerra de Troia, que teria acontecido mais ou menos na mesma época e também teria reunido diversos grupos guerreiros numa única grande expedição. É possível até que os achados ajudem a entender como outros bandos de guerreiros da época contribuíram para o fim da Idade do Bronze ao atacar o Egito e outros impérios na mesma época. O Exército dos Mortos de Tollense mal começou a falar.
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Em SP, clérigo do Irã defende ditador sírio e diz que EUA patrocinam terror
Em uma fala com forte retórica antiamericana, o aiatolá do Irã Mohsen Araki defendeu o regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, em um evento sobre terrorismo realizado neste sábado (29) em São Paulo. Para o clérigo, "o governo está protegendo o povo sírio". "Divergimos em alguns pontos, mas sabemos que o povo sírio precisa de um governo que os proteja. Antes eles viviam em paz", disse Araki, se referindo ao período anterior à guerra civil iniciada em 2011 e que opõe as forças de Assad (apoiadas por Rússia e Irã) a rebeldes opositores, que têm nos EUA um forte aliado. Ainda em meio a essa disputa há organizações terroristas, como o Estado Islâmico, que resiste em partes da Síria. Segundo Araki, "todos sabem que os americanos patrocinam os grupos terroristas". "Eles tomam nosso dinheiro, implantam desavenças na região e dão armas. Existe um agressor pior do que esse?" Assad governa a Síria desde 2000. Ele sucedeu o pai, o ditador Hafez al-Assad, que liderou os sírios por três décadas. Araki participou do encontro "Os muçulmanos e o enfrentamento ao terrorismo e ao radicalismo", organizado pelo Centro Islâmico no Brasil em um hotel na zona norte de São Paulo. A visita do clérigo ao Brasil despertou críticas de líderes religiosos, que o acusam de discurso de ódio contra Israel. Em entrevista à Folha na sexta-feira (28), Araki afirmou ter sido mal interpretado e que o ambiente de ódio foi criado por aqueles que o criticaram. Em sua palestra, o aiatolá, que é do ramo xiita do islã, criticou as monarquias sunitas do golfo Pérsico, lideradas pela Arábia Saudita, uma das principais aliadas dos EUA na região. "Os dirigentes do Golfo viram a paz na Síria, tiveram inveja e a tiraram deles." Nascido no Iraque, Araki é hoje um dos 88 membros da Assembleia dos Especialistas do Irã, instância responsável por indicar o líder supremo iraniano —cargo ocupado desde 1989 pelo aiatolá Ali Khamenei. O clérigo afirmou que "o americano implantou a discórdia no Iraque". "Um irmão iraquiano me disse uma vez que ninguém lidava com os termos sunita ou xiita. O Iraque era um povo só." CRÍTICAS A ISRAEL Araki classificou como "terrorismo" as restrições impostas na última semana por Israel à entrada de muçulmanos na Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha de Jerusalém. No dia 14, um atentado deixou dois policiais israelenses mortos em uma das entradas da Cidade Velha. Em resposta, o governo de Israel instalou detectores de metal na Esplanada, mas depois os retirou após uma onda de protestos de palestinos. No entanto, está em vigor um veto à entrada de muçulmanos com menos de 50 anos. "Por que os muçulmanos não podem entrar em suas mesquitas? Isso não é terrorismo? Centenas de palestinos foram feridos porque queriam entrar nas mesquitas e fazer suas orações." O aiatolá encerrou sua fala pedindo a condenação do terrorismo, "aquele que atingiu a França, a Bélgica, deve ser banido esse terrorismo que atinge o mundo inteiro", em referência aos atentados que deixaram quase 200 mortos na Europa nos últimos dois anos. Também falaram no evento o embaixador iraniano no Brasil, Seyed Ali Saghaeyan, e o vereador de São Paulo Eduardo Suplicy (PT), entre outros.
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Em SP, clérigo do Irã defende ditador sírio e diz que EUA patrocinam terrorEm uma fala com forte retórica antiamericana, o aiatolá do Irã Mohsen Araki defendeu o regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, em um evento sobre terrorismo realizado neste sábado (29) em São Paulo. Para o clérigo, "o governo está protegendo o povo sírio". "Divergimos em alguns pontos, mas sabemos que o povo sírio precisa de um governo que os proteja. Antes eles viviam em paz", disse Araki, se referindo ao período anterior à guerra civil iniciada em 2011 e que opõe as forças de Assad (apoiadas por Rússia e Irã) a rebeldes opositores, que têm nos EUA um forte aliado. Ainda em meio a essa disputa há organizações terroristas, como o Estado Islâmico, que resiste em partes da Síria. Segundo Araki, "todos sabem que os americanos patrocinam os grupos terroristas". "Eles tomam nosso dinheiro, implantam desavenças na região e dão armas. Existe um agressor pior do que esse?" Assad governa a Síria desde 2000. Ele sucedeu o pai, o ditador Hafez al-Assad, que liderou os sírios por três décadas. Araki participou do encontro "Os muçulmanos e o enfrentamento ao terrorismo e ao radicalismo", organizado pelo Centro Islâmico no Brasil em um hotel na zona norte de São Paulo. A visita do clérigo ao Brasil despertou críticas de líderes religiosos, que o acusam de discurso de ódio contra Israel. Em entrevista à Folha na sexta-feira (28), Araki afirmou ter sido mal interpretado e que o ambiente de ódio foi criado por aqueles que o criticaram. Em sua palestra, o aiatolá, que é do ramo xiita do islã, criticou as monarquias sunitas do golfo Pérsico, lideradas pela Arábia Saudita, uma das principais aliadas dos EUA na região. "Os dirigentes do Golfo viram a paz na Síria, tiveram inveja e a tiraram deles." Nascido no Iraque, Araki é hoje um dos 88 membros da Assembleia dos Especialistas do Irã, instância responsável por indicar o líder supremo iraniano —cargo ocupado desde 1989 pelo aiatolá Ali Khamenei. O clérigo afirmou que "o americano implantou a discórdia no Iraque". "Um irmão iraquiano me disse uma vez que ninguém lidava com os termos sunita ou xiita. O Iraque era um povo só." CRÍTICAS A ISRAEL Araki classificou como "terrorismo" as restrições impostas na última semana por Israel à entrada de muçulmanos na Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha de Jerusalém. No dia 14, um atentado deixou dois policiais israelenses mortos em uma das entradas da Cidade Velha. Em resposta, o governo de Israel instalou detectores de metal na Esplanada, mas depois os retirou após uma onda de protestos de palestinos. No entanto, está em vigor um veto à entrada de muçulmanos com menos de 50 anos. "Por que os muçulmanos não podem entrar em suas mesquitas? Isso não é terrorismo? Centenas de palestinos foram feridos porque queriam entrar nas mesquitas e fazer suas orações." O aiatolá encerrou sua fala pedindo a condenação do terrorismo, "aquele que atingiu a França, a Bélgica, deve ser banido esse terrorismo que atinge o mundo inteiro", em referência aos atentados que deixaram quase 200 mortos na Europa nos últimos dois anos. Também falaram no evento o embaixador iraniano no Brasil, Seyed Ali Saghaeyan, e o vereador de São Paulo Eduardo Suplicy (PT), entre outros.
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Manifestantes do MTST fazem protesto em shopping do Rio
Manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) fizeram um protesto, na noite desta quinta (24), na praça de alimentação do shopping Rio Sul, em Botafogo, zona sul do Rio.O movimento era em apoio à presidente Dilma Rousseff e contra o processo de impeachment.Em sua página numa rede social, o MTST pedia "menos coxinha, mais pão com mortadela", que é como os grupos contrários (coxinhas) e à favor (mortadelas) da presidente Dilma têm se chamado nas ruas e nas mídias sociais. Ao sentarem nas mesas, os manifestantes, a maioria com camisas vermelhas, passaram a comer pães com mortadela.Depois, o grupo passou a gritar "não vai ter golpe" enquanto mostravam aos frequentadores do centro de compras faixas e bandeiras. Algumas pessoas que observavam a cena passaram a apoiar o MTST. Outras vaiaram.Além de integrantes do MTST, os manifestantes contaram com o apoio da União da Juventude Comunista (UJC). O MTST não informou se fará protestos semelhantes ao do shopping Rio Sul durante o feriado de Páscoa.Em nota, a assessoria do Rio Sul informou que o ato foi pacífico e o shopping funcionou normalmente.
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Manifestantes do MTST fazem protesto em shopping do RioManifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) fizeram um protesto, na noite desta quinta (24), na praça de alimentação do shopping Rio Sul, em Botafogo, zona sul do Rio.O movimento era em apoio à presidente Dilma Rousseff e contra o processo de impeachment.Em sua página numa rede social, o MTST pedia "menos coxinha, mais pão com mortadela", que é como os grupos contrários (coxinhas) e à favor (mortadelas) da presidente Dilma têm se chamado nas ruas e nas mídias sociais. Ao sentarem nas mesas, os manifestantes, a maioria com camisas vermelhas, passaram a comer pães com mortadela.Depois, o grupo passou a gritar "não vai ter golpe" enquanto mostravam aos frequentadores do centro de compras faixas e bandeiras. Algumas pessoas que observavam a cena passaram a apoiar o MTST. Outras vaiaram.Além de integrantes do MTST, os manifestantes contaram com o apoio da União da Juventude Comunista (UJC). O MTST não informou se fará protestos semelhantes ao do shopping Rio Sul durante o feriado de Páscoa.Em nota, a assessoria do Rio Sul informou que o ato foi pacífico e o shopping funcionou normalmente.
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Lucro da Fiat Chrysler bate previsões, mas dívida maior decepciona
A Fiat Chrysler Automobiles divulgou nesta terça-feira (26) aumento maior do que o esperado no lucro operacional do primeiro trimestre, com desempenho forte na América do Norte, e confirmou sua meta para este ano, mas a dívida mais alta da empresa decepcionou. A sétima maior montadora de automóveis do mundo disse que seu lucro operacional ajustado subiu de € 700 milhões de janeiro a março do ano passado para € 1,38 bilhão no mesmo período deste ano, comparado a projeção de analistas de € 1,17 bilhão em pesquisa da Thomson Reuters. As vendas subiram 3%, para € 26,57 bilhões, abaixo das expectativas. A Fiat, que desmembrou a unidade de luxo Ferrari no começo do ano, disse que a dívida industrial líquida subiu de € 5,05 bilhões no quarto trimestre do ano passado para € 6,6 bilhões no final de março, impactada pelos efeitos da sazonalidade e do câmbio.
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Lucro da Fiat Chrysler bate previsões, mas dívida maior decepcionaA Fiat Chrysler Automobiles divulgou nesta terça-feira (26) aumento maior do que o esperado no lucro operacional do primeiro trimestre, com desempenho forte na América do Norte, e confirmou sua meta para este ano, mas a dívida mais alta da empresa decepcionou. A sétima maior montadora de automóveis do mundo disse que seu lucro operacional ajustado subiu de € 700 milhões de janeiro a março do ano passado para € 1,38 bilhão no mesmo período deste ano, comparado a projeção de analistas de € 1,17 bilhão em pesquisa da Thomson Reuters. As vendas subiram 3%, para € 26,57 bilhões, abaixo das expectativas. A Fiat, que desmembrou a unidade de luxo Ferrari no começo do ano, disse que a dívida industrial líquida subiu de € 5,05 bilhões no quarto trimestre do ano passado para € 6,6 bilhões no final de março, impactada pelos efeitos da sazonalidade e do câmbio.
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Trump quer anular decisões de Obama e ameaçar empresários ao tomar posse
Donald Trump agora se tornou o virtual candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, mas também está bastante ciente de que muita gente em seu partido —e muitos cidadãos norte-americanos— estão assustados e ansiosos diante da ideia de tê-lo na Casa Branca. Nem mesmo Trump tem certeza sobre como o país se ajustaria aos primeiros cem dias de sua eventual Presidência. O que ele sabe, porém, é o que deseja fazer nesses primeiros meses. Em uma série de entrevistas recentes, ele delineou planos que envolvem confrontos com líderes empresariais quanto ao emprego e importantes papéis para generais, executivos e talvez até membros de sua família, em assessorá-lo sobre como dirigir o país. Pouco depois da eleição de 8 de novembro, o presidente eleito Trump e seu vice —provavelmente um governador ou um parlamentar— começariam a entrevistar candidatos para a cadeira aberta na Suprema Corte, e chegariam a rápido acordo quanto à indicação de um sucessor semelhante ao juiz Antonin Scalia. Ele lançaria uma ofensiva de relações públicas para "começar a criar um governo baseado em relacionamentos", talvez convidando os líderes republicanos no Congresso, Paul Ryan e Mitch McConnell, a uma escapada do gélido inverno de Washington para uma estadia em Mar-a-Lago, jogando golfe e desfrutando de lagostas de um quilo. No dia da posse, ele iria a um ou dois "belos" bailes de gala, mas seu foco seria principalmente rescindir ordens executivas de Obama sobre a imigração e telefonar a executivos de grandes empresas com a ameaça de medidas punitivas se eles transferirem postos de trabalho para fora dos Estados Unidos. E, pelo final de seus primeiros 100 dias como 45º líder do país, a muralha na fronteira com o México já teria seu projeto concluído, a proibição à imigração de muçulmanos estaria em vigor, a auditoria do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) estaria em curso e os planos para repelir a Lei de Acesso à Saúde (Obamacare) começariam a ser implementados. "Sei que as pessoas não estão certas, agora, de como seria Trump na Presidência", disse. "Mas as coisas serão boas. Não estou disputando a Presidência para criar instabilidade no país". O "New York Times" entrevistou Trump três vezes nos dois últimos meses, a mais recente das quais no sábado (30), e falou com diversos de seus assessores de campanha e confidentes. A possibilidade de termos Trump na Casa Branca —um desfecho que no passado parecia fantasioso se tornou menos remota na noite de terça, quando seu principal rival, o senador pelo Texas, Ted Cruz, abandonou a disputa, seguido pelo governador do Ohio, John Kasich, nesta quarta (4). Eleições nos EUA - Como está a contagem de delegados até o momento SUBESTIMADO A despeito de sua visão radical de como refazer o país e de toda a sua retórica fanfarrona sobre assuntos juvenis como as dimensões de sua anatomia —para não mencionar as pesquisas de opinião pública que o mostram em desvantagem diante de Hillary Clinton—, 20 de janeiro poderia ver a posse do mais subestimado dos políticos norte-americanos como presidente. Embora professe certa surpresa diante de seu sucesso, Trump parece cada vez mais seguro de onde estará dentro de oito meses. Ele descreveu sua visão de transformar o Salão Oval em uma sala de conselho de alta potência, confiando mais nos líderes militares do que em especialistas em questões externas, quanto aos assuntos internacionais, e continua a falar asperamente de seus adversários. Talvez ele esteja postando menos no Twitter, mas todo mundo sabe o que ele pensa. "Como presidente, trabalharei desde o primeiro dia com o meu vice e equipe a fim de deixar claro que os Estados Unidos mudarão de muitas maneiras, e para melhor", disse Trump em entrevista por telefone no sábado (30). "Não podemos perder tempo. Quero um vice-presidente que me ajude a ter grande impacto rapidamente sobre o Congresso e a mensagem será clara, para o povo norte-americano e para o mundo, de que o governo dos Estados Unidos agora usará seu poder de modo diferente". Mas ele também reconheceu que pode enfrentar protestos significativos e incessantes —talvez milhares de pessoas protestando no National Mall enquanto ele faz seu juramento de posse em um escritório próximo, no Capitólio. PRÓXIMAS PRÉVIAS NOS EUA - Delegados em jogo UNIÃO Trump disse que tentaria unir os republicanos, independentes e os democratas insatisfeitos, nos próximos seis meses, até a eleição de novembro, e ao assumir trabalharia para demonstrar aos norte-americanos que seu maior interesse é lutar pelas necessidades deles. Ele argumentou que o fato de que não dependerá de doadores ricos para bancar sua campanha atrairá muitos eleitores, que perceberão que "ninguém me compra, ninguém me paga". "Sei que nem todos gostarão de tudo que faço, mas não estou concorrendo para ser o presidente favorito de todo mundo", disse Trump. "As coisas estão seriamente erradas neste país. As pessoas estão sofrendo, os negócios estão sofrendo. Estou concorrendo para promover grandes mudanças rapidamente." Diversos amigos e aliados de Trump dizem que "negociar" é a palavra que ele mais usa para resumir seus cem primeiros dias no poder. Ele quer colocar pessoas de vontade forte —executivos e generais são as categorias que menciona com mais frequência— em postos de gabinete e no primeiro escalão de sua equipe, e instruí-los a negociar acordos e planos com os líderes do Congresso e as autoridades estaduais, bem como com empresas de seguros e outras companhias do setor privado. Eles afirmam que Trump faria o que prometeu ou continuaria tentando, ciente de que seus partidários o abandonariam rapidamente caso não o faça. "Ele não vai se afastar da agenda que estabeleceu, nem um pouco", disse Roger Stone, veterano colaborador e confidente de Trump. Stone se recusou a descrever detalhes de suas conversas particulares com Trump, limitando-se a dizer que "tendo declarado mil vezes que vai construir um muro [na fronteira com o México], ele construirá um muro. Ele disse que renunciaria aos acordos comerciais: seus eleitores exigirão que o faça. Ele sabe disso". INÉDITO Os Estados Unidos modernos jamais viram algo parecido com um governo Trump. Líderes empresariais e até figuras do mundo do entretenimento se elegeram para governos estaduais, claro, e insurgentes como Newt Gingrich ascenderam ao poder. Mas o que temos aqui é diferente. Incorporador imobiliário em Manhattan e bombástico astro de um reality show, Trump seria um presidente sem precedentes. Mas a maioria dos historiadores sugere que o país se adaptaria a isso. Ele não demoraria a se ver consumido pelas tarefas urgentes e normalizadoras de criar um gabinete e montar uma equipe, e garantir a Wall Street e ao público que é capaz de governar o país. "Trump está prevendo que será capaz de fazer tudo isso, mas a carga de trabalho será imensa, e o poder dele seria limitado por precedentes, pela burocracia e pela Constituição", disse Robert Dallek, historiador da Presidência. "Mesmo quanto ao comércio internacional e imigração, áreas em que Trump promete promover mudanças revolucionárias, o Congresso tem influência. Muita gente tem influência. O presidente não é um rei." Mas Trump assumiu em suas entrevistas o compromisso de realizar suas promessas eleitorais, mesmo que elas se provem desordenadoras ou explosivas. Em seu primeiro dia no cargo, disse, ele se reuniria com dirigentes do Departamento de Segurança Interna (DSI), generais e outros —Trump não mencionou diplomatas— para tomar providências para selar a fronteira sul do país e designar mais agentes de segurança para o perímetro. Ele também pretende ligar para os presidentes de empresas como a Pfizer, Carrier, Ford e Nabisco e alertá-los de que seus produtos poderiam enfrentar tarifas de 35%, porque eles estão transferindo empregos para fora do país. Os democratas e alguns republicanos alertaram que os mercados financeiros reagiriam adversamente e que as posturas protecionistas de Trump poderiam arremessar o país a uma recessão, mas ele insistiu em que o comércio internacional "está matando o país" e que "os mercados ficarão bem". "Negociações bilaterais com o México sobre a muro seriam iniciadas rapidamente, e eu não demoraria a receber presidentes de empresas no Salão Oval", afirmou. "O Salão Oval seria um lugar ótimo para negociar. Atrairia respeito imediato da outra parte, compreensão imediata sobre as prioridades do país." Quanto a que líder estrangeiro ele buscaria contatar primeiro, como presidente, Trump disse que "isso não seria necessariamente uma prioridade". "Teríamos de assumir posição mais dura quanta aos outros países", afirmou. "Somos a polícia do planeta, hoje. Por isso, eu não os procuraria de imediato, para não nos envolver ainda mais." HOLOFOTES Para o bem ou para o mal, ele atrairia a atenção do país como nenhum outro presidente moderno, e não só pelo seu pendor por redecorar usando muito ouro e batizar aviões, edifícios e qualquer outra coisa que veja pela frente com o seu nome. (A bem do registro, ele disse não ter planos ambiciosos de reforma de edificações.) "Os primeiros cem dias dele seriam fascinantes", disse Ari Fleischer, que foi secretário de imprensa do presidente George W. Bush. "A questão seria determinar sua capacidade de atenuar a retórica de campanha e cuidar da séria tarefa de criar uma Presidência baseada em julgamento sólido e na construção das coalizões necessárias". Fleischer disse que era possível que Trump conseguisse fazer esse ajuste, dados seus frequentes comentários sobre negociar com democratas e republicanos a fim de chegar a compromissos. "Esse lado dele me intriga", disse Fleischer. "Ele continua a aludir ao fato de que se dará bem com as pessoas. É quase como se Trump estivesse fazendo uma jogada astuta. Hoje, dureza na campanha. Amanhã, flexibilidade nos acordos." Ele acrescentou: "É claro que, se ele vencer, terá força, terá ímpeto, terá um mandato do povo. Isso ajudaria". Trump parecia ciente de que seus primeiros meses no cargo seriam consumidos com a tentativa de garantir a confirmação dos membros de seu gabinete e talvez a de um novo juiz para a Suprema Corte, e com a indicação de ocupantes para postos burocráticos. Ele deixou claro que não estava interessado em delegar essas tarefas e que queria garantir que seus indicados compartilhassem de sua filosofia de governo. Um de seus mais próximos assessores, sua filha Ivanka, provavelmente continuaria a trabalhar na companhia de Trump, mas ele disse que buscaria os conselho dela e de seu marido, o empreendedor Jared Kushner, e apontou que familiares do presidente ocuparam cargos governamentais no passado. Até mesmo postos que podem parecer incidentais no universo de Trump, como o de enviado às Nações Unidas, aparentemente ocuparam seus pensamentos. "Já pensei em um embaixador para a ONU, um secretário da Defesa e um secretário do Tesouro, mas penso antes de tudo em vencer", disse Trump. "De outra forma estaria perdendo meu tempo. Quero nesses postos pessoas que se preocupem em vencer. A ONU não está fazendo coisa alguma para pôr fim aos grandes conflitos no planeta, e por isso seria necessário um embaixador para vencer, capaz de chacoalhar a ONU." Tradução de PAULO MIGLIACCI
mundo
Trump quer anular decisões de Obama e ameaçar empresários ao tomar posseDonald Trump agora se tornou o virtual candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, mas também está bastante ciente de que muita gente em seu partido —e muitos cidadãos norte-americanos— estão assustados e ansiosos diante da ideia de tê-lo na Casa Branca. Nem mesmo Trump tem certeza sobre como o país se ajustaria aos primeiros cem dias de sua eventual Presidência. O que ele sabe, porém, é o que deseja fazer nesses primeiros meses. Em uma série de entrevistas recentes, ele delineou planos que envolvem confrontos com líderes empresariais quanto ao emprego e importantes papéis para generais, executivos e talvez até membros de sua família, em assessorá-lo sobre como dirigir o país. Pouco depois da eleição de 8 de novembro, o presidente eleito Trump e seu vice —provavelmente um governador ou um parlamentar— começariam a entrevistar candidatos para a cadeira aberta na Suprema Corte, e chegariam a rápido acordo quanto à indicação de um sucessor semelhante ao juiz Antonin Scalia. Ele lançaria uma ofensiva de relações públicas para "começar a criar um governo baseado em relacionamentos", talvez convidando os líderes republicanos no Congresso, Paul Ryan e Mitch McConnell, a uma escapada do gélido inverno de Washington para uma estadia em Mar-a-Lago, jogando golfe e desfrutando de lagostas de um quilo. No dia da posse, ele iria a um ou dois "belos" bailes de gala, mas seu foco seria principalmente rescindir ordens executivas de Obama sobre a imigração e telefonar a executivos de grandes empresas com a ameaça de medidas punitivas se eles transferirem postos de trabalho para fora dos Estados Unidos. E, pelo final de seus primeiros 100 dias como 45º líder do país, a muralha na fronteira com o México já teria seu projeto concluído, a proibição à imigração de muçulmanos estaria em vigor, a auditoria do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) estaria em curso e os planos para repelir a Lei de Acesso à Saúde (Obamacare) começariam a ser implementados. "Sei que as pessoas não estão certas, agora, de como seria Trump na Presidência", disse. "Mas as coisas serão boas. Não estou disputando a Presidência para criar instabilidade no país". O "New York Times" entrevistou Trump três vezes nos dois últimos meses, a mais recente das quais no sábado (30), e falou com diversos de seus assessores de campanha e confidentes. A possibilidade de termos Trump na Casa Branca —um desfecho que no passado parecia fantasioso se tornou menos remota na noite de terça, quando seu principal rival, o senador pelo Texas, Ted Cruz, abandonou a disputa, seguido pelo governador do Ohio, John Kasich, nesta quarta (4). Eleições nos EUA - Como está a contagem de delegados até o momento SUBESTIMADO A despeito de sua visão radical de como refazer o país e de toda a sua retórica fanfarrona sobre assuntos juvenis como as dimensões de sua anatomia —para não mencionar as pesquisas de opinião pública que o mostram em desvantagem diante de Hillary Clinton—, 20 de janeiro poderia ver a posse do mais subestimado dos políticos norte-americanos como presidente. Embora professe certa surpresa diante de seu sucesso, Trump parece cada vez mais seguro de onde estará dentro de oito meses. Ele descreveu sua visão de transformar o Salão Oval em uma sala de conselho de alta potência, confiando mais nos líderes militares do que em especialistas em questões externas, quanto aos assuntos internacionais, e continua a falar asperamente de seus adversários. Talvez ele esteja postando menos no Twitter, mas todo mundo sabe o que ele pensa. "Como presidente, trabalharei desde o primeiro dia com o meu vice e equipe a fim de deixar claro que os Estados Unidos mudarão de muitas maneiras, e para melhor", disse Trump em entrevista por telefone no sábado (30). "Não podemos perder tempo. Quero um vice-presidente que me ajude a ter grande impacto rapidamente sobre o Congresso e a mensagem será clara, para o povo norte-americano e para o mundo, de que o governo dos Estados Unidos agora usará seu poder de modo diferente". Mas ele também reconheceu que pode enfrentar protestos significativos e incessantes —talvez milhares de pessoas protestando no National Mall enquanto ele faz seu juramento de posse em um escritório próximo, no Capitólio. PRÓXIMAS PRÉVIAS NOS EUA - Delegados em jogo UNIÃO Trump disse que tentaria unir os republicanos, independentes e os democratas insatisfeitos, nos próximos seis meses, até a eleição de novembro, e ao assumir trabalharia para demonstrar aos norte-americanos que seu maior interesse é lutar pelas necessidades deles. Ele argumentou que o fato de que não dependerá de doadores ricos para bancar sua campanha atrairá muitos eleitores, que perceberão que "ninguém me compra, ninguém me paga". "Sei que nem todos gostarão de tudo que faço, mas não estou concorrendo para ser o presidente favorito de todo mundo", disse Trump. "As coisas estão seriamente erradas neste país. As pessoas estão sofrendo, os negócios estão sofrendo. Estou concorrendo para promover grandes mudanças rapidamente." Diversos amigos e aliados de Trump dizem que "negociar" é a palavra que ele mais usa para resumir seus cem primeiros dias no poder. Ele quer colocar pessoas de vontade forte —executivos e generais são as categorias que menciona com mais frequência— em postos de gabinete e no primeiro escalão de sua equipe, e instruí-los a negociar acordos e planos com os líderes do Congresso e as autoridades estaduais, bem como com empresas de seguros e outras companhias do setor privado. Eles afirmam que Trump faria o que prometeu ou continuaria tentando, ciente de que seus partidários o abandonariam rapidamente caso não o faça. "Ele não vai se afastar da agenda que estabeleceu, nem um pouco", disse Roger Stone, veterano colaborador e confidente de Trump. Stone se recusou a descrever detalhes de suas conversas particulares com Trump, limitando-se a dizer que "tendo declarado mil vezes que vai construir um muro [na fronteira com o México], ele construirá um muro. Ele disse que renunciaria aos acordos comerciais: seus eleitores exigirão que o faça. Ele sabe disso". INÉDITO Os Estados Unidos modernos jamais viram algo parecido com um governo Trump. Líderes empresariais e até figuras do mundo do entretenimento se elegeram para governos estaduais, claro, e insurgentes como Newt Gingrich ascenderam ao poder. Mas o que temos aqui é diferente. Incorporador imobiliário em Manhattan e bombástico astro de um reality show, Trump seria um presidente sem precedentes. Mas a maioria dos historiadores sugere que o país se adaptaria a isso. Ele não demoraria a se ver consumido pelas tarefas urgentes e normalizadoras de criar um gabinete e montar uma equipe, e garantir a Wall Street e ao público que é capaz de governar o país. "Trump está prevendo que será capaz de fazer tudo isso, mas a carga de trabalho será imensa, e o poder dele seria limitado por precedentes, pela burocracia e pela Constituição", disse Robert Dallek, historiador da Presidência. "Mesmo quanto ao comércio internacional e imigração, áreas em que Trump promete promover mudanças revolucionárias, o Congresso tem influência. Muita gente tem influência. O presidente não é um rei." Mas Trump assumiu em suas entrevistas o compromisso de realizar suas promessas eleitorais, mesmo que elas se provem desordenadoras ou explosivas. Em seu primeiro dia no cargo, disse, ele se reuniria com dirigentes do Departamento de Segurança Interna (DSI), generais e outros —Trump não mencionou diplomatas— para tomar providências para selar a fronteira sul do país e designar mais agentes de segurança para o perímetro. Ele também pretende ligar para os presidentes de empresas como a Pfizer, Carrier, Ford e Nabisco e alertá-los de que seus produtos poderiam enfrentar tarifas de 35%, porque eles estão transferindo empregos para fora do país. Os democratas e alguns republicanos alertaram que os mercados financeiros reagiriam adversamente e que as posturas protecionistas de Trump poderiam arremessar o país a uma recessão, mas ele insistiu em que o comércio internacional "está matando o país" e que "os mercados ficarão bem". "Negociações bilaterais com o México sobre a muro seriam iniciadas rapidamente, e eu não demoraria a receber presidentes de empresas no Salão Oval", afirmou. "O Salão Oval seria um lugar ótimo para negociar. Atrairia respeito imediato da outra parte, compreensão imediata sobre as prioridades do país." Quanto a que líder estrangeiro ele buscaria contatar primeiro, como presidente, Trump disse que "isso não seria necessariamente uma prioridade". "Teríamos de assumir posição mais dura quanta aos outros países", afirmou. "Somos a polícia do planeta, hoje. Por isso, eu não os procuraria de imediato, para não nos envolver ainda mais." HOLOFOTES Para o bem ou para o mal, ele atrairia a atenção do país como nenhum outro presidente moderno, e não só pelo seu pendor por redecorar usando muito ouro e batizar aviões, edifícios e qualquer outra coisa que veja pela frente com o seu nome. (A bem do registro, ele disse não ter planos ambiciosos de reforma de edificações.) "Os primeiros cem dias dele seriam fascinantes", disse Ari Fleischer, que foi secretário de imprensa do presidente George W. Bush. "A questão seria determinar sua capacidade de atenuar a retórica de campanha e cuidar da séria tarefa de criar uma Presidência baseada em julgamento sólido e na construção das coalizões necessárias". Fleischer disse que era possível que Trump conseguisse fazer esse ajuste, dados seus frequentes comentários sobre negociar com democratas e republicanos a fim de chegar a compromissos. "Esse lado dele me intriga", disse Fleischer. "Ele continua a aludir ao fato de que se dará bem com as pessoas. É quase como se Trump estivesse fazendo uma jogada astuta. Hoje, dureza na campanha. Amanhã, flexibilidade nos acordos." Ele acrescentou: "É claro que, se ele vencer, terá força, terá ímpeto, terá um mandato do povo. Isso ajudaria". Trump parecia ciente de que seus primeiros meses no cargo seriam consumidos com a tentativa de garantir a confirmação dos membros de seu gabinete e talvez a de um novo juiz para a Suprema Corte, e com a indicação de ocupantes para postos burocráticos. Ele deixou claro que não estava interessado em delegar essas tarefas e que queria garantir que seus indicados compartilhassem de sua filosofia de governo. Um de seus mais próximos assessores, sua filha Ivanka, provavelmente continuaria a trabalhar na companhia de Trump, mas ele disse que buscaria os conselho dela e de seu marido, o empreendedor Jared Kushner, e apontou que familiares do presidente ocuparam cargos governamentais no passado. Até mesmo postos que podem parecer incidentais no universo de Trump, como o de enviado às Nações Unidas, aparentemente ocuparam seus pensamentos. "Já pensei em um embaixador para a ONU, um secretário da Defesa e um secretário do Tesouro, mas penso antes de tudo em vencer", disse Trump. "De outra forma estaria perdendo meu tempo. Quero nesses postos pessoas que se preocupem em vencer. A ONU não está fazendo coisa alguma para pôr fim aos grandes conflitos no planeta, e por isso seria necessário um embaixador para vencer, capaz de chacoalhar a ONU." Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Erramos: Inflação vai "despencar", afirma diretor do Bradesco
A previsão de inflação de 3,45% do Bradesco refere-se ao primeiro trimestre deste ano, e não a 2015, como sugerido no texto "Inflação vai 'despencar', afirma diretor do Bradesco", publicado na versão impressa e no site da Folha (Mercado Aberto - 30/01/2015 - 03h00). O texto foi corrigido.
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Erramos: Inflação vai "despencar", afirma diretor do BradescoA previsão de inflação de 3,45% do Bradesco refere-se ao primeiro trimestre deste ano, e não a 2015, como sugerido no texto "Inflação vai 'despencar', afirma diretor do Bradesco", publicado na versão impressa e no site da Folha (Mercado Aberto - 30/01/2015 - 03h00). O texto foi corrigido.
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Por que a pipoca é tão cara no cinema?
A pipoca vendida na calçada da rua do cinema custa bem menos que aquela vendida lá dentro. Mas por quê? O milho da pipoca do cinema é importado? Ou a pipoca deles é mais gostosa mesmo? Ou, simplesmente, o dono do cinema é mais ganancioso que o pipoqueiro que fica do lado de fora? Veja aí a explicação do economista Carlos Eduardo Gonçalves, o Dudu, da plataforma Porque.com.br. http://folha.com/no1808115
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Por que a pipoca é tão cara no cinema?A pipoca vendida na calçada da rua do cinema custa bem menos que aquela vendida lá dentro. Mas por quê? O milho da pipoca do cinema é importado? Ou a pipoca deles é mais gostosa mesmo? Ou, simplesmente, o dono do cinema é mais ganancioso que o pipoqueiro que fica do lado de fora? Veja aí a explicação do economista Carlos Eduardo Gonçalves, o Dudu, da plataforma Porque.com.br. http://folha.com/no1808115
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Uma conversa com Sharon Jones, furacão soul
RESUMO Sharon Jones, que morreu em novembro, começou na música tardiamente, com mais de 40 anos. Antes, tinha sido agente penitenciária, segurança de banco e "crooner" de casamentos. Em meados da década de 2000, projetou-se em meio ao "revival" do soul sessentista. Documentário seguiu sua luta contra o câncer. A estatura diminuta nunca foi empecilho: do alto de seu 1,50 m (ou uns quebrados a mais, vá lá), a cantora americana Sharon Jones, morta há um mês aos 60 anos, era capaz de botar qualquer plateia abaixo, como pôde verificar em duas ocasiões o público brasileiro. Incansável sobre o palco, onde cantava e dançava freneticamente, ficou conhecida como uma variante de saias de seu maior ídolo, James Brown (1933-2006). Era a "cantora de voz corajosa, pés rápidos e energia indomável", como resumiu o "New York Times"; ou "a sobrevivente do soul que ajudou a rejuvenescer um gênero clássico", na apologia do "Guardian"; ou ainda "a pessoa mais enérgica nos shows em que a plateia tinha metade da sua idade", segundo a "Rolling Stone". No dia 18 de novembro, Jones sucumbiu a um câncer no pâncreas, depois de três anos de luta contra a doença. Estava cercada pelos familiares e pelos The Dap-Kings, a big band que a acompanhou por quase duas décadas. A artista encontrou o sucesso tardiamente, depois de escutar de um produtor que "era muito baixa, muito negra, muito gorda e muito velha para cantar", como lembrou em tantas entrevistas. Antes de soltar o vozeirão nos estúdios, deu expediente como agente carcerária na prisão de Rikers Island, em Nova York, e como segurança de banco –certa vez, chegou de uniforme e armada a uma sessão de gravação em que atuaria como backing vocal. Já tinha 46 anos quando saiu o seu disco de estreia. "Nunca achei que poderia lançar meu próprio álbum. Mas sempre acreditei que tinha um dom e que alguém um dia me aceitaria pela minha voz, não pela minha aparência", disse, quando conversamos no início de setembro passado, um dia após ela ouvir de seu médico que teria de voltar a tomar uma medicação mais agressiva por conta da recidiva da doença. "Tenho de me manter positiva", repetia. Caçula de seis irmãos, a cantora nasceu em Augusta (Geórgia), cidade que viu crescer James Brown. Nos anos 1960, ainda criança, mudou-se com a família para Nova York. Como tantas outras intérpretes, ensaiou suas primeiras notas na igreja e cresceu ouvindo soul, R&B e todo o casting da Motown e da Stax (as casas que definiram a música negra americana das décadas de 1960 e 1970). Já nos anos 1980, burilou seus trinados em bandas de casamento e em "bicos" como backing vocal –sempre longe dos holofotes. 3 EM 1 Sua sorte mudou em 1996, quando cantou com o artista Lee Fields, não por acaso apelidado carinhosamente nos círculos soul de Little JB (em aceno a James Brown). Nessa sessão estava presente o músico e produtor Gabriel Roth. Três backing vocals haviam sido convocadas para a gravação, mas só Jones apareceu, substituindo com facilidade as outras duas e impressionando Roth, que passou a lançar singles da cantora pelo seu selo, o Daptone. Com instrumentos e equipamentos vintage, eles logo registrariam o primeiro dos seis discos da cantora com os Dap-Kings, do qual Roth é líder, em um estúdio que Jones literalmente construiu com ele –ela se encarregou da fiação elétrica. O álbum em questão, "Dap Dippin' with Sharon Jones & the Dap-Kings", saiu em 2002 e imediatamente alçou a gravadora do Brooklyn a epicentro de um "revival" do soul febril dos anos 1960 –vale lembrar que foi naquele endereço que outro talento, Charles Bradley, ganhou fama tardiamente. O trabalho de "arqueologia musical" da Daptone logo chegaria aos ouvidos do produtor inglês Mark Ronson, que convidaria os Dap-Kings a acompanhar uma certa Amy Winehouse em 2006 nas sessões de "Back to Black", o disco que empilhava hits como "Rehab", "Tears Dry on Their Own", "Love Is a Losing Game" e a canção-título. Jones, por sua vez, seria chamada em 2006 a acompanhar Lou Reed (1942-2013) no show que resgatava "Berlin" (disco dele de 1973). Ali, fez as vezes de backing vocal de luxo, ao lado de Anohni (antes conhecida como Antony Hegarty), que lembrou, na ocasião da morte de Jones, ter aprendido na companhia dela a interpretar composições com mais coragem. À frente dos Dap-Kings, a irrequieta intérprete cantou amores, desamores, tempos difíceis, a força da mulher, o gospel, o soul e o funk que cresceu escutando. O material foi reunido em álbuns como "100 Days, 100 Nights" (2007) e "I Learned the Hard Way" (2010). "Sou uma combinação de Aretha Franklin, Tina Turner e Diana Ross", resumira ela, na primeira vez em que conversamos, em 2011, às vésperas de ela embarcar para seu primeiro show no Brasil. Naquele mesmo ano, Prince se contentou em tocar guitarra durante um show de Jones com os Dap-Kings, dobradinha que aos poucos trocou os palcos intimistas de teatros pelos de grandes festivais de música, como Coachella (EUA) e Glastonbury (Inglaterra). Jones não se satisfez com as plateias afeitas ao soul; foi atrás também das de cinema. Em 2007, contracenou com Denzel Washington em "O Grande Debate". Seis anos depois, fez uma ponta em "O Lobo de Wall Street" (2013), de Martin Scorsese, como uma cantora de casamento. CÂNCER Em 2013, às vésperas de a cantora lançar seu quinto álbum, exames detectaram que ela tinha um câncer pancreático. "Meus olhos começaram a ficar amarelos. Comecei a perder muito peso, não podia comer, emagrecia dois quilos por semana", lembrou, em setembro passado. Em vez de se recolher, Jones aceitou a sondagem da cineasta Barbara Kopple para registrar seu processo de recuperação. O resultado é o documentário "Miss Sharon Jones!", lançado em julho deste ano nos EUA. "Meus fãs veriam uma foto minha e perguntariam: 'Por que a Sharon está careca?'. Eles me amam, doente ou não. Por que deveria ficar longe deles?", explicou, sobre ter topado que câmeras a seguissem ao longo do tratamento. "Fico feliz porque só recebi energia positiva deles, que me inspiram a continuar. Não quero ninguém com pena próximo de mim." No filme, acompanhamos o regresso de Jones a sua Augusta natal e as estações da excruciante via-crúcis contra o câncer (sessões de quimioterapia, cirurgia de remoção da vesícula biliar, de parte do pâncreas e do intestino), mas também o esforço dela em manter algo próximo a uma rotina, com sessões de ginástica e interlúdios de cantoria na igreja (ou, em chave mais prosaica, cenas de pescaria). A montagem deixa transparecer a apreensão do "entourage" da cantora com seu estado de saúde e com a capacidade dela de honrar compromissos profissionais. "Quando vi o documentário pela primeira vez, percebi os problemas pelos quais minha banda estava passando", disse-me ela. Em uma passagem, um dos músicos dos Dap-Kings conta que um banco lhe havia negado um empréstimo ao saber que Jones estava doente. Sem a cantora, não haveria shows. Nove meses depois do começo do tratamento, o câncer entrou em remissão. Em janeiro de 2014, Sharon lançou seu quinto álbum, "Give the People What They Want", que lhe rendeu a primeira indicação ao Grammy de melhor disco de R&B ("Se existisse a categoria soul, acho que teria ganhado", diria-me, sem falsa modéstia). Não demorou para Miss Sharon Jones, agora de cabelos bem curtos, irromper no palco do nova-iorquino Beacon Theater e ser saudada efusivamente por uma plateia que incluía seu médico particular. "Quando estou no palco, a dor vai embora. Às vezes, ela ainda está lá, mas não importa para mim", descreveu. Em 2015, a artista retornava ao Brasil. "Nunca vou esquecer o carinho dos fãs daí." Na estreia do documentário, em setembro daquele ano, em Toronto, ela anunciou que o câncer havia voltado. Jones e a banda gravaram um single para a trilha do filme, com o sugestivo título "I'm Still Here" (ainda estou aqui). No mês seguinte, ela lançou seu último álbum com os Dap-Kings ("It's a Holiday Soul Party"). Pano rápido para 8 de novembro de 2016, quando a cantora teve um AVC assistindo à apuração das eleições americanas. Gabriel Roth conta que, bem-humorada, ela culpou Trump pelo incidente. No dia seguinte, sofreu mais um e parou de falar, mas não de cantar. O baixista contou ao "Los Angeles Times" que Sharon voltou a mover a boca para gemer melodias, sempre de canções gospel, cercada por suas backing vocals e pelos membros da banda, que dedilhavam guitarras. Quando paravam, ela voltava a improvisar canções. Não parecia assustada ou ansiosa e sorria ao se ver cercada por eles. Não queria parar de cantar. BRUNA BITTENCOURT, 35, é jornalista.
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Uma conversa com Sharon Jones, furacão soulRESUMO Sharon Jones, que morreu em novembro, começou na música tardiamente, com mais de 40 anos. Antes, tinha sido agente penitenciária, segurança de banco e "crooner" de casamentos. Em meados da década de 2000, projetou-se em meio ao "revival" do soul sessentista. Documentário seguiu sua luta contra o câncer. A estatura diminuta nunca foi empecilho: do alto de seu 1,50 m (ou uns quebrados a mais, vá lá), a cantora americana Sharon Jones, morta há um mês aos 60 anos, era capaz de botar qualquer plateia abaixo, como pôde verificar em duas ocasiões o público brasileiro. Incansável sobre o palco, onde cantava e dançava freneticamente, ficou conhecida como uma variante de saias de seu maior ídolo, James Brown (1933-2006). Era a "cantora de voz corajosa, pés rápidos e energia indomável", como resumiu o "New York Times"; ou "a sobrevivente do soul que ajudou a rejuvenescer um gênero clássico", na apologia do "Guardian"; ou ainda "a pessoa mais enérgica nos shows em que a plateia tinha metade da sua idade", segundo a "Rolling Stone". No dia 18 de novembro, Jones sucumbiu a um câncer no pâncreas, depois de três anos de luta contra a doença. Estava cercada pelos familiares e pelos The Dap-Kings, a big band que a acompanhou por quase duas décadas. A artista encontrou o sucesso tardiamente, depois de escutar de um produtor que "era muito baixa, muito negra, muito gorda e muito velha para cantar", como lembrou em tantas entrevistas. Antes de soltar o vozeirão nos estúdios, deu expediente como agente carcerária na prisão de Rikers Island, em Nova York, e como segurança de banco –certa vez, chegou de uniforme e armada a uma sessão de gravação em que atuaria como backing vocal. Já tinha 46 anos quando saiu o seu disco de estreia. "Nunca achei que poderia lançar meu próprio álbum. Mas sempre acreditei que tinha um dom e que alguém um dia me aceitaria pela minha voz, não pela minha aparência", disse, quando conversamos no início de setembro passado, um dia após ela ouvir de seu médico que teria de voltar a tomar uma medicação mais agressiva por conta da recidiva da doença. "Tenho de me manter positiva", repetia. Caçula de seis irmãos, a cantora nasceu em Augusta (Geórgia), cidade que viu crescer James Brown. Nos anos 1960, ainda criança, mudou-se com a família para Nova York. Como tantas outras intérpretes, ensaiou suas primeiras notas na igreja e cresceu ouvindo soul, R&B e todo o casting da Motown e da Stax (as casas que definiram a música negra americana das décadas de 1960 e 1970). Já nos anos 1980, burilou seus trinados em bandas de casamento e em "bicos" como backing vocal –sempre longe dos holofotes. 3 EM 1 Sua sorte mudou em 1996, quando cantou com o artista Lee Fields, não por acaso apelidado carinhosamente nos círculos soul de Little JB (em aceno a James Brown). Nessa sessão estava presente o músico e produtor Gabriel Roth. Três backing vocals haviam sido convocadas para a gravação, mas só Jones apareceu, substituindo com facilidade as outras duas e impressionando Roth, que passou a lançar singles da cantora pelo seu selo, o Daptone. Com instrumentos e equipamentos vintage, eles logo registrariam o primeiro dos seis discos da cantora com os Dap-Kings, do qual Roth é líder, em um estúdio que Jones literalmente construiu com ele –ela se encarregou da fiação elétrica. O álbum em questão, "Dap Dippin' with Sharon Jones & the Dap-Kings", saiu em 2002 e imediatamente alçou a gravadora do Brooklyn a epicentro de um "revival" do soul febril dos anos 1960 –vale lembrar que foi naquele endereço que outro talento, Charles Bradley, ganhou fama tardiamente. O trabalho de "arqueologia musical" da Daptone logo chegaria aos ouvidos do produtor inglês Mark Ronson, que convidaria os Dap-Kings a acompanhar uma certa Amy Winehouse em 2006 nas sessões de "Back to Black", o disco que empilhava hits como "Rehab", "Tears Dry on Their Own", "Love Is a Losing Game" e a canção-título. Jones, por sua vez, seria chamada em 2006 a acompanhar Lou Reed (1942-2013) no show que resgatava "Berlin" (disco dele de 1973). Ali, fez as vezes de backing vocal de luxo, ao lado de Anohni (antes conhecida como Antony Hegarty), que lembrou, na ocasião da morte de Jones, ter aprendido na companhia dela a interpretar composições com mais coragem. À frente dos Dap-Kings, a irrequieta intérprete cantou amores, desamores, tempos difíceis, a força da mulher, o gospel, o soul e o funk que cresceu escutando. O material foi reunido em álbuns como "100 Days, 100 Nights" (2007) e "I Learned the Hard Way" (2010). "Sou uma combinação de Aretha Franklin, Tina Turner e Diana Ross", resumira ela, na primeira vez em que conversamos, em 2011, às vésperas de ela embarcar para seu primeiro show no Brasil. Naquele mesmo ano, Prince se contentou em tocar guitarra durante um show de Jones com os Dap-Kings, dobradinha que aos poucos trocou os palcos intimistas de teatros pelos de grandes festivais de música, como Coachella (EUA) e Glastonbury (Inglaterra). Jones não se satisfez com as plateias afeitas ao soul; foi atrás também das de cinema. Em 2007, contracenou com Denzel Washington em "O Grande Debate". Seis anos depois, fez uma ponta em "O Lobo de Wall Street" (2013), de Martin Scorsese, como uma cantora de casamento. CÂNCER Em 2013, às vésperas de a cantora lançar seu quinto álbum, exames detectaram que ela tinha um câncer pancreático. "Meus olhos começaram a ficar amarelos. Comecei a perder muito peso, não podia comer, emagrecia dois quilos por semana", lembrou, em setembro passado. Em vez de se recolher, Jones aceitou a sondagem da cineasta Barbara Kopple para registrar seu processo de recuperação. O resultado é o documentário "Miss Sharon Jones!", lançado em julho deste ano nos EUA. "Meus fãs veriam uma foto minha e perguntariam: 'Por que a Sharon está careca?'. Eles me amam, doente ou não. Por que deveria ficar longe deles?", explicou, sobre ter topado que câmeras a seguissem ao longo do tratamento. "Fico feliz porque só recebi energia positiva deles, que me inspiram a continuar. Não quero ninguém com pena próximo de mim." No filme, acompanhamos o regresso de Jones a sua Augusta natal e as estações da excruciante via-crúcis contra o câncer (sessões de quimioterapia, cirurgia de remoção da vesícula biliar, de parte do pâncreas e do intestino), mas também o esforço dela em manter algo próximo a uma rotina, com sessões de ginástica e interlúdios de cantoria na igreja (ou, em chave mais prosaica, cenas de pescaria). A montagem deixa transparecer a apreensão do "entourage" da cantora com seu estado de saúde e com a capacidade dela de honrar compromissos profissionais. "Quando vi o documentário pela primeira vez, percebi os problemas pelos quais minha banda estava passando", disse-me ela. Em uma passagem, um dos músicos dos Dap-Kings conta que um banco lhe havia negado um empréstimo ao saber que Jones estava doente. Sem a cantora, não haveria shows. Nove meses depois do começo do tratamento, o câncer entrou em remissão. Em janeiro de 2014, Sharon lançou seu quinto álbum, "Give the People What They Want", que lhe rendeu a primeira indicação ao Grammy de melhor disco de R&B ("Se existisse a categoria soul, acho que teria ganhado", diria-me, sem falsa modéstia). Não demorou para Miss Sharon Jones, agora de cabelos bem curtos, irromper no palco do nova-iorquino Beacon Theater e ser saudada efusivamente por uma plateia que incluía seu médico particular. "Quando estou no palco, a dor vai embora. Às vezes, ela ainda está lá, mas não importa para mim", descreveu. Em 2015, a artista retornava ao Brasil. "Nunca vou esquecer o carinho dos fãs daí." Na estreia do documentário, em setembro daquele ano, em Toronto, ela anunciou que o câncer havia voltado. Jones e a banda gravaram um single para a trilha do filme, com o sugestivo título "I'm Still Here" (ainda estou aqui). No mês seguinte, ela lançou seu último álbum com os Dap-Kings ("It's a Holiday Soul Party"). Pano rápido para 8 de novembro de 2016, quando a cantora teve um AVC assistindo à apuração das eleições americanas. Gabriel Roth conta que, bem-humorada, ela culpou Trump pelo incidente. No dia seguinte, sofreu mais um e parou de falar, mas não de cantar. O baixista contou ao "Los Angeles Times" que Sharon voltou a mover a boca para gemer melodias, sempre de canções gospel, cercada por suas backing vocals e pelos membros da banda, que dedilhavam guitarras. Quando paravam, ela voltava a improvisar canções. Não parecia assustada ou ansiosa e sorria ao se ver cercada por eles. Não queria parar de cantar. BRUNA BITTENCOURT, 35, é jornalista.
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Jovem africano vencedor de torneio do Google não tem acesso à internet
O primeiro vencedor africano do disputado concurso anual de programação do Google está vivendo a 370 km da sua cidade, na casa de primos em Iaundê, a capital de Camarões, porque o governo cortou a internet onde ele mora. Nji Collins Gbah, 17, relata os vários trabalhos técnicos complexos que realizou para o Google entre novembro do ano passado e meados de janeiro de 2017. Ele entrou no concurso do Google com o conhecimento de programação que adquiriu por conta própria durante dois anos, principalmente da internet ou de livros sobre o assunto. A competição Google Code-in é aberta a estudantes de todo o mundo, com idades entre 13 e 17 anos. Mais de 1.300 jovens de 62 países participaram. Quando as inscrições foram encerradas, Nji já tinha completado 20 trabalhos, em todas as cinco categorias criadas pelo Google. Ele levou uma semana inteira para completar apenas um deles. E, apenas um dia após ter entregado seus trabalhos, a internet deixou de funcionar. DISCRIMINAÇÃO Nji vive na cidade de Bamenda, no noroeste do país e a sete horas de carro da capital de Camarões. O noroeste e o sudoeste de Camarões são áreas de língua inglesa, regiões que há muito tempo se sentem discriminadas pelo que veem como falta de empenho do governo em respeitar o status de inglês como língua oficial do país ao lado do francês. Camarões, que fica na África Ocidental, foi colonizado pela Alemanha no século 19 e, depois da Primeira Guerra Mundial, acabou dividido entre a França e a Grã-Bretanha. Em 1960, a parte de Camarões administrada pelos franceses tornou-se independente como República de Camarões. A parte sul, chamada de Camarões Britânicos, fundiu-se à francesa em 1961 formando a República Federal dos Camarões. Em 1972, o país passou a se chamar República Unida de Camarões e, em 1984, República de Camarões. Francês e inglês são as línguas oficiais. De acordo com as Nações Unidas, muitos dos anglófonos dizem estar sofrendo discriminação ao serem excluídos de cargos nos serviços públicos, além de ter acesso limitado ao sistema judiciário, pois a maioria das leis está em francês. Nos últimos meses, a insatisfação se transformou em protestos e greve de advogados e professores. As autoridades responderam com uma onda de prisões e a ameaça de pesadas penas para quem "espalhar notícias falsas" e fizer "uso malicioso das mídias sociais". De acordo com relatos, os camaroneses no noroeste e sudoeste do país estão sem acesso à internet desde o último dia de 17 de janeiro. Para um adolescente como Nji, apaixonado por tecnologia, desligado da política e cuja escola está fechada por causa dos protestos, viver sem internet era impensável. UM MONTE DE CÓDIGOS Quando estava ficando claro que o corte da internet era mais do que temporário, Nji recebeu a notícia: estava entre os 34 ganhadores do Grande Prêmio do Google Code-In. Cada um dos jovens passará quatro dias na sede do Google, no Vale do Silício, no Estado americano da Califórnia. "Fiquei muito, muito surpreso", diz. "Isso queria dizer que todo o trabalho que tive, escrevendo um monte de códigos, realmente valeu a pena". Mas um campeão de programação sem internet não vai muito longe. Surgiu então a ideia da viagem para a capital, Iaundê. "Eu queria ter uma conexão para poder continuar estudando e fazer contato com o Google", conta Nji. Ele espera poder concluir os estudos em Bamenda para depois cursar Ciência da Computação em uma boa universidade. Nji vai para a sede do Google na Califórnia em junho, onde conhecerá e conversará com engenheiros da companhia. SONHANDO ALTO "Se tudo der certo, quero um dia trabalhar lá", confessa. Por enquanto, Nji conta que está se dedicando a saber mais sobre inteligência artificial, redes neurais e deep learning –aprendizagem profunda. "Estou tentando desenvolver meu próprio modelo de compressão de dados, utilizando aprendizagem profunda e aprendizado de máquina", diz Nji. Seu objetivo é dar um "salto" na melhoria das capacidades de transferência e armazenamento de dados. A aprendizagem profunda é um ramo do aprendizado de máquina, que explora o estudo e construção de algoritmos que podem aprender de seus erros e fazer previsões sobre dados. Daqui a alguns dias Nji, completará 18 anos. Ele revela que conferiu a lista de ganhadores da competição do Google dos anos anteriores para verificar se era mesmo o primeiro vencedor da África. Nji diz que recebeu cumprimentos de "muitos amigos, parentes e de algumas pessoas" que sequer conhece. Alguém do governo entrou em contato? "Não, ninguém", responde. Enquanto isso, em Bamenda, cidade de 500 mil habitantes e berço de uma das mais brilhantes mentes jovens do continente, ainda não se sabe quando o governo vai reconectar a internet.
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Jovem africano vencedor de torneio do Google não tem acesso à internetO primeiro vencedor africano do disputado concurso anual de programação do Google está vivendo a 370 km da sua cidade, na casa de primos em Iaundê, a capital de Camarões, porque o governo cortou a internet onde ele mora. Nji Collins Gbah, 17, relata os vários trabalhos técnicos complexos que realizou para o Google entre novembro do ano passado e meados de janeiro de 2017. Ele entrou no concurso do Google com o conhecimento de programação que adquiriu por conta própria durante dois anos, principalmente da internet ou de livros sobre o assunto. A competição Google Code-in é aberta a estudantes de todo o mundo, com idades entre 13 e 17 anos. Mais de 1.300 jovens de 62 países participaram. Quando as inscrições foram encerradas, Nji já tinha completado 20 trabalhos, em todas as cinco categorias criadas pelo Google. Ele levou uma semana inteira para completar apenas um deles. E, apenas um dia após ter entregado seus trabalhos, a internet deixou de funcionar. DISCRIMINAÇÃO Nji vive na cidade de Bamenda, no noroeste do país e a sete horas de carro da capital de Camarões. O noroeste e o sudoeste de Camarões são áreas de língua inglesa, regiões que há muito tempo se sentem discriminadas pelo que veem como falta de empenho do governo em respeitar o status de inglês como língua oficial do país ao lado do francês. Camarões, que fica na África Ocidental, foi colonizado pela Alemanha no século 19 e, depois da Primeira Guerra Mundial, acabou dividido entre a França e a Grã-Bretanha. Em 1960, a parte de Camarões administrada pelos franceses tornou-se independente como República de Camarões. A parte sul, chamada de Camarões Britânicos, fundiu-se à francesa em 1961 formando a República Federal dos Camarões. Em 1972, o país passou a se chamar República Unida de Camarões e, em 1984, República de Camarões. Francês e inglês são as línguas oficiais. De acordo com as Nações Unidas, muitos dos anglófonos dizem estar sofrendo discriminação ao serem excluídos de cargos nos serviços públicos, além de ter acesso limitado ao sistema judiciário, pois a maioria das leis está em francês. Nos últimos meses, a insatisfação se transformou em protestos e greve de advogados e professores. As autoridades responderam com uma onda de prisões e a ameaça de pesadas penas para quem "espalhar notícias falsas" e fizer "uso malicioso das mídias sociais". De acordo com relatos, os camaroneses no noroeste e sudoeste do país estão sem acesso à internet desde o último dia de 17 de janeiro. Para um adolescente como Nji, apaixonado por tecnologia, desligado da política e cuja escola está fechada por causa dos protestos, viver sem internet era impensável. UM MONTE DE CÓDIGOS Quando estava ficando claro que o corte da internet era mais do que temporário, Nji recebeu a notícia: estava entre os 34 ganhadores do Grande Prêmio do Google Code-In. Cada um dos jovens passará quatro dias na sede do Google, no Vale do Silício, no Estado americano da Califórnia. "Fiquei muito, muito surpreso", diz. "Isso queria dizer que todo o trabalho que tive, escrevendo um monte de códigos, realmente valeu a pena". Mas um campeão de programação sem internet não vai muito longe. Surgiu então a ideia da viagem para a capital, Iaundê. "Eu queria ter uma conexão para poder continuar estudando e fazer contato com o Google", conta Nji. Ele espera poder concluir os estudos em Bamenda para depois cursar Ciência da Computação em uma boa universidade. Nji vai para a sede do Google na Califórnia em junho, onde conhecerá e conversará com engenheiros da companhia. SONHANDO ALTO "Se tudo der certo, quero um dia trabalhar lá", confessa. Por enquanto, Nji conta que está se dedicando a saber mais sobre inteligência artificial, redes neurais e deep learning –aprendizagem profunda. "Estou tentando desenvolver meu próprio modelo de compressão de dados, utilizando aprendizagem profunda e aprendizado de máquina", diz Nji. Seu objetivo é dar um "salto" na melhoria das capacidades de transferência e armazenamento de dados. A aprendizagem profunda é um ramo do aprendizado de máquina, que explora o estudo e construção de algoritmos que podem aprender de seus erros e fazer previsões sobre dados. Daqui a alguns dias Nji, completará 18 anos. Ele revela que conferiu a lista de ganhadores da competição do Google dos anos anteriores para verificar se era mesmo o primeiro vencedor da África. Nji diz que recebeu cumprimentos de "muitos amigos, parentes e de algumas pessoas" que sequer conhece. Alguém do governo entrou em contato? "Não, ninguém", responde. Enquanto isso, em Bamenda, cidade de 500 mil habitantes e berço de uma das mais brilhantes mentes jovens do continente, ainda não se sabe quando o governo vai reconectar a internet.
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Bancado por CBF, STJD tem sessão em Minas e ingressos VIP para clássico
Os auditores do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) vão assistir ao retorno da seleção brasileira ao Mineirão, após o vexame da Copa do Mundo de 2014. Os nove integrantes da mais alta corte da Justiça desportiva são convidados da CBF para o clássico contra a Argentina, nesta quinta-feira (10), no Mineirão. Além de terem o deslocamento até Belo Horizonte e a hospedagem bancados pela entidade comandada por Marco Polo Del Nero, eles vão ganhar ingressos para assistir de camarote ao jogo, válido pelas eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia. No mesmo dia, o tribunal realizará uma sessão extraordinária na capital mineira. A reunião está marcada para a tarde, na sede de Belo Horizonte da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). "A intenção é divulgar o nosso trabalho aos estudantes e interessados. Recebemos o convite da OAB e da federação local e eu aceitei", afirmou o presidente do STJD, Ronaldo Piacente, que ocupa o cargo desde julho. A sessão integra o primeiro seminário de Justiça Desportiva da OAB, que será aberto com palestra de Piacente nesta quarta (9). De acordo com a programação oficial, o evento também é organizado pelo STJD e pela CBF. Depois da sessão, que deve terminar por volta das 19h, os auditores vão seguir para o Mineirão. Indicado pela Anaf (Associação Nacional de Árbitros de Futebol) para integrar o órgão, Ronaldo Piacente afirma que não existe conflito ético ao aceitar o convite da CBF para o clássico. "Imagina... Não ganhamos nada para atuar no tribunal. Isso não vai mudar a nossa posição", justificou o presidente do STJD. Apesar do discurso oficial, a Folha apurou que a sessão foi marcada para esta quinta em Belo Horizonte após a confirmação do jogo na cidade, e para viabilizar a ida dos auditores ao maior clássico do futebol sul-americano. Sediado no Rio de Janeiro, o tribunal realiza sessões itinerantes desde o início da década. Ainda neste ano, o STJD deve ter uma sessão em São Paulo. Fortaleza também pediu para sediar uma reunião da corte. Em 2015, Belo Horizonte já havia recebido uma sessão do tribunal. O principal julgamento desta quinta será sobre o uso de sinalizadores pela torcida do Corinthians no clássico com o Palmeiras, em setembro. Punido com multa de R$ 15 mil pelos sinalizadores e por desordem no estádio, o clube do Parque São Jorge tenta derrubar a pena. O STJD é um órgão independente da CBF, mas bancado com verba da entidade. "A sessão não custará nada a mais para a CBF. As passagens para Belo Horizonte são até mais baratas do que para o Rio", diz o presidente do STJD, que vai bancar o seu deslocamento. Fã de aviação, ele vai pilotar a sua aeronave até a capital mineira e levará o auditor Mauro Marcelo, que também mora em São Paulo. DE GRAÇA A estrutura do Superior Tribunal de Justiça Desportiva não prevê remuneração para auditores. Os nove membros são indicados por CBF (duas vagas), clubes (duas), atletas (duas), OAB (duas) e árbitros (uma), e atuam de graça. O atual presidente, Ronaldo Piacente, foi indicado pelos árbitros e é aliado do comandante da CBF, Marco Polo Del Nero. Antes de chegar ao STJD, em 2012, ele foi presidente do tribunal desportivo de São Paulo. Em 2014, foi eleito vice-presidente na gestão de Caio Rocha. Piacente foi escolhido para comandar o órgão em julho deste ano. O STJD é palco constantes de disputas jurídicas na reta final do Campeonato Brasileiro. No mês passado, o Fluminense chegou a suspender no tapetão os três pontos obtidos pelo Flamengo na vitória por 2 a 1 no clássico do returno. O caso entrou na pauta do tribunal, mas Piacente recuou após o pedido de reconsideração da procuradoria do órgão. No seu despacho, o presidente do STJD disse que não foi provada "interferência externa" na decisão do árbitro Sandro Meira Ricci de anular o segundo gol do Fluminense. MEMBROS DO STJD REPRESENTAM ENTIDADES PRESIDENTE Ronaldo Piacente (SP) Representante dos Árbitros VICE-PRESIDENTE Paulo César Salomão Filho (RJ) CBF OUTROS MEMBROS Mauro Marcelo de Lima e Silva (SP) CBF José Perdiz (DF) Clubes João Bosco Luz (GO) Clubes Décio Neuhaus (RS) Atletas Arlete Mesquita (GO) Atletas Otávio Noronha (DF) OAB Antônio Vanderler (RJ) OAB
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Bancado por CBF, STJD tem sessão em Minas e ingressos VIP para clássicoOs auditores do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) vão assistir ao retorno da seleção brasileira ao Mineirão, após o vexame da Copa do Mundo de 2014. Os nove integrantes da mais alta corte da Justiça desportiva são convidados da CBF para o clássico contra a Argentina, nesta quinta-feira (10), no Mineirão. Além de terem o deslocamento até Belo Horizonte e a hospedagem bancados pela entidade comandada por Marco Polo Del Nero, eles vão ganhar ingressos para assistir de camarote ao jogo, válido pelas eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia. No mesmo dia, o tribunal realizará uma sessão extraordinária na capital mineira. A reunião está marcada para a tarde, na sede de Belo Horizonte da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). "A intenção é divulgar o nosso trabalho aos estudantes e interessados. Recebemos o convite da OAB e da federação local e eu aceitei", afirmou o presidente do STJD, Ronaldo Piacente, que ocupa o cargo desde julho. A sessão integra o primeiro seminário de Justiça Desportiva da OAB, que será aberto com palestra de Piacente nesta quarta (9). De acordo com a programação oficial, o evento também é organizado pelo STJD e pela CBF. Depois da sessão, que deve terminar por volta das 19h, os auditores vão seguir para o Mineirão. Indicado pela Anaf (Associação Nacional de Árbitros de Futebol) para integrar o órgão, Ronaldo Piacente afirma que não existe conflito ético ao aceitar o convite da CBF para o clássico. "Imagina... Não ganhamos nada para atuar no tribunal. Isso não vai mudar a nossa posição", justificou o presidente do STJD. Apesar do discurso oficial, a Folha apurou que a sessão foi marcada para esta quinta em Belo Horizonte após a confirmação do jogo na cidade, e para viabilizar a ida dos auditores ao maior clássico do futebol sul-americano. Sediado no Rio de Janeiro, o tribunal realiza sessões itinerantes desde o início da década. Ainda neste ano, o STJD deve ter uma sessão em São Paulo. Fortaleza também pediu para sediar uma reunião da corte. Em 2015, Belo Horizonte já havia recebido uma sessão do tribunal. O principal julgamento desta quinta será sobre o uso de sinalizadores pela torcida do Corinthians no clássico com o Palmeiras, em setembro. Punido com multa de R$ 15 mil pelos sinalizadores e por desordem no estádio, o clube do Parque São Jorge tenta derrubar a pena. O STJD é um órgão independente da CBF, mas bancado com verba da entidade. "A sessão não custará nada a mais para a CBF. As passagens para Belo Horizonte são até mais baratas do que para o Rio", diz o presidente do STJD, que vai bancar o seu deslocamento. Fã de aviação, ele vai pilotar a sua aeronave até a capital mineira e levará o auditor Mauro Marcelo, que também mora em São Paulo. DE GRAÇA A estrutura do Superior Tribunal de Justiça Desportiva não prevê remuneração para auditores. Os nove membros são indicados por CBF (duas vagas), clubes (duas), atletas (duas), OAB (duas) e árbitros (uma), e atuam de graça. O atual presidente, Ronaldo Piacente, foi indicado pelos árbitros e é aliado do comandante da CBF, Marco Polo Del Nero. Antes de chegar ao STJD, em 2012, ele foi presidente do tribunal desportivo de São Paulo. Em 2014, foi eleito vice-presidente na gestão de Caio Rocha. Piacente foi escolhido para comandar o órgão em julho deste ano. O STJD é palco constantes de disputas jurídicas na reta final do Campeonato Brasileiro. No mês passado, o Fluminense chegou a suspender no tapetão os três pontos obtidos pelo Flamengo na vitória por 2 a 1 no clássico do returno. O caso entrou na pauta do tribunal, mas Piacente recuou após o pedido de reconsideração da procuradoria do órgão. No seu despacho, o presidente do STJD disse que não foi provada "interferência externa" na decisão do árbitro Sandro Meira Ricci de anular o segundo gol do Fluminense. MEMBROS DO STJD REPRESENTAM ENTIDADES PRESIDENTE Ronaldo Piacente (SP) Representante dos Árbitros VICE-PRESIDENTE Paulo César Salomão Filho (RJ) CBF OUTROS MEMBROS Mauro Marcelo de Lima e Silva (SP) CBF José Perdiz (DF) Clubes João Bosco Luz (GO) Clubes Décio Neuhaus (RS) Atletas Arlete Mesquita (GO) Atletas Otávio Noronha (DF) OAB Antônio Vanderler (RJ) OAB
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Procon-SP notifica hospitais por preço abusivo de vacina contra H1N1
O Procon-SP vai autuar hospitais e laboratórios que praticam abuso no preço das vacinas contra a gripe H1N1. Segundo o órgão, que notificou oito empresas nos últimos dias, em alguns lugares o valor saltou de R$ 45 no ano passado para até mais de R$ 200. PLANTÃO Em outra frente, os fiscais vão inspecionar drogarias para verificar preços dos remédios contra o vírus e confirmar a presença de farmacêutico responsável. CUIDADO EXTRA O STF (Supremo Tribunal Federal) deve julgar nesta terça (5) habeas corpus apresentado pela defesa de Marcelo Odebrecht, que pede para ser libertado depois de nove meses de prisão. A expectativa de que os ministros, por ampla maioria, concordariam com a tese do empresário já não é mais a mesma. EXTRA 2 A Operação Xepa, que revelou a existência de um "departamento de propina" na empresa que teria mantido as atividades mesmo depois do início da Operação Lava Jato, abalou a convicção de magistrados que já estavam decididos a soltar o empresário. Eles resolveram avaliar melhor o caso, à luz das novas descobertas. EXTRA 3 Os ministros devem analisar se houve continuidade delitiva por parte do empreiteiro, o que justificaria que ele seguisse no cárcere. TUDO CERTO Caso o STF decida, no entanto, que Odebrecht pode ir para casa, ele deve manter a decisão de fazer delação premiada. Ela poderia até ser acelerada, segundo interlocutor da empreiteira, já que o próprio Marcelo Odebrecht poderia viajar a Curitiba para negociar os termos diretamente com o Ministério Público Federal. QUERIDO Lula, que sempre foi um crítico contundente de José Eduardo Cardozo quando ele ocupava o Ministério da Justiça, agora é só elogios à atuação dele como advogado-geral da União, em que defende Dilma Rousseff contra o impeachment. TRÍPLICE O ministro Marco Aurélio Mello vai receber homenagem nesta terça-feira (5), no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília. Ele é o único magistrado que já presidiu a corte eleitoral três vezes. VIDA REAL A peça "Os Realistas", com Debora Bloch, teve estreia no sábado (2), no Teatro Porto Seguro. A jornalista Marília Gabriela, a atriz Bárbara Paz, a cineasta Marina Person e o casal de atores Bruna Lombardi e Carlos Alberto Riccelli estiveram na plateia. O cineasta Hector Babenco e a atriz Emanuelle Araújo também assistiram ao espetáculo. SÓ O SOM As músicas de Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006), compostas especialmente para suas peças, vão ganhar um espetáculo próprio com interpretação ao vivo e projeção de depoimentos sobre o ator e dramaturgo. A ideia é que as apresentações sejam em formato de ocupação de teatros ou cinemas abandonados. ARTISTA REVOLUCIONÁRIO A exposição "Antonio Benetazzo, Permanências do Sensível", com obras do artista morto pela ditadura militar, foi aberta na sexta (1º), no Centro Cultural São Paulo. O curador da mostra, Reinaldo Cardenuto, o secretário municipal de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy, e a coordenadora de direito à memória da pasta, Carla Borges, participaram do evento. O secretário nacional de Direitos Humanos, Rogério Sottili, também compareceu. QUEM PAGA O STJ (Superior Tribunal de Justiça) julga nesta terça (5) dois processos sobre a internação de um casal de médicos mineiros que passou por mais de 70 cirurgias durante um ano no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, após um acidente aéreo em 2001. Clientes do convênio Unimed na época, os dois estavam inconscientes e foram internados no Einstein porque o hospital era o único apto a tratá-los de forma adequada. LISTA Agora, a equipe médica cobra R$ 780 mil em honorários pelo tratamento. O casal diz que o responsável pelo pagamento é a Unimed e cobra, em outro processo, que o convênio pague por essas despesas. O plano argumenta que o hospital não constava no seu rol de unidades médicas disponíveis. SEGUINDO A TRILHA O músico Antonio Sanchez, ganhador do Grammy pela trilha sonora do longa-metragem "Birdman", se apresentou no BrasilJazzFest no domingo (3), no Auditório Ibirapuera. A diretora Monique Gardenberg e o historiador e crítico musical Zuza Homem de Mello foram ao evento, que também teve exibição do filme. CURTO-CIRCUITO Fause Haten e Fernanda Yamamoto participam do projeto #ForadaModa, que será aberto nesta terça (5) com exposição às 19h no Sesc Ipiranga. Antonio Cestaro autografa nesta terça (5) o livro "Arco de Virar Réu", a partir das 18h30, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Lidia Goldenstein faz palestra sobre economia criativa, nesta terça (5), às 19h30, no Senac, na Vila Buarque. O grupo A Barca inicia nesta terça (5) série de shows às terças, às 21h, na Companhia do Feijão, na República. Grátis. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
colunas
Procon-SP notifica hospitais por preço abusivo de vacina contra H1N1O Procon-SP vai autuar hospitais e laboratórios que praticam abuso no preço das vacinas contra a gripe H1N1. Segundo o órgão, que notificou oito empresas nos últimos dias, em alguns lugares o valor saltou de R$ 45 no ano passado para até mais de R$ 200. PLANTÃO Em outra frente, os fiscais vão inspecionar drogarias para verificar preços dos remédios contra o vírus e confirmar a presença de farmacêutico responsável. CUIDADO EXTRA O STF (Supremo Tribunal Federal) deve julgar nesta terça (5) habeas corpus apresentado pela defesa de Marcelo Odebrecht, que pede para ser libertado depois de nove meses de prisão. A expectativa de que os ministros, por ampla maioria, concordariam com a tese do empresário já não é mais a mesma. EXTRA 2 A Operação Xepa, que revelou a existência de um "departamento de propina" na empresa que teria mantido as atividades mesmo depois do início da Operação Lava Jato, abalou a convicção de magistrados que já estavam decididos a soltar o empresário. Eles resolveram avaliar melhor o caso, à luz das novas descobertas. EXTRA 3 Os ministros devem analisar se houve continuidade delitiva por parte do empreiteiro, o que justificaria que ele seguisse no cárcere. TUDO CERTO Caso o STF decida, no entanto, que Odebrecht pode ir para casa, ele deve manter a decisão de fazer delação premiada. Ela poderia até ser acelerada, segundo interlocutor da empreiteira, já que o próprio Marcelo Odebrecht poderia viajar a Curitiba para negociar os termos diretamente com o Ministério Público Federal. QUERIDO Lula, que sempre foi um crítico contundente de José Eduardo Cardozo quando ele ocupava o Ministério da Justiça, agora é só elogios à atuação dele como advogado-geral da União, em que defende Dilma Rousseff contra o impeachment. TRÍPLICE O ministro Marco Aurélio Mello vai receber homenagem nesta terça-feira (5), no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília. Ele é o único magistrado que já presidiu a corte eleitoral três vezes. VIDA REAL A peça "Os Realistas", com Debora Bloch, teve estreia no sábado (2), no Teatro Porto Seguro. A jornalista Marília Gabriela, a atriz Bárbara Paz, a cineasta Marina Person e o casal de atores Bruna Lombardi e Carlos Alberto Riccelli estiveram na plateia. O cineasta Hector Babenco e a atriz Emanuelle Araújo também assistiram ao espetáculo. SÓ O SOM As músicas de Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006), compostas especialmente para suas peças, vão ganhar um espetáculo próprio com interpretação ao vivo e projeção de depoimentos sobre o ator e dramaturgo. A ideia é que as apresentações sejam em formato de ocupação de teatros ou cinemas abandonados. ARTISTA REVOLUCIONÁRIO A exposição "Antonio Benetazzo, Permanências do Sensível", com obras do artista morto pela ditadura militar, foi aberta na sexta (1º), no Centro Cultural São Paulo. O curador da mostra, Reinaldo Cardenuto, o secretário municipal de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy, e a coordenadora de direito à memória da pasta, Carla Borges, participaram do evento. O secretário nacional de Direitos Humanos, Rogério Sottili, também compareceu. QUEM PAGA O STJ (Superior Tribunal de Justiça) julga nesta terça (5) dois processos sobre a internação de um casal de médicos mineiros que passou por mais de 70 cirurgias durante um ano no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, após um acidente aéreo em 2001. Clientes do convênio Unimed na época, os dois estavam inconscientes e foram internados no Einstein porque o hospital era o único apto a tratá-los de forma adequada. LISTA Agora, a equipe médica cobra R$ 780 mil em honorários pelo tratamento. O casal diz que o responsável pelo pagamento é a Unimed e cobra, em outro processo, que o convênio pague por essas despesas. O plano argumenta que o hospital não constava no seu rol de unidades médicas disponíveis. SEGUINDO A TRILHA O músico Antonio Sanchez, ganhador do Grammy pela trilha sonora do longa-metragem "Birdman", se apresentou no BrasilJazzFest no domingo (3), no Auditório Ibirapuera. A diretora Monique Gardenberg e o historiador e crítico musical Zuza Homem de Mello foram ao evento, que também teve exibição do filme. CURTO-CIRCUITO Fause Haten e Fernanda Yamamoto participam do projeto #ForadaModa, que será aberto nesta terça (5) com exposição às 19h no Sesc Ipiranga. Antonio Cestaro autografa nesta terça (5) o livro "Arco de Virar Réu", a partir das 18h30, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Lidia Goldenstein faz palestra sobre economia criativa, nesta terça (5), às 19h30, no Senac, na Vila Buarque. O grupo A Barca inicia nesta terça (5) série de shows às terças, às 21h, na Companhia do Feijão, na República. Grátis. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Casal é encontrado morto a tiros em hotel de luxo na região central de SP
Um casal foi encontrado morto em um quarto do hotel Maksoud Plaza, na região central de São Paulo, na tarde deste domingo (16). O caso foi registrado como homicídio seguido de suicídio. O casal Kaena Novaes Maciel, 18, e Luís Fernando Hauy Kafrune, 19, foi encontrado por volta das 15h por funcionários do hotel de luxo da região da Bela Vista, com marcas de tiros no corpo. A polícia apreendeu uma arma e anotações sobre a morte no quarto. Em nota, a assessoria do hotel disse que "está colaborando com as autoridades competentes envolvidas no caso ocorrido neste domingo e, portanto, não pode comentar quaisquer informações". O hotel afirma ainda que "se solidariza às pessoas envolvidas". O local continua funcionando normalmente. O caso foi registrado pelo 78º Distrito Policial, nos Jardins, e encaminhado para o 5º Distrito Policial da Aclimação.
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Casal é encontrado morto a tiros em hotel de luxo na região central de SPUm casal foi encontrado morto em um quarto do hotel Maksoud Plaza, na região central de São Paulo, na tarde deste domingo (16). O caso foi registrado como homicídio seguido de suicídio. O casal Kaena Novaes Maciel, 18, e Luís Fernando Hauy Kafrune, 19, foi encontrado por volta das 15h por funcionários do hotel de luxo da região da Bela Vista, com marcas de tiros no corpo. A polícia apreendeu uma arma e anotações sobre a morte no quarto. Em nota, a assessoria do hotel disse que "está colaborando com as autoridades competentes envolvidas no caso ocorrido neste domingo e, portanto, não pode comentar quaisquer informações". O hotel afirma ainda que "se solidariza às pessoas envolvidas". O local continua funcionando normalmente. O caso foi registrado pelo 78º Distrito Policial, nos Jardins, e encaminhado para o 5º Distrito Policial da Aclimação.
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Vencedor do Man Booker Prize, Marlon James foi rejeitado 78 vezes
Marlon James, vencedor deste ano do Man Booker Prize, chegou a abandonar a literatura após ter seu primeiro livro rejeitado 78 vezes. "Eu tive de sentar um dia e contar [as rejeições] e não sabia que eram tantas. Houve uma época em que eu realmente achei que escrevia o tipo de história que as pessoas não queriam ler. Eu desisti. Destruí o manuscrito e até acessei o computador dos meus amigos para apagá-lo", contou o escritor ao programa "Today", da BBC Radio 4. "John Crow's Devil" sobreviveu na caixa de e-mail de um velho computador iMac, de onde foi resgatado para ser publicado em 2005. Na última terça-feira (13), James foi premiado por "A Brief History of Seven Killings" e levou £50 mil (cerca de R$ 291 mil). O livro é o terceiro romance do autor, radicado em Minneapolis, nos Estados Unidos. A trama aborda a disseminação de cocaína no país e a violência política na Jamaica –eventos que culminam na tentativa de assassinato de Bob Marley, em 1976. Marlon James é o primeiro jamaicano a conquistar o Man Booker Prize. Ele concorria com a americana Anne Tyler ("A Spool of Blue Thread"), a havaiana Hanya Yanagihara ("A Little Life"), o britânico Sunjeev Sahota ("The Year of the Runaways"), o nigeriano Chigozie Obioma ("Os Pescadores") e o britânico Tom McCarthy ("Satin Island").
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Vencedor do Man Booker Prize, Marlon James foi rejeitado 78 vezesMarlon James, vencedor deste ano do Man Booker Prize, chegou a abandonar a literatura após ter seu primeiro livro rejeitado 78 vezes. "Eu tive de sentar um dia e contar [as rejeições] e não sabia que eram tantas. Houve uma época em que eu realmente achei que escrevia o tipo de história que as pessoas não queriam ler. Eu desisti. Destruí o manuscrito e até acessei o computador dos meus amigos para apagá-lo", contou o escritor ao programa "Today", da BBC Radio 4. "John Crow's Devil" sobreviveu na caixa de e-mail de um velho computador iMac, de onde foi resgatado para ser publicado em 2005. Na última terça-feira (13), James foi premiado por "A Brief History of Seven Killings" e levou £50 mil (cerca de R$ 291 mil). O livro é o terceiro romance do autor, radicado em Minneapolis, nos Estados Unidos. A trama aborda a disseminação de cocaína no país e a violência política na Jamaica –eventos que culminam na tentativa de assassinato de Bob Marley, em 1976. Marlon James é o primeiro jamaicano a conquistar o Man Booker Prize. Ele concorria com a americana Anne Tyler ("A Spool of Blue Thread"), a havaiana Hanya Yanagihara ("A Little Life"), o britânico Sunjeev Sahota ("The Year of the Runaways"), o nigeriano Chigozie Obioma ("Os Pescadores") e o britânico Tom McCarthy ("Satin Island").
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DEM quer ouvir Cerveró na comissão da Câmara que analisará impeachment
O DEM quer propor a convocação do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró na comissão especial que vai analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Foi o que afirmou o líder do partido, Mendonça Filho (PE), segundo quem o ex-dirigente é "uma peça-chave". A comissão deve ser instalada no retorno do recesso parlamentar, que termina em 1º de fevereiro. Como cabe à Câmara autorizar o processo, não há um depoimento formal, com uma convocação. No entendimento da área técnica da Câmara, a oitiva não é obrigatória nessa fase, mas no Senado, a quem cabe a busca de elementos para afastar em definitivo a presidente Dilma Rousseff. Para o líder democrata, os trechos da delação de Cerveró divulgados até o momento envolvem mais diretamente a Petrobras, o ex-presidente Lula e a presidente Dilma. Cerveró afirmou ter ouvido do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) que Dilma havia colocado todas as presidências da BR Distribuidora à disposição do político. "Em primeiro lugar, vamos fazer uma avaliação das pedaladas e trazer informações do TCU (Tribunal de Contas da União), que é a base de sustentação em relação ao impeachment. Depois vamos buscar outras coisas que possam dar suporte ao processo, inclusive a delação do Cerveró com o uso da Petrobras como fonte de financiamento ilegal de campanhas petistas, o partido de Dilma", completou Mendonça Filho. O líder do DEM não descarta ainda pedir para ouvir os outros diretores da Petrobras Ao deixar a Câmara dos Deputados no início da noite desta terça-feira (13), o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou o impacto do depoimento de Cerveró ao processo de impeachment. "As motivações do processo do impeachment são de natureza dos decretos orçamentários, das pedaladas. Não tem a ver com as denúncias (da Lava Jato). Isso é mais uma questão de sentimento que alguém possa ter", afirmou. AÇÃO NO TSE As revelações de Cerveró também levaram advogados do PSDB a avaliar incluir a delação do ex-diretor nos processos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que questionam a legalidade da reeleição de Dilma, em 2014. O entendimento é que os trechos divulgados até agora "envolvem mais diretamente" o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma no escândalo da Petrobras.
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DEM quer ouvir Cerveró na comissão da Câmara que analisará impeachmentO DEM quer propor a convocação do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró na comissão especial que vai analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Foi o que afirmou o líder do partido, Mendonça Filho (PE), segundo quem o ex-dirigente é "uma peça-chave". A comissão deve ser instalada no retorno do recesso parlamentar, que termina em 1º de fevereiro. Como cabe à Câmara autorizar o processo, não há um depoimento formal, com uma convocação. No entendimento da área técnica da Câmara, a oitiva não é obrigatória nessa fase, mas no Senado, a quem cabe a busca de elementos para afastar em definitivo a presidente Dilma Rousseff. Para o líder democrata, os trechos da delação de Cerveró divulgados até o momento envolvem mais diretamente a Petrobras, o ex-presidente Lula e a presidente Dilma. Cerveró afirmou ter ouvido do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) que Dilma havia colocado todas as presidências da BR Distribuidora à disposição do político. "Em primeiro lugar, vamos fazer uma avaliação das pedaladas e trazer informações do TCU (Tribunal de Contas da União), que é a base de sustentação em relação ao impeachment. Depois vamos buscar outras coisas que possam dar suporte ao processo, inclusive a delação do Cerveró com o uso da Petrobras como fonte de financiamento ilegal de campanhas petistas, o partido de Dilma", completou Mendonça Filho. O líder do DEM não descarta ainda pedir para ouvir os outros diretores da Petrobras Ao deixar a Câmara dos Deputados no início da noite desta terça-feira (13), o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou o impacto do depoimento de Cerveró ao processo de impeachment. "As motivações do processo do impeachment são de natureza dos decretos orçamentários, das pedaladas. Não tem a ver com as denúncias (da Lava Jato). Isso é mais uma questão de sentimento que alguém possa ter", afirmou. AÇÃO NO TSE As revelações de Cerveró também levaram advogados do PSDB a avaliar incluir a delação do ex-diretor nos processos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que questionam a legalidade da reeleição de Dilma, em 2014. O entendimento é que os trechos divulgados até agora "envolvem mais diretamente" o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma no escândalo da Petrobras.
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Algo de podre no combate à violência
MAL INFORMADO pelo Ministério Público de São Paulo, o secretário da Segurança paulista meteu os pés pelas mãos ao decidir por torcida única nos clássicos entre os grandes do Estado. O Paulistinha, que desgraçadamente se arrasta, chegará ao seu final de maneira monocórdica, mais sem graça ainda. O secretário não percebeu que, além de a medida ser inócua, serve apenas para diminuir cada vez mais o caráter festivo que deve ter um jogo de futebol. E não se deu conta de que, daqui para frente, os raivosos não terão dúvidas sobre para quem torcem as pessoas que se dirigirem à Vila Belmiro, ao Morumbi, a Itaquera e Água Branca. Ficou muito mais fácil emboscá-las no caminho, saiam de onde saírem. Proibir, proibir e proibir. Assim fazem os que não sabem como resolver os problemas. Os mastros das bandeiras podem ser usados para brigar? Proíba-os! Os instrumentos de som podem virar armas? Nada de música instrumental nos estádios! Um livro pode ser usado para fazer uma fogueira nas arquibancadas? Nem pense em levar um para se entreter antes ou durante o intervalo de um jogo. Acredite a rara leitor e o raro leitor ou não, estudantes que saem das escolas para ver um jogo têm este problema em São Paulo. Onde deixar o material escolar? O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, tinha apenas 6 anos de idade quando, em 1968, era proibido proibir. Mas supõe-se que tenha ouvido Caetano Veloso transformar em mote as pichações dos muros parisienses de então. Faz mal se não ouviu, mas fez pior ao ouvir quem não deveria estar na função de combater a violência de torcidas no Estado, o promotor de Justiça Paulo Castilho, há mais de uma década perdida na função. Castilho, além de viver promiscuamente com a cartolagem que deveria investigar, de lançar livro na Federação Paulista de Futebol, de bajular o "doutor Marin" como vi no Fórum da Barra Funda, quando não teve a sensatez de se dar por impedido para me acusar numa ação do hoje preso ex-presidente da CBF (objeto permanente de minhas críticas, era o mínimo que se poderia esperar de Castilho), convenceu Moraes de que a torcida única é a solução. Há algo de podre no reino da segurança pública paulista. Visualize as cenas: chefes da corintiana Gaviões da Fiel, que denunciam o escândalo da merenda que envolve o deputado Fernando Capez (PSDB), ex-ocupante do posto de Castilho, são agredidos ao saírem de reunião com o promotor. Os supostos agressores, da torcida palmeirense Mancha Verde, são presos na sexta-feira que antecede ao Dérbi e está pronto o clima para as vinganças, armadilha em que um bando de cretinos faz questão de cair. Por que as prisões não foram feitas na segunda-feira? Pronto! Morre um inocente, o metrô é depredado, as rixas se multiplicam e vem a decisão drástica que proíbe, entre outras coisas, as faixas que cobram a Globo, acusam a corrupção da cartolagem e denunciam o roubo das merendas, repita-se, que envolve um possível sucessor do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os clássicos paulistas terão sabor de picolé de chuchu e as brigas seguirão acontecendo no caminho dos estádios.
colunas
Algo de podre no combate à violênciaMAL INFORMADO pelo Ministério Público de São Paulo, o secretário da Segurança paulista meteu os pés pelas mãos ao decidir por torcida única nos clássicos entre os grandes do Estado. O Paulistinha, que desgraçadamente se arrasta, chegará ao seu final de maneira monocórdica, mais sem graça ainda. O secretário não percebeu que, além de a medida ser inócua, serve apenas para diminuir cada vez mais o caráter festivo que deve ter um jogo de futebol. E não se deu conta de que, daqui para frente, os raivosos não terão dúvidas sobre para quem torcem as pessoas que se dirigirem à Vila Belmiro, ao Morumbi, a Itaquera e Água Branca. Ficou muito mais fácil emboscá-las no caminho, saiam de onde saírem. Proibir, proibir e proibir. Assim fazem os que não sabem como resolver os problemas. Os mastros das bandeiras podem ser usados para brigar? Proíba-os! Os instrumentos de som podem virar armas? Nada de música instrumental nos estádios! Um livro pode ser usado para fazer uma fogueira nas arquibancadas? Nem pense em levar um para se entreter antes ou durante o intervalo de um jogo. Acredite a rara leitor e o raro leitor ou não, estudantes que saem das escolas para ver um jogo têm este problema em São Paulo. Onde deixar o material escolar? O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, tinha apenas 6 anos de idade quando, em 1968, era proibido proibir. Mas supõe-se que tenha ouvido Caetano Veloso transformar em mote as pichações dos muros parisienses de então. Faz mal se não ouviu, mas fez pior ao ouvir quem não deveria estar na função de combater a violência de torcidas no Estado, o promotor de Justiça Paulo Castilho, há mais de uma década perdida na função. Castilho, além de viver promiscuamente com a cartolagem que deveria investigar, de lançar livro na Federação Paulista de Futebol, de bajular o "doutor Marin" como vi no Fórum da Barra Funda, quando não teve a sensatez de se dar por impedido para me acusar numa ação do hoje preso ex-presidente da CBF (objeto permanente de minhas críticas, era o mínimo que se poderia esperar de Castilho), convenceu Moraes de que a torcida única é a solução. Há algo de podre no reino da segurança pública paulista. Visualize as cenas: chefes da corintiana Gaviões da Fiel, que denunciam o escândalo da merenda que envolve o deputado Fernando Capez (PSDB), ex-ocupante do posto de Castilho, são agredidos ao saírem de reunião com o promotor. Os supostos agressores, da torcida palmeirense Mancha Verde, são presos na sexta-feira que antecede ao Dérbi e está pronto o clima para as vinganças, armadilha em que um bando de cretinos faz questão de cair. Por que as prisões não foram feitas na segunda-feira? Pronto! Morre um inocente, o metrô é depredado, as rixas se multiplicam e vem a decisão drástica que proíbe, entre outras coisas, as faixas que cobram a Globo, acusam a corrupção da cartolagem e denunciam o roubo das merendas, repita-se, que envolve um possível sucessor do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os clássicos paulistas terão sabor de picolé de chuchu e as brigas seguirão acontecendo no caminho dos estádios.
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Crítica: Diretor tenta ser Hitchcock, mas desinteressa espectadores
Um belo par de atores, Colin Firth e Nicole Kidman, protagoniza "Antes de Dormir", suspense baseado em romance de S.J. Watson e segundo longa para cinema do diretor inglês Rowan Joffe (filho do diretor Roland Joffé, de "A Missão"). O motor do filme é a manipulação, que acontece em diversas camadas. Primeiramente, existe a manipulação dos personagens, envoltos em um acidente que provoca a perda de memória de Christine (Kidman). Quando ela dorme, apagam-se todos os acontecimentos de sua vida nos últimos 20 anos. Ou seja, ela se esquece de que é casada com um homem chamado Ben, atencioso, paciente com a condição do casal, de eterno recomeço. MANIPULAÇÃO Onde entra a manipulação? No modo como os personagens sonegam informações importantes e decisivas um do outro. Veremos onde esse jogo de esconde-esconde vai dar, mas o importante é que a manipulação também é do diretor. Hitchcock assumia que parte de sua estratégia estava na manipulação da plateia, que ia para onde ele queria que fosse. Rowan Joffe bem que tenta, mas não é Hitchcock. Na cadeia de manipulações que arregimenta, quem pode ficar desinteressado depois de um tempo é justamente o espectador, tamanha a arbitrariedade com que é levado de um lado para outro. Não que o filme seja desprovido de interesse. Com um elenco desses, nem teria como (ainda que Firth esteja desperdiçado). Mas sente-se que ficou algo no meio do caminho. Algo que faz de "Como Se Fosse a Primeira Vez", comédia de Peter Segal, protagonizada por Adam Sandler e Drew Barrymore, com tema parecido, muito mais interessante. Em "Antes de Dormir", pelo contrário, muitas vezes nos sentimos como se estivéssemos diante de um jogo que não podemos jogar. ANTES DE DORMIR (BEFORE I GO TO SLEEP) DIREÇÃO Rowan Joffe ELENCO Nicole Kidman, Colin Firth e Mark Strong PRODUÇÃO EUA/Inglaterra/França/Suécia, 2014, 14 anos QUANDO estreia nesta quinta (22) AVALIAÇÃO regular
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Crítica: Diretor tenta ser Hitchcock, mas desinteressa espectadoresUm belo par de atores, Colin Firth e Nicole Kidman, protagoniza "Antes de Dormir", suspense baseado em romance de S.J. Watson e segundo longa para cinema do diretor inglês Rowan Joffe (filho do diretor Roland Joffé, de "A Missão"). O motor do filme é a manipulação, que acontece em diversas camadas. Primeiramente, existe a manipulação dos personagens, envoltos em um acidente que provoca a perda de memória de Christine (Kidman). Quando ela dorme, apagam-se todos os acontecimentos de sua vida nos últimos 20 anos. Ou seja, ela se esquece de que é casada com um homem chamado Ben, atencioso, paciente com a condição do casal, de eterno recomeço. MANIPULAÇÃO Onde entra a manipulação? No modo como os personagens sonegam informações importantes e decisivas um do outro. Veremos onde esse jogo de esconde-esconde vai dar, mas o importante é que a manipulação também é do diretor. Hitchcock assumia que parte de sua estratégia estava na manipulação da plateia, que ia para onde ele queria que fosse. Rowan Joffe bem que tenta, mas não é Hitchcock. Na cadeia de manipulações que arregimenta, quem pode ficar desinteressado depois de um tempo é justamente o espectador, tamanha a arbitrariedade com que é levado de um lado para outro. Não que o filme seja desprovido de interesse. Com um elenco desses, nem teria como (ainda que Firth esteja desperdiçado). Mas sente-se que ficou algo no meio do caminho. Algo que faz de "Como Se Fosse a Primeira Vez", comédia de Peter Segal, protagonizada por Adam Sandler e Drew Barrymore, com tema parecido, muito mais interessante. Em "Antes de Dormir", pelo contrário, muitas vezes nos sentimos como se estivéssemos diante de um jogo que não podemos jogar. ANTES DE DORMIR (BEFORE I GO TO SLEEP) DIREÇÃO Rowan Joffe ELENCO Nicole Kidman, Colin Firth e Mark Strong PRODUÇÃO EUA/Inglaterra/França/Suécia, 2014, 14 anos QUANDO estreia nesta quinta (22) AVALIAÇÃO regular
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Boca recorre de exclusão e pode apelar a tribunal independente da Conmebol
O Boca Juniors apresentou neste domingo (17) recurso à Câmara de Apelações da Conmebol contra a decisão de sábado (16), do Tribunal de Disciplina da entidade, que eliminou a equipe da Libertadores 2015. Além da exclusão, o clube terá que jogar as próximas quatro partidas como mandante e outras quatro como visitante em qualquer competição sul-americana sem seus torcedores. Também houve multa de aproximadamente R$ 600 mil. A punição aconteceu porque na partida de volta das oitavas de final da Libertadores, na quinta (14), torcedores do Boca atiraram gás de pimenta contra atletas do rival River Plate, que se feriram. O jogo foi interrompido no intervalo. "Como já acontece na próxima semana a rodada de ida das quartas de final, acreditamos que a Câmara (de Apelações) dê um parecer até terça (19)", disse o advogado Eduardo Carlezzo, brasileiro contratado pela diretoria do Boca Juniors para fazer a defesa. A Conmebol marcou para quinta-feira, às 22h em Buenos Aires, o primeiro jogo entre River Plate e Cruzeiro pelas quartas de final da Libertadores. A defesa tentará desassociar o clube da atitude de seus torcedores, mas é improvável que haja mudanças nas sanções. A Conmebol sofreu pressão da Fifa para que eliminasse o clube da competição para ficar como exemplo. Caso a Câmara de Apelações mantenha a punição, Carlezzo explicou que há uma terceira instância, recém criada na América do Sul: o Tribunal Arbitral Desportivo da América do Sul, que é independente da Conmebol, semelhante ao que existe na Europa para tratar de casos relacionados à Fifa. O Boca pretende recorrer a esse tribunal.
esporte
Boca recorre de exclusão e pode apelar a tribunal independente da ConmebolO Boca Juniors apresentou neste domingo (17) recurso à Câmara de Apelações da Conmebol contra a decisão de sábado (16), do Tribunal de Disciplina da entidade, que eliminou a equipe da Libertadores 2015. Além da exclusão, o clube terá que jogar as próximas quatro partidas como mandante e outras quatro como visitante em qualquer competição sul-americana sem seus torcedores. Também houve multa de aproximadamente R$ 600 mil. A punição aconteceu porque na partida de volta das oitavas de final da Libertadores, na quinta (14), torcedores do Boca atiraram gás de pimenta contra atletas do rival River Plate, que se feriram. O jogo foi interrompido no intervalo. "Como já acontece na próxima semana a rodada de ida das quartas de final, acreditamos que a Câmara (de Apelações) dê um parecer até terça (19)", disse o advogado Eduardo Carlezzo, brasileiro contratado pela diretoria do Boca Juniors para fazer a defesa. A Conmebol marcou para quinta-feira, às 22h em Buenos Aires, o primeiro jogo entre River Plate e Cruzeiro pelas quartas de final da Libertadores. A defesa tentará desassociar o clube da atitude de seus torcedores, mas é improvável que haja mudanças nas sanções. A Conmebol sofreu pressão da Fifa para que eliminasse o clube da competição para ficar como exemplo. Caso a Câmara de Apelações mantenha a punição, Carlezzo explicou que há uma terceira instância, recém criada na América do Sul: o Tribunal Arbitral Desportivo da América do Sul, que é independente da Conmebol, semelhante ao que existe na Europa para tratar de casos relacionados à Fifa. O Boca pretende recorrer a esse tribunal.
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Lula encontra com Renan para discutir crise do Congresso com o Planalto
Em meio à crise política entre o Palácio do Planalto e o Congresso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu um encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Lula e Renan vão almoçar na residência oficial do Senado nesta quinta (14) para discutir a articulação política do governo e temas sensíveis ao Planalto no Legislativo –como as medidas provisórias do ajuste fiscal. Lula vem atuando como "bombeiro" do Planalto nos últimos meses, desde que Dilma começou a enfrentar dificuldades em sua relação com os presidentes do Senado e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ex-presidente tem bom trânsito com Renan e a cúpula do PMDB, numa ação vista por aliados do presidente do Senado como estratégica para o Planalto. Renan vem fazendo sucessivos ataques à presidente Dilma Rouseff e à sua articulação política desde que seu nome entrou na lista dos políticos investigados pela Operação Lava Jato, que apura o esquema de corrupção na Petrobras. O peemedebista vem mobilizando aliados para impor derrotas a Dilma no Congresso em temas como o ajuste fiscal, o projeto que regulamenta a terceirização, além da indicação do advogado Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal). O Senado começa a analisar na semana que vem as duas medidas provisórias do ajuste fiscal, editadas pelo governo. Renan afirmou em sucessivas ocasiões que as MPspenalizam os trabalhadores sem que o governo promova um verdadeiro ajuste –que deveria incluir a diminuição de ministérios e o enxugamento da máquina pública. É um claro sinal da disposição do peemedebista de trabalhar pelas suas derrubadas no Senado. A disposição do presidente do Senado é manter a decisão da Câmara, tomada na noite desta quarta (13), de aprovar emenda que cria uma alternativa ao fator previdenciário. O governo é contrário à mudança, mas como a medida agrada aos trabalhadores, vários deputados petistas votaram contra o Planalto. No Senado, Walter Pinheiro (PT-BA) e Paulo Paim (PT-RS) já anunciaram que votarão em favor da derrubada do fator. Outro tema sensível ao governo é a indicação de Fachin para o Supremo. Renan trabalha nos bastidores para derrubar a indicação do advogado como forma de demonstrar a Dilma sua força no Senado. Como a votação será secreta, a chance de o governo identificar "defecções" é menor, o que tem motivado a ação do peemedebista.
poder
Lula encontra com Renan para discutir crise do Congresso com o PlanaltoEm meio à crise política entre o Palácio do Planalto e o Congresso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu um encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Lula e Renan vão almoçar na residência oficial do Senado nesta quinta (14) para discutir a articulação política do governo e temas sensíveis ao Planalto no Legislativo –como as medidas provisórias do ajuste fiscal. Lula vem atuando como "bombeiro" do Planalto nos últimos meses, desde que Dilma começou a enfrentar dificuldades em sua relação com os presidentes do Senado e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ex-presidente tem bom trânsito com Renan e a cúpula do PMDB, numa ação vista por aliados do presidente do Senado como estratégica para o Planalto. Renan vem fazendo sucessivos ataques à presidente Dilma Rouseff e à sua articulação política desde que seu nome entrou na lista dos políticos investigados pela Operação Lava Jato, que apura o esquema de corrupção na Petrobras. O peemedebista vem mobilizando aliados para impor derrotas a Dilma no Congresso em temas como o ajuste fiscal, o projeto que regulamenta a terceirização, além da indicação do advogado Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal). O Senado começa a analisar na semana que vem as duas medidas provisórias do ajuste fiscal, editadas pelo governo. Renan afirmou em sucessivas ocasiões que as MPspenalizam os trabalhadores sem que o governo promova um verdadeiro ajuste –que deveria incluir a diminuição de ministérios e o enxugamento da máquina pública. É um claro sinal da disposição do peemedebista de trabalhar pelas suas derrubadas no Senado. A disposição do presidente do Senado é manter a decisão da Câmara, tomada na noite desta quarta (13), de aprovar emenda que cria uma alternativa ao fator previdenciário. O governo é contrário à mudança, mas como a medida agrada aos trabalhadores, vários deputados petistas votaram contra o Planalto. No Senado, Walter Pinheiro (PT-BA) e Paulo Paim (PT-RS) já anunciaram que votarão em favor da derrubada do fator. Outro tema sensível ao governo é a indicação de Fachin para o Supremo. Renan trabalha nos bastidores para derrubar a indicação do advogado como forma de demonstrar a Dilma sua força no Senado. Como a votação será secreta, a chance de o governo identificar "defecções" é menor, o que tem motivado a ação do peemedebista.
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Nasa se prepara para fazer primeira visita a Plutão
Uma viagem de nove anos aos confins do Sistema Solar deve ter sua conclusão em oito dias –o primeiro encontro de uma espaçonave com Plutão. E não será sem emoção. A New Horizons, da Nasa, está saudável, mas sofreu uma anomalia no sábado (4) e o computador de bordo entrou em modo de segurança. Para piorar, cada rodada de comunicações entre a sonda e a Terra leva nove horas. Segundo o Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, que gerencia o projeto para a agência espacial americana, tudo deve estar de volta a seu lugar nos próximos dias para o sobrevoo histórico –momento em que nada pode dar errado. "Espero que a New Horizons seja lembrada como a missão que abriu a exploração de uma nova fronteira do Sistema Solar", diz o cientista Alan Stern, líder do projeto. Ele se refere ao cinturão de Kuiper –uma faixa localizada além da órbita de Netuno que abriga centenas de milhares de objetos. A maior parte deles é relativamente pequena e lembra cometas, com a diferença de que eles nunca chegam perto do Sol. Alguns, contudo, são tão grandes que podem até mesmo ser confundidos com planetas. Foi o que aconteceu com Plutão, descoberto por Clyde Tombaugh, em 1930. LONGA VIAGEM Até o lançamento da New Horizons, em janeiro de 2006, Plutão ainda era classificado como o nono planeta. Mas isso só durou até agosto daquele ano, quando a IAU (União Astronômica Internacional) criou a primeira definição oficial do termo "planeta". Pelos critérios adotados, Plutão acabou rebaixado à categoria de "planeta anão" –uma decisão que até hoje não é livre de controvérsias. O mais importante, contudo, é que, seja lá em que categoria o encaixemos, Plutão é um objeto cientificamente fascinante, que a humanidade conhecerá para valer com o sobrevoo da New Horizons. Com seus 2.300 km de diâmetro, ele não é lá muito grande –o menor dos planetas "oficiais", Mercúrio, tem mais que o dobro do tamanho. Em compensação, são cinco luas orbitando ao seu redor. Pelo menos que se saiba até agora. Durante a fase de aproximação, os cientistas têm estudado cuidadosamente as imagens enviadas pela sonda em busca de outros objetos. Não encontraram nada, o que traz consigo uma boa e uma má notícia. A má é que aparentemente não serão descobertas novas luas, ou anéis. A boa é que o caminho planejado originalmente para a sonda está livre. "Estamos dando um suspiro de alívio coletivo ao saber disso", disse Jim Green, diretor de ciência planetária da Nasa. A sonda está se aproximando a cerca de 1 milhão de km diários, e passará a apenas 12,5 mil km da superfície do planeta anão no dia 14. Após o sobrevoo, a sonda mergulhará nas profundezas do cinturão de Kuiper, de saída do Sistema Solar. Nem que a Nasa quisesse, a New Horizons não teria combustível suficiente para frear e se colocar em órbita. Isso significa que a espaçonave só terá uma chance para fazer suas observações mais próximas. Tudo tem que dar certo. Durante o sobrevoo, ela estará ocupada executando uma programação veloz e furiosa de coleta de dados, e só depois que o encontro estiver acabado ela entrará em contato com a Terra para transmiti-los. Neste momento, a New Horizons já está enxergando estranhas formações em sua superfície de Plutão. O planeta anão tem grandes variações de cor em sua superfície, e o tom geral é avermelhado. O que intriga é uma série de manchas com espaçamento regular que se revelou nas últimas imagens enviadas à Terra. "É um verdadeiro quebra-cabeça –não sabemos o que as manchas são e mal podemos esperar para descobrir", diz Stern. E esse é apenas um aperitivo. O prato principal virá mesmo na terça-feira da semana que vem.
ciencia
Nasa se prepara para fazer primeira visita a PlutãoUma viagem de nove anos aos confins do Sistema Solar deve ter sua conclusão em oito dias –o primeiro encontro de uma espaçonave com Plutão. E não será sem emoção. A New Horizons, da Nasa, está saudável, mas sofreu uma anomalia no sábado (4) e o computador de bordo entrou em modo de segurança. Para piorar, cada rodada de comunicações entre a sonda e a Terra leva nove horas. Segundo o Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, que gerencia o projeto para a agência espacial americana, tudo deve estar de volta a seu lugar nos próximos dias para o sobrevoo histórico –momento em que nada pode dar errado. "Espero que a New Horizons seja lembrada como a missão que abriu a exploração de uma nova fronteira do Sistema Solar", diz o cientista Alan Stern, líder do projeto. Ele se refere ao cinturão de Kuiper –uma faixa localizada além da órbita de Netuno que abriga centenas de milhares de objetos. A maior parte deles é relativamente pequena e lembra cometas, com a diferença de que eles nunca chegam perto do Sol. Alguns, contudo, são tão grandes que podem até mesmo ser confundidos com planetas. Foi o que aconteceu com Plutão, descoberto por Clyde Tombaugh, em 1930. LONGA VIAGEM Até o lançamento da New Horizons, em janeiro de 2006, Plutão ainda era classificado como o nono planeta. Mas isso só durou até agosto daquele ano, quando a IAU (União Astronômica Internacional) criou a primeira definição oficial do termo "planeta". Pelos critérios adotados, Plutão acabou rebaixado à categoria de "planeta anão" –uma decisão que até hoje não é livre de controvérsias. O mais importante, contudo, é que, seja lá em que categoria o encaixemos, Plutão é um objeto cientificamente fascinante, que a humanidade conhecerá para valer com o sobrevoo da New Horizons. Com seus 2.300 km de diâmetro, ele não é lá muito grande –o menor dos planetas "oficiais", Mercúrio, tem mais que o dobro do tamanho. Em compensação, são cinco luas orbitando ao seu redor. Pelo menos que se saiba até agora. Durante a fase de aproximação, os cientistas têm estudado cuidadosamente as imagens enviadas pela sonda em busca de outros objetos. Não encontraram nada, o que traz consigo uma boa e uma má notícia. A má é que aparentemente não serão descobertas novas luas, ou anéis. A boa é que o caminho planejado originalmente para a sonda está livre. "Estamos dando um suspiro de alívio coletivo ao saber disso", disse Jim Green, diretor de ciência planetária da Nasa. A sonda está se aproximando a cerca de 1 milhão de km diários, e passará a apenas 12,5 mil km da superfície do planeta anão no dia 14. Após o sobrevoo, a sonda mergulhará nas profundezas do cinturão de Kuiper, de saída do Sistema Solar. Nem que a Nasa quisesse, a New Horizons não teria combustível suficiente para frear e se colocar em órbita. Isso significa que a espaçonave só terá uma chance para fazer suas observações mais próximas. Tudo tem que dar certo. Durante o sobrevoo, ela estará ocupada executando uma programação veloz e furiosa de coleta de dados, e só depois que o encontro estiver acabado ela entrará em contato com a Terra para transmiti-los. Neste momento, a New Horizons já está enxergando estranhas formações em sua superfície de Plutão. O planeta anão tem grandes variações de cor em sua superfície, e o tom geral é avermelhado. O que intriga é uma série de manchas com espaçamento regular que se revelou nas últimas imagens enviadas à Terra. "É um verdadeiro quebra-cabeça –não sabemos o que as manchas são e mal podemos esperar para descobrir", diz Stern. E esse é apenas um aperitivo. O prato principal virá mesmo na terça-feira da semana que vem.
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Ao menos 20 pessoas morreram de frio nos EUA nos últimos dias
Ao menos 20 pessoas morreram de frio nos Estados Unidos nos últimos dias, segundo o site "Weather Channel". O centro e o leste do país enfrentam uma massa de ar frio originária do Ártico que foi batizada como "Siberian Express". As mortes ocorreram nos Estados de Tennessee, Pensilvânia, Illinois, Indiana, Ohio e Kentucky. Na última semana, aulas foram suspensas e voos cancelados no país devido às condições climáticas. O Serviço Nacional de Meteorologia previu mais de 15 centímetros de neve para algumas regiões do Nordeste dos EUA na manhã de domingo. A próxima semana também será de baixas temperaturas no país.
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Ao menos 20 pessoas morreram de frio nos EUA nos últimos diasAo menos 20 pessoas morreram de frio nos Estados Unidos nos últimos dias, segundo o site "Weather Channel". O centro e o leste do país enfrentam uma massa de ar frio originária do Ártico que foi batizada como "Siberian Express". As mortes ocorreram nos Estados de Tennessee, Pensilvânia, Illinois, Indiana, Ohio e Kentucky. Na última semana, aulas foram suspensas e voos cancelados no país devido às condições climáticas. O Serviço Nacional de Meteorologia previu mais de 15 centímetros de neve para algumas regiões do Nordeste dos EUA na manhã de domingo. A próxima semana também será de baixas temperaturas no país.
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Jamais ceder
O governo enviou ao Congresso proposta de emenda à Constituição para limitar o crescimento do gasto. O objetivo é recolocar as contas públicas em ordem, tarefa árdua depois dos erros do PT. A percepção geral, correta, é que chegou a hora de mudar. Os gastos federais (sem contar os juros) encerraram 2015 em R$ 1,2 trilhão. O crescimento sobre 2014 foi de quase um ponto percentual acima da inflação. Nos últimos quatro mandatos presidenciais, as médias anuais de crescimento real da despesa foram: 3,3% (FHC-II); 7,5% (Lula-I); 9,4% (Lula-II) e 3,8% (Dilma-I). Como se vê, Lula mais do que dobrou a variação das despesas. Em seu segundo mandato, imprimiu ao gasto federal taxa ainda maior, que só se sustentou por causa do transitório crescimento econômico, fruto do aumento dos preços de commodities. Nada foi feito para reduzir o grau de rigidez do orçamento no período das vacas gordas. Ao contrário, os compromissos do governo só cresceram. Receitas temporárias se transformaram em gastos permanentes. A dívida pública poderá atingir 100% do PIB em 2020. Mal comparando, trata-se de um transatlântico. As manobras precisam ser iniciadas com muita antecedência. Não dá para dar uma virada como se pilotasse uma jangada. O ministro da Fazenda tem um desafio bem maior do que seu antecessor. Nestes quase 20 meses, transcorridos desde o início do segundo mandato, as coisas só pioraram: o PIB exibe queda estimada de 8% no acumulado de 2015 e 2016; a massa de salários real vai cair cerca de 11% e a indústria de transformação representará 10% do PIB, mesmo nível de 1947. Uma regressão sem precedentes. Com a atividade econômica em baixa, a receita cai, o que exige cortes crescentes da despesa. Por essa razão, o mais importante é ter um plano de voo e, em paralelo, tomar medidas mais emergenciais, que concedam ao país o tempo necessário para restaurar inteiramente a seriedade na gestão fiscal. O teto para o crescimento dos gastos é bem-vindo, mas insuficiente. Em 2015, o avanço inferior à média histórica só foi possível graças à contenção de gastos, mesmo incorporando pagamento de pedaladas. Os dispêndios com a folha salarial apresentaram queda real de 3,1%. Neste ano, já estamos começando com reajustes salariais. O investimento público, em 2015, despencou 35%, isso sem mencionar a postergação do pagamento do abono salarial. A verdade é que 14 rubricas do gasto estão sujeitas a regras de vinculação ou indexação. O sucesso do teto para o gasto depende do enfrentamento desse problema estrutural. Não basta dizer que o crescimento da despesa ficará limitado à inflação passada. Isso nunca ocorreu nos últimos 20 anos. Do lado das receitas, a elevação da Cide e a cessão de direitos creditórios da União (a chamada securitização da dívida ativa) precisam ser consideradas. Vender esses direitos renderia R$ 55 bilhões ao país, nos moldes do projeto de lei nº 204/2016, do então senador, hoje ministro das Relações Exteriores, José Serra. No campo estrutural, é preciso fixar idade mínima para aposentadoria, desindexar os benefícios sociais do reajuste do salário mínimo, cortar substancialmente os subsídios e as subvenções, interromper os reajustes salariais e as admissões de pessoal. Sem medidas duras, não sairemos do fundo do poço. O governo precisa deixar claro seu compromisso inarredável com o ajuste. "Jamais ceder, exceto a convicções de honra e bom senso" era o lema de Winston Churchill. Que seja esse o compromisso de Michel Temer. MAÍLSON DA NÓBREGA, economista, é sócio-diretor da consultoria Tendências. Foi ministro da Fazenda (governo José Sarney) FELIPE SALTO,economista, é professor na pós-graduação da FGV/EESP - Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas e coautor do livro "Finanças públicas: da Contabilidade Criativa ao Resgate da Credibilidade" (Record) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
opiniao
Jamais cederO governo enviou ao Congresso proposta de emenda à Constituição para limitar o crescimento do gasto. O objetivo é recolocar as contas públicas em ordem, tarefa árdua depois dos erros do PT. A percepção geral, correta, é que chegou a hora de mudar. Os gastos federais (sem contar os juros) encerraram 2015 em R$ 1,2 trilhão. O crescimento sobre 2014 foi de quase um ponto percentual acima da inflação. Nos últimos quatro mandatos presidenciais, as médias anuais de crescimento real da despesa foram: 3,3% (FHC-II); 7,5% (Lula-I); 9,4% (Lula-II) e 3,8% (Dilma-I). Como se vê, Lula mais do que dobrou a variação das despesas. Em seu segundo mandato, imprimiu ao gasto federal taxa ainda maior, que só se sustentou por causa do transitório crescimento econômico, fruto do aumento dos preços de commodities. Nada foi feito para reduzir o grau de rigidez do orçamento no período das vacas gordas. Ao contrário, os compromissos do governo só cresceram. Receitas temporárias se transformaram em gastos permanentes. A dívida pública poderá atingir 100% do PIB em 2020. Mal comparando, trata-se de um transatlântico. As manobras precisam ser iniciadas com muita antecedência. Não dá para dar uma virada como se pilotasse uma jangada. O ministro da Fazenda tem um desafio bem maior do que seu antecessor. Nestes quase 20 meses, transcorridos desde o início do segundo mandato, as coisas só pioraram: o PIB exibe queda estimada de 8% no acumulado de 2015 e 2016; a massa de salários real vai cair cerca de 11% e a indústria de transformação representará 10% do PIB, mesmo nível de 1947. Uma regressão sem precedentes. Com a atividade econômica em baixa, a receita cai, o que exige cortes crescentes da despesa. Por essa razão, o mais importante é ter um plano de voo e, em paralelo, tomar medidas mais emergenciais, que concedam ao país o tempo necessário para restaurar inteiramente a seriedade na gestão fiscal. O teto para o crescimento dos gastos é bem-vindo, mas insuficiente. Em 2015, o avanço inferior à média histórica só foi possível graças à contenção de gastos, mesmo incorporando pagamento de pedaladas. Os dispêndios com a folha salarial apresentaram queda real de 3,1%. Neste ano, já estamos começando com reajustes salariais. O investimento público, em 2015, despencou 35%, isso sem mencionar a postergação do pagamento do abono salarial. A verdade é que 14 rubricas do gasto estão sujeitas a regras de vinculação ou indexação. O sucesso do teto para o gasto depende do enfrentamento desse problema estrutural. Não basta dizer que o crescimento da despesa ficará limitado à inflação passada. Isso nunca ocorreu nos últimos 20 anos. Do lado das receitas, a elevação da Cide e a cessão de direitos creditórios da União (a chamada securitização da dívida ativa) precisam ser consideradas. Vender esses direitos renderia R$ 55 bilhões ao país, nos moldes do projeto de lei nº 204/2016, do então senador, hoje ministro das Relações Exteriores, José Serra. No campo estrutural, é preciso fixar idade mínima para aposentadoria, desindexar os benefícios sociais do reajuste do salário mínimo, cortar substancialmente os subsídios e as subvenções, interromper os reajustes salariais e as admissões de pessoal. Sem medidas duras, não sairemos do fundo do poço. O governo precisa deixar claro seu compromisso inarredável com o ajuste. "Jamais ceder, exceto a convicções de honra e bom senso" era o lema de Winston Churchill. Que seja esse o compromisso de Michel Temer. MAÍLSON DA NÓBREGA, economista, é sócio-diretor da consultoria Tendências. Foi ministro da Fazenda (governo José Sarney) FELIPE SALTO,economista, é professor na pós-graduação da FGV/EESP - Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas e coautor do livro "Finanças públicas: da Contabilidade Criativa ao Resgate da Credibilidade" (Record) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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'Ele vai fazer delação?', desconversa Janot sobre acusações de Delcídio
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não quis comentar nesta quinta-feira (3) o acordo de delação premiada com o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo. "Não sei nem se ele fez delação... Ele vai fazer?", ironizou. Questionado pela Folha sobre reportagem publicada pela revista "Istoé", o procurador disse que não discute "ato jornalístico, que não é jurídico". Ele afirmou, no entanto, que caberá à Procuradoria-Geral da República tomar o depoimento de Delcídio ou de outro parlamentar que venha a fechar acordo de delação na Lava Jato. Janot foi ao Palácio do Planalto para assistir à posse do novo ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva. Ao fim da cerimônia, o procurador entrou na fila de cumprimentos e deu um forte abraço no ministro José Eduardo Cardozo, que troca a pasta da Justiça pela Advocacia-Geral da União. Esquema Delcídio
poder
'Ele vai fazer delação?', desconversa Janot sobre acusações de DelcídioO procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não quis comentar nesta quinta-feira (3) o acordo de delação premiada com o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo. "Não sei nem se ele fez delação... Ele vai fazer?", ironizou. Questionado pela Folha sobre reportagem publicada pela revista "Istoé", o procurador disse que não discute "ato jornalístico, que não é jurídico". Ele afirmou, no entanto, que caberá à Procuradoria-Geral da República tomar o depoimento de Delcídio ou de outro parlamentar que venha a fechar acordo de delação na Lava Jato. Janot foi ao Palácio do Planalto para assistir à posse do novo ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva. Ao fim da cerimônia, o procurador entrou na fila de cumprimentos e deu um forte abraço no ministro José Eduardo Cardozo, que troca a pasta da Justiça pela Advocacia-Geral da União. Esquema Delcídio
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Oposição acusa Mianmar de atrasar divulgação de resultado eleitoral
Mianmar permanece em um limbo pós-pleito nesta terça-feira (10) com a demora na divulgação dos resultados da eleição do último domingo. O atraso gera preocupação entre as lideranças do partido oposicionista de Aung San Suu Kyi, a Liga Nacional pela Democracia (NLD), cujo porta-voz Win Tien afirmou à imprensa que a comissão eleitoral "atrasa intencionalmente [a divulgação dos resultados] porque talvez queiram 'dar um truque'". "Não faz sentido que divulguem o resultado pouco a pouco. Não deveria ser assim", disse Win a repórteres em um encontro na casa de Suu Kyi. "Estão tentando ser desonestos". Em uma entrevista à BBC, Suu Kyi afirmou que a NLD espera ter vencido 75% das cadeiras do parlamento, de um total de 664. A Comissão Unida de Eleição anunciou os resultados para apenas 88 assentos, nos quais 78 seriam do partido oposicionista e cinco para o partido dominante. O governo birmanês não deu explicações para a demora. A acusação surge após expectativas de que o partido de situação, que controla o governo, aceitaria os resultados do pleito de domingo. A junta militar, que convocou eleições pela primeira vez desde 1990, depois de 28 anos no poder, não reconheceu, à época, o resultado favorável à NLD. Suu Kyi passou anos em prisão domiciliar nesse período. Com as intensas pressões internacionais após se tornar um país pária no sudeste asiático, a junta finalmente cedeu o poder em uma transição coreografada para a democracia e foi substituída, em 2011, pelo Partido para o Desenvolvimento e União Solidária, composto em grande medida por antigos membros da junta. O governo, que continua no poder dos militares, é liderado pelo presidente Thein Sein, antigo general que recebeu elogios por iniciar reformas políticas e econômicas para encerrar o isolamento de Mianmar e levantar sua claudicante economia. Na entrevista à BBC, Suu Kyi foi questionada sobre a possibilidade de que o resultado das eleições ocasione a mesma reação que em 1990. "Eles vêm dizendo repetidamente que vão respeitar a vontade do povo e implementar o que for decidido na eleição", afirmou. A líder oposicionista também afirmou que o povo é muito mais ciente das questões do país do que há 25 anos. "Os tempos são outros, as pessoas são outras, muito mais alertas ao que acontece ao seu redor. E, claro, há uma revolução de comunicação, o que fez uma grande diferença. Todos podem ir à internet e informar aos outros o que está acontecendo, e é tão mais difícil para aqueles que querem se envolver em irregularidades ou não pagar por isso", afirmou. Observadores também acreditam que os militarem têm pouco a ganhar com uma nova interferência, porque, mesmo por meio das reformas pela democracia, o lugar deles já está garantido constitucionalmente. Por exemplo, não importa quem forme governo, os militares mantêm controle dos ministérios da defesa, interior e segurança de fronteiras. Controla também setores da economia, além de poder bloquear emendas constitucionais, já que 25% dos assentos no Parlamento são reservados a eles e qualquer emenda requer mais de 75% para aprovação. Se o NLD garantir uma maioria de dois terços no Parlamento, o que é possível, ganharia controle sobre os postos executivos no complicado sistema parlamentar-presidencialista de Mianmar. Os militares e os maiores partidos nas Câmaras Alta e Baixa vão indicar um candidato à presidente. Depois de 31 de janeiro, os 664 parlamentares participam de uma votação para eleger o mandatário. Os segundo e terceiro lugares na votação tomam posse como vice-presidentes. Uma grande maioria no Parlamento permite que o NLD conquiste a presidência e uma das vagas de vice. Com a presidência e a maioria no Parlamento, o NLD consegue determinar os rumos do país na legislação, política econômica e relações exteriores. Porém, uma provisão constitucional impede que uma pessoa com marido ou filhos estrangeiros seja elegível ao cargo de presidente e vice, o que significa que Suu Kyi, de 70 anos, não pode concorrer a estes cargos. Suu Kyi já afirmou, porém, que vai agir como a líder do país se o NLD conquistar a presidência, afirmando que "estará acima do presidente". Monitores internacionais elogiaram o pleito do domingo, mas apontaram que mais reformas devem ser feitas até que se alcance uma democracia plena. "Mianmar certamente está em uma trajetória positiva rumo a uma transição democrática", afirmou Mary Robinson, do Centro Carter para o monitoramento de eleições, dirigido pelo neto do ex-presidente norte-americano Jimmy Carter. Mostrando a reverência que muitos birmaneses têm por Suu Kyi, uma senhora na faixa dos 70 anos foi à sua casa nesta terça-feira para presenteá-la com um broche de ouro e rubi, no formato do mapa do país. Htay Htay Aye disse aos repórteres que manteve "este broche por mais de 40 anos, mas é hora de Suu Kyi usá-lo. É um presente por sua vitória". Suu Kyi estava em uma reunião e não conseguiu conhecê-la. "Mas deixei o presente. Não é porque somos amigas, mas porque a respeito", disse.
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Oposição acusa Mianmar de atrasar divulgação de resultado eleitoralMianmar permanece em um limbo pós-pleito nesta terça-feira (10) com a demora na divulgação dos resultados da eleição do último domingo. O atraso gera preocupação entre as lideranças do partido oposicionista de Aung San Suu Kyi, a Liga Nacional pela Democracia (NLD), cujo porta-voz Win Tien afirmou à imprensa que a comissão eleitoral "atrasa intencionalmente [a divulgação dos resultados] porque talvez queiram 'dar um truque'". "Não faz sentido que divulguem o resultado pouco a pouco. Não deveria ser assim", disse Win a repórteres em um encontro na casa de Suu Kyi. "Estão tentando ser desonestos". Em uma entrevista à BBC, Suu Kyi afirmou que a NLD espera ter vencido 75% das cadeiras do parlamento, de um total de 664. A Comissão Unida de Eleição anunciou os resultados para apenas 88 assentos, nos quais 78 seriam do partido oposicionista e cinco para o partido dominante. O governo birmanês não deu explicações para a demora. A acusação surge após expectativas de que o partido de situação, que controla o governo, aceitaria os resultados do pleito de domingo. A junta militar, que convocou eleições pela primeira vez desde 1990, depois de 28 anos no poder, não reconheceu, à época, o resultado favorável à NLD. Suu Kyi passou anos em prisão domiciliar nesse período. Com as intensas pressões internacionais após se tornar um país pária no sudeste asiático, a junta finalmente cedeu o poder em uma transição coreografada para a democracia e foi substituída, em 2011, pelo Partido para o Desenvolvimento e União Solidária, composto em grande medida por antigos membros da junta. O governo, que continua no poder dos militares, é liderado pelo presidente Thein Sein, antigo general que recebeu elogios por iniciar reformas políticas e econômicas para encerrar o isolamento de Mianmar e levantar sua claudicante economia. Na entrevista à BBC, Suu Kyi foi questionada sobre a possibilidade de que o resultado das eleições ocasione a mesma reação que em 1990. "Eles vêm dizendo repetidamente que vão respeitar a vontade do povo e implementar o que for decidido na eleição", afirmou. A líder oposicionista também afirmou que o povo é muito mais ciente das questões do país do que há 25 anos. "Os tempos são outros, as pessoas são outras, muito mais alertas ao que acontece ao seu redor. E, claro, há uma revolução de comunicação, o que fez uma grande diferença. Todos podem ir à internet e informar aos outros o que está acontecendo, e é tão mais difícil para aqueles que querem se envolver em irregularidades ou não pagar por isso", afirmou. Observadores também acreditam que os militarem têm pouco a ganhar com uma nova interferência, porque, mesmo por meio das reformas pela democracia, o lugar deles já está garantido constitucionalmente. Por exemplo, não importa quem forme governo, os militares mantêm controle dos ministérios da defesa, interior e segurança de fronteiras. Controla também setores da economia, além de poder bloquear emendas constitucionais, já que 25% dos assentos no Parlamento são reservados a eles e qualquer emenda requer mais de 75% para aprovação. Se o NLD garantir uma maioria de dois terços no Parlamento, o que é possível, ganharia controle sobre os postos executivos no complicado sistema parlamentar-presidencialista de Mianmar. Os militares e os maiores partidos nas Câmaras Alta e Baixa vão indicar um candidato à presidente. Depois de 31 de janeiro, os 664 parlamentares participam de uma votação para eleger o mandatário. Os segundo e terceiro lugares na votação tomam posse como vice-presidentes. Uma grande maioria no Parlamento permite que o NLD conquiste a presidência e uma das vagas de vice. Com a presidência e a maioria no Parlamento, o NLD consegue determinar os rumos do país na legislação, política econômica e relações exteriores. Porém, uma provisão constitucional impede que uma pessoa com marido ou filhos estrangeiros seja elegível ao cargo de presidente e vice, o que significa que Suu Kyi, de 70 anos, não pode concorrer a estes cargos. Suu Kyi já afirmou, porém, que vai agir como a líder do país se o NLD conquistar a presidência, afirmando que "estará acima do presidente". Monitores internacionais elogiaram o pleito do domingo, mas apontaram que mais reformas devem ser feitas até que se alcance uma democracia plena. "Mianmar certamente está em uma trajetória positiva rumo a uma transição democrática", afirmou Mary Robinson, do Centro Carter para o monitoramento de eleições, dirigido pelo neto do ex-presidente norte-americano Jimmy Carter. Mostrando a reverência que muitos birmaneses têm por Suu Kyi, uma senhora na faixa dos 70 anos foi à sua casa nesta terça-feira para presenteá-la com um broche de ouro e rubi, no formato do mapa do país. Htay Htay Aye disse aos repórteres que manteve "este broche por mais de 40 anos, mas é hora de Suu Kyi usá-lo. É um presente por sua vitória". Suu Kyi estava em uma reunião e não conseguiu conhecê-la. "Mas deixei o presente. Não é porque somos amigas, mas porque a respeito", disse.
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Série brasileira explora mundo nerd com personagens à la 'Malhação'
Milhões de seguidores na internet, porém, anônimo na fila da padaria. Fruto de uma geração que já sai da maternidade com uma "@" nas redes sociais e que conquista um império virtual pouco após largar as fraldas, mas cresce sem traquejo para a vida social. A chegada da geração Z à fase adulta é o mote de "Quero Ter 1 Milhão de Amigos" (#QT1MA), sitcom da produtora Mira Filmes —encabeçada pela apresentadora e cineasta Marina Person— que estreia nesta quinta-feira (1º), na Warner. Com 13 episódios de 30 minutos, exibidos sempre às 20h, a série acompanha a dualidade da webcelebridade Érico (Victor Mendes), "vlogger" popular na internet e a personificação do fracasso na mundo real. Um nerd convicto, viciado em "League of Legends" e em HQs de super-heróis, Érico é uma versão "Malhação" de Sheldon Cooper —personagem de Jim Parsons na série "The Big Bang Theory"—, sem a genialidade no campo da física. Tem seus amigos nerds, frequenta ambientes nerds e usa roupas com estampas de jogos de computador, mas não pensa em trabalhar ou estudar. "O plano original era fazer algo documental, numa pegada de reality show", diz o diretor Gustavo Rosa de Moura. "Queríamos acompanhar as vidas de pessoas populares na web, mas que são tímidas na vida real. Percebemos que o resultado não ficaria bom e partimos para a ficção." "The Big Bang Theory", "Friends" e "Seinfeld" são inspirações confessas dos roteiristas e perceptíveis nos primeiros minutos do primeiro episódio. O texto vai pelo caminho da comédia de cotidiano, apoiado em um grupo de personagens estereotipados e que provoca, ainda que indiretamente, a identificação da audiência com algumas situações vividas pelo protagonista e seus amigos desajeitados. "Tivemos o cuidado de perceber se estávamos rindo dos personagens ou com os personagens", disse o roteirista Bernardo Barcellos. "Não queremos ridicularizar os nerds, até porque boa parte da equipe de criação da série pertence a esse universo." Os amigos do protagonista são os responsáveis pela comicidade da história. Du Metal (Francisco Guarnieri) é o "Chaves" da série. Ninguém sabe onde ele mora, quem são seus pais e o que ele faz para sobreviver, mas está sempre presente na vida de Érico. E Bruno Alves (Rodrigo Pavon) é um jovem de alma idosa, que diverte por ser ranzinza, metódico e pessimista. Completam o elenco principal Verônica (Chris Couto) e Marcelo (Pedro Costa), mãe e irmão bem-sucedido de Fábio, e Natara (Bella Marcatti), uma celebridade do Twitter. Teaser de #QT1MA DA TV ABERTA PARA A TV PAGA Produzida com incentivo do Fundo Setorial de Audiovisual (FSA), estimado em aproximadamente R$ 1,2 milhão, "Quero Ter 1 Milhão de Amigos" foi criada originalmente para a TV Cultura, com a abertura de uma janela para a TV a cabo. Mas a atual crise da emissora dizimou o departamento responsável pela coordenação dos projetos vindos da FSA e a sitcom foi engavetada e não há, segundo o próprio canal, previsão para a exibição. Como o período de exclusividade expirou, a série encontrou a chance de ir ao ar na TV paga. O grupo Turner comprou os direitos de exibição e planejou a inserção na grade do TBS, mas revisou o material e preferiu integrá-lo ao canal Warner. "Não sabemos se a Cultura voltará a dar atenção para a nossa série e percebemos que não somos prioridade deles", comenta Moura. "Mas estamos muito felizes em estrear em um horário bacana na programação da Warner."
ilustrada
Série brasileira explora mundo nerd com personagens à la 'Malhação'Milhões de seguidores na internet, porém, anônimo na fila da padaria. Fruto de uma geração que já sai da maternidade com uma "@" nas redes sociais e que conquista um império virtual pouco após largar as fraldas, mas cresce sem traquejo para a vida social. A chegada da geração Z à fase adulta é o mote de "Quero Ter 1 Milhão de Amigos" (#QT1MA), sitcom da produtora Mira Filmes —encabeçada pela apresentadora e cineasta Marina Person— que estreia nesta quinta-feira (1º), na Warner. Com 13 episódios de 30 minutos, exibidos sempre às 20h, a série acompanha a dualidade da webcelebridade Érico (Victor Mendes), "vlogger" popular na internet e a personificação do fracasso na mundo real. Um nerd convicto, viciado em "League of Legends" e em HQs de super-heróis, Érico é uma versão "Malhação" de Sheldon Cooper —personagem de Jim Parsons na série "The Big Bang Theory"—, sem a genialidade no campo da física. Tem seus amigos nerds, frequenta ambientes nerds e usa roupas com estampas de jogos de computador, mas não pensa em trabalhar ou estudar. "O plano original era fazer algo documental, numa pegada de reality show", diz o diretor Gustavo Rosa de Moura. "Queríamos acompanhar as vidas de pessoas populares na web, mas que são tímidas na vida real. Percebemos que o resultado não ficaria bom e partimos para a ficção." "The Big Bang Theory", "Friends" e "Seinfeld" são inspirações confessas dos roteiristas e perceptíveis nos primeiros minutos do primeiro episódio. O texto vai pelo caminho da comédia de cotidiano, apoiado em um grupo de personagens estereotipados e que provoca, ainda que indiretamente, a identificação da audiência com algumas situações vividas pelo protagonista e seus amigos desajeitados. "Tivemos o cuidado de perceber se estávamos rindo dos personagens ou com os personagens", disse o roteirista Bernardo Barcellos. "Não queremos ridicularizar os nerds, até porque boa parte da equipe de criação da série pertence a esse universo." Os amigos do protagonista são os responsáveis pela comicidade da história. Du Metal (Francisco Guarnieri) é o "Chaves" da série. Ninguém sabe onde ele mora, quem são seus pais e o que ele faz para sobreviver, mas está sempre presente na vida de Érico. E Bruno Alves (Rodrigo Pavon) é um jovem de alma idosa, que diverte por ser ranzinza, metódico e pessimista. Completam o elenco principal Verônica (Chris Couto) e Marcelo (Pedro Costa), mãe e irmão bem-sucedido de Fábio, e Natara (Bella Marcatti), uma celebridade do Twitter. Teaser de #QT1MA DA TV ABERTA PARA A TV PAGA Produzida com incentivo do Fundo Setorial de Audiovisual (FSA), estimado em aproximadamente R$ 1,2 milhão, "Quero Ter 1 Milhão de Amigos" foi criada originalmente para a TV Cultura, com a abertura de uma janela para a TV a cabo. Mas a atual crise da emissora dizimou o departamento responsável pela coordenação dos projetos vindos da FSA e a sitcom foi engavetada e não há, segundo o próprio canal, previsão para a exibição. Como o período de exclusividade expirou, a série encontrou a chance de ir ao ar na TV paga. O grupo Turner comprou os direitos de exibição e planejou a inserção na grade do TBS, mas revisou o material e preferiu integrá-lo ao canal Warner. "Não sabemos se a Cultura voltará a dar atenção para a nossa série e percebemos que não somos prioridade deles", comenta Moura. "Mas estamos muito felizes em estrear em um horário bacana na programação da Warner."
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Rios que 'servem' o sistema Cantareira também podem ter captação reduzida
Na tentativa de levar mais água para o sistema Cantareira, a captação por indústrias, empresas de saneamento e agricultores (para irrigação) nos rios de Minas Gerais responsáveis por abastecer os reservatórios também sofrerá restrição. A medida será praticamente a mesma adotada no mês passado para os rios Jaguari, Atibaia e Camanducaia, nas bacias dos rios PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), no Estado de São Paulo. A norma restringe a captação para 20% (empresas de abastecimento público) e 30% (indústria e irrigação) toda vez que a vazão dos rios caírem. Ainda nesta semana, a ANA (Agência Nacional de Águas) e o Igam (Instituto Mineiro de Gestão de Águas), ligado à Semad (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) de Minas Gerais, devem publicar uma resolução conjunta para estabelecer as regras de restrição. Segundo o Consórcio PCJ, entre os rios atingidos devem estar o Camanducaia, o Jaguari, o Jacareí, o Cachoeirinha e o Atibainha. A medida será nos trechos dos rios das cidades mineiras de Extrema, Camanducaia, Toledo, Sapucaí-Mirim e Itapeva. O sistema Cantareira, operado pela Sabesp, abastece cerca de 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo. Parte da água dos reservatórios é destinada a rios das bacias PCJ, que atendem uma área da região metropolitana de Campinas, que tem 2,9 milhões de habitantes. A direção da ANA informou, por meio de assessoria, que a resolução deve sair nesta semana após assinaturas de representantes do governo mineiro. O Igam não respondeu aos questionamentos da reportagem até as 20h desta segunda-feira (2).
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Rios que 'servem' o sistema Cantareira também podem ter captação reduzidaNa tentativa de levar mais água para o sistema Cantareira, a captação por indústrias, empresas de saneamento e agricultores (para irrigação) nos rios de Minas Gerais responsáveis por abastecer os reservatórios também sofrerá restrição. A medida será praticamente a mesma adotada no mês passado para os rios Jaguari, Atibaia e Camanducaia, nas bacias dos rios PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), no Estado de São Paulo. A norma restringe a captação para 20% (empresas de abastecimento público) e 30% (indústria e irrigação) toda vez que a vazão dos rios caírem. Ainda nesta semana, a ANA (Agência Nacional de Águas) e o Igam (Instituto Mineiro de Gestão de Águas), ligado à Semad (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) de Minas Gerais, devem publicar uma resolução conjunta para estabelecer as regras de restrição. Segundo o Consórcio PCJ, entre os rios atingidos devem estar o Camanducaia, o Jaguari, o Jacareí, o Cachoeirinha e o Atibainha. A medida será nos trechos dos rios das cidades mineiras de Extrema, Camanducaia, Toledo, Sapucaí-Mirim e Itapeva. O sistema Cantareira, operado pela Sabesp, abastece cerca de 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo. Parte da água dos reservatórios é destinada a rios das bacias PCJ, que atendem uma área da região metropolitana de Campinas, que tem 2,9 milhões de habitantes. A direção da ANA informou, por meio de assessoria, que a resolução deve sair nesta semana após assinaturas de representantes do governo mineiro. O Igam não respondeu aos questionamentos da reportagem até as 20h desta segunda-feira (2).
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Agente de segurança derruba fotógrafo em comício de Donald Trump
O fotógrafo da revista "Time" Christopher Morris foi derrubado nesta segunda-feira (29) por um membro do serviço de segurança em um comício do pré-candidato republicano Donald Trump. Parte da agressão foi filmada. De acordo com vários vídeos do incidente transmitidos no Twitter e Instagram, Christopher Morris estava em Radford (Virginia), junto à corda que define o espaço de imprensa, quando manifestantes que interromperam o comício estavam sendo retirados. Um funcionário da segurança, que, segundo a rede CBS, é um membro do serviço secreto encarregado de proteger personalidades, pediu ao fotógrafo que ficasse atrás da cerca. O fotógrafo teria então insultado o agente, que o pegou então pelo pescoço e jogou-o ao chão. Um outro vídeo mostra o fotógrafo levantando-se e tentando alcançar o pescoço do agente. Em seguida ele é retirado do local. "Saí um metro e meio da área de imprensa e ele me pegou pelo pescoço, começou a me estrangular e me jogou no chão", disse Morris a um repórter da CNN. Donald Trump, Hillary Clinton e Bernie Sanders são protegidos por um contingente de policiais do serviço secreto. Eles servem como guarda-costas de candidatos, mas também monitoram a segurança e o acesso em todos os movimentos dos candidatos, com o apoio das forças policiais locais.
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Agente de segurança derruba fotógrafo em comício de Donald TrumpO fotógrafo da revista "Time" Christopher Morris foi derrubado nesta segunda-feira (29) por um membro do serviço de segurança em um comício do pré-candidato republicano Donald Trump. Parte da agressão foi filmada. De acordo com vários vídeos do incidente transmitidos no Twitter e Instagram, Christopher Morris estava em Radford (Virginia), junto à corda que define o espaço de imprensa, quando manifestantes que interromperam o comício estavam sendo retirados. Um funcionário da segurança, que, segundo a rede CBS, é um membro do serviço secreto encarregado de proteger personalidades, pediu ao fotógrafo que ficasse atrás da cerca. O fotógrafo teria então insultado o agente, que o pegou então pelo pescoço e jogou-o ao chão. Um outro vídeo mostra o fotógrafo levantando-se e tentando alcançar o pescoço do agente. Em seguida ele é retirado do local. "Saí um metro e meio da área de imprensa e ele me pegou pelo pescoço, começou a me estrangular e me jogou no chão", disse Morris a um repórter da CNN. Donald Trump, Hillary Clinton e Bernie Sanders são protegidos por um contingente de policiais do serviço secreto. Eles servem como guarda-costas de candidatos, mas também monitoram a segurança e o acesso em todos os movimentos dos candidatos, com o apoio das forças policiais locais.
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Senador que liderou golpe no Haiti é preso sob suspeita de tráfico de drogas
O senador eleito haitiano Guy Philippe, que liderou um golpe armado em 2004 e é suspeito de tráfico de drogas pelas autoridades dos EUA, foi preso nesta quinta (5) em Porto Príncipe, informou a polícia. Philippe, eleito em novembro, participava de um programa em uma rádio privada quando policiais fortemente armados da brigada de luta contra o tráfico de drogas se situaram diante da estação e dispararam para o ar várias vezes. O homem saiu do edifício cercado por agentes e com as mãos algemadas nas costas. Um porta-voz da polícia confirmou a prisão, mas não informou sob qual acusação Philippe havia sido detido. De acordo com uma rádio local, havia um processo de extradição aos Estados Unidos em andamento e o senador foi levado ainda na quinta-feira ao aeroporto da capital. Esta última informação foi confirmada à agência de notícias AFP por um legislador haitiano sob condição de anonimato. O jornal "Miami Herald" informou que Philippe —próximo ao novo presidente eleito haitiano, Jovenel Moise— foi extraditado para os EUA entregue a agentes da DEA, agência antidrogas americana, que o busca desde 2005. HISTÓRICO O controverso Philippe, eleito senador pelo departamento de Grande Anse, se tornou conhecido em 2004 ao liderar uma rebelião armada que provocou a saída precipitada do então presidente Jean-Bertrand Aristide. O escritório de assuntos criminais da polícia nacional do Haiti concluiu em julho que o candidato era autor intelectual de um ataque lançado em maio contra uma delegacia da cidade de Les Cayes, no sul do país, algo que Philippe sempre negou. Sua prisão motivou a revolta dos parlamentares, que denunciaram uma detenção que consideraram ilegal. Philippe estava protegido de toda perseguição durante a campanha eleitoral, mas não é mais assim. A Constituição do Haiti afirma que um parlamentar conta com imunidade somente depois que prestar juramento ao seu cargo, passo previsto em cerimônia marcada para a próxima segunda-feira (9).
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Senador que liderou golpe no Haiti é preso sob suspeita de tráfico de drogasO senador eleito haitiano Guy Philippe, que liderou um golpe armado em 2004 e é suspeito de tráfico de drogas pelas autoridades dos EUA, foi preso nesta quinta (5) em Porto Príncipe, informou a polícia. Philippe, eleito em novembro, participava de um programa em uma rádio privada quando policiais fortemente armados da brigada de luta contra o tráfico de drogas se situaram diante da estação e dispararam para o ar várias vezes. O homem saiu do edifício cercado por agentes e com as mãos algemadas nas costas. Um porta-voz da polícia confirmou a prisão, mas não informou sob qual acusação Philippe havia sido detido. De acordo com uma rádio local, havia um processo de extradição aos Estados Unidos em andamento e o senador foi levado ainda na quinta-feira ao aeroporto da capital. Esta última informação foi confirmada à agência de notícias AFP por um legislador haitiano sob condição de anonimato. O jornal "Miami Herald" informou que Philippe —próximo ao novo presidente eleito haitiano, Jovenel Moise— foi extraditado para os EUA entregue a agentes da DEA, agência antidrogas americana, que o busca desde 2005. HISTÓRICO O controverso Philippe, eleito senador pelo departamento de Grande Anse, se tornou conhecido em 2004 ao liderar uma rebelião armada que provocou a saída precipitada do então presidente Jean-Bertrand Aristide. O escritório de assuntos criminais da polícia nacional do Haiti concluiu em julho que o candidato era autor intelectual de um ataque lançado em maio contra uma delegacia da cidade de Les Cayes, no sul do país, algo que Philippe sempre negou. Sua prisão motivou a revolta dos parlamentares, que denunciaram uma detenção que consideraram ilegal. Philippe estava protegido de toda perseguição durante a campanha eleitoral, mas não é mais assim. A Constituição do Haiti afirma que um parlamentar conta com imunidade somente depois que prestar juramento ao seu cargo, passo previsto em cerimônia marcada para a próxima segunda-feira (9).
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Pesquisador encontra poema de Cecilia Meireles sobre mulheres de Portugal
Há quase 85 anos, no dia 31 de outubro de 1931, a jovem poeta Cecilia Meireles (que, à época, assinava como Meirelles) publicou, na revista "Lusitania", o poema "Rimance das Donas de Portugal". O texto, em que ela exalta as mulheres portuguesas, famosas (como D. Joana ou Madalena de Vilhena) e anônimas, ficou esquecido até recentemente, quando foi garimpado pelo pesquisador da Unesp (Universidade Estadual Paulista 'Júlio de Mesquita Filho') Ulisses Infante, como informado nesta terça (8) pelo jornal "O Estado de S.Paulo". "Eu fazia uma pesquisa na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional sobre a relação da Cecilia com Portugal e encontrei esse poema numa revista de nicho", afirma ele à Folha. "Tive a sensação de que nunca tinha lido ele antes e, realmente, não foi publicado em nenhum outro lugar além da própria revista." A "Lusitania" era editada no Brasil por imigrantes portugueses. Para ele, "Rimance" não é um texto de grande impacto no conjunto da obra de Cecilia, sendo uma obra de transição. "Nele, ela está num momento em que parece estar repensando os parâmetros", diz Infante. O achado, entretanto, joga luz, segundo o pesquisador, num aspecto pouco explorado da escritora, por ser seu primeiro poema narrativo —"é a primeira vez que ela usa 'rimance' para falar de um poema, o que diz muita coisa, pensando que ela publicaria em 1953 o 'Romanceiro da Inconfidência'", diz. Este livro é considerado uma das principais, senão a principal obra da poeta modernista, e brinca com o gênero do romance transmutado em poesia. "Rimance" é também um "poema de circunstância", ou seja, um texto encomendado para a autora. No caso, por uma associação de imigrantes portugueses do Rio, para um evento beneficente que visava arrecadar fundos para os expatriados desempregados. Segundo Infante, esse tipo de poema mostra a aproximação de Cecilia, tida muitas vezes como uma poeta mais ligada ao passado, que "dialoga com os mortos", à sociabilidade da poesia. "Para ela, isso é uma aproximação entre erudito e popular, ela gosta de ler poesia em público, por exemplo." Ainda que a temática do poema fosse feminina, o pesquisador diz que a carioca descendente de açoriana não se identificaria como feminista. "Ela teve inclusive brigas com feministas na época", diz. Apesar disso, define Cecilia como defensora dos direitos das mulheres. "Mas ela gostava de ser independente, vivia reafirmando essa independência de escolas, por isso hesito em dizer que pertencia ao feminismo."
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Pesquisador encontra poema de Cecilia Meireles sobre mulheres de PortugalHá quase 85 anos, no dia 31 de outubro de 1931, a jovem poeta Cecilia Meireles (que, à época, assinava como Meirelles) publicou, na revista "Lusitania", o poema "Rimance das Donas de Portugal". O texto, em que ela exalta as mulheres portuguesas, famosas (como D. Joana ou Madalena de Vilhena) e anônimas, ficou esquecido até recentemente, quando foi garimpado pelo pesquisador da Unesp (Universidade Estadual Paulista 'Júlio de Mesquita Filho') Ulisses Infante, como informado nesta terça (8) pelo jornal "O Estado de S.Paulo". "Eu fazia uma pesquisa na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional sobre a relação da Cecilia com Portugal e encontrei esse poema numa revista de nicho", afirma ele à Folha. "Tive a sensação de que nunca tinha lido ele antes e, realmente, não foi publicado em nenhum outro lugar além da própria revista." A "Lusitania" era editada no Brasil por imigrantes portugueses. Para ele, "Rimance" não é um texto de grande impacto no conjunto da obra de Cecilia, sendo uma obra de transição. "Nele, ela está num momento em que parece estar repensando os parâmetros", diz Infante. O achado, entretanto, joga luz, segundo o pesquisador, num aspecto pouco explorado da escritora, por ser seu primeiro poema narrativo —"é a primeira vez que ela usa 'rimance' para falar de um poema, o que diz muita coisa, pensando que ela publicaria em 1953 o 'Romanceiro da Inconfidência'", diz. Este livro é considerado uma das principais, senão a principal obra da poeta modernista, e brinca com o gênero do romance transmutado em poesia. "Rimance" é também um "poema de circunstância", ou seja, um texto encomendado para a autora. No caso, por uma associação de imigrantes portugueses do Rio, para um evento beneficente que visava arrecadar fundos para os expatriados desempregados. Segundo Infante, esse tipo de poema mostra a aproximação de Cecilia, tida muitas vezes como uma poeta mais ligada ao passado, que "dialoga com os mortos", à sociabilidade da poesia. "Para ela, isso é uma aproximação entre erudito e popular, ela gosta de ler poesia em público, por exemplo." Ainda que a temática do poema fosse feminina, o pesquisador diz que a carioca descendente de açoriana não se identificaria como feminista. "Ela teve inclusive brigas com feministas na época", diz. Apesar disso, define Cecilia como defensora dos direitos das mulheres. "Mas ela gostava de ser independente, vivia reafirmando essa independência de escolas, por isso hesito em dizer que pertencia ao feminismo."
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Escolas temem que reforma no ensino leve a avanço conservador na Polônia
Desde que Ewa Korulska inaugurou a escola média de Startowa, como diretora, em 2007, seu objetivo era torná-la um modelo para a educação na Polônia. Agora, a escola localizada em um subúrbio de Varsóvia pode ser varrida como parte de reformas educacionais planejadas pelas autoridades que levam a guerra cultural entre o governo conservador da Polônia e seus críticos às escolas do país. Escolas médias como Startowa, que atendem a alunos de entre 13 e 16 anos, seriam abolidas, nos termos da reforma, mas Korulska e muitos educadores têm preocupações mais amplas. Eles afirmam que as mudanças planejadas, que incluem carga horária menor para as ciências e um período mais curto de educação compulsória, deixarão as crianças mal preparadas para os empregos e a vida modernos. "O que está acontecendo é desastroso", diz Korulska, cuja escola bem iluminada e moderna tem paredes decoradas com fotos dos alunos. "O currículo atual não era perfeito. Mas o que vemos é como se alguém que tem um buraco no telhado decidisse que o melhor é demolir a casa, em vez de consertá-lo, e depois fica sem ter onde morar". Muita gente na hierarquia da educação teme que a reforma seja parte da "contrarrevolução cultural" promovida por Jaroslaw Kaczynski, presidente do Lei e Justiça, o partido governista. O objetivo é promover o recuo do liberalismo social surgido desde o colapso do comunismo e da adesão da Polônia à União Europeia, devolvendo o país às suas raízes mais católicas e conservadoras. Como muitos professores e acadêmicos, Korulska se preocupa com a possibilidade de que os planos do governo para que as escolas dediquem muito mais tempo a lições de história, e para que elas redefinam o currículo da disciplina, tenham por objetivo criar um "polonês novo". "Tenho medo de que [as reformas] façam das crianças pequenos nacionalistas, em lugar de patriotas", ela diz. "O objetivo é criar um ser humano obediente, xenófobo, tradicionalista, extremamente católico, desprovido de quaisquer valores europeus". Os planos para as escolas se tornaram o principal motivo de choques entre os governo e seus oponentes desde que imensas manifestações de mulheres, em outubro, forçaram o governo a abandonar seus planos de impor proibição quase total a abortos. O poderoso sindicato dos professores está planejando uma greve nacional para março e apela —com apoio dos partidos de oposição— por um referendo sobre as propostas. Estudantes estão realizando manifestações de protesto em diversas cidades, na quarta-feira, em parte contra os planos para a educação. Mateusz Kijowski, presidente do Comitê pela Defesa da Democracia, que organizou grandes manifestações antigovernamentais, diz que o Lei e Justiça deseja "criar o 'seu' homem, dedicado ao partido, que não ouça a ciência e os fatos e seja só um crente". O governo está revertendo uma reforma de 1999, que aboliu um sistema de educação em dois estágios que datava da era comunista, com oito anos de educação básica iniciados aos sete anos de idade e mais quatro ou cinco anos em uma escola secundária profissionalizante ou acadêmica. As mudanças de 1999 criaram um terceiro estágio, estendendo o período básico de estudo por um ano, com seis anos de ensino básico, três de ensino médio e três ou quatro de ensino secundário. O Ministério da Educação da Polônia disse ao "Financial Times" que as reformas de 1999 e as escolas médias "encontraram reação negativa da maior parte da sociedade e simplesmente não funcionaram", no que tange a melhorar a educação. Especialistas em educação dizem que a Polônia na verdade avançou de modo impressionante nos testes Pisa internacionais para estudantes de 15 anos, entre 2000 e 2012, subindo de abaixo da média nas três matérias testadas para um dos 10 primeiros postos do ranking em leitura e ciências, e para o 13º posto em matemática em 2012. Entre 2012 e 2015, os resultados do país pioraram um pouco, ainda que os poloneses tenham continuado na porção superior do ranking. Abolir as escolas médias custará empregos aos 684 mil professores do país. Mas Slawomir Broniarz, presidente do Sindicato Nacional dos Professores da Polônia, disse que o maior problema é o novo "e embaraçoso" currículo. "Isso não é a Polônia do século 21". Os professores alertam que reduzir a duração da educação obrigatória vai gerar resultados piores e adiantar em um ano a decisão dos alunos sobre continuarem ou não sua educação. Korulska também se preocupa com a ênfase em conteúdo decorado, nos novos currículos básicos, de preferência a ensinar aos estudantes como buscar dados confiáveis em um mundo que sofre de "excesso de informação". O novo currículo reduz o tempo dedicado a física, química, biologia e informática e amplia o tempo dedicado à história, disciplina na qual, segundo Broniarz, o governo está tentando criar novos heróis e "padrões patrióticos". "Sou professor de história, mas essa mudança de proporção me preocupa", ele disse. "Você pode ganhar um Prêmio Nobel de física, mas a história da Polônia não oferece prêmio semelhante". Os professores se queixam, também, de que o currículo de educação sexual omite qualquer referência ao aborto e está sendo preparado por um católico ardoroso que se opõe aos anticoncepcionais. O anteprojeto de currículo para a biologia, nas escolas primárias, minimiza a teoria da evolução. O Ministério da Educação nega que as mudanças tenham motivo político ou aspirem a transformar os estudantes em nacionalistas. "Queremos que as crianças deixem as escolas valorizando seu idioma natal e sua cultura, e toda a sua herança", afirmou o ministério. "Queremos deixar de lado os métodos tradicionais de educação, que giram em torno de obter bons resultados nas provas". O ministério informou que os planos se baseavam em amplas consultas, embora os professores afirmem que suas opiniões não foram consideradas. Na escola Startowa, Korulska diz que aderirá à greve, e professores, partidos de oposição e associações de pais estão se unindo para combater os planos. Karolina, 14, uma das alunas da escola, se preocupa com a possibilidade de que um currículo menos rigoroso reduza as chances de estudo ou trabalho no exterior, para os poloneses. "Seremos menos bem vistos em outros países", ela diz. "Voltaremos ao século 19". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Escolas temem que reforma no ensino leve a avanço conservador na PolôniaDesde que Ewa Korulska inaugurou a escola média de Startowa, como diretora, em 2007, seu objetivo era torná-la um modelo para a educação na Polônia. Agora, a escola localizada em um subúrbio de Varsóvia pode ser varrida como parte de reformas educacionais planejadas pelas autoridades que levam a guerra cultural entre o governo conservador da Polônia e seus críticos às escolas do país. Escolas médias como Startowa, que atendem a alunos de entre 13 e 16 anos, seriam abolidas, nos termos da reforma, mas Korulska e muitos educadores têm preocupações mais amplas. Eles afirmam que as mudanças planejadas, que incluem carga horária menor para as ciências e um período mais curto de educação compulsória, deixarão as crianças mal preparadas para os empregos e a vida modernos. "O que está acontecendo é desastroso", diz Korulska, cuja escola bem iluminada e moderna tem paredes decoradas com fotos dos alunos. "O currículo atual não era perfeito. Mas o que vemos é como se alguém que tem um buraco no telhado decidisse que o melhor é demolir a casa, em vez de consertá-lo, e depois fica sem ter onde morar". Muita gente na hierarquia da educação teme que a reforma seja parte da "contrarrevolução cultural" promovida por Jaroslaw Kaczynski, presidente do Lei e Justiça, o partido governista. O objetivo é promover o recuo do liberalismo social surgido desde o colapso do comunismo e da adesão da Polônia à União Europeia, devolvendo o país às suas raízes mais católicas e conservadoras. Como muitos professores e acadêmicos, Korulska se preocupa com a possibilidade de que os planos do governo para que as escolas dediquem muito mais tempo a lições de história, e para que elas redefinam o currículo da disciplina, tenham por objetivo criar um "polonês novo". "Tenho medo de que [as reformas] façam das crianças pequenos nacionalistas, em lugar de patriotas", ela diz. "O objetivo é criar um ser humano obediente, xenófobo, tradicionalista, extremamente católico, desprovido de quaisquer valores europeus". Os planos para as escolas se tornaram o principal motivo de choques entre os governo e seus oponentes desde que imensas manifestações de mulheres, em outubro, forçaram o governo a abandonar seus planos de impor proibição quase total a abortos. O poderoso sindicato dos professores está planejando uma greve nacional para março e apela —com apoio dos partidos de oposição— por um referendo sobre as propostas. Estudantes estão realizando manifestações de protesto em diversas cidades, na quarta-feira, em parte contra os planos para a educação. Mateusz Kijowski, presidente do Comitê pela Defesa da Democracia, que organizou grandes manifestações antigovernamentais, diz que o Lei e Justiça deseja "criar o 'seu' homem, dedicado ao partido, que não ouça a ciência e os fatos e seja só um crente". O governo está revertendo uma reforma de 1999, que aboliu um sistema de educação em dois estágios que datava da era comunista, com oito anos de educação básica iniciados aos sete anos de idade e mais quatro ou cinco anos em uma escola secundária profissionalizante ou acadêmica. As mudanças de 1999 criaram um terceiro estágio, estendendo o período básico de estudo por um ano, com seis anos de ensino básico, três de ensino médio e três ou quatro de ensino secundário. O Ministério da Educação da Polônia disse ao "Financial Times" que as reformas de 1999 e as escolas médias "encontraram reação negativa da maior parte da sociedade e simplesmente não funcionaram", no que tange a melhorar a educação. Especialistas em educação dizem que a Polônia na verdade avançou de modo impressionante nos testes Pisa internacionais para estudantes de 15 anos, entre 2000 e 2012, subindo de abaixo da média nas três matérias testadas para um dos 10 primeiros postos do ranking em leitura e ciências, e para o 13º posto em matemática em 2012. Entre 2012 e 2015, os resultados do país pioraram um pouco, ainda que os poloneses tenham continuado na porção superior do ranking. Abolir as escolas médias custará empregos aos 684 mil professores do país. Mas Slawomir Broniarz, presidente do Sindicato Nacional dos Professores da Polônia, disse que o maior problema é o novo "e embaraçoso" currículo. "Isso não é a Polônia do século 21". Os professores alertam que reduzir a duração da educação obrigatória vai gerar resultados piores e adiantar em um ano a decisão dos alunos sobre continuarem ou não sua educação. Korulska também se preocupa com a ênfase em conteúdo decorado, nos novos currículos básicos, de preferência a ensinar aos estudantes como buscar dados confiáveis em um mundo que sofre de "excesso de informação". O novo currículo reduz o tempo dedicado a física, química, biologia e informática e amplia o tempo dedicado à história, disciplina na qual, segundo Broniarz, o governo está tentando criar novos heróis e "padrões patrióticos". "Sou professor de história, mas essa mudança de proporção me preocupa", ele disse. "Você pode ganhar um Prêmio Nobel de física, mas a história da Polônia não oferece prêmio semelhante". Os professores se queixam, também, de que o currículo de educação sexual omite qualquer referência ao aborto e está sendo preparado por um católico ardoroso que se opõe aos anticoncepcionais. O anteprojeto de currículo para a biologia, nas escolas primárias, minimiza a teoria da evolução. O Ministério da Educação nega que as mudanças tenham motivo político ou aspirem a transformar os estudantes em nacionalistas. "Queremos que as crianças deixem as escolas valorizando seu idioma natal e sua cultura, e toda a sua herança", afirmou o ministério. "Queremos deixar de lado os métodos tradicionais de educação, que giram em torno de obter bons resultados nas provas". O ministério informou que os planos se baseavam em amplas consultas, embora os professores afirmem que suas opiniões não foram consideradas. Na escola Startowa, Korulska diz que aderirá à greve, e professores, partidos de oposição e associações de pais estão se unindo para combater os planos. Karolina, 14, uma das alunas da escola, se preocupa com a possibilidade de que um currículo menos rigoroso reduza as chances de estudo ou trabalho no exterior, para os poloneses. "Seremos menos bem vistos em outros países", ela diz. "Voltaremos ao século 19". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Assustado com Lava Jato, PIB cobra ação do Congresso
Prevendo o que têm chamado de um cenário de terra arrasada, importantes setores da economia iniciaram uma série de conversas com parlamentares para pressionar o Congresso a aprovar medidas capazes de limitar possíveis danos provocados pelo avanço da Lava Jato. Pesos pesados do PIB abraçaram nos bastidores projetos como a anistia ao caixa dois e o novo marco para acordos de leniência sob o argumento de que é preciso criar mecanismos legais que garantam punição aos que praticaram crimes, mas impeçam a "quebradeira generalizada" do país. A articulação ganhou corpo nas últimas semanas, com a prisão de dois personagens conhecidos pela forte interlocução com o universo privado: o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) e o ex-ministro Antonio Palocci (PT). Pessoas próximas a Cunha têm dito que é um erro limitar o potencial bélico do ex-presidente da Câmara ao universo político. O ex-deputado, reconhecem, não conseguirá, nessa esfera, fazer mais estragos do que a delação firmada por executivos da Odebrecht. Ele, porém, poderá arrastar "com facilidade mais uns cinco setores da economia para dentro da Lava Jato", hoje muito focada em irregularidades cometidas por empreiteiras, ressaltam. O mesmo pode acontecer se Palocci —que por anos foi a ponte entre o PT e o mercado— decidisse tentar uma delação. Diversos grupos empresariais (entre eles bancos, mineradoras, empresas de telefonia, aviação e portos) teriam manifestado preocupação com esse cenário, segundo a Folha apurou junto a ministros, ex-ministros, deputados e advogados. 'DIFERENCIAR' O principal argumento é o de que é preciso "diferenciar de alguma forma quem participou de um esquema de desvio de recursos" dos que incorreram no chamado caixa dois, fazendo doações eleitorais sem declará-las. Os debates começaram de forma discreta, mas já há um ensaio para formalizar essas demandas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) —peça central nesse tabuleiro de interesses— participou de uma agenda na qual a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e as centrais sindicais reivindicaram a aprovação da nova lei de leniência. Segundo pessoas que têm acompanhado essas conversas, Maia é hoje uma das figuras mais acionadas pelo empresariado. Procurado pela Folha, ele disse que "esses temas têm aparecido como sintomas de preocupação". "A leniência, por exemplo, é demanda das centrais patronais e trabalhistas. E há a tentativa de, dentro das 10 medidas [elaboradas pelo Ministério Público contra a corrupção] resolver a criminalização do caixa dois", afirma. "Mas não há, em nenhum deles, uma fórmula que se permita dizer que já há um caminho para avançar." Há uma tentativa de fazer com que acordos de leniência, restritos hoje ao universo cível, passem a ter repercussão penal, podendo livrar criminalmente diretores das empresas que firmarem o trato, com a possibilidade de continuarem habilitados a prestar serviço para o governo. Segundo o deputado Vicente Cândido (PT-SP), presidente da Comissão Especial que debate a lei de leniência, os acordos com repercussão penal "não são novidade" e estão previstos em lei. Ele diz que o dado novo que consta do relatório da leniência, sob a batuta do líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), é que a delação premiada só poderá ser negociada com réu solto. A mais rumorosa das mudanças debatidas na Câmara, que prevê uma espécie de anistia para o caixa dois passado e criminaliza só o que for feito daqui para frente, é vista como "fundamental" pelos empresários. Não há, porém, consenso sobre qual seria a eficácia da aprovação da norma nesses termos. Há temor de que, com a anistia, investigadores interpretem doação não declarada como lavagem de dinheiro.
poder
Assustado com Lava Jato, PIB cobra ação do CongressoPrevendo o que têm chamado de um cenário de terra arrasada, importantes setores da economia iniciaram uma série de conversas com parlamentares para pressionar o Congresso a aprovar medidas capazes de limitar possíveis danos provocados pelo avanço da Lava Jato. Pesos pesados do PIB abraçaram nos bastidores projetos como a anistia ao caixa dois e o novo marco para acordos de leniência sob o argumento de que é preciso criar mecanismos legais que garantam punição aos que praticaram crimes, mas impeçam a "quebradeira generalizada" do país. A articulação ganhou corpo nas últimas semanas, com a prisão de dois personagens conhecidos pela forte interlocução com o universo privado: o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) e o ex-ministro Antonio Palocci (PT). Pessoas próximas a Cunha têm dito que é um erro limitar o potencial bélico do ex-presidente da Câmara ao universo político. O ex-deputado, reconhecem, não conseguirá, nessa esfera, fazer mais estragos do que a delação firmada por executivos da Odebrecht. Ele, porém, poderá arrastar "com facilidade mais uns cinco setores da economia para dentro da Lava Jato", hoje muito focada em irregularidades cometidas por empreiteiras, ressaltam. O mesmo pode acontecer se Palocci —que por anos foi a ponte entre o PT e o mercado— decidisse tentar uma delação. Diversos grupos empresariais (entre eles bancos, mineradoras, empresas de telefonia, aviação e portos) teriam manifestado preocupação com esse cenário, segundo a Folha apurou junto a ministros, ex-ministros, deputados e advogados. 'DIFERENCIAR' O principal argumento é o de que é preciso "diferenciar de alguma forma quem participou de um esquema de desvio de recursos" dos que incorreram no chamado caixa dois, fazendo doações eleitorais sem declará-las. Os debates começaram de forma discreta, mas já há um ensaio para formalizar essas demandas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) —peça central nesse tabuleiro de interesses— participou de uma agenda na qual a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e as centrais sindicais reivindicaram a aprovação da nova lei de leniência. Segundo pessoas que têm acompanhado essas conversas, Maia é hoje uma das figuras mais acionadas pelo empresariado. Procurado pela Folha, ele disse que "esses temas têm aparecido como sintomas de preocupação". "A leniência, por exemplo, é demanda das centrais patronais e trabalhistas. E há a tentativa de, dentro das 10 medidas [elaboradas pelo Ministério Público contra a corrupção] resolver a criminalização do caixa dois", afirma. "Mas não há, em nenhum deles, uma fórmula que se permita dizer que já há um caminho para avançar." Há uma tentativa de fazer com que acordos de leniência, restritos hoje ao universo cível, passem a ter repercussão penal, podendo livrar criminalmente diretores das empresas que firmarem o trato, com a possibilidade de continuarem habilitados a prestar serviço para o governo. Segundo o deputado Vicente Cândido (PT-SP), presidente da Comissão Especial que debate a lei de leniência, os acordos com repercussão penal "não são novidade" e estão previstos em lei. Ele diz que o dado novo que consta do relatório da leniência, sob a batuta do líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), é que a delação premiada só poderá ser negociada com réu solto. A mais rumorosa das mudanças debatidas na Câmara, que prevê uma espécie de anistia para o caixa dois passado e criminaliza só o que for feito daqui para frente, é vista como "fundamental" pelos empresários. Não há, porém, consenso sobre qual seria a eficácia da aprovação da norma nesses termos. Há temor de que, com a anistia, investigadores interpretem doação não declarada como lavagem de dinheiro.
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'Falta coragem para acabar com tempo de contribuição para aposentadoria'
Especialista em Previdência com mais de uma centena de livros publicados e ainda produzindo aos 79 anos, o advogado Wladimir Novaes Martinez diz que as mudanças na pensão por morte do INSS são importantes para conter os gastos previdenciários, mas insuficientes. "Deveria acabar a aposentadoria por tempo de contribuição." Ele defende que a exigência para a aposentadoria seja uma combinação de idade e tempo de contribuição, em que a soma de ambos seja igual a 85, para a mulher, ou 95, para o homem –a chamada fórmula 95. Criado por ele em 1992, o índice retornou à discussão no Congresso, mas com alterações que só aumentam o deficit da Previdência. Uma emenda à medida provisória que alterou as regras da pensão estabelece que, se o trabalhador atingir tal índice, poderia se aposentar sem a incidência do fator. A fórmula de Martinez mantém o fator previdenciário e seria uma medida para o adiamento do pedido de benefício, como ele explica nesta entrevista à Folha. * Folha - A mudança nas regras da pensão por morte resolve o problema no caixa da Previdência? Wladimir Novas Martinez - Não, a economia será pequena. A Previdência precisaria de R$ 40 bilhões, R$ 60 bilhões. A economia que se terá com as mudanças baixou de R$ 20 bilhões para R$ 16 bilhões, porque já houve um acordo no Congresso. A medida foi correta, seguindo parâmetros internacionais, mas deve causar alguma mudança na sociedade. Como? Há uma expectativa, nos casamentos em que um dos cônjuges não trabalha, de que se ele morrer, deixará uma pensão para o sustento da família. Não estou falando só de um Brasil antigo, isso ainda existe. Não podemos pensar unicamente em São Paulo; pelo interior a coisa muda de figura, tem muita gente vivendo assim. O que vai fazer uma mulher que nunca trabalhou e que terá a pensão só por três anos? Antes ela era doméstica, ou seja, do lar, e agora vai ser o quê? Empregada doméstica? É uma ideia meio antiga, mas que não pode ser ignorada. Pouca gente tratou disso. Então não deveriam ter mexido na pensão? A medida foi correta, nossa pensão era uma maluquice. Só que o governo deveria ter discutido antes, feito audiência pública. A MP, por exemplo, não acaba com a pensão para quem casar de novo. Deveria ter acabado. Também não foi colocada a questão da dependência econômica. Se o cônjuge não era economicamente dependente do trabalhador que morreu, não tem por que receber pensão. O governo também não mexeu na aposentadoria. O governo não tem coragem de acabar com a aposentadoria por tempo de contribuição, que é um absurdo, outra maluquice, por causa dos efeitos políticos e partidários. Aí criou o fator previdenciário, e agora falam da fórmula 95, que eu criei em 1992. Se uma pessoa começou a contribuir com 14 anos, como era possível anos atrás, com quantos anos vai se aposentar? E quem vai pagar a aposentadoria dele esses anos todos? O país não tem capacidade de criar riqueza para ter esse benefício. Ou seja, sem limitador de idade, a aposentadoria por tempo de contribuição é concedida muito cedo. Isso. E o brasileiro está vivendo mais. Eu tenho 79 anos. Vinte anos atrás, todo mundo morria com 70 anos. Tem um custo para manter essas aposentadorias, e o empresariado não está disposto a manter isso, tem a concorrência internacional, precisa vencer a China. Então como não tem dinheiro, não tem como pagar por este benefício. Houve uma tentativa de se diminuir a aposentadoria precoce com o fator previdenciário, que entrou em vigor em 1999, mas não melhorou nada. Da forma como é hoje, então, há dois problemas? O o aposentado reclama do valor recebido, baixo devido ao fator previdenciário. Já o governo tem um custo alto porque esse aposentado vai receber por bastante tempo? Claro. Uma aposentadoria aos 53 anos é muito precoce. No mundo inteiro não é assim, as pessoas se aposentam com 65 anos. Na França, já passou para 67 anos. Mas há resistência contra medidas que adiem a aposentadoria, e o trabalhador pede o benefício assim que tem direito a ele. Ninguém fala o porquê de o trabalhador continuar se aposentando cedo. Quem tem previdência complementar pode se aposentar cedo, porque terá complementação de renda. Quem não tem fundo precisa se aposentar mais tarde para receber um valor maiorO problema é que o trabalhador mais velho começa a ter mais gastos – com cuidados médicos, novas tecnologias, novos produtos etc.– e vê a aposentadoria como um complemento de renda. Ele se aposenta e continua trabalhando. Em países desenvolvidos, quem se aposenta para de trabalhar porque o que recebe mantém o padrão de vida. E mesmo que o benefício seja menor que o salário, o Estado oferece muita coisa para o aposentado, como tratamento médico gratuito. Não há uma forma de se garantir isso? Claro que há, mas desde que houvesse uma preocupação das pessoas e do Estado em carrear recursos. Os autônomos, por exemplo, devem contribuir à Previdência sobre o total de sua remuneração, ou pelo teto da Previdência. Mas dou uma aula sobre direito previdenciário para 100 advogados, e quando pergunto quem paga o INSS, só 40 levantam a mão. Destes, 35 contribuem sobre o salário mínimo. Os cinco que pagam mais que o piso são os mais velhos, que precisam elevar a contribuição para fins de aposentadoria. Os autônomos, os empresários, estão fugindo da previdência pública e estão entrando na previdência complementar. Qual seria a idade-limite para conceder o benefício sem prejudicar as contas? Com tendência a subir nos próximos anos, 65 anos para o homem e 60 anos para a mulher, com aposentadoria integral. E subir para 66 daqui dois anos, para 67 daqui a quatro e assim por diante, e ir aumentando enquanto a expectativa de vida aumentar. E se a expectativa de vida diminuir, o que pode acontecer, você diminui a essa idade mínima. O sr. propõe a fórmula 85/95 para elevar a idade ao se aposentar, e que voltou à discussão com as mudanças na pensão. Só que os deputados discutem a fórmula 85/95 sem acabar com o modelo atual, mantendo a opção do trabalhador continuar se aposentando cedo. A única alteração é a garantia da aposentadoria integral caso a soma 85/95 fosse atingida. E não resolve nada, porque possibilita a aposentadoria de quem não atingir o índice. Na minha proposta não há tempo mínimo de contribuição. Mas para ter direito à aposentadoria é preciso ter soma 85, para mulher, e 95, para homem. Uma pessoa que começou a trabalhar formalmente aos 16 anos, terá 40 anos de contribuição aos 56 anos de idade e já poderá se aposentar. Vai receber por bastante tempo do INSS, mas também contribuiu por bastante tempo. Outro que começou a contribuir aos 35 anos, atingirá a fórmula aos 65 anos. Terá contribuído por apenas 30 anos, menos que o outro, mas vai receber do INSS por menos tempo. Você pode variar a idade e o tempo de contribuição, o importante é que se chegue ao índice. Quem começou a contribuir cedo e vai se aposentar logo, que leve ao INSS um tempo maior de contribuição. O pressuposto dessa fórmula é não causar prejuízo para o sistema. Eu criei a fórmula em 1992 e sugeri isso ao Ministério da Previdência em 2003. Como a expectativa de vida aumentou, já estou pensando em fórmula 95/105, em vez de 95, mas isso ainda é uma ideia. E para o trabalhador que passou boa parte na informalidade, que não contribuiu por tempo suficiente para chegar a essa fórmula? Que é geralmente o hipossuficiente, o trabalhador mais pobre, que não teve estudo, morador da periferia, de Estados mais pobres. Imagine que um médico, aos 65 anos de idade, tenha 30 anos de contribuição. Trinta mais 65 dá 95, ele já poderia se aposentar. Agora imagine um servente que vai fazer uma obra na casa dele, também com 65 anos, mas com apenas 15 anos de contribuição. Como ele vai se aposentar? Na minha fórmula, proponho um índice divisor sobre o tempo de contribuição, que varia em função do salário médio do segurado. Quanto maior o salário, mais próximo de 1 é esse índice. Quando o índice for menor que 1, há um incremento no tempo de contribuição, de modo que o trabalhador poderá se aposentar. No exemplo, se o servente tiver média salarial baixa, esse índice divisor poderia ser 0,5. Como 15 dividido por 0,5 dá 30, a soma (30 + 65) resulta em 95. Para o médico com salário alto, o índice seria 1. O que se sr. propõe é uma forma de distribuir renda. Eu quero "premiar" esse trabalhador hipossuficiente. Ele já passa a vida sem casa própria, comendo mal, no andar de baixo. A Previdência Social tem como essência a solidariedade das gerações. Quem trabalha hoje paga o benefício de quem trabalhou lá atrás. Mas existe também uma solidariedade das classes sociais. A previdência privada não é assim, ela é particular. A social, sim, e a sociedade é desequilibrada. Essa fórmula é uma tentativa de se fazer equilíbrio social. Quem vai pagar essa conta? A classe média, os ricos. É assim no mundo inteiro, é assim que tem que ser. O sr. acredita que assim esse índice como o sr. apresenta seria mais fácil de ser aprovado, inclusive pelas centrais sindicais, já que ajuda os mais pobres? Acontece que tem a questão matemática. Eu escrevi isso várias vezes, mas nunca deram bola. Liderança sindical estuda direito do trabalho, e não direito previdenciário. Não defendem essa tese possivelmente porque não a conhecem. E quando se fala em matemática, você perde a comunicação. Pela sua fórmula, o trabalhador teria o benefício integral? Não. Ela é determinante para o direito à aposentadoria. Para o valor, entra o fator previdenciário atual, que é uma correlação entre o tempo de contribuição e a idade ao se aposentar. Se você pagou por pouco tempo à Previdência, tem que receber pouco. Se pagou mais tempo, tem que receber mais. Não tem muito sentido falar em acabar com o fator previdenciário. Se uma nova fórmula fosse aplicada, possivelmente valeria só para novos trabalhadores, e não para aqueles que já estão no mercado ou prestes a se aposentar. O impacto no deficit previdenciário, cujo rombo foi de R$ 56,7 bilhões em 2014, seria pouco ou quase nada agora. Eu não acho que tenha deficit. Bastaria o governo pegar o dinheiro que repassa para outros pagamentos e deixar tudo na Previdência. O sr. tira a seguridade social da conta... O que há é transferência de recursos. E a aposentadoria rural não é a vilã. O rural contribui ao INSS desde 1991, e seu trabalho vale muito mais do que o do urbano. Você passa sem um telefone, mas não passa sem comida. O rural, portanto, é essencial para a subsistência de todos. E eu considero que a minha fórmula também deve valer também para o trabalhador rural. O sr. é um dos primeiros a falar em desaposentação, ou troca de aposentadoria. Ainda defende a tese? Sim, e acho que quem trocar de benefício precisa restituir parte do que recebeu, de acordo com sua expectativa de sobrevida. E se morrer, a viúva pensionista paga. Acho que o Supremo Tribunal Federal, onde está o processo, vai exigir a devolução porque alguém da Previdência vai lá falar no ouvido dos ministros. E tem outra coisa que precisa ser considerada. Quem é esta pessoa que se aposentou cedo e continuou trabalhando? Um dos motivos que leva a isso é a complementação de renda. Outro motivo pode ser a demissão. O que precisa acontecer é a aposentadoria ocorrer mais tarde. E para isso, as empresas têm que se preparar para receber os trabalhadores mais velhos. O sr. também considera haver um problema na perícia médica para concessão de benefícios por incapacidade. É que todo mundo procura o INSS para resolver seus problemas. Surgiu um fenômeno interessante de uns anos para cá: o sujeito desempregado, e não incapaz, que vai ao INSS pedir auxílio-doença porque não tem como obter a sua subsistência. O médico não pode dar o benefício, porque o trabalhador não está incapaz. E isso acaba gerando estresse nos postos, com pressão contra os médicos peritos. Hoje se um segurado vai ao INSS dizer que não pode trabalhar porque o ar condicionado da empresa ora é muito frio, ora é muito quente, e lhe causa gripe o tempo todo, o perito deveria ir lá verificar. Isso não acontece. Tem uma série de coisas que precisa melhorar.
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'Falta coragem para acabar com tempo de contribuição para aposentadoria'Especialista em Previdência com mais de uma centena de livros publicados e ainda produzindo aos 79 anos, o advogado Wladimir Novaes Martinez diz que as mudanças na pensão por morte do INSS são importantes para conter os gastos previdenciários, mas insuficientes. "Deveria acabar a aposentadoria por tempo de contribuição." Ele defende que a exigência para a aposentadoria seja uma combinação de idade e tempo de contribuição, em que a soma de ambos seja igual a 85, para a mulher, ou 95, para o homem –a chamada fórmula 95. Criado por ele em 1992, o índice retornou à discussão no Congresso, mas com alterações que só aumentam o deficit da Previdência. Uma emenda à medida provisória que alterou as regras da pensão estabelece que, se o trabalhador atingir tal índice, poderia se aposentar sem a incidência do fator. A fórmula de Martinez mantém o fator previdenciário e seria uma medida para o adiamento do pedido de benefício, como ele explica nesta entrevista à Folha. * Folha - A mudança nas regras da pensão por morte resolve o problema no caixa da Previdência? Wladimir Novas Martinez - Não, a economia será pequena. A Previdência precisaria de R$ 40 bilhões, R$ 60 bilhões. A economia que se terá com as mudanças baixou de R$ 20 bilhões para R$ 16 bilhões, porque já houve um acordo no Congresso. A medida foi correta, seguindo parâmetros internacionais, mas deve causar alguma mudança na sociedade. Como? Há uma expectativa, nos casamentos em que um dos cônjuges não trabalha, de que se ele morrer, deixará uma pensão para o sustento da família. Não estou falando só de um Brasil antigo, isso ainda existe. Não podemos pensar unicamente em São Paulo; pelo interior a coisa muda de figura, tem muita gente vivendo assim. O que vai fazer uma mulher que nunca trabalhou e que terá a pensão só por três anos? Antes ela era doméstica, ou seja, do lar, e agora vai ser o quê? Empregada doméstica? É uma ideia meio antiga, mas que não pode ser ignorada. Pouca gente tratou disso. Então não deveriam ter mexido na pensão? A medida foi correta, nossa pensão era uma maluquice. Só que o governo deveria ter discutido antes, feito audiência pública. A MP, por exemplo, não acaba com a pensão para quem casar de novo. Deveria ter acabado. Também não foi colocada a questão da dependência econômica. Se o cônjuge não era economicamente dependente do trabalhador que morreu, não tem por que receber pensão. O governo também não mexeu na aposentadoria. O governo não tem coragem de acabar com a aposentadoria por tempo de contribuição, que é um absurdo, outra maluquice, por causa dos efeitos políticos e partidários. Aí criou o fator previdenciário, e agora falam da fórmula 95, que eu criei em 1992. Se uma pessoa começou a contribuir com 14 anos, como era possível anos atrás, com quantos anos vai se aposentar? E quem vai pagar a aposentadoria dele esses anos todos? O país não tem capacidade de criar riqueza para ter esse benefício. Ou seja, sem limitador de idade, a aposentadoria por tempo de contribuição é concedida muito cedo. Isso. E o brasileiro está vivendo mais. Eu tenho 79 anos. Vinte anos atrás, todo mundo morria com 70 anos. Tem um custo para manter essas aposentadorias, e o empresariado não está disposto a manter isso, tem a concorrência internacional, precisa vencer a China. Então como não tem dinheiro, não tem como pagar por este benefício. Houve uma tentativa de se diminuir a aposentadoria precoce com o fator previdenciário, que entrou em vigor em 1999, mas não melhorou nada. Da forma como é hoje, então, há dois problemas? O o aposentado reclama do valor recebido, baixo devido ao fator previdenciário. Já o governo tem um custo alto porque esse aposentado vai receber por bastante tempo? Claro. Uma aposentadoria aos 53 anos é muito precoce. No mundo inteiro não é assim, as pessoas se aposentam com 65 anos. Na França, já passou para 67 anos. Mas há resistência contra medidas que adiem a aposentadoria, e o trabalhador pede o benefício assim que tem direito a ele. Ninguém fala o porquê de o trabalhador continuar se aposentando cedo. Quem tem previdência complementar pode se aposentar cedo, porque terá complementação de renda. Quem não tem fundo precisa se aposentar mais tarde para receber um valor maiorO problema é que o trabalhador mais velho começa a ter mais gastos – com cuidados médicos, novas tecnologias, novos produtos etc.– e vê a aposentadoria como um complemento de renda. Ele se aposenta e continua trabalhando. Em países desenvolvidos, quem se aposenta para de trabalhar porque o que recebe mantém o padrão de vida. E mesmo que o benefício seja menor que o salário, o Estado oferece muita coisa para o aposentado, como tratamento médico gratuito. Não há uma forma de se garantir isso? Claro que há, mas desde que houvesse uma preocupação das pessoas e do Estado em carrear recursos. Os autônomos, por exemplo, devem contribuir à Previdência sobre o total de sua remuneração, ou pelo teto da Previdência. Mas dou uma aula sobre direito previdenciário para 100 advogados, e quando pergunto quem paga o INSS, só 40 levantam a mão. Destes, 35 contribuem sobre o salário mínimo. Os cinco que pagam mais que o piso são os mais velhos, que precisam elevar a contribuição para fins de aposentadoria. Os autônomos, os empresários, estão fugindo da previdência pública e estão entrando na previdência complementar. Qual seria a idade-limite para conceder o benefício sem prejudicar as contas? Com tendência a subir nos próximos anos, 65 anos para o homem e 60 anos para a mulher, com aposentadoria integral. E subir para 66 daqui dois anos, para 67 daqui a quatro e assim por diante, e ir aumentando enquanto a expectativa de vida aumentar. E se a expectativa de vida diminuir, o que pode acontecer, você diminui a essa idade mínima. O sr. propõe a fórmula 85/95 para elevar a idade ao se aposentar, e que voltou à discussão com as mudanças na pensão. Só que os deputados discutem a fórmula 85/95 sem acabar com o modelo atual, mantendo a opção do trabalhador continuar se aposentando cedo. A única alteração é a garantia da aposentadoria integral caso a soma 85/95 fosse atingida. E não resolve nada, porque possibilita a aposentadoria de quem não atingir o índice. Na minha proposta não há tempo mínimo de contribuição. Mas para ter direito à aposentadoria é preciso ter soma 85, para mulher, e 95, para homem. Uma pessoa que começou a trabalhar formalmente aos 16 anos, terá 40 anos de contribuição aos 56 anos de idade e já poderá se aposentar. Vai receber por bastante tempo do INSS, mas também contribuiu por bastante tempo. Outro que começou a contribuir aos 35 anos, atingirá a fórmula aos 65 anos. Terá contribuído por apenas 30 anos, menos que o outro, mas vai receber do INSS por menos tempo. Você pode variar a idade e o tempo de contribuição, o importante é que se chegue ao índice. Quem começou a contribuir cedo e vai se aposentar logo, que leve ao INSS um tempo maior de contribuição. O pressuposto dessa fórmula é não causar prejuízo para o sistema. Eu criei a fórmula em 1992 e sugeri isso ao Ministério da Previdência em 2003. Como a expectativa de vida aumentou, já estou pensando em fórmula 95/105, em vez de 95, mas isso ainda é uma ideia. E para o trabalhador que passou boa parte na informalidade, que não contribuiu por tempo suficiente para chegar a essa fórmula? Que é geralmente o hipossuficiente, o trabalhador mais pobre, que não teve estudo, morador da periferia, de Estados mais pobres. Imagine que um médico, aos 65 anos de idade, tenha 30 anos de contribuição. Trinta mais 65 dá 95, ele já poderia se aposentar. Agora imagine um servente que vai fazer uma obra na casa dele, também com 65 anos, mas com apenas 15 anos de contribuição. Como ele vai se aposentar? Na minha fórmula, proponho um índice divisor sobre o tempo de contribuição, que varia em função do salário médio do segurado. Quanto maior o salário, mais próximo de 1 é esse índice. Quando o índice for menor que 1, há um incremento no tempo de contribuição, de modo que o trabalhador poderá se aposentar. No exemplo, se o servente tiver média salarial baixa, esse índice divisor poderia ser 0,5. Como 15 dividido por 0,5 dá 30, a soma (30 + 65) resulta em 95. Para o médico com salário alto, o índice seria 1. O que se sr. propõe é uma forma de distribuir renda. Eu quero "premiar" esse trabalhador hipossuficiente. Ele já passa a vida sem casa própria, comendo mal, no andar de baixo. A Previdência Social tem como essência a solidariedade das gerações. Quem trabalha hoje paga o benefício de quem trabalhou lá atrás. Mas existe também uma solidariedade das classes sociais. A previdência privada não é assim, ela é particular. A social, sim, e a sociedade é desequilibrada. Essa fórmula é uma tentativa de se fazer equilíbrio social. Quem vai pagar essa conta? A classe média, os ricos. É assim no mundo inteiro, é assim que tem que ser. O sr. acredita que assim esse índice como o sr. apresenta seria mais fácil de ser aprovado, inclusive pelas centrais sindicais, já que ajuda os mais pobres? Acontece que tem a questão matemática. Eu escrevi isso várias vezes, mas nunca deram bola. Liderança sindical estuda direito do trabalho, e não direito previdenciário. Não defendem essa tese possivelmente porque não a conhecem. E quando se fala em matemática, você perde a comunicação. Pela sua fórmula, o trabalhador teria o benefício integral? Não. Ela é determinante para o direito à aposentadoria. Para o valor, entra o fator previdenciário atual, que é uma correlação entre o tempo de contribuição e a idade ao se aposentar. Se você pagou por pouco tempo à Previdência, tem que receber pouco. Se pagou mais tempo, tem que receber mais. Não tem muito sentido falar em acabar com o fator previdenciário. Se uma nova fórmula fosse aplicada, possivelmente valeria só para novos trabalhadores, e não para aqueles que já estão no mercado ou prestes a se aposentar. O impacto no deficit previdenciário, cujo rombo foi de R$ 56,7 bilhões em 2014, seria pouco ou quase nada agora. Eu não acho que tenha deficit. Bastaria o governo pegar o dinheiro que repassa para outros pagamentos e deixar tudo na Previdência. O sr. tira a seguridade social da conta... O que há é transferência de recursos. E a aposentadoria rural não é a vilã. O rural contribui ao INSS desde 1991, e seu trabalho vale muito mais do que o do urbano. Você passa sem um telefone, mas não passa sem comida. O rural, portanto, é essencial para a subsistência de todos. E eu considero que a minha fórmula também deve valer também para o trabalhador rural. O sr. é um dos primeiros a falar em desaposentação, ou troca de aposentadoria. Ainda defende a tese? Sim, e acho que quem trocar de benefício precisa restituir parte do que recebeu, de acordo com sua expectativa de sobrevida. E se morrer, a viúva pensionista paga. Acho que o Supremo Tribunal Federal, onde está o processo, vai exigir a devolução porque alguém da Previdência vai lá falar no ouvido dos ministros. E tem outra coisa que precisa ser considerada. Quem é esta pessoa que se aposentou cedo e continuou trabalhando? Um dos motivos que leva a isso é a complementação de renda. Outro motivo pode ser a demissão. O que precisa acontecer é a aposentadoria ocorrer mais tarde. E para isso, as empresas têm que se preparar para receber os trabalhadores mais velhos. O sr. também considera haver um problema na perícia médica para concessão de benefícios por incapacidade. É que todo mundo procura o INSS para resolver seus problemas. Surgiu um fenômeno interessante de uns anos para cá: o sujeito desempregado, e não incapaz, que vai ao INSS pedir auxílio-doença porque não tem como obter a sua subsistência. O médico não pode dar o benefício, porque o trabalhador não está incapaz. E isso acaba gerando estresse nos postos, com pressão contra os médicos peritos. Hoje se um segurado vai ao INSS dizer que não pode trabalhar porque o ar condicionado da empresa ora é muito frio, ora é muito quente, e lhe causa gripe o tempo todo, o perito deveria ir lá verificar. Isso não acontece. Tem uma série de coisas que precisa melhorar.
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O erro do Simples
Tramita no Congresso Nacional o PLC (projeto de lei complementar) 125, de 2015. Entre outras medidas, o PLC aumenta muito a faixa de faturamento anual das empresas para acesso ao Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições, conhecido por Supersimples. A última versão do PLC, aprovada na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, eleva o limite para enquadramento no Supersimples de R$ 3,6 milhões para R$ 14,4 milhões. Em dezembro de 1996, foi criado no Brasil (lei no 9.317) o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples ou Simples Federal). O sistema unificou o recolhimento de seis impostos federais e contribuições sociais (IRPJ, PIS/Pasep, Cofins, CSLL, IPI e contribuição previdenciária patronal) devidos por micro e pequenos estabelecimentos, aplicando alíquotas reduzidas, ainda que crescentes, sobre o faturamento bruto. Em dezembro de 2006 (lei complementar nº 123), foi criado o Supersimples, que é uma extensão do Simples Federal, passando a incluir na cesta de impostos do programa aqueles de competência estadual (ICMS) e municipal (ISS). A justificativa para os regimes especiais para micro e pequenas empresas é que a formalização eleva a eficiência da empresa. A dificuldade de formalização resultaria dos elevados custos administrativos e da pesada carga tributária. A redução da carga e do custo de observância da legislação tributária promovida pelo Simples estimularia a formalização e, com ela, a elevação da eficiência produtiva e da arrecadação. Todos ganhariam com o Simples. No entanto, a evidência empírica sugere que a informalidade é mais resultado da baixa produtividade do que causa. Segundo o artigo de revisão "Informality and Development" publicado no prestigioso "Journal of Economic Perspective" em 2014, as empresas informais são tipicamente tocadas por empreendedores de baixa educação, improdutivas e pequenas. Em contraste, empresas formais são tocadas por empresários mais escolarizados, que pagam impostos e se sujeitam à regulação por terem capacidade de explorar os benefícios do crédito, de aproveitar oportunidades de negócios com ganhos de escala e maior sofisticação operacional. Trabalho da economista Joana Monteiro, que será divulgado em março em volume dedicado ao tema, documentou que o Simples aumentou a formalização entre microempresas do comércio varejista em 13 pontos percentuais, mas não incentivou a entrada no setor formal de microempresas dos demais setores. Mesmo no caso do comércio varejista, o custo fiscal da política foi muito superior ao benefício. Outro trabalho que constará no volume foi realizado pelos economistas Carlos Henrique Corseuil e Rodrigo Leandro de Moura, que avaliaram o Simples em 1997, 1999 e 2006 e o Supersimples em 2007, chegando aos mesmos resultados desapontadores obtidos por Joana. Assim não faz sentido expandir um programa cujas avaliações existentes sugerem desempenho ruim, com fortíssimo custo fiscal e sem ganhos que o compensem. A agenda deveria ser reduzir fortemente o Supersimples e avançar na simplificação da legislação tributária como um todo. O PLC 125, na contramão dessa conclusão, aumenta muito esse puxadinho tributário, além de complicar o que deveria ser simples.
colunas
O erro do SimplesTramita no Congresso Nacional o PLC (projeto de lei complementar) 125, de 2015. Entre outras medidas, o PLC aumenta muito a faixa de faturamento anual das empresas para acesso ao Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições, conhecido por Supersimples. A última versão do PLC, aprovada na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, eleva o limite para enquadramento no Supersimples de R$ 3,6 milhões para R$ 14,4 milhões. Em dezembro de 1996, foi criado no Brasil (lei no 9.317) o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples ou Simples Federal). O sistema unificou o recolhimento de seis impostos federais e contribuições sociais (IRPJ, PIS/Pasep, Cofins, CSLL, IPI e contribuição previdenciária patronal) devidos por micro e pequenos estabelecimentos, aplicando alíquotas reduzidas, ainda que crescentes, sobre o faturamento bruto. Em dezembro de 2006 (lei complementar nº 123), foi criado o Supersimples, que é uma extensão do Simples Federal, passando a incluir na cesta de impostos do programa aqueles de competência estadual (ICMS) e municipal (ISS). A justificativa para os regimes especiais para micro e pequenas empresas é que a formalização eleva a eficiência da empresa. A dificuldade de formalização resultaria dos elevados custos administrativos e da pesada carga tributária. A redução da carga e do custo de observância da legislação tributária promovida pelo Simples estimularia a formalização e, com ela, a elevação da eficiência produtiva e da arrecadação. Todos ganhariam com o Simples. No entanto, a evidência empírica sugere que a informalidade é mais resultado da baixa produtividade do que causa. Segundo o artigo de revisão "Informality and Development" publicado no prestigioso "Journal of Economic Perspective" em 2014, as empresas informais são tipicamente tocadas por empreendedores de baixa educação, improdutivas e pequenas. Em contraste, empresas formais são tocadas por empresários mais escolarizados, que pagam impostos e se sujeitam à regulação por terem capacidade de explorar os benefícios do crédito, de aproveitar oportunidades de negócios com ganhos de escala e maior sofisticação operacional. Trabalho da economista Joana Monteiro, que será divulgado em março em volume dedicado ao tema, documentou que o Simples aumentou a formalização entre microempresas do comércio varejista em 13 pontos percentuais, mas não incentivou a entrada no setor formal de microempresas dos demais setores. Mesmo no caso do comércio varejista, o custo fiscal da política foi muito superior ao benefício. Outro trabalho que constará no volume foi realizado pelos economistas Carlos Henrique Corseuil e Rodrigo Leandro de Moura, que avaliaram o Simples em 1997, 1999 e 2006 e o Supersimples em 2007, chegando aos mesmos resultados desapontadores obtidos por Joana. Assim não faz sentido expandir um programa cujas avaliações existentes sugerem desempenho ruim, com fortíssimo custo fiscal e sem ganhos que o compensem. A agenda deveria ser reduzir fortemente o Supersimples e avançar na simplificação da legislação tributária como um todo. O PLC 125, na contramão dessa conclusão, aumenta muito esse puxadinho tributário, além de complicar o que deveria ser simples.
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Quais são as melhores cidades no mundo para se estudar?
Qual é a melhor cidade do mundo para ser estudante? De acordo com o ranking 2017 das melhores cidades universitárias, realizado pela consultoria britância "Quacquarelli Symonds" (QS), trata-se de Montreal. A cidade canadense desbancou Paris, que perdeu pela primeira vez em quatro anos a liderança do ranking, ficando em segundo lugar dentre as cem cidades que fazem parte da lista. O Brasil aparece no ranking representado por duas cidades: São Paulo (69º) e Rio de Janeiro (94º). A capital paulista caiu seis posições em relação ao último levantamento, de 2016, enquanto o Rio de Janeiro fez sua estreia na lista. Para entrar no ranking, as cidades devem ter uma população de pelo menos 250 mil habitantes e ser sede de, pelo menos, duas universidades que fazem parte do QS World University Rankings. O ranking é baseado em um conjunto de parâmetros, como a qualidade das universidades, custo e qualidade de vida, caráter internacional, acesso ao mercado de trabalho e experiência estudantil. A edição de 2017 ampliou a lista para cem cidades –no levantamento anterior, foram contempladas 75. DESTINOS ALTERNATIVOS O Canadá aparece bem classificado em termos de conveniência para estudantes internacionais. Além de Montreal, Vancouver aparece na 10ª posição e Toronto em 11º no ranking. O país tem a vantagem de oferecer cursos em duas línguas: inglês e francês. O resultado reforça a tese de que o Canadá pode concentrar uma parcela maior do rentável mercado de educação internacional, especialmente diante das incertezas sobre as mudanças nas regras de entrada dos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump. Para Ben Sowter, responsável pela Unidade de Inteligência da QS, a crescente popularidade do Canadá faz parte do aumento de "alternativas para os destinos de estudo tradicionalmente dominantes, tanto na Europa como na América do Norte". "O Canadá vai se tornar um ator importante", prevê Sowter. Segundo ele, o país norte-americano pode atrair estudantes dos Estados Unidos, enquanto o Reino Unido pode perder alunos para a Irlanda, Holanda e países escandinavos. Um porta-voz da cidade de Montreal confirma que houve um grande aumento no número de estudantes internacionais, especialmente da China, Índia, França e Irã. As Melhores Cidades Universitárias - QUEDA DE PARIS Paris aparece, por sua vez, como a segunda colocada no ranking. A queda em relação ao levantamento anterior é atribuída ao custo de vida e à diminuição de certos critérios desejáveis, como segurança. Sowter não acredita, no entanto, que haja uma ligação com os ataques terroristas na capital francesa. Ele afirma que poucas cidades são apontadas nas entrevistas com os alunos como mais atraentes do que Paris. Segundo ele, os estudantes concordam que não há cidades com "risco zero", seja Boston, Berlim ou Paris, todas têm mantido seu apelo. LONDRES É LONDRES Já a terceira cidade mais atraente para os estudantes, segundo o estudo, é Londres. As instituições de ensino britânicas estão preocupadas, no entanto, com o impacto que o Brexit (saída da União Europeia) pode ter no Reino Unido, fazendo com que seja percebido como um destino menos acolhedor para os estudantes estrangeiros. Pesquisas recentes de universidades britânicas revelaram uma queda de 7% na candidatura de estudantes da União Europeia. Ainda não há sinais, no entanto, de um impacto negativo sobre Londres no ranking deste ano, uma vez que a capital do Reino Unido subiu da quinta para a terceira posição na lista. É importante lembrar que a desvalorização da libra após o Brexit também facilitou o acesso a estudantes estrangeiros em termos financeiros. As universidades de Londres obtêm alta pontuação devido à qualidade. "Nenhuma cidade possui a variedade e qualidade de universidades como Londres", diz. Assim como Boston (oitavo lugar) –que conta com a Universidade de Harvard, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) e a Universidade de Boston –Londres e Paris também se beneficiam do grande número de instituições de ensino. FORTALEZA ALEMÃ Além do Canadá, o outro único país com duas cidades no top 10 é a Alemanha, com Berlim, em sexto, e Munique, na nona posição. O resultado reflete as vantagens financeiras da Alemanha para estudantes estrangeiros, que não pagam sequer taxa de matrícula. ÁSIA VEM AÍ Os países asiáticos, principalmente China e Índia, fornecem o maior número de estudantes estrangeiros. Mas os países asiáticos também estão atraindo alunos internacionais, com cinco cidades no top 20 do ranking, lideradas por Seul, que subiu para o quarto lugar, e Tóquio, que está em sétimo. Xangai é a cidade chinesa com a melhor classificação, ocupando o 25º lugar. Já Mumbai (ex-Bombaim) é a primeira cidade indiana na lista, na 85ª posição. Além de São Paulo (69º) e Rio de Janeiro (94º), outras cidades latino-americanas que aparecem no ranking são: Buenos Aires (42º), Cidade do México (51º), Santiago (62º), Bogotá (73º), Monterrey (76º) e Lima (99º). O fato é que a competição para atrair estudantes internacionais é um grande negócio. Os Estados Unidos continuam sendo o maior mercado, e as cifras anuais mostram que, pela primeira vez, mais de um milhão de estudantes estrangeiros se encontram em universidades do país. Apenas a China enviou cerca de 330 mil alunos. Além dos benefícios que resultam dos contatos transnacionais para pesquisa e da projeção da influência cultural a nível internacional, estima-se que os estudantes estrangeiros contribuam com quase US$ 36 bilhões para a economia dos EUA.
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Quais são as melhores cidades no mundo para se estudar?Qual é a melhor cidade do mundo para ser estudante? De acordo com o ranking 2017 das melhores cidades universitárias, realizado pela consultoria britância "Quacquarelli Symonds" (QS), trata-se de Montreal. A cidade canadense desbancou Paris, que perdeu pela primeira vez em quatro anos a liderança do ranking, ficando em segundo lugar dentre as cem cidades que fazem parte da lista. O Brasil aparece no ranking representado por duas cidades: São Paulo (69º) e Rio de Janeiro (94º). A capital paulista caiu seis posições em relação ao último levantamento, de 2016, enquanto o Rio de Janeiro fez sua estreia na lista. Para entrar no ranking, as cidades devem ter uma população de pelo menos 250 mil habitantes e ser sede de, pelo menos, duas universidades que fazem parte do QS World University Rankings. O ranking é baseado em um conjunto de parâmetros, como a qualidade das universidades, custo e qualidade de vida, caráter internacional, acesso ao mercado de trabalho e experiência estudantil. A edição de 2017 ampliou a lista para cem cidades –no levantamento anterior, foram contempladas 75. DESTINOS ALTERNATIVOS O Canadá aparece bem classificado em termos de conveniência para estudantes internacionais. Além de Montreal, Vancouver aparece na 10ª posição e Toronto em 11º no ranking. O país tem a vantagem de oferecer cursos em duas línguas: inglês e francês. O resultado reforça a tese de que o Canadá pode concentrar uma parcela maior do rentável mercado de educação internacional, especialmente diante das incertezas sobre as mudanças nas regras de entrada dos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump. Para Ben Sowter, responsável pela Unidade de Inteligência da QS, a crescente popularidade do Canadá faz parte do aumento de "alternativas para os destinos de estudo tradicionalmente dominantes, tanto na Europa como na América do Norte". "O Canadá vai se tornar um ator importante", prevê Sowter. Segundo ele, o país norte-americano pode atrair estudantes dos Estados Unidos, enquanto o Reino Unido pode perder alunos para a Irlanda, Holanda e países escandinavos. Um porta-voz da cidade de Montreal confirma que houve um grande aumento no número de estudantes internacionais, especialmente da China, Índia, França e Irã. As Melhores Cidades Universitárias - QUEDA DE PARIS Paris aparece, por sua vez, como a segunda colocada no ranking. A queda em relação ao levantamento anterior é atribuída ao custo de vida e à diminuição de certos critérios desejáveis, como segurança. Sowter não acredita, no entanto, que haja uma ligação com os ataques terroristas na capital francesa. Ele afirma que poucas cidades são apontadas nas entrevistas com os alunos como mais atraentes do que Paris. Segundo ele, os estudantes concordam que não há cidades com "risco zero", seja Boston, Berlim ou Paris, todas têm mantido seu apelo. LONDRES É LONDRES Já a terceira cidade mais atraente para os estudantes, segundo o estudo, é Londres. As instituições de ensino britânicas estão preocupadas, no entanto, com o impacto que o Brexit (saída da União Europeia) pode ter no Reino Unido, fazendo com que seja percebido como um destino menos acolhedor para os estudantes estrangeiros. Pesquisas recentes de universidades britânicas revelaram uma queda de 7% na candidatura de estudantes da União Europeia. Ainda não há sinais, no entanto, de um impacto negativo sobre Londres no ranking deste ano, uma vez que a capital do Reino Unido subiu da quinta para a terceira posição na lista. É importante lembrar que a desvalorização da libra após o Brexit também facilitou o acesso a estudantes estrangeiros em termos financeiros. As universidades de Londres obtêm alta pontuação devido à qualidade. "Nenhuma cidade possui a variedade e qualidade de universidades como Londres", diz. Assim como Boston (oitavo lugar) –que conta com a Universidade de Harvard, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) e a Universidade de Boston –Londres e Paris também se beneficiam do grande número de instituições de ensino. FORTALEZA ALEMÃ Além do Canadá, o outro único país com duas cidades no top 10 é a Alemanha, com Berlim, em sexto, e Munique, na nona posição. O resultado reflete as vantagens financeiras da Alemanha para estudantes estrangeiros, que não pagam sequer taxa de matrícula. ÁSIA VEM AÍ Os países asiáticos, principalmente China e Índia, fornecem o maior número de estudantes estrangeiros. Mas os países asiáticos também estão atraindo alunos internacionais, com cinco cidades no top 20 do ranking, lideradas por Seul, que subiu para o quarto lugar, e Tóquio, que está em sétimo. Xangai é a cidade chinesa com a melhor classificação, ocupando o 25º lugar. Já Mumbai (ex-Bombaim) é a primeira cidade indiana na lista, na 85ª posição. Além de São Paulo (69º) e Rio de Janeiro (94º), outras cidades latino-americanas que aparecem no ranking são: Buenos Aires (42º), Cidade do México (51º), Santiago (62º), Bogotá (73º), Monterrey (76º) e Lima (99º). O fato é que a competição para atrair estudantes internacionais é um grande negócio. Os Estados Unidos continuam sendo o maior mercado, e as cifras anuais mostram que, pela primeira vez, mais de um milhão de estudantes estrangeiros se encontram em universidades do país. Apenas a China enviou cerca de 330 mil alunos. Além dos benefícios que resultam dos contatos transnacionais para pesquisa e da projeção da influência cultural a nível internacional, estima-se que os estudantes estrangeiros contribuam com quase US$ 36 bilhões para a economia dos EUA.
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Geddel é acusado de improbidade no caso Calero e de obstrução na Lava Jato
O Ministério Público Federal no Distrito Federal denunciou nesta quarta-feira (16) o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) sob acusação de obstrução da Justiça. A Procuradoria também ajuizou uma ação civil pública por suposto ato de improbidade praticado quando Geddel era ministro do governo Michel Temer, no caso de um empreendimento imobiliário em Salvador. O caso veio à tona no final do ano passado, em entrevista do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero à Folha. Na primeira denúncia, Geddel é acusado de ter agido para silenciar o corretor de valores Lúcio Funaro, preso em Brasília desde julho do ano passado, por meio de ligações telefônicas para a mulher dele, Raquel. O objetivo dos telefonemas de Geddel, segundo depoimento do corretor, era monitorar o "ânimo" dele, Funaro, para fechar um acordo de delação. O crime de obstrução da Justiça enquadra-se em artigo da Lei das Organizações Criminosas que prevê pena de 3 a 8 anos de prisão para "quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa". Funaro entregou à Polícia Federal registros das ligações de Geddel, "prints" (imagens) das telas do celular, que mostram ao menos 12 ligações de "Carainho" –apelido dado a Geddel na agenda telefônica de Raquel– em oito dias diferentes, após a imprensa divulgar a delação da JBS em 17 de maio. O corretor de valores, que negocia um acordo de delação premiada, disse à PF que estranhou os telefonemas do ex-ministro para "sondar" sobre a disposição dele de falar o que sabe. Geddel chegou a ser preso preventivamente por causa dessa investigação, por decisão do juiz federal Vallisney Oliveira, e acabou indo para prisão domiciliar depois de recorrer ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A acusação afirma que a intenção do ex-ministro era impedir que Funaro desse informações sobre um esquema que teria desviado recursos da Caixa, investigado nas operações Sépsis e Cui Bono?, desdobramentos da Lava Jato. "De fato [...] Geddel Vieira Lima embaraçou (dificultando e retardando) a investigação dos crimes praticados pelos integrantes dessa organização criminosa, atuante no FGTS e na Caixa Econômica Federal, constrangendo indevidamente o investigado e réu Lúcio Bolonha Funaro", afirmam na denúncia os procuradores da República Anselmo Cordeiro Lopes e Sara Moreira de Souza Leite. APARTAMENTO EM SALVADOR Na ação de improbidade administrativa, o procurador da República Ivan Cláudio Marx pede que Geddel seja condenado à perda de função pública, suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos e outras sanções previstas na lei de improbidade. Segundo a Procuradoria, Geddel "valeu-se do cargo de ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República para pressionar o então ministro da Cultura a fim de que produzisse parecer técnico que favorecesse seus interesses pessoais". De acordo com a ação, que se baseou também em depoimento prestado por Calero, Geddel procurou o colega "exigindo que interviesse em decisão do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), de modo que o referido órgão liberasse a construção de um empreendimento imobiliário em Salvador (BA), no qual o requerido [Geddel] detinha uma das unidades residenciais, no 23º andar". O empreendimento havia sido inicialmente rejeitado pelo escritório do Iphan na Bahia, pois a construção, de 107 metros de altura, "nitidamente agrediria a integridade visual pela altura exagerada e desproporcional" de uma região turística da cidade, em frente ao Porto da Barra, "a pouca distância de diversos bens tombados" pelo patrimônio histórico. Posteriormente, o Iphan baiano alterou o entendimento para liberar a construção. Em reação, o presidente nacional do Iphan decidiu pela revogação da autorização concedida pelo Iphan da Bahia. A partir daí, segundo o Ministério Público Federal, "intensificaram-se as investidas do requerido [Geddel] com ligações, e também pessoalmente, para que o ministro da Cultura, Marcelo Calero, interviesse junto ao Iphan Nacional na produção de parecer técnico que favorecesse seus interesses pessoais, ameaçando, inclusive, 'pedir a cabeça' da presidente do Iphan Nacional [Kátia Bogéa] ao presidente" Michel Temer. Em novembro de 2016, Calero pediu demissão do cargo de ministro. Dias depois das revelações feitas por Calero à Folha, Geddel também pediu demissão. Os procuradores observaram que "a configuração do ato de improbidade que atenta contra os princípios não requer lesão aos cofres públicos, de forma que é dispensável o dano ao erário para a caracterização de tal modalidade". OUTRO LADO O advogado de Geddel, Gammil Föppel, disse em nota que "nem o senhor Lúcio Funaro, nem sua esposa, em momento algum, afirmaram terem sido ameaçados ou intimidados por Geddel Vieira Lima". Segundo o advogado, "até mesmo na ilógica versão" de Funaro e de sua mulher, "nem sequer tratou-se do trâmite das investigações". "Não há, pois, como se cogitar a ocorrência de obstrução às investigações. Inclusive, tal conduta nem sequer é narrada [na denúncia], olvidando-se o Ministério Público Federal de descrever elemento essencial à configuração do imaginário crime a que atribui ao senhor Geddel Vieira Lima", afirma a defesa. Em relação à ação por improbidade, Föppel diz que o Geddel "jamais exerceu pressão contra quem quer que fosse, muito menos em relação ao ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, para aprovação de empreendimento imobiliário na cidade do Salvador". "Chega a ser incoerente a acusação, até pela evidente impossibilidade de se exercer qualquer ingerência sobre alguém com mesma posição hierárquica no âmbito da administração pública", afirma o advogado. "Cumpre ressaltar que não se formulou qualquer pedido, ainda que meramente informal, para que o empreendimento imobiliário fosse aprovado (mesmo porque, nem sequer competia ao Ministério da Cultura qualquer tipo de ação sobre o referido procedimento)." Segundo ele, foi apontada apenas a necessidade de uma análise técnica para acabar com um conflito no Iphan após "autorização concedida pela superintendência regional na Bahia da referida autarquia federal para realização das obras".
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Geddel é acusado de improbidade no caso Calero e de obstrução na Lava JatoO Ministério Público Federal no Distrito Federal denunciou nesta quarta-feira (16) o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) sob acusação de obstrução da Justiça. A Procuradoria também ajuizou uma ação civil pública por suposto ato de improbidade praticado quando Geddel era ministro do governo Michel Temer, no caso de um empreendimento imobiliário em Salvador. O caso veio à tona no final do ano passado, em entrevista do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero à Folha. Na primeira denúncia, Geddel é acusado de ter agido para silenciar o corretor de valores Lúcio Funaro, preso em Brasília desde julho do ano passado, por meio de ligações telefônicas para a mulher dele, Raquel. O objetivo dos telefonemas de Geddel, segundo depoimento do corretor, era monitorar o "ânimo" dele, Funaro, para fechar um acordo de delação. O crime de obstrução da Justiça enquadra-se em artigo da Lei das Organizações Criminosas que prevê pena de 3 a 8 anos de prisão para "quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa". Funaro entregou à Polícia Federal registros das ligações de Geddel, "prints" (imagens) das telas do celular, que mostram ao menos 12 ligações de "Carainho" –apelido dado a Geddel na agenda telefônica de Raquel– em oito dias diferentes, após a imprensa divulgar a delação da JBS em 17 de maio. O corretor de valores, que negocia um acordo de delação premiada, disse à PF que estranhou os telefonemas do ex-ministro para "sondar" sobre a disposição dele de falar o que sabe. Geddel chegou a ser preso preventivamente por causa dessa investigação, por decisão do juiz federal Vallisney Oliveira, e acabou indo para prisão domiciliar depois de recorrer ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A acusação afirma que a intenção do ex-ministro era impedir que Funaro desse informações sobre um esquema que teria desviado recursos da Caixa, investigado nas operações Sépsis e Cui Bono?, desdobramentos da Lava Jato. "De fato [...] Geddel Vieira Lima embaraçou (dificultando e retardando) a investigação dos crimes praticados pelos integrantes dessa organização criminosa, atuante no FGTS e na Caixa Econômica Federal, constrangendo indevidamente o investigado e réu Lúcio Bolonha Funaro", afirmam na denúncia os procuradores da República Anselmo Cordeiro Lopes e Sara Moreira de Souza Leite. APARTAMENTO EM SALVADOR Na ação de improbidade administrativa, o procurador da República Ivan Cláudio Marx pede que Geddel seja condenado à perda de função pública, suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos e outras sanções previstas na lei de improbidade. Segundo a Procuradoria, Geddel "valeu-se do cargo de ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República para pressionar o então ministro da Cultura a fim de que produzisse parecer técnico que favorecesse seus interesses pessoais". De acordo com a ação, que se baseou também em depoimento prestado por Calero, Geddel procurou o colega "exigindo que interviesse em decisão do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), de modo que o referido órgão liberasse a construção de um empreendimento imobiliário em Salvador (BA), no qual o requerido [Geddel] detinha uma das unidades residenciais, no 23º andar". O empreendimento havia sido inicialmente rejeitado pelo escritório do Iphan na Bahia, pois a construção, de 107 metros de altura, "nitidamente agrediria a integridade visual pela altura exagerada e desproporcional" de uma região turística da cidade, em frente ao Porto da Barra, "a pouca distância de diversos bens tombados" pelo patrimônio histórico. Posteriormente, o Iphan baiano alterou o entendimento para liberar a construção. Em reação, o presidente nacional do Iphan decidiu pela revogação da autorização concedida pelo Iphan da Bahia. A partir daí, segundo o Ministério Público Federal, "intensificaram-se as investidas do requerido [Geddel] com ligações, e também pessoalmente, para que o ministro da Cultura, Marcelo Calero, interviesse junto ao Iphan Nacional na produção de parecer técnico que favorecesse seus interesses pessoais, ameaçando, inclusive, 'pedir a cabeça' da presidente do Iphan Nacional [Kátia Bogéa] ao presidente" Michel Temer. Em novembro de 2016, Calero pediu demissão do cargo de ministro. Dias depois das revelações feitas por Calero à Folha, Geddel também pediu demissão. Os procuradores observaram que "a configuração do ato de improbidade que atenta contra os princípios não requer lesão aos cofres públicos, de forma que é dispensável o dano ao erário para a caracterização de tal modalidade". OUTRO LADO O advogado de Geddel, Gammil Föppel, disse em nota que "nem o senhor Lúcio Funaro, nem sua esposa, em momento algum, afirmaram terem sido ameaçados ou intimidados por Geddel Vieira Lima". Segundo o advogado, "até mesmo na ilógica versão" de Funaro e de sua mulher, "nem sequer tratou-se do trâmite das investigações". "Não há, pois, como se cogitar a ocorrência de obstrução às investigações. Inclusive, tal conduta nem sequer é narrada [na denúncia], olvidando-se o Ministério Público Federal de descrever elemento essencial à configuração do imaginário crime a que atribui ao senhor Geddel Vieira Lima", afirma a defesa. Em relação à ação por improbidade, Föppel diz que o Geddel "jamais exerceu pressão contra quem quer que fosse, muito menos em relação ao ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, para aprovação de empreendimento imobiliário na cidade do Salvador". "Chega a ser incoerente a acusação, até pela evidente impossibilidade de se exercer qualquer ingerência sobre alguém com mesma posição hierárquica no âmbito da administração pública", afirma o advogado. "Cumpre ressaltar que não se formulou qualquer pedido, ainda que meramente informal, para que o empreendimento imobiliário fosse aprovado (mesmo porque, nem sequer competia ao Ministério da Cultura qualquer tipo de ação sobre o referido procedimento)." Segundo ele, foi apontada apenas a necessidade de uma análise técnica para acabar com um conflito no Iphan após "autorização concedida pela superintendência regional na Bahia da referida autarquia federal para realização das obras".
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Comitê da Rio-2016 prorroga prazo para pagamento de ingressos
A organização da Olimpíada Rio 2016 prorrogou até segunda (29), às 23h59, o prazo para que os sorteados a adquirir os ingressos para os jogos realizem o pagamento das solicitações. O prazo inicial era até a última sexta (26). Segundo a organização do evento, até agora cerca de 84% dos pedidos feitos na primeira fase do sorteio de entradas no site www.rio2016.com foram pagos. Nesta rodada, foram alocados 1.592.701 tíquetes. Os contemplados na primeira fase que não finalizarem os seus pedidos de compra estarão impedidos de participar da segunda rodada do sorteio, que começa na próxima quarta (1º). Os interessados neste segundo lote terão até o dia 17 de julho para solicitar as entradas e, caso sorteados, receberão a confirmação da organização por e-mail, em agosto. Pessoas que se inscreveram anteriormente, mas que não foram sorteadas, terão prioridade. Houve 5,2 milhões de requisições até o final de abril, o que representou cerca de 25% do registrado na mesma etapa do processo de venda nos Jogos de Londres-2012. As entradas para as cerimônias de abertura e encerramento dos jogos, assim como a final do futebol masculino, as finais feminina e masculina do vôlei e a final masculina do basquete se esgotaram na primeira fase do sorteio. O valor médio dos pedidos para este primeiro sorteio foi de R$ 1.341. Houve solicitação que chegou a R$ 53.600. PERGUNTAS E RESPOSTAS Fui informado por e-mail que meu pedido foi aprovado. O que faço? O e-mail do comitê organizador terá um link que vai te redirecionar para a página de ingressos (rio2016.com/ingressos). Cada pessoa terá uma semana para aprovar suas compras por cartão virtual ou cartão de débito. Toda a movimentação para pagamento será feita online. Comprei por cartão de crédito. Tenho que pagar agora? Se a solicitação foi feita por cartão de crédito, o usuário terá até o próximo dia 29 de junho, às 23h59, para efetivar a compra. A organização quer dar tempo para, se necessário, o usuário aumentar o seu limite de crédito. Comprei com a solução virtual (cartão débito eletrônico da Visa), mas agora quero pagar com cartão de crédito ou vice-versa. Como faço? Para quem quiser mudar a forma de pagamento, de crédito para solução virtual ou o contrário, deve ligar para (21) 3004-2016 e solicitar alteração. Outras alterações podem ser solicitadas no rio2016.com/ingressos. Não quero ver mais os Jogos. E agora? É possível que o contemplado desista da compra. Para isso, basta que ele simplesmente informe e desiste. Mas não é possível cancelar parte do pedido; ou se compra tudo ou se desiste de tudo. Perdi o primeiro sorteio, ainda dá para tentar ingressos? Se você não estiver entre os contemplados, a partir de 1º de julho será possível fazer solicitação para o segundo sorteio, que ocorrerá em agosto. Quem não foi sorteado terá prioridade no segundo sorteio. Se eu perder os dois primeiros sorteios, ainda assim poderei concorrer? Sim. Em outubro, os ingressos não vendidos nos sorteios serão disponibilizados por meio de venda direta online.
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Comitê da Rio-2016 prorroga prazo para pagamento de ingressosA organização da Olimpíada Rio 2016 prorrogou até segunda (29), às 23h59, o prazo para que os sorteados a adquirir os ingressos para os jogos realizem o pagamento das solicitações. O prazo inicial era até a última sexta (26). Segundo a organização do evento, até agora cerca de 84% dos pedidos feitos na primeira fase do sorteio de entradas no site www.rio2016.com foram pagos. Nesta rodada, foram alocados 1.592.701 tíquetes. Os contemplados na primeira fase que não finalizarem os seus pedidos de compra estarão impedidos de participar da segunda rodada do sorteio, que começa na próxima quarta (1º). Os interessados neste segundo lote terão até o dia 17 de julho para solicitar as entradas e, caso sorteados, receberão a confirmação da organização por e-mail, em agosto. Pessoas que se inscreveram anteriormente, mas que não foram sorteadas, terão prioridade. Houve 5,2 milhões de requisições até o final de abril, o que representou cerca de 25% do registrado na mesma etapa do processo de venda nos Jogos de Londres-2012. As entradas para as cerimônias de abertura e encerramento dos jogos, assim como a final do futebol masculino, as finais feminina e masculina do vôlei e a final masculina do basquete se esgotaram na primeira fase do sorteio. O valor médio dos pedidos para este primeiro sorteio foi de R$ 1.341. Houve solicitação que chegou a R$ 53.600. PERGUNTAS E RESPOSTAS Fui informado por e-mail que meu pedido foi aprovado. O que faço? O e-mail do comitê organizador terá um link que vai te redirecionar para a página de ingressos (rio2016.com/ingressos). Cada pessoa terá uma semana para aprovar suas compras por cartão virtual ou cartão de débito. Toda a movimentação para pagamento será feita online. Comprei por cartão de crédito. Tenho que pagar agora? Se a solicitação foi feita por cartão de crédito, o usuário terá até o próximo dia 29 de junho, às 23h59, para efetivar a compra. A organização quer dar tempo para, se necessário, o usuário aumentar o seu limite de crédito. Comprei com a solução virtual (cartão débito eletrônico da Visa), mas agora quero pagar com cartão de crédito ou vice-versa. Como faço? Para quem quiser mudar a forma de pagamento, de crédito para solução virtual ou o contrário, deve ligar para (21) 3004-2016 e solicitar alteração. Outras alterações podem ser solicitadas no rio2016.com/ingressos. Não quero ver mais os Jogos. E agora? É possível que o contemplado desista da compra. Para isso, basta que ele simplesmente informe e desiste. Mas não é possível cancelar parte do pedido; ou se compra tudo ou se desiste de tudo. Perdi o primeiro sorteio, ainda dá para tentar ingressos? Se você não estiver entre os contemplados, a partir de 1º de julho será possível fazer solicitação para o segundo sorteio, que ocorrerá em agosto. Quem não foi sorteado terá prioridade no segundo sorteio. Se eu perder os dois primeiros sorteios, ainda assim poderei concorrer? Sim. Em outubro, os ingressos não vendidos nos sorteios serão disponibilizados por meio de venda direta online.
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Moradores do prédio de Lulinha fazem buzinaço após operação da PF
A 24ª fase da Operação Lava Jato no prédio de Fábio Luís Lula da Silva –também conhecido como Lulinha–, o filho mais velho do ex-presidente Lula, foi recebida com festa por parte dos moradores do edifício na região de Moema, na zona sul de São Paulo. Agentes da Polícia Federal e da Receita Federal chegaram ao edifício de Lulinha às 6h e permaneceram por quase três horas no local. De acordo com moradores, a movimentação dos policiais foi intensa no interior do edifício e documentos foram apreendidos. Ainda segundo os relatos, Lulinha não foi levado pela PF. Do lado de fora, moradores que saíram do prédio fizeram buzinaço. Alguns motoristas agitavam a bandeira do Brasil. Veja vídeo Entre seus vizinhos, Lulinha é conhecido pelo fato de ser comunicativo e um frequentador assíduo da academia. "Ele é sempre muito simpático. Já ouvi [o Lulinha] convidando outros moradores do prédio para passar o dia no sítio dele", disse Gabriel Campos, que frequenta a academia com Lulinha.
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Moradores do prédio de Lulinha fazem buzinaço após operação da PFA 24ª fase da Operação Lava Jato no prédio de Fábio Luís Lula da Silva –também conhecido como Lulinha–, o filho mais velho do ex-presidente Lula, foi recebida com festa por parte dos moradores do edifício na região de Moema, na zona sul de São Paulo. Agentes da Polícia Federal e da Receita Federal chegaram ao edifício de Lulinha às 6h e permaneceram por quase três horas no local. De acordo com moradores, a movimentação dos policiais foi intensa no interior do edifício e documentos foram apreendidos. Ainda segundo os relatos, Lulinha não foi levado pela PF. Do lado de fora, moradores que saíram do prédio fizeram buzinaço. Alguns motoristas agitavam a bandeira do Brasil. Veja vídeo Entre seus vizinhos, Lulinha é conhecido pelo fato de ser comunicativo e um frequentador assíduo da academia. "Ele é sempre muito simpático. Já ouvi [o Lulinha] convidando outros moradores do prédio para passar o dia no sítio dele", disse Gabriel Campos, que frequenta a academia com Lulinha.
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'Congresso tem compromisso com a retomada do crescimento ', diz Dilma
No momento em que o governo federal atua para arquivar pedido de impeachment na Câmara, a presidente Dilma Rousseff fez um elogio público ao Congresso Nacional, nesta segunda-feira (11). Em cerimônia de sanção de projeto de lei que cria novo marco legal para a área de pesquisa e estudo, a petista ressaltou que o Legislativo tem "compromisso com a retomada do crescimento econômico" e observou a importância de esforços suprapartidários no Congresso Nacional. "Ao aprovar por unanimidade essa legislação, o Congresso Nacional mostrou mais uma vez o seu compromisso com as reformas necessárias para a retomada do crescimento econômico na situação em que vivemos", afirmou. "Eu agradeço a todos os congressistas por mais esse esforço suprapartidário de criar as bases para que a inovação se torne o motor de nosso desenvolvimento", acrescentou. O Planalto avalia que o processo de impeachment perdeu força, mas tem atuado para que ele seja arquivado ainda na Câmara, o que representaria uma vitória para o governo. Nesse esforço, o núcleo político do Planalto negocia a liberação de emendas parlamentares e a indicação de cargos de segundo e terceiro escalões. Para conquistar o apoio do PMDB, partido com a maior bancada na Câmara, a presidente também tenta um armistício com o vice-presidente Michel Temer. O esforço envolve a tentativa de dar maior protagonismo ao peemedebista tanto na área política como na econômica, já que ele tem se queixado de seu isolamento em questões administrativas. Na cerimônia, a presidente reconheceu que o país tem dificuldades em transformar capacidade de conhecimento em inovação científica e defendeu a necessidade de se aumentar a competitividade para gerar um novo ciclo de desenvolvimento econômico. "De nada adianta desenvolver uma tecnologia revolucionária se ela permanecer na estante de um laboratório ou de um centro de pesquisa", afirmou. O projeto de lei sancionado aumenta a segurança e flexibilização para a pesquisa científica, facilita a importação de insumos para estudos e projetos e amplia o tempo máximo para que professores de universidades federais atuem em iniciativas de desenvolvimento e inovação. A medida também altera o Estatuto do Estrangeiro, permitindo a contratação de cientistas, técnicos e tecnólogos por empresas privadas e permite a participação do poder público no capital social de companhias particulares para o desenvolvimento de produtos e processos de inovação. Na cerimônia, promovida no Palácio do Planalto, a presidente também lançou edital que disponibilizará R$ 200 milhões para projetos de pesquisa científica e tecnológica.
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'Congresso tem compromisso com a retomada do crescimento ', diz DilmaNo momento em que o governo federal atua para arquivar pedido de impeachment na Câmara, a presidente Dilma Rousseff fez um elogio público ao Congresso Nacional, nesta segunda-feira (11). Em cerimônia de sanção de projeto de lei que cria novo marco legal para a área de pesquisa e estudo, a petista ressaltou que o Legislativo tem "compromisso com a retomada do crescimento econômico" e observou a importância de esforços suprapartidários no Congresso Nacional. "Ao aprovar por unanimidade essa legislação, o Congresso Nacional mostrou mais uma vez o seu compromisso com as reformas necessárias para a retomada do crescimento econômico na situação em que vivemos", afirmou. "Eu agradeço a todos os congressistas por mais esse esforço suprapartidário de criar as bases para que a inovação se torne o motor de nosso desenvolvimento", acrescentou. O Planalto avalia que o processo de impeachment perdeu força, mas tem atuado para que ele seja arquivado ainda na Câmara, o que representaria uma vitória para o governo. Nesse esforço, o núcleo político do Planalto negocia a liberação de emendas parlamentares e a indicação de cargos de segundo e terceiro escalões. Para conquistar o apoio do PMDB, partido com a maior bancada na Câmara, a presidente também tenta um armistício com o vice-presidente Michel Temer. O esforço envolve a tentativa de dar maior protagonismo ao peemedebista tanto na área política como na econômica, já que ele tem se queixado de seu isolamento em questões administrativas. Na cerimônia, a presidente reconheceu que o país tem dificuldades em transformar capacidade de conhecimento em inovação científica e defendeu a necessidade de se aumentar a competitividade para gerar um novo ciclo de desenvolvimento econômico. "De nada adianta desenvolver uma tecnologia revolucionária se ela permanecer na estante de um laboratório ou de um centro de pesquisa", afirmou. O projeto de lei sancionado aumenta a segurança e flexibilização para a pesquisa científica, facilita a importação de insumos para estudos e projetos e amplia o tempo máximo para que professores de universidades federais atuem em iniciativas de desenvolvimento e inovação. A medida também altera o Estatuto do Estrangeiro, permitindo a contratação de cientistas, técnicos e tecnólogos por empresas privadas e permite a participação do poder público no capital social de companhias particulares para o desenvolvimento de produtos e processos de inovação. Na cerimônia, promovida no Palácio do Planalto, a presidente também lançou edital que disponibilizará R$ 200 milhões para projetos de pesquisa científica e tecnológica.
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Policial diz que resistiu a varreduras e temia ser 'confundido com espião'
Em depoimento prestado à Polícia Federal nesta sexta-feira (21), o policial legislativo Geraldo César de Deus Oliveira, 29, um dos presos na Operação Métis, afirmou ter resistido às ordens de varredura contra grampos telefônicos ordenadas pelo seu superior na Polícia do Senado. Oliveira, que foi solto hoje por decisão da PF, disse que temia ser confundido com "um espião" e também ser acusado de estar "protegendo" parlamentares investigados pela Operação Lava Jato. O policial afirmou que chegou a manter contato telefônico com a PGR (Procuradoria Geral da República) para informar as varreduras. Oliveira disse que, para esses serviços, o Senado adquiriu dois aparelhos modelo Oscor Green, "que servem para leitura de radiofrequência", ou seja, detecção de eventual interceptação telefônica e ambiental, e dois aparelhos Talan, "que servem para medida de contrainteligência em linha de telefone fixo e fiação elétrica". Para aprender a manusear os aparelhos, ele e um colega, Antonio Tavares, viajaram aos Estados Unidos e também receberam aulas técnicas de servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Oliveira disse que o grupo da Polícia do Senado também realiza "uma espécie de 'proteção especial'" ao presidente do Senado, "realizando varreduras onde quer que ele vá ter reuniões". A primeira varredura com esses aparelhos que despertou suas suspeitas, disse Oliveira, foi uma realizada na casa de Marcos Regada, segundo ele um genro do ex-senador Edison Lobão Filho. Seria uma casa "suntuosa", onde havia até um helicóptero. Oliveira disse que a princípio não sabia, mas depois descobriu que a varredura não "estava relacionada com o exercício do mandato de um senador", mas sim com "a campanha política de Lobão Filho ao governo do Estado". Afirmou também que só depois descobriu que o trabalho fora feito na casa do genro do ex-senador, e não na residência de um parlamentar. Na viagem até São Luis (MA), Oliveira disse ter tido medo de que o equipamento fosse detectado pelo aparelho do raio-x do aeroporto, por exemplo, e os servidores "serem tidos como 'espiões' do Senado pela mídia". O grupo da Polícia do Senado atuou também nas varreduras em endereços ligados aos senadores Fernando Collor (PTC-AL) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) e na do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Nos dois primeiros casos, disse Oliveira, os trabalhos ocorreram justamente logo após duas fases desencadeadas pela PF e pela PGR (Procuradoria Geral da República), com ordem do STF, em desdobramentos da Lava Jato. Na residência de Collor, os policiais foram recebidos por um assessor, chamado Santana, que teria dito que o parlamentar "estava inseguro de retornar para casa pois seus ambientes tinham sido devassados pela PF". "De fato causou estranheza e receio por parte do interrogado [Geraldo], porém acreditava até então que estava cumprindo uma ordem legal", disse Oliveira à PF. Sobre a varredura na casa de José Sarney, Oliveira afirmou que após receber a ordem decidiu "questioná-la", mas o diretor da Polícia do Senado, Pedro Carvalho, respondeu que ele "deveria ir, simplesmente por ser uma ordem já que o pedido havia sido feito por um ex-presidente e que, acaso um dia isto fosse questionado, poderia ser dito que tal medida foi realizada como precursora para uma visita do presidente do Senado, o que legitimaria a ação da 'contramedida' [de segurança]". Gleisi também teria dito à Polícia do Senado que estava insegura e "só voltaria para casa após a realização da varredura eletrônica". Oliveira repetiu que também resistiu à essa segunda ordem, assim como seu chefe imediato, Everaldo Bosco, "que não estava seguro em realizar a varredura na casa da senadora, por ser em Curitiba e temer dar aparência de que a Polícia do Senado estaria protegendo parlamentar". "Na verdade, nesse momento, somadas todas as circunstâncias anteriores, desconfiava muito do real interesse nas ordens recebidas", disse o policial legislativo. Oliveira afirmou também que tentou um contato com procuradores da República próximos do procurador-geral da República e que deixou "essa tentativa de contato no sistema SPOL/Bolo, um subsistema de registro de boletim de ocorrência" como ocorrência administrativa. Oliveira disse que recebeu como resposta do procurador Eduardo Pellela que a equipe do Senado "poderia ir, não vão achar nada", em referência a grampos telefônicos. Após prestar o depoimento à PF, Oliveira foi solto. Ele estava preso por prazo máximo de cinco dias, mas a Justiça Federal facultou à PF a possibilidade de reduzir o prazo. A PGR confirmou à Folha que o chefe de gabinete do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Eduardo Pellela, recebeu um telefonema de Oliveira. Segundo a assessoria, Pellela desconfiou da ligação e não se recorda de detalhes do conteúdo da conversa.
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Policial diz que resistiu a varreduras e temia ser 'confundido com espião'Em depoimento prestado à Polícia Federal nesta sexta-feira (21), o policial legislativo Geraldo César de Deus Oliveira, 29, um dos presos na Operação Métis, afirmou ter resistido às ordens de varredura contra grampos telefônicos ordenadas pelo seu superior na Polícia do Senado. Oliveira, que foi solto hoje por decisão da PF, disse que temia ser confundido com "um espião" e também ser acusado de estar "protegendo" parlamentares investigados pela Operação Lava Jato. O policial afirmou que chegou a manter contato telefônico com a PGR (Procuradoria Geral da República) para informar as varreduras. Oliveira disse que, para esses serviços, o Senado adquiriu dois aparelhos modelo Oscor Green, "que servem para leitura de radiofrequência", ou seja, detecção de eventual interceptação telefônica e ambiental, e dois aparelhos Talan, "que servem para medida de contrainteligência em linha de telefone fixo e fiação elétrica". Para aprender a manusear os aparelhos, ele e um colega, Antonio Tavares, viajaram aos Estados Unidos e também receberam aulas técnicas de servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Oliveira disse que o grupo da Polícia do Senado também realiza "uma espécie de 'proteção especial'" ao presidente do Senado, "realizando varreduras onde quer que ele vá ter reuniões". A primeira varredura com esses aparelhos que despertou suas suspeitas, disse Oliveira, foi uma realizada na casa de Marcos Regada, segundo ele um genro do ex-senador Edison Lobão Filho. Seria uma casa "suntuosa", onde havia até um helicóptero. Oliveira disse que a princípio não sabia, mas depois descobriu que a varredura não "estava relacionada com o exercício do mandato de um senador", mas sim com "a campanha política de Lobão Filho ao governo do Estado". Afirmou também que só depois descobriu que o trabalho fora feito na casa do genro do ex-senador, e não na residência de um parlamentar. Na viagem até São Luis (MA), Oliveira disse ter tido medo de que o equipamento fosse detectado pelo aparelho do raio-x do aeroporto, por exemplo, e os servidores "serem tidos como 'espiões' do Senado pela mídia". O grupo da Polícia do Senado atuou também nas varreduras em endereços ligados aos senadores Fernando Collor (PTC-AL) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) e na do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Nos dois primeiros casos, disse Oliveira, os trabalhos ocorreram justamente logo após duas fases desencadeadas pela PF e pela PGR (Procuradoria Geral da República), com ordem do STF, em desdobramentos da Lava Jato. Na residência de Collor, os policiais foram recebidos por um assessor, chamado Santana, que teria dito que o parlamentar "estava inseguro de retornar para casa pois seus ambientes tinham sido devassados pela PF". "De fato causou estranheza e receio por parte do interrogado [Geraldo], porém acreditava até então que estava cumprindo uma ordem legal", disse Oliveira à PF. Sobre a varredura na casa de José Sarney, Oliveira afirmou que após receber a ordem decidiu "questioná-la", mas o diretor da Polícia do Senado, Pedro Carvalho, respondeu que ele "deveria ir, simplesmente por ser uma ordem já que o pedido havia sido feito por um ex-presidente e que, acaso um dia isto fosse questionado, poderia ser dito que tal medida foi realizada como precursora para uma visita do presidente do Senado, o que legitimaria a ação da 'contramedida' [de segurança]". Gleisi também teria dito à Polícia do Senado que estava insegura e "só voltaria para casa após a realização da varredura eletrônica". Oliveira repetiu que também resistiu à essa segunda ordem, assim como seu chefe imediato, Everaldo Bosco, "que não estava seguro em realizar a varredura na casa da senadora, por ser em Curitiba e temer dar aparência de que a Polícia do Senado estaria protegendo parlamentar". "Na verdade, nesse momento, somadas todas as circunstâncias anteriores, desconfiava muito do real interesse nas ordens recebidas", disse o policial legislativo. Oliveira afirmou também que tentou um contato com procuradores da República próximos do procurador-geral da República e que deixou "essa tentativa de contato no sistema SPOL/Bolo, um subsistema de registro de boletim de ocorrência" como ocorrência administrativa. Oliveira disse que recebeu como resposta do procurador Eduardo Pellela que a equipe do Senado "poderia ir, não vão achar nada", em referência a grampos telefônicos. Após prestar o depoimento à PF, Oliveira foi solto. Ele estava preso por prazo máximo de cinco dias, mas a Justiça Federal facultou à PF a possibilidade de reduzir o prazo. A PGR confirmou à Folha que o chefe de gabinete do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Eduardo Pellela, recebeu um telefonema de Oliveira. Segundo a assessoria, Pellela desconfiou da ligação e não se recorda de detalhes do conteúdo da conversa.
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'Não sei' vira bordão de Lula em depoimento à Lava Jato
Em 3h35min de depoimento à Polícia Federal no último dia 4, Luiz Inácio Lula da Silva balançou a cabeça negativamente, respondeu "não sei", "faço questão de não saber" ou variações destas expressões a diversas perguntas. O alegado desconhecimento do ex-presidente abrange, sobretudo, temas operacionais de sua empresa de palestras, quanto é o faturamento, qual é a despesa ou como são feitos os contratos. Presidente de honra do instituto que leva o seu nome, Lula também alegou não saber como são captadas as doações milionárias de empresas que financiam a entidade desde 2011. "Nem no instituto nem em casa eu cuido disso, em casa tem uma mulher chamada dona Marisa que cuida e no instituto tem pessoas que cuidam", respondeu Lula. "O senhor não faz nem ideia?", insistiu o delegado. "Não faço ideia". "De quanto entra em dinheiro?", pressionou o investigador. "Faço questão de não fazer ideia", cortou o petista. Indagado sobre doações da Camargo Corrêa, uma das empreiteiras envolvidas no petrolão, o ex-presidente adotou um tom desafiador: "Eu vou repetir, deve ter sido ou o tesoureiro do instituto ou algum diretor do instituto, ela deu para o instituto acho que a metade do que ela deu para o Fernando Henrique Cardoso. Metade, deveria ter dado mais, mas deu menos". Segundo Lula, seu distanciamento foi decidido para dar mais autonomia aos diretores do instituto. O desconhecimento proposital também abrange suas campanhas. Indagado sobre a abordagem de José de Filippi, tesoureiro das campanhas presidenciais de 2006 e 2010, para pedir doações às empreiteiras, Lula sugeriu que o delegado da Polícia Federal fosse atrás dos dados da Justiça Eleitoral. "Deixa eu lhe falar uma coisa, um presidente da República que se preze não discute dinheiro de campanha, se ele quiser ser presidente de fato e de direito ele não discute dinheiro de campanha", disse. Lula também disse desconhecer que duas pessoas que considera amigos –Léo Pinheiro, sócio da OAS, e o pecuarista José Carlos Bumlai– tenham feito a reforma do sítio frequentado por sua família em Atibaia, no interior paulista.
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'Não sei' vira bordão de Lula em depoimento à Lava JatoEm 3h35min de depoimento à Polícia Federal no último dia 4, Luiz Inácio Lula da Silva balançou a cabeça negativamente, respondeu "não sei", "faço questão de não saber" ou variações destas expressões a diversas perguntas. O alegado desconhecimento do ex-presidente abrange, sobretudo, temas operacionais de sua empresa de palestras, quanto é o faturamento, qual é a despesa ou como são feitos os contratos. Presidente de honra do instituto que leva o seu nome, Lula também alegou não saber como são captadas as doações milionárias de empresas que financiam a entidade desde 2011. "Nem no instituto nem em casa eu cuido disso, em casa tem uma mulher chamada dona Marisa que cuida e no instituto tem pessoas que cuidam", respondeu Lula. "O senhor não faz nem ideia?", insistiu o delegado. "Não faço ideia". "De quanto entra em dinheiro?", pressionou o investigador. "Faço questão de não fazer ideia", cortou o petista. Indagado sobre doações da Camargo Corrêa, uma das empreiteiras envolvidas no petrolão, o ex-presidente adotou um tom desafiador: "Eu vou repetir, deve ter sido ou o tesoureiro do instituto ou algum diretor do instituto, ela deu para o instituto acho que a metade do que ela deu para o Fernando Henrique Cardoso. Metade, deveria ter dado mais, mas deu menos". Segundo Lula, seu distanciamento foi decidido para dar mais autonomia aos diretores do instituto. O desconhecimento proposital também abrange suas campanhas. Indagado sobre a abordagem de José de Filippi, tesoureiro das campanhas presidenciais de 2006 e 2010, para pedir doações às empreiteiras, Lula sugeriu que o delegado da Polícia Federal fosse atrás dos dados da Justiça Eleitoral. "Deixa eu lhe falar uma coisa, um presidente da República que se preze não discute dinheiro de campanha, se ele quiser ser presidente de fato e de direito ele não discute dinheiro de campanha", disse. Lula também disse desconhecer que duas pessoas que considera amigos –Léo Pinheiro, sócio da OAS, e o pecuarista José Carlos Bumlai– tenham feito a reforma do sítio frequentado por sua família em Atibaia, no interior paulista.
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Mudanças no setor de açúcar trazem emoções ao mercado, afirma banco
A safra mundial de açúcar de 2017/18 vai trazer muita emoção ao mercado. Várias cosias afetaram o setor nas últimas semanas, e ainda estão sendo analisados os efeitos delas. Entre elas, estão furação em países produtores na América Central e do Caribe, liberação de importações pela Índia a taxas menores e safras maiores em várias regiões. Além disso, houve alteração nas taxas de tributos nos combustíveis no Brasil. As informações são do Rabobank, instituição financeira dedicada ao setor de agronegócio. O banco prevê um superavit de 4,5 milhões de toneladas entre produção e consumo mundiais. O Brasil, líder mundial na produção de cana-de-açúcar e de açúcar, impôs novas taxas nos combustíveis, melhorando a paridade do etanol em relação à gasolina. O governo brasileiro impôs por dois anos uma taxa de 20% a todo etanol importado que superar 600 milhões de litros por ano. A União Europeia deverá produzir mais —podendo atingir 20,5 milhões de toneladas de açúcar em 2017/18. Com isso, pelo terceiro ano seguido, reduzirá as importações e poderá exportar mais. A moagem de cana na Austrália deverá ficar 7% abaixo da de 2016/17, mas a produtividade da cana deverá ser melhor. A China, tradicional importadora, também terá uma safra melhor, podendo atingir 11,5 milhões de toneladas, acima dos 10,5 milhões de 2016/17, segundo o banco. Nos Estados Unidos, os efeitos dos dois furacões que afetaram a região produtora de cana ainda estão sendo analisados. O mesmo ocorre nos países caribenhos. A conjugação desses efeitos vai refletir sobre os preços de mercado. Nesta terça-feira (3), o primeiro contrato esteve em 14,04 centavos de dólar por libra-peso em Nova York. *   À espera - A Embrapa e o Ministério de Agricultura elaboraram uma lista com 20 pragas agrícolas que rondam o país. Se chegarem, poderão atacar culturas como milho, soja, mandioca, batata, arroz e várias frutas. Lista longa - Atualmente já são 500 pragas quarentenárias —entre fungos, insetos, bactérias, vírus, nematoides e plantas daninhas— que estão ausentes do país, segundo a Embrapa. A ameaça é constante. Mandioca - O clima quente e seco de setembro prejudicou a produção de mandioca. Com isso, a menor oferta da raiz fez o preço da tonelada subir para R$ 599 na semana terminada em 29 do mês passado. É o maior valor da série de preços do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Oferta - A seca fez com que a quantidade de matéria-prima processada recuasse 30% na última semana do mês passado, em relação ao período anterior. A ociosidade média da indústria esteve em 77% da capacidade instalada.
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Mudanças no setor de açúcar trazem emoções ao mercado, afirma bancoA safra mundial de açúcar de 2017/18 vai trazer muita emoção ao mercado. Várias cosias afetaram o setor nas últimas semanas, e ainda estão sendo analisados os efeitos delas. Entre elas, estão furação em países produtores na América Central e do Caribe, liberação de importações pela Índia a taxas menores e safras maiores em várias regiões. Além disso, houve alteração nas taxas de tributos nos combustíveis no Brasil. As informações são do Rabobank, instituição financeira dedicada ao setor de agronegócio. O banco prevê um superavit de 4,5 milhões de toneladas entre produção e consumo mundiais. O Brasil, líder mundial na produção de cana-de-açúcar e de açúcar, impôs novas taxas nos combustíveis, melhorando a paridade do etanol em relação à gasolina. O governo brasileiro impôs por dois anos uma taxa de 20% a todo etanol importado que superar 600 milhões de litros por ano. A União Europeia deverá produzir mais —podendo atingir 20,5 milhões de toneladas de açúcar em 2017/18. Com isso, pelo terceiro ano seguido, reduzirá as importações e poderá exportar mais. A moagem de cana na Austrália deverá ficar 7% abaixo da de 2016/17, mas a produtividade da cana deverá ser melhor. A China, tradicional importadora, também terá uma safra melhor, podendo atingir 11,5 milhões de toneladas, acima dos 10,5 milhões de 2016/17, segundo o banco. Nos Estados Unidos, os efeitos dos dois furacões que afetaram a região produtora de cana ainda estão sendo analisados. O mesmo ocorre nos países caribenhos. A conjugação desses efeitos vai refletir sobre os preços de mercado. Nesta terça-feira (3), o primeiro contrato esteve em 14,04 centavos de dólar por libra-peso em Nova York. *   À espera - A Embrapa e o Ministério de Agricultura elaboraram uma lista com 20 pragas agrícolas que rondam o país. Se chegarem, poderão atacar culturas como milho, soja, mandioca, batata, arroz e várias frutas. Lista longa - Atualmente já são 500 pragas quarentenárias —entre fungos, insetos, bactérias, vírus, nematoides e plantas daninhas— que estão ausentes do país, segundo a Embrapa. A ameaça é constante. Mandioca - O clima quente e seco de setembro prejudicou a produção de mandioca. Com isso, a menor oferta da raiz fez o preço da tonelada subir para R$ 599 na semana terminada em 29 do mês passado. É o maior valor da série de preços do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Oferta - A seca fez com que a quantidade de matéria-prima processada recuasse 30% na última semana do mês passado, em relação ao período anterior. A ociosidade média da indústria esteve em 77% da capacidade instalada.
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Desentendimento marca volta às aulas após ocupações em escolas do RS
A tensão entre estudantes, professores e diretores tem marcado a volta às aulas dois meses depois da ocupação das escolas estaduais gaúchas. Os alunos que participaram das ações resistem a obedecer ordens, enquanto coordenação e docentes penam em reconquistar a confiança das classes. Com a retomada das aulas e o fim da greve dos docentes, que pediam reajuste salarial ao governo José Ivo Sartori (PMDB), a tentativa de voltar à normalidade tem esbarrado em diferentes tipos de conflito, alguns acabando até na delegacia. Em um dos cerca de 200 colégios que foram ocupados no Estado, o Cristóvão de Mendoza, em Caxias do Sul (a 120 km de Porto Alegre), 14 estudantes foram levados à polícia quando a escola já havia sido desocupada. Na volta do intervalo, os alunos estavam reunidos sem autorização. Professores e pais contrários à ocupação discutiram com o grupo e ameaçaram chamar a polícia. "A gente é assaltado aqui na frente e a polícia nunca vem", teria respondido um aluno. "Então, uma professora nos disse: 'vocês são uns merdinhas"', conta Vitória Silveira, 17. A confusão acabou com todos na delegacia –onde a aluna do segundo ano ficou 11 horas. Os alunos relatam que sofriam ameaças, até com rojões, de um grupo de pais contrários ao movimento que também ocupou a escola. O grupo, que se auto intitula "pais do bem", tem apoio de um pré-candidato a vereador pelo DEM e líder do MBL na cidade. Diretora da escola, Fabiana Simonaggio, 46, não falou sobre o caso em si, mas disse acreditar que os conflitos ocorram porque os alunos estabeleceram suas próprias regras durante a ocupação e agora precisam "voltar à escola tradicional". 'MUITA MÁGOA' "Existe a mágoa de todas as partes: tem mágoa dos professores, tem mágoa de alunos que não eram ocupantes, mágoa dos ocupantes. Só o tempo vai sarar essa ferida." A diretora garante que a escola tem buscado pacificar a situação e que uma psicóloga deve atuar em breve no contato com os alunos. Para a presidente da ACPM (Federação da Associação de Pais e Mestres do Estado), Berenice da Costa, 56, os alunos ocupantes "voltam diferentes, com novos anseios", o que gera atrito. "A escola vai continuar chata, todo mundo sentadinho atrás do outro. Vai ter que mudar, os professores vão ter que mudar", diz Berenice. Segundo ela, a maioria dos pais sempre foi contra ao movimento. Em Porto Alegre, houve discussões de pais e alunos em diversas escolas. Mas não são apenas traumas que marcam a volta às aulas. Em Santa Maria (a 251 km da capital), o Ministério Público do Estado utilizou o método de círculo restaurativo para conciliar as partes e firmar um acordo de desocupação que foi sugerido pelos próprios estudantes. "No primeiro momento escutamos os alunos. 'Ninguém nos escutava, aqui finalmente somos ouvidos', eles diziam. Aí o acordo surgiu normalmente", conta a promotora Rosângela Corrêa da Rosa, 46. De acordo com a assessora jurídica e facilitadora do círculo, Isabel Cristina Silva, 47, a prática promove uma "escuta empática". "Posso não concordar, mas vou respeitar e ter o meu momento de falar. As pessoas estão sempre [aptas] para refutar ou revidar o que o outro está falando, isso impede uma escuta ativa", diz Isabel. Diversas reuniões foram realizadas, algumas com mais de cinco horas de duração. Nos círculos, a linguagem adotada é "não-violenta", ou seja, sem julgamento, lidando com problemas sem acusar pessoas. "Na escola, a fala é muito hierárquica, do professor para o aluno, da direção para os pais. As pessoas não ouvem o que as outras têm a dizer", diz a diretora. Após as ocupações, o governo Sartori se comprometeu a destinar R$ 40 milhões para melhorias estruturais das escolas e adiar o projeto de lei que abriria brecha para privatizar colégios. Com a volta às aulas, o governo fixou que cada escola monte o calendário para recuperação das aulas e encaminhe para as coordenadorias regionais.
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Desentendimento marca volta às aulas após ocupações em escolas do RSA tensão entre estudantes, professores e diretores tem marcado a volta às aulas dois meses depois da ocupação das escolas estaduais gaúchas. Os alunos que participaram das ações resistem a obedecer ordens, enquanto coordenação e docentes penam em reconquistar a confiança das classes. Com a retomada das aulas e o fim da greve dos docentes, que pediam reajuste salarial ao governo José Ivo Sartori (PMDB), a tentativa de voltar à normalidade tem esbarrado em diferentes tipos de conflito, alguns acabando até na delegacia. Em um dos cerca de 200 colégios que foram ocupados no Estado, o Cristóvão de Mendoza, em Caxias do Sul (a 120 km de Porto Alegre), 14 estudantes foram levados à polícia quando a escola já havia sido desocupada. Na volta do intervalo, os alunos estavam reunidos sem autorização. Professores e pais contrários à ocupação discutiram com o grupo e ameaçaram chamar a polícia. "A gente é assaltado aqui na frente e a polícia nunca vem", teria respondido um aluno. "Então, uma professora nos disse: 'vocês são uns merdinhas"', conta Vitória Silveira, 17. A confusão acabou com todos na delegacia –onde a aluna do segundo ano ficou 11 horas. Os alunos relatam que sofriam ameaças, até com rojões, de um grupo de pais contrários ao movimento que também ocupou a escola. O grupo, que se auto intitula "pais do bem", tem apoio de um pré-candidato a vereador pelo DEM e líder do MBL na cidade. Diretora da escola, Fabiana Simonaggio, 46, não falou sobre o caso em si, mas disse acreditar que os conflitos ocorram porque os alunos estabeleceram suas próprias regras durante a ocupação e agora precisam "voltar à escola tradicional". 'MUITA MÁGOA' "Existe a mágoa de todas as partes: tem mágoa dos professores, tem mágoa de alunos que não eram ocupantes, mágoa dos ocupantes. Só o tempo vai sarar essa ferida." A diretora garante que a escola tem buscado pacificar a situação e que uma psicóloga deve atuar em breve no contato com os alunos. Para a presidente da ACPM (Federação da Associação de Pais e Mestres do Estado), Berenice da Costa, 56, os alunos ocupantes "voltam diferentes, com novos anseios", o que gera atrito. "A escola vai continuar chata, todo mundo sentadinho atrás do outro. Vai ter que mudar, os professores vão ter que mudar", diz Berenice. Segundo ela, a maioria dos pais sempre foi contra ao movimento. Em Porto Alegre, houve discussões de pais e alunos em diversas escolas. Mas não são apenas traumas que marcam a volta às aulas. Em Santa Maria (a 251 km da capital), o Ministério Público do Estado utilizou o método de círculo restaurativo para conciliar as partes e firmar um acordo de desocupação que foi sugerido pelos próprios estudantes. "No primeiro momento escutamos os alunos. 'Ninguém nos escutava, aqui finalmente somos ouvidos', eles diziam. Aí o acordo surgiu normalmente", conta a promotora Rosângela Corrêa da Rosa, 46. De acordo com a assessora jurídica e facilitadora do círculo, Isabel Cristina Silva, 47, a prática promove uma "escuta empática". "Posso não concordar, mas vou respeitar e ter o meu momento de falar. As pessoas estão sempre [aptas] para refutar ou revidar o que o outro está falando, isso impede uma escuta ativa", diz Isabel. Diversas reuniões foram realizadas, algumas com mais de cinco horas de duração. Nos círculos, a linguagem adotada é "não-violenta", ou seja, sem julgamento, lidando com problemas sem acusar pessoas. "Na escola, a fala é muito hierárquica, do professor para o aluno, da direção para os pais. As pessoas não ouvem o que as outras têm a dizer", diz a diretora. Após as ocupações, o governo Sartori se comprometeu a destinar R$ 40 milhões para melhorias estruturais das escolas e adiar o projeto de lei que abriria brecha para privatizar colégios. Com a volta às aulas, o governo fixou que cada escola monte o calendário para recuperação das aulas e encaminhe para as coordenadorias regionais.
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Bilhões de reais e 10 anos depois, Transnordestina leva a lugar nenhum
O corte reto e metalizado traçado pela ferrovia no horizonte destaca a Transnordestina em meio à seca paisagem sertaneja, tão familiar ao agricultor Francisco Emiliano, de 58 anos, que viu a obra ser lançada em 2006 e testemunha diariamente o silêncio da linha inacabada, onde já não há mais operários trabalhando e nem passa trem algum. Ao longo dos dez anos de sua atrasada obra, que já consumiu mais de R$ 6 bilhões, a ferrovia Transnordestina passou de símbolo da promessa de um Nordeste e de um Brasil que não parariam de crescer para um catálogo de retratos de abandono, tanto onde a linha está pronta, mas sem operar comercialmente, como nos canteiros de obra deixados para trás quando o dinheiro parou de entrar. O futuro da ferrovia, que era um dos principais projetos de infraestrutura do país, com mais de 1.700 quilômetros de traçado, segue incerto. As dúvidas persistem mesmo depois da aguardada medida provisória das concessões, publicada no mês passado, que cria mecanismos para devolução negociada de contratos à União, para serem relicitados, e da promessa de mais dinheiro do governo federal anunciada na última terça-feira (13). O projeto ainda precisa de bilhões de reais para ser concluído. Além disso, a obra está sob a mira do TCU (Tribunal de Contas da União) pela legalidade do contrato que deu à concessionária controlada pela CSN o direito de tocar e gerenciar o projeto, por questões licitatórias e eventual disparidade de valores. O que se vê atualmente no percurso por onde passariam vagões carregados, principalmente de minérios e grãos, é um legado de desolação e desemprego no sertão castigado por uma estiagem que já dura cinco anos. "Até agora, a obra parou aqui. Depois continua só a estrada carroçal (de terra). Se estivesse pronta ia ser bom demais. Ia chegar combustível mais barato, emprego para o povo. Está tudo parado. Tem muito desempregado por aí", conta Emiliano. O agricultor, pai de sete filhos, mora perto da cidade de Missão Velha (CE), de 34 mil habitantes, e trabalha cuidando de cerca de 80 cabeças de gado em uma propriedade às margens dos trilhos da Transnordestina. Emiliano vigia o gado em um local a apenas algumas dezenas de metros do chamado Marco Zero, onde as obras foram lançadas dez anos atrás pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E é ali mesmo, pouco depois do Marco Zero, que o trecho pronto da ferrovia que vem de Pernambuco termina abruptamente. Dormentes, trilhos e brita vão sendo deixados para trás até que a obra passa a ser apenas uma estrada de terra batida, usada hoje para pastagem de animais e como atalho para motos e carros que circulam na região. A reportagem da Reuters percorreu cerca de 300 quilômetros do projeto, quase metade da extensão já concluída, bem como locais onde a obra estagnou, no Ceará e em Pernambuco, ouvindo relatos de pessoas afetadas direta ou indiretamente pelo projeto que voltou à pauta em Brasília, no momento em que o governo federal tenta encontrar uma solução para esta e outras concessões de logística que enfrentam graves problemas para seguir adiante. O Ministério da Integração Nacional acenou com injeção de mais R$ 430 milhões para a retomada das obras da ferrovia. Desse valor, segundo anunciado na terça-feira, cerca de R$ 153 milhões serão liberados pelo Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) "e permitirão a retomada das obras". O ministério não informou, no entanto, prazos para isso até o fechamento desta reportagem. Do total anunciado, outros R$ 150 milhões "estão condicionados à comprovação da execução dos serviços ao longo de 2017". O restante será desembolsado pela estatal Valec, sócia minoritária do projeto, no ano que vem. A pasta não deu nenhum detalhe sobre como a verba será aplicada. A liberação desses recursos teria ocorrido depois que a TLSA se comprometeu a apresentar em 50 dias "um plano de trabalho com informações sobre a aplicação dos recursos e as metas para dar mais impulso à execução dos serviços em 2017", afirmou o ministério. O projeto da Transnordestina, no entanto, ainda precisa de pelo menos mais R$ 5 bilhões. Fontes do governo avaliam que pode ser difícil encontrar quem esteja ainda disposto a apostar na ferrovia, levando em conta que governo de Michel Temer está menos disposto a ser sócio de grandes empreendimentos. Apesar da repactuação financeira da Transnordestina com a TLSA estar sobre a mesa, uma fonte do governo que participa diretamente das discussões e outras três autoridades do governo federal dizem que o mais provável é que ocorra a chamada devolução negociada, ou "amigável", da concessão. A TLSA é controlada pela CSN. Se essa for de fato a saída, a União retomaria a concessão da ferrovia para tentar oferecê-la posteriormente ao mercado em leilão, seguindo as regras da MP das concessões. Uma possibilidade para tentar viabilizar o interesse de investidores seria reduzir o traçado originalmente previsto, mas segundo a fonte que participa diretamente das discussões há dentro do governo dúvidas sobre se existe carga suficiente nas regiões atendidas pela ferrovia para atrair esse investimento. "NÃO TEM LÓGICA" As obras da ferrovia, que a esta altura deveriam estar em grande parte prontas, já custaram cerca de R$ 6,27 bilhões, segundo a estatal Valec, sócia minoritária do projeto. Porém, o trabalho está longe de terminar, já que apenas 52% das obras previstas foram concluídas. O objetivo público da ferrovia era ter uma capacidade para transportar 30 milhões de toneladas de carga por ano, principalmente minérios e grãos, segundo dados da TLSA. Para se ter uma ideia do que isso significa, em 2015, segundo dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), a malha paulista da Rumo (ex-ALL), que liga o Centro-Oeste ao principal porto do país, Santos, transportou cerca de 4,7 milhões de toneladas de carga. Para alguns especialistas, porém, o potencial de carga para a nova Transnordestina pode ser bem menor do que sua capacidade. "Se chegasse a 5 ou 6 milhões de toneladas transportadas por ano seria muito", disse o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira. O grupo reúne entidades de diversos setores, como agropecuário e industrial. Atualmente, estão concluídos cerca de 600 quilômetros de trilhos, de um traçado de 1.753 quilômetros, segundo a TLSA. A diferença entre os quilômetros e o percentual de conclusão leva em conta a execução de pontes, viadutos e trabalhos preparatórios do solo para o assentamento dos trilhos. O atual contrato da Transnordestina, no entanto, prevê a entrega da ferrovia em janeiro de 2017. Pelo projeto atual, a ferrovia partiria de Eliseu Martins, no interior do Piauí, em direção a Salgueiro, em Pernambuco, de onde se dividiria em dois grandes braços em direção aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE). Questionada sobre o futuro da obra, a TLSA afirmou que a liberação dos R$ 430 milhões permitirá a "retomada imediata das obras de forma sustentável ao longo de 2017", e a criação de cerca de 5.000 empregos. Porém, a empresa acrescentou que segue negociando com o governo para "consolidar o plano definitivo que possa garantir a conclusão do projeto". Com a repactuação financeira e a retomada do ritmo na obra, a empresa afirma que conseguiria concluir o trecho entre Eliseu Martins e Pecém em 30 meses "e a ligação até o porto de Suape em mais 14 meses". A CSN encerrou setembro com dívida líquida de R$ 25,8 bilhões e tem vendido ativos para reduzir o endividamento. Uma das críticas de técnicos ouvidos pela reportagem, e que pode ajudar a explicar por que os trechos prontos da ferrovia não estão em operação, diz respeito ao fato das obras da Transnordestina terem começado pelo interior e não pelos portos. Sem conexão com os terminais portuários, os trilhos prontos não têm para onde levar cargas. "Isso é mais do que atípico, não tem lógica. Se tem um porto, você a 50 quilômetros dele já tem carga e pode começar a operar. Esse tipo de procedimento demonstra outro problema, que é a falta de um planejamento mais consistente", disse o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e ex-diretor da ANTT Luiz Afonso Senna. "Você tem formas de construir e agregar cada trecho para já começar a deixá-lo operacional", acrescentou. A TLSA afirma que estuda iniciar uma possível nova frente de trabalhos a partir de Pecém, em direção a Missão Velha. "O modelo de construção idealizado foi desenvolvido para possibilitar o menor deslocamento de matéria-prima (dormentes e brita) por meio do lançamento de três frentes simultâneas a partir de Salgueiro, vértice dos três segmentos, possibilitando um menor custo do projeto", disse a empresa. Segundo a professora do mestrado de Geografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Tânia Bacelar, a Transnordestina precisaria avançar mais rumo ao oeste para se encontrar com a ferrovia Norte-Sul e obter mais carga. "A Norte-Sul será a espinha dorsal do sistema nacional. A Transnordestina está no meio do caminho ainda", disse a economista. Em meio a críticas e questionamentos, o ex-diretor da ANTT avalia que muito dinheiro já foi investido na Transnordestina e terminá-la é essencial. "Não pode haver uma obra daquele porte parada, com o que já foi investido, com a relevância econômica que tem para a região", disse. "Temos no Brasil os chamados elefantes brancos, esse ainda não é um elefante adulto, mas precisamos achar uma solução por meio de um modelo concessão que pare em pé", afirmou ele. A estimativa total de investimentos necessários subiu de R$ 7,5 bilhões, previstos em 2012, para os atuais R$ 11,2 bilhões, orçamento em fase de validação pela ANTT, segundo a concessionária. NA MIRA DO TCU O projeto da Transnordestina está sob a lupa do TCU há meses, e seus técnicos estão examinando pelo menos três aspectos do empreendimento. Um deles diz respeito à legalidade do próprio contrato que deu à concessionária controlada pela CSN o direito de tocar e gerenciar o projeto. O Ministério Público de Contas do TCU afirma que não houve licitação para a concessão do projeto à TLSA e ainda desconfia de eventual disparidade entre os valores já investidos e extensão já concluída da obra. "A construção de 1.753 quilômetros de ferrovia e a exploração desse novo objeto no contrato de concessão da Malha Nordeste deu-se sem prévia licitação, com violação aos comandos contidos no artigo 175 da Constituição Federal e de diversos comandos da Lei 8.987/1995", como consta do processo que tramita no TCU sobre o caso. O ministro do TCU Augusto Sherman afirmou em julho, no processo aberto no tribunal sobre a Transnordestina, que um dos financiadores da obra, o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), teria observado disparidade entre a execução física e a financeira. A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que administra o fundo, confirmou à Reuters que, "na última liberação de recursos do FDNE para o projeto da Ferrovia Transnordestina, o Banco do Nordeste (agente operador do FDNE) verificou haver defasagem de comprovações das execuções física, financeira e contábil do projeto". E por isso, em 2014, a Sudene notificou a concessionária condicionando a aprovação de novo pedido de desembolso à comprovação da conformidade das execuções "em patamares compatíveis com os recursos efetivamente liberados pelo FDNE". Questionada sobre isso, a TLSA afirmou que, considerando o orçamento mais recente, de R$ 11,2 bilhões para o total da obra, já foram gastos o equivalente a 56% disso, percentual próximo aos 52% atribuídos à execução física da construção. "Desta forma, não há descompasso entre os valores aplicados na obra e a sua correspondente execução física, fato já reconhecido pelo TCU quando da derrubada da liminar que suspendia novos aportes no projeto", disse a TLSA, em resposta encaminhada à Reuters. A comprovação da execução física da ferrovia também é uma prioridade do TCU, que deve fazer no ano que vem uma análise da obra com o uso de geotecnologia, informaram técnicos do tribunal. A TLSA atribui ao atraso no repasse de recursos públicos as dificuldades com a obra. TRILHOS SECOS Enquanto o imbróglio em torno do financiamento do restante da ferrovia se desenrola, a população das regiões no entorno das obras amarga a falta de trabalho. Nela se inclui Daniel Alves, de 29 anos, morador de Missão Velha (CE) e desempregado há quase seis meses. Ele trabalhava nas obras da ferrovia na região desde praticamente o início. "Trabalhei na obra da ferrovia desde 2007. Mas quando parou, fiquei sem trabalho. Estou parado, esperando, tem promessa da obra voltar. Dizem que para voltar estão esperando as chuvas, porque sem água não funciona a obra", contou. Segundo a TLSA, em outubro havia 829 funcionários mobilizados na obra da ferrovia. Em 2010, no pico dos trabalhos, eram cerca de 11 mil. Outro desempregado em Missão Velha é Joel Bertoso, de 21 anos, amigo de Alves e colega dele antes da interrupção das obras. "Tinha gente demais aqui na região trabalhando na obra. Muitos foram para outros Estados plantar, o emprego que tinha aqui era esse", disse Bertoso. A agricultura é alternativa de trabalho imediata para todos que vivem no semi-árido, mas como o Nordeste vem de uma sequência de cinco anos de seca -no Ceará, a pior desde 1910, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)- e tampouco foram concluídas todas as obras da transposição do São Francisco, falta água e é difícil sobreviver da terra. ENCRUZILHADA DO NORDESTE Distante quase 100 quilômetros de Missão Velha, a cidade de Salgueiro, um pólo regional em Pernambuco de quase 60 mil habitantes, encravado no cruzamento das rodovias BR-116 e BR-232, também espera pela Transnordestina e pela transposição do São Francisco. "Tivemos um grupo de hotéis de Recife que chegou a adquirir terreno aqui no município, mas me disseram que só vão construir quando a ferrovia estiver pronta", disse o prefeito de Salgueiro, Marcones Libório de Sá (PSB). Segundo o prefeito, havia ainda estudos da Gerdau para investir na cidade, bem como conversas para atrair uma central de distribuição de combustíveis da Petrobras. "Mas sem a ferrovia essas coisas não têm sentido." A própria fábrica de dormentes e brita instalada em Salgueiro para abastecer a Transnordestina parou de produzir no final do ano passado, aumentando a conta dos desempregados do projeto e da região. Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, após um apogeu de mais de 5.700 vagas líquidas criadas entre 2009 e 2010, o município de Salgueiro acumulou uma perda também líquida de cerca de 8.200 postos de trabalho formais entre 2011 e setembro deste ano. A falta de conclusão da obra jogou um balde de água fria em quem investiu em Salgueiro contando com o aquecimento da economia local. "A situação é muito difícil. O pessoal que trabalhava nessas obras hoje está desempregado e não tem outra alternativa. A cidade praticamente parou e não há outra alternativa de investimento, haveria se a ferrovia estivesse funcionando", disse Francisco Aílton, de 54 anos, gerente de um hotel em Salgueiro, que viu o movimento cair cerca de 60% de 2014 para cá. Enquanto isso, a pouco mais de 10 quilômetros do hotel de Aílton, a família de Raimundo José da Silva convive com um muro de aço formado por mais de 60 vagões da Transnordestina, estacionados nos trilhos que cortam sua propriedade ao meio. Muitos deles estão carregados de brita e dormentes que nunca chegaram ao destino. "A carga está aqui. Eles levavam quando precisavam, quando estavam trabalhando. Mas parece que agora está parado", disse Silva, que teve de pedir à TSLA para separar o comboio em duas partes para poder levar o gado para pastar do outro lado de sua propriedade.
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Bilhões de reais e 10 anos depois, Transnordestina leva a lugar nenhumO corte reto e metalizado traçado pela ferrovia no horizonte destaca a Transnordestina em meio à seca paisagem sertaneja, tão familiar ao agricultor Francisco Emiliano, de 58 anos, que viu a obra ser lançada em 2006 e testemunha diariamente o silêncio da linha inacabada, onde já não há mais operários trabalhando e nem passa trem algum. Ao longo dos dez anos de sua atrasada obra, que já consumiu mais de R$ 6 bilhões, a ferrovia Transnordestina passou de símbolo da promessa de um Nordeste e de um Brasil que não parariam de crescer para um catálogo de retratos de abandono, tanto onde a linha está pronta, mas sem operar comercialmente, como nos canteiros de obra deixados para trás quando o dinheiro parou de entrar. O futuro da ferrovia, que era um dos principais projetos de infraestrutura do país, com mais de 1.700 quilômetros de traçado, segue incerto. As dúvidas persistem mesmo depois da aguardada medida provisória das concessões, publicada no mês passado, que cria mecanismos para devolução negociada de contratos à União, para serem relicitados, e da promessa de mais dinheiro do governo federal anunciada na última terça-feira (13). O projeto ainda precisa de bilhões de reais para ser concluído. Além disso, a obra está sob a mira do TCU (Tribunal de Contas da União) pela legalidade do contrato que deu à concessionária controlada pela CSN o direito de tocar e gerenciar o projeto, por questões licitatórias e eventual disparidade de valores. O que se vê atualmente no percurso por onde passariam vagões carregados, principalmente de minérios e grãos, é um legado de desolação e desemprego no sertão castigado por uma estiagem que já dura cinco anos. "Até agora, a obra parou aqui. Depois continua só a estrada carroçal (de terra). Se estivesse pronta ia ser bom demais. Ia chegar combustível mais barato, emprego para o povo. Está tudo parado. Tem muito desempregado por aí", conta Emiliano. O agricultor, pai de sete filhos, mora perto da cidade de Missão Velha (CE), de 34 mil habitantes, e trabalha cuidando de cerca de 80 cabeças de gado em uma propriedade às margens dos trilhos da Transnordestina. Emiliano vigia o gado em um local a apenas algumas dezenas de metros do chamado Marco Zero, onde as obras foram lançadas dez anos atrás pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E é ali mesmo, pouco depois do Marco Zero, que o trecho pronto da ferrovia que vem de Pernambuco termina abruptamente. Dormentes, trilhos e brita vão sendo deixados para trás até que a obra passa a ser apenas uma estrada de terra batida, usada hoje para pastagem de animais e como atalho para motos e carros que circulam na região. A reportagem da Reuters percorreu cerca de 300 quilômetros do projeto, quase metade da extensão já concluída, bem como locais onde a obra estagnou, no Ceará e em Pernambuco, ouvindo relatos de pessoas afetadas direta ou indiretamente pelo projeto que voltou à pauta em Brasília, no momento em que o governo federal tenta encontrar uma solução para esta e outras concessões de logística que enfrentam graves problemas para seguir adiante. O Ministério da Integração Nacional acenou com injeção de mais R$ 430 milhões para a retomada das obras da ferrovia. Desse valor, segundo anunciado na terça-feira, cerca de R$ 153 milhões serão liberados pelo Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) "e permitirão a retomada das obras". O ministério não informou, no entanto, prazos para isso até o fechamento desta reportagem. Do total anunciado, outros R$ 150 milhões "estão condicionados à comprovação da execução dos serviços ao longo de 2017". O restante será desembolsado pela estatal Valec, sócia minoritária do projeto, no ano que vem. A pasta não deu nenhum detalhe sobre como a verba será aplicada. A liberação desses recursos teria ocorrido depois que a TLSA se comprometeu a apresentar em 50 dias "um plano de trabalho com informações sobre a aplicação dos recursos e as metas para dar mais impulso à execução dos serviços em 2017", afirmou o ministério. O projeto da Transnordestina, no entanto, ainda precisa de pelo menos mais R$ 5 bilhões. Fontes do governo avaliam que pode ser difícil encontrar quem esteja ainda disposto a apostar na ferrovia, levando em conta que governo de Michel Temer está menos disposto a ser sócio de grandes empreendimentos. Apesar da repactuação financeira da Transnordestina com a TLSA estar sobre a mesa, uma fonte do governo que participa diretamente das discussões e outras três autoridades do governo federal dizem que o mais provável é que ocorra a chamada devolução negociada, ou "amigável", da concessão. A TLSA é controlada pela CSN. Se essa for de fato a saída, a União retomaria a concessão da ferrovia para tentar oferecê-la posteriormente ao mercado em leilão, seguindo as regras da MP das concessões. Uma possibilidade para tentar viabilizar o interesse de investidores seria reduzir o traçado originalmente previsto, mas segundo a fonte que participa diretamente das discussões há dentro do governo dúvidas sobre se existe carga suficiente nas regiões atendidas pela ferrovia para atrair esse investimento. "NÃO TEM LÓGICA" As obras da ferrovia, que a esta altura deveriam estar em grande parte prontas, já custaram cerca de R$ 6,27 bilhões, segundo a estatal Valec, sócia minoritária do projeto. Porém, o trabalho está longe de terminar, já que apenas 52% das obras previstas foram concluídas. O objetivo público da ferrovia era ter uma capacidade para transportar 30 milhões de toneladas de carga por ano, principalmente minérios e grãos, segundo dados da TLSA. Para se ter uma ideia do que isso significa, em 2015, segundo dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), a malha paulista da Rumo (ex-ALL), que liga o Centro-Oeste ao principal porto do país, Santos, transportou cerca de 4,7 milhões de toneladas de carga. Para alguns especialistas, porém, o potencial de carga para a nova Transnordestina pode ser bem menor do que sua capacidade. "Se chegasse a 5 ou 6 milhões de toneladas transportadas por ano seria muito", disse o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira. O grupo reúne entidades de diversos setores, como agropecuário e industrial. Atualmente, estão concluídos cerca de 600 quilômetros de trilhos, de um traçado de 1.753 quilômetros, segundo a TLSA. A diferença entre os quilômetros e o percentual de conclusão leva em conta a execução de pontes, viadutos e trabalhos preparatórios do solo para o assentamento dos trilhos. O atual contrato da Transnordestina, no entanto, prevê a entrega da ferrovia em janeiro de 2017. Pelo projeto atual, a ferrovia partiria de Eliseu Martins, no interior do Piauí, em direção a Salgueiro, em Pernambuco, de onde se dividiria em dois grandes braços em direção aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE). Questionada sobre o futuro da obra, a TLSA afirmou que a liberação dos R$ 430 milhões permitirá a "retomada imediata das obras de forma sustentável ao longo de 2017", e a criação de cerca de 5.000 empregos. Porém, a empresa acrescentou que segue negociando com o governo para "consolidar o plano definitivo que possa garantir a conclusão do projeto". Com a repactuação financeira e a retomada do ritmo na obra, a empresa afirma que conseguiria concluir o trecho entre Eliseu Martins e Pecém em 30 meses "e a ligação até o porto de Suape em mais 14 meses". A CSN encerrou setembro com dívida líquida de R$ 25,8 bilhões e tem vendido ativos para reduzir o endividamento. Uma das críticas de técnicos ouvidos pela reportagem, e que pode ajudar a explicar por que os trechos prontos da ferrovia não estão em operação, diz respeito ao fato das obras da Transnordestina terem começado pelo interior e não pelos portos. Sem conexão com os terminais portuários, os trilhos prontos não têm para onde levar cargas. "Isso é mais do que atípico, não tem lógica. Se tem um porto, você a 50 quilômetros dele já tem carga e pode começar a operar. Esse tipo de procedimento demonstra outro problema, que é a falta de um planejamento mais consistente", disse o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e ex-diretor da ANTT Luiz Afonso Senna. "Você tem formas de construir e agregar cada trecho para já começar a deixá-lo operacional", acrescentou. A TLSA afirma que estuda iniciar uma possível nova frente de trabalhos a partir de Pecém, em direção a Missão Velha. "O modelo de construção idealizado foi desenvolvido para possibilitar o menor deslocamento de matéria-prima (dormentes e brita) por meio do lançamento de três frentes simultâneas a partir de Salgueiro, vértice dos três segmentos, possibilitando um menor custo do projeto", disse a empresa. Segundo a professora do mestrado de Geografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Tânia Bacelar, a Transnordestina precisaria avançar mais rumo ao oeste para se encontrar com a ferrovia Norte-Sul e obter mais carga. "A Norte-Sul será a espinha dorsal do sistema nacional. A Transnordestina está no meio do caminho ainda", disse a economista. Em meio a críticas e questionamentos, o ex-diretor da ANTT avalia que muito dinheiro já foi investido na Transnordestina e terminá-la é essencial. "Não pode haver uma obra daquele porte parada, com o que já foi investido, com a relevância econômica que tem para a região", disse. "Temos no Brasil os chamados elefantes brancos, esse ainda não é um elefante adulto, mas precisamos achar uma solução por meio de um modelo concessão que pare em pé", afirmou ele. A estimativa total de investimentos necessários subiu de R$ 7,5 bilhões, previstos em 2012, para os atuais R$ 11,2 bilhões, orçamento em fase de validação pela ANTT, segundo a concessionária. NA MIRA DO TCU O projeto da Transnordestina está sob a lupa do TCU há meses, e seus técnicos estão examinando pelo menos três aspectos do empreendimento. Um deles diz respeito à legalidade do próprio contrato que deu à concessionária controlada pela CSN o direito de tocar e gerenciar o projeto. O Ministério Público de Contas do TCU afirma que não houve licitação para a concessão do projeto à TLSA e ainda desconfia de eventual disparidade entre os valores já investidos e extensão já concluída da obra. "A construção de 1.753 quilômetros de ferrovia e a exploração desse novo objeto no contrato de concessão da Malha Nordeste deu-se sem prévia licitação, com violação aos comandos contidos no artigo 175 da Constituição Federal e de diversos comandos da Lei 8.987/1995", como consta do processo que tramita no TCU sobre o caso. O ministro do TCU Augusto Sherman afirmou em julho, no processo aberto no tribunal sobre a Transnordestina, que um dos financiadores da obra, o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), teria observado disparidade entre a execução física e a financeira. A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que administra o fundo, confirmou à Reuters que, "na última liberação de recursos do FDNE para o projeto da Ferrovia Transnordestina, o Banco do Nordeste (agente operador do FDNE) verificou haver defasagem de comprovações das execuções física, financeira e contábil do projeto". E por isso, em 2014, a Sudene notificou a concessionária condicionando a aprovação de novo pedido de desembolso à comprovação da conformidade das execuções "em patamares compatíveis com os recursos efetivamente liberados pelo FDNE". Questionada sobre isso, a TLSA afirmou que, considerando o orçamento mais recente, de R$ 11,2 bilhões para o total da obra, já foram gastos o equivalente a 56% disso, percentual próximo aos 52% atribuídos à execução física da construção. "Desta forma, não há descompasso entre os valores aplicados na obra e a sua correspondente execução física, fato já reconhecido pelo TCU quando da derrubada da liminar que suspendia novos aportes no projeto", disse a TLSA, em resposta encaminhada à Reuters. A comprovação da execução física da ferrovia também é uma prioridade do TCU, que deve fazer no ano que vem uma análise da obra com o uso de geotecnologia, informaram técnicos do tribunal. A TLSA atribui ao atraso no repasse de recursos públicos as dificuldades com a obra. TRILHOS SECOS Enquanto o imbróglio em torno do financiamento do restante da ferrovia se desenrola, a população das regiões no entorno das obras amarga a falta de trabalho. Nela se inclui Daniel Alves, de 29 anos, morador de Missão Velha (CE) e desempregado há quase seis meses. Ele trabalhava nas obras da ferrovia na região desde praticamente o início. "Trabalhei na obra da ferrovia desde 2007. Mas quando parou, fiquei sem trabalho. Estou parado, esperando, tem promessa da obra voltar. Dizem que para voltar estão esperando as chuvas, porque sem água não funciona a obra", contou. Segundo a TLSA, em outubro havia 829 funcionários mobilizados na obra da ferrovia. Em 2010, no pico dos trabalhos, eram cerca de 11 mil. Outro desempregado em Missão Velha é Joel Bertoso, de 21 anos, amigo de Alves e colega dele antes da interrupção das obras. "Tinha gente demais aqui na região trabalhando na obra. Muitos foram para outros Estados plantar, o emprego que tinha aqui era esse", disse Bertoso. A agricultura é alternativa de trabalho imediata para todos que vivem no semi-árido, mas como o Nordeste vem de uma sequência de cinco anos de seca -no Ceará, a pior desde 1910, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)- e tampouco foram concluídas todas as obras da transposição do São Francisco, falta água e é difícil sobreviver da terra. ENCRUZILHADA DO NORDESTE Distante quase 100 quilômetros de Missão Velha, a cidade de Salgueiro, um pólo regional em Pernambuco de quase 60 mil habitantes, encravado no cruzamento das rodovias BR-116 e BR-232, também espera pela Transnordestina e pela transposição do São Francisco. "Tivemos um grupo de hotéis de Recife que chegou a adquirir terreno aqui no município, mas me disseram que só vão construir quando a ferrovia estiver pronta", disse o prefeito de Salgueiro, Marcones Libório de Sá (PSB). Segundo o prefeito, havia ainda estudos da Gerdau para investir na cidade, bem como conversas para atrair uma central de distribuição de combustíveis da Petrobras. "Mas sem a ferrovia essas coisas não têm sentido." A própria fábrica de dormentes e brita instalada em Salgueiro para abastecer a Transnordestina parou de produzir no final do ano passado, aumentando a conta dos desempregados do projeto e da região. Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, após um apogeu de mais de 5.700 vagas líquidas criadas entre 2009 e 2010, o município de Salgueiro acumulou uma perda também líquida de cerca de 8.200 postos de trabalho formais entre 2011 e setembro deste ano. A falta de conclusão da obra jogou um balde de água fria em quem investiu em Salgueiro contando com o aquecimento da economia local. "A situação é muito difícil. O pessoal que trabalhava nessas obras hoje está desempregado e não tem outra alternativa. A cidade praticamente parou e não há outra alternativa de investimento, haveria se a ferrovia estivesse funcionando", disse Francisco Aílton, de 54 anos, gerente de um hotel em Salgueiro, que viu o movimento cair cerca de 60% de 2014 para cá. Enquanto isso, a pouco mais de 10 quilômetros do hotel de Aílton, a família de Raimundo José da Silva convive com um muro de aço formado por mais de 60 vagões da Transnordestina, estacionados nos trilhos que cortam sua propriedade ao meio. Muitos deles estão carregados de brita e dormentes que nunca chegaram ao destino. "A carga está aqui. Eles levavam quando precisavam, quando estavam trabalhando. Mas parece que agora está parado", disse Silva, que teve de pedir à TSLA para separar o comboio em duas partes para poder levar o gado para pastar do outro lado de sua propriedade.
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Dinheiro compra felicidade?
SÃO PAULO - Deu na Folha que dívidas estão levando pessoas a procurar médicos com quadros de ansiedade e depressão. Falta de dinheiro traz infelicidade, mas e o inverso? Será que dinheiro traz felicidade? A resposta curta é: "Sim, mas só até US$ 75 mil anuais". Pesquisas feitas ao longo da última década (a maioria dos estudos é dos EUA, daí a utilização de dólares) sugerem que felicidade e grana caminham juntas, mas só até certo ponto. É claro que, se você vê seu filho passar privações e ainda por cima é perseguido por cobradores, tem todas as razões para sentir-se mal. É evidente também que, se a sua renda aumentar, você provavelmente vai se declarar mais satisfeito. Esse movimento, porém, não é linear. A partir de um certo ponto, que flutua entre os US$ 75 mil e os US$ 100 mil, dependendo da pesquisa, o dinheiro a mais já não se traduz tão cristalinamente em mais felicidade. Para sermos um pouco mais técnicos, há duas medidas básicas de felicidade, a afetiva, que tenta captar as instâncias em que o sujeito experimenta emoções positivas, e a valorativa, que tem mais a ver com metas de vida e a narrativa que criamos para nossas biografias. Enquanto a primeira tende a empacar lá pelos US$ 75 mil, a segunda não encontra limite (lembre-se que Eike Batista almejava ser o homem mais rico do planeta). Isso também faz sentido. Quantos jantares gourmet você devora numa noite? De um modo mais geral, o ser humano se adapta a quase tudo, especialmente ao que é bom. E, quanto mais avançamos nessa escala, mais difícil fica comprar prazer adicional. O conselho dos especialistas é, além de evitar a armadilha das dívidas, gastar em coisas que proporcionem experiências de vida. A felicidade que elas geram tem prazo de validade maior. Escalar o Everest, por exemplo, traz uma sensação positiva que, em vez de apenas diminuir com o tempo, é de algum modo incorporada à sua narrativa autobiográfica.
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Dinheiro compra felicidade?SÃO PAULO - Deu na Folha que dívidas estão levando pessoas a procurar médicos com quadros de ansiedade e depressão. Falta de dinheiro traz infelicidade, mas e o inverso? Será que dinheiro traz felicidade? A resposta curta é: "Sim, mas só até US$ 75 mil anuais". Pesquisas feitas ao longo da última década (a maioria dos estudos é dos EUA, daí a utilização de dólares) sugerem que felicidade e grana caminham juntas, mas só até certo ponto. É claro que, se você vê seu filho passar privações e ainda por cima é perseguido por cobradores, tem todas as razões para sentir-se mal. É evidente também que, se a sua renda aumentar, você provavelmente vai se declarar mais satisfeito. Esse movimento, porém, não é linear. A partir de um certo ponto, que flutua entre os US$ 75 mil e os US$ 100 mil, dependendo da pesquisa, o dinheiro a mais já não se traduz tão cristalinamente em mais felicidade. Para sermos um pouco mais técnicos, há duas medidas básicas de felicidade, a afetiva, que tenta captar as instâncias em que o sujeito experimenta emoções positivas, e a valorativa, que tem mais a ver com metas de vida e a narrativa que criamos para nossas biografias. Enquanto a primeira tende a empacar lá pelos US$ 75 mil, a segunda não encontra limite (lembre-se que Eike Batista almejava ser o homem mais rico do planeta). Isso também faz sentido. Quantos jantares gourmet você devora numa noite? De um modo mais geral, o ser humano se adapta a quase tudo, especialmente ao que é bom. E, quanto mais avançamos nessa escala, mais difícil fica comprar prazer adicional. O conselho dos especialistas é, além de evitar a armadilha das dívidas, gastar em coisas que proporcionem experiências de vida. A felicidade que elas geram tem prazo de validade maior. Escalar o Everest, por exemplo, traz uma sensação positiva que, em vez de apenas diminuir com o tempo, é de algum modo incorporada à sua narrativa autobiográfica.
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É possível fraudar as cotas?
SÃO PAULO - Se você quer produzir confusão, uma receita infalível é criar um critério nebuloso para determinar quem terá acesso a um recurso comum e quem não terá. Se, além da barafunda, você quer gerar atritos, é só escolher um recurso que tenha alto valor monetário. Bem, essa é uma descrição razoavelmente precisa da política de cotas raciais em universidades públicas quando aplicada a cursos como o de medicina, que, numa instituição privada, custariam algumas centenas de milhares de reais. Não surpreende, portanto, que se multipliquem os conflitos envolvendo, de um lado, o movimento negro, que busca aumentar a diversidade racial nos cursos de elite, e, de outro, alunos que teriam fraudado o sistema ao disputar a vaga como cotistas sem que tivessem "direito" ao benefício. O problema de fundo aqui é que não existe uma definição de negro ou pardo que tenha base técnica (jurídica ou científica) e que satisfaça os pendores essencialistas do movimento negro. Trocando em miúdos, não sabemos dizer, com um mínimo de objetividade e replicabilidade, quem é negro. Basta lembrar o famoso caso dos gêmeos univitelinos que tentaram ingressar na UnB pelo sistema de cotas em 2007, mas só um deles foi aceito como negro "legítimo" pela comissão de vestibular. O legislador, seguindo práticas do IBGE, estabeleceu como critério apenas a autodeclaração, que, por definição, não comporta possibilidade de fraude. Mas o STF, no julgamento da constitucionalidade das cotas, admitiu a utilização da heteroclassificação (os tais comitês raciais) sem, contudo, oferecer bases objetivas para que ela ocorresse —o que nos deixou no campo do vale-tudo. Um modo de contornar a encrenca é trocar o nebuloso critério racial pela mais mensurável renda familiar. Como a principal faceta do racismo brasileiro é a segregação econômica, privilegiar o acesso dos mais pobres já implica beneficiar mais os negros.
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É possível fraudar as cotas?SÃO PAULO - Se você quer produzir confusão, uma receita infalível é criar um critério nebuloso para determinar quem terá acesso a um recurso comum e quem não terá. Se, além da barafunda, você quer gerar atritos, é só escolher um recurso que tenha alto valor monetário. Bem, essa é uma descrição razoavelmente precisa da política de cotas raciais em universidades públicas quando aplicada a cursos como o de medicina, que, numa instituição privada, custariam algumas centenas de milhares de reais. Não surpreende, portanto, que se multipliquem os conflitos envolvendo, de um lado, o movimento negro, que busca aumentar a diversidade racial nos cursos de elite, e, de outro, alunos que teriam fraudado o sistema ao disputar a vaga como cotistas sem que tivessem "direito" ao benefício. O problema de fundo aqui é que não existe uma definição de negro ou pardo que tenha base técnica (jurídica ou científica) e que satisfaça os pendores essencialistas do movimento negro. Trocando em miúdos, não sabemos dizer, com um mínimo de objetividade e replicabilidade, quem é negro. Basta lembrar o famoso caso dos gêmeos univitelinos que tentaram ingressar na UnB pelo sistema de cotas em 2007, mas só um deles foi aceito como negro "legítimo" pela comissão de vestibular. O legislador, seguindo práticas do IBGE, estabeleceu como critério apenas a autodeclaração, que, por definição, não comporta possibilidade de fraude. Mas o STF, no julgamento da constitucionalidade das cotas, admitiu a utilização da heteroclassificação (os tais comitês raciais) sem, contudo, oferecer bases objetivas para que ela ocorresse —o que nos deixou no campo do vale-tudo. Um modo de contornar a encrenca é trocar o nebuloso critério racial pela mais mensurável renda familiar. Como a principal faceta do racismo brasileiro é a segregação econômica, privilegiar o acesso dos mais pobres já implica beneficiar mais os negros.
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Aproveite a crise econômica para perder peso e viajar, diz leitor
Pegando carona no artigo O consumidor inova ("Opinião", 4/5), de Vinicius Mota, aconselho aos brasileiros que aproveitem essa crise financeira para cortar todos os itens que trazem prazer a curto prazo, mas que são responsáveis por gorduras de longo prazo: refrigerantes, biscoitos recheados, açúcar etc. Com a economia, faça uma viagem. Tome uma atitude e ganhe dois benefícios: perca peso e viaje. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Aproveite a crise econômica para perder peso e viajar, diz leitorPegando carona no artigo O consumidor inova ("Opinião", 4/5), de Vinicius Mota, aconselho aos brasileiros que aproveitem essa crise financeira para cortar todos os itens que trazem prazer a curto prazo, mas que são responsáveis por gorduras de longo prazo: refrigerantes, biscoitos recheados, açúcar etc. Com a economia, faça uma viagem. Tome uma atitude e ganhe dois benefícios: perca peso e viaje. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Primavera começa nesta sexta com intensificação do tempo seco em SP
O tempo seco que tem predominado em todo o Estado de São Paulo não deve dar folga com a mudança de estação. A chegada da primavera, às 17h02 da próxima sexta-feira (22), não interromperá a sequência de dias ensolarados e com umidade do ar baixa. Já no primeiro dia da estação, a umidade poderá chegar aos 15% na capital paulista, o que caracterizaria estado de alerta. A brisa marítima que amenizará o tempo seco na última semana do inverno começará a perder força na quinta (21) e quase não atuará na sexta, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), umidade menor do que 60% é nociva à saúde humana. Pelo órgão, índices entre 30% e 20% caracterizam estado de atenção; de 19% a 12% são de estado de alerta; e inferiores a 12% correspondem ao estado de emergência. O tempo seco e ensolarado que tem atingido todo o Estado é resultado de uma massa de ar seco que se concentra no centro-sul do país. As temperaturas também continuarão altas no início da nova estação, com os termômetros marcando de 17°C a 30°C na sexta. As doenças respiratórias podem ser agravadas nessas condições climáticas devido ao ressecamento das mucosas. Sintomas como complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas, sangramento pelo nariz, ressecamento da pele e irritação dos olhos são ocasionados pelo ar seco. Recomenda-se ingerir bastante água, usar soro fisiológico nos olhos e nas narinas, umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhar os jardins e permanecer em locais protegidos do sol. Apesar da continuidade do tempo seco e ensolarado nos primeiros dias da estação, as chuvas devem voltar a aparece com mais frequência na região, principalmente, a partir da segunda quinzena de outubro, apesar de a primavera ainda ser um período de chuvas irregulares. Segundo o Inmet, a faixa leste do país, que inclui a capital paulista, deve ter precipitações dentro da média, enquanto o interior registrará chuvas abaixo do normal. Já as temperaturas ficarão levemente mais altas em todo o país, com exceção da região Sul, em que os números ficarão dentro dos índices históricos. * - Complicações alérgicas e respiratórias - Sangramento pelo nariz - Ressecamento da pele - Irritação dos olhos - Eletricidade estática nas pessoas e em equipamentos eletrônicos - Aumento do potencial de incêndios em pastagens e florestas Umidificador de ar É a melhor opção, mas não pode ser usado por períodos longos. Deve estar bem higienizado Toalha molhada Por ter grande área de evaporação, é a segunda opção mais eficaz. Deve ser deixada perto da pessoa Balde de água Umedece o ar, porém de maneira menos efetiva Outras orientações - Beba 2 litros de água por dia - Limpe olhos e nariz com soro fisiológico - Evite exercícios das 11h às 15h - Evite banhos longos e quentes e use hidratante - Evite ar-condicionado (no carro, porém, é melhor manter os vidros fechados para se proteger da poluição) - Regue os jardins
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Primavera começa nesta sexta com intensificação do tempo seco em SPO tempo seco que tem predominado em todo o Estado de São Paulo não deve dar folga com a mudança de estação. A chegada da primavera, às 17h02 da próxima sexta-feira (22), não interromperá a sequência de dias ensolarados e com umidade do ar baixa. Já no primeiro dia da estação, a umidade poderá chegar aos 15% na capital paulista, o que caracterizaria estado de alerta. A brisa marítima que amenizará o tempo seco na última semana do inverno começará a perder força na quinta (21) e quase não atuará na sexta, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), umidade menor do que 60% é nociva à saúde humana. Pelo órgão, índices entre 30% e 20% caracterizam estado de atenção; de 19% a 12% são de estado de alerta; e inferiores a 12% correspondem ao estado de emergência. O tempo seco e ensolarado que tem atingido todo o Estado é resultado de uma massa de ar seco que se concentra no centro-sul do país. As temperaturas também continuarão altas no início da nova estação, com os termômetros marcando de 17°C a 30°C na sexta. As doenças respiratórias podem ser agravadas nessas condições climáticas devido ao ressecamento das mucosas. Sintomas como complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas, sangramento pelo nariz, ressecamento da pele e irritação dos olhos são ocasionados pelo ar seco. Recomenda-se ingerir bastante água, usar soro fisiológico nos olhos e nas narinas, umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhar os jardins e permanecer em locais protegidos do sol. Apesar da continuidade do tempo seco e ensolarado nos primeiros dias da estação, as chuvas devem voltar a aparece com mais frequência na região, principalmente, a partir da segunda quinzena de outubro, apesar de a primavera ainda ser um período de chuvas irregulares. Segundo o Inmet, a faixa leste do país, que inclui a capital paulista, deve ter precipitações dentro da média, enquanto o interior registrará chuvas abaixo do normal. Já as temperaturas ficarão levemente mais altas em todo o país, com exceção da região Sul, em que os números ficarão dentro dos índices históricos. * - Complicações alérgicas e respiratórias - Sangramento pelo nariz - Ressecamento da pele - Irritação dos olhos - Eletricidade estática nas pessoas e em equipamentos eletrônicos - Aumento do potencial de incêndios em pastagens e florestas Umidificador de ar É a melhor opção, mas não pode ser usado por períodos longos. Deve estar bem higienizado Toalha molhada Por ter grande área de evaporação, é a segunda opção mais eficaz. Deve ser deixada perto da pessoa Balde de água Umedece o ar, porém de maneira menos efetiva Outras orientações - Beba 2 litros de água por dia - Limpe olhos e nariz com soro fisiológico - Evite exercícios das 11h às 15h - Evite banhos longos e quentes e use hidratante - Evite ar-condicionado (no carro, porém, é melhor manter os vidros fechados para se proteger da poluição) - Regue os jardins
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Vietnã lidera importação de milho brasileiro no semestre
Após um início de ano com um ritmo forte, as exportações de milho terminaram o primeiro semestre com volume de 5,3 milhões de toneladas, mesmo patamar de janeiro a junho de 2014. A diferença fica por conta das receitas. Neste ano, foram US$ 993 milhões, 10% menos do que o US$ 1,1 bilhão de igual período de 2014. A queda ocorre devido à redução de preços do cereal no mercado externo. A produção aumentou e houve uma recomposição dos estoques. O Vietnã assumiu a liderança nas importações do produto brasileiro, comprando 1,4 milhão de toneladas no período. Ao atingir esse patamar, desbancou o Irã, líder no ano anterior. O principal mercado para o produto brasileiro esteve na Ásia. Além de Vietnã, outros países como Indonésia, Taiwan, Malásia, Coreia do Sul e Japão estiveram na lista dos principais importadores brasileiros. O volume de compra deste ano por esses países, no entanto, é bem inferior ao de 2013, quando os Estados Unidos reduziram a participação no mercado exportador, devido à seca no Meio-Oeste. Naquele ano, o Brasil teve o melhor primeiro semestre, exportando 2,4 milhões de toneladas. Nesse período, até mesmo os norte-americanos, tradicionais exportadores, vieram ao mercado brasileiro para complementar a demanda. Importaram 1 milhão de toneladas de janeiro a junho de 2013. No mesmo período anterior haviam importado 727 mil toneladas do produto brasileiro. O mercado externo não está tão favorável às exportações brasileiras neste ano como esteve em períodos anteriores. Mesmo assim, as estimativas de algumas consultorias indicam que as vendas externas deste ano poderão superar os 26 milhões de toneladas. Infográfico SEM MUDANÇAS - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress Agrícolas sobem mais no atacado Após a deflação de maio, os preços dos produtos agrícolas subiram 0,15% no atacado em junho, segundo dados do IGP-DI. Os destaques ficaram para as altas de batata (23%) e mamão (33%). Entre as baixas, esteve o tomate (menos 38%), produto que vinha pesando no bolso do consumidor nos últimos meses. Os produtos agropecuários acumulam alta de 2,96% no atacado neste ano, taxa inferior aos 4,5% do índice geral. * Concorrência acirrada A briga pelo segundo lugar no mercado de distribuição de combustíveis está mais acirrada. Na semana passada, a Raízen (joint venture entre Shell e Cosan) lançou uma nova campanha de publicidade. Para o consumidor Com o slogan "vá até o fim", a marca quer dividir a atenção do consumidor com as populares campanhas dos postos Ipiranga. As duas empresas estão praticamente empatadas na segunda posição: em 2014, a Raízen ganhou 0,4 ponto percentual de participação de mercado, para 18,7%. A Ipiranga caiu 0,4 ponto, para 19,1%. Liderança A BR Distribuidora, que pertence à Petrobras, é a líder absoluta no setor, com 36,9% do mercado. Os dados são do Sindicom (sindicato das distribuidoras) e consideram todos os combustíveis. Com TATIANA FREITAS
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Vietnã lidera importação de milho brasileiro no semestreApós um início de ano com um ritmo forte, as exportações de milho terminaram o primeiro semestre com volume de 5,3 milhões de toneladas, mesmo patamar de janeiro a junho de 2014. A diferença fica por conta das receitas. Neste ano, foram US$ 993 milhões, 10% menos do que o US$ 1,1 bilhão de igual período de 2014. A queda ocorre devido à redução de preços do cereal no mercado externo. A produção aumentou e houve uma recomposição dos estoques. O Vietnã assumiu a liderança nas importações do produto brasileiro, comprando 1,4 milhão de toneladas no período. Ao atingir esse patamar, desbancou o Irã, líder no ano anterior. O principal mercado para o produto brasileiro esteve na Ásia. Além de Vietnã, outros países como Indonésia, Taiwan, Malásia, Coreia do Sul e Japão estiveram na lista dos principais importadores brasileiros. O volume de compra deste ano por esses países, no entanto, é bem inferior ao de 2013, quando os Estados Unidos reduziram a participação no mercado exportador, devido à seca no Meio-Oeste. Naquele ano, o Brasil teve o melhor primeiro semestre, exportando 2,4 milhões de toneladas. Nesse período, até mesmo os norte-americanos, tradicionais exportadores, vieram ao mercado brasileiro para complementar a demanda. Importaram 1 milhão de toneladas de janeiro a junho de 2013. No mesmo período anterior haviam importado 727 mil toneladas do produto brasileiro. O mercado externo não está tão favorável às exportações brasileiras neste ano como esteve em períodos anteriores. Mesmo assim, as estimativas de algumas consultorias indicam que as vendas externas deste ano poderão superar os 26 milhões de toneladas. Infográfico SEM MUDANÇAS - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress Agrícolas sobem mais no atacado Após a deflação de maio, os preços dos produtos agrícolas subiram 0,15% no atacado em junho, segundo dados do IGP-DI. Os destaques ficaram para as altas de batata (23%) e mamão (33%). Entre as baixas, esteve o tomate (menos 38%), produto que vinha pesando no bolso do consumidor nos últimos meses. Os produtos agropecuários acumulam alta de 2,96% no atacado neste ano, taxa inferior aos 4,5% do índice geral. * Concorrência acirrada A briga pelo segundo lugar no mercado de distribuição de combustíveis está mais acirrada. Na semana passada, a Raízen (joint venture entre Shell e Cosan) lançou uma nova campanha de publicidade. Para o consumidor Com o slogan "vá até o fim", a marca quer dividir a atenção do consumidor com as populares campanhas dos postos Ipiranga. As duas empresas estão praticamente empatadas na segunda posição: em 2014, a Raízen ganhou 0,4 ponto percentual de participação de mercado, para 18,7%. A Ipiranga caiu 0,4 ponto, para 19,1%. Liderança A BR Distribuidora, que pertence à Petrobras, é a líder absoluta no setor, com 36,9% do mercado. Os dados são do Sindicom (sindicato das distribuidoras) e consideram todos os combustíveis. Com TATIANA FREITAS
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Família lamenta morte de neto de Chico Anysio
Parentes do humorista Chico Anysio já lamentam, nas redes sociais, a morte de Rian Brito de Oliveira Paula, que estava desaparecido desde o dia 23 de fevereiro. O jovem de 25 anos era neto do humorista. Nesta quinta (3), equipes de busca encontraram um corpo no local onde Brito desapareceu, o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, a cerca de 30 quilômetros de Quissamã, município no norte do Rio. O corpo foi achado na praia do Valão, no bairro Flexeiras, na divisa entre Quissamã e Campos, Norte do Estado do Rio. Segundo o portal UOL, controlado pelo Grupo Folha, empresa que edita a Folha, o tenente Amaro Garcias, da Defesa Civil de Quissamã, confirmou que o corpo encontrado é de Rian. A mãe de Rian, Brita Brazil, publicou nesta tarde um desabafo em tom de luto em seu perfil no Facebook. "Não acredito que diante da dor que estamos vivendo pela perda de nosso querido filho Rian, alguém tenha coragem de inventar que foi suicídio", disse Brazil. "Muito obrigado por todas as manifestações carinhosas durante essa semana de angústia. Meu mais sincero agradecimento", disse no Twitter o ator Bruno Mazzeo, tio de Rian. "Sem palavras", disse Maria Maya, atriz e prima de Rian. A Polícia acredita que o corpo pode ser de Brito pois, no último dia 29, um pescador encontrou roupas e documentos dele numa praia da região. Estão no local a família de Brito, peritos e policiais da Delegacia de Descoberta de Paradeiros, no Rio, que investiga o caso. No entanto, o corpo ainda não foi formalmente identificado. Ele encaminhado ao IML de Macaé para necropsia e identificação. A Folha não conseguiu entrar em contato com os pais de Rian. Imagens da Rodoviária do Rio mostram Brito embarcando sozinho em um ônibus para Quissamã. Antes disso, ele foi visto saindo do shopping Fashion Mall, em São Conrado, zona sul do Rio. A última pessoa a ver Rian foi a mãe do jovem, que o deixou na porta de uma autoescola, localizada nas proximidades da comunidade da Rocinha, também em São Conrado. Após investigações, a polícia descobriu que Rian foi ao shopping, próximo a autoescola, sacou dinheiro e logo após pegou um táxi.
cotidiano
Família lamenta morte de neto de Chico AnysioParentes do humorista Chico Anysio já lamentam, nas redes sociais, a morte de Rian Brito de Oliveira Paula, que estava desaparecido desde o dia 23 de fevereiro. O jovem de 25 anos era neto do humorista. Nesta quinta (3), equipes de busca encontraram um corpo no local onde Brito desapareceu, o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, a cerca de 30 quilômetros de Quissamã, município no norte do Rio. O corpo foi achado na praia do Valão, no bairro Flexeiras, na divisa entre Quissamã e Campos, Norte do Estado do Rio. Segundo o portal UOL, controlado pelo Grupo Folha, empresa que edita a Folha, o tenente Amaro Garcias, da Defesa Civil de Quissamã, confirmou que o corpo encontrado é de Rian. A mãe de Rian, Brita Brazil, publicou nesta tarde um desabafo em tom de luto em seu perfil no Facebook. "Não acredito que diante da dor que estamos vivendo pela perda de nosso querido filho Rian, alguém tenha coragem de inventar que foi suicídio", disse Brazil. "Muito obrigado por todas as manifestações carinhosas durante essa semana de angústia. Meu mais sincero agradecimento", disse no Twitter o ator Bruno Mazzeo, tio de Rian. "Sem palavras", disse Maria Maya, atriz e prima de Rian. A Polícia acredita que o corpo pode ser de Brito pois, no último dia 29, um pescador encontrou roupas e documentos dele numa praia da região. Estão no local a família de Brito, peritos e policiais da Delegacia de Descoberta de Paradeiros, no Rio, que investiga o caso. No entanto, o corpo ainda não foi formalmente identificado. Ele encaminhado ao IML de Macaé para necropsia e identificação. A Folha não conseguiu entrar em contato com os pais de Rian. Imagens da Rodoviária do Rio mostram Brito embarcando sozinho em um ônibus para Quissamã. Antes disso, ele foi visto saindo do shopping Fashion Mall, em São Conrado, zona sul do Rio. A última pessoa a ver Rian foi a mãe do jovem, que o deixou na porta de uma autoescola, localizada nas proximidades da comunidade da Rocinha, também em São Conrado. Após investigações, a polícia descobriu que Rian foi ao shopping, próximo a autoescola, sacou dinheiro e logo após pegou um táxi.
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Autor de 'House of Cards' critica campanha de plebiscito britânico
Como autor dos livros que inspiraram a série de TV "House of Cards", Michael Dobbs demonstrou conhecer o jogo sujo da política. Mesmo assim, se diz surpreso com a dureza da campanha para o plebiscito sobre a saída ou a permanência do Reino Unido na União Europeia. "Não conheço ninguém que pensasse que a campanha do plebiscito de 23 de junho seria tão amarga e maldosa como está sendo", disse, em entrevista recente à AFP, o escritor britânico e membro da Câmara dos Lordes, câmara alta do Parlamento britânico. Quando perguntado se os ataques entre líderes conservadores têm alguma semelhança com sua obra, responde, sorrindo: "A ficção política é muito simples: você pega a realidade e a suaviza". Dobbs escreveu "House of Cards", romance sobre chantagens, violência e ambição no Parlamento (cujo prédio é conhecido como Houses of Parliament) há 30 anos, após uma disputa com a então primeira-ministra Margaret Thatcher, de quem foi chefe de gabinete. Sua obra inspirou a série de TV americana homônima, do serviço em streaming Netflix, em que Kevin Spacey interpreta o político impiedoso Frank Underwood, que não se detém diante de nada em sua ambição para chegar ao poder. Dobbs é o produtor-executivo da série. No começo do ano, Dobbs escreveu um artigo em nome de Underwood, no qual defendeu a saída do Reino Unido da União Europeia porque é "como uma passagem de ônibus usada". Em entrevista às portas do palácio de Westminster, o escritor de 67 anos insistiu em que a UE está "quebrada" e que a única solução é partir. "Se você está em um grande navio que vai de encontro a um iceberg, e tem 28 capitães no timão, se poderia dizer que tem gente demais na ponte de comando", afirmou, em alusão aos 28 países-membros da UE. "O status quo não significa estabilidade", acrescentou, lembrando dos refugiados às portas da Europa, da ameaça do presidente russo, Vladimir Putin, e dos problemas na zona do euro. Depois que o governo grego aprovou, na segunda-feira (13), mais medidas de austeridade em troca de recursos da UE, Dobbs alertou: "Quanto tempo podemos continuar infligindo esta dor, esta dor terrivelmente injusta a um país como a Grécia antes de que quebre?" CRÍTICAS DURAS A OBAMA O apoio de Dobbs à saída da UE é contrária à posição do primeiro-ministro conservador, David Cameron, um amigo que o nomeou para a Câmara dos Lordes em 2010, mas alinha o escritor com a maioria do Partido Conservador. A campanha tem sido marcada pelos duros intercâmbios entre conservadores, mais divididos sobre o tema do que os trabalhistas, ao ponto de parecer que "estão atirando bolas de críquete". Dobbs, que já viu como o partido se dilacerou pela Europa quando era vice-presidente dos conservadores, no final dos anos 1990, disse que ver aflorar tudo aquilo outra vez lhe dá "muita pena". "Quanto mais se alongar, mais dano haverá e mais difícil será depois unir o partido", afirmou. O escritor acusou, ainda, as duas partes de dizer "verdadeiras bobagens", mas reservou suas críticas mais duras ao presidente americano, Barack Obama, que advertiu que o Reino Unido iria "para o final da fila" nas negociações comerciais com os Estados Unidos se deixar a UE. "É bastante ofensivo. Não recordo o presidente americano nos dizer que fôssemos para o final da fila quando estávamos juntos, ajudando na libertação da Europa em 1944", afirmou.
mundo
Autor de 'House of Cards' critica campanha de plebiscito britânicoComo autor dos livros que inspiraram a série de TV "House of Cards", Michael Dobbs demonstrou conhecer o jogo sujo da política. Mesmo assim, se diz surpreso com a dureza da campanha para o plebiscito sobre a saída ou a permanência do Reino Unido na União Europeia. "Não conheço ninguém que pensasse que a campanha do plebiscito de 23 de junho seria tão amarga e maldosa como está sendo", disse, em entrevista recente à AFP, o escritor britânico e membro da Câmara dos Lordes, câmara alta do Parlamento britânico. Quando perguntado se os ataques entre líderes conservadores têm alguma semelhança com sua obra, responde, sorrindo: "A ficção política é muito simples: você pega a realidade e a suaviza". Dobbs escreveu "House of Cards", romance sobre chantagens, violência e ambição no Parlamento (cujo prédio é conhecido como Houses of Parliament) há 30 anos, após uma disputa com a então primeira-ministra Margaret Thatcher, de quem foi chefe de gabinete. Sua obra inspirou a série de TV americana homônima, do serviço em streaming Netflix, em que Kevin Spacey interpreta o político impiedoso Frank Underwood, que não se detém diante de nada em sua ambição para chegar ao poder. Dobbs é o produtor-executivo da série. No começo do ano, Dobbs escreveu um artigo em nome de Underwood, no qual defendeu a saída do Reino Unido da União Europeia porque é "como uma passagem de ônibus usada". Em entrevista às portas do palácio de Westminster, o escritor de 67 anos insistiu em que a UE está "quebrada" e que a única solução é partir. "Se você está em um grande navio que vai de encontro a um iceberg, e tem 28 capitães no timão, se poderia dizer que tem gente demais na ponte de comando", afirmou, em alusão aos 28 países-membros da UE. "O status quo não significa estabilidade", acrescentou, lembrando dos refugiados às portas da Europa, da ameaça do presidente russo, Vladimir Putin, e dos problemas na zona do euro. Depois que o governo grego aprovou, na segunda-feira (13), mais medidas de austeridade em troca de recursos da UE, Dobbs alertou: "Quanto tempo podemos continuar infligindo esta dor, esta dor terrivelmente injusta a um país como a Grécia antes de que quebre?" CRÍTICAS DURAS A OBAMA O apoio de Dobbs à saída da UE é contrária à posição do primeiro-ministro conservador, David Cameron, um amigo que o nomeou para a Câmara dos Lordes em 2010, mas alinha o escritor com a maioria do Partido Conservador. A campanha tem sido marcada pelos duros intercâmbios entre conservadores, mais divididos sobre o tema do que os trabalhistas, ao ponto de parecer que "estão atirando bolas de críquete". Dobbs, que já viu como o partido se dilacerou pela Europa quando era vice-presidente dos conservadores, no final dos anos 1990, disse que ver aflorar tudo aquilo outra vez lhe dá "muita pena". "Quanto mais se alongar, mais dano haverá e mais difícil será depois unir o partido", afirmou. O escritor acusou, ainda, as duas partes de dizer "verdadeiras bobagens", mas reservou suas críticas mais duras ao presidente americano, Barack Obama, que advertiu que o Reino Unido iria "para o final da fila" nas negociações comerciais com os Estados Unidos se deixar a UE. "É bastante ofensivo. Não recordo o presidente americano nos dizer que fôssemos para o final da fila quando estávamos juntos, ajudando na libertação da Europa em 1944", afirmou.
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Venezuela não é ameaça à segurança, dizem EUA antes de cúpula no Panamá
A Venezuela não constitui uma ameaça para os EUA, admitiu nesta terça-feira (7) uma autoridade americana, a poucos dias de um possível encontro entre os presidentes Barack Obama e Nicolás Maduro na Cúpula das Américas, no Panamá. "Os EUA não acreditam que a Venezuela represente uma ameaça para a sua segurança", declarou Benjamin Rhodes, membro do Conselho de Segurança Nacional (CSN), em referência à ordem executiva assinada por Obama em março, aplicando sanções contra políticos venezuelanos. Esse decreto presidencial justificava as sanções por considerar que a situação na Venezuela era uma "ameaça extraordinária" à segurança americana, mas, de acordo com Rhodes, essa afirmação não passa de uma fórmula burocrática. "A linguagem que chamou atenção é pró-forma", assegurou Rhodes. "Temos um marco legal para formular esse tipo de ordem executiva", acrescentou. Ricardo Zúñiga, responsável para América Latina do CSN, afirmou por sua vez que a Casa Branca não possui "nenhum programa hostil" em relação à Venezuela. "Estamos interessados no sucesso da Venezuela, em sua prosperidade, sua segurança, estabilidade e democracia. Nós somos o principal parceiro comercial da Venezuela", insistiu Zúñiga. Dada a possibilidade de a questão das sanções contra a Venezuela e a linguagem agressiva adotada para justificar a medida serem o foco das discussões na Cúpula das Américas, Zúñiga disse que a Casa Branca espera um "evento correto". "Achamos que a Cúpula deve ser um momento para haver uma troca civilizada com todos os líderes das Américas; não temos nenhuma preocupação em falar com qualquer participante da cúpula", indicou. De acordo com Zúñiga, o Panamá investiu pesadamente em uma cúpula para que os países possam "falar seriamente sobre as questões que nos unem e os temas que nos dividem".
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Venezuela não é ameaça à segurança, dizem EUA antes de cúpula no PanamáA Venezuela não constitui uma ameaça para os EUA, admitiu nesta terça-feira (7) uma autoridade americana, a poucos dias de um possível encontro entre os presidentes Barack Obama e Nicolás Maduro na Cúpula das Américas, no Panamá. "Os EUA não acreditam que a Venezuela represente uma ameaça para a sua segurança", declarou Benjamin Rhodes, membro do Conselho de Segurança Nacional (CSN), em referência à ordem executiva assinada por Obama em março, aplicando sanções contra políticos venezuelanos. Esse decreto presidencial justificava as sanções por considerar que a situação na Venezuela era uma "ameaça extraordinária" à segurança americana, mas, de acordo com Rhodes, essa afirmação não passa de uma fórmula burocrática. "A linguagem que chamou atenção é pró-forma", assegurou Rhodes. "Temos um marco legal para formular esse tipo de ordem executiva", acrescentou. Ricardo Zúñiga, responsável para América Latina do CSN, afirmou por sua vez que a Casa Branca não possui "nenhum programa hostil" em relação à Venezuela. "Estamos interessados no sucesso da Venezuela, em sua prosperidade, sua segurança, estabilidade e democracia. Nós somos o principal parceiro comercial da Venezuela", insistiu Zúñiga. Dada a possibilidade de a questão das sanções contra a Venezuela e a linguagem agressiva adotada para justificar a medida serem o foco das discussões na Cúpula das Américas, Zúñiga disse que a Casa Branca espera um "evento correto". "Achamos que a Cúpula deve ser um momento para haver uma troca civilizada com todos os líderes das Américas; não temos nenhuma preocupação em falar com qualquer participante da cúpula", indicou. De acordo com Zúñiga, o Panamá investiu pesadamente em uma cúpula para que os países possam "falar seriamente sobre as questões que nos unem e os temas que nos dividem".
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Brasil constrói ponte para a eficiência com novas usinas solares
Em 2017, o Brasil deve ter a capacidade de produzir seu primeiro gigawatt de energia solar fotovoltaica, estima a ABSolar (associação do setor). O montante seria suficiente para atender a cerca de 800 mil residências, de acordo com Rafael Kelman, diretor da consultoria PSR. Se confirmado, o marco vai representar um salto gigantesco sobre os 84 MW (megawatts) registrados em 2016 pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), do Ministério de Minas e Energia. O número, contudo, continua tímido se comparado aos 9,65 GW de capacidade das usinas hidrelétricas em 2015, último dado disponível. Reforço para o segmento, a EGPB (Enel Green Power Brasil), subsidiária da italiana Enel, deve colocar em funcionamento neste ano quatro parques solares, adicionando 807 MW à capacidade instalada no país. Três das estações ficam na Bahia e uma no Piauí. As plantas de Nova Olinda (PI), com 292 MW, e Ituverava (BA), de 254 MW, serão, segundo a empresa, as maiores da América Latina. A EGPB estima que, juntas, as quatro plantas serão capazes de gerar o suficiente para atender ao consumo anual de 845 mil famílias. A empresa venceu leilões em 2014 e 2015 e investiu cerca de US$ 980 milhões nos projetos. "A vantagem do Brasil em relação à Europa é que o maior potencial solar está em áreas semiáridas do Nordeste não aproveitáveis para agricultura", diz Carlo Zorzoli, presidente da Enel no Brasil. DESAFIOS O Brasil assumiu objetivos ambiciosos dentro do Acordo de Paris, ratificado no ano passado. A contribuição do setor energético inclui expandir a participação de energias renováveis na geração elétrica, além da hídrica, para pelo menos 23% até 2030. Em 2015, a oferta hídrica representava 64% da matriz brasileira; a solar não passava de 0,01%. Ítalo Freitas, presidente da AES Tietê, diz que a empresa tem um investimento pronto para uma planta solar de 150 MW em Ouroeste (interior de São Paulo), mas que está em espera. Isso porque o governo cancelou o leilão para energia de reserva em dezembro último, após a EPE concluir que não havia necessidade. "Com a entrada de megaprojetos e o derretimento da demanda pela crise, o governo pode esperar para avançar com novos leilões, o que desanima o mercado no curto prazo", diz Kelman, da consultoria PSR. Rodrigo Sauaia, presidente da ABSolar, ressalta que a manutenção dos leilões é fundamental. "Sem eles, nada vai avançar. É preciso ter um calendário que planeje o setor por, pelo menos, cinco a dez anos." Em nota, o Ministério de Minas e Energia disse que está sendo estudada a realização de um leilão de reserva de fontes renováveis ainda neste ano.
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Brasil constrói ponte para a eficiência com novas usinas solaresEm 2017, o Brasil deve ter a capacidade de produzir seu primeiro gigawatt de energia solar fotovoltaica, estima a ABSolar (associação do setor). O montante seria suficiente para atender a cerca de 800 mil residências, de acordo com Rafael Kelman, diretor da consultoria PSR. Se confirmado, o marco vai representar um salto gigantesco sobre os 84 MW (megawatts) registrados em 2016 pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), do Ministério de Minas e Energia. O número, contudo, continua tímido se comparado aos 9,65 GW de capacidade das usinas hidrelétricas em 2015, último dado disponível. Reforço para o segmento, a EGPB (Enel Green Power Brasil), subsidiária da italiana Enel, deve colocar em funcionamento neste ano quatro parques solares, adicionando 807 MW à capacidade instalada no país. Três das estações ficam na Bahia e uma no Piauí. As plantas de Nova Olinda (PI), com 292 MW, e Ituverava (BA), de 254 MW, serão, segundo a empresa, as maiores da América Latina. A EGPB estima que, juntas, as quatro plantas serão capazes de gerar o suficiente para atender ao consumo anual de 845 mil famílias. A empresa venceu leilões em 2014 e 2015 e investiu cerca de US$ 980 milhões nos projetos. "A vantagem do Brasil em relação à Europa é que o maior potencial solar está em áreas semiáridas do Nordeste não aproveitáveis para agricultura", diz Carlo Zorzoli, presidente da Enel no Brasil. DESAFIOS O Brasil assumiu objetivos ambiciosos dentro do Acordo de Paris, ratificado no ano passado. A contribuição do setor energético inclui expandir a participação de energias renováveis na geração elétrica, além da hídrica, para pelo menos 23% até 2030. Em 2015, a oferta hídrica representava 64% da matriz brasileira; a solar não passava de 0,01%. Ítalo Freitas, presidente da AES Tietê, diz que a empresa tem um investimento pronto para uma planta solar de 150 MW em Ouroeste (interior de São Paulo), mas que está em espera. Isso porque o governo cancelou o leilão para energia de reserva em dezembro último, após a EPE concluir que não havia necessidade. "Com a entrada de megaprojetos e o derretimento da demanda pela crise, o governo pode esperar para avançar com novos leilões, o que desanima o mercado no curto prazo", diz Kelman, da consultoria PSR. Rodrigo Sauaia, presidente da ABSolar, ressalta que a manutenção dos leilões é fundamental. "Sem eles, nada vai avançar. É preciso ter um calendário que planeje o setor por, pelo menos, cinco a dez anos." Em nota, o Ministério de Minas e Energia disse que está sendo estudada a realização de um leilão de reserva de fontes renováveis ainda neste ano.
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Operação suspeita que prefeita de Ribeirão receberia parte de propina
A operação Sevandija, da Polícia Federal e da Promotoria, que apura o maior escândalo de corrupção da história de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), suspeita que a prefeita Dárcy Vera (PSD) seja beneficiária de parte da propina paga para a prefeitura liberar honorários advocatícios referentes a um acordo de R$ 800 milhões. Os indícios são de que a propina tinha como finalidade priorizar os pagamentos a uma advogada, deixando de pagar por serviços essenciais, como a coleta de lixo, além de atrasar repasses a hospitais filantrópicos e ao IPM (Instituto de Previdência dos Municipiários). O montante de R$ 800 milhões é o total que vem sendo pago a servidores da prefeitura devido a perdas decorrentes do Plano Collor. Já foram pagos mais de R$ 300 milhões, além de cerca de R$ 40 milhões em honorários. Esses honorários é que são o alvo da investigação. A advogada Maria Zuely Alves Librandi, que desde 2009 exercia a função de assistente da Secretaria da Casa Civil do município, foi advogada do Sindicato dos Servidores quatro anos antes, tendo atuado no processo que resultou no acordo. Ouça Os pagamentos a ela começaram a ser feitos em janeiro de 2013 e, até junho deste ano, chegaram a R$ 37 milhões. Segundo os investigadores, a operação descobriu que a advogada pagava propina a Marco Antonio dos Santos e possivelmente a "mais alguém". Santos era secretário municipal de Administração e foi preso temporariamente no último dia 1°, quando a Sevandija foi deflagrada. Em uma das escutas telefônicas interceptadas com autorização judicial, Maria Zuely conversa com outro advogado, Sandro Rovani, que também está detido. Ela diz que iria sacar R$ 70 mil no banco e pede para Rovani levar R$ 50 mil para "o nosso amigo" e o restante para "ela". A suspeita da investigação é que "ela" seja uma referência a Dárcy. Ouça OUTRO LADO O advogado Leandro Librandi, filho de Maria Zuely, disse à Folha que o acordo envolvendo o pagamento aos servidores foi homologado judicialmente e que os honorários pagos a sua mãe são proporcionais ao montante envolvido. De acordo com ele, após o início do pagamento, começaram a surgir "dificuldades" para o recebimento, sem especificar quais. "Ao que parece, ela estava sendo chantageada para ter o direito dela", disse o advogado, sem detalhar. Ele indicou o advogado Luiz Carlos Bento como representante de Maria Zuely, mas a Folha não obteve contato com ele nesta quinta-feira (8). A prefeita de Ribeirão Preto não comentou a operação, cujo início completou uma semana, e tem evitado eventos públicos. Não foi, por exemplo, ao desfile de Sete de Setembro, na quarta-feira (7). Uma página da prefeita numa rede social também foi apagada. Mas, segundo sua assessoria, ela foi invadida e a prefeita iria registrar ocorrência policial sobre o caso. A defesa de Dárcy tem alegado que ela é a "maior interessada" no esclarecimento dos fatos.
poder
Operação suspeita que prefeita de Ribeirão receberia parte de propinaA operação Sevandija, da Polícia Federal e da Promotoria, que apura o maior escândalo de corrupção da história de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), suspeita que a prefeita Dárcy Vera (PSD) seja beneficiária de parte da propina paga para a prefeitura liberar honorários advocatícios referentes a um acordo de R$ 800 milhões. Os indícios são de que a propina tinha como finalidade priorizar os pagamentos a uma advogada, deixando de pagar por serviços essenciais, como a coleta de lixo, além de atrasar repasses a hospitais filantrópicos e ao IPM (Instituto de Previdência dos Municipiários). O montante de R$ 800 milhões é o total que vem sendo pago a servidores da prefeitura devido a perdas decorrentes do Plano Collor. Já foram pagos mais de R$ 300 milhões, além de cerca de R$ 40 milhões em honorários. Esses honorários é que são o alvo da investigação. A advogada Maria Zuely Alves Librandi, que desde 2009 exercia a função de assistente da Secretaria da Casa Civil do município, foi advogada do Sindicato dos Servidores quatro anos antes, tendo atuado no processo que resultou no acordo. Ouça Os pagamentos a ela começaram a ser feitos em janeiro de 2013 e, até junho deste ano, chegaram a R$ 37 milhões. Segundo os investigadores, a operação descobriu que a advogada pagava propina a Marco Antonio dos Santos e possivelmente a "mais alguém". Santos era secretário municipal de Administração e foi preso temporariamente no último dia 1°, quando a Sevandija foi deflagrada. Em uma das escutas telefônicas interceptadas com autorização judicial, Maria Zuely conversa com outro advogado, Sandro Rovani, que também está detido. Ela diz que iria sacar R$ 70 mil no banco e pede para Rovani levar R$ 50 mil para "o nosso amigo" e o restante para "ela". A suspeita da investigação é que "ela" seja uma referência a Dárcy. Ouça OUTRO LADO O advogado Leandro Librandi, filho de Maria Zuely, disse à Folha que o acordo envolvendo o pagamento aos servidores foi homologado judicialmente e que os honorários pagos a sua mãe são proporcionais ao montante envolvido. De acordo com ele, após o início do pagamento, começaram a surgir "dificuldades" para o recebimento, sem especificar quais. "Ao que parece, ela estava sendo chantageada para ter o direito dela", disse o advogado, sem detalhar. Ele indicou o advogado Luiz Carlos Bento como representante de Maria Zuely, mas a Folha não obteve contato com ele nesta quinta-feira (8). A prefeita de Ribeirão Preto não comentou a operação, cujo início completou uma semana, e tem evitado eventos públicos. Não foi, por exemplo, ao desfile de Sete de Setembro, na quarta-feira (7). Uma página da prefeita numa rede social também foi apagada. Mas, segundo sua assessoria, ela foi invadida e a prefeita iria registrar ocorrência policial sobre o caso. A defesa de Dárcy tem alegado que ela é a "maior interessada" no esclarecimento dos fatos.
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Coaf diz que Brasil é exemplo no combate à lavagem de dinheiro
O Brasil pode sofrer sanções internacionais por causa da falta de uma legislação que trate do crime de financiamento do terrorismo, mas, em relação à lavagem de dinheiro, serve de exemplo internacional, diz o presidente do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Antonio Gustavo Rodrigues. Para Rodrigues, as descobertas em relação à Operação Lava Jato e outras ações da Polícia Federal reforçam essa avaliação: "Do ponto de vista de crítica ao sistema que o Brasil está sujeito, é quanto à questão do financiamento ao terrorismo. A Lava Jato, se ela gerar alguma coisa, é elogio". Na Lava Jato, desde 2011, foram produzidos 108 relatórios pelo Coaf, com dados sobre cerca de 4.000 pessoas físicas e 4.000 jurídicas. Segundo ele, o órgão tem pouco a acrescentar ao caso e está debruçado hoje sobre indícios de irregularidades que serão investigados e devem aparecer na imprensa daqui um ou dois anos: "A parte fácil do trabalho é a nossa, que é cruzamento de informação. Aí começa o trabalho mais difícil, obter as provas". Cobrado em relação à dificuldade em se condenar pessoas por esse tipo de crime, Rodrigues afirma que o problema não está na descoberta da irregularidade, mas no sistema judicial brasileiro e no perfil desses clientes. O TCU (Tribunal de Contas da União), por exemplo, fez em 2005 uma auditoria no Coaf e questionou o baixo número de condenações. "Não é o Coaf que investiga, que denuncia, que julga. É um crime que não deixa vestígio tão claro, como homicídio. Muitas vezes envolve clientes ricos, com bons advogados", diz Rodrigues. Segundo ele, esse é um dos motivos pelo qual ainda existe no país a figura do doleiro. "O doleiro era há muitos anos atrás uma figura tolerada pela sociedade para compensar as limitações de câmbio. Todo mundo tinha o seu doleiro de estimação. Como é que eles continuam operando? Aí já não sei responder." No cargo há quase 11 anos, com uma equipe de apenas 50 funcionários e atuação restrita, Rodrigues afirma que não reivindica mais pessoal ou mais poderes, para não competir com outras áreas investigativas. Em 2014, o órgão produziu 3.100 relatórios. Cerca de dois terços para colaboração com outros órgãos. Mesmo com tantas operações deflagradas nos últimos anos, a criatividade dos grandes criminosos não tem sido tão grande. Rodrigues afirma que o sistema bancário continua sendo o principal canal para a lavagem do dinheiro. Os bancos são a principal fonte de informações do órgão: "Você pode lavar dinheiro com joia e obra de arte, mas é um mercado restrito e, na hora de vender, é uma dor de cabeça, tem um pedágio mais alto. No banco você de deposita R$ 100 e saca R$ 100. E ainda tem os juros", afirmou.
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Coaf diz que Brasil é exemplo no combate à lavagem de dinheiroO Brasil pode sofrer sanções internacionais por causa da falta de uma legislação que trate do crime de financiamento do terrorismo, mas, em relação à lavagem de dinheiro, serve de exemplo internacional, diz o presidente do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Antonio Gustavo Rodrigues. Para Rodrigues, as descobertas em relação à Operação Lava Jato e outras ações da Polícia Federal reforçam essa avaliação: "Do ponto de vista de crítica ao sistema que o Brasil está sujeito, é quanto à questão do financiamento ao terrorismo. A Lava Jato, se ela gerar alguma coisa, é elogio". Na Lava Jato, desde 2011, foram produzidos 108 relatórios pelo Coaf, com dados sobre cerca de 4.000 pessoas físicas e 4.000 jurídicas. Segundo ele, o órgão tem pouco a acrescentar ao caso e está debruçado hoje sobre indícios de irregularidades que serão investigados e devem aparecer na imprensa daqui um ou dois anos: "A parte fácil do trabalho é a nossa, que é cruzamento de informação. Aí começa o trabalho mais difícil, obter as provas". Cobrado em relação à dificuldade em se condenar pessoas por esse tipo de crime, Rodrigues afirma que o problema não está na descoberta da irregularidade, mas no sistema judicial brasileiro e no perfil desses clientes. O TCU (Tribunal de Contas da União), por exemplo, fez em 2005 uma auditoria no Coaf e questionou o baixo número de condenações. "Não é o Coaf que investiga, que denuncia, que julga. É um crime que não deixa vestígio tão claro, como homicídio. Muitas vezes envolve clientes ricos, com bons advogados", diz Rodrigues. Segundo ele, esse é um dos motivos pelo qual ainda existe no país a figura do doleiro. "O doleiro era há muitos anos atrás uma figura tolerada pela sociedade para compensar as limitações de câmbio. Todo mundo tinha o seu doleiro de estimação. Como é que eles continuam operando? Aí já não sei responder." No cargo há quase 11 anos, com uma equipe de apenas 50 funcionários e atuação restrita, Rodrigues afirma que não reivindica mais pessoal ou mais poderes, para não competir com outras áreas investigativas. Em 2014, o órgão produziu 3.100 relatórios. Cerca de dois terços para colaboração com outros órgãos. Mesmo com tantas operações deflagradas nos últimos anos, a criatividade dos grandes criminosos não tem sido tão grande. Rodrigues afirma que o sistema bancário continua sendo o principal canal para a lavagem do dinheiro. Os bancos são a principal fonte de informações do órgão: "Você pode lavar dinheiro com joia e obra de arte, mas é um mercado restrito e, na hora de vender, é uma dor de cabeça, tem um pedágio mais alto. No banco você de deposita R$ 100 e saca R$ 100. E ainda tem os juros", afirmou.
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Sem Kayke, Santos terá volta de Ricardo Oliveira contra o Flamengo
Ricardo Oliveira, 37, deverá ser o substituto de Kayke no duelo contra o Flamengo (Fox Sports e Globo, no Rio), esta quarta (26), às 21h45, na Vila Belmiro, pela das quartas da Copa do Brasil. Recuperado de uma pneumonia, ele não atua desde 3 de junho, quando participou da derrota para o Corinthians. Neste ano, atacante conviveu com problemas médicos. Já foi diagnosticado com caxumba, sofreu um corte profundo na orelha e recentemente teve uma lesão no tornozelo. Além de Oliveira, a outra novidade na equipe será o lateral Victor Ferraz, recuperado de contusão no joelho. Ele entra na vaga de Daniel Guedes. Derrotado no jogo de ida por 2 a 0, o Santos precisa vencer por três gols de diferença para avançar. Se ganhar pelo placar da primeira partida, a definição será em cobranças de pênaltis.
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Sem Kayke, Santos terá volta de Ricardo Oliveira contra o FlamengoRicardo Oliveira, 37, deverá ser o substituto de Kayke no duelo contra o Flamengo (Fox Sports e Globo, no Rio), esta quarta (26), às 21h45, na Vila Belmiro, pela das quartas da Copa do Brasil. Recuperado de uma pneumonia, ele não atua desde 3 de junho, quando participou da derrota para o Corinthians. Neste ano, atacante conviveu com problemas médicos. Já foi diagnosticado com caxumba, sofreu um corte profundo na orelha e recentemente teve uma lesão no tornozelo. Além de Oliveira, a outra novidade na equipe será o lateral Victor Ferraz, recuperado de contusão no joelho. Ele entra na vaga de Daniel Guedes. Derrotado no jogo de ida por 2 a 0, o Santos precisa vencer por três gols de diferença para avançar. Se ganhar pelo placar da primeira partida, a definição será em cobranças de pênaltis.
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A boa surpresa de Washington
A caminho do Estado de Washington para visitar vinícolas chequei o clima: Seattle, máxima de 17 graus e chuvisco. Separei minhas camisas de flanela e subi no avião ouvindo Pearl Jam, para entrar no clima. Seattle é linda e cheia de vinícolas urbanas, mas as vinhas estão a três horas para o leste. Ao atravessar as montanhas Cascade, o ambiente, antes verdejante, se transforma num grande e ondulante deserto. No vale de Columbia estão as AVAs, áreas viticulturais americanas, sendo que Columbia Valley é a denominação que abrange todas elas. Ali os verões são áridos e quentes, com noites muito frias. Das AVAs mais evidentes hoje, Yakima é mais fresca, Walla Walla é quente com ventos moderados, Horse Heaven Hill é quente com bastante vento e Red Mountain é uma das mais áridas. Além da vantagem climática, as vinícolas estão carregadas de um espírito avançado e empreendedor. Não esqueçamos, é o Estado de visionários como Microsoft, Amazon e Starbucks. Degustando, me lembrei: o berço de Pearl Jam, Nirvana e Jimmy Hendrix não poderia produzir vinhos medianos. Os vinhos têm uma consistência impressionante, são marcados por uma ótima matéria-prima que varia em níveis de complexidade, resultado de pesquisa em viticultura e cuidados na enologia. Washington produz todas as grandes variedades internacionais, mas, honestamente, syrah brilha, cheia de especiarias e frutas negras. Merlot chama muito a atenção pela suculência e qualidade. E a riesling realmente está à vontade nos vinhedos mais frescos, com vinhos brilhantes e minerais. Valem a degustação. Ah, lembrando: é o Estado de Washington. na costa oeste, tá? H.I.P.Merlot 2010 Fruta preta, pimenta-do-reino e tabaco. Firme e elegante QUANTO R$ 128,34 ONDE Mistral (tel. 11/3372-3400) Two Vines Shiraz 2012 Morangos maduros e chá preto. Macio, cheio, final lembra geleia QUANTO R$ 67 ONDE Wine Brands (tel. 11/2344-5555) Gordon Brothers Syrah 2010 Perfumado, rosas e cerejas. Tanino fininho, seco e fresco QUANTO R$ 152 ONDE Smart Buy Wines (tel. 11/3045-5536) Columbia Crest Syrah 2011 Tostadinho e fruta preta. Alcoólico, final bem suculento QUANTO R$ 79,60 ONDE Baccos (tel. 11/3660-8108)
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A boa surpresa de WashingtonA caminho do Estado de Washington para visitar vinícolas chequei o clima: Seattle, máxima de 17 graus e chuvisco. Separei minhas camisas de flanela e subi no avião ouvindo Pearl Jam, para entrar no clima. Seattle é linda e cheia de vinícolas urbanas, mas as vinhas estão a três horas para o leste. Ao atravessar as montanhas Cascade, o ambiente, antes verdejante, se transforma num grande e ondulante deserto. No vale de Columbia estão as AVAs, áreas viticulturais americanas, sendo que Columbia Valley é a denominação que abrange todas elas. Ali os verões são áridos e quentes, com noites muito frias. Das AVAs mais evidentes hoje, Yakima é mais fresca, Walla Walla é quente com ventos moderados, Horse Heaven Hill é quente com bastante vento e Red Mountain é uma das mais áridas. Além da vantagem climática, as vinícolas estão carregadas de um espírito avançado e empreendedor. Não esqueçamos, é o Estado de visionários como Microsoft, Amazon e Starbucks. Degustando, me lembrei: o berço de Pearl Jam, Nirvana e Jimmy Hendrix não poderia produzir vinhos medianos. Os vinhos têm uma consistência impressionante, são marcados por uma ótima matéria-prima que varia em níveis de complexidade, resultado de pesquisa em viticultura e cuidados na enologia. Washington produz todas as grandes variedades internacionais, mas, honestamente, syrah brilha, cheia de especiarias e frutas negras. Merlot chama muito a atenção pela suculência e qualidade. E a riesling realmente está à vontade nos vinhedos mais frescos, com vinhos brilhantes e minerais. Valem a degustação. Ah, lembrando: é o Estado de Washington. na costa oeste, tá? H.I.P.Merlot 2010 Fruta preta, pimenta-do-reino e tabaco. Firme e elegante QUANTO R$ 128,34 ONDE Mistral (tel. 11/3372-3400) Two Vines Shiraz 2012 Morangos maduros e chá preto. Macio, cheio, final lembra geleia QUANTO R$ 67 ONDE Wine Brands (tel. 11/2344-5555) Gordon Brothers Syrah 2010 Perfumado, rosas e cerejas. Tanino fininho, seco e fresco QUANTO R$ 152 ONDE Smart Buy Wines (tel. 11/3045-5536) Columbia Crest Syrah 2011 Tostadinho e fruta preta. Alcoólico, final bem suculento QUANTO R$ 79,60 ONDE Baccos (tel. 11/3660-8108)
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FHC diz que não adianta tirar Dilma, e Aloysio quer ver presidente 'sangrar'
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta segunda-feira (9) que a saída de Dilma Rousseff não irá resolver a crise política por que passa o governo. "Não adianta nada tirar a presidente", disse FHC, de acordo com o site do "Valor". Ele já havia se colocado contra o impeachment. No mesmo evento, realizado no Instituto Fernando Henrique Cardoso, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) –ex-candidato a vice na chapa de Aécio Neves– também disse ser contra o impeachment. O tucano afirmou que prefere ver a petista "sangrar" nos próximos quatro anos, quando encerrará o seu segundo mandato. "Não quero que ela saia, quero sangrar a Dilma, não quero que o Brasil seja presidido pelo Michel Temer (PMDB)", disse Nunes Ferreira. Ele é defensor dos protestos agendados para este domingo (15). O tucano afirmou que, embora seja contra o impeachment de Dilma, enxerga a manifestação de forma positiva por representar um protesto contra o governo federal por uma série de fatores, como os escândalos de corrupção na Petrobras e as medidas de ajuste fiscal anunciadas recentemente que foram negadas pela presidente durante a campanha eleitoral. "Vejo essa palavra [impeachment] como expressão de rechaço à ordem atual, sem entrar no mérito", declarou. O senador também previu um quadro de crise política sem perspectivas de saída dada a falta de capacidade da presidente em liderar esse processo. Segundo ele, Dilma está desvinculada da realidade nacional. "Vivemos um quadro de polarização com ausência de diálogos entre os polos. Lembrando o pronunciamento da Dilma ontem, parece que ela é presidente de Plutão", ironizou o tucano. Dilma, ressaltou Aloysio, governa sem atributos para estimular a economia e pacificar a base aliada no Congresso. Para justificar a análise, observou que os dois principais partidos da base, PT e PMDB, já lançaram, respectivamente, o ex-presidente Lula e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, como pré-candidatos à Presidência em 2018. "Daí a ideia de que o governo mal começou, mas já acabou." O senador, porém, reconheceu que o PSDB falhou no debate político durante as últimas eleições ao Planalto. "O PSDB deixou o PT carimbar sobre nossa pele a tese de que somos um partido da elite. Deixamos que isso se estabelecesse, que fosse o fato consumado. Isso começou a mudar nesta última eleição", declarou. Mapa dos protestos de março de 2015; Crédito Rubens Fernando/Editoria de arte/Folhapress COALIZÃO FHC, ainda de acordo com o Valor, condenou o modelo criado pelos governos petistas, com cerca de 20 partidos dividindo quase 39 ministérios. "Se exauriu o modelo de presidencialismo de coalização, que na verdade era um presidencialismo de cooptação. O sistema político está esgotado", disse. O ex-presidente disse ainda que avisou Dilma e o ex-presidente Lula sobre isso quando foram juntos à África do Sul, mas que "ninguém quis agir". Segundo ele, só a criação de um novo bloco, com a participação da sociedade, seria capaz de criar uma saída para a crise.
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FHC diz que não adianta tirar Dilma, e Aloysio quer ver presidente 'sangrar'O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta segunda-feira (9) que a saída de Dilma Rousseff não irá resolver a crise política por que passa o governo. "Não adianta nada tirar a presidente", disse FHC, de acordo com o site do "Valor". Ele já havia se colocado contra o impeachment. No mesmo evento, realizado no Instituto Fernando Henrique Cardoso, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) –ex-candidato a vice na chapa de Aécio Neves– também disse ser contra o impeachment. O tucano afirmou que prefere ver a petista "sangrar" nos próximos quatro anos, quando encerrará o seu segundo mandato. "Não quero que ela saia, quero sangrar a Dilma, não quero que o Brasil seja presidido pelo Michel Temer (PMDB)", disse Nunes Ferreira. Ele é defensor dos protestos agendados para este domingo (15). O tucano afirmou que, embora seja contra o impeachment de Dilma, enxerga a manifestação de forma positiva por representar um protesto contra o governo federal por uma série de fatores, como os escândalos de corrupção na Petrobras e as medidas de ajuste fiscal anunciadas recentemente que foram negadas pela presidente durante a campanha eleitoral. "Vejo essa palavra [impeachment] como expressão de rechaço à ordem atual, sem entrar no mérito", declarou. O senador também previu um quadro de crise política sem perspectivas de saída dada a falta de capacidade da presidente em liderar esse processo. Segundo ele, Dilma está desvinculada da realidade nacional. "Vivemos um quadro de polarização com ausência de diálogos entre os polos. Lembrando o pronunciamento da Dilma ontem, parece que ela é presidente de Plutão", ironizou o tucano. Dilma, ressaltou Aloysio, governa sem atributos para estimular a economia e pacificar a base aliada no Congresso. Para justificar a análise, observou que os dois principais partidos da base, PT e PMDB, já lançaram, respectivamente, o ex-presidente Lula e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, como pré-candidatos à Presidência em 2018. "Daí a ideia de que o governo mal começou, mas já acabou." O senador, porém, reconheceu que o PSDB falhou no debate político durante as últimas eleições ao Planalto. "O PSDB deixou o PT carimbar sobre nossa pele a tese de que somos um partido da elite. Deixamos que isso se estabelecesse, que fosse o fato consumado. Isso começou a mudar nesta última eleição", declarou. Mapa dos protestos de março de 2015; Crédito Rubens Fernando/Editoria de arte/Folhapress COALIZÃO FHC, ainda de acordo com o Valor, condenou o modelo criado pelos governos petistas, com cerca de 20 partidos dividindo quase 39 ministérios. "Se exauriu o modelo de presidencialismo de coalização, que na verdade era um presidencialismo de cooptação. O sistema político está esgotado", disse. O ex-presidente disse ainda que avisou Dilma e o ex-presidente Lula sobre isso quando foram juntos à África do Sul, mas que "ninguém quis agir". Segundo ele, só a criação de um novo bloco, com a participação da sociedade, seria capaz de criar uma saída para a crise.
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Mística, psicodelia nordestina dos anos 1960 e 70 guia shows em SP
Certa aura mística envolve hoje o período em que a psicodelia na música ganhou sotaque nordestino. O movimento dos anos 1960 e 70 guia shows que acontecem nesta sexta (15) e sábado (16) no Sesc Pompeia. "Notei que a galera mais nova tem curiosidade e está redescobrindo essa obra", diz o cantor pernambucano Ortinho, criador do projeto Nordeste Psicodélico. Curiosidade que levou o vinil de "Paêbirú", disco de 1974 de Lula Côrtes e Zé Ramalho, espécie de pedra fundamental dessa época, a valer até R$ 4 mil em sua edição original. O álbum tem a lisergia e o senso de improviso que havia se propagado pela música naqueles tempos. Mas os artistas dessa leva nordestina diferenciavam-se, além do regionalismo, pelas influências. "Todos eles eram fãs de Luiz Gonzaga, que tinha uma linguagem muito aberta e até psicodélica também. Foi nosso Elvis Presley", afirma Ortinho. Além das guitarras, instrumentos indianos, violas e batuques marcam a produção do período. Alguns dos nomes mais populares da música popular, como Fagner e Tom Zé, incorporaram o espírito. Mas também havia o lado B: bandas como Ave Sangria têm hoje status de cult. "O Nordeste sempre precisou fazer algo diferente do que acontece nos grandes eixos para se destacar", avalia o pernambucano China, que canta Alceu Valença no show. O repertório, resultado de um trabalho de pesquisa que durou cerca de seis meses, tem ainda Novos Baianos, Marconi Notaro, The Gentleman, entre outros. NORDESTE PSICODÉLICO QUANDO sábado (16), 21h30 ONDE Sesc Pompeia, r. Clélia, 93, tel. (11) 3871-7700 QUANTO R$ 9 a R$ 30 CLASSIFICAÇÃO 18 anos
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Mística, psicodelia nordestina dos anos 1960 e 70 guia shows em SPCerta aura mística envolve hoje o período em que a psicodelia na música ganhou sotaque nordestino. O movimento dos anos 1960 e 70 guia shows que acontecem nesta sexta (15) e sábado (16) no Sesc Pompeia. "Notei que a galera mais nova tem curiosidade e está redescobrindo essa obra", diz o cantor pernambucano Ortinho, criador do projeto Nordeste Psicodélico. Curiosidade que levou o vinil de "Paêbirú", disco de 1974 de Lula Côrtes e Zé Ramalho, espécie de pedra fundamental dessa época, a valer até R$ 4 mil em sua edição original. O álbum tem a lisergia e o senso de improviso que havia se propagado pela música naqueles tempos. Mas os artistas dessa leva nordestina diferenciavam-se, além do regionalismo, pelas influências. "Todos eles eram fãs de Luiz Gonzaga, que tinha uma linguagem muito aberta e até psicodélica também. Foi nosso Elvis Presley", afirma Ortinho. Além das guitarras, instrumentos indianos, violas e batuques marcam a produção do período. Alguns dos nomes mais populares da música popular, como Fagner e Tom Zé, incorporaram o espírito. Mas também havia o lado B: bandas como Ave Sangria têm hoje status de cult. "O Nordeste sempre precisou fazer algo diferente do que acontece nos grandes eixos para se destacar", avalia o pernambucano China, que canta Alceu Valença no show. O repertório, resultado de um trabalho de pesquisa que durou cerca de seis meses, tem ainda Novos Baianos, Marconi Notaro, The Gentleman, entre outros. NORDESTE PSICODÉLICO QUANDO sábado (16), 21h30 ONDE Sesc Pompeia, r. Clélia, 93, tel. (11) 3871-7700 QUANTO R$ 9 a R$ 30 CLASSIFICAÇÃO 18 anos
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Faculdade particular consegue liminar na Justiça contra nova regra do Fies
A Justiça Federal mandou o Ministério da Educação liberar contratos do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) para cursos que tiveram reajuste acima de 6,4%, percentual definido pela pasta para os financiamentos deste ano. A decisão, em caráter liminar, é válida para uma instituição de ensino superior de Rondônia que questionou a trava definida pelo MEC. O juiz federal Herculano Nacif deferiu parcialmente o pedido da instituição, autorizando o desbloqueio do sistema para o caso de estudantes que estão renovando o contrato de financiamento. Para aqueles que estão solicitando um novo contrato para estudar na instituição do Norte, a regra continua valendo. Esta é a primeira decisão que se tem notícia com resultado favorável às faculdades privadas. Entidades e instituições ingressaram com ações na Justiça questionando alterações nas regras do Fies, ocorridas a partir do final do ano passado. "Embora a princípio (...) entenda válida a decisão do MEC de estabelecer um teto de reajuste (...) tal regra deveria se aplicar apenas aos financiamentos de novos alunos perante o SisFIES, não podendo prejudicar a continuidade dos estudos dos estudantes já financiados", afirma o juiz no documento, de 27 de fevereiro. O MEC pode recorrer da decisão. "Isso é reflexo do uso equivocado do sistema", afirma o advogado da ação, Edgar Jacobs. A instituição que obteve a decisão na Justiça prefere não se identificar. Na segunda (2), entidades que representam as instituições privadas divulgaram nota em que criticam o MEC sob o argumento de que faltam "respostas objetivas sobre critérios, prazos e justificativas para as mudanças" no Fies. Para fontes do setor, o posicionamento pode abrir brechas para que as privadas cobrem do MEC a diferença entre o percentual de reajuste a ser feito pelas escolas e o imposto pelo sistema do Fies.
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Faculdade particular consegue liminar na Justiça contra nova regra do FiesA Justiça Federal mandou o Ministério da Educação liberar contratos do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) para cursos que tiveram reajuste acima de 6,4%, percentual definido pela pasta para os financiamentos deste ano. A decisão, em caráter liminar, é válida para uma instituição de ensino superior de Rondônia que questionou a trava definida pelo MEC. O juiz federal Herculano Nacif deferiu parcialmente o pedido da instituição, autorizando o desbloqueio do sistema para o caso de estudantes que estão renovando o contrato de financiamento. Para aqueles que estão solicitando um novo contrato para estudar na instituição do Norte, a regra continua valendo. Esta é a primeira decisão que se tem notícia com resultado favorável às faculdades privadas. Entidades e instituições ingressaram com ações na Justiça questionando alterações nas regras do Fies, ocorridas a partir do final do ano passado. "Embora a princípio (...) entenda válida a decisão do MEC de estabelecer um teto de reajuste (...) tal regra deveria se aplicar apenas aos financiamentos de novos alunos perante o SisFIES, não podendo prejudicar a continuidade dos estudos dos estudantes já financiados", afirma o juiz no documento, de 27 de fevereiro. O MEC pode recorrer da decisão. "Isso é reflexo do uso equivocado do sistema", afirma o advogado da ação, Edgar Jacobs. A instituição que obteve a decisão na Justiça prefere não se identificar. Na segunda (2), entidades que representam as instituições privadas divulgaram nota em que criticam o MEC sob o argumento de que faltam "respostas objetivas sobre critérios, prazos e justificativas para as mudanças" no Fies. Para fontes do setor, o posicionamento pode abrir brechas para que as privadas cobrem do MEC a diferença entre o percentual de reajuste a ser feito pelas escolas e o imposto pelo sistema do Fies.
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COP21 trará avanços no combate ao aquecimento global? Não
SEM ACORDO, SEM NOVIDADE Visualize a seguinte cena. Um grupo de pessoas se vê obrigado a preparar uma refeição coletiva. Há ricos e pobres, jovens e velhos. Uns estão famintos, outros exigem que o cardápio não inclua glúten, ou carne, ou leite, e muitos permanecem sentados, talheres à mão, a observar e cochichar. É o que se vê nas negociações de tratados ambientais internacionais: quanto maior e mais heterogêneo o grupo, menos chance de um resultado satisfatório. O Protocolo de Montreal de proteção à camada de Ozônio, de 1989, foi um excepcional sucesso que só confirma a regra. Sucesso que levou os negociadores do clima a almejarem o impossível: um tratado em que um grande número de países assume o compromisso de manter as emissões de gases do efeito estufa dentro de uma faixa considerada segura. E mais, tal compromisso deveria ser "vinculante", ou seja, ter embutidos os instrumentos de fiscalização. Na prática, os negociadores do clima da COP21 costuraram o Protocolo de Kyoto, em vigor desde 2005 para reduzir as emissões entre 2008 e 2012. Foi um resultado bem inferior ao necessário. Ponto para os economistas climáticos que, no início dos anos 1990, concluíram que a cooperação entre um grande número de participantes seria inviável no contexto climático. A atmosfera é uma só, daí a busca por um acordo global. Não há sentido em reduzir as emissões no país A enquanto crescem no B. O que os modelos econômicos preveem, no entanto, é que acordos com muitos signatários só podem atingir dois resultados igualmente indesejáveis: estabelecer e cumprir metas que fiquem aquém do necessário (Protocolo de Kyoto) ou estabelecer objetivos ambiciosos que não serão respeitados por falta de punição (COP21, uma carta de intenções sem plano de ação). É o clássico problema da cooperação, em que cada participante sabe que o sucesso do grupo depende mais dos outros do que dele próprio. Elinor Ostrom, Prêmio Nobel de Economia, alertou para o fato de que os arranjos institucionais de gestão de bens comuns –como a atmosfera– têm pouco a ver com os (idealizados) acordos globais vinculantes. O que ela chamou de "enfoque policêntrico" mostra-se cada vez mais relevante para a regulação do clima. Exemplos: a rede C40 das 75 maiores cidades com estratégias climáticas; as legislações estaduais da Califórnia e do Colorado (EUA); o esquema europeu de comércio de carbono; o Carbon Disclosure Project, que divulga o balanço de carbono de grandes corporações. O período pós-Conferência de Copenhague (2009) impôs à política climática uma ruptura cuja escala só agora veio a ser apreciada. Não será possível construir um acordo global com compromissos vinculantes. Está emergindo um sistema em que as decisões são tomadas de forma descentralizada, mas não obrigatoriamente descoordenada. A COP21 só resolverá o problema do aquecimento global se deixar de ser avaliada por um paradigma superado. Procurar saber se o modelo descentralizado vai funcionar é fazer a pergunta certa. Depois de 20 anos olhando na direção errada, chegou a hora de cobrarmos das negociações multilaterais aquilo que elas realmente podem entregar. PETTERSON MOLINA VALE, 32, é economista com doutorado na London School of Economics. Redigiu o capítulo sobre economia do livro "O Imbróglio do Clima" (Senac, 2014) e integrou o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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COP21 trará avanços no combate ao aquecimento global? NãoSEM ACORDO, SEM NOVIDADE Visualize a seguinte cena. Um grupo de pessoas se vê obrigado a preparar uma refeição coletiva. Há ricos e pobres, jovens e velhos. Uns estão famintos, outros exigem que o cardápio não inclua glúten, ou carne, ou leite, e muitos permanecem sentados, talheres à mão, a observar e cochichar. É o que se vê nas negociações de tratados ambientais internacionais: quanto maior e mais heterogêneo o grupo, menos chance de um resultado satisfatório. O Protocolo de Montreal de proteção à camada de Ozônio, de 1989, foi um excepcional sucesso que só confirma a regra. Sucesso que levou os negociadores do clima a almejarem o impossível: um tratado em que um grande número de países assume o compromisso de manter as emissões de gases do efeito estufa dentro de uma faixa considerada segura. E mais, tal compromisso deveria ser "vinculante", ou seja, ter embutidos os instrumentos de fiscalização. Na prática, os negociadores do clima da COP21 costuraram o Protocolo de Kyoto, em vigor desde 2005 para reduzir as emissões entre 2008 e 2012. Foi um resultado bem inferior ao necessário. Ponto para os economistas climáticos que, no início dos anos 1990, concluíram que a cooperação entre um grande número de participantes seria inviável no contexto climático. A atmosfera é uma só, daí a busca por um acordo global. Não há sentido em reduzir as emissões no país A enquanto crescem no B. O que os modelos econômicos preveem, no entanto, é que acordos com muitos signatários só podem atingir dois resultados igualmente indesejáveis: estabelecer e cumprir metas que fiquem aquém do necessário (Protocolo de Kyoto) ou estabelecer objetivos ambiciosos que não serão respeitados por falta de punição (COP21, uma carta de intenções sem plano de ação). É o clássico problema da cooperação, em que cada participante sabe que o sucesso do grupo depende mais dos outros do que dele próprio. Elinor Ostrom, Prêmio Nobel de Economia, alertou para o fato de que os arranjos institucionais de gestão de bens comuns –como a atmosfera– têm pouco a ver com os (idealizados) acordos globais vinculantes. O que ela chamou de "enfoque policêntrico" mostra-se cada vez mais relevante para a regulação do clima. Exemplos: a rede C40 das 75 maiores cidades com estratégias climáticas; as legislações estaduais da Califórnia e do Colorado (EUA); o esquema europeu de comércio de carbono; o Carbon Disclosure Project, que divulga o balanço de carbono de grandes corporações. O período pós-Conferência de Copenhague (2009) impôs à política climática uma ruptura cuja escala só agora veio a ser apreciada. Não será possível construir um acordo global com compromissos vinculantes. Está emergindo um sistema em que as decisões são tomadas de forma descentralizada, mas não obrigatoriamente descoordenada. A COP21 só resolverá o problema do aquecimento global se deixar de ser avaliada por um paradigma superado. Procurar saber se o modelo descentralizado vai funcionar é fazer a pergunta certa. Depois de 20 anos olhando na direção errada, chegou a hora de cobrarmos das negociações multilaterais aquilo que elas realmente podem entregar. PETTERSON MOLINA VALE, 32, é economista com doutorado na London School of Economics. Redigiu o capítulo sobre economia do livro "O Imbróglio do Clima" (Senac, 2014) e integrou o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Manifestantes pró-Dilma fazem protesto na Paulista
Manifestantes contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff ocuparam a avenida Paulista no sentido Consolação na noite desta quinta-feira (21). O trânsito foi interrompido no local, mas já está liberado. O protesto "Não Vai Ter Golpe" foi convocado pelas redes sociais para às 17h em frente ao Masp. Do museu, o grupo caminhou até a praça do Ciclista. A Polícia Militar ainda não divulgou uma estimativa do público presente ao ato. Os manifestantes exibiram faixas com os dizeres "Fica, querida" e "Fora Cunha". Nesta quinta, Dilma viajou a Nova York (EUA) para participar da assinatura do Acordo de Paris, na sede da ONU (Organização das Nações Unidas). A presidente pretende reforçar a tese de que o pedido de um impeachment é um golpe de Estado por não haver crime de responsabilidade caracterizado.
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Manifestantes pró-Dilma fazem protesto na PaulistaManifestantes contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff ocuparam a avenida Paulista no sentido Consolação na noite desta quinta-feira (21). O trânsito foi interrompido no local, mas já está liberado. O protesto "Não Vai Ter Golpe" foi convocado pelas redes sociais para às 17h em frente ao Masp. Do museu, o grupo caminhou até a praça do Ciclista. A Polícia Militar ainda não divulgou uma estimativa do público presente ao ato. Os manifestantes exibiram faixas com os dizeres "Fica, querida" e "Fora Cunha". Nesta quinta, Dilma viajou a Nova York (EUA) para participar da assinatura do Acordo de Paris, na sede da ONU (Organização das Nações Unidas). A presidente pretende reforçar a tese de que o pedido de um impeachment é um golpe de Estado por não haver crime de responsabilidade caracterizado.
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Planos de austeridade fiscal afetam setor produtivo, afirma leitor
À semelhança da Europa exemplificada agora pela realidade grega, o plano de austeridade brasileiro encontra resistências do empresariado quando começa a afetar o setor produtivo, em razão da diminuição de consumo da população. Esse é o grande imbróglio que os economistas de todas as tendências têm de enfrentar também por aqui, neste terceiro milênio, independentemente das antigas e ultrapassadas ideologias políticas, que alguns poucos saudosistas da era da Guerra Fria teimam ainda ingenuamente em apontar como razão de nossas atuais crises. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Planos de austeridade fiscal afetam setor produtivo, afirma leitorÀ semelhança da Europa exemplificada agora pela realidade grega, o plano de austeridade brasileiro encontra resistências do empresariado quando começa a afetar o setor produtivo, em razão da diminuição de consumo da população. Esse é o grande imbróglio que os economistas de todas as tendências têm de enfrentar também por aqui, neste terceiro milênio, independentemente das antigas e ultrapassadas ideologias políticas, que alguns poucos saudosistas da era da Guerra Fria teimam ainda ingenuamente em apontar como razão de nossas atuais crises. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Culpa de recorde brasileiro em abuso contra professor é nossa
Professores, vocês acham que sua profissão é valorizada pela sociedade? Na Austrália, 38,5% dos docentes dizem que sim. No Chile, 33,6%. Na Finlândia, 58,6%. No México, 49,5%. Nos EUA, 33,7%. No Brasil, o percentual cai para 12,6%, menos da metade da média de 34 países pesquisados e o oitavo menor percentual da amostra. Professores brasileiros que concordam com a frase "eu perco bastante tempo com interrupções dos alunos durante a aula": 50% do total, a fatia mais alta entre o mesmo grupo de nações, 20 pontos percentuais acima da média. Há muito barulho na turma em que você leciona? De novo, mais da metade dos docentes brasileiros diz que sim, outro recorde e o dobro da média. Padrão parecido é registrado em perguntas sobre a percepção do esforço dos alunos para criar uma atmosfera agradável na sala de aula (muito baixa no Brasil) e sobre o tempo que os professores demoram para acalmar a turma antes de começar a aula. E o que dizem os diretores sobre o comprometimento dos professores? Diretores, os docentes desse estabelecimento chegam tarde pelo menos uma vez por semana? No Brasil, 29,5% respondem que sim, quase o triplo da média de 10,9% e atrás apenas do Chile (34,5%). O padrão é parecido em pergunta sobre absenteísmo: 17,6% dos diretores afirmam que os docentes brasileiros faltam pelo menos uma vez por semana, quase o quádruplo da média. Diante desse cenário, retratado em uma pesquisa da OCDE, não é de espantar que, no Brasil, 12,5% dos diretores digam que professores e funcionários são intimidados ou abusados verbalmente por alunos pelo menos uma vez por semana. O percentual é recorde entre as 34 nações desenvolvidas e emergentes analisadas no mesmo estudo, que englobou escolas públicas e privadas nos últimos anos do ensino fundamental e foi a campo em 2012 e 2013. Para ter uma ideia da distância em relação aos demais países: no Chile, 6,3% dos diretores responderam que percebem esse tipo de comportamento agressivo de estudantes contra professores. Na Austrália, 9,7%. Na Finlândia, 3,6%. No México, 3%. Nos EUA, 4,7%. Dados de um questionário respondido por professores brasileiros, no âmbito da Prova Brasil, compilados pelo movimento "Todos pela Educação" confirmam como a escola pode ser um ambiente hostil no país. Metade dos entrevistados afirmou ter ocorrido agressão —física ou verbal— de estudantes contra docentes ou funcionários no ano anterior. O desrespeito —que às vezes termina em violência, como no caso da professora Marcia Friggi, agredida por um aluno na semana passada, é, em larga medida, fruto do descaso geral em relação à educação no Brasil. A culpa não é só de um indivíduo ou de outro, mas da sociedade como um todo. A pesquisa da OCDE traz evidências contundentes desse descaso. Por um lado, os professores não se sentem valorizados pela sociedade. Um sinal de que devem estar certos é o mau comportamento dos alunos em sala de aula. Se fossem ensinados em casa sobre o valor da educação e a importância do docente, dificilmente agiriam dessa forma. Por outro lado, o comprometimento dos próprios professores com a educação deixa muito a desejar, como mostram os números de absenteísmo e atrasos. Os professores agem assim porque a sociedade não os valoriza? Ou a sociedade não os valoriza porque eles agem assim? Difícil identificar causa original e consequência, mas certamente chegamos a um ponto em que um fator reforça o outro. Sem uma mobilização de toda a sociedade pela valorização da educação, dificilmente sairemos dessa armadilha. Nunca me esqueço do que li em "As Crianças mais Inteligentes do Mundo", da jornalista Amanda Ripley (Três Estrelas, selo editorial do Grupo Folha), sobre a campanha para valorização dos professores na Finlândia há algumas décadas. Os sindicatos alardeavam: "Um professor finlandês recebeu o mais alto nível de educação do mundo". Claro que políticas públicas para melhorar a formação dos professores e tornar o magistério mais atraente —como ocorreu no país europeu e em outras nações— são necessárias. Mas é preciso que a sociedade pressione por isso. O apreço pela educação precisa se transformar num valor. Um país é retrato das causas que abraça. E, como está mais do que comprovado na história, sem educação não há desenvolvimento econômico possível.
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Culpa de recorde brasileiro em abuso contra professor é nossaProfessores, vocês acham que sua profissão é valorizada pela sociedade? Na Austrália, 38,5% dos docentes dizem que sim. No Chile, 33,6%. Na Finlândia, 58,6%. No México, 49,5%. Nos EUA, 33,7%. No Brasil, o percentual cai para 12,6%, menos da metade da média de 34 países pesquisados e o oitavo menor percentual da amostra. Professores brasileiros que concordam com a frase "eu perco bastante tempo com interrupções dos alunos durante a aula": 50% do total, a fatia mais alta entre o mesmo grupo de nações, 20 pontos percentuais acima da média. Há muito barulho na turma em que você leciona? De novo, mais da metade dos docentes brasileiros diz que sim, outro recorde e o dobro da média. Padrão parecido é registrado em perguntas sobre a percepção do esforço dos alunos para criar uma atmosfera agradável na sala de aula (muito baixa no Brasil) e sobre o tempo que os professores demoram para acalmar a turma antes de começar a aula. E o que dizem os diretores sobre o comprometimento dos professores? Diretores, os docentes desse estabelecimento chegam tarde pelo menos uma vez por semana? No Brasil, 29,5% respondem que sim, quase o triplo da média de 10,9% e atrás apenas do Chile (34,5%). O padrão é parecido em pergunta sobre absenteísmo: 17,6% dos diretores afirmam que os docentes brasileiros faltam pelo menos uma vez por semana, quase o quádruplo da média. Diante desse cenário, retratado em uma pesquisa da OCDE, não é de espantar que, no Brasil, 12,5% dos diretores digam que professores e funcionários são intimidados ou abusados verbalmente por alunos pelo menos uma vez por semana. O percentual é recorde entre as 34 nações desenvolvidas e emergentes analisadas no mesmo estudo, que englobou escolas públicas e privadas nos últimos anos do ensino fundamental e foi a campo em 2012 e 2013. Para ter uma ideia da distância em relação aos demais países: no Chile, 6,3% dos diretores responderam que percebem esse tipo de comportamento agressivo de estudantes contra professores. Na Austrália, 9,7%. Na Finlândia, 3,6%. No México, 3%. Nos EUA, 4,7%. Dados de um questionário respondido por professores brasileiros, no âmbito da Prova Brasil, compilados pelo movimento "Todos pela Educação" confirmam como a escola pode ser um ambiente hostil no país. Metade dos entrevistados afirmou ter ocorrido agressão —física ou verbal— de estudantes contra docentes ou funcionários no ano anterior. O desrespeito —que às vezes termina em violência, como no caso da professora Marcia Friggi, agredida por um aluno na semana passada, é, em larga medida, fruto do descaso geral em relação à educação no Brasil. A culpa não é só de um indivíduo ou de outro, mas da sociedade como um todo. A pesquisa da OCDE traz evidências contundentes desse descaso. Por um lado, os professores não se sentem valorizados pela sociedade. Um sinal de que devem estar certos é o mau comportamento dos alunos em sala de aula. Se fossem ensinados em casa sobre o valor da educação e a importância do docente, dificilmente agiriam dessa forma. Por outro lado, o comprometimento dos próprios professores com a educação deixa muito a desejar, como mostram os números de absenteísmo e atrasos. Os professores agem assim porque a sociedade não os valoriza? Ou a sociedade não os valoriza porque eles agem assim? Difícil identificar causa original e consequência, mas certamente chegamos a um ponto em que um fator reforça o outro. Sem uma mobilização de toda a sociedade pela valorização da educação, dificilmente sairemos dessa armadilha. Nunca me esqueço do que li em "As Crianças mais Inteligentes do Mundo", da jornalista Amanda Ripley (Três Estrelas, selo editorial do Grupo Folha), sobre a campanha para valorização dos professores na Finlândia há algumas décadas. Os sindicatos alardeavam: "Um professor finlandês recebeu o mais alto nível de educação do mundo". Claro que políticas públicas para melhorar a formação dos professores e tornar o magistério mais atraente —como ocorreu no país europeu e em outras nações— são necessárias. Mas é preciso que a sociedade pressione por isso. O apreço pela educação precisa se transformar num valor. Um país é retrato das causas que abraça. E, como está mais do que comprovado na história, sem educação não há desenvolvimento econômico possível.
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'Crise política atrasa ajuste fiscal', diz presidente de Banco Central
A crise política no Brasil está atrasando o ajuste fiscal que o governo tenta promover, afirmou nesta quinta (8) o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Em evento durante a reunião anual do FMI, em Lima, ele disse que o BC vai manter a política monetária atual para conter a inflação. "A parte fiscal de nosso ajuste está numa velocidade menor que a pensada originalmente. Isso tem a ver com dificuldades políticas. Mas há consenso crescente em torno da necessidade de esse ajuste fiscal ser processado o mais rápido possível", disse ele. A afirmação foi feita durante um debate com os presidentes dos Banco Centrais do México, do Chile e da Colômbia. Houve consenso entre eles de que os Bcs tem capacidade limitada para lidar com os "choques" sofridos atualmente pelas economias latino-americanas, as condições monetárias mundiais e o fim do super ciclo das commodities. "O que precisamos é ter uma estrutura macroeconômica forte para encarar da melhor forma possível essa nova realidade" disse Tombini. Para ele, a economia brasileira é "relativamente flexível", o que permitirá uma transição para setores ligados à exportação, que serão beneficiados com a desvalorização do real. Isso, segundo ele, impedirá o aprofundamento da contração econômica. Tombini reconheceu que a economia brasileira sofre pressões inflacionárias, e disse que o ajuste em vigor terá efeito a longo prazo. Segundo ele, a alta da inflação tem a ver com a desvalorização do real. "A política monetária foi ajustada para cuidar disso e fomos capazes de reancorar as expectativas inflacionárias no horizonte mais distante, 2017, 2018, 2019", disse, ressaltando a importância da flutuação do câmbio. "Nossa meta de inflação já foi reancorada, apesar do aumento da inflação este ano, que em parte tem a ver com a desvalorização do real que foi muito significativa". Mais cedo, a diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, incluiu o Brasil no grupo dos países da América Latina com economias "em território negativo".
mercado
'Crise política atrasa ajuste fiscal', diz presidente de Banco CentralA crise política no Brasil está atrasando o ajuste fiscal que o governo tenta promover, afirmou nesta quinta (8) o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Em evento durante a reunião anual do FMI, em Lima, ele disse que o BC vai manter a política monetária atual para conter a inflação. "A parte fiscal de nosso ajuste está numa velocidade menor que a pensada originalmente. Isso tem a ver com dificuldades políticas. Mas há consenso crescente em torno da necessidade de esse ajuste fiscal ser processado o mais rápido possível", disse ele. A afirmação foi feita durante um debate com os presidentes dos Banco Centrais do México, do Chile e da Colômbia. Houve consenso entre eles de que os Bcs tem capacidade limitada para lidar com os "choques" sofridos atualmente pelas economias latino-americanas, as condições monetárias mundiais e o fim do super ciclo das commodities. "O que precisamos é ter uma estrutura macroeconômica forte para encarar da melhor forma possível essa nova realidade" disse Tombini. Para ele, a economia brasileira é "relativamente flexível", o que permitirá uma transição para setores ligados à exportação, que serão beneficiados com a desvalorização do real. Isso, segundo ele, impedirá o aprofundamento da contração econômica. Tombini reconheceu que a economia brasileira sofre pressões inflacionárias, e disse que o ajuste em vigor terá efeito a longo prazo. Segundo ele, a alta da inflação tem a ver com a desvalorização do real. "A política monetária foi ajustada para cuidar disso e fomos capazes de reancorar as expectativas inflacionárias no horizonte mais distante, 2017, 2018, 2019", disse, ressaltando a importância da flutuação do câmbio. "Nossa meta de inflação já foi reancorada, apesar do aumento da inflação este ano, que em parte tem a ver com a desvalorização do real que foi muito significativa". Mais cedo, a diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, incluiu o Brasil no grupo dos países da América Latina com economias "em território negativo".
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Microempresas jornalísticas surgem, mas modelo de negócios é desafio
Com nomes como "Fluxo", "Amazônia Real" e "Aos Fatos", começam a surgir no Brasil microempresas jornalísticas criadas e dirigidas por repórteres. Ainda não há, porém, um modelo de negócios sustentável, e os empreendimentos têm recorrido a instituições filantrópicas como Fundação Ford e Open Society para se estabelecerem. O apoio que conseguem vem com prazo definido e sem garantia de renovação. O movimento ganha reforço agora com a decisão de uma primeira organização brasileira —o Instituto Arapyaú, do empresário Guilherme Leal, da Natura— de apoiar projetos de mídia. "Democracias robustas precisam de informação de qualidade", justifica Marcelo Furtado, diretor-executivo do Arapyaú. A primeira e por enquanto única ação programada é um debate em parceria com o site Fluxo, do jornalista Bruno Torturra, sobre "o que está acontecendo com a mídia" e, sublinha Furtado, "a necessidade de desenvolver um novo modelo de negócios". Por outro lado, a Fundação Ford, que foi pioneira no investimento em mídia no Brasil, reduziu seu orçamento para a área de US$ 2,6 milhões em 2014 para US$ 2,3 milhões em 2015. INFRAESTRUTURA Entre os sites bancados pela fundação estão as agências "Pública", "Patrícia Galvão" e "Amazônia Real", esta de Manaus, com pouco mais de um ano e meio e recém-premiada. "Nós arcamos com as despesas no início, nosso próprio dinheiro", conta a jornalista Kátia Brasil, da "Amazônia Real". "E eu não sabia nada de empresa, fui estudar no Sebrae, fazer aulas de contabilidade, finanças." Bateu na porta de empresas e agências de publicidade, sem sucesso, e a saída encontrada foi a Fundação Ford: entre apresentar o projeto e receber a primeira parcela, foram nove meses, mas a bolsa anual de US$ 80 mil já banca reportagens e correspondentes. "Mantém 70% da operação, pagando aluguel, colaboradores em Rondônia, Roraima, Belém, Rio Branco, duas reportagens especiais em preparação. Acaba em 2015, mas a gente tem esperança de renovação." Kátia diz que "eles deixaram claro, desde o primeiro momento, que não queriam ter interferência nenhuma na linha editorial". Graciela Selaimen, que responde pelo programa de mídia da fundação no Brasil, acrescenta que "apoia mais a infraestrutura do que o conteudo, o importante é a atividade do jornalismo". "O foco não é apoiar em função do conteúdo stricto sensu, mas em função do trabalho que está por trás e o que ele pode representar para o campo da liberdade de expressão no país." NICHO Noutra frente de busca de receita pelos novos sites, da cobertura especializada em nichos como Judiciário e Legislativo, as perspectivas são mais promissoras. O jornalista Felipe Seligman, dos sites "Brio", de reportagens, e "Jota", concentrado em Justiça, diz que o segundo já desenvolveu um modelo de negócio mais claro e "agora é fazer ele funcionar". O "Brio" chegou a fechar um projeto com a Open Society, "mas temporário, que é o que funciona" com as organizações filantrópicas. De sua parte, o "Jota" estaria obtendo sucesso com um modelo que abrange assinaturas individuais, por escritórios de advocacia e –as mais caras– por coberturas "premium", como o Jota Tributário. O modelo não é muito diferente do que existe nas grandes empresas de mídia, e requer que seus empreendedores –quase todos com passagem em publicações como a Folha– desenvolvam "outros conhecimentos, até na área de vendas". PRÊMIO E FRACASSO E não há garantia de êxito, como confirma a trajetória de nove anos do site "Impedimento", de Porto Alegre, encerrada no ano passado. Voltado ao futebol sul-americano, com pautas premiadas como a série sobre tortura no Estádio Nacional, na ditadura chilena, o site atingiu a maior audiência, mais de 700 mil page views, no mês em que foi fechado. Sem encontrar um modelo de negócios, o sucesso jornalístico não se refletiu em receita: seus fundadores tentaram parceria com agência de publicidade, patrocínio privado e estatal, sem resultado. "Chegamos a fazer um clube de sócios, em que o pessoal doava uma quantia por mês", conta o jornalista Douglas Ceconello. "Foi o que nos manteve no último ano, se não teríamos encerrado antes." O pecado original, diz, foi que os formandos da Federal do Rio Grande do Sul se lançaram sem projeto financeiro. "Quando a gente viu, o site tinha crescido muito e não era possível manter o tempo que estava nos tomando. Crescer acabou matando o 'Impedimento'." PROFISSIONAL Rosental Calmon Alves, brasileiro diretor do site "Texas Tribune", acredita que o empreendimento, sem fins lucrativos, "alcançou êxito na criação de um modelo de negócio diferente e auto-sustentável". A receita do "Tribune" é dividida em quatro áreas: realização de eventos; doação de fundações filantrópicas; patrocínio corporativo, "que é como o que a TV pública recebe nos EUA"; e membros e pequenos doadores. "O que é bonito é que cada uma delas tem 23%, 26% [do orçamento total]", diz Alves, sublinhando que "é tudo muito profissional, nos eventos, no financeiro também, são pessoas com larga experiência". Diz que "o perigo desses sites novos é que são feitos por jornalistas acostumados a ter um departamento comercial por trás e nunca se preocupar com geração de receita, por isso é que muitos acabam se dando mal". Recém-chegada ao jornalismo on-line com o site "Aos Fatos", em fase experimental na plataforma Medium, Tai Nalon cita em detalhe as experiências americanas, como a do "Tribune", ao traçar seus planos. "A gente vai lançar neste mês o primeiro 'crowd funding' [financiamento coletivo], já conversou com duas fundações e vai conversar com mais, a gente também pretende focar em micro-assinaturas e eventos", vai listando ela. "O objetivo é tornar financeiramente viável."
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Microempresas jornalísticas surgem, mas modelo de negócios é desafioCom nomes como "Fluxo", "Amazônia Real" e "Aos Fatos", começam a surgir no Brasil microempresas jornalísticas criadas e dirigidas por repórteres. Ainda não há, porém, um modelo de negócios sustentável, e os empreendimentos têm recorrido a instituições filantrópicas como Fundação Ford e Open Society para se estabelecerem. O apoio que conseguem vem com prazo definido e sem garantia de renovação. O movimento ganha reforço agora com a decisão de uma primeira organização brasileira —o Instituto Arapyaú, do empresário Guilherme Leal, da Natura— de apoiar projetos de mídia. "Democracias robustas precisam de informação de qualidade", justifica Marcelo Furtado, diretor-executivo do Arapyaú. A primeira e por enquanto única ação programada é um debate em parceria com o site Fluxo, do jornalista Bruno Torturra, sobre "o que está acontecendo com a mídia" e, sublinha Furtado, "a necessidade de desenvolver um novo modelo de negócios". Por outro lado, a Fundação Ford, que foi pioneira no investimento em mídia no Brasil, reduziu seu orçamento para a área de US$ 2,6 milhões em 2014 para US$ 2,3 milhões em 2015. INFRAESTRUTURA Entre os sites bancados pela fundação estão as agências "Pública", "Patrícia Galvão" e "Amazônia Real", esta de Manaus, com pouco mais de um ano e meio e recém-premiada. "Nós arcamos com as despesas no início, nosso próprio dinheiro", conta a jornalista Kátia Brasil, da "Amazônia Real". "E eu não sabia nada de empresa, fui estudar no Sebrae, fazer aulas de contabilidade, finanças." Bateu na porta de empresas e agências de publicidade, sem sucesso, e a saída encontrada foi a Fundação Ford: entre apresentar o projeto e receber a primeira parcela, foram nove meses, mas a bolsa anual de US$ 80 mil já banca reportagens e correspondentes. "Mantém 70% da operação, pagando aluguel, colaboradores em Rondônia, Roraima, Belém, Rio Branco, duas reportagens especiais em preparação. Acaba em 2015, mas a gente tem esperança de renovação." Kátia diz que "eles deixaram claro, desde o primeiro momento, que não queriam ter interferência nenhuma na linha editorial". Graciela Selaimen, que responde pelo programa de mídia da fundação no Brasil, acrescenta que "apoia mais a infraestrutura do que o conteudo, o importante é a atividade do jornalismo". "O foco não é apoiar em função do conteúdo stricto sensu, mas em função do trabalho que está por trás e o que ele pode representar para o campo da liberdade de expressão no país." NICHO Noutra frente de busca de receita pelos novos sites, da cobertura especializada em nichos como Judiciário e Legislativo, as perspectivas são mais promissoras. O jornalista Felipe Seligman, dos sites "Brio", de reportagens, e "Jota", concentrado em Justiça, diz que o segundo já desenvolveu um modelo de negócio mais claro e "agora é fazer ele funcionar". O "Brio" chegou a fechar um projeto com a Open Society, "mas temporário, que é o que funciona" com as organizações filantrópicas. De sua parte, o "Jota" estaria obtendo sucesso com um modelo que abrange assinaturas individuais, por escritórios de advocacia e –as mais caras– por coberturas "premium", como o Jota Tributário. O modelo não é muito diferente do que existe nas grandes empresas de mídia, e requer que seus empreendedores –quase todos com passagem em publicações como a Folha– desenvolvam "outros conhecimentos, até na área de vendas". PRÊMIO E FRACASSO E não há garantia de êxito, como confirma a trajetória de nove anos do site "Impedimento", de Porto Alegre, encerrada no ano passado. Voltado ao futebol sul-americano, com pautas premiadas como a série sobre tortura no Estádio Nacional, na ditadura chilena, o site atingiu a maior audiência, mais de 700 mil page views, no mês em que foi fechado. Sem encontrar um modelo de negócios, o sucesso jornalístico não se refletiu em receita: seus fundadores tentaram parceria com agência de publicidade, patrocínio privado e estatal, sem resultado. "Chegamos a fazer um clube de sócios, em que o pessoal doava uma quantia por mês", conta o jornalista Douglas Ceconello. "Foi o que nos manteve no último ano, se não teríamos encerrado antes." O pecado original, diz, foi que os formandos da Federal do Rio Grande do Sul se lançaram sem projeto financeiro. "Quando a gente viu, o site tinha crescido muito e não era possível manter o tempo que estava nos tomando. Crescer acabou matando o 'Impedimento'." PROFISSIONAL Rosental Calmon Alves, brasileiro diretor do site "Texas Tribune", acredita que o empreendimento, sem fins lucrativos, "alcançou êxito na criação de um modelo de negócio diferente e auto-sustentável". A receita do "Tribune" é dividida em quatro áreas: realização de eventos; doação de fundações filantrópicas; patrocínio corporativo, "que é como o que a TV pública recebe nos EUA"; e membros e pequenos doadores. "O que é bonito é que cada uma delas tem 23%, 26% [do orçamento total]", diz Alves, sublinhando que "é tudo muito profissional, nos eventos, no financeiro também, são pessoas com larga experiência". Diz que "o perigo desses sites novos é que são feitos por jornalistas acostumados a ter um departamento comercial por trás e nunca se preocupar com geração de receita, por isso é que muitos acabam se dando mal". Recém-chegada ao jornalismo on-line com o site "Aos Fatos", em fase experimental na plataforma Medium, Tai Nalon cita em detalhe as experiências americanas, como a do "Tribune", ao traçar seus planos. "A gente vai lançar neste mês o primeiro 'crowd funding' [financiamento coletivo], já conversou com duas fundações e vai conversar com mais, a gente também pretende focar em micro-assinaturas e eventos", vai listando ela. "O objetivo é tornar financeiramente viável."
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Presidente do Supremo diz que país vive momento de perplexidade
No discurso de abertura de um evento com toda a cúpula do Judiciário nacional, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, avaliou que o país vive um momento de "incertezas e perplexidades". Ele disse ainda que o cenário requer uma união de esforços para "fazermos uma prova viva de que os juízes brasileiros estão à altura dos esforços que o povo exige das instituições". Lewandowski falou na abertura do Encontro Nacional do Poder Judiciário, nesta terça-feira (24), em Brasília. Antes de seu discurso público, ele permaneceu em uma sala privativa ao lado de outros convidados para o ato, entre eles o ministro da Justiça, o petista José Eduardo Cardozo. O presidente do Supremo disse que a Justiça ganhou "extraordinária visibilidade na quadra em que vivemos" e que isso reforça a necessidade de um esforço da categoria pela "concretização dos direitos fundamentais expressos" na Constituição. Lewandowski não citou nenhum dos atores da Operação Lava Jato, nem mencionou a crise que assola tanto o governo da presidente Dilma Rousseff como o Legislativo, com os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mencionados nas investigações. Há cerca de dez dias, o presidente do Supremo deu uma declaração polêmica durante evento em São Paulo. Ele afirmou que o país precisaria ter "paciência" para "aguentar mais três anos sem nenhum golpe institucional". Colegas do Supremo definiram a fala como um "arroubo de retórica".
poder
Presidente do Supremo diz que país vive momento de perplexidadeNo discurso de abertura de um evento com toda a cúpula do Judiciário nacional, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, avaliou que o país vive um momento de "incertezas e perplexidades". Ele disse ainda que o cenário requer uma união de esforços para "fazermos uma prova viva de que os juízes brasileiros estão à altura dos esforços que o povo exige das instituições". Lewandowski falou na abertura do Encontro Nacional do Poder Judiciário, nesta terça-feira (24), em Brasília. Antes de seu discurso público, ele permaneceu em uma sala privativa ao lado de outros convidados para o ato, entre eles o ministro da Justiça, o petista José Eduardo Cardozo. O presidente do Supremo disse que a Justiça ganhou "extraordinária visibilidade na quadra em que vivemos" e que isso reforça a necessidade de um esforço da categoria pela "concretização dos direitos fundamentais expressos" na Constituição. Lewandowski não citou nenhum dos atores da Operação Lava Jato, nem mencionou a crise que assola tanto o governo da presidente Dilma Rousseff como o Legislativo, com os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mencionados nas investigações. Há cerca de dez dias, o presidente do Supremo deu uma declaração polêmica durante evento em São Paulo. Ele afirmou que o país precisaria ter "paciência" para "aguentar mais três anos sem nenhum golpe institucional". Colegas do Supremo definiram a fala como um "arroubo de retórica".
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Cony não foi grosseiro ao xingar Ghiggia, diz leitor
Discordo do senhor José Cretella Neto (Painel do Leitor), a respeito do comentário de Carlos Heitor Cony sobre Ghiggia. Cony não foi grosseiro, chulo ou desrespeitoso. Ri muito com esse comentário, e tenho certeza de que o próprio Ghiggia riria. Um sopro leve e literário em meio à banalidade dos pronunciamentos oficiais. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Cony não foi grosseiro ao xingar Ghiggia, diz leitorDiscordo do senhor José Cretella Neto (Painel do Leitor), a respeito do comentário de Carlos Heitor Cony sobre Ghiggia. Cony não foi grosseiro, chulo ou desrespeitoso. Ri muito com esse comentário, e tenho certeza de que o próprio Ghiggia riria. Um sopro leve e literário em meio à banalidade dos pronunciamentos oficiais. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Sky persegue ex-cliente com dezenas de telefonemas por dia, afirma leitor
O leitor Rafael Maia diz que um familiar está sendo perturbado pela Sky. Ex-cliente da operadora, a pessoa passou a receber ligações em que a empresa oferecia pacotes mais vantajosos. Em janeiro, uma das propostas foi aceita, mas ficou combinado que a contratação seria concluída dali alguns dias. Nesse meio tempo, ela desistiu da assinatura. Mesmo sem contrato e não tendo instalado equipamentos, a Sky começou a telefonar sistematicamente, afirmando que a TV a cabo havia sido habilitada e que, por isso, havia débitos pendentes. Maia diz que a pessoa recebeu 92 ligações em um dia. "É violência psicológica", afirma. Resposta da Sky: lamenta os transtornos e diz que "está a disposição para continuar a tratativa com o cliente." - Queixa de Maria Jeciane Porcino Ribeiro: cartão extraviado Cartão do Santander expira e cliente fica sem serviço desde fevereiro –banco não o envia nem para o domicílio nem para agência mais próxima. Central de atendimento não consegue resolver o problema. Resposta do Santander diz que "providenciou a nova emissão do cartão para ser retirado na agência". - Queixa de Antônio Jorge Martins: reajuste abusivo Sul América impõe reajuste de 18,98% em plano de saúde cujo titular, que sempre pagou as mensalidades em dia, apresenta bom histórico médico. Novo preço forçou migração para plano pior. Resposta da Sul América: esclarece que reajuste está previsto em contrato e de acordo com as regras da ANS. - Queixa de Rafael Spilla Domingues: desconto inexistente Vivo oferece desconto na fatura mensal em seu programa de pontos, mas, alegando erro no sistema, não abate o valor correspondente quando o cliente pede. Atuação da ouvidoria no caso tem deixado a desejar. Resposta da Vivo: informa que a situação do cliente está regularizada e que prestou esclarecimentos. - Queixa de Katerina Houlis: internet lenta Velocidade da internet da Net é, na prática, muito inferior à contratada. Como o serviço é contratado em pacote, é muito caro abrir mão da internet sem desistir de telefone fixo, celular e da TV a cabo. Resposta da Net: diz que o problema foi solucionado após atendimento técnico.
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Sky persegue ex-cliente com dezenas de telefonemas por dia, afirma leitorO leitor Rafael Maia diz que um familiar está sendo perturbado pela Sky. Ex-cliente da operadora, a pessoa passou a receber ligações em que a empresa oferecia pacotes mais vantajosos. Em janeiro, uma das propostas foi aceita, mas ficou combinado que a contratação seria concluída dali alguns dias. Nesse meio tempo, ela desistiu da assinatura. Mesmo sem contrato e não tendo instalado equipamentos, a Sky começou a telefonar sistematicamente, afirmando que a TV a cabo havia sido habilitada e que, por isso, havia débitos pendentes. Maia diz que a pessoa recebeu 92 ligações em um dia. "É violência psicológica", afirma. Resposta da Sky: lamenta os transtornos e diz que "está a disposição para continuar a tratativa com o cliente." - Queixa de Maria Jeciane Porcino Ribeiro: cartão extraviado Cartão do Santander expira e cliente fica sem serviço desde fevereiro –banco não o envia nem para o domicílio nem para agência mais próxima. Central de atendimento não consegue resolver o problema. Resposta do Santander diz que "providenciou a nova emissão do cartão para ser retirado na agência". - Queixa de Antônio Jorge Martins: reajuste abusivo Sul América impõe reajuste de 18,98% em plano de saúde cujo titular, que sempre pagou as mensalidades em dia, apresenta bom histórico médico. Novo preço forçou migração para plano pior. Resposta da Sul América: esclarece que reajuste está previsto em contrato e de acordo com as regras da ANS. - Queixa de Rafael Spilla Domingues: desconto inexistente Vivo oferece desconto na fatura mensal em seu programa de pontos, mas, alegando erro no sistema, não abate o valor correspondente quando o cliente pede. Atuação da ouvidoria no caso tem deixado a desejar. Resposta da Vivo: informa que a situação do cliente está regularizada e que prestou esclarecimentos. - Queixa de Katerina Houlis: internet lenta Velocidade da internet da Net é, na prática, muito inferior à contratada. Como o serviço é contratado em pacote, é muito caro abrir mão da internet sem desistir de telefone fixo, celular e da TV a cabo. Resposta da Net: diz que o problema foi solucionado após atendimento técnico.
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Imunização para o zika é improvável no curto prazo
A possibilidade de desenvolvimento de uma vacina contra o vírus zika já é avaliada por pesquisadores, mas a disponibilização da vacina no curto prazo é considerada improvável. "Não podemos vender falsas expectativas", diz o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. Transmitido pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, o zika foi identificado no Brasil em maio deste ano. Dengue fase a fase O Instituto Butantan iniciou discussões com o NIH (Institutos Nacionais de Saúde), dos Estados Unidos, sobre a possibilidade de desenvolver o produto, de acordo com o diretor de ensaios clínicos do instituto, Alexander Precioso. "Estamos numa fase inicial de analisar eventualmente quais seriam as possibilidades de testar", diz. O Instituto Evandro Chagas também já declarou ter interesse em pesquisar uma vacina, segundo o Ministério da Saúde, ao qual é vinculado. O estágio de desenvolvimento de cada vacina
cotidiano
Imunização para o zika é improvável no curto prazoA possibilidade de desenvolvimento de uma vacina contra o vírus zika já é avaliada por pesquisadores, mas a disponibilização da vacina no curto prazo é considerada improvável. "Não podemos vender falsas expectativas", diz o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. Transmitido pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, o zika foi identificado no Brasil em maio deste ano. Dengue fase a fase O Instituto Butantan iniciou discussões com o NIH (Institutos Nacionais de Saúde), dos Estados Unidos, sobre a possibilidade de desenvolver o produto, de acordo com o diretor de ensaios clínicos do instituto, Alexander Precioso. "Estamos numa fase inicial de analisar eventualmente quais seriam as possibilidades de testar", diz. O Instituto Evandro Chagas também já declarou ter interesse em pesquisar uma vacina, segundo o Ministério da Saúde, ao qual é vinculado. O estágio de desenvolvimento de cada vacina
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Ciclo de palestras marca 25 anos da Fundação Estudar
Um ciclo de palestras com o empresário Jorge Paulo Lemann, o publicitário Nizan Guanaes e o documentarista João Moreira Salles, entre outros, vai marcar os 25 anos da Fundação Estudar. A entidade financia estudos de jovens talentos em outros países. O evento ocorre na segunda (1º), no Hotel Renaissance, em SP. Liderança e integridade estão entre os temas –o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal fala, por exemplo, sobre "legado". A fundação foi criada em 1991 por Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira –hoje acionistas da Anheuser-Busch InBev. Desde então, já concedeu mais de 600 bolsas de estudos para brasileiros no exterior.
cotidiano
Ciclo de palestras marca 25 anos da Fundação EstudarUm ciclo de palestras com o empresário Jorge Paulo Lemann, o publicitário Nizan Guanaes e o documentarista João Moreira Salles, entre outros, vai marcar os 25 anos da Fundação Estudar. A entidade financia estudos de jovens talentos em outros países. O evento ocorre na segunda (1º), no Hotel Renaissance, em SP. Liderança e integridade estão entre os temas –o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal fala, por exemplo, sobre "legado". A fundação foi criada em 1991 por Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira –hoje acionistas da Anheuser-Busch InBev. Desde então, já concedeu mais de 600 bolsas de estudos para brasileiros no exterior.
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Clima tenso marca semi entre Vasco e Fla; rivais decidem vaga em BH
Após empatarem sem gols no primeiro jogo da semifinal do Estadual do Rio, Flamengo e Vasco voltam a se enfrentar neste domingo (19) por vaga na decisão, em meio a um clima tenso. A rivalidade foi esquentada pelo presidente do Vasco, Eurico Miranda, que emitiu notas oficiais sugerindo um favorecimento da arbitragem ao rival. "Estamos há 20 minutos [de entrevista] falando de coisas que não pertencem ao futebol", disse o técnico do Flamengo, Vanderlei Luxemburgo. CAMPEONATO MINEIRO As duas principais equipes do Estado definem o finalista às 16h deste domingo (19), no Mineirão. No jogo de ida, há uma semana, houve empate (1 a 1 ). Por ter feito melhor campanha na 1ª fase, o Cruzeiro, atual bicampeão nacional, avança com outro resultado igual. O Atlético-MG, que precisa da vitória, terá desfalque do zagueiro Leonardo Silva, suspenso. O lateral direito Marcos Rocha pode ser outra ausência. Caldense e Tombense decidem o outro finalista às 18h30.
esporte
Clima tenso marca semi entre Vasco e Fla; rivais decidem vaga em BHApós empatarem sem gols no primeiro jogo da semifinal do Estadual do Rio, Flamengo e Vasco voltam a se enfrentar neste domingo (19) por vaga na decisão, em meio a um clima tenso. A rivalidade foi esquentada pelo presidente do Vasco, Eurico Miranda, que emitiu notas oficiais sugerindo um favorecimento da arbitragem ao rival. "Estamos há 20 minutos [de entrevista] falando de coisas que não pertencem ao futebol", disse o técnico do Flamengo, Vanderlei Luxemburgo. CAMPEONATO MINEIRO As duas principais equipes do Estado definem o finalista às 16h deste domingo (19), no Mineirão. No jogo de ida, há uma semana, houve empate (1 a 1 ). Por ter feito melhor campanha na 1ª fase, o Cruzeiro, atual bicampeão nacional, avança com outro resultado igual. O Atlético-MG, que precisa da vitória, terá desfalque do zagueiro Leonardo Silva, suspenso. O lateral direito Marcos Rocha pode ser outra ausência. Caldense e Tombense decidem o outro finalista às 18h30.
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Arábia Saudita sustenta o Estado Islâmico, diz leitor
O leitor Osmar Cesar Gama (Painel do Leitor, 18/2) acredita que o Estado Islâmico consegue se financiar pela venda de petróleo. Conforme Robert Fisk, o Estado Islâmico foi criado a partir da "oposição" a Bashar Al Assad, ditador da Síria, com a ajuda das potências ocidentais, e é sustentado pela Arábia Saudita e outros governos conservadores sunitas. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Arábia Saudita sustenta o Estado Islâmico, diz leitorO leitor Osmar Cesar Gama (Painel do Leitor, 18/2) acredita que o Estado Islâmico consegue se financiar pela venda de petróleo. Conforme Robert Fisk, o Estado Islâmico foi criado a partir da "oposição" a Bashar Al Assad, ditador da Síria, com a ajuda das potências ocidentais, e é sustentado pela Arábia Saudita e outros governos conservadores sunitas. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Ex-OGX anuncia interrupção de operações em campo de petróleo
A OGPar (ex-OGX, petroleira criada por Eike Batista) informou nesta sexta-feira (28) que chegou a acordo com o estaleiro OSX para interromper a produção de petróleo no campo de Tubarão Azul no dia 31 de agosto. As duas empresas vinham negociando as condições para desmobilizar a plataforma FPSO OSX-1, que opera no campo, diante das dificuldades financeiras da petroleira. Segundo informações da empresa, Tubarão Azul produziu em julho uma média de 3,6 mil barris de petróleo por dia. Em comunicado distribuído ao mercado, a OGPar diz que a suspensão das atividades no campo garante a redução dos custos de abandono do projeto. Foi o primeiro campo da OGPar a entrar em operação, mas a expectativa de reservas foi frustrada após o início da produção. Com a queda no preço do petróleo, o projeto passou a dar prejuízo —no primeiro semestre deste ano, o resultado negativo foi de R$ 27,985 milhões. No comunicado, a empresa ressalta que a suspensão do projeto está sujeita à aprovação das autoridades. Após o fim das operações de Tubarão Azul, a OGPar manterá em sua carteira apenas um projeto em operação, Tubarão Martelo, que produziu 9,6 mil barris por dia em julho. O projeto também teve resultado negativo no primeiro semestre, de R$ 26,8 milhões. A companhia teve prejuízo de R$ 96,6 milhões no período.
mercado
Ex-OGX anuncia interrupção de operações em campo de petróleoA OGPar (ex-OGX, petroleira criada por Eike Batista) informou nesta sexta-feira (28) que chegou a acordo com o estaleiro OSX para interromper a produção de petróleo no campo de Tubarão Azul no dia 31 de agosto. As duas empresas vinham negociando as condições para desmobilizar a plataforma FPSO OSX-1, que opera no campo, diante das dificuldades financeiras da petroleira. Segundo informações da empresa, Tubarão Azul produziu em julho uma média de 3,6 mil barris de petróleo por dia. Em comunicado distribuído ao mercado, a OGPar diz que a suspensão das atividades no campo garante a redução dos custos de abandono do projeto. Foi o primeiro campo da OGPar a entrar em operação, mas a expectativa de reservas foi frustrada após o início da produção. Com a queda no preço do petróleo, o projeto passou a dar prejuízo —no primeiro semestre deste ano, o resultado negativo foi de R$ 27,985 milhões. No comunicado, a empresa ressalta que a suspensão do projeto está sujeita à aprovação das autoridades. Após o fim das operações de Tubarão Azul, a OGPar manterá em sua carteira apenas um projeto em operação, Tubarão Martelo, que produziu 9,6 mil barris por dia em julho. O projeto também teve resultado negativo no primeiro semestre, de R$ 26,8 milhões. A companhia teve prejuízo de R$ 96,6 milhões no período.
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Com time completo, Santos perde para Sport desfalcado na Copa do Brasil
Jogando com o time considerado titular, o Santos perdeu por 2 a 1 para o Sport nesta quarta-feira (20), em jogo válido pela terceira fase da Copa do Brasil. O técnico Marcelo Fernandes, que até então havia colocado seus reservas para atuar na competição, mandou a campo a mesma escalação que disputou a final do Campeonato Paulista. Mas não foi o suficiente. O Sport conseguiu a vitória na Ilha do Retiro, mesmo com desfalques como Diego Souza (doente) e o goleiro Magrão (contundido no jogo contra o Flamengo, no fim de semana). O jogo de volta entre as duas equipes ainda não tem data marcada. O Santos se classifica caso vença por 1 a 0. Se sofrer gols, a equipe precisará ganhar por dois gols de diferença para avançar na Copa do Brasil. Vitória santista por 2 a 1 leva o jogo para os pênaltis. O time de Marcelo Fernandes volta a entrar em campo no domingo (24), quando enfrenta a Chapecoense, fora de casa, pelo Campeonato Brasileiro. Também no domingo, o Sport volta à Ilha do Retiro para encarar o Coritiba. O JOGO A partida na Ilha do Retiro começou quente. Logo no primeiro lance, Ricardo Oliveira quase aproveitou escorregada de Durval, mas o goleiro Danilo salvou o time do Sport. Já aos quatro minutos, Regis pegou a sobra de um chute dentro da área, conseguiu tirar Werley da jogada e bateu no canto para fazer o primeiro do Sport. Os donos da casa passaram a se fechar no campo de defesa e a dar a bola para o Santos, que errava muitos passes. Mas quando acertou, o time paulista marcou: Aos 20 minutos, Robinho enfiou bela bola para Lucas Lima, que tirou do goleiro Danilo e empatou o jogo. Após o gol de empate, o Santos continuou rondando a área dos pernambucanos, que só retomaram as principais ações da partida no final da primeira etapa. No segundo tempo, as equipes passaram a revezar os papéis: A cada vez que um time perdia a bola, seus jogadores se fechavam no campo de defesa, enquanto a outra equipe ficava rondando a área adversária, buscando espaços. Quando recuperava a posse de bola, os papéis se invertiam. O jogo ficou assim até os 28 minutos, quando Regis (o melhor em campo), invadiu a área santista, percebeu a chegada de David Braz e fez o corte. O goleiro Vladimir saiu para fechar a batida, mas Regis rolou para Rene, que bateu livre de marcação para recolocar o Sport na frente. O Santos ainda tentou encontrar algum caminho para o empate, mas, com o Sport bem fechado na defesa, não conseguiu criar nenhuma oportunidade.
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Com time completo, Santos perde para Sport desfalcado na Copa do BrasilJogando com o time considerado titular, o Santos perdeu por 2 a 1 para o Sport nesta quarta-feira (20), em jogo válido pela terceira fase da Copa do Brasil. O técnico Marcelo Fernandes, que até então havia colocado seus reservas para atuar na competição, mandou a campo a mesma escalação que disputou a final do Campeonato Paulista. Mas não foi o suficiente. O Sport conseguiu a vitória na Ilha do Retiro, mesmo com desfalques como Diego Souza (doente) e o goleiro Magrão (contundido no jogo contra o Flamengo, no fim de semana). O jogo de volta entre as duas equipes ainda não tem data marcada. O Santos se classifica caso vença por 1 a 0. Se sofrer gols, a equipe precisará ganhar por dois gols de diferença para avançar na Copa do Brasil. Vitória santista por 2 a 1 leva o jogo para os pênaltis. O time de Marcelo Fernandes volta a entrar em campo no domingo (24), quando enfrenta a Chapecoense, fora de casa, pelo Campeonato Brasileiro. Também no domingo, o Sport volta à Ilha do Retiro para encarar o Coritiba. O JOGO A partida na Ilha do Retiro começou quente. Logo no primeiro lance, Ricardo Oliveira quase aproveitou escorregada de Durval, mas o goleiro Danilo salvou o time do Sport. Já aos quatro minutos, Regis pegou a sobra de um chute dentro da área, conseguiu tirar Werley da jogada e bateu no canto para fazer o primeiro do Sport. Os donos da casa passaram a se fechar no campo de defesa e a dar a bola para o Santos, que errava muitos passes. Mas quando acertou, o time paulista marcou: Aos 20 minutos, Robinho enfiou bela bola para Lucas Lima, que tirou do goleiro Danilo e empatou o jogo. Após o gol de empate, o Santos continuou rondando a área dos pernambucanos, que só retomaram as principais ações da partida no final da primeira etapa. No segundo tempo, as equipes passaram a revezar os papéis: A cada vez que um time perdia a bola, seus jogadores se fechavam no campo de defesa, enquanto a outra equipe ficava rondando a área adversária, buscando espaços. Quando recuperava a posse de bola, os papéis se invertiam. O jogo ficou assim até os 28 minutos, quando Regis (o melhor em campo), invadiu a área santista, percebeu a chegada de David Braz e fez o corte. O goleiro Vladimir saiu para fechar a batida, mas Regis rolou para Rene, que bateu livre de marcação para recolocar o Sport na frente. O Santos ainda tentou encontrar algum caminho para o empate, mas, com o Sport bem fechado na defesa, não conseguiu criar nenhuma oportunidade.
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Lula e PT fingem querer a queda de Temer, afirma Luciana Genro
Última candidata do PSOL ao Planalto, a ex-deputada Luciana Genro acusa Lula e o PT de fingirem interesse na queda de Michel Temer. Ela afirma que o ex-presidente e seu partido preferem prolongar o desgaste do presidente até as eleições de 2018. "O PT não tem interesse em derrubar Temer agora. Eles querem deixar o governo sangrar e fazer os ajustes para quem assumir depois", diz. Luciana está cética quanto à chance de afastamento do presidente, denunciado sob acusação de corrupção. "Eu teria esperança se houvesse uma grande mobilização popular empurrando a Câmara a abrir o processo." A ex-deputada sustenta que a cúpula petista não se mexeu para evitar o esvaziamento das ruas. Ela diz que PT e PMDB já haviam se unido para barrar a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral. "Ali o Temer poderia ter caído, havia clima político para isso." Na semana passada, Lula criticou o PSOL e disse que o partido precisa vencer uma eleição para parar de "frescura". "Eles vão perceber que não dá para a gente nadar teoricamente. Entra na água e vai nadar, porra", afirmou o ex-presidente, em entrevista ao programa "Na Sala do Zé". A provocação irritou a ex-deputada. "Lula entrou tanto no mar que se afundou, porque mergulhou na lama da corrupção", rebate. "O problema do Lula é que ele não pode suportar a ideia de que a sua autoridade moral está sendo questionada. Ele se coloca num patamar superior ao dos mortais. Mas ficou evidente que ele estabeleceu relações promíscuas com as empreiteiras", ataca. Apesar de defender que o ex-presidente tenha o direito de concorrer em 2018, Luciana diz que ele perdeu as condições de se apresentar como um candidato de esquerda. "Quando empreiteiras pagam milhões a um metalúrgico, ele deixa de pertencer à sua classe de origem. Vira um agente dos interesses do andar de cima", afirma. A ex-deputada contesta a tese de que o ex-presidente seria vítima de perseguição judicial. Suas declarações a favor da Lava Jato já irritaram colegas do PSOL. "Apoio a Lava Jato e defendo que ela vá até o fim, doa a quem doer." "Setores do PT já disseram que a operação seria uma manobra do imperialismo americano para destruir a esquerda brasileira. Se esse discurso tivesse prevalecido, não teríamos Eduardo Cunha preso, Temer denunciado e políticos do PSDB sendo investigados", acrescenta. LIVRO A ex-deputada escreveu um artigo sobre os governos do PT para o livro "Cinco Mil Dias "" O Brasil na Era do Lulismo", organizado por Gilberto Maringoni e Juliano Medeiros (editora Boitempo, R$ 49,00, 400 págs.). No texto, ela sustenta que a política econômica do petismo "se apoiou numa aliança do Estado com o grande capital privado, os banqueiros e o agronegócio". Luciana afirma que Lula apostou na "cooptação de trânsfugas da ditadura, como Sarney e ACM, e na gestão da massa fisiológica de parlamentares através de cargos e dinheiro". "O mensalão foi parte desta gestão, algo que a Lava Jato mostrou ser apenas a ponta do iceberg", diz.
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Lula e PT fingem querer a queda de Temer, afirma Luciana GenroÚltima candidata do PSOL ao Planalto, a ex-deputada Luciana Genro acusa Lula e o PT de fingirem interesse na queda de Michel Temer. Ela afirma que o ex-presidente e seu partido preferem prolongar o desgaste do presidente até as eleições de 2018. "O PT não tem interesse em derrubar Temer agora. Eles querem deixar o governo sangrar e fazer os ajustes para quem assumir depois", diz. Luciana está cética quanto à chance de afastamento do presidente, denunciado sob acusação de corrupção. "Eu teria esperança se houvesse uma grande mobilização popular empurrando a Câmara a abrir o processo." A ex-deputada sustenta que a cúpula petista não se mexeu para evitar o esvaziamento das ruas. Ela diz que PT e PMDB já haviam se unido para barrar a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral. "Ali o Temer poderia ter caído, havia clima político para isso." Na semana passada, Lula criticou o PSOL e disse que o partido precisa vencer uma eleição para parar de "frescura". "Eles vão perceber que não dá para a gente nadar teoricamente. Entra na água e vai nadar, porra", afirmou o ex-presidente, em entrevista ao programa "Na Sala do Zé". A provocação irritou a ex-deputada. "Lula entrou tanto no mar que se afundou, porque mergulhou na lama da corrupção", rebate. "O problema do Lula é que ele não pode suportar a ideia de que a sua autoridade moral está sendo questionada. Ele se coloca num patamar superior ao dos mortais. Mas ficou evidente que ele estabeleceu relações promíscuas com as empreiteiras", ataca. Apesar de defender que o ex-presidente tenha o direito de concorrer em 2018, Luciana diz que ele perdeu as condições de se apresentar como um candidato de esquerda. "Quando empreiteiras pagam milhões a um metalúrgico, ele deixa de pertencer à sua classe de origem. Vira um agente dos interesses do andar de cima", afirma. A ex-deputada contesta a tese de que o ex-presidente seria vítima de perseguição judicial. Suas declarações a favor da Lava Jato já irritaram colegas do PSOL. "Apoio a Lava Jato e defendo que ela vá até o fim, doa a quem doer." "Setores do PT já disseram que a operação seria uma manobra do imperialismo americano para destruir a esquerda brasileira. Se esse discurso tivesse prevalecido, não teríamos Eduardo Cunha preso, Temer denunciado e políticos do PSDB sendo investigados", acrescenta. LIVRO A ex-deputada escreveu um artigo sobre os governos do PT para o livro "Cinco Mil Dias "" O Brasil na Era do Lulismo", organizado por Gilberto Maringoni e Juliano Medeiros (editora Boitempo, R$ 49,00, 400 págs.). No texto, ela sustenta que a política econômica do petismo "se apoiou numa aliança do Estado com o grande capital privado, os banqueiros e o agronegócio". Luciana afirma que Lula apostou na "cooptação de trânsfugas da ditadura, como Sarney e ACM, e na gestão da massa fisiológica de parlamentares através de cargos e dinheiro". "O mensalão foi parte desta gestão, algo que a Lava Jato mostrou ser apenas a ponta do iceberg", diz.
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Ataque à missão da ONU no Mali deixa ao menos sete mortos
Sete pessoas morreram em um ataque armado à base das operações de paz das Nações Unidas em Timbuktu, no Mali, nesta segunda-feira (14). As vítimas foram cinco seguranças malineses, além de um policial e um civil. Um porta-voz do Exército informou que o ataque acabou por volta das 17h (horário de Brasília) e que quatro dos agressores foram mortos na operação militar em resposta ao ataque, que contou com o apoio de helicópteros no local. Em outro incidente nesta segunda, homens armados atiraram em soldados da tropa de paz da ONU e de tropas malinesas em Douentza, na região central do país. Um porta-voz das Nações Unidas em Nova York, Farhan Haw, disse que um militar da missão da ONU foi morto no confronto, mas não forneceu maiores detalhes. As tropas da ONU no Mali são alvo frequente de ataques por militantes islamistas. Mais de 100 membros da tropa de paz já morreram no país, tornando-a a mais perigosa atualmente. Em junho deste ano, militantes mataram outros três soldados da missão de paz da ONU em um ataque à base de Kidal, no norte do país. Desde 2012, os grupos vinculados à rede terrorista Al Qaeda ocuparam partes do território malinês. O domínio ocorreu depois da instabilidade provocada por um golpe de Estado naquele ano. Em 2013, a França começou uma missão para tentar estabilizar o território de sua ex-colônia, que conta com a participação de outros países da União Europeia.
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Ataque à missão da ONU no Mali deixa ao menos sete mortosSete pessoas morreram em um ataque armado à base das operações de paz das Nações Unidas em Timbuktu, no Mali, nesta segunda-feira (14). As vítimas foram cinco seguranças malineses, além de um policial e um civil. Um porta-voz do Exército informou que o ataque acabou por volta das 17h (horário de Brasília) e que quatro dos agressores foram mortos na operação militar em resposta ao ataque, que contou com o apoio de helicópteros no local. Em outro incidente nesta segunda, homens armados atiraram em soldados da tropa de paz da ONU e de tropas malinesas em Douentza, na região central do país. Um porta-voz das Nações Unidas em Nova York, Farhan Haw, disse que um militar da missão da ONU foi morto no confronto, mas não forneceu maiores detalhes. As tropas da ONU no Mali são alvo frequente de ataques por militantes islamistas. Mais de 100 membros da tropa de paz já morreram no país, tornando-a a mais perigosa atualmente. Em junho deste ano, militantes mataram outros três soldados da missão de paz da ONU em um ataque à base de Kidal, no norte do país. Desde 2012, os grupos vinculados à rede terrorista Al Qaeda ocuparam partes do território malinês. O domínio ocorreu depois da instabilidade provocada por um golpe de Estado naquele ano. Em 2013, a França começou uma missão para tentar estabilizar o território de sua ex-colônia, que conta com a participação de outros países da União Europeia.
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Jaques Wagner assume cargo na Bahia e ganha foro privilegiado
Ministro da Casa Civil na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, Jaques Wagner (PT) será nomeado no próximo sábado (19) secretário estadual no governo da Bahia. Com a nomeação, Wagner ganha foro privilegiado. O inquérito que o investiga no âmbito da operação Lava Jato, atualmente nas mãos do juiz Sérgio Moro, deverá ser remetido para o Tribunal Regional Federal da 1º Região, com sede em Brasília. Ex-governador da Bahia entre 2007 e 2014, Wagner volta ao governo baiano na gestão de seu apadrinhado político, o governador Rui Costa (PT). A pasta que ele ocupará não foi divulgada pelo governador. Mas a Folha apurou que o petista assumirá uma secretaria extraordinária com funções de articulação política, relações internacionais e relações com o empresariado. A "supersecretaria" sairá da junção das pastas de Assuntos Estratégicos e Relações Internacionais. Ambas haviam sido extintas por Rui Costa em 2015 sob discurso de austeridade e redução da máquina pública. A nomeação para o cargo de secretário representa uma mudança em relação aos planos iniciais de Wagner, que preferia ocupar um cargo discreto, que não ofuscasse o governador. Há dois meses, Rui Costa afirmou em entrevista a uma rádio baiana que Wagner seria nomeado para a Fundação Luís Eduardo Magalhães, cargo de segundo escalão que não prevê prerrogativa de foro. A nomeação de Wagner para o governo baiano será feita só agora porque o petista cumpria quarentena do governo federal, na qual manteve o salário de ministro por seis meses. Na nova secretaria, Jaques Wagner atuará como articulador político para manter unida a base aliada para a disputa das eleições estaduais de 2018. Rui Costa deverá ser candidato a reeleição e deve enfrentar nas urnas o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), reeleito este ano com 74% dos votos. Wagner é cotado para disputar o Senado.
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Jaques Wagner assume cargo na Bahia e ganha foro privilegiadoMinistro da Casa Civil na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, Jaques Wagner (PT) será nomeado no próximo sábado (19) secretário estadual no governo da Bahia. Com a nomeação, Wagner ganha foro privilegiado. O inquérito que o investiga no âmbito da operação Lava Jato, atualmente nas mãos do juiz Sérgio Moro, deverá ser remetido para o Tribunal Regional Federal da 1º Região, com sede em Brasília. Ex-governador da Bahia entre 2007 e 2014, Wagner volta ao governo baiano na gestão de seu apadrinhado político, o governador Rui Costa (PT). A pasta que ele ocupará não foi divulgada pelo governador. Mas a Folha apurou que o petista assumirá uma secretaria extraordinária com funções de articulação política, relações internacionais e relações com o empresariado. A "supersecretaria" sairá da junção das pastas de Assuntos Estratégicos e Relações Internacionais. Ambas haviam sido extintas por Rui Costa em 2015 sob discurso de austeridade e redução da máquina pública. A nomeação para o cargo de secretário representa uma mudança em relação aos planos iniciais de Wagner, que preferia ocupar um cargo discreto, que não ofuscasse o governador. Há dois meses, Rui Costa afirmou em entrevista a uma rádio baiana que Wagner seria nomeado para a Fundação Luís Eduardo Magalhães, cargo de segundo escalão que não prevê prerrogativa de foro. A nomeação de Wagner para o governo baiano será feita só agora porque o petista cumpria quarentena do governo federal, na qual manteve o salário de ministro por seis meses. Na nova secretaria, Jaques Wagner atuará como articulador político para manter unida a base aliada para a disputa das eleições estaduais de 2018. Rui Costa deverá ser candidato a reeleição e deve enfrentar nas urnas o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), reeleito este ano com 74% dos votos. Wagner é cotado para disputar o Senado.
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Putin sanciona lei que abranda pena para violência doméstica na Rússia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sancionou nesta terça-feira (7) uma emenda polêmica que torna mais brandas as penas para violência doméstica. Pelas novas regras, agressões contra cônjuges e filhos que deixem ferimentos, mas não resultem em fraturas de ossos, são passíveis de 15 dias de prisão ou uma multa caso ocorram com frequência menor que uma vez por ano. Antes, a lei russa previa pena de até dois anos de prisão. O projeto foi aprovado pelas duas casas do Parlamento, onde sofreu pouca resistência, antes de passar pela sanção presidencial. Partidários da emenda, inclusive membros do partido Rússia Unida, de Putin, dizem querer proteger os direitos dos pais a disciplinar suas crianças e reduzir a ingerência do Estado em assuntos familiares. Já os críticos afirmam que a nova lei estimulará a violência doméstica em um país em que, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas, 38 mulheres morrem por dia vítimas da violência doméstica.
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Putin sanciona lei que abranda pena para violência doméstica na RússiaO presidente da Rússia, Vladimir Putin, sancionou nesta terça-feira (7) uma emenda polêmica que torna mais brandas as penas para violência doméstica. Pelas novas regras, agressões contra cônjuges e filhos que deixem ferimentos, mas não resultem em fraturas de ossos, são passíveis de 15 dias de prisão ou uma multa caso ocorram com frequência menor que uma vez por ano. Antes, a lei russa previa pena de até dois anos de prisão. O projeto foi aprovado pelas duas casas do Parlamento, onde sofreu pouca resistência, antes de passar pela sanção presidencial. Partidários da emenda, inclusive membros do partido Rússia Unida, de Putin, dizem querer proteger os direitos dos pais a disciplinar suas crianças e reduzir a ingerência do Estado em assuntos familiares. Já os críticos afirmam que a nova lei estimulará a violência doméstica em um país em que, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas, 38 mulheres morrem por dia vítimas da violência doméstica.
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Para conter imigração, Europa deve mirar a Síria, diz comissário da ONU
Para tentar conter o fluxo de imigrantes que se lançam na perigosa travessia do Mediterrâneo rumo à Europa –que já deixou cerca de 1.800 mortos só neste ano–, o suíço Pierre Krähenbühl, comissário-geral da agência de assistência da ONU para refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês), sugere que líderes europeus concentrem esforços em reduzir a instabilidade no Oriente Médio. Sírios fugindo da guerra em seu país representaram 36% dos 116 mil imigrantes que chegaram à Itália pelo mar em 2014 –o maior grupo, segundo a Organização Internacional para Migração (OIM). "Esses elementos estão interligados, e acho que, da perspectiva europeia, precisa ser feito mais para ajudar a estabilizar o Oriente Médio, porque, no fim das contas, é uma questão de segurança [da Europa]", disse Krähenbühl à Folha em visita ao Brasil. Ele diz haver registro de palestinos que tentam as rotas clandestinas para fugir da guerra na Síria e da violência do Estado Islâmico, que devastou o campo de Yarmouk, onde viviam 18 mil refugiados. "Eu consigo pensar em poucas coisas mais trágicas do que sobreviver à ofensiva contra Yarmouk e se lançar ao Mediterrâneo." Leia a entrevista abaixo. * FOLHA - Recentemente, a situação dos refugiados palestinos no conflito sírio ganhou destaque na imprensa internacional com o avance do Estado Islâmico sobre o campo de Yarmouk. Quão vulneráveis estão os refugiados palestinos no país? PIERRE KRÄHENBÜHL - É uma situação muito extrema. Eu não gostaria de fazer um ranking de sofrimento, mas o que torna a experiência dos refugiados palestinos tão profunda e dramática é exatamente o fato de já ser uma comunidade que já foi deslocada no passado. Havia 560.000 refugiados palestinos no país antes da guerra, mais de 60% deles foram desalojados por conta dos confrontos. Então você tem uma outra geração de palestinos na Síria expostos ao drama do deslocamento. Na Síria, eles tinham construído seus negócios, eram praticamente autossuficientes antes da guerra, tinham oportunidades sociais e econômicas bem similares às dos sírios. Agora, 95% deles são completamente dependentes da nossa ajuda, de doações de comida, de assistência médica. Como está a situação em Yarmouk? Antes da guerra, cerca de 160.000 refugiados viviam nesse campo no sul de Damasco, que fica junto às principais rodovias que ligam ao sul do país e está a poucos quilômetros do palácio presidencial. Por ser um local bastante estratégico, ele tem atraído grupos armados nos últimos dois anos e meio. Em 1o. de abril, a entrada do Estado Islâmico no campo resultou em mais sofrimento e instabilidade para os refugiados. Entrar no campo hoje é impossível porque há muitos confrontos. Dos 18 mil que ainda estavam no campo, milhares deixaram o local para regiões ao redor, onde podemos assisti-los. Quando visitei Yarmouk em março, no nosso centro de distribuição, pude ver as marcas nos rostos das pessoas que mostravam o sofrimento causado pelo conflito. Um homem caminhou em nossa direção e só teve forças para dizer "estou com fome". Uma grávida desmaiou na fila. Esse quadro me marcou ainda mais porque essa era uma comunidade conhecida entre os palestinos como um grupo que tinha tido sucesso econômico. Poucos precisavam antes da nossa ajuda. O governo sírio deveria fazer mais pelos refugiados palestinos? O governo sírio tem acolhido bem os palestinos desde 1948, e dado oportunidades a eles. Mas agora, na guerra, é evidente que o governo tem que agir mais para proteger os civis, não só os palestinos. O conflito sírio é um exemplo muito triste da falta de respeito às leis internacionais e à proteção de civis. Há hoje um lugar seguro para os refugiados palestinos na região? Temos registrados 5 milhões de refugiados, é duas vezes a população de Brasília. Em Gaza, onde há 1,2 milhão de refugiados, o ambiente é incrivelmente difícil, com o bloqueio [israelense] e os conflitos. Na Cisjordânia, com a expansão dos assentamentos há pouca perspectiva de crescimento. No Líbano, eles enfrentam exclusão e não são autorizados a trabalhar, e, na Síria, há a guerra. Então, provavelmente, o lugar mais seguro para os refugiados palestinos hoje é a Jordânia, onde vivem 2 milhões deles. Não é uma vida fácil, mas é o ambiente mais estável. O que o mundo subestima, no entanto, é o peso disso. Muitas pessoas pensam que a questão palestina é algo separado, que concerne apenas ao conflito com Israel. Mas são 5 milhões de pessoas numa situação muito instável, o que é um fator de risco para a região, que já tem uma situação complicada. Risco de aumentar a violência? Vou te dar um exemplo. Em Gaza, 65% dos 1,8 milhão de palestinos que vivem lá têm menos de 25 anos. É uma juventude muito bem educada, que frequentou as escolas da ONU ou outras, mas que não tem emprego, porque o bloqueio imposto por Israel não permite a importação e a exportação de produtos. Então há 860.000 pessoas com educação que precisam de doações de comida. Essa é a estatística da vergonha. É uma ajuda extremamente constrangida. E é claro que se você está nessa situação –não ter trabalho e liberdade de movimento, não poder cuidar da sua família, sua casa foi destruída na última ofensiva e ainda não foi reconstruída–, há um momento em que vai sentir raiva, se sentir frustrado. E a mistura de raiva e frustração aumenta os riscos de violência. Esse ciclo tem que ser quebrado com ação política, senão a cada 6, 9, 12 meses, a região –e especificamente Gaza– vai enfrentar essa violência. Diante da instabilidade na região, muitos sírios e até refugiados palestinos têm buscado as perigosas rotas clandestinas para cruzar o mar Mediterrâneo rumo à Europa. Como evitar uma tragédia maior? Esses elementos [instabilidade no Oriente Médio e imigração pelo Mediterrâneo] estão interligados, e eu acho que, da perspectiva europeia, mais tem que ser feito para ajudar a estabilizar o Oriente Médio, porque, no fim das contas, é uma questão de segurança. Os conflitos na região criam fluxos de pessoas e a única forma de acabar com isso é trabalhando politicamente para criar estabilidade em seus países de origem, porque minha experiência me diz que a maioria das pessoas prefere viver em seus próprios países. Sabemos que pessoas que sobreviveram a Yarmouk entraram nessas rotas, e eu consigo pensar em poucas coisas mais trágicas do que sobreviver a Yarmouk e se lançar ao Mediterrâneo. Como o Sr. avalia a resposta europeia para a crise no Mediterrâneo? É claro que entendemos que, para a Europa, é um grande desafio a quantidade de pessoas que têm chegado ao continente, mas vou usar um exemplo: o Líbano tem a metade da população do meu país, a Suíça (4 milhões e 8 milhões, respectivamente). No Líbano, atualmente, há cerca de 1,5 milhão de refugiados sírios. Isso seria o equivalente a 3 milhões de refugiados na Suíça. Nós temos debates nacionais muito agitados –para não dizer histéricos– quando temos que receber 300, 400, 1.000 refugiados. Então consideramos muito normal para os países da região receber milhões de pessoas, mas na Europa é muito difícil ter uma política para dividir quantas pessoas receber. Diante disso, essas pessoas têm que se lançar a essas rotas perigosas, porque não há uma forma organizada de chegar até lá. Você fala em trabalhar de forma política no Oriente Médio. Mas o Sr. vê vontade política nos principais atores para fazer avançar o diálogo de paz entre Israel e palestinos ou para resolver a questão síria? Não vejo uma vontade muito forte no momento entre a maioria dos atores e isso me preocupa. Os palestinos estão sedentos por uma solução, mas têm suas próprias divisões e dificuldades. É preciso de um esforço internacional maior: é preciso que a Europa se envolva, os países árabes, os EUA, Rússia, a China, o Brasil. Deveria haver uma mensagem para a região de que isso já foi longe demais, já criou muita instabilidade. A UNRWA não é uma agência política, mas todos os dias vemos os custos da falta de uma resolução política. A situação é tão séria que não podemos nos dar ao luxo de sermos céticos. Como o Brasil poderia ajudar no âmbito político?. Acredito que o Brasil está tentando contribuir com um equilíbrio diferente nas relações internacionais, com uma ordem política internacional mais equilibrada. E faz isso nas suas escolhas em Nova York, na Assembleia Geral, mas não é fácil, porque há atores preexistentes que têm suas visões próprias. Mas acho que é uma perspectiva interessante. Não consigo imaginar a cena internacional, no futuro, sem um papel importante do Brasil. Diante do cenário de instabilidade, o Sr. acredita que o Brasil seria uma boa opção para refugiados palestinos? O Brasil tem um histórico de receber comunidades de libaneses e sírios. É importante que países que tenham os meios mostrem solidariedade, mas minha preferência para os refugiados palestinos é que se encontre uma solução na região. No entanto, é claro que se esses conflitos seguirem, a pressão se voltará sobre os países europeus e os latino-americanos, como o Brasil, para receber mais refugiados. Como está a reconstrução de Gaza, quase um ano após a ofensiva israelense? Durante a ofensiva, cerca de 100 mil casas foram totalmente ou parcialmente destruídas. Há cerca de 120 mil pessoas sem casa hoje, quase um ano depois. Tivemos sucesso no conserto de algumas casas, que precisavam apenas de reparos menores. Conseguimos disponibilizar o dinheiro que veio da conferência para reconstrução no Cairo –cerca de US$ 100 milhões para permitir que 65 famílias deixassem os abrigos temporários. Infelizmente, os fundos para isso acabaram no fim de janeiro. Tivemos que interromper um programa que estava dando certo, e isso foi muito decepcionante. Além disso, nenhuma das cerca de 20 mil casas completamente destruídas foi reconstruída. Isso ocorre por várias razões: falta de recursos, porque a comunidade de doadores não se mobilizou de forma suficiente; falta de cooperação entre as partes palestinas; e os procedimentos burocráticos por parte de Israel. Israel insiste que tem deixado passar materiais para a reconstrução. Desde o fim do conflito, eles têm uma atitude um pouco mais aberta –então conseguimos trazer materiais, o que é uma boa notícia. O que eles não permitem são os materiais que podem ser usados tanto para reconstrução como nos túneis [por onde entrariam armas para o Hamas]. O que eu pergunto para eles [israelenses] é se eles já acharam algum indício de que o cimento que entrou em Gaza foi usado na construção de túneis, e eles me disseram que não. Então é possível fazer grandes operações de reconstrução em Gaza sem ter o cimento indo para o lugar errado. Durante a ofensiva de 2014, sua agência encontrou arsenais com foguetes do Hamas estocados em pelo menos três escolas da ONU. Para alguns críticos, esse é um sinal de possível cooperação com o Hamas. Qual a relação da UNRWA com o Hamas? O que os críticos esquecem é que essas armas foram identificadas por nós, porque nós fazemos inspeções regulares exatamente para evitar que as escolas sejam usadas para isso. E, quando descobrimos, não escondemos nada e ainda condenamos publicamente. Sobre nossa relação, nós temos operações de larga escala em Gaza e o Hamas é um ator importante lá. Quando você trabalha como uma agência humanitária e tem 20.000 funcionários em Gaza, é claro que precisa assegurar momentos de diálogo sobre sua segurança, sobre o que está fazendo. Isso não significa que tenhamos nenhuma opinião sobre o Hamas, ou uma relação particular.
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Para conter imigração, Europa deve mirar a Síria, diz comissário da ONUPara tentar conter o fluxo de imigrantes que se lançam na perigosa travessia do Mediterrâneo rumo à Europa –que já deixou cerca de 1.800 mortos só neste ano–, o suíço Pierre Krähenbühl, comissário-geral da agência de assistência da ONU para refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês), sugere que líderes europeus concentrem esforços em reduzir a instabilidade no Oriente Médio. Sírios fugindo da guerra em seu país representaram 36% dos 116 mil imigrantes que chegaram à Itália pelo mar em 2014 –o maior grupo, segundo a Organização Internacional para Migração (OIM). "Esses elementos estão interligados, e acho que, da perspectiva europeia, precisa ser feito mais para ajudar a estabilizar o Oriente Médio, porque, no fim das contas, é uma questão de segurança [da Europa]", disse Krähenbühl à Folha em visita ao Brasil. Ele diz haver registro de palestinos que tentam as rotas clandestinas para fugir da guerra na Síria e da violência do Estado Islâmico, que devastou o campo de Yarmouk, onde viviam 18 mil refugiados. "Eu consigo pensar em poucas coisas mais trágicas do que sobreviver à ofensiva contra Yarmouk e se lançar ao Mediterrâneo." Leia a entrevista abaixo. * FOLHA - Recentemente, a situação dos refugiados palestinos no conflito sírio ganhou destaque na imprensa internacional com o avance do Estado Islâmico sobre o campo de Yarmouk. Quão vulneráveis estão os refugiados palestinos no país? PIERRE KRÄHENBÜHL - É uma situação muito extrema. Eu não gostaria de fazer um ranking de sofrimento, mas o que torna a experiência dos refugiados palestinos tão profunda e dramática é exatamente o fato de já ser uma comunidade que já foi deslocada no passado. Havia 560.000 refugiados palestinos no país antes da guerra, mais de 60% deles foram desalojados por conta dos confrontos. Então você tem uma outra geração de palestinos na Síria expostos ao drama do deslocamento. Na Síria, eles tinham construído seus negócios, eram praticamente autossuficientes antes da guerra, tinham oportunidades sociais e econômicas bem similares às dos sírios. Agora, 95% deles são completamente dependentes da nossa ajuda, de doações de comida, de assistência médica. Como está a situação em Yarmouk? Antes da guerra, cerca de 160.000 refugiados viviam nesse campo no sul de Damasco, que fica junto às principais rodovias que ligam ao sul do país e está a poucos quilômetros do palácio presidencial. Por ser um local bastante estratégico, ele tem atraído grupos armados nos últimos dois anos e meio. Em 1o. de abril, a entrada do Estado Islâmico no campo resultou em mais sofrimento e instabilidade para os refugiados. Entrar no campo hoje é impossível porque há muitos confrontos. Dos 18 mil que ainda estavam no campo, milhares deixaram o local para regiões ao redor, onde podemos assisti-los. Quando visitei Yarmouk em março, no nosso centro de distribuição, pude ver as marcas nos rostos das pessoas que mostravam o sofrimento causado pelo conflito. Um homem caminhou em nossa direção e só teve forças para dizer "estou com fome". Uma grávida desmaiou na fila. Esse quadro me marcou ainda mais porque essa era uma comunidade conhecida entre os palestinos como um grupo que tinha tido sucesso econômico. Poucos precisavam antes da nossa ajuda. O governo sírio deveria fazer mais pelos refugiados palestinos? O governo sírio tem acolhido bem os palestinos desde 1948, e dado oportunidades a eles. Mas agora, na guerra, é evidente que o governo tem que agir mais para proteger os civis, não só os palestinos. O conflito sírio é um exemplo muito triste da falta de respeito às leis internacionais e à proteção de civis. Há hoje um lugar seguro para os refugiados palestinos na região? Temos registrados 5 milhões de refugiados, é duas vezes a população de Brasília. Em Gaza, onde há 1,2 milhão de refugiados, o ambiente é incrivelmente difícil, com o bloqueio [israelense] e os conflitos. Na Cisjordânia, com a expansão dos assentamentos há pouca perspectiva de crescimento. No Líbano, eles enfrentam exclusão e não são autorizados a trabalhar, e, na Síria, há a guerra. Então, provavelmente, o lugar mais seguro para os refugiados palestinos hoje é a Jordânia, onde vivem 2 milhões deles. Não é uma vida fácil, mas é o ambiente mais estável. O que o mundo subestima, no entanto, é o peso disso. Muitas pessoas pensam que a questão palestina é algo separado, que concerne apenas ao conflito com Israel. Mas são 5 milhões de pessoas numa situação muito instável, o que é um fator de risco para a região, que já tem uma situação complicada. Risco de aumentar a violência? Vou te dar um exemplo. Em Gaza, 65% dos 1,8 milhão de palestinos que vivem lá têm menos de 25 anos. É uma juventude muito bem educada, que frequentou as escolas da ONU ou outras, mas que não tem emprego, porque o bloqueio imposto por Israel não permite a importação e a exportação de produtos. Então há 860.000 pessoas com educação que precisam de doações de comida. Essa é a estatística da vergonha. É uma ajuda extremamente constrangida. E é claro que se você está nessa situação –não ter trabalho e liberdade de movimento, não poder cuidar da sua família, sua casa foi destruída na última ofensiva e ainda não foi reconstruída–, há um momento em que vai sentir raiva, se sentir frustrado. E a mistura de raiva e frustração aumenta os riscos de violência. Esse ciclo tem que ser quebrado com ação política, senão a cada 6, 9, 12 meses, a região –e especificamente Gaza– vai enfrentar essa violência. Diante da instabilidade na região, muitos sírios e até refugiados palestinos têm buscado as perigosas rotas clandestinas para cruzar o mar Mediterrâneo rumo à Europa. Como evitar uma tragédia maior? Esses elementos [instabilidade no Oriente Médio e imigração pelo Mediterrâneo] estão interligados, e eu acho que, da perspectiva europeia, mais tem que ser feito para ajudar a estabilizar o Oriente Médio, porque, no fim das contas, é uma questão de segurança. Os conflitos na região criam fluxos de pessoas e a única forma de acabar com isso é trabalhando politicamente para criar estabilidade em seus países de origem, porque minha experiência me diz que a maioria das pessoas prefere viver em seus próprios países. Sabemos que pessoas que sobreviveram a Yarmouk entraram nessas rotas, e eu consigo pensar em poucas coisas mais trágicas do que sobreviver a Yarmouk e se lançar ao Mediterrâneo. Como o Sr. avalia a resposta europeia para a crise no Mediterrâneo? É claro que entendemos que, para a Europa, é um grande desafio a quantidade de pessoas que têm chegado ao continente, mas vou usar um exemplo: o Líbano tem a metade da população do meu país, a Suíça (4 milhões e 8 milhões, respectivamente). No Líbano, atualmente, há cerca de 1,5 milhão de refugiados sírios. Isso seria o equivalente a 3 milhões de refugiados na Suíça. Nós temos debates nacionais muito agitados –para não dizer histéricos– quando temos que receber 300, 400, 1.000 refugiados. Então consideramos muito normal para os países da região receber milhões de pessoas, mas na Europa é muito difícil ter uma política para dividir quantas pessoas receber. Diante disso, essas pessoas têm que se lançar a essas rotas perigosas, porque não há uma forma organizada de chegar até lá. Você fala em trabalhar de forma política no Oriente Médio. Mas o Sr. vê vontade política nos principais atores para fazer avançar o diálogo de paz entre Israel e palestinos ou para resolver a questão síria? Não vejo uma vontade muito forte no momento entre a maioria dos atores e isso me preocupa. Os palestinos estão sedentos por uma solução, mas têm suas próprias divisões e dificuldades. É preciso de um esforço internacional maior: é preciso que a Europa se envolva, os países árabes, os EUA, Rússia, a China, o Brasil. Deveria haver uma mensagem para a região de que isso já foi longe demais, já criou muita instabilidade. A UNRWA não é uma agência política, mas todos os dias vemos os custos da falta de uma resolução política. A situação é tão séria que não podemos nos dar ao luxo de sermos céticos. Como o Brasil poderia ajudar no âmbito político?. Acredito que o Brasil está tentando contribuir com um equilíbrio diferente nas relações internacionais, com uma ordem política internacional mais equilibrada. E faz isso nas suas escolhas em Nova York, na Assembleia Geral, mas não é fácil, porque há atores preexistentes que têm suas visões próprias. Mas acho que é uma perspectiva interessante. Não consigo imaginar a cena internacional, no futuro, sem um papel importante do Brasil. Diante do cenário de instabilidade, o Sr. acredita que o Brasil seria uma boa opção para refugiados palestinos? O Brasil tem um histórico de receber comunidades de libaneses e sírios. É importante que países que tenham os meios mostrem solidariedade, mas minha preferência para os refugiados palestinos é que se encontre uma solução na região. No entanto, é claro que se esses conflitos seguirem, a pressão se voltará sobre os países europeus e os latino-americanos, como o Brasil, para receber mais refugiados. Como está a reconstrução de Gaza, quase um ano após a ofensiva israelense? Durante a ofensiva, cerca de 100 mil casas foram totalmente ou parcialmente destruídas. Há cerca de 120 mil pessoas sem casa hoje, quase um ano depois. Tivemos sucesso no conserto de algumas casas, que precisavam apenas de reparos menores. Conseguimos disponibilizar o dinheiro que veio da conferência para reconstrução no Cairo –cerca de US$ 100 milhões para permitir que 65 famílias deixassem os abrigos temporários. Infelizmente, os fundos para isso acabaram no fim de janeiro. Tivemos que interromper um programa que estava dando certo, e isso foi muito decepcionante. Além disso, nenhuma das cerca de 20 mil casas completamente destruídas foi reconstruída. Isso ocorre por várias razões: falta de recursos, porque a comunidade de doadores não se mobilizou de forma suficiente; falta de cooperação entre as partes palestinas; e os procedimentos burocráticos por parte de Israel. Israel insiste que tem deixado passar materiais para a reconstrução. Desde o fim do conflito, eles têm uma atitude um pouco mais aberta –então conseguimos trazer materiais, o que é uma boa notícia. O que eles não permitem são os materiais que podem ser usados tanto para reconstrução como nos túneis [por onde entrariam armas para o Hamas]. O que eu pergunto para eles [israelenses] é se eles já acharam algum indício de que o cimento que entrou em Gaza foi usado na construção de túneis, e eles me disseram que não. Então é possível fazer grandes operações de reconstrução em Gaza sem ter o cimento indo para o lugar errado. Durante a ofensiva de 2014, sua agência encontrou arsenais com foguetes do Hamas estocados em pelo menos três escolas da ONU. Para alguns críticos, esse é um sinal de possível cooperação com o Hamas. Qual a relação da UNRWA com o Hamas? O que os críticos esquecem é que essas armas foram identificadas por nós, porque nós fazemos inspeções regulares exatamente para evitar que as escolas sejam usadas para isso. E, quando descobrimos, não escondemos nada e ainda condenamos publicamente. Sobre nossa relação, nós temos operações de larga escala em Gaza e o Hamas é um ator importante lá. Quando você trabalha como uma agência humanitária e tem 20.000 funcionários em Gaza, é claro que precisa assegurar momentos de diálogo sobre sua segurança, sobre o que está fazendo. Isso não significa que tenhamos nenhuma opinião sobre o Hamas, ou uma relação particular.
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Livros da série 'Wild Cards', de George R. R. Martin, serão adaptados para TV
A coleção de livros "Wild Cards", criada e editada por George R. R. Martin, se tornará uma série televisiva, anunciou o escritor em seu blog neste sábado (6). De acordo com o autor de "As Crônicas de Gelo e Fogo", o canal à cabo norte-americano Universal adquiriu os direitos da adaptação, que terá como produtores executivos do projeto sua editora-assistente Melinda Snodgrass ("Jornada nas Estrelas: A Nova Geração') e Gregory Noveck ("Red: Aposentados e Perigosos"). A série literária está em curso há quase 30 anos, desde 1986, quando Martin e seus colegas de RPG, também escritores, resolveram levar o universo de um desses jogos ao papel, gerando, até o momento, 22 livros –mais uma história, intitulada "High Stakes", deve ser lançada ainda neste mês, segundo o editor. "Espero que vocês estejam tão empolgado quanto eu estou. É claro, Hollywood é Hollywood, e nada está sempre certo em desenvolvimento, mas eu acho, eu espero e eu cruzo meus dedos para que 'Wild Cards' chegue às telas no próximo ano ou dois", escreveu Martin na publicação. A ficção-científica se passa em um período posterior à Segunda Guerra Mundial, após um acidente com um vírus experimental quase exterminar a humanidade, restando apenas mutantes deformados –os "Coringas"– e a raríssima exceção daqueles que permanecem com a fisionomia humana, mas adquirem superpoderes –os "Ases". Martin não revelou quais histórias serão adaptadas e quais personagens estarão presentes: "Difícil dizer nessa fase inicial", escreveu, antes de incentivar os leitores a mandarem suas próprias sugestões. "A única coisa que posso dizer com (quase) certeza. Você verá Croyd Crenson, não importa o formato que a eventual série ou séries acabem tendo. Não seria 'Wild Cards' sem o Sleeper", diz Martin, fazendo referência ao personagem que se transforma durante o sono e acorda com nova aparência e poderes, podendo ser um Coringa em um dia e um Ase no seguinte. O escritor deixou claro que não participará diretamente no projeto, já que mantém um contrato exclusivo com a HBO para produzir as últimas temporadas de "Game of Thrones" e dedica boa parte de seu tempo escrevendo a história do próximo episódio das crônicas, o aguardado "The Winds of Winter".
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Livros da série 'Wild Cards', de George R. R. Martin, serão adaptados para TVA coleção de livros "Wild Cards", criada e editada por George R. R. Martin, se tornará uma série televisiva, anunciou o escritor em seu blog neste sábado (6). De acordo com o autor de "As Crônicas de Gelo e Fogo", o canal à cabo norte-americano Universal adquiriu os direitos da adaptação, que terá como produtores executivos do projeto sua editora-assistente Melinda Snodgrass ("Jornada nas Estrelas: A Nova Geração') e Gregory Noveck ("Red: Aposentados e Perigosos"). A série literária está em curso há quase 30 anos, desde 1986, quando Martin e seus colegas de RPG, também escritores, resolveram levar o universo de um desses jogos ao papel, gerando, até o momento, 22 livros –mais uma história, intitulada "High Stakes", deve ser lançada ainda neste mês, segundo o editor. "Espero que vocês estejam tão empolgado quanto eu estou. É claro, Hollywood é Hollywood, e nada está sempre certo em desenvolvimento, mas eu acho, eu espero e eu cruzo meus dedos para que 'Wild Cards' chegue às telas no próximo ano ou dois", escreveu Martin na publicação. A ficção-científica se passa em um período posterior à Segunda Guerra Mundial, após um acidente com um vírus experimental quase exterminar a humanidade, restando apenas mutantes deformados –os "Coringas"– e a raríssima exceção daqueles que permanecem com a fisionomia humana, mas adquirem superpoderes –os "Ases". Martin não revelou quais histórias serão adaptadas e quais personagens estarão presentes: "Difícil dizer nessa fase inicial", escreveu, antes de incentivar os leitores a mandarem suas próprias sugestões. "A única coisa que posso dizer com (quase) certeza. Você verá Croyd Crenson, não importa o formato que a eventual série ou séries acabem tendo. Não seria 'Wild Cards' sem o Sleeper", diz Martin, fazendo referência ao personagem que se transforma durante o sono e acorda com nova aparência e poderes, podendo ser um Coringa em um dia e um Ase no seguinte. O escritor deixou claro que não participará diretamente no projeto, já que mantém um contrato exclusivo com a HBO para produzir as últimas temporadas de "Game of Thrones" e dedica boa parte de seu tempo escrevendo a história do próximo episódio das crônicas, o aguardado "The Winds of Winter".
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Comissão do impeachment dispensa 4 testemunhas para economizar tempo
A comissão especial do impeachment dispensou a oitiva de quatro testemunhas que deveriam falar ao colegiado nesta segunda (13) e nesta terça (14). Os pedidos para cancelar os depoimentos foram apresentados por senadores da base aliada do presidente interino, Michel Temer. A decisão gerou reação dos parlamentares que defendem a presidente afastada, Dilma Rousseff. Os senadores aliados alegaram que não seria necessário ouvir pessoas que poderiam apresentar argumentos que já foram expostos na comissão. "Já temos o nosso juízo de valor formado, por isso entendemos que não é necessário ouvir algumas testemunhas", afirmou a senadora Simone Tebet (PMDB-MS). Na reunião desta segunda, serão ouvidas apenas duas pessoas: Leonardo Albernaz, secretário de macroavaliação governamental do Tribunal de Contas da União e Tiago Alvez Dutra, secretário de Controle Externo do TCU. Foram dispensados da reunião de hoje Marcus Pereira Aucélio, ex-subsecretário de Política Fiscal do Tesouro Nacional, e Esther Dweck, ex-secretária de Orçamento e Finanças. No momento em que a decisão foi tomada, ambos já aguardavam, em uma sala especial da comissão, sua vez de fala. A comissão também dispensou as duas últimas testemunhas que haviam sido indicadas por senadores, como parte ainda da acusação: Marcelo Saintive, ex-secretário do Tesouro Nacional, e Marcelo Amorim, ex-coordenador-geral de Programação Financeira do Tesouro Nacional. Eles falariam na terça. Dessa forma, o colegiado inicia a oitiva das testemunhas indicadas pela defesa de Dilma amanhã. O primeiro a ser ouvido deverá ser o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho. Em seguida, falarão o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar, e o ex-secretário-adjunto da Casa Civil da Presidência Gilson Bittencourt. REAÇÃO Os senadores aliados a Dilma protestaram, principalmente em relação à dispensa das testemunhas ligadas ao Tesouro Nacional. "Sabe por que estão mudando? Porque as outras testemunhas do Tesouro, que falaram na semana passada, mostraram que em 2015 não houve crime algum. Agora, não querem mais escutá-los. É uma estratégia deles que não deu certo", reclamou Lindbergh Farias (PT-RJ). A advogada Janaína Conceição Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment, provocou a defesa. "Se o ex-secretário do Tesouro Marcelo Saintive era tão importante, por que não o arrolaram? Por que a defesa não o chamou? Agora querem que ele seja mantido só porque os senadores querem dispensá-lo", disse. O ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa de Dilma, rebateu a advogada. "Queria até agradecer à advogada da acusação porque ela nos traz uma questão. Nós tínhamos arrolado sim alguma dessas testemunhas, mas como elas já tinha sido indicadas pelos senadores, nós fomos instados a reformular o nosso rol de testemunhas", disse. Diante da questão, o presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), concedeu 24 horas para que a defesa indique se quer incluir entre seus indicados as testemunhas que foram dispensadas nesta segunda. Em meio à discussão entre acusação e defesa, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) propôs um acordo para que as quatro testemunhas agendadas para esta segunda fossem ouvidas mediante acordo para a dispensa das outras duas testemunhas pedida para terça. "Se eles não têm medo, vamos ouvir as testemunhas. Eles já estão aqui. E, pelo que consta, eles não estão pedindo para não falar", disse. Sua ideia, no entanto, não foi acolhida pela comissão. A votação dos requerimentos se deu em meio a um bate-boca que levou à suspensão da reunião por cerca de três minutos. - TESTEMUNHAS DO PROCESSO DE IMPEACHMENT Comissão do Senado ouve depoimentos até sexta (17) > Quarta-feira (8) Testemunhas de acusação Convocadas pelos autores do pedido de impeachment Testemunhas do juízo Convocadas por senadores da comissão > Segunda-feira (13) Testemunhas do juízo Convocadas por senadores da comissão >Terça-feira (14) Testemunhas de defesa Convocadas pelo advogado de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo
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Comissão do impeachment dispensa 4 testemunhas para economizar tempoA comissão especial do impeachment dispensou a oitiva de quatro testemunhas que deveriam falar ao colegiado nesta segunda (13) e nesta terça (14). Os pedidos para cancelar os depoimentos foram apresentados por senadores da base aliada do presidente interino, Michel Temer. A decisão gerou reação dos parlamentares que defendem a presidente afastada, Dilma Rousseff. Os senadores aliados alegaram que não seria necessário ouvir pessoas que poderiam apresentar argumentos que já foram expostos na comissão. "Já temos o nosso juízo de valor formado, por isso entendemos que não é necessário ouvir algumas testemunhas", afirmou a senadora Simone Tebet (PMDB-MS). Na reunião desta segunda, serão ouvidas apenas duas pessoas: Leonardo Albernaz, secretário de macroavaliação governamental do Tribunal de Contas da União e Tiago Alvez Dutra, secretário de Controle Externo do TCU. Foram dispensados da reunião de hoje Marcus Pereira Aucélio, ex-subsecretário de Política Fiscal do Tesouro Nacional, e Esther Dweck, ex-secretária de Orçamento e Finanças. No momento em que a decisão foi tomada, ambos já aguardavam, em uma sala especial da comissão, sua vez de fala. A comissão também dispensou as duas últimas testemunhas que haviam sido indicadas por senadores, como parte ainda da acusação: Marcelo Saintive, ex-secretário do Tesouro Nacional, e Marcelo Amorim, ex-coordenador-geral de Programação Financeira do Tesouro Nacional. Eles falariam na terça. Dessa forma, o colegiado inicia a oitiva das testemunhas indicadas pela defesa de Dilma amanhã. O primeiro a ser ouvido deverá ser o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho. Em seguida, falarão o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar, e o ex-secretário-adjunto da Casa Civil da Presidência Gilson Bittencourt. REAÇÃO Os senadores aliados a Dilma protestaram, principalmente em relação à dispensa das testemunhas ligadas ao Tesouro Nacional. "Sabe por que estão mudando? Porque as outras testemunhas do Tesouro, que falaram na semana passada, mostraram que em 2015 não houve crime algum. Agora, não querem mais escutá-los. É uma estratégia deles que não deu certo", reclamou Lindbergh Farias (PT-RJ). A advogada Janaína Conceição Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment, provocou a defesa. "Se o ex-secretário do Tesouro Marcelo Saintive era tão importante, por que não o arrolaram? Por que a defesa não o chamou? Agora querem que ele seja mantido só porque os senadores querem dispensá-lo", disse. O ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa de Dilma, rebateu a advogada. "Queria até agradecer à advogada da acusação porque ela nos traz uma questão. Nós tínhamos arrolado sim alguma dessas testemunhas, mas como elas já tinha sido indicadas pelos senadores, nós fomos instados a reformular o nosso rol de testemunhas", disse. Diante da questão, o presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), concedeu 24 horas para que a defesa indique se quer incluir entre seus indicados as testemunhas que foram dispensadas nesta segunda. Em meio à discussão entre acusação e defesa, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) propôs um acordo para que as quatro testemunhas agendadas para esta segunda fossem ouvidas mediante acordo para a dispensa das outras duas testemunhas pedida para terça. "Se eles não têm medo, vamos ouvir as testemunhas. Eles já estão aqui. E, pelo que consta, eles não estão pedindo para não falar", disse. Sua ideia, no entanto, não foi acolhida pela comissão. A votação dos requerimentos se deu em meio a um bate-boca que levou à suspensão da reunião por cerca de três minutos. - TESTEMUNHAS DO PROCESSO DE IMPEACHMENT Comissão do Senado ouve depoimentos até sexta (17) > Quarta-feira (8) Testemunhas de acusação Convocadas pelos autores do pedido de impeachment Testemunhas do juízo Convocadas por senadores da comissão > Segunda-feira (13) Testemunhas do juízo Convocadas por senadores da comissão >Terça-feira (14) Testemunhas de defesa Convocadas pelo advogado de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo
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'The Taste Brasil' terá a chef Helena Rizzo como mentora na nova temporada
MAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Por trás das pequenas cozinhas em tons diferentes, quatro ao todo, há um longo corredor. Ele não aparece na televisão, mas poderia ser a parte preferida do programa para muita gente. São prateleiras e prateleiras de ingredientes em potinhos rotulados, arrozes, especiarias, farinhas, óleos, frutas... Pois é um reality show de gastronomia, só com "chefs de verdade" cozinhando. O "The Taste Brasil" estreia em 6 de abril sua terceira temporada, no GNT. A principal novidade é aquela acima: quatro cozinhas, ou seja, quatro mentores. A premiada chef Helena Rizzo (Maní), se une a André Mifano (Lilu), Claude Troisgros (Olympe) e Felipe Bronze (Oro). No programa, cada um tem seu time de três integrantes, selecionados a partir de testes cegos em que provam receitas dispostas em colheres, em dose única. Com a chegada de Helena, muda a dinâmica principalmente em momentos de decisão. Se antes o terceiro jurado acabava dando o voto de minerva em impasses, agora há empates e eles têm que negociar até o veredicto. A ida da chef "low profile" surpreendeu até a equipe. "O que eu acho legal é que não temos que usar margarina, é um programa livre e com conteúdo gastronômico", justifica. Durante a gravação, ela cozinha lado a lado com um dos participantes —o que é até questionado pelos concorrentes e pelo diretor que alerta no ponto "Helena, chama o menino, calibra ele". E a resposta: "Ah, hoje eu preciso cozinhar, dane-se." "A galera que participa é a que trabalha com a gente. São perfis parecidos com os que temos no nosso dia a dia", diz a chef. Nos bastidores, todos acompanham os preparos em tempo real. "Adivinha quem vai defumar coisas?" "Isso vai ficar com gosto de ovo." "O que ela está comendo? É jambu?" Poderiam ser falas entre jurados. Mas eram da equipe técnica, que já aprendeu muito sobre cozinha. Entre os chefs, claro, há também muito assunto. "Eu sou muito caseira, trabalho e vou para casa. Ter essas trocas entre mentores, conversar sobre o gosto, é um estímulo", diz Helena. "Me recicla muito estar com gente jovem, fazendo coisas diferentes e pensando 'gostaria de ter tido essa ideia'", completa Felipe Bronze. Estar na terceira edição, acredita o diretor Roberto D'Avila, atrai outro perfil de cozinheiro. "Profissionais mais qualificados passaram a se inscrever porque agora têm certeza de que não vão se expor ao ridículo, já conhecem o estilo do programa." "Tem um menino que foi do Lasai [do chef Rafa Costa e Silva, no RJ], superprofissional, que submeteu seu trabalho ao crivo dos mentores." "A primeira temporada foi de experiência para todos nós", diz Claude Troisgros. Os mentores concordam com a evolução no nível dos cozinheiros nesta temporada —Bronze já convidou três para trabalharem com ele, por exemplo. "Cozinhar é minha vida, o que eu faço pra viver, seja na TV ou no restaurante. E, no programa, todo o mundo pensa a comida com muito respeito. Isso transparece para quem se inscreve também. É um programa sério, que faz parte da realidade", diz André Mifano. The Taste Brasil - terceira temporada QUANDO a partir de 6/4, no GNT
saopaulo
'The Taste Brasil' terá a chef Helena Rizzo como mentora na nova temporadaMAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Por trás das pequenas cozinhas em tons diferentes, quatro ao todo, há um longo corredor. Ele não aparece na televisão, mas poderia ser a parte preferida do programa para muita gente. São prateleiras e prateleiras de ingredientes em potinhos rotulados, arrozes, especiarias, farinhas, óleos, frutas... Pois é um reality show de gastronomia, só com "chefs de verdade" cozinhando. O "The Taste Brasil" estreia em 6 de abril sua terceira temporada, no GNT. A principal novidade é aquela acima: quatro cozinhas, ou seja, quatro mentores. A premiada chef Helena Rizzo (Maní), se une a André Mifano (Lilu), Claude Troisgros (Olympe) e Felipe Bronze (Oro). No programa, cada um tem seu time de três integrantes, selecionados a partir de testes cegos em que provam receitas dispostas em colheres, em dose única. Com a chegada de Helena, muda a dinâmica principalmente em momentos de decisão. Se antes o terceiro jurado acabava dando o voto de minerva em impasses, agora há empates e eles têm que negociar até o veredicto. A ida da chef "low profile" surpreendeu até a equipe. "O que eu acho legal é que não temos que usar margarina, é um programa livre e com conteúdo gastronômico", justifica. Durante a gravação, ela cozinha lado a lado com um dos participantes —o que é até questionado pelos concorrentes e pelo diretor que alerta no ponto "Helena, chama o menino, calibra ele". E a resposta: "Ah, hoje eu preciso cozinhar, dane-se." "A galera que participa é a que trabalha com a gente. São perfis parecidos com os que temos no nosso dia a dia", diz a chef. Nos bastidores, todos acompanham os preparos em tempo real. "Adivinha quem vai defumar coisas?" "Isso vai ficar com gosto de ovo." "O que ela está comendo? É jambu?" Poderiam ser falas entre jurados. Mas eram da equipe técnica, que já aprendeu muito sobre cozinha. Entre os chefs, claro, há também muito assunto. "Eu sou muito caseira, trabalho e vou para casa. Ter essas trocas entre mentores, conversar sobre o gosto, é um estímulo", diz Helena. "Me recicla muito estar com gente jovem, fazendo coisas diferentes e pensando 'gostaria de ter tido essa ideia'", completa Felipe Bronze. Estar na terceira edição, acredita o diretor Roberto D'Avila, atrai outro perfil de cozinheiro. "Profissionais mais qualificados passaram a se inscrever porque agora têm certeza de que não vão se expor ao ridículo, já conhecem o estilo do programa." "Tem um menino que foi do Lasai [do chef Rafa Costa e Silva, no RJ], superprofissional, que submeteu seu trabalho ao crivo dos mentores." "A primeira temporada foi de experiência para todos nós", diz Claude Troisgros. Os mentores concordam com a evolução no nível dos cozinheiros nesta temporada —Bronze já convidou três para trabalharem com ele, por exemplo. "Cozinhar é minha vida, o que eu faço pra viver, seja na TV ou no restaurante. E, no programa, todo o mundo pensa a comida com muito respeito. Isso transparece para quem se inscreve também. É um programa sério, que faz parte da realidade", diz André Mifano. The Taste Brasil - terceira temporada QUANDO a partir de 6/4, no GNT
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Na cama com Fachin
O passado como poeta do novo ministro Luiz Edson Fachin veio à tona praticamente junto com a indicação de seu nome ao Supremo Tribunal Federal pela presidente Dilma, em abril. Enquanto cursava direito na Universidade Federal do Paraná, no final dos anos 1970, ele frequentava os mesmos círculos literários de Paulo Leminski e Alice Ruiz, e chegou a publicar um livro, "Abaixo-Assinado", com o amigo João Bosquo. O lado menos conhecido dessa verve foi resgatado nesta semana pelo jornalista João da Penha, 68, que na época foi um dos editores do suplemento literário do jornal carioca "Tribuna da Imprensa". Ao ler o noticiário sobre o novo ministro, Penha se lembrou de um jovem poeta do Sul que chegou a publicar versos eróticos no caderno. "Tenho a impressão de que, se ele não tivesse escrito poesia, a literatura brasileira não iria se ressentir", brinca o jornalista, que enviou um dos poemas, chamado "Um Artigo de Couro", de agosto de 1977, à coluna. Leia abaixo e veja na galeria fac-símiles de poemas localizados via Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. "Um Artigo de Couro", de Luiz Edson Fachin a plana cama do cara da marmita agita coma a cama como arroz e repolho frito. o encontro trama um afeto mas ele pensa repensa (às 5 da manhã na banca o cartaz nu da nua mulher) repensa com gana (às 18,30 hs na americana os seios a ceia as mulheres a grana) em baixo de sua luva o suor com ares de orgasmo apenas Joana a plana cama dura cura o dia de tanto faz o dia normal anormal igual desigual o dia dia sem mudança mesmo dança não cansa tudo tanto faz a plana cama aos poucos desfaz as rugas, filhos e flores. Rio, 13-14 de agosto de 1977 DISSIDÊNCIA Trinta e um vendedores de livros, incluindo dois dos maiores sebos em atividade na Estante Virtual, ingressaram no Portal dos Livreiros, site que entrou no ar neste mês, em versão de testes, para concorrer com o maior portal do gênero no país. Projeto de Julio Daio Borges, que deixou a Estante Virtual após sete anos como vendedor, o portaldoslivreiros.com.br é uma resposta à decisão da Estante, de maio de 2014, de aumentar comissões sobre vendas de 6% para 8% a 12%. Na ocasião, 130 vendedores retiraram livros do portal por 24 horas em protesto, mas nada mudou. O novo site cobrará deles 5% de comissão, sem mensalidade (a Estante cobra de R$ 42 a R$ 132 por mês), com inscrição de R$ 97 pelo primeiro ano. A página aceitará cadastros de vendedores "pessoa física", perfil que a Estante deixou de aceitar, e terá curso on-line para livreiros. O formato ainda é simples: por ora, o interessado em comprar um livro digita o nome de uma obra na página e espera respostas. A coluna pesquisou por um título e, em 12 horas, recebeu e-mails de cinco livreiros, dos quais um tinha o livro. EXPOSIÇÃO A Casa das Rosas estreia em 23 de junho mostra pelo centenário de Roland Barthes (1915-1980), sob curadoria de Rodrigo Fontanari, que destacará inclusive o lado menos conhecido do escritor, semiólogo e crítico, como artista amador Prêmio "Tango de Satã", obra-prima do húngaro László Krasznahorkai –vencedor, nesta semana, do Man Booker Prize International–, está previsto para 2016 pela editora 34, que a lançará pela Coleção Fábula, na tradução de Paulo Schiller. A obra, sobre uma vila impactada pelo retorno de um morador, originou o clássico "Sátántangó" (1994), de Béla Tarr. Adaptação A iraniana Marjane Satrapi, de "Persépolis", digirirá a adaptação de "A Extraordinária Viagem do Faquir que Ficou Preso dentro de um Armário Ikea", baseada no romance do francês Roman Puertolas, lançado pela Record. Previsto para 2017, o filme terá roteiro de Puertolas e Luc Bossi, de "A Espuma dos Dias". Adaptação 2 "Quatro Soldados" (Não Editora), romance histórico do gaúcho Samir Machado de Machado, e o inédito e ainda sem editora "Homens Elegantes", do mesmo autor, que segue um soldado brasileiro na Europa do século 18 investigando o contrabando de livros para o Brasil, tiveram os direitos adquiridos pela produtora de cinema RT Features. Biblioteca O movimento de moradores do Itaim Bibi que culminou, em 2012, com a desistência do então prefeito Kassab de demolir a biblioteca Anne Frank, em terreno que seria entregue a construtora, originou um romance. Será o primeiro juvenil do jornalista João Luiz Marques. "Os Meninos da Biblioteca" sai pela Biruta em junho.
colunas
Na cama com FachinO passado como poeta do novo ministro Luiz Edson Fachin veio à tona praticamente junto com a indicação de seu nome ao Supremo Tribunal Federal pela presidente Dilma, em abril. Enquanto cursava direito na Universidade Federal do Paraná, no final dos anos 1970, ele frequentava os mesmos círculos literários de Paulo Leminski e Alice Ruiz, e chegou a publicar um livro, "Abaixo-Assinado", com o amigo João Bosquo. O lado menos conhecido dessa verve foi resgatado nesta semana pelo jornalista João da Penha, 68, que na época foi um dos editores do suplemento literário do jornal carioca "Tribuna da Imprensa". Ao ler o noticiário sobre o novo ministro, Penha se lembrou de um jovem poeta do Sul que chegou a publicar versos eróticos no caderno. "Tenho a impressão de que, se ele não tivesse escrito poesia, a literatura brasileira não iria se ressentir", brinca o jornalista, que enviou um dos poemas, chamado "Um Artigo de Couro", de agosto de 1977, à coluna. Leia abaixo e veja na galeria fac-símiles de poemas localizados via Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. "Um Artigo de Couro", de Luiz Edson Fachin a plana cama do cara da marmita agita coma a cama como arroz e repolho frito. o encontro trama um afeto mas ele pensa repensa (às 5 da manhã na banca o cartaz nu da nua mulher) repensa com gana (às 18,30 hs na americana os seios a ceia as mulheres a grana) em baixo de sua luva o suor com ares de orgasmo apenas Joana a plana cama dura cura o dia de tanto faz o dia normal anormal igual desigual o dia dia sem mudança mesmo dança não cansa tudo tanto faz a plana cama aos poucos desfaz as rugas, filhos e flores. Rio, 13-14 de agosto de 1977 DISSIDÊNCIA Trinta e um vendedores de livros, incluindo dois dos maiores sebos em atividade na Estante Virtual, ingressaram no Portal dos Livreiros, site que entrou no ar neste mês, em versão de testes, para concorrer com o maior portal do gênero no país. Projeto de Julio Daio Borges, que deixou a Estante Virtual após sete anos como vendedor, o portaldoslivreiros.com.br é uma resposta à decisão da Estante, de maio de 2014, de aumentar comissões sobre vendas de 6% para 8% a 12%. Na ocasião, 130 vendedores retiraram livros do portal por 24 horas em protesto, mas nada mudou. O novo site cobrará deles 5% de comissão, sem mensalidade (a Estante cobra de R$ 42 a R$ 132 por mês), com inscrição de R$ 97 pelo primeiro ano. A página aceitará cadastros de vendedores "pessoa física", perfil que a Estante deixou de aceitar, e terá curso on-line para livreiros. O formato ainda é simples: por ora, o interessado em comprar um livro digita o nome de uma obra na página e espera respostas. A coluna pesquisou por um título e, em 12 horas, recebeu e-mails de cinco livreiros, dos quais um tinha o livro. EXPOSIÇÃO A Casa das Rosas estreia em 23 de junho mostra pelo centenário de Roland Barthes (1915-1980), sob curadoria de Rodrigo Fontanari, que destacará inclusive o lado menos conhecido do escritor, semiólogo e crítico, como artista amador Prêmio "Tango de Satã", obra-prima do húngaro László Krasznahorkai –vencedor, nesta semana, do Man Booker Prize International–, está previsto para 2016 pela editora 34, que a lançará pela Coleção Fábula, na tradução de Paulo Schiller. A obra, sobre uma vila impactada pelo retorno de um morador, originou o clássico "Sátántangó" (1994), de Béla Tarr. Adaptação A iraniana Marjane Satrapi, de "Persépolis", digirirá a adaptação de "A Extraordinária Viagem do Faquir que Ficou Preso dentro de um Armário Ikea", baseada no romance do francês Roman Puertolas, lançado pela Record. Previsto para 2017, o filme terá roteiro de Puertolas e Luc Bossi, de "A Espuma dos Dias". Adaptação 2 "Quatro Soldados" (Não Editora), romance histórico do gaúcho Samir Machado de Machado, e o inédito e ainda sem editora "Homens Elegantes", do mesmo autor, que segue um soldado brasileiro na Europa do século 18 investigando o contrabando de livros para o Brasil, tiveram os direitos adquiridos pela produtora de cinema RT Features. Biblioteca O movimento de moradores do Itaim Bibi que culminou, em 2012, com a desistência do então prefeito Kassab de demolir a biblioteca Anne Frank, em terreno que seria entregue a construtora, originou um romance. Será o primeiro juvenil do jornalista João Luiz Marques. "Os Meninos da Biblioteca" sai pela Biruta em junho.
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Reino Unido investiga identidade de sucessor de Jihadi John
Um vídeo divulgado pelo Estado Islâmico no domingo (3) levou ao início de investigações sobre a identidade de um militante supostamente britânico na organização terrorista. Ele seria uma espécie de sucessor do apelidado "Jihadi John" (João Jihadista, no original inglês), que apareceu em diversas imagens de decapitação de reféns —Mohammed Emwazi, nascido no Kuait, foi supostamente morto em novembro na Síria. O vídeo recém-divulgado pelo Estado Islâmico mostra um militante com sotaque britânico participando da morte de cinco suspeitos de ser espiões do Reino Unido. O novo "Jihadi John", caso confirmada sua nacionalidade britânica, não é o único estrangeiro entre os terroristas dessa organização. Há centenas de membros europeus. Um belga de mãe brasileira, Brian de Mulder, morreu recentemente na Síria, segundo sua família. O governo britânico estima que 800 de seus cidadãos viajaram à Síria e ao Iraque, parte deles para unir-se ao Estado Islâmico. Cerca de metade voltou ao país, e 70 foram mortos. Mas, ao protagonizar os vídeos virais do Estado Islâmico, tanto este militante possivelmente britânico quanto o "Jihadi John" original tornam-se rapidamente símbolos do risco apresentado pela organização terrorista, com capacidade de recrutar estrangeiros. Há teorias circulando sobre a identidade do novo "Jihadi John". Na imprensa britânica ele é identificado como Siddhartha Dhar, 32, conhecido como Abu Rumaysah, que viajou à Síria com toda sua família em 2014. No Reino Unido, ele vendia castelos infláveis para crianças, segundo relatos. Essa suposição, no entanto, tem bases frágeis. Um parente afirmou que a voz no vídeo se parece com a de Dhar. Uma jornalista que entrevistou o britânico no passado teve a mesma impressão. No entanto, especialistas em radicalismo britânico, como Shiraz Maher, têm duvidado dessa tese publicamente. À Folha Maher disse durante uma entrevista que a atenção dada a esses militantes é mais um "circo midiático" do que um fenômeno real, no Estado Islâmico. "Eles não têm um papel importante na organização, para além de executar reféns." Dhar de fato seguia uma vertente radical do islã, e fazia declarações públicas nesse sentido nos últimos anos, pedindo que a lei islâmica fosse estabelecida no Reino Unido. Mas sua pregação não chegou a mobilizar as autoridades, até ser detido em 2014 sob a suspeita de "encorajar o terrorismo". Enquanto esperava seu julgamento, ele mudou-se para a Síria. Em Raqqa, a capital do auto-declarado califado Estado Islâmico, ele rapidamente tornou-se uma figura recorrente na defesa on-line dessa organização. O vídeo recém-divulgado também mostra um menino ameaçando "infiéis". Ele foi identificado por Sunday Dare como seu neto britânico, chamado Isa. Dare disse à imprensa britânica que sua filha uniu-se ao Estado Islâmico e levou Isa até a Síria. As autoridades britânicas ainda investigam as identidades dos militantes no vídeo, e não há nenhuma informação oficial disponível.
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Reino Unido investiga identidade de sucessor de Jihadi JohnUm vídeo divulgado pelo Estado Islâmico no domingo (3) levou ao início de investigações sobre a identidade de um militante supostamente britânico na organização terrorista. Ele seria uma espécie de sucessor do apelidado "Jihadi John" (João Jihadista, no original inglês), que apareceu em diversas imagens de decapitação de reféns —Mohammed Emwazi, nascido no Kuait, foi supostamente morto em novembro na Síria. O vídeo recém-divulgado pelo Estado Islâmico mostra um militante com sotaque britânico participando da morte de cinco suspeitos de ser espiões do Reino Unido. O novo "Jihadi John", caso confirmada sua nacionalidade britânica, não é o único estrangeiro entre os terroristas dessa organização. Há centenas de membros europeus. Um belga de mãe brasileira, Brian de Mulder, morreu recentemente na Síria, segundo sua família. O governo britânico estima que 800 de seus cidadãos viajaram à Síria e ao Iraque, parte deles para unir-se ao Estado Islâmico. Cerca de metade voltou ao país, e 70 foram mortos. Mas, ao protagonizar os vídeos virais do Estado Islâmico, tanto este militante possivelmente britânico quanto o "Jihadi John" original tornam-se rapidamente símbolos do risco apresentado pela organização terrorista, com capacidade de recrutar estrangeiros. Há teorias circulando sobre a identidade do novo "Jihadi John". Na imprensa britânica ele é identificado como Siddhartha Dhar, 32, conhecido como Abu Rumaysah, que viajou à Síria com toda sua família em 2014. No Reino Unido, ele vendia castelos infláveis para crianças, segundo relatos. Essa suposição, no entanto, tem bases frágeis. Um parente afirmou que a voz no vídeo se parece com a de Dhar. Uma jornalista que entrevistou o britânico no passado teve a mesma impressão. No entanto, especialistas em radicalismo britânico, como Shiraz Maher, têm duvidado dessa tese publicamente. À Folha Maher disse durante uma entrevista que a atenção dada a esses militantes é mais um "circo midiático" do que um fenômeno real, no Estado Islâmico. "Eles não têm um papel importante na organização, para além de executar reféns." Dhar de fato seguia uma vertente radical do islã, e fazia declarações públicas nesse sentido nos últimos anos, pedindo que a lei islâmica fosse estabelecida no Reino Unido. Mas sua pregação não chegou a mobilizar as autoridades, até ser detido em 2014 sob a suspeita de "encorajar o terrorismo". Enquanto esperava seu julgamento, ele mudou-se para a Síria. Em Raqqa, a capital do auto-declarado califado Estado Islâmico, ele rapidamente tornou-se uma figura recorrente na defesa on-line dessa organização. O vídeo recém-divulgado também mostra um menino ameaçando "infiéis". Ele foi identificado por Sunday Dare como seu neto britânico, chamado Isa. Dare disse à imprensa britânica que sua filha uniu-se ao Estado Islâmico e levou Isa até a Síria. As autoridades britânicas ainda investigam as identidades dos militantes no vídeo, e não há nenhuma informação oficial disponível.
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Na véspera de escolha de Dodge, Temer se reuniu com Mendes
No dia anterior à escolha de Raquel Dodge, o presidente Michel Temer se reuniu com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes. O encontro foi realizado na residência do também ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e teve também as participações dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). Mendes, que se tornou uma espécie de conselheiro jurídico de Temer, é crítico ferrenho do atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e um dos principais defensores da escolha de Dodge, rival do chefe do Ministério Público Federal. O ministro teve um papel fundamental na escolha do ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes para a vaga de Teori Zavascki na Suprema Corte, em março. Nesta quarta-feira (28), Temer escolheu Dodge no mesmo dia em que recebeu a lista tríplice para o cargo promovida pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República). A indicação de Dodge será publicada na edição desta quinta-feira (29) do "Diário Oficial da União". Com a iniciativa, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), poderá marcar a sabatina. Se for aprovada pelos senadores, será a primeira mulher a comandar a PGR. Na noite desta quarta-feira (28), após o anúncio, Dodge se reuniu por cerca de uma hora com Eunício, no gabinete do presidente do Senado, para discutir o tema. O encontro não estava na agenda de Eunício e foi feito com discrição. O Palácio do Planalto quer realizar a sabatina o mais rápido possível, para evitar que um eventual agravamento da crise política possa inviabilizar a sua nomeação. A ideia é que ela seja lida nesta quinta-feira (29) no plenário do Senado e enviada para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). O presidente do Senado minimizou o jantar de Mendes com Temer. Segundo ele, não há problema no fato de Gilmar julgar uma denúncia contra o presidente já que o caso ainda terá de ser analisado pela Câmara. Eunício disse ainda que Gilmar é presidente do TSE e que ele vem tratando da reforma política com o Congresso. Para ele, existe independência dos Poderes e é normal que as instituições se conversem.
poder
Na véspera de escolha de Dodge, Temer se reuniu com MendesNo dia anterior à escolha de Raquel Dodge, o presidente Michel Temer se reuniu com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes. O encontro foi realizado na residência do também ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e teve também as participações dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). Mendes, que se tornou uma espécie de conselheiro jurídico de Temer, é crítico ferrenho do atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e um dos principais defensores da escolha de Dodge, rival do chefe do Ministério Público Federal. O ministro teve um papel fundamental na escolha do ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes para a vaga de Teori Zavascki na Suprema Corte, em março. Nesta quarta-feira (28), Temer escolheu Dodge no mesmo dia em que recebeu a lista tríplice para o cargo promovida pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República). A indicação de Dodge será publicada na edição desta quinta-feira (29) do "Diário Oficial da União". Com a iniciativa, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), poderá marcar a sabatina. Se for aprovada pelos senadores, será a primeira mulher a comandar a PGR. Na noite desta quarta-feira (28), após o anúncio, Dodge se reuniu por cerca de uma hora com Eunício, no gabinete do presidente do Senado, para discutir o tema. O encontro não estava na agenda de Eunício e foi feito com discrição. O Palácio do Planalto quer realizar a sabatina o mais rápido possível, para evitar que um eventual agravamento da crise política possa inviabilizar a sua nomeação. A ideia é que ela seja lida nesta quinta-feira (29) no plenário do Senado e enviada para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). O presidente do Senado minimizou o jantar de Mendes com Temer. Segundo ele, não há problema no fato de Gilmar julgar uma denúncia contra o presidente já que o caso ainda terá de ser analisado pela Câmara. Eunício disse ainda que Gilmar é presidente do TSE e que ele vem tratando da reforma política com o Congresso. Para ele, existe independência dos Poderes e é normal que as instituições se conversem.
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Ucrânia proíbe entrada de Gerard Depardieu no país por cinco anos
O ator francês Gerard Depardieu está proibido de entrar na Ucrânia após ter declarado que o país faz "parte da Rússia", anunciou nesta terça-feira (28) à AFP o serviço de segurança ucraniano, o SBU. Cidadão russo há mais de dois anos por ordem do presidente russo, Vladimir Putin, Depardieu está proibido de entrar na Ucrânia "por cinco anos, mediante pedido do ministério da Cultura da Ucrânia", declarou a porta-voz do SBU, Olena Guitlianska. Embora a porta-voz não tenha dado mais detalhes, vários meios de comunicação indicaram que o pedido do ministério ucraniano foi motivado por algumas declarações pró-russas do ator. Em agosto de 2014, em meio aos combates entre os separatistas pró-russos e soldados ucranianos no leste da Ucrânia, Depardieu questionou a soberania da Ucrânia, afirmando: "Eu amo a Rússia e a Ucrânia, que faz parte da Rússia". Depardieu também havia defendido a Rússia em setembro de 2014, declarando-se "muito orgulhoso" da Sérvia, que se recusou a adotar as sanções europeias contra Moscou por seu papel no conflito ucraniano. Questionado em maio, em Cannes, sobre a situação na Ucrânia, o ator francês declarou, porém, não entender a situação ucraniana. "Eu não gosto de guerra, eu não gosto de conflito, porque causa mortes", disse ele. As relações entre a Ucrânia e a Rússia estão em seu mais baixo nível desde a anexação por Moscou da península ucraniana da Crimeia, em março de 2014, seguida pela rebelião pró-russa no leste da Ucrânia.
ilustrada
Ucrânia proíbe entrada de Gerard Depardieu no país por cinco anosO ator francês Gerard Depardieu está proibido de entrar na Ucrânia após ter declarado que o país faz "parte da Rússia", anunciou nesta terça-feira (28) à AFP o serviço de segurança ucraniano, o SBU. Cidadão russo há mais de dois anos por ordem do presidente russo, Vladimir Putin, Depardieu está proibido de entrar na Ucrânia "por cinco anos, mediante pedido do ministério da Cultura da Ucrânia", declarou a porta-voz do SBU, Olena Guitlianska. Embora a porta-voz não tenha dado mais detalhes, vários meios de comunicação indicaram que o pedido do ministério ucraniano foi motivado por algumas declarações pró-russas do ator. Em agosto de 2014, em meio aos combates entre os separatistas pró-russos e soldados ucranianos no leste da Ucrânia, Depardieu questionou a soberania da Ucrânia, afirmando: "Eu amo a Rússia e a Ucrânia, que faz parte da Rússia". Depardieu também havia defendido a Rússia em setembro de 2014, declarando-se "muito orgulhoso" da Sérvia, que se recusou a adotar as sanções europeias contra Moscou por seu papel no conflito ucraniano. Questionado em maio, em Cannes, sobre a situação na Ucrânia, o ator francês declarou, porém, não entender a situação ucraniana. "Eu não gosto de guerra, eu não gosto de conflito, porque causa mortes", disse ele. As relações entre a Ucrânia e a Rússia estão em seu mais baixo nível desde a anexação por Moscou da península ucraniana da Crimeia, em março de 2014, seguida pela rebelião pró-russa no leste da Ucrânia.
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Prefeita de Ribeirão Preto é presa por suspeita de fraude em contratos
A prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), foi presa preventivamente na sexta (2) na segunda fase da operação Sevandija, que apura fraudes em contratos de licitações da prefeitura que somam R$ 203 milhões. Dárcy foi presa em sua casa, no bairro Ribeirânia, na etapa intitulada "Mamãe Noel". Além dela, foram presos os ex-advogados do Sindicato dos Servidores Maria Zuely Alves Librandi e Sandro Rovani e o ex-secretário da Administração Marco Antonio dos Santos. Os três já tinham sido detidos na primeira fase da operação, deflagrada em 1º de setembro. As prisões foram resultados de processos distintos. O mandado de prisão de Dárcy foi expedido pelo TJ (Tribunal de Justiça), enquanto o que levou os outros três à prisão é oriundo da Justiça local. Além da prisão, Dárcy teve os bens bloqueados e foi afastada do cargo, em cumprimento à decisão do desembargador Marcos Correa, da 6ª Câmara de Direito Criminal do TJ. A Procuradoria-Geral de Justiça ofereceu denúncia contra ela pelos crimes de corrupção passiva, peculato e associação criminosa. A investigação apontou o pagamento ilegal de honorários à advogada Maria Zuely, a partir de documentos em delação premiada. A quebra do sigilo da prefeita mostrou, diz a operação, movimentação financeira incompatível com a renda entre 2010 e 2015. O nome da fase se deve, segundo a PF, às evidências de que Maria Zuely repassou, entre 2013 e 2016, mais de R$ 5 milhões a outros envolvidos. Segundo o promotor Leonardo Romanelli, havia esquema de corrupção sistêmica no governo. "Durante a investigação, já mostravam que adotavam cautelas para iludir, enganar as investigações. A ex-advogada se dispôs a colaborar, firmou pré-acordo de delação premiada, o qual rapidamente se mostrou mentiroso." A origem da suspeita está em acordo judicial que resultou no parcelamento de R$ 800 milhões a serem pagos a servidores devido a perdas decorrentes do Plano Collor. Já foram pagos mais de R$ 300 milhões, além de R$ 45 milhões em honorários. Dárcy, segundo disse aos promotores o ex-presidente do sindicato Wagner Rodrigues, teria recebido R$ 4 milhões em propina. Os promotores não confirmam se ele é o delator que gerou a prisão. Os documentos foram fraudados, segundo a Promotoria, em 2012, num termo de aditamento de um acordo inicial assinado quatro anos antes, na gestão do ex-prefeito Welson Gasparini (PSDB). Além das prisões, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em Ribeirão, Cajuru e Indaiatuba. Em Cajuru, o alvo foi fazenda em nome de Zuely, onde membros da operação disseram ter encontrado uma academia ao ar livre igual às instaladas pelo poder público em Ribeirão. Em Ribeirão, casas e escritórios de advocacia dos detidos foram os alvos. Ribeirão pode viver vazio de poder até a posse do futuro prefeito, Duarte Nogueira (PSDB), em janeiro. O vice de Dárcy, Marinho Sampaio (PMDB), divulgou nota afirmando que não comandará a cidade nos próximos 14 dias, e admitiu a hipótese de renunciar. OUTRO LADO A prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), não é culpada das acusações feitas contra ela e conseguirá provar isso, afirmou sua advogada, Maria Cláudia Seixas. De acordo com ela, todas as vezes em que Dárcy foi intimada prestou depoimento. "Não se furtou a nenhum tipo de esclarecimento dentro do procedimento que está em trâmite na Procuradoria." A defensora da prefeita afirma desde o surgimento das denúncias que Dárcy nega ter recebido propina. Seixas disse ainda que não tinha tido acesso ao processo e que precisa conhecê-lo para saber os reais motivos que levaram à prisão preventiva da prefeita. Questionada se Dárcy era chefe do esquema criminoso, como apontam as investigações da Operação Sevandija, ela disse que "quem vai esclarecer tudo isso é o trâmite do processo". A Folha não conseguiu contato com as defesas de Maria Zuely, Marco Antonio dos Santos e Sandro Rovani.
poder
Prefeita de Ribeirão Preto é presa por suspeita de fraude em contratosA prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), foi presa preventivamente na sexta (2) na segunda fase da operação Sevandija, que apura fraudes em contratos de licitações da prefeitura que somam R$ 203 milhões. Dárcy foi presa em sua casa, no bairro Ribeirânia, na etapa intitulada "Mamãe Noel". Além dela, foram presos os ex-advogados do Sindicato dos Servidores Maria Zuely Alves Librandi e Sandro Rovani e o ex-secretário da Administração Marco Antonio dos Santos. Os três já tinham sido detidos na primeira fase da operação, deflagrada em 1º de setembro. As prisões foram resultados de processos distintos. O mandado de prisão de Dárcy foi expedido pelo TJ (Tribunal de Justiça), enquanto o que levou os outros três à prisão é oriundo da Justiça local. Além da prisão, Dárcy teve os bens bloqueados e foi afastada do cargo, em cumprimento à decisão do desembargador Marcos Correa, da 6ª Câmara de Direito Criminal do TJ. A Procuradoria-Geral de Justiça ofereceu denúncia contra ela pelos crimes de corrupção passiva, peculato e associação criminosa. A investigação apontou o pagamento ilegal de honorários à advogada Maria Zuely, a partir de documentos em delação premiada. A quebra do sigilo da prefeita mostrou, diz a operação, movimentação financeira incompatível com a renda entre 2010 e 2015. O nome da fase se deve, segundo a PF, às evidências de que Maria Zuely repassou, entre 2013 e 2016, mais de R$ 5 milhões a outros envolvidos. Segundo o promotor Leonardo Romanelli, havia esquema de corrupção sistêmica no governo. "Durante a investigação, já mostravam que adotavam cautelas para iludir, enganar as investigações. A ex-advogada se dispôs a colaborar, firmou pré-acordo de delação premiada, o qual rapidamente se mostrou mentiroso." A origem da suspeita está em acordo judicial que resultou no parcelamento de R$ 800 milhões a serem pagos a servidores devido a perdas decorrentes do Plano Collor. Já foram pagos mais de R$ 300 milhões, além de R$ 45 milhões em honorários. Dárcy, segundo disse aos promotores o ex-presidente do sindicato Wagner Rodrigues, teria recebido R$ 4 milhões em propina. Os promotores não confirmam se ele é o delator que gerou a prisão. Os documentos foram fraudados, segundo a Promotoria, em 2012, num termo de aditamento de um acordo inicial assinado quatro anos antes, na gestão do ex-prefeito Welson Gasparini (PSDB). Além das prisões, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em Ribeirão, Cajuru e Indaiatuba. Em Cajuru, o alvo foi fazenda em nome de Zuely, onde membros da operação disseram ter encontrado uma academia ao ar livre igual às instaladas pelo poder público em Ribeirão. Em Ribeirão, casas e escritórios de advocacia dos detidos foram os alvos. Ribeirão pode viver vazio de poder até a posse do futuro prefeito, Duarte Nogueira (PSDB), em janeiro. O vice de Dárcy, Marinho Sampaio (PMDB), divulgou nota afirmando que não comandará a cidade nos próximos 14 dias, e admitiu a hipótese de renunciar. OUTRO LADO A prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), não é culpada das acusações feitas contra ela e conseguirá provar isso, afirmou sua advogada, Maria Cláudia Seixas. De acordo com ela, todas as vezes em que Dárcy foi intimada prestou depoimento. "Não se furtou a nenhum tipo de esclarecimento dentro do procedimento que está em trâmite na Procuradoria." A defensora da prefeita afirma desde o surgimento das denúncias que Dárcy nega ter recebido propina. Seixas disse ainda que não tinha tido acesso ao processo e que precisa conhecê-lo para saber os reais motivos que levaram à prisão preventiva da prefeita. Questionada se Dárcy era chefe do esquema criminoso, como apontam as investigações da Operação Sevandija, ela disse que "quem vai esclarecer tudo isso é o trâmite do processo". A Folha não conseguiu contato com as defesas de Maria Zuely, Marco Antonio dos Santos e Sandro Rovani.
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Ryanair faz oferta por Alitalia antes de abertura de concorrência
A Ryanair, companhia aérea irlandesa de baixo custo, confirmou nesta segunda (24) que fez uma oferta não vinculante para comprar a Alitalia. "Como se trata da maior companhia aérea da Itália, é importante que estejamos envolvidos no processo", afirmou a Ryanair num pronunciamento, após a imprensa adiantar, na sexta-feira (21), que dez companhias aéreas tinham feito ofertas não vinculantes pela italiana, que está deficitária. A "low cost" irlandesa anunciou lucros crescentes no segundo trimestre, impulsionados pelo feriado da Páscoa, embora a empresa tenha admitido que o futuro é incerto por causa do "brexit" (saída do Reino Unido da União Europeia). Ainda no setor de preços menores, a britânica EasyJet confirmou o recrutamento de "mais de 1.200 vagas permanentes ou temporárias para tripulação, diante do crescimento contínuo da companhia aérea", afirmou em nota a diretora do Serviço de Cabine da empresa, Tina Milton. Esses cargos são uma combinação de novas vagas e antigas, abertas por causa de mudanças naturais da equipe. Acredita-se que a britânica também tenha feito uma oferta pela Alitalia. A companhia italiana lutou para competir com as concorrentes "low cost", mas precisou ativar, em maio, um processo administrativo para aquisição ou liquidação, na expectativa de encontrar um comprador. Cerca de 18 companhias, como Delta Airlines, British Airways, Lufthansa, Easyjet e Ryanair, expressaram seu interesse na empresa e tiveram acesso aos seus dados financeiros. O governo italiano anunciou em maio que ofereceria um empréstimo para manter as operações da Alitalia por pelo menos seis meses. Se nenhum comprador for encontrado, os administradores vão ter que organizar a liquidação da Alitalia, que pode acabar com 20 mil empregos na companhia e entre os fornecedores. RESULTADOS A Ryanair anunciou uma alta de lucros em seu primeiro trimestre, mas, como outras companhias europeias de aviação, alertou que a competição crescente continuará pressionando as tarifas. A maior das companhias de aviação de baixo custo da Europa reportou nesta segunda (25) uma alta de 55% em seu lucro no segundo trimestre — foram € 397 milhões ante € 256 milhões no período em 2016, superando os € 366 milhões nas projeções dos analistas. O faturamento subiu em 13%, para € 1,91 bilhão. As ações da companhia de aviação econômica caíram em 3,6%, para € 17,48. A Ryanair anunciou que o avanço nos lucros se deve basicamente à Páscoa de 2017 ter caído em abril, e acautelou que os preços das passagens aéreas serão "muito competitivos" pelo restante do ano, devido ao excesso de capacidade do mercado, que vem forçando uma queda nas tarifas. Os comentários da companhia de aviação irlandesa moderaram a expectativa de uma recuperação rápida no setor europeu de transporte aéreo, que está diante de um excesso de capacidade nova e das consequências dos ataques terroristas na região e da saída britânica da União Europeia. "Os resultados acompanham um padrão que vem se tornando cada vez mais familiar no setor europeu de transporte, com desempenho forte e superior às projeções no trimestre da Páscoa, combinado a cautela continuada quanto à perspectiva de receita por unidade no restante do ano", disse Gerald Khoo, analista da Liberum. Embora a tarifa média tenha subido em 1% no primeiro trimestre, a Ryanair anunciou que antecipava queda de 5% no primeiro e de 8% no segundo semestre do ano. A previsão de lucro anual da companhia continua a ser de entre € 1,4 bilhão e € 1,45 bilhão. Michael O'Leary, o presidente-executivo da Ryanair, disse que "estamos satisfeitos por informar uma alta de 55% no lucro, para € 397 milhões, mas acautelamos que a comparação é distorcida por a Páscoa ter caído em trimestre diferente no ano passado". A companhia prevê que transportará 131 milhões de passageiros neste ano —um milhão a mais do que sua previsão anterior. Com "Financial Times" Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Ryanair faz oferta por Alitalia antes de abertura de concorrênciaA Ryanair, companhia aérea irlandesa de baixo custo, confirmou nesta segunda (24) que fez uma oferta não vinculante para comprar a Alitalia. "Como se trata da maior companhia aérea da Itália, é importante que estejamos envolvidos no processo", afirmou a Ryanair num pronunciamento, após a imprensa adiantar, na sexta-feira (21), que dez companhias aéreas tinham feito ofertas não vinculantes pela italiana, que está deficitária. A "low cost" irlandesa anunciou lucros crescentes no segundo trimestre, impulsionados pelo feriado da Páscoa, embora a empresa tenha admitido que o futuro é incerto por causa do "brexit" (saída do Reino Unido da União Europeia). Ainda no setor de preços menores, a britânica EasyJet confirmou o recrutamento de "mais de 1.200 vagas permanentes ou temporárias para tripulação, diante do crescimento contínuo da companhia aérea", afirmou em nota a diretora do Serviço de Cabine da empresa, Tina Milton. Esses cargos são uma combinação de novas vagas e antigas, abertas por causa de mudanças naturais da equipe. Acredita-se que a britânica também tenha feito uma oferta pela Alitalia. A companhia italiana lutou para competir com as concorrentes "low cost", mas precisou ativar, em maio, um processo administrativo para aquisição ou liquidação, na expectativa de encontrar um comprador. Cerca de 18 companhias, como Delta Airlines, British Airways, Lufthansa, Easyjet e Ryanair, expressaram seu interesse na empresa e tiveram acesso aos seus dados financeiros. O governo italiano anunciou em maio que ofereceria um empréstimo para manter as operações da Alitalia por pelo menos seis meses. Se nenhum comprador for encontrado, os administradores vão ter que organizar a liquidação da Alitalia, que pode acabar com 20 mil empregos na companhia e entre os fornecedores. RESULTADOS A Ryanair anunciou uma alta de lucros em seu primeiro trimestre, mas, como outras companhias europeias de aviação, alertou que a competição crescente continuará pressionando as tarifas. A maior das companhias de aviação de baixo custo da Europa reportou nesta segunda (25) uma alta de 55% em seu lucro no segundo trimestre — foram € 397 milhões ante € 256 milhões no período em 2016, superando os € 366 milhões nas projeções dos analistas. O faturamento subiu em 13%, para € 1,91 bilhão. As ações da companhia de aviação econômica caíram em 3,6%, para € 17,48. A Ryanair anunciou que o avanço nos lucros se deve basicamente à Páscoa de 2017 ter caído em abril, e acautelou que os preços das passagens aéreas serão "muito competitivos" pelo restante do ano, devido ao excesso de capacidade do mercado, que vem forçando uma queda nas tarifas. Os comentários da companhia de aviação irlandesa moderaram a expectativa de uma recuperação rápida no setor europeu de transporte aéreo, que está diante de um excesso de capacidade nova e das consequências dos ataques terroristas na região e da saída britânica da União Europeia. "Os resultados acompanham um padrão que vem se tornando cada vez mais familiar no setor europeu de transporte, com desempenho forte e superior às projeções no trimestre da Páscoa, combinado a cautela continuada quanto à perspectiva de receita por unidade no restante do ano", disse Gerald Khoo, analista da Liberum. Embora a tarifa média tenha subido em 1% no primeiro trimestre, a Ryanair anunciou que antecipava queda de 5% no primeiro e de 8% no segundo semestre do ano. A previsão de lucro anual da companhia continua a ser de entre € 1,4 bilhão e € 1,45 bilhão. Michael O'Leary, o presidente-executivo da Ryanair, disse que "estamos satisfeitos por informar uma alta de 55% no lucro, para € 397 milhões, mas acautelamos que a comparação é distorcida por a Páscoa ter caído em trimestre diferente no ano passado". A companhia prevê que transportará 131 milhões de passageiros neste ano —um milhão a mais do que sua previsão anterior. Com "Financial Times" Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Museu da Pessoa reinaugura sede em SP com presença de personalidades
Nesta quarta-feira (9), o Museu da Pessoa reuniu e homenageou personalidades como o cantor Chico César e a cartunista Laerte Coutinho na reinauguração de sua sede na Vila Madalena, em São Paulo. De cara nova, o prédio foi "envelopado" com materiais reciclados em homenagem a um dos principais projetos do instituto neste ano, o "Histórias que Reciclagem", que registrou depoimentos de catadores da cidade. As paredes do museu foram cobertas com 30 mil tampinhas de garrafas e 30 placas recicladas cada uma com 500 embalagens de pasta de dente. O projeto é assinado pelo diretor de arte e cenógrafo Marcelo Larrea, que fez trabalhos para o Museu de Arte do Rio e para o longa metragem "Central do Brasil". "Com o evento fechamos o ano e reinauguramos a casa com a ideia de reciclar 2015, as pessoas e os projetos", disse Karen Worcman, fundadora do Museu da Pessoa e finalista do Prêmio Empreendedor Social, em 2005. Fundado em 1992, a organização registra em vídeo e "coleciona" histórias de vida de pessoas comuns em um portal on-line e prega que escutar o outro é um instrumento para a democratização da memória social. HOMENAGENS No evento, a cartunista Laerte Coutinho recebeu uma homenagem de reconhecimento como "agente da história" e contribuinte "para a democratização da história brasileira". Ela foi uma das depoentes deste ano e narrou sua história no canal digital da organização. "Foi emocionante, revisitar fatos da minha vida e conectá-los com o todo. É um modo de a gente se sentir parte da história de um povo, de um país", contou Coutinho sobre o "extenso" depoimento que deu ao museu, no qual abordou fases de sua fase e a transsexualidade. "O Museu da Pessoa faz a preservação da memória, é uma construção de identidade de um povo, que conta sua história do seu próprio ponto de vista", afirma a cartunista. O cantor paraibano Chico César foi homenageado pela composição da música "Museu", do álbum Estado de Poesia, lançado este ano, e que faz menção ao Museu da Pessoa. Com casa lotada, Chico cantou à capela um trecho da canção. "É lindo se misturar nesse universo de tantas vozes. A vida é isso, um coral, no qual as pessoas vocalizam o 'ser gente'", disse o cantor sobre o trabalho do museu. "A atuação do Museu da Pessoa tem muito a ver com São Paulo, um lugar de tantas vozes e referências", completou. Também receberam homenagens Danilo Miranda, do SESC- SP e conselheiro do Museu da Pessoa e Marcelino Freire, escritor e depoente, entre outras pessoas que compartilharam suas histórias com a organização neste ano.
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Museu da Pessoa reinaugura sede em SP com presença de personalidadesNesta quarta-feira (9), o Museu da Pessoa reuniu e homenageou personalidades como o cantor Chico César e a cartunista Laerte Coutinho na reinauguração de sua sede na Vila Madalena, em São Paulo. De cara nova, o prédio foi "envelopado" com materiais reciclados em homenagem a um dos principais projetos do instituto neste ano, o "Histórias que Reciclagem", que registrou depoimentos de catadores da cidade. As paredes do museu foram cobertas com 30 mil tampinhas de garrafas e 30 placas recicladas cada uma com 500 embalagens de pasta de dente. O projeto é assinado pelo diretor de arte e cenógrafo Marcelo Larrea, que fez trabalhos para o Museu de Arte do Rio e para o longa metragem "Central do Brasil". "Com o evento fechamos o ano e reinauguramos a casa com a ideia de reciclar 2015, as pessoas e os projetos", disse Karen Worcman, fundadora do Museu da Pessoa e finalista do Prêmio Empreendedor Social, em 2005. Fundado em 1992, a organização registra em vídeo e "coleciona" histórias de vida de pessoas comuns em um portal on-line e prega que escutar o outro é um instrumento para a democratização da memória social. HOMENAGENS No evento, a cartunista Laerte Coutinho recebeu uma homenagem de reconhecimento como "agente da história" e contribuinte "para a democratização da história brasileira". Ela foi uma das depoentes deste ano e narrou sua história no canal digital da organização. "Foi emocionante, revisitar fatos da minha vida e conectá-los com o todo. É um modo de a gente se sentir parte da história de um povo, de um país", contou Coutinho sobre o "extenso" depoimento que deu ao museu, no qual abordou fases de sua fase e a transsexualidade. "O Museu da Pessoa faz a preservação da memória, é uma construção de identidade de um povo, que conta sua história do seu próprio ponto de vista", afirma a cartunista. O cantor paraibano Chico César foi homenageado pela composição da música "Museu", do álbum Estado de Poesia, lançado este ano, e que faz menção ao Museu da Pessoa. Com casa lotada, Chico cantou à capela um trecho da canção. "É lindo se misturar nesse universo de tantas vozes. A vida é isso, um coral, no qual as pessoas vocalizam o 'ser gente'", disse o cantor sobre o trabalho do museu. "A atuação do Museu da Pessoa tem muito a ver com São Paulo, um lugar de tantas vozes e referências", completou. Também receberam homenagens Danilo Miranda, do SESC- SP e conselheiro do Museu da Pessoa e Marcelino Freire, escritor e depoente, entre outras pessoas que compartilharam suas histórias com a organização neste ano.
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